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Nova meta fiscal 'zera' ganho de fundo de inflação
A redução da meta fiscal do governo, anunciada no último dia 22, causou uma reviravolta tão grande nas taxas de juros dos títulos públicos, que praticamente zerou o ganho em todo o mês de julho dos fundos de investimento ligados a índices de inflação. A explicação é que, diante do fracasso do governo em atingir uma meta mais ambiciosa, o mercado de juros passou a contar com taxas mais elevadas no final desta década e no início da seguinte. Por exemplo, os juros para 2019, primeiro ano do próximo governo, foram de 12,6% para 13,2%, enquanto os para 2025 passaram de 12,5% para 13,1%, entre os dias 22 e 30. Essa mudança causou um deságio no valor dos títulos Tesouro IPCA (rendem inflação mais juros), que derrubou o valor dos papéis e das cotas dos fundos. Para se ajustarem à nova realidade de juros, esses títulos têm de ser negociados com desconto equivalente à diferença de ganho entre os juros atuais e aqueles quando foram emitidos. No caso da categoria fundo de índices, que compram esses papéis, o retorno foi de 0,17% em julho (até o dia 28, último dado), sem descontar Imposto de Renda. Em 30 dias, o ganho cai para 0,02%. Nos últimos 12 meses, porém, esses fundos acumulam ganho de 10,94% –9,03% após descontar IR na alíquota de 17,5%, válida para um ano. Ranking de investimentos RANKING Com a alta de 10% no dólar em julho, os fundos cambiais lideraram as aplicações no mês com ganho líquido de 7,43%, já descontando o IR. Em 12 meses, a rentabilidade chega a 43,19% (veja quadro). A aplicação é indicada para quem tem despesas em dólar. Em julho, a moeda foi de R$ 3,107 a R$ 3,42 com as turbulências na Grécia e na China, além de dúvidas sobre a capacidade do governo de evitar um rebaixamento da nota de crédito do país. A Bolsa fechou no vermelho (-4,17% no Ibovespa), após subir 0,61% em junho. Os fundos livres de ações tiveram perda de 1,54% no mês e de 3,15% em 12 meses. POUPANÇA X INFLAÇÃO Os fundos de renda fixa e DI tiveram valorização de 0,73% e de 0,86%, respectivamente, em julho (até dia 28), após o desconto de IR. No ano, a valorização líquida foi de 10,32% e 10,10%. Se ficar nessa casa, o ganho dos fundos de renda fixa será igual ao da poupança. Uma das hipóteses para o mau rendimento desses fundos é que eles também foram afetados, porém em menor escala, pela alta dos juros com prazos mais longos, como ocorreu com os fundos de índices. Ainda assim, será maior do que a última previsão para o IPCA, de 0,58% em julho. Em 12 meses, o acumulado até junho é de 8,89%. Para agosto, a expectativa é que o dólar continue pressionado e a Bolsa tenha dificuldade para reagir em meio à fraqueza da economia.
mercado
Nova meta fiscal 'zera' ganho de fundo de inflaçãoA redução da meta fiscal do governo, anunciada no último dia 22, causou uma reviravolta tão grande nas taxas de juros dos títulos públicos, que praticamente zerou o ganho em todo o mês de julho dos fundos de investimento ligados a índices de inflação. A explicação é que, diante do fracasso do governo em atingir uma meta mais ambiciosa, o mercado de juros passou a contar com taxas mais elevadas no final desta década e no início da seguinte. Por exemplo, os juros para 2019, primeiro ano do próximo governo, foram de 12,6% para 13,2%, enquanto os para 2025 passaram de 12,5% para 13,1%, entre os dias 22 e 30. Essa mudança causou um deságio no valor dos títulos Tesouro IPCA (rendem inflação mais juros), que derrubou o valor dos papéis e das cotas dos fundos. Para se ajustarem à nova realidade de juros, esses títulos têm de ser negociados com desconto equivalente à diferença de ganho entre os juros atuais e aqueles quando foram emitidos. No caso da categoria fundo de índices, que compram esses papéis, o retorno foi de 0,17% em julho (até o dia 28, último dado), sem descontar Imposto de Renda. Em 30 dias, o ganho cai para 0,02%. Nos últimos 12 meses, porém, esses fundos acumulam ganho de 10,94% –9,03% após descontar IR na alíquota de 17,5%, válida para um ano. Ranking de investimentos RANKING Com a alta de 10% no dólar em julho, os fundos cambiais lideraram as aplicações no mês com ganho líquido de 7,43%, já descontando o IR. Em 12 meses, a rentabilidade chega a 43,19% (veja quadro). A aplicação é indicada para quem tem despesas em dólar. Em julho, a moeda foi de R$ 3,107 a R$ 3,42 com as turbulências na Grécia e na China, além de dúvidas sobre a capacidade do governo de evitar um rebaixamento da nota de crédito do país. A Bolsa fechou no vermelho (-4,17% no Ibovespa), após subir 0,61% em junho. Os fundos livres de ações tiveram perda de 1,54% no mês e de 3,15% em 12 meses. POUPANÇA X INFLAÇÃO Os fundos de renda fixa e DI tiveram valorização de 0,73% e de 0,86%, respectivamente, em julho (até dia 28), após o desconto de IR. No ano, a valorização líquida foi de 10,32% e 10,10%. Se ficar nessa casa, o ganho dos fundos de renda fixa será igual ao da poupança. Uma das hipóteses para o mau rendimento desses fundos é que eles também foram afetados, porém em menor escala, pela alta dos juros com prazos mais longos, como ocorreu com os fundos de índices. Ainda assim, será maior do que a última previsão para o IPCA, de 0,58% em julho. Em 12 meses, o acumulado até junho é de 8,89%. Para agosto, a expectativa é que o dólar continue pressionado e a Bolsa tenha dificuldade para reagir em meio à fraqueza da economia.
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Eleito melhor cartão de crédito internacional, Visa aposta em pulseira para pagamentos
SARAH MOTA RESENDE DE SÃO PAULO "Dinheiro na mão é vendaval", já cantou Paulinho da Viola. Quarenta anos depois da música, a preocupação vai além de ver o dinheiro voando das nossas mãos. O ano é 2017 e nada é mais ultrapassado do que ter o bolso (literalmente) carregado de verdinhas, principalmente quando se passeia fora do país —a prática, convenhamos, é um tanto arriscada. Ponto para o cartão de crédito, que socorre o cliente em eventuais imprevistos como quando o dinheiro em espécie acaba e não há caixa eletrônico por perto. No centro dessa memória, está a Visa. Pelo segundo ano seguido, a marca foi a mais citada por paulistanos das classes A e B que viajam, em pesquisa Datafolha. "As pessoas estão explorando novos destinos, línguas e culturas. Elas precisam se sentir resguardadas", diz Sergio Giorgetti, diretor-executivo de marketing da Visa. "E com a queda do dólar nos últimos meses, se vê claramente que as pessoas estão viajando mais." Para tentar conquistar mais bolsos e bolsas, a marca, que está presente no Brasil desde 1987, tem apostado em soluções para facilitar o atendimento fora do país. "Investimos num 'chatbox' que permite ao cliente que está no exterior tirar dúvidas sobre serviços a partir de uma conexão wi-fi, de um café ou do hotel, por exemplo, sem precisar gastar com uma ligação." Outra aposta é a pulseira que substitui o cartão de crédito —basta aproximar o acessório da máquina para fazer um pagamento. Como o objeto é a prova d'água e o chip fica protegido, a Visa garante que não tem problema dar um mergulho na piscina ou mesmo encarar a água salgada do mar.
saopaulo
Eleito melhor cartão de crédito internacional, Visa aposta em pulseira para pagamentosSARAH MOTA RESENDE DE SÃO PAULO "Dinheiro na mão é vendaval", já cantou Paulinho da Viola. Quarenta anos depois da música, a preocupação vai além de ver o dinheiro voando das nossas mãos. O ano é 2017 e nada é mais ultrapassado do que ter o bolso (literalmente) carregado de verdinhas, principalmente quando se passeia fora do país —a prática, convenhamos, é um tanto arriscada. Ponto para o cartão de crédito, que socorre o cliente em eventuais imprevistos como quando o dinheiro em espécie acaba e não há caixa eletrônico por perto. No centro dessa memória, está a Visa. Pelo segundo ano seguido, a marca foi a mais citada por paulistanos das classes A e B que viajam, em pesquisa Datafolha. "As pessoas estão explorando novos destinos, línguas e culturas. Elas precisam se sentir resguardadas", diz Sergio Giorgetti, diretor-executivo de marketing da Visa. "E com a queda do dólar nos últimos meses, se vê claramente que as pessoas estão viajando mais." Para tentar conquistar mais bolsos e bolsas, a marca, que está presente no Brasil desde 1987, tem apostado em soluções para facilitar o atendimento fora do país. "Investimos num 'chatbox' que permite ao cliente que está no exterior tirar dúvidas sobre serviços a partir de uma conexão wi-fi, de um café ou do hotel, por exemplo, sem precisar gastar com uma ligação." Outra aposta é a pulseira que substitui o cartão de crédito —basta aproximar o acessório da máquina para fazer um pagamento. Como o objeto é a prova d'água e o chip fica protegido, a Visa garante que não tem problema dar um mergulho na piscina ou mesmo encarar a água salgada do mar.
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Editorial: Prevenção catastrófica
A cifra de quase mil mortos nos temporais de 2011 na região serrana do Rio de Janeiro despertou o país para a necessidade de se preparar melhor para essas catástrofes de verão. Apesar disso, a sonolência governamental segue permitindo que tragédias evitáveis aconteçam ano após ano. A periferia de Salvador, por exemplo, foi castigada na virada de abril para maio com tempestades que fizeram deslizar as encostas. Houve 20 mortes. Nenhum desses barrancos contava com obras de contenção para evitar o pior. Recursos federais para tal finalidade haviam sido, sim, captados pelo Estado da Bahia (R$ 176,8 milhões). No entanto, apenas 6 de 98 encostas soteropolitanas tidas como prioritárias em plano de 2014 receberam algum tratamento. Não foi uma exceção, infelizmente. De 2007 a 2015, meros 15% dos R$ 2,3 bilhões incluídos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) com esse objetivo foram usados por Estados e municípios. Os convênios da União com os entes federativos para intervenções preventivas em áreas sob risco de deslizamento tiveram no período gastos efetivos de R$ 340 milhões –para comparação, cerca de 25% do montante despendido na construção de um dos estádios da Copa, o Mané Garrincha, em Brasília. Parte significativa do problema decorre da incapacidade de governos estaduais e municipais para formular projetos de qualidade e aprová-los. Também apresentam grandes deficiências no gerenciamento e execução das obras. Na prevenção, o Brasil falha de modo miserável e se condena à eterna remediação, o que no mais das vezes se resume a localizar e enterrar os mortos. No campo da previsão de catástrofes, porém, deu-se um passo significativo. Em 2011, criou-se o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) na esfera do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Numa sala de situação, até 25 operadores monitoram os dados atmosféricos do território nacional para alertar governos locais e estaduais sobre a probabilidade de deslizamentos, enxurradas e enchentes. O Cemaden vigia a situação em 795 municípios prioritários, dos 5.561 existentes no país. A informação que produz, oriunda de uma rede em expansão de pluviômetros automáticos e radares meteorológicos, é vital para o país. Sua utilização, no entanto, deveria restringir-se às emergências excepcionais, provocadas por fenômenos climáticos extremos. Para prevenir o cotidiano de desastres que se repetem todos os anos, bastaria eliminar a incúria de governos locais e estaduais.
opiniao
Editorial: Prevenção catastróficaA cifra de quase mil mortos nos temporais de 2011 na região serrana do Rio de Janeiro despertou o país para a necessidade de se preparar melhor para essas catástrofes de verão. Apesar disso, a sonolência governamental segue permitindo que tragédias evitáveis aconteçam ano após ano. A periferia de Salvador, por exemplo, foi castigada na virada de abril para maio com tempestades que fizeram deslizar as encostas. Houve 20 mortes. Nenhum desses barrancos contava com obras de contenção para evitar o pior. Recursos federais para tal finalidade haviam sido, sim, captados pelo Estado da Bahia (R$ 176,8 milhões). No entanto, apenas 6 de 98 encostas soteropolitanas tidas como prioritárias em plano de 2014 receberam algum tratamento. Não foi uma exceção, infelizmente. De 2007 a 2015, meros 15% dos R$ 2,3 bilhões incluídos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) com esse objetivo foram usados por Estados e municípios. Os convênios da União com os entes federativos para intervenções preventivas em áreas sob risco de deslizamento tiveram no período gastos efetivos de R$ 340 milhões –para comparação, cerca de 25% do montante despendido na construção de um dos estádios da Copa, o Mané Garrincha, em Brasília. Parte significativa do problema decorre da incapacidade de governos estaduais e municipais para formular projetos de qualidade e aprová-los. Também apresentam grandes deficiências no gerenciamento e execução das obras. Na prevenção, o Brasil falha de modo miserável e se condena à eterna remediação, o que no mais das vezes se resume a localizar e enterrar os mortos. No campo da previsão de catástrofes, porém, deu-se um passo significativo. Em 2011, criou-se o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) na esfera do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Numa sala de situação, até 25 operadores monitoram os dados atmosféricos do território nacional para alertar governos locais e estaduais sobre a probabilidade de deslizamentos, enxurradas e enchentes. O Cemaden vigia a situação em 795 municípios prioritários, dos 5.561 existentes no país. A informação que produz, oriunda de uma rede em expansão de pluviômetros automáticos e radares meteorológicos, é vital para o país. Sua utilização, no entanto, deveria restringir-se às emergências excepcionais, provocadas por fenômenos climáticos extremos. Para prevenir o cotidiano de desastres que se repetem todos os anos, bastaria eliminar a incúria de governos locais e estaduais.
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Rodízio de veículos está suspenso nesta sexta-feira em SP
O rodízio de veículos em São Paulo está suspenso nesta sexta-feira (22). Na próxima segunda (25), a medida volta a valer com restrições de circulação para as placas de final 1 e 2. Na quarta-feira (20), durante a saída para o feriado, o recorde de trânsito em 2016 foi batido na cidade. Foram 317 quilômetros de tráfego intenso, o que equivale a 36,5% das vias monitoradas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) na capital paulista. O pico de congestionamento foi registrado às 18h. Por volta das 18h30, o congestionamento havia passado para 301 km. O recorde histórico de congestionamento em São Paulo é de 344 km, registrado no dia 23 de maio de 2014. FERIADO DE TIRADENTES - Piores horários para viajar FERIADO DE TIRADENTES - Abre e fecha na capital
cotidiano
Rodízio de veículos está suspenso nesta sexta-feira em SPO rodízio de veículos em São Paulo está suspenso nesta sexta-feira (22). Na próxima segunda (25), a medida volta a valer com restrições de circulação para as placas de final 1 e 2. Na quarta-feira (20), durante a saída para o feriado, o recorde de trânsito em 2016 foi batido na cidade. Foram 317 quilômetros de tráfego intenso, o que equivale a 36,5% das vias monitoradas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) na capital paulista. O pico de congestionamento foi registrado às 18h. Por volta das 18h30, o congestionamento havia passado para 301 km. O recorde histórico de congestionamento em São Paulo é de 344 km, registrado no dia 23 de maio de 2014. FERIADO DE TIRADENTES - Piores horários para viajar FERIADO DE TIRADENTES - Abre e fecha na capital
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Contra os mexericos
As teorias conspiratórias se propagam onde há grande tensão –política, social ou emocional–e muita opacidade. Elas se alimentam do incompreendido, do inexplorado, do não revelado. A morte do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki é um daqueles casos que põem à prova a imprensa brasileira e sua capacidade de reagir a boatos com informações checadas e transparentes. Uma figura proeminente que enfrenta grupos políticos e econômicos poderosos morre em acidente de avião que vitimou mais quatro em circunstâncias nebulosas. A tragédia ganha contornos obscuros porque entre as vítimas estão um empresário com fama de "bon vivant" e duas mulheres cuja identificação demorou muito para ser divulgada. Os elementos aqui resumidamente expostos são mais que suficientes para movimentar a máquina de elaboração da teoria da conspiração. Além da perplexidade geral, começaram a circular imediatamente as mais variadas versões –não embasadas em indícios concretos– sobre a queda da aeronave e supostos segredos íntimos das vítimas. Figura-chave na maior investigação já feita sobre corrupção, o relator da Operação Lava Jato pretendia, em fevereiro, chancelar e tornar público o conteúdo das delações premiadas de 77 executivos da Odebrecht. São cerca de 800 depoimentos com indícios de prática de corrupção e desvio de dinheiro público por duas centenas de políticos. A imprensa não pode descartar qualquer linha de investigação. Deve buscar informações técnicas precisas que expliquem o acidente. A quase totalidade dos especialistas em aviação atribui ao mau tempo um papel preponderante. Não houve explosões e o combustível parecia ser suficiente. O piloto era experiente e conhecia a rota. A possibilidade de sabotagem que provocasse a queda do avião uma hora depois da decolagem é minimizada por quem tem conhecimento técnico, mas não descartada. O filho do ministro reafirmou que a família recebia ameaças. Um dos valores mais nobres da ação de Teori Zavascki na Lava Jato foi a reiterada transparência de seus atos. Em sua memória, a imprensa e as instituições devem seguir esse preceito até o limite máximo. Só assim poderão evitar que se perpetuem as versões apimentadas das teorias conspiratórias. Um lado mais sensível, seja do aspecto ético, seja do moral, é a relação entre as vítimas. Alguns questionaram o interesse de um empresário em oferecer voo e hospedagem a um ministro do STF. Carlos Alberto Filgueiras, dono do hotel Emiliano, contestava no Supremo uma ação que o acusava de construir ilegalmente em área de proteção ambiental. Era também sócio do banqueiro André Esteves, que chegou a ser preso pela Lava Jato. Tendo a ver como inadequado esse tipo de proximidade. Mas ninguém vive em uma bolha. Juízes mantêm laços de amizade. Aqui também é preciso ser transparente. É legítimo relatar e investigar interesses de Filgueiras que tenham trâmite no STF. Se nenhuma decisão do ministro, entretanto, comprovadamente o favoreceu, não há por que condenar a relação dos dois. Daí ser imperioso investigar com cuidado. As duas mulheres que os acompanhavam foram vítimas de comentários indelicados, muitas vezes cifrados. A Folha derrapou no tema. O leitor Thiago Raposo reclamou de que, "no afã de dar um furo de reportagem", o jornal se prestou ao papel de divulgar conjecturas misóginas. Descreveu fotos postadas em rede social de uma das vítimas com olhar machista, que salientava os cabelos pintados de vermelho, tatuagens e a prática de dança do ventre. Concordo com o leitor que a citação foi descontextualizada e alimentou percepções que podem ser injustas e equivocadas. É o tipo de escorregão que não cabe em um jornal de qualidade. A intimidade das vítimas deve ser preservada, a menos que haja razão de interesse público para que seja exposta. A morte de Teori Zavascki deve pôr o jornalismo em alerta pelos riscos que representa. Não por mexericos. O STF terá que definir o novo relator e, com isso, o futuro da Lava Jato. Manter características de independência, transparência, respeito aos trâmites legais e direito ao contraditório será fundamental para que o país avance em meio à investigação turbulenta. Zavascki pregava que fossem públicas todas as informações de processos judiciais que não pudessem comprometer investigações futuras. Seguia diagnóstico centenário de Louis Brandeis (1856-1941), juiz da Suprema Corte dos EUA: "Transparência é adequadamente elogiada como o melhor remédio para doenças sociais e industriais. A luz do Sol é reconhecida como o melhor dos desinfetantes". Caberá à imprensa cobrar que seu sucessor na Operação Lava Jato assim proceda.
colunas
Contra os mexericosAs teorias conspiratórias se propagam onde há grande tensão –política, social ou emocional–e muita opacidade. Elas se alimentam do incompreendido, do inexplorado, do não revelado. A morte do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki é um daqueles casos que põem à prova a imprensa brasileira e sua capacidade de reagir a boatos com informações checadas e transparentes. Uma figura proeminente que enfrenta grupos políticos e econômicos poderosos morre em acidente de avião que vitimou mais quatro em circunstâncias nebulosas. A tragédia ganha contornos obscuros porque entre as vítimas estão um empresário com fama de "bon vivant" e duas mulheres cuja identificação demorou muito para ser divulgada. Os elementos aqui resumidamente expostos são mais que suficientes para movimentar a máquina de elaboração da teoria da conspiração. Além da perplexidade geral, começaram a circular imediatamente as mais variadas versões –não embasadas em indícios concretos– sobre a queda da aeronave e supostos segredos íntimos das vítimas. Figura-chave na maior investigação já feita sobre corrupção, o relator da Operação Lava Jato pretendia, em fevereiro, chancelar e tornar público o conteúdo das delações premiadas de 77 executivos da Odebrecht. São cerca de 800 depoimentos com indícios de prática de corrupção e desvio de dinheiro público por duas centenas de políticos. A imprensa não pode descartar qualquer linha de investigação. Deve buscar informações técnicas precisas que expliquem o acidente. A quase totalidade dos especialistas em aviação atribui ao mau tempo um papel preponderante. Não houve explosões e o combustível parecia ser suficiente. O piloto era experiente e conhecia a rota. A possibilidade de sabotagem que provocasse a queda do avião uma hora depois da decolagem é minimizada por quem tem conhecimento técnico, mas não descartada. O filho do ministro reafirmou que a família recebia ameaças. Um dos valores mais nobres da ação de Teori Zavascki na Lava Jato foi a reiterada transparência de seus atos. Em sua memória, a imprensa e as instituições devem seguir esse preceito até o limite máximo. Só assim poderão evitar que se perpetuem as versões apimentadas das teorias conspiratórias. Um lado mais sensível, seja do aspecto ético, seja do moral, é a relação entre as vítimas. Alguns questionaram o interesse de um empresário em oferecer voo e hospedagem a um ministro do STF. Carlos Alberto Filgueiras, dono do hotel Emiliano, contestava no Supremo uma ação que o acusava de construir ilegalmente em área de proteção ambiental. Era também sócio do banqueiro André Esteves, que chegou a ser preso pela Lava Jato. Tendo a ver como inadequado esse tipo de proximidade. Mas ninguém vive em uma bolha. Juízes mantêm laços de amizade. Aqui também é preciso ser transparente. É legítimo relatar e investigar interesses de Filgueiras que tenham trâmite no STF. Se nenhuma decisão do ministro, entretanto, comprovadamente o favoreceu, não há por que condenar a relação dos dois. Daí ser imperioso investigar com cuidado. As duas mulheres que os acompanhavam foram vítimas de comentários indelicados, muitas vezes cifrados. A Folha derrapou no tema. O leitor Thiago Raposo reclamou de que, "no afã de dar um furo de reportagem", o jornal se prestou ao papel de divulgar conjecturas misóginas. Descreveu fotos postadas em rede social de uma das vítimas com olhar machista, que salientava os cabelos pintados de vermelho, tatuagens e a prática de dança do ventre. Concordo com o leitor que a citação foi descontextualizada e alimentou percepções que podem ser injustas e equivocadas. É o tipo de escorregão que não cabe em um jornal de qualidade. A intimidade das vítimas deve ser preservada, a menos que haja razão de interesse público para que seja exposta. A morte de Teori Zavascki deve pôr o jornalismo em alerta pelos riscos que representa. Não por mexericos. O STF terá que definir o novo relator e, com isso, o futuro da Lava Jato. Manter características de independência, transparência, respeito aos trâmites legais e direito ao contraditório será fundamental para que o país avance em meio à investigação turbulenta. Zavascki pregava que fossem públicas todas as informações de processos judiciais que não pudessem comprometer investigações futuras. Seguia diagnóstico centenário de Louis Brandeis (1856-1941), juiz da Suprema Corte dos EUA: "Transparência é adequadamente elogiada como o melhor remédio para doenças sociais e industriais. A luz do Sol é reconhecida como o melhor dos desinfetantes". Caberá à imprensa cobrar que seu sucessor na Operação Lava Jato assim proceda.
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Candidatos poderão se inscrever a uma vaga no Sisu a partir desta segunda
Começam amanhã (19) as inscrições para o Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Podem participar aqueles que fizeram o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2014 e não tiraram nota zero na redação. As inscrições serão feitas online na página do Sisu até o dia 22. A lista de cursos que serão ofertados neste processo seletivo está disponível na página do Sisu. Ao todo serão 205.514 vagas no ensino superior público em 5.631 cursos de 128 instituições. Neste ano, o número de vagas aumentou 20% em relação ao processo seletivo do primeiro semestre de 2014. Houve acréscimo no curso de medicina, que passou de 2.925 vagas, na primeira edição de 2014, para 3.758 no mesmo período de 2015. Os cursos de engenharia também tiveram ampliação na oferta de vagas de um ano para o outro, passando de 25.128 em 2014 para 30.749 em 2015. As instituições deverão reservar, no mínimo, 37,5% das vagas para os estudantes de escolas públicas, cumprindo a Lei de Cotas (Lei 12.711/2012). De acordo com o MEC, do total de 99 instituições federais participantes do sistema (59 universidades e 40 instituições de educação profissional), 68 já reservam 50% ou mais vagas para candidatos provenientes de escolas públicas. Esta edição do Sisu terá apenas uma chamada. O resultado será divulgado no dia 26. Também a partir do dia 26 serão abertas as inscrições para o Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece bolsas integrais e parciais em instituições particulares. Os estudantes podem se inscrever no Sisu e no ProUni. A nota individual no Enem está disponível no site do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Confira a nota de corte dos cursos ofertados na edição do primeiro semestre de 2014 do Sisu no Portal EBC.
educacao
Candidatos poderão se inscrever a uma vaga no Sisu a partir desta segundaComeçam amanhã (19) as inscrições para o Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Podem participar aqueles que fizeram o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2014 e não tiraram nota zero na redação. As inscrições serão feitas online na página do Sisu até o dia 22. A lista de cursos que serão ofertados neste processo seletivo está disponível na página do Sisu. Ao todo serão 205.514 vagas no ensino superior público em 5.631 cursos de 128 instituições. Neste ano, o número de vagas aumentou 20% em relação ao processo seletivo do primeiro semestre de 2014. Houve acréscimo no curso de medicina, que passou de 2.925 vagas, na primeira edição de 2014, para 3.758 no mesmo período de 2015. Os cursos de engenharia também tiveram ampliação na oferta de vagas de um ano para o outro, passando de 25.128 em 2014 para 30.749 em 2015. As instituições deverão reservar, no mínimo, 37,5% das vagas para os estudantes de escolas públicas, cumprindo a Lei de Cotas (Lei 12.711/2012). De acordo com o MEC, do total de 99 instituições federais participantes do sistema (59 universidades e 40 instituições de educação profissional), 68 já reservam 50% ou mais vagas para candidatos provenientes de escolas públicas. Esta edição do Sisu terá apenas uma chamada. O resultado será divulgado no dia 26. Também a partir do dia 26 serão abertas as inscrições para o Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece bolsas integrais e parciais em instituições particulares. Os estudantes podem se inscrever no Sisu e no ProUni. A nota individual no Enem está disponível no site do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Confira a nota de corte dos cursos ofertados na edição do primeiro semestre de 2014 do Sisu no Portal EBC.
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Imagens de Eva, os Reinos do Irreal e as realidades do Congo
A "rentrée littéraire", quando as editoras francesas lançam seus trunfos na disputa pelos prêmios do outono, verá neste ano nada menos do que 589 romances chegarem às livrarias entre este mês e outubro. A "vindima" das letras inclui cachos de Atiq Rahimi (vencedor do Goncourt por "Syngué Sabour: Pedra de Paciência"), Laurent Binet (do best-seller "HHhH") e Romain Puértolas (de "A Extraordinária Viagem do Faquir que Ficou Preso em um Armário Ikea"). Por ora, nenhum goza de burburinho comparável ao que cerca "Eva", de Simon Liberati, tanto pelos alardeados predicados literários quanto pelos volteios folhetinescos de seus bastidores. O livro romanceia a relação do autor com a cineasta Eva Ionesco e a biografia "sui generis" desta. Eva é filha da fotógrafa Irina Ionesco, que se notabilizou nos anos 1970 no gênero da "erotica" (erotismo chique). Uma de suas modelos-fetiche era justamente a cria, clicada em poses libidinosas entre os 4 e os 12 anos. Há cerca de dois meses, Eva conquistou uma vitória judicial definitiva: a fotógrafa está proibida de expor e de vender imagens da filha. Como troco, Irina pediu a destruição dos 15 mil exemplares já impressos de "Eva", que lhe dedica 69 linhas num total de 278 páginas. Apoiada no argumento de que os trechos que poderiam constranger Irina (e que abordam derivas sexuais, consumo de haxixe e patrimônio) reproduzem informações já contidas na autobiografia dela, de 2004, uma sentença favorável à circulação da obra foi anunciada no último dia 7. Nelson Rodrigues não faria melhor. BISPO IANQUE Ao limpar a quitinete de Chicago em que um homem viveu por 40 anos, o proprietário se depara com o relicário de uma vida em segredo: pilhas de objetos sacados do lixo, centenas de colagens, guaches e aquarelas e um manuscrito de 15 mil páginas e título igualmente monumental –"A História das Garotas Vivian naquilo que se Conhece como os Reinos do Irreal, da Tempestade de Guerra Glandeco-Angeliniana Causada pela Rebelião das Crianças Escravas". Uma amostra desse universo, concebido por Henry Darger (1892-1973) –de quem só se sabia que trabalhara por anos em hospitais–, está até 11/10 no Museu de Arte Moderna de Paris. O mote para as paisagens, retratos e cenas de batalha expostos é o conflito entre glandelinianos (vilões cruéis) e tropas aliadas de Angelinia (bons cristãos) por causa do levante mirim do título. A partir daí, Darger imagina feições de dezenas de generais, cria as bandeiras das nações em contenda e projeta mapas táticos dos Exércitos. O conjunto se afigura como um pré-"Game of Thrones". Há ainda grandes painéis mostrando as artimanhas das heroínas (as garotas Vivian) para escapar de seus captores –com direito à ajuda de dragões. O parentesco com o seriado não é o único que se depreende da obra de Darger. Internado na infância num hospital psiquiátrico, mais tarde místico candente e coletor de materiais ordinários, ele faz pensar num primo americano de Arthur Bispo do Rosário. CONGO Segundo país da África em extensão, quarto em população, a República Democrática do Congo já foi colônia belga, viveu guerra civil devastadora e amargou mais de três décadas de ditadura. Uma exposição na Fundação Cartier (até 15/11) recolhe ecos dessa história grave na arte local. Mas não dispensa um tom pop que rima com a estética dos quadrinhos e com o suingue das noitadas de Kinshasa, a capital. O percurso começa por aquarelas de pintores naïf "descobertos" em 1926 por um belga. Nos anos 1940 e 1950, persiste a tutela europeia, na figura de mestres que animam ateliês voltados a aprendizes. CONGO 2 A geração seguinte afasta-se do apadrinhamento e mergulha na urbe. Moke, Chéri Samba e outros colocam uma paleta de cores vibrantes a serviço dos tipos cool da "swinging Kinshasa" (músicos, dândis, coquetes), sem se esquecerem da crítica social, não raro em chave derrisória –lá estão a falta de saneamento, a guerra contra a malária, as crianças-soldado, a via-crúcis do asilo político no exterior. O futuro chega por cortesia de Chéri Chérin, que imagina astronautas congoleses a fincar uma estátua tribal num satélite. Por fim, entre os jovens de hoje, destaque para as fotos em que Kiripi Katembo enquadra Kinshasa em poças d'água imundas, em composições que extraem beleza do colapso urbano. O artista morreu no dia 5 de malária cerebral. LUCAS NEVES, 31, é jornalista.
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Imagens de Eva, os Reinos do Irreal e as realidades do CongoA "rentrée littéraire", quando as editoras francesas lançam seus trunfos na disputa pelos prêmios do outono, verá neste ano nada menos do que 589 romances chegarem às livrarias entre este mês e outubro. A "vindima" das letras inclui cachos de Atiq Rahimi (vencedor do Goncourt por "Syngué Sabour: Pedra de Paciência"), Laurent Binet (do best-seller "HHhH") e Romain Puértolas (de "A Extraordinária Viagem do Faquir que Ficou Preso em um Armário Ikea"). Por ora, nenhum goza de burburinho comparável ao que cerca "Eva", de Simon Liberati, tanto pelos alardeados predicados literários quanto pelos volteios folhetinescos de seus bastidores. O livro romanceia a relação do autor com a cineasta Eva Ionesco e a biografia "sui generis" desta. Eva é filha da fotógrafa Irina Ionesco, que se notabilizou nos anos 1970 no gênero da "erotica" (erotismo chique). Uma de suas modelos-fetiche era justamente a cria, clicada em poses libidinosas entre os 4 e os 12 anos. Há cerca de dois meses, Eva conquistou uma vitória judicial definitiva: a fotógrafa está proibida de expor e de vender imagens da filha. Como troco, Irina pediu a destruição dos 15 mil exemplares já impressos de "Eva", que lhe dedica 69 linhas num total de 278 páginas. Apoiada no argumento de que os trechos que poderiam constranger Irina (e que abordam derivas sexuais, consumo de haxixe e patrimônio) reproduzem informações já contidas na autobiografia dela, de 2004, uma sentença favorável à circulação da obra foi anunciada no último dia 7. Nelson Rodrigues não faria melhor. BISPO IANQUE Ao limpar a quitinete de Chicago em que um homem viveu por 40 anos, o proprietário se depara com o relicário de uma vida em segredo: pilhas de objetos sacados do lixo, centenas de colagens, guaches e aquarelas e um manuscrito de 15 mil páginas e título igualmente monumental –"A História das Garotas Vivian naquilo que se Conhece como os Reinos do Irreal, da Tempestade de Guerra Glandeco-Angeliniana Causada pela Rebelião das Crianças Escravas". Uma amostra desse universo, concebido por Henry Darger (1892-1973) –de quem só se sabia que trabalhara por anos em hospitais–, está até 11/10 no Museu de Arte Moderna de Paris. O mote para as paisagens, retratos e cenas de batalha expostos é o conflito entre glandelinianos (vilões cruéis) e tropas aliadas de Angelinia (bons cristãos) por causa do levante mirim do título. A partir daí, Darger imagina feições de dezenas de generais, cria as bandeiras das nações em contenda e projeta mapas táticos dos Exércitos. O conjunto se afigura como um pré-"Game of Thrones". Há ainda grandes painéis mostrando as artimanhas das heroínas (as garotas Vivian) para escapar de seus captores –com direito à ajuda de dragões. O parentesco com o seriado não é o único que se depreende da obra de Darger. Internado na infância num hospital psiquiátrico, mais tarde místico candente e coletor de materiais ordinários, ele faz pensar num primo americano de Arthur Bispo do Rosário. CONGO Segundo país da África em extensão, quarto em população, a República Democrática do Congo já foi colônia belga, viveu guerra civil devastadora e amargou mais de três décadas de ditadura. Uma exposição na Fundação Cartier (até 15/11) recolhe ecos dessa história grave na arte local. Mas não dispensa um tom pop que rima com a estética dos quadrinhos e com o suingue das noitadas de Kinshasa, a capital. O percurso começa por aquarelas de pintores naïf "descobertos" em 1926 por um belga. Nos anos 1940 e 1950, persiste a tutela europeia, na figura de mestres que animam ateliês voltados a aprendizes. CONGO 2 A geração seguinte afasta-se do apadrinhamento e mergulha na urbe. Moke, Chéri Samba e outros colocam uma paleta de cores vibrantes a serviço dos tipos cool da "swinging Kinshasa" (músicos, dândis, coquetes), sem se esquecerem da crítica social, não raro em chave derrisória –lá estão a falta de saneamento, a guerra contra a malária, as crianças-soldado, a via-crúcis do asilo político no exterior. O futuro chega por cortesia de Chéri Chérin, que imagina astronautas congoleses a fincar uma estátua tribal num satélite. Por fim, entre os jovens de hoje, destaque para as fotos em que Kiripi Katembo enquadra Kinshasa em poças d'água imundas, em composições que extraem beleza do colapso urbano. O artista morreu no dia 5 de malária cerebral. LUCAS NEVES, 31, é jornalista.
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Violência e escassez de produtos agravam crise na Venezuela
Faz três meses que o mercado estatal Bicentenário em Guatire, periferia a leste de Caracas, não é abastecido com frango, item até então poupado da escassez na Venezuela. A dez minutos de carro dali, outro mercado estatal, o PDVAL, ainda recebe frango ocasionalmente. Numa manhã recente, porém, o estoque era insuficiente diante da multidão amontoada no local desde a madrugada. Funcionários e soldados com fuzis explicavam que só metade das mil pessoas na fila poderiam adquirir a cota individual de dois frangos a preço regulado. Houve gritaria e empurra-empurra. "Nós nos comportamos como mortos de fome", disse a dona de casa Susana Oshoa, número 379 na fila, conforme rabiscado em seu braço. O desabastecimento atinge níveis recordes desde novembro, quando o caos que assola o país há anos deu salto repentino devido ao agravamento das crises econômica e política. Proliferam saques e pancadaria no comércio. Incidentes são filmados e propagados na internet. Venezuelanos brigam por produtos Um dos temas mais urgentes é a falta de remédios. Segundo um consultor da indústria farmacêutica que pediu anonimato, entre os 6.000 medicamentos registrados no país, menos de 450 estão disponíveis. O setor alertou informalmente a Organização Mundial da Saúde sobre o risco de uma crise humanitária. Grupos de WhatsApp são invadidos por pedidos desesperados de remédios. Em rodas de conversa, o assunto quase sempre vem à tona. "Deixei de trabalhar por três dias para buscar um remédio necessário para um exame médico. Não achei, então cancelei o exame", afirmou o comerciante Pedro Garcia, 72. A escassez de remédios aumenta a preocupação com o zika. O governo admite 4.700 casos, mas médicos falam em dezenas de milhares. A saúde pública também está em alerta devido ao racionamento de água anunciado em janeiro pelo governo, que culpa a seca, mas é acusado de ter sucateado a infraestrutura hídrica. Em algumas favelas, a água só chega em caminhões. No prédio que abriga a Folha, torneiras às vezes só funcionam duas horas por dia. INFLAÇÃO E CRIMES A inflação fechou 2015 como a mais alta do mundo (190%) e caminha para quadruplicar neste ano, com previsão de 720%, de acordo com o FMI. Preços de artigos não tabelados parecem surreais. Um quilo de tomate ou uma lata de atum custam 1.000 bolívares —10% do salário mínimo, de 10 mil bolívares, que equivale a US$ 10 na cotação paralela. Há algumas semanas, a dona de casa Evelyn Cáceres, 43, fez algo que jamais imaginava: recolheu pimentões no lixo. "Me senti humilhada, mas tirei a parte estragada e cozinhei." Outro problema grave é a criminalidade. Caracas acaba de ser proclamada a cidade mais violenta do mundo (fora áreas sob guerra) por uma ONG mexicana que emite ranking a cada ano. A noite de Natal foi a mais violenta de 2015 em Caracas, com 30 assassinatos. E, desde 2007, não havia janeiro com tantas mortes violentas. RAÍZES DO CAOS Num país rentista que tem no petróleo sua virtual única fonte de divisas, a queda do preço do barril desde 2014 acirrou uma recessão consolidada havia tempo devido aos ataques do governo contra o setor produtivo. Em 17 anos no poder, o chavismo expropriou centenas de empresas (muitas das quais hoje abandonadas), prendeu empresários e impôs controles de câmbio e de preços que minaram produção e investimento. Sem dinheiro para importar e sem produzir, o governo acelerou a impressão de moeda e contraiu dívidas para tentar manter programas sociais e subsídios que são sua marca registrada. Mas, segundo economistas, as medidas só pioraram a crise. O castigo ao governo veio nas urnas. Em dezembro, a oposição ganhou com folga a eleição parlamentar. Promessas de mudança da nova maioria, porém, esbarram na resistência do governo, o que trava decisões anticrise. Maduro diz que a crise é parte de uma "guerra econômica" e acusa a oposição de golpismo. Dias piores são esperados. A oposição diz que não há um navio sequer trazendo alimentos ao país. O governo precisa reembolsar neste ano US$ 10 bilhões da dívida soberana. Mercados já cogitam um calote. O iminente aumento de gasolina gera temores de revolta. "Essa crise é muito pior que a do Caracazo", diz um taxista ao citar protestos que deixaram centenas de mortos em 1989. .? Raio-x Venezuela
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Violência e escassez de produtos agravam crise na VenezuelaFaz três meses que o mercado estatal Bicentenário em Guatire, periferia a leste de Caracas, não é abastecido com frango, item até então poupado da escassez na Venezuela. A dez minutos de carro dali, outro mercado estatal, o PDVAL, ainda recebe frango ocasionalmente. Numa manhã recente, porém, o estoque era insuficiente diante da multidão amontoada no local desde a madrugada. Funcionários e soldados com fuzis explicavam que só metade das mil pessoas na fila poderiam adquirir a cota individual de dois frangos a preço regulado. Houve gritaria e empurra-empurra. "Nós nos comportamos como mortos de fome", disse a dona de casa Susana Oshoa, número 379 na fila, conforme rabiscado em seu braço. O desabastecimento atinge níveis recordes desde novembro, quando o caos que assola o país há anos deu salto repentino devido ao agravamento das crises econômica e política. Proliferam saques e pancadaria no comércio. Incidentes são filmados e propagados na internet. Venezuelanos brigam por produtos Um dos temas mais urgentes é a falta de remédios. Segundo um consultor da indústria farmacêutica que pediu anonimato, entre os 6.000 medicamentos registrados no país, menos de 450 estão disponíveis. O setor alertou informalmente a Organização Mundial da Saúde sobre o risco de uma crise humanitária. Grupos de WhatsApp são invadidos por pedidos desesperados de remédios. Em rodas de conversa, o assunto quase sempre vem à tona. "Deixei de trabalhar por três dias para buscar um remédio necessário para um exame médico. Não achei, então cancelei o exame", afirmou o comerciante Pedro Garcia, 72. A escassez de remédios aumenta a preocupação com o zika. O governo admite 4.700 casos, mas médicos falam em dezenas de milhares. A saúde pública também está em alerta devido ao racionamento de água anunciado em janeiro pelo governo, que culpa a seca, mas é acusado de ter sucateado a infraestrutura hídrica. Em algumas favelas, a água só chega em caminhões. No prédio que abriga a Folha, torneiras às vezes só funcionam duas horas por dia. INFLAÇÃO E CRIMES A inflação fechou 2015 como a mais alta do mundo (190%) e caminha para quadruplicar neste ano, com previsão de 720%, de acordo com o FMI. Preços de artigos não tabelados parecem surreais. Um quilo de tomate ou uma lata de atum custam 1.000 bolívares —10% do salário mínimo, de 10 mil bolívares, que equivale a US$ 10 na cotação paralela. Há algumas semanas, a dona de casa Evelyn Cáceres, 43, fez algo que jamais imaginava: recolheu pimentões no lixo. "Me senti humilhada, mas tirei a parte estragada e cozinhei." Outro problema grave é a criminalidade. Caracas acaba de ser proclamada a cidade mais violenta do mundo (fora áreas sob guerra) por uma ONG mexicana que emite ranking a cada ano. A noite de Natal foi a mais violenta de 2015 em Caracas, com 30 assassinatos. E, desde 2007, não havia janeiro com tantas mortes violentas. RAÍZES DO CAOS Num país rentista que tem no petróleo sua virtual única fonte de divisas, a queda do preço do barril desde 2014 acirrou uma recessão consolidada havia tempo devido aos ataques do governo contra o setor produtivo. Em 17 anos no poder, o chavismo expropriou centenas de empresas (muitas das quais hoje abandonadas), prendeu empresários e impôs controles de câmbio e de preços que minaram produção e investimento. Sem dinheiro para importar e sem produzir, o governo acelerou a impressão de moeda e contraiu dívidas para tentar manter programas sociais e subsídios que são sua marca registrada. Mas, segundo economistas, as medidas só pioraram a crise. O castigo ao governo veio nas urnas. Em dezembro, a oposição ganhou com folga a eleição parlamentar. Promessas de mudança da nova maioria, porém, esbarram na resistência do governo, o que trava decisões anticrise. Maduro diz que a crise é parte de uma "guerra econômica" e acusa a oposição de golpismo. Dias piores são esperados. A oposição diz que não há um navio sequer trazendo alimentos ao país. O governo precisa reembolsar neste ano US$ 10 bilhões da dívida soberana. Mercados já cogitam um calote. O iminente aumento de gasolina gera temores de revolta. "Essa crise é muito pior que a do Caracazo", diz um taxista ao citar protestos que deixaram centenas de mortos em 1989. .? Raio-x Venezuela
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Após negociação, estudantes deixam ocupação de núcleo da educação no PR
Cerca de uma hora depois de decidirem resistir, estudantes que ocupavam o núcleo regional da educação no Paraná resolveram sair pacificamente do local, nesta terça (1º). O grupo de 25 pessoas saiu por volta das 20h, de braços dados, aos gritos de "A nossa luta é todo dia, educação não é mercadoria" e "Ocupar e resistir". Mais cedo, eles haviam sentado no saguão do prédio, em roda, de onde se recusavam a sair, mesmo após o governo endurecer a negociação e chegar a cortar luz e água do prédio Membros do Ministério Público, OAB, Defensoria Pública e uma oficial de justiça, além da própria Polícia Militar, negociaram com os estudantes. O governo do Paraná obteve uma ordem de reintegração de posse nesta terça-feira. Pesou na decisão a multa diária de R$ 10 mil, prevista na ordem de reintegração, para cada aluno. Policiais militares se posicionaram na entrada do prédio e fizeram um cordão em torno dos estudantes, impedindo a circulação pelo prédio (à exceção do banheiro). Eles não deixam ninguém entrar, e quem sair não poderá voltar. "Eles entenderam que, ali, se esgotou. A pauta tem que ser levada para outro lugar, para a rua", disse o advogado Anderson Rodrigues Ferreira, da comissão da Criança e Adolescente da OAB Paraná. Não houve confronto com a polícia, que havia decidido tentar vencê-los "pelo cansaço", sem usar a força e bloqueando a entrada no prédio. Em jogral, os estudantes afirmaram que "a luta não acabou". ESTRATÉGIA Os alunos estavam no local desde o dia anterior, numa reação às reintegrações de posse de colégios ocupados em Curitiba. A estratégia do movimento era concentrar os estudantes no núcleo, para fortalecer as reivindicações. Eles protestam contra a reforma do ensino médio proposta pelo governo de Michel Temer (PMDB) e a PEC que estabelece um teto para gastos públicos no país. Mais cedo, o governo havia endurecido a negociação. A água e a luz do prédio foram cortadas, e a entrada no prédio foi proibida. Os estudantes ficaram sem comida, que antes era levada por outros alunos e apoiadores do movimento. Houve bate-boca em frente ao prédio, que foi cercado por policiais militares. Estudantes que ficaram do lado de fora picharam com giz a rua e alguns muros, pedindo "Fora Temer" e "Vandalismo é nos negar o acesso à ocupação". Manifestantes anticorrupção que dizem apoiar a maioria dos alunos também foram à frente do prédio, e discutiram com os alunos. A PM isolou os dois grupos. Há 265 escolas ocupadas no Paraná, segundo a secretaria da Educação. O movimento Ocupa Paraná diz que são 423.
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Após negociação, estudantes deixam ocupação de núcleo da educação no PRCerca de uma hora depois de decidirem resistir, estudantes que ocupavam o núcleo regional da educação no Paraná resolveram sair pacificamente do local, nesta terça (1º). O grupo de 25 pessoas saiu por volta das 20h, de braços dados, aos gritos de "A nossa luta é todo dia, educação não é mercadoria" e "Ocupar e resistir". Mais cedo, eles haviam sentado no saguão do prédio, em roda, de onde se recusavam a sair, mesmo após o governo endurecer a negociação e chegar a cortar luz e água do prédio Membros do Ministério Público, OAB, Defensoria Pública e uma oficial de justiça, além da própria Polícia Militar, negociaram com os estudantes. O governo do Paraná obteve uma ordem de reintegração de posse nesta terça-feira. Pesou na decisão a multa diária de R$ 10 mil, prevista na ordem de reintegração, para cada aluno. Policiais militares se posicionaram na entrada do prédio e fizeram um cordão em torno dos estudantes, impedindo a circulação pelo prédio (à exceção do banheiro). Eles não deixam ninguém entrar, e quem sair não poderá voltar. "Eles entenderam que, ali, se esgotou. A pauta tem que ser levada para outro lugar, para a rua", disse o advogado Anderson Rodrigues Ferreira, da comissão da Criança e Adolescente da OAB Paraná. Não houve confronto com a polícia, que havia decidido tentar vencê-los "pelo cansaço", sem usar a força e bloqueando a entrada no prédio. Em jogral, os estudantes afirmaram que "a luta não acabou". ESTRATÉGIA Os alunos estavam no local desde o dia anterior, numa reação às reintegrações de posse de colégios ocupados em Curitiba. A estratégia do movimento era concentrar os estudantes no núcleo, para fortalecer as reivindicações. Eles protestam contra a reforma do ensino médio proposta pelo governo de Michel Temer (PMDB) e a PEC que estabelece um teto para gastos públicos no país. Mais cedo, o governo havia endurecido a negociação. A água e a luz do prédio foram cortadas, e a entrada no prédio foi proibida. Os estudantes ficaram sem comida, que antes era levada por outros alunos e apoiadores do movimento. Houve bate-boca em frente ao prédio, que foi cercado por policiais militares. Estudantes que ficaram do lado de fora picharam com giz a rua e alguns muros, pedindo "Fora Temer" e "Vandalismo é nos negar o acesso à ocupação". Manifestantes anticorrupção que dizem apoiar a maioria dos alunos também foram à frente do prédio, e discutiram com os alunos. A PM isolou os dois grupos. Há 265 escolas ocupadas no Paraná, segundo a secretaria da Educação. O movimento Ocupa Paraná diz que são 423.
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Faculdade de Economia da USP discute a sustentabilidade do consumidor
Por que os consumidores ainda encontram dificuldades para serem mais sustentáveis? Para refletir e agir sobre o assunto, a ponteAponte e a FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP) realizam o 2º Encontros da Sustentabilidade, no dia 28 de agosto, na USP. O evento faz parte da Virada Sustentável e líderes e especialistas da área estão confirmados. Entre eles, o economista Ricardo Abramovay (FEA-USP), o empreendedor social Helio Mattar (Akatu) e o vereador Ricardo Young (PPS-SP). Soluções para os desafios do consumo sustentável utilizando o método de design thinking fazem parte da programação. Três casos serão apresentados e discutidos, como o do Grupo Pão de Açúcar, sobre o consumo sustentável do pescado. A programação completa está no site do Encontros. As inscrições podem ser feitas também pelo site ou pelo formulário.
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Faculdade de Economia da USP discute a sustentabilidade do consumidorPor que os consumidores ainda encontram dificuldades para serem mais sustentáveis? Para refletir e agir sobre o assunto, a ponteAponte e a FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP) realizam o 2º Encontros da Sustentabilidade, no dia 28 de agosto, na USP. O evento faz parte da Virada Sustentável e líderes e especialistas da área estão confirmados. Entre eles, o economista Ricardo Abramovay (FEA-USP), o empreendedor social Helio Mattar (Akatu) e o vereador Ricardo Young (PPS-SP). Soluções para os desafios do consumo sustentável utilizando o método de design thinking fazem parte da programação. Três casos serão apresentados e discutidos, como o do Grupo Pão de Açúcar, sobre o consumo sustentável do pescado. A programação completa está no site do Encontros. As inscrições podem ser feitas também pelo site ou pelo formulário.
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Microsoft revela projeto Scorpio e Sony lança óculos de realidade virtual
A Microsoft revelou durante a conferência de entretenimento digital E3 o "Projeto Scorpio", um console Xbox que vai ser compatível com jogos em ultra alta resolução e realidade virtual, enquanto lançou uma nova versão do Xbox One mais enxuta. O Project Scorpio deve ser lançado na temporada de festas de fim de ano de 2017, afirmou a companhia. O console será compatível com jogos e acessórios do Xbox One, mas a empresa não disse quanto vai custar. Também na E3, em Los Angeles, a Sony anunciou que vai lançar o óculos de realidade virtual para PlayStation nos EUA em meados de outubro deste ano. A companhia japonesa afirmou que vai adicionar novos títulos para seu console, incluindo Marvel's Spider-Man, God of War e Call of Duty: Infinite Warfare. A Microsoft lançou uma parceria com a Oculus Rift no ano passado, o que tornou alguns jogos do Xbox One disponíveis na plataforma de realidade virtual da Oculus. O novo console Xbox One S, uma versão melhorada e mais enxuta do Xbox One lançado em 2013, vai ter novos recursos como suporte a transmissões de vídeo em 4K. O preço do aparelho, que será lançado em agosto, começará a partir de 299 dólares, afirmou a Microsoft. A companhia de software também lançou a funcionalidade Xbox Play Anywhere, que permite aos jogadores utilizarem seus jogos tanto em PCs com Windows 10 como no Xbox One.
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Microsoft revela projeto Scorpio e Sony lança óculos de realidade virtualA Microsoft revelou durante a conferência de entretenimento digital E3 o "Projeto Scorpio", um console Xbox que vai ser compatível com jogos em ultra alta resolução e realidade virtual, enquanto lançou uma nova versão do Xbox One mais enxuta. O Project Scorpio deve ser lançado na temporada de festas de fim de ano de 2017, afirmou a companhia. O console será compatível com jogos e acessórios do Xbox One, mas a empresa não disse quanto vai custar. Também na E3, em Los Angeles, a Sony anunciou que vai lançar o óculos de realidade virtual para PlayStation nos EUA em meados de outubro deste ano. A companhia japonesa afirmou que vai adicionar novos títulos para seu console, incluindo Marvel's Spider-Man, God of War e Call of Duty: Infinite Warfare. A Microsoft lançou uma parceria com a Oculus Rift no ano passado, o que tornou alguns jogos do Xbox One disponíveis na plataforma de realidade virtual da Oculus. O novo console Xbox One S, uma versão melhorada e mais enxuta do Xbox One lançado em 2013, vai ter novos recursos como suporte a transmissões de vídeo em 4K. O preço do aparelho, que será lançado em agosto, começará a partir de 299 dólares, afirmou a Microsoft. A companhia de software também lançou a funcionalidade Xbox Play Anywhere, que permite aos jogadores utilizarem seus jogos tanto em PCs com Windows 10 como no Xbox One.
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Avenida Paulista fica aberta por mais tempo a partir deste domingo
A partir deste domingo (13), a avenida Paulista fica aberta até mais tarde para pedestres e ciclistas aos fins de semana e feriados –e fechada para carros e ônibus. O período, que antes era das 10h às 18h, passa a ser das 10h às 19h. A mudança foi anunciada na última quarta-feira (9) pela Prefeitura de São Paulo. A restrição aos carros compreende o trajeto entre a praça Osvaldo Cruz, no bairro do Paraíso (zona sul), e a rua da Consolação (centro). A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) também vai estender por mais uma hora as alterações que são feitas no sistema viário local. A companhia sugere que os veículos utilizem como alternativa, no sentido Consolação, a avenida Bernardino de Campos, rua Treze de Maio, rua Cincinato Braga, rua São Carlos do Pinhal e rua Antônio Carlos. No sentido Paraíso, a recomendação é seguir pela alameda Santos. RUA ABERTA Vitrine da gestão de Fernando Haddad (PT) em São Paulo, fechar a Paulista para carros faz parte do programa Rua Aberta, oficializado em 25 de junho deste ano. Segundo a prefeitura, a iniciativa visa incentivar a apropriação dos espaços públicos da cidade. O fechamento para carros passou por um primeiro teste durante a inauguração da ciclovia que atravessa a região, no final de junho de 2015. Ao final de agosto do mesmo ano, Haddad disse que passaria a fechar a Paulista em todos os domingos e estendeu a iniciativa aos feriados. Polêmica, a medida teve 61% de aprovação entre os moradores nas redondezas da Paulista, de acordo com pesquisa Datafolha publicada em fevereiro deste ano. João Dória Jr. (PSDB), prefeito eleito de São Paulo, afirmou que irá manter a iniciativa do seu antecessor.
cotidiano
Avenida Paulista fica aberta por mais tempo a partir deste domingoA partir deste domingo (13), a avenida Paulista fica aberta até mais tarde para pedestres e ciclistas aos fins de semana e feriados –e fechada para carros e ônibus. O período, que antes era das 10h às 18h, passa a ser das 10h às 19h. A mudança foi anunciada na última quarta-feira (9) pela Prefeitura de São Paulo. A restrição aos carros compreende o trajeto entre a praça Osvaldo Cruz, no bairro do Paraíso (zona sul), e a rua da Consolação (centro). A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) também vai estender por mais uma hora as alterações que são feitas no sistema viário local. A companhia sugere que os veículos utilizem como alternativa, no sentido Consolação, a avenida Bernardino de Campos, rua Treze de Maio, rua Cincinato Braga, rua São Carlos do Pinhal e rua Antônio Carlos. No sentido Paraíso, a recomendação é seguir pela alameda Santos. RUA ABERTA Vitrine da gestão de Fernando Haddad (PT) em São Paulo, fechar a Paulista para carros faz parte do programa Rua Aberta, oficializado em 25 de junho deste ano. Segundo a prefeitura, a iniciativa visa incentivar a apropriação dos espaços públicos da cidade. O fechamento para carros passou por um primeiro teste durante a inauguração da ciclovia que atravessa a região, no final de junho de 2015. Ao final de agosto do mesmo ano, Haddad disse que passaria a fechar a Paulista em todos os domingos e estendeu a iniciativa aos feriados. Polêmica, a medida teve 61% de aprovação entre os moradores nas redondezas da Paulista, de acordo com pesquisa Datafolha publicada em fevereiro deste ano. João Dória Jr. (PSDB), prefeito eleito de São Paulo, afirmou que irá manter a iniciativa do seu antecessor.
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Tucanos vão esperar TSE para decidir sobre desembarque do governo
O PSDB deve esperar o resultado do julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) da chapa Dilma-Temer para decidir sobre eventual desembarque do governo. A Corte eleitoral marcou para o próximo dia 6 o julgamento de uma ação que pode resultar na cassação do presidente. Por esse motivo, tucanos avaliam que uma saída neste momento seria prematura. "Nós vamos ver também essa votação [julgamento] do TSE, que talvez seja mais relevante e definitiva", disse o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). Em reuniões nos últimos dias, tucanos avaliaram que numa eventual eleição para o Palácio do Planalto, a sigla poderia sair fragilizada se fizesse um rompimento brusco com o PMDB. O partido de Temer detém as maiores bancadas nas duas casas no Congresso. Nos bastidores, o PSDB avalia ainda que a situação atual do governo pode mudar a depender de como o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) vai responder às acusações feitas pelo grupo JBS. Aliado e ex-assessor direto de Temer, Rocha Loures foi flagrado recebendo R$ 500 mil do grupo. Em pronunciamento, Temer negou ter qualquer relação com o pagamento feito a seu aliado. Contudo, se o deputado confirmar a versão apresentada nas delações, de que ele agiu em nome de Temer, a situação do governo pode se deteriorar mais. Hipóteses para saída de Temer REFORMAS Nesta segunda-feira (22), o PSDB do Senado anunciou que seguirá com a agenda da reforma trabalhista na Casa. O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relator da proposta, deve apresentar na terça (23) seu parecer sobre a reforma na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Ferraço recuou de anúncio na semana passada, quando disse que o calendário das reformas era "secundário", diante da crise no país. "Nós não devemos deixar o país degringolar em função da crise do governo", disse Tasso, sobre a manutenção do calendário. Ferraço deve apontar em seu relatório a modificação de ao menos cinco pontos do texto aprovado na Câmara: revisão da jornada de 12h por 36h; jornada intermitente; 15 minutos de descanso para mulheres antes do início da hora extra; proibição de grávidas e lactantes trabalharem em locais insalubres e comissões de trabalhadores em fábricas.
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Tucanos vão esperar TSE para decidir sobre desembarque do governoO PSDB deve esperar o resultado do julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) da chapa Dilma-Temer para decidir sobre eventual desembarque do governo. A Corte eleitoral marcou para o próximo dia 6 o julgamento de uma ação que pode resultar na cassação do presidente. Por esse motivo, tucanos avaliam que uma saída neste momento seria prematura. "Nós vamos ver também essa votação [julgamento] do TSE, que talvez seja mais relevante e definitiva", disse o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). Em reuniões nos últimos dias, tucanos avaliaram que numa eventual eleição para o Palácio do Planalto, a sigla poderia sair fragilizada se fizesse um rompimento brusco com o PMDB. O partido de Temer detém as maiores bancadas nas duas casas no Congresso. Nos bastidores, o PSDB avalia ainda que a situação atual do governo pode mudar a depender de como o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) vai responder às acusações feitas pelo grupo JBS. Aliado e ex-assessor direto de Temer, Rocha Loures foi flagrado recebendo R$ 500 mil do grupo. Em pronunciamento, Temer negou ter qualquer relação com o pagamento feito a seu aliado. Contudo, se o deputado confirmar a versão apresentada nas delações, de que ele agiu em nome de Temer, a situação do governo pode se deteriorar mais. Hipóteses para saída de Temer REFORMAS Nesta segunda-feira (22), o PSDB do Senado anunciou que seguirá com a agenda da reforma trabalhista na Casa. O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relator da proposta, deve apresentar na terça (23) seu parecer sobre a reforma na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Ferraço recuou de anúncio na semana passada, quando disse que o calendário das reformas era "secundário", diante da crise no país. "Nós não devemos deixar o país degringolar em função da crise do governo", disse Tasso, sobre a manutenção do calendário. Ferraço deve apontar em seu relatório a modificação de ao menos cinco pontos do texto aprovado na Câmara: revisão da jornada de 12h por 36h; jornada intermitente; 15 minutos de descanso para mulheres antes do início da hora extra; proibição de grávidas e lactantes trabalharem em locais insalubres e comissões de trabalhadores em fábricas.
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Eleições na Colômbia são termômetro sobre acordo entre governo e Farc
Além de escolher governadores, prefeitos e deputados, as eleições regionais na Colômbia, no próximo dia 25, apontarão as chances de implantação eficiente do acordo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), cuja assinatura está prevista para março. Itens importantes da negociação terão de ser concretizados e fiscalizados por autoridades regionais, que terão poder de decisão, por exemplo, sobre verbas federais para reformas de infraestrutura relacionadas ao acordo. A paz funciona como propaganda do governo nas regiões em que costuma ter mais apoio –departamentos (Estados) da costa e Bogotá–, mas nas zonas conflagradas a ideia de negociar com a guerrilha não é tão popular. "É difícil convencer alguém que vive numa zona muito violenta de que é preciso ceder algo em troca do fim de uma guerra", diz o analista político Maurício Vargas. A gestão de Juan Manuel Santos está preocupada com o aumento, nessas áreas, das intenções de voto de candidatos apoiados pelo ex-presidente Álvaro Uribe, que é contrário ao acordo. . Nas pesquisas, os uribistas lideram em algumas zonas muito conflituosas, como a Antioquia e o vale do Cauca. "Uribe faz campanha pelos seus candidatos pessoalmente e tem muita popularidade, sobretudo onde nasceu e tem seu reduto eleitoral", diz Vargas, referendo-se a Medellín, capital da Antioquia. BOGOTÁ É na capital, porém, que a disputa está mais acirrada. As pesquisas divergem, mas todas apontam diferenças muito pequenas entre os três primeiros lugares. Segundo a mais recente do jornal "El Tiempo", o ex-prefeito e ex-candidato a presidente Enrique Peñalosa lidera com 22%. Em segundo, está o candidato preferido de Santos, Rafael Pardo (16%). Em terceiro, embolados, a esquerdista Clara López e o candidato de Uribe, Francisco Santos (que é primo do atual presidente). Analistas concordam que o pleito apontará uma tendência para a sucessão de Santos, cujo mandato acaba em 2018 sem nova reeleição. Além dos candidatos vinculados a Santos e a Uribe, há uma nova força: o atual vice-presidente, Germán Vargas Lleras, que apoia Peñalosa. . "Se Peñalosa vencer, Vargas Lleras se fortalece. Ele tem a virtude de não confrontar diretamente nem Santos nem Uribe e assim ganha a simpatia de ambos os eleitorados", disse à Folha o economista Carlos Álvarez Gallo. Na última semana, oposicionistas enviaram uma carta ao presidente Santos pedindo que ele impedisse seu vice de usar inaugurações oficiais do governo para fazer campanha eleitoral para seus candidatos regionais.
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Eleições na Colômbia são termômetro sobre acordo entre governo e FarcAlém de escolher governadores, prefeitos e deputados, as eleições regionais na Colômbia, no próximo dia 25, apontarão as chances de implantação eficiente do acordo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), cuja assinatura está prevista para março. Itens importantes da negociação terão de ser concretizados e fiscalizados por autoridades regionais, que terão poder de decisão, por exemplo, sobre verbas federais para reformas de infraestrutura relacionadas ao acordo. A paz funciona como propaganda do governo nas regiões em que costuma ter mais apoio –departamentos (Estados) da costa e Bogotá–, mas nas zonas conflagradas a ideia de negociar com a guerrilha não é tão popular. "É difícil convencer alguém que vive numa zona muito violenta de que é preciso ceder algo em troca do fim de uma guerra", diz o analista político Maurício Vargas. A gestão de Juan Manuel Santos está preocupada com o aumento, nessas áreas, das intenções de voto de candidatos apoiados pelo ex-presidente Álvaro Uribe, que é contrário ao acordo. . Nas pesquisas, os uribistas lideram em algumas zonas muito conflituosas, como a Antioquia e o vale do Cauca. "Uribe faz campanha pelos seus candidatos pessoalmente e tem muita popularidade, sobretudo onde nasceu e tem seu reduto eleitoral", diz Vargas, referendo-se a Medellín, capital da Antioquia. BOGOTÁ É na capital, porém, que a disputa está mais acirrada. As pesquisas divergem, mas todas apontam diferenças muito pequenas entre os três primeiros lugares. Segundo a mais recente do jornal "El Tiempo", o ex-prefeito e ex-candidato a presidente Enrique Peñalosa lidera com 22%. Em segundo, está o candidato preferido de Santos, Rafael Pardo (16%). Em terceiro, embolados, a esquerdista Clara López e o candidato de Uribe, Francisco Santos (que é primo do atual presidente). Analistas concordam que o pleito apontará uma tendência para a sucessão de Santos, cujo mandato acaba em 2018 sem nova reeleição. Além dos candidatos vinculados a Santos e a Uribe, há uma nova força: o atual vice-presidente, Germán Vargas Lleras, que apoia Peñalosa. . "Se Peñalosa vencer, Vargas Lleras se fortalece. Ele tem a virtude de não confrontar diretamente nem Santos nem Uribe e assim ganha a simpatia de ambos os eleitorados", disse à Folha o economista Carlos Álvarez Gallo. Na última semana, oposicionistas enviaram uma carta ao presidente Santos pedindo que ele impedisse seu vice de usar inaugurações oficiais do governo para fazer campanha eleitoral para seus candidatos regionais.
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Erramos: Veja pacotes para viajar em julho para o Nordeste
Por erro da assessoria de imprensa, no texto "Veja pacotes para viajar em julho para o Nordeste", publicado na versão impressa e no site da Folha (Turismo - 18/06/2015 02h00), foi informado que os pacotes da Flytour Viagens para Lençóis Maranhenses (MA) e Barra Grande (PI) incluem passagens aéreas. Os preços não incluem o aéreo. O texto foi corrigido.
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Erramos: Veja pacotes para viajar em julho para o NordestePor erro da assessoria de imprensa, no texto "Veja pacotes para viajar em julho para o Nordeste", publicado na versão impressa e no site da Folha (Turismo - 18/06/2015 02h00), foi informado que os pacotes da Flytour Viagens para Lençóis Maranhenses (MA) e Barra Grande (PI) incluem passagens aéreas. Os preços não incluem o aéreo. O texto foi corrigido.
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Altura mundial aumenta, mas países que 'encolheram' causam preocupação
Enquanto em 1914 americanos e escandinavos eram os mais altos do mundo, um século depois, em 2014, homens da Holanda e mulheres da Letônia lideram o ranking de altura. Durante os últimos cem anos, de forma geral, a prosperidade econômica e uma melhor alimentação resultaram em um mundo mais alto. Essa é a conclusão de um estudo do ICL (Faculdade Imperial de Londres) publicado nesta terça (26) no periódico científico "eLife". Os homens holandeses têm altura média de 1,82 m e as mulheres letãs de 1,70 m. No outro extremo, entre os mais baixos, estão os homens do Timor Leste, com 1,60 m, e as mulheres da Guatemala, com 1,49 m. No Brasil, a altura média dos homens é 1,73 m e das mulheres é 1,60 m. O aumento de estatura, considerando os dados de 1914, foi de 8,6 cm. Houve poucas mudanças na estatura dos países (EUA, Canadá e países nórdicos) que lideravam o quadro no século passado. Nos EUA, houve, inclusive, estagnação no crescimento no início dos anos 70 e um leve declínio da altura média desde 2000. O quadro é associado a uma queda dos padrões nutricionais. Os maiores crescimentos de altura média estão concentrados na parte continental da Europa, no Oriente Médio e em algumas regiões da Ásia. Mulheres sul-coreanas, as que mais cresceram no período, tiveram um aumento de estatura de 20,2 cm. Quanto aos homens, os iranianos estão 16,5 cm mais altos. "Nosso estudo mostra que os países anglo-saxões, particularmente os EUA, se situam atrás de outros países europeus e da Ásia-Pacífico com alta renda", especialmente devido aos problemas de obesidade dos primeiros, explica Majid Ezzati, professor da Escola de Saúde Pública do ICL, diretor do estudo. 18.600 pessoas com 18 anos, de 179 países, foram medidas para o estudo, que foi conduzido por 800 pesquisadores e teve o apoio da OMS (Organização Mundial da Saúde). Os dados são relativos a 2014. "O mais surpreendente é ver que, apesar de enormes aumentos de estatura na maior parte dos países, ainda existe uma distância considerável entre o mais baixo e o mais alto", diz Mary De Silva, diretora de população, ambiente e saúde do Instituto Wellcome Trust Sanger, no Reino Unido, cofinanciador do estudo. Alimentação e fatores ambientais, como a saúde materna durante a gestação e a dieta seguida na infância, possuem grande influência na altura. Contudo, a atuação dos genes também precisa ser levada em consideração. "Um dos fatores que leva ao aumento de estatura, a ter saúde e equilíbrio, é a alimentação balanceada. Precisa ter qualidade, quantidade, harmonia e adequação", afirma Edson Credidio, doutor em ciência dos alimentos pela Unicamp. Pessoas mais altas, de modo geral, costumam adoecer menos e têm uma expectativa de vida maior, mas, segundo o estudo, elas são mais propensas a cânceres de próstata e ovário, entre outros problemas de saúde. ENCOLHIMENTO Os dados de algumas regiões do mundo, principalmente em parte da África subsaariana, no sul do continente, causam preocupação. Nos últimos 40 anos, as pessoas de Serra Leoa, Uganda e Ruanda ficaram cinco centímetros menores. Mesmo assim, são mais altas do que em 1914. Nos EUA, a diminuição na estatura média pode ser resultado de diferentes fatores. "A imigração é uma possibilidade, mas a qualidade e distribuição dos alimentos é outra. O modo como as pessoas se alimentam está piorando e a distribuição dos alimentos está mais desigual", afirma Elio Riboli, diretor da Faculdade de Saúde Pública do ICL. ENTRE EXTREMOS - Os mais altos do mundo ENTRE EXTREMOS - Os mais baixos do mundo ENTRE EXTREMOS - Média do brasileiro
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Altura mundial aumenta, mas países que 'encolheram' causam preocupaçãoEnquanto em 1914 americanos e escandinavos eram os mais altos do mundo, um século depois, em 2014, homens da Holanda e mulheres da Letônia lideram o ranking de altura. Durante os últimos cem anos, de forma geral, a prosperidade econômica e uma melhor alimentação resultaram em um mundo mais alto. Essa é a conclusão de um estudo do ICL (Faculdade Imperial de Londres) publicado nesta terça (26) no periódico científico "eLife". Os homens holandeses têm altura média de 1,82 m e as mulheres letãs de 1,70 m. No outro extremo, entre os mais baixos, estão os homens do Timor Leste, com 1,60 m, e as mulheres da Guatemala, com 1,49 m. No Brasil, a altura média dos homens é 1,73 m e das mulheres é 1,60 m. O aumento de estatura, considerando os dados de 1914, foi de 8,6 cm. Houve poucas mudanças na estatura dos países (EUA, Canadá e países nórdicos) que lideravam o quadro no século passado. Nos EUA, houve, inclusive, estagnação no crescimento no início dos anos 70 e um leve declínio da altura média desde 2000. O quadro é associado a uma queda dos padrões nutricionais. Os maiores crescimentos de altura média estão concentrados na parte continental da Europa, no Oriente Médio e em algumas regiões da Ásia. Mulheres sul-coreanas, as que mais cresceram no período, tiveram um aumento de estatura de 20,2 cm. Quanto aos homens, os iranianos estão 16,5 cm mais altos. "Nosso estudo mostra que os países anglo-saxões, particularmente os EUA, se situam atrás de outros países europeus e da Ásia-Pacífico com alta renda", especialmente devido aos problemas de obesidade dos primeiros, explica Majid Ezzati, professor da Escola de Saúde Pública do ICL, diretor do estudo. 18.600 pessoas com 18 anos, de 179 países, foram medidas para o estudo, que foi conduzido por 800 pesquisadores e teve o apoio da OMS (Organização Mundial da Saúde). Os dados são relativos a 2014. "O mais surpreendente é ver que, apesar de enormes aumentos de estatura na maior parte dos países, ainda existe uma distância considerável entre o mais baixo e o mais alto", diz Mary De Silva, diretora de população, ambiente e saúde do Instituto Wellcome Trust Sanger, no Reino Unido, cofinanciador do estudo. Alimentação e fatores ambientais, como a saúde materna durante a gestação e a dieta seguida na infância, possuem grande influência na altura. Contudo, a atuação dos genes também precisa ser levada em consideração. "Um dos fatores que leva ao aumento de estatura, a ter saúde e equilíbrio, é a alimentação balanceada. Precisa ter qualidade, quantidade, harmonia e adequação", afirma Edson Credidio, doutor em ciência dos alimentos pela Unicamp. Pessoas mais altas, de modo geral, costumam adoecer menos e têm uma expectativa de vida maior, mas, segundo o estudo, elas são mais propensas a cânceres de próstata e ovário, entre outros problemas de saúde. ENCOLHIMENTO Os dados de algumas regiões do mundo, principalmente em parte da África subsaariana, no sul do continente, causam preocupação. Nos últimos 40 anos, as pessoas de Serra Leoa, Uganda e Ruanda ficaram cinco centímetros menores. Mesmo assim, são mais altas do que em 1914. Nos EUA, a diminuição na estatura média pode ser resultado de diferentes fatores. "A imigração é uma possibilidade, mas a qualidade e distribuição dos alimentos é outra. O modo como as pessoas se alimentam está piorando e a distribuição dos alimentos está mais desigual", afirma Elio Riboli, diretor da Faculdade de Saúde Pública do ICL. ENTRE EXTREMOS - Os mais altos do mundo ENTRE EXTREMOS - Os mais baixos do mundo ENTRE EXTREMOS - Média do brasileiro
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Trump faz ameaças, mas tem poucas opções para enfrentar Coreia do Norte
Quando o então presidente eleito Donald Trump disse no Twitter, no início de janeiro, que um teste de um míssil balístico intercontinental capaz de alcançar os Estados Unidos "não vai acontecer!", havia duas coisas que ele não apreciara completamente: quão perto Kim Jong-un, o líder norte-coreano, já estava de alcançar essa meta, e quão limitadas são as opções de qualquer presidente para barrar as ações de Kim. Os sete meses passados desde então têm sido de aprendizado brutal para Trump. Com o lançamento do míssil intercontinental na terça-feira (4), a Coreia do Norte ganhou novo alcance. Especialistas acreditam que o país tenha atravessado o limiar, mesmo que por pouco, com um míssil que parece ser capaz de atingir o Estado americano do Alasca. Os testes reiterados promovidos por Kim revelam que uma demonstração mais definitiva de que ele é capaz de atingir a parte continental dos EUA pode não estar muito longe, mesmo que alguns anos ainda se passem antes que ele adquira a capacidade de colocar uma ogiva nuclear na ponta de seus mísseis cada vez mais poderosos. Mas, para Trump e sua equipe de segurança nacional, o marco técnico alcançado hoje vem apenas sublinhar com mais força o dilema estratégico de amanhã. Como observou recentemente o ex-secretário da Defesa William Perry, a capacidade norte-coreana de atingir o território dos EUA "muda todos os cálculos". O que se teme não é que Kim venha a lançar um ataque preventivo contra a costa oeste dos Estados Unidos; isso seria um gesto suicida, e, se o líder de 33 anos já demonstrou alguma coisa em seus cinco anos no poder, é que sua preocupação principal é a sobrevivência. Mas, se Kim possui a capacidade potencial de contra-atacar, isso vai moldar todas as decisões que Trump e seus sucessores vão tomar relativas à defesa dos aliados dos EUA na região. Veja vídeo Há anos a Coreia do Norte já possui a capacidade de alcançar a Coreia do Sul e o Japão sem dificuldades com mísseis de médio alcance, e a inteligência americana acredita que esses misseis são capazes de portar uma ogiva nuclear. Mas o teste mais recente sugere que também os Estados Unidos talvez já estejam ao alcance dos mísseis norte-coreanos, e esse fato, como observou recentemente um ex-alto funcionário da inteligência dos EUA, será levado em conta em todas as decisões militares e colocará pressão enorme sobre as defesas antimísseis dos EUA, em cujo funcionamento poucos confiam. Trump ainda dispõe de algum tempo. O que os norte-coreanos realizaram enquanto os americanos estavam ocupados festejando o Dia da Independência nacional foi um avanço, mas não uma demonstração forte de seu alcance nuclear. O míssil norte-coreano percorreu apenas 933 quilômetros, algo que por si só não constitui uma conquista importante. Mas chegou lá fazendo uma trajetória de 2.735 quilômetros que o conduziu ao espaço e de volta à atmosfera, um voo que durou 37 minutos, segundo cálculos do Comando do Pacífico americano (ou alguns minutos mais, segundo a Coreia do Norte). Se essa trajetória fosse achatada, teríamos um míssil capaz de alcançar o Alasca, mas não Los Angeles. Isso reforça a avaliação feita pelo diretor da Agência de Defesa Antimísseis, o vice-almirante James D. Syring, que disse em audiência no Congresso em junho: "Precisamos prever que a Coreia do Norte possa nos alcançar com um míssil balístico". Talvez seja por isso que Trump não tenha anunciado nenhuma "linha vermelha" que a Coreia do Norte não possa ultrapassar. Ele nem sequer reiterou a política anunciada pelo então presidente George W. Bush em outubro de 2006, após o primeiro teste nuclear norte-coreano: que responsabilizaria o país plenamente se ele compartilhasse sua tecnologia nuclear com outro país ou organização terrorista. Os assessores de Trump dizem que não enxergam grande vantagem em traçar linhas que podem limitar suas opções. Dizem que preferem manter a Coreia do Norte na incerteza. Quais são, então, as opções de Trump, e que desvantagens elas possuem? Existe a opção da contenção clássica: limitar a capacidade do adversário de expandir sua influência, como fez os Estados Unidos contra um adversário muito mais poderoso, a União Soviética. Mas isso não soluciona o problema –é apenas uma maneira de conviver com ele. Trump poderia intensificar as sanções, reforçar a presença naval americana ao largo da península coreana –"estamos enviando uma armada", ele se gabou em abril– e acelerar um programa cibernético secreto dos EUA para sabotar lançamentos de mísseis. Mas, se essa combinação de intimidação e habilidade técnica tivesse tido êxito, Kim não teria conduzido o teste na terça-feira, sabendo que ele apenas levaria a mais sanções, mais pressão militar e mais atividade sigilosa –além de, possivelmente, persuadir a China que ela não tem outra escolha senão intervir de maneira mais decisiva. Até agora, o entusiasmo inicial de Trump ao dizer que teria persuadido o presidente chinês, Xi Jinping, a reprimir a Coreia do Norte resultou em desapontamento previsível. Recentemente Trump disse a Xi que os EUA estão dispostos a agir sozinhos para enfrentar a Coreia do Norte. Mas é possível que os chineses vejam isso como uma ameaça da boca para fora. Trump poderia tomar outra iniciativa, ameaçando com ataques militares preventivos se os EUA detectarem a iminência de outro lançamento de míssil balístico intercontinental –possivelmente um que vise demonstrar a possibilidade de alcançar a costa oeste dos Estados Unidos. Perry argumentou em favor dessa opção em 2006, em artigo de opinião no "Washington Post" que escreveu com o futuro secretário da Defesa Ash Carter. "Se a Coreia do Norte persistir em seus preparativos de lançamentos, os EUA deixariam claro imediatamente sua intenção de procurar e destruir" os mísseis antes de serem lançados, escreveram os dois. Mas Perry comentou recentemente que "mesmo que tivéssemos achado uma boa ideia na época", e ele hoje parece ter suas dúvidas a esse respeito, "não é uma boa ideia hoje". A razão é simples: nos 11 anos passados desde 2006, a Coreia do Norte construiu mísseis demais de vários tipos para que os benefícios de um ataque desse tipo justifiquem o risco. Ela já testou uma nova geração de mísseis de combustível sólido, que podem ser escondidos facilmente em cavernas nas montanhas e tiradas delas para serem lançadas rapidamente. E os norte-coreanos possuem sua arma retaliatória máxima: artilharia disposta na margem norte da Zona Desmilitarizada que poderia atacar a capital sul-coreana, Seul, cidade de 10 milhões de habitantes, um dos maiores centros econômicos da Ásia. Em suma, é um risco que a Coreia do Norte aposta que mesmo Trump, com todas suas ameaças, não se disporia a correr. O secretário da Defesa, Jim Mattis, disse no programa "Face the Nation" da CBS em maio que "um conflito na Coreia do Norte provavelmente seria o pior tipo de combate já visto". Isso nos leva à opção seguinte, sobre a qual o novo presidente sul-coreano, Moon Jae-in, falou em Washington na semana passada, quando visitou Trump : negociações. Ela começaria com o congelamento dos testes nucleares e de mísseis norte-coreanos em troca de um acordo dos EUA para limitar ou suspender seus exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul. Não é de hoje que o líder chinês, Xi Jinping, defende essa abordagem, e na terça-feira ela ganhou a adesão do presidente russo, Vladimir Putin, depois de eles se encontrarem. Quando Kim olha para o mundo, ele vê casos como o de Muammar Gaddafi na Líbia –um líder autoritário que abriu mão de seu programa nuclear nascente, apenas para ser deposto, com ajuda dos EUA, assim que seu povo se voltou contra ele. É isso o que Kim acredita que seu programa nuclear vai prevenir: um esforço dos EUA para arrancá-lo do poder. Talvez ele tenha razão. Tradução de CLARA ALLAIN
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Trump faz ameaças, mas tem poucas opções para enfrentar Coreia do NorteQuando o então presidente eleito Donald Trump disse no Twitter, no início de janeiro, que um teste de um míssil balístico intercontinental capaz de alcançar os Estados Unidos "não vai acontecer!", havia duas coisas que ele não apreciara completamente: quão perto Kim Jong-un, o líder norte-coreano, já estava de alcançar essa meta, e quão limitadas são as opções de qualquer presidente para barrar as ações de Kim. Os sete meses passados desde então têm sido de aprendizado brutal para Trump. Com o lançamento do míssil intercontinental na terça-feira (4), a Coreia do Norte ganhou novo alcance. Especialistas acreditam que o país tenha atravessado o limiar, mesmo que por pouco, com um míssil que parece ser capaz de atingir o Estado americano do Alasca. Os testes reiterados promovidos por Kim revelam que uma demonstração mais definitiva de que ele é capaz de atingir a parte continental dos EUA pode não estar muito longe, mesmo que alguns anos ainda se passem antes que ele adquira a capacidade de colocar uma ogiva nuclear na ponta de seus mísseis cada vez mais poderosos. Mas, para Trump e sua equipe de segurança nacional, o marco técnico alcançado hoje vem apenas sublinhar com mais força o dilema estratégico de amanhã. Como observou recentemente o ex-secretário da Defesa William Perry, a capacidade norte-coreana de atingir o território dos EUA "muda todos os cálculos". O que se teme não é que Kim venha a lançar um ataque preventivo contra a costa oeste dos Estados Unidos; isso seria um gesto suicida, e, se o líder de 33 anos já demonstrou alguma coisa em seus cinco anos no poder, é que sua preocupação principal é a sobrevivência. Mas, se Kim possui a capacidade potencial de contra-atacar, isso vai moldar todas as decisões que Trump e seus sucessores vão tomar relativas à defesa dos aliados dos EUA na região. Veja vídeo Há anos a Coreia do Norte já possui a capacidade de alcançar a Coreia do Sul e o Japão sem dificuldades com mísseis de médio alcance, e a inteligência americana acredita que esses misseis são capazes de portar uma ogiva nuclear. Mas o teste mais recente sugere que também os Estados Unidos talvez já estejam ao alcance dos mísseis norte-coreanos, e esse fato, como observou recentemente um ex-alto funcionário da inteligência dos EUA, será levado em conta em todas as decisões militares e colocará pressão enorme sobre as defesas antimísseis dos EUA, em cujo funcionamento poucos confiam. Trump ainda dispõe de algum tempo. O que os norte-coreanos realizaram enquanto os americanos estavam ocupados festejando o Dia da Independência nacional foi um avanço, mas não uma demonstração forte de seu alcance nuclear. O míssil norte-coreano percorreu apenas 933 quilômetros, algo que por si só não constitui uma conquista importante. Mas chegou lá fazendo uma trajetória de 2.735 quilômetros que o conduziu ao espaço e de volta à atmosfera, um voo que durou 37 minutos, segundo cálculos do Comando do Pacífico americano (ou alguns minutos mais, segundo a Coreia do Norte). Se essa trajetória fosse achatada, teríamos um míssil capaz de alcançar o Alasca, mas não Los Angeles. Isso reforça a avaliação feita pelo diretor da Agência de Defesa Antimísseis, o vice-almirante James D. Syring, que disse em audiência no Congresso em junho: "Precisamos prever que a Coreia do Norte possa nos alcançar com um míssil balístico". Talvez seja por isso que Trump não tenha anunciado nenhuma "linha vermelha" que a Coreia do Norte não possa ultrapassar. Ele nem sequer reiterou a política anunciada pelo então presidente George W. Bush em outubro de 2006, após o primeiro teste nuclear norte-coreano: que responsabilizaria o país plenamente se ele compartilhasse sua tecnologia nuclear com outro país ou organização terrorista. Os assessores de Trump dizem que não enxergam grande vantagem em traçar linhas que podem limitar suas opções. Dizem que preferem manter a Coreia do Norte na incerteza. Quais são, então, as opções de Trump, e que desvantagens elas possuem? Existe a opção da contenção clássica: limitar a capacidade do adversário de expandir sua influência, como fez os Estados Unidos contra um adversário muito mais poderoso, a União Soviética. Mas isso não soluciona o problema –é apenas uma maneira de conviver com ele. Trump poderia intensificar as sanções, reforçar a presença naval americana ao largo da península coreana –"estamos enviando uma armada", ele se gabou em abril– e acelerar um programa cibernético secreto dos EUA para sabotar lançamentos de mísseis. Mas, se essa combinação de intimidação e habilidade técnica tivesse tido êxito, Kim não teria conduzido o teste na terça-feira, sabendo que ele apenas levaria a mais sanções, mais pressão militar e mais atividade sigilosa –além de, possivelmente, persuadir a China que ela não tem outra escolha senão intervir de maneira mais decisiva. Até agora, o entusiasmo inicial de Trump ao dizer que teria persuadido o presidente chinês, Xi Jinping, a reprimir a Coreia do Norte resultou em desapontamento previsível. Recentemente Trump disse a Xi que os EUA estão dispostos a agir sozinhos para enfrentar a Coreia do Norte. Mas é possível que os chineses vejam isso como uma ameaça da boca para fora. Trump poderia tomar outra iniciativa, ameaçando com ataques militares preventivos se os EUA detectarem a iminência de outro lançamento de míssil balístico intercontinental –possivelmente um que vise demonstrar a possibilidade de alcançar a costa oeste dos Estados Unidos. Perry argumentou em favor dessa opção em 2006, em artigo de opinião no "Washington Post" que escreveu com o futuro secretário da Defesa Ash Carter. "Se a Coreia do Norte persistir em seus preparativos de lançamentos, os EUA deixariam claro imediatamente sua intenção de procurar e destruir" os mísseis antes de serem lançados, escreveram os dois. Mas Perry comentou recentemente que "mesmo que tivéssemos achado uma boa ideia na época", e ele hoje parece ter suas dúvidas a esse respeito, "não é uma boa ideia hoje". A razão é simples: nos 11 anos passados desde 2006, a Coreia do Norte construiu mísseis demais de vários tipos para que os benefícios de um ataque desse tipo justifiquem o risco. Ela já testou uma nova geração de mísseis de combustível sólido, que podem ser escondidos facilmente em cavernas nas montanhas e tiradas delas para serem lançadas rapidamente. E os norte-coreanos possuem sua arma retaliatória máxima: artilharia disposta na margem norte da Zona Desmilitarizada que poderia atacar a capital sul-coreana, Seul, cidade de 10 milhões de habitantes, um dos maiores centros econômicos da Ásia. Em suma, é um risco que a Coreia do Norte aposta que mesmo Trump, com todas suas ameaças, não se disporia a correr. O secretário da Defesa, Jim Mattis, disse no programa "Face the Nation" da CBS em maio que "um conflito na Coreia do Norte provavelmente seria o pior tipo de combate já visto". Isso nos leva à opção seguinte, sobre a qual o novo presidente sul-coreano, Moon Jae-in, falou em Washington na semana passada, quando visitou Trump : negociações. Ela começaria com o congelamento dos testes nucleares e de mísseis norte-coreanos em troca de um acordo dos EUA para limitar ou suspender seus exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul. Não é de hoje que o líder chinês, Xi Jinping, defende essa abordagem, e na terça-feira ela ganhou a adesão do presidente russo, Vladimir Putin, depois de eles se encontrarem. Quando Kim olha para o mundo, ele vê casos como o de Muammar Gaddafi na Líbia –um líder autoritário que abriu mão de seu programa nuclear nascente, apenas para ser deposto, com ajuda dos EUA, assim que seu povo se voltou contra ele. É isso o que Kim acredita que seu programa nuclear vai prevenir: um esforço dos EUA para arrancá-lo do poder. Talvez ele tenha razão. Tradução de CLARA ALLAIN
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Fotógrafo registra imagens de vida e morte no salar de Uyuni, na Bolívia
Em uma viagem para conhecer a cidade boliviana de Uyuni, em setembro de 2016, o fotógrafo Johnson Barros registrou bem mais do que o maior deserto de sal do mundo que está na região. "Pensamos no deserto como um lugar onde não existe vida. Mas há um ecossistema, animais e pessoas que tiram seu sustento dali", afirma ele. As imagens da Laguna Colorado atestam a fala de Barros –o sal e as algas que dão cor ao lago atraem os flamingos e, segundo o fotógrafo, é fácil encontrar as aves na área. "A paisagem é impressionante. Quero voltar à laguna para passar a noite fazendo fotos", diz. Outros pontos imperdíveis das redondezas de Uyuni, de acordo com Barros, são o cemitério de trens, que guarda carcaças de antigas locomotivas, e a fonte geotermal Sol de Mañana. "A fonte começou a ser explorada na década de 1980, contudo, por não ser economicamente rentável, o projeto foi interrompido e ficaram apenas os buracos", conta o fotógrafo.
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Fotógrafo registra imagens de vida e morte no salar de Uyuni, na BolíviaEm uma viagem para conhecer a cidade boliviana de Uyuni, em setembro de 2016, o fotógrafo Johnson Barros registrou bem mais do que o maior deserto de sal do mundo que está na região. "Pensamos no deserto como um lugar onde não existe vida. Mas há um ecossistema, animais e pessoas que tiram seu sustento dali", afirma ele. As imagens da Laguna Colorado atestam a fala de Barros –o sal e as algas que dão cor ao lago atraem os flamingos e, segundo o fotógrafo, é fácil encontrar as aves na área. "A paisagem é impressionante. Quero voltar à laguna para passar a noite fazendo fotos", diz. Outros pontos imperdíveis das redondezas de Uyuni, de acordo com Barros, são o cemitério de trens, que guarda carcaças de antigas locomotivas, e a fonte geotermal Sol de Mañana. "A fonte começou a ser explorada na década de 1980, contudo, por não ser economicamente rentável, o projeto foi interrompido e ficaram apenas os buracos", conta o fotógrafo.
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Confira descontos em cinema, parques e salto de paraquedas para ir em julho
DE SÃO PAULO Criados há seis anos, os sites de compra coletiva fizeram algumas alterações de formato e ainda oferecem ofertas interessantes. Hoje chamados de e-commerce local, páginas como Groupon e Peixe Urbano oferecem ingressos para cinema, parques e passeios radicais, como salto de paraquedas e rafting, com desconto. Confira sete ofertas para aproveitar nas férias de julho. * 1. BICHOMANIA O parque tem atrações como arborismo, tirolesa, passeio de charrete e ordenha de vacas. No período da tarde, é servido um chá da tarde como cortesia. De R$ 34 por R$ 20,40 cada ingresso. Válido para uso de quinta a domingo, até 2/8. Informe-se sobre a promoção Estr. dos Pires, 1.933, acesso pelo km 39 da rod. Raposo Tavares, Caucaia do Alto, Cotia, tel. 4242-1116. Livre (grátis p/ menores de 3 anos). 2. CIDADE DAS ABELHAS Na minicidade, onde há um parque ecológico com 20 mil m², as crianças podem praticar um arvorismo menos radical e enfrentar um labirinto. De R$ 25 por R$ 13,90 cada ingresso. Válido para uso de terça a sábado, até 29/8. Informe-se sobre a promoção Estr. da Ressaca, km 7, Ressaca, Cotia, tel. 4703-6460. Livre. (grátis p/ menores de 3 e maiores de 60 anos). 3. SALTO DE PARAQUEDAS Realizado em Boituva (121 km de São Paulo), é feito de uma altitude de 12 mil metros e dura em torno de sete minutos. De R$ 385 por R$ 287 por pessoa. Válido para uso até 24/9. Informe-se sobre a promoção Queda Livre Paraquedismo. Av. Industrial, 1.215, Boituva, tel. (15) 3263-3567 e 3263-4861. 4. CINÉPOLIS A rede de cinemas possui salas em shoppings como o Metrô Itaquera, Parque Shopping Maia e Largo 13. O ingresso sai por R$ 10,90 ou R$ 14,90 (3D). Válido em qualquer dia, até 22/12. Informe-se sobre a promoção Confira os filmes em cartaz 5. MONZA AUTOMODELISMO O local oferece carrinhos e pistas variadas para a disputa de provas de autorama, que podem durar até 60 minutos. De R$ 30 por R$ 14,90 a bateria de 20 minutos, por carrinho. Válido para uso até 10/9. Informe-se sobre a promoção Av. dos Carinás, 73, Indianópolis, região sul, tel. 5535-2538. 6. BOMBOLICHE O boliche tem unidades em Santana, Tatuapé e São Bernardo do Campo. De seg., ter., qui., e sex., entre as 18h e as 22h, a hora sai por R$ 28,90. Válido em qualquer dia, até 2/8. Informe-se sobre a promoção R. Emilia Marengo, 746, Vila Regente Feijó, região leste, tel. 2671-0001. E outros endereços. 7. FAROESTE PAINTBALL Neste jogo, os participantes usam armas que disparam bolinhas de tinta. Quem é alvejado "morre" e precisa voltar ao início. De R$ 50 por R$ 21,90 POR uma hora e meia de jogo e cem bolinhas. Válido para uso até 5/9. Informe-se sobre a promoção Av. José Giorgi, 1.067. Cotia, tel. 4262-1401.
saopaulo
Confira descontos em cinema, parques e salto de paraquedas para ir em julhoDE SÃO PAULO Criados há seis anos, os sites de compra coletiva fizeram algumas alterações de formato e ainda oferecem ofertas interessantes. Hoje chamados de e-commerce local, páginas como Groupon e Peixe Urbano oferecem ingressos para cinema, parques e passeios radicais, como salto de paraquedas e rafting, com desconto. Confira sete ofertas para aproveitar nas férias de julho. * 1. BICHOMANIA O parque tem atrações como arborismo, tirolesa, passeio de charrete e ordenha de vacas. No período da tarde, é servido um chá da tarde como cortesia. De R$ 34 por R$ 20,40 cada ingresso. Válido para uso de quinta a domingo, até 2/8. Informe-se sobre a promoção Estr. dos Pires, 1.933, acesso pelo km 39 da rod. Raposo Tavares, Caucaia do Alto, Cotia, tel. 4242-1116. Livre (grátis p/ menores de 3 anos). 2. CIDADE DAS ABELHAS Na minicidade, onde há um parque ecológico com 20 mil m², as crianças podem praticar um arvorismo menos radical e enfrentar um labirinto. De R$ 25 por R$ 13,90 cada ingresso. Válido para uso de terça a sábado, até 29/8. Informe-se sobre a promoção Estr. da Ressaca, km 7, Ressaca, Cotia, tel. 4703-6460. Livre. (grátis p/ menores de 3 e maiores de 60 anos). 3. SALTO DE PARAQUEDAS Realizado em Boituva (121 km de São Paulo), é feito de uma altitude de 12 mil metros e dura em torno de sete minutos. De R$ 385 por R$ 287 por pessoa. Válido para uso até 24/9. Informe-se sobre a promoção Queda Livre Paraquedismo. Av. Industrial, 1.215, Boituva, tel. (15) 3263-3567 e 3263-4861. 4. CINÉPOLIS A rede de cinemas possui salas em shoppings como o Metrô Itaquera, Parque Shopping Maia e Largo 13. O ingresso sai por R$ 10,90 ou R$ 14,90 (3D). Válido em qualquer dia, até 22/12. Informe-se sobre a promoção Confira os filmes em cartaz 5. MONZA AUTOMODELISMO O local oferece carrinhos e pistas variadas para a disputa de provas de autorama, que podem durar até 60 minutos. De R$ 30 por R$ 14,90 a bateria de 20 minutos, por carrinho. Válido para uso até 10/9. Informe-se sobre a promoção Av. dos Carinás, 73, Indianópolis, região sul, tel. 5535-2538. 6. BOMBOLICHE O boliche tem unidades em Santana, Tatuapé e São Bernardo do Campo. De seg., ter., qui., e sex., entre as 18h e as 22h, a hora sai por R$ 28,90. Válido em qualquer dia, até 2/8. Informe-se sobre a promoção R. Emilia Marengo, 746, Vila Regente Feijó, região leste, tel. 2671-0001. E outros endereços. 7. FAROESTE PAINTBALL Neste jogo, os participantes usam armas que disparam bolinhas de tinta. Quem é alvejado "morre" e precisa voltar ao início. De R$ 50 por R$ 21,90 POR uma hora e meia de jogo e cem bolinhas. Válido para uso até 5/9. Informe-se sobre a promoção Av. José Giorgi, 1.067. Cotia, tel. 4262-1401.
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Criado por palestino, Al Janiah é eleito o melhor de SP na categoria nova cozinha de imigrantes
PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO O drinque mais tradicional do restaurante Al Janiah é o Palestina Libre, que mistura araque, uma bebida típica árabe, com cachaça, limão, pimenta-biquinho e zátar verde. O Palestina Libre é um bom resumo do multicultural Al Janiah. O dono do restaurante é um palestino-brasileiro, Hasan Zarif. Nove dos cerca de 20 funcionários são palestinos que vieram do campo de refugiados Yarmouk, na Síria, e anotam os nomes dos clientes em árabe nas comandas da casa. Atendendo os visitantes, há também garçons brasileiros usando camisetas do Che Guevara e do Exército Zapatista. Em meio a toda essa atmosfera engajada, o Al Janiah consegue servir umas das melhores caftas da cidade -por R$ 20, o espetinho de carne moída muito bem temperada com especiarias vem acompanhado de cebola, tomate e homus. O Al Janiah original foi aberto em janeiro de 2016, com investimento inicial de dez mesas e uma geladeira usada, na rua Álvaro de Carvalho, 190. No novo endereço, um prédio maltratado na rua Rui Barbosa, o bar-restaurante ganhou três ambientes, entre eles um pátio de onde se vê a cozinha aberta. Comporta 180 pessoas sentadas mais uma infinidade de gente em pé, tomando cerveja e discutindo a situação política do Brasil e do Oriente Médio. O dono do restaurante, um dos fundadores do Movimento Palestina para Tod@s, costuma brincar que a cozinha é o Hamas, referindo-se ao partido mais linha dura da Palestina. "Os cozinheiros são muçulmanos mais conservadores, que não mexem com as bebidas alcoólicas como o pessoal do bar", diz Zarif. Os preços são honestos: o sanduíche de faláfel, o bolinho frito de grão-de-bico, sai por R$ 17. É sequinho e saboroso e vem no pão árabe feito na hora. As porções como a de baba ganoush, a pasta de berinjela, são generosas (R$ 10). Ao lado de especialidades bem tradicionais da cozinha palestina, libanesa e síria, o Al Janiah aposta em combinações inusitadas. O Fatha -que combina pão árabe picado com tahine, manteiga derretida, castanha-de-caju e uva-passa, com recheio de berinjela (R$ 18) ou carne com berinjela (R$ 25)- prova que, pelo menos na cozinha do Al Janiah, o multiculturalismo dá certo. * Al Janiah. R. Rui Barbosa, 269, Bela Vista, s/ tel
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Criado por palestino, Al Janiah é eleito o melhor de SP na categoria nova cozinha de imigrantesPATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO O drinque mais tradicional do restaurante Al Janiah é o Palestina Libre, que mistura araque, uma bebida típica árabe, com cachaça, limão, pimenta-biquinho e zátar verde. O Palestina Libre é um bom resumo do multicultural Al Janiah. O dono do restaurante é um palestino-brasileiro, Hasan Zarif. Nove dos cerca de 20 funcionários são palestinos que vieram do campo de refugiados Yarmouk, na Síria, e anotam os nomes dos clientes em árabe nas comandas da casa. Atendendo os visitantes, há também garçons brasileiros usando camisetas do Che Guevara e do Exército Zapatista. Em meio a toda essa atmosfera engajada, o Al Janiah consegue servir umas das melhores caftas da cidade -por R$ 20, o espetinho de carne moída muito bem temperada com especiarias vem acompanhado de cebola, tomate e homus. O Al Janiah original foi aberto em janeiro de 2016, com investimento inicial de dez mesas e uma geladeira usada, na rua Álvaro de Carvalho, 190. No novo endereço, um prédio maltratado na rua Rui Barbosa, o bar-restaurante ganhou três ambientes, entre eles um pátio de onde se vê a cozinha aberta. Comporta 180 pessoas sentadas mais uma infinidade de gente em pé, tomando cerveja e discutindo a situação política do Brasil e do Oriente Médio. O dono do restaurante, um dos fundadores do Movimento Palestina para Tod@s, costuma brincar que a cozinha é o Hamas, referindo-se ao partido mais linha dura da Palestina. "Os cozinheiros são muçulmanos mais conservadores, que não mexem com as bebidas alcoólicas como o pessoal do bar", diz Zarif. Os preços são honestos: o sanduíche de faláfel, o bolinho frito de grão-de-bico, sai por R$ 17. É sequinho e saboroso e vem no pão árabe feito na hora. As porções como a de baba ganoush, a pasta de berinjela, são generosas (R$ 10). Ao lado de especialidades bem tradicionais da cozinha palestina, libanesa e síria, o Al Janiah aposta em combinações inusitadas. O Fatha -que combina pão árabe picado com tahine, manteiga derretida, castanha-de-caju e uva-passa, com recheio de berinjela (R$ 18) ou carne com berinjela (R$ 25)- prova que, pelo menos na cozinha do Al Janiah, o multiculturalismo dá certo. * Al Janiah. R. Rui Barbosa, 269, Bela Vista, s/ tel
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Tensão contra turistas sobe na Europa
Críticas aos impactos do turismo em massa têm ganhado as ruas, culminando em protestos em cidades europeias. Diversas prefeituras sofrem pressão popular e tomaram medidas para controlar o comportamento dos visitantes. Barcelona, Espanha Na capital catalã, membros do partido independentista CUP danificaram pneus de um ônibus e de bicicletas usadas por turistas. Moradores também têm acusado visitantes de tratar uma praia como resort após beber em excesso. Em protesto recente, locais fizeram corrente humana bloqueando o acesso ao mar. Outra reclamação é que o aluguel de casas por visitantes está elevando o preço para os catalães. Veneza, Itália Manifestantes protestaram no início de julho contra a inundação de Veneza por cerca de 20 milhões de turistas ao ano. A cidade histórica tem 55.000 habitantes e muitos se incomodam com o excesso de lixo e barulho. A manifestação também criticou o aumento dos aluguéis e o impacto de grandes cruzeiros. Autoridades locais prometeram proibir que novas acomodações para turistas sejam abertas no centro. San Sebastián, Espanha Um grupo de manifestantes com cartazes antituristas parou um trem com famílias que visitavam a cidade. Os cartazes promoviam uma marcha contra o turismo que coincide com a "Semana Grande", festival da cultura basca. A contribuição total do setor de viagens e turismo para a economia da Espanha foi de 158,9 bilhões de euros em 2016, 14,2% do PIB, segundo o Conselho Mundial de Viagens e Turismo. Dubrovnik, Croácia Moradores da cidade com vista para o mar Adriático têm alertado que o número excessivo de visitantes está destruindo Dubrovnik. Protegida por muros medievais e torres do século 15, a cidade recebeu o status de patrimônio mundial da Unesco, mas a organização alertou no ano passado que o título estava em risco. Em resposta, a prefeitura prometeu reduzir o limite às visitas diárias de cruzeiros. Palma de Maiorca, Espanha Membros do movimento "cidade para quem a habita" bloquearam o prédio do Ministério do Turismo, dizendo-se cansados de visitantes embriagados e pedindo formas mais sustentáveis de turismo. Os manifestantes também colaram cartazes com a inscrição "fechado" no prédio do ministério. Roma, Itália Embora não tenha recebido protestos recentemente como Veneza, Roma também tem tomado medidas para controlar o turismo em massa. Uma delas foi proibir o consumo de comidas e bebidas ao redor de suas famosas fontes, como a Fontana di Trevi. Entrar, sentar, dar de beber aos cachorros e jogar objetos (exceto moedas) na água também é proibido. Quebrar as regras pode resultar em multa de até 240 euros. Berlim, Alemanha Pular sobre os blocos de concreto, tirar selfies sorrindo e correr pelo Memorial dos Judeus Mortos da Europa são algumas das atitudes que geram debates acalorados sobre como a memória do Holocausto é encarada por turistas. Em 2016, o memorial pediu que visitantes parassem de jogar Pokémon Go no local. Em Berlim, o aluguel de apartamentos inteiros por turistas pelo Airbnb é proibido. Valência, Espanha Hoteleiros de Valência pressionam o governo a endurecer os controles sobre plataformas online de aluguel de apartamentos para turistas, como o Airbnb. O governo tem participado do debate, mas se concentrado em combater grandes sites que comercializam apartamentos irregulares. Milão, Itália Milão proibiu o uso de "paus de selfie" na área portuária do bairro de Darsena durante o verão, assim como a venda de bebidas em garrafas de vidro e food trucks. O objetivo foi reduzir o lixo e comportamentos "antissociais".
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Tensão contra turistas sobe na EuropaCríticas aos impactos do turismo em massa têm ganhado as ruas, culminando em protestos em cidades europeias. Diversas prefeituras sofrem pressão popular e tomaram medidas para controlar o comportamento dos visitantes. Barcelona, Espanha Na capital catalã, membros do partido independentista CUP danificaram pneus de um ônibus e de bicicletas usadas por turistas. Moradores também têm acusado visitantes de tratar uma praia como resort após beber em excesso. Em protesto recente, locais fizeram corrente humana bloqueando o acesso ao mar. Outra reclamação é que o aluguel de casas por visitantes está elevando o preço para os catalães. Veneza, Itália Manifestantes protestaram no início de julho contra a inundação de Veneza por cerca de 20 milhões de turistas ao ano. A cidade histórica tem 55.000 habitantes e muitos se incomodam com o excesso de lixo e barulho. A manifestação também criticou o aumento dos aluguéis e o impacto de grandes cruzeiros. Autoridades locais prometeram proibir que novas acomodações para turistas sejam abertas no centro. San Sebastián, Espanha Um grupo de manifestantes com cartazes antituristas parou um trem com famílias que visitavam a cidade. Os cartazes promoviam uma marcha contra o turismo que coincide com a "Semana Grande", festival da cultura basca. A contribuição total do setor de viagens e turismo para a economia da Espanha foi de 158,9 bilhões de euros em 2016, 14,2% do PIB, segundo o Conselho Mundial de Viagens e Turismo. Dubrovnik, Croácia Moradores da cidade com vista para o mar Adriático têm alertado que o número excessivo de visitantes está destruindo Dubrovnik. Protegida por muros medievais e torres do século 15, a cidade recebeu o status de patrimônio mundial da Unesco, mas a organização alertou no ano passado que o título estava em risco. Em resposta, a prefeitura prometeu reduzir o limite às visitas diárias de cruzeiros. Palma de Maiorca, Espanha Membros do movimento "cidade para quem a habita" bloquearam o prédio do Ministério do Turismo, dizendo-se cansados de visitantes embriagados e pedindo formas mais sustentáveis de turismo. Os manifestantes também colaram cartazes com a inscrição "fechado" no prédio do ministério. Roma, Itália Embora não tenha recebido protestos recentemente como Veneza, Roma também tem tomado medidas para controlar o turismo em massa. Uma delas foi proibir o consumo de comidas e bebidas ao redor de suas famosas fontes, como a Fontana di Trevi. Entrar, sentar, dar de beber aos cachorros e jogar objetos (exceto moedas) na água também é proibido. Quebrar as regras pode resultar em multa de até 240 euros. Berlim, Alemanha Pular sobre os blocos de concreto, tirar selfies sorrindo e correr pelo Memorial dos Judeus Mortos da Europa são algumas das atitudes que geram debates acalorados sobre como a memória do Holocausto é encarada por turistas. Em 2016, o memorial pediu que visitantes parassem de jogar Pokémon Go no local. Em Berlim, o aluguel de apartamentos inteiros por turistas pelo Airbnb é proibido. Valência, Espanha Hoteleiros de Valência pressionam o governo a endurecer os controles sobre plataformas online de aluguel de apartamentos para turistas, como o Airbnb. O governo tem participado do debate, mas se concentrado em combater grandes sites que comercializam apartamentos irregulares. Milão, Itália Milão proibiu o uso de "paus de selfie" na área portuária do bairro de Darsena durante o verão, assim como a venda de bebidas em garrafas de vidro e food trucks. O objetivo foi reduzir o lixo e comportamentos "antissociais".
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Níveis alarmantes de poluição fecham escolas e causam indignação na China
O episódio de poluição maciça que há seis dias asfixia grande parte do norte da China gerou uma grande polêmica nesta quarta-feira (21) na cidade mais afetada, onde as autoridades demoraram para fechar as escolas. Desde sexta-feira, uma nuvem tóxica e cinzenta cobre grande parte do país mais populoso do planeta (1,3 bilhão de habitantes), afetando ao menos 460 milhões de pessoas que vivem na grande região em torno de Pequim. Shijiazhuang, capital da província de Hebei (norte), decretou na sexta-feira, como outras 20 cidades, um "alerta vermelho". Este status implica a ativação de medidas de emergência, entre elas o fechamento de empresas poluentes e o rodízio de veículos. Hebei, onde se localizam numerosas indústrias pesadas, costuma ser acusada de causar a poluição que atinge Pequim, situada a cerca de 300 km. Embora Shijiazhuang tenha sido duramente afetada por esta nuvem tóxica, o departamento de educação da cidade esperou até a noite de terça-feira para ordenar o fechamento das escolas primárias e dos jardins de infância, uma medida que já tinha sido tomada pelas metrópoles vizinhas de Pequim e Tianjin. O anúncio acrescentou, porém, que o fechamento das escolas secundárias não era obrigatório. O comunicado municipal gerou indignação nas redes sociais. "Os corpos dos alunos do ensino médio têm purificadores de ar?", questionou um internauta, acrescentando: "Vocês vão esperar que todos nós fiquemos doentes para resolver isso?" Uma foto da cidade de Linzhou, na província vizinha de Henan, que mostra mais de 400 alunos fazendo uma prova sentados em um campo de futebol após a escola ter sido forçada a fechar, foi amplamente divulgada nas mídias sociais. A agência de educação e esportes da cidade suspendeu o diretor da escola por organizar as provas ao ar livre, informou a agência estatal de notícias Xinhua. Em Shijiazhuang, os registros de poluição dispararam nas últimas 48 horas. A concentração de partículas de 10 micrômetros de diâmetro superou 1.000 microgramas por metro cúbico, informou a Xinhua. O índice é tão alto que fez com que os captores ficassem bloqueados na cifra máxima que são capazes de registrar, 999. Já os níveis de partículas de 2,5 micrômetros de diâmetro - ainda mais perigosas, já que são absorvidas na corrente sanguínea e causam doenças respiratórias e cardiovasculares -, chegou a 733 microgramas/m3, mais de 29 vezes o nível máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 25. "TENHO QUE TRABALHAR" Nesta quarta-feira, as ruas de Shijiazhuang –com uma população de 10,7 milhões de pessoas– estavam impregnadas de um forte cheiro de carvão, enquanto os pedestres e ciclistas circulavam sob uma espessa névoa que esfumava a silhueta dos edifícios. Só alguns deles usavam máscaras, que são habituais na capital, Pequim, desde que o governo lançou em dezembro pela primeira vez um alerta vermelho por poluição. "Não gosto desta poluição, mas tenho que trabalhar" diz à AFP o gari Dong Xiai, de 44 anos, acrescentando que seus colegas não usam máscaras porque as autoridades municipais não as fornecem. Na internet, os habitantes se divertem comparando as fotos batidas antes e durante a poluição. Em uma foto do "antes", o céu limpo permite ver as montanhas ao fundo. Agora, a fumaça esconde inclusive o edifício que está na frente. "As partículas provocam câncer. É pior que fumar, mas o governo não faz nada", lamenta Wu Zhiwei, de 28 anos.
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Níveis alarmantes de poluição fecham escolas e causam indignação na ChinaO episódio de poluição maciça que há seis dias asfixia grande parte do norte da China gerou uma grande polêmica nesta quarta-feira (21) na cidade mais afetada, onde as autoridades demoraram para fechar as escolas. Desde sexta-feira, uma nuvem tóxica e cinzenta cobre grande parte do país mais populoso do planeta (1,3 bilhão de habitantes), afetando ao menos 460 milhões de pessoas que vivem na grande região em torno de Pequim. Shijiazhuang, capital da província de Hebei (norte), decretou na sexta-feira, como outras 20 cidades, um "alerta vermelho". Este status implica a ativação de medidas de emergência, entre elas o fechamento de empresas poluentes e o rodízio de veículos. Hebei, onde se localizam numerosas indústrias pesadas, costuma ser acusada de causar a poluição que atinge Pequim, situada a cerca de 300 km. Embora Shijiazhuang tenha sido duramente afetada por esta nuvem tóxica, o departamento de educação da cidade esperou até a noite de terça-feira para ordenar o fechamento das escolas primárias e dos jardins de infância, uma medida que já tinha sido tomada pelas metrópoles vizinhas de Pequim e Tianjin. O anúncio acrescentou, porém, que o fechamento das escolas secundárias não era obrigatório. O comunicado municipal gerou indignação nas redes sociais. "Os corpos dos alunos do ensino médio têm purificadores de ar?", questionou um internauta, acrescentando: "Vocês vão esperar que todos nós fiquemos doentes para resolver isso?" Uma foto da cidade de Linzhou, na província vizinha de Henan, que mostra mais de 400 alunos fazendo uma prova sentados em um campo de futebol após a escola ter sido forçada a fechar, foi amplamente divulgada nas mídias sociais. A agência de educação e esportes da cidade suspendeu o diretor da escola por organizar as provas ao ar livre, informou a agência estatal de notícias Xinhua. Em Shijiazhuang, os registros de poluição dispararam nas últimas 48 horas. A concentração de partículas de 10 micrômetros de diâmetro superou 1.000 microgramas por metro cúbico, informou a Xinhua. O índice é tão alto que fez com que os captores ficassem bloqueados na cifra máxima que são capazes de registrar, 999. Já os níveis de partículas de 2,5 micrômetros de diâmetro - ainda mais perigosas, já que são absorvidas na corrente sanguínea e causam doenças respiratórias e cardiovasculares -, chegou a 733 microgramas/m3, mais de 29 vezes o nível máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 25. "TENHO QUE TRABALHAR" Nesta quarta-feira, as ruas de Shijiazhuang –com uma população de 10,7 milhões de pessoas– estavam impregnadas de um forte cheiro de carvão, enquanto os pedestres e ciclistas circulavam sob uma espessa névoa que esfumava a silhueta dos edifícios. Só alguns deles usavam máscaras, que são habituais na capital, Pequim, desde que o governo lançou em dezembro pela primeira vez um alerta vermelho por poluição. "Não gosto desta poluição, mas tenho que trabalhar" diz à AFP o gari Dong Xiai, de 44 anos, acrescentando que seus colegas não usam máscaras porque as autoridades municipais não as fornecem. Na internet, os habitantes se divertem comparando as fotos batidas antes e durante a poluição. Em uma foto do "antes", o céu limpo permite ver as montanhas ao fundo. Agora, a fumaça esconde inclusive o edifício que está na frente. "As partículas provocam câncer. É pior que fumar, mas o governo não faz nada", lamenta Wu Zhiwei, de 28 anos.
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Secretaria de Saneamento comenta reportagem sobre ação da Promotoria
A reportagem Promotoria move ação contra Sabesp e governo omite informações relevantes. O limite de captação autorizada no Taiaçupeba já é de 15 m3/s desde 2007 e nunca foi questionado. A outorga foi baseada em estudos técnicos que comprovam que essa produção é compatível com a capacidade do sistema. Omite ainda que, independentemente do limite, em situações como a estiagem sem precedentes que atingiu o país, a concessionária pode captar menos, como, inclusive, vem acontecendo ao longo do biênio 2014-2015. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Secretaria de Saneamento comenta reportagem sobre ação da PromotoriaA reportagem Promotoria move ação contra Sabesp e governo omite informações relevantes. O limite de captação autorizada no Taiaçupeba já é de 15 m3/s desde 2007 e nunca foi questionado. A outorga foi baseada em estudos técnicos que comprovam que essa produção é compatível com a capacidade do sistema. Omite ainda que, independentemente do limite, em situações como a estiagem sem precedentes que atingiu o país, a concessionária pode captar menos, como, inclusive, vem acontecendo ao longo do biênio 2014-2015. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Chef de escola francesa faz cozinha de produto em botecão na Barra Funda
MAGÊ FLORES DE SÃO PAULO No meio da tarde os caixotes cobertos de gelo são entregues. Em um deles, há sororoca para um escabeche. No outro, sarnambi, um marisco branco, para preparar na manteiga, com um pouco de vinho branco. O sargo, um peixão robusto, vai ser servido com purê de couve-flor. Quando chegam os ingredientes, o chef Rodrigo Felício decide as três receitas semanais do Capivara, bar na Barra Funda que funcionava em testes há um ano e que um mês atrás foi aberto oficialmente. Naquele pequenino galpão de paredes amarelas e portão de aço, as poucas mesas são coletivas e a decoração é improvisada. "Não tem ambiente. Mas é agradável", define o chef. "O bairro funciona como um filtro [para frequentadores]. Aqui dentro, há um outro." Felício se refere ao "viés politizado da casa". "Não visamos o lucro, não há uma rigidez militar, nem subserviência." Nesse lugar informal, ele faz os preparos à vista do visitante, com a ajuda de uma única cozinheira. Músico erudito, Felício tocava piano quando partiu para Paris "na porra louquice" e acabou no estrelado L'Espadon do hotel Ritz. De volta ao Brasil, passou por La Casserole, Brasserie de Erick Jacquin e D.O.M.. Decidiu então ter sua própria cozinha, montada aos poucos, com a renda de almoços aos sábados, no simples imóvel da Barra Funda. Ao conhecer os produtos de Cauê Tessuto, d'A Peixaria, que fornece peixes muito frescos para restaurantes, decidiu tornar essa sua principal matéria-prima. Os legumes, ele busca em feiras orgânicas. Costuma servir carnes mais delicadas ao vapor e também algum peixe cru temperado, em estilo japonês. No Capivara são atendidos diariamente 40 clientes -três receitas (não há aqui o conceito de entrada e prato) servem bem duas pessoas. Os preços variam entre R$ 18 e R$ 50, a depender do ingrediente. Para finalizar a refeição, em vez de sobremesa, há queijos brasileiros e compotas. Capivara Bar. R. Dr. Ribeiro de Almeida, 157, Barra Funda. Ter. a qui., das 19h às 23h30; sáb., a partir das 12h (até acabarem as porções). instagram.com/capivarabar
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Chef de escola francesa faz cozinha de produto em botecão na Barra FundaMAGÊ FLORES DE SÃO PAULO No meio da tarde os caixotes cobertos de gelo são entregues. Em um deles, há sororoca para um escabeche. No outro, sarnambi, um marisco branco, para preparar na manteiga, com um pouco de vinho branco. O sargo, um peixão robusto, vai ser servido com purê de couve-flor. Quando chegam os ingredientes, o chef Rodrigo Felício decide as três receitas semanais do Capivara, bar na Barra Funda que funcionava em testes há um ano e que um mês atrás foi aberto oficialmente. Naquele pequenino galpão de paredes amarelas e portão de aço, as poucas mesas são coletivas e a decoração é improvisada. "Não tem ambiente. Mas é agradável", define o chef. "O bairro funciona como um filtro [para frequentadores]. Aqui dentro, há um outro." Felício se refere ao "viés politizado da casa". "Não visamos o lucro, não há uma rigidez militar, nem subserviência." Nesse lugar informal, ele faz os preparos à vista do visitante, com a ajuda de uma única cozinheira. Músico erudito, Felício tocava piano quando partiu para Paris "na porra louquice" e acabou no estrelado L'Espadon do hotel Ritz. De volta ao Brasil, passou por La Casserole, Brasserie de Erick Jacquin e D.O.M.. Decidiu então ter sua própria cozinha, montada aos poucos, com a renda de almoços aos sábados, no simples imóvel da Barra Funda. Ao conhecer os produtos de Cauê Tessuto, d'A Peixaria, que fornece peixes muito frescos para restaurantes, decidiu tornar essa sua principal matéria-prima. Os legumes, ele busca em feiras orgânicas. Costuma servir carnes mais delicadas ao vapor e também algum peixe cru temperado, em estilo japonês. No Capivara são atendidos diariamente 40 clientes -três receitas (não há aqui o conceito de entrada e prato) servem bem duas pessoas. Os preços variam entre R$ 18 e R$ 50, a depender do ingrediente. Para finalizar a refeição, em vez de sobremesa, há queijos brasileiros e compotas. Capivara Bar. R. Dr. Ribeiro de Almeida, 157, Barra Funda. Ter. a qui., das 19h às 23h30; sáb., a partir das 12h (até acabarem as porções). instagram.com/capivarabar
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Encantamento e memória marcam a poesia reunida de Adélia Prado
POESIA REUNIDA Em crônica publicada no "Jornal do Brasil", de 1975, Drummond se refere a Adélia Prado como uma "grande poeta-mulher à beira da linha". A expressão de estar à margem tinha o duplo sentido de viver próxima à passagem do trem, em Divinópolis, e de se manter fora do circuito literário, ou do mercado propriamente dito. Com a reunião de sua obra, e no momento em que a poeta completa 80 anos, outro significado se insinua: o da singularidade de sua poesia na tradição recente, ou pós-modernista, da literatura brasileira. Uma dicção que oscila entre o prosaico e o sagrado, a projeção da dimensão epifânica nos episódios corriqueiros, certa liturgia dos pequenos gestos, interpelação da divindade e seus mistérios em uma perspectiva coloquial. Adélia se encanta com o mundano e com a memória, mas parece buscar sempre uma ordem que está além das rotinas, lugares, seres e objetos que nos habitam. Uma busca da transcendência nas miudezas da vida, de uma conexão que se dá para além do que a palavra aprisiona e dramatiza. (REYNALDO DAMAZIO) POESIA REUNIDA QUANTO: R$ 70 (544 págs.) e R$ 49 (e-book) AUTOR: Adélia Prado EDITORA: Record * TREME AINDA Alguém poderia dizer, deste novo livro de Fabio Weintraub, que se trata de um livro desagradável, ou, como diz Manuel de Freitas na orelha, de uma escrita "desconfortável, na sua crueza austera". Desde "Novo Endereço" (2002), o poeta veio aprofundando sua pesquisa sobre a realidade urbana, principalmente aquela marginalizada dentro dos grandes centros, com seus mendigos, drogados, apunhalados por uma sociedade injusta e desigual. Em "Treme Ainda", esse universo reaparece, em seus detalhes mais cruéis, vazados por uma linguagem que não transfigura seu objeto, mas frisa a desumanidade que os cerca. Um mundo doente, desamparado, daí as imagens de hospitais, sanatórios e ambulatórios, velhos e estropiados. A perversidade dos tempos que correm encontra um palco com vozes variadas, como aquela que diz em "Emergências": "a vítima precisa decidir/ se agoniza ou desencarna/ já na reta de chegada/ no pódio da despedida". Ou ainda o episódio daquele pobre carroceiro caído na avenida, tentando se levantar, "a cabeça no meio-fio/ amparada pelo sapato/ do vigilante que a levanta". (HEITOR FERRAZ MELLO) TREME AINDA QUANTO: R$ 29 (96 págs.) AUTOR: Fabio Weintraub EDITORA: 34 * AO ABRIGO O grande dilema da palavra poética, hoje, é encarar o abismo entre o mundo e a condição humana, continuar escrevendo poesia nas frestas da linguagem (o que Auschwitz e outros holocaustos mais próximos ainda ensinam). Daí que o livro de Polito (depois de "Terminal", 2006) seja marcante como obra de seu tempo, pois a sua negatividade é parte do canto possível. A aflição dessa dicção, de sintaxe entrecortada e imagética suspensa, com 46 poemas de formas diversas, é estabelecer uma linha de horizonte sem o álibi de patrimônio retórico. Só versos desnudos, secos, e imaginário às avessas: "Em cada coisa acorda uma catarse./ Aqui cai um grão da grande muralha." Como poesia feita nas margens, isolada de focos e correntes, mas exigente com nossa subjetividade farta e anestesiada, ela se declara enxuta (sem gordura nenhuma, nem narrativa), ultraviva, contradizendo —e este é seu paradoxo— o ditado vitimista de que vivemos maus tempos para a lírica. "Ao Abrigo" é uma cobertura visível, certo lar ímpar. (ADOLFO MONTEJO NAVAS) AO ABRIGO QUANTO: R$ 35 (54 págs.) AUTOR: Ronald Polito EDITORA: Scriptum
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Encantamento e memória marcam a poesia reunida de Adélia PradoPOESIA REUNIDA Em crônica publicada no "Jornal do Brasil", de 1975, Drummond se refere a Adélia Prado como uma "grande poeta-mulher à beira da linha". A expressão de estar à margem tinha o duplo sentido de viver próxima à passagem do trem, em Divinópolis, e de se manter fora do circuito literário, ou do mercado propriamente dito. Com a reunião de sua obra, e no momento em que a poeta completa 80 anos, outro significado se insinua: o da singularidade de sua poesia na tradição recente, ou pós-modernista, da literatura brasileira. Uma dicção que oscila entre o prosaico e o sagrado, a projeção da dimensão epifânica nos episódios corriqueiros, certa liturgia dos pequenos gestos, interpelação da divindade e seus mistérios em uma perspectiva coloquial. Adélia se encanta com o mundano e com a memória, mas parece buscar sempre uma ordem que está além das rotinas, lugares, seres e objetos que nos habitam. Uma busca da transcendência nas miudezas da vida, de uma conexão que se dá para além do que a palavra aprisiona e dramatiza. (REYNALDO DAMAZIO) POESIA REUNIDA QUANTO: R$ 70 (544 págs.) e R$ 49 (e-book) AUTOR: Adélia Prado EDITORA: Record * TREME AINDA Alguém poderia dizer, deste novo livro de Fabio Weintraub, que se trata de um livro desagradável, ou, como diz Manuel de Freitas na orelha, de uma escrita "desconfortável, na sua crueza austera". Desde "Novo Endereço" (2002), o poeta veio aprofundando sua pesquisa sobre a realidade urbana, principalmente aquela marginalizada dentro dos grandes centros, com seus mendigos, drogados, apunhalados por uma sociedade injusta e desigual. Em "Treme Ainda", esse universo reaparece, em seus detalhes mais cruéis, vazados por uma linguagem que não transfigura seu objeto, mas frisa a desumanidade que os cerca. Um mundo doente, desamparado, daí as imagens de hospitais, sanatórios e ambulatórios, velhos e estropiados. A perversidade dos tempos que correm encontra um palco com vozes variadas, como aquela que diz em "Emergências": "a vítima precisa decidir/ se agoniza ou desencarna/ já na reta de chegada/ no pódio da despedida". Ou ainda o episódio daquele pobre carroceiro caído na avenida, tentando se levantar, "a cabeça no meio-fio/ amparada pelo sapato/ do vigilante que a levanta". (HEITOR FERRAZ MELLO) TREME AINDA QUANTO: R$ 29 (96 págs.) AUTOR: Fabio Weintraub EDITORA: 34 * AO ABRIGO O grande dilema da palavra poética, hoje, é encarar o abismo entre o mundo e a condição humana, continuar escrevendo poesia nas frestas da linguagem (o que Auschwitz e outros holocaustos mais próximos ainda ensinam). Daí que o livro de Polito (depois de "Terminal", 2006) seja marcante como obra de seu tempo, pois a sua negatividade é parte do canto possível. A aflição dessa dicção, de sintaxe entrecortada e imagética suspensa, com 46 poemas de formas diversas, é estabelecer uma linha de horizonte sem o álibi de patrimônio retórico. Só versos desnudos, secos, e imaginário às avessas: "Em cada coisa acorda uma catarse./ Aqui cai um grão da grande muralha." Como poesia feita nas margens, isolada de focos e correntes, mas exigente com nossa subjetividade farta e anestesiada, ela se declara enxuta (sem gordura nenhuma, nem narrativa), ultraviva, contradizendo —e este é seu paradoxo— o ditado vitimista de que vivemos maus tempos para a lírica. "Ao Abrigo" é uma cobertura visível, certo lar ímpar. (ADOLFO MONTEJO NAVAS) AO ABRIGO QUANTO: R$ 35 (54 págs.) AUTOR: Ronald Polito EDITORA: Scriptum
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Ofensas pessoais entre candidatos ofuscam eleição presidencial no Peru
Todos estão pelo menos 15 pontos percentuais atrás de Keiko Fujimori nas pesquisas para a eleição do próximo domingo (10) no Peru. Mesmo assim, nenhum dos candidatos cogita uma aliança para unificar o sentimento antifujimorista no momento. Pelo contrário, vêm acentuando as diferenças ideológicas, que vão da esquerda à direita, e subindo o tom das críticas e ataques entre eles. "Este primeiro turno é quase uma primária. As propostas são muito diferentes, e, como sabem que Keiko está garantida no segundo turno, atacam uns aos outros para conquistar a outra vaga", disse à Folha Alberto Vergara, pesquisador de política andina na Universidade Harvard. O principal duelo se dá entre o economista conservador Pedro Pablo Kuczynski, 77, e a psicóloga e deputada esquerdista Verónika Mendoza, 35. Nesta quinta (7), sondagens encomendadas por partidos indicavam que Mendoza poderia estar com um ou dois pontos a mais que PPK. Nos últimos dias, os ânimos entre ambos se acirraram. PPK disse que Mendoza nunca havia feito nada em sua "perra vida" (literalmente, "vida de cachorra"). Depois, se desculpou dizendo que havia usado "uma expressão popular que poderia ser mal-entendida". Não só as feministas e a esquerda reclamaram como políticos nacionalistas do partido Apra apontaram o fato de PPK não ter o espanhol como primeiro idioma. Filho de poloneses nascido em Lima, foi educado na Inglaterra (Oxford) e nos EUA (Princeton). Mendoza, por sua vez, vem atacando a ingerência de religiosos na campanha, uma tradição peruana. No último domingo (3), o arcebispo de Arequipa, Javier del Río, havia pedido, em um sermão, que os fiéis não votassem em candidatos de esquerda, pró-aborto e pró-casamento gay. Referia-se a Mendoza e a Alfredo Barnechea, quarto colocado. Os demais candidatos se opõem à duas coisas. IMPUGNAÇÕES Tanto PPK como Mendoza são sobreviventes de um processo que começou há algumas semanas, quando o Tribunal Nacional de Eleições impugnou os candidatos que, até então, eram o segundo e o terceiro colocados. Primeiro, foi eliminado Julio Guzmán, sob alegação de que a escolha dentro de seu partido, o Todos pelo Peru, não havia seguido as regras. Depois, César Acuña foi acusado de violar a lei eleitoral que veta oferecer pagamentos ou benefícios a eleitores. Por conta disso, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, disse que o processo está sendo "semidemocrático". Cinco candidatos encerraram campanha nesta quinta (7) em Lima, causando grandes mobilizações e trancando ainda mais seu trânsito caótico de fim de tarde. Keiko Fujimori expressou sua indignação com o fato de o presidente Ollanta Humala ter celebrado a marcha antifujimorista. Já PPK afirmou ser uma opção de centro: "para estar comigo, não é preciso estar contra ninguém". Na praça 2 de Maio, Verónika Mendoza voltou seu discurso para os jovens. "O Peru já se cansou de seu autoritarismo e corrupção. Verónika é diferente e jovem", diz o estudante Andrés Romero.
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Ofensas pessoais entre candidatos ofuscam eleição presidencial no PeruTodos estão pelo menos 15 pontos percentuais atrás de Keiko Fujimori nas pesquisas para a eleição do próximo domingo (10) no Peru. Mesmo assim, nenhum dos candidatos cogita uma aliança para unificar o sentimento antifujimorista no momento. Pelo contrário, vêm acentuando as diferenças ideológicas, que vão da esquerda à direita, e subindo o tom das críticas e ataques entre eles. "Este primeiro turno é quase uma primária. As propostas são muito diferentes, e, como sabem que Keiko está garantida no segundo turno, atacam uns aos outros para conquistar a outra vaga", disse à Folha Alberto Vergara, pesquisador de política andina na Universidade Harvard. O principal duelo se dá entre o economista conservador Pedro Pablo Kuczynski, 77, e a psicóloga e deputada esquerdista Verónika Mendoza, 35. Nesta quinta (7), sondagens encomendadas por partidos indicavam que Mendoza poderia estar com um ou dois pontos a mais que PPK. Nos últimos dias, os ânimos entre ambos se acirraram. PPK disse que Mendoza nunca havia feito nada em sua "perra vida" (literalmente, "vida de cachorra"). Depois, se desculpou dizendo que havia usado "uma expressão popular que poderia ser mal-entendida". Não só as feministas e a esquerda reclamaram como políticos nacionalistas do partido Apra apontaram o fato de PPK não ter o espanhol como primeiro idioma. Filho de poloneses nascido em Lima, foi educado na Inglaterra (Oxford) e nos EUA (Princeton). Mendoza, por sua vez, vem atacando a ingerência de religiosos na campanha, uma tradição peruana. No último domingo (3), o arcebispo de Arequipa, Javier del Río, havia pedido, em um sermão, que os fiéis não votassem em candidatos de esquerda, pró-aborto e pró-casamento gay. Referia-se a Mendoza e a Alfredo Barnechea, quarto colocado. Os demais candidatos se opõem à duas coisas. IMPUGNAÇÕES Tanto PPK como Mendoza são sobreviventes de um processo que começou há algumas semanas, quando o Tribunal Nacional de Eleições impugnou os candidatos que, até então, eram o segundo e o terceiro colocados. Primeiro, foi eliminado Julio Guzmán, sob alegação de que a escolha dentro de seu partido, o Todos pelo Peru, não havia seguido as regras. Depois, César Acuña foi acusado de violar a lei eleitoral que veta oferecer pagamentos ou benefícios a eleitores. Por conta disso, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, disse que o processo está sendo "semidemocrático". Cinco candidatos encerraram campanha nesta quinta (7) em Lima, causando grandes mobilizações e trancando ainda mais seu trânsito caótico de fim de tarde. Keiko Fujimori expressou sua indignação com o fato de o presidente Ollanta Humala ter celebrado a marcha antifujimorista. Já PPK afirmou ser uma opção de centro: "para estar comigo, não é preciso estar contra ninguém". Na praça 2 de Maio, Verónika Mendoza voltou seu discurso para os jovens. "O Peru já se cansou de seu autoritarismo e corrupção. Verónika é diferente e jovem", diz o estudante Andrés Romero.
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Muralha da China está ameaçada por falta de manutenção
Depois de muito defender o império chinês, a Grande Muralha já não tem defensores. Como a China do século 21 não precisa mais de fortificações de pedra e tijolo, seu maior emblema turístico desmorona pela falta de atenção. Quase um terço da construção desapareceu, e os especialistas agora temem o pior: que o monumento passe a ser apenas uma lembrança. O clima, o vandalismo e a negligência fizeram desaparecer quase 2.000 dos 7.000 quilômetros da Grande Muralha que foram construídos durante a dinastia Ming (1368-1644), conforme dados oficiais divulgados na semana passada. O trecho é considerado como a muralha genuína, pois foi nessa época em que viveu seu maior esplendor. "A situação não é boa", afirma um funcionário da instituição encarregada da conservação desse símbolo nacional, uma construção cuja manutenção é cara e difícil. A Grande Muralha, uma estrutura formada por diferentes partes, passa por mais de 15 províncias e regiões da China, desde Pequim, no norte, até o Deserto de Gobi, a oeste, e calcula-se que no total possa ter 8.850 km de comprimento. "Cruza montanhas, vales, rios, desertos e planícies. Suporta condições climatológicas muito difíceis", acrescenta o funcionário, que lembra que paredes inteiras do monumento poderiam vir abaixo em algum temporal típico dos verões no norte da China. A vegetação também representa uma ameaça, já que as raízes das plantas se espalham pelas paredes enfraquecendo a estrutura, que também fica mais frágil por causa do calor e do frio. O clima está ganhando a batalha que trava contra o muro que serviu para defender os chineses dos povos nômades e criadores de gado do norte da Ásia durante séculos. "Não existe funcionário suficiente para a manutenção e proteção", destaca Dong Yaohui, subdiretor da GWCS (sigla que, em português, quer dizer Sociedade Chinesa da Grande Muralha). Dong lembra como nos anos 1960 e 70 muitas pessoas destruíam parte da muralha para construir suas casas. A isso se soma a venda de fragmentos da construção no mercado negro, especialmente aqueles que possuem caracteres gravados e que têm mais valor (pouco mais de R$ 9,50 por peça). De acordo com um estudo da GWCS, em 2014 apenas 8,2% do monumento estava em "boas condições", enquanto 74,1% estava classificado como "em muito mau estado". "O governo deu passos, mas são insuficientes", critica Dong, que considera que as penas para aqueles que atentam contra o monumento "deveriam ser mais altas". Em 2006, o governo chinês aprovou a primeira lei destinada a proteger a Grande Muralha, mas a falta de detalhes na norma e de uma equipe administrativa para cumprir seu propósito levaram a norma a ser considerada um "papel sem valor". "Na verdade, no passado não foi dada muita atenção à manutenção da muralha. A China viveu e ainda vive um processo de transformação e desenvolvimento de sua economia —e o processo de proteção de patrimônios culturais vai no mesmo caminho", comenta o professor de História, Xu Haiyun, da Universidade Renmin, em Pequim. Haiyun se diz otimista sobre o fato de com o poder financeiro da China, a proteção ao monumento começará a acontecer. Contudo, segundo o subdiretor de GWCS, nem todos os problemas são financeiros. "É preciso conscientizar à população", comenta Dong. Para ele, o ideal seria contar com voluntários que vivam próximos a algum trecho da fortificação para que eles cuidem do local em troca de um subsídio. Uma popular tendência de visitar os trechos da construção que estão fora do circuito turístico também ajuda a deteriorar o monumento, já que são áreas sem qualquer gerenciamento. Para Dong, no entanto, o turismo não é um problema, mas um aliado a explorar. "Só uma pequena parte da muralha está aberta ao turismo e essa é a parte com melhor conservação. Os turistas não a danificam e sim a protegem", conclui.
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Muralha da China está ameaçada por falta de manutençãoDepois de muito defender o império chinês, a Grande Muralha já não tem defensores. Como a China do século 21 não precisa mais de fortificações de pedra e tijolo, seu maior emblema turístico desmorona pela falta de atenção. Quase um terço da construção desapareceu, e os especialistas agora temem o pior: que o monumento passe a ser apenas uma lembrança. O clima, o vandalismo e a negligência fizeram desaparecer quase 2.000 dos 7.000 quilômetros da Grande Muralha que foram construídos durante a dinastia Ming (1368-1644), conforme dados oficiais divulgados na semana passada. O trecho é considerado como a muralha genuína, pois foi nessa época em que viveu seu maior esplendor. "A situação não é boa", afirma um funcionário da instituição encarregada da conservação desse símbolo nacional, uma construção cuja manutenção é cara e difícil. A Grande Muralha, uma estrutura formada por diferentes partes, passa por mais de 15 províncias e regiões da China, desde Pequim, no norte, até o Deserto de Gobi, a oeste, e calcula-se que no total possa ter 8.850 km de comprimento. "Cruza montanhas, vales, rios, desertos e planícies. Suporta condições climatológicas muito difíceis", acrescenta o funcionário, que lembra que paredes inteiras do monumento poderiam vir abaixo em algum temporal típico dos verões no norte da China. A vegetação também representa uma ameaça, já que as raízes das plantas se espalham pelas paredes enfraquecendo a estrutura, que também fica mais frágil por causa do calor e do frio. O clima está ganhando a batalha que trava contra o muro que serviu para defender os chineses dos povos nômades e criadores de gado do norte da Ásia durante séculos. "Não existe funcionário suficiente para a manutenção e proteção", destaca Dong Yaohui, subdiretor da GWCS (sigla que, em português, quer dizer Sociedade Chinesa da Grande Muralha). Dong lembra como nos anos 1960 e 70 muitas pessoas destruíam parte da muralha para construir suas casas. A isso se soma a venda de fragmentos da construção no mercado negro, especialmente aqueles que possuem caracteres gravados e que têm mais valor (pouco mais de R$ 9,50 por peça). De acordo com um estudo da GWCS, em 2014 apenas 8,2% do monumento estava em "boas condições", enquanto 74,1% estava classificado como "em muito mau estado". "O governo deu passos, mas são insuficientes", critica Dong, que considera que as penas para aqueles que atentam contra o monumento "deveriam ser mais altas". Em 2006, o governo chinês aprovou a primeira lei destinada a proteger a Grande Muralha, mas a falta de detalhes na norma e de uma equipe administrativa para cumprir seu propósito levaram a norma a ser considerada um "papel sem valor". "Na verdade, no passado não foi dada muita atenção à manutenção da muralha. A China viveu e ainda vive um processo de transformação e desenvolvimento de sua economia —e o processo de proteção de patrimônios culturais vai no mesmo caminho", comenta o professor de História, Xu Haiyun, da Universidade Renmin, em Pequim. Haiyun se diz otimista sobre o fato de com o poder financeiro da China, a proteção ao monumento começará a acontecer. Contudo, segundo o subdiretor de GWCS, nem todos os problemas são financeiros. "É preciso conscientizar à população", comenta Dong. Para ele, o ideal seria contar com voluntários que vivam próximos a algum trecho da fortificação para que eles cuidem do local em troca de um subsídio. Uma popular tendência de visitar os trechos da construção que estão fora do circuito turístico também ajuda a deteriorar o monumento, já que são áreas sem qualquer gerenciamento. Para Dong, no entanto, o turismo não é um problema, mas um aliado a explorar. "Só uma pequena parte da muralha está aberta ao turismo e essa é a parte com melhor conservação. Os turistas não a danificam e sim a protegem", conclui.
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Nova capinha da Apple promete até 25 horas de conversação pelo iPhone
A Apple começou a vender em sua loja virtual dos Estados Unidos uma capinha para carregar a bateria dos iPhones 6 e 6S, que promete ampliar em até 25 horas de conversação ou 18 horas de navegação em 4G. O produto, vendido por US$ 99 (R$ 375) nos Estados Unidos, foi adicionado discretamente ao site da companhia norte-americana. O acessório ainda não está disponível na loja on-line do Brasil. A chamada Smart Battery Case vem em duas cores, branco e cinza, e tem uma protuberância na parte de trás, onde está a bateria extra. O case, de silicone, também possui um conector Lightning (para carregamento). As baterias dos iPhones da Apple são alvo de constantes reclamações por parte dos consumidores. No caso do iPhone 6S e 6S Plus, a bateria, em vez de melhorar, teve a capacidade diminuída.
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Nova capinha da Apple promete até 25 horas de conversação pelo iPhoneA Apple começou a vender em sua loja virtual dos Estados Unidos uma capinha para carregar a bateria dos iPhones 6 e 6S, que promete ampliar em até 25 horas de conversação ou 18 horas de navegação em 4G. O produto, vendido por US$ 99 (R$ 375) nos Estados Unidos, foi adicionado discretamente ao site da companhia norte-americana. O acessório ainda não está disponível na loja on-line do Brasil. A chamada Smart Battery Case vem em duas cores, branco e cinza, e tem uma protuberância na parte de trás, onde está a bateria extra. O case, de silicone, também possui um conector Lightning (para carregamento). As baterias dos iPhones da Apple são alvo de constantes reclamações por parte dos consumidores. No caso do iPhone 6S e 6S Plus, a bateria, em vez de melhorar, teve a capacidade diminuída.
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Somos os únicos humanos do Universo: em busca de outras vidas
RESUMO Com mais de 1 trilhão de mundos apenas em nossa galáxia, é difícil imaginar que não exista vida fora da Terra. Mas, dado que não existem dois mundos com a mesma história e dado que a diversificação da vida depende de forma aleatória das mutações genéticas, pode-se considerar que não haverá humanos fora daqui. * Em 1686, mesmo ano em que Isaac Newton publicou o seu monumental "Princípios Matemáticos da Filosofia Natural", no qual elabora as leis de movimento e da gravitação, o francês Bernard Le Bovier de Fontenelle publicou "Conversa sobre a Pluralidade dos Mundos", em que especula sobre a possibilidade de existência de vida em outros planetas. O texto retrata uma conversa fictícia entre um filósofo e uma marquesa, ao longo de passeios noturnos pelos jardins de seu castelo. Fora o fato de a marquesa ser uma rara protagonista feminina num livro do século 17, Fontenelle mostra sua modernidade ao atribuir a ela uma intuição apuradíssima, que muitas vezes inspira e mesmo confunde o filósofo, que logo acolhe a confusão como parte indispensável do conhecimento. Num dado momento, o filósofo explica: "Toda a filosofia é fundada em duas coisas; curiosidade e miopia...o problema é que queremos ver mais do que podemos...Portanto, filósofos passam a vida duvidando do que veem e tecendo conjecturas sobre o que lhes escapa". Essa observação descreve perfeitamente a questão alienígena, que trata da existência ou não de vida extraterrestre. Passados mais de três séculos desde a publicação do livro de Fontenelle, a questão alienígena continua em aberto. Não sabemos se existe ou não vida fora da Terra, se bem que aprendemos muito sobre a natureza dos sistemas planetários, sobre as propriedades muitas vezes espetaculares dos planetas e luas de nosso sistema solar, e sobre a existência de um número gigantesco de outros planetas e luas, girando em torno das centenas de bilhões de estrelas em nossa galáxia. Nosso conhecimento do cosmo hoje é profundamente diferente daquele vigente no final do século 17. E, dado o que sabemos, podemos especular, como devem fazer os filósofos naturais, sobre o que pode existir noutros mundos. VIDA Qualquer discussão sobre vida extraterrestre deve começar com uma definição de vida. O problema é que não temos uma única definição, aceita pela comunidade científica. Alguns argumentam que definir é limitar e que, no caso da vida, é melhor deixar a questão em aberto: formas de vida inteiramente diversas das que conhecemos aqui podem existir em outros cantos do Universo. Pode ser, mas essa posição não é muito útil. Precisamos ao menos de uma definição operacional, algo que possamos usar quando vasculhamos outros mundos em busca de criaturas vivas. Cientistas da Nasa adotam a seguinte definição: vida é um processo químico no qual sistemas são capazes de metabolizar energia de seu ambiente e de se reproduzir de acordo com o processo darwiniano de seleção natural. Em outras palavras, criaturas vivas consomem energia e se reproduzem e se diversificam segundo descreve a Teoria da Evolução de Darwin. É claro que essa definição é limitada. Bebês e vovôs não se reproduzem e estão vivos. Já os vírus ocupam uma área limítrofe, pois não têm células mas passam a viver (a se reproduzir) quando em contato com uma célula que os hospeda. Essa definição operacional diferencia seres vivos de outros sistemas que podem se reproduzir–fogo, cristais, estrelas–mas não segundo a teoria da evolução. Consideramos também que a química dos seres vivos baseia-se em compostos de carbono e é facilitada em meios aquosos: vida precisa de carbono e água. Alguns elementos químicos, como o silício, têm uma bioquímica mais limitada que a do carbono; já outros meios, como a amônia, são bem menos versáteis do que a água. VIDA INTELIGENTE Na busca por vida extraterrestre, é essencial diferenciar vida de vida inteligente. No caso da Terra, nosso único ponto de referência, a vida existe há pelo menos 3,5 bilhões de anos; mas vida inteligente apenas há 200.000 anos, ao menos na forma da nossa espécie, Homo sapiens. Mais dramaticamente, durante a maior parte desse tempo, 3 bilhões de anos, as únicas criaturas na Terra eram seres unicelulares, principalmente cianobactérias. Foram elas, devido a uma série de mutações acidentais, que evoluíram a ponto de poder realizar a fotossíntese, essencialmente transformando luz solar em oxigênio. Esse processo transformou a composição química da atmosfera que, uma vez rica em oxigênio, possibilitou a existência de criaturas com metabolismos mais complexos, que necessitam de fontes de energia mais eficientes. Estamos aqui, nós e todos os outros seres multicelulares, devido a esse trabalho de bilhões de anos das cianobactérias. A explosão na complexidade da vida aqui ocorreu em torno de 540 milhões de anos atrás, a famosa explosão do Cambriano. Num salto desproporcional, criaturas as mais diversas surgiram num intervalo relativamente curto de tempo, 20 milhões de anos, redefinindo a variedade da vida na Terra. Mesmo assim, vida complexa não equivale a vida inteligente: os dinossauros existiram por cerca de 150 milhões de anos (portanto bem mais do que nós) e não demonstraram qualquer forma de inteligência maior, como compor sinfonias ou construir radiotelescópios. É comum confundir evolução com complexificação, visto que é isto que observamos aqui. A própria conotação da palavra "evolução" contribui para isso. No entanto, a evolução da vida não tem um plano–uma teleologia–determinado; ela não visa "gerar" criaturas cada vez mais complexas. O que a Teoria da Evolução por seleção natural nos diz é que a vida quer estar bem adaptada; se a coisa está funcionando bem, como no caso dos dinossauros por 150 milhões de anos, mutações ocorrerão, mas não necessariamente levarão a uma maior complexidade em direção à inteligência. Por outro lado, a inteligência obviamente oferece enorme vantagem evolucionária, como vemos aqui: nós dominamos o planeta a ponto de mudá-lo e de ter a vida das outras espécies sob nosso poder. De fato, é pouco provável que mais de uma forma de vida inteligente possa conviver num planeta. VIDA EXTRATERRESTRE Nas últimas duas décadas, confirmamos o que já era há muito suspeitado: que a maioria das estrelas têm planetas girando à sua volta. Na Via Láctea, nossa galáxia, são em torno de 200 bilhões de estrelas. Imagine que cerca de 60% dessas estrelas tenham planetas à sua volta. Como sabemos, a maioria dos planetas também têm luas. Júpiter, por exemplo, tem mais de 60. Com isso, chegamos fácil a mais de 1 trilhão de mundos em nossa galáxia apenas, cada um deles único em suas propriedades, com sua própria história. E a Via Láctea é uma dentre centenas de bilhões de galáxias no Universo. Os números são estonteantes. Dado que as mesmas leis físicas operam em todo o cosmo, podemos esperar que muitos desses mundos tenham condições semelhantes às da Terra: água líquida, uma atmosfera rica e diversificada, temperaturas relativamente estáveis, uma química capaz de gerar os compostos orgânicos de que a vida necessita. Difícil imaginar que, dada essa riqueza planetária, não exista vida fora da Terra. Mas que vida será essa? Pelos argumentos acima, podemos concluir duas coisas: primeiro, que a existência de vida deve ser separada da existência de vida inteligente, um fenômeno certamente muito mais raro; segundo, que as formas de vida existentes num determinado mundo dependem fundamentalmente da história desse mundo, de suas propriedades e composição. Aqui, deduzimos algo de muito importante: dado que não existem dois mundos com a mesma história –por exemplo, sequência de colisões com cometas e asteroides, posição dentre outros planetas, número e massa das luas– e dado que a diversificação da vida depende de forma aleatória das mutações genéticas, não existem formas de vida idênticas em mundos diferentes: cada mundo tem suas próprias criaturas, mesmo que possa haver uma repetição de certas características, como simetria aproximada entre lado esquerdo e direito etc. Ou seja, somos os únicos humanos no Universo. CADÊ ELES? Em 1950, o famoso físico italiano Enrico Fermi estava almoçando com colegas no refeitório do laboratório nuclear de Los Alamos, nos Estados Unidos, quando, após rascunhar alguns cálculos no guardanapo, perguntou: "Cadê todo mundo?". Seus amigos se entreolharam e responderam que estava todo mundo ali. "Não vocês", disse Fermi, "os extraterrestres". "Cadê eles?" Fermi argumentou que, como a Via Láctea tem em torno de 10 bilhões de anos (a Terra tem 4,5 bilhões) e 100.000 anos-luz de diâmetro, uma civilização inteligente que houvesse evoluído antes de nós teria tido tempo de sobra para colonizar a galáxia por inteiro, ou ao menos boa parte dela. Por que não temos evidência desses vizinhos alienígenas? Para compreender o que Fermi dizia, basta ver que, se pudéssemos viajar a apenas um décimo da velocidade da luz (equivalente a 30.000 km/segundo), demoraríamos 1 milhão de anos para atravessar a galáxia. Uma civilização antiga com, digamos, dez milhões de anos de vantagem sobre nós (o que não é nada em 10 bilhões de anos), teria já se espalhado pelas estrelas como nós pela Terra. Este é o Paradoxo de Fermi, usado como argumento contra a existência de inteligências extraterrestres: se são comuns, deveriam já ter nos visitado. Os que defendem a existência de ETs inteligentes oferecem vários argumentos para explicar a ausência de evidência: vieram já e não se interessaram muito; não têm interesse em viajar pelas estrelas; se destroem quando descobrem tecnologias nucleares; estão por aqui mas não podemos vê-los; somos sua criação, seu experimento genético ou sua simulação de computador, um game que jogam. Infelizmente, nenhum dos depoimentos de visitas e sequestros por ETs tem validade científica. Mesmo que milhares de pessoas jurem de pés juntos que tiveram contato com extraterrestres, não oferecem nada mais do que depoimentos orais que não têm qualquer valor como prova. O mesmo ocorre com fotos, que sempre podem ser forjadas ou representar fenômenos atmosféricos e objetos voadores menos exóticos do que naves extraterrestres. A questão extraterrestre é séria demais para que nos deixemos levar por oportunismos ou devaneios, ainda que aparentemente honestos. Mesmo que haja outros seres inteligentes em nossa galáxia, a verdade é que estamos tão longe deles que, na prática, devemos nos considerar sós. Nas próximas décadas, deveremos obter evidência, indireta que seja, da existência de vida em outro mundo. Por exemplo, é possível imaginar que futuras missões espaciais que recorram a telescópios bem mais poderosos do que o Hubble possam vir a determinar a composição aproximada da atmosfera de planetas girando em torno de outras estrelas. Se tais observações acusarem a presença de oxigênio, água, gás carbônico ou ozônio em planetas na zona habitável de sua estrela (a zona onde água líquida e temperaturas temperadas são possíveis), teremos ao menos candidatos a lugares onde a vida será plausível; se, com sorte, acharmos clorofila na atmosfera, podemos ter certeza de que a vida existe por lá. Missões em busca de evidência direta, isto é, que pousem em outros mundos, são ainda ficção. Com a tecnologia que temos hoje, mesmo uma missão até a estrela (grupo de estrelas) mais próxima do sol, a alfa centauro, a 4,5 anos-luz de distância, demoraria em torno de 100 mil anos. Junte-se a isso o problema da radiação letal que existe no espaço e problemas fisiológicos que ocorrem em viagens longas, e estamos fadados a ficar no nosso Sistema Solar por muito tempo. E SE? Como em ciência devemos manter a cabeça aberta e não podemos eliminar a possibilidade da existência de ETs inteligentes, temos que abordar também a questão da nossa segurança. Se a maioria dos filmes de ficção científica estiverem certos, os ETs só viriam aqui para nos destruir e se apossar da Terra e de suas fontes de energia e minérios. Em 2010 o físico Stephen Hawking escreveu sobre o assunto, alegando que é melhor nos escondermos deles ou corremos o risco de sermos encontrados e eliminados. Afinal, se você está perdido numa floresta em meio a criaturas desconhecidas, a última coisa que deve fazer é gritar ou acusar sua presença. Seria o caso de temer os ETs? Dada a lista de medos que cidadãos modernos devem enfrentar–apocalipse nuclear, epidemias de novas doenças, sejam as naturais ou as geneticamente criadas, terrorismo, aquecimento global e suas consequências, catástrofes naturais etc.–é lícito pôr a ameaça de ETs no final. Conforme argumentamos, a possibilidade de que existam outras inteligências na nossa galáxia é remota (mesmo que não seja nula), e a possibilidade de que essas inteligências tenham tecnologias ou interesse de vir aqui também. Mais relevante é o que a astronomia moderna nos leva a concluir, que nosso planeta é uma joia rara, um oásis de vida em meio a um Universo hostil e indiferente. Somos nós–restos animados de estrelas capazes de especular sobre a possibilidade de vida além daqui–a grande surpresa cósmica. Enquanto não conhecermos nossos vizinhos estelares, somos somente nós a manifestação de inteligência cósmica, as mentes com que o Universo tenta compreender a si mesmo. Estamos sós no Universo? Duas décadas para a resposta MARCELO GLEISER, 56, é professor titular de física, astronomia e filosofia natural no Dartmouth College, EUA, autor de "A Ilha do Conhecimento" (Record). BRUNO DUNLEY, 30, é pintor.
ilustrissima
Somos os únicos humanos do Universo: em busca de outras vidasRESUMO Com mais de 1 trilhão de mundos apenas em nossa galáxia, é difícil imaginar que não exista vida fora da Terra. Mas, dado que não existem dois mundos com a mesma história e dado que a diversificação da vida depende de forma aleatória das mutações genéticas, pode-se considerar que não haverá humanos fora daqui. * Em 1686, mesmo ano em que Isaac Newton publicou o seu monumental "Princípios Matemáticos da Filosofia Natural", no qual elabora as leis de movimento e da gravitação, o francês Bernard Le Bovier de Fontenelle publicou "Conversa sobre a Pluralidade dos Mundos", em que especula sobre a possibilidade de existência de vida em outros planetas. O texto retrata uma conversa fictícia entre um filósofo e uma marquesa, ao longo de passeios noturnos pelos jardins de seu castelo. Fora o fato de a marquesa ser uma rara protagonista feminina num livro do século 17, Fontenelle mostra sua modernidade ao atribuir a ela uma intuição apuradíssima, que muitas vezes inspira e mesmo confunde o filósofo, que logo acolhe a confusão como parte indispensável do conhecimento. Num dado momento, o filósofo explica: "Toda a filosofia é fundada em duas coisas; curiosidade e miopia...o problema é que queremos ver mais do que podemos...Portanto, filósofos passam a vida duvidando do que veem e tecendo conjecturas sobre o que lhes escapa". Essa observação descreve perfeitamente a questão alienígena, que trata da existência ou não de vida extraterrestre. Passados mais de três séculos desde a publicação do livro de Fontenelle, a questão alienígena continua em aberto. Não sabemos se existe ou não vida fora da Terra, se bem que aprendemos muito sobre a natureza dos sistemas planetários, sobre as propriedades muitas vezes espetaculares dos planetas e luas de nosso sistema solar, e sobre a existência de um número gigantesco de outros planetas e luas, girando em torno das centenas de bilhões de estrelas em nossa galáxia. Nosso conhecimento do cosmo hoje é profundamente diferente daquele vigente no final do século 17. E, dado o que sabemos, podemos especular, como devem fazer os filósofos naturais, sobre o que pode existir noutros mundos. VIDA Qualquer discussão sobre vida extraterrestre deve começar com uma definição de vida. O problema é que não temos uma única definição, aceita pela comunidade científica. Alguns argumentam que definir é limitar e que, no caso da vida, é melhor deixar a questão em aberto: formas de vida inteiramente diversas das que conhecemos aqui podem existir em outros cantos do Universo. Pode ser, mas essa posição não é muito útil. Precisamos ao menos de uma definição operacional, algo que possamos usar quando vasculhamos outros mundos em busca de criaturas vivas. Cientistas da Nasa adotam a seguinte definição: vida é um processo químico no qual sistemas são capazes de metabolizar energia de seu ambiente e de se reproduzir de acordo com o processo darwiniano de seleção natural. Em outras palavras, criaturas vivas consomem energia e se reproduzem e se diversificam segundo descreve a Teoria da Evolução de Darwin. É claro que essa definição é limitada. Bebês e vovôs não se reproduzem e estão vivos. Já os vírus ocupam uma área limítrofe, pois não têm células mas passam a viver (a se reproduzir) quando em contato com uma célula que os hospeda. Essa definição operacional diferencia seres vivos de outros sistemas que podem se reproduzir–fogo, cristais, estrelas–mas não segundo a teoria da evolução. Consideramos também que a química dos seres vivos baseia-se em compostos de carbono e é facilitada em meios aquosos: vida precisa de carbono e água. Alguns elementos químicos, como o silício, têm uma bioquímica mais limitada que a do carbono; já outros meios, como a amônia, são bem menos versáteis do que a água. VIDA INTELIGENTE Na busca por vida extraterrestre, é essencial diferenciar vida de vida inteligente. No caso da Terra, nosso único ponto de referência, a vida existe há pelo menos 3,5 bilhões de anos; mas vida inteligente apenas há 200.000 anos, ao menos na forma da nossa espécie, Homo sapiens. Mais dramaticamente, durante a maior parte desse tempo, 3 bilhões de anos, as únicas criaturas na Terra eram seres unicelulares, principalmente cianobactérias. Foram elas, devido a uma série de mutações acidentais, que evoluíram a ponto de poder realizar a fotossíntese, essencialmente transformando luz solar em oxigênio. Esse processo transformou a composição química da atmosfera que, uma vez rica em oxigênio, possibilitou a existência de criaturas com metabolismos mais complexos, que necessitam de fontes de energia mais eficientes. Estamos aqui, nós e todos os outros seres multicelulares, devido a esse trabalho de bilhões de anos das cianobactérias. A explosão na complexidade da vida aqui ocorreu em torno de 540 milhões de anos atrás, a famosa explosão do Cambriano. Num salto desproporcional, criaturas as mais diversas surgiram num intervalo relativamente curto de tempo, 20 milhões de anos, redefinindo a variedade da vida na Terra. Mesmo assim, vida complexa não equivale a vida inteligente: os dinossauros existiram por cerca de 150 milhões de anos (portanto bem mais do que nós) e não demonstraram qualquer forma de inteligência maior, como compor sinfonias ou construir radiotelescópios. É comum confundir evolução com complexificação, visto que é isto que observamos aqui. A própria conotação da palavra "evolução" contribui para isso. No entanto, a evolução da vida não tem um plano–uma teleologia–determinado; ela não visa "gerar" criaturas cada vez mais complexas. O que a Teoria da Evolução por seleção natural nos diz é que a vida quer estar bem adaptada; se a coisa está funcionando bem, como no caso dos dinossauros por 150 milhões de anos, mutações ocorrerão, mas não necessariamente levarão a uma maior complexidade em direção à inteligência. Por outro lado, a inteligência obviamente oferece enorme vantagem evolucionária, como vemos aqui: nós dominamos o planeta a ponto de mudá-lo e de ter a vida das outras espécies sob nosso poder. De fato, é pouco provável que mais de uma forma de vida inteligente possa conviver num planeta. VIDA EXTRATERRESTRE Nas últimas duas décadas, confirmamos o que já era há muito suspeitado: que a maioria das estrelas têm planetas girando à sua volta. Na Via Láctea, nossa galáxia, são em torno de 200 bilhões de estrelas. Imagine que cerca de 60% dessas estrelas tenham planetas à sua volta. Como sabemos, a maioria dos planetas também têm luas. Júpiter, por exemplo, tem mais de 60. Com isso, chegamos fácil a mais de 1 trilhão de mundos em nossa galáxia apenas, cada um deles único em suas propriedades, com sua própria história. E a Via Láctea é uma dentre centenas de bilhões de galáxias no Universo. Os números são estonteantes. Dado que as mesmas leis físicas operam em todo o cosmo, podemos esperar que muitos desses mundos tenham condições semelhantes às da Terra: água líquida, uma atmosfera rica e diversificada, temperaturas relativamente estáveis, uma química capaz de gerar os compostos orgânicos de que a vida necessita. Difícil imaginar que, dada essa riqueza planetária, não exista vida fora da Terra. Mas que vida será essa? Pelos argumentos acima, podemos concluir duas coisas: primeiro, que a existência de vida deve ser separada da existência de vida inteligente, um fenômeno certamente muito mais raro; segundo, que as formas de vida existentes num determinado mundo dependem fundamentalmente da história desse mundo, de suas propriedades e composição. Aqui, deduzimos algo de muito importante: dado que não existem dois mundos com a mesma história –por exemplo, sequência de colisões com cometas e asteroides, posição dentre outros planetas, número e massa das luas– e dado que a diversificação da vida depende de forma aleatória das mutações genéticas, não existem formas de vida idênticas em mundos diferentes: cada mundo tem suas próprias criaturas, mesmo que possa haver uma repetição de certas características, como simetria aproximada entre lado esquerdo e direito etc. Ou seja, somos os únicos humanos no Universo. CADÊ ELES? Em 1950, o famoso físico italiano Enrico Fermi estava almoçando com colegas no refeitório do laboratório nuclear de Los Alamos, nos Estados Unidos, quando, após rascunhar alguns cálculos no guardanapo, perguntou: "Cadê todo mundo?". Seus amigos se entreolharam e responderam que estava todo mundo ali. "Não vocês", disse Fermi, "os extraterrestres". "Cadê eles?" Fermi argumentou que, como a Via Láctea tem em torno de 10 bilhões de anos (a Terra tem 4,5 bilhões) e 100.000 anos-luz de diâmetro, uma civilização inteligente que houvesse evoluído antes de nós teria tido tempo de sobra para colonizar a galáxia por inteiro, ou ao menos boa parte dela. Por que não temos evidência desses vizinhos alienígenas? Para compreender o que Fermi dizia, basta ver que, se pudéssemos viajar a apenas um décimo da velocidade da luz (equivalente a 30.000 km/segundo), demoraríamos 1 milhão de anos para atravessar a galáxia. Uma civilização antiga com, digamos, dez milhões de anos de vantagem sobre nós (o que não é nada em 10 bilhões de anos), teria já se espalhado pelas estrelas como nós pela Terra. Este é o Paradoxo de Fermi, usado como argumento contra a existência de inteligências extraterrestres: se são comuns, deveriam já ter nos visitado. Os que defendem a existência de ETs inteligentes oferecem vários argumentos para explicar a ausência de evidência: vieram já e não se interessaram muito; não têm interesse em viajar pelas estrelas; se destroem quando descobrem tecnologias nucleares; estão por aqui mas não podemos vê-los; somos sua criação, seu experimento genético ou sua simulação de computador, um game que jogam. Infelizmente, nenhum dos depoimentos de visitas e sequestros por ETs tem validade científica. Mesmo que milhares de pessoas jurem de pés juntos que tiveram contato com extraterrestres, não oferecem nada mais do que depoimentos orais que não têm qualquer valor como prova. O mesmo ocorre com fotos, que sempre podem ser forjadas ou representar fenômenos atmosféricos e objetos voadores menos exóticos do que naves extraterrestres. A questão extraterrestre é séria demais para que nos deixemos levar por oportunismos ou devaneios, ainda que aparentemente honestos. Mesmo que haja outros seres inteligentes em nossa galáxia, a verdade é que estamos tão longe deles que, na prática, devemos nos considerar sós. Nas próximas décadas, deveremos obter evidência, indireta que seja, da existência de vida em outro mundo. Por exemplo, é possível imaginar que futuras missões espaciais que recorram a telescópios bem mais poderosos do que o Hubble possam vir a determinar a composição aproximada da atmosfera de planetas girando em torno de outras estrelas. Se tais observações acusarem a presença de oxigênio, água, gás carbônico ou ozônio em planetas na zona habitável de sua estrela (a zona onde água líquida e temperaturas temperadas são possíveis), teremos ao menos candidatos a lugares onde a vida será plausível; se, com sorte, acharmos clorofila na atmosfera, podemos ter certeza de que a vida existe por lá. Missões em busca de evidência direta, isto é, que pousem em outros mundos, são ainda ficção. Com a tecnologia que temos hoje, mesmo uma missão até a estrela (grupo de estrelas) mais próxima do sol, a alfa centauro, a 4,5 anos-luz de distância, demoraria em torno de 100 mil anos. Junte-se a isso o problema da radiação letal que existe no espaço e problemas fisiológicos que ocorrem em viagens longas, e estamos fadados a ficar no nosso Sistema Solar por muito tempo. E SE? Como em ciência devemos manter a cabeça aberta e não podemos eliminar a possibilidade da existência de ETs inteligentes, temos que abordar também a questão da nossa segurança. Se a maioria dos filmes de ficção científica estiverem certos, os ETs só viriam aqui para nos destruir e se apossar da Terra e de suas fontes de energia e minérios. Em 2010 o físico Stephen Hawking escreveu sobre o assunto, alegando que é melhor nos escondermos deles ou corremos o risco de sermos encontrados e eliminados. Afinal, se você está perdido numa floresta em meio a criaturas desconhecidas, a última coisa que deve fazer é gritar ou acusar sua presença. Seria o caso de temer os ETs? Dada a lista de medos que cidadãos modernos devem enfrentar–apocalipse nuclear, epidemias de novas doenças, sejam as naturais ou as geneticamente criadas, terrorismo, aquecimento global e suas consequências, catástrofes naturais etc.–é lícito pôr a ameaça de ETs no final. Conforme argumentamos, a possibilidade de que existam outras inteligências na nossa galáxia é remota (mesmo que não seja nula), e a possibilidade de que essas inteligências tenham tecnologias ou interesse de vir aqui também. Mais relevante é o que a astronomia moderna nos leva a concluir, que nosso planeta é uma joia rara, um oásis de vida em meio a um Universo hostil e indiferente. Somos nós–restos animados de estrelas capazes de especular sobre a possibilidade de vida além daqui–a grande surpresa cósmica. Enquanto não conhecermos nossos vizinhos estelares, somos somente nós a manifestação de inteligência cósmica, as mentes com que o Universo tenta compreender a si mesmo. Estamos sós no Universo? Duas décadas para a resposta MARCELO GLEISER, 56, é professor titular de física, astronomia e filosofia natural no Dartmouth College, EUA, autor de "A Ilha do Conhecimento" (Record). BRUNO DUNLEY, 30, é pintor.
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Poeta, o lado quase desconhecido do crítico literário Roberto Schwarz
RESUMO Formado em Yale e na Sorbonne, o crítico literário Roberto Schwarz, 78, que deu aulas na USP e na Unicamp, tem uma produção poética pouco divulgada, mas de notável valor estético. Ousados no linguajar e experimentais na forma, seus versos buscam se contrapor à dicção elevada de certos parceiros de geração. * As novas gerações, inclusive os discípulos mais recentes do professor e crítico literário Roberto Schwarz , desconhecem a obra poética dele. Mas a predileção do intelectual de origem austríaca pela forma ensaio deveria, por si só, alavancar a suspeita de sua afinidade com a poesia. Schwarz resiste ao esforço coletivo de apagamento de rastros, noticiando, nas notas das inúmeras edições de seus livros, a publicação de "Pássaro na Gaveta" (1959, Massao Ohno) e "Corações Veteranos" (1974, Coleção Frenesi). Nunca reeditados, os dois volumes atestam o engajamento de Schwarz numa determinada linhagem poética –da qual dão pistas seus parcos ensaios sobre o gênero poesia (que, observe-se, ocupam número de páginas menor do que o das dedicadas a reflexões acerca de teatro e cinema). A avaliação de poemas de Mário (1893-1945) e Oswald de Andrade (1890-1954) em artigos de, respectivamente, 1965 e 1987, indica que, do primeiro modernismo, Schwarz recomenda seguir Oswald, mas não Mário. Uma escolha compartilhada pelos principais poetas de sua geração. Nos demais textos sobre o gênero, Schwarz discorre sobre seus contemporâneos, destacando Francisco Alvim, companheiro da Coleção Frenesi. Pratica também um acerto de contas com o concretismo, numa análise ferina de um poema de Augusto de Campos. Seus dois livros encontram-se fora de circulação e no acervo de poucas bibliotecas. Alguns versos, no entanto, podem ser lidos em "Vinte e Seis Poetas Hoje" (1976, Labor), primeira edição comercial da poesia dita marginal, organizada por Heloisa Buarque de Hollanda e reeditada em 2007 (Aeroplano). Trata-se, a meu juízo, de um dos pontos altos da antologia. Nada devem às criações dos demais autores da Frenesi –Antônio Carlos de Brito, o Cacaso, Francisco Alvim, Geraldo Carneiro e João Carlos Pádua– nem àquelas de poetas filiados aos outros grupos incluídos na compilação (Nuvem Cigana, tropicalistas, neoconcretos etc.). A principal (e mais pertinente) ressalva feita ao volume referia-se à limitação geográfica. Tratar-se-ia de um recorte circunscrito à cena carioca. A divulgação dos poetas da Coleção Frenesi não foge a esse diapasão. Afinal, lançada em 1974, na livraria Cobra Norato, ela constitui expressão destacada da poesia que se fazia então na Guanabara. Exilado, Roberto Schwarz residia na ocasião em Paris. Sua inserção no grupo deveu-se à correspondência e à amizade com Cacaso, organizador informal da coleção. Os livros foram editados pela Mapa Filmes, de Zelito Viana, a mesma produtora de "Terra em Transe" (1967), de Glauber Rocha, e "Cabra Marcado para Morrer" (1984), de Eduardo Coutinho. O projeto gráfico e as capas ficaram a cargo da designer Ana Luisa Escorel, filha de Gilda de Mello e Souza e Antonio Candido. RUPTURA Logo no início da Nova República, desfez-se a frente ampla dos poetas, até então irmanados no combate à ditadura. O ruído mais estridente dessa cisão consistiu na polêmica suscitada pela publicação, em janeiro de 1985, do poema "pós-tudo", de Augusto de Campos, no "Folhetim", suplemento da Folha. A apreciação crítica de Schwarz foi contestada em réplica de Campos, que acusava o interlocutor de ser "mais sociólogo que crítico e mais crítico que poeta". Em pleno exercício de desqualificação do adversário, Augusto de Campos ainda "reconhecia" Roberto Schwarz como poeta. Essa filiação seria desprezada nas repercussões desse conflito, nas manifestações posteriores dos dois lados do "fla-flu" paulistano. Em "Sobre a Crítica Literária Brasileira no Último Meio Século" (Imago, 2002), Leda Tenório da Motta, professora da PUC-SP, reconstitui a controvérsia e classifica Schwarz como "principalmente um prosador, embora lhe ocorra assinar bissextamente volumes de poesia, considerada 'imperita' por seus críticos". Já o livro-homenagem "Um Crítico na Periferia do Capitalismo: Reflexões sobre a Obra de Roberto Schwarz" (Companhia das Letras, 2007, org. Maria Elisa Cevasco e Milton Ohata) ignora quase completamente seus dois livros de poesia. A exceção encontra-se no artigo de Francisco Alambert, que menciona, para fins retóricos, a recepção dos poemas agrupados em "Pássaros na Gaveta" pelo então ícone modernista Sérgio Milliet (1898-1966). Esse sequestro talvez seja resultado de um prurido, bastante compreensível na atual conjuntura, travejada por falsos moralismos. O vocabulário, o conteúdo e a linha geral de "Pássaros na Gaveta" e "Corações Veteranos" estão em profundo desacordo com o senso comum de nossa época. No poema "Conto de Fadas", por exemplo, diz-se o seguinte: "O ratão transformara-se num príncipe encantado de pau duro/ a bocetinha falante de Cinderela babava pelos bigodes". A estratégia de se valer de expressões próximas de grafites de banheiros visava, antes de tudo, a romper com a dicção elevada imposta pela "geração de 45" (do alto modernismo) e pelo concretismo (sobretudo o de Haroldo de Campos). Tal gesto foi repetido por poetas os mais díspares, como o paulistano Roberto Piva (1937-2010), de "Paranoia", e o carioca Zuca Sardan, de "Babylon - Mystérios de Ishtar". O efeito dessa poesia nos anos da abertura (1975-84) foi incomensurável. Sua leitura suscitava uma espécie de sopro de libertação em relação ao conservadorismo político, cultural e social martelado pelo regime militar. MAIO DE 68 Se um "scholar" destacado como ele –mestre por Yale, doutor pela Sorbonne Nouvelle e autor de artigos na revista "Les temps Modernes", fundada por Sartre e Beauvoir, e do então já célebre ensaio "As Ideias fora do Lugar"– escrevera poemas como "Conto de Fadas" ou "Passeata" ("Pau no imperialismo/ abaixo o cu do papa"), sedimentava-se a convicção de que não era bravata o slogan estampado nos muros do Maio de 1968: "Tudo é permitido". "Passeata" constitui uma espécie de síntese do tom que perpassa "Corações Veteranos". O procedimento de inversão utilizado em sua composição (figura de estilo denominada quiasma) é recorrente na tradição dialética, apresentando-se aos borbotões na prosa do jovem Karl Marx . As frases entrecruzadas no poema remetem a duas linhagens libertárias: a de resistência política, encarnada na luta anti-imperialista, e a da contracultura, assentada numa demanda de mudança de comportamento que não deixa de fora nem sequer a vida sexual do sumo pontífice. A conexão entre forma artística e experiência histórica tem seu ápice no poema "Inoxidável". Ei-lo: "Escovou os dentes até que sangrassem. Parou de escovar/ quando começaram a sangrar. Não escove até que sangrem!/ Meus dentes sangram tão logo comece a escová-los. Antes,/ precisava escovar muito, agora é começar e já estão sangrando./ Basta aproximar a escova e começam a sangrar./Às vezes penso numa escova mais mole, mas sei que/ mesmo um pincel de barba esfregando bastante, não faz menos/ efeito que o arame". Há aqui um movimento de descontinuidade e inversão de perspectivas, "de construção indeterminada, mas sempre exata", assim como uma recusa à individualização (seja dos personagens, seja da persona). Daí emergem vozes que "muitas vezes, graças ao malabarismo da dramaturgia, não sabemos de quem são, a quem se dirigem". Além disso, persiste a dúvida sobre a figura a quem atribuir o título do poema, "que não é uma moldura neutra e que participa do jogo de incertezas do resto". A análise da qual se extraíram os fragmentos acima, elaborada por Schwarz, refere-se ao livro "Elefante", de Francisco Alvim, mas descreve perfeitamente procedimentos de sua própria poesia. Essa indeterminação é um recurso estético típico do modernismo internacional. Recorrente nos romances de William Faulkner (1897-1962), alcança expressão magistral no conto "La Señorita Cora", de Julio Cortázar (1914-84). CAPITALISMO A consciência histórica ali traduzida esteticamente, na aliança entre imaginação e reflexão, não é local, nacional ou cosmopolita, é indeterminada no quadro estreito do sistema mundo, alude ao mal-estar no capitalismo. Nos poemas de Schwarz, quando aparece um "narrador" determinado, a persona poética compõe-se na figura do exilado, manifesta em "Emigração 71" ou nos versos finais de "Convalescença": "Em surdina/ ligeira passa a felicidade pelas minhas/ pernas trêmulas e o súbito, embargado/ soluçante desejo de viver/ os automóveis parados dos dois lados da rua/ o céu coberto/ a despeito de tudo a beleza/ quantos amigos presos/ visto um casaco". Uma condição onipresente marcada por um sofrimento intenso, mesmo diante da festiva chegada da primavera em Paris. Aqui e ali, pululam poemas que recorrem à cor local, tentativas de mostrar as faturas da identidade (da alegoria) nacional. A primeira estrofe de "Informe" diz: "O ridículo casou-se ao sinistro/ seu filho é macabro e ministro". (Qualquer semelhança com o governo brasileiro atual é mera coincidência.) No entanto, Schwarz procura manter-se alerta. Atento à estática inerente ao dinamismo do capital, evita embarcar numa concepção evolutiva da história: "É uma ilusão de bobos [...] queremos crer que tudo não é igual" (em "Política das Almas"). A condição de desterrado, indissociável da persona de "Corações Veteranos", é ampliada no tempo e no espaço. Dezesseis poemas breves são agrupados sob o título de "Canções do Exílio", remetendo a Gonçalves Dias (1823-1864). Parte integrante desse conjunto, o poema prosa "Depois do Telejornal", supostamente autobiográfico, relata o encontro com uma velha tia surda que "está em Nova York desde 42, fugiu dos nazistas em 39, foi internada em 40 num campo francês, em 41 passou para um quartel em Casablanca e perdeu a mãe em Buchenwald". À maneira do narrador de "Minima Moralia", de Theodor W. Adorno, Schwarz, "em vez de se deter na descrição de idiossincrasias, de especificidades irredutíveis [...] salienta na condição de banido a condensação que o torna uma figura exemplar da vida mutilada", como o autor deste ensaio que o leitor tem em mãos escreveu anos atrás em "Diagnóstico da Barbárie" (2011). Assim, só resta ao indivíduo no capitalismo lutar pela emancipação política e social. Quem almeja se enquadrar está condenado, como (no poema) "Ulisses": "A esperança posta num belo salário,/ corações veteranos,/ este vale de lágrimas. Estes píncaros de merda". RICARDO MUSSE, 55, é professor no departamento de sociologia da USP e autor de "Émile Durkheim: Fato Social e Divisão do Trabalho".
ilustrissima
Poeta, o lado quase desconhecido do crítico literário Roberto SchwarzRESUMO Formado em Yale e na Sorbonne, o crítico literário Roberto Schwarz, 78, que deu aulas na USP e na Unicamp, tem uma produção poética pouco divulgada, mas de notável valor estético. Ousados no linguajar e experimentais na forma, seus versos buscam se contrapor à dicção elevada de certos parceiros de geração. * As novas gerações, inclusive os discípulos mais recentes do professor e crítico literário Roberto Schwarz , desconhecem a obra poética dele. Mas a predileção do intelectual de origem austríaca pela forma ensaio deveria, por si só, alavancar a suspeita de sua afinidade com a poesia. Schwarz resiste ao esforço coletivo de apagamento de rastros, noticiando, nas notas das inúmeras edições de seus livros, a publicação de "Pássaro na Gaveta" (1959, Massao Ohno) e "Corações Veteranos" (1974, Coleção Frenesi). Nunca reeditados, os dois volumes atestam o engajamento de Schwarz numa determinada linhagem poética –da qual dão pistas seus parcos ensaios sobre o gênero poesia (que, observe-se, ocupam número de páginas menor do que o das dedicadas a reflexões acerca de teatro e cinema). A avaliação de poemas de Mário (1893-1945) e Oswald de Andrade (1890-1954) em artigos de, respectivamente, 1965 e 1987, indica que, do primeiro modernismo, Schwarz recomenda seguir Oswald, mas não Mário. Uma escolha compartilhada pelos principais poetas de sua geração. Nos demais textos sobre o gênero, Schwarz discorre sobre seus contemporâneos, destacando Francisco Alvim, companheiro da Coleção Frenesi. Pratica também um acerto de contas com o concretismo, numa análise ferina de um poema de Augusto de Campos. Seus dois livros encontram-se fora de circulação e no acervo de poucas bibliotecas. Alguns versos, no entanto, podem ser lidos em "Vinte e Seis Poetas Hoje" (1976, Labor), primeira edição comercial da poesia dita marginal, organizada por Heloisa Buarque de Hollanda e reeditada em 2007 (Aeroplano). Trata-se, a meu juízo, de um dos pontos altos da antologia. Nada devem às criações dos demais autores da Frenesi –Antônio Carlos de Brito, o Cacaso, Francisco Alvim, Geraldo Carneiro e João Carlos Pádua– nem àquelas de poetas filiados aos outros grupos incluídos na compilação (Nuvem Cigana, tropicalistas, neoconcretos etc.). A principal (e mais pertinente) ressalva feita ao volume referia-se à limitação geográfica. Tratar-se-ia de um recorte circunscrito à cena carioca. A divulgação dos poetas da Coleção Frenesi não foge a esse diapasão. Afinal, lançada em 1974, na livraria Cobra Norato, ela constitui expressão destacada da poesia que se fazia então na Guanabara. Exilado, Roberto Schwarz residia na ocasião em Paris. Sua inserção no grupo deveu-se à correspondência e à amizade com Cacaso, organizador informal da coleção. Os livros foram editados pela Mapa Filmes, de Zelito Viana, a mesma produtora de "Terra em Transe" (1967), de Glauber Rocha, e "Cabra Marcado para Morrer" (1984), de Eduardo Coutinho. O projeto gráfico e as capas ficaram a cargo da designer Ana Luisa Escorel, filha de Gilda de Mello e Souza e Antonio Candido. RUPTURA Logo no início da Nova República, desfez-se a frente ampla dos poetas, até então irmanados no combate à ditadura. O ruído mais estridente dessa cisão consistiu na polêmica suscitada pela publicação, em janeiro de 1985, do poema "pós-tudo", de Augusto de Campos, no "Folhetim", suplemento da Folha. A apreciação crítica de Schwarz foi contestada em réplica de Campos, que acusava o interlocutor de ser "mais sociólogo que crítico e mais crítico que poeta". Em pleno exercício de desqualificação do adversário, Augusto de Campos ainda "reconhecia" Roberto Schwarz como poeta. Essa filiação seria desprezada nas repercussões desse conflito, nas manifestações posteriores dos dois lados do "fla-flu" paulistano. Em "Sobre a Crítica Literária Brasileira no Último Meio Século" (Imago, 2002), Leda Tenório da Motta, professora da PUC-SP, reconstitui a controvérsia e classifica Schwarz como "principalmente um prosador, embora lhe ocorra assinar bissextamente volumes de poesia, considerada 'imperita' por seus críticos". Já o livro-homenagem "Um Crítico na Periferia do Capitalismo: Reflexões sobre a Obra de Roberto Schwarz" (Companhia das Letras, 2007, org. Maria Elisa Cevasco e Milton Ohata) ignora quase completamente seus dois livros de poesia. A exceção encontra-se no artigo de Francisco Alambert, que menciona, para fins retóricos, a recepção dos poemas agrupados em "Pássaros na Gaveta" pelo então ícone modernista Sérgio Milliet (1898-1966). Esse sequestro talvez seja resultado de um prurido, bastante compreensível na atual conjuntura, travejada por falsos moralismos. O vocabulário, o conteúdo e a linha geral de "Pássaros na Gaveta" e "Corações Veteranos" estão em profundo desacordo com o senso comum de nossa época. No poema "Conto de Fadas", por exemplo, diz-se o seguinte: "O ratão transformara-se num príncipe encantado de pau duro/ a bocetinha falante de Cinderela babava pelos bigodes". A estratégia de se valer de expressões próximas de grafites de banheiros visava, antes de tudo, a romper com a dicção elevada imposta pela "geração de 45" (do alto modernismo) e pelo concretismo (sobretudo o de Haroldo de Campos). Tal gesto foi repetido por poetas os mais díspares, como o paulistano Roberto Piva (1937-2010), de "Paranoia", e o carioca Zuca Sardan, de "Babylon - Mystérios de Ishtar". O efeito dessa poesia nos anos da abertura (1975-84) foi incomensurável. Sua leitura suscitava uma espécie de sopro de libertação em relação ao conservadorismo político, cultural e social martelado pelo regime militar. MAIO DE 68 Se um "scholar" destacado como ele –mestre por Yale, doutor pela Sorbonne Nouvelle e autor de artigos na revista "Les temps Modernes", fundada por Sartre e Beauvoir, e do então já célebre ensaio "As Ideias fora do Lugar"– escrevera poemas como "Conto de Fadas" ou "Passeata" ("Pau no imperialismo/ abaixo o cu do papa"), sedimentava-se a convicção de que não era bravata o slogan estampado nos muros do Maio de 1968: "Tudo é permitido". "Passeata" constitui uma espécie de síntese do tom que perpassa "Corações Veteranos". O procedimento de inversão utilizado em sua composição (figura de estilo denominada quiasma) é recorrente na tradição dialética, apresentando-se aos borbotões na prosa do jovem Karl Marx . As frases entrecruzadas no poema remetem a duas linhagens libertárias: a de resistência política, encarnada na luta anti-imperialista, e a da contracultura, assentada numa demanda de mudança de comportamento que não deixa de fora nem sequer a vida sexual do sumo pontífice. A conexão entre forma artística e experiência histórica tem seu ápice no poema "Inoxidável". Ei-lo: "Escovou os dentes até que sangrassem. Parou de escovar/ quando começaram a sangrar. Não escove até que sangrem!/ Meus dentes sangram tão logo comece a escová-los. Antes,/ precisava escovar muito, agora é começar e já estão sangrando./ Basta aproximar a escova e começam a sangrar./Às vezes penso numa escova mais mole, mas sei que/ mesmo um pincel de barba esfregando bastante, não faz menos/ efeito que o arame". Há aqui um movimento de descontinuidade e inversão de perspectivas, "de construção indeterminada, mas sempre exata", assim como uma recusa à individualização (seja dos personagens, seja da persona). Daí emergem vozes que "muitas vezes, graças ao malabarismo da dramaturgia, não sabemos de quem são, a quem se dirigem". Além disso, persiste a dúvida sobre a figura a quem atribuir o título do poema, "que não é uma moldura neutra e que participa do jogo de incertezas do resto". A análise da qual se extraíram os fragmentos acima, elaborada por Schwarz, refere-se ao livro "Elefante", de Francisco Alvim, mas descreve perfeitamente procedimentos de sua própria poesia. Essa indeterminação é um recurso estético típico do modernismo internacional. Recorrente nos romances de William Faulkner (1897-1962), alcança expressão magistral no conto "La Señorita Cora", de Julio Cortázar (1914-84). CAPITALISMO A consciência histórica ali traduzida esteticamente, na aliança entre imaginação e reflexão, não é local, nacional ou cosmopolita, é indeterminada no quadro estreito do sistema mundo, alude ao mal-estar no capitalismo. Nos poemas de Schwarz, quando aparece um "narrador" determinado, a persona poética compõe-se na figura do exilado, manifesta em "Emigração 71" ou nos versos finais de "Convalescença": "Em surdina/ ligeira passa a felicidade pelas minhas/ pernas trêmulas e o súbito, embargado/ soluçante desejo de viver/ os automóveis parados dos dois lados da rua/ o céu coberto/ a despeito de tudo a beleza/ quantos amigos presos/ visto um casaco". Uma condição onipresente marcada por um sofrimento intenso, mesmo diante da festiva chegada da primavera em Paris. Aqui e ali, pululam poemas que recorrem à cor local, tentativas de mostrar as faturas da identidade (da alegoria) nacional. A primeira estrofe de "Informe" diz: "O ridículo casou-se ao sinistro/ seu filho é macabro e ministro". (Qualquer semelhança com o governo brasileiro atual é mera coincidência.) No entanto, Schwarz procura manter-se alerta. Atento à estática inerente ao dinamismo do capital, evita embarcar numa concepção evolutiva da história: "É uma ilusão de bobos [...] queremos crer que tudo não é igual" (em "Política das Almas"). A condição de desterrado, indissociável da persona de "Corações Veteranos", é ampliada no tempo e no espaço. Dezesseis poemas breves são agrupados sob o título de "Canções do Exílio", remetendo a Gonçalves Dias (1823-1864). Parte integrante desse conjunto, o poema prosa "Depois do Telejornal", supostamente autobiográfico, relata o encontro com uma velha tia surda que "está em Nova York desde 42, fugiu dos nazistas em 39, foi internada em 40 num campo francês, em 41 passou para um quartel em Casablanca e perdeu a mãe em Buchenwald". À maneira do narrador de "Minima Moralia", de Theodor W. Adorno, Schwarz, "em vez de se deter na descrição de idiossincrasias, de especificidades irredutíveis [...] salienta na condição de banido a condensação que o torna uma figura exemplar da vida mutilada", como o autor deste ensaio que o leitor tem em mãos escreveu anos atrás em "Diagnóstico da Barbárie" (2011). Assim, só resta ao indivíduo no capitalismo lutar pela emancipação política e social. Quem almeja se enquadrar está condenado, como (no poema) "Ulisses": "A esperança posta num belo salário,/ corações veteranos,/ este vale de lágrimas. Estes píncaros de merda". RICARDO MUSSE, 55, é professor no departamento de sociologia da USP e autor de "Émile Durkheim: Fato Social e Divisão do Trabalho".
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Palmeiras vai jogar quartas de final do Paulista na segunda-feira
A FPF (Federação Paulista de Futebol) definiu nesta segunda-feira (11) as datas e os horários dos jogos das quartas de final do Campeonato Paulista. O Palmeiras, que garantiu a sua classificação ao derrotar o Mogi Mirim no domingo (10), vai encarar o São Bernardo às 21h da segunda-feira (18), no Allianz Parque. No sábado (16), às 18h30, na Vila Belmiro, o Santos encara o São Bento. Os outros dois jogos serão disputados no domingo (17). O Corinthians recebe o Red Bull às 16h, na Arena Corinthians, enquanto o São Paulo visita o Audax, em Osasco, às 18h30. A definição dos dias e horários saiu depois de uma reunião realizada na manhã desta segunda na sede da federação paulista. Estiveram presentes dirigentes dos oito clubes que vão disputar vagas para as semifinais, além de representantes da federação e da Polícia Militar, que havia feito alguns pedidos para evitar encontros de torcidas e jogos durante as possíveis manifestações contra e a favor do governo no próximo domingo. O duelo entre Corinthians e Red Bull foi mantido para as 16h do domingo por razões contratuais com a TV. O acordo entre a federação paulista e a TV Globo, detentora dos direitos de transmissão do torneio, prevê a realização de pelo menos uma partida neste horário para preencher a grade da emissora. VEJA OS JOGOS DAS QUARTAS DE FINAL DO PAULISTA SÁBADO (16) 18h30: Santos x São Bento - Vila Belmiro (Pay-Per-View) DOMINGO (17) 16h: Corinthians x Red Bull Brasil - Arena Corinthians (Globo e Pay-Per-View) 18h30: Audax x São Paulo - Osasco (SporTV) SEGUNDA-FEIRA (18) 21h: Palmeiras x São Bernardo - Allianz Parque (Pay-Per-View) Tabela e resultados do Campeonato Paulista 2016
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Palmeiras vai jogar quartas de final do Paulista na segunda-feiraA FPF (Federação Paulista de Futebol) definiu nesta segunda-feira (11) as datas e os horários dos jogos das quartas de final do Campeonato Paulista. O Palmeiras, que garantiu a sua classificação ao derrotar o Mogi Mirim no domingo (10), vai encarar o São Bernardo às 21h da segunda-feira (18), no Allianz Parque. No sábado (16), às 18h30, na Vila Belmiro, o Santos encara o São Bento. Os outros dois jogos serão disputados no domingo (17). O Corinthians recebe o Red Bull às 16h, na Arena Corinthians, enquanto o São Paulo visita o Audax, em Osasco, às 18h30. A definição dos dias e horários saiu depois de uma reunião realizada na manhã desta segunda na sede da federação paulista. Estiveram presentes dirigentes dos oito clubes que vão disputar vagas para as semifinais, além de representantes da federação e da Polícia Militar, que havia feito alguns pedidos para evitar encontros de torcidas e jogos durante as possíveis manifestações contra e a favor do governo no próximo domingo. O duelo entre Corinthians e Red Bull foi mantido para as 16h do domingo por razões contratuais com a TV. O acordo entre a federação paulista e a TV Globo, detentora dos direitos de transmissão do torneio, prevê a realização de pelo menos uma partida neste horário para preencher a grade da emissora. VEJA OS JOGOS DAS QUARTAS DE FINAL DO PAULISTA SÁBADO (16) 18h30: Santos x São Bento - Vila Belmiro (Pay-Per-View) DOMINGO (17) 16h: Corinthians x Red Bull Brasil - Arena Corinthians (Globo e Pay-Per-View) 18h30: Audax x São Paulo - Osasco (SporTV) SEGUNDA-FEIRA (18) 21h: Palmeiras x São Bernardo - Allianz Parque (Pay-Per-View) Tabela e resultados do Campeonato Paulista 2016
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Atentado suicida em protesto no Afeganistão deixa 17 mortos e 40 feridos
Pelo menos 17 pessoas morreram e outras 40 ficaram feridas nesta quinta-feira em um atentado suicida contra uma manifestação de centenas de pessoas que protestavam contra o governo local na província de Jost, no sudeste do Afeganistão. O suicida detonou os explosivos por volta das 10h (horário local, 2h30 de Brasília), quando os manifestantes estavam nas imediações da residência do governador provincial, disse o porta-voz do dirigente, Mubariz Zadran. O porta-voz acrescentou que o número de mortos poderia aumentar nas próximas horas, já que alguns dos feridos estão em estado crítico. Centenas de cidadãos de Jost tinham saído às ruas pelo terceiro dia consecutivo para pedir a renúncia por corrupção de vários funcionários provinciais, incluindo o governador, quando aconteceu o ataque. Os talibãs, por trás da grande maioria dos ataques no Afeganistão, negaram a autoria do atentado contra o protesto, segundo indicou o porta-voz do grupo insurgente, Zabihullah Mujahid, em sua conta no Twitter.
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Atentado suicida em protesto no Afeganistão deixa 17 mortos e 40 feridosPelo menos 17 pessoas morreram e outras 40 ficaram feridas nesta quinta-feira em um atentado suicida contra uma manifestação de centenas de pessoas que protestavam contra o governo local na província de Jost, no sudeste do Afeganistão. O suicida detonou os explosivos por volta das 10h (horário local, 2h30 de Brasília), quando os manifestantes estavam nas imediações da residência do governador provincial, disse o porta-voz do dirigente, Mubariz Zadran. O porta-voz acrescentou que o número de mortos poderia aumentar nas próximas horas, já que alguns dos feridos estão em estado crítico. Centenas de cidadãos de Jost tinham saído às ruas pelo terceiro dia consecutivo para pedir a renúncia por corrupção de vários funcionários provinciais, incluindo o governador, quando aconteceu o ataque. Os talibãs, por trás da grande maioria dos ataques no Afeganistão, negaram a autoria do atentado contra o protesto, segundo indicou o porta-voz do grupo insurgente, Zabihullah Mujahid, em sua conta no Twitter.
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DVDs trazem trilogia do diretor italiano Dario Argento
Muito antes de David Lynch ou Quentin Tarantino, o diretor italiano Dario Argento já construía um mundo particular em seus filmes, um mundo cheio de alusões à história do cinema (Hitchcock, Howard Hawks, Jacques Tourneur são alguns diretores homenageados em seus primeiros filmes). Desde o início da carreira, Argento burilou thrillers em que os acontecimentos são lógicos apenas no mundo do cinema e os personagens parecem existir numa superfície impenetrável. Isso não quer dizer que seu cinema seja limitado. Ao menos até meados dos anos 1990, o que vemos sob sua direção pode ser qualificado de pura invenção. É um mestre do "giallo", um tipo de suspense violento e maneirista. O título vem da cor da capa dos livros baratos de mistério que servem de inspiração aos filmes. "Giallo" significa amarelo em italiano. Em "O Pássaro das Plumas de Cristal" (1970), temos a estreia do diretor de fotografia Vittorio Storaro, que meses depois filmaria com Bernardo Bertolucci o ótimo "O Conformista", e mais tarde seria parceiro de Francis Ford Coppola em "Apocalipse Now" e "O Fundo do Coração". Temos também um misterioso assassino que mata mulheres ligadas ao mercado de artes e antiguidades, e o americano (Tony Musante) que se empenha em descobrir a identidade desse assassino. O segundo filme de Argento, e desta coleção, é "O Gato de Nove Caudas" (1971), em que um ex-jornalista cego (Karl Malden) ajuda um jornalista na ativa (James Franciscus) a elucidar assassinatos em torno de um instituto científico. Talvez seja o filme mais hitchcockiano de Argento, justamente porque é o mais bem-humorado, com um humor bem ao gosto do mestre inglês, ainda que Hitchcock não gostasse do tipo de filme em que temos de adivinhar quem é o assassino. O terceiro filme encerra a chamada "Trilogia dos Bichos" em altíssimo nível. É "Quatro Moscas Sobre Veludo Cinza" (1971), no qual um músico é ameaçado por um assassino com máscara infantil. Completa a coleção um filme de outra época. Em "Terror na Ópera" (1987), o rock progressivo de Claudio Simonetti convive com a ópera e com o heavy metal em outro violento e inspirado thriller no qual uma jovem soprano (de novo uma protagonista ligada à música) é perseguida por um sádico torturador. Inventividade, teu nome é Argento. A Arte de Dario Argento QUANTO: VERSÁTIL DIREÇÃO: DARIO ARGENTO
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DVDs trazem trilogia do diretor italiano Dario ArgentoMuito antes de David Lynch ou Quentin Tarantino, o diretor italiano Dario Argento já construía um mundo particular em seus filmes, um mundo cheio de alusões à história do cinema (Hitchcock, Howard Hawks, Jacques Tourneur são alguns diretores homenageados em seus primeiros filmes). Desde o início da carreira, Argento burilou thrillers em que os acontecimentos são lógicos apenas no mundo do cinema e os personagens parecem existir numa superfície impenetrável. Isso não quer dizer que seu cinema seja limitado. Ao menos até meados dos anos 1990, o que vemos sob sua direção pode ser qualificado de pura invenção. É um mestre do "giallo", um tipo de suspense violento e maneirista. O título vem da cor da capa dos livros baratos de mistério que servem de inspiração aos filmes. "Giallo" significa amarelo em italiano. Em "O Pássaro das Plumas de Cristal" (1970), temos a estreia do diretor de fotografia Vittorio Storaro, que meses depois filmaria com Bernardo Bertolucci o ótimo "O Conformista", e mais tarde seria parceiro de Francis Ford Coppola em "Apocalipse Now" e "O Fundo do Coração". Temos também um misterioso assassino que mata mulheres ligadas ao mercado de artes e antiguidades, e o americano (Tony Musante) que se empenha em descobrir a identidade desse assassino. O segundo filme de Argento, e desta coleção, é "O Gato de Nove Caudas" (1971), em que um ex-jornalista cego (Karl Malden) ajuda um jornalista na ativa (James Franciscus) a elucidar assassinatos em torno de um instituto científico. Talvez seja o filme mais hitchcockiano de Argento, justamente porque é o mais bem-humorado, com um humor bem ao gosto do mestre inglês, ainda que Hitchcock não gostasse do tipo de filme em que temos de adivinhar quem é o assassino. O terceiro filme encerra a chamada "Trilogia dos Bichos" em altíssimo nível. É "Quatro Moscas Sobre Veludo Cinza" (1971), no qual um músico é ameaçado por um assassino com máscara infantil. Completa a coleção um filme de outra época. Em "Terror na Ópera" (1987), o rock progressivo de Claudio Simonetti convive com a ópera e com o heavy metal em outro violento e inspirado thriller no qual uma jovem soprano (de novo uma protagonista ligada à música) é perseguida por um sádico torturador. Inventividade, teu nome é Argento. A Arte de Dario Argento QUANTO: VERSÁTIL DIREÇÃO: DARIO ARGENTO
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Eduardo Cunha cobiça poder para si, não para bem comum, afirma leitora
São fortemente consideráveis as ponderações feitas em editorial (Em causa própria ), mostrando Eduardo Cunha como agente do caos legislativo. Em um governo em que desmandos se dão em todos os níveis, Cunha é mensageiro de causa própria, cobiça o poder para si e não para o bem comum. Muito se tem que fazer para pôr no lugar corruptos e corruptores. Nunca se roubou tanto ou nós é que ainda não sabíamos? * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Eduardo Cunha cobiça poder para si, não para bem comum, afirma leitoraSão fortemente consideráveis as ponderações feitas em editorial (Em causa própria ), mostrando Eduardo Cunha como agente do caos legislativo. Em um governo em que desmandos se dão em todos os níveis, Cunha é mensageiro de causa própria, cobiça o poder para si e não para o bem comum. Muito se tem que fazer para pôr no lugar corruptos e corruptores. Nunca se roubou tanto ou nós é que ainda não sabíamos? * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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México e EUA têm uma conexão gastronômica curiosa
No Natal passado, descobri uma curiosa conexão entre o México e os Estados Unidos. Ao ler uma das espetaculares reportagens especiais do número de Natal que a "The Economist" publica, resolvi um dos mistérios que sempre me inquietaram –por que aquela ave colorida e suculenta que comemos nas festas de fim de ano tem, tanto em português como em inglês, o nome de um país: "turkey" (Turquia) para os americanos; peru para os brasileiros? A curiosa matéria (você encontra na internet buscando o título "The flight of the turkey" e "Economist") revelou-me então que o peru, um dos pratos favoritos do país que na semana passada elegeu Donald Trump como o mais improvável presidente da sua história, tem sua origem justamente no país que o republicano eleito quer separar fisicamente dos Estados Unidos, ao construir um muro ao longo de toda a sua fronteira: o México. A deliciosa confusão só foi possível num tempo em que as pessoas viajavam livremente por este nosso planeta –quando exploradores cruzavam mares para conquistar territórios (e tirar vantagens econômicas e políticas para seus impérios), mas também levavam na bagagem uma curiosidade genuína por culturas diferentes. Algo que hoje foi substituído pelo medo que sentimos do estrangeiro... Trump reafirmou, na sua primeira entrevista oficial para a TV depois de ter sido eleito, que o tal muro que separará os EUA do país vizinho é sua prioridade. O que nos leva a crer que muitos outros virão, se não físicos, ao menos simbólicos. O país que deu aos americanos o peru –já chego lá– terá agora extrema dificuldade de se misturar com os norte-americanos. Não sou um "geopolítico ingênuo". Compreendo que por trás da minha defesa do "livre viajar" existem questões seríssimas de imigração, atreladas a tantos outros problemas que abrangem da economia à religião. Mas não posso deixar de registrar aqui um certo saudosismo de um tempo em que a mistura entre povos não era apenas inevitável: era também saudável e até desejada. Na dúvida, pergunte aos seus antepassados portugueses por que eles enlouqueceram quando chegaram pela primeira vez por aqui. Citando mais uma vez a "Economist", a revista propôs numa capa recente uma nova divisão política do mundo: as culturas que dizem "bem-vindos" e as que gritam "fora daqui!". Preciso lembrar qual delas está ganhando? Ou já ajuda se eu escrever aqui Brexit? No entanto, a gente segue viajando. Por quê? Talvez porque, no fundo, a gente tem a certeza de que nada é muito puro entre nós. Somos humanos, logo frutos de alguma miscigenação. Sigo achando que no lugar de semear divisões, tínhamos que mesclar tudo ainda mais e mais. E nos divertir com isso tanto quanto o peru... Quando os espanhóis levaram essa comida para casa no começo do século 16, ela foi, pelo Mediterrâneo, parar em Constantinopla (hoje Istambul), principal cidade da Turquia. De lá, espalhou-se pela Europa e chegou à mesa dos ingleses, que então o levaram para uma certa colônia teimosa do outro lado do Atlântico. A mesma que hoje, independente, quer cortar os laços com a terra do "turkey": o México! A história do nosso peru é ainda mais alucinada. Passa pela chegada dos portugueses à Índia e por uma confusão sobre de qual colônia exatamente a iguaria havia chegado –Peru, México ou Brasil (para onde os portugueses trouxeram a ave de volta). Era tudo a mesma coisa 400 anos atrás –e como isso era bom.
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México e EUA têm uma conexão gastronômica curiosaNo Natal passado, descobri uma curiosa conexão entre o México e os Estados Unidos. Ao ler uma das espetaculares reportagens especiais do número de Natal que a "The Economist" publica, resolvi um dos mistérios que sempre me inquietaram –por que aquela ave colorida e suculenta que comemos nas festas de fim de ano tem, tanto em português como em inglês, o nome de um país: "turkey" (Turquia) para os americanos; peru para os brasileiros? A curiosa matéria (você encontra na internet buscando o título "The flight of the turkey" e "Economist") revelou-me então que o peru, um dos pratos favoritos do país que na semana passada elegeu Donald Trump como o mais improvável presidente da sua história, tem sua origem justamente no país que o republicano eleito quer separar fisicamente dos Estados Unidos, ao construir um muro ao longo de toda a sua fronteira: o México. A deliciosa confusão só foi possível num tempo em que as pessoas viajavam livremente por este nosso planeta –quando exploradores cruzavam mares para conquistar territórios (e tirar vantagens econômicas e políticas para seus impérios), mas também levavam na bagagem uma curiosidade genuína por culturas diferentes. Algo que hoje foi substituído pelo medo que sentimos do estrangeiro... Trump reafirmou, na sua primeira entrevista oficial para a TV depois de ter sido eleito, que o tal muro que separará os EUA do país vizinho é sua prioridade. O que nos leva a crer que muitos outros virão, se não físicos, ao menos simbólicos. O país que deu aos americanos o peru –já chego lá– terá agora extrema dificuldade de se misturar com os norte-americanos. Não sou um "geopolítico ingênuo". Compreendo que por trás da minha defesa do "livre viajar" existem questões seríssimas de imigração, atreladas a tantos outros problemas que abrangem da economia à religião. Mas não posso deixar de registrar aqui um certo saudosismo de um tempo em que a mistura entre povos não era apenas inevitável: era também saudável e até desejada. Na dúvida, pergunte aos seus antepassados portugueses por que eles enlouqueceram quando chegaram pela primeira vez por aqui. Citando mais uma vez a "Economist", a revista propôs numa capa recente uma nova divisão política do mundo: as culturas que dizem "bem-vindos" e as que gritam "fora daqui!". Preciso lembrar qual delas está ganhando? Ou já ajuda se eu escrever aqui Brexit? No entanto, a gente segue viajando. Por quê? Talvez porque, no fundo, a gente tem a certeza de que nada é muito puro entre nós. Somos humanos, logo frutos de alguma miscigenação. Sigo achando que no lugar de semear divisões, tínhamos que mesclar tudo ainda mais e mais. E nos divertir com isso tanto quanto o peru... Quando os espanhóis levaram essa comida para casa no começo do século 16, ela foi, pelo Mediterrâneo, parar em Constantinopla (hoje Istambul), principal cidade da Turquia. De lá, espalhou-se pela Europa e chegou à mesa dos ingleses, que então o levaram para uma certa colônia teimosa do outro lado do Atlântico. A mesma que hoje, independente, quer cortar os laços com a terra do "turkey": o México! A história do nosso peru é ainda mais alucinada. Passa pela chegada dos portugueses à Índia e por uma confusão sobre de qual colônia exatamente a iguaria havia chegado –Peru, México ou Brasil (para onde os portugueses trouxeram a ave de volta). Era tudo a mesma coisa 400 anos atrás –e como isso era bom.
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Cursos ajudam a entender mercado premium e promovem visitas a grifes
Fazer uma marca de luxo prosperar pressupõe conhecimento rigoroso do mercado, do público, da matéria-prima e do design. Atentas a essa demanda, escolas de negócios do país criaram um currículo que leva o empreendedor aos bastidores de grifes para aprender como funciona um negócio de alto padrão. No ISAE (Instituto Superior de Administração e Economia), o curso sobre mercado de luxo terá, a partir de julho, um módulo em Curitiba nas áreas de marketing e gestão. Já em setembro, os alunos vão passar 36 horas perambulando por lojas das grifes Chanel e Hermès, hotéis e restaurantes parisienses. "Eles vão trocar experiências com os gestores e colocar a mão na massa para entender a operação dessas grandes marcas", diz Adriano Tadeu Barbosa, supervisor do programa. A estilista Cristiane Costa, 37, fez o curso do ISAE em 2014. Após a formação, abriu um ateliê na capital paranaense especializado em vestidos de noiva e na revitalização de peças antigas. Um vestido custa a partir de R$ 7.000. "Antes do curso, eu pensava que era preciso trabalhar num ritmo industrial. Mas eu aprendi que esse tipo de costura é manual, opera em outro modo", diz Costa. A FGV (Fundação Getulio Vargas), no Rio, vai abrir o curso sobre gestão de marcas de luxo e premium, o primeiro da escola na área, em abril. A capacitação foi criada em razão do crescimento da linha premium de serviços e produtos no país, diz a coordenadora Rosana de Moraes. "Setores ligados ao bem-estar, como spas e os de alimentos, estão passando por uma 'premiurização' intensa, e o mercado vem exigindo mais qualificação", afirma. Queroserempresário LUXO NO BANHO É nesse nicho que a Frexka, empresa de toucas de banho, quer marcar território. A linha avança ao usar tecidos finos como seda italiana, cristais Swarovski e um jeito de acomodar o cabelo que impede a entrada de água durante o banho. A touca mais cara custa R$ 164. Antes de o produto ir para o comércio virtual, em dezembro, a sócia Alessandra Valenti, 40, foi buscar capacitação no curso de gerenciamento de marcas de luxo, da ESPM. "O desafio é nos comunicarmos bem com nossas consumidoras para mostrar que o produto atende às necessidades delas." Mas para isso, diz Gabriela Otto, especialista em mercado de luxo na ESPM, é preciso saber vender. "Não existe produto caro. Existe é vendedor sem empatia, que não agrega valor ao produto." Para ajustar a especialização às necessidades do mercado, a Faap reformula o seu MBA em gestão de luxo, afirma o coordenador Silvio Passarelli. "O programa voltará em 2018 com mais matérias em gestão e menos em história da arte. É o que o empresário precisa hoje."
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Cursos ajudam a entender mercado premium e promovem visitas a grifesFazer uma marca de luxo prosperar pressupõe conhecimento rigoroso do mercado, do público, da matéria-prima e do design. Atentas a essa demanda, escolas de negócios do país criaram um currículo que leva o empreendedor aos bastidores de grifes para aprender como funciona um negócio de alto padrão. No ISAE (Instituto Superior de Administração e Economia), o curso sobre mercado de luxo terá, a partir de julho, um módulo em Curitiba nas áreas de marketing e gestão. Já em setembro, os alunos vão passar 36 horas perambulando por lojas das grifes Chanel e Hermès, hotéis e restaurantes parisienses. "Eles vão trocar experiências com os gestores e colocar a mão na massa para entender a operação dessas grandes marcas", diz Adriano Tadeu Barbosa, supervisor do programa. A estilista Cristiane Costa, 37, fez o curso do ISAE em 2014. Após a formação, abriu um ateliê na capital paranaense especializado em vestidos de noiva e na revitalização de peças antigas. Um vestido custa a partir de R$ 7.000. "Antes do curso, eu pensava que era preciso trabalhar num ritmo industrial. Mas eu aprendi que esse tipo de costura é manual, opera em outro modo", diz Costa. A FGV (Fundação Getulio Vargas), no Rio, vai abrir o curso sobre gestão de marcas de luxo e premium, o primeiro da escola na área, em abril. A capacitação foi criada em razão do crescimento da linha premium de serviços e produtos no país, diz a coordenadora Rosana de Moraes. "Setores ligados ao bem-estar, como spas e os de alimentos, estão passando por uma 'premiurização' intensa, e o mercado vem exigindo mais qualificação", afirma. Queroserempresário LUXO NO BANHO É nesse nicho que a Frexka, empresa de toucas de banho, quer marcar território. A linha avança ao usar tecidos finos como seda italiana, cristais Swarovski e um jeito de acomodar o cabelo que impede a entrada de água durante o banho. A touca mais cara custa R$ 164. Antes de o produto ir para o comércio virtual, em dezembro, a sócia Alessandra Valenti, 40, foi buscar capacitação no curso de gerenciamento de marcas de luxo, da ESPM. "O desafio é nos comunicarmos bem com nossas consumidoras para mostrar que o produto atende às necessidades delas." Mas para isso, diz Gabriela Otto, especialista em mercado de luxo na ESPM, é preciso saber vender. "Não existe produto caro. Existe é vendedor sem empatia, que não agrega valor ao produto." Para ajustar a especialização às necessidades do mercado, a Faap reformula o seu MBA em gestão de luxo, afirma o coordenador Silvio Passarelli. "O programa voltará em 2018 com mais matérias em gestão e menos em história da arte. É o que o empresário precisa hoje."
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Editorial: A sexta extinção
Animal símbolo da Amazônia, o boto-cor-de-rosa, ou boto-vermelho, desde o ano 2000 tem sido caçado de forma implacável. Sua carne serve de isca na pesca da piracatinga, peixe comercializado em larga escala nos supermercados sob o nome de douradinha. Pesquisadores e ambientalistas assustaram-se com a queda acentuada da quantidade de botos. Embora não existam números globais precisos, ao menos na reserva Mamirauá (AM), no rio Solimões, dados sugerem uma tragédia de proporções bíblicas: diminuição de 10% ao ano da população local, segundo o Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia). Pressionado, o governo federal decretou moratória de cinco anos na captura da piracatinga, a fim de afastar o maior golfinho de água doce do planeta da crescente lista de animais extintos pelas mãos do homem. A medida entrou em vigor no dia 1º de janeiro. Lamentavelmente, o boto-cor-de-rosa está longe de ser o único animal ameaçado. Um estudo publicado recentemente no periódico "Science" mostra que as espécies têm desaparecido do planeta a uma taxa mil vezes maior do que a natural. Eis a catástrofe: de um terço a metade delas corre o risco de não mais existir até 2100. No Brasil, são 1.501 populações ameaçadas, incluindo a de botos-cor-de-rosa, de acordo com levantamento divulgado em maio pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Outros 11 animais já foram declarados extintos –caso da ararinha-azul, que hoje só vive em cativeiro. O ritmo de aniquilação se acelerou tanto que alguns cientistas veem o planeta atravessando a sexta extinção, comparável ao desaparecimento dos dinossauros ou a outros cataclismos pré-históricos. Dado inédito, o processo, desta vez, não se deve a causas naturais. Da destruição do habitat à introdução de exemplares não nativos num determinado ecossistema, passando pela caça e pelas mudanças climáticas, o homem é o maior responsável pelo perecimento recente de centenas de espécies. Para vários animais, como o boto-cor-de-rosa, ainda há tempo. A moratória contra a pesca da piracatinga torna a fiscalização mais fácil, pois se concentrará principalmente nas poucas e grandes empresas que compram o peixe. É fundamental, no entanto, que os órgãos responsáveis atuem de fato. Do contrário, a nova medida será tão inócua quanto a lei federal de 1987 que proíbe a caça de baleias e golfinhos no país.
opiniao
Editorial: A sexta extinçãoAnimal símbolo da Amazônia, o boto-cor-de-rosa, ou boto-vermelho, desde o ano 2000 tem sido caçado de forma implacável. Sua carne serve de isca na pesca da piracatinga, peixe comercializado em larga escala nos supermercados sob o nome de douradinha. Pesquisadores e ambientalistas assustaram-se com a queda acentuada da quantidade de botos. Embora não existam números globais precisos, ao menos na reserva Mamirauá (AM), no rio Solimões, dados sugerem uma tragédia de proporções bíblicas: diminuição de 10% ao ano da população local, segundo o Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia). Pressionado, o governo federal decretou moratória de cinco anos na captura da piracatinga, a fim de afastar o maior golfinho de água doce do planeta da crescente lista de animais extintos pelas mãos do homem. A medida entrou em vigor no dia 1º de janeiro. Lamentavelmente, o boto-cor-de-rosa está longe de ser o único animal ameaçado. Um estudo publicado recentemente no periódico "Science" mostra que as espécies têm desaparecido do planeta a uma taxa mil vezes maior do que a natural. Eis a catástrofe: de um terço a metade delas corre o risco de não mais existir até 2100. No Brasil, são 1.501 populações ameaçadas, incluindo a de botos-cor-de-rosa, de acordo com levantamento divulgado em maio pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Outros 11 animais já foram declarados extintos –caso da ararinha-azul, que hoje só vive em cativeiro. O ritmo de aniquilação se acelerou tanto que alguns cientistas veem o planeta atravessando a sexta extinção, comparável ao desaparecimento dos dinossauros ou a outros cataclismos pré-históricos. Dado inédito, o processo, desta vez, não se deve a causas naturais. Da destruição do habitat à introdução de exemplares não nativos num determinado ecossistema, passando pela caça e pelas mudanças climáticas, o homem é o maior responsável pelo perecimento recente de centenas de espécies. Para vários animais, como o boto-cor-de-rosa, ainda há tempo. A moratória contra a pesca da piracatinga torna a fiscalização mais fácil, pois se concentrará principalmente nas poucas e grandes empresas que compram o peixe. É fundamental, no entanto, que os órgãos responsáveis atuem de fato. Do contrário, a nova medida será tão inócua quanto a lei federal de 1987 que proíbe a caça de baleias e golfinhos no país.
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Descoberta em 'berçário' estelar surpreende astrônomos
Astrônomos ficaram surpresos ao encontrar estrelas de três idades diferentes em um "berçário" estelar na Via Láctea, pondo em questão o consenso científico sobre como as estrelas se formam. O Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile, identificou três grupos distintos de estrelas-bebê na nebulosa de Órion –a "fábrica" de ​​estrelas mais próxima da Terra–, informou uma equipe de cientistas nesta quinta-feira (27). "Olhar para os dados pela primeira vez foi um daqueles momentos 'uau!' que ocorrem apenas uma ou duas vezes na vida de um astrônomo", disse em um comunicado o astrônomo do ESO Giacomo Beccari. As imagens revelam "sem dúvida que estamos vendo três populações distintas de estrelas nas partes centrais de Orion", acrescentou. Anteriormente, acreditava-se que todas as estrelas em uma jovem nebulosa se formavam simultaneamente. Agora, parece que o nascimento das estrelas ocorre em irrupções, "e mais rapidamente do que se pensava", disse a equipe. Com base no brilho e na cor das estrelas na nebulosa de Órion, a equipe determinou que três grupos diferentes de estrelas nasceram dentro de um período de três milhões de anos. As nebulosas são nuvens maciças de gás e poeira onde as estrelas se originam. A mais conhecida é a nebulosa de Orion, a 1.350 anos-luz da Terra. Ela é visível a olho nu como o ponto mais brilhante ao redor do "cinturão" da constelação de Órion.
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Descoberta em 'berçário' estelar surpreende astrônomosAstrônomos ficaram surpresos ao encontrar estrelas de três idades diferentes em um "berçário" estelar na Via Láctea, pondo em questão o consenso científico sobre como as estrelas se formam. O Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile, identificou três grupos distintos de estrelas-bebê na nebulosa de Órion –a "fábrica" de ​​estrelas mais próxima da Terra–, informou uma equipe de cientistas nesta quinta-feira (27). "Olhar para os dados pela primeira vez foi um daqueles momentos 'uau!' que ocorrem apenas uma ou duas vezes na vida de um astrônomo", disse em um comunicado o astrônomo do ESO Giacomo Beccari. As imagens revelam "sem dúvida que estamos vendo três populações distintas de estrelas nas partes centrais de Orion", acrescentou. Anteriormente, acreditava-se que todas as estrelas em uma jovem nebulosa se formavam simultaneamente. Agora, parece que o nascimento das estrelas ocorre em irrupções, "e mais rapidamente do que se pensava", disse a equipe. Com base no brilho e na cor das estrelas na nebulosa de Órion, a equipe determinou que três grupos diferentes de estrelas nasceram dentro de um período de três milhões de anos. As nebulosas são nuvens maciças de gás e poeira onde as estrelas se originam. A mais conhecida é a nebulosa de Orion, a 1.350 anos-luz da Terra. Ela é visível a olho nu como o ponto mais brilhante ao redor do "cinturão" da constelação de Órion.
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Nos 6 anos da morte de J. D. Salinger, veja dez curiosidades sobre o escritor
Hoje faz seis anos da morte de J. D. Salinger, autor de "O Apanhador no Campo de Centeio", um clássico literário sobre a rebeldia juvenil. Em suas páginas, está um dos personagens mais famosos da literatura americana, o ranzinza Holden Caulfield. Além de sua obra, Salinger acabou entrando para a história como mais um dos reclusos das letras: a partir de 1965, parou de publicar e passou a viver isolado dos holofotes. Sabia-se pouco sobre sua vida, porque nos anos 1980 ele chegou a impedir a publicação de sua biografia na justiça. Com sua morte, detalhes sobre sua vida começaram a aparecer. A Folha reuniu dez dessas curiosidades sobre o escritor. Veja abaixo: 1. SALINGER FOI REJEITADO "O Apanhador no Campo de Centeio", seu livro mais famoso, foi rejeitado por várias editoras. Também foi recusado pela revista "The New Yorker", referência literária internacional —os editores da publicação disseram que Holden Caulfield, protagonista do romance, não era um personagem verossímil. 2. O AUTOR LUTOU NA SEGUNDA GUERRA O escritor era parte das tropas americanas que desembarcaram na Normandia no dia 6 de junho de 1944, o chamado Dia D. Ele servia como oficial de contra-inteligência, responsável por interrogar prisioneiros. Foi durante a guerra que ele escreveu seis capítulos de "O Apanhador no Campo de Centeio". 3. UM DOS PRIMEIROS EM CAMPO DE CONCENTRAÇÃO O autor foi um dos primeiros americanos a entrar no campo de concentração de Dachau, na Alemanha, onde viu as pilhas de corpos deixados pelos nazistas. Depois da guerra, acabou se internando em um hospital psiquiátrico. Shane Salerno, um de seus biógrafos, defende que os traumas vividos nessa época marcaram a obra de Salinger para sempre. 4. ASSASSINOS FAMOSOS ERAM FÃS DE SUA OBRA Em vários crimes notórios, descobriu-se que os assassinos tinham relação profunda com "O Apanhador..." O mais famoso é o caso de Marc David Chapman, que matou John Lennon em 1980. O criminoso, que dizia querer mudar seu nome para Holden Caulfield, aguardou a polícia na cena do crime lendo o romance —mais tarde, chegou a ler um trecho dele durante seu julgamento. A obra também foi encontrada entre os pertences de John Hinckley, que tentou matar o presidente americano Ronaldo Reagan em 1981. Robert John Bardo, que matou a atriz Rebecca Schaeffer em 1989, também tinha o romance consigo na hora do crime. 5. SUA NAMORADA O TROCOU POR CHAPLIN Com 22 anos, Salinger começou a namorar Oona O'Neill, filha do famoso dramaturgo Eugene O'Neill. Quando Salinger foi para a guerra, Oona mudou-se para Califórnia, onde começou a ter um caso com Charles Chaplin. Ela tornou-se a quarta e última mulher do ator. 6. SALINGER NÃO ERA TÃO RECLUSO Embora tenha ficado com a fama de recluso por evitar a imprensa, o escritor costumava sair para se divertir em festas de Nova York ou na Broadway. Vez ou outra, deixava alguma mulher perplexa ao se apresentar como J. D. Salinger. 7. O ESCRITOR BEBIA URINA Salinger era interessado em religiões orientais —mas isso podia gerar hábitos excêntricos. Segundo um livro de memórias escrito por sua filha Margaret, em 2000, seu pai costumava beber urina, por achar que fazia bem para a saúde. 8. CASOU-SE COM UMA INFORMANTE DA GESTAPO Em 1945, Salinger se casou com a alemã Sylvia. Shane Salerno defende na biografia do autor que os dois se separaram após ele descobrir que a mulher havia sido informante da Gestapo, a polícia política nazista. 9. NA RECLUSÃO, NAMORAVA ADOLESCENTES Depois de se afastar dos holofotes, Salinger passou a se corresponder e a se envolver com mulheres mais novas. Jean Miller, um dos casos que veio a público só nos últimos anos, tinha 14 anos quando os dois começaram a se corresponder —o escritor já tinha 30. Na biografia de Shane Salerno, a última publicada, ela diz que só perdeu a virgindade, com Salinger, quando fez 20 anos. E foi rejeitada no dia seguinte. 10. PROIBIU SUA BIOGRAFIA J. D. Salinger também teve seus dias de Procure Saber. Em 1980, ele derrotou na justiça a editora Random House e Ian Hamilton, seu primeiro biógrafo, alegando que tinha direitos autorais sobre trechos de cartas citados na obra. A biografia nunca chegou a ser publicada. Em 2013, foi vendida em uma casa de leilões por US$ 3.200.
ilustrada
Nos 6 anos da morte de J. D. Salinger, veja dez curiosidades sobre o escritorHoje faz seis anos da morte de J. D. Salinger, autor de "O Apanhador no Campo de Centeio", um clássico literário sobre a rebeldia juvenil. Em suas páginas, está um dos personagens mais famosos da literatura americana, o ranzinza Holden Caulfield. Além de sua obra, Salinger acabou entrando para a história como mais um dos reclusos das letras: a partir de 1965, parou de publicar e passou a viver isolado dos holofotes. Sabia-se pouco sobre sua vida, porque nos anos 1980 ele chegou a impedir a publicação de sua biografia na justiça. Com sua morte, detalhes sobre sua vida começaram a aparecer. A Folha reuniu dez dessas curiosidades sobre o escritor. Veja abaixo: 1. SALINGER FOI REJEITADO "O Apanhador no Campo de Centeio", seu livro mais famoso, foi rejeitado por várias editoras. Também foi recusado pela revista "The New Yorker", referência literária internacional —os editores da publicação disseram que Holden Caulfield, protagonista do romance, não era um personagem verossímil. 2. O AUTOR LUTOU NA SEGUNDA GUERRA O escritor era parte das tropas americanas que desembarcaram na Normandia no dia 6 de junho de 1944, o chamado Dia D. Ele servia como oficial de contra-inteligência, responsável por interrogar prisioneiros. Foi durante a guerra que ele escreveu seis capítulos de "O Apanhador no Campo de Centeio". 3. UM DOS PRIMEIROS EM CAMPO DE CONCENTRAÇÃO O autor foi um dos primeiros americanos a entrar no campo de concentração de Dachau, na Alemanha, onde viu as pilhas de corpos deixados pelos nazistas. Depois da guerra, acabou se internando em um hospital psiquiátrico. Shane Salerno, um de seus biógrafos, defende que os traumas vividos nessa época marcaram a obra de Salinger para sempre. 4. ASSASSINOS FAMOSOS ERAM FÃS DE SUA OBRA Em vários crimes notórios, descobriu-se que os assassinos tinham relação profunda com "O Apanhador..." O mais famoso é o caso de Marc David Chapman, que matou John Lennon em 1980. O criminoso, que dizia querer mudar seu nome para Holden Caulfield, aguardou a polícia na cena do crime lendo o romance —mais tarde, chegou a ler um trecho dele durante seu julgamento. A obra também foi encontrada entre os pertences de John Hinckley, que tentou matar o presidente americano Ronaldo Reagan em 1981. Robert John Bardo, que matou a atriz Rebecca Schaeffer em 1989, também tinha o romance consigo na hora do crime. 5. SUA NAMORADA O TROCOU POR CHAPLIN Com 22 anos, Salinger começou a namorar Oona O'Neill, filha do famoso dramaturgo Eugene O'Neill. Quando Salinger foi para a guerra, Oona mudou-se para Califórnia, onde começou a ter um caso com Charles Chaplin. Ela tornou-se a quarta e última mulher do ator. 6. SALINGER NÃO ERA TÃO RECLUSO Embora tenha ficado com a fama de recluso por evitar a imprensa, o escritor costumava sair para se divertir em festas de Nova York ou na Broadway. Vez ou outra, deixava alguma mulher perplexa ao se apresentar como J. D. Salinger. 7. O ESCRITOR BEBIA URINA Salinger era interessado em religiões orientais —mas isso podia gerar hábitos excêntricos. Segundo um livro de memórias escrito por sua filha Margaret, em 2000, seu pai costumava beber urina, por achar que fazia bem para a saúde. 8. CASOU-SE COM UMA INFORMANTE DA GESTAPO Em 1945, Salinger se casou com a alemã Sylvia. Shane Salerno defende na biografia do autor que os dois se separaram após ele descobrir que a mulher havia sido informante da Gestapo, a polícia política nazista. 9. NA RECLUSÃO, NAMORAVA ADOLESCENTES Depois de se afastar dos holofotes, Salinger passou a se corresponder e a se envolver com mulheres mais novas. Jean Miller, um dos casos que veio a público só nos últimos anos, tinha 14 anos quando os dois começaram a se corresponder —o escritor já tinha 30. Na biografia de Shane Salerno, a última publicada, ela diz que só perdeu a virgindade, com Salinger, quando fez 20 anos. E foi rejeitada no dia seguinte. 10. PROIBIU SUA BIOGRAFIA J. D. Salinger também teve seus dias de Procure Saber. Em 1980, ele derrotou na justiça a editora Random House e Ian Hamilton, seu primeiro biógrafo, alegando que tinha direitos autorais sobre trechos de cartas citados na obra. A biografia nunca chegou a ser publicada. Em 2013, foi vendida em uma casa de leilões por US$ 3.200.
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Não devemos julgar pelas aparências, escreve colunista de 11 anos
Era uma vez uma sala de aula. Lá tem todo tipo de gente: tem a Júlia, baixinha e calma (que só fica nervosa quando a chamam de baixinha), tem a Laura, um pouco maluca, divertida e engraçada, e tem a Giovana, bem mais alta que eu... Tem muita gente. Tem Jhonatan, tem Augusto, William e tem até o Gustavo, um garoto negro, baixinho e esperto (que, é claro, sou eu). Nessa sala tem todo tipo de coisa, só não tem uma coisa: preconceito. Todo mundo é diferente, e é isso que é bom. Leia a coluna completa de Gustavo Gomes, 11, aqui.
folhinha
Não devemos julgar pelas aparências, escreve colunista de 11 anosEra uma vez uma sala de aula. Lá tem todo tipo de gente: tem a Júlia, baixinha e calma (que só fica nervosa quando a chamam de baixinha), tem a Laura, um pouco maluca, divertida e engraçada, e tem a Giovana, bem mais alta que eu... Tem muita gente. Tem Jhonatan, tem Augusto, William e tem até o Gustavo, um garoto negro, baixinho e esperto (que, é claro, sou eu). Nessa sala tem todo tipo de coisa, só não tem uma coisa: preconceito. Todo mundo é diferente, e é isso que é bom. Leia a coluna completa de Gustavo Gomes, 11, aqui.
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WhatsApp começa a liberar recurso de chamadas de voz, diz site
Parece que a opção de realizar chamadas de voz pelo WhatsApp –anunciada há um ano pelo fundador do serviço de mensagens, Jam Koum– enfim começou a ser disponibilizada a seus usuários. O recurso, já presente em alternativas como Messenger ou Viber, permite ligar para contatos sem a necessidade de uma operadora, caso o usuário esteja conectado a uma rede wi-fi, ou utilizando os dados de uma franquia contratada. Ainda são poucos os que têm acesso à novidade. Segundo o site "Android Police", até a tarde de hoje, os sortudos podiam estendê-la para outros contatos ligando para eles por meio do aplicativo, como se enviassem um convite. Mas esse método já deixou de funcionar. Como mostram as capturas de tela acima, o recurso cria três divisões na interface do WhatsApp –uma delas exclusiva para um histórico de chamadas de voz feitas ou perdidas. Ao que tudo indica, a atualização por enquanto é só para celulares com Android. Recentemente, o WhatsApp adicionou um misterioso botão "Ligar" ao menu das conversas. Para os usuários que ainda não podem realizar ligações pelo app, ele serve apenas de atalho para o discador do aparelho.
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WhatsApp começa a liberar recurso de chamadas de voz, diz siteParece que a opção de realizar chamadas de voz pelo WhatsApp –anunciada há um ano pelo fundador do serviço de mensagens, Jam Koum– enfim começou a ser disponibilizada a seus usuários. O recurso, já presente em alternativas como Messenger ou Viber, permite ligar para contatos sem a necessidade de uma operadora, caso o usuário esteja conectado a uma rede wi-fi, ou utilizando os dados de uma franquia contratada. Ainda são poucos os que têm acesso à novidade. Segundo o site "Android Police", até a tarde de hoje, os sortudos podiam estendê-la para outros contatos ligando para eles por meio do aplicativo, como se enviassem um convite. Mas esse método já deixou de funcionar. Como mostram as capturas de tela acima, o recurso cria três divisões na interface do WhatsApp –uma delas exclusiva para um histórico de chamadas de voz feitas ou perdidas. Ao que tudo indica, a atualização por enquanto é só para celulares com Android. Recentemente, o WhatsApp adicionou um misterioso botão "Ligar" ao menu das conversas. Para os usuários que ainda não podem realizar ligações pelo app, ele serve apenas de atalho para o discador do aparelho.
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Veja algumas opções de presentes que podem ser garimpadas em outlets e bazares de fim de ano
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO Desconto é bom e todo mundo gosta. Veja algumas opções de presentes que podem ser garimpadas com precinho mais em conta em bazares de fim de ano e grandes outlets. * ONDE ENCONTRAR? OUTLET CHILLI BEANS A marca de óculos escuros, relógios e acessórios tem pontas de estoque no Catarina Fashion Outlet, no Outlet Premium e no centro da cidade. R. Marconi, 58, República, tel. 3257-0694. loja.chillibeans.com.br - CATARINA FASHION O shopping reúne outlets de grifes como Hugo Boss e Carolina Herrera, marcas esportivas como Nike e Adidas e lojas de móveis como Empório Santa Fé. Nos fins de semana e feriados costuma ficar cheio. Rod. Castelo Branco, km. 60, São Roque, tel. 4130-4829. catarinaoutlet.com.br - CAVALERA OUTLET Descontos de peças da marca vão até 70%. R. São Bento, 216, centro, tel. 3104-3721. - OUTLET L'OCCITANE Vende, com até 70% de desconto, cosméticos com pequenos defeitos na embalagem, que saíram de linha ou estão perto do vencimento. R. Normandia, 18, Indianópolis, tel. 5093-8656. loccitane.com - OUTLET PREMIUM O centro de compras conta com mais de 100 marcas voltadas à moda, artigos para casa, óptica e outros quesitos. Rod. dos Bandeirantes, km 60, São Roque, outletpremium.com.br - BAZAR DA CIDADE O evento conta com 53 expositores que vendem roupas, tricôs, joias e bijuterias, cerâmica e vinhos. De 16 a 18/12. Obra de Arte. R. Indiaroba, 97, Moema, tel. 5535-2935. Entrada gratuita. facebook.com/bazardacidade - BAZAR ÓGENTE Com produtos a partir de R$ 20, reúne mais de 70 expositores. Há de produtos artesanais a presentes de diversas marcas. Entre 10 e 11/12. Complexo Aché Cultural. R. Coropés, 88, Pinheiros, tel. 2245-1900. 10 e 11/12. bazarogente.com.br - BAZAR DA PRAÇA Mais de 80 marcas de joias, acessórios e moda ficam à venda neste bazar, que termina neste domingo (27). Casa Panamericana. Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 197, Pinheiros. Das 11h às 20h. Até 27/11. - DESIGN HANDMADE A feira traz designers, arquitetos, artistas plásticos, joalheiros e estilistas cujos trabalhos visam a sustentabilidade. Dias 1, 2 e 3/12. Teakettle. R. Alexandre Dumas, 1.049, Chácara Santo Antônio. Entrada grátis com 1 kg de alimento. - FARM BAZAR Toda loja Farm tem uma área de bazar. Shopping Iguatemi. www.farmrio.com.br - BAZAR DOS AMIGOS Em prol da Ong Amigos de São Francisco, que trabalha no resgate, reabilitação e adoção de animais abandonas ou vítimas de maus tratos, o bazar será realizado nos dias 10 e 11/12. Hotel Unique. Av. Brigadeiro Luís Antônio, 4.700, Jardim Paulista. Das 10h às 20h. - DOTS MARKET Nos dias 10 e 11 de dezembro acontece a 1ª edição do Dots Market, na Casa das Caldeiras, em São Paulo (SP). O evento, com entrada gratuita, apresentará o trabalho de 120 expositores como artesãos, estilistas, artistas plásticos e fotógrafos, além de atrações culturais, artísticas e gastronômicas para todas as idades. Av. Francisco Matarazzo, 2.000, Água Branca. Dia 10/12: 13h às 22h. Dia 11: 10h às 20h. - OUTLET SENTIDO COSMOPOLITA & STUDIO BERGAMIN As lojas boutique Sentido Cosmopolita e Studio Bergamin, em uma parceria inédita, juntaram forças e montaram um outlet único com acervo de produtos exclusivos e atemporais que serão vendidos com descontos de 30% a 70%. Rua do Bosque 369, Barra Funda. De 22/11 a 16/12. Veja mais em www.sentidocosmopolita.com.br
saopaulo
Veja algumas opções de presentes que podem ser garimpadas em outlets e bazares de fim de anoBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO Desconto é bom e todo mundo gosta. Veja algumas opções de presentes que podem ser garimpadas com precinho mais em conta em bazares de fim de ano e grandes outlets. * ONDE ENCONTRAR? OUTLET CHILLI BEANS A marca de óculos escuros, relógios e acessórios tem pontas de estoque no Catarina Fashion Outlet, no Outlet Premium e no centro da cidade. R. Marconi, 58, República, tel. 3257-0694. loja.chillibeans.com.br - CATARINA FASHION O shopping reúne outlets de grifes como Hugo Boss e Carolina Herrera, marcas esportivas como Nike e Adidas e lojas de móveis como Empório Santa Fé. Nos fins de semana e feriados costuma ficar cheio. Rod. Castelo Branco, km. 60, São Roque, tel. 4130-4829. catarinaoutlet.com.br - CAVALERA OUTLET Descontos de peças da marca vão até 70%. R. São Bento, 216, centro, tel. 3104-3721. - OUTLET L'OCCITANE Vende, com até 70% de desconto, cosméticos com pequenos defeitos na embalagem, que saíram de linha ou estão perto do vencimento. R. Normandia, 18, Indianópolis, tel. 5093-8656. loccitane.com - OUTLET PREMIUM O centro de compras conta com mais de 100 marcas voltadas à moda, artigos para casa, óptica e outros quesitos. Rod. dos Bandeirantes, km 60, São Roque, outletpremium.com.br - BAZAR DA CIDADE O evento conta com 53 expositores que vendem roupas, tricôs, joias e bijuterias, cerâmica e vinhos. De 16 a 18/12. Obra de Arte. R. Indiaroba, 97, Moema, tel. 5535-2935. Entrada gratuita. facebook.com/bazardacidade - BAZAR ÓGENTE Com produtos a partir de R$ 20, reúne mais de 70 expositores. Há de produtos artesanais a presentes de diversas marcas. Entre 10 e 11/12. Complexo Aché Cultural. R. Coropés, 88, Pinheiros, tel. 2245-1900. 10 e 11/12. bazarogente.com.br - BAZAR DA PRAÇA Mais de 80 marcas de joias, acessórios e moda ficam à venda neste bazar, que termina neste domingo (27). Casa Panamericana. Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 197, Pinheiros. Das 11h às 20h. Até 27/11. - DESIGN HANDMADE A feira traz designers, arquitetos, artistas plásticos, joalheiros e estilistas cujos trabalhos visam a sustentabilidade. Dias 1, 2 e 3/12. Teakettle. R. Alexandre Dumas, 1.049, Chácara Santo Antônio. Entrada grátis com 1 kg de alimento. - FARM BAZAR Toda loja Farm tem uma área de bazar. Shopping Iguatemi. www.farmrio.com.br - BAZAR DOS AMIGOS Em prol da Ong Amigos de São Francisco, que trabalha no resgate, reabilitação e adoção de animais abandonas ou vítimas de maus tratos, o bazar será realizado nos dias 10 e 11/12. Hotel Unique. Av. Brigadeiro Luís Antônio, 4.700, Jardim Paulista. Das 10h às 20h. - DOTS MARKET Nos dias 10 e 11 de dezembro acontece a 1ª edição do Dots Market, na Casa das Caldeiras, em São Paulo (SP). O evento, com entrada gratuita, apresentará o trabalho de 120 expositores como artesãos, estilistas, artistas plásticos e fotógrafos, além de atrações culturais, artísticas e gastronômicas para todas as idades. Av. Francisco Matarazzo, 2.000, Água Branca. Dia 10/12: 13h às 22h. Dia 11: 10h às 20h. - OUTLET SENTIDO COSMOPOLITA & STUDIO BERGAMIN As lojas boutique Sentido Cosmopolita e Studio Bergamin, em uma parceria inédita, juntaram forças e montaram um outlet único com acervo de produtos exclusivos e atemporais que serão vendidos com descontos de 30% a 70%. Rua do Bosque 369, Barra Funda. De 22/11 a 16/12. Veja mais em www.sentidocosmopolita.com.br
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Vitória de Trump provoca silêncio e receio em conferência do clima
Pelos corredores da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP22), declarações conciliadoras de ONGs conviveram com o absoluto silêncio da maioria negociadores a respeito do resultado das eleições que elegeram Donald Trump presidente dos EUA. Ele, que nega que mudanças climáticas estejam acontecendo, prometeu durante sua campanha cortar incentivos às energias renováveis e abandonar o acordo climático –ratificado neste ano pelos EUA e outros 102 países, incluindo o Brasil. A Folha conversou com oito representantes de delegações, entre blocos desenvolvidos e em desenvolvimento. Nenhum deles quis declarar publicamente as implicações da eleição do republicano para a negociação climática. As coletivas de imprensa agendadas para hoje foram canceladas e não houve nenhum pronunciamento público que comentasse o resultado das eleições. A exceção foi a China. O chefe da delegação, Gou Haibo, afirmou que "a China quer fomentar a cooperação existente com todas as partes, inclusive com os EUA [...] e agirá agirá de forma positiva e vigorosa na luta contra as alterações climáticas" A declaração alivia os anseios dos participantes na COP-22 que se perguntavam se a China, hoje o país que mais emite carbono no mundo, também pularia fora do Acordo de Paris caso os Estados Unidos o fizesse. Em 2015, China e Estados Unidos, apresentaram conjuntamente suas metas de redução de emissões. Juntos, os dois respondem por quase 40% das emissões atuais no mundo. Alguns delegados de países com propostas para a regulamentação do Acordo de Paris, que não quiseram se identificar, admitiram o receio de que um possível desengajamento dos EUA na pauta climática cause o mesmo em outros países, podendo inclusive desacelerar o debate e repetir as dificuldades do Protocolo de Kyoto. Em 2015 a colaboração americana na criação de "metas nacionalmente determinadas" para redução de emissões ajudou a viabilizar o Acordo de Paris, que virou lei internacional em tempo recorde –na última sexta-feira, menos de um ano depois de ter havido um consenso entre os mais de 190 países. Já o Protocolo de Kyoto, de 1997, não contou com a assinatura dos EUA –na época o maior emissor de carbono no mundo– e levou oito anos para entrar em vigor. Mas não é todo mundo que vê com pessimismo o efeito Trump no clima. Um dos observadores que acompanha a delegação europeia lembrou que a atuação americana nas COPs sempre tendeu a flexibilizar as condições e metas para a redução de emissões e que, portanto, a falta da participação americana poderia abrir espaço para compromissos mais firmes, assim como para o protagonismo de outros atores nas negociações. ENGAJAMENTO Já as declarações das organizações da sociedade civil que acompanham as negociações da COP procuraram minimizar o efeito da eleição para o acordo climático, reforçando que o contexto atual, diferente do Protocolo de Kyoto, já conta com um debate mundialmente engajado. A Uscan, rede de ONGs ambientais dos EUA, afirmou "o Acordo de Paris é lei internacional e os Estados Unidos não podem mudar esse fato." Seguindo a frase "o arco da História pende para a justiça", Mariana Panuncio, diretora da WWF para a cooperação climática internacional, parafraseou Martin Luther King ao afirmar hoje que "o arco das mudanças climáticas pende para as soluções". "Trump precisa levar adiante o legado de Obama e fazer da América a superpotência de energia limpa do mundo", diz. Hilda Heine, presidente das Ilhas Marshall, um dos países ameaçado de ser inundado pelo avanço do mar com o aquecimento acima de 1,5°C, cobrou o presidente eleito dos EUA: "Espero que ele perceba que a mudança climática é uma ameaça para seu povo e para países inteiros que partilham mares com os EUA, incluindo o meu." Algumas avaliações acreditam ser pouco provável a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, já que o processo levaria quatro anos – um mandato presidencial– para ser concluído. O que preocupa os ambientalistas é o efeito cascata que a inação dos EUA geraria em outros países que também precisam fazer grandes investimentos na transição energética –em outras palavras, o país continuaria no acordo, mas não faria a lição de casa. O Acordo de Paris prevê que os países entreguem metas mais ambiciosas de redução de emissões de carbono na COP de 2018. No mais tardar, será no meio do mandato de Trump que o mundo saberá se os EUA estarão dentro ou fora do barco da transição energética. 'NÃO PONHA UM PREÇO NISSO' No mesmo dia da eleição presidencial, o estado de Washington consultou a população sobre a criação de um imposto sobre a emissão de carbono, que cobraria uma taxa progressiva, a começar por US$ 15 por tonelada de carbono emitida a partir de julho de 2017. A maioria, mais de 1 milhão de eleitores, votou pelo "não" ao novo imposto. A proposta, inédita no país, vai ao encontro do discurso de Barack Obama na Conferência do Clima em Paris. Com a expressão "ponha um preço nisso", o presidente americano defendeu a precificação do carbono como forma de desencorajar as emissões. Apesar do expresso "não" ao imposto sobre o carbono, a população de Washington deu a maioria de votos para Hillary Clinton nesta terça (8).
ambiente
Vitória de Trump provoca silêncio e receio em conferência do climaPelos corredores da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP22), declarações conciliadoras de ONGs conviveram com o absoluto silêncio da maioria negociadores a respeito do resultado das eleições que elegeram Donald Trump presidente dos EUA. Ele, que nega que mudanças climáticas estejam acontecendo, prometeu durante sua campanha cortar incentivos às energias renováveis e abandonar o acordo climático –ratificado neste ano pelos EUA e outros 102 países, incluindo o Brasil. A Folha conversou com oito representantes de delegações, entre blocos desenvolvidos e em desenvolvimento. Nenhum deles quis declarar publicamente as implicações da eleição do republicano para a negociação climática. As coletivas de imprensa agendadas para hoje foram canceladas e não houve nenhum pronunciamento público que comentasse o resultado das eleições. A exceção foi a China. O chefe da delegação, Gou Haibo, afirmou que "a China quer fomentar a cooperação existente com todas as partes, inclusive com os EUA [...] e agirá agirá de forma positiva e vigorosa na luta contra as alterações climáticas" A declaração alivia os anseios dos participantes na COP-22 que se perguntavam se a China, hoje o país que mais emite carbono no mundo, também pularia fora do Acordo de Paris caso os Estados Unidos o fizesse. Em 2015, China e Estados Unidos, apresentaram conjuntamente suas metas de redução de emissões. Juntos, os dois respondem por quase 40% das emissões atuais no mundo. Alguns delegados de países com propostas para a regulamentação do Acordo de Paris, que não quiseram se identificar, admitiram o receio de que um possível desengajamento dos EUA na pauta climática cause o mesmo em outros países, podendo inclusive desacelerar o debate e repetir as dificuldades do Protocolo de Kyoto. Em 2015 a colaboração americana na criação de "metas nacionalmente determinadas" para redução de emissões ajudou a viabilizar o Acordo de Paris, que virou lei internacional em tempo recorde –na última sexta-feira, menos de um ano depois de ter havido um consenso entre os mais de 190 países. Já o Protocolo de Kyoto, de 1997, não contou com a assinatura dos EUA –na época o maior emissor de carbono no mundo– e levou oito anos para entrar em vigor. Mas não é todo mundo que vê com pessimismo o efeito Trump no clima. Um dos observadores que acompanha a delegação europeia lembrou que a atuação americana nas COPs sempre tendeu a flexibilizar as condições e metas para a redução de emissões e que, portanto, a falta da participação americana poderia abrir espaço para compromissos mais firmes, assim como para o protagonismo de outros atores nas negociações. ENGAJAMENTO Já as declarações das organizações da sociedade civil que acompanham as negociações da COP procuraram minimizar o efeito da eleição para o acordo climático, reforçando que o contexto atual, diferente do Protocolo de Kyoto, já conta com um debate mundialmente engajado. A Uscan, rede de ONGs ambientais dos EUA, afirmou "o Acordo de Paris é lei internacional e os Estados Unidos não podem mudar esse fato." Seguindo a frase "o arco da História pende para a justiça", Mariana Panuncio, diretora da WWF para a cooperação climática internacional, parafraseou Martin Luther King ao afirmar hoje que "o arco das mudanças climáticas pende para as soluções". "Trump precisa levar adiante o legado de Obama e fazer da América a superpotência de energia limpa do mundo", diz. Hilda Heine, presidente das Ilhas Marshall, um dos países ameaçado de ser inundado pelo avanço do mar com o aquecimento acima de 1,5°C, cobrou o presidente eleito dos EUA: "Espero que ele perceba que a mudança climática é uma ameaça para seu povo e para países inteiros que partilham mares com os EUA, incluindo o meu." Algumas avaliações acreditam ser pouco provável a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, já que o processo levaria quatro anos – um mandato presidencial– para ser concluído. O que preocupa os ambientalistas é o efeito cascata que a inação dos EUA geraria em outros países que também precisam fazer grandes investimentos na transição energética –em outras palavras, o país continuaria no acordo, mas não faria a lição de casa. O Acordo de Paris prevê que os países entreguem metas mais ambiciosas de redução de emissões de carbono na COP de 2018. No mais tardar, será no meio do mandato de Trump que o mundo saberá se os EUA estarão dentro ou fora do barco da transição energética. 'NÃO PONHA UM PREÇO NISSO' No mesmo dia da eleição presidencial, o estado de Washington consultou a população sobre a criação de um imposto sobre a emissão de carbono, que cobraria uma taxa progressiva, a começar por US$ 15 por tonelada de carbono emitida a partir de julho de 2017. A maioria, mais de 1 milhão de eleitores, votou pelo "não" ao novo imposto. A proposta, inédita no país, vai ao encontro do discurso de Barack Obama na Conferência do Clima em Paris. Com a expressão "ponha um preço nisso", o presidente americano defendeu a precificação do carbono como forma de desencorajar as emissões. Apesar do expresso "não" ao imposto sobre o carbono, a população de Washington deu a maioria de votos para Hillary Clinton nesta terça (8).
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Tradicional mirante de SP, terraço do Martinelli fecha e frustra visitantes
Na primeira visita a São Paulo, o curitibano Ezequias Cloy, 22, tentou, com mais sete primos, ir ao terraço do edifício Martinelli, tradicional mirante no centro da capital paulista, na tarde de terça (25). "A gente queria mostrar a cidade por cima", diz Ellen, 18, prima do paranaense. Mas Ezequias terá que voltar depois. Para a frustração das dezenas de turistas que passam pelo local diariamente, o terraço do prédio de 30 andares, antes ponto turístico obrigatório para quem ia conhecer o centro histórico da cidade, está fechado para visitação desde que um rapaz se jogou do alto do edifício, em março. O acesso ao prédio pela avenida São João (uma das três entradas), ponto de encontro das visitações guiadas, fica bloqueado permanentemente, com uma placa que avisa sobre a suspensão. O teto do Martinelli é administrado pela SPUrbanismo, empresa da Prefeitura de São Paulo, e está fechado para "adequação", segundo a administração do edifício. Ainda não há, porém, previsão para o retorno das visitas nem projeto que determine o que será feito no local para impedir novos acidentes –qualquer reforma que altere a fachada do prédio deve ser aprovada pelo Conpresp, órgão municipal de preservação do patrimônio histórico. A gestão João Doria (PSDB) está estudando conceder a administração do espaço à iniciativa privada. MIRANTES O consultor comercial paulistano Gustavo Crosara, 40, passava pelo centro da cidade em um dia "com mais tempo" e por isso resolveu visitar o terraço, que ainda não conhecia, mas também foi surpreendido. "Esses pontos turísticos são muito importantes e é sempre bom ter mirantes urbanos assim. Santiago tem, Buenos Aires tem. São Paulo precisa ter também." Há outras opções, como o terraço do edifício Itália, na República, região central da capital paulista. Ellen, que levava o primo curitibano para ver a cidade do alto, até pensou em ir até lá, afirma. "Mas parece que tem que pagar para subir. Olha o tanto de gente só comigo", diz a estudante, apontando para os sete primos, que discutiam outras opções mais em conta. A visita ao terraço do Itália custa R$ 30 por pessoa e acontece todos os dias da semana, das 15h às 19h. É possível subir ainda no mirante do Copan, prédio histórico projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, também na República. Nesse caso, as visitas são gratuitas e acontecem de segunda a sexta (exceto em feriados), duas vezes ao dia, às 10h30 e às 15h30 –é preciso chegar com 15 minutos de antecedência. HISTÓRICO Inaugurado em 1929 pelo empresário italiano Giuseppe Martinelli (que construiu sua mansão no topo do prédio), o edifício homônimo foi o primeiro arranha-céu de São Paulo e, até a década de 1940, o maior imóvel da cidade. Em seus primeiros anos, o prédio refletiu o boom econômico da capital no começo do século passado e abrigou, entre outros empreendimentos, um hotel, cinema, restaurantes, clubes, sindicatos, partidos políticos e até jornais. Dos anos 1950 em diante, contudo, o prédio se transformou numa espécie de cortiço e foi palco de uma série de crimes nunca desvendados. Foi preciso intervenção de militares para recuperar o edifício, cujos fossos dos elevadores formavam pilhas de lixo. Nos anos 1970, a prefeitura desapropriou e restaurou o imóvel. Desde a reinauguração, em 1979, ele voltou a abrigar escritórios, restaurantes e órgãos municipais.
cotidiano
Tradicional mirante de SP, terraço do Martinelli fecha e frustra visitantesNa primeira visita a São Paulo, o curitibano Ezequias Cloy, 22, tentou, com mais sete primos, ir ao terraço do edifício Martinelli, tradicional mirante no centro da capital paulista, na tarde de terça (25). "A gente queria mostrar a cidade por cima", diz Ellen, 18, prima do paranaense. Mas Ezequias terá que voltar depois. Para a frustração das dezenas de turistas que passam pelo local diariamente, o terraço do prédio de 30 andares, antes ponto turístico obrigatório para quem ia conhecer o centro histórico da cidade, está fechado para visitação desde que um rapaz se jogou do alto do edifício, em março. O acesso ao prédio pela avenida São João (uma das três entradas), ponto de encontro das visitações guiadas, fica bloqueado permanentemente, com uma placa que avisa sobre a suspensão. O teto do Martinelli é administrado pela SPUrbanismo, empresa da Prefeitura de São Paulo, e está fechado para "adequação", segundo a administração do edifício. Ainda não há, porém, previsão para o retorno das visitas nem projeto que determine o que será feito no local para impedir novos acidentes –qualquer reforma que altere a fachada do prédio deve ser aprovada pelo Conpresp, órgão municipal de preservação do patrimônio histórico. A gestão João Doria (PSDB) está estudando conceder a administração do espaço à iniciativa privada. MIRANTES O consultor comercial paulistano Gustavo Crosara, 40, passava pelo centro da cidade em um dia "com mais tempo" e por isso resolveu visitar o terraço, que ainda não conhecia, mas também foi surpreendido. "Esses pontos turísticos são muito importantes e é sempre bom ter mirantes urbanos assim. Santiago tem, Buenos Aires tem. São Paulo precisa ter também." Há outras opções, como o terraço do edifício Itália, na República, região central da capital paulista. Ellen, que levava o primo curitibano para ver a cidade do alto, até pensou em ir até lá, afirma. "Mas parece que tem que pagar para subir. Olha o tanto de gente só comigo", diz a estudante, apontando para os sete primos, que discutiam outras opções mais em conta. A visita ao terraço do Itália custa R$ 30 por pessoa e acontece todos os dias da semana, das 15h às 19h. É possível subir ainda no mirante do Copan, prédio histórico projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, também na República. Nesse caso, as visitas são gratuitas e acontecem de segunda a sexta (exceto em feriados), duas vezes ao dia, às 10h30 e às 15h30 –é preciso chegar com 15 minutos de antecedência. HISTÓRICO Inaugurado em 1929 pelo empresário italiano Giuseppe Martinelli (que construiu sua mansão no topo do prédio), o edifício homônimo foi o primeiro arranha-céu de São Paulo e, até a década de 1940, o maior imóvel da cidade. Em seus primeiros anos, o prédio refletiu o boom econômico da capital no começo do século passado e abrigou, entre outros empreendimentos, um hotel, cinema, restaurantes, clubes, sindicatos, partidos políticos e até jornais. Dos anos 1950 em diante, contudo, o prédio se transformou numa espécie de cortiço e foi palco de uma série de crimes nunca desvendados. Foi preciso intervenção de militares para recuperar o edifício, cujos fossos dos elevadores formavam pilhas de lixo. Nos anos 1970, a prefeitura desapropriou e restaurou o imóvel. Desde a reinauguração, em 1979, ele voltou a abrigar escritórios, restaurantes e órgãos municipais.
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Aluno da Faculdade de Medicina é o único réu por estupros na USP
Após a realização de uma CPI (comissão parlamentar de inquérito) que investigou casos de estupro na USP, um aluno da Faculdade de Medicina é o único réu na Justiça. O caso do estudante foi aceito pela Justiça em maio de 2015, após uma denúncia do Ministério Público. O caso corre em segredo. A informação é do jornal "O Estado de S. Paulo". Segundo a acusação, o estupro ocorreu durante uma tradicional festa Med Pholia, promovida por estudantes da Faculdade de Medicina. A vitima diz ter desmaiado após ingerir uma bebida oferecida pelo réu. O depoimento da aluna foi publicado pela Folha em maio de 2015. Nele, ela diz ter ficado com hematomas e sangrado por quatro dias após o ato. "Ele tampou minha boca e pegou parte do nariz. Não respirava direito", conta. Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o inquérito desse caso foi concluído em 2012 e "houve a constatação de estupro". No ano passado, quando procurado pela Folha, o aluno negou ter cometido o crime. A reportagem voltou a contatar o advogado do réu, que não foi encontrado. O estudante já respondeu pela morte de um homem, durante uma briga no Carnaval de 2015. Na época, ele era policial militar e estava de folga. Na ocasião, o réu disparou oito vezes contra a vítima. O réu chegou a ser condenado por homicídio culposo (sem intenção), mas teve sua pena extinta. Após o caso, ele teria pedido exoneração da Polícia Militar. O réu já cumpriu todas as disciplinas do curso de medicina, mas está suspenso pela faculdade e ainda não pode ser diplomado. Segundo a USP, ele ainda é suspeito de ter cometido outro estupro na universidade.
cotidiano
Aluno da Faculdade de Medicina é o único réu por estupros na USPApós a realização de uma CPI (comissão parlamentar de inquérito) que investigou casos de estupro na USP, um aluno da Faculdade de Medicina é o único réu na Justiça. O caso do estudante foi aceito pela Justiça em maio de 2015, após uma denúncia do Ministério Público. O caso corre em segredo. A informação é do jornal "O Estado de S. Paulo". Segundo a acusação, o estupro ocorreu durante uma tradicional festa Med Pholia, promovida por estudantes da Faculdade de Medicina. A vitima diz ter desmaiado após ingerir uma bebida oferecida pelo réu. O depoimento da aluna foi publicado pela Folha em maio de 2015. Nele, ela diz ter ficado com hematomas e sangrado por quatro dias após o ato. "Ele tampou minha boca e pegou parte do nariz. Não respirava direito", conta. Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o inquérito desse caso foi concluído em 2012 e "houve a constatação de estupro". No ano passado, quando procurado pela Folha, o aluno negou ter cometido o crime. A reportagem voltou a contatar o advogado do réu, que não foi encontrado. O estudante já respondeu pela morte de um homem, durante uma briga no Carnaval de 2015. Na época, ele era policial militar e estava de folga. Na ocasião, o réu disparou oito vezes contra a vítima. O réu chegou a ser condenado por homicídio culposo (sem intenção), mas teve sua pena extinta. Após o caso, ele teria pedido exoneração da Polícia Militar. O réu já cumpriu todas as disciplinas do curso de medicina, mas está suspenso pela faculdade e ainda não pode ser diplomado. Segundo a USP, ele ainda é suspeito de ter cometido outro estupro na universidade.
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Carro bate em poste, pega fogo e deixa uma pessoa ferida em SP
Uma pessoa ficou ferida após carro bater contra um poste na avenida Dr. Arnaldo, zona oeste de São Paulo, por volta das 3h deste sábado (21). Segundo relato de testemunha, uma mulher seguia em um carro do tipo esportivo utilitário no sentido Sumaré, quando bateu em um poste no cruzamento da avenida Dr. Arnaldo com a rua Heitor Penteado. Ela foi socorrida com vida por pessoas que estavam próximas no momento do acidente. Após o socorro, o carro pegou fogo. O Corpo de Bombeiros chegou ao local durante o incêndio. O carro ficou totalmente destruído após três explosões. De acordo com a Polícia Militar, a motorista foi levada pelo resgate para o Hospital das Clínicas. Ainda não há informações sobre as causas do acidente.
cotidiano
Carro bate em poste, pega fogo e deixa uma pessoa ferida em SPUma pessoa ficou ferida após carro bater contra um poste na avenida Dr. Arnaldo, zona oeste de São Paulo, por volta das 3h deste sábado (21). Segundo relato de testemunha, uma mulher seguia em um carro do tipo esportivo utilitário no sentido Sumaré, quando bateu em um poste no cruzamento da avenida Dr. Arnaldo com a rua Heitor Penteado. Ela foi socorrida com vida por pessoas que estavam próximas no momento do acidente. Após o socorro, o carro pegou fogo. O Corpo de Bombeiros chegou ao local durante o incêndio. O carro ficou totalmente destruído após três explosões. De acordo com a Polícia Militar, a motorista foi levada pelo resgate para o Hospital das Clínicas. Ainda não há informações sobre as causas do acidente.
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Museu que narra a história dos negros nos EUA é inaugurado em Washington
O presidente americano, Barack Obama, inaugurou neste sábado (24) o Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana do Smithsonian, em Washington. O local vai narrar a complexa relação entre os EUA e o povo que uma vez o país escravizou, e contar a história daqueles que trabalharam para realizar as mudanças necessárias que fizeram com que o país esteja onde está hoje. Estavam presentes na cerimônia de inauguração a primeira-dama, Michelle Obama, e o ex-presidente George W. Bush e sua mulher, Laura Bush. Milhares de pessoas se reuniram no National Mall na manhã deste sábado para ver Obama, o primeiro presidente negro do país, cortar a fita de inauguração do museu. Pessoas vieram de lugares em todo o país para estar entre as primeiras a entrar no museu. "Este museu nacional ajuda a contar uma história mais rica e completa de quem somos", disse Obama. "Ele nos ajuda a entender melhor as vidas, sim, do presidente, mas também do escravo. Do industrial, mas também do porteiro; o mantenedor do status quo, mas também do ativista que tentou derrubar esse status quo; do professor ou do cozinheiro, junto do estadista." ACERVO As obras do museu foram iniciadas em 2012, em um terreno de cerca de 20 mil metros quadrados perto do Monumento de Washington, após uma campanha de décadas em prol da construção de um museu afro-americano no National Mall. O deputado John Lewis, da Geórgia, ícone dos direitos humanos de longa data, trabalhou com o então senador Sam Brownback, do Kansas, para fazer com que a legislação passasse no Congresso, e o presidente George W. Bush transformou em lei o projeto que permitiu que o museu avançasse. A construção foi concluída no início deste ano. Trata-se de um museu de aproximadamente 37 mil metros quadrados concebido pelo arquiteto britânico-ganês David Adjaye. O prédio parece um bloco único no Mall, com seus painéis exteriores de bronze em três andares, inspirados em uma coluna de madeira africana. Os blocos trabalhados em tons de bronze têm por inspiração o trabalho com ferro criado no século 19 por escravos da região sul dos EUA, e permitem que a luz do sol entre no museu através de aberturas que seguem esse padrão. No interior, autoridades do museu dizem ter cerca de 3.000 itens que ocupam 7.900 metros quadrados de espaço expositivo, incluindo exemplares como um avião de treinamento dos aviadores de Tuskegee e o caixão de Emmitt Till, um garoto afro-americano assassinado cuja morte ajudou a fortalecer o movimento dos direitos civis. "São cem anos de construção. Tantas pessoas sonharam com essa luta e queriam que isso acontecesse", disse o juiz Robert L. Wilkins, do Circuito dos EUA, que escreveu o livro "Long Road to Hard Truth" (o longo caminho para a dura verdade), sobre a luta para conseguir que o museu fosse aberto. "A abertura desse museu no Mall vai ser um testemunho do trabalho dessas pessoas e um testemunho de tantos dos nossos antepassados." Milhões de doadores, tanto conhecidos como anônimos, ajudaram a financiar o museu. Mas alguns dos nomes dos maiores doadores adornam as paredes no interior, incluindo o Teatro Oprah Winfrey; o Hall Michael Jordan: Transformadores dos Jogos; e a incorporação batizada mais recentemente, o Centro de Exploração da Sua História Familiar Robert F. Smith. Ele leva o nome do CEO da empresa de investimento Vista Equity Partners, após uma doação de US$ 20 milhões (aproximadamente R$ 65 milhões) anunciada no início desta semana.
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Museu que narra a história dos negros nos EUA é inaugurado em WashingtonO presidente americano, Barack Obama, inaugurou neste sábado (24) o Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana do Smithsonian, em Washington. O local vai narrar a complexa relação entre os EUA e o povo que uma vez o país escravizou, e contar a história daqueles que trabalharam para realizar as mudanças necessárias que fizeram com que o país esteja onde está hoje. Estavam presentes na cerimônia de inauguração a primeira-dama, Michelle Obama, e o ex-presidente George W. Bush e sua mulher, Laura Bush. Milhares de pessoas se reuniram no National Mall na manhã deste sábado para ver Obama, o primeiro presidente negro do país, cortar a fita de inauguração do museu. Pessoas vieram de lugares em todo o país para estar entre as primeiras a entrar no museu. "Este museu nacional ajuda a contar uma história mais rica e completa de quem somos", disse Obama. "Ele nos ajuda a entender melhor as vidas, sim, do presidente, mas também do escravo. Do industrial, mas também do porteiro; o mantenedor do status quo, mas também do ativista que tentou derrubar esse status quo; do professor ou do cozinheiro, junto do estadista." ACERVO As obras do museu foram iniciadas em 2012, em um terreno de cerca de 20 mil metros quadrados perto do Monumento de Washington, após uma campanha de décadas em prol da construção de um museu afro-americano no National Mall. O deputado John Lewis, da Geórgia, ícone dos direitos humanos de longa data, trabalhou com o então senador Sam Brownback, do Kansas, para fazer com que a legislação passasse no Congresso, e o presidente George W. Bush transformou em lei o projeto que permitiu que o museu avançasse. A construção foi concluída no início deste ano. Trata-se de um museu de aproximadamente 37 mil metros quadrados concebido pelo arquiteto britânico-ganês David Adjaye. O prédio parece um bloco único no Mall, com seus painéis exteriores de bronze em três andares, inspirados em uma coluna de madeira africana. Os blocos trabalhados em tons de bronze têm por inspiração o trabalho com ferro criado no século 19 por escravos da região sul dos EUA, e permitem que a luz do sol entre no museu através de aberturas que seguem esse padrão. No interior, autoridades do museu dizem ter cerca de 3.000 itens que ocupam 7.900 metros quadrados de espaço expositivo, incluindo exemplares como um avião de treinamento dos aviadores de Tuskegee e o caixão de Emmitt Till, um garoto afro-americano assassinado cuja morte ajudou a fortalecer o movimento dos direitos civis. "São cem anos de construção. Tantas pessoas sonharam com essa luta e queriam que isso acontecesse", disse o juiz Robert L. Wilkins, do Circuito dos EUA, que escreveu o livro "Long Road to Hard Truth" (o longo caminho para a dura verdade), sobre a luta para conseguir que o museu fosse aberto. "A abertura desse museu no Mall vai ser um testemunho do trabalho dessas pessoas e um testemunho de tantos dos nossos antepassados." Milhões de doadores, tanto conhecidos como anônimos, ajudaram a financiar o museu. Mas alguns dos nomes dos maiores doadores adornam as paredes no interior, incluindo o Teatro Oprah Winfrey; o Hall Michael Jordan: Transformadores dos Jogos; e a incorporação batizada mais recentemente, o Centro de Exploração da Sua História Familiar Robert F. Smith. Ele leva o nome do CEO da empresa de investimento Vista Equity Partners, após uma doação de US$ 20 milhões (aproximadamente R$ 65 milhões) anunciada no início desta semana.
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Google vai oficializar mudança de nome para Alphabet nesta sexta
O Google vai se tornar oficialmente Alphabet nesta sexta-feira (2) após o fechamento do mercado financeiro. A mudança do nome neste momento é apenas um marco legal após o anúncio da criação da holding Alphabet, em agosto. As alterações na estrutura operacional da empresa já haviam sido feitas nos últimos meses. Em agosto, a companhia havia anunciado a criação da Alphabet, uma holding que passa a controlar todas as demais empresas do grupo, como a Nest (produtos para casa), Fiber (banda larga), Calico (saúde) e o próprio Google. Este agora ficará restrito aos produtos de internet, como o serviço de buscas, mapas, aplicativos, YouTube e Android. Assim, Larry Page, cofundador do Google, assumiu o cargo de presidente-executivo da nova empresa, enquanto Sergey Brin, também cofundador, é o presidente. O novo CEO do Google é Sundar Pichai. O objetivo do Google com a mudança na estrutura era permitir que os diferentes negócios pudessem operar de forma independente e com maior velocidade. Segundo avaliação de investidores, a mudança também significa uma maior transparência financeira em cada segmento da empresa. Os atuais acionistas receberão uma ação da Alphabet para cada papel do Google detido no momento das alterações. Os novos papéis terão as mesmas designações, direitos e preferências das ações possuídas anteriormente.
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Google vai oficializar mudança de nome para Alphabet nesta sextaO Google vai se tornar oficialmente Alphabet nesta sexta-feira (2) após o fechamento do mercado financeiro. A mudança do nome neste momento é apenas um marco legal após o anúncio da criação da holding Alphabet, em agosto. As alterações na estrutura operacional da empresa já haviam sido feitas nos últimos meses. Em agosto, a companhia havia anunciado a criação da Alphabet, uma holding que passa a controlar todas as demais empresas do grupo, como a Nest (produtos para casa), Fiber (banda larga), Calico (saúde) e o próprio Google. Este agora ficará restrito aos produtos de internet, como o serviço de buscas, mapas, aplicativos, YouTube e Android. Assim, Larry Page, cofundador do Google, assumiu o cargo de presidente-executivo da nova empresa, enquanto Sergey Brin, também cofundador, é o presidente. O novo CEO do Google é Sundar Pichai. O objetivo do Google com a mudança na estrutura era permitir que os diferentes negócios pudessem operar de forma independente e com maior velocidade. Segundo avaliação de investidores, a mudança também significa uma maior transparência financeira em cada segmento da empresa. Os atuais acionistas receberão uma ação da Alphabet para cada papel do Google detido no momento das alterações. Os novos papéis terão as mesmas designações, direitos e preferências das ações possuídas anteriormente.
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Lindbergh mantém candidatura e acirra disputa pela presidência do PT
Apesar do lançamento por Lula do nome de Gleisi Hoffmann (PR) para disputar a presidência do PT, o senador Lindbergh Farias (RJ) disse a apoiadores que manterá sua candidatura à presidência do PT. Candidato de uma ala que se intitula Muda PT, ele informou a aliados que gravará um vídeo sobre a manutenção de seu nome na eleição. No entanto, Lindbergh será procurado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que desista da disputa em favor da unidade. Ambos foram citados na Lava Jato. Gleisi é ré sob acusação de recebimento de propina para sua campanha ao Senado. O caso de Lindbergh foi arquivado por determinação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Lula passou a trabalhar abertamente por Gleisi na sexta-feira (31), após reuniões com quatro candidatos ao cargo, inclusive a senadora. O presidente do PT, Rui Falcão, também é um dos apoiadores de ideia, sob o argumento de que é hora de haver uma mulher à frente do partido. O nome de Gleisi surgiu depois de aberta uma disputa na CNB entre o ex-ministro Alexandre Padilha e o tesoureiro da sigla, Márcio Macedo.
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Lindbergh mantém candidatura e acirra disputa pela presidência do PTApesar do lançamento por Lula do nome de Gleisi Hoffmann (PR) para disputar a presidência do PT, o senador Lindbergh Farias (RJ) disse a apoiadores que manterá sua candidatura à presidência do PT. Candidato de uma ala que se intitula Muda PT, ele informou a aliados que gravará um vídeo sobre a manutenção de seu nome na eleição. No entanto, Lindbergh será procurado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que desista da disputa em favor da unidade. Ambos foram citados na Lava Jato. Gleisi é ré sob acusação de recebimento de propina para sua campanha ao Senado. O caso de Lindbergh foi arquivado por determinação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Lula passou a trabalhar abertamente por Gleisi na sexta-feira (31), após reuniões com quatro candidatos ao cargo, inclusive a senadora. O presidente do PT, Rui Falcão, também é um dos apoiadores de ideia, sob o argumento de que é hora de haver uma mulher à frente do partido. O nome de Gleisi surgiu depois de aberta uma disputa na CNB entre o ex-ministro Alexandre Padilha e o tesoureiro da sigla, Márcio Macedo.
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Com dois de Neymar, Barça perde, mas avança à final da Liga dos Campeões
Com dois gols do atacante brasileiro Neymar, ainda no primeiro tempo, o Barcelona perdeu para o Bayern de Munique por 3 a 2 na tarde desta terça-feira (12), fora de casa, mas se classificou para a final da Liga dos Campões. Como o time catalão havia vencido o jogo de ida por 3 a 0, a derrota por apenas um gol de diferença na Allianz Arena, em Munique, foi suficiente para chegar à sua oitava final na história da competição, sendo a quarta vez em 10 anos. Com isso, a equipe catalã volta a disputar uma final do principal torneio europeu desde 2011, quando foi campeão sobre o Manchester United. O Barcelona buscará o seu quinto título europeu. Um gol de Benatia logo nos primeiros minutos do confronto passou a impressão que o Bayern de Munique reverteria o placar sofrido na ida. Mas, após dois passes de Suárez, Neymar fez dois gols antes do intervalo e freou a reação alemã. O brasileiro se igualou a Cristiano Ronaldo e Luiz Adriano ao chegar aos nove gols na competição, somente um atrás o companheiro Lionel Messi. Já na etapa final, os donos da casa ainda viraram o jogo com Lewandowski e Müller. Agora, o time catalão aguarda o vencedor da outra semifinal, que será decidida nesta quarta (13), em Madri. A Juventus venceu o Real por 2 a 1 na ida. Já a final será no estádio Olímpico de Berlim no próximo dia 6 de junho. O JOGO Mesmo com a forte marcação do Barcelona, o Bayern de Munique conseguiu ter mais posse de bola e presença ofensiva em quase todo o primeiro tempo. A troca de passes no meio de campo sempre buscavam espaços para as jogadas de infiltrações de Müller e Lewandowski. Porém, o primeiro gol veio em outra jogada forte do time alemão: a bola parada. Aos 6min, após cobrança de escanteio, o zagueiro Benatia subiu sozinho e cabeceou firme no canto, abrindo o placar na partida. O goleiro Ter Stegen chegou a tocar na bola antes de ser vazado. Após o gol, a equipe da casa continuou melhor na partida e pressionava os visitantes em seu campo de defesa. Porém, o Bayern voltou a cometer os mesmos erros do jogo de ida e levou a virada ainda antes do intervalo. Com a defesa atuando adiantada, o meio de campo alemão não evitou os lançamentos longos e, assim, sofreu os dois gols em passes nas costas da sua última linha defensiva. Decisivo no primeiro jogo, Lionel Messi se destacou na criação das duas jogadas que resultaram nos gols de Neymar. Primeiro, aos 14min, o argentino deu belo lançamento para Suárez nas costas da defesa alemã. O uruguaio invadiu a área adversária e tocou para o brasileiro, sem goleiro, só chutar para o gol vazio. Depois, aos 28min, Messi, de cabeça, deixou Suárez livre para carregar a bola até a grande área adversária. E, novamente funcionando como garçom, o camisa 9 cruzou para Neymar ajeitar a bola e chutar no canto, sem chances para o goleiro Neuer. Nos minutos finais, o Bayern voltou a se lançar ao campo de ataque e buscou o gol de empate. Mas, em dia inspirado, o goleiro Ter Stegen fez pelo menos três grandes defesas e evitou o empate alemão. O jogo na etapa final não teve a mesma intensidade do primeiro tempo, já que o confronto estava praticamente decidido. Naquele momento, o Bayern precisava de mais cinco gols até o apito final. Mesmo assim, o time alemão continuou com mais posse de bola e atacou com mais frequência. E chegou ao empate com Lewandowski, que recebeu passe de Müller na entrada da área, deu bela finta em Mascherano e chutou no canto para anotar o segundo dos donos da casa. E, na base da pressão, o Bayern ainda fez o terceiro, aos 29min. Após boa troca de passes na intermediária ofensiva, Schweinsteiger escorou para Müller chutar colocado da entrada da área e selar a vitória por 3 a 2.
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Com dois de Neymar, Barça perde, mas avança à final da Liga dos CampeõesCom dois gols do atacante brasileiro Neymar, ainda no primeiro tempo, o Barcelona perdeu para o Bayern de Munique por 3 a 2 na tarde desta terça-feira (12), fora de casa, mas se classificou para a final da Liga dos Campões. Como o time catalão havia vencido o jogo de ida por 3 a 0, a derrota por apenas um gol de diferença na Allianz Arena, em Munique, foi suficiente para chegar à sua oitava final na história da competição, sendo a quarta vez em 10 anos. Com isso, a equipe catalã volta a disputar uma final do principal torneio europeu desde 2011, quando foi campeão sobre o Manchester United. O Barcelona buscará o seu quinto título europeu. Um gol de Benatia logo nos primeiros minutos do confronto passou a impressão que o Bayern de Munique reverteria o placar sofrido na ida. Mas, após dois passes de Suárez, Neymar fez dois gols antes do intervalo e freou a reação alemã. O brasileiro se igualou a Cristiano Ronaldo e Luiz Adriano ao chegar aos nove gols na competição, somente um atrás o companheiro Lionel Messi. Já na etapa final, os donos da casa ainda viraram o jogo com Lewandowski e Müller. Agora, o time catalão aguarda o vencedor da outra semifinal, que será decidida nesta quarta (13), em Madri. A Juventus venceu o Real por 2 a 1 na ida. Já a final será no estádio Olímpico de Berlim no próximo dia 6 de junho. O JOGO Mesmo com a forte marcação do Barcelona, o Bayern de Munique conseguiu ter mais posse de bola e presença ofensiva em quase todo o primeiro tempo. A troca de passes no meio de campo sempre buscavam espaços para as jogadas de infiltrações de Müller e Lewandowski. Porém, o primeiro gol veio em outra jogada forte do time alemão: a bola parada. Aos 6min, após cobrança de escanteio, o zagueiro Benatia subiu sozinho e cabeceou firme no canto, abrindo o placar na partida. O goleiro Ter Stegen chegou a tocar na bola antes de ser vazado. Após o gol, a equipe da casa continuou melhor na partida e pressionava os visitantes em seu campo de defesa. Porém, o Bayern voltou a cometer os mesmos erros do jogo de ida e levou a virada ainda antes do intervalo. Com a defesa atuando adiantada, o meio de campo alemão não evitou os lançamentos longos e, assim, sofreu os dois gols em passes nas costas da sua última linha defensiva. Decisivo no primeiro jogo, Lionel Messi se destacou na criação das duas jogadas que resultaram nos gols de Neymar. Primeiro, aos 14min, o argentino deu belo lançamento para Suárez nas costas da defesa alemã. O uruguaio invadiu a área adversária e tocou para o brasileiro, sem goleiro, só chutar para o gol vazio. Depois, aos 28min, Messi, de cabeça, deixou Suárez livre para carregar a bola até a grande área adversária. E, novamente funcionando como garçom, o camisa 9 cruzou para Neymar ajeitar a bola e chutar no canto, sem chances para o goleiro Neuer. Nos minutos finais, o Bayern voltou a se lançar ao campo de ataque e buscou o gol de empate. Mas, em dia inspirado, o goleiro Ter Stegen fez pelo menos três grandes defesas e evitou o empate alemão. O jogo na etapa final não teve a mesma intensidade do primeiro tempo, já que o confronto estava praticamente decidido. Naquele momento, o Bayern precisava de mais cinco gols até o apito final. Mesmo assim, o time alemão continuou com mais posse de bola e atacou com mais frequência. E chegou ao empate com Lewandowski, que recebeu passe de Müller na entrada da área, deu bela finta em Mascherano e chutou no canto para anotar o segundo dos donos da casa. E, na base da pressão, o Bayern ainda fez o terceiro, aos 29min. Após boa troca de passes na intermediária ofensiva, Schweinsteiger escorou para Müller chutar colocado da entrada da área e selar a vitória por 3 a 2.
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Aborto só poderia ser denunciado em caso de iminência de morte, diz leitor
As pessoas da área jurídica não entenderam que o colega médico que atendeu à paciente (Médico chama polícia após atender jovem que fez aborto) não estudou deontologia médica, a qual instrui que só se deve comunicar à autoridade policial quando a paciente se encontra em iminência de morte em virtude do ato autoinfligido. E, quando a paciente é menor, deve-se comunicar o fato aos pais ou responsável. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Aborto só poderia ser denunciado em caso de iminência de morte, diz leitorAs pessoas da área jurídica não entenderam que o colega médico que atendeu à paciente (Médico chama polícia após atender jovem que fez aborto) não estudou deontologia médica, a qual instrui que só se deve comunicar à autoridade policial quando a paciente se encontra em iminência de morte em virtude do ato autoinfligido. E, quando a paciente é menor, deve-se comunicar o fato aos pais ou responsável. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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História da civilização definha em Museu Nacional do Iraque
Saqueado e interditado depois que as tropas americanas capturaram Bagdá, há 12 anos, o Museu Nacional do Iraque já reabriu oficialmente as suas portas, numa resposta ao vandalismo da facção terrorista Estado Islâmico aos tesouros antigos da cidade de Mossul. A mensagem: Bagdá e seu governo pertencem ao mundo civilizado, não o Estado Islâmico. As autoridades americanas inclusive devolveram alguns objetos recuperados, numa demonstração de solidariedade. Mas as relações públicas são uma coisa, e o cotidiano na sofrida capital iraquiana outra. O museu reaberto parece praticamente igual ao que era na época de Saddam Hussein. Dezenas de milhões de dólares chegaram do exterior para serem gastos na reforma do museu, mas ninguém sabe aonde essa verba foi parar. Numa manhã recente, o lugar estava quase vazio. O museu -uma cápsula do tempo com rótulos amarelados e paredes rachadas- apresenta um relato sobre sumérios e acádios, sobre Nabucodonosor, sobre Hulagu Khan, que destruiu a cidade em 1258, e sobre Tamerlão, o guerreiro mongol que voltou a saquear tudo um século e meio depois. Mas o museu também fala sobre o Iraque de hoje: sua corrupção, as fortunas dilapidadas e o tênue fio desse legado, do qual depende a própria noção de um país unificado. Os moradores de Bagdá se apressam em observar que, a despeito de suas seitas e tribos, os iraquianos partilham de uma vida de miséria e morte. Mas muitos também se sentem herdeiros de algo que o museu consagra: o Iraque como nascedouro da civilização, a origem da escrita e do conceito de Estado. Isso faz com que o museu, mais do que uma mera coleção de artefatos, seja uma atração turística sem turistas. A destruição causada pelo Estado Islâmico em Mossul, que horrorizou incontáveis iraquianos, não só xiitas e curdos como também sunitas, deixou isso mais claro. Provou que objetos antigos, como os desse museu, ainda guardam um poderoso significado simbólico e espiritual. Em um bar, o poeta Mahfodh Dawood, 74, ex-funcionário do Ministério da Cultura, disse que "neste momento, praticamente o único significado de ser iraquiano é que você é responsável pela civilização que estava aqui e remonta a milênios, nada mais". Seu amigo Muyaed Albassam, 65, afirmou: "Quando os iraquianos veem a vida no resto do mundo, nos sentimos pobres, sem valor. Somos o número um apenas em corrupção. Mas temos esse passado como a origem da civilização". Vários jovens se reuniam em outro banco, no outro lado do estabelecimento, fumando narguilé. "É a nossa identidade, a nossa herança, sim", disse Abbas Jabir, 25, "mas desde 2003 surgiu uma geração que não foi educada nessa história, nessa ideia de orgulho nacional, e assim ficou mais suscetível ao Estado Islâmico". O museu está fechado aos finais de semana, quando a maioria dos iraquianos poderia visitá-lo. Sua agenda é refém dos orçamentos do setor público, disse o diretor, Ahmed Kamel Mohammed, encolhendo os ombros. Ele admitiu que até mesmo crianças em idade escolar precisam pagar entrada -apesar das dificuldades de muitas famílias para conseguir uma renda que garanta o básico de alimentação e moradia. "O que nós precisamos é de paz", disse o diretor. "Paz significa segurança, visitantes, dinheiro, orgulho." Veja vídeo Em um bar próximo, Sara Mohamed, 28, natural de Mossul, disse ter o coração partido por causa da barbárie do Estado Islâmico. Sua amiga Tamara Saad, 27, disse: "Nós nos sentimos orgulhosas da nossa cultura antiga, da mesma maneira como você tem algo na sua casa em que não presta muita atenção até que alguém entra na sua casa e a destrói." Jaffar Darwesh, que publica uma revista sobre o patrimônio cultural iraquiano, falou sobre a necessidade de inspirar uma nova geração a sentir orgulho e pertencimento. "Você não pode esperar que os iraquianos protejam museus e objetos antigos 'in loco' quando estão desesperados para protegerem a si mesmos", disse. "Mas isso não deve nos eximir da preocupação com o nosso passado. A política não foi capaz de criar uma identidade nacional. A religião fracassou. As seitas claramente falharam. Então, quem somos nós? Essa é a pergunta. Eu acho que a história é parte da resposta, um terreno comum."
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História da civilização definha em Museu Nacional do IraqueSaqueado e interditado depois que as tropas americanas capturaram Bagdá, há 12 anos, o Museu Nacional do Iraque já reabriu oficialmente as suas portas, numa resposta ao vandalismo da facção terrorista Estado Islâmico aos tesouros antigos da cidade de Mossul. A mensagem: Bagdá e seu governo pertencem ao mundo civilizado, não o Estado Islâmico. As autoridades americanas inclusive devolveram alguns objetos recuperados, numa demonstração de solidariedade. Mas as relações públicas são uma coisa, e o cotidiano na sofrida capital iraquiana outra. O museu reaberto parece praticamente igual ao que era na época de Saddam Hussein. Dezenas de milhões de dólares chegaram do exterior para serem gastos na reforma do museu, mas ninguém sabe aonde essa verba foi parar. Numa manhã recente, o lugar estava quase vazio. O museu -uma cápsula do tempo com rótulos amarelados e paredes rachadas- apresenta um relato sobre sumérios e acádios, sobre Nabucodonosor, sobre Hulagu Khan, que destruiu a cidade em 1258, e sobre Tamerlão, o guerreiro mongol que voltou a saquear tudo um século e meio depois. Mas o museu também fala sobre o Iraque de hoje: sua corrupção, as fortunas dilapidadas e o tênue fio desse legado, do qual depende a própria noção de um país unificado. Os moradores de Bagdá se apressam em observar que, a despeito de suas seitas e tribos, os iraquianos partilham de uma vida de miséria e morte. Mas muitos também se sentem herdeiros de algo que o museu consagra: o Iraque como nascedouro da civilização, a origem da escrita e do conceito de Estado. Isso faz com que o museu, mais do que uma mera coleção de artefatos, seja uma atração turística sem turistas. A destruição causada pelo Estado Islâmico em Mossul, que horrorizou incontáveis iraquianos, não só xiitas e curdos como também sunitas, deixou isso mais claro. Provou que objetos antigos, como os desse museu, ainda guardam um poderoso significado simbólico e espiritual. Em um bar, o poeta Mahfodh Dawood, 74, ex-funcionário do Ministério da Cultura, disse que "neste momento, praticamente o único significado de ser iraquiano é que você é responsável pela civilização que estava aqui e remonta a milênios, nada mais". Seu amigo Muyaed Albassam, 65, afirmou: "Quando os iraquianos veem a vida no resto do mundo, nos sentimos pobres, sem valor. Somos o número um apenas em corrupção. Mas temos esse passado como a origem da civilização". Vários jovens se reuniam em outro banco, no outro lado do estabelecimento, fumando narguilé. "É a nossa identidade, a nossa herança, sim", disse Abbas Jabir, 25, "mas desde 2003 surgiu uma geração que não foi educada nessa história, nessa ideia de orgulho nacional, e assim ficou mais suscetível ao Estado Islâmico". O museu está fechado aos finais de semana, quando a maioria dos iraquianos poderia visitá-lo. Sua agenda é refém dos orçamentos do setor público, disse o diretor, Ahmed Kamel Mohammed, encolhendo os ombros. Ele admitiu que até mesmo crianças em idade escolar precisam pagar entrada -apesar das dificuldades de muitas famílias para conseguir uma renda que garanta o básico de alimentação e moradia. "O que nós precisamos é de paz", disse o diretor. "Paz significa segurança, visitantes, dinheiro, orgulho." Veja vídeo Em um bar próximo, Sara Mohamed, 28, natural de Mossul, disse ter o coração partido por causa da barbárie do Estado Islâmico. Sua amiga Tamara Saad, 27, disse: "Nós nos sentimos orgulhosas da nossa cultura antiga, da mesma maneira como você tem algo na sua casa em que não presta muita atenção até que alguém entra na sua casa e a destrói." Jaffar Darwesh, que publica uma revista sobre o patrimônio cultural iraquiano, falou sobre a necessidade de inspirar uma nova geração a sentir orgulho e pertencimento. "Você não pode esperar que os iraquianos protejam museus e objetos antigos 'in loco' quando estão desesperados para protegerem a si mesmos", disse. "Mas isso não deve nos eximir da preocupação com o nosso passado. A política não foi capaz de criar uma identidade nacional. A religião fracassou. As seitas claramente falharam. Então, quem somos nós? Essa é a pergunta. Eu acho que a história é parte da resposta, um terreno comum."
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Padeiros levam seus filões para vender em cafés da cidade; conheça cinco deles
MAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Casca cor de caramelo, miolo cheio de bolhas, leve e úmido, de cheiro bom e sabor um pouco ácido, que te faz salivar. Os pães de fermentação natural dão pinta por aqui faz um tempo —e aqueles bem artesanais, de caprichosos padeiros que começaram em fornos caseiros, também. Paralelamente, pipocam pela cidade os bons cafés, com seus variados métodos de extração e saborosas fatias de pão torradas. Parece que, um dia, padeiros e baristas se encontraram —uns fornecem ingrediente e outros emprestam o espaço para vendas. Agora paulistanos podem ir a um pequeno café, encontrar seu padeiro favorito, tomar uma xícara de expresso, conversar sobre farinhas e ir para casa com um filão debaixo do braço. Veja os dias e os endereços abaixo. TØAST // FLÁVIA MACULAN A bióloga virou padeira em 2013, quando saiu do país para se aprofundar nesse fazer. Aqui, a coisa foi acontecendo aos poucos, muito por causa do boca a boca. Até o ano passado, o processo de produção era todo bem caseiro. Agora, Flávia tem um espaço com câmara de fermentação e conseguiu aumentar a produção: são 40 pães por fornada, que acontece dia sim, dia não. As etapas continuam sendo cuidadas à mão, ela conta, e os pães são todos numerados. "Desde o princípio me preocupo muito com a casca do pão. Não é uma questão de cor, é de sabor. Se ele estiver branco, vai estar cru", diz. "Esse é um pão que estala depois do forno." Ela vende às quartas no Beluga e sob encomenda (toast.fm ). Por R$ 35. Beluga. R. Doutor Cesário Mota Júnior, 379, Vila Buarque * BETH BAKERY // BETH VIVEIROS O negócio de Beth cresceu. A padeira que começou em casa (com um forno que cabia no apartamento), há um ano tem uma cozinha profissional. E a cozinha virou uma loja. "O pessoal do bairro começou a bater aqui, acho que por causa do cheiro, e dois meses depois passamos a abrir as portas às 16h", conta —a loja fica na Rua Paula Ney, 338, Vila Mariana. Hoje, Beth pode assar 200 pães por dia —e prefere os de casca escurinha e crocante. "As pessoas ainda procuram os pães mais branquinhos, mas a gente tenta apresentar outra coisa, explicando que aquilo não é queimado." Mesmo com a loja própria, Beth vende seus produtos às terças e às quintas no Soul Café e pelo site bethbakery.com.br. Entre R$ 14 e R$ 16. Soul Café. R. Augusta, 1.524, Consolação * STARTER // HANNY GUIMARÃES Quando morou na Austrália, em 2013, Hanny foi "tomada" pela cultura do sourdough (o pão fermentado naturalmente). Já por aqui, testou e testou receitas (e estudou e estudou) até entender a arte. Ainda trabalhava como jornalista quando começou a fornecer seus produtos para dois cafés. Neste ano, o pão passou a ocupar todo o seu tempo. Acorda às 3h da manhã para assar suas 15 unidades diárias, duas a duas. O forno de lastro que usa é, na verdade, um forno de pizza adaptado (em um apartamento). De lá saem pães de miolo leve e úmido e casca rústica e firme. "Eu gosto de pães que você consegue identificar quem fez. Essa é uma busca constante e eu ainda estou nela", diz. "É importante que seja leve, mas não precisa ter milhões de bolhas. Eu gosto de acidez, mas não muita. E que seja saboroso." Hanny entrega no Kof os pães pedidos pelo site starter.hannyguimaraes.com. Por R$ 20 a R$ 25. Kof. R. Artur de Azevedo, 1.317, Pinheiros * IZA // IZABELA TAVARES Izabela já tinha sua receita querida quando foi para São Francisco estudar padaria. "Era tudo muito intuitivo e eu queria entender o que estava fazendo", diz. A moça que já tinha estudado gastronomia (e pensou em trabalhar em restaurantes) começou a fazer seus pães no início de 2015, em casa mesmo, dez unidades por dia. "Decidi então comprar um forno maior e comecei a montar a minha cozinha de produção, no Butantã." Nesse espaço pensar em dar cursos um dia. Mas a produção ainda é pequena, feita toda por ela, com as próprias mãos. "E ainda estou me acostumando com o 'fornão', é um processo de adaptação", diz. Izabela gosta de usar farinhas nutritivas, tubérculos e diz fazer de tudo para manter um valor democrático. "O pão é a base da alimentação, tem que ser acessível." Vende aos sábados no Torra Clara e pelo site izaboulangere.com.br. Por R$ 25. Torra Clara. R. Oscar Freire, 2.286, Pinheiros * ORUI// ANDERSON ORUI Anderson está investindo na padaria. Ainda faz frilas ligados à carreira anterior (se formou em design e desenvolvimento de sistemas), mas agora estuda gastronomia. Desde o ano passado tem se aprofundado nas receitas de pães naturalmente fermentados. Faz 30 unidades semanalmente e terá agora a ajuda de um outro forno, que acabou de chegar. Os pães de Anderson levam farinhas orgânicas, e podem ter, por exemplo, aveia e mel ou beterraba na receita. "Gosto de crocância e miolos macios, com sabor", diz. Vende às terças e às quintas no Lemni e pelo site orui.com.br. Por preços que vão de R$ 15 a R$ 20. Lemni. R. Simão Álvares, 781, Pinheiros
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Padeiros levam seus filões para vender em cafés da cidade; conheça cinco delesMAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Casca cor de caramelo, miolo cheio de bolhas, leve e úmido, de cheiro bom e sabor um pouco ácido, que te faz salivar. Os pães de fermentação natural dão pinta por aqui faz um tempo —e aqueles bem artesanais, de caprichosos padeiros que começaram em fornos caseiros, também. Paralelamente, pipocam pela cidade os bons cafés, com seus variados métodos de extração e saborosas fatias de pão torradas. Parece que, um dia, padeiros e baristas se encontraram —uns fornecem ingrediente e outros emprestam o espaço para vendas. Agora paulistanos podem ir a um pequeno café, encontrar seu padeiro favorito, tomar uma xícara de expresso, conversar sobre farinhas e ir para casa com um filão debaixo do braço. Veja os dias e os endereços abaixo. TØAST // FLÁVIA MACULAN A bióloga virou padeira em 2013, quando saiu do país para se aprofundar nesse fazer. Aqui, a coisa foi acontecendo aos poucos, muito por causa do boca a boca. Até o ano passado, o processo de produção era todo bem caseiro. Agora, Flávia tem um espaço com câmara de fermentação e conseguiu aumentar a produção: são 40 pães por fornada, que acontece dia sim, dia não. As etapas continuam sendo cuidadas à mão, ela conta, e os pães são todos numerados. "Desde o princípio me preocupo muito com a casca do pão. Não é uma questão de cor, é de sabor. Se ele estiver branco, vai estar cru", diz. "Esse é um pão que estala depois do forno." Ela vende às quartas no Beluga e sob encomenda (toast.fm ). Por R$ 35. Beluga. R. Doutor Cesário Mota Júnior, 379, Vila Buarque * BETH BAKERY // BETH VIVEIROS O negócio de Beth cresceu. A padeira que começou em casa (com um forno que cabia no apartamento), há um ano tem uma cozinha profissional. E a cozinha virou uma loja. "O pessoal do bairro começou a bater aqui, acho que por causa do cheiro, e dois meses depois passamos a abrir as portas às 16h", conta —a loja fica na Rua Paula Ney, 338, Vila Mariana. Hoje, Beth pode assar 200 pães por dia —e prefere os de casca escurinha e crocante. "As pessoas ainda procuram os pães mais branquinhos, mas a gente tenta apresentar outra coisa, explicando que aquilo não é queimado." Mesmo com a loja própria, Beth vende seus produtos às terças e às quintas no Soul Café e pelo site bethbakery.com.br. Entre R$ 14 e R$ 16. Soul Café. R. Augusta, 1.524, Consolação * STARTER // HANNY GUIMARÃES Quando morou na Austrália, em 2013, Hanny foi "tomada" pela cultura do sourdough (o pão fermentado naturalmente). Já por aqui, testou e testou receitas (e estudou e estudou) até entender a arte. Ainda trabalhava como jornalista quando começou a fornecer seus produtos para dois cafés. Neste ano, o pão passou a ocupar todo o seu tempo. Acorda às 3h da manhã para assar suas 15 unidades diárias, duas a duas. O forno de lastro que usa é, na verdade, um forno de pizza adaptado (em um apartamento). De lá saem pães de miolo leve e úmido e casca rústica e firme. "Eu gosto de pães que você consegue identificar quem fez. Essa é uma busca constante e eu ainda estou nela", diz. "É importante que seja leve, mas não precisa ter milhões de bolhas. Eu gosto de acidez, mas não muita. E que seja saboroso." Hanny entrega no Kof os pães pedidos pelo site starter.hannyguimaraes.com. Por R$ 20 a R$ 25. Kof. R. Artur de Azevedo, 1.317, Pinheiros * IZA // IZABELA TAVARES Izabela já tinha sua receita querida quando foi para São Francisco estudar padaria. "Era tudo muito intuitivo e eu queria entender o que estava fazendo", diz. A moça que já tinha estudado gastronomia (e pensou em trabalhar em restaurantes) começou a fazer seus pães no início de 2015, em casa mesmo, dez unidades por dia. "Decidi então comprar um forno maior e comecei a montar a minha cozinha de produção, no Butantã." Nesse espaço pensar em dar cursos um dia. Mas a produção ainda é pequena, feita toda por ela, com as próprias mãos. "E ainda estou me acostumando com o 'fornão', é um processo de adaptação", diz. Izabela gosta de usar farinhas nutritivas, tubérculos e diz fazer de tudo para manter um valor democrático. "O pão é a base da alimentação, tem que ser acessível." Vende aos sábados no Torra Clara e pelo site izaboulangere.com.br. Por R$ 25. Torra Clara. R. Oscar Freire, 2.286, Pinheiros * ORUI// ANDERSON ORUI Anderson está investindo na padaria. Ainda faz frilas ligados à carreira anterior (se formou em design e desenvolvimento de sistemas), mas agora estuda gastronomia. Desde o ano passado tem se aprofundado nas receitas de pães naturalmente fermentados. Faz 30 unidades semanalmente e terá agora a ajuda de um outro forno, que acabou de chegar. Os pães de Anderson levam farinhas orgânicas, e podem ter, por exemplo, aveia e mel ou beterraba na receita. "Gosto de crocância e miolos macios, com sabor", diz. Vende às terças e às quintas no Lemni e pelo site orui.com.br. Por preços que vão de R$ 15 a R$ 20. Lemni. R. Simão Álvares, 781, Pinheiros
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Veja curiosidades da Mega da Virada; sorteio de R$ 280 mi será nesta quinta
O sorteio da Mega-Sena da Virada, de número 1.775, acontece nesta quinta-feira (31) com um prêmio para lá de motivador: R$ 280 milhões. Com bolinhas e globos importados da França e destinação do prêmio, caso esquecido pelo ganhador, ao Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior), são inúmeras as curiosidades que envolvem o sorteio. Confira algumas delas apuradas pela Folha:
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Veja curiosidades da Mega da Virada; sorteio de R$ 280 mi será nesta quintaO sorteio da Mega-Sena da Virada, de número 1.775, acontece nesta quinta-feira (31) com um prêmio para lá de motivador: R$ 280 milhões. Com bolinhas e globos importados da França e destinação do prêmio, caso esquecido pelo ganhador, ao Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior), são inúmeras as curiosidades que envolvem o sorteio. Confira algumas delas apuradas pela Folha:
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SPHOJE: Domingo tem trecho da Augusta interditado para evento
DE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA A rua Alvorada será interditada entre a av. Santa Amaro e a rua Baluarte, das 7h às 13h para estacionamento de guindaste e içamento de materiais. A rua Leôncio de Carvalho também será parcialmente bloqueada neste domingo (30), para a realização do evento "Se Essa Rua Fosse Nossa", do Itaú Cultural. A interdição será entre a av. Paulista e a alameda Santos, das 8h30 às 18h. A rua Augusta será interditada entre as ruas Marquês de Paranaguá e Caio Prado, das 13h às 18h, para a realização do "Pic Nic No Asfalto", parte da programação da Virada Sustentável. Das 6h às 11h, o entorno do Jockey Clube será monitorado pela CET em função do Circuito Lótus São Paulo 2015. Vias da região que fazem parte do percurso podem ser bloqueadas, e a ciclofaixa de lazer sul/oeste ficará desativada no trecho entre os parques do Povo e Villa-Lobos até as 11h. O trânsito também será monitorado na av. Aricanduva, das 8h às 12h, para a realização do 11º Passeio Sobre Rodas. Haverá bloqueios nas vias que fazem parte do percurso. Vale lembrar: não há rodízio de veículos no fim de semana. * TEMPO A temperatura máxima pode chegar a 30ºC neste domingo (30). O dia segue claro com névoa seca durante a tarde e a noite. A temperatura mínima será de 13ºC. * CULTURA E LAZER A cantora Céu encerra a Virada Sustentável com show grátis no parque Villa-Lobos. A apresentação reúne sucessos como "Cangote", "Baile da Ilusão", "Malemolência", e faz parte do DVD (Re)Ciclo Musical: Céu - Ao Vivo". Ingr.: GRÁTIS A Casa das Caldeiras, na região oeste, recebe a primeira edição do Festival Mundo Pensante, que reúne shows, gastronomia, bazar, palestra e exposições artísticas. Sobem ao palco os grupos Trupe Chá de Boldo, Projeto Coisa Fina, Tigre Dente de Sabre e o músico Arrigo Barnabé. Ingr.: GRÁTIS O bar The Sailor promove, neste domingo (30), um dia com o cardápio inteiramente dedicado a o hambúrguer. A novidade fica por conta do sauíche Veggie, feito com hambúrguer de quinoa, fradinho, gengibre e nozes tostadas regadas ao molho de iogurte, páprica e mini agrião (R$ 26). Veja mais opções de como aproveitar o dia em SP no site do "Guia Folha" * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
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SPHOJE: Domingo tem trecho da Augusta interditado para eventoDE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA A rua Alvorada será interditada entre a av. Santa Amaro e a rua Baluarte, das 7h às 13h para estacionamento de guindaste e içamento de materiais. A rua Leôncio de Carvalho também será parcialmente bloqueada neste domingo (30), para a realização do evento "Se Essa Rua Fosse Nossa", do Itaú Cultural. A interdição será entre a av. Paulista e a alameda Santos, das 8h30 às 18h. A rua Augusta será interditada entre as ruas Marquês de Paranaguá e Caio Prado, das 13h às 18h, para a realização do "Pic Nic No Asfalto", parte da programação da Virada Sustentável. Das 6h às 11h, o entorno do Jockey Clube será monitorado pela CET em função do Circuito Lótus São Paulo 2015. Vias da região que fazem parte do percurso podem ser bloqueadas, e a ciclofaixa de lazer sul/oeste ficará desativada no trecho entre os parques do Povo e Villa-Lobos até as 11h. O trânsito também será monitorado na av. Aricanduva, das 8h às 12h, para a realização do 11º Passeio Sobre Rodas. Haverá bloqueios nas vias que fazem parte do percurso. Vale lembrar: não há rodízio de veículos no fim de semana. * TEMPO A temperatura máxima pode chegar a 30ºC neste domingo (30). O dia segue claro com névoa seca durante a tarde e a noite. A temperatura mínima será de 13ºC. * CULTURA E LAZER A cantora Céu encerra a Virada Sustentável com show grátis no parque Villa-Lobos. A apresentação reúne sucessos como "Cangote", "Baile da Ilusão", "Malemolência", e faz parte do DVD (Re)Ciclo Musical: Céu - Ao Vivo". Ingr.: GRÁTIS A Casa das Caldeiras, na região oeste, recebe a primeira edição do Festival Mundo Pensante, que reúne shows, gastronomia, bazar, palestra e exposições artísticas. Sobem ao palco os grupos Trupe Chá de Boldo, Projeto Coisa Fina, Tigre Dente de Sabre e o músico Arrigo Barnabé. Ingr.: GRÁTIS O bar The Sailor promove, neste domingo (30), um dia com o cardápio inteiramente dedicado a o hambúrguer. A novidade fica por conta do sauíche Veggie, feito com hambúrguer de quinoa, fradinho, gengibre e nozes tostadas regadas ao molho de iogurte, páprica e mini agrião (R$ 26). Veja mais opções de como aproveitar o dia em SP no site do "Guia Folha" * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
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Cristina vira obstáculo para candidato governista
"Serei mais Scioli do que nunca", prometeu o candidato da situação à Presidência da Argentina, Daniel Scioli. No inédito segundo turno da eleição presidencial no país, a avaliação de analistas é que ele tentará se distanciar da presidente Cristina Kirchner, cuja influência pode ter afetado seu desempenho na votação de domingo, dia 25. Com popularidade em alta no fim do mandato, acima de 40%, Cristina se manteve no centro das atenções na campanha. Indicou como vice um nome de confiança, Carlos Zannini, e fez inúmeras aparições em rede nacional defendendo sua gestão. Forçou a candidatura de seu polêmico ministro Aníbal Fernández, acusado de envolvimento com narcotráfico, a governador da província de Buenos Aires, maior colégio eleitoral do país. Fernández perdeu e Cristina causou uma fadiga que pode ter queimado seu presidenciável antes da linha de chegada. "As pessoas não querem votar no candidato de alguém, querem votar no seu próprio candidato", avalia o analista Ricardo Rouvier. O protagonismo da presidente ainda dividiu o peronismo entre kirchneristas e dissidentes, fazendo com que muitos optassem por Sergio Massa, o terceiro nas urnas com 21% dos votos. Adotar um tom crítico ao governo, admitindo a necessidade de mudanças, deveria ser, portanto, o caminho buscado por Scioli, avalia o sociólogo Marcos Novaro. "Scioli está buscando o próprio caminho. Tem que convencer Cristina a ficar calada, a deixá-lo a fazer a campanha que não pôde fazer antes", disse. "Ele tem que explicar quais são as coisas que ele quer melhorar no país." No início da corrida eleitoral, Scioli chegou a levantar o slogan da continuidade com mudanças, mas guardou essas declarações para não perder o voto da chefe. OPOSIÇÃO Mauricio Macri, da coligação Mudemos, parece ter vantagem hoje no debate entre continuidade e mudança que dividiu a política argentina. Embora tenha ficado em segundo na votação, está sendo tratado como vitorioso por levar a disputa para o inédito segundo turno. "As pessoas deixaram claro que não querem continuidade", diagnosticou o terceiro colocado, Sergio Massa. "As pessoas votaram contra Cristina, contra La Cámpora e contra [Aníbal] Fernández." Fora da disputa final, Massa está sendo assediado pelos dois adversários, que cobiçam seu apoio. Ele mantém mistério, mas suas declarações o deixam mais próximo de Macri neste momento. "Enquanto Scioli não for o líder de sua força política, ele não pode governar. Tem que deixar de ser empregado de Cristina", disse Massa a uma rádio local nesta terça (27). Nicolás del Caño, candidato da Frente de Esquerda e quarto colocado na eleição (3,3%), pediu que seus eleitores votassem em branco. A quinta, Margarita Stolbizer (2,5%), que tem votos da classe média, disse resistir a Scioli por ele representar continuidade. Para Novaro, a nova estratégia de comunicação de Scioli tem riscos. Ele pode perder votos de sua base mais fiel. Por outro lado, se não se distanciar de Cristina, não conseguirá somar eleitores. "Scioli terá que escolher se insiste na ideia de polarizar entre dois modelos de país ou se tentará buscar aliados optando pela moderação. Se for pelo primeiro caminho, não cresce e poderá perder da maioria que pede mudança." Os assessores de Scioli passaram boa parte desta terça (27) reunidos, definindo a estratégia do segundo turno. Em entrevista a uma TV, o candidato deu pistas de como conduzirá a nova etapa. Falando em "grande final", indicou que poderá colocar Cristina no banco de reservas. "Nunca fui uma pessoa rígida, sempre falei em evolução, em seguir transformando. Minha proposta é a continuidade com as mudanças que sejam possíveis", afirmou.
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Cristina vira obstáculo para candidato governista"Serei mais Scioli do que nunca", prometeu o candidato da situação à Presidência da Argentina, Daniel Scioli. No inédito segundo turno da eleição presidencial no país, a avaliação de analistas é que ele tentará se distanciar da presidente Cristina Kirchner, cuja influência pode ter afetado seu desempenho na votação de domingo, dia 25. Com popularidade em alta no fim do mandato, acima de 40%, Cristina se manteve no centro das atenções na campanha. Indicou como vice um nome de confiança, Carlos Zannini, e fez inúmeras aparições em rede nacional defendendo sua gestão. Forçou a candidatura de seu polêmico ministro Aníbal Fernández, acusado de envolvimento com narcotráfico, a governador da província de Buenos Aires, maior colégio eleitoral do país. Fernández perdeu e Cristina causou uma fadiga que pode ter queimado seu presidenciável antes da linha de chegada. "As pessoas não querem votar no candidato de alguém, querem votar no seu próprio candidato", avalia o analista Ricardo Rouvier. O protagonismo da presidente ainda dividiu o peronismo entre kirchneristas e dissidentes, fazendo com que muitos optassem por Sergio Massa, o terceiro nas urnas com 21% dos votos. Adotar um tom crítico ao governo, admitindo a necessidade de mudanças, deveria ser, portanto, o caminho buscado por Scioli, avalia o sociólogo Marcos Novaro. "Scioli está buscando o próprio caminho. Tem que convencer Cristina a ficar calada, a deixá-lo a fazer a campanha que não pôde fazer antes", disse. "Ele tem que explicar quais são as coisas que ele quer melhorar no país." No início da corrida eleitoral, Scioli chegou a levantar o slogan da continuidade com mudanças, mas guardou essas declarações para não perder o voto da chefe. OPOSIÇÃO Mauricio Macri, da coligação Mudemos, parece ter vantagem hoje no debate entre continuidade e mudança que dividiu a política argentina. Embora tenha ficado em segundo na votação, está sendo tratado como vitorioso por levar a disputa para o inédito segundo turno. "As pessoas deixaram claro que não querem continuidade", diagnosticou o terceiro colocado, Sergio Massa. "As pessoas votaram contra Cristina, contra La Cámpora e contra [Aníbal] Fernández." Fora da disputa final, Massa está sendo assediado pelos dois adversários, que cobiçam seu apoio. Ele mantém mistério, mas suas declarações o deixam mais próximo de Macri neste momento. "Enquanto Scioli não for o líder de sua força política, ele não pode governar. Tem que deixar de ser empregado de Cristina", disse Massa a uma rádio local nesta terça (27). Nicolás del Caño, candidato da Frente de Esquerda e quarto colocado na eleição (3,3%), pediu que seus eleitores votassem em branco. A quinta, Margarita Stolbizer (2,5%), que tem votos da classe média, disse resistir a Scioli por ele representar continuidade. Para Novaro, a nova estratégia de comunicação de Scioli tem riscos. Ele pode perder votos de sua base mais fiel. Por outro lado, se não se distanciar de Cristina, não conseguirá somar eleitores. "Scioli terá que escolher se insiste na ideia de polarizar entre dois modelos de país ou se tentará buscar aliados optando pela moderação. Se for pelo primeiro caminho, não cresce e poderá perder da maioria que pede mudança." Os assessores de Scioli passaram boa parte desta terça (27) reunidos, definindo a estratégia do segundo turno. Em entrevista a uma TV, o candidato deu pistas de como conduzirá a nova etapa. Falando em "grande final", indicou que poderá colocar Cristina no banco de reservas. "Nunca fui uma pessoa rígida, sempre falei em evolução, em seguir transformando. Minha proposta é a continuidade com as mudanças que sejam possíveis", afirmou.
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Em discurso no Senado, Dilma diz temer a morte da democracia
Afastada do poder há mais de cem dias e com pouquíssimas chances de mudar o desfecho da crise política, a presidente Dilma Rousseff usou a ida ao Senado nesta segunda-feira (29) para defender sua biografia e dizer ter sido vítima de um golpe parlamentar orquestrado pela oposição ao seu governo e pelo deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A petista lembrou de sua condenação pelo "tribunal de exceção" da ditadura, e de sua recente luta contra um câncer. Afirmou que, primeiro torturada, e depois, doente, teve medo de morrer. Relacionando os dois episódios ao momento atual, concluiu: "Hoje, eu só temo a morte da democracia". Diilma foi recebida por um plenário silencioso e, sem aplausos ou vaias, fez um discurso de 47 minutos em que afirmou ser inocente, disse que não cometeu crime de responsabilidade e chamou o governo do presidente interino, Michel Temer (PMDB), de "usurpador". A previsão é a de que Temer tenha nesta terça (30) –ou na quarta (31), caso o julgamento se estenda– no mínimo 59 votos a favor da destituição de Dilma dos 81 possíveis, cinco a mais do que o necessário para ele ultrapassar a interinidade. "Tenho a consciência tranquila. Não pratiquei nenhum crime de responsabilidade. As acusações dirigidas contra mim são injustas e descabidas. Cassar em definitivo meu mandato é como me submeter a uma pena de morte política", sustentou Dilma. Em linhas gerais, a presidente afastada sustentou aos senadores a tese de que desde o início do seu segundo mandato foi alvo de "boicote" político e parlamentar patrocinado por adversários, o que, segundo ela, contribuiu para o agravamento da crise econômica pela qual passa o país. Em todos os momentos, fez questão de se dirigir aos senadores com respeito e ponderação e os diferenciou da junta militar que a condenou na ditadura. "Tenho por todos o maior respeito, mas continuo de cabeça erguida, olhando nos olhos dos meus julgadores. Sofro de novo com o sentimento de injustiça e o receio de que, mais uma vez, a democracia seja condenada junto comigo", disse. Ao concluir seu pronunciamento, foi aplaudida por aliados, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o cantor e compositor Chico Buarque, que assistiram Dilma da galeria do Senado. EMBATE Após o discurso, replicou a postura respeitosa no embate direto com os parlamentares. Esse era o momento mais temido por aliados da petista, famosa por ser explosiva na adversidade. Nem o confronto com seu adversário nas eleições de 2014, Aécio Neves (PSDB-MG), fugiu ao roteiro da civilidade. Aécio abriu sua fala dizendo que "não poderia imaginar" que ele e Dilma voltariam a se encontrar "nessa condição". Ele trouxe a temática do estelionato eleitoral para o cenário do impeachment e questionou o quanto Dilma se sentia responsável, por exemplo, pelos 12 milhões de desempregados contabilizados hoje no país. A presidente usou um elogio a Aécio para alfinetar Temer, dizendo que respeitava o tucano por ele ter disputado "uma eleição direta", mas acusou a oposição de sabotar seu governo e patrocinar as chamadas "pautas-bomba". Nesse contexto, ela menciona Cunha, que terá seu processo de cassação –ele é réu em dois processos do petrolão– votado em setembro. Afirmando ter sido alvo de chantagem do então presidente da Câmara, que teria exigido do PT apoio para escapar da cassação em troca de barrar o impeachment, Dilma diz que seu governo sofreu um "boicote" no Congresso. "Tenho a clareza de que se uniram duas forças: a que queria estancar a sangria [da Lava Jato] e a que não queria por fim à crise que o país vivia", afirmou. Em nota, Cunha disse que Dilma mente e que foi o governo dela quem propôs um acordão. Senadores aliados à petista deram ao seu discurso um caráter "histórico". Já a oposição disse que a presidente afastada politizou questões técnicas. "Ela sempre fala a mesma coisa, não importa. Se você indagar se ela fez as pedaladas fiscais ou se ela sabe quem matou Odete Roitman [personagem de uma novela dos anos 80], ela vai responder a mesma coisa", ironizou Aécio. Num dos raros momentos de exaltação, Dilma demonstrou decepção com a fala de José Aníbal (PSDB-SP). "Seu governo já não existe mais. Daqui a algumas horas, sua presidência não existirá", disse o tucano. Dilma, que militou contra a ditadura ao lado do senador e o conhece há mais de 50 anos, foi direta. "Estou estarrecida que isso tenha partido do senhor, que me conhece há tantos anos." Mesmo com o esforço da presidente, a avaliação entre senadores é de que a aprovação do impeachment, em votação marcada para esta terça (30), é irreversível. São necessários 54 de 81 votos para que a petista seja cassada, o que a levaria a perder seus direitos políticos por oito anos e transformaria Michel Temer (PMDB) em presidente efetivo até 2018. Até esta segunda, 52 senadores declaravam apoio ao afastamento de Dilma, 18 se posicionavam contrariamente e 11 não haviam declarado seu voto. Em cerimônia com atletas olímpicos em Brasília, Temer não quis comentar a performance de Dilma no Senado. Afirmou apenas que aguarda uma definição "com tranquilidade". Em São Paulo, um ato contra o impeachment na avenida Paulista teve confronto com a polícia, que lançou bombas de gás nos manifestantes. (DANIELA LIMA, MARINA DIAS, MARIANA HAUBERT, DÉBORA ÁLVARES, JULIO WIZIACK, LAÍS ALEGRETTI E RUBENS VALENTE) Impeachment dia a dia
poder
Em discurso no Senado, Dilma diz temer a morte da democraciaAfastada do poder há mais de cem dias e com pouquíssimas chances de mudar o desfecho da crise política, a presidente Dilma Rousseff usou a ida ao Senado nesta segunda-feira (29) para defender sua biografia e dizer ter sido vítima de um golpe parlamentar orquestrado pela oposição ao seu governo e pelo deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A petista lembrou de sua condenação pelo "tribunal de exceção" da ditadura, e de sua recente luta contra um câncer. Afirmou que, primeiro torturada, e depois, doente, teve medo de morrer. Relacionando os dois episódios ao momento atual, concluiu: "Hoje, eu só temo a morte da democracia". Diilma foi recebida por um plenário silencioso e, sem aplausos ou vaias, fez um discurso de 47 minutos em que afirmou ser inocente, disse que não cometeu crime de responsabilidade e chamou o governo do presidente interino, Michel Temer (PMDB), de "usurpador". A previsão é a de que Temer tenha nesta terça (30) –ou na quarta (31), caso o julgamento se estenda– no mínimo 59 votos a favor da destituição de Dilma dos 81 possíveis, cinco a mais do que o necessário para ele ultrapassar a interinidade. "Tenho a consciência tranquila. Não pratiquei nenhum crime de responsabilidade. As acusações dirigidas contra mim são injustas e descabidas. Cassar em definitivo meu mandato é como me submeter a uma pena de morte política", sustentou Dilma. Em linhas gerais, a presidente afastada sustentou aos senadores a tese de que desde o início do seu segundo mandato foi alvo de "boicote" político e parlamentar patrocinado por adversários, o que, segundo ela, contribuiu para o agravamento da crise econômica pela qual passa o país. Em todos os momentos, fez questão de se dirigir aos senadores com respeito e ponderação e os diferenciou da junta militar que a condenou na ditadura. "Tenho por todos o maior respeito, mas continuo de cabeça erguida, olhando nos olhos dos meus julgadores. Sofro de novo com o sentimento de injustiça e o receio de que, mais uma vez, a democracia seja condenada junto comigo", disse. Ao concluir seu pronunciamento, foi aplaudida por aliados, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o cantor e compositor Chico Buarque, que assistiram Dilma da galeria do Senado. EMBATE Após o discurso, replicou a postura respeitosa no embate direto com os parlamentares. Esse era o momento mais temido por aliados da petista, famosa por ser explosiva na adversidade. Nem o confronto com seu adversário nas eleições de 2014, Aécio Neves (PSDB-MG), fugiu ao roteiro da civilidade. Aécio abriu sua fala dizendo que "não poderia imaginar" que ele e Dilma voltariam a se encontrar "nessa condição". Ele trouxe a temática do estelionato eleitoral para o cenário do impeachment e questionou o quanto Dilma se sentia responsável, por exemplo, pelos 12 milhões de desempregados contabilizados hoje no país. A presidente usou um elogio a Aécio para alfinetar Temer, dizendo que respeitava o tucano por ele ter disputado "uma eleição direta", mas acusou a oposição de sabotar seu governo e patrocinar as chamadas "pautas-bomba". Nesse contexto, ela menciona Cunha, que terá seu processo de cassação –ele é réu em dois processos do petrolão– votado em setembro. Afirmando ter sido alvo de chantagem do então presidente da Câmara, que teria exigido do PT apoio para escapar da cassação em troca de barrar o impeachment, Dilma diz que seu governo sofreu um "boicote" no Congresso. "Tenho a clareza de que se uniram duas forças: a que queria estancar a sangria [da Lava Jato] e a que não queria por fim à crise que o país vivia", afirmou. Em nota, Cunha disse que Dilma mente e que foi o governo dela quem propôs um acordão. Senadores aliados à petista deram ao seu discurso um caráter "histórico". Já a oposição disse que a presidente afastada politizou questões técnicas. "Ela sempre fala a mesma coisa, não importa. Se você indagar se ela fez as pedaladas fiscais ou se ela sabe quem matou Odete Roitman [personagem de uma novela dos anos 80], ela vai responder a mesma coisa", ironizou Aécio. Num dos raros momentos de exaltação, Dilma demonstrou decepção com a fala de José Aníbal (PSDB-SP). "Seu governo já não existe mais. Daqui a algumas horas, sua presidência não existirá", disse o tucano. Dilma, que militou contra a ditadura ao lado do senador e o conhece há mais de 50 anos, foi direta. "Estou estarrecida que isso tenha partido do senhor, que me conhece há tantos anos." Mesmo com o esforço da presidente, a avaliação entre senadores é de que a aprovação do impeachment, em votação marcada para esta terça (30), é irreversível. São necessários 54 de 81 votos para que a petista seja cassada, o que a levaria a perder seus direitos políticos por oito anos e transformaria Michel Temer (PMDB) em presidente efetivo até 2018. Até esta segunda, 52 senadores declaravam apoio ao afastamento de Dilma, 18 se posicionavam contrariamente e 11 não haviam declarado seu voto. Em cerimônia com atletas olímpicos em Brasília, Temer não quis comentar a performance de Dilma no Senado. Afirmou apenas que aguarda uma definição "com tranquilidade". Em São Paulo, um ato contra o impeachment na avenida Paulista teve confronto com a polícia, que lançou bombas de gás nos manifestantes. (DANIELA LIMA, MARINA DIAS, MARIANA HAUBERT, DÉBORA ÁLVARES, JULIO WIZIACK, LAÍS ALEGRETTI E RUBENS VALENTE) Impeachment dia a dia
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Lusco-fusco na Turquia
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, parece ter decidido acelerar o ritmo da escalada autoritária de seu governo. Na última sexta-feira (4), em mais uma investida sobre garantias típicas das democracias, atacou o que ainda resta de liberdade de imprensa no país. Sem nenhum pudor, o governo assumiu o controle do jornal "Zaman", o último grande diário que ainda não se alinhara ao presidente. O golpe veio com uma estranha decisão judicial que, sem nenhuma explicação, apontava um comitê para dirigir o periódico. Jornalistas e alguns manifestantes até tentaram esboçar reação, mas a sede do jornal logo foi cercada pela polícia, que dispersou os protestos. Em 48 horas, o "Zaman", sob nova direção, estampava peças de propaganda do governo. O alvo por trás da tomada do periódico é o clérigo moderado Fethullah Gulen. Considerado ligado ao jornal, ele já foi importante aliado de Erdogan, quando o hoje presidente e seu partido, o AKP, chegaram ao poder, em 2002. Em 2013, todavia, os dois grupos se afastaram por divergências diversas. Apoiadores de Gulen começaram a ser presos. Por segurança, o clérigo se autoexilou nos EUA. O episódio "Zaman" está longe de ser um caso isolado. Nos anos recentes, Erdogan pôs na cadeia dezenas de jornalistas e fez com que outros tantos fossem impedidos de escrever, limitando assim o estoque de artigos críticos a sua administração. Cerca de 1.800 pessoas respondem judicialmente pelo delito de "insultar o presidente". Paralelamente, Ancara lançou-se numa campanha de perseguição a vários setores da oposição, aos quais acusa de apoiar o terrorismo –acusação que se torna verossímil devido à guerra civil na vizinha Síria e aos eventuais ataques da facção Estado Islâmico e de milícias curdas a território turco. É pena constatar que a Turquia, até há pouco apontada como modelo de sucesso na constituição de um Estado ao mesmo tempo islâmico e democrático, tenha se transformado num regime autocrático e cada vez mais de exceção. Sob a batuta de Recep Tayyip Erdogan, o país avança em uma zona cinzenta e perigosa da política, sem que tenham forças as vozes internas que se opõem à marcha. Tanto pior, sabe-se que a União Europeia, que teria condições de exercer alguma pressão diplomática sobre Ancara, dificilmente o fará. Os europeus, no momento, estão muito mais preocupados em evitar que mais refugiados sírios cheguem ao continente, para o que a cooperação das autoridades turcas resulta essencial. editoriais@grupofolha.com.br
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Lusco-fusco na TurquiaO presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, parece ter decidido acelerar o ritmo da escalada autoritária de seu governo. Na última sexta-feira (4), em mais uma investida sobre garantias típicas das democracias, atacou o que ainda resta de liberdade de imprensa no país. Sem nenhum pudor, o governo assumiu o controle do jornal "Zaman", o último grande diário que ainda não se alinhara ao presidente. O golpe veio com uma estranha decisão judicial que, sem nenhuma explicação, apontava um comitê para dirigir o periódico. Jornalistas e alguns manifestantes até tentaram esboçar reação, mas a sede do jornal logo foi cercada pela polícia, que dispersou os protestos. Em 48 horas, o "Zaman", sob nova direção, estampava peças de propaganda do governo. O alvo por trás da tomada do periódico é o clérigo moderado Fethullah Gulen. Considerado ligado ao jornal, ele já foi importante aliado de Erdogan, quando o hoje presidente e seu partido, o AKP, chegaram ao poder, em 2002. Em 2013, todavia, os dois grupos se afastaram por divergências diversas. Apoiadores de Gulen começaram a ser presos. Por segurança, o clérigo se autoexilou nos EUA. O episódio "Zaman" está longe de ser um caso isolado. Nos anos recentes, Erdogan pôs na cadeia dezenas de jornalistas e fez com que outros tantos fossem impedidos de escrever, limitando assim o estoque de artigos críticos a sua administração. Cerca de 1.800 pessoas respondem judicialmente pelo delito de "insultar o presidente". Paralelamente, Ancara lançou-se numa campanha de perseguição a vários setores da oposição, aos quais acusa de apoiar o terrorismo –acusação que se torna verossímil devido à guerra civil na vizinha Síria e aos eventuais ataques da facção Estado Islâmico e de milícias curdas a território turco. É pena constatar que a Turquia, até há pouco apontada como modelo de sucesso na constituição de um Estado ao mesmo tempo islâmico e democrático, tenha se transformado num regime autocrático e cada vez mais de exceção. Sob a batuta de Recep Tayyip Erdogan, o país avança em uma zona cinzenta e perigosa da política, sem que tenham forças as vozes internas que se opõem à marcha. Tanto pior, sabe-se que a União Europeia, que teria condições de exercer alguma pressão diplomática sobre Ancara, dificilmente o fará. Os europeus, no momento, estão muito mais preocupados em evitar que mais refugiados sírios cheguem ao continente, para o que a cooperação das autoridades turcas resulta essencial. editoriais@grupofolha.com.br
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Dispersa em recepção calorosa no Rio, Dilma comete gafes e troca ministério
A presidente Dilma teve uma recepção calorosa durante inauguração de três condomínios do Minha Casa Minha em Cosmos, zona norte do Rio, na manhã desta terça-feira (12). Na cidade para três agendas diferentes, Dilma estava dispersa em sua primeira aparição do dia e cometeu ao menos quatro gafes. A primeira foi quando chamou o ministro interino dos Esportes, Ricardo Leyser, de ministro dos Transportes. Para se corrigir, a presidente chegou a dizer que tinha promovido o ministro de pasta, mas prontamente voltou atrás e disse que não seria promoção trocá-lo do Esporte para o Transporte "porque o Rio vai sediar a maior Olimpíada de todos os tempos". Foi aplaudida pela menção aos jogos. "Mas antes [de fazer demais cumprimentos] eu quero cumprimentar dois ministros: o ministro Gilberto Kassab, das Cidades, e o ministro interino Ricardo Leyser, dos Transportes...do Esporte. Já te promovi ao Transporte. Não, [não promovi] porque não precisa promover, porque esporte é muito importante porque nós vamos fazer a maior Olimpíada de todos os tempos na cidade do Rio de Janeiro", disse Dilma. O atual ministro dos Transportes é Antônio Carlos Rodrigues, indicado em janeiro pelo PR. O interino não escapou de uma segunda gafe da presidente, que o chamou de "Glayser" ao invés de Leyser. Dilma também confundiu por duas vezes o nome de um dos condomínios que estavam sendo entregues, o Vivenda das Gaivotas. A presidente chamou o local de "Recanto das Gaivotas" e "Jardim das Gaivotas". Foram entregues nesta terça 1.484 unidades do Minha Casa Minha Vida, dispostos em três condomínios: recantos do Paçuaré 1 e 2 e Vivenda das Gaivotas. O bairro de Cosmos fica a cerca de 60 quilômetros do centro do Rio, em uma região dominada por uma milícia paramilitar formada por policiais e bombeiros que explora o transporte irregular e a distribuição de gás e cobra por serviços de segurança. KASSAB A presidente Dilma cometeu a quarta gafe quando foi fazer referência ao discurso do ministro Gilberto Kassab (Cidades). O ex-prefeito de São Paulo, ao ressaltar que o governo do PT foi o primeiro do país a colocar de pé um extenso programa de habitação popular, pediu que levantassem as mãos as pessoas que pagavam até R$ 400 de aluguel. A maior parte das centenas de pessoas presentes levantou a mão, fato que chamou a atenção da presidente. Quando fez referência ao discurso, Dilma afirmou que milhares de famílias estavam naquele momento deixando de pagar "R$ 300 a 400 mil de aluguel" para ingressar no sonho da casa própria, causando burburinho na plateia. Dispersa, falando de improviso e demorando para encaixar as frases, a presidente se atrapalhou ao finalizar seu discurso, o que não impediu de ser bastante aplaudida pelas pessoas que receberiam naquele mesmo dia as chaves de suas novas casas. "Eu digo então para vocês que hoje é mais um, mais um, mais um o que? É mais uma vela no bolo de parabéns do Rio, que será a sede da maior Olimpíada do mundo", encerrou Dilma. AS QUATRO GAFES DE DILMA NOVA FASE A despeito do discurso confuso, a presidente destacou os avanços do Minha Casa Minha Vida e afirmou que ao final da terceira fase do programa cerca de 27 milhões de pessoas terão sido beneficiadas com moradia. De acordo com Dilma, a terceira etapa construirá três milhões de novas moradias. O programa consiste no financiamento pela Caixa Econômica Federal para moradias populares construídas pelo governo federal. A presidente lembrou que no governo do ex-presidente Lula foram entregues um milhão de unidades. Em seu governo, até o momento, disse Dilma, foram 2,182 milhões apartamentos entregues e 1,670 milhões em contratos. "Mesmo tendo que fazer os ajustes para a economia continuar a crescer e gerar ainda mais empregos, nós iremos manter o Minha Casa Minha Vida, fazer ainda mais e melhorar [as novas unidades]", disse. METRÔ A presidente visitou, no início desta tarde, o túnel da linha 4 do metrô que ligará a zona sul do Rio à zona oeste. Ela tirou "selfies" com funcionários da obra e não falou com os jornalistas. Dilma estava acompanhada do prefeito do Rio, Eduardo Paes, e do governador Luiz Fernando Pezão. Com eles, percorreu cinco quilômetros do túnel, já com os trilhos por onde vai passar o trem do metrô. Após cinco minutos no local, Dilma seguiu para o almoço na Gávea Pequena, residência oficial do prefeito do Rio.
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Dispersa em recepção calorosa no Rio, Dilma comete gafes e troca ministérioA presidente Dilma teve uma recepção calorosa durante inauguração de três condomínios do Minha Casa Minha em Cosmos, zona norte do Rio, na manhã desta terça-feira (12). Na cidade para três agendas diferentes, Dilma estava dispersa em sua primeira aparição do dia e cometeu ao menos quatro gafes. A primeira foi quando chamou o ministro interino dos Esportes, Ricardo Leyser, de ministro dos Transportes. Para se corrigir, a presidente chegou a dizer que tinha promovido o ministro de pasta, mas prontamente voltou atrás e disse que não seria promoção trocá-lo do Esporte para o Transporte "porque o Rio vai sediar a maior Olimpíada de todos os tempos". Foi aplaudida pela menção aos jogos. "Mas antes [de fazer demais cumprimentos] eu quero cumprimentar dois ministros: o ministro Gilberto Kassab, das Cidades, e o ministro interino Ricardo Leyser, dos Transportes...do Esporte. Já te promovi ao Transporte. Não, [não promovi] porque não precisa promover, porque esporte é muito importante porque nós vamos fazer a maior Olimpíada de todos os tempos na cidade do Rio de Janeiro", disse Dilma. O atual ministro dos Transportes é Antônio Carlos Rodrigues, indicado em janeiro pelo PR. O interino não escapou de uma segunda gafe da presidente, que o chamou de "Glayser" ao invés de Leyser. Dilma também confundiu por duas vezes o nome de um dos condomínios que estavam sendo entregues, o Vivenda das Gaivotas. A presidente chamou o local de "Recanto das Gaivotas" e "Jardim das Gaivotas". Foram entregues nesta terça 1.484 unidades do Minha Casa Minha Vida, dispostos em três condomínios: recantos do Paçuaré 1 e 2 e Vivenda das Gaivotas. O bairro de Cosmos fica a cerca de 60 quilômetros do centro do Rio, em uma região dominada por uma milícia paramilitar formada por policiais e bombeiros que explora o transporte irregular e a distribuição de gás e cobra por serviços de segurança. KASSAB A presidente Dilma cometeu a quarta gafe quando foi fazer referência ao discurso do ministro Gilberto Kassab (Cidades). O ex-prefeito de São Paulo, ao ressaltar que o governo do PT foi o primeiro do país a colocar de pé um extenso programa de habitação popular, pediu que levantassem as mãos as pessoas que pagavam até R$ 400 de aluguel. A maior parte das centenas de pessoas presentes levantou a mão, fato que chamou a atenção da presidente. Quando fez referência ao discurso, Dilma afirmou que milhares de famílias estavam naquele momento deixando de pagar "R$ 300 a 400 mil de aluguel" para ingressar no sonho da casa própria, causando burburinho na plateia. Dispersa, falando de improviso e demorando para encaixar as frases, a presidente se atrapalhou ao finalizar seu discurso, o que não impediu de ser bastante aplaudida pelas pessoas que receberiam naquele mesmo dia as chaves de suas novas casas. "Eu digo então para vocês que hoje é mais um, mais um, mais um o que? É mais uma vela no bolo de parabéns do Rio, que será a sede da maior Olimpíada do mundo", encerrou Dilma. AS QUATRO GAFES DE DILMA NOVA FASE A despeito do discurso confuso, a presidente destacou os avanços do Minha Casa Minha Vida e afirmou que ao final da terceira fase do programa cerca de 27 milhões de pessoas terão sido beneficiadas com moradia. De acordo com Dilma, a terceira etapa construirá três milhões de novas moradias. O programa consiste no financiamento pela Caixa Econômica Federal para moradias populares construídas pelo governo federal. A presidente lembrou que no governo do ex-presidente Lula foram entregues um milhão de unidades. Em seu governo, até o momento, disse Dilma, foram 2,182 milhões apartamentos entregues e 1,670 milhões em contratos. "Mesmo tendo que fazer os ajustes para a economia continuar a crescer e gerar ainda mais empregos, nós iremos manter o Minha Casa Minha Vida, fazer ainda mais e melhorar [as novas unidades]", disse. METRÔ A presidente visitou, no início desta tarde, o túnel da linha 4 do metrô que ligará a zona sul do Rio à zona oeste. Ela tirou "selfies" com funcionários da obra e não falou com os jornalistas. Dilma estava acompanhada do prefeito do Rio, Eduardo Paes, e do governador Luiz Fernando Pezão. Com eles, percorreu cinco quilômetros do túnel, já com os trilhos por onde vai passar o trem do metrô. Após cinco minutos no local, Dilma seguiu para o almoço na Gávea Pequena, residência oficial do prefeito do Rio.
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Vendas de smartphones caem 13% no 2º trimestre no Brasil, diz IDC
As vendas de smartphones caíram 13% no Brasil no segundo trimestre de 2015 ante o mesmo período do ano passado, para 11,3 milhões de aparelhos, informou nesta terça-feira (8) a consultoria IDC Brasil. "Os problemas na economia, a inflação acima de 9%, a taxa de desemprego crescente e o índice de confiança do consumidor, que está em um patamar pior do que durante a crise de 2009, são os fatores responsáveis pelo mau desempenho", disse Leonardo Munin, analista de pesquisas da IDC Brasil, em comunicado. Apesar da forte baixa dos volumes, houve queda de apenas 7% nas receitas. "Isso mostra que o consumidor brasileiro não está mais tão sensível aos preços e compra produtos mais caros também", declarou o analista. De acordo com a IDC Brasil, o estoque em toda a cadeia de produção, seja de insumos ou de aparelhos prontos, "nunca foi tão grande como no segundo trimestre deste ano". Segundo Munin, a alta do dólar obrigou o mercado a adiantar as compras para fugir do repasse de preços. "Agora, para o mercado girar, fabricantes, canal e varejo tiveram que usar estratégias agressivas de preço para comercializar os produtos", declarou Munin. A expectativa da consultoria é que o cenário para o restante do ano permaneça o mesmo. A previsão da IDC Brasil é que 50 milhões de smartphones sejam vendidos até o fim de 2015, queda de 8% frente a 2014.
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Vendas de smartphones caem 13% no 2º trimestre no Brasil, diz IDCAs vendas de smartphones caíram 13% no Brasil no segundo trimestre de 2015 ante o mesmo período do ano passado, para 11,3 milhões de aparelhos, informou nesta terça-feira (8) a consultoria IDC Brasil. "Os problemas na economia, a inflação acima de 9%, a taxa de desemprego crescente e o índice de confiança do consumidor, que está em um patamar pior do que durante a crise de 2009, são os fatores responsáveis pelo mau desempenho", disse Leonardo Munin, analista de pesquisas da IDC Brasil, em comunicado. Apesar da forte baixa dos volumes, houve queda de apenas 7% nas receitas. "Isso mostra que o consumidor brasileiro não está mais tão sensível aos preços e compra produtos mais caros também", declarou o analista. De acordo com a IDC Brasil, o estoque em toda a cadeia de produção, seja de insumos ou de aparelhos prontos, "nunca foi tão grande como no segundo trimestre deste ano". Segundo Munin, a alta do dólar obrigou o mercado a adiantar as compras para fugir do repasse de preços. "Agora, para o mercado girar, fabricantes, canal e varejo tiveram que usar estratégias agressivas de preço para comercializar os produtos", declarou Munin. A expectativa da consultoria é que o cenário para o restante do ano permaneça o mesmo. A previsão da IDC Brasil é que 50 milhões de smartphones sejam vendidos até o fim de 2015, queda de 8% frente a 2014.
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O sigilo dos petrocomissários
O repórter Fábio Fabrini revelou que a Petrobras destruiu os vídeos onde estavam gravadas as discussões de seu Conselho de Administração. Para uma empresa que está coberta por uma névoa de suspeitas, não poderia haver notícia pior. O comissariado informa que essas gravações servem como subsídio para a redação das atas e, feito esse serviço, são apagadas. Contudo, não mostra a norma que determina esse procedimento. Pelo que lá aconteceu, a Petrobras ficou numa situação em que lá tudo pode ter acontecido. Se ela andar sobre as águas dirão que não sabe nadar. Quem grava e apaga os debates de uma reunião só age dessa forma porque está interessado em suprimir alguma coisa do conhecimento dos outros. Todos os áudios das reuniões do conselho da Petrobras poderiam ser armazenados num pen drive do tamanho de um isqueiro. O mesmo acontece com as reuniões do Copom do Banco Central, que jamais deu uma explicação convincente para sua conduta. (O seu similar americano divulga as transcrições dos áudios a cada cinco anos. Se o BC quiser, pode criar um embargo de vinte anos. O que não pode é apagar o que se diz nas suas reuniões.) O apagão da Petrobras só servirá para ampliar o grau de suspeita que hoje envolve suas práticas, sobretudo porque lá estavam as intervenções da doutora Dilma, que presidiu o conselho da empresa. Não há uma lei que mande preservá-los, mas destruí-los ofende o senso comum. Fica feio para a jovem democracia brasileira que funcionários do Planalto tenham registrado súmulas das audiências de Lula em seus laptops particulares ou que tratem de assuntos de Estado em endereços eletrônicos privados. O que ficou nos laptops sumiu. Sumiram também os registros de algumas reuniões gravadas. Fica feio, porque durante a ditadura o marechal Costa e Silva gravou a reunião em que se discutiu a promulgação do Ato Institucional nº 5 e preservou-se a fita. Graças a isso pode-se provar que a ata de 1968 foi editada. O famoso "às favas todos os escrúpulos" do ministro Jarbas Passarinho na ata virou "ignoro todos os escrúpulos". Durante a experiência parlamentarista de 1961 a 1963 preservaram-se as notas taquigráficas das reuniões do Conselho de Ministros. Muitos companheiros reclamam que documentos da ditadura desapareceram. É verdade, mas não deveriam apagar a memória da democracia. * PEIXES GORDOS Os procuradores da República que investigam os peixes gordos com foro especial em Brasília ouviram demoradamente o "amigo Paulinho". Começou um procedimento de verificação dos depoimentos dados ao pessoal de Curitiba. É possível que já se tenha fechado o círculo em torno de uma movimentação de dinheiro. A votação da Segunda Turma do STF no caso do habeas corpus dos empreiteiros mostrou que na bancada minoritária ficaram os ministros Celso de Melo e Cármen Lúcia (com a faca nos dentes). É improvável que Teori Zavascki ou Gilmar Mendes formem uma linha de zagueiros com Dias Toffoli. SEM BRAVATA O Itamaraty sinalizou que recebeu um recado do governo da Indonésia e evitou adjetivos estridentes ao reclamar da execução do traficante de drogas Rodrigo Gularte. Depois da pirraça da doutora Dilma recusando-se a receber as credenciais do novo embaixador indonésio, a venda de 16 Super Tucanos da Embraer foi colocada na frigideira. BETO CABRAL Vozes serenas do tucanato enviaram sinais ao governador Beto Richa alertando-o para os riscos de rodar o software Sérgio Cabral 2.0. Graças à fé infinita de Cabral no porrete da PM, o governador reeleito com dois terços dos votos em 2010 tem evitado circular nas ruas do Rio. EREMILDO, O IDIOTA Eremildo é um idiota. Ele acha que pagando-se R$ 11 mil por mês aos membros do Conselho de Administração dos Recursos Fiscais acaba-se com uma roubalheira onde um refresco para um banco autuado pela Receita rendia uma propina de R$ 28 milhões. MAIS UM Nesta semana devem começar em Curitiba as conversas para mais um acordo de colaboração nas investigações da Lava Jato. Elas terão uma nova essência. O novo colaborador poderá contar muitas coisas de seu negócio, mas seu testemunho será valioso para narrar encontros que teve com petrocomissários que estão presos, aferrados a negativas. LI KEQIANG No dia 19 chega ao Brasil o primeiro-ministro chinês Li Keqiang. Tomara que não se repitam trapalhadas como a da visita do presidente Hu Jintao ou a da ida da doutora Dilma a Pequim em 2011. Li é um superadministrador. Economista, fluente em inglês, deu uma demonstração de seu espírito prático em 2007. Conversando com o embaixador britânico, disse-lhe que não dava muita bola para o indicador do PIB, no qual há fortes influencias subjetivas. Ele preferia olhar para três indicadores brutos: o consumo de energia, o volume do crédito e a movimentação de cargas nas ferrovias. Nasceu aí o que hoje se chama "Índice Li" (Como as ferrovias brasileiras são o que são, não se deve brincar com essa variável). Se esse índice é melhor que o do PIB, desde agosto do ano passado a economia chinesa vai devagar, no pior nível desde 2004. TERCEIRIZAÇÃO A voracidade com que trabalharam os interesses favoráveis à nova lei das terceirizações tornou-se um presente de Dia das Mães para a doutora Dilma. Sob a inspiração de Lula, deram-lhe uma bandeira capaz de recuperar o apoio de trabalhadores pela preservação de seus direitos. - CARLOS LACERDA VIVE Um obsessivo conhecedor da vida política brasileira bateu num tesouro. Encontrou dois vídeos da passagem de Carlos Lacerda por Portugal, no segundo semestre de 1964. Num registrou-se uma entrevista coletiva de meia hora. Noutro, uma palestra de quase uma hora, exibida pela televisão portuguesa, com direito a quadro negro. Existem poucos vídeos tão extensos mostrando o desempenho do brilhante orador que foi Lacerda. Foi o primeiro a tirar proveito da televisão e, salvo Lula com outro estilo, ninguém se igualou a ele. A História é trapaceira. Na palestra, ele defende o projeto colonial de Portugal em Angola e Moçambique, sustentando que a ideia da autodeterminação dos povos africanos era uma forma de racismo. Sua defesa do colonialismo português é um exemplo de como um administrador moderno e capaz pode conviver com um político retrógrado e oportunista. A forma como o "Corvo" cavalgava o tema da corrupção e do combate ao esquerdismo do regime deposto em 1964 poderia levá-lo a qualquer carro de som das manifestações de hoje na avenida Paulista. Seria um prazer ouvi-lo. Quatro anos depois, ele estava preso num quartel da PM.
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O sigilo dos petrocomissáriosO repórter Fábio Fabrini revelou que a Petrobras destruiu os vídeos onde estavam gravadas as discussões de seu Conselho de Administração. Para uma empresa que está coberta por uma névoa de suspeitas, não poderia haver notícia pior. O comissariado informa que essas gravações servem como subsídio para a redação das atas e, feito esse serviço, são apagadas. Contudo, não mostra a norma que determina esse procedimento. Pelo que lá aconteceu, a Petrobras ficou numa situação em que lá tudo pode ter acontecido. Se ela andar sobre as águas dirão que não sabe nadar. Quem grava e apaga os debates de uma reunião só age dessa forma porque está interessado em suprimir alguma coisa do conhecimento dos outros. Todos os áudios das reuniões do conselho da Petrobras poderiam ser armazenados num pen drive do tamanho de um isqueiro. O mesmo acontece com as reuniões do Copom do Banco Central, que jamais deu uma explicação convincente para sua conduta. (O seu similar americano divulga as transcrições dos áudios a cada cinco anos. Se o BC quiser, pode criar um embargo de vinte anos. O que não pode é apagar o que se diz nas suas reuniões.) O apagão da Petrobras só servirá para ampliar o grau de suspeita que hoje envolve suas práticas, sobretudo porque lá estavam as intervenções da doutora Dilma, que presidiu o conselho da empresa. Não há uma lei que mande preservá-los, mas destruí-los ofende o senso comum. Fica feio para a jovem democracia brasileira que funcionários do Planalto tenham registrado súmulas das audiências de Lula em seus laptops particulares ou que tratem de assuntos de Estado em endereços eletrônicos privados. O que ficou nos laptops sumiu. Sumiram também os registros de algumas reuniões gravadas. Fica feio, porque durante a ditadura o marechal Costa e Silva gravou a reunião em que se discutiu a promulgação do Ato Institucional nº 5 e preservou-se a fita. Graças a isso pode-se provar que a ata de 1968 foi editada. O famoso "às favas todos os escrúpulos" do ministro Jarbas Passarinho na ata virou "ignoro todos os escrúpulos". Durante a experiência parlamentarista de 1961 a 1963 preservaram-se as notas taquigráficas das reuniões do Conselho de Ministros. Muitos companheiros reclamam que documentos da ditadura desapareceram. É verdade, mas não deveriam apagar a memória da democracia. * PEIXES GORDOS Os procuradores da República que investigam os peixes gordos com foro especial em Brasília ouviram demoradamente o "amigo Paulinho". Começou um procedimento de verificação dos depoimentos dados ao pessoal de Curitiba. É possível que já se tenha fechado o círculo em torno de uma movimentação de dinheiro. A votação da Segunda Turma do STF no caso do habeas corpus dos empreiteiros mostrou que na bancada minoritária ficaram os ministros Celso de Melo e Cármen Lúcia (com a faca nos dentes). É improvável que Teori Zavascki ou Gilmar Mendes formem uma linha de zagueiros com Dias Toffoli. SEM BRAVATA O Itamaraty sinalizou que recebeu um recado do governo da Indonésia e evitou adjetivos estridentes ao reclamar da execução do traficante de drogas Rodrigo Gularte. Depois da pirraça da doutora Dilma recusando-se a receber as credenciais do novo embaixador indonésio, a venda de 16 Super Tucanos da Embraer foi colocada na frigideira. BETO CABRAL Vozes serenas do tucanato enviaram sinais ao governador Beto Richa alertando-o para os riscos de rodar o software Sérgio Cabral 2.0. Graças à fé infinita de Cabral no porrete da PM, o governador reeleito com dois terços dos votos em 2010 tem evitado circular nas ruas do Rio. EREMILDO, O IDIOTA Eremildo é um idiota. Ele acha que pagando-se R$ 11 mil por mês aos membros do Conselho de Administração dos Recursos Fiscais acaba-se com uma roubalheira onde um refresco para um banco autuado pela Receita rendia uma propina de R$ 28 milhões. MAIS UM Nesta semana devem começar em Curitiba as conversas para mais um acordo de colaboração nas investigações da Lava Jato. Elas terão uma nova essência. O novo colaborador poderá contar muitas coisas de seu negócio, mas seu testemunho será valioso para narrar encontros que teve com petrocomissários que estão presos, aferrados a negativas. LI KEQIANG No dia 19 chega ao Brasil o primeiro-ministro chinês Li Keqiang. Tomara que não se repitam trapalhadas como a da visita do presidente Hu Jintao ou a da ida da doutora Dilma a Pequim em 2011. Li é um superadministrador. Economista, fluente em inglês, deu uma demonstração de seu espírito prático em 2007. Conversando com o embaixador britânico, disse-lhe que não dava muita bola para o indicador do PIB, no qual há fortes influencias subjetivas. Ele preferia olhar para três indicadores brutos: o consumo de energia, o volume do crédito e a movimentação de cargas nas ferrovias. Nasceu aí o que hoje se chama "Índice Li" (Como as ferrovias brasileiras são o que são, não se deve brincar com essa variável). Se esse índice é melhor que o do PIB, desde agosto do ano passado a economia chinesa vai devagar, no pior nível desde 2004. TERCEIRIZAÇÃO A voracidade com que trabalharam os interesses favoráveis à nova lei das terceirizações tornou-se um presente de Dia das Mães para a doutora Dilma. Sob a inspiração de Lula, deram-lhe uma bandeira capaz de recuperar o apoio de trabalhadores pela preservação de seus direitos. - CARLOS LACERDA VIVE Um obsessivo conhecedor da vida política brasileira bateu num tesouro. Encontrou dois vídeos da passagem de Carlos Lacerda por Portugal, no segundo semestre de 1964. Num registrou-se uma entrevista coletiva de meia hora. Noutro, uma palestra de quase uma hora, exibida pela televisão portuguesa, com direito a quadro negro. Existem poucos vídeos tão extensos mostrando o desempenho do brilhante orador que foi Lacerda. Foi o primeiro a tirar proveito da televisão e, salvo Lula com outro estilo, ninguém se igualou a ele. A História é trapaceira. Na palestra, ele defende o projeto colonial de Portugal em Angola e Moçambique, sustentando que a ideia da autodeterminação dos povos africanos era uma forma de racismo. Sua defesa do colonialismo português é um exemplo de como um administrador moderno e capaz pode conviver com um político retrógrado e oportunista. A forma como o "Corvo" cavalgava o tema da corrupção e do combate ao esquerdismo do regime deposto em 1964 poderia levá-lo a qualquer carro de som das manifestações de hoje na avenida Paulista. Seria um prazer ouvi-lo. Quatro anos depois, ele estava preso num quartel da PM.
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PF desarticula organização suspeita de desviar ao menos R$ 57 mi do Fundeb
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira (13) uma operação para desarticular uma organização criminosa acusada de desviar recursos públicos destinados ao Fundeb (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica). De acordo com a PF, a organização forjava licitações, em conluio com agentes públicos e mediante o pagamento de propina, para desviar recursos federais do Fundeb. A PF estima em aproximadamente R$ 57 milhões os prejuízos causados pela organização. A polícia cumpre 96 mandados de busca e apreensão e 4 mandados de prisão preventiva no Distrito Federal e nos Estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo. Ao todo, 450 policiais participam da Operação Águia de Haia. Ao todo, 20 municípios participaram desses desvios: 18 na Bahia, 1 em Minas Gerias e 1 em São Paulo. Os nomes das cidades não foram divulgados, mas a Folha apurou ações da PF em pelo menos dois municípios baianos: Paramirim e Mirangaba. Uma equipe da PF também faz buscas na Assembleia Legislativa da Bahia, no gabinete do deputado Carlos Ubaldino (PSC). A reportagem não conseguiu localizar o parlamentar. Segundo a Polícia Federal, a quadrilha começou a sua atuação em 2009, em São Paulo, tendo migrado posteriormente para Minas Gerais e Bahia. Os responsáveis pelas fraudes serão indiciados por crimes licitatórios, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha. O nome da operação, "Águia de Haia", faz referência ao político e jurista baiano Ruy Barbosa, que ganhou este apelido após participar com destaque da Conferência da Paz de Haia em 1907, representando o governo brasileiro.
educacao
PF desarticula organização suspeita de desviar ao menos R$ 57 mi do FundebA Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira (13) uma operação para desarticular uma organização criminosa acusada de desviar recursos públicos destinados ao Fundeb (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica). De acordo com a PF, a organização forjava licitações, em conluio com agentes públicos e mediante o pagamento de propina, para desviar recursos federais do Fundeb. A PF estima em aproximadamente R$ 57 milhões os prejuízos causados pela organização. A polícia cumpre 96 mandados de busca e apreensão e 4 mandados de prisão preventiva no Distrito Federal e nos Estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo. Ao todo, 450 policiais participam da Operação Águia de Haia. Ao todo, 20 municípios participaram desses desvios: 18 na Bahia, 1 em Minas Gerias e 1 em São Paulo. Os nomes das cidades não foram divulgados, mas a Folha apurou ações da PF em pelo menos dois municípios baianos: Paramirim e Mirangaba. Uma equipe da PF também faz buscas na Assembleia Legislativa da Bahia, no gabinete do deputado Carlos Ubaldino (PSC). A reportagem não conseguiu localizar o parlamentar. Segundo a Polícia Federal, a quadrilha começou a sua atuação em 2009, em São Paulo, tendo migrado posteriormente para Minas Gerais e Bahia. Os responsáveis pelas fraudes serão indiciados por crimes licitatórios, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha. O nome da operação, "Águia de Haia", faz referência ao político e jurista baiano Ruy Barbosa, que ganhou este apelido após participar com destaque da Conferência da Paz de Haia em 1907, representando o governo brasileiro.
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Limite de juros do crédito consignado para aposentados sobe nesta segunda
As taxas de juros no crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) têm novos limites a partir desta segunda-feira (9). A elevação se refere ao teto fixado pelo governo para as operações com desconto em folha de pagamento para esses beneficiários, que subiu a pedido dos bancos. No crédito pessoal consignado, passou de 2,14% para 2,34% ao mês. Nos empréstimos contratados pelo cartão de crédito, de 3,06% para 3,36% ao mês. A decisão já havia sido anunciada no fim de outubro pelo Conselho Nacional de Previdência Social. Para entrar em vigor, no entanto, era necessária publicação de uma portaria do INSS no Diário Oficial da União, realizada nesta segunda. Segundo a Previdência, a discussão sobre o reajuste dessas linhas de crédito ocorria desde maio.
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Limite de juros do crédito consignado para aposentados sobe nesta segundaAs taxas de juros no crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) têm novos limites a partir desta segunda-feira (9). A elevação se refere ao teto fixado pelo governo para as operações com desconto em folha de pagamento para esses beneficiários, que subiu a pedido dos bancos. No crédito pessoal consignado, passou de 2,14% para 2,34% ao mês. Nos empréstimos contratados pelo cartão de crédito, de 3,06% para 3,36% ao mês. A decisão já havia sido anunciada no fim de outubro pelo Conselho Nacional de Previdência Social. Para entrar em vigor, no entanto, era necessária publicação de uma portaria do INSS no Diário Oficial da União, realizada nesta segunda. Segundo a Previdência, a discussão sobre o reajuste dessas linhas de crédito ocorria desde maio.
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Os potes de biscoito que Carlos Alberto Torres ofereceu aos colegas
O objeto que acompanha a imagem mais presente de Carlos Alberto Torres na minha memória não existe mais: a taça Jules Rimet foi derretida pelos ladrões que a roubaram da sede da CBF nos anos 1980. Mais do que a taça, que ele ergueu como seus antecessores Bellini e Mauro, importa o beijo, que ficou para seus sucessores imitarem. Um gesto de amor foi o maior legado do Capitão. Eu tinha três anos em 1970 e guardei a cena pelas cores saturadas das imagens antigas da TV. Nem a imaginação de criança poderia me levar a pensar então que, num futuro distante, veria Carlos Alberto fazer outro gesto carinhoso, desta vez com um objeto mais prosaico –e que essa seria minha última lembrança dele. Como jogador, conheci menos o lateral direito arrojado –que, antes de levantar a taça, fez aquele que considero o gol mais bonito de todas as Copas (pela jogada, pelo número de craques envolvidos, pela bola rolada por Pelé e, é claro, pelo chutaço que selou os 4 a 1 na final contra a Itália)– do que o beque central experiente que vi com meus próprios olhos no Maracanã, no fim dos anos 1970. Depois veio o Cosmos, naquelas imagens meio místicas de campos com marcas de futebol americano e jogadas inusitadas como o "shoot out", inventado para substituir o pênalti –numa delas, ele levanta a bola e encobre um goleiro estabanado com um toquinho quase debochado. O astro daquelas imagens se materializou diante de mim no início dos anos 1990, quando, trabalhando como repórter no jornal "O Globo", conheci o treinador Carlos Alberto Torres. Ele começara a nova carreira já conduzindo o Flamengo ao título de campeão brasileiro de 1983. Trazia a fama de temperamental e não tinha mesmo papas na língua. Numa pré-temporada do Fluminense em Vassouras, no interior do Rio, vi-o fechar a cara quando lhe apresentaram um jogador uruguaio contratado sem sua anuência. "Capitão, ele não é bobo, não", sussurrou um dirigente, tentando amenizar a situação. "Não é mesmo", respondeu Torres, em alto e bom som, para que os repórteres que tomavam café da manhã no restaurante do hotel pudessem ouvir. "Bobo é quem contratou!". O uruguaio foi embora pouco depois, sem deixar a lembrança do nome ou de alguma atuação. Ainda era essa a imagem que eu tinha do Capitão quando o reencontrei como companheiro de trabalho. Depois de participar, com André Rizek e craques que levantaram a taça, do épico "É Campeão!", na Copa de 2014, ele se integrou ao elenco fixo do "Troca de Passes" e fazia aparições eventuais no "Seleção SporTV". Era um comentarista que dava trabalho aos apresentadores. Às vezes parecia se desligar do assunto em debate, só para voltar ao papo com uma sacada inesperada. "Quanto foi esse jogo mesmo?", perguntou, pegando-me de surpresa, sobre uma derrota por 3 a 1 do Grêmio cujos gols eu acabara de mostrar. "Pelo menos não foi de 7", arrematou, depois que respondi. A provocação já estava preparada: o técnico do tricolor gaúcho, na época, era Felipão. Sempre soube de duas coisas: tudo o que o Capitão falava repercutia; e ele jamais impunha sua autoridade diante da discordância. O homem que beijou a Jules Rimet era carinhoso nos bastidores, e foi esse Carlos Alberto o que mais tive orgulho de conhecer. Chegava para trabalhar sorrindo, fazia questão de cumprimentar pelo nome. Gostava de compartilhar o lanche com os companheiros de trabalho e, se tinha de dividir o carro da empresa na volta para casa, fazia questão de ser o último a ser deixado. Esse homem simples, de voz profunda e sorriso aberto, deixou na minha memória outra cena imaterial, em que o objeto importa menos do que o gesto. Em sua última participação no "Seleção SporTV", era feriado. "Achei que a lanchonete da empresa estaria fechada e que vocês não teriam onde comer", disse ele ao chegar. Nas mãos que ergueram a taça, trazia dois potes de biscoitos amanteigados de Petrópolis. MARCELO BARRETO, 48, é jornalista do canal SporTV.
ilustrissima
Os potes de biscoito que Carlos Alberto Torres ofereceu aos colegasO objeto que acompanha a imagem mais presente de Carlos Alberto Torres na minha memória não existe mais: a taça Jules Rimet foi derretida pelos ladrões que a roubaram da sede da CBF nos anos 1980. Mais do que a taça, que ele ergueu como seus antecessores Bellini e Mauro, importa o beijo, que ficou para seus sucessores imitarem. Um gesto de amor foi o maior legado do Capitão. Eu tinha três anos em 1970 e guardei a cena pelas cores saturadas das imagens antigas da TV. Nem a imaginação de criança poderia me levar a pensar então que, num futuro distante, veria Carlos Alberto fazer outro gesto carinhoso, desta vez com um objeto mais prosaico –e que essa seria minha última lembrança dele. Como jogador, conheci menos o lateral direito arrojado –que, antes de levantar a taça, fez aquele que considero o gol mais bonito de todas as Copas (pela jogada, pelo número de craques envolvidos, pela bola rolada por Pelé e, é claro, pelo chutaço que selou os 4 a 1 na final contra a Itália)– do que o beque central experiente que vi com meus próprios olhos no Maracanã, no fim dos anos 1970. Depois veio o Cosmos, naquelas imagens meio místicas de campos com marcas de futebol americano e jogadas inusitadas como o "shoot out", inventado para substituir o pênalti –numa delas, ele levanta a bola e encobre um goleiro estabanado com um toquinho quase debochado. O astro daquelas imagens se materializou diante de mim no início dos anos 1990, quando, trabalhando como repórter no jornal "O Globo", conheci o treinador Carlos Alberto Torres. Ele começara a nova carreira já conduzindo o Flamengo ao título de campeão brasileiro de 1983. Trazia a fama de temperamental e não tinha mesmo papas na língua. Numa pré-temporada do Fluminense em Vassouras, no interior do Rio, vi-o fechar a cara quando lhe apresentaram um jogador uruguaio contratado sem sua anuência. "Capitão, ele não é bobo, não", sussurrou um dirigente, tentando amenizar a situação. "Não é mesmo", respondeu Torres, em alto e bom som, para que os repórteres que tomavam café da manhã no restaurante do hotel pudessem ouvir. "Bobo é quem contratou!". O uruguaio foi embora pouco depois, sem deixar a lembrança do nome ou de alguma atuação. Ainda era essa a imagem que eu tinha do Capitão quando o reencontrei como companheiro de trabalho. Depois de participar, com André Rizek e craques que levantaram a taça, do épico "É Campeão!", na Copa de 2014, ele se integrou ao elenco fixo do "Troca de Passes" e fazia aparições eventuais no "Seleção SporTV". Era um comentarista que dava trabalho aos apresentadores. Às vezes parecia se desligar do assunto em debate, só para voltar ao papo com uma sacada inesperada. "Quanto foi esse jogo mesmo?", perguntou, pegando-me de surpresa, sobre uma derrota por 3 a 1 do Grêmio cujos gols eu acabara de mostrar. "Pelo menos não foi de 7", arrematou, depois que respondi. A provocação já estava preparada: o técnico do tricolor gaúcho, na época, era Felipão. Sempre soube de duas coisas: tudo o que o Capitão falava repercutia; e ele jamais impunha sua autoridade diante da discordância. O homem que beijou a Jules Rimet era carinhoso nos bastidores, e foi esse Carlos Alberto o que mais tive orgulho de conhecer. Chegava para trabalhar sorrindo, fazia questão de cumprimentar pelo nome. Gostava de compartilhar o lanche com os companheiros de trabalho e, se tinha de dividir o carro da empresa na volta para casa, fazia questão de ser o último a ser deixado. Esse homem simples, de voz profunda e sorriso aberto, deixou na minha memória outra cena imaterial, em que o objeto importa menos do que o gesto. Em sua última participação no "Seleção SporTV", era feriado. "Achei que a lanchonete da empresa estaria fechada e que vocês não teriam onde comer", disse ele ao chegar. Nas mãos que ergueram a taça, trazia dois potes de biscoitos amanteigados de Petrópolis. MARCELO BARRETO, 48, é jornalista do canal SporTV.
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Instituição brasileira indica Moniz Bandeira para o Nobel de Literatura
A União Brasileira de Escritores (UBE) indicou o historiador e cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira para disputar o Prêmio Nobel de Literatura 2015, a mais importante honraria da área. Moniz Bandeira, 79, mora atualmente na cidade alemã de Heidelberg, onde é cônsul honorário do Brasil. É autor de mais de 20 livros, quase todos sobre política internacional e as relações dos EUA com a América Latina. Na área mais propriamente literária, publicou as coletâneas de poemas "Verticais" (1956), "Retrato e Tempo" (1960) e, mais recentemente, "Poética" (2009), pela editora Record. "Moniz Bandeira é um intelectual que vem repensando o Brasil há mais de 50 anos. Tem um posicionamento marcante em favor da política cultural, da defesa da liberdade de expressão e da nacionalidade brasileira", afirma o presidente da UBE, Joaquim Maria Botelho. "As escolhas do Nobel também têm um tanto de política e por isso achamos que o Moniz Bandeira representa uma candidatura com potencial." Para ele, não há problema em indicar ao Nobel, um prêmio eminentemente literário, um nome mais conhecido por sua produção na áreas de história e política. "Nós fizemos uma análise cuidadosa da poesia dele, que é de muito bom quilate. Ele também tem uma vasta produção como cronista. Embora menos divulgada, a produção literária dele é muito consistente", diz Botelho. Nos últimos anos, a UBE vem sendo oficialmente convidada pela Real Academia Sueca, instituição que outorga o Nobel, para sugerir escritores ao prêmio. Em 2012, a UBE indicou o crítico literário Antonio Candido. Em 2013, o poeta Manoel de Barros. Nos últimos dois anos, indicou Moniz Bandeira. A UBE tem cerca de 1.600 associados. Neste ano, 25 participaram do processo de escolha. Além de Moniz Bandeira, foram votados Chico Buarque e Nélida Piñon. As indicações ao Nobel de Literatura poderiam ser feitas até o final de janeiro. A Academia Sueca nunca divulga a lista de indicados, e não necessariamente precisa escolher um nome que tenha sido recomendado. Até por isso, não se pode ter certeza se algum outro escritor brasileiro foi indicado. Pelas regras do Nobel, mesmo instituições e pessoas qualificadas (acadêmicos, escritores) não convidadas podem recomendar nomes. O Nobel é divulgado em outubro.
ilustrada
Instituição brasileira indica Moniz Bandeira para o Nobel de LiteraturaA União Brasileira de Escritores (UBE) indicou o historiador e cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira para disputar o Prêmio Nobel de Literatura 2015, a mais importante honraria da área. Moniz Bandeira, 79, mora atualmente na cidade alemã de Heidelberg, onde é cônsul honorário do Brasil. É autor de mais de 20 livros, quase todos sobre política internacional e as relações dos EUA com a América Latina. Na área mais propriamente literária, publicou as coletâneas de poemas "Verticais" (1956), "Retrato e Tempo" (1960) e, mais recentemente, "Poética" (2009), pela editora Record. "Moniz Bandeira é um intelectual que vem repensando o Brasil há mais de 50 anos. Tem um posicionamento marcante em favor da política cultural, da defesa da liberdade de expressão e da nacionalidade brasileira", afirma o presidente da UBE, Joaquim Maria Botelho. "As escolhas do Nobel também têm um tanto de política e por isso achamos que o Moniz Bandeira representa uma candidatura com potencial." Para ele, não há problema em indicar ao Nobel, um prêmio eminentemente literário, um nome mais conhecido por sua produção na áreas de história e política. "Nós fizemos uma análise cuidadosa da poesia dele, que é de muito bom quilate. Ele também tem uma vasta produção como cronista. Embora menos divulgada, a produção literária dele é muito consistente", diz Botelho. Nos últimos anos, a UBE vem sendo oficialmente convidada pela Real Academia Sueca, instituição que outorga o Nobel, para sugerir escritores ao prêmio. Em 2012, a UBE indicou o crítico literário Antonio Candido. Em 2013, o poeta Manoel de Barros. Nos últimos dois anos, indicou Moniz Bandeira. A UBE tem cerca de 1.600 associados. Neste ano, 25 participaram do processo de escolha. Além de Moniz Bandeira, foram votados Chico Buarque e Nélida Piñon. As indicações ao Nobel de Literatura poderiam ser feitas até o final de janeiro. A Academia Sueca nunca divulga a lista de indicados, e não necessariamente precisa escolher um nome que tenha sido recomendado. Até por isso, não se pode ter certeza se algum outro escritor brasileiro foi indicado. Pelas regras do Nobel, mesmo instituições e pessoas qualificadas (acadêmicos, escritores) não convidadas podem recomendar nomes. O Nobel é divulgado em outubro.
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Fotógrafo presencia morte de colega jornalista no front, na Líbia
Primeiro veio o zunido das balas da metralhadora. O fotógrafo André Liohn se virou e viu quando o jornalista líbio Abdul Qader Fassouk foi atingido na cabeça e caiu.Logo o chão ficou coberto de sangue. Os dois haviam chegado juntos ao front em Sirte para registrar a ofensiva das milícias de Misrata contra as forças do Estado Islâmico que dominam a cidade desde agosto de 2015.Acompanhavam um grupo de guerrilheiros quando escutaram tiros. Um deles atingiu a lataria de um carro ao lado e todos, menos Fassouk, deitaram-se, pois entenderam que um franco-atirador do EI tentava acertá-los.Ficaram ali por 15 minutos quando, longe, viram um guerrilheiro ser atingido e levado pelos companheiros. Fassouk e Liohn correram para fotografar o resgate. Um guerrilheiro do EI atirava com metralhadora do alto de um muro, e os dois jornalistas se separaram para se abrigarem atrás de carros blindados.Fassouk estava apoiado no veículo, filmando quando uma bala atingiu sua cabeça.Leia mais: http://folha.com/no1794788
tv
Fotógrafo presencia morte de colega jornalista no front, na LíbiaPrimeiro veio o zunido das balas da metralhadora. O fotógrafo André Liohn se virou e viu quando o jornalista líbio Abdul Qader Fassouk foi atingido na cabeça e caiu.Logo o chão ficou coberto de sangue. Os dois haviam chegado juntos ao front em Sirte para registrar a ofensiva das milícias de Misrata contra as forças do Estado Islâmico que dominam a cidade desde agosto de 2015.Acompanhavam um grupo de guerrilheiros quando escutaram tiros. Um deles atingiu a lataria de um carro ao lado e todos, menos Fassouk, deitaram-se, pois entenderam que um franco-atirador do EI tentava acertá-los.Ficaram ali por 15 minutos quando, longe, viram um guerrilheiro ser atingido e levado pelos companheiros. Fassouk e Liohn correram para fotografar o resgate. Um guerrilheiro do EI atirava com metralhadora do alto de um muro, e os dois jornalistas se separaram para se abrigarem atrás de carros blindados.Fassouk estava apoiado no veículo, filmando quando uma bala atingiu sua cabeça.Leia mais: http://folha.com/no1794788
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Neymar dá de ombros para faltas e comemora estar com 'pé na Rússia'
Com fita vermelha na cabeça e se dizendo pronto para receber "cuidados" da namorada, a atriz Bruna Marquezine, Neymar nem ligou para as pancadas sofridas durante a vitória sobre o Paraguai, nesta terça (28), no Itaquerão. Ele estava preocupado em saber da classificação para a Copa do Mundo, que foi sacramentada minutos depois, com a virada do Peru contra o Uruguai. "Estamos com um pé na Rússia", disse o atacante, que perdeu um pênalti durante o segundo tempo e compensou com gol em que arrancou com a bola do campo de defesa. Com seis anotados, ele é o artilheiro da seleção nas eliminatórias. Foi o único jogador a ter o nome gritado pelo público no estádio do Corinthians. "Eu nem lembro como foi o gol. Preciso ver o lance novamente pela televisão. Só lembro ter chutado e ver a bola entrando", completou. Neymar deverá ser o capitão do Brasil no Mundial da Rússia, em 2018. Vai tentar compensar o trauma do torneio no Brasil, em 2014, quando sofreu contusão nas quartas de final diante da Colômbia e ficou fora dos 7 a 1 contra a Alemanha. Ele credita o bom momento ao trabalho feito por Tite. Desde que o treinador assumiu o cargo, a seleção está invicta. São oito partidas das eliminatórias e um amistoso. "É bom que as pessoas reconheçam o trabalho do Tite. Ele merece ser bem recebido pela torcida e nos dá muita confiança." A boa campanha não deixa nem o jogador se irritar com as sucessivas faltas que recebe. Algo que normalmente o deixava irado. Ele foi sistematicamente derrubado pelos paraguaios durante os 90 minutos. "Pode bater, não tem problema. Dizem que é o único recurso, não é? O único problema é que depois eu fico bastante dolorido".
esporte
Neymar dá de ombros para faltas e comemora estar com 'pé na Rússia'Com fita vermelha na cabeça e se dizendo pronto para receber "cuidados" da namorada, a atriz Bruna Marquezine, Neymar nem ligou para as pancadas sofridas durante a vitória sobre o Paraguai, nesta terça (28), no Itaquerão. Ele estava preocupado em saber da classificação para a Copa do Mundo, que foi sacramentada minutos depois, com a virada do Peru contra o Uruguai. "Estamos com um pé na Rússia", disse o atacante, que perdeu um pênalti durante o segundo tempo e compensou com gol em que arrancou com a bola do campo de defesa. Com seis anotados, ele é o artilheiro da seleção nas eliminatórias. Foi o único jogador a ter o nome gritado pelo público no estádio do Corinthians. "Eu nem lembro como foi o gol. Preciso ver o lance novamente pela televisão. Só lembro ter chutado e ver a bola entrando", completou. Neymar deverá ser o capitão do Brasil no Mundial da Rússia, em 2018. Vai tentar compensar o trauma do torneio no Brasil, em 2014, quando sofreu contusão nas quartas de final diante da Colômbia e ficou fora dos 7 a 1 contra a Alemanha. Ele credita o bom momento ao trabalho feito por Tite. Desde que o treinador assumiu o cargo, a seleção está invicta. São oito partidas das eliminatórias e um amistoso. "É bom que as pessoas reconheçam o trabalho do Tite. Ele merece ser bem recebido pela torcida e nos dá muita confiança." A boa campanha não deixa nem o jogador se irritar com as sucessivas faltas que recebe. Algo que normalmente o deixava irado. Ele foi sistematicamente derrubado pelos paraguaios durante os 90 minutos. "Pode bater, não tem problema. Dizem que é o único recurso, não é? O único problema é que depois eu fico bastante dolorido".
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Sábado tem festa para dançar sem beber e festival de rock no Butantã
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO Sábado, 16 de julho de 2016. Sábado. Bom dia para você que a semana inteira ficou esperando para ver amigos sorrindo, amigos cantando, e que hoje não pensa em dinheiro –só quer amar! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Sóbrio e dançante | O Hiperespaço, na Vila Madalena, recebe a segunda edição da festa Desembalada, que promove a "devoção radical à dança de cada um". Para isso, o evento não comercializa bebidas alcoólicas e propõe que se fique em silêncio na pista e se fale apenas entre as músicas. Ingressos custam R$ 30. Velha guarda | O compositor Guilherme Arantes celebra 40 faz seu segundo shows no Sesc Pinheiros. Haverá um terceiro no domingo. Na apresentação, Arantes lança a caixa comemorativa do projeto "Condição Humana", com 23 CDs. No repertório estarão músicas como "Olhar Estrangeiro" e "Meu Mundo e Nada Mais". Ingressos custam de R$ 18 a R$ 60. 'Rei' | O veterano Roberto Carlos segue em sua série de shows para comemorar os 57 anos de carreira. O "rei" sobe ao palco do Espaço das Américas para cantar músicas como "Detalhes" e "Como É Grande o Meu Amor por Você". Ingressos custam de R$ 220 a R$ 580. Rock | A quarta edição do Matanza Fest, festival itinerante organizado pelo grupo de rock homônimo, leva ao espaço Tropical Butantã (zona oeste), show da própria banda e dos grupos Zumbis do Espaço e Cólera. Ingressos custam de R$ 50 a R$ 60. * PARA TER ASSUNTO Geopolítica | As Forças Armadas da Turquia anunciaram na sexta-feira (15) que tomaram o controle do país, em uma tentativa de golpe contra o presidente Recep Tayyip Erdogan. O anúncio foi feito depois que as tropas fecharam os acessos à capital Ancara e a Istambul, principais cidades turcas. Mudanças | O atentado em Nice, na França, nesta quinta-feira (14) levou o governo brasileiro a revisar todos os procedimentos de segurança e inteligência relativos aos Jogos Olímpicos no Rio. Arenas | A Prefeitura de São Paulo lançou a sexta-feira (15) o edital para construção e concessão de uma arena multiuso no Anhembi. A área de 21 mil metros quadrados deve ficar ao lado da atual concentração do Sambódromo. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A previsão é de temperatura máxima de 23ºC e mínima de 14ºC. Há possibilidade de chuvas durante a manhã e a tarde, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Zona sul | O viaduto Santo Amaro, na zona sul, será interditado a partir das 15h de sábado às 5h de segunda durante os fins de semana de julho. O bloqueio se dá para continuidade de obras de recuperação do viaduto, que teve parte da estrutura afetada por um incêndio ocorrido em fevereiro. A rua Laguna segue interditada até o dia 11 de agosto no cruzamento da via com a rua Bragança Paulista devido às obras de prolongamento da av. Chucri Zaidan. Zona norte | A rua dos Otonis está bloqueada entre as ruas Varpa e Pedro de Toledo até o mês de setembro para obras da estação Clemente, da linha 5 do metrô. Zona leste | A av. Itaquera segue bloqueada entre a av. Sylvio Torres e a rua Guiomar Ataliba Penteado até o dia 11 de agosto. A interrupção no trânsito se dá em razão de obras de construção do corredor de ônibus. O mesmo ocorre, até 25 de julho, na rua Gregório Ramalho entre as ruas Flores do Piauí e Victório Santim. * SEUS AMIGOS VÃO FALAR DISSO "Rise" | A americana Katy Perry lançou de surpresa, na sexta-feira (15), um novo single acompanhado de clipe. "Rise", em parceria com a emissora americana NBC, veio para animar os fãs de jogos olímpicos a torcerem por seus atletas nas Olimpíadas do Rio 2016. Além de imagens da capital fluminense, o clipe mostra vídeos de atletas de várias modalidades em situações emocionantes. Clique aqui para ouvir.
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Sábado tem festa para dançar sem beber e festival de rock no ButantãBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO Sábado, 16 de julho de 2016. Sábado. Bom dia para você que a semana inteira ficou esperando para ver amigos sorrindo, amigos cantando, e que hoje não pensa em dinheiro –só quer amar! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Sóbrio e dançante | O Hiperespaço, na Vila Madalena, recebe a segunda edição da festa Desembalada, que promove a "devoção radical à dança de cada um". Para isso, o evento não comercializa bebidas alcoólicas e propõe que se fique em silêncio na pista e se fale apenas entre as músicas. Ingressos custam R$ 30. Velha guarda | O compositor Guilherme Arantes celebra 40 faz seu segundo shows no Sesc Pinheiros. Haverá um terceiro no domingo. Na apresentação, Arantes lança a caixa comemorativa do projeto "Condição Humana", com 23 CDs. No repertório estarão músicas como "Olhar Estrangeiro" e "Meu Mundo e Nada Mais". Ingressos custam de R$ 18 a R$ 60. 'Rei' | O veterano Roberto Carlos segue em sua série de shows para comemorar os 57 anos de carreira. O "rei" sobe ao palco do Espaço das Américas para cantar músicas como "Detalhes" e "Como É Grande o Meu Amor por Você". Ingressos custam de R$ 220 a R$ 580. Rock | A quarta edição do Matanza Fest, festival itinerante organizado pelo grupo de rock homônimo, leva ao espaço Tropical Butantã (zona oeste), show da própria banda e dos grupos Zumbis do Espaço e Cólera. Ingressos custam de R$ 50 a R$ 60. * PARA TER ASSUNTO Geopolítica | As Forças Armadas da Turquia anunciaram na sexta-feira (15) que tomaram o controle do país, em uma tentativa de golpe contra o presidente Recep Tayyip Erdogan. O anúncio foi feito depois que as tropas fecharam os acessos à capital Ancara e a Istambul, principais cidades turcas. Mudanças | O atentado em Nice, na França, nesta quinta-feira (14) levou o governo brasileiro a revisar todos os procedimentos de segurança e inteligência relativos aos Jogos Olímpicos no Rio. Arenas | A Prefeitura de São Paulo lançou a sexta-feira (15) o edital para construção e concessão de uma arena multiuso no Anhembi. A área de 21 mil metros quadrados deve ficar ao lado da atual concentração do Sambódromo. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A previsão é de temperatura máxima de 23ºC e mínima de 14ºC. Há possibilidade de chuvas durante a manhã e a tarde, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Zona sul | O viaduto Santo Amaro, na zona sul, será interditado a partir das 15h de sábado às 5h de segunda durante os fins de semana de julho. O bloqueio se dá para continuidade de obras de recuperação do viaduto, que teve parte da estrutura afetada por um incêndio ocorrido em fevereiro. A rua Laguna segue interditada até o dia 11 de agosto no cruzamento da via com a rua Bragança Paulista devido às obras de prolongamento da av. Chucri Zaidan. Zona norte | A rua dos Otonis está bloqueada entre as ruas Varpa e Pedro de Toledo até o mês de setembro para obras da estação Clemente, da linha 5 do metrô. Zona leste | A av. Itaquera segue bloqueada entre a av. Sylvio Torres e a rua Guiomar Ataliba Penteado até o dia 11 de agosto. A interrupção no trânsito se dá em razão de obras de construção do corredor de ônibus. O mesmo ocorre, até 25 de julho, na rua Gregório Ramalho entre as ruas Flores do Piauí e Victório Santim. * SEUS AMIGOS VÃO FALAR DISSO "Rise" | A americana Katy Perry lançou de surpresa, na sexta-feira (15), um novo single acompanhado de clipe. "Rise", em parceria com a emissora americana NBC, veio para animar os fãs de jogos olímpicos a torcerem por seus atletas nas Olimpíadas do Rio 2016. Além de imagens da capital fluminense, o clipe mostra vídeos de atletas de várias modalidades em situações emocionantes. Clique aqui para ouvir.
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Relatório do impeachment ignorou irregularidades até 10 vezes maiores
Ao não analisar ações do ano de 2014, o relatório da comissão do impeachment enterrou irregularidades até 10 vezes maiores que as apontadas no texto como motivo para interromper o mandato da presidente. Os atos de 2014 –a edição de decretos de suplementação de despesas quando não havia receitas para cumprir a meta fiscal e as pedaladas fiscais– são idênticos aos de 2015 que o relator do procedimento, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), considerou suficientes para abrir o processo de impeachment de Dilma Rousseff. A diferença é que os de 2014 são de maior monta, ocorreram com mais entes e no ano em que a presidente era candidata à reeleição, o que aumentariam suas gravidades. Jovair se viu obrigado a só analisar atos de 2015 por causa de uma decisão anterior, do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ao aceitar abrir o procedimento de impeachment, Cunha informou que não aceitava analisar atos do mandato anterior de Dilma (2011-2014), interpretando um artigo da Constituição que fala que a presidente só pode ser processada no mandato por atos referentes à suas funções. Em dezembro de 2015, quando aceitou o pedido de impeachment, Cunha já era denunciado à Justiça por atos anteriores ao seu atual mandato. Ele ainda não foi julgado. Jovair discordou do entendimento de Cunha. Para ele, a função da presidente se mantém nos dois mandatos, mas para evitar questionamentos na Justiça, só considerou os atos de 2015. Com isso, os deputados que vão votar na semana que vem se interrompem ou não o mandato da presidente foram informados de que Dilma cometeu dois crimes de responsabilidade. Eles seriam: a edição de seis decretos que aumentavam os gastos em R$ 3 bilhões, realizada quando o governo já sabia que não poderia cumprir a meta de economia e havia pedido ao Congresso mudança nessa meta; e o não pagamento ao Banco do Brasil de R$ 3,5 bilhões de despesas do governo com o Plano Safra, em 2015, que o banco cobriu. O governo nega que esses atos sejam irregulares e que a presidente tenha responsabilidade por eles, o que a impediria de ser processada por crime de responsabilidade. TCU Analisando as irregularidades que levaram o TCU a dar parecer prévio pela rejeição das contas de 2014, esses dois atos apontados como criminosos também foram cometidos. No caso dos decretos, foram sete que suplementaram a despesa em R$ 14,5 bilhões em novembro e dezembro. Em 2014, a presidente passou o ano gastando mais do que arrecadava e só mandou mensagem pedindo a mudança na meta em novembro, após vencer a eleição. Em 2015, essa mudança foi pedida em julho, com o governo segurando gastos. Já nos casos das pedaladas, o relator aceitou o problema apenas no Banco do Brasil. De acordo com o relatório do TCU, em 2014 eles ocorreram no BB, na Caixa, no BNDES e no FGTS, somando R$ 40 bilhões, dez vezes mais do que em 2015. Na análise das contas da presidente de 2014, as pedaladas fiscais em 2014 têm uma gravidade adicional. Isso ocorre porque, como foram considerados empréstimos, eles são expressamente proibidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal em ano eleitoral, o que implicaria crime não cometido em 2015. Além dos atos idênticos de 2014, o relator também deixou de analisar outras duas irregularidades apontadas pelo TCU também relativas a edição de decretos e pedaladas fiscais. De acordo com o relatório do órgão de controle, em fevereiro de 2014 o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) informou que seria necessário um corte de R$ 14 bilhões nas despesas livres do governo para cobrir um rombo no orçamento para pagar a despesa do seguro-desemprego, que é obrigatória. O documento foi ignorado e o governo pode gastar esse dinheiro em programas não obrigatórios. Outro ato apontado foi o pagamento pelo FGTS de R$ 1,4 bi de despesas do governo com o Minha Casa Minha Vida sem que isso estivesse previsto no orçamento, o que para o TCU também se enquadraria nos crimes de responsabilidade. IMPEACHMENT EM ANÁLISE - Relator decide acolher parte da denúncia contra presidente Dilma Rousseff
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Relatório do impeachment ignorou irregularidades até 10 vezes maioresAo não analisar ações do ano de 2014, o relatório da comissão do impeachment enterrou irregularidades até 10 vezes maiores que as apontadas no texto como motivo para interromper o mandato da presidente. Os atos de 2014 –a edição de decretos de suplementação de despesas quando não havia receitas para cumprir a meta fiscal e as pedaladas fiscais– são idênticos aos de 2015 que o relator do procedimento, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), considerou suficientes para abrir o processo de impeachment de Dilma Rousseff. A diferença é que os de 2014 são de maior monta, ocorreram com mais entes e no ano em que a presidente era candidata à reeleição, o que aumentariam suas gravidades. Jovair se viu obrigado a só analisar atos de 2015 por causa de uma decisão anterior, do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ao aceitar abrir o procedimento de impeachment, Cunha informou que não aceitava analisar atos do mandato anterior de Dilma (2011-2014), interpretando um artigo da Constituição que fala que a presidente só pode ser processada no mandato por atos referentes à suas funções. Em dezembro de 2015, quando aceitou o pedido de impeachment, Cunha já era denunciado à Justiça por atos anteriores ao seu atual mandato. Ele ainda não foi julgado. Jovair discordou do entendimento de Cunha. Para ele, a função da presidente se mantém nos dois mandatos, mas para evitar questionamentos na Justiça, só considerou os atos de 2015. Com isso, os deputados que vão votar na semana que vem se interrompem ou não o mandato da presidente foram informados de que Dilma cometeu dois crimes de responsabilidade. Eles seriam: a edição de seis decretos que aumentavam os gastos em R$ 3 bilhões, realizada quando o governo já sabia que não poderia cumprir a meta de economia e havia pedido ao Congresso mudança nessa meta; e o não pagamento ao Banco do Brasil de R$ 3,5 bilhões de despesas do governo com o Plano Safra, em 2015, que o banco cobriu. O governo nega que esses atos sejam irregulares e que a presidente tenha responsabilidade por eles, o que a impediria de ser processada por crime de responsabilidade. TCU Analisando as irregularidades que levaram o TCU a dar parecer prévio pela rejeição das contas de 2014, esses dois atos apontados como criminosos também foram cometidos. No caso dos decretos, foram sete que suplementaram a despesa em R$ 14,5 bilhões em novembro e dezembro. Em 2014, a presidente passou o ano gastando mais do que arrecadava e só mandou mensagem pedindo a mudança na meta em novembro, após vencer a eleição. Em 2015, essa mudança foi pedida em julho, com o governo segurando gastos. Já nos casos das pedaladas, o relator aceitou o problema apenas no Banco do Brasil. De acordo com o relatório do TCU, em 2014 eles ocorreram no BB, na Caixa, no BNDES e no FGTS, somando R$ 40 bilhões, dez vezes mais do que em 2015. Na análise das contas da presidente de 2014, as pedaladas fiscais em 2014 têm uma gravidade adicional. Isso ocorre porque, como foram considerados empréstimos, eles são expressamente proibidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal em ano eleitoral, o que implicaria crime não cometido em 2015. Além dos atos idênticos de 2014, o relator também deixou de analisar outras duas irregularidades apontadas pelo TCU também relativas a edição de decretos e pedaladas fiscais. De acordo com o relatório do órgão de controle, em fevereiro de 2014 o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) informou que seria necessário um corte de R$ 14 bilhões nas despesas livres do governo para cobrir um rombo no orçamento para pagar a despesa do seguro-desemprego, que é obrigatória. O documento foi ignorado e o governo pode gastar esse dinheiro em programas não obrigatórios. Outro ato apontado foi o pagamento pelo FGTS de R$ 1,4 bi de despesas do governo com o Minha Casa Minha Vida sem que isso estivesse previsto no orçamento, o que para o TCU também se enquadraria nos crimes de responsabilidade. IMPEACHMENT EM ANÁLISE - Relator decide acolher parte da denúncia contra presidente Dilma Rousseff
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De Inhotim às cidades históricas, veja seleção de pacotes para viajar a Minas
Minas Gerais oferece diferentes opções para o turista: da arte de Inhotim aos roteiros naturais na serra da Canastra, da noite de Belo Horizonte às cidades históricas. Confira abaixo uma seleção de pacotes para ir ao Estado nos próximos meses. * R$ 367,50 Duas diárias para duas pessoas no Ibis Styles Belo Horizonte Pampulha. Sem aéreo. Reservas: (31) 3888-6100; ibis.com R$ 899 Cinco noites em Brumadinho, no Recanto Santo Agostinho, em quarto duplo e com café da manhã. Com aéreo, mas sem passeio a Inhotim incluso. Na Decolar.com R$ 1.275 Valor por pessoa para duas diárias em Belo Horizonte e duas em Ouro Preto. Com aéreo e passeios nas cidades históricas inclusos. Na Ahoba Viagens: (11) 5594-2023; ahobaviagens.com.br R$ 1.598 Sete noites em Minas, com passeios em Belo Horizonte, Sabará e Congonhas, grutas Rei do Mato e do Maquiné, Ouro Preto, Mariana, São João del-Rei, Tiradentes e visita a Inhotim. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br R$ 1.643 Pacote de quatro noites, passando por Ouro Preto, Congonhas, Mariana, São João del-Rei, Tiradentes e Belo Horizonte, Visita a Inhotim inclusa no valor. Por pessoa. Na Ambiental: (11) 3818-4600; ambiental.tur.br R$ 2.216 Três noites em Belo Horionte com passeios na cidade, além de dois ingressos para Inhotim. Preço por pessoa, sem aéreo. Na New Age: (11) 3138-4888; newage.tur.br R$ 3.040 Preço por pessoa, com aéreo, para quatro noites em Minas, visitando Belo Horizonte, Ouro Preto e Mariana. Com entrada em Inhotim, além de degustação de cervejas artesanais. Na Abreu: (11) 2860-1840; abreutur.com.br R$ 3.084 Pacote de cinco noites com passeios em cidades históricas como Ouro Preto e Congonhas. Por pessoa, sem aéreo. Na Adventure Club: (11) 5573-4142; adventureclub.com.br Onde fica Minas Gerais
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De Inhotim às cidades históricas, veja seleção de pacotes para viajar a MinasMinas Gerais oferece diferentes opções para o turista: da arte de Inhotim aos roteiros naturais na serra da Canastra, da noite de Belo Horizonte às cidades históricas. Confira abaixo uma seleção de pacotes para ir ao Estado nos próximos meses. * R$ 367,50 Duas diárias para duas pessoas no Ibis Styles Belo Horizonte Pampulha. Sem aéreo. Reservas: (31) 3888-6100; ibis.com R$ 899 Cinco noites em Brumadinho, no Recanto Santo Agostinho, em quarto duplo e com café da manhã. Com aéreo, mas sem passeio a Inhotim incluso. Na Decolar.com R$ 1.275 Valor por pessoa para duas diárias em Belo Horizonte e duas em Ouro Preto. Com aéreo e passeios nas cidades históricas inclusos. Na Ahoba Viagens: (11) 5594-2023; ahobaviagens.com.br R$ 1.598 Sete noites em Minas, com passeios em Belo Horizonte, Sabará e Congonhas, grutas Rei do Mato e do Maquiné, Ouro Preto, Mariana, São João del-Rei, Tiradentes e visita a Inhotim. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br R$ 1.643 Pacote de quatro noites, passando por Ouro Preto, Congonhas, Mariana, São João del-Rei, Tiradentes e Belo Horizonte, Visita a Inhotim inclusa no valor. Por pessoa. Na Ambiental: (11) 3818-4600; ambiental.tur.br R$ 2.216 Três noites em Belo Horionte com passeios na cidade, além de dois ingressos para Inhotim. Preço por pessoa, sem aéreo. Na New Age: (11) 3138-4888; newage.tur.br R$ 3.040 Preço por pessoa, com aéreo, para quatro noites em Minas, visitando Belo Horizonte, Ouro Preto e Mariana. Com entrada em Inhotim, além de degustação de cervejas artesanais. Na Abreu: (11) 2860-1840; abreutur.com.br R$ 3.084 Pacote de cinco noites com passeios em cidades históricas como Ouro Preto e Congonhas. Por pessoa, sem aéreo. Na Adventure Club: (11) 5573-4142; adventureclub.com.br Onde fica Minas Gerais
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Vegetarianos levam desvantagem no esporte?
O número de vegetarianos no mundo aumenta gradativamente, com cada vez mais adeptos do veganismo. Alguns alegam motivos religiosos ou morais. Há ainda aqueles que simplesmente dizem ser mais saudável ou mesmo não gostam do sabor da carne. O problema é que os nutricionistas alertam que os seres humanos devem ingerir de forma equilibrada carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e água. A ausência de um desses grupos de nutrientes pode gerar um efeito negativo sobre a saúde. As carnes vermelhas oferecem proteínas de alta qualidade, especialmente se o objetivo é fazer exercícios físicos e melhorar o rendimento atlético. Neste sentido, as carnes geralmente têm um papel predominante graças ao número de nutrientes importantes que contêm, tais como proteínas em alta quantidade e qualidade, ferro, vitamina B12 e zinco. Mas o que acontece com quem não come carne? Vegetarianos ou veganos (aqueles que não consomem nenhum produto de origem animal) conseguem obter o mesmo desempenho físico dos carnívoros? Nutrientes A presença de atletas de elite em diferentes modalidades que se dizem vegetarianos ou veganos sugere que a resposta é 'sim'. Fiona Oakes é um deles. Vegana desde os seis anos de idade, Oakes completou sete maratonas em sete dias, entre outubro e novembro deste ano, além de ganhar a maratona do Polo Norte em 2013, enfrentando temperaturas de -28 °C. "As consequências de correr sob estas temperaturas são muita técnicas e isso logicamente requer um equilíbrio muito fino", diz Oakes. "Há problemas nutricionais a depender de quando se come e o que se come. É necessário uma operação quase militar." Seja um maratonista, um ciclista ou um triatleta, cada atividade física exige diferentes tipos de dieta, explica a nutricionista esportiva Jo Scott-Dalgleish. "Tudo se resume a um bom equilíbrio entre carboidratos, proteínas e gorduras. Todos os três são necessários para compensar o uso de energia. Os carboidratos fornecem energia, enquanto as proteínas e as gorduras ajudam a recuperação dos músculos após o esforço. Também é preciso uma boa seleção de micronutrientes e vitaminas", diz. Atletas vegetarianos ou veganos não são novos no esporte. O "finlandês voador" Paavo Nurmie, o campeão dos 400 metros com barreiras Edwin Moses, o esquiador Bode Miller e a tenista Martina Navratilova são alguns dos nomes mais conhecidos. O médico Norman MacMillan, atleta amador e autor do livro Nutrição Esportiva, disse em uma de suas obras publicadas que "os atletas veganos são o grupo de maior risco e devem melhorar os seus conhecimentos sobre nutrição". "A maioria das proteínas vegetais não têm pelo menos um dos aminoácidos essenciais. Ao associar alimentos de origem vegetal, como, por exemplo, um cereal com um legume (arroz e lentilhas ou arroz e soja), é possível obter uma combinação de aminoácidos com a qualidade de um produto de origem animal", diz MacMillan. Oakes, que também participou na Maratona das Areias (na qual se percorrem 247 km através do deserto do Saara em seis dias), admitiu que tende a comer "muitas nozes, massas, arroz, legumes e alimentos frescos, obtendo proteínas de fontes naturais". Se nenhum tipo de carne é consumido, as proteínas podem ser obtidas a partir de produtos lácteos e ovos, mas se esses alimentos também não são consumidos, a dica é procurar alternativas em grãos, como feijão, grão de bico ou lentilha, que podem ser combinados com macarrão ou pão feito de farinha integral. Nozes e outras sementes também são boas fontes de proteína. As vitaminas e os minerais Sam Calvert, da Vegan Society, no Reino Unido, acredita que os requisitos para atletas veganos são os mesmos para os não-atletas e o resto da população. "Proteínas não são um problema em uma dieta vegana bem planejada, ao contrário do que as pessoas pensam", diz Calvert. A recomendação é encontrar o equilíbrio certo de cada grupo de alimentos para atender a todas as necessidades do corpo. "Mas todo mundo deveria ter o cuidado de consumir proteína da maior variedade de alimentos possível e não ingeri-la demasiadamente, pois isso pode causar problemas de saúde", acrescenta Calvert. Para MacMillan, que já trabalhou com várias federações esportivas do Chile, "entre vitaminas e minerais que normalmente faltam na dieta dos vegetarianos ou veganos, merece destaque o ferro (abundante nas carnes vermelhas) e que pode ser substituído por fontes vegetais como algumas massas, cereais, legumes ou pão integral". A Vegan Society recomenda, por exemplo, reforçar a dieta com vitamina B-12. A conclusão dos nutricionistas é que todos, atletas e não-atletas, devem seguir as recomendações básicas de uma dieta saudável e equilibrada. A partir daí, cada um decide a melhor combinação para seus objetivos.
bbc
Vegetarianos levam desvantagem no esporte?O número de vegetarianos no mundo aumenta gradativamente, com cada vez mais adeptos do veganismo. Alguns alegam motivos religiosos ou morais. Há ainda aqueles que simplesmente dizem ser mais saudável ou mesmo não gostam do sabor da carne. O problema é que os nutricionistas alertam que os seres humanos devem ingerir de forma equilibrada carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e água. A ausência de um desses grupos de nutrientes pode gerar um efeito negativo sobre a saúde. As carnes vermelhas oferecem proteínas de alta qualidade, especialmente se o objetivo é fazer exercícios físicos e melhorar o rendimento atlético. Neste sentido, as carnes geralmente têm um papel predominante graças ao número de nutrientes importantes que contêm, tais como proteínas em alta quantidade e qualidade, ferro, vitamina B12 e zinco. Mas o que acontece com quem não come carne? Vegetarianos ou veganos (aqueles que não consomem nenhum produto de origem animal) conseguem obter o mesmo desempenho físico dos carnívoros? Nutrientes A presença de atletas de elite em diferentes modalidades que se dizem vegetarianos ou veganos sugere que a resposta é 'sim'. Fiona Oakes é um deles. Vegana desde os seis anos de idade, Oakes completou sete maratonas em sete dias, entre outubro e novembro deste ano, além de ganhar a maratona do Polo Norte em 2013, enfrentando temperaturas de -28 °C. "As consequências de correr sob estas temperaturas são muita técnicas e isso logicamente requer um equilíbrio muito fino", diz Oakes. "Há problemas nutricionais a depender de quando se come e o que se come. É necessário uma operação quase militar." Seja um maratonista, um ciclista ou um triatleta, cada atividade física exige diferentes tipos de dieta, explica a nutricionista esportiva Jo Scott-Dalgleish. "Tudo se resume a um bom equilíbrio entre carboidratos, proteínas e gorduras. Todos os três são necessários para compensar o uso de energia. Os carboidratos fornecem energia, enquanto as proteínas e as gorduras ajudam a recuperação dos músculos após o esforço. Também é preciso uma boa seleção de micronutrientes e vitaminas", diz. Atletas vegetarianos ou veganos não são novos no esporte. O "finlandês voador" Paavo Nurmie, o campeão dos 400 metros com barreiras Edwin Moses, o esquiador Bode Miller e a tenista Martina Navratilova são alguns dos nomes mais conhecidos. O médico Norman MacMillan, atleta amador e autor do livro Nutrição Esportiva, disse em uma de suas obras publicadas que "os atletas veganos são o grupo de maior risco e devem melhorar os seus conhecimentos sobre nutrição". "A maioria das proteínas vegetais não têm pelo menos um dos aminoácidos essenciais. Ao associar alimentos de origem vegetal, como, por exemplo, um cereal com um legume (arroz e lentilhas ou arroz e soja), é possível obter uma combinação de aminoácidos com a qualidade de um produto de origem animal", diz MacMillan. Oakes, que também participou na Maratona das Areias (na qual se percorrem 247 km através do deserto do Saara em seis dias), admitiu que tende a comer "muitas nozes, massas, arroz, legumes e alimentos frescos, obtendo proteínas de fontes naturais". Se nenhum tipo de carne é consumido, as proteínas podem ser obtidas a partir de produtos lácteos e ovos, mas se esses alimentos também não são consumidos, a dica é procurar alternativas em grãos, como feijão, grão de bico ou lentilha, que podem ser combinados com macarrão ou pão feito de farinha integral. Nozes e outras sementes também são boas fontes de proteína. As vitaminas e os minerais Sam Calvert, da Vegan Society, no Reino Unido, acredita que os requisitos para atletas veganos são os mesmos para os não-atletas e o resto da população. "Proteínas não são um problema em uma dieta vegana bem planejada, ao contrário do que as pessoas pensam", diz Calvert. A recomendação é encontrar o equilíbrio certo de cada grupo de alimentos para atender a todas as necessidades do corpo. "Mas todo mundo deveria ter o cuidado de consumir proteína da maior variedade de alimentos possível e não ingeri-la demasiadamente, pois isso pode causar problemas de saúde", acrescenta Calvert. Para MacMillan, que já trabalhou com várias federações esportivas do Chile, "entre vitaminas e minerais que normalmente faltam na dieta dos vegetarianos ou veganos, merece destaque o ferro (abundante nas carnes vermelhas) e que pode ser substituído por fontes vegetais como algumas massas, cereais, legumes ou pão integral". A Vegan Society recomenda, por exemplo, reforçar a dieta com vitamina B-12. A conclusão dos nutricionistas é que todos, atletas e não-atletas, devem seguir as recomendações básicas de uma dieta saudável e equilibrada. A partir daí, cada um decide a melhor combinação para seus objetivos.
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Carlos Miguel Aidar já se envolveu em várias polêmicas na presidência do São Paulo; veja as principais
O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, demitiu nesta terça-feira (6) o vice-presidente de futebol do clube, Ataíde Gil Guerreiro, após a briga entre os dois cartolas na segunda-feira, no hotel Radisson, no bairro Itaim Bibi, na zona sul da capital paulista. A demissão causou uma das maiores turbulências políticas do clube –após a briga, diretores colocaram os seus cargos à disposição. Esse episódio foi mais uma polêmica na presidência de Aidar, que coleciona desafetos dentro e fora do clube. Confira a seguir algumas das confusões em que o presidente do São Paulo esteve envolvido: 22.abr.14 - Menos de uma semana após ser eleito presidente do São Paulo, Aidar é acusado de preconceito depois de manifestar o desejo de ter Kaká de volta ao clube. "É alfabetizado, tem todos os dentes na boca, bonito e fala bem", disse à rádio Bandeirantes 29.abr.14 - O presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, rompe com Aidar ao considerar antiética a contratação pelo São Paulo do atacante Alan Kardec, com quem negociava a renovação 20.mai.14 - Em meio à disputa pela aprovação de projeto da cobertura do estádio do São Paulo, Aidar revoltou os torcedores do próprio clube ao dizer que o "Morumbi é um estádio ultrapassado e que havia virado o velho Canindé" 21.mai.14 - Em entrevista à rádio Jovem Pan, Aidar disse que não liberaria Paulo Henrique Ganso nem mesmo que o Napoli desse todo o dinheiro da Camorra, famosa máfia Itália da região de Nápoles. Após a declaração, o clube italiano ameaçou processar o cartola 15.set.14 - Aidar demite o então diretor das categorias de base do São Paulo e seu antecessor na presidência, Juvenal Juvêncio, após fazer duras críticas à sua gestão 17.dez.14 - É divulgado que o São Paulo tem contrato com a namorada de Aidar, Cinira Maturana, dando participação sobre os negócios do clube conduzidor por ela 5.fev.15 - O ex-técnico do time, Muricy Ramalho, não gosta de ouvir cobranças públicas do cartola no início do Paulista e responde às declarações 17.mar.15  - Fornecedora de material esportivo Under Armour anuncia acordo com o São Paulo; depois é divulgado que um intermediário receberia R$ 18 milhões de comissão 10.set.15 - Aidar demite o CEO do clube, Alexandre Bourgeois, que tinha o empresário Abílio Diniz como padrinho. O São Paulo alegou falta de resultado e a ausência de sugestões de soluções para anunciar a demissão 11.set.15 - São Paulo contrata Iago Maidana. Antes, o atleta foi registrado por dois dias em um time da terceiria do Goiano. CBF investiga se houve irregularidade 6.out.15 - Carlos Miguel Aidar, demite o vice-presidente de futebol do clube, Ataíde Gil Guerreiro, após briga entre os dois cartolas no hotel Radisson, no bairro Itaim Bibi, na zona sul da capital paulista, que aconteceu durante uma reunião entre dirigentes do clube. A confusão foi apartada pela segurança do hotel
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Carlos Miguel Aidar já se envolveu em várias polêmicas na presidência do São Paulo; veja as principaisO presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, demitiu nesta terça-feira (6) o vice-presidente de futebol do clube, Ataíde Gil Guerreiro, após a briga entre os dois cartolas na segunda-feira, no hotel Radisson, no bairro Itaim Bibi, na zona sul da capital paulista. A demissão causou uma das maiores turbulências políticas do clube –após a briga, diretores colocaram os seus cargos à disposição. Esse episódio foi mais uma polêmica na presidência de Aidar, que coleciona desafetos dentro e fora do clube. Confira a seguir algumas das confusões em que o presidente do São Paulo esteve envolvido: 22.abr.14 - Menos de uma semana após ser eleito presidente do São Paulo, Aidar é acusado de preconceito depois de manifestar o desejo de ter Kaká de volta ao clube. "É alfabetizado, tem todos os dentes na boca, bonito e fala bem", disse à rádio Bandeirantes 29.abr.14 - O presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, rompe com Aidar ao considerar antiética a contratação pelo São Paulo do atacante Alan Kardec, com quem negociava a renovação 20.mai.14 - Em meio à disputa pela aprovação de projeto da cobertura do estádio do São Paulo, Aidar revoltou os torcedores do próprio clube ao dizer que o "Morumbi é um estádio ultrapassado e que havia virado o velho Canindé" 21.mai.14 - Em entrevista à rádio Jovem Pan, Aidar disse que não liberaria Paulo Henrique Ganso nem mesmo que o Napoli desse todo o dinheiro da Camorra, famosa máfia Itália da região de Nápoles. Após a declaração, o clube italiano ameaçou processar o cartola 15.set.14 - Aidar demite o então diretor das categorias de base do São Paulo e seu antecessor na presidência, Juvenal Juvêncio, após fazer duras críticas à sua gestão 17.dez.14 - É divulgado que o São Paulo tem contrato com a namorada de Aidar, Cinira Maturana, dando participação sobre os negócios do clube conduzidor por ela 5.fev.15 - O ex-técnico do time, Muricy Ramalho, não gosta de ouvir cobranças públicas do cartola no início do Paulista e responde às declarações 17.mar.15  - Fornecedora de material esportivo Under Armour anuncia acordo com o São Paulo; depois é divulgado que um intermediário receberia R$ 18 milhões de comissão 10.set.15 - Aidar demite o CEO do clube, Alexandre Bourgeois, que tinha o empresário Abílio Diniz como padrinho. O São Paulo alegou falta de resultado e a ausência de sugestões de soluções para anunciar a demissão 11.set.15 - São Paulo contrata Iago Maidana. Antes, o atleta foi registrado por dois dias em um time da terceiria do Goiano. CBF investiga se houve irregularidade 6.out.15 - Carlos Miguel Aidar, demite o vice-presidente de futebol do clube, Ataíde Gil Guerreiro, após briga entre os dois cartolas no hotel Radisson, no bairro Itaim Bibi, na zona sul da capital paulista, que aconteceu durante uma reunião entre dirigentes do clube. A confusão foi apartada pela segurança do hotel
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Sargento da PM é baleado por dupla em moto na zona norte de São Paulo
Um sargento da Polícia Militar foi baleado por uma dupla a bordo de uma moto na manhã deste domingo (12). Segundo informações da própria PM, o oficial de folga trafegava em sua motocicleta por volta das 6h quando foi abordado por dois suspeitos na rua Miguel Casagrande, próximo ao acesso à ponte da Freguesia do Ó, na Marginal Tietê, na zona norte de São Paulo. Os suspeitos anunciaram o assalto, no que foi iniciada uma troca de tiros. O policial foi atingido e a dupla conseguiu escapar, sem levar nada. O PM foi levado para o Hospital das Clínicas. Não há informações sobre o paradeiro dos suspeitos ou se eles foram feridos. O caso foi registrado no 13º DP, na Casa Verde.
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Sargento da PM é baleado por dupla em moto na zona norte de São PauloUm sargento da Polícia Militar foi baleado por uma dupla a bordo de uma moto na manhã deste domingo (12). Segundo informações da própria PM, o oficial de folga trafegava em sua motocicleta por volta das 6h quando foi abordado por dois suspeitos na rua Miguel Casagrande, próximo ao acesso à ponte da Freguesia do Ó, na Marginal Tietê, na zona norte de São Paulo. Os suspeitos anunciaram o assalto, no que foi iniciada uma troca de tiros. O policial foi atingido e a dupla conseguiu escapar, sem levar nada. O PM foi levado para o Hospital das Clínicas. Não há informações sobre o paradeiro dos suspeitos ou se eles foram feridos. O caso foi registrado no 13º DP, na Casa Verde.
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Justiça obriga Holanda a cortar gases-estufa em 25%
A Justiça da Holanda determinou que o governo do país reduza as emissões de gases do efeito estufa em 25% até 2020, numa decisão inédita que deve abrir precedente para outros países. De acordo com três juízes de uma corte de Haia, é dever do Estado proteger e melhorar o meio ambiente e tomar mais medidas para impedir os danos iminentes das mudanças climáticas. A meta foi estabelecida usando como referência as emissões de 1990. "Os riscos de danos aos cidadãos holandeses são tão grandes e concretos que o Estado deve oferecer uma contribuição maior que a atual para preveni-los", afirmaram. A Holanda não é dos países mais poluidores –responde por 0,54% das emissões globais de gases-estufa. Contudo, o uso de fontes renováveis de energia no país ainda é baixo, enquanto a dependência de usinas térmicas movidas a carvão é alta. O governo havia ainda se comprometido com uma meta pouco ambiciosa de reduzir as emissões em 17% até 2020 –países como Alemanha e Dinamarca prometerem cortar 40% no mesmo prazo. A ONG ambiental Urgenda então entrou com um processo judicial em 2013, junto com 900 cidadãos do país, pedindo uma redução maior e acusando o governo de negligência por contribuir, conscientemente, com um aquecimento global maior que 2 graus Celsius. Ficar aquém desse limite seria o considerado seguro pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança Climática da ONU) para evitar os efeitos mais devastadores das mudanças climáticas. Marjan Minnesma, diretora da Urgenda (uma combinação das palavras urgente e agenda), afirmou que a decisão deixa claro que os governos não podem mais deixar de agir em relação às mudanças climáticas. "Todos diziam que isso nunca aconteceria, que era apenas uma jogada de marketing. Não era", afirmou. "Milhões de pessoas podem agora, com nosso veredicto em mãos, começar a agir." A Bélgica já entrou com processo similar e a Noruega se prepara para seguir o mesmo caminho. De certa forma, a decisão também coloca pressão sobre os líderes de mais de 200 países que se reunirão em dezembro em Paris para elaborar um tratado que substitua o Protocolo de Kyoto. Segundo a ONG, os processos têm apoio dos Princípios de Oslo, publicados neste ano, que determinam que os governos têm a obrigação legal de evitar os perigos das mudanças climáticas. O governo da Holanda ainda pode apelar da decisão. A ministra do ambiente, Wilma Mansveld, não confirmou, porém, se isso será feito. "Agora vamos examinar o que essa decisão significa para o Estado holandês", disse. "Nós e a Urgenda compartilhamos o mesmo objetivo. Apenas temos opiniões diferentes quanto à maneira de atingi-lo." Ainda de acordo com Mansveld, a prevenção das mudanças climáticas não cabe apenas à Holanda. A Justiça determinou ainda que o governo pague os custos da Urgenda –cerca de 300 mil euros.
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Justiça obriga Holanda a cortar gases-estufa em 25%A Justiça da Holanda determinou que o governo do país reduza as emissões de gases do efeito estufa em 25% até 2020, numa decisão inédita que deve abrir precedente para outros países. De acordo com três juízes de uma corte de Haia, é dever do Estado proteger e melhorar o meio ambiente e tomar mais medidas para impedir os danos iminentes das mudanças climáticas. A meta foi estabelecida usando como referência as emissões de 1990. "Os riscos de danos aos cidadãos holandeses são tão grandes e concretos que o Estado deve oferecer uma contribuição maior que a atual para preveni-los", afirmaram. A Holanda não é dos países mais poluidores –responde por 0,54% das emissões globais de gases-estufa. Contudo, o uso de fontes renováveis de energia no país ainda é baixo, enquanto a dependência de usinas térmicas movidas a carvão é alta. O governo havia ainda se comprometido com uma meta pouco ambiciosa de reduzir as emissões em 17% até 2020 –países como Alemanha e Dinamarca prometerem cortar 40% no mesmo prazo. A ONG ambiental Urgenda então entrou com um processo judicial em 2013, junto com 900 cidadãos do país, pedindo uma redução maior e acusando o governo de negligência por contribuir, conscientemente, com um aquecimento global maior que 2 graus Celsius. Ficar aquém desse limite seria o considerado seguro pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança Climática da ONU) para evitar os efeitos mais devastadores das mudanças climáticas. Marjan Minnesma, diretora da Urgenda (uma combinação das palavras urgente e agenda), afirmou que a decisão deixa claro que os governos não podem mais deixar de agir em relação às mudanças climáticas. "Todos diziam que isso nunca aconteceria, que era apenas uma jogada de marketing. Não era", afirmou. "Milhões de pessoas podem agora, com nosso veredicto em mãos, começar a agir." A Bélgica já entrou com processo similar e a Noruega se prepara para seguir o mesmo caminho. De certa forma, a decisão também coloca pressão sobre os líderes de mais de 200 países que se reunirão em dezembro em Paris para elaborar um tratado que substitua o Protocolo de Kyoto. Segundo a ONG, os processos têm apoio dos Princípios de Oslo, publicados neste ano, que determinam que os governos têm a obrigação legal de evitar os perigos das mudanças climáticas. O governo da Holanda ainda pode apelar da decisão. A ministra do ambiente, Wilma Mansveld, não confirmou, porém, se isso será feito. "Agora vamos examinar o que essa decisão significa para o Estado holandês", disse. "Nós e a Urgenda compartilhamos o mesmo objetivo. Apenas temos opiniões diferentes quanto à maneira de atingi-lo." Ainda de acordo com Mansveld, a prevenção das mudanças climáticas não cabe apenas à Holanda. A Justiça determinou ainda que o governo pague os custos da Urgenda –cerca de 300 mil euros.
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Estudos científicos embasam oferta de artes e educação física na escola
Dedicar-se a uma atividade artística –seja tocar piano ou aprender técnicas de escultura– faz uma pessoa ficar mais inteligente e melhorar seu desempenho em outras disciplinas, como matemática e redação. Praticar uma atividade física, além de melhorar coordenação motora e aumentar a sociabilidade, diminui drasticamente a incidência de doenças como diabetes, obesidade, câncer e acidentes cardiovasculares. Na última semana, o governo Michel Temer (PMDB) editou uma medida provisória que eliminava a obrigatoriedade das disciplinas de artes e de educação física no ensino médio. Apesar de a iniciativa abrir espaço na grade horária para a especialização do currículo, não faltaram críticas –com embasamento científico– ao governo, que recuou e afirmou que a obrigatoriedade permanecerá na primeira metade do ensino médio. No mundo, mais da metade dos jovens pratica menos que o recomendado de cinco horas semanais de atividades físicas moderadas a intensas, fato que se repete no Brasil –remover a educação física do rol de disciplinas poderia ser considerado um desincentivo à melhoria desse panorama. Na Convenção Internacional de Ciência, Educação e Medicina Esportiva, que aconteceu em Santos (SP) no início do mês, um dos destaques foi a discussão e o consenso entre especialistas de que crianças que têm experiências satisfatórias com o movimento do corpo no início da vida tendem a ser ativas mais adiante na vida adulta. O desejo dos especialistas é que haja um aumento da oferta de atividades físicas, e a disciplina de educação física seria um mecanismo responsável por essa transformação. Não só a obesidade, mas também a inatividade física é causadora de doenças. Além de patologias musculares e dos ossos, a lista de possíveis consequências abrange câncer de intestino e de mama, diabetes tipo 2, infarto e acidente vascular cerebral. O impacto econômico da inatividade nos sistemas de saúde em todo o mundo foi calculado em US$ 53,8 bilhões por uma pesquisa publicada na revista "The Lancet". Outro estudo da revista já havia calculado que 5 milhões de pessoas morrem anualmente por falta de exercício físico. ARTE PELA ARTE Se menos traumática para a saúde física, talvez a retirada da obrigatoriedade do ensino de artes possa ter impacto importante não só na formação cultural, mas também no aprendizado de outras disciplinas. Um estudo mostrou que crianças entre nove e dez anos que tiveram de pensar e raciocinar a respeito de um quadro que eles observavam melhoraram a capacidade de entender imagens científicas –a conclusão é a de que o processo mental de visualização gerado seria semelhante nas duas tarefas. Um dos problemas que a área enfrenta já há alguns anos é a falta de uma metodologia adequada para a avaliação no impacto da dedicação à disciplina, e também a falta de pessoas interessadas em fazer esse tipo de estudo. Para amenizar esse problema, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) se dedicou a explorar o que poderia ir além da não tão convincente justificativa de somente estudar "arte pela arte". Um relatório foi produzido em 2013. Uma das correlações mais curiosas é aquela entre a prática de modalidades artísticas (como teatro, música e dança) e melhores resultados em exames escolares. O problema é estabelecer a relação causa-efeito. Esse tipo de evidência aparece com nitidez, por exemplo, em relação aos benefícios das artes dramáticas para a compreensão e redação de textos. Além de oferecer o contato com uma possível área de profissionalização, a OCDE diz acreditar que "a felicidade dos indivíduos será maior em países onde a arte tem um papel proeminente nas escolas", apesar de não haver um estudo que aborde exatamente essa questão. A entidade também elege a arte como a melhor maneira de fomentar a criatividade, competência hoje muito buscada em profissionais por causa da capacidade de inovar e de achar soluções não usuais para toda sorte de problemas.
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Estudos científicos embasam oferta de artes e educação física na escolaDedicar-se a uma atividade artística –seja tocar piano ou aprender técnicas de escultura– faz uma pessoa ficar mais inteligente e melhorar seu desempenho em outras disciplinas, como matemática e redação. Praticar uma atividade física, além de melhorar coordenação motora e aumentar a sociabilidade, diminui drasticamente a incidência de doenças como diabetes, obesidade, câncer e acidentes cardiovasculares. Na última semana, o governo Michel Temer (PMDB) editou uma medida provisória que eliminava a obrigatoriedade das disciplinas de artes e de educação física no ensino médio. Apesar de a iniciativa abrir espaço na grade horária para a especialização do currículo, não faltaram críticas –com embasamento científico– ao governo, que recuou e afirmou que a obrigatoriedade permanecerá na primeira metade do ensino médio. No mundo, mais da metade dos jovens pratica menos que o recomendado de cinco horas semanais de atividades físicas moderadas a intensas, fato que se repete no Brasil –remover a educação física do rol de disciplinas poderia ser considerado um desincentivo à melhoria desse panorama. Na Convenção Internacional de Ciência, Educação e Medicina Esportiva, que aconteceu em Santos (SP) no início do mês, um dos destaques foi a discussão e o consenso entre especialistas de que crianças que têm experiências satisfatórias com o movimento do corpo no início da vida tendem a ser ativas mais adiante na vida adulta. O desejo dos especialistas é que haja um aumento da oferta de atividades físicas, e a disciplina de educação física seria um mecanismo responsável por essa transformação. Não só a obesidade, mas também a inatividade física é causadora de doenças. Além de patologias musculares e dos ossos, a lista de possíveis consequências abrange câncer de intestino e de mama, diabetes tipo 2, infarto e acidente vascular cerebral. O impacto econômico da inatividade nos sistemas de saúde em todo o mundo foi calculado em US$ 53,8 bilhões por uma pesquisa publicada na revista "The Lancet". Outro estudo da revista já havia calculado que 5 milhões de pessoas morrem anualmente por falta de exercício físico. ARTE PELA ARTE Se menos traumática para a saúde física, talvez a retirada da obrigatoriedade do ensino de artes possa ter impacto importante não só na formação cultural, mas também no aprendizado de outras disciplinas. Um estudo mostrou que crianças entre nove e dez anos que tiveram de pensar e raciocinar a respeito de um quadro que eles observavam melhoraram a capacidade de entender imagens científicas –a conclusão é a de que o processo mental de visualização gerado seria semelhante nas duas tarefas. Um dos problemas que a área enfrenta já há alguns anos é a falta de uma metodologia adequada para a avaliação no impacto da dedicação à disciplina, e também a falta de pessoas interessadas em fazer esse tipo de estudo. Para amenizar esse problema, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) se dedicou a explorar o que poderia ir além da não tão convincente justificativa de somente estudar "arte pela arte". Um relatório foi produzido em 2013. Uma das correlações mais curiosas é aquela entre a prática de modalidades artísticas (como teatro, música e dança) e melhores resultados em exames escolares. O problema é estabelecer a relação causa-efeito. Esse tipo de evidência aparece com nitidez, por exemplo, em relação aos benefícios das artes dramáticas para a compreensão e redação de textos. Além de oferecer o contato com uma possível área de profissionalização, a OCDE diz acreditar que "a felicidade dos indivíduos será maior em países onde a arte tem um papel proeminente nas escolas", apesar de não haver um estudo que aborde exatamente essa questão. A entidade também elege a arte como a melhor maneira de fomentar a criatividade, competência hoje muito buscada em profissionais por causa da capacidade de inovar e de achar soluções não usuais para toda sorte de problemas.
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Crise e PEC das domésticas podem acelerar mudança cultural no mercado de trabalho
Decisão certa em momento econômico difícil, a ampliação dos direitos trabalhistas das empregadas domésticas pode levar a aumento de desemprego e queda de renda da categoria. A medida garante benefícios que a categoria, injustamente, não recebia, mas aumentará o custo dessa mão de obra para seus empregadores em plena recessão. Nos anos recentes de bom desempenho do mercado de trabalho, muitas domésticas buscaram outros postos no setor de serviços. Parece ter havido também um aumento no número de mulheres que abandonaram seus empregos por conta do maior custo de trabalhar fora, que inclui tanto preços de passagens como fatores não mensuráveis como o maior tempo gasto no transporte. A deterioração recente e rápida no mercado de trabalho -com queda ou perda de renda das famílias chefiadas por maridos- tende a forçar essas mulheres a voltar a procurar empregos domésticos. A tendência ainda timidamente notada nos dados nacionais já aparece de forma mais marcante na região metropolitana de São Paulo. Dados do IBGE mostram que o número de empregados domésticos como fatia do total de trabalhadores ocupados em São Paulo saltou de 5,8% em abril de 2013 para 6,7% no mesmo mês deste ano, atingindo o patamar mais alto em 31 meses. Esse retorno ocorre, no entanto, em um momento em que o custo da mão de obra doméstica subirá, com os novos direitos, e as famílias empregadoras enfrentam aperto de renda com a crise. Empregadores tendem a substituir suas funcionárias por outras com salários menores ou até passar a prescindir dessa mão de obra. MUDANÇA O lado positivo disso pode ser uma aceleração do desejável declínio estrutural do trabalho doméstico no Brasil. Isso dependerá de um ajuste nas relações de trabalho, com empresas mais dispostas a oferecer jornadas flexíveis e a valorizar seus profissionais pela qualidade do trabalho e não pelo número de horas passadas nos escritórios. Mulheres e homens teriam mais tempo para cuidar de suas próprias casas e filhos. Mas um desafio do país, nesse possível novo cenário, é acelerar a melhora da qualidade da educação. Com isso, futuras gerações de mulheres de classes menos favorecidas poderiam, com a eventual recuperação econômica, conseguir ocupações mais valorizadas.
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Crise e PEC das domésticas podem acelerar mudança cultural no mercado de trabalhoDecisão certa em momento econômico difícil, a ampliação dos direitos trabalhistas das empregadas domésticas pode levar a aumento de desemprego e queda de renda da categoria. A medida garante benefícios que a categoria, injustamente, não recebia, mas aumentará o custo dessa mão de obra para seus empregadores em plena recessão. Nos anos recentes de bom desempenho do mercado de trabalho, muitas domésticas buscaram outros postos no setor de serviços. Parece ter havido também um aumento no número de mulheres que abandonaram seus empregos por conta do maior custo de trabalhar fora, que inclui tanto preços de passagens como fatores não mensuráveis como o maior tempo gasto no transporte. A deterioração recente e rápida no mercado de trabalho -com queda ou perda de renda das famílias chefiadas por maridos- tende a forçar essas mulheres a voltar a procurar empregos domésticos. A tendência ainda timidamente notada nos dados nacionais já aparece de forma mais marcante na região metropolitana de São Paulo. Dados do IBGE mostram que o número de empregados domésticos como fatia do total de trabalhadores ocupados em São Paulo saltou de 5,8% em abril de 2013 para 6,7% no mesmo mês deste ano, atingindo o patamar mais alto em 31 meses. Esse retorno ocorre, no entanto, em um momento em que o custo da mão de obra doméstica subirá, com os novos direitos, e as famílias empregadoras enfrentam aperto de renda com a crise. Empregadores tendem a substituir suas funcionárias por outras com salários menores ou até passar a prescindir dessa mão de obra. MUDANÇA O lado positivo disso pode ser uma aceleração do desejável declínio estrutural do trabalho doméstico no Brasil. Isso dependerá de um ajuste nas relações de trabalho, com empresas mais dispostas a oferecer jornadas flexíveis e a valorizar seus profissionais pela qualidade do trabalho e não pelo número de horas passadas nos escritórios. Mulheres e homens teriam mais tempo para cuidar de suas próprias casas e filhos. Mas um desafio do país, nesse possível novo cenário, é acelerar a melhora da qualidade da educação. Com isso, futuras gerações de mulheres de classes menos favorecidas poderiam, com a eventual recuperação econômica, conseguir ocupações mais valorizadas.
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Comércio muda avenida do Belém e atrai empreendimentos à região
BIA BONDUKI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Quem passa esporadicamente pela avenida Cassandoca, no bairro do Belém, vai se surpreender. A avenida de imóveis antigos ganhou nos últimos anos um comércio renovado, com dois centros comerciais com direito a supermercado, padaria, restaurante, pet shop e outros serviços. A mudança seguiu a chegada de prédios de padrão mais alto aos arredores e evidencia que a região tem demanda por novidades. Um dos interessados é o jornalista Marcelo Daniel, 33. Ele aproveitou o emprego nas redondezas para sair do centro e se mudar com a mulher para o Belém. "É um bom bairro, perto do metrô e com certos ares de interior que remetem à minha origem. E o mais legal: em constante evolução e crescimento, com novas lojas e serviços", conta. De acordo com estudo da VivaReal/Geoimovel, a média de preços por metro quadrado do Belém (R$ 5.794) é 21 % mais baixa que a da vizinha Mooca (R$ 7.278). A diferença é reflexo do histórico do bairro, aponta Aline Borbalan, 32, chefe de inteligência de mercado da Viva Real. "A infraestrutura que o Belém oferece é tradicionalmente de produtos e serviços voltados para um público econômico." Nascido na Mooca e criado desde os seis anos de idade no Belém, o publicitário Rodrigo Torres, 22, construiu sua vida no bairro. "Minha família está aqui, e eu só saio da região para trabalhar", afirma. Para Torres, lugares como a Casa Derby, que "vende absolutamente de tudo" e o Parque Estadual do Belém, onde é possível participar de atividades culturais promovidas por coletivos, são ícones do bairro e mostram que não é necessário ir até o centro de São Paulo para encontrar boa oferta de comércio e lazer. PONTO DE MIGRAÇÃO Jovens com famílias na zona leste têm no bairro um ponto de migração, segundo Marcelo Dzik, 37, diretor comercial, de clientes e de TI da construtora Even, uma das que investe na região. "O Belém é próximo ao centro de São Paulo e de bairros tradicionais, como Ipiranga e Mooca, porém, sua localização estratégica permite ao morador permanecer na zona leste, mantendo características de convívio e relacionamento", afirma. Segundo Dzik, o perfil do morador que procura o bairro passou a ser do jovem que está saindo da casa dos pais para seu primeiro imóvel. Como o jornalista Daniel, que reside no bairro desde 2013. "Encontramos na região boas ofertas de imóveis, que estavam dentro do nosso orçamento." Para atender a essa demanda, as construtoras investem em apartamentos de metragem enxuta e preço compatível. É o caso do Window Belém e do Verte, ambos da Even. O primeiro dispõe de unidades com dois a três dormitórios (52 a 61 metros quadrados), com terraço, sala de jogos, academia e brinquedoteca. É vendido a R$ 374 mil. Já o segundo, mais modesto, possui apartamentos de entre 45 e 59 metros quadrados e preço médio de R$ 313 mil. Outra opção na região é o Evolução, da Brasil Brokers, cujos apartamentos têm de 32 a 48 metros quadrados e preço inicial de R$ 215.972. O condomínio conta com serviços como lavanderia e espaço fitness. ESPAÇOS Há também alternativas para aqueles em busca de mais espaço para a família, área verde e opções de lazer. O Belém Camino, da Cyrela, possui unidades que vão de 65 a 185 metros quadrados de espaço privativo. Na área coletiva, há quadras, brinquedoteca, churrasqueira e uma praça. O preço de uma unidade de 95 metros quadrados é de R$ 774 mil.
sobretudo
Comércio muda avenida do Belém e atrai empreendimentos à região BIA BONDUKI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Quem passa esporadicamente pela avenida Cassandoca, no bairro do Belém, vai se surpreender. A avenida de imóveis antigos ganhou nos últimos anos um comércio renovado, com dois centros comerciais com direito a supermercado, padaria, restaurante, pet shop e outros serviços. A mudança seguiu a chegada de prédios de padrão mais alto aos arredores e evidencia que a região tem demanda por novidades. Um dos interessados é o jornalista Marcelo Daniel, 33. Ele aproveitou o emprego nas redondezas para sair do centro e se mudar com a mulher para o Belém. "É um bom bairro, perto do metrô e com certos ares de interior que remetem à minha origem. E o mais legal: em constante evolução e crescimento, com novas lojas e serviços", conta. De acordo com estudo da VivaReal/Geoimovel, a média de preços por metro quadrado do Belém (R$ 5.794) é 21 % mais baixa que a da vizinha Mooca (R$ 7.278). A diferença é reflexo do histórico do bairro, aponta Aline Borbalan, 32, chefe de inteligência de mercado da Viva Real. "A infraestrutura que o Belém oferece é tradicionalmente de produtos e serviços voltados para um público econômico." Nascido na Mooca e criado desde os seis anos de idade no Belém, o publicitário Rodrigo Torres, 22, construiu sua vida no bairro. "Minha família está aqui, e eu só saio da região para trabalhar", afirma. Para Torres, lugares como a Casa Derby, que "vende absolutamente de tudo" e o Parque Estadual do Belém, onde é possível participar de atividades culturais promovidas por coletivos, são ícones do bairro e mostram que não é necessário ir até o centro de São Paulo para encontrar boa oferta de comércio e lazer. PONTO DE MIGRAÇÃO Jovens com famílias na zona leste têm no bairro um ponto de migração, segundo Marcelo Dzik, 37, diretor comercial, de clientes e de TI da construtora Even, uma das que investe na região. "O Belém é próximo ao centro de São Paulo e de bairros tradicionais, como Ipiranga e Mooca, porém, sua localização estratégica permite ao morador permanecer na zona leste, mantendo características de convívio e relacionamento", afirma. Segundo Dzik, o perfil do morador que procura o bairro passou a ser do jovem que está saindo da casa dos pais para seu primeiro imóvel. Como o jornalista Daniel, que reside no bairro desde 2013. "Encontramos na região boas ofertas de imóveis, que estavam dentro do nosso orçamento." Para atender a essa demanda, as construtoras investem em apartamentos de metragem enxuta e preço compatível. É o caso do Window Belém e do Verte, ambos da Even. O primeiro dispõe de unidades com dois a três dormitórios (52 a 61 metros quadrados), com terraço, sala de jogos, academia e brinquedoteca. É vendido a R$ 374 mil. Já o segundo, mais modesto, possui apartamentos de entre 45 e 59 metros quadrados e preço médio de R$ 313 mil. Outra opção na região é o Evolução, da Brasil Brokers, cujos apartamentos têm de 32 a 48 metros quadrados e preço inicial de R$ 215.972. O condomínio conta com serviços como lavanderia e espaço fitness. ESPAÇOS Há também alternativas para aqueles em busca de mais espaço para a família, área verde e opções de lazer. O Belém Camino, da Cyrela, possui unidades que vão de 65 a 185 metros quadrados de espaço privativo. Na área coletiva, há quadras, brinquedoteca, churrasqueira e uma praça. O preço de uma unidade de 95 metros quadrados é de R$ 774 mil.
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Retrato do movimento feminista na era da dispersão
RESUMO Após uma primeira onda marcada por reivindicações de direitos políticos, e de uma segunda concentrada na luta por igualdade de papéis e liberdade sexual, o feminismo atual incorpora novos temas. Potencializado pela internet, o discurso contemporâneo é mais diversificado e se entrelaça com reivindicações específicas. * Sob o sol forte do domingo de pré-Carnaval, um dos muitos blocos que desfilaram nas ruas de São Paulo cantava a marchinha pelo bairro do Bexiga: "Se a igualdade de direitos/ só se encontra no papel/ nossa luta é pra valer/ somos metade do céu// Este corpo que é nosso/ nós quem vamos decidir/ se a gravidez interrompemos/ ou se queremos parir". Era o Bloco da Dona Yayá, que neste ano saiu com cerca de cem pessoas. Criado em 2000 pela União de Mulheres do Município de São Paulo, as carnavalescas feministas homenageiam Sebastiana de Melo Freire, a dona Yayá (1887-1961), mulher da alta sociedade paulista que era considerada louca e viveu quase 40 anos isolada em seu casarão no Bexiga -hoje sede do Centro de Preservação Cultural da USP. Ainda nos anos 1990, junto ao movimento antimanicomial, a União mobilizou o bairro, onde também fica sua sede, para que a casa de Yayá fosse transformada em centro cultural e que sua história fosse contada. As marchinhas do bloco paulistano são apenas mais uma evidência de que o feminismo está mais vivo do que nunca e enfrenta no Brasil temas já equacionados em outros países, como a descriminalização do aborto, e outros ainda universais, como a violência física e simbólica contra a mulher, a desigualdade salarial e a assimetria na representação política. Em sua primeira onda, na passagem do século 19 para o 20, a mobilização feminina concentrou-se na luta por direitos políticos (a começar pelo voto) e envolveu majoritariamente mulheres brancas heterossexuais. Na segunda onda, entre os anos 1960 e 1970, o alvo foi a igualdade de papéis e a livre expressão da sexualidade -quando o movimento se diversificou. Uma terceira onda ganhou corpo na década de 1990, tendo como traço marcante a diversidade e a diferença. Amplificado pela internet e entrelaçado a uma multiplicidade de reivindicações de grupos específicos, o feminismo tornou-se mais fragmentado. Representado por um mosaico de vertentes, coletivos e microgrupos, o movimento ampliou suas bandeiras e incluiu em sua agenda demandas de mulheres negras, lésbicas, travestis e transexuais. Certo é que o grande adversário continua a ser um velho conhecido: "O machismo é o inimigo de todos, ele é inclusive o pai da homofobia", diz Márcia Balabes, da Liga Brasileira de Lésbicas e do Conselho Estadual LGBT, ligado à Secretaria da Justiça. Maria Amélia de Almeida Teles, a Amelinha, uma das fundadoras, em 1981, da União de Mulheres e autora de "Breve História do Feminismo no Brasil" (Brasiliense, 1993), considera que, ao contrário do que pode ser o feminismo hoje, o machismo nunca é novo. "É sempre uma coisa velha, rançosa, empoeirada." "Existem muitos tipos de feminismo, é mais apropriado falar de feminismos, no plural", diz Lola Aronovich, autora do blog Escreva Lola Escreva e professora de literatura em língua inglesa na Universidade Federal do Ceará. "Não se pode falar de mulher sem falar de raça, de classe e de orientação sexual", diz Djamila Ribeiro, que escreve no Blogueiras Negras e no Escritório Feminista, do site da revista "Carta Capital". Para Aronovich, o feminismo "segue lutando contra a violência doméstica e sexual e contra todas as formas que mulheres são oprimidas". Ela cita, porém, questões que ganharam visibilidade recentemente ou que não existiam e que têm pautado o movimento, como a violência obstétrica e a pornografia de vingança -quando ex-parceiros divulgam na internet fotos e vídeos íntimos sem consentimento do outro após o término da relação. "Uma opressão que nunca sai de moda é o padrão duplo de sexualidade. Três décadas atrás, quando eu era adolescente, só existiam termos pejorativos para uma mulher com vários parceiros sexuais. A situação não mudou hoje", diz. A diversificação ficou mais uma vez patente nas reuniões para organizar o ato que acontece anualmente em São Paulo no Dia Internacional da Mulher, comemorado neste domingo. Nesses encontros são decididos o trajeto da marcha, o tema da manifestação e o documento a ser divulgado com as reivindicações. Neste ano, participaram cerca de 50 entidades, entre sindicalistas, universitárias, lésbicas e representantes de movimentos de mulheres negras, de periferia e de luta por moradia. Ali também estava a travesti Amanda Palha, que preferiu o feminismo ao movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros). "Você se faz questionamentos que naturalmente te aproximam do feminismo, se pergunta o que é ser homem, o que é ser mulher, o que é papel de gênero, por que existe esse conflito na gente. E o conflito, para mim, está muito mais próximo das discussões do movimento feminista do que do LGBT", diz ela, que integra o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, nascido do Partido Comunista Brasileiro. Tanto quanto a escolha da reforma política como bandeira principal para o ato deste domingo, a participação da população T (travestis e transexuais) está longe de ser um consenso entre as diversas correntes. Este tem sido, aliás, um debate dos mais inflamados, presente em encontros, nas redes sociais e até nas portas de banheiros universitários: em dezembro passado, na Unicamp, feministas radicais protestaram com ameaças escritas contra o uso por transexuais dos toaletes femininos. Para as radicais não faz sentido representantes da população T participarem do movimento pelo simples fato de que não são mulheres desde o nascimento e não são assim tratadas socialmente. "Gênero não é uma identidade, é uma construção social do que é o homem e do que é a mulher", afirma Carolina Mendes, estudante de ciências sociais da USP, do Coletiva Feminista Radical Manas Chicas. O grupo, que tem dez integrantes, organizou o Festival de Feminismo Radical Só as Manas, que reuniu cerca de 250 pessoas em janeiro, em São Paulo. "Ser mulher é uma questão de imposição, uma imposição ligada a um grupo que é diferenciado socialmente. Desde que se nasce há um processo cultural que determina o que se pensa", diz ela. "Nós sempre apoiamos a causa trans", discorda Amelinha. "As pessoas têm o direito de ser o que são, não existe modelo de ser mulher e de ser homem, nós combatemos isso. Nosso paradigma é a liberdade de expressão de seu corpo; nós somos as avós desse movimento [da população T]." Djamila Ribeiro é mais assertiva: "Há vertentes que perdem tempo questionando quem é mulher e quem não é, quem é a feminista de verdade e quem não é, em vez de pensar os problemas a partir de nossa realidade". Palha considera que não são só as mulheres "de fábrica" que sofrem discriminação por gênero. "O sistema de gênero é um só, é claro que ele não age com travestis e mulheres trans do mesmo jeito que age com mulheres, mas ele também não age da mesma forma com mulheres negras e brancas", diz. A hipersexualização que atinge a população T -"as pessoas veem a gente como máquina de sexo"- também afeta a mulher negra, que, segundo Djamila Ribeiro, é a mais "objetificada". "Ela carrega esse estereótipo de ser quente, boa de cama, é vista como uma mulher para sexo", diz. VIOLÊNCIA As negras são as que mais sofrem com a violência doméstica e as maiores vítimas do feminicídio -morte de mulheres por conflito de gênero, aprovado pela Câmara dos Deputados, na semana passada, para inclusão no Código Penal como agravante do crime de homicídio. Pesquisa do Ipea apresentada em 2013 revela que entre 2009 e 2011 ocorreram, em média, 5.664 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, ou uma a cada hora e meia; das vítimas, 61% eram negras. Amanda Palha também considera que a imposição de um ideal feminino é ainda mais forte sobre a população T. "É a roupa, a aparência, a voz mais feminina, ter de ser delicada, ultrassensível, heterossexual", enumera. "Tudo que de pior é imposto às mulheres é onde a gente cai: na prostituição, na exploração sexual, no trabalho marginalizado -porque para nós o mercado de trabalho é fechado." A prostituição é um assunto central na discussão das feministas radicais, que defendem sua extinção, bem como a da pornografia. "Consideramos a prostituição como violência, é garantir o acesso dos homens aos corpos das mulheres", diz Carolina Mendes. Nessa linha, defendem a adoção de uma lei que puna os que procuram as prostitutas, nos moldes da que está em fase de aprovação na França e já vigora na Suécia desde 1999. Segundo Mendes, uma legislação desse tipo permitiria dar visibilidade àqueles que nunca são vistos: os clientes. "A marginalização e o estigma sempre ficam sobre a prostituta, não sobre o cliente", diz ela, que não defende pena de prisão, mas o registro: "Aquilo fica marcado na ficha, você é visto como consumidor de prostituição". Um estudo do Ipea baseado em atendimentos do SUS dá números a outro tema tradicional das feministas: estima-se em 527 mil os casos de estupro por ano, dos quais só 10% são relatados à polícia. Nos EUA, por exemplo, 19% dos casos são notificados. Do total das notificações de 2011 no Brasil, 88,5% das vítimas eram mulheres. Descendo a um plano mais específico, Márcia Balabes chama atenção para uma modalidade de estupro que acontece apenas com mulheres lésbicas, o chamado estupro corretivo, que visa "ensinar" a mulher homossexual a gostar de homens. Segundo ela, além da agenda que compartilha com outros grupos feministas, a luta pelo fim do estupro corretivo é uma das pautas particulares da Liga, junto do "enfrentamento à lesbofobia e pela visibilidade lésbica". No ano passado ganharam evidência na mídia e no movimento feminista as ocorrências de assédio e abusos sexuais nos trens do metrô e da CPTM em São Paulo. Homens filmavam e fotografavam cenas em que esfregavam seus órgãos sexuais em pessoas no transporte público e postavam nas redes sociais. Investigações apontaram a existência de mais de 70 comunidades relacionadas ao assunto, uma delas, chamada "Encoxadores", com mais de 10 mil participantes. Os casos deram lugar a um debate sobre a criação de um vagão exclusivo para mulheres no transporte público sobre trilhos, o chamado "vagão rosa". Desde 2006, obedecendo a uma lei estadual, o metrô do Rio de Janeiro reserva um carro feminino em cada composição, nos horários de pico da manhã e da tarde. De autoria do deputado Jorge Caruso (PMDB), lei semelhante chegou a ser aprovada na Assembleia Legislativa de São Paulo em julho passado, mas em agosto foi vetada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Alguns grupos feministas, na realidade, fizeram pressão na Assembleia e junto ao governo para que o dispositivo não fosse aprovado. "O vagão rosa é uma tapeação", diz Amelinha. "Os homens é que devem ser ensinados a não assediar", completa Ribeiro. DIVERSO A multiplicação do discurso feminista nas redes sociais, no contexto de radicalização ideológica em curso no Brasil, também provoca reações contrárias -e entre o próprio público feminino. "Ter um monte de mulheres malucas agressivas não melhora em nada a questão da mulher; aliás, afasta mulheres que gostariam de participar", considera Mariliz Pereira Jorge, editora do programa "Encontro com Fátima Bernardes", da Globo, e colunista da Folha. "Eu também sinto um preconceito; é como se ser branca e de classe privilegiada me desautorizasse a falar sobre feminismo", diz ela, que escreveu um artigo em resposta à foto de um homem segurando um cartaz com os dizeres "não mereço mulher rodada" que surgiu nas redes sociais. Ela critica as feministas que consideram machistas os homens que tentam se envolver em suas pautas, como ocorreu com Gregorio Duvivier. O ator e escritor foi atacado por aparecer na capa do número da revista "TPM" de novembro, que tratava de aborto. Vestindo uma camiseta com a hashtag "precisamos falar sobre aborto", ele estampava uma das três capas da publicação -as outras duas traziam as atrizes Leandra Leal e a Alessandra Negrini. Foi acusado de querer protagonizar e ser porta-voz de uma luta que não é sua. Duvivier respondeu em sua coluna na Folha, dizendo não se interessar pelo protagonismo. "Fiz essa capa porque tenho empatia pelas mulheres que não podem optar pelo aborto, mas sei que não sou a grande vítima da proibição (embora eu acredite que todo o mundo é vítima da proibição). Apoiar uma causa não significa protagonizá-la, mas investi-la de protagonismo. Se há um protagonista, é a própria causa", escreveu. Para Rosângela Talib, do Católicas pelo Direito de Decidir, é preciso chamar os homens para a discussão da responsabilidade pela gravidez. "O aborto é uma pauta feminina porque está no nosso corpo, nós que somos criminalizadas, mas os homens também têm que discutir esse assunto", diz. Djamila Ribeiro admite que preferiria, em vez de Duvivier, ter visto mais uma mulher na capa da revista. "Ele não é mulher e não sabe o que é isso." Ela e outras ativistas acrescentaram uma crítica à reportagem da "TPM": não evidenciar que as mulheres negras são as que mais sofrem as consequências da ilegalidade do aborto no país. "Não colocaram nenhuma mulher negra para falar e não citaram que são as que mais morrem, até por uma questão social, porque são as que menos têm condição de ir a uma clínica segura", diz. Segundo a Pesquisa Nacional de Aborto feita pela Universidade de Brasília (UnB), em 2010, uma em cada cinco mulheres no Brasil entre 35 e 39 anos já fez aborto. Uma pesquisa de 2008, feita pela UnB e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, traça o perfil médio das mulheres que abortam: elas têm entre 20 e 29 anos, vivem em união estável, têm até oito anos de estudo, trabalhadoras, católicas, com pelo menos um filho e usuárias de métodos contraceptivos. "A mortalidade das mulheres por conta do abortamento inseguro é uma causa importante", defende Talib. Uma pesquisa de 2009 do Instituto de Medicina Social da Uerj mostra que mulheres negras no Brasil morrem mais por causas maternas do que as brancas e que o risco de morrerem em decorrência do aborto induzido é, de fato, 2,5 vezes maior do que para mulheres brancas. O estudo considera, em seus comentários finais, que descriminalizar a interrupção da gestação poderia permitir a redução de "riscos de complicações e mortalidade materna por gravidez que termina em aborto". O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), porém, declarou no mês passado que não pretende pautar o assunto -tabu numa sociedade conservadora e num sistema político sob crescente influência religiosa. "Aborto eu não vou pautar nem que a vaca tussa. Vai ter que passar por cima do meu cadáver para votar", disse em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo". "Não é possível que alguns parlamentares continuem achando que vão mandar na pauta", responde Talib à declaração do deputado; para ela o aborto é uma questão de saúde pública. "Cadáveres já chegam os que a gente tem", diz. "Desde que a legalização foi implementada no Uruguai, eles não perderam nenhuma mulher, é invejável, é isso que a gente quer", reforça a psicóloga e integrante do Católicas pelo Direito de Decidir. Um outro grupo de católicos, contudo, tentou impedir, no fim de fevereiro, por meio de um abaixo-assinado on-line, a realização da Semana do Dia Internacional da Mulher na PUC-Rio, alegando que uma universidade católica não pode ser sede de um evento feminista porque ele "possui bandeiras que são contrárias à fé católica, podendo ser citada a legalização do aborto como exemplo". Talib, no entanto, não vê problema em ser católica e defender a descriminalização do aborto. "O fiel pode recorrer à sua própria consciência em questões de sua saúde sexual e reprodutiva, e isso tem respaldo no catecismo", afirma. A professora de filosofia e antifeminista Talyta de Carvalho diz que a popularidade do feminismo se deve a ele "se traduzir num movimento do qual todo mundo faz parte". "É fácil aderir, ele consegue angariar muitas pessoas com a ideia de que qualquer um com sensibilidade democrática já é parte." Carvalho esclarece que, para ela, ser antifeminista não é apoiar o que o feminismo luta para dissolver. "Uma posição antifeminista é uma posição crítica, não atacar simplesmente, mas levantar questões", afirma ela, para quem o debate atual carece de consistência teórica. "É importante, até para as feministas, reconhecer que têm um lastro histórico que também é teórico, e às vezes isso é esquecido na internet, e aí ser feminista é só defender mulher e ser a favor de igualdade para as mulheres." Para Tamara do Nascimento Motta, uma das seis administradoras do grupo Mulheres contra o Feminismo, que tem 14.000 seguidores nas redes sociais, o movimento "atenta contra a integridade, a liberdade e a inteligência da mulher" ao fazê-la "acreditar que tem uma dívida histórica com ele, tirando assim toda e qualquer liberdade de ela se posicionar contra o movimento, pois, quando isso acontece, a militância feminista se torna agressiva e intolerante". Para ela, fazer parte do antifeminismo é "ser contra toda a agenda política da esquerda". Na outra ponta, Amanda Palha diz que o feminismo pode ser de direita, mas que só é efetivo se for de esquerda. "Para ser eficaz ele precisa entender que o machismo não é só uma questão ideológica, é uma questão estrutural e é preciso lutar por mudanças estruturais, para mudar como a sociedade se organiza", diz. "Num mundo tão desigual, qualquer pessoa sensata deve ser feminista e lutar não apenas contra o preconceito de gênero, mas também contra o racismo, a homofobia, a transfobia, a gordofobia", reitera Aronovich. Talyta de Carvalho reconhece a existência de desigualdades. "O que eu não reconheço e não me identifico no feminismo é que a explicação para isso seja a opressão", afirma. Ela diz que não "fecha" com o feminismo porque, embora seja multifacetado e heterogêneo, o denominador comum ao movimento é a ideia de que há uma opressão de gênero. Para ela, questionar o feminismo é questionar "a ideia de que tem um conceito como esse de opressão ou de machismo que determina as coisas que eu faço, as coisas que as outras pessoas fazem, mesmo que elas não reconheçam". Ela crê que casos individuais de opressão de homens sobre mulheres se explicam pelo temperamento das pessoas. "O que explica as posturas individuais é a natureza humana", diz. "Dizer que tem uma estrutura que opera para um homem estuprar uma mulher é dizer que todo homem é um estuprador em potencial, e não me parece que seja o caso." Assim como as integrantes do Mulheres contra o Feminismo, Carvalho, que em 2012 escreveu para a Folha um artigo intitulado "Não devemos nada ao feminismo", não reconhece os ganhos e afirma que, como outros movimentos sociais de massa, o feminismo apenas precipita mudanças naturais da democracia. "Todas as conquistas sociais que a gente tem de alguma maneira já estão inseridas no contexto democrático, e elas vão tendendo a acontecer", diz. Amelinha defende que se deve ao feminismo "termos hoje autonomia social, econômica, intelectual". "Ainda que todas as mulheres não estejam usufruindo dessas conquistas atualmente, ninguém tira mais isso de nós", diz. Mas a igualdade entre homens e mulheres, segundo ela, "não depende só do movimento feminista". "Ele impulsiona, ele acende a luz, mas tem que ser toda a sociedade se movimentando." ÚRSULA PASSOS, 27, é redatora da "Ilustríssima". Colaborou PATRÍCIA CAMPOS MELLO. ADRIANA VAREJÃO, 50, é artista plástica.
ilustrissima
Retrato do movimento feminista na era da dispersãoRESUMO Após uma primeira onda marcada por reivindicações de direitos políticos, e de uma segunda concentrada na luta por igualdade de papéis e liberdade sexual, o feminismo atual incorpora novos temas. Potencializado pela internet, o discurso contemporâneo é mais diversificado e se entrelaça com reivindicações específicas. * Sob o sol forte do domingo de pré-Carnaval, um dos muitos blocos que desfilaram nas ruas de São Paulo cantava a marchinha pelo bairro do Bexiga: "Se a igualdade de direitos/ só se encontra no papel/ nossa luta é pra valer/ somos metade do céu// Este corpo que é nosso/ nós quem vamos decidir/ se a gravidez interrompemos/ ou se queremos parir". Era o Bloco da Dona Yayá, que neste ano saiu com cerca de cem pessoas. Criado em 2000 pela União de Mulheres do Município de São Paulo, as carnavalescas feministas homenageiam Sebastiana de Melo Freire, a dona Yayá (1887-1961), mulher da alta sociedade paulista que era considerada louca e viveu quase 40 anos isolada em seu casarão no Bexiga -hoje sede do Centro de Preservação Cultural da USP. Ainda nos anos 1990, junto ao movimento antimanicomial, a União mobilizou o bairro, onde também fica sua sede, para que a casa de Yayá fosse transformada em centro cultural e que sua história fosse contada. As marchinhas do bloco paulistano são apenas mais uma evidência de que o feminismo está mais vivo do que nunca e enfrenta no Brasil temas já equacionados em outros países, como a descriminalização do aborto, e outros ainda universais, como a violência física e simbólica contra a mulher, a desigualdade salarial e a assimetria na representação política. Em sua primeira onda, na passagem do século 19 para o 20, a mobilização feminina concentrou-se na luta por direitos políticos (a começar pelo voto) e envolveu majoritariamente mulheres brancas heterossexuais. Na segunda onda, entre os anos 1960 e 1970, o alvo foi a igualdade de papéis e a livre expressão da sexualidade -quando o movimento se diversificou. Uma terceira onda ganhou corpo na década de 1990, tendo como traço marcante a diversidade e a diferença. Amplificado pela internet e entrelaçado a uma multiplicidade de reivindicações de grupos específicos, o feminismo tornou-se mais fragmentado. Representado por um mosaico de vertentes, coletivos e microgrupos, o movimento ampliou suas bandeiras e incluiu em sua agenda demandas de mulheres negras, lésbicas, travestis e transexuais. Certo é que o grande adversário continua a ser um velho conhecido: "O machismo é o inimigo de todos, ele é inclusive o pai da homofobia", diz Márcia Balabes, da Liga Brasileira de Lésbicas e do Conselho Estadual LGBT, ligado à Secretaria da Justiça. Maria Amélia de Almeida Teles, a Amelinha, uma das fundadoras, em 1981, da União de Mulheres e autora de "Breve História do Feminismo no Brasil" (Brasiliense, 1993), considera que, ao contrário do que pode ser o feminismo hoje, o machismo nunca é novo. "É sempre uma coisa velha, rançosa, empoeirada." "Existem muitos tipos de feminismo, é mais apropriado falar de feminismos, no plural", diz Lola Aronovich, autora do blog Escreva Lola Escreva e professora de literatura em língua inglesa na Universidade Federal do Ceará. "Não se pode falar de mulher sem falar de raça, de classe e de orientação sexual", diz Djamila Ribeiro, que escreve no Blogueiras Negras e no Escritório Feminista, do site da revista "Carta Capital". Para Aronovich, o feminismo "segue lutando contra a violência doméstica e sexual e contra todas as formas que mulheres são oprimidas". Ela cita, porém, questões que ganharam visibilidade recentemente ou que não existiam e que têm pautado o movimento, como a violência obstétrica e a pornografia de vingança -quando ex-parceiros divulgam na internet fotos e vídeos íntimos sem consentimento do outro após o término da relação. "Uma opressão que nunca sai de moda é o padrão duplo de sexualidade. Três décadas atrás, quando eu era adolescente, só existiam termos pejorativos para uma mulher com vários parceiros sexuais. A situação não mudou hoje", diz. A diversificação ficou mais uma vez patente nas reuniões para organizar o ato que acontece anualmente em São Paulo no Dia Internacional da Mulher, comemorado neste domingo. Nesses encontros são decididos o trajeto da marcha, o tema da manifestação e o documento a ser divulgado com as reivindicações. Neste ano, participaram cerca de 50 entidades, entre sindicalistas, universitárias, lésbicas e representantes de movimentos de mulheres negras, de periferia e de luta por moradia. Ali também estava a travesti Amanda Palha, que preferiu o feminismo ao movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros). "Você se faz questionamentos que naturalmente te aproximam do feminismo, se pergunta o que é ser homem, o que é ser mulher, o que é papel de gênero, por que existe esse conflito na gente. E o conflito, para mim, está muito mais próximo das discussões do movimento feminista do que do LGBT", diz ela, que integra o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, nascido do Partido Comunista Brasileiro. Tanto quanto a escolha da reforma política como bandeira principal para o ato deste domingo, a participação da população T (travestis e transexuais) está longe de ser um consenso entre as diversas correntes. Este tem sido, aliás, um debate dos mais inflamados, presente em encontros, nas redes sociais e até nas portas de banheiros universitários: em dezembro passado, na Unicamp, feministas radicais protestaram com ameaças escritas contra o uso por transexuais dos toaletes femininos. Para as radicais não faz sentido representantes da população T participarem do movimento pelo simples fato de que não são mulheres desde o nascimento e não são assim tratadas socialmente. "Gênero não é uma identidade, é uma construção social do que é o homem e do que é a mulher", afirma Carolina Mendes, estudante de ciências sociais da USP, do Coletiva Feminista Radical Manas Chicas. O grupo, que tem dez integrantes, organizou o Festival de Feminismo Radical Só as Manas, que reuniu cerca de 250 pessoas em janeiro, em São Paulo. "Ser mulher é uma questão de imposição, uma imposição ligada a um grupo que é diferenciado socialmente. Desde que se nasce há um processo cultural que determina o que se pensa", diz ela. "Nós sempre apoiamos a causa trans", discorda Amelinha. "As pessoas têm o direito de ser o que são, não existe modelo de ser mulher e de ser homem, nós combatemos isso. Nosso paradigma é a liberdade de expressão de seu corpo; nós somos as avós desse movimento [da população T]." Djamila Ribeiro é mais assertiva: "Há vertentes que perdem tempo questionando quem é mulher e quem não é, quem é a feminista de verdade e quem não é, em vez de pensar os problemas a partir de nossa realidade". Palha considera que não são só as mulheres "de fábrica" que sofrem discriminação por gênero. "O sistema de gênero é um só, é claro que ele não age com travestis e mulheres trans do mesmo jeito que age com mulheres, mas ele também não age da mesma forma com mulheres negras e brancas", diz. A hipersexualização que atinge a população T -"as pessoas veem a gente como máquina de sexo"- também afeta a mulher negra, que, segundo Djamila Ribeiro, é a mais "objetificada". "Ela carrega esse estereótipo de ser quente, boa de cama, é vista como uma mulher para sexo", diz. VIOLÊNCIA As negras são as que mais sofrem com a violência doméstica e as maiores vítimas do feminicídio -morte de mulheres por conflito de gênero, aprovado pela Câmara dos Deputados, na semana passada, para inclusão no Código Penal como agravante do crime de homicídio. Pesquisa do Ipea apresentada em 2013 revela que entre 2009 e 2011 ocorreram, em média, 5.664 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, ou uma a cada hora e meia; das vítimas, 61% eram negras. Amanda Palha também considera que a imposição de um ideal feminino é ainda mais forte sobre a população T. "É a roupa, a aparência, a voz mais feminina, ter de ser delicada, ultrassensível, heterossexual", enumera. "Tudo que de pior é imposto às mulheres é onde a gente cai: na prostituição, na exploração sexual, no trabalho marginalizado -porque para nós o mercado de trabalho é fechado." A prostituição é um assunto central na discussão das feministas radicais, que defendem sua extinção, bem como a da pornografia. "Consideramos a prostituição como violência, é garantir o acesso dos homens aos corpos das mulheres", diz Carolina Mendes. Nessa linha, defendem a adoção de uma lei que puna os que procuram as prostitutas, nos moldes da que está em fase de aprovação na França e já vigora na Suécia desde 1999. Segundo Mendes, uma legislação desse tipo permitiria dar visibilidade àqueles que nunca são vistos: os clientes. "A marginalização e o estigma sempre ficam sobre a prostituta, não sobre o cliente", diz ela, que não defende pena de prisão, mas o registro: "Aquilo fica marcado na ficha, você é visto como consumidor de prostituição". Um estudo do Ipea baseado em atendimentos do SUS dá números a outro tema tradicional das feministas: estima-se em 527 mil os casos de estupro por ano, dos quais só 10% são relatados à polícia. Nos EUA, por exemplo, 19% dos casos são notificados. Do total das notificações de 2011 no Brasil, 88,5% das vítimas eram mulheres. Descendo a um plano mais específico, Márcia Balabes chama atenção para uma modalidade de estupro que acontece apenas com mulheres lésbicas, o chamado estupro corretivo, que visa "ensinar" a mulher homossexual a gostar de homens. Segundo ela, além da agenda que compartilha com outros grupos feministas, a luta pelo fim do estupro corretivo é uma das pautas particulares da Liga, junto do "enfrentamento à lesbofobia e pela visibilidade lésbica". No ano passado ganharam evidência na mídia e no movimento feminista as ocorrências de assédio e abusos sexuais nos trens do metrô e da CPTM em São Paulo. Homens filmavam e fotografavam cenas em que esfregavam seus órgãos sexuais em pessoas no transporte público e postavam nas redes sociais. Investigações apontaram a existência de mais de 70 comunidades relacionadas ao assunto, uma delas, chamada "Encoxadores", com mais de 10 mil participantes. Os casos deram lugar a um debate sobre a criação de um vagão exclusivo para mulheres no transporte público sobre trilhos, o chamado "vagão rosa". Desde 2006, obedecendo a uma lei estadual, o metrô do Rio de Janeiro reserva um carro feminino em cada composição, nos horários de pico da manhã e da tarde. De autoria do deputado Jorge Caruso (PMDB), lei semelhante chegou a ser aprovada na Assembleia Legislativa de São Paulo em julho passado, mas em agosto foi vetada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Alguns grupos feministas, na realidade, fizeram pressão na Assembleia e junto ao governo para que o dispositivo não fosse aprovado. "O vagão rosa é uma tapeação", diz Amelinha. "Os homens é que devem ser ensinados a não assediar", completa Ribeiro. DIVERSO A multiplicação do discurso feminista nas redes sociais, no contexto de radicalização ideológica em curso no Brasil, também provoca reações contrárias -e entre o próprio público feminino. "Ter um monte de mulheres malucas agressivas não melhora em nada a questão da mulher; aliás, afasta mulheres que gostariam de participar", considera Mariliz Pereira Jorge, editora do programa "Encontro com Fátima Bernardes", da Globo, e colunista da Folha. "Eu também sinto um preconceito; é como se ser branca e de classe privilegiada me desautorizasse a falar sobre feminismo", diz ela, que escreveu um artigo em resposta à foto de um homem segurando um cartaz com os dizeres "não mereço mulher rodada" que surgiu nas redes sociais. Ela critica as feministas que consideram machistas os homens que tentam se envolver em suas pautas, como ocorreu com Gregorio Duvivier. O ator e escritor foi atacado por aparecer na capa do número da revista "TPM" de novembro, que tratava de aborto. Vestindo uma camiseta com a hashtag "precisamos falar sobre aborto", ele estampava uma das três capas da publicação -as outras duas traziam as atrizes Leandra Leal e a Alessandra Negrini. Foi acusado de querer protagonizar e ser porta-voz de uma luta que não é sua. Duvivier respondeu em sua coluna na Folha, dizendo não se interessar pelo protagonismo. "Fiz essa capa porque tenho empatia pelas mulheres que não podem optar pelo aborto, mas sei que não sou a grande vítima da proibição (embora eu acredite que todo o mundo é vítima da proibição). Apoiar uma causa não significa protagonizá-la, mas investi-la de protagonismo. Se há um protagonista, é a própria causa", escreveu. Para Rosângela Talib, do Católicas pelo Direito de Decidir, é preciso chamar os homens para a discussão da responsabilidade pela gravidez. "O aborto é uma pauta feminina porque está no nosso corpo, nós que somos criminalizadas, mas os homens também têm que discutir esse assunto", diz. Djamila Ribeiro admite que preferiria, em vez de Duvivier, ter visto mais uma mulher na capa da revista. "Ele não é mulher e não sabe o que é isso." Ela e outras ativistas acrescentaram uma crítica à reportagem da "TPM": não evidenciar que as mulheres negras são as que mais sofrem as consequências da ilegalidade do aborto no país. "Não colocaram nenhuma mulher negra para falar e não citaram que são as que mais morrem, até por uma questão social, porque são as que menos têm condição de ir a uma clínica segura", diz. Segundo a Pesquisa Nacional de Aborto feita pela Universidade de Brasília (UnB), em 2010, uma em cada cinco mulheres no Brasil entre 35 e 39 anos já fez aborto. Uma pesquisa de 2008, feita pela UnB e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, traça o perfil médio das mulheres que abortam: elas têm entre 20 e 29 anos, vivem em união estável, têm até oito anos de estudo, trabalhadoras, católicas, com pelo menos um filho e usuárias de métodos contraceptivos. "A mortalidade das mulheres por conta do abortamento inseguro é uma causa importante", defende Talib. Uma pesquisa de 2009 do Instituto de Medicina Social da Uerj mostra que mulheres negras no Brasil morrem mais por causas maternas do que as brancas e que o risco de morrerem em decorrência do aborto induzido é, de fato, 2,5 vezes maior do que para mulheres brancas. O estudo considera, em seus comentários finais, que descriminalizar a interrupção da gestação poderia permitir a redução de "riscos de complicações e mortalidade materna por gravidez que termina em aborto". O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), porém, declarou no mês passado que não pretende pautar o assunto -tabu numa sociedade conservadora e num sistema político sob crescente influência religiosa. "Aborto eu não vou pautar nem que a vaca tussa. Vai ter que passar por cima do meu cadáver para votar", disse em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo". "Não é possível que alguns parlamentares continuem achando que vão mandar na pauta", responde Talib à declaração do deputado; para ela o aborto é uma questão de saúde pública. "Cadáveres já chegam os que a gente tem", diz. "Desde que a legalização foi implementada no Uruguai, eles não perderam nenhuma mulher, é invejável, é isso que a gente quer", reforça a psicóloga e integrante do Católicas pelo Direito de Decidir. Um outro grupo de católicos, contudo, tentou impedir, no fim de fevereiro, por meio de um abaixo-assinado on-line, a realização da Semana do Dia Internacional da Mulher na PUC-Rio, alegando que uma universidade católica não pode ser sede de um evento feminista porque ele "possui bandeiras que são contrárias à fé católica, podendo ser citada a legalização do aborto como exemplo". Talib, no entanto, não vê problema em ser católica e defender a descriminalização do aborto. "O fiel pode recorrer à sua própria consciência em questões de sua saúde sexual e reprodutiva, e isso tem respaldo no catecismo", afirma. A professora de filosofia e antifeminista Talyta de Carvalho diz que a popularidade do feminismo se deve a ele "se traduzir num movimento do qual todo mundo faz parte". "É fácil aderir, ele consegue angariar muitas pessoas com a ideia de que qualquer um com sensibilidade democrática já é parte." Carvalho esclarece que, para ela, ser antifeminista não é apoiar o que o feminismo luta para dissolver. "Uma posição antifeminista é uma posição crítica, não atacar simplesmente, mas levantar questões", afirma ela, para quem o debate atual carece de consistência teórica. "É importante, até para as feministas, reconhecer que têm um lastro histórico que também é teórico, e às vezes isso é esquecido na internet, e aí ser feminista é só defender mulher e ser a favor de igualdade para as mulheres." Para Tamara do Nascimento Motta, uma das seis administradoras do grupo Mulheres contra o Feminismo, que tem 14.000 seguidores nas redes sociais, o movimento "atenta contra a integridade, a liberdade e a inteligência da mulher" ao fazê-la "acreditar que tem uma dívida histórica com ele, tirando assim toda e qualquer liberdade de ela se posicionar contra o movimento, pois, quando isso acontece, a militância feminista se torna agressiva e intolerante". Para ela, fazer parte do antifeminismo é "ser contra toda a agenda política da esquerda". Na outra ponta, Amanda Palha diz que o feminismo pode ser de direita, mas que só é efetivo se for de esquerda. "Para ser eficaz ele precisa entender que o machismo não é só uma questão ideológica, é uma questão estrutural e é preciso lutar por mudanças estruturais, para mudar como a sociedade se organiza", diz. "Num mundo tão desigual, qualquer pessoa sensata deve ser feminista e lutar não apenas contra o preconceito de gênero, mas também contra o racismo, a homofobia, a transfobia, a gordofobia", reitera Aronovich. Talyta de Carvalho reconhece a existência de desigualdades. "O que eu não reconheço e não me identifico no feminismo é que a explicação para isso seja a opressão", afirma. Ela diz que não "fecha" com o feminismo porque, embora seja multifacetado e heterogêneo, o denominador comum ao movimento é a ideia de que há uma opressão de gênero. Para ela, questionar o feminismo é questionar "a ideia de que tem um conceito como esse de opressão ou de machismo que determina as coisas que eu faço, as coisas que as outras pessoas fazem, mesmo que elas não reconheçam". Ela crê que casos individuais de opressão de homens sobre mulheres se explicam pelo temperamento das pessoas. "O que explica as posturas individuais é a natureza humana", diz. "Dizer que tem uma estrutura que opera para um homem estuprar uma mulher é dizer que todo homem é um estuprador em potencial, e não me parece que seja o caso." Assim como as integrantes do Mulheres contra o Feminismo, Carvalho, que em 2012 escreveu para a Folha um artigo intitulado "Não devemos nada ao feminismo", não reconhece os ganhos e afirma que, como outros movimentos sociais de massa, o feminismo apenas precipita mudanças naturais da democracia. "Todas as conquistas sociais que a gente tem de alguma maneira já estão inseridas no contexto democrático, e elas vão tendendo a acontecer", diz. Amelinha defende que se deve ao feminismo "termos hoje autonomia social, econômica, intelectual". "Ainda que todas as mulheres não estejam usufruindo dessas conquistas atualmente, ninguém tira mais isso de nós", diz. Mas a igualdade entre homens e mulheres, segundo ela, "não depende só do movimento feminista". "Ele impulsiona, ele acende a luz, mas tem que ser toda a sociedade se movimentando." ÚRSULA PASSOS, 27, é redatora da "Ilustríssima". Colaborou PATRÍCIA CAMPOS MELLO. ADRIANA VAREJÃO, 50, é artista plástica.
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Plantas antárticas podem ajudar na saúde e na agricultura
Sua resistência à radiação ultravioleta e às condições climáticas extremas transformaram as plantas antárticas em excelentes ferramentas de biotecnologia para desenvolver protetores solares, antioxidantes, açúcares naturais ou melhorar cultivos mais frágeis. Duas espécies de ervas, Deschampsia antarctica e Colobanthus quitensis, assim como musgos, samambaias e líquens, emergem nos meses do verão austral na Antártida, considerada um laboratório natural. Se as plantas antárticas demonstraram algo, foi a sua adaptação ao meio para sobreviver a condições extremas e às mudanças climáticas. E fazem isso graças à acumulação de açúcares que as protegem e alimentam durante os duros meses de inverno sob a neve. Durante a fotossíntese nos três ou quatro meses do verão austral, as plantas fazem provisão desses açúcares vitais, em condições ainda mais extremas, às que são submetidas pelo sol e pelas mudanças bruscas de temperatura, antes de voltar a hibernar. Na Universidade de Santiago do Chile, um grupo de pesquisadores dirigidos por Gustavo Zúñiga analisam as propriedades destas duas plantas autóctones para sua aplicação em biotecnologia com fins comerciais na indústria farmacêutica, cosmética, alimentar e na agricultura. "No campo aplicado, a gramínea produz antioxidantes, açúcares, frutano (um derivado da frutose), que poderiam ser utilizados em produtos dietéticos; os antioxidantes, em filtros solares ou em medicamentos que evitem o envelhecimento", explica Zúñiga à AFP. Desse modo, a tolerância que a Deschampsia tem para resistir ao ambiente extremo "poderia se transferir a cultivos como o trigo, o arroz, o milho ou a aveia, o que poderia ser de utilidade no atual cenário que enfrentamos em todo o planeta devido às mudanças climáticas", acrescenta o decano da Faculdade de Química e Biologia. A produção biotecnológica baseada na reprodução do tecido "nos permitiria ter produção o ano todo, enquanto que em condições normais crescem uma só vez por ano", diz o pesquisador, que lembra que em partes altas da cordilheira dos Andes é possível encontrar estas mesmas plantas. Este laboratório natural que é o continente branco tem ainda uma margem de resistência às mudanças climáticas. "Este ano fizemos estudos para determinar a temperatura de fotossíntese na Antártida e em todas as espécies, e a melhor temperatura esteve entre 20 e 25 graus". MULTIPLICAÇÃO EM LABORATÓRIO No laboratório da universidade, Zúñiga e sua equipe estão fazendo estas plantas crescerem em um meio sintético à base de ágar (um pó de alga), minerais, açúcares e hormônios vegetais em uma temperatura de cerca de 14 graus Celsius. De cada uma destas plantas se pode tirar dez que vão crescer depois, diz Zúñiga no pequeno laboratório repleto de vasos com exemplares antárticos em pleno processo de crescimento e multiplicação. "Tratamos de caracterizar que mecanismos apresentam e que são responsáveis pela sua sobrevivência nas condições antárticas, que são extremas tanto ao longo da história como agora com as mudanças climáticas, por temperaturas e raios ultravioleta", diz o pesquisador. A informação obtida pode ser utilizada em cereais ou outros cultivos sensíveis às mudanças climáticas. "Para cada grau que a temperatura ambiente aumenta, a produtividade cai significativamente" neste tipo de cultivos, acrescentou. A engenharia genética provavelmente será a grande aliada no futuro para produzir alimentos ante a sensibilidade dos cultivos às mudanças climáticas. O sistema de produção desenvolvido pela equipe universitária, que já patenteou esta pesquisa, está pronto para passar "a nível industrial e produzir massivamente moléculas que são fortes antioxidantes". Agora só falta que empresas especializadas nos diferentes setores de desenvolvimento potencial se interessem por este trabalho.
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Plantas antárticas podem ajudar na saúde e na agriculturaSua resistência à radiação ultravioleta e às condições climáticas extremas transformaram as plantas antárticas em excelentes ferramentas de biotecnologia para desenvolver protetores solares, antioxidantes, açúcares naturais ou melhorar cultivos mais frágeis. Duas espécies de ervas, Deschampsia antarctica e Colobanthus quitensis, assim como musgos, samambaias e líquens, emergem nos meses do verão austral na Antártida, considerada um laboratório natural. Se as plantas antárticas demonstraram algo, foi a sua adaptação ao meio para sobreviver a condições extremas e às mudanças climáticas. E fazem isso graças à acumulação de açúcares que as protegem e alimentam durante os duros meses de inverno sob a neve. Durante a fotossíntese nos três ou quatro meses do verão austral, as plantas fazem provisão desses açúcares vitais, em condições ainda mais extremas, às que são submetidas pelo sol e pelas mudanças bruscas de temperatura, antes de voltar a hibernar. Na Universidade de Santiago do Chile, um grupo de pesquisadores dirigidos por Gustavo Zúñiga analisam as propriedades destas duas plantas autóctones para sua aplicação em biotecnologia com fins comerciais na indústria farmacêutica, cosmética, alimentar e na agricultura. "No campo aplicado, a gramínea produz antioxidantes, açúcares, frutano (um derivado da frutose), que poderiam ser utilizados em produtos dietéticos; os antioxidantes, em filtros solares ou em medicamentos que evitem o envelhecimento", explica Zúñiga à AFP. Desse modo, a tolerância que a Deschampsia tem para resistir ao ambiente extremo "poderia se transferir a cultivos como o trigo, o arroz, o milho ou a aveia, o que poderia ser de utilidade no atual cenário que enfrentamos em todo o planeta devido às mudanças climáticas", acrescenta o decano da Faculdade de Química e Biologia. A produção biotecnológica baseada na reprodução do tecido "nos permitiria ter produção o ano todo, enquanto que em condições normais crescem uma só vez por ano", diz o pesquisador, que lembra que em partes altas da cordilheira dos Andes é possível encontrar estas mesmas plantas. Este laboratório natural que é o continente branco tem ainda uma margem de resistência às mudanças climáticas. "Este ano fizemos estudos para determinar a temperatura de fotossíntese na Antártida e em todas as espécies, e a melhor temperatura esteve entre 20 e 25 graus". MULTIPLICAÇÃO EM LABORATÓRIO No laboratório da universidade, Zúñiga e sua equipe estão fazendo estas plantas crescerem em um meio sintético à base de ágar (um pó de alga), minerais, açúcares e hormônios vegetais em uma temperatura de cerca de 14 graus Celsius. De cada uma destas plantas se pode tirar dez que vão crescer depois, diz Zúñiga no pequeno laboratório repleto de vasos com exemplares antárticos em pleno processo de crescimento e multiplicação. "Tratamos de caracterizar que mecanismos apresentam e que são responsáveis pela sua sobrevivência nas condições antárticas, que são extremas tanto ao longo da história como agora com as mudanças climáticas, por temperaturas e raios ultravioleta", diz o pesquisador. A informação obtida pode ser utilizada em cereais ou outros cultivos sensíveis às mudanças climáticas. "Para cada grau que a temperatura ambiente aumenta, a produtividade cai significativamente" neste tipo de cultivos, acrescentou. A engenharia genética provavelmente será a grande aliada no futuro para produzir alimentos ante a sensibilidade dos cultivos às mudanças climáticas. O sistema de produção desenvolvido pela equipe universitária, que já patenteou esta pesquisa, está pronto para passar "a nível industrial e produzir massivamente moléculas que são fortes antioxidantes". Agora só falta que empresas especializadas nos diferentes setores de desenvolvimento potencial se interessem por este trabalho.
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Japoneses fazem longas filas para provar sorvetes italianos em Tóquio
Nem mesmo as forte chuvas estragaram a festa da nona etapa do "Gelato World Tour", festival que divulga o sorvete italiano, em Tóquio, no Japão. Na "Vila do Sorvete", espaço montado no Komazawa Olympic Park nos dias 4, 5 e 6 de setembro, foram servidos mais de 72 mil casquinhas e copinhos a um público que enfrentou filas de mais de 350 metros e algumas horas de espera para conseguir uma pequena degustação gratuita. As reservas on-line acabaram em pouco tempo e o evento bateu recordes com 3,2 mil litros de leite, 700 quilos de açúcar, 400 litros de creme de leite e 600 quilos de outros ingredientes usados para produzir 5 mil quilos de sorvete no laboratório Carpigiani, o maior de Tóquio. O primeiro dia de festival foi dedicado à apresentação da primeira "Gelato Pastry University" do mundo, que terá sede na capital japonesa e desenvolverá combinações com a tradição italiana do sorvete artesanal e da alta confeitaria. As aulas deverão começar em 26 de novembro deste ano. Já os dias seguintes foram marcados por degustações e pelo concurso de melhor gelato, disputado por 16 sorveteiros do Japão, de Taiwan e da Coreia do Sul. O vencedor foi o sabor "Natsumatsuri" ("Festival de Verão", em tradução livre), de Akira Hattori, seguido pelo "La Dolce Vita di Tè" ("A Doce Vida de Chá"), de Yu Lee e Amber Lin, e pelo "Delizie al Limoni - Um Ricordo di Amalfi" ("Delícias ao Limão - Uma Lembrança de Amalfi"), de Yoshifumi Arita.
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Japoneses fazem longas filas para provar sorvetes italianos em TóquioNem mesmo as forte chuvas estragaram a festa da nona etapa do "Gelato World Tour", festival que divulga o sorvete italiano, em Tóquio, no Japão. Na "Vila do Sorvete", espaço montado no Komazawa Olympic Park nos dias 4, 5 e 6 de setembro, foram servidos mais de 72 mil casquinhas e copinhos a um público que enfrentou filas de mais de 350 metros e algumas horas de espera para conseguir uma pequena degustação gratuita. As reservas on-line acabaram em pouco tempo e o evento bateu recordes com 3,2 mil litros de leite, 700 quilos de açúcar, 400 litros de creme de leite e 600 quilos de outros ingredientes usados para produzir 5 mil quilos de sorvete no laboratório Carpigiani, o maior de Tóquio. O primeiro dia de festival foi dedicado à apresentação da primeira "Gelato Pastry University" do mundo, que terá sede na capital japonesa e desenvolverá combinações com a tradição italiana do sorvete artesanal e da alta confeitaria. As aulas deverão começar em 26 de novembro deste ano. Já os dias seguintes foram marcados por degustações e pelo concurso de melhor gelato, disputado por 16 sorveteiros do Japão, de Taiwan e da Coreia do Sul. O vencedor foi o sabor "Natsumatsuri" ("Festival de Verão", em tradução livre), de Akira Hattori, seguido pelo "La Dolce Vita di Tè" ("A Doce Vida de Chá"), de Yu Lee e Amber Lin, e pelo "Delizie al Limoni - Um Ricordo di Amalfi" ("Delícias ao Limão - Uma Lembrança de Amalfi"), de Yoshifumi Arita.
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Maria Ângela D'Incao: O silêncio dos bons
Começamos nosso pequeno artigo com uma passagem de Martin Luther King, o negro que deu sua vida pela a cidadania de seus semelhantes nos Estados Unidos: "O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." A juventude brasileira está em perigo por essa distopia (que significa lugar infeliz, ruim) adotada por maioria de nossos deputados que aprovaram a discussão da proposta da diminuição da idade penal no país, contrariando a própria Constituição Nacional. É vergonhoso o despreparo de políticos que entendem pouco do país a que deveriam servir. E o mais desesperador é que pagam assessores com generosas verbas dispostas pelo povo não branco deste país. Temos uma grande população que não se enquadra entre os considerados brancos e que sofrem a discriminação de cor desde o nascimento. Acresce a evidencia de que o Brasil não é um país sem preconceito de raça e de cor, ainda que haja quem goste de se iludir repetindo a grande mentira de que Brasil não tem preconceito de cor. Temos milhões de nuances de cores entre o preto e o branco, para hoje tocar somente nas cores e não nas distintas raças. Mas será ela a maioria dos criminosos deste país? Parece que não, os adolescentes são responsáveis por menos de 10% das infrações registradas, sendo que deste percentual, 73,8% são infrações contra o patrimônio, das quais mais de 50% são meros furtos (sem, portanto, o emprego de violência ou ameaça à pessoa), geralmente de alimentos e coisas de pequeno valor, que para o Direito Penal se enquadrariam nos conceitos de "furto famélico" e "crime de bagatela", impedindo qualquer sanção maior. De acordo com o Promotor de Justiça do Paraná Murillo José Digiácomo, aí situa-se a questão central do absurdo dessa PEC. Passando os olhos em fotos de jovens mortos nas favelas diariamente, o que vemos em nossa TV? Jovens não brancos. Olhando igualmente estudantes das escolas públicas primárias dos grandes centros, mas não só, o que vemos? Estudantes de infinitas cores não brancas. Se observarmos fotos de prisioneiros abarrotados em presídios que só crescem no país e especialmente no Estado de São Paulo, o que vemos? As mesmas cores. Não brancas. Mas, à medida que vamos subindo nas séries escolares vamos constatando um branqueamento das classes de estudantes. Como entender esse fato? - Os brancos vão para escolas melhores que os não brancos. Em igual medida, também nossos times genais de futebol vieram sofrendo certo branqueamento. É só revisarem as fotos de nosso passado futebolístico. O Senador, afinal poderia contribuir com o país se, por exemplo, tivesse formulado uma PEC em direção a qualidade do ensino nas escolas públicas e ao aumento salarial dos professores desde as primeiras séries até a universidade. Teria feito sim um papel digno de senador de um país com professores primários ganhando um pouco a mais de dois salários mínimos por oito horas de trabalho e uma imensa juventude não branca, mas não só, que vai deixando a escola para trabalhar e poder sobreviver em um país com os mais altos impostos e taxas governamentais. Encerro esse artigo lembrando aos leitores que não se trata de uma questão partidária, no sentido eleitoreiro. Ao contrário, trata-se de um questionamento ao racismo e a questão da importância da educação no desenvolvimento humanitário de uma sociedade, no caso, a brasileira. Resquícios do sentimento de escravidão onde o preconceito encarcera jovens de 18 a 29 anos em nossas prisões. A vigilância policial está focada nos jovens negros, especialmente em São Paulo. "Eles são o alvo das prisões e compõem a maior parte da população carcerária", como revela Jacqueline Sinhoretto. E decorrente desse foco, nesse governo estadual, o número de mortos jovens negros prevalece nas periferias e entre moradores de áreas metropolitanas do país. MARIA ÂNGELA D'INCAO, 72, professora do Pós-Graduação em Geografia da UNESP/ Presidente Prudente * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Maria Ângela D'Incao: O silêncio dos bonsComeçamos nosso pequeno artigo com uma passagem de Martin Luther King, o negro que deu sua vida pela a cidadania de seus semelhantes nos Estados Unidos: "O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." A juventude brasileira está em perigo por essa distopia (que significa lugar infeliz, ruim) adotada por maioria de nossos deputados que aprovaram a discussão da proposta da diminuição da idade penal no país, contrariando a própria Constituição Nacional. É vergonhoso o despreparo de políticos que entendem pouco do país a que deveriam servir. E o mais desesperador é que pagam assessores com generosas verbas dispostas pelo povo não branco deste país. Temos uma grande população que não se enquadra entre os considerados brancos e que sofrem a discriminação de cor desde o nascimento. Acresce a evidencia de que o Brasil não é um país sem preconceito de raça e de cor, ainda que haja quem goste de se iludir repetindo a grande mentira de que Brasil não tem preconceito de cor. Temos milhões de nuances de cores entre o preto e o branco, para hoje tocar somente nas cores e não nas distintas raças. Mas será ela a maioria dos criminosos deste país? Parece que não, os adolescentes são responsáveis por menos de 10% das infrações registradas, sendo que deste percentual, 73,8% são infrações contra o patrimônio, das quais mais de 50% são meros furtos (sem, portanto, o emprego de violência ou ameaça à pessoa), geralmente de alimentos e coisas de pequeno valor, que para o Direito Penal se enquadrariam nos conceitos de "furto famélico" e "crime de bagatela", impedindo qualquer sanção maior. De acordo com o Promotor de Justiça do Paraná Murillo José Digiácomo, aí situa-se a questão central do absurdo dessa PEC. Passando os olhos em fotos de jovens mortos nas favelas diariamente, o que vemos em nossa TV? Jovens não brancos. Olhando igualmente estudantes das escolas públicas primárias dos grandes centros, mas não só, o que vemos? Estudantes de infinitas cores não brancas. Se observarmos fotos de prisioneiros abarrotados em presídios que só crescem no país e especialmente no Estado de São Paulo, o que vemos? As mesmas cores. Não brancas. Mas, à medida que vamos subindo nas séries escolares vamos constatando um branqueamento das classes de estudantes. Como entender esse fato? - Os brancos vão para escolas melhores que os não brancos. Em igual medida, também nossos times genais de futebol vieram sofrendo certo branqueamento. É só revisarem as fotos de nosso passado futebolístico. O Senador, afinal poderia contribuir com o país se, por exemplo, tivesse formulado uma PEC em direção a qualidade do ensino nas escolas públicas e ao aumento salarial dos professores desde as primeiras séries até a universidade. Teria feito sim um papel digno de senador de um país com professores primários ganhando um pouco a mais de dois salários mínimos por oito horas de trabalho e uma imensa juventude não branca, mas não só, que vai deixando a escola para trabalhar e poder sobreviver em um país com os mais altos impostos e taxas governamentais. Encerro esse artigo lembrando aos leitores que não se trata de uma questão partidária, no sentido eleitoreiro. Ao contrário, trata-se de um questionamento ao racismo e a questão da importância da educação no desenvolvimento humanitário de uma sociedade, no caso, a brasileira. Resquícios do sentimento de escravidão onde o preconceito encarcera jovens de 18 a 29 anos em nossas prisões. A vigilância policial está focada nos jovens negros, especialmente em São Paulo. "Eles são o alvo das prisões e compõem a maior parte da população carcerária", como revela Jacqueline Sinhoretto. E decorrente desse foco, nesse governo estadual, o número de mortos jovens negros prevalece nas periferias e entre moradores de áreas metropolitanas do país. MARIA ÂNGELA D'INCAO, 72, professora do Pós-Graduação em Geografia da UNESP/ Presidente Prudente * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Carro bate contra poste e deixa três mortos na marginal Tietê, em SP
Três pessoas morreram em um acidente na marginal Tietê, em São Paulo, na madrugada deste sábado (12). Um carro bateu contra um poste na pista local, no sentido da rodovia Castello Branco, no trecho entre as pontes Aricanduva e Tatuapé. O acidente ocorreu por volta das 4h. O motorista do veículo, um Fiat Idea, teria perdido o controle da direção. Ao todo, nove jovens estavam no veículo e iriam para uma festa, segundo a CBN. Um tenente da Polícia Militar afirmou à rádio ser provável que o veículo estivesse "bem acima da velocidade permitida na via". Um dos membros da equipe de socorro disse à Folha, sob condição de anonimato, que o carro deveria estar a pelo menos 150 km/h antes do acidente. "Parecia uma cena de guerra", afirmou. Segundo ele, todos os jovens eram homens e aparentavam sinais de embriaguez. Quatro sobreviventes estavam muito exaltados e chegaram a discutir com a polícia quando ela pediu para ver os documentos, disse. O Corpo de Bombeiros constatou a morte de três pessoas no local. Pelo menos mais quatro ficaram feridas. Um rapaz de 18 anos foi encaminhado, consciente, à Santa Casa, e outro, de 19, com escoriações, ao Hospital Vila Alpina. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) levou outras duas vítimas aos hospitais do Mandaqui e Vereador José Storopolli. Segundo o boletim de ocorrência, cinco pessoas ficaram feridas, sendo que duas recusaram atendimento médico. O caso foi registrado como homicídio culposo. Em entrevista ao telejornal SPTV, Elizabeth Oliveira Santos, a mãe de um dos jovens mortos, disse ter pedido ao filho que não saísse, pois estava chovendo. "Ele falou: 'Mãe, eu não vou no meu carro". Na manhã deste sábado (12), durante evento na zona sul, o prefeito Fernando Haddad (PT) comentou o caso. "A informação que recebi até agora é que (o carro) estava em alta velocidade e que havia nove pessoas dentro de um único carro, que eram jovens voltando de um evento, no início da manhã." Uma das três faixas da pista local deve ser mantida interditada até a tarde deste sábado (12). A Eletropaulo deve concluir a substituição do poste por volta das 15h, de acordo com a CET. VELOCIDADE Em 20 de julho deste ano, as pistas da marginal Tietê, assim como as da Pinheiros, passaram a ter novos limites de velocidade. Na expressa, caiu de 90 km/h para 70 km/h; na central, de 70 km/h para 60 km/h e na local, de 70 km/h para 50 km/h. Segundo a CET, a mudança teve como objetivo aumentar a segurança de tráfego nas duas vias. No ano passado, as marginais concentraram o maior número de acidentes na cidade de São Paulo. De acordo com Haddad, a redução dos limites de velocidade é uma tendência mundial. "O mundo inteiro está seguindo o mesmo caminho, que é o de acalmar o trânsito para que as pessoas cheguem com segurança." No mês passado, um balanço divulgado pela prefeitura apontou que houve queda da quantidade de acidentes após a adoção dos novos limites de velocidade nas marginais. O número de acidentes sem vítimas caiu 20% (de 272 para 217) e o de acidentes com mortos ou feridos caiu 29% (de 110 para 78). A divulgação oficial também apontou redução de 10% dos congestionamentos nas marginais e de 6% na cidade. Infográfico Mapa dos acidentes fatais das marginais Infográfico Acidentes fatais nas marginais por horário
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Carro bate contra poste e deixa três mortos na marginal Tietê, em SPTrês pessoas morreram em um acidente na marginal Tietê, em São Paulo, na madrugada deste sábado (12). Um carro bateu contra um poste na pista local, no sentido da rodovia Castello Branco, no trecho entre as pontes Aricanduva e Tatuapé. O acidente ocorreu por volta das 4h. O motorista do veículo, um Fiat Idea, teria perdido o controle da direção. Ao todo, nove jovens estavam no veículo e iriam para uma festa, segundo a CBN. Um tenente da Polícia Militar afirmou à rádio ser provável que o veículo estivesse "bem acima da velocidade permitida na via". Um dos membros da equipe de socorro disse à Folha, sob condição de anonimato, que o carro deveria estar a pelo menos 150 km/h antes do acidente. "Parecia uma cena de guerra", afirmou. Segundo ele, todos os jovens eram homens e aparentavam sinais de embriaguez. Quatro sobreviventes estavam muito exaltados e chegaram a discutir com a polícia quando ela pediu para ver os documentos, disse. O Corpo de Bombeiros constatou a morte de três pessoas no local. Pelo menos mais quatro ficaram feridas. Um rapaz de 18 anos foi encaminhado, consciente, à Santa Casa, e outro, de 19, com escoriações, ao Hospital Vila Alpina. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) levou outras duas vítimas aos hospitais do Mandaqui e Vereador José Storopolli. Segundo o boletim de ocorrência, cinco pessoas ficaram feridas, sendo que duas recusaram atendimento médico. O caso foi registrado como homicídio culposo. Em entrevista ao telejornal SPTV, Elizabeth Oliveira Santos, a mãe de um dos jovens mortos, disse ter pedido ao filho que não saísse, pois estava chovendo. "Ele falou: 'Mãe, eu não vou no meu carro". Na manhã deste sábado (12), durante evento na zona sul, o prefeito Fernando Haddad (PT) comentou o caso. "A informação que recebi até agora é que (o carro) estava em alta velocidade e que havia nove pessoas dentro de um único carro, que eram jovens voltando de um evento, no início da manhã." Uma das três faixas da pista local deve ser mantida interditada até a tarde deste sábado (12). A Eletropaulo deve concluir a substituição do poste por volta das 15h, de acordo com a CET. VELOCIDADE Em 20 de julho deste ano, as pistas da marginal Tietê, assim como as da Pinheiros, passaram a ter novos limites de velocidade. Na expressa, caiu de 90 km/h para 70 km/h; na central, de 70 km/h para 60 km/h e na local, de 70 km/h para 50 km/h. Segundo a CET, a mudança teve como objetivo aumentar a segurança de tráfego nas duas vias. No ano passado, as marginais concentraram o maior número de acidentes na cidade de São Paulo. De acordo com Haddad, a redução dos limites de velocidade é uma tendência mundial. "O mundo inteiro está seguindo o mesmo caminho, que é o de acalmar o trânsito para que as pessoas cheguem com segurança." No mês passado, um balanço divulgado pela prefeitura apontou que houve queda da quantidade de acidentes após a adoção dos novos limites de velocidade nas marginais. O número de acidentes sem vítimas caiu 20% (de 272 para 217) e o de acidentes com mortos ou feridos caiu 29% (de 110 para 78). A divulgação oficial também apontou redução de 10% dos congestionamentos nas marginais e de 6% na cidade. Infográfico Mapa dos acidentes fatais das marginais Infográfico Acidentes fatais nas marginais por horário
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No Congresso, oposição compara João Santana a Duda Mendonça
O mandado de prisão contra o publicitário João Santana na 23ª fase da Operação Lava Jato, intitulada "Acarajé", gerou reações imediatas e uma série de comparações da oposição no Congresso. Santana comandou a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014. Desde 2006, ele é personagem central da publicidade do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o líder da oposição no Senado, senador José Agripino (DEM-RN), o pedido de prisão de João Santana evidencia uma prática que, segundo ele, se tornou recorrente nas campanhas eleitorais do PT. "O mais importante é registrar o estabelecimento de um hábito que se tornou usual. É uma sequência de marqueteiros, e isso vem desde o Duda Mendonça, que o PT paga da mesma forma, com depósitos no exterior", afirmou. Para ele, a Operação Lava Jato chega agora ao Palácio do Planalto. "Agora, é a campanha da presidente que está sob investigação". Duda Mendonça foi o responsável pela campanha que elegeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela primeira vez, em 2002. Na época do mensalão, ele admitiu que o PT o pagou em contas de fora do Brasil. O líder do DEM na Câmara segue a mesma linha de raciocínio de Agripino, lembra o processo do mensalão, mas acredita que, desta vez, as provas podem levar ao processo de cassação do mandato de Dilma no TSE. "Acredito que essa operação vem confirmar e trazer mais elementos para mostrar que foi usado dinheiro sujo na campanha do PT para reeleger Dilma Rousseff". É o que também diz o líder do PPS na Casa, Rubens Bueno (PR). "Está claro que o esquema de propina do petrolão abasteceu a campanha. Nem o guru da mentira do PT escapou da Lava Jato". O líder do PSDB na Casa, senador Cássio Cunha Lima (PB) afirmou que o pedido de prisão de Santana comprova que houve prática de crime eleitoral com abuso de poder político e econômico na campanha à reeleição de Dilma Rousseff. "Ninguém pede uma prisão sem ter elementos para justificá-la. Este episódio mostra que é necessário a realização de novas eleições. Somente assim a situação do país poderá melhorar", afirmou. As novas investigações da Operação Lava Jato serão incluídas no processo em trâmite no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que pede a cassação de Dilma e do vice-presidente Michel Temer. O processo da oposição, puxado pelo PSDB, imputa nove condutas a Dilma e a Temer para justificar abuso de poder político e econômico na campanha à reeleição em 2014. Entre elas estão o uso da máquina pelo governo, como participação indevida de ministros na campanha, envio de 4,8 milhões de folders pró-Dilma pelos Correios e dificuldades para distribuição de material de campanha de Aécio Neves em Minas Gerais. Outras irregularidades estariam relacionadas a propagandas da Petrobras e da Caixa Econômica Federal, pronunciamentos presidenciais, utilização de programa social para distribuição de um fogão à lenha e doação de uma prótese dentária a uma eleitora que teria participado de propaganda eleitoral de Dilma, entre outros. Batalha no TSE
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No Congresso, oposição compara João Santana a Duda MendonçaO mandado de prisão contra o publicitário João Santana na 23ª fase da Operação Lava Jato, intitulada "Acarajé", gerou reações imediatas e uma série de comparações da oposição no Congresso. Santana comandou a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014. Desde 2006, ele é personagem central da publicidade do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o líder da oposição no Senado, senador José Agripino (DEM-RN), o pedido de prisão de João Santana evidencia uma prática que, segundo ele, se tornou recorrente nas campanhas eleitorais do PT. "O mais importante é registrar o estabelecimento de um hábito que se tornou usual. É uma sequência de marqueteiros, e isso vem desde o Duda Mendonça, que o PT paga da mesma forma, com depósitos no exterior", afirmou. Para ele, a Operação Lava Jato chega agora ao Palácio do Planalto. "Agora, é a campanha da presidente que está sob investigação". Duda Mendonça foi o responsável pela campanha que elegeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela primeira vez, em 2002. Na época do mensalão, ele admitiu que o PT o pagou em contas de fora do Brasil. O líder do DEM na Câmara segue a mesma linha de raciocínio de Agripino, lembra o processo do mensalão, mas acredita que, desta vez, as provas podem levar ao processo de cassação do mandato de Dilma no TSE. "Acredito que essa operação vem confirmar e trazer mais elementos para mostrar que foi usado dinheiro sujo na campanha do PT para reeleger Dilma Rousseff". É o que também diz o líder do PPS na Casa, Rubens Bueno (PR). "Está claro que o esquema de propina do petrolão abasteceu a campanha. Nem o guru da mentira do PT escapou da Lava Jato". O líder do PSDB na Casa, senador Cássio Cunha Lima (PB) afirmou que o pedido de prisão de Santana comprova que houve prática de crime eleitoral com abuso de poder político e econômico na campanha à reeleição de Dilma Rousseff. "Ninguém pede uma prisão sem ter elementos para justificá-la. Este episódio mostra que é necessário a realização de novas eleições. Somente assim a situação do país poderá melhorar", afirmou. As novas investigações da Operação Lava Jato serão incluídas no processo em trâmite no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que pede a cassação de Dilma e do vice-presidente Michel Temer. O processo da oposição, puxado pelo PSDB, imputa nove condutas a Dilma e a Temer para justificar abuso de poder político e econômico na campanha à reeleição em 2014. Entre elas estão o uso da máquina pelo governo, como participação indevida de ministros na campanha, envio de 4,8 milhões de folders pró-Dilma pelos Correios e dificuldades para distribuição de material de campanha de Aécio Neves em Minas Gerais. Outras irregularidades estariam relacionadas a propagandas da Petrobras e da Caixa Econômica Federal, pronunciamentos presidenciais, utilização de programa social para distribuição de um fogão à lenha e doação de uma prótese dentária a uma eleitora que teria participado de propaganda eleitoral de Dilma, entre outros. Batalha no TSE
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A criança de Odessa
Boris Schnaiderman foi uma das pessoas mais adoráveis que já conheci. Era bem humorado, culto, gostava de conversar e de generosamente compartilhar seus conhecimentos. Eu o encontrava nos anos 1970 na casa de Augusto de Campos, com quem colaborava nas belas traduções de poemas russos modernos, feitas em parceria, também, com Haroldo. Nessa época, Boris era casado com a psicanalista Regina Schnaiderman. Depois, a partir dos anos 1990, quando ele já estava casado com a ensaísta e professora de literatura Jerusa Pires Ferreira, comecei a frequentar eventualmente a alegre e receptiva casa deles com minha mulher, Lídia. É claro que nessa época já havia, também, algumas das excepcionais traduções que ele fez dos clássicos escritores russos, notadamente Dostoiévski e Tolstói, de que nós desfrutávamos. Numa dessas visitas, ele nos contou que, aos oito anos, presenciou as filmagens de uma sequência de "O Encouraçado Potemkin" (1925), de Serguei Eisenstein. E justamente aquela mais famosa, feita na escadaria de Odessa, cidade da Ucrânia (na época, parte da União Soviética), onde Boris morava com sua família, num prédio quase em frente à escadaria na qual, além do mais, costumava brincar. E ele ainda se lembrava muito bem daquela cena com as pessoas jogando seus chapéus para cima. Assim que terminou de contar, Lídia e eu imediatamente pensamos que seria interessante ter aquela experiência contada por ele próprio num documentário em forma de entrevista. Foi assim que, em 2003, surgiu "Um Espelho Russo" (disponível aqui ) para o qual Boris, com toda sua rica história pessoal e muitos conhecimentos do cinema russo, contribuiu ainda mais com informações e comentários. Seu pai, além do mais, foi distribuidor de filmes russos depois que sua família se mudou para o Brasil. Nessa entrevista ele nos contou ainda outra coincidência surpreendente: aconteceu que ele, enquanto um jovem pracinha a caminho do embarque das tropas para a Itália, no Rio de Janeiro, passou por uma das filmagens de "It's All True" (É tudo verdade), o filme que Orson Welles estava rodando aqui em 1942. Portanto, de maneira casual e em épocas e países diferentes, ele foi afortunadamente testemunha ocular de dois momentos singulares e grandiosos da história do cinema mundial. Vale acrescentar que Boris participou de "Um Espelho Russo" com muita disposição, paciência e bom humor, e que todos nós da equipe de filmagem o acompanhamos com prazer. E, quanto a mim, também fiquei contente de ter composto a trilha musical –uma das de que mais gosto entre as que já fiz– pensando em algumas ideias presentes nas palavras ditas pelo mestre nesse documentário. Salve! PÉRICLES CAVALCANTI, 68, é compositor e cantor.
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A criança de OdessaBoris Schnaiderman foi uma das pessoas mais adoráveis que já conheci. Era bem humorado, culto, gostava de conversar e de generosamente compartilhar seus conhecimentos. Eu o encontrava nos anos 1970 na casa de Augusto de Campos, com quem colaborava nas belas traduções de poemas russos modernos, feitas em parceria, também, com Haroldo. Nessa época, Boris era casado com a psicanalista Regina Schnaiderman. Depois, a partir dos anos 1990, quando ele já estava casado com a ensaísta e professora de literatura Jerusa Pires Ferreira, comecei a frequentar eventualmente a alegre e receptiva casa deles com minha mulher, Lídia. É claro que nessa época já havia, também, algumas das excepcionais traduções que ele fez dos clássicos escritores russos, notadamente Dostoiévski e Tolstói, de que nós desfrutávamos. Numa dessas visitas, ele nos contou que, aos oito anos, presenciou as filmagens de uma sequência de "O Encouraçado Potemkin" (1925), de Serguei Eisenstein. E justamente aquela mais famosa, feita na escadaria de Odessa, cidade da Ucrânia (na época, parte da União Soviética), onde Boris morava com sua família, num prédio quase em frente à escadaria na qual, além do mais, costumava brincar. E ele ainda se lembrava muito bem daquela cena com as pessoas jogando seus chapéus para cima. Assim que terminou de contar, Lídia e eu imediatamente pensamos que seria interessante ter aquela experiência contada por ele próprio num documentário em forma de entrevista. Foi assim que, em 2003, surgiu "Um Espelho Russo" (disponível aqui ) para o qual Boris, com toda sua rica história pessoal e muitos conhecimentos do cinema russo, contribuiu ainda mais com informações e comentários. Seu pai, além do mais, foi distribuidor de filmes russos depois que sua família se mudou para o Brasil. Nessa entrevista ele nos contou ainda outra coincidência surpreendente: aconteceu que ele, enquanto um jovem pracinha a caminho do embarque das tropas para a Itália, no Rio de Janeiro, passou por uma das filmagens de "It's All True" (É tudo verdade), o filme que Orson Welles estava rodando aqui em 1942. Portanto, de maneira casual e em épocas e países diferentes, ele foi afortunadamente testemunha ocular de dois momentos singulares e grandiosos da história do cinema mundial. Vale acrescentar que Boris participou de "Um Espelho Russo" com muita disposição, paciência e bom humor, e que todos nós da equipe de filmagem o acompanhamos com prazer. E, quanto a mim, também fiquei contente de ter composto a trilha musical –uma das de que mais gosto entre as que já fiz– pensando em algumas ideias presentes nas palavras ditas pelo mestre nesse documentário. Salve! PÉRICLES CAVALCANTI, 68, é compositor e cantor.
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Ansioso, volante Rodrigo Dourado não vê a hora de os Jogos começarem
SÉRGIO RANGEL ENVIADO ESPECIAL A GOIÂNIA O volante Rodrigo Dourado não esconde que está ansioso pela estreia da seleção nos Jogos Olímpicos. Nascido em Pelotas, o jogador deixou cedo a casa, com apenas 12 anos, para treinar e morar no Internacional. Em entrevista à Folha, ele afirma que disputar o torneio olímpico será a realização de "um sonho" e espera se emocionar ouvindo o hino brasileiro no pódio do Maracanã, no dia 20, data da final do futebol. "Será uma emoção única, mal vejo a hora de começar", disse o volante de 22 anos, admirador de Sérgio Busquet, do Barcelona. * Folha - Quem é o seu herói Olímpico? Rodrigo Dourado - Todos os brasileiros medalhistas de ouro. Qual a primeira Olimpíada que você acompanhou? Atenas 2004. Qual o momento olímpico mais emocionante para você? Quando toca o hino do seu país no pódio. Você sonhava com a Olimpíada? É um sonho de qualquer atleta no mundo. Se não fosse jogador, gostaria de jogar a Olimpíada em que esporte? Basquete, talvez. O que tem de especial em Pelotas para a seleção olímpica ter dois jogadores da cidade? Acho que a cidade sempre foi formadora de muitos atletas vitoriosos. Você deixou a casa com 12 anos. Valeu a pena? Valeu demais, faria tudo de novo. Se lembra de uma roubada que você passou neste período longe de casa? Muitas brincadeiras no alojamento, por ser o mais novo na época. Qual o melhor treinador que trabalhou? André Jardine, nas categorias de base. Devo muito a ele. Quem é o seu ídolo no futebol? Zidane. Qual o seu livro preferido? Não sou muito da leitura. Qual o filme preferido? Homens de Honra, filme de 2000, com Cuba Gooding Jr e Robert de Niro, que conta a história do primeiro negro a se tornar um mergulhador na Marinha norte-americana. Qual a maior conquista da sua vida? Me tornar um jogador profissional. Qual o seu objeto de consumo? Carro. O fracasso da seleção na Copa pode pesar na Olimpíada? Espero que seja tudo diferente e que dê tudo certo para os nossos objetivos. Quem é o melhor jogador da sua posição? Tem muitos, mas gosto muito do Sérgio Busquets, do Barcelona. Qual a música preferida? Pagode e Sertanejo. Qual o jogo de vídeo game preferido? Futebol. Já jogou quantas horas seguidas? Duas, no máximo. Qual o lema da sua vida? Fé, trabalho e confiança em mim. Como vai ser a emoção de jogar a Olimpíada no país? Emoção única, mal vejo a hora de começar. Como você se define politicamente? A favor de um Brasil melhor. Você prefere a Dilma ou o Temer? Nenhum. Como você se define em poucas palavras? Uma pessoa feliz com tudo que já conquistei e com muita vontade de buscar muito mais. VEJA OUTRAS ENTREVISTAS Rogério Micale William Zeca Thiago Maia Renato Augusto Luan Garcia Marquinhos * NOME COMPLETO Rodrigo Dourado Cunha NASCIMENTO 17/06/1994, em Pelotas (RS) CLUBE Internacional TÍTULOS Campeonato Gaúcho (2015 e 2016) Recopa Gaúcha (2016) Brasileiros na Rio-2016
esporte
Ansioso, volante Rodrigo Dourado não vê a hora de os Jogos começarem SÉRGIO RANGEL ENVIADO ESPECIAL A GOIÂNIA O volante Rodrigo Dourado não esconde que está ansioso pela estreia da seleção nos Jogos Olímpicos. Nascido em Pelotas, o jogador deixou cedo a casa, com apenas 12 anos, para treinar e morar no Internacional. Em entrevista à Folha, ele afirma que disputar o torneio olímpico será a realização de "um sonho" e espera se emocionar ouvindo o hino brasileiro no pódio do Maracanã, no dia 20, data da final do futebol. "Será uma emoção única, mal vejo a hora de começar", disse o volante de 22 anos, admirador de Sérgio Busquet, do Barcelona. * Folha - Quem é o seu herói Olímpico? Rodrigo Dourado - Todos os brasileiros medalhistas de ouro. Qual a primeira Olimpíada que você acompanhou? Atenas 2004. Qual o momento olímpico mais emocionante para você? Quando toca o hino do seu país no pódio. Você sonhava com a Olimpíada? É um sonho de qualquer atleta no mundo. Se não fosse jogador, gostaria de jogar a Olimpíada em que esporte? Basquete, talvez. O que tem de especial em Pelotas para a seleção olímpica ter dois jogadores da cidade? Acho que a cidade sempre foi formadora de muitos atletas vitoriosos. Você deixou a casa com 12 anos. Valeu a pena? Valeu demais, faria tudo de novo. Se lembra de uma roubada que você passou neste período longe de casa? Muitas brincadeiras no alojamento, por ser o mais novo na época. Qual o melhor treinador que trabalhou? André Jardine, nas categorias de base. Devo muito a ele. Quem é o seu ídolo no futebol? Zidane. Qual o seu livro preferido? Não sou muito da leitura. Qual o filme preferido? Homens de Honra, filme de 2000, com Cuba Gooding Jr e Robert de Niro, que conta a história do primeiro negro a se tornar um mergulhador na Marinha norte-americana. Qual a maior conquista da sua vida? Me tornar um jogador profissional. Qual o seu objeto de consumo? Carro. O fracasso da seleção na Copa pode pesar na Olimpíada? Espero que seja tudo diferente e que dê tudo certo para os nossos objetivos. Quem é o melhor jogador da sua posição? Tem muitos, mas gosto muito do Sérgio Busquets, do Barcelona. Qual a música preferida? Pagode e Sertanejo. Qual o jogo de vídeo game preferido? Futebol. Já jogou quantas horas seguidas? Duas, no máximo. Qual o lema da sua vida? Fé, trabalho e confiança em mim. Como vai ser a emoção de jogar a Olimpíada no país? Emoção única, mal vejo a hora de começar. Como você se define politicamente? A favor de um Brasil melhor. Você prefere a Dilma ou o Temer? Nenhum. Como você se define em poucas palavras? Uma pessoa feliz com tudo que já conquistei e com muita vontade de buscar muito mais. VEJA OUTRAS ENTREVISTAS Rogério Micale William Zeca Thiago Maia Renato Augusto Luan Garcia Marquinhos * NOME COMPLETO Rodrigo Dourado Cunha NASCIMENTO 17/06/1994, em Pelotas (RS) CLUBE Internacional TÍTULOS Campeonato Gaúcho (2015 e 2016) Recopa Gaúcha (2016) Brasileiros na Rio-2016
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Médico comenta sobre a polêmica da eficácia das terapias alternativas
Em relação à polêmica sobre o artigo A cura pela expectativa ("Ilustríssima", 17/5), de Hélio Schwartsman, concordo com tudo o que ele escreveu, mas tenho a mente aberta às discordâncias. Só que, até agora, ninguém que defende práticas alternativas apresenta argumentação e estudos que demonstrem a eficácia dessas terapias, limitando-se a atacar o autor do texto. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Médico comenta sobre a polêmica da eficácia das terapias alternativasEm relação à polêmica sobre o artigo A cura pela expectativa ("Ilustríssima", 17/5), de Hélio Schwartsman, concordo com tudo o que ele escreveu, mas tenho a mente aberta às discordâncias. Só que, até agora, ninguém que defende práticas alternativas apresenta argumentação e estudos que demonstrem a eficácia dessas terapias, limitando-se a atacar o autor do texto. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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São Paulo põe à prova força do ataque e bom momento da zaga
Se a receita para avançar em uma competição no formato mata-mata é marcar gols e não sofrer fora de casa, o São Paulo tem todas as chances para superar o Defensa y Justicia, pela Copa Sul-Americana, nesta quarta-feira (5), às 19h30. O ataque são-paulino já marcou 15 gols fora de casa nos nove jogos que disputou na atual temporada. A defesa vive o melhor momento no ano, após sofrer várias críticas. Nos dois últimos confrontos –São Bernardo e Linense, a defesa passou ilesa. Foi a primeira vez no ano que isso aconteceu. Até então, o time tinha levado gols em todos os outros jogos oficiais. "Ainda bem que a gente entrou neste mês sem tomar gol. É um mês importante para as pretensões do clube. E esse equilíbrio estamos procurando desde o início da temporada. A margem de erro é zero agora", afirmou Cícero. Lesionado, o volante desfalcará a equipe na Argentina. Rogério Ceni também não terá Bruno, Edimar, Cueva e Lucas Fernandes também no departamento médico. Lugano e Wesley estão suspensos. Apesar da cautela são-paulina, o time argentino não assusta. Pelo campeonato nacional, a equipe de Florencio Varela, província de Buenos Aires, marcou 13 gols em 17 jogos. É o 22º colocado.
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São Paulo põe à prova força do ataque e bom momento da zagaSe a receita para avançar em uma competição no formato mata-mata é marcar gols e não sofrer fora de casa, o São Paulo tem todas as chances para superar o Defensa y Justicia, pela Copa Sul-Americana, nesta quarta-feira (5), às 19h30. O ataque são-paulino já marcou 15 gols fora de casa nos nove jogos que disputou na atual temporada. A defesa vive o melhor momento no ano, após sofrer várias críticas. Nos dois últimos confrontos –São Bernardo e Linense, a defesa passou ilesa. Foi a primeira vez no ano que isso aconteceu. Até então, o time tinha levado gols em todos os outros jogos oficiais. "Ainda bem que a gente entrou neste mês sem tomar gol. É um mês importante para as pretensões do clube. E esse equilíbrio estamos procurando desde o início da temporada. A margem de erro é zero agora", afirmou Cícero. Lesionado, o volante desfalcará a equipe na Argentina. Rogério Ceni também não terá Bruno, Edimar, Cueva e Lucas Fernandes também no departamento médico. Lugano e Wesley estão suspensos. Apesar da cautela são-paulina, o time argentino não assusta. Pelo campeonato nacional, a equipe de Florencio Varela, província de Buenos Aires, marcou 13 gols em 17 jogos. É o 22º colocado.
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Desde o fim da era de ouro da seleção espanhola, times do país ganham tudo
Entre 2008 e 2012, a seleção espanhola de futebol foi uma unanimidade no esporte. Ganhou tudo que disputou e virou um espelho mundial no estilo de jogo demonstrado em campo. A partir de 2013, porém, a equipe comandada por Del Bosque foi de mal a pior. Na Copa das Confederações perdeu a final para o Brasil por 3 a 0. Na Copa do Mundo de 2014 teve a pior campanha da história de um recém campeão do torneio. Perdeu dois jogos, ganhou um e foi eliminado ainda na segunda rodada da primeira fase. Diante do cenário desfavorável imaginou-se que o futebol espanhol perderia sua hegemonia no cenário mundial. Ledo engano. Dos seis campeonatos disputados nos últimos três anos, os clubes da Espanha ganharam tudo no continente europeu. Das seis competições disputadas desde 2014, as equipes faturaram todos os grandes títulos possíveis. Real Madrid e Barcelona faturaram a Liga dos Campeões em 2014 e 2015, respectivamente. Já o Sevilla ganhou por três anos seguidos a Liga Europa (2014, 2015 e 2016). Real e Atlético de Madri ainda podem levantar o trofeu da Liga dos Campeões no dia 28 de maio. É verdade que boa parte dos jogadores que fizeram ou fazem parte dos elencos não são da Espanha. O Real Madrid de 2014, por exemplo, tinha apenas três jogadores do país (Casillas, Carvajal e Sergio Ramos). A maior estrela daquela conquista foi o português Cristiano Ronaldo, que segue como o principal jogador da equipe. No Barcelona de 2015, o trio que levou a equipe catalã ao título era composto por Messi, Suárez e Neymar. Um ataque 100% sul-americano. No Sevilla a história não é diferente. Dos 11 que foram a campo na quarta-feira (18), contra o Liverpool, apenas quatro são da Espanha (Soria, Escudero Coke e Vitolo). Curiosamente, durante a ascensão da seleção, os clubes não tiveram desempenho tão louvável quanto agora. Os espanhóis foram eliminadas de oito competições europeias e ganharam quatro títulos. O Atlético de Madri ganhou duas vezes a Liga Europa (2010 e 2012) e o Barcelona faturou duas taças da Liga dos Campeões (2009 e 2011). Muitos creditaram a queda de rendimento da seleção da Espanha justamente pela rixa criada entre os jogadores das equipes mais potentes do país. Meses depois da eliminação da Espanha na Copa de 2014, o técnico Del Bosque fez questão de desmentir qualquer tipo de desavença entre os convocados. "O treinador deve tentar administrar os aspectos técnicos e humanos de um elenco. No que diz respeito às ligações pessoais, não tivemos nenhum problema", disse. "Em um período em que Barcelona e Real Madrid competiam muito, tivemos uma experiência desse tipo, mas hoje é apenas uma memória ruim. Recentemente, não tivemos nenhum problema no vestiário", completou. Outro fato que não ocorreu com os clubes da Espanha durante esses anos de hegemonia da seleção foi a dobradinha (ganhar a Liga Europa e o Liga dos Campeões na mesma temporada). Depois do descenso espanhol, são três dobradinhas seguidas. Com as taças conquistadas pelo Sevilla, a Espanha passou a ser o país com mais títulos no segundo torneio continental mais importante da Europa (10 contra 9 dos italianos) Os trofeus dos madrilenhos e dos catalães também ajudaram a alavancar o país no ranking por país na competição europeia de maior relevância. Agora os espanhóis somam 15 conquistas e a Itália 12.
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Desde o fim da era de ouro da seleção espanhola, times do país ganham tudoEntre 2008 e 2012, a seleção espanhola de futebol foi uma unanimidade no esporte. Ganhou tudo que disputou e virou um espelho mundial no estilo de jogo demonstrado em campo. A partir de 2013, porém, a equipe comandada por Del Bosque foi de mal a pior. Na Copa das Confederações perdeu a final para o Brasil por 3 a 0. Na Copa do Mundo de 2014 teve a pior campanha da história de um recém campeão do torneio. Perdeu dois jogos, ganhou um e foi eliminado ainda na segunda rodada da primeira fase. Diante do cenário desfavorável imaginou-se que o futebol espanhol perderia sua hegemonia no cenário mundial. Ledo engano. Dos seis campeonatos disputados nos últimos três anos, os clubes da Espanha ganharam tudo no continente europeu. Das seis competições disputadas desde 2014, as equipes faturaram todos os grandes títulos possíveis. Real Madrid e Barcelona faturaram a Liga dos Campeões em 2014 e 2015, respectivamente. Já o Sevilla ganhou por três anos seguidos a Liga Europa (2014, 2015 e 2016). Real e Atlético de Madri ainda podem levantar o trofeu da Liga dos Campeões no dia 28 de maio. É verdade que boa parte dos jogadores que fizeram ou fazem parte dos elencos não são da Espanha. O Real Madrid de 2014, por exemplo, tinha apenas três jogadores do país (Casillas, Carvajal e Sergio Ramos). A maior estrela daquela conquista foi o português Cristiano Ronaldo, que segue como o principal jogador da equipe. No Barcelona de 2015, o trio que levou a equipe catalã ao título era composto por Messi, Suárez e Neymar. Um ataque 100% sul-americano. No Sevilla a história não é diferente. Dos 11 que foram a campo na quarta-feira (18), contra o Liverpool, apenas quatro são da Espanha (Soria, Escudero Coke e Vitolo). Curiosamente, durante a ascensão da seleção, os clubes não tiveram desempenho tão louvável quanto agora. Os espanhóis foram eliminadas de oito competições europeias e ganharam quatro títulos. O Atlético de Madri ganhou duas vezes a Liga Europa (2010 e 2012) e o Barcelona faturou duas taças da Liga dos Campeões (2009 e 2011). Muitos creditaram a queda de rendimento da seleção da Espanha justamente pela rixa criada entre os jogadores das equipes mais potentes do país. Meses depois da eliminação da Espanha na Copa de 2014, o técnico Del Bosque fez questão de desmentir qualquer tipo de desavença entre os convocados. "O treinador deve tentar administrar os aspectos técnicos e humanos de um elenco. No que diz respeito às ligações pessoais, não tivemos nenhum problema", disse. "Em um período em que Barcelona e Real Madrid competiam muito, tivemos uma experiência desse tipo, mas hoje é apenas uma memória ruim. Recentemente, não tivemos nenhum problema no vestiário", completou. Outro fato que não ocorreu com os clubes da Espanha durante esses anos de hegemonia da seleção foi a dobradinha (ganhar a Liga Europa e o Liga dos Campeões na mesma temporada). Depois do descenso espanhol, são três dobradinhas seguidas. Com as taças conquistadas pelo Sevilla, a Espanha passou a ser o país com mais títulos no segundo torneio continental mais importante da Europa (10 contra 9 dos italianos) Os trofeus dos madrilenhos e dos catalães também ajudaram a alavancar o país no ranking por país na competição europeia de maior relevância. Agora os espanhóis somam 15 conquistas e a Itália 12.
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Sambistas lamentam morte de Almir Guineto; veja repercussão
Sambistas lamentaram a morte de Almir Guineto, nesta sexta (5) em decorrência de problemas renais crônicos e diabetes. "É uma perda irreparável. A gente sabe o que o Almir significa para o samba. A importância dele nisso tudo. O mundo do samba vai sentir esta perda" disse à Folha o sambista Ubirany, que no final da década de 1970 fundou o grupo Fundo de Quintal ao lado de Almir. Ubirany chegou a visitar o amigo no hospital, onde estava internado desde março. "A verdade é que ele descansou, estava sofrendo muito". Ubirany relembra que, antes dos problemas de saúde, Almir estava em plena atividade: "A coisa que ele mais adorava era o palco". Ubirany continua com o Fundo de Quintal; Almir deixou o grupo nos anos 1980 e seguiu carreira solo. "Todo o tempo mantivemos contato e gravamos músicas dele. Tínhamos a mesma ideologia musical. Ele deixou muita coisa bonita para a gente cantar. A obra fica, a vida segue e ele ficará feliz de nos ver seguindo em frente." O próximo show do Fundo de Quintal está agendado para este sábado (6). * Zeca Pagodinho "Está passando um filme na minha cabeça. Ele era um mestre, uma entidade. Aprendi muito observando o que ele fazia. Comecei a minha carreira agarrado na bainha dele. Quando fui para São Paulo, ele me acolheu. Fizemos muita música juntos, andamos muito por aí." O sambista confirma que os últimos meses foram difíceis para Almir. "Ninguém gosta de ver amigo sofrer. A gente é egoísta de não querer perder a pessoa, mas ele estava sofrendo", conclui. "Lama nas Ruas", música que Zeca escreveu com Almir, ainda faz parte de seu repertório. "Não sou fã de homenagens. A dedicação à nossa amizade foi muito grande, farei minhas homenagens em orações." * Paula Lima "Obrigada pelos versos, pela poesia, por compartilhar seu samba e magia com a gente. Obrigada pela presença e existência! Muito amor e respeito máximo! Leve esse suingue todo lá pra cima! Descanse em paz grande e querido mestre", escreveu a cantora em uma rede social. * OUÇA MÚSICAS DE ALMIR GUINETO: Ouça no deezer
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Sambistas lamentam morte de Almir Guineto; veja repercussãoSambistas lamentaram a morte de Almir Guineto, nesta sexta (5) em decorrência de problemas renais crônicos e diabetes. "É uma perda irreparável. A gente sabe o que o Almir significa para o samba. A importância dele nisso tudo. O mundo do samba vai sentir esta perda" disse à Folha o sambista Ubirany, que no final da década de 1970 fundou o grupo Fundo de Quintal ao lado de Almir. Ubirany chegou a visitar o amigo no hospital, onde estava internado desde março. "A verdade é que ele descansou, estava sofrendo muito". Ubirany relembra que, antes dos problemas de saúde, Almir estava em plena atividade: "A coisa que ele mais adorava era o palco". Ubirany continua com o Fundo de Quintal; Almir deixou o grupo nos anos 1980 e seguiu carreira solo. "Todo o tempo mantivemos contato e gravamos músicas dele. Tínhamos a mesma ideologia musical. Ele deixou muita coisa bonita para a gente cantar. A obra fica, a vida segue e ele ficará feliz de nos ver seguindo em frente." O próximo show do Fundo de Quintal está agendado para este sábado (6). * Zeca Pagodinho "Está passando um filme na minha cabeça. Ele era um mestre, uma entidade. Aprendi muito observando o que ele fazia. Comecei a minha carreira agarrado na bainha dele. Quando fui para São Paulo, ele me acolheu. Fizemos muita música juntos, andamos muito por aí." O sambista confirma que os últimos meses foram difíceis para Almir. "Ninguém gosta de ver amigo sofrer. A gente é egoísta de não querer perder a pessoa, mas ele estava sofrendo", conclui. "Lama nas Ruas", música que Zeca escreveu com Almir, ainda faz parte de seu repertório. "Não sou fã de homenagens. A dedicação à nossa amizade foi muito grande, farei minhas homenagens em orações." * Paula Lima "Obrigada pelos versos, pela poesia, por compartilhar seu samba e magia com a gente. Obrigada pela presença e existência! Muito amor e respeito máximo! Leve esse suingue todo lá pra cima! Descanse em paz grande e querido mestre", escreveu a cantora em uma rede social. * OUÇA MÚSICAS DE ALMIR GUINETO: Ouça no deezer
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Governo britânico apresenta demandas para permanecer na UE
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, apresentou nesta terça-feira (10) uma série de demandas para evitar a saída do Reino Unido do bloco da União Europeia. Ele promete um plebiscito até 2017 para a população decidir sobre o tema. Cameron enviou uma carta ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, com as reivindicações. São elas: mesmas condições econômicas aos países que não integram a zona do euro (como é o caso do Reino Unido, que usa moeda própria, a libra esterlina), fortalecimento de competitividade de negócios dentro do bloco, exclusão do Reino Unido de medidas que aumentam integração política (na prática, menos autonomia ao Parlamento Europeu e mais ao Parlamento de Londres) e liberdade para o governo britânico impor limites no seu território ao livre trânsito de cidadãos da UE. "O que estou pedindo é o necessário para resolver os problemas da relação britânica com a União Europeia", declarou o premiê. Seu gesto é o primeiro passo oficial para obter esses compromissos das principais lideranças do bloco em troca de evitar a saída do Reino Unido. Por meio de sua conta no Twitter, Donald Tusk confirmou o recebimento da carta e afirmou que começará a discuti-la com os membros da UE a partir da próxima semana. A chanceler alemã, Angela Merkel, já declarou que vai trabalhar pela permanência do país no bloco, mas espera-se dela que não ceda tão fácil às reivindicações de Cameron, sobretudo em relação a mudanças no livre trânsito dos cidadãos, um dos princípios de criação da UE. A chamada "renegociação" de permanência do Reino Unido é uma antiga bandeira política do primeiro-ministro e fez parte de sua promessa da campanha que o reelegeu em maio. Pessoalmente, o premiê não transparece ser favorável à saída da União Europeia, mas tem sido pressionado por setores do país, sobretudo do seu partido, Conservador, a cobrar mais autonomia. As pesquisas apontam que, por enquanto, a maioria da população é contra deixar a UE. Cameron tenta, no entanto, usar a possibilidade de uma votação popular aprovar o rompimento com o bloco como moeda de negociação com as outras lideranças - ou seja, atendidas às reivindicações, esse risco seria cada vez menor. Das demandas, a mais delicada diz respeito ao limites do livre trânsito dos europeus. O governo britânico argumenta que seu território virou alvo preferido de cidadãos de países da UE economicamente mais frágeis e que buscam migrar em busca de benefícios públicos concedidos pelo Reino Unido. "Temos que ser capazes de lidar com todas as pressões que o livre movimento podem trazer em nossas escolas, hospitais e serviços públicos", afirmou Cameron nesta terça. O premiê alega que o cenário britânico migratório "não é sustentável" e afirmou que pretende tomar medidas que restrinjam o uso de benefícios sociais por novos imigrantes que chegam de dentro da UE. Uma delas é impor que um cidadão europeu tenha que viver e contribuir com impostos no Reino Unido por quatro anos antes de solicitar algum tipo de ajuda do governo, como auxílio-moradia. Outro ponto polêmico é a crítica que Cameron faz ao tratamento, segundo ele, desigual aos países que não integram a zona do euro (ao todo, 19 dos 28 membros da UE usam a moeda única). "Não deve haver discriminação e desvantagem para qualquer tipo de negócio por causa da moeda de um país. A integridade do mercado único (da UE) deve ser protegida", disse o premiê.
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Governo britânico apresenta demandas para permanecer na UEO primeiro-ministro britânico, David Cameron, apresentou nesta terça-feira (10) uma série de demandas para evitar a saída do Reino Unido do bloco da União Europeia. Ele promete um plebiscito até 2017 para a população decidir sobre o tema. Cameron enviou uma carta ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, com as reivindicações. São elas: mesmas condições econômicas aos países que não integram a zona do euro (como é o caso do Reino Unido, que usa moeda própria, a libra esterlina), fortalecimento de competitividade de negócios dentro do bloco, exclusão do Reino Unido de medidas que aumentam integração política (na prática, menos autonomia ao Parlamento Europeu e mais ao Parlamento de Londres) e liberdade para o governo britânico impor limites no seu território ao livre trânsito de cidadãos da UE. "O que estou pedindo é o necessário para resolver os problemas da relação britânica com a União Europeia", declarou o premiê. Seu gesto é o primeiro passo oficial para obter esses compromissos das principais lideranças do bloco em troca de evitar a saída do Reino Unido. Por meio de sua conta no Twitter, Donald Tusk confirmou o recebimento da carta e afirmou que começará a discuti-la com os membros da UE a partir da próxima semana. A chanceler alemã, Angela Merkel, já declarou que vai trabalhar pela permanência do país no bloco, mas espera-se dela que não ceda tão fácil às reivindicações de Cameron, sobretudo em relação a mudanças no livre trânsito dos cidadãos, um dos princípios de criação da UE. A chamada "renegociação" de permanência do Reino Unido é uma antiga bandeira política do primeiro-ministro e fez parte de sua promessa da campanha que o reelegeu em maio. Pessoalmente, o premiê não transparece ser favorável à saída da União Europeia, mas tem sido pressionado por setores do país, sobretudo do seu partido, Conservador, a cobrar mais autonomia. As pesquisas apontam que, por enquanto, a maioria da população é contra deixar a UE. Cameron tenta, no entanto, usar a possibilidade de uma votação popular aprovar o rompimento com o bloco como moeda de negociação com as outras lideranças - ou seja, atendidas às reivindicações, esse risco seria cada vez menor. Das demandas, a mais delicada diz respeito ao limites do livre trânsito dos europeus. O governo britânico argumenta que seu território virou alvo preferido de cidadãos de países da UE economicamente mais frágeis e que buscam migrar em busca de benefícios públicos concedidos pelo Reino Unido. "Temos que ser capazes de lidar com todas as pressões que o livre movimento podem trazer em nossas escolas, hospitais e serviços públicos", afirmou Cameron nesta terça. O premiê alega que o cenário britânico migratório "não é sustentável" e afirmou que pretende tomar medidas que restrinjam o uso de benefícios sociais por novos imigrantes que chegam de dentro da UE. Uma delas é impor que um cidadão europeu tenha que viver e contribuir com impostos no Reino Unido por quatro anos antes de solicitar algum tipo de ajuda do governo, como auxílio-moradia. Outro ponto polêmico é a crítica que Cameron faz ao tratamento, segundo ele, desigual aos países que não integram a zona do euro (ao todo, 19 dos 28 membros da UE usam a moeda única). "Não deve haver discriminação e desvantagem para qualquer tipo de negócio por causa da moeda de um país. A integridade do mercado único (da UE) deve ser protegida", disse o premiê.
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Tabus petrolíferos
Preferências ideológicas costumam ser imunes à realidade, mas a cada dia se torna mais difícil para o governo Dilma Rousseff (PT) ignorar as consequências dos erros cometidos nas regras fixadas para a exploração do petróleo no país. Com a vertiginosa queda de 70% nos preços do produto desde o ano passado e o colapso da capacidade financeira da Petrobras, não se consegue mais disfarçar que é insustentável o modelo concebido no final da década passada para a exploração das riquezas descobertas na camada do pré-sal. Não espanta, portanto, que ganhe força o projeto de lei 131/2015, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), que elimina a obrigatoriedade de a estatal petrolífera ser operadora única e detentora de pelo menos 30% de participação em todos os campos. Ampara o texto a constatação singela de que a empresa não dispõe de dinheiro para honrar essas exigências –como já indicou seu próprio presidente, Aldemir Bendine, ao tratar da presença em leilões de novas áreas de exploração. Não faz sentido continuar a comprometer a extração do petróleo e a atividade econômica nos muitos municípios que a ela se acoplam em nome de um pretenso interesse nacional, atualmente mais aviltado que protegido. Um número crescente de prefeitos dessas regiões defendem que se abra a exploração para outras empresas. Precisam, afinal, trazer empregos e renda para suas cidades, que estão à míngua, como os investimentos da Petrobras. Também indicaram apoio à proposta nomes como o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), ambos do PMDB. Do Planalto, os sinais ainda não são claros, mas ao menos inexiste rejeição explícita. A proposição oferece salvaguardas para amortecer eventuais pruridos estatistas. Estará garantida, por exemplo, a preferência da Petrobras nas licitações dos campos definidos pelo Conselho Nacional de Política Energética, presidido pelo ministro de Minas e Energia. Nada haveria de absurdo em definir simplesmente que os leilões sejam vencidos por quem der a melhor oferta. Permanecerá prerrogativa do governo, afinal, licitar os campos e determinar obrigações e investimentos. Seria oportuno, ademais, examinar mais detidamente a eficácia da política de conteúdo nacional e a possibilidade de que os campos do pré-sal sejam licitados no regime de concessão, em que o vencedor dos certames é dono da produção, pagando royalties ao erário. O que o país precisa, basicamente, é extrair o máximo de petróleo ao menor custo possível. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Tabus petrolíferosPreferências ideológicas costumam ser imunes à realidade, mas a cada dia se torna mais difícil para o governo Dilma Rousseff (PT) ignorar as consequências dos erros cometidos nas regras fixadas para a exploração do petróleo no país. Com a vertiginosa queda de 70% nos preços do produto desde o ano passado e o colapso da capacidade financeira da Petrobras, não se consegue mais disfarçar que é insustentável o modelo concebido no final da década passada para a exploração das riquezas descobertas na camada do pré-sal. Não espanta, portanto, que ganhe força o projeto de lei 131/2015, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), que elimina a obrigatoriedade de a estatal petrolífera ser operadora única e detentora de pelo menos 30% de participação em todos os campos. Ampara o texto a constatação singela de que a empresa não dispõe de dinheiro para honrar essas exigências –como já indicou seu próprio presidente, Aldemir Bendine, ao tratar da presença em leilões de novas áreas de exploração. Não faz sentido continuar a comprometer a extração do petróleo e a atividade econômica nos muitos municípios que a ela se acoplam em nome de um pretenso interesse nacional, atualmente mais aviltado que protegido. Um número crescente de prefeitos dessas regiões defendem que se abra a exploração para outras empresas. Precisam, afinal, trazer empregos e renda para suas cidades, que estão à míngua, como os investimentos da Petrobras. Também indicaram apoio à proposta nomes como o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), ambos do PMDB. Do Planalto, os sinais ainda não são claros, mas ao menos inexiste rejeição explícita. A proposição oferece salvaguardas para amortecer eventuais pruridos estatistas. Estará garantida, por exemplo, a preferência da Petrobras nas licitações dos campos definidos pelo Conselho Nacional de Política Energética, presidido pelo ministro de Minas e Energia. Nada haveria de absurdo em definir simplesmente que os leilões sejam vencidos por quem der a melhor oferta. Permanecerá prerrogativa do governo, afinal, licitar os campos e determinar obrigações e investimentos. Seria oportuno, ademais, examinar mais detidamente a eficácia da política de conteúdo nacional e a possibilidade de que os campos do pré-sal sejam licitados no regime de concessão, em que o vencedor dos certames é dono da produção, pagando royalties ao erário. O que o país precisa, basicamente, é extrair o máximo de petróleo ao menor custo possível. editoriais@grupofolha.com.br
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Ferido em atentado de Bruxelas diz que Bélgica precisa ajudar vítimas
Um antigo jogador de basquete que sofreu sérios ferimentos no atentado suicida contra o aeroporto de Bruxelas no ano passado está instando o governo da Bélgica a cumprir sua promessa de ajudar as vítimas do ataque. "Estou realmente perplexo com a demora, especialmente diante das promessas que foram feitas" logo depois dos atentados de 22 de março do ano passado contra o aeroporto e uma estação de metrô em Bruxelas, que causaram 32 mortes, disse Sebastien Bellin na quinta-feira. "Os cidadãos belgas pagam impostos incríveis porque querem receber serviços de saúde incríveis... mas estamos pagando há anos e anos e, quando enfim precisamos deles, os serviços não existem". Bellin, que sofreu ferimentos severos nas pernas e na bacia, ainda está com a perna esquerda engessada, e manca ao caminhar. Bellin, 38, morador de Battle Creek, Michigan, foi tema de uma das fotos mais emblemáticas dos atentados: ele aparece caído no chão do terminal de embarque do aeroporto de Bruxelas, ensanguentado. Mais de 300 pessoas ficaram feridas nos atentados em Bruxelas, mas cerca de 900 pessoas afirmam terem sido vítimas diretas ou indiretas do ataque e buscam indenização, dizem representantes da Justiça belga. Bellin, que no passado jogou basquete pela Universidade Oakland, no Michigan, e integrou a seleção nacional da Bélgica, disse que havia conversado sobre suas preocupações recentemente com o primeiro-ministro belga Charles Michel. Uma nova lei foi aprovada rapidamente depois dos ataques mas ainda não entrou em vigor, e por isso apenas algumas vítimas, em geral cônjuges de pessoas mortas no ataque, tiveram direito a uma indenização de cinco mil euros (US$ 5,4 mil), nos termos da lei precedente, até o momento. Os feridos, enquanto tentam se recuperar, precisam em alguns casos enfrentar batalhas adicionais quanto ao pagamento de seguros e para manter suas famílias e negócios. Bellin quer conscientizar o público sofre as vítimas que sofrem em silêncio. "Chega de falatório. Agora é hora de fazer algo concreto", disse o antigo jogador, de 2,05 metros de altura, em um ginásio em Aalst, perto de Bruxelas, onde ele costumava jogar no passado. "Um ano é muito tempo para passar na espera". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Ferido em atentado de Bruxelas diz que Bélgica precisa ajudar vítimasUm antigo jogador de basquete que sofreu sérios ferimentos no atentado suicida contra o aeroporto de Bruxelas no ano passado está instando o governo da Bélgica a cumprir sua promessa de ajudar as vítimas do ataque. "Estou realmente perplexo com a demora, especialmente diante das promessas que foram feitas" logo depois dos atentados de 22 de março do ano passado contra o aeroporto e uma estação de metrô em Bruxelas, que causaram 32 mortes, disse Sebastien Bellin na quinta-feira. "Os cidadãos belgas pagam impostos incríveis porque querem receber serviços de saúde incríveis... mas estamos pagando há anos e anos e, quando enfim precisamos deles, os serviços não existem". Bellin, que sofreu ferimentos severos nas pernas e na bacia, ainda está com a perna esquerda engessada, e manca ao caminhar. Bellin, 38, morador de Battle Creek, Michigan, foi tema de uma das fotos mais emblemáticas dos atentados: ele aparece caído no chão do terminal de embarque do aeroporto de Bruxelas, ensanguentado. Mais de 300 pessoas ficaram feridas nos atentados em Bruxelas, mas cerca de 900 pessoas afirmam terem sido vítimas diretas ou indiretas do ataque e buscam indenização, dizem representantes da Justiça belga. Bellin, que no passado jogou basquete pela Universidade Oakland, no Michigan, e integrou a seleção nacional da Bélgica, disse que havia conversado sobre suas preocupações recentemente com o primeiro-ministro belga Charles Michel. Uma nova lei foi aprovada rapidamente depois dos ataques mas ainda não entrou em vigor, e por isso apenas algumas vítimas, em geral cônjuges de pessoas mortas no ataque, tiveram direito a uma indenização de cinco mil euros (US$ 5,4 mil), nos termos da lei precedente, até o momento. Os feridos, enquanto tentam se recuperar, precisam em alguns casos enfrentar batalhas adicionais quanto ao pagamento de seguros e para manter suas famílias e negócios. Bellin quer conscientizar o público sofre as vítimas que sofrem em silêncio. "Chega de falatório. Agora é hora de fazer algo concreto", disse o antigo jogador, de 2,05 metros de altura, em um ginásio em Aalst, perto de Bruxelas, onde ele costumava jogar no passado. "Um ano é muito tempo para passar na espera". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Corte esperado na meta de superavit leva Bolsa ao menor nível desde março
O principal índice da Bolsa brasileira fechou esta quarta-feira (22) em queda, influenciado pela notícia sobre a decisão da presidente Dilma Rousseff (PT) de reduzir a meta fiscal de 2015 e fazer um novo corte provisório de gastos no Orçamento da União para melhorar o desempenho das contas públicas. Segundo a Folha apurou, o número que estava sendo fechado nesta terça-feira (21) à noite pode reduzir o superavit primário de 1,1% para 0,15% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015. O Ibovespa teve desvalorização de 1,08%, para 50.915 pontos –a menor pontuação desde 27 de março, quando estava em 50.094 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,508 bilhões –abaixo da média diária do ano, de R$ 6,725 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa. O economista-chefe da gestora Invx Global Eduardo Velho disse que o mercado já esperava uma mudança na meta, mas a magnitude superou as projeções. "O governo vai tentar mostrar que a revisão ocorreu em razão da queda da arrecadação e não de aumento de gastos, mas a redução foi muito forte", afirmou. "É um sinal de que o governo está com dificuldade de fazer cortes suficientes para manter a meta", acrescentou. O espaço para cortar gastos, disse Velho, continuará limitado, ainda mais com o Congresso dividido nas votações de temas de ajuste fiscal. O executivo da equipe de análises da Um Investimentos Linican Monteiro afirmou que, com a expectativa em torno do corte da meta de superavit primário, "os investidores começam a exigir um aumento de juros pagos pelos títulos emitidos por empresas. Isso eleva o custo de capital das companhias e penaliza aquelas com papéis listados em Bolsa." O principal impacto, segundo Monteiro, é sobre as estatais como Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil. "O mercado também foi afetado pelo exterior pesado, após a divulgação de balanços ruins de IBM, Yahoo e Apple, que ficaram abaixo das expectativas de analistas", completou o executivo. As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, caíram 3,81%, para R$ 10,36 cada uma. Já as ordinárias, com direito a voto, cederam 3,97%, a R$ 11,38. Também no vermelho, os papéis preferenciais da Vale tiveram baixa de 2,80%, para R$ 14,22 cada um. O minério de ferro no porto de Qingdao, na China, caiu 0,65%, para US$ 51,76 a tonelada. O país asiático é o principal destino das exportações da mineradora brasileira. Além disso, na véspera, a BHP Billiton –maior mineradora do mundo– anunciou aumento de 14% na produção de minério de ferro no ano fiscal de 2015 e informou que prevê alta de 6% em 2016. O anúncio piora o quadro de excesso de oferta e queda da demanda pelo produto. A Justiça Federal no Maranhão suspendeu parte das obras para a duplicação da Estrada de Ferro Carajás da Vale, após o Ministério Público Federal propor uma ação civil pública, com pedido de liminar, por entender que as obras vêm gerando impactos a um povo indígena da região. A ampliação da ferrovia é uma medida importante no plano de expansão da produção da empresa em sua principal região produtora de minério. A baixa no preço da commodity também foi sentida pelas siderúrgicas na Bolsa brasileira –o minério é um dos componentes do aço. A Gerdau perdeu 4,38%, enquanto a CSN teve baixa de 2,71% e a ação preferencial da Usiminas mostrou desvalorização de 2,60%. Os bancos ajudaram a sustentar o Ibovespa no vermelho. Este é o setor com maior peso dentro do índice. O Itaú Unibanco teve perda de 1,56%, enquanto o papel preferencial do Bradesco registrou desvalorização de 0,79% e o Banco do Brasil, de 4,82%. No sentido oposto, as ações de exportadoras do setor de papel e celulose dominaram a ponta positiva do Ibovespa, na esteira do forte avanço do dólar na sessão. A Suzano teve valorização de 5,85%, para R$ 41,98, enquanto a Fibria subiu 3,63%, a R$ 14,85. O setor também reagiu em alta à informação de que a produtora chinesa de fibra curta e papel Asia Symbol vai suspender a produção em uma linha com capacidade de 1,5 milhão de toneladas por ano em Rizhao devido à seca que atinge a região de Shandong. Segundo o Bank of America Merrill Lynch, a linha de produção suspensa responde por 2,5% a 3,0% da oferta global de celulose, que o deve aliviar a pressão sobre o preço do produto durante o verão no hemisfério norte. CÂMBIO No mercado cambial, o dólar teve forte valorização sobre o real, também impactado pela notícia de redução na meta do superavit primário do governo brasileiro. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 1,68% sobre o real, cotado em R$ 3,227 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançou 1,63%, para R$ 3,226. Nesta quarta-feira, o BC deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em agosto –operação que equivale a uma venda futura de dólares para estender o prazo de contratos. A oferta de 6 mil papéis foi totalmente vendida por US$ 293,4 milhões. Nos primeiros leilões deste mês, haviam sido ofertados até 7,1 mil swaps. Mantendo a oferta de até 6 mil contratos por dia até o penúltimo dia útil do mês, o BC rolará o equivalente a US$ 6,396 bilhões ao todo, ou cerca de 60% do lote total. Se continuasse com as ofertas anteriores, a rolagem seria de 70%, como a do mês anterior. Com agências de notícias
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Corte esperado na meta de superavit leva Bolsa ao menor nível desde marçoO principal índice da Bolsa brasileira fechou esta quarta-feira (22) em queda, influenciado pela notícia sobre a decisão da presidente Dilma Rousseff (PT) de reduzir a meta fiscal de 2015 e fazer um novo corte provisório de gastos no Orçamento da União para melhorar o desempenho das contas públicas. Segundo a Folha apurou, o número que estava sendo fechado nesta terça-feira (21) à noite pode reduzir o superavit primário de 1,1% para 0,15% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015. O Ibovespa teve desvalorização de 1,08%, para 50.915 pontos –a menor pontuação desde 27 de março, quando estava em 50.094 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,508 bilhões –abaixo da média diária do ano, de R$ 6,725 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa. O economista-chefe da gestora Invx Global Eduardo Velho disse que o mercado já esperava uma mudança na meta, mas a magnitude superou as projeções. "O governo vai tentar mostrar que a revisão ocorreu em razão da queda da arrecadação e não de aumento de gastos, mas a redução foi muito forte", afirmou. "É um sinal de que o governo está com dificuldade de fazer cortes suficientes para manter a meta", acrescentou. O espaço para cortar gastos, disse Velho, continuará limitado, ainda mais com o Congresso dividido nas votações de temas de ajuste fiscal. O executivo da equipe de análises da Um Investimentos Linican Monteiro afirmou que, com a expectativa em torno do corte da meta de superavit primário, "os investidores começam a exigir um aumento de juros pagos pelos títulos emitidos por empresas. Isso eleva o custo de capital das companhias e penaliza aquelas com papéis listados em Bolsa." O principal impacto, segundo Monteiro, é sobre as estatais como Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil. "O mercado também foi afetado pelo exterior pesado, após a divulgação de balanços ruins de IBM, Yahoo e Apple, que ficaram abaixo das expectativas de analistas", completou o executivo. As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, caíram 3,81%, para R$ 10,36 cada uma. Já as ordinárias, com direito a voto, cederam 3,97%, a R$ 11,38. Também no vermelho, os papéis preferenciais da Vale tiveram baixa de 2,80%, para R$ 14,22 cada um. O minério de ferro no porto de Qingdao, na China, caiu 0,65%, para US$ 51,76 a tonelada. O país asiático é o principal destino das exportações da mineradora brasileira. Além disso, na véspera, a BHP Billiton –maior mineradora do mundo– anunciou aumento de 14% na produção de minério de ferro no ano fiscal de 2015 e informou que prevê alta de 6% em 2016. O anúncio piora o quadro de excesso de oferta e queda da demanda pelo produto. A Justiça Federal no Maranhão suspendeu parte das obras para a duplicação da Estrada de Ferro Carajás da Vale, após o Ministério Público Federal propor uma ação civil pública, com pedido de liminar, por entender que as obras vêm gerando impactos a um povo indígena da região. A ampliação da ferrovia é uma medida importante no plano de expansão da produção da empresa em sua principal região produtora de minério. A baixa no preço da commodity também foi sentida pelas siderúrgicas na Bolsa brasileira –o minério é um dos componentes do aço. A Gerdau perdeu 4,38%, enquanto a CSN teve baixa de 2,71% e a ação preferencial da Usiminas mostrou desvalorização de 2,60%. Os bancos ajudaram a sustentar o Ibovespa no vermelho. Este é o setor com maior peso dentro do índice. O Itaú Unibanco teve perda de 1,56%, enquanto o papel preferencial do Bradesco registrou desvalorização de 0,79% e o Banco do Brasil, de 4,82%. No sentido oposto, as ações de exportadoras do setor de papel e celulose dominaram a ponta positiva do Ibovespa, na esteira do forte avanço do dólar na sessão. A Suzano teve valorização de 5,85%, para R$ 41,98, enquanto a Fibria subiu 3,63%, a R$ 14,85. O setor também reagiu em alta à informação de que a produtora chinesa de fibra curta e papel Asia Symbol vai suspender a produção em uma linha com capacidade de 1,5 milhão de toneladas por ano em Rizhao devido à seca que atinge a região de Shandong. Segundo o Bank of America Merrill Lynch, a linha de produção suspensa responde por 2,5% a 3,0% da oferta global de celulose, que o deve aliviar a pressão sobre o preço do produto durante o verão no hemisfério norte. CÂMBIO No mercado cambial, o dólar teve forte valorização sobre o real, também impactado pela notícia de redução na meta do superavit primário do governo brasileiro. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 1,68% sobre o real, cotado em R$ 3,227 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançou 1,63%, para R$ 3,226. Nesta quarta-feira, o BC deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em agosto –operação que equivale a uma venda futura de dólares para estender o prazo de contratos. A oferta de 6 mil papéis foi totalmente vendida por US$ 293,4 milhões. Nos primeiros leilões deste mês, haviam sido ofertados até 7,1 mil swaps. Mantendo a oferta de até 6 mil contratos por dia até o penúltimo dia útil do mês, o BC rolará o equivalente a US$ 6,396 bilhões ao todo, ou cerca de 60% do lote total. Se continuasse com as ofertas anteriores, a rolagem seria de 70%, como a do mês anterior. Com agências de notícias
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Cientista faz 'bullying' em robô para demonstrar sua resistência; assista
A Boston Dynamics, empresa de robótica do Google, criou um novo robô capaz de ignorar provocações, distrações e obstáculos e continuar desempenhando a tarefa para qual foi programado. O humanoide mede 1,75 metro e pesa 82 kg, consegue andar na neve e em outros terrenos instáveis e até se levantar depois de uma queda. De acordo com a empresa, ele funciona pela eletricidade, mas se movimenta de maneira hidráulica. "Ele usa sensores no corpo e nas pernas para o equilíbrio e outros sensores estéreo e a laser para evitar obstáculos, avaliar o terreno e ajudar a movimentação". O robô deve ser usado para acompanhar tropas e levar carga extra em zonas de conflito.
ciencia
Cientista faz 'bullying' em robô para demonstrar sua resistência; assistaA Boston Dynamics, empresa de robótica do Google, criou um novo robô capaz de ignorar provocações, distrações e obstáculos e continuar desempenhando a tarefa para qual foi programado. O humanoide mede 1,75 metro e pesa 82 kg, consegue andar na neve e em outros terrenos instáveis e até se levantar depois de uma queda. De acordo com a empresa, ele funciona pela eletricidade, mas se movimenta de maneira hidráulica. "Ele usa sensores no corpo e nas pernas para o equilíbrio e outros sensores estéreo e a laser para evitar obstáculos, avaliar o terreno e ajudar a movimentação". O robô deve ser usado para acompanhar tropas e levar carga extra em zonas de conflito.
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Leandro Colon: Uma psicóloga brasileira no conflito da Ucrânia
Uma psicóloga brasileira passou o último mês no front no leste ucraniano dando assistência a civis vítimas do conflito entre rebeldes separatistas e forças de Kiev. Ana Cecília Weintraub, 32, da ONG Médicos Sem Fronteiras, deixa nesta sexta-feira (6) a região ... Leia post completo no blog
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Leandro Colon: Uma psicóloga brasileira no conflito da UcrâniaUma psicóloga brasileira passou o último mês no front no leste ucraniano dando assistência a civis vítimas do conflito entre rebeldes separatistas e forças de Kiev. Ana Cecília Weintraub, 32, da ONG Médicos Sem Fronteiras, deixa nesta sexta-feira (6) a região ... Leia post completo no blog
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Barreira furada
SÃO PAULO - É quase unanimidade entre cientistas políticos que o Brasil se beneficiaria de uma boa redução do número de partidos, para o que seria importante que o Senado aprovasse uma cláusula de barreira mais efetiva do que a arquitetada pela Câmara. Pelo projeto que recebeu o aval dos deputados, apenas siglas que não têm nenhum representante no Congresso seriam excluídas das verbas do Fundo Partidário e do acesso à propaganda na TV. Por esse critério, só quatro nanolegendas seriam atingidas. Não discordo do diagnóstico dos acadêmicos. O número de partidos políticos registrados no Brasil, hoje em 32, soa de fato excessivo, especialmente quando se considera que o espectro ideológico humano não é tão amplo assim. Segundo o cientista político Klaus von Beyme, combinações das abordagens para as grandes questões econômicas e culturais produzem espaço para apenas nove "famílias espirituais" de legendas, que vão do comunismo ao conservadorismo, passando pelos libertários e pelos verdes. O que excede esse atlas seria pelo menos redundante, já que a legislação brasileira exige que todos os partidos sejam nacionais. Para realmente limpar o meio de campo, isto é, nos deixar com não mais que uma dezena de siglas, precisaríamos de uma cláusula de desempenho bem mais assertiva, do tipo que barra a representação –e não apenas acesso a fundos– de legendas que não consigam uma porcentagem mínima dos votos para o Parlamento. Pode parecer forte, mas vários países indiscutivelmente democráticos, como Alemanha, Suécia, Espanha e Itália, adotam limites que variam entre 3% e 5%. O mecanismo tem duas vantagens. Reduz a fragmentação partidária e dificulta a vida dos grupos mais extremistas. A desvantagem é que tornaria o Legislativo menos permeável a novas ideias. Acredito, porém, que a proliferação de siglas é hoje um problema mais premente.
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Barreira furadaSÃO PAULO - É quase unanimidade entre cientistas políticos que o Brasil se beneficiaria de uma boa redução do número de partidos, para o que seria importante que o Senado aprovasse uma cláusula de barreira mais efetiva do que a arquitetada pela Câmara. Pelo projeto que recebeu o aval dos deputados, apenas siglas que não têm nenhum representante no Congresso seriam excluídas das verbas do Fundo Partidário e do acesso à propaganda na TV. Por esse critério, só quatro nanolegendas seriam atingidas. Não discordo do diagnóstico dos acadêmicos. O número de partidos políticos registrados no Brasil, hoje em 32, soa de fato excessivo, especialmente quando se considera que o espectro ideológico humano não é tão amplo assim. Segundo o cientista político Klaus von Beyme, combinações das abordagens para as grandes questões econômicas e culturais produzem espaço para apenas nove "famílias espirituais" de legendas, que vão do comunismo ao conservadorismo, passando pelos libertários e pelos verdes. O que excede esse atlas seria pelo menos redundante, já que a legislação brasileira exige que todos os partidos sejam nacionais. Para realmente limpar o meio de campo, isto é, nos deixar com não mais que uma dezena de siglas, precisaríamos de uma cláusula de desempenho bem mais assertiva, do tipo que barra a representação –e não apenas acesso a fundos– de legendas que não consigam uma porcentagem mínima dos votos para o Parlamento. Pode parecer forte, mas vários países indiscutivelmente democráticos, como Alemanha, Suécia, Espanha e Itália, adotam limites que variam entre 3% e 5%. O mecanismo tem duas vantagens. Reduz a fragmentação partidária e dificulta a vida dos grupos mais extremistas. A desvantagem é que tornaria o Legislativo menos permeável a novas ideias. Acredito, porém, que a proliferação de siglas é hoje um problema mais premente.
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Após sushi e pizza, São Paulo adota o rodízio de hambúrguer; conheça casas
LÍVIA SAMPAIO DE SÃO PAULO Depois do churrasco, da pizza e do sushi, lanchonetes paulistanas passam a oferecer rodízio de hambúrguer à clientela faminta. Por preço único, a partir de R$ 39,90 (veja lista abaixo), é possível provar –à vontade– diversas combinações, algumas bastante exóticas, como o hambúrguer de brigadeiro. Dudu, personagem do desenho "Popeye" louco pela iguaria, certamente ficaria feliz ao visitar a cidade e descobrir essa recente onda gastronômica paulistana. Conheça três casas que contam com o serviço e saiba o que é oferecido em cada uma delas: CHIP'S BURGUER Toda última semana do mês, a casa oferece rodízio de hambúrgueres de tamanho padrão, incluindo as receitas do chef australiano Greigor Caisley. Recorde: cliente comeu seis hambúrgueres de 180 g cada um, ou seja, mais de um quilo de carne em uma refeição Diferencial: receitas como o CFC (hambúrguer de frango frito com chutney de manga, cebola roxa, pimenta biquinho e salada); maionese de curry e relish de pera também estão no cardápio. Quanto: R$ 49,99 R. Dr. César, 718, Santana, região norte, tel. 2099-2803. De 25/4 a 1º/5 (rodízio). Qui. a dom.: 11h30 à 0h. Sáb.: 11h30 às 2h. www.chipsburger.com.br * MIX BURGUER Autoproclama-se a primeira casa da cidade a fazer rodízio (desde 2013). Com 45 lugares, oferece mais de 60 combinações de mini-hambúrgueres à vontade (inclusive vegetariano), além de entradas. Recorde: dois jovens devoraram 18 lanches mais buffalo wings, onion rings e batatinhas fritas Diferencial: cozinha tex mex. No rodízio já estão incluídos tacos, burritos, nachos, buffalo wings e onion rings. No hambúrguer, molho especial da casa leva abacate Quanto: R$ 39,90 Av. 11 de Junho, 943, Vila Clementino, região sul, tel. 5083-0978. Seg. a sex.: 12h às 23h. Sáb., dom. e fer.: 18h às 23h. rodiziodehamburguer.com.br * HAMBURGUERIA ARTESANAL Com sete tipos de carne, oferece em seus rodízios mini-hambúrgueres em várias versões, batatas e polentas fritas à vontade e uma bebida não alcoólica. Recorde: 22 mini-hambúrgueres de 100 g Diferencial: hambúrguer de cordeiro com maionese de hortelã e, para a sobremesa, hambúrguer de brigadeiro empanado no chocolate granulado Quanto: R$ 44,90 (tradicional) ou R$ 54,90 (premium) R. Guaimbé, 161, Mooca, região leste, tel. 2305-2403. Ter. a qui.: 18h à 23h. Sex.: 12h às 14h30 e 18h à 0h. Sáb.: 12h à 0h. Dom.: 18h às 22h. www.hamburgueriaartesanal.com
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Após sushi e pizza, São Paulo adota o rodízio de hambúrguer; conheça casasLÍVIA SAMPAIO DE SÃO PAULO Depois do churrasco, da pizza e do sushi, lanchonetes paulistanas passam a oferecer rodízio de hambúrguer à clientela faminta. Por preço único, a partir de R$ 39,90 (veja lista abaixo), é possível provar –à vontade– diversas combinações, algumas bastante exóticas, como o hambúrguer de brigadeiro. Dudu, personagem do desenho "Popeye" louco pela iguaria, certamente ficaria feliz ao visitar a cidade e descobrir essa recente onda gastronômica paulistana. Conheça três casas que contam com o serviço e saiba o que é oferecido em cada uma delas: CHIP'S BURGUER Toda última semana do mês, a casa oferece rodízio de hambúrgueres de tamanho padrão, incluindo as receitas do chef australiano Greigor Caisley. Recorde: cliente comeu seis hambúrgueres de 180 g cada um, ou seja, mais de um quilo de carne em uma refeição Diferencial: receitas como o CFC (hambúrguer de frango frito com chutney de manga, cebola roxa, pimenta biquinho e salada); maionese de curry e relish de pera também estão no cardápio. Quanto: R$ 49,99 R. Dr. César, 718, Santana, região norte, tel. 2099-2803. De 25/4 a 1º/5 (rodízio). Qui. a dom.: 11h30 à 0h. Sáb.: 11h30 às 2h. www.chipsburger.com.br * MIX BURGUER Autoproclama-se a primeira casa da cidade a fazer rodízio (desde 2013). Com 45 lugares, oferece mais de 60 combinações de mini-hambúrgueres à vontade (inclusive vegetariano), além de entradas. Recorde: dois jovens devoraram 18 lanches mais buffalo wings, onion rings e batatinhas fritas Diferencial: cozinha tex mex. No rodízio já estão incluídos tacos, burritos, nachos, buffalo wings e onion rings. No hambúrguer, molho especial da casa leva abacate Quanto: R$ 39,90 Av. 11 de Junho, 943, Vila Clementino, região sul, tel. 5083-0978. Seg. a sex.: 12h às 23h. Sáb., dom. e fer.: 18h às 23h. rodiziodehamburguer.com.br * HAMBURGUERIA ARTESANAL Com sete tipos de carne, oferece em seus rodízios mini-hambúrgueres em várias versões, batatas e polentas fritas à vontade e uma bebida não alcoólica. Recorde: 22 mini-hambúrgueres de 100 g Diferencial: hambúrguer de cordeiro com maionese de hortelã e, para a sobremesa, hambúrguer de brigadeiro empanado no chocolate granulado Quanto: R$ 44,90 (tradicional) ou R$ 54,90 (premium) R. Guaimbé, 161, Mooca, região leste, tel. 2305-2403. Ter. a qui.: 18h à 23h. Sex.: 12h às 14h30 e 18h à 0h. Sáb.: 12h à 0h. Dom.: 18h às 22h. www.hamburgueriaartesanal.com
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Brasil cria 34,2 mil vagas de trabalho com carteira assinada em maio
O Ministério do Trabalho divulgou nesta terça-feira (20) que, entre demissões e contratações, foram criadas 34,2 mil vagas com carteira assinada no Brasil em maio, o melhor resultado para o mês desde 2014. Em maio do ano passado, a geração de empregos formais foi negativa em 72,6 mil. Como no mês de abril, o resultado foi fortemente influenciado pela geração de vagas no setor da agropecuária, que criou 46 mil postos de trabalho com carteira no mês passado. Somente o cultivo de café, concentrado em Minas Gerais, gerou 25,2 mil postos de trabalho formais; o cultivo de laranja e de cana de açúcar criaram, respectivamente, 11,5 mil e 5,6 mil vagas. Já o comércio e a construção civil eliminaram, nessa ordem, 11,2 mil e 4 mil postos de trabalho formais. No acumulado do ano até maio, foram criadas 48,5 mil vagas formais, também o melhor resultado desde 2014.
mercado
Brasil cria 34,2 mil vagas de trabalho com carteira assinada em maioO Ministério do Trabalho divulgou nesta terça-feira (20) que, entre demissões e contratações, foram criadas 34,2 mil vagas com carteira assinada no Brasil em maio, o melhor resultado para o mês desde 2014. Em maio do ano passado, a geração de empregos formais foi negativa em 72,6 mil. Como no mês de abril, o resultado foi fortemente influenciado pela geração de vagas no setor da agropecuária, que criou 46 mil postos de trabalho com carteira no mês passado. Somente o cultivo de café, concentrado em Minas Gerais, gerou 25,2 mil postos de trabalho formais; o cultivo de laranja e de cana de açúcar criaram, respectivamente, 11,5 mil e 5,6 mil vagas. Já o comércio e a construção civil eliminaram, nessa ordem, 11,2 mil e 4 mil postos de trabalho formais. No acumulado do ano até maio, foram criadas 48,5 mil vagas formais, também o melhor resultado desde 2014.
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Parques ganham montanhas-russas aquáticas com quedas bruscas nos EUA
Montanhas-russas aquáticas estão se espalhando pelos parques dos Estados Unidos. Elas combinam a altura e os espirais da montanha-russa tradicional com a diversão molhada de um tobogã. Algumas usam jatos d'água pressurizada para elevar cápsulas (uma espécie de boia) a planos inclinados, o que parece desafiar a gravidade. Abaixo, confira um guia de atrações merecedoras da atenção dos entusiastas dos dois brinquedos. * MASTER BLASTER O Schlitterbahn é um parque aquático à margem do rio Comal, no Texas (EUA), e abrigou a primeira montanha-russa aquática do mundo, a Dragon Blaster, inaugurada em 1994. O maior atrativo do Schlitterbahn, no entanto, surgiu dois anos mais tarde. O parque decidiu realizar um sonho mais ambicioso e criou uma atração muito maior, a Master Blaster. Depois de se instalarem confortavelmente em suas cápsulas para duas pessoas, os visitantes enfrentam uma queda em ângulo muito agudo, por uma longa encosta. Mas jatos d'água imediatamente propelem a cápsula para um túnel curvo, que tem um brilho azulado. Em seguida vem uma nova queda, mais profunda que a anterior, e outro jato, que reconduz a cápsula encosta acima. MAMMOTH Em um canto remoto do parque aquático Splashin' Safari, no sul de Indiana, fica uma das maiores montanhas-russas aquáticas dos Estados Unidos. Essa atração de porte gigantesco, em vermelho, azul e amarelo, merece o nome (informalmente, "mammoth" significa "enorme"), e foi feita para cápsulas redondas com capacidade para seis pessoas. O visitante embarca no módulo, conectado a uma correia transportadora, que o eleva por uma encosta. Um motor cria um campo magnético sob a superfície do plano inclinado, que interage com uma placa metálica afixada no fundo da cápsula. Essa interação dispara o módulo encosta acima. O primeiro mergulho termina em um túnel com uma curva acentuada, que leva a uma segunda descida. Em seguida o motor entra em ação e conduz a cápsula a um segundo túnel e nova elevação. As porções suspensas do passeio, no topo, causam a sensação de que algo impossível está acontecendo. A experiência é reforçada pelo fato de o visitante ficar sentado de frente para os demais passageiros e poder perceber que estão sentindo a mesma dificuldade para acreditar no que estão vendo. A Mammoth detém o recorde de mais longo percurso para uma montanha-russa aquática, mas seu comprimento impressiona menos que sua inventividade. O trajeto labiríntico cria emoções a cada trecho. E a tecnologia também impressiona. KRAKATAU O vulcão que ocupa posição central no parque Volcano Bay, em Orlando, Flórida, e faz parte do nome do local é impressionante. Visto de frente, é uma linda estrutura, com uma cachoeira caudalosa. Por trás, se abre para revelar um grupo de atrações coloridas, entre as quais uma assombrosa montanha-russa aquática, a Krakatau Aqua Coaster. Uma correia transportadora leva a cápsula, em forma de canoa, à posição de partida e arremessa os passageiros no primeiro mergulho, para depois voltar ao vulcão. Túneis translúcidos geram cores brilhantes, em determinados trechos, e túneis verdes criam uma atmosfera quase néon, em outros. O visitante não passa o tempo todo em passagens cobertas, e a combinação entre pedaços fechados e abertos é boa. O melhor vem no final, com um mergulho íngreme e uma breve subida, que termina com um pouso em meio a uma explosão de água ao redor da cápsula, capaz de abrigar quatro pessoas em fila. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Parques ganham montanhas-russas aquáticas com quedas bruscas nos EUAMontanhas-russas aquáticas estão se espalhando pelos parques dos Estados Unidos. Elas combinam a altura e os espirais da montanha-russa tradicional com a diversão molhada de um tobogã. Algumas usam jatos d'água pressurizada para elevar cápsulas (uma espécie de boia) a planos inclinados, o que parece desafiar a gravidade. Abaixo, confira um guia de atrações merecedoras da atenção dos entusiastas dos dois brinquedos. * MASTER BLASTER O Schlitterbahn é um parque aquático à margem do rio Comal, no Texas (EUA), e abrigou a primeira montanha-russa aquática do mundo, a Dragon Blaster, inaugurada em 1994. O maior atrativo do Schlitterbahn, no entanto, surgiu dois anos mais tarde. O parque decidiu realizar um sonho mais ambicioso e criou uma atração muito maior, a Master Blaster. Depois de se instalarem confortavelmente em suas cápsulas para duas pessoas, os visitantes enfrentam uma queda em ângulo muito agudo, por uma longa encosta. Mas jatos d'água imediatamente propelem a cápsula para um túnel curvo, que tem um brilho azulado. Em seguida vem uma nova queda, mais profunda que a anterior, e outro jato, que reconduz a cápsula encosta acima. MAMMOTH Em um canto remoto do parque aquático Splashin' Safari, no sul de Indiana, fica uma das maiores montanhas-russas aquáticas dos Estados Unidos. Essa atração de porte gigantesco, em vermelho, azul e amarelo, merece o nome (informalmente, "mammoth" significa "enorme"), e foi feita para cápsulas redondas com capacidade para seis pessoas. O visitante embarca no módulo, conectado a uma correia transportadora, que o eleva por uma encosta. Um motor cria um campo magnético sob a superfície do plano inclinado, que interage com uma placa metálica afixada no fundo da cápsula. Essa interação dispara o módulo encosta acima. O primeiro mergulho termina em um túnel com uma curva acentuada, que leva a uma segunda descida. Em seguida o motor entra em ação e conduz a cápsula a um segundo túnel e nova elevação. As porções suspensas do passeio, no topo, causam a sensação de que algo impossível está acontecendo. A experiência é reforçada pelo fato de o visitante ficar sentado de frente para os demais passageiros e poder perceber que estão sentindo a mesma dificuldade para acreditar no que estão vendo. A Mammoth detém o recorde de mais longo percurso para uma montanha-russa aquática, mas seu comprimento impressiona menos que sua inventividade. O trajeto labiríntico cria emoções a cada trecho. E a tecnologia também impressiona. KRAKATAU O vulcão que ocupa posição central no parque Volcano Bay, em Orlando, Flórida, e faz parte do nome do local é impressionante. Visto de frente, é uma linda estrutura, com uma cachoeira caudalosa. Por trás, se abre para revelar um grupo de atrações coloridas, entre as quais uma assombrosa montanha-russa aquática, a Krakatau Aqua Coaster. Uma correia transportadora leva a cápsula, em forma de canoa, à posição de partida e arremessa os passageiros no primeiro mergulho, para depois voltar ao vulcão. Túneis translúcidos geram cores brilhantes, em determinados trechos, e túneis verdes criam uma atmosfera quase néon, em outros. O visitante não passa o tempo todo em passagens cobertas, e a combinação entre pedaços fechados e abertos é boa. O melhor vem no final, com um mergulho íngreme e uma breve subida, que termina com um pouso em meio a uma explosão de água ao redor da cápsula, capaz de abrigar quatro pessoas em fila. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Grupos antigoverno destacam discursos de negros e pobres
Vistos como representantes da "elite branca", movimentos contrários à presidente Dilma Rousseff (PT) que ajudaram a organizar os atos do último dia 15 vêm ampliando o espaço para negros e pobres nos palanques e em vídeos em redes sociais. O caso mais emblemático é de Fernando Holiday, 18. Negro, criado em Carapicuíba (Grande São Paulo), egresso da escola pública e filho de uma auxiliar de hospital aposentada e de um garçom, ele se uniu ao MBL (Movimento Brasil Livre), formado por jovens que pregam o Estado mínimo e defendem o impeachment de Dilma. O convite para ingressar ao MBL veio depois que ele mostrou um vídeo caseiro em que ataca o Movimento Passe Livre (MPL), antípoda dos jovens liberais. Na Paulista, discursou: "Vamos parar com esse negócio de que só a elite está aqui. Sou negro e pobre e estou pedindo a saída da Dilma". Na série de vídeos que passou a gravar para o MBL, Holiday faz críticas que dificilmente um branco teria coragem de dizer em público. Ele compara Zumbi dos Palmares (1655-1695), herói do movimento negro, ao líder nazista Adolf Hitler e diz que o governo é racista por ter criado as cotas. "Se é assim, vamos fazer cota para gostosa, porque existe na sociedade o preconceito de que toda gostosa é burra", diz. Em entrevista via Facebook, não quis responder se havia outro negros no MBL: "Isso soa até mesmo como uma ofensa. Não saímos pelas ruas procurando negros para participarem do movimento, a única característica que une todos os membros do MBL é a luta pela liberdade." "Sempre houve casos de negros isolados sendo usados para legitimar a Casa Grande, a escravidão", afirma ativista negra Bel Santos, 47. "Mas é triste ver um menino que fala bem dizendo que não é igual a 'negros pilantras'", completa. Para ela, que mora perto da Paulista, a maioria branca era óbvia. "Foram os brancos que tiraram fotos com a PM. Vi mais negros depois do protesto, catando as latinhas", diz Santos, do Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (Ibeac). Segundo pesquisa Datafolha com participantes do protesto na avenida Paulista, sete em cada dez (69%) se declararam brancos, seguidos da cor parda (20%) e preta (5%). No município, 48% dos paulistanos se identificam como brancos, seguidos por pardos (33%) e pretos (14%). Com relação à renda, 41% dos manifestantes informaram uma renda superior a 10 salários mínimos. Em São Paulo, o percentual dessa faixa de renda despenca para 9%, sempre de acordo com o Datafolha. CATADOR DE LIXO No carro do movimento Vem Pra Rua (VPR), que tem empresários no seu núcleo e não defende o impeachment, o estudante negro de desenho gráfico Eduardo Santos Pereira atuou como uma espécie de apresentador. Um dos que discursaram foi Marcos do Lixão, identificado como líder de catadores de São Bernardo do Campo. O porta-voz do VPR, Rogério Chequer, 46, afirma que nenhum dos dois pertence ao movimento e que não se trata de uma tentativa de criar pontes fora da "elite branca". "Se não, seria superfácil. Se a gente quisesse, a gente colocava só negros para falar o dia inteiro." Chequer afirma que Eduardo Santos é um colaborador antigo, atua de forma voluntária e tem "um perfil de animador": "Ele consegue expressar as coisas que a gente quer, embora não seja alinhado em tudo." Sobre o Marcos do Lixão, o porta-voz do Vem Pra Rua diz que só o conheceu no dia. O convite para falar ocorreu após uma conversa em cima do carro de som. A Folha tentou entrar em contato com o estudante de desenho gráfico via Facebook, mas não obteve sucesso. Apesar de pedidos reiterados, o VPR não passou seu telefone. Marcos do Lixão não foi localizado.
poder
Grupos antigoverno destacam discursos de negros e pobresVistos como representantes da "elite branca", movimentos contrários à presidente Dilma Rousseff (PT) que ajudaram a organizar os atos do último dia 15 vêm ampliando o espaço para negros e pobres nos palanques e em vídeos em redes sociais. O caso mais emblemático é de Fernando Holiday, 18. Negro, criado em Carapicuíba (Grande São Paulo), egresso da escola pública e filho de uma auxiliar de hospital aposentada e de um garçom, ele se uniu ao MBL (Movimento Brasil Livre), formado por jovens que pregam o Estado mínimo e defendem o impeachment de Dilma. O convite para ingressar ao MBL veio depois que ele mostrou um vídeo caseiro em que ataca o Movimento Passe Livre (MPL), antípoda dos jovens liberais. Na Paulista, discursou: "Vamos parar com esse negócio de que só a elite está aqui. Sou negro e pobre e estou pedindo a saída da Dilma". Na série de vídeos que passou a gravar para o MBL, Holiday faz críticas que dificilmente um branco teria coragem de dizer em público. Ele compara Zumbi dos Palmares (1655-1695), herói do movimento negro, ao líder nazista Adolf Hitler e diz que o governo é racista por ter criado as cotas. "Se é assim, vamos fazer cota para gostosa, porque existe na sociedade o preconceito de que toda gostosa é burra", diz. Em entrevista via Facebook, não quis responder se havia outro negros no MBL: "Isso soa até mesmo como uma ofensa. Não saímos pelas ruas procurando negros para participarem do movimento, a única característica que une todos os membros do MBL é a luta pela liberdade." "Sempre houve casos de negros isolados sendo usados para legitimar a Casa Grande, a escravidão", afirma ativista negra Bel Santos, 47. "Mas é triste ver um menino que fala bem dizendo que não é igual a 'negros pilantras'", completa. Para ela, que mora perto da Paulista, a maioria branca era óbvia. "Foram os brancos que tiraram fotos com a PM. Vi mais negros depois do protesto, catando as latinhas", diz Santos, do Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (Ibeac). Segundo pesquisa Datafolha com participantes do protesto na avenida Paulista, sete em cada dez (69%) se declararam brancos, seguidos da cor parda (20%) e preta (5%). No município, 48% dos paulistanos se identificam como brancos, seguidos por pardos (33%) e pretos (14%). Com relação à renda, 41% dos manifestantes informaram uma renda superior a 10 salários mínimos. Em São Paulo, o percentual dessa faixa de renda despenca para 9%, sempre de acordo com o Datafolha. CATADOR DE LIXO No carro do movimento Vem Pra Rua (VPR), que tem empresários no seu núcleo e não defende o impeachment, o estudante negro de desenho gráfico Eduardo Santos Pereira atuou como uma espécie de apresentador. Um dos que discursaram foi Marcos do Lixão, identificado como líder de catadores de São Bernardo do Campo. O porta-voz do VPR, Rogério Chequer, 46, afirma que nenhum dos dois pertence ao movimento e que não se trata de uma tentativa de criar pontes fora da "elite branca". "Se não, seria superfácil. Se a gente quisesse, a gente colocava só negros para falar o dia inteiro." Chequer afirma que Eduardo Santos é um colaborador antigo, atua de forma voluntária e tem "um perfil de animador": "Ele consegue expressar as coisas que a gente quer, embora não seja alinhado em tudo." Sobre o Marcos do Lixão, o porta-voz do Vem Pra Rua diz que só o conheceu no dia. O convite para falar ocorreu após uma conversa em cima do carro de som. A Folha tentou entrar em contato com o estudante de desenho gráfico via Facebook, mas não obteve sucesso. Apesar de pedidos reiterados, o VPR não passou seu telefone. Marcos do Lixão não foi localizado.
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