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'O programador da TV é a publicidade', diz Pedro Cardoso, em cartaz com duas peças
RAFAEL GREGORIO DE SÃO PAULO Já faz um ano que Pedro Cardoso, 54, não veste os idiossincráticos trajes de Agostinho Carrara, o genro trambiqueiro da série "A Grande Família". "É duro admitir, mas sinto falta, sim. Eu gostava não só de fazer o personagem, mas do dinheiro que eu ganhava e do fato de ele vir de algo inteligente", diz. Fora da Rede Globo desde junho, o carioca parece ainda mais afiado. Em uma hora de conversa com a sãopaulo no restaurante de um hotel na Bela Vista, aborda com fluência da política ao feminismo, da Olimpíada à dramaturgia de Dias Gomes. Cardoso aparece em duas novas montagens a partir desta semana, ambas no Teatro Shopping Frei Caneca, na região central. Uma é a elogiada "O Homem Primitivo", mescla de drama e comédia sobre questões de gênero que escreveu, dirige e interpreta com a mulher, a atriz Graziella Moretto, 44. "Estamos no começo de uma compreensão da terrível opressão do masculino", afirma Cardoso. A perspectiva política é compartilhada por Graziella, que louva a ascensão de uma nova onda feminista, mas alerta: "O trabalho está longe de ser feito, há camadas que ainda não são nem acessadas no debate. Não se pode falar em gênero sem falar em classe", exemplifica. Já "O Autofalante" parte de um homem que perde a sanidade pois não consegue se fazer ouvir. "Nesse momento de perplexidade com a desordem política, creio que todos estejamos nos sentindo sem voz", diz Cardoso sobre a atualidade do texto que criou nos anos 1990. Ambos negam reticência em abordar temas duros com humor. "Há equívoco quando se associa a comédia a assuntos leves", defende ele. "Ser comediante não é sinônimo de ter mau gosto", completa Graziella. Cardoso, aliás, diz que vem a São Paulo só "por dinheiro", mas revela, ao final, um ponto fraco na metrópole: "A casa do meu sogro; lá me torno o verdadeiro Agostinho". Leia mais das conversas com Cardoso e Graziella a seguir. Teatro Shopping Frei Caneca. R. Frei Caneca, 569, 7º andar, Consolação, tel. 3472-2229. O Autofalante, ter. a qui.: 21h. Estreia: 6/7. Até 25/8. Ingr.: R$ 50 p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br. O Homem Primitivo, sex. e sáb.: 21h; dom.: 19h. Até 28/8. Ingr.: R$ 70 p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br. * sãopaulo - "O Homem Primitivo" propõe debate sobre sexo e gênero. O saldo atual é positivo ou negativo? Pedro Cardoso - Acho que estamos no começo de uma nova compreensão da terrível opressão que o masculino exerce sobre o feminino. Um dos aspectos mais terríveis é negar-se à mulher valor ao seu pensamento teórico. Quando uma mulher assume posto de comando, nunca se diz que é pela excelência das qualidades femininas, mas por ter adquirido traços masculinos. A gente tem que aprender a reconhecer e dar o valor àquilo que é feminino em nós. Isso é algo que Graziella trouxe para minha vida e para nosso trabalho. O quanto passa pela mente de você e da Graziella, enquanto autores e atores, a preocupação com a abordagem cômica de temas sérios? Penso que há um certo equívoco quando se associa a comédia a assuntos leves e o drama a assuntos pesados. Esse equívoco se origina na própria divisão entre comédia e drama, como se no drama não houvesse comédia, e na comédia não houvesse drama. Acredito que a expressão artística é artística porque é integral. Não há conflito em tratar um assunto sério deixando que a comicidade explicite os conteúdos inconscientes. "O Autofalante" aborda o tema do duplo. De onde veio a ideia e como ela é explorada no palco? É uma peça que escrevi nos anos 1990, mas para minha surpresa se mostrou atual. Nesse momento em que a população está assustada e perplexa com a desordem política, acredito que todos estejamos nos sentindo sem voz. Originalmente trata-se do drama de um homem que perde a sanidade porque não consegue se fazer ouvir. Na primeira fala ele diz: "televisão não tem orelha". A humanidade criou tecnologias que priorizam a emissão do sinal. Isso diz muito a respeito da psicologia humana. O homem é pouco permeável à realidade, prefere impor sua visão dela, e isso termina por favorecer o poder dominante, que é o econômico. O dinheiro dita a mensagem que vai circular. O surgimento da internet altera de alguma forma esse equilíbrio? Mexe, sim, de maneira contundente. Agora, todo mundo fala. Mas isso não quer dizer que alguém ouça. A internet não investiga e não oferece caminho às razões pelas quais a humanidade não ouve. Além disso, sua aparente liberdade esconde um enorme interesse comercial. A humanidade inteira produz conteúdo para Google, Facebook, Instagram. A veiculação daquela expressão tem como resultado o enriquecimento de uma empresa. E toda vez que há um negócio, certamente há um cerceamento da liberdade. Mas é uma válvula de escape, ao menos. Você ainda é ator da Globo? Meu contrato foi "descontinuado" agora em junho. Um fato jurídico: eles entendendo que nós não tínhamos relação trabalhista, apenas contratos, e que tais contratos foram cumpridos até o fim por ambas as partes. Eu trabalhei durante 35 anos na TV Globo e gravava "A Grande Família" quatro dias por semana. Sei o quanto tive que construir minha sensibilidade para ir todo dia bem disposto para a arte, não para o comércio da arte. E como foi esse primeiro ano fora? Estou pensando numa série de televisão chamada "Área de Serviço", sobre as relações domésticas. A grande fronteira da justiça social é o trabalho doméstico. Quando a mãe passa e lava a roupa de um filho, ele não tem compreensão de que aquilo é um trabalho. Nessa devoção maternal reside a alienação do homem. Se não a enfrentarmos, não vamos produzir justiça social. Em última análise, trata-se de remunerar a maternidade. Quando uma mulher tem um filho, ela gastar 80% do tempo para tomar conta, e o pai só não o faz porque está protegido pela estrutura sexista, pelo trabalho fora de casa. E tenho pensado um projeto de televisão, por minha conta. Era uma novela, agora é uma ideia de resgatar o espírito —talvez até os textos— do Dias Gomes. Ele tinha um estilo muito próprio e falava do Brasil com uma propriedade que não vejo mais na televisão brasileira, que está excessivamente fantasiosa. Essa fantasia excessiva vem de dificuldade em entender a realidade? Não, acho que tem a ver com o fato de que o verdadeiro programador da TV não é nem o administradores nem o artistas, mas o mercado publicitário. E a publicidade tornou-se por excelência a linguagem da falsidade. Daí a televisão ser terreno fértil para a fantasia desvinculada do real, que é diferente de uma como a do Dias Gomes, que nasce do real e o poetiza, mitifica e simboliza. Como você vê a saída da presidente afastada e o governo interino? Embora o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) tenha de fato ocorrido dentro de uma legalidade, eu considero o afastamento dela um golpe político. Não acredito nem por um segundo na honestidade das pessoas que conduziram esse processo. Pela biografia dos envolvidos. Esse Congresso é de tal maneira desautorizado pela corrupção que não tem autoridade moral para afastar alguém eleito pela maioria do povo. Parênteses: temos de lembrar que certos crimes já foram legais. A própria escravidão. Nem toda legalidade é moral, há legalidades imorais. E qual sua expectativa sobre as Olimpíadas? Os atletas merecem todo nosso carinho e respeito. Por essa razão nós devemos saudar a Olimpíada. Considero que a Copa do Mundo e a Olimpíada foram um deslumbramento do PT com relação ao país. Você não pode dar uma festa quando sua casa é uma baderna. E o Brasil é uma baderna. Não consegue ter escola, hospital. Não conseguimos controlar uma epidemia de dengue e vamos convidar o mundo para vir aqui dar uma festa com a desculpa de que isso nos trará dinheiro? Ambas, Copa e Olimpíada, foram promovidas para a classe política ganhar dinheiro roubando. Acho que vou ser preso, cara. (risos) Você tem algum destino preferido em São Paulo? Um restaurante, um teatro, um bar? O que me traz a São Paulo é dinheiro. Meu destino preferido aqui é a casa do meu sogro, no Campo Belo. Lá eu me torno o verdadeiro Agostinho. E você sente saudades do Agostinho? Sinto. É duro admitir, mas eu sinto. Eu gostava imensamente não só de fazer o personagem, mas do dinheiro que eu ganhava, e do fato de esse dinheiro ter vindo de algo inteligente. Ganhar bem e fazer uma coisa boa é o "momento Paramount" da vida de um ator. Então tenho saudades d'A Grande Família como um todo. Mas acho que ela cumpriu sua missão. Falta alguém com quem trabalhar? Eu gostaria de ter contracenado com a Marília Pêra (1943-2015), achava ela uma artista extraordinária. Mas tenho alguns privilégios, não posso me queixar. Um deles é trabalhar com a Graziella. Outro, que tive três ou quatro oportunidades de contracenar com a Fernanda Montenegro. É como jogar pelada com o Pelé, receber passe dele. Agora tenho curiosidade de trabalhar com a geração nova. "Porta dos Fundos", o Gregorio Duvivier, o próprio Adnet. Eu via o Caetano Veloso tocando com músicos jovens e achava aquilo tão bonito. Tenho muito a aprender com a geração mais nova. Com você.
saopaulo
'O programador da TV é a publicidade', diz Pedro Cardoso, em cartaz com duas peçasRAFAEL GREGORIO DE SÃO PAULO Já faz um ano que Pedro Cardoso, 54, não veste os idiossincráticos trajes de Agostinho Carrara, o genro trambiqueiro da série "A Grande Família". "É duro admitir, mas sinto falta, sim. Eu gostava não só de fazer o personagem, mas do dinheiro que eu ganhava e do fato de ele vir de algo inteligente", diz. Fora da Rede Globo desde junho, o carioca parece ainda mais afiado. Em uma hora de conversa com a sãopaulo no restaurante de um hotel na Bela Vista, aborda com fluência da política ao feminismo, da Olimpíada à dramaturgia de Dias Gomes. Cardoso aparece em duas novas montagens a partir desta semana, ambas no Teatro Shopping Frei Caneca, na região central. Uma é a elogiada "O Homem Primitivo", mescla de drama e comédia sobre questões de gênero que escreveu, dirige e interpreta com a mulher, a atriz Graziella Moretto, 44. "Estamos no começo de uma compreensão da terrível opressão do masculino", afirma Cardoso. A perspectiva política é compartilhada por Graziella, que louva a ascensão de uma nova onda feminista, mas alerta: "O trabalho está longe de ser feito, há camadas que ainda não são nem acessadas no debate. Não se pode falar em gênero sem falar em classe", exemplifica. Já "O Autofalante" parte de um homem que perde a sanidade pois não consegue se fazer ouvir. "Nesse momento de perplexidade com a desordem política, creio que todos estejamos nos sentindo sem voz", diz Cardoso sobre a atualidade do texto que criou nos anos 1990. Ambos negam reticência em abordar temas duros com humor. "Há equívoco quando se associa a comédia a assuntos leves", defende ele. "Ser comediante não é sinônimo de ter mau gosto", completa Graziella. Cardoso, aliás, diz que vem a São Paulo só "por dinheiro", mas revela, ao final, um ponto fraco na metrópole: "A casa do meu sogro; lá me torno o verdadeiro Agostinho". Leia mais das conversas com Cardoso e Graziella a seguir. Teatro Shopping Frei Caneca. R. Frei Caneca, 569, 7º andar, Consolação, tel. 3472-2229. O Autofalante, ter. a qui.: 21h. Estreia: 6/7. Até 25/8. Ingr.: R$ 50 p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br. O Homem Primitivo, sex. e sáb.: 21h; dom.: 19h. Até 28/8. Ingr.: R$ 70 p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br. * sãopaulo - "O Homem Primitivo" propõe debate sobre sexo e gênero. O saldo atual é positivo ou negativo? Pedro Cardoso - Acho que estamos no começo de uma nova compreensão da terrível opressão que o masculino exerce sobre o feminino. Um dos aspectos mais terríveis é negar-se à mulher valor ao seu pensamento teórico. Quando uma mulher assume posto de comando, nunca se diz que é pela excelência das qualidades femininas, mas por ter adquirido traços masculinos. A gente tem que aprender a reconhecer e dar o valor àquilo que é feminino em nós. Isso é algo que Graziella trouxe para minha vida e para nosso trabalho. O quanto passa pela mente de você e da Graziella, enquanto autores e atores, a preocupação com a abordagem cômica de temas sérios? Penso que há um certo equívoco quando se associa a comédia a assuntos leves e o drama a assuntos pesados. Esse equívoco se origina na própria divisão entre comédia e drama, como se no drama não houvesse comédia, e na comédia não houvesse drama. Acredito que a expressão artística é artística porque é integral. Não há conflito em tratar um assunto sério deixando que a comicidade explicite os conteúdos inconscientes. "O Autofalante" aborda o tema do duplo. De onde veio a ideia e como ela é explorada no palco? É uma peça que escrevi nos anos 1990, mas para minha surpresa se mostrou atual. Nesse momento em que a população está assustada e perplexa com a desordem política, acredito que todos estejamos nos sentindo sem voz. Originalmente trata-se do drama de um homem que perde a sanidade porque não consegue se fazer ouvir. Na primeira fala ele diz: "televisão não tem orelha". A humanidade criou tecnologias que priorizam a emissão do sinal. Isso diz muito a respeito da psicologia humana. O homem é pouco permeável à realidade, prefere impor sua visão dela, e isso termina por favorecer o poder dominante, que é o econômico. O dinheiro dita a mensagem que vai circular. O surgimento da internet altera de alguma forma esse equilíbrio? Mexe, sim, de maneira contundente. Agora, todo mundo fala. Mas isso não quer dizer que alguém ouça. A internet não investiga e não oferece caminho às razões pelas quais a humanidade não ouve. Além disso, sua aparente liberdade esconde um enorme interesse comercial. A humanidade inteira produz conteúdo para Google, Facebook, Instagram. A veiculação daquela expressão tem como resultado o enriquecimento de uma empresa. E toda vez que há um negócio, certamente há um cerceamento da liberdade. Mas é uma válvula de escape, ao menos. Você ainda é ator da Globo? Meu contrato foi "descontinuado" agora em junho. Um fato jurídico: eles entendendo que nós não tínhamos relação trabalhista, apenas contratos, e que tais contratos foram cumpridos até o fim por ambas as partes. Eu trabalhei durante 35 anos na TV Globo e gravava "A Grande Família" quatro dias por semana. Sei o quanto tive que construir minha sensibilidade para ir todo dia bem disposto para a arte, não para o comércio da arte. E como foi esse primeiro ano fora? Estou pensando numa série de televisão chamada "Área de Serviço", sobre as relações domésticas. A grande fronteira da justiça social é o trabalho doméstico. Quando a mãe passa e lava a roupa de um filho, ele não tem compreensão de que aquilo é um trabalho. Nessa devoção maternal reside a alienação do homem. Se não a enfrentarmos, não vamos produzir justiça social. Em última análise, trata-se de remunerar a maternidade. Quando uma mulher tem um filho, ela gastar 80% do tempo para tomar conta, e o pai só não o faz porque está protegido pela estrutura sexista, pelo trabalho fora de casa. E tenho pensado um projeto de televisão, por minha conta. Era uma novela, agora é uma ideia de resgatar o espírito —talvez até os textos— do Dias Gomes. Ele tinha um estilo muito próprio e falava do Brasil com uma propriedade que não vejo mais na televisão brasileira, que está excessivamente fantasiosa. Essa fantasia excessiva vem de dificuldade em entender a realidade? Não, acho que tem a ver com o fato de que o verdadeiro programador da TV não é nem o administradores nem o artistas, mas o mercado publicitário. E a publicidade tornou-se por excelência a linguagem da falsidade. Daí a televisão ser terreno fértil para a fantasia desvinculada do real, que é diferente de uma como a do Dias Gomes, que nasce do real e o poetiza, mitifica e simboliza. Como você vê a saída da presidente afastada e o governo interino? Embora o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) tenha de fato ocorrido dentro de uma legalidade, eu considero o afastamento dela um golpe político. Não acredito nem por um segundo na honestidade das pessoas que conduziram esse processo. Pela biografia dos envolvidos. Esse Congresso é de tal maneira desautorizado pela corrupção que não tem autoridade moral para afastar alguém eleito pela maioria do povo. Parênteses: temos de lembrar que certos crimes já foram legais. A própria escravidão. Nem toda legalidade é moral, há legalidades imorais. E qual sua expectativa sobre as Olimpíadas? Os atletas merecem todo nosso carinho e respeito. Por essa razão nós devemos saudar a Olimpíada. Considero que a Copa do Mundo e a Olimpíada foram um deslumbramento do PT com relação ao país. Você não pode dar uma festa quando sua casa é uma baderna. E o Brasil é uma baderna. Não consegue ter escola, hospital. Não conseguimos controlar uma epidemia de dengue e vamos convidar o mundo para vir aqui dar uma festa com a desculpa de que isso nos trará dinheiro? Ambas, Copa e Olimpíada, foram promovidas para a classe política ganhar dinheiro roubando. Acho que vou ser preso, cara. (risos) Você tem algum destino preferido em São Paulo? Um restaurante, um teatro, um bar? O que me traz a São Paulo é dinheiro. Meu destino preferido aqui é a casa do meu sogro, no Campo Belo. Lá eu me torno o verdadeiro Agostinho. E você sente saudades do Agostinho? Sinto. É duro admitir, mas eu sinto. Eu gostava imensamente não só de fazer o personagem, mas do dinheiro que eu ganhava, e do fato de esse dinheiro ter vindo de algo inteligente. Ganhar bem e fazer uma coisa boa é o "momento Paramount" da vida de um ator. Então tenho saudades d'A Grande Família como um todo. Mas acho que ela cumpriu sua missão. Falta alguém com quem trabalhar? Eu gostaria de ter contracenado com a Marília Pêra (1943-2015), achava ela uma artista extraordinária. Mas tenho alguns privilégios, não posso me queixar. Um deles é trabalhar com a Graziella. Outro, que tive três ou quatro oportunidades de contracenar com a Fernanda Montenegro. É como jogar pelada com o Pelé, receber passe dele. Agora tenho curiosidade de trabalhar com a geração nova. "Porta dos Fundos", o Gregorio Duvivier, o próprio Adnet. Eu via o Caetano Veloso tocando com músicos jovens e achava aquilo tão bonito. Tenho muito a aprender com a geração mais nova. Com você.
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Leitor questiona quantos ascenderam à classe média nos últimos anos
Como posso acreditar em números do governo se nem a presidente e o vice se entendem? Afinal, quantos brasileiros ascenderam à classe média nos últimos anos? Segundo Michel Temer, são 35 milhões, mas, para Dilma Rousseff, 44 milhões. Quem está certo? Podiam ter combinado antes. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor questiona quantos ascenderam à classe média nos últimos anosComo posso acreditar em números do governo se nem a presidente e o vice se entendem? Afinal, quantos brasileiros ascenderam à classe média nos últimos anos? Segundo Michel Temer, são 35 milhões, mas, para Dilma Rousseff, 44 milhões. Quem está certo? Podiam ter combinado antes. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Imóvel de luxo comprado por Del Nero quase dobra de valor em 2 anos
A cobertura de luxo, de frente para a praia, na Barra da Tijuca, área nobre do Rio, comprada pelo presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Marco Polo Del Nero, este ano custou ao cartola quase o dobro do que havia custado há dois anos. Em abril de 2013, a JAT Administração de Bens Ltda., empresa dos filhos de Wagner Abrahão, parceiro comercial da CBF, pagou R$ 2,8 milhões pelo apartamento dúplex. Em fevereiro de 2015, o presidente da CBF desembolsou R$ 5,2 milhões pelo imóvel. Ou seja, os filhos de Abrahão lucraram 85% na operação. Neste mesmo período, os imóveis valorizaram no bairro, em média, 17,5%. A Folha revelou na última quinta-feira (15) a compra por Del Nero do imóvel, que havia sido usado como residência por Abrahão. O dirigente da CBF deu como parte do pagamento –por R$ 410 mil mais um saldo devedor não revelado– uma cobertura semelhante que tinha no mesmo prédio, pela qual havia pago R$ 1,6 milhão em maio do ano passado. Advogados ouvidos pela Folha classificaram a compra dos dois imóveis como "atípica" e consideraram que a operação pode ter sido feita para driblar o fisco. Os dois imóveis tinham mais de 200 metros quadrados e quatro vagas de garagem cada um. Os dúplex ficam num dos condomínios mais sofisticados do Rio. Abrahão tem vários negócios com a entidade. Empresas dele são responsáveis por transportar a seleção brasileira e times que participam de competições organizadas pela confederação. Em novembro, a CBF entregou a ele a administração do moderno museu da entidade. Em 2012, a Folha revelou que quatro empresas de Abrahão foram indicadas pela CBF como beneficiárias de contrato de patrocínio da seleção com a TAM para viagens. O contrato era de cerca de R$ 7 milhões anuais. Após a reportagem, o acordo foi cancelado pela empresa aérea. Na quinta, o senador Romário (PSB-RJ) disse que pedirá ao Ministério Público que investigue as transações. "Uma operação dessa não se explica. O cara vende uma cobertura e ganha outra parecida. Além de corruptos, são mágicos", ironizou. ILÍCITO O presidente da CBF disse que está disposto a dar quaisquer esclarecimentos que forem exigidos sobre a compra dos imóveis. "Não podemos achar que tudo é ilícito e sujo. Estou disposto a prestar qualquer declaração", disse.
esporte
Imóvel de luxo comprado por Del Nero quase dobra de valor em 2 anosA cobertura de luxo, de frente para a praia, na Barra da Tijuca, área nobre do Rio, comprada pelo presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Marco Polo Del Nero, este ano custou ao cartola quase o dobro do que havia custado há dois anos. Em abril de 2013, a JAT Administração de Bens Ltda., empresa dos filhos de Wagner Abrahão, parceiro comercial da CBF, pagou R$ 2,8 milhões pelo apartamento dúplex. Em fevereiro de 2015, o presidente da CBF desembolsou R$ 5,2 milhões pelo imóvel. Ou seja, os filhos de Abrahão lucraram 85% na operação. Neste mesmo período, os imóveis valorizaram no bairro, em média, 17,5%. A Folha revelou na última quinta-feira (15) a compra por Del Nero do imóvel, que havia sido usado como residência por Abrahão. O dirigente da CBF deu como parte do pagamento –por R$ 410 mil mais um saldo devedor não revelado– uma cobertura semelhante que tinha no mesmo prédio, pela qual havia pago R$ 1,6 milhão em maio do ano passado. Advogados ouvidos pela Folha classificaram a compra dos dois imóveis como "atípica" e consideraram que a operação pode ter sido feita para driblar o fisco. Os dois imóveis tinham mais de 200 metros quadrados e quatro vagas de garagem cada um. Os dúplex ficam num dos condomínios mais sofisticados do Rio. Abrahão tem vários negócios com a entidade. Empresas dele são responsáveis por transportar a seleção brasileira e times que participam de competições organizadas pela confederação. Em novembro, a CBF entregou a ele a administração do moderno museu da entidade. Em 2012, a Folha revelou que quatro empresas de Abrahão foram indicadas pela CBF como beneficiárias de contrato de patrocínio da seleção com a TAM para viagens. O contrato era de cerca de R$ 7 milhões anuais. Após a reportagem, o acordo foi cancelado pela empresa aérea. Na quinta, o senador Romário (PSB-RJ) disse que pedirá ao Ministério Público que investigue as transações. "Uma operação dessa não se explica. O cara vende uma cobertura e ganha outra parecida. Além de corruptos, são mágicos", ironizou. ILÍCITO O presidente da CBF disse que está disposto a dar quaisquer esclarecimentos que forem exigidos sobre a compra dos imóveis. "Não podemos achar que tudo é ilícito e sujo. Estou disposto a prestar qualquer declaração", disse.
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Juiz manda soltar réu da Lava Jato que era auxiliar de Youssef
A Justiça Federal do Paraná mandou soltar, no início da noite desta sexta (20), um dos réus da Lava Jato, João Procópio de Almeida Prado, que trabalhava para o doleiro Alberto Youssef. Preso desde julho do ano passado, João Procópio estava no Complexo Médico Penal, integrante do sistema penitenciário do Paraná, na região metropolitana de Curitiba. Ele é réu em duas ações oriundas da operação que investiga um esquema de corrupção na Petrobras, sob acusação de ser responsável pelas contas no exterior de Youssef. Em algumas delas, aparecia como beneficiário. O juiz Sergio Moro havia determinado sua prisão pelo risco de que Prado –como um "importante subordinado de Youssef" que trabalhava com ele "no escritório de lavagem de dinheiro deste em São Paulo"– continuasse a comandar as operações de lavagem de dinheiro. Mais recentemente, porém, a defesa de João Procópio apresentou o compromisso de encerrar suas contas no exterior e auxiliar na repatriação dos recursos, quando for possível. A proposta foi feita no último dia 12. Diante da "louvável nova atitude da defesa", Moro decidiu rever a prisão, especialmente por causa do papel de subordinado que o réu tinha no esquema. "As contas no exterior pertenciam e eram controladas, de fato, por Alberto Youssef", declarou o juiz na decisão. "Considero também cumulativamente a elevada idade do acusado, 68 anos, e especialmente que, tendo ele atuado de maneira subordinada, os riscos em sua colocação em liberdade são bem menores do que os que envolvem os principais personagens do suposto esquema criminoso." Moro ainda ressaltou que a decisão da defesa não equivale a uma colaboração premiada, mas é apenas um compromisso assumido diante da Justiça. O alvará de soltura foi emitido às 18h30 desta sexta-feira (20).
poder
Juiz manda soltar réu da Lava Jato que era auxiliar de YoussefA Justiça Federal do Paraná mandou soltar, no início da noite desta sexta (20), um dos réus da Lava Jato, João Procópio de Almeida Prado, que trabalhava para o doleiro Alberto Youssef. Preso desde julho do ano passado, João Procópio estava no Complexo Médico Penal, integrante do sistema penitenciário do Paraná, na região metropolitana de Curitiba. Ele é réu em duas ações oriundas da operação que investiga um esquema de corrupção na Petrobras, sob acusação de ser responsável pelas contas no exterior de Youssef. Em algumas delas, aparecia como beneficiário. O juiz Sergio Moro havia determinado sua prisão pelo risco de que Prado –como um "importante subordinado de Youssef" que trabalhava com ele "no escritório de lavagem de dinheiro deste em São Paulo"– continuasse a comandar as operações de lavagem de dinheiro. Mais recentemente, porém, a defesa de João Procópio apresentou o compromisso de encerrar suas contas no exterior e auxiliar na repatriação dos recursos, quando for possível. A proposta foi feita no último dia 12. Diante da "louvável nova atitude da defesa", Moro decidiu rever a prisão, especialmente por causa do papel de subordinado que o réu tinha no esquema. "As contas no exterior pertenciam e eram controladas, de fato, por Alberto Youssef", declarou o juiz na decisão. "Considero também cumulativamente a elevada idade do acusado, 68 anos, e especialmente que, tendo ele atuado de maneira subordinada, os riscos em sua colocação em liberdade são bem menores do que os que envolvem os principais personagens do suposto esquema criminoso." Moro ainda ressaltou que a decisão da defesa não equivale a uma colaboração premiada, mas é apenas um compromisso assumido diante da Justiça. O alvará de soltura foi emitido às 18h30 desta sexta-feira (20).
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Leitor critica redução de limites de velocidade em São Paulo
Parabéns à Folha por colocar em discussão a redução de velocidade. Criticava quem falava em indústria da multa, porque o que existe na realidade é o desrespeito às leis, mas colocar limite de 30 km/h ou 40 km/h em ruas e avenidas é criar a indústria de multas. A única forma de evitar mortes no trânsito é a educação e a punição dos infratores. Se há motoristas assassinos também existem pedestres e ciclistas suicidas. Vejo com frequência pedestres atravessando ruas fora da faixa e ciclistas atravessando semáforo vermelho. A quantidade de motoristas que flagro falando ao celular enquanto dirige é absurda. Se as regras que existem fossem cumpridas haveria redução sensível no número de mortes. Não são pessoas que trafegam a 60 km/h as que provocam acidentes, mas as que extrapolam em muito esses limites e dirigem de forma perigosa e não são punidas. As vias expressas das marginais aceitam sem perigo 80 km/h, enquanto as vias locais aceitam 70 km/h. Reduzir esses limites a 40km/h em outras vias é criar a indústria das multas porque os limites só serão respeitados próximos a radares. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor critica redução de limites de velocidade em São PauloParabéns à Folha por colocar em discussão a redução de velocidade. Criticava quem falava em indústria da multa, porque o que existe na realidade é o desrespeito às leis, mas colocar limite de 30 km/h ou 40 km/h em ruas e avenidas é criar a indústria de multas. A única forma de evitar mortes no trânsito é a educação e a punição dos infratores. Se há motoristas assassinos também existem pedestres e ciclistas suicidas. Vejo com frequência pedestres atravessando ruas fora da faixa e ciclistas atravessando semáforo vermelho. A quantidade de motoristas que flagro falando ao celular enquanto dirige é absurda. Se as regras que existem fossem cumpridas haveria redução sensível no número de mortes. Não são pessoas que trafegam a 60 km/h as que provocam acidentes, mas as que extrapolam em muito esses limites e dirigem de forma perigosa e não são punidas. As vias expressas das marginais aceitam sem perigo 80 km/h, enquanto as vias locais aceitam 70 km/h. Reduzir esses limites a 40km/h em outras vias é criar a indústria das multas porque os limites só serão respeitados próximos a radares. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Entenda como a taxa básica de juros influencia a economia brasileira
A taxa de juros é o instrumento utilizado pelo BC (Banco Central) para manter a inflação sob controle ou para estimular a economia. Se os juros caem muito, a população tem maior acesso ao crédito e, assim, pode consumir mais. Esse aumento da demanda pode pressionar os preços caso a indústria não esteja preparada para atender um consumo maior. Por outro lado, se os juros sobem, a autoridade monetária inibe consumo e investimento -que ficam mais caros-, a economia se desacelera e evita-se que os preços subam -ou seja, que haja inflação. Com o aumento da taxa básica de juros (Selic), o BC aumenta a atratividade das aplicações em títulos da dívida pública. Assim, começa a "faltar" dinheiro no mercado financeiro para viabilizar investimentos que tenham retorno maior que o pago pelo governo. Se a taxa cai, ocorre o inverso. É por isso que os empresários pedem cortes nas taxas: para viabilizar investimentos, ainda mais em tempos de economia fraca, como agora. Nos mercados, reduções da taxa de juros viabilizam normalmente migração de recursos da renda fixa para a Bolsa de Valores. Em um cenário normal, é também por esse motivo que as Bolsas sobem nos Estados Unidos ao menor sinal do Federal Reserve (BC dos EUA) de que os juros possam cair. Quando o juro sobe, acontece o inverso. O investimento em dívida absorve o dinheiro que serviria para financiar o setor produtivo. SELIC Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, criado em 1979 pelo Banco Central e pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) para tornar mais transparente e segura a negociação de títulos públicos. A Selic é um sistema eletrônico que permite a atualização diária das posições das instituições financeiras, assegurando maior controle sobre as reservas bancárias. Hoje, a Selic identifica também a taxa de juros que reflete a média de remuneração dos títulos federais negociados com os bancos. A Selic é considerada a taxa básica porque é usada em operações entre bancos e, por isso, tem influência sobre os juros de toda a economia do país. COPOM O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros. O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e os diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração. O Copom se reúne em dois dias seguidos. No primeiro dia da reunião, participam também os chefes dos seguintes departamentos: Econômico (Depec), de Operações das Reservas Internacionais (Depin), de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban), de Operações do Mercado Aberto (Demab), de Estudos e Pesquisas (Depep), além do gerente-executivo da Gerência Executiva de Relacionamento com Investidores (Gerin).
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Entenda como a taxa básica de juros influencia a economia brasileiraA taxa de juros é o instrumento utilizado pelo BC (Banco Central) para manter a inflação sob controle ou para estimular a economia. Se os juros caem muito, a população tem maior acesso ao crédito e, assim, pode consumir mais. Esse aumento da demanda pode pressionar os preços caso a indústria não esteja preparada para atender um consumo maior. Por outro lado, se os juros sobem, a autoridade monetária inibe consumo e investimento -que ficam mais caros-, a economia se desacelera e evita-se que os preços subam -ou seja, que haja inflação. Com o aumento da taxa básica de juros (Selic), o BC aumenta a atratividade das aplicações em títulos da dívida pública. Assim, começa a "faltar" dinheiro no mercado financeiro para viabilizar investimentos que tenham retorno maior que o pago pelo governo. Se a taxa cai, ocorre o inverso. É por isso que os empresários pedem cortes nas taxas: para viabilizar investimentos, ainda mais em tempos de economia fraca, como agora. Nos mercados, reduções da taxa de juros viabilizam normalmente migração de recursos da renda fixa para a Bolsa de Valores. Em um cenário normal, é também por esse motivo que as Bolsas sobem nos Estados Unidos ao menor sinal do Federal Reserve (BC dos EUA) de que os juros possam cair. Quando o juro sobe, acontece o inverso. O investimento em dívida absorve o dinheiro que serviria para financiar o setor produtivo. SELIC Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, criado em 1979 pelo Banco Central e pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) para tornar mais transparente e segura a negociação de títulos públicos. A Selic é um sistema eletrônico que permite a atualização diária das posições das instituições financeiras, assegurando maior controle sobre as reservas bancárias. Hoje, a Selic identifica também a taxa de juros que reflete a média de remuneração dos títulos federais negociados com os bancos. A Selic é considerada a taxa básica porque é usada em operações entre bancos e, por isso, tem influência sobre os juros de toda a economia do país. COPOM O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros. O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e os diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração. O Copom se reúne em dois dias seguidos. No primeiro dia da reunião, participam também os chefes dos seguintes departamentos: Econômico (Depec), de Operações das Reservas Internacionais (Depin), de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban), de Operações do Mercado Aberto (Demab), de Estudos e Pesquisas (Depep), além do gerente-executivo da Gerência Executiva de Relacionamento com Investidores (Gerin).
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Papa e patriarca ortodoxo russo mantêm encontro histórico em Cuba
O papa Francisco se reuniu nesta sexta-feira (12) em Cuba com o líder da Igreja Ortodoxa Russa, o patriarca Cirilo, em um acontecimento histórico no cisma de mil anos que dividiu o cristianismo entre Oriente e Ocidente. "Finalmente!", exclamou Francisco ao abraçar o patriarca russo na sala VIP do aeroporto de Havana. "Somos irmãos", disse, no primeiro encontro entre os líderes das duas igrejas. Os dois trocaram três beijos no rosto e, por meio de um intérprete, Cirilo disse ao papa: "Agora as coisas estão mais fáceis". O encontro faz parte de uma pequena parada antes de o pontífice iniciar uma visita de cinco dias ao México, onde deve levar uma mensagem de solidariedade às vítimas de drogas, do tráfico humano e da discriminação em algumas das regiões mais violentas e pobres do país. A reunião e a assinatura de uma declaração conjunta estavam em preparação havia décadas e cimentam a reputação de Francisco como um estadista não avesso a riscos, que valoriza o diálogo, o estabelecimento de laços entre atores em disputa e a reaproximação a quase qualquer custo. Depois do encontro, o papa e o patriarca assinaram uma declaração conjunta sobre unidade religiosa. A declaração pede paz na Síria, no Iraque e na Ucrânia e insta a Europa a "manter sua lealdade a suas raízes cristãs". O documento também faz um apelo para que a comunidade internacional proteja os cristãos sob ataque no Oriente Médio, em uma aparente referência à violência da facção terrorista Estado Islâmico. "Em muitos países do Oriente Médio e do norte da África famílias inteiras, vilas e cidades de nossos irmãos e irmão em Cristo estão sendo completamente exterminadas", afirmam os dois líderes religiosos na declaração. A assinatura do documento teve como cenário a ideal localização de Cuba. A ilha, que fica bastante distante das disputas territoriais entre católicos e ortodoxos na Europa, é católica e familiar ao primeiro papa da América Latina, mas também é familiar à igreja ortodoxa por causa de seu legado antiamericano e soviético. O Vaticano espera que o encontro melhore suas relações com outras igrejas ortodoxas e faça progredir o diálogo sobre as diferenças teológicas que separaram o Oriente e o Ocidente desde o grande cisma, que dividiu o cristianismo em 1054. Mas muitos observadores ortodoxos descreveram a disposição de Cirilo de finalmente sentar-se com um papa como uma tentativa de reafirmar a Rússia e a ortodoxia russa em um momento em que Moscou está sendo isolado pelo Ocidente por causa de suas ações militares na Síria e Ucrânia. Cirilo, um conselheiro espiritual do presidente russo, Vladimir Putin, lidera a mais poderosa de 14 igrejas ortodoxas independentes que se reunirão ainda neste ano na Grécia em seu primeiro sínodo em séculos. AFASTAMENTO E RIVALIDADE As duas igrejas se dividiram em 1054 e se mantiveram distantes em vários assuntos, incluindo a primazia do papa e as acusações da Igreja Ortodoxa de que a Igreja Católica atua para fazer conversões em áreas que antes faziam parte da União Soviética. Mas por que as Igrejas Católica e Ortodoxa estão afastadas há mil anos? Em 1054, o papa de Roma e o patriarca de Constantinopla se excomungaram mutuamente, dando início ao grande cisma. Mesmo antes disso, porém, perdurava um afastamento cultural. No Ocidente se falava o latim, enquanto no Oriente bizantino prevalecia a cultura helenística grega. Além disso, havia grandes diferenças doutrinárias, como sobre a natureza do Espírito Santo. Outra diferença é o modo como as duas igrejas entendem a função de seu mandatário. Na Católica, o papa é a máxima figura de autoridade. Já a Igreja Ortodoxa está dividida em patriarcados entre os quais existe uma igualdade. O de Istambul, com 10 mil fiéis, tem certa preeminência, mas não possui jurisdição sobre toda a Igreja Ortodoxa. O de Moscou tem influência sobre até 200 milhões de fiéis. Calcula-se que a Igreja Católica tenha 1,2 bilhão de fiéis. ENCONTRO COM RAÚL Antes de reunir-se com o papa, Cirilo foi recebido pelo presidente cubano, Raúl Castro. Segundo agências de notícias russas, o patriarca disse a Raúl que o povo cubano "provou que tem direito de viver da maneira que acredita ser a correta". Raúl é um dos aliados da Rússia e recebeu o papa em Cuba há cinco meses. O pontífice argentino exerceu importante papel na reaproximação entre o país e os EUA, que retomaram suas relações diplomáticas após 54 anos de rompimento.
mundo
Papa e patriarca ortodoxo russo mantêm encontro histórico em CubaO papa Francisco se reuniu nesta sexta-feira (12) em Cuba com o líder da Igreja Ortodoxa Russa, o patriarca Cirilo, em um acontecimento histórico no cisma de mil anos que dividiu o cristianismo entre Oriente e Ocidente. "Finalmente!", exclamou Francisco ao abraçar o patriarca russo na sala VIP do aeroporto de Havana. "Somos irmãos", disse, no primeiro encontro entre os líderes das duas igrejas. Os dois trocaram três beijos no rosto e, por meio de um intérprete, Cirilo disse ao papa: "Agora as coisas estão mais fáceis". O encontro faz parte de uma pequena parada antes de o pontífice iniciar uma visita de cinco dias ao México, onde deve levar uma mensagem de solidariedade às vítimas de drogas, do tráfico humano e da discriminação em algumas das regiões mais violentas e pobres do país. A reunião e a assinatura de uma declaração conjunta estavam em preparação havia décadas e cimentam a reputação de Francisco como um estadista não avesso a riscos, que valoriza o diálogo, o estabelecimento de laços entre atores em disputa e a reaproximação a quase qualquer custo. Depois do encontro, o papa e o patriarca assinaram uma declaração conjunta sobre unidade religiosa. A declaração pede paz na Síria, no Iraque e na Ucrânia e insta a Europa a "manter sua lealdade a suas raízes cristãs". O documento também faz um apelo para que a comunidade internacional proteja os cristãos sob ataque no Oriente Médio, em uma aparente referência à violência da facção terrorista Estado Islâmico. "Em muitos países do Oriente Médio e do norte da África famílias inteiras, vilas e cidades de nossos irmãos e irmão em Cristo estão sendo completamente exterminadas", afirmam os dois líderes religiosos na declaração. A assinatura do documento teve como cenário a ideal localização de Cuba. A ilha, que fica bastante distante das disputas territoriais entre católicos e ortodoxos na Europa, é católica e familiar ao primeiro papa da América Latina, mas também é familiar à igreja ortodoxa por causa de seu legado antiamericano e soviético. O Vaticano espera que o encontro melhore suas relações com outras igrejas ortodoxas e faça progredir o diálogo sobre as diferenças teológicas que separaram o Oriente e o Ocidente desde o grande cisma, que dividiu o cristianismo em 1054. Mas muitos observadores ortodoxos descreveram a disposição de Cirilo de finalmente sentar-se com um papa como uma tentativa de reafirmar a Rússia e a ortodoxia russa em um momento em que Moscou está sendo isolado pelo Ocidente por causa de suas ações militares na Síria e Ucrânia. Cirilo, um conselheiro espiritual do presidente russo, Vladimir Putin, lidera a mais poderosa de 14 igrejas ortodoxas independentes que se reunirão ainda neste ano na Grécia em seu primeiro sínodo em séculos. AFASTAMENTO E RIVALIDADE As duas igrejas se dividiram em 1054 e se mantiveram distantes em vários assuntos, incluindo a primazia do papa e as acusações da Igreja Ortodoxa de que a Igreja Católica atua para fazer conversões em áreas que antes faziam parte da União Soviética. Mas por que as Igrejas Católica e Ortodoxa estão afastadas há mil anos? Em 1054, o papa de Roma e o patriarca de Constantinopla se excomungaram mutuamente, dando início ao grande cisma. Mesmo antes disso, porém, perdurava um afastamento cultural. No Ocidente se falava o latim, enquanto no Oriente bizantino prevalecia a cultura helenística grega. Além disso, havia grandes diferenças doutrinárias, como sobre a natureza do Espírito Santo. Outra diferença é o modo como as duas igrejas entendem a função de seu mandatário. Na Católica, o papa é a máxima figura de autoridade. Já a Igreja Ortodoxa está dividida em patriarcados entre os quais existe uma igualdade. O de Istambul, com 10 mil fiéis, tem certa preeminência, mas não possui jurisdição sobre toda a Igreja Ortodoxa. O de Moscou tem influência sobre até 200 milhões de fiéis. Calcula-se que a Igreja Católica tenha 1,2 bilhão de fiéis. ENCONTRO COM RAÚL Antes de reunir-se com o papa, Cirilo foi recebido pelo presidente cubano, Raúl Castro. Segundo agências de notícias russas, o patriarca disse a Raúl que o povo cubano "provou que tem direito de viver da maneira que acredita ser a correta". Raúl é um dos aliados da Rússia e recebeu o papa em Cuba há cinco meses. O pontífice argentino exerceu importante papel na reaproximação entre o país e os EUA, que retomaram suas relações diplomáticas após 54 anos de rompimento.
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Indonésia indica que execuções só serão anunciadas em duas semanas
A Indonésia indicou nesta quinta-feira (12) que as execuções de presos condenados à morte por tráfico de drogas não deverão ocorrer por pelo menos duas semanas e dois dias, já que a Procuradoria-Geral do país informou que todos eles deverão ser executados juntos. O brasileiro Rodrigo Gularte, 42, está na lista dos detentos a serem executados. Ele foi preso em 2004 ao tentar entrar na Indonésia com 6 kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe. A família tenta que o paranaense seja transferido para um hospital psiquiátrico após ter sido diagnosticado com esquizofrenia. Um segundo exame médico, feito na semana passada a pedido do governo, ainda não teria sido concluído. Além do brasileiro, há nove presos no corredor da morte e os recursos de diversos deles ainda estão sendo analisados pela Justiça indonésia. "Não houve mudança nos planos da Procuradoria-Geral de que todas as execuções serão feitas de uma só vez", disse Tony Spontana, porta-voz do procurador-geral, a repórteres em Jacarta, segundo a agência Reuters. Ele acrescentou que as execuções, que são por fuzilamento, não serão realizadas até que "tudo esteja claro". Na quarta-feira (11), uma corte indonésia havia adiado para o dia 25 uma decisão sobre o recurso de um francês condenado à morte e, nesta quinta, um recurso de dois australianos foi adiado até o dia 19 por um outro tribunal. Isso indicaria que a decisão poderia levar pelo menos 16 dias para ser anunciada, já que os prisioneiros precisam ser avisados com 72 horas de antecedência de que serão executados. Spontana já havia declarado que as execuções não seriam realizadas até que todos os recursos legais fossem concluídos. Angelita Muxfeldt, prima de Gularte que está na Indonésia para tentar reverter sua execução, visitou-o na prisão nesta quinta-feira e disse que ele continua delirante. A próxima visita será na terça-feira (17). Gularte foi diagnosticado com esquizofrenia paranoide no ano passado. Foi submetido a um novo exame em fevereiro, que confirmou o relatório inicial. Mas o governo indonésio pediu uma nova avaliação, feita na prisão de Nusakambangan na semana passada, e cujo resultado ainda não foi anunciado. Além de cidadãos de Austrália, Brasil e França, presos de Gana, Nigéria e das Filipinas também deverão ser executados. PRESSÃO INTERNACIONAL A Indonésia está sob grande pressão internacional para que cancele as execuções. Em fevereiro, a presidente Dilma Rousseff recusou as credenciais do novo embaixador indonésio no Brasil, diante do anúncio da execução de Gularte. O governo já havia reconvocado o embaixador brasileiro em Jacarta em resposta à morte do carioca Marco Archer Cardoso Moreira, executado em janeiro, junto com outros cinco prisioneiros. A Austrália tem feito uma grande campanha para reverter a execução de Andrew Chan e Myuran Sukumaran, condenados a morte por serem líderes do grupo de traficantes "Os Nove de Bali". O governo já propôs uma troca de prisioneiros, rejeitada pela Indonésia, e ofereceu pagar os custos de mantê-los em prisão perpétua. Segundo a Reuters, essa oferta também foi negada. A Indonésia tem uma das mais duras leis contra drogas no mundo e retomou as execuções em 2013. A pena de morte para tráfico tem apoio popular no país. O presidente indonésio, Joko Widodo, disse que rejeitaria clemência a condenados por tráfico devido à situação de emergência causada pelas drogas no país. O governo alega que entre 40 e 50 pessoas morrem todos os dias no país devido às drogas. Mais de 130 presos estão no corredor da morte, 57 por tráfico, segundo a agência Associated Press. Grupos de direitos humanos, como a Anistia Internacional, também têm pressionado o país a rever as execuções.
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Indonésia indica que execuções só serão anunciadas em duas semanasA Indonésia indicou nesta quinta-feira (12) que as execuções de presos condenados à morte por tráfico de drogas não deverão ocorrer por pelo menos duas semanas e dois dias, já que a Procuradoria-Geral do país informou que todos eles deverão ser executados juntos. O brasileiro Rodrigo Gularte, 42, está na lista dos detentos a serem executados. Ele foi preso em 2004 ao tentar entrar na Indonésia com 6 kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe. A família tenta que o paranaense seja transferido para um hospital psiquiátrico após ter sido diagnosticado com esquizofrenia. Um segundo exame médico, feito na semana passada a pedido do governo, ainda não teria sido concluído. Além do brasileiro, há nove presos no corredor da morte e os recursos de diversos deles ainda estão sendo analisados pela Justiça indonésia. "Não houve mudança nos planos da Procuradoria-Geral de que todas as execuções serão feitas de uma só vez", disse Tony Spontana, porta-voz do procurador-geral, a repórteres em Jacarta, segundo a agência Reuters. Ele acrescentou que as execuções, que são por fuzilamento, não serão realizadas até que "tudo esteja claro". Na quarta-feira (11), uma corte indonésia havia adiado para o dia 25 uma decisão sobre o recurso de um francês condenado à morte e, nesta quinta, um recurso de dois australianos foi adiado até o dia 19 por um outro tribunal. Isso indicaria que a decisão poderia levar pelo menos 16 dias para ser anunciada, já que os prisioneiros precisam ser avisados com 72 horas de antecedência de que serão executados. Spontana já havia declarado que as execuções não seriam realizadas até que todos os recursos legais fossem concluídos. Angelita Muxfeldt, prima de Gularte que está na Indonésia para tentar reverter sua execução, visitou-o na prisão nesta quinta-feira e disse que ele continua delirante. A próxima visita será na terça-feira (17). Gularte foi diagnosticado com esquizofrenia paranoide no ano passado. Foi submetido a um novo exame em fevereiro, que confirmou o relatório inicial. Mas o governo indonésio pediu uma nova avaliação, feita na prisão de Nusakambangan na semana passada, e cujo resultado ainda não foi anunciado. Além de cidadãos de Austrália, Brasil e França, presos de Gana, Nigéria e das Filipinas também deverão ser executados. PRESSÃO INTERNACIONAL A Indonésia está sob grande pressão internacional para que cancele as execuções. Em fevereiro, a presidente Dilma Rousseff recusou as credenciais do novo embaixador indonésio no Brasil, diante do anúncio da execução de Gularte. O governo já havia reconvocado o embaixador brasileiro em Jacarta em resposta à morte do carioca Marco Archer Cardoso Moreira, executado em janeiro, junto com outros cinco prisioneiros. A Austrália tem feito uma grande campanha para reverter a execução de Andrew Chan e Myuran Sukumaran, condenados a morte por serem líderes do grupo de traficantes "Os Nove de Bali". O governo já propôs uma troca de prisioneiros, rejeitada pela Indonésia, e ofereceu pagar os custos de mantê-los em prisão perpétua. Segundo a Reuters, essa oferta também foi negada. A Indonésia tem uma das mais duras leis contra drogas no mundo e retomou as execuções em 2013. A pena de morte para tráfico tem apoio popular no país. O presidente indonésio, Joko Widodo, disse que rejeitaria clemência a condenados por tráfico devido à situação de emergência causada pelas drogas no país. O governo alega que entre 40 e 50 pessoas morrem todos os dias no país devido às drogas. Mais de 130 presos estão no corredor da morte, 57 por tráfico, segundo a agência Associated Press. Grupos de direitos humanos, como a Anistia Internacional, também têm pressionado o país a rever as execuções.
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Consumidores 'viram a noite' e pegam filas de até 3 horas na Black Friday
Em busca de descontos na Black Friday, consumidores enfrentaram filas de até 3 horas nos caixas de grandes varejistas e hipermercados, entre o final da noite de quinta (24) e a madrugada desta sexta-feira (25). O evento começa oficialmente nesta sexta, mas algumas lojas físicas anteciparam a data e abriram as lojas no final da noite de quinta com horário estendido madrugada adentro. Extra e Americanas são algumas das empresas que apostaram nesta estratégia para melhorar as vendas. A autônoma Graça Fujiharu, 54, que mora a cerca de uma quadra da loja do Extra, no bairro Ipiranga, é uma "veterana" em fazer compras na Black Friday. Enquanto esperava há mais de duas horas na fila imensa do caixa para pagamentos de eletroeletrônicos, ela lembra com raiva que já "foi enganada" em outra edição do evento. Há cerca de dois anos, Graça comprou dois celulares em uma grande rede varejista pensando que estava pagando um bom preço, mas uma semana depois o mesmo aparelho estava mais barato. Ela disse que aprendeu com o erro e agora costuma consultar os preços nas lojas dias antes do início das promoções. Este ano, ela comprou um aspirador de pó e uma fritadeira elétrica, esta última um dos produtos mais vendidos na loja, por R$ 199, cada. O micro system que ela queria não entrou na promoção da Black Friday e deve ficar para o próximo ano. "Para vir comprar é preciso ter disponibilidade de tempo e paciência. Estou há duas horas na fila para pagar por causa de R$ 200 de economia", falou Graça. A vendedora de informática Silvia Costa, 50, disse que estava cochilando quando acordou com a o anúncio das ofertas na TV e resolveu ir às compras na madrugada. Ela precisou apenas de minutos para chegar de carro à loja do Extra, no bairro Ipiranga. No entanto, para pagar a fritadeira elétrica nesta madrugada ela estava esperando há mais de três horas na fila do caixa de eletroeletrônicos. Depois, Silvia ainda pegaria mais uma fila para pagar as cervejas e o sabão. "Tô na balada do Extra", disse, rindo e sem se importar com o tempo de espera. Outra cliente que comprou a disputada fritadeira elétrica foi a técnica em radiologia Esmênia Dourado Pinheiro, 33. Moradora do bairro da Saúde, na zona sul, ela chegou ao Extra com o marido, por volta das 21h30. O casal começou a olhar os preços dos produtos na loja, mas ficou esperando dar meia noite para ver pela internet se encontrava os mesmos artigos mais baratos em outros lugares. "O segredo é pesquisar o preço e ver se está valendo com o desconto", explica. Por volta da 1h, o casal decidiu pegar a imensa fila dos eletrodomésticos para pagar um liquidificador, uma TV de 40 polegadas e uma fritadeira elétrica. "A maioria dos eletrodomésticos está sem desconto, com desconto compramos apenas a TV e a fritadeira elétrica, que só tinha mais quatro quando peguei", falou. Na região de Interlagos, os consumidores esperavam uma média de duas horas na fila do caixa das lojas Americanas, única loja aberta na madrugada no Shopping Interlagos, para pagar os produtos. Desempregada, Raquel Matias, 30, moradora no bairro Yervante, foi à loja com a cunhada em busca de produtos com desconto na Black Friday, nesta madrugada. Ela disse que não fez pesquisas na internet ou lojas antes da compra de um grill e um liquidificador. "Esta é a primeira vez que venho e achei bem legal, se tiver dinheiro eu volto", disse, animada. O casal de namorados Karen Rodrigues, 20 e Abraão Farina, 46, chegou ao Shopping Interlagos por volta das 21h para fazer compras de Natal e decidiu esperar a abertura do Black Friday da Americanas. No carrinho lotado do casal, havia produtos alimentícios, de higiene, uma sanduicheira, uma panela de pressão e um liquidificador. "A gente compra sempre em todos os lugares quando tem promoção", explicou Karen. Para não esperar em pé mais de duas horas na fila nesta madrugada, Karen pegou "emprestado" um banco de plástico que estava à venda na loja. "Peguei para sentar e outras pessoas fizeram o mesmo", disse, rindo. O casal, acostumado a comprar em promoções, explicou que é preciso relacionar os preços da loja com a internet, porque existe muita enganação. Farina falou que também é preciso olhar bem para não confundir o preço da parcela com o valor do produto, pois têm várias coisas que não estão na Black Friday. "Se não tomar cuidado pode levar gato por lebre", disse Farina.
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Consumidores 'viram a noite' e pegam filas de até 3 horas na Black FridayEm busca de descontos na Black Friday, consumidores enfrentaram filas de até 3 horas nos caixas de grandes varejistas e hipermercados, entre o final da noite de quinta (24) e a madrugada desta sexta-feira (25). O evento começa oficialmente nesta sexta, mas algumas lojas físicas anteciparam a data e abriram as lojas no final da noite de quinta com horário estendido madrugada adentro. Extra e Americanas são algumas das empresas que apostaram nesta estratégia para melhorar as vendas. A autônoma Graça Fujiharu, 54, que mora a cerca de uma quadra da loja do Extra, no bairro Ipiranga, é uma "veterana" em fazer compras na Black Friday. Enquanto esperava há mais de duas horas na fila imensa do caixa para pagamentos de eletroeletrônicos, ela lembra com raiva que já "foi enganada" em outra edição do evento. Há cerca de dois anos, Graça comprou dois celulares em uma grande rede varejista pensando que estava pagando um bom preço, mas uma semana depois o mesmo aparelho estava mais barato. Ela disse que aprendeu com o erro e agora costuma consultar os preços nas lojas dias antes do início das promoções. Este ano, ela comprou um aspirador de pó e uma fritadeira elétrica, esta última um dos produtos mais vendidos na loja, por R$ 199, cada. O micro system que ela queria não entrou na promoção da Black Friday e deve ficar para o próximo ano. "Para vir comprar é preciso ter disponibilidade de tempo e paciência. Estou há duas horas na fila para pagar por causa de R$ 200 de economia", falou Graça. A vendedora de informática Silvia Costa, 50, disse que estava cochilando quando acordou com a o anúncio das ofertas na TV e resolveu ir às compras na madrugada. Ela precisou apenas de minutos para chegar de carro à loja do Extra, no bairro Ipiranga. No entanto, para pagar a fritadeira elétrica nesta madrugada ela estava esperando há mais de três horas na fila do caixa de eletroeletrônicos. Depois, Silvia ainda pegaria mais uma fila para pagar as cervejas e o sabão. "Tô na balada do Extra", disse, rindo e sem se importar com o tempo de espera. Outra cliente que comprou a disputada fritadeira elétrica foi a técnica em radiologia Esmênia Dourado Pinheiro, 33. Moradora do bairro da Saúde, na zona sul, ela chegou ao Extra com o marido, por volta das 21h30. O casal começou a olhar os preços dos produtos na loja, mas ficou esperando dar meia noite para ver pela internet se encontrava os mesmos artigos mais baratos em outros lugares. "O segredo é pesquisar o preço e ver se está valendo com o desconto", explica. Por volta da 1h, o casal decidiu pegar a imensa fila dos eletrodomésticos para pagar um liquidificador, uma TV de 40 polegadas e uma fritadeira elétrica. "A maioria dos eletrodomésticos está sem desconto, com desconto compramos apenas a TV e a fritadeira elétrica, que só tinha mais quatro quando peguei", falou. Na região de Interlagos, os consumidores esperavam uma média de duas horas na fila do caixa das lojas Americanas, única loja aberta na madrugada no Shopping Interlagos, para pagar os produtos. Desempregada, Raquel Matias, 30, moradora no bairro Yervante, foi à loja com a cunhada em busca de produtos com desconto na Black Friday, nesta madrugada. Ela disse que não fez pesquisas na internet ou lojas antes da compra de um grill e um liquidificador. "Esta é a primeira vez que venho e achei bem legal, se tiver dinheiro eu volto", disse, animada. O casal de namorados Karen Rodrigues, 20 e Abraão Farina, 46, chegou ao Shopping Interlagos por volta das 21h para fazer compras de Natal e decidiu esperar a abertura do Black Friday da Americanas. No carrinho lotado do casal, havia produtos alimentícios, de higiene, uma sanduicheira, uma panela de pressão e um liquidificador. "A gente compra sempre em todos os lugares quando tem promoção", explicou Karen. Para não esperar em pé mais de duas horas na fila nesta madrugada, Karen pegou "emprestado" um banco de plástico que estava à venda na loja. "Peguei para sentar e outras pessoas fizeram o mesmo", disse, rindo. O casal, acostumado a comprar em promoções, explicou que é preciso relacionar os preços da loja com a internet, porque existe muita enganação. Farina falou que também é preciso olhar bem para não confundir o preço da parcela com o valor do produto, pois têm várias coisas que não estão na Black Friday. "Se não tomar cuidado pode levar gato por lebre", disse Farina.
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França cancela manifestação de rua que ocorreria durante cúpula do clima
O governo francês cancelou oficialmente a Marcha Mundial do Clima, grande manifestação de rua da conferência global da ONU sobre o clima, a COP-21. Estava marcada para domingo, 29 de novembro, em várias cidades francesas. O motivo foi a segurança, em risco por causa dos atentados e informações obtidas nas investigações do ataque terrorista. Mapa dos locais do atentados em Paris Em Paris, a passeata deveria fazer o percurso tradicional de manifestações parisienses, da place de la République até a place de la Nation, que atravessa a região de bares onde morreu a maioria das vítimas dos atentados. A République tornou-se ainda o principal centro de homenagens aos mortos. A COP será realizada de 30 de novembro a 11 de dezembro. Também estão proibidas as festas e manifestações de rua marcadas para o domingo, 12 de dezembro, que comemorariam o final do encontro. A decisão foi tomada pelo presidente, François Hollande, e pelo primeiro-ministro, Manuel Vals. Ataques do Estado Islâmico
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França cancela manifestação de rua que ocorreria durante cúpula do climaO governo francês cancelou oficialmente a Marcha Mundial do Clima, grande manifestação de rua da conferência global da ONU sobre o clima, a COP-21. Estava marcada para domingo, 29 de novembro, em várias cidades francesas. O motivo foi a segurança, em risco por causa dos atentados e informações obtidas nas investigações do ataque terrorista. Mapa dos locais do atentados em Paris Em Paris, a passeata deveria fazer o percurso tradicional de manifestações parisienses, da place de la République até a place de la Nation, que atravessa a região de bares onde morreu a maioria das vítimas dos atentados. A République tornou-se ainda o principal centro de homenagens aos mortos. A COP será realizada de 30 de novembro a 11 de dezembro. Também estão proibidas as festas e manifestações de rua marcadas para o domingo, 12 de dezembro, que comemorariam o final do encontro. A decisão foi tomada pelo presidente, François Hollande, e pelo primeiro-ministro, Manuel Vals. Ataques do Estado Islâmico
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Ueba! Terceirizaram Deus!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador-Geral da República! Oba! "Deputado propõe que piroca e pinguelo sejam patrimônio imaterial do Amazonas." Imaterial não! Piroca e pinguelo são patrimônios materiais! E esta: "Cientistas afirmam que cachorros podem detectar câncer de próstata pelo olfato". Aí um amigo meu comprou dois cachorros, pra ter uma segunda opinião. Rarará! E atenção! Terceirizaram Deus! Olha esta genial charge do Duke: "Deus te pague!". "Deus te castiga." "Deus te guie." "Deus é fiel." E Deus: "Não aguento mais essa terceirização". Rarará! E a charge do Nicolielo: "Não são palmas, presidenta, é o povo matando mosquito da dengue". Rarará! E 22 de abril foi Dia do Descobrimento do Brasil! E quem descobriu o Brasil? A Globo! Os 500 anos da Globo! Rarará! "Plim! Plim! Descobrimos o Brasil." E sabe por que o Brasil é a terra da putaria? Porque foi batizado com o nome de um pau: pau-brasil! E Pero Vaz de Caminha escreveu uma carta ao rei de Portugal pedindo um emprego pro cunhado. Aí nasceu o PMDB! E o Gabeira disse que até as velas das caravelas do Cabral eram feitas de maconha. Por isso que ele saiu para as Índias e acabou batendo no Brasil! Ficou sem noção! Rarará! E sabe porque Cabral gritou "terra à vista"? Porque ainda não tinha as Casas Bahia! Rarará! E todo mundo no Rio trabalha na Globo. E todo deputado é dono de uma afiliada da Globo! E a bancada do "Jornal Nacional" vai ser terceirizada. Vai ser apresentado por Cunha e Renan! E o Galvão é o Sarney da Globo! E a novela das 21h virou "Malhação da Terceira Idade"! E, como diz uma amiga minha: "esses novos atores da Globo são como Big Mac, tudo igual, comeu um, comeu todos". Rarará! E os 50 anos da Globo! E os 150 da Ana Maria Braga, os 500 da Susana Vieira e os não revelados da Glória Maria. E os 1.500 do Cid Moreira, os 400 do Chapelin e as 1.870 caretas da Ilze Scamparini. E o resumo da retrospectiva do "JN": desculpe nossa falha técnica. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
colunas
Ueba! Terceirizaram Deus!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador-Geral da República! Oba! "Deputado propõe que piroca e pinguelo sejam patrimônio imaterial do Amazonas." Imaterial não! Piroca e pinguelo são patrimônios materiais! E esta: "Cientistas afirmam que cachorros podem detectar câncer de próstata pelo olfato". Aí um amigo meu comprou dois cachorros, pra ter uma segunda opinião. Rarará! E atenção! Terceirizaram Deus! Olha esta genial charge do Duke: "Deus te pague!". "Deus te castiga." "Deus te guie." "Deus é fiel." E Deus: "Não aguento mais essa terceirização". Rarará! E a charge do Nicolielo: "Não são palmas, presidenta, é o povo matando mosquito da dengue". Rarará! E 22 de abril foi Dia do Descobrimento do Brasil! E quem descobriu o Brasil? A Globo! Os 500 anos da Globo! Rarará! "Plim! Plim! Descobrimos o Brasil." E sabe por que o Brasil é a terra da putaria? Porque foi batizado com o nome de um pau: pau-brasil! E Pero Vaz de Caminha escreveu uma carta ao rei de Portugal pedindo um emprego pro cunhado. Aí nasceu o PMDB! E o Gabeira disse que até as velas das caravelas do Cabral eram feitas de maconha. Por isso que ele saiu para as Índias e acabou batendo no Brasil! Ficou sem noção! Rarará! E sabe porque Cabral gritou "terra à vista"? Porque ainda não tinha as Casas Bahia! Rarará! E todo mundo no Rio trabalha na Globo. E todo deputado é dono de uma afiliada da Globo! E a bancada do "Jornal Nacional" vai ser terceirizada. Vai ser apresentado por Cunha e Renan! E o Galvão é o Sarney da Globo! E a novela das 21h virou "Malhação da Terceira Idade"! E, como diz uma amiga minha: "esses novos atores da Globo são como Big Mac, tudo igual, comeu um, comeu todos". Rarará! E os 50 anos da Globo! E os 150 da Ana Maria Braga, os 500 da Susana Vieira e os não revelados da Glória Maria. E os 1.500 do Cid Moreira, os 400 do Chapelin e as 1.870 caretas da Ilze Scamparini. E o resumo da retrospectiva do "JN": desculpe nossa falha técnica. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Desalento e esperança
A pesquisa Datafolha publicada no final de semana mostrou, de maneira inequívoca, o quanto os brasileiros consideram abominável o atual quadro político do país. Já não se trata apenas de constatar a péssima avaliação da presidente Dilma Rousseff (PT). Tendo seu governo reprovado por 67% dos entrevistados –uma oscilação positiva em relação aos 71% de agosto–, a petista registra índice comparável somente aos 68% de Fernando Collor (então no PRN) às vésperas do impeachment. A rejeição ao governo federal é tamanha que não se contém na figura de Dilma; transborda para um ex-presidente Lula (PT) incapaz de refrear a contínua dilapidação de seu patrimônio eleitoral. Não há sinais da taxa recorde de aprovação (83%) com que Lula encerrou seu segundo mandato. Nas simulações de disputa presidencial, o petista luta pelo segundo lugar na preferência dos eleitores; em três hipóteses de segundo turno, se a votação fosse hoje, sofreria derrotas incontestáveis de Aécio Neves (PSDB), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede). Vão além das fileiras petistas, entretanto, as evidências de degradação política. O próprio Congresso vê-se tragado pela crise que ajudou a engendrar. Chega a 53% a fatia dos que julgam ruim ou péssimo o trabalho dos parlamentares, pior desempenho desde 1993. Há, ademais, o caso de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), adversário declarado do governo Dilma. Acusado de corrupção, o presidente da Câmara deveria perder o mandato na opinião de 81% dos entrevistados. Uma deterioração dessa magnitude dificilmente seria produzida por um único fator. A depressão na economia decerto constitui parte da explicação. Não explica tudo, porém; o desemprego não voltou ao posto de principal problema do país, como acontecia antes de 2007 –quando foi superado pela violência e depois pela saúde. Pela primeira vez, essa lista é encabeçada de forma isolada pela corrupção, maior objeto de preocupação para 34% dos entrevistados pelo Datafolha. A saúde aparece em segundo lugar, com 16%. Nunca é possível dizer com certeza se a corrupção aumentou ou diminuiu; quando bem-sucedidas, as quadrilhas que assaltam os cofres públicos passam despercebidas. Pode-se afirmar, no entanto, que nunca se conheceram tantos e tamanhos esquemas de pilhagem como agora, quando as operações Lava Jato e Zelotes revelam a desfaçatez com que agiam os corruptos. A população nitidamente se cansou dessa indecência. Talvez, num sinal de amadurecimento democrático, ganhe corpo a percepção de que o dinheiro desviado saiu, afinal, do bolso do contribuinte. Seja como for, em meio ao desalento pode-se vislumbrar uma esperança. Como diz Sergio Moro, magistrado encarregado da Lava Jato, "o que o juiz pode fazer é muito limitado sem o apoio da opinião pública". O Datafolha atesta que a Justiça jamais teve tanto apoio. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Desalento e esperançaA pesquisa Datafolha publicada no final de semana mostrou, de maneira inequívoca, o quanto os brasileiros consideram abominável o atual quadro político do país. Já não se trata apenas de constatar a péssima avaliação da presidente Dilma Rousseff (PT). Tendo seu governo reprovado por 67% dos entrevistados –uma oscilação positiva em relação aos 71% de agosto–, a petista registra índice comparável somente aos 68% de Fernando Collor (então no PRN) às vésperas do impeachment. A rejeição ao governo federal é tamanha que não se contém na figura de Dilma; transborda para um ex-presidente Lula (PT) incapaz de refrear a contínua dilapidação de seu patrimônio eleitoral. Não há sinais da taxa recorde de aprovação (83%) com que Lula encerrou seu segundo mandato. Nas simulações de disputa presidencial, o petista luta pelo segundo lugar na preferência dos eleitores; em três hipóteses de segundo turno, se a votação fosse hoje, sofreria derrotas incontestáveis de Aécio Neves (PSDB), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede). Vão além das fileiras petistas, entretanto, as evidências de degradação política. O próprio Congresso vê-se tragado pela crise que ajudou a engendrar. Chega a 53% a fatia dos que julgam ruim ou péssimo o trabalho dos parlamentares, pior desempenho desde 1993. Há, ademais, o caso de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), adversário declarado do governo Dilma. Acusado de corrupção, o presidente da Câmara deveria perder o mandato na opinião de 81% dos entrevistados. Uma deterioração dessa magnitude dificilmente seria produzida por um único fator. A depressão na economia decerto constitui parte da explicação. Não explica tudo, porém; o desemprego não voltou ao posto de principal problema do país, como acontecia antes de 2007 –quando foi superado pela violência e depois pela saúde. Pela primeira vez, essa lista é encabeçada de forma isolada pela corrupção, maior objeto de preocupação para 34% dos entrevistados pelo Datafolha. A saúde aparece em segundo lugar, com 16%. Nunca é possível dizer com certeza se a corrupção aumentou ou diminuiu; quando bem-sucedidas, as quadrilhas que assaltam os cofres públicos passam despercebidas. Pode-se afirmar, no entanto, que nunca se conheceram tantos e tamanhos esquemas de pilhagem como agora, quando as operações Lava Jato e Zelotes revelam a desfaçatez com que agiam os corruptos. A população nitidamente se cansou dessa indecência. Talvez, num sinal de amadurecimento democrático, ganhe corpo a percepção de que o dinheiro desviado saiu, afinal, do bolso do contribuinte. Seja como for, em meio ao desalento pode-se vislumbrar uma esperança. Como diz Sergio Moro, magistrado encarregado da Lava Jato, "o que o juiz pode fazer é muito limitado sem o apoio da opinião pública". O Datafolha atesta que a Justiça jamais teve tanto apoio. editoriais@grupofolha.com.br
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Aquecimento global não leva a mais tempestades, diz estudo
A interferência do aquecimento global no ciclo da água –evaporação, condensação e precipitação– deve fazer com que tempestades sejam menos frequentes, sugere um novo estudo publicado na revista "Science". Elas ficariam, porém, mais intensas. A conclusão, que já desperta discórdia na comunidade científica, foi publicada nesta quinta-feira. Os pesquisadores analisaram o comportamento da atmosfera como se ela fosse um motor –capturando calor para gerar movimento. O aumento da quantidade de vapor d'água no planeta, uma das consequências da mudança climática, deverá fazer os ventos da circulação atmosférica da Terra perderem força. Cientistas já estimavam que o aquecimento global deverá ser uma má notícia em termos de intensidade dos eventos de chuva. Como o vapor é um combustível para tempestades, isso era de se esperar. Mas a interferência da mudança climática sobre a frequência desses eventos em um planeta mais quente ainda era uma questão em aberto. Para tentar resolver o problema, o físico Frédéric Laliberté, da Universidade de Toronto, aplicou um método que leva em conta a quantidade de entropia –o comportamento caótico e sem padrões– existente na interação entre o ciclo hidrológico e a circulação atmosférica. A conclusão é que em um ambiente onde a água circula com mais intensidade, as múltiplas transformações de fase da água –de gasoso para líquido, para sólido e o inverso– bagunçam a maneira como a circulação atmosférica se organiza na Terra. Esse fenômeno acaba culminando num enfraquecimento de ventos que normalmente ajudam a organizar tempestades. "O que estamos vendo é que, em geral, as tempestades maiores e mais poderosas serão favorecidas às custas de uma redução das tempestades menores e mais comuns", disse Laliberté à Folha. "O modo como imagino a manifestação disso é com grandes tempestades ocorrendo, mas sendo seguidas por um período maior de tempo ameno. Em termos de potencial destrutivo [do clima], ainda não está claro o que isso significa." O cientista afirma que sua pesquisa se refere apenas a eventos de chuva clássicos, que não envolvem furacões. Esse tipo de tempestade não foi contemplada no estudo. Segundo Laliberté, o problema da interferência do ciclo da água na circulação atmosférica deverá se agravar particularmente entre os trópicos, onde o sistema que envolve os chamados ventos alísios será afetado. "Nosso estudo é mais relevante justamente no caso de países como o Brasil", diz. Para o cientista, é possível até mesmo que esse efeito já esteja ocorrendo, mas a série histórica de eventos de precipitação mais intensa ainda é curta para que anomalias possam ser atribuídas à mudança climática. A conclusão de Laliberté, porém, não é isenta de críticas. Victor Gorshkov e Anastassia Makarieva, do Instituto de Física Nuclear de São Petersburgo, afirmam que as observações mais recentes sugerem um aumento na frequência das tempestades. Eles dizem que a comparação da atmosfera com um motor não é válida. "O motor atmosférico a calor seria diferente de um motor clássico, porque cria movimento em si mesmo, não em um corpo externo", afirmam.
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Aquecimento global não leva a mais tempestades, diz estudoA interferência do aquecimento global no ciclo da água –evaporação, condensação e precipitação– deve fazer com que tempestades sejam menos frequentes, sugere um novo estudo publicado na revista "Science". Elas ficariam, porém, mais intensas. A conclusão, que já desperta discórdia na comunidade científica, foi publicada nesta quinta-feira. Os pesquisadores analisaram o comportamento da atmosfera como se ela fosse um motor –capturando calor para gerar movimento. O aumento da quantidade de vapor d'água no planeta, uma das consequências da mudança climática, deverá fazer os ventos da circulação atmosférica da Terra perderem força. Cientistas já estimavam que o aquecimento global deverá ser uma má notícia em termos de intensidade dos eventos de chuva. Como o vapor é um combustível para tempestades, isso era de se esperar. Mas a interferência da mudança climática sobre a frequência desses eventos em um planeta mais quente ainda era uma questão em aberto. Para tentar resolver o problema, o físico Frédéric Laliberté, da Universidade de Toronto, aplicou um método que leva em conta a quantidade de entropia –o comportamento caótico e sem padrões– existente na interação entre o ciclo hidrológico e a circulação atmosférica. A conclusão é que em um ambiente onde a água circula com mais intensidade, as múltiplas transformações de fase da água –de gasoso para líquido, para sólido e o inverso– bagunçam a maneira como a circulação atmosférica se organiza na Terra. Esse fenômeno acaba culminando num enfraquecimento de ventos que normalmente ajudam a organizar tempestades. "O que estamos vendo é que, em geral, as tempestades maiores e mais poderosas serão favorecidas às custas de uma redução das tempestades menores e mais comuns", disse Laliberté à Folha. "O modo como imagino a manifestação disso é com grandes tempestades ocorrendo, mas sendo seguidas por um período maior de tempo ameno. Em termos de potencial destrutivo [do clima], ainda não está claro o que isso significa." O cientista afirma que sua pesquisa se refere apenas a eventos de chuva clássicos, que não envolvem furacões. Esse tipo de tempestade não foi contemplada no estudo. Segundo Laliberté, o problema da interferência do ciclo da água na circulação atmosférica deverá se agravar particularmente entre os trópicos, onde o sistema que envolve os chamados ventos alísios será afetado. "Nosso estudo é mais relevante justamente no caso de países como o Brasil", diz. Para o cientista, é possível até mesmo que esse efeito já esteja ocorrendo, mas a série histórica de eventos de precipitação mais intensa ainda é curta para que anomalias possam ser atribuídas à mudança climática. A conclusão de Laliberté, porém, não é isenta de críticas. Victor Gorshkov e Anastassia Makarieva, do Instituto de Física Nuclear de São Petersburgo, afirmam que as observações mais recentes sugerem um aumento na frequência das tempestades. Eles dizem que a comparação da atmosfera com um motor não é válida. "O motor atmosférico a calor seria diferente de um motor clássico, porque cria movimento em si mesmo, não em um corpo externo", afirmam.
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Pelo menos três são mortos em ataque a base da ONU no norte do Mali
Agressores desconhecidos dispararam dezenas de foguetes em direção a uma base da Organização das Nações Unidas nos arredores da cidade de Kidal, no norte do Mali, neste domingo, matando pelo menos três pessoas, disse a ONU. O incidente é o terceiro ataque no país que fica no oeste da África neste fim de semana, apontando para a instabilidade em curso dois anos depois de a França ter ajudado a retomar o deserto no norte do país de militantes ligados à Al Qaeda. "A Minusma (força de manutenção de paz da ONU) em Kidal foi alvo de mais de 30 foguetes como parte de um ataque sofisticado", disse a ONU em um comunicado. Um integrante da força da ONU e outras oito pessoas foram feridas, acrescentou o comunicado. "A Minusma está indignada com a covardia dos agressores, que também tiveram como alvo civis inocentes." Fontes disseram que a ONU e tropas francesas que dividem a base revidaram os ataques e enviaram apoio aéreo ao local. O integrante da força da ONU que foi morto era chadiano, disseram as fontes, acrescentando que a situação havia sido normalizada. Um porta-voz do exército francês não pôde ser contatado para comentar o assunto.
mundo
Pelo menos três são mortos em ataque a base da ONU no norte do MaliAgressores desconhecidos dispararam dezenas de foguetes em direção a uma base da Organização das Nações Unidas nos arredores da cidade de Kidal, no norte do Mali, neste domingo, matando pelo menos três pessoas, disse a ONU. O incidente é o terceiro ataque no país que fica no oeste da África neste fim de semana, apontando para a instabilidade em curso dois anos depois de a França ter ajudado a retomar o deserto no norte do país de militantes ligados à Al Qaeda. "A Minusma (força de manutenção de paz da ONU) em Kidal foi alvo de mais de 30 foguetes como parte de um ataque sofisticado", disse a ONU em um comunicado. Um integrante da força da ONU e outras oito pessoas foram feridas, acrescentou o comunicado. "A Minusma está indignada com a covardia dos agressores, que também tiveram como alvo civis inocentes." Fontes disseram que a ONU e tropas francesas que dividem a base revidaram os ataques e enviaram apoio aéreo ao local. O integrante da força da ONU que foi morto era chadiano, disseram as fontes, acrescentando que a situação havia sido normalizada. Um porta-voz do exército francês não pôde ser contatado para comentar o assunto.
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Instituições criam redes para interação entre professores e alunos de MBA
EVERTON LOPES BATISTA DE SÃO PAULO Trabalhos em grupo ou feiras podem até estimular novas relações entre profissionais que cursam um MBA. Mas algumas instituições decidiram inovar, criando uma rede social própria para alunos e ex-alunos ou disponibilizando o tempo dos professores para marcar um cafezinho em um aplicativo próprio para fazer networking. "Os alunos acreditam que é necessário fazer contatos, mas poucos fazem de verdade. É mais cômodo conversar com o colega que já conhece", afirma Eduardo Endo, diretor acadêmico do MBA na FIAP (Faculdade de Informática e Administração Paulista). "A instituição é capaz de ajudar de várias formas. O professor pode montar grupos diversificados para aumentar a interação e tirar a turma da zona de conforto", diz. A FIAP foi uma das primeiras instituições a adotar o Beer or Coffee, aplicativo que conecta pessoas interessadas em fazer networking. Os professores indicam no aplicativo quando estão livres para um bate-papo com os alunos. Com a função de geolocalização, o aplicativo mostra os profissionais por perto que estão com tempo livre para uma conversa, e ainda indica quais os bares ou cafés na região são mais adequados para o encontro. Em uma parceria com os estabelecimentos, o Beer or Coffee emite um voucher de desconto para o primeiro café, que sai por R$ 2,99 nos lugares conveniados. Segundo Roberta Vasconcellos, uma das fundadoras, o aplicativo promove cerca de 4.000 novas conexões por mês em São Paulo. CUIDADOS O Insper oferece uma rede social própria, a Alumni Insper. A plataforma digital permite que estudantes e ex-alunos se conheçam e possam interagir. "A Alumni tem uma ferramenta de busca por interesse, que pode aproximar profissionais da mesma área", explica Maria Ester Pires da Cruz, gerente do núcleo de carreiras do Insper. O LinkedIn, rede social voltada para conectar profissionais, já tem mais de 26 milhões de usuários cadastrados apenas no Brasil. "Passamos a fronteira do mundo corporativo, temos pessoas de todas as áreas, acadêmicos, profissionais liberais", diz Fernanda Brunsizian, gerente de comunicação corporativa do LinkedIn. Alguns cuidados, no entanto, devem ser tomados nesses ambientes virtuais. "A sua rede de contatos é a curadora do conteúdo que chega até você na plataforma. O recomendado é que sejam adicionadas pessoas conhecidas ou que são referências na sua área de interesse", afirma Brunsizian. Ela lembra também que algumas ações, como um perfil sempre atualizado e completo, escrito em linguagem objetiva e concisa, e postagens que sejam relevantes dentro do contexto profissional ajudam outros profissionais a encontrarem o seu perfil na rede. Entenda o MBA * ONDE FAZER MBA EXECUTIVO ONDE Insper DURAÇÃO 24 meses VALOR R$ 58.147,70 (à vista) MBA EM ESTRATÉGIA DE MARKETING ONDE BSP (Business School São Paulo) DURAÇÃO 24 meses VALOR R$ 39.900 (à vista) MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE NEGÓCIOS ONDE FIAP DURAÇÃO 360 horas VALOR R$ 27.072,00 (divididos em 24 parcelas) INTERNATIONAL MBA ONDE FIA (Fundação Instituto de Administração) DURAÇÃO 18 meses VALOR R$ 59.600,00 (à vista)
sobretudo
Instituições criam redes para interação entre professores e alunos de MBA EVERTON LOPES BATISTA DE SÃO PAULO Trabalhos em grupo ou feiras podem até estimular novas relações entre profissionais que cursam um MBA. Mas algumas instituições decidiram inovar, criando uma rede social própria para alunos e ex-alunos ou disponibilizando o tempo dos professores para marcar um cafezinho em um aplicativo próprio para fazer networking. "Os alunos acreditam que é necessário fazer contatos, mas poucos fazem de verdade. É mais cômodo conversar com o colega que já conhece", afirma Eduardo Endo, diretor acadêmico do MBA na FIAP (Faculdade de Informática e Administração Paulista). "A instituição é capaz de ajudar de várias formas. O professor pode montar grupos diversificados para aumentar a interação e tirar a turma da zona de conforto", diz. A FIAP foi uma das primeiras instituições a adotar o Beer or Coffee, aplicativo que conecta pessoas interessadas em fazer networking. Os professores indicam no aplicativo quando estão livres para um bate-papo com os alunos. Com a função de geolocalização, o aplicativo mostra os profissionais por perto que estão com tempo livre para uma conversa, e ainda indica quais os bares ou cafés na região são mais adequados para o encontro. Em uma parceria com os estabelecimentos, o Beer or Coffee emite um voucher de desconto para o primeiro café, que sai por R$ 2,99 nos lugares conveniados. Segundo Roberta Vasconcellos, uma das fundadoras, o aplicativo promove cerca de 4.000 novas conexões por mês em São Paulo. CUIDADOS O Insper oferece uma rede social própria, a Alumni Insper. A plataforma digital permite que estudantes e ex-alunos se conheçam e possam interagir. "A Alumni tem uma ferramenta de busca por interesse, que pode aproximar profissionais da mesma área", explica Maria Ester Pires da Cruz, gerente do núcleo de carreiras do Insper. O LinkedIn, rede social voltada para conectar profissionais, já tem mais de 26 milhões de usuários cadastrados apenas no Brasil. "Passamos a fronteira do mundo corporativo, temos pessoas de todas as áreas, acadêmicos, profissionais liberais", diz Fernanda Brunsizian, gerente de comunicação corporativa do LinkedIn. Alguns cuidados, no entanto, devem ser tomados nesses ambientes virtuais. "A sua rede de contatos é a curadora do conteúdo que chega até você na plataforma. O recomendado é que sejam adicionadas pessoas conhecidas ou que são referências na sua área de interesse", afirma Brunsizian. Ela lembra também que algumas ações, como um perfil sempre atualizado e completo, escrito em linguagem objetiva e concisa, e postagens que sejam relevantes dentro do contexto profissional ajudam outros profissionais a encontrarem o seu perfil na rede. Entenda o MBA * ONDE FAZER MBA EXECUTIVO ONDE Insper DURAÇÃO 24 meses VALOR R$ 58.147,70 (à vista) MBA EM ESTRATÉGIA DE MARKETING ONDE BSP (Business School São Paulo) DURAÇÃO 24 meses VALOR R$ 39.900 (à vista) MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE NEGÓCIOS ONDE FIAP DURAÇÃO 360 horas VALOR R$ 27.072,00 (divididos em 24 parcelas) INTERNATIONAL MBA ONDE FIA (Fundação Instituto de Administração) DURAÇÃO 18 meses VALOR R$ 59.600,00 (à vista)
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Os segredos de 5 dos países com maior expectativa de vida
São conhecidas as histórias de exploradores que têm buscado a lendária fonte da eterna juventude. Esse mito ainda não se confirmou, mas existem algumas populações que conseguem viver substancialmente mais do que a média mundial de expectativa de vida, que é de 71 anos. Cada um desses lugares tem sua própria fonte secreta de vitalidade. A BBC falou com habitantes de alguns desses países, que se destacam no Índice Mundial de Felicidade 2017, para descobrir as razões que ajudam esses locais a proporcionar uma vida longa. JAPÃO: DIETA E COMUNIDADE Os japoneses vivem em média 83 anos, uma das mais altas expectativas de vida no mundo. A região de Okinawa, ilhas ao sul chamadas com frequência de "a terra dos imortais", converteu-se em um centro mundial de pesquisa sobre longevidade graças às 400 pessoas com mais de 100 anos que vivem no local. Muitos atribuem essa condição à dieta local, que tem muito tofu –uma espécie de queijo feito de leite de soja– e batatas e uma pequena quantidade de peixes. Círculos sociais de idosos e uma comunidade forte também contribuem para diminuir os níveis de estresse e aumentar uma sensação de pertencimento. Para os estrangeiros poderem aproveitar esses benefícios sem dificuldades, é fundamental aprender o idioma japonês, segundo Daniele Gatti, diretor-executivo da Velvet Media e que vive no Japão há muitos anos. "Esse país tem uma maravilhosa qualidade de vida se você conseguir pular o obstáculo da língua para entender melhor a mentalidade [dos japoneses], que é muito mais diferente da cultura ocidental do que pensa a maior parte dos turistas", explicou Gatti à BBC. "Os estrangeiros que querem se mudar para cá devem considerar seriamente que terão de dedicar grande parte de seu tempo para aprender o idioma. Essa é a chave para uma integração mais profunda na sociedade japonesa e para conseguir vida plena de sentido", diz. ESPANHA: TEMPO PARA COMER, DIGERIR E CAMINHAR A dieta mediterrânea, rica no saudável azeite de oliva, vegetais e vinho, tem contribuído há muito tempo para prolongar a vida dos espanhóis (cuja expectativa de vida é de 82,8 anos). Mas o país tem outro segredo para a longevidade: a "siesta", uma espécie de pausa para descanso depois do almoço. "A gente acredita que todos os espanhóis estão dormindo a 'siesta' quando as lojas estão fechadas entre às 14h e 17h, mas isso simplesmente obedece à forma como os horários estão organizados", afirmou Miquel Àngel Besora, guia turístico e morador de Barcelona. "Se você tem apenas meia hora de pausa para almoçar, então come algo bem rápido. Mas se você pode parar duas ou três horas, então vai até sua casa ou a um restaurante, onde pode se sentar, comer dois pratos e sobremesa, e ainda tem tempo suficiente para fazer uma boa digestão. Isso vai ser mais saudável", disse Besora. Além disso, a própria configuração das cidades espanholas facilita o exercício. As lojas e os restaurantes tendem a ser mais próximos das casas das pessoas, o que ajuda a optar pela caminhada. "Quando me mudei de Moscou para Barcelona, me dei conta de que aqui as pessoas preferem não dirigir seus carros. Elas preferem caminhar, ir de bicicleta ou mesmo andar algumas ruas para chegar ao transporte público", afirmou Marina Manasyan, uma das fundadoras da empresa Barcelona Eat Local Food Tours, que organiza turismo gastronômico na cidade. "Você oxigena suas células e reduz o carbono", diz. CINGAPURA: EXERCÍCIO E PREVENÇÃO Com amplo acesso à medicina de alta tecnologia e um sistema de saúde considerado "milagroso", os habitantes de Cingapura estão vivendo cada vez mais: hoje, a expectativa de vida chega a 83,1 anos. O país tem uma das menores taxas de mortalidade infantil e materna do mundo. E tem um competente sistema de prevenção em saúde. Um ambiente urbano acessível e inclusivo também contribui para uma vida mais longa. "Você vê um monte de gente indo a ginásios ou fazendo exercícios em parques públicos", diz Bino Chua, que atualmente mora no país e escreve um blog de viagens. Recentemente, o país inaugurou seu primeiro parque terapêutico, pensado para reduzir o estresse e melhorar a saúde dos idosos. Em Cingapura também é mais difícil manter hábitos de vida menos saudáveis. "Os estrangeiros devem saber que os vícios são muito mais caros aqui. Os cigarros e as bebidas alcoólicas são taxados com impostos muito mais altos que em outros países", explica Chau. SUÍÇA: EQUILÍBRIO E QUEIJO Entre homens, nenhum país tem expectativa de vida mais alta que a Suíça, onde vivem em média 81 anos de idade. Sendo um dos países mais ricos da Europa, a Suíça oferece uma rede de saúde de alta qualidade e elevados níveis de segurança, que contribuem para uma sensação de bem-estar. Além disso, alguns estudos colocam o alto consumo de queijo e de leite como um dos fatores determinante para a longevidade no país. A localização da Suíça, no centro da Europa, tem levado muitas multinacionais a instalarem suas sedes no país, o que tem aumentado o fluxo de trabalhadores estrangeiros. Assim, eles podem desfrutar da qualidade de vida e melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. "É um ponto profissional muito bem localizado", diz Daniele Gatti, que também viveu na Suíça. "Viver ali te permite desfrutar de uma maravilhosa semana de viagens pela Europa e a passar um tempo ao ar livre nos encantadores Alpes", acrescentou. COREIA DO SUL: TRADIÇÕES E FERMENTADOS A Coreia do Sul está caminhando para se tornar o primeiro país a ter uma expectativa de vida de 90 anos, de acordo com pesquisas recentes. Os estudos atribuem o feito a uma economia em forte crescimento, um amplo acesso ao sistema de saúde e menos problemas de tensão arterial que nos países do Ocidente. O país também tem uma dieta rica em alimentos fermentados, que ajudam a diminuir o colesterol e a aumentar as defesas imunológicas. "No conjunto, a comida coreana tem um alto conteúdo de fibra e é rica em nutrientes", diz Camille Hoheb, fundadora da empresa de turismo Wellness Tourism Worldwide. Quem vive na Coreia do Sul afirma que um dos elementos que contribui para a qualidade de vida é a cultura focada na comunidade. "Os jimjilbang [banheiros públicos com banheiras de hidromassagem, água quente, mesas de massagem e saunas] oferecem a oportunidade para as pessoas se encontrarem, se conhecerem e, assim, reduzirem o estresse", explica Hohed. Ela diz, também, que a população da Coreia do Sul tem uma capacidade de se concentrar no presente, "o que é um dos ensinamentos budistas, bem como uma atitude que favorece a cultura de cooperação sobre o individualismo".
equilibrioesaude
Os segredos de 5 dos países com maior expectativa de vidaSão conhecidas as histórias de exploradores que têm buscado a lendária fonte da eterna juventude. Esse mito ainda não se confirmou, mas existem algumas populações que conseguem viver substancialmente mais do que a média mundial de expectativa de vida, que é de 71 anos. Cada um desses lugares tem sua própria fonte secreta de vitalidade. A BBC falou com habitantes de alguns desses países, que se destacam no Índice Mundial de Felicidade 2017, para descobrir as razões que ajudam esses locais a proporcionar uma vida longa. JAPÃO: DIETA E COMUNIDADE Os japoneses vivem em média 83 anos, uma das mais altas expectativas de vida no mundo. A região de Okinawa, ilhas ao sul chamadas com frequência de "a terra dos imortais", converteu-se em um centro mundial de pesquisa sobre longevidade graças às 400 pessoas com mais de 100 anos que vivem no local. Muitos atribuem essa condição à dieta local, que tem muito tofu –uma espécie de queijo feito de leite de soja– e batatas e uma pequena quantidade de peixes. Círculos sociais de idosos e uma comunidade forte também contribuem para diminuir os níveis de estresse e aumentar uma sensação de pertencimento. Para os estrangeiros poderem aproveitar esses benefícios sem dificuldades, é fundamental aprender o idioma japonês, segundo Daniele Gatti, diretor-executivo da Velvet Media e que vive no Japão há muitos anos. "Esse país tem uma maravilhosa qualidade de vida se você conseguir pular o obstáculo da língua para entender melhor a mentalidade [dos japoneses], que é muito mais diferente da cultura ocidental do que pensa a maior parte dos turistas", explicou Gatti à BBC. "Os estrangeiros que querem se mudar para cá devem considerar seriamente que terão de dedicar grande parte de seu tempo para aprender o idioma. Essa é a chave para uma integração mais profunda na sociedade japonesa e para conseguir vida plena de sentido", diz. ESPANHA: TEMPO PARA COMER, DIGERIR E CAMINHAR A dieta mediterrânea, rica no saudável azeite de oliva, vegetais e vinho, tem contribuído há muito tempo para prolongar a vida dos espanhóis (cuja expectativa de vida é de 82,8 anos). Mas o país tem outro segredo para a longevidade: a "siesta", uma espécie de pausa para descanso depois do almoço. "A gente acredita que todos os espanhóis estão dormindo a 'siesta' quando as lojas estão fechadas entre às 14h e 17h, mas isso simplesmente obedece à forma como os horários estão organizados", afirmou Miquel Àngel Besora, guia turístico e morador de Barcelona. "Se você tem apenas meia hora de pausa para almoçar, então come algo bem rápido. Mas se você pode parar duas ou três horas, então vai até sua casa ou a um restaurante, onde pode se sentar, comer dois pratos e sobremesa, e ainda tem tempo suficiente para fazer uma boa digestão. Isso vai ser mais saudável", disse Besora. Além disso, a própria configuração das cidades espanholas facilita o exercício. As lojas e os restaurantes tendem a ser mais próximos das casas das pessoas, o que ajuda a optar pela caminhada. "Quando me mudei de Moscou para Barcelona, me dei conta de que aqui as pessoas preferem não dirigir seus carros. Elas preferem caminhar, ir de bicicleta ou mesmo andar algumas ruas para chegar ao transporte público", afirmou Marina Manasyan, uma das fundadoras da empresa Barcelona Eat Local Food Tours, que organiza turismo gastronômico na cidade. "Você oxigena suas células e reduz o carbono", diz. CINGAPURA: EXERCÍCIO E PREVENÇÃO Com amplo acesso à medicina de alta tecnologia e um sistema de saúde considerado "milagroso", os habitantes de Cingapura estão vivendo cada vez mais: hoje, a expectativa de vida chega a 83,1 anos. O país tem uma das menores taxas de mortalidade infantil e materna do mundo. E tem um competente sistema de prevenção em saúde. Um ambiente urbano acessível e inclusivo também contribui para uma vida mais longa. "Você vê um monte de gente indo a ginásios ou fazendo exercícios em parques públicos", diz Bino Chua, que atualmente mora no país e escreve um blog de viagens. Recentemente, o país inaugurou seu primeiro parque terapêutico, pensado para reduzir o estresse e melhorar a saúde dos idosos. Em Cingapura também é mais difícil manter hábitos de vida menos saudáveis. "Os estrangeiros devem saber que os vícios são muito mais caros aqui. Os cigarros e as bebidas alcoólicas são taxados com impostos muito mais altos que em outros países", explica Chau. SUÍÇA: EQUILÍBRIO E QUEIJO Entre homens, nenhum país tem expectativa de vida mais alta que a Suíça, onde vivem em média 81 anos de idade. Sendo um dos países mais ricos da Europa, a Suíça oferece uma rede de saúde de alta qualidade e elevados níveis de segurança, que contribuem para uma sensação de bem-estar. Além disso, alguns estudos colocam o alto consumo de queijo e de leite como um dos fatores determinante para a longevidade no país. A localização da Suíça, no centro da Europa, tem levado muitas multinacionais a instalarem suas sedes no país, o que tem aumentado o fluxo de trabalhadores estrangeiros. Assim, eles podem desfrutar da qualidade de vida e melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. "É um ponto profissional muito bem localizado", diz Daniele Gatti, que também viveu na Suíça. "Viver ali te permite desfrutar de uma maravilhosa semana de viagens pela Europa e a passar um tempo ao ar livre nos encantadores Alpes", acrescentou. COREIA DO SUL: TRADIÇÕES E FERMENTADOS A Coreia do Sul está caminhando para se tornar o primeiro país a ter uma expectativa de vida de 90 anos, de acordo com pesquisas recentes. Os estudos atribuem o feito a uma economia em forte crescimento, um amplo acesso ao sistema de saúde e menos problemas de tensão arterial que nos países do Ocidente. O país também tem uma dieta rica em alimentos fermentados, que ajudam a diminuir o colesterol e a aumentar as defesas imunológicas. "No conjunto, a comida coreana tem um alto conteúdo de fibra e é rica em nutrientes", diz Camille Hoheb, fundadora da empresa de turismo Wellness Tourism Worldwide. Quem vive na Coreia do Sul afirma que um dos elementos que contribui para a qualidade de vida é a cultura focada na comunidade. "Os jimjilbang [banheiros públicos com banheiras de hidromassagem, água quente, mesas de massagem e saunas] oferecem a oportunidade para as pessoas se encontrarem, se conhecerem e, assim, reduzirem o estresse", explica Hohed. Ela diz, também, que a população da Coreia do Sul tem uma capacidade de se concentrar no presente, "o que é um dos ensinamentos budistas, bem como uma atitude que favorece a cultura de cooperação sobre o individualismo".
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Governo resgata R$ 855 milhões do Fundo Soberano para reforçar caixa
Para reforçar o caixa do Tesouro Nacional, o governo federal realizou nesta terça-feira (22) o resgate de R$ 855 milhões do Fundo Soberano do Brasil, uma poupança realizada com a sobra de arrecadação de 2008 e que vem sendo gasta nos últimos anos. De acordo com o Ministério da Fazenda, o resgate já estava previsto desde maio, quando o governo divulgou o segundo relatório de avaliação de receitas e despesas, e se refere a dinheiro que estava aplicado em títulos públicos. Em nota, a Fazenda afirma que o resgate "se justifica pela necessidade de elevação das disponibilidades financeiras do Tesouro Nacional, em um contexto de contração econômica com queda acentuada na arrecadação de receitas fiscais e dificuldades para a redução de despesas obrigatórias." Quando foi criado, no início de 2009, o fundo contava com cerca de R$ 14,5 bilhões em títulos públicos. Atualmente, o saldo é de R$ 1,585 bilhão, sendo a maior parte em ações do Banco do Brasil (R$ 1,565 bilhão). O restante (R$ 19,95 milhões) são títulos públicos e operações compromissadas. O governo estuda usar parte dos recursos em caixa para quitar as dívidas com bancos públicos e com o FGTS criadas por conta das "pedaladas fiscais" questionadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Outra opção para pagar pelo menos parte dos quase R$ 60 bilhões devidos é fazer uma emissão de títulos públicos. A decisão sobre essa questão deve ser tomada na próxima semana, quando a presidente Dilma Rousseff reúne a sua nova equipe econômica.
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Governo resgata R$ 855 milhões do Fundo Soberano para reforçar caixaPara reforçar o caixa do Tesouro Nacional, o governo federal realizou nesta terça-feira (22) o resgate de R$ 855 milhões do Fundo Soberano do Brasil, uma poupança realizada com a sobra de arrecadação de 2008 e que vem sendo gasta nos últimos anos. De acordo com o Ministério da Fazenda, o resgate já estava previsto desde maio, quando o governo divulgou o segundo relatório de avaliação de receitas e despesas, e se refere a dinheiro que estava aplicado em títulos públicos. Em nota, a Fazenda afirma que o resgate "se justifica pela necessidade de elevação das disponibilidades financeiras do Tesouro Nacional, em um contexto de contração econômica com queda acentuada na arrecadação de receitas fiscais e dificuldades para a redução de despesas obrigatórias." Quando foi criado, no início de 2009, o fundo contava com cerca de R$ 14,5 bilhões em títulos públicos. Atualmente, o saldo é de R$ 1,585 bilhão, sendo a maior parte em ações do Banco do Brasil (R$ 1,565 bilhão). O restante (R$ 19,95 milhões) são títulos públicos e operações compromissadas. O governo estuda usar parte dos recursos em caixa para quitar as dívidas com bancos públicos e com o FGTS criadas por conta das "pedaladas fiscais" questionadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Outra opção para pagar pelo menos parte dos quase R$ 60 bilhões devidos é fazer uma emissão de títulos públicos. A decisão sobre essa questão deve ser tomada na próxima semana, quando a presidente Dilma Rousseff reúne a sua nova equipe econômica.
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Gestão Alckmin calcula taxa de homicídios fora do padrão mundial
A metodologia usada pelo governo paulista para calcular a taxa de homicídios do Estado não segue padrões usados por outros Estados do país e os recomendados por organismos internacionais. Ao divulgar as estatísticas de 2015, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) destacou que "a relação de mortes intencionais por grupo de 100 mil habitantes foi de 8,73". Apesar de a divulgação falar em mortes, a taxa é calculada com base no número de casos, e não de vítimas –cada registro pode ter mais de um morto. Uma chacina com oito mortes, como ocorreu no ano passado em Osasco, na Grande São Paulo, é considerada como só um caso. Do ponto de vista da organização policial isso pode fazer sentido porque a investigação de uma chacina é única. Mas ao usar este critério para calcular a taxa, os indicadores de São Paulo deixam de ser comparáveis aos divulgados por outros locais. A Folha consultou entidades como OMS (Organização Mundial da Saúde), UNODC (Escritório da ONU sobre Drogas e Crime), EuroStat (agência estatística da União Europeia) e FBI (polícia federal dos EUA). Todas responderam que consideram a quantidade de vítimas, e não de casos, para calcular a taxa de homicídios. Além disso, a maioria dos órgãos considera no cálculo outras mortes violentas intencionais, como latrocínios (roubos seguidos de morte). Seguindo esse padrão, São Paulo teria encerrado 2015 com taxa de 10,03 –maior que a divulgada, mas, mesmo assim, em trajetória de queda nos últimos anos. "O que São Paulo faz é calcular uma taxa de boletins de ocorrência, só que chama incorretamente de taxa de homicídios", diz Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da área de estudos da violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais. "O mundo todo usa vítimas, menos São Paulo. O pior é que a secretaria tem os dados, publica na internet, mas decide calcular a taxa de outra forma." O Fórum Brasileiro de Segurança Pública recomenda um padrão de também incluir na taxa as mortes decorrentes de intervenção policial. Cada Estado segue uma regra, mas os dados já são apresentados dessa forma, por exemplo, no Distrito Federal. Por este método, a taxa paulista seria de 11,92 mortes por 100 mil habitantes e a média nacional, de 28,85 (dado de 2014, último disponível). "Ao usar os casos, São Paulo olha para o crime, não para a violência", afirma Renato Lima, vice-presidente do fórum. "Para efeito de análise do fenômeno de mortes violentas, pouco importa o tipo penal, se elas são cometidas pela polícia, se legais ou não, pois isso depende de cada país. Em termos do acompanhamento do fenômeno da violência, usar os casos não é o método mais adequado. É uma decisão política, só que, quando se faz 'release' apresentando a taxa de outra forma, que não é comparável com outros locais, você confunde." "Não é correto trabalhar com a taxas dessa forma porque não é uma norma nacional ou internacional. Sou o primeiro que reconheço a queda dos homicídios em São Paulo, que é um exemplo a ser seguido. Mas qualquer um que for comparar a taxa divulgada com outros locais, que fazem pelas vítimas, vai se enganar", afirma Waiselfisz. - TAXAS DE HOMICÍDIO EM SÃO PAULO - Com outros métodos, índice por 100 mil habitantes é maior do que o oficial NOTAS 0: Cálculo utilizado pela SSP, considera apenas os casos de homicídio doloso 1: Padrão internacional, considera o número de vítimas de homicídio doloso e latrocínio (roubo seguido de morte) 2: Método recomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, considera as vítimas de homicídio doloso, latrocínio e a letalidade policial. Os dados de letalidade usados nas taxas de 2011 e 2012 constam nos respectivos anuários do fórum, as taxas de 2013 e 2014 foram publicadas no anuário de 2014 e a taxa de 2015 considera os dados de letalidade divulgados pelo governo 3: Considera o número de mortes registradas no DataSUS com causa "agressão" (códigos X85-Y09 da Classificação Internacional de Doenças); dados de 2014 são preliminares e os de 2015 ainda não foram divulgados - "ZONA EPIDÊMICA" Pelos métodos desses órgãos, São Paulo ainda estaria na chamada "zona epidêmica" de homicídios, definição usada nos últimos anos em divulgações do governo para se referir à taxa acima de 10 mortes por 100 mil habitantes. Desde meados de 2008, quando a contabilidade oficial começou a aproximar São Paulo desse índice, essa classificação tem sido usada pelo Estado –e atribuída à OMS. Foi assim em outubro de 2011, por exemplo, quando a comunicação governamental destacou que "com 150 homicídios a menos que nos 10 primeiros meses no ano passado, São Paulo apresenta taxa abaixo de 10 homicídios por 100 mil habitantes, fora, portanto da zona considerada epidêmica pela OMS (Organização Mundial de Saúde)". Especialistas, imprensa (incluindo a Folha) e até relatórios do Pnud (programa da ONU para desenvolvimento) passaram reproduzir a ideia. Questionado sobre esse assunto, a OMS negou adotar a classificação de "zona epidêmica" de homicídios. "Não sei de onde surgiu essa ideia", afirmou Alexander Butchart, coordenador de Prevenção à Violência da organização. Ele explica que a incidência de mortes intencionais é uma importante questão de saúde pública, mas que o conceito não faz sentido no contexto paulista. "Há muitos anos a OMS não utiliza o termo 'epidemia', no seu lugar usamos 'surto' ['outbreak', no inglês] para se referir ao surgimento ou aumento repentino de uma doença, como zika ou ebola. O aspecto fundamental na definição de um surto é a ocorrência de casos além do que seria normalmente esperado em determinada área geográfica ou período de tempo", afirma. "Portanto, apesar de que 'surto' possa ser usado para se referir a um aumento repentino de homicídios, isso não se aplica ao caso de São Paulo, onde as taxas de homicídio, apesar de parecerem estar caindo, têm se mantido relativamente altas por muitos anos." O escritório brasileiro do Pnud disse que a atribuição do termo à OMS foi um erro, mas que considera a taxa de 10 mortes por 100 mil habitantes como "limite aceitável". O QUE DIZ O GOVERNO A Secretaria da Segurança disse adotar "critério internacionalmente reconhecido de número de ocorrências por 100 mil habitantes". "Essa metodologia é adotada em todos os Estados brasileiros desde 2001 e na maioria dos países, sendo, igualmente, o critério adotado pelo FBI." O FBI informou à Folha usar a quantidade de vítimas, e não de casos, para calcular a taxa de homicídios. "As ocorrências de homicídio doloso, estupro, tráfico humano e lesão corporal dolosa são considerados crimes contra a pessoa. Para esses crimes, uma ocorrência é contada para cada vítima", afirma Stephen Fischer Jr., porta-voz da Divisão de Informações de Justiça Criminal do FBI. Nesta quinta (25), o secretário Alexandre de Moraes disse que os dados brutos de casos e vítimas são divulgados –e que a taxa pode ser calculada pelos interessados. "É muito simples: nós temos o número de vítimas, basta dividir pelo número de 100 mil habitantes que vai chegar no número que quiser." Ele deu versão diferente da nota oficial em relação aos outros Estados. Disse que, das 27 unidades da Federação, 22 não calculam oficialmente a taxa de homicídios. A secretaria diz ainda que não inclui as mortes causadas pela polícia na taxa de homicídios pois é a metodologia utilizada pela "grande maioria dos países".
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Gestão Alckmin calcula taxa de homicídios fora do padrão mundialA metodologia usada pelo governo paulista para calcular a taxa de homicídios do Estado não segue padrões usados por outros Estados do país e os recomendados por organismos internacionais. Ao divulgar as estatísticas de 2015, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) destacou que "a relação de mortes intencionais por grupo de 100 mil habitantes foi de 8,73". Apesar de a divulgação falar em mortes, a taxa é calculada com base no número de casos, e não de vítimas –cada registro pode ter mais de um morto. Uma chacina com oito mortes, como ocorreu no ano passado em Osasco, na Grande São Paulo, é considerada como só um caso. Do ponto de vista da organização policial isso pode fazer sentido porque a investigação de uma chacina é única. Mas ao usar este critério para calcular a taxa, os indicadores de São Paulo deixam de ser comparáveis aos divulgados por outros locais. A Folha consultou entidades como OMS (Organização Mundial da Saúde), UNODC (Escritório da ONU sobre Drogas e Crime), EuroStat (agência estatística da União Europeia) e FBI (polícia federal dos EUA). Todas responderam que consideram a quantidade de vítimas, e não de casos, para calcular a taxa de homicídios. Além disso, a maioria dos órgãos considera no cálculo outras mortes violentas intencionais, como latrocínios (roubos seguidos de morte). Seguindo esse padrão, São Paulo teria encerrado 2015 com taxa de 10,03 –maior que a divulgada, mas, mesmo assim, em trajetória de queda nos últimos anos. "O que São Paulo faz é calcular uma taxa de boletins de ocorrência, só que chama incorretamente de taxa de homicídios", diz Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da área de estudos da violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais. "O mundo todo usa vítimas, menos São Paulo. O pior é que a secretaria tem os dados, publica na internet, mas decide calcular a taxa de outra forma." O Fórum Brasileiro de Segurança Pública recomenda um padrão de também incluir na taxa as mortes decorrentes de intervenção policial. Cada Estado segue uma regra, mas os dados já são apresentados dessa forma, por exemplo, no Distrito Federal. Por este método, a taxa paulista seria de 11,92 mortes por 100 mil habitantes e a média nacional, de 28,85 (dado de 2014, último disponível). "Ao usar os casos, São Paulo olha para o crime, não para a violência", afirma Renato Lima, vice-presidente do fórum. "Para efeito de análise do fenômeno de mortes violentas, pouco importa o tipo penal, se elas são cometidas pela polícia, se legais ou não, pois isso depende de cada país. Em termos do acompanhamento do fenômeno da violência, usar os casos não é o método mais adequado. É uma decisão política, só que, quando se faz 'release' apresentando a taxa de outra forma, que não é comparável com outros locais, você confunde." "Não é correto trabalhar com a taxas dessa forma porque não é uma norma nacional ou internacional. Sou o primeiro que reconheço a queda dos homicídios em São Paulo, que é um exemplo a ser seguido. Mas qualquer um que for comparar a taxa divulgada com outros locais, que fazem pelas vítimas, vai se enganar", afirma Waiselfisz. - TAXAS DE HOMICÍDIO EM SÃO PAULO - Com outros métodos, índice por 100 mil habitantes é maior do que o oficial NOTAS 0: Cálculo utilizado pela SSP, considera apenas os casos de homicídio doloso 1: Padrão internacional, considera o número de vítimas de homicídio doloso e latrocínio (roubo seguido de morte) 2: Método recomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, considera as vítimas de homicídio doloso, latrocínio e a letalidade policial. Os dados de letalidade usados nas taxas de 2011 e 2012 constam nos respectivos anuários do fórum, as taxas de 2013 e 2014 foram publicadas no anuário de 2014 e a taxa de 2015 considera os dados de letalidade divulgados pelo governo 3: Considera o número de mortes registradas no DataSUS com causa "agressão" (códigos X85-Y09 da Classificação Internacional de Doenças); dados de 2014 são preliminares e os de 2015 ainda não foram divulgados - "ZONA EPIDÊMICA" Pelos métodos desses órgãos, São Paulo ainda estaria na chamada "zona epidêmica" de homicídios, definição usada nos últimos anos em divulgações do governo para se referir à taxa acima de 10 mortes por 100 mil habitantes. Desde meados de 2008, quando a contabilidade oficial começou a aproximar São Paulo desse índice, essa classificação tem sido usada pelo Estado –e atribuída à OMS. Foi assim em outubro de 2011, por exemplo, quando a comunicação governamental destacou que "com 150 homicídios a menos que nos 10 primeiros meses no ano passado, São Paulo apresenta taxa abaixo de 10 homicídios por 100 mil habitantes, fora, portanto da zona considerada epidêmica pela OMS (Organização Mundial de Saúde)". Especialistas, imprensa (incluindo a Folha) e até relatórios do Pnud (programa da ONU para desenvolvimento) passaram reproduzir a ideia. Questionado sobre esse assunto, a OMS negou adotar a classificação de "zona epidêmica" de homicídios. "Não sei de onde surgiu essa ideia", afirmou Alexander Butchart, coordenador de Prevenção à Violência da organização. Ele explica que a incidência de mortes intencionais é uma importante questão de saúde pública, mas que o conceito não faz sentido no contexto paulista. "Há muitos anos a OMS não utiliza o termo 'epidemia', no seu lugar usamos 'surto' ['outbreak', no inglês] para se referir ao surgimento ou aumento repentino de uma doença, como zika ou ebola. O aspecto fundamental na definição de um surto é a ocorrência de casos além do que seria normalmente esperado em determinada área geográfica ou período de tempo", afirma. "Portanto, apesar de que 'surto' possa ser usado para se referir a um aumento repentino de homicídios, isso não se aplica ao caso de São Paulo, onde as taxas de homicídio, apesar de parecerem estar caindo, têm se mantido relativamente altas por muitos anos." O escritório brasileiro do Pnud disse que a atribuição do termo à OMS foi um erro, mas que considera a taxa de 10 mortes por 100 mil habitantes como "limite aceitável". O QUE DIZ O GOVERNO A Secretaria da Segurança disse adotar "critério internacionalmente reconhecido de número de ocorrências por 100 mil habitantes". "Essa metodologia é adotada em todos os Estados brasileiros desde 2001 e na maioria dos países, sendo, igualmente, o critério adotado pelo FBI." O FBI informou à Folha usar a quantidade de vítimas, e não de casos, para calcular a taxa de homicídios. "As ocorrências de homicídio doloso, estupro, tráfico humano e lesão corporal dolosa são considerados crimes contra a pessoa. Para esses crimes, uma ocorrência é contada para cada vítima", afirma Stephen Fischer Jr., porta-voz da Divisão de Informações de Justiça Criminal do FBI. Nesta quinta (25), o secretário Alexandre de Moraes disse que os dados brutos de casos e vítimas são divulgados –e que a taxa pode ser calculada pelos interessados. "É muito simples: nós temos o número de vítimas, basta dividir pelo número de 100 mil habitantes que vai chegar no número que quiser." Ele deu versão diferente da nota oficial em relação aos outros Estados. Disse que, das 27 unidades da Federação, 22 não calculam oficialmente a taxa de homicídios. A secretaria diz ainda que não inclui as mortes causadas pela polícia na taxa de homicídios pois é a metodologia utilizada pela "grande maioria dos países".
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Temer convoca Moreira Franco para reunião em São Paulo
O presidente Michel Temer convocou Moreira Franco (PMDB-RJ), secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, para uma reunião no começo da noite desta sexta (25) em São Paulo. Ele é um dos cotados para substituir Geddel Veira Lima na Secretaria de Governo. O ex-ministro pediu demissão na manhã desta sexta. Moreira estava em Paris e antecipou a volta para o Brasil —ele ainda passaria por Madri, mas cancelou a última rota da viagem para retornar ao país diante da crise política. Ele pousou no Rio e no começo da tarde viajou a São Paulo. Estava programado também que Temer e Moreira iriam nesta noite a um jantar com empresários na capital paulista. O martelo sobre a substituição ainda não está batido e outros são cotados para o cargo. Um interlocutor de Moreira Franco diz que ele seria a solução óbvia e fácil para Temer, mas sua escolha teria alguns inconvenientes. O primeiro deles: o secretário tem certa dificuldade de relacionamento com o Congresso Nacional, embora tenha sido parlamentar. O segundo: Moreira é um dos alvos das delações da Operação Lava Jato, e já teria sido citado inclusive como receptor de propina da empreiteira Odebrecht, o que ele nega de forma peremptória. Outra opção possível, segundo o mesmo interlocutor, seria deslocar Eliseu Padilha da Casa Civil para a Secretaria de Governo, colocando Moreira Franco no lugar dele. Há ainda a possibilidade de Temer escolher um parlamentar do "centrão" para o cargo. Circulam ainda nomes como o do assessor especial da Presidência, Rodrigo Rocha Loures, e o do líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE).
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Temer convoca Moreira Franco para reunião em São PauloO presidente Michel Temer convocou Moreira Franco (PMDB-RJ), secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, para uma reunião no começo da noite desta sexta (25) em São Paulo. Ele é um dos cotados para substituir Geddel Veira Lima na Secretaria de Governo. O ex-ministro pediu demissão na manhã desta sexta. Moreira estava em Paris e antecipou a volta para o Brasil —ele ainda passaria por Madri, mas cancelou a última rota da viagem para retornar ao país diante da crise política. Ele pousou no Rio e no começo da tarde viajou a São Paulo. Estava programado também que Temer e Moreira iriam nesta noite a um jantar com empresários na capital paulista. O martelo sobre a substituição ainda não está batido e outros são cotados para o cargo. Um interlocutor de Moreira Franco diz que ele seria a solução óbvia e fácil para Temer, mas sua escolha teria alguns inconvenientes. O primeiro deles: o secretário tem certa dificuldade de relacionamento com o Congresso Nacional, embora tenha sido parlamentar. O segundo: Moreira é um dos alvos das delações da Operação Lava Jato, e já teria sido citado inclusive como receptor de propina da empreiteira Odebrecht, o que ele nega de forma peremptória. Outra opção possível, segundo o mesmo interlocutor, seria deslocar Eliseu Padilha da Casa Civil para a Secretaria de Governo, colocando Moreira Franco no lugar dele. Há ainda a possibilidade de Temer escolher um parlamentar do "centrão" para o cargo. Circulam ainda nomes como o do assessor especial da Presidência, Rodrigo Rocha Loures, e o do líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE).
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'Todos temos problemas com álcool e amor', diz diretor de filme sobre Amy Winehouse
Após sair de uma sessão do documentário "Amy", no Reino Unido, em julho deste ano, o jornalista do "Guardian" Paul MacInnes digitou seu nome ao lado do de Winehouse no Google: queria saber o tamanho de sua responsabilidade no desdobrar de eventos que levou à morte da cantora britânica, em 2011. O filme terá sua pré-estreia nesta quinta (24), às 21h, no Museu da Imagem e do Som (MIS) em São Paulo como parte do Music Video Festival-plataforma de lançamentos de conteúdos audiovisuais. O longa do britânico Asif Kapadia saiu aclamado no festival de Cannes, em maio, para tornar-se recorde de bilheteria no gênero no fim de semana de seu lançamento internacional. "Acho que é um filme com o qual todos podem se relacionar. Todos temos problemas, pode ser com álcool, drogas, amor ou coisas ordinárias. A música era apenas parte da história", diz o diretor à Folha. Responsável também pelo documentário "Senna" (2010), sobre o piloto brasileiro morto em 1994, Kapadia conta que "Amy" aconteceu graças ao sucesso do primeiro. Ambos abordam, de forma quase ficcional, a ascensão à fama. Amy Trailer Feito com imagens de arquivo e áudios de cem entrevistas com amigos e familiares, "Amy" acompanha a precoce carreira da cantora, partindo de sua adolescência, passando pelo sucesso do álbum "Back to Black", sua conturbada vida amorosa e sua morte, aos 27, por intoxicação alcoólica -tudo registrado abundantemente pela mídia. Para o diretor, apesar do pouco tempo passado desde os acontecimentos, este era um momento adequado para a produção. "É uma história sobre o mundo que vivemos hoje. Sobre os jornais e os programas de TV que humilham as pessoas", explica. "Nós alimentamos isso, como audiência. O filme fala sobre nossa cumplicidade." Kapadia cita o "Pânico", da Band, como exemplo. O programa tinha um quadro em 2008 no qual um humorista -portando peruca, vestidos decotados e um laço de fita no cabelo- saía pelas ruas agindo insanamente. Além de "virar um espelho para a mídia", o filme levantou polêmica com a família da cantora. O pai, Mitch Winehouse, chamou o documentário de "enganoso". "Eu fiz da única forma que podia, mostrando como as pessoas ao redor de Amy tomaram uma série de decisões que não foram boas para ela." O verso escrito pela cantora, "My dad thinks I'm fine" (meu pai acha que estou bem), de "Rehab", toma contornos reais com uma declaração dada por Mitch no longa. Ele conta como, em determinado momento da carreira da filha, de fato disse a ela para não se internar. PRÉ-ESTREIA DE 'AMY' QUANDO quinta (24), às 21h30 ONDE Museu da Imagem e do Som, av. Europa, 158, (11) 2117-4777 QUANTO grátis, ingressos distribuídos 2h antes
ilustrada
'Todos temos problemas com álcool e amor', diz diretor de filme sobre Amy WinehouseApós sair de uma sessão do documentário "Amy", no Reino Unido, em julho deste ano, o jornalista do "Guardian" Paul MacInnes digitou seu nome ao lado do de Winehouse no Google: queria saber o tamanho de sua responsabilidade no desdobrar de eventos que levou à morte da cantora britânica, em 2011. O filme terá sua pré-estreia nesta quinta (24), às 21h, no Museu da Imagem e do Som (MIS) em São Paulo como parte do Music Video Festival-plataforma de lançamentos de conteúdos audiovisuais. O longa do britânico Asif Kapadia saiu aclamado no festival de Cannes, em maio, para tornar-se recorde de bilheteria no gênero no fim de semana de seu lançamento internacional. "Acho que é um filme com o qual todos podem se relacionar. Todos temos problemas, pode ser com álcool, drogas, amor ou coisas ordinárias. A música era apenas parte da história", diz o diretor à Folha. Responsável também pelo documentário "Senna" (2010), sobre o piloto brasileiro morto em 1994, Kapadia conta que "Amy" aconteceu graças ao sucesso do primeiro. Ambos abordam, de forma quase ficcional, a ascensão à fama. Amy Trailer Feito com imagens de arquivo e áudios de cem entrevistas com amigos e familiares, "Amy" acompanha a precoce carreira da cantora, partindo de sua adolescência, passando pelo sucesso do álbum "Back to Black", sua conturbada vida amorosa e sua morte, aos 27, por intoxicação alcoólica -tudo registrado abundantemente pela mídia. Para o diretor, apesar do pouco tempo passado desde os acontecimentos, este era um momento adequado para a produção. "É uma história sobre o mundo que vivemos hoje. Sobre os jornais e os programas de TV que humilham as pessoas", explica. "Nós alimentamos isso, como audiência. O filme fala sobre nossa cumplicidade." Kapadia cita o "Pânico", da Band, como exemplo. O programa tinha um quadro em 2008 no qual um humorista -portando peruca, vestidos decotados e um laço de fita no cabelo- saía pelas ruas agindo insanamente. Além de "virar um espelho para a mídia", o filme levantou polêmica com a família da cantora. O pai, Mitch Winehouse, chamou o documentário de "enganoso". "Eu fiz da única forma que podia, mostrando como as pessoas ao redor de Amy tomaram uma série de decisões que não foram boas para ela." O verso escrito pela cantora, "My dad thinks I'm fine" (meu pai acha que estou bem), de "Rehab", toma contornos reais com uma declaração dada por Mitch no longa. Ele conta como, em determinado momento da carreira da filha, de fato disse a ela para não se internar. PRÉ-ESTREIA DE 'AMY' QUANDO quinta (24), às 21h30 ONDE Museu da Imagem e do Som, av. Europa, 158, (11) 2117-4777 QUANTO grátis, ingressos distribuídos 2h antes
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Cantora country Loretta Lynn sofre derrame e adia shows nos EUA
Nome central da música country americana, a cantora Loretta Lynn, de 85 anos, sofreu um derrame e teve de adiar as datas de shows que faria nos Estados Unidos. Segundo a revista 'Rolling Stone', Lynn teve um acidente vascular cerebral em sua casa, no Estado do Tennessee, e teve de ser internada na última quinta (4). Ela faria um show nesta sexta (5) em Durham, na Carolina do Norte. O show foi cancelado e será remarcado. Segundo o site da cantora, ela está "sob cuidados médicos e respondendo ao tratamento, e se espera que ela tenha uma recuperação total". Lynn lançará um novo disco, " Wouldn't It Be Great", em agosto. Um dos nomes mais conhecidos de seu estilo nos Estados Unidos, a cantora é autora de músicas como a autobiográfica "Coal Miner's Daughter" (filha do carvoeiro), a feminista "The Pill" e, mais recentemente, de "Portland, Oregon", que ela canta em dueto com Jack White.
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Cantora country Loretta Lynn sofre derrame e adia shows nos EUANome central da música country americana, a cantora Loretta Lynn, de 85 anos, sofreu um derrame e teve de adiar as datas de shows que faria nos Estados Unidos. Segundo a revista 'Rolling Stone', Lynn teve um acidente vascular cerebral em sua casa, no Estado do Tennessee, e teve de ser internada na última quinta (4). Ela faria um show nesta sexta (5) em Durham, na Carolina do Norte. O show foi cancelado e será remarcado. Segundo o site da cantora, ela está "sob cuidados médicos e respondendo ao tratamento, e se espera que ela tenha uma recuperação total". Lynn lançará um novo disco, " Wouldn't It Be Great", em agosto. Um dos nomes mais conhecidos de seu estilo nos Estados Unidos, a cantora é autora de músicas como a autobiográfica "Coal Miner's Daughter" (filha do carvoeiro), a feminista "The Pill" e, mais recentemente, de "Portland, Oregon", que ela canta em dueto com Jack White.
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Leitor escreve sobre os 40 anos da Unesp
Parabenizo a Unesp por seus 40 anos e por sua importante presença em todos os rincões do Estado de São Paulo, propiciando o acesso à educação em diversas regiões. Como unespiano formado em engenharia civil em 1982, no campus de Ilha Solteira, sei muito bem o benefício que a universidade trouxe para a cidade. Parabéns ao reitor Julio Cezar Durigan belíssima explanação. LUIS CESAR MORENO, engenheiro civil (Promissão, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Leitor escreve sobre os 40 anos da UnespParabenizo a Unesp por seus 40 anos e por sua importante presença em todos os rincões do Estado de São Paulo, propiciando o acesso à educação em diversas regiões. Como unespiano formado em engenharia civil em 1982, no campus de Ilha Solteira, sei muito bem o benefício que a universidade trouxe para a cidade. Parabéns ao reitor Julio Cezar Durigan belíssima explanação. LUIS CESAR MORENO, engenheiro civil (Promissão, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Cabelos platinados atraem jovens e quem quer assumir os fios brancos
Não é de hoje que mulheres mais velhas resolveram abandonar os retoques frequentes de tintura e assumir os fios brancos. A novidade é que esses fios brancos, muitas vezes platinados, também andam sendo desejados pelas mais jovens. De quebra, quem estava com os cabelos acinzentados embarcou na moda e passou a pintar o cabelo de branco quase brilhante. "Os platinados estão voltando. Em alguns casos, misturamos pigmento azul para deixar bem branco, com um fundo azulado", explica Roni César, do Circus Hair, salão que atrai público moderninho na rua Augusta, em São Paulo. Os fios artificialmente brancos já passaram até pelas cabeças de cantoras pop como Rihanna, Lady Gaga, Pink e Kelly Osbourne. "As brasileiras demoraram para ter coragem e daí foi uma febre em 2015 e 2016", afirma o cabeleireiro e maquiador Wilson Eliodorio. As mulheres naturalmente grisalhas se beneficiaram com a proliferação de produtos específicos para cabelos platinados, brancos e acinzentados. Xampus roxo (que retiram o aspecto amarelado) e tinturas em diferentes tons de branco ou loiro platinados hoje aparecem aos montes nas prateleiras de perfumarias. Cabeleireiro há 35 anos, Ari Persan diz que os tratamentos de pele ajudaram as mulheres a assumir os brancos. "Uma pele mais jovem com os cabelos brancos e um corte bacana deixam a mulher moderna e sensual, sem parecer vovozinha", diz. Nas suas clientes, ele gosta de usar tonalizantes dourados, para evitar que os fios brancos fiquem amarelados. A produtora executiva Soraya Chara, 55, já se acostumou a ser parada na rua para responder sobre o seu cabelo, totalmente branco. "Eu comecei a ficar grisalha muito nova. Em 2012, o meu cabeleireiro veio com a ideia de deixar branco e foi uma libertação', afirma. Soraya, que usa uma tinta com descolorante para deixar os fios brancos, agora só retoca as raízes a cada dois meses. "Antes era um inferno, a cada 15 dias eu tinha de ir no salão." Como sempre pintou o cabelo, Soraya teve de cortar curtinho antes de aderir ao branco. Isso porque, como se fala nos salões, tinta não clareia tinta. "Se a mulher é grisalha, pinta o cabelo de loiro, e quer ficar branca ou platinada, dá para ir clareando algumas mechas e a raiz, enquanto o cabelo vai crescendo e as pontas sendo cortadas. Mas para quem usa tintas escuras, como castanho-médio ou castanho-escuro, o único jeito é cortar o máximo que puder e esperar crescer", diz Roni César. O motivo é que ao clarear os castanhos artificiais, eles podem ficar alaranjados –um tom cor de água de salsicha. Para quem não quer cortar radicalmente, Persan indica usar colorações temporárias somente na frente e na parte de cima do cabelo para disfarçar o crescimento e não deixar a raiz tão a mostra. CUIDADOS Roni César conta que o que mais faz é mandar para casa cliente que quer ficar com os fios platinados, já que poucos cabelos aguentam o que ele chama de paulada da descoloração. "O cabelo tem uma vida útil. Você pode até descolorir tudo de uma vez, mas, quando for retocar a raiz, na emenda entre o natural e o loiro, os cabelos podem ficar tão fragilizados a ponto de cair", explica o profissional. A blogueira Nina Gabriella, 25, tem nos fios cacheados brancos acinzentados sua marca registrada. Há dois anos e meio, a cabeleireira errou e clareou demais os fios. Passado o susto inicial, ela acabou gostando. "Fiquei um ano sem retocar a raiz porque ele estava muito fragilizado. Passei todo esse tempo só tratando do cabelo. E, então, quando fui retocar, já aproveitei para cortar também e tirar toda a ponta fragilizada", conta. A blogueira diz que as mulheres que optam por descolorações mais fortes devem estar conscientes de que o cabelo estraga e, uma hora ou outra, terá de passar pela tesoura. E olha que Nina trata bem dos fios. Uma vez por semana, ela mistura creme matizador roxo –produto que neutraliza a cor do cabelo e tira tons alaranjados de loiros– com hidratante. Já Soraya conta que usa um xampu lilás diariamente e também aplica máscaras de tratamento. Roni César sugere um cuidado maior: ele aconselha quem clareia totalmente os fios escuros a fazer cauterização no salão de beleza a cada um mês e meio, além da manutenção em casa. Quem quiser aderir aos fios claros, deve pesquisar bem antes de escolher o cabeleireiro. Nina indica fuçar nas redes sociais para saber se o profissional já fez esse tipo de trabalho. Além disso, a avaliação dos fios é muito importante. "Se você chegar e ele já começar a te preparar para o procedimento, desconfie. É preciso ter muita conversa e análise antes", diz. Enquanto as mais jovens apelam para os descolorantes mais "pesados", quem é naturalmente grisalha caminha na direção oposta. "Há uma tendência de fazer luzes brancas e platinadas nesses fios. Assim, aproveitamos o branco natural para dar esse efeito iluminado no cabelo", afirma Wilson Eliodorio.
equilibrioesaude
Cabelos platinados atraem jovens e quem quer assumir os fios brancosNão é de hoje que mulheres mais velhas resolveram abandonar os retoques frequentes de tintura e assumir os fios brancos. A novidade é que esses fios brancos, muitas vezes platinados, também andam sendo desejados pelas mais jovens. De quebra, quem estava com os cabelos acinzentados embarcou na moda e passou a pintar o cabelo de branco quase brilhante. "Os platinados estão voltando. Em alguns casos, misturamos pigmento azul para deixar bem branco, com um fundo azulado", explica Roni César, do Circus Hair, salão que atrai público moderninho na rua Augusta, em São Paulo. Os fios artificialmente brancos já passaram até pelas cabeças de cantoras pop como Rihanna, Lady Gaga, Pink e Kelly Osbourne. "As brasileiras demoraram para ter coragem e daí foi uma febre em 2015 e 2016", afirma o cabeleireiro e maquiador Wilson Eliodorio. As mulheres naturalmente grisalhas se beneficiaram com a proliferação de produtos específicos para cabelos platinados, brancos e acinzentados. Xampus roxo (que retiram o aspecto amarelado) e tinturas em diferentes tons de branco ou loiro platinados hoje aparecem aos montes nas prateleiras de perfumarias. Cabeleireiro há 35 anos, Ari Persan diz que os tratamentos de pele ajudaram as mulheres a assumir os brancos. "Uma pele mais jovem com os cabelos brancos e um corte bacana deixam a mulher moderna e sensual, sem parecer vovozinha", diz. Nas suas clientes, ele gosta de usar tonalizantes dourados, para evitar que os fios brancos fiquem amarelados. A produtora executiva Soraya Chara, 55, já se acostumou a ser parada na rua para responder sobre o seu cabelo, totalmente branco. "Eu comecei a ficar grisalha muito nova. Em 2012, o meu cabeleireiro veio com a ideia de deixar branco e foi uma libertação', afirma. Soraya, que usa uma tinta com descolorante para deixar os fios brancos, agora só retoca as raízes a cada dois meses. "Antes era um inferno, a cada 15 dias eu tinha de ir no salão." Como sempre pintou o cabelo, Soraya teve de cortar curtinho antes de aderir ao branco. Isso porque, como se fala nos salões, tinta não clareia tinta. "Se a mulher é grisalha, pinta o cabelo de loiro, e quer ficar branca ou platinada, dá para ir clareando algumas mechas e a raiz, enquanto o cabelo vai crescendo e as pontas sendo cortadas. Mas para quem usa tintas escuras, como castanho-médio ou castanho-escuro, o único jeito é cortar o máximo que puder e esperar crescer", diz Roni César. O motivo é que ao clarear os castanhos artificiais, eles podem ficar alaranjados –um tom cor de água de salsicha. Para quem não quer cortar radicalmente, Persan indica usar colorações temporárias somente na frente e na parte de cima do cabelo para disfarçar o crescimento e não deixar a raiz tão a mostra. CUIDADOS Roni César conta que o que mais faz é mandar para casa cliente que quer ficar com os fios platinados, já que poucos cabelos aguentam o que ele chama de paulada da descoloração. "O cabelo tem uma vida útil. Você pode até descolorir tudo de uma vez, mas, quando for retocar a raiz, na emenda entre o natural e o loiro, os cabelos podem ficar tão fragilizados a ponto de cair", explica o profissional. A blogueira Nina Gabriella, 25, tem nos fios cacheados brancos acinzentados sua marca registrada. Há dois anos e meio, a cabeleireira errou e clareou demais os fios. Passado o susto inicial, ela acabou gostando. "Fiquei um ano sem retocar a raiz porque ele estava muito fragilizado. Passei todo esse tempo só tratando do cabelo. E, então, quando fui retocar, já aproveitei para cortar também e tirar toda a ponta fragilizada", conta. A blogueira diz que as mulheres que optam por descolorações mais fortes devem estar conscientes de que o cabelo estraga e, uma hora ou outra, terá de passar pela tesoura. E olha que Nina trata bem dos fios. Uma vez por semana, ela mistura creme matizador roxo –produto que neutraliza a cor do cabelo e tira tons alaranjados de loiros– com hidratante. Já Soraya conta que usa um xampu lilás diariamente e também aplica máscaras de tratamento. Roni César sugere um cuidado maior: ele aconselha quem clareia totalmente os fios escuros a fazer cauterização no salão de beleza a cada um mês e meio, além da manutenção em casa. Quem quiser aderir aos fios claros, deve pesquisar bem antes de escolher o cabeleireiro. Nina indica fuçar nas redes sociais para saber se o profissional já fez esse tipo de trabalho. Além disso, a avaliação dos fios é muito importante. "Se você chegar e ele já começar a te preparar para o procedimento, desconfie. É preciso ter muita conversa e análise antes", diz. Enquanto as mais jovens apelam para os descolorantes mais "pesados", quem é naturalmente grisalha caminha na direção oposta. "Há uma tendência de fazer luzes brancas e platinadas nesses fios. Assim, aproveitamos o branco natural para dar esse efeito iluminado no cabelo", afirma Wilson Eliodorio.
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Governo adota no SUS pílula que previne HIV em grupos de risco
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta (24) a incorporação no SUS de tratamento que previne a infecção pelo HIV. A terapia será ofertada a grupos mais expostos ao risco, como homens que fazem sexo com homens e profissionais do sexo. O tratamento consiste na administração diária do antirretroviral Truvada, que é uma combinação de outros dois medicamentos (tenofovir e emtricitabina), em pessoas não infectadas pelo HIV que mantêm relações de risco. No primeiro ano, o tratamento estará disponível para 7.000 pessoas, número que foi tido como insuficiente por especialistas durante discussão sobre o assunto na Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias), que recomendou a terapia. Segundo eles, o cálculo de 7.000 só atingiria 3,8% dos homens gays e bis –trans, travestis e heterossexuais não entrariam nesse cálculo. Estimativa feita nos EUA prevê que um quarto dos homens que fazem sexo com homens teriam recomendação para usar a a chamada "prep" (da sigla em inglês para profilaxia pré-exposição). Se a mesma proporção fosse usada no Brasil, mais de 220 mil pessoas deveriam receber a terapia. Desde 2012 a OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda a oferta de prep para casais sorodiscordantes (ou seja, em que um dos parceiros tem HIV), homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo e transgêneros (travestis e transexuais). As taxas de prevalência de HIV são mais elevadas nesses subgrupos populacionais (varia de 5% a 10%), quando comparadas às taxas na população geral (0,4%). No anúncio de ontem, o ministério não informou quais grupos de risco terão prioridade na indicação da droga. Para isso, segundo o órgão, profissionais da saúde vão realizar uma avaliação da vulnerabilidade do paciente. "Uma série de critérios deve ser levada em conta antes da indicação da prep, como o número de parceiros sexuais, os outros métodos de prevenção utilizados, o compromisso com a adesão ao medicamento, entre outros", afirmou Adele Benzaken, diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Para o infectologista Esper Kallás, professor e pesquisador da USP, a quantidade inicial prevista de comprimidos no Brasil não é problema porque a oferta poderá ser redimensionada conforme a demanda. "A incorporação é um grande avanço. Há dez anos, éramos chamados de loucos, antiéticos, havia preconceito. Ver isso sendo transformado em realidade é show." O investimento inicial do Ministério da Saúde será de US$ 1,9 milhão na compra de 2,5 milhões de comprimidos, o que deve atender a demanda pelo período de um ano. A distribuição da terapia no SUS começa em 180 dias. DROGA CONTRA HIV - Entenda benefícios e efeitos do medicamento Mario Scheffer, professor do departamento de saúde preventiva da USP, afirma que, pelo fato de a patente do Truvada estar em domínio público, fica aberto o caminho para os genéricos, o que reduziria o custo. Ainda cabe recurso da farmacêutica Gilead, fabricante da droga. Segundo ele, muitos dos grupos vulneráveis ainda não foram sequer informados sobre a distribuição ou do que se trata a prep. "Vai ter campanha dirigida aos mais vulneráveis informando sobre o novo direito? Faz tempo que o Ministério da Saúde censurou campanhas dirigidas aos homossexuais e profissionais do sexo", diz Scheffer. EFEITOS COLATERAIS Nos últimos anos, a discussão sobre a oferta da prep no SUS gerou questionamentos sobre a possibilidade de a terapia criar resistência ou causar efeitos colaterais em pessoas saudáveis, que, dificilmente, seriam convencidas a fazer uso diário de um remédio. Para Esper Kallás, a profilaxia provoca poucos efeitos colaterais. "São facilmente administráveis." Ele diz que outra grande vantagem da prep é trazer essas pessoas para o centro de assistência. "Não é só dar o remédio e prevenir os efeitos colaterais, é dar aconselhamento sobre o uso da camisinha e o teste de HIV com frequência, reduzir o número de parceiros. É uma ação em saúde pública." Para Kallás, a relação de custo e benefício da droga é altíssima porque, ao prevenir uma infecção nessa população vulnerável, várias outras pessoas estarão sendo poupadas do risco de se infectar com o vírus. A prevenção será ofertada nos serviços do SUS que já trabalham com prevenção do HIV. Segundo o ministério, a prep só será indicada após testagem do paciente para HIV, uma vez que ela é contraindicada para pessoas já infectadas pelo vírus. Nesses casos, ela pode causar resistência ao tratamento. Atualmente, 827 mil pessoas vivem com HIV/Aids no país. Desse total, 372 mil ainda não estão em tratamento, sendo que 260 mil já sabem que estão infectadas e 112 mil pessoas desconhecem o fato. Com a nova medida, o Brasil se torna o primeiro país da América Latina a utilizar essa estratégia de prevenção como política de saúde pública.
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Governo adota no SUS pílula que previne HIV em grupos de riscoO Ministério da Saúde anunciou nesta quarta (24) a incorporação no SUS de tratamento que previne a infecção pelo HIV. A terapia será ofertada a grupos mais expostos ao risco, como homens que fazem sexo com homens e profissionais do sexo. O tratamento consiste na administração diária do antirretroviral Truvada, que é uma combinação de outros dois medicamentos (tenofovir e emtricitabina), em pessoas não infectadas pelo HIV que mantêm relações de risco. No primeiro ano, o tratamento estará disponível para 7.000 pessoas, número que foi tido como insuficiente por especialistas durante discussão sobre o assunto na Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias), que recomendou a terapia. Segundo eles, o cálculo de 7.000 só atingiria 3,8% dos homens gays e bis –trans, travestis e heterossexuais não entrariam nesse cálculo. Estimativa feita nos EUA prevê que um quarto dos homens que fazem sexo com homens teriam recomendação para usar a a chamada "prep" (da sigla em inglês para profilaxia pré-exposição). Se a mesma proporção fosse usada no Brasil, mais de 220 mil pessoas deveriam receber a terapia. Desde 2012 a OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda a oferta de prep para casais sorodiscordantes (ou seja, em que um dos parceiros tem HIV), homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo e transgêneros (travestis e transexuais). As taxas de prevalência de HIV são mais elevadas nesses subgrupos populacionais (varia de 5% a 10%), quando comparadas às taxas na população geral (0,4%). No anúncio de ontem, o ministério não informou quais grupos de risco terão prioridade na indicação da droga. Para isso, segundo o órgão, profissionais da saúde vão realizar uma avaliação da vulnerabilidade do paciente. "Uma série de critérios deve ser levada em conta antes da indicação da prep, como o número de parceiros sexuais, os outros métodos de prevenção utilizados, o compromisso com a adesão ao medicamento, entre outros", afirmou Adele Benzaken, diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Para o infectologista Esper Kallás, professor e pesquisador da USP, a quantidade inicial prevista de comprimidos no Brasil não é problema porque a oferta poderá ser redimensionada conforme a demanda. "A incorporação é um grande avanço. Há dez anos, éramos chamados de loucos, antiéticos, havia preconceito. Ver isso sendo transformado em realidade é show." O investimento inicial do Ministério da Saúde será de US$ 1,9 milhão na compra de 2,5 milhões de comprimidos, o que deve atender a demanda pelo período de um ano. A distribuição da terapia no SUS começa em 180 dias. DROGA CONTRA HIV - Entenda benefícios e efeitos do medicamento Mario Scheffer, professor do departamento de saúde preventiva da USP, afirma que, pelo fato de a patente do Truvada estar em domínio público, fica aberto o caminho para os genéricos, o que reduziria o custo. Ainda cabe recurso da farmacêutica Gilead, fabricante da droga. Segundo ele, muitos dos grupos vulneráveis ainda não foram sequer informados sobre a distribuição ou do que se trata a prep. "Vai ter campanha dirigida aos mais vulneráveis informando sobre o novo direito? Faz tempo que o Ministério da Saúde censurou campanhas dirigidas aos homossexuais e profissionais do sexo", diz Scheffer. EFEITOS COLATERAIS Nos últimos anos, a discussão sobre a oferta da prep no SUS gerou questionamentos sobre a possibilidade de a terapia criar resistência ou causar efeitos colaterais em pessoas saudáveis, que, dificilmente, seriam convencidas a fazer uso diário de um remédio. Para Esper Kallás, a profilaxia provoca poucos efeitos colaterais. "São facilmente administráveis." Ele diz que outra grande vantagem da prep é trazer essas pessoas para o centro de assistência. "Não é só dar o remédio e prevenir os efeitos colaterais, é dar aconselhamento sobre o uso da camisinha e o teste de HIV com frequência, reduzir o número de parceiros. É uma ação em saúde pública." Para Kallás, a relação de custo e benefício da droga é altíssima porque, ao prevenir uma infecção nessa população vulnerável, várias outras pessoas estarão sendo poupadas do risco de se infectar com o vírus. A prevenção será ofertada nos serviços do SUS que já trabalham com prevenção do HIV. Segundo o ministério, a prep só será indicada após testagem do paciente para HIV, uma vez que ela é contraindicada para pessoas já infectadas pelo vírus. Nesses casos, ela pode causar resistência ao tratamento. Atualmente, 827 mil pessoas vivem com HIV/Aids no país. Desse total, 372 mil ainda não estão em tratamento, sendo que 260 mil já sabem que estão infectadas e 112 mil pessoas desconhecem o fato. Com a nova medida, o Brasil se torna o primeiro país da América Latina a utilizar essa estratégia de prevenção como política de saúde pública.
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Israel escolheu o caminho do racismo e da ocupação, diz OLP após pleito
A OLP (Organização pela Libertação da Palestina) afirmou nesta quarta-feira (18), após o anúncio da vitória do premiê Binyamin Netanyahu nas eleições israelenses, que Israel havia escolhido a via do "racismo e da ocupação" ao invés da negociação. Israel "escolheu o caminho da ocupação e da colonização, não das negociações", disse Yaser Abed Rabo, secretário-geral da OLP. O Likud, partido de Netanyahu, conquistou o maior número de cadeiras no Kneset (Parlamento israelense), em uma vitória inesperada contra a oposição. Na tentativa de conquistar votos de eleitores conservadores, Netanyahu afirmou que não haveria um Estado palestino caso fosse reeleito e que ampliaria a construção de assentamentos em Jerusalém oriental. No entanto, como o partido não conquistou cadeiras suficientes para governar sozinho, deverá negociar com outras agremiações para formar o governo. O resultado oficial será anunciado até o dia 25. "Estamos diante de uma sociedade israelense contaminada pelo racismo e de uma política de ocupação e de construção de colônias" afirmou Abed Rabo. "Temos adiante um caminho longo e difícil de luta contra Israel". "Temos que aprimorar nossa administração para limitar a cooperação [com Israel] a temas de segurança e ir ao tribunal de Haia contra as colônias e os crimes cometidos por Israel na operação em Gaza". As relações entre Israel e a Autoridade Palestina, governo que controla partes da Cisjordânia, deterioraram muito desde o fracasso das conversas de paz mediadas pelos Estados Unidos, em abril de 2014. Desde então, a relação entre ambos foi marcada pela operação militar em Gaza que matou mais de 2.000 palestinos entre julho e agosto, por episódios de violência em Jerusalém e pressões diplomáticas dos palestinos contra Israel nas Nações Unidas e no Tribunal Penal Internacional, em Haia.
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Israel escolheu o caminho do racismo e da ocupação, diz OLP após pleitoA OLP (Organização pela Libertação da Palestina) afirmou nesta quarta-feira (18), após o anúncio da vitória do premiê Binyamin Netanyahu nas eleições israelenses, que Israel havia escolhido a via do "racismo e da ocupação" ao invés da negociação. Israel "escolheu o caminho da ocupação e da colonização, não das negociações", disse Yaser Abed Rabo, secretário-geral da OLP. O Likud, partido de Netanyahu, conquistou o maior número de cadeiras no Kneset (Parlamento israelense), em uma vitória inesperada contra a oposição. Na tentativa de conquistar votos de eleitores conservadores, Netanyahu afirmou que não haveria um Estado palestino caso fosse reeleito e que ampliaria a construção de assentamentos em Jerusalém oriental. No entanto, como o partido não conquistou cadeiras suficientes para governar sozinho, deverá negociar com outras agremiações para formar o governo. O resultado oficial será anunciado até o dia 25. "Estamos diante de uma sociedade israelense contaminada pelo racismo e de uma política de ocupação e de construção de colônias" afirmou Abed Rabo. "Temos adiante um caminho longo e difícil de luta contra Israel". "Temos que aprimorar nossa administração para limitar a cooperação [com Israel] a temas de segurança e ir ao tribunal de Haia contra as colônias e os crimes cometidos por Israel na operação em Gaza". As relações entre Israel e a Autoridade Palestina, governo que controla partes da Cisjordânia, deterioraram muito desde o fracasso das conversas de paz mediadas pelos Estados Unidos, em abril de 2014. Desde então, a relação entre ambos foi marcada pela operação militar em Gaza que matou mais de 2.000 palestinos entre julho e agosto, por episódios de violência em Jerusalém e pressões diplomáticas dos palestinos contra Israel nas Nações Unidas e no Tribunal Penal Internacional, em Haia.
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Pede para sair, Del Nero
Eram favas contadas. A estreia com derrota da seleção e a ausência do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, nas eliminatórias da Copa. Há algum tempo digo que o Brasil deixou de ser favorito, que a gente precisa parar de tratar o time atual com as honras do passado. Não deu outra, levou de dois do Chile. Você ficou surpreso? Eu não. O que me faz acreditar ainda mais que, pelo andar da carruagem, nos aproximaremos cada vez mais do dia em que a seleção brasileira ficará fora de uma Copa. Pode não ser na próxima, mas vai acontecer. E aí chegamos onde as coisas precisam começar a mudar. Em termos de representatividade, continuamos perdendo por WO. Del Nero não acompanhou a estreia da seleção nas eliminatórias do próximo Mundial, assim como já não tinha dado as caras na Copa América. As seguidas ausências em eventos oficiais da Fifa têm aumentado a chance de o Brasil perder sua cadeira entre os membros da entidade. São 27 representantes que têm o poder de definir os rumos do futebol, torneios, regras, processos eleitorais. Perder essa vaga seria tomar mais uma goleada pública e vexatória. A cada dia que permanece no cargo, Del Nero demonstra que a única preocupação que tem é com ele mesmo. Com ele, com seu poder, com seu salário e suas ações obscuras. Ele debocha tanto de todos que recentemente a namorada da vez ganhou uma sala no prédio da CBF, conforme li no blog de Juca Kfouri. A decisão da Fifa de suspender Joseph Blatter e Michel Platini por causa das acusações que estão enfrentando foi exemplar. Nos dá um pingo de esperança de que as instituições encontrem um caminho para recuperar respeito. Imagino que o dinheiro falou mais alto. A Fifa sabe que empresas como Coca-Cola, McDonald's, Budweiser e Visa, que pediram a cabeça de Blatter, não têm o menor interesse em vincular suas marcas à pilantragem. O que estão esperando os patrocinadores da seleção para dar um ultimato à CBF e pedir o afastamento de seu presidente, investigado pelo FBI, pela CPI do Futebol e que, a cada viagem internacional cancelada, assina um atestado de culpa? São 14 empresas que só perdem ao vincular seus nomes a uma entidade sem credibilidade, que comanda uma seleção desacreditada. É muito dinheiro em jogo. Nike, o maior patrocinador, desembolsa R$ 90 milhões. Vivo, Ambev, Itaú, Sadia têm cotas que variam entre R$ 25 e R$ 45 milhões. E ainda têm Michelin, Gol, Unimed, Samsung, Mastercard, Gillette, Chevrolet e Englishtown, que entram com montantes entre R$ 9 e R$ 20 milhões. Em setembro, a Ultrafarma engrossou o quinhão. Imagino a reunião onde gênios do marketing resolveram investir na seleção, talvez na pior crise moral do futebol brasileiro. Muita coisa precisa mudar, mas a primeira é o presidente da CBF. Del Nero, pede para sair.
colunas
Pede para sair, Del NeroEram favas contadas. A estreia com derrota da seleção e a ausência do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, nas eliminatórias da Copa. Há algum tempo digo que o Brasil deixou de ser favorito, que a gente precisa parar de tratar o time atual com as honras do passado. Não deu outra, levou de dois do Chile. Você ficou surpreso? Eu não. O que me faz acreditar ainda mais que, pelo andar da carruagem, nos aproximaremos cada vez mais do dia em que a seleção brasileira ficará fora de uma Copa. Pode não ser na próxima, mas vai acontecer. E aí chegamos onde as coisas precisam começar a mudar. Em termos de representatividade, continuamos perdendo por WO. Del Nero não acompanhou a estreia da seleção nas eliminatórias do próximo Mundial, assim como já não tinha dado as caras na Copa América. As seguidas ausências em eventos oficiais da Fifa têm aumentado a chance de o Brasil perder sua cadeira entre os membros da entidade. São 27 representantes que têm o poder de definir os rumos do futebol, torneios, regras, processos eleitorais. Perder essa vaga seria tomar mais uma goleada pública e vexatória. A cada dia que permanece no cargo, Del Nero demonstra que a única preocupação que tem é com ele mesmo. Com ele, com seu poder, com seu salário e suas ações obscuras. Ele debocha tanto de todos que recentemente a namorada da vez ganhou uma sala no prédio da CBF, conforme li no blog de Juca Kfouri. A decisão da Fifa de suspender Joseph Blatter e Michel Platini por causa das acusações que estão enfrentando foi exemplar. Nos dá um pingo de esperança de que as instituições encontrem um caminho para recuperar respeito. Imagino que o dinheiro falou mais alto. A Fifa sabe que empresas como Coca-Cola, McDonald's, Budweiser e Visa, que pediram a cabeça de Blatter, não têm o menor interesse em vincular suas marcas à pilantragem. O que estão esperando os patrocinadores da seleção para dar um ultimato à CBF e pedir o afastamento de seu presidente, investigado pelo FBI, pela CPI do Futebol e que, a cada viagem internacional cancelada, assina um atestado de culpa? São 14 empresas que só perdem ao vincular seus nomes a uma entidade sem credibilidade, que comanda uma seleção desacreditada. É muito dinheiro em jogo. Nike, o maior patrocinador, desembolsa R$ 90 milhões. Vivo, Ambev, Itaú, Sadia têm cotas que variam entre R$ 25 e R$ 45 milhões. E ainda têm Michelin, Gol, Unimed, Samsung, Mastercard, Gillette, Chevrolet e Englishtown, que entram com montantes entre R$ 9 e R$ 20 milhões. Em setembro, a Ultrafarma engrossou o quinhão. Imagino a reunião onde gênios do marketing resolveram investir na seleção, talvez na pior crise moral do futebol brasileiro. Muita coisa precisa mudar, mas a primeira é o presidente da CBF. Del Nero, pede para sair.
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Petroleiras continuarão a ter cota para compra de produto nacional, diz Dilma
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta (14) que não haverá mudanças na política de conteúdo nacional -que estabelece um percentual mínimo de contratação na indústria brasileira. Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, e a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, disseram que as exigências de conteúdo nacional seriam flexibilizadas e que alguma novidade seria implementada já no leilão de exploração e produção de petróleo marcado para outubro. Dilma, porém, defendeu a atual política de conteúdo local para evitar a "maldição do petróleo", em que a riqueza gerada pela indústria petrolífera resulta em enriquecimento de um setor e empobrecimento do resto do país. "Se essa demanda [para construção de navios] não for atendida por trabalhadores brasileiros, por empresas instaladas aqui, (...) nós estaremos ameaçando o Brasil com uma coisa que no mundo se chamou a maldição do petróleo", disse. PARTILHA PERMANECE Dilma também defendeu a manutenção dos regimes usados para exploração de petróleo: de partilha, em campos de pré-sal, e de concessão. Na partilha, a propriedade do petróleo extraído é do Estado. A vencedora do leilão assume o custo e o risco de explorar e extrair o produto, em troca de parte do que for produzido. Já na concessão, vigente nos antigos contratos de exploração, o vencedor do leilão paga um valor ao Estado em troca da propriedade do petróleo extraído em um certo bloco, por um certo período (em regra, de 20 a 30 anos). Alguns investidores defendem que, com a atual crise financeira que dificulta investimentos da Petrobras, as formas de contrato deveriam ser revistas. "Os dois modelos que vigem no Brasil têm de ser mantidos", disse a presidente em Ipojuca (PE), em cerimônia de inauguração de um navio no estaleiro Atlântico Sul. Este foi o primeiro evento público de Dilma com a Petrobras neste ano e o primeiro ao lado dos novos presidentes da empresa, Aldemir Bendine, e da Transpetro, Cláudio Campos, que substituíram Graça Foster e Sérgio Machado após as investigações da Lava Jato. MATO NOS ESTALEIROS Sem citar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Dilma disse que o tucano "desmantelou" a indústria da construção naval e ressaltou investimentos feitos desde a gestão Lula. "O Brasil tinha sido nos anos 80 o segundo maior produtor na área de indústria naval e esse foi um processo que foi desmantelado", disse. "Foi tão desmantelado que os estaleiros que existiam quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao governo eram estaleiros que produziam pequenas embarcações, alguns dos quais tinham grama no chão, porque ninguém passava." Dilma ressaltou que, apesar das investigações de corrupção na Petrobras, a empresa ganhou o prêmio da OTC (Offshore Technology Conferences), considerado o Oscar da tecnologia, pela capacidade de extrair petróleo em alta profundidade. "Vocês vejam que ironia. (...) Ao mesmo tempo, essa mesma empresa é forte o suficiente para ganha o Oscar tecnológico na OTC, nos EUA." Na cerimônia, o presidente do Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore), Ariovaldo Rocha, cobrou publicamente do presidente da Petrobras a continuidade do Promef (Programa de Modernização e Expansão da Frota), que financia as encomendas de navios feitas pela Petrobras. Ao todo, o Promef viabilizou investimento de R$ 10,8 bilhões na encomenda de 49 navios a estaleiros nacionais. JAPONESES Nesta tarde, a presidente irá se reunir com presidentes das japonesas IHI Corporation, Kawasaki Heavy Industries e Mitsubishi Heavy Industries, que têm participação em estaleiros brasileiros, como o EAS. As empresas estão preocupadas com o desaquecimento da indústria da construção naval no país. Segundo reportagem do "Valor", os empresários devem cobrar de Dilma uma sinalização de que será mantida a demanda aos estaleiros pela fabricação de sondas e navios para a Petrobras e que a Sete Brasil irá honrar os pagamentos. Como reflexo do escândalo de corrupção na Petrobras, diversas encomendas na área foram suspensas. Em fevereiro, o estaleiro Atlântico Sul encerrou um contrato para fornecer sete sondas do pré-sal à Sete Brasil, que tem a estatal entre seus acionistas, devido a atrasos no pagamento. Desde outubro, o EAS demitiu cerca de 1.400 trabalhadores, segundo cálculo do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco.
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Petroleiras continuarão a ter cota para compra de produto nacional, diz DilmaA presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta (14) que não haverá mudanças na política de conteúdo nacional -que estabelece um percentual mínimo de contratação na indústria brasileira. Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, e a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, disseram que as exigências de conteúdo nacional seriam flexibilizadas e que alguma novidade seria implementada já no leilão de exploração e produção de petróleo marcado para outubro. Dilma, porém, defendeu a atual política de conteúdo local para evitar a "maldição do petróleo", em que a riqueza gerada pela indústria petrolífera resulta em enriquecimento de um setor e empobrecimento do resto do país. "Se essa demanda [para construção de navios] não for atendida por trabalhadores brasileiros, por empresas instaladas aqui, (...) nós estaremos ameaçando o Brasil com uma coisa que no mundo se chamou a maldição do petróleo", disse. PARTILHA PERMANECE Dilma também defendeu a manutenção dos regimes usados para exploração de petróleo: de partilha, em campos de pré-sal, e de concessão. Na partilha, a propriedade do petróleo extraído é do Estado. A vencedora do leilão assume o custo e o risco de explorar e extrair o produto, em troca de parte do que for produzido. Já na concessão, vigente nos antigos contratos de exploração, o vencedor do leilão paga um valor ao Estado em troca da propriedade do petróleo extraído em um certo bloco, por um certo período (em regra, de 20 a 30 anos). Alguns investidores defendem que, com a atual crise financeira que dificulta investimentos da Petrobras, as formas de contrato deveriam ser revistas. "Os dois modelos que vigem no Brasil têm de ser mantidos", disse a presidente em Ipojuca (PE), em cerimônia de inauguração de um navio no estaleiro Atlântico Sul. Este foi o primeiro evento público de Dilma com a Petrobras neste ano e o primeiro ao lado dos novos presidentes da empresa, Aldemir Bendine, e da Transpetro, Cláudio Campos, que substituíram Graça Foster e Sérgio Machado após as investigações da Lava Jato. MATO NOS ESTALEIROS Sem citar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Dilma disse que o tucano "desmantelou" a indústria da construção naval e ressaltou investimentos feitos desde a gestão Lula. "O Brasil tinha sido nos anos 80 o segundo maior produtor na área de indústria naval e esse foi um processo que foi desmantelado", disse. "Foi tão desmantelado que os estaleiros que existiam quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao governo eram estaleiros que produziam pequenas embarcações, alguns dos quais tinham grama no chão, porque ninguém passava." Dilma ressaltou que, apesar das investigações de corrupção na Petrobras, a empresa ganhou o prêmio da OTC (Offshore Technology Conferences), considerado o Oscar da tecnologia, pela capacidade de extrair petróleo em alta profundidade. "Vocês vejam que ironia. (...) Ao mesmo tempo, essa mesma empresa é forte o suficiente para ganha o Oscar tecnológico na OTC, nos EUA." Na cerimônia, o presidente do Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore), Ariovaldo Rocha, cobrou publicamente do presidente da Petrobras a continuidade do Promef (Programa de Modernização e Expansão da Frota), que financia as encomendas de navios feitas pela Petrobras. Ao todo, o Promef viabilizou investimento de R$ 10,8 bilhões na encomenda de 49 navios a estaleiros nacionais. JAPONESES Nesta tarde, a presidente irá se reunir com presidentes das japonesas IHI Corporation, Kawasaki Heavy Industries e Mitsubishi Heavy Industries, que têm participação em estaleiros brasileiros, como o EAS. As empresas estão preocupadas com o desaquecimento da indústria da construção naval no país. Segundo reportagem do "Valor", os empresários devem cobrar de Dilma uma sinalização de que será mantida a demanda aos estaleiros pela fabricação de sondas e navios para a Petrobras e que a Sete Brasil irá honrar os pagamentos. Como reflexo do escândalo de corrupção na Petrobras, diversas encomendas na área foram suspensas. Em fevereiro, o estaleiro Atlântico Sul encerrou um contrato para fornecer sete sondas do pré-sal à Sete Brasil, que tem a estatal entre seus acionistas, devido a atrasos no pagamento. Desde outubro, o EAS demitiu cerca de 1.400 trabalhadores, segundo cálculo do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco.
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Premiê paquistanês diz que ataque que matou líder Taleban violou soberania
O premiê do Paquistão, Nawaz Sharif, acusou neste domingo (22) os EUA de violar a soberania do país após a confirmação de que o líder da milícia Taleban, Akhtar Mansour, foi morto em um ataque de drone em Dalbandin (província de Baluchistão), perto da fronteira com o Afeganistão. Trata-se provavelmente da segunda mais importante incursão dos EUA em território paquistanês desde a morte, em 2011, do então líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden. Islamabad só foi informado da operação após sua conclusão, disse o premiê Sharif. A morte de Mansour foi oficialmente confirmada pelo Afeganistão, que em mais de uma ocasião acusou o país vizinho de abrigar terroristas. O Pentágono, no entanto, não confirmou a informação. Não está claro por quanto tempo Mansour permaneceu no Paquistão antes de ser morto. Ele foi alvo de um ataque aéreo enquanto viajava de carro com outro homem, que também morreu e foi identificado por autoridades paquistanesas como um motorista de táxi. Segundo o chanceler do Paquistão, um passaporte do país foi encontrado junto à carcaça do veículo destruído. O documento, sob o nome de Wali Muhammad, mostra uma recente viagem de seu portador ao Irã. Não se sabe se Mansour vinha usando o passaporte. SUCESSÃO Com a morte de Mansour, a liderança do Taleban fica em aberto. Segundo a Reuters, chefes da milícia já estão reunidos para debater a sucessão. Uma definição, porém, pode levar dias ou semanas. Alguns analistas acreditam que a facção possa entrar em fase de disputa pelo poder, o que impediria qualquer avanço para negociações de paz com o governo afegão. Entre os mais cotados estão Sirajuddin Haqqani e Mohammad Yaqub. Haqqani é o líder da rede homônima, braço do Taleban conhecido por sua violência e com fortes conexões com a Al Qaeda. A maior parte dos ataques suicidas cometidos em Cabul, capital afegã, é de sua autoria. Yaqub é filho do mulá Omar (antecessor de Mansour e fundador do Taleban), figura popular e carismática entre milicianos de base. Segundo as autoridades afegãs, ele apoia as negociações de paz com Cabul. Atualmente, Yaqub comanda comissões militares do Taleban em 15 das 34 províncias afegãs. Mansour nasceu no início dos anos 1960 na província de Kandahar, berço da rebelião do Taleban, que mais tarde governou o Afeganistão de 1996 até 2001, quando houve a invasão dos EUA no país. Mansour assumiu formalmente a liderança do Taleban em julho do ano passado, mas já ocupava na prática a função desde a morte do mulá Omar, em 2013.
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Premiê paquistanês diz que ataque que matou líder Taleban violou soberaniaO premiê do Paquistão, Nawaz Sharif, acusou neste domingo (22) os EUA de violar a soberania do país após a confirmação de que o líder da milícia Taleban, Akhtar Mansour, foi morto em um ataque de drone em Dalbandin (província de Baluchistão), perto da fronteira com o Afeganistão. Trata-se provavelmente da segunda mais importante incursão dos EUA em território paquistanês desde a morte, em 2011, do então líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden. Islamabad só foi informado da operação após sua conclusão, disse o premiê Sharif. A morte de Mansour foi oficialmente confirmada pelo Afeganistão, que em mais de uma ocasião acusou o país vizinho de abrigar terroristas. O Pentágono, no entanto, não confirmou a informação. Não está claro por quanto tempo Mansour permaneceu no Paquistão antes de ser morto. Ele foi alvo de um ataque aéreo enquanto viajava de carro com outro homem, que também morreu e foi identificado por autoridades paquistanesas como um motorista de táxi. Segundo o chanceler do Paquistão, um passaporte do país foi encontrado junto à carcaça do veículo destruído. O documento, sob o nome de Wali Muhammad, mostra uma recente viagem de seu portador ao Irã. Não se sabe se Mansour vinha usando o passaporte. SUCESSÃO Com a morte de Mansour, a liderança do Taleban fica em aberto. Segundo a Reuters, chefes da milícia já estão reunidos para debater a sucessão. Uma definição, porém, pode levar dias ou semanas. Alguns analistas acreditam que a facção possa entrar em fase de disputa pelo poder, o que impediria qualquer avanço para negociações de paz com o governo afegão. Entre os mais cotados estão Sirajuddin Haqqani e Mohammad Yaqub. Haqqani é o líder da rede homônima, braço do Taleban conhecido por sua violência e com fortes conexões com a Al Qaeda. A maior parte dos ataques suicidas cometidos em Cabul, capital afegã, é de sua autoria. Yaqub é filho do mulá Omar (antecessor de Mansour e fundador do Taleban), figura popular e carismática entre milicianos de base. Segundo as autoridades afegãs, ele apoia as negociações de paz com Cabul. Atualmente, Yaqub comanda comissões militares do Taleban em 15 das 34 províncias afegãs. Mansour nasceu no início dos anos 1960 na província de Kandahar, berço da rebelião do Taleban, que mais tarde governou o Afeganistão de 1996 até 2001, quando houve a invasão dos EUA no país. Mansour assumiu formalmente a liderança do Taleban em julho do ano passado, mas já ocupava na prática a função desde a morte do mulá Omar, em 2013.
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Corinthians pode garantir vantagem para a final do Paulista na quarta-feira
O Corinthians enfrenta o XV de Piracicaba, fora de casa, na próxima quarta-feira (8), tentando garantir a vantagem de poder fazer a segunda partida de uma eventual final do Campeonato Paulista jogando em casa, independentemente dos resultados dos jogos dos seus rivais ou da sua campanha no mata-mata da competição. Segundo o regulamento do Paulista, o time que tiver a melhor campanha entre os dois finalistas, somando todas as fases da competição, tem a vantagem de fazer o segundo jogo da decisão em sua casa. Se o Corinthians vencer o XV de Piracicaba, em partida válida pela última rodada da primeira fase da competição, ele chegará a 39 pontos. Mesmo se empatar e passar nos pênaltis pelas quartas de final (contra a Ponte Preta) e pela semifinal, disputadas em jogo único, a equipe somaria 41 pontos até a decisão. O Santos, que tem a segunda melhor campanha do Paulista até o momento, com 31 pontos, poderia chegar no máximo a 40 –se vencer o jogo da próxima quarta, contra o Rio Claro, e os confrontos das quartas (contra XV de Piracicaba ou Penapolense) e da semifinal. Com o empate em 1 a 1 com o Santos no último domingo (5), o Corinthians garantiu a melhor campanha da primeira fase do Paulista. Além disso, a equipe também já tem a vantagem de jogar em casa os confrontos das quartas de final e de uma eventual semifinal.
esporte
Corinthians pode garantir vantagem para a final do Paulista na quarta-feiraO Corinthians enfrenta o XV de Piracicaba, fora de casa, na próxima quarta-feira (8), tentando garantir a vantagem de poder fazer a segunda partida de uma eventual final do Campeonato Paulista jogando em casa, independentemente dos resultados dos jogos dos seus rivais ou da sua campanha no mata-mata da competição. Segundo o regulamento do Paulista, o time que tiver a melhor campanha entre os dois finalistas, somando todas as fases da competição, tem a vantagem de fazer o segundo jogo da decisão em sua casa. Se o Corinthians vencer o XV de Piracicaba, em partida válida pela última rodada da primeira fase da competição, ele chegará a 39 pontos. Mesmo se empatar e passar nos pênaltis pelas quartas de final (contra a Ponte Preta) e pela semifinal, disputadas em jogo único, a equipe somaria 41 pontos até a decisão. O Santos, que tem a segunda melhor campanha do Paulista até o momento, com 31 pontos, poderia chegar no máximo a 40 –se vencer o jogo da próxima quarta, contra o Rio Claro, e os confrontos das quartas (contra XV de Piracicaba ou Penapolense) e da semifinal. Com o empate em 1 a 1 com o Santos no último domingo (5), o Corinthians garantiu a melhor campanha da primeira fase do Paulista. Além disso, a equipe também já tem a vantagem de jogar em casa os confrontos das quartas de final e de uma eventual semifinal.
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Veja o cartum da série "Cabeças" de Rafael Campos Rocha
RAFAEL CAMPOS ROCHA, 46, é ilustrador e cartunista.
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Veja o cartum da série "Cabeças" de Rafael Campos RochaRAFAEL CAMPOS ROCHA, 46, é ilustrador e cartunista.
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Isaquias ganha o bronze no Mundial e garante vaga para o Brasil na Rio-2016
O canoista Isaquias Queiroz, 21, conquistou a medalha de bronze no Mundial de canoagem, que acontece em Milão, na Itália. Ele ficou em terceiro lugar na categoria C1 200 m, com o tempo de 38s915. Ele foi superado pelo bielorrusso Artsem Kozyr, que cravou 38s605 e ficou com a medalha de ouro, e pelo chinês Qiang Li (38s815), que ganhou a prata. Com o resultado, Isaquias Queiroz garantiu ao Brasil uma vaga na categoria C1 200 na Olimpíada do Rio. "Eu sabia que podia classificar [para a Rio 2016], ainda mais depois da ótima semifinal que eu fiz junto com o campeão mundial. Também sabia que podia pegar medalha aqui, mas eu queria a de ouro, eu errei na saída", disse Isaquias ao site oficial da Confederação Brasileira de Canoagem. É a quinta medalha do canoísta em Mundiais. Em 2013, ele conquistou o ouro no C1 500 m e o bronze no C1 1.000 M. No ano passado, faturou o ouro no C1 500 m e o bronze no C2 200m. Ele ganhou também três medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto: foi ouro no C1 1.000 m e C1 200 m e prata no C2 1.000 m. Como o Brasil já tem vaga na categoria C1 1.000 M na Olimpíada do Rio, Isaquias Queiroz não disputou a prova, que é a sua especialidade. PROMESSA BRASILEIRA Nascido em Ubaitaba, conhecida como a "cidade das canoas", onde o Brasil mantém um centro de treinamento para as categorias de base da modalidade, Isaquias tem uma história marcada pela superação. Aos 3 anos, ele sofreu queimaduras em casa que marcam sua pele até hoje. Aos 10, o maior drama. Após cair de uma árvore em cima de pedras, ele teve hemorragia interna e precisou retirar um dos rins. O fato gerou até o apelido "sem rim" na adolescência. Atualmente, com controle de alimentação, ele diz que isso não o atrapalha. Isaquias é uma das principais apostas do COB para ganhar uma das 30 medalhas projetadas para a Rio-2016. Atualmente, Isaquias recebe a Bolsa Pódio do governo federal (até R$ 15 mil mensais) e treina em Lagoa Santa (MG), com toda estrutura necessária para ser medalhista olímpico ano que vem.
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Isaquias ganha o bronze no Mundial e garante vaga para o Brasil na Rio-2016O canoista Isaquias Queiroz, 21, conquistou a medalha de bronze no Mundial de canoagem, que acontece em Milão, na Itália. Ele ficou em terceiro lugar na categoria C1 200 m, com o tempo de 38s915. Ele foi superado pelo bielorrusso Artsem Kozyr, que cravou 38s605 e ficou com a medalha de ouro, e pelo chinês Qiang Li (38s815), que ganhou a prata. Com o resultado, Isaquias Queiroz garantiu ao Brasil uma vaga na categoria C1 200 na Olimpíada do Rio. "Eu sabia que podia classificar [para a Rio 2016], ainda mais depois da ótima semifinal que eu fiz junto com o campeão mundial. Também sabia que podia pegar medalha aqui, mas eu queria a de ouro, eu errei na saída", disse Isaquias ao site oficial da Confederação Brasileira de Canoagem. É a quinta medalha do canoísta em Mundiais. Em 2013, ele conquistou o ouro no C1 500 m e o bronze no C1 1.000 M. No ano passado, faturou o ouro no C1 500 m e o bronze no C2 200m. Ele ganhou também três medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto: foi ouro no C1 1.000 m e C1 200 m e prata no C2 1.000 m. Como o Brasil já tem vaga na categoria C1 1.000 M na Olimpíada do Rio, Isaquias Queiroz não disputou a prova, que é a sua especialidade. PROMESSA BRASILEIRA Nascido em Ubaitaba, conhecida como a "cidade das canoas", onde o Brasil mantém um centro de treinamento para as categorias de base da modalidade, Isaquias tem uma história marcada pela superação. Aos 3 anos, ele sofreu queimaduras em casa que marcam sua pele até hoje. Aos 10, o maior drama. Após cair de uma árvore em cima de pedras, ele teve hemorragia interna e precisou retirar um dos rins. O fato gerou até o apelido "sem rim" na adolescência. Atualmente, com controle de alimentação, ele diz que isso não o atrapalha. Isaquias é uma das principais apostas do COB para ganhar uma das 30 medalhas projetadas para a Rio-2016. Atualmente, Isaquias recebe a Bolsa Pódio do governo federal (até R$ 15 mil mensais) e treina em Lagoa Santa (MG), com toda estrutura necessária para ser medalhista olímpico ano que vem.
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Habitat 3 e a nova agenda urbana
Uma das mais importantes cúpulas mundiais, conhecida formalmente como Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável - Habitat, está na terceira edição de uma série que começou em 1976, com o objetivo de fortalecer os compromissos globais para o desenvolvimento sustentável das cidades. A Habitat 3 será em Quito, no Equador, em outubro de 2016, e tem como meta principal a definição de uma nova agenda para o desenvolvimento urbano nas próximas décadas, considerando prioridades e estratégias compatíveis com os padrões de evolução do novo século. Um momento importante para que estados-membros, organizações multilaterais, governos locais, setor privado e sociedade civil possam harmonizar o entendimento de problemas, oportunidades e complexos desafios resultantes das novas tendências de urbanização no mundo. A escolha da Assembleia Geral das Nações Unidas pelo tema "Nova Agenda Urbana" faz todo sentido, uma vez que, na metade deste século, quatro em cada cinco pessoas no mundo estarão vivendo em cidades. Portanto, a urbanização torna-se não só um modelo de direcionamento, mas a gênese do desenvolvimento, com poder para mudar a vida das pessoas, para pior ou melhor. Além disso, essa "nova agenda" terá significante impacto na determinação das prioridades de financiamento pelo sistema financeiro internacional e nas definições de políticas públicas, tanto nacionais quanto locais. A conferência em Quito deverá ser espaço para a discussão de uma série de questões importantes sobre o desenvolvimento sustentável das cidades, como formas de utilização do espaço físico, modelos que permitam integração e equidade social, e definição de políticas nacionais de desenvolvimento urbano. Esse novo padrão de desenvolvimento deve envolver todas as possíveis formas de assentamento humano e as políticas governamentais mais apropriadas para a urbanização dos espaços físicos, considerando as áreas urbanas, suburbanas e rurais. Além disso, deverá fortalecer os padrões institucionais capazes de garantir a efetiva implantação dos parâmetros e direcionamentos trazidos pela nova agenda urbana. Isso implica em definir, em cada país e de acordo com o estabelecido nesse documento, um novo modelo de desenvolvimento. A visão da cidade e sua configuração, a definição de soluções técnicas e as considerações ambientais, num contexto de planejamento urbano municipal e regional, também farão parte da nova agenda. Esse novo modelo envolve, ainda, a criação de leis e regulamentos para o uso e ocupação do solo, critérios e provisões adequadas para o planejamento e os projetos dos espaços urbanos, além de métodos de administração municipal que garantam a otimização dos recursos públicos. Nas reuniões preparatórias do Habitat 3, foram estabelecidas as dez principais unidades de políticas públicas que devem ser objeto das discussões e dos relatórios específicos em Quito: direito à cidade para todos, estrutura urbana sociocultural, políticas urbanas nacionais, governança urbana, finanças municipais, estratégias urbanas espaciais, ecologia, resiliência urbana, serviços urbanos aliados à tecnologia, e políticas habitacionais. Adequadamente estruturados, esses assuntos que contemplam os principais aspectos do desenvolvimento urbano trarão importante guia para que as cidades do mundo trilhem os caminhos do crescimento sustentável que, não podemos esquecer, pressupõe o equilíbrio entre desenvolvimento econômico, equidade social e preservação do meio ambiente, num modelo perene de evolução.
colunas
Habitat 3 e a nova agenda urbanaUma das mais importantes cúpulas mundiais, conhecida formalmente como Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável - Habitat, está na terceira edição de uma série que começou em 1976, com o objetivo de fortalecer os compromissos globais para o desenvolvimento sustentável das cidades. A Habitat 3 será em Quito, no Equador, em outubro de 2016, e tem como meta principal a definição de uma nova agenda para o desenvolvimento urbano nas próximas décadas, considerando prioridades e estratégias compatíveis com os padrões de evolução do novo século. Um momento importante para que estados-membros, organizações multilaterais, governos locais, setor privado e sociedade civil possam harmonizar o entendimento de problemas, oportunidades e complexos desafios resultantes das novas tendências de urbanização no mundo. A escolha da Assembleia Geral das Nações Unidas pelo tema "Nova Agenda Urbana" faz todo sentido, uma vez que, na metade deste século, quatro em cada cinco pessoas no mundo estarão vivendo em cidades. Portanto, a urbanização torna-se não só um modelo de direcionamento, mas a gênese do desenvolvimento, com poder para mudar a vida das pessoas, para pior ou melhor. Além disso, essa "nova agenda" terá significante impacto na determinação das prioridades de financiamento pelo sistema financeiro internacional e nas definições de políticas públicas, tanto nacionais quanto locais. A conferência em Quito deverá ser espaço para a discussão de uma série de questões importantes sobre o desenvolvimento sustentável das cidades, como formas de utilização do espaço físico, modelos que permitam integração e equidade social, e definição de políticas nacionais de desenvolvimento urbano. Esse novo padrão de desenvolvimento deve envolver todas as possíveis formas de assentamento humano e as políticas governamentais mais apropriadas para a urbanização dos espaços físicos, considerando as áreas urbanas, suburbanas e rurais. Além disso, deverá fortalecer os padrões institucionais capazes de garantir a efetiva implantação dos parâmetros e direcionamentos trazidos pela nova agenda urbana. Isso implica em definir, em cada país e de acordo com o estabelecido nesse documento, um novo modelo de desenvolvimento. A visão da cidade e sua configuração, a definição de soluções técnicas e as considerações ambientais, num contexto de planejamento urbano municipal e regional, também farão parte da nova agenda. Esse novo modelo envolve, ainda, a criação de leis e regulamentos para o uso e ocupação do solo, critérios e provisões adequadas para o planejamento e os projetos dos espaços urbanos, além de métodos de administração municipal que garantam a otimização dos recursos públicos. Nas reuniões preparatórias do Habitat 3, foram estabelecidas as dez principais unidades de políticas públicas que devem ser objeto das discussões e dos relatórios específicos em Quito: direito à cidade para todos, estrutura urbana sociocultural, políticas urbanas nacionais, governança urbana, finanças municipais, estratégias urbanas espaciais, ecologia, resiliência urbana, serviços urbanos aliados à tecnologia, e políticas habitacionais. Adequadamente estruturados, esses assuntos que contemplam os principais aspectos do desenvolvimento urbano trarão importante guia para que as cidades do mundo trilhem os caminhos do crescimento sustentável que, não podemos esquecer, pressupõe o equilíbrio entre desenvolvimento econômico, equidade social e preservação do meio ambiente, num modelo perene de evolução.
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Ator e diretor Paulo Tiefenthaler é o novo colunista do 'Comida'
O ator e diretor Paulo Tiefenthaler passa a publicar, a partir desta edição, uma coluna em "Comida". Na coluna, Tiefenthaler escreverá uma vez por mês sobre os bastidores e os perrengues da cozinha de um amador, em tom de crônica, e dará dicas para cozinheiros de primeira viagem. O novo colunista ficou conhecido por seu papel no programa "Larica Total", do Canal Brasil. Confira o texto aqui.
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Ator e diretor Paulo Tiefenthaler é o novo colunista do 'Comida'O ator e diretor Paulo Tiefenthaler passa a publicar, a partir desta edição, uma coluna em "Comida". Na coluna, Tiefenthaler escreverá uma vez por mês sobre os bastidores e os perrengues da cozinha de um amador, em tom de crônica, e dará dicas para cozinheiros de primeira viagem. O novo colunista ficou conhecido por seu papel no programa "Larica Total", do Canal Brasil. Confira o texto aqui.
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Quem me conhece sabe que eu jamais seria machista, diz dono da Riachuelo
Após ser surpreendido por uma ação ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Norte, pedindo R$ 38 milhões em indenização por questionamentos em contratos de fábricas terceirizadas, o empresário Flavio Rocha, dono da Riachuelo, se abriu nas redes sociais nos últimos dias. Queixou-se da intervenção do órgão, dizendo que o "cerco" prejudica mais o trabalhador do que a Riachuelo, que pode continuar crescendo e levando os empregos para outros países e Estados. As reclamações, que ele direcionou a uma procuradora especificamente, repercutiram na rede, gerando protestos de procuradores, mas também manifestações de apoio de funcionários. Leia a entrevista de Flavio Rocha à Folha. * Folha - A que o senhor atribui este caso do Rio Grande do Norte? Flavio Rocha - É um caso da hiperregulação, do intervencionismo estatal distorcendo, em prejuízo do trabalhador, o funcionamento do livre mercado de trabalho. Até 2008, a Guararapes tinha 20 mil trabalhadores em Natal e 90% da roupa vendida na Riachuelo era feita em Natal e Fortaleza. Com o fechamento do cerco, e exigências que afetavam a competitividade, enquanto a Riachuelo ficou cinco vezes maior, essa participação diminuiu e hoje é menos de 20% –são 7.000 funcionários. O sr. diz que o MPT persegue a terceirização? A posição do MPT do RN sempre foi contrária à terceirização. E como havia uma brecha jurídica aí, era realmente uma zona nebulosa. Nosso planejado inicialmente era ter fornecimento de 300 fábricas no Estado. Só tiramos o pé porque começou toda essa pressão policialesca de invadir fábrica. Mesmo assim, o que existia de incerteza deixou de existir porque a lei de terceirização é clara. Não tem mais vácuo jurídico a ser preenchido. Aí surgiu uma nova tese, que foi abraçada pelo MP que é essa subordinação estrutural, que tenta invalidar a terceirização sem que tivéssemos afrontado nenhuma lei. Em cima disso fomos autuados em R$ 38 milhões, mais a exigência de assinar as carteiras de 4.000 funcionários de 60 fábricas terceirizadas. E tem fábricas dessas que atendem outras empresas. Como vou assinar carteira de todo mundo, se lá está passando peça de outros? O caso é emblemático porque toca também no machismo. A procuradora que o sr. critica na internet é uma mulher. Se fosse homem, teria feito as mesmas provocações? Quem me conhece jamais me consideraria machista. Somos uma empresa que valoriza as mulheres. Me referi a conceitos. Tudo ocorreu com um post didático que fiz quando teve a autuação, tentando mostrar relações de causa e efeito: esses nove anos de pressão e exigências que extrapolavam a legislação não tinham feito nenhum mal à Riachuelo. Mas tinham feito grande mal ao trabalhador. Depois o sr. colocou um pedido de desculpas. Não foram pelos meus posts que a coisa esquentou. Eu não esperava a erupção de solidariedade. Esse grito estava atravessado na garganta de tanta gente. Depois dessa consideração, que fiz: 'dra, isso que a senhora está fazendo está atingindo é o trabalhador', veio muita coisa agressiva. E não queria estar liderando essa enxurrada. Vieram coisas agressivas, inclusive machistas, mas que absolutamente não estavam no meu conteúdo. Outra questão bem atual deste caso: é difícil administrar nosso comportamento na internet? O que eu apaguei, e me arrependi, é porque fiz um raciocínio aritmético: que o efeito negativo desse cerco regulatório, desse esforço do Ministério Público do Trabalho em ser reconhecido como o mais rigoroso, em vez de trazer benefícios, tinha trazido um prejuízo maior do que os cinco anos de seca. O que se perdeu: a fábrica da Coteminas, quatro fábricas da Alpargatas, dois terços da Guararapes. Tem 20 fábricas que foram embora, que desistiram, porque ninguém tem o amor pelo Rio Grande do Norte que eu tenho. Eu talvez tenha sido ingênuo. Deveria ter ficado calado, como meu pai me aconselhou. Ele falou: 'deixa para lá, a gente vai para outro lugar'. Ele se cansou de sofrer. Numa entrevista que o sr. deu em 2015, disse que acabou o "eleitor súdito de pires na mão para o Estado" e nasceu um "eleitor-consumidor-cidadão". Esse apoio que o sr. recebeu agora de trabalhadores que estão protestando é fruto dessa mudança de cultura? Sim. Em uma cidade como esta onde teve a manifestação, São José do Seridó, antes, na época do Bolsa Família e do Funrural, ela era uma achatada pirâmide social, onde o fiel da balança eleitoral são 60% da base da pirâmide. Um salário mínimo diferencia uma pessoa, dá uma dignidade, a coloca num grau de cidadania mais elevado. Essa transformação se deu em cidades com essa. São pessoas que têm a sua dignidade, seu salário, compram sua moto, sua casa. Medo de perder o emprego também conta para o apoio. Nada mais legítimo. Mesmo porque a ameaça é concreta e está aí. Isso gerou essa indignação contra o que seria o protetor aos trabalhadores. Como estão as suas pretensões políticas? Vai ser candidato em 2018? Zero. Não tenho. Mesmo porque eu tenho consciência das minhas limitações. Talvez tenha havido uma certa confusão porque eu tenho falado muito o que eu acredito sobre a triste figura do "empresário-moita". Essa omissão causou uma tomada de poder por uma elite burocrática que se apoderou do Estado e gerou essa cadeia de coisas ruins para a competitividade, que pode paralisar o país. Mas agora, com esse novo eleitor que vota diferente, que tem uma visão de Estado diferente, a mudança está vindo. Nesse episódio do Rio Grande do Norte ficou desmoralizado o conflito artificial anos 50 marxista do patrão contra o empregado. A solidariedade dos nossos funcionários: o hashtag "mexeu com o meu painho mexeu com nós tudinho". O nome do sr. tem sido defendido por empresários. O sr. está mesmo fora de 2018? Eu não sou egoísta a ponto de dizer: "Ah, isso vai mexer com a minha privacidade" ou "não porque vai me tirar da minha empresa". É porque eu não acho que eu seja convocado para qualquer função diferente desta. Eu acho que estou numa cadeira que pode ser mais importante do que a cadeira de qualquer governador do Estado. Como o sr avalia a situação do presidente Michel Temer? Foi um visionário quando tirou do bolso do colete, antes de a gente enxergar esses ventos liberalizantes, o melhor plano de governo. Picareta é quem gosta do Estado grande. Merece um crédito de confiança quem está lutando para diminuir o Estado. Vai entregar um governo saneado ou com condições melhores.
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Quem me conhece sabe que eu jamais seria machista, diz dono da RiachueloApós ser surpreendido por uma ação ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Norte, pedindo R$ 38 milhões em indenização por questionamentos em contratos de fábricas terceirizadas, o empresário Flavio Rocha, dono da Riachuelo, se abriu nas redes sociais nos últimos dias. Queixou-se da intervenção do órgão, dizendo que o "cerco" prejudica mais o trabalhador do que a Riachuelo, que pode continuar crescendo e levando os empregos para outros países e Estados. As reclamações, que ele direcionou a uma procuradora especificamente, repercutiram na rede, gerando protestos de procuradores, mas também manifestações de apoio de funcionários. Leia a entrevista de Flavio Rocha à Folha. * Folha - A que o senhor atribui este caso do Rio Grande do Norte? Flavio Rocha - É um caso da hiperregulação, do intervencionismo estatal distorcendo, em prejuízo do trabalhador, o funcionamento do livre mercado de trabalho. Até 2008, a Guararapes tinha 20 mil trabalhadores em Natal e 90% da roupa vendida na Riachuelo era feita em Natal e Fortaleza. Com o fechamento do cerco, e exigências que afetavam a competitividade, enquanto a Riachuelo ficou cinco vezes maior, essa participação diminuiu e hoje é menos de 20% –são 7.000 funcionários. O sr. diz que o MPT persegue a terceirização? A posição do MPT do RN sempre foi contrária à terceirização. E como havia uma brecha jurídica aí, era realmente uma zona nebulosa. Nosso planejado inicialmente era ter fornecimento de 300 fábricas no Estado. Só tiramos o pé porque começou toda essa pressão policialesca de invadir fábrica. Mesmo assim, o que existia de incerteza deixou de existir porque a lei de terceirização é clara. Não tem mais vácuo jurídico a ser preenchido. Aí surgiu uma nova tese, que foi abraçada pelo MP que é essa subordinação estrutural, que tenta invalidar a terceirização sem que tivéssemos afrontado nenhuma lei. Em cima disso fomos autuados em R$ 38 milhões, mais a exigência de assinar as carteiras de 4.000 funcionários de 60 fábricas terceirizadas. E tem fábricas dessas que atendem outras empresas. Como vou assinar carteira de todo mundo, se lá está passando peça de outros? O caso é emblemático porque toca também no machismo. A procuradora que o sr. critica na internet é uma mulher. Se fosse homem, teria feito as mesmas provocações? Quem me conhece jamais me consideraria machista. Somos uma empresa que valoriza as mulheres. Me referi a conceitos. Tudo ocorreu com um post didático que fiz quando teve a autuação, tentando mostrar relações de causa e efeito: esses nove anos de pressão e exigências que extrapolavam a legislação não tinham feito nenhum mal à Riachuelo. Mas tinham feito grande mal ao trabalhador. Depois o sr. colocou um pedido de desculpas. Não foram pelos meus posts que a coisa esquentou. Eu não esperava a erupção de solidariedade. Esse grito estava atravessado na garganta de tanta gente. Depois dessa consideração, que fiz: 'dra, isso que a senhora está fazendo está atingindo é o trabalhador', veio muita coisa agressiva. E não queria estar liderando essa enxurrada. Vieram coisas agressivas, inclusive machistas, mas que absolutamente não estavam no meu conteúdo. Outra questão bem atual deste caso: é difícil administrar nosso comportamento na internet? O que eu apaguei, e me arrependi, é porque fiz um raciocínio aritmético: que o efeito negativo desse cerco regulatório, desse esforço do Ministério Público do Trabalho em ser reconhecido como o mais rigoroso, em vez de trazer benefícios, tinha trazido um prejuízo maior do que os cinco anos de seca. O que se perdeu: a fábrica da Coteminas, quatro fábricas da Alpargatas, dois terços da Guararapes. Tem 20 fábricas que foram embora, que desistiram, porque ninguém tem o amor pelo Rio Grande do Norte que eu tenho. Eu talvez tenha sido ingênuo. Deveria ter ficado calado, como meu pai me aconselhou. Ele falou: 'deixa para lá, a gente vai para outro lugar'. Ele se cansou de sofrer. Numa entrevista que o sr. deu em 2015, disse que acabou o "eleitor súdito de pires na mão para o Estado" e nasceu um "eleitor-consumidor-cidadão". Esse apoio que o sr. recebeu agora de trabalhadores que estão protestando é fruto dessa mudança de cultura? Sim. Em uma cidade como esta onde teve a manifestação, São José do Seridó, antes, na época do Bolsa Família e do Funrural, ela era uma achatada pirâmide social, onde o fiel da balança eleitoral são 60% da base da pirâmide. Um salário mínimo diferencia uma pessoa, dá uma dignidade, a coloca num grau de cidadania mais elevado. Essa transformação se deu em cidades com essa. São pessoas que têm a sua dignidade, seu salário, compram sua moto, sua casa. Medo de perder o emprego também conta para o apoio. Nada mais legítimo. Mesmo porque a ameaça é concreta e está aí. Isso gerou essa indignação contra o que seria o protetor aos trabalhadores. Como estão as suas pretensões políticas? Vai ser candidato em 2018? Zero. Não tenho. Mesmo porque eu tenho consciência das minhas limitações. Talvez tenha havido uma certa confusão porque eu tenho falado muito o que eu acredito sobre a triste figura do "empresário-moita". Essa omissão causou uma tomada de poder por uma elite burocrática que se apoderou do Estado e gerou essa cadeia de coisas ruins para a competitividade, que pode paralisar o país. Mas agora, com esse novo eleitor que vota diferente, que tem uma visão de Estado diferente, a mudança está vindo. Nesse episódio do Rio Grande do Norte ficou desmoralizado o conflito artificial anos 50 marxista do patrão contra o empregado. A solidariedade dos nossos funcionários: o hashtag "mexeu com o meu painho mexeu com nós tudinho". O nome do sr. tem sido defendido por empresários. O sr. está mesmo fora de 2018? Eu não sou egoísta a ponto de dizer: "Ah, isso vai mexer com a minha privacidade" ou "não porque vai me tirar da minha empresa". É porque eu não acho que eu seja convocado para qualquer função diferente desta. Eu acho que estou numa cadeira que pode ser mais importante do que a cadeira de qualquer governador do Estado. Como o sr avalia a situação do presidente Michel Temer? Foi um visionário quando tirou do bolso do colete, antes de a gente enxergar esses ventos liberalizantes, o melhor plano de governo. Picareta é quem gosta do Estado grande. Merece um crédito de confiança quem está lutando para diminuir o Estado. Vai entregar um governo saneado ou com condições melhores.
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"Já quis abandonar a carreira por dificuldades", diz Elza Soares
Premiada a voz do milênio pela BBC, Elza Soares pensou em parar de cantar no meio de sua estrada de mais de 60 anos de arte. Foi o que revelou à Serafina a cantora, que aos 80 anos abraça novos estilos musicais no álbum "A Mulher do Fim do Mundo", lançado em 2015. Elza abriu seu apartamento em Copacabana para conversar sobre o ofício de cantar com Linn da Quebrada. Auto-definida como "bicha, preta, trans e periférica", Linn, 26, angaria fundos para lançar seu primeiro álbum, "Pajubá". Leia abaixo a entrevista. Em que você está trabalhando neste exato momento? Estou trabalhando como louca! Estou na estrada com a turnê do meu show "A Mulher do Fim do Mundo". Estou no espetáculo "CORTA!", como atriz, no Teatro Clara Nunes. Iniciando o projeto da minha biografia. Se minha coluna permitisse eu faria muito mais coisas, sou muito inquieta! Teve alguma música que te levou a querer ser artista? Qual, quando e por quê? A música "Lama", cantei no programa do Ary Barroso, fui ao programa como caloura e, se eu ganhasse a nota máxima, eu ganharia um prêmio em dinheiro. Já era viúva e precisava muito de dinheiro para sustentar meus filhos. Qual foi o momento em que você olhou no espelho e pensou: sou cantora? Quando Ary Barroso anunciou ao público que naquele momento "Acabava de nascer uma estrela", demorei entender que ele se referia a mim. Cheguei em casa orgulhosa da minha façanha (risos). Tem algum momento em que olhe no espelho e pense: não sou cantor? Quando? Sempre entendi que sou uma cantora, nunca imaginei exercer outro ofício. Mas já tive vontade de abandonar a carreira por conta de tantas dificuldades na vida, e quem me salvou foi o Caetano, depois da Paula [Lavigne, empresária e ex-mulher de Caetano], eu sou a pessoa que mais ama Caetano (risos). Amor e respeito profundo! Qual é seu conselho para alguém que quer ser cantor? Seja disciplinado e atento às oportunidades, não se acomode e se arrisque sempre, nunca fique na zona de conforto, se desafie todo o tempo, tenho certeza que alcançará resultados positivos. E, se alcançar o sucesso. seja humilde sempre, nunca tire o pé do chão, lembre sempre de onde você veio e que o mundo dá voltas. Qual foi o melhor conselho que recebeu? Nunca tive um empresário ou produtor que me guiasse no passado, me faltou orientação. Minha sorte é que sempre fui muito intuitiva e corajosa, quando acredito. me jogo. Mas hoje tenho uma equipe que trocamos muito, cada passo é muito bem pensado, tenho o Juliano Almeida, meu produtor e empresário, que confio plenamente! Não tenho mais tempo a perder em meu ofício, sou muito grata a todos! Que palavra define sua relação com a arte hoje? Paixão! É a paixão por meu trabalho que me move. Se não fosse artista, seria o quê? Não sei. A música é o meu remédio, por isso imploro: me deixem cantar até o fim! Uma música que todos deveriam ouvir? Todas as músicas do meu novo álbum "Mulher do Fim do Mundo", que agora vamos lançar o álbum também em remix para tocar nas pistas do mundo inteiro.
serafina
"Já quis abandonar a carreira por dificuldades", diz Elza SoaresPremiada a voz do milênio pela BBC, Elza Soares pensou em parar de cantar no meio de sua estrada de mais de 60 anos de arte. Foi o que revelou à Serafina a cantora, que aos 80 anos abraça novos estilos musicais no álbum "A Mulher do Fim do Mundo", lançado em 2015. Elza abriu seu apartamento em Copacabana para conversar sobre o ofício de cantar com Linn da Quebrada. Auto-definida como "bicha, preta, trans e periférica", Linn, 26, angaria fundos para lançar seu primeiro álbum, "Pajubá". Leia abaixo a entrevista. Em que você está trabalhando neste exato momento? Estou trabalhando como louca! Estou na estrada com a turnê do meu show "A Mulher do Fim do Mundo". Estou no espetáculo "CORTA!", como atriz, no Teatro Clara Nunes. Iniciando o projeto da minha biografia. Se minha coluna permitisse eu faria muito mais coisas, sou muito inquieta! Teve alguma música que te levou a querer ser artista? Qual, quando e por quê? A música "Lama", cantei no programa do Ary Barroso, fui ao programa como caloura e, se eu ganhasse a nota máxima, eu ganharia um prêmio em dinheiro. Já era viúva e precisava muito de dinheiro para sustentar meus filhos. Qual foi o momento em que você olhou no espelho e pensou: sou cantora? Quando Ary Barroso anunciou ao público que naquele momento "Acabava de nascer uma estrela", demorei entender que ele se referia a mim. Cheguei em casa orgulhosa da minha façanha (risos). Tem algum momento em que olhe no espelho e pense: não sou cantor? Quando? Sempre entendi que sou uma cantora, nunca imaginei exercer outro ofício. Mas já tive vontade de abandonar a carreira por conta de tantas dificuldades na vida, e quem me salvou foi o Caetano, depois da Paula [Lavigne, empresária e ex-mulher de Caetano], eu sou a pessoa que mais ama Caetano (risos). Amor e respeito profundo! Qual é seu conselho para alguém que quer ser cantor? Seja disciplinado e atento às oportunidades, não se acomode e se arrisque sempre, nunca fique na zona de conforto, se desafie todo o tempo, tenho certeza que alcançará resultados positivos. E, se alcançar o sucesso. seja humilde sempre, nunca tire o pé do chão, lembre sempre de onde você veio e que o mundo dá voltas. Qual foi o melhor conselho que recebeu? Nunca tive um empresário ou produtor que me guiasse no passado, me faltou orientação. Minha sorte é que sempre fui muito intuitiva e corajosa, quando acredito. me jogo. Mas hoje tenho uma equipe que trocamos muito, cada passo é muito bem pensado, tenho o Juliano Almeida, meu produtor e empresário, que confio plenamente! Não tenho mais tempo a perder em meu ofício, sou muito grata a todos! Que palavra define sua relação com a arte hoje? Paixão! É a paixão por meu trabalho que me move. Se não fosse artista, seria o quê? Não sei. A música é o meu remédio, por isso imploro: me deixem cantar até o fim! Uma música que todos deveriam ouvir? Todas as músicas do meu novo álbum "Mulher do Fim do Mundo", que agora vamos lançar o álbum também em remix para tocar nas pistas do mundo inteiro.
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Sharon Van Etten canta aos corações dilacerados em show no Cine Joia
NATÁLIA ALBERTONI DE SÃO PAULO "Quebre minhas pernas para que eu não caminhe até você/ Corte minha língua para que eu não possa falar com você", canta a americana Sharon Van Etten em "Your Love Is Killing Me", música do seu disco mais recente, "Are We There", que ela apresenta na sexta (12), no Cine Joia. O trecho passa uma ideia do teor das composições que a cantora e guitarrista tem para mostrar. Autora de um dos melhores discos de 2014, uma mistura de rock e folk, Etten faz uma ode aos corações dilacerados. O clima é chorar a dor de cotovelo. Se possível, vá acompanhada e com maquiagem à prova d'água. Cine Joia. Pça. Carlos Gomes, 82, Sé, tel. 3101-1305. 992 pessoas. Sex. (12): 21h. 90 min. 18 anos. Ingr.: R$ 180 (estudantes: R$ 90). Valet (R$ 25). Ingr. p/ sympla.com.br.
saopaulo
Sharon Van Etten canta aos corações dilacerados em show no Cine JoiaNATÁLIA ALBERTONI DE SÃO PAULO "Quebre minhas pernas para que eu não caminhe até você/ Corte minha língua para que eu não possa falar com você", canta a americana Sharon Van Etten em "Your Love Is Killing Me", música do seu disco mais recente, "Are We There", que ela apresenta na sexta (12), no Cine Joia. O trecho passa uma ideia do teor das composições que a cantora e guitarrista tem para mostrar. Autora de um dos melhores discos de 2014, uma mistura de rock e folk, Etten faz uma ode aos corações dilacerados. O clima é chorar a dor de cotovelo. Se possível, vá acompanhada e com maquiagem à prova d'água. Cine Joia. Pça. Carlos Gomes, 82, Sé, tel. 3101-1305. 992 pessoas. Sex. (12): 21h. 90 min. 18 anos. Ingr.: R$ 180 (estudantes: R$ 90). Valet (R$ 25). Ingr. p/ sympla.com.br.
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Brasil volta aos velhos amigos
A presidente Dilma Rousseff investiu duas horas e meia de seu tempo, na semana passada, em reunião com nove de seus ministros para discutir um único assunto: a sua viagem aos Estados Unidos, na próxima semana. Prova do interesse que tem no êxito dessa missão. Do lado norte-americano, o interesse não é menor, do que se infere de frase de Thomas Shannon, ex-embaixador no Brasil e hoje conselheiro do Departamento de Estado, em texto enviado a um seminário de que não pôde participar. Afirmou Shannon: "Continuo convencido de que o relacionamento entre o Brasil e os Estados Unidos será um dos relacionamentos que definirão o século 21". Pena que o carinho mútuo não tenha sido suficiente para elaborar, até agora, uma agenda realmente suculenta. Em parte por isso, a grande graça da visita de Dilma estará na indicação sutil de uma reorientação da política externa brasileira. No período Lula/Celso Amorim, a ênfase esteve mais na relação Sul/Sul, ou seja, com os chamados emergentes. Agora, ela se volta para o Norte ou, mais amplamente, para o Ocidente. É significativo que as viagens de Dilma neste primeiro semestre e uma que planeja para mais adiante tenham sido e será para países ocidentais (México, Estados Unidos, Japão no futuro próximo, embora este seja ocidental apenas politicamente, não geograficamente). Sem contar o desejo de retomar a negociação Mercosul/União Europeia, manifestado em Bruxelas, a outra grande capital ocidental. A cúpula do Itamaraty prefere não usar a palavra reorientação ou qualquer sinônimo. Prefere dizer que se trata de fazer funcionar os eixos tradicionais da diplomacia brasileira, sem, no entanto, deixar os menos tradicionais de lado. O Itamaraty faz questão de lembrar que uma das primeiras viagens do chanceler Mauro Vieira foi à África, o continente ao qual Lula/Amorim deram extraordinária atenção. Seja como for, a nova ênfase se insere na decisão do chanceler de fazer uma política externa combinada com o conjunto de ministros, em vez de deixá-la sob o virtual monopólio que o Itamaraty sempre exerceu. Se é assim, pesarão as duas pastas (Agricultura e Desenvolvimento, Indústria e Comércio) que têm mais interesse no comércio global, uma das principais vertentes da diplomacia contemporânea As duas são chefiadas por personalidades vindas do mercado, Kátia Abreu e Armando Monteiro. É natural que defendam políticas pró-mercado, o que acaba se confundindo com Ocidente e, ainda mais naturalmente, com o líder ocidental que são os Estados Unidos. Aliás, é bom saber que recente pesquisa do Pew Research Center revela que quase dois terços dos brasileiros (63% exatamente) confiam nas posições que o presidente Barack Obama adota em política internacional. É uma porcentagem superior à dos norte-americanos com idêntica confiança e à dos três vizinhos que participaram da pesquisa (Argentina, só 40%; Chile, 60%; Peru, 53%). Se é assim, a reaproximação com os EUA terá mais aplausos do que vaias, coisa rara no atual momento do governo Dilma.
colunas
Brasil volta aos velhos amigosA presidente Dilma Rousseff investiu duas horas e meia de seu tempo, na semana passada, em reunião com nove de seus ministros para discutir um único assunto: a sua viagem aos Estados Unidos, na próxima semana. Prova do interesse que tem no êxito dessa missão. Do lado norte-americano, o interesse não é menor, do que se infere de frase de Thomas Shannon, ex-embaixador no Brasil e hoje conselheiro do Departamento de Estado, em texto enviado a um seminário de que não pôde participar. Afirmou Shannon: "Continuo convencido de que o relacionamento entre o Brasil e os Estados Unidos será um dos relacionamentos que definirão o século 21". Pena que o carinho mútuo não tenha sido suficiente para elaborar, até agora, uma agenda realmente suculenta. Em parte por isso, a grande graça da visita de Dilma estará na indicação sutil de uma reorientação da política externa brasileira. No período Lula/Celso Amorim, a ênfase esteve mais na relação Sul/Sul, ou seja, com os chamados emergentes. Agora, ela se volta para o Norte ou, mais amplamente, para o Ocidente. É significativo que as viagens de Dilma neste primeiro semestre e uma que planeja para mais adiante tenham sido e será para países ocidentais (México, Estados Unidos, Japão no futuro próximo, embora este seja ocidental apenas politicamente, não geograficamente). Sem contar o desejo de retomar a negociação Mercosul/União Europeia, manifestado em Bruxelas, a outra grande capital ocidental. A cúpula do Itamaraty prefere não usar a palavra reorientação ou qualquer sinônimo. Prefere dizer que se trata de fazer funcionar os eixos tradicionais da diplomacia brasileira, sem, no entanto, deixar os menos tradicionais de lado. O Itamaraty faz questão de lembrar que uma das primeiras viagens do chanceler Mauro Vieira foi à África, o continente ao qual Lula/Amorim deram extraordinária atenção. Seja como for, a nova ênfase se insere na decisão do chanceler de fazer uma política externa combinada com o conjunto de ministros, em vez de deixá-la sob o virtual monopólio que o Itamaraty sempre exerceu. Se é assim, pesarão as duas pastas (Agricultura e Desenvolvimento, Indústria e Comércio) que têm mais interesse no comércio global, uma das principais vertentes da diplomacia contemporânea As duas são chefiadas por personalidades vindas do mercado, Kátia Abreu e Armando Monteiro. É natural que defendam políticas pró-mercado, o que acaba se confundindo com Ocidente e, ainda mais naturalmente, com o líder ocidental que são os Estados Unidos. Aliás, é bom saber que recente pesquisa do Pew Research Center revela que quase dois terços dos brasileiros (63% exatamente) confiam nas posições que o presidente Barack Obama adota em política internacional. É uma porcentagem superior à dos norte-americanos com idêntica confiança e à dos três vizinhos que participaram da pesquisa (Argentina, só 40%; Chile, 60%; Peru, 53%). Se é assim, a reaproximação com os EUA terá mais aplausos do que vaias, coisa rara no atual momento do governo Dilma.
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Texto de Aloysio Nunes Ferreira é desrespeito à inteligência, diz leitor
São Paulo está muito mal representado no Senado por Aloysio Nunes Ferreira, implicado em falcatruas. Seu artigo Diplomacia do vale-tudo é um desrespeito à inteligência do leitor. Começa por criticar um funcionário público, que foi desautorizado de imediato por seus superiores ao emitir mensagem sobre o impeachment, e mistura críticas a autoridades estrangeiras que, na opinião dele, ousaram mencionar, uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Cabeça errática. E pede explicações ao ministro das Relações Exteriores. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
paineldoleitor
Texto de Aloysio Nunes Ferreira é desrespeito à inteligência, diz leitorSão Paulo está muito mal representado no Senado por Aloysio Nunes Ferreira, implicado em falcatruas. Seu artigo Diplomacia do vale-tudo é um desrespeito à inteligência do leitor. Começa por criticar um funcionário público, que foi desautorizado de imediato por seus superiores ao emitir mensagem sobre o impeachment, e mistura críticas a autoridades estrangeiras que, na opinião dele, ousaram mencionar, uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Cabeça errática. E pede explicações ao ministro das Relações Exteriores. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Leitor diverge de colunista e faz defesa da Lei do Direito de Resposta
Rogério Gentile, em Liberdade de expressão, diz que a Lei do Direito de Resposta foi malfeita. E se apega à ameaça do senador Delcídio do Amaral (PT) de recorrer à lei contra a publicação da delação de Fernando Baiano, como se tornou hábito nas delações premiadas, principalmente na Lava Jato. Ouvi dizer que o amigo da sogra de um conhecido tem a suspeita de que tal pessoa recebeu dinheiro de propina, e a matéria é vazada para a mídia e publicada. Pronto, o inferno astral está montado. Com a lei, publicou e não provou, que arque com as responsabilidades. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Leitor diverge de colunista e faz defesa da Lei do Direito de RespostaRogério Gentile, em Liberdade de expressão, diz que a Lei do Direito de Resposta foi malfeita. E se apega à ameaça do senador Delcídio do Amaral (PT) de recorrer à lei contra a publicação da delação de Fernando Baiano, como se tornou hábito nas delações premiadas, principalmente na Lava Jato. Ouvi dizer que o amigo da sogra de um conhecido tem a suspeita de que tal pessoa recebeu dinheiro de propina, e a matéria é vazada para a mídia e publicada. Pronto, o inferno astral está montado. Com a lei, publicou e não provou, que arque com as responsabilidades. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Criticidade: problemas, soluções e olhar dos leitores
DE SÃO PAULO Veja problemas, soluções e o olhar dos leitores em São Paulo: * VAI MAL - BOAS DE LOBO ABERTAS Dois bueiros estão com a tampa quebrada há duas semanas na rua Martim Francisco, em Santa Cecília, centro. Após vistoriar o local, a Subprefeitura da Sé prometeu repará-los na sexta-feira (8) VAI BEM - VERDE NA PAULISTA A esquina da avenida Paulista com a rua Pamplona, região central, ganhou um jardim —bem ao lado de um novo shopping. O espaço conta com 60 árvores nativas e bancos * FOTO DO LEITOR Confira a melhor foto enviada por um leitor com o tema "SAUDADE": Bolo na casa da avó Autor: Rogério Coutinho, 36, publicitário "Uma bela casa na Mooca que nos faz voltar no tempo"
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Criticidade: problemas, soluções e olhar dos leitoresDE SÃO PAULO Veja problemas, soluções e o olhar dos leitores em São Paulo: * VAI MAL - BOAS DE LOBO ABERTAS Dois bueiros estão com a tampa quebrada há duas semanas na rua Martim Francisco, em Santa Cecília, centro. Após vistoriar o local, a Subprefeitura da Sé prometeu repará-los na sexta-feira (8) VAI BEM - VERDE NA PAULISTA A esquina da avenida Paulista com a rua Pamplona, região central, ganhou um jardim —bem ao lado de um novo shopping. O espaço conta com 60 árvores nativas e bancos * FOTO DO LEITOR Confira a melhor foto enviada por um leitor com o tema "SAUDADE": Bolo na casa da avó Autor: Rogério Coutinho, 36, publicitário "Uma bela casa na Mooca que nos faz voltar no tempo"
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Alckmin nega que trocas de servidores tenham relação com esquema no ICMS
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), negou nesta quinta-feira (9) que as substituições no comando da Receita de São Paulo tenham sido motivadas pelas investigações sobre eventual esquema de desvio de recursos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Segundo o tucano, as trocas de dez servidores desde o final de junho deveram-se a mudanças administrativas implementadas pelo secretário estadual da Fazenda, Renato Villela, que assumiu o cargo em janeiro deste ano. "O novo secretário veio para o governo estadual, ambientou-se, conheceu bem todas as pessoas e faz as mudanças. São pessoas técnicas, não há nenhuma ingerência política", afirmou. "Ele gradualmente vem colocando pessoas que, a seu ver, possam colaborar mais", acrescentou. O Ministério Público de São Paulo investiga fiscais estaduais suspeitos de cobrar propina em troca da redução do tributo ou da não aplicação de multa por inadimplência. Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", 15 pessoas são investigadas, incluindo fiscais e parentes. No ano passado, três delegados tributários foram afastados do cargo pelo governo estadual por suspeita de participação no eventual esquema. De acordo com o Ministério Público, os delegados tributários, que recebiam salário mensal em torno de R$ 20 mil, acumulavam cada um patrimônio avaliado em R$ 20 milhões. "A Corregedoria Geral da Administração já investiga e está em parceria com o Ministério Público de São Paulo. Se algum agente estadual ou fiscal da Receita de São Paulo cometer qualquer ato infracional, será rigorosamente punido", disse o governador. O tucano participou nesta quinta-feira (9) do desfile cívico-militar em memória aos soldados e combatentes que participaram da revolta armada de 1932 contra o ex-presidente Getúlio Vargas (1930-1945). A homenagem ao 83º aniversário da Revolução Constitucionalista foi feita em frente ao Mausoléu do Soldado Constitucionalista, o Obelisco do Ibirapuera.
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Alckmin nega que trocas de servidores tenham relação com esquema no ICMSO governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), negou nesta quinta-feira (9) que as substituições no comando da Receita de São Paulo tenham sido motivadas pelas investigações sobre eventual esquema de desvio de recursos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Segundo o tucano, as trocas de dez servidores desde o final de junho deveram-se a mudanças administrativas implementadas pelo secretário estadual da Fazenda, Renato Villela, que assumiu o cargo em janeiro deste ano. "O novo secretário veio para o governo estadual, ambientou-se, conheceu bem todas as pessoas e faz as mudanças. São pessoas técnicas, não há nenhuma ingerência política", afirmou. "Ele gradualmente vem colocando pessoas que, a seu ver, possam colaborar mais", acrescentou. O Ministério Público de São Paulo investiga fiscais estaduais suspeitos de cobrar propina em troca da redução do tributo ou da não aplicação de multa por inadimplência. Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", 15 pessoas são investigadas, incluindo fiscais e parentes. No ano passado, três delegados tributários foram afastados do cargo pelo governo estadual por suspeita de participação no eventual esquema. De acordo com o Ministério Público, os delegados tributários, que recebiam salário mensal em torno de R$ 20 mil, acumulavam cada um patrimônio avaliado em R$ 20 milhões. "A Corregedoria Geral da Administração já investiga e está em parceria com o Ministério Público de São Paulo. Se algum agente estadual ou fiscal da Receita de São Paulo cometer qualquer ato infracional, será rigorosamente punido", disse o governador. O tucano participou nesta quinta-feira (9) do desfile cívico-militar em memória aos soldados e combatentes que participaram da revolta armada de 1932 contra o ex-presidente Getúlio Vargas (1930-1945). A homenagem ao 83º aniversário da Revolução Constitucionalista foi feita em frente ao Mausoléu do Soldado Constitucionalista, o Obelisco do Ibirapuera.
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Comissão do impeachment deve manter votação por painel eletrônico
O presidente da comissão do impeachment na Câmara, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), deve manter a votação pelo painel eletrônico nesta segunda-feira (11), quando 65 deputados se posicionarão sobre o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO) favorável ao afastamento de Dilma Rousseff. Rosso chegou a analisar, com técnicos, a questão de ordem apresentada pelo deputado Alex Manente (PPS-SP), pedindo que a votação fosse por chamada oral, na qual cada deputado declararia o voto no microfone. A votação do impeachment no plenário será por chamada nominal, e cogitou-se que o mesmo procedimento fosse adotado na comissão. A votação nominal no microfone agrada os parlamentares favoráveis ao afastamento de Dilma, já que torna maior a exposição de cada posicionamento. No sistema eletrônico, todos votam ao mesmo tempo, e o resultado é divulgado no painel, com os nomes divididos em "sim" e "não". Votação na comissão do impeachment A resposta de Rosso será dada na manhã desta segunda, horas antes da votação, mas a tendência é que ele opte pelo painel para não sofrer questionamentos, já que esta é a forma prevista no regimento interno da Câmara. A votação por chamada só deve ser usada, segundo as regras, quando o sistema eletrônico estiver com problemas. Levantamento feito pela Folha mostra que já há os 33 votos necessários (maioria simples de 65) para a aprovação do relatório na comissão. RITO A sessão desta segunda terá início às 10h, com a fala do relator –que terá 20 minutos para réplica dos discursos dos parlamentares na última sexta–, seguida de intervenção do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa de Dilma. Ele terá entre 15 e 20 minutos. Após responder as questões de ordem –inclusive a sobre a forma da votação–, os líderes dos 25 partidos e os dois líderes da minoria e da maioria terão tempo para discursar. Rosso tentará um acordo com os líderes para que todos tenham o mesmo tempo de fala. Pelo regimento, o tempo varia entre três e dez minutos, de acordo com o tamanho das bancadas na casa. "Vou ver se consigo fazer um acordo que dá tempo igual para todo mundo. Fazer um entendimento de que está todo mundo igual", disse Rosso à Folha, para quem o tempo pode variar entre cinco e dez minutos. A mudança beneficiaria partidos favoráveis –PPS, PSC, PV– e contrários ao impeachment – PCdoB, PSOL–, mas também indefinidos como o PTN. Pelo regimento, todos teriam menos de cinco minutos. A votação está inicialmente marcada para começar às 17h. Na sequência da votação, o resultado será lido no plenário da Câmara no dia seguinte, terça-feira (12) e publicado no diário da Câmara na quarta (13), quando se inicia a contagem de 48 horas para o início da votação em plenário. O início do debate e votação no plenário está previsto para sexta-feira (15), e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, já afirmou que o processo pode durar três dias. Isso faria com que a votação ocorra no domingo (17).
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Comissão do impeachment deve manter votação por painel eletrônicoO presidente da comissão do impeachment na Câmara, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), deve manter a votação pelo painel eletrônico nesta segunda-feira (11), quando 65 deputados se posicionarão sobre o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO) favorável ao afastamento de Dilma Rousseff. Rosso chegou a analisar, com técnicos, a questão de ordem apresentada pelo deputado Alex Manente (PPS-SP), pedindo que a votação fosse por chamada oral, na qual cada deputado declararia o voto no microfone. A votação do impeachment no plenário será por chamada nominal, e cogitou-se que o mesmo procedimento fosse adotado na comissão. A votação nominal no microfone agrada os parlamentares favoráveis ao afastamento de Dilma, já que torna maior a exposição de cada posicionamento. No sistema eletrônico, todos votam ao mesmo tempo, e o resultado é divulgado no painel, com os nomes divididos em "sim" e "não". Votação na comissão do impeachment A resposta de Rosso será dada na manhã desta segunda, horas antes da votação, mas a tendência é que ele opte pelo painel para não sofrer questionamentos, já que esta é a forma prevista no regimento interno da Câmara. A votação por chamada só deve ser usada, segundo as regras, quando o sistema eletrônico estiver com problemas. Levantamento feito pela Folha mostra que já há os 33 votos necessários (maioria simples de 65) para a aprovação do relatório na comissão. RITO A sessão desta segunda terá início às 10h, com a fala do relator –que terá 20 minutos para réplica dos discursos dos parlamentares na última sexta–, seguida de intervenção do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa de Dilma. Ele terá entre 15 e 20 minutos. Após responder as questões de ordem –inclusive a sobre a forma da votação–, os líderes dos 25 partidos e os dois líderes da minoria e da maioria terão tempo para discursar. Rosso tentará um acordo com os líderes para que todos tenham o mesmo tempo de fala. Pelo regimento, o tempo varia entre três e dez minutos, de acordo com o tamanho das bancadas na casa. "Vou ver se consigo fazer um acordo que dá tempo igual para todo mundo. Fazer um entendimento de que está todo mundo igual", disse Rosso à Folha, para quem o tempo pode variar entre cinco e dez minutos. A mudança beneficiaria partidos favoráveis –PPS, PSC, PV– e contrários ao impeachment – PCdoB, PSOL–, mas também indefinidos como o PTN. Pelo regimento, todos teriam menos de cinco minutos. A votação está inicialmente marcada para começar às 17h. Na sequência da votação, o resultado será lido no plenário da Câmara no dia seguinte, terça-feira (12) e publicado no diário da Câmara na quarta (13), quando se inicia a contagem de 48 horas para o início da votação em plenário. O início do debate e votação no plenário está previsto para sexta-feira (15), e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, já afirmou que o processo pode durar três dias. Isso faria com que a votação ocorra no domingo (17).
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Páscoa animal
Nada é mais animal do que a ideia de ressurreição. Mesmo sendo ateu, reverencio essa homenagem que a espiritualidade cristã presta à carne e aos ossos. Nada mais sobrenatural do que reverter os efeitos definitivos da morte sobre nós e nossos parentes no mundo natural. Deve vir daí tanto fascínio cinematográfico com os zumbis. Nos olhos de um bicho, mesmo em fotografias, o que reconheço é a percepção (já ia dizendo "consciência") da precariedade da vida. O medo de morrer nos aproxima. Mas eles não se refugiam na noção de uma outra vida -defendem-se como podem, com garras e dentes. Talvez seja essa a fonte de nosso apego aos mascotes. A vida urbana se impõe à humanidade, e as cidades se tornam o avesso do ambiente natural. Resistimos, porém. Insistimos em abrigar nas nossas cavernas de cimento e metal essas testemunhas mudas de uma vida anterior. Um tempo em que viver era muito perigoso e em que, para morrer, bastava estar vivo. Nada é menos prático do que manter cachorros em apartamentos, parece claro. Só que eles estão por toda parte. Com a verticalização imobiliária e o adensamento da população canina, as calçadas se convertem em mictórios ao ar livre (são raros, hoje, os donos que não recolhem o produto de outra atividade fisiológica, ao menos em bairros de classe média, de "elite branca", de panelaços). Alguns se revoltam com a domesticação, ocasionalmente. Latem ladram, ganem. Podem até morder. Mantém um vestígio de dignidade, aferrando-se à própria animalidade. Nós, humanos, preferimos vivê-la de maneira vicária, na pele de feras que tratamos como filhos. A doença infantil dessa terceirização são as manifestações de sentimentalismo "pet" que pululam nas redes sociais. Vídeos fofos de bichinhos se tornaram mais abundantes, mas não menos repulsivos, que poças de urina de cachorro nas ruas. Uma ave, talvez uma calopsita, bica suavemente a cara de um gato, como se catasse pulgas. O bichano se contorce de prazer na imagem de vídeo com legendas num alfabeto que não dá pra decifrar. Um filhote de tatu-bola, aquele ameaçado de extinção que virou o Fuleco da Copa, rola pelo carpete com um bicho de pelúcia. Gatos e cachorros confraternizam. Um tentilhão usa o bico para dar nós num fiapo de grama e tecer o ninho. Quantas das pessoas que postam essas coisas terão examinado com as próprias mãos um ninho de japu? Acariciado a cabeça de um cão moribundo? Ouvido, em terror, os esturros de uma onça escondida no mato? Tenho mais simpatia pela visão sem firulas, "rubra nas presas e nas garras", que os índios brasileiros têm do mundo natural. Enxergam-no sob o ângulo onipresente da predação, relação primordial entre todos os seres. Como ensina o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro com sua teoria do perspectivismo ameríndio, trata-se de uma maneira de socializar toda a natureza. O homem é a onça do peixe, por assim dizer. Estamos todos na mesma canoa. Não é verdade, claro, ao menos no sentido cartesiano de verdade. A densidade crítica alcançada pela massa humana no planeta destrói habitats e leva à morte mais espécies que um asteroide em colisão com a Terra. Acredite quem quiser na duvidosa ressurreição de Cristo. Mas tenham todos a certeza de que animais extintos jamais voltarão à vida.
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Páscoa animalNada é mais animal do que a ideia de ressurreição. Mesmo sendo ateu, reverencio essa homenagem que a espiritualidade cristã presta à carne e aos ossos. Nada mais sobrenatural do que reverter os efeitos definitivos da morte sobre nós e nossos parentes no mundo natural. Deve vir daí tanto fascínio cinematográfico com os zumbis. Nos olhos de um bicho, mesmo em fotografias, o que reconheço é a percepção (já ia dizendo "consciência") da precariedade da vida. O medo de morrer nos aproxima. Mas eles não se refugiam na noção de uma outra vida -defendem-se como podem, com garras e dentes. Talvez seja essa a fonte de nosso apego aos mascotes. A vida urbana se impõe à humanidade, e as cidades se tornam o avesso do ambiente natural. Resistimos, porém. Insistimos em abrigar nas nossas cavernas de cimento e metal essas testemunhas mudas de uma vida anterior. Um tempo em que viver era muito perigoso e em que, para morrer, bastava estar vivo. Nada é menos prático do que manter cachorros em apartamentos, parece claro. Só que eles estão por toda parte. Com a verticalização imobiliária e o adensamento da população canina, as calçadas se convertem em mictórios ao ar livre (são raros, hoje, os donos que não recolhem o produto de outra atividade fisiológica, ao menos em bairros de classe média, de "elite branca", de panelaços). Alguns se revoltam com a domesticação, ocasionalmente. Latem ladram, ganem. Podem até morder. Mantém um vestígio de dignidade, aferrando-se à própria animalidade. Nós, humanos, preferimos vivê-la de maneira vicária, na pele de feras que tratamos como filhos. A doença infantil dessa terceirização são as manifestações de sentimentalismo "pet" que pululam nas redes sociais. Vídeos fofos de bichinhos se tornaram mais abundantes, mas não menos repulsivos, que poças de urina de cachorro nas ruas. Uma ave, talvez uma calopsita, bica suavemente a cara de um gato, como se catasse pulgas. O bichano se contorce de prazer na imagem de vídeo com legendas num alfabeto que não dá pra decifrar. Um filhote de tatu-bola, aquele ameaçado de extinção que virou o Fuleco da Copa, rola pelo carpete com um bicho de pelúcia. Gatos e cachorros confraternizam. Um tentilhão usa o bico para dar nós num fiapo de grama e tecer o ninho. Quantas das pessoas que postam essas coisas terão examinado com as próprias mãos um ninho de japu? Acariciado a cabeça de um cão moribundo? Ouvido, em terror, os esturros de uma onça escondida no mato? Tenho mais simpatia pela visão sem firulas, "rubra nas presas e nas garras", que os índios brasileiros têm do mundo natural. Enxergam-no sob o ângulo onipresente da predação, relação primordial entre todos os seres. Como ensina o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro com sua teoria do perspectivismo ameríndio, trata-se de uma maneira de socializar toda a natureza. O homem é a onça do peixe, por assim dizer. Estamos todos na mesma canoa. Não é verdade, claro, ao menos no sentido cartesiano de verdade. A densidade crítica alcançada pela massa humana no planeta destrói habitats e leva à morte mais espécies que um asteroide em colisão com a Terra. Acredite quem quiser na duvidosa ressurreição de Cristo. Mas tenham todos a certeza de que animais extintos jamais voltarão à vida.
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No Reino Unido, tempestades provocam escassez de biscoitos
No final de 2015, violentas tempestades de inverno atingiram o norte da Inglaterra, provocando prejuízos calculados em mais de R$ 20 bilhões e deixando centenas de pessoas desabrigadas –felizmente, o número de mortes não chegou a dois dígitos. A catástrofe, porém, também causou transtornos inesperados: entre as muitas casas e edifícios atingidos estavam as instalações da McVitie's, o principal fabricante de biscoitos Reino Unido –um produto que os britânicos consomem à razão de 34 mil toneladas por mês, especialmente como acompanhamento para uma xícara de chá. Os fornos da fábrica, por exemplo, foram submersos. Leia também: #ViajoSozinha: Como a morte de duas turistas argentinas levou a debate sobre assédio As instalações da McVitie's, na cidade de Carlisle, perto da fronteira com a Escócia, ainda estão passando por reparos e os biscoitos há meses vem rareando nas prateleiras dos supermercados. Recentemente, a empresa que controla a McVitie's (United Biscuits), anunciou que março marcará o retorno dos "ginger nuts" , populares biscoitos doces de gengibre. Mas um porta-voz da empresa disse à BBC que a fábrica só conseguirá voltar a algo próximo da produção normal no final de abril. "Gostaríamos de pedir desculpas aos consumidores que estão passando por dificuldades para encontrar nossos produtos. Estamos trabalhando duro para normalizar a produção o mais rápido possível", disse a empresa em um comunicado. No mês passado, a United Biscuits até publicou anúncios em jornais explicando a extensão do problema. Tentou fazer piada, ligando a inundação ao hábito de os britânicos mergulharem biscoitos no chá. Leia também: 'Rezei para meu filho morrer': Mãe de atirador de Columbine relembra tragédia Pouca gente riu e alguns supermercados temem não contar com estoques suficientes para aguardar o retorno da produção. Nas mídias sociais, britânicos compartilharam fotos de prateleiras vazias e dicas de onde encontrar biscoitos. Houve até um intenso debate sobre o problema ético das chamadas "compras de pânico", em que consumidores levam quantidades de um produto maiores que o normal como forma de se prevenir de uma escassez - algo normalmente visto em supermercados americanos antes de furacões ou nevascas. Em 2005, a fábrica também foi inundada e precisou pedir ajuda financeira ao governo britânico para voltar a operar.
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No Reino Unido, tempestades provocam escassez de biscoitosNo final de 2015, violentas tempestades de inverno atingiram o norte da Inglaterra, provocando prejuízos calculados em mais de R$ 20 bilhões e deixando centenas de pessoas desabrigadas –felizmente, o número de mortes não chegou a dois dígitos. A catástrofe, porém, também causou transtornos inesperados: entre as muitas casas e edifícios atingidos estavam as instalações da McVitie's, o principal fabricante de biscoitos Reino Unido –um produto que os britânicos consomem à razão de 34 mil toneladas por mês, especialmente como acompanhamento para uma xícara de chá. Os fornos da fábrica, por exemplo, foram submersos. Leia também: #ViajoSozinha: Como a morte de duas turistas argentinas levou a debate sobre assédio As instalações da McVitie's, na cidade de Carlisle, perto da fronteira com a Escócia, ainda estão passando por reparos e os biscoitos há meses vem rareando nas prateleiras dos supermercados. Recentemente, a empresa que controla a McVitie's (United Biscuits), anunciou que março marcará o retorno dos "ginger nuts" , populares biscoitos doces de gengibre. Mas um porta-voz da empresa disse à BBC que a fábrica só conseguirá voltar a algo próximo da produção normal no final de abril. "Gostaríamos de pedir desculpas aos consumidores que estão passando por dificuldades para encontrar nossos produtos. Estamos trabalhando duro para normalizar a produção o mais rápido possível", disse a empresa em um comunicado. No mês passado, a United Biscuits até publicou anúncios em jornais explicando a extensão do problema. Tentou fazer piada, ligando a inundação ao hábito de os britânicos mergulharem biscoitos no chá. Leia também: 'Rezei para meu filho morrer': Mãe de atirador de Columbine relembra tragédia Pouca gente riu e alguns supermercados temem não contar com estoques suficientes para aguardar o retorno da produção. Nas mídias sociais, britânicos compartilharam fotos de prateleiras vazias e dicas de onde encontrar biscoitos. Houve até um intenso debate sobre o problema ético das chamadas "compras de pânico", em que consumidores levam quantidades de um produto maiores que o normal como forma de se prevenir de uma escassez - algo normalmente visto em supermercados americanos antes de furacões ou nevascas. Em 2005, a fábrica também foi inundada e precisou pedir ajuda financeira ao governo britânico para voltar a operar.
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Para além dos parques da Disney, Orlando também tem turismo de aventura
SILVIO CIOFFI DE SÃO PAULO Reunindo alguns dos melhores complexos de entretenimento dos EUA em parques temáticos como Disney, Universal, Legoland, Wet'n Wild, Kennedy Space Center e SeaWorld, há muito que Orlando, na região da Flórida Central, está no mapa-múndi do viajante brasileiro. E, se originalmente as viagens para essa região que recebe 66 milhões de visitantes internacionais/ano eram mais voltadas para o público infantojuvenil, hoje o adulto exigente também desfruta de restaurantes de chefs estrelados, de shows como o "La Nouba", do Cirque du Soleil, de hotéis chiques e de lojas de grife como Sephora, Zara, Kate Spade, L'Occitane e Pandora, além de shoppings como o The Mall at Millenia. Ao lado de Orlando, a cidade de Kissimmee é um destino de aventura. Pouca gente sabe que alguns dos parques e atrações de Orlando, a rigor, se localizam lá. Sede de condomínios como o Celebration, onde o apresentador Silvio Santos tem casa, essas áreas mais naturais da Flórida Central são ideais para passeios de caiaque, pilotagem de veículos 4x4 e até voos silenciosos em balões de ar quente sobre a superfície plana e cheia de lagos. Nos parques, com destaque para os da Disney e da Universal, o frenesi não para. A seguir, o que ver e fazer em Orlando e em Kissimmee, mesclando a diversão dos megaparques aos passeios em meio à natureza. NOVAS ATRAÇÕES Nestas férias, a diversão é garantida no Walt Disney World Resort, complexo pioneiro na Flórida Central que inclui áreas do Epcot, do Magic Kingdom e do Disney's Hollywood Studios. Há grande expectativa pela abertura da atração "Star Wars", no Hollywood Studios, e, também, do show noturno "Rivers of Light", no Disney's Animal Kingdom. Entre final de setembro e meados de novembro, o Epcot Food & Wine Festival promete reunir chefs famosos num evento eno-gastronômico. O publicitário Washington Olivetto, aliás, até escreveu o livro "Só os Patetas Jantam Mal na Disney", mostrando que ficou para trás o tempo em que os parques serviam apenas fast food. A qualquer hora, a área do BordWalk, da Disney, é ideal para passear e foi concebida à beira do lago e inspirada em antigos balneários dos EUA. Instalados em casinhas e em construções charmosas, estão barzinhos, doçarias e restaurantes simpáticos, como o italiano contemporâneo Trattoria al Forno. UNIVERSAL Os parques da Universal Orlando Resort são divididos entre Islands of Adventures e Universal Studios. Na primeira, há atrações e brinquedos que aludem, entre outras, a produções como Homem-Aranha, Jurassic Park e The Cat on The Hat. Já em Universal Studios o destaque é uma cidade ficcional que, em cada detalhe, se inspira no personagem Harry Potter e em prédios britânicos magicamente reestilizados. Ligando ambos, há um trem também inspirado em Harry Potter. Na rua cenográfica, é possível admirar um fantástico ônibus azul de três andares. Entre essas alas, o City Walk da Universal é uma via agitada e iluminada que, margeada por restaurantes contemporâneos, caso do Hard Rock Cafe e do NBC Sports Grill & Brew, funciona sem cobrar entrada até de madrugada. Outra novidade é o Cabana Bay Beach Resort, ao lado da Universal e cuja piscina, retrô, disputa com carrões dos anos 1950e 1960 a atenção dos hóspedes. KISSIMMEE Plantações de laranja e gado eram as atividades econômicas da Flórida Central, originalmente dominada por pântanos, até que os parques temáticos começaram a transformar Orlando –e Kissimmee, por extensão– num epicentro do turismo americano e mundial. Estão na ordem do dia uma nova roda-gigante, batizada de Orlando-Eye, o aquário Orlando SeaLife, o museu Madame Tussaud's e o parque Legoland. O SeaWorld também está abrindo sua montanha-russa Mako. Para quem quer complementar a viagem aos parques com passeios mais naturais, a maneira mais emocionante de divisar a geografia da região onde estão Orlando e Kissimmee é passear de balão. Na Orlando Balloon Rides (orlandoballoonrides.com ), é preciso reservar com antecedência e ligar de véspera para conferir as condições atmosféricas. No ar, dependendo dos ventos, o local do pouso é incerto, mas os balões de ar quente são silenciosos e desvelam, conforme o dia nasce, os reflexos sobre os espelhos-d'água. O Gatorland (gatorland.com ) é mais indicado para as crianças, com seu minizoo, embora a tirolesa Screamin' Gator Zip Line seja altamente recomendável para adolescentes. Para os marmanjos radicais, a área de Lake County tem, em Revolution Off-Road (revolutionoffroad.com ), uma propriedade com trilhas enlameadas onde se alugam veículos como quadriciclos e pequenos carros anfíbios. Já aos remadores e aos observadores de tartarugas e pássaros, o The Paddling Center at Shingle Creek (paddlingcenter.com ) aluga caiaques que adentram um pequeno rio (ou "creek"), cercado de árvores imensas. * QUEM LEVA? AGAXTUR VIAGENS agaxturviagens.com.br Tel. 3067-0900 A partir de R$ 4.137. Inclui 9 noites em apto. duplo, traslados e ingressos para os parques Disney, Universal e SeaWorld STELLA BARROS stellabarros.com.br Tel. 2166-2250 A partir de R$ 11.479,92. Inclui aéreo, 12 noites em apto. quádruplo com café da manhã e ingressos para 8 parques CI INTERCÂMBIO E VIAGEM ci.com.br Tel. 2110-7460 A partir de US$ 779 Inclui aéreo, 5 noites em apto. quádruplo com café da manhã e traslados * Não volte sem... ...flanar pela City Walk, da Universal, pelo Boardwalk, da Disney, e voar de balão em Kissimmee
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Para além dos parques da Disney, Orlando também tem turismo de aventuraSILVIO CIOFFI DE SÃO PAULO Reunindo alguns dos melhores complexos de entretenimento dos EUA em parques temáticos como Disney, Universal, Legoland, Wet'n Wild, Kennedy Space Center e SeaWorld, há muito que Orlando, na região da Flórida Central, está no mapa-múndi do viajante brasileiro. E, se originalmente as viagens para essa região que recebe 66 milhões de visitantes internacionais/ano eram mais voltadas para o público infantojuvenil, hoje o adulto exigente também desfruta de restaurantes de chefs estrelados, de shows como o "La Nouba", do Cirque du Soleil, de hotéis chiques e de lojas de grife como Sephora, Zara, Kate Spade, L'Occitane e Pandora, além de shoppings como o The Mall at Millenia. Ao lado de Orlando, a cidade de Kissimmee é um destino de aventura. Pouca gente sabe que alguns dos parques e atrações de Orlando, a rigor, se localizam lá. Sede de condomínios como o Celebration, onde o apresentador Silvio Santos tem casa, essas áreas mais naturais da Flórida Central são ideais para passeios de caiaque, pilotagem de veículos 4x4 e até voos silenciosos em balões de ar quente sobre a superfície plana e cheia de lagos. Nos parques, com destaque para os da Disney e da Universal, o frenesi não para. A seguir, o que ver e fazer em Orlando e em Kissimmee, mesclando a diversão dos megaparques aos passeios em meio à natureza. NOVAS ATRAÇÕES Nestas férias, a diversão é garantida no Walt Disney World Resort, complexo pioneiro na Flórida Central que inclui áreas do Epcot, do Magic Kingdom e do Disney's Hollywood Studios. Há grande expectativa pela abertura da atração "Star Wars", no Hollywood Studios, e, também, do show noturno "Rivers of Light", no Disney's Animal Kingdom. Entre final de setembro e meados de novembro, o Epcot Food & Wine Festival promete reunir chefs famosos num evento eno-gastronômico. O publicitário Washington Olivetto, aliás, até escreveu o livro "Só os Patetas Jantam Mal na Disney", mostrando que ficou para trás o tempo em que os parques serviam apenas fast food. A qualquer hora, a área do BordWalk, da Disney, é ideal para passear e foi concebida à beira do lago e inspirada em antigos balneários dos EUA. Instalados em casinhas e em construções charmosas, estão barzinhos, doçarias e restaurantes simpáticos, como o italiano contemporâneo Trattoria al Forno. UNIVERSAL Os parques da Universal Orlando Resort são divididos entre Islands of Adventures e Universal Studios. Na primeira, há atrações e brinquedos que aludem, entre outras, a produções como Homem-Aranha, Jurassic Park e The Cat on The Hat. Já em Universal Studios o destaque é uma cidade ficcional que, em cada detalhe, se inspira no personagem Harry Potter e em prédios britânicos magicamente reestilizados. Ligando ambos, há um trem também inspirado em Harry Potter. Na rua cenográfica, é possível admirar um fantástico ônibus azul de três andares. Entre essas alas, o City Walk da Universal é uma via agitada e iluminada que, margeada por restaurantes contemporâneos, caso do Hard Rock Cafe e do NBC Sports Grill & Brew, funciona sem cobrar entrada até de madrugada. Outra novidade é o Cabana Bay Beach Resort, ao lado da Universal e cuja piscina, retrô, disputa com carrões dos anos 1950e 1960 a atenção dos hóspedes. KISSIMMEE Plantações de laranja e gado eram as atividades econômicas da Flórida Central, originalmente dominada por pântanos, até que os parques temáticos começaram a transformar Orlando –e Kissimmee, por extensão– num epicentro do turismo americano e mundial. Estão na ordem do dia uma nova roda-gigante, batizada de Orlando-Eye, o aquário Orlando SeaLife, o museu Madame Tussaud's e o parque Legoland. O SeaWorld também está abrindo sua montanha-russa Mako. Para quem quer complementar a viagem aos parques com passeios mais naturais, a maneira mais emocionante de divisar a geografia da região onde estão Orlando e Kissimmee é passear de balão. Na Orlando Balloon Rides (orlandoballoonrides.com ), é preciso reservar com antecedência e ligar de véspera para conferir as condições atmosféricas. No ar, dependendo dos ventos, o local do pouso é incerto, mas os balões de ar quente são silenciosos e desvelam, conforme o dia nasce, os reflexos sobre os espelhos-d'água. O Gatorland (gatorland.com ) é mais indicado para as crianças, com seu minizoo, embora a tirolesa Screamin' Gator Zip Line seja altamente recomendável para adolescentes. Para os marmanjos radicais, a área de Lake County tem, em Revolution Off-Road (revolutionoffroad.com ), uma propriedade com trilhas enlameadas onde se alugam veículos como quadriciclos e pequenos carros anfíbios. Já aos remadores e aos observadores de tartarugas e pássaros, o The Paddling Center at Shingle Creek (paddlingcenter.com ) aluga caiaques que adentram um pequeno rio (ou "creek"), cercado de árvores imensas. * QUEM LEVA? AGAXTUR VIAGENS agaxturviagens.com.br Tel. 3067-0900 A partir de R$ 4.137. Inclui 9 noites em apto. duplo, traslados e ingressos para os parques Disney, Universal e SeaWorld STELLA BARROS stellabarros.com.br Tel. 2166-2250 A partir de R$ 11.479,92. Inclui aéreo, 12 noites em apto. quádruplo com café da manhã e ingressos para 8 parques CI INTERCÂMBIO E VIAGEM ci.com.br Tel. 2110-7460 A partir de US$ 779 Inclui aéreo, 5 noites em apto. quádruplo com café da manhã e traslados * Não volte sem... ...flanar pela City Walk, da Universal, pelo Boardwalk, da Disney, e voar de balão em Kissimmee
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Receita não registra falhas no eSocial no primeiro dia para emitir nova guia
A Receita Federal não registrou problemas no funcionamento do site eSocial nesta terça-feira (1º), quando foi disponibilizada a guia para pagamento de encargos sobre os rendimentos de novembro. No mês passado, o vencimento da guia foi adiado por causa de falhas técnicas no site do governo. Até as 10h, mais de 175 mil empregadores haviam emitido o documento, o que corresponde a 14% do número de guias emitidas para a folha de pagamento anterior, de outubro. O órgão deve divulgar um novo balanço na manhã desta quarta-feira (2). O novo DAE (Documento de Arrecadação do eSocial) traz os encargos sobre os valores pagos em novembro, o que inclui o salário mensal e a primeira parcela do 13º salário. O documento deverá ser emitido e quitado pelos empregadores até segunda (7). A novidade em relação ao documento anterior é que, ao entrar na folha de pagamento de novembro, o usuário encontra a opção "preencher adiantamento do 13º salário", que deve ser selecionada para que seja possível digitar, ao lado da remuneração do mês, também esse valor. Sobre a primeira parcela do 13º incide o FGTS. A Receita não liberou a funcionalidade para registrar demissões. Por enquanto, é necessário usar o sistema para recolher os encargos da Previdência e pagar o FGTS por meio de guia da Caixa.
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Receita não registra falhas no eSocial no primeiro dia para emitir nova guiaA Receita Federal não registrou problemas no funcionamento do site eSocial nesta terça-feira (1º), quando foi disponibilizada a guia para pagamento de encargos sobre os rendimentos de novembro. No mês passado, o vencimento da guia foi adiado por causa de falhas técnicas no site do governo. Até as 10h, mais de 175 mil empregadores haviam emitido o documento, o que corresponde a 14% do número de guias emitidas para a folha de pagamento anterior, de outubro. O órgão deve divulgar um novo balanço na manhã desta quarta-feira (2). O novo DAE (Documento de Arrecadação do eSocial) traz os encargos sobre os valores pagos em novembro, o que inclui o salário mensal e a primeira parcela do 13º salário. O documento deverá ser emitido e quitado pelos empregadores até segunda (7). A novidade em relação ao documento anterior é que, ao entrar na folha de pagamento de novembro, o usuário encontra a opção "preencher adiantamento do 13º salário", que deve ser selecionada para que seja possível digitar, ao lado da remuneração do mês, também esse valor. Sobre a primeira parcela do 13º incide o FGTS. A Receita não liberou a funcionalidade para registrar demissões. Por enquanto, é necessário usar o sistema para recolher os encargos da Previdência e pagar o FGTS por meio de guia da Caixa.
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É preciso trazer a água a qualquer custo, diz leitor
Marcio Aith agride a inteligência do leitor. Quer nos convencer que campanhas publicitárias são ações adequadas para a gestão da crise e que o governo fez sua parte. E o planejamento? E as medidas preventivas? LICA CINTRA (São Paulo, SP) * O subsecretário de comunicação do governo de SP, Marcio Aith, ressaltou campanhas e comerciais que incentivaram a redução de consumo. Só que o problema não é de comunicação. A questão não é consumir menos, que se resolve aumentando o preço, nem conectar os reservatórios, o que simplifica, mas não resolve o problema. A questão é ter mais água disponível, procurá-la onde há abundância e trazê-la o mais rápido possível. O custo é secundário. FRANCO FERRUCCI (São Paulo, SP) * Em atenção ao leitor Adhemar Garcia, esclarecemos que o governo do Estado tem tratado com absoluta responsabilidade e transparência a maior crise hídrica dos últimos 84 anos. São Paulo foi pioneiro no esforço de racionalização do uso da água, adotando o sistema de bônus e ônus antes de qualquer Estado. Ao longo dos últimos anos, mais de R$ 9 bi foram investidos na ampliação da capacidade de produção de água na região metropolitana de São Paulo, na integração dos sistemas, reduzindo a demanda sobre o sistema Cantareira e no planejamento de obras para o futuro, como o novo sistema São Lourenço. VINICIUS TRALDI, assessor de imprensa do Governo do Estado de São Paulo (São Paulo, SP) * Com seu artigo "Falta de água e de respeito", Rogério Gentile inova ao usar da futurologia para tratar da questão hídrica. Por conta própria, o articulista profetiza que São Paulo se assemelhará a um deserto, mas em seu próprio texto admite que a adoção de racionamento foi tratada como possibilidade. Ao contrário da presidente Dilma, que só depois do apagão elétrico admitiu a pior seca dos últimos 84 anos, São Paulo tem trabalhado na interligação de sistemas, na captação e na conscientização. A questão da água é assunto sério e deve ser tratado com responsabilidade. CAUÊ MACRIS, deputado estadual e líder da bancada do PSDB na Assembleia (São Paulo, SP) RESPOSTA DO JORNALISTA ROGÉRIO GENTILE - Não fiz futurologia. A Sabesp disse estudar rodízio de cinco dias por semana. Comentei que isso ocorre em cidades do deserto. Sobre o trabalho do governo, repito as palavras de Jerson Kelman, antes de assumir a presidência da Sabesp: a atuação do governo "não foi a melhor, desperdiçou-se água e os reservatórios estão mais vazios do que deveriam". * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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É preciso trazer a água a qualquer custo, diz leitorMarcio Aith agride a inteligência do leitor. Quer nos convencer que campanhas publicitárias são ações adequadas para a gestão da crise e que o governo fez sua parte. E o planejamento? E as medidas preventivas? LICA CINTRA (São Paulo, SP) * O subsecretário de comunicação do governo de SP, Marcio Aith, ressaltou campanhas e comerciais que incentivaram a redução de consumo. Só que o problema não é de comunicação. A questão não é consumir menos, que se resolve aumentando o preço, nem conectar os reservatórios, o que simplifica, mas não resolve o problema. A questão é ter mais água disponível, procurá-la onde há abundância e trazê-la o mais rápido possível. O custo é secundário. FRANCO FERRUCCI (São Paulo, SP) * Em atenção ao leitor Adhemar Garcia, esclarecemos que o governo do Estado tem tratado com absoluta responsabilidade e transparência a maior crise hídrica dos últimos 84 anos. São Paulo foi pioneiro no esforço de racionalização do uso da água, adotando o sistema de bônus e ônus antes de qualquer Estado. Ao longo dos últimos anos, mais de R$ 9 bi foram investidos na ampliação da capacidade de produção de água na região metropolitana de São Paulo, na integração dos sistemas, reduzindo a demanda sobre o sistema Cantareira e no planejamento de obras para o futuro, como o novo sistema São Lourenço. VINICIUS TRALDI, assessor de imprensa do Governo do Estado de São Paulo (São Paulo, SP) * Com seu artigo "Falta de água e de respeito", Rogério Gentile inova ao usar da futurologia para tratar da questão hídrica. Por conta própria, o articulista profetiza que São Paulo se assemelhará a um deserto, mas em seu próprio texto admite que a adoção de racionamento foi tratada como possibilidade. Ao contrário da presidente Dilma, que só depois do apagão elétrico admitiu a pior seca dos últimos 84 anos, São Paulo tem trabalhado na interligação de sistemas, na captação e na conscientização. A questão da água é assunto sério e deve ser tratado com responsabilidade. CAUÊ MACRIS, deputado estadual e líder da bancada do PSDB na Assembleia (São Paulo, SP) RESPOSTA DO JORNALISTA ROGÉRIO GENTILE - Não fiz futurologia. A Sabesp disse estudar rodízio de cinco dias por semana. Comentei que isso ocorre em cidades do deserto. Sobre o trabalho do governo, repito as palavras de Jerson Kelman, antes de assumir a presidência da Sabesp: a atuação do governo "não foi a melhor, desperdiçou-se água e os reservatórios estão mais vazios do que deveriam". * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Lula! A casa caiu, mas não é minha!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Diz que chegaram pro Lula gritando: "A casa caiu!". E o Lula: "A casa caiu, mas não é minha!". Rarará! E o Lula ganhou três novos títulos: maestro da Orquestra Criminosa, comandante máximo da Propinocracia e figurinha chave! Figurinha chave é aquela figurinha que falta pra completar o álbum! Rarará! E o Lula se compara ao Juscelino Kubitschek. Concordo. O que pegou de propina dava pra construir Brasília! Rarará! E o tríplex? "Dura lex, sed lex, maldito triplex". Triplex, não! Tríplex. Com acento agudo! Todo ser humano é composto de bíceps, tríceps e tríplex. E o Lula: "Tríplex é três andar". "Três andar do inferno." E o tríplex é no Guarujá! Só faltava essa: o Lula morrer na praia! Rarará! Ainda bem que eu tenho um símplex. Um póbrex! Escada é coisa pra pobre! Quando você chega ao primeiro andar, lembra que esqueceu o óculos no terceiro andar! Rarará! Se eu fosse o Lula, eu fugia. De pedalinho! Fantasiado de coxinha! Bota uma polo e levanta a gola! E um cashmere nos ombros igual ao Doria! E a coletiva dos promotores foi toda em PowerPoint! Bem vagabundo! E bombou no Twitter. Tuiteiro Gustavo Brown: "PowerPoint preso amanhã!". Itamar Junior: "PowerPoint fez delação premiada". E o chargista Samuca fez um PowerPoint: "Lula no meio com as setas: 'cachaça', 'pedalinho', 'Corinthians', 'cerveja', 'pelada', 'churrasco' e 'uísque'". Rarará! É mole? É mole, mas sobe! E o PowerPoint da esquerda: Lua no meio e as setas: 'bonito', 'joga futebol', 'sensual', 'amigo da Dilma', 'pai do povo', 'tem instituto', 'Fome Zero', 'molusco' e 'solto amanhã'! Rarará! E o promotor Deltan com sobrenome impronunciável parece um bicho de goiaba. Rarará! O Lula está há anos entre o Foro e o Moro! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que a situação tá ficando psicoescalafobética! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Lula! A casa caiu, mas não é minha!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Diz que chegaram pro Lula gritando: "A casa caiu!". E o Lula: "A casa caiu, mas não é minha!". Rarará! E o Lula ganhou três novos títulos: maestro da Orquestra Criminosa, comandante máximo da Propinocracia e figurinha chave! Figurinha chave é aquela figurinha que falta pra completar o álbum! Rarará! E o Lula se compara ao Juscelino Kubitschek. Concordo. O que pegou de propina dava pra construir Brasília! Rarará! E o tríplex? "Dura lex, sed lex, maldito triplex". Triplex, não! Tríplex. Com acento agudo! Todo ser humano é composto de bíceps, tríceps e tríplex. E o Lula: "Tríplex é três andar". "Três andar do inferno." E o tríplex é no Guarujá! Só faltava essa: o Lula morrer na praia! Rarará! Ainda bem que eu tenho um símplex. Um póbrex! Escada é coisa pra pobre! Quando você chega ao primeiro andar, lembra que esqueceu o óculos no terceiro andar! Rarará! Se eu fosse o Lula, eu fugia. De pedalinho! Fantasiado de coxinha! Bota uma polo e levanta a gola! E um cashmere nos ombros igual ao Doria! E a coletiva dos promotores foi toda em PowerPoint! Bem vagabundo! E bombou no Twitter. Tuiteiro Gustavo Brown: "PowerPoint preso amanhã!". Itamar Junior: "PowerPoint fez delação premiada". E o chargista Samuca fez um PowerPoint: "Lula no meio com as setas: 'cachaça', 'pedalinho', 'Corinthians', 'cerveja', 'pelada', 'churrasco' e 'uísque'". Rarará! É mole? É mole, mas sobe! E o PowerPoint da esquerda: Lua no meio e as setas: 'bonito', 'joga futebol', 'sensual', 'amigo da Dilma', 'pai do povo', 'tem instituto', 'Fome Zero', 'molusco' e 'solto amanhã'! Rarará! E o promotor Deltan com sobrenome impronunciável parece um bicho de goiaba. Rarará! O Lula está há anos entre o Foro e o Moro! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que a situação tá ficando psicoescalafobética! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Editorial: Sanear a rede
Quem contempla os rios Tietê e Pinheiros, na Grande São Paulo, ou sente seu odor pungente, não imagina que a metrópole ostenta índices de coleta (87%) e tratamento (67%) de esgotos bem melhores que os de muitas cidades do país. A pífia média nacional está em 49% e 39%, respectivamente. Houve progressos nos serviços de saneamento, porém lentos. A terceira fase do Projeto Tietê, programa iniciado há quase um quarto de século, objetiva elevar a 87% a coleta de efluentes e o tratamento a 84%, ao custo de R$ 2 bilhões. A quarta fase demandará outros R$ 2 bilhões. Obras emergenciais exigidas pela crise hídrica, porém, forçaram a revisão do cronograma. A mancha de poluição, de todo modo, retrocede. Em 1993 ela alcançava 530 km do rio, de Mogi das Cruzes a Barra Bonita, e hoje se estende por 71 km, de Guarulhos até Pirapora do Bom Jesus. Nesse ritmo, em quatro anos seria possível limpar toda a extensão do Tietê. Nada é tão simples, contudo. Identificar ligações clandestinas que lançam dejetos em galerias de águas pluviais, em vez de fazê-lo na rede de esgotos, é um trabalho laborioso, que exige visitas de equipes especializadas. Foram identificadas, apenas na região metropolitana da capital, 171 mil residências e imóveis comerciais ou industriais nessa situação irregular. A Sabesp, empresa estatal paulista de saneamento básico, tem um programa dedicado a isso: Se Liga na Rede. Lançada em 2012, a iniciativa subsidia o custo da conexão de casas de famílias de baixa renda às tubulações coletoras. O plano é incluir 192 mil residências na rede até 2020, com investimento de R$ 350 milhões. Como só se efetuaram 21 mil ligações em três anos, cumprir aquele objetivo exigiria mais 24 anos, e não cinco. Para 2014, a Sabesp fixara a meta de 19,6 mil conexões, mas meras 6.200 ficaram prontas. Em contraste, a empresa superou no ano passado o objetivo estipulado para ligações convencionais (sem subvenção) –previam-se 215,4 mil, e 238,1 mil foram realizadas. A Sabesp atribui o atraso a prioridades impostas pela crise no abastecimento de água e a "dificuldades inerentes ao programa", como obter a adesão dos clientes. Com crise ou sem crise, fato é que companhia estatal e prefeituras não se empenham como poderiam para sanear rios e mananciais contaminados com esgotos. Isso impede, por exemplo, o uso intensivo da represa Billings –que tem volume comparável ao do sistema Cantareira– para reforçar o precário abastecimento de água na Grande São Paulo.
opiniao
Editorial: Sanear a redeQuem contempla os rios Tietê e Pinheiros, na Grande São Paulo, ou sente seu odor pungente, não imagina que a metrópole ostenta índices de coleta (87%) e tratamento (67%) de esgotos bem melhores que os de muitas cidades do país. A pífia média nacional está em 49% e 39%, respectivamente. Houve progressos nos serviços de saneamento, porém lentos. A terceira fase do Projeto Tietê, programa iniciado há quase um quarto de século, objetiva elevar a 87% a coleta de efluentes e o tratamento a 84%, ao custo de R$ 2 bilhões. A quarta fase demandará outros R$ 2 bilhões. Obras emergenciais exigidas pela crise hídrica, porém, forçaram a revisão do cronograma. A mancha de poluição, de todo modo, retrocede. Em 1993 ela alcançava 530 km do rio, de Mogi das Cruzes a Barra Bonita, e hoje se estende por 71 km, de Guarulhos até Pirapora do Bom Jesus. Nesse ritmo, em quatro anos seria possível limpar toda a extensão do Tietê. Nada é tão simples, contudo. Identificar ligações clandestinas que lançam dejetos em galerias de águas pluviais, em vez de fazê-lo na rede de esgotos, é um trabalho laborioso, que exige visitas de equipes especializadas. Foram identificadas, apenas na região metropolitana da capital, 171 mil residências e imóveis comerciais ou industriais nessa situação irregular. A Sabesp, empresa estatal paulista de saneamento básico, tem um programa dedicado a isso: Se Liga na Rede. Lançada em 2012, a iniciativa subsidia o custo da conexão de casas de famílias de baixa renda às tubulações coletoras. O plano é incluir 192 mil residências na rede até 2020, com investimento de R$ 350 milhões. Como só se efetuaram 21 mil ligações em três anos, cumprir aquele objetivo exigiria mais 24 anos, e não cinco. Para 2014, a Sabesp fixara a meta de 19,6 mil conexões, mas meras 6.200 ficaram prontas. Em contraste, a empresa superou no ano passado o objetivo estipulado para ligações convencionais (sem subvenção) –previam-se 215,4 mil, e 238,1 mil foram realizadas. A Sabesp atribui o atraso a prioridades impostas pela crise no abastecimento de água e a "dificuldades inerentes ao programa", como obter a adesão dos clientes. Com crise ou sem crise, fato é que companhia estatal e prefeituras não se empenham como poderiam para sanear rios e mananciais contaminados com esgotos. Isso impede, por exemplo, o uso intensivo da represa Billings –que tem volume comparável ao do sistema Cantareira– para reforçar o precário abastecimento de água na Grande São Paulo.
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Como outros originais, musical sobre HIV se perde pelo caminho
LEMBRO TODO DIA DE VOCÊ (regular) QUANDO sex., sáb. e seg., às 20h; dom., às 19h; até 26/6 ONDE Centro Cultural Banco do Brasil, r. Álvares Penteado, 112, tel. (11) 3113-3651/3652 QUANTO R$ 20 (16 anos) De Miguel Falabella a Möeller & Botelho, a busca de um musical nacional de fato, com composições originais, como aqueles de Chico Buarque ou Chiquinha Gonzaga, é um sonho recorrente. E frustrante, a cada nova tentativa. Não é diferente agora, com "Lembro Todo Dia de Você", da dupla Zé Henrique de Paula & Fernanda Maia, com Rafa Miranda. Algumas canções emocionam, mas a coesão de música, letras e história, que é a origem do musical contemporâneo, não acontece. O problema desta vez é que a trama não se desenrola pela música. São os diálogos que tocam o enredo. Diálogos não são o forte de Maia, que escreveu o texto, o chamado libreto, com a colaboração de Zé Henrique de Paula e Herbert Bianchi, a partir dos depoimentos de cinco rapazes com HIV. Maia responde, neste espetáculo, por texto, letras, direção musical e execução, como pianista. O que ela faz comprovadamente melhor, como se viu em "Urinal" e no recente "Senhor das Moscas", está na música. A limitação no roteiro se evidencia no final, com a cena de um julgamento. É uma sessão de terapia, um longo e estático quadro comandado por um analista, quase todo em diálogos, no qual a música tem função ilustrativa. Até então, com altos e baixos e apesar do figurino em maçantes tons de cinza, o musical acontecia. Melhor seria se tivesse prosseguido assim e tornado a cena final uma apoteose. Talvez devido à inexperiência em dramaturgia, acaba por retratar a Aids, hoje, com um enviesamento sentimental, piedoso -exigindo o mesmo do público. Contrasta com a produção teatral no momento de maior terror da doença, há mais de duas décadas, quando "Angels in America" e o musical "Rent", por exemplo, mesclavam excessos de tragédia e comédia. Além do texto, também as atuações vão por uma trilha melodramática. Embora seja um intérprete perfeito para o protagonista Thiago, tanto física como emocionalmente, Davi Tápias se perde -e ao público- quando é levado a chorar por uma meia hora. "Lembro Todo Dia" tem parentesco com "Company", musical histórico sobre um jovem e suas relações com o mundo. Mas aquele, a partir das canções, ergue papéis com contornos definidos. No brasileiro, ao contrário, os namorados de Thiago surgem como tipos que se definem em conversas rápidas. Não faltam qualidades esparsas, a começar pela cenografia engenhosa como sempre, desta vez unindo projeção de texto a uma parede vazada para a orquestra. Também as interpretações, dos namorados à mãe, têm boas passagens, ainda que fugidias. Os momentos mais consistentes de luz, neste espetáculo cinzento, acontecem quando entra em cena a atriz que faz a melhor amiga de Thiago, Bruna Guerin.
ilustrada
Como outros originais, musical sobre HIV se perde pelo caminhoLEMBRO TODO DIA DE VOCÊ (regular) QUANDO sex., sáb. e seg., às 20h; dom., às 19h; até 26/6 ONDE Centro Cultural Banco do Brasil, r. Álvares Penteado, 112, tel. (11) 3113-3651/3652 QUANTO R$ 20 (16 anos) De Miguel Falabella a Möeller & Botelho, a busca de um musical nacional de fato, com composições originais, como aqueles de Chico Buarque ou Chiquinha Gonzaga, é um sonho recorrente. E frustrante, a cada nova tentativa. Não é diferente agora, com "Lembro Todo Dia de Você", da dupla Zé Henrique de Paula & Fernanda Maia, com Rafa Miranda. Algumas canções emocionam, mas a coesão de música, letras e história, que é a origem do musical contemporâneo, não acontece. O problema desta vez é que a trama não se desenrola pela música. São os diálogos que tocam o enredo. Diálogos não são o forte de Maia, que escreveu o texto, o chamado libreto, com a colaboração de Zé Henrique de Paula e Herbert Bianchi, a partir dos depoimentos de cinco rapazes com HIV. Maia responde, neste espetáculo, por texto, letras, direção musical e execução, como pianista. O que ela faz comprovadamente melhor, como se viu em "Urinal" e no recente "Senhor das Moscas", está na música. A limitação no roteiro se evidencia no final, com a cena de um julgamento. É uma sessão de terapia, um longo e estático quadro comandado por um analista, quase todo em diálogos, no qual a música tem função ilustrativa. Até então, com altos e baixos e apesar do figurino em maçantes tons de cinza, o musical acontecia. Melhor seria se tivesse prosseguido assim e tornado a cena final uma apoteose. Talvez devido à inexperiência em dramaturgia, acaba por retratar a Aids, hoje, com um enviesamento sentimental, piedoso -exigindo o mesmo do público. Contrasta com a produção teatral no momento de maior terror da doença, há mais de duas décadas, quando "Angels in America" e o musical "Rent", por exemplo, mesclavam excessos de tragédia e comédia. Além do texto, também as atuações vão por uma trilha melodramática. Embora seja um intérprete perfeito para o protagonista Thiago, tanto física como emocionalmente, Davi Tápias se perde -e ao público- quando é levado a chorar por uma meia hora. "Lembro Todo Dia" tem parentesco com "Company", musical histórico sobre um jovem e suas relações com o mundo. Mas aquele, a partir das canções, ergue papéis com contornos definidos. No brasileiro, ao contrário, os namorados de Thiago surgem como tipos que se definem em conversas rápidas. Não faltam qualidades esparsas, a começar pela cenografia engenhosa como sempre, desta vez unindo projeção de texto a uma parede vazada para a orquestra. Também as interpretações, dos namorados à mãe, têm boas passagens, ainda que fugidias. Os momentos mais consistentes de luz, neste espetáculo cinzento, acontecem quando entra em cena a atriz que faz a melhor amiga de Thiago, Bruna Guerin.
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Vírus da zika causa microcefalia, conclui agência de saúde dos EUA
O Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC, na sigla inglês) anunciou que seus cientistas chegaram à conclusão, "após cuidadosa revisão das evidências", que o vírus da zika causa microcefalia e outros graves defeitos nos cérebros de bebês. "Este estudo é um marco no surto de zika. Está claro agora que o vírus causa microcefalia", disse Tom Frieden, diretor do CDC. Ele afirmou que novas pesquisas serão feitas para determinar se a microcefalia em bebês nascidos de mães infectadas com zika é apenas "a ponta do iceberg" nos possíveis efeitos lesivos para o cérebro. "A descoberta de que o vírus do zika pode causar microcefalia e outros defeitos significa que uma mulher infectada com o zika durante a gravidez corre um risco maior de ter um bebê com esses problemas de saúde. Não significa, porém, que todas as mulheres que têm o vírus da zika durante a gravidez terão bebês com problemas", explicou em comunicado o CDC, agência federal americana de combate e prevenção de doenças. Aedes aegypti e doenças ] O comunicado ainda diz que a conclusão não foi baseada em "uma única evidência", mas no volume de estudos recentes indicando a associação entre zika e microcefalia, má-formação cerebral que pode limitar seriamente o desenvolvimento do bebê. "Estabelecer essa relação de causa entre zika e defeitos cerebrais em fetos é um importante passo para estimular mais esforços de prevenção com foco nas atividades de pesquisa", afirma a agência americana. "Embora uma questão importante sobre causalidade tenha sido respondida, muitas outras continuam sem resposta." Zika e microcefalia
equilibrioesaude
Vírus da zika causa microcefalia, conclui agência de saúde dos EUAO Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC, na sigla inglês) anunciou que seus cientistas chegaram à conclusão, "após cuidadosa revisão das evidências", que o vírus da zika causa microcefalia e outros graves defeitos nos cérebros de bebês. "Este estudo é um marco no surto de zika. Está claro agora que o vírus causa microcefalia", disse Tom Frieden, diretor do CDC. Ele afirmou que novas pesquisas serão feitas para determinar se a microcefalia em bebês nascidos de mães infectadas com zika é apenas "a ponta do iceberg" nos possíveis efeitos lesivos para o cérebro. "A descoberta de que o vírus do zika pode causar microcefalia e outros defeitos significa que uma mulher infectada com o zika durante a gravidez corre um risco maior de ter um bebê com esses problemas de saúde. Não significa, porém, que todas as mulheres que têm o vírus da zika durante a gravidez terão bebês com problemas", explicou em comunicado o CDC, agência federal americana de combate e prevenção de doenças. Aedes aegypti e doenças ] O comunicado ainda diz que a conclusão não foi baseada em "uma única evidência", mas no volume de estudos recentes indicando a associação entre zika e microcefalia, má-formação cerebral que pode limitar seriamente o desenvolvimento do bebê. "Estabelecer essa relação de causa entre zika e defeitos cerebrais em fetos é um importante passo para estimular mais esforços de prevenção com foco nas atividades de pesquisa", afirma a agência americana. "Embora uma questão importante sobre causalidade tenha sido respondida, muitas outras continuam sem resposta." Zika e microcefalia
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Blog de Tec: Código no Pirate Bay leva a vídeo de Schwarzenegger dizendo "Eu voltarei"
Um usuário do fórum de tecnologia Reddit conseguiu decifrar uma mensagem secreta que está no site do Pirate Bay desde o começo do ano. A linha de códigos, vista na imagem abaixo, era na verdade um link encriptado para um... Leia post completo no blog
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Blog de Tec: Código no Pirate Bay leva a vídeo de Schwarzenegger dizendo "Eu voltarei"Um usuário do fórum de tecnologia Reddit conseguiu decifrar uma mensagem secreta que está no site do Pirate Bay desde o começo do ano. A linha de códigos, vista na imagem abaixo, era na verdade um link encriptado para um... Leia post completo no blog
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Adolescentes ficam histéricos sem saber por quem; a causa era Maisa
Um grande gritaria, a princípio sem causa aparente, tomou conta do Pavilhão do Anhembi, na tarde desta quarta-feira (31), onde acontece a Bienal do Livro, em frente ao estande da editora Autêntica. Presa no meio de adolescentes em fúria, a reportagem da Folha tentava descobrir o motivo da confusão, que tinha até jovens em cima das gôndolas do estande, mas a maioria não sabia informar por que estava tão emocionada. "É o Rezende Evil!", gritava uma menina. "Não, é a Maju Trindade!", respondia um rapaz. Um outro, que também não sabia o motivo de estar no meio da multidão, ainda chutou: "Já sei, é o Ferreira Gullar!" (o poeta acaba de lançar pela Autêntica sua "Autobiografia Poética" e há um banner com sua foto no espaço). Só quando a reportagem, entre gritos de "perdi meu celular!", foi resgatada do meio da turba por alguém da editora foi possível descobrir o motivo do início da confusão: Maisa, do SBT, que, aos 14 anos, está lançando pelo selo Gutenberg "Sinceramente Maisa". "Desce da gôndola!", pedia uma funcionária da editora a uma criança. "Você está me assustando!", respondia o menino. Maisa precisou ser escondida numa sala nos fundos do estande, e os bombeiros do Anhembi foram convocados para botar ordem na confusão. "Me escondi aqui para não quebrarem a sala de vidro [onde originalmente seriam os autógrafos]", disse Maisa. "Ficamos com medo de que derrubassem o estande", afirmou Rejane Dias, editora-executiva da Autêntica. Uma funcionária chegou a ser espremida contra uma parede pela multidão e se queixava de quase ter quebrado o braço. A sessão de autógrafos no estande foi cancelada e deve ocorrer em outro lugar do Anhembi. Para retirar Maisa do lugar, os bombeiros precisaram fingir que ela sairia por um lado, enganando a multidão, e então correr com ela para o outro.
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Adolescentes ficam histéricos sem saber por quem; a causa era MaisaUm grande gritaria, a princípio sem causa aparente, tomou conta do Pavilhão do Anhembi, na tarde desta quarta-feira (31), onde acontece a Bienal do Livro, em frente ao estande da editora Autêntica. Presa no meio de adolescentes em fúria, a reportagem da Folha tentava descobrir o motivo da confusão, que tinha até jovens em cima das gôndolas do estande, mas a maioria não sabia informar por que estava tão emocionada. "É o Rezende Evil!", gritava uma menina. "Não, é a Maju Trindade!", respondia um rapaz. Um outro, que também não sabia o motivo de estar no meio da multidão, ainda chutou: "Já sei, é o Ferreira Gullar!" (o poeta acaba de lançar pela Autêntica sua "Autobiografia Poética" e há um banner com sua foto no espaço). Só quando a reportagem, entre gritos de "perdi meu celular!", foi resgatada do meio da turba por alguém da editora foi possível descobrir o motivo do início da confusão: Maisa, do SBT, que, aos 14 anos, está lançando pelo selo Gutenberg "Sinceramente Maisa". "Desce da gôndola!", pedia uma funcionária da editora a uma criança. "Você está me assustando!", respondia o menino. Maisa precisou ser escondida numa sala nos fundos do estande, e os bombeiros do Anhembi foram convocados para botar ordem na confusão. "Me escondi aqui para não quebrarem a sala de vidro [onde originalmente seriam os autógrafos]", disse Maisa. "Ficamos com medo de que derrubassem o estande", afirmou Rejane Dias, editora-executiva da Autêntica. Uma funcionária chegou a ser espremida contra uma parede pela multidão e se queixava de quase ter quebrado o braço. A sessão de autógrafos no estande foi cancelada e deve ocorrer em outro lugar do Anhembi. Para retirar Maisa do lugar, os bombeiros precisaram fingir que ela sairia por um lado, enganando a multidão, e então correr com ela para o outro.
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Karina Buhr exercita a temática feminista em novo disco 'Selvática'
Um grito de liberdade ecoa em cada verso de "Selvática", novo disco de Karina Buhr. A cantora e compositora, que este ano lançou também seu primeiro livro, "Desperdiçando Rima" (Rocco), e participou da Flip, vinha exercitando a temática feminista na forma de textos e ilustrações até o álbum de agora, em que o tema é tratado com urgência punk. Nascida na Bahia há 41 anos, a artista se mudou cedo para Pernambuco, onde fundou a banda de cantoras e percussionistas Comadre Fulozinha. Já em São Paulo, integrou o Teatro Oficina, de Zé Celso Martinez, e deu marcha à carreira solo com "Eu Menti pra Você" (2010) e "Longe de Onde" (2011). Em "Selvática", Karina surge na capa, o peito nu, munida com um punhal, entre colar e pulseiras, como se vestida com as roupas de Jorge, sob a proteção da música e da natureza, em canções que extrapolam as fronteiras entre o rock e o regional. Escolhido para abrir o álbum, o reggae "Dragão" soa manso, mas não demora para o confronto entre sagrado e profano dar as caras. "Eu Sou um Monstro", que vem a seguir, afasta qualquer possibilidade de servidão: "Hoje eu não quero falar de beleza/ Ouvir você me chamar de princesa", diz. A guitarra de Fernando Catatau (integrante do Cidadão Instigado) se destaca em "Pic Nic", em que as batidas rápidas acompanham os versos gritados pela autora, enquanto "Esôfago" soa como uma denúncia da violência contra a mulher. "Cerca de Prédio", com participação de Cannibal, baixista e vocalista da banda pernambucana Devotos, escancara a especulação imobiliária, questão urbana das mais importantes e atuais, de São Paulo a Recife. Em "Vela e Navalha", um bolero torto, a formação mais frequente se mostra tão afiada quanto a voz que guia os músicos nesta cruzada sonora. Bruno Buarque (bateria, MPC e ganzá), MAU (baixo), André Lima (sintetizador e piano elétrico) e Victor Rice (violoncelo), todos produtores do disco, se unem aos guitarristas Fernando Catatau e Edgard Scandurra em uma provocativa fusão do eletrônico com o orgânico. A sequência vem desaguar em "Rimã", momento de poesia máxima, em que o trompete de Guizado encontra a guitarra de Manoel Cordeiro, um dos pioneiros da lambada no Pará, em uma espécie de ciranda que faz a letra girar, fluida e cheia de beleza. Na mesma toada, "Desperdiço-te-me" é uma canção de amor em que Karina atinge o seu ápice vocal e literário: "Quando você botou o dedo/ no meu coração/ abriu um rio". A música tem participação de Laura Lavieri em coros oníricos, mas a atmosfera de sonho logo dá lugar à apocalíptica faixa-título, que fecha o álbum com revelações quase proféticas narradas por Elke Maravilha. A atriz confere a "Selvática" um ar de fim do mundo, acompanhada pelo vocal de Denise Assunção e da própria Karina, entre congas e sinos, e fumaça imaginária. Está dado o recado, dolorido, mas libertador: "Esse carinho morno/ Que me dás de repente/ Vai te doer um mundo/ Minha querida". SELVÁTICA ARTISTA: Karina Buhr GRAVADORA: independente QUANTO: R$20 (também disponível para download gratuito em karinabuhr.com.br a partir de 29/9) AVALIAÇÃO: ótimo
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Karina Buhr exercita a temática feminista em novo disco 'Selvática'Um grito de liberdade ecoa em cada verso de "Selvática", novo disco de Karina Buhr. A cantora e compositora, que este ano lançou também seu primeiro livro, "Desperdiçando Rima" (Rocco), e participou da Flip, vinha exercitando a temática feminista na forma de textos e ilustrações até o álbum de agora, em que o tema é tratado com urgência punk. Nascida na Bahia há 41 anos, a artista se mudou cedo para Pernambuco, onde fundou a banda de cantoras e percussionistas Comadre Fulozinha. Já em São Paulo, integrou o Teatro Oficina, de Zé Celso Martinez, e deu marcha à carreira solo com "Eu Menti pra Você" (2010) e "Longe de Onde" (2011). Em "Selvática", Karina surge na capa, o peito nu, munida com um punhal, entre colar e pulseiras, como se vestida com as roupas de Jorge, sob a proteção da música e da natureza, em canções que extrapolam as fronteiras entre o rock e o regional. Escolhido para abrir o álbum, o reggae "Dragão" soa manso, mas não demora para o confronto entre sagrado e profano dar as caras. "Eu Sou um Monstro", que vem a seguir, afasta qualquer possibilidade de servidão: "Hoje eu não quero falar de beleza/ Ouvir você me chamar de princesa", diz. A guitarra de Fernando Catatau (integrante do Cidadão Instigado) se destaca em "Pic Nic", em que as batidas rápidas acompanham os versos gritados pela autora, enquanto "Esôfago" soa como uma denúncia da violência contra a mulher. "Cerca de Prédio", com participação de Cannibal, baixista e vocalista da banda pernambucana Devotos, escancara a especulação imobiliária, questão urbana das mais importantes e atuais, de São Paulo a Recife. Em "Vela e Navalha", um bolero torto, a formação mais frequente se mostra tão afiada quanto a voz que guia os músicos nesta cruzada sonora. Bruno Buarque (bateria, MPC e ganzá), MAU (baixo), André Lima (sintetizador e piano elétrico) e Victor Rice (violoncelo), todos produtores do disco, se unem aos guitarristas Fernando Catatau e Edgard Scandurra em uma provocativa fusão do eletrônico com o orgânico. A sequência vem desaguar em "Rimã", momento de poesia máxima, em que o trompete de Guizado encontra a guitarra de Manoel Cordeiro, um dos pioneiros da lambada no Pará, em uma espécie de ciranda que faz a letra girar, fluida e cheia de beleza. Na mesma toada, "Desperdiço-te-me" é uma canção de amor em que Karina atinge o seu ápice vocal e literário: "Quando você botou o dedo/ no meu coração/ abriu um rio". A música tem participação de Laura Lavieri em coros oníricos, mas a atmosfera de sonho logo dá lugar à apocalíptica faixa-título, que fecha o álbum com revelações quase proféticas narradas por Elke Maravilha. A atriz confere a "Selvática" um ar de fim do mundo, acompanhada pelo vocal de Denise Assunção e da própria Karina, entre congas e sinos, e fumaça imaginária. Está dado o recado, dolorido, mas libertador: "Esse carinho morno/ Que me dás de repente/ Vai te doer um mundo/ Minha querida". SELVÁTICA ARTISTA: Karina Buhr GRAVADORA: independente QUANTO: R$20 (também disponível para download gratuito em karinabuhr.com.br a partir de 29/9) AVALIAÇÃO: ótimo
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Vídeo mostra Estado Islâmico atirando contra estátuas antigas em Hatra
Um vídeo divulgado na noite de sexta-feira (3) mostra como os extremistas da facção Estado Islâmico (EI) destruíram o sítio arqueológico da cidade da Hatra, no Iraque, ao dar marretadas nas paredes e atirar com rifles contra estátuas feitas há centenas de anos. Os militantes atacaram Hatra no mês passado, de acordo com oficiais iraquianos. A extensão do dano ainda é desconhecida, pois o território continua sob poder do EI. O vídeo mostra um militante em uma escada usando uma marreta para golpear a estátua de uma cabeça presa em uma parede até ela cair no chão. Em outra cena, uma picareta é usada para destruir outra escultura. Um dos integrantes do EI, que fala árabe com sotaque da região do golfo, declara que destruiu o local porque ele é "adorado em vez de Deus". O Estado Islâmico, que controla um terço do Iraque e regiões da Síria e se declarou um califado, tem destruído relíquias da antiguidade sob o argumento de que elas violam a lei islâmica, em sua interpretação. Autoridades acreditam que parte dessas peças são vendidas no mercado negro para ajudar o EI a se financiar.
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Vídeo mostra Estado Islâmico atirando contra estátuas antigas em HatraUm vídeo divulgado na noite de sexta-feira (3) mostra como os extremistas da facção Estado Islâmico (EI) destruíram o sítio arqueológico da cidade da Hatra, no Iraque, ao dar marretadas nas paredes e atirar com rifles contra estátuas feitas há centenas de anos. Os militantes atacaram Hatra no mês passado, de acordo com oficiais iraquianos. A extensão do dano ainda é desconhecida, pois o território continua sob poder do EI. O vídeo mostra um militante em uma escada usando uma marreta para golpear a estátua de uma cabeça presa em uma parede até ela cair no chão. Em outra cena, uma picareta é usada para destruir outra escultura. Um dos integrantes do EI, que fala árabe com sotaque da região do golfo, declara que destruiu o local porque ele é "adorado em vez de Deus". O Estado Islâmico, que controla um terço do Iraque e regiões da Síria e se declarou um califado, tem destruído relíquias da antiguidade sob o argumento de que elas violam a lei islâmica, em sua interpretação. Autoridades acreditam que parte dessas peças são vendidas no mercado negro para ajudar o EI a se financiar.
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Fazenda paulista suspende inscrição de 7.600 contribuintes do ICMS
A Secretaria da Fazenda paulista suspendeu a inscrição estadual de 7.616 empresas contribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por inatividade presumida. As notificações foram publicadas no "Diário Oficial do Estado" do último sábado (31). A suspensão ocorreu pela omissão consecutiva na entrega de Guias de Informação e Apuração do ICMS (GIA) relativas aos meses de agosto, setembro e outubro de 2014. No ano passado, a Fazenda já havia tomado a decisão de suspender a inscrição de contribuintes em quatro ocasiões: 10.527 empresas em janeiro, 7.089 em abril, 16.289 em julho e 8.817 em outubro. Segundo a assessoria de imprensa da Fazenda, o contribuinte que desejar restabelecer a inscrição tem prazo de 60 dias, a partir de 31 de janeiro, para apresentar no Posto Fiscal Eletrônico (PFE) as declarações omissas. Sem a apresentação das declarações, haverá a cassação da inscrição estadual. O restabelecimento da inscrição será automático para o contribuinte que entregar as GIAs, sem a necessidade de comparecimento ao posto fiscal de vinculação do estabelecimento. A relação dos contribuintes com a inscrição estadual suspensa pode ser consultada no site do PFE, no endereço http://pfe.fazenda.sp.gov.br. Mais de 30% dos contribuintes que tiveram a inscrição suspensa estão na cidade de São Paulo: 2.478, ou 32,5%. Campinas e Osasco vêm a seguir, com 749 e 619 suspensões, respectivamente.
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Fazenda paulista suspende inscrição de 7.600 contribuintes do ICMSA Secretaria da Fazenda paulista suspendeu a inscrição estadual de 7.616 empresas contribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por inatividade presumida. As notificações foram publicadas no "Diário Oficial do Estado" do último sábado (31). A suspensão ocorreu pela omissão consecutiva na entrega de Guias de Informação e Apuração do ICMS (GIA) relativas aos meses de agosto, setembro e outubro de 2014. No ano passado, a Fazenda já havia tomado a decisão de suspender a inscrição de contribuintes em quatro ocasiões: 10.527 empresas em janeiro, 7.089 em abril, 16.289 em julho e 8.817 em outubro. Segundo a assessoria de imprensa da Fazenda, o contribuinte que desejar restabelecer a inscrição tem prazo de 60 dias, a partir de 31 de janeiro, para apresentar no Posto Fiscal Eletrônico (PFE) as declarações omissas. Sem a apresentação das declarações, haverá a cassação da inscrição estadual. O restabelecimento da inscrição será automático para o contribuinte que entregar as GIAs, sem a necessidade de comparecimento ao posto fiscal de vinculação do estabelecimento. A relação dos contribuintes com a inscrição estadual suspensa pode ser consultada no site do PFE, no endereço http://pfe.fazenda.sp.gov.br. Mais de 30% dos contribuintes que tiveram a inscrição suspensa estão na cidade de São Paulo: 2.478, ou 32,5%. Campinas e Osasco vêm a seguir, com 749 e 619 suspensões, respectivamente.
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Com corte em orçamento, MEC vai reduzir bolsas e repasse para obras
O corte de R$ 9,4 bilhões no orçamento do Ministério da Educação vai afetar o repasse de verbas federais para obras no setor e o número de vagas e bolsas de programas como Ciência sem Fronteiras e Pronatec. "Não podemos ignorar que este é um ano difícil financeiramente", afirmou o ministro Renato Janine (Educação) em audiência pública no Senado Federal, nesta terça-feira (9). Ele destacou, no entanto, que ações "extremamente importantes" terão seus recursos preservados. É o caso de repasses para merenda e transporte escolar das redes de educação básica e o custeio das universidades federais. Ao mesmo tempo, obras em campi de instituições de ensino superior serão afetadas: "Obras que estão avançadas, serão concluídas. Obras que estão no início, serão adiadas", disse Janine. Durante cerca de quatro horas, ele falou sobre programas e ações do MEC em audiência pública da comissão de educação do Senado. "Não adianta brigarmos com a realidade. O orçamento é limitado pela economia, não podemos propor ou prometer o que não é viável agora. () Não será fácil a gestão do MEC neste ano", concluiu. GREVE NAS FEDERAIS Janine afirmou que o ministério está aberto ao diálogo, mas fez crítica indireta à paralisação de servidores e docentes de universidades federais. "Já foi dito de início que havia data marcada de greve", afirmou ele sobre primeira reunião entre sindicatos e representantes da pasta. Segundo Janine, a paralisação de técnicos administrativos atinge 56 das 63 federais. Os docentes, por sua vez, cruzaram os braços em 19 instituições. "Não foi solicitada reunião de negociação. Fico muito contente [em saber] que a intenção dos movimentos seja de agendar [uma reunião]", disse o ministro ao ser questionado sobre o assunto.
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Com corte em orçamento, MEC vai reduzir bolsas e repasse para obrasO corte de R$ 9,4 bilhões no orçamento do Ministério da Educação vai afetar o repasse de verbas federais para obras no setor e o número de vagas e bolsas de programas como Ciência sem Fronteiras e Pronatec. "Não podemos ignorar que este é um ano difícil financeiramente", afirmou o ministro Renato Janine (Educação) em audiência pública no Senado Federal, nesta terça-feira (9). Ele destacou, no entanto, que ações "extremamente importantes" terão seus recursos preservados. É o caso de repasses para merenda e transporte escolar das redes de educação básica e o custeio das universidades federais. Ao mesmo tempo, obras em campi de instituições de ensino superior serão afetadas: "Obras que estão avançadas, serão concluídas. Obras que estão no início, serão adiadas", disse Janine. Durante cerca de quatro horas, ele falou sobre programas e ações do MEC em audiência pública da comissão de educação do Senado. "Não adianta brigarmos com a realidade. O orçamento é limitado pela economia, não podemos propor ou prometer o que não é viável agora. () Não será fácil a gestão do MEC neste ano", concluiu. GREVE NAS FEDERAIS Janine afirmou que o ministério está aberto ao diálogo, mas fez crítica indireta à paralisação de servidores e docentes de universidades federais. "Já foi dito de início que havia data marcada de greve", afirmou ele sobre primeira reunião entre sindicatos e representantes da pasta. Segundo Janine, a paralisação de técnicos administrativos atinge 56 das 63 federais. Os docentes, por sua vez, cruzaram os braços em 19 instituições. "Não foi solicitada reunião de negociação. Fico muito contente [em saber] que a intenção dos movimentos seja de agendar [uma reunião]", disse o ministro ao ser questionado sobre o assunto.
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Estudo revela segredo cerebral para ouvir conversa em festa barulhenta
Registros feitos diretamente do cérebro de um grupo de pacientes revelaram o que acontece quando conversamos em um local barulhento. É o que os cientistas chamaram de "the cocktail party effect", algo como "o efeito festa" em tradução livre. O fenômeno, comum em ambientes barulhentos, interessa aos cientistas que buscam melhorar a tecnologia dos aparelhos de reconhecimento de voz. Para isso, neurocientistas americanos analisaram o que ocorre no cérebro humano no momento em que uma fala incompreensível subitamente faz sentido. As descobertas da pesquisa, chefiada por Christopher Holdgraf, da Universidade da Califórnia, foram publicadas na respeitada revista científica "Nature Communications". Os pesquisadores mediram a atividade cerebral ocorrida quando palavras de uma frase ininteligível de repente se tornavam claras assim que a pessoa era informada sobre o significado do que antes era incompreensível. Holdgraf e seus colegas trabalharam com sete pacientes epilépticos, que já tinham eletrodos implantados na superfície do cérebro para monitorar convulsões causadas pela doença. FILTRANDO O SOM Primeiro, os pesquisadores fizeram cada paciente escutar uma frase muito distorcida, incompreensível e que quase ninguém havia sido capaz de entender. Em seguida, fizeram com que ouvissem uma versão da mesma frase fácil de entender e repetiram imediatamente a gravação anterior, que não tinha sido compreendida. "Depois de ouvir a frase clara", explicaram os pesquisadores na publicação, todos os pacientes compreenderam a "versão com ruído". O monitoramento dos pacientes mostrou que o momento do reconhecimento da frase produzia atividade nas áreas do cérebro associadas ao processamento do som e compreensão da fala. Quando eles ouviram frases muito incompreensíveis, houve pouca atividade nestas partes do cérebro, segundo Holdgraf. No entanto, quando ouviam frases que entendiam claramente, era observada atividade naquelas áreas cerebrais. O estudo é inovador porque conseguiu mostrar como a resposta do cérebro é alterada quando o paciente ouve novamente a frase distorcida e incompreensível. As áreas da audição e do processamento da fala se "acendem" e com o tempo mudam seu padrão de atividade, ficando sintonizadas nas palavras em meio à distorção. "O cérebro muda a maneira como se concentra nas diferentes partes do som", explicam os pesquisadores. "Quando os pacientes ouviram primeiro as frases claras, o córtex auditivo [a parte do cérebro associada ao processamento dos sons] melhorou o sinal da fala." IMPLANTE CEREBRAL "Começamos a buscar mais relações sutis entre a atividade do cérebro e o som", disse Holdgraf. "Estamos observando como a atividade cerebral muda com o tempo e qual a relação dessa atividade com o som." Isso, acrescentou, permitiu que os cientistas desvendassem mais sobre os mecanismos da percepção humana. "Ao entender a maneira como nosso cérebro filtra os ruídos do mundo, esperamos poder criar aparelhos que ajudem as pessoas com problemas de fala e audição a fazer o mesmo", concluiu. "É inacreditável como o cérebro é rápido e maleável", acrescentou o professor Robert Knight, coautor do estudo. "É a primeira vez que temos alguma evidência de como a filtragem dos ruídos realmente ocorre no cérebro humano." Knight e sua equipe planejam utilizar as descobertas para desenvolver um implante cerebral capaz de interpretar o que se deseja falar. A ideia é beneficiar pacientes com doenças neurodegenerativas que comprometem sua capacidade de falar.
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Estudo revela segredo cerebral para ouvir conversa em festa barulhentaRegistros feitos diretamente do cérebro de um grupo de pacientes revelaram o que acontece quando conversamos em um local barulhento. É o que os cientistas chamaram de "the cocktail party effect", algo como "o efeito festa" em tradução livre. O fenômeno, comum em ambientes barulhentos, interessa aos cientistas que buscam melhorar a tecnologia dos aparelhos de reconhecimento de voz. Para isso, neurocientistas americanos analisaram o que ocorre no cérebro humano no momento em que uma fala incompreensível subitamente faz sentido. As descobertas da pesquisa, chefiada por Christopher Holdgraf, da Universidade da Califórnia, foram publicadas na respeitada revista científica "Nature Communications". Os pesquisadores mediram a atividade cerebral ocorrida quando palavras de uma frase ininteligível de repente se tornavam claras assim que a pessoa era informada sobre o significado do que antes era incompreensível. Holdgraf e seus colegas trabalharam com sete pacientes epilépticos, que já tinham eletrodos implantados na superfície do cérebro para monitorar convulsões causadas pela doença. FILTRANDO O SOM Primeiro, os pesquisadores fizeram cada paciente escutar uma frase muito distorcida, incompreensível e que quase ninguém havia sido capaz de entender. Em seguida, fizeram com que ouvissem uma versão da mesma frase fácil de entender e repetiram imediatamente a gravação anterior, que não tinha sido compreendida. "Depois de ouvir a frase clara", explicaram os pesquisadores na publicação, todos os pacientes compreenderam a "versão com ruído". O monitoramento dos pacientes mostrou que o momento do reconhecimento da frase produzia atividade nas áreas do cérebro associadas ao processamento do som e compreensão da fala. Quando eles ouviram frases muito incompreensíveis, houve pouca atividade nestas partes do cérebro, segundo Holdgraf. No entanto, quando ouviam frases que entendiam claramente, era observada atividade naquelas áreas cerebrais. O estudo é inovador porque conseguiu mostrar como a resposta do cérebro é alterada quando o paciente ouve novamente a frase distorcida e incompreensível. As áreas da audição e do processamento da fala se "acendem" e com o tempo mudam seu padrão de atividade, ficando sintonizadas nas palavras em meio à distorção. "O cérebro muda a maneira como se concentra nas diferentes partes do som", explicam os pesquisadores. "Quando os pacientes ouviram primeiro as frases claras, o córtex auditivo [a parte do cérebro associada ao processamento dos sons] melhorou o sinal da fala." IMPLANTE CEREBRAL "Começamos a buscar mais relações sutis entre a atividade do cérebro e o som", disse Holdgraf. "Estamos observando como a atividade cerebral muda com o tempo e qual a relação dessa atividade com o som." Isso, acrescentou, permitiu que os cientistas desvendassem mais sobre os mecanismos da percepção humana. "Ao entender a maneira como nosso cérebro filtra os ruídos do mundo, esperamos poder criar aparelhos que ajudem as pessoas com problemas de fala e audição a fazer o mesmo", concluiu. "É inacreditável como o cérebro é rápido e maleável", acrescentou o professor Robert Knight, coautor do estudo. "É a primeira vez que temos alguma evidência de como a filtragem dos ruídos realmente ocorre no cérebro humano." Knight e sua equipe planejam utilizar as descobertas para desenvolver um implante cerebral capaz de interpretar o que se deseja falar. A ideia é beneficiar pacientes com doenças neurodegenerativas que comprometem sua capacidade de falar.
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Segunda tem velocidade reduzida em via da zona sul e bloqueio no centro
DE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA * TEMPO * CULTURA E LAZER PERSONAGEM DO DIA Vera Maluf, 70, tradutora e Tatiana Maluf, 38, chefe de cozinha, Anhangabaú Vera: A vida não espera, corra ser feliz. Tatiana: É, não deixe pra amanhã o que se deve fazer hoje... * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
saopaulo
Segunda tem velocidade reduzida em via da zona sul e bloqueio no centroDE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA * TEMPO * CULTURA E LAZER PERSONAGEM DO DIA Vera Maluf, 70, tradutora e Tatiana Maluf, 38, chefe de cozinha, Anhangabaú Vera: A vida não espera, corra ser feliz. Tatiana: É, não deixe pra amanhã o que se deve fazer hoje... * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Confira o resultado das eleições em todas as capitais
DE SÃO PAULO Na cidade de São Paulo, o candidato à Prefeitura João Doria (PSDB) foi eleito no primeiro turno, com 53,3% dos votos. Já o Rio de Janeiro terá um segundo turno entre os candidatos Marcelo Crivella (PRB), que recebeu 27,8% dos votos, e Marcelo Freixo (PSOL), com 18,3%. Veja a seguir o resultado das eleições em todas as capitais São Paulo (SP): João Doria (PSDB) foi eleito no primeiro turno, com 53,29% dos votos. Rio de Janeiro (RJ): Marcelo Crivella (PRB), com 27,78% dos votos, disputa o segundo turno com Marcelo Freixo (PSOL), que teve 18,26%. Belo Horizonte (MG): João Leite (PSDB), com 33,4% dos votos, disputa o segundo turno com Alexandre Kalil (PHS), que teve 26,56%. Vitória (ES): Luciano Rezende (PPS), que teve 43,82% dos votos, disputa o segundo turno com Amaro Neto (SD), com 35,32%. Curitiba (PR): Rafael Greca (PMN), com 38,38% dos votos, disputa o segundo turno com Ney Leprevost (PSD), com 23,66%. Florianópolis (SC): Gean Loureiro (PMDB), com 40,39% dos votos, disputa o segundo turno com Angela Amin (PP), com 24,57%. Porto Alegre (RS): Nelson Marchezan Junior (PSDB), com 29,84% dos votos, disputa o segundo turno com Sebastião Melo (PMDB), com 25,93%. Salvador (BA): ACM Neto (DEM) foi eleito no primeiro turno, com 73,99% dos votos. Aracaju (SE): Edvaldo Nogueira (PC do B), com 38,76% dos votos, disputa o segundo turno com Valadares Filho (PSB), com 38,09%. Maceió (AL): Rui Palmeira (PSDB), com 46,8% dos votos, disputa o segundo turno com Cícero Almeida (PMDB), com 24,73%. Recife (PE): Geraldo Julio (PSB), com 49,34% dos votos, disputa o segundo turno com João Paulo (PT), com 23,76%. João Pessoa (PB): Luciano Cartaxo (PSD) foi eleito no primeiro turno, com 59,67% dos votos. Natal (RN): Carlos Eduardo (PDT) foi eleito no primeiro turno, com 63,42% dos votos. Fortaleza (CE): Roberto Cláudio (PDT) com 40,81% dos votos, disputa o segundo turno com Capitão Wagner (PR), com 31,15%. Teresina (PI): Firmino Filho (PSDB) foi eleito no primeiro turno, com 51,14% dos votos. São Luís (MA): Edivaldo Holanda (PDT) com 45,66% dos votos, disputa o segundo turno com Eduardo Braide (PMN), com 21,34%. Palmas (TO): Carlos Amastha (PSB) foi eleito no primeiro turno, com 52,38% dos votos. Belém (PA): Zenaldo Coutinho (PSDB) com 31,02% dos votos, disputa o segundo turno com Edmilson (PSOL), com 29,5%. Macapá (AP): Clécio Luís (Rede) com 44,59% dos votos, disputa o segundo turno com Gilvam Borges (PMDB), com 26,37%. Boa Vista (RR): Teresa (PDMB) foi eleita no primeiro turno, com 79,39% dos votos. Manaus (AM): Artur Neto (PSDB) com 35,17% dos votos, disputa o segundo turno com Marcelo Ramos (PR), com 24,86%. Rio Branco (AC): Marcus Alexandre (PT) foi eleito no primeiro turno, com 54,87% dos votos. Porto Velho (RO): Dr. Hildon (PSDB) com 27,2% dos votos, disputa o segundo turno com Léo Moraes (PTB), com 26,12%. Cuiabá (MT): Emanuel Pinheiro (PMDB) com 34,15% dos votos, disputa o segundo turno com Wilson Santos (PSDB), com 28,4%. Campo Grande (MS): Marquinhos Trad (PSD) com 34,57% dos votos, disputa o segundo turno com Rose Modesto (PSDB), com 26,62%. Goiânia (GO): Iris Rezende (PMDB) com 40,47% dos votos, disputa o segundo turno com Vanderlan (PSB), com 31,84%.
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Confira o resultado das eleições em todas as capitaisDE SÃO PAULO Na cidade de São Paulo, o candidato à Prefeitura João Doria (PSDB) foi eleito no primeiro turno, com 53,3% dos votos. Já o Rio de Janeiro terá um segundo turno entre os candidatos Marcelo Crivella (PRB), que recebeu 27,8% dos votos, e Marcelo Freixo (PSOL), com 18,3%. Veja a seguir o resultado das eleições em todas as capitais São Paulo (SP): João Doria (PSDB) foi eleito no primeiro turno, com 53,29% dos votos. Rio de Janeiro (RJ): Marcelo Crivella (PRB), com 27,78% dos votos, disputa o segundo turno com Marcelo Freixo (PSOL), que teve 18,26%. Belo Horizonte (MG): João Leite (PSDB), com 33,4% dos votos, disputa o segundo turno com Alexandre Kalil (PHS), que teve 26,56%. Vitória (ES): Luciano Rezende (PPS), que teve 43,82% dos votos, disputa o segundo turno com Amaro Neto (SD), com 35,32%. Curitiba (PR): Rafael Greca (PMN), com 38,38% dos votos, disputa o segundo turno com Ney Leprevost (PSD), com 23,66%. Florianópolis (SC): Gean Loureiro (PMDB), com 40,39% dos votos, disputa o segundo turno com Angela Amin (PP), com 24,57%. Porto Alegre (RS): Nelson Marchezan Junior (PSDB), com 29,84% dos votos, disputa o segundo turno com Sebastião Melo (PMDB), com 25,93%. Salvador (BA): ACM Neto (DEM) foi eleito no primeiro turno, com 73,99% dos votos. Aracaju (SE): Edvaldo Nogueira (PC do B), com 38,76% dos votos, disputa o segundo turno com Valadares Filho (PSB), com 38,09%. Maceió (AL): Rui Palmeira (PSDB), com 46,8% dos votos, disputa o segundo turno com Cícero Almeida (PMDB), com 24,73%. Recife (PE): Geraldo Julio (PSB), com 49,34% dos votos, disputa o segundo turno com João Paulo (PT), com 23,76%. João Pessoa (PB): Luciano Cartaxo (PSD) foi eleito no primeiro turno, com 59,67% dos votos. Natal (RN): Carlos Eduardo (PDT) foi eleito no primeiro turno, com 63,42% dos votos. Fortaleza (CE): Roberto Cláudio (PDT) com 40,81% dos votos, disputa o segundo turno com Capitão Wagner (PR), com 31,15%. Teresina (PI): Firmino Filho (PSDB) foi eleito no primeiro turno, com 51,14% dos votos. São Luís (MA): Edivaldo Holanda (PDT) com 45,66% dos votos, disputa o segundo turno com Eduardo Braide (PMN), com 21,34%. Palmas (TO): Carlos Amastha (PSB) foi eleito no primeiro turno, com 52,38% dos votos. Belém (PA): Zenaldo Coutinho (PSDB) com 31,02% dos votos, disputa o segundo turno com Edmilson (PSOL), com 29,5%. Macapá (AP): Clécio Luís (Rede) com 44,59% dos votos, disputa o segundo turno com Gilvam Borges (PMDB), com 26,37%. Boa Vista (RR): Teresa (PDMB) foi eleita no primeiro turno, com 79,39% dos votos. Manaus (AM): Artur Neto (PSDB) com 35,17% dos votos, disputa o segundo turno com Marcelo Ramos (PR), com 24,86%. Rio Branco (AC): Marcus Alexandre (PT) foi eleito no primeiro turno, com 54,87% dos votos. Porto Velho (RO): Dr. Hildon (PSDB) com 27,2% dos votos, disputa o segundo turno com Léo Moraes (PTB), com 26,12%. Cuiabá (MT): Emanuel Pinheiro (PMDB) com 34,15% dos votos, disputa o segundo turno com Wilson Santos (PSDB), com 28,4%. Campo Grande (MS): Marquinhos Trad (PSD) com 34,57% dos votos, disputa o segundo turno com Rose Modesto (PSDB), com 26,62%. Goiânia (GO): Iris Rezende (PMDB) com 40,47% dos votos, disputa o segundo turno com Vanderlan (PSB), com 31,84%.
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Faltou cabeça para o Brasil vencer a Argentina no basquete
Depois do teste para cardíacos do futebol feminino em que a goleira Bárbara brilhou com as mãos, faltou cabeça para o time de basquete brasileiro contra o argentino, em outro final de matar do coração. Com três pontos de vantagem no tempo normal quando a Argentina ia para o último ataque do jogo, o quinteto nacional não fez o óbvio: uma falta que possibilitasse aos rivais fazer no máximo dois pontos. Mas não. Permitiu-se o chute de três pontos do extraordinário veterano Nocioni, a bola chorou e caiu: 85 a 85. Na primeira prorrogação, depois de abrir boa vantagem —os brasileiros cometeram erros infantis, até bola escorregando das mãos aconteceu— e permitiram novo empate. Na segunda prorrogação, ficou claro como a Argentina venceu: no jogo mental, no emocional que distingue os homens dos meninos. Com inteligência, Ginóbili e companhia dominaram os cinco minutos finais e frustraram a torcida brasileira que teve de ouvir os hermanos cantarem novamente o "diceme qué se siente!". Decepção, tristeza, é a resposta. Chamada - Rio 2016
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Faltou cabeça para o Brasil vencer a Argentina no basqueteDepois do teste para cardíacos do futebol feminino em que a goleira Bárbara brilhou com as mãos, faltou cabeça para o time de basquete brasileiro contra o argentino, em outro final de matar do coração. Com três pontos de vantagem no tempo normal quando a Argentina ia para o último ataque do jogo, o quinteto nacional não fez o óbvio: uma falta que possibilitasse aos rivais fazer no máximo dois pontos. Mas não. Permitiu-se o chute de três pontos do extraordinário veterano Nocioni, a bola chorou e caiu: 85 a 85. Na primeira prorrogação, depois de abrir boa vantagem —os brasileiros cometeram erros infantis, até bola escorregando das mãos aconteceu— e permitiram novo empate. Na segunda prorrogação, ficou claro como a Argentina venceu: no jogo mental, no emocional que distingue os homens dos meninos. Com inteligência, Ginóbili e companhia dominaram os cinco minutos finais e frustraram a torcida brasileira que teve de ouvir os hermanos cantarem novamente o "diceme qué se siente!". Decepção, tristeza, é a resposta. Chamada - Rio 2016
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SP tem março mais seco desde 2009 e previsão para abril é de menos chuva
A cidade de São Paulo teve o mês de março mais seco dos últimos oito anos, segundo medição do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Desde 2009, quando o órgão registrou 125,7 mm, não chovia tão pouco na capital paulista para um mês de março O total de chuva acumulada na capital paulista em março de 2017 foi de 160,3 mm –15% (28,5 mm) menor que a média história de março (188,8 mm). As medições foram feitas no mirante de Santana, na zona norte da cidade. No total, foram 12 dias com registro de precipitação, enquanto que a média é de 15 dias. De acordo com o Inmet, o maior volume de chuva em 24 horas foi aferido no dia 7, com 43,6 mm. É o segundo mês seguido que a cidade de São Paulo registra baixos índices pluviométricos. O mês de fevereiro de 2017 foi o mais seco em 12 anos, segundo o Inmet. O total de chuva acumulada na capital paulista foi 46% menor que a média história para este mês fevereiro. SEM CHUVA - São Paulo tem o mês de março mais seco em oito anos PREVISÃO PARA ABRIL Os meteorologistas do Inmet preveem que abril tenha ainda menos chuva em todo o Estado, principalmente no interior paulista. Somente na região sudeste e no litoral sul é que deve haver precipitações isoladas. A semana começa com temperaturas mais amenas e céu parcialmente nublado durante o período da manhã. O sol aparece ao longo do dia ocasionando grande amplitude térmica, isto é, variação de temperaturas baixas e elevadas em um único dia. Isso ocorre devido ao sistema de alta pressão (massa de ar fria e seca) que começa a perder força. A temperatura máxima nesta segunda (3) deve ficar em torno de 28° e, a mínima, deve chegar a 16°C. De acordo com os meteorologistas, a chegada de uma frente fria deve mudar o tempo em quase todo o Estado a partir de quinta (6), quando há previsão de pancadas de chuva e trovoadas isoladas.
cotidiano
SP tem março mais seco desde 2009 e previsão para abril é de menos chuvaA cidade de São Paulo teve o mês de março mais seco dos últimos oito anos, segundo medição do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Desde 2009, quando o órgão registrou 125,7 mm, não chovia tão pouco na capital paulista para um mês de março O total de chuva acumulada na capital paulista em março de 2017 foi de 160,3 mm –15% (28,5 mm) menor que a média história de março (188,8 mm). As medições foram feitas no mirante de Santana, na zona norte da cidade. No total, foram 12 dias com registro de precipitação, enquanto que a média é de 15 dias. De acordo com o Inmet, o maior volume de chuva em 24 horas foi aferido no dia 7, com 43,6 mm. É o segundo mês seguido que a cidade de São Paulo registra baixos índices pluviométricos. O mês de fevereiro de 2017 foi o mais seco em 12 anos, segundo o Inmet. O total de chuva acumulada na capital paulista foi 46% menor que a média história para este mês fevereiro. SEM CHUVA - São Paulo tem o mês de março mais seco em oito anos PREVISÃO PARA ABRIL Os meteorologistas do Inmet preveem que abril tenha ainda menos chuva em todo o Estado, principalmente no interior paulista. Somente na região sudeste e no litoral sul é que deve haver precipitações isoladas. A semana começa com temperaturas mais amenas e céu parcialmente nublado durante o período da manhã. O sol aparece ao longo do dia ocasionando grande amplitude térmica, isto é, variação de temperaturas baixas e elevadas em um único dia. Isso ocorre devido ao sistema de alta pressão (massa de ar fria e seca) que começa a perder força. A temperatura máxima nesta segunda (3) deve ficar em torno de 28° e, a mínima, deve chegar a 16°C. De acordo com os meteorologistas, a chegada de uma frente fria deve mudar o tempo em quase todo o Estado a partir de quinta (6), quando há previsão de pancadas de chuva e trovoadas isoladas.
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Ainda em crise, Grécia estuda subir preço de ingresso no Parthenon
Ainda enfrentando uma grave crise financeira, a Grécia estuda aumentar o preço dos ingressos em seus principais sítios arqueológicos e museus para tentar elevar a arrecadação do governo. Sendo assim, o custo para entrar no famoso Parthenon, antigo templo situado na Acrópole de Atenas, pode subir de € 12 (R$ 53) para € 20 (R$ 88), uma alta de mais de 60%. A medida, que é criticada pelo setor turístico, poderia entrar em vigor já na próxima primavera europeia, em abril do ano que vem, e valeria até novembro. Nos meses de baixa temporada, as tarifas teriam uma redução de 50%. Segundo o governo grego, o atual valor dos bilhetes é "inaceitavelmente baixo" e os recursos provenientes de um eventual aumento ajudariam na implantação do plano de austeridade imposto pelos credores do país. Em agosto passado, a Grécia chegou a um acordo com a União Europeia para receber um pacote de resgate financeiro de 86 bilhões de euros. Em troca, a nação terá de promover um amplo corte de gastos no setor público e realizar uma série de privatizações
turismo
Ainda em crise, Grécia estuda subir preço de ingresso no ParthenonAinda enfrentando uma grave crise financeira, a Grécia estuda aumentar o preço dos ingressos em seus principais sítios arqueológicos e museus para tentar elevar a arrecadação do governo. Sendo assim, o custo para entrar no famoso Parthenon, antigo templo situado na Acrópole de Atenas, pode subir de € 12 (R$ 53) para € 20 (R$ 88), uma alta de mais de 60%. A medida, que é criticada pelo setor turístico, poderia entrar em vigor já na próxima primavera europeia, em abril do ano que vem, e valeria até novembro. Nos meses de baixa temporada, as tarifas teriam uma redução de 50%. Segundo o governo grego, o atual valor dos bilhetes é "inaceitavelmente baixo" e os recursos provenientes de um eventual aumento ajudariam na implantação do plano de austeridade imposto pelos credores do país. Em agosto passado, a Grécia chegou a um acordo com a União Europeia para receber um pacote de resgate financeiro de 86 bilhões de euros. Em troca, a nação terá de promover um amplo corte de gastos no setor público e realizar uma série de privatizações
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A verdade sobre a merenda
Tentarei desfazer a máxima de Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista, de que uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade. Apesar da onda de desinformação a que a população vem sendo submetida a meu respeito, faço, deste espaço, a minha trincheira. Antes de mais nada, cabe uma pergunta. A quem interessa desconstruir minha biografia? Sou membro do Ministério Público e professor de direito há quase 30 anos, palestrante conhecido no Brasil e autor de 60 obras jurídicas. Minhas aulas via internet alcançam 150 mil pessoas. Tenho um instituto jurídico há 20 anos, pelo qual recebo pagamentos por aulas, palestras e direitos autorais de meus livros. Esse instituto jamais ganhou um único centavo de dinheiro público ou de empresa que tenha contrato com o poder público. Constitui meu patrimônio bem antes de concorrer a meu primeiro mandato. Após ser o deputado estadual mais votado em 2014, fui eleito, por meus pares, presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Em menos de dois anos de gestão, aprovamos 70 projetos de lei. Convoquei membros do Ministério Público para me auxiliarem na gestão administrativa. Com seriedade no trato da coisa pública, renegociamos contratos e economizamos R$ 24 milhões em 2015. Como alguém com esse histórico e essa postura de probidade e de zelo pelo erário iria se envolver numa trama espúria para fraudar licitação de merenda? Tenho credibilidade e responsabilidade. Não sou alguém que nada tem a perder. Como não entreguei minha honra à política, estou aqui para defendê-la. Quem tenta me vincular a uma suposta máfia da merenda age de má-fé. Vamos aos fatos. Jamais recebi, em meu proveito ou de minha campanha eleitoral, qualquer verba ilícita, muito menos oriunda de fraude na merenda. Para mim, isso soa tão absurdo que beira o ridículo. Não conheço, nunca estive nem conversei com nenhum dos investigados. Todos eles e as testemunhas ouvidos pela corregedoria da administração e pela CPI me isentaram. Perante o Tribunal de Justiça, todos afirmaram que meu nome foi usado e que nada tenho a ver com fraudes. Não pedi nem autorizei ninguém a solicitar, junto à cooperativa investigada, dinheiro ou bens para minha campanha. O delator foi categórico ao afirmar que jamais tratou de dinheiro comigo e que nunca lhe pedi nada, pessoalmente ou por interposta pessoa. Quando o delator supostamente teria procurado meu ex-funcionário, a licitação estava quase concluída, de modo que não havia sequer o que influenciar. O próprio relatório final da corregedoria da administração concluiu que não houve interferência externa nessa licitação. Quanto aos funcionários mencionados, que supostamente teriam recebido valores da cooperativa, um trabalhou por breve período no meu gabinete, há mais de 5 anos, e o outro já tinha sido por mim desligado no ano do suposto recebimento. Ouvidos, ambos foram expressos ao dizer que eu de nada sabia. Essa é a prova dos autos. Jamais fiz qualquer brincadeira sugerindo dificuldades de campanha. A prestação de contas à Justiça Eleitoral comprova a minha seriedade no trato dessa questão. Aguardo, com a alma serena pela consciência límpida, mas inconformado pelo ataque vil e sistemático à minha reputação, a palavra final de inocência do Judiciário. Enquanto isso, o jornalismo investigativo neutro não pode ceder à tentação do sensacionalismo. Há o tempo de rasgar e o tempo de costurar. Somente peço ao leitor que não se impressione com manchetes tendenciosas ou com a exploração política do caso. Não permita que a mentira se torne verdade. FERNANDO CAPEZ, procurador de Justiça licenciado, é deputado estadual (PSDB-SP) e presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
opiniao
A verdade sobre a merendaTentarei desfazer a máxima de Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista, de que uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade. Apesar da onda de desinformação a que a população vem sendo submetida a meu respeito, faço, deste espaço, a minha trincheira. Antes de mais nada, cabe uma pergunta. A quem interessa desconstruir minha biografia? Sou membro do Ministério Público e professor de direito há quase 30 anos, palestrante conhecido no Brasil e autor de 60 obras jurídicas. Minhas aulas via internet alcançam 150 mil pessoas. Tenho um instituto jurídico há 20 anos, pelo qual recebo pagamentos por aulas, palestras e direitos autorais de meus livros. Esse instituto jamais ganhou um único centavo de dinheiro público ou de empresa que tenha contrato com o poder público. Constitui meu patrimônio bem antes de concorrer a meu primeiro mandato. Após ser o deputado estadual mais votado em 2014, fui eleito, por meus pares, presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Em menos de dois anos de gestão, aprovamos 70 projetos de lei. Convoquei membros do Ministério Público para me auxiliarem na gestão administrativa. Com seriedade no trato da coisa pública, renegociamos contratos e economizamos R$ 24 milhões em 2015. Como alguém com esse histórico e essa postura de probidade e de zelo pelo erário iria se envolver numa trama espúria para fraudar licitação de merenda? Tenho credibilidade e responsabilidade. Não sou alguém que nada tem a perder. Como não entreguei minha honra à política, estou aqui para defendê-la. Quem tenta me vincular a uma suposta máfia da merenda age de má-fé. Vamos aos fatos. Jamais recebi, em meu proveito ou de minha campanha eleitoral, qualquer verba ilícita, muito menos oriunda de fraude na merenda. Para mim, isso soa tão absurdo que beira o ridículo. Não conheço, nunca estive nem conversei com nenhum dos investigados. Todos eles e as testemunhas ouvidos pela corregedoria da administração e pela CPI me isentaram. Perante o Tribunal de Justiça, todos afirmaram que meu nome foi usado e que nada tenho a ver com fraudes. Não pedi nem autorizei ninguém a solicitar, junto à cooperativa investigada, dinheiro ou bens para minha campanha. O delator foi categórico ao afirmar que jamais tratou de dinheiro comigo e que nunca lhe pedi nada, pessoalmente ou por interposta pessoa. Quando o delator supostamente teria procurado meu ex-funcionário, a licitação estava quase concluída, de modo que não havia sequer o que influenciar. O próprio relatório final da corregedoria da administração concluiu que não houve interferência externa nessa licitação. Quanto aos funcionários mencionados, que supostamente teriam recebido valores da cooperativa, um trabalhou por breve período no meu gabinete, há mais de 5 anos, e o outro já tinha sido por mim desligado no ano do suposto recebimento. Ouvidos, ambos foram expressos ao dizer que eu de nada sabia. Essa é a prova dos autos. Jamais fiz qualquer brincadeira sugerindo dificuldades de campanha. A prestação de contas à Justiça Eleitoral comprova a minha seriedade no trato dessa questão. Aguardo, com a alma serena pela consciência límpida, mas inconformado pelo ataque vil e sistemático à minha reputação, a palavra final de inocência do Judiciário. Enquanto isso, o jornalismo investigativo neutro não pode ceder à tentação do sensacionalismo. Há o tempo de rasgar e o tempo de costurar. Somente peço ao leitor que não se impressione com manchetes tendenciosas ou com a exploração política do caso. Não permita que a mentira se torne verdade. FERNANDO CAPEZ, procurador de Justiça licenciado, é deputado estadual (PSDB-SP) e presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
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'Just Dance 2017' terá música 'Bang', de Anitta; veja como ficou
Depois de Ivete Sangalo em "Just Dance 2014", Anitta será a segunda popstar brasileira entre suas faixas com a música "Bang" em "Just Dance 2017", conforme revelou a Ubisoft na Brasil Game Show 2016. "Bang" é a música de trabalho e que também dá nome ao último album de Anitta. Além dela, a paulistana Daya Luz, 25, se junta ao game com a música "Te Dominar". "Just Dance 2017" é o mais recente título da franquia que já vendeu mais de 70 milhões de cópias. Com versões para PC, PlayStation 3, PlayStation 4, Xbox 360, Xbox One, Wii e Wii U, o jogo sai em 25 de outubro. Posteriormente, o game será lançado também para o NX, próximo console da Nintendo. TRAILER DO GAME 'Just Dance 2017': 'Just Dance 2017' terá música 'Bang', de Anitta
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'Just Dance 2017' terá música 'Bang', de Anitta; veja como ficouDepois de Ivete Sangalo em "Just Dance 2014", Anitta será a segunda popstar brasileira entre suas faixas com a música "Bang" em "Just Dance 2017", conforme revelou a Ubisoft na Brasil Game Show 2016. "Bang" é a música de trabalho e que também dá nome ao último album de Anitta. Além dela, a paulistana Daya Luz, 25, se junta ao game com a música "Te Dominar". "Just Dance 2017" é o mais recente título da franquia que já vendeu mais de 70 milhões de cópias. Com versões para PC, PlayStation 3, PlayStation 4, Xbox 360, Xbox One, Wii e Wii U, o jogo sai em 25 de outubro. Posteriormente, o game será lançado também para o NX, próximo console da Nintendo. TRAILER DO GAME 'Just Dance 2017': 'Just Dance 2017' terá música 'Bang', de Anitta
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Deputado quer apurar como empresas souberam antes de extinção de reserva
O deputado federal Julio Delgado (PSB-MG) começará nesta segunda-feira (28) a coletar assinaturas para a instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o fato de mineradoras canadenses terem obtido a informação da extinção de reserva amazônica cinco meses antes do anúncio oficial. A extinção da Renca (Reserva Nacional do Cobre e Associados) foi publicada no "Diário Oficial" nesta quarta-feira (23), sem aviso prévio. No entanto, de acordo com reportagem da BBC Brasil, empresas de mineração do Canadá teriam sido avisadas em março pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, sobre o fim da área de preservação. "O objetivo é reverter o decreto [de extinção da reserva] ou pelo menos suspender a participação dessas empresas", afirma Delgado. São necessárias as assinaturas de 171 deputados para a instauração de uma CPI na Câmara. Segundo a publicação, as empresas foram avisadas de que a exploração no local seria leiloada entre companhias privadas durante evento em Toronto. Ele diz estar em contato com senadores para que seja criada uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. Neste caso, também será preciso a assinatura de 27 senadores, ou seja, um terço da Casa. O PSB também deve entrar com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) no Supremo Tribunal Federal contra o decreto que extingue a Renca. A reserva, na Amazônia, tem 46.450 km² –tamanho equivalente ao do Espírito Santo–, na divisa entre Pará e Amapá. A região possui reservas minerais de ouro, ferro e cobre. Ela foi criada em 1984, durante o regime militar. Dentro da reserva estão localizadas partes de três unidades de conservação (UC) de proteção integral, de quatro unidades de conservação de uso sustentável (uma delas na qual a mineração era permitida a partir de um plano de manejo) e de duas terras indígenas.
ambiente
Deputado quer apurar como empresas souberam antes de extinção de reservaO deputado federal Julio Delgado (PSB-MG) começará nesta segunda-feira (28) a coletar assinaturas para a instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o fato de mineradoras canadenses terem obtido a informação da extinção de reserva amazônica cinco meses antes do anúncio oficial. A extinção da Renca (Reserva Nacional do Cobre e Associados) foi publicada no "Diário Oficial" nesta quarta-feira (23), sem aviso prévio. No entanto, de acordo com reportagem da BBC Brasil, empresas de mineração do Canadá teriam sido avisadas em março pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, sobre o fim da área de preservação. "O objetivo é reverter o decreto [de extinção da reserva] ou pelo menos suspender a participação dessas empresas", afirma Delgado. São necessárias as assinaturas de 171 deputados para a instauração de uma CPI na Câmara. Segundo a publicação, as empresas foram avisadas de que a exploração no local seria leiloada entre companhias privadas durante evento em Toronto. Ele diz estar em contato com senadores para que seja criada uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. Neste caso, também será preciso a assinatura de 27 senadores, ou seja, um terço da Casa. O PSB também deve entrar com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) no Supremo Tribunal Federal contra o decreto que extingue a Renca. A reserva, na Amazônia, tem 46.450 km² –tamanho equivalente ao do Espírito Santo–, na divisa entre Pará e Amapá. A região possui reservas minerais de ouro, ferro e cobre. Ela foi criada em 1984, durante o regime militar. Dentro da reserva estão localizadas partes de três unidades de conservação (UC) de proteção integral, de quatro unidades de conservação de uso sustentável (uma delas na qual a mineração era permitida a partir de um plano de manejo) e de duas terras indígenas.
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Baixa popularidade de Dilma faz Haddad esconder presidente em 2016
Amigo oculto A baixíssima popularidade de Dilma Rousseff em São Paulo forçará o prefeito Fernando Haddad a esconder a correligionária durante as eleições. O núcleo político do petista tem recomendado um descolamento gradual durante a campanha pela reeleição. A distância deve ficar cada vez mais nítida à medida que a corrida municipal se aproxima. Haddad não descarta expor publicamente o que diz no reservado: que o bloqueio de recursos devido à crise fez o PAC na capital parar. Nua e crua Quando provocado sobre o assunto, Haddad afirma que papel de prefeito não é fazer oposição ao presidente da República. O que não significa deixar de dizer a verdade, completa ele. Falei e disse O prefeito, a propósito, repetiu a aliados o que sinalizou publicamente: "De zero a dez, a chance de eu deixar o PT é zero". Sujou O imbróglio em torno da indicação de Nelson Jobim como chefe da missão brasileira que acompanharia as eleições parlamentares da Venezuela envenenou a relação do Planalto com o TSE. Liga pra mim Marco Aurélio Garcia, assessor internacional de Dilma, teve uma ríspida conversa ao telefone com o presidente do tribunal eleitoral, Dias Toffoli. Impacto profundo O veto branco do governo Nicolás Maduro a Jobim reforçou o coro de parte do governo brasileiro de que é preciso ter canais de diálogo com a oposição moderada venezuelana. Made in USA Para diplomatas, ou o Brasil abre interlocução com críticos do chavismo ou corre riscos de ficar para trás caso os aliados percam as eleições presidenciais, marcadas para 2019. Muito bem Ao contrário de Marco Aurélio, o senador tucano Aécio Neves procurou Toffoli para parabenizá-lo. #BFF Quem acompanha os bastidores da capital deve prestar atenção na relação de Toffoli e Aécio. Surge ali uma amizade vista como improvável até pouco tempo atrás. Berlinda MTST, CUT e UNE farão manifestações pelo país pedindo a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara, no dia 8 de novembro. Em São Paulo, onde a organização espera reunir 30 mil pessoas, o ato começará na avenida Paulista e irá até o parque do Ibirapuera. Já vi O PMDB nacional enviará aos diretórios estaduais, para que possam opinar, um documento com propostas para o país superar as crises política e econômica. O texto será entregue na próxima quinta, segundo o vice-presidente Michel Temer. esse filme Em agosto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), divulgou documento semelhante, a Agenda Brasil. Desta vez, o principal responsável é Moreira Franco, que foi ministro nos dois mandatos de Dilma, é próximo a Temer e virou crítico da presidente. Desmarca Sob o comando do deputado Guilherme Mussi (SP), o PP paulista faz uma limpa nos diretórios do Estado. A ordem, segundo um interlocutor do novo cacique, é "dar um arejada para tirar a marca de Maluf". No vermelho A nova direção diz que o deputado federal Paulo Maluf, presidente estadual da sigla até o ano passado, deixou uma dívida de R$ 300 mil, entre aluguel da sede e pagamentos de funcionários, atrasados desde dezembro de 2014. Expansão O PMDB buscará adversários fortes contra prefeitos que tentam a reeleição em São Paulo. A meta é expandir dos 89 eleitos em 2012 a 100 prefeitos no Estado. Pé de valsa O senador José Serra (PSDB-SP) desempenhou papel ao qual não está acostumado, a pedido do presidente da Alesp, Fernando Capez. O tucano dançou com a filha do correligionário em sua festa de debutante -veja a foto abaixo. TIROTEIO FHC diz que Lula foi leniente com corrupção, mas esquece que, ao contrário do governo dele, o PT investigou todas as denúncias DE EMÍDIO DE SOUZA, presidente estadual do PT em São Paulo, sobre a fala do ex-presidente FHC em relação à atuação de Lula na Presidência com 'malfeitos' - CONTRAPONTO Au, au, au, baleia é animal Corintiano fanático, o presidente do diretório paulista do PMDB, deputado Baleia Rossi, agradecia à juventude da sigla, que levou uma bateria de escola de samba ao congresso estadual dos peemedebistas. -Você sabe que essa bateria do Peri é do Corinthians, né?-, comentou o deputado, entre aplausos e vaias. Na platéia, o futuro candidato a vereador Marcão da Mancha, ex-presidente da Mancha Verde -que trocou o PRB pelo PMDB-, observava o discurso sorrindo. Foi quando veio o desagravo do presidente estadual: -Só santista eu vou perdoar, porque o símbolo do Santos é uma baleia-, divertiu-se Baleia Rossi. com PAULO GAMA e THAIS ARBEX
poder
Baixa popularidade de Dilma faz Haddad esconder presidente em 2016Amigo oculto A baixíssima popularidade de Dilma Rousseff em São Paulo forçará o prefeito Fernando Haddad a esconder a correligionária durante as eleições. O núcleo político do petista tem recomendado um descolamento gradual durante a campanha pela reeleição. A distância deve ficar cada vez mais nítida à medida que a corrida municipal se aproxima. Haddad não descarta expor publicamente o que diz no reservado: que o bloqueio de recursos devido à crise fez o PAC na capital parar. Nua e crua Quando provocado sobre o assunto, Haddad afirma que papel de prefeito não é fazer oposição ao presidente da República. O que não significa deixar de dizer a verdade, completa ele. Falei e disse O prefeito, a propósito, repetiu a aliados o que sinalizou publicamente: "De zero a dez, a chance de eu deixar o PT é zero". Sujou O imbróglio em torno da indicação de Nelson Jobim como chefe da missão brasileira que acompanharia as eleições parlamentares da Venezuela envenenou a relação do Planalto com o TSE. Liga pra mim Marco Aurélio Garcia, assessor internacional de Dilma, teve uma ríspida conversa ao telefone com o presidente do tribunal eleitoral, Dias Toffoli. Impacto profundo O veto branco do governo Nicolás Maduro a Jobim reforçou o coro de parte do governo brasileiro de que é preciso ter canais de diálogo com a oposição moderada venezuelana. Made in USA Para diplomatas, ou o Brasil abre interlocução com críticos do chavismo ou corre riscos de ficar para trás caso os aliados percam as eleições presidenciais, marcadas para 2019. Muito bem Ao contrário de Marco Aurélio, o senador tucano Aécio Neves procurou Toffoli para parabenizá-lo. #BFF Quem acompanha os bastidores da capital deve prestar atenção na relação de Toffoli e Aécio. Surge ali uma amizade vista como improvável até pouco tempo atrás. Berlinda MTST, CUT e UNE farão manifestações pelo país pedindo a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara, no dia 8 de novembro. Em São Paulo, onde a organização espera reunir 30 mil pessoas, o ato começará na avenida Paulista e irá até o parque do Ibirapuera. Já vi O PMDB nacional enviará aos diretórios estaduais, para que possam opinar, um documento com propostas para o país superar as crises política e econômica. O texto será entregue na próxima quinta, segundo o vice-presidente Michel Temer. esse filme Em agosto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), divulgou documento semelhante, a Agenda Brasil. Desta vez, o principal responsável é Moreira Franco, que foi ministro nos dois mandatos de Dilma, é próximo a Temer e virou crítico da presidente. Desmarca Sob o comando do deputado Guilherme Mussi (SP), o PP paulista faz uma limpa nos diretórios do Estado. A ordem, segundo um interlocutor do novo cacique, é "dar um arejada para tirar a marca de Maluf". No vermelho A nova direção diz que o deputado federal Paulo Maluf, presidente estadual da sigla até o ano passado, deixou uma dívida de R$ 300 mil, entre aluguel da sede e pagamentos de funcionários, atrasados desde dezembro de 2014. Expansão O PMDB buscará adversários fortes contra prefeitos que tentam a reeleição em São Paulo. A meta é expandir dos 89 eleitos em 2012 a 100 prefeitos no Estado. Pé de valsa O senador José Serra (PSDB-SP) desempenhou papel ao qual não está acostumado, a pedido do presidente da Alesp, Fernando Capez. O tucano dançou com a filha do correligionário em sua festa de debutante -veja a foto abaixo. TIROTEIO FHC diz que Lula foi leniente com corrupção, mas esquece que, ao contrário do governo dele, o PT investigou todas as denúncias DE EMÍDIO DE SOUZA, presidente estadual do PT em São Paulo, sobre a fala do ex-presidente FHC em relação à atuação de Lula na Presidência com 'malfeitos' - CONTRAPONTO Au, au, au, baleia é animal Corintiano fanático, o presidente do diretório paulista do PMDB, deputado Baleia Rossi, agradecia à juventude da sigla, que levou uma bateria de escola de samba ao congresso estadual dos peemedebistas. -Você sabe que essa bateria do Peri é do Corinthians, né?-, comentou o deputado, entre aplausos e vaias. Na platéia, o futuro candidato a vereador Marcão da Mancha, ex-presidente da Mancha Verde -que trocou o PRB pelo PMDB-, observava o discurso sorrindo. Foi quando veio o desagravo do presidente estadual: -Só santista eu vou perdoar, porque o símbolo do Santos é uma baleia-, divertiu-se Baleia Rossi. com PAULO GAMA e THAIS ARBEX
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Coreia do Norte faz teste com míssil de longo alcance
Desafiando advertências internacionais, a Coreia do Norte lançou neste domingo (horário local, noite de sábado no Brasil) um foguete de longo alcance que as Nações Unidas e alguns países julgam ser um disfarce para um teste proibido de um míssil que poderia atingir a área continental dos EUA.O lançamento, que as autoridades sul-coreanas confirmaram cerca de duas horas após ser aberta uma janela de lançamento de oito dias, vem poucos dias após o teste de uma suposta bomba de hidrogênio pela Coreia do Norte.A ação norte-coreana será considerado mais uma provocação por Washington e seus aliados e provavelmente levará a mais sanções e condenações das Nações Unidas.Leia a reportagem
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Coreia do Norte faz teste com míssil de longo alcanceDesafiando advertências internacionais, a Coreia do Norte lançou neste domingo (horário local, noite de sábado no Brasil) um foguete de longo alcance que as Nações Unidas e alguns países julgam ser um disfarce para um teste proibido de um míssil que poderia atingir a área continental dos EUA.O lançamento, que as autoridades sul-coreanas confirmaram cerca de duas horas após ser aberta uma janela de lançamento de oito dias, vem poucos dias após o teste de uma suposta bomba de hidrogênio pela Coreia do Norte.A ação norte-coreana será considerado mais uma provocação por Washington e seus aliados e provavelmente levará a mais sanções e condenações das Nações Unidas.Leia a reportagem
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Vamos conversar?
Um aviso inicial: o Ministério do Realismo Político avisa que esta coluna não precisa ser lida pelos possuídos de um lado e de outro. Trata-se de um formidável exercício de ingenuidade, mas que atende a uma conclamação do ministro Edinho Silva em favor do diálogo, antes que surja um cadáver. Agora, aos fatos. Em fevereiro, participei, por indicação do governo brasileiro, de reunião do chamado Grupo de Amigos do Processo de Paz na Colômbia. Processo que teve a conclusão adiada para data ainda indeterminada (deveria ter terminado no dia 23 de março). O adiamento não significa um fracasso: "Não tenho dúvidas de que passamos do ponto sem volta", diz, por exemplo, Luiz Mayra, que funciona como embaixador do Chile para as negociações de paz em curso em Cuba. Tem, portanto, todas as informações à mão para ser tão afirmativo. A paz na Colômbia não é assunto meramente interno. "Beneficia o conjunto da América Latina e, como o Brasil tem um engajamento tão forte na América Latina e faz da América do Sul sua prioridade política, beneficia o Brasil", constata Marco Aurélio Garcia, há 13 anos e três meses como assessor internacional da Presidência brasileira. Festeja também o embaixador Paulo Estivallet de Mesquita, responsável por América do Sul no Itamaraty: "Significa trazer de volta a Colômbia à tradição de paz que temos na região". Em determinado momento da reunião do grupo de amigos do processo, ousei fazer uma brincadeira: sugeri criar um grupo de amigos de um processo de paz para o Brasil, retoricamente conflagrado. De lá para cá, minha sugestão tornou-se ainda mais necessária, ante a tremenda belicosidade que tomou conta do panorama político. Se a Colômbia pode encaminhar um entendimento entre o governo e sua oposição armada, no Brasil teoricamente deveria ser mais fácil. Afinal, como lembrou Luiz Mayra, "a Colômbia é atravessada pela violência desde as suas origens". Da independência, nos primórdios do século 19, até a primeira Constituição, em 1886, houve de 38 a 52 conflitos armados, conforme a maneira de fazer as contas. O conflito atual começa a rigor em 1948 e nos seus quase 70 anos produziu 220 mil mortes. O Brasil, ao contrário, teve poucos e efêmeros conflitos armados, tanto antes como depois da independência. Não concordo que seja um país cordial, ao contrário do que pregam alguns, mas a violência propriamente política é relativamente reduzida. Se os grupos adversários em um conflito com 220 mil mortes podem agora se encaminhar para "um tempo de política e não de guerra", como chegou a dizer Hugo Chávez, um dos patrocinadores do diálogo, não há razão para que o Brasil não inicie um tempo de diálogo. É afinal a quintessência da política. O que falta? Lideranças. Pessoas que entendam que, mesmo que Dilma seja afastada, o PT não será erradicado da vida política, e que, mesmo que Dilma fique, não conseguirá governar. É melhor ser ingênuo do que dar murro em ponta de faca.
colunas
Vamos conversar?Um aviso inicial: o Ministério do Realismo Político avisa que esta coluna não precisa ser lida pelos possuídos de um lado e de outro. Trata-se de um formidável exercício de ingenuidade, mas que atende a uma conclamação do ministro Edinho Silva em favor do diálogo, antes que surja um cadáver. Agora, aos fatos. Em fevereiro, participei, por indicação do governo brasileiro, de reunião do chamado Grupo de Amigos do Processo de Paz na Colômbia. Processo que teve a conclusão adiada para data ainda indeterminada (deveria ter terminado no dia 23 de março). O adiamento não significa um fracasso: "Não tenho dúvidas de que passamos do ponto sem volta", diz, por exemplo, Luiz Mayra, que funciona como embaixador do Chile para as negociações de paz em curso em Cuba. Tem, portanto, todas as informações à mão para ser tão afirmativo. A paz na Colômbia não é assunto meramente interno. "Beneficia o conjunto da América Latina e, como o Brasil tem um engajamento tão forte na América Latina e faz da América do Sul sua prioridade política, beneficia o Brasil", constata Marco Aurélio Garcia, há 13 anos e três meses como assessor internacional da Presidência brasileira. Festeja também o embaixador Paulo Estivallet de Mesquita, responsável por América do Sul no Itamaraty: "Significa trazer de volta a Colômbia à tradição de paz que temos na região". Em determinado momento da reunião do grupo de amigos do processo, ousei fazer uma brincadeira: sugeri criar um grupo de amigos de um processo de paz para o Brasil, retoricamente conflagrado. De lá para cá, minha sugestão tornou-se ainda mais necessária, ante a tremenda belicosidade que tomou conta do panorama político. Se a Colômbia pode encaminhar um entendimento entre o governo e sua oposição armada, no Brasil teoricamente deveria ser mais fácil. Afinal, como lembrou Luiz Mayra, "a Colômbia é atravessada pela violência desde as suas origens". Da independência, nos primórdios do século 19, até a primeira Constituição, em 1886, houve de 38 a 52 conflitos armados, conforme a maneira de fazer as contas. O conflito atual começa a rigor em 1948 e nos seus quase 70 anos produziu 220 mil mortes. O Brasil, ao contrário, teve poucos e efêmeros conflitos armados, tanto antes como depois da independência. Não concordo que seja um país cordial, ao contrário do que pregam alguns, mas a violência propriamente política é relativamente reduzida. Se os grupos adversários em um conflito com 220 mil mortes podem agora se encaminhar para "um tempo de política e não de guerra", como chegou a dizer Hugo Chávez, um dos patrocinadores do diálogo, não há razão para que o Brasil não inicie um tempo de diálogo. É afinal a quintessência da política. O que falta? Lideranças. Pessoas que entendam que, mesmo que Dilma seja afastada, o PT não será erradicado da vida política, e que, mesmo que Dilma fique, não conseguirá governar. É melhor ser ingênuo do que dar murro em ponta de faca.
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Pinguelli Rosa deixa fórum do clima por discordar do afastamento de Dilma
Secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudança Climática desde 2004 e um dos nomes mais importantes da militância científica pelo meio ambiente, Luiz Pinguelli Rosa já tinha uma carta de demissão pronta enquanto assistia à votação do Senado que decidiria pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff. A carta, endereçada ao presidente interino Michel Temer, foi enviada na quinta-feira (12), como informou o jornal "O Estado de S. Paulo". Nela, o físico e professor emérito da Coppe (o instituto de pós-graduação e pesquisa em engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) afirma que o afastamento da presidente foi uma "injustiça praticada com a conivência do Supremo Tribunal Federal" e que ele se recusaria a permanecer em um cargo que lidava diretamente com o presidente da República. O apoio de Pinguelli Rosa pode ter pego a presidente de surpresa: ambientalistas, afinal, não eram os maiores fãs de Dilma, cujo governo foi marcado por obras polêmicas como a da usina de Belo Monte e pela nomeação da senadora Kátia Abreu –apelidada de "rainha da motosserra"–, para o Ministério da Agricultura. Em entrevista à Folha, Rosa diz que sua atitude não é em defesa de Dilma, mas da democracia, e elogia a atuação da ex-ministra Izabella Teixeira à frente do Ministério do Meio Ambiente. Ponderado, ele elogia também a escolha do novo ministro, José Sarney Filho. "É uma pessoa que vem acompanhando a questão das mudanças climáticas há muito tempo", diz ele. * FOLHA – O senhor criticou publicamente diversas ações do governo Dilma, opiniões pessoais da presidente sobre a questão ambiental, deu entrevista falando sobre a corrupção na Petrobras. Diante de tanta discordância, o senhor não se considera uma fonte de apoio surpreendente para a presidente? Luiz Pinguelli Rosa – Minha saída do Fórum não é um apoio pessoal, é um entendimento de que esse afastamento é um erro monumental. Não houve crime de responsabilidade, pedaladas são uma trivialidade administrativa. Eu não quero ter nada a ver com esse processo que está acontecendo no Brasil. Isso para mim é uma grande injustiça praticada com conivência do Supremo Tribunal Federal. Eu sempre critiquei abertamente a atuação do governo, mas também elogiei o que merecia. A atuação da ministra Izabella Teixeira, por exemplo, que foi inclusive aluna da Coppe, foi exemplar. Ela fez um ótimo trabalho no ministério, acabou assumindo até tarefas que eram do Itamaraty, como articular a posição brasileira na Convenção do Clima da ONU. Mas a presidente Dilma é uma pessoa honesta e afastá-la dessa maneira é uma coisa que eu não concordo. Esse cargo [de secretário executivo do Fórum de Mudança Climática] lida diretamente com o presidente da República. Eu não poderia fazer isso discordando da presença do vice naquele lugar. Mas o senhor tem alguma discordância política com o presidente interino Michel Temer? O senhor acha que a política para o meio ambiente ou para as questões climáticas serão alteradas para pior? A gente não tem como saber. Justamente porque não houve um processo eleitoral, não houve uma discussão ampla, ninguém sabe qual a proposta dele para o meio ambiente. O que sabemos até agora é uma coisa ou outra do que ele pensa para a economia. Mas para todo o resto, é difícil saber. Se há uma eleição, essas coisas são discutidas. Mesmo que depois não saia como prometido, houve um debate amplo na sociedade, o governante teve que dizer o que achava das coisas e as pessoas tiveram oportunidade de discutir. O ministro que ele anunciou, o Sarney Filho, é um bom nome, conhece o assunto, é uma pessoa que vem acompanhando a questão das mudanças climáticas há muito tempo. Mas qual o direcionamento do governo para o tema? Ninguém sabe. Durante o governo Dilma, a presidente deu pouca atenção ao Fórum, deixando essa tarefa nas mãos da ministra do Meio Ambiente. Isso não acarretou em uma perda de prestígio do Fórum? Sim, acabou acontecendo isso. A Izabella acabou ocupando o lugar que era da presidente nesse assunto específico. Na questão prática, funcionava bem, mas eu falei diversas vezes que a ausência da presidente desestimulava a equipe. Lula era muito mais atuante, costurou pessoalmente a posição do Brasil na Conferência de Copenhague, se reunia comigo e com vários ministros. Caso a presidente Dilma volte ao governo, o senhor voltaria a presidir o Fórum? Não, isso é uma etapa vencida. Eu fiz o que tinha que fazer, me orgulho especialmente de ter ajudado o Brasil em Copenhague, mas não faz parte dos meus planos futuros voltar ao cargo.
ambiente
Pinguelli Rosa deixa fórum do clima por discordar do afastamento de DilmaSecretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudança Climática desde 2004 e um dos nomes mais importantes da militância científica pelo meio ambiente, Luiz Pinguelli Rosa já tinha uma carta de demissão pronta enquanto assistia à votação do Senado que decidiria pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff. A carta, endereçada ao presidente interino Michel Temer, foi enviada na quinta-feira (12), como informou o jornal "O Estado de S. Paulo". Nela, o físico e professor emérito da Coppe (o instituto de pós-graduação e pesquisa em engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) afirma que o afastamento da presidente foi uma "injustiça praticada com a conivência do Supremo Tribunal Federal" e que ele se recusaria a permanecer em um cargo que lidava diretamente com o presidente da República. O apoio de Pinguelli Rosa pode ter pego a presidente de surpresa: ambientalistas, afinal, não eram os maiores fãs de Dilma, cujo governo foi marcado por obras polêmicas como a da usina de Belo Monte e pela nomeação da senadora Kátia Abreu –apelidada de "rainha da motosserra"–, para o Ministério da Agricultura. Em entrevista à Folha, Rosa diz que sua atitude não é em defesa de Dilma, mas da democracia, e elogia a atuação da ex-ministra Izabella Teixeira à frente do Ministério do Meio Ambiente. Ponderado, ele elogia também a escolha do novo ministro, José Sarney Filho. "É uma pessoa que vem acompanhando a questão das mudanças climáticas há muito tempo", diz ele. * FOLHA – O senhor criticou publicamente diversas ações do governo Dilma, opiniões pessoais da presidente sobre a questão ambiental, deu entrevista falando sobre a corrupção na Petrobras. Diante de tanta discordância, o senhor não se considera uma fonte de apoio surpreendente para a presidente? Luiz Pinguelli Rosa – Minha saída do Fórum não é um apoio pessoal, é um entendimento de que esse afastamento é um erro monumental. Não houve crime de responsabilidade, pedaladas são uma trivialidade administrativa. Eu não quero ter nada a ver com esse processo que está acontecendo no Brasil. Isso para mim é uma grande injustiça praticada com conivência do Supremo Tribunal Federal. Eu sempre critiquei abertamente a atuação do governo, mas também elogiei o que merecia. A atuação da ministra Izabella Teixeira, por exemplo, que foi inclusive aluna da Coppe, foi exemplar. Ela fez um ótimo trabalho no ministério, acabou assumindo até tarefas que eram do Itamaraty, como articular a posição brasileira na Convenção do Clima da ONU. Mas a presidente Dilma é uma pessoa honesta e afastá-la dessa maneira é uma coisa que eu não concordo. Esse cargo [de secretário executivo do Fórum de Mudança Climática] lida diretamente com o presidente da República. Eu não poderia fazer isso discordando da presença do vice naquele lugar. Mas o senhor tem alguma discordância política com o presidente interino Michel Temer? O senhor acha que a política para o meio ambiente ou para as questões climáticas serão alteradas para pior? A gente não tem como saber. Justamente porque não houve um processo eleitoral, não houve uma discussão ampla, ninguém sabe qual a proposta dele para o meio ambiente. O que sabemos até agora é uma coisa ou outra do que ele pensa para a economia. Mas para todo o resto, é difícil saber. Se há uma eleição, essas coisas são discutidas. Mesmo que depois não saia como prometido, houve um debate amplo na sociedade, o governante teve que dizer o que achava das coisas e as pessoas tiveram oportunidade de discutir. O ministro que ele anunciou, o Sarney Filho, é um bom nome, conhece o assunto, é uma pessoa que vem acompanhando a questão das mudanças climáticas há muito tempo. Mas qual o direcionamento do governo para o tema? Ninguém sabe. Durante o governo Dilma, a presidente deu pouca atenção ao Fórum, deixando essa tarefa nas mãos da ministra do Meio Ambiente. Isso não acarretou em uma perda de prestígio do Fórum? Sim, acabou acontecendo isso. A Izabella acabou ocupando o lugar que era da presidente nesse assunto específico. Na questão prática, funcionava bem, mas eu falei diversas vezes que a ausência da presidente desestimulava a equipe. Lula era muito mais atuante, costurou pessoalmente a posição do Brasil na Conferência de Copenhague, se reunia comigo e com vários ministros. Caso a presidente Dilma volte ao governo, o senhor voltaria a presidir o Fórum? Não, isso é uma etapa vencida. Eu fiz o que tinha que fazer, me orgulho especialmente de ter ajudado o Brasil em Copenhague, mas não faz parte dos meus planos futuros voltar ao cargo.
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Médico terá que justificar cesárea para receber pagamento de plano de saúde
O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar anunciaram nesta terça-feira (6) um conjunto de medidas para tentar frear a "epidemia de cesáreas", que faz oito a cada dez mulheres atendidas pelos planos de saúde terem seus bebês por meio do parto cirúrgico. A partir de agora, haverá a obrigatoriedade dos médicos em preencher um partograma, espécie de registro gráfico de tudo o que ocorreu no momento do parto. O documento será um dos requisitos para que a operadora possa efetuar o pagamento dos procedimentos realizados. Além disso, o partograma também criará um mecanismo de dados que poderão ser usados para fiscalização. Com isso, tanto as operadoras quanto a própria agência que as regula poderão saber se houve cesáreas indicadas sem necessidade. Caso a operadora entender que isso ocorreu, poderá inclusive deixar de efetuar o pagamento, segundo a ANS. Outro ponto é que, com o partograma, as cesáreas não poderão ser marcadas com antecedência —uma vez que o documento começa a ser preenchido quando a gestante entra em trabalho de parto. As gestantes também poderão solicitar às operadoras dos planos de saúde os percentuais de cesáreas dos hospitais e dos médicos credenciados. As operadoras terão o prazo máximo de 15 dias para enviar as informações, sob pena de multa de R$ 25 mil. Outra medida que entra em vigor é a obrigatoriedade das operadoras em oferecer o cartão da gestante, documento no qual constará o registro de todo o pré-natal. As empresas também terão que fornecer uma carta com informações sobre os riscos de realizar uma cesárea sem necessidade. As novas normas fazem parte de uma resolução que será publicada no "Diário Oficial" da União nesta quarta-feira (7). A partir desta data, as operadoras terão 180 dias para se adaptarem. As medidas, planejadas como forma de estímulo ao parto normal, têm público-alvo cerca de 24 milhões de mulheres hoje beneficiárias de planos de assistência médica com atendimento obstétrico no país, de acordo com a ANS. Hoje, o percentual de cesáreas na saúde suplementar chega a 84%. Na rede pública, esse índice é de 40%. Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro, os números indicam uma situação "inaceitável". "É inaceitável a epidemia de cesarianas que vivemos no nosso país. E não há outra condição senão tratá-la como um grave problema de saúde pública", afirma. "Não podemos sob hipótese alguma considerar a cesariana como parto normal." PROPOSTAS As mudanças já haviam sido propostas pelo governo federal em outubro do ano passado, ocasião em que o governo anunciou a realização de uma consulta pública sobre o tema entre os meses de outubro e novembro. Mais de 455 pessoas, entre consumidores, gestores de saúde e representantes das operadoras enviaram sugestões. Após a consulta, o governo decidiu reduzir de 30 dias para 15 dias o prazo para as operadoras enviarem informações às gestantes sobre a taxa de cesáreas dos hospitais e médicos. A decisão ocorreu como forma de tentar evitar prejuízos às mulheres —que teriam que esperar mais tempo para escolher os serviços e iniciar o pré-natal. Também foram definidos a forma de cálculo das taxas de cesáreas e detalhes dos documentos como o cartão da gestante e o partograma, que devem seguir diretrizes da OMS (Organização Mundial de Saúde). O Ministério da Saúde também anunciou nesta terça-feira a criação de um grupo de trabalho para criar novas diretrizes clínicas para o parto normal e cesáreas. A previsão é que as medidas sejam lançadas em maio deste ano. Outra proposta é estimular hospitais privados a aderirem a iniciativas como o Hospital Amigo da Criança e da Mulher, projeto que prevê ações para amenizar e proporcionar o alívio da dor durante o parto e propõe que os pais tenham acesso 24h ao bebê enquanto estiverem no hospital.
cotidiano
Médico terá que justificar cesárea para receber pagamento de plano de saúdeO Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar anunciaram nesta terça-feira (6) um conjunto de medidas para tentar frear a "epidemia de cesáreas", que faz oito a cada dez mulheres atendidas pelos planos de saúde terem seus bebês por meio do parto cirúrgico. A partir de agora, haverá a obrigatoriedade dos médicos em preencher um partograma, espécie de registro gráfico de tudo o que ocorreu no momento do parto. O documento será um dos requisitos para que a operadora possa efetuar o pagamento dos procedimentos realizados. Além disso, o partograma também criará um mecanismo de dados que poderão ser usados para fiscalização. Com isso, tanto as operadoras quanto a própria agência que as regula poderão saber se houve cesáreas indicadas sem necessidade. Caso a operadora entender que isso ocorreu, poderá inclusive deixar de efetuar o pagamento, segundo a ANS. Outro ponto é que, com o partograma, as cesáreas não poderão ser marcadas com antecedência —uma vez que o documento começa a ser preenchido quando a gestante entra em trabalho de parto. As gestantes também poderão solicitar às operadoras dos planos de saúde os percentuais de cesáreas dos hospitais e dos médicos credenciados. As operadoras terão o prazo máximo de 15 dias para enviar as informações, sob pena de multa de R$ 25 mil. Outra medida que entra em vigor é a obrigatoriedade das operadoras em oferecer o cartão da gestante, documento no qual constará o registro de todo o pré-natal. As empresas também terão que fornecer uma carta com informações sobre os riscos de realizar uma cesárea sem necessidade. As novas normas fazem parte de uma resolução que será publicada no "Diário Oficial" da União nesta quarta-feira (7). A partir desta data, as operadoras terão 180 dias para se adaptarem. As medidas, planejadas como forma de estímulo ao parto normal, têm público-alvo cerca de 24 milhões de mulheres hoje beneficiárias de planos de assistência médica com atendimento obstétrico no país, de acordo com a ANS. Hoje, o percentual de cesáreas na saúde suplementar chega a 84%. Na rede pública, esse índice é de 40%. Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro, os números indicam uma situação "inaceitável". "É inaceitável a epidemia de cesarianas que vivemos no nosso país. E não há outra condição senão tratá-la como um grave problema de saúde pública", afirma. "Não podemos sob hipótese alguma considerar a cesariana como parto normal." PROPOSTAS As mudanças já haviam sido propostas pelo governo federal em outubro do ano passado, ocasião em que o governo anunciou a realização de uma consulta pública sobre o tema entre os meses de outubro e novembro. Mais de 455 pessoas, entre consumidores, gestores de saúde e representantes das operadoras enviaram sugestões. Após a consulta, o governo decidiu reduzir de 30 dias para 15 dias o prazo para as operadoras enviarem informações às gestantes sobre a taxa de cesáreas dos hospitais e médicos. A decisão ocorreu como forma de tentar evitar prejuízos às mulheres —que teriam que esperar mais tempo para escolher os serviços e iniciar o pré-natal. Também foram definidos a forma de cálculo das taxas de cesáreas e detalhes dos documentos como o cartão da gestante e o partograma, que devem seguir diretrizes da OMS (Organização Mundial de Saúde). O Ministério da Saúde também anunciou nesta terça-feira a criação de um grupo de trabalho para criar novas diretrizes clínicas para o parto normal e cesáreas. A previsão é que as medidas sejam lançadas em maio deste ano. Outra proposta é estimular hospitais privados a aderirem a iniciativas como o Hospital Amigo da Criança e da Mulher, projeto que prevê ações para amenizar e proporcionar o alívio da dor durante o parto e propõe que os pais tenham acesso 24h ao bebê enquanto estiverem no hospital.
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Comissão faz novos pedidos de informação a Cerveró e Duque
A Comissão de Ética Pública da Presidência fez novos pedidos de informação ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, investigado pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e ao ex-diretor de Serviços da estatal Renato de Souza Duque, também investigado por seu envolvimento no caso de desvios de recursos da empresa. A comissão pede informações sobre Cerveró desde abril de 2014. Os pedidos já foram feitos à Petrobras e ao próprio ex-diretor. Segundo o presidente da comissão, Américo Lacombe, os dados recebidos até agora são incompletos. Em relação a Duque, esta é a segunda vez que a comissão pede informações. O processo contra ele foi aberto em novembro do ano passado. De acordo com Lacombe, se a omissão persistir, a comissão pode tomar alguma decisão mesmo sem receber os dados pedidos. Não há prazo para que o colegiado conclua o processo. Em dezembro, a comissão definiu pela aplicação de "censura ética" ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. A medida representa uma "mancha no currículo" do servidor que, na prática, o impede de assumir cargos públicos no futuro. É maior punição que a comissão pode recomendar no caso de um ex-funcionário público.
poder
Comissão faz novos pedidos de informação a Cerveró e DuqueA Comissão de Ética Pública da Presidência fez novos pedidos de informação ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, investigado pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e ao ex-diretor de Serviços da estatal Renato de Souza Duque, também investigado por seu envolvimento no caso de desvios de recursos da empresa. A comissão pede informações sobre Cerveró desde abril de 2014. Os pedidos já foram feitos à Petrobras e ao próprio ex-diretor. Segundo o presidente da comissão, Américo Lacombe, os dados recebidos até agora são incompletos. Em relação a Duque, esta é a segunda vez que a comissão pede informações. O processo contra ele foi aberto em novembro do ano passado. De acordo com Lacombe, se a omissão persistir, a comissão pode tomar alguma decisão mesmo sem receber os dados pedidos. Não há prazo para que o colegiado conclua o processo. Em dezembro, a comissão definiu pela aplicação de "censura ética" ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. A medida representa uma "mancha no currículo" do servidor que, na prática, o impede de assumir cargos públicos no futuro. É maior punição que a comissão pode recomendar no caso de um ex-funcionário público.
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Rodrigo Janot é contra volta de José Dirceu para prisão domiciliar
Em parecer enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se manifestou contra o pedido da defesa do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) para que o petista volte a cumprir prisão domiciliar em Brasília. Os advogados do ministro recorreram ao STF para que ele deixe a prisão em Curitiba, onde está detido preventivamente por acusado de ligação com o esquema de corrupção da Petrobras. A defesa alegou que Dirceu já cumpria pena, em prisão domiciliar, pelos crimes do escândalo do mensalão quando foi preso em mais uma fase da Operação Lava Jato, que apura desvios na estatal, no dia 3 de agosto. A defesa argumenta que Dirceu não poderia ter sido preso a pedido do juiz Sergio Moro, da Justiça do Paraná, sem aval do STF, que é responsável pela execução da pena no caso do mensalão. Dirceu foi preso a pedido de Moro na Superintendência de Brasília. Depois o juiz pediu sua transferência para Curitiba, que foi autorizada pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso, relator das penas do mensalão. Outra justificativa é que "as particularidades do sistema prisional a que estava submetido [prisão domiciliar], bem como suas características pessoais e, ainda, e principalmente, os fins e fundamentos do decreto de prisão preventiva superveniente, a forma e local mais adequados são a prisão domiciliar e na capital federal". Para Janot, os elementos apresentados pela defesa de Dirceu não justificam a admissão do recurso. O procurador-geral afirmou que o ex-ministro não tem prerrogativa de foro especial e que não há relação entre a prisão do mensalão e da Lava Jato. O chefe do MP sustentou ainda que o petista teria continuado a cometer crimes mesmo após ser condenado pelo STF por participação no esquema de desvio de recursos públicos para compra de apoio político no Congresso durante o início do governo Lula. "Não há que se falar, com efeito, em conciliação das prisões [mensalão e Lava Jato] pelo Supremo, porquanto independentes entre si, não havendo, entre uma e outra, conexão de qualquer ordem. Ademais, o sentenciado não possui foro por prerrogativa de função, não havendo necessidade de pronunciamento do STF em questões desse jaez relativamente a ele", disse. PRESÍDIO Na quarta (2), o juiz Sergio Moro determinou a transferência do ex-ministro para um presídio comum na região metropolitana de Curitiba. Ele atendeu a um pedido da própria defesa do petista. Dirceu estava preso na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, sede das investigações da Lava Jato. Ele ficará no Complexo Médico Penal, em Pinhais, onde já estão outros 18 presos da operação. Moro entendeu que a carceragem da PF, que tem seis celas e capacidade máxima de 18 pessoas, "não comporta, por seu espaço reduzido, a manutenção de número significativo de presos". Na terça-feira (1), o ex-ministro foi indiciado pela PF sob suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha, suspeito de receber dinheiro desviado de contratos do governo federal. O esquema teria movimentado R$ 59 milhões em propina. Dirceu nega participação no esquema e diz que os pagamentos que recebeu de empreiteiras foram feitos por serviços de consultoria. Seu advogado, Roberto Podval, já classificou sua prisão como "política" e "sem justificativa jurídica".
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Rodrigo Janot é contra volta de José Dirceu para prisão domiciliarEm parecer enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se manifestou contra o pedido da defesa do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) para que o petista volte a cumprir prisão domiciliar em Brasília. Os advogados do ministro recorreram ao STF para que ele deixe a prisão em Curitiba, onde está detido preventivamente por acusado de ligação com o esquema de corrupção da Petrobras. A defesa alegou que Dirceu já cumpria pena, em prisão domiciliar, pelos crimes do escândalo do mensalão quando foi preso em mais uma fase da Operação Lava Jato, que apura desvios na estatal, no dia 3 de agosto. A defesa argumenta que Dirceu não poderia ter sido preso a pedido do juiz Sergio Moro, da Justiça do Paraná, sem aval do STF, que é responsável pela execução da pena no caso do mensalão. Dirceu foi preso a pedido de Moro na Superintendência de Brasília. Depois o juiz pediu sua transferência para Curitiba, que foi autorizada pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso, relator das penas do mensalão. Outra justificativa é que "as particularidades do sistema prisional a que estava submetido [prisão domiciliar], bem como suas características pessoais e, ainda, e principalmente, os fins e fundamentos do decreto de prisão preventiva superveniente, a forma e local mais adequados são a prisão domiciliar e na capital federal". Para Janot, os elementos apresentados pela defesa de Dirceu não justificam a admissão do recurso. O procurador-geral afirmou que o ex-ministro não tem prerrogativa de foro especial e que não há relação entre a prisão do mensalão e da Lava Jato. O chefe do MP sustentou ainda que o petista teria continuado a cometer crimes mesmo após ser condenado pelo STF por participação no esquema de desvio de recursos públicos para compra de apoio político no Congresso durante o início do governo Lula. "Não há que se falar, com efeito, em conciliação das prisões [mensalão e Lava Jato] pelo Supremo, porquanto independentes entre si, não havendo, entre uma e outra, conexão de qualquer ordem. Ademais, o sentenciado não possui foro por prerrogativa de função, não havendo necessidade de pronunciamento do STF em questões desse jaez relativamente a ele", disse. PRESÍDIO Na quarta (2), o juiz Sergio Moro determinou a transferência do ex-ministro para um presídio comum na região metropolitana de Curitiba. Ele atendeu a um pedido da própria defesa do petista. Dirceu estava preso na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, sede das investigações da Lava Jato. Ele ficará no Complexo Médico Penal, em Pinhais, onde já estão outros 18 presos da operação. Moro entendeu que a carceragem da PF, que tem seis celas e capacidade máxima de 18 pessoas, "não comporta, por seu espaço reduzido, a manutenção de número significativo de presos". Na terça-feira (1), o ex-ministro foi indiciado pela PF sob suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha, suspeito de receber dinheiro desviado de contratos do governo federal. O esquema teria movimentado R$ 59 milhões em propina. Dirceu nega participação no esquema e diz que os pagamentos que recebeu de empreiteiras foram feitos por serviços de consultoria. Seu advogado, Roberto Podval, já classificou sua prisão como "política" e "sem justificativa jurídica".
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O Brasil e o risco Trump
Bom, é hora de começar a pensar no que era impensável, risível até, faz poucos meses: Donald John Trump tem boas possibilidades de ser o 45º presidente dos Estados Unidos. Claro que a prudência mais elementar manda ressalvar primeiro que ainda falta a Trump consolidar seu triunfo no Partido Republicano e, segundo, que ele terá que bater Hillary Clinton. Mas, depois da Superterça, parece improvável, para dizer o mínimo, que o biliardário perca a candidatura republicana. Quanto a derrotar Hillary, ela ainda lidera nas pesquisas nacionais (52% a 44% na mais recente, a da CNN na segunda, 29). Mas minha sensação é a de que, conseguida a candidatura republicana, Trump terá criado o chamado "momentum" que o levará ao triunfo em novembro. Disputa pela Casa Branca Afinal, "os eleitores estão mais irritados e frustrados do que em qualquer outro momento dos últimos tempos", como escreve Peter Hakim, do Interamerican Dialogue, um sagaz observador da realidade americana e latino-americana. O passeio de Trump nas primárias republicanas mostra que essa irritação está sendo descarregada contra quem quer que represente o establishment. E Hillary Clinton é o establishment por excelência. Trump de certa forma reproduz Fernando Collor no Brasil: elegeu-se como "caçador de marajás", quando era "criador de marajás". Trump é do establishment econômico-social, mas pretende ser "outsider" no mundo político. Trump presidente seria "um desastre global", escreve Martin Wolf, o principal e brilhante colunista econômico do "Financial Times". Logo, Trump seria um desastre para o Brasil, se o Brasil continuar a fazer parte do globo quando ele assumir, em janeiro. Desastre indireto e direto. Indireto, por exemplo, se Trump cumprir sua promessa de impor uma sobretaxa de 45% às importações provenientes da China. Seria uma declaração de guerra comercial —e uma guerra comercial entre as duas maiores potências globais (e dois dos maiores parceiros do Brasil) descarrilaria a já hesitante recuperação da economia global. O Brasil seria inexoravelmente atingido quando, se Deus ajudar, estiver, no início de 2017, pondo a cabeça para fora do pântano econômico em que mergulhou. O desastre direto se dará se Trump cumprir a promessa de deportar 11 milhões de imigrantes sem documentos que vivem nos EUA. É óbvio que a vítima principal seriam os mexicanos, os mais numerosos nessa categoria. Mas há cerca de 100 mil brasileiros em situação irregular nos EUA que entrariam na mira. Mesmo que Trump, ocupado com outros temas, deixe de lado essa promessa, o mal estará feito. Sua ascensão nas primárias partidárias e, mais ainda, sua vitória na eleição presidencial é e será o sinal de um triunfo da intolerância, do racismo e da xenofobia. É eloquente que o pré-candidato tenha hesitado em repudiar o apoio da Ku Klux Klan, o movimento mais raivoso pró-supremacia branca. O que Trump semeia é um espírito Ku Klux Klan que se voltará não tanto contra negros mas contra latinos em geral, brasileiros inclusive.
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O Brasil e o risco TrumpBom, é hora de começar a pensar no que era impensável, risível até, faz poucos meses: Donald John Trump tem boas possibilidades de ser o 45º presidente dos Estados Unidos. Claro que a prudência mais elementar manda ressalvar primeiro que ainda falta a Trump consolidar seu triunfo no Partido Republicano e, segundo, que ele terá que bater Hillary Clinton. Mas, depois da Superterça, parece improvável, para dizer o mínimo, que o biliardário perca a candidatura republicana. Quanto a derrotar Hillary, ela ainda lidera nas pesquisas nacionais (52% a 44% na mais recente, a da CNN na segunda, 29). Mas minha sensação é a de que, conseguida a candidatura republicana, Trump terá criado o chamado "momentum" que o levará ao triunfo em novembro. Disputa pela Casa Branca Afinal, "os eleitores estão mais irritados e frustrados do que em qualquer outro momento dos últimos tempos", como escreve Peter Hakim, do Interamerican Dialogue, um sagaz observador da realidade americana e latino-americana. O passeio de Trump nas primárias republicanas mostra que essa irritação está sendo descarregada contra quem quer que represente o establishment. E Hillary Clinton é o establishment por excelência. Trump de certa forma reproduz Fernando Collor no Brasil: elegeu-se como "caçador de marajás", quando era "criador de marajás". Trump é do establishment econômico-social, mas pretende ser "outsider" no mundo político. Trump presidente seria "um desastre global", escreve Martin Wolf, o principal e brilhante colunista econômico do "Financial Times". Logo, Trump seria um desastre para o Brasil, se o Brasil continuar a fazer parte do globo quando ele assumir, em janeiro. Desastre indireto e direto. Indireto, por exemplo, se Trump cumprir sua promessa de impor uma sobretaxa de 45% às importações provenientes da China. Seria uma declaração de guerra comercial —e uma guerra comercial entre as duas maiores potências globais (e dois dos maiores parceiros do Brasil) descarrilaria a já hesitante recuperação da economia global. O Brasil seria inexoravelmente atingido quando, se Deus ajudar, estiver, no início de 2017, pondo a cabeça para fora do pântano econômico em que mergulhou. O desastre direto se dará se Trump cumprir a promessa de deportar 11 milhões de imigrantes sem documentos que vivem nos EUA. É óbvio que a vítima principal seriam os mexicanos, os mais numerosos nessa categoria. Mas há cerca de 100 mil brasileiros em situação irregular nos EUA que entrariam na mira. Mesmo que Trump, ocupado com outros temas, deixe de lado essa promessa, o mal estará feito. Sua ascensão nas primárias partidárias e, mais ainda, sua vitória na eleição presidencial é e será o sinal de um triunfo da intolerância, do racismo e da xenofobia. É eloquente que o pré-candidato tenha hesitado em repudiar o apoio da Ku Klux Klan, o movimento mais raivoso pró-supremacia branca. O que Trump semeia é um espírito Ku Klux Klan que se voltará não tanto contra negros mas contra latinos em geral, brasileiros inclusive.
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Do Morumbi à cracolância, acompanhamos sete dias de protesto
VICENTE VILARDAGA DE SÃO PAULO São Paulo está fervendo. Há sempre algum grupo gritando pela cidade com uma reivindicação urgente. A proliferação de protestos é tão intensa que não é difícil encontrar pelo menos um por dia, como greves, passeatas de qualquer tamanho, panfletagens e ocupações de espaços públicos. A sãopaulo foi às ruas por uma semana, de 10 a 16 de novembro, para procurar essas manifestações pela cidade e seus participantes. Vive-se uma agitada primavera paulistana, quando não faltam problemas de todos os tipos para resolver, demandas políticas, vontade de luta e grande disposição de confronto de ideias. Para completar, há uma falta de perspectiva de entendimento e uma sensação geral de crise. De repente, dobra-se a esquina da rua Anchieta, vindo do Pateo do Collegio, no centro, e aparece um grupo de centenas de funcionários da OAB em greve por causa da perda inesperada de seu plano de saúde. A avenida Paulista foi interrompida duas vezes ao longo da semana. Metalúrgicos, químicos, bancários; todos estão lá. A cada instante, um novo coletivo, minoria, comunidade, grupo político, sindicato decide expressar sua insatisfação. Estão nas ruas pessoas de todos os tipos e credos, desde estudantes do ensino público, professores, mulheres em defesa do direito ao aborto e em luta contra a violência e o racismo, ativistas da melhoria do uso do espaço público, taxistas, ciclistas, trabalhadores do setor privado e do governo, além das turmas mais generalistas do Fora Cunha e Fora Dilma e dos comunistas, monarquistas, religiosos ultraconservadores, saudosos da ditadura e outros, muitos outros. Todos os protestos acompanhados entre os dias 10 e 16 tiveram, no máximo, centenas de participantes. Na casa do milhar, apenas o primeiro deles: a passeata contra a reorganização das escolas públicas estaduais. Em nenhuma passeata ou ocupação acompanhada pela reportagem houve violência. A jornada de manifestações de sete dias começou no Morumbi, passou pelo Pacaembu, Canindé, Piqueri, avenida Paulista, Consolação e praça da Sé e terminou na cracolândia, na região do Bom Retiro. * Terça-feira, 10 de novembro de 2015 Não à reorganização das escolas estaduais Por volta do meio-dia, ônibus cheios de alunos e professores do ensino público estadual começam a chegar à praça em frente ao estádio do Morumbi. São manifestantes convocados pela Apeoesp (sindicato dos professores) para sair em passeata até o Palácio dos Bandeirantes. Vão protestar contra o projeto de reorganização das escolas. Alunos, pais e professores se opõem ao fechamento de 94 escolas e à redução do total de colégios com dois ciclos. A prioridade é separar, em unidades diferentes, o fundamental e o médio. Em meio aos manifestantes, um grupo de 20 estudantes acompanhados de professores da escola Professor Fidelino Figueiredo, no centro, avançava altivo. O colégio passará a atender apenas o ensino médio. Os alunos do fundamental terão a preferência na transferência para a João Kopke, no epicentro da cracolândia, a 2 km de distância. "Mesmo a João Kopke sendo uma excelente escola, é absurdo querer que as crianças caminhem até um lugar de alto risco", disse a professora de história Silvana de Assis, 43, por princípio, contra o fechamento de qualquer escola, que estava no ato com o filho, Antonio Soares, 15, aluno da Fidelino. [Na quinta-feira (19), o governo estadual propôs a suspensão temporária da reorganização da rede de ensino.] - Quarta-feira, 11 de novembro de 2015 Taxistas contra os carros pretos Trinta taxis se espalhavam pela praça Charles Miller, no Pacaembu, às 7h. O céu estava azul e o clima, fresco. Eram os primeiros participantes de mais um ato convocado pelo sindicato dos taxistas contra o aplicativo Uber. Um dos primeiros a chegar foi Fausto Junior. Taxista há 11 meses, ex-comerciante, diz estar cansado de perder clientes em porta de casas noturnas para os carros pretos e luxuosos do aplicativo. Diz que o serviço não paga imposto e que destina todos seus ganhos para fora do Brasil. "Nosso movimento é legalista e nacionalista", explica. Carlos Rubino, conhecido como Rambo pelos seus colegas do ponto em Congonhas, trabalhou como taxista nos EUA e se diz preocupado. "Não tem jeito, é uma bola de neve, se não tirarem o aplicativo do ar, vai ocupar todo o mercado", afirma. "Vi isso acontecendo em Nova York, onde um táxi chegou a valer US$ 1 milhão e hoje não vale nada." O protesto atraiu cerca de 600 taxistas, que lotaram as vagas do estacionamento em frente ao estádio. Cerca de dois terços dos manifestantes vieram de Guarulhos e Congonhas, especialmente afetados pelas novas tecnologias. Às 11h, os taxistas seguiram em carreata para a prefeitura e, depois, para a Secretaria da Segurança Pública para cobrar fiscalização sobre o Uber. - Quinta-feira, 12 de novembro de 2015 Performances, canto e danças pelas mulheres Passava das 17h e a artista plástica e aluna de psicologia Andressa Crossetti, 26, se preparava para participar do ato contra o projeto de lei 5.069, do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que dificulta o aborto legal em caso de estupro. Ela ensaiava, com outras mulheres de seu coletivo feminista, performance que faria no protesto. Usava vestido bege manchado de tinta vermelha, numa metáfora dos abortos "criminosos". "Essa é a minha luta." Em vez de carros de sons ensurdecedores, o que ativava a passeata eram encenações, ensaios de dança e trabalhos coletivos para pintar algumas grandes faixas. Cheios de energia e determinação, dezenas de núcleos feministas se espalhavam por toda a área do vão do Masp. Mulheres de todas as idades, casais, famílias e homens, caso do artista plástico Raul Zito, 33, preparavam-se para protestar. "A questão do aborto, da violência e do racismo não é só das mulheres, mas de todos." Com um megafone, a aluna de serviço social Janaina Oliveira, 26, da Assembleia Nacional dos Estudantes Livres, sentia-se com todos os motivos para participar. "Como mulher, negra e jovem eu não tenho nenhuma perspectiva de futuro a não ser pela luta", explica. Com cantos combativos e coreografias vigorosas, a passeata saiu do Masp e foi até o largo do Paissandu. - Sexta-feira, 13 de novembro de 2015 Bandeiras vermelhas no Fora Cunha Na prática, foi um segundo dia de Fora Cunha, exatamente no mesmo horário e lugar, o vão do Masp. Se o evento contra o PL 5.069 teve uma concentração mais lúdica e performática, o Fora Cunha organizado pela CUT começou de maneira mais tradicional, com bandeiras vermelhas do sindicato dos bancários tremulando na Paulista. O fotógrafo Edouard Fraipont e o filho Yuni estavam entre os manifestantes. Fraipont tentou participar na quinta, mas chegou um pouco atrasado. Decidiu convidar Yuni para o dia seguinte. "O Cunha representa um retrocesso em várias questões. Só apresenta pautas conservadoras, como criar mais restrições ao aborto legal." O bailarino Pedro Costa, 51, e sua mulher, a assistente social Elisa Canola, 31, que carregava o filho Vicente, tinham a mesma opinião. Querem tirar Cunha da política. "É uma liderança reacionária que não tem a melhor noção do que é bom para as mulheres", afirma Elisa. Às 18h, os manifestantes entraram na Paulista e, logo em seguida, pararam diante do Conjunto Nacional, onde uma grande faixa de Fora Cunha foi desenrolada no terraço. Rapidamente, a segurança interveio. A passeata, prevista para descer a Consolação, teve menos integrantes do que o esperado e acabou tomando o caminho da Augusta, com menos impacto para o tráfego. - Sábado, 14 de novembro de 2015 Ocupação de escola, ocupação urbana A professora de história Silvana de Assis, a mesma que estava no ato de terça-feira, começa a manhã com pais de alunos no colégio Professor Fidelino Figueiredo para discutir a transferência para a João Kopke. Muitos pais não permitirão que os filhos façam a caminhada até a cracolândia, caso da analista de meio ambiente Antônia Barros, 62, responsável pelo neto de 12 anos. "Essa reorganização não faz sentido", diz. O movimento de estudantes ganhou fôlego sexta à noite, quando a Justiça suspendeu as reintegrações de posse das escolas ocupadas. Nove delas amanheceram sob controle dos alunos, incluindo a Professor Xavier Antunes, no Piqueri, uma das unidades que o governo pretende fechar. Seus 882 alunos serão redistribuídos em cinco escolas. Beatriz da Silva, 16, e sua mãe, Rosemeire Gomes, 36, estavam em frente à escola, às 15h. "Sou totalmente contra tirar a escola do bairro e jogar nossos filhos para longe", diz Rosemeire. Sábado é dia também de outros tipos de ocupação, como o do Festival Bike Arte, na praça Kantuta, no Pari, para promover a cultura da bicicleta e novos usos do espaço urbano. Estava por ali o ativista Julio Dojcsar com sua Casa Rodante, carro equipado para colar cartazes lambe-lambe com mensagens artísticas pelos muros da cidade. - Domingo, 15 de novembro de 2015 Homenagem ao filósofo de direita O professor de piano Mario Umetsu, 24, é uma unidade política autônoma que organiza seus próprios protestos. Administrador da página Tradição Católica no Facebook, com 6.700 curtidas, circula pela praça da Sé com uma imagem de Nossa Senhora nos braços, bradando ataques ao cardeal e arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, com quem diz ter divergências ideológicas. Por volta das 15h, Umetsu era um dos cerca de 300 participantes de uma manifestação-homenagem ao filósofo Olavo de Carvalho, na Paulista, em frente ao Trianon, onde se viam cartazes como SOS Forças Armadas e Salve o Brasil. O protesto estava conectado com o Fora Dilma, em Brasília, mas tinha agenda própria. Era contra todos os governos e a favor das ideias do filósofo. O caminhão de som comandado por locutores da rádio Vox, autoproclamada a "webrádio mais reaça do Brasil", estampava em sua faixa principal a hashtag #Olavotemrazao. O estudante Danilo Costa, 22, e a artesã Érica Lopes, 29, defensores da monarquia e admiradores de Carvalho, ouviam com atenção as palavras de ordem. "Viemos porque o Brasil está indo para a imoralidade total." O ato dos grupos de direita convivia pacificamente com ciclistas e pedestres na Paulista fechada para os carros. - Segunda-feira, 16 de novembro de 2015 Escolas (de novo), greve e lambe-lambes Pela manhã, dez escolas estavam sob domínio dos alunos, que pressionavam o governo a retroceder na reorganização. Às 7h, a João Kopke, na cracolândia, foi ocupada por uma centena de alunos. Ao mesmo tempo, os 2.500 funcionários da OAB-SP entravam em greve por falta de assistência médica privada desde o colapso da Unimed Paulistana. A sede amanheceu vazia, com seus 300 ocupantes no térreo, na rua Anchieta. Na frente da João Kopke, cerca de 30 pessoas apoiavam a ocupação. A professora de história Maria Aparecida da Silva estava lá, ao lado da professora Silvana de Assis. "Sem alunos do ensino médio essa escola será inviabilizada", previa Maria Aparecida. Às 15h20, o sindicato dos professores computava 19 ocupações. A 400 m da escola, na esquina da Helvétia com a Dino Bueno, via-se estacionada mais uma vez a Casa Rodante de Julio Dojcsar, que também desenvolve projetos para os moradores da cracolândia. Com ele estava o artista plástico Raul Zito, da passeata contra o PL 5.069, colando lambe-lambes nas paredes do Hotel do Cícero, em uma intervenção de baixa intensidade para tentar tornar a vida no bairro melhor. De alguma forma, era mais um pequeno protesto na cidade contra a ordem das coisas, uma espécie de antiprotesto.
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Do Morumbi à cracolância, acompanhamos sete dias de protestoVICENTE VILARDAGA DE SÃO PAULO São Paulo está fervendo. Há sempre algum grupo gritando pela cidade com uma reivindicação urgente. A proliferação de protestos é tão intensa que não é difícil encontrar pelo menos um por dia, como greves, passeatas de qualquer tamanho, panfletagens e ocupações de espaços públicos. A sãopaulo foi às ruas por uma semana, de 10 a 16 de novembro, para procurar essas manifestações pela cidade e seus participantes. Vive-se uma agitada primavera paulistana, quando não faltam problemas de todos os tipos para resolver, demandas políticas, vontade de luta e grande disposição de confronto de ideias. Para completar, há uma falta de perspectiva de entendimento e uma sensação geral de crise. De repente, dobra-se a esquina da rua Anchieta, vindo do Pateo do Collegio, no centro, e aparece um grupo de centenas de funcionários da OAB em greve por causa da perda inesperada de seu plano de saúde. A avenida Paulista foi interrompida duas vezes ao longo da semana. Metalúrgicos, químicos, bancários; todos estão lá. A cada instante, um novo coletivo, minoria, comunidade, grupo político, sindicato decide expressar sua insatisfação. Estão nas ruas pessoas de todos os tipos e credos, desde estudantes do ensino público, professores, mulheres em defesa do direito ao aborto e em luta contra a violência e o racismo, ativistas da melhoria do uso do espaço público, taxistas, ciclistas, trabalhadores do setor privado e do governo, além das turmas mais generalistas do Fora Cunha e Fora Dilma e dos comunistas, monarquistas, religiosos ultraconservadores, saudosos da ditadura e outros, muitos outros. Todos os protestos acompanhados entre os dias 10 e 16 tiveram, no máximo, centenas de participantes. Na casa do milhar, apenas o primeiro deles: a passeata contra a reorganização das escolas públicas estaduais. Em nenhuma passeata ou ocupação acompanhada pela reportagem houve violência. A jornada de manifestações de sete dias começou no Morumbi, passou pelo Pacaembu, Canindé, Piqueri, avenida Paulista, Consolação e praça da Sé e terminou na cracolândia, na região do Bom Retiro. * Terça-feira, 10 de novembro de 2015 Não à reorganização das escolas estaduais Por volta do meio-dia, ônibus cheios de alunos e professores do ensino público estadual começam a chegar à praça em frente ao estádio do Morumbi. São manifestantes convocados pela Apeoesp (sindicato dos professores) para sair em passeata até o Palácio dos Bandeirantes. Vão protestar contra o projeto de reorganização das escolas. Alunos, pais e professores se opõem ao fechamento de 94 escolas e à redução do total de colégios com dois ciclos. A prioridade é separar, em unidades diferentes, o fundamental e o médio. Em meio aos manifestantes, um grupo de 20 estudantes acompanhados de professores da escola Professor Fidelino Figueiredo, no centro, avançava altivo. O colégio passará a atender apenas o ensino médio. Os alunos do fundamental terão a preferência na transferência para a João Kopke, no epicentro da cracolândia, a 2 km de distância. "Mesmo a João Kopke sendo uma excelente escola, é absurdo querer que as crianças caminhem até um lugar de alto risco", disse a professora de história Silvana de Assis, 43, por princípio, contra o fechamento de qualquer escola, que estava no ato com o filho, Antonio Soares, 15, aluno da Fidelino. [Na quinta-feira (19), o governo estadual propôs a suspensão temporária da reorganização da rede de ensino.] - Quarta-feira, 11 de novembro de 2015 Taxistas contra os carros pretos Trinta taxis se espalhavam pela praça Charles Miller, no Pacaembu, às 7h. O céu estava azul e o clima, fresco. Eram os primeiros participantes de mais um ato convocado pelo sindicato dos taxistas contra o aplicativo Uber. Um dos primeiros a chegar foi Fausto Junior. Taxista há 11 meses, ex-comerciante, diz estar cansado de perder clientes em porta de casas noturnas para os carros pretos e luxuosos do aplicativo. Diz que o serviço não paga imposto e que destina todos seus ganhos para fora do Brasil. "Nosso movimento é legalista e nacionalista", explica. Carlos Rubino, conhecido como Rambo pelos seus colegas do ponto em Congonhas, trabalhou como taxista nos EUA e se diz preocupado. "Não tem jeito, é uma bola de neve, se não tirarem o aplicativo do ar, vai ocupar todo o mercado", afirma. "Vi isso acontecendo em Nova York, onde um táxi chegou a valer US$ 1 milhão e hoje não vale nada." O protesto atraiu cerca de 600 taxistas, que lotaram as vagas do estacionamento em frente ao estádio. Cerca de dois terços dos manifestantes vieram de Guarulhos e Congonhas, especialmente afetados pelas novas tecnologias. Às 11h, os taxistas seguiram em carreata para a prefeitura e, depois, para a Secretaria da Segurança Pública para cobrar fiscalização sobre o Uber. - Quinta-feira, 12 de novembro de 2015 Performances, canto e danças pelas mulheres Passava das 17h e a artista plástica e aluna de psicologia Andressa Crossetti, 26, se preparava para participar do ato contra o projeto de lei 5.069, do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que dificulta o aborto legal em caso de estupro. Ela ensaiava, com outras mulheres de seu coletivo feminista, performance que faria no protesto. Usava vestido bege manchado de tinta vermelha, numa metáfora dos abortos "criminosos". "Essa é a minha luta." Em vez de carros de sons ensurdecedores, o que ativava a passeata eram encenações, ensaios de dança e trabalhos coletivos para pintar algumas grandes faixas. Cheios de energia e determinação, dezenas de núcleos feministas se espalhavam por toda a área do vão do Masp. Mulheres de todas as idades, casais, famílias e homens, caso do artista plástico Raul Zito, 33, preparavam-se para protestar. "A questão do aborto, da violência e do racismo não é só das mulheres, mas de todos." Com um megafone, a aluna de serviço social Janaina Oliveira, 26, da Assembleia Nacional dos Estudantes Livres, sentia-se com todos os motivos para participar. "Como mulher, negra e jovem eu não tenho nenhuma perspectiva de futuro a não ser pela luta", explica. Com cantos combativos e coreografias vigorosas, a passeata saiu do Masp e foi até o largo do Paissandu. - Sexta-feira, 13 de novembro de 2015 Bandeiras vermelhas no Fora Cunha Na prática, foi um segundo dia de Fora Cunha, exatamente no mesmo horário e lugar, o vão do Masp. Se o evento contra o PL 5.069 teve uma concentração mais lúdica e performática, o Fora Cunha organizado pela CUT começou de maneira mais tradicional, com bandeiras vermelhas do sindicato dos bancários tremulando na Paulista. O fotógrafo Edouard Fraipont e o filho Yuni estavam entre os manifestantes. Fraipont tentou participar na quinta, mas chegou um pouco atrasado. Decidiu convidar Yuni para o dia seguinte. "O Cunha representa um retrocesso em várias questões. Só apresenta pautas conservadoras, como criar mais restrições ao aborto legal." O bailarino Pedro Costa, 51, e sua mulher, a assistente social Elisa Canola, 31, que carregava o filho Vicente, tinham a mesma opinião. Querem tirar Cunha da política. "É uma liderança reacionária que não tem a melhor noção do que é bom para as mulheres", afirma Elisa. Às 18h, os manifestantes entraram na Paulista e, logo em seguida, pararam diante do Conjunto Nacional, onde uma grande faixa de Fora Cunha foi desenrolada no terraço. Rapidamente, a segurança interveio. A passeata, prevista para descer a Consolação, teve menos integrantes do que o esperado e acabou tomando o caminho da Augusta, com menos impacto para o tráfego. - Sábado, 14 de novembro de 2015 Ocupação de escola, ocupação urbana A professora de história Silvana de Assis, a mesma que estava no ato de terça-feira, começa a manhã com pais de alunos no colégio Professor Fidelino Figueiredo para discutir a transferência para a João Kopke. Muitos pais não permitirão que os filhos façam a caminhada até a cracolândia, caso da analista de meio ambiente Antônia Barros, 62, responsável pelo neto de 12 anos. "Essa reorganização não faz sentido", diz. O movimento de estudantes ganhou fôlego sexta à noite, quando a Justiça suspendeu as reintegrações de posse das escolas ocupadas. Nove delas amanheceram sob controle dos alunos, incluindo a Professor Xavier Antunes, no Piqueri, uma das unidades que o governo pretende fechar. Seus 882 alunos serão redistribuídos em cinco escolas. Beatriz da Silva, 16, e sua mãe, Rosemeire Gomes, 36, estavam em frente à escola, às 15h. "Sou totalmente contra tirar a escola do bairro e jogar nossos filhos para longe", diz Rosemeire. Sábado é dia também de outros tipos de ocupação, como o do Festival Bike Arte, na praça Kantuta, no Pari, para promover a cultura da bicicleta e novos usos do espaço urbano. Estava por ali o ativista Julio Dojcsar com sua Casa Rodante, carro equipado para colar cartazes lambe-lambe com mensagens artísticas pelos muros da cidade. - Domingo, 15 de novembro de 2015 Homenagem ao filósofo de direita O professor de piano Mario Umetsu, 24, é uma unidade política autônoma que organiza seus próprios protestos. Administrador da página Tradição Católica no Facebook, com 6.700 curtidas, circula pela praça da Sé com uma imagem de Nossa Senhora nos braços, bradando ataques ao cardeal e arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, com quem diz ter divergências ideológicas. Por volta das 15h, Umetsu era um dos cerca de 300 participantes de uma manifestação-homenagem ao filósofo Olavo de Carvalho, na Paulista, em frente ao Trianon, onde se viam cartazes como SOS Forças Armadas e Salve o Brasil. O protesto estava conectado com o Fora Dilma, em Brasília, mas tinha agenda própria. Era contra todos os governos e a favor das ideias do filósofo. O caminhão de som comandado por locutores da rádio Vox, autoproclamada a "webrádio mais reaça do Brasil", estampava em sua faixa principal a hashtag #Olavotemrazao. O estudante Danilo Costa, 22, e a artesã Érica Lopes, 29, defensores da monarquia e admiradores de Carvalho, ouviam com atenção as palavras de ordem. "Viemos porque o Brasil está indo para a imoralidade total." O ato dos grupos de direita convivia pacificamente com ciclistas e pedestres na Paulista fechada para os carros. - Segunda-feira, 16 de novembro de 2015 Escolas (de novo), greve e lambe-lambes Pela manhã, dez escolas estavam sob domínio dos alunos, que pressionavam o governo a retroceder na reorganização. Às 7h, a João Kopke, na cracolândia, foi ocupada por uma centena de alunos. Ao mesmo tempo, os 2.500 funcionários da OAB-SP entravam em greve por falta de assistência médica privada desde o colapso da Unimed Paulistana. A sede amanheceu vazia, com seus 300 ocupantes no térreo, na rua Anchieta. Na frente da João Kopke, cerca de 30 pessoas apoiavam a ocupação. A professora de história Maria Aparecida da Silva estava lá, ao lado da professora Silvana de Assis. "Sem alunos do ensino médio essa escola será inviabilizada", previa Maria Aparecida. Às 15h20, o sindicato dos professores computava 19 ocupações. A 400 m da escola, na esquina da Helvétia com a Dino Bueno, via-se estacionada mais uma vez a Casa Rodante de Julio Dojcsar, que também desenvolve projetos para os moradores da cracolândia. Com ele estava o artista plástico Raul Zito, da passeata contra o PL 5.069, colando lambe-lambes nas paredes do Hotel do Cícero, em uma intervenção de baixa intensidade para tentar tornar a vida no bairro melhor. De alguma forma, era mais um pequeno protesto na cidade contra a ordem das coisas, uma espécie de antiprotesto.
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Mega da Virada tem seis apostas vencedoras; prêmio é de R$ 220 mi
A Caixa Econômica Federal realizou neste sábado (31) o sorteio das seis dezenas da Mega da Virada. Os números sorteados são: 5 - 24 - 51 - 22 - 11 - 53. O prêmio de R$ 220 milhões será dividido entre seis apostas vencedoras. As apostas premiadas são de Salvador (BA), Fortaleza (CE), Trizidela do Vale (MA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS) e Fazenda Vilanova (RS). Cada um dos ganhadores vai receber R$ 36.824.758,22, sendo que a aposta de Campo Grande (MS) foi um bolão de 10 cotas. No caso do bolão, cada participante vai receber R$ 3,6 milhões. Na segunda faixa de premiação, acerto de cinco números, 1.665 apostadores vão levar R$ 25.481,21 cada, e os 124.889 apostadores que acertaram quatro números vão receber R$ 485,30 cada. O valor total do prêmio superou a estimativa inicial da Caixa, que era de R$ 200 milhões. Foram vendidos mais de 62 milhões de bilhetes em todo o país e o total arrecadado foi de R$ 735,8 milhões. A probabilidade de acertar todas as seis dezenas sorteadas é bem pequena: uma chance em 50 milhões. O maior prêmio da Mega-Sena da Virada até hoje foi o do concurso 1.665, sorteado em 2014, que pagou R$ 263.295.552,64 a quatro ganhadores; dois de São Paulo, um do Distrito Federal e um de Mato Grosso, que dividiram o valor do prêmio. Cada um levou R$ 65,8 milhões. Os ganhadores têm até 90 dias após a data do sorteio para reclamar o prêmio. Depois desse prazo, os valores não reclamados serão repassados ao Tesouro Nacional para aplicação no Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior).
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Mega da Virada tem seis apostas vencedoras; prêmio é de R$ 220 miA Caixa Econômica Federal realizou neste sábado (31) o sorteio das seis dezenas da Mega da Virada. Os números sorteados são: 5 - 24 - 51 - 22 - 11 - 53. O prêmio de R$ 220 milhões será dividido entre seis apostas vencedoras. As apostas premiadas são de Salvador (BA), Fortaleza (CE), Trizidela do Vale (MA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS) e Fazenda Vilanova (RS). Cada um dos ganhadores vai receber R$ 36.824.758,22, sendo que a aposta de Campo Grande (MS) foi um bolão de 10 cotas. No caso do bolão, cada participante vai receber R$ 3,6 milhões. Na segunda faixa de premiação, acerto de cinco números, 1.665 apostadores vão levar R$ 25.481,21 cada, e os 124.889 apostadores que acertaram quatro números vão receber R$ 485,30 cada. O valor total do prêmio superou a estimativa inicial da Caixa, que era de R$ 200 milhões. Foram vendidos mais de 62 milhões de bilhetes em todo o país e o total arrecadado foi de R$ 735,8 milhões. A probabilidade de acertar todas as seis dezenas sorteadas é bem pequena: uma chance em 50 milhões. O maior prêmio da Mega-Sena da Virada até hoje foi o do concurso 1.665, sorteado em 2014, que pagou R$ 263.295.552,64 a quatro ganhadores; dois de São Paulo, um do Distrito Federal e um de Mato Grosso, que dividiram o valor do prêmio. Cada um levou R$ 65,8 milhões. Os ganhadores têm até 90 dias após a data do sorteio para reclamar o prêmio. Depois desse prazo, os valores não reclamados serão repassados ao Tesouro Nacional para aplicação no Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior).
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Na pior onda de poluição em 17 anos, Nova Déli veta carros velhos a diesel
Com a poluição em patamares muito acima do limite considerado seguro, autoridades de Nova Déli começaram nesta terça (8) a revogar licenças de milhares de veículos antigos movidos a diesel e suspenderam obras na malha de metrô. As medidas são a mais recente tentativa de acabar com uma densa camada de poluição que envolve a capital indiana, de cerca de 17 milhões de habitantes, a mais de uma semana —o que tem provocado a ira da população. A Suprema Corte indiana, que capitaneou no passado as empreitadas para limpar o ar da cidade, determinou que a administração de Déli informe, em dois dias, o plano para combater o pior "smog" em 17 anos, segundo medições do Centro para Ciência e Meio Ambiente, que trabalha com pesquisa e lobby. Serão retiradas as licenças concedidas há mais de 15 anos a veículos a diesel, o que pode remover das ruas da capital 200 mil veículos, informou o governo da cidade. Em julho, o Tribunal Nacional Verde (que avalia casos de proteção ambiental e conservação) determinou que autoridades da capital tirassem das ruas veículos movidos a diesel com mais de 10 anos, mas a ordem não foi cumprida. "Há uma ação frouxa sobre as determinações da corte. Há pouco reconhecimento da urgência da poluição tóxica do ar, particularmente nos meses de inverno", disse Sunita Narain, chefe do Centro para Ciência e Meio Ambiente, que apresentou uma petição à Suprema Corte. "Pedimos à corte que monitore a implementação de medidas", disse ela, cobrando que o governo declare a mais recente onda de poluição como uma emergência pública de saúde. Nova Déli foi apontada, em 2014, como a cidade mais contaminada do mundo pela Organização Mundial da Saúde (OMS), devido, em parte, aos 10 milhões de automóveis que circulam diariamente em suas ruas. O atual episódio de poluição está relacionado às celebrações da festa das luzes, Diwali, em que são queimados milhões de fogos de artifício. Como consequência, a capital indiana ficou coberta por um grosso manto de poluição. NÉVOA CINZA Nesta segunda (7), o nível das pequenas partículas chamadas "PM 2.5", nas piores áreas da cidade, chegou a 700, de acordo com a medição da qualidade do ar feita pela embaixada americana. Essas partículas são pequenas o suficiente para alcançar os pulmões e causar danos a pessoas com condições sensíveis de saúde, ou ao público em geral se exposto por muito tempo a esse ar. Nesta terça (8), o índice caiu para 372 por volta do meio-dia, mas ainda era considerado de qualidade imprópria. "Eu conseguia sentir o cheiro da poluição ainda de dentro do avião quando eu pousei em Nova Déli", disse Kiran Shah, um empresário que chegou nesta terça à capital, vindo de Mumbai. Os níveis de poluição extremamente elevados desta segunda (7) fizeram com que um milhão de crianças em idade escolar ficassem em casa, milhares de funcionários deixassem de ir ao trabalho alegando doença e longas filas se formassem em lojas que vendem máscaras. O metrô de Déli suspendeu obras, seguindo ordens da administração da cidade, para reduzir os níveis de poeira na capital. O governo do Estado também decidiu fechar uma central elétrica, reforçar a luta contra a queima de lixo ao ar livre e regar as estradas para impedir que o vento espalhe o pó.
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Na pior onda de poluição em 17 anos, Nova Déli veta carros velhos a dieselCom a poluição em patamares muito acima do limite considerado seguro, autoridades de Nova Déli começaram nesta terça (8) a revogar licenças de milhares de veículos antigos movidos a diesel e suspenderam obras na malha de metrô. As medidas são a mais recente tentativa de acabar com uma densa camada de poluição que envolve a capital indiana, de cerca de 17 milhões de habitantes, a mais de uma semana —o que tem provocado a ira da população. A Suprema Corte indiana, que capitaneou no passado as empreitadas para limpar o ar da cidade, determinou que a administração de Déli informe, em dois dias, o plano para combater o pior "smog" em 17 anos, segundo medições do Centro para Ciência e Meio Ambiente, que trabalha com pesquisa e lobby. Serão retiradas as licenças concedidas há mais de 15 anos a veículos a diesel, o que pode remover das ruas da capital 200 mil veículos, informou o governo da cidade. Em julho, o Tribunal Nacional Verde (que avalia casos de proteção ambiental e conservação) determinou que autoridades da capital tirassem das ruas veículos movidos a diesel com mais de 10 anos, mas a ordem não foi cumprida. "Há uma ação frouxa sobre as determinações da corte. Há pouco reconhecimento da urgência da poluição tóxica do ar, particularmente nos meses de inverno", disse Sunita Narain, chefe do Centro para Ciência e Meio Ambiente, que apresentou uma petição à Suprema Corte. "Pedimos à corte que monitore a implementação de medidas", disse ela, cobrando que o governo declare a mais recente onda de poluição como uma emergência pública de saúde. Nova Déli foi apontada, em 2014, como a cidade mais contaminada do mundo pela Organização Mundial da Saúde (OMS), devido, em parte, aos 10 milhões de automóveis que circulam diariamente em suas ruas. O atual episódio de poluição está relacionado às celebrações da festa das luzes, Diwali, em que são queimados milhões de fogos de artifício. Como consequência, a capital indiana ficou coberta por um grosso manto de poluição. NÉVOA CINZA Nesta segunda (7), o nível das pequenas partículas chamadas "PM 2.5", nas piores áreas da cidade, chegou a 700, de acordo com a medição da qualidade do ar feita pela embaixada americana. Essas partículas são pequenas o suficiente para alcançar os pulmões e causar danos a pessoas com condições sensíveis de saúde, ou ao público em geral se exposto por muito tempo a esse ar. Nesta terça (8), o índice caiu para 372 por volta do meio-dia, mas ainda era considerado de qualidade imprópria. "Eu conseguia sentir o cheiro da poluição ainda de dentro do avião quando eu pousei em Nova Déli", disse Kiran Shah, um empresário que chegou nesta terça à capital, vindo de Mumbai. Os níveis de poluição extremamente elevados desta segunda (7) fizeram com que um milhão de crianças em idade escolar ficassem em casa, milhares de funcionários deixassem de ir ao trabalho alegando doença e longas filas se formassem em lojas que vendem máscaras. O metrô de Déli suspendeu obras, seguindo ordens da administração da cidade, para reduzir os níveis de poeira na capital. O governo do Estado também decidiu fechar uma central elétrica, reforçar a luta contra a queima de lixo ao ar livre e regar as estradas para impedir que o vento espalhe o pó.
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Filme na TV: 'Baixio das Bestas' faz retrato atual de um Nordeste arcaico
Podemos pensar numa sexta-feira sem complacência, a começar pela exibição do longa "Baixio das Bestas" (2006, 18 anos, Canal Brasil, 22h). Se formos nos deter na história, temos ali uma garota explorada pelo próprio avô e suas várias decorrências. Mas é a narrativa do diretor Cláudio Assis o que mais importa. Trata-se de reencontrar o Nordeste a partir da permanência de formas arcaicas em seu modo de vida. E, no entanto, de mostrá-lo a partir de uma narrativa atual, sem os desgastes normais do tempo. Assis tem aqui a parceria de Walter Carvalho na fotografia. "Os Carvoeiros" (2000, livre, Curta!, 20h) nos remete ao mundo da produção de carvão vegetal no Brasil para multinacionais (leia-se: devastação, exploração etc.), pelas mãos do britânico Nigel Bruce, com roteiro de José Padilha.
ilustrada
Filme na TV: 'Baixio das Bestas' faz retrato atual de um Nordeste arcaicoPodemos pensar numa sexta-feira sem complacência, a começar pela exibição do longa "Baixio das Bestas" (2006, 18 anos, Canal Brasil, 22h). Se formos nos deter na história, temos ali uma garota explorada pelo próprio avô e suas várias decorrências. Mas é a narrativa do diretor Cláudio Assis o que mais importa. Trata-se de reencontrar o Nordeste a partir da permanência de formas arcaicas em seu modo de vida. E, no entanto, de mostrá-lo a partir de uma narrativa atual, sem os desgastes normais do tempo. Assis tem aqui a parceria de Walter Carvalho na fotografia. "Os Carvoeiros" (2000, livre, Curta!, 20h) nos remete ao mundo da produção de carvão vegetal no Brasil para multinacionais (leia-se: devastação, exploração etc.), pelas mãos do britânico Nigel Bruce, com roteiro de José Padilha.
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Saber que todos dependem do SUS é passo para o melhorarmos, diz leitor
O cidadão brasileiro não se dá conta de que o SUS (Os Hucks e o SUS) é o único plano de saúde que cobre transplantes e tratamento de câncer. Não se dá conta também que quando sofre um acidente, é atendido imediatamente por uma ambulância do Siate/SUS, e que quando sofre um infarto em sua casa, o Samu/SUS pode mandar uma UTI móvel para salvar sua vida. O desafio é como superar tamanha miopia e fazer a população brasileira lutar pelo "seu" plano universal e gratuito de saúde, transformando-o em padrão de excelência. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Saber que todos dependem do SUS é passo para o melhorarmos, diz leitorO cidadão brasileiro não se dá conta de que o SUS (Os Hucks e o SUS) é o único plano de saúde que cobre transplantes e tratamento de câncer. Não se dá conta também que quando sofre um acidente, é atendido imediatamente por uma ambulância do Siate/SUS, e que quando sofre um infarto em sua casa, o Samu/SUS pode mandar uma UTI móvel para salvar sua vida. O desafio é como superar tamanha miopia e fazer a população brasileira lutar pelo "seu" plano universal e gratuito de saúde, transformando-o em padrão de excelência. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Vale do Silício busca próxima grande novidade do setor de tecnologia
Enquanto os oráculos do Vale do Silício debatem se o mais recente ciclo de expansão do setor de tecnologia está a caminho da contração, também se discute o que vai propelir o próximo surto de crescimento do setor. A maneira pela qual usamos a computação está mudando, na direção de um boom (e, se a História serve como guia, de uma bolha) na coleta de oceanos de dados nos chamados centros de computação em nuvem, para depois serem analisados e usados na criação de novos negócios. Os termos mais frequentemente associados a isso são "aprendizado mecânico" e "inteligência artificial". E as criações que esse mercado promoverá podem afetar coisas que variarão de sistemas de computação de alcance mundial à maneira pela qual você paga por um café. "Haverá um boom para os escritórios de design, porque existirá muita informação que nas pessoas terão de utilizar rapidamente", disse Diane Greene, a presidente da Google Compute Engine, uma das empresas que esperam direcionar o boom da inteligência artificial. "Ensinar a empresas como usar a inteligência artificial será em si um grande negócio". Esse tipo de mudança é o que mantém o Vale do Silício ativo. Quando os computadores pessoais desbancaram os mainframes, isso abriu as portas não só para a Apple mas para empresas que produziram software direcionados a negócios, jogos e editoração. Nas revoluções das redes e da Internet, o setor de capital para empreendimentos investiu nessas novos estilos de computação, e isso resultou no nascimento de uma nova geração de companhias. Ao longo dos últimos 10 anos, os smartphones, redes sociais e computação em nuvem avançaram de alimentar o crescimento de empresas como o Facebook e Twitter para o Uber, Airbnb e outros serviços que usam celulares, sistemas de avaliação pessoal e poderosos computadores remotos em nuvem a fim de criar negócios próprios. Acredite se quiser, mas tudo isso pode estar a caminho de ficar no passado. A nova arquitetura do setor de tecnologia se baseia não só nas gigantescas nuvens públicas de computação do Google, Microsoft e Amazon mas em suas capacidades de inteligência artificial. Essas nuvens criam um uso mais inteligente e ágil dos recursos de computação disponíveis para locação. As nuvens menores usadas em sistemas empresariais foram projetadas de forma a se conectar com elas. Os recursos de inteligência artificial que Greene está abrindo no Google são notáveis. O recurso de preenchimento automático do Google, que a maioria de nós usa em suas buscas, pode consultar instantaneamente 500 computadores em diferentes locais, em seu esforço por adivinhar o que estamos buscando. Serviços como o Google Maps e o Google Photos têm mais de um bilhão de usuários, e separam rostos e locais de acordo com os computadores envolvidos. O Gmail avalia cerca de 1,4 petabytes de dados, ou o equivalente à informação contida em dois bilhões de livros, a cada dia. Para lidar com tudo, além de tarefas como a tradução de idiomas e reconhecimento de fala, o Google desenvolveu diversas técnicas de análise que pode oferecer a clientes. Urs Holze, o vice-presidente de infraestrutura técnica de Greene, prevê que o negócio de alugar máquinas e software no futuro superará o de publicidade, no Google. Em 2015, o lucro que a publicidade rendeu ao grupo foi de US$ 16,4 bilhões. "Nos anos 80, as planilhas eram a coisa", disse Andreas Bechtolsheim, um renomado especialista em projeto de computadores que foi a primeira pessoa a investir no Google. "Agora a coisa é aquilo que você possa fazer com o aprendizado mecânico". Ele acrescentou que "mapas e fotos melhores são apenas o começo. O efeito será sentido nas ciências biológicas, automóveis e tudo mais". Diversas startups já estão trabalhando para essa nova arquitetura. A Mashgin, de Mountain View, Califórnia, usa "visão computadorizada" para automatizar o processo de pagamento no varejo. Mais além na rodovia 101, em San Mateo, uma empresa chamada Aluxio está criando maneiras de fazer com que a inteligência artificial em nuvem funcione melhor. Na semana passada, uma empresa de San Francisco chamada Mesosphere, que desenvolve uma maneira de operar entre várias nuvens empresariais e públicas, obteve US$ 73,5 milhões em capital. A Microsoft e a Amazon estão na corrida contra o Google, pelo domínio da nova arquitetura. Esta semana, a Microsoft realizará uma conferência em San Francisco cujo foco deve ser as maneiras pela qual a inteligência mecânica pode ser usada para analisar, entre outras coisas, "o gráfico Microsoft", ou todos os dados de que empresas já dispõem em produtos da Microsoft que usam há décadas. No ano passado, a Amazon anunciou a introdução de seus serviços de aprendizado mecânico, e está acumulando um grande repositório de dados sobre empresas. Para Greene, toda a atividade, bem como o tamanho e a sofisticação da computação, são pequenos se comparados ao que acontecerá quando as maiores empresas do planeta começarem a aprender como usar a nova tecnologia de inteligência artificial. "Podemos criar um sistema de inteligência artificial para compreender todas as maneiras pelas quais as empresas poderão usar isso", ela brincou. "O relacionamento entre as grandes empresas e a inteligência mecânica profunda está apenas começando". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Vale do Silício busca próxima grande novidade do setor de tecnologiaEnquanto os oráculos do Vale do Silício debatem se o mais recente ciclo de expansão do setor de tecnologia está a caminho da contração, também se discute o que vai propelir o próximo surto de crescimento do setor. A maneira pela qual usamos a computação está mudando, na direção de um boom (e, se a História serve como guia, de uma bolha) na coleta de oceanos de dados nos chamados centros de computação em nuvem, para depois serem analisados e usados na criação de novos negócios. Os termos mais frequentemente associados a isso são "aprendizado mecânico" e "inteligência artificial". E as criações que esse mercado promoverá podem afetar coisas que variarão de sistemas de computação de alcance mundial à maneira pela qual você paga por um café. "Haverá um boom para os escritórios de design, porque existirá muita informação que nas pessoas terão de utilizar rapidamente", disse Diane Greene, a presidente da Google Compute Engine, uma das empresas que esperam direcionar o boom da inteligência artificial. "Ensinar a empresas como usar a inteligência artificial será em si um grande negócio". Esse tipo de mudança é o que mantém o Vale do Silício ativo. Quando os computadores pessoais desbancaram os mainframes, isso abriu as portas não só para a Apple mas para empresas que produziram software direcionados a negócios, jogos e editoração. Nas revoluções das redes e da Internet, o setor de capital para empreendimentos investiu nessas novos estilos de computação, e isso resultou no nascimento de uma nova geração de companhias. Ao longo dos últimos 10 anos, os smartphones, redes sociais e computação em nuvem avançaram de alimentar o crescimento de empresas como o Facebook e Twitter para o Uber, Airbnb e outros serviços que usam celulares, sistemas de avaliação pessoal e poderosos computadores remotos em nuvem a fim de criar negócios próprios. Acredite se quiser, mas tudo isso pode estar a caminho de ficar no passado. A nova arquitetura do setor de tecnologia se baseia não só nas gigantescas nuvens públicas de computação do Google, Microsoft e Amazon mas em suas capacidades de inteligência artificial. Essas nuvens criam um uso mais inteligente e ágil dos recursos de computação disponíveis para locação. As nuvens menores usadas em sistemas empresariais foram projetadas de forma a se conectar com elas. Os recursos de inteligência artificial que Greene está abrindo no Google são notáveis. O recurso de preenchimento automático do Google, que a maioria de nós usa em suas buscas, pode consultar instantaneamente 500 computadores em diferentes locais, em seu esforço por adivinhar o que estamos buscando. Serviços como o Google Maps e o Google Photos têm mais de um bilhão de usuários, e separam rostos e locais de acordo com os computadores envolvidos. O Gmail avalia cerca de 1,4 petabytes de dados, ou o equivalente à informação contida em dois bilhões de livros, a cada dia. Para lidar com tudo, além de tarefas como a tradução de idiomas e reconhecimento de fala, o Google desenvolveu diversas técnicas de análise que pode oferecer a clientes. Urs Holze, o vice-presidente de infraestrutura técnica de Greene, prevê que o negócio de alugar máquinas e software no futuro superará o de publicidade, no Google. Em 2015, o lucro que a publicidade rendeu ao grupo foi de US$ 16,4 bilhões. "Nos anos 80, as planilhas eram a coisa", disse Andreas Bechtolsheim, um renomado especialista em projeto de computadores que foi a primeira pessoa a investir no Google. "Agora a coisa é aquilo que você possa fazer com o aprendizado mecânico". Ele acrescentou que "mapas e fotos melhores são apenas o começo. O efeito será sentido nas ciências biológicas, automóveis e tudo mais". Diversas startups já estão trabalhando para essa nova arquitetura. A Mashgin, de Mountain View, Califórnia, usa "visão computadorizada" para automatizar o processo de pagamento no varejo. Mais além na rodovia 101, em San Mateo, uma empresa chamada Aluxio está criando maneiras de fazer com que a inteligência artificial em nuvem funcione melhor. Na semana passada, uma empresa de San Francisco chamada Mesosphere, que desenvolve uma maneira de operar entre várias nuvens empresariais e públicas, obteve US$ 73,5 milhões em capital. A Microsoft e a Amazon estão na corrida contra o Google, pelo domínio da nova arquitetura. Esta semana, a Microsoft realizará uma conferência em San Francisco cujo foco deve ser as maneiras pela qual a inteligência mecânica pode ser usada para analisar, entre outras coisas, "o gráfico Microsoft", ou todos os dados de que empresas já dispõem em produtos da Microsoft que usam há décadas. No ano passado, a Amazon anunciou a introdução de seus serviços de aprendizado mecânico, e está acumulando um grande repositório de dados sobre empresas. Para Greene, toda a atividade, bem como o tamanho e a sofisticação da computação, são pequenos se comparados ao que acontecerá quando as maiores empresas do planeta começarem a aprender como usar a nova tecnologia de inteligência artificial. "Podemos criar um sistema de inteligência artificial para compreender todas as maneiras pelas quais as empresas poderão usar isso", ela brincou. "O relacionamento entre as grandes empresas e a inteligência mecânica profunda está apenas começando". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Brasil tem estrutura forte para resolver crise política, diz Obama
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quarta-feira (23) que a democracia brasileira é madura e tem estruturas fortes o suficiente para resolver a crise política. A afirmação foi feita em entrevista coletiva após sua reunião com o presidente argentino, Mauricio Macri, em Buenos Aires. "Não discutimos [o assunto] intensamente, mas esperamos que o Brasil resolva sua crise política de maneira efetiva. É um grande país e um amigo de ambos os países", acrescentou. "A boa notícia, como o presidente Macri também lembrou, é que sua democracia [do Brasil] é madura, com sistemas de direito e instituições fortes, para que tudo seja resolvido de modo que permita ao Brasil prosperar e ser um líder significativo para o mundo –o que o é", ressaltou. "Nós precisamos de um Brasil forte para nossas próprias economias e para a paz global." Macri voltou a lembrar da importância que o Brasil tem para a Argentina como principal sócio comercial e disse que tudo que ocorre no país vizinho os afeta. "Estamos convencidos de que o Brasil sairá fortalecido dessa crise e esperamos que saia o quantos antes." Os dois dirigentes voltam a se encontrar na noite desta quarta em um jantar para 400 pessoas no Centro Cultural Néstor Kirchner.
poder
Brasil tem estrutura forte para resolver crise política, diz ObamaO presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quarta-feira (23) que a democracia brasileira é madura e tem estruturas fortes o suficiente para resolver a crise política. A afirmação foi feita em entrevista coletiva após sua reunião com o presidente argentino, Mauricio Macri, em Buenos Aires. "Não discutimos [o assunto] intensamente, mas esperamos que o Brasil resolva sua crise política de maneira efetiva. É um grande país e um amigo de ambos os países", acrescentou. "A boa notícia, como o presidente Macri também lembrou, é que sua democracia [do Brasil] é madura, com sistemas de direito e instituições fortes, para que tudo seja resolvido de modo que permita ao Brasil prosperar e ser um líder significativo para o mundo –o que o é", ressaltou. "Nós precisamos de um Brasil forte para nossas próprias economias e para a paz global." Macri voltou a lembrar da importância que o Brasil tem para a Argentina como principal sócio comercial e disse que tudo que ocorre no país vizinho os afeta. "Estamos convencidos de que o Brasil sairá fortalecido dessa crise e esperamos que saia o quantos antes." Os dois dirigentes voltam a se encontrar na noite desta quarta em um jantar para 400 pessoas no Centro Cultural Néstor Kirchner.
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Mortes: Jorge Tanaka, espírito solidário de Itaquera
Jorge Tanaka nasceu em Lucélia, no interior paulista, mas sua origem vem do outro lado do mundo. No Japão, o pai foi da guarda imperial. Emigrou para o Brasil com a mulher após a 1ª Guerra Mundial e aqui tiveram 13 filhos, criados sob rígida educação. Aos 12, Jorge perdeu a mãe. Os irmãos mais velhos aos poucos foram tentar a vida na capital paulista, e cada um que partia levava mais um ou dois. Quando chegou a sua vez, se estabeleceu em Itaquera, onde se encantou por Maria Aparecida. A moça o levou para a igreja O Brasil Para Cristo, e Tanaka, como ficou conhecido, se envolveu tanto com a comunidade que passou a ser um dos líderes da igreja. Gostava de ajudar a todos. No bairro da zona leste, teve, por 25 anos, uma avícola. Certa vez, um cliente com dívidas morreu e sua família não tinha condições para quitar o valor e nem para comprar comida. Tanaka seguiu vendendo fiado. Sabia que eles não o faziam por mal e que, eventualmente, iriam pagar. Seu trabalho social independia da religião. Frequentemente distribuía o excedente de doações para centros espíritas e igrejas católicas. Em 2001, perdeu Aparecida. Reservado, passou a ser uma pessoa mais expansiva, escondendo o luto no espírito brincalhão que a mulher tinha. "Dói muito, mas tenho que cuidar de vocês", confidenciou a um dos filhos. Morreu em decorrência de uma cirrose, no dia 3, aniversário de 15 anos da morte da mulher, em São Paulo. Foi enterrado junto a ela, no Cemitério do Carmo. Deixa quatro filhos, sete netos e dois bisnetos. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Mortes: Jorge Tanaka, espírito solidário de ItaqueraJorge Tanaka nasceu em Lucélia, no interior paulista, mas sua origem vem do outro lado do mundo. No Japão, o pai foi da guarda imperial. Emigrou para o Brasil com a mulher após a 1ª Guerra Mundial e aqui tiveram 13 filhos, criados sob rígida educação. Aos 12, Jorge perdeu a mãe. Os irmãos mais velhos aos poucos foram tentar a vida na capital paulista, e cada um que partia levava mais um ou dois. Quando chegou a sua vez, se estabeleceu em Itaquera, onde se encantou por Maria Aparecida. A moça o levou para a igreja O Brasil Para Cristo, e Tanaka, como ficou conhecido, se envolveu tanto com a comunidade que passou a ser um dos líderes da igreja. Gostava de ajudar a todos. No bairro da zona leste, teve, por 25 anos, uma avícola. Certa vez, um cliente com dívidas morreu e sua família não tinha condições para quitar o valor e nem para comprar comida. Tanaka seguiu vendendo fiado. Sabia que eles não o faziam por mal e que, eventualmente, iriam pagar. Seu trabalho social independia da religião. Frequentemente distribuía o excedente de doações para centros espíritas e igrejas católicas. Em 2001, perdeu Aparecida. Reservado, passou a ser uma pessoa mais expansiva, escondendo o luto no espírito brincalhão que a mulher tinha. "Dói muito, mas tenho que cuidar de vocês", confidenciou a um dos filhos. Morreu em decorrência de uma cirrose, no dia 3, aniversário de 15 anos da morte da mulher, em São Paulo. Foi enterrado junto a ela, no Cemitério do Carmo. Deixa quatro filhos, sete netos e dois bisnetos. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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'Com raça, sexualidade e religião não se brinca', diz Hypolito
Em entrevista ao vivo à "TV Folha" nesta quarta-feira (27), o ginasta Diego Hypólito, 28, comentou o vídeo publicado nas redes sociais pelos ginastas Arthur Nory, 21, Fellipe Arakawa, 21, e Henrique Flores, 24, em que eles dirigem injúrias raciais ao colega Ângelo Assumpção, 18?medalha de ouro no salto da etapa de São Paulo da Copa do Mundo de ginástica. "Raça, sexualidade e religião?não existe brincadeira referente a isso. Com esses temas não se brinca. Eu não tenho nada a ver com isso, e também não tenho a atitude de falar para fazer isso ou aquilo. Quem sou eu? Mas eu nunca faria isso", declarou Hypolito. Saiba Mais
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'Com raça, sexualidade e religião não se brinca', diz HypolitoEm entrevista ao vivo à "TV Folha" nesta quarta-feira (27), o ginasta Diego Hypólito, 28, comentou o vídeo publicado nas redes sociais pelos ginastas Arthur Nory, 21, Fellipe Arakawa, 21, e Henrique Flores, 24, em que eles dirigem injúrias raciais ao colega Ângelo Assumpção, 18?medalha de ouro no salto da etapa de São Paulo da Copa do Mundo de ginástica. "Raça, sexualidade e religião?não existe brincadeira referente a isso. Com esses temas não se brinca. Eu não tenho nada a ver com isso, e também não tenho a atitude de falar para fazer isso ou aquilo. Quem sou eu? Mas eu nunca faria isso", declarou Hypolito. Saiba Mais
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Retrospectiva 2016: veja as imagens curiosas do ano
De cachorros feiosos a torres humanas, o vídeo acima traz momentos peculiares e coloridos do ano que chega ao fim.
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Medicina na UFRN tem pontuação de 868,98, a mais alta no Sisu para curso
A nota de corte para ingressar em um curso de medicina chegou a 868,98 após o primeiro dia de inscrições no Sisu (Sistema de Seleção Unificada) de início de ano. O sistema on-line oferece vagas em instituições públicas de todo o país e tem como único critério o desempenho do estudante no Enem 2014 e que não receberam nota zero na redação. As inscrições poderão ser feitas até o dia 22 de janeiro. Nesta terça-feira (20), é possível visualizar as primeiras notas de corte dos cursos cadastrados –ao todo, são 5.631 cursos de 128 instituições. Entre as 70 graduações de medicina, a da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), no campus Caicó, tem a pontuação mais alta (868,98), seguida da federal do Pará (858,13) e da Universidade de Brasília (826,54). As notas consideram a disputa da ampla concorrência –como prevê a lei de cotas, universidades e institutos federais destinam parte das vagas a estudantes de escolas públicas. A pontuação pode variar até o último dia de inscrições no sistema, na próxima quinta-feira (22). Até lá, o estudante pode mudar suas escolhas quantas vezes desejar. Diariamente, o MEC atualiza a pontuação dos cursos. Em São Paulo, a UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) é a única a disponibilizar vagas de medicina no Sisu. O curso tem um total de 40 vagas e, neste momento, tem nota de corte de 778,56. A menor nota de corte em medicina é de 723,96, na graduação da Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso), no campus de Cáceres. Ao todo, o Sisu do início de ano oferece 205,5 mil vagas, em 128 instituições públicas do país. Ao contrário das edições anteriores, haverá apenas uma única chamada. O estudante pode ainda manifestar interesse em participar de lista de espera -o que deve ser feito entre 26 de janeiro e 6 de fevereiro. A matrícula na instituição de ensino superior ocorrerá nos dias 30 de janeiro, 2 e 3 de fevereiro. No balanço divulgado pelo MEC, na noite desta terça, a maior nota de corte é apontada como a do curso de direito da UFF (Universidade Federal Fluminense), com 827,37 pontos. Isso ocorre porque o ministério contabiliza as universidades que utilizam apenas a nota do Sisu no processo de seleção. Ao considerar as universidades que utilizam bônus e outras formas de seleção o curso de medicina da UFRN tem a pontuação mais alta, com 868,98. COTAS Neste primeiro dia, a diferença de desempenho entre cotistas e não cotistas no curso de medicina ficou, na grande maioria dos casos, abaixo de 10%. A graduação na UFRN foi justamente a que registrou maior discrepância: enquanto a ampla concorrência tem nota de corte de 868,98, a pontuação mínima necessária para ingresso de estudantes de escolas públicas com renda familiar bruta per capita de até 1,5 salário mínimo (R$ 1.182) ficou em 681,54 (diferença de 21,5%). Ao mesmo tempo, duas graduações apresentam nota de corte para determinado grupo de cotistas superior à da ampla concorrência. É o caso de medicina na UFBA (federal da Bahia), onde a nota de corte da ampla concorrência, que disputa 34 das 60 vagas cadastradas, é de 776,22. Ao mesmo tempo, as duas vagas destinadas a estudantes de escolas públicas, independentemente da renda, aparecem com nota de corte de 780,83.
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Medicina na UFRN tem pontuação de 868,98, a mais alta no Sisu para cursoA nota de corte para ingressar em um curso de medicina chegou a 868,98 após o primeiro dia de inscrições no Sisu (Sistema de Seleção Unificada) de início de ano. O sistema on-line oferece vagas em instituições públicas de todo o país e tem como único critério o desempenho do estudante no Enem 2014 e que não receberam nota zero na redação. As inscrições poderão ser feitas até o dia 22 de janeiro. Nesta terça-feira (20), é possível visualizar as primeiras notas de corte dos cursos cadastrados –ao todo, são 5.631 cursos de 128 instituições. Entre as 70 graduações de medicina, a da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), no campus Caicó, tem a pontuação mais alta (868,98), seguida da federal do Pará (858,13) e da Universidade de Brasília (826,54). As notas consideram a disputa da ampla concorrência –como prevê a lei de cotas, universidades e institutos federais destinam parte das vagas a estudantes de escolas públicas. A pontuação pode variar até o último dia de inscrições no sistema, na próxima quinta-feira (22). Até lá, o estudante pode mudar suas escolhas quantas vezes desejar. Diariamente, o MEC atualiza a pontuação dos cursos. Em São Paulo, a UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) é a única a disponibilizar vagas de medicina no Sisu. O curso tem um total de 40 vagas e, neste momento, tem nota de corte de 778,56. A menor nota de corte em medicina é de 723,96, na graduação da Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso), no campus de Cáceres. Ao todo, o Sisu do início de ano oferece 205,5 mil vagas, em 128 instituições públicas do país. Ao contrário das edições anteriores, haverá apenas uma única chamada. O estudante pode ainda manifestar interesse em participar de lista de espera -o que deve ser feito entre 26 de janeiro e 6 de fevereiro. A matrícula na instituição de ensino superior ocorrerá nos dias 30 de janeiro, 2 e 3 de fevereiro. No balanço divulgado pelo MEC, na noite desta terça, a maior nota de corte é apontada como a do curso de direito da UFF (Universidade Federal Fluminense), com 827,37 pontos. Isso ocorre porque o ministério contabiliza as universidades que utilizam apenas a nota do Sisu no processo de seleção. Ao considerar as universidades que utilizam bônus e outras formas de seleção o curso de medicina da UFRN tem a pontuação mais alta, com 868,98. COTAS Neste primeiro dia, a diferença de desempenho entre cotistas e não cotistas no curso de medicina ficou, na grande maioria dos casos, abaixo de 10%. A graduação na UFRN foi justamente a que registrou maior discrepância: enquanto a ampla concorrência tem nota de corte de 868,98, a pontuação mínima necessária para ingresso de estudantes de escolas públicas com renda familiar bruta per capita de até 1,5 salário mínimo (R$ 1.182) ficou em 681,54 (diferença de 21,5%). Ao mesmo tempo, duas graduações apresentam nota de corte para determinado grupo de cotistas superior à da ampla concorrência. É o caso de medicina na UFBA (federal da Bahia), onde a nota de corte da ampla concorrência, que disputa 34 das 60 vagas cadastradas, é de 776,22. Ao mesmo tempo, as duas vagas destinadas a estudantes de escolas públicas, independentemente da renda, aparecem com nota de corte de 780,83.
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Contra punição, árbitros relatam em súmula que protesto não atrasou jogos
Quase todos os árbitros da rodada da Série A desta quarta-feira (12) relataram nas súmulas o protesto que fizeram antes dos jogos, fazendo questão de afirmar que não houve atraso para o início dos confrontos. Todos usaram um texto padrão, e ressaltaram que não houve atraso para tentar evitar possíveis punições por parte do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A exceção foi Luiz Flávio de Oliveira, que não citou o fato no documento da partida Corinthians 4 x 3 Sport, apesar de o quarteto ter levantado a placa eletrônica com o número 0.5 antes do apito inicial. Foi usado o seguinte texto: "informo que antes da partida o quarto árbitro levantou a placa de substituição com o numeral "05" no meio do campo de jogo, com anuência e presença de toda equipe de arbitragem. Informo ainda que foi feito um minuto de silêncio de forma simbólica objetivando a melhoria das leis para arbitragem. Esclareço que o jogo iniciou no horário previsto". Na súmula dos jogos Flamengo 3 x 2 Atlético-PR, e Santos 1 x 0 Vasco, os árbitros Marcelo Aparecido de Souza (SP) e Emerson Luiz Sobral (PE), respectivamente, colocaram informação adicional de que os capitães das equipes foram informados e apoiaram a medida. Souza acrescentou que após o jogo o técnico do Atlético-PR, Milton Mendes, o parabenizou e desejou sucesso na empreitada. Os árbitros de futebol protestaram contra o veto da presidente Dilma Rousseff a artigo do Profut, programa de refinanciamento das dívidas dos clubes brasileiros, que daria o direito à categoria de receber parte do dinheiro que é pago pelo direito de arena (fatia do valor dos direitos de transmissão). O direito de arena é pago ao atleta por ter sua imagem veiculada em transmissões de jogos. Por lei, os clubes são obrigados a repassar aos sindicatos dos jogadores 5% do que recebem de direito de TV, para que depois o valor seja enviado aos profissionais. A Anaf conseguiu incluir no texto da medida provisória o recebimento de 0,5% desse montante, o que, na conta da associação, renderia anualmente aos árbitros até R$ 8 milhões. A CBF se posicionou contra a manifestação mas, inicialmente, não prevê punição aos árbitros. Paulo Schmitt, procurador do STJD, disse que se houve atraso propositalmente para protestos, impactando na partidas, é possível punição. "Não que a ideia seja inibir ou ameaçar, mas as normas disciplinares são aplicadas a todos", disse Schmitt.
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Contra punição, árbitros relatam em súmula que protesto não atrasou jogosQuase todos os árbitros da rodada da Série A desta quarta-feira (12) relataram nas súmulas o protesto que fizeram antes dos jogos, fazendo questão de afirmar que não houve atraso para o início dos confrontos. Todos usaram um texto padrão, e ressaltaram que não houve atraso para tentar evitar possíveis punições por parte do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A exceção foi Luiz Flávio de Oliveira, que não citou o fato no documento da partida Corinthians 4 x 3 Sport, apesar de o quarteto ter levantado a placa eletrônica com o número 0.5 antes do apito inicial. Foi usado o seguinte texto: "informo que antes da partida o quarto árbitro levantou a placa de substituição com o numeral "05" no meio do campo de jogo, com anuência e presença de toda equipe de arbitragem. Informo ainda que foi feito um minuto de silêncio de forma simbólica objetivando a melhoria das leis para arbitragem. Esclareço que o jogo iniciou no horário previsto". Na súmula dos jogos Flamengo 3 x 2 Atlético-PR, e Santos 1 x 0 Vasco, os árbitros Marcelo Aparecido de Souza (SP) e Emerson Luiz Sobral (PE), respectivamente, colocaram informação adicional de que os capitães das equipes foram informados e apoiaram a medida. Souza acrescentou que após o jogo o técnico do Atlético-PR, Milton Mendes, o parabenizou e desejou sucesso na empreitada. Os árbitros de futebol protestaram contra o veto da presidente Dilma Rousseff a artigo do Profut, programa de refinanciamento das dívidas dos clubes brasileiros, que daria o direito à categoria de receber parte do dinheiro que é pago pelo direito de arena (fatia do valor dos direitos de transmissão). O direito de arena é pago ao atleta por ter sua imagem veiculada em transmissões de jogos. Por lei, os clubes são obrigados a repassar aos sindicatos dos jogadores 5% do que recebem de direito de TV, para que depois o valor seja enviado aos profissionais. A Anaf conseguiu incluir no texto da medida provisória o recebimento de 0,5% desse montante, o que, na conta da associação, renderia anualmente aos árbitros até R$ 8 milhões. A CBF se posicionou contra a manifestação mas, inicialmente, não prevê punição aos árbitros. Paulo Schmitt, procurador do STJD, disse que se houve atraso propositalmente para protestos, impactando na partidas, é possível punição. "Não que a ideia seja inibir ou ameaçar, mas as normas disciplinares são aplicadas a todos", disse Schmitt.
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Soprano que decidiu carreira ao assistir comercial de TV canta em SP
Cerca de um minuto foi suficiente para Pretty Yende, 32, mudar completamente o rumo de sua vida e decidir se tornar uma cantora lírica. Ela se apresenta nesta terça (8) e quarta (9) na Sala São Paulo. A sul-africana, filha de um taxista e de uma professora, estudava para se formar contabilista quando, aos 16 anos, assistiu a um comercial de TV da British Airways. A propaganda, que estreou em 1989 e foi replicada nos anos seguintes, era embalada por uma versão de "The Flower", dueto da ópera "Lakmé", de Léo Delibes (1836-1891). No exótico drama do compositor francês, as vozes etéreas ecoavam o encontro do personagem-título com uma de suas serviçais à beira de um rio no Oriente para recolher flores. Naquele que viraria um clássico publicitário, a obra ganhava roupagem aos moldes da new age pelo músico grego Yanni em um arranjo de Malcolm McLaren –conhecido por ter sido empresário do Sex Pistols. Intrigada com aquela voz sobrenatural, a jovem foi procurar saber se aquilo era ao menos "humanamente possível". Sim, teria lhe respondido um professor, aliás, aquilo tinha nome: ópera. Aquilo, no entanto, ainda era algo distante de seu cotidiano. "Não foi fácil para meus pais, já que eu havia feito planos para um 'emprego de verdade', mas sou muito grata a eles por terem me permitido voar para onde meu coração me levou", diz Yende. De imediato, passou a cantar em corais de igreja e, após um ano e meio, venceu um prêmio que a levou a ser admitida na Escola de Música Sul-Africana, na Cidade do Cabo. Lá, tornou-se pupila de Virginia Davids, primeira cantora lírica negra a se apresentar em uma ópera durante o período de apartheid. Apesar de ser um ponto de referência de como a diversidade tem, aos poucos, vencido as barreiras impostas a negros no universo operístico, Yende se esquiva de temas como racismo e sexismo. Não deixa, porém, de reconhecer que Davids teve parte significativa em sua "linda jornada", como ela gosta de chamar sua carreira. "Ela me ensinou a aceitar e amar o meu dom, a nunca me sentir pequena quando cercada por grandeza", diz, sobre a professora. "Isso me coloca muito no chão, vendo como a indústria pode ser, ajuda a eliminar pressão desnecessária e limitações por me comparar com outras pessoas." Ainda que acredite haver "espaço para todas as almas talentosas nesta Terra" e dispense comparações, Yende se mostra uma competidora nada tímida. Em 2009, foi a primeira cantora a receber o prêmio máximo em todas as categorias da Belvedere Singing Competition, em Viena –ela repetiria o feito em 2011, nas competições Operalia. "Foi uma confirmação do que eu estava procurando naquela época, de que de fato eu não estava errada em dar um voto de fé em direção à minha carreira operística." O prêmio histórico abriu-lhe as portas do italiano Teatro La Scala, em Milão, uma das casas mais renomadas do mundo quando o assunto é ópera, onde atuou até 2011. Em 2013, foi ovacionada ao interpretar a condessa Adèle em "O Conde Ory", de Gioachino Rossini (1792-1868), em montagem no Metropolitan Opera House, em Nova York. Acompanhada pelo tenor mexicano Javier Camarena e pelo pianista cubano Ángel Rodriguez, ela encerra a curta série anual de concertos do Mozarteum nesta semana. O programa é formado por obras de compositores italianos, como Vincenzo Bellini (1801-1835) e Gaetano Donizetti (1797-1848), que também figuram no álbum de estreia da soprano, "A Journey", lançado em 2016. Mesclada no repertório que escolheu para seu "debut" na indústria fonográfica está também sua própria versão para o dueto "The Flower". PRETTY YENDE E JAVIER CAMARENA QUANDO ter. (8) e qua. (9), às 21h ONDE Sala São Paulo, praça Júlio Prestes, 16, tel. (11) 3367-9500 QUANTO de R$ 210 a R$ 600, em ingressorapido.com.br CLASSIFICAÇÃO LIVRE * RAIO-X IDADE 32 anos, nascida em 6 de março de 1985 LOCAL DE NASCIMENTO Piet Retief, África do Sul FORMAÇÃO Ex-aluna de Virginia Davids, primeira cantora lírica negra a se apresentar em uma ópera durante o apartheid CARREIRA Primeira cantora a receber o prêmio máximo em todas as categorias da Belvedere Singing Competition de 2009, em Viena, e das competições Operalia de 2011, em Moscou. Destaque em teatros como o La Scala, em Milão, e a Metropolitan Opera, em Nova York.
ilustrada
Soprano que decidiu carreira ao assistir comercial de TV canta em SPCerca de um minuto foi suficiente para Pretty Yende, 32, mudar completamente o rumo de sua vida e decidir se tornar uma cantora lírica. Ela se apresenta nesta terça (8) e quarta (9) na Sala São Paulo. A sul-africana, filha de um taxista e de uma professora, estudava para se formar contabilista quando, aos 16 anos, assistiu a um comercial de TV da British Airways. A propaganda, que estreou em 1989 e foi replicada nos anos seguintes, era embalada por uma versão de "The Flower", dueto da ópera "Lakmé", de Léo Delibes (1836-1891). No exótico drama do compositor francês, as vozes etéreas ecoavam o encontro do personagem-título com uma de suas serviçais à beira de um rio no Oriente para recolher flores. Naquele que viraria um clássico publicitário, a obra ganhava roupagem aos moldes da new age pelo músico grego Yanni em um arranjo de Malcolm McLaren –conhecido por ter sido empresário do Sex Pistols. Intrigada com aquela voz sobrenatural, a jovem foi procurar saber se aquilo era ao menos "humanamente possível". Sim, teria lhe respondido um professor, aliás, aquilo tinha nome: ópera. Aquilo, no entanto, ainda era algo distante de seu cotidiano. "Não foi fácil para meus pais, já que eu havia feito planos para um 'emprego de verdade', mas sou muito grata a eles por terem me permitido voar para onde meu coração me levou", diz Yende. De imediato, passou a cantar em corais de igreja e, após um ano e meio, venceu um prêmio que a levou a ser admitida na Escola de Música Sul-Africana, na Cidade do Cabo. Lá, tornou-se pupila de Virginia Davids, primeira cantora lírica negra a se apresentar em uma ópera durante o período de apartheid. Apesar de ser um ponto de referência de como a diversidade tem, aos poucos, vencido as barreiras impostas a negros no universo operístico, Yende se esquiva de temas como racismo e sexismo. Não deixa, porém, de reconhecer que Davids teve parte significativa em sua "linda jornada", como ela gosta de chamar sua carreira. "Ela me ensinou a aceitar e amar o meu dom, a nunca me sentir pequena quando cercada por grandeza", diz, sobre a professora. "Isso me coloca muito no chão, vendo como a indústria pode ser, ajuda a eliminar pressão desnecessária e limitações por me comparar com outras pessoas." Ainda que acredite haver "espaço para todas as almas talentosas nesta Terra" e dispense comparações, Yende se mostra uma competidora nada tímida. Em 2009, foi a primeira cantora a receber o prêmio máximo em todas as categorias da Belvedere Singing Competition, em Viena –ela repetiria o feito em 2011, nas competições Operalia. "Foi uma confirmação do que eu estava procurando naquela época, de que de fato eu não estava errada em dar um voto de fé em direção à minha carreira operística." O prêmio histórico abriu-lhe as portas do italiano Teatro La Scala, em Milão, uma das casas mais renomadas do mundo quando o assunto é ópera, onde atuou até 2011. Em 2013, foi ovacionada ao interpretar a condessa Adèle em "O Conde Ory", de Gioachino Rossini (1792-1868), em montagem no Metropolitan Opera House, em Nova York. Acompanhada pelo tenor mexicano Javier Camarena e pelo pianista cubano Ángel Rodriguez, ela encerra a curta série anual de concertos do Mozarteum nesta semana. O programa é formado por obras de compositores italianos, como Vincenzo Bellini (1801-1835) e Gaetano Donizetti (1797-1848), que também figuram no álbum de estreia da soprano, "A Journey", lançado em 2016. Mesclada no repertório que escolheu para seu "debut" na indústria fonográfica está também sua própria versão para o dueto "The Flower". PRETTY YENDE E JAVIER CAMARENA QUANDO ter. (8) e qua. (9), às 21h ONDE Sala São Paulo, praça Júlio Prestes, 16, tel. (11) 3367-9500 QUANTO de R$ 210 a R$ 600, em ingressorapido.com.br CLASSIFICAÇÃO LIVRE * RAIO-X IDADE 32 anos, nascida em 6 de março de 1985 LOCAL DE NASCIMENTO Piet Retief, África do Sul FORMAÇÃO Ex-aluna de Virginia Davids, primeira cantora lírica negra a se apresentar em uma ópera durante o apartheid CARREIRA Primeira cantora a receber o prêmio máximo em todas as categorias da Belvedere Singing Competition de 2009, em Viena, e das competições Operalia de 2011, em Moscou. Destaque em teatros como o La Scala, em Milão, e a Metropolitan Opera, em Nova York.
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Oposição republicana promete rebater decretos de Obama
No primeiro pronunciamento do Partido Republicano em 2015, o deputado de Illinois Rodney Davis deu o tom do que deve ser a estratégia da oposição ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, agora que controla o Congresso. Em vídeo divulgado no sábado (3), Davis criticou o Obamacare –a reforma de saúde rejeitada pelos republicanos– e a falta de ação dos colegas democratas, enquanto tentava passar a imagem de um partido que pretende recuperar a união entre o Legislativo e o Executivo nos próximos dois anos. O novo Congresso americano assume nesta terça-feira (6) com maioria republicana na Câmara dos Deputados e no Senado pela primeira vez em oito anos. Na Câmara, o partido de oposição a Barack Obama terá a mais ampla maioria em 75 anos. Mas o controle não garante uma tarefa fácil. O novo Congresso precisa se livrar do título carregado pela legislatura anterior, a segunda mais improdutiva da história moderna dos Estados Unidos. Além disso, Obama já avisou que pretende usar seu poder de veto contra leis aprovadas pelos congressistas sem apoio da população –ou dele mesmo. Em geral, as negociações são vistas com ceticismo pelos norte-americanos. De acordo o Pew Research Center, apenas 44% da população espera que Obama colabore com os republicanos no período. Uma fatia ainda menor (28%) acredita que os congressistas opositores cooperarão com o presidente. Do lado republicano, há o desejo de fazer Obama pagar pelo uso de ordens executivas (decretos-lei) em questões caras ao partido, como a reforma imigratória, no fim de 2014. Para o presidente, a ideia parece ser não ficar relegado ao segundo plano na reta final de seu mandato. Tudo isso ainda será pontuado por um clima constante de campanha com a aproximação das eleições presidenciais no ano que vem. AGENDA Os congressistas republicanos já sinalizaram o que estará na agenda nas próximas semanas: energia, imigração e Obamacare. De acordo com o deputado Rodney Davis, a prioridade na Câmara será a criação de empregos. Os projetos citados por ele, porém, têm relação direta com a reforma de saúde da Casa Branca: com foco no mercado de trabalho, os dois fariam pequenas mudanças no Obamacare. Em seguida, virá a imigração. Ao aprovar a Lei Orçamentária para 2015, em dezembro, os republicanos conseguiram deixar de fora os recursos para o Departamento de Segurança Nacional –que terminam em fevereiro. A ideia era ganhar tempo para desenhar uma resposta à decisão de Obama de agir por meio de ordens executivas para mudar as leis imigratórias americanas. "Os republicanos ficaram realmente irritados com as ordens executivas, porque acharam que poderiam trabalhar com o presidente sobre o assunto. E agora não há nenhum desejo de fazê-lo", disse à Folha uma pessoa próxima às lideranças do partido de oposição a Obama, que não quis se identificar. A avaliação dos republicanos, no entanto, é que o assunto precisa estar em pauta nos próximos dois anos para garantir as chances de que um republicano seja eleito presidente em 2016. No Senado, o líder da maioria, Mitch McConnell (Kentucky) anunciou que a prioridade inicial na Casa será aprovar a construção do polêmico oleoduto Keystone-XL, que ligará o Canadá ao Estado do Texas. Parte do Partido Democrata, porém, se opõe ao projeto por questões ambientais.
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Oposição republicana promete rebater decretos de ObamaNo primeiro pronunciamento do Partido Republicano em 2015, o deputado de Illinois Rodney Davis deu o tom do que deve ser a estratégia da oposição ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, agora que controla o Congresso. Em vídeo divulgado no sábado (3), Davis criticou o Obamacare –a reforma de saúde rejeitada pelos republicanos– e a falta de ação dos colegas democratas, enquanto tentava passar a imagem de um partido que pretende recuperar a união entre o Legislativo e o Executivo nos próximos dois anos. O novo Congresso americano assume nesta terça-feira (6) com maioria republicana na Câmara dos Deputados e no Senado pela primeira vez em oito anos. Na Câmara, o partido de oposição a Barack Obama terá a mais ampla maioria em 75 anos. Mas o controle não garante uma tarefa fácil. O novo Congresso precisa se livrar do título carregado pela legislatura anterior, a segunda mais improdutiva da história moderna dos Estados Unidos. Além disso, Obama já avisou que pretende usar seu poder de veto contra leis aprovadas pelos congressistas sem apoio da população –ou dele mesmo. Em geral, as negociações são vistas com ceticismo pelos norte-americanos. De acordo o Pew Research Center, apenas 44% da população espera que Obama colabore com os republicanos no período. Uma fatia ainda menor (28%) acredita que os congressistas opositores cooperarão com o presidente. Do lado republicano, há o desejo de fazer Obama pagar pelo uso de ordens executivas (decretos-lei) em questões caras ao partido, como a reforma imigratória, no fim de 2014. Para o presidente, a ideia parece ser não ficar relegado ao segundo plano na reta final de seu mandato. Tudo isso ainda será pontuado por um clima constante de campanha com a aproximação das eleições presidenciais no ano que vem. AGENDA Os congressistas republicanos já sinalizaram o que estará na agenda nas próximas semanas: energia, imigração e Obamacare. De acordo com o deputado Rodney Davis, a prioridade na Câmara será a criação de empregos. Os projetos citados por ele, porém, têm relação direta com a reforma de saúde da Casa Branca: com foco no mercado de trabalho, os dois fariam pequenas mudanças no Obamacare. Em seguida, virá a imigração. Ao aprovar a Lei Orçamentária para 2015, em dezembro, os republicanos conseguiram deixar de fora os recursos para o Departamento de Segurança Nacional –que terminam em fevereiro. A ideia era ganhar tempo para desenhar uma resposta à decisão de Obama de agir por meio de ordens executivas para mudar as leis imigratórias americanas. "Os republicanos ficaram realmente irritados com as ordens executivas, porque acharam que poderiam trabalhar com o presidente sobre o assunto. E agora não há nenhum desejo de fazê-lo", disse à Folha uma pessoa próxima às lideranças do partido de oposição a Obama, que não quis se identificar. A avaliação dos republicanos, no entanto, é que o assunto precisa estar em pauta nos próximos dois anos para garantir as chances de que um republicano seja eleito presidente em 2016. No Senado, o líder da maioria, Mitch McConnell (Kentucky) anunciou que a prioridade inicial na Casa será aprovar a construção do polêmico oleoduto Keystone-XL, que ligará o Canadá ao Estado do Texas. Parte do Partido Democrata, porém, se opõe ao projeto por questões ambientais.
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Pedaladas em questão
A presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), conhecerá seu destino político nos próximos dias. A julgar pelo clima no Congresso, mais de 70% dos senadores votarão por seu impeachment pela violação de normas que disciplinam o uso dos recursos públicos. Após longo período de debates na Câmara e no Senado, as acusações são mais que conhecidas. Afirma-se que a administração de Dilma, ao praticar as agora notórias pedaladas fiscais em volumes inéditos, tomou empréstimos de bancos públicos –iniciativa proibida pela Constituição e pela lei dos crimes de responsabilidade. Além disso, sustenta-se que Dilma autorizou seu governo a incorrer em despesas extras (a chamada abertura de crédito suplementar) sem antes obter o aval legalmente necessário do Congresso. De um ponto de vista factual, não restam dúvidas sobre o acertado das imputações. A partir de 2014, quando a economia brasileira começou a ruir, a gestão petista efetivamente lançou mão de gambiarras para esconder o estado calamitoso de suas finanças. Decerto esperava, com isso, aumentar as chances de reeleição de Dilma. Da perspectiva do impeachment, contudo, a situação é menos pacífica. Como esta Folha sempre afirmou, a deposição constitucional de um presidente da República não pode ser considerada questão corriqueira. Está em jogo, afinal, o cargo mais elevado do sistema democrático brasileiro. A abreviação do mandato presidencial, por contrariar o desejo expresso pelos eleitores, deveria ocorrer somente em circunstâncias excepcionais, quando o detentor houvesse perdido todas as condições de seguir governando e estivesse comprovado de maneira cabal o envolvimento direto do chefe do Executivo nas irregularidades. A defesa de Dilma alega que as decisões sobre pedaladas e créditos suplementares foram tomadas por técnicos, e não pela petista, e que tais expedientes já eram usuais na administração pública. Se a atribuição de crime de responsabilidade a ela tem algo de questionável, sobressai o descompasso entre a conduta que se pretende punir e a sanção extrema que será imposta. Ainda assim, 367 dos 513 deputados votaram pelo impeachment; calcula-se que em torno de 60 senadores farão o mesmo. Supera-se com folga o mínimo de dois terços exigido na Constituição, requisito alto o suficiente para garantir que só presidentes já incapazes de governar se arriscam a perder o cargo. Dilma Rousseff está prestes a perder o seu. Após extenso processo supervisionado pelo Supremo Tribunal Federal, o Senado definirá o destino da petista —e não haverá motivo para recusar o veredicto. editoriais@grupofolha.com.br
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Pedaladas em questãoA presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), conhecerá seu destino político nos próximos dias. A julgar pelo clima no Congresso, mais de 70% dos senadores votarão por seu impeachment pela violação de normas que disciplinam o uso dos recursos públicos. Após longo período de debates na Câmara e no Senado, as acusações são mais que conhecidas. Afirma-se que a administração de Dilma, ao praticar as agora notórias pedaladas fiscais em volumes inéditos, tomou empréstimos de bancos públicos –iniciativa proibida pela Constituição e pela lei dos crimes de responsabilidade. Além disso, sustenta-se que Dilma autorizou seu governo a incorrer em despesas extras (a chamada abertura de crédito suplementar) sem antes obter o aval legalmente necessário do Congresso. De um ponto de vista factual, não restam dúvidas sobre o acertado das imputações. A partir de 2014, quando a economia brasileira começou a ruir, a gestão petista efetivamente lançou mão de gambiarras para esconder o estado calamitoso de suas finanças. Decerto esperava, com isso, aumentar as chances de reeleição de Dilma. Da perspectiva do impeachment, contudo, a situação é menos pacífica. Como esta Folha sempre afirmou, a deposição constitucional de um presidente da República não pode ser considerada questão corriqueira. Está em jogo, afinal, o cargo mais elevado do sistema democrático brasileiro. A abreviação do mandato presidencial, por contrariar o desejo expresso pelos eleitores, deveria ocorrer somente em circunstâncias excepcionais, quando o detentor houvesse perdido todas as condições de seguir governando e estivesse comprovado de maneira cabal o envolvimento direto do chefe do Executivo nas irregularidades. A defesa de Dilma alega que as decisões sobre pedaladas e créditos suplementares foram tomadas por técnicos, e não pela petista, e que tais expedientes já eram usuais na administração pública. Se a atribuição de crime de responsabilidade a ela tem algo de questionável, sobressai o descompasso entre a conduta que se pretende punir e a sanção extrema que será imposta. Ainda assim, 367 dos 513 deputados votaram pelo impeachment; calcula-se que em torno de 60 senadores farão o mesmo. Supera-se com folga o mínimo de dois terços exigido na Constituição, requisito alto o suficiente para garantir que só presidentes já incapazes de governar se arriscam a perder o cargo. Dilma Rousseff está prestes a perder o seu. Após extenso processo supervisionado pelo Supremo Tribunal Federal, o Senado definirá o destino da petista —e não haverá motivo para recusar o veredicto. editoriais@grupofolha.com.br
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Fim do 'milagre econômico' desafia futuro líder do Peru
Uma caminhada pela "rambla" de Miraflores ou pelas ruas de restaurantes e bares de Barranco, bairros de classe média e alta de Lima, indicam o que foram os anos do "boom" econômico peruano. Prédios modernos e com segurança privada, ciclovia e parques com wi-fi, comida peruana gourmet e chefs estrelados, roupas modernas e caras nas vitrines, inspiradas nas vestimentas dos antigos habitantes dos Andes. E muitos turistas da Europa, dos EUA, do Brasil. Nos corredores do shopping Larcomar, encravado nas pedras que dão para o Pacífico, ouvem-se vários idiomas e tiram-se selfies nos miradores. No mundo da cultura, o Peru inseriu-se na rota de artistas internacionais. "[Antes] uma banda como o Coldplay não viria aqui, teríamos de ir a Bogotá ou Buenos Aires para ver seu show", disse o estudante Martín Reyes, 28. Nas próximas semanas, a cidade será sede da ArtLima, feira de galeristas internacionais. Há poucos meses, a franquia Hay de festivais de literatura (que existe no Reino Unido, no México, na Colômbia e em outros países) inaugurou sua versão em Arequipa. Esses são apenas alguns exemplos do "milagre peruano", que se tornou realidade especialmente entre 2005 e 2014 com o "boom das commodities" fazendo crescer a exportação de produtos da mineração. No período, o PIB cresceu em média 6,1%, com uma baixa inflação, de 2,9%. Paralelamente, uma continuidade na defesa da política de livre mercado e a associação com os países da Aliança do Pacífico tornaram o país atraente para o investimento estrangeiro. O Peru também impulsou o turismo gastronômico e de moda, que se somou ao já exitoso turismo voltado para ruínas de civilizações antigas dos Andes, em Cusco e Machu Picchu. - Raio-x do Peru - Crescimento do PIB* (%) - Pesquisa de intenção de votos* - - DESAFIOS O cenário para o próximo presidente peruano, porém, será bem menos favorável. De 2014 para cá, a economia desacelerou. O crescimento em 2015 foi de 2,7%, bem abaixo da média dos últimos anos, e a inflação subiu para 4,1%. Além do fim do "boom" das commodities, que fez caírem as exportações, a desaceleração da economia mundial diminuiu o investimento estrangeiro. Para completar, as mudanças climáticas afetaram a agricultura e a pesca. Para mudar esse quadro e recolocar o Peru no caminho do crescimento, os três candidatos mais bem colocados na eleição deste domingo (10) têm propostas diferentes. A primeira colocada nas pesquisas,Keiko Fujimori (36%), promete mais acordos de livre comércio, redução de impostos e mais investimentos em infraestrutura. O legado fujimorista que defende, porém, prega proteções ao trabalhador e aumento de políticas assistencialistas, algo que economistas criticam neste momento, porque aumentaria o gasto social. O segundo colocado, Pedro Pablo Kuczynski (16%), também defende mais acordos de livre comércio, porém prega a flexibilização trabalhista e, sobre os planos de assistência, é mais cauteloso ao afirmar que vai mantê-los, mas sem maiores gastos. Já a terceira colocada, Verónika Mendoza (15%), tem a plataforma mais diferenciada. A esquerdista defende mais regulação do Estado na economia, principalmente na área da mineração, fazendo com que a exploração de minas seja decidida pelas comunidades, não pelo governo. Mendoza também prevê a criação de agências reguladoras em outras áreas e é contra a flexibilização do trabalho. A deputada por Cusco quer mais autonomia às regiões para decidir políticas econômicas para áreas mais humildes. Para isso, defende uma nova Constituição -a atual ainda é da época do fujimorismo, de 1993- para incluir uma nova legislação de proteção aos trabalhadores. Como nenhum dos candidatos deve alcançar a maioria dos votos, deve haver segundo turno em 5 de junho. Desde segunda (4), não é mais permitido divulgar pesquisas. Sondagens feitas pelas empresas Datum e Ipsos a pedido de partidos, porém, vazaram por meio de agências internacionais. Segundo esses números, há um empate técnico entre PPK e Mendoza, com a esquerdista em ascensão, de um a dois pontos à frente do economista. A eleição deste domingo decide também a formação do Congresso. Segundo a pesquisa mais recente da Ipsos, a tendência é que os fujimoristas conquistem cerca de 60% das cadeiras.
mundo
Fim do 'milagre econômico' desafia futuro líder do PeruUma caminhada pela "rambla" de Miraflores ou pelas ruas de restaurantes e bares de Barranco, bairros de classe média e alta de Lima, indicam o que foram os anos do "boom" econômico peruano. Prédios modernos e com segurança privada, ciclovia e parques com wi-fi, comida peruana gourmet e chefs estrelados, roupas modernas e caras nas vitrines, inspiradas nas vestimentas dos antigos habitantes dos Andes. E muitos turistas da Europa, dos EUA, do Brasil. Nos corredores do shopping Larcomar, encravado nas pedras que dão para o Pacífico, ouvem-se vários idiomas e tiram-se selfies nos miradores. No mundo da cultura, o Peru inseriu-se na rota de artistas internacionais. "[Antes] uma banda como o Coldplay não viria aqui, teríamos de ir a Bogotá ou Buenos Aires para ver seu show", disse o estudante Martín Reyes, 28. Nas próximas semanas, a cidade será sede da ArtLima, feira de galeristas internacionais. Há poucos meses, a franquia Hay de festivais de literatura (que existe no Reino Unido, no México, na Colômbia e em outros países) inaugurou sua versão em Arequipa. Esses são apenas alguns exemplos do "milagre peruano", que se tornou realidade especialmente entre 2005 e 2014 com o "boom das commodities" fazendo crescer a exportação de produtos da mineração. No período, o PIB cresceu em média 6,1%, com uma baixa inflação, de 2,9%. Paralelamente, uma continuidade na defesa da política de livre mercado e a associação com os países da Aliança do Pacífico tornaram o país atraente para o investimento estrangeiro. O Peru também impulsou o turismo gastronômico e de moda, que se somou ao já exitoso turismo voltado para ruínas de civilizações antigas dos Andes, em Cusco e Machu Picchu. - Raio-x do Peru - Crescimento do PIB* (%) - Pesquisa de intenção de votos* - - DESAFIOS O cenário para o próximo presidente peruano, porém, será bem menos favorável. De 2014 para cá, a economia desacelerou. O crescimento em 2015 foi de 2,7%, bem abaixo da média dos últimos anos, e a inflação subiu para 4,1%. Além do fim do "boom" das commodities, que fez caírem as exportações, a desaceleração da economia mundial diminuiu o investimento estrangeiro. Para completar, as mudanças climáticas afetaram a agricultura e a pesca. Para mudar esse quadro e recolocar o Peru no caminho do crescimento, os três candidatos mais bem colocados na eleição deste domingo (10) têm propostas diferentes. A primeira colocada nas pesquisas,Keiko Fujimori (36%), promete mais acordos de livre comércio, redução de impostos e mais investimentos em infraestrutura. O legado fujimorista que defende, porém, prega proteções ao trabalhador e aumento de políticas assistencialistas, algo que economistas criticam neste momento, porque aumentaria o gasto social. O segundo colocado, Pedro Pablo Kuczynski (16%), também defende mais acordos de livre comércio, porém prega a flexibilização trabalhista e, sobre os planos de assistência, é mais cauteloso ao afirmar que vai mantê-los, mas sem maiores gastos. Já a terceira colocada, Verónika Mendoza (15%), tem a plataforma mais diferenciada. A esquerdista defende mais regulação do Estado na economia, principalmente na área da mineração, fazendo com que a exploração de minas seja decidida pelas comunidades, não pelo governo. Mendoza também prevê a criação de agências reguladoras em outras áreas e é contra a flexibilização do trabalho. A deputada por Cusco quer mais autonomia às regiões para decidir políticas econômicas para áreas mais humildes. Para isso, defende uma nova Constituição -a atual ainda é da época do fujimorismo, de 1993- para incluir uma nova legislação de proteção aos trabalhadores. Como nenhum dos candidatos deve alcançar a maioria dos votos, deve haver segundo turno em 5 de junho. Desde segunda (4), não é mais permitido divulgar pesquisas. Sondagens feitas pelas empresas Datum e Ipsos a pedido de partidos, porém, vazaram por meio de agências internacionais. Segundo esses números, há um empate técnico entre PPK e Mendoza, com a esquerdista em ascensão, de um a dois pontos à frente do economista. A eleição deste domingo decide também a formação do Congresso. Segundo a pesquisa mais recente da Ipsos, a tendência é que os fujimoristas conquistem cerca de 60% das cadeiras.
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Editorial: As cercas do latifúndio
O vício, como se sabe, rende pela hipocrisia sua homenagem à virtude. Mas talvez a hipocrisia não seja a única forma pela qual as forças do inconfessável rendem serviço a seu oposto. Há sem dúvida outros caminhos pelos quais algum efeito moralizador se deriva da falta de princípios. Veja-se o caso da atual estrutura partidária brasileira, por si mesma um bazar de oportunismos entre os quais se imiscuem os remanescentes de agremiações outrora autênticas, mas já destituídas de qualquer credibilidade ideológica. O que vai mal pode sempre piorar, e não seria outra a consequência dos intentos do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, em sua aparentemente inesgotável capacidade de imaginar novas legendas para significar a mesma coisa. A saber, a nulidade de partidos que não seriam nem de esquerda, nem de direita, nem de centro, como Kassab asseverou memoravelmente ao criar seu PSD. Mas o PSD ainda não era vasto o bastante para a fisiologia pretendida. A expectativa, agora, era facilitar o trânsito de novos parlamentares a outra agremiação –o ressurrecto Partido Liberal, ou PL–, a fim de que, numa posterior fusão com o PSD, trânsfugas do PMDB e de outros arraiais pudessem iniciar vida nova, sem pagar o preço da infidelidade partidária. Os termos "ressurrecto" e "vida nova", diga-se de passagem, não são gratuitos. Entre as assinaturas colhidas para a formação do PL não faltaram fantasmas e falecidos. Ao menos na Justiça Eleitoral de São Caetano do Sul, 90% dos nomes apresentados sofreram rejeição por vícios diversos. Registraram-se os mesmos problemas, aliás, na gestação do PSD, em 2011. Desta vez, contudo, os planos de Kassab podem terminar frustrados. Com apoio do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Câmara aprovou com celeridade uma lei que veta a fusão de siglas recém-fundadas –o processo só poderá ser admitido contados cinco anos de seu aparecimento. E mais: na lista de apoio à criação de partidos, não serão aceitas assinaturas de eleitores filiados a agremiações preexistentes. O assunto deve agora ser examinado, com a mesma pressa, pelo Senado, de modo a estancar a possível debandada de descontentes do PMDB rumo a uma agremiação talvez ainda mais fisiológica e com certeza mais submissa ao Planalto. Fecham-se, provisoriamente, as cercas do latifúndio. Se é positivo o efeito de tal medida, pois a criação de partidos de aluguel deve ser coibida, há a lamentar o quanto de oportunismo a inspirou. Regras mais claras e impessoais, como a exigência de uma cláusula de desempenho eleitoral mínimo, continuam enquanto isso a depender de iniciativas mais profundas de reforma política. Mas estas, quando interessam à sociedade, contam com menos diligência das lideranças do Congresso.
opiniao
Editorial: As cercas do latifúndioO vício, como se sabe, rende pela hipocrisia sua homenagem à virtude. Mas talvez a hipocrisia não seja a única forma pela qual as forças do inconfessável rendem serviço a seu oposto. Há sem dúvida outros caminhos pelos quais algum efeito moralizador se deriva da falta de princípios. Veja-se o caso da atual estrutura partidária brasileira, por si mesma um bazar de oportunismos entre os quais se imiscuem os remanescentes de agremiações outrora autênticas, mas já destituídas de qualquer credibilidade ideológica. O que vai mal pode sempre piorar, e não seria outra a consequência dos intentos do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, em sua aparentemente inesgotável capacidade de imaginar novas legendas para significar a mesma coisa. A saber, a nulidade de partidos que não seriam nem de esquerda, nem de direita, nem de centro, como Kassab asseverou memoravelmente ao criar seu PSD. Mas o PSD ainda não era vasto o bastante para a fisiologia pretendida. A expectativa, agora, era facilitar o trânsito de novos parlamentares a outra agremiação –o ressurrecto Partido Liberal, ou PL–, a fim de que, numa posterior fusão com o PSD, trânsfugas do PMDB e de outros arraiais pudessem iniciar vida nova, sem pagar o preço da infidelidade partidária. Os termos "ressurrecto" e "vida nova", diga-se de passagem, não são gratuitos. Entre as assinaturas colhidas para a formação do PL não faltaram fantasmas e falecidos. Ao menos na Justiça Eleitoral de São Caetano do Sul, 90% dos nomes apresentados sofreram rejeição por vícios diversos. Registraram-se os mesmos problemas, aliás, na gestação do PSD, em 2011. Desta vez, contudo, os planos de Kassab podem terminar frustrados. Com apoio do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Câmara aprovou com celeridade uma lei que veta a fusão de siglas recém-fundadas –o processo só poderá ser admitido contados cinco anos de seu aparecimento. E mais: na lista de apoio à criação de partidos, não serão aceitas assinaturas de eleitores filiados a agremiações preexistentes. O assunto deve agora ser examinado, com a mesma pressa, pelo Senado, de modo a estancar a possível debandada de descontentes do PMDB rumo a uma agremiação talvez ainda mais fisiológica e com certeza mais submissa ao Planalto. Fecham-se, provisoriamente, as cercas do latifúndio. Se é positivo o efeito de tal medida, pois a criação de partidos de aluguel deve ser coibida, há a lamentar o quanto de oportunismo a inspirou. Regras mais claras e impessoais, como a exigência de uma cláusula de desempenho eleitoral mínimo, continuam enquanto isso a depender de iniciativas mais profundas de reforma política. Mas estas, quando interessam à sociedade, contam com menos diligência das lideranças do Congresso.
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Energia renovada
Enfim uma boa notícia: permaneceram estáveis, pelo segundo ano consecutivo, as emissões de gases do efeito estufa lançados para gerar energia no mundo. Como o PIB global avançou mais de 3% em 2014 e 2015, conclui-se que teve início o chamado desacoplamento entre poluição climática e crescimento econômico. O aumento da produção sempre esteve acompanhado de maior consumo energético e, por consequência, do lançamento de gases como o dióxido de carbono (CO2), que retêm radiação na atmosfera e a aquecem, agravando o fenômeno natural do efeito estufa. A Agência Internacional de Energia mede as emissões globais há mais de 40 anos. Em apenas três momentos -no início dos anos 1980, após o choque do petróleo, em 1992, com o fim da União Soviética, e em 2009, na crise financeira mundial- elas haviam sido iguais ou menores que no ano anterior. O primeiro ano em que o produto mundial se expandiu emitindo a mesma quantidade de gases do efeito estufa foi 2014. Em 2015 observou-se o mesmo, o que leva muitos analistas a dizer que se iniciou um processo de descarbonização, objetivo do Acordo de Paris adotado em dezembro por 195 países. Só se pode crescer sem poluir mais de duas maneiras: alterando a matriz energética em favor de fontes menos intensivas em carbono, ou aumentando a eficiência da energia. No segundo caso, trata-se de obter os mesmos bens e serviços com menos eletricidade ou combustível, por meio de máquinas e veículos aperfeiçoados. O maior impulso, contudo, parece vir de mudanças incipientes na própria matriz. Cai o consumo de carvão, o combustível fóssil mais poluente, e ganham espaço energias limpas, como a eólica e a solar fotovoltaica. Da energia nova que entrou em linha no ano passado no mundo, 90% provieram de fontes renováveis. É o processo dominante na China, maior poluidor mundial, que tem fechado minas de carvão e gerado cada vez mais eletricidade em usinas hidrelétricas, eólicas e solares. Nos EUA, segundo país que mais contribui para o aquecimento global, troca-se carvão por gás natural, um fóssil menos poluente. Outros países em desenvolvimento mantêm a velha conexão entre PIB e energia e compensam os ganhos obtidos alhures -daí a estabilização das emissões globais. Mas ficam para trás na inevitável corrida pela descarbonização.
opiniao
Energia renovadaEnfim uma boa notícia: permaneceram estáveis, pelo segundo ano consecutivo, as emissões de gases do efeito estufa lançados para gerar energia no mundo. Como o PIB global avançou mais de 3% em 2014 e 2015, conclui-se que teve início o chamado desacoplamento entre poluição climática e crescimento econômico. O aumento da produção sempre esteve acompanhado de maior consumo energético e, por consequência, do lançamento de gases como o dióxido de carbono (CO2), que retêm radiação na atmosfera e a aquecem, agravando o fenômeno natural do efeito estufa. A Agência Internacional de Energia mede as emissões globais há mais de 40 anos. Em apenas três momentos -no início dos anos 1980, após o choque do petróleo, em 1992, com o fim da União Soviética, e em 2009, na crise financeira mundial- elas haviam sido iguais ou menores que no ano anterior. O primeiro ano em que o produto mundial se expandiu emitindo a mesma quantidade de gases do efeito estufa foi 2014. Em 2015 observou-se o mesmo, o que leva muitos analistas a dizer que se iniciou um processo de descarbonização, objetivo do Acordo de Paris adotado em dezembro por 195 países. Só se pode crescer sem poluir mais de duas maneiras: alterando a matriz energética em favor de fontes menos intensivas em carbono, ou aumentando a eficiência da energia. No segundo caso, trata-se de obter os mesmos bens e serviços com menos eletricidade ou combustível, por meio de máquinas e veículos aperfeiçoados. O maior impulso, contudo, parece vir de mudanças incipientes na própria matriz. Cai o consumo de carvão, o combustível fóssil mais poluente, e ganham espaço energias limpas, como a eólica e a solar fotovoltaica. Da energia nova que entrou em linha no ano passado no mundo, 90% provieram de fontes renováveis. É o processo dominante na China, maior poluidor mundial, que tem fechado minas de carvão e gerado cada vez mais eletricidade em usinas hidrelétricas, eólicas e solares. Nos EUA, segundo país que mais contribui para o aquecimento global, troca-se carvão por gás natural, um fóssil menos poluente. Outros países em desenvolvimento mantêm a velha conexão entre PIB e energia e compensam os ganhos obtidos alhures -daí a estabilização das emissões globais. Mas ficam para trás na inevitável corrida pela descarbonização.
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Ser homenageado é sempre bom, diz Silvio Santos sobre mostra no MIS
Silvio Santos conta que, se aparecer num filme ou livro ou se der uma entrevista, morre no dia seguinte. O apresentador ouviu essa de uma vidente norte-americana e, para sorte de sua caravana de fãs e do Museu da Imagem e do Som (MIS), a profecia não inclui ser o protagonista de uma exposição. Assim, a partir de quarta-feira (7), em São Paulo, começa no MIS "Silvio Santos Vem Aí!", uma mostra de dois andares que retrata a carreira de um dos maiores comunicadores brasileiros de todos os tempos –além de apresentador, Silvio Santos, 85, é dono de diversas empresas, incluindo a rede de televisão SBT. "O pessoal não acredita, mas eu sim. E não vou me arriscar. A cigana só falou de filme, livro e entrevista. Exposição, não", explicou à Folha na terça (29), ao sair, penteadíssimo e de unhas irretocáveis, do salão do Jassa, seu fiel cabeleireiro nos Jardins. HISTÓRIA "Silvio Santos Vem Aí!" terá o tamanho de outras mostras de sucesso que a instituição já organizou, como as do músico David Bowie ou do cineasta Stanley Kubrick. "Ao que se propôs, Silvio está nesse patamar. É o nome mais importante da televisão brasileira", diz André Sturm, diretor do museu e futuro secretário municipal de Cultura da administração Doria. Apelidado de "Patrão" ou "Homem do Baú", Silvio acumula feitos como o de ter mantido programas em três emissoras ao mesmo tempo: TVS, Record e Tupi. Isso depois de deixar a Globo, nos anos 1970. A partir da vida profissional de Silvio Santos –nome criado por Senor Abravanel quando disputava concursos nas rádios cariocas–, Sturm, a curadora Gabrielle Araújo e o cenógrafo Marcelo Jackow buscam contar a evolução da comunicação no país. Silvio topou gravar algumas cenas para a ocasião. Esse vídeo foi transformado em uma espécie de projeção em três dimensões, que recepcionará os visitantes da mostra. Deu carta branca para os idealizadores revirarem baús atrás de fotos, documentos, filmes e programas de TV. A equipe do MIS resgatou raridades, como um áudio inédito do apresentador nos anos 1950, na Rádio Nacional. E seu único envolvimento como produtor na sétima arte: na chanchada "Ninguém Segura Essas Mulheres", de 1976, com participação de Jece Valadão e Tony Ramos. "Aahh, teve esse filme. Mas não estou atuando, não." A mostra exibirá cenas do longa. "Vai ser bom visitar. Vou me lembrar de muita coisa." Detalhes da vida pessoal ficaram de fora da mostra, mas serão narrados em 2017, quando o jornalista Ricardo Valladares publica biografia do personagem. PRETO E BRANCO O passeio pela trajetória de Silvio Santos começa em uma reprodução da Cinelândia, região central do Rio, frequentada pelo jovem Senor. Segue para as locuções que ele fazia na balsa para Niterói, o sucesso na rádio, a mudança para São Paulo, a passagem para a TV com o "Boa Noite, Cinderela". A cenografia brinca com as épocas: todo o ambiente é em preto e branco até a chegada da transmissão a cores, no início dos anos 1970. É aí que a exposição chega ao clímax e recria clássicos programas de auditório de Silvio Santos, exuberantes em brilhos, matizes e luzes. Visitantes vão abrir as "Portas da Esperança", adivinhar canções no "Qual É a Música?" e embarcar no foguete prateado do "Domingo no Parque" –aquele do "Você troca essa superbicicleta por um abridor de latas enferrujado? Siiiiiiiim" (veja vídeo abaixo). "Foguete Prateado" de Silvio Santos O orçamento ficou em R$ 3 milhões, ou 23 barras de ouro de um quilo –"que valem mais do que dinheiro", como o apresentador curiosamente repetia ao anunciar alguns prêmios na TV. Silvio fez duas exigências. A primeira: nada de recursos da Lei Rouanet (a mostra conseguiu dois patrocinadores sem redução fiscal). A segunda: que o SBT não tivesse envolvimento com a curadoria. Pessoas próximas se limitaram a dar sugestões. Algumas delas: incluir instalações em homenagem ao Bozo, ao Chaves (reprisado eternamente pelo canal), à "Casa dos Artistas" e ao "Show do Milhão". O homenageado sequer viu os planos da exposição. E avisou que não deve aparecer na abertura, mas não descartou visitar a mostra de surpresa. Silvio Santos, talvez, venha aí: "Vai começar agora, dia 7 de dezembro. Qualquer hora vou lá". Rarraêê. PROCURA-SE TERNO Um terno prateado usado por Silvio Santos no Carnaval de 2001, quando foi homenageado pela escola de samba carioca Tradição, sumiu sem deixar vestígios. Foi visto pela última vez meses depois –em uma pequena exposição do Museu da Imagem e do Som (MIS) do Rio, que informa não estar com a peça. O MIS paulista tentou rastrear a veste para a mostra sobre o apresentador que começa na quarta (7). Estavam otimistas. Informado pela Folha da busca, Silvio arregalou os olhos. "Estão quase achando? Puxa, que bom." A recompensa a quem encontrar, segundo ele, ainda está de pé: R$ 3.500. Mas nada feito. A busca por informações exigiu pesquisas exaustivas da curadoria, segundo Gabrielle Araújo. Tanto que o museu escalou reforços de "SBTistas", apelidos dos megafãs do apresentador. Como Alan Gomes e Levy Fioriti, que pesquisam a vida de Silvio por conta própria e são capazes de resolver qualquer mistério sobre o homem. Menos onde está o terno prateado. * O QUE VOCÊ VAI VER Mostra começa na quarta (7) no MIS SILVIO EM 3D Nova tecnologia mostrará o apresentador no local, recebendo os visitantes da exposição AVIÕEZINHOS DE DINHEIRO Origamis com notas estampadas com a cara de Silvio forram o teto de um ambiente do museu PARAQUEDISTA Retrospectiva apresenta lado pouco conhecido de SS: quando foi paraquedista do exército FILME ESQUECIDO Visitantes poderão ver trechos de filme produzido pelo empresário, uma chanchada de 1976 PERU QUE FALA Nos anos 1950, ele estrelou turnês circenses com um ventríloquo. A trupe se chamava Caravana do Peru que Fala MICROFONES O equipamento que o prende à gravata, para deixar as mãos livres, virou um dos símbolos do apresentador. Também estará na exposição * SILVIO SANTOS VEM AÍ! QUANDO de qua. (7) a março/2017 ONDE MIS, av. Europa, 158, tel. (11) 2117-4777 QUANTO R$ 12
ilustrada
Ser homenageado é sempre bom, diz Silvio Santos sobre mostra no MISSilvio Santos conta que, se aparecer num filme ou livro ou se der uma entrevista, morre no dia seguinte. O apresentador ouviu essa de uma vidente norte-americana e, para sorte de sua caravana de fãs e do Museu da Imagem e do Som (MIS), a profecia não inclui ser o protagonista de uma exposição. Assim, a partir de quarta-feira (7), em São Paulo, começa no MIS "Silvio Santos Vem Aí!", uma mostra de dois andares que retrata a carreira de um dos maiores comunicadores brasileiros de todos os tempos –além de apresentador, Silvio Santos, 85, é dono de diversas empresas, incluindo a rede de televisão SBT. "O pessoal não acredita, mas eu sim. E não vou me arriscar. A cigana só falou de filme, livro e entrevista. Exposição, não", explicou à Folha na terça (29), ao sair, penteadíssimo e de unhas irretocáveis, do salão do Jassa, seu fiel cabeleireiro nos Jardins. HISTÓRIA "Silvio Santos Vem Aí!" terá o tamanho de outras mostras de sucesso que a instituição já organizou, como as do músico David Bowie ou do cineasta Stanley Kubrick. "Ao que se propôs, Silvio está nesse patamar. É o nome mais importante da televisão brasileira", diz André Sturm, diretor do museu e futuro secretário municipal de Cultura da administração Doria. Apelidado de "Patrão" ou "Homem do Baú", Silvio acumula feitos como o de ter mantido programas em três emissoras ao mesmo tempo: TVS, Record e Tupi. Isso depois de deixar a Globo, nos anos 1970. A partir da vida profissional de Silvio Santos –nome criado por Senor Abravanel quando disputava concursos nas rádios cariocas–, Sturm, a curadora Gabrielle Araújo e o cenógrafo Marcelo Jackow buscam contar a evolução da comunicação no país. Silvio topou gravar algumas cenas para a ocasião. Esse vídeo foi transformado em uma espécie de projeção em três dimensões, que recepcionará os visitantes da mostra. Deu carta branca para os idealizadores revirarem baús atrás de fotos, documentos, filmes e programas de TV. A equipe do MIS resgatou raridades, como um áudio inédito do apresentador nos anos 1950, na Rádio Nacional. E seu único envolvimento como produtor na sétima arte: na chanchada "Ninguém Segura Essas Mulheres", de 1976, com participação de Jece Valadão e Tony Ramos. "Aahh, teve esse filme. Mas não estou atuando, não." A mostra exibirá cenas do longa. "Vai ser bom visitar. Vou me lembrar de muita coisa." Detalhes da vida pessoal ficaram de fora da mostra, mas serão narrados em 2017, quando o jornalista Ricardo Valladares publica biografia do personagem. PRETO E BRANCO O passeio pela trajetória de Silvio Santos começa em uma reprodução da Cinelândia, região central do Rio, frequentada pelo jovem Senor. Segue para as locuções que ele fazia na balsa para Niterói, o sucesso na rádio, a mudança para São Paulo, a passagem para a TV com o "Boa Noite, Cinderela". A cenografia brinca com as épocas: todo o ambiente é em preto e branco até a chegada da transmissão a cores, no início dos anos 1970. É aí que a exposição chega ao clímax e recria clássicos programas de auditório de Silvio Santos, exuberantes em brilhos, matizes e luzes. Visitantes vão abrir as "Portas da Esperança", adivinhar canções no "Qual É a Música?" e embarcar no foguete prateado do "Domingo no Parque" –aquele do "Você troca essa superbicicleta por um abridor de latas enferrujado? Siiiiiiiim" (veja vídeo abaixo). "Foguete Prateado" de Silvio Santos O orçamento ficou em R$ 3 milhões, ou 23 barras de ouro de um quilo –"que valem mais do que dinheiro", como o apresentador curiosamente repetia ao anunciar alguns prêmios na TV. Silvio fez duas exigências. A primeira: nada de recursos da Lei Rouanet (a mostra conseguiu dois patrocinadores sem redução fiscal). A segunda: que o SBT não tivesse envolvimento com a curadoria. Pessoas próximas se limitaram a dar sugestões. Algumas delas: incluir instalações em homenagem ao Bozo, ao Chaves (reprisado eternamente pelo canal), à "Casa dos Artistas" e ao "Show do Milhão". O homenageado sequer viu os planos da exposição. E avisou que não deve aparecer na abertura, mas não descartou visitar a mostra de surpresa. Silvio Santos, talvez, venha aí: "Vai começar agora, dia 7 de dezembro. Qualquer hora vou lá". Rarraêê. PROCURA-SE TERNO Um terno prateado usado por Silvio Santos no Carnaval de 2001, quando foi homenageado pela escola de samba carioca Tradição, sumiu sem deixar vestígios. Foi visto pela última vez meses depois –em uma pequena exposição do Museu da Imagem e do Som (MIS) do Rio, que informa não estar com a peça. O MIS paulista tentou rastrear a veste para a mostra sobre o apresentador que começa na quarta (7). Estavam otimistas. Informado pela Folha da busca, Silvio arregalou os olhos. "Estão quase achando? Puxa, que bom." A recompensa a quem encontrar, segundo ele, ainda está de pé: R$ 3.500. Mas nada feito. A busca por informações exigiu pesquisas exaustivas da curadoria, segundo Gabrielle Araújo. Tanto que o museu escalou reforços de "SBTistas", apelidos dos megafãs do apresentador. Como Alan Gomes e Levy Fioriti, que pesquisam a vida de Silvio por conta própria e são capazes de resolver qualquer mistério sobre o homem. Menos onde está o terno prateado. * O QUE VOCÊ VAI VER Mostra começa na quarta (7) no MIS SILVIO EM 3D Nova tecnologia mostrará o apresentador no local, recebendo os visitantes da exposição AVIÕEZINHOS DE DINHEIRO Origamis com notas estampadas com a cara de Silvio forram o teto de um ambiente do museu PARAQUEDISTA Retrospectiva apresenta lado pouco conhecido de SS: quando foi paraquedista do exército FILME ESQUECIDO Visitantes poderão ver trechos de filme produzido pelo empresário, uma chanchada de 1976 PERU QUE FALA Nos anos 1950, ele estrelou turnês circenses com um ventríloquo. A trupe se chamava Caravana do Peru que Fala MICROFONES O equipamento que o prende à gravata, para deixar as mãos livres, virou um dos símbolos do apresentador. Também estará na exposição * SILVIO SANTOS VEM AÍ! QUANDO de qua. (7) a março/2017 ONDE MIS, av. Europa, 158, tel. (11) 2117-4777 QUANTO R$ 12
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Ossada mais antiga da América vira alvo de disputa judicial nos EUA
O Centro Arqueológico de San Diego, nos EUA, é dono de um par extraordinário de esqueletos. Com cerca de 9.500 anos de idade, eles estão entre os restos mortais humanos mais antigos já encontrados nas Américas. Inúmeros cientistas adorariam estudar esses ossos, utilizando técnicas para extrair qualquer DNA que possa ter sobrevivido em seu interior. "Esqueletos antigos assim são muito importantes para compreendermos o que aconteceu no passado da América do Norte", afirmou Brian Kemp, antropólogo molecular da Universidade do Estado de Washington. Mas há muitos anos os ossos estão longe dos especialistas, alvo de batalha legal travada por três cientistas da Universidade da Califórnia contra a própria instituição e os Kumeyaay, grupo de tribos de nativos americanos. Os esqueletos foram encontrados na comunidade La Jolla, em San Diego, em 1976, por uma equipe de arqueólogos que escavava em terras que pertencem à Universidade da Califórnia. Em 2006, um grupo de tribos afirmou ser proprietário dos esqueletos, e a universidade acabou por aceitar a transferência dos ossos. Para impedir a transferência, os cientistas entraram na Justiça. Depois de perderem nas primeiras instâncias, os pesquisadores envolveram em novembro a Suprema Corte dos EUA. Na semana passada, a corte não aceitou o caso, acabando com o último obstáculo à transferência. Steven Banegas, porta-voz do Comitê de Repatriação Cultural dos Kumeyaay, que declarou propriedade sobre os esqueletos, afirmou que as tribos se reuniriam para decidir o que fazer com os restos mortais. Ele não negou que os cientistas possam estudá-los. "Essas coisas ainda precisam ser discutidas." Na época em que os esqueletos foram encontrados, arqueólogos tinham relativa liberdade para fazer o que quisessem com os restos mortais de nativos americanos encontrados nas escavações. Isso mudou com a Lei de Proteção aos Túmulos de Nativos Americanos e de Repatriação de 1990. A lei foi uma reação a episódios terríveis na história da pesquisa de nativos americanos: ladrões de túmulos roubaram esqueletos e objetos sagrados, alguns guardados por museus. A lei criou procedimento em que nativos podem se apropriar de objetos culturais e restos mortais guardados em museus ou que sejam encontrados em terrenos públicos. Mais de 1,4 milhão de artefatos e ossos pertencentes a 50 mil povos foram transferidos de acordo com a lei.
ciencia
Ossada mais antiga da América vira alvo de disputa judicial nos EUAO Centro Arqueológico de San Diego, nos EUA, é dono de um par extraordinário de esqueletos. Com cerca de 9.500 anos de idade, eles estão entre os restos mortais humanos mais antigos já encontrados nas Américas. Inúmeros cientistas adorariam estudar esses ossos, utilizando técnicas para extrair qualquer DNA que possa ter sobrevivido em seu interior. "Esqueletos antigos assim são muito importantes para compreendermos o que aconteceu no passado da América do Norte", afirmou Brian Kemp, antropólogo molecular da Universidade do Estado de Washington. Mas há muitos anos os ossos estão longe dos especialistas, alvo de batalha legal travada por três cientistas da Universidade da Califórnia contra a própria instituição e os Kumeyaay, grupo de tribos de nativos americanos. Os esqueletos foram encontrados na comunidade La Jolla, em San Diego, em 1976, por uma equipe de arqueólogos que escavava em terras que pertencem à Universidade da Califórnia. Em 2006, um grupo de tribos afirmou ser proprietário dos esqueletos, e a universidade acabou por aceitar a transferência dos ossos. Para impedir a transferência, os cientistas entraram na Justiça. Depois de perderem nas primeiras instâncias, os pesquisadores envolveram em novembro a Suprema Corte dos EUA. Na semana passada, a corte não aceitou o caso, acabando com o último obstáculo à transferência. Steven Banegas, porta-voz do Comitê de Repatriação Cultural dos Kumeyaay, que declarou propriedade sobre os esqueletos, afirmou que as tribos se reuniriam para decidir o que fazer com os restos mortais. Ele não negou que os cientistas possam estudá-los. "Essas coisas ainda precisam ser discutidas." Na época em que os esqueletos foram encontrados, arqueólogos tinham relativa liberdade para fazer o que quisessem com os restos mortais de nativos americanos encontrados nas escavações. Isso mudou com a Lei de Proteção aos Túmulos de Nativos Americanos e de Repatriação de 1990. A lei foi uma reação a episódios terríveis na história da pesquisa de nativos americanos: ladrões de túmulos roubaram esqueletos e objetos sagrados, alguns guardados por museus. A lei criou procedimento em que nativos podem se apropriar de objetos culturais e restos mortais guardados em museus ou que sejam encontrados em terrenos públicos. Mais de 1,4 milhão de artefatos e ossos pertencentes a 50 mil povos foram transferidos de acordo com a lei.
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Pessoa e o ser ou não ser do PT
Sobretudo na retórica, a nova safra de delações selecionadas aumentou a pressão sobre Dilma Rousseff. Paradoxalmente, serviu também para enfraquecer a oposição. A história de Ricardo Pessoa, da empreiteira UTC, pertence ao gênero do irrealismo fantástico. A começar da exposição de motivos. Segundo o executivo, as negociatas entre governos e empresas perseguiam objetivos nobres. "Fazer a engrenagem andar", "impedir retaliações contra quem não colaborasse", "abrir portas" e outras platitudes. Em benefício da dúvida, suponha-se que personagem tão impoluto tenha falado mesmo o que apareceu impresso e pense ter abafado. Aí imaginamos que o sujeito realmente possui um coração de ouro com dinheiro alheio. Uma espécie de "plutodemocrata". A saber: pagou ministros do TCU, deu mesada para o filho do presidente do mesmo tribunal, comprou o PT, comprou o PSDB, comprou o PSB, comprou o PR, comprou o PMDB e ainda deu R$ 20 milhões para o ex-presidente Collor. Só faltou ter adquirido o Cristo Redentor. A delação divulgada afirma que a eleição de Dilma drenou R$ 7,5 milhões dos cofres da UTC. Pelo menos aqui Aécio Neves ganhou da adversária. Sua campanha agasalhou R$ 8,7 milhões do empreendedor preocupado com a marcha do capitalismo. Interessante: no total, suas doações declaradas aos tucanos foram maiores do que o dinheiro para o PT, inclusive em São Paulo. Há duas hipóteses, complementares e não excludentes. Interessado na própria sobrevivência, Pessoa jogou a UTC no ventilador para ver como é que fica. Quanto mais alvos atingir, melhor. Deixa que o Moro faz o resto. A outra possibilidade é a de que a bandalheira está institucionalizada no país. São ridículas, para ser elegante, as tentativas da oposição de convencer que a dinheirama recebida por ela é limpa e a fatia da situação, coisa podre. Mas depois da excursão Cantinflas à Venezuela, nada mais surpreende vindo de Aécio e sua turma. Na última semana, Lula soltou o verbo. Lamentou que seu partido parecesse mais interessado em salvar a pele e segurar cargos do que em defender um projeto. Esse é o ponto. Qual o projeto do PT hoje? Será possível mobilizar a militância para defender cortes em educação, habitação, saúde, em direitos trabalhistas, nas aposentadorias? Lula pode ser –e é– um excelente orador. Mas sem a "mistura", como se diz na casa de gente de carne e osso, o arroz com feijão perde o encanto. O problema do PT não é a idade dos militantes –embora o afastamento da juventude seja sintomático. Vale a pena citar o professor Paul Singer: "O que acontece é luta de classes. Trabalhadores assalariados e patrões capitalistas têm interesses opostos." Singer tem 83 anos, mas preserva intacta a juventude de raciocínio. Em outras palavras, falta um programa coerente ao partido. O que temos para hoje é uma antítese da pregação original. Uma salada de projetos de longuíssimo prazo condimentada com sacrifícios de curtíssimo prazo para a maioria. Cabe ao PT mudar a receita se quiser enfrentar uma luta política cada vez mais agressiva. Bem entendido, isso não é garantia de nada após tantas derrapadas. Mas ao menos manteria a legenda dentro do jogo com um discurso definido. Baboseiras como governabilidade, superavit primário e obsessão inflacionária são tão convincentes e inteligíveis quanto um alemão de bolso cheio discursando para gregos em petição de miséria.
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Pessoa e o ser ou não ser do PTSobretudo na retórica, a nova safra de delações selecionadas aumentou a pressão sobre Dilma Rousseff. Paradoxalmente, serviu também para enfraquecer a oposição. A história de Ricardo Pessoa, da empreiteira UTC, pertence ao gênero do irrealismo fantástico. A começar da exposição de motivos. Segundo o executivo, as negociatas entre governos e empresas perseguiam objetivos nobres. "Fazer a engrenagem andar", "impedir retaliações contra quem não colaborasse", "abrir portas" e outras platitudes. Em benefício da dúvida, suponha-se que personagem tão impoluto tenha falado mesmo o que apareceu impresso e pense ter abafado. Aí imaginamos que o sujeito realmente possui um coração de ouro com dinheiro alheio. Uma espécie de "plutodemocrata". A saber: pagou ministros do TCU, deu mesada para o filho do presidente do mesmo tribunal, comprou o PT, comprou o PSDB, comprou o PSB, comprou o PR, comprou o PMDB e ainda deu R$ 20 milhões para o ex-presidente Collor. Só faltou ter adquirido o Cristo Redentor. A delação divulgada afirma que a eleição de Dilma drenou R$ 7,5 milhões dos cofres da UTC. Pelo menos aqui Aécio Neves ganhou da adversária. Sua campanha agasalhou R$ 8,7 milhões do empreendedor preocupado com a marcha do capitalismo. Interessante: no total, suas doações declaradas aos tucanos foram maiores do que o dinheiro para o PT, inclusive em São Paulo. Há duas hipóteses, complementares e não excludentes. Interessado na própria sobrevivência, Pessoa jogou a UTC no ventilador para ver como é que fica. Quanto mais alvos atingir, melhor. Deixa que o Moro faz o resto. A outra possibilidade é a de que a bandalheira está institucionalizada no país. São ridículas, para ser elegante, as tentativas da oposição de convencer que a dinheirama recebida por ela é limpa e a fatia da situação, coisa podre. Mas depois da excursão Cantinflas à Venezuela, nada mais surpreende vindo de Aécio e sua turma. Na última semana, Lula soltou o verbo. Lamentou que seu partido parecesse mais interessado em salvar a pele e segurar cargos do que em defender um projeto. Esse é o ponto. Qual o projeto do PT hoje? Será possível mobilizar a militância para defender cortes em educação, habitação, saúde, em direitos trabalhistas, nas aposentadorias? Lula pode ser –e é– um excelente orador. Mas sem a "mistura", como se diz na casa de gente de carne e osso, o arroz com feijão perde o encanto. O problema do PT não é a idade dos militantes –embora o afastamento da juventude seja sintomático. Vale a pena citar o professor Paul Singer: "O que acontece é luta de classes. Trabalhadores assalariados e patrões capitalistas têm interesses opostos." Singer tem 83 anos, mas preserva intacta a juventude de raciocínio. Em outras palavras, falta um programa coerente ao partido. O que temos para hoje é uma antítese da pregação original. Uma salada de projetos de longuíssimo prazo condimentada com sacrifícios de curtíssimo prazo para a maioria. Cabe ao PT mudar a receita se quiser enfrentar uma luta política cada vez mais agressiva. Bem entendido, isso não é garantia de nada após tantas derrapadas. Mas ao menos manteria a legenda dentro do jogo com um discurso definido. Baboseiras como governabilidade, superavit primário e obsessão inflacionária são tão convincentes e inteligíveis quanto um alemão de bolso cheio discursando para gregos em petição de miséria.
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Maurício Tuffani: Governo de SP desfaz 'canetada' em lei florestal
O governo do Estado retificou ontem (quarta-feira, 28.jan) a sanção feita pelo governador Geraldo Alckmin no dia 14 da lei proposta por deputados estaduais para criar no Estado o PRA (Programa de Regularização Ambiental) de propriedades rurais previsto na alteração do Código ... Leia post completo no blog
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Maurício Tuffani: Governo de SP desfaz 'canetada' em lei florestalO governo do Estado retificou ontem (quarta-feira, 28.jan) a sanção feita pelo governador Geraldo Alckmin no dia 14 da lei proposta por deputados estaduais para criar no Estado o PRA (Programa de Regularização Ambiental) de propriedades rurais previsto na alteração do Código ... Leia post completo no blog
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Inverno paulista
Fernando Henrique Cardoso iniciava seu governo, o México vivia a ameaça de um colapso econômico, o mundo assustava-se com o vírus ebola e os brasileiros começavam a usar a internet. Corria o ano de 1995, e é escusado dizer que muita coisa, na política ou fora dela, haveria de mudar desde então. Mas nem tudo. O comando tucano na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo parece ser um desses acontecimentos que desafiam o tempo, burlam o curso da história e contrariam a natureza das coisas. Como relatou reportagem da Folha nesta segunda-feira (3), o PSDB presidiu a Casa em 20 dos 22 últimos anos. Hoje, o posto é de Cauê Macris; seu pai, Vanderlei Macris, foi o escolhido em 1999, quando o PSDB se tornou a bancada mais numerosa do Parlamento estadual. No geral, a composição partidária do Legislativo reproduz-se tal qual era há 18 anos. Os tucanos mantêm 21 dos 94 deputados. O PT, principal partido de oposição, tinha 14 representantes em 1999 e conta com 15 atualmente. A imobilidade da Assembleia Legislativa produz, sem dúvida, efeitos nocivos sobre a política estadual. Se é difícil a um governador exercer seu cargo sem apoio parlamentar, a virtual ausência de uma oposição efetiva termina sendo fator de marasmo, de ausência de imaginação e, sobretudo, de controle e investigação sobre eventuais irregularidades. Tentativas de instalação de comissões de inquérito a respeito de aspectos duvidosos na gestão do Executivo são sistematicamente abafadas pela maioria governista. No caso mais recente, as repetidas suspeitas de irregularidade nas obras do Rodoanel motivaram apenas 18 assinaturas a favor de uma CPI na Assembleia, contra o mínimo exigido de 32. Beneficiando-se de autêntica blindagem parlamentar, o governador Geraldo Alckmin se vê à vontade para manter um perfil que, prudente e cauteloso segundo seus adeptos (que lhe garantiram três eleições ao cargo), não raro parece incolor e destituído de iniciativa. É curioso que, tanto no plano municipal quanto no federal, reviravoltas significativas se verifiquem nas preferências do eleitorado, enquanto tudo segue igual na sereníssima política paulista. Para além dos erros e acertos próprios a cada governo, predominam a falta de alternativas na oposição, o caciquismo regional e o uso da máquina para configurar um quadro em que o Legislativo estadual, ao longo de tantos anos de hibernação, termina sem que ninguém dê por sua falta. editoriais@grupofolha.com.br
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Inverno paulistaFernando Henrique Cardoso iniciava seu governo, o México vivia a ameaça de um colapso econômico, o mundo assustava-se com o vírus ebola e os brasileiros começavam a usar a internet. Corria o ano de 1995, e é escusado dizer que muita coisa, na política ou fora dela, haveria de mudar desde então. Mas nem tudo. O comando tucano na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo parece ser um desses acontecimentos que desafiam o tempo, burlam o curso da história e contrariam a natureza das coisas. Como relatou reportagem da Folha nesta segunda-feira (3), o PSDB presidiu a Casa em 20 dos 22 últimos anos. Hoje, o posto é de Cauê Macris; seu pai, Vanderlei Macris, foi o escolhido em 1999, quando o PSDB se tornou a bancada mais numerosa do Parlamento estadual. No geral, a composição partidária do Legislativo reproduz-se tal qual era há 18 anos. Os tucanos mantêm 21 dos 94 deputados. O PT, principal partido de oposição, tinha 14 representantes em 1999 e conta com 15 atualmente. A imobilidade da Assembleia Legislativa produz, sem dúvida, efeitos nocivos sobre a política estadual. Se é difícil a um governador exercer seu cargo sem apoio parlamentar, a virtual ausência de uma oposição efetiva termina sendo fator de marasmo, de ausência de imaginação e, sobretudo, de controle e investigação sobre eventuais irregularidades. Tentativas de instalação de comissões de inquérito a respeito de aspectos duvidosos na gestão do Executivo são sistematicamente abafadas pela maioria governista. No caso mais recente, as repetidas suspeitas de irregularidade nas obras do Rodoanel motivaram apenas 18 assinaturas a favor de uma CPI na Assembleia, contra o mínimo exigido de 32. Beneficiando-se de autêntica blindagem parlamentar, o governador Geraldo Alckmin se vê à vontade para manter um perfil que, prudente e cauteloso segundo seus adeptos (que lhe garantiram três eleições ao cargo), não raro parece incolor e destituído de iniciativa. É curioso que, tanto no plano municipal quanto no federal, reviravoltas significativas se verifiquem nas preferências do eleitorado, enquanto tudo segue igual na sereníssima política paulista. Para além dos erros e acertos próprios a cada governo, predominam a falta de alternativas na oposição, o caciquismo regional e o uso da máquina para configurar um quadro em que o Legislativo estadual, ao longo de tantos anos de hibernação, termina sem que ninguém dê por sua falta. editoriais@grupofolha.com.br
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Polêmicas, barracas de praia dão ritmo e humor a Fortaleza
"Já foi ao Chico do Caranguejo?" é uma das perguntas mais ouvidas pelos turistas que visitam Fortaleza. O Chico é uma das 80 barracas que se espalham pela praia do Futuro, porção de 7 quilômetros da orla da capital cearense. De todos os portes –as maiores têm lan houses, lojas e saunas–, as barracas são um cartão-postal dali. Quase como o sem-número de coqueirais que também acompanham a beira-mar. Esses estabelecimentos tiveram uma vitória na Justiça. Uma ação do Ministério Público, de 2013, havia pedido o fim de todas elas, acusadas de privatizarem áreas comuns. Mas, em junho, o Tribunal Regional Federal decidiu por sua permanência. Exigiu a retirada de cercas e muros e a demolição das barracas abandonadas. Com isso, estão garantidas as animadas noites nas barracas, outro símbolo do local. Às quintas, o Chico do Caranguejo tem humoristas, que arrancam risadas com piadas sobre regionalidades do Nordeste ("Cadê os baianos daqui? Olha, não é que responderam rápido?"), e shows. O forró embala boa parte da noite, mas há espaço também para os hits do mais recente sucesso nacional nascido em Fortaleza, Wesley Safadão. A noitada envolve jogo de luzes irradiando pelo espaço lotado e, em momentos de maior empolgação, trenzinhos do público entre as cadeiras e em frente ao palco. Se o forró não faz seu estilo, mude de barraca –não falta diversidade: a Sunrise Brasil tem como forte a música eletrônica; a Guarderia é ponto de encontro de surfistas; e a Crocobeach, de tão grande, mais parece clube –tem até piscinas, sempre lotadas. TRANSFORMAÇÃO O "fico" às barracas marca um momento de renovação da praia do Futuro, única parte da orla urbana da capital em que é possível tomar banho de mar o ano inteiro. A região, que só tinha uma opção de hospedagem, o luxuoso resort Vila Galé, com 285 quartos, verá a abertura dos hotéis Gran Mareiro (160 suítes), neste mês, e Crocobeach (94), em janeiro. Bom para os turistas que gostam de acordar e ir direto para a praia, prática nem sempre possível em regiões hoteleiras, mas de orla poluída, caso de Meireles. Outras novidades envolvem mais um atrativo-chave da região, o Beach Park e bairros mais à terra do que ao mar. No Colosso Lake Lounge, um tipo de "beach club", é possível jantar à luz de velas (uma pizza custa R$ 39) com vista para a lagoa Colosso. O bairro Água Fria vem se tornando referência gastronômica tanto quanto Meireles e sua vida noturna. Um dos mais novos restaurantes, o Village Country tem sertanejo ao vivo e carnes na parrilla (R$ 51,90). E vale visitar também o centro histórico e o Mercado Central, segundo os cearenses, o maior do Nordeste. Construído como uma galeria, tem em suas 600 lojas artigos de couro (sandálias, chapéus e bolsas), ingredientes típicos (castanhas e doces) e bebidas como a aguardente Xixi de Virgem. O jornalista viajou a convite do Beach Park * PACOTES PARA FORTALEZA R$ 619 Quatro noites no hotel Alpha Praia, com café. Inclui aéreo e passeio a Canoa Quebrada. Valor por pessoa. No Hotel Urbano: (21) 2108-8845; hotelurbano.com R$ 1.048 Três noites, sem refeições, no flat Iate Beira Mar. Com aéreo. Na Ahoba: (11) 5594-2023; ahobaviagens.com.br R$ 1.088 Seis noites na pousada Ballomar Ariaú, com café da manhã, aéreo e city tour. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br R$ 1.359 Preço por pessoa para sete noites no hotel Diogo Praia, com café e city tour. Sem aéreo, saídas entre fevereiro e junho. Na RCA: (11) 3017-8700; rcaturismo.com.br R$ 2.647 Pacote de seis noites em Aquiraz, no hotel Dom Pedro Laguna. Sem aéreo, inclui regime de meia pensão. Na Soft: (11) 3017-9999; softtravel.com.br R$ 2.664 Valor por pessoa para sete noites no hotel Camel Express. Com aéreo e café. Na Visual: (11) 3235-2000; visualturismo.com.br R$ 4.309 Cinco noites para o Réveillon em Fortaleza, no hotel Diogo. Com aéreo e café. Na Top Brasil: (11) 5576-6300; topbrasiltur.com.br R$ 6.106 Sete noites no hotel Marina Park. Valor para casal, com aéreo e café. Na Tereza Ferrari: (11) 3021-1699; terezaferrariviagens.com.br
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Polêmicas, barracas de praia dão ritmo e humor a Fortaleza"Já foi ao Chico do Caranguejo?" é uma das perguntas mais ouvidas pelos turistas que visitam Fortaleza. O Chico é uma das 80 barracas que se espalham pela praia do Futuro, porção de 7 quilômetros da orla da capital cearense. De todos os portes –as maiores têm lan houses, lojas e saunas–, as barracas são um cartão-postal dali. Quase como o sem-número de coqueirais que também acompanham a beira-mar. Esses estabelecimentos tiveram uma vitória na Justiça. Uma ação do Ministério Público, de 2013, havia pedido o fim de todas elas, acusadas de privatizarem áreas comuns. Mas, em junho, o Tribunal Regional Federal decidiu por sua permanência. Exigiu a retirada de cercas e muros e a demolição das barracas abandonadas. Com isso, estão garantidas as animadas noites nas barracas, outro símbolo do local. Às quintas, o Chico do Caranguejo tem humoristas, que arrancam risadas com piadas sobre regionalidades do Nordeste ("Cadê os baianos daqui? Olha, não é que responderam rápido?"), e shows. O forró embala boa parte da noite, mas há espaço também para os hits do mais recente sucesso nacional nascido em Fortaleza, Wesley Safadão. A noitada envolve jogo de luzes irradiando pelo espaço lotado e, em momentos de maior empolgação, trenzinhos do público entre as cadeiras e em frente ao palco. Se o forró não faz seu estilo, mude de barraca –não falta diversidade: a Sunrise Brasil tem como forte a música eletrônica; a Guarderia é ponto de encontro de surfistas; e a Crocobeach, de tão grande, mais parece clube –tem até piscinas, sempre lotadas. TRANSFORMAÇÃO O "fico" às barracas marca um momento de renovação da praia do Futuro, única parte da orla urbana da capital em que é possível tomar banho de mar o ano inteiro. A região, que só tinha uma opção de hospedagem, o luxuoso resort Vila Galé, com 285 quartos, verá a abertura dos hotéis Gran Mareiro (160 suítes), neste mês, e Crocobeach (94), em janeiro. Bom para os turistas que gostam de acordar e ir direto para a praia, prática nem sempre possível em regiões hoteleiras, mas de orla poluída, caso de Meireles. Outras novidades envolvem mais um atrativo-chave da região, o Beach Park e bairros mais à terra do que ao mar. No Colosso Lake Lounge, um tipo de "beach club", é possível jantar à luz de velas (uma pizza custa R$ 39) com vista para a lagoa Colosso. O bairro Água Fria vem se tornando referência gastronômica tanto quanto Meireles e sua vida noturna. Um dos mais novos restaurantes, o Village Country tem sertanejo ao vivo e carnes na parrilla (R$ 51,90). E vale visitar também o centro histórico e o Mercado Central, segundo os cearenses, o maior do Nordeste. Construído como uma galeria, tem em suas 600 lojas artigos de couro (sandálias, chapéus e bolsas), ingredientes típicos (castanhas e doces) e bebidas como a aguardente Xixi de Virgem. O jornalista viajou a convite do Beach Park * PACOTES PARA FORTALEZA R$ 619 Quatro noites no hotel Alpha Praia, com café. Inclui aéreo e passeio a Canoa Quebrada. Valor por pessoa. No Hotel Urbano: (21) 2108-8845; hotelurbano.com R$ 1.048 Três noites, sem refeições, no flat Iate Beira Mar. Com aéreo. Na Ahoba: (11) 5594-2023; ahobaviagens.com.br R$ 1.088 Seis noites na pousada Ballomar Ariaú, com café da manhã, aéreo e city tour. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br R$ 1.359 Preço por pessoa para sete noites no hotel Diogo Praia, com café e city tour. Sem aéreo, saídas entre fevereiro e junho. Na RCA: (11) 3017-8700; rcaturismo.com.br R$ 2.647 Pacote de seis noites em Aquiraz, no hotel Dom Pedro Laguna. Sem aéreo, inclui regime de meia pensão. Na Soft: (11) 3017-9999; softtravel.com.br R$ 2.664 Valor por pessoa para sete noites no hotel Camel Express. Com aéreo e café. Na Visual: (11) 3235-2000; visualturismo.com.br R$ 4.309 Cinco noites para o Réveillon em Fortaleza, no hotel Diogo. Com aéreo e café. Na Top Brasil: (11) 5576-6300; topbrasiltur.com.br R$ 6.106 Sete noites no hotel Marina Park. Valor para casal, com aéreo e café. Na Tereza Ferrari: (11) 3021-1699; terezaferrariviagens.com.br
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Confira restaurantes que oferecem pratos portugueses do dia a dia
"Quando Portugal chegou aqui, os índios só conheciam duas técnicas: os assados e os fervidos. Nós trouxemos todas as outras, do forno à fritura", afirma o chef Vitor Sobral, em referência aos mais de três séculos de colonização portuguesa no Brasil. Por que será, então, que as receitas dos colonizadores não foram amplamente incorporadas à mesa brasileira, como aconteceu com o macarrão dos italianos? O fenômeno, arriscam os pesquisadores, tem sua raiz na difícil relação entre colonizadores e colonizados. Os primeiros portugueses que desembarcaram no Rio de Janeiro vinham das camadas mais baixas de trabalhadores e deixaram de herança as padarias e os botequins, onde ainda é possível encontrar pratos portugueses populares, como o cozido. Já a elite que desembarcou no cais Pharoux em 1889, na companhia da família real, torcia o nariz para a cozinha pobre de seu país natal. "O português da corte não trouxe a sua comida do dia a dia, só a festiva, que já tinha influência francesa", afirma a historiadora Eliane Morelli, da Unicamp. Por essas razões, o receituário português ficou restrito às cozinhas domésticas e restaurantes mais simples durante séculos –e na terrinha bacalhau nunca foi considerada comida chique. A história começou a mudar em 1977, com a inauguração do restaurante Antiquarius, no Leblon. Na casa fundada por Carlos Perico, que ganhou filial paulistana em 1990, o peixe salgado passou a frequentar as altas rodas. O estilo se disseminou quando ex-funcionários abriram negócios próprios. Entre eles, A Bela Sintra, onde os pratos individuais, hoje, custam entre R$ 113 e R$ 206 –o proprietário, Carlos Bettencourt, foi sommelier do Antiquarius carioca. "Ainda assim, a visão do brasileiro permaneceu muito limitada por um bom tempo. No Antiquarius, por exemplo, quase não havia vinhos portugueses", lembra Bettencourt. Confira receita de arroz de tamboril do restaurante Gajos, receita de favas salteadas com alheira frita, de Ilda Vinagre, chef do Chiado e receita de açorda de camarão, do Tasca da Esquina * BACALHAU EM SP Não abre mão do peixe-símbolo de Portugal? Saiba onde sempre encontrar pratos clássicos como bacalhau à brás, à lagareiro, à gomes de sá, com natas, à zé do pipo... Antiquarius Grill - Al. Lorena, 1040, Jardim Paulista, tel. (11) 2638-0938 O Bacalhau do Porto - R. Vergueiro, 8333, Vila Firmiano Pinto, tel. (11) 2063-6502 Bacalhau, Vinho & Cia - R. Barra Funda, 1067, Barra Funda, tel. (11) 3666-0381 Bacalhoeiro - R. Azevedo Soares, 1580, Tatuapé, tel. (11) 2293-1010 A Bela Sintra - R. Bela Cintra, 2325, Jardim Paulista, tel. (11) 3891-0740 Casa Portuguesa - R. Cunha Gago, 656, Pinheiros, tel. (11) 3819-1987 Presidente - R. Visconde de Parnaíba, 2438, Brás, tel. (11) 2292-8683 Portucale - R. Nova Cidade, 418, Vila Olímpia, tel. (11) 3848-0930 Trindade - R. Amauri, 328, Jardim Europa, tel. (11) 3079-4861
comida
Confira restaurantes que oferecem pratos portugueses do dia a dia"Quando Portugal chegou aqui, os índios só conheciam duas técnicas: os assados e os fervidos. Nós trouxemos todas as outras, do forno à fritura", afirma o chef Vitor Sobral, em referência aos mais de três séculos de colonização portuguesa no Brasil. Por que será, então, que as receitas dos colonizadores não foram amplamente incorporadas à mesa brasileira, como aconteceu com o macarrão dos italianos? O fenômeno, arriscam os pesquisadores, tem sua raiz na difícil relação entre colonizadores e colonizados. Os primeiros portugueses que desembarcaram no Rio de Janeiro vinham das camadas mais baixas de trabalhadores e deixaram de herança as padarias e os botequins, onde ainda é possível encontrar pratos portugueses populares, como o cozido. Já a elite que desembarcou no cais Pharoux em 1889, na companhia da família real, torcia o nariz para a cozinha pobre de seu país natal. "O português da corte não trouxe a sua comida do dia a dia, só a festiva, que já tinha influência francesa", afirma a historiadora Eliane Morelli, da Unicamp. Por essas razões, o receituário português ficou restrito às cozinhas domésticas e restaurantes mais simples durante séculos –e na terrinha bacalhau nunca foi considerada comida chique. A história começou a mudar em 1977, com a inauguração do restaurante Antiquarius, no Leblon. Na casa fundada por Carlos Perico, que ganhou filial paulistana em 1990, o peixe salgado passou a frequentar as altas rodas. O estilo se disseminou quando ex-funcionários abriram negócios próprios. Entre eles, A Bela Sintra, onde os pratos individuais, hoje, custam entre R$ 113 e R$ 206 –o proprietário, Carlos Bettencourt, foi sommelier do Antiquarius carioca. "Ainda assim, a visão do brasileiro permaneceu muito limitada por um bom tempo. No Antiquarius, por exemplo, quase não havia vinhos portugueses", lembra Bettencourt. Confira receita de arroz de tamboril do restaurante Gajos, receita de favas salteadas com alheira frita, de Ilda Vinagre, chef do Chiado e receita de açorda de camarão, do Tasca da Esquina * BACALHAU EM SP Não abre mão do peixe-símbolo de Portugal? Saiba onde sempre encontrar pratos clássicos como bacalhau à brás, à lagareiro, à gomes de sá, com natas, à zé do pipo... Antiquarius Grill - Al. Lorena, 1040, Jardim Paulista, tel. (11) 2638-0938 O Bacalhau do Porto - R. Vergueiro, 8333, Vila Firmiano Pinto, tel. (11) 2063-6502 Bacalhau, Vinho & Cia - R. Barra Funda, 1067, Barra Funda, tel. (11) 3666-0381 Bacalhoeiro - R. Azevedo Soares, 1580, Tatuapé, tel. (11) 2293-1010 A Bela Sintra - R. Bela Cintra, 2325, Jardim Paulista, tel. (11) 3891-0740 Casa Portuguesa - R. Cunha Gago, 656, Pinheiros, tel. (11) 3819-1987 Presidente - R. Visconde de Parnaíba, 2438, Brás, tel. (11) 2292-8683 Portucale - R. Nova Cidade, 418, Vila Olímpia, tel. (11) 3848-0930 Trindade - R. Amauri, 328, Jardim Europa, tel. (11) 3079-4861
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Cardozo diz a Moro que caixa 2 é fruto 'da tensão política brasileira'
Em depoimento, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo afirmou que a prática de caixa dois é "perversa", mas "decorrente da tensão política brasileira". Cardozo afirmou na segunda (13) ao juiz Sergio Moro que "às vezes no caixa dois são drenados recursos oriundos da corrupção, e às vezes não". A declaração é semelhante à dada na semana passada à Folha pelo ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, em que afirmou ser possível que haja caixa dois sem corrupção. De acordo com ele, para que um candidato esteja envolvido em crimes como corrupção ou lavagem de dinheiro, "é indispensável que se demonstre que essa pessoa sabia que havia participado de contraprestação ou que tinha ciência, má-fé, que era uma ação dolosa". Caso contrário, o político em questão deveria ser responsabilizado apenas pela prática de caixa dois, disse. A tese de que o caixa dois é um delito mais brando e que deve haver uma distinção entre quem recebeu recursos por meio dele e quem obteve dinheiro para enriquecer vem sendo defendida por políticos como o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Cardozo foi arrolado como testemunha de defesa do ex-ministro Antonio Palocci (PT), réu na Lava Jato, e depôs em São Paulo. De acordo com o ex-advogado-geral da União, "muitas vezes o candidato não sabe a origem da doação". Ainda segundo ele, a corrupção no Brasil tem uma "dimensão estrutural", que "começou quando Pedro Álvares Cabral chegou". No depoimento, o ex-ministro defendeu o sistema de financiamento público de campanha e afirmou que a ex-presidente Dilma Rousseff era "intransigente" com "situações dessa natureza". Em 2014, disse, a então candidata teria dado "ordem muito clara" para que se declarassem as doações recebidas. Ele disse também não conhecer apelidos de Palocci, que seria o "Italiano" das planilhas de propina da empreiteira Odebrecht, segundo executivo da empresa.
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Cardozo diz a Moro que caixa 2 é fruto 'da tensão política brasileira'Em depoimento, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo afirmou que a prática de caixa dois é "perversa", mas "decorrente da tensão política brasileira". Cardozo afirmou na segunda (13) ao juiz Sergio Moro que "às vezes no caixa dois são drenados recursos oriundos da corrupção, e às vezes não". A declaração é semelhante à dada na semana passada à Folha pelo ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, em que afirmou ser possível que haja caixa dois sem corrupção. De acordo com ele, para que um candidato esteja envolvido em crimes como corrupção ou lavagem de dinheiro, "é indispensável que se demonstre que essa pessoa sabia que havia participado de contraprestação ou que tinha ciência, má-fé, que era uma ação dolosa". Caso contrário, o político em questão deveria ser responsabilizado apenas pela prática de caixa dois, disse. A tese de que o caixa dois é um delito mais brando e que deve haver uma distinção entre quem recebeu recursos por meio dele e quem obteve dinheiro para enriquecer vem sendo defendida por políticos como o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Cardozo foi arrolado como testemunha de defesa do ex-ministro Antonio Palocci (PT), réu na Lava Jato, e depôs em São Paulo. De acordo com o ex-advogado-geral da União, "muitas vezes o candidato não sabe a origem da doação". Ainda segundo ele, a corrupção no Brasil tem uma "dimensão estrutural", que "começou quando Pedro Álvares Cabral chegou". No depoimento, o ex-ministro defendeu o sistema de financiamento público de campanha e afirmou que a ex-presidente Dilma Rousseff era "intransigente" com "situações dessa natureza". Em 2014, disse, a então candidata teria dado "ordem muito clara" para que se declarassem as doações recebidas. Ele disse também não conhecer apelidos de Palocci, que seria o "Italiano" das planilhas de propina da empreiteira Odebrecht, segundo executivo da empresa.
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