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Bicharada esquisita assusta crianças na brincadeira do reisado
Se de repente a criançada começar a correr no reisado, é melhor se preparar: a bicharada esquisita entrará na brincadeira. São monstrengos que surgem para assustar (e atrair). Um deles é o Guriabá, uma criatura de cabeça grande. Tem também o Lobisomem, que gosta de comer criancinha. Um terceiro é o Jaraguá, uma ave de pescoço comprido que dança de um jeito engraçado -e faz muita criança pequena cair no choro. As crianças maiores gritam mesmo é para fazer graça. Sabem que debaixo da fantasia estão seus tios, primos ou vizinhos.
folhinha
Bicharada esquisita assusta crianças na brincadeira do reisadoSe de repente a criançada começar a correr no reisado, é melhor se preparar: a bicharada esquisita entrará na brincadeira. São monstrengos que surgem para assustar (e atrair). Um deles é o Guriabá, uma criatura de cabeça grande. Tem também o Lobisomem, que gosta de comer criancinha. Um terceiro é o Jaraguá, uma ave de pescoço comprido que dança de um jeito engraçado -e faz muita criança pequena cair no choro. As crianças maiores gritam mesmo é para fazer graça. Sabem que debaixo da fantasia estão seus tios, primos ou vizinhos.
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Darwin e Deus: Dois anos de Francisco
Tem sido sensacional do ponto de vista jornalístico e pessoal acompanhar o pontificado do papa Francisco. Ele acaba de completar dois anos como pontífice, e tentei fazer um balanço desses 24 meses em reportagem para esta Folha. Como, pra variar, ... Leia post completo no blog
ciencia
Darwin e Deus: Dois anos de FranciscoTem sido sensacional do ponto de vista jornalístico e pessoal acompanhar o pontificado do papa Francisco. Ele acaba de completar dois anos como pontífice, e tentei fazer um balanço desses 24 meses em reportagem para esta Folha. Como, pra variar, ... Leia post completo no blog
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Olhar do pódio aquele mar de gente foi fenomenal, diz Hamilton após vitória
Lewis Hamilton levou um susto quando viu o Williams de Felipe Massa o ultrapassar com facilidade e assumir a ponta do GP da Inglaterra de F-1, no último domingo (5). Largando da pole position, o inglês não queria fazer feio diante de sua torcida. E foi graças à Mercedes, ainda muito superior à concorrência, e a uma decisão tomada na hora certa, quando a chuva apertou, que Hamilton conseguiu se recuperar e venceu pela terceira vez em casa –as outras duas foram em 2008 e 2014. "Achei que já tinha visto tudo depois de vencer aqui em Silverstone no ano passado, mas olhar para aquele mar de gente lá de cima do pódio é fenomenal", disse o piloto. Com seu quinto triunfo na temporada (38º da carreira), ele manteve a liderança e chegou aos 194 pontos, 17 a mais que seu companheiro de equipe, Nico Rosberg. O segundo da tabela também chegou em segundo na prova, e deu à Mercedes a sexta dobradinha em nove corridas em 2015 –Sebastian Vettel, da Ferrari, foi o terceiro. MASSA FRUSTRADO A incrível largada de Massa e sua liderança por 20 voltas não serviram para que ele voltasse ao pódio, como no GP anterior, na Áustria. Numa corrida marcada pela chuva, foram as paradas nos boxes que determinaram as posições. Logo durante a primeira rodada de pit stops, Hamilton assumiu a ponta. Mais perto do fim da prova, ainda em terceiro lugar, Massa viu Vettel, então em quinto, roubar sua posição também na parada. O erro de estratégia da equipe custou o pódio ao brasileiro. "Claro que fica um pouco de frustração porque fiz uma largada maravilhosa e como a Mercedes ainda é superior em ritmo de corrida, só com uma estratégia perfeita a gente conseguiria derrotá-los", lamentou o brasileiro, que é o sexto no Mundial de Pilotos, com 74 pontos. O outro brasileiro na categoria, Felipe Nasr, nem chegou a largar depois que um problema na caixa de câmbio de seu carro da Sauber o deixou parado na pista na volta de apresentação.
esporte
Olhar do pódio aquele mar de gente foi fenomenal, diz Hamilton após vitóriaLewis Hamilton levou um susto quando viu o Williams de Felipe Massa o ultrapassar com facilidade e assumir a ponta do GP da Inglaterra de F-1, no último domingo (5). Largando da pole position, o inglês não queria fazer feio diante de sua torcida. E foi graças à Mercedes, ainda muito superior à concorrência, e a uma decisão tomada na hora certa, quando a chuva apertou, que Hamilton conseguiu se recuperar e venceu pela terceira vez em casa –as outras duas foram em 2008 e 2014. "Achei que já tinha visto tudo depois de vencer aqui em Silverstone no ano passado, mas olhar para aquele mar de gente lá de cima do pódio é fenomenal", disse o piloto. Com seu quinto triunfo na temporada (38º da carreira), ele manteve a liderança e chegou aos 194 pontos, 17 a mais que seu companheiro de equipe, Nico Rosberg. O segundo da tabela também chegou em segundo na prova, e deu à Mercedes a sexta dobradinha em nove corridas em 2015 –Sebastian Vettel, da Ferrari, foi o terceiro. MASSA FRUSTRADO A incrível largada de Massa e sua liderança por 20 voltas não serviram para que ele voltasse ao pódio, como no GP anterior, na Áustria. Numa corrida marcada pela chuva, foram as paradas nos boxes que determinaram as posições. Logo durante a primeira rodada de pit stops, Hamilton assumiu a ponta. Mais perto do fim da prova, ainda em terceiro lugar, Massa viu Vettel, então em quinto, roubar sua posição também na parada. O erro de estratégia da equipe custou o pódio ao brasileiro. "Claro que fica um pouco de frustração porque fiz uma largada maravilhosa e como a Mercedes ainda é superior em ritmo de corrida, só com uma estratégia perfeita a gente conseguiria derrotá-los", lamentou o brasileiro, que é o sexto no Mundial de Pilotos, com 74 pontos. O outro brasileiro na categoria, Felipe Nasr, nem chegou a largar depois que um problema na caixa de câmbio de seu carro da Sauber o deixou parado na pista na volta de apresentação.
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Semana de 22 faz mais um aniversário; veja livros sobre artistas da época
GABRIELA VALDANHA DE SÃO PAULO Para comemorar mais um aniversário da Semana de Arte Moderna, que ocorreu em fevereiro de 1922, a sãopaulo selecionou livros infantis que abordam vida e obra de artistas da época. Enquanto "Mário que não é de Andrade" traz um encontro fictício entre um garoto de 10 anos e o poeta, "Anita Malfatti" retrata a infância da pintora. Di Cavalcanti e Heitor Villa-Lobos também são temas de obras para crianças. * O MÁRIO QUE NÃO É DE ANDRADE A mãe de Mário, 10, está prestes a concluir uma tese sobre outro Mário, o de Andrade (1893-1945), mas o garoto não sabe muito bem o que isso significa. Na volta de um passeio, no entanto, os dois param para conhecer a casa onde o poeta viveu em São Paulo e o menino leva um susto ao encontrar um bebê, num quarto, vestido com roupas antigas. A curiosidade faz ele iniciar um curso de férias no local e, nos encontros, ele vê sempre um Mário mais crescido. Sua mãe, especialista no assunto, é quem tira as dúvidas do garoto sobre o artista, a Semana de Arte Moderna de 1922 e amigos e familiares do autor de "Macunaíma", como Anita Malfatti. Cartas, romances, poemas e outros textos de Andrade são usados para contar essa história, ilustrada por Spacca. Autora: Luciana Sandroni. Editora: Companhia das Letrinhas. Preço: R$ 39,90. *EMILIANO DI CAVALCANTI O pintor, desenhista e ilustrador Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo nasceu em 1897 no Rio de Janeiro, mas foi em São Paulo que conheceu Mário e Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Victor Brecheret e com eles idealizou a Semana Moderna de 1922. Seus quadros abordam temas tipicamente brasileiros, como os trabalhadores, as mulatas, o carnaval e o samba. Aos 17 anos, suas caricaturas foram publicadas na revista Fon-Fon. Em 1923, ele parte para Paris onde conhece Pablo Picasso e Henri Matisse. Sua obra "Cinco Moças de Guaratinguetá" integra o acervo do Masp (Museu de Arte de São Paulo). Esse livro faz parte da coleção Mestres das Artes no Brasil da editora Moderna, que também tem edições sobre Burle Marx, Alberto da Veiga Guignard e outros. Autora: Dalila Luciana e Lígia Rego. Editora: Moderna. Preço: R$ 39. TUHU, O MENINO VILLA-LOBOS O livro que surgiu como espetáculo teatral homônimo, não segue a risca os critérios de uma biografia. Isso porque na obra de Karen Acioly sobre o maestro Heitor Villa-Lobos (1887-1959), fatos reais misturam-se a fantasias. Villa-Lobos, apelidado de Tuhu quando pequeno, teve seus primeiros contatos com as notas em casa: seu pai era músico amador. Mais tarde, aventurou-se em viagens pelo Brasil e conheceu diferentes gêneros do folclore musical brasileiro -que se tornaram marcantes em sua obra. Na Semana da Arte Moderna de 1922, foi ativo: apresentou uma série de três espetáculos. É o fundador da Academia Brasileira de Música. O livro da editora Rocco traz ainda cronologia e fotografias da vida do autor da série "Bachianas Brasileiras". Villa-Lobos nasceu em morreu no Rio de Janeiro. Autora: Karen Acioly. Editora: Rocco. Preço: R$ 26. ANITA MALFATTI Com ilustrações de Angelo Bonito, o livro de Carla Caruso passeia pela infância de Anita Malfatti (1889-1964). Os leitores descobrem, por exemplo, que ela tinha um problema na mão direita e aos 7 anos tinha aulas para aprender a escrever e desenhar com a mão esquerda. Anita nasceu em São Paulo. Estudou na Alemanha e nos Estados Unidos. Em 1917, de volta ao Brasil, realizou a "Exposição de Pintura Moderna Anita Malfatti". Ao lado de Tarsila do Amaral, Menotti Del Picchia, Oswald de Andrade e Mário de Andrade, ela formou o chamado de "Grupo dos 5", responsável pelas referências ideológicas e artísticas da Semana de 1922. A autora de "A Boba" e "A Estudante Russa" também participou da primeira Bienal de Artes de São Paulo, em 1951. Autora: Carla Caruso. Editora: Callis. Preço: R$ 26,90.
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Semana de 22 faz mais um aniversário; veja livros sobre artistas da épocaGABRIELA VALDANHA DE SÃO PAULO Para comemorar mais um aniversário da Semana de Arte Moderna, que ocorreu em fevereiro de 1922, a sãopaulo selecionou livros infantis que abordam vida e obra de artistas da época. Enquanto "Mário que não é de Andrade" traz um encontro fictício entre um garoto de 10 anos e o poeta, "Anita Malfatti" retrata a infância da pintora. Di Cavalcanti e Heitor Villa-Lobos também são temas de obras para crianças. * O MÁRIO QUE NÃO É DE ANDRADE A mãe de Mário, 10, está prestes a concluir uma tese sobre outro Mário, o de Andrade (1893-1945), mas o garoto não sabe muito bem o que isso significa. Na volta de um passeio, no entanto, os dois param para conhecer a casa onde o poeta viveu em São Paulo e o menino leva um susto ao encontrar um bebê, num quarto, vestido com roupas antigas. A curiosidade faz ele iniciar um curso de férias no local e, nos encontros, ele vê sempre um Mário mais crescido. Sua mãe, especialista no assunto, é quem tira as dúvidas do garoto sobre o artista, a Semana de Arte Moderna de 1922 e amigos e familiares do autor de "Macunaíma", como Anita Malfatti. Cartas, romances, poemas e outros textos de Andrade são usados para contar essa história, ilustrada por Spacca. Autora: Luciana Sandroni. Editora: Companhia das Letrinhas. Preço: R$ 39,90. *EMILIANO DI CAVALCANTI O pintor, desenhista e ilustrador Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo nasceu em 1897 no Rio de Janeiro, mas foi em São Paulo que conheceu Mário e Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Victor Brecheret e com eles idealizou a Semana Moderna de 1922. Seus quadros abordam temas tipicamente brasileiros, como os trabalhadores, as mulatas, o carnaval e o samba. Aos 17 anos, suas caricaturas foram publicadas na revista Fon-Fon. Em 1923, ele parte para Paris onde conhece Pablo Picasso e Henri Matisse. Sua obra "Cinco Moças de Guaratinguetá" integra o acervo do Masp (Museu de Arte de São Paulo). Esse livro faz parte da coleção Mestres das Artes no Brasil da editora Moderna, que também tem edições sobre Burle Marx, Alberto da Veiga Guignard e outros. Autora: Dalila Luciana e Lígia Rego. Editora: Moderna. Preço: R$ 39. TUHU, O MENINO VILLA-LOBOS O livro que surgiu como espetáculo teatral homônimo, não segue a risca os critérios de uma biografia. Isso porque na obra de Karen Acioly sobre o maestro Heitor Villa-Lobos (1887-1959), fatos reais misturam-se a fantasias. Villa-Lobos, apelidado de Tuhu quando pequeno, teve seus primeiros contatos com as notas em casa: seu pai era músico amador. Mais tarde, aventurou-se em viagens pelo Brasil e conheceu diferentes gêneros do folclore musical brasileiro -que se tornaram marcantes em sua obra. Na Semana da Arte Moderna de 1922, foi ativo: apresentou uma série de três espetáculos. É o fundador da Academia Brasileira de Música. O livro da editora Rocco traz ainda cronologia e fotografias da vida do autor da série "Bachianas Brasileiras". Villa-Lobos nasceu em morreu no Rio de Janeiro. Autora: Karen Acioly. Editora: Rocco. Preço: R$ 26. ANITA MALFATTI Com ilustrações de Angelo Bonito, o livro de Carla Caruso passeia pela infância de Anita Malfatti (1889-1964). Os leitores descobrem, por exemplo, que ela tinha um problema na mão direita e aos 7 anos tinha aulas para aprender a escrever e desenhar com a mão esquerda. Anita nasceu em São Paulo. Estudou na Alemanha e nos Estados Unidos. Em 1917, de volta ao Brasil, realizou a "Exposição de Pintura Moderna Anita Malfatti". Ao lado de Tarsila do Amaral, Menotti Del Picchia, Oswald de Andrade e Mário de Andrade, ela formou o chamado de "Grupo dos 5", responsável pelas referências ideológicas e artísticas da Semana de 1922. A autora de "A Boba" e "A Estudante Russa" também participou da primeira Bienal de Artes de São Paulo, em 1951. Autora: Carla Caruso. Editora: Callis. Preço: R$ 26,90.
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Contra Apple e Google, Ford e Toyota fazem parceria para 'carros do futuro'
A Toyota Motor e a Ford Motor anunciaram nesta segunda-feira (4) que adotarão o mesmo software para conectar aplicativos de smartphones às telas dos painéis dos veículos e adiantaram que convidarão outras montadoras a se juntar a elas. A parceria será uma tentativa de enfrentar os esforços de Apple e Google para controlar os carros do futuro. A Toyota, maior montadora do mundo em vendas de veículos, e a Ford, segunda maior montadora dos EUA, disseram que adotarão um software desenvolvido pela Ford, chamado "SmartDeviceLink", ou SDL (na sigla em inglês), como padrão para conectar aplicativos de smartphones às telas dos painéis dos veículos. A tecnologia SDL integra os aplicativos de smartphone aos veículos por meio de botões no painel, telas de exibição e tecnologia de reconhecimento de voz. Usá-la como padrão para projetar aplicativos de navegação ou de transmissão de músicas a partir do celular do motorista pode ajudar Ford e Toyota a reduzirem a dependência da Apple ou do Google, da Alphabet, disseram representantes da companhia. Adotar um padrão de conectividade não relacionado à Apple ou Google pode ajudar as montadoras na China, maior mercado automotivo global, onde companhias locais como Alibaba Group Holding são grandes participantes em serviços e mapeamento em aparelhos móveis. O Google tem presença limitada na China, embora a empresa já sinalizou que pode se expandir no país. A Ford disse que a francesa Peugeot e as montadoras japonesas Honda Motor, Subaru e Mazda Motor também estão analisando a adoção da SDL como padrão. QNX Software Systems e UIEvolution, desenvolvedoras de tecnologia para conectividade automotiva, também estão adotando a SDL, disse a Ford.
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Contra Apple e Google, Ford e Toyota fazem parceria para 'carros do futuro'A Toyota Motor e a Ford Motor anunciaram nesta segunda-feira (4) que adotarão o mesmo software para conectar aplicativos de smartphones às telas dos painéis dos veículos e adiantaram que convidarão outras montadoras a se juntar a elas. A parceria será uma tentativa de enfrentar os esforços de Apple e Google para controlar os carros do futuro. A Toyota, maior montadora do mundo em vendas de veículos, e a Ford, segunda maior montadora dos EUA, disseram que adotarão um software desenvolvido pela Ford, chamado "SmartDeviceLink", ou SDL (na sigla em inglês), como padrão para conectar aplicativos de smartphones às telas dos painéis dos veículos. A tecnologia SDL integra os aplicativos de smartphone aos veículos por meio de botões no painel, telas de exibição e tecnologia de reconhecimento de voz. Usá-la como padrão para projetar aplicativos de navegação ou de transmissão de músicas a partir do celular do motorista pode ajudar Ford e Toyota a reduzirem a dependência da Apple ou do Google, da Alphabet, disseram representantes da companhia. Adotar um padrão de conectividade não relacionado à Apple ou Google pode ajudar as montadoras na China, maior mercado automotivo global, onde companhias locais como Alibaba Group Holding são grandes participantes em serviços e mapeamento em aparelhos móveis. O Google tem presença limitada na China, embora a empresa já sinalizou que pode se expandir no país. A Ford disse que a francesa Peugeot e as montadoras japonesas Honda Motor, Subaru e Mazda Motor também estão analisando a adoção da SDL como padrão. QNX Software Systems e UIEvolution, desenvolvedoras de tecnologia para conectividade automotiva, também estão adotando a SDL, disse a Ford.
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60 Minutos, novo escape game da região sul, vai além dos cadeados
LUIZA WOLF DE SÃO PAULO A fachada do 60 Minutos, novo escape game no Campo Belo, na região sul de São Paulo, é tímida: é uma porta pequena, de vidro, que pode passar despercebida à primeira vista. Dentro, porém, o local revela características diferentes de outros jogos do tipo. Inaugurado em abril deste ano, o 60 Minutos tem duas salas: "A Morte do Investigador" e "Assalto a Banco". O plano dos donos é ter sete ambientes no total —uma prova de que as pequenas portas de vidro não fazem jus ao tamanho real do lugar. Na maioria dos escape games—cujo objetivo é conseguir sair de uma sala, repleta de enigmas, em 60 minutos—, os participantes recebem dicas à medida que encontram dificuldades em avançar no jogo. No 60 Minutos, contudo, a regra é outra. Os jogadores recebem um rádio e, por meio dele, podem pedir dicas quando quiserem. Três informações são de graça; mais que isso, contudo, desconta tempo do ranking final. Ou seja, os participantes podem jogar por uma hora, mas, caso saiam da sala com 20 minutos de sobra, por exemplo, o tempo será descontado dessa pontuação final. A sãopaulo jogou as duas salas disponíveis atualmente. Em "A Morte do Investigador", o grupo precisa descobrir a razão do assassinato do detetive Pereira, que estava investigando a máfia japonesa. Os jogadores invadem a casa dele em busca de pistas, mas o local será implodido em 60 minutos. Já em "Assalto a Banco", os jogadores são clientes de uma agência bancária. Eles estavam em um local quando um homem anunciou o assalto. Eles conseguiram prender o bandido dentro de um cofre —mas ele está programado para abrir em uma hora. Em ambas, outra característica diferente do jogo se destaca: os enigmas não se resumem a senhas de cadeados, como já é costumeiro em escape games. Há luzes, caça-palavras, botões coloridos, ferramentas e outros tipos segredos. O 60 Minutos aceita grupos de dois a 12 membros, mas aí vai uma dica: prefira uma turma com, no mínimo, quatro pessoas. Para vencer o jogo, é preciso vasculhar a sala inteira, buscar pistas escondidas e manter uma boa comunicação com os colegas. O melhor plano é ir cada um para um lado para economizar tempo. Para a sãopaulo, funcionou: a reportagem saiu de "Assalto a Banco" com 10 minutos e 41 segundos de sobra. Da "Morte do Investigador", foram 20 minutos e 33 segundos, o recorde da sala até agora. R. Vieira de Morais, 1.438, Campo Belo, região sul, tel. 4114-9470. Seg. a dom.: 10h às 23h30.Ingresso: R$ 79. Saiba mais.
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60 Minutos, novo escape game da região sul, vai além dos cadeadosLUIZA WOLF DE SÃO PAULO A fachada do 60 Minutos, novo escape game no Campo Belo, na região sul de São Paulo, é tímida: é uma porta pequena, de vidro, que pode passar despercebida à primeira vista. Dentro, porém, o local revela características diferentes de outros jogos do tipo. Inaugurado em abril deste ano, o 60 Minutos tem duas salas: "A Morte do Investigador" e "Assalto a Banco". O plano dos donos é ter sete ambientes no total —uma prova de que as pequenas portas de vidro não fazem jus ao tamanho real do lugar. Na maioria dos escape games—cujo objetivo é conseguir sair de uma sala, repleta de enigmas, em 60 minutos—, os participantes recebem dicas à medida que encontram dificuldades em avançar no jogo. No 60 Minutos, contudo, a regra é outra. Os jogadores recebem um rádio e, por meio dele, podem pedir dicas quando quiserem. Três informações são de graça; mais que isso, contudo, desconta tempo do ranking final. Ou seja, os participantes podem jogar por uma hora, mas, caso saiam da sala com 20 minutos de sobra, por exemplo, o tempo será descontado dessa pontuação final. A sãopaulo jogou as duas salas disponíveis atualmente. Em "A Morte do Investigador", o grupo precisa descobrir a razão do assassinato do detetive Pereira, que estava investigando a máfia japonesa. Os jogadores invadem a casa dele em busca de pistas, mas o local será implodido em 60 minutos. Já em "Assalto a Banco", os jogadores são clientes de uma agência bancária. Eles estavam em um local quando um homem anunciou o assalto. Eles conseguiram prender o bandido dentro de um cofre —mas ele está programado para abrir em uma hora. Em ambas, outra característica diferente do jogo se destaca: os enigmas não se resumem a senhas de cadeados, como já é costumeiro em escape games. Há luzes, caça-palavras, botões coloridos, ferramentas e outros tipos segredos. O 60 Minutos aceita grupos de dois a 12 membros, mas aí vai uma dica: prefira uma turma com, no mínimo, quatro pessoas. Para vencer o jogo, é preciso vasculhar a sala inteira, buscar pistas escondidas e manter uma boa comunicação com os colegas. O melhor plano é ir cada um para um lado para economizar tempo. Para a sãopaulo, funcionou: a reportagem saiu de "Assalto a Banco" com 10 minutos e 41 segundos de sobra. Da "Morte do Investigador", foram 20 minutos e 33 segundos, o recorde da sala até agora. R. Vieira de Morais, 1.438, Campo Belo, região sul, tel. 4114-9470. Seg. a dom.: 10h às 23h30.Ingresso: R$ 79. Saiba mais.
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Hoje tem 'Independence Day' no Allianz Parque e dança com kung fu
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 23 de junho de 2016. Quinta. Bom dia para você que vai ter que ir trabalhar porque não ganhou na Mega-Sena outra vez! (Mas alguém ganhou. Sozinho). Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Trailer de "Independence Day: O Ressurgimento"; clique aqui se você estiver visualizando pelo smartphone Sem Will Smith | Com a presença de Bill Pullman, o filme "Independence Day: Ressurgimento" terá uma mega-sessão de estreia realizada no Allianz Parque, a partir das 19h. Também haverá exibição do primeiro filme, de 1996. Ingressos custam de R$ 45 a R$ 140. Pura vida | A fotógrafa Autumn Sonnichsen inaugura a exposição "Love Is Not an Island", na Galeria Wickbold. A mostra reúne 30 registros clicados pela americana, que já teve trabalhos publicados em revistas como "Vice" e "Trip". A titular voltou | A Osesp se apresentar sob a regência de Marin Alsop, acompanhada do Coro Acadêmico. O grupo interpreta peças de Tchaikovsky, Leonard Bernstein e Villa-Lobos. Ingressos custam de R$ 42 a R$ 194. Dança | Diretora da abertura da Olimpíada 2016, a coreógrafa estreia o espetáculo "VeRo", no Teatro Alfa. O peça mescla gestos de várias modalidades esportivas, balé e kung-fu. Em cartaz até 3/7, com ingressos de R$ 50 a R$ 150. Extra, extra | O 11° congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) apresenta a partir desta quinta cerca de 70 palestras e cursos sobre o futuro do jornalismo e o uso da internet para apuração e divulgação, além de discussões sobre a Lava Jato e a Olimpíada. * PARA TER ASSUNTO Se você estiver navegando do smartphone, clique aqui para assistir a vídeo com resumo de ontem Réu | Pela segunda vez, o STF (Supremo tribunal Federal) transformou em réu o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Lava Jato. Nananinanão | O presidente interino, Michel Temer, não vai vetar nenhum ponto considerado essencial do projeto que proíbe a nomeação de políticos para diretoria e conselho de estatais, aprovado pelo Senado. Sumiu | Arma que matou PC Farias está desaparecida 20 anos após crime. CPI | Composta por oito deputados da base do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e apenas um da oposição, a CPI da Merenda na Assembleia Legislativa de SP elegeu Marcos Zerbini (PSDB) presidente. Andar de cima | Há quase dez anos vivendo na rua, pedreiro construiu casa na copa de uma árvore em uma praça na Freguesia do Ó há cerca de um mês. Educação | A ocupação promovida por estudantes grevistas em prédios das universidades estaduais de São Paulo tem motivado professores a organizarem aulas em locais secretos para driblar piquetes. Em greve, USP vira universidade à distância e deixa alunos sem estágio e bolsa. Anúncios | Câmara de São Paulo aprovou um projeto que libera publicidade em pontos de táxi na cidade. Ciência | 'Superanticorpo' impede infecção por HIV em humanos. Pesquisadores clonaram anticorpos de pessoas que têm resistência maior. Futebol | O São Paulo (7º colocado) enfrenta o Sport de Recife (penúltimo na tabela) em partida pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro. To quit, or not to quit? | Idade, escolaridade e região dividem britânicos sobre a União Europeia. Nesta quinta, eles votam, em plebiscito, se o Reino Unido deve ou não continuar a ser um membro da UE. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Câmara | A Casa municipal promove audiências públicas da comissão permanente de Finanças e Orçamento (10h), de Constituição, Justiça e Legislação Participativa para debater projeto de lei que estabelece regras para a regularização de loteamentos clandestinos, irregulares ou de interesse social (14h); e sessão de comemoração ao 106º aniversário do bairro de Sapopemba. Veja agenda completa aqui. Assembleia | A Assembleia Legislativa recebe, às 10h, atividade parlamentar em defesa das universidades públicas de SP. Das 17h30 às 21h, a casa promove uma audiência pública para discutir questões ligadas a grupos indígenas habitantes do Estado de São Paulo. Veja agenda completa aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A previsão é de que esta quinta seja mais quente que a quarta. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a temperatura máxima prevista é de 20ºC, enquanto a mínima deve ficar em 12ºC. O céu pode ficar bastante nublado e trazer chuviscos ao longo do dia. Zona norte | A av. Gustavo Adolfo segue interditada, entre as av. Roland Garros e rua Gertrudes, em razão de obras de manutenção do pontilhão sobre o córrego Maria Paula. A previsão é de que a via siga bloqueada para o trânsito de automóveis até o dia 10/9. Zona sul | Alguns ônibus que transitam na região do Morumbi terão seu itinerário alterado devido ao jogo entre o São Paulo e o Sport de Recife, que será realizado no estádio Cícero Pompeu de Toledo a partir das 21h. Veja a relação completa aqui. Zona leste | A av. Itaquera teve uma faixa interditada, na segunda (20), entre as av. Líder e Professor Edgar Santos. A medida deve se estender até o dia 6/7. A av. Sapopemba também terá a faixa sentido bairro fechada para carros desta até sexta (24), sempre das 23h às 5h. A interdição ocorre entre as ruas Francisca Marinho e Milton da Cruz. * SEUS AMIGOS VÃO FALAR DISSO Tememer | A conta oficial de Michel Temer (PMDB) no Twitter postou trechos de entrevistas concedidas pelo presidente interino em duas ocasiões. Em uma das mensagens ele afirma que muitos eleitores votaram na chapa porque ele era o vice. A internet respondeu com ironia: veja reações de internautas.
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Hoje tem 'Independence Day' no Allianz Parque e dança com kung fuBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 23 de junho de 2016. Quinta. Bom dia para você que vai ter que ir trabalhar porque não ganhou na Mega-Sena outra vez! (Mas alguém ganhou. Sozinho). Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Trailer de "Independence Day: O Ressurgimento"; clique aqui se você estiver visualizando pelo smartphone Sem Will Smith | Com a presença de Bill Pullman, o filme "Independence Day: Ressurgimento" terá uma mega-sessão de estreia realizada no Allianz Parque, a partir das 19h. Também haverá exibição do primeiro filme, de 1996. Ingressos custam de R$ 45 a R$ 140. Pura vida | A fotógrafa Autumn Sonnichsen inaugura a exposição "Love Is Not an Island", na Galeria Wickbold. A mostra reúne 30 registros clicados pela americana, que já teve trabalhos publicados em revistas como "Vice" e "Trip". A titular voltou | A Osesp se apresentar sob a regência de Marin Alsop, acompanhada do Coro Acadêmico. O grupo interpreta peças de Tchaikovsky, Leonard Bernstein e Villa-Lobos. Ingressos custam de R$ 42 a R$ 194. Dança | Diretora da abertura da Olimpíada 2016, a coreógrafa estreia o espetáculo "VeRo", no Teatro Alfa. O peça mescla gestos de várias modalidades esportivas, balé e kung-fu. Em cartaz até 3/7, com ingressos de R$ 50 a R$ 150. Extra, extra | O 11° congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) apresenta a partir desta quinta cerca de 70 palestras e cursos sobre o futuro do jornalismo e o uso da internet para apuração e divulgação, além de discussões sobre a Lava Jato e a Olimpíada. * PARA TER ASSUNTO Se você estiver navegando do smartphone, clique aqui para assistir a vídeo com resumo de ontem Réu | Pela segunda vez, o STF (Supremo tribunal Federal) transformou em réu o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Lava Jato. Nananinanão | O presidente interino, Michel Temer, não vai vetar nenhum ponto considerado essencial do projeto que proíbe a nomeação de políticos para diretoria e conselho de estatais, aprovado pelo Senado. Sumiu | Arma que matou PC Farias está desaparecida 20 anos após crime. CPI | Composta por oito deputados da base do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e apenas um da oposição, a CPI da Merenda na Assembleia Legislativa de SP elegeu Marcos Zerbini (PSDB) presidente. Andar de cima | Há quase dez anos vivendo na rua, pedreiro construiu casa na copa de uma árvore em uma praça na Freguesia do Ó há cerca de um mês. Educação | A ocupação promovida por estudantes grevistas em prédios das universidades estaduais de São Paulo tem motivado professores a organizarem aulas em locais secretos para driblar piquetes. Em greve, USP vira universidade à distância e deixa alunos sem estágio e bolsa. Anúncios | Câmara de São Paulo aprovou um projeto que libera publicidade em pontos de táxi na cidade. Ciência | 'Superanticorpo' impede infecção por HIV em humanos. Pesquisadores clonaram anticorpos de pessoas que têm resistência maior. Futebol | O São Paulo (7º colocado) enfrenta o Sport de Recife (penúltimo na tabela) em partida pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro. To quit, or not to quit? | Idade, escolaridade e região dividem britânicos sobre a União Europeia. Nesta quinta, eles votam, em plebiscito, se o Reino Unido deve ou não continuar a ser um membro da UE. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Câmara | A Casa municipal promove audiências públicas da comissão permanente de Finanças e Orçamento (10h), de Constituição, Justiça e Legislação Participativa para debater projeto de lei que estabelece regras para a regularização de loteamentos clandestinos, irregulares ou de interesse social (14h); e sessão de comemoração ao 106º aniversário do bairro de Sapopemba. Veja agenda completa aqui. Assembleia | A Assembleia Legislativa recebe, às 10h, atividade parlamentar em defesa das universidades públicas de SP. Das 17h30 às 21h, a casa promove uma audiência pública para discutir questões ligadas a grupos indígenas habitantes do Estado de São Paulo. Veja agenda completa aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A previsão é de que esta quinta seja mais quente que a quarta. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a temperatura máxima prevista é de 20ºC, enquanto a mínima deve ficar em 12ºC. O céu pode ficar bastante nublado e trazer chuviscos ao longo do dia. Zona norte | A av. Gustavo Adolfo segue interditada, entre as av. Roland Garros e rua Gertrudes, em razão de obras de manutenção do pontilhão sobre o córrego Maria Paula. A previsão é de que a via siga bloqueada para o trânsito de automóveis até o dia 10/9. Zona sul | Alguns ônibus que transitam na região do Morumbi terão seu itinerário alterado devido ao jogo entre o São Paulo e o Sport de Recife, que será realizado no estádio Cícero Pompeu de Toledo a partir das 21h. Veja a relação completa aqui. Zona leste | A av. Itaquera teve uma faixa interditada, na segunda (20), entre as av. Líder e Professor Edgar Santos. A medida deve se estender até o dia 6/7. A av. Sapopemba também terá a faixa sentido bairro fechada para carros desta até sexta (24), sempre das 23h às 5h. A interdição ocorre entre as ruas Francisca Marinho e Milton da Cruz. * SEUS AMIGOS VÃO FALAR DISSO Tememer | A conta oficial de Michel Temer (PMDB) no Twitter postou trechos de entrevistas concedidas pelo presidente interino em duas ocasiões. Em uma das mensagens ele afirma que muitos eleitores votaram na chapa porque ele era o vice. A internet respondeu com ironia: veja reações de internautas.
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TSE atende a demanda do PT e PSDB para doação eleitoral com cartão de crédito
THAIS ARBEX DE SÃO PAULO O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) atendeu a pedido do PT e do PSDB e regulamentou, nesta sexta-feira (2), a doação por meio de cartão de crédito a partidos e candidatos nas eleições deste ano. Como antecipou a coluna "Painel" desta sexta (2), em representação apresentada ao ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE, na quarta (31), as legendas pediram que o tribunal esclarecesse as regras e desse segurança jurídica às empresas responsáveis pelas operações –aquelas que são donas das maquininhas de cartões. Na resolução ficou estabelecido que o partido fica responsável por emitir o recibo eleitoral da doação e verificar a origem e a licitude do valores doados. As campanhas também ficam com a obrigação de verificar se as doações estão dentro dos limites legais. A pessoa física pode doar até 10% do seu rendimento bruto do ano anterior. A norma do TSE também determina que apenas o titular do cartão de crédito pode fazer a doação. Na peça, assinada também pela Rede, pelo Novo e pelo PSC, os partidos pediram ainda que o TSE determinasse que as empresas aceitassem fechar contratos com as campanhas políticas. Com receio de infringir alguma norma, muitas delas vinham se recusando a prestar o serviço para a arrecadação online. Entre elas, a Cielo e a Rede, que representam juntas cerca de 90% do mercado. No pedido apresentado ao TSE, os partidos afirmaram que as empresas, ao rejeitarem ser contratadas para a prestação deste serviço, estavam "impedindo a arrecadação de recursos via internet", uma vez que são elas as únicas autorizadas pelo Banco Central a realizar esse tipo de transação. "A negativa de contratação impede o exercício de direito certo dos candidatos, coligações e partidos de arrecadação de recursos e, em última análise, dificulta (quando não impede) a realização das campanhas, especialmente em um cenário no qual as doações empresariais foram consideradas inconstitucionais", diz o documento encaminhado ao TSE. PLATAFORMA ONLINE A decisão era esperada principalmente pela coordenação da campanha do prefeito Fernando Haddad (PT), candidato à reeleição em São Paulo. Foi por sugestão dos petistas, inclusive, que a demanda foi apresentada ao TSE. Nesta sexta-feira (2), antes de ser comunicado da decisão do tribunal, Haddad afirmou que as operações por meio de cartão de crédito dão "ainda mais transparência" à doações eleitorais. "O sistema de cartão crédito é, por definição, extremamente transparente. As operações são todas registradas no sistema bancário, o CPF está vinculado à transferência do recurso. Ou seja, a campanha é feita com transparência total e online", disse o prefeito. "Entendemos que se fortalecermos a doação pessoal de campanha, a gente está fortalecendo a democracia", afirmou Haddad. Com a decisão, o partido deve colocar no ar na próxima terça (6) sua plataforma de arrecadação online.
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TSE atende a demanda do PT e PSDB para doação eleitoral com cartão de créditoTHAIS ARBEX DE SÃO PAULO O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) atendeu a pedido do PT e do PSDB e regulamentou, nesta sexta-feira (2), a doação por meio de cartão de crédito a partidos e candidatos nas eleições deste ano. Como antecipou a coluna "Painel" desta sexta (2), em representação apresentada ao ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE, na quarta (31), as legendas pediram que o tribunal esclarecesse as regras e desse segurança jurídica às empresas responsáveis pelas operações –aquelas que são donas das maquininhas de cartões. Na resolução ficou estabelecido que o partido fica responsável por emitir o recibo eleitoral da doação e verificar a origem e a licitude do valores doados. As campanhas também ficam com a obrigação de verificar se as doações estão dentro dos limites legais. A pessoa física pode doar até 10% do seu rendimento bruto do ano anterior. A norma do TSE também determina que apenas o titular do cartão de crédito pode fazer a doação. Na peça, assinada também pela Rede, pelo Novo e pelo PSC, os partidos pediram ainda que o TSE determinasse que as empresas aceitassem fechar contratos com as campanhas políticas. Com receio de infringir alguma norma, muitas delas vinham se recusando a prestar o serviço para a arrecadação online. Entre elas, a Cielo e a Rede, que representam juntas cerca de 90% do mercado. No pedido apresentado ao TSE, os partidos afirmaram que as empresas, ao rejeitarem ser contratadas para a prestação deste serviço, estavam "impedindo a arrecadação de recursos via internet", uma vez que são elas as únicas autorizadas pelo Banco Central a realizar esse tipo de transação. "A negativa de contratação impede o exercício de direito certo dos candidatos, coligações e partidos de arrecadação de recursos e, em última análise, dificulta (quando não impede) a realização das campanhas, especialmente em um cenário no qual as doações empresariais foram consideradas inconstitucionais", diz o documento encaminhado ao TSE. PLATAFORMA ONLINE A decisão era esperada principalmente pela coordenação da campanha do prefeito Fernando Haddad (PT), candidato à reeleição em São Paulo. Foi por sugestão dos petistas, inclusive, que a demanda foi apresentada ao TSE. Nesta sexta-feira (2), antes de ser comunicado da decisão do tribunal, Haddad afirmou que as operações por meio de cartão de crédito dão "ainda mais transparência" à doações eleitorais. "O sistema de cartão crédito é, por definição, extremamente transparente. As operações são todas registradas no sistema bancário, o CPF está vinculado à transferência do recurso. Ou seja, a campanha é feita com transparência total e online", disse o prefeito. "Entendemos que se fortalecermos a doação pessoal de campanha, a gente está fortalecendo a democracia", afirmou Haddad. Com a decisão, o partido deve colocar no ar na próxima terça (6) sua plataforma de arrecadação online.
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Com ou sem alho? Receita de massa amatriciana causa polêmica na Itália
A Itália está há dias imersa na que é popularmente conhecida como a "guerra do alho", uma autêntica disputa gastronômica que gira em torno da presença ou não do alho na massa ao molho amatriciana. A polêmica surgiu depois que o reputado cozinheiro italiano Carlo Cracco, que tem duas estrelas no guia "Michelin", afirmou em um programa de televisão italiano que o segredo para cozinhar uma boa amatriciana é o alho. Cracco é um dos cozinheiros mais prestigiados do país pela qualidade de sua cozinha contemporânea, mas também por ter sido jurado em programas como "MasterChef" e "Hell's Kitchen". Sua imagem também tem prestígio no mundo todo, talvez porque tenha começado sua carreira em 1986 no Gualtiero Marchesi de Milão, o primeiro restaurante italiano que ganhou três estrelas "Michelin", ou porque estudou por três anos na França entre as fornalhas do mestre da gastronomia Alain Ducasse. Mas nos últimos dias saltou para as polêmicas porque provocou no país um autêntico debate culinário que pôs em pé de guerra os defensores mais ortodoxos da receita original, sem alho, deste prato de tradição milenar. É o caso de Sergio Pirozzi, o prefeito da cidade italiano de Amatrice, no centro do país, onde surgiu o prato. "A amatriciana não leva alho e nunca levou. Se este chef quer inovar na gastronomia respeitamos, mas que não chame de amatriciana, chame de outra coisa", criticou Pirozzi. Momentos depois que Cracco –conhecido por pratos como o risoto com anchovas, limão e cacau– fazer estas declarações, a prefeitura de Amatrice emitiu um comunicado mostrando seu desconcerto. Na nota remetida às autoridades, explicou que a autêntica amatriciana "só leva bochecha de porco, queijo pecorino, vinho branco, tomate San Marzano, pimenta-do-reino e malagueta". "É uma receita simples, mas muitas pessoas, restaurantes e cozinheiros, fazem deste prato variantes que pouco tem a ver com sua história e tradição", comentou a prefeitura. Pirozzi explicou que sua luta "não é um tema pessoal contra Cracco, pois faria o mesmo com qualquer um que afirmasse que a amatriciana leva alho". "Achamos que é nossa obrigação explicar à imprensa nacional e internacional como se faz a verdadeira receita da amatriciana. Queremos que a receita original chegue ao maior número de pessoas possível", clamou. O prefeito de Amatrice desde 2009 defende a história deste prato que "testemunhos históricos apontam que já fazia parte dos menus dos pastores há mil anos". Na época não se utilizava o tomate, lembrou, mas este ingrediente foi acrescentado posteriormente. "O tomate foi acrescentado depois, inicialmente o molho era branco. Mas com a descoberta das Américas por Cristóvão Colombo, graças à sensibilidade da rainha Isabel I da Espanha, o tomate foi importado e acrescentado ao prato", contou. Já faz mais de um século, rememorou este italiano nascido em San Benedetto do Tronto, que os pastores que viviam e cuidavam do gado nas montanhas cozinhavam a massa por seu alto nível calórico. "É um prato muito calórico, pensado pelos pastores que estavam no alto das montanhas e que precisavam de energia para enfrentar a jornada", explicou. Por sua vez, o cozinheiro Carlo Cracco preferiu não responder às perguntas da Agência Efe e seus representantes se limitaram a garantir que tudo se deveu a um mal-entendido e que ele "só estava brincando".
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Com ou sem alho? Receita de massa amatriciana causa polêmica na ItáliaA Itália está há dias imersa na que é popularmente conhecida como a "guerra do alho", uma autêntica disputa gastronômica que gira em torno da presença ou não do alho na massa ao molho amatriciana. A polêmica surgiu depois que o reputado cozinheiro italiano Carlo Cracco, que tem duas estrelas no guia "Michelin", afirmou em um programa de televisão italiano que o segredo para cozinhar uma boa amatriciana é o alho. Cracco é um dos cozinheiros mais prestigiados do país pela qualidade de sua cozinha contemporânea, mas também por ter sido jurado em programas como "MasterChef" e "Hell's Kitchen". Sua imagem também tem prestígio no mundo todo, talvez porque tenha começado sua carreira em 1986 no Gualtiero Marchesi de Milão, o primeiro restaurante italiano que ganhou três estrelas "Michelin", ou porque estudou por três anos na França entre as fornalhas do mestre da gastronomia Alain Ducasse. Mas nos últimos dias saltou para as polêmicas porque provocou no país um autêntico debate culinário que pôs em pé de guerra os defensores mais ortodoxos da receita original, sem alho, deste prato de tradição milenar. É o caso de Sergio Pirozzi, o prefeito da cidade italiano de Amatrice, no centro do país, onde surgiu o prato. "A amatriciana não leva alho e nunca levou. Se este chef quer inovar na gastronomia respeitamos, mas que não chame de amatriciana, chame de outra coisa", criticou Pirozzi. Momentos depois que Cracco –conhecido por pratos como o risoto com anchovas, limão e cacau– fazer estas declarações, a prefeitura de Amatrice emitiu um comunicado mostrando seu desconcerto. Na nota remetida às autoridades, explicou que a autêntica amatriciana "só leva bochecha de porco, queijo pecorino, vinho branco, tomate San Marzano, pimenta-do-reino e malagueta". "É uma receita simples, mas muitas pessoas, restaurantes e cozinheiros, fazem deste prato variantes que pouco tem a ver com sua história e tradição", comentou a prefeitura. Pirozzi explicou que sua luta "não é um tema pessoal contra Cracco, pois faria o mesmo com qualquer um que afirmasse que a amatriciana leva alho". "Achamos que é nossa obrigação explicar à imprensa nacional e internacional como se faz a verdadeira receita da amatriciana. Queremos que a receita original chegue ao maior número de pessoas possível", clamou. O prefeito de Amatrice desde 2009 defende a história deste prato que "testemunhos históricos apontam que já fazia parte dos menus dos pastores há mil anos". Na época não se utilizava o tomate, lembrou, mas este ingrediente foi acrescentado posteriormente. "O tomate foi acrescentado depois, inicialmente o molho era branco. Mas com a descoberta das Américas por Cristóvão Colombo, graças à sensibilidade da rainha Isabel I da Espanha, o tomate foi importado e acrescentado ao prato", contou. Já faz mais de um século, rememorou este italiano nascido em San Benedetto do Tronto, que os pastores que viviam e cuidavam do gado nas montanhas cozinhavam a massa por seu alto nível calórico. "É um prato muito calórico, pensado pelos pastores que estavam no alto das montanhas e que precisavam de energia para enfrentar a jornada", explicou. Por sua vez, o cozinheiro Carlo Cracco preferiu não responder às perguntas da Agência Efe e seus representantes se limitaram a garantir que tudo se deveu a um mal-entendido e que ele "só estava brincando".
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Goiás prepara parceria inédita com setor privado para escolas públicas
A Secretaria de Educação de Goiás está finalizando dois modelos de terceirização para escolas públicas do Estado: um para entregar parte da gestão de unidades escolares a uma OS (organização social) e outro para terceirizar serviços escolares não pedagógicos por meio de PPP (parceria público-privada). Os modelos devem ser colocados em prática como projetos-pilotos já em 2016, segundo a secretária da Educação de Goiás, Raquel Teixeira, que revelou detalhes da ideia nesta quarta-feira (8) durante o seminário internacional "Caminho para a qualidade da educação pública: Gestão Escolar", promovido pelo Instituto Unibanco e correalizado pela Folha, em São Paulo. Leia mais aqui
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Goiás prepara parceria inédita com setor privado para escolas públicasA Secretaria de Educação de Goiás está finalizando dois modelos de terceirização para escolas públicas do Estado: um para entregar parte da gestão de unidades escolares a uma OS (organização social) e outro para terceirizar serviços escolares não pedagógicos por meio de PPP (parceria público-privada). Os modelos devem ser colocados em prática como projetos-pilotos já em 2016, segundo a secretária da Educação de Goiás, Raquel Teixeira, que revelou detalhes da ideia nesta quarta-feira (8) durante o seminário internacional "Caminho para a qualidade da educação pública: Gestão Escolar", promovido pelo Instituto Unibanco e correalizado pela Folha, em São Paulo. Leia mais aqui
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A vantagem de enfrentar a mudança climática
Será que a Conferência do Clima, em dezembro, em Paris, vai provocar uma virada decisiva nos esforços mundiais para limitar os riscos de uma mudança climática catastrófica? Hoje, isso é altamente improvável, mas não inconcebível. Certamente não será o suficiente por si só. Mas a combinação de oportunidades tecnológicas e novos caminhos para um acordo cria espaço para novas oportunidades. A conferência pode marcar o fim do começo, o ponto no qual esforços sérios para mudar nossa trajetória começam. No livro "Why Are We Waiting?" ("O que estamos esperando?", em tradução livre), Nicholas Stern, autor de "Review on the economics of climate change" (Relatório sobre a economia da mudança climática, em tradução livre), explica os desafios e as oportunidades com clareza e paixão. Ele faz três proposições. Em primeiro lugar, os objetivos principais da humanidade para o século 21 devem ser a eliminação da pobreza em massa e do risco de uma mudança climática catastrófica. Em segundo, esses objetivos são complementares. Em terceiro, os argumentos a favor de uma ação precoce são esmagadores, tanto porque os gases estufa ficam na atmosfera por séculos quanto porque os investimentos em energia, transporte e infraestrutura urbana vão manter a intensidade do carbono das nossas economias. Esses argumentos se baseiam na opinião de que os riscos climáticos são grandes e os custos de enfrentá-los, suportáveis. Não fazer nada implica que os riscos são negligenciáveis. Essa posição implica um grau de certeza absurdo. Sobre os custos, nunca saberemos se não tentarmos. Mas o que Stern chama de uma "revolução industrial de baixo carbono" está a nosso alcance. Se assim for, os custos econômicos de longo prazo de enfrentar o risco climático poderiam ser muito modestos: talvez tão pequenos quanto a perda de um ano de crescimento de consumo até 2050. No entanto, a trajetória de emissões necessária para proporcionar uma possibilidade de 50% de limitar o aumento da temperatura a 2ºC acima dos níveis pré-industriais também é radicalmente diferente do que era no passado. Até agora, as emissões globais de dióxido de carbono per capita cresceram, não caíram – apesar de todas as conferências globais - já que o rápido crescimento das economias emergentes, notadamente a China, atropelaram esforços débeis para reduzir as emissões em outros lugares. Com uma trajetória como a nossa, os declínios necessários das emissões não ocorrerão. A humanidade terá feito uma aposta irreversível na chance de que os céticos estejam, na verdade, com razão. Felizmente, novas oportunidades tecnológicas estão se abrindo. Há potencial para uma revolução na geração e no armazenamento de energia, na economia de energia, no transporte e na captura e armazenamento de carbono. Algumas pessoas pedem algo equivalente ao Programa Apollo, da década de 1960, mas para pesquisa e desenvolvimento em energia de baixo carbono. A oportunidade está também no investimento: escolher tecnologias intensivas em carbono para energia, transporte e infraestrutura urbana manteria um futuro perigoso. Mas, para atingir a meta, as emissões por unidade de produção precisam cair sete ou oito vezes até 2050. O desafio é assustador. Essa revolução não vai acontecer sem o apoio do Estado. Ajudaria eliminar os subsídios para os combustíveis fósseis, estimados pelo Fundo Monetário Internacional em US$ 5,3 trilhões para 2015 (6,5% da produção global), com a inclusão de efeitos colaterais, tais como a poluição do ar. Isso é de uma magnitude três vezes maior do que os gastos do governo em pesquisa e desenvolvimento em energia renovável. A decisão agora foi tomada para contornar os obstáculos à obtenção de um acordo global vinculativo que estabelece um preço de carbono. Isso faz sentido. Chegar a um acordo sobre a atribuição dos direitos de poluição comercializáveis para além da fronteira é impossível. Concordar com uma taxa de imposto comum é quase tão difícil quanto. Além disso, se é pedido aos países que assumam compromissos vinculativos, eles vão limitar suas promessas ao que sabem que podem cumprir. Em vez disso, estão sendo incentivados a "contribuições determinadas nacionalmente". Enquanto estas estão muito aquém do necessário, estão se movendo na direção certa, especialmente agora que a China e os EUA estão ativamente engajados. Também, os analistas estão otimistas de que, com o impulso certo dos governos, um ciclo virtuoso de inovação tecnológica, combinado com a redução da poluição local e outros benefícios, pode levar à rápida adoção de tecnologias de baixo carbono e formas de viver benéficas para as economias nacionais, sem ter em conta o impacto sobre o clima. Se assim for, a confiança nos planos nacionais faria ainda mais sentido. Os planos nacionais também são mais propensos a superar interesses próprios domésticos se desenvolvidos em paralelo. Mas a necessidade de uma disseminação transfronteiriça rápida de inovação e de assistência aos países mais pobres em fazer investimentos em novos sistemas energéticos e de transportes permanece. Os países mais ricos terão de contribuir. Para aqueles convencidos da dimensão e da natureza irreversível da aposta que a humanidade está fazendo em relação ao clima, as notícias são más e boas. A má é que a conferência de Paris não vai criar um caminho confiável longe do potencial desastre. Na melhor das hipóteses, vai abrandar o ritmo em que nos aproximamos de tal ponto. A boa notícia é que, a longo prazo, a abordagem relativamente pragmática agora adotada, combinada com a probabilidade de mudança tecnológica acelerada, torna mais provável um movimento para um caminho longe do desastre. Se isso vai, na prática, ser suficiente para controlar o superpetroleiro das emissões globais relacionadas à energia a tempo é incerto. Mas é possível. Também será preciso muito mais esforço e determinação na próxima década. Esse esforço deve, pelo menos, começar com o melhor acordo possível em Paris. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
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A vantagem de enfrentar a mudança climáticaSerá que a Conferência do Clima, em dezembro, em Paris, vai provocar uma virada decisiva nos esforços mundiais para limitar os riscos de uma mudança climática catastrófica? Hoje, isso é altamente improvável, mas não inconcebível. Certamente não será o suficiente por si só. Mas a combinação de oportunidades tecnológicas e novos caminhos para um acordo cria espaço para novas oportunidades. A conferência pode marcar o fim do começo, o ponto no qual esforços sérios para mudar nossa trajetória começam. No livro "Why Are We Waiting?" ("O que estamos esperando?", em tradução livre), Nicholas Stern, autor de "Review on the economics of climate change" (Relatório sobre a economia da mudança climática, em tradução livre), explica os desafios e as oportunidades com clareza e paixão. Ele faz três proposições. Em primeiro lugar, os objetivos principais da humanidade para o século 21 devem ser a eliminação da pobreza em massa e do risco de uma mudança climática catastrófica. Em segundo, esses objetivos são complementares. Em terceiro, os argumentos a favor de uma ação precoce são esmagadores, tanto porque os gases estufa ficam na atmosfera por séculos quanto porque os investimentos em energia, transporte e infraestrutura urbana vão manter a intensidade do carbono das nossas economias. Esses argumentos se baseiam na opinião de que os riscos climáticos são grandes e os custos de enfrentá-los, suportáveis. Não fazer nada implica que os riscos são negligenciáveis. Essa posição implica um grau de certeza absurdo. Sobre os custos, nunca saberemos se não tentarmos. Mas o que Stern chama de uma "revolução industrial de baixo carbono" está a nosso alcance. Se assim for, os custos econômicos de longo prazo de enfrentar o risco climático poderiam ser muito modestos: talvez tão pequenos quanto a perda de um ano de crescimento de consumo até 2050. No entanto, a trajetória de emissões necessária para proporcionar uma possibilidade de 50% de limitar o aumento da temperatura a 2ºC acima dos níveis pré-industriais também é radicalmente diferente do que era no passado. Até agora, as emissões globais de dióxido de carbono per capita cresceram, não caíram – apesar de todas as conferências globais - já que o rápido crescimento das economias emergentes, notadamente a China, atropelaram esforços débeis para reduzir as emissões em outros lugares. Com uma trajetória como a nossa, os declínios necessários das emissões não ocorrerão. A humanidade terá feito uma aposta irreversível na chance de que os céticos estejam, na verdade, com razão. Felizmente, novas oportunidades tecnológicas estão se abrindo. Há potencial para uma revolução na geração e no armazenamento de energia, na economia de energia, no transporte e na captura e armazenamento de carbono. Algumas pessoas pedem algo equivalente ao Programa Apollo, da década de 1960, mas para pesquisa e desenvolvimento em energia de baixo carbono. A oportunidade está também no investimento: escolher tecnologias intensivas em carbono para energia, transporte e infraestrutura urbana manteria um futuro perigoso. Mas, para atingir a meta, as emissões por unidade de produção precisam cair sete ou oito vezes até 2050. O desafio é assustador. Essa revolução não vai acontecer sem o apoio do Estado. Ajudaria eliminar os subsídios para os combustíveis fósseis, estimados pelo Fundo Monetário Internacional em US$ 5,3 trilhões para 2015 (6,5% da produção global), com a inclusão de efeitos colaterais, tais como a poluição do ar. Isso é de uma magnitude três vezes maior do que os gastos do governo em pesquisa e desenvolvimento em energia renovável. A decisão agora foi tomada para contornar os obstáculos à obtenção de um acordo global vinculativo que estabelece um preço de carbono. Isso faz sentido. Chegar a um acordo sobre a atribuição dos direitos de poluição comercializáveis para além da fronteira é impossível. Concordar com uma taxa de imposto comum é quase tão difícil quanto. Além disso, se é pedido aos países que assumam compromissos vinculativos, eles vão limitar suas promessas ao que sabem que podem cumprir. Em vez disso, estão sendo incentivados a "contribuições determinadas nacionalmente". Enquanto estas estão muito aquém do necessário, estão se movendo na direção certa, especialmente agora que a China e os EUA estão ativamente engajados. Também, os analistas estão otimistas de que, com o impulso certo dos governos, um ciclo virtuoso de inovação tecnológica, combinado com a redução da poluição local e outros benefícios, pode levar à rápida adoção de tecnologias de baixo carbono e formas de viver benéficas para as economias nacionais, sem ter em conta o impacto sobre o clima. Se assim for, a confiança nos planos nacionais faria ainda mais sentido. Os planos nacionais também são mais propensos a superar interesses próprios domésticos se desenvolvidos em paralelo. Mas a necessidade de uma disseminação transfronteiriça rápida de inovação e de assistência aos países mais pobres em fazer investimentos em novos sistemas energéticos e de transportes permanece. Os países mais ricos terão de contribuir. Para aqueles convencidos da dimensão e da natureza irreversível da aposta que a humanidade está fazendo em relação ao clima, as notícias são más e boas. A má é que a conferência de Paris não vai criar um caminho confiável longe do potencial desastre. Na melhor das hipóteses, vai abrandar o ritmo em que nos aproximamos de tal ponto. A boa notícia é que, a longo prazo, a abordagem relativamente pragmática agora adotada, combinada com a probabilidade de mudança tecnológica acelerada, torna mais provável um movimento para um caminho longe do desastre. Se isso vai, na prática, ser suficiente para controlar o superpetroleiro das emissões globais relacionadas à energia a tempo é incerto. Mas é possível. Também será preciso muito mais esforço e determinação na próxima década. Esse esforço deve, pelo menos, começar com o melhor acordo possível em Paris. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
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Após morte inesperada, Prince deve voltar ao topo da lista da Billboard
O cantor americano Prince voltará a ser o número um da lista de vendas Billboard, após sua inesperada morte na quinta-feira (21), aos 57 anos, anunciou a revista nesta sexta (22). A publicação relatou que a coletânea "The Very Best of Prince" está avançando meteoricamente para alcançar a liderança do ranking. A lista será divulgada no domingo (24). Será a quinta vez que o artista consegue liderar o ranking. Considerado um dos melhores álbuns de todos os tempos, o disco "Purple Rain" esteve no topo por 24 semanas seguidas. Lançado em 2001, "The Very Best of Prince" inclui alguns de seus hits, como "Let's Go Crazy", "Little Red Corvette", "Raspberry Beret" e "Kiss". A lista da Billboard rastreia as vendas físicas, digitais e em streaming, embora Prince tivesse uma relação complicada com a Internet e divulgasse sua música apenas no Tidal, o serviço criado pelo rapper Jay-Z. Prince foi encontrado morto em um elevador de sua propriedade, nos arredores de Minneapolis, na quinta-feira de manhã. A autópsia do astro pop, nesta sexta, não revelou as causas da morte.
ilustrada
Após morte inesperada, Prince deve voltar ao topo da lista da BillboardO cantor americano Prince voltará a ser o número um da lista de vendas Billboard, após sua inesperada morte na quinta-feira (21), aos 57 anos, anunciou a revista nesta sexta (22). A publicação relatou que a coletânea "The Very Best of Prince" está avançando meteoricamente para alcançar a liderança do ranking. A lista será divulgada no domingo (24). Será a quinta vez que o artista consegue liderar o ranking. Considerado um dos melhores álbuns de todos os tempos, o disco "Purple Rain" esteve no topo por 24 semanas seguidas. Lançado em 2001, "The Very Best of Prince" inclui alguns de seus hits, como "Let's Go Crazy", "Little Red Corvette", "Raspberry Beret" e "Kiss". A lista da Billboard rastreia as vendas físicas, digitais e em streaming, embora Prince tivesse uma relação complicada com a Internet e divulgasse sua música apenas no Tidal, o serviço criado pelo rapper Jay-Z. Prince foi encontrado morto em um elevador de sua propriedade, nos arredores de Minneapolis, na quinta-feira de manhã. A autópsia do astro pop, nesta sexta, não revelou as causas da morte.
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Cães inspiram corrente artística e obras são expostas na Oscar Freire
GABRIELA VALDANHA DE SÃO PAULO De vestido rosa, Aisha anda como se soubesse que é a dona da festa. Posa para as fotos —que não param—, belisca um docinho de vez em quando e rasga os presentes assim que os recebe: não diz obrigada, mas abana o rabo efusiva. Seu aniversário inaugurou o lounge de eventos de um espaço pet, aberto em fevereiro na Oscar Freire. Lá, tudo gira em torno dos bichos. Se não são as cervejas e os sorvetes da Padaria Pet, são as camisetas e almofadas com estampas de dálmatas e chihuahuas à venda. Os cães inspiraram inclusive uma corrente artística, a "arte pet". Entrando no local, chamam a atenção os quadros nos quais eles próprios são modelos (um gato ou outro também aparece). Esta é a primeira Galeria Pet da América Latina, segundo o curador do local, Fabio Polesi. Com mais 11 artistas ele forma a Pet Art Crew, que, além de expor na Oscar Freire, participa de outros eventos. A história dos animais na arte, como sabe-se, remonta aos primórdios do homem —e o acompanha desde então (veja na linha do tempo abaixo). "Por ser doméstico, o cão foi desde cedo incorporado nas cenas", explica Denis Bruza Molino, historiador de arte. CÃES À OBRA Polesi entrou na onda pet por acaso, um convite levou ao outro. Em julho de 2015, começou a investir em tempo integral no que hoje é a sua marca: os cofres de buldogue francês (que custam a partir de R$ 180). "De lá para cá, cresci 400%. De 50 cachorros por mês, passei a pintar 250", conta. Um deles, inclusive, foi um presente para a "mãe" da Aisha, a professora de educação física Giani Cardoso. A obra foi rifada e pagou o tratamento de câncer da cadela, que completou sete anos neste mês. Antes de marcar território por aqui, os buldogues de Fabio foram parar em Nova York. Desde outubro de 2015 ele é membro da Ward-Nasse Gallery, onde serão expostas, em novembro, obras dos membros da Pet Art Crew. Bichos domesticados não faltam, nem lá, nem aqui. No mundo, os animais de estimação totalizam mais de 1,56 bilhão. Os EUA são o primeiro na lista de cães e gatos (148 milhões) e o Brasil aparece em segundo, com 62,2 milhões. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, 28,9 milhões de domicílios no Brasil eram também o lar de um cachorro —em São Paulo, somavam 6,3 milhões. Nilo De Medinaceli foi um dos primeiros a ouvir esses latidos. Em 2013, o retratista (que também faz paisagens e figuras humanas) começou a pintar em competições esportivas de cães em um hotel fazenda em Itu. Mas, quando colocou no ar sua página no Facebook, atingiu outro tipo de público. "Vi boas oportunidades no mercado e fui me especializando". Os pintores Sargent, Sorolla e Zorn estão entre suas referências. Nilo também frequenta eventos caninos. Foi em um desses encontros, da raça Coton de Tulear, em dezembro passado, que a compradora Patrícia Hristov o conheceu. Quinze dias depois de mandar a foto da Mafalda para ele, lá estava ela, pomposa, óleo sobre tela, num quadro 30 cm x 30 cm (que saiu por R$ 470). "Queria ter uma lembrança dela para sempre e o quadro é diferente da foto porque tem um trabalho por trás, é especial." Na mesma época, em 2013, João Ricardo Vieira dos Santos, o Jaum, começou a grafitar sua dogue alemã em muros abandonados de Mogi das Cruzes. Era uma homenagem ao animal, que havia morrido. Com o tempo, os muros passaram a ser os de São Paulo e Dalila transformou-se na Lalala Dog. "O termo [arte pet] é novo, mas nada mais é do que a retratação do bicho de estimação de forma artística. A galera vê isso como oportunidade de negócio". Ele mesmo aumentou seu leque de opções. Agora vende desde ilustrações em A4 (R$ 150) até quadros de 1 m x 1 m (R$ 3.000).
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Cães inspiram corrente artística e obras são expostas na Oscar FreireGABRIELA VALDANHA DE SÃO PAULO De vestido rosa, Aisha anda como se soubesse que é a dona da festa. Posa para as fotos —que não param—, belisca um docinho de vez em quando e rasga os presentes assim que os recebe: não diz obrigada, mas abana o rabo efusiva. Seu aniversário inaugurou o lounge de eventos de um espaço pet, aberto em fevereiro na Oscar Freire. Lá, tudo gira em torno dos bichos. Se não são as cervejas e os sorvetes da Padaria Pet, são as camisetas e almofadas com estampas de dálmatas e chihuahuas à venda. Os cães inspiraram inclusive uma corrente artística, a "arte pet". Entrando no local, chamam a atenção os quadros nos quais eles próprios são modelos (um gato ou outro também aparece). Esta é a primeira Galeria Pet da América Latina, segundo o curador do local, Fabio Polesi. Com mais 11 artistas ele forma a Pet Art Crew, que, além de expor na Oscar Freire, participa de outros eventos. A história dos animais na arte, como sabe-se, remonta aos primórdios do homem —e o acompanha desde então (veja na linha do tempo abaixo). "Por ser doméstico, o cão foi desde cedo incorporado nas cenas", explica Denis Bruza Molino, historiador de arte. CÃES À OBRA Polesi entrou na onda pet por acaso, um convite levou ao outro. Em julho de 2015, começou a investir em tempo integral no que hoje é a sua marca: os cofres de buldogue francês (que custam a partir de R$ 180). "De lá para cá, cresci 400%. De 50 cachorros por mês, passei a pintar 250", conta. Um deles, inclusive, foi um presente para a "mãe" da Aisha, a professora de educação física Giani Cardoso. A obra foi rifada e pagou o tratamento de câncer da cadela, que completou sete anos neste mês. Antes de marcar território por aqui, os buldogues de Fabio foram parar em Nova York. Desde outubro de 2015 ele é membro da Ward-Nasse Gallery, onde serão expostas, em novembro, obras dos membros da Pet Art Crew. Bichos domesticados não faltam, nem lá, nem aqui. No mundo, os animais de estimação totalizam mais de 1,56 bilhão. Os EUA são o primeiro na lista de cães e gatos (148 milhões) e o Brasil aparece em segundo, com 62,2 milhões. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, 28,9 milhões de domicílios no Brasil eram também o lar de um cachorro —em São Paulo, somavam 6,3 milhões. Nilo De Medinaceli foi um dos primeiros a ouvir esses latidos. Em 2013, o retratista (que também faz paisagens e figuras humanas) começou a pintar em competições esportivas de cães em um hotel fazenda em Itu. Mas, quando colocou no ar sua página no Facebook, atingiu outro tipo de público. "Vi boas oportunidades no mercado e fui me especializando". Os pintores Sargent, Sorolla e Zorn estão entre suas referências. Nilo também frequenta eventos caninos. Foi em um desses encontros, da raça Coton de Tulear, em dezembro passado, que a compradora Patrícia Hristov o conheceu. Quinze dias depois de mandar a foto da Mafalda para ele, lá estava ela, pomposa, óleo sobre tela, num quadro 30 cm x 30 cm (que saiu por R$ 470). "Queria ter uma lembrança dela para sempre e o quadro é diferente da foto porque tem um trabalho por trás, é especial." Na mesma época, em 2013, João Ricardo Vieira dos Santos, o Jaum, começou a grafitar sua dogue alemã em muros abandonados de Mogi das Cruzes. Era uma homenagem ao animal, que havia morrido. Com o tempo, os muros passaram a ser os de São Paulo e Dalila transformou-se na Lalala Dog. "O termo [arte pet] é novo, mas nada mais é do que a retratação do bicho de estimação de forma artística. A galera vê isso como oportunidade de negócio". Ele mesmo aumentou seu leque de opções. Agora vende desde ilustrações em A4 (R$ 150) até quadros de 1 m x 1 m (R$ 3.000).
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Rússia e Fifa reduzem capacidade do estádio da final da Copa de 2018
O governo russo anunciou neste sábado (18) que a Fifa deu sinal verde para a redução da capacidade do estádio Luzhniki, em Moscou, que será sede da final da Copa do Mundo de 2018. "A disposição legal modifica a capacidade do estádio olímpico Luzhniki de 89 mil para 81 mil assentos", diz o decreto assinado pelo primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev. A resolução governamental destaca que as mudanças não são unilaterais, mas foram pactuados entre o Ministério de Esportes da Rússia e a Fifa. Embora não conste no documento, as mudanças certamente buscam reduzir custos, já que o ministro de Esportes, Vitali Mutko, reconheceu na sexta-feira (17) que a desvalorização do rublo aumentou entre 30% e 40% os custos de construção dos 12 estádios do próximo do Mundial. Mutko lembrou que os contratos foram assinados originalmente em dólares e que agora comprar esses dólares sai mais caro, já que há um ano a cotação era de 30 rublos frente à moeda americana e agora é de mais de 50 rublos. Em uma tentativa de cortar despesas, as autoridades optaram por pedir às empresas construtoras que utilizem tecnologia e materiais russos, em vez de importá-los do exterior. No começo do ano, o ministro anunciou que a Rússia cortaria em 10% as despesas dos preparativos para a competição, apesar de ter ressaltado que isso não afetaria as infraestruturas esportivas e de transporte.
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Rússia e Fifa reduzem capacidade do estádio da final da Copa de 2018O governo russo anunciou neste sábado (18) que a Fifa deu sinal verde para a redução da capacidade do estádio Luzhniki, em Moscou, que será sede da final da Copa do Mundo de 2018. "A disposição legal modifica a capacidade do estádio olímpico Luzhniki de 89 mil para 81 mil assentos", diz o decreto assinado pelo primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev. A resolução governamental destaca que as mudanças não são unilaterais, mas foram pactuados entre o Ministério de Esportes da Rússia e a Fifa. Embora não conste no documento, as mudanças certamente buscam reduzir custos, já que o ministro de Esportes, Vitali Mutko, reconheceu na sexta-feira (17) que a desvalorização do rublo aumentou entre 30% e 40% os custos de construção dos 12 estádios do próximo do Mundial. Mutko lembrou que os contratos foram assinados originalmente em dólares e que agora comprar esses dólares sai mais caro, já que há um ano a cotação era de 30 rublos frente à moeda americana e agora é de mais de 50 rublos. Em uma tentativa de cortar despesas, as autoridades optaram por pedir às empresas construtoras que utilizem tecnologia e materiais russos, em vez de importá-los do exterior. No começo do ano, o ministro anunciou que a Rússia cortaria em 10% as despesas dos preparativos para a competição, apesar de ter ressaltado que isso não afetaria as infraestruturas esportivas e de transporte.
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Taxa de aprovação de François Hollande sobe, mas permanece baixa
A taxa de aprovação do presidente da França, François Hollande, subiu um pouco, mas a imensa maioria dos franceses permanecem insatisfeitos com o seu governo, o que lança dúvidas sobre suas chances de obter a reeleição, mostrou uma pesquisa de opinião divulgada neste sábado (18). A sondagem do instituto Opinionway, publicada no jornal "Le Figaro", mostrou que 20% dos eleitores aprovam Hollande, cinco pontos percentuais a mais do que na última pesquisa, realizada em outubro de 2014. No entanto, três anos após assumir o mandado, sua rejeição está em 79%. A taxa de aprovação de Hollande chegou ao seu patamar mais baixo em setembro do ano passado, batendo em 13%. Sua aprovação ganhou um pouco de força após os ataques de militantes islâmicos em Paris, em janeiro, mas ele ainda tem um longo caminho pela frente para tentar a reeleição em 2017. A pesquisa do Opinionway mostrou que, se a votação fosse hoje, ele nem sequer passaria para o segundo turno. Hollande ainda não disse se vai buscar a reeleição. O presidente teve a sua pior avaliação na economia, setor no qual apenas 14% aprovam a sua atuação. A taxa de desemprego na França está acima dos 10%, um incômodo constante para o seu governo de esquerda.
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Taxa de aprovação de François Hollande sobe, mas permanece baixaA taxa de aprovação do presidente da França, François Hollande, subiu um pouco, mas a imensa maioria dos franceses permanecem insatisfeitos com o seu governo, o que lança dúvidas sobre suas chances de obter a reeleição, mostrou uma pesquisa de opinião divulgada neste sábado (18). A sondagem do instituto Opinionway, publicada no jornal "Le Figaro", mostrou que 20% dos eleitores aprovam Hollande, cinco pontos percentuais a mais do que na última pesquisa, realizada em outubro de 2014. No entanto, três anos após assumir o mandado, sua rejeição está em 79%. A taxa de aprovação de Hollande chegou ao seu patamar mais baixo em setembro do ano passado, batendo em 13%. Sua aprovação ganhou um pouco de força após os ataques de militantes islâmicos em Paris, em janeiro, mas ele ainda tem um longo caminho pela frente para tentar a reeleição em 2017. A pesquisa do Opinionway mostrou que, se a votação fosse hoje, ele nem sequer passaria para o segundo turno. Hollande ainda não disse se vai buscar a reeleição. O presidente teve a sua pior avaliação na economia, setor no qual apenas 14% aprovam a sua atuação. A taxa de desemprego na França está acima dos 10%, um incômodo constante para o seu governo de esquerda.
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Contra acordo, partidários do 'não' comemoram nas ruas da Grécia
Uma erupção de orgulho nacional tomou conta da praça Syntagma, no coração de Atenas, assim que a apuração dos votos começou a indicar a vitória do "não" no plebiscito deste domingo (5), sobre acordo com credores internacionais. Enrolados na bandeira da Grécia, milhares de partidários do "não" tomaram a icônica praça onde os protestos contra as medidas de austeridade impostas pela União Europeia se realizam desde o início da crise, há cinco anos. "Estou incrivelmente orgulhoso do que aconteceu aqui: estamos dando à Europa uma lição de democracia. A crise afetou nosso bolso, mas não nossa alma", disse o cantor Michaelis Nemaris, 60. "O povo grego está celebrando uma vitória contra o terrorismo, contra as ameaças que sofremos nos últimos dias. Queremos uma Europa mais democrática", afirmou Francos Panayotis, 54, comerciante. Entenda a crise grega Vendedores ambulantes de bandeiras da Grécia brotaram na praça logo que os resultados foram tornados públicos.O ambiente é festivo e ruidoso, como é do agrado dos gregos, com música e apitaço. A euforia não apaga as preocupações com o futuro, mas traduz o estado de espírito da maioria da população grega, cansada dos sacrifícios impostos pela politica de austeridade e cortes.Mesmo diante da incerteza, muitos decidiram arriscar. "Não existe mudança sem risco", disse a enfermeira Izabela Galatou, 32, que ganha hoje 700 euros por mês, 200 euros menos que seu salário anterior ao início da crise. "Sinto que estou andando para trás, ganhando menos que no início da carreira", disse. Os pais de Izabela, um professor e uma enfermeira, perderam mais de 6 mil euros de renda anual com os cortes orçamentários adotados pelos governos gregos pós-crise. O desemprego na Grécia atinge cerca de 25% da força de trabalho. Dimitra Mitrakos, 31, desempregada há três anos, votou "não" e diz não ter medo de que a economia do país possa entrar em uma depressão ainda mais grave. "Estava torcendo por esse resultado e estou orgulhosa. Não acredito nas ameaças. Políticos mentem muito", disse Mitrakos.
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Contra acordo, partidários do 'não' comemoram nas ruas da GréciaUma erupção de orgulho nacional tomou conta da praça Syntagma, no coração de Atenas, assim que a apuração dos votos começou a indicar a vitória do "não" no plebiscito deste domingo (5), sobre acordo com credores internacionais. Enrolados na bandeira da Grécia, milhares de partidários do "não" tomaram a icônica praça onde os protestos contra as medidas de austeridade impostas pela União Europeia se realizam desde o início da crise, há cinco anos. "Estou incrivelmente orgulhoso do que aconteceu aqui: estamos dando à Europa uma lição de democracia. A crise afetou nosso bolso, mas não nossa alma", disse o cantor Michaelis Nemaris, 60. "O povo grego está celebrando uma vitória contra o terrorismo, contra as ameaças que sofremos nos últimos dias. Queremos uma Europa mais democrática", afirmou Francos Panayotis, 54, comerciante. Entenda a crise grega Vendedores ambulantes de bandeiras da Grécia brotaram na praça logo que os resultados foram tornados públicos.O ambiente é festivo e ruidoso, como é do agrado dos gregos, com música e apitaço. A euforia não apaga as preocupações com o futuro, mas traduz o estado de espírito da maioria da população grega, cansada dos sacrifícios impostos pela politica de austeridade e cortes.Mesmo diante da incerteza, muitos decidiram arriscar. "Não existe mudança sem risco", disse a enfermeira Izabela Galatou, 32, que ganha hoje 700 euros por mês, 200 euros menos que seu salário anterior ao início da crise. "Sinto que estou andando para trás, ganhando menos que no início da carreira", disse. Os pais de Izabela, um professor e uma enfermeira, perderam mais de 6 mil euros de renda anual com os cortes orçamentários adotados pelos governos gregos pós-crise. O desemprego na Grécia atinge cerca de 25% da força de trabalho. Dimitra Mitrakos, 31, desempregada há três anos, votou "não" e diz não ter medo de que a economia do país possa entrar em uma depressão ainda mais grave. "Estava torcendo por esse resultado e estou orgulhosa. Não acredito nas ameaças. Políticos mentem muito", disse Mitrakos.
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Número de softwares maliciosos disparou em 2014, diz empresa
O número de "ransomwares", programas maliciosos que assumem o controle de computadores, tablets e smartphones e retiram dinheiro do usuário, aumentou 113% no mundo em 2014, segundo o relatório anual da empresa de segurança Symantec. A variante deste programa lucrativo, o "cryptolocker", que retém os dados pessoais, provocou 45 vezes mais vítimas que em 2013. "A cibercriminalidade voltou a crescer em 2014, com 317 milhões de programas maliciosos novos a nível mundial, ou seja, quase um milhão por dia", afirmou à AFP Laurent Heslault, especialista em segurança cibernética da Symantec e Norton. O número de dias que os técnicos precisam para detectar e corrigir as falhas que permitem os ataques também disparou: 59 dias de média contra apenas quatro em 2013, o que dá mais tempo aos hackers para aproveitar as falhas. O relatório da Symantec aponta uma mudança de tática dos criminosos cibernéticos, que entram nas redes das grandes empresas e conseguem passar despercebidos. "Muitos (hackers) são capazes de fazer com que as empresas provoquem a autoinfecção por meio de cavalos de Troia quando atualizam os programas. Esperam pacientemente que seus alvos façam os downloads das atualizações infectadas, obtendo assim um acesso livre à rede da empresa", afirmou Heslault. "Não precisam forçar a porta da rede se a chave está ao alcance da mão", completou. De acordo com o relatório, Estados Unidos, China e Índia são os países nos quais a cibercriminalidade é mais ativa.
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Número de softwares maliciosos disparou em 2014, diz empresaO número de "ransomwares", programas maliciosos que assumem o controle de computadores, tablets e smartphones e retiram dinheiro do usuário, aumentou 113% no mundo em 2014, segundo o relatório anual da empresa de segurança Symantec. A variante deste programa lucrativo, o "cryptolocker", que retém os dados pessoais, provocou 45 vezes mais vítimas que em 2013. "A cibercriminalidade voltou a crescer em 2014, com 317 milhões de programas maliciosos novos a nível mundial, ou seja, quase um milhão por dia", afirmou à AFP Laurent Heslault, especialista em segurança cibernética da Symantec e Norton. O número de dias que os técnicos precisam para detectar e corrigir as falhas que permitem os ataques também disparou: 59 dias de média contra apenas quatro em 2013, o que dá mais tempo aos hackers para aproveitar as falhas. O relatório da Symantec aponta uma mudança de tática dos criminosos cibernéticos, que entram nas redes das grandes empresas e conseguem passar despercebidos. "Muitos (hackers) são capazes de fazer com que as empresas provoquem a autoinfecção por meio de cavalos de Troia quando atualizam os programas. Esperam pacientemente que seus alvos façam os downloads das atualizações infectadas, obtendo assim um acesso livre à rede da empresa", afirmou Heslault. "Não precisam forçar a porta da rede se a chave está ao alcance da mão", completou. De acordo com o relatório, Estados Unidos, China e Índia são os países nos quais a cibercriminalidade é mais ativa.
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Festival estimula refeições partilhadas em cinco restaurantes
DANIELLE NAGASE DE SÃO PAULO Até 30/8, cinco restaurantes paulistanos —AK Vila, Modi, Obá, Saj e Taberna da Esquina— participam do festival Ao Centro da Mesa. Para estimular a partilha de refeições, com pratos coletivos ao invés das porções individuais, cada restaurante sugere um cardápio com cerca de oito opções. A ideia é encher a mesa de travessas, comer de tudo um pouco e "brigar de colher pelo último pedaço". AK VILA O cardápio da chef Andrea Kaufmann inclui coalhada seca com zaatar (R$ 16), pastrami de língua (R$ 17) e croquete de pato com geleia de pimenta (R$ 31). Informe-se sobre o local MODI Os antepastos de Diogo Silveira têm matriz italiana. Dá para pedir lula e robalo empanados com molho de limão-siciliano e o cotecchino (embutido) com grão-de-bico (R$ 11). Informe-se sobre o local OBÁ A mesa de Hugo Delgado é multicultural: oferece pastel de camarão (R$ 24), guacamole (R$ 20) e costela de porco com pimenta, amendoim e banana-da-terra (R$ 34). Informe-se sobre o local SAJ Trio de pastas e quibe cru dão o tom da refeição árabe, que pode ser reforçada com o lombo de cordeiro (R$ 65,90) e os charutinhos de folha de uva. Informe-se sobre o local TABERNA DA ESQUINA Na casa de Vitor Sobral, as porções têm sotaque português, como a orelha de porco ao coentro (R$ 16; foto) e a sardinha com pão de trigo grelhado e salsa. Informe-se sobre o local
saopaulo
Festival estimula refeições partilhadas em cinco restaurantesDANIELLE NAGASE DE SÃO PAULO Até 30/8, cinco restaurantes paulistanos —AK Vila, Modi, Obá, Saj e Taberna da Esquina— participam do festival Ao Centro da Mesa. Para estimular a partilha de refeições, com pratos coletivos ao invés das porções individuais, cada restaurante sugere um cardápio com cerca de oito opções. A ideia é encher a mesa de travessas, comer de tudo um pouco e "brigar de colher pelo último pedaço". AK VILA O cardápio da chef Andrea Kaufmann inclui coalhada seca com zaatar (R$ 16), pastrami de língua (R$ 17) e croquete de pato com geleia de pimenta (R$ 31). Informe-se sobre o local MODI Os antepastos de Diogo Silveira têm matriz italiana. Dá para pedir lula e robalo empanados com molho de limão-siciliano e o cotecchino (embutido) com grão-de-bico (R$ 11). Informe-se sobre o local OBÁ A mesa de Hugo Delgado é multicultural: oferece pastel de camarão (R$ 24), guacamole (R$ 20) e costela de porco com pimenta, amendoim e banana-da-terra (R$ 34). Informe-se sobre o local SAJ Trio de pastas e quibe cru dão o tom da refeição árabe, que pode ser reforçada com o lombo de cordeiro (R$ 65,90) e os charutinhos de folha de uva. Informe-se sobre o local TABERNA DA ESQUINA Na casa de Vitor Sobral, as porções têm sotaque português, como a orelha de porco ao coentro (R$ 16; foto) e a sardinha com pão de trigo grelhado e salsa. Informe-se sobre o local
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Novo scooter da Honda se sai bem na cidade, mas falta espaço no bagageiro
GUILHERME SILVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A sigla SH significa "Smart Honda" e batiza a linha de scooters da marca japonesa. A palavra em inglês pode ser traduzida como "inteligente" ou "esperta". Ambos os adjetivos combinam com a proposta dessa categoria de motos para uso urbano. A versão menor da família, chamada SH 150i, começou a ser vendida no Brasil neste ano e foi avaliada pela Folha. O desenho adota uma solução tradicional dos scooters: o assoalho plano, que facilita o subir e descer da moto. A carenagem frontal protege bem dos esguichos em dia de chuva leve. POTÊNCIA A mecânica é similar à usada pelo scooter PCX, mas com injeção eletrônica e escapamento diferentes. Isso rende potência maior ao SH 150i (14,7 cv contra 13,1 cv). "Para garantir agilidade no uso urbano, o motor tem dois picos de potência. O primeiro aparece logo após arrancar, estabiliza e depois torna a crescer de forma mais rápida", explica Alfredo Guedes, engenheiro da Honda. No entanto, o painel não oferece conta-giros para checar a rotação do motor. O mostrador analógico informa a velocidade, e há também uma tela digital que exibe hora e dados de consumo. Acabamento e design agradam, bem como as posições de assento e guidão. Para fazer valer o preço sugerido de R$ 12.450, o scooter SH traz alguns itens raros na categoria. Exemplos são a partida feita por meio de botão, os freios a disco com ABS e o sistema de iluminação com LEDs. A Honda colocou um porta-objetos com tampa junto à carenagem frontal. Lá dentro há uma tomada 12V para recarregar telefones celulares. Um gancho com trava localizado à frente do piloto ajuda a fixar sacolas. O espaço sob o assento acomoda apenas 25 litros –só dá para guardar um capacete menos volumoso e alguns poucos objetos pessoais. Quem precisar de mais espaço terá de instalar um baú na parte traseira. Equipado com câmbio automático do tipo CVT, o Honda SH 150i se sai bem na cidade, com acelerações e retomadas satisfatórias. O porte esguio permite passar bem por entre os carros nos corredores de trânsito. Porém, as mudanças rápidas de trajetória são mais lentas, devido ao tipo de construção do scooter. Não se pode fazer bem o pêndulo (inclinação da moto ao contornar curvas) como nos modelos que não tem o assoalho para apoio dos pés. LIGA E DESLIGA O consumo de combustível pode beirar a média de 40 km/l. Para que isso ocorra, o piloto precisa utilizar o sistema "Idling Stop" (parada de marcha lenta), que desliga o motor quando se está a mais de três segundos sem acelerar o scooter. Isso ocorre, por exemplo, ao parar em um sinal vermelho, e ajuda a reduzir as emissões de poluentes. Com três anos de garantia, o SH 150i é produzido na fábrica da Honda em Manaus. Há três cores disponíveis: duas opções de azul (perolizados) e prata fosco. O principal concorrente do scooter da Honda é o modelo Yamaha NMax 160, que custa R$ 11.690 e usa rodas de 13 polegadas. O "primo" Honda PCX 150 custa R$ 10,8 mil e está no mesmo segmento, que é complementado pelo Dafra Cityclass 200i (R$ 11 mil).
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Novo scooter da Honda se sai bem na cidade, mas falta espaço no bagageiro GUILHERME SILVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A sigla SH significa "Smart Honda" e batiza a linha de scooters da marca japonesa. A palavra em inglês pode ser traduzida como "inteligente" ou "esperta". Ambos os adjetivos combinam com a proposta dessa categoria de motos para uso urbano. A versão menor da família, chamada SH 150i, começou a ser vendida no Brasil neste ano e foi avaliada pela Folha. O desenho adota uma solução tradicional dos scooters: o assoalho plano, que facilita o subir e descer da moto. A carenagem frontal protege bem dos esguichos em dia de chuva leve. POTÊNCIA A mecânica é similar à usada pelo scooter PCX, mas com injeção eletrônica e escapamento diferentes. Isso rende potência maior ao SH 150i (14,7 cv contra 13,1 cv). "Para garantir agilidade no uso urbano, o motor tem dois picos de potência. O primeiro aparece logo após arrancar, estabiliza e depois torna a crescer de forma mais rápida", explica Alfredo Guedes, engenheiro da Honda. No entanto, o painel não oferece conta-giros para checar a rotação do motor. O mostrador analógico informa a velocidade, e há também uma tela digital que exibe hora e dados de consumo. Acabamento e design agradam, bem como as posições de assento e guidão. Para fazer valer o preço sugerido de R$ 12.450, o scooter SH traz alguns itens raros na categoria. Exemplos são a partida feita por meio de botão, os freios a disco com ABS e o sistema de iluminação com LEDs. A Honda colocou um porta-objetos com tampa junto à carenagem frontal. Lá dentro há uma tomada 12V para recarregar telefones celulares. Um gancho com trava localizado à frente do piloto ajuda a fixar sacolas. O espaço sob o assento acomoda apenas 25 litros –só dá para guardar um capacete menos volumoso e alguns poucos objetos pessoais. Quem precisar de mais espaço terá de instalar um baú na parte traseira. Equipado com câmbio automático do tipo CVT, o Honda SH 150i se sai bem na cidade, com acelerações e retomadas satisfatórias. O porte esguio permite passar bem por entre os carros nos corredores de trânsito. Porém, as mudanças rápidas de trajetória são mais lentas, devido ao tipo de construção do scooter. Não se pode fazer bem o pêndulo (inclinação da moto ao contornar curvas) como nos modelos que não tem o assoalho para apoio dos pés. LIGA E DESLIGA O consumo de combustível pode beirar a média de 40 km/l. Para que isso ocorra, o piloto precisa utilizar o sistema "Idling Stop" (parada de marcha lenta), que desliga o motor quando se está a mais de três segundos sem acelerar o scooter. Isso ocorre, por exemplo, ao parar em um sinal vermelho, e ajuda a reduzir as emissões de poluentes. Com três anos de garantia, o SH 150i é produzido na fábrica da Honda em Manaus. Há três cores disponíveis: duas opções de azul (perolizados) e prata fosco. O principal concorrente do scooter da Honda é o modelo Yamaha NMax 160, que custa R$ 11.690 e usa rodas de 13 polegadas. O "primo" Honda PCX 150 custa R$ 10,8 mil e está no mesmo segmento, que é complementado pelo Dafra Cityclass 200i (R$ 11 mil).
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Ligação de estação de trem a aeroporto de Guarulhos será improvisada
Após sucessivos atrasos, a ligação sobre trilhos entre a cidade de São Paulo e o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, deve ser inaugurada no primeiro semestre de 2018. Mas os passageiros otimistas com o novo prazo já devem se preparar para lidar com improvisos no trajeto do desembarque do trem à entrada dos terminais de voo. A chegada pela nova linha da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) será numa estação perto do terminal 1 (com voos da Azul e da Passaredo), mas longe dos principais embarques –a cerca de 2 km do terminal 2 e a 3 km do terminal 3. Pelo acordo firmado com a gestão Geraldo Alckmin (PSDB), a concessionária do aeroporto prometia um monotrilho para fazer essa transferência. Mas a obra, orçada em US$ 40 milhões, nem sequer começou –e não deverá ficar pronta a tempo. Segundo a Folha apurou, a GRU Airport, responsável pelo aeroporto desde 2012, admitiu a membros do governo que levará pelo menos 18 meses a mais que a abertura da estação para concluir o monotrilho e transportar, gratuitamente, passageiros aos seus destinos finais em Cumbica. Uma alternativa provisória mencionada por técnicos da companhia seria a extensão do ônibus entre terminais até a estação da CPTM. Pesa contra essa ideia, contudo, o descompasso entre a quantidade de pessoas transportadas por um trem (até 2.600) e por um ônibus (até 80), além do atual intervalo de até 15 minutos entre as viagens entre terminais. Um monotrilho tem capacidade para transportar mais de 400 pessoas por deslocamento. Em nota, a GRU Airport afirmou que "está avaliando as alternativas técnicas" e que o "cronograma do projeto" –não especificamente do monotrilho, mas de alguma opção de transferência– "está em linha com o prazo de entrega das obras" da CPTM. O projeto original do Estado previa a construção da estação em distância que os passageiros pudessem caminhar até as áreas de check-in. Ele acabou revisto após a decisão da concessionária de construir um shopping no local escolhido e seu compromisso de, em troca, transportar os usuários aos terminais. LIGAÇÃO COM O CENTRO A viagem de trem do centro de SP até Cumbica deve levar aproximadamente meia hora. O intervalo de partida entre os trens será de oito minutos. A tarifa será igual à do resto do sistema metroferroviário –atualmente em R$ 3,80. Um ônibus executivo para esse trajeto custa R$ 45,50. Atualmente, a única opção para quem deseja ir até Cumbica usando transporte público coletivo é um ônibus da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) que sai da estação Tatuapé, com preço de R$ 5,55. EM CONSTRUÇÃO - Linha 13-jade só vai chegar até o terminal 1 do aeroporto de Guarulhos Com a futura obra, a integração entre metrô e trem será feita na estação Brás, onde o passageiro deverá pegar a linha 12-safira até a estação Engenheiro Goulart, ponto inicial da nova linha, na zona leste de São Paulo. De lá, seguirá por 12 km pela linha 13-jade até Cumbica. Para chegar ao destino final, a obra precisa superar desafios de engenharia, como a Folha verificou na primeira visita monitorada à linha 13-jade. Haverá pontes sobre o rio Tietê, sobre o rio Baquirivu, já em Guarulhos, e sobre as rodovias Ayrton Senna, Dutra e Hélio Smidt –que dá acesso ao aeroporto. O investimento do Estado nas obras é de R$ 1,8 bilhão. As estimativas iniciais previam 130 mil pessoas transportadas por dia na nova linha –mas técnicos avaliam que a demanda hoje tende a ser maior, entre passageiros e funcionários do aeroporto. PROMESSA ANTIGA Em nota, a GRU Airport informa que "está avaliando as alternativas técnicas" e que o "cronograma do projeto" –não especificamente do monotrilho, mas de alguma opção de transferência– "está em linha com o prazo de entrega das obras" da CPTM. Quatro anos atrás, o próprio grupo havia informado que a escolha mais provável era um monotrilho, "com cerca de dois quilômetros de extensão e custo estimado de US$ 40 milhões". Além de receber intenso fluxo de passageiros, o aeroporto de Guarulhos é também o destino de mais de 35 mil trabalhadores, entre empregos diretos e indiretos. Por seu porte e pelo vasto número de voos internacionais que oferece, ligá-lo ao centro de São Paulo por trilhos, a exemplo do que acontece em grandes metrópoles internacionais, é uma velha promessa de gestões tucanas. IDAS E VINDAS A conexão ferroviária é anunciada há pelo menos 14 anos. Em 2002, durante campanha pela reeleição, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) manifestava desejo de ter um "Expresso Aeroporto" pronto em 2005. Tratava-se de um projeto de ligação direta da estação da Luz até Cumbica em 22 minutos. O trem teria local para acomodar bagagem e tarifa estimada à época em R$ 20. O plano não teve andamento, contudo, e foi reciclado em 2007, já na gestão de José Serra (PSDB). Prometia-se financiar a obra com recursos do governo federal e da iniciativa privada, com expectativa de entrega em 2010. Ainda em 2009, no entanto, nova admissão de fracasso: o trem expresso seria incluído no pacote de obras para o país receber a Copa de 2014, mas não houve empresas interessadas no projeto. Por fim, em 2011, outra vez sob o comando de Alckmin, o governo paulista abandonou a ideia do trem expresso e optou por expandir a malha da CPTM até Guarulhos, com a criação da linha 13-jade. Desde então, houve ao menos três atrasos em relação aos prazos de entrega da linha, já anunciada para 2014, 2015 e 2016.
cotidiano
Ligação de estação de trem a aeroporto de Guarulhos será improvisadaApós sucessivos atrasos, a ligação sobre trilhos entre a cidade de São Paulo e o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, deve ser inaugurada no primeiro semestre de 2018. Mas os passageiros otimistas com o novo prazo já devem se preparar para lidar com improvisos no trajeto do desembarque do trem à entrada dos terminais de voo. A chegada pela nova linha da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) será numa estação perto do terminal 1 (com voos da Azul e da Passaredo), mas longe dos principais embarques –a cerca de 2 km do terminal 2 e a 3 km do terminal 3. Pelo acordo firmado com a gestão Geraldo Alckmin (PSDB), a concessionária do aeroporto prometia um monotrilho para fazer essa transferência. Mas a obra, orçada em US$ 40 milhões, nem sequer começou –e não deverá ficar pronta a tempo. Segundo a Folha apurou, a GRU Airport, responsável pelo aeroporto desde 2012, admitiu a membros do governo que levará pelo menos 18 meses a mais que a abertura da estação para concluir o monotrilho e transportar, gratuitamente, passageiros aos seus destinos finais em Cumbica. Uma alternativa provisória mencionada por técnicos da companhia seria a extensão do ônibus entre terminais até a estação da CPTM. Pesa contra essa ideia, contudo, o descompasso entre a quantidade de pessoas transportadas por um trem (até 2.600) e por um ônibus (até 80), além do atual intervalo de até 15 minutos entre as viagens entre terminais. Um monotrilho tem capacidade para transportar mais de 400 pessoas por deslocamento. Em nota, a GRU Airport afirmou que "está avaliando as alternativas técnicas" e que o "cronograma do projeto" –não especificamente do monotrilho, mas de alguma opção de transferência– "está em linha com o prazo de entrega das obras" da CPTM. O projeto original do Estado previa a construção da estação em distância que os passageiros pudessem caminhar até as áreas de check-in. Ele acabou revisto após a decisão da concessionária de construir um shopping no local escolhido e seu compromisso de, em troca, transportar os usuários aos terminais. LIGAÇÃO COM O CENTRO A viagem de trem do centro de SP até Cumbica deve levar aproximadamente meia hora. O intervalo de partida entre os trens será de oito minutos. A tarifa será igual à do resto do sistema metroferroviário –atualmente em R$ 3,80. Um ônibus executivo para esse trajeto custa R$ 45,50. Atualmente, a única opção para quem deseja ir até Cumbica usando transporte público coletivo é um ônibus da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) que sai da estação Tatuapé, com preço de R$ 5,55. EM CONSTRUÇÃO - Linha 13-jade só vai chegar até o terminal 1 do aeroporto de Guarulhos Com a futura obra, a integração entre metrô e trem será feita na estação Brás, onde o passageiro deverá pegar a linha 12-safira até a estação Engenheiro Goulart, ponto inicial da nova linha, na zona leste de São Paulo. De lá, seguirá por 12 km pela linha 13-jade até Cumbica. Para chegar ao destino final, a obra precisa superar desafios de engenharia, como a Folha verificou na primeira visita monitorada à linha 13-jade. Haverá pontes sobre o rio Tietê, sobre o rio Baquirivu, já em Guarulhos, e sobre as rodovias Ayrton Senna, Dutra e Hélio Smidt –que dá acesso ao aeroporto. O investimento do Estado nas obras é de R$ 1,8 bilhão. As estimativas iniciais previam 130 mil pessoas transportadas por dia na nova linha –mas técnicos avaliam que a demanda hoje tende a ser maior, entre passageiros e funcionários do aeroporto. PROMESSA ANTIGA Em nota, a GRU Airport informa que "está avaliando as alternativas técnicas" e que o "cronograma do projeto" –não especificamente do monotrilho, mas de alguma opção de transferência– "está em linha com o prazo de entrega das obras" da CPTM. Quatro anos atrás, o próprio grupo havia informado que a escolha mais provável era um monotrilho, "com cerca de dois quilômetros de extensão e custo estimado de US$ 40 milhões". Além de receber intenso fluxo de passageiros, o aeroporto de Guarulhos é também o destino de mais de 35 mil trabalhadores, entre empregos diretos e indiretos. Por seu porte e pelo vasto número de voos internacionais que oferece, ligá-lo ao centro de São Paulo por trilhos, a exemplo do que acontece em grandes metrópoles internacionais, é uma velha promessa de gestões tucanas. IDAS E VINDAS A conexão ferroviária é anunciada há pelo menos 14 anos. Em 2002, durante campanha pela reeleição, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) manifestava desejo de ter um "Expresso Aeroporto" pronto em 2005. Tratava-se de um projeto de ligação direta da estação da Luz até Cumbica em 22 minutos. O trem teria local para acomodar bagagem e tarifa estimada à época em R$ 20. O plano não teve andamento, contudo, e foi reciclado em 2007, já na gestão de José Serra (PSDB). Prometia-se financiar a obra com recursos do governo federal e da iniciativa privada, com expectativa de entrega em 2010. Ainda em 2009, no entanto, nova admissão de fracasso: o trem expresso seria incluído no pacote de obras para o país receber a Copa de 2014, mas não houve empresas interessadas no projeto. Por fim, em 2011, outra vez sob o comando de Alckmin, o governo paulista abandonou a ideia do trem expresso e optou por expandir a malha da CPTM até Guarulhos, com a criação da linha 13-jade. Desde então, houve ao menos três atrasos em relação aos prazos de entrega da linha, já anunciada para 2014, 2015 e 2016.
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Trump, Temer e suas manchetes
Manchete principal da sexta-feira (19) de "Confidencial", o sítio que traz a melhor informação da Nicarágua: "Temer à beira da destituição no Brasil". Verdade? Exagero? Depende de como se lê e de como se trabalha a informação nestes tempos de "fatos alternativos", a expressão lançada pelos "trumpistas" para designar as mentiras que contam. Se eu fosse julgar a manchete de "Confidencial" pelo noticiário do "Jornal Nacional" na quinta-feira (18), diria que está correta. Foi uma escalada de socos que deram a nítida sensação de que Temer estava indo à lona. No dia seguinte, no entanto, vem a manchete anticlimática desta Folha : "Temer afirma que não renuncia; áudio sobre Cunha é inconclusivo". Se é assim —e acho que é—, fica improvável que sua base parlamentar o traia, ao contrário do que aconteceu com Dilma Rousseff. E, como se sabe, o Parlamento é a instância que tem mais poderes para defenestrar o presidente, se se excluir o TSE, que parecia encaminhar-se para punir apenas Dilma, já afastada, em nome de uma suposta estabilidade. Parêntesis para deixar claro que, antes mesmo de a Folha defender em editorial de capa "Nem Dilma nem Temer", eu já havia escrito que a melhor saída para o imbróglio brasileiro de então (início do processo de impeachment) era o afastamento dos dois e, por extensão, eleições diretas imediatas. Fecho o parêntesis e volto à mídia, para dizer que o Brasil está sendo mais bem servido, no presente escândalo, do que os Estados Unidos. Pode ter havido um exagero, aqui e ali, mas os nomes de todos os bois (sem trocadilho) foram expostos no papel e no horário nobre da televisão, a cada momento em que apareciam e dentro do contexto em que apareciam. Já nos Estados Unidos, o mesmo fato é contado de forma diferente pela mídia dita liberal (anti-Trump) e pela mídia conservadora (fanaticamente pró-Trump). Pegue-se apenas o escândalo mais recente, o da demissão de James Comey, diretor do FBI. Ficou claro, quando todos os fatos foram postos no contexto, que Comey foi demitido por sua insistência em investigar as ligações do "trumpismo" com a Rússia. Mas, para a mídia chapa-branca, a demissão se deu por Comey ter conduzido mal a investigação sobre os e-mails de Hillary Clinton, durante a campanha eleitoral, e por sua teimosa insistência em continuar a investigação da conexão russa, "apesar de não haver nenhuma evidência de conluio entre a campanha Trump e a Rússia". Alvin Chang, no sítio "Vox", mergulhou nas diferenças entre a maneira como o "New York Times" e as mídias ultraconservadoras tratam Trump e concluiu que a mídia direitista está criando histórias alternativas que "competem com fatos contextualizados que respaldam uma história mais acurada". Ou, posto de outra forma, os Estados Unidos estão sendo submetidos a duas versões diferentes dos fatos —o que leva a acentuar a divisão do país já exposta na eleição. O Brasil também está dividido, mas porque a leitura dos fatos é feita com o fígado, péssimo conselheiro.
colunas
Trump, Temer e suas manchetesManchete principal da sexta-feira (19) de "Confidencial", o sítio que traz a melhor informação da Nicarágua: "Temer à beira da destituição no Brasil". Verdade? Exagero? Depende de como se lê e de como se trabalha a informação nestes tempos de "fatos alternativos", a expressão lançada pelos "trumpistas" para designar as mentiras que contam. Se eu fosse julgar a manchete de "Confidencial" pelo noticiário do "Jornal Nacional" na quinta-feira (18), diria que está correta. Foi uma escalada de socos que deram a nítida sensação de que Temer estava indo à lona. No dia seguinte, no entanto, vem a manchete anticlimática desta Folha : "Temer afirma que não renuncia; áudio sobre Cunha é inconclusivo". Se é assim —e acho que é—, fica improvável que sua base parlamentar o traia, ao contrário do que aconteceu com Dilma Rousseff. E, como se sabe, o Parlamento é a instância que tem mais poderes para defenestrar o presidente, se se excluir o TSE, que parecia encaminhar-se para punir apenas Dilma, já afastada, em nome de uma suposta estabilidade. Parêntesis para deixar claro que, antes mesmo de a Folha defender em editorial de capa "Nem Dilma nem Temer", eu já havia escrito que a melhor saída para o imbróglio brasileiro de então (início do processo de impeachment) era o afastamento dos dois e, por extensão, eleições diretas imediatas. Fecho o parêntesis e volto à mídia, para dizer que o Brasil está sendo mais bem servido, no presente escândalo, do que os Estados Unidos. Pode ter havido um exagero, aqui e ali, mas os nomes de todos os bois (sem trocadilho) foram expostos no papel e no horário nobre da televisão, a cada momento em que apareciam e dentro do contexto em que apareciam. Já nos Estados Unidos, o mesmo fato é contado de forma diferente pela mídia dita liberal (anti-Trump) e pela mídia conservadora (fanaticamente pró-Trump). Pegue-se apenas o escândalo mais recente, o da demissão de James Comey, diretor do FBI. Ficou claro, quando todos os fatos foram postos no contexto, que Comey foi demitido por sua insistência em investigar as ligações do "trumpismo" com a Rússia. Mas, para a mídia chapa-branca, a demissão se deu por Comey ter conduzido mal a investigação sobre os e-mails de Hillary Clinton, durante a campanha eleitoral, e por sua teimosa insistência em continuar a investigação da conexão russa, "apesar de não haver nenhuma evidência de conluio entre a campanha Trump e a Rússia". Alvin Chang, no sítio "Vox", mergulhou nas diferenças entre a maneira como o "New York Times" e as mídias ultraconservadoras tratam Trump e concluiu que a mídia direitista está criando histórias alternativas que "competem com fatos contextualizados que respaldam uma história mais acurada". Ou, posto de outra forma, os Estados Unidos estão sendo submetidos a duas versões diferentes dos fatos —o que leva a acentuar a divisão do país já exposta na eleição. O Brasil também está dividido, mas porque a leitura dos fatos é feita com o fígado, péssimo conselheiro.
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Objetos
Régua Régua de cortar folhas de sulfite já impressas na frente, mas com o verso em branco, em oito pedaços iguais. Pequenos quadrados que empilho ao lado do computador e fazem as vezes de bloco de notas. Régua ecológica de não desperdiçar madeira. Régua mais próxima das éguas. Éguas reais que atravessam os sonhos. Que agora circulam no meu escritório. E talvez nem dependam desta régua banal. Latas Latas de azeite. Latas de sardinha. Latas de refrigerante. Latas de atum. Latas de salsicha. Latas de feijoada. Latas de tomate pelado. Latas de milho. Latas de sopa. Latas de pêssego em calda. Latas de tinta. Latas de querosene. Latas de aguarrás. Latas ou não latas. Latas em prateleiras. Latas com que os bateristas natos fabricam seus primeiros instrumentos. Tesoura Tenho duas tesouras em casa. E uma terceira que imagino. A tesoura perfeita, sem psicanálise. A tesoura e o besouro inoxidável. Alforriada sob a lua mansa. Vallejiana e antitumular. Copo Meu avô deixava o copo de geleia em que tomava café no canto da pia, ao lado da garrafa térmica. Bebia café das cinco da manhã às três da tarde em pequenas doses de um dedo. Usava o mesmo copo de segunda a segunda, passando uma água nele depois de cada gole. Uma vez por semana o lavava com bucha e sabão. Meu avô era um homem revoltado. Sei que não dá pra perceber. Mas as pessoas também não percebiam. Ventilador Sonho com um apartamento quase vazio: um colchão, uma mesa, duas cadeiras, um laptop sem acesso à internet e um ventilador portátil de pás verdes ou azuis. Num país latino-americano que ainda não conheço. Ou então no centro de São Paulo -contanto que nenhum amigo soubesse que estou no Brasil. Desse ventilador viriam as melhores ideias. Com seu barulho hipnótico eu me concentraria como nunca. Escrever seria o mesmo que pensar e pensar seria o mesmo que viver. Preciso desesperadamente de um ventilador assim.
colunas
ObjetosRégua Régua de cortar folhas de sulfite já impressas na frente, mas com o verso em branco, em oito pedaços iguais. Pequenos quadrados que empilho ao lado do computador e fazem as vezes de bloco de notas. Régua ecológica de não desperdiçar madeira. Régua mais próxima das éguas. Éguas reais que atravessam os sonhos. Que agora circulam no meu escritório. E talvez nem dependam desta régua banal. Latas Latas de azeite. Latas de sardinha. Latas de refrigerante. Latas de atum. Latas de salsicha. Latas de feijoada. Latas de tomate pelado. Latas de milho. Latas de sopa. Latas de pêssego em calda. Latas de tinta. Latas de querosene. Latas de aguarrás. Latas ou não latas. Latas em prateleiras. Latas com que os bateristas natos fabricam seus primeiros instrumentos. Tesoura Tenho duas tesouras em casa. E uma terceira que imagino. A tesoura perfeita, sem psicanálise. A tesoura e o besouro inoxidável. Alforriada sob a lua mansa. Vallejiana e antitumular. Copo Meu avô deixava o copo de geleia em que tomava café no canto da pia, ao lado da garrafa térmica. Bebia café das cinco da manhã às três da tarde em pequenas doses de um dedo. Usava o mesmo copo de segunda a segunda, passando uma água nele depois de cada gole. Uma vez por semana o lavava com bucha e sabão. Meu avô era um homem revoltado. Sei que não dá pra perceber. Mas as pessoas também não percebiam. Ventilador Sonho com um apartamento quase vazio: um colchão, uma mesa, duas cadeiras, um laptop sem acesso à internet e um ventilador portátil de pás verdes ou azuis. Num país latino-americano que ainda não conheço. Ou então no centro de São Paulo -contanto que nenhum amigo soubesse que estou no Brasil. Desse ventilador viriam as melhores ideias. Com seu barulho hipnótico eu me concentraria como nunca. Escrever seria o mesmo que pensar e pensar seria o mesmo que viver. Preciso desesperadamente de um ventilador assim.
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Arbitragem nas companhias abertas
A desgovernança corporativa presente no mercado de capitais no Brasil coloca em relevo uma reflexão sobre a lei nº 13.129/15, disciplinando a arbitragem, o novo CPC (Código de Processo Civil), os desmandos do controlador e, fundamentalmente, a mudança do paradigma das discussões dos minoritários, pela inserção do art. 136-A na Lei de Companhias, universalizando a solução da disputa pelo caminho do juízo arbitral. O abuso do poder de controle tem sido uma constante, notadamente nas sociedades de economia mista, cuja dissidência manifestada não levará às sanções e responsabilidades, nos termos do art. 159, § 7º, da Lei do Anonimato, contingenciando simples reembolso acionário. O novo CPC, nos seu art. 3º, não exclui da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito, cujo § 1º permite a arbitragem na forma da lei. Contudo, a sua inserção global acarretará o esvaziamento do mercado, nenhuma fiscalização pelos investidores e minoritários, fatores esses somados ao papel da CVM, a qual se mostrou displicente em várias situações. Preparam-se as companhias para incluírem nos seus estatutos a malsinada regra (art. 136-A), prevendo a cláusula de convenção de arbitragem para a solução dos impasses e também a retirada do dissidente, exceto para livre negociação dos valores mobiliários, com dispersão mínima de 25%, e se forem, as ações, dotadas de liquidez e pulverização no mercado, o que encontra, na atualidade, sérias e fundadas discussões. Desta maneira, de manifesta inconstitucionalidade a norma prevista na atual Lei de Arbitragem, se analisada diante de Constituição Federal, do Novo CPC, do poder de controle e da fiscalização da CVM, criando inédita situação, retroagindo seus efeitos para aqueles minoritários que, ao comprarem suas ações, sequer cogitavam essa regra de transição. Isso acabaria por agudizar a crise, gerando reembolso do valor acionário extremamente danoso ao detentor das ações. Sobredito reembolso, cabe registrar, em razão das anomalias cometidas, sequer seria viável economicamente e seu custo-benefício, detrimentoso ao acionista. Engessar o acionista numa camisa de força de alto custo da arbitragem, na realidade do mercado de capitais, simboliza um maior retrocesso que deflagrará, sem dúvida alguma, completa diáspora e o paulatino fechamento das companhias, desacreditadas, descapitalizadas e divorciadas das regras modernas do direito societário contemporâneo. A solução paliativa da arbitragem somente poderia merecer prestígio se o legislador mantivesse as ações coletivas impregnadas no novo CPC. E basta, para tanto, mencionarmos que nos EUA tramitam várias ações coletivas contra a Petrobras, a Eletrobras e a empresa Vale. Conclui-se, assim, que a arbitragem apenas pode ter sua incidência quando há, efetivamente, controle e fiscalização, auditoria independente, assembleias com transparência e questionamento pelos minoritários das deliberações. Caso contrário, teremos mais uma perfumaria que acabará definhando até causar a extinção dos investimentos e da própria figura das companhias abertas. CARLOS HENRIQUE ABRÃO é desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Arbitragem nas companhias abertasA desgovernança corporativa presente no mercado de capitais no Brasil coloca em relevo uma reflexão sobre a lei nº 13.129/15, disciplinando a arbitragem, o novo CPC (Código de Processo Civil), os desmandos do controlador e, fundamentalmente, a mudança do paradigma das discussões dos minoritários, pela inserção do art. 136-A na Lei de Companhias, universalizando a solução da disputa pelo caminho do juízo arbitral. O abuso do poder de controle tem sido uma constante, notadamente nas sociedades de economia mista, cuja dissidência manifestada não levará às sanções e responsabilidades, nos termos do art. 159, § 7º, da Lei do Anonimato, contingenciando simples reembolso acionário. O novo CPC, nos seu art. 3º, não exclui da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito, cujo § 1º permite a arbitragem na forma da lei. Contudo, a sua inserção global acarretará o esvaziamento do mercado, nenhuma fiscalização pelos investidores e minoritários, fatores esses somados ao papel da CVM, a qual se mostrou displicente em várias situações. Preparam-se as companhias para incluírem nos seus estatutos a malsinada regra (art. 136-A), prevendo a cláusula de convenção de arbitragem para a solução dos impasses e também a retirada do dissidente, exceto para livre negociação dos valores mobiliários, com dispersão mínima de 25%, e se forem, as ações, dotadas de liquidez e pulverização no mercado, o que encontra, na atualidade, sérias e fundadas discussões. Desta maneira, de manifesta inconstitucionalidade a norma prevista na atual Lei de Arbitragem, se analisada diante de Constituição Federal, do Novo CPC, do poder de controle e da fiscalização da CVM, criando inédita situação, retroagindo seus efeitos para aqueles minoritários que, ao comprarem suas ações, sequer cogitavam essa regra de transição. Isso acabaria por agudizar a crise, gerando reembolso do valor acionário extremamente danoso ao detentor das ações. Sobredito reembolso, cabe registrar, em razão das anomalias cometidas, sequer seria viável economicamente e seu custo-benefício, detrimentoso ao acionista. Engessar o acionista numa camisa de força de alto custo da arbitragem, na realidade do mercado de capitais, simboliza um maior retrocesso que deflagrará, sem dúvida alguma, completa diáspora e o paulatino fechamento das companhias, desacreditadas, descapitalizadas e divorciadas das regras modernas do direito societário contemporâneo. A solução paliativa da arbitragem somente poderia merecer prestígio se o legislador mantivesse as ações coletivas impregnadas no novo CPC. E basta, para tanto, mencionarmos que nos EUA tramitam várias ações coletivas contra a Petrobras, a Eletrobras e a empresa Vale. Conclui-se, assim, que a arbitragem apenas pode ter sua incidência quando há, efetivamente, controle e fiscalização, auditoria independente, assembleias com transparência e questionamento pelos minoritários das deliberações. Caso contrário, teremos mais uma perfumaria que acabará definhando até causar a extinção dos investimentos e da própria figura das companhias abertas. CARLOS HENRIQUE ABRÃO é desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Astrologia
ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Hoje é o dia de maior purificação da semana. É final de um mês muito importante para você, então tome atitudes práticas no trabalho e na vida, desapegue,faça aquela faxina e busque seus médicos e tratamentos. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Já dá para seguir adiante com mais consistência neste dia em que você está mais autoconsciente. A inspiração flui. Bom também para estudar, buscar as pessoas que possam abrir seus caminhos e para afirmar sua fé. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Que tal um descarrego? Toda sorte de tratamentos para o corpo e para a alma são bem-vindos, boa hora para fazer uma limpeza emocional. Aproveite e feche as contas do mês, faça acordos em caso de necessidade. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) O reconhecimento dos seus potenciais estimula seu desenvolvimento pessoal. Movimente-se nesse sentido, buscando os meios para se realizar. As informações chegam. Ótimo dia para negociar. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Tome mais um impulso no embalo firme do astral e consolide sua posição no desafio que marcou o mês. Arrume a casa e sane as contas, há questões domésticas e familiares que serão tema do próximo ciclo. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) A lua em Virgem hoje está mais segura de seus propósitos, você pode confiar e dar mais um passo na direção daquilo que for mais caro à sua realização pessoal. Você está no comando, dedique-se e os resultados virão. LIBRA (23 set. a 22 out.) É melhor não tomar a dianteira, dos bastidores você poderá fazer muito mais. Em outras palavras, não faça alarde de suas intenções, mas não deixe de tomar uma resolução para fechar o mês bonito. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) A sua percepção está aguçadíssima, use-a em benefício dos seus relacionamentos: a palavra certa na hora certa, até para fechar negócio. Porém, saiba que as palavras são apenas a superfície. O que vale é a intenção. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Dia é excelente para trabalhar, mas foque o assunto que for mais importante, visando o desenvolvimento a longo prazo. Vale para mexer com dinheiro também. De qualquer maneira, evite expor seus movimentos. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) A visão se abre e você pode enxergar detalhadamente o panorama. Dá para fazer planos, mesmo que nos próximos dias ainda vá ter que lidar com algo de última hora. Tome decisões relativas a estudos e viagens. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Momento de espanar a poeira e entender o que precisa fazer para superar uma questão e curar o emocional. Hora de tomar atitudes realistas no trabalho. Um bom momento para resolver pendências com dinheiro. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Hora de ter aquela conversa com alguém. Não perca o timing, o astral favorece os entendimentos, mas você tem que ajudar, ou seja, cuide de não trazer ressentimentos à tona. Os termos devem ser práticos.
ilustrada
AstrologiaÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Hoje é o dia de maior purificação da semana. É final de um mês muito importante para você, então tome atitudes práticas no trabalho e na vida, desapegue,faça aquela faxina e busque seus médicos e tratamentos. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Já dá para seguir adiante com mais consistência neste dia em que você está mais autoconsciente. A inspiração flui. Bom também para estudar, buscar as pessoas que possam abrir seus caminhos e para afirmar sua fé. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Que tal um descarrego? Toda sorte de tratamentos para o corpo e para a alma são bem-vindos, boa hora para fazer uma limpeza emocional. Aproveite e feche as contas do mês, faça acordos em caso de necessidade. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) O reconhecimento dos seus potenciais estimula seu desenvolvimento pessoal. Movimente-se nesse sentido, buscando os meios para se realizar. As informações chegam. Ótimo dia para negociar. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Tome mais um impulso no embalo firme do astral e consolide sua posição no desafio que marcou o mês. Arrume a casa e sane as contas, há questões domésticas e familiares que serão tema do próximo ciclo. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) A lua em Virgem hoje está mais segura de seus propósitos, você pode confiar e dar mais um passo na direção daquilo que for mais caro à sua realização pessoal. Você está no comando, dedique-se e os resultados virão. LIBRA (23 set. a 22 out.) É melhor não tomar a dianteira, dos bastidores você poderá fazer muito mais. Em outras palavras, não faça alarde de suas intenções, mas não deixe de tomar uma resolução para fechar o mês bonito. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) A sua percepção está aguçadíssima, use-a em benefício dos seus relacionamentos: a palavra certa na hora certa, até para fechar negócio. Porém, saiba que as palavras são apenas a superfície. O que vale é a intenção. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Dia é excelente para trabalhar, mas foque o assunto que for mais importante, visando o desenvolvimento a longo prazo. Vale para mexer com dinheiro também. De qualquer maneira, evite expor seus movimentos. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) A visão se abre e você pode enxergar detalhadamente o panorama. Dá para fazer planos, mesmo que nos próximos dias ainda vá ter que lidar com algo de última hora. Tome decisões relativas a estudos e viagens. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Momento de espanar a poeira e entender o que precisa fazer para superar uma questão e curar o emocional. Hora de tomar atitudes realistas no trabalho. Um bom momento para resolver pendências com dinheiro. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Hora de ter aquela conversa com alguém. Não perca o timing, o astral favorece os entendimentos, mas você tem que ajudar, ou seja, cuide de não trazer ressentimentos à tona. Os termos devem ser práticos.
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Chavista, procuradora da Venezuela pede anulação de Constituinte
A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, apresentou nesta quinta-feira (8) uma nova ação no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) pedindo a anulação da Assembleia Constituinte convocada por Nicolás Maduro. Chavista, a chefe do Ministério Público considera que a troca da lei máxima não cumpre a lei e sua convocação deveria ser submetida a referendo popular. A interpretação é a mesma da oposição e de alguns governistas. Este é o segundo recurso de Ortega Díaz ao tribunal, desta vez à Sala Eleitoral do TSJ, dominado pelo presidente. O primeiro foi rejeitado pela Sala Constitucional. Em entrevista coletiva, a procuradora-geral pediu a anulação do cronograma da eleição redigido pelo governo e aprovado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). "O CNE incorreu em violações dos princípios do avanço dos direitos humanos, da legalidade administrativa, do direito ao sufrágio, da legalidade do voto e do princípio da soberania constitucional." Dentre as irregularidades citadas, está a votação por setores, em que 181 cadeiras serão divididas entre sindicatos e câmaras comunitárias, em sua maioria governistas. Ela pediu a rejeição à Constituinte, citando o artigo 333 da Constituição. Ele prevê que a lei não perderá a vigência "se deixar de ser observada por ato de força ou derrogada por qualquer mecanismo diferente ao previsto". Neste caso, diz o texto, "todo o cidadão, investido ou não de autoridade, têm que colaborar no restabelecimento da Constituição". O chamado foi bem acolhido pela oposição, que deseja assinar o recurso de forma conjunta. "Apesar de não reconhecer o TSJ, se centenas de milhares de venezuelanos se somarem ao recurso será uma grande ação de pressão e protesto", disse o vice-presidente da Assembleia Nacional, Freddy Guevara. Sem citar a ex-aliada, Maduro disse que é vítima de uma conspiração de traidores para sabotar a Constituinte. "Chamo a união cívico-militar para derrotar nas ruas a conspiração, o complô, o golpe de Estado que se pode fazer contra este chamado constitucional." MUDANÇA DE LADO Ortega Díaz passou a se opor ao governo em março, quando a Suprema Corte decidiu tomar para si oficialmente as atribuições do Legislativo —ela considerou a medida uma ruptura constitucional. A sentença foi derrubada dias depois, mas foi o estopim para a onda de protestos da oposição. A procuradora voltou a se colocar contra o presidente ao condenar a atuação das forças de segurança e a prisão de manifestantes. A reação do chavismo contra ela, no entanto, veio com a condenação à Constituinte e ao atestar que um manifestante foi morto por uma bomba de gás da Guarda Nacional. Um deputado chegou a pedir ao TSJ uma avaliação psiquiátrica dela. O número dois do chavismo, Diosdado Cabello, disse na quarta (7) que o mandato da procuradora termina em 30 de julho, dia da eleição da Constituinte. "A senhora atua de forma parcial, é uma agente da oposição. A senhora perdeu o rumo definitivamente", afirmou, ameaçando também dissolver o Legislativo. Nesta quinta, o Ministério Público teve seu programa na Rádio Nacional Venezuelana cortado no momento em que um dos diretores atualizava para 67 o número de mortos na onda de protestos. Ele criticava o ministro das Comunicações, Ernesto Villegas, que controla a rádio, por inflar as cifras. A emissora negou a censura e informou que precisava fazer uma nota sobre um acordo com a China.
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Chavista, procuradora da Venezuela pede anulação de ConstituinteA procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, apresentou nesta quinta-feira (8) uma nova ação no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) pedindo a anulação da Assembleia Constituinte convocada por Nicolás Maduro. Chavista, a chefe do Ministério Público considera que a troca da lei máxima não cumpre a lei e sua convocação deveria ser submetida a referendo popular. A interpretação é a mesma da oposição e de alguns governistas. Este é o segundo recurso de Ortega Díaz ao tribunal, desta vez à Sala Eleitoral do TSJ, dominado pelo presidente. O primeiro foi rejeitado pela Sala Constitucional. Em entrevista coletiva, a procuradora-geral pediu a anulação do cronograma da eleição redigido pelo governo e aprovado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). "O CNE incorreu em violações dos princípios do avanço dos direitos humanos, da legalidade administrativa, do direito ao sufrágio, da legalidade do voto e do princípio da soberania constitucional." Dentre as irregularidades citadas, está a votação por setores, em que 181 cadeiras serão divididas entre sindicatos e câmaras comunitárias, em sua maioria governistas. Ela pediu a rejeição à Constituinte, citando o artigo 333 da Constituição. Ele prevê que a lei não perderá a vigência "se deixar de ser observada por ato de força ou derrogada por qualquer mecanismo diferente ao previsto". Neste caso, diz o texto, "todo o cidadão, investido ou não de autoridade, têm que colaborar no restabelecimento da Constituição". O chamado foi bem acolhido pela oposição, que deseja assinar o recurso de forma conjunta. "Apesar de não reconhecer o TSJ, se centenas de milhares de venezuelanos se somarem ao recurso será uma grande ação de pressão e protesto", disse o vice-presidente da Assembleia Nacional, Freddy Guevara. Sem citar a ex-aliada, Maduro disse que é vítima de uma conspiração de traidores para sabotar a Constituinte. "Chamo a união cívico-militar para derrotar nas ruas a conspiração, o complô, o golpe de Estado que se pode fazer contra este chamado constitucional." MUDANÇA DE LADO Ortega Díaz passou a se opor ao governo em março, quando a Suprema Corte decidiu tomar para si oficialmente as atribuições do Legislativo —ela considerou a medida uma ruptura constitucional. A sentença foi derrubada dias depois, mas foi o estopim para a onda de protestos da oposição. A procuradora voltou a se colocar contra o presidente ao condenar a atuação das forças de segurança e a prisão de manifestantes. A reação do chavismo contra ela, no entanto, veio com a condenação à Constituinte e ao atestar que um manifestante foi morto por uma bomba de gás da Guarda Nacional. Um deputado chegou a pedir ao TSJ uma avaliação psiquiátrica dela. O número dois do chavismo, Diosdado Cabello, disse na quarta (7) que o mandato da procuradora termina em 30 de julho, dia da eleição da Constituinte. "A senhora atua de forma parcial, é uma agente da oposição. A senhora perdeu o rumo definitivamente", afirmou, ameaçando também dissolver o Legislativo. Nesta quinta, o Ministério Público teve seu programa na Rádio Nacional Venezuelana cortado no momento em que um dos diretores atualizava para 67 o número de mortos na onda de protestos. Ele criticava o ministro das Comunicações, Ernesto Villegas, que controla a rádio, por inflar as cifras. A emissora negou a censura e informou que precisava fazer uma nota sobre um acordo com a China.
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Leitor defende médico que denunciou jovem por aborto
Sobre a reportagem "Denúncia de aborto fere ética, dizem médicos", o Cremesp afirma: "Mesmo que haja uma convicção pessoal contrária ao aborto, ela não pode suplantar o código de ética médica". Mas o código não pode suplantar a lei específica, que obriga todo cidadão que tenha conhecimento desse crime a informar autoridades. É uma obrigação legal. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor defende médico que denunciou jovem por abortoSobre a reportagem "Denúncia de aborto fere ética, dizem médicos", o Cremesp afirma: "Mesmo que haja uma convicção pessoal contrária ao aborto, ela não pode suplantar o código de ética médica". Mas o código não pode suplantar a lei específica, que obriga todo cidadão que tenha conhecimento desse crime a informar autoridades. É uma obrigação legal. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Petrolão faz multinacionais reverem abordagem de corrupção no Brasil
Na década de 1980 a corrupção no Brasil era uma coisa simples, se bem que fizesse os corruptos suar. Para qualquer executivo encarregado de pagar uma propina, o primeiro desafio era percorrer as ruas até encontrar doleiros suficientes para trocar o valor desejado, explicou um ex-prestador de serviços ao governo. Numa década em que o Brasil trocou de moeda mais vezes que de presidente, propinas pagas em dólar eram consideradas as únicas que valiam a pena. O segundo desafio era levar o dinheiro até o local marcado para o encontro, algo que frequentemente exigia trajar um casaco longo de inverno recheado de cédulas de dólar, isso sob um sol tropical. "O maior perigo naquela época era desmaiar de calor", diz o ex-prestador de serviços. O escândalo de corrupção multibilionária que inundou a Petrobras não poderia ser mais diferente. Com dinheiro alegadamente tendo sido desviado para mais de 300 contas bancárias suíças e lavado através de tudo, desde postos de combustíveis até obras de arte, o maior esquema de corrupção no país é tão complexo que depois de um ano de investigações as autoridades estão apenas começando a compreender seu funcionamento. Enquanto o escândalo mais recente chocou tanto brasileiros quanto investidores estrangeiros, a evolução da corrupção no Brasil nas últimas décadas é, na realidade, uma prova de progresso, dizem analistas. À medida que a Polícia Federal e o Ministério Público ganharam cada vez mais autonomia e influência desde o fim do regime militar, em 1985, os esquemas de corrupção estão tendo que criar métodos cada vez mais sofisticados para conseguir sobreviver. "Dez anos apenas atrás, a corrupção era tão corriqueira que as pessoas nem tinham medo de ser flagradas", comenta o professor de direito André Camargo, do Insper. Mas, enquanto a Operação Lava Jato pode ser vista como vitória na batalha do Brasil contra a impunidade, ela também serve como o aviso mais claro até agora às multinacionais que operam no Brasil e em outros mercados emergentes sobre a importância do cumprimento das leis. PRESSÃO As empresas estrangeiras presentes no Brasil sempre sofreram pressões para pagar subornos para acelerar processos regulatórios ou financiar o pagamento de propinas através de serviços de consultoria terceiros, simplesmente para competirem com atores locais. Contudo, como mostra o caso da Petrobras, os riscos de ser flagradas nunca estiveram tão altos quanto hoje, diz o advogado britânico Edward Jenkins, que dá assessoria a empresas que se expandem para o Brasil ou o Caribe. O escândalo da Petrobrás já envolve mais empresas estrangeiras que qualquer outro na história brasileira; a Rolls-Royce e a holandesa SBM Offshore são acusadas de pagar propinas para conseguir contratos com a empresa petrolífera. A Keppel e a Sembcorp Marine, de Cingapura, também são acusadas de participar no esquema de pagamento de propinas por contratos com a Sete Brasil, fornecedora para a Petrobras de sondas para a exploração petrolífera. A Rolls-Royce disse que tomará as medidas necessárias para assegurar o cumprimento das leis, a SBM Offshore anunciou estar cooperando com a investigação, e a Keppel e a Sembcorp negaram participação em qualquer esquema de corrupção. Enquanto mercados emergentes como Brasil, Índia e China empreendem esforços maiores para enfrentar transgressões corporativas, os EUA e Reino Unido também aumentam a pressão em casa, reforçando a Lei americana contra Práticas Corruptas no Exterior (FCPA) e a Lei do Suborno britânica. Um fato crucial é que há mais cooperação entre os mercados desenvolvidos e em desenvolvimento. "O conselho que dou a empresas estrangeiras é: ajam segundo as normas de seu país de origem, senão vocês vão se queimar feio", diz o advogado Jenkins. Mas seguir esse conselho no Brasil é algo que é mais fácil falar que fazer. Embora a performance do país nos índices globais de corrupção não seja das piores -a Transparência Internacional situou o Brasil à frente da China e Índia em seu ranking de 2014 e no mesmo nível que a Itália–, a desobediência generalizada às normas é endêmica em todos os setores da sociedade. JEITINHO BRASILEIRO Estudos como a pesquisa Americas Barometer mostram que o brasileiros enxergam a corrupção e o desrespeito às normas em seu país como sendo piores do que indicam os rankings internacionais. Outras evidências relatadas também revelam o desrespeito amplo pela lei e a ordem. Um exemplo é um estudo feito pelos acadêmicos americanos Raymond Fisman e Edward Miguel sobre multas por estacionamento irregular, mostrando que os diplomatas brasileiros superam os de qualquer outro país da América Latina em matéria de violações de seus direitos de estacionamento em Nova York. Um executivo de uma empresa europeia presente no Brasil explica: "A corrupção está enraizada na cultura daqui e é algo muito difícil de mudar -é o 'jeitinho' brasileiro", aludindo ao hábito nacional de desviar-se das normas. Em sua forma mais inócua, o "jeitinho" é visto como uma característica positiva da cultura brasileira, na medida em que expressa a criatividade e informalidade que frequentemente são atribuídas ao legado mestiço do país e seus antecedentes ibéricos. Mas o conceito do jeitinho também abrange comportamentos antiéticos, como furar filas e práticas ilegais, como pais subornarem instrutores de direção para que seus filhos possam passar os exames. No caso das empresas, o jeitinho é especialmente perigoso quando se trata de orientar-se pela labiríntica burocracia brasileira e seu enredado sistema tributário (de acordo com o Banco Mundial, uma empresa média precisa dedicar 2.600 horas anuais de trabalho ao cumprimento das exigências deste último). Há intermediários que, em troca de uma taxa, ajudam as empresas a reduzir seu trabalho com papelada. Parte do valor desembolsado com frequência vai parar nas mãos de funcionários locais de órgãos governamentais. É um círculo vicioso no qual tantos indivíduos em posições de poder se beneficiam da burocracia do país que os esforços legítimos para reduzir a burocracia enfrentam resistência enorme. "Há mercados em que é humanamente impossível obedecer as regras, porque a burocracia criada é tão insuperável", diz o professor Camargo, do Insper. Esse tipo de "corrupção cotidiana" é o mais problemático para as empresas que atuam em mercados emergentes, escreveu Ravi Venkatesan, ex-presidente da Microsoft Índia, em artigo para a McKinsey sobre o combate à corrupção. Para as multinacionais, a única solução é investir mais em cumprimento das leis em países como o Brasil. De acordo com Venkatesan, muitas cometem o erro de reservar orçamentos para auditorias e revisões de cumprimento de leis que simplesmente são proporcionais à receita de suas subsidiárias no exterior. Com o Brasil enfrentando o que pode ser sua pior recessão em um quarto de século, os gerentes de multinacionais no Brasil podem ter dificuldade em convencer seus escritórios centrais a investir mais no país. Contudo, à medida que mais empresas estrangeiras são sugadas para dentro do escândalo da Petrobras, está ficando claro que as multinacionais tampouco podem continuar a dar-se ao luxo de infringir as normas. "Estamos num ponto de inflexão para o Brasil", diz Mark Weinberger, presidente global e executivo-chefe da EY, provedora de serviços profissionais. "As empresas estão concluindo que nunca vale a pena seguir um atalho para poder competir por um projeto ou oportunidade de mercado específico, quando isso coloca seu nome em risco."
poder
Petrolão faz multinacionais reverem abordagem de corrupção no BrasilNa década de 1980 a corrupção no Brasil era uma coisa simples, se bem que fizesse os corruptos suar. Para qualquer executivo encarregado de pagar uma propina, o primeiro desafio era percorrer as ruas até encontrar doleiros suficientes para trocar o valor desejado, explicou um ex-prestador de serviços ao governo. Numa década em que o Brasil trocou de moeda mais vezes que de presidente, propinas pagas em dólar eram consideradas as únicas que valiam a pena. O segundo desafio era levar o dinheiro até o local marcado para o encontro, algo que frequentemente exigia trajar um casaco longo de inverno recheado de cédulas de dólar, isso sob um sol tropical. "O maior perigo naquela época era desmaiar de calor", diz o ex-prestador de serviços. O escândalo de corrupção multibilionária que inundou a Petrobras não poderia ser mais diferente. Com dinheiro alegadamente tendo sido desviado para mais de 300 contas bancárias suíças e lavado através de tudo, desde postos de combustíveis até obras de arte, o maior esquema de corrupção no país é tão complexo que depois de um ano de investigações as autoridades estão apenas começando a compreender seu funcionamento. Enquanto o escândalo mais recente chocou tanto brasileiros quanto investidores estrangeiros, a evolução da corrupção no Brasil nas últimas décadas é, na realidade, uma prova de progresso, dizem analistas. À medida que a Polícia Federal e o Ministério Público ganharam cada vez mais autonomia e influência desde o fim do regime militar, em 1985, os esquemas de corrupção estão tendo que criar métodos cada vez mais sofisticados para conseguir sobreviver. "Dez anos apenas atrás, a corrupção era tão corriqueira que as pessoas nem tinham medo de ser flagradas", comenta o professor de direito André Camargo, do Insper. Mas, enquanto a Operação Lava Jato pode ser vista como vitória na batalha do Brasil contra a impunidade, ela também serve como o aviso mais claro até agora às multinacionais que operam no Brasil e em outros mercados emergentes sobre a importância do cumprimento das leis. PRESSÃO As empresas estrangeiras presentes no Brasil sempre sofreram pressões para pagar subornos para acelerar processos regulatórios ou financiar o pagamento de propinas através de serviços de consultoria terceiros, simplesmente para competirem com atores locais. Contudo, como mostra o caso da Petrobras, os riscos de ser flagradas nunca estiveram tão altos quanto hoje, diz o advogado britânico Edward Jenkins, que dá assessoria a empresas que se expandem para o Brasil ou o Caribe. O escândalo da Petrobrás já envolve mais empresas estrangeiras que qualquer outro na história brasileira; a Rolls-Royce e a holandesa SBM Offshore são acusadas de pagar propinas para conseguir contratos com a empresa petrolífera. A Keppel e a Sembcorp Marine, de Cingapura, também são acusadas de participar no esquema de pagamento de propinas por contratos com a Sete Brasil, fornecedora para a Petrobras de sondas para a exploração petrolífera. A Rolls-Royce disse que tomará as medidas necessárias para assegurar o cumprimento das leis, a SBM Offshore anunciou estar cooperando com a investigação, e a Keppel e a Sembcorp negaram participação em qualquer esquema de corrupção. Enquanto mercados emergentes como Brasil, Índia e China empreendem esforços maiores para enfrentar transgressões corporativas, os EUA e Reino Unido também aumentam a pressão em casa, reforçando a Lei americana contra Práticas Corruptas no Exterior (FCPA) e a Lei do Suborno britânica. Um fato crucial é que há mais cooperação entre os mercados desenvolvidos e em desenvolvimento. "O conselho que dou a empresas estrangeiras é: ajam segundo as normas de seu país de origem, senão vocês vão se queimar feio", diz o advogado Jenkins. Mas seguir esse conselho no Brasil é algo que é mais fácil falar que fazer. Embora a performance do país nos índices globais de corrupção não seja das piores -a Transparência Internacional situou o Brasil à frente da China e Índia em seu ranking de 2014 e no mesmo nível que a Itália–, a desobediência generalizada às normas é endêmica em todos os setores da sociedade. JEITINHO BRASILEIRO Estudos como a pesquisa Americas Barometer mostram que o brasileiros enxergam a corrupção e o desrespeito às normas em seu país como sendo piores do que indicam os rankings internacionais. Outras evidências relatadas também revelam o desrespeito amplo pela lei e a ordem. Um exemplo é um estudo feito pelos acadêmicos americanos Raymond Fisman e Edward Miguel sobre multas por estacionamento irregular, mostrando que os diplomatas brasileiros superam os de qualquer outro país da América Latina em matéria de violações de seus direitos de estacionamento em Nova York. Um executivo de uma empresa europeia presente no Brasil explica: "A corrupção está enraizada na cultura daqui e é algo muito difícil de mudar -é o 'jeitinho' brasileiro", aludindo ao hábito nacional de desviar-se das normas. Em sua forma mais inócua, o "jeitinho" é visto como uma característica positiva da cultura brasileira, na medida em que expressa a criatividade e informalidade que frequentemente são atribuídas ao legado mestiço do país e seus antecedentes ibéricos. Mas o conceito do jeitinho também abrange comportamentos antiéticos, como furar filas e práticas ilegais, como pais subornarem instrutores de direção para que seus filhos possam passar os exames. No caso das empresas, o jeitinho é especialmente perigoso quando se trata de orientar-se pela labiríntica burocracia brasileira e seu enredado sistema tributário (de acordo com o Banco Mundial, uma empresa média precisa dedicar 2.600 horas anuais de trabalho ao cumprimento das exigências deste último). Há intermediários que, em troca de uma taxa, ajudam as empresas a reduzir seu trabalho com papelada. Parte do valor desembolsado com frequência vai parar nas mãos de funcionários locais de órgãos governamentais. É um círculo vicioso no qual tantos indivíduos em posições de poder se beneficiam da burocracia do país que os esforços legítimos para reduzir a burocracia enfrentam resistência enorme. "Há mercados em que é humanamente impossível obedecer as regras, porque a burocracia criada é tão insuperável", diz o professor Camargo, do Insper. Esse tipo de "corrupção cotidiana" é o mais problemático para as empresas que atuam em mercados emergentes, escreveu Ravi Venkatesan, ex-presidente da Microsoft Índia, em artigo para a McKinsey sobre o combate à corrupção. Para as multinacionais, a única solução é investir mais em cumprimento das leis em países como o Brasil. De acordo com Venkatesan, muitas cometem o erro de reservar orçamentos para auditorias e revisões de cumprimento de leis que simplesmente são proporcionais à receita de suas subsidiárias no exterior. Com o Brasil enfrentando o que pode ser sua pior recessão em um quarto de século, os gerentes de multinacionais no Brasil podem ter dificuldade em convencer seus escritórios centrais a investir mais no país. Contudo, à medida que mais empresas estrangeiras são sugadas para dentro do escândalo da Petrobras, está ficando claro que as multinacionais tampouco podem continuar a dar-se ao luxo de infringir as normas. "Estamos num ponto de inflexão para o Brasil", diz Mark Weinberger, presidente global e executivo-chefe da EY, provedora de serviços profissionais. "As empresas estão concluindo que nunca vale a pena seguir um atalho para poder competir por um projeto ou oportunidade de mercado específico, quando isso coloca seu nome em risco."
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Ordem de Dilma foi a de dar 'ar de normalidade', apesar do corte na nota
Avisada com cerca de três horas de antecedência pela agência S&P de que o Brasil perderia o grau de investimento, a presidente convocou uma reunião de emergência em seu gabinete com os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Planejamento). Os dois haviam sido defensores da proposta de enviar ao Congresso um Orçamento com previsão de deficit de 2016, citado pela S&P como um dos principais motivos para o rebaixamento do país. A ordem da presidente à equipe foi a de dar "ar de normalidade", apesar do tombo da nota de crédito. "Não é o fim do mundo", disse um ministro. Porém até que Barbosa desse declarações, depois das 21h, o governo deu informações desencontradas. Num primeiro momento, falou-se em uma nota oficial, mas depois veio a convocação da entrevista com o ministro do Planejamento. CONTAMINAÇÃO Já Joaquim Levy (Fazenda), que estava em São Paulo, retornando de viagem à Europa, soltou nota (leia a íntegra abaixo) na qual diz que o "governo brasileiro reafirma seu compromisso com a consolidação fiscal" e "entende que o esforço fiscal é essencial para equilibrar a economia em um ambiente global de incerteza". Em sua nota, Levy listou as medidas adotadas pelo governo até agora, como redução de subsídios e corte de R$ 78 bilhões de despesas, para depois reafirmar o compromisso com a meta fiscal de 0,7% do PIB em 2016 com "o envio de propostas na área de gastos e receitas" (leia mais na pág. A21). O temor da Fazenda agora é de contaminação: que a decisão da S&P acelere definições das outras agências. O rebaixamento volta a alimentar dentro do próprio governo o temor de que Levy não resista a mais esse desgaste, depois de sua permanência no cargo ter sido colocado em dúvida na semana passada. Pessoas próximas ao ministro, no entanto, afirmam que ele não "jogará a toalha" por ora. Classificação de risco DISCURSO OFICIAL Encarregado pelo Palácio do Planalto de falar oficialmente sobre o assunto, o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) afirmou que o governo foi pego de surpresa pela má notícia, mas que a situação "será revertida à medida que as condições econômicas do país melhorem". Mesmo sendo apontada como uma das principais razões para o rebaixamento, o Orçamento deficitário ainda era defendido nesta quarta por setores do governo como a única solução possível diante da queda da arrecadação. A defesa é um indicativo de que as divergências entre os ministérios da Fazenda e do Planejamento ainda não estão superadas. Para o Planalto são as incertezas políticas o principal motivo para a queda da nota. Em sua entrevista, Nelson Barbosa afirmou ainda que o Brasil está "numa fase transição, de travessia, num momento de dificuldade econômica que já ocorreu no passado e que outros países também já atravessaram". AVISO Segundo a Folha apurou, o governo Dilma já havia sido avisado de que o país corria seriamente o risco de perder o grau de investimento desde que, no final de julho, cortou drasticamente de 1,1% para 0,15% do PIB a meta fiscal deste ano. Um assessor palaciano disse que, infelizmente, era quase uma "pedra cantada" a perda do grau de investimento, mas o Palácio do Planalto não contava com uma "ação tão súbita" por parte da agência e acreditava que ainda poderia evitar a decisão. A partir dos alertas, feitos pela agência a partir de Nova York, a equipe econômica passou a negociar com representantes da S&P para ganhar tempo e tentar mostrar que o país estava comprometido com o ajuste fiscal. OPOSIÇÃO No Congresso, líderes da oposição afirmaram que a perda do selo de bom pagador do Brasil deve-se aos erros na condução da economia pelo governo Dilma Rousseff. O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), disse que o rebaixamento da nota "era uma tragédia anunciada". "A causa é a irresponsabilidade fiscal e o desastre econômico com o propósito de ganhar a eleição a todo custo", afirmou. Para o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), o rebaixamento é consequência da atuação do governo, que "não fez seu dever de casa". O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que as dificuldades econômicas "são evidentes", mas que o país possui reservas internacionais suficientes para enfrentar a crise econômica. "Um país que tem um colchão de reserva como o nosso não é um país que vai quebrar", disse. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que, apesar de o Congresso ter ajudado na aprovação de medidas do ajuste fiscal, apenas a retomada do crescimento econômico poderá melhorar o cenário. - Em face da nova avaliação da nota de crédito de longo prazo em moeda estrangeira pela agência Standard & Poor's (S&P), o governo brasileiro reafirma seu compromisso com a consolidação fiscal. O governo entende que o esforço fiscal é essencial para equilibrar a economia em um ambiente global de incerteza e, juntamente com iniciativas microeconômicas, aumentar a produtividade do país e criar as condições para a retomada do crescimento na esteira do fim do boom das commodities. Esse esforço complementa as medidas macroeconômicas tomadas desde o começo do ano que já tem se refletido no processo de reequilíbrio das contas externas e na queda das expectativas de inflação para 2016 e 2017 entre outros indicadores. O esforço fiscal em 2015 se traduziu na redução de subsídios em empréstimos, o corte de R$ 78 bilhões de despesas discricionárias e na votação de importantes medidas de redução de renúncias fiscais e reforma do seguro desemprego e pensões. O projeto de lei orçamentária para 2016 incorpora importante disciplina nas despesas discricionárias e esforços de gestão para reduzir as despesas obrigatórias. O processo para se garantir a meta de superávit primário de 0,7% do PIB em 2016 será completado nas próximas semanas com o envio de propostas na área de gastos e receitas discutidas com o Congresso Nacional, em paralelo nos próximos meses a ações legislativas de caráter estrutural para aumentar a eficiência, previsibilidade e produtividade da economia Joaquim Levy Ministro da Fazenda
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Ordem de Dilma foi a de dar 'ar de normalidade', apesar do corte na notaAvisada com cerca de três horas de antecedência pela agência S&P de que o Brasil perderia o grau de investimento, a presidente convocou uma reunião de emergência em seu gabinete com os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Planejamento). Os dois haviam sido defensores da proposta de enviar ao Congresso um Orçamento com previsão de deficit de 2016, citado pela S&P como um dos principais motivos para o rebaixamento do país. A ordem da presidente à equipe foi a de dar "ar de normalidade", apesar do tombo da nota de crédito. "Não é o fim do mundo", disse um ministro. Porém até que Barbosa desse declarações, depois das 21h, o governo deu informações desencontradas. Num primeiro momento, falou-se em uma nota oficial, mas depois veio a convocação da entrevista com o ministro do Planejamento. CONTAMINAÇÃO Já Joaquim Levy (Fazenda), que estava em São Paulo, retornando de viagem à Europa, soltou nota (leia a íntegra abaixo) na qual diz que o "governo brasileiro reafirma seu compromisso com a consolidação fiscal" e "entende que o esforço fiscal é essencial para equilibrar a economia em um ambiente global de incerteza". Em sua nota, Levy listou as medidas adotadas pelo governo até agora, como redução de subsídios e corte de R$ 78 bilhões de despesas, para depois reafirmar o compromisso com a meta fiscal de 0,7% do PIB em 2016 com "o envio de propostas na área de gastos e receitas" (leia mais na pág. A21). O temor da Fazenda agora é de contaminação: que a decisão da S&P acelere definições das outras agências. O rebaixamento volta a alimentar dentro do próprio governo o temor de que Levy não resista a mais esse desgaste, depois de sua permanência no cargo ter sido colocado em dúvida na semana passada. Pessoas próximas ao ministro, no entanto, afirmam que ele não "jogará a toalha" por ora. Classificação de risco DISCURSO OFICIAL Encarregado pelo Palácio do Planalto de falar oficialmente sobre o assunto, o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) afirmou que o governo foi pego de surpresa pela má notícia, mas que a situação "será revertida à medida que as condições econômicas do país melhorem". Mesmo sendo apontada como uma das principais razões para o rebaixamento, o Orçamento deficitário ainda era defendido nesta quarta por setores do governo como a única solução possível diante da queda da arrecadação. A defesa é um indicativo de que as divergências entre os ministérios da Fazenda e do Planejamento ainda não estão superadas. Para o Planalto são as incertezas políticas o principal motivo para a queda da nota. Em sua entrevista, Nelson Barbosa afirmou ainda que o Brasil está "numa fase transição, de travessia, num momento de dificuldade econômica que já ocorreu no passado e que outros países também já atravessaram". AVISO Segundo a Folha apurou, o governo Dilma já havia sido avisado de que o país corria seriamente o risco de perder o grau de investimento desde que, no final de julho, cortou drasticamente de 1,1% para 0,15% do PIB a meta fiscal deste ano. Um assessor palaciano disse que, infelizmente, era quase uma "pedra cantada" a perda do grau de investimento, mas o Palácio do Planalto não contava com uma "ação tão súbita" por parte da agência e acreditava que ainda poderia evitar a decisão. A partir dos alertas, feitos pela agência a partir de Nova York, a equipe econômica passou a negociar com representantes da S&P para ganhar tempo e tentar mostrar que o país estava comprometido com o ajuste fiscal. OPOSIÇÃO No Congresso, líderes da oposição afirmaram que a perda do selo de bom pagador do Brasil deve-se aos erros na condução da economia pelo governo Dilma Rousseff. O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), disse que o rebaixamento da nota "era uma tragédia anunciada". "A causa é a irresponsabilidade fiscal e o desastre econômico com o propósito de ganhar a eleição a todo custo", afirmou. Para o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), o rebaixamento é consequência da atuação do governo, que "não fez seu dever de casa". O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que as dificuldades econômicas "são evidentes", mas que o país possui reservas internacionais suficientes para enfrentar a crise econômica. "Um país que tem um colchão de reserva como o nosso não é um país que vai quebrar", disse. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que, apesar de o Congresso ter ajudado na aprovação de medidas do ajuste fiscal, apenas a retomada do crescimento econômico poderá melhorar o cenário. - Em face da nova avaliação da nota de crédito de longo prazo em moeda estrangeira pela agência Standard & Poor's (S&P), o governo brasileiro reafirma seu compromisso com a consolidação fiscal. O governo entende que o esforço fiscal é essencial para equilibrar a economia em um ambiente global de incerteza e, juntamente com iniciativas microeconômicas, aumentar a produtividade do país e criar as condições para a retomada do crescimento na esteira do fim do boom das commodities. Esse esforço complementa as medidas macroeconômicas tomadas desde o começo do ano que já tem se refletido no processo de reequilíbrio das contas externas e na queda das expectativas de inflação para 2016 e 2017 entre outros indicadores. O esforço fiscal em 2015 se traduziu na redução de subsídios em empréstimos, o corte de R$ 78 bilhões de despesas discricionárias e na votação de importantes medidas de redução de renúncias fiscais e reforma do seguro desemprego e pensões. O projeto de lei orçamentária para 2016 incorpora importante disciplina nas despesas discricionárias e esforços de gestão para reduzir as despesas obrigatórias. O processo para se garantir a meta de superávit primário de 0,7% do PIB em 2016 será completado nas próximas semanas com o envio de propostas na área de gastos e receitas discutidas com o Congresso Nacional, em paralelo nos próximos meses a ações legislativas de caráter estrutural para aumentar a eficiência, previsibilidade e produtividade da economia Joaquim Levy Ministro da Fazenda
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Paulo Miklos faz show de estreia de seu disco de 'brasilidades'
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO Enquanto preparava seu novo "A Gente Mora no Agora", Paulo Miklos, 58, viveu muitos agoras simultâneos. É que o processo de composição do álbum lançado na última sexta (11) envolveu trocas de mensagens por WhatsApp, onde muito acontece ao mesmo tempo. "Se não tivesse escutado os áudios que me mandavam, não teria disco", brinca o ex-Titãs sobre o zap-zap com Arnaldo Antunes, Céu, Emicida, Erasmo Carlos, Guilherme Arantes, Mallu Magalhães e outros nomes que participaram do álbum, compondo ou cantando. Segundo Miklos, a premissa foi fazer uma sonoridade brasileira."Queria isso em cada molécula do trabalho", conta. "A gente Mora..." é o terceiro CD solo do músico e ator, mas que ele considera o primeiro de sua "carreira individual" –quando lançou "Paulo Miklos" (1994) e "Vou Ser Feliz e Já Volto" (2001), o roqueiro seguia no Titãs, grupo do qual saiu em 2016. Na próxima quinta (17), o paulistano se apresenta na Casa Natura. "O show é outro capítulo do disco. Dá nervosismo, ansiedade. Com o Titãs também dava", diz Miklos, que estará no palco com uma nova banda —um "quarteto fantástico" que tocará os arranjos do álbum, marcados por elementos do frevo ao samba. E aos fãs fervorosos de Titãs, ele afirma: "Esse show também é para eles!" Casa Natura Musical. R. Artur de Azevedo, 2.134, Pinheiros, tel. 4003-6860. Qui. (17): 21h30. Ingr.: R$ 35 a R$ 100 em casanaturamusical.com.br
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Paulo Miklos faz show de estreia de seu disco de 'brasilidades'BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO Enquanto preparava seu novo "A Gente Mora no Agora", Paulo Miklos, 58, viveu muitos agoras simultâneos. É que o processo de composição do álbum lançado na última sexta (11) envolveu trocas de mensagens por WhatsApp, onde muito acontece ao mesmo tempo. "Se não tivesse escutado os áudios que me mandavam, não teria disco", brinca o ex-Titãs sobre o zap-zap com Arnaldo Antunes, Céu, Emicida, Erasmo Carlos, Guilherme Arantes, Mallu Magalhães e outros nomes que participaram do álbum, compondo ou cantando. Segundo Miklos, a premissa foi fazer uma sonoridade brasileira."Queria isso em cada molécula do trabalho", conta. "A gente Mora..." é o terceiro CD solo do músico e ator, mas que ele considera o primeiro de sua "carreira individual" –quando lançou "Paulo Miklos" (1994) e "Vou Ser Feliz e Já Volto" (2001), o roqueiro seguia no Titãs, grupo do qual saiu em 2016. Na próxima quinta (17), o paulistano se apresenta na Casa Natura. "O show é outro capítulo do disco. Dá nervosismo, ansiedade. Com o Titãs também dava", diz Miklos, que estará no palco com uma nova banda —um "quarteto fantástico" que tocará os arranjos do álbum, marcados por elementos do frevo ao samba. E aos fãs fervorosos de Titãs, ele afirma: "Esse show também é para eles!" Casa Natura Musical. R. Artur de Azevedo, 2.134, Pinheiros, tel. 4003-6860. Qui. (17): 21h30. Ingr.: R$ 35 a R$ 100 em casanaturamusical.com.br
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Conheça o americano que voa pelo mundo de graça
O americano Ben Schlappig tem apenas 25 anos, mas já perdeu as contas de quantas vezes viajou de primeira classe e ficou hospedado em suítes luxuosas de hotéis cinco-estrelas. Tudo de graça. Schlappig é um obsessivo por acumular milhas áreas –bem como por planejar como usá-las, sempre de modo a obter a máxima relação custo-benefício. O resultado de tamanha dedicação é que ele passa "305 noites em hotéis e as outras 60 dentro de aviões", conta à rádio Newshour, da BBC. "Tem os seus altos e baixos. Pode-se até pensar que se trata de algo glamoroso, mas também é muito desgastante", afirma ele. Segundo seus cálculos, Schlappig percorre cerca de 647 mil quilômetros por ano, ou o equivalente a 16 voltas em torno da Terra. Por essa razão, ele decidiu deixar o apartamento onde morava nos Estados Unidos para viver nos ares. ORIGEM A história de Schlappig remonta à época em que ele era apenas uma criança. Ali nasceu sua paixão por aviões. Ele conta que era tão aficionado pelo assunto que sabia de cor os modelos de cada aeronave. Foi então que, aos 13 anos, descobriu um site chamado FlyerTalk, um fórum no qual os usuários planejavam de forma conjunta estratégias sobre ofertas de voo e punham à prova a burocracia das companhias aéreas. Dois anos depois, ele já voava todo fim de semana. Ao fim de quatro anos, o americano já tinha percorrido 800 mil quilômetros. "Desde os 15 anos, fiquei obcecado com os programas de fidelização e os usava de modo a minimizar os gastos das viagens o máximo possível", afirmou ele à BBC. "Assim, hoje me hospedo em hotéis cinco estrelas e voo quase exclusivamente de primeira classe", acrescentou. "Às vezes são passagens que custam US$ 20 mil ou US$ 30 mil, e só pago alguns centavos de dólar por elas, pois uso as minhas milhas." MILHAS ACUMULADAS Schlappig destaca que atualmente mais da metade das milhas que troca por voos não provêm das companhias aéreas, mas sim de cartões de crédito, tíquete-refeição e outras modalidades de pagamento. "Por isso, não tomo nenhuma decisão sem me dar conta de quantas milhas aéreas posso acumular", explica. "Por exemplo, nos Estados Unidos, você pode conseguir até 75 mil milhas apenas com uma compra mínima usando cartões de crédito", explica. Para maximizar a relação custo-benefício, o jovem diz ter hoje cerca de 40 cartões de crédito. Mas engana-se quem pensa que ele está endividado. "Nunca fiquei no vermelho", ressalta. Uma vez acumuladas as milhas, Schlappig recomenda trocá-las na véspera dos voos, ou até mesmo horas antes, porque é neste período que as companhias aéreas liberam os assentos que não conseguiu vender. "Se quero ir a Hong Kong nesta noite, entro na internet, reservo minha poltrona e, em quase todos os casos, posso trocar a passagem por milhas", explica. "Provavelmente iria de primeira classe pela Cathay Pacific. É uma ótima opção, afinal são 14 horas de voo de Los Angeles até Hong Kong. E dormiria todo o trajeto, já que se trata do melhor momento para descansar e desconectar." Ele acrescenta que também pode trocar as milhas por hospedagens em hotéis –em sua maioria, luxuosos. Nesse cenário hipotético, diz Schlappig, "ficaria no Ritz-Carlton Hong Kong". O hotel, o mais alto do mundo, distribui-se por uma luxuosa torre de cristal com vista para o mar e com todo o tipo de comodidade e serviços. "Passaria ali duas ou três noites, tentaria ver tudo o que pudesse e voltaria aos lugares de que mais gosto, já que Hong Kong é uma das minhas cidades favoritas." TRABALHO A BORDO Mas Schlappig não vive de férias. Ele assegura que, enquanto viaja pelo mundo, não deixa de trabalhar. Ele é dono do PointsPros, uma consultoria dedicada a assessorar clientes sobre a melhor maneira de construir itinerários de viagem por meio dos programas de milhagem com os quais acumulam mais pontos. Além disso, escreve o blog One Mile at a Time (uma milha por vez, em tradução livre do inglês), criado em 2008 e no qual costuma comentar sobre suas viagens e compartilhar dicas. "Por isso, não me dedico 16 horas do meu dia a relaxar. Passo 16 horas trabalhando, umas duas ou três fazendo turismo e o resto dormindo", conta. Ele reconhece que seu estilo de vida, no entanto, proporciona grandes momentos de prazer. Mas qual foi o melhor? "É difícil escolher, mas já voei várias vezes com a Emirates, na primeira classe do Airbus 380, um avião de dois andares", relembra. "Essa aeronave tem suítes individuais com porta e chuveiro", descreve. "É meio surrealista tomar banho dentro de um avião, pois você está a uma velocidade de mais de 1 mil km/h a milhares de metros do solo." Mas não acaba por aí. "Quando você voa na primeira classe da Lufthansa, por exemplo, te levam até o avião em um Porsche." Schlappig também pôde disfrutar dos "apartamentos de primeira classe", oferecidos pela companhia aérea Etihad, de Abu Dhabi. E qual vai ser o seu próximo destino? "Essa é a parte mais difícil", diz ele. "Levanto da cama todo dia sem saber para onde vou, porque a memórias às vezes falha." "Mas acho que vou dar uma passadinha em Hong Kong." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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Conheça o americano que voa pelo mundo de graçaO americano Ben Schlappig tem apenas 25 anos, mas já perdeu as contas de quantas vezes viajou de primeira classe e ficou hospedado em suítes luxuosas de hotéis cinco-estrelas. Tudo de graça. Schlappig é um obsessivo por acumular milhas áreas –bem como por planejar como usá-las, sempre de modo a obter a máxima relação custo-benefício. O resultado de tamanha dedicação é que ele passa "305 noites em hotéis e as outras 60 dentro de aviões", conta à rádio Newshour, da BBC. "Tem os seus altos e baixos. Pode-se até pensar que se trata de algo glamoroso, mas também é muito desgastante", afirma ele. Segundo seus cálculos, Schlappig percorre cerca de 647 mil quilômetros por ano, ou o equivalente a 16 voltas em torno da Terra. Por essa razão, ele decidiu deixar o apartamento onde morava nos Estados Unidos para viver nos ares. ORIGEM A história de Schlappig remonta à época em que ele era apenas uma criança. Ali nasceu sua paixão por aviões. Ele conta que era tão aficionado pelo assunto que sabia de cor os modelos de cada aeronave. Foi então que, aos 13 anos, descobriu um site chamado FlyerTalk, um fórum no qual os usuários planejavam de forma conjunta estratégias sobre ofertas de voo e punham à prova a burocracia das companhias aéreas. Dois anos depois, ele já voava todo fim de semana. Ao fim de quatro anos, o americano já tinha percorrido 800 mil quilômetros. "Desde os 15 anos, fiquei obcecado com os programas de fidelização e os usava de modo a minimizar os gastos das viagens o máximo possível", afirmou ele à BBC. "Assim, hoje me hospedo em hotéis cinco estrelas e voo quase exclusivamente de primeira classe", acrescentou. "Às vezes são passagens que custam US$ 20 mil ou US$ 30 mil, e só pago alguns centavos de dólar por elas, pois uso as minhas milhas." MILHAS ACUMULADAS Schlappig destaca que atualmente mais da metade das milhas que troca por voos não provêm das companhias aéreas, mas sim de cartões de crédito, tíquete-refeição e outras modalidades de pagamento. "Por isso, não tomo nenhuma decisão sem me dar conta de quantas milhas aéreas posso acumular", explica. "Por exemplo, nos Estados Unidos, você pode conseguir até 75 mil milhas apenas com uma compra mínima usando cartões de crédito", explica. Para maximizar a relação custo-benefício, o jovem diz ter hoje cerca de 40 cartões de crédito. Mas engana-se quem pensa que ele está endividado. "Nunca fiquei no vermelho", ressalta. Uma vez acumuladas as milhas, Schlappig recomenda trocá-las na véspera dos voos, ou até mesmo horas antes, porque é neste período que as companhias aéreas liberam os assentos que não conseguiu vender. "Se quero ir a Hong Kong nesta noite, entro na internet, reservo minha poltrona e, em quase todos os casos, posso trocar a passagem por milhas", explica. "Provavelmente iria de primeira classe pela Cathay Pacific. É uma ótima opção, afinal são 14 horas de voo de Los Angeles até Hong Kong. E dormiria todo o trajeto, já que se trata do melhor momento para descansar e desconectar." Ele acrescenta que também pode trocar as milhas por hospedagens em hotéis –em sua maioria, luxuosos. Nesse cenário hipotético, diz Schlappig, "ficaria no Ritz-Carlton Hong Kong". O hotel, o mais alto do mundo, distribui-se por uma luxuosa torre de cristal com vista para o mar e com todo o tipo de comodidade e serviços. "Passaria ali duas ou três noites, tentaria ver tudo o que pudesse e voltaria aos lugares de que mais gosto, já que Hong Kong é uma das minhas cidades favoritas." TRABALHO A BORDO Mas Schlappig não vive de férias. Ele assegura que, enquanto viaja pelo mundo, não deixa de trabalhar. Ele é dono do PointsPros, uma consultoria dedicada a assessorar clientes sobre a melhor maneira de construir itinerários de viagem por meio dos programas de milhagem com os quais acumulam mais pontos. Além disso, escreve o blog One Mile at a Time (uma milha por vez, em tradução livre do inglês), criado em 2008 e no qual costuma comentar sobre suas viagens e compartilhar dicas. "Por isso, não me dedico 16 horas do meu dia a relaxar. Passo 16 horas trabalhando, umas duas ou três fazendo turismo e o resto dormindo", conta. Ele reconhece que seu estilo de vida, no entanto, proporciona grandes momentos de prazer. Mas qual foi o melhor? "É difícil escolher, mas já voei várias vezes com a Emirates, na primeira classe do Airbus 380, um avião de dois andares", relembra. "Essa aeronave tem suítes individuais com porta e chuveiro", descreve. "É meio surrealista tomar banho dentro de um avião, pois você está a uma velocidade de mais de 1 mil km/h a milhares de metros do solo." Mas não acaba por aí. "Quando você voa na primeira classe da Lufthansa, por exemplo, te levam até o avião em um Porsche." Schlappig também pôde disfrutar dos "apartamentos de primeira classe", oferecidos pela companhia aérea Etihad, de Abu Dhabi. E qual vai ser o seu próximo destino? "Essa é a parte mais difícil", diz ele. "Levanto da cama todo dia sem saber para onde vou, porque a memórias às vezes falha." "Mas acho que vou dar uma passadinha em Hong Kong." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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Soggiorno reforça bar e petiscos em nova unidade, na Vila Madalena, mas falha na pizza
LUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA Depois de 33 anos da inauguração da matriz, na Lapa, a pizzaria Soggiorno abre a quarta unidade com uma proposta diferente das antecessoras. No novo endereço, na Vila Madalena, o bar surge no centro das atenções —inclusive no moderno projeto arquitetônico que o coloca portentoso, em destaque, embalado por música alta. O cardápio segue o mesmo caminho: foi adaptado para acompanhar esse eixo. Pode-se se concentrar nos petiscos de Eduardo Duó, capazes de mostrar os anos de experiência do consultor —mais no conceito do que no resultado. Foi ele quem abriu os já extintos Santa Gula e Santa Pizza, por exemplo, em uma época em que a Vila Madalena estava começando a ficar mais atraente. Duó usa o universo da pizza como inspiração para criar o que na casa apelidam de "snacks" —estão anunciados formalmente pela comunicação da casa e na lousa que fica na calçada, mas ainda estão sendo implementados. Há um descompasso nas informações, portanto. Uma massa de pastel bem fina, delicada e crocante serve de base para cestinhas e cannoli salgados, que aqui são assados e não fritos. As primeiras, podem acolher, por exemplo, salmão defumado com creme azedo e maionese de maracujá (R$ 28, a porção). Para rechear os "pequenos tubos", da tradução do italiano, pode haver um creme de alcachofra com hortelã, que lhe dá frescor (R$ 27, a porção). Falta equilíbrio de tempero na versão de pupunha com alho-poró, que leva nas extremidades uma farofinha de presunto cru, onde fica concentrado o sal. Aqui, nem sinal do brie prometido. Uma das alternativas que cobrem uma fatia de pão australiano, à semelhança de uma brusqueta, é a dobradinha gorgonzola-pera caramelizada —batida, mas gostosa. As pizzas são individuais e custam até R$ 48 —mais do que valem, pois falham no básico. A massa, fina, é elástica e não crocante; pálida, sem rastro do efeito da lenha. Elas se sairiam melhor se o calor fosse usado com mais ousadia para assá-las e lhes desse bordas tostadas e base sequinha, para estalar nos dentes. Uma versão da marguerita com tomate-cereja cortado ao meio e lascas de parmesão, por exemplo, recebe "gourmet" no nome e custa R$ 41. Há boas ideias, como a "bellissima", que combina mozarela, gorgonzola, geleia de figo e presunto cru (R$ 48). Os ingredientes, no entanto, são distribuídos de maneira mais estética do que prática e alguns pedaços ficam desequilibrados, cobertos só com queijo e não com o conjunto dos elementos. Carta extensa de bebidas e drinques e sobremesas antiquadas, por ora, a exemplo do "carpaccio de morango", que intercala a fruta laminada com brigadeiro sob sorvete de creme, por R$ 26. Wow! * Soggiorno Onde: r. Harmonia, 359, Vila Madalena; tel. (11) 3815-9545 Quando: ter., a qui. e dom., das 17h30 à 0h; sex. e sáb., das 17h30 à 1h Avaliação: regular
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Soggiorno reforça bar e petiscos em nova unidade, na Vila Madalena, mas falha na pizzaLUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA Depois de 33 anos da inauguração da matriz, na Lapa, a pizzaria Soggiorno abre a quarta unidade com uma proposta diferente das antecessoras. No novo endereço, na Vila Madalena, o bar surge no centro das atenções —inclusive no moderno projeto arquitetônico que o coloca portentoso, em destaque, embalado por música alta. O cardápio segue o mesmo caminho: foi adaptado para acompanhar esse eixo. Pode-se se concentrar nos petiscos de Eduardo Duó, capazes de mostrar os anos de experiência do consultor —mais no conceito do que no resultado. Foi ele quem abriu os já extintos Santa Gula e Santa Pizza, por exemplo, em uma época em que a Vila Madalena estava começando a ficar mais atraente. Duó usa o universo da pizza como inspiração para criar o que na casa apelidam de "snacks" —estão anunciados formalmente pela comunicação da casa e na lousa que fica na calçada, mas ainda estão sendo implementados. Há um descompasso nas informações, portanto. Uma massa de pastel bem fina, delicada e crocante serve de base para cestinhas e cannoli salgados, que aqui são assados e não fritos. As primeiras, podem acolher, por exemplo, salmão defumado com creme azedo e maionese de maracujá (R$ 28, a porção). Para rechear os "pequenos tubos", da tradução do italiano, pode haver um creme de alcachofra com hortelã, que lhe dá frescor (R$ 27, a porção). Falta equilíbrio de tempero na versão de pupunha com alho-poró, que leva nas extremidades uma farofinha de presunto cru, onde fica concentrado o sal. Aqui, nem sinal do brie prometido. Uma das alternativas que cobrem uma fatia de pão australiano, à semelhança de uma brusqueta, é a dobradinha gorgonzola-pera caramelizada —batida, mas gostosa. As pizzas são individuais e custam até R$ 48 —mais do que valem, pois falham no básico. A massa, fina, é elástica e não crocante; pálida, sem rastro do efeito da lenha. Elas se sairiam melhor se o calor fosse usado com mais ousadia para assá-las e lhes desse bordas tostadas e base sequinha, para estalar nos dentes. Uma versão da marguerita com tomate-cereja cortado ao meio e lascas de parmesão, por exemplo, recebe "gourmet" no nome e custa R$ 41. Há boas ideias, como a "bellissima", que combina mozarela, gorgonzola, geleia de figo e presunto cru (R$ 48). Os ingredientes, no entanto, são distribuídos de maneira mais estética do que prática e alguns pedaços ficam desequilibrados, cobertos só com queijo e não com o conjunto dos elementos. Carta extensa de bebidas e drinques e sobremesas antiquadas, por ora, a exemplo do "carpaccio de morango", que intercala a fruta laminada com brigadeiro sob sorvete de creme, por R$ 26. Wow! * Soggiorno Onde: r. Harmonia, 359, Vila Madalena; tel. (11) 3815-9545 Quando: ter., a qui. e dom., das 17h30 à 0h; sex. e sáb., das 17h30 à 1h Avaliação: regular
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Brasileiros estão entre os que menos dormem, revela estudo
Brasileiros, japoneses e cingapurianos têm as noites de sono mais curtas do mundo, enquanto holandeses e neozelandeses desfrutam das mais longas, segundo novo estudo publicado na revista "Science Advances". Com base em dados coletados por meio de um aplicativo de smartphone, a pesquisa também mostrou que mulheres costumam dormir mais do que homens e que o sono de homens de meia idade tem a menor duração de todos os grupos analisados. A equipe da Universidade de Michigan, nos EUA, diz acreditar que esses resultados possam ajudar a lidar com o que eles consideram uma "crise de sono global". Os cientistas disponibilizaram em 2014 um programa para celulares, o app Entrain, para ajudar as pessoas a combater o jetlag, como é chamado o conjunto de reflexos sobre o funcionamento do organismo enfrentados quando se viaja entre regiões com diferentes fusos horários. Os usuários do aplicativo podiam compartilhar os dados de seus hábitos de sono com o grupo de pesquisadores. A partir desse conjunto de informações, eles mostraram que os cidadãos de Cingapura têm a noite de sono mais curta do mundo, com 7h24m. Os japoneses ficaram em segundo, com 7h30m e os brasileiros, em terceiro, com 7h36m. Já os holandeses, campeões em horas de sono, costumam passar 8h16m dormindo. RELÓGIO BIOLÓGICO Não por coincidência, o costume prevalente no Japão, Brasil e Cingapura é o de dormir mais tarde. Os japoneses vão para a cama às 23h30. Os brasileiros, por volta das 23h40. E, em Cingapura, em torno das 23h50. O maior tempo que se passa acordado à noite, dizem os cientistas, resulta em menos horas de sono. No entanto, a hora em que se normalmente acorda em um país não teve grandes efeitos sobre a duração do sono. Daniel Forger, um dos autores do estudo, diz que existe um conflito entre nosso desejo de ficar acordado à noite e os comandos enviados por nosso corpo para nos levantarmos pela manhã. "A sociedade nos pressiona a ficarmos acordados até tarde, mas nosso relógio biológico tenta nos fazer acordar cedo, e, no meio disso, uma porção do sono acaba sendo sacrificada. Por isso, acreditamos que exista uma crise global de sono em curso", afirma Forger. A pesquisa também mostrou que mulheres costumam ter 30 minutos a mais de sono, em média, na comparação com os homens, especialmente na faixa de idade entre 30 e 60 anos. E que as pessoas que passam a maior parte do tempo acordadas sob a luz do sol tendem a ir para a cama mais cedo. Um forte efeito da idade sobre o sono também foi detectado. Uma grande variedade de horas de despertar e dormir foi verificada entre os mais jovens, algo que se "reduz bastante com a idade", diz Forger. O cientista Akhilesh Reddy, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, considera os resultados da pesquisa "interessantes". "Há uma tendência em realizar estudos com dados de redes sociais e aplicativos e encontrar desta forma correlações globais que nunca seriam possíveis ao analisar comportamentos em laboratório", afirma. "Esta pesquisa mostra que nossos relógios biológicos nos programam para fazer certas coisas, mas que não podemos porque somos regidos por questões sociais. E não sabemos as consequências disso no longo prazo." Déficit de sono em trabalhadores está ligado a uma série de problemas de saúde, como diabetes tipo 2. Reddy diz que uma nova leva de estudos poderá reunir dados sobre nossas atividades diárias e de sono para investigar o assunto mais profundamente.
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Brasileiros estão entre os que menos dormem, revela estudoBrasileiros, japoneses e cingapurianos têm as noites de sono mais curtas do mundo, enquanto holandeses e neozelandeses desfrutam das mais longas, segundo novo estudo publicado na revista "Science Advances". Com base em dados coletados por meio de um aplicativo de smartphone, a pesquisa também mostrou que mulheres costumam dormir mais do que homens e que o sono de homens de meia idade tem a menor duração de todos os grupos analisados. A equipe da Universidade de Michigan, nos EUA, diz acreditar que esses resultados possam ajudar a lidar com o que eles consideram uma "crise de sono global". Os cientistas disponibilizaram em 2014 um programa para celulares, o app Entrain, para ajudar as pessoas a combater o jetlag, como é chamado o conjunto de reflexos sobre o funcionamento do organismo enfrentados quando se viaja entre regiões com diferentes fusos horários. Os usuários do aplicativo podiam compartilhar os dados de seus hábitos de sono com o grupo de pesquisadores. A partir desse conjunto de informações, eles mostraram que os cidadãos de Cingapura têm a noite de sono mais curta do mundo, com 7h24m. Os japoneses ficaram em segundo, com 7h30m e os brasileiros, em terceiro, com 7h36m. Já os holandeses, campeões em horas de sono, costumam passar 8h16m dormindo. RELÓGIO BIOLÓGICO Não por coincidência, o costume prevalente no Japão, Brasil e Cingapura é o de dormir mais tarde. Os japoneses vão para a cama às 23h30. Os brasileiros, por volta das 23h40. E, em Cingapura, em torno das 23h50. O maior tempo que se passa acordado à noite, dizem os cientistas, resulta em menos horas de sono. No entanto, a hora em que se normalmente acorda em um país não teve grandes efeitos sobre a duração do sono. Daniel Forger, um dos autores do estudo, diz que existe um conflito entre nosso desejo de ficar acordado à noite e os comandos enviados por nosso corpo para nos levantarmos pela manhã. "A sociedade nos pressiona a ficarmos acordados até tarde, mas nosso relógio biológico tenta nos fazer acordar cedo, e, no meio disso, uma porção do sono acaba sendo sacrificada. Por isso, acreditamos que exista uma crise global de sono em curso", afirma Forger. A pesquisa também mostrou que mulheres costumam ter 30 minutos a mais de sono, em média, na comparação com os homens, especialmente na faixa de idade entre 30 e 60 anos. E que as pessoas que passam a maior parte do tempo acordadas sob a luz do sol tendem a ir para a cama mais cedo. Um forte efeito da idade sobre o sono também foi detectado. Uma grande variedade de horas de despertar e dormir foi verificada entre os mais jovens, algo que se "reduz bastante com a idade", diz Forger. O cientista Akhilesh Reddy, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, considera os resultados da pesquisa "interessantes". "Há uma tendência em realizar estudos com dados de redes sociais e aplicativos e encontrar desta forma correlações globais que nunca seriam possíveis ao analisar comportamentos em laboratório", afirma. "Esta pesquisa mostra que nossos relógios biológicos nos programam para fazer certas coisas, mas que não podemos porque somos regidos por questões sociais. E não sabemos as consequências disso no longo prazo." Déficit de sono em trabalhadores está ligado a uma série de problemas de saúde, como diabetes tipo 2. Reddy diz que uma nova leva de estudos poderá reunir dados sobre nossas atividades diárias e de sono para investigar o assunto mais profundamente.
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BC dos EUA está perto de subir taxa de juros, mas dúvidas continuam
Vários membros votantes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) responsáveis por formular políticas acreditam que um seria justificado "relativamente em breve" se a economia dos Estados Unidos continuar a se fortalecer. A informação consta na ata da reunião de setembro da instituição, publicada nesta quarta-feira (12). A ata da reunião dos dias 20 e 21 de setembro, em que o Fed manteve as taxas estáveis, também mostrou o tamanho da divisão na instituição sobre o momento certo para aumentar a taxa. "Vários membros julgaram que seria apropriado aumentar o intervalo da meta para a taxa dos fundos federais em relativamente pouco tempo, se a evolução econômica se desdobrar como (...) o esperado", disse o Fed na ata. Dezessete integrantes participaram da reunião de política de setembro, sendo dez com direito a voto. No documento, os membros votantes e o grupo mais amplo estavam divididos sobre quanto tempo eles devem esperar para que o mercado de trabalho e a inflação melhorem antes de aumentar as taxas. A ata também disse que "foi notado que um argumento razoável poderia ser colocado tanto por um aumento nesta reunião ou à espera de alguma informação adicional sobre o mercado de trabalho e inflação". Três membros votantes da comissão de fixação de taxas discordaram da declaração de política de setembro em favor de um aumento imediato, na primeira vez desde 2011 em vários integrantes assumiram esta posição em uma única reunião. Embora os formuladores de políticas do Fed discordem sobre se a taxa de inflação atual de 1,7% é suficientemente próxima do seu objetivo de 2%, muitos membros votantes observaram que "houve poucos sinais de pressões inflacionárias emergentes." Desde a reunião, a presidente Janet Yellen e vários outros formuladores de políticas do banco central norte-americano disseram esperar uma alta das taxas no final do ano, caso o mercado de trabalho e a inflação continuem a melhorar.
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BC dos EUA está perto de subir taxa de juros, mas dúvidas continuamVários membros votantes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) responsáveis por formular políticas acreditam que um seria justificado "relativamente em breve" se a economia dos Estados Unidos continuar a se fortalecer. A informação consta na ata da reunião de setembro da instituição, publicada nesta quarta-feira (12). A ata da reunião dos dias 20 e 21 de setembro, em que o Fed manteve as taxas estáveis, também mostrou o tamanho da divisão na instituição sobre o momento certo para aumentar a taxa. "Vários membros julgaram que seria apropriado aumentar o intervalo da meta para a taxa dos fundos federais em relativamente pouco tempo, se a evolução econômica se desdobrar como (...) o esperado", disse o Fed na ata. Dezessete integrantes participaram da reunião de política de setembro, sendo dez com direito a voto. No documento, os membros votantes e o grupo mais amplo estavam divididos sobre quanto tempo eles devem esperar para que o mercado de trabalho e a inflação melhorem antes de aumentar as taxas. A ata também disse que "foi notado que um argumento razoável poderia ser colocado tanto por um aumento nesta reunião ou à espera de alguma informação adicional sobre o mercado de trabalho e inflação". Três membros votantes da comissão de fixação de taxas discordaram da declaração de política de setembro em favor de um aumento imediato, na primeira vez desde 2011 em vários integrantes assumiram esta posição em uma única reunião. Embora os formuladores de políticas do Fed discordem sobre se a taxa de inflação atual de 1,7% é suficientemente próxima do seu objetivo de 2%, muitos membros votantes observaram que "houve poucos sinais de pressões inflacionárias emergentes." Desde a reunião, a presidente Janet Yellen e vários outros formuladores de políticas do banco central norte-americano disseram esperar uma alta das taxas no final do ano, caso o mercado de trabalho e a inflação continuem a melhorar.
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Salão do Automóvel terá jipinhos e Gol de cara nova; confira novidades
DE SÃO PAULO O Salão Internacional do Automóvel de São Paulo 2016 será aberto ao público no dia 10 de novembro, e muitas marcas já divulgaram alguns dos carros que serão exibidos no evento. Os utilitários compactos estão novamente em destaque: Honda, Hyundai e Chevrolet estão entre as montadoras que exibem novos veículos desse segmento. SALÃO INTERNACIONAL DO AUTOMÓVEL DE SÃO PAULO ONDE São Paulo Expo - av. dos Imigrantes, km 1,5 QUANDO das 14h às 22h (10/11, com entrada até às 21h), das 13h às 22h (11/11 a 19/11, com entrada até às 21h) e das 11h às 19h (20/11, com entrada até às 17h) QUANTO R$ 40 (inteira, 10/11), R$ 70 (inteira, dias úteis e 20/11) e R$ 95 (inteira, finais de semana e dias 14/11 e 15/11) Informações sobre compra de ingressos estão disponíveis em salaodoautomovel.com.br.
sobretudo
Salão do Automóvel terá jipinhos e Gol de cara nova; confira novidades DE SÃO PAULO O Salão Internacional do Automóvel de São Paulo 2016 será aberto ao público no dia 10 de novembro, e muitas marcas já divulgaram alguns dos carros que serão exibidos no evento. Os utilitários compactos estão novamente em destaque: Honda, Hyundai e Chevrolet estão entre as montadoras que exibem novos veículos desse segmento. SALÃO INTERNACIONAL DO AUTOMÓVEL DE SÃO PAULO ONDE São Paulo Expo - av. dos Imigrantes, km 1,5 QUANDO das 14h às 22h (10/11, com entrada até às 21h), das 13h às 22h (11/11 a 19/11, com entrada até às 21h) e das 11h às 19h (20/11, com entrada até às 17h) QUANTO R$ 40 (inteira, 10/11), R$ 70 (inteira, dias úteis e 20/11) e R$ 95 (inteira, finais de semana e dias 14/11 e 15/11) Informações sobre compra de ingressos estão disponíveis em salaodoautomovel.com.br.
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É bom colocar os pés no chão, diz Juca Kfouri sobre o Corinthians
Para Juca Kfouri, colunista da Folha, o São Paulo não deveria ter pressa para contratar um técnico. Sob o comando do interino Milton Cruz, na quarta-feira (22), o time tricolor venceu o Corinthians por 2 a 0 no Morumbi e avançou à próxima fase da Libertadores. "Não faz sentido trazer agora um novo técnico para tocar as oitavas da Libertadores. Se o Milton Cruz conseguir levar, eu o manteria no cargo. Quem melhor do que ele conhece esses caras?", opinou o jornalista em bate-papo transmitido ao vivo pela TV Folha, nesta quinta-feira (23). "Quem vai chegar de fora e começar um trabalho do zero? Quem conseguirá fazer uma mudança anímica na equipe? A mudança que parecia necessária, apareceu. O São Paulo jogou pilhado, como há muito tempo não se via", acrescentou Kfouri. Veja vídeo Também nesta quinta, Carlos Miguel Aidar, presidente do clube tricolor, afirmou que desistiu de esperar uma resposta de Alejandro Sabaella –primeira opção para substituir Muricy Ramalho e descartou a contratação de Vanderlei Luxemburgo. Milton Cruz assumiu a função interinamente dia 6 de abril, quando Muricy deixou o cargo em comum acordo com o São Paulo para tratar da saúde. Desde então, Cruz obteve cinco vitórias e uma derrota. O colunista ainda exaltou a atuação da equipe do Morumbi, que ganhou seu primeiro clássico da temporada e pôs fim a uma invencibilidade do Corinthians que já durava 25 jogos. No dia 6 de maio, o São Paulo recebe o Cruzeiro pelas oitavas de final da Libertadores. CORINTHIANS Se, de um lado, os são-paulinos comemoraram a vitória convincente na quarta-feira, os corintianos viram uma queda nos resultados do time alvinegro –apenas um triunfo nas últimas seis partidas. Na opinião de Juca Kfouri, porém, tanto a eliminação para o Palmeiras na semifinal do Paulista, no domingo (19), quanto a derrota diante do São Paulo tiveram caráter pedagógico à equipe de Tite. "Talvez tudo o que o Corinthians precisasse era levar duas lambadas para lembrar que é um time comum, mortal", disse. "De fato, o Corinthians tem feito mais do que bons jogos, gols belíssimos. Mas é bom colocar os pés no chão", completou o colunista, ressaltando, entretanto, que os alvinegros fizeram um grande jogo contra o Palmeiras. Primeiro colocado do Grupo 2 da Libertadores, com 13 pontos, o Corinthians enfrentará o Guaraní (PAR) nas oitavas de final, no próximo dia 6. BRASILEIROS Durante o programa da TV Folha, Juca Kfouri também falou sobre Atlético-MG, Inter e Cruzeiro, as outros três equipes brasileiras classificadas no torneio continental. O colunista, que prevê um embate duríssimo entre Inter e Atlético-MG nas oitavas de final, não acredita em favoritismo. Enquanto os gaúchos, donos da melhor campanha entre os brasileiros na primeira fase, estão em acensão, ninguém mais duvida do poder de reação dos mineiros. "O que o Galo fez ontem, de novo, foi impressionante", afirmou Kfouri, referindo-se à vitória mineira por 2 a 0 sobre o Colo Colo, que garantiu a segunda vaga do Grupo 1 ao Atlético-MG nas oitavas de final. Com os mesmos nove pontos do Colo Colo, o time de Levir Culpi se classificou graças ao saldo de gols.
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É bom colocar os pés no chão, diz Juca Kfouri sobre o CorinthiansPara Juca Kfouri, colunista da Folha, o São Paulo não deveria ter pressa para contratar um técnico. Sob o comando do interino Milton Cruz, na quarta-feira (22), o time tricolor venceu o Corinthians por 2 a 0 no Morumbi e avançou à próxima fase da Libertadores. "Não faz sentido trazer agora um novo técnico para tocar as oitavas da Libertadores. Se o Milton Cruz conseguir levar, eu o manteria no cargo. Quem melhor do que ele conhece esses caras?", opinou o jornalista em bate-papo transmitido ao vivo pela TV Folha, nesta quinta-feira (23). "Quem vai chegar de fora e começar um trabalho do zero? Quem conseguirá fazer uma mudança anímica na equipe? A mudança que parecia necessária, apareceu. O São Paulo jogou pilhado, como há muito tempo não se via", acrescentou Kfouri. Veja vídeo Também nesta quinta, Carlos Miguel Aidar, presidente do clube tricolor, afirmou que desistiu de esperar uma resposta de Alejandro Sabaella –primeira opção para substituir Muricy Ramalho e descartou a contratação de Vanderlei Luxemburgo. Milton Cruz assumiu a função interinamente dia 6 de abril, quando Muricy deixou o cargo em comum acordo com o São Paulo para tratar da saúde. Desde então, Cruz obteve cinco vitórias e uma derrota. O colunista ainda exaltou a atuação da equipe do Morumbi, que ganhou seu primeiro clássico da temporada e pôs fim a uma invencibilidade do Corinthians que já durava 25 jogos. No dia 6 de maio, o São Paulo recebe o Cruzeiro pelas oitavas de final da Libertadores. CORINTHIANS Se, de um lado, os são-paulinos comemoraram a vitória convincente na quarta-feira, os corintianos viram uma queda nos resultados do time alvinegro –apenas um triunfo nas últimas seis partidas. Na opinião de Juca Kfouri, porém, tanto a eliminação para o Palmeiras na semifinal do Paulista, no domingo (19), quanto a derrota diante do São Paulo tiveram caráter pedagógico à equipe de Tite. "Talvez tudo o que o Corinthians precisasse era levar duas lambadas para lembrar que é um time comum, mortal", disse. "De fato, o Corinthians tem feito mais do que bons jogos, gols belíssimos. Mas é bom colocar os pés no chão", completou o colunista, ressaltando, entretanto, que os alvinegros fizeram um grande jogo contra o Palmeiras. Primeiro colocado do Grupo 2 da Libertadores, com 13 pontos, o Corinthians enfrentará o Guaraní (PAR) nas oitavas de final, no próximo dia 6. BRASILEIROS Durante o programa da TV Folha, Juca Kfouri também falou sobre Atlético-MG, Inter e Cruzeiro, as outros três equipes brasileiras classificadas no torneio continental. O colunista, que prevê um embate duríssimo entre Inter e Atlético-MG nas oitavas de final, não acredita em favoritismo. Enquanto os gaúchos, donos da melhor campanha entre os brasileiros na primeira fase, estão em acensão, ninguém mais duvida do poder de reação dos mineiros. "O que o Galo fez ontem, de novo, foi impressionante", afirmou Kfouri, referindo-se à vitória mineira por 2 a 0 sobre o Colo Colo, que garantiu a segunda vaga do Grupo 1 ao Atlético-MG nas oitavas de final. Com os mesmos nove pontos do Colo Colo, o time de Levir Culpi se classificou graças ao saldo de gols.
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Lucro do BB desaba 60% no 1º tri com aumento das provisões contra calote
A despesa com provisão contra calote de uma empresa específica do setor de óleo e gás ajudou a derrubar o lucro do Banco do Brasil em quase 60% no primeiro trimestre deste ano quando comparado com igual período de 2015. O banco afirmou que a provisão foi de R$ 2,02 bilhões apenas para essa empresa no período. A despesa total no trimestre foi de R$ 9,145 bilhões, crescimento de 60% em um ano. O lucro líquido ajustado do Banco do Brasil tombou 57,6%, para R$ 1,286 bilhão, a maior queda entre os grandes bancos de capital aberto do país. O Bradesco e o Itaú também tiveram recuo no lucro devido ao aumento de provisões para grandes empresas. No caso do Bradesco, uma reserva de recursos para possível calote da Sete Brasil impactou o resultado do banco. O Santander registrou leve crescimento. A carteira de crédito ampliada do BB avançou 2,3%, para R$ 775,6 bilhões. O banco reforçou que a estratégia do banco segue de aumento nas concessões em linhas com garantia, como o crédito consignado e imobiliário. O estoque de empréstimos para empresas médias e pequenas teve contração de 9,3% na mesma base de comparação. "A gente continua fazendo operações em segmentos de risco menor", disse José Maurício Pereira Coelho, vice-presidente de gestão financeira e relações com investidor do banco. A linha de cheque especial, contudo, cresceu 11% no período, para R$ 2,830 bilhões. "A gente conseguiu reduzir a inadimplência do cheque especial, estabilizar a inadimplência do cartão de crédito", disse Raul Moreira, vice-presidente de Negócios de Varejo. A inadimplência acima dos 90 dias subiu para 2,6% no primeiro trimestre e deve continuar em alta, segundo Coelho. "É possível ver ainda uma subida dos níveis atuais [de inadimplência], vai depender muito de quando a economia vai encontrar novo ciclo de retomada", disse o vice-presidente de relações com investidor. NOVO GOVERNO Coelho evitou fazer comentários sobre mudanças no comando do banco com a posse do presidente interino Michel Temer (PMDB) nesta quinta-feira. "Para nós, executivos, o que cabe é conduzir a empresa no dia a dia. Não cabe a nós nenhum tipo de opinião e comentário", disse.
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Lucro do BB desaba 60% no 1º tri com aumento das provisões contra caloteA despesa com provisão contra calote de uma empresa específica do setor de óleo e gás ajudou a derrubar o lucro do Banco do Brasil em quase 60% no primeiro trimestre deste ano quando comparado com igual período de 2015. O banco afirmou que a provisão foi de R$ 2,02 bilhões apenas para essa empresa no período. A despesa total no trimestre foi de R$ 9,145 bilhões, crescimento de 60% em um ano. O lucro líquido ajustado do Banco do Brasil tombou 57,6%, para R$ 1,286 bilhão, a maior queda entre os grandes bancos de capital aberto do país. O Bradesco e o Itaú também tiveram recuo no lucro devido ao aumento de provisões para grandes empresas. No caso do Bradesco, uma reserva de recursos para possível calote da Sete Brasil impactou o resultado do banco. O Santander registrou leve crescimento. A carteira de crédito ampliada do BB avançou 2,3%, para R$ 775,6 bilhões. O banco reforçou que a estratégia do banco segue de aumento nas concessões em linhas com garantia, como o crédito consignado e imobiliário. O estoque de empréstimos para empresas médias e pequenas teve contração de 9,3% na mesma base de comparação. "A gente continua fazendo operações em segmentos de risco menor", disse José Maurício Pereira Coelho, vice-presidente de gestão financeira e relações com investidor do banco. A linha de cheque especial, contudo, cresceu 11% no período, para R$ 2,830 bilhões. "A gente conseguiu reduzir a inadimplência do cheque especial, estabilizar a inadimplência do cartão de crédito", disse Raul Moreira, vice-presidente de Negócios de Varejo. A inadimplência acima dos 90 dias subiu para 2,6% no primeiro trimestre e deve continuar em alta, segundo Coelho. "É possível ver ainda uma subida dos níveis atuais [de inadimplência], vai depender muito de quando a economia vai encontrar novo ciclo de retomada", disse o vice-presidente de relações com investidor. NOVO GOVERNO Coelho evitou fazer comentários sobre mudanças no comando do banco com a posse do presidente interino Michel Temer (PMDB) nesta quinta-feira. "Para nós, executivos, o que cabe é conduzir a empresa no dia a dia. Não cabe a nós nenhum tipo de opinião e comentário", disse.
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Escracho
A elite brasileira está dando um tiro no pé. Embarca na canoa do retrocesso social, dá as mãos a grupos fossilizados de oligarquias regionais, submete-se a interesses externos, abandona qualquer esboço de projeto para o país. Não é a primeira vez. No século 19, ficou atolada na escravidão, adiando avanços. No século 20, tentou uma contrarrevolução, em 1932, para deter Getúlio Vargas. Derrotada, percebeu mais tarde que havia ganho com as políticas nacionais que impulsionaram a industrialização. Mesmo assim, articulou golpes. Embalada pela Guerra Fria, aliou-se a estrangeiros, parcelas de militares e a uma classe média mergulhada no obscurantismo. Curtiu o desenvolvimentismo dos militares. Depois, quando o modelo ruiu, entendeu que democracia e inclusão social geram lucros. Em vários momentos, conseguiu vislumbrar as vantagens de atuar num país com dinamismo e mercado interno vigoroso. Roberto Simonsen foi o expoente de uma era em que a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) não se apequenava. Os últimos anos de crescimento e ascensão social mostraram ser possível ganhar quando os pobres entram em cena e o país flerta com o desenvolvimento. Foram tempos de grande rentabilidade. A política de juros altos, excrescência mundial, manteve as benesses do rentismo. Quando, em 2012, foi feito um ensaio tímido para mexer nisso, houve gritaria. O grupo dos beneficiários da bolsa juros partiu para o ataque. O Planalto recuou e se rendeu à lógica do mercado financeiro. Foi a senha para os defensores do neoliberalismo, aqui e lá fora, reorganizarem forças para preparar a reocupação do território. Encontraram a esquerda dividida, acomodada e na defensiva por causa dos escândalos. Apesar disso, a direita perdeu de novo no voto. Conseguiu, todavia, atrair o centro, catalisando o medo que a recessão espalhou pela sociedade. Quando a maré virou, pelos erros do governo e pela persistência de oito anos da crise capitalista, os empresários pularam do barco governista, que os acolhera com subsídios, incentivos, desonerações. Os que poderiam ficar foram alvos da sanha curitibana. Acuada, nenhuma voz burguesa defendeu o governo. O impeachment trouxe a galope e sem filtro a velha pauta ultraconservadora e entreguista, perseguida nos anos FHC e derrotada nas últimas quatro eleições. Privatizações, cortes profundos em educação e saúde, desmanche de conquistas trabalhistas, ataque a direitos. O objetivo é elevar a extração de mais valia, esmagar os pobres, derrubar empresas nacionais, extinguir ideias de independência. Em suma, transferir riqueza da sociedade para poucos, numa regressão fulminante. Previdência, Petrobras, SUS, tudo é implodido com a conversa de que não há dinheiro. Para os juros, contudo, sempre há. Com instituições esfarrapadas, o Brasil está à beira do abismo. O empresariado parece não perceber que a destruição do país é prejudicial a ele mesmo. Sem líderes, deixa-se levar pela miragem da lógica mundial financista e imediatista, que detesta a democracia. Amargando uma derrota histórica, a esquerda precisa se reinventar, superar divisões, construir um projeto nacional e encontrar liderança à altura do momento. A novidade vem da energia das ruas, das ocupações, dos gritos de "Fora, Temer!". Não vai ser um passeio a retirada de direitos e de perspectiva de futuro. Milhões saborearam um naco de vida melhor. Nem a "teologia da prosperidade" talvez segure o rojão. A velha luta de classes está escrachada nas esquinas. ELEONORA DE LUCENA, 58, jornalista, é repórter especial da Folha. Editora-executiva do jornal de 2000 a 2010, escreve livro sobre Carlos Lamarca PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
opiniao
EscrachoA elite brasileira está dando um tiro no pé. Embarca na canoa do retrocesso social, dá as mãos a grupos fossilizados de oligarquias regionais, submete-se a interesses externos, abandona qualquer esboço de projeto para o país. Não é a primeira vez. No século 19, ficou atolada na escravidão, adiando avanços. No século 20, tentou uma contrarrevolução, em 1932, para deter Getúlio Vargas. Derrotada, percebeu mais tarde que havia ganho com as políticas nacionais que impulsionaram a industrialização. Mesmo assim, articulou golpes. Embalada pela Guerra Fria, aliou-se a estrangeiros, parcelas de militares e a uma classe média mergulhada no obscurantismo. Curtiu o desenvolvimentismo dos militares. Depois, quando o modelo ruiu, entendeu que democracia e inclusão social geram lucros. Em vários momentos, conseguiu vislumbrar as vantagens de atuar num país com dinamismo e mercado interno vigoroso. Roberto Simonsen foi o expoente de uma era em que a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) não se apequenava. Os últimos anos de crescimento e ascensão social mostraram ser possível ganhar quando os pobres entram em cena e o país flerta com o desenvolvimento. Foram tempos de grande rentabilidade. A política de juros altos, excrescência mundial, manteve as benesses do rentismo. Quando, em 2012, foi feito um ensaio tímido para mexer nisso, houve gritaria. O grupo dos beneficiários da bolsa juros partiu para o ataque. O Planalto recuou e se rendeu à lógica do mercado financeiro. Foi a senha para os defensores do neoliberalismo, aqui e lá fora, reorganizarem forças para preparar a reocupação do território. Encontraram a esquerda dividida, acomodada e na defensiva por causa dos escândalos. Apesar disso, a direita perdeu de novo no voto. Conseguiu, todavia, atrair o centro, catalisando o medo que a recessão espalhou pela sociedade. Quando a maré virou, pelos erros do governo e pela persistência de oito anos da crise capitalista, os empresários pularam do barco governista, que os acolhera com subsídios, incentivos, desonerações. Os que poderiam ficar foram alvos da sanha curitibana. Acuada, nenhuma voz burguesa defendeu o governo. O impeachment trouxe a galope e sem filtro a velha pauta ultraconservadora e entreguista, perseguida nos anos FHC e derrotada nas últimas quatro eleições. Privatizações, cortes profundos em educação e saúde, desmanche de conquistas trabalhistas, ataque a direitos. O objetivo é elevar a extração de mais valia, esmagar os pobres, derrubar empresas nacionais, extinguir ideias de independência. Em suma, transferir riqueza da sociedade para poucos, numa regressão fulminante. Previdência, Petrobras, SUS, tudo é implodido com a conversa de que não há dinheiro. Para os juros, contudo, sempre há. Com instituições esfarrapadas, o Brasil está à beira do abismo. O empresariado parece não perceber que a destruição do país é prejudicial a ele mesmo. Sem líderes, deixa-se levar pela miragem da lógica mundial financista e imediatista, que detesta a democracia. Amargando uma derrota histórica, a esquerda precisa se reinventar, superar divisões, construir um projeto nacional e encontrar liderança à altura do momento. A novidade vem da energia das ruas, das ocupações, dos gritos de "Fora, Temer!". Não vai ser um passeio a retirada de direitos e de perspectiva de futuro. Milhões saborearam um naco de vida melhor. Nem a "teologia da prosperidade" talvez segure o rojão. A velha luta de classes está escrachada nas esquinas. ELEONORA DE LUCENA, 58, jornalista, é repórter especial da Folha. Editora-executiva do jornal de 2000 a 2010, escreve livro sobre Carlos Lamarca PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Neurocirurgião de 37 anos deixa biografia sobre câncer terminal
Em maio de 2013, o neurocirurgião Paul Kalanithi enviou um e-mail ao melhor amigo: tinha um câncer terminal no pulmão. "A boa notícia é que já vivi mais que [Emily] Brontë, [John] Keats e Stephen Crane", disse, evocando ídolos literários. "A má notícia é que não escrevi nada." Ao morrer em março de 2015, aos 37, ele deixou a mulher, Lucy, a filha Cady, de dez meses, e um documento em seu computador, salvo como "Kalanithi-Ms-20Feb.docx". Lá estava seu primeiro e último livro, com direitos vendidos para mais de dez países antes de sua morte. Paul era o residente-chefe no hospital da Universidade Stanford, no fim de seu treinamento médico, quando recebeu o diagnóstico. "Como eu podia ser tão autoritário usando um jaleco de cirurgião e tão humilde numa camisola de paciente?", escreveu em "O Último Sopro de Vida" (When breath becomes air), recém-lançado no Brasil e líder na lista de mais vendidos feita pela Amazon americana e pelo jornal "New York Times". Muitos leitores acompanharam o avanço da doença junto com ele, que em janeiro de 2014 publicou no jornal nova-iorquino o artigo intitulado "Quanto tempo ainda tenho?". Não sabia à época, mas 14 meses. Pouco, para um jovem neurocirurgião tido como brilhante e um marido com uma vida pela frente. O bastante para o médico com mestrado em literatura inglesa realizar dois sonhos: ter um filho e escrever um livro, ainda que a duras penas. A certa altura, Paul usava luvas para manusear o laptop da cadeira de rodas -a quimioterapia rachara suas impressões digitais. Ao optar pela medicina, conta, buscava "o que dá sentido à vida humana, ainda que diante da morte e da decadência". E a neurociência, acreditava, lhe daria o mapa onde se cruzam biologia, literatura e filosofia, suas grandes paixões. CONTINUIDADE A viúva Lucy Kalanithi, ela também médica, intercala entrevistas sobre a obra que lançou após a morte de Paul e plantões de 12 horas num hospital em San Francisco. À Folha, por telefone, fala sobre o luto, "algo em geral solitário", mas tão público em seu caso. "Para muitas pessoas, é raro ouvir, um ano depois, o nome de alguém que perdeu. Comigo é o contrário. Todos que encontro querem falar sobre Paul. Achei que não, mas isso é ótimo. Catorze meses [desde a morte] parece muito tempo, exceto quando seu marido morre." Lucy e Paul se conheceram no primeiro ano da escola de medicina de Yale, há 13 anos. "Sabia que ele era bem inteligente, participava de uns grupos de bioética", lembra. Estudantes organizaram uma rifa filantrópica. Entre os prêmios, um encontro com Paul. Lucy foi sorteada e conheceu melhor o colega que ora posava de gorila nos portões do Palácio de Buckingham durante viagem a Londres ora criava uma fraternidade falsa, com eventos imaginários, na faculdade. "Quando fiquei sabendo que Virginia Woolf certa vez embarcou em um navio de guerra vestida como uma aristocrata abissínia, parei de me vangloriar dessas traquinagens triviais", narra Paul. Ao ler a obra póstuma, amigos próximos estranharam, conta Lucy. "Diziam, 'Bom, este livro não é muito engraçado'. E na vida real ele era superengraçado." A situação já é dramática por si só, mas dr. Kalanithi conseguiu contar passagens biográficas com leveza. Fala da experiência de abrir um cadáver (o corte da nuca à coluna é "como um zíper") e do formol que preserva o corpo, "um estimulante de apetite" que faz "você ter vontade de comer um burrito". Para Lucy, a escrita do marido contrasta com a aversão contemporânea à ideia da mortalidade. "Escondemos nossos corpos, e mesmo a palavra 'morte' ganha eufemismos, como 'fulano foi desta para a melhor'. Isso pode ajudar, mas também nos fazer menos sábios, menos dispostos a entender", diz. Talvez seja a mente racional da profissão, mas Lucy sabia que o marido jamais teria uma "cura milagrosa". "A taxa de sobrevivência era de 1% após cinco anos. Quando decidimos ter um bebê, eu sabia que seria mãe solteira", conta ela. Paul já estava doente quando foram a um banco de esperma para preservar seu sêmen congelado-temiam que seu tratamento afetasse a fertilidade. Ele descreve como Lucy chora quando a atendente pergunta o que fazer com o material "se um deles viesse a falecer". Não era uma questão de "se", mas "quando". "A palavra 'esperança' surgiu na língua inglesa cerca de mil anos atrás, denotando uma combinação de confiança e desejo. Mas o que eu desejava (viver) não era aquilo sobre o que eu estava confiante (morrer)", ele escreveu. Para o neurocirurgião, que aos 36 descobriu ter um câncer que afetava 0,0012% das pessoas com a sua idade, sua "relação com estatísticas mudou assim que me tornei uma delas". A filha Cady nasceu em julho passado, e Lucy colocou um de seus pares de meia no bolso da calça com a qual o marido foi enterrado. Filho de um cristão e uma hindu, ambos indianos, Paul não gostava de "conceitos ultrapassados" como "alma" e "homens de barbas brancas". Nem por isso bania a espiritualidade de sua vida. Certa vez, a mulher perguntou: "Você acredita em Deus?". Respondeu que achava a questão tão importante quanto "você crê no amor?". E sua resposta sempre seria sim. O ÚLTIMO SOPRO DE VIDA AUTOR Paul Kalanithi (tradução Claudio Carina) EDITORA Sextante (176 págs.) PREÇO R$ 29,90
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Neurocirurgião de 37 anos deixa biografia sobre câncer terminalEm maio de 2013, o neurocirurgião Paul Kalanithi enviou um e-mail ao melhor amigo: tinha um câncer terminal no pulmão. "A boa notícia é que já vivi mais que [Emily] Brontë, [John] Keats e Stephen Crane", disse, evocando ídolos literários. "A má notícia é que não escrevi nada." Ao morrer em março de 2015, aos 37, ele deixou a mulher, Lucy, a filha Cady, de dez meses, e um documento em seu computador, salvo como "Kalanithi-Ms-20Feb.docx". Lá estava seu primeiro e último livro, com direitos vendidos para mais de dez países antes de sua morte. Paul era o residente-chefe no hospital da Universidade Stanford, no fim de seu treinamento médico, quando recebeu o diagnóstico. "Como eu podia ser tão autoritário usando um jaleco de cirurgião e tão humilde numa camisola de paciente?", escreveu em "O Último Sopro de Vida" (When breath becomes air), recém-lançado no Brasil e líder na lista de mais vendidos feita pela Amazon americana e pelo jornal "New York Times". Muitos leitores acompanharam o avanço da doença junto com ele, que em janeiro de 2014 publicou no jornal nova-iorquino o artigo intitulado "Quanto tempo ainda tenho?". Não sabia à época, mas 14 meses. Pouco, para um jovem neurocirurgião tido como brilhante e um marido com uma vida pela frente. O bastante para o médico com mestrado em literatura inglesa realizar dois sonhos: ter um filho e escrever um livro, ainda que a duras penas. A certa altura, Paul usava luvas para manusear o laptop da cadeira de rodas -a quimioterapia rachara suas impressões digitais. Ao optar pela medicina, conta, buscava "o que dá sentido à vida humana, ainda que diante da morte e da decadência". E a neurociência, acreditava, lhe daria o mapa onde se cruzam biologia, literatura e filosofia, suas grandes paixões. CONTINUIDADE A viúva Lucy Kalanithi, ela também médica, intercala entrevistas sobre a obra que lançou após a morte de Paul e plantões de 12 horas num hospital em San Francisco. À Folha, por telefone, fala sobre o luto, "algo em geral solitário", mas tão público em seu caso. "Para muitas pessoas, é raro ouvir, um ano depois, o nome de alguém que perdeu. Comigo é o contrário. Todos que encontro querem falar sobre Paul. Achei que não, mas isso é ótimo. Catorze meses [desde a morte] parece muito tempo, exceto quando seu marido morre." Lucy e Paul se conheceram no primeiro ano da escola de medicina de Yale, há 13 anos. "Sabia que ele era bem inteligente, participava de uns grupos de bioética", lembra. Estudantes organizaram uma rifa filantrópica. Entre os prêmios, um encontro com Paul. Lucy foi sorteada e conheceu melhor o colega que ora posava de gorila nos portões do Palácio de Buckingham durante viagem a Londres ora criava uma fraternidade falsa, com eventos imaginários, na faculdade. "Quando fiquei sabendo que Virginia Woolf certa vez embarcou em um navio de guerra vestida como uma aristocrata abissínia, parei de me vangloriar dessas traquinagens triviais", narra Paul. Ao ler a obra póstuma, amigos próximos estranharam, conta Lucy. "Diziam, 'Bom, este livro não é muito engraçado'. E na vida real ele era superengraçado." A situação já é dramática por si só, mas dr. Kalanithi conseguiu contar passagens biográficas com leveza. Fala da experiência de abrir um cadáver (o corte da nuca à coluna é "como um zíper") e do formol que preserva o corpo, "um estimulante de apetite" que faz "você ter vontade de comer um burrito". Para Lucy, a escrita do marido contrasta com a aversão contemporânea à ideia da mortalidade. "Escondemos nossos corpos, e mesmo a palavra 'morte' ganha eufemismos, como 'fulano foi desta para a melhor'. Isso pode ajudar, mas também nos fazer menos sábios, menos dispostos a entender", diz. Talvez seja a mente racional da profissão, mas Lucy sabia que o marido jamais teria uma "cura milagrosa". "A taxa de sobrevivência era de 1% após cinco anos. Quando decidimos ter um bebê, eu sabia que seria mãe solteira", conta ela. Paul já estava doente quando foram a um banco de esperma para preservar seu sêmen congelado-temiam que seu tratamento afetasse a fertilidade. Ele descreve como Lucy chora quando a atendente pergunta o que fazer com o material "se um deles viesse a falecer". Não era uma questão de "se", mas "quando". "A palavra 'esperança' surgiu na língua inglesa cerca de mil anos atrás, denotando uma combinação de confiança e desejo. Mas o que eu desejava (viver) não era aquilo sobre o que eu estava confiante (morrer)", ele escreveu. Para o neurocirurgião, que aos 36 descobriu ter um câncer que afetava 0,0012% das pessoas com a sua idade, sua "relação com estatísticas mudou assim que me tornei uma delas". A filha Cady nasceu em julho passado, e Lucy colocou um de seus pares de meia no bolso da calça com a qual o marido foi enterrado. Filho de um cristão e uma hindu, ambos indianos, Paul não gostava de "conceitos ultrapassados" como "alma" e "homens de barbas brancas". Nem por isso bania a espiritualidade de sua vida. Certa vez, a mulher perguntou: "Você acredita em Deus?". Respondeu que achava a questão tão importante quanto "você crê no amor?". E sua resposta sempre seria sim. O ÚLTIMO SOPRO DE VIDA AUTOR Paul Kalanithi (tradução Claudio Carina) EDITORA Sextante (176 págs.) PREÇO R$ 29,90
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Chelsea vence clássico de Londres e é pentacampeão na Copa da Liga Inglesa
Deu Chelsea no clássico londrino contra o Tottenham que definiu o campeão da Copa da Liga Inglesa. Com gols de John Terry e Diego Costa, o Chelsea venceu por 2 a 0 neste domingo (1º), no estádio de Wembley. Este foi o quinto título do Chelsea na competição, o que coloca o clube como segundo maior vencedor do torneio, empatado com o Aston Villa. Com oito troféus, o Liverpool está na frente. A vitória confirma a boa campanha do Chelsea na temporada. O time lidera o Campeonato Inglês, com 60 pontos, cinco a mais do que o vice-líder Manchester City, e um jogo a menos. Foi a primeira conquista de José Mourinho no retorno do técnico ao clube. Na primeira passagem, o português levou a Copa da Liga Inglesa em 2005 e o Campeonato Inglês em 2005 e 2006. O JOGO Em uma partida equilibrada, o Chelsea marcou o primeiro gol aos 44 min do primeiro tempo. Após cobrança de escanteio, Terry aproveitou a sobra da defesa e fez 1 a 0. No segundo tempo, foi a vez do brasileiro naturalizado espanhol Diego Costa ampliar. O atacante recebeu de Fàbregas, driblou Walker e chutou. A bola desviou e o goleiro Lloris não conseguiu chegar. Com o placar construído, o Chelsea diminuiu o ritmo do jogo, levando perigo com as jogadas articuladas por Fàbregas. O meia até tentou um gol de bicicleta, mas a tentativa parou nas mãos de Lloris. O Tottenham chegou poucas vezes, sem levar perigo ao gol do goleiro Petr Cech. O meia Willian e o volante Ramires, do Chelsea, foram os únicos brasileiros a começar jogando. No final do jogo, Oscar entrou no lugar de Fàbregas. Foi a segunda vez que Chelsea e Tottenham decidiram a Copa da Liga Inglesa. A primeira vez foi em 2008, com vitória do Tottenham por 2 a 1.
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Chelsea vence clássico de Londres e é pentacampeão na Copa da Liga InglesaDeu Chelsea no clássico londrino contra o Tottenham que definiu o campeão da Copa da Liga Inglesa. Com gols de John Terry e Diego Costa, o Chelsea venceu por 2 a 0 neste domingo (1º), no estádio de Wembley. Este foi o quinto título do Chelsea na competição, o que coloca o clube como segundo maior vencedor do torneio, empatado com o Aston Villa. Com oito troféus, o Liverpool está na frente. A vitória confirma a boa campanha do Chelsea na temporada. O time lidera o Campeonato Inglês, com 60 pontos, cinco a mais do que o vice-líder Manchester City, e um jogo a menos. Foi a primeira conquista de José Mourinho no retorno do técnico ao clube. Na primeira passagem, o português levou a Copa da Liga Inglesa em 2005 e o Campeonato Inglês em 2005 e 2006. O JOGO Em uma partida equilibrada, o Chelsea marcou o primeiro gol aos 44 min do primeiro tempo. Após cobrança de escanteio, Terry aproveitou a sobra da defesa e fez 1 a 0. No segundo tempo, foi a vez do brasileiro naturalizado espanhol Diego Costa ampliar. O atacante recebeu de Fàbregas, driblou Walker e chutou. A bola desviou e o goleiro Lloris não conseguiu chegar. Com o placar construído, o Chelsea diminuiu o ritmo do jogo, levando perigo com as jogadas articuladas por Fàbregas. O meia até tentou um gol de bicicleta, mas a tentativa parou nas mãos de Lloris. O Tottenham chegou poucas vezes, sem levar perigo ao gol do goleiro Petr Cech. O meia Willian e o volante Ramires, do Chelsea, foram os únicos brasileiros a começar jogando. No final do jogo, Oscar entrou no lugar de Fàbregas. Foi a segunda vez que Chelsea e Tottenham decidiram a Copa da Liga Inglesa. A primeira vez foi em 2008, com vitória do Tottenham por 2 a 1.
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Turbinados
A sala abriga duas bancadas repleta de peças. Pistões, partes em alumínio e plástico estão dispostos em uma ordem lógica, como se prestes a entrar na linha de produção. O cenário é parte de uma apresentação na fábrica do Volkswagen, em São Bernardo do Campo, onde o novo motor 1.0 turbo (três cilindros) vai sendo detalhado. Acostume-se. Como escrevi em 2013, seu próximo carro será turbo. A VW é a primeira a unir "1.0", "Flex" e "Turbo" em um mesmo logotipo. Nada além do esperado, porque a empresa havia feito o mesmo no início dos anos 2000. Porém, as motivações eram outras. Naquele tempo, o Gol Turbo aproveitava os benefícios do imposto menor para os carros "mil". Seu desempenho era pautado na esportividade, sem compromisso com questões ambientais. Agora, a meta é reduzir emissões e substituir vetustos motores 1.6 ou 1.8. Sai a cilindrada, entra a eficiência energética. O motor flex é dissecado por engenheiros da montadora, orgulhosos de seu pequeno prodígio mecânico. O rotor do turbo parece um delicado botão de flor, mas pode girar a mais de 200 mil rpm. Seu ajuste fino faz com que o motorista esqueça que há uma diminuta turbina em algum lugar à sua frente, rodeada por um universo tecnológico distante do alcance do consumidor comum. Esse é o objetivo:, fazer com que clientes que não têm ideia do que coloca os seus carros em movimento não se sintam desconfortáveis diante da novidade. Todas as grandes fabricantes seguirão o mesmo caminho, e não será um modismo passageiro. A chegada do turbo aos motores pequenos é realidade na Europa. O Brasil ficou muito tempo escorado no etanol, mas só agora o combustível de origem vegetal está sendo associado a motores de última geração produzidos no país. É importante passo rumo aos carros com nível zero de emissões produzidos em grande escala.
colunas
TurbinadosA sala abriga duas bancadas repleta de peças. Pistões, partes em alumínio e plástico estão dispostos em uma ordem lógica, como se prestes a entrar na linha de produção. O cenário é parte de uma apresentação na fábrica do Volkswagen, em São Bernardo do Campo, onde o novo motor 1.0 turbo (três cilindros) vai sendo detalhado. Acostume-se. Como escrevi em 2013, seu próximo carro será turbo. A VW é a primeira a unir "1.0", "Flex" e "Turbo" em um mesmo logotipo. Nada além do esperado, porque a empresa havia feito o mesmo no início dos anos 2000. Porém, as motivações eram outras. Naquele tempo, o Gol Turbo aproveitava os benefícios do imposto menor para os carros "mil". Seu desempenho era pautado na esportividade, sem compromisso com questões ambientais. Agora, a meta é reduzir emissões e substituir vetustos motores 1.6 ou 1.8. Sai a cilindrada, entra a eficiência energética. O motor flex é dissecado por engenheiros da montadora, orgulhosos de seu pequeno prodígio mecânico. O rotor do turbo parece um delicado botão de flor, mas pode girar a mais de 200 mil rpm. Seu ajuste fino faz com que o motorista esqueça que há uma diminuta turbina em algum lugar à sua frente, rodeada por um universo tecnológico distante do alcance do consumidor comum. Esse é o objetivo:, fazer com que clientes que não têm ideia do que coloca os seus carros em movimento não se sintam desconfortáveis diante da novidade. Todas as grandes fabricantes seguirão o mesmo caminho, e não será um modismo passageiro. A chegada do turbo aos motores pequenos é realidade na Europa. O Brasil ficou muito tempo escorado no etanol, mas só agora o combustível de origem vegetal está sendo associado a motores de última geração produzidos no país. É importante passo rumo aos carros com nível zero de emissões produzidos em grande escala.
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Emprego para moradores de rua
O morador de rua Wlademir Delvechio, de 33 anos, é uma das cerca de 20 mil pessoas que dormem ao relento, em São Paulo. Ele virou notícia na Folha ao transformar um canto embaixo do Minhocão numa sala decorada com esmero, mesmo que ali não seja um local adequado para se morar -é insalubre viver embaixo de um viaduto por onde passam milhares de automóveis e dez linhas de ônibus por dia. As reportagens sobre Wlademir não afirmavam que a vida dele era boa, mas isso ficou subentendido, uma vez que ali era a "casa" dele. Há algo de errado numa sociedade que se encanta com o lar improvisado de um homem numa calçada. Há algo de estranho, também, no pensamento de que manter o "fluxo" (agrupamento de usuários de crack) da antiga cracolândia é respeitar direitos humanos, é preservar a liberdade do cidadão de usar drogas e de viver como bem entender. Mas tudo o que não há no "fluxo" e na calçada-dormitório é respeito. Vi pessoas dormindo em barracas no asfalto da rua Dino Bueno, defecando no espaço em que dormiam, subjugadas por traficantes. O tráfico investe recursos para continuar lá, sustentando o sofrimento daquelas pessoas em nome do lucro. Também estão na região 167 agentes da Assistência Social, abordando diariamente os usuários. É um trabalho delicado, que requer formação de vínculo. Por isso, às vezes, os agentes chegam a se desentender com policiais. Quase sempre o conflito se resolve rapidamente. Afinal, ambos os lados têm o mesmo objetivo: ajudar aquelas pessoas. Com esse mesmo espírito, Wlademir foi abordado, ouvido, acolhido, fez cursos de capacitação profissional, aguardou demais por um tratamento dentário que não saiu, tempo que, infelizmente, a maioria da população ainda espera no serviço público. É assim que funciona o cotidiano da assistência social, com idas e vindas, recaídas e retornos. Dificuldades que têm sido vencidas com sucesso pelo programa Trabalho Novo. Por isso, não desistimos de Wlademir. Desde janeiro, 1.045 moradores de rua foram contratados pelo programa, com 91% de retenção. É a primeira iniciativa pública voltada para a empregabilidade da população vulnerável de São Paulo, que envolve profissionais de recursos humanos, empresários e agentes públicos. Até então, a prefeitura oferecia apenas acolhida e capacitação. O Trabalho Novo deveria receber o apoio da sociedade, incluindo meios de comunicação, por quebrar paradigmas de seleção de pessoal, por arrumar emprego para pessoas desconsideradas pelo mercado, como idosos e transexuais. Por representar, sobretudo, um pensamento livre da polarização política que embrutece o nosso país. Somos uma sociedade presa a uma rotina de escassez, consumo e desperdício. Descartamos objetos e pessoas, diferentemente do planeta em que vivemos, que reaproveita tudo. Como diz o economista belga Gunter Pauli, "não há desemprego na natureza". O programa da Prefeitura de São Paulo resgata a importância do trabalho, tanto como função social dos empresários quanto como motivação pessoal para o empregado. É disso que precisamos no país. Sobre o fim da cracolândia, penso como o arquiteto americano, ideólogo do empreendedorismo, Richard Buckminster Fuller: "A melhor maneira de mudar algo não é lutar contra ou resistir, mas criar formas que tornem a questão obsoleta". Assim como é obsoleto pensar que o problema de Wlademir seja o crack ou a falta de moradia, pois são múltiplas as necessidades e fatores para que alguém como ele tenha uma vida que faça sentido numa cidade como São Paulo. PARTICIPAÇÃO FILIPE SABARÁ, empresário, é secretário de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura de São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
opiniao
Emprego para moradores de ruaO morador de rua Wlademir Delvechio, de 33 anos, é uma das cerca de 20 mil pessoas que dormem ao relento, em São Paulo. Ele virou notícia na Folha ao transformar um canto embaixo do Minhocão numa sala decorada com esmero, mesmo que ali não seja um local adequado para se morar -é insalubre viver embaixo de um viaduto por onde passam milhares de automóveis e dez linhas de ônibus por dia. As reportagens sobre Wlademir não afirmavam que a vida dele era boa, mas isso ficou subentendido, uma vez que ali era a "casa" dele. Há algo de errado numa sociedade que se encanta com o lar improvisado de um homem numa calçada. Há algo de estranho, também, no pensamento de que manter o "fluxo" (agrupamento de usuários de crack) da antiga cracolândia é respeitar direitos humanos, é preservar a liberdade do cidadão de usar drogas e de viver como bem entender. Mas tudo o que não há no "fluxo" e na calçada-dormitório é respeito. Vi pessoas dormindo em barracas no asfalto da rua Dino Bueno, defecando no espaço em que dormiam, subjugadas por traficantes. O tráfico investe recursos para continuar lá, sustentando o sofrimento daquelas pessoas em nome do lucro. Também estão na região 167 agentes da Assistência Social, abordando diariamente os usuários. É um trabalho delicado, que requer formação de vínculo. Por isso, às vezes, os agentes chegam a se desentender com policiais. Quase sempre o conflito se resolve rapidamente. Afinal, ambos os lados têm o mesmo objetivo: ajudar aquelas pessoas. Com esse mesmo espírito, Wlademir foi abordado, ouvido, acolhido, fez cursos de capacitação profissional, aguardou demais por um tratamento dentário que não saiu, tempo que, infelizmente, a maioria da população ainda espera no serviço público. É assim que funciona o cotidiano da assistência social, com idas e vindas, recaídas e retornos. Dificuldades que têm sido vencidas com sucesso pelo programa Trabalho Novo. Por isso, não desistimos de Wlademir. Desde janeiro, 1.045 moradores de rua foram contratados pelo programa, com 91% de retenção. É a primeira iniciativa pública voltada para a empregabilidade da população vulnerável de São Paulo, que envolve profissionais de recursos humanos, empresários e agentes públicos. Até então, a prefeitura oferecia apenas acolhida e capacitação. O Trabalho Novo deveria receber o apoio da sociedade, incluindo meios de comunicação, por quebrar paradigmas de seleção de pessoal, por arrumar emprego para pessoas desconsideradas pelo mercado, como idosos e transexuais. Por representar, sobretudo, um pensamento livre da polarização política que embrutece o nosso país. Somos uma sociedade presa a uma rotina de escassez, consumo e desperdício. Descartamos objetos e pessoas, diferentemente do planeta em que vivemos, que reaproveita tudo. Como diz o economista belga Gunter Pauli, "não há desemprego na natureza". O programa da Prefeitura de São Paulo resgata a importância do trabalho, tanto como função social dos empresários quanto como motivação pessoal para o empregado. É disso que precisamos no país. Sobre o fim da cracolândia, penso como o arquiteto americano, ideólogo do empreendedorismo, Richard Buckminster Fuller: "A melhor maneira de mudar algo não é lutar contra ou resistir, mas criar formas que tornem a questão obsoleta". Assim como é obsoleto pensar que o problema de Wlademir seja o crack ou a falta de moradia, pois são múltiplas as necessidades e fatores para que alguém como ele tenha uma vida que faça sentido numa cidade como São Paulo. PARTICIPAÇÃO FILIPE SABARÁ, empresário, é secretário de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura de São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Colaboração em rede é chave na formação continuada de professores
A formação continuada é uma necessidade para manter os professores atualizados com novas propostas educacionais e precisa funcionar em um sistema de rede, no qual os conhecimentos sejam construídos de maneira colaborativa. Ao mesmo tempo, a progressão na carreira do magistério é baseada apenas em tempo e títulos, o que dá margem para uma indústria de cursos pouco eficientes. Estes são alguns dos muitos tópicos debatidos por especialistas que participaram do debate sobre educação continuada de professores no 2º Fórum de Inovação Educativa, promovido pela Folha em parceria com a Fundação Telefônica Vivo e com o apoio do movimento Todos pela Educação, nesta quinta-feira (25). Cybele Amado, diretora do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (Icep), abriu os diálogos da mesa com a reflexão sobre quem seria o professor que educa. E justificou: "Essa é premissa do trabalho que fazemos em rede, que parte do princípio colaborativo". Para Amado, a formação do educador precisa ser revista e levar em consideração que é preciso vivenciar seu lugar e entendê-lo como um profissional da educação. "Sem isso, nós não vamos avançar". Luciano Meira, pós-doutor em educação matemática pela Universidade de Berkeley, trouxe a ideia da hiperlocalidade, que, aplicada ao ensino em sistema, possibilita que os professores se tornem empreendedores de suas próprias salas de aula. "Seria como se a sala de aula fosse uma espécie de start up e os alunos fossem colaboradores", disse ele. Meira também falou sobre exemplos de inovação com foco nos docentes, como por exemplo uma plataforma americana na qual existe um mercado de planos de aula disponibilizadas pelos próprios professores. Ou laboratórios de inovação que estimulem a produção de didáticas inovadoras hiperlocais produzidas dentro das comunidades. Cesar Callegari, diretor da Faculdade Sesi de Educação, disse que as variáveis da progressão do magistério —tempo de trabalho e títulos— são limitadas. "Muitas vezes os cursos feitos pelos professores funcionam apenas como uma moeda, mas não tem relação com a realidade da profissão", afirmou. Callegari propôs um terceiro eixo no qual a criatividade dos docentes fosse recompensada: "Os professores devem ser estimulados a deixar um legado para a educação. Ninguém valoriza quando ele escreve um livro, produz um vídeo ou faz um game". Já Katia Schweickardt, secretária municipal de Educação de Manaus, trouxe exemplos concretos das experiências manauaras de melhoramentos de políticas antigas e inovação. "Mudamos o programa Qualifica e agora ele financia mestrados e doutorados para professores desde que tenham relação com as diretrizes e necessidades do ensino, como educação especial". Além disso, agora, depois de formado, o professor tem um número de horas a ser ministrado nas escolas. Segundo a secretária, a inclusão de plataforma de ensino on-line com a Kahn Academy, com a disponibilização ampla de conteúdo na internet e treinamento de como usá-lo, também foram essenciais para os avanços que a cidade teve no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
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Colaboração em rede é chave na formação continuada de professoresA formação continuada é uma necessidade para manter os professores atualizados com novas propostas educacionais e precisa funcionar em um sistema de rede, no qual os conhecimentos sejam construídos de maneira colaborativa. Ao mesmo tempo, a progressão na carreira do magistério é baseada apenas em tempo e títulos, o que dá margem para uma indústria de cursos pouco eficientes. Estes são alguns dos muitos tópicos debatidos por especialistas que participaram do debate sobre educação continuada de professores no 2º Fórum de Inovação Educativa, promovido pela Folha em parceria com a Fundação Telefônica Vivo e com o apoio do movimento Todos pela Educação, nesta quinta-feira (25). Cybele Amado, diretora do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (Icep), abriu os diálogos da mesa com a reflexão sobre quem seria o professor que educa. E justificou: "Essa é premissa do trabalho que fazemos em rede, que parte do princípio colaborativo". Para Amado, a formação do educador precisa ser revista e levar em consideração que é preciso vivenciar seu lugar e entendê-lo como um profissional da educação. "Sem isso, nós não vamos avançar". Luciano Meira, pós-doutor em educação matemática pela Universidade de Berkeley, trouxe a ideia da hiperlocalidade, que, aplicada ao ensino em sistema, possibilita que os professores se tornem empreendedores de suas próprias salas de aula. "Seria como se a sala de aula fosse uma espécie de start up e os alunos fossem colaboradores", disse ele. Meira também falou sobre exemplos de inovação com foco nos docentes, como por exemplo uma plataforma americana na qual existe um mercado de planos de aula disponibilizadas pelos próprios professores. Ou laboratórios de inovação que estimulem a produção de didáticas inovadoras hiperlocais produzidas dentro das comunidades. Cesar Callegari, diretor da Faculdade Sesi de Educação, disse que as variáveis da progressão do magistério —tempo de trabalho e títulos— são limitadas. "Muitas vezes os cursos feitos pelos professores funcionam apenas como uma moeda, mas não tem relação com a realidade da profissão", afirmou. Callegari propôs um terceiro eixo no qual a criatividade dos docentes fosse recompensada: "Os professores devem ser estimulados a deixar um legado para a educação. Ninguém valoriza quando ele escreve um livro, produz um vídeo ou faz um game". Já Katia Schweickardt, secretária municipal de Educação de Manaus, trouxe exemplos concretos das experiências manauaras de melhoramentos de políticas antigas e inovação. "Mudamos o programa Qualifica e agora ele financia mestrados e doutorados para professores desde que tenham relação com as diretrizes e necessidades do ensino, como educação especial". Além disso, agora, depois de formado, o professor tem um número de horas a ser ministrado nas escolas. Segundo a secretária, a inclusão de plataforma de ensino on-line com a Kahn Academy, com a disponibilização ampla de conteúdo na internet e treinamento de como usá-lo, também foram essenciais para os avanços que a cidade teve no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
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Debate faz Obama sair em defesa do guacamole 'tradicional'
Uma inovadora receita que acrescentou ervilhas ao guacamole, prato tradicional mexicano a base de abacate –e muito popular nos Estados Unidos–, resultou em uma batalha nas redes sociais, que levou o presidente Barack Obama a defender o preparo clássico. Uma colunista da seção de gastronomia do jornal "The New York Times" tuitou na quarta-feira (1o) a sua receita do prato e imediatamente desencadeou uma apaixonada troca nas redes sociais, dominada por pessoas que questionaram o ingrediente estranho. O presidente Obama não demorou em entrar no debate com sua conta no Twitter –que tem mais de 3 milhões de seguidores. "Respeito o 'NYT', mas não estou de acordo com as ervilhas no guacamole", escreveu o presidente, conhecido por seu gosto pela comida mexicana. "Cebola, alho, pimenta. Clássico", afirmou. O ex-governador da Flórida e pré-candidato presidencial republicano Jeb Bush, crítico usual das políticas de Obama, neste caso concordou com o presidente democrata. "Não se adicionam ervilhas ao guacamole", escreveu no Twitter. Bush, casado há mais de 40 anos com uma mexicana, recentemente afirmou em um programa de TV que sabia preparar "muito bem" guacamole. A colunista do "Times", Melissa Clarke, defendeu a receita heterodoxa, ao afirmar que ervilhas "acrescentam doçura intensa e textura crocante ao mix, que torna a tortilha mais substanciosa". "O guacamole de ervilhas mantém sua tonalidade brilhante no congelador por vários dias, sem ficar marrom." "Parem a loucura do guacamole. Fora ervilhas", escreveu no Twitter a organização "Avocados from Mexico", que promove o abacate mexicano nos Estados Unidos. Os EUA consomem quase 80% do abacate que o México exporta (cerca de 700 mil toneladas por ano), de acordo com cifras do governo norte-americano. A receita do guacamole tradicional, que os mexicanos preparam quase diariamente, contém abacate, cebola, tomates, pimenta, um pouco de limão, sal e coentro. Nunca se acrescentam ervilhas. Confira aqui uma receita.
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Debate faz Obama sair em defesa do guacamole 'tradicional'Uma inovadora receita que acrescentou ervilhas ao guacamole, prato tradicional mexicano a base de abacate –e muito popular nos Estados Unidos–, resultou em uma batalha nas redes sociais, que levou o presidente Barack Obama a defender o preparo clássico. Uma colunista da seção de gastronomia do jornal "The New York Times" tuitou na quarta-feira (1o) a sua receita do prato e imediatamente desencadeou uma apaixonada troca nas redes sociais, dominada por pessoas que questionaram o ingrediente estranho. O presidente Obama não demorou em entrar no debate com sua conta no Twitter –que tem mais de 3 milhões de seguidores. "Respeito o 'NYT', mas não estou de acordo com as ervilhas no guacamole", escreveu o presidente, conhecido por seu gosto pela comida mexicana. "Cebola, alho, pimenta. Clássico", afirmou. O ex-governador da Flórida e pré-candidato presidencial republicano Jeb Bush, crítico usual das políticas de Obama, neste caso concordou com o presidente democrata. "Não se adicionam ervilhas ao guacamole", escreveu no Twitter. Bush, casado há mais de 40 anos com uma mexicana, recentemente afirmou em um programa de TV que sabia preparar "muito bem" guacamole. A colunista do "Times", Melissa Clarke, defendeu a receita heterodoxa, ao afirmar que ervilhas "acrescentam doçura intensa e textura crocante ao mix, que torna a tortilha mais substanciosa". "O guacamole de ervilhas mantém sua tonalidade brilhante no congelador por vários dias, sem ficar marrom." "Parem a loucura do guacamole. Fora ervilhas", escreveu no Twitter a organização "Avocados from Mexico", que promove o abacate mexicano nos Estados Unidos. Os EUA consomem quase 80% do abacate que o México exporta (cerca de 700 mil toneladas por ano), de acordo com cifras do governo norte-americano. A receita do guacamole tradicional, que os mexicanos preparam quase diariamente, contém abacate, cebola, tomates, pimenta, um pouco de limão, sal e coentro. Nunca se acrescentam ervilhas. Confira aqui uma receita.
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Tribunal da Indonésia nega recurso a traficantes australianos
Um tribunal da Indonésia rejeitou, nesta segunda-feira (6), o recurso de dois australianos condenados à morte por tráfico de drogas. Myuran Sukumaran e Andrew Chan ingressaram com a medida após a decisão do presidente Joko Widodo, que recusou os pedidos de clemência. O Tribunal Superior Administrativo de Jacarta, onde os australianos ingressaram com a apelação, manteve a mesma decisão de tribunal inferior que justificou que o caso dos apelantes está fora de sua jurisdição, já que a clemência é uma prerrogativa do presidente. Sukumaran e Chan foram condenados por tentar contrabandear heroína para o país asiático. Desde 2006, eles estão no corredor da morte. O governo da Austrália, principal parceiro comercial indonésio, ameaçou publicamente retaliar o país vizinho se os seus dois cidadãos forem fuzilados. Os advogados dos australianos anunciaram que levariam o caso adiante, desta vez, para o Tribunal Constitucional da Indonésia. O procurador-geral do país, Muhammad Prasetyio, disse que a dupla esgotou os recursos legais para evitar a pena capital. A decisão abre um precedente desfavorável para os demais estrangeiros condenados por tráfico de drogas no país, entre eles, o brasileiro Rodrigo Gularte, três nigerianos, três homens da França, Gana e uma mulher filipina. Na Indonésia, a execução se dá por pelotão de fuzilamento. Em janeiro, seis prisioneiros foram executados, entre os quais o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, 53. BRASILEIRO A defesa do brasileiro Rodrigo Gularte prepara recurso, a exemplo do que outros prisioneiros fizeram, para a Suprema Corte da Indonésia. Entre os argumentos está o fato de Gularte ter sido julgado na primeira instância sem a presença de um advogado. No final de fevereiro, o governo indonésio examinou o brasileiro para atestar a esquizofrenia. O resultado não foi divulgado. A ONU condenou a iminência das execuções na Indonésia, assim como entidades indonésias de direitos humanos e a Anistia Internacional. Com agências internacionais.
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Tribunal da Indonésia nega recurso a traficantes australianosUm tribunal da Indonésia rejeitou, nesta segunda-feira (6), o recurso de dois australianos condenados à morte por tráfico de drogas. Myuran Sukumaran e Andrew Chan ingressaram com a medida após a decisão do presidente Joko Widodo, que recusou os pedidos de clemência. O Tribunal Superior Administrativo de Jacarta, onde os australianos ingressaram com a apelação, manteve a mesma decisão de tribunal inferior que justificou que o caso dos apelantes está fora de sua jurisdição, já que a clemência é uma prerrogativa do presidente. Sukumaran e Chan foram condenados por tentar contrabandear heroína para o país asiático. Desde 2006, eles estão no corredor da morte. O governo da Austrália, principal parceiro comercial indonésio, ameaçou publicamente retaliar o país vizinho se os seus dois cidadãos forem fuzilados. Os advogados dos australianos anunciaram que levariam o caso adiante, desta vez, para o Tribunal Constitucional da Indonésia. O procurador-geral do país, Muhammad Prasetyio, disse que a dupla esgotou os recursos legais para evitar a pena capital. A decisão abre um precedente desfavorável para os demais estrangeiros condenados por tráfico de drogas no país, entre eles, o brasileiro Rodrigo Gularte, três nigerianos, três homens da França, Gana e uma mulher filipina. Na Indonésia, a execução se dá por pelotão de fuzilamento. Em janeiro, seis prisioneiros foram executados, entre os quais o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, 53. BRASILEIRO A defesa do brasileiro Rodrigo Gularte prepara recurso, a exemplo do que outros prisioneiros fizeram, para a Suprema Corte da Indonésia. Entre os argumentos está o fato de Gularte ter sido julgado na primeira instância sem a presença de um advogado. No final de fevereiro, o governo indonésio examinou o brasileiro para atestar a esquizofrenia. O resultado não foi divulgado. A ONU condenou a iminência das execuções na Indonésia, assim como entidades indonésias de direitos humanos e a Anistia Internacional. Com agências internacionais.
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Julgamento de religioso por pedofilia é adiado no Vaticano
O Vaticano iniciou neste sábado (11) pela primeira vez um julgamento contra um religioso acusado de abusos sexuais contra menores de idade, o ex-núncio na República Dominicana, que não compareceu à audiência por ter sido hospitalizado, o que provocou o adiamento do processo. Jozef Wesolowski, um polonês de 66 anos, já foi condenado a perder o cargo e a voltar ao estado laico, em um processo eclesiástico. Wesolowski sofre há alguns meses de um problema de saúde, que não foi divulgado. A Santa Sé informou neste sábado que ele foi internado em um centro de terapia intensiva. "O acusado sentiu-se indisposto de forma repentina e foi levado a um hospital de Roma", afirmou o promotor Gian Piero Milano no tribunal. Wesolowski passou mal nesta sexta-feira (10) e foi internado em caráter de emergência no Vaticano, antes de ser levado para um hospital romano, onde permanece sob vigilância policial. A polícia prendeu o polonês em setembro de 2014 e depois o condenou à prisão domiciliar. Em dezembro do ano passado ele obteve o direito de maior liberdade de movimento dentro do Estado do Vaticano por motivos de saúde. A audiência deste sábado durou apenas sete minutos, o tempo necessário para a leitura do promotor das acusações contra Wesolowski e a confirmação de sua internação. O presidente do tribunal, Giuseppe Dalla Torre, disse que o julgamento será adiado para uma data ainda a ser determinada. Wesolowski é acusado de ter mantido relações sexuais com menores de idade quando exercia o cargo de núncio na República Dominicana, entre janeiro de 2008 e agosto de 2013, e de posse de milhares de fotografias de conteúdo pedófilo. Este último crime passou a integrar a legislação vaticana por iniciativa do papa Francisco em 2013. As acusações de abusos sexuais são baseadas nos depoimentos ouvidos pelas autoridades competentes de Santo Domingo, segundo o Vaticano. O juiz, o advogado de defesa e os promotores que participam desse julgamento sem precedentes são todos laicos italianos. LINHA DE COMBATE À PEDOFILIA Se for considerado culpado, Wesolowski pode ser condenado a seis ou sete anos de prisão, sem considerar as possíveis circunstâncias agravantes. O julgamento é inédito na história recente do Vaticano e ilustra a nova linha de combate ao flagelo da pedofilia. A Santa Sé anunciou em junho a criação de uma nova instância eclesiástica para punir os bispos culpados de negligência —ou inclusive de cumplicidade— com os padres sob sua autoridade. Vários bispos acusados de proteger padres pedófilos foram obrigados a abandonar a batina. Uma comissão internacional auxilia o pontífice na tentativa de encontrar uma forma de prevenir os abusos contra menores de idade. Jozef Wesolowski foi ordenado padre em 1972 pelo então arcebispo de Cracóvia, o futuro papa João Paulo 2º, que o promoveu a bispo em 2000. Depois de trabalhar como núncio na Bolívia e em vários países asiáticos, ele chegou à República Dominicana em 2008. Cinco anos depois, foi acusado pela imprensa local de manter relações sexuais com menores. O Vaticano o convocou em agosto de 2013, o afastou de suas funções e se negou a extraditá-lo para a Polônia. Em março, outro padre polonês, Wojciech G., foi condenado a sete anos de prisão em Varsóvia por atos de pedofilia cometidos na República Dominicana e na Polônia. O Vaticano já abrigou um julgamento famoso em 2012, o do ex-mordomo do papa Bento 16, Paolo Gabriele, condenado por vazar à imprensa italiana documentos confidenciais. Posteriormente, ele foi perdoado.
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Julgamento de religioso por pedofilia é adiado no VaticanoO Vaticano iniciou neste sábado (11) pela primeira vez um julgamento contra um religioso acusado de abusos sexuais contra menores de idade, o ex-núncio na República Dominicana, que não compareceu à audiência por ter sido hospitalizado, o que provocou o adiamento do processo. Jozef Wesolowski, um polonês de 66 anos, já foi condenado a perder o cargo e a voltar ao estado laico, em um processo eclesiástico. Wesolowski sofre há alguns meses de um problema de saúde, que não foi divulgado. A Santa Sé informou neste sábado que ele foi internado em um centro de terapia intensiva. "O acusado sentiu-se indisposto de forma repentina e foi levado a um hospital de Roma", afirmou o promotor Gian Piero Milano no tribunal. Wesolowski passou mal nesta sexta-feira (10) e foi internado em caráter de emergência no Vaticano, antes de ser levado para um hospital romano, onde permanece sob vigilância policial. A polícia prendeu o polonês em setembro de 2014 e depois o condenou à prisão domiciliar. Em dezembro do ano passado ele obteve o direito de maior liberdade de movimento dentro do Estado do Vaticano por motivos de saúde. A audiência deste sábado durou apenas sete minutos, o tempo necessário para a leitura do promotor das acusações contra Wesolowski e a confirmação de sua internação. O presidente do tribunal, Giuseppe Dalla Torre, disse que o julgamento será adiado para uma data ainda a ser determinada. Wesolowski é acusado de ter mantido relações sexuais com menores de idade quando exercia o cargo de núncio na República Dominicana, entre janeiro de 2008 e agosto de 2013, e de posse de milhares de fotografias de conteúdo pedófilo. Este último crime passou a integrar a legislação vaticana por iniciativa do papa Francisco em 2013. As acusações de abusos sexuais são baseadas nos depoimentos ouvidos pelas autoridades competentes de Santo Domingo, segundo o Vaticano. O juiz, o advogado de defesa e os promotores que participam desse julgamento sem precedentes são todos laicos italianos. LINHA DE COMBATE À PEDOFILIA Se for considerado culpado, Wesolowski pode ser condenado a seis ou sete anos de prisão, sem considerar as possíveis circunstâncias agravantes. O julgamento é inédito na história recente do Vaticano e ilustra a nova linha de combate ao flagelo da pedofilia. A Santa Sé anunciou em junho a criação de uma nova instância eclesiástica para punir os bispos culpados de negligência —ou inclusive de cumplicidade— com os padres sob sua autoridade. Vários bispos acusados de proteger padres pedófilos foram obrigados a abandonar a batina. Uma comissão internacional auxilia o pontífice na tentativa de encontrar uma forma de prevenir os abusos contra menores de idade. Jozef Wesolowski foi ordenado padre em 1972 pelo então arcebispo de Cracóvia, o futuro papa João Paulo 2º, que o promoveu a bispo em 2000. Depois de trabalhar como núncio na Bolívia e em vários países asiáticos, ele chegou à República Dominicana em 2008. Cinco anos depois, foi acusado pela imprensa local de manter relações sexuais com menores. O Vaticano o convocou em agosto de 2013, o afastou de suas funções e se negou a extraditá-lo para a Polônia. Em março, outro padre polonês, Wojciech G., foi condenado a sete anos de prisão em Varsóvia por atos de pedofilia cometidos na República Dominicana e na Polônia. O Vaticano já abrigou um julgamento famoso em 2012, o do ex-mordomo do papa Bento 16, Paolo Gabriele, condenado por vazar à imprensa italiana documentos confidenciais. Posteriormente, ele foi perdoado.
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Homem é suspeito de matar ex-mulher na frente do filho de três anos em SP
Uma manicure foi morta a tiros na frente do filho de três anos na noite desta sexta-feira (29) enquanto trabalhava na casa de uma cliente na zona leste de São Paulo. Segundo a polícia, o suspeito é o ex-marido da vítima. De acordo com informações da 24º DP (Distrito Policial), o crime ocorreu por volta das 21h na rua Padre Viegas de Menezes, em Itaquera. Benjamin Inácio da Silva, 56, teria seguido a ex-mulher até a casa da cliente, onde entrou armado e segurando um dos filhos no colo. Sem dizer nada, disparou três vezes contra a manicure e saiu. Cristiane de Souza Quadros,31, morreu no local. Após o crime, segundo a polícia, o suspeito levou a criança até a casa de familiares e fugiu. Ele está foragido e as circunstâncias ainda estão sendo apuradas. A polícia informou que Benjamin e Cristiane foram casados por 15 anos e tinham juntos um filho de 11 anos e outro de 3. O caso será acompanhado pelo 64º DP.
cotidiano
Homem é suspeito de matar ex-mulher na frente do filho de três anos em SPUma manicure foi morta a tiros na frente do filho de três anos na noite desta sexta-feira (29) enquanto trabalhava na casa de uma cliente na zona leste de São Paulo. Segundo a polícia, o suspeito é o ex-marido da vítima. De acordo com informações da 24º DP (Distrito Policial), o crime ocorreu por volta das 21h na rua Padre Viegas de Menezes, em Itaquera. Benjamin Inácio da Silva, 56, teria seguido a ex-mulher até a casa da cliente, onde entrou armado e segurando um dos filhos no colo. Sem dizer nada, disparou três vezes contra a manicure e saiu. Cristiane de Souza Quadros,31, morreu no local. Após o crime, segundo a polícia, o suspeito levou a criança até a casa de familiares e fugiu. Ele está foragido e as circunstâncias ainda estão sendo apuradas. A polícia informou que Benjamin e Cristiane foram casados por 15 anos e tinham juntos um filho de 11 anos e outro de 3. O caso será acompanhado pelo 64º DP.
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China vira alvo de pré-candidatos à Presidência dos EUA
A incertezas sobre a economia chinesa viraram munição pesada na campanha presidencial dos Estados Unidos. Pré-candidatos republicanos à Casa Branca aproveitaram o tombo das Bolsas chinesas para bater no país e no presidente Barack Obama, acusando-o de ser frouxo ao lidar com Pequim. Um deles, o governador de Wisconsin, Scott Walker, exigiu que o governo cancele a visita aos EUA do líder chinês, Xi Jinping, marcada para o próximo mês. Donald Trump, que lidera a corrida republicana, propôs trocar o banquete que será oferecido a Xi por uma refeição do McDonald's. Muito antes de se tornar candidato, o histriônico bilionário costumava criticar com frequência os chineses, acusando-os de roubar empregos dos americanos com práticas desleais, como a manipulação do valor de sua moeda. Nesta semana, quando a Bolsa de Nova York despencou por temor de desaceleração mais grave da China, Trump tuitou: "Os mercados estão desabando, tudo por causa de mau planejamento e por permitir que a China e a Ásia ditem a agenda. Isso pode ficar caótico". Trump faz críticas e deboches, como imitar o sotaque chinês, mas sem propor algo concreto nem dizer como faria a China a mudar de rumo. As queixas nos EUA contra as supostas práticas econômicas desleais dos chineses são antigas, de dumping a manipulação cambial. A nova ofensiva republicana ganhou fôlego após a China desvalorizar sua moeda, há duas semanas, criando o temor de uma guerra cambial. Falar grosso em relação à China virou quase obrigação entre os candidatos republicanos, e não apenas em relação a temas econômicos. Marco Rubio, senador e presidenciável republicano, promete reforçar a presença militar americana no Pacífico para conter a expansão marítima de Pequim. "Não podemos permitir que a nossa capacidade militar se atrofie enquanto a China se fortalece", escreveu Rubio em artigo no "The Wall Street Journal". Para alguns analistas, os republicanos sabem que precisam subir o tom para fazer frente à candidata democrata favorita, Hillary Clinton, considerada linha-dura em relação à China. Em um comício no mês passado, Hillary deixou claro que vê a China como país rival, não parceiro dos EUA. "Não se iludam: eles sabem que estamos competindo e farão de tudo para vencer", disse Hillary em um evento de campanha em New Hampshire.
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China vira alvo de pré-candidatos à Presidência dos EUAA incertezas sobre a economia chinesa viraram munição pesada na campanha presidencial dos Estados Unidos. Pré-candidatos republicanos à Casa Branca aproveitaram o tombo das Bolsas chinesas para bater no país e no presidente Barack Obama, acusando-o de ser frouxo ao lidar com Pequim. Um deles, o governador de Wisconsin, Scott Walker, exigiu que o governo cancele a visita aos EUA do líder chinês, Xi Jinping, marcada para o próximo mês. Donald Trump, que lidera a corrida republicana, propôs trocar o banquete que será oferecido a Xi por uma refeição do McDonald's. Muito antes de se tornar candidato, o histriônico bilionário costumava criticar com frequência os chineses, acusando-os de roubar empregos dos americanos com práticas desleais, como a manipulação do valor de sua moeda. Nesta semana, quando a Bolsa de Nova York despencou por temor de desaceleração mais grave da China, Trump tuitou: "Os mercados estão desabando, tudo por causa de mau planejamento e por permitir que a China e a Ásia ditem a agenda. Isso pode ficar caótico". Trump faz críticas e deboches, como imitar o sotaque chinês, mas sem propor algo concreto nem dizer como faria a China a mudar de rumo. As queixas nos EUA contra as supostas práticas econômicas desleais dos chineses são antigas, de dumping a manipulação cambial. A nova ofensiva republicana ganhou fôlego após a China desvalorizar sua moeda, há duas semanas, criando o temor de uma guerra cambial. Falar grosso em relação à China virou quase obrigação entre os candidatos republicanos, e não apenas em relação a temas econômicos. Marco Rubio, senador e presidenciável republicano, promete reforçar a presença militar americana no Pacífico para conter a expansão marítima de Pequim. "Não podemos permitir que a nossa capacidade militar se atrofie enquanto a China se fortalece", escreveu Rubio em artigo no "The Wall Street Journal". Para alguns analistas, os republicanos sabem que precisam subir o tom para fazer frente à candidata democrata favorita, Hillary Clinton, considerada linha-dura em relação à China. Em um comício no mês passado, Hillary deixou claro que vê a China como país rival, não parceiro dos EUA. "Não se iludam: eles sabem que estamos competindo e farão de tudo para vencer", disse Hillary em um evento de campanha em New Hampshire.
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Frustração a caminho
Anuncia-se como tímido e decepcionante o resultado dos muitos meses de discussão parlamentar em torno da reforma política. O que havia de mais ambicioso, para bem e para mal, nas propostas em curso —a adoção do chamado distritão no pleito de 2018 e a promessa de instituir o voto distrital misto em 2022— não passou pela Câmara dos Deputados. Dependendo, por se tratar de mudança constitucional, de pelo menos 308 votos, o projeto obteve apenas 205. De positivo, pode-se dizer que o fiasco evitou que fosse implantado um mecanismo eleitoral a todos os títulos exótico e cheio de defeitos. Com efeito, ao preconizar um princípio simples —nas eleições proporcionais, conquistam seus cargos os candidatos mais votados—, o distritão embutia grave inconveniente do ponto de vista da representação popular. É que, se vingasse tal norma, seriam desperdiçados os sufrágios que, destinados a um candidato vitorioso, excedessem o necessário para sua eleição. Assim, se um postulante extremamente popular obtivesse, o que não raro acontece, 500 mil votos, quando apenas 100 mil garantiriam a sua vitória, a sobra de 400 mil não seria transferida a outros postulantes de sua legenda. O personalismo, e não a coesão partidária, seria a regra num pleito assim organizado. O também derrotado voto distrital misto, entretanto, representaria considerável avanço, ao levar o eleitor a votar duas vezes, uma em um representante de seu distrito e outra em nome a constar de lista elaborada pelos partidos. Dessa forma se introduziria, na disputa pela Câmara federal e pelos Legislativos estaduais e municipais, o desejável confronto de propostas e ideologias que colocaria candidato contra candidato, agremiação contra agremiação, num mesmo território, com a vantagem da transparência e da legibilidade. Se a discussão em torno dos sistemas eleitorais é reconhecidamente intrincada, uma medida simples —como a extinção do voto obrigatório— não exigiria grandes cálculos e explicações técnicas. Foi igualmente rejeitada. Resta, de favorável, a possibilidade, ainda a se confirmar, de ser extinta a coligação partidária em cargos proporcionais, além de implantada (com muitas condicionantes) uma cláusula de desempenho visando a diminuir gradualmente o número exorbitante de siglas existentes no país. É incerto que tais propostas venham a conseguir plena aprovação nas votações da Câmara e do Senado que se anunciam para até o início do mês que vem, prazo necessário para que possam vigorar no pleito do próximo ano. Concretamente, só uma modificação é previsível: a que aumenta recursos públicos para os gastos de campanha. Mal representado, o eleitor é chamado, desta vez em escala inédita, a pagar a conta da propaganda que lhe impingem. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Frustração a caminhoAnuncia-se como tímido e decepcionante o resultado dos muitos meses de discussão parlamentar em torno da reforma política. O que havia de mais ambicioso, para bem e para mal, nas propostas em curso —a adoção do chamado distritão no pleito de 2018 e a promessa de instituir o voto distrital misto em 2022— não passou pela Câmara dos Deputados. Dependendo, por se tratar de mudança constitucional, de pelo menos 308 votos, o projeto obteve apenas 205. De positivo, pode-se dizer que o fiasco evitou que fosse implantado um mecanismo eleitoral a todos os títulos exótico e cheio de defeitos. Com efeito, ao preconizar um princípio simples —nas eleições proporcionais, conquistam seus cargos os candidatos mais votados—, o distritão embutia grave inconveniente do ponto de vista da representação popular. É que, se vingasse tal norma, seriam desperdiçados os sufrágios que, destinados a um candidato vitorioso, excedessem o necessário para sua eleição. Assim, se um postulante extremamente popular obtivesse, o que não raro acontece, 500 mil votos, quando apenas 100 mil garantiriam a sua vitória, a sobra de 400 mil não seria transferida a outros postulantes de sua legenda. O personalismo, e não a coesão partidária, seria a regra num pleito assim organizado. O também derrotado voto distrital misto, entretanto, representaria considerável avanço, ao levar o eleitor a votar duas vezes, uma em um representante de seu distrito e outra em nome a constar de lista elaborada pelos partidos. Dessa forma se introduziria, na disputa pela Câmara federal e pelos Legislativos estaduais e municipais, o desejável confronto de propostas e ideologias que colocaria candidato contra candidato, agremiação contra agremiação, num mesmo território, com a vantagem da transparência e da legibilidade. Se a discussão em torno dos sistemas eleitorais é reconhecidamente intrincada, uma medida simples —como a extinção do voto obrigatório— não exigiria grandes cálculos e explicações técnicas. Foi igualmente rejeitada. Resta, de favorável, a possibilidade, ainda a se confirmar, de ser extinta a coligação partidária em cargos proporcionais, além de implantada (com muitas condicionantes) uma cláusula de desempenho visando a diminuir gradualmente o número exorbitante de siglas existentes no país. É incerto que tais propostas venham a conseguir plena aprovação nas votações da Câmara e do Senado que se anunciam para até o início do mês que vem, prazo necessário para que possam vigorar no pleito do próximo ano. Concretamente, só uma modificação é previsível: a que aumenta recursos públicos para os gastos de campanha. Mal representado, o eleitor é chamado, desta vez em escala inédita, a pagar a conta da propaganda que lhe impingem. editoriais@grupofolha.com.br
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Estátua de Pete Doherty crucificado é exposta em igreja britânica
Uma escultura que mostra Pete Doherty, vocalista da banda The Libertines, crucificado, está exposta na igreja de St. Marylebone, em Londres. A obra faz parte da exposição "Station in the Cross", organizada pelo curador Ben Moore para arrecadar fundos para a campanha "Missing Tom Fund", destinada a tentar encontrar seu irmão, desaparecido em 2003. "For Pete's Sake", como é chamada a escultura, foi feita pelo artista Nick Reynolds, usando Doherty como molde, para que ficasse em tamanho natural. A exposição fica em cartaz até 17 de março.
ilustrada
Estátua de Pete Doherty crucificado é exposta em igreja britânicaUma escultura que mostra Pete Doherty, vocalista da banda The Libertines, crucificado, está exposta na igreja de St. Marylebone, em Londres. A obra faz parte da exposição "Station in the Cross", organizada pelo curador Ben Moore para arrecadar fundos para a campanha "Missing Tom Fund", destinada a tentar encontrar seu irmão, desaparecido em 2003. "For Pete's Sake", como é chamada a escultura, foi feita pelo artista Nick Reynolds, usando Doherty como molde, para que ficasse em tamanho natural. A exposição fica em cartaz até 17 de março.
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Clínicas médicas vão para as ruas e prometem atendimento rápido
Com o objetivo de atender pessoas que querem fugir das filas em hospitais, novas redes de clínicas médicas prometem atendimento expresso para pacientes com queixas de pouca complexidade. O modelo, importado dos Estados Unidos, é baseado na disseminação de unidades enxutas, com apenas um clínico geral e enfermeiros, localizadas em pontos comerciais de muito movimento. Esses são os casos da Dr. Agora e da MinutoMED, redes que atuam em São Paulo e oferecem consultas a R$ 89. Em ambas não é preciso agendar horário para ser prontamente atendido e elas não possuem parcerias com planos de saúde. Para que o processo seja feito com agilidade, os enfermeiros fazem uma triagem dos pacientes para verificar se suas queixas podem ser tratadas ali, exigem um especialista ou devem ser encaminhados a um pronto-socorro. As empresas também oferecem alguns exames, como hemogramas e teste de gravidez, e aplicam vacinas. Na MinutoMED, há equipamento para realização de outros exames, como ultrassom, e são feitas pequenas cirurgias (retirada de pintas, por exemplo). De acordo com seus proprietários, as empresas podem atender até seis pacientes em uma hora. OBJETIVOS O objetivo das clínicas, de acordo com Guilherme Berardo, fundador da Dr. Agora, é ter como pacientes tanto quem não pode pagar por um plano de saúde como também quem busca a conveniência de poder passar no médico sem ter de perder muitas horas de trabalho. A Dr. Agora abriu sua primeira unidade neste ano na Vila Olímpia, região de concentração de empresas em São Paulo e próximo à estação de trem da CPTM. A companhia irá abrir mais duas unidades neste ano. Além do Dr. Agora, Berardo fundou em 2008 a empresa Premium Care, especializada no tratamento residencial de pacientes crônicos, de longa permanência e em cuidados paliativos. Entre os investidores de sua nova empresa está o norte-americano Rick Krieger, idealizador da MinuteClinic, clínica que possui 800 unidades nos Estados Unidos dentro de lojas da rede de farmácias CVS —que comprou em 2013, no Brasil, a Drogaria Onofre. GARGALO Na opinião de Don Cordeiro, presidente-executivo e fundador da MinutoMED e ex-consultor da empresa americana McKinsey, existe um gargalo no atendimento a queixas de baixa complexidade no Brasil. De acordo com ele, a maior parte das pessoas com problemas simples busca o pronto-socorro e, por seus casos não caracterizarem uma urgência médica, tem de esperar muitas horas até serem atendidas, enquanto casos que exigem prioridade passam na frente. Outro fator de demora no atendimento, afirma, está no fato de as pessoas recorrerem a especialistas com mais frequência do que o necessário. "Coisas simples, como dermatite ou infecção urinária, podem ser tratadas por um clínico geral." Segundo Cordeiro, que é nascido em Portugal, um dos principais desafios da MinutoMED é diminuir a dependência presente na cultura brasileira de um especialista tratar de casos simples. A primeira unidade da companhia foi aberta no shopping Penha, em São Paulo, no ano passado. A empresa espera abrir mais duas ainda neste ano.
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Clínicas médicas vão para as ruas e prometem atendimento rápidoCom o objetivo de atender pessoas que querem fugir das filas em hospitais, novas redes de clínicas médicas prometem atendimento expresso para pacientes com queixas de pouca complexidade. O modelo, importado dos Estados Unidos, é baseado na disseminação de unidades enxutas, com apenas um clínico geral e enfermeiros, localizadas em pontos comerciais de muito movimento. Esses são os casos da Dr. Agora e da MinutoMED, redes que atuam em São Paulo e oferecem consultas a R$ 89. Em ambas não é preciso agendar horário para ser prontamente atendido e elas não possuem parcerias com planos de saúde. Para que o processo seja feito com agilidade, os enfermeiros fazem uma triagem dos pacientes para verificar se suas queixas podem ser tratadas ali, exigem um especialista ou devem ser encaminhados a um pronto-socorro. As empresas também oferecem alguns exames, como hemogramas e teste de gravidez, e aplicam vacinas. Na MinutoMED, há equipamento para realização de outros exames, como ultrassom, e são feitas pequenas cirurgias (retirada de pintas, por exemplo). De acordo com seus proprietários, as empresas podem atender até seis pacientes em uma hora. OBJETIVOS O objetivo das clínicas, de acordo com Guilherme Berardo, fundador da Dr. Agora, é ter como pacientes tanto quem não pode pagar por um plano de saúde como também quem busca a conveniência de poder passar no médico sem ter de perder muitas horas de trabalho. A Dr. Agora abriu sua primeira unidade neste ano na Vila Olímpia, região de concentração de empresas em São Paulo e próximo à estação de trem da CPTM. A companhia irá abrir mais duas unidades neste ano. Além do Dr. Agora, Berardo fundou em 2008 a empresa Premium Care, especializada no tratamento residencial de pacientes crônicos, de longa permanência e em cuidados paliativos. Entre os investidores de sua nova empresa está o norte-americano Rick Krieger, idealizador da MinuteClinic, clínica que possui 800 unidades nos Estados Unidos dentro de lojas da rede de farmácias CVS —que comprou em 2013, no Brasil, a Drogaria Onofre. GARGALO Na opinião de Don Cordeiro, presidente-executivo e fundador da MinutoMED e ex-consultor da empresa americana McKinsey, existe um gargalo no atendimento a queixas de baixa complexidade no Brasil. De acordo com ele, a maior parte das pessoas com problemas simples busca o pronto-socorro e, por seus casos não caracterizarem uma urgência médica, tem de esperar muitas horas até serem atendidas, enquanto casos que exigem prioridade passam na frente. Outro fator de demora no atendimento, afirma, está no fato de as pessoas recorrerem a especialistas com mais frequência do que o necessário. "Coisas simples, como dermatite ou infecção urinária, podem ser tratadas por um clínico geral." Segundo Cordeiro, que é nascido em Portugal, um dos principais desafios da MinutoMED é diminuir a dependência presente na cultura brasileira de um especialista tratar de casos simples. A primeira unidade da companhia foi aberta no shopping Penha, em São Paulo, no ano passado. A empresa espera abrir mais duas ainda neste ano.
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Possível encerramento da epidemia de Aids
Sempre imaginamos que o fim da epidemia pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV 1 e 2), causadoras de AIDS, só seria possível quando fosse disponível vacina eficiente. De fato esta seria a solução mais simples e mais barata, mas com os meios que temos hoje, aqui e agora, é exequível encerrar a epidemia da infecção por estes vírus. Para tanto é necessário considerável esforço, recursos e a famosa vontade política –que para problemas relacionados à saúde em geral não está por aí. Mencionaremos manobras necessárias para conseguirmos encerrar a epidemia. Primeiro, saber quais são os contaminados. Apesar de prova sorológica ser facilitada, gratuita e anônima se a pessoa testada assim o quiser, calcula-se que pelo menos dois terços dos brasileiros acometidos pela infecção não saibam do fato. O exame pode ser feito em larga escala e sem grandes aportes financeiros, usando estruturas existentes. Seria necessária campanha educativa que insistisse nisso. Marqueteiros que fizeram coisas aparentemente impossíveis, como eleger presidenta Dilma, têm a nosso ver capacidade de convencer a população. Segundo, tratar todos contaminados, com ou sem sintomas, com esquemas atualizados. É bem conhecido o fato de que pacientes com pequenas cargas virais, abaixo de 1.500 genomas/ml, oferecem baixo risco de serem infectados. Também, está providência pode ser adotada com os recursos que já temos, apenas incrementando-os para a maior demanda que vai surgir. Outrossim, afigura-se essencial outra campanha educativa para os medicados, explicando que não é adequada a suspensão do tratamento, porquanto uma vez iniciado, dentro do que conhecemos hoje, ele é para a vida toda. Os tais marqueteiros que já citamos deverão ser acionados, e apostamos que suas consciências preferirão trabalhar para o bem em vez de eleger as peças que divulgaram para ganhar as eleições. Em terceiro lugar, aperfeiçoar o sistema de atendimento de gestantes contaminadas, para garantir a profilaxia da transmissão vertical. É conduta que está funcionando razoavelmente bem, com uma ou outra falha, explicada por falta de conhecimento da grávida ou do sistema de saúde que a atende; contudo, é circunstância e isto é fácil de reparar. Um dos grandes sucessos que temos tido é exatamente evitar a transmissão vertical. Quarto, tornar muito simples, sem burocratizar as profilaxias pós-exposição –quando alguém tem uma atividade de risco e pode ser tratado nas próximas 24 a 48 horas, e pré- exposição. Está certo que é uma incoerência alguém saber que vai arriscar-se e usar medicação profilática antes, afinal os métodos de barreira foram inventados para isto mesmo. Ainda assim existem seres que não se caracterizam pelo pensamento organizado e bom senso, e há lugar seguramente para esta prevenção. Ambas as modalidades devem ser incentivadas e fornecidas sem influência de formalidades complexas tão prediletas dos nossos governantes. Se alguém for obrigado a preencher algo como o e-social e gerar uma guia para conseguir medicação, nestas situações, possuímos certeza de que não vai atingir o benefício pretendido. Em quinto lugar, programas de troca de seringas e agulhas para nossos muitos drogados, sem falsos moralismos, sem partir para a repressão policial e sem atribuições evitáveis. Os programas deste tipo não são o ideal, que é não usar drogas. Porém, redução de danos significa diminuir os riscos da transmissão dos HIV por esta via. Na Europa Oriental esta é a mais comum das maneiras de ocorrer contaminação e a repressão constante não está conseguindo diminuir a disseminação da infecção. Se tudo isto for feito –de novo insistimos que é factível com o que contamos agora– fica possível tornar muito rara a contaminação e, em prazo curto, finalizar a epidemia. Alguns casos vão aparecer e, idealmente, serão tratados precocemente como preconizamos acima. Em pouco tempo casos de Aids como os que conhecemos no começo da epidemia e, como ainda hoje são encontrados, figurarão como algo a ser lembrado na história da medicina. Adoraríamos ser a geração que viu nascer a epidemia e que em uma única, a nossa –e confessamos que já estamos na rampa de saída–, constatarmos o encerramento da mesma. Temos a receita: nossos queridos governantes podem executá-la, se quiserem. VICENTE AMATO NETO, 88, é médico infectologista e professor emérito da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo JACYR PASTERNAK, 75, é médico infectologista e doutor em medicina pela Unicamp * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Possível encerramento da epidemia de AidsSempre imaginamos que o fim da epidemia pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV 1 e 2), causadoras de AIDS, só seria possível quando fosse disponível vacina eficiente. De fato esta seria a solução mais simples e mais barata, mas com os meios que temos hoje, aqui e agora, é exequível encerrar a epidemia da infecção por estes vírus. Para tanto é necessário considerável esforço, recursos e a famosa vontade política –que para problemas relacionados à saúde em geral não está por aí. Mencionaremos manobras necessárias para conseguirmos encerrar a epidemia. Primeiro, saber quais são os contaminados. Apesar de prova sorológica ser facilitada, gratuita e anônima se a pessoa testada assim o quiser, calcula-se que pelo menos dois terços dos brasileiros acometidos pela infecção não saibam do fato. O exame pode ser feito em larga escala e sem grandes aportes financeiros, usando estruturas existentes. Seria necessária campanha educativa que insistisse nisso. Marqueteiros que fizeram coisas aparentemente impossíveis, como eleger presidenta Dilma, têm a nosso ver capacidade de convencer a população. Segundo, tratar todos contaminados, com ou sem sintomas, com esquemas atualizados. É bem conhecido o fato de que pacientes com pequenas cargas virais, abaixo de 1.500 genomas/ml, oferecem baixo risco de serem infectados. Também, está providência pode ser adotada com os recursos que já temos, apenas incrementando-os para a maior demanda que vai surgir. Outrossim, afigura-se essencial outra campanha educativa para os medicados, explicando que não é adequada a suspensão do tratamento, porquanto uma vez iniciado, dentro do que conhecemos hoje, ele é para a vida toda. Os tais marqueteiros que já citamos deverão ser acionados, e apostamos que suas consciências preferirão trabalhar para o bem em vez de eleger as peças que divulgaram para ganhar as eleições. Em terceiro lugar, aperfeiçoar o sistema de atendimento de gestantes contaminadas, para garantir a profilaxia da transmissão vertical. É conduta que está funcionando razoavelmente bem, com uma ou outra falha, explicada por falta de conhecimento da grávida ou do sistema de saúde que a atende; contudo, é circunstância e isto é fácil de reparar. Um dos grandes sucessos que temos tido é exatamente evitar a transmissão vertical. Quarto, tornar muito simples, sem burocratizar as profilaxias pós-exposição –quando alguém tem uma atividade de risco e pode ser tratado nas próximas 24 a 48 horas, e pré- exposição. Está certo que é uma incoerência alguém saber que vai arriscar-se e usar medicação profilática antes, afinal os métodos de barreira foram inventados para isto mesmo. Ainda assim existem seres que não se caracterizam pelo pensamento organizado e bom senso, e há lugar seguramente para esta prevenção. Ambas as modalidades devem ser incentivadas e fornecidas sem influência de formalidades complexas tão prediletas dos nossos governantes. Se alguém for obrigado a preencher algo como o e-social e gerar uma guia para conseguir medicação, nestas situações, possuímos certeza de que não vai atingir o benefício pretendido. Em quinto lugar, programas de troca de seringas e agulhas para nossos muitos drogados, sem falsos moralismos, sem partir para a repressão policial e sem atribuições evitáveis. Os programas deste tipo não são o ideal, que é não usar drogas. Porém, redução de danos significa diminuir os riscos da transmissão dos HIV por esta via. Na Europa Oriental esta é a mais comum das maneiras de ocorrer contaminação e a repressão constante não está conseguindo diminuir a disseminação da infecção. Se tudo isto for feito –de novo insistimos que é factível com o que contamos agora– fica possível tornar muito rara a contaminação e, em prazo curto, finalizar a epidemia. Alguns casos vão aparecer e, idealmente, serão tratados precocemente como preconizamos acima. Em pouco tempo casos de Aids como os que conhecemos no começo da epidemia e, como ainda hoje são encontrados, figurarão como algo a ser lembrado na história da medicina. Adoraríamos ser a geração que viu nascer a epidemia e que em uma única, a nossa –e confessamos que já estamos na rampa de saída–, constatarmos o encerramento da mesma. Temos a receita: nossos queridos governantes podem executá-la, se quiserem. VICENTE AMATO NETO, 88, é médico infectologista e professor emérito da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo JACYR PASTERNAK, 75, é médico infectologista e doutor em medicina pela Unicamp * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Estudo traça mapa da chegada do Homo sapiens à América
Pesquisadores da Austrália, dos EUA e da América Latina conseguiram obter e decodificar o DNA de mais de 90 indígenas que viveram antes da conquista europeia das Américas, entre 9.000 e 500 anos atrás. Os dados ajudam a traçar um novo mapa da chegada do Homo sapiens ao continente americano, um épico que, segundo os cálculos da equipe, começou há 16 mil anos. A conclusão vem da comparação do DNA antigo com o dos índios modernos, a partir da qual o grupo liderado por Bastien Llamas, da Universidade de Adelaide (Austrália), traçou uma super-árvore genealógica dos primeiros habitantes da América. Uma das constatações mais claras do levantamento, aliás, é que essa árvore sofreu uma poda assustadora no passado recente: nenhum dos subtipos de DNA encontrados pelos cientistas nos indígenas que morreram antes do contato com os colonizadores possui um equivalente exato nas tribos de hoje. O resultado corrobora a tese de que a chegada das caravelas ao litoral americano deflagrou o extermínio de até 90% da população nativa original (o grosso da mortandade provavelmente foi causado por doenças infecciosas do Velho Mundo, embora guerras, expedições escravistas e tratamento desumano também tenham contribuído). A pesquisa está na revista especializada "Science Advances". Por enquanto, os cientistas não conseguiram "ler" todo o genoma dos antigos indígenas. Concentraram-se na análise do mtDNA (DNA mitocondrial), presente apenas nas mitocôndrias, usinas de energia das células que são transmitidas pelo lado materno. Trata-se de uma ferramenta útil para decifrar a história populacional de uma região, embora esteja longe de contar toda ela -além de não levar em consideração o lado paterno, a análise do mtDNA não inclui a maior parte do material genético, que fica no núcleo das células. "Neste momento, estamos justamente gerando e analisando dados de DNA do núcleo de algumas das amostras antigas deste estudo recém-publicado, bem como de algumas outras, em colaboração com as equipes de Lars Fehren-Schmitz, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, e David Reich, da Escola Médica de Harvard. Esperamos publicar esses resultados no futuro próximo", disse Llamas à Folha. GENOMA PRÉ-COLOMBO - Entenda pistas genéticas?sobre os primeiros americanos TIQUE-TAQUE Apesar das limitações, o estudo é importante pela grande quantidade de dados genéticos antigos e com datas bem estabelecidas, o que ajudou a estimar com mais precisão as datas de origem e diversificação dos ancestrais das tribos indígenas. Isso foi possível porque, em grande medida, o DNA sofre alterações aleatórias (mutações) seguindo uma espécie de tique-taque constante. Suponha que, em média, uma "letra" de DNA seja trocada a cada mil anos; se os geneticistas identificam três dessas trocas numa linhagem, isso significaria que ela teria divergido (ou seja, se separado) da linhagem ancestral há 3.000 anos, digamos. Foi com base num raciocínio parecido com esse (e pesadas análises estatísticas) que os cientistas estimaram que os ancestrais dos indígenas se separaram dos habitantes da Sibéria, sua provável região de origem, por volta de 25 mil anos atrás -justamente o momento mais frio da Era do Gelo. Isso provavelmente não significa, no entanto, que a jornada América adentro começou nessa época. A análise das variantes de mtDNA indica que houve um pico repentino de diversificação genética a partir de 16 mil anos antes do presente, o que faria sentido se a população dos primeiros americanos começasse a crescer de repente nessa época. Isso levou os cientistas a postular que, no pico da Era do Gelo, os ancestrais dos indígenas ficaram isolados na chamada Beríngia, língua de terra firme que, nessa época, unia a Sibéria ao Alasca, nos atuais EUA. Isso faz sentido quando se considera que, nesses milênios, geleiras tremendas barravam a passagem de quem quer que tentasse sair da Beríngia rumo ao continente americano. No entanto, justamente em torno dos "mágicos" 16 mil anos atrás, as geleiras na costa do Pacífico americano recuaram, o que provavelmente permitiu um avanço rápido pelo litoral. Isso explicaria o crescimento populacional. Coincidência ou não, o sítio arqueológico mais antigo das Américas é o de Monte Verde, no Chile, localizado na costa do Pacífico, com 13 mil anos. A maior parte das amostras analisados vieram dos Andes. "É provável que a preservação do DNA seja relativamente ruim em regiões tropicais, embora precisemos testar isso mais detalhadamente. Eu certamente gostaria de examinar amostras de outras regiões das Américas, inclusive do Brasil", diz Llamas.
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Estudo traça mapa da chegada do Homo sapiens à AméricaPesquisadores da Austrália, dos EUA e da América Latina conseguiram obter e decodificar o DNA de mais de 90 indígenas que viveram antes da conquista europeia das Américas, entre 9.000 e 500 anos atrás. Os dados ajudam a traçar um novo mapa da chegada do Homo sapiens ao continente americano, um épico que, segundo os cálculos da equipe, começou há 16 mil anos. A conclusão vem da comparação do DNA antigo com o dos índios modernos, a partir da qual o grupo liderado por Bastien Llamas, da Universidade de Adelaide (Austrália), traçou uma super-árvore genealógica dos primeiros habitantes da América. Uma das constatações mais claras do levantamento, aliás, é que essa árvore sofreu uma poda assustadora no passado recente: nenhum dos subtipos de DNA encontrados pelos cientistas nos indígenas que morreram antes do contato com os colonizadores possui um equivalente exato nas tribos de hoje. O resultado corrobora a tese de que a chegada das caravelas ao litoral americano deflagrou o extermínio de até 90% da população nativa original (o grosso da mortandade provavelmente foi causado por doenças infecciosas do Velho Mundo, embora guerras, expedições escravistas e tratamento desumano também tenham contribuído). A pesquisa está na revista especializada "Science Advances". Por enquanto, os cientistas não conseguiram "ler" todo o genoma dos antigos indígenas. Concentraram-se na análise do mtDNA (DNA mitocondrial), presente apenas nas mitocôndrias, usinas de energia das células que são transmitidas pelo lado materno. Trata-se de uma ferramenta útil para decifrar a história populacional de uma região, embora esteja longe de contar toda ela -além de não levar em consideração o lado paterno, a análise do mtDNA não inclui a maior parte do material genético, que fica no núcleo das células. "Neste momento, estamos justamente gerando e analisando dados de DNA do núcleo de algumas das amostras antigas deste estudo recém-publicado, bem como de algumas outras, em colaboração com as equipes de Lars Fehren-Schmitz, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, e David Reich, da Escola Médica de Harvard. Esperamos publicar esses resultados no futuro próximo", disse Llamas à Folha. GENOMA PRÉ-COLOMBO - Entenda pistas genéticas?sobre os primeiros americanos TIQUE-TAQUE Apesar das limitações, o estudo é importante pela grande quantidade de dados genéticos antigos e com datas bem estabelecidas, o que ajudou a estimar com mais precisão as datas de origem e diversificação dos ancestrais das tribos indígenas. Isso foi possível porque, em grande medida, o DNA sofre alterações aleatórias (mutações) seguindo uma espécie de tique-taque constante. Suponha que, em média, uma "letra" de DNA seja trocada a cada mil anos; se os geneticistas identificam três dessas trocas numa linhagem, isso significaria que ela teria divergido (ou seja, se separado) da linhagem ancestral há 3.000 anos, digamos. Foi com base num raciocínio parecido com esse (e pesadas análises estatísticas) que os cientistas estimaram que os ancestrais dos indígenas se separaram dos habitantes da Sibéria, sua provável região de origem, por volta de 25 mil anos atrás -justamente o momento mais frio da Era do Gelo. Isso provavelmente não significa, no entanto, que a jornada América adentro começou nessa época. A análise das variantes de mtDNA indica que houve um pico repentino de diversificação genética a partir de 16 mil anos antes do presente, o que faria sentido se a população dos primeiros americanos começasse a crescer de repente nessa época. Isso levou os cientistas a postular que, no pico da Era do Gelo, os ancestrais dos indígenas ficaram isolados na chamada Beríngia, língua de terra firme que, nessa época, unia a Sibéria ao Alasca, nos atuais EUA. Isso faz sentido quando se considera que, nesses milênios, geleiras tremendas barravam a passagem de quem quer que tentasse sair da Beríngia rumo ao continente americano. No entanto, justamente em torno dos "mágicos" 16 mil anos atrás, as geleiras na costa do Pacífico americano recuaram, o que provavelmente permitiu um avanço rápido pelo litoral. Isso explicaria o crescimento populacional. Coincidência ou não, o sítio arqueológico mais antigo das Américas é o de Monte Verde, no Chile, localizado na costa do Pacífico, com 13 mil anos. A maior parte das amostras analisados vieram dos Andes. "É provável que a preservação do DNA seja relativamente ruim em regiões tropicais, embora precisemos testar isso mais detalhadamente. Eu certamente gostaria de examinar amostras de outras regiões das Américas, inclusive do Brasil", diz Llamas.
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Em mensagem de ano novo, papa pede 'paz e misericórdia'
Em sua mensagem no primeiro dia de 2016, o papa Francisco desejou nesta sexta-feira um "ano de paz" e "misericórdia", diante de milhares de fiéis reunidos na Basílica de São Pedro. "A todos desejo um ano de paz na graça de Deus, rico em misericórdia", declarou o papa argentino. Como no dia de Natal, a praça de São Pedro estava sob forte proteção policial. No início da manhã, o pontífice rezou uma missa por ocasião do Dia Mundial da Paz, durante a qual pediu esperança, apesar da violência e da injustiça no mundo. "Um rio de miséria, alimentado pelo pecado, parece contradizer a plenitude dos tempos realizados por Cristo", disse Francisco. "Ainda assim, este rio nada pode fazer contra o oceano da misericórdia que enche nosso mundo". Na sua mensagem anual pela paz, lida a cada 1º de janeiro em todas as igrejas católicas, Francisco também criticou a "indiferença" de um mundo superinformado e exortou os Estados a evitar a propagação de conflitos, aliviar as dívidas e realizar uma cooperação "amigável" de culturas e do direito das crianças a nascer.
mundo
Em mensagem de ano novo, papa pede 'paz e misericórdia'Em sua mensagem no primeiro dia de 2016, o papa Francisco desejou nesta sexta-feira um "ano de paz" e "misericórdia", diante de milhares de fiéis reunidos na Basílica de São Pedro. "A todos desejo um ano de paz na graça de Deus, rico em misericórdia", declarou o papa argentino. Como no dia de Natal, a praça de São Pedro estava sob forte proteção policial. No início da manhã, o pontífice rezou uma missa por ocasião do Dia Mundial da Paz, durante a qual pediu esperança, apesar da violência e da injustiça no mundo. "Um rio de miséria, alimentado pelo pecado, parece contradizer a plenitude dos tempos realizados por Cristo", disse Francisco. "Ainda assim, este rio nada pode fazer contra o oceano da misericórdia que enche nosso mundo". Na sua mensagem anual pela paz, lida a cada 1º de janeiro em todas as igrejas católicas, Francisco também criticou a "indiferença" de um mundo superinformado e exortou os Estados a evitar a propagação de conflitos, aliviar as dívidas e realizar uma cooperação "amigável" de culturas e do direito das crianças a nascer.
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Vampiro sempre dá medo? Em 'Hotel Transilvânia', monstros nos fazem rir
Os vampiros do cinema costumavam meter medo na gente. Quando eu era criança, ficava acordado até bem tarde para assistir na televisão aos filmes em que o ator Christopher Lee fazia o Conde Drácula. Eu adorava, mas pegava no sono um pouco ressabiado. O escuro do quarto parecia assustador. Agora, muitos dos vampiros do cinema fazem a gente rir. É o caso de Drac, o protagonista da animação "Hotel Transilvânia 2", que estreou nesta quinta (24) nos cinemas. Se você viu o primeiro filme, lançado em 2012, já conhece essa figura, o dono de um hotel em que só trabalham monstros. Drac tem aquelas presas que os vampiros usam para morder o pescoço das suas vítimas e se transforma em morcego mais rápido do que eu e você trocamos de roupa, além de fazer outras peripécias vampirescas. Deveríamos ter medo dele, né? Que nada. No primeiro filme, ele aceitava que a filha vampira, Marvis, ficasse com um jovem humano, Johnny. Na continuação, os dois se casam e têm um filho, Dennis. Ou seja: o Drac vira avô. E mais babão ainda do que um avô coruja. Afinal, é um avô morcego! O grande receio do Drac é que Dennis tenha puxado o pai e seja um humano. Nesse caso, talvez seja melhor que o menino cresça em um lugar só de humanos. É o que a Marvis pensa. Mas o Drac não perde a esperança de ver Dennis mantendo a tradição da sua família. Para despertar o lado vampiro do neto, ele pede a ajuda de seus amigos monstros, como Frank(enstein), a múmia Murray e o lobisomem Wayne. E todos fazem uma trapalhada depois da outra. No fim do filme, ficamos sabendo finalmente se o Dennis é um humano ou um vampiro. No fundo, não faz muita diferença: em "Hotel Transilvânia 2", todos –monstros e humanos– se comportam de um jeito muito parecido. O que muda, de verdade, é os alimentos que cada um gosta de comer. Veja vídeo
folhinha
Vampiro sempre dá medo? Em 'Hotel Transilvânia', monstros nos fazem rirOs vampiros do cinema costumavam meter medo na gente. Quando eu era criança, ficava acordado até bem tarde para assistir na televisão aos filmes em que o ator Christopher Lee fazia o Conde Drácula. Eu adorava, mas pegava no sono um pouco ressabiado. O escuro do quarto parecia assustador. Agora, muitos dos vampiros do cinema fazem a gente rir. É o caso de Drac, o protagonista da animação "Hotel Transilvânia 2", que estreou nesta quinta (24) nos cinemas. Se você viu o primeiro filme, lançado em 2012, já conhece essa figura, o dono de um hotel em que só trabalham monstros. Drac tem aquelas presas que os vampiros usam para morder o pescoço das suas vítimas e se transforma em morcego mais rápido do que eu e você trocamos de roupa, além de fazer outras peripécias vampirescas. Deveríamos ter medo dele, né? Que nada. No primeiro filme, ele aceitava que a filha vampira, Marvis, ficasse com um jovem humano, Johnny. Na continuação, os dois se casam e têm um filho, Dennis. Ou seja: o Drac vira avô. E mais babão ainda do que um avô coruja. Afinal, é um avô morcego! O grande receio do Drac é que Dennis tenha puxado o pai e seja um humano. Nesse caso, talvez seja melhor que o menino cresça em um lugar só de humanos. É o que a Marvis pensa. Mas o Drac não perde a esperança de ver Dennis mantendo a tradição da sua família. Para despertar o lado vampiro do neto, ele pede a ajuda de seus amigos monstros, como Frank(enstein), a múmia Murray e o lobisomem Wayne. E todos fazem uma trapalhada depois da outra. No fim do filme, ficamos sabendo finalmente se o Dennis é um humano ou um vampiro. No fundo, não faz muita diferença: em "Hotel Transilvânia 2", todos –monstros e humanos– se comportam de um jeito muito parecido. O que muda, de verdade, é os alimentos que cada um gosta de comer. Veja vídeo
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Risco para Seul limita opções contra Coreia do Norte
Os cálculos sobre um eventual ataque norte-americano à Coreia do Norte esbarram na opacidade da real capacidade militar do regime de Kim Jong-un. Mas os cenários existentes sugerem um custo talvez impagável. A primeira dúvida, claro, é se a ditadura já logrou miniaturizar e adaptar uma de suas ogivas nucleares para colocá-la em um míssil balístico de médio alcance capaz de atingir a Coreia do Sul ou o Japão, incluindo aí alvos americanos nesses países. Se sim, e analistas creem que isso pode ter acontecido com alguma das talvez cinco bombas existentes, as alternativas são sombrias porque seria impossível localizar o lançador móvel da arma. Assim, mesmo um ataque americano maciço ensejaria a resposta nuclear e uma escalada correspondente. Se os norte-coreanos não têm tal arma, ainda assim os cenários lhes favorecem em termos de dissuasão. Se atacados e sob ameaça de derrota, não teriam nada a perder e alegariam autodefesa. Os EUA já disseram que podem atacar alvos do programa nuclear e de mísseis de Pyongyang. Usariam para isso mísseis de cruzeiro, provavelmente. Isso dispararia uma retaliação contra Seul, a capital sul-coreana. É reconhecida como grande a capacidade dos comunistas em fazer estragos entre a fronteira desmilitarizada e a cidade, metrópole de 10 milhões de habitantes que fica a apenas 55 km dali. Se carece de blindados, tanques, aviões e navios modernos, perdendo em todos esses itens para o Sul, o Norte tem uma formidável força de ataque posicionada ao longo da fronteira na forma de lançadores de foguetes, artilharia e mísseis balísticos. São 21 mil armas que podem atingir, com graus de saturação diferente, o caminho até a capital. Ao menos os lançadores múltiplos de mísseis de 240 mm e de 300 mm podem acertá-la em cheio. E não se fala aqui de seus vários mísseis balísticos, que alcançariam todo o Sul em uma campanha maior. São talvez 300 desses mísseis ou mais, inclusive um modelo lançado por submarino. Mas há também dúvidas sobre as capacidades dos comunistas. Segundo estudo da consultoria americana Stratfor, eles não arrasariam toda Seul como se teme, e registros de escaramuças na fronteira apontam que até 25% dos projéteis do Norte falham por má qualidade. A mesma análise, contudo, estima que uma primeira barragem pode despejar o equivalente ao que carregam 11 bombardeiros B-52 de uma só vez na região metropolitana. Para lidar com essa ameaça, os americanos teriam de primeiro suprimir as defesas aéreas comunistas. O que seria um problema, de acordo com análise do Instituto Internacional para Estudos Estratégicos (Londres). Há desde antigo material soviético, ainda efetivo, para baixa altitude, e sistemas mais modernos –incluindo uma versão local da famosa bateria russa S-300, o KN-06, que pode atingir alvos até a 300 km de distância. Aviões como o B-52, gigante cuja grande capacidade de levar munição o torna opção óbvia para a tarefa de um bombardeio intensivo, estariam vulneráveis. Os modelos mais furtivos ao radar B-2 são poucos e, caso algum fosse derrubado, o dano de imagem seria irreparável. Haveria o risco também de perder aviões de ataque. Pior, enquanto a operação se desenrolasse, haveria tempo de sobra para atacar Seul. Há 23 anos, Bill Clinton desistiu de atacar instalações nucleares de Pyongyang porque a estimativa de baixas sul-coreanas era de 1 milhão. As opções convencionais parecem abrir uma janela para Pyongyang tentar cumprir sua promessa de obliterar Seul em alguma escala. O uso de armas nucleares parece impossível para Washington. Se os sul-coreanos se juntassem à ofensiva, até porque dificilmente os EUA empregariam forças terrestres, o cenário fica ainda mais mortífero de lado a lado. Mesmo muito inferiores tecnologicamente, os norte-coreanos têm o dobro de soldados ativos. Restaria definir a motivação americana. A ameaça de agir contra testes nucleares ou de mísseis serviu mais para engajar a China, aliada de Kim, contra o ditador. E um teste de míssil intercontinental com capacidade nuclear, que poderia atingir os EUA, parece que ainda vai demorar para acontecer e dar uma justificativa para a ação. Tudo isso parte do pressuposto de que Kim não atacaria primeiro por não ser suicida. Se essa sabedoria convencional estiver errada, aí tudo é possível.
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Risco para Seul limita opções contra Coreia do NorteOs cálculos sobre um eventual ataque norte-americano à Coreia do Norte esbarram na opacidade da real capacidade militar do regime de Kim Jong-un. Mas os cenários existentes sugerem um custo talvez impagável. A primeira dúvida, claro, é se a ditadura já logrou miniaturizar e adaptar uma de suas ogivas nucleares para colocá-la em um míssil balístico de médio alcance capaz de atingir a Coreia do Sul ou o Japão, incluindo aí alvos americanos nesses países. Se sim, e analistas creem que isso pode ter acontecido com alguma das talvez cinco bombas existentes, as alternativas são sombrias porque seria impossível localizar o lançador móvel da arma. Assim, mesmo um ataque americano maciço ensejaria a resposta nuclear e uma escalada correspondente. Se os norte-coreanos não têm tal arma, ainda assim os cenários lhes favorecem em termos de dissuasão. Se atacados e sob ameaça de derrota, não teriam nada a perder e alegariam autodefesa. Os EUA já disseram que podem atacar alvos do programa nuclear e de mísseis de Pyongyang. Usariam para isso mísseis de cruzeiro, provavelmente. Isso dispararia uma retaliação contra Seul, a capital sul-coreana. É reconhecida como grande a capacidade dos comunistas em fazer estragos entre a fronteira desmilitarizada e a cidade, metrópole de 10 milhões de habitantes que fica a apenas 55 km dali. Se carece de blindados, tanques, aviões e navios modernos, perdendo em todos esses itens para o Sul, o Norte tem uma formidável força de ataque posicionada ao longo da fronteira na forma de lançadores de foguetes, artilharia e mísseis balísticos. São 21 mil armas que podem atingir, com graus de saturação diferente, o caminho até a capital. Ao menos os lançadores múltiplos de mísseis de 240 mm e de 300 mm podem acertá-la em cheio. E não se fala aqui de seus vários mísseis balísticos, que alcançariam todo o Sul em uma campanha maior. São talvez 300 desses mísseis ou mais, inclusive um modelo lançado por submarino. Mas há também dúvidas sobre as capacidades dos comunistas. Segundo estudo da consultoria americana Stratfor, eles não arrasariam toda Seul como se teme, e registros de escaramuças na fronteira apontam que até 25% dos projéteis do Norte falham por má qualidade. A mesma análise, contudo, estima que uma primeira barragem pode despejar o equivalente ao que carregam 11 bombardeiros B-52 de uma só vez na região metropolitana. Para lidar com essa ameaça, os americanos teriam de primeiro suprimir as defesas aéreas comunistas. O que seria um problema, de acordo com análise do Instituto Internacional para Estudos Estratégicos (Londres). Há desde antigo material soviético, ainda efetivo, para baixa altitude, e sistemas mais modernos –incluindo uma versão local da famosa bateria russa S-300, o KN-06, que pode atingir alvos até a 300 km de distância. Aviões como o B-52, gigante cuja grande capacidade de levar munição o torna opção óbvia para a tarefa de um bombardeio intensivo, estariam vulneráveis. Os modelos mais furtivos ao radar B-2 são poucos e, caso algum fosse derrubado, o dano de imagem seria irreparável. Haveria o risco também de perder aviões de ataque. Pior, enquanto a operação se desenrolasse, haveria tempo de sobra para atacar Seul. Há 23 anos, Bill Clinton desistiu de atacar instalações nucleares de Pyongyang porque a estimativa de baixas sul-coreanas era de 1 milhão. As opções convencionais parecem abrir uma janela para Pyongyang tentar cumprir sua promessa de obliterar Seul em alguma escala. O uso de armas nucleares parece impossível para Washington. Se os sul-coreanos se juntassem à ofensiva, até porque dificilmente os EUA empregariam forças terrestres, o cenário fica ainda mais mortífero de lado a lado. Mesmo muito inferiores tecnologicamente, os norte-coreanos têm o dobro de soldados ativos. Restaria definir a motivação americana. A ameaça de agir contra testes nucleares ou de mísseis serviu mais para engajar a China, aliada de Kim, contra o ditador. E um teste de míssil intercontinental com capacidade nuclear, que poderia atingir os EUA, parece que ainda vai demorar para acontecer e dar uma justificativa para a ação. Tudo isso parte do pressuposto de que Kim não atacaria primeiro por não ser suicida. Se essa sabedoria convencional estiver errada, aí tudo é possível.
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Equipe de Doria para transição em SP inclui ex-secretário e empresário
O prefeito eleito em São Paulo, João Doria (PSDB), fechou o desenho de sua equipe de transição. O time que vai olhar com lupa as contas do município, os programas desenvolvidos por Fernando Haddad (PT) e o funcionamento dos órgãos e entidades da capital é composto por sete integrantes do núcleo duro da campanha do tucano. O grupo será coordenado por Julio Semeghini, ex-secretário estadual de Gestão (no governo Geraldo Alckmin) que comandou a campanha de Doria. Junto com ele atuará Julio Serson, empresário, amigo e espécie de braço direito do prefeito eleito. Serson foi uma figura chave na arrecadação da campanha de Doria e é considerado um dos principais conselheiros do tucano na área de finanças. Pela proeminência que conquistaram durante a corrida eleitoral, os dois nomes são tidos por aliados do tucano como potenciais secretários municipais. O advogado da coligação de Doria, Anderson Pomini, também foi requisitado para a transição. Ele vai auxiliar nas questões jurídicas. Jorge Damião, diretor da TV Cultura que na campanha fez a interlocução entre o prefeito eleito e os candidatos a vereador de sua coligação, vai atuar na transição. Ele é visto como um dos cotados para assumir a Secretaria de Cultura na gestão Doria. Integrarão ainda a comissão de transição Paulo Mathias, ex-presidente da Juventude do PSDB paulista, Wilson Pedroso, que foi subprefeito de Vila Prudente/Sapopemba na gestão Gilberto Kassab, e Marcos Campagnone, que coordenou a formulação do plano de governo de Doria. Esse grupo é quem vai fazer a interlocução com a equipe de Fernando Haddad até que haja a troca de bastão na prefeitura. Eles também deverão ajudar o prefeito eleito, durante a montagem do secretariado, nas conversas com integrantes das 13 siglas que formaram sua coligação. RITO Há um decreto que define o rito da transição em São Paulo e é ele quem vai nortear o início dos trabalhos dos aliados de Doria. O texto determina que o secretário de Governo da gestão antecessora centralize informações referentes a todas as pastas, os números, as pessoas envolvidas e os custos. No caso de Haddad, essa tarefa caberá a Chico Macena (PT), que ocupa a pasta. A norma também determina que a gestão que está deixando a chefia da capital paulista deve elaborar documentos que detalhem, de forma expressa, "assuntos que demandarão ação ou decisão nos cem primeiros dias do novo governo". A compilação desses dados caberá à equipe de transição de Haddad. O decreto diz ainda que Doria deve informar formalmente a Haddad quem são os designados por ele para trabalhar na transição, a qualificação de seus integrantes, além da indicação do responsável pela coordenação da equipe. Doria tem elogiado a postura "republicana" de Haddad e diz esperar uma transição sem surpresas.
cotidiano
Equipe de Doria para transição em SP inclui ex-secretário e empresárioO prefeito eleito em São Paulo, João Doria (PSDB), fechou o desenho de sua equipe de transição. O time que vai olhar com lupa as contas do município, os programas desenvolvidos por Fernando Haddad (PT) e o funcionamento dos órgãos e entidades da capital é composto por sete integrantes do núcleo duro da campanha do tucano. O grupo será coordenado por Julio Semeghini, ex-secretário estadual de Gestão (no governo Geraldo Alckmin) que comandou a campanha de Doria. Junto com ele atuará Julio Serson, empresário, amigo e espécie de braço direito do prefeito eleito. Serson foi uma figura chave na arrecadação da campanha de Doria e é considerado um dos principais conselheiros do tucano na área de finanças. Pela proeminência que conquistaram durante a corrida eleitoral, os dois nomes são tidos por aliados do tucano como potenciais secretários municipais. O advogado da coligação de Doria, Anderson Pomini, também foi requisitado para a transição. Ele vai auxiliar nas questões jurídicas. Jorge Damião, diretor da TV Cultura que na campanha fez a interlocução entre o prefeito eleito e os candidatos a vereador de sua coligação, vai atuar na transição. Ele é visto como um dos cotados para assumir a Secretaria de Cultura na gestão Doria. Integrarão ainda a comissão de transição Paulo Mathias, ex-presidente da Juventude do PSDB paulista, Wilson Pedroso, que foi subprefeito de Vila Prudente/Sapopemba na gestão Gilberto Kassab, e Marcos Campagnone, que coordenou a formulação do plano de governo de Doria. Esse grupo é quem vai fazer a interlocução com a equipe de Fernando Haddad até que haja a troca de bastão na prefeitura. Eles também deverão ajudar o prefeito eleito, durante a montagem do secretariado, nas conversas com integrantes das 13 siglas que formaram sua coligação. RITO Há um decreto que define o rito da transição em São Paulo e é ele quem vai nortear o início dos trabalhos dos aliados de Doria. O texto determina que o secretário de Governo da gestão antecessora centralize informações referentes a todas as pastas, os números, as pessoas envolvidas e os custos. No caso de Haddad, essa tarefa caberá a Chico Macena (PT), que ocupa a pasta. A norma também determina que a gestão que está deixando a chefia da capital paulista deve elaborar documentos que detalhem, de forma expressa, "assuntos que demandarão ação ou decisão nos cem primeiros dias do novo governo". A compilação desses dados caberá à equipe de transição de Haddad. O decreto diz ainda que Doria deve informar formalmente a Haddad quem são os designados por ele para trabalhar na transição, a qualificação de seus integrantes, além da indicação do responsável pela coordenação da equipe. Doria tem elogiado a postura "republicana" de Haddad e diz esperar uma transição sem surpresas.
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Primeiro disco de inéditas de Elza Soares reafirma sua versatilidade
Há um pouco de Elza Soares em cada personagem de "A Mulher do Fim do Mundo", primeiro disco só de inéditas da artista, que pode ser considerada a dona de uma das vozes mais versáteis da música brasileira. Ela anuncia a sua chegada —ou seria renascimento?— à capela, na abertura, com "Coração do Mar", um poema de Oswald de Andrade musicado por José Miguel Wisnik. A introdução é delicada, mas ainda assim crua, concreta. A relação com o urbano, explícita na arte da capa, áspera e marcante, vai se tornando mais clara à luz da faixa-título. Na composição de Romulo Fróes e Alice Coutinho, a pele preta e a voz, deixadas na avenida, ecoam a mensagem definitiva: "Eu vou até o fim cantar". O 34º álbum da artista, protagonista de uma carreira de 55 anos e uma história de vida marcada por muitas reviravoltas, reúne um grupo de artistas da vanguarda musical paulistana idealizado especialmente para o projeto pelo produtor e baterista Guilherme Kastrup. O núcleo criativo é formado por Kiko Dinucci (guitarra), Marcelo Cabral (baixo), Rodrigo Campos (guitarra), Felipe Roseno (percussão), Celso Sim e Romulo Fróes (direção artística), um conjunto de músicos e compositores ousados que levam a intérprete até o limite, num cruzamento de gêneros que passa pelo samba, rock, rap e música eletrônica. Nesse cenário apocalíptico, "Maria da Vila Matilde", de Douglas Germano, traz à tona a mulher que reage às agressões do companheiro, enquanto um jogo de guitarras ruidosas pontua o relacionamento cheio de tensão e ameaças. "Luz Vermelha", de Kiko Dinucci e Clima, pinta um quadro infernal em que Elza profetiza: "Bem que o anão me contou/ Que o mundo vai terminar/ Num poço cheio de merda". Sem censura ou qualquer amarra, o tesão escorre como lava no samba "Pra Fuder", outra composição de Dinucci, em que a banda conduz a um transe repleto de volúpia com arranjo de naipe assinado por Thiago França e Bixiga 70. Em "Benedita" (Celso Sim, Pepê Mata Machado, Joana Barossi e Fernanda Diamant), Elza encarna a transexual que "leva o cartucho na teta", assim como a marca da violência da vida nas ruas de qualquer metrópole de terceiro mundo. A aspereza do cotidiano ganha uma abordagem carinhosa na crônica de Rodrigo Campos e seu linguajar das quebradas paulistanas em "Firmeza?!", em que o músico trava um encontro casual com a cantora. A marca registrada do compositor também aparece em "O Canal", em que arranjos orientais guiam almas perdidas. A solidão encontra um retrato minimalista com violão de sete cordas, flauta e violinos em "Solto", de Marcelo Cabral e Clima: "Solto/ Quase outro/ Corpo". "Comigo", parceria de Romulo Fróes e Alberto Tassinari, anuncia o encerramento do disco como uma oração. Ao longe, ainda é possível ouvir a voz da cantora ecoando, mesmo depois do final da música. Elza Soares insiste, resiste, renasce mais uma vez. E nos lembra de que, às vezes, ter a coragem de se reinventar pode ser a única saída. A Mulher do Fim Do Mundo ARTISTA: Elza Soares GRAVADORA: Circus/Natura Musical QUANTO: R$ 32,90 (CD) / audição gratuita em naturamusical.com.br AVALIAÇÃO: ótimo
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Primeiro disco de inéditas de Elza Soares reafirma sua versatilidadeHá um pouco de Elza Soares em cada personagem de "A Mulher do Fim do Mundo", primeiro disco só de inéditas da artista, que pode ser considerada a dona de uma das vozes mais versáteis da música brasileira. Ela anuncia a sua chegada —ou seria renascimento?— à capela, na abertura, com "Coração do Mar", um poema de Oswald de Andrade musicado por José Miguel Wisnik. A introdução é delicada, mas ainda assim crua, concreta. A relação com o urbano, explícita na arte da capa, áspera e marcante, vai se tornando mais clara à luz da faixa-título. Na composição de Romulo Fróes e Alice Coutinho, a pele preta e a voz, deixadas na avenida, ecoam a mensagem definitiva: "Eu vou até o fim cantar". O 34º álbum da artista, protagonista de uma carreira de 55 anos e uma história de vida marcada por muitas reviravoltas, reúne um grupo de artistas da vanguarda musical paulistana idealizado especialmente para o projeto pelo produtor e baterista Guilherme Kastrup. O núcleo criativo é formado por Kiko Dinucci (guitarra), Marcelo Cabral (baixo), Rodrigo Campos (guitarra), Felipe Roseno (percussão), Celso Sim e Romulo Fróes (direção artística), um conjunto de músicos e compositores ousados que levam a intérprete até o limite, num cruzamento de gêneros que passa pelo samba, rock, rap e música eletrônica. Nesse cenário apocalíptico, "Maria da Vila Matilde", de Douglas Germano, traz à tona a mulher que reage às agressões do companheiro, enquanto um jogo de guitarras ruidosas pontua o relacionamento cheio de tensão e ameaças. "Luz Vermelha", de Kiko Dinucci e Clima, pinta um quadro infernal em que Elza profetiza: "Bem que o anão me contou/ Que o mundo vai terminar/ Num poço cheio de merda". Sem censura ou qualquer amarra, o tesão escorre como lava no samba "Pra Fuder", outra composição de Dinucci, em que a banda conduz a um transe repleto de volúpia com arranjo de naipe assinado por Thiago França e Bixiga 70. Em "Benedita" (Celso Sim, Pepê Mata Machado, Joana Barossi e Fernanda Diamant), Elza encarna a transexual que "leva o cartucho na teta", assim como a marca da violência da vida nas ruas de qualquer metrópole de terceiro mundo. A aspereza do cotidiano ganha uma abordagem carinhosa na crônica de Rodrigo Campos e seu linguajar das quebradas paulistanas em "Firmeza?!", em que o músico trava um encontro casual com a cantora. A marca registrada do compositor também aparece em "O Canal", em que arranjos orientais guiam almas perdidas. A solidão encontra um retrato minimalista com violão de sete cordas, flauta e violinos em "Solto", de Marcelo Cabral e Clima: "Solto/ Quase outro/ Corpo". "Comigo", parceria de Romulo Fróes e Alberto Tassinari, anuncia o encerramento do disco como uma oração. Ao longe, ainda é possível ouvir a voz da cantora ecoando, mesmo depois do final da música. Elza Soares insiste, resiste, renasce mais uma vez. E nos lembra de que, às vezes, ter a coragem de se reinventar pode ser a única saída. A Mulher do Fim Do Mundo ARTISTA: Elza Soares GRAVADORA: Circus/Natura Musical QUANTO: R$ 32,90 (CD) / audição gratuita em naturamusical.com.br AVALIAÇÃO: ótimo
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Nova-iorquinos fazem fila para inauguração de observatório no WTC
Milhares de pessoas compareceram nesta sexta-feira (29) à inauguração do novo observatório do World Trade Center em Nova York, saudado como um símbolo de resiliência da cidade, 14 anos depois dos atentados terroristas de 11 de setembro, que destruíram as torres gêmeas. Longas filas se formaram desde a manhã para visitar o observatório, que oferece ao visitante uma vista espetacular da cidade que nunca dorme, nos andares 100, 101 e 102 da emblemática torre do novo complexo World Trade Center (WTC), a One WTC, no sul de Manhattan. Esta torre, com seu observatório, é "um símbolo da resiliência dos Estados Unidos. Decidimos, com o sofrimento do 11 de setembro, que construiríamos algo mais belo, maior e mais sólido que antes. Para mim, é o espírito americano", disse, com a bandeira americana nas mãos, Michael Lanza, de 32 anos, militar da reserva. A One WTC, envidraçada e construída no local dos atentados, é a mais alta do continente, com uma antena que se eleva a 541 metros. Em 11 de setembro de 2001, dois aviões comerciais foram sequestrados por terroristas e lançados contra as torres gêmeas do WTC. Os dois edifícios desabaram, matando três mil pessoas. A mais de 380 metros de altura, com vista panorâmica de 360 graus, os visitantes podem contemplar todos os monumentos e locais célebres de Nova York, da estátua da Liberdade, ao sul, ao Empire State Building e o Central Park, ao norte, passando pela ponte do Brooklyn, a leste. "A vista é espetacular. Fizeram um bom trabalho, não dão ênfase ao passado; é um monumento ao futuro, um renascimento", declarou Jim Vermeer, americano de Iowa em visita a Nova York para comemorar com a esposa 35 anos de casamento. O elevador em si é uma atração à parte: leva 47 segundos para chegar ao andar 102, uma das subidas mais rápidas do mundo. Muitas dos presentes entrevistados pela AFP disseram pretender visitar o museu do 11 de Setembro, a uma centena de metros dali, e o memorial ao ar livre. Era o caso de Erin Montague, de 34 anos. "As pessoas podem sentir a História e lembrar o que aconteceu", disse. "E dali de cima, também podem ver que a cidade está cheia de vida, que está aqui e que está aqui para ficar", acrescentou. O observatório funciona todos os dias da semana. O ingresso custa US$ 32 (R$ 101) para os adultos e US$ 26 (R$ 83) para as crianças. No primeiro ano são aguardados entre 3 e 4 milhões de visitantes.
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Nova-iorquinos fazem fila para inauguração de observatório no WTCMilhares de pessoas compareceram nesta sexta-feira (29) à inauguração do novo observatório do World Trade Center em Nova York, saudado como um símbolo de resiliência da cidade, 14 anos depois dos atentados terroristas de 11 de setembro, que destruíram as torres gêmeas. Longas filas se formaram desde a manhã para visitar o observatório, que oferece ao visitante uma vista espetacular da cidade que nunca dorme, nos andares 100, 101 e 102 da emblemática torre do novo complexo World Trade Center (WTC), a One WTC, no sul de Manhattan. Esta torre, com seu observatório, é "um símbolo da resiliência dos Estados Unidos. Decidimos, com o sofrimento do 11 de setembro, que construiríamos algo mais belo, maior e mais sólido que antes. Para mim, é o espírito americano", disse, com a bandeira americana nas mãos, Michael Lanza, de 32 anos, militar da reserva. A One WTC, envidraçada e construída no local dos atentados, é a mais alta do continente, com uma antena que se eleva a 541 metros. Em 11 de setembro de 2001, dois aviões comerciais foram sequestrados por terroristas e lançados contra as torres gêmeas do WTC. Os dois edifícios desabaram, matando três mil pessoas. A mais de 380 metros de altura, com vista panorâmica de 360 graus, os visitantes podem contemplar todos os monumentos e locais célebres de Nova York, da estátua da Liberdade, ao sul, ao Empire State Building e o Central Park, ao norte, passando pela ponte do Brooklyn, a leste. "A vista é espetacular. Fizeram um bom trabalho, não dão ênfase ao passado; é um monumento ao futuro, um renascimento", declarou Jim Vermeer, americano de Iowa em visita a Nova York para comemorar com a esposa 35 anos de casamento. O elevador em si é uma atração à parte: leva 47 segundos para chegar ao andar 102, uma das subidas mais rápidas do mundo. Muitas dos presentes entrevistados pela AFP disseram pretender visitar o museu do 11 de Setembro, a uma centena de metros dali, e o memorial ao ar livre. Era o caso de Erin Montague, de 34 anos. "As pessoas podem sentir a História e lembrar o que aconteceu", disse. "E dali de cima, também podem ver que a cidade está cheia de vida, que está aqui e que está aqui para ficar", acrescentou. O observatório funciona todos os dias da semana. O ingresso custa US$ 32 (R$ 101) para os adultos e US$ 26 (R$ 83) para as crianças. No primeiro ano são aguardados entre 3 e 4 milhões de visitantes.
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Prisão de Odebrecht faz países vizinhos investigarem empreiteiras
Promotores peruanos planejam visitar o Brasil ainda em julho para reunir evidências sobre supostas práticas de suborno ligadas a um projeto viário transcontinental. A afirmação, do procurador-geral do Peru, dá uma dimensão regional a um dos maiores escândalos da história do país. A missão apresentada pelo procurador-geral peruano, Pablo Sánchez, é o sinal público mais aparente de uma cooperação internacional sobre um caso que levou à prisão chefes de grandes grupos brasileiros do setor de construção, à medida que a polícia vasculha registros em busca de provas sobre formação de cartel em obras da Petrobras. Nesta segunda-feira (20), por exemplo, ex-executivos da Camargo Corrêa foram condenados no âmbito da Operação Lava Jato. Executivos da Odebrecht, incluindo seu presidente, Marcelo Odebrecht, foram indiciados por suspeita de corrupção. O interesse regional na investigação aumentou no mês passado, quando a Polícia Federal prendeu o presidente do grupo Odebrecht, maior construtora da América Latina. A prisão do executivo colocou bilhões de dólares em projetos de infraestrutura sob escrutínio por toda a região. O Equador iniciou auditorias de contratos da companhia. O vice-presidente da Colômbia alertou que a empresa poderia ser proibida de participar de concorrências públicas por décadas. Investigadores nos Estados Unidos e no Panamá também têm colaborado com autoridades brasileiras. As investigações alarmaram as bem-conectadas construtoras do Brasil, que têm superado rivais chinesas e europeias em megaprojetos de infraestrutura e energia na América Latina. BATALHA Nenhuma dessas empresas tem um perfil regional mais ativo do que o da Odebrecht, que é responsável por quase três quartos das construções de infraestrutura feitas por empresas brasileiras no exterior. Seus projetos incluem um porto em Cuba, metrôs na Venezuela e até mesmo uma estátua em Lima que lembra o Cristo Redentor do Rio de Janeiro. "A mensagem que o Brasil está dando com uma investigação desta escala, e que vai ecoar se encontrarmos provas aqui, é uma clara batalha contra corrupção na região. Quem quer que seja derrubado com isso", disse Sánchez em entrevista à Reuters. Ele acrescentou que sua equipe planeja entrevistar testemunhas e estudar documentos reunidos por investigadores brasileiros em Curitiba. Promotores peruanos foram motivados por alegações que surgiram na imprensa local no mês passado –citando relatórios da polícia brasileira– a respeito de subornos pagos por executivos de construtoras para inflacionar o custo de uma rodovia que liga a Amazônia brasileira a portos no oceano Pacífico. Sánchez não quis dar nomes de suspeitos no inquérito inicial de oito meses. A rodovia foi construída por diversas das maiores empreiteiras brasileiras, incluindo divisões locais de Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão. As sedes das companhias foram vasculhadas desde o ano passado e seus executivos, presos, como parte de uma investigação sobre supostos subornos e cartel de preços em contratos firmados com a Petrobras. Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão negaram em comunicados terem participado em qualquer esquema de corrupção no Brasil ou no Peru. O porta-voz da Odebrecht no Peru, Fernán Altuve, disse que a companhia "deixará [investigadores] revirarem a casa de baixo para cima e checarem sob quaisquer colchões caso necessário, porque tem certeza de que o trabalho foi feito corretamente". A Odebrecht acrescentou em seu comunicado que as alegações de suborno sobre o projeto de rodovia do lado peruano foram focadas em obras de um trecho da rota nas quais a companhia não participou. A Camargo Corrêa afirmou que está colaborando com as investigações em andamento, acrescentando em comunicado que "desenvolve esforços para sanar irregularidades e aprimorar sua governança corporativa". Os preços dos títulos dessas companhias despencaram por preocupações de que elas possam pagar pesadas multas e perder acesso a valiosos contratos públicos no Brasil. Os preços dos títulos da Odebrecht caíram ainda mais nas últimas semanas devido às investigações que se espalham pela América Latina, de acordo com operadores de mercado. Cerca de 44% da receita do grupo, e de 70% de seus contratos de construção, estão fora do Brasil. DIVISÕES ESTRANGEIRAS A divisão peruana é a mais antiga operação da Odebrecht e a maior em número de trabalhadores, mas a companhia possui outros fortes laços na América Latina. Na Colômbia, onde a Odebrecht venceu contratos para um projeto fluvial de US$ 1 bilhão e para uma rodovia de US$ 2 bilhões, o vice-presidente, Germán Vargas Lleras, disse a jornalistas em junho que a companhia seria proibida de disputar contratos públicos por até 20 anos se for condenada por corrupção. No Equador, o controlador-geral anunciou no mês passado novas auditorias em contratos da Odebrecht assinados nos últimos anos, os quais incluem projetos hidrelétricos e de refino de petróleo. A companhia disse em comunicado que Colômbia e Equador estão conduzindo auditorias de rotina, e não investigações formais. COOPERAÇÃO A procuradora-geral do Panamá, Kenia Porcell, disse à Reuters ter recebido um pedido de cooperação de promotores brasileiros, mas acrescentou que o Panamá não está conduzindo seu próprio inquérito sobre a Odebrecht "neste momento". Investigadores no Brasil também disseram estar trabalhando juntamente com o Departamento de Estado norte-americano e com a comissão de valores mobiliários dos EUA, a SEC. Nenhuma das agências comentou sobre quaisquer investigações em andamento, e a Odebrecht disse não ter recebido notificação formal a respeito de uma investigação ou colaboração dos EUA. Advogados especialistas em crimes de colarinho branco disseram que a empreiteira, que tem uma subsidiária nos EUA e vende títulos em Nova York, poderia ser processada sob a legislação anticorrupção internacional americaa caso tenha pago suborno para autoridades públicas em qualquer outro lugar. Se acusada e condenada sob a legislação norte-americana, a companhia poderia enfrentar duras multas e a possibilidade de perder acesso a alguns contratos nos EUA, como uma arena de basquete em Miami e rodovias no Texas e na Califórnia. - Três ex-executivos da Camargo Corrêa foram condenados nesta segunda (20) ACUSAÇÃO: Executivos da Camargo Corrêa pagaram R$ 50 milhões em propina para a diretoria de Abastecimento da Petrobras, nas obras da Repar (Refinaria Getúlio Vargas, no RJ) e Refinaria Abreu e Lima (PE) - - - h2. Também foram condenados: * Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras * Alberto Youssef, doleiro * Jayme de Oliveira Filho, funcionário de Youssef - Executivos que ainda serão julgados e quanto cada empreiteira pagou em propina, segundo o Ministério Público ODEBRECHT ANDRADE GUTIERREZ * Paulo Dalmazzo é o único indiciado que não está preso
poder
Prisão de Odebrecht faz países vizinhos investigarem empreiteirasPromotores peruanos planejam visitar o Brasil ainda em julho para reunir evidências sobre supostas práticas de suborno ligadas a um projeto viário transcontinental. A afirmação, do procurador-geral do Peru, dá uma dimensão regional a um dos maiores escândalos da história do país. A missão apresentada pelo procurador-geral peruano, Pablo Sánchez, é o sinal público mais aparente de uma cooperação internacional sobre um caso que levou à prisão chefes de grandes grupos brasileiros do setor de construção, à medida que a polícia vasculha registros em busca de provas sobre formação de cartel em obras da Petrobras. Nesta segunda-feira (20), por exemplo, ex-executivos da Camargo Corrêa foram condenados no âmbito da Operação Lava Jato. Executivos da Odebrecht, incluindo seu presidente, Marcelo Odebrecht, foram indiciados por suspeita de corrupção. O interesse regional na investigação aumentou no mês passado, quando a Polícia Federal prendeu o presidente do grupo Odebrecht, maior construtora da América Latina. A prisão do executivo colocou bilhões de dólares em projetos de infraestrutura sob escrutínio por toda a região. O Equador iniciou auditorias de contratos da companhia. O vice-presidente da Colômbia alertou que a empresa poderia ser proibida de participar de concorrências públicas por décadas. Investigadores nos Estados Unidos e no Panamá também têm colaborado com autoridades brasileiras. As investigações alarmaram as bem-conectadas construtoras do Brasil, que têm superado rivais chinesas e europeias em megaprojetos de infraestrutura e energia na América Latina. BATALHA Nenhuma dessas empresas tem um perfil regional mais ativo do que o da Odebrecht, que é responsável por quase três quartos das construções de infraestrutura feitas por empresas brasileiras no exterior. Seus projetos incluem um porto em Cuba, metrôs na Venezuela e até mesmo uma estátua em Lima que lembra o Cristo Redentor do Rio de Janeiro. "A mensagem que o Brasil está dando com uma investigação desta escala, e que vai ecoar se encontrarmos provas aqui, é uma clara batalha contra corrupção na região. Quem quer que seja derrubado com isso", disse Sánchez em entrevista à Reuters. Ele acrescentou que sua equipe planeja entrevistar testemunhas e estudar documentos reunidos por investigadores brasileiros em Curitiba. Promotores peruanos foram motivados por alegações que surgiram na imprensa local no mês passado –citando relatórios da polícia brasileira– a respeito de subornos pagos por executivos de construtoras para inflacionar o custo de uma rodovia que liga a Amazônia brasileira a portos no oceano Pacífico. Sánchez não quis dar nomes de suspeitos no inquérito inicial de oito meses. A rodovia foi construída por diversas das maiores empreiteiras brasileiras, incluindo divisões locais de Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão. As sedes das companhias foram vasculhadas desde o ano passado e seus executivos, presos, como parte de uma investigação sobre supostos subornos e cartel de preços em contratos firmados com a Petrobras. Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão negaram em comunicados terem participado em qualquer esquema de corrupção no Brasil ou no Peru. O porta-voz da Odebrecht no Peru, Fernán Altuve, disse que a companhia "deixará [investigadores] revirarem a casa de baixo para cima e checarem sob quaisquer colchões caso necessário, porque tem certeza de que o trabalho foi feito corretamente". A Odebrecht acrescentou em seu comunicado que as alegações de suborno sobre o projeto de rodovia do lado peruano foram focadas em obras de um trecho da rota nas quais a companhia não participou. A Camargo Corrêa afirmou que está colaborando com as investigações em andamento, acrescentando em comunicado que "desenvolve esforços para sanar irregularidades e aprimorar sua governança corporativa". Os preços dos títulos dessas companhias despencaram por preocupações de que elas possam pagar pesadas multas e perder acesso a valiosos contratos públicos no Brasil. Os preços dos títulos da Odebrecht caíram ainda mais nas últimas semanas devido às investigações que se espalham pela América Latina, de acordo com operadores de mercado. Cerca de 44% da receita do grupo, e de 70% de seus contratos de construção, estão fora do Brasil. DIVISÕES ESTRANGEIRAS A divisão peruana é a mais antiga operação da Odebrecht e a maior em número de trabalhadores, mas a companhia possui outros fortes laços na América Latina. Na Colômbia, onde a Odebrecht venceu contratos para um projeto fluvial de US$ 1 bilhão e para uma rodovia de US$ 2 bilhões, o vice-presidente, Germán Vargas Lleras, disse a jornalistas em junho que a companhia seria proibida de disputar contratos públicos por até 20 anos se for condenada por corrupção. No Equador, o controlador-geral anunciou no mês passado novas auditorias em contratos da Odebrecht assinados nos últimos anos, os quais incluem projetos hidrelétricos e de refino de petróleo. A companhia disse em comunicado que Colômbia e Equador estão conduzindo auditorias de rotina, e não investigações formais. COOPERAÇÃO A procuradora-geral do Panamá, Kenia Porcell, disse à Reuters ter recebido um pedido de cooperação de promotores brasileiros, mas acrescentou que o Panamá não está conduzindo seu próprio inquérito sobre a Odebrecht "neste momento". Investigadores no Brasil também disseram estar trabalhando juntamente com o Departamento de Estado norte-americano e com a comissão de valores mobiliários dos EUA, a SEC. Nenhuma das agências comentou sobre quaisquer investigações em andamento, e a Odebrecht disse não ter recebido notificação formal a respeito de uma investigação ou colaboração dos EUA. Advogados especialistas em crimes de colarinho branco disseram que a empreiteira, que tem uma subsidiária nos EUA e vende títulos em Nova York, poderia ser processada sob a legislação anticorrupção internacional americaa caso tenha pago suborno para autoridades públicas em qualquer outro lugar. Se acusada e condenada sob a legislação norte-americana, a companhia poderia enfrentar duras multas e a possibilidade de perder acesso a alguns contratos nos EUA, como uma arena de basquete em Miami e rodovias no Texas e na Califórnia. - Três ex-executivos da Camargo Corrêa foram condenados nesta segunda (20) ACUSAÇÃO: Executivos da Camargo Corrêa pagaram R$ 50 milhões em propina para a diretoria de Abastecimento da Petrobras, nas obras da Repar (Refinaria Getúlio Vargas, no RJ) e Refinaria Abreu e Lima (PE) - - - h2. Também foram condenados: * Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras * Alberto Youssef, doleiro * Jayme de Oliveira Filho, funcionário de Youssef - Executivos que ainda serão julgados e quanto cada empreiteira pagou em propina, segundo o Ministério Público ODEBRECHT ANDRADE GUTIERREZ * Paulo Dalmazzo é o único indiciado que não está preso
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BC não tem cronograma estabelecido para cortar juros, diz Ilan
O Banco Central não tem cronograma preestabelecido para flexibilização da política monetária, afirmou nesta terça-feira (4) o presidente do BC, Ilan Goldfajn, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. "Qualquer decisão será tomada nas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária), com base na evolução da combinação dos fatores e nas expectativas e projeções de inflação", afirmou Ilan. "É a evolução favorável dos fatores que propicia ao Copom o conforto com suas projeções em direção à meta, que é seu objetivo principal. Em suma, a flexibilização das condições monetárias dependerá de fatores que permitam que os membros do comitê tenham confiança no alcance das metas para a inflação", acrescentou. Em sua fala inicial, Ilan reiterou a avaliação que o BC já tinha feito no Relatório Trimestral de Inflação sobre as três condições em relação às quais precisa ver melhoria antes de reduzir a Selic. Sobre a persistência dos efeitos do choque de alimentos na inflação, ele repetiu que evidências recentes indicam que a queda nos preços de alimentos no atacado tem se transmitido para o varejo, e que projeções para subitens de alimentos parecem mostrar maior segurança no processo de reversão do choque de preços nesse setor. Quanto aos serviços, o presidente do BC repetiu que ainda há sinais inconclusivos quanto à velocidade de desinflação em direção à meta. Falando sobre os desenvolvimentos no fronte fiscal, Ilan ponderou mais uma vez que há sinais positivos do encaminhamento e apreciação das reformas fiscais, mas que o processo de tramitação ainda está no início e permanecem incertezas quanto à aprovação e à implementação dos ajustes necessários. Ilan reforçou em diversos momentos a importância da aprovação das reformas para restaurar a confiança dos agentes econômicos e criar condições para a recuperação econômica, com inflação baixa e estável. Também avaliou que é preciso revisitar e propor a modernização do marco legal para atuação do BC. Questionado sobre o tamanho das reservas internacionais, Ilan reconheceu que elas têm um custo elevado devido ao diferencial de juros no Brasil e no exterior, mas avaliou que o país se endividou para acumular reservas porque elas funcionam como um seguro necessário. "Para frente, nós vamos olhar quando acabar essa crise, quando as coisas estiverem mais calmas, vamos avaliar o tamanho das reservas pelo diferencial de juros. E esperamos que ao longo do tempo, se as condições estiverem aqui e sim, se as condições fiscais também nos ajudarem, o diferencial de juros pode ao longo do tempo ir diminuindo com relação ao resto do mundo e talvez torne as reservas menos caras." Ilan negou que o BC esteja usando o câmbio como instrumento da inflação, do contrário não estaria reduzindo o estoque de swaps como está fazendo. A esse respeito, novamente pontuou que o BC tem diminuído sua posição sem alterar a tendência do mercado de câmbio, mas que o espaço para essa atuação tem se estreitado em função da proximidade da normalização das condições monetárias nos Estados Unidos.
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BC não tem cronograma estabelecido para cortar juros, diz IlanO Banco Central não tem cronograma preestabelecido para flexibilização da política monetária, afirmou nesta terça-feira (4) o presidente do BC, Ilan Goldfajn, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. "Qualquer decisão será tomada nas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária), com base na evolução da combinação dos fatores e nas expectativas e projeções de inflação", afirmou Ilan. "É a evolução favorável dos fatores que propicia ao Copom o conforto com suas projeções em direção à meta, que é seu objetivo principal. Em suma, a flexibilização das condições monetárias dependerá de fatores que permitam que os membros do comitê tenham confiança no alcance das metas para a inflação", acrescentou. Em sua fala inicial, Ilan reiterou a avaliação que o BC já tinha feito no Relatório Trimestral de Inflação sobre as três condições em relação às quais precisa ver melhoria antes de reduzir a Selic. Sobre a persistência dos efeitos do choque de alimentos na inflação, ele repetiu que evidências recentes indicam que a queda nos preços de alimentos no atacado tem se transmitido para o varejo, e que projeções para subitens de alimentos parecem mostrar maior segurança no processo de reversão do choque de preços nesse setor. Quanto aos serviços, o presidente do BC repetiu que ainda há sinais inconclusivos quanto à velocidade de desinflação em direção à meta. Falando sobre os desenvolvimentos no fronte fiscal, Ilan ponderou mais uma vez que há sinais positivos do encaminhamento e apreciação das reformas fiscais, mas que o processo de tramitação ainda está no início e permanecem incertezas quanto à aprovação e à implementação dos ajustes necessários. Ilan reforçou em diversos momentos a importância da aprovação das reformas para restaurar a confiança dos agentes econômicos e criar condições para a recuperação econômica, com inflação baixa e estável. Também avaliou que é preciso revisitar e propor a modernização do marco legal para atuação do BC. Questionado sobre o tamanho das reservas internacionais, Ilan reconheceu que elas têm um custo elevado devido ao diferencial de juros no Brasil e no exterior, mas avaliou que o país se endividou para acumular reservas porque elas funcionam como um seguro necessário. "Para frente, nós vamos olhar quando acabar essa crise, quando as coisas estiverem mais calmas, vamos avaliar o tamanho das reservas pelo diferencial de juros. E esperamos que ao longo do tempo, se as condições estiverem aqui e sim, se as condições fiscais também nos ajudarem, o diferencial de juros pode ao longo do tempo ir diminuindo com relação ao resto do mundo e talvez torne as reservas menos caras." Ilan negou que o BC esteja usando o câmbio como instrumento da inflação, do contrário não estaria reduzindo o estoque de swaps como está fazendo. A esse respeito, novamente pontuou que o BC tem diminuído sua posição sem alterar a tendência do mercado de câmbio, mas que o espaço para essa atuação tem se estreitado em função da proximidade da normalização das condições monetárias nos Estados Unidos.
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Cantareira sobe, mesmo sem chuva há 6 dias; sistema segue no volume morto
Mesmo após seis dias seguidos sem chuvas, o nível do Cantareira voltou a ter alta neste domingo (29). Segundo informações da Sabesp, os reservatórios que compõem o sistema estão com 14,5% de capacidade, 0,1 ponto percentual a mais do que o registrado no sábado (28). Esse valor é baseado em um cálculo que utiliza a quantidade total de água no determinado dia e a capacidade total do Cantareira (de 1,3 trilhão de litros), que inclui volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas). O Cantareira abastece 5,6 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista. Eram cerca de 9 milhões antes da crise. A diferença passou a ser atendida pelos outros sistemas. OUTROS RESERVATÓRIOS Mesmo com tempo seco, outros quatro reservatórios que abastecem a Grande São Paulo ficaram com o nível do volume estável em comparação ao dia anterior. Alto Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, continuou com 64,4%. O nível do Rio Claro também manteve os 43,7% do dia anterior. Responsável por 4,5 milhões de moradores na região leste da capital e Grande São Paulo, o reservatório Alto Tietê também manteve seu volume, com 22,9% neste domingo. Nesse valor está incluído o volume morto, que gerou 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). A represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, também manteve o nível em relação ao dia anterior, com 85% da capacidade de armazenamento. O único reservatório que registrou queda neste domingo foi o Rio Grande, que registra 97,3% da capacidade contra 97,6 do dia anterior. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.e 24 horas: das 7h às 7h. CLIENTES ATENDIDOS Antes do início da crise da água, o Cantareira abastecia cerca de 9 milhões de pessoas na Grande São Paulo. Agora, a clientela recuou para 5,6 milhões, já que parte foi socorrida por outros mananciais como o Alto Tietê e o Guarapiranga. A expectativa do governo Geraldo Alckmin (PSDB) é que o Cantareira consiga atravessar o período seco, de abril a setembro, sem a necessidade de implantar um rodízio drástico para os moradores atendidos pelo sistema. O governo dará continuidade neste ano ao racionamento implantado por meio da redução da pressão usada para distribuir a água pelos encanamentos.
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Cantareira sobe, mesmo sem chuva há 6 dias; sistema segue no volume mortoMesmo após seis dias seguidos sem chuvas, o nível do Cantareira voltou a ter alta neste domingo (29). Segundo informações da Sabesp, os reservatórios que compõem o sistema estão com 14,5% de capacidade, 0,1 ponto percentual a mais do que o registrado no sábado (28). Esse valor é baseado em um cálculo que utiliza a quantidade total de água no determinado dia e a capacidade total do Cantareira (de 1,3 trilhão de litros), que inclui volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas). O Cantareira abastece 5,6 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista. Eram cerca de 9 milhões antes da crise. A diferença passou a ser atendida pelos outros sistemas. OUTROS RESERVATÓRIOS Mesmo com tempo seco, outros quatro reservatórios que abastecem a Grande São Paulo ficaram com o nível do volume estável em comparação ao dia anterior. Alto Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, continuou com 64,4%. O nível do Rio Claro também manteve os 43,7% do dia anterior. Responsável por 4,5 milhões de moradores na região leste da capital e Grande São Paulo, o reservatório Alto Tietê também manteve seu volume, com 22,9% neste domingo. Nesse valor está incluído o volume morto, que gerou 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). A represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, também manteve o nível em relação ao dia anterior, com 85% da capacidade de armazenamento. O único reservatório que registrou queda neste domingo foi o Rio Grande, que registra 97,3% da capacidade contra 97,6 do dia anterior. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.e 24 horas: das 7h às 7h. CLIENTES ATENDIDOS Antes do início da crise da água, o Cantareira abastecia cerca de 9 milhões de pessoas na Grande São Paulo. Agora, a clientela recuou para 5,6 milhões, já que parte foi socorrida por outros mananciais como o Alto Tietê e o Guarapiranga. A expectativa do governo Geraldo Alckmin (PSDB) é que o Cantareira consiga atravessar o período seco, de abril a setembro, sem a necessidade de implantar um rodízio drástico para os moradores atendidos pelo sistema. O governo dará continuidade neste ano ao racionamento implantado por meio da redução da pressão usada para distribuir a água pelos encanamentos.
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Projeto convida cineastas a filmar receitas de suas avós
Avós são sempre avós, em todo lugar: cheias de mimos, apelidos carinhosos (às vezes a paciência um pouco curta), e muita história para contar. O Grandma's Project quer dividir outra coisa um tanto comum à elas: as receitas que são suas especialidades. Criado pelo cineasta e produtor francês Jonas Pariente, o projeto (ainda em andamento) tem como objetivo reunir o trabalho de jovens cineastas do mundo todo. Em pequenos vídeos, de até oito minutos, eles devem retratar suas respectivas avós preparando um prato. Os filmes e as receitas serão organizados em um site interativo e os usuários poderão guiar sua navegação pelos países dessas mulheres, seus idiomas e eventos históricos que testemunharam, como a 2ª Guerra Mundial. O projeto se tornou possível com um financiamento coletivo no site Kickstarter, que levantou US$ 21.500, com a ajuda de 274 apoiadores, em 2015. O plano é realizar 30 filmes. Por enquanto, é possível assistir a três no site. "Aqui tem frango. Quer bife? Fígado? Burekas? Quer almôndegas? Qual tipo de peixe?", oferece sem parar a avó de Pariente, Suzy Pariente, mais conhecida como Nano. No vídeo, ela prepara um típico caldo de carne egípcio chamado molokheya –nome da erva usada para temperar. Além de ensinar a preparar a receita, Nano fala sobre sua história, sua vontade de estudar pediatria –logo frustrada pelo pai– e seu casamento. Um cineasta brasileiro também já entrou para o projeto. Mathias Mangin filmou sua avó, Rosa Maluf Milan, 97, preparando o prato libanês mehchi (um charutinho de folha de uva com recheio de carne, arroz e pimenta). "Hoje eu cozinho muito bem. Ensinei a Beatriz, que é minha cozinheira e que não sabia nada e hoje sabe tudo", diz a senhora no vídeo. A baiana Beatriz também aparece no preparo da receita. É possível se candidatar para o projeto pelo site grandmasproject.org.
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Projeto convida cineastas a filmar receitas de suas avósAvós são sempre avós, em todo lugar: cheias de mimos, apelidos carinhosos (às vezes a paciência um pouco curta), e muita história para contar. O Grandma's Project quer dividir outra coisa um tanto comum à elas: as receitas que são suas especialidades. Criado pelo cineasta e produtor francês Jonas Pariente, o projeto (ainda em andamento) tem como objetivo reunir o trabalho de jovens cineastas do mundo todo. Em pequenos vídeos, de até oito minutos, eles devem retratar suas respectivas avós preparando um prato. Os filmes e as receitas serão organizados em um site interativo e os usuários poderão guiar sua navegação pelos países dessas mulheres, seus idiomas e eventos históricos que testemunharam, como a 2ª Guerra Mundial. O projeto se tornou possível com um financiamento coletivo no site Kickstarter, que levantou US$ 21.500, com a ajuda de 274 apoiadores, em 2015. O plano é realizar 30 filmes. Por enquanto, é possível assistir a três no site. "Aqui tem frango. Quer bife? Fígado? Burekas? Quer almôndegas? Qual tipo de peixe?", oferece sem parar a avó de Pariente, Suzy Pariente, mais conhecida como Nano. No vídeo, ela prepara um típico caldo de carne egípcio chamado molokheya –nome da erva usada para temperar. Além de ensinar a preparar a receita, Nano fala sobre sua história, sua vontade de estudar pediatria –logo frustrada pelo pai– e seu casamento. Um cineasta brasileiro também já entrou para o projeto. Mathias Mangin filmou sua avó, Rosa Maluf Milan, 97, preparando o prato libanês mehchi (um charutinho de folha de uva com recheio de carne, arroz e pimenta). "Hoje eu cozinho muito bem. Ensinei a Beatriz, que é minha cozinheira e que não sabia nada e hoje sabe tudo", diz a senhora no vídeo. A baiana Beatriz também aparece no preparo da receita. É possível se candidatar para o projeto pelo site grandmasproject.org.
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Dave Grohl se acidenta no palco e termina show com perna engessada
Durante a show do Foo Fighters nesta sexta (12), Dave Grohl sofreu um acidente no palco e precisou ser atendido por uma equipe médica. O acidente aconteceu durante a execução da segunda música, "Monkey Wrench", do show do Foo Fighters em Gotemburgo, na Suécia. Deitado no palco e esperando a equipe médica, Grohl disse achar que quebrou a perna e garantiu ao público que a banda voltaria para terminar o show. Fãs presentes no estádio Ullevi, onde ocorreu a apresentação, publicaram vídeos e imagens do cantor caído no palco após o acidente. Veja um vídeo do momento gravado por um fã: Dave Grohl perna quebrada Cumprindo a promessa, o músico retornou após ser atendido e completou a apresentação sentado, com a perna direita engessada.
ilustrada
Dave Grohl se acidenta no palco e termina show com perna engessadaDurante a show do Foo Fighters nesta sexta (12), Dave Grohl sofreu um acidente no palco e precisou ser atendido por uma equipe médica. O acidente aconteceu durante a execução da segunda música, "Monkey Wrench", do show do Foo Fighters em Gotemburgo, na Suécia. Deitado no palco e esperando a equipe médica, Grohl disse achar que quebrou a perna e garantiu ao público que a banda voltaria para terminar o show. Fãs presentes no estádio Ullevi, onde ocorreu a apresentação, publicaram vídeos e imagens do cantor caído no palco após o acidente. Veja um vídeo do momento gravado por um fã: Dave Grohl perna quebrada Cumprindo a promessa, o músico retornou após ser atendido e completou a apresentação sentado, com a perna direita engessada.
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O teto de gastos e a proteção aos pobres
RESUMO Autor, que assessora equipe econômica, defende a proposta de estabelecer um teto ao gasto público. A PEC 241, proposta pelo governo, levaria a uma racionalização das despesas que seria fundamental para o reequilíbrio fiscal, a volta do crescimento e a queda da inflação –em benefício dos setores mais pobres. * Entre 1997 e 2015, a despesa primária (despesa total menos juros da dívida) anual do Governo Central triplicou em termos reais. Isso equivale a um crescimento médio de 6,2% ao ano acima da inflação. Se a despesa continuar a crescer nesse ritmo, não haverá dinheiro para pagá-la. Com dispêndio crescente, o governo precisou extrair mais dinheiro da sociedade. A carga tributária subiu fortemente, chegando a 32,7% em 2015, valor muito acima da média de países emergentes. Mas não se pode continuar aumentando a carga tributária indefinidamente. Os impostos já sobrecarregam as empresas e as famílias. Arrecadação estagnada e despesa crescendo resultam em deficits primários maiores a cada ano, chegando a R$ 170 bilhões (2,7% do PIB) em 2016. Em má situação financeira, o governo acaba tendo que pagar juros mais altos, pois o seu risco de default aumenta. Deficits primários e juros mais altos aceleram o crescimento da dívida bruta, que disparou de 53,8% do PIB para 69,5% em apenas dois anos. Quando as empresas percebem que o governo está em dificuldade financeira, passam a temer aumentos abruptos de carga tributária, aceleração da inflação e instabilidade política. As agências de avaliação de risco rebaixam a nota de crédito do governo. Nesse cenário de perda da confiança no futuro de seus negócios, as empresas, num primeiro momento, evitam investir; posteriormente, passam a demitir. Instala-se a recessão. CICLO VICIOSO O crescimento mais baixo prejudica a receita do governo, agravando o quadro fiscal. Entra-se em um ciclo vicioso: o desequilíbrio fiscal derruba a economia, e a retração da economia piora a situação fiscal. Estamos em situação difícil: não há como financiar o crescimento real de 6% ao ano dos gastos públicos, e a economia já acumula queda do PIB de 7% em dois anos. É nesse contexto que se está propondo a PEC 241/2016, que estipula limite para o crescimento da despesa primária. A regra é simples: se em um determinado ano a inflação for, por exemplo, de 5%, no ano seguinte o gasto primário da União poderá crescer, no máximo, 5%. A aprovação da PEC atuará na causa fundamental do problema fiscal –o crescimento acelerado do gasto–, sinalizando para a sociedade que o desajuste será resolvido. Haverá aumento da confiança das empresas, que retomarão os investimentos, gerando crescimento econômico. As receitas públicas reagirão, iniciando o processo de ajuste fiscal. Ao mesmo tempo, o Tesouro Nacional precisará de menos empréstimos para financiar um deficit decrescente. Sobrarão mais recursos no mercado para financiar o investimento privado, o que levará à queda da taxa de juros, que impulsionará o investimento e o crescimento. Juros mais baixos vão desacelerar o crescimento da dívida pública. Também aumentarão a viabilidade dos investimentos privados em concessões de infraestrutura, reduzindo a necessidade de subsídios creditícios do governo aos concessionários, o que contribui tanto para o crescimento quanto para o ajuste fiscal. A ideia de conter o crescimento da despesa gera o temor de que políticas sociais sejam afetadas, prejudicando os mais pobres. Na verdade, a população de baixa renda será beneficiária do ajuste. Estamos com 12 milhões de desempregados, que dependem da recuperação da economia para voltar à ativa. Os pobres são os maiores prejudicados pelo desemprego recorde. Segundo o Ipea, em 2014, a taxa de desemprego era de 20% para os trabalhadores situados entre os 10% mais pobres, enquanto o índice estacionava nos 2% entre os 10% mais ricos. Além disso, os pobres não têm poupança acumulada para enfrentar o período de desemprego, geralmente não têm parentes ricos para lhes emprestar dinheiro, e seu acesso ao crédito bancário é limitado e caro. A mais importante política social é a recuperação da economia e do emprego. Adicione-se a queda da inflação que advirá do ajuste fiscal. Os pobres são os mais prejudicados pela carestia. Os mais pobres também ganharão com a PEC porque hoje não são os maiores beneficiários do gasto público. O Orçamento tem gordas dotações que beneficiam estratos sociais mais altos. Controlando-se a expansão desses gastos, restarão mais recursos para financiar programas que efetivamente atendem os pobres. A queda da despesa com juros também favorecerá os pobres. Os juros são pagos a famílias de maior renda, que são aquelas que dispõem de reservas financeiras aplicadas em títulos públicos. Menor pagamento de juros resulta em redução do superavit primário necessário para manter a dívida sob controle, permitindo, mais adiante, a expansão de programas sociais. Ademais, ao facilitar as concessões de infraestrutura, a queda dos juros permitirá a expansão do saneamento básico e dos transportes coletivos. Há também no Orçamento perda de recursos por ineficiência. Esse custo não é desprezível. Por exemplo, entre 2004 e 2014, o Ministério da Educação aumentou seus gastos, em termos reais, em 285%, mas isso não parece ter se refletido em melhoria significativa no aprendizado, em especial dos alunos do ensino médio. Nesse nível, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica mantém-se em 3,7; pela meta estabelecida, já deveria ter chegado a 5,2. A fixação de um teto de gastos induzirá a administração pública, sujeita a maior controle do gasto, a buscar eficiência, beneficiando a todos. O Ministério da Saúde já deu a largada: com medidas gerenciais e renegociações de contrato, reduziu seu gasto anual em mais de R$ 1 bilhão. SAÚDE E EDUCAÇÃO A PEC também tem sido questionada por propor mudança na vinculação de recursos da saúde e da educação. A ideia é que o gasto mínimo (o piso) nesses setores deixe de ser calculado com base na receita do governo, passando a ser corrigido pela inflação. Há o argumento equivocado de que a receita crescerá mais rápido do que a inflação, de modo que a troca do indexador levaria a perda de recursos. É incorreto comparar os cenários "com aprovação da PEC" e "sem aprovação da PEC" supondo que o crescimento econômico e o desempenho da receita serão iguais nos dois casos. Sem a aprovação da PEC e, portanto, mantendo-se a atual regra de correção do gasto mínimo em saúde e educação, o crescimento econômico e da receita serão muito baixos, implicando baixa correção da despesa mínima. Quando o PIB cai, como está ocorrendo agora, a correção pela receita é uma opção pior. Pelos dados dos últimos anos, a correção pela inflação geraria valores maiores que a indexação à receita desde o exercício de 2013. O critério proposto na PEC protege a saúde e a educação durante as crises. É preciso computar o aumento de demanda por serviços públicos gerado pela deterioração econômica. Pesquisa recente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) apurou que, em 2016, 34% dos entrevistados pararam de pagar planos de saúde e 14% transferiram os filhos da escola privada para a pública. Se não houver a aprovação da PEC e a recuperação da economia, mesmo que seja destinada uma dotação maior para saúde e educação, haverá pressão de demanda, prejudicando os usuários. Deve-se considerar o estrago que a deterioração econômica gera na escolaridade dos mais pobres. Entre 2015 e 2016, a taxa de desemprego para jovens entre 14 e 17 anos, apurada pelo IBGE, subiu de 24% para 39%, refletindo um quadro de abandono dos estudos em busca de emprego. Essa é uma perda para a educação que independe de haver mais verbas destinadas para o setor. É essencial lembrar que a PEC deixa fora do limite de gastos as transferências federais para o Fundeb, que financia a educação básica, mais importante etapa educacional no fortalecimento do capital humano dos mais pobres. E a complementação da União vai justamente para os Estados mais pobres. Nada impede que o Congresso decida alocar recursos para saúde e educação acima do mínimo (como está sendo feito no Orçamento de 2017), desde que reduza despesas em outras áreas, para respeitar o teto. Esse é um ponto que ilustra outra virtude da PEC. Ela induz o Congresso e a sociedade a definir prioridades. Não será mais possível adotar a prática atual de superestimar receitas para incluir o máximo possível de despesas no Orçamento. O Congresso recobrará o seu papel de fórum de discussão das prioridades nacionais. Ao fortalecer a restrição ao crescimento do gasto, a PEC induzirá a recuperação da economia e do emprego; beneficiará os mais pobres; criará restrições à obtenção de privilégios por grupos de renda alta; estimulará a racionalização e eficiência dos programas públicos; e permitirá o planejamento fiscal de longo prazo. Essa medida é a primeira peça da reforma do gasto, que prosseguirá com a reforma previdenciária. Sem conter os gastos, será difícil superar o cenário de deterioração das contas públicas, baixo crescimento e empobrecimento. MARCOS MENDES, 51, economista especialista em finanças e políticas públicas, é chefe da Assessoria Especial do Ministro da Fazenda.
ilustrissima
O teto de gastos e a proteção aos pobresRESUMO Autor, que assessora equipe econômica, defende a proposta de estabelecer um teto ao gasto público. A PEC 241, proposta pelo governo, levaria a uma racionalização das despesas que seria fundamental para o reequilíbrio fiscal, a volta do crescimento e a queda da inflação –em benefício dos setores mais pobres. * Entre 1997 e 2015, a despesa primária (despesa total menos juros da dívida) anual do Governo Central triplicou em termos reais. Isso equivale a um crescimento médio de 6,2% ao ano acima da inflação. Se a despesa continuar a crescer nesse ritmo, não haverá dinheiro para pagá-la. Com dispêndio crescente, o governo precisou extrair mais dinheiro da sociedade. A carga tributária subiu fortemente, chegando a 32,7% em 2015, valor muito acima da média de países emergentes. Mas não se pode continuar aumentando a carga tributária indefinidamente. Os impostos já sobrecarregam as empresas e as famílias. Arrecadação estagnada e despesa crescendo resultam em deficits primários maiores a cada ano, chegando a R$ 170 bilhões (2,7% do PIB) em 2016. Em má situação financeira, o governo acaba tendo que pagar juros mais altos, pois o seu risco de default aumenta. Deficits primários e juros mais altos aceleram o crescimento da dívida bruta, que disparou de 53,8% do PIB para 69,5% em apenas dois anos. Quando as empresas percebem que o governo está em dificuldade financeira, passam a temer aumentos abruptos de carga tributária, aceleração da inflação e instabilidade política. As agências de avaliação de risco rebaixam a nota de crédito do governo. Nesse cenário de perda da confiança no futuro de seus negócios, as empresas, num primeiro momento, evitam investir; posteriormente, passam a demitir. Instala-se a recessão. CICLO VICIOSO O crescimento mais baixo prejudica a receita do governo, agravando o quadro fiscal. Entra-se em um ciclo vicioso: o desequilíbrio fiscal derruba a economia, e a retração da economia piora a situação fiscal. Estamos em situação difícil: não há como financiar o crescimento real de 6% ao ano dos gastos públicos, e a economia já acumula queda do PIB de 7% em dois anos. É nesse contexto que se está propondo a PEC 241/2016, que estipula limite para o crescimento da despesa primária. A regra é simples: se em um determinado ano a inflação for, por exemplo, de 5%, no ano seguinte o gasto primário da União poderá crescer, no máximo, 5%. A aprovação da PEC atuará na causa fundamental do problema fiscal –o crescimento acelerado do gasto–, sinalizando para a sociedade que o desajuste será resolvido. Haverá aumento da confiança das empresas, que retomarão os investimentos, gerando crescimento econômico. As receitas públicas reagirão, iniciando o processo de ajuste fiscal. Ao mesmo tempo, o Tesouro Nacional precisará de menos empréstimos para financiar um deficit decrescente. Sobrarão mais recursos no mercado para financiar o investimento privado, o que levará à queda da taxa de juros, que impulsionará o investimento e o crescimento. Juros mais baixos vão desacelerar o crescimento da dívida pública. Também aumentarão a viabilidade dos investimentos privados em concessões de infraestrutura, reduzindo a necessidade de subsídios creditícios do governo aos concessionários, o que contribui tanto para o crescimento quanto para o ajuste fiscal. A ideia de conter o crescimento da despesa gera o temor de que políticas sociais sejam afetadas, prejudicando os mais pobres. Na verdade, a população de baixa renda será beneficiária do ajuste. Estamos com 12 milhões de desempregados, que dependem da recuperação da economia para voltar à ativa. Os pobres são os maiores prejudicados pelo desemprego recorde. Segundo o Ipea, em 2014, a taxa de desemprego era de 20% para os trabalhadores situados entre os 10% mais pobres, enquanto o índice estacionava nos 2% entre os 10% mais ricos. Além disso, os pobres não têm poupança acumulada para enfrentar o período de desemprego, geralmente não têm parentes ricos para lhes emprestar dinheiro, e seu acesso ao crédito bancário é limitado e caro. A mais importante política social é a recuperação da economia e do emprego. Adicione-se a queda da inflação que advirá do ajuste fiscal. Os pobres são os mais prejudicados pela carestia. Os mais pobres também ganharão com a PEC porque hoje não são os maiores beneficiários do gasto público. O Orçamento tem gordas dotações que beneficiam estratos sociais mais altos. Controlando-se a expansão desses gastos, restarão mais recursos para financiar programas que efetivamente atendem os pobres. A queda da despesa com juros também favorecerá os pobres. Os juros são pagos a famílias de maior renda, que são aquelas que dispõem de reservas financeiras aplicadas em títulos públicos. Menor pagamento de juros resulta em redução do superavit primário necessário para manter a dívida sob controle, permitindo, mais adiante, a expansão de programas sociais. Ademais, ao facilitar as concessões de infraestrutura, a queda dos juros permitirá a expansão do saneamento básico e dos transportes coletivos. Há também no Orçamento perda de recursos por ineficiência. Esse custo não é desprezível. Por exemplo, entre 2004 e 2014, o Ministério da Educação aumentou seus gastos, em termos reais, em 285%, mas isso não parece ter se refletido em melhoria significativa no aprendizado, em especial dos alunos do ensino médio. Nesse nível, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica mantém-se em 3,7; pela meta estabelecida, já deveria ter chegado a 5,2. A fixação de um teto de gastos induzirá a administração pública, sujeita a maior controle do gasto, a buscar eficiência, beneficiando a todos. O Ministério da Saúde já deu a largada: com medidas gerenciais e renegociações de contrato, reduziu seu gasto anual em mais de R$ 1 bilhão. SAÚDE E EDUCAÇÃO A PEC também tem sido questionada por propor mudança na vinculação de recursos da saúde e da educação. A ideia é que o gasto mínimo (o piso) nesses setores deixe de ser calculado com base na receita do governo, passando a ser corrigido pela inflação. Há o argumento equivocado de que a receita crescerá mais rápido do que a inflação, de modo que a troca do indexador levaria a perda de recursos. É incorreto comparar os cenários "com aprovação da PEC" e "sem aprovação da PEC" supondo que o crescimento econômico e o desempenho da receita serão iguais nos dois casos. Sem a aprovação da PEC e, portanto, mantendo-se a atual regra de correção do gasto mínimo em saúde e educação, o crescimento econômico e da receita serão muito baixos, implicando baixa correção da despesa mínima. Quando o PIB cai, como está ocorrendo agora, a correção pela receita é uma opção pior. Pelos dados dos últimos anos, a correção pela inflação geraria valores maiores que a indexação à receita desde o exercício de 2013. O critério proposto na PEC protege a saúde e a educação durante as crises. É preciso computar o aumento de demanda por serviços públicos gerado pela deterioração econômica. Pesquisa recente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) apurou que, em 2016, 34% dos entrevistados pararam de pagar planos de saúde e 14% transferiram os filhos da escola privada para a pública. Se não houver a aprovação da PEC e a recuperação da economia, mesmo que seja destinada uma dotação maior para saúde e educação, haverá pressão de demanda, prejudicando os usuários. Deve-se considerar o estrago que a deterioração econômica gera na escolaridade dos mais pobres. Entre 2015 e 2016, a taxa de desemprego para jovens entre 14 e 17 anos, apurada pelo IBGE, subiu de 24% para 39%, refletindo um quadro de abandono dos estudos em busca de emprego. Essa é uma perda para a educação que independe de haver mais verbas destinadas para o setor. É essencial lembrar que a PEC deixa fora do limite de gastos as transferências federais para o Fundeb, que financia a educação básica, mais importante etapa educacional no fortalecimento do capital humano dos mais pobres. E a complementação da União vai justamente para os Estados mais pobres. Nada impede que o Congresso decida alocar recursos para saúde e educação acima do mínimo (como está sendo feito no Orçamento de 2017), desde que reduza despesas em outras áreas, para respeitar o teto. Esse é um ponto que ilustra outra virtude da PEC. Ela induz o Congresso e a sociedade a definir prioridades. Não será mais possível adotar a prática atual de superestimar receitas para incluir o máximo possível de despesas no Orçamento. O Congresso recobrará o seu papel de fórum de discussão das prioridades nacionais. Ao fortalecer a restrição ao crescimento do gasto, a PEC induzirá a recuperação da economia e do emprego; beneficiará os mais pobres; criará restrições à obtenção de privilégios por grupos de renda alta; estimulará a racionalização e eficiência dos programas públicos; e permitirá o planejamento fiscal de longo prazo. Essa medida é a primeira peça da reforma do gasto, que prosseguirá com a reforma previdenciária. Sem conter os gastos, será difícil superar o cenário de deterioração das contas públicas, baixo crescimento e empobrecimento. MARCOS MENDES, 51, economista especialista em finanças e políticas públicas, é chefe da Assessoria Especial do Ministro da Fazenda.
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TCU investiga repasses indevidos do Sistema S para Fecomércio do Rio
O TCU (Tribunal de Contas da União) abriu investigação sobre supostos pagamentos indevidos de entidades do Sistema S à Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ). De acordo com o tribunal, o prejuízo aos cofres públicos pode chegar a R$ 46 milhões. Em nota, o TCU diz que a abertura de um processo de tomada de contas especial sobre o caso foi motivada por evidências de que as regionais do Sesc (Serviço Social do Comércio) e o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) no Rio foram obrigadas a reconhecer e pagar dívidas indevidas à Fecomércio-RJ. O valor foi pago com recursos arrecadados em contribuições compulsórias sobre a folha de pagamento de empresas do setor de comércio, que são ser usados para sustentar as duas entidades, que prestam serviços sociais e de capacitação profissional. O pagamento é feito por meio da transferência de parte da arrecadação à Confederação Nacional do Comércio (CNC), que depois transfere uma fatia às federações estaduais de comércio. De acordo com as investigações do TCU, o presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz, que preside também os conselhos regionais do Sesc e do Senac do Rio, teria determinado que as entidades reconhecessem dívidas em valores equivalentes a repasses que já haviam feito à CNC. Em 2012, a administração nacional do Sesc iniciou um processo de intervenção na regional Rio por suspeitas de mau uso do dinheiro público. Diniz foi afastado e chegou a conseguir voltar por força de liminar. Ao fim da intervenção, reassumiu o comando do sistema e "tratou de viabilizar o reconhecimento" das dívidas. "Ao utilizar fundos de administrações regionais do Sesc e do Senac para pagar os débitos, houve um prejuízo aos caixas do Sesc/ARRJ e Senac/ARRJ, que beneficiou indevidamente a Fecomércio pela quitação da dívida", diz o tribunal, em nota distribuída nesta quarta (31). Para o relator do processo, ministro-substituto Weder Oliveira, o caso indica "ausência praticamente completa de mecanismos de governança". Diniz já foi alvo de outras investigações do TCU. Em 2014, foi condenado a multa de R$ 165.900 por irregularidades na contratação de pessoal. Em 2016, o tribunal abriu investigação sobre a contratação de escritórios de advocacia pelos Sesc e pela Fecomércio. OUTRO LADO A Fecomércio afirmou que a investigação do TCU "é uma ótima oportunidade" para apresentar sua defesa. A entidade acusa o presidente da CNC, Antonio de Oliveira Santos, de perseguição e criação de "factóides para asfixiar financeiramente as federações regionais que fazem oposição ao atual mandatário". Diz ainda que a CNC reteve valores que deveriam ter sido repassados à Fecomércio. "Este é mais um capítulo da briga política que começou em 2010, numa perseguição direta à Fecomércio-RJ, que critica de forma aberta a gestão de Antonio de Oliveira Santos", concluiu, em nota. Em nota, a CNC acusa a gestão da Fecomércio de irregularidades, em montantes "que ultrapassam os R$ 350 milhões", que estariam prejudicando a atuação e projetos do Sesc e do Senac. A entidade acrescenta que "vem tomando todas as medidas judiciais cabíveis para que as irregularidades do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac do Rio possam ser devidamente apuradas e as entidades possam voltar a atender à população".
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TCU investiga repasses indevidos do Sistema S para Fecomércio do RioO TCU (Tribunal de Contas da União) abriu investigação sobre supostos pagamentos indevidos de entidades do Sistema S à Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ). De acordo com o tribunal, o prejuízo aos cofres públicos pode chegar a R$ 46 milhões. Em nota, o TCU diz que a abertura de um processo de tomada de contas especial sobre o caso foi motivada por evidências de que as regionais do Sesc (Serviço Social do Comércio) e o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) no Rio foram obrigadas a reconhecer e pagar dívidas indevidas à Fecomércio-RJ. O valor foi pago com recursos arrecadados em contribuições compulsórias sobre a folha de pagamento de empresas do setor de comércio, que são ser usados para sustentar as duas entidades, que prestam serviços sociais e de capacitação profissional. O pagamento é feito por meio da transferência de parte da arrecadação à Confederação Nacional do Comércio (CNC), que depois transfere uma fatia às federações estaduais de comércio. De acordo com as investigações do TCU, o presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz, que preside também os conselhos regionais do Sesc e do Senac do Rio, teria determinado que as entidades reconhecessem dívidas em valores equivalentes a repasses que já haviam feito à CNC. Em 2012, a administração nacional do Sesc iniciou um processo de intervenção na regional Rio por suspeitas de mau uso do dinheiro público. Diniz foi afastado e chegou a conseguir voltar por força de liminar. Ao fim da intervenção, reassumiu o comando do sistema e "tratou de viabilizar o reconhecimento" das dívidas. "Ao utilizar fundos de administrações regionais do Sesc e do Senac para pagar os débitos, houve um prejuízo aos caixas do Sesc/ARRJ e Senac/ARRJ, que beneficiou indevidamente a Fecomércio pela quitação da dívida", diz o tribunal, em nota distribuída nesta quarta (31). Para o relator do processo, ministro-substituto Weder Oliveira, o caso indica "ausência praticamente completa de mecanismos de governança". Diniz já foi alvo de outras investigações do TCU. Em 2014, foi condenado a multa de R$ 165.900 por irregularidades na contratação de pessoal. Em 2016, o tribunal abriu investigação sobre a contratação de escritórios de advocacia pelos Sesc e pela Fecomércio. OUTRO LADO A Fecomércio afirmou que a investigação do TCU "é uma ótima oportunidade" para apresentar sua defesa. A entidade acusa o presidente da CNC, Antonio de Oliveira Santos, de perseguição e criação de "factóides para asfixiar financeiramente as federações regionais que fazem oposição ao atual mandatário". Diz ainda que a CNC reteve valores que deveriam ter sido repassados à Fecomércio. "Este é mais um capítulo da briga política que começou em 2010, numa perseguição direta à Fecomércio-RJ, que critica de forma aberta a gestão de Antonio de Oliveira Santos", concluiu, em nota. Em nota, a CNC acusa a gestão da Fecomércio de irregularidades, em montantes "que ultrapassam os R$ 350 milhões", que estariam prejudicando a atuação e projetos do Sesc e do Senac. A entidade acrescenta que "vem tomando todas as medidas judiciais cabíveis para que as irregularidades do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac do Rio possam ser devidamente apuradas e as entidades possam voltar a atender à população".
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Câmara diz que só barra pauta-bomba se financiamento empresarial voltar
Em almoço nesta terça-feira (29) na residência oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), partidos governistas e de oposição fecharam acordo para tentar recolocar de pé a possibilidade de as empresas financiarem as campanhas eleitorais. Cunha foi autorizado por partidos como PMDB, DEM, PSDB, PP, PR e PTB a procurar nesta tarde o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para informá-lo do acordo. O acerto é o de que os deputados só darão quórum nesta quarta (30) para que haja a votação dos vetos de Dilma Rousseff a projetos da chamada pauta-bomba caso nesse mesma sessão seja colocada em pauta o veto presidencial ao financiamento empresarial. O Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional que empresas doem a partidos e candidatos, o que levou Dilma a vetar esse ponto da reforma política aprovada no Congresso. O veto, entretanto, não havia sido publicado até o início da tarde desta terça. Para entrar na sessão de quarta, Dilma tem que enviar até amanhã cedo ao Congresso sua decisão e as razões que a levaram a tomá-la. A intenção dos deputados e senadores é derrubar o veto ainda nesta semana em obediência à regra de que alterações na legislação eleitoral só valem para aquele pleito se tiverem sido tomadas com pelo menos um ano de antecedência. Mesmo que o veto seja derrubado, não há nenhuma garantia de que as empresas poderão continuar a doar para candidatos e partidos nas eleições de 2016. Isso porque o STF deverá ser novamente chamado a se pronunciar sobre o tema. GASTOS O governo quer realizar a sessão de análise dos vetos de Dilma nesta quarta como forma de dar uma sinalização de austeridade ao mercado e ao mundo político. A intenção é manter os vetos de Dilma ao reajuste dos servidores do Judiciário (impacto de R$ 36 bilhões até 2019) e à extensão da política de valorização do salário mínimo a todos os aposentados (R$ 9 bilhões). "Qualquer passo em falso até amanhã pode levar a uma corrosão do ambiente econômico", disse o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Só não participaram do almoço na casa de Cunha o PT, o PC do B e o PDT. O presidente da Câmara é um dos principais defensores da manutenção do financiamento privado das campanhas políticas.
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Câmara diz que só barra pauta-bomba se financiamento empresarial voltarEm almoço nesta terça-feira (29) na residência oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), partidos governistas e de oposição fecharam acordo para tentar recolocar de pé a possibilidade de as empresas financiarem as campanhas eleitorais. Cunha foi autorizado por partidos como PMDB, DEM, PSDB, PP, PR e PTB a procurar nesta tarde o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para informá-lo do acordo. O acerto é o de que os deputados só darão quórum nesta quarta (30) para que haja a votação dos vetos de Dilma Rousseff a projetos da chamada pauta-bomba caso nesse mesma sessão seja colocada em pauta o veto presidencial ao financiamento empresarial. O Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional que empresas doem a partidos e candidatos, o que levou Dilma a vetar esse ponto da reforma política aprovada no Congresso. O veto, entretanto, não havia sido publicado até o início da tarde desta terça. Para entrar na sessão de quarta, Dilma tem que enviar até amanhã cedo ao Congresso sua decisão e as razões que a levaram a tomá-la. A intenção dos deputados e senadores é derrubar o veto ainda nesta semana em obediência à regra de que alterações na legislação eleitoral só valem para aquele pleito se tiverem sido tomadas com pelo menos um ano de antecedência. Mesmo que o veto seja derrubado, não há nenhuma garantia de que as empresas poderão continuar a doar para candidatos e partidos nas eleições de 2016. Isso porque o STF deverá ser novamente chamado a se pronunciar sobre o tema. GASTOS O governo quer realizar a sessão de análise dos vetos de Dilma nesta quarta como forma de dar uma sinalização de austeridade ao mercado e ao mundo político. A intenção é manter os vetos de Dilma ao reajuste dos servidores do Judiciário (impacto de R$ 36 bilhões até 2019) e à extensão da política de valorização do salário mínimo a todos os aposentados (R$ 9 bilhões). "Qualquer passo em falso até amanhã pode levar a uma corrosão do ambiente econômico", disse o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Só não participaram do almoço na casa de Cunha o PT, o PC do B e o PDT. O presidente da Câmara é um dos principais defensores da manutenção do financiamento privado das campanhas políticas.
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Militares ocupam pontos turísticos a partir desta terça 
MARCO ANTÔNIO MARTINS DO RIO Começou nesta manhã de terça (2), a presença das Forças Armadas no Cristo Redentor e no Pão de Açúcar, ambos na zona sul do Rio. A ida dos militares para estes pontos, ampliando as funções estabelecidas anteriormente em decreto do presidente interino da República, Michel Temer, atende pedido do secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame. Tanto o Cristo Redentor como o Pão de Açúcar eram vistos como vulneráveis a ações terroristas pelos responsáveis pela segurança da Olimpíada.   No início do ano, a polícia chegou a prender quatro estrangeiros, logo depois liberados, que escalaram a estátua até o seu topo.  Nesta terça, a rádio Bandnews noticiou a existência de um cemitério clandestino na mata junto ao acesso ao Cristo Redentor.  No planejamento inicial, a Polícia Militar cuidaria da segurança desses locais. O pedido de Beltrame mudou isso. À Folha apurou ainda que há o temor de servidores da secretaria de que policiais que aderiram ao programa de trabalhar na Olimpíada durante a folga não compareçam ao plantão. Por isso, o pedido de uso dos militares. O decreto chamado de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) já prevê a presença de militares exercendo o poder de polícia em vias expressas, em sete estações de trem nas zonas norte e oeste e na orla do Rio, de São Conrado, na zona sul, a zona portuária, no Centro do Rio.
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Militares ocupam pontos turísticos a partir desta terça  MARCO ANTÔNIO MARTINS DO RIO Começou nesta manhã de terça (2), a presença das Forças Armadas no Cristo Redentor e no Pão de Açúcar, ambos na zona sul do Rio. A ida dos militares para estes pontos, ampliando as funções estabelecidas anteriormente em decreto do presidente interino da República, Michel Temer, atende pedido do secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame. Tanto o Cristo Redentor como o Pão de Açúcar eram vistos como vulneráveis a ações terroristas pelos responsáveis pela segurança da Olimpíada.   No início do ano, a polícia chegou a prender quatro estrangeiros, logo depois liberados, que escalaram a estátua até o seu topo.  Nesta terça, a rádio Bandnews noticiou a existência de um cemitério clandestino na mata junto ao acesso ao Cristo Redentor.  No planejamento inicial, a Polícia Militar cuidaria da segurança desses locais. O pedido de Beltrame mudou isso. À Folha apurou ainda que há o temor de servidores da secretaria de que policiais que aderiram ao programa de trabalhar na Olimpíada durante a folga não compareçam ao plantão. Por isso, o pedido de uso dos militares. O decreto chamado de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) já prevê a presença de militares exercendo o poder de polícia em vias expressas, em sete estações de trem nas zonas norte e oeste e na orla do Rio, de São Conrado, na zona sul, a zona portuária, no Centro do Rio.
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Teori não vê conexão com Lava Jato em 2º pedido de inquérito de Aécio
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki abriu mão da relatoria do segundo pedido da Procuradoria Geral da República para abertura de inquérito contra o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG). Essa nova linha de apuração requerida pela PGR trata da maquiagem de dados do Banco Rural para esconder o mensalão mineiro e também tem como alvos o prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB) e o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). Teori avaliou que esse caso tem conexão com outro inquérito apresentado ao STF pela Procuradoria e que apura suposto pagamento de propina a Aécio ligado a Furnas. O senador nega envolvimento com as duas irregularidades. Relator da Lava Jato, o ministro apontou que, apesar dos elementos terem surgido a partir da delação premiada do senador cassado Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), não há relação direta com esquema de corrupção da Petrobras. Teori sugere ao comando do Supremo que o caso seja enviado para relatoria do ministro Gilmar Mendes, que ficou responsável por investigação sobre Furnas. "Diante da correlação direta dos fatos narrados neste procedimento com aqueles descritos em inquérito redistribuído nesta data, submeto o caso à Presidência desta Corte, para análise de possível redistribuição do presente procedimento ao Ministro Gilmar Mendes", escreveu Teori. Em sua delação, Delcídio afirmou que Paes, à época secretário-geral do PSDB, foi um dos emissários de Aécio na maquiagem dos dados do Banco Rural. Os dados do banco seriam enviados à CPI dos Correios, que investigava o mensalão e na qual Delcídio foi presidente. "Ficou sabendo que os dados eram maquiados porque isso lhe fora relatado por Eduardo Paes e o próprio Aécio Neves", disse o ex-senador, em depoimento à Procuradoria Geral da República. Sobre o caso de Furnas, Mendes suspendeu a coleta de provas e decidiu pedir que a Procuradoria-Geral da República reavalie o pedido de investigação. A decisão do ministro ocorreu após uma manifestação da defesa do senador alegando que não há elementos novos sobre o episódio que justifiquem a abertura do inquérito. Ao STF, a defesa do senador disse ainda que "o Tribunal de Contas da União realizou auditoria nos contratos de terceirização da companhia, não tendo constatado indícios de desvio" e afirmou que tinha por função institucional manter contato com a diretoria de Furnas, sem que isso representasse conduta ilícita." OUTRO LADO Em nota, a assessoria de Aécio Neves afirmou que sobre a informação "divulgada de que o então governador de Minas Aécio Neves teria agido para "maquiar dados do Banco Rural", informamos que a reunião mencionada por Delcídio, em Belo Horizonte, em que o assunto teria sido tratado, ocorreu em 7 de junho de 2006. Ou seja, dois meses depois de encerrados os trabalhos da CPMI dos Correios, que tratou do mensalão do PT, o que demonstra a impossibilidade de que esse assunto possa ter sido tratado." Aécio informou que as menções ao caso do Banco Rural são "improcedentes, caluniosas e sem qualquer tipo de comprovação na realidade". Aécio disse que uma certidão fornecida pela Secretaria Geral da Mesa do Senado comprova que não existe requerimento que solicite aumento de prazo para apresentação de informações pelo Banco Rural. Sustentou ainda que o relatório final "foi feito com base em dados fornecidos também pelo Banco Central", e não apenas do Banco Rural. O tucano, em nota, tem reforçado que tem "convicção de que as investigações deixarão clara a falsidade das citações feitas". O senador afirmou considerar "natural e necessário que as investigações sejam feitas, pois irão demonstrar, como já ocorreu outras vezes, a correção da sua conduta". Em nota, o prefeito Eduardo Paes informou que "está à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos sobre o episódio". A nota diz que "em nenhum momento o então governador Aécio Neves solicitou qualquer tipo de benefício nas investigações da CPI dos Correios. O prefeito reafirma que, como deputado, teve muito orgulho em ter sido sub-relator geral da CPI dos Correios que desvendou o esquema do mensalão". Já o deputado Carlos Sampaio divulgou nota afirmando que foi à PGR nesta quarta-feira (4) apresentar esclarecimentos e documentações sobre o assunto. O deputado disse que a PGR, diante dos esclarecimentos, pediu que o Supremo devolvesse o procedimento de investigação antes da instauração do inquérito para uma nova análise. Procurada, porém, a PGR negou a informação e disse que as informações serão analisadas, mas não houve nenhum pedido de devolução do pedido de inquérito. Sampaio disse esperar que a acusação de Delcídio não foi feita por vingança e que "a maior demonstração" de sua isenção foi que pediu indiciamento, por eventual prática de crime eleitoral, do presidente nacional do PSDB, Eduardo Azeredo. As conexões da crise
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Teori não vê conexão com Lava Jato em 2º pedido de inquérito de AécioO ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki abriu mão da relatoria do segundo pedido da Procuradoria Geral da República para abertura de inquérito contra o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG). Essa nova linha de apuração requerida pela PGR trata da maquiagem de dados do Banco Rural para esconder o mensalão mineiro e também tem como alvos o prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB) e o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). Teori avaliou que esse caso tem conexão com outro inquérito apresentado ao STF pela Procuradoria e que apura suposto pagamento de propina a Aécio ligado a Furnas. O senador nega envolvimento com as duas irregularidades. Relator da Lava Jato, o ministro apontou que, apesar dos elementos terem surgido a partir da delação premiada do senador cassado Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), não há relação direta com esquema de corrupção da Petrobras. Teori sugere ao comando do Supremo que o caso seja enviado para relatoria do ministro Gilmar Mendes, que ficou responsável por investigação sobre Furnas. "Diante da correlação direta dos fatos narrados neste procedimento com aqueles descritos em inquérito redistribuído nesta data, submeto o caso à Presidência desta Corte, para análise de possível redistribuição do presente procedimento ao Ministro Gilmar Mendes", escreveu Teori. Em sua delação, Delcídio afirmou que Paes, à época secretário-geral do PSDB, foi um dos emissários de Aécio na maquiagem dos dados do Banco Rural. Os dados do banco seriam enviados à CPI dos Correios, que investigava o mensalão e na qual Delcídio foi presidente. "Ficou sabendo que os dados eram maquiados porque isso lhe fora relatado por Eduardo Paes e o próprio Aécio Neves", disse o ex-senador, em depoimento à Procuradoria Geral da República. Sobre o caso de Furnas, Mendes suspendeu a coleta de provas e decidiu pedir que a Procuradoria-Geral da República reavalie o pedido de investigação. A decisão do ministro ocorreu após uma manifestação da defesa do senador alegando que não há elementos novos sobre o episódio que justifiquem a abertura do inquérito. Ao STF, a defesa do senador disse ainda que "o Tribunal de Contas da União realizou auditoria nos contratos de terceirização da companhia, não tendo constatado indícios de desvio" e afirmou que tinha por função institucional manter contato com a diretoria de Furnas, sem que isso representasse conduta ilícita." OUTRO LADO Em nota, a assessoria de Aécio Neves afirmou que sobre a informação "divulgada de que o então governador de Minas Aécio Neves teria agido para "maquiar dados do Banco Rural", informamos que a reunião mencionada por Delcídio, em Belo Horizonte, em que o assunto teria sido tratado, ocorreu em 7 de junho de 2006. Ou seja, dois meses depois de encerrados os trabalhos da CPMI dos Correios, que tratou do mensalão do PT, o que demonstra a impossibilidade de que esse assunto possa ter sido tratado." Aécio informou que as menções ao caso do Banco Rural são "improcedentes, caluniosas e sem qualquer tipo de comprovação na realidade". Aécio disse que uma certidão fornecida pela Secretaria Geral da Mesa do Senado comprova que não existe requerimento que solicite aumento de prazo para apresentação de informações pelo Banco Rural. Sustentou ainda que o relatório final "foi feito com base em dados fornecidos também pelo Banco Central", e não apenas do Banco Rural. O tucano, em nota, tem reforçado que tem "convicção de que as investigações deixarão clara a falsidade das citações feitas". O senador afirmou considerar "natural e necessário que as investigações sejam feitas, pois irão demonstrar, como já ocorreu outras vezes, a correção da sua conduta". Em nota, o prefeito Eduardo Paes informou que "está à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos sobre o episódio". A nota diz que "em nenhum momento o então governador Aécio Neves solicitou qualquer tipo de benefício nas investigações da CPI dos Correios. O prefeito reafirma que, como deputado, teve muito orgulho em ter sido sub-relator geral da CPI dos Correios que desvendou o esquema do mensalão". Já o deputado Carlos Sampaio divulgou nota afirmando que foi à PGR nesta quarta-feira (4) apresentar esclarecimentos e documentações sobre o assunto. O deputado disse que a PGR, diante dos esclarecimentos, pediu que o Supremo devolvesse o procedimento de investigação antes da instauração do inquérito para uma nova análise. Procurada, porém, a PGR negou a informação e disse que as informações serão analisadas, mas não houve nenhum pedido de devolução do pedido de inquérito. Sampaio disse esperar que a acusação de Delcídio não foi feita por vingança e que "a maior demonstração" de sua isenção foi que pediu indiciamento, por eventual prática de crime eleitoral, do presidente nacional do PSDB, Eduardo Azeredo. As conexões da crise
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Cenas de teatro inspiram obra da artista Tatiana Blass na seção Canvas
Na nova exposição "A Desprofissão", a artista paulistana, que faz pinturas, vídeos, esculturas e instalações, recria cenas de peças de teatro, com cores intensas e opacas, fundindo os atores ao cenário. A mostra, que também conta com obras em vídeo, está em cartaz até o dia 20 de agosto, na Galeria Millan, em Pinheiros.
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Cenas de teatro inspiram obra da artista Tatiana Blass na seção CanvasNa nova exposição "A Desprofissão", a artista paulistana, que faz pinturas, vídeos, esculturas e instalações, recria cenas de peças de teatro, com cores intensas e opacas, fundindo os atores ao cenário. A mostra, que também conta com obras em vídeo, está em cartaz até o dia 20 de agosto, na Galeria Millan, em Pinheiros.
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Temer defende flexibilização da jornada de trabalho
O presidente Michel Temer defendeu nesta terça-feira (7) a flexibilização da jornada de trabalho dentro do projeto de reforma trabalhista enviado pelo governo ao Congresso. Falando aos integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o presidente citou um exemplo de que um trabalhador pode escolher trabalhar 10 horas por dia em troca de mais dias de folga e que isso dependerá de acordo de vontades entre empregados e empregadores. "O parcelamento do gozo de férias em até três vezes pode interessar tanto ao empregado e como ao empregador. Depende de um acordo de vontades. Pactuar a forma de cumprimento de jornada de trabalho também depende de vontade. Pode ser que as pessoas digam: olha, para mim é melhor trabalhar 10 horas por dia e folgar três ou quatro dias por semana ou ter três ou quatro dias para trabalhar em outro lugar", disse o Temer. Segundo ele, a Constituição já prevê que empregados e empregadores possam pactuar regras em convenções coletivas, desde que não firam os direitos já previstos na própria Constituição como FGTS, férias remuneradas e 13º Salário, entre outros. "Não teria sentido que as convenções coletivas fossem trazer o que tinha no capítulo dos direitos sociais da Constituição. O que o projeto fará é regulamentar esse dispositivo do reconhecimento dos acordos coletivos, sem nenhum prejuízo ao trabalhador dos direitos já assegurados constitucionalmente como férias, FGTS, 13º salário", disse o presidente. CONSELHO Em reuniões prévias, integrantes do Conselho foram divididos em cinco grupo de trabalho temáticos: Ambiente de Negócios, Educação Básica, Agronegócio, Desburocratização e Produtividade e Competitividade. Cada grupo formalizou três propostas que já tinham sido levadas pela coordenação do Conselho aos integrantes do governo. Com isso, o presidente Temer pode apresentar algumas medidas aos integrantes do Conselho que serão tomadas a partir das sugestões, como a determinação para que alguns decretos sejam revistos em até 30 dias, entre eles o 6.932/2009, que explicita o princípio da boa-fé para pessoas físicas; além da revisão da chamada Lei do Bem nos próximos 60 dias. Sobre competitividade, o presidente afirmou que o governo está implantando um projeto de guichê único para aumentar a velocidade de abertura de empresas. De acordo com ele, o prazo hoje para a abertura é de cerca de 100 dias, o que tem sido motivo de reclamação de empresas do mundo todo que tentam abrir negócios no Brasil. Ao ler a previsão do novo prazo de abertura de companhias prometido pelo ministro da Fazenda, de cinco dias, o presidente hesitou e pediu ao ministro da pasta, Henrique Meirelles, que confirmasse se seria possível abrir uma empresa naquele tempo. O ministro confirmou e o presidente afirmou logo depois. "Se não der, cobrem dele", disse o presidente.
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Temer defende flexibilização da jornada de trabalhoO presidente Michel Temer defendeu nesta terça-feira (7) a flexibilização da jornada de trabalho dentro do projeto de reforma trabalhista enviado pelo governo ao Congresso. Falando aos integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o presidente citou um exemplo de que um trabalhador pode escolher trabalhar 10 horas por dia em troca de mais dias de folga e que isso dependerá de acordo de vontades entre empregados e empregadores. "O parcelamento do gozo de férias em até três vezes pode interessar tanto ao empregado e como ao empregador. Depende de um acordo de vontades. Pactuar a forma de cumprimento de jornada de trabalho também depende de vontade. Pode ser que as pessoas digam: olha, para mim é melhor trabalhar 10 horas por dia e folgar três ou quatro dias por semana ou ter três ou quatro dias para trabalhar em outro lugar", disse o Temer. Segundo ele, a Constituição já prevê que empregados e empregadores possam pactuar regras em convenções coletivas, desde que não firam os direitos já previstos na própria Constituição como FGTS, férias remuneradas e 13º Salário, entre outros. "Não teria sentido que as convenções coletivas fossem trazer o que tinha no capítulo dos direitos sociais da Constituição. O que o projeto fará é regulamentar esse dispositivo do reconhecimento dos acordos coletivos, sem nenhum prejuízo ao trabalhador dos direitos já assegurados constitucionalmente como férias, FGTS, 13º salário", disse o presidente. CONSELHO Em reuniões prévias, integrantes do Conselho foram divididos em cinco grupo de trabalho temáticos: Ambiente de Negócios, Educação Básica, Agronegócio, Desburocratização e Produtividade e Competitividade. Cada grupo formalizou três propostas que já tinham sido levadas pela coordenação do Conselho aos integrantes do governo. Com isso, o presidente Temer pode apresentar algumas medidas aos integrantes do Conselho que serão tomadas a partir das sugestões, como a determinação para que alguns decretos sejam revistos em até 30 dias, entre eles o 6.932/2009, que explicita o princípio da boa-fé para pessoas físicas; além da revisão da chamada Lei do Bem nos próximos 60 dias. Sobre competitividade, o presidente afirmou que o governo está implantando um projeto de guichê único para aumentar a velocidade de abertura de empresas. De acordo com ele, o prazo hoje para a abertura é de cerca de 100 dias, o que tem sido motivo de reclamação de empresas do mundo todo que tentam abrir negócios no Brasil. Ao ler a previsão do novo prazo de abertura de companhias prometido pelo ministro da Fazenda, de cinco dias, o presidente hesitou e pediu ao ministro da pasta, Henrique Meirelles, que confirmasse se seria possível abrir uma empresa naquele tempo. O ministro confirmou e o presidente afirmou logo depois. "Se não der, cobrem dele", disse o presidente.
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Coca-Cola busca start ups com soluções para Amazônia
Voltado para impulsionar iniciativas e negócios de impacto socioambiental na região amazônica, The Boat Challenge da Coca-Cola escolherá entre dez e 12 negócios com soluções inovadoras para os desafios da maior floresta tropical do mundo. As inscrições são feitas pelo site da iniciativa e vão até 18 de maio. O objetivo é potencializar start ups que desenvolvam iniciativas nos setores de água, agricultura sustentável, sociobiodiversidade, empreendedorismo e saúde/bem-estar voltadas ao desenvolvimento socioambiental da região. Os negócios precisam estar em estágio mínimo de protótipo, ou seja, que já tenham um produto ou serviço desenvolvido e em fase de testes. Os selecionados vão integrar o Artemisia Lab Pré-Aceleração. Durante a imersão em um barco que navega pelo rio Amazonas, de Parintins a Manaus, os participantes serão desafiados a repensar os próprios negócios. Esse processo será vivenciado com o apoio de diferentes atores do ecossistema empreendedor: mentores, especialistas, facilitadores e outros empreendedores.
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Coca-Cola busca start ups com soluções para AmazôniaVoltado para impulsionar iniciativas e negócios de impacto socioambiental na região amazônica, The Boat Challenge da Coca-Cola escolherá entre dez e 12 negócios com soluções inovadoras para os desafios da maior floresta tropical do mundo. As inscrições são feitas pelo site da iniciativa e vão até 18 de maio. O objetivo é potencializar start ups que desenvolvam iniciativas nos setores de água, agricultura sustentável, sociobiodiversidade, empreendedorismo e saúde/bem-estar voltadas ao desenvolvimento socioambiental da região. Os negócios precisam estar em estágio mínimo de protótipo, ou seja, que já tenham um produto ou serviço desenvolvido e em fase de testes. Os selecionados vão integrar o Artemisia Lab Pré-Aceleração. Durante a imersão em um barco que navega pelo rio Amazonas, de Parintins a Manaus, os participantes serão desafiados a repensar os próprios negócios. Esse processo será vivenciado com o apoio de diferentes atores do ecossistema empreendedor: mentores, especialistas, facilitadores e outros empreendedores.
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Após aporte da Permira, empresa prevê R$ 100 milhões em aquisições
A Mutant, de soluções para contact center, deverá investir R$ 100 milhões em aquisições até o fim de 2016. A companhia –criada no início deste ano a partir de um reposicionamento da Genesys Prime– acaba de firmar sua primeira compra, da Unear, empresa de tecnologia e inteligência de dados. O valor não foi revelado. "Nosso interesse é agregar os sistemas de análise de comportamento do consumidor e a experiência da Unear em marketing digital", afirma o diretor-executivo, Alexandre Bichir. Em um prazo de três anos, a companhia planeja investir um total de R$ 300 milhões em aquisições, segundo ele. Os recursos vêm de um aporte feito pela Permira, gestora europeia de fundos de private equity. Atualmente, outras três compras estão em fase final de negociação pela Mutant. "Nosso foco são companhias de médio porte, com faturamento entre R$ 20 milhões e R$ 100 milhões, com perfil empreendedor." 160 são os atuais clientes da Mutant R$ 500 milhões é o valor calculado da empresa após o aporte da Permira Leia a coluna completa aqui.
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Após aporte da Permira, empresa prevê R$ 100 milhões em aquisiçõesA Mutant, de soluções para contact center, deverá investir R$ 100 milhões em aquisições até o fim de 2016. A companhia –criada no início deste ano a partir de um reposicionamento da Genesys Prime– acaba de firmar sua primeira compra, da Unear, empresa de tecnologia e inteligência de dados. O valor não foi revelado. "Nosso interesse é agregar os sistemas de análise de comportamento do consumidor e a experiência da Unear em marketing digital", afirma o diretor-executivo, Alexandre Bichir. Em um prazo de três anos, a companhia planeja investir um total de R$ 300 milhões em aquisições, segundo ele. Os recursos vêm de um aporte feito pela Permira, gestora europeia de fundos de private equity. Atualmente, outras três compras estão em fase final de negociação pela Mutant. "Nosso foco são companhias de médio porte, com faturamento entre R$ 20 milhões e R$ 100 milhões, com perfil empreendedor." 160 são os atuais clientes da Mutant R$ 500 milhões é o valor calculado da empresa após o aporte da Permira Leia a coluna completa aqui.
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Coalizão liderada por sauditas envia armas a grupos pró-governo no Iêmen
Aviões da coalizão liderada pela Arábia Saudita entregaram nesta sexta-feira (3) pela primeira vez armas leves para os grupos paramilitares que combatem o avanço dos milicianos houthis na cidade de Áden, no sul do Iêmen. Segundo militares iemenitas, o armamento foi lançado das aeronaves em caixas com paraquedas que chegaram aos bairros de Jor Maksar, Mansura, Dar Saad e Criter, dominado por milícias sunitas aliadas ao presidente Abdo Rabbo Mansur Hadi. Há dois dias, a região de Áden é alvo de confrontos entre as forças sunitas e os houthis, que são xiitas e recebem apoio do Irã, um dos principais adversários da Arábia Saudita na região. Na quinta (2), os houthis chegaram a dominar o palácio presidencial da cidade, que abrigou Hadi de fevereiro, quando os milicianos avançaram sobre a capital Sanaa, até 25 de março, dia em que viajou para Riad, capital saudita. Os milicianos xiitas tiveram que deixar o local nesta sexta devido a uma série de ataques sauditas. Na cidade, os houthis ainda recebem o apoio de partidários do ex-ditador Ali Abdullah Saleh, derrubado em 2012. De acordo com a ONU, o conflito entre houthis e demais milícias no Iêmen deixou 519 mortos e cerca de 1.700 feridos em duas semanas. Apesar dos bombardeios sauditas, os milicianos xiitas continuam a avançar pelo país. AL QAEDA Com os combates que provocaram caos no norte e no sul iemenita, a Al Qaeda na Península Arábica assumiu nesta sexta o controle da cidade de Al Mukallah, um dia após ter invadido uma prisão da localidade e libertado 300 detentos. Mais de 200 insurgentes armados avançaram pelo centro e nos bairros da zona oeste da cidade, onde instalaram postos de controle com a bandeira preta da rede extremista, segundo os habitantes. Dentre os locais ocupados, está o quartel-general do Exército da cidade. O comandante regional e os militares tiveram que recuar para a área próxima ao aeroporto, que está mais protegida. Após a entrada na cidade, membros da AQPA convocaram nas mesquitas uma "jihad contra os xiitas", confirmando o risco de uma guerra religiosa no país mais pobre da península arábica.
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Coalizão liderada por sauditas envia armas a grupos pró-governo no IêmenAviões da coalizão liderada pela Arábia Saudita entregaram nesta sexta-feira (3) pela primeira vez armas leves para os grupos paramilitares que combatem o avanço dos milicianos houthis na cidade de Áden, no sul do Iêmen. Segundo militares iemenitas, o armamento foi lançado das aeronaves em caixas com paraquedas que chegaram aos bairros de Jor Maksar, Mansura, Dar Saad e Criter, dominado por milícias sunitas aliadas ao presidente Abdo Rabbo Mansur Hadi. Há dois dias, a região de Áden é alvo de confrontos entre as forças sunitas e os houthis, que são xiitas e recebem apoio do Irã, um dos principais adversários da Arábia Saudita na região. Na quinta (2), os houthis chegaram a dominar o palácio presidencial da cidade, que abrigou Hadi de fevereiro, quando os milicianos avançaram sobre a capital Sanaa, até 25 de março, dia em que viajou para Riad, capital saudita. Os milicianos xiitas tiveram que deixar o local nesta sexta devido a uma série de ataques sauditas. Na cidade, os houthis ainda recebem o apoio de partidários do ex-ditador Ali Abdullah Saleh, derrubado em 2012. De acordo com a ONU, o conflito entre houthis e demais milícias no Iêmen deixou 519 mortos e cerca de 1.700 feridos em duas semanas. Apesar dos bombardeios sauditas, os milicianos xiitas continuam a avançar pelo país. AL QAEDA Com os combates que provocaram caos no norte e no sul iemenita, a Al Qaeda na Península Arábica assumiu nesta sexta o controle da cidade de Al Mukallah, um dia após ter invadido uma prisão da localidade e libertado 300 detentos. Mais de 200 insurgentes armados avançaram pelo centro e nos bairros da zona oeste da cidade, onde instalaram postos de controle com a bandeira preta da rede extremista, segundo os habitantes. Dentre os locais ocupados, está o quartel-general do Exército da cidade. O comandante regional e os militares tiveram que recuar para a área próxima ao aeroporto, que está mais protegida. Após a entrada na cidade, membros da AQPA convocaram nas mesquitas uma "jihad contra os xiitas", confirmando o risco de uma guerra religiosa no país mais pobre da península arábica.
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Em SP, aulas ocorrem normalmente no 1º dia de greve dos professores
Apesar do início da greve anunciada por parte dos professores da rede estadual de ensino, as aulas transcorreram normalmente na manhã desta segunda-feira (16), de acordo com a Secretaria da Educação do Estado de SP. A reportagem percorreu escolas nas regiões da Vila Mariana, Aclimação e Ipiranga (na zona sul paulistana) e não verificou alterações na rotina escolar. A Apeoesp (sindicato dos professores de SP) alega que os docentes foram ao trabalho para conversar com os colegas que não aderiram à greve ou não participaram da votação. A paralisação por tempo indeterminado foi decidida em assembleia na sexta-feira (13) durante o ato em apoio à Petrobras, na avenida Paulista. No sábado (14), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) chamou a greve de "novela", afirmando que a Apeoesp "não tem legitimidade" para decidir a paralisação. Em nota, a Apeosp rebateu as declarações do governador, afirmando que "cabe a ele resolver os problemas do Estado e deixar ao sindicato a tarefa de realizar os movimentos reivindicatórios da categoria". Os professores pedem aumento salarial de 75,33%, o que, segundo o sindicato, visa a equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior. Os docentes também protestam contra o corte de verbas e a falta de água nas escolas, entre outros motivos. Eles realizarão nova assembleia nesta sexta (20). O piso salarial dos professores estaduais, que têm a data-base em março, é de R$ 2.415,89, valor 25,95% superior ao piso nacional (R$ 1.917,78).
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Em SP, aulas ocorrem normalmente no 1º dia de greve dos professoresApesar do início da greve anunciada por parte dos professores da rede estadual de ensino, as aulas transcorreram normalmente na manhã desta segunda-feira (16), de acordo com a Secretaria da Educação do Estado de SP. A reportagem percorreu escolas nas regiões da Vila Mariana, Aclimação e Ipiranga (na zona sul paulistana) e não verificou alterações na rotina escolar. A Apeoesp (sindicato dos professores de SP) alega que os docentes foram ao trabalho para conversar com os colegas que não aderiram à greve ou não participaram da votação. A paralisação por tempo indeterminado foi decidida em assembleia na sexta-feira (13) durante o ato em apoio à Petrobras, na avenida Paulista. No sábado (14), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) chamou a greve de "novela", afirmando que a Apeoesp "não tem legitimidade" para decidir a paralisação. Em nota, a Apeosp rebateu as declarações do governador, afirmando que "cabe a ele resolver os problemas do Estado e deixar ao sindicato a tarefa de realizar os movimentos reivindicatórios da categoria". Os professores pedem aumento salarial de 75,33%, o que, segundo o sindicato, visa a equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior. Os docentes também protestam contra o corte de verbas e a falta de água nas escolas, entre outros motivos. Eles realizarão nova assembleia nesta sexta (20). O piso salarial dos professores estaduais, que têm a data-base em março, é de R$ 2.415,89, valor 25,95% superior ao piso nacional (R$ 1.917,78).
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Vai haver golpe?
Se por golpe se entender o afastamento da presidente da República pelos meios constitucionais há, sim, uma enorme possibilidade de que haja golpe no Brasil, mais cedo que tarde. O fato, cada vez mais evidente, é que o que os argentinos adoram chamar de "poderes fácticos" abandonaram Dilma Rousseff (ou nunca a adotaram). "Poderes fácticos" são, antes e acima de tudo, os agentes de mercado, financeiro ou produtivo. Mas são também a mídia (televisão mais que qualquer outro meio), o mundo político, menos influente do que se pensa, e as instituições da sociedade organizada, ainda menos influentes, até porque são pouco organizadas. As que se dizem contra o "golpe" são também contra a política de Dilma. Os agentes de mercado adoraram o governo Lula porque, como sempre diz o ex-presidente, jamais ganharam tanto dinheiro como com ele (de maneira lícita, pela expansão da economia e do crédito, e da maneira que se está vendo a cada passo da Lava Jato). O maná secou com Dilma. Raro é o setor que não esteja enfrentando crise. Cansou-se até o setor financeiro, que continua produzindo lucros extraordinários, como diria Lula. O sufoco da chamada economia real não é bom para os negócios da banca. Da mídia ou, ao menos, da organização mais poderosa, a Rede Globo, basta comparar dois momentos: no dia seguinte à sua primeira eleição, Luiz Inácio Lula da Silva prestou-se a ser enfeite no "Jornal Nacional" até ser entrevistado ao vivo. Era o pedágio que achava necessário pagar para sacramentar a aceitação pelo establishment desse "merda desse operário", para citar sempre Lula. Agora, o "Jornal Nacional" está diariamente prenhe de informações —do mau estado da economia à catarata de escândalos— que tiram o fôlego de qualquer telespectador. A Globo, ao contrário do que aconteceu inúmeras vezes no passado, está fazendo jornalismo, mas, não fosse o cansaço com Dilma, talvez tivesse algo mais de condescendência, como teve, no princípio, com Fernando Collor de Mello. Sobre a Folha —aliás, o único dos grandes jornais que foi desde o início impiedoso com Collor (com total razão)— basta lembrar editorial de capa de setembro: nele, passava-se uma lista de medidas que Dilma deveria adotar e terminava dizendo que, se não o fizesse, "não lhe restará, caso se dobre sob o peso da crise, senão abandonar suas responsabilidades presidenciais e, eventualmente, o cargo que ocupa". Como se sabe, Dilma não fez nada. A paralisia absoluta de seu governo é assombrosa. Até o PT, o seu partido, ensaia abandoná-la e anuncia um programa econômico alternativo ao da presidente que elegeu. É insólito para dizer o mínimo. Um partido aliado, caso do PDT, apresentou um novo-velho filiado, Ciro Gomes, já com discurso de campanha presidencial, quase dois anos antes da eleição. Sobraram alguns poucos grupos, dependentes do governo. Sou contra o impeachment e contra a cassação da chapa até que apareça o chamado batom na cueca, o que, acho, ainda não aconteceu. Mas admito ser minoritário. crossi@uol.com.br
colunas
Vai haver golpe?Se por golpe se entender o afastamento da presidente da República pelos meios constitucionais há, sim, uma enorme possibilidade de que haja golpe no Brasil, mais cedo que tarde. O fato, cada vez mais evidente, é que o que os argentinos adoram chamar de "poderes fácticos" abandonaram Dilma Rousseff (ou nunca a adotaram). "Poderes fácticos" são, antes e acima de tudo, os agentes de mercado, financeiro ou produtivo. Mas são também a mídia (televisão mais que qualquer outro meio), o mundo político, menos influente do que se pensa, e as instituições da sociedade organizada, ainda menos influentes, até porque são pouco organizadas. As que se dizem contra o "golpe" são também contra a política de Dilma. Os agentes de mercado adoraram o governo Lula porque, como sempre diz o ex-presidente, jamais ganharam tanto dinheiro como com ele (de maneira lícita, pela expansão da economia e do crédito, e da maneira que se está vendo a cada passo da Lava Jato). O maná secou com Dilma. Raro é o setor que não esteja enfrentando crise. Cansou-se até o setor financeiro, que continua produzindo lucros extraordinários, como diria Lula. O sufoco da chamada economia real não é bom para os negócios da banca. Da mídia ou, ao menos, da organização mais poderosa, a Rede Globo, basta comparar dois momentos: no dia seguinte à sua primeira eleição, Luiz Inácio Lula da Silva prestou-se a ser enfeite no "Jornal Nacional" até ser entrevistado ao vivo. Era o pedágio que achava necessário pagar para sacramentar a aceitação pelo establishment desse "merda desse operário", para citar sempre Lula. Agora, o "Jornal Nacional" está diariamente prenhe de informações —do mau estado da economia à catarata de escândalos— que tiram o fôlego de qualquer telespectador. A Globo, ao contrário do que aconteceu inúmeras vezes no passado, está fazendo jornalismo, mas, não fosse o cansaço com Dilma, talvez tivesse algo mais de condescendência, como teve, no princípio, com Fernando Collor de Mello. Sobre a Folha —aliás, o único dos grandes jornais que foi desde o início impiedoso com Collor (com total razão)— basta lembrar editorial de capa de setembro: nele, passava-se uma lista de medidas que Dilma deveria adotar e terminava dizendo que, se não o fizesse, "não lhe restará, caso se dobre sob o peso da crise, senão abandonar suas responsabilidades presidenciais e, eventualmente, o cargo que ocupa". Como se sabe, Dilma não fez nada. A paralisia absoluta de seu governo é assombrosa. Até o PT, o seu partido, ensaia abandoná-la e anuncia um programa econômico alternativo ao da presidente que elegeu. É insólito para dizer o mínimo. Um partido aliado, caso do PDT, apresentou um novo-velho filiado, Ciro Gomes, já com discurso de campanha presidencial, quase dois anos antes da eleição. Sobraram alguns poucos grupos, dependentes do governo. Sou contra o impeachment e contra a cassação da chapa até que apareça o chamado batom na cueca, o que, acho, ainda não aconteceu. Mas admito ser minoritário. crossi@uol.com.br
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Anvisa suspende produção de vacina que protege bebês contra tuberculose
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou nesta quarta-feira (21) que seja suspensa a fabricação da vacina BCG e do medicamento Imuno BCG pela Fundação Ataulpho de Paiva, do Rio de Janeiro, após a empresa descumprir regras de boas práticas. A BCG é recomendada a recém-nascidos como proteção contra a tuberculose. Já o medicamento é indicado para tratamento de câncer superficial de bexiga. Atualmente, a Fundação Ataulpho de Paiva é a única empresa a produzir essa vacina no país, além de ser responsável por fornecê-las ao SUS. A produção gira em torno de 15 milhões de doses ao ano. Segundo informações da Anvisa, a suspensão ocorre após uma inspeção feita em parceria com a Superintendência de Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro apontar indícios de falhas nas chamadas "boas práticas" de fabricação –conjunto de regras que devem ser cumpridas durante o processo de produção. Com a medida, a empresa fica impedida de poder fabricar novos produtos até que sejam feitas as correções necessárias, informa a agência. A suspensão foi publicada no Diário Oficial da União. A inspeção ocorreu entre 28 e 30 de novembro. Questionada, a agência não informou quais falhas foram identificadas. A reguladora diz, no entanto, que "os processos da empresa não são eficientes para a identificação de desvios de qualidade e suas causas". Ainda de acordo com a Anvisa, a medida não afeta os produtos que já estão no mercado, os quais "podem continuar sendo utilizados". Isso porque os lotes são submetidos a testes de controle de qualidade pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde) antes de serem liberados para distribuição e consumo. INSPEÇÃO E VACINAS Essa não é a primeira inspeção feita na Fundação Ataulpho de Paiva. Em junho, após pedido da agência, a empresa chegou a apresentar um plano de ação para tentar corrigir as falhas apontadas. Agora, o plano deve ser acompanhado pelos órgãos e o resultado será condição para que a empresa possa receber uma nova autorização para fabricar os produtos, informa a Anvisa. Procurada pela reportagem no início da tarde desta quarta-feira, a Fundação Ataulpho de Paiva disse por meio de nota que "é a única produtora da Vacina BCG no Brasil e sua produção é adquirida pelo Ministério da Saúde, para o Programa Nacional de Imunização (PNI)". "O BCG produzido pela FAP foi certificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como estirpe (BCG Moreau RJ), em 2004, e como vacina, em 2012. A cepa utilizada pela Fundação, a Moreau RJ, é uma das mais imunogênicas e com menor índice de reações adversas, em relação a outras cepas de BCG existentes no mundo", diz a nota. Além disso, a fundação diz que "está tomando todas as medidas necessárias para, no menor tempo possível, retomar a produção da Vacina BCG e do Imuno BCG. Além disso, uma nova fábrica está sendo construída em Xerém, na cidade de Duque de Caxias (RJ), com previsão de iniciar suas atividades no segundo semestre de 2017." Já o Ministério da Saúde informou, em nota, que a distribuição da vacina BCG "está regularizada" no país e que o estoque disponível "é suficiente para garantir o fornecimento aos estados por mais oito meses". Segundo a pasta, em 2016, foram distribuídas 7,6 milhões de doses da vacina. O ministério diz ainda que passará a adquirir a vacina de um laboratório internacional, medida que visa "garantir a proteção da população até que a Fundação Ataulpho de Paiva tenha condições de restabelecer a produção nacional, garantindo a biossegurança".
equilibrioesaude
Anvisa suspende produção de vacina que protege bebês contra tuberculoseA Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou nesta quarta-feira (21) que seja suspensa a fabricação da vacina BCG e do medicamento Imuno BCG pela Fundação Ataulpho de Paiva, do Rio de Janeiro, após a empresa descumprir regras de boas práticas. A BCG é recomendada a recém-nascidos como proteção contra a tuberculose. Já o medicamento é indicado para tratamento de câncer superficial de bexiga. Atualmente, a Fundação Ataulpho de Paiva é a única empresa a produzir essa vacina no país, além de ser responsável por fornecê-las ao SUS. A produção gira em torno de 15 milhões de doses ao ano. Segundo informações da Anvisa, a suspensão ocorre após uma inspeção feita em parceria com a Superintendência de Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro apontar indícios de falhas nas chamadas "boas práticas" de fabricação –conjunto de regras que devem ser cumpridas durante o processo de produção. Com a medida, a empresa fica impedida de poder fabricar novos produtos até que sejam feitas as correções necessárias, informa a agência. A suspensão foi publicada no Diário Oficial da União. A inspeção ocorreu entre 28 e 30 de novembro. Questionada, a agência não informou quais falhas foram identificadas. A reguladora diz, no entanto, que "os processos da empresa não são eficientes para a identificação de desvios de qualidade e suas causas". Ainda de acordo com a Anvisa, a medida não afeta os produtos que já estão no mercado, os quais "podem continuar sendo utilizados". Isso porque os lotes são submetidos a testes de controle de qualidade pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde) antes de serem liberados para distribuição e consumo. INSPEÇÃO E VACINAS Essa não é a primeira inspeção feita na Fundação Ataulpho de Paiva. Em junho, após pedido da agência, a empresa chegou a apresentar um plano de ação para tentar corrigir as falhas apontadas. Agora, o plano deve ser acompanhado pelos órgãos e o resultado será condição para que a empresa possa receber uma nova autorização para fabricar os produtos, informa a Anvisa. Procurada pela reportagem no início da tarde desta quarta-feira, a Fundação Ataulpho de Paiva disse por meio de nota que "é a única produtora da Vacina BCG no Brasil e sua produção é adquirida pelo Ministério da Saúde, para o Programa Nacional de Imunização (PNI)". "O BCG produzido pela FAP foi certificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como estirpe (BCG Moreau RJ), em 2004, e como vacina, em 2012. A cepa utilizada pela Fundação, a Moreau RJ, é uma das mais imunogênicas e com menor índice de reações adversas, em relação a outras cepas de BCG existentes no mundo", diz a nota. Além disso, a fundação diz que "está tomando todas as medidas necessárias para, no menor tempo possível, retomar a produção da Vacina BCG e do Imuno BCG. Além disso, uma nova fábrica está sendo construída em Xerém, na cidade de Duque de Caxias (RJ), com previsão de iniciar suas atividades no segundo semestre de 2017." Já o Ministério da Saúde informou, em nota, que a distribuição da vacina BCG "está regularizada" no país e que o estoque disponível "é suficiente para garantir o fornecimento aos estados por mais oito meses". Segundo a pasta, em 2016, foram distribuídas 7,6 milhões de doses da vacina. O ministério diz ainda que passará a adquirir a vacina de um laboratório internacional, medida que visa "garantir a proteção da população até que a Fundação Ataulpho de Paiva tenha condições de restabelecer a produção nacional, garantindo a biossegurança".
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Veg: ONG por direitos animais faz evento com hambúrguer vegano no domingo em SP
A Sea Shepherd, provavelmente hoje a ONG combativa de maior visibilidade mundial na luta pelos direitos dos animais, realiza um evento comemorativo na capital paulista neste domingo (1º). Haverá hambúrguer vegano pela Gorilla e aula recreativa de mergulho -já que ... Leia post completo no blog
comida
Veg: ONG por direitos animais faz evento com hambúrguer vegano no domingo em SPA Sea Shepherd, provavelmente hoje a ONG combativa de maior visibilidade mundial na luta pelos direitos dos animais, realiza um evento comemorativo na capital paulista neste domingo (1º). Haverá hambúrguer vegano pela Gorilla e aula recreativa de mergulho -já que ... Leia post completo no blog
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Movimento propõe receitas caseiras de desodorantes e pasta de dentes
Há dois anos, Renata Moura, 25, deixou de ir à farmácia para comprar desodorante, pasta de dentes, creme hidratante e decidiu fazê-los em casa. "Não tenho nenhuma embalagem no banheiro. Faço tudo do zero", afirma a produtora cultural. Ela não é a única. Sites e grupos de discussão para trocar receitas caseiras têm se multiplicado na internet ""um deles, no Facebook, soma mais de 23 mil integrantes. Para os adeptos, a principal motivação é a desconfiança em relação a produtos químicos. É o caso do agroecólogo Vitorino Rebello, 29. Para lavar os cabelos, ele passa suco de limão; como desodorante, usa um mineral antisséptico, à base de sal de potássio. "Uso há quatro anos e nunca reclamaram", diz. A arquiteta Andressa Bassani, 25, decidiu trocar os antitranspirantes por uma mistura de leite de magnésia e óleos essenciais. "Funciona, mas claro que não é como o industrializado. Se vou de bicicleta ao trabalho, preciso aplicar de novo", explica. Renata também é adepta da receita, que evita o mau cheiro sem bloquear a transpiração nas axilas. "Quando vejo que estou com 'pizza' nas axilas, fico aliviada que aquilo não está dentro de mim. Suar é saudável, é um jeito de eliminar as toxinas", diz. Segundo a dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia Lilia Guadanhim, os antitranspirantes não são prejudiciais. "O suor é o controle térmico do corpo. Se não for pelas axilas, será por outros lugares do corpo." Ela não descarta a eficácia dos produtos naturais, "consagrados desde os tempos de nossas avós", mas lembra que ingredientes como o limão podem manchar. Lilia também ressalta que os produtos disponíveis no mercado são testados e regulamentados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e por órgãos internacionais. Já para Conceição Trucom, formada em química pela UFRJ e dona do portal Doce Limão, sobre produtos naturais, a regulamentação é questionável. Ela recomenda, porém, cautela com receitas virtuais e sugere que novos adeptos estudem o tema antes de começar o hábito. Uma dica é buscar fornecedores locais, para tirar dúvidas sobre os ingredientes e seus efeitos. Outro produto feito em casa é o creme dental. Renata usa uma mistura de pó de juá e óleo essencial de hortelã para a escovar os dentes. Mas para o secretário-geral do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, Marco Antonio Manfredini, trata-se de um risco. "Além de limpar, a pasta com flúor previne contra cáries e doenças de gengiva", afirma. Para quem quer adotar as fórmulas caseiras, é bom ter em mente que nem sempre elas dão certo de primeira. "Demorei a acertar o tom. Uma vez, fui hidratar o cabelo com óleo de coco, mas passei demais e demorou dois dias para sair", diz Andressa. Mas, para ela, o hábito é um passatempo. "A verdade é que eu me divirto testando várias receitas." Andressa garante que sua rotina natural não custa caro nem leva muito tempo. "Na hora das compras até gasto mais, mas como rende muito, vale a pena." Hoje, ela faz até seu próprio detergente para roupas. "O que me estimula é a rebeldia de estar fora do sistema", afirma. "Quem começa, vicia. É um caminho sem volta, você vai ver."
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Movimento propõe receitas caseiras de desodorantes e pasta de dentesHá dois anos, Renata Moura, 25, deixou de ir à farmácia para comprar desodorante, pasta de dentes, creme hidratante e decidiu fazê-los em casa. "Não tenho nenhuma embalagem no banheiro. Faço tudo do zero", afirma a produtora cultural. Ela não é a única. Sites e grupos de discussão para trocar receitas caseiras têm se multiplicado na internet ""um deles, no Facebook, soma mais de 23 mil integrantes. Para os adeptos, a principal motivação é a desconfiança em relação a produtos químicos. É o caso do agroecólogo Vitorino Rebello, 29. Para lavar os cabelos, ele passa suco de limão; como desodorante, usa um mineral antisséptico, à base de sal de potássio. "Uso há quatro anos e nunca reclamaram", diz. A arquiteta Andressa Bassani, 25, decidiu trocar os antitranspirantes por uma mistura de leite de magnésia e óleos essenciais. "Funciona, mas claro que não é como o industrializado. Se vou de bicicleta ao trabalho, preciso aplicar de novo", explica. Renata também é adepta da receita, que evita o mau cheiro sem bloquear a transpiração nas axilas. "Quando vejo que estou com 'pizza' nas axilas, fico aliviada que aquilo não está dentro de mim. Suar é saudável, é um jeito de eliminar as toxinas", diz. Segundo a dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia Lilia Guadanhim, os antitranspirantes não são prejudiciais. "O suor é o controle térmico do corpo. Se não for pelas axilas, será por outros lugares do corpo." Ela não descarta a eficácia dos produtos naturais, "consagrados desde os tempos de nossas avós", mas lembra que ingredientes como o limão podem manchar. Lilia também ressalta que os produtos disponíveis no mercado são testados e regulamentados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e por órgãos internacionais. Já para Conceição Trucom, formada em química pela UFRJ e dona do portal Doce Limão, sobre produtos naturais, a regulamentação é questionável. Ela recomenda, porém, cautela com receitas virtuais e sugere que novos adeptos estudem o tema antes de começar o hábito. Uma dica é buscar fornecedores locais, para tirar dúvidas sobre os ingredientes e seus efeitos. Outro produto feito em casa é o creme dental. Renata usa uma mistura de pó de juá e óleo essencial de hortelã para a escovar os dentes. Mas para o secretário-geral do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, Marco Antonio Manfredini, trata-se de um risco. "Além de limpar, a pasta com flúor previne contra cáries e doenças de gengiva", afirma. Para quem quer adotar as fórmulas caseiras, é bom ter em mente que nem sempre elas dão certo de primeira. "Demorei a acertar o tom. Uma vez, fui hidratar o cabelo com óleo de coco, mas passei demais e demorou dois dias para sair", diz Andressa. Mas, para ela, o hábito é um passatempo. "A verdade é que eu me divirto testando várias receitas." Andressa garante que sua rotina natural não custa caro nem leva muito tempo. "Na hora das compras até gasto mais, mas como rende muito, vale a pena." Hoje, ela faz até seu próprio detergente para roupas. "O que me estimula é a rebeldia de estar fora do sistema", afirma. "Quem começa, vicia. É um caminho sem volta, você vai ver."
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Caminhões que se dirigem sozinhos devem ganhar ruas antes dos carros
Em 2002, o filme "Minority Report", estrelado por Tom Cruise, mostrava uma cidade americana 50 anos no futuro tomada por carros sem motoristas. Fora da ficção, essa tecnologia não demorou tanto assim para aparecer. No Estado da Califórnia, carros do Google que dispensam motoristas começaram a circular na semana passada pela cidade de Mountain View, sede da companhia. Em Nevada, dois caminhões da linha Freightliner Inspiration, da Daimler, que se dirigem sozinhos foram autorizados a trafegar pelas estradas estaduais. São acompanhados de motoristas que fiscalizam a operação e assumem o volante em casos emergenciais (veja ao lado como o veículo funciona). Mas, embora os testes sejam promissores, especialistas afirmam que alguns entraves devem atrasar a implementação da tecnologia no dia a dia dos consumidores, como o custo e a necessidade de regulamentação para esses veículos. "Primeiro veremos autonomia parcial em veículos de transporte de cargas e de passeio. Depois, talvez em dez anos, virão os veículos com autonomia total", afirma Xavier Mosquet, analista do setor automotivo da consultoria Boston Consulting Group. A empresa estima que as vendas globais de veículos autônomos devem atingir US$ 42 bilhões em 2025, uma fatia de 13% do mercado –desses, no entanto, apenas 0,5% serão totalmente independentes de motoristas. Em 2035, a autonomia completa deve subir para 9,8%. A tecnologia deve ganhar tração primeiro no mercado de caminhões, para só depois atrair os consumidores de carros. Segundo Mosquet, isso acontece porque o custo de implementação da tecnologia é praticamente o mesmo nas duas categorias, mas os compradores de caminhões têm mais dinheiro para investir. TERRITÓRIO NACIONAL No Brasil, esse tipo de tecnologia esbarra em um outro problema, segundo Ricardo Takahira, da SAE Brasil (Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade): a infraestrutura precária. "A qualidade das estradas brasileiras não é a mesma da dos Estados Unidos ou da Europa. E esses veículos ainda são muito dependentes de infraestrutura, precisam das faixas de rolamento pintadas corretamente, de sistemas de rádio frequência para estar o tempo todo conectados", diz. No caso do carro do Google, o veículo utiliza dados de sensor e de mapas para determinar onde está e como se movimentar e também quais obstáculos há no caminho, com base no tamanho, na forma e no movimento deles. Para Takahira, essas tecnologias também podem deixar as estradas mais seguras. "Esses veículos param, freiam e se mantêm dentro das faixas sozinhos. É um jeito de fiscalizar o motorista." No mercado norte-americano, a estimativa do BCG é que veículos parcialmente autônomos possam aumentar em 30% a segurança para motoristas de caminhões e carros. No longo prazo, o potencial é de redução de 90% dos acidentes nas estradas. Os veículos não estão imunes a ocorrências. O Google reportou 12 acidentes envolvendo os protótipos –a maioria, afirma a companhia, foram consequência de erros humanos causados pelos motoristas dos outros carros.
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Caminhões que se dirigem sozinhos devem ganhar ruas antes dos carrosEm 2002, o filme "Minority Report", estrelado por Tom Cruise, mostrava uma cidade americana 50 anos no futuro tomada por carros sem motoristas. Fora da ficção, essa tecnologia não demorou tanto assim para aparecer. No Estado da Califórnia, carros do Google que dispensam motoristas começaram a circular na semana passada pela cidade de Mountain View, sede da companhia. Em Nevada, dois caminhões da linha Freightliner Inspiration, da Daimler, que se dirigem sozinhos foram autorizados a trafegar pelas estradas estaduais. São acompanhados de motoristas que fiscalizam a operação e assumem o volante em casos emergenciais (veja ao lado como o veículo funciona). Mas, embora os testes sejam promissores, especialistas afirmam que alguns entraves devem atrasar a implementação da tecnologia no dia a dia dos consumidores, como o custo e a necessidade de regulamentação para esses veículos. "Primeiro veremos autonomia parcial em veículos de transporte de cargas e de passeio. Depois, talvez em dez anos, virão os veículos com autonomia total", afirma Xavier Mosquet, analista do setor automotivo da consultoria Boston Consulting Group. A empresa estima que as vendas globais de veículos autônomos devem atingir US$ 42 bilhões em 2025, uma fatia de 13% do mercado –desses, no entanto, apenas 0,5% serão totalmente independentes de motoristas. Em 2035, a autonomia completa deve subir para 9,8%. A tecnologia deve ganhar tração primeiro no mercado de caminhões, para só depois atrair os consumidores de carros. Segundo Mosquet, isso acontece porque o custo de implementação da tecnologia é praticamente o mesmo nas duas categorias, mas os compradores de caminhões têm mais dinheiro para investir. TERRITÓRIO NACIONAL No Brasil, esse tipo de tecnologia esbarra em um outro problema, segundo Ricardo Takahira, da SAE Brasil (Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade): a infraestrutura precária. "A qualidade das estradas brasileiras não é a mesma da dos Estados Unidos ou da Europa. E esses veículos ainda são muito dependentes de infraestrutura, precisam das faixas de rolamento pintadas corretamente, de sistemas de rádio frequência para estar o tempo todo conectados", diz. No caso do carro do Google, o veículo utiliza dados de sensor e de mapas para determinar onde está e como se movimentar e também quais obstáculos há no caminho, com base no tamanho, na forma e no movimento deles. Para Takahira, essas tecnologias também podem deixar as estradas mais seguras. "Esses veículos param, freiam e se mantêm dentro das faixas sozinhos. É um jeito de fiscalizar o motorista." No mercado norte-americano, a estimativa do BCG é que veículos parcialmente autônomos possam aumentar em 30% a segurança para motoristas de caminhões e carros. No longo prazo, o potencial é de redução de 90% dos acidentes nas estradas. Os veículos não estão imunes a ocorrências. O Google reportou 12 acidentes envolvendo os protótipos –a maioria, afirma a companhia, foram consequência de erros humanos causados pelos motoristas dos outros carros.
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'Gorda demais para voar': mulheres russas lutam contra discriminação de gênero no trabalho
DA BBC BRASIL Para a Aeroflot, a maior empresa aérea da Rússia, foi uma tentativa de mudança de imagem que deu errado. Quando a companhia aérea decidiu vincular o bônus salarial de suas comissárias de bordo ao tamanho de seus vestidos, Evgenia Magurina ficou indignada. "Eu fiquei em estado de choque. Não fazia sentido. Como eles poderiam cortar os rendimentos por causa disso?", diz a comissária de bordo em seu apartamento em Moscou, perto do aeroporto. "Eles disseram que o 'sucesso' de uma aeromoça depende do tamanho dela, e isso realmente me ofendeu", conta ela, ressaltando que na época tinha sete anos de experiência na companhia aérea. A Aeroflot nega veementemente estar cometendo discriminação. Mas esse tipo de abordagem parece particularmente estranha na Rússia, 100 anos depois de uma revolução que se orgulhava de promover a igualdade. No ano passado, as equipes de cabine da companhia aérea foram medidas e fotografadas. Evgenia Magurina diz que lhe disseram que tinha "grandes bochechas e um grande busto" e que deveria usar um sutiã esportivo. Então, em outubro, ela notou que seu bônus tinha sido cortado. Na época, ela também foi removida de voos mais lucrativos e de longa distância. Quando confrontou seus patrões, foi informada de que não estava dentro dos limites máximos de manequim que a Aeroflot tinha estabelecido para a equipe de cabine: tamanho 48 russo - equivalente ao 14 britânico, 12 americano e 42 brasileiro, espanhol, italiano e francês. Evgenia Magurina conta que centenas de outras comissárias de bordo sofreram o mesmo tratamento, entrando para o que as próprias comissárias batizaram de clube STS, sigla em russo para as palavras "velho, gordo e feio". Elas fazem piada e dizem que, em vez de longas viagens a Nova York, foram relegadas a voos noturnos de ida e volta à cidade russa de Nizhny Novgorod, "para que ninguém nos veja". Diante de um corte de cerca de 30% de seus rendimentos, Evgenia Magurina decidiu processar a companhia. "Eles colocaram a aparência em primeiro lugar. Mas as aeromoças são socorristas acima de tudo", insiste. "Imagine se eles usassem os mesmos requisitos para juízes ou médicos? Seria um absurdo." As mulheres russas obtiveram o direito ao voto em 1917. O aborto foi legalizado logo depois. E, em um gesto altamente simbólico, a União Soviética enviou ao espaço a primeira cosmonauta feminina, Valentina Tereshkova. Mas agora, décadas depois, as aeromoças não são as únicas mulheres que enfrentam discriminação no país. Na cidade de Samara, Svetlana Medvedeva foi impedida de exercer um trabalho que conseguiu para capitanear um barco. Em 2012, ela foi contratada como piloto e mecânica, mas a oferta foi retirada após uma intervenção do departamento de RH da empresa. Ela foi informada que não podiam contratá-la porque era mulher. Na verdade, 456 profissões estão barradas para as mulheres na Rússia, rotuladas como perigosas ou supostamente prejudiciais à sua saúde reprodutiva. Isso inclui dirigir um trem, ser bombeiro ou trabalhar como carpinteiro. "Eu entenderia caso realmente estivessem preocupados com mulheres grávidas, mas nem sequer consideram se a mulher está grávida ou planeja isso", diz Svetlana Medvedeva. Desde que foi proibida de trabalhar, ela tem travado uma batalha judicial. "A Rússia é um país patriarcal. Qualquer movimento sobre os direitos das mulheres será para trás", argumenta ela. "Esta lista de profissões fala por si mesma." Introduzida em 1974, a lista foi confirmada em 2000 e só permite exceções se um empregador puder provar que eles tornaram as condições seguras - especificamente para as mulheres. Na prática, poucos querem ter esse aborrecimento ou bancar o custo disso. "Eu não conheço uma única [pesquisa] que apoie essa ideia de proteger as mulheres proibindo as profissões. Eu não acho que essa seja a razão", diz a historiadora Irina Roldugina, da Escola Superior de Economia. Ela ressalta que a lista surgiu exatamente quando uma nova geração de mulheres pós-soviéticas estavam se tornando independentes. "As mulheres começaram a se ver como cidadãs com plenos direitos, e isso foi visto como um problema", argumenta Irina Roldugina. Em fevereiro de 2016, o órgão antidiscriminatório da Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu que Svetlana Medvedeva tinha sido impedida de trabalhar injustamente, com base apenas em seu gênero. O Comitê para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres (Cedaw, sigla em inglês) diz que a Rússia tem uma "obrigação moral" de revisar essa lista de empregos. A JUSTIÇA PREVALECE A Suprema Corte da Rússia ordenou que o caso de Svetlana Medvedeva fosse reaberto e nesta semana um juiz em Samara deve dar um veredicto. Enquanto isso, em Moscou, Evgenia Magurina já teve seu dia no tribunal. Os advogados da Aeroflot tentaram defender o corte em seu bônus, argumentando que cada quilo a mais no avião gera um custo extra à companhia aérea. Eles também alegaram que sua política era baseada em corredores estreitos de aeronaves e que pensou na saúde de sua tripulação, e não apenas em sua aparência. Mas o juiz declarou a política da companhia ilegal, levando Evgenia Magurina a abraçar seus amigos e advogados aos prantos. "Espero que isso signifique que as mulheres se tornarão mais corajosas para lutar por seus direitos", disse ela, lembrando de uma colega que ficou doente de tanto passar fome - na tentativa de chegar ao limite de tamanho exigido pela companhia aérea. "Eles achavam que todos iriam suportar isso. Mas nos ofendeu", disse ela. "Agora, a justiça prevaleceu".
sobretudo
'Gorda demais para voar': mulheres russas lutam contra discriminação de gênero no trabalho DA BBC BRASIL Para a Aeroflot, a maior empresa aérea da Rússia, foi uma tentativa de mudança de imagem que deu errado. Quando a companhia aérea decidiu vincular o bônus salarial de suas comissárias de bordo ao tamanho de seus vestidos, Evgenia Magurina ficou indignada. "Eu fiquei em estado de choque. Não fazia sentido. Como eles poderiam cortar os rendimentos por causa disso?", diz a comissária de bordo em seu apartamento em Moscou, perto do aeroporto. "Eles disseram que o 'sucesso' de uma aeromoça depende do tamanho dela, e isso realmente me ofendeu", conta ela, ressaltando que na época tinha sete anos de experiência na companhia aérea. A Aeroflot nega veementemente estar cometendo discriminação. Mas esse tipo de abordagem parece particularmente estranha na Rússia, 100 anos depois de uma revolução que se orgulhava de promover a igualdade. No ano passado, as equipes de cabine da companhia aérea foram medidas e fotografadas. Evgenia Magurina diz que lhe disseram que tinha "grandes bochechas e um grande busto" e que deveria usar um sutiã esportivo. Então, em outubro, ela notou que seu bônus tinha sido cortado. Na época, ela também foi removida de voos mais lucrativos e de longa distância. Quando confrontou seus patrões, foi informada de que não estava dentro dos limites máximos de manequim que a Aeroflot tinha estabelecido para a equipe de cabine: tamanho 48 russo - equivalente ao 14 britânico, 12 americano e 42 brasileiro, espanhol, italiano e francês. Evgenia Magurina conta que centenas de outras comissárias de bordo sofreram o mesmo tratamento, entrando para o que as próprias comissárias batizaram de clube STS, sigla em russo para as palavras "velho, gordo e feio". Elas fazem piada e dizem que, em vez de longas viagens a Nova York, foram relegadas a voos noturnos de ida e volta à cidade russa de Nizhny Novgorod, "para que ninguém nos veja". Diante de um corte de cerca de 30% de seus rendimentos, Evgenia Magurina decidiu processar a companhia. "Eles colocaram a aparência em primeiro lugar. Mas as aeromoças são socorristas acima de tudo", insiste. "Imagine se eles usassem os mesmos requisitos para juízes ou médicos? Seria um absurdo." As mulheres russas obtiveram o direito ao voto em 1917. O aborto foi legalizado logo depois. E, em um gesto altamente simbólico, a União Soviética enviou ao espaço a primeira cosmonauta feminina, Valentina Tereshkova. Mas agora, décadas depois, as aeromoças não são as únicas mulheres que enfrentam discriminação no país. Na cidade de Samara, Svetlana Medvedeva foi impedida de exercer um trabalho que conseguiu para capitanear um barco. Em 2012, ela foi contratada como piloto e mecânica, mas a oferta foi retirada após uma intervenção do departamento de RH da empresa. Ela foi informada que não podiam contratá-la porque era mulher. Na verdade, 456 profissões estão barradas para as mulheres na Rússia, rotuladas como perigosas ou supostamente prejudiciais à sua saúde reprodutiva. Isso inclui dirigir um trem, ser bombeiro ou trabalhar como carpinteiro. "Eu entenderia caso realmente estivessem preocupados com mulheres grávidas, mas nem sequer consideram se a mulher está grávida ou planeja isso", diz Svetlana Medvedeva. Desde que foi proibida de trabalhar, ela tem travado uma batalha judicial. "A Rússia é um país patriarcal. Qualquer movimento sobre os direitos das mulheres será para trás", argumenta ela. "Esta lista de profissões fala por si mesma." Introduzida em 1974, a lista foi confirmada em 2000 e só permite exceções se um empregador puder provar que eles tornaram as condições seguras - especificamente para as mulheres. Na prática, poucos querem ter esse aborrecimento ou bancar o custo disso. "Eu não conheço uma única [pesquisa] que apoie essa ideia de proteger as mulheres proibindo as profissões. Eu não acho que essa seja a razão", diz a historiadora Irina Roldugina, da Escola Superior de Economia. Ela ressalta que a lista surgiu exatamente quando uma nova geração de mulheres pós-soviéticas estavam se tornando independentes. "As mulheres começaram a se ver como cidadãs com plenos direitos, e isso foi visto como um problema", argumenta Irina Roldugina. Em fevereiro de 2016, o órgão antidiscriminatório da Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu que Svetlana Medvedeva tinha sido impedida de trabalhar injustamente, com base apenas em seu gênero. O Comitê para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres (Cedaw, sigla em inglês) diz que a Rússia tem uma "obrigação moral" de revisar essa lista de empregos. A JUSTIÇA PREVALECE A Suprema Corte da Rússia ordenou que o caso de Svetlana Medvedeva fosse reaberto e nesta semana um juiz em Samara deve dar um veredicto. Enquanto isso, em Moscou, Evgenia Magurina já teve seu dia no tribunal. Os advogados da Aeroflot tentaram defender o corte em seu bônus, argumentando que cada quilo a mais no avião gera um custo extra à companhia aérea. Eles também alegaram que sua política era baseada em corredores estreitos de aeronaves e que pensou na saúde de sua tripulação, e não apenas em sua aparência. Mas o juiz declarou a política da companhia ilegal, levando Evgenia Magurina a abraçar seus amigos e advogados aos prantos. "Espero que isso signifique que as mulheres se tornarão mais corajosas para lutar por seus direitos", disse ela, lembrando de uma colega que ficou doente de tanto passar fome - na tentativa de chegar ao limite de tamanho exigido pela companhia aérea. "Eles achavam que todos iriam suportar isso. Mas nos ofendeu", disse ela. "Agora, a justiça prevaleceu".
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Programa une empresas e setor público na gestão de municípios
Por 20 anos, Campinas (SP) fechou suas contas no vermelho. Em 2013, sem qualquer aumento de impostos, medidas de racionalização da gestão pública fizeram com que a cidade chegasse ao fim do ano com um saldo positivo de R$ 257 milhões. Naquele ano, o país ainda registrava crescimento econômico. Para o município de Paraty (RJ), contudo, a redução na distribuição de royalties do petróleo ameaçava levar a cidade a um deficit. O equilíbrio financeiro foi garantido por uma força-tarefa para cobrar IPTU de imóveis que não estavam corretamente cadastrados e, portanto, não recolhiam imposto. Em 2015, já em meio a uma grave crise nacional, a Prefeitura de Santos anunciou economia de R$ 37 milhões e aumento da arrecadação superior a R$ 87 milhões. Campinas, Paraty e Santos são cidades de dimensões e populações muito distintas, com bases econômicas diversas e comandadas por prefeitos de três partidos diferentes. EQUILÍBRIO FISCAL Como explicar esses bons resultados? Todas elas integram o Juntos pelo Desenvolvimento Sustentável, um programa de melhoria da gestão pública que aposta na união entre sociedade civil, iniciativa privada e setor público. O "pilar zero" exigido pelo programa é justamente o equilíbrio fiscal, obtido com o auxílio de grandes consultorias contratadas pelo projeto. É preciso garantir também transparência às contas públicas municipais. A etapa seguinte é investir em temas prioritários, como educação, saúde e saneamento, diz Ricardo Villela Marino, vice-presidente do Itaú Unibanco para a América Latina e integrante do núcleo de governança do Juntos. Campinas, a primeira cidade escolhida, já implementou ensino integral em sete escolas públicas e padronizou os atendimentos na rede de saúde, diminuindo o tempo de espera e criando protocolos para triagem de pacientes. "Não há muito segredo, o essencial é saúde e educação. Ao lado da prefeitura, definimos as metas e os processos para cumpri-las", diz Wilson Ferreira Júnior, presidente da CPFL Energia e responsável por acompanhar as ações do Juntos no município. Infográfico: Juntos pelo Desenvolvimento Sustentável SANEAMENTO No saneamento básico, a cidade de Paraty tem colhido bons resultados. Sem rede de tratamento de água e esgoto até dois anos atrás, hoje oferece os serviços em quase 80% do município. "Uma cidade situada entre o Rio de Janeiro e São Paulo, turística, cercada de água, mas que não cuidava de nada. Já se nota diminuição das doenças causadas por água não tratada", observa José Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo Globo e membro da governança do Juntos que apadrinha Paraty. Com a iniciativa, criada em 2012 e hoje presente em 12 cidades, os municípios implementam conceitos da iniciativa privada na gestão pública. Planejamento estratégico é um deles. Em Santos, a prefeitura começa a desenvolver plano com objetivos e diretrizes para o distante ano de 2046, quando a cidade do litoral paulista completará cinco séculos de existência. Para Rubens Ometto, controlador do grupo Cosan e padrinho do Juntos em Santos, "o ponto forte é justamente a transferência da experiência de gestão do empresariado para um trabalho que fica muito perto da população". NOVA VISÃO Após a experiência acompanhando a implementação da parceria em Juiz de Fora (MG), o empresário José Ermírio de Moraes Neto, membro do conselho de administração da Votorantim Participações, diz ter mudado completamente de visão sobre o funcionalismo público. "Foi uma grande surpresa ver o compromisso de boa parte do secretariado, composta de funcionários de carreira, com as metas estabelecidas, que envolviam cortar a folha de pagamento e bonificações indevidas", afirma. Para os líderes empresariais, que participam diretamente de reuniões com os prefeitos, o desafio agora é replicar essas experiências bem-sucedidas. "Já temos marolas nas cidades, mas queremos chegar a um tsunami de gestão nos Estados e no país", conta Villela Marino. Regina Esteves, presidente da Comunitas, organização social que gerencia essas iniciativas, resume bem a experiência. "O Juntos mostra que, apesar do noticiário político negativo, há um Brasil que consegue bons resultados, com ações corretas e inspiradoras."
cotidiano
Programa une empresas e setor público na gestão de municípiosPor 20 anos, Campinas (SP) fechou suas contas no vermelho. Em 2013, sem qualquer aumento de impostos, medidas de racionalização da gestão pública fizeram com que a cidade chegasse ao fim do ano com um saldo positivo de R$ 257 milhões. Naquele ano, o país ainda registrava crescimento econômico. Para o município de Paraty (RJ), contudo, a redução na distribuição de royalties do petróleo ameaçava levar a cidade a um deficit. O equilíbrio financeiro foi garantido por uma força-tarefa para cobrar IPTU de imóveis que não estavam corretamente cadastrados e, portanto, não recolhiam imposto. Em 2015, já em meio a uma grave crise nacional, a Prefeitura de Santos anunciou economia de R$ 37 milhões e aumento da arrecadação superior a R$ 87 milhões. Campinas, Paraty e Santos são cidades de dimensões e populações muito distintas, com bases econômicas diversas e comandadas por prefeitos de três partidos diferentes. EQUILÍBRIO FISCAL Como explicar esses bons resultados? Todas elas integram o Juntos pelo Desenvolvimento Sustentável, um programa de melhoria da gestão pública que aposta na união entre sociedade civil, iniciativa privada e setor público. O "pilar zero" exigido pelo programa é justamente o equilíbrio fiscal, obtido com o auxílio de grandes consultorias contratadas pelo projeto. É preciso garantir também transparência às contas públicas municipais. A etapa seguinte é investir em temas prioritários, como educação, saúde e saneamento, diz Ricardo Villela Marino, vice-presidente do Itaú Unibanco para a América Latina e integrante do núcleo de governança do Juntos. Campinas, a primeira cidade escolhida, já implementou ensino integral em sete escolas públicas e padronizou os atendimentos na rede de saúde, diminuindo o tempo de espera e criando protocolos para triagem de pacientes. "Não há muito segredo, o essencial é saúde e educação. Ao lado da prefeitura, definimos as metas e os processos para cumpri-las", diz Wilson Ferreira Júnior, presidente da CPFL Energia e responsável por acompanhar as ações do Juntos no município. Infográfico: Juntos pelo Desenvolvimento Sustentável SANEAMENTO No saneamento básico, a cidade de Paraty tem colhido bons resultados. Sem rede de tratamento de água e esgoto até dois anos atrás, hoje oferece os serviços em quase 80% do município. "Uma cidade situada entre o Rio de Janeiro e São Paulo, turística, cercada de água, mas que não cuidava de nada. Já se nota diminuição das doenças causadas por água não tratada", observa José Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo Globo e membro da governança do Juntos que apadrinha Paraty. Com a iniciativa, criada em 2012 e hoje presente em 12 cidades, os municípios implementam conceitos da iniciativa privada na gestão pública. Planejamento estratégico é um deles. Em Santos, a prefeitura começa a desenvolver plano com objetivos e diretrizes para o distante ano de 2046, quando a cidade do litoral paulista completará cinco séculos de existência. Para Rubens Ometto, controlador do grupo Cosan e padrinho do Juntos em Santos, "o ponto forte é justamente a transferência da experiência de gestão do empresariado para um trabalho que fica muito perto da população". NOVA VISÃO Após a experiência acompanhando a implementação da parceria em Juiz de Fora (MG), o empresário José Ermírio de Moraes Neto, membro do conselho de administração da Votorantim Participações, diz ter mudado completamente de visão sobre o funcionalismo público. "Foi uma grande surpresa ver o compromisso de boa parte do secretariado, composta de funcionários de carreira, com as metas estabelecidas, que envolviam cortar a folha de pagamento e bonificações indevidas", afirma. Para os líderes empresariais, que participam diretamente de reuniões com os prefeitos, o desafio agora é replicar essas experiências bem-sucedidas. "Já temos marolas nas cidades, mas queremos chegar a um tsunami de gestão nos Estados e no país", conta Villela Marino. Regina Esteves, presidente da Comunitas, organização social que gerencia essas iniciativas, resume bem a experiência. "O Juntos mostra que, apesar do noticiário político negativo, há um Brasil que consegue bons resultados, com ações corretas e inspiradoras."
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Estudante critica sistema educacional do país
Estamos vivendo uma era em que é difícil não concordar com o politicamente correto. O sistema educacional como um todo está contaminado com seus novos "padrões", impostos de forma explícita e obrigatória. Não há nada de correto em tolher o direito alheio de discordar. Leonardo Fraga Lima, estudante do 2° ano do ensino médio (Salvador, BA) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Estudante critica sistema educacional do paísEstamos vivendo uma era em que é difícil não concordar com o politicamente correto. O sistema educacional como um todo está contaminado com seus novos "padrões", impostos de forma explícita e obrigatória. Não há nada de correto em tolher o direito alheio de discordar. Leonardo Fraga Lima, estudante do 2° ano do ensino médio (Salvador, BA) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Crustáceos invadem praias da Califórnia e formam 'tapete'
O balneário americano de San Diego, no Estado da Califórnia, foi "invadido" por milhões de espécimes de um tipo de lagostim. Levados pela maré, os crustáceos de cor avermelhada formaram em algumas localidades um "tapete" com até 40cm de espessura. O mais surpreendente é que a espécie em questão, o Pleuroncodes planipes, normalmente vive longe das praias e em grandes profundidades. Biólogos marinhos suspeitam que os lagostins tenham sido carregados para as areias por conta do aquecimento das águas do Oceano Pacífico pelo fenômeno meteorológico conhecido como El Niño. Muitos estão morrendo e de acordo com relatos de banhistas há um cheiro insuportável nas praias. Especialistas alertaram o público para não comer os lagostins, depois de vários relatos de que banhistas estariam coletando os animais. Embora não seja venenoso por si só, o Pleuroncodes planipes pode ter se alimentado de uma proliferação de algas tóxicas detectada na costa da Califórnia. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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Crustáceos invadem praias da Califórnia e formam 'tapete'O balneário americano de San Diego, no Estado da Califórnia, foi "invadido" por milhões de espécimes de um tipo de lagostim. Levados pela maré, os crustáceos de cor avermelhada formaram em algumas localidades um "tapete" com até 40cm de espessura. O mais surpreendente é que a espécie em questão, o Pleuroncodes planipes, normalmente vive longe das praias e em grandes profundidades. Biólogos marinhos suspeitam que os lagostins tenham sido carregados para as areias por conta do aquecimento das águas do Oceano Pacífico pelo fenômeno meteorológico conhecido como El Niño. Muitos estão morrendo e de acordo com relatos de banhistas há um cheiro insuportável nas praias. Especialistas alertaram o público para não comer os lagostins, depois de vários relatos de que banhistas estariam coletando os animais. Embora não seja venenoso por si só, o Pleuroncodes planipes pode ter se alimentado de uma proliferação de algas tóxicas detectada na costa da Califórnia. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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Esqui adaptado permite aventura no Valle Nevado que parecia inatingível
Ainda estava no pé de uma das montanhas que formam a cordilheira dos Andes em seu trecho chileno, mas o frio intenso e o acúmulo de neve já me deixavam com o comportamento entusiasmado semelhante ao daquele primo do interior que foi conhecer a praia aos 40 anos de idade. Subir a congelantes 3.000 metros de altitude nunca esteve em meus planos até descobrir que o Valle Nevado Ski Resort criou um programa inclusivo que permite a pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, como é o caso de alguns idosos, saracotearem sobre a neve em um esqui adaptado. Para um cadeirante como eu, experimentar sensações de sobe e desce em velocidade, sobre uma imensidão branca, era ao mesmo tempo euforia e medo. Logo ao chegar à estação e sentir minha cadeira congelada e empacada na neve, tive consciência de que a aventura seria inesquecível, assim como os cerca de 40 minutos que gastei para conseguir botar a roupa especial para esquiar, que me deixou parecido com um boneco natalino. "Nós nos adaptamos a pessoas com diferentes deficiências, de crianças a adultos, para que todos consigam tirar as melhores sensações da neve", diz Gonzalo Navarrete, 51, que trabalhou em Aspen (EUA) por 15 anos antes de atuar no Chile. Chile: Santiago e Valle Nevado Não tive tempo nem de pedir para desistir. Após estar bem atado ao equipamento –pelos pés, cintura e tronco–, saí deslizando com o instrutor em uma queda de uns quatro metros, suficientes para projetar meu coração do peito a Marte. Fiquei perdido entre uma vontade de gritar e de sorrir. Me sentia seguro, mas a cada vez que o esqui guinava para a direita ou para a esquerda e meu rosto flertava com a neve no chão, um medinho básico surgia. Embora o frio fosse mais intenso ainda, devido ao vento, meu corpo fervia à base de adrenalina. "A segurança vem antes de tudo. Checamos se a pessoa tem condições emocionais e físicas para esquiar. Não se força uma situação. A experiência tem de ser agradável. Já esquiamos com tetraplégicos, pessoas com paralisa cerebral. O equipamento se adapta bem", diz Navarrete. Um amortecedor instalado abaixo da cadeira de esqui impede desconfortos em momentos de pequenos saltos do equipamento, que é importado dos EUA. Isso também dá mais segurança a pessoas com fragilidade óssea. "Fique tranquilo porque, caso haja uma queda, você vai sentir como se estivesse se jogando num colchão confortável. A neve é fofa", contou o instrutor. Fiquei imaginando meu corpinho roliço, acoplado ao esqui, atolado naquela fofura toda. "Colchão dos Flintstones", pensei, segurando firme. Uma ligeira tensão acontece na hora em que é preciso usar teleféricos para alcançar novas pistas. A rotação do veículo para e o equipamento adaptado é acoplado, com auxílio do instrutor, ao banco. O teleférico volta a funcionar e inicia-se a subida. Como meu teste foi em um dia de muita neve e tempo fechado –abriu apenas durante alguns momentos da largada, para entusiasmar o repórter-, a vista do alto do teleférico era mais de rumo ao além do que de bem-vindo ao espetáculo da natureza. Em média, o esqui vai a 25 km/h, atingindo picos de 40 km/h, para iniciantes. Com cinco aulas de quatro horas de treinamento, é possível conduzir o esqui adaptado sem auxílio de instrutores, com suporte de bastões. Ao lado de uma grande aventura, a experiência do esqui adaptado proporciona a pessoas com limitações físicas acesso ao que pode parecer inatingível, abrindo caminhos, quem sabe, para novas possibilidades de vida e encorajando para a busca de mais espaços de lazer e turismo acessíveis e inclusivos. É preciso agendar com antecedência (info@vallenevado.com) para fazer uso do esqui adaptado, informando o tipo de deficiência do aluno. Uma aula particular de duas horas custa cerca de R$ 350, mais o aluguel das roupas e o translado até a estação de esqui, no caso de não hóspedes nos hotéis locais. Pessoas com deficiência intelectual e visual também podem optar pelo esqui adaptado. PACOTES PARA SANTIAGO E VALLE NEVADO R$ 1.838 Quatro noites em Santiago, no Chile, em quarto duplo no hotel Atton Las Condes. Inclui passeio pela estação de esqui de Valle Nevado e vinícola Concha y Toro. Sem aéreo. Com café da manhã. Na Adventure club: adventureclub.com.br R$ 2.973 Valor para cinco noites em Santiago, no Chile. Preço por pessoa em quarto duplo no hotel Imperio Suites. Sem aéreo. Inclui três dias de esqui em Valle Nevado com aluguel de equipamentos. Com café da manhã. Na Ahoba Viagens: ahobaviagens.com.br R$ 3.194 (US$ 1.008) Preço por pessoa para três noites em Santiago e três noites em Puerto Varas. Inclui café da manhã, passeios (Valle Nevado e vinícola Concha y Toro). Sem aéreo. Na Submarino Viagens: submarinoviagens.com.br R$ 3.676 (US$ 1.160) Preço para seis noites no Chile (Santiago e San Pedro de Atacama). Valor por pessoa em quarto duplo. Inclui passeios, translados e café da manhã. Sem aéreo. Na Pisa Trekking: pisa.tur.br R$ 9.377 (US$ 2.959) Quatro noites no hotel Valle Nevado, na estação de esqui de Valle Nevado, no Chile. Valor por pessoa em quarto duplo. Inclui aéreo, acesso às pistas de esqui e pensão completa. Na Teresa Perez Tours: teresaperez.com.br
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Esqui adaptado permite aventura no Valle Nevado que parecia inatingívelAinda estava no pé de uma das montanhas que formam a cordilheira dos Andes em seu trecho chileno, mas o frio intenso e o acúmulo de neve já me deixavam com o comportamento entusiasmado semelhante ao daquele primo do interior que foi conhecer a praia aos 40 anos de idade. Subir a congelantes 3.000 metros de altitude nunca esteve em meus planos até descobrir que o Valle Nevado Ski Resort criou um programa inclusivo que permite a pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, como é o caso de alguns idosos, saracotearem sobre a neve em um esqui adaptado. Para um cadeirante como eu, experimentar sensações de sobe e desce em velocidade, sobre uma imensidão branca, era ao mesmo tempo euforia e medo. Logo ao chegar à estação e sentir minha cadeira congelada e empacada na neve, tive consciência de que a aventura seria inesquecível, assim como os cerca de 40 minutos que gastei para conseguir botar a roupa especial para esquiar, que me deixou parecido com um boneco natalino. "Nós nos adaptamos a pessoas com diferentes deficiências, de crianças a adultos, para que todos consigam tirar as melhores sensações da neve", diz Gonzalo Navarrete, 51, que trabalhou em Aspen (EUA) por 15 anos antes de atuar no Chile. Chile: Santiago e Valle Nevado Não tive tempo nem de pedir para desistir. Após estar bem atado ao equipamento –pelos pés, cintura e tronco–, saí deslizando com o instrutor em uma queda de uns quatro metros, suficientes para projetar meu coração do peito a Marte. Fiquei perdido entre uma vontade de gritar e de sorrir. Me sentia seguro, mas a cada vez que o esqui guinava para a direita ou para a esquerda e meu rosto flertava com a neve no chão, um medinho básico surgia. Embora o frio fosse mais intenso ainda, devido ao vento, meu corpo fervia à base de adrenalina. "A segurança vem antes de tudo. Checamos se a pessoa tem condições emocionais e físicas para esquiar. Não se força uma situação. A experiência tem de ser agradável. Já esquiamos com tetraplégicos, pessoas com paralisa cerebral. O equipamento se adapta bem", diz Navarrete. Um amortecedor instalado abaixo da cadeira de esqui impede desconfortos em momentos de pequenos saltos do equipamento, que é importado dos EUA. Isso também dá mais segurança a pessoas com fragilidade óssea. "Fique tranquilo porque, caso haja uma queda, você vai sentir como se estivesse se jogando num colchão confortável. A neve é fofa", contou o instrutor. Fiquei imaginando meu corpinho roliço, acoplado ao esqui, atolado naquela fofura toda. "Colchão dos Flintstones", pensei, segurando firme. Uma ligeira tensão acontece na hora em que é preciso usar teleféricos para alcançar novas pistas. A rotação do veículo para e o equipamento adaptado é acoplado, com auxílio do instrutor, ao banco. O teleférico volta a funcionar e inicia-se a subida. Como meu teste foi em um dia de muita neve e tempo fechado –abriu apenas durante alguns momentos da largada, para entusiasmar o repórter-, a vista do alto do teleférico era mais de rumo ao além do que de bem-vindo ao espetáculo da natureza. Em média, o esqui vai a 25 km/h, atingindo picos de 40 km/h, para iniciantes. Com cinco aulas de quatro horas de treinamento, é possível conduzir o esqui adaptado sem auxílio de instrutores, com suporte de bastões. Ao lado de uma grande aventura, a experiência do esqui adaptado proporciona a pessoas com limitações físicas acesso ao que pode parecer inatingível, abrindo caminhos, quem sabe, para novas possibilidades de vida e encorajando para a busca de mais espaços de lazer e turismo acessíveis e inclusivos. É preciso agendar com antecedência (info@vallenevado.com) para fazer uso do esqui adaptado, informando o tipo de deficiência do aluno. Uma aula particular de duas horas custa cerca de R$ 350, mais o aluguel das roupas e o translado até a estação de esqui, no caso de não hóspedes nos hotéis locais. Pessoas com deficiência intelectual e visual também podem optar pelo esqui adaptado. PACOTES PARA SANTIAGO E VALLE NEVADO R$ 1.838 Quatro noites em Santiago, no Chile, em quarto duplo no hotel Atton Las Condes. Inclui passeio pela estação de esqui de Valle Nevado e vinícola Concha y Toro. Sem aéreo. Com café da manhã. Na Adventure club: adventureclub.com.br R$ 2.973 Valor para cinco noites em Santiago, no Chile. Preço por pessoa em quarto duplo no hotel Imperio Suites. Sem aéreo. Inclui três dias de esqui em Valle Nevado com aluguel de equipamentos. Com café da manhã. Na Ahoba Viagens: ahobaviagens.com.br R$ 3.194 (US$ 1.008) Preço por pessoa para três noites em Santiago e três noites em Puerto Varas. Inclui café da manhã, passeios (Valle Nevado e vinícola Concha y Toro). Sem aéreo. Na Submarino Viagens: submarinoviagens.com.br R$ 3.676 (US$ 1.160) Preço para seis noites no Chile (Santiago e San Pedro de Atacama). Valor por pessoa em quarto duplo. Inclui passeios, translados e café da manhã. Sem aéreo. Na Pisa Trekking: pisa.tur.br R$ 9.377 (US$ 2.959) Quatro noites no hotel Valle Nevado, na estação de esqui de Valle Nevado, no Chile. Valor por pessoa em quarto duplo. Inclui aéreo, acesso às pistas de esqui e pensão completa. Na Teresa Perez Tours: teresaperez.com.br
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Movimentos contra o impeachment em Buenos Aires e visitas da ditadura
A crise política brasileira ainda ecoa no território vizinho e a turma do "antes de tudo, fora, Temer" tem movimentado Buenos Aires, por vezes amparada por piqueteiros e por grupos kirchneristas. Quem lidera as manifestações desse lado da fronteira é um coletivo de brasileiros chamado Passarinho, nome que remete a uma adaptação do "Poeminha do Contra", de Mario Quintana, feita pelo próprio grupo. Enquanto o coletivo diz "eles não passarão, eu passarinho", o poeta gaúcho escrevia em 1978: "todos esses que aí estão/ atravancando meu caminho/ eles passarão/ eu passarinho". Em junho, o Passarinho interrompeu Arnaldo Antunes para protestar. O músico se apresentava na capital argentina, cantava "Invejoso", quando alguns começaram a levantar cartazes contra o governo interino de Michel Temer. De modo geral, a plateia juntou-se ao movimento e foi apoiada pelo iluminador do show, que acendeu as luzes do auditório enquanto muitos gritavam "fora, Temer". O cantor não parou para a manifestação, mas soltou um discreto "o povo não é bobo", que não foi compreendido pelos argentinos. Os passarinhos já receberam o chanceler José Serra com bolinhas de papel; fizeram, na frente da embaixada brasileira, o que chamaram de "missa de sétimo dia da democracia"; e convocaram uma "flash mob" no consulado no dia da votação da abertura do processo de impeachment no Senado. Na ocasião, entraram no local, cantaram "Roda Viva", de Chico Buarque, e em seguida se dispersaram rapidamente. Apesar de ter ganhado força e repercutido na mídia, o coletivo não foi o primeiro grupo a ir para as ruas de Buenos Aires por conta da política brasileira. Em março, cerca de 80 pessoas se reuniram diante do Obelisco argentino contra a presidente afastada Dilma Rousseff. Depois desse ato, porém, desapareceram de vista. O PALCO O show de Arnaldo Antunes, palco do protesto dos passarinhos, aconteceu no Centro Cultural Kirchner, cujo nome foi abreviado para CCK pelo governo do presidente Mauricio Macri. A apresentação foi de graça, em um auditório lotado, dentro de uma programação organizada pela Casa Rosada. O CCK voltou a funcionar normalmente no último mês de maio, pouco após a conclusão das obras. O local havia sido inaugurado um ano antes pela antecessora de Macri, Cristina Kirchner, sem estar completamente concluído. A reforma custou cerca de 3 bilhões de pesos (R$ 665 milhões) –e não faltam denúncias de superfaturamento. Instalado no antigo edifício do correio argentino, tem 100 mil metros quadrados, 51 salas, 21 elevadores, nove andares e banheiros revestidos de mármore. Na inauguração, Cristina Kirchner disse que era o centro cultural mais importante da América Latina. Ainda falta programação para honrar o título. Por enquanto, talvez seja o maior. Neste ano, uma exposição que marca os 30 anos da morte do escritor argentinos Jorge Luis Borges é a principal atração do CCK (fora o edifício em si). OS SOBREVIVENTES O desaparecimento da argentina Franca Jarach durante a ditadura argentina completou 40 anos no último dia 25, data em que sua mãe, Vera Jarach, esteve no principal centro clandestino de tortura do passado do país, a Esma (Escola Superior de Mecânica). Franca possivelmente viveu seus últimos dias na Esma, antes de entrar em um voo da morte, como era chamada a última viagem que os sequestrados políticos faziam antes de serem assassinados, jogados de um avião no rio da Prata. Vera marcou os 40 anos do desaparecimento da filha contando sua história a um grupo de cem pessoas em uma visita guiada ao local. A HISTÓRIA Também participou do tour Sebastián Rosenfeld Marcuzzo, que nasceu na Esma há 38 anos e foi entregue pelos militares aos seus avós em um caso raro na ditadura argentina –a maioria dos filhos dos sequestrados acabavam em famílias desconhecidas, de pessoas ligadas ao governo. Desde março, sempre às 17h do último sábado de cada mês, pessoas cujas vidas estão relacionadas ao período da ditadura da Argentina contam suas histórias nas visitas guiadas. LUCIANA DYNIEWICZ, 30, jornalista, é correspondente da Folha em Buenos Aires.
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Movimentos contra o impeachment em Buenos Aires e visitas da ditaduraA crise política brasileira ainda ecoa no território vizinho e a turma do "antes de tudo, fora, Temer" tem movimentado Buenos Aires, por vezes amparada por piqueteiros e por grupos kirchneristas. Quem lidera as manifestações desse lado da fronteira é um coletivo de brasileiros chamado Passarinho, nome que remete a uma adaptação do "Poeminha do Contra", de Mario Quintana, feita pelo próprio grupo. Enquanto o coletivo diz "eles não passarão, eu passarinho", o poeta gaúcho escrevia em 1978: "todos esses que aí estão/ atravancando meu caminho/ eles passarão/ eu passarinho". Em junho, o Passarinho interrompeu Arnaldo Antunes para protestar. O músico se apresentava na capital argentina, cantava "Invejoso", quando alguns começaram a levantar cartazes contra o governo interino de Michel Temer. De modo geral, a plateia juntou-se ao movimento e foi apoiada pelo iluminador do show, que acendeu as luzes do auditório enquanto muitos gritavam "fora, Temer". O cantor não parou para a manifestação, mas soltou um discreto "o povo não é bobo", que não foi compreendido pelos argentinos. Os passarinhos já receberam o chanceler José Serra com bolinhas de papel; fizeram, na frente da embaixada brasileira, o que chamaram de "missa de sétimo dia da democracia"; e convocaram uma "flash mob" no consulado no dia da votação da abertura do processo de impeachment no Senado. Na ocasião, entraram no local, cantaram "Roda Viva", de Chico Buarque, e em seguida se dispersaram rapidamente. Apesar de ter ganhado força e repercutido na mídia, o coletivo não foi o primeiro grupo a ir para as ruas de Buenos Aires por conta da política brasileira. Em março, cerca de 80 pessoas se reuniram diante do Obelisco argentino contra a presidente afastada Dilma Rousseff. Depois desse ato, porém, desapareceram de vista. O PALCO O show de Arnaldo Antunes, palco do protesto dos passarinhos, aconteceu no Centro Cultural Kirchner, cujo nome foi abreviado para CCK pelo governo do presidente Mauricio Macri. A apresentação foi de graça, em um auditório lotado, dentro de uma programação organizada pela Casa Rosada. O CCK voltou a funcionar normalmente no último mês de maio, pouco após a conclusão das obras. O local havia sido inaugurado um ano antes pela antecessora de Macri, Cristina Kirchner, sem estar completamente concluído. A reforma custou cerca de 3 bilhões de pesos (R$ 665 milhões) –e não faltam denúncias de superfaturamento. Instalado no antigo edifício do correio argentino, tem 100 mil metros quadrados, 51 salas, 21 elevadores, nove andares e banheiros revestidos de mármore. Na inauguração, Cristina Kirchner disse que era o centro cultural mais importante da América Latina. Ainda falta programação para honrar o título. Por enquanto, talvez seja o maior. Neste ano, uma exposição que marca os 30 anos da morte do escritor argentinos Jorge Luis Borges é a principal atração do CCK (fora o edifício em si). OS SOBREVIVENTES O desaparecimento da argentina Franca Jarach durante a ditadura argentina completou 40 anos no último dia 25, data em que sua mãe, Vera Jarach, esteve no principal centro clandestino de tortura do passado do país, a Esma (Escola Superior de Mecânica). Franca possivelmente viveu seus últimos dias na Esma, antes de entrar em um voo da morte, como era chamada a última viagem que os sequestrados políticos faziam antes de serem assassinados, jogados de um avião no rio da Prata. Vera marcou os 40 anos do desaparecimento da filha contando sua história a um grupo de cem pessoas em uma visita guiada ao local. A HISTÓRIA Também participou do tour Sebastián Rosenfeld Marcuzzo, que nasceu na Esma há 38 anos e foi entregue pelos militares aos seus avós em um caso raro na ditadura argentina –a maioria dos filhos dos sequestrados acabavam em famílias desconhecidas, de pessoas ligadas ao governo. Desde março, sempre às 17h do último sábado de cada mês, pessoas cujas vidas estão relacionadas ao período da ditadura da Argentina contam suas histórias nas visitas guiadas. LUCIANA DYNIEWICZ, 30, jornalista, é correspondente da Folha em Buenos Aires.
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Joaquim Levy era saco de pancada e bobo da corte no governo, diz leitora
Não foi só a vice-presidência que se tornou um cargo decorativo nesse governo. Com os ministros ocorreu o mesmo, haja vista o que aconteceu com Joaquim Levy. Tornou-se o saco de pancadas e bobo da corte. Ganha um prêmio quem listar ao menos cinco nomes que compõe o ministério de Dilma. Antigamente os ministros eram escolhidos por relevância política ou técnica. Hoje virou cabide de emprego para políticos medíocres. Se apoiar o governo, ganha um ministério. ELISABETE DARIM PARISOTTO (São Paulo, SP) * * Fiquei estarrecido com a decisão tomada pelo STF, cujos ministros em sua maioria pareciam mais querer atingir o magnífico voto do relator do que julgar de acordo com ele. O voto de desempate pelo presidente do tribunal em nada o dignificou. O presidente da Câmara ainda não decidiu se vai recorrer da decisão, que feriu o regimento. O Brasil precisa mudar! EBER SOARES DE SOUZA, advogado (Niterói, RJ) * Com as últimas decisões do Supremo, não podemos mais criticar a Venezuela. MÚCIO AGNALDO RIBEIRO (Nova Lima, MG) * Espero que a indignação seletiva do sr. Vladimir Safatle não seja desonestidade intelectual (O álbum de fotografias do golpe ). O fato de haver corrupção a ser investigada no governo do PSDB não permite ao PT fazer um governo ainda mais lesivo aos cofres públicos. O colunista, ao falar do PMDB, por acaso esqueceu-se de falar do sr. Renan Calheiros, defensor fervoroso de Dilma, assim como fora de Collor, não por coincidência também aliado deste governo. Renan e Collor não são oligarcas? Nenhuma palavra para explicar por que o impeachment de Collor não foi golpe, assim como não foram os pedidos pela deposição de FHC, Itamar e Sarney. EDUARDO DA ROSA BORGES (Piracicaba, SP) * Gostaria de cumprimentar Vladimir Safatle por sua lucidez e coragem! Estamos diante de um golpe articulado por aqueles que perderam a eleição. Querem entrar pela porta dos fundos e desprezam os votos de grande parte dos brasileiros. O PSDB não tem condições de arrotar inocência e apontar o dedo para ninguém! O PMDB muito menos. Michel Temer tem o sonho de ocupar a Presidência. Nenhum deles quer salvar o país. Trata-se apenas de roubar aquilo que democraticamente não lhes foi dado. ELISABETE V. D. MARTINS (São Paulo, SP) * Reinaldo Azevedo parece ter dificuldade em respeitar posicionamentos com os quais não concorda. Sua coluna "Todos os homens de Dilma" ("Poder", 18/12) agride o STF, a PGR e todos os que não concordam com ele. MERCIA MEIRELES (São Paulo, SP) * Em 15 de março havia 200 mil na Paulista e, em 17 de dezembro, 55 mil? O Datafolha precisa explicar essa aritmética... ALBERTO COSME GONÇALVES (Ribeirão Preto, SP) * Joaquim Levy sempre foi um corpo estranho nesse governo e foi ungido ministro da Fazenda para segurar as notas das agência de avaliação de risco, que rebaixaram as notas do Brasil pelas políticas erráticas. Ele não tinha por que continuar à frente da economia, já que nunca contou com a confiança de Dilma. Não interessa mudar ministro, se a mandatária da nação não tem comando, em um momento extremamente grave, que exige firmeza. Espero que o novo ministro, Nelson Barbosa, seja somente um tapa-buraco e não seja a versão atualizada de Mailson da Nóbrega, que deixou o país como uma hiperinflação e num caos total. LUIZ THADEU NUNES E SILVA (São Luís, MA) * Para os ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), uma lembrança do que disse Rui Barbosa: " A pior ditadura é a do Poder Judiciário. Contra ela, não há a quem recorrer". Pobre Brasil. LEÔNIDAS MARQUES (Volta Redonda, RJ) * O Supremo Tribunal Federal decidiu que a votação deve ser aberta para a formação da comissão especial e que, em caso de autorização da Câmara, o Senado votará sobre a instalação do processo de impeachment antes de afastar a chefe do Executivo. Em caso de empate, o presidente do Senado votará para arquivar ou prosseguir o julgamento da presidente da República sobre crime de responsabilidade. Diante da legitimidade das regras do jogo democrático, o governo federal não poderá mais acusar a oposição de golpe contra o mandato de Dilma Rousseff. LUIZ ROBERTO DA COSTA JR. (Campinas, SP) * Renan Calheiros foi braço-direito e da tropa de choque de Fernando Collor quando esse sofreu processo de impeachment, liderado pelo PT. Na época, isso não era golpe. Hoje, graças ao STF sabonete, Renan tem o poder de consolidar o impeachment de Dilma e vingar a morte prematura de seu ex-aliado (atual?). O que ele vai fazer? Quanto isso vai custar para o país e para a sociedade? O deputado Tiririca estava errado. Pior do que estava está ficando. ANDRÉ COUTINHO (Campinas, SP) * O Congresso aprovou o Orçamento de 2016 com R$ 10 bi de CPMF, sem que a volta do famigerado e indesejado imposto tenha sido aprovada. É a prova cabal de que o Tiririca errou redondamente ao cunhar a sua frase "pior do que está não fica". O nosso Congresso consegue ficar pior a cada dia que passa, mesmo sendo isso uma missão quase impossível. RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Joaquim Levy era saco de pancada e bobo da corte no governo, diz leitoraNão foi só a vice-presidência que se tornou um cargo decorativo nesse governo. Com os ministros ocorreu o mesmo, haja vista o que aconteceu com Joaquim Levy. Tornou-se o saco de pancadas e bobo da corte. Ganha um prêmio quem listar ao menos cinco nomes que compõe o ministério de Dilma. Antigamente os ministros eram escolhidos por relevância política ou técnica. Hoje virou cabide de emprego para políticos medíocres. Se apoiar o governo, ganha um ministério. ELISABETE DARIM PARISOTTO (São Paulo, SP) * * Fiquei estarrecido com a decisão tomada pelo STF, cujos ministros em sua maioria pareciam mais querer atingir o magnífico voto do relator do que julgar de acordo com ele. O voto de desempate pelo presidente do tribunal em nada o dignificou. O presidente da Câmara ainda não decidiu se vai recorrer da decisão, que feriu o regimento. O Brasil precisa mudar! EBER SOARES DE SOUZA, advogado (Niterói, RJ) * Com as últimas decisões do Supremo, não podemos mais criticar a Venezuela. MÚCIO AGNALDO RIBEIRO (Nova Lima, MG) * Espero que a indignação seletiva do sr. Vladimir Safatle não seja desonestidade intelectual (O álbum de fotografias do golpe ). O fato de haver corrupção a ser investigada no governo do PSDB não permite ao PT fazer um governo ainda mais lesivo aos cofres públicos. O colunista, ao falar do PMDB, por acaso esqueceu-se de falar do sr. Renan Calheiros, defensor fervoroso de Dilma, assim como fora de Collor, não por coincidência também aliado deste governo. Renan e Collor não são oligarcas? Nenhuma palavra para explicar por que o impeachment de Collor não foi golpe, assim como não foram os pedidos pela deposição de FHC, Itamar e Sarney. EDUARDO DA ROSA BORGES (Piracicaba, SP) * Gostaria de cumprimentar Vladimir Safatle por sua lucidez e coragem! Estamos diante de um golpe articulado por aqueles que perderam a eleição. Querem entrar pela porta dos fundos e desprezam os votos de grande parte dos brasileiros. O PSDB não tem condições de arrotar inocência e apontar o dedo para ninguém! O PMDB muito menos. Michel Temer tem o sonho de ocupar a Presidência. Nenhum deles quer salvar o país. Trata-se apenas de roubar aquilo que democraticamente não lhes foi dado. ELISABETE V. D. MARTINS (São Paulo, SP) * Reinaldo Azevedo parece ter dificuldade em respeitar posicionamentos com os quais não concorda. Sua coluna "Todos os homens de Dilma" ("Poder", 18/12) agride o STF, a PGR e todos os que não concordam com ele. MERCIA MEIRELES (São Paulo, SP) * Em 15 de março havia 200 mil na Paulista e, em 17 de dezembro, 55 mil? O Datafolha precisa explicar essa aritmética... ALBERTO COSME GONÇALVES (Ribeirão Preto, SP) * Joaquim Levy sempre foi um corpo estranho nesse governo e foi ungido ministro da Fazenda para segurar as notas das agência de avaliação de risco, que rebaixaram as notas do Brasil pelas políticas erráticas. Ele não tinha por que continuar à frente da economia, já que nunca contou com a confiança de Dilma. Não interessa mudar ministro, se a mandatária da nação não tem comando, em um momento extremamente grave, que exige firmeza. Espero que o novo ministro, Nelson Barbosa, seja somente um tapa-buraco e não seja a versão atualizada de Mailson da Nóbrega, que deixou o país como uma hiperinflação e num caos total. LUIZ THADEU NUNES E SILVA (São Luís, MA) * Para os ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), uma lembrança do que disse Rui Barbosa: " A pior ditadura é a do Poder Judiciário. Contra ela, não há a quem recorrer". Pobre Brasil. LEÔNIDAS MARQUES (Volta Redonda, RJ) * O Supremo Tribunal Federal decidiu que a votação deve ser aberta para a formação da comissão especial e que, em caso de autorização da Câmara, o Senado votará sobre a instalação do processo de impeachment antes de afastar a chefe do Executivo. Em caso de empate, o presidente do Senado votará para arquivar ou prosseguir o julgamento da presidente da República sobre crime de responsabilidade. Diante da legitimidade das regras do jogo democrático, o governo federal não poderá mais acusar a oposição de golpe contra o mandato de Dilma Rousseff. LUIZ ROBERTO DA COSTA JR. (Campinas, SP) * Renan Calheiros foi braço-direito e da tropa de choque de Fernando Collor quando esse sofreu processo de impeachment, liderado pelo PT. Na época, isso não era golpe. Hoje, graças ao STF sabonete, Renan tem o poder de consolidar o impeachment de Dilma e vingar a morte prematura de seu ex-aliado (atual?). O que ele vai fazer? Quanto isso vai custar para o país e para a sociedade? O deputado Tiririca estava errado. Pior do que estava está ficando. ANDRÉ COUTINHO (Campinas, SP) * O Congresso aprovou o Orçamento de 2016 com R$ 10 bi de CPMF, sem que a volta do famigerado e indesejado imposto tenha sido aprovada. É a prova cabal de que o Tiririca errou redondamente ao cunhar a sua frase "pior do que está não fica". O nosso Congresso consegue ficar pior a cada dia que passa, mesmo sendo isso uma missão quase impossível. RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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GCM de São Paulo está proibida de atirar contra carros suspeitos
Os guardas municipais de São Paulo não poderão mais usar armas de fogo contra carro em atitude suspeita. A nova medida foi publicada no "Diário Oficial" do Município no último sábado (2) e já entrou em vigor. A informação foi divulgada pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Com a portaria, a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) reforça normas internas da GCM (Guarda Civil Metropolitana), que não permitiam a perseguição de carros em atitude suspeita. Segundo secretário municipal de Segurança Urbana, Benedito Mariano, desde 2008 está estabelecido "de forma clara" que guardas-civis não devem participar de perseguições nem atirar contra veículos suspeitos e só podem agir em situação de flagrante. Caso haja fuga dos suspeitos, os agentes devem avisar a Polícia Militar, por meio do Cetel (Central de Telecomunicações e Videomonitoramento), órgão da GCM. A proteção do patrimônio público e a realização de policiamento preventivo e comunitário, segundo a portaria, são os "parâmetros institucionais que devem nortear as ações da Guarda Civil Metropolitana e ser observados por todos os Comandos e pelo conjunto do efetivo da Instituição". Entre as competências específicas da GCM, previstas na lei federal 13.022/14, estão: zelar pelos bens, equipamentos e prédios públicos; atuar, preventiva e permanentemente, no território do município para a proteção sistêmica da população que utiliza os bens, serviços e instalações municipais; e desenvolver ações de prevenção primária à violência, isoladamente ou em conjunto com os demais. MORTE DO MENINO WALDIK A publicação da portaria acontece depois de uma semana da morte do menino Waldik Gabriel Silva Chagas, 11, por guardas-civis que realizavam ronda em Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, na noite de 25 de junho. Segundo depoimento, motoqueiros avisaram os agentes que um Chevette prata acabara de ser furtado. Os GCMs localizaram o carro e começaram a perseguição, que terminou com o menino morto por um tiro na nuca. De acordo com a versão do guarda que fez o disparo, os ocupantes do veículo teriam atirado primeiro e ele então teria revidado. Os outros dois guardas que estavam no carro, no entanto, contradisseram o depoimento do colega. Em nenhum momento da perseguição que culminou na morte do menino Waldik, o centro de operações da Guarda Civil Metropolitana pediu que os agentes envolvidos na ocorrência interrompessem a atuação e acionassem a Polícia Militar, como manda o protocolo. É o que comprovam as gravações da comunicação entre eles, obtidas pela Polícia Civil. Caio Muratori, 42, guarda-civil indiciado pelo homicídio culposo (sem intenção) de Waldik, disse à polícia que manteve contato com o centro de operações durante toda a ação. A informação foi confirmada pelos dois colegas que o acompanhavam. Em depoimento, o agente disse que a recomendação para acionar a PM veio só após ele confirmar que Waldik estava morto. O guarda-civil não esclareceu se veio do centro de operações a recomendação para atirar nos pneus do carro, como ele diz ter feito. Segundo o agente, um desses disparos atingiu Waldik. O prefeito Fernando Haddad (PT) disse no início da semana que guardas-civis andam armados só para se proteger. "Não é para fazer policiamento", disse. Segundo a polícia, o áudio confirma os depoimentos dos agentes. É comunicado até o momento em que o guarda-civil diz ter escutado estampidos que achou serem tiros. O conteúdo integral é mantido em sigilo. Os investigadores aguardam os laudos da perícia e já ouviram os dois adolescentes que estavam com Waldik no carro. Ambos dizem que não estavam armados. O guarda-civil indiciado pagou fiança de R$ 5.000 e responde em liberdade. Ele e os dois colegas foram afastados.
cotidiano
GCM de São Paulo está proibida de atirar contra carros suspeitosOs guardas municipais de São Paulo não poderão mais usar armas de fogo contra carro em atitude suspeita. A nova medida foi publicada no "Diário Oficial" do Município no último sábado (2) e já entrou em vigor. A informação foi divulgada pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Com a portaria, a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) reforça normas internas da GCM (Guarda Civil Metropolitana), que não permitiam a perseguição de carros em atitude suspeita. Segundo secretário municipal de Segurança Urbana, Benedito Mariano, desde 2008 está estabelecido "de forma clara" que guardas-civis não devem participar de perseguições nem atirar contra veículos suspeitos e só podem agir em situação de flagrante. Caso haja fuga dos suspeitos, os agentes devem avisar a Polícia Militar, por meio do Cetel (Central de Telecomunicações e Videomonitoramento), órgão da GCM. A proteção do patrimônio público e a realização de policiamento preventivo e comunitário, segundo a portaria, são os "parâmetros institucionais que devem nortear as ações da Guarda Civil Metropolitana e ser observados por todos os Comandos e pelo conjunto do efetivo da Instituição". Entre as competências específicas da GCM, previstas na lei federal 13.022/14, estão: zelar pelos bens, equipamentos e prédios públicos; atuar, preventiva e permanentemente, no território do município para a proteção sistêmica da população que utiliza os bens, serviços e instalações municipais; e desenvolver ações de prevenção primária à violência, isoladamente ou em conjunto com os demais. MORTE DO MENINO WALDIK A publicação da portaria acontece depois de uma semana da morte do menino Waldik Gabriel Silva Chagas, 11, por guardas-civis que realizavam ronda em Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, na noite de 25 de junho. Segundo depoimento, motoqueiros avisaram os agentes que um Chevette prata acabara de ser furtado. Os GCMs localizaram o carro e começaram a perseguição, que terminou com o menino morto por um tiro na nuca. De acordo com a versão do guarda que fez o disparo, os ocupantes do veículo teriam atirado primeiro e ele então teria revidado. Os outros dois guardas que estavam no carro, no entanto, contradisseram o depoimento do colega. Em nenhum momento da perseguição que culminou na morte do menino Waldik, o centro de operações da Guarda Civil Metropolitana pediu que os agentes envolvidos na ocorrência interrompessem a atuação e acionassem a Polícia Militar, como manda o protocolo. É o que comprovam as gravações da comunicação entre eles, obtidas pela Polícia Civil. Caio Muratori, 42, guarda-civil indiciado pelo homicídio culposo (sem intenção) de Waldik, disse à polícia que manteve contato com o centro de operações durante toda a ação. A informação foi confirmada pelos dois colegas que o acompanhavam. Em depoimento, o agente disse que a recomendação para acionar a PM veio só após ele confirmar que Waldik estava morto. O guarda-civil não esclareceu se veio do centro de operações a recomendação para atirar nos pneus do carro, como ele diz ter feito. Segundo o agente, um desses disparos atingiu Waldik. O prefeito Fernando Haddad (PT) disse no início da semana que guardas-civis andam armados só para se proteger. "Não é para fazer policiamento", disse. Segundo a polícia, o áudio confirma os depoimentos dos agentes. É comunicado até o momento em que o guarda-civil diz ter escutado estampidos que achou serem tiros. O conteúdo integral é mantido em sigilo. Os investigadores aguardam os laudos da perícia e já ouviram os dois adolescentes que estavam com Waldik no carro. Ambos dizem que não estavam armados. O guarda-civil indiciado pagou fiança de R$ 5.000 e responde em liberdade. Ele e os dois colegas foram afastados.
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Bombardeio de Hiroshima não pode ser descontextualizado
Barack Obama não podia —nem devia— pedir desculpas agora pelo uso da bomba atômica em Hiroshima em agosto de 1945. Não pega bem um presidente desautorizar uma decisão polêmica de um predecessor, ainda mais do mesmo partido, e tomada em momento muito difícil. Sem contar que a maioria da população americana ainda defende o uso da bomba contra o país que atacou os EUA em dezembro de 1941, bombardeando a base aeronaval de Pearl Harbor, Havaí, e matando milhares. Mas, sem relembrar o contexto do último ano da Segunda Guerra (1939-1945), não faz sentido se dizer "contra" ou "a favor" do emprego da bomba. Era praticamente inevitável que a arma fosse usada. Se não fosse o fanatismo dos militares japoneses, amplamente demonstrado, não teria sido considerado necessário para os americanos usarem duas bombas contra o inimigo —a segunda logo depois, contra Nagasaki. Mesmo depois de lançada a primeira bomba os militares "linha dura" japoneses queriam continuar resistindo. Mesmo após terem perdido a maior parte da sua marinha, tanto a mercante —arrasada pelos submarinos americanos— como a de guerra —destruída em uma série de clássicas batalhas navais. As forças aéreas nipônicas -uma da Marinha, outra do Exército- também foram destroçadas. A opção foi inventar o avião-suicida, o kamikaze. A ideia era que um avião carregado de bombas, uma espécie de míssil inteligente guiado pelo cérebro do piloto suicida, poderia afundar um navio americano. Se tivesse funcionado seria perfeito, trocando um pequeno avião por um grande navio. Centenas de superbombardeiros americanos B-29 foram explodindo e incendiando as cidades japonesas uma atrás da outra. Cidades com casas de madeira e papel eram ex vulneráveis a ataques com bombas incendiárias, como um violento ataque aéreo a Tóquio demonstrou. Em termos de perdas humanas, não foi muito diferente do que houve em Hiroshima e Nagasaki. A diferença era que a bomba atômica concentrava o poder explosivo (bastou um B-29 para jogar cada bomba), além de ter o efeito da radiação, ainda pouco conhecido. Durante os combates pela ilha de Okinawa, "poucas semanas antes de Hiroshima, 123 mil japoneses e americanos se mataram (cerca de 140 mil japoneses morreram em Hiroshima", escreveu o americano Paul Fussell, veterano da guerra e professor de literatura, no polêmico ensaio "Agradeço a Deus pela Bomba Atômica". Fussell lutou na Europa e estava destinado a invadir o Japão, sabendo que o fanatismo do militar japonês criaria uma nação de kamikazes. Escapou disso com difícil decisão de Harry Truman de lançar a bomba.
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Bombardeio de Hiroshima não pode ser descontextualizadoBarack Obama não podia —nem devia— pedir desculpas agora pelo uso da bomba atômica em Hiroshima em agosto de 1945. Não pega bem um presidente desautorizar uma decisão polêmica de um predecessor, ainda mais do mesmo partido, e tomada em momento muito difícil. Sem contar que a maioria da população americana ainda defende o uso da bomba contra o país que atacou os EUA em dezembro de 1941, bombardeando a base aeronaval de Pearl Harbor, Havaí, e matando milhares. Mas, sem relembrar o contexto do último ano da Segunda Guerra (1939-1945), não faz sentido se dizer "contra" ou "a favor" do emprego da bomba. Era praticamente inevitável que a arma fosse usada. Se não fosse o fanatismo dos militares japoneses, amplamente demonstrado, não teria sido considerado necessário para os americanos usarem duas bombas contra o inimigo —a segunda logo depois, contra Nagasaki. Mesmo depois de lançada a primeira bomba os militares "linha dura" japoneses queriam continuar resistindo. Mesmo após terem perdido a maior parte da sua marinha, tanto a mercante —arrasada pelos submarinos americanos— como a de guerra —destruída em uma série de clássicas batalhas navais. As forças aéreas nipônicas -uma da Marinha, outra do Exército- também foram destroçadas. A opção foi inventar o avião-suicida, o kamikaze. A ideia era que um avião carregado de bombas, uma espécie de míssil inteligente guiado pelo cérebro do piloto suicida, poderia afundar um navio americano. Se tivesse funcionado seria perfeito, trocando um pequeno avião por um grande navio. Centenas de superbombardeiros americanos B-29 foram explodindo e incendiando as cidades japonesas uma atrás da outra. Cidades com casas de madeira e papel eram ex vulneráveis a ataques com bombas incendiárias, como um violento ataque aéreo a Tóquio demonstrou. Em termos de perdas humanas, não foi muito diferente do que houve em Hiroshima e Nagasaki. A diferença era que a bomba atômica concentrava o poder explosivo (bastou um B-29 para jogar cada bomba), além de ter o efeito da radiação, ainda pouco conhecido. Durante os combates pela ilha de Okinawa, "poucas semanas antes de Hiroshima, 123 mil japoneses e americanos se mataram (cerca de 140 mil japoneses morreram em Hiroshima", escreveu o americano Paul Fussell, veterano da guerra e professor de literatura, no polêmico ensaio "Agradeço a Deus pela Bomba Atômica". Fussell lutou na Europa e estava destinado a invadir o Japão, sabendo que o fanatismo do militar japonês criaria uma nação de kamikazes. Escapou disso com difícil decisão de Harry Truman de lançar a bomba.
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Governo deveria dar educação sexual na campanha de zika, diz pesquisadora
As campanhas de combate ao mosquito Aedes aegypti contra a propagação do vírus da zika devem incluir educação sexual e prevenção à gravidez indesejada. Essa é a avaliação da professora argentina Andrea Gamarnik, 51, chefe do laboratório de Virologia Molecular da Fundação Instituto Leloir, em Buenos Aires, e pesquisadora do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas, órgão ligado ao Ministério de Ciência da Argentina. "Recomendar às mulheres que não fiquem grávidas é uma mensagem vazia", afirma Gamarnik. "Se a maioria das vítimas do vírus da zika vive em lugares onde há pobreza e poucos recursos, creio que seja importante investir esforços em educação sexual e em programas para evitar a gravidez indesejada." A cientista dedica-se a escrutinar a dengue, concentrando-se na maneira como o vírus infecta as células e se multiplica. Graças aos resultados de sua pesquisa, empresas como a Roché e a Novartis desenvolvem vacinas e antivirais, em fase de testes. A importância do trabalho de Gamarnik foi reconhecida pelo programa L'Oréal - Unesco Para as Mulheres na Ciência, que premia cientistas do mundo todo. Neste ano, foram celebradas cinco responsáveis por análises no campo genético e no controle de propagação dos vírus HIV, da gripe aviária e da dengue. Como representante da América do Sul, Gamarnik lembrou que, ainda hoje, há diferença de gênero na profissão, com 80% dos postos de comando ocupados por homens. Gamarnik falou à Folha sobre o zika, o pior surto de dengue da região e o machismo em sua área de atuação em Paris, onde ocorreu a cerimônia de premiação, na última quinta (24). Confira trechos da entrevista. * Vírus da dengue Há 15 anos tentamos entender como o vírus da dengue se replica. Estudamos o modo como ele infecta as células, se multiplica e a maneira pela qual ele passa do mosquito para o ser humano. A primeira descoberta importante que fizemos foi de como o vírus passa de uma molécula de material genético para milhares de vírus. Desvendamos o mecanismo molecular pelo qual ele se multiplica. Essa estrutura se aplica a toda a família dos flavivírus, entre eles, muitos patógenos humanos, como o vírus da zika e a febre amarela. O vírus da dengue é uma partícula muito sensível. Tem uma só molécula de RNA, protegida por uma membrana. Quando o vírus infecta uma célula, ele incorpora o material genético ali dentro, seja ela a do mosquito ou a de um humano. Depois, ele tem de multiplicar essa matéria para gerar muitos vírus. Nós descobrimos como uma proteína é capaz de reconhecer essa molécula e copiá-la. Causas do surto A dengue infecta 390 milhões de pessoas por ano no mundo todo, e hoje vivemos uma das piores epidemias de todos os tempos. Havia dois países da América Latina livres da doença, o Uruguai e o Chile, que agora também têm casos. Isso foi provocado por um somatório de fatores, como as mudanças climáticas, a adaptação do mosquito e a falta de água potável, que leva as pessoas a juntarem água. A urbanização desorganizada está associada ao aumento da população de Aedes aegypti, bem como a pobreza. Vacina contra a dengue As informações que produzimos têm sido usadas para criar antivirais e também vacinas. Temos relacionamento com laboratórios do Brasil, dos EUA, da Europa, e temos desenvolvido ferramentas com empresas de biotecnologia para a busca de antivirais. Zika X dengue São dois vírus com características muito parecidas no que diz respeito à biologia e à forma de transmissão. Mas pode ser que o zika seja transmitido por outras vias que não somente o mosquito, e isso é muito diferente da dengue. Se for confirmado que o zika é transmitido sexualmente, e se for ele também a causa de malformação nos fetos, isso coloca as mulheres numa situação de alta vulnerabilidade. Transmissão sexual do zika Na minha opinião, iniciar uma campanha para as mulheres não engravidarem é uma mensagem vazia. Se a maioria das mulheres vítimas do vírus do zika vive em lugares onde há poucos recursos e, às vezes, ficam grávidas sem desejar, dizer que não fiquem é quase uma falta de respeito. Acredito que os governos deveriam investir esforços em educação sexual, algo fundamental para evitar uma gravidez inesperada. Prevenção de epidemias Há muitos vírus que são selváticos, estão entre os mosquitos, nas florestas, e não entre os humanos ainda. Os cientistas deveriam se focar em como os vírus evoluem e como essas viroses funcionam na natureza para serem capazes de preveni-las. Mulheres na ciência Ainda hoje, há discriminação contra as mulheres e diferenças de gênero no desenvolvimento dentro da carreira científica. Quando fazia meu PhD, em Buenos Aires, nos anos 1980, escolhi um laboratório para estudar. Soube depois que ele não aceitava estudantes mulheres. Apenas após um ano e meio ele me aceitou. Em diferentes situações sou a única mulher presente. Esse prêmio nos faz questionar por que há 80% de homens em altos postos na ciência.
equilibrioesaude
Governo deveria dar educação sexual na campanha de zika, diz pesquisadoraAs campanhas de combate ao mosquito Aedes aegypti contra a propagação do vírus da zika devem incluir educação sexual e prevenção à gravidez indesejada. Essa é a avaliação da professora argentina Andrea Gamarnik, 51, chefe do laboratório de Virologia Molecular da Fundação Instituto Leloir, em Buenos Aires, e pesquisadora do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas, órgão ligado ao Ministério de Ciência da Argentina. "Recomendar às mulheres que não fiquem grávidas é uma mensagem vazia", afirma Gamarnik. "Se a maioria das vítimas do vírus da zika vive em lugares onde há pobreza e poucos recursos, creio que seja importante investir esforços em educação sexual e em programas para evitar a gravidez indesejada." A cientista dedica-se a escrutinar a dengue, concentrando-se na maneira como o vírus infecta as células e se multiplica. Graças aos resultados de sua pesquisa, empresas como a Roché e a Novartis desenvolvem vacinas e antivirais, em fase de testes. A importância do trabalho de Gamarnik foi reconhecida pelo programa L'Oréal - Unesco Para as Mulheres na Ciência, que premia cientistas do mundo todo. Neste ano, foram celebradas cinco responsáveis por análises no campo genético e no controle de propagação dos vírus HIV, da gripe aviária e da dengue. Como representante da América do Sul, Gamarnik lembrou que, ainda hoje, há diferença de gênero na profissão, com 80% dos postos de comando ocupados por homens. Gamarnik falou à Folha sobre o zika, o pior surto de dengue da região e o machismo em sua área de atuação em Paris, onde ocorreu a cerimônia de premiação, na última quinta (24). Confira trechos da entrevista. * Vírus da dengue Há 15 anos tentamos entender como o vírus da dengue se replica. Estudamos o modo como ele infecta as células, se multiplica e a maneira pela qual ele passa do mosquito para o ser humano. A primeira descoberta importante que fizemos foi de como o vírus passa de uma molécula de material genético para milhares de vírus. Desvendamos o mecanismo molecular pelo qual ele se multiplica. Essa estrutura se aplica a toda a família dos flavivírus, entre eles, muitos patógenos humanos, como o vírus da zika e a febre amarela. O vírus da dengue é uma partícula muito sensível. Tem uma só molécula de RNA, protegida por uma membrana. Quando o vírus infecta uma célula, ele incorpora o material genético ali dentro, seja ela a do mosquito ou a de um humano. Depois, ele tem de multiplicar essa matéria para gerar muitos vírus. Nós descobrimos como uma proteína é capaz de reconhecer essa molécula e copiá-la. Causas do surto A dengue infecta 390 milhões de pessoas por ano no mundo todo, e hoje vivemos uma das piores epidemias de todos os tempos. Havia dois países da América Latina livres da doença, o Uruguai e o Chile, que agora também têm casos. Isso foi provocado por um somatório de fatores, como as mudanças climáticas, a adaptação do mosquito e a falta de água potável, que leva as pessoas a juntarem água. A urbanização desorganizada está associada ao aumento da população de Aedes aegypti, bem como a pobreza. Vacina contra a dengue As informações que produzimos têm sido usadas para criar antivirais e também vacinas. Temos relacionamento com laboratórios do Brasil, dos EUA, da Europa, e temos desenvolvido ferramentas com empresas de biotecnologia para a busca de antivirais. Zika X dengue São dois vírus com características muito parecidas no que diz respeito à biologia e à forma de transmissão. Mas pode ser que o zika seja transmitido por outras vias que não somente o mosquito, e isso é muito diferente da dengue. Se for confirmado que o zika é transmitido sexualmente, e se for ele também a causa de malformação nos fetos, isso coloca as mulheres numa situação de alta vulnerabilidade. Transmissão sexual do zika Na minha opinião, iniciar uma campanha para as mulheres não engravidarem é uma mensagem vazia. Se a maioria das mulheres vítimas do vírus do zika vive em lugares onde há poucos recursos e, às vezes, ficam grávidas sem desejar, dizer que não fiquem é quase uma falta de respeito. Acredito que os governos deveriam investir esforços em educação sexual, algo fundamental para evitar uma gravidez inesperada. Prevenção de epidemias Há muitos vírus que são selváticos, estão entre os mosquitos, nas florestas, e não entre os humanos ainda. Os cientistas deveriam se focar em como os vírus evoluem e como essas viroses funcionam na natureza para serem capazes de preveni-las. Mulheres na ciência Ainda hoje, há discriminação contra as mulheres e diferenças de gênero no desenvolvimento dentro da carreira científica. Quando fazia meu PhD, em Buenos Aires, nos anos 1980, escolhi um laboratório para estudar. Soube depois que ele não aceitava estudantes mulheres. Apenas após um ano e meio ele me aceitou. Em diferentes situações sou a única mulher presente. Esse prêmio nos faz questionar por que há 80% de homens em altos postos na ciência.
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Os educatecas estão acabando com a Olimpíada de Matemática
Alguém precisa criar uma Lava Jato para conter a inépcia dos educatecas nacionais. Eles estão destruindo um trabalho de mais de uma década da Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas. Era uma coisa que dava certo, levava alegria aos estudantes, e não incomodava ninguém, salvo a onipotência dos burocratas da educação. A ideia de uma Olimpíada para os estudantes das escolas públicas saiu da Sociedade Brasileira de Matemática e teve o apoio entusiasmado de Lula. O primeiro certame aconteceu em 2005. Acoplado à Olimpíada, criou-se um Programa de Iniciação Cientifica, o PIC. Ele beneficiava os 6.000 garotos e garotas que conseguiam medalhas, custeando-lhes a ida às universidades federais mais próximas para um dia de aulas mensais com professores da rede de ensino superior. O êxito das medalhistas Fábia, Fabíola e Fabiele, as trigêmeas da zona rural de Santa Leopoldina (ES), comoveu o país em 2015. Sabe-se lá por quê, a Olimpíada e o PIC ficaram debaixo do teto burocrático do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, o Impa. É um centro de excelência acadêmica, mas não tem nada a ver com o tipo de serviço demandado pelo certame ou pelo PIC. Puseram um orçamento de R$ 60 milhões nas mãos de gestores que cuidavam de R$ 30 milhões para fazer outra coisa. Apesar dessa girafa, as coisas foram bem até 2015, quando a diretoria de ensino básico da Capes (a central financiadora de bolsas do governo, poderoso braço do ministério da Educação) objetou que o dinheiro destinado ao ensino básico não podia custear o trabalho de professores das federais. Quem botou o PIC naquela diretoria da Capes que o tirasse, pois o objetivo era aprimorar o conhecimento dos medalhistas. O programa entrara na máquina de moer boas ideias. Como a Capes recusava-se a pagar os R$ 4 milhões que financiavam parte do programa, entrou em ação a máquina de inventar novidades. Tendo-se desmontado o PIC que levava os medalhistas às universidades federais, criou-se um PIC 2.0, com bolsas para mil professores dos municípios, oferecendo cursos especiais de matemática. Enquanto o programa antigo custava R$ 12 milhões, o novo saía por R$ 8 milhões e dava muito menos trabalho aos burocratas. O Impa aceitou calado a destruição do PIC original e perfilhou o PIC 2.0. Em 2016 surgiram críticas à extinção do PIC original e o Impa anunciou que, neste ano, ele seria restabelecido. O PIC 2.0, contudo, seria mantido. Deu-se um milagre da aritmética. Num governo que pretende reduzir seus custos, um instituto de matemática gastava R$ 12 milhões com um programa, substitui-o por outro de R$ 8 milhões e passou a pedir R$ 17 milhões para cuidar da Olimpíada e dos dois programas. Tremenda economia. A hora da Olimpíada de 2017 está chegando e instalou-se a balbúrdia. O Conselho Nacional de Pesquisas liberou R$ 7 milhões para custear as bolsas que pagam as viagens dos medalhistas, mas a Capes não dá um tostão para os professores federais do PIC original. Donde, não há como rodar o programa. Os educatecas de Brasília oferecem R$ 2 milhões para o PIC 2.0, que custa R$ 7 milhões e, portanto, precisa de mais R$ 5 milhões. Essa conta também não fecha. A meninada cometeu o pecado de estudar matemática, de disputar a Olimpíada e de querer aprender mais. Os educatecas destruíram o que estava dando certo, toleraram algo que talvez não devesse ter existido (o PIC 2.0) e agora inviabilizam as duas iniciativas. Leia mais textos da coluna de domingo aqui.
colunas
Os educatecas estão acabando com a Olimpíada de MatemáticaAlguém precisa criar uma Lava Jato para conter a inépcia dos educatecas nacionais. Eles estão destruindo um trabalho de mais de uma década da Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas. Era uma coisa que dava certo, levava alegria aos estudantes, e não incomodava ninguém, salvo a onipotência dos burocratas da educação. A ideia de uma Olimpíada para os estudantes das escolas públicas saiu da Sociedade Brasileira de Matemática e teve o apoio entusiasmado de Lula. O primeiro certame aconteceu em 2005. Acoplado à Olimpíada, criou-se um Programa de Iniciação Cientifica, o PIC. Ele beneficiava os 6.000 garotos e garotas que conseguiam medalhas, custeando-lhes a ida às universidades federais mais próximas para um dia de aulas mensais com professores da rede de ensino superior. O êxito das medalhistas Fábia, Fabíola e Fabiele, as trigêmeas da zona rural de Santa Leopoldina (ES), comoveu o país em 2015. Sabe-se lá por quê, a Olimpíada e o PIC ficaram debaixo do teto burocrático do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, o Impa. É um centro de excelência acadêmica, mas não tem nada a ver com o tipo de serviço demandado pelo certame ou pelo PIC. Puseram um orçamento de R$ 60 milhões nas mãos de gestores que cuidavam de R$ 30 milhões para fazer outra coisa. Apesar dessa girafa, as coisas foram bem até 2015, quando a diretoria de ensino básico da Capes (a central financiadora de bolsas do governo, poderoso braço do ministério da Educação) objetou que o dinheiro destinado ao ensino básico não podia custear o trabalho de professores das federais. Quem botou o PIC naquela diretoria da Capes que o tirasse, pois o objetivo era aprimorar o conhecimento dos medalhistas. O programa entrara na máquina de moer boas ideias. Como a Capes recusava-se a pagar os R$ 4 milhões que financiavam parte do programa, entrou em ação a máquina de inventar novidades. Tendo-se desmontado o PIC que levava os medalhistas às universidades federais, criou-se um PIC 2.0, com bolsas para mil professores dos municípios, oferecendo cursos especiais de matemática. Enquanto o programa antigo custava R$ 12 milhões, o novo saía por R$ 8 milhões e dava muito menos trabalho aos burocratas. O Impa aceitou calado a destruição do PIC original e perfilhou o PIC 2.0. Em 2016 surgiram críticas à extinção do PIC original e o Impa anunciou que, neste ano, ele seria restabelecido. O PIC 2.0, contudo, seria mantido. Deu-se um milagre da aritmética. Num governo que pretende reduzir seus custos, um instituto de matemática gastava R$ 12 milhões com um programa, substitui-o por outro de R$ 8 milhões e passou a pedir R$ 17 milhões para cuidar da Olimpíada e dos dois programas. Tremenda economia. A hora da Olimpíada de 2017 está chegando e instalou-se a balbúrdia. O Conselho Nacional de Pesquisas liberou R$ 7 milhões para custear as bolsas que pagam as viagens dos medalhistas, mas a Capes não dá um tostão para os professores federais do PIC original. Donde, não há como rodar o programa. Os educatecas de Brasília oferecem R$ 2 milhões para o PIC 2.0, que custa R$ 7 milhões e, portanto, precisa de mais R$ 5 milhões. Essa conta também não fecha. A meninada cometeu o pecado de estudar matemática, de disputar a Olimpíada e de querer aprender mais. Os educatecas destruíram o que estava dando certo, toleraram algo que talvez não devesse ter existido (o PIC 2.0) e agora inviabilizam as duas iniciativas. Leia mais textos da coluna de domingo aqui.
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Que gente é essa?
No filme sueco "Força Maior" (de Ruben Östlund - 2014) um pai prepara-se para tomar café da manhã com mulher e filhos na varanda de um hotel nos Alpes quando ocorre uma avalanche. Todos observam maravilhados a movimentação do gelo, bastante comum ali. Só que essa avalanche vem mais forte e descontrolada e se aproxima rapidamente da área onde essas pessoas estão. Instintivamente, o pai da família levanta, passa a mão no seu celular e sai correndo dali, deixando mulher e filhos para trás. A avalanche invade a varanda e cobre todos de gelo. Mas ninguém morre, e esse é o problema. A família em questão terá de voltar a conviver junta, com todos sabendo exatamente o que aconteceu. Há um paralelo dessa covardia meio pusilânime do personagem do filme com os atores envolvidos na avalanche de desgraças econômicas que vão cair sobre nós em um período muito curto. É bom lembrar que 2014 foi ainda um ano excepcional em termos de distribuição e aumento da renda no país. O último ano de sol, que amenizou, até aqui, a tempestade de gelo que vai nos envolvendo. No comando do país, não existe um único personagem com espinha dorsal para não ter se envolvido no jogo político mais mesquinho. Até há pouco, antes do dia do encaminhamento do impeachment, Dilma e Eduardo Cunha eram parceiros. A presidente segurava as pontas de um mentiroso com contas de dinheiro desviado na Suíça enquanto Cunha a mantinha longe de um processo que pode afastá-la do poder. Já a alternativa à destruição mútua e talvez merecida entre Cunha e Dilma se apresenta mesquinha, pequena, digna do seu entorno político no Congresso. A carta rancorosa de Temer a Dilma é um primor psicanalítico em se tratando de um homem de 75 anos tido com um dos políticos mais "experimentados" do país. A oposição não escapa ao quadro, tendo minado até outro dia as poucas medidas que poderiam fazer superar a crise que nos envolve. Mas pela primeira vez parece que a sociedade está realmente vidrada no desenrolar desses acontecimentos. As fortes variações nas pesquisas de popularidade do Datafolha em relação à percepção de governo e Congresso, além da economia, são prova de informação. Cenas de "telecatch" no Congresso, roubos, prisões e trechos de cartas chorosas também não passam despercebidas. Tudo embalado em um sofrimento diário e crescente para fechar as contas do mês. Essa avalanche também vai passar. Mesmo cobertos de gelo, saberemos exatamente o que aconteceu.
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Que gente é essa?No filme sueco "Força Maior" (de Ruben Östlund - 2014) um pai prepara-se para tomar café da manhã com mulher e filhos na varanda de um hotel nos Alpes quando ocorre uma avalanche. Todos observam maravilhados a movimentação do gelo, bastante comum ali. Só que essa avalanche vem mais forte e descontrolada e se aproxima rapidamente da área onde essas pessoas estão. Instintivamente, o pai da família levanta, passa a mão no seu celular e sai correndo dali, deixando mulher e filhos para trás. A avalanche invade a varanda e cobre todos de gelo. Mas ninguém morre, e esse é o problema. A família em questão terá de voltar a conviver junta, com todos sabendo exatamente o que aconteceu. Há um paralelo dessa covardia meio pusilânime do personagem do filme com os atores envolvidos na avalanche de desgraças econômicas que vão cair sobre nós em um período muito curto. É bom lembrar que 2014 foi ainda um ano excepcional em termos de distribuição e aumento da renda no país. O último ano de sol, que amenizou, até aqui, a tempestade de gelo que vai nos envolvendo. No comando do país, não existe um único personagem com espinha dorsal para não ter se envolvido no jogo político mais mesquinho. Até há pouco, antes do dia do encaminhamento do impeachment, Dilma e Eduardo Cunha eram parceiros. A presidente segurava as pontas de um mentiroso com contas de dinheiro desviado na Suíça enquanto Cunha a mantinha longe de um processo que pode afastá-la do poder. Já a alternativa à destruição mútua e talvez merecida entre Cunha e Dilma se apresenta mesquinha, pequena, digna do seu entorno político no Congresso. A carta rancorosa de Temer a Dilma é um primor psicanalítico em se tratando de um homem de 75 anos tido com um dos políticos mais "experimentados" do país. A oposição não escapa ao quadro, tendo minado até outro dia as poucas medidas que poderiam fazer superar a crise que nos envolve. Mas pela primeira vez parece que a sociedade está realmente vidrada no desenrolar desses acontecimentos. As fortes variações nas pesquisas de popularidade do Datafolha em relação à percepção de governo e Congresso, além da economia, são prova de informação. Cenas de "telecatch" no Congresso, roubos, prisões e trechos de cartas chorosas também não passam despercebidas. Tudo embalado em um sofrimento diário e crescente para fechar as contas do mês. Essa avalanche também vai passar. Mesmo cobertos de gelo, saberemos exatamente o que aconteceu.
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Temer é o que há de melhor para levar o país até as eleições de 2018
Depois do fracasso das manifestações de domingo e do bate-boca do procurador-geral Rodrigo Janot com o ministro Gilmar Mendes, Michel Temer é o que há de melhor para levar o país até as eleições de 2018. Ele foi eleito na chapa de Dilma Rousseff, conhecendo a mecânica de suas obras e suas pompas. Desde que assumiu a Presidência da República, Temer empenha-se num projeto de reformas que traem o mandato das urnas de 2016 e nessa reencarnação patrocina uma agenda que jamais explicitou em sua vida pública. Pode-se não gostar da reforma da Previdência ou da nova ordem trabalhista, mas é indiscutível que, sem o Congresso, nenhum dos dois projetos iria adiante. O mandato de Temer está pendurado numa decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Admitindo-se que ele venha a ser deposto, será substituído por uma pessoa eleita indiretamente pelo Congresso encalacrado na Lava Jato. Se essa eleição viesse a ocorrer sob a influência da pressão das ruas, seria possível que Temer fosse substituído por alguém parecido com D. Eugenio Salles, que se juntou ao Padre Eterno em 2012. Essa carta saiu do baralho porque depois de ter assombrado a oligarquia nacional durante três anos, as manifestações de rua desmilinguiram-se. Hoje quem elegerá o novo presidente será o Congresso, influenciado pelos constrangimentos e culpas expostos pela Operação Lava Jato. Temer ofereceu-se para o lugar de Dilma Rousseff como um governo de salvação e união nacional. Em menos de um ano o presidente formou uma poderosa bancada parlamentar mais interessada em salvar a si própria. Ainda assim, quem ia para rua gritando "Fora, Temer" deve reconhecer que as coisas pararam de piorar. A inflação de dois dígitos sumiu da agenda e a recessão econômica pode ter chegado ao fundo do poço. Se a sua política merece apoio, ou mesmo tolerância, essa é uma questão que pode ser decidida em 2018, na eleição presidencial. A alternativa a esse cenário seria o culto ao "Fora, Temer". Para o seu lugar iria uma pessoa eleita pelo Congresso. Atire a primeira pedra quem puder dizer que os parlamentares elegerão alguém que mereça mais confiança, mesmo que seja pouca a que se deposita no doutor. Indo-se um passo adiante: atire a segunda pedra quem for capaz de garantir que esse novo presidente respeitará o calendário eleitoral que prevê uma eleição presidencial para 2018. Nas duas últimas vezes em que se mexeu com a legitimidade de um vice-presidente, o Brasil acabou metido em memoráveis encrencas. Assim se deu em 1969, quando os "três patetas" (na expressão de Ulysses Guimarães e do general Ernesto Geisel) dispensaram o vice Pedro Aleixo, e em 1961, quando tentou-se impedir a posse de João Goulart. (Nessa ocasião Ulysses não chamou os ministros militares de patetas, mas Geisel lembrava-se que o adjetivo já circulara.) Quando o vice foi deixado em paz, Itamar Franco deixou o país no porto seguro de Fernando Henrique Cardoso. Sem a rua, o "Fora, Temer" é uma delegação de poderes para a oligarquia parlamentar que luta pela vida sonhando com o fim da Lava Jato, com o voto de lista e com a eleição indireta de um napoleãozinho civil. Solução oligárquica, ela terá inevitavelmente uma agenda secreta: o fim da eleição presidencial de 2018.
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Temer é o que há de melhor para levar o país até as eleições de 2018Depois do fracasso das manifestações de domingo e do bate-boca do procurador-geral Rodrigo Janot com o ministro Gilmar Mendes, Michel Temer é o que há de melhor para levar o país até as eleições de 2018. Ele foi eleito na chapa de Dilma Rousseff, conhecendo a mecânica de suas obras e suas pompas. Desde que assumiu a Presidência da República, Temer empenha-se num projeto de reformas que traem o mandato das urnas de 2016 e nessa reencarnação patrocina uma agenda que jamais explicitou em sua vida pública. Pode-se não gostar da reforma da Previdência ou da nova ordem trabalhista, mas é indiscutível que, sem o Congresso, nenhum dos dois projetos iria adiante. O mandato de Temer está pendurado numa decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Admitindo-se que ele venha a ser deposto, será substituído por uma pessoa eleita indiretamente pelo Congresso encalacrado na Lava Jato. Se essa eleição viesse a ocorrer sob a influência da pressão das ruas, seria possível que Temer fosse substituído por alguém parecido com D. Eugenio Salles, que se juntou ao Padre Eterno em 2012. Essa carta saiu do baralho porque depois de ter assombrado a oligarquia nacional durante três anos, as manifestações de rua desmilinguiram-se. Hoje quem elegerá o novo presidente será o Congresso, influenciado pelos constrangimentos e culpas expostos pela Operação Lava Jato. Temer ofereceu-se para o lugar de Dilma Rousseff como um governo de salvação e união nacional. Em menos de um ano o presidente formou uma poderosa bancada parlamentar mais interessada em salvar a si própria. Ainda assim, quem ia para rua gritando "Fora, Temer" deve reconhecer que as coisas pararam de piorar. A inflação de dois dígitos sumiu da agenda e a recessão econômica pode ter chegado ao fundo do poço. Se a sua política merece apoio, ou mesmo tolerância, essa é uma questão que pode ser decidida em 2018, na eleição presidencial. A alternativa a esse cenário seria o culto ao "Fora, Temer". Para o seu lugar iria uma pessoa eleita pelo Congresso. Atire a primeira pedra quem puder dizer que os parlamentares elegerão alguém que mereça mais confiança, mesmo que seja pouca a que se deposita no doutor. Indo-se um passo adiante: atire a segunda pedra quem for capaz de garantir que esse novo presidente respeitará o calendário eleitoral que prevê uma eleição presidencial para 2018. Nas duas últimas vezes em que se mexeu com a legitimidade de um vice-presidente, o Brasil acabou metido em memoráveis encrencas. Assim se deu em 1969, quando os "três patetas" (na expressão de Ulysses Guimarães e do general Ernesto Geisel) dispensaram o vice Pedro Aleixo, e em 1961, quando tentou-se impedir a posse de João Goulart. (Nessa ocasião Ulysses não chamou os ministros militares de patetas, mas Geisel lembrava-se que o adjetivo já circulara.) Quando o vice foi deixado em paz, Itamar Franco deixou o país no porto seguro de Fernando Henrique Cardoso. Sem a rua, o "Fora, Temer" é uma delegação de poderes para a oligarquia parlamentar que luta pela vida sonhando com o fim da Lava Jato, com o voto de lista e com a eleição indireta de um napoleãozinho civil. Solução oligárquica, ela terá inevitavelmente uma agenda secreta: o fim da eleição presidencial de 2018.
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O deputado de R$ 35 milhões
BRASÍLIA - Quanto vale um deputado influente, com currículo estrelado e livre acesso ao Palácio do Planalto? Se estivermos falando de Antonio Palocci, a resposta é R$ 35 milhões. Essa foi a bolada que ele faturou enquanto exercia seu último mandato na Câmara, de 2007 a 2010. O dinheiro foi pago à empresa do ex-ministro por nada menos que 60 clientes. Em quatro anos, ele recebeu de bancos, planos de saúde, empreiteiras, escritórios de advocacia e até fabricantes de telhas. Ao menos uma das contratantes, do setor petroquímico, é investigada na Lava Jato. Quando a Folha revelou seus negócios, em 2011, o petista disse que atuava como consultor. Os verdadeiros consultores legislativos, que são servidores concursados, deveriam ter protestado. Depois de Palocci, o termo passou a denominar legisladores que fazem bicos milionários. A atividade paralela pode não ser proibida, mas é incompatível com o cargo. Os parlamentares já recebem subsídio de R$ 33,7 mil, fora auxílios e verbas de gabinete. É o bastante para viver bem, sem precisar passar o pires entre empresários que têm interesses a defender em Brasília. O petista também alega que declarou seus rendimentos à Receita, o que não resolve o problema. Como sua empresa era protegida pelo sigilo fiscal, o eleitor não ficou sabendo para quem ele trabalhava. Seus clientes só vieram à tona porque ele entrou na mira do Ministério Público. Palocci ficou rico, embora não tenha batido os R$ 39 milhões de faturamento da empresa de José Dirceu. A depender dos dois ex-ministros, o PT já poderia ter mudado a sigla para PC: Partido dos Consultores. * É grave a crise no Rio. Na manhã desta terça, o governador Luiz Fernando Pezão, 1,90 m de altura, apertava-se em um voo da Avianca para Brasília. No tempo das vacas gordas, seu antecessor, Sérgio Cabral, esbanjava R$ 3,5 milhões anuais pelo conforto de jatinhos executivos.
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O deputado de R$ 35 milhõesBRASÍLIA - Quanto vale um deputado influente, com currículo estrelado e livre acesso ao Palácio do Planalto? Se estivermos falando de Antonio Palocci, a resposta é R$ 35 milhões. Essa foi a bolada que ele faturou enquanto exercia seu último mandato na Câmara, de 2007 a 2010. O dinheiro foi pago à empresa do ex-ministro por nada menos que 60 clientes. Em quatro anos, ele recebeu de bancos, planos de saúde, empreiteiras, escritórios de advocacia e até fabricantes de telhas. Ao menos uma das contratantes, do setor petroquímico, é investigada na Lava Jato. Quando a Folha revelou seus negócios, em 2011, o petista disse que atuava como consultor. Os verdadeiros consultores legislativos, que são servidores concursados, deveriam ter protestado. Depois de Palocci, o termo passou a denominar legisladores que fazem bicos milionários. A atividade paralela pode não ser proibida, mas é incompatível com o cargo. Os parlamentares já recebem subsídio de R$ 33,7 mil, fora auxílios e verbas de gabinete. É o bastante para viver bem, sem precisar passar o pires entre empresários que têm interesses a defender em Brasília. O petista também alega que declarou seus rendimentos à Receita, o que não resolve o problema. Como sua empresa era protegida pelo sigilo fiscal, o eleitor não ficou sabendo para quem ele trabalhava. Seus clientes só vieram à tona porque ele entrou na mira do Ministério Público. Palocci ficou rico, embora não tenha batido os R$ 39 milhões de faturamento da empresa de José Dirceu. A depender dos dois ex-ministros, o PT já poderia ter mudado a sigla para PC: Partido dos Consultores. * É grave a crise no Rio. Na manhã desta terça, o governador Luiz Fernando Pezão, 1,90 m de altura, apertava-se em um voo da Avianca para Brasília. No tempo das vacas gordas, seu antecessor, Sérgio Cabral, esbanjava R$ 3,5 milhões anuais pelo conforto de jatinhos executivos.
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James Bond vai para o divã em novo teaser de '007 contra Spectre'
O novo filme do agente secreto mais conhecido do mundo, "007 contra Spectre", ganhou um novo teaser. Em cerca de 40 segundos, o filmete mostra cenas em que a "bond girl" Madeleine Swann, vivida pela atriz Lea Seydoux, faz uma série de perguntas para Bond (Daniel Craig) em um ambiente formal. É possível supor, por sua interação com o protagonista, que ela tem alguma especialização em psicologia. Eventualmente em outro cenário, ela questiona porque um homem escolhe viver como um assassino. Ao que ele responde: "Bem, era isso ou o sacerdócio". Dirigido por Sam Mendes, o filme também traz Monica Bellucci como "bond girl". O longa tem estreia prevista para 5 de novembro no Brasil. Assista ao teaser abaixo: Veja vídeo
ilustrada
James Bond vai para o divã em novo teaser de '007 contra Spectre'O novo filme do agente secreto mais conhecido do mundo, "007 contra Spectre", ganhou um novo teaser. Em cerca de 40 segundos, o filmete mostra cenas em que a "bond girl" Madeleine Swann, vivida pela atriz Lea Seydoux, faz uma série de perguntas para Bond (Daniel Craig) em um ambiente formal. É possível supor, por sua interação com o protagonista, que ela tem alguma especialização em psicologia. Eventualmente em outro cenário, ela questiona porque um homem escolhe viver como um assassino. Ao que ele responde: "Bem, era isso ou o sacerdócio". Dirigido por Sam Mendes, o filme também traz Monica Bellucci como "bond girl". O longa tem estreia prevista para 5 de novembro no Brasil. Assista ao teaser abaixo: Veja vídeo
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Imagens da Nasa mostram quais são os países mais poluídos do mundo
Imagens divulgadas pela Nasa revelam quais são os países mais poluídos do mundo –e quais partes do globo reduziram ou aumentaram suas emissões nos últimos dez anos. Embora ainda estejam entre as áreas com o pior ar em todo o mundo, Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão apresentaram melhora entre 2005 e 2014, de acordo com as imagens da agência espacial americana. No continente europeu, a queda da poluição chegou a até 50%, como resultado da maior restrição sobre os poluentes, mesmo em meio ao escândalo de fraudes no controle de emissões de veículos que abateu a Volkswagen, gigante do setor automotivo. No Brasil, os mapas mostram que o quadro geral se manteve similar, ainda longe dos altíssimos lançamentos de gases ocorridos nas regiões mais desenvolvidas do mundo –porém, centros tradicionalmente mais poluídos, como a Grande São Paulo, continuam com altos e preocupantes índices, semelhantes às de outras metrópoles globais. Desde 2004, a Nasa monitora as emissões em todo o planeta por meio de um instrumento instalado em seu satélite Aura. Entre elas, as de dióxido de nitrogênio, resultado da queima de combustíveis fósseis, principalmente por carros, pela produção de energia e pela atividade industrial. O gás se transforma no "mau" ozônio ao reagir com compostos orgânicos voláteis, quando exposto à irradiação solar. O resultado dessa mutação é o poluente respiratório mais presente no ar que respiramos - por isso, o dióxido de nitrogênio é usado, em geral, como indicador da qualidade do ar em geral, principalmente nas cidades grandes de países desenvolvidos ou em desenvolvimento. "Ao monitorar do espaço as emissões de dióxido de nitrogênio, conseguimos ver os efeitos de fatores como a energia, políticas ambientais e até conflitos civis na qualidade do ar ao redor do globo", afirmou, em comunicado divulgado pela Nasa, o cientista Bryan Duncan, que lidera o estudo no centro de voo espacial Goddard. ONDE A POLUIÇÃO CRESCEU Em países como China, Índia e parte do Oriente Médio, principalmente na região do golfo Pérsico, locais cujas economias e atividade industrial estão em expansão, a poluição aumentou. As imagens da Nasa, porém, mostram um movimento interessante no norte chinês, onde estão as cidades mais industrializadas e a produção de energia se torna cada vez mais intensa. Enquanto a área, em geral, apresentou um aumento considerável da emissão do gás, Pequim, a capital do país, registrou uma considerável redução. Segundo Duncan, isso é resultado de uma maior pressão da crescente classe média de Pequim por um ar melhor –a metrópole é historicamente considerada uma das cidades mais poluídas do mundo, e imagens constantemente a mostram coberta sob uma nuvem de poeira e com parte de seus habitantes usando máscaras nas ruas. Os mapas da agência espacial americana mostram também os efeitos da movimentação demográfica, como a ocorrida por causa da guerra civil na Síria: enquanto os índices de dióxido de carbono caíram consideravelmente no país, principalmente em cidades maiores como a capital Damasco e Aleppo, as emissões cresceram nos países da vizinhança que mais receberam refugiados sírios. Nos Estados Unidos, embora as emissões tenham sido reduzidas em geral, elas avançaram até 30% em algumas áreas de Estados como o Texas e a Carolina do Norte, onde há intensa produção de petróleo e gás natural.
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Imagens da Nasa mostram quais são os países mais poluídos do mundoImagens divulgadas pela Nasa revelam quais são os países mais poluídos do mundo –e quais partes do globo reduziram ou aumentaram suas emissões nos últimos dez anos. Embora ainda estejam entre as áreas com o pior ar em todo o mundo, Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão apresentaram melhora entre 2005 e 2014, de acordo com as imagens da agência espacial americana. No continente europeu, a queda da poluição chegou a até 50%, como resultado da maior restrição sobre os poluentes, mesmo em meio ao escândalo de fraudes no controle de emissões de veículos que abateu a Volkswagen, gigante do setor automotivo. No Brasil, os mapas mostram que o quadro geral se manteve similar, ainda longe dos altíssimos lançamentos de gases ocorridos nas regiões mais desenvolvidas do mundo –porém, centros tradicionalmente mais poluídos, como a Grande São Paulo, continuam com altos e preocupantes índices, semelhantes às de outras metrópoles globais. Desde 2004, a Nasa monitora as emissões em todo o planeta por meio de um instrumento instalado em seu satélite Aura. Entre elas, as de dióxido de nitrogênio, resultado da queima de combustíveis fósseis, principalmente por carros, pela produção de energia e pela atividade industrial. O gás se transforma no "mau" ozônio ao reagir com compostos orgânicos voláteis, quando exposto à irradiação solar. O resultado dessa mutação é o poluente respiratório mais presente no ar que respiramos - por isso, o dióxido de nitrogênio é usado, em geral, como indicador da qualidade do ar em geral, principalmente nas cidades grandes de países desenvolvidos ou em desenvolvimento. "Ao monitorar do espaço as emissões de dióxido de nitrogênio, conseguimos ver os efeitos de fatores como a energia, políticas ambientais e até conflitos civis na qualidade do ar ao redor do globo", afirmou, em comunicado divulgado pela Nasa, o cientista Bryan Duncan, que lidera o estudo no centro de voo espacial Goddard. ONDE A POLUIÇÃO CRESCEU Em países como China, Índia e parte do Oriente Médio, principalmente na região do golfo Pérsico, locais cujas economias e atividade industrial estão em expansão, a poluição aumentou. As imagens da Nasa, porém, mostram um movimento interessante no norte chinês, onde estão as cidades mais industrializadas e a produção de energia se torna cada vez mais intensa. Enquanto a área, em geral, apresentou um aumento considerável da emissão do gás, Pequim, a capital do país, registrou uma considerável redução. Segundo Duncan, isso é resultado de uma maior pressão da crescente classe média de Pequim por um ar melhor –a metrópole é historicamente considerada uma das cidades mais poluídas do mundo, e imagens constantemente a mostram coberta sob uma nuvem de poeira e com parte de seus habitantes usando máscaras nas ruas. Os mapas da agência espacial americana mostram também os efeitos da movimentação demográfica, como a ocorrida por causa da guerra civil na Síria: enquanto os índices de dióxido de carbono caíram consideravelmente no país, principalmente em cidades maiores como a capital Damasco e Aleppo, as emissões cresceram nos países da vizinhança que mais receberam refugiados sírios. Nos Estados Unidos, embora as emissões tenham sido reduzidas em geral, elas avançaram até 30% em algumas áreas de Estados como o Texas e a Carolina do Norte, onde há intensa produção de petróleo e gás natural.
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Dom Pedro 2º foi o único estadista a ocupar o governo brasileiro, diz leitora
Linda homenagem de Ruy Castro pelo transcurso dos 190 anos de aniversário e 124 anos de morte de Dom Pedro 2º. Foi o único verdadeiro estadista que nosso pobre país teve como governante ao longo de sua história. A homenagem vem relembrar o grande patriota nesse triste momento que nosso país atravessa, governado por oportunistas de esquerda e de direita. Ruy Castro, mais uma vez, escreve com pena de ouro a página da Folha. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Dom Pedro 2º foi o único estadista a ocupar o governo brasileiro, diz leitoraLinda homenagem de Ruy Castro pelo transcurso dos 190 anos de aniversário e 124 anos de morte de Dom Pedro 2º. Foi o único verdadeiro estadista que nosso pobre país teve como governante ao longo de sua história. A homenagem vem relembrar o grande patriota nesse triste momento que nosso país atravessa, governado por oportunistas de esquerda e de direita. Ruy Castro, mais uma vez, escreve com pena de ouro a página da Folha. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Editorial: Bê-á-bá da laicidade
O aluno que não encontrar um exemplar da Bíblia na escola para fazer pesquisa sobre história das religiões sairá com a certeza da precariedade da biblioteca. O mais famoso dos livros tem lugar merecido até em acervos mantidos por ateus. Coisa muito diversa de reconhecer esse fato é obrigar por lei que toda biblioteca tenha um exemplar da obra. O caminho temerário foi trilhado pelos legisladores de ao menos cinco Estados brasileiros. O primeiro a fazê-lo foi o Rio Grande do Norte. Em 2003, determinou que todas as bibliotecas públicas do Estado tivessem ao menos dez exemplares do livro. Em seguida tomaram tal rumo Mato Grosso do Sul (2004), Amazonas (2010) e Rio de Janeiro (2011), que se contentaram com uma cópia. Rondônia, em 2008, havia optado por uma via paralela, mas não menos atentatória contra a laicidade do Estado: oficializou a Bíblia como livro-base para fundamentar princípios, usos e costumes de comunidades, igrejas e grupos. Pode parecer questão menor, fruto inócuo do lobby de bancadas religiosas, mas não é. Como bem assinalou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em cinco ações diretas de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal, desrespeita-se o essencial artigo 19 da Constituição. Seu inciso I reza que é vedado ao poder público, em qualquer nível de governo, "estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança". É da natureza sectária de grupos religiosos acreditar-se portadores da verdade universal. Essa semente de intolerância pode desabrochar em tentativa de impor seus valores e dogmas, por meio da legislação, ao conjunto da população. Com sabedoria, o constituinte de 1988 interpôs a proibição absoluta de envolver o Estado no proselitismo. Didático e categórico, Janot foi direto ao ponto: "O princípio da laicidade lhe impede de fazer, por atos administrativos, legislativos ou judiciais, juízos sobre o grau de correção e verdade de uma crença, ou de conceder tratamentos privilegiados de uma religiosidade em detrimento de outras". É ótimo ter um livro como a Bíblia na estante das escolas. A demasia está em obrigar todos os contribuintes a financiar sua difusão.
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Editorial: Bê-á-bá da laicidadeO aluno que não encontrar um exemplar da Bíblia na escola para fazer pesquisa sobre história das religiões sairá com a certeza da precariedade da biblioteca. O mais famoso dos livros tem lugar merecido até em acervos mantidos por ateus. Coisa muito diversa de reconhecer esse fato é obrigar por lei que toda biblioteca tenha um exemplar da obra. O caminho temerário foi trilhado pelos legisladores de ao menos cinco Estados brasileiros. O primeiro a fazê-lo foi o Rio Grande do Norte. Em 2003, determinou que todas as bibliotecas públicas do Estado tivessem ao menos dez exemplares do livro. Em seguida tomaram tal rumo Mato Grosso do Sul (2004), Amazonas (2010) e Rio de Janeiro (2011), que se contentaram com uma cópia. Rondônia, em 2008, havia optado por uma via paralela, mas não menos atentatória contra a laicidade do Estado: oficializou a Bíblia como livro-base para fundamentar princípios, usos e costumes de comunidades, igrejas e grupos. Pode parecer questão menor, fruto inócuo do lobby de bancadas religiosas, mas não é. Como bem assinalou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em cinco ações diretas de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal, desrespeita-se o essencial artigo 19 da Constituição. Seu inciso I reza que é vedado ao poder público, em qualquer nível de governo, "estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança". É da natureza sectária de grupos religiosos acreditar-se portadores da verdade universal. Essa semente de intolerância pode desabrochar em tentativa de impor seus valores e dogmas, por meio da legislação, ao conjunto da população. Com sabedoria, o constituinte de 1988 interpôs a proibição absoluta de envolver o Estado no proselitismo. Didático e categórico, Janot foi direto ao ponto: "O princípio da laicidade lhe impede de fazer, por atos administrativos, legislativos ou judiciais, juízos sobre o grau de correção e verdade de uma crença, ou de conceder tratamentos privilegiados de uma religiosidade em detrimento de outras". É ótimo ter um livro como a Bíblia na estante das escolas. A demasia está em obrigar todos os contribuintes a financiar sua difusão.
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iFood se inspira na Amazon e cria botão para pedido em um clique
Para se manter na liderança do mercado, o aplicativo de entrega de refeições iFood tem investido em inovação. A empresa trouxe de Israel cerca de 80 botões para usuários fazerem pedidos com apenas um clique. A ideia segue o movimento de algumas empresas como a Amazon, que já comercializa esse produto em seu canal on-line. O funcionamento é relativamente simples: o usuário deixa gravado seu pedido favorito, sincroniza o botão com seu smartphone e o wi-fi e aperta o botão para efetuar a entrega. O diretor de inovação de produtos do iFood, Alexandre Nigri, diz que a empresa baseou no comportamento de usuários do aplicativo —pelo menos 5.000 pedem o mesmo prato do mesmo restaurante com frequência— e defende o uso da tecnologia para resolver problema e otimizar o tempo dos clientes. "Não queremos usar a tecnologia por usar. Temos de resolver problemas", afirma. Os botões estão em fase de teste e sendo enviados a alguns convidados apenas. A companhia lançou um site para os usuários que tiverem interesse se cadastrarem e, assim, ter mais noção da intenção e do comportamento do público. Fundado em 2011, o iFood tenta se movimentar em um momento em que grandes empresas também investem no serviço de delivery. É o caso do UberEats, da Uber, que iniciou suas atividades em São Paulo no fim de 2016. Atualmente, o iFood conta com 5,3 milhões de usuários ativos em 300 cidades do Brasil, que fazem cerca de 4 milhões de pedidos por mês em 22 mil restaurantes cadastrados. "Estamos com uma estratégia mais ampla, além do on-line. Queremos estar em todas as ocasiões que fizer sentido para as pessoas", afirma Nigri. "Temos de estar onde as pessoas sentem fome, no momento em que elas sentem fome", completa. CHATBOT Na visão da empresa, outra forma para simplificar o pedido dos usuários é o chatbot, que permite pedir pizza pelo Messenger do Facebook. Os chatbots são basicamente robôs que conversam a partir de textos com clientes para tirar dúvidas e resolver problemas vêm se disseminando pelo mercado. Lançado em meados de julho, o iFood Guru Beta fornece uma lista de pizzarias para que o usuário escolha seu sabor e sua casa preferida. O artifício também está em teste, mas a empresa promete em breve disponibilizar outros tipos de estabelecimentos.
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iFood se inspira na Amazon e cria botão para pedido em um cliquePara se manter na liderança do mercado, o aplicativo de entrega de refeições iFood tem investido em inovação. A empresa trouxe de Israel cerca de 80 botões para usuários fazerem pedidos com apenas um clique. A ideia segue o movimento de algumas empresas como a Amazon, que já comercializa esse produto em seu canal on-line. O funcionamento é relativamente simples: o usuário deixa gravado seu pedido favorito, sincroniza o botão com seu smartphone e o wi-fi e aperta o botão para efetuar a entrega. O diretor de inovação de produtos do iFood, Alexandre Nigri, diz que a empresa baseou no comportamento de usuários do aplicativo —pelo menos 5.000 pedem o mesmo prato do mesmo restaurante com frequência— e defende o uso da tecnologia para resolver problema e otimizar o tempo dos clientes. "Não queremos usar a tecnologia por usar. Temos de resolver problemas", afirma. Os botões estão em fase de teste e sendo enviados a alguns convidados apenas. A companhia lançou um site para os usuários que tiverem interesse se cadastrarem e, assim, ter mais noção da intenção e do comportamento do público. Fundado em 2011, o iFood tenta se movimentar em um momento em que grandes empresas também investem no serviço de delivery. É o caso do UberEats, da Uber, que iniciou suas atividades em São Paulo no fim de 2016. Atualmente, o iFood conta com 5,3 milhões de usuários ativos em 300 cidades do Brasil, que fazem cerca de 4 milhões de pedidos por mês em 22 mil restaurantes cadastrados. "Estamos com uma estratégia mais ampla, além do on-line. Queremos estar em todas as ocasiões que fizer sentido para as pessoas", afirma Nigri. "Temos de estar onde as pessoas sentem fome, no momento em que elas sentem fome", completa. CHATBOT Na visão da empresa, outra forma para simplificar o pedido dos usuários é o chatbot, que permite pedir pizza pelo Messenger do Facebook. Os chatbots são basicamente robôs que conversam a partir de textos com clientes para tirar dúvidas e resolver problemas vêm se disseminando pelo mercado. Lançado em meados de julho, o iFood Guru Beta fornece uma lista de pizzarias para que o usuário escolha seu sabor e sua casa preferida. O artifício também está em teste, mas a empresa promete em breve disponibilizar outros tipos de estabelecimentos.
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Teste rápido para zika na Unicamp será feito apenas em grávidas e bebês
Os testes rápidos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) para a detecção do vírus da zika serão realizados apenas em grávidas com suspeita da doença, recém-nascidos com má-formação cerebral e adultos com sintomas da síndrome de Guillain-Barré. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (15) pelo Hospital de Clínicas da universidade, que será responsável por colher as amostras de sangue, urina e saliva que serão analisadas nos laboratórios do campus em Campinas, no interior de São Paulo. Neste primeiro dia, nenhuma amostra foi colhida ou analisada. Os testes, de acordo com a direção da Unicamp, serão feitos em caráter de pesquisa, em número limitado. Não foi informada a capacidade diária de exames. Enquanto os resultados dos testes atuais demoram cerca de cinco dias para sair, o exame da Unicamp deve ficar pronto em cinco horas. Só serão atendidos casos encaminhados pela rede municipal de saúde de Campinas –a exceção são casos graves já em tratamento no hospital. De acordo com a universidade, não há prazo para que o teste seja oferecido a toda a rede pública de saúde. Segundo o professor da Unicamp Marcelo Lancellotti, o exame identifica o material genético do vírus da zika. O paciente precisa estar com os sintomas da doença para a detecção do vírus. Ainda não há tratamento para o vírus da zika, que é transmitido pelo Aedes aegypti, assim como a dengue e a chikungunya. Em Campinas, um caso autóctone (contraído no município) de vírus da zika já foi confirmado. Trata-se de um jovem de 20 anos que doou sangue no hemocentro da Unicamp. O caso ocorreu no ano passado, mas só foi descoberto neste ano, após longa investigação. O receptor do sangue morreu, mas não por causa da zika, segundo a prefeitura.
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Teste rápido para zika na Unicamp será feito apenas em grávidas e bebêsOs testes rápidos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) para a detecção do vírus da zika serão realizados apenas em grávidas com suspeita da doença, recém-nascidos com má-formação cerebral e adultos com sintomas da síndrome de Guillain-Barré. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (15) pelo Hospital de Clínicas da universidade, que será responsável por colher as amostras de sangue, urina e saliva que serão analisadas nos laboratórios do campus em Campinas, no interior de São Paulo. Neste primeiro dia, nenhuma amostra foi colhida ou analisada. Os testes, de acordo com a direção da Unicamp, serão feitos em caráter de pesquisa, em número limitado. Não foi informada a capacidade diária de exames. Enquanto os resultados dos testes atuais demoram cerca de cinco dias para sair, o exame da Unicamp deve ficar pronto em cinco horas. Só serão atendidos casos encaminhados pela rede municipal de saúde de Campinas –a exceção são casos graves já em tratamento no hospital. De acordo com a universidade, não há prazo para que o teste seja oferecido a toda a rede pública de saúde. Segundo o professor da Unicamp Marcelo Lancellotti, o exame identifica o material genético do vírus da zika. O paciente precisa estar com os sintomas da doença para a detecção do vírus. Ainda não há tratamento para o vírus da zika, que é transmitido pelo Aedes aegypti, assim como a dengue e a chikungunya. Em Campinas, um caso autóctone (contraído no município) de vírus da zika já foi confirmado. Trata-se de um jovem de 20 anos que doou sangue no hemocentro da Unicamp. O caso ocorreu no ano passado, mas só foi descoberto neste ano, após longa investigação. O receptor do sangue morreu, mas não por causa da zika, segundo a prefeitura.
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A propaganda política na Independência
RESUMO José Murilo de Carvalho, Lúcia Bastos e Marcello Basile lançam "Guerra Literária - Panfletos da Independência" (editora UFMG), que reúne 362 panfletos impressos. Editados em brochuras de fácil reprodução, esses escritos custavam pouco, defendiam causas e podiam chegar ao público antes de livros e jornais. * Não havia Facebook, Whats- App ou televisão no começo do século 19. Mas, como nos dias de hoje, a grande polarização política da sociedade daquela época também encontrou vias alternativas para o debate, que não passavam pela imprensa tradicional ou pela produção acadêmica. Tratava-se dos panfletos, ora pregados em postes ou muros das cidades, ora publicados em pequenas brochuras. "Os que eram manuscritos seriam como o Facebook ou o WhatsApp de hoje. Já os impressos, mais trabalhados e editados em gráficas, não possuem um equivalente na atualidade", dizem José Murilo de Carvalho, Lúcia Bastos e Marcello Basile. Os três historiadores, que já haviam reunido e editado panfletos manuscritos do período independentista em "Às Armas, Cidadãos" (Companhia das Letras, 2012), agora lançam "Guerra Literária - Panfletos da Independência" [Editora UFMG, 3256 págs., R$ 120], conjunto de 362 panfletos impressos, divididos em quatro volumes, publicados entre 1820 e 1823. Editados de forma ágil em brochuras de fácil reprodução, os panfletos chegavam ao público antes que os jornais ou livros impressos. Além disso, eram mais baratos, custavam em torno de 80 réis –à época, uma empada com recheio de ave era vendida nas ruas do Rio de Janeiro por 100, e uma garrafa de aguardente, por 80. "Os panfletos não surgem gratuitamente no Brasil, tinham um objetivo político. Por meio deles se observa como os conceitos de independência e de república vão se incorporando ao debate e se desenvolvendo. Há registros de literatura panfletária no Brasil até a década de 40 [século 20]", diz a professora Regina Wanderley, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Rio, em entrevista por telefone. O conceito, explicam os pesquisadores, tem origem com o "pamphlet" surgido na Inglaterra em 1580, de cunho satírico e político, e populariza-se na França, em meados do século 17. Foram, depois, comuns durante o período de Independência dos EUA (1775-83) e a Revolução Francesa (1789-99). "Muitos dos autores eram pessoas envolvidas na luta política. No caso brasileiro, o conteúdo dos panfletos altera-se claramente de acordo com o conteúdo das decisões vindas das Cortes. Eram sempre precedidas de amplo debate. Não temos dúvida de que os panfletos deram a nota democrática do processo da Independência", dizem os historiadores, que responderam à entrevista por e-mail. O período tratado nos quatro volumes é o que abarca desde a Revolução Liberal do Porto, em 1820, até o momento posterior ao da Independência brasileira, em 1822. O movimento português pregava o fim do absolutismo e a constitucionalização da monarquia. PALPITES Como os escritos foram publicados em Portugal, no Brasil e no hoje Uruguai (então Província Cisplatina) é ampla a gama de opiniões de funcionários públicos e profissionais liberais sobre que rumo deveriam tomar os membros da família real e o Brasil. Se D. João 6º deveria ou não viajar a Lisboa para lidar com a crise, ou se seu filho, Pedro, deveria ser enviado em seu lugar. Depois do dia do Fico (9 de janeiro de 1822), os panfletistas se dividiram sobre a forma de organização política que o Brasil deveria adotar, sendo a Independência uma entre várias alternativas. Uma clara disputa vai se desenhando, entre os que pediam um governo mais liberal, em que a soberania residisse nos representantes da nação, e a de um governo mais centralizador, que tinha como modelo as monarquias conservadoras da Europa daquele momento. Conceitos como absolutismo, anarquia, revolução, liberalismo e separatismo são discutidos com paixão. Os três estudiosos apontam, inclusive, para o uso de um tom mais emotivo e de uma linguagem mais espontânea como parte da explicação do sucesso de leitura dos panfletos. "Os panfletos visavam e atingiam, além da elite letrada, o povo, pelo falar 'de boca'. Muitas pessoas tomavam conhecimento das novidades políticas ouvindo leituras em voz alta e participando de conversas e discussões nas lojas e mesmo na praça pública." Apenas 32% de seus autores possuíam diploma, muitos eram anônimos e alguns usavam pseudônimos. Dos 95 autores identificados, apenas 3 eram mulheres. Devido à espontaneidade da narrativa, não era incomum a aparição de "palavrões" ou insultos, como "besta", "charlatão", "desaforado" e outros. Os que defendiam a continuidade do jugo português eram chamados de "corcundas". Para os historiadores, a produção panfletária mostrava um posicionamento intelectual de parte da sociedade educada que não havia ido a Coimbra, onde estudavam os filhos da elite portuguesa e brasileira. Eram pessoas formadas nos seminários, nas escolas militares, autodidatas e jornalistas. "Muitos dos autores também tinham passado por outros países, Inglaterra, Alemanha, França. O período pombalino havia paralisado o pensamento luso-brasileiro, e os jovens que iam a esses outros países trouxeram muito para o debate político", diz Wanderley. Para José Murilo de Carvalho, a publicação dos panfletos (divididos em "Cartas", "Análises", "Sermões, Diálogos, Manifestos" e "Poesia, Relatos, Cisplatina") pode ainda ajudar a desconstruir alguns lugares-comuns da história nacional. "A Independência não foi arranjo de família nem complô de elites. Houve uma guerra literária em torno das opções que iam surgindo, uma guerra que se acoplou à guerra das ruas, como no caso do Fico, da guerra da Independência na Bahia, Pará, Pernambuco, Cisplatina. Embora limitada às principais províncias, o movimento da Independência foi o primeiro esboço, embora precário, de um movimento nacional." Um dos episódios desmitificados, por exemplo, é o Grito do Ipiranga, que não surge com destaque nos panfletos e só foi mencionado pela imprensa uma vez (pelo jornal "O Espelho", em 20 de setembro). "Para os contemporâneos do 7 de setembro, a data não teve significado especial, pois já estava consumada com a convocação da Assembleia Constituinte, em junho de 1822 ou com os manifestos de agosto. A data mais importante era o dia 12 de outubro, dia da aclamação de D. Pedro 1", dizem os historiadores. DOCUMENTOS A historiadora Regina Wanderley acrescenta que o Grito, assim como o papel de Tiradentes na Inconfidência Mineira, foram construídos pela historiografia republicana no século 19. "Quando você vai aos documentos, vê que a história não foi bem assim. É importante que os historiadores não deixem de ir aos documentos. Nesse sentido, a edição desses panfletos é algo muito importante", diz Wanderley. Os organizadores do livro concordam. "Existe entre os historiadores hoje uma excessiva ênfase no que se chama marco teórico, mas a necessidade de recorrer a fontes, escritas ou não, é reconhecida por todos." O lançamento reforça, ainda, os panfletos como parte da tradição literária da época. As cartas possuem linguagem mais belicosa. Os poemas tendem ao laudatório. Os diálogos e catecismos são didáticos por excelência, enquanto os manifestos, proclamações e representações buscam efeito mais mobilizador, convidando o povo ou as autoridades à ação. Um dos intelectuais mais produtivos do período, porém, ficou de fora da publicação. Trata-se do Visconde de Cairu (1756-1835), economista e jurista nascido na Bahia e formado em Coimbra. Foi um dos mais ativos na produção de panfletos durante o período da Corte portuguesa no Brasil e o processo de Independência. "Cairu não foi incluído porque escreveu muito, seus textos davam sozinhos um volume. Sem dúvida merece publicação à parte, se tivermos fôlego." Os pesquisadores acrescentam que ainda há boa parte da produção espalhada pelos Estados, onde a conservação de documentos não é das melhores, como o Maranhão. "Muitos se perderam. Nossa pesquisa foi cuidadosa, mas outros panfletos continuam a aparecer, sobretudo em bibliotecas portuguesas. Já temos material para um novo volume. Com a publicação dos panfletos, que se encontram dispersos em várias instituições do Brasil e de Portugal, os pesquisadores terão seu trabalho enormemente facilitado", acrescentam. SYLVIA COLOMBO, 43, é repórter especial da Folha.
ilustrissima
A propaganda política na IndependênciaRESUMO José Murilo de Carvalho, Lúcia Bastos e Marcello Basile lançam "Guerra Literária - Panfletos da Independência" (editora UFMG), que reúne 362 panfletos impressos. Editados em brochuras de fácil reprodução, esses escritos custavam pouco, defendiam causas e podiam chegar ao público antes de livros e jornais. * Não havia Facebook, Whats- App ou televisão no começo do século 19. Mas, como nos dias de hoje, a grande polarização política da sociedade daquela época também encontrou vias alternativas para o debate, que não passavam pela imprensa tradicional ou pela produção acadêmica. Tratava-se dos panfletos, ora pregados em postes ou muros das cidades, ora publicados em pequenas brochuras. "Os que eram manuscritos seriam como o Facebook ou o WhatsApp de hoje. Já os impressos, mais trabalhados e editados em gráficas, não possuem um equivalente na atualidade", dizem José Murilo de Carvalho, Lúcia Bastos e Marcello Basile. Os três historiadores, que já haviam reunido e editado panfletos manuscritos do período independentista em "Às Armas, Cidadãos" (Companhia das Letras, 2012), agora lançam "Guerra Literária - Panfletos da Independência" [Editora UFMG, 3256 págs., R$ 120], conjunto de 362 panfletos impressos, divididos em quatro volumes, publicados entre 1820 e 1823. Editados de forma ágil em brochuras de fácil reprodução, os panfletos chegavam ao público antes que os jornais ou livros impressos. Além disso, eram mais baratos, custavam em torno de 80 réis –à época, uma empada com recheio de ave era vendida nas ruas do Rio de Janeiro por 100, e uma garrafa de aguardente, por 80. "Os panfletos não surgem gratuitamente no Brasil, tinham um objetivo político. Por meio deles se observa como os conceitos de independência e de república vão se incorporando ao debate e se desenvolvendo. Há registros de literatura panfletária no Brasil até a década de 40 [século 20]", diz a professora Regina Wanderley, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Rio, em entrevista por telefone. O conceito, explicam os pesquisadores, tem origem com o "pamphlet" surgido na Inglaterra em 1580, de cunho satírico e político, e populariza-se na França, em meados do século 17. Foram, depois, comuns durante o período de Independência dos EUA (1775-83) e a Revolução Francesa (1789-99). "Muitos dos autores eram pessoas envolvidas na luta política. No caso brasileiro, o conteúdo dos panfletos altera-se claramente de acordo com o conteúdo das decisões vindas das Cortes. Eram sempre precedidas de amplo debate. Não temos dúvida de que os panfletos deram a nota democrática do processo da Independência", dizem os historiadores, que responderam à entrevista por e-mail. O período tratado nos quatro volumes é o que abarca desde a Revolução Liberal do Porto, em 1820, até o momento posterior ao da Independência brasileira, em 1822. O movimento português pregava o fim do absolutismo e a constitucionalização da monarquia. PALPITES Como os escritos foram publicados em Portugal, no Brasil e no hoje Uruguai (então Província Cisplatina) é ampla a gama de opiniões de funcionários públicos e profissionais liberais sobre que rumo deveriam tomar os membros da família real e o Brasil. Se D. João 6º deveria ou não viajar a Lisboa para lidar com a crise, ou se seu filho, Pedro, deveria ser enviado em seu lugar. Depois do dia do Fico (9 de janeiro de 1822), os panfletistas se dividiram sobre a forma de organização política que o Brasil deveria adotar, sendo a Independência uma entre várias alternativas. Uma clara disputa vai se desenhando, entre os que pediam um governo mais liberal, em que a soberania residisse nos representantes da nação, e a de um governo mais centralizador, que tinha como modelo as monarquias conservadoras da Europa daquele momento. Conceitos como absolutismo, anarquia, revolução, liberalismo e separatismo são discutidos com paixão. Os três estudiosos apontam, inclusive, para o uso de um tom mais emotivo e de uma linguagem mais espontânea como parte da explicação do sucesso de leitura dos panfletos. "Os panfletos visavam e atingiam, além da elite letrada, o povo, pelo falar 'de boca'. Muitas pessoas tomavam conhecimento das novidades políticas ouvindo leituras em voz alta e participando de conversas e discussões nas lojas e mesmo na praça pública." Apenas 32% de seus autores possuíam diploma, muitos eram anônimos e alguns usavam pseudônimos. Dos 95 autores identificados, apenas 3 eram mulheres. Devido à espontaneidade da narrativa, não era incomum a aparição de "palavrões" ou insultos, como "besta", "charlatão", "desaforado" e outros. Os que defendiam a continuidade do jugo português eram chamados de "corcundas". Para os historiadores, a produção panfletária mostrava um posicionamento intelectual de parte da sociedade educada que não havia ido a Coimbra, onde estudavam os filhos da elite portuguesa e brasileira. Eram pessoas formadas nos seminários, nas escolas militares, autodidatas e jornalistas. "Muitos dos autores também tinham passado por outros países, Inglaterra, Alemanha, França. O período pombalino havia paralisado o pensamento luso-brasileiro, e os jovens que iam a esses outros países trouxeram muito para o debate político", diz Wanderley. Para José Murilo de Carvalho, a publicação dos panfletos (divididos em "Cartas", "Análises", "Sermões, Diálogos, Manifestos" e "Poesia, Relatos, Cisplatina") pode ainda ajudar a desconstruir alguns lugares-comuns da história nacional. "A Independência não foi arranjo de família nem complô de elites. Houve uma guerra literária em torno das opções que iam surgindo, uma guerra que se acoplou à guerra das ruas, como no caso do Fico, da guerra da Independência na Bahia, Pará, Pernambuco, Cisplatina. Embora limitada às principais províncias, o movimento da Independência foi o primeiro esboço, embora precário, de um movimento nacional." Um dos episódios desmitificados, por exemplo, é o Grito do Ipiranga, que não surge com destaque nos panfletos e só foi mencionado pela imprensa uma vez (pelo jornal "O Espelho", em 20 de setembro). "Para os contemporâneos do 7 de setembro, a data não teve significado especial, pois já estava consumada com a convocação da Assembleia Constituinte, em junho de 1822 ou com os manifestos de agosto. A data mais importante era o dia 12 de outubro, dia da aclamação de D. Pedro 1", dizem os historiadores. DOCUMENTOS A historiadora Regina Wanderley acrescenta que o Grito, assim como o papel de Tiradentes na Inconfidência Mineira, foram construídos pela historiografia republicana no século 19. "Quando você vai aos documentos, vê que a história não foi bem assim. É importante que os historiadores não deixem de ir aos documentos. Nesse sentido, a edição desses panfletos é algo muito importante", diz Wanderley. Os organizadores do livro concordam. "Existe entre os historiadores hoje uma excessiva ênfase no que se chama marco teórico, mas a necessidade de recorrer a fontes, escritas ou não, é reconhecida por todos." O lançamento reforça, ainda, os panfletos como parte da tradição literária da época. As cartas possuem linguagem mais belicosa. Os poemas tendem ao laudatório. Os diálogos e catecismos são didáticos por excelência, enquanto os manifestos, proclamações e representações buscam efeito mais mobilizador, convidando o povo ou as autoridades à ação. Um dos intelectuais mais produtivos do período, porém, ficou de fora da publicação. Trata-se do Visconde de Cairu (1756-1835), economista e jurista nascido na Bahia e formado em Coimbra. Foi um dos mais ativos na produção de panfletos durante o período da Corte portuguesa no Brasil e o processo de Independência. "Cairu não foi incluído porque escreveu muito, seus textos davam sozinhos um volume. Sem dúvida merece publicação à parte, se tivermos fôlego." Os pesquisadores acrescentam que ainda há boa parte da produção espalhada pelos Estados, onde a conservação de documentos não é das melhores, como o Maranhão. "Muitos se perderam. Nossa pesquisa foi cuidadosa, mas outros panfletos continuam a aparecer, sobretudo em bibliotecas portuguesas. Já temos material para um novo volume. Com a publicação dos panfletos, que se encontram dispersos em várias instituições do Brasil e de Portugal, os pesquisadores terão seu trabalho enormemente facilitado", acrescentam. SYLVIA COLOMBO, 43, é repórter especial da Folha.
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