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Confira cinco dicas de locais para provar guloseimas na cidade
MAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Confira as dicas da repórter do núcleo de semanais da Folha, Magê Flores: Esfiharia Effendi Saia da Pinacoteca caminhando ("é por aqui mesmo?"), até encontrar a casa que reúne histórias de famílias armênias, azulejos retrô e as melhores esfihas da cidade: de massa leve, com queijo e pedacinhos de basturmã (uma carne curada, bem saborosa), sempre assadas na hora Rua Dom Antônio de Melo, 77, Luz, tel.: 3228-0295 * Boca de Ouro Um Macunaíma (cachaça, fernet branco e limão) e um bolovo (bolinho de carne recheado com um ovo de gema cremosa). A tal "harmonização perfeita" só pode ser isso. No pequenino bar, cuidado apenas com a superlotação. No mais, divirta-se R. Cônego Eugênio Leite, 1121, Pinheiros, tel.: 4371-3933 * Miolo Padaria Orgânica Ah, o fermento da Serra da Cantareira... Uma vez o padeiro me disse que era isso que fazia o pão dele tão gostoso. Certo é que vale a viagem, da zona sul e tudo, para comer um pão na chapa perto da mata e levar uns filões para casa Av. Senador José Ermírio de Moraes, 1400, Tremembé, tel.: 2204-0701 * La Guapa A casa de Paola Carosella tem receitas de massa dourada e recheios suculentos, com sabores para além da Argentina. Depois das empanadas de dona Isabel (minha avó), as melhores que já provei. Para comer "con las manos y después chuparse los dedos" R. Bandeira Paulista, 446, Itaim Bibi, tel.: 3079-2631 * Burger Table Desviando do (batido) eixo Itaim-Pinheiros-Jardins, uma lanchonete que faz bonito: hambúrgueres preparados em grelha, na brasa, entregues no ponto pedido (parece pouco, mas não é) e batatas fritas fininhas e crocantes R. Gabriele D'Annunzio, 1.331, Campo Belo, tel. 2478-4055
saopaulo
Confira cinco dicas de locais para provar guloseimas na cidadeMAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Confira as dicas da repórter do núcleo de semanais da Folha, Magê Flores: Esfiharia Effendi Saia da Pinacoteca caminhando ("é por aqui mesmo?"), até encontrar a casa que reúne histórias de famílias armênias, azulejos retrô e as melhores esfihas da cidade: de massa leve, com queijo e pedacinhos de basturmã (uma carne curada, bem saborosa), sempre assadas na hora Rua Dom Antônio de Melo, 77, Luz, tel.: 3228-0295 * Boca de Ouro Um Macunaíma (cachaça, fernet branco e limão) e um bolovo (bolinho de carne recheado com um ovo de gema cremosa). A tal "harmonização perfeita" só pode ser isso. No pequenino bar, cuidado apenas com a superlotação. No mais, divirta-se R. Cônego Eugênio Leite, 1121, Pinheiros, tel.: 4371-3933 * Miolo Padaria Orgânica Ah, o fermento da Serra da Cantareira... Uma vez o padeiro me disse que era isso que fazia o pão dele tão gostoso. Certo é que vale a viagem, da zona sul e tudo, para comer um pão na chapa perto da mata e levar uns filões para casa Av. Senador José Ermírio de Moraes, 1400, Tremembé, tel.: 2204-0701 * La Guapa A casa de Paola Carosella tem receitas de massa dourada e recheios suculentos, com sabores para além da Argentina. Depois das empanadas de dona Isabel (minha avó), as melhores que já provei. Para comer "con las manos y después chuparse los dedos" R. Bandeira Paulista, 446, Itaim Bibi, tel.: 3079-2631 * Burger Table Desviando do (batido) eixo Itaim-Pinheiros-Jardins, uma lanchonete que faz bonito: hambúrgueres preparados em grelha, na brasa, entregues no ponto pedido (parece pouco, mas não é) e batatas fritas fininhas e crocantes R. Gabriele D'Annunzio, 1.331, Campo Belo, tel. 2478-4055
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Ato no Rio mobiliza 5.000 pessoas em defesa de Dilma, diz CUT
Quatro carros de som, diversas faixas em defesa da presidente Dilma Rousseff e contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além de shows de nomes importantes do samba (Monarco, Nelson Sargento, dentre outros) no tradicional palco de protestos da Cinelândia, no centro do Rio. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) estimou às 18h que em torno de 5.000 pessoas participavam do ato na capital fluminense contra o pedido de impeachment da presidente. Os manifestantes percorreram o trecho da avenida Rio Branco, entre a Cinelândia e a igreja da Candelária, num ato classificado como "investimento na democracia", na opinião do presidente nacional da CUT, Vagner Freitas. "Não sei quanto foi gasto, o importante aqui é defendermos a presidente dessa tentativa de golpe", completou. O fato é que o ato é bem maior se comparado ao ocorrido em Brasília há quatro dias, quando cerca de 100 manifestantes pró-Dilma e contra Eduardo Cunha se reuniram na rodoviária do plano piloto na capital federal. "Democracia não tem preço" e "Fora, Cunha" são os principais dizeres das dezenas de faixas espalhadas em meio as bandeiras da CUT e da União Geral dos Trabalhadores (UGT) espalhadas pela manifestação. "É um protesto contra todos que querem o golpismo, que não querem ver o salário mínimo aumentar e todos que querem desrespeitar o voto do cidadão brasileiro", disse ainda o presidente da CUT, que qualificou ainda de "infantilidade tremenda" a carta escrita pelo vice-presidente Michel Temer e endereçada a Dilma Rousseff. "O que ele busca é um atalho para chegar à presidência", completou, enquanto manifestantes ao seu redor gritavam "não vai ter golpe". Nenhum conflito foi registrado. A Polícia Militar acompanhou a manifestação. A avenida Rio Branco foi fechada ao tráfego justamente no trecho entre a Candelária e a Cinelândia e liberada por volta das 19 horas. Agentes da CET-Rio desviaram o trânsito de ônibus (os únicos autorizados a circular no local devido às obras do VLT) pela avenida Presidente Vargas. Assim como em outras manifestações realizadas na cidade do Rio ao longo de 2015, a PM informou à Folha que não vai fornecer estimativa de público no ato desta terça na Cinelândia.
poder
Ato no Rio mobiliza 5.000 pessoas em defesa de Dilma, diz CUTQuatro carros de som, diversas faixas em defesa da presidente Dilma Rousseff e contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além de shows de nomes importantes do samba (Monarco, Nelson Sargento, dentre outros) no tradicional palco de protestos da Cinelândia, no centro do Rio. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) estimou às 18h que em torno de 5.000 pessoas participavam do ato na capital fluminense contra o pedido de impeachment da presidente. Os manifestantes percorreram o trecho da avenida Rio Branco, entre a Cinelândia e a igreja da Candelária, num ato classificado como "investimento na democracia", na opinião do presidente nacional da CUT, Vagner Freitas. "Não sei quanto foi gasto, o importante aqui é defendermos a presidente dessa tentativa de golpe", completou. O fato é que o ato é bem maior se comparado ao ocorrido em Brasília há quatro dias, quando cerca de 100 manifestantes pró-Dilma e contra Eduardo Cunha se reuniram na rodoviária do plano piloto na capital federal. "Democracia não tem preço" e "Fora, Cunha" são os principais dizeres das dezenas de faixas espalhadas em meio as bandeiras da CUT e da União Geral dos Trabalhadores (UGT) espalhadas pela manifestação. "É um protesto contra todos que querem o golpismo, que não querem ver o salário mínimo aumentar e todos que querem desrespeitar o voto do cidadão brasileiro", disse ainda o presidente da CUT, que qualificou ainda de "infantilidade tremenda" a carta escrita pelo vice-presidente Michel Temer e endereçada a Dilma Rousseff. "O que ele busca é um atalho para chegar à presidência", completou, enquanto manifestantes ao seu redor gritavam "não vai ter golpe". Nenhum conflito foi registrado. A Polícia Militar acompanhou a manifestação. A avenida Rio Branco foi fechada ao tráfego justamente no trecho entre a Candelária e a Cinelândia e liberada por volta das 19 horas. Agentes da CET-Rio desviaram o trânsito de ônibus (os únicos autorizados a circular no local devido às obras do VLT) pela avenida Presidente Vargas. Assim como em outras manifestações realizadas na cidade do Rio ao longo de 2015, a PM informou à Folha que não vai fornecer estimativa de público no ato desta terça na Cinelândia.
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Jogadores fazem tatuagem e pintam cabelo após conquista do ouro olímpico
SÉRGIO RANGEL DO RIO Neymar e Luan decidiram gravar na pele a conquista da inédita medalha de ouro no futebol. Eles fizeram uma tatuagem no pulso com os aros olímpicos e a inscrição Rio 2016. No início da preparação da seleção, o jogador do Barcelona, que tem mais de 30 tatuagens, já havia anunciado que faria um desenho na pele em caso de vitória. O resultado foi postado por Neymar numa rede social com a legenda "pro resto da vida". Neymar conquistou no sábado (20) a sua segunda medalha olímpica. Em Londres-12, ele foi prata com o time comandado por Mano Menezes. Na festa da vitória, parte dos jogadores também pintaram o cabelo de amarelo. Neste domingo (21), Neymar, Gabriel Jesus, Felipe Anderson, Rafinha e Gabriel postaram nas redes sociais fotos com o novo visual. Os jogadores e integrantes da comissão técnica celebraram a conquista do título num jantar num hotel da zona oeste do Rio. No início da noite deste domingo (21), parte da delegação seguirá para o Maracanã, onde vai participar da cerimônia de encerramento dos Jogos do Rio. No sábado (20), a seleção venceu o torneio olímpico numa partida emocionante diante da Alemanha. Depois do empate no tempo normal e na prorrogação, o título só foi definido na última cobrança de pênalti, convertida por Neymar. Antes, o goleiro Weverton defendera o chute do alemão Petersen. Felipe Anderson
esporte
Jogadores fazem tatuagem e pintam cabelo após conquista do ouro olímpico SÉRGIO RANGEL DO RIO Neymar e Luan decidiram gravar na pele a conquista da inédita medalha de ouro no futebol. Eles fizeram uma tatuagem no pulso com os aros olímpicos e a inscrição Rio 2016. No início da preparação da seleção, o jogador do Barcelona, que tem mais de 30 tatuagens, já havia anunciado que faria um desenho na pele em caso de vitória. O resultado foi postado por Neymar numa rede social com a legenda "pro resto da vida". Neymar conquistou no sábado (20) a sua segunda medalha olímpica. Em Londres-12, ele foi prata com o time comandado por Mano Menezes. Na festa da vitória, parte dos jogadores também pintaram o cabelo de amarelo. Neste domingo (21), Neymar, Gabriel Jesus, Felipe Anderson, Rafinha e Gabriel postaram nas redes sociais fotos com o novo visual. Os jogadores e integrantes da comissão técnica celebraram a conquista do título num jantar num hotel da zona oeste do Rio. No início da noite deste domingo (21), parte da delegação seguirá para o Maracanã, onde vai participar da cerimônia de encerramento dos Jogos do Rio. No sábado (20), a seleção venceu o torneio olímpico numa partida emocionante diante da Alemanha. Depois do empate no tempo normal e na prorrogação, o título só foi definido na última cobrança de pênalti, convertida por Neymar. Antes, o goleiro Weverton defendera o chute do alemão Petersen. Felipe Anderson
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Avião com corpo no trem de pouso passou pela África antes do Brasil
O avião da Air France em cujo trem de pouso foi encontrado um corpo de um homem na tarde da última segunda-feira (11) teria passado pela África antes de partir do Brasil rumo à França. A nacionalidade da vítima ainda não foi divulgada. A aeronave passava por manutenção no aeroporto de Paris-Orly quando o cadáver foi descoberto. Segundo a imprensa francesa, autoridades acreditam se tratar de um caso de tentativa de imigração ilegal para o país. Segundo a Air France, o Boeing 777-300 chegou a Paris no domingo (10). Nacionalidade da vítima não foi divulgada; avião passou por África Fontes confirmaram à BBC Brasil que o avião "não é exclusivo da rota Paris-São Paulo" e teria passado pela África antes de vir para o Brasil. Contatada pela reportagem, a Air France afirmou, por meio de um comunicado, que, como a investigação ainda está em andamento, não vai fazer nenhum comentário sobre a "rota, origem da aeronave ou pessoa". "Air France confirma que um corpo foi encontrado no trem de pouso de um de seus Boeing 777-300 no dia 10 de janeiro durante a operação de manutenção da aeronave. A companhia lamenta profundamente esse incidente trágico e se coloca à disposição das autoridades para colaborar com o processo de investigação em curso", informou a nota. O corpo foi transferido ao Instituto Médico Legal de Paris para identificação. "Infelizmente, são casos cada vez mais frequentemente em nossos aeroportos", afirmou à BBC Brasil o comandante da Gendarmerie des Transports Aériens (GTA) de Paris-Orly. Não é a primeira vez que um corpo é encontrado no compartimento de trem de pouso de um avião. Em 2013, o corpo de um imigrante dos Camarões foi descoberto em circunstâncias similares no aeroporto Charles de Gaulle. O trajeto entre São Paulo e Paris dura cerca de 11 horas. Devido às baixas temperaturas e à falta de oxigênio, é pouco provável, contudo, que um ser humano sobreviva dentro do compartimento nessas condições. Além disso, o risco de ser esmagado pelo próprio trem de pouso no momento da aterrissagem torna a viagem ainda mais perigosa.
mundo
Avião com corpo no trem de pouso passou pela África antes do BrasilO avião da Air France em cujo trem de pouso foi encontrado um corpo de um homem na tarde da última segunda-feira (11) teria passado pela África antes de partir do Brasil rumo à França. A nacionalidade da vítima ainda não foi divulgada. A aeronave passava por manutenção no aeroporto de Paris-Orly quando o cadáver foi descoberto. Segundo a imprensa francesa, autoridades acreditam se tratar de um caso de tentativa de imigração ilegal para o país. Segundo a Air France, o Boeing 777-300 chegou a Paris no domingo (10). Nacionalidade da vítima não foi divulgada; avião passou por África Fontes confirmaram à BBC Brasil que o avião "não é exclusivo da rota Paris-São Paulo" e teria passado pela África antes de vir para o Brasil. Contatada pela reportagem, a Air France afirmou, por meio de um comunicado, que, como a investigação ainda está em andamento, não vai fazer nenhum comentário sobre a "rota, origem da aeronave ou pessoa". "Air France confirma que um corpo foi encontrado no trem de pouso de um de seus Boeing 777-300 no dia 10 de janeiro durante a operação de manutenção da aeronave. A companhia lamenta profundamente esse incidente trágico e se coloca à disposição das autoridades para colaborar com o processo de investigação em curso", informou a nota. O corpo foi transferido ao Instituto Médico Legal de Paris para identificação. "Infelizmente, são casos cada vez mais frequentemente em nossos aeroportos", afirmou à BBC Brasil o comandante da Gendarmerie des Transports Aériens (GTA) de Paris-Orly. Não é a primeira vez que um corpo é encontrado no compartimento de trem de pouso de um avião. Em 2013, o corpo de um imigrante dos Camarões foi descoberto em circunstâncias similares no aeroporto Charles de Gaulle. O trajeto entre São Paulo e Paris dura cerca de 11 horas. Devido às baixas temperaturas e à falta de oxigênio, é pouco provável, contudo, que um ser humano sobreviva dentro do compartimento nessas condições. Além disso, o risco de ser esmagado pelo próprio trem de pouso no momento da aterrissagem torna a viagem ainda mais perigosa.
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Lula convoca a contrarrevolução
Lula está na sua essência nessa última batalha pela sobrevivência, buscando forças onde não tem, acuado, agressivo, culpando os outros. Seu instinto andava falhando, achava que as coisas iam se resolver dentro da mística vitoriosa dos últimos 13 anos. Mas o Congresso do PT em Salvador, que seria redentor, foi constrangedor. Só ficou a ovação calorosa ao ex-tesoureiro do partido, preso em Curitiba, presente em espírito. O PT acabou entrando num beco sem ver saída, prisioneiro de grandes mentiras e de comprometedoras verdades. A reeleição de Dilma, depois do fracasso ululante do primeiro mandato, em meio à crescente onda do petrolão, quase quebrando o Tesouro Nacional, pode ter sido o ápice e o gran finale do antigo regime, a esticada da corda antes de ela arrebentar. Os depoimentos dos políticos investigados no petrolão, que começam a ter publicidade, já expõem as vísceras do sistema. O ministro Teori Zavascki terá o privilégio de relatar ao país como os políticos destroem o país. Um ex-deputado, por exemplo, alegou que "perdeu parte da memória" depois de uma encefalopatia provocada por hepatite C. Um senador disse que guardava R$ 545 mil em sua casa porque seus filhos empresários lhe faziam doações regularmente. Imagina o que vem por aí. A forma desinibida como o governo mentiu na campanha eleitoral e a forma desinibida como logo depois fez tudo o contrário cobra seu preço. Sempre foi perigoso governar subestimando a inteligência do eleitor, que está cada vez mais informado. O PT agora caminha para o paredão eleitoral no ano que vem como quem caminha para o abate, sob a crescente sombra do petrolão e da crise econômica produzida por Dilma. E se a presidente foi a toda poderosa no Dilma 1, despertando o espírito animal do burocrata missionário da esquerda brasileira, no segundo mandato, até aqui, é um juiz federal no Paraná que comanda o espetáculo. Nunca antes na história um juiz teve tanto poder. Joaquim Barbosa era um voto em 11. Moro é morocrático. Um magistrado que é a outra face da burocracia missionária brasileira. Pressionado pelas ruas, o sistema está se depurando por dentro antes de ser forçado a fazê-lo por fora, o que traria riscos ainda maiores. Lula pede revolução aos petistas, mas a revolução está em Curitiba, comandada por juízes, procuradores, policiais. É o que há de mais novo no cenário brasileiro, seguido pelo despertar político das elites, que puxa o despertar político das massas críticas. O PT é o establishment político. Não tem outra opção do que se opor à novidade. Como fez Lula, ao sugerir que o governo e o partido reajam contra a Lava Jato. O partido da esperança virou o partido da vã esperança de manter as coisas como estão. Lula pedindo revolução é na verdade Lula pedindo contrarrevolução. Quem abraçar a causa pode se afogar junto.
colunas
Lula convoca a contrarrevoluçãoLula está na sua essência nessa última batalha pela sobrevivência, buscando forças onde não tem, acuado, agressivo, culpando os outros. Seu instinto andava falhando, achava que as coisas iam se resolver dentro da mística vitoriosa dos últimos 13 anos. Mas o Congresso do PT em Salvador, que seria redentor, foi constrangedor. Só ficou a ovação calorosa ao ex-tesoureiro do partido, preso em Curitiba, presente em espírito. O PT acabou entrando num beco sem ver saída, prisioneiro de grandes mentiras e de comprometedoras verdades. A reeleição de Dilma, depois do fracasso ululante do primeiro mandato, em meio à crescente onda do petrolão, quase quebrando o Tesouro Nacional, pode ter sido o ápice e o gran finale do antigo regime, a esticada da corda antes de ela arrebentar. Os depoimentos dos políticos investigados no petrolão, que começam a ter publicidade, já expõem as vísceras do sistema. O ministro Teori Zavascki terá o privilégio de relatar ao país como os políticos destroem o país. Um ex-deputado, por exemplo, alegou que "perdeu parte da memória" depois de uma encefalopatia provocada por hepatite C. Um senador disse que guardava R$ 545 mil em sua casa porque seus filhos empresários lhe faziam doações regularmente. Imagina o que vem por aí. A forma desinibida como o governo mentiu na campanha eleitoral e a forma desinibida como logo depois fez tudo o contrário cobra seu preço. Sempre foi perigoso governar subestimando a inteligência do eleitor, que está cada vez mais informado. O PT agora caminha para o paredão eleitoral no ano que vem como quem caminha para o abate, sob a crescente sombra do petrolão e da crise econômica produzida por Dilma. E se a presidente foi a toda poderosa no Dilma 1, despertando o espírito animal do burocrata missionário da esquerda brasileira, no segundo mandato, até aqui, é um juiz federal no Paraná que comanda o espetáculo. Nunca antes na história um juiz teve tanto poder. Joaquim Barbosa era um voto em 11. Moro é morocrático. Um magistrado que é a outra face da burocracia missionária brasileira. Pressionado pelas ruas, o sistema está se depurando por dentro antes de ser forçado a fazê-lo por fora, o que traria riscos ainda maiores. Lula pede revolução aos petistas, mas a revolução está em Curitiba, comandada por juízes, procuradores, policiais. É o que há de mais novo no cenário brasileiro, seguido pelo despertar político das elites, que puxa o despertar político das massas críticas. O PT é o establishment político. Não tem outra opção do que se opor à novidade. Como fez Lula, ao sugerir que o governo e o partido reajam contra a Lava Jato. O partido da esperança virou o partido da vã esperança de manter as coisas como estão. Lula pedindo revolução é na verdade Lula pedindo contrarrevolução. Quem abraçar a causa pode se afogar junto.
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Para analistas, Coreia do Norte não é louca, mas completamente racional
A Coreia do Norte é irracional? Ou só finge ser? Ameaças de guerra, ataques ocasionais contra a Coreia do Sul, líderes excêntricos e propaganda exagerada são alguns dos motivos dados pela Coreia do Norte para suscitar essas perguntas. Com o avanço de seu programa nuclear e de mísseis, com um quinto teste nuclear na semana passada, essa preocupação se tornou mais urgente. Mas cientistas políticos vêm repetidamente considerando essa questão e, na maioria das ocasiões, chegam à mesma resposta: o comportamento da Coreia do Norte, longe de insano, é completamente racional. A beligerância que o país exibe, concluem, parece calculada para manter no poder um governo fraco e isolado que de outra forma sucumbiria às forças da História. Suas provocações geram tremendo perigo, mas evitam o que Pyongyang vê como ameaça ainda maior: uma invasão ou colapso. O cientista Denny Roy escreveu em 1994, em um artigo acadêmico que continua a ser citado, que a reputação do país como "Estado louco" e "insensatamente violento" havia "funcionado em benefício da Coreia do Norte", bloqueando as ações de inimigos mais poderosos. Mas essa imagem, ele concluía, era "em larga medida um produto de incompreensão e propaganda". De muitas maneiras, isso é mais perigoso do que a irracionalidade. Embora o país não deseje guerra, seu cálculo estratégico o leva a cultivar o risco constante de um conflito –e a se preparar para evitar uma derrota, caso a guerra aconteça, potencialmente pelo uso de armas nucleares. Esse é um perigo mais sutil, mas ainda assim grave. Por que os analistas acreditam que a Coreia do Norte é racional? Quando os analistas políticos definem um Estado como racional, não estão dizendo que seus líderes sempre tomam as melhores decisões, ou decisões moralmente corretas, ou que eles representem exemplos de estabilidade mental. Em lugar disso, estão afirmando que o Estado se comporta de acordo com aquilo que vê como seus interesses, o primeiro dos quais é a autopreservação. Quando um Estado é racional, ele nem sempre encontrará sucesso em termos de agir de acordo com seus melhores interesses, ou de equilibrar metas de curto e de longo prazo, mas pelo menos tentará fazê-lo. Isso permite que o mundo direcione os incentivos de um Estado, conduzindo-o na direção desejada. Estados são irracionais quando não seguem seu autointeresse. Na forma "forte" de irracionalidade, os líderes são tão lunáticos que se mostram incapazes de determinar quais são seus interesses. Na versão "branda", fatores domésticos tais como o zelo ideológico ou disputas internas pelo poder distorcem os incentivos, fazendo que os Estados se comportem de maneiras contraproducentes mas ao menos previsíveis. As ações da Coreia do Norte, embora repulsivas, parecem servir bem ao seu autointeresse racional, de acordo com um estudo publicado em 2003 por David Kang, um cientista político que hoje leciona na Universidade do Sul da Califórnia. Dentro de suas fronteiras e no exterior, ele constatou, os líderes norte-coreanos determinam com astúcia os seus interesses e agem em defesa deles. (Ele confirmou em e-mail que essas conclusões ainda se aplicam.) "Todas as indicações apontam para sua capacidade de tomar decisões sofisticadas e administrar a política palaciana, interna e internacional com extrema precisão", escreveu Kang. "Não é possível argumentar que se trate de líderes irracionais, incapazes de fazer cálculos que correlacionem meios a fins". O comportamento aparentemente desequilibrado da Coreia do Norte começa pela tentativa do país de resolver dois problemas que teve de encarar quando a Guerra Fria acabou e aos quais deveria ter sido incapaz de sobreviver. Um deles era militar. A península coreana, que ainda vive formalmente em estado de guerra, havia avançado de um impasse entre soviéticos e norte-americanos a um desequilíbrio forte em favor do sul. O norte estava exposto, e sua única proteção era uma China cujo foco principal era a melhora de seu relacionamento com o Ocidente. O outro problema era político. As duas Coreias afirmavam representar todos os coreanos, e por décadas tiveram níveis de desenvolvimento semelhantes. Mas quando chegaram os anos 1990, o sul começou a demonstrar liberdade e prosperidade exponencialmente maiores. O governo de Pyongyang tinha pouco motivo para existir. A liderança norte-coreana resolveu ambos os problemas por meio de algo que ela chama de "Songum", ou seja, uma política que confere prioridade total às Forças Armadas. Isso colocou o país em estado de guerra permanente, justificando a pobreza do Estado como necessária a manter suas imensas Forças Armadas, justificando sua opressão como forma de expor os traidores internos, e sustentando sua legitimidade por meio de um nacionalismo exagerado que é comum encontrar em tempo de guerra. Vista de fora, as ações da Coreia do Norte parecem insanas. Sua propaganda interna descreve uma realidade que não existe, e o país parece determinado a praticamente provocar uma guerra na qual sairia certamente derrotado. Mas de dentro da Coreia do Norte, essas ações fazem perfeito sentido. E, com o tempo, a reputação do governo por irracionalidade se tornou uma vantagem, igualmente. Os estudiosos atribuem essa comportamento à "teoria do louco" –uma estratégia criada por ninguém menos que Richard Nixon, sob a qual o líder deve cultivar uma imagem de beligerância e imprevisibilidade a fim de forçar os adversários a caminhar com mais cuidado. Roy disse em entrevista que a Coreia do Norte "intencionalmente emprega uma postura de aparente aceitação de riscos absurdos, e de disposição de ir à guerra como meio de tentar intimidar seus adversários". Mas essa estratégia só funciona porque, mesmo que a beligerância seja apenas aparente, o perigo que ela cria é muito real. Uma Coreia do Norte racional é mais perigosa? Nesse sentido, é a racionalidade da Coreia do Norte que a torna mais poderosa. Porque o país acredita que só pode sobreviver ao manter a península coreana próxima de uma guerra, cria o risco de que exatamente isso ocorra, por acidente ou erro de cálculo. A Coreia do Norte está ciente desse risco mas parece acreditar que não tem escolha. Por isso, e talvez por conta da invasão ao Iraque liderada pelos Estados Unidos e da intervenção da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Líbia contra Muammar Gaddafi, os norte-coreanos parecem honestamente temer uma invasão norte-americana. E isso é racional: Estados fracos que enfrentam inimigos mais poderosos precisam ou buscar a paz –o que a Coreia do Norte não pode fazer sem ameaçar sua legitimidade política– ou encontrar uma maneira de sobreviver ao conflito. O programa nuclear da Coreia do Norte, acreditam alguns analistas, foi criado para impedir uma invasão norte-americana ao permitir que o país realize ataques preventivos contra bases militares norte-americanas próximas e contra os portos da Coreia do Sul, e mais adiante ameaçar um ataque com mísseis ao território continental dos Estados Unidos. Embora os norte-coreanos ainda não tenham essa capacidade, analistas acreditam que isso se tornará realidade dentro de uma década. Essa é a culminação da racionalidade da Coreia do Norte, em algo conhecido como teoria do desespero. Sob essa teoria, quando Estados enfrentam duas escolhas terríveis, eles ficarão com a menos ruim –mesmo que, em circunstâncias normais, ela fosse custosa demais para ser aceita. No caso da Coreia do Norte, isso significa criar condições para uma guerra que o país provavelmente perderia. E pode significar preparar um esforço final de sobrevivência por meio de ataques nucleares múltiplos aos seus inimigos, arriscando retaliação nuclear em troca de uma ínfima probabilidade de sobrevivência. Os líderes da Coreia do Norte toleram esse perigo porque, em seu cálculo, não lhes resta outra escolha. Os demais de nós compartilhamos desse risco –minúsculo, mas ainda assim maior que zero–, quer o queiramos, quer não. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Para analistas, Coreia do Norte não é louca, mas completamente racionalA Coreia do Norte é irracional? Ou só finge ser? Ameaças de guerra, ataques ocasionais contra a Coreia do Sul, líderes excêntricos e propaganda exagerada são alguns dos motivos dados pela Coreia do Norte para suscitar essas perguntas. Com o avanço de seu programa nuclear e de mísseis, com um quinto teste nuclear na semana passada, essa preocupação se tornou mais urgente. Mas cientistas políticos vêm repetidamente considerando essa questão e, na maioria das ocasiões, chegam à mesma resposta: o comportamento da Coreia do Norte, longe de insano, é completamente racional. A beligerância que o país exibe, concluem, parece calculada para manter no poder um governo fraco e isolado que de outra forma sucumbiria às forças da História. Suas provocações geram tremendo perigo, mas evitam o que Pyongyang vê como ameaça ainda maior: uma invasão ou colapso. O cientista Denny Roy escreveu em 1994, em um artigo acadêmico que continua a ser citado, que a reputação do país como "Estado louco" e "insensatamente violento" havia "funcionado em benefício da Coreia do Norte", bloqueando as ações de inimigos mais poderosos. Mas essa imagem, ele concluía, era "em larga medida um produto de incompreensão e propaganda". De muitas maneiras, isso é mais perigoso do que a irracionalidade. Embora o país não deseje guerra, seu cálculo estratégico o leva a cultivar o risco constante de um conflito –e a se preparar para evitar uma derrota, caso a guerra aconteça, potencialmente pelo uso de armas nucleares. Esse é um perigo mais sutil, mas ainda assim grave. Por que os analistas acreditam que a Coreia do Norte é racional? Quando os analistas políticos definem um Estado como racional, não estão dizendo que seus líderes sempre tomam as melhores decisões, ou decisões moralmente corretas, ou que eles representem exemplos de estabilidade mental. Em lugar disso, estão afirmando que o Estado se comporta de acordo com aquilo que vê como seus interesses, o primeiro dos quais é a autopreservação. Quando um Estado é racional, ele nem sempre encontrará sucesso em termos de agir de acordo com seus melhores interesses, ou de equilibrar metas de curto e de longo prazo, mas pelo menos tentará fazê-lo. Isso permite que o mundo direcione os incentivos de um Estado, conduzindo-o na direção desejada. Estados são irracionais quando não seguem seu autointeresse. Na forma "forte" de irracionalidade, os líderes são tão lunáticos que se mostram incapazes de determinar quais são seus interesses. Na versão "branda", fatores domésticos tais como o zelo ideológico ou disputas internas pelo poder distorcem os incentivos, fazendo que os Estados se comportem de maneiras contraproducentes mas ao menos previsíveis. As ações da Coreia do Norte, embora repulsivas, parecem servir bem ao seu autointeresse racional, de acordo com um estudo publicado em 2003 por David Kang, um cientista político que hoje leciona na Universidade do Sul da Califórnia. Dentro de suas fronteiras e no exterior, ele constatou, os líderes norte-coreanos determinam com astúcia os seus interesses e agem em defesa deles. (Ele confirmou em e-mail que essas conclusões ainda se aplicam.) "Todas as indicações apontam para sua capacidade de tomar decisões sofisticadas e administrar a política palaciana, interna e internacional com extrema precisão", escreveu Kang. "Não é possível argumentar que se trate de líderes irracionais, incapazes de fazer cálculos que correlacionem meios a fins". O comportamento aparentemente desequilibrado da Coreia do Norte começa pela tentativa do país de resolver dois problemas que teve de encarar quando a Guerra Fria acabou e aos quais deveria ter sido incapaz de sobreviver. Um deles era militar. A península coreana, que ainda vive formalmente em estado de guerra, havia avançado de um impasse entre soviéticos e norte-americanos a um desequilíbrio forte em favor do sul. O norte estava exposto, e sua única proteção era uma China cujo foco principal era a melhora de seu relacionamento com o Ocidente. O outro problema era político. As duas Coreias afirmavam representar todos os coreanos, e por décadas tiveram níveis de desenvolvimento semelhantes. Mas quando chegaram os anos 1990, o sul começou a demonstrar liberdade e prosperidade exponencialmente maiores. O governo de Pyongyang tinha pouco motivo para existir. A liderança norte-coreana resolveu ambos os problemas por meio de algo que ela chama de "Songum", ou seja, uma política que confere prioridade total às Forças Armadas. Isso colocou o país em estado de guerra permanente, justificando a pobreza do Estado como necessária a manter suas imensas Forças Armadas, justificando sua opressão como forma de expor os traidores internos, e sustentando sua legitimidade por meio de um nacionalismo exagerado que é comum encontrar em tempo de guerra. Vista de fora, as ações da Coreia do Norte parecem insanas. Sua propaganda interna descreve uma realidade que não existe, e o país parece determinado a praticamente provocar uma guerra na qual sairia certamente derrotado. Mas de dentro da Coreia do Norte, essas ações fazem perfeito sentido. E, com o tempo, a reputação do governo por irracionalidade se tornou uma vantagem, igualmente. Os estudiosos atribuem essa comportamento à "teoria do louco" –uma estratégia criada por ninguém menos que Richard Nixon, sob a qual o líder deve cultivar uma imagem de beligerância e imprevisibilidade a fim de forçar os adversários a caminhar com mais cuidado. Roy disse em entrevista que a Coreia do Norte "intencionalmente emprega uma postura de aparente aceitação de riscos absurdos, e de disposição de ir à guerra como meio de tentar intimidar seus adversários". Mas essa estratégia só funciona porque, mesmo que a beligerância seja apenas aparente, o perigo que ela cria é muito real. Uma Coreia do Norte racional é mais perigosa? Nesse sentido, é a racionalidade da Coreia do Norte que a torna mais poderosa. Porque o país acredita que só pode sobreviver ao manter a península coreana próxima de uma guerra, cria o risco de que exatamente isso ocorra, por acidente ou erro de cálculo. A Coreia do Norte está ciente desse risco mas parece acreditar que não tem escolha. Por isso, e talvez por conta da invasão ao Iraque liderada pelos Estados Unidos e da intervenção da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Líbia contra Muammar Gaddafi, os norte-coreanos parecem honestamente temer uma invasão norte-americana. E isso é racional: Estados fracos que enfrentam inimigos mais poderosos precisam ou buscar a paz –o que a Coreia do Norte não pode fazer sem ameaçar sua legitimidade política– ou encontrar uma maneira de sobreviver ao conflito. O programa nuclear da Coreia do Norte, acreditam alguns analistas, foi criado para impedir uma invasão norte-americana ao permitir que o país realize ataques preventivos contra bases militares norte-americanas próximas e contra os portos da Coreia do Sul, e mais adiante ameaçar um ataque com mísseis ao território continental dos Estados Unidos. Embora os norte-coreanos ainda não tenham essa capacidade, analistas acreditam que isso se tornará realidade dentro de uma década. Essa é a culminação da racionalidade da Coreia do Norte, em algo conhecido como teoria do desespero. Sob essa teoria, quando Estados enfrentam duas escolhas terríveis, eles ficarão com a menos ruim –mesmo que, em circunstâncias normais, ela fosse custosa demais para ser aceita. No caso da Coreia do Norte, isso significa criar condições para uma guerra que o país provavelmente perderia. E pode significar preparar um esforço final de sobrevivência por meio de ataques nucleares múltiplos aos seus inimigos, arriscando retaliação nuclear em troca de uma ínfima probabilidade de sobrevivência. Os líderes da Coreia do Norte toleram esse perigo porque, em seu cálculo, não lhes resta outra escolha. Os demais de nós compartilhamos desse risco –minúsculo, mas ainda assim maior que zero–, quer o queiramos, quer não. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Prepare-se: domingo com Wanderléa e mais 13 festas
DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Se penso logo existo. Tudo pra mim é sentimento. Tento entender, ouvir e administrar. E do mais, vamos pular carnaval, né? Aproveitar onde tiver essa festa que é a cara do Brasil." Juliana Tiemi, 20, modelo e atriz, Liberdade * TEMPO O domingo (15) será ensolarado com algumas nuvens. Há chance de chuva especialmente no período da tarde. A temperatura mínima será de 20ºC e, a máxima, de 26ºC * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO *O trombonista Bocato e o rapper Xis se juntam à miniorquestra Liquidus Ambiento em show no Sesc Ipiranga, às 18h. Ingresso: de R$ 6 a R$ 20 AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Prepare-se: domingo com Wanderléa e mais 13 festasDE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Se penso logo existo. Tudo pra mim é sentimento. Tento entender, ouvir e administrar. E do mais, vamos pular carnaval, né? Aproveitar onde tiver essa festa que é a cara do Brasil." Juliana Tiemi, 20, modelo e atriz, Liberdade * TEMPO O domingo (15) será ensolarado com algumas nuvens. Há chance de chuva especialmente no período da tarde. A temperatura mínima será de 20ºC e, a máxima, de 26ºC * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO *O trombonista Bocato e o rapper Xis se juntam à miniorquestra Liquidus Ambiento em show no Sesc Ipiranga, às 18h. Ingresso: de R$ 6 a R$ 20 AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Leitores comentam críticas à demora em indicar ministro do STF
Considero muito importantes as manifestações de ministros e ex-ministros do STF sobre a demora da presidente Dilma Rousseff para indicar o 11º integrante da Corte ("Poder", 1/3). Mas considero também oportuno que os ministros cobrem os colegas que descumprem prazos dos pedidos de vista sem qualquer razão. CELSO GUALTIERI (Belo Horizonte, MG) * Ex-ministros criticam a demora da presidente para preencher uma vaga. Ora, mais nefastos são os pedidos de vista intermináveis, que adiam de forma maliciosa julgamentos decisivos para a nação. No momento, Gilmar Mendes adia seu voto na ação sobre o financiamento eleitoral por parte das empresas, embora esta já esteja decidida por 6 votos a 0. ANTÔNIO BEETHOVEN CUNHA DE MELO (São Paulo, SP) * Totalmente descabidas as críticas de atuais e ex-ministros do STF à presidente Dilma pela demora em nomear o substituto ao ex-ministro Joaquim Barbosa, que se aposentou precocemente. Se ela tivesse nomeado o substituto antes das eleições, estas mesmas vozes teriam-na criticado pelo fato de nomear um juiz ao final de seu mandato. Agora, com a necessidade de montar um novo gabinete e resolver problemas urgentes do país, é cobrada por não ter apresentado o substituto! AIK ESKINAZI (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitores comentam críticas à demora em indicar ministro do STFConsidero muito importantes as manifestações de ministros e ex-ministros do STF sobre a demora da presidente Dilma Rousseff para indicar o 11º integrante da Corte ("Poder", 1/3). Mas considero também oportuno que os ministros cobrem os colegas que descumprem prazos dos pedidos de vista sem qualquer razão. CELSO GUALTIERI (Belo Horizonte, MG) * Ex-ministros criticam a demora da presidente para preencher uma vaga. Ora, mais nefastos são os pedidos de vista intermináveis, que adiam de forma maliciosa julgamentos decisivos para a nação. No momento, Gilmar Mendes adia seu voto na ação sobre o financiamento eleitoral por parte das empresas, embora esta já esteja decidida por 6 votos a 0. ANTÔNIO BEETHOVEN CUNHA DE MELO (São Paulo, SP) * Totalmente descabidas as críticas de atuais e ex-ministros do STF à presidente Dilma pela demora em nomear o substituto ao ex-ministro Joaquim Barbosa, que se aposentou precocemente. Se ela tivesse nomeado o substituto antes das eleições, estas mesmas vozes teriam-na criticado pelo fato de nomear um juiz ao final de seu mandato. Agora, com a necessidade de montar um novo gabinete e resolver problemas urgentes do país, é cobrada por não ter apresentado o substituto! AIK ESKINAZI (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Em busca da paz no futuro
O ano de 2015 marca o 70º aniversário da vitória dos Aliados na Guerra Mundial Antifascista. Setenta anos atrás, em 2 de setembro, a cerimônia de rendição do Japão aos Aliados foi realizada no encouraçado USS Missouri na baía de Tóquio, pondo fim à Segunda Guerra Mundial, um dos capítulos mais sombrios da história humana. Provocada pelas forças fascistas, a guerra arrasou mais de 80 países e regiões do mundo, resultando na perda de 70 milhões de vidas. Perante o desastre, todos os países e povos amantes da paz ficaram unidos na luta sangrenta para ganhar a vitória da Segunda Guerra. Desde então, o dia 3 de setembro é reconhecido na China como o Dia da Vitória da Guerra Mundial Antifascista ou o Dia da Vitória da Guerra Antijaponesa do Povo Chinês. Ao longo deste ano, muitos países têm realizado diversos eventos comemorativos. A China também vai realizar nesta quinta-feira (3) uma série de atividades para comemorar a data. Juntos, vamos recordar a história e reverenciar os mártires para valorizar a paz e buscar um futuro melhor. A China foi o principal campo de batalha no Oriente durante a Segunda Guerra. Foi o primeiro país que começou o combate contra o fascismo e sofreu a guerra mais prolongada com o maior sacrifício. Durante a Guerra Sino-Japonesa, vítimas militares e civis da China totalizaram 35 milhões. Os que sacrificaram a vida na luta pela liberdade e dignidade do seu país merecem esta homenagem. A enorme contribuição feita pela China para a causa da paz da humanidade merece esse reconhecimento. Após o conflito, a comunidade internacional criou o mecanismo de segurança coletiva tendo no cerne a ONU. Todavia, ainda vivemos num mundo inseguro. As forças militaristas continuam a pairar e há aqueles que não querem reconhecer a sua história de agressão, na tentativa de tornar ambígua a natureza e a responsabilidade da guerra. Em vez de pedir desculpas sinceras e mostrar remorsos, reverenciam abertamente os criminosos de guerra. São tentativas que visam maquiar e suavizar a história de agressão e causar confusão ética e moral. Tais comportamentos merecem alerta, já que são atos que causam retrocessos históricos e fogem de responsabilidades históricas. A realização das atividades comemorativas pela China não é para prorrogar o ódio nacional nem para mergulhar o país nas amargas experiências históricas. É para demonstrar a valorização da paz, a esperança por um futuro brilhante e a determinação inalterável de prosseguir o caminho de desenvolvimento pacífico. A China tem sido uma firme defensora, praticante e construtora da ordem internacional e dos mecanismos de paz pós-Guerra. Com seus interesses de desenvolvimento cada vez mais integrados ao resto do mundo, a China tem apresentado iniciativas construtivas e amplamente reconhecidas pela comunidade internacional, tais como o conceito de segurança sustentável, a diplomacia de "fraternidade, sinceridade, reciprocidade e inclusão", e a visão "um cinturão e uma rota" para o desenvolvimento comum. Os dois principais países em desenvolvimento do mundo, China e Brasil, são vencedores da Segunda Guerra. O Brasil foi o único país sul-americano que enviou tropas para a Guerra –em 1944, o país mandou uma força expedicionária para a Europa, que lutou até o fim do conflito. A Base de Natal (RN) foi uma base aérea estratégica dos Aliados. A FAB executou 2.550 missões de voos. Hoje, parceiros estratégicos globais, China e Brasil têm sido uma força firme na manutenção de paz e estabilidade mundial. Junto dos demais países amantes da paz, como o Brasil, vamos tomar a comemoração do 70º aniversário da vitória da Guerra Mundial Antifascista como um novo ponto de partida a partir do qual contribuiremos ainda mais para a causa de paz e o desenvolvimento da humanidade. LI JINZHANG é embaixador da China no Brasil * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Em busca da paz no futuroO ano de 2015 marca o 70º aniversário da vitória dos Aliados na Guerra Mundial Antifascista. Setenta anos atrás, em 2 de setembro, a cerimônia de rendição do Japão aos Aliados foi realizada no encouraçado USS Missouri na baía de Tóquio, pondo fim à Segunda Guerra Mundial, um dos capítulos mais sombrios da história humana. Provocada pelas forças fascistas, a guerra arrasou mais de 80 países e regiões do mundo, resultando na perda de 70 milhões de vidas. Perante o desastre, todos os países e povos amantes da paz ficaram unidos na luta sangrenta para ganhar a vitória da Segunda Guerra. Desde então, o dia 3 de setembro é reconhecido na China como o Dia da Vitória da Guerra Mundial Antifascista ou o Dia da Vitória da Guerra Antijaponesa do Povo Chinês. Ao longo deste ano, muitos países têm realizado diversos eventos comemorativos. A China também vai realizar nesta quinta-feira (3) uma série de atividades para comemorar a data. Juntos, vamos recordar a história e reverenciar os mártires para valorizar a paz e buscar um futuro melhor. A China foi o principal campo de batalha no Oriente durante a Segunda Guerra. Foi o primeiro país que começou o combate contra o fascismo e sofreu a guerra mais prolongada com o maior sacrifício. Durante a Guerra Sino-Japonesa, vítimas militares e civis da China totalizaram 35 milhões. Os que sacrificaram a vida na luta pela liberdade e dignidade do seu país merecem esta homenagem. A enorme contribuição feita pela China para a causa da paz da humanidade merece esse reconhecimento. Após o conflito, a comunidade internacional criou o mecanismo de segurança coletiva tendo no cerne a ONU. Todavia, ainda vivemos num mundo inseguro. As forças militaristas continuam a pairar e há aqueles que não querem reconhecer a sua história de agressão, na tentativa de tornar ambígua a natureza e a responsabilidade da guerra. Em vez de pedir desculpas sinceras e mostrar remorsos, reverenciam abertamente os criminosos de guerra. São tentativas que visam maquiar e suavizar a história de agressão e causar confusão ética e moral. Tais comportamentos merecem alerta, já que são atos que causam retrocessos históricos e fogem de responsabilidades históricas. A realização das atividades comemorativas pela China não é para prorrogar o ódio nacional nem para mergulhar o país nas amargas experiências históricas. É para demonstrar a valorização da paz, a esperança por um futuro brilhante e a determinação inalterável de prosseguir o caminho de desenvolvimento pacífico. A China tem sido uma firme defensora, praticante e construtora da ordem internacional e dos mecanismos de paz pós-Guerra. Com seus interesses de desenvolvimento cada vez mais integrados ao resto do mundo, a China tem apresentado iniciativas construtivas e amplamente reconhecidas pela comunidade internacional, tais como o conceito de segurança sustentável, a diplomacia de "fraternidade, sinceridade, reciprocidade e inclusão", e a visão "um cinturão e uma rota" para o desenvolvimento comum. Os dois principais países em desenvolvimento do mundo, China e Brasil, são vencedores da Segunda Guerra. O Brasil foi o único país sul-americano que enviou tropas para a Guerra –em 1944, o país mandou uma força expedicionária para a Europa, que lutou até o fim do conflito. A Base de Natal (RN) foi uma base aérea estratégica dos Aliados. A FAB executou 2.550 missões de voos. Hoje, parceiros estratégicos globais, China e Brasil têm sido uma força firme na manutenção de paz e estabilidade mundial. Junto dos demais países amantes da paz, como o Brasil, vamos tomar a comemoração do 70º aniversário da vitória da Guerra Mundial Antifascista como um novo ponto de partida a partir do qual contribuiremos ainda mais para a causa de paz e o desenvolvimento da humanidade. LI JINZHANG é embaixador da China no Brasil * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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O que é pago em alguns países, mas grátis em outros
De água mineral a tobogãs, diferentes países podem surpreender viajantes ao oferecerem de graça alguns produtos ou serviços normalmente pagos em suas nações de origem. Ou vice-versa. Para descobrir os casos mais pitorescos, buscamos a comunidade virtual Quora.com, especializada em perguntas e respostas, e questionamos: "O que é grátis no seu país e você tem que comprar quando viaja ao exterior?" As respostas revelaram bons negócios e fascinantes insights das culturas locais. * Praticamente todas as quitandas do país oferecem porções gratuitas generosas de coentro e pimenta verde, ingredientes comuns em pratos típicos locais. Uma tradição que também vigora no norte da Índia. - O fast-food surgiu nos EUA, mas a forma generosa com que os condimentos acompanham as refeições ali não foi algo que outros países quiseram importar. O americano John Baldwin viu isso de perto quando visitou um McDonald's no Reino Unido e notou a ausência de ketchup ao pedir um sanduíche. "Quando pedi o ketchup, ela (a atendente) cobrou 50 centavos de libra por apenas um pacotinho. Nos EUA, as lanchonetes não cobram e te dão pelo menos uns 10 sachês." - O local oferece molho chili de graça em qualquer restaurante, de casas típicas às redes internacionais. O gosto pelos molhos apimentados em Cingapura é tão grande que o McDonald's, por exemplo, criou um molho chili à base de alho especialmente para o mercado local. - Com um clima propício para atividades externas, o país oferece um monte de opções gratuitas. Um exemplo: parques australianos contam com chapas elétricas para um bom churrasquinho grelhado. "Você traz a carne e qualquer coisa a mais que queira cozinhar e precisa apenas apertar um botão para esquentar a chapa", explica Cristopher Mardell, que vive na cidade de Adelaide. Tudo o que o visitante precisa fazer depois é deixar a grelha limpa. Em Darwin, no norte do país, frequentadores de parques contam com um serviço extra para os dias de calor. Como as águas dos lagos e rios locais são cheias de crocodilos, as pessoas se refrescam em tobogãs aquáticos gratuitos. O Leanyer Recreation Park é um exemplo –conta com três tobogãs, incluindo uma pista de 124 metros que simula o rafting, abertos ao público. - A água mineral costuma ser vendida em quase todos os países, mas não na Eslováquia, onde nascentes estão em qualquer lugar. "Todas as regiões do país têm nascentes abertas ao público, com consumo gratuito", explica o usuário do Quora.com Juraj Spisak. E o mais interessante é que o gosto da água também varia. "Algumas têm notas mais sulfúricas, enquanto outras são ricas em manganês e ferro, por exemplo. Azar dos lojistas, pois mesmo quem compra águas nas lojas invariavelmente acaba reabastecendo nas fontes." - O país escandinavo tem leis que dão liberdade de movimento em áreas naturais como rios, lagos e campos, o que inclui direito de coletar livremente frutos e cogumelos e o de acampar durante a noite, mesmo que em propriedades particulares. Mas há uma regra: respeitar uma distância de 150 metros da construção mais próxima. Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel
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O que é pago em alguns países, mas grátis em outrosDe água mineral a tobogãs, diferentes países podem surpreender viajantes ao oferecerem de graça alguns produtos ou serviços normalmente pagos em suas nações de origem. Ou vice-versa. Para descobrir os casos mais pitorescos, buscamos a comunidade virtual Quora.com, especializada em perguntas e respostas, e questionamos: "O que é grátis no seu país e você tem que comprar quando viaja ao exterior?" As respostas revelaram bons negócios e fascinantes insights das culturas locais. * Praticamente todas as quitandas do país oferecem porções gratuitas generosas de coentro e pimenta verde, ingredientes comuns em pratos típicos locais. Uma tradição que também vigora no norte da Índia. - O fast-food surgiu nos EUA, mas a forma generosa com que os condimentos acompanham as refeições ali não foi algo que outros países quiseram importar. O americano John Baldwin viu isso de perto quando visitou um McDonald's no Reino Unido e notou a ausência de ketchup ao pedir um sanduíche. "Quando pedi o ketchup, ela (a atendente) cobrou 50 centavos de libra por apenas um pacotinho. Nos EUA, as lanchonetes não cobram e te dão pelo menos uns 10 sachês." - O local oferece molho chili de graça em qualquer restaurante, de casas típicas às redes internacionais. O gosto pelos molhos apimentados em Cingapura é tão grande que o McDonald's, por exemplo, criou um molho chili à base de alho especialmente para o mercado local. - Com um clima propício para atividades externas, o país oferece um monte de opções gratuitas. Um exemplo: parques australianos contam com chapas elétricas para um bom churrasquinho grelhado. "Você traz a carne e qualquer coisa a mais que queira cozinhar e precisa apenas apertar um botão para esquentar a chapa", explica Cristopher Mardell, que vive na cidade de Adelaide. Tudo o que o visitante precisa fazer depois é deixar a grelha limpa. Em Darwin, no norte do país, frequentadores de parques contam com um serviço extra para os dias de calor. Como as águas dos lagos e rios locais são cheias de crocodilos, as pessoas se refrescam em tobogãs aquáticos gratuitos. O Leanyer Recreation Park é um exemplo –conta com três tobogãs, incluindo uma pista de 124 metros que simula o rafting, abertos ao público. - A água mineral costuma ser vendida em quase todos os países, mas não na Eslováquia, onde nascentes estão em qualquer lugar. "Todas as regiões do país têm nascentes abertas ao público, com consumo gratuito", explica o usuário do Quora.com Juraj Spisak. E o mais interessante é que o gosto da água também varia. "Algumas têm notas mais sulfúricas, enquanto outras são ricas em manganês e ferro, por exemplo. Azar dos lojistas, pois mesmo quem compra águas nas lojas invariavelmente acaba reabastecendo nas fontes." - O país escandinavo tem leis que dão liberdade de movimento em áreas naturais como rios, lagos e campos, o que inclui direito de coletar livremente frutos e cogumelos e o de acampar durante a noite, mesmo que em propriedades particulares. Mas há uma regra: respeitar uma distância de 150 metros da construção mais próxima. Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel
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Hospitais barram remédio chinês usado para tratar câncer infantil
Dois dos maiores hospitais brasileiros especializados em câncer infantil –o Centro Infantil Boldrini e o Graacc– decidiram não utilizar o medicamento LeugiNase, de origem chinesa, no tratamento de crianças com leucemia. O remédio passou a ser importado no começo do ano pelo governo brasileiro para distribuição no SUS (Sistema Único de Saúde), mas os hospitais questionam a sua segurança e a sua eficácia no tratamento dos pacientes. Duas análises feitas a pedido do Boldrini, o maior hospital especializado em câncer infantil da América Latina, localizado em Campinas (a 97 km de São Paulo), apontam graus elevados de impureza no medicamento chinês. Na análise do Laboratório Nacional de Biociências, ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, foi encontrado 130 vezes mais impureza do que o medicamento originado nos EUA e na Europa, até então usados pelo governo antes da troca. Na análise do laboratório americano MS Bioworks, apenas 60% do medicamento chinês corresponde ao princípio ativo asparaginase. Os outros 40% são de proteínas contaminantes. Na comparação, o produto alemão tem 99,5% de asparaginase e apenas 0,5% de contaminantes. Instituições como a Sobrafo (Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia) e a ABHH (Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular) já solicitaram esclarecimento ao Ministério da Saúde quanto à segurança e eficácia do medicamento. De acordo com a presidente e fundadora do Boldrini, a pediatra Silvia Brandalise, a presença das proteínas contaminantes detectadas na análise pode aumentar a chance da produção de anticorpos que neutralizariam o efeito da asparaginase. "Não podemos correr riscos. Nossa preocupação é com a eficácia. A asparaginase é um dos medicamentos usados e pode garantir sobrevida de 80% a um paciente com leucemia. Do contrário, isso cai para menos de 10%", afirmou. COMPRA Os hospitais estão usando recursos próprios, vindos de doações, por exemplo, para importar o remédio mais seguro. O Graacc importa o produto alemão, enquanto o Boldrini está trazendo a asparaginase americana. No Boldrini, de 60 a 80 crianças por mês fazem o tratamento com asparaginase. Segundo Silvia, ela aplicou do próprio bolso R$ 128 mil para comprar o medicamento dos EUA a 18 pacientes em situação mais grave, mas que ainda não chegou. O Boldrini solicitou há cerca de dez dias a licença de importação de 500 frascos da asparaginase europeia para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o que foi concedido na última quinta-feira (4). A chinesa ficará sem uso neste caso. Em nota, o Graacc informou que continuará utilizando a asparaginase alemã em seus pacientes até a conclusão dos testes pelo Ministério da Saúde sobre a segurança do medicamento chinês. Só assim definirá ou não a sua futura utilização. O Graacc informou que está em processo de importação de 200 frascos do produto alemão. Atualmente, no hospital em São Paulo, dez pacientes precisam do medicamento. Já foram aplicados R$ 162 mil para compra dos remédios. O Hospital de Câncer de Barretos, outra referência no tratamento de câncer infantil no Brasil, não informou à reportagem se utiliza a asparaginase chinesa em seus pacientes. O governo do Estado de São Paulo informou não ter recebido nenhuma recomendação ou orientação sobre o produto, tampouco queixas de centros de tratamento no Estado. OUTRO LADO O Ministério da Saúde informou que a análise da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) identificou presença de 98% da asparaginase no medicamento chinês LeugiNase e contestou, em nota, a conclusão do Centro Infantil Boldrini frente a análise do Laboratório Nacional de Biociências. O ministério informou ainda que se posicionará sobre a segunda análise, do laboratório americano MS Bioworks, após uma avaliação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Na nota, o ministério informou que o produto LeugiNase está sendo aplicado em 11 Estados, sem registro diferente do aguardado pela literatura médica, e que a "eventual presença de proteínas, esperada em produtos biológicos, não indica que sejam prejudiciais aos pacientes". De acordo com o Ministério da Saúde, foram adquiridas 30.666 unidades do medicamento em janeiro de 2017, por um valor de R$ 7,6 milhões. Ainda segundo o ministério, os hospitais recebem recursos para optar pela aquisição do medicamento conveniente.
equilibrioesaude
Hospitais barram remédio chinês usado para tratar câncer infantilDois dos maiores hospitais brasileiros especializados em câncer infantil –o Centro Infantil Boldrini e o Graacc– decidiram não utilizar o medicamento LeugiNase, de origem chinesa, no tratamento de crianças com leucemia. O remédio passou a ser importado no começo do ano pelo governo brasileiro para distribuição no SUS (Sistema Único de Saúde), mas os hospitais questionam a sua segurança e a sua eficácia no tratamento dos pacientes. Duas análises feitas a pedido do Boldrini, o maior hospital especializado em câncer infantil da América Latina, localizado em Campinas (a 97 km de São Paulo), apontam graus elevados de impureza no medicamento chinês. Na análise do Laboratório Nacional de Biociências, ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, foi encontrado 130 vezes mais impureza do que o medicamento originado nos EUA e na Europa, até então usados pelo governo antes da troca. Na análise do laboratório americano MS Bioworks, apenas 60% do medicamento chinês corresponde ao princípio ativo asparaginase. Os outros 40% são de proteínas contaminantes. Na comparação, o produto alemão tem 99,5% de asparaginase e apenas 0,5% de contaminantes. Instituições como a Sobrafo (Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia) e a ABHH (Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular) já solicitaram esclarecimento ao Ministério da Saúde quanto à segurança e eficácia do medicamento. De acordo com a presidente e fundadora do Boldrini, a pediatra Silvia Brandalise, a presença das proteínas contaminantes detectadas na análise pode aumentar a chance da produção de anticorpos que neutralizariam o efeito da asparaginase. "Não podemos correr riscos. Nossa preocupação é com a eficácia. A asparaginase é um dos medicamentos usados e pode garantir sobrevida de 80% a um paciente com leucemia. Do contrário, isso cai para menos de 10%", afirmou. COMPRA Os hospitais estão usando recursos próprios, vindos de doações, por exemplo, para importar o remédio mais seguro. O Graacc importa o produto alemão, enquanto o Boldrini está trazendo a asparaginase americana. No Boldrini, de 60 a 80 crianças por mês fazem o tratamento com asparaginase. Segundo Silvia, ela aplicou do próprio bolso R$ 128 mil para comprar o medicamento dos EUA a 18 pacientes em situação mais grave, mas que ainda não chegou. O Boldrini solicitou há cerca de dez dias a licença de importação de 500 frascos da asparaginase europeia para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o que foi concedido na última quinta-feira (4). A chinesa ficará sem uso neste caso. Em nota, o Graacc informou que continuará utilizando a asparaginase alemã em seus pacientes até a conclusão dos testes pelo Ministério da Saúde sobre a segurança do medicamento chinês. Só assim definirá ou não a sua futura utilização. O Graacc informou que está em processo de importação de 200 frascos do produto alemão. Atualmente, no hospital em São Paulo, dez pacientes precisam do medicamento. Já foram aplicados R$ 162 mil para compra dos remédios. O Hospital de Câncer de Barretos, outra referência no tratamento de câncer infantil no Brasil, não informou à reportagem se utiliza a asparaginase chinesa em seus pacientes. O governo do Estado de São Paulo informou não ter recebido nenhuma recomendação ou orientação sobre o produto, tampouco queixas de centros de tratamento no Estado. OUTRO LADO O Ministério da Saúde informou que a análise da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) identificou presença de 98% da asparaginase no medicamento chinês LeugiNase e contestou, em nota, a conclusão do Centro Infantil Boldrini frente a análise do Laboratório Nacional de Biociências. O ministério informou ainda que se posicionará sobre a segunda análise, do laboratório americano MS Bioworks, após uma avaliação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Na nota, o ministério informou que o produto LeugiNase está sendo aplicado em 11 Estados, sem registro diferente do aguardado pela literatura médica, e que a "eventual presença de proteínas, esperada em produtos biológicos, não indica que sejam prejudiciais aos pacientes". De acordo com o Ministério da Saúde, foram adquiridas 30.666 unidades do medicamento em janeiro de 2017, por um valor de R$ 7,6 milhões. Ainda segundo o ministério, os hospitais recebem recursos para optar pela aquisição do medicamento conveniente.
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Após suspensão ao Brasil, Minerva vai atender EUA com carne do Uruguai
A Minerva, uma das maiores produtoras de carne bovina da América do Sul, afirmou em nota nesta sexta-feira (23) que a suspensão aos produtos in natura do Brasil pelos Estados Unidos não compromete o volume de exportações da companhia. A empresa afirmou que vai atender aos clientes americanos com o produto de suas unidades situadas Uruguai, enquanto persistir o embargo anunciado nesta quinta (22). As vendas das unidades brasileiras da Minerva para os Estados Unidos representaram cerca de 1,5% das exportações consolidadas da companhia no primeiro trimestre, segundo a empresa. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que vai viajar aos Estados Unidos para prestar todos os esclarecimentos necessários e tentar reverter a suspensão de compra de carne. Blairo disse, em mensagem publicada nas redes sociais, que viajará acompanhado de uma equipe do ministério para "fazer as discussões necessárias e restabelecer esse mercado tão importante que o Brasil conquistou nos últimos anos". DESTINOS DA CARNE 'IN NATURA' BRASILEIRA - Venda de janeiro a maio de 2017, em US$ milhões SUSPENSÃO O Departamento de Agricultura americano anunciou que os Estados Unidos suspenderam todas as importações de carne bovina in natura do Brasil devido a recorrentes preocupações sanitárias com os produtos. A medida ocorre após o órgão ter aumentado em março a realização de testes para a carne fresca e produtos prontos de carne do Brasil, como precaução após a Operação Carne Fraca, que revelou um esquema ilegal de fornecimento de produtos alimentícios alterados ou adulterados com a participação de empresários e fiscais do Ministério da Agricultura. Blairo disse que todas as medidas corretivas para as exigências apresentadas pelos americanos já estão sendo tomadas. Segundo o ministro, o embargo temporário atinge 13 unidades brasileiras, sendo que cinco já tinham sido suspensas preventivamente pelo Brasil, embora estivessem habilitadas para exportar aos EUA.
mercado
Após suspensão ao Brasil, Minerva vai atender EUA com carne do UruguaiA Minerva, uma das maiores produtoras de carne bovina da América do Sul, afirmou em nota nesta sexta-feira (23) que a suspensão aos produtos in natura do Brasil pelos Estados Unidos não compromete o volume de exportações da companhia. A empresa afirmou que vai atender aos clientes americanos com o produto de suas unidades situadas Uruguai, enquanto persistir o embargo anunciado nesta quinta (22). As vendas das unidades brasileiras da Minerva para os Estados Unidos representaram cerca de 1,5% das exportações consolidadas da companhia no primeiro trimestre, segundo a empresa. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que vai viajar aos Estados Unidos para prestar todos os esclarecimentos necessários e tentar reverter a suspensão de compra de carne. Blairo disse, em mensagem publicada nas redes sociais, que viajará acompanhado de uma equipe do ministério para "fazer as discussões necessárias e restabelecer esse mercado tão importante que o Brasil conquistou nos últimos anos". DESTINOS DA CARNE 'IN NATURA' BRASILEIRA - Venda de janeiro a maio de 2017, em US$ milhões SUSPENSÃO O Departamento de Agricultura americano anunciou que os Estados Unidos suspenderam todas as importações de carne bovina in natura do Brasil devido a recorrentes preocupações sanitárias com os produtos. A medida ocorre após o órgão ter aumentado em março a realização de testes para a carne fresca e produtos prontos de carne do Brasil, como precaução após a Operação Carne Fraca, que revelou um esquema ilegal de fornecimento de produtos alimentícios alterados ou adulterados com a participação de empresários e fiscais do Ministério da Agricultura. Blairo disse que todas as medidas corretivas para as exigências apresentadas pelos americanos já estão sendo tomadas. Segundo o ministro, o embargo temporário atinge 13 unidades brasileiras, sendo que cinco já tinham sido suspensas preventivamente pelo Brasil, embora estivessem habilitadas para exportar aos EUA.
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Clube de Tiro questiona ação da polícia em apuração de chacina na Grande SP
O Clube de Tiro e Caça de Barueri, na Grande SP, decidiu questionar na Justiça a atuação da força-tarefa criada pelo governo paulista para investigar a chacina ocorrida no dia 13 de agosto em Osasco e Barueri. A agremiação afirma ter sido vítima de uma "desastrosa operação". No final da tarde da última sexta-feira (28), um grupo de policiais esteve na sede do clube em Barueri para cumprimento de uma ordem de busca e apreensão expedida pela Justiça a pedido do DHPP (departamento de homicídios). Foram levadas armas que, segundo disseram os policiais no local, podem ter sido utilizadas nos ataques que deixaram 19 mortos. O mandado judicial utilizado pelos policiais na operação, porém, cita o nome do Clube Gold Shooting, que funcionava no mesmo endereço, mas encerrou as atividades em setembro de 2013. Outra empresa passou a operar no local em dezembro do mesmo ano, a Mildot Comércio de Materiais de Segurança, com outros proprietários –esses, sim, responsáveis pelo Clube Tiro e Caça. Segundo o advogado Fernando Humberto Fernandes, defensor da Mildot, os policiais que foram à sede da empresa foram informados do fechamento do Gold Shooting, mas, mesmo assim, continuaram a operação e a apreensão de armas. Fernandes afirma que foram coletadas 13 armas, entre elas revólveres calibre .38 e pistolas calibre 9 mm, .380 e .45, semelhantes àquelas utilizadas nos ataques de Osasco e de Barueri. Fazem parte do material apreendido, ainda de acordo com o advogado, armas novas que eram expostas na loja para venda e, também, algumas que seriam usadas em um campeonato que será realizado lá nos próximos dias 5 e 6. O Clube de Tiro alega ainda na petição, que será entregue à Justiça nesta terça-feira (1º), que os policiais entraram na sede da empresa sem "qualquer tipo de procedimento policial". "Os funcionários de lá quase reagiram, acreditando ser um assalto. Por segundos, não houve mortes. Por sorte, um dos funcionários viu uma viatura parando do lado de fora", afirma trecho do documento da agremiação. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública não comentou o assunto. "A força-tarefa formada por policiais civis, técnicos científicos e Corregedoria da PM mantém diligências para esclarecer as mortes ocorridas no último dia 13 em Osasco e Barueri. A investigação segue em segredo de Justiça", diz. O advogado criminalista Roberto Delmanto afirma que os policiais deveriam ter abortado a missão ao verificar a situação da empresa. "A busca e apreensão precisa ter o endereço do local, de quem é a casa ou a quem pertence a empresa. Se o mandado estava em nome de uma empresa que já não estava mais lá, na minha opinião, a ilegalidade dessa busca é bastante evidente." INVESTIGAÇÃO A principal linha de investigação da polícia de São Paulo para os ataques é que eles sejam uma retaliação de policiais militares de Osasco à morte de um colega durante um roubo a um posto de combustível dias antes. A PM realizou entre os dias 22 e 23 uma série de buscas e apreensões na casa de PMs suspeitos de participação no crime. Foram apreendidos objetos como armas, pendrives e até documentos de foragidos da Justiça. De acordo com a presidente da associação dos delegados, Marilda Pansonato Pinheiro, esses ações ocorreram sem o aval da força-tarefa e podem ter prejudicado o resultado das investigações. O governo Geraldo Alckmin (PSDB) nega problemas e diz que há uma cooperação mútua entre as polícias.
cotidiano
Clube de Tiro questiona ação da polícia em apuração de chacina na Grande SPO Clube de Tiro e Caça de Barueri, na Grande SP, decidiu questionar na Justiça a atuação da força-tarefa criada pelo governo paulista para investigar a chacina ocorrida no dia 13 de agosto em Osasco e Barueri. A agremiação afirma ter sido vítima de uma "desastrosa operação". No final da tarde da última sexta-feira (28), um grupo de policiais esteve na sede do clube em Barueri para cumprimento de uma ordem de busca e apreensão expedida pela Justiça a pedido do DHPP (departamento de homicídios). Foram levadas armas que, segundo disseram os policiais no local, podem ter sido utilizadas nos ataques que deixaram 19 mortos. O mandado judicial utilizado pelos policiais na operação, porém, cita o nome do Clube Gold Shooting, que funcionava no mesmo endereço, mas encerrou as atividades em setembro de 2013. Outra empresa passou a operar no local em dezembro do mesmo ano, a Mildot Comércio de Materiais de Segurança, com outros proprietários –esses, sim, responsáveis pelo Clube Tiro e Caça. Segundo o advogado Fernando Humberto Fernandes, defensor da Mildot, os policiais que foram à sede da empresa foram informados do fechamento do Gold Shooting, mas, mesmo assim, continuaram a operação e a apreensão de armas. Fernandes afirma que foram coletadas 13 armas, entre elas revólveres calibre .38 e pistolas calibre 9 mm, .380 e .45, semelhantes àquelas utilizadas nos ataques de Osasco e de Barueri. Fazem parte do material apreendido, ainda de acordo com o advogado, armas novas que eram expostas na loja para venda e, também, algumas que seriam usadas em um campeonato que será realizado lá nos próximos dias 5 e 6. O Clube de Tiro alega ainda na petição, que será entregue à Justiça nesta terça-feira (1º), que os policiais entraram na sede da empresa sem "qualquer tipo de procedimento policial". "Os funcionários de lá quase reagiram, acreditando ser um assalto. Por segundos, não houve mortes. Por sorte, um dos funcionários viu uma viatura parando do lado de fora", afirma trecho do documento da agremiação. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública não comentou o assunto. "A força-tarefa formada por policiais civis, técnicos científicos e Corregedoria da PM mantém diligências para esclarecer as mortes ocorridas no último dia 13 em Osasco e Barueri. A investigação segue em segredo de Justiça", diz. O advogado criminalista Roberto Delmanto afirma que os policiais deveriam ter abortado a missão ao verificar a situação da empresa. "A busca e apreensão precisa ter o endereço do local, de quem é a casa ou a quem pertence a empresa. Se o mandado estava em nome de uma empresa que já não estava mais lá, na minha opinião, a ilegalidade dessa busca é bastante evidente." INVESTIGAÇÃO A principal linha de investigação da polícia de São Paulo para os ataques é que eles sejam uma retaliação de policiais militares de Osasco à morte de um colega durante um roubo a um posto de combustível dias antes. A PM realizou entre os dias 22 e 23 uma série de buscas e apreensões na casa de PMs suspeitos de participação no crime. Foram apreendidos objetos como armas, pendrives e até documentos de foragidos da Justiça. De acordo com a presidente da associação dos delegados, Marilda Pansonato Pinheiro, esses ações ocorreram sem o aval da força-tarefa e podem ter prejudicado o resultado das investigações. O governo Geraldo Alckmin (PSDB) nega problemas e diz que há uma cooperação mútua entre as polícias.
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Hollywood homenageia Robin Williams um ano após sua morte
A terça-feira (11) marcou o primeiro aniversário de morte do ator Robin Williams, encontrado inconsciente em sua casa em Tiburon, Califórnia. O astro, 63, se enforcou com um cinto após um tempo lutando contra uma depressão severa, segundo revelou sua mulher, Susan Schneider, que explicou que o intérprete tinha sido diagnosticado recentemente com a doença de Parkinson. Amigos e colegas de trabalho de Williams se manifestaram nas redes sociais para homenagear a memória do ator. Sarah Michelle Gellar, que contracenou com ele na série "The Crazy Ones" (2013), postou uma foto do banco do filme "Gênio Indomável" (que rendeu a Williams o Oscar de ator coadjuvante em 1998) e a legendou com a citação de Ralph Waldo Emerson: "Rir muito e com frequência; conquistar o respeito de pessoas inteligentes e a afeição das crianças; ganhar a apreciação de críticos honestos e suportar a traição de falsos amigos; apreciar a beleza; encontrá-la nos outros; deixar o mundo um lugar melhor, seja por uma criança saudável, um canteiro de jardim ou uma condição social redimida; saber que a vida de outra pessoa se tornou mais fácil porque você viveu. Isso é ser bem-sucedido", escreveu, completando com "Você conseguiu, RW". Homenagem de Sarah Michelle Gellar a Robin Williams LeAnn Rimes postou uma citação do filme e o número de telefone para a prevenção de suicídios. John Stamos escreveu em seu perfil no Twitter a frase de Williams: "Querido dinheiro, mande a mamãe", afirmando sentir falta do ator. John Stamos lembrou Robin Williams no aniversário de morte do ator Também no Twitter, a conta oficial do Grammy lembrou do astro: "É bom fazer as pessoas rirem"; enquanto o perfil da Disney Music postou o verso "You ain't never had a friend like me!" ("Você nunca teve um amigo como eu", em português) da trilha sonora de "Aladdin", filme de 1992, em que o ator fez uma memorável dublagem do gênio da lâmpada. Verso da música 'Friend Like Me', do filme 'Aladdin O comediante Ian Royce, o ator Eric Lange e o cantor Luke Friend também postaram mensagens expressando a saudade de Robin Williams.
ilustrada
Hollywood homenageia Robin Williams um ano após sua morteA terça-feira (11) marcou o primeiro aniversário de morte do ator Robin Williams, encontrado inconsciente em sua casa em Tiburon, Califórnia. O astro, 63, se enforcou com um cinto após um tempo lutando contra uma depressão severa, segundo revelou sua mulher, Susan Schneider, que explicou que o intérprete tinha sido diagnosticado recentemente com a doença de Parkinson. Amigos e colegas de trabalho de Williams se manifestaram nas redes sociais para homenagear a memória do ator. Sarah Michelle Gellar, que contracenou com ele na série "The Crazy Ones" (2013), postou uma foto do banco do filme "Gênio Indomável" (que rendeu a Williams o Oscar de ator coadjuvante em 1998) e a legendou com a citação de Ralph Waldo Emerson: "Rir muito e com frequência; conquistar o respeito de pessoas inteligentes e a afeição das crianças; ganhar a apreciação de críticos honestos e suportar a traição de falsos amigos; apreciar a beleza; encontrá-la nos outros; deixar o mundo um lugar melhor, seja por uma criança saudável, um canteiro de jardim ou uma condição social redimida; saber que a vida de outra pessoa se tornou mais fácil porque você viveu. Isso é ser bem-sucedido", escreveu, completando com "Você conseguiu, RW". Homenagem de Sarah Michelle Gellar a Robin Williams LeAnn Rimes postou uma citação do filme e o número de telefone para a prevenção de suicídios. John Stamos escreveu em seu perfil no Twitter a frase de Williams: "Querido dinheiro, mande a mamãe", afirmando sentir falta do ator. John Stamos lembrou Robin Williams no aniversário de morte do ator Também no Twitter, a conta oficial do Grammy lembrou do astro: "É bom fazer as pessoas rirem"; enquanto o perfil da Disney Music postou o verso "You ain't never had a friend like me!" ("Você nunca teve um amigo como eu", em português) da trilha sonora de "Aladdin", filme de 1992, em que o ator fez uma memorável dublagem do gênio da lâmpada. Verso da música 'Friend Like Me', do filme 'Aladdin O comediante Ian Royce, o ator Eric Lange e o cantor Luke Friend também postaram mensagens expressando a saudade de Robin Williams.
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Mortes: Preso e torturado, lutou pela anistia e Diretas Já
Era 28 de dezembro de 1972 quando César Augusto Teles foi preso com a mulher, a cunhada e um amigo. Foram todos ameaçados e torturados. Diabético, César chegou a passar mal e seu corpo foi mostrado para sua mulher, como se ele estivesse morto. Ela acreditou. Presidente do sindicato dos ferroviários e contrário ao golpe militar de 1964, César já vivia na clandestinidade na ocasião. Deixou Minas com a família para viver em áreas suburbanas do Rio e de São Paulo. Ao lado da mulher, Amelinha, fazia propaganda comunista contra o regime militar. Muitas vezes tiveram que se mudar às pressas após terem o paradeiro descoberto. Em 1972, porém, foram localizados. A prisão resultou na morte de Carlos Nicolau Danieli e na condenação de César a cinco anos de prisão e na de Amelinha a um ano. O cárcere afetou a saúde dele, mas não sua vontade de lutar. Assim que foi solto, se juntou à campanha pela anistia e depois pelas Diretas Já, participando da criação dos comitês populares. Amelinha esteve ao seu lado em todas as ocasiões, chegando a 54 anos de união. "Era uma relação acessiva, intensa, muito profunda", descreve ela, que o conheceu ainda na adolescência. Seus filhos são seu legado, tendo o mesmo interesse pela política, gosto pela música e torcida pelo Atlético-MG. Morreu aos 71 anos, em 28 de dezembro, exatos 43 anos desde sua prisão. Deixa a mulher, dois filhos, a netinha Aurora e os dois cachorros. Foi enterrado no cemitério Vila Formosa, diante da vala dos desaparecidos políticos. coluna.obituario@grupofolha.com.br - VEJA MORTES E MISSAS PUBLICADAS NESTA SEGUNDA Ivone Rodrigues dos Santos - Aos 83, viúva de Aparecido Martins dos Santos. Deixa os filhos Edna, Fatima, Ivânia, Rita de Cássia, Marcos Henrique, Fabiana e Elizete (em memória). Cemitério Municipal de Bebedouro (SP). Jose Deus Casal - Aos 80, viúvo de Relindis Vogt Deus. Deixa três filhos. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. José Maria Siscart Penella - Aos 87. Deixa mulher, filha e netos. Crematório da Vila Alpina. José Pacheco - Aos 90, viúvo. Deixa a filha Monalisa, genro, neto e irmãs. Cemitério do Redentor. Lenine Honorato Pinto - Aos 81, viúva de Maria de Lourdes F. Honorato Pinto. Deixa filho. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. Margarida Tiberio dos Santos - Aos 88, casada com Jose Assis dos Santos. Deixa dois filhos. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. Seporah Beres Lederer - Aos 94. Deixa as filhas Lea e Tamara, irmã, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. Silvana Pereira do Nascimento - Aos 42, casada com Marcelo Lazaro. Deixa filho. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. * 7º DIA Hecmet Farka - Nesta terça (5/1), às 17h30, na igreja N. S. do Carmo da Aclimação, r. Braz Cubas, 163, Aclimação. Ivani Paiva Lourenço - Nesta terça (5/1), às 19h, na igreja Santa Margarida Maria, av. Lins de Vasconcelos, 2.129, Jd. da Glória. Maria Yolanda Costa Ferreira - Na quarta (6/1), às 17h, na igreja da Imaculada Conceição, av. Brig. Luis Antonio, 2.071, Bela Vista. Marina Boa Nova Couto - Nesta terça (5/1), às 19h, na igreja São Luís Gonzaga, av. Paulista, 2.378, Cerqueira César. * 1º ANO Aimar Labaki - Nesta terça (5/1), às 19h, na igreja Nossa Senhora do Carmo, r. Martiniano de Carvalho, 114, Bela Vista. * EM MEMÓRIA Olten Ayres de Abreu - Na quarta (6/1), às 18h30, na igreja do Santíssimo Sacramento, r. Tutoia, 1.125, Paraíso.
cotidiano
Mortes: Preso e torturado, lutou pela anistia e Diretas JáEra 28 de dezembro de 1972 quando César Augusto Teles foi preso com a mulher, a cunhada e um amigo. Foram todos ameaçados e torturados. Diabético, César chegou a passar mal e seu corpo foi mostrado para sua mulher, como se ele estivesse morto. Ela acreditou. Presidente do sindicato dos ferroviários e contrário ao golpe militar de 1964, César já vivia na clandestinidade na ocasião. Deixou Minas com a família para viver em áreas suburbanas do Rio e de São Paulo. Ao lado da mulher, Amelinha, fazia propaganda comunista contra o regime militar. Muitas vezes tiveram que se mudar às pressas após terem o paradeiro descoberto. Em 1972, porém, foram localizados. A prisão resultou na morte de Carlos Nicolau Danieli e na condenação de César a cinco anos de prisão e na de Amelinha a um ano. O cárcere afetou a saúde dele, mas não sua vontade de lutar. Assim que foi solto, se juntou à campanha pela anistia e depois pelas Diretas Já, participando da criação dos comitês populares. Amelinha esteve ao seu lado em todas as ocasiões, chegando a 54 anos de união. "Era uma relação acessiva, intensa, muito profunda", descreve ela, que o conheceu ainda na adolescência. Seus filhos são seu legado, tendo o mesmo interesse pela política, gosto pela música e torcida pelo Atlético-MG. Morreu aos 71 anos, em 28 de dezembro, exatos 43 anos desde sua prisão. Deixa a mulher, dois filhos, a netinha Aurora e os dois cachorros. Foi enterrado no cemitério Vila Formosa, diante da vala dos desaparecidos políticos. coluna.obituario@grupofolha.com.br - VEJA MORTES E MISSAS PUBLICADAS NESTA SEGUNDA Ivone Rodrigues dos Santos - Aos 83, viúva de Aparecido Martins dos Santos. Deixa os filhos Edna, Fatima, Ivânia, Rita de Cássia, Marcos Henrique, Fabiana e Elizete (em memória). Cemitério Municipal de Bebedouro (SP). Jose Deus Casal - Aos 80, viúvo de Relindis Vogt Deus. Deixa três filhos. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. José Maria Siscart Penella - Aos 87. Deixa mulher, filha e netos. Crematório da Vila Alpina. José Pacheco - Aos 90, viúvo. Deixa a filha Monalisa, genro, neto e irmãs. Cemitério do Redentor. Lenine Honorato Pinto - Aos 81, viúva de Maria de Lourdes F. Honorato Pinto. Deixa filho. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. Margarida Tiberio dos Santos - Aos 88, casada com Jose Assis dos Santos. Deixa dois filhos. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. Seporah Beres Lederer - Aos 94. Deixa as filhas Lea e Tamara, irmã, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. Silvana Pereira do Nascimento - Aos 42, casada com Marcelo Lazaro. Deixa filho. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. * 7º DIA Hecmet Farka - Nesta terça (5/1), às 17h30, na igreja N. S. do Carmo da Aclimação, r. Braz Cubas, 163, Aclimação. Ivani Paiva Lourenço - Nesta terça (5/1), às 19h, na igreja Santa Margarida Maria, av. Lins de Vasconcelos, 2.129, Jd. da Glória. Maria Yolanda Costa Ferreira - Na quarta (6/1), às 17h, na igreja da Imaculada Conceição, av. Brig. Luis Antonio, 2.071, Bela Vista. Marina Boa Nova Couto - Nesta terça (5/1), às 19h, na igreja São Luís Gonzaga, av. Paulista, 2.378, Cerqueira César. * 1º ANO Aimar Labaki - Nesta terça (5/1), às 19h, na igreja Nossa Senhora do Carmo, r. Martiniano de Carvalho, 114, Bela Vista. * EM MEMÓRIA Olten Ayres de Abreu - Na quarta (6/1), às 18h30, na igreja do Santíssimo Sacramento, r. Tutoia, 1.125, Paraíso.
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Cinco sugestões de presentes de Dia dos Pais que também agradam aos filhos
MICHELE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Veja na galeria abaixo cinco dicas de presentes para o Dia dos Pais que podem ser aproveitadas também pelos filhos. * André Gurgel e Felipe Bezerra, designers do Mula Preta, falam sobre o jogo de pebolim diferente que criaram. De onde veio a ideia de desenhar uma mesa de totó? Sempre gostamos de jogar totó e pingue-pongue quando crianças, e observamos que não havia nenhum produto desses com design de qualidade no mercado. Então, no ano passado, começamos pelo totó. Como o design pode deixar a vida mais divertida? Levando bom humor, irreverência e beleza ao usuário, mas sem perder o conforto e a utilidade de vista. Seguindo a linha do totó, vamos lançar durante o Design Weekend uma mesa de pingue-pongue bem divertida.
saopaulo
Cinco sugestões de presentes de Dia dos Pais que também agradam aos filhosMICHELE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Veja na galeria abaixo cinco dicas de presentes para o Dia dos Pais que podem ser aproveitadas também pelos filhos. * André Gurgel e Felipe Bezerra, designers do Mula Preta, falam sobre o jogo de pebolim diferente que criaram. De onde veio a ideia de desenhar uma mesa de totó? Sempre gostamos de jogar totó e pingue-pongue quando crianças, e observamos que não havia nenhum produto desses com design de qualidade no mercado. Então, no ano passado, começamos pelo totó. Como o design pode deixar a vida mais divertida? Levando bom humor, irreverência e beleza ao usuário, mas sem perder o conforto e a utilidade de vista. Seguindo a linha do totó, vamos lançar durante o Design Weekend uma mesa de pingue-pongue bem divertida.
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Divorcie-se da Grécia às pressas e se arrependa depois
A eclosão da Primeira Guerra Mundial foi —nos é dito— recebida com confiança e alegria pelos povos da Europa. Algo semelhante parece estar acontecendo depois de anos de crise econômica e turbulência política na Grécia. Cada vez mais gente sente que já chega. As opiniões veementes expressas nestas páginas pelo economista italiano Francesco Giavazzi são partilhadas por muitos que ocupam cargos altos. Enquanto isso, Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego, acusa os credores da Grécia de "roubarem" seu país. Olivier Blanchard, economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, indica que um acordo ainda pode ser alcançado. Porém, muitos estão começando a ansiar por desatar o nó. Seja qual for o jogo que os gregos pensavam estar jogando, o governo agora pode apenas desejar um fim na humilhação. Da mesma forma, seja qual for o jogo que o Eurogrupo possa ter jogado, pode querer agora apenas acabar com a frustração. Se assim for, o calote grego, a saída e a desvalorização poderiam estar bem perto. A euforia então duraria? Eu temo que não. A hipótese de alguns da zona do euro é que não apenas o caso grego é único, mas também o desastre que aqueles pecadores tanto merecem melhoraria o comportamento de todos os outros. Mas a união monetária deixaria também de ser irrevogável. Novas crises ocorrerão. Quando isso acontecer, a confiança na união deixaria a desejar após a saída da Grécia. O programa de Transações Monetárias Diretas, divulgado pelo Banco Central Europeu, em 2012, pode ter de ser implementado, para acalmar os nervos. Mas ele poderia falhar. Uma especulação autorrealizável poderia forçar ainda mais divórcios. Alguns defendem que a Grécia, pelo menos, ficaria muito melhor depois de um calote e de sua saída. Na verdade, é teoricamente possível que um calote em seus credores públicos combinado com a introdução de uma nova moeda, uma grande desvalorização (acompanhada de políticas monetárias e fiscais sólidas), a manutenção de uma economia aberta, as reformas estruturais e melhorias institucionais marcariam uma virada para tempos melhores. Muito mais provável de se ver é um período de caos e, na pior das hipóteses, a emergência de um Estado falido. Uma Grécia que poderia gerir bem a saída teria também evitado a provação de hoje. Nenhum dos lados deve subestimar os riscos. É também crucial evitar o desprezo tão característico dos nervos desgastados causados ​​pela falência das negociações. A imprudência pode ser uma falha grave, mas a resposta dos gregos foi igualmente grave. Como o economista irlandês Karl Whelan aponta em uma reação inflamada a Giavazzi, a economia grega sofreu um colapso impressionante. Ladeira abaixo, o Produto Interno Bruto agregado total caiu 27%, enquanto o gasto real na economia caiu um terço. O saldo orçamentário ajustado do ciclo melhorou 20% do PIB entre 2009 e 2014 e o saldo da conta corrente melhorou 16% do PIB entre 2008 e 2014. A taxa de desemprego atingiu 28% em 2013, enquanto os empregos na administração pública caíram 30% entre 2009 e 2014. Um ajuste tão brutal teria retalhado a política de qualquer país. Os europeus estão agora lidando com o Syriza por causa desta calamidade, mas também por causa da recusa em amortizar mais dívidas em 2010. Esse foi um erro enorme, que se tornou ainda pior com o subsequente colapso da economia grega. Na verdade, a grande maioria dos empréstimos oficiais à Grécia não foi feita em seu benefício, mas em benefício dos irresponsáveis credores privados. Os credores também têm o dever de se preocupar. Se são descuidados, correm o risco de ter grandes perdas. Se os governos querem salvá-los, seus próprios contribuintes devem ser aconselhados a pagar. A Grécia também já fez reformas significativas, incluindo a do regime de pensões e do ambiente de negócios, mas retroceder em tais reformas seria de fato um grande erro, como defendem o Eurogrupo e o FMI. Diante de tudo isso, é trágico que o colapso possa ocorrer agora, depois de tanto sofrimento. Não é tarde demais para chegar a acordos destinados a promover a reforma, minimizar a austeridade adicional e tornar a dívida administrável. Isso também seria do interesse de todos a longo prazo. Os parâmetros de tal acordo também são claros: um pequeno superavit primário no curto prazo, uma decisão da zona euro de pagar o FMI e o BCE acompanhada de um alívio da dívida de longo prazo e um forte compromisso do governo grego em reforçar as reformas estruturais. Quer queira quer não (compreensivelmente, não) o Banco Central Europeu é um player central. Ele terá que decidir quando não poderá mais tratar o crédito do governo grego como garantia contra a assistência de emergência de liquidez para os bancos do país. Se a Grécia não puder chegar a um acordo sobre a liberação de fundos, o BCE provavelmente cortará os empréstimos aos bancos, o que acionaria, então, os controles sobre as retiradas. Isso pode ser acompanhado de um sistema de circulação de recibos de depósito, ou, em última instância, pela confusa introdução de uma nova moeda. Agora, porém, o objetivo deve ser arrefecer os ânimos e garantir um acordo. No entanto, no atual clima de raiva e recriminação, chegar a isso parece cada vez mais improvável. Não seria o fim da história, porém. Os europeus serão incapazes de ir embora. Tanto se a Grécia permanecer no euro quanto se sair, os mesmos desafios surgirão. Os europeus ainda teriam que admitir que eles não receberiam muito do seu dinheiro de volta; e ainda teriam de ajudar a evitar um colapso grego. Pode ser um alívio divorciar-se de um parceiro difícil. Mas ele continuará existindo, mesmo após o fim deste casamento monetário. A Grécia permanecerá estrategicamente localizada e até mesmo dentro da União Europeia. Nem os gregos nem seus parceiros devem imaginar uma ruptura clara. O relacionamento vai continuar. Ele só será venenoso. Se, tragicamente, o destino não puder ser evitado, ele terá de ser gerido por um tempo muito longo. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
colunas
Divorcie-se da Grécia às pressas e se arrependa depoisA eclosão da Primeira Guerra Mundial foi —nos é dito— recebida com confiança e alegria pelos povos da Europa. Algo semelhante parece estar acontecendo depois de anos de crise econômica e turbulência política na Grécia. Cada vez mais gente sente que já chega. As opiniões veementes expressas nestas páginas pelo economista italiano Francesco Giavazzi são partilhadas por muitos que ocupam cargos altos. Enquanto isso, Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego, acusa os credores da Grécia de "roubarem" seu país. Olivier Blanchard, economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, indica que um acordo ainda pode ser alcançado. Porém, muitos estão começando a ansiar por desatar o nó. Seja qual for o jogo que os gregos pensavam estar jogando, o governo agora pode apenas desejar um fim na humilhação. Da mesma forma, seja qual for o jogo que o Eurogrupo possa ter jogado, pode querer agora apenas acabar com a frustração. Se assim for, o calote grego, a saída e a desvalorização poderiam estar bem perto. A euforia então duraria? Eu temo que não. A hipótese de alguns da zona do euro é que não apenas o caso grego é único, mas também o desastre que aqueles pecadores tanto merecem melhoraria o comportamento de todos os outros. Mas a união monetária deixaria também de ser irrevogável. Novas crises ocorrerão. Quando isso acontecer, a confiança na união deixaria a desejar após a saída da Grécia. O programa de Transações Monetárias Diretas, divulgado pelo Banco Central Europeu, em 2012, pode ter de ser implementado, para acalmar os nervos. Mas ele poderia falhar. Uma especulação autorrealizável poderia forçar ainda mais divórcios. Alguns defendem que a Grécia, pelo menos, ficaria muito melhor depois de um calote e de sua saída. Na verdade, é teoricamente possível que um calote em seus credores públicos combinado com a introdução de uma nova moeda, uma grande desvalorização (acompanhada de políticas monetárias e fiscais sólidas), a manutenção de uma economia aberta, as reformas estruturais e melhorias institucionais marcariam uma virada para tempos melhores. Muito mais provável de se ver é um período de caos e, na pior das hipóteses, a emergência de um Estado falido. Uma Grécia que poderia gerir bem a saída teria também evitado a provação de hoje. Nenhum dos lados deve subestimar os riscos. É também crucial evitar o desprezo tão característico dos nervos desgastados causados ​​pela falência das negociações. A imprudência pode ser uma falha grave, mas a resposta dos gregos foi igualmente grave. Como o economista irlandês Karl Whelan aponta em uma reação inflamada a Giavazzi, a economia grega sofreu um colapso impressionante. Ladeira abaixo, o Produto Interno Bruto agregado total caiu 27%, enquanto o gasto real na economia caiu um terço. O saldo orçamentário ajustado do ciclo melhorou 20% do PIB entre 2009 e 2014 e o saldo da conta corrente melhorou 16% do PIB entre 2008 e 2014. A taxa de desemprego atingiu 28% em 2013, enquanto os empregos na administração pública caíram 30% entre 2009 e 2014. Um ajuste tão brutal teria retalhado a política de qualquer país. Os europeus estão agora lidando com o Syriza por causa desta calamidade, mas também por causa da recusa em amortizar mais dívidas em 2010. Esse foi um erro enorme, que se tornou ainda pior com o subsequente colapso da economia grega. Na verdade, a grande maioria dos empréstimos oficiais à Grécia não foi feita em seu benefício, mas em benefício dos irresponsáveis credores privados. Os credores também têm o dever de se preocupar. Se são descuidados, correm o risco de ter grandes perdas. Se os governos querem salvá-los, seus próprios contribuintes devem ser aconselhados a pagar. A Grécia também já fez reformas significativas, incluindo a do regime de pensões e do ambiente de negócios, mas retroceder em tais reformas seria de fato um grande erro, como defendem o Eurogrupo e o FMI. Diante de tudo isso, é trágico que o colapso possa ocorrer agora, depois de tanto sofrimento. Não é tarde demais para chegar a acordos destinados a promover a reforma, minimizar a austeridade adicional e tornar a dívida administrável. Isso também seria do interesse de todos a longo prazo. Os parâmetros de tal acordo também são claros: um pequeno superavit primário no curto prazo, uma decisão da zona euro de pagar o FMI e o BCE acompanhada de um alívio da dívida de longo prazo e um forte compromisso do governo grego em reforçar as reformas estruturais. Quer queira quer não (compreensivelmente, não) o Banco Central Europeu é um player central. Ele terá que decidir quando não poderá mais tratar o crédito do governo grego como garantia contra a assistência de emergência de liquidez para os bancos do país. Se a Grécia não puder chegar a um acordo sobre a liberação de fundos, o BCE provavelmente cortará os empréstimos aos bancos, o que acionaria, então, os controles sobre as retiradas. Isso pode ser acompanhado de um sistema de circulação de recibos de depósito, ou, em última instância, pela confusa introdução de uma nova moeda. Agora, porém, o objetivo deve ser arrefecer os ânimos e garantir um acordo. No entanto, no atual clima de raiva e recriminação, chegar a isso parece cada vez mais improvável. Não seria o fim da história, porém. Os europeus serão incapazes de ir embora. Tanto se a Grécia permanecer no euro quanto se sair, os mesmos desafios surgirão. Os europeus ainda teriam que admitir que eles não receberiam muito do seu dinheiro de volta; e ainda teriam de ajudar a evitar um colapso grego. Pode ser um alívio divorciar-se de um parceiro difícil. Mas ele continuará existindo, mesmo após o fim deste casamento monetário. A Grécia permanecerá estrategicamente localizada e até mesmo dentro da União Europeia. Nem os gregos nem seus parceiros devem imaginar uma ruptura clara. O relacionamento vai continuar. Ele só será venenoso. Se, tragicamente, o destino não puder ser evitado, ele terá de ser gerido por um tempo muito longo. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
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Medo generalizado
Estudo que veio à luz nesta sexta-feira (6), elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) com o concurso de pesquisa realizada pelo Datafolha, expõe um quadro preocupante em que se constata uma forte sensação de medo na população, além de apoio a afirmações associadas ao pensamento autoritário. A partir do trabalho, a entidade formulou um Índice de Apoio a Posições Autoritárias. Indicadores do gênero serão sempre alvo de questionamentos quanto à metodologia e os pressupostos envolvidos; os dados coletados, entretanto, mostram-se eloquentes. Foram elaborados 17 enunciados que o Datafolha submeteu a uma amostra representativa da população com 16 anos ou mais. Os entrevistados foram convidados a manifestar diferentes graus de adesão às frases propostas, ordenadas em três categorias: submissão à autoridade, agressividade autoritária e convencionalismo. Num exemplo, 69% concordaram que o país necessita mais de líderes valentes e incansáveis do que de leis ou planos políticos. Numa escala de 0 a 10, o índice geral apurado foi de 8,1. A propensão revelou-se mais elevada entre os menos escolarizados, os de menor renda, os mais velhos, os que vivem em cidades menores e os habitantes da região Nordeste. Os resultados não destoam do que se poderia intuitivamente supor. Os mais pobres sentem-se mais desprotegidos e ameaçados —e o Nordeste é hoje uma região assolada pela criminalidade, além das carências sociais agudas. O estudo fez uma série de perguntas sobre o medo de sofrer algum tipo de agressão —como ter a casa invadida ou ser assassinado. As respostas indicam que a sensação é generalizada no país. Os entrevistados foram divididos em quatro grupos, conforme a intensidade do medo. Numa escala de 0 a 1, os índices nos quartis variaram de 0,5 a 0,94. Atesta-se o naufrágio das políticas de segurança no país. Há décadas o poder público, a despeito de um ou outro resultado mais auspicioso, fracassa em prover esse direito básico aos cidadãos. A ilustrar o lastimável desempenho nacional nessa área, a taxa brasileira de homicídios cresceu de 26,1 por 100 mil habitantes, em 2005, para 28,9 dez anos depois. Praticamente não se encontram números piores que esses fora da América Latina. Há, portanto, um debate urgente a ser travado entre as forças políticas do país, que não pode estar sujeito a primarismos ideológicos. editoriais@grupofolha.com.br
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Medo generalizadoEstudo que veio à luz nesta sexta-feira (6), elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) com o concurso de pesquisa realizada pelo Datafolha, expõe um quadro preocupante em que se constata uma forte sensação de medo na população, além de apoio a afirmações associadas ao pensamento autoritário. A partir do trabalho, a entidade formulou um Índice de Apoio a Posições Autoritárias. Indicadores do gênero serão sempre alvo de questionamentos quanto à metodologia e os pressupostos envolvidos; os dados coletados, entretanto, mostram-se eloquentes. Foram elaborados 17 enunciados que o Datafolha submeteu a uma amostra representativa da população com 16 anos ou mais. Os entrevistados foram convidados a manifestar diferentes graus de adesão às frases propostas, ordenadas em três categorias: submissão à autoridade, agressividade autoritária e convencionalismo. Num exemplo, 69% concordaram que o país necessita mais de líderes valentes e incansáveis do que de leis ou planos políticos. Numa escala de 0 a 10, o índice geral apurado foi de 8,1. A propensão revelou-se mais elevada entre os menos escolarizados, os de menor renda, os mais velhos, os que vivem em cidades menores e os habitantes da região Nordeste. Os resultados não destoam do que se poderia intuitivamente supor. Os mais pobres sentem-se mais desprotegidos e ameaçados —e o Nordeste é hoje uma região assolada pela criminalidade, além das carências sociais agudas. O estudo fez uma série de perguntas sobre o medo de sofrer algum tipo de agressão —como ter a casa invadida ou ser assassinado. As respostas indicam que a sensação é generalizada no país. Os entrevistados foram divididos em quatro grupos, conforme a intensidade do medo. Numa escala de 0 a 1, os índices nos quartis variaram de 0,5 a 0,94. Atesta-se o naufrágio das políticas de segurança no país. Há décadas o poder público, a despeito de um ou outro resultado mais auspicioso, fracassa em prover esse direito básico aos cidadãos. A ilustrar o lastimável desempenho nacional nessa área, a taxa brasileira de homicídios cresceu de 26,1 por 100 mil habitantes, em 2005, para 28,9 dez anos depois. Praticamente não se encontram números piores que esses fora da América Latina. Há, portanto, um debate urgente a ser travado entre as forças políticas do país, que não pode estar sujeito a primarismos ideológicos. editoriais@grupofolha.com.br
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Seu momento Winston Churchill
Uma crise dessas pode servir para muita coisa. Inclusive nos transforma num grande líder. A crise impõe mudanças, que precisam ser bem lideradas para serem bem-sucedidas. Então, lidere copiando o que grandes líderes fizeram em grandes crises: 1 - Tome decisões duras. Este é o momento de enfrentarmos a realidade e resolvermos todas as questões delicadas que estávamos postergando por anos. Não vamos desperdiçar o senso de urgência que a crise traz. Tem gente que só larga o cigarro quando vai parar no médico com doença grave. A crise nos obriga a colocar o corpo da nossa empresa em forma. 2 - Chame o Falconi. É preciso lutar contra a pré-ocupação e incentivar a ocupação. A crise não pode paralisar a empresa. Ao contrário. É preciso se mexer, ganhar competitividade. O Brasil tem problema crítico de produtividade. É preciso investir em gestão para melhorar todos os processos. E quem mais entende disso no Brasil é o professor Falconi. 3 - Inove. Grandes inovações surgiram das dificuldades e das crises. Traga soluções novas para a sua empresa e para os seus clientes. Eles estão precisando. Não adianta se retrair achando que as coisas voltarão ao "business as usual". Não voltarão. Quem mudar na direção certa vai ganhar mercado de quem se apequenou e sairá da crise mais forte e preparado. 4 - Chame o Galeazzi. Os mestres dizem que reduzir as despesas deve ser atividade permanente. Na crise, é imperativa. O líder deve começar cortando suas próprias despesas, para poder exigir o mesmo da equipe. Mas é preciso saber cortar o que atrapalha e promover o que ajuda. O mestre disso no Brasil é o Galeazzi. 5 - Fique do lado dos clientes. Alguns dos meus clientes viram sua verba publicitária desaparecer, mas eu não vou desaparecer da frente deles porque a verba deles desapareceu. Este é o momento de trazer soluções. Até para a falta de verba. 6 - Limpe a agenda. Já que estamos em crise, vamos ter uma agenda de crise. Para isso, é indispensável limpar a agenda de tudo aquilo que é desnecessário e fixar o foco no que precisa ser focado. Tirei da minha agenda tudo o que era lateral, espuma. Essas coisas terão o seu tempo, mas primeiro a crise, ou melhor, as soluções para a crise. 7 - Comunique-se de forma clara com os funcionários. É preciso investir em endomarketing para mudar o clima e dar direção à empresa. Tenho cuidado dessa agenda pessoalmente, me comunicando de forma permanente com os colaboradores. As empresas hoje são canais abertos de comunicação. É hora de turbinar esses canais, falando de forma clara e constante e trazendo grandes mentes de fora para inspirar as equipes. 8 - Procure inspiração em outras indústrias e outros períodos. A história da humanidade e dos negócios pode ser contada por suas crises. Elas geram grandes transformações em todos os níveis. Não perca tempo buscando soluções que já foram encontradas. É preciso ler e apreender as experiências contadas todos os dias nos jornais e nas revistas. Esta Folha vem mostrando medidas que várias empresas estão tomando. Vamos aprender com elas. 9 - Incentive a vida saudável. Aprendi essa lição com grandes empresários e executivos que admiro e conheço. Por isso, sei que funciona. É preciso estimular a si e aos colaboradores a fazer exercícios, dormir bem, se alimentar de forma saudável. É preciso ter saúde, cabeça e resistência para enfrentar a crise. E cabeça boa se consegue com corpo em bom estado. 10 - Leia biografias de grandes homens. A crise é para os grandes. As biografias dos grandes homens são os maiores guias para as dificuldades que enfrentamos. O que Olavo Setubal, Walter Moreira Salles, Abilio Diniz, Marcel Hermann Telles fizeram em grandes momentos como este? São grandes homens justamente porque não se apequenaram em momentos críticos. Ao contrário, se firmaram como líderes. Este pode ser o seu momento Winston Churchill, o homem que na hora mais dura construiu seu grande momento, sua "finest hour".
colunas
Seu momento Winston ChurchillUma crise dessas pode servir para muita coisa. Inclusive nos transforma num grande líder. A crise impõe mudanças, que precisam ser bem lideradas para serem bem-sucedidas. Então, lidere copiando o que grandes líderes fizeram em grandes crises: 1 - Tome decisões duras. Este é o momento de enfrentarmos a realidade e resolvermos todas as questões delicadas que estávamos postergando por anos. Não vamos desperdiçar o senso de urgência que a crise traz. Tem gente que só larga o cigarro quando vai parar no médico com doença grave. A crise nos obriga a colocar o corpo da nossa empresa em forma. 2 - Chame o Falconi. É preciso lutar contra a pré-ocupação e incentivar a ocupação. A crise não pode paralisar a empresa. Ao contrário. É preciso se mexer, ganhar competitividade. O Brasil tem problema crítico de produtividade. É preciso investir em gestão para melhorar todos os processos. E quem mais entende disso no Brasil é o professor Falconi. 3 - Inove. Grandes inovações surgiram das dificuldades e das crises. Traga soluções novas para a sua empresa e para os seus clientes. Eles estão precisando. Não adianta se retrair achando que as coisas voltarão ao "business as usual". Não voltarão. Quem mudar na direção certa vai ganhar mercado de quem se apequenou e sairá da crise mais forte e preparado. 4 - Chame o Galeazzi. Os mestres dizem que reduzir as despesas deve ser atividade permanente. Na crise, é imperativa. O líder deve começar cortando suas próprias despesas, para poder exigir o mesmo da equipe. Mas é preciso saber cortar o que atrapalha e promover o que ajuda. O mestre disso no Brasil é o Galeazzi. 5 - Fique do lado dos clientes. Alguns dos meus clientes viram sua verba publicitária desaparecer, mas eu não vou desaparecer da frente deles porque a verba deles desapareceu. Este é o momento de trazer soluções. Até para a falta de verba. 6 - Limpe a agenda. Já que estamos em crise, vamos ter uma agenda de crise. Para isso, é indispensável limpar a agenda de tudo aquilo que é desnecessário e fixar o foco no que precisa ser focado. Tirei da minha agenda tudo o que era lateral, espuma. Essas coisas terão o seu tempo, mas primeiro a crise, ou melhor, as soluções para a crise. 7 - Comunique-se de forma clara com os funcionários. É preciso investir em endomarketing para mudar o clima e dar direção à empresa. Tenho cuidado dessa agenda pessoalmente, me comunicando de forma permanente com os colaboradores. As empresas hoje são canais abertos de comunicação. É hora de turbinar esses canais, falando de forma clara e constante e trazendo grandes mentes de fora para inspirar as equipes. 8 - Procure inspiração em outras indústrias e outros períodos. A história da humanidade e dos negócios pode ser contada por suas crises. Elas geram grandes transformações em todos os níveis. Não perca tempo buscando soluções que já foram encontradas. É preciso ler e apreender as experiências contadas todos os dias nos jornais e nas revistas. Esta Folha vem mostrando medidas que várias empresas estão tomando. Vamos aprender com elas. 9 - Incentive a vida saudável. Aprendi essa lição com grandes empresários e executivos que admiro e conheço. Por isso, sei que funciona. É preciso estimular a si e aos colaboradores a fazer exercícios, dormir bem, se alimentar de forma saudável. É preciso ter saúde, cabeça e resistência para enfrentar a crise. E cabeça boa se consegue com corpo em bom estado. 10 - Leia biografias de grandes homens. A crise é para os grandes. As biografias dos grandes homens são os maiores guias para as dificuldades que enfrentamos. O que Olavo Setubal, Walter Moreira Salles, Abilio Diniz, Marcel Hermann Telles fizeram em grandes momentos como este? São grandes homens justamente porque não se apequenaram em momentos críticos. Ao contrário, se firmaram como líderes. Este pode ser o seu momento Winston Churchill, o homem que na hora mais dura construiu seu grande momento, sua "finest hour".
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Venezuela diz que encontro de Trump com Temer é uma 'ameaça' ao país
O governo venezuelano disse nesta terça-feira (19) que considera uma "ameaça" a sua soberania o encontro do presidente dos Estados Unidos Donald Trump com líderes latino-americanos, entre eles o brasileiro Michel Temer. Em nota, Caracas disse que "denuncia aos povos do mundo as novas ameaças contra a soberania, a paz e a estabilidade do nosso país." No encontro, Trump criticou a ditadura de Nicolás Maduro e pressionou os outros líderes a tomarem uma atitude contra o governo venezuelano. A nota da Venezuela não incluí os comentários de Trump com críticas a Venezuela na Assembleia Geral das Nações Unidas, que ocorreu nesta terça. Além de Trump e Temer, também estiveram presentes no encontro na segunda-feira (18) os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e do Panamá, Juan Carlos Varela, e a vice-presidente da Argentina, Gabriela Michetti. Na saída do jantar, Temer confirmou que o assunto da Venezuela foi debatido e que os participantes concordaram que é preciso achar uma saída democrática no país. Além de Trump, Santos também foi alvo de crítica de Caracas. Segundo o texto, o colombiano apoia os Estados Unidos apenas para evitar que Washington estabeleça sanções contra Bogotá devido à produção de cocaína no país. Segundo a nota de Caracas, os líderes "foram contaminados a incrementar a campanha de agressões contra a Venezuela". "Trump tem uma obsessão fatal com a Venezuela, produto de suas ideias supremacistas brancas", diz o texto. A nota diz ainda que o país está preparado para "seguir derrotando nos planos político, diplomático e em qualquer outro que seja necessário, as nefastas agressões".
mundo
Venezuela diz que encontro de Trump com Temer é uma 'ameaça' ao paísO governo venezuelano disse nesta terça-feira (19) que considera uma "ameaça" a sua soberania o encontro do presidente dos Estados Unidos Donald Trump com líderes latino-americanos, entre eles o brasileiro Michel Temer. Em nota, Caracas disse que "denuncia aos povos do mundo as novas ameaças contra a soberania, a paz e a estabilidade do nosso país." No encontro, Trump criticou a ditadura de Nicolás Maduro e pressionou os outros líderes a tomarem uma atitude contra o governo venezuelano. A nota da Venezuela não incluí os comentários de Trump com críticas a Venezuela na Assembleia Geral das Nações Unidas, que ocorreu nesta terça. Além de Trump e Temer, também estiveram presentes no encontro na segunda-feira (18) os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e do Panamá, Juan Carlos Varela, e a vice-presidente da Argentina, Gabriela Michetti. Na saída do jantar, Temer confirmou que o assunto da Venezuela foi debatido e que os participantes concordaram que é preciso achar uma saída democrática no país. Além de Trump, Santos também foi alvo de crítica de Caracas. Segundo o texto, o colombiano apoia os Estados Unidos apenas para evitar que Washington estabeleça sanções contra Bogotá devido à produção de cocaína no país. Segundo a nota de Caracas, os líderes "foram contaminados a incrementar a campanha de agressões contra a Venezuela". "Trump tem uma obsessão fatal com a Venezuela, produto de suas ideias supremacistas brancas", diz o texto. A nota diz ainda que o país está preparado para "seguir derrotando nos planos político, diplomático e em qualquer outro que seja necessário, as nefastas agressões".
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Editorial: Pacote grego
A Grécia pode respirar por mais quatro meses. No fim desta semana termina o programa de socorro financeiro que, em troca de reformas compulsórias e aperto de gastos públicos, impediu a bancarrota do país em 2012. O governo de do Syriza obteve entretanto uma trégua e alguma sobrevida para suas ambições. Não pode, contudo, apresentar nada de substantivo e material a seus eleitores, a quem foi prometida uma denúncia do acordo de 2012 e o fim do que é, de fato, uma usurpação do poder grego de conduzir sua política econômica. Na sexta-feira (20), gregos e alemães, líderes das partes credoras, chegaram a um acordo preliminar para a extensão de quatro meses do programa de socorro de 2012. A prorrogação provisória depende da aprovação da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do FMI. A permanência da Grécia na eurozona e a solvência de seus bancos e governo depende de decisões unilaterais dessas instituições. Os gregos conseguiram derrubar o veto a uma reabertura de negociações sobre os termos do acordo de socorro. Talvez possam rediscutir a meta de superavit fiscal (receita menos despesas, excetuados juros), caso ela prejudique ainda mais o crescimento. O governo da Grécia poderá apresentar um programa de reformas, em vez de receber um pacote pronto. A versão preliminar será apreciada nesta semana. Não houve abertura para rediscutir outro corte da dívida, embora o acordo de 2012 permita, mais adiante, rever alguns dos termos dos pagamentos. A esquerda grega também terá de apresentar um plano de reformas liberalizantes e outras que deem conta de uma economia burocratizada, dominada por oligopólios com grande influência nos governos, emperrada por cartórios, gastos excessivos com aposentadorias e pensões, além de minada pela evasão fiscal e pela corrupção. Trata-se de economia que perdeu um terço de seu poder de consumo e investimento desde 2008. Nenhuma sugestão grega poderá afetar o programa de metas fiscais, reformas e estabilidade financeira. Não está certo se o país receberá os fundos sem os quais seus bancos e seu governo quebrarão por volta de abril. Mas a Grécia pelo menos por ora tem tempo de preparar até uma saída menos caótica da eurozona. Resta saber qual vai ser a reação popular à ausência de medidas de alívio imediato e a reação da ala esquerda do Syriza. A pequena vitória diplomática não tem como reanimar um país em depressão.
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Editorial: Pacote gregoA Grécia pode respirar por mais quatro meses. No fim desta semana termina o programa de socorro financeiro que, em troca de reformas compulsórias e aperto de gastos públicos, impediu a bancarrota do país em 2012. O governo de do Syriza obteve entretanto uma trégua e alguma sobrevida para suas ambições. Não pode, contudo, apresentar nada de substantivo e material a seus eleitores, a quem foi prometida uma denúncia do acordo de 2012 e o fim do que é, de fato, uma usurpação do poder grego de conduzir sua política econômica. Na sexta-feira (20), gregos e alemães, líderes das partes credoras, chegaram a um acordo preliminar para a extensão de quatro meses do programa de socorro de 2012. A prorrogação provisória depende da aprovação da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do FMI. A permanência da Grécia na eurozona e a solvência de seus bancos e governo depende de decisões unilaterais dessas instituições. Os gregos conseguiram derrubar o veto a uma reabertura de negociações sobre os termos do acordo de socorro. Talvez possam rediscutir a meta de superavit fiscal (receita menos despesas, excetuados juros), caso ela prejudique ainda mais o crescimento. O governo da Grécia poderá apresentar um programa de reformas, em vez de receber um pacote pronto. A versão preliminar será apreciada nesta semana. Não houve abertura para rediscutir outro corte da dívida, embora o acordo de 2012 permita, mais adiante, rever alguns dos termos dos pagamentos. A esquerda grega também terá de apresentar um plano de reformas liberalizantes e outras que deem conta de uma economia burocratizada, dominada por oligopólios com grande influência nos governos, emperrada por cartórios, gastos excessivos com aposentadorias e pensões, além de minada pela evasão fiscal e pela corrupção. Trata-se de economia que perdeu um terço de seu poder de consumo e investimento desde 2008. Nenhuma sugestão grega poderá afetar o programa de metas fiscais, reformas e estabilidade financeira. Não está certo se o país receberá os fundos sem os quais seus bancos e seu governo quebrarão por volta de abril. Mas a Grécia pelo menos por ora tem tempo de preparar até uma saída menos caótica da eurozona. Resta saber qual vai ser a reação popular à ausência de medidas de alívio imediato e a reação da ala esquerda do Syriza. A pequena vitória diplomática não tem como reanimar um país em depressão.
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Viagem por outro rumo
A visita da presidente Dilma Rousseff (PT) aos Estados Unidos possui ao menos dois significados importantes. O primeiro é a superação definitiva do episódio que há dois anos abalou a relação entre os parceiros históricos. Soube-se, em meados de 2013, que comunicações e dados de cidadãos e empresas do Brasil haviam sido ilegalmente monitorados pela Agência de Segurança Nacional norte-americana. A própria presidente caiu na rede de vigilância. A revelação levou ao cancelamento da viagem que Dilma faria aos EUA em outubro daquele ano e obstruiu seriamente os canais de diálogo entre os dois países. Iniciativas comerciais já acordadas ficaram travadas no período. Além disso, o Brasil tornou-se mero espectador de eventos relevantes no continente, como a crise institucional na Venezuela e a reaproximação entre EUA e Cuba. Eivada de desconfiança, a relação bilateral atingiu seu pior momento em mais de duas décadas. O reatamento dos laços, entabulado na Cúpula das Américas deste ano, assume no contexto de crise econômica um caráter crucial -e nisso reside o segundo sentido da visita da presidente. Os Estados Unidos são o segundo maior destino para produtos brasileiros, atrás da China, mas com uma diferença fundamental em relação ao gigante asiático, que compra sobretudo matérias-primas: os manufaturados, de maior valor agregado, representam 50% das importações norte-americanas. Faz todo o sentido que Brasília se movimente no sentido de explorar melhor esse potencial. A visita, entretanto, dificilmente resultará de imediato em grandes acordos, embora negociações antigas, como a da liberação da carne brasileira, devam enfim chegar a bom termo. Espera-se também um pacto de facilitação alfandegária, cujo objetivo é reduzir o tempo de importação e exportação. Os Estados Unidos, ademais, são o palco ideal para que Dilma Rousseff inicie um esforço para restaurar a confiança externa sobre a economia brasileira. Sua viagem deve buscar passar a mensagem de que o Brasil está aberto a negócios. Não é de hoje o interesse de empresários em reforçar a aproximação entre os dois países, em geral prejudicada por contenciosos setoriais e incapacidade de criar um amplo plano de intercâmbio bilateral. Já passou da hora de essa relação com os Estados Unidos render melhores frutos ao Brasil. editoriais@uol.com.br
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Viagem por outro rumoA visita da presidente Dilma Rousseff (PT) aos Estados Unidos possui ao menos dois significados importantes. O primeiro é a superação definitiva do episódio que há dois anos abalou a relação entre os parceiros históricos. Soube-se, em meados de 2013, que comunicações e dados de cidadãos e empresas do Brasil haviam sido ilegalmente monitorados pela Agência de Segurança Nacional norte-americana. A própria presidente caiu na rede de vigilância. A revelação levou ao cancelamento da viagem que Dilma faria aos EUA em outubro daquele ano e obstruiu seriamente os canais de diálogo entre os dois países. Iniciativas comerciais já acordadas ficaram travadas no período. Além disso, o Brasil tornou-se mero espectador de eventos relevantes no continente, como a crise institucional na Venezuela e a reaproximação entre EUA e Cuba. Eivada de desconfiança, a relação bilateral atingiu seu pior momento em mais de duas décadas. O reatamento dos laços, entabulado na Cúpula das Américas deste ano, assume no contexto de crise econômica um caráter crucial -e nisso reside o segundo sentido da visita da presidente. Os Estados Unidos são o segundo maior destino para produtos brasileiros, atrás da China, mas com uma diferença fundamental em relação ao gigante asiático, que compra sobretudo matérias-primas: os manufaturados, de maior valor agregado, representam 50% das importações norte-americanas. Faz todo o sentido que Brasília se movimente no sentido de explorar melhor esse potencial. A visita, entretanto, dificilmente resultará de imediato em grandes acordos, embora negociações antigas, como a da liberação da carne brasileira, devam enfim chegar a bom termo. Espera-se também um pacto de facilitação alfandegária, cujo objetivo é reduzir o tempo de importação e exportação. Os Estados Unidos, ademais, são o palco ideal para que Dilma Rousseff inicie um esforço para restaurar a confiança externa sobre a economia brasileira. Sua viagem deve buscar passar a mensagem de que o Brasil está aberto a negócios. Não é de hoje o interesse de empresários em reforçar a aproximação entre os dois países, em geral prejudicada por contenciosos setoriais e incapacidade de criar um amplo plano de intercâmbio bilateral. Já passou da hora de essa relação com os Estados Unidos render melhores frutos ao Brasil. editoriais@uol.com.br
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Pessimista, população mundial teme desemprego e corrupção, diz estudo
O mundo vive um momento de pessimismo. Segundo uma pesquisa de opinião global realizada em 25 países (incluindo o Brasil), seis em cada dez pessoas acreditam que a nação onde vivem está indo na direção errada, indicando a sensação de que a vida será pior no futuro. Em termos globais as maiores inquietações das pessoas são o desemprego (mencionado por 38% dos entrevistados), a corrupção financeira e política (33%), a pobreza e a desigualdade social (33%), a violência e a criminalidade (31%) e a saúde pública (22%). Maiores preocupações no mundo - Questionados sobre três temas que mais preocupam no país onde vivem, os entrevistados citaram ainda o terrorismo (21%), a educação (19%), os impostos (16%), a imigração (14%) e o declínio moral (14%). Acesso ao crédito (2%), obesidade infantil (3%) e aquecimento global (8%) são os temas citados menos vezes na lista de preocupações globais. Realizada desde 2010, a pesquisa mostra uma variação pequena entre os temas que mais preocupam a população nos 25 países. Apesar de liderar o ranking, o percentual de pessoas inquietas com o desemprego caiu de 50% aos atuais 38%, enquanto corrupção, pobreza e violência alternaram suas posições, mas mantiveram o patamar em torno de 35% no período. PESSIMISMO x OTIMISMO Avaliação sobre os rumos do país onde vivem - No mundo Os dados fazem parte da pesquisa "O que preocupa o mundo", divulgada nesta quinta-feira (13) pelo instituto Ipsos. Questionados se, em termos gerais, o país onde vivem está indo na direção certa ou errada, 62% dos entrevistados disseram achar o rumo atual equivocado, contra 38% que revelaram otimismo quanto à direção seguida. Os franceses são os mais pessimistas, com um total de 88% dos entrevistados dizendo que o país está na direção errada. Em segundo lugar vem o México (85%) e, logo depois, o Brasil (84% veem o país na direção errada). Do total de 25 países em que o estudo foi realizado, em 18 predomina entre a população a percepção pessimista de rumo equivocado. <br> Nações mais pessimistas - Percentual de pessoas que acha que o país em que vive está na direção errada Enquanto o mundo segue no pessimismo, a China vive um momento de extremo otimismo, e nove a cada dez chineses acham que o país está no rumo certo. Também têm população satisfeita com a direção do país a Arábia Saudita (71%) e a Índia (67%). Além desses, Rússia, Argentina, Canadá e Peru têm maioria da população que acredita que o país está no rumo correto. Nações mais otimistas - Percentual de pessoas que acha que o país em que vive está na direção certa BRASIL Terceiro país mais pessimista em relação ao futuro entre as 25 nações em que a pesquisa foi realizada, o Brasil tem passado por uma oscilação rápida do índice de pessoas que acham que o país está indo na direção certa. De julho a setembro, período no qual o país passou pelo processo de mudança no governo, com o impeachment de Dilma Rousseff, o país saiu de um índice de pessimismo tão alto quanto o do primeiro do ranking, para o terceiro lugar. O percentual de pessoas que acham que o rumo do país está errado caiu de 88% para 84% em poucos meses. Avaliação sobre os rumos do país onde vivem - No Brasil A lista de temas que inquietam os brasileiros difere da preocupação global. O tema que mais perturba os brasileiros é o sistema de saúde (50%), seguido pela criminalidade e violência (48%), pela corrupção financeira e política (45%), pelo desemprego (43%) e pela educação (30%). Pobreza e desigualdade, que aflige 33% dos entrevistados globalmente, aparece apenas em sétimo lugar entre as preocupações dos brasileiros, citado por 21% dos entrevistados. Controles de imigração, obesidade infantil, acesso a crédito, aquecimento global, terrorismo e extremismo foram temas praticamente ignorados pelos brasileiros citados por 1% ou menos dos entrevistados do país. A instabilidade política e econômica do país nos últimos anos é percebida na oscilação da lista de preocupações da população. O desemprego, por exemplo, preocupava menos de 20% dos brasileiros em 2010, mas agora é citado por 43%. A violência, por outro lado, caiu de um patamar próximo de 60%, e do ponto mais alto na lista de preocupações em 2012, aos atuais 48%. Já a preocupação com o sistema de saúde, que lidera as preocupações, chegou ao patamar de 70% em 2014, antes de cair aos atuais 50%. Maiores preocupações no Brasil - METODOLOGIA Realizada pelo instituto Ipsos, a pesquisa perguntou quais temas mais geravam preocupação nas pessoas e se elas achavam que seu país está indo na direção correta ou não. O levantamento foi realizado com base em 18.014 entrevistas conduzidas pela internet entre 26 de agosto e 9 de setembro. A margem de erro é entre 3,1 e 4,5 pontos percentuais para mais ou para menos, dependendo do país citado. A pesquisa foi realizada na África do Sul, na Alemanha, na Arábia Saudita, na Argentina, na Austrália, na Bélgica, no Brasil, no Canadá, na China, na Coreia do Sul, na Espanha, nos Estados Unidos, na França, na Hungria, na Índia, em Israel, na Itália, no Japão, no México, na Polônia, no Peru, na Rússia, na Suécia, no Reino Unido e na Turquia.
mundo
Pessimista, população mundial teme desemprego e corrupção, diz estudoO mundo vive um momento de pessimismo. Segundo uma pesquisa de opinião global realizada em 25 países (incluindo o Brasil), seis em cada dez pessoas acreditam que a nação onde vivem está indo na direção errada, indicando a sensação de que a vida será pior no futuro. Em termos globais as maiores inquietações das pessoas são o desemprego (mencionado por 38% dos entrevistados), a corrupção financeira e política (33%), a pobreza e a desigualdade social (33%), a violência e a criminalidade (31%) e a saúde pública (22%). Maiores preocupações no mundo - Questionados sobre três temas que mais preocupam no país onde vivem, os entrevistados citaram ainda o terrorismo (21%), a educação (19%), os impostos (16%), a imigração (14%) e o declínio moral (14%). Acesso ao crédito (2%), obesidade infantil (3%) e aquecimento global (8%) são os temas citados menos vezes na lista de preocupações globais. Realizada desde 2010, a pesquisa mostra uma variação pequena entre os temas que mais preocupam a população nos 25 países. Apesar de liderar o ranking, o percentual de pessoas inquietas com o desemprego caiu de 50% aos atuais 38%, enquanto corrupção, pobreza e violência alternaram suas posições, mas mantiveram o patamar em torno de 35% no período. PESSIMISMO x OTIMISMO Avaliação sobre os rumos do país onde vivem - No mundo Os dados fazem parte da pesquisa "O que preocupa o mundo", divulgada nesta quinta-feira (13) pelo instituto Ipsos. Questionados se, em termos gerais, o país onde vivem está indo na direção certa ou errada, 62% dos entrevistados disseram achar o rumo atual equivocado, contra 38% que revelaram otimismo quanto à direção seguida. Os franceses são os mais pessimistas, com um total de 88% dos entrevistados dizendo que o país está na direção errada. Em segundo lugar vem o México (85%) e, logo depois, o Brasil (84% veem o país na direção errada). Do total de 25 países em que o estudo foi realizado, em 18 predomina entre a população a percepção pessimista de rumo equivocado. <br> Nações mais pessimistas - Percentual de pessoas que acha que o país em que vive está na direção errada Enquanto o mundo segue no pessimismo, a China vive um momento de extremo otimismo, e nove a cada dez chineses acham que o país está no rumo certo. Também têm população satisfeita com a direção do país a Arábia Saudita (71%) e a Índia (67%). Além desses, Rússia, Argentina, Canadá e Peru têm maioria da população que acredita que o país está no rumo correto. Nações mais otimistas - Percentual de pessoas que acha que o país em que vive está na direção certa BRASIL Terceiro país mais pessimista em relação ao futuro entre as 25 nações em que a pesquisa foi realizada, o Brasil tem passado por uma oscilação rápida do índice de pessoas que acham que o país está indo na direção certa. De julho a setembro, período no qual o país passou pelo processo de mudança no governo, com o impeachment de Dilma Rousseff, o país saiu de um índice de pessimismo tão alto quanto o do primeiro do ranking, para o terceiro lugar. O percentual de pessoas que acham que o rumo do país está errado caiu de 88% para 84% em poucos meses. Avaliação sobre os rumos do país onde vivem - No Brasil A lista de temas que inquietam os brasileiros difere da preocupação global. O tema que mais perturba os brasileiros é o sistema de saúde (50%), seguido pela criminalidade e violência (48%), pela corrupção financeira e política (45%), pelo desemprego (43%) e pela educação (30%). Pobreza e desigualdade, que aflige 33% dos entrevistados globalmente, aparece apenas em sétimo lugar entre as preocupações dos brasileiros, citado por 21% dos entrevistados. Controles de imigração, obesidade infantil, acesso a crédito, aquecimento global, terrorismo e extremismo foram temas praticamente ignorados pelos brasileiros citados por 1% ou menos dos entrevistados do país. A instabilidade política e econômica do país nos últimos anos é percebida na oscilação da lista de preocupações da população. O desemprego, por exemplo, preocupava menos de 20% dos brasileiros em 2010, mas agora é citado por 43%. A violência, por outro lado, caiu de um patamar próximo de 60%, e do ponto mais alto na lista de preocupações em 2012, aos atuais 48%. Já a preocupação com o sistema de saúde, que lidera as preocupações, chegou ao patamar de 70% em 2014, antes de cair aos atuais 50%. Maiores preocupações no Brasil - METODOLOGIA Realizada pelo instituto Ipsos, a pesquisa perguntou quais temas mais geravam preocupação nas pessoas e se elas achavam que seu país está indo na direção correta ou não. O levantamento foi realizado com base em 18.014 entrevistas conduzidas pela internet entre 26 de agosto e 9 de setembro. A margem de erro é entre 3,1 e 4,5 pontos percentuais para mais ou para menos, dependendo do país citado. A pesquisa foi realizada na África do Sul, na Alemanha, na Arábia Saudita, na Argentina, na Austrália, na Bélgica, no Brasil, no Canadá, na China, na Coreia do Sul, na Espanha, nos Estados Unidos, na França, na Hungria, na Índia, em Israel, na Itália, no Japão, no México, na Polônia, no Peru, na Rússia, na Suécia, no Reino Unido e na Turquia.
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Professor no Brasil ganha menos da metade da média nos países da OCDE
O salário dos professores que atuam nos anos iniciais do ensino fundamental no Brasil é menos do que a metade do valor pago, em média, na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que abrange 35 países. Isso significa que, enquanto nos países da OCDE a média recebida por professores da mesma etapa de ensino é de US$ 31 mil por ano, no Brasil, esse valor seria de US$ 12 mil. Países como Suíça, Alemanha e Luxemburgo, por exemplo, possuem salários iniciais superiores a US$ 45 mil por ano. Os dados são da publicação Education at a Glance 2016, relatório da OCDE divulgado nesta quinta-feira (15) em Brasília pelo Inep, instituto do Ministério da Educação. A estudo utilizou como parâmetro dados de 2014, tendo como referência no piso salarial dos professores em cada país - no Brasil, era de R$ 1.697 (em 2016, com o reajuste anual, o salário-base é de R$ 2.135,64). Apesar dos valores mais altos em alguns países, o relatório ressalta que o salário médio dos professores em quase todos eles é menor do que o salário médio de outros profissionais. "Se compararmos professores com outros profissionais com nível similar de educação, não são os mais bem pagos", afirma Dirk Van Damme, chefe da divisão da OCDE. Para ele, o cenário se agrava diante, muitas vezes, da falta de perspectivas de crescimento na carreira. "Isso contribui para uma falta de atratividade na profissão", afirmou durante o evento. NA UNIVERSIDADE A situação do Brasil em relação a outros países melhora quando observados os dados sobre o salário dos professores que atuam no ensino superior em instituições públicas e privadas dependentes dos governos em 13 países que enviaram informações. O Brasil forneceu dados das instituições federais -as quais representam 43% dos professores da rede pública desta etapa de ensino. Segundo relatório, o salário médio de um professor brasileiro que trabalhava nessas instituições foi de US$ 41 mil por ano, segundo dados de 2014. O valor é próximo ao da Finlândia, por exemplo. Entre os demais países, o salário médio anual variou entre US$ 27 mil (caso da Eslováquia) até US$ 133 mil (Luxemburgo). A publicação mostra ainda as diferenças de gênero no valor pago aos professores. Em quase todos os países, as mulheres que trabalham na educação superior recebem menos do que os homens. Na Itália, o valor é 21% menor, e no Brasil, de 4% a menos.
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Professor no Brasil ganha menos da metade da média nos países da OCDEO salário dos professores que atuam nos anos iniciais do ensino fundamental no Brasil é menos do que a metade do valor pago, em média, na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que abrange 35 países. Isso significa que, enquanto nos países da OCDE a média recebida por professores da mesma etapa de ensino é de US$ 31 mil por ano, no Brasil, esse valor seria de US$ 12 mil. Países como Suíça, Alemanha e Luxemburgo, por exemplo, possuem salários iniciais superiores a US$ 45 mil por ano. Os dados são da publicação Education at a Glance 2016, relatório da OCDE divulgado nesta quinta-feira (15) em Brasília pelo Inep, instituto do Ministério da Educação. A estudo utilizou como parâmetro dados de 2014, tendo como referência no piso salarial dos professores em cada país - no Brasil, era de R$ 1.697 (em 2016, com o reajuste anual, o salário-base é de R$ 2.135,64). Apesar dos valores mais altos em alguns países, o relatório ressalta que o salário médio dos professores em quase todos eles é menor do que o salário médio de outros profissionais. "Se compararmos professores com outros profissionais com nível similar de educação, não são os mais bem pagos", afirma Dirk Van Damme, chefe da divisão da OCDE. Para ele, o cenário se agrava diante, muitas vezes, da falta de perspectivas de crescimento na carreira. "Isso contribui para uma falta de atratividade na profissão", afirmou durante o evento. NA UNIVERSIDADE A situação do Brasil em relação a outros países melhora quando observados os dados sobre o salário dos professores que atuam no ensino superior em instituições públicas e privadas dependentes dos governos em 13 países que enviaram informações. O Brasil forneceu dados das instituições federais -as quais representam 43% dos professores da rede pública desta etapa de ensino. Segundo relatório, o salário médio de um professor brasileiro que trabalhava nessas instituições foi de US$ 41 mil por ano, segundo dados de 2014. O valor é próximo ao da Finlândia, por exemplo. Entre os demais países, o salário médio anual variou entre US$ 27 mil (caso da Eslováquia) até US$ 133 mil (Luxemburgo). A publicação mostra ainda as diferenças de gênero no valor pago aos professores. Em quase todos os países, as mulheres que trabalham na educação superior recebem menos do que os homens. Na Itália, o valor é 21% menor, e no Brasil, de 4% a menos.
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Julgamento de processo disciplinar contra juíza é adiado
Foi adiado o julgamento do processo disciplinar contra a desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo Kenarik Boujikian, cofundadora da Associação Juízes para a Democracia. O processo interno foi aberto depois que ela concedeu alvará de soltura a dez presos provisórios que ficaram mais tempo neste regime que aquele previsto em suas condenações em primeira instância. Manter pessoa presa a mais tempo do que sua sentença é ilegal e passível de indenização pelo Estado. Na reunião desta quarta (27) da comissão especial de 25 desembargadores do TJ de São Paulo, que julga, entre outros casos, processos disciplinares e administrativos, o desembargador Antonio Carlos Malheiros apresentou seu voto a favor do arquivamento do processo contra a juíza. Outros dois colegas do colegiado, no entanto, pediram vistas ao processo, que foi, portanto, adiado. O processo disciplinar contra a juíza teve origem na representação feita pelo desembargador Amaro José Thomé Filho. Ele alegou que a decisão de Boujikian deveria ocorrer de forma colegiada, em grupo. Mas o próprio regimento interno do TJ, em seu artigo 232, assegura ao relator do processo decisões urgentes do tipo, que são posteriormente confirmadas ou não pelo colegiado. A medida disciplinar adotada vai na contramão de medidas tomadas nos últimos anos para reduzir a superpopulação carcerária brasileira e o uso da prisão provisória, que tem como finalidade evitar condutas do réu que atrapalhem a investigação e a efetividade do processo. O país tem hoje cerca de 240 mil presos provisórios ou 40% do total de presos. O custo médio mensal de um preso é de R$ 1.400.
cotidiano
Julgamento de processo disciplinar contra juíza é adiadoFoi adiado o julgamento do processo disciplinar contra a desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo Kenarik Boujikian, cofundadora da Associação Juízes para a Democracia. O processo interno foi aberto depois que ela concedeu alvará de soltura a dez presos provisórios que ficaram mais tempo neste regime que aquele previsto em suas condenações em primeira instância. Manter pessoa presa a mais tempo do que sua sentença é ilegal e passível de indenização pelo Estado. Na reunião desta quarta (27) da comissão especial de 25 desembargadores do TJ de São Paulo, que julga, entre outros casos, processos disciplinares e administrativos, o desembargador Antonio Carlos Malheiros apresentou seu voto a favor do arquivamento do processo contra a juíza. Outros dois colegas do colegiado, no entanto, pediram vistas ao processo, que foi, portanto, adiado. O processo disciplinar contra a juíza teve origem na representação feita pelo desembargador Amaro José Thomé Filho. Ele alegou que a decisão de Boujikian deveria ocorrer de forma colegiada, em grupo. Mas o próprio regimento interno do TJ, em seu artigo 232, assegura ao relator do processo decisões urgentes do tipo, que são posteriormente confirmadas ou não pelo colegiado. A medida disciplinar adotada vai na contramão de medidas tomadas nos últimos anos para reduzir a superpopulação carcerária brasileira e o uso da prisão provisória, que tem como finalidade evitar condutas do réu que atrapalhem a investigação e a efetividade do processo. O país tem hoje cerca de 240 mil presos provisórios ou 40% do total de presos. O custo médio mensal de um preso é de R$ 1.400.
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Associação de defesa do consumidor questiona termos de uso do WhatsApp
A Proteste, associação de defesa dos consumidores, questionou o Facebook sobre os novos termos de uso do aplicativo WhatsApp. A entidade afirma que o novo texto não é claro quanto aos eventuais riscos à privacidade de usuários, além de violar o Marco Civil da Internet. A associação, que possui cerca de 250 mil consumidores associados, enviou à unidade da rede social em São Paulo um comunicado em que cobra explicações sobre quais dados dos usuários do WhatsApp serão coletados e compartilhados a partir da mudança ocorrida no final de agosto. "Apesar do WhatsApp e o Facebook dizerem que as conversas no aplicativo são criptografadas, não está claro se as conversas estão sendo compartilhadas com terceiros. Do jeito que está, qualquer dado enviado ou recebido pode ser usado pelo WhatsApp", afirmou Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste. "Os consumidores estão confusos, não sabem direito o que fazer. Receberam a comunicação (dos novos termos do WhatsApp), mas não sabem se continuam usando o serviço", afirmou. O pedido de explicações à rede social ocorre após o Comissariado de Proteção de Dados e Liberdade de Informação de Hamburgo, na Alemanha, afirmar na semana passada que o Facebook está infringindo a legislação alemã de proteção de dados, já que os novos termos de uso não obtiveram aprovação efetiva dos 35 milhões de usuários do WhatsApp no país. O comissariado determinou que a empresa tem que parar de coletar e armazenar dados de usuários do WhatsApp na Alemanha e apagar todas as informações já recebidas. O Facebook afirmou que vai recorrer da decisão e que cumpre com a legislação de proteção de dados da União Europeia. Segundo a Proteste, a entidade vai esperar dez dias úteis por um retorno do Facebook sobre as dúvidas em torno do WhatsApp. Segundo Dolci, eventuais questionamentos judiciais sobre violação do Marco Civil da Internet não estão descartados. Ela disse que uma solução amigável, em que a empresa seja mais clara ao explicar os novos termos para os usuários, pode ser alcançada. O Facebook comprou o WhatsApp em 2014 por cerca de US$ 20 bilhões. "A dúvida é: se o argumento do WhatsApp para não atender aos pedidos da Justiça sobre informações trocadas pelo aplicativo era a inacessibilidade por estarem criptografados, agora compartilhará quais dados?", questiona a Proteste. A entidade fez referência a episódios recentes em que a Justiça brasileira suspendeu o uso do WhatsApp em todo o Brasil por não ver cumpridas ordens que pediam informações de alguns usuários do aplicativo. Procurado, o Facebook informou apenas que tem como princípio fundamental "manter as informações dos usuários seguras e protegidas, inclusive à medida que coordenamos mais com o WhatsApp nos próximos meses".
tec
Associação de defesa do consumidor questiona termos de uso do WhatsAppA Proteste, associação de defesa dos consumidores, questionou o Facebook sobre os novos termos de uso do aplicativo WhatsApp. A entidade afirma que o novo texto não é claro quanto aos eventuais riscos à privacidade de usuários, além de violar o Marco Civil da Internet. A associação, que possui cerca de 250 mil consumidores associados, enviou à unidade da rede social em São Paulo um comunicado em que cobra explicações sobre quais dados dos usuários do WhatsApp serão coletados e compartilhados a partir da mudança ocorrida no final de agosto. "Apesar do WhatsApp e o Facebook dizerem que as conversas no aplicativo são criptografadas, não está claro se as conversas estão sendo compartilhadas com terceiros. Do jeito que está, qualquer dado enviado ou recebido pode ser usado pelo WhatsApp", afirmou Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste. "Os consumidores estão confusos, não sabem direito o que fazer. Receberam a comunicação (dos novos termos do WhatsApp), mas não sabem se continuam usando o serviço", afirmou. O pedido de explicações à rede social ocorre após o Comissariado de Proteção de Dados e Liberdade de Informação de Hamburgo, na Alemanha, afirmar na semana passada que o Facebook está infringindo a legislação alemã de proteção de dados, já que os novos termos de uso não obtiveram aprovação efetiva dos 35 milhões de usuários do WhatsApp no país. O comissariado determinou que a empresa tem que parar de coletar e armazenar dados de usuários do WhatsApp na Alemanha e apagar todas as informações já recebidas. O Facebook afirmou que vai recorrer da decisão e que cumpre com a legislação de proteção de dados da União Europeia. Segundo a Proteste, a entidade vai esperar dez dias úteis por um retorno do Facebook sobre as dúvidas em torno do WhatsApp. Segundo Dolci, eventuais questionamentos judiciais sobre violação do Marco Civil da Internet não estão descartados. Ela disse que uma solução amigável, em que a empresa seja mais clara ao explicar os novos termos para os usuários, pode ser alcançada. O Facebook comprou o WhatsApp em 2014 por cerca de US$ 20 bilhões. "A dúvida é: se o argumento do WhatsApp para não atender aos pedidos da Justiça sobre informações trocadas pelo aplicativo era a inacessibilidade por estarem criptografados, agora compartilhará quais dados?", questiona a Proteste. A entidade fez referência a episódios recentes em que a Justiça brasileira suspendeu o uso do WhatsApp em todo o Brasil por não ver cumpridas ordens que pediam informações de alguns usuários do aplicativo. Procurado, o Facebook informou apenas que tem como princípio fundamental "manter as informações dos usuários seguras e protegidas, inclusive à medida que coordenamos mais com o WhatsApp nos próximos meses".
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Cientista político Mathias Alencastro passa a escrever coluna quinzenal
O cientista político Mathias Alencastro passa, a partir desta segunda (1º), a ser colunista do caderno "Mundo" da Folha. Doutor em ciência política pela Universidade de Oxford, ele é especialista em política africana e tem especial atenção para a Europa. Alencastro, 33, foi assessor internacional da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência em 2015 e, no ano seguinte, diretor de Relações Internacionais do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Ele afirma que um de seus temas de interesse no momento -e que abordará com frequência nos próximos textos- será a crise da social-democracia na Europa. "Interessa-me ver como a esquerda está reagindo a este movimento, como serão os desdobramentos dessa crise e os paralelos que podemos traçar com o cenário político brasileiro", disse. No entanto, também pretende comentar a política dos países da África, principalmente Moçambique e Angola, dois de seus objetos de pesquisa no doutorado na Universidade de Oxford. A coluna de Mathias Alencastro será publicada quinzenalmente às segundas, alternando com o jornalista Jaime Spitzcovsky. Clóvis Rossi continua escrevendo às quintas e aos domingos.
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Cientista político Mathias Alencastro passa a escrever coluna quinzenalO cientista político Mathias Alencastro passa, a partir desta segunda (1º), a ser colunista do caderno "Mundo" da Folha. Doutor em ciência política pela Universidade de Oxford, ele é especialista em política africana e tem especial atenção para a Europa. Alencastro, 33, foi assessor internacional da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência em 2015 e, no ano seguinte, diretor de Relações Internacionais do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Ele afirma que um de seus temas de interesse no momento -e que abordará com frequência nos próximos textos- será a crise da social-democracia na Europa. "Interessa-me ver como a esquerda está reagindo a este movimento, como serão os desdobramentos dessa crise e os paralelos que podemos traçar com o cenário político brasileiro", disse. No entanto, também pretende comentar a política dos países da África, principalmente Moçambique e Angola, dois de seus objetos de pesquisa no doutorado na Universidade de Oxford. A coluna de Mathias Alencastro será publicada quinzenalmente às segundas, alternando com o jornalista Jaime Spitzcovsky. Clóvis Rossi continua escrevendo às quintas e aos domingos.
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Jovens líderes precisam buscar apoio de colegas nas empresas
FABIANA FUTEMA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Um dos maiores desafios da geração Y alcançar cargos de chefia é lidar com os subordinados mais velhos. Enquanto os "millenials" têm pressa para obter resultados, funcionários das gerações anteriores tendem a ser ser mais cautelosos. Para que o impasse não se instale, o jovem gestor deve demonstrar habilidade suficiente para garantir o apoio dos colegas de trabalho. Paulo Fernandes, 37, CEO da Ablab, empresa de marketing digital, diz que a conquista do respeito vem menos pela experiência e mais pela capacidade de gestão. De acordo com ele, ascender a um cargo de chefia não dá automaticamente "acesso fácil aos colegas". "É preciso merecer esse espaço de líder", diz Fernandes. Henrique Garrido, 24, teve de buscar o apoio da equipe em 2015, uma semana depois de assumir o cargo de diretor de operações da NeoAssist, empresa de soluções para atendimento ao consumidor. Os sócios tinham viajado, e ele se viu sozinho à frente da organização. "Tive de me aproximar para saber quem eram as pessoas e deixar que conhecessem minha história. No começo me apavorei, mas foi uma boa sacada porque não tinha para onde fugir", diz. Para o coordenador acadêmico do MBA em gestão estratégica de pessoas da FGV-SP, Edmarson Bacelar Mota, é comum que funcionários mais velhos tenham dificuldade de receber ordens dos executivos da geração Y. "O mais jovem tem o desafio de mostrar que está focado no resultado", afirma. FRUSTRAÇÃO E ANSIEDADE O presidente da Sociedade Latino Americana de Coaching, Sulivan França, diz que o senso de urgência da geração Y pode não ser bem compreendido por todos. "É preciso entender que as coisas não acontecem sempre como se quer. Essa geração não tem muita habilidade para lidar com frustrações." Garrido, que abriu uma empresa quando tinha apenas 17 anos, admite que sua geração é ansiosa. "Vejo uma galera muito nova que se frustra porque o trabalho não está tão divertido e aí pede para trocar. Em um ano, foram três empregos e nenhuma experiência", afirma o jovem executivo. Já o consultor Rogério Chér, professor da FGV-SP e mentor da Endeavor, encara essa ansiedade de uma forma mais positiva. Para ele, a pressa e a ambição dos "millenials" não são necessariamente um problema. "Essa geração não está interessada na busca da felicidade, mas na felicidade da busca. Quem disse que trabalho não pode ser divertido?" * NO TRABALHO, NÃO VIVO SEM... liberdade, um ambiente de trabalho mais aberto QUANDO A TECNOLOGIA AJUDA? Quando consegue levar ao ganho de produtividade e de tempo QUANDO A TECNOLOGIA ATRAPALHA? Ao tirar o foco durante a finalização de algum trabalho UM EXECUTIVO QUE ADMIRO: Pode ser dois? Admiro o Daniel Levy, diretor de negócios da Natura nas regiões Sul e Sudeste, e Ricardo Vontobel, presidente da Vonpar [fabricante licenciado dos produtos Coca-Cola e distribuidora de outras bebidas, além de produtora de alimentos]
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Jovens líderes precisam buscar apoio de colegas nas empresas FABIANA FUTEMA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Um dos maiores desafios da geração Y alcançar cargos de chefia é lidar com os subordinados mais velhos. Enquanto os "millenials" têm pressa para obter resultados, funcionários das gerações anteriores tendem a ser ser mais cautelosos. Para que o impasse não se instale, o jovem gestor deve demonstrar habilidade suficiente para garantir o apoio dos colegas de trabalho. Paulo Fernandes, 37, CEO da Ablab, empresa de marketing digital, diz que a conquista do respeito vem menos pela experiência e mais pela capacidade de gestão. De acordo com ele, ascender a um cargo de chefia não dá automaticamente "acesso fácil aos colegas". "É preciso merecer esse espaço de líder", diz Fernandes. Henrique Garrido, 24, teve de buscar o apoio da equipe em 2015, uma semana depois de assumir o cargo de diretor de operações da NeoAssist, empresa de soluções para atendimento ao consumidor. Os sócios tinham viajado, e ele se viu sozinho à frente da organização. "Tive de me aproximar para saber quem eram as pessoas e deixar que conhecessem minha história. No começo me apavorei, mas foi uma boa sacada porque não tinha para onde fugir", diz. Para o coordenador acadêmico do MBA em gestão estratégica de pessoas da FGV-SP, Edmarson Bacelar Mota, é comum que funcionários mais velhos tenham dificuldade de receber ordens dos executivos da geração Y. "O mais jovem tem o desafio de mostrar que está focado no resultado", afirma. FRUSTRAÇÃO E ANSIEDADE O presidente da Sociedade Latino Americana de Coaching, Sulivan França, diz que o senso de urgência da geração Y pode não ser bem compreendido por todos. "É preciso entender que as coisas não acontecem sempre como se quer. Essa geração não tem muita habilidade para lidar com frustrações." Garrido, que abriu uma empresa quando tinha apenas 17 anos, admite que sua geração é ansiosa. "Vejo uma galera muito nova que se frustra porque o trabalho não está tão divertido e aí pede para trocar. Em um ano, foram três empregos e nenhuma experiência", afirma o jovem executivo. Já o consultor Rogério Chér, professor da FGV-SP e mentor da Endeavor, encara essa ansiedade de uma forma mais positiva. Para ele, a pressa e a ambição dos "millenials" não são necessariamente um problema. "Essa geração não está interessada na busca da felicidade, mas na felicidade da busca. Quem disse que trabalho não pode ser divertido?" * NO TRABALHO, NÃO VIVO SEM... liberdade, um ambiente de trabalho mais aberto QUANDO A TECNOLOGIA AJUDA? Quando consegue levar ao ganho de produtividade e de tempo QUANDO A TECNOLOGIA ATRAPALHA? Ao tirar o foco durante a finalização de algum trabalho UM EXECUTIVO QUE ADMIRO: Pode ser dois? Admiro o Daniel Levy, diretor de negócios da Natura nas regiões Sul e Sudeste, e Ricardo Vontobel, presidente da Vonpar [fabricante licenciado dos produtos Coca-Cola e distribuidora de outras bebidas, além de produtora de alimentos]
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Premiado barista belga diz como anda o café nas melhores cafeterias de SP
Volta e meia, o barista belga Kim Ossenblok, 34, referência no mundo do café, aparece no Brasil, para dar palestras. Entre idas e vindas, o "Comida" o levou para avaliar as cinco principais cafeterias paulistanas que torram seus próprios grãos. Na andança, observou do serviço ao café. O balanço foi positivo: Ossenblok gostou das cafeterias sobretudo pela oferta de estilos diferentes da bebida. "Aqui, quase todos deixam as máquinas de torra no salão. Isso mostra a importância do processo artesanal." O Suplicy, o Octávio e o Santo Grão, na sua avaliação, apresentam um café de alta qualidade, mas com paladar mais clássico. Já o Coffee Lab e o Sofá Café propõem uma experiência mais ousada, com um ponto de torra dos grãos mais claro, que produz cafés com mais acidez. Como europeu, se surpreendeu positivamente com a comunicação e o preparo dos baristas, que oferecem novas formas de extração do café –Aeropress, Clever e coadores japoneses da Hario. "A comunicação visual também está avançada, com descrições das variedades de café nas paredes. A única coisa que, como estrangeiro, não consigo entender é o preço. Muitas vezes um pacotinho de 250 gramas custa o mesmo que na Europa, sendo que o Brasil é um grande produtor." CARREIRA Nascido na Bélgica, onde se formou em engenharia eletrônica, Kim vive em Barcelona desde 2004, onde toca o Coffee Lab & Shop, espaço para cursos que também é a base de seu blog (baristakim.es), onde dá aulas on-line. Foi na Espanha que a paixão por expressos converteu o engenheiro em barista. Começou como consultor numa rede de restaurantes e, em uma década, acumulou os prêmios de campeão espanhol e terceiro do mundo em provas de café. Além disso, detém títulos como formador oficial da SCAE (Associação Europeia de Cafés Especiais) e Q-Grader, a certificação mundial que qualifica classificadores profissionais de grãos de alta qualidade. * TESTE DO CAFÉ POR KIM OSSENBLOK SOFÁ CAFÉ Torrefação se assemelha ao estilo nórdico, de torra clara e alta acidez EXPRESSO (R$ 3,90) Grãos da variedade catuaí amarelo da fazenda Baú, do sul de Minas. De acordo com Kim, tem aroma de frutas vermelhas, sabor de chocolate e castanhas assadas. "O expresso é muito bem tirado, cremoso e agradável", avalia o barista belga COADO (R$ 8) Extraído pelo método V60, da Hario, com o mesmo catuaí amarelo usado no expresso. "Mais diluído, exala um aroma de ervas com toque de frutas secas", diz ele. Sabor de chocolate ao leite e amendoim torrado ONDE R. Ferreira de Araújo, 741, Pinheiros, tel. (11) 3853-5326 SANTO GRÃO Torra média com sabor mais achocolatado EXPRESSO (R$ 5,60) Blend com variedades do cerrado mineiro. "Tem aroma de ervas e chocolate. No paladar, mais chocolate e amendoim torrado". COADO (R$ 6,90) Método V60, da Hario, com o blend do expresso. Segundo o belga, tem aroma de ervas com toque de cacau, sabor que lembra chocolate ao leite ONDE R. Oscar Freire, 413, Jardins, tel. (11) 3062-9294 COFFEE LAB O ponto de torra é mais claro, o que privilegia a acidez do café. Na Europa, esse estilo é conhecido como nórdico EXPRESSO (R$ 5) Compõem o blend do dia grãos do sítio Rancho Dantas, do Espírito Santo, e da Fazenda Baú, no sul de Minas. Segundo Kim, o expresso tem aromas de frutas amarelas, tipo damasco. No paladar, "lembra chocolate ao leite, manteiga e avelã". Corpo cremoso COADO (R$ 7,90) Método Aeropress (filtragem com pressão da água) preparado com a variedade bourbon vermelho da Fazenda Baú. "Tem aroma de frutas vermelhas, sabor de avelã que lembra Nutella e um corpo sedoso. Toque de caramelo aparece no final." ONDE R. Fradique Coutinho, 1.340, Vila Madalena, tel. (11) 3375-7400. OCTAVIO CAFÉ Oferece um serviço interativo na loja por meio do qual o cliente cria um blend de sua preferência com a ajuda de um barista EXPRESSO (R$ 6) Café orgânico da variedade mundo novo, que, de acordo com Kim, tem aroma de frutas amarelas, como manga madura. "No paladar, chocolate amargo com alto teor de cacau. Além disso, tem corpo cremoso." COADO (R$ 12) Extraído pelo método V60, da Hario, com grãos catuaí vermelho. "Tem aroma de caramelo e mel. Já o sabor é de chocolate meio amargo e avelã torrada." Corpo intenso e retrogosto de especiarias, a exemplo do cravo ONDE Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.996, Jardim Paulistano, tel. (11) 3074-0110 SUPLICY CAFÉS Oferece três pontos de torra para o mesmo grão: clara, média e escura. "Isso educa os clientes e mostra a importância da torrefação no sabor do café", afirma Kim EXPRESSO (R$ 5,50) Blend de torra média com as variedades icatú amarelo da fazenda Santa Alina, de Poços de Caldas, e mundo novo da fazenda Pinhal, do sul de Minas. "Tem aroma de ervas e especiarias que me lembra café asiático. No paladar, chocolate meio-amargo." COADO (R$ 6,50) Mesmo blend do expresso preparado na máquina Bunn, de filtrar café. "O aroma é de cacau e groselha. Já o sabor, de chocolate meio amargo e cana-de-açúcar. Intenso." ONDE Al. Lorena, 1.430, Jardim Paulista, tel. (11) 3061-0195
comida
Premiado barista belga diz como anda o café nas melhores cafeterias de SPVolta e meia, o barista belga Kim Ossenblok, 34, referência no mundo do café, aparece no Brasil, para dar palestras. Entre idas e vindas, o "Comida" o levou para avaliar as cinco principais cafeterias paulistanas que torram seus próprios grãos. Na andança, observou do serviço ao café. O balanço foi positivo: Ossenblok gostou das cafeterias sobretudo pela oferta de estilos diferentes da bebida. "Aqui, quase todos deixam as máquinas de torra no salão. Isso mostra a importância do processo artesanal." O Suplicy, o Octávio e o Santo Grão, na sua avaliação, apresentam um café de alta qualidade, mas com paladar mais clássico. Já o Coffee Lab e o Sofá Café propõem uma experiência mais ousada, com um ponto de torra dos grãos mais claro, que produz cafés com mais acidez. Como europeu, se surpreendeu positivamente com a comunicação e o preparo dos baristas, que oferecem novas formas de extração do café –Aeropress, Clever e coadores japoneses da Hario. "A comunicação visual também está avançada, com descrições das variedades de café nas paredes. A única coisa que, como estrangeiro, não consigo entender é o preço. Muitas vezes um pacotinho de 250 gramas custa o mesmo que na Europa, sendo que o Brasil é um grande produtor." CARREIRA Nascido na Bélgica, onde se formou em engenharia eletrônica, Kim vive em Barcelona desde 2004, onde toca o Coffee Lab & Shop, espaço para cursos que também é a base de seu blog (baristakim.es), onde dá aulas on-line. Foi na Espanha que a paixão por expressos converteu o engenheiro em barista. Começou como consultor numa rede de restaurantes e, em uma década, acumulou os prêmios de campeão espanhol e terceiro do mundo em provas de café. Além disso, detém títulos como formador oficial da SCAE (Associação Europeia de Cafés Especiais) e Q-Grader, a certificação mundial que qualifica classificadores profissionais de grãos de alta qualidade. * TESTE DO CAFÉ POR KIM OSSENBLOK SOFÁ CAFÉ Torrefação se assemelha ao estilo nórdico, de torra clara e alta acidez EXPRESSO (R$ 3,90) Grãos da variedade catuaí amarelo da fazenda Baú, do sul de Minas. De acordo com Kim, tem aroma de frutas vermelhas, sabor de chocolate e castanhas assadas. "O expresso é muito bem tirado, cremoso e agradável", avalia o barista belga COADO (R$ 8) Extraído pelo método V60, da Hario, com o mesmo catuaí amarelo usado no expresso. "Mais diluído, exala um aroma de ervas com toque de frutas secas", diz ele. Sabor de chocolate ao leite e amendoim torrado ONDE R. Ferreira de Araújo, 741, Pinheiros, tel. (11) 3853-5326 SANTO GRÃO Torra média com sabor mais achocolatado EXPRESSO (R$ 5,60) Blend com variedades do cerrado mineiro. "Tem aroma de ervas e chocolate. No paladar, mais chocolate e amendoim torrado". COADO (R$ 6,90) Método V60, da Hario, com o blend do expresso. Segundo o belga, tem aroma de ervas com toque de cacau, sabor que lembra chocolate ao leite ONDE R. Oscar Freire, 413, Jardins, tel. (11) 3062-9294 COFFEE LAB O ponto de torra é mais claro, o que privilegia a acidez do café. Na Europa, esse estilo é conhecido como nórdico EXPRESSO (R$ 5) Compõem o blend do dia grãos do sítio Rancho Dantas, do Espírito Santo, e da Fazenda Baú, no sul de Minas. Segundo Kim, o expresso tem aromas de frutas amarelas, tipo damasco. No paladar, "lembra chocolate ao leite, manteiga e avelã". Corpo cremoso COADO (R$ 7,90) Método Aeropress (filtragem com pressão da água) preparado com a variedade bourbon vermelho da Fazenda Baú. "Tem aroma de frutas vermelhas, sabor de avelã que lembra Nutella e um corpo sedoso. Toque de caramelo aparece no final." ONDE R. Fradique Coutinho, 1.340, Vila Madalena, tel. (11) 3375-7400. OCTAVIO CAFÉ Oferece um serviço interativo na loja por meio do qual o cliente cria um blend de sua preferência com a ajuda de um barista EXPRESSO (R$ 6) Café orgânico da variedade mundo novo, que, de acordo com Kim, tem aroma de frutas amarelas, como manga madura. "No paladar, chocolate amargo com alto teor de cacau. Além disso, tem corpo cremoso." COADO (R$ 12) Extraído pelo método V60, da Hario, com grãos catuaí vermelho. "Tem aroma de caramelo e mel. Já o sabor é de chocolate meio amargo e avelã torrada." Corpo intenso e retrogosto de especiarias, a exemplo do cravo ONDE Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.996, Jardim Paulistano, tel. (11) 3074-0110 SUPLICY CAFÉS Oferece três pontos de torra para o mesmo grão: clara, média e escura. "Isso educa os clientes e mostra a importância da torrefação no sabor do café", afirma Kim EXPRESSO (R$ 5,50) Blend de torra média com as variedades icatú amarelo da fazenda Santa Alina, de Poços de Caldas, e mundo novo da fazenda Pinhal, do sul de Minas. "Tem aroma de ervas e especiarias que me lembra café asiático. No paladar, chocolate meio-amargo." COADO (R$ 6,50) Mesmo blend do expresso preparado na máquina Bunn, de filtrar café. "O aroma é de cacau e groselha. Já o sabor, de chocolate meio amargo e cana-de-açúcar. Intenso." ONDE Al. Lorena, 1.430, Jardim Paulista, tel. (11) 3061-0195
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Demanda por voos domésticos no Brasil cai pela 4ª vez em novembro
A demanda por voos domésticos no Brasil em novembro recuou 7,9% ante o mesmo mês de 2014, quarto mês consecutivo de baixa e regredindo aos níveis de 2013, informou nesta terça-feira a Abear, entidade que representa as companhias aéreas. A oferta caiu 3,9% no mesmo período. Com isso, a taxa de ocupação das aeronaves ficou em 77,9%, baixa de 3,4 pontos percentuais. O presidente da entidade, Eduardo Sanovicz, disse que a crise econômica afetou de tal forma os consumidores que, mesmo com ações promocionais das companhias aéreas, a demanda já não reage, o que impossibilita a sustentação das taxas de ocupação das aeronaves. Tal cenário complica ainda mais a situação das companhias aéreas, que vêm tendo sua rentabilidade afetada não só pelo recuo da demanda, mas também pela valorização do dólar, que eleva os custos com querosene de aviação. O desempenho fraco do mês passado ocorre após quedas na demanda de 0,6% em agosto, de 0,8% em setembro e de 5,7% no dado de outubro, que já havia sido o pior desempenho na série histórica da associação, iniciada em 2012. "A gente mudou de patamar em relação à queda da demanda. A crise pegou pesado nossos consumidores de forma verificável", afirmou Sanovicz. Para a Abear, a tendência para o próximo mês é de que a tendência de baixa se acentue. "Esse ano o resultado será o pior da nossa série histórica com certeza absoluta", disse Sanovicz. Entre as companhias aéreas brasileiras, a TAM manteve a liderança do mercado doméstico, com fatia de 37,12%, ante 38,79 em novembro de 2014, seguida pela Gol, com 35,27% do mercado, ante 36,39% anteriormente. A Azul permaneceu em terceiro lugar, com avanço na fatia para 17,11% frente 16,49%, e a parcela da Avianca subiu para 10,51%, ante 8,33% em novembro do ano passado. VOOS INTERNACIONAIS No segmento de voos internacionais, a demanda subiu 9,8%, ante expansão da oferta de 11,3%, resultando em taxa de ocupação de 79,6%, redução de 1,1 ponto percentual sobre novembro de 2014. As taxas de crescimento se mantêm altas por conta da entrada das operações internacionais da Azul em dezembro do ano passado. Contudo, a Abear apontou que as taxas registradas mês a mês têm se mostrado gradualmente menores. No mercado de voos para exterior, a participação da TAM caiu para 79,99%, frente 84,02% um ano antes, e a da Gol recuou para 12,67%, contra 15,89% anteriormente. A participação da Azul ficou em 7,27%, enquanto a da Avianca caiu para 0,07%, contra 0,09% um ano antes.
mercado
Demanda por voos domésticos no Brasil cai pela 4ª vez em novembroA demanda por voos domésticos no Brasil em novembro recuou 7,9% ante o mesmo mês de 2014, quarto mês consecutivo de baixa e regredindo aos níveis de 2013, informou nesta terça-feira a Abear, entidade que representa as companhias aéreas. A oferta caiu 3,9% no mesmo período. Com isso, a taxa de ocupação das aeronaves ficou em 77,9%, baixa de 3,4 pontos percentuais. O presidente da entidade, Eduardo Sanovicz, disse que a crise econômica afetou de tal forma os consumidores que, mesmo com ações promocionais das companhias aéreas, a demanda já não reage, o que impossibilita a sustentação das taxas de ocupação das aeronaves. Tal cenário complica ainda mais a situação das companhias aéreas, que vêm tendo sua rentabilidade afetada não só pelo recuo da demanda, mas também pela valorização do dólar, que eleva os custos com querosene de aviação. O desempenho fraco do mês passado ocorre após quedas na demanda de 0,6% em agosto, de 0,8% em setembro e de 5,7% no dado de outubro, que já havia sido o pior desempenho na série histórica da associação, iniciada em 2012. "A gente mudou de patamar em relação à queda da demanda. A crise pegou pesado nossos consumidores de forma verificável", afirmou Sanovicz. Para a Abear, a tendência para o próximo mês é de que a tendência de baixa se acentue. "Esse ano o resultado será o pior da nossa série histórica com certeza absoluta", disse Sanovicz. Entre as companhias aéreas brasileiras, a TAM manteve a liderança do mercado doméstico, com fatia de 37,12%, ante 38,79 em novembro de 2014, seguida pela Gol, com 35,27% do mercado, ante 36,39% anteriormente. A Azul permaneceu em terceiro lugar, com avanço na fatia para 17,11% frente 16,49%, e a parcela da Avianca subiu para 10,51%, ante 8,33% em novembro do ano passado. VOOS INTERNACIONAIS No segmento de voos internacionais, a demanda subiu 9,8%, ante expansão da oferta de 11,3%, resultando em taxa de ocupação de 79,6%, redução de 1,1 ponto percentual sobre novembro de 2014. As taxas de crescimento se mantêm altas por conta da entrada das operações internacionais da Azul em dezembro do ano passado. Contudo, a Abear apontou que as taxas registradas mês a mês têm se mostrado gradualmente menores. No mercado de voos para exterior, a participação da TAM caiu para 79,99%, frente 84,02% um ano antes, e a da Gol recuou para 12,67%, contra 15,89% anteriormente. A participação da Azul ficou em 7,27%, enquanto a da Avianca caiu para 0,07%, contra 0,09% um ano antes.
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Escolha da cor do automóvel considera custo de reparação
EDUARDO SODRÉ COLUNISTA DA FOLHA Ao lançar um carro, as montadoras apresentam cores chamativas. "É uma forma de atrair a atenção do público, e algumas acabam ficando. É o que aconteceu com o 'laranja atacama' do CrossFox", diz Telma Elita Blasquez, designer da Volkswagen América do Sul. Porém, a complexidade de alguns tons é incompatível com o enorme volume de carros produzidos. Blasquez explica que há opções que demandam muito tempo na linha de montagem, além de ter custo de reparo elevado. DOIS ANOS A renovação de tonalidades é constante. "São necessários aproximadamente dois anos para que uma nova cor entre em linha. O trabalho é feito paralelamente ao desenvolvimento de novos carros", diz Isabella Rodrigues Fornaciari, chefe de design da Fiat no Brasil. frota monocromática - Nuances entre branco e preto dominam mercado nacional (em %)
sobretudo
Escolha da cor do automóvel considera custo de reparação EDUARDO SODRÉ COLUNISTA DA FOLHA Ao lançar um carro, as montadoras apresentam cores chamativas. "É uma forma de atrair a atenção do público, e algumas acabam ficando. É o que aconteceu com o 'laranja atacama' do CrossFox", diz Telma Elita Blasquez, designer da Volkswagen América do Sul. Porém, a complexidade de alguns tons é incompatível com o enorme volume de carros produzidos. Blasquez explica que há opções que demandam muito tempo na linha de montagem, além de ter custo de reparo elevado. DOIS ANOS A renovação de tonalidades é constante. "São necessários aproximadamente dois anos para que uma nova cor entre em linha. O trabalho é feito paralelamente ao desenvolvimento de novos carros", diz Isabella Rodrigues Fornaciari, chefe de design da Fiat no Brasil. frota monocromática - Nuances entre branco e preto dominam mercado nacional (em %)
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Tensão renovada
Governadores criaram um grupo permanente de discussão com o governo federal. Pode ser que dos debates surjam iniciativas sérias para atenuar a crise. Foi justamente a penúria o que levou líderes estaduais a criar um raro movimento unificado de reivindicações. Também nesta semana, o PT publicou documento no qual advoga mudanças na política econômica. Trata-se de crítica prévia aos novos ministros da Fazenda e do Planejamento, sobretudo para galvanizar a militância. O partido da presidente Dilma Rousseff reivindica um plano de retomada imediata do crescimento, em parte baseado nos pressupostos que lançaram o país nesta recessão. São noções compartilhadas por organizações de esquerda. Tais pressões ocorrem quando se toma conhecimento de deficit ainda maior da administração federal. A carência de recursos, que prosseguirá em 2016, tende a privar o governo de meios para angariar apoio, com o que se reduz a probabilidade de aprovar medidas de contenção da crise e mesmo remendos tributários, como a CPMF. Estimativas indicam que o governo não será capaz nem de produzir o superavit primário prometido, equivalente a 0,5% do PIB –valor de resto já insuficiente para conter a escalada da dívida pública, um dos principais motivos da presente degradação econômica. Em suma, a presidente terá de se mover entre as necessidades impostas pela falta de dinheiro e o risco fatal de perder sua base política. Assim imprensada, precisa aprovar o resto do ajuste das contas públicas no Congresso, fazer andar um plano de reformas –incluindo a da Previdência– e se proteger de ofensivas da oposição. Caso vingue o novo calendário do impeachment, a abertura do processo será votada em abril. Até lá, pelo menos, parece difícil que a elite política se ocupe de mudanças de interesse do país. Poderia ser de outro modo, talvez, caso a presidente se engajasse em um projeto ambicioso de relançar seu governo e promover amplo diálogo nacional. Não parece ser a convicção de Dilma Rousseff. Assim, 2016 tende a começar sob tensão renovada. Governos de cofres vazios, uma população assolada por ainda mais desemprego e menos renda, movimentos sociais indóceis e inimigos no Congresso devem limitar muito o campo de manobra política da presidente. Com boa sorte e ao menos alguma sabedoria, aprovará e implementará medidas de manutenção da governança, que têm sido chamadas de "arroz com feijão": uma política econômica que contenha nova aceleração da crise. É muito pouco para um país que completará um triênio de regressão. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Tensão renovadaGovernadores criaram um grupo permanente de discussão com o governo federal. Pode ser que dos debates surjam iniciativas sérias para atenuar a crise. Foi justamente a penúria o que levou líderes estaduais a criar um raro movimento unificado de reivindicações. Também nesta semana, o PT publicou documento no qual advoga mudanças na política econômica. Trata-se de crítica prévia aos novos ministros da Fazenda e do Planejamento, sobretudo para galvanizar a militância. O partido da presidente Dilma Rousseff reivindica um plano de retomada imediata do crescimento, em parte baseado nos pressupostos que lançaram o país nesta recessão. São noções compartilhadas por organizações de esquerda. Tais pressões ocorrem quando se toma conhecimento de deficit ainda maior da administração federal. A carência de recursos, que prosseguirá em 2016, tende a privar o governo de meios para angariar apoio, com o que se reduz a probabilidade de aprovar medidas de contenção da crise e mesmo remendos tributários, como a CPMF. Estimativas indicam que o governo não será capaz nem de produzir o superavit primário prometido, equivalente a 0,5% do PIB –valor de resto já insuficiente para conter a escalada da dívida pública, um dos principais motivos da presente degradação econômica. Em suma, a presidente terá de se mover entre as necessidades impostas pela falta de dinheiro e o risco fatal de perder sua base política. Assim imprensada, precisa aprovar o resto do ajuste das contas públicas no Congresso, fazer andar um plano de reformas –incluindo a da Previdência– e se proteger de ofensivas da oposição. Caso vingue o novo calendário do impeachment, a abertura do processo será votada em abril. Até lá, pelo menos, parece difícil que a elite política se ocupe de mudanças de interesse do país. Poderia ser de outro modo, talvez, caso a presidente se engajasse em um projeto ambicioso de relançar seu governo e promover amplo diálogo nacional. Não parece ser a convicção de Dilma Rousseff. Assim, 2016 tende a começar sob tensão renovada. Governos de cofres vazios, uma população assolada por ainda mais desemprego e menos renda, movimentos sociais indóceis e inimigos no Congresso devem limitar muito o campo de manobra política da presidente. Com boa sorte e ao menos alguma sabedoria, aprovará e implementará medidas de manutenção da governança, que têm sido chamadas de "arroz com feijão": uma política econômica que contenha nova aceleração da crise. É muito pouco para um país que completará um triênio de regressão. editoriais@grupofolha.com.br
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Destinos de inverno escapam da crise e revivem onda de turistas em SP e MG
A crise econômica ainda não subiu as montanhas de Campos do Jordão e de outras cidades que exploram o turismo de inverno na região. A alta do dólar, a Copa de 2014 (que prejudicou o setor) e as baixas temperaturas são apontados como razões para a expectativa de aumento de 25% a 30% do movimento nesta temporada, segundo a prefeitura do principal destino de inverno de São Paulo. "O dólar subiu, e consequentemente passamos a ser um destino turístico mais procurado", afirma o prefeito Fred Guidoni (PSDB). Segundo ele, este ano também cresceu a presença de visitantes de outras regiões do país. A dificuldade das cidades é atrair mais turistas durante a semana –nesta sexta (3), o movimento era baixo em Capivari, que concentra as lojas e restaurantes. Por isso, agências e hotéis têm feito promoções em dias úteis. "Em pacotes de duas diárias tem sido ótimo. Mas pacotes maiores, de cinco dias, têm uma dificuldade maior pelo preço. Os valores não subiram, mas as pessoas sentem a crise", diz Luiz Nathan, presidente da Associação de Hotelaria e Gastronomia local. Segundo a entidade, a ocupação dos hotéis é de 90% nos finais de semana. De acordo com o prefeito, o crescimento da demanda turística neste ano deve superar, inclusive, a temporada de 2013. Ainda na serra da Mantiqueira, a paulista São Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos, e a mineira Gonçalves também projetam bons números em 2015. Monte Verde, distrito de Camanducaia (MG), prevê quadruplicar o movimento de 2014. "Ano passado foi terrível, não fez tanto frio e a Copa atrapalhou. Aumentamos nossa divulgação e tivemos uma surpresa agradável", disse Tiago Mentor, assessor da subprefeitura do distrito.
cotidiano
Destinos de inverno escapam da crise e revivem onda de turistas em SP e MGA crise econômica ainda não subiu as montanhas de Campos do Jordão e de outras cidades que exploram o turismo de inverno na região. A alta do dólar, a Copa de 2014 (que prejudicou o setor) e as baixas temperaturas são apontados como razões para a expectativa de aumento de 25% a 30% do movimento nesta temporada, segundo a prefeitura do principal destino de inverno de São Paulo. "O dólar subiu, e consequentemente passamos a ser um destino turístico mais procurado", afirma o prefeito Fred Guidoni (PSDB). Segundo ele, este ano também cresceu a presença de visitantes de outras regiões do país. A dificuldade das cidades é atrair mais turistas durante a semana –nesta sexta (3), o movimento era baixo em Capivari, que concentra as lojas e restaurantes. Por isso, agências e hotéis têm feito promoções em dias úteis. "Em pacotes de duas diárias tem sido ótimo. Mas pacotes maiores, de cinco dias, têm uma dificuldade maior pelo preço. Os valores não subiram, mas as pessoas sentem a crise", diz Luiz Nathan, presidente da Associação de Hotelaria e Gastronomia local. Segundo a entidade, a ocupação dos hotéis é de 90% nos finais de semana. De acordo com o prefeito, o crescimento da demanda turística neste ano deve superar, inclusive, a temporada de 2013. Ainda na serra da Mantiqueira, a paulista São Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos, e a mineira Gonçalves também projetam bons números em 2015. Monte Verde, distrito de Camanducaia (MG), prevê quadruplicar o movimento de 2014. "Ano passado foi terrível, não fez tanto frio e a Copa atrapalhou. Aumentamos nossa divulgação e tivemos uma surpresa agradável", disse Tiago Mentor, assessor da subprefeitura do distrito.
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Embaixador da Valentino, brasileiro fala sobre rotina em meio a estrelas como Madonna e Julia Roberts
Ele pode passar o Réveillon com Madonna, como fez em 2013, quando ambos festejaram o Ano-Novo no chalé do estilista Valentino, em Gstaad, na Suíça. Dias depois, Cacá de Souza já está em Los Angeles para bater ponto no tapete vermelho do Globo de Ouro e vestir a estrela da vez em Hollywood. * Os dois momentos fazem parte da rotina do brasileiro, embaixador mundial da Valentino, grife onde começou como modelo aos 19 anos e está há mais de 40. "Muitas pessoas dizem que querem trocar de lugar comigo. Mas não é só glamour", afirma ele à repórter Eliane Trindade. O passaporte para as melhores festas, convites para vernissages badalados e hospedagens em hotéis exclusivos vem acompanhado de intermináveis "jet lags". Mesmo voando em business ou primeira classe. "A cada quatro, cinco dias estou dentro de um avião. É pesado, mas não posso reclamar." * Neste ano, Cacá estima ter acumulado mais de 500 mil milhas para cumprir compromissos e retornar para um dos seus três endereços: Nova York, Roma e Rio. O constante vaivém em um emprego de sonhos serviu de inspiração para o recém-lançado "#Carlos's Places" (ed. Assouline, 176 págs.). No livro, misto de guia e álbum de fotos do seu Instagram, ele apresenta seus lugares preferidos no mundo. * Dezessete são listados na obra. Lá estão destinos tão díspares quanto Alto Paraíso (GO); Xangai, na China; Positano, na Itália; além das obrigatórias Londres, Paris e NY. Michael Roberts, editor da "Vanity Fair", assina o prefácio e define a vida de Cacá como um verão eterno "cercado de gente bonita", no exercício de uma atividade "hedonista", tantos são os momentos de glamour no pacote. * A principal credencial para o posto, segundo o próprio titular, é o sorriso estampado no rosto de belas feições e o bom humor herdado da mãe, dona Conceição, 84. "Ela sempre me fez ver o lado positivo da vida", conclui o paulistano nascido no bairro do Sumaré e ex-aluno do Colégio Rio Branco. * Simpatia e beleza aliadas às conexões certas. Tudo começou em um Carnaval no Rio, quando caiu nas graças do estilista italiano. "Eu tinha uns 18 anos. Conheci o Valentino em um grupo de amigos, entre eles Lucía Curia, que depois virou Moreira Salles, e Georgina Brandolini", recorda-se Cacá, citando duas musas do costureiro que marcaram época. "Um tempo depois, viajei para fazer um desfile para ele e nunca mais voltei." Mudou-se para Roma. * Galgou todos os postos na companhia, desde fazer clipping de notícias ("colava as reportagens, fazia os arquivos"). "É importante subir degrau por degrau." Sobre sua relação duradoura com Valentino, resume em uma frase: "Virou família". O estilista, que se afastou do dia a dia dos negócios, é padrinho dos dois filhos do brasileiro. * Sean, 31, que vive em Alto Paraíso, e Antony, 29, que mora em Londres, formam uma dupla de DJs e se encontram para discotecar em festas badaladas do jet set. São frutos do casamento de Cacá com a socialite brasileira Charlene Shorto, que se divide entre a Europa e a Bahia. * Formam um clã globalizado. "Estamos sempre juntos. Meus filhos são o melhor presente que a Charlene me deu. Ela é adorável. Estamos divorciados há mais de 15 anos. Vivemos dez juntos e somos melhores amigos." É para ela o primeiro "phone call" do dia, em jornadas sempre atribuladas. Cacá troca cerca de 250 e-mails diariamente. Metódico e "speedy" (veloz), limpa a caixa postal rapidamente. "Não consigo dormir sem estar com meus e-mails em dia." * Estar conectado virou mania. Tem 34 mil seguidores no Instagram, que acompanham suas mais de 5.800 publicações de paisagens paradisíacos, eventos e locais da moda. E muitos autorretratos. "Como diz o [ator] James Franco, só acredito em gente que faz 'selfie'. Se não tiver 'selfie', não curto. Eu faço bastante." * Cacá aparece ao lado de personalidades de diversos segmentos, como a artista plástica Marina Abramovich, a apresentadora Martha Stweart e a atriz Anne Hathaway. "A arte, a música, o cinema e a moda estão conectados", afirma. * "Hoje, o mundo do 'red carpet' e das 'celebrities' é mais em função das amizades", prossegue o embaixador da Valentino, que diz ter um sexto sentido para fazer suas apostas em Hollywood. Cita Keira Knightley, que atraiu para a marca quando ainda era aspirante a estrela e hoje é fiel à grife. "Tenho um bom 'X ray' [raio X]. São grandes Oscars 'under my wings' [debaixo das minhas asas]. Vesti muitas atrizes que pegaram a estatueta." * Julia Roberts recebeu o prêmio em 2001 em um longo vintage da grife. Uma escolha de última hora, já que a atriz estava tentada a ir à premiação vestida por um estilista americano. Cacá tinha levado alguns modelos de coleções passadas da grife italiana e foi um deles o escolhido pela estrela. "A sobrinha da Julia, Emma Roberts, então uma garotinha, disse: 'Esse é o vestido que você vai usar'", conta o brasileiro. * A brasilidade abriu portas. "É um ponto muito positivo. Somos muito receptivos, grandes anfitriões, temos jogo de cintura. Mas tem outras coisas do brasileiro que não quero mais ter. Prezo pontualidade e não gosto do nosso jeitinho de resolver tudo no último minuto." Após tantos anos longe, diz se sentir mais europeu. "Hoje em dia, sou mais italiano que brasileiro. Não sonho mais com feijoada, mas com rigattoni al pomodoro." * A rotina de viagens e de postagens só cessa no Natal, quando Cacá se reúne com a família no sítio em Nova Friburgo, no Rio. É seu refúgio, onde não há conexão com internet. "Às vezes, fico ansioso para postar, pego o carro, percorro 25 km e vou até a cidade para acessar o Instagram", diz. "Consigo ficar desconectado no máximo por três, quatro dias." * É o momento pé no chão. "Baby, sou um iogue. Pratico ashtanga yoga. Sou simples de alma, mesmo vivendo com glamour. A beleza está nas coisas simples", diz Cacá. "Não precisa estar vestido de marcas da cabeça aos pés para ser elegante. E a melhor vestimenta para um homem é o sorriso." Sua arma para seduzir Valentino e o mundo.
colunas
Embaixador da Valentino, brasileiro fala sobre rotina em meio a estrelas como Madonna e Julia RobertsEle pode passar o Réveillon com Madonna, como fez em 2013, quando ambos festejaram o Ano-Novo no chalé do estilista Valentino, em Gstaad, na Suíça. Dias depois, Cacá de Souza já está em Los Angeles para bater ponto no tapete vermelho do Globo de Ouro e vestir a estrela da vez em Hollywood. * Os dois momentos fazem parte da rotina do brasileiro, embaixador mundial da Valentino, grife onde começou como modelo aos 19 anos e está há mais de 40. "Muitas pessoas dizem que querem trocar de lugar comigo. Mas não é só glamour", afirma ele à repórter Eliane Trindade. O passaporte para as melhores festas, convites para vernissages badalados e hospedagens em hotéis exclusivos vem acompanhado de intermináveis "jet lags". Mesmo voando em business ou primeira classe. "A cada quatro, cinco dias estou dentro de um avião. É pesado, mas não posso reclamar." * Neste ano, Cacá estima ter acumulado mais de 500 mil milhas para cumprir compromissos e retornar para um dos seus três endereços: Nova York, Roma e Rio. O constante vaivém em um emprego de sonhos serviu de inspiração para o recém-lançado "#Carlos's Places" (ed. Assouline, 176 págs.). No livro, misto de guia e álbum de fotos do seu Instagram, ele apresenta seus lugares preferidos no mundo. * Dezessete são listados na obra. Lá estão destinos tão díspares quanto Alto Paraíso (GO); Xangai, na China; Positano, na Itália; além das obrigatórias Londres, Paris e NY. Michael Roberts, editor da "Vanity Fair", assina o prefácio e define a vida de Cacá como um verão eterno "cercado de gente bonita", no exercício de uma atividade "hedonista", tantos são os momentos de glamour no pacote. * A principal credencial para o posto, segundo o próprio titular, é o sorriso estampado no rosto de belas feições e o bom humor herdado da mãe, dona Conceição, 84. "Ela sempre me fez ver o lado positivo da vida", conclui o paulistano nascido no bairro do Sumaré e ex-aluno do Colégio Rio Branco. * Simpatia e beleza aliadas às conexões certas. Tudo começou em um Carnaval no Rio, quando caiu nas graças do estilista italiano. "Eu tinha uns 18 anos. Conheci o Valentino em um grupo de amigos, entre eles Lucía Curia, que depois virou Moreira Salles, e Georgina Brandolini", recorda-se Cacá, citando duas musas do costureiro que marcaram época. "Um tempo depois, viajei para fazer um desfile para ele e nunca mais voltei." Mudou-se para Roma. * Galgou todos os postos na companhia, desde fazer clipping de notícias ("colava as reportagens, fazia os arquivos"). "É importante subir degrau por degrau." Sobre sua relação duradoura com Valentino, resume em uma frase: "Virou família". O estilista, que se afastou do dia a dia dos negócios, é padrinho dos dois filhos do brasileiro. * Sean, 31, que vive em Alto Paraíso, e Antony, 29, que mora em Londres, formam uma dupla de DJs e se encontram para discotecar em festas badaladas do jet set. São frutos do casamento de Cacá com a socialite brasileira Charlene Shorto, que se divide entre a Europa e a Bahia. * Formam um clã globalizado. "Estamos sempre juntos. Meus filhos são o melhor presente que a Charlene me deu. Ela é adorável. Estamos divorciados há mais de 15 anos. Vivemos dez juntos e somos melhores amigos." É para ela o primeiro "phone call" do dia, em jornadas sempre atribuladas. Cacá troca cerca de 250 e-mails diariamente. Metódico e "speedy" (veloz), limpa a caixa postal rapidamente. "Não consigo dormir sem estar com meus e-mails em dia." * Estar conectado virou mania. Tem 34 mil seguidores no Instagram, que acompanham suas mais de 5.800 publicações de paisagens paradisíacos, eventos e locais da moda. E muitos autorretratos. "Como diz o [ator] James Franco, só acredito em gente que faz 'selfie'. Se não tiver 'selfie', não curto. Eu faço bastante." * Cacá aparece ao lado de personalidades de diversos segmentos, como a artista plástica Marina Abramovich, a apresentadora Martha Stweart e a atriz Anne Hathaway. "A arte, a música, o cinema e a moda estão conectados", afirma. * "Hoje, o mundo do 'red carpet' e das 'celebrities' é mais em função das amizades", prossegue o embaixador da Valentino, que diz ter um sexto sentido para fazer suas apostas em Hollywood. Cita Keira Knightley, que atraiu para a marca quando ainda era aspirante a estrela e hoje é fiel à grife. "Tenho um bom 'X ray' [raio X]. São grandes Oscars 'under my wings' [debaixo das minhas asas]. Vesti muitas atrizes que pegaram a estatueta." * Julia Roberts recebeu o prêmio em 2001 em um longo vintage da grife. Uma escolha de última hora, já que a atriz estava tentada a ir à premiação vestida por um estilista americano. Cacá tinha levado alguns modelos de coleções passadas da grife italiana e foi um deles o escolhido pela estrela. "A sobrinha da Julia, Emma Roberts, então uma garotinha, disse: 'Esse é o vestido que você vai usar'", conta o brasileiro. * A brasilidade abriu portas. "É um ponto muito positivo. Somos muito receptivos, grandes anfitriões, temos jogo de cintura. Mas tem outras coisas do brasileiro que não quero mais ter. Prezo pontualidade e não gosto do nosso jeitinho de resolver tudo no último minuto." Após tantos anos longe, diz se sentir mais europeu. "Hoje em dia, sou mais italiano que brasileiro. Não sonho mais com feijoada, mas com rigattoni al pomodoro." * A rotina de viagens e de postagens só cessa no Natal, quando Cacá se reúne com a família no sítio em Nova Friburgo, no Rio. É seu refúgio, onde não há conexão com internet. "Às vezes, fico ansioso para postar, pego o carro, percorro 25 km e vou até a cidade para acessar o Instagram", diz. "Consigo ficar desconectado no máximo por três, quatro dias." * É o momento pé no chão. "Baby, sou um iogue. Pratico ashtanga yoga. Sou simples de alma, mesmo vivendo com glamour. A beleza está nas coisas simples", diz Cacá. "Não precisa estar vestido de marcas da cabeça aos pés para ser elegante. E a melhor vestimenta para um homem é o sorriso." Sua arma para seduzir Valentino e o mundo.
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'Morro todos os dias', diz mãe de jovem estuprada por seis na Índia
Os últimos quatro anos têm sido de uma agoniante espera para o casal Badri e Asha Singh. Eles querem justiça pela filha, Jyoti, que morreu aos 23 anos após ser estuprada e agredida durante horas por seis homens em um ônibus em Nova Déli em dezembro de 2012. Para eles, a justiça só virá quando todos os envolvidos forem enforcados.Quatro deles estão presos e foram condenados à pena de morte, mas recorreram à Suprema Corte, onde o processo se arrasta. Outro morreu na prisão -um suicídio, segundo as autoridades. O único menor do grupo cumpriu pouco menos de três anos de detenção e foi libertado em dezembro de 2015.A Folha entrevistou o casal na casa simples da família, no subúrbio de Nova Déli. Emocionados, os pais lembraram que Jyoti começaria o estágio em fisioterapia no dia seguinte ao crime. Seu caso levou milhares de pessoas às ruas na Índia e repercutiu em todo o mundo. Três meses depois, o governo adotou nova lei endurecendo a pena para crimes de violência contra a mulher.Leia mais aqui
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'Morro todos os dias', diz mãe de jovem estuprada por seis na ÍndiaOs últimos quatro anos têm sido de uma agoniante espera para o casal Badri e Asha Singh. Eles querem justiça pela filha, Jyoti, que morreu aos 23 anos após ser estuprada e agredida durante horas por seis homens em um ônibus em Nova Déli em dezembro de 2012. Para eles, a justiça só virá quando todos os envolvidos forem enforcados.Quatro deles estão presos e foram condenados à pena de morte, mas recorreram à Suprema Corte, onde o processo se arrasta. Outro morreu na prisão -um suicídio, segundo as autoridades. O único menor do grupo cumpriu pouco menos de três anos de detenção e foi libertado em dezembro de 2015.A Folha entrevistou o casal na casa simples da família, no subúrbio de Nova Déli. Emocionados, os pais lembraram que Jyoti começaria o estágio em fisioterapia no dia seguinte ao crime. Seu caso levou milhares de pessoas às ruas na Índia e repercutiu em todo o mundo. Três meses depois, o governo adotou nova lei endurecendo a pena para crimes de violência contra a mulher.Leia mais aqui
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Diplomata suspenso por crise com Bolívia chefiará gabinete de Aloysio
O diplomata Eduardo Saboia, ex-encarregado de negócios na Embaixada do Brasil em La Paz, será chefe de gabinete do ministro Aloysio Nunes, recém-indicado para o Itamaraty, segundo a Folha apurou. Saboia havia sido suspenso por 20 dias depois de ajudar, em 2013, o ex-senador boliviano Roger Pinto Molina a fugir da embaixada brasileira em La Paz. O caso gerou um incidente diplomático, irritou a então presidente Dilma Rousseff e resultou na demissão do chanceler Antonio Patriota. Saboia alegou razão humanitária para tirar do país Molina, que era opositor do presidente boliviano, Evo Morales. O diplomata também foi assessor de Nunes quando o senador paulista presidiu a Comissão de Relações Exteriores do Senado. Aloysio Nunes foi escolhido pelo presidente Michel Temer nesta quinta-feira (2) e assume o cargo no lugar de José Serra, que deixou o governo na semana passada alegando problemas de saúde. O senador disse que vai dar "nova vida" ao Mercosul e aproximar o bloco dos países da Aliança para o Pacífico.
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Diplomata suspenso por crise com Bolívia chefiará gabinete de AloysioO diplomata Eduardo Saboia, ex-encarregado de negócios na Embaixada do Brasil em La Paz, será chefe de gabinete do ministro Aloysio Nunes, recém-indicado para o Itamaraty, segundo a Folha apurou. Saboia havia sido suspenso por 20 dias depois de ajudar, em 2013, o ex-senador boliviano Roger Pinto Molina a fugir da embaixada brasileira em La Paz. O caso gerou um incidente diplomático, irritou a então presidente Dilma Rousseff e resultou na demissão do chanceler Antonio Patriota. Saboia alegou razão humanitária para tirar do país Molina, que era opositor do presidente boliviano, Evo Morales. O diplomata também foi assessor de Nunes quando o senador paulista presidiu a Comissão de Relações Exteriores do Senado. Aloysio Nunes foi escolhido pelo presidente Michel Temer nesta quinta-feira (2) e assume o cargo no lugar de José Serra, que deixou o governo na semana passada alegando problemas de saúde. O senador disse que vai dar "nova vida" ao Mercosul e aproximar o bloco dos países da Aliança para o Pacífico.
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Carros conectados esbarram em problemas de segurança
RODRIGO MORA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Centrais multimídia que "conversam" com smartphones viraram diferencial na hora de escolher um automóvel. Quanto mais recursos disponíveis, maiores as chances de fisgar consumidores. Contudo, o entretenimento a bordo pode prejudicar a segurança. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), ter um telefone conectado ao veículo aumenta em até quatro vezes a chance de o motorista se envolver em um acidente de trânsito. Nem todos estão conscientes dos riscos. Estudo do Centro de Tecnologia Allianz mostra que 72% dos motoristas disseram sentir-se distraídos por eventos externos (um cartaz, por exemplo), mas ignoraram as desatenções na cabine. Ainda de acordo com a pesquisa, alertas vindos do telefone consomem um quinto do tempo de direção. ESPELHO Uma tecnologia que minimiza o perigo causado pelo uso do celular ao volante é o espelhamento dos aparelhos nas centrais multimídia. No Android Auto, sistema de emparelhamento do Google, o motorista só tem acesso a mapas, músicas, contatos telefônicos e mensagens. A tela do telefone fica bloqueada: a única forma de acessar os aplicativos é usando os controles do carro. O acesso a mídias sociais ou jogos não são permitidos. "Embora segurança seja um assunto recorrente, muitas vezes o usuário quer ficar conectado quando está ao volante, momento em que deveria estar mais concentrado", diz Flavio Ferreira, diretor de parcerias do Google para Android, Chrome e hardware na América Latina. Segundo Ferreira, "os aplicativos disponíveis no Android Auto são uma versão otimizada para o uso em veículos, e não estão disponíveis na plataforma aplicativos que tirem a concentração do usuário, como jogos ou serviço de e-mail". O navegador Waze, que lidera a lista de solicitações dos usuários, deverá ser liberado em breve. Outro app que prioriza a segurança é o Here WeGo, formado por um consórcio entre Audi, BMW e Mercedes-Benz. Com mapas de 200 países, o sistema de navegação avalia e classifica mais de 270 atributos das vias, como altura de passarelas, largura das pistas e conservação. Gratuito, está disponível para Android Auto e Apple Car Play. Não é preciso ser dono de um carro de luxo para baixá-lo. "Fazemos uma reclassificação utilizando parâmetros de mobilidade. Ruas restritas, estreitas, de difícil acesso e não pavimentadas são consideradas áreas de pouca mobilidade urbana. Caso haja uma delas dentro do trajeto solicitado, o aplicativo traça uma alternativa mais adequada até o destino", explica Márcio Andrade, gerente sênior de produtos da Here. Outras marcas partiram para sistemas que permitem consultas por voz. Nas plataformas Volvo On Call e Chevrolet On Star, o motorista pode entrar em contato com a central por meio de um botão instalado no retrovisor. Dá para pedir ao atendente a inserção de uma determinada rota no GPS. O endereço será incluído sem que o condutor precise digitar.
sobretudo
Carros conectados esbarram em problemas de segurança RODRIGO MORA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Centrais multimídia que "conversam" com smartphones viraram diferencial na hora de escolher um automóvel. Quanto mais recursos disponíveis, maiores as chances de fisgar consumidores. Contudo, o entretenimento a bordo pode prejudicar a segurança. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), ter um telefone conectado ao veículo aumenta em até quatro vezes a chance de o motorista se envolver em um acidente de trânsito. Nem todos estão conscientes dos riscos. Estudo do Centro de Tecnologia Allianz mostra que 72% dos motoristas disseram sentir-se distraídos por eventos externos (um cartaz, por exemplo), mas ignoraram as desatenções na cabine. Ainda de acordo com a pesquisa, alertas vindos do telefone consomem um quinto do tempo de direção. ESPELHO Uma tecnologia que minimiza o perigo causado pelo uso do celular ao volante é o espelhamento dos aparelhos nas centrais multimídia. No Android Auto, sistema de emparelhamento do Google, o motorista só tem acesso a mapas, músicas, contatos telefônicos e mensagens. A tela do telefone fica bloqueada: a única forma de acessar os aplicativos é usando os controles do carro. O acesso a mídias sociais ou jogos não são permitidos. "Embora segurança seja um assunto recorrente, muitas vezes o usuário quer ficar conectado quando está ao volante, momento em que deveria estar mais concentrado", diz Flavio Ferreira, diretor de parcerias do Google para Android, Chrome e hardware na América Latina. Segundo Ferreira, "os aplicativos disponíveis no Android Auto são uma versão otimizada para o uso em veículos, e não estão disponíveis na plataforma aplicativos que tirem a concentração do usuário, como jogos ou serviço de e-mail". O navegador Waze, que lidera a lista de solicitações dos usuários, deverá ser liberado em breve. Outro app que prioriza a segurança é o Here WeGo, formado por um consórcio entre Audi, BMW e Mercedes-Benz. Com mapas de 200 países, o sistema de navegação avalia e classifica mais de 270 atributos das vias, como altura de passarelas, largura das pistas e conservação. Gratuito, está disponível para Android Auto e Apple Car Play. Não é preciso ser dono de um carro de luxo para baixá-lo. "Fazemos uma reclassificação utilizando parâmetros de mobilidade. Ruas restritas, estreitas, de difícil acesso e não pavimentadas são consideradas áreas de pouca mobilidade urbana. Caso haja uma delas dentro do trajeto solicitado, o aplicativo traça uma alternativa mais adequada até o destino", explica Márcio Andrade, gerente sênior de produtos da Here. Outras marcas partiram para sistemas que permitem consultas por voz. Nas plataformas Volvo On Call e Chevrolet On Star, o motorista pode entrar em contato com a central por meio de um botão instalado no retrovisor. Dá para pedir ao atendente a inserção de uma determinada rota no GPS. O endereço será incluído sem que o condutor precise digitar.
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Furacão Harvey é rebaixado para a categoria 3 após chegar aos EUA
O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos informou que o furacão Harvey foi rebaixado à categoria 3 após chegar no território americano. Inicialmente classificado como uma depressão tropical, o furacão ganhou força nos últimos dias e havia sido elevado à categoria 4. O centro afirmou que ventos podem chegar à velocidade máxima de 209 km/h. Altas ondas geradas pelo furacão já chegaram à costa dos Estados de Louisiana e do Texas, assim como ao nordeste do México. O governador do Texas, Greg Abbott, alertou que o furacão "será um grande desastre". Ele disse que solicitou ao presidente Donald Trump que declare o Estado uma área de desastre federal, o que permitiria a liberação de recursos federais para o Estado enfrentar a tempestade. Segundo especialistas, o furacão deverá causar fortes chuvas e enchentes são esperadas. A banda inglesa Coldplay adiou um show marcado para a noite de sexta em Houston, capital do Texas, devido ao furacão. O presidente americano Donald Trump recomendou àqueles que estão na região que será atingida que se informem junto às autoridades locais e sigam suas instruções. Trump
mundo
Furacão Harvey é rebaixado para a categoria 3 após chegar aos EUAO Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos informou que o furacão Harvey foi rebaixado à categoria 3 após chegar no território americano. Inicialmente classificado como uma depressão tropical, o furacão ganhou força nos últimos dias e havia sido elevado à categoria 4. O centro afirmou que ventos podem chegar à velocidade máxima de 209 km/h. Altas ondas geradas pelo furacão já chegaram à costa dos Estados de Louisiana e do Texas, assim como ao nordeste do México. O governador do Texas, Greg Abbott, alertou que o furacão "será um grande desastre". Ele disse que solicitou ao presidente Donald Trump que declare o Estado uma área de desastre federal, o que permitiria a liberação de recursos federais para o Estado enfrentar a tempestade. Segundo especialistas, o furacão deverá causar fortes chuvas e enchentes são esperadas. A banda inglesa Coldplay adiou um show marcado para a noite de sexta em Houston, capital do Texas, devido ao furacão. O presidente americano Donald Trump recomendou àqueles que estão na região que será atingida que se informem junto às autoridades locais e sigam suas instruções. Trump
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Campeã olímpica Rafaela Silva perde na estreia do Mundial de judô
Vencedora do primeiro ouro brasileiro nas Olimpíadas do Rio-2016, Rafaela Silva foi derrotada nesta quarta-feira (30) logo na primeira rodada do Mundial de judô, em Budapeste, na Hungria, pela categoria até 57 kg. A carioca pegou uma chave difícil, tendo de abrir sua campanha já contra outra medalhista dos últimos Jogos Olímpicos, a portuguesa Telma Monteiro, que saiu do Brasil com o bronze. A luta entre ambas foi decidida por um wazari. Monteiro, 31, é um dos principais nomes dessa categoria. Ela havia conquistado medalhas de prata nas edições de 2009, 2010 e 2014. Dessa vez, porém, ficou fora do pódio ao ser derrotada pela francesa Helene Receveaux na disputa pelo bronze. Entre os homens, Marcelo Contini (até 73 kg) também foi eliminado em sua primeira luta, contra o georgiano Lasha Shavdatuashvili, desclassificado por três punições. Nesta terça-feira (29), Érika Miranda conquistou a primeira medalha brasileira no Mundial, levando o bronze pela categoria até 52 kg. Nesta quinta (31), vão competir mais três judocas brasileiros: o medalhista de bronze em Astana 2015 Victor Penalber (até 81kg); o estreante em Mundiais Eduardo Yudi (81kg); e medalhista olímpica em Pequim 2008 Ketleyn Quadros (63kg).
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Campeã olímpica Rafaela Silva perde na estreia do Mundial de judôVencedora do primeiro ouro brasileiro nas Olimpíadas do Rio-2016, Rafaela Silva foi derrotada nesta quarta-feira (30) logo na primeira rodada do Mundial de judô, em Budapeste, na Hungria, pela categoria até 57 kg. A carioca pegou uma chave difícil, tendo de abrir sua campanha já contra outra medalhista dos últimos Jogos Olímpicos, a portuguesa Telma Monteiro, que saiu do Brasil com o bronze. A luta entre ambas foi decidida por um wazari. Monteiro, 31, é um dos principais nomes dessa categoria. Ela havia conquistado medalhas de prata nas edições de 2009, 2010 e 2014. Dessa vez, porém, ficou fora do pódio ao ser derrotada pela francesa Helene Receveaux na disputa pelo bronze. Entre os homens, Marcelo Contini (até 73 kg) também foi eliminado em sua primeira luta, contra o georgiano Lasha Shavdatuashvili, desclassificado por três punições. Nesta terça-feira (29), Érika Miranda conquistou a primeira medalha brasileira no Mundial, levando o bronze pela categoria até 52 kg. Nesta quinta (31), vão competir mais três judocas brasileiros: o medalhista de bronze em Astana 2015 Victor Penalber (até 81kg); o estreante em Mundiais Eduardo Yudi (81kg); e medalhista olímpica em Pequim 2008 Ketleyn Quadros (63kg).
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Em posse, Mauricio Macri pede fim do personalismo na Argentina
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, tomou posse nesta quinta-feira (10) e liderará o país vizinho nos próximos quatro anos. Com sua chegada, encerra-se o ciclo de 12 anos da família Kirchner na Casa Rosada. O novo presidente argentino chegou às 11h30 locais (12h30 em Brasília) ao Congresso argentino e jurou dez minutos depois, com antecipação em relação ao programa original. Depois, às 13h15 (14h15 em Brasília), ele recebeu a faixa e o bastão presidencial na Casa Rosada, sob o olhar dos convidados locais e dirigentes estrangeiros. A presidente Dilma Rousseff, que só conseguiu chegar a Buenos Aires às 11h45 locais, perdeu o evento no Congresso. Com o atraso, a comitiva brasileira desistiu de ir à sede do Legislativo e seguiu direto para a Casa Rosada. Em discurso de 26 minutos, Macri afirmou que os argentinos estavam cansados "da prepotência e do enfrentamento inútil", pediu unidade nacional e destacou a necessidade de abandonar o personalismo. . "A política não é uma competição entre dirigentes para ver quem tem o ego maior; é o trabalho de dirigentes modernos que trabalham para servir aos demais. Quero pedir que nosso ponto de encontro seja a verdade." Ele se disse aberto ao diálogo com todos os partidos políticos. "Quero a contribuição de todos, os que se sentem de direita, os de esquerda, os peronistas e os antiperonistas. Essa diversidade nos enriquece e nos faz melhores." O novo presidente voltou a falar em seu objetivo de zerar a pobreza e a fome e diminuir a desigualdade. "Nós vamos cuidar de todos: o Estado estará onde for necessário, principalmente para os que têm menos". "O país tem setores que pensam de maneiras diferentes, mas não está dividido. Já acabaram as eleições: agora todos devemos nos unir para crescer e melhorar. Prometo trabalhar incansavelmente para que todos os argentinos estejam vivendo melhor." Na sede de governo argentino, Macri recebeu a faixa e o bastão presidencial das mãos do presidente do Senado, Federico Pinedo, designado depois da confusão da cerimônia de posse. No local, encontrou-se com dirigentes estrangeiros. Dentre eles, Dilma e os presidentes Evo Morales (Bolívia), Michelle Bachelet (Chile), Juan Manuel Santos (Colômbia), Rafael Correa (Equador), Horacio Cartes (Paraguai) e Tabaré Vázquez (Uruguai). A representante dos Estados Unidos foi a subsecretária de Estado para América Latina, Roberta Jacobson. Também foi à Casa Rosada o rei Juan Carlos, da Espanha. Aos milhares de simpatizantes que lotaram a Praça de Maio, onde fica a Casa Rosada, e as ruas vizinhas, Macri voltou a pedir o apoio dos argentinos para governar. "Prometo sempre dizer-lhes a verdade, ser sincero, e mostrar quais são os problemas. Sei que vocês, o maravilhoso povo argentino, são inteligentes para entender e trabalharmos juntos. Esta Argentina construiremos todos juntos." O presidente terminou o breve discurso ao público com uma de suas marcas: dançou na varanda da sede de governo, juntamente com a primeira-dama, Juliana Awada, a vice, Gabriela Michetti, e o chefe de governo, Marcos Peña. . ELEIÇÃO O ex-chefe de governo da cidade de Buenos Aires chegou à Presidência com 51,4% dos votos válidos, após derrotar o ex-governador de Buenos Aires Daniel Scioli, candidato governista, em um segundo turno inédito em 22 de novembro. Sob a coalizão Mudemos, o novo mandatário prometeu levar a Argentina mais para o centro político, com um programa de governo mais próximo do mercado financeiro, menos protecionista e sem a política ideológica conduzida por sua antecessora. Uma das primeiras medidas de Macri deverá ser unificar o mercado de moeda estrangeira, que foi restringido por sua antecessora, e aprovar novas taxas para atrair investimentos estrangeiros ao país. A equipe econômica, já anunciada, é composta por ex-empresários e liderada por Alfonso Prat-Gay, que participou da recuperação do país da crise de 2001. O anúncio foi bem recebido pelo mercado financeiro. Na política externa, pretende ter uma relação mais afastada com países ideologicamente próximos a Cristina Kirchner, como a Bolívia e a Venezuela. Como exemplo, defendeu a libertação de presos políticos de Caracas e ameaçou aplicar a cláusula democrática do Mercosul contra o presidente Nicolás Maduro. Por outro lado, deu sinais de que tem a intenção de estreitar os laços com o Brasil. Na semana passada, visitou Dilma Rousseff em Brasília e reuniu-se com empresários na Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo). TURBULÊNCIA Macri toma posse depois de três semanas de uma transição turbulenta. Cristina Kirchner não participará da cerimônia de posse, no primeiro caso desde o fim da ditadura militar na Argentina, em 1983. A despedida dela foi feita na noite de quarta (9), em um ato político com milhares de militantes aliados, alguns pedindo sua volta em 2019. Horas depois de terminado o comício, aliados de Mauricio Macri foram às ruas e celebraram a assunção do novo presidente em frente a seu apartamento, em Palermo. A decisão foi tomada pela ex-mandatária depois do impasse sobre o local em que Macri receberá a faixa e o bastão presidenciais. Cristina queria que a cerimônia fosse no Congresso, enquanto Macri queria recebê-los na Casa Rosada. No último sábado (5), os dois se falaram sobre a cerimônia, mas a discussão terminou sem acordo. Cristina disse no dia seguinte que seu sucessor lhe gritou no telefone, exigindo que a posse fosse na sede de governo. Dias depois, as equipes de Cristina e Macri abriram uma briga judicial sobre o fim do mandato. Na quarta (9), a Justiça definiu que a presidente deixava o cargo à 0h de quinta (10), irritando os grupos peronistas. Durante as 12 horas entre a saída de Cristina e a posse de Macri, o país foi comandado pelo presidente interino do Senado, Federico Pinedo. A animosidade da transição entre os dois, que trocaram farpas em oito anos de convivência política, teve seu início no primeiro encontro. A reunião na Quinta de Olivos, residência oficial da Presidência argentina, durou apenas 20 minutos e não tratou da situação do país. Integrantes do novo governo também reclamaram da falta de informação de suas equipes antecessoras sobre a crise econômica e a situação em que os peronistas entregarão o governo para Mauricio Macri. Com informações de MARIANA CARNEIRO, de Buenos Aires.
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Em posse, Mauricio Macri pede fim do personalismo na ArgentinaO presidente da Argentina, Mauricio Macri, tomou posse nesta quinta-feira (10) e liderará o país vizinho nos próximos quatro anos. Com sua chegada, encerra-se o ciclo de 12 anos da família Kirchner na Casa Rosada. O novo presidente argentino chegou às 11h30 locais (12h30 em Brasília) ao Congresso argentino e jurou dez minutos depois, com antecipação em relação ao programa original. Depois, às 13h15 (14h15 em Brasília), ele recebeu a faixa e o bastão presidencial na Casa Rosada, sob o olhar dos convidados locais e dirigentes estrangeiros. A presidente Dilma Rousseff, que só conseguiu chegar a Buenos Aires às 11h45 locais, perdeu o evento no Congresso. Com o atraso, a comitiva brasileira desistiu de ir à sede do Legislativo e seguiu direto para a Casa Rosada. Em discurso de 26 minutos, Macri afirmou que os argentinos estavam cansados "da prepotência e do enfrentamento inútil", pediu unidade nacional e destacou a necessidade de abandonar o personalismo. . "A política não é uma competição entre dirigentes para ver quem tem o ego maior; é o trabalho de dirigentes modernos que trabalham para servir aos demais. Quero pedir que nosso ponto de encontro seja a verdade." Ele se disse aberto ao diálogo com todos os partidos políticos. "Quero a contribuição de todos, os que se sentem de direita, os de esquerda, os peronistas e os antiperonistas. Essa diversidade nos enriquece e nos faz melhores." O novo presidente voltou a falar em seu objetivo de zerar a pobreza e a fome e diminuir a desigualdade. "Nós vamos cuidar de todos: o Estado estará onde for necessário, principalmente para os que têm menos". "O país tem setores que pensam de maneiras diferentes, mas não está dividido. Já acabaram as eleições: agora todos devemos nos unir para crescer e melhorar. Prometo trabalhar incansavelmente para que todos os argentinos estejam vivendo melhor." Na sede de governo argentino, Macri recebeu a faixa e o bastão presidencial das mãos do presidente do Senado, Federico Pinedo, designado depois da confusão da cerimônia de posse. No local, encontrou-se com dirigentes estrangeiros. Dentre eles, Dilma e os presidentes Evo Morales (Bolívia), Michelle Bachelet (Chile), Juan Manuel Santos (Colômbia), Rafael Correa (Equador), Horacio Cartes (Paraguai) e Tabaré Vázquez (Uruguai). A representante dos Estados Unidos foi a subsecretária de Estado para América Latina, Roberta Jacobson. Também foi à Casa Rosada o rei Juan Carlos, da Espanha. Aos milhares de simpatizantes que lotaram a Praça de Maio, onde fica a Casa Rosada, e as ruas vizinhas, Macri voltou a pedir o apoio dos argentinos para governar. "Prometo sempre dizer-lhes a verdade, ser sincero, e mostrar quais são os problemas. Sei que vocês, o maravilhoso povo argentino, são inteligentes para entender e trabalharmos juntos. Esta Argentina construiremos todos juntos." O presidente terminou o breve discurso ao público com uma de suas marcas: dançou na varanda da sede de governo, juntamente com a primeira-dama, Juliana Awada, a vice, Gabriela Michetti, e o chefe de governo, Marcos Peña. . ELEIÇÃO O ex-chefe de governo da cidade de Buenos Aires chegou à Presidência com 51,4% dos votos válidos, após derrotar o ex-governador de Buenos Aires Daniel Scioli, candidato governista, em um segundo turno inédito em 22 de novembro. Sob a coalizão Mudemos, o novo mandatário prometeu levar a Argentina mais para o centro político, com um programa de governo mais próximo do mercado financeiro, menos protecionista e sem a política ideológica conduzida por sua antecessora. Uma das primeiras medidas de Macri deverá ser unificar o mercado de moeda estrangeira, que foi restringido por sua antecessora, e aprovar novas taxas para atrair investimentos estrangeiros ao país. A equipe econômica, já anunciada, é composta por ex-empresários e liderada por Alfonso Prat-Gay, que participou da recuperação do país da crise de 2001. O anúncio foi bem recebido pelo mercado financeiro. Na política externa, pretende ter uma relação mais afastada com países ideologicamente próximos a Cristina Kirchner, como a Bolívia e a Venezuela. Como exemplo, defendeu a libertação de presos políticos de Caracas e ameaçou aplicar a cláusula democrática do Mercosul contra o presidente Nicolás Maduro. Por outro lado, deu sinais de que tem a intenção de estreitar os laços com o Brasil. Na semana passada, visitou Dilma Rousseff em Brasília e reuniu-se com empresários na Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo). TURBULÊNCIA Macri toma posse depois de três semanas de uma transição turbulenta. Cristina Kirchner não participará da cerimônia de posse, no primeiro caso desde o fim da ditadura militar na Argentina, em 1983. A despedida dela foi feita na noite de quarta (9), em um ato político com milhares de militantes aliados, alguns pedindo sua volta em 2019. Horas depois de terminado o comício, aliados de Mauricio Macri foram às ruas e celebraram a assunção do novo presidente em frente a seu apartamento, em Palermo. A decisão foi tomada pela ex-mandatária depois do impasse sobre o local em que Macri receberá a faixa e o bastão presidenciais. Cristina queria que a cerimônia fosse no Congresso, enquanto Macri queria recebê-los na Casa Rosada. No último sábado (5), os dois se falaram sobre a cerimônia, mas a discussão terminou sem acordo. Cristina disse no dia seguinte que seu sucessor lhe gritou no telefone, exigindo que a posse fosse na sede de governo. Dias depois, as equipes de Cristina e Macri abriram uma briga judicial sobre o fim do mandato. Na quarta (9), a Justiça definiu que a presidente deixava o cargo à 0h de quinta (10), irritando os grupos peronistas. Durante as 12 horas entre a saída de Cristina e a posse de Macri, o país foi comandado pelo presidente interino do Senado, Federico Pinedo. A animosidade da transição entre os dois, que trocaram farpas em oito anos de convivência política, teve seu início no primeiro encontro. A reunião na Quinta de Olivos, residência oficial da Presidência argentina, durou apenas 20 minutos e não tratou da situação do país. Integrantes do novo governo também reclamaram da falta de informação de suas equipes antecessoras sobre a crise econômica e a situação em que os peronistas entregarão o governo para Mauricio Macri. Com informações de MARIANA CARNEIRO, de Buenos Aires.
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'Bola de fogo' é registrada sobre o céu de Bancoc; veja vídeo
Uma bola de fogo surgiu no céu de Bancoc, capital da Tailândia, na manhã desta segunda-feira. Uma câmera em um painel de um carro registrou o momento que ela cruzou o céu e depois desapareceu no horizonte, deixando rastros de fumaça. Astrônomos confirmaram que a bola de fogo era um meteoro que explodiu no céu. O evento foi similar ao que aconteceu em Chelyabinsk, na Rússia, em fevereiro de 2013. As imagens são uma cortesia de Porjai Jaturongkhakun.
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'Bola de fogo' é registrada sobre o céu de Bancoc; veja vídeoUma bola de fogo surgiu no céu de Bancoc, capital da Tailândia, na manhã desta segunda-feira. Uma câmera em um painel de um carro registrou o momento que ela cruzou o céu e depois desapareceu no horizonte, deixando rastros de fumaça. Astrônomos confirmaram que a bola de fogo era um meteoro que explodiu no céu. O evento foi similar ao que aconteceu em Chelyabinsk, na Rússia, em fevereiro de 2013. As imagens são uma cortesia de Porjai Jaturongkhakun.
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Arthur Chioro e Martha Oliveira: Para mudar a cultura de cesarianas
O Brasil vive uma epidemia de cesarianas. A taxa, que é de 40% no SUS, chega a 84% nos planos de saúde. Esse índice está muito acima do recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e do que é praticado em outros países com assistência obstétrica qualificada. Transformou-se em um problema que vem se agravando ano a ano. A cesárea feita sem necessidade aumenta em 120 vezes a probabilidade de surgimento de problemas respiratórios para o recém-nascido, em 25% os óbitos infantis neonatais e triplica o risco de morte materna. Por isso, demos prioridade a esse tema. O Ministério da Saúde e a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) adotaram medidas para valorizar o parto normal e dar à mulher o seu direito de escolha por meio do acesso à informação, assegurando uma escolha consciente. Para a elaboração da resolução nº 368 de 7 de janeiro, foi feita uma consulta pública que permitiu o envio, durante um mês, de contribuições de todos os setores da sociedade civil, inclusive de operadoras e entidades representativas. Uma das ações mais importantes previstas na normativa é a possibilidade de as mulheres solicitarem às operadoras os percentuais de cirurgias cesarianas e de partos normais por médico, estabelecimento de saúde e operadora. Com isso, as mulheres estarão mais bem informadas na hora de tomar decisões relativas ao seu pré-natal, parto e pós-parto. A resolução também determina a obrigatoriedade do preenchimento do partograma, documento que registra tudo o que ocorre durante o trabalho de parto, trazendo mais segurança e induzindo a qualificação do parto. Medida que protege a gestante, mas também o obstetra e o hospital, inclusive para justificar a adequada indicação de uma cesárea. Isso não significa que estamos demonizando a cesariana e os obstetras. O parto cesáreo é uma conquista científica, que, quando indicado corretamente, salva vidas. O que não podemos aceitar é o excesso. Sem a indicação técnica adequada, a cesárea é um procedimento cirúrgico que traz riscos à saúde da mulher e da criança. Portanto só deve ser feita quando há indicação para isso ou solicitação expressa, prévia e consciente da gestante. Infelizmente o que se vê hoje, principalmente na saúde suplementar, é o agendamento de cesarianas sem indicação segura, antes mesmo de a mulher entrar em trabalho de parto e do período de maturidade do bebê. Não queremos com essas ações intervir no direito de escolha das mulheres. Pelo contrário. A decisão deve ser consciente dos riscos e vantagens e sempre tomada no âmbito da relação médico-paciente. Mas o parto deve ser encarado como uma questão de saúde. As medidas são parte de diversas ações que estão sendo adotadas por entidades públicas e privadas para reforçar o incentivo ao parto normal. No SUS, por exemplo, a estratégia Rede Cegonha incentiva o parto normal humanizado desde o planejamento familiar, já na atenção básica, e beneficia, com incentivos financeiros, as maternidades que aderem ao programa. Investimos no aprimoramento da formação médica e das obstetrizes e desenvolvemos instrumentos para informar e conscientizar a mulher sobre as vantagens do parto normal. Garantir o direito das mulheres a uma escolha consciente é um desafio não só do Ministério da Saúde e da ANS, mas de todos os envolvidos nesse processo: os gestores de saúde, as operadoras de planos de saúde, os hospitais, os médicos, os enfermeiros e, principalmente, as gestantes. Mudar a cultura de cesariana no Brasil é uma prioridade para a sociedade brasileira. ARTHUR CHIORO, 51, é ministro da Saúde MARTHA OLIVEIRA, 39, é diretora-presidente interina da ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Arthur Chioro e Martha Oliveira: Para mudar a cultura de cesarianasO Brasil vive uma epidemia de cesarianas. A taxa, que é de 40% no SUS, chega a 84% nos planos de saúde. Esse índice está muito acima do recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e do que é praticado em outros países com assistência obstétrica qualificada. Transformou-se em um problema que vem se agravando ano a ano. A cesárea feita sem necessidade aumenta em 120 vezes a probabilidade de surgimento de problemas respiratórios para o recém-nascido, em 25% os óbitos infantis neonatais e triplica o risco de morte materna. Por isso, demos prioridade a esse tema. O Ministério da Saúde e a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) adotaram medidas para valorizar o parto normal e dar à mulher o seu direito de escolha por meio do acesso à informação, assegurando uma escolha consciente. Para a elaboração da resolução nº 368 de 7 de janeiro, foi feita uma consulta pública que permitiu o envio, durante um mês, de contribuições de todos os setores da sociedade civil, inclusive de operadoras e entidades representativas. Uma das ações mais importantes previstas na normativa é a possibilidade de as mulheres solicitarem às operadoras os percentuais de cirurgias cesarianas e de partos normais por médico, estabelecimento de saúde e operadora. Com isso, as mulheres estarão mais bem informadas na hora de tomar decisões relativas ao seu pré-natal, parto e pós-parto. A resolução também determina a obrigatoriedade do preenchimento do partograma, documento que registra tudo o que ocorre durante o trabalho de parto, trazendo mais segurança e induzindo a qualificação do parto. Medida que protege a gestante, mas também o obstetra e o hospital, inclusive para justificar a adequada indicação de uma cesárea. Isso não significa que estamos demonizando a cesariana e os obstetras. O parto cesáreo é uma conquista científica, que, quando indicado corretamente, salva vidas. O que não podemos aceitar é o excesso. Sem a indicação técnica adequada, a cesárea é um procedimento cirúrgico que traz riscos à saúde da mulher e da criança. Portanto só deve ser feita quando há indicação para isso ou solicitação expressa, prévia e consciente da gestante. Infelizmente o que se vê hoje, principalmente na saúde suplementar, é o agendamento de cesarianas sem indicação segura, antes mesmo de a mulher entrar em trabalho de parto e do período de maturidade do bebê. Não queremos com essas ações intervir no direito de escolha das mulheres. Pelo contrário. A decisão deve ser consciente dos riscos e vantagens e sempre tomada no âmbito da relação médico-paciente. Mas o parto deve ser encarado como uma questão de saúde. As medidas são parte de diversas ações que estão sendo adotadas por entidades públicas e privadas para reforçar o incentivo ao parto normal. No SUS, por exemplo, a estratégia Rede Cegonha incentiva o parto normal humanizado desde o planejamento familiar, já na atenção básica, e beneficia, com incentivos financeiros, as maternidades que aderem ao programa. Investimos no aprimoramento da formação médica e das obstetrizes e desenvolvemos instrumentos para informar e conscientizar a mulher sobre as vantagens do parto normal. Garantir o direito das mulheres a uma escolha consciente é um desafio não só do Ministério da Saúde e da ANS, mas de todos os envolvidos nesse processo: os gestores de saúde, as operadoras de planos de saúde, os hospitais, os médicos, os enfermeiros e, principalmente, as gestantes. Mudar a cultura de cesariana no Brasil é uma prioridade para a sociedade brasileira. ARTHUR CHIORO, 51, é ministro da Saúde MARTHA OLIVEIRA, 39, é diretora-presidente interina da ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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PF investiga ameaça de bomba na Embaixada dos EUA
A Polícia Federal foi acionada nesta terça-feira (8) para investigar uma ameaça de bomba na Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília. Os agentes da PF, com auxílio do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar, recolheram um envelope contendo estalinho e um outro produto. O material está sendo periciado. A PF instaurou um inquérito para apurar o ocorrido. Suspeita-se, porém, que o envelope tenha sido enviado por um cidadão que teve o pedido de visto para os EUA negado recentemente. Parte da embaixada foi isolada até que o envelope fosse retirado do local.
mundo
PF investiga ameaça de bomba na Embaixada dos EUAA Polícia Federal foi acionada nesta terça-feira (8) para investigar uma ameaça de bomba na Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília. Os agentes da PF, com auxílio do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar, recolheram um envelope contendo estalinho e um outro produto. O material está sendo periciado. A PF instaurou um inquérito para apurar o ocorrido. Suspeita-se, porém, que o envelope tenha sido enviado por um cidadão que teve o pedido de visto para os EUA negado recentemente. Parte da embaixada foi isolada até que o envelope fosse retirado do local.
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Superaremos nossa condição urbana?
Um dos maiores obstáculos à evolução do tecido urbano de São Paulo é a falta de um marco legal que permita consolidar terrenos para o desenvolvimento concertado de determinada área. Historicamente, tem prevalecido a lógica fragmentária de exploração por terreno, em detrimento de um ordenamento de áreas mais estendidas, em que ganhos de escala pudessem propiciar um equilíbrio maior entre usos urbanos e espaços públicos mais amplos, uma oferta mais balanceada de locais de moradia e de emprego, comércio e serviços. A França enfrentou o problema com a criação de sociedades de economia mista, fundamentais para o equacionamento de problemas fundiários das chamadas ZACs. Alemanha, Coréia do Sul e Holanda recorreram a mecanismos de "land pooling". Nos EUA e no Reino Unido, intervenções urbanas foram viabilizadas por mecanismos como os Section 106 Agreements, que regularam a contrapartida privada para a presença de incorporadores em More London, ou as PPPs que deram moldura a projetos como o Hudson Yards e o Highline em Nova York. Traço comum desses diferentes mecanismos é a definição clara pelo poder público dos objetivos do projeto de renovação urbana, os mecanismos de concertação de interesses públicos e privados, as regras de desapropriação e os seus prazos, a repartição dos custos das infraestrutura e as responsabilidades sobre a gestão do território. São Paulo finalmente avança na boa direção com a regulamentação dos Projetos de Intervenção Urbana (PIU) e a edição da medida provisória 700/2015. Essas medidas aprimoram a legislação existente: passam a permitir a desapropriação e comercialização de áreas que integrem um projeto de requalificação urbana proposto por iniciativa governamental ou privada, debatido pela população e estabelecida pelo poder público. Nossa condição urbana é marcada pela ausência de três legados. Não recebemos o legado de uma paisagem natural marcante. Esse é um primeiro traço da nossa existência, quando nos comparamos com o Rio ou Vancouver, cidades dotadas de uma natureza excepcionalmente bela. De forma não-afirmativa, a ausência de exuberância natural nos define como cidade. Tampouco recebemos o legado de um grande patrimônio histórico, equiparável ao de cidades como Roma ou Pequim, ou de cidades mais recentes como Nova York e Londres. Nossa história e patrimônio urbanos são muito recentes. Em 1870, éramos um vilarejo de 30 mil habitantes, enquanto Nova York e Paris já possuíam mais de 1,5 e Londres incríveis 4 milhões de habitantes. Claro portanto que, com um povoamento muito mais recente, nosso patrimônio histórico seja mais reduzido. A terceira herança ausente é a inexistência de um plano anterior que tivesse apontado com clareza uma visão espacial para a cidade. O tema é controverso, mas parece justo afirmar que cidades como Nova York, Paris ou Chicago herdaram do passado planos que continham visões que foram mais permanentes. O grid nova-iorquino é de 1811. O plano de Hausmann para Paris é de 1850 e o de Chicago de Burnham é de 1909. A visão desses planos ensejou um ordenamento que lançou e continua a lançar essas cidades para o futuro com condições de possibilidade melhores do que o Plano de Avenidas (1930) ensejou para São Paulo. Não herdamos uma bela natureza, um grande patrimônio, nem um planejamento virtuoso; resta-nos a tarefa de construir nosso futuro, com a melhor visão de convergência do interesse de todos, a partir de um marco de regras inovador, que nos permita abandonar os anacronismos de toda sorte, desde os que levam em conta apenas interesses particularistas, até aqueles que temem sem razão uma suposta privatização da cidade. Os avanços regulatórios registrados abrem um caminho de esperança para São Paulo e merecem ser amplamente conhecidos e debatidos. PHILIP YANG, 53, mestre em administração pública pela Universidade Harvard, é fundador do Urbem, Instituto de Urbanismo e Estudos para a Metrópole. * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo
opiniao
Superaremos nossa condição urbana?Um dos maiores obstáculos à evolução do tecido urbano de São Paulo é a falta de um marco legal que permita consolidar terrenos para o desenvolvimento concertado de determinada área. Historicamente, tem prevalecido a lógica fragmentária de exploração por terreno, em detrimento de um ordenamento de áreas mais estendidas, em que ganhos de escala pudessem propiciar um equilíbrio maior entre usos urbanos e espaços públicos mais amplos, uma oferta mais balanceada de locais de moradia e de emprego, comércio e serviços. A França enfrentou o problema com a criação de sociedades de economia mista, fundamentais para o equacionamento de problemas fundiários das chamadas ZACs. Alemanha, Coréia do Sul e Holanda recorreram a mecanismos de "land pooling". Nos EUA e no Reino Unido, intervenções urbanas foram viabilizadas por mecanismos como os Section 106 Agreements, que regularam a contrapartida privada para a presença de incorporadores em More London, ou as PPPs que deram moldura a projetos como o Hudson Yards e o Highline em Nova York. Traço comum desses diferentes mecanismos é a definição clara pelo poder público dos objetivos do projeto de renovação urbana, os mecanismos de concertação de interesses públicos e privados, as regras de desapropriação e os seus prazos, a repartição dos custos das infraestrutura e as responsabilidades sobre a gestão do território. São Paulo finalmente avança na boa direção com a regulamentação dos Projetos de Intervenção Urbana (PIU) e a edição da medida provisória 700/2015. Essas medidas aprimoram a legislação existente: passam a permitir a desapropriação e comercialização de áreas que integrem um projeto de requalificação urbana proposto por iniciativa governamental ou privada, debatido pela população e estabelecida pelo poder público. Nossa condição urbana é marcada pela ausência de três legados. Não recebemos o legado de uma paisagem natural marcante. Esse é um primeiro traço da nossa existência, quando nos comparamos com o Rio ou Vancouver, cidades dotadas de uma natureza excepcionalmente bela. De forma não-afirmativa, a ausência de exuberância natural nos define como cidade. Tampouco recebemos o legado de um grande patrimônio histórico, equiparável ao de cidades como Roma ou Pequim, ou de cidades mais recentes como Nova York e Londres. Nossa história e patrimônio urbanos são muito recentes. Em 1870, éramos um vilarejo de 30 mil habitantes, enquanto Nova York e Paris já possuíam mais de 1,5 e Londres incríveis 4 milhões de habitantes. Claro portanto que, com um povoamento muito mais recente, nosso patrimônio histórico seja mais reduzido. A terceira herança ausente é a inexistência de um plano anterior que tivesse apontado com clareza uma visão espacial para a cidade. O tema é controverso, mas parece justo afirmar que cidades como Nova York, Paris ou Chicago herdaram do passado planos que continham visões que foram mais permanentes. O grid nova-iorquino é de 1811. O plano de Hausmann para Paris é de 1850 e o de Chicago de Burnham é de 1909. A visão desses planos ensejou um ordenamento que lançou e continua a lançar essas cidades para o futuro com condições de possibilidade melhores do que o Plano de Avenidas (1930) ensejou para São Paulo. Não herdamos uma bela natureza, um grande patrimônio, nem um planejamento virtuoso; resta-nos a tarefa de construir nosso futuro, com a melhor visão de convergência do interesse de todos, a partir de um marco de regras inovador, que nos permita abandonar os anacronismos de toda sorte, desde os que levam em conta apenas interesses particularistas, até aqueles que temem sem razão uma suposta privatização da cidade. Os avanços regulatórios registrados abrem um caminho de esperança para São Paulo e merecem ser amplamente conhecidos e debatidos. PHILIP YANG, 53, mestre em administração pública pela Universidade Harvard, é fundador do Urbem, Instituto de Urbanismo e Estudos para a Metrópole. * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo
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Blog de Tec: Apperitivo: Corgi mostra notícias do Feedly na tela de bloqueio do Android
CORGI FOR FEEDLY Android ONDE getcorgi.com QUANTO Gratuito O Corgi é ótimo para usuários do leitor de RSS Feedly que adoram consumir notícias a todo momento. Como o cachorro treinado que lhe traz o jornal logo cedo. O aplicativo exibe com elegância ... Leia post completo no blog
tec
Blog de Tec: Apperitivo: Corgi mostra notícias do Feedly na tela de bloqueio do AndroidCORGI FOR FEEDLY Android ONDE getcorgi.com QUANTO Gratuito O Corgi é ótimo para usuários do leitor de RSS Feedly que adoram consumir notícias a todo momento. Como o cachorro treinado que lhe traz o jornal logo cedo. O aplicativo exibe com elegância ... Leia post completo no blog
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Allen Toussaint criou ponte entre jazz antigo de Nova Orleans e música pop
Um dos nomes mais importantes da música de Nova Orleans, o pianista, cantor, arranjador e produtor Allen Toussaint morreu na madrugada desta segunda-feira (10) em Madri, na Espanha, onde excursionava com seu quarteto. Ele tinha 77 anos. Nascido em 14 de janeiro de 1938, o músico começou a tocar piano muito cedo. Ainda adolescente, fez sua estreia profissional com a banda de soul music The Flamingos, e logo virou um dos músicos de estúdio mais procurados de New Orleans, gravando com ícones do rock como Fats Domino. Em 1958, lançou seu primeiro disco solo, com o pseudônimo de Tousan. Na década de 1960, foi o principal compositor da gravadora Mint Records, escrevendo hits para Lee Dorsey ("Ya Ya"), Jessie Hill ("Ooh Poo Pah Doo"), Ernie K-Doe ("Mother-in-Law") e outros. Gravou discos com Aaron Neville e Irma Thomas, além de criar uma parceria duradoura com a lendária banda de soul-funk The Meters. Nos anos 1970, abriu um estúdio em Nova Orleans, onde gravou com nomes importantes da música pop como Paul McCartney & Wings, Sandy Denny, Dr. John, Patti Labelle, Joe Cocker e John Mayall. Também fez arranjos de sopros em discos da The Band. Muita gente regravou músicas de Toussaint: Rolling Stones ("Fortune Teller"), Herman's Hermits ("A Certain Girl") e Glen Campbell ("Southern Nights"), entre outros. Em 2005, depois da passagem devastadora do Furacão Katrina por Nova Orleans, matando mais de 1.200 pessoas e destruindo parte da cidade, o músico foi uma figura fundamental no processo de recuperação, fazendo shows beneficentes para as vítimas. Seu disco "The River in Reverse" (2006), em parceria com Elvis Costello, foi inspirado pelo desastre. A importância de Allen Toussaint para a música pop dos últimos 50 anos é imensa. Influenciado pelo jazz que ouvia desde pequeno —em especial o de seus conterrâneos Professor Longhair e Louis Armstrong—, ele ajudou a criar "o" som do rhythm & blues de Nova Orleans, uma música funkeada, festiva e alegre, mas que nunca esquecia sua origem nas lamentações do blues. Toussaint fez a ponte entre o jazz antigo de Nova Orleans e o pop-rock, influenciando Rolling Stones, The Band, Paul Simon e Joe Cocker, entre muitos outros. Além de músico e arranjador extraordinário, ele era considerado um ás de estúdio, o que explica a quantidade de grandes artistas que o procuraram para gravar. Com sua morte, a soul music e o rhythm & blues perdem um de seus nomes mais queridos e influentes. ANDRÉ BARCINSKI é jornalista e autor de "Pavões Misteriosos" (Três Estrelas)
ilustrada
Allen Toussaint criou ponte entre jazz antigo de Nova Orleans e música popUm dos nomes mais importantes da música de Nova Orleans, o pianista, cantor, arranjador e produtor Allen Toussaint morreu na madrugada desta segunda-feira (10) em Madri, na Espanha, onde excursionava com seu quarteto. Ele tinha 77 anos. Nascido em 14 de janeiro de 1938, o músico começou a tocar piano muito cedo. Ainda adolescente, fez sua estreia profissional com a banda de soul music The Flamingos, e logo virou um dos músicos de estúdio mais procurados de New Orleans, gravando com ícones do rock como Fats Domino. Em 1958, lançou seu primeiro disco solo, com o pseudônimo de Tousan. Na década de 1960, foi o principal compositor da gravadora Mint Records, escrevendo hits para Lee Dorsey ("Ya Ya"), Jessie Hill ("Ooh Poo Pah Doo"), Ernie K-Doe ("Mother-in-Law") e outros. Gravou discos com Aaron Neville e Irma Thomas, além de criar uma parceria duradoura com a lendária banda de soul-funk The Meters. Nos anos 1970, abriu um estúdio em Nova Orleans, onde gravou com nomes importantes da música pop como Paul McCartney & Wings, Sandy Denny, Dr. John, Patti Labelle, Joe Cocker e John Mayall. Também fez arranjos de sopros em discos da The Band. Muita gente regravou músicas de Toussaint: Rolling Stones ("Fortune Teller"), Herman's Hermits ("A Certain Girl") e Glen Campbell ("Southern Nights"), entre outros. Em 2005, depois da passagem devastadora do Furacão Katrina por Nova Orleans, matando mais de 1.200 pessoas e destruindo parte da cidade, o músico foi uma figura fundamental no processo de recuperação, fazendo shows beneficentes para as vítimas. Seu disco "The River in Reverse" (2006), em parceria com Elvis Costello, foi inspirado pelo desastre. A importância de Allen Toussaint para a música pop dos últimos 50 anos é imensa. Influenciado pelo jazz que ouvia desde pequeno —em especial o de seus conterrâneos Professor Longhair e Louis Armstrong—, ele ajudou a criar "o" som do rhythm & blues de Nova Orleans, uma música funkeada, festiva e alegre, mas que nunca esquecia sua origem nas lamentações do blues. Toussaint fez a ponte entre o jazz antigo de Nova Orleans e o pop-rock, influenciando Rolling Stones, The Band, Paul Simon e Joe Cocker, entre muitos outros. Além de músico e arranjador extraordinário, ele era considerado um ás de estúdio, o que explica a quantidade de grandes artistas que o procuraram para gravar. Com sua morte, a soul music e o rhythm & blues perdem um de seus nomes mais queridos e influentes. ANDRÉ BARCINSKI é jornalista e autor de "Pavões Misteriosos" (Três Estrelas)
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Trump diz que Coreia do Norte foi desonesta e virou perigosa para EUA
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que o sexto teste nuclear, realizado neste domingo (3), e as ações da Coreia do Norte "são muito hostis e perigosas". Além de admitir que o governo do ditador Kim Jong-un realizou um ensaio nuclear de peso, Trump advertiu no Twitter que "suas palavras e suas ações seguem sendo muitos hostis e perigosas para os EUA". Também no Twitter, o presidente norte-americano criticou a China, dizendo que as ações do país não tem tido sucesso para frear o avanço da Coreia do Norte no uso das armas atômicas. Para ele, a Coreia do Norte é "um país desonesto" que se tornou uma grande ameaça e motivo de embaraço para a China, que "está tentando ajudar mas sem sucesso". Ao lado do Japão, a China foi um dos primeiros países a condenar o teste com a bomba de hidrogênio. Donald Trump comenta o sexto teste nuclear feito pela Coreia do Norte As manifestações de Trump foram feitas após os governos de Rússia, Coreia do Sul e França condenarem o teste norte-coreano com a bomba de hidrogênio e pedirem ações mais fortes contra Pyongyang. Na semana passada, o presidente dos EUA já havia dito que "todas as opções estão sobre a mesa". Mas, na ocasião, em 29 de agosto, apesar de a declaração manter viva a possibilidade de uma ação militar, o tom tinha sido mais brando do que o adotado por Trump desde o início de agosto, quando ele ameaçou responder com "fogo e fúria" se a Coreia do Norte fizesse mais ameaças ao país e disse que as armas estavam "engatilhadas e carregadas".
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Trump diz que Coreia do Norte foi desonesta e virou perigosa para EUAO presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que o sexto teste nuclear, realizado neste domingo (3), e as ações da Coreia do Norte "são muito hostis e perigosas". Além de admitir que o governo do ditador Kim Jong-un realizou um ensaio nuclear de peso, Trump advertiu no Twitter que "suas palavras e suas ações seguem sendo muitos hostis e perigosas para os EUA". Também no Twitter, o presidente norte-americano criticou a China, dizendo que as ações do país não tem tido sucesso para frear o avanço da Coreia do Norte no uso das armas atômicas. Para ele, a Coreia do Norte é "um país desonesto" que se tornou uma grande ameaça e motivo de embaraço para a China, que "está tentando ajudar mas sem sucesso". Ao lado do Japão, a China foi um dos primeiros países a condenar o teste com a bomba de hidrogênio. Donald Trump comenta o sexto teste nuclear feito pela Coreia do Norte As manifestações de Trump foram feitas após os governos de Rússia, Coreia do Sul e França condenarem o teste norte-coreano com a bomba de hidrogênio e pedirem ações mais fortes contra Pyongyang. Na semana passada, o presidente dos EUA já havia dito que "todas as opções estão sobre a mesa". Mas, na ocasião, em 29 de agosto, apesar de a declaração manter viva a possibilidade de uma ação militar, o tom tinha sido mais brando do que o adotado por Trump desde o início de agosto, quando ele ameaçou responder com "fogo e fúria" se a Coreia do Norte fizesse mais ameaças ao país e disse que as armas estavam "engatilhadas e carregadas".
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Ataque a artista que satirizou Maomé mata 1 e fere 3 na Dinamarca
Tiros foram disparados neste sábado (14) contra um café em Copenhague, capital da Dinamarca, durante um evento que discutia a liberdade de expressão, matando ao menos um civil e deixando três policiais feridos, segundo a polícia e uma agência de notícias dinamarquesa. Cerca de 30 buracos de bala foram contados na janela do café Krudttoenden, conhecido na cidade por ser palco de shows de jazz. Em nota, a polícia dinamarquesa disse que os dois suspeitos do ataque trajavam roupas escuras e fugiram do local do crime em um Volkswagen Polo roubado, depois abandonado na fuga. A polícia dinamarquesa disse estar tratando o caso como ataque terrorista. Até as 16h30 (horário de Brasília), nenhum grupo havia assumido sua autoria. Batizado de "Arte, blasfêmia e liberdade de expressão", o evento foi organizado pelo artista plástico sueco Lars Vilks, 68, alvo de ameaças e tentativas de assassinato desde 2007, quando desenhou o profeta fundador do islamismo, Maomé, como um cachorro. Segundo uma das organizadoras do debate, Helle Merete Brix, o artista plástico, que estava sob proteção policial, não foi ferido no episódio. "Considero que isso foi um claro ataque a Lars Vilks", disse Brix à agência Associated Press, acrescentando ter visto um homem mascarado correndo logo depois dos disparos. Também presente ao evento, o embaixador da França na Dinamarca, François Zimeray, tuitou que sobrevivera ao ataque. No ano passado, uma mulher da Pensilvânia (EUA) foi condenada a dez anos de prisão por planejar matar Vilks. Em 2010, dois irmãos tentaram queimar a casa do artista no sul da Suécia e foram presos por incêndio criminoso. 'CHARLIE HEBDO' O ataque ao café dinamarquês ocorre pouco mais de um mês depois do atentado à redação do jornal satírico "Charlie Hebdo", em Paris, que deixou 12 mortos no dia 7 de janeiro. Os irmãos responsáveis pelo ataque, Chérif e Said Kouachi, foram mortos dois dias depois, após serem cercados pela polícia numa gráfica de Dammartin-en-Goële, perto da capital francesa. Também em 9 de janeiro, Amedy Coulibaly, ligado aos irmãos Kouachi, foi morto depois de fazer reféns em um mercado judaico de Paris. Segundo a polícia, ele assassinou quatro dos reféns. Lars Vilks é um dos nomes citados em uma lista de "procurados, vivos ou mortos, por crimes contra o islã", divulgada por uma revista ligada à rede terrorista Al Qaeda em 2013. Essa lista voltou a circular pela internet depois do ataque ao "Charlie Hebdo".
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Ataque a artista que satirizou Maomé mata 1 e fere 3 na DinamarcaTiros foram disparados neste sábado (14) contra um café em Copenhague, capital da Dinamarca, durante um evento que discutia a liberdade de expressão, matando ao menos um civil e deixando três policiais feridos, segundo a polícia e uma agência de notícias dinamarquesa. Cerca de 30 buracos de bala foram contados na janela do café Krudttoenden, conhecido na cidade por ser palco de shows de jazz. Em nota, a polícia dinamarquesa disse que os dois suspeitos do ataque trajavam roupas escuras e fugiram do local do crime em um Volkswagen Polo roubado, depois abandonado na fuga. A polícia dinamarquesa disse estar tratando o caso como ataque terrorista. Até as 16h30 (horário de Brasília), nenhum grupo havia assumido sua autoria. Batizado de "Arte, blasfêmia e liberdade de expressão", o evento foi organizado pelo artista plástico sueco Lars Vilks, 68, alvo de ameaças e tentativas de assassinato desde 2007, quando desenhou o profeta fundador do islamismo, Maomé, como um cachorro. Segundo uma das organizadoras do debate, Helle Merete Brix, o artista plástico, que estava sob proteção policial, não foi ferido no episódio. "Considero que isso foi um claro ataque a Lars Vilks", disse Brix à agência Associated Press, acrescentando ter visto um homem mascarado correndo logo depois dos disparos. Também presente ao evento, o embaixador da França na Dinamarca, François Zimeray, tuitou que sobrevivera ao ataque. No ano passado, uma mulher da Pensilvânia (EUA) foi condenada a dez anos de prisão por planejar matar Vilks. Em 2010, dois irmãos tentaram queimar a casa do artista no sul da Suécia e foram presos por incêndio criminoso. 'CHARLIE HEBDO' O ataque ao café dinamarquês ocorre pouco mais de um mês depois do atentado à redação do jornal satírico "Charlie Hebdo", em Paris, que deixou 12 mortos no dia 7 de janeiro. Os irmãos responsáveis pelo ataque, Chérif e Said Kouachi, foram mortos dois dias depois, após serem cercados pela polícia numa gráfica de Dammartin-en-Goële, perto da capital francesa. Também em 9 de janeiro, Amedy Coulibaly, ligado aos irmãos Kouachi, foi morto depois de fazer reféns em um mercado judaico de Paris. Segundo a polícia, ele assassinou quatro dos reféns. Lars Vilks é um dos nomes citados em uma lista de "procurados, vivos ou mortos, por crimes contra o islã", divulgada por uma revista ligada à rede terrorista Al Qaeda em 2013. Essa lista voltou a circular pela internet depois do ataque ao "Charlie Hebdo".
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'Tripla hélice' de DNA com RNA não era inesperada na biologia
O arranjo composto por duas fitas de DNA e uma fita de RNA não é completamente inesperado na biologia. Recentemente outros achados também contrariaram o dogma central da biologia molecular -no qual um gene (feito de DNA) gera um RNA mensageiro que leva a informação para a formação de uma proteína. Outras formas de RNA, como o RNAi ("i" de interferente) se ligam ao RNA mensageiro, impedindo que ele cumpra seu destino e sintetize uma proteína. Esse mecanismo é importante, por exemplo, no caso de uma infecção viral, quando as partículas dominam a maquinaria de transcrição (produção de RNA mensageiro) e de tradução (produção de proteínas) da célula. A novidade do estudo do qual o brasileiro Eduardo Gorab participou é o papel de moléculas conhecidas como lncRNA (long non coding, cadeias longas que não contém instruções para a síntese de proteínas). Compreendendo como esse e outros mecanismos naturais funcionam, pode ser possível, em um futuro não muito distante, achar novas soluções terapêuticas: por exemplo, uma vacina de RNA que amenize crises epilépticas. DNA trilpla hélice
ciencia
'Tripla hélice' de DNA com RNA não era inesperada na biologiaO arranjo composto por duas fitas de DNA e uma fita de RNA não é completamente inesperado na biologia. Recentemente outros achados também contrariaram o dogma central da biologia molecular -no qual um gene (feito de DNA) gera um RNA mensageiro que leva a informação para a formação de uma proteína. Outras formas de RNA, como o RNAi ("i" de interferente) se ligam ao RNA mensageiro, impedindo que ele cumpra seu destino e sintetize uma proteína. Esse mecanismo é importante, por exemplo, no caso de uma infecção viral, quando as partículas dominam a maquinaria de transcrição (produção de RNA mensageiro) e de tradução (produção de proteínas) da célula. A novidade do estudo do qual o brasileiro Eduardo Gorab participou é o papel de moléculas conhecidas como lncRNA (long non coding, cadeias longas que não contém instruções para a síntese de proteínas). Compreendendo como esse e outros mecanismos naturais funcionam, pode ser possível, em um futuro não muito distante, achar novas soluções terapêuticas: por exemplo, uma vacina de RNA que amenize crises epilépticas. DNA trilpla hélice
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'A corrupção é uma senhora idosa', diz Dilma após os protestos
A presidente Dilma Rousseff deu nesta segunda-feira (16) suas primeiras declarações públicas após as manifestações de domingo e afirmou que, no Brasil, "a corrupção é uma senhora idosa". Dilma argumentou que a corrupção no governo é anterior à chegada do PT ao poder. "A corrupção é uma senhora idosa e não poupa ninguém. Pode estar em todo lugar, inclusive no setor privado", disse a petista em entrevista coletiva após solenidade no Palácio do Planalto. O escândalo de corrupção na Petrobras, investigado pela Polícia Federal, abalou a imagem do governo e do PT. O delator e ex-gerente da estatal Pedro Barusco acusou o partido de ter recebido até US$ 200 milhões em propina do esquema. Dilma prontificou-se a dialogar com todos os setores da sociedade, mas esclareceu que não pode obrigar ninguém a conversar com o governo. A pauta da corrupção foi central nos protestos de domingo, o que fez o governo procurar respostas para dissipar o mau humor em alguns estratos. Mas, na agenda interna, a presidente renovou apenas uma promessa de campanha: lançar, possivelmente esta semana, um pacote anticorrupção com foco na redução da impunidade. ECONOMIA A presidente Dilma Rousseff começou a flexibilizar seu discurso sobre as medidas tomadas no passado para estimular o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e admitiu erros de dosagem na condução da economia. O governo tem sido pressionado a fazer um mea culpa sobre a discrepância entre o tom otimista usado nas eleições e o discurso pessimista adotado após a reeleição com o agravamento da situação econômica. Durante a campanha, a então candidata prometeu não realizar um tarifaço. Nos últimos meses, porém, algumas contas subiram expressivamente, como a da energia e dos combustíveis. Nesta segunda-feira, em entrevista coletiva após as manifestações de domingo, a petista ensaiou uma autocrítica, mas, momentos depois, relativizou o gesto. Apesar da correção momentos depois, há uma ligeira mudança no tom adotado até agora. Dilma resolveu fazer um duro ajuste fiscal sem admitir, publicamente, erro algum. "Cometemos erro de dosagem? É possível que a gente tenha cometido algum", afirmou ela a jornalistas para, em seguida, dizer não acreditar nessa hipótese. De acordo com a presidente, eventuais erros tiveram o objetivo de evitar a quebradeira de empresas e o desemprego. A presidente ainda disse que está aberta ao diálogo, acrescentando que isso demonstra uma postura de humildade. Segundo Dilma, é preciso dialogar, fazer o que precisa ser feito: "Vamos brigar depois".
poder
'A corrupção é uma senhora idosa', diz Dilma após os protestosA presidente Dilma Rousseff deu nesta segunda-feira (16) suas primeiras declarações públicas após as manifestações de domingo e afirmou que, no Brasil, "a corrupção é uma senhora idosa". Dilma argumentou que a corrupção no governo é anterior à chegada do PT ao poder. "A corrupção é uma senhora idosa e não poupa ninguém. Pode estar em todo lugar, inclusive no setor privado", disse a petista em entrevista coletiva após solenidade no Palácio do Planalto. O escândalo de corrupção na Petrobras, investigado pela Polícia Federal, abalou a imagem do governo e do PT. O delator e ex-gerente da estatal Pedro Barusco acusou o partido de ter recebido até US$ 200 milhões em propina do esquema. Dilma prontificou-se a dialogar com todos os setores da sociedade, mas esclareceu que não pode obrigar ninguém a conversar com o governo. A pauta da corrupção foi central nos protestos de domingo, o que fez o governo procurar respostas para dissipar o mau humor em alguns estratos. Mas, na agenda interna, a presidente renovou apenas uma promessa de campanha: lançar, possivelmente esta semana, um pacote anticorrupção com foco na redução da impunidade. ECONOMIA A presidente Dilma Rousseff começou a flexibilizar seu discurso sobre as medidas tomadas no passado para estimular o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e admitiu erros de dosagem na condução da economia. O governo tem sido pressionado a fazer um mea culpa sobre a discrepância entre o tom otimista usado nas eleições e o discurso pessimista adotado após a reeleição com o agravamento da situação econômica. Durante a campanha, a então candidata prometeu não realizar um tarifaço. Nos últimos meses, porém, algumas contas subiram expressivamente, como a da energia e dos combustíveis. Nesta segunda-feira, em entrevista coletiva após as manifestações de domingo, a petista ensaiou uma autocrítica, mas, momentos depois, relativizou o gesto. Apesar da correção momentos depois, há uma ligeira mudança no tom adotado até agora. Dilma resolveu fazer um duro ajuste fiscal sem admitir, publicamente, erro algum. "Cometemos erro de dosagem? É possível que a gente tenha cometido algum", afirmou ela a jornalistas para, em seguida, dizer não acreditar nessa hipótese. De acordo com a presidente, eventuais erros tiveram o objetivo de evitar a quebradeira de empresas e o desemprego. A presidente ainda disse que está aberta ao diálogo, acrescentando que isso demonstra uma postura de humildade. Segundo Dilma, é preciso dialogar, fazer o que precisa ser feito: "Vamos brigar depois".
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Leitores comentam demissão de Cid Gomes após embate na Câmara
Ao permitir que Eduardo Cunha desse a notícia de demissão de Cid Gomes, Dilma demonstra que vai se tornando uma "rainha da Inglaterra". E o partido que dita os rumos deste início de mandato é o PMDB, não o PT. A corrupção na Petrobras e a avaliação de 62% de péssimo e ruim do governo materializaram no país um parlamentarismo genérico. Mesmo estando na lista da Lava Jato, Cunha se torna uma espécie forte de primeiro-ministro. Resta saber se o PMDB vai se contentar com o papel de coadjuvante. PEDRO VALENTIM (Bauru, SP) * É impressionante o quanto esse governo perde oportunidade de se depurar. Em vez de apoiar o Cid Gomes contra essa corja do PMDB e sair por cima, preferiu se submeter às vontades do sequestrador e ficar com o que há de pior na política do Brasil nos últimos 30 anos. CLÓVIS DEITOS (Campinas, SP) * O ex-ministro Cid Gomes foi ao Congresso, bateu as asas, cantou de galo e foi para a panela, servido como canja em menos de três horas para o PMDB e os deputados federais, sob o comando de Eduardo Cunha. SILVANO WENDEL (São Paulo, SP) * E o ministro Cid Gomes, o "língua afiada", abandonou a "pátria educadora" por falta de educação. Canoa furada, quando começa a entrar água, é porque tem furo por todos os lados. LUIZ THADEU NUNES E SILVA (São Luís, MA) * Estou orgulhoso de Cid Gomes. Disse na cara do presidente da Câmara o que precisava ser dito. Perdeu o cargo, mas não a dignidade. Se todos os políticos agissem com esse amor à verdade, certamente nossa pátria reconquistaria o respeito que merece. TALES CASTELO BRANCO (São Paulo, SP) * Talvez esses embates entre Executivo e Legislativo possam mostrar à população onde realmente está a fonte de corrupção e quem, de fato, está tomando providências para combatê-la. Temos um parlamento vulnerável à ocupação de cargos e demonstração de poder, sem o efetivo exercício deste, que seria por meio de elaboração uma melhor legislação para o país. Um ministro cai denunciando isso e parece que aplaudimos o contraventor em detrimento de denunciar a contravenção. Esperemos os próximos dias. ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Lorena, SP) * Não fica a impressão de que Eduardo Cunha caiu numa armadilha? Muitos dizem que Cunha é agora o presidente da República de fato ou, no mínimo, um chefe de parlamento tão poderoso como se estivéssemos num parlamentarismo. Será que os protestos não se desviarão pra ele, já que se dirigem ao chefe da nação? ANÍSIO FRANCO CÂMARA (São Paulo, SP) * Sempre apreciei a coluna do professor Pasquale. Ultimamente está muito partidária, quase um panfleto que ajuda a sangrar a presidente Dilma. Colocar Collor e Dilma no mesmo balaio é confundir alhos com bugalhos. Na próxima coluna, podia abordar a palavra da vez: achacar. No Congresso temos muitos achacadores, até achacador-mor. HÉLIO DE SOUSA REIS (Guarulhos, SP) * Como ferrenho defensor de mais ética na política nacional, fiquei aliviado com a atitude de Cid Gomes batendo de frente com a Câmara. Parlamentares não são anjinhos. E Eduardo Cunha demonstra estar se utilizando de toda essa carga pesada contra o Governo para salvar sua pele, desviando o foco das acusações da operação Lava Jato que caem sobre ele. Aqui vai um lembrete a todos que saíram às ruas em protesto no dia 15 e a mim mesmo: apenas tirar a presidente Dilma do governo não vai resolver nosso problema, não. Prestemos atenção também à astuciosa articulação do Congresso, do PMDB e aliados de ocasião. A corrupção não é apenas uma velha senhora que veste Prada, conforme disse Aécio, mas também anciões ladinos, fisiológicos, que ostentam Armani. FERNANDO CAMPANELLA (Pouso Alegre, MG) * Parabéns ministro Cid Gomes! O senhor verbalizou com muita propriedade todo o sentimento do povo brasileiro em relação aos parlamentares da Câmara dos Deputados. São, na realidade, mais que achacadores, são também picaretas que não têm qualquer preocupação com o país e nem com o povo que os elegeram. Com o espirito legislativo desta tropa, de que "é dando que se recebe", aonde podemos chegar? O povo continuará esperando por dias melhores e esta Casa por mais uma legislatura. Precisamos mesmo é de uma grande reforma politica, que com certeza não será alcançada pelas mãos destes senhores. CELSO GUALTIERI (Belo horizonte, MG) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitores comentam demissão de Cid Gomes após embate na CâmaraAo permitir que Eduardo Cunha desse a notícia de demissão de Cid Gomes, Dilma demonstra que vai se tornando uma "rainha da Inglaterra". E o partido que dita os rumos deste início de mandato é o PMDB, não o PT. A corrupção na Petrobras e a avaliação de 62% de péssimo e ruim do governo materializaram no país um parlamentarismo genérico. Mesmo estando na lista da Lava Jato, Cunha se torna uma espécie forte de primeiro-ministro. Resta saber se o PMDB vai se contentar com o papel de coadjuvante. PEDRO VALENTIM (Bauru, SP) * É impressionante o quanto esse governo perde oportunidade de se depurar. Em vez de apoiar o Cid Gomes contra essa corja do PMDB e sair por cima, preferiu se submeter às vontades do sequestrador e ficar com o que há de pior na política do Brasil nos últimos 30 anos. CLÓVIS DEITOS (Campinas, SP) * O ex-ministro Cid Gomes foi ao Congresso, bateu as asas, cantou de galo e foi para a panela, servido como canja em menos de três horas para o PMDB e os deputados federais, sob o comando de Eduardo Cunha. SILVANO WENDEL (São Paulo, SP) * E o ministro Cid Gomes, o "língua afiada", abandonou a "pátria educadora" por falta de educação. Canoa furada, quando começa a entrar água, é porque tem furo por todos os lados. LUIZ THADEU NUNES E SILVA (São Luís, MA) * Estou orgulhoso de Cid Gomes. Disse na cara do presidente da Câmara o que precisava ser dito. Perdeu o cargo, mas não a dignidade. Se todos os políticos agissem com esse amor à verdade, certamente nossa pátria reconquistaria o respeito que merece. TALES CASTELO BRANCO (São Paulo, SP) * Talvez esses embates entre Executivo e Legislativo possam mostrar à população onde realmente está a fonte de corrupção e quem, de fato, está tomando providências para combatê-la. Temos um parlamento vulnerável à ocupação de cargos e demonstração de poder, sem o efetivo exercício deste, que seria por meio de elaboração uma melhor legislação para o país. Um ministro cai denunciando isso e parece que aplaudimos o contraventor em detrimento de denunciar a contravenção. Esperemos os próximos dias. ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Lorena, SP) * Não fica a impressão de que Eduardo Cunha caiu numa armadilha? Muitos dizem que Cunha é agora o presidente da República de fato ou, no mínimo, um chefe de parlamento tão poderoso como se estivéssemos num parlamentarismo. Será que os protestos não se desviarão pra ele, já que se dirigem ao chefe da nação? ANÍSIO FRANCO CÂMARA (São Paulo, SP) * Sempre apreciei a coluna do professor Pasquale. Ultimamente está muito partidária, quase um panfleto que ajuda a sangrar a presidente Dilma. Colocar Collor e Dilma no mesmo balaio é confundir alhos com bugalhos. Na próxima coluna, podia abordar a palavra da vez: achacar. No Congresso temos muitos achacadores, até achacador-mor. HÉLIO DE SOUSA REIS (Guarulhos, SP) * Como ferrenho defensor de mais ética na política nacional, fiquei aliviado com a atitude de Cid Gomes batendo de frente com a Câmara. Parlamentares não são anjinhos. E Eduardo Cunha demonstra estar se utilizando de toda essa carga pesada contra o Governo para salvar sua pele, desviando o foco das acusações da operação Lava Jato que caem sobre ele. Aqui vai um lembrete a todos que saíram às ruas em protesto no dia 15 e a mim mesmo: apenas tirar a presidente Dilma do governo não vai resolver nosso problema, não. Prestemos atenção também à astuciosa articulação do Congresso, do PMDB e aliados de ocasião. A corrupção não é apenas uma velha senhora que veste Prada, conforme disse Aécio, mas também anciões ladinos, fisiológicos, que ostentam Armani. FERNANDO CAMPANELLA (Pouso Alegre, MG) * Parabéns ministro Cid Gomes! O senhor verbalizou com muita propriedade todo o sentimento do povo brasileiro em relação aos parlamentares da Câmara dos Deputados. São, na realidade, mais que achacadores, são também picaretas que não têm qualquer preocupação com o país e nem com o povo que os elegeram. Com o espirito legislativo desta tropa, de que "é dando que se recebe", aonde podemos chegar? O povo continuará esperando por dias melhores e esta Casa por mais uma legislatura. Precisamos mesmo é de uma grande reforma politica, que com certeza não será alcançada pelas mãos destes senhores. CELSO GUALTIERI (Belo horizonte, MG) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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'Não conheço nada da música brasileira', afirma baixista do The xx
A maldição de bandas que explodem repentinamente é conseguir com o segundo álbum o mesmo êxito do primeiro. O trio inglês The xx conseguiu passar de fase. Os dois primeiros discos do grupo inglês indie, "xx" (2009) e "Coexist" (2012), venderam mais de 3 milhões de cópias. Agora, com "I See You", que será lançado na sexta-feira (13), Romy Madley Croft, Jamie Smith e Oliver Sim injetam uma boa dose de serotonina em sua breve discografia, marcada pelo excesso de vocais preguiçosos e pelas melodias melancólicas que estão nas listas das "melhores músicas para transar" da plataforma de streaming Spotify. Tanto o álbum quanto o show da nova turnê, que desembarca em São Paulo no dia 25 de março como uma das atrações principais do festival Lollapalooza, são mais dançantes. "Dançantes para os nossos padrões, mas não diria que são para dançar. São, na verdade, mais pop", explica à Folha Oliver Sim, baixo e voz de sucessos como "Sunset" e "Crystalised", essa última o "hit chiclete" do trio e uma das mais reconhecíveis entre os fãs brasileiros. Pop, pop, talvez não seja também uma boa definição para as letras depressivas de "I See You". "Mas diria pop, porque pop não significa nada. Qualquer coisa pode ser pop. Beyoncé, que eu acho incrível, é pop, e nem por isso fazemos música como ela. Romy foi para Los Angeles escrever músicas pop, e o resultado é fascinante", diz Sim. On Hold A paisagem solar da Califórnia foi um dos endereços usados pelo grupo na composição do disco. "Para sair da zona de conforto" na qual estavam, os três viajaram também pelo deserto de Marfa, no Texas (EUA), e pela gelada Reykjavík, capital da Islândia. Sim explica a mudança de ares: "Foram viagens importantes porque sempre gravamos em Londres. Não sabíamos que tipo de álbum queríamos, mas gostaríamos de ter alguma coisa nova, feita de maneira diferente. Muito do que escrevemos no passado foi feito separadamente, um fazia a melodia e depois alguém colocava a letra. Desta vez, nos unimos." A troca de humores talvez explique a cadência um tom mais acelerada de "On Hold" e "Say Something Loving", duas faixas do novo trabalho. Juntas, entre vídeos e áudios, ambas somam quase 15 milhões de visualizações. "Uma lição que aprendemos é não ter que nos esforçar demais para ser quem somos. 'Coexist' exigiu uma reflexão muito maior sobre quem éramos do que 'xx', feito sem nenhuma pretensão e que se transformou num acidente feliz. Estamos livres agora". ÁLCOOL Sim se recupera de dependência do álcool, assumida no mês passado, que ele usava para "celebrar" o sucesso. "Atingi um patamar da vida no qual me sinto mais confiante, querendo ser mais transparente. Passei por isso e consegui sair dessa situação [o alcoolismo] me sentindo bem. Foi muito difícil, mas me sinto orgulhoso de ter passado essa fase", conta o músico. A pinta de poetas atormentados, claro, acompanha um visual diferente da imagem do indie mediano, meio vintage, de jeans. A imagem do xx é moderna, feita de roupas bem cortadas e alfaiataria de grife. O estilo não passou incógnito. Jamie e Oliver, no ano passado, estrelaram uma campanha da Dior Homme, braço de moda masculina da grife Christian Dior. "Acredito haver uma forte relação entre música e moda. Amo roupas e gosto de me vestir bem. A moda, aliás, sempre inspirou a música e vice-versa. Veja David Bowie (1947-2016) e como ele instigava e informava sobre a era dele a partir de suas roupas", afirma Sim. É a tentativa de unir as experiências visual e sonora que o trio trará ao país no show do Lollapalooza. "Conheço o Brasil, fui quando tinha 16 anos para estudar e gostava de lutar capoeira." Mas não espere berimbaus ou animação demais. "Não conheço nada da música brasileira." Alegria, em se tratando do xx, tem limites.
ilustrada
'Não conheço nada da música brasileira', afirma baixista do The xxA maldição de bandas que explodem repentinamente é conseguir com o segundo álbum o mesmo êxito do primeiro. O trio inglês The xx conseguiu passar de fase. Os dois primeiros discos do grupo inglês indie, "xx" (2009) e "Coexist" (2012), venderam mais de 3 milhões de cópias. Agora, com "I See You", que será lançado na sexta-feira (13), Romy Madley Croft, Jamie Smith e Oliver Sim injetam uma boa dose de serotonina em sua breve discografia, marcada pelo excesso de vocais preguiçosos e pelas melodias melancólicas que estão nas listas das "melhores músicas para transar" da plataforma de streaming Spotify. Tanto o álbum quanto o show da nova turnê, que desembarca em São Paulo no dia 25 de março como uma das atrações principais do festival Lollapalooza, são mais dançantes. "Dançantes para os nossos padrões, mas não diria que são para dançar. São, na verdade, mais pop", explica à Folha Oliver Sim, baixo e voz de sucessos como "Sunset" e "Crystalised", essa última o "hit chiclete" do trio e uma das mais reconhecíveis entre os fãs brasileiros. Pop, pop, talvez não seja também uma boa definição para as letras depressivas de "I See You". "Mas diria pop, porque pop não significa nada. Qualquer coisa pode ser pop. Beyoncé, que eu acho incrível, é pop, e nem por isso fazemos música como ela. Romy foi para Los Angeles escrever músicas pop, e o resultado é fascinante", diz Sim. On Hold A paisagem solar da Califórnia foi um dos endereços usados pelo grupo na composição do disco. "Para sair da zona de conforto" na qual estavam, os três viajaram também pelo deserto de Marfa, no Texas (EUA), e pela gelada Reykjavík, capital da Islândia. Sim explica a mudança de ares: "Foram viagens importantes porque sempre gravamos em Londres. Não sabíamos que tipo de álbum queríamos, mas gostaríamos de ter alguma coisa nova, feita de maneira diferente. Muito do que escrevemos no passado foi feito separadamente, um fazia a melodia e depois alguém colocava a letra. Desta vez, nos unimos." A troca de humores talvez explique a cadência um tom mais acelerada de "On Hold" e "Say Something Loving", duas faixas do novo trabalho. Juntas, entre vídeos e áudios, ambas somam quase 15 milhões de visualizações. "Uma lição que aprendemos é não ter que nos esforçar demais para ser quem somos. 'Coexist' exigiu uma reflexão muito maior sobre quem éramos do que 'xx', feito sem nenhuma pretensão e que se transformou num acidente feliz. Estamos livres agora". ÁLCOOL Sim se recupera de dependência do álcool, assumida no mês passado, que ele usava para "celebrar" o sucesso. "Atingi um patamar da vida no qual me sinto mais confiante, querendo ser mais transparente. Passei por isso e consegui sair dessa situação [o alcoolismo] me sentindo bem. Foi muito difícil, mas me sinto orgulhoso de ter passado essa fase", conta o músico. A pinta de poetas atormentados, claro, acompanha um visual diferente da imagem do indie mediano, meio vintage, de jeans. A imagem do xx é moderna, feita de roupas bem cortadas e alfaiataria de grife. O estilo não passou incógnito. Jamie e Oliver, no ano passado, estrelaram uma campanha da Dior Homme, braço de moda masculina da grife Christian Dior. "Acredito haver uma forte relação entre música e moda. Amo roupas e gosto de me vestir bem. A moda, aliás, sempre inspirou a música e vice-versa. Veja David Bowie (1947-2016) e como ele instigava e informava sobre a era dele a partir de suas roupas", afirma Sim. É a tentativa de unir as experiências visual e sonora que o trio trará ao país no show do Lollapalooza. "Conheço o Brasil, fui quando tinha 16 anos para estudar e gostava de lutar capoeira." Mas não espere berimbaus ou animação demais. "Não conheço nada da música brasileira." Alegria, em se tratando do xx, tem limites.
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Crise, refugiados, Estado Islâmico e feminismo foram temas do Enem
Pouco depois das 16h deste sábado (6) os candidatos começaram a sair dos locais de prova do Enem. De acordo com os primeiros a deixarem o prédio da Uninove, na zona oeste de São Paulo, a prova cobrou temas como crise econômica no Brasil e no mundo e a crise dos refugiados na Europa. Candidato pela terceira vez, o estudante de Relações Internacionais Alexandre Del Rei Macedo, 19, considerou o primeiro dia de exame, este ano, "muito mais fácil" que as edições passadas. "Exatas chutei quase tudo; sou de humanas, mas gostei das questões sobre crise econômica e dos refugiados e também sobre a que tratou de representatividade da mulher", contou. Já a candidata Bruna Araújo, 18, achou prova de hoje difícil. Segundo ela, que fez o Enem em Alagoas, também caíram questões sobre o Estado Islâmico. "Não gostei muito, não sei se porque estudei pouco. Fé em Deus, me darei melhor na redação amanhã, que estou mais preparada." Danielle Ribeiro, 18, também teve dificuldades na prova. "Química estava difícil", diz a garota que pretende usar o Enem para entrar entrar no curso de direito de alguma universidade. Ela afirma que reparou em questões relacionadas a mulheres. Felipe Rodolpho, 17, mencionou questões ligadas ao feminismo. "Tinha uma questão com uma mulher vestida de astronauta", afirma. Rodolpho, que fez a prova só para testar conhecimentos, diz que o teste estava fácil. "Teve bastante questão de escravidão também", diz. No próximo ano ele pretende prestar nove vestibulares para Medicina. Beatriz Nassif, 18, também cita a questão sobre a mulher no espaço. "Pedia para discutir uma propaganda falando que a lua ficaria mais limpa com a presença de mulheres". A pergunta mostrava um anúncio publicitário com uma mulher com trajes que lembram ao usado por astronautas, com o texto "as mulheres do futuro farão da Lua um lugar mais limpo para se viver". E citava a predominância masculina entre as pessoas que vão para o espaço para falar da manutenção de estereótipos de gênero. A garota quer fazer uma faculdade de engenharia de materiais. Ela fala também sobre questões relacionadas a refugiados. "De como a Hungria está construindo um muro." Beatriz sente que a prova seguiu o padrão de dificuldade de outros anos, mas que houve algumas mudanças. "Não é mais só análise. Exigiu bastante conteúdo." Duveus Mauriu, 30, é haitiano e está no Brasil há dois anos. Morador de Porto Alegre, com a mulher e seus dois filhos, ele está fazendo o Enem de olho em alguma vaga para o curso de administração. "Particular ou pública, o que der", conta ele, sobre a escolha de uma universidade. Auxiliar técnico em uma associação de crianças com necessidades especiais, Mauriu avalia que foi bem na prova, exceto por um detalhe: "Senti muita dificuldade em História do Brasil, que não sei muito", conta, tímido. A estudante Ana Júlia Soares, 14, aluna do 9º ano do fundamental fez a prova como treineira em São Paulo."Em física, predominaram as questões de som e ondas; em química, elementos químicos. Gostei da prova", disse. Shakespeare e ditadura no Brasil também foram assuntos relatados pelos alunos. SURPRESOS Alguns candidatos foram surpreendidos no começo da tarde deste sábado com suspensão de última hora dos locais de prova pelo governo federal devido às ocupações de escolas por estudantes. Segundo nova lista divulgada pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) durante a manhã, o número de locais de prova ocupados passou de 364 para 405. Isso fez com que o número de candidatos que tiveram a prova do Enem adiadas para dezembro subisse de 240 para 271 mil. Nos locais em que a prova aconteceu, como em anos anteriores, o dia foi marcado, em parte, pela corrida de última hora dos atrasados e o medo de virar piada na internet. No Distrito Federal, o Governo assumiu que errou ao realizar o exame em uma escola que havia sido incluída na lista de locais em que a prova seria adiada.
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Crise, refugiados, Estado Islâmico e feminismo foram temas do EnemPouco depois das 16h deste sábado (6) os candidatos começaram a sair dos locais de prova do Enem. De acordo com os primeiros a deixarem o prédio da Uninove, na zona oeste de São Paulo, a prova cobrou temas como crise econômica no Brasil e no mundo e a crise dos refugiados na Europa. Candidato pela terceira vez, o estudante de Relações Internacionais Alexandre Del Rei Macedo, 19, considerou o primeiro dia de exame, este ano, "muito mais fácil" que as edições passadas. "Exatas chutei quase tudo; sou de humanas, mas gostei das questões sobre crise econômica e dos refugiados e também sobre a que tratou de representatividade da mulher", contou. Já a candidata Bruna Araújo, 18, achou prova de hoje difícil. Segundo ela, que fez o Enem em Alagoas, também caíram questões sobre o Estado Islâmico. "Não gostei muito, não sei se porque estudei pouco. Fé em Deus, me darei melhor na redação amanhã, que estou mais preparada." Danielle Ribeiro, 18, também teve dificuldades na prova. "Química estava difícil", diz a garota que pretende usar o Enem para entrar entrar no curso de direito de alguma universidade. Ela afirma que reparou em questões relacionadas a mulheres. Felipe Rodolpho, 17, mencionou questões ligadas ao feminismo. "Tinha uma questão com uma mulher vestida de astronauta", afirma. Rodolpho, que fez a prova só para testar conhecimentos, diz que o teste estava fácil. "Teve bastante questão de escravidão também", diz. No próximo ano ele pretende prestar nove vestibulares para Medicina. Beatriz Nassif, 18, também cita a questão sobre a mulher no espaço. "Pedia para discutir uma propaganda falando que a lua ficaria mais limpa com a presença de mulheres". A pergunta mostrava um anúncio publicitário com uma mulher com trajes que lembram ao usado por astronautas, com o texto "as mulheres do futuro farão da Lua um lugar mais limpo para se viver". E citava a predominância masculina entre as pessoas que vão para o espaço para falar da manutenção de estereótipos de gênero. A garota quer fazer uma faculdade de engenharia de materiais. Ela fala também sobre questões relacionadas a refugiados. "De como a Hungria está construindo um muro." Beatriz sente que a prova seguiu o padrão de dificuldade de outros anos, mas que houve algumas mudanças. "Não é mais só análise. Exigiu bastante conteúdo." Duveus Mauriu, 30, é haitiano e está no Brasil há dois anos. Morador de Porto Alegre, com a mulher e seus dois filhos, ele está fazendo o Enem de olho em alguma vaga para o curso de administração. "Particular ou pública, o que der", conta ele, sobre a escolha de uma universidade. Auxiliar técnico em uma associação de crianças com necessidades especiais, Mauriu avalia que foi bem na prova, exceto por um detalhe: "Senti muita dificuldade em História do Brasil, que não sei muito", conta, tímido. A estudante Ana Júlia Soares, 14, aluna do 9º ano do fundamental fez a prova como treineira em São Paulo."Em física, predominaram as questões de som e ondas; em química, elementos químicos. Gostei da prova", disse. Shakespeare e ditadura no Brasil também foram assuntos relatados pelos alunos. SURPRESOS Alguns candidatos foram surpreendidos no começo da tarde deste sábado com suspensão de última hora dos locais de prova pelo governo federal devido às ocupações de escolas por estudantes. Segundo nova lista divulgada pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) durante a manhã, o número de locais de prova ocupados passou de 364 para 405. Isso fez com que o número de candidatos que tiveram a prova do Enem adiadas para dezembro subisse de 240 para 271 mil. Nos locais em que a prova aconteceu, como em anos anteriores, o dia foi marcado, em parte, pela corrida de última hora dos atrasados e o medo de virar piada na internet. No Distrito Federal, o Governo assumiu que errou ao realizar o exame em uma escola que havia sido incluída na lista de locais em que a prova seria adiada.
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Justiça nega pedido de indenização feito por Lula contra 'O Globo'
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve seu pedido de indenização por danos morais contra três jornalistas negado pela Justiça nesta quarta (28). Lula afirma que Germano Oliveira, Cleide Carvalho e Ascânio Seleme, do jornal "O Globo", tiveram a intenção de atacar sua honra em reportagem "Dinheiro liga doleiro da Lava Jato à obra de prédio de Lula", publicada em agosto de 2015. O texto relata doação de Alberto Youssef a firma ligada a prédio onde o petista tem um apartamento. Segundo os jornalistas, um grupo empresarial repassou aproximadamente R$ 3,7 milhões para a construtora OAS durante finalização das obras em um apartamento de Lula no Guarujá. Essa quantia é quase a mesma que o grupo havia recebido da GFD –empresa usada por Youssef para lavar dinheiro. O pedido de indenização feito por Lula já havia sido rejeitado em dezembro de 2015, ainda em primeira instância. O juiz entendeu na época que os jornalistas "não praticaram qualquer ato ilícito", que exerceram o direito de liberdade de expressão e que as informações contidas na publicação eram de interesse público. Lula recorreu da decisão, mas ela foi confirmada nesta quarta pela 14ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, em decisão unânime. OUTRO LADO A defesa de Lula informou, em nota, que a reportagem "Lula perde em 2ª instância processo contra O Globo", veiculada no jornal carioca nesta quinta (29), "não retrata corretamente a essência dos votos proferidos pelos julgadores" e que "tenta influenciar indevidamente no julgamento de recurso que ainda será interposto". Os advogados do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira, afirmaram que os desembargadores do TJ-RJ não declararam ser verídico o teor da reportagem inicial da denúncia. "Ao contrário, [os desembargadores, através do relator] afirmaram que o jornal tratou de fato controvertido, caracterizado por margem tolerável de inexatidão." No relatório da decisão, consta que "alegada inverdade acaba por se confundir com a veiculação de fato controvertido", mas informa que os apelados reproduziram a nota enviada pelo Instituto Lula, negando a posse do apartamento pelo petista.
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Justiça nega pedido de indenização feito por Lula contra 'O Globo'O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve seu pedido de indenização por danos morais contra três jornalistas negado pela Justiça nesta quarta (28). Lula afirma que Germano Oliveira, Cleide Carvalho e Ascânio Seleme, do jornal "O Globo", tiveram a intenção de atacar sua honra em reportagem "Dinheiro liga doleiro da Lava Jato à obra de prédio de Lula", publicada em agosto de 2015. O texto relata doação de Alberto Youssef a firma ligada a prédio onde o petista tem um apartamento. Segundo os jornalistas, um grupo empresarial repassou aproximadamente R$ 3,7 milhões para a construtora OAS durante finalização das obras em um apartamento de Lula no Guarujá. Essa quantia é quase a mesma que o grupo havia recebido da GFD –empresa usada por Youssef para lavar dinheiro. O pedido de indenização feito por Lula já havia sido rejeitado em dezembro de 2015, ainda em primeira instância. O juiz entendeu na época que os jornalistas "não praticaram qualquer ato ilícito", que exerceram o direito de liberdade de expressão e que as informações contidas na publicação eram de interesse público. Lula recorreu da decisão, mas ela foi confirmada nesta quarta pela 14ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, em decisão unânime. OUTRO LADO A defesa de Lula informou, em nota, que a reportagem "Lula perde em 2ª instância processo contra O Globo", veiculada no jornal carioca nesta quinta (29), "não retrata corretamente a essência dos votos proferidos pelos julgadores" e que "tenta influenciar indevidamente no julgamento de recurso que ainda será interposto". Os advogados do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira, afirmaram que os desembargadores do TJ-RJ não declararam ser verídico o teor da reportagem inicial da denúncia. "Ao contrário, [os desembargadores, através do relator] afirmaram que o jornal tratou de fato controvertido, caracterizado por margem tolerável de inexatidão." No relatório da decisão, consta que "alegada inverdade acaba por se confundir com a veiculação de fato controvertido", mas informa que os apelados reproduziram a nota enviada pelo Instituto Lula, negando a posse do apartamento pelo petista.
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Empresários querem rever condições do BNDES
O corte no financiamento dos programas de ônibus do BNDES só não piora o resultado das fabricantes pois as condições já eram muito desfavoráveis, diz José Martins, presidente da Fabus, a associação do setor, e vice-presidente da Marcopolo. Voltado para a compra de máquinas, ônibus, caminhões e outros ativos, o PSI (Programa de Sustentação do Investimento) foi reduzido de um total de R$ 50 bilhões para R$ 19,5 bilhões. O gasto com o subsídio aos juros, chamado de equalização, é coberto com dinheiro do Tesouro. Com a redução, o dinheiro destinado a ônibus e caminhões saiu de R$ 18,2 bilhões e foi para R$ 7 bilhões. As viações complementam o empréstimo do BNDES com dinheiro do mercado. Em média, sai por cerca de 17,6% ao ano, diz Martins. "Esses juros são absurdos e ninguém está tomando [empréstimo]. Não é só a Marcopolo, todos os fabricantes estão sentindo." Em 2015, a produção encolheu 34,6%, diz. Para o executivo, a solução é uma linha com menos participação do Tesouro e, por isso, menos suscetível a mudanças de condições, como o Finame. "Se não formos atendidos, todos vão quebrar. O governo vai destruir o segundo maior produtor de ônibus do mundo, que é o Brasil." Já a linha de bens de capital do PSI sofreu redução de R$ 11 bilhões. Nesse mercado, os empréstimos são vantajosos, diz Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq (associação do setor). No cálculo dele, o gasto com equalização do setor de máquinas é de R$ 1,2 bilhão. "Seria mais inteligente cortar o custeio do governo." Diminuição do programa de investimentos - Em R$ milhões * Perfume na porta A Mary Kay, marca de cosméticos de venda direta, pretende crescer no Brasil no segmento de perfumes. Hoje, a área é responsável por 5% do faturamento da empresa no país –maquiagem e produtos de cuidado com a pele representam 65% e 30%, respectivamente. "O Brasil tem o maior mercado [de perfumes] do mundo. Por isso, estamos investindo", diz Rosana Bonazzi, diretora da empresa. "Não temos uma meta [de crescimento], mas queremos que, ano a ano, aumente um pouco essa porcentagem", acrescenta a executiva. Nos nove primeiros meses de 2015, a empresa lançou dez novas fragrâncias no país. Dos 35 mercados onde a marca está, o Brasil é o terceiro maior, atrás da China e dos Estados Unidos. Em todo o mundo, a companhia fatura cerca de US$ 4 bilhões por ano (R$ 15,7 bilhões na cotação atual) e trabalha com 3,5 milhões de vendedoras. Dessas, 12,3% estão no Brasil, ou 430 mil. * Obra econômica A instalação da hidrovia Juruena-Tapajós, no Centro Oeste, reduziria os custos anuais de transporte da região em R$ 3,2 bilhões, segundo a CNI. Das 397 obras analisadas, essa é a que traria a maior economia ao país. O investimento necessário para realizá-la é de R$ 5,5 bilhões. Outro projeto de impacto seria a duplicação da estrada de ferro Carajás. Com ela, seria possível uma economia de R$ 1,3 bilhão por ano. * Europa consumidora O poder de compra per capita do europeu registrou um crescimento nominal (sem descontar a inflação) de 4,2% neste ano, de acordo com pesquisa da GfK. Em média, cada consumidor terá tido, até dezembro, € 13.636 (cerca de R$ 53,4 mil na cotação atual) para gastar ou poupar. A disponibilidade de renda, no entanto, varia bastante entre os 42 países analisados. Nos dez que apresentaram os melhores resultados, o poder de compra é pelo menos 1,5 vezes a média europeia. Em Liechtenstein, chega a ser 4,5 vezes. Mais da metade (26) dos países analisados ficam abaixo da média. A Espanha, a República Tcheca e a Polônia estão entre eles, com € 13.203, € 7.313 e € 6.437, respectivamente. Poder de compra per capita em 2015 - Em milhares de euros * Viajar... Apesar da crise, a Abav (associação de agências de viagem) projeta um crescimento de 5% em 2015 nas vendas de pacotes para destinos nacionais e internacionais. ...é preciso Por causa do dólar alto, diz a associação, houve um crescimento do turismo interno, principalmente para o Nordeste e para o Sul. Conselheiro O Veirano Advogados contratou a consultoria de Marcos Ludwig, que auxiliará nas áreas de fusões e de mercado de capitais, entre outras. com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN
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Empresários querem rever condições do BNDESO corte no financiamento dos programas de ônibus do BNDES só não piora o resultado das fabricantes pois as condições já eram muito desfavoráveis, diz José Martins, presidente da Fabus, a associação do setor, e vice-presidente da Marcopolo. Voltado para a compra de máquinas, ônibus, caminhões e outros ativos, o PSI (Programa de Sustentação do Investimento) foi reduzido de um total de R$ 50 bilhões para R$ 19,5 bilhões. O gasto com o subsídio aos juros, chamado de equalização, é coberto com dinheiro do Tesouro. Com a redução, o dinheiro destinado a ônibus e caminhões saiu de R$ 18,2 bilhões e foi para R$ 7 bilhões. As viações complementam o empréstimo do BNDES com dinheiro do mercado. Em média, sai por cerca de 17,6% ao ano, diz Martins. "Esses juros são absurdos e ninguém está tomando [empréstimo]. Não é só a Marcopolo, todos os fabricantes estão sentindo." Em 2015, a produção encolheu 34,6%, diz. Para o executivo, a solução é uma linha com menos participação do Tesouro e, por isso, menos suscetível a mudanças de condições, como o Finame. "Se não formos atendidos, todos vão quebrar. O governo vai destruir o segundo maior produtor de ônibus do mundo, que é o Brasil." Já a linha de bens de capital do PSI sofreu redução de R$ 11 bilhões. Nesse mercado, os empréstimos são vantajosos, diz Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq (associação do setor). No cálculo dele, o gasto com equalização do setor de máquinas é de R$ 1,2 bilhão. "Seria mais inteligente cortar o custeio do governo." Diminuição do programa de investimentos - Em R$ milhões * Perfume na porta A Mary Kay, marca de cosméticos de venda direta, pretende crescer no Brasil no segmento de perfumes. Hoje, a área é responsável por 5% do faturamento da empresa no país –maquiagem e produtos de cuidado com a pele representam 65% e 30%, respectivamente. "O Brasil tem o maior mercado [de perfumes] do mundo. Por isso, estamos investindo", diz Rosana Bonazzi, diretora da empresa. "Não temos uma meta [de crescimento], mas queremos que, ano a ano, aumente um pouco essa porcentagem", acrescenta a executiva. Nos nove primeiros meses de 2015, a empresa lançou dez novas fragrâncias no país. Dos 35 mercados onde a marca está, o Brasil é o terceiro maior, atrás da China e dos Estados Unidos. Em todo o mundo, a companhia fatura cerca de US$ 4 bilhões por ano (R$ 15,7 bilhões na cotação atual) e trabalha com 3,5 milhões de vendedoras. Dessas, 12,3% estão no Brasil, ou 430 mil. * Obra econômica A instalação da hidrovia Juruena-Tapajós, no Centro Oeste, reduziria os custos anuais de transporte da região em R$ 3,2 bilhões, segundo a CNI. Das 397 obras analisadas, essa é a que traria a maior economia ao país. O investimento necessário para realizá-la é de R$ 5,5 bilhões. Outro projeto de impacto seria a duplicação da estrada de ferro Carajás. Com ela, seria possível uma economia de R$ 1,3 bilhão por ano. * Europa consumidora O poder de compra per capita do europeu registrou um crescimento nominal (sem descontar a inflação) de 4,2% neste ano, de acordo com pesquisa da GfK. Em média, cada consumidor terá tido, até dezembro, € 13.636 (cerca de R$ 53,4 mil na cotação atual) para gastar ou poupar. A disponibilidade de renda, no entanto, varia bastante entre os 42 países analisados. Nos dez que apresentaram os melhores resultados, o poder de compra é pelo menos 1,5 vezes a média europeia. Em Liechtenstein, chega a ser 4,5 vezes. Mais da metade (26) dos países analisados ficam abaixo da média. A Espanha, a República Tcheca e a Polônia estão entre eles, com € 13.203, € 7.313 e € 6.437, respectivamente. Poder de compra per capita em 2015 - Em milhares de euros * Viajar... Apesar da crise, a Abav (associação de agências de viagem) projeta um crescimento de 5% em 2015 nas vendas de pacotes para destinos nacionais e internacionais. ...é preciso Por causa do dólar alto, diz a associação, houve um crescimento do turismo interno, principalmente para o Nordeste e para o Sul. Conselheiro O Veirano Advogados contratou a consultoria de Marcos Ludwig, que auxiliará nas áreas de fusões e de mercado de capitais, entre outras. com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN
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Ueba! Nuzman tomou no COI!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Ouro pro Brasil! O Nuzman tomou no COI! "PF prende presidente do Comitê Olímpico do Brasil!". Nuzman: roubou ouro e levou ferro! Rarará! As Olimpropinas! Agora temos propinas olímpicas: assalto ornamental, assalto a distância e assalto com vara! O patrimônio do Nuzman deu um salto triplo mortal carpado! E corre na internet: "Sabe o que as jornalistas Márcia Peltier, Cláudia Cruz e Ticiana Villas Boas têm em comum? MARIDOS PRESOS". Rarará! E atenção! Barraco na Papuda: "Geddel, Saud e Funaro promovem barraco na Papuda". Funaro: "Saud, vou te matar". Geddel: "Saud, também vou te matar!". "Cala a boca, gordo". Sempre sobra pro gordo. "Vou te matar", tudo bem! "Cala boca, gordo", vira barraco. Barraco na Papuda! Eles desmoralizaram o presídio. Eles conseguiram desmoralizar a Papuda! Dizem que os presos ficaram escandalizados! Rarará! E o Nuzman! tem cara de múmia que acabaram de desenfaixar. Pega uma múmia, tira as faixas e descobre o Nuzman! Todas múmias: Nuzman, Marin e o presidente da CBF que se chama Marco Polo, mas tá proibido de viajar! O Marco Polo não pode viajar! Rarará! E reparou que essa gente não toma sol? Temer, Nuzman, Marin, Crivella. Tudo defunto amanhecido! E o Franskstemer continua com sua maratona de deputados! 42 por dia! Tudo rapidinha: "É quanto?". "É quanto?". "É quanto?". O Temer devia botar um caça níquel no gabinete! Três maçãzinhas, leva verba de R$ 2 milhões. Três limões, verba de R$ 5 milhões. Três morceguinhos, verba de R$ 15 milhões! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! E eu tenho uma amiga que leva uma vida sexual tão chocha, mas tão chocha, que quando rola alguma coisa, tem bolo e brigadeiro no final. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Ueba! Nuzman tomou no COI!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Ouro pro Brasil! O Nuzman tomou no COI! "PF prende presidente do Comitê Olímpico do Brasil!". Nuzman: roubou ouro e levou ferro! Rarará! As Olimpropinas! Agora temos propinas olímpicas: assalto ornamental, assalto a distância e assalto com vara! O patrimônio do Nuzman deu um salto triplo mortal carpado! E corre na internet: "Sabe o que as jornalistas Márcia Peltier, Cláudia Cruz e Ticiana Villas Boas têm em comum? MARIDOS PRESOS". Rarará! E atenção! Barraco na Papuda: "Geddel, Saud e Funaro promovem barraco na Papuda". Funaro: "Saud, vou te matar". Geddel: "Saud, também vou te matar!". "Cala a boca, gordo". Sempre sobra pro gordo. "Vou te matar", tudo bem! "Cala boca, gordo", vira barraco. Barraco na Papuda! Eles desmoralizaram o presídio. Eles conseguiram desmoralizar a Papuda! Dizem que os presos ficaram escandalizados! Rarará! E o Nuzman! tem cara de múmia que acabaram de desenfaixar. Pega uma múmia, tira as faixas e descobre o Nuzman! Todas múmias: Nuzman, Marin e o presidente da CBF que se chama Marco Polo, mas tá proibido de viajar! O Marco Polo não pode viajar! Rarará! E reparou que essa gente não toma sol? Temer, Nuzman, Marin, Crivella. Tudo defunto amanhecido! E o Franskstemer continua com sua maratona de deputados! 42 por dia! Tudo rapidinha: "É quanto?". "É quanto?". "É quanto?". O Temer devia botar um caça níquel no gabinete! Três maçãzinhas, leva verba de R$ 2 milhões. Três limões, verba de R$ 5 milhões. Três morceguinhos, verba de R$ 15 milhões! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! E eu tenho uma amiga que leva uma vida sexual tão chocha, mas tão chocha, que quando rola alguma coisa, tem bolo e brigadeiro no final. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Saiba o que acontece com os mísseis lançados pela Coreia do Norte
A Coreia do Norte lançou uma saraivada de mísseis, peças de artilharia e foguetes nas águas da sua costa leste, incluindo um míssil balístico de médio alcance que caiu perto das águas territoriais do Japão nesta semana. Os lançamentos são feitos para testar seus sistemas de armas, expressar irritação em tempos de impasses com a Coreia do Sul e com os Estados Unidos, ou para provar que o país tem capacidade para atacar seus arquirrivais. Mas pouco se sabe sobre o que acontece com essas armas. Será que elas provocam problemas ambientais no oceano? Alguns países estão tentando recuperar partes dos mísseis para estudá-los? Eis o que sabemos sobre o destino provável das armas lançadas no mar, que em alguns lugares chegam a 3.000 metros de profundidade ou possivelmente mais. ONDE OS MÍSSEIS ESTÃO AGORA? Os mísseis Rodong da Coreia do Norte têm 15 metros de comprimento e a maioria das outras armas que dispararam são mais curtas. Suas partes estão espalhadas no fundo do oceano, e o professor Roh Taeseong, da Universidade Inha da Coreia do Sul, diz que isso "é como jogar grãos de areia no rio Han, em Seul". Frequentemente, a Coreia do Norte lança seus mísseis a partir de diferentes locais e os dispara rumo a distâncias diferentes, dependendo do que deseja de cada lançamento. Isso significa que há poucas chances de que os mísseis cheguem à mesma área. Os mísseis norte-coreanos também são conhecidos pela pouca precisão, então é altamente improvável que muitas peças acabem perto umas das outras, mesmo que a Coreia do Norte tenha a mesma área como alvo. Quando os mísseis atingem o oceano, eles recebem um impacto enorme, que pode fazer com que se quebrem em vários pedaços. "É como atingir um piso de concreto", disse o analista Chae Yeon-seok, do Instituto de Pesquisa Aeroespacial da Coreia, administrado pela Coreia do Sul. Ele disse que o míssil Rodong lançado na quarta-feira (3) deve ter se partido em mais de dez pedaços. Alguns outros especialistas dizem que a dimensão do dano pode depender do ângulo do impacto. Mísseis que colidem em ângulos mais retos sofrem menos danos. A RECUPERAÇÃO DAS PARTES DOS MÍSSEIS No caso do lançamento de um armamento novo ou particularmente ameaçador, é provável que a Coreia do Sul, os EUA e o Japão busquem seus fragmentos e recolham o que conseguirem. Algumas partes desses foguetes, particularmente seus primeiros estágios, podem ser bastante grandes. O foguete Unha-3, de três estágios, que a Coreia do Norte usou para enviar um satélite ao espaço em 2012, tinha 30 metros de comprimento. Mas é praticamente impossível recuperar fragmentos significativos de mísseis menores depois que afundam no mar. Mesmo que a Coreia do Sul ou outros países recuperassem partes de um míssil Rodong de forma bem-sucedida, é improvável que eles pudessem conhecer algo novo sobre a arma baseada no Scud soviético, que já analisaram durante décadas. Após o lançamento da quarta-feira, o Japão ainda despachou destróieres e aviões de vigilância P-3C Orion para procurar detritos. Roh descreveu a medida como um "show político" do governo conservador do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que quer construir forças armadas mais fortes colocando ênfase, junto à população do seu país, na periculosidade dos mísseis norte-coreanos. NAVIOS PODEM SER ATINGIDOS POR MÍSSEIS NORTE-COREANOS? É provável que a Coreia do Norte use ogivas falsas quando faz testes de lançamento de mísseis. Eles não vão explodir no momento do impacto, e é estatisticamente muito improvável que os mísseis atinjam um navio, assim o perigo é insignificante. A Coreia do Norte anunciou zonas de perigo, de acordo com as regras internacionais, ao lançar foguetes para colocar satélites em órbita, mas geralmente não faz isso quando lança mísseis. Washington, Seul e Tóquio chamam os lançamentos de satélite de teste proibido de tecnologia de mísseis de longo alcance. OS MÍSSEIS PODEM CAUSAR DANO AMBIENTAL? Provavelmente não. A maioria dos mísseis norte-coreanos usam propelentes líquidos tóxicos, mas especialistas na Coreia do Sul dizem que os mísseis mais recentes parecem ter caído no oceano depois de queimar todo o combustível. O imenso oceano diluiria qualquer combustível restante. Os meios de comunicação estatais da Coreia do Norte afirmaram que alguns mísseis recentes continham dispositivos de gatilho para ogivas, para a prática de possíveis ataques nucleares contra a Coreia do Sul. Mas analistas externos dizem que eles provavelmente usaram ogivas falsas sem plutônio nem urânio. COMO A COREIA DO NORTE AVALIA SEUS LANÇAMENTOS? Não se sabe como a Coreia do Norte monitora e controla seus mísseis. Analistas na Coreia do Sul dizem que eles devem usar radares para determinar se os mísseis atingem as áreas desejadas. A melhor maneira seria enviar navios perto da zona de impacto para ver os resultados dos lançamentos, mas não se sabe se a Coreia do Norte faz isso. POR QUE OS TESTES DE MÍSSEIS DA COREIA DO NORTE SÃO IMPORTANTES? Qualquer país com forças armadas realiza testes de armas. Os testes da Coreia do Norte são notícia porque o país está desenvolvendo armas nucleares abertamente e deseja colocá-las em mísseis capazes de atingir alvos distantes, como o território dos Estados Unidos. Sob a gestão do jovem líder Kim Jong-un, que assumiu o poder no final de 2011, a Coreia do Norte lançou armamentos com mais frequência do que no passado. Antes o país muitas vezes utilizou novos mísseis sem testá-los em voo para economizar custos. Pode ter havido a percepção de que os testes de voo não eram necessários, já que seus mísseis eram pequenas reformulações de modelos chineses e russos já provados, de acordo com Kim Seung Jo, professor da Universidade Nacional de Seul. No início deste ano, a Coreia do Norte sofreu uma série de falhas antes de enviar um novo míssil Musudan, de médio alcance, a mais de 1.400 km de altura. Ele também caiu no oceano. Tradução de DENISE MOTA
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Saiba o que acontece com os mísseis lançados pela Coreia do NorteA Coreia do Norte lançou uma saraivada de mísseis, peças de artilharia e foguetes nas águas da sua costa leste, incluindo um míssil balístico de médio alcance que caiu perto das águas territoriais do Japão nesta semana. Os lançamentos são feitos para testar seus sistemas de armas, expressar irritação em tempos de impasses com a Coreia do Sul e com os Estados Unidos, ou para provar que o país tem capacidade para atacar seus arquirrivais. Mas pouco se sabe sobre o que acontece com essas armas. Será que elas provocam problemas ambientais no oceano? Alguns países estão tentando recuperar partes dos mísseis para estudá-los? Eis o que sabemos sobre o destino provável das armas lançadas no mar, que em alguns lugares chegam a 3.000 metros de profundidade ou possivelmente mais. ONDE OS MÍSSEIS ESTÃO AGORA? Os mísseis Rodong da Coreia do Norte têm 15 metros de comprimento e a maioria das outras armas que dispararam são mais curtas. Suas partes estão espalhadas no fundo do oceano, e o professor Roh Taeseong, da Universidade Inha da Coreia do Sul, diz que isso "é como jogar grãos de areia no rio Han, em Seul". Frequentemente, a Coreia do Norte lança seus mísseis a partir de diferentes locais e os dispara rumo a distâncias diferentes, dependendo do que deseja de cada lançamento. Isso significa que há poucas chances de que os mísseis cheguem à mesma área. Os mísseis norte-coreanos também são conhecidos pela pouca precisão, então é altamente improvável que muitas peças acabem perto umas das outras, mesmo que a Coreia do Norte tenha a mesma área como alvo. Quando os mísseis atingem o oceano, eles recebem um impacto enorme, que pode fazer com que se quebrem em vários pedaços. "É como atingir um piso de concreto", disse o analista Chae Yeon-seok, do Instituto de Pesquisa Aeroespacial da Coreia, administrado pela Coreia do Sul. Ele disse que o míssil Rodong lançado na quarta-feira (3) deve ter se partido em mais de dez pedaços. Alguns outros especialistas dizem que a dimensão do dano pode depender do ângulo do impacto. Mísseis que colidem em ângulos mais retos sofrem menos danos. A RECUPERAÇÃO DAS PARTES DOS MÍSSEIS No caso do lançamento de um armamento novo ou particularmente ameaçador, é provável que a Coreia do Sul, os EUA e o Japão busquem seus fragmentos e recolham o que conseguirem. Algumas partes desses foguetes, particularmente seus primeiros estágios, podem ser bastante grandes. O foguete Unha-3, de três estágios, que a Coreia do Norte usou para enviar um satélite ao espaço em 2012, tinha 30 metros de comprimento. Mas é praticamente impossível recuperar fragmentos significativos de mísseis menores depois que afundam no mar. Mesmo que a Coreia do Sul ou outros países recuperassem partes de um míssil Rodong de forma bem-sucedida, é improvável que eles pudessem conhecer algo novo sobre a arma baseada no Scud soviético, que já analisaram durante décadas. Após o lançamento da quarta-feira, o Japão ainda despachou destróieres e aviões de vigilância P-3C Orion para procurar detritos. Roh descreveu a medida como um "show político" do governo conservador do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que quer construir forças armadas mais fortes colocando ênfase, junto à população do seu país, na periculosidade dos mísseis norte-coreanos. NAVIOS PODEM SER ATINGIDOS POR MÍSSEIS NORTE-COREANOS? É provável que a Coreia do Norte use ogivas falsas quando faz testes de lançamento de mísseis. Eles não vão explodir no momento do impacto, e é estatisticamente muito improvável que os mísseis atinjam um navio, assim o perigo é insignificante. A Coreia do Norte anunciou zonas de perigo, de acordo com as regras internacionais, ao lançar foguetes para colocar satélites em órbita, mas geralmente não faz isso quando lança mísseis. Washington, Seul e Tóquio chamam os lançamentos de satélite de teste proibido de tecnologia de mísseis de longo alcance. OS MÍSSEIS PODEM CAUSAR DANO AMBIENTAL? Provavelmente não. A maioria dos mísseis norte-coreanos usam propelentes líquidos tóxicos, mas especialistas na Coreia do Sul dizem que os mísseis mais recentes parecem ter caído no oceano depois de queimar todo o combustível. O imenso oceano diluiria qualquer combustível restante. Os meios de comunicação estatais da Coreia do Norte afirmaram que alguns mísseis recentes continham dispositivos de gatilho para ogivas, para a prática de possíveis ataques nucleares contra a Coreia do Sul. Mas analistas externos dizem que eles provavelmente usaram ogivas falsas sem plutônio nem urânio. COMO A COREIA DO NORTE AVALIA SEUS LANÇAMENTOS? Não se sabe como a Coreia do Norte monitora e controla seus mísseis. Analistas na Coreia do Sul dizem que eles devem usar radares para determinar se os mísseis atingem as áreas desejadas. A melhor maneira seria enviar navios perto da zona de impacto para ver os resultados dos lançamentos, mas não se sabe se a Coreia do Norte faz isso. POR QUE OS TESTES DE MÍSSEIS DA COREIA DO NORTE SÃO IMPORTANTES? Qualquer país com forças armadas realiza testes de armas. Os testes da Coreia do Norte são notícia porque o país está desenvolvendo armas nucleares abertamente e deseja colocá-las em mísseis capazes de atingir alvos distantes, como o território dos Estados Unidos. Sob a gestão do jovem líder Kim Jong-un, que assumiu o poder no final de 2011, a Coreia do Norte lançou armamentos com mais frequência do que no passado. Antes o país muitas vezes utilizou novos mísseis sem testá-los em voo para economizar custos. Pode ter havido a percepção de que os testes de voo não eram necessários, já que seus mísseis eram pequenas reformulações de modelos chineses e russos já provados, de acordo com Kim Seung Jo, professor da Universidade Nacional de Seul. No início deste ano, a Coreia do Norte sofreu uma série de falhas antes de enviar um novo míssil Musudan, de médio alcance, a mais de 1.400 km de altura. Ele também caiu no oceano. Tradução de DENISE MOTA
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Peça 'A Famosa Invasão dos Ursos na Sicília' reestreia neste domingo
O premiado espetáculo infantil "A Famosa Invasão dos Ursos na Sicília" volta aos palcos de São Paulo neste domingo (1º). As apresentações ocorrem até o dia 26 de abril, sempre aos domingos, às 14h, no teatro do Sesc Santana. "A Famosa Invasão dos Ursos na Sicília", conta as aventuras de uma família de ursos que vai para a cidade grande a fim de recuperar Tônio, um ursinho que é filho do rei, capturado por dois caçadores. A montagem é uma adaptação de um livro infantil do italiano Dino Buzzati e usa canções como ferramentas para narrar as ações e acontecimentos da trama. Produzida pela Companhia Delas de Teatro e com a direção de Carla Candiotto, a peça ganhou em 2014 o prêmio da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) na categoria "melhor elenco de peça infantil". Os ingressos custam entre R$ 5 e R$ 17. O teatro tem capacidade para 330 espectadores. PARA CONFERIR A FAMOSA INVASÃO DOS URSOS NA SICÍLIA Quando de 1/3 a 26/4, aos domingos, às 14h Onde Sesc Santana (Av. Luiz Dumont Villares, 579, Jd. São Paulo; tel. 0800-118220 Quanto de R$5 a R$17 Indicação livre
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Peça 'A Famosa Invasão dos Ursos na Sicília' reestreia neste domingoO premiado espetáculo infantil "A Famosa Invasão dos Ursos na Sicília" volta aos palcos de São Paulo neste domingo (1º). As apresentações ocorrem até o dia 26 de abril, sempre aos domingos, às 14h, no teatro do Sesc Santana. "A Famosa Invasão dos Ursos na Sicília", conta as aventuras de uma família de ursos que vai para a cidade grande a fim de recuperar Tônio, um ursinho que é filho do rei, capturado por dois caçadores. A montagem é uma adaptação de um livro infantil do italiano Dino Buzzati e usa canções como ferramentas para narrar as ações e acontecimentos da trama. Produzida pela Companhia Delas de Teatro e com a direção de Carla Candiotto, a peça ganhou em 2014 o prêmio da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) na categoria "melhor elenco de peça infantil". Os ingressos custam entre R$ 5 e R$ 17. O teatro tem capacidade para 330 espectadores. PARA CONFERIR A FAMOSA INVASÃO DOS URSOS NA SICÍLIA Quando de 1/3 a 26/4, aos domingos, às 14h Onde Sesc Santana (Av. Luiz Dumont Villares, 579, Jd. São Paulo; tel. 0800-118220 Quanto de R$5 a R$17 Indicação livre
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Lei das estatais teria sido inócua para evitar Lava Jato
A restrição a políticos que a nova lei de estatais estabelece não teria afetado alguns dos personagens centrais da Operação Lava Jato. Os principais funcionários da Petrobras denunciados no esquema eram de perfil técnico, estavam na empresa havia décadas e não tinham filiação partidária. São os casos, por exemplo, do ex-diretor de Serviços Renato Duque, do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e dos ex-diretores da Área Internacional Nestor Cerveró e Jorge Zelada. Engenheiro eletricista formado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), onde também fez seu MBA, Duque ingressou na empresa em 1978. Antes de chegar à diretoria foi gerente de Recursos Humanos, de Engenharia e Tecnologia de Poço e de Contratos da área de Exploração e Produção. Foi denunciado oito vezes por suspeita de crimes relacionados à Lava Jato e condenado a 20 anos de prisão. Já Paulo Roberto Costa entrou na Petrobras em 1977, um ano depois de se formar em engenharia mecânica pela Universidade Federal do Paraná. Foi alçado à diretoria internacional em 2004 –antes disso, foi nomeado diretor da Gaspetro, subsidiária da Petrobras, em 1997, no governo Fernando Henrique Cardoso. Mesmo fechando acordo de delação premiada, foi condenado a 39 anos e 5 meses de prisão. A história se repete com Zelada, engenheiro elétrico na UFRJ e funcionário concursado desde 1980. Ele foi condenado a 12 anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Por fim, Cerveró entrou na estatal em 1975 e passou pelos cargos de coordenador, gerente e gerente-executivo antes de chegar a uma diretoria. Em acordo de delação premiada, ele prometeu devolver R$ 18 milhões ao cofres públicos e deve deixar a prisão, onde está há 1 ano e meio, nesta sexta-feira (23). ELETROLÃO A lei de estatais também não teria impedido a ascensão do engenheiro naval e vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, diretor-presidente da Eletronuclear de 2005 a 2015, preso em um desmembramento da Lava Jato, acusado de receber R$ 4,5 milhões em propina. Formado na Escola Politécnica da USP com mestrado no MIT (Massachusetts Institute of Technology), ele foi um dos nomes mais importantes do programa nuclear brasileiro. Fundou o Programa de Desenvolvimento do Ciclo do Combustível Nuclear e da Propulsão Nuclear para submarinos, foi diretor do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) e ganhou 13 medalhas e títulos.
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Lei das estatais teria sido inócua para evitar Lava JatoA restrição a políticos que a nova lei de estatais estabelece não teria afetado alguns dos personagens centrais da Operação Lava Jato. Os principais funcionários da Petrobras denunciados no esquema eram de perfil técnico, estavam na empresa havia décadas e não tinham filiação partidária. São os casos, por exemplo, do ex-diretor de Serviços Renato Duque, do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e dos ex-diretores da Área Internacional Nestor Cerveró e Jorge Zelada. Engenheiro eletricista formado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), onde também fez seu MBA, Duque ingressou na empresa em 1978. Antes de chegar à diretoria foi gerente de Recursos Humanos, de Engenharia e Tecnologia de Poço e de Contratos da área de Exploração e Produção. Foi denunciado oito vezes por suspeita de crimes relacionados à Lava Jato e condenado a 20 anos de prisão. Já Paulo Roberto Costa entrou na Petrobras em 1977, um ano depois de se formar em engenharia mecânica pela Universidade Federal do Paraná. Foi alçado à diretoria internacional em 2004 –antes disso, foi nomeado diretor da Gaspetro, subsidiária da Petrobras, em 1997, no governo Fernando Henrique Cardoso. Mesmo fechando acordo de delação premiada, foi condenado a 39 anos e 5 meses de prisão. A história se repete com Zelada, engenheiro elétrico na UFRJ e funcionário concursado desde 1980. Ele foi condenado a 12 anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Por fim, Cerveró entrou na estatal em 1975 e passou pelos cargos de coordenador, gerente e gerente-executivo antes de chegar a uma diretoria. Em acordo de delação premiada, ele prometeu devolver R$ 18 milhões ao cofres públicos e deve deixar a prisão, onde está há 1 ano e meio, nesta sexta-feira (23). ELETROLÃO A lei de estatais também não teria impedido a ascensão do engenheiro naval e vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, diretor-presidente da Eletronuclear de 2005 a 2015, preso em um desmembramento da Lava Jato, acusado de receber R$ 4,5 milhões em propina. Formado na Escola Politécnica da USP com mestrado no MIT (Massachusetts Institute of Technology), ele foi um dos nomes mais importantes do programa nuclear brasileiro. Fundou o Programa de Desenvolvimento do Ciclo do Combustível Nuclear e da Propulsão Nuclear para submarinos, foi diretor do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) e ganhou 13 medalhas e títulos.
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Governo Pimentel passa a ser fonte de investigações contra tucanos em MG
Após mais de um ano sob acusações e com o governador denunciado sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro, a gestão do governador mineiro Fernando Pimentel (PT) intensificou a divulgação de documentos que comprometem os governos anteriores, do PSDB. Pimentel sempre foi visto como uma figura moderada em relação aos tucanos, mas aliados e opositores veem a revelação de relatórios da CGE (Controladoria-Geral do Estado) que expõem problemas dos antecessores como um sinal de revide ao desgaste causado pela Operação Acrônimo, da Polícia Federal. Um desses relatórios, que serviu de subsídio para a prisão do ex-presidente tucano Narcio Rodrigues, conhecido por ser próximo ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), estava pronto desde o ano passado, mas foi divulgado dias antes de a Procuradoria-Geral da República apresentar denúncia contra o governador. Um ano antes, Pimentel e Narcio chegaram a discutir a possibilidade de torná-lo "assessor especial" de uma fundação do governo -a mesma onde foram encontrados desvios de dinheiro. "O Pimentel chegou à conclusão de que não adianta ser republicano com esse pessoal dos tucanos", afirma o líder do governo na Assembleia Legislativa de Minas, deputado Durval Ângelo. O relatório sobre a fundação foi divulgado pela Folha. Mais de um mês depois, foi revelado relatório da CGE que busca irregularidades nas escolas técnicas Uaitecs, programa idealizado pela gestão Narcio Rodrigues na Secretaria de Ciência e Tecnologia do governo Antonio Anastasia (2010-2014). No último mês, houve ainda a revelação de um documento que aponta suspeita de prejuízo de R$ 18 milhões ao Estado por uma empresa de familiares do senador Zezé Perrella (PTB). Tanto Rodrigues quanto Perrella negam as acusações. A Controladoria, em nota, também nega que haja uma politização do órgão. A CGE afirma que o que foi encontrado nos relatórios de auditoria "decorrem da aplicação de procedimentos técnicos e objetivos, não havendo manifestação de juízo de valor nem de questões político-partidárias". "Além disso, conforme determina a Lei de Acesso à Informação, os relatórios de auditoria são disponibilizados após sua conclusão", informa o órgão, em nota. O Governo de Minas, em nota, afirmou "que essa informação [conversa de Pimentel com Narcio] é absolutamente improcedente e que este episódio jamais ocorreu" –a reportagem, porém, conversou com aliados de ambos os lados que confirmam que houve, sim, a conversa. TUCANOS No último dia 20, um juiz determinou que a CGE retirasse de seu site a reprodução de uma entrevista feita pela Agência PT com o atual e o ex-controlador, cujo subtítulo criticava os tucanos. A decisão foi comemorada pelo PSDB, que acusa o governo de usar a máquina de forma partidária. "O Pimentel faz como nunca uma tentativa de criminalização do PSDB, mas não somos o PT, que defende o [ex-tesoureiro João] Vaccari, o [ex-ministro José] Dirceu", diz o deputado federal Domingos Sávio, presidente do partido em Minas. Já o pré-candidato tucano a prefeito de Belo Horizonte, João Leite, diz que "as denúncias contra ele [Pimentel] são muito mais graves [que as de Narcio Rodrigues]". Ao menos em público, o partido pretende manter uma posição de que esperará as conclusões da Justiça para se manifestar sobre a permanência de Rodrigues em seus quadros. Ele é réu sob acusação de fraude em licitação, organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e atrapalhar investigação criminal. A defesa tem negado as acusações. A defesa de Fernando Pimentel também nega que ele tenha cometido qualquer irregularidade.
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Governo Pimentel passa a ser fonte de investigações contra tucanos em MGApós mais de um ano sob acusações e com o governador denunciado sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro, a gestão do governador mineiro Fernando Pimentel (PT) intensificou a divulgação de documentos que comprometem os governos anteriores, do PSDB. Pimentel sempre foi visto como uma figura moderada em relação aos tucanos, mas aliados e opositores veem a revelação de relatórios da CGE (Controladoria-Geral do Estado) que expõem problemas dos antecessores como um sinal de revide ao desgaste causado pela Operação Acrônimo, da Polícia Federal. Um desses relatórios, que serviu de subsídio para a prisão do ex-presidente tucano Narcio Rodrigues, conhecido por ser próximo ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), estava pronto desde o ano passado, mas foi divulgado dias antes de a Procuradoria-Geral da República apresentar denúncia contra o governador. Um ano antes, Pimentel e Narcio chegaram a discutir a possibilidade de torná-lo "assessor especial" de uma fundação do governo -a mesma onde foram encontrados desvios de dinheiro. "O Pimentel chegou à conclusão de que não adianta ser republicano com esse pessoal dos tucanos", afirma o líder do governo na Assembleia Legislativa de Minas, deputado Durval Ângelo. O relatório sobre a fundação foi divulgado pela Folha. Mais de um mês depois, foi revelado relatório da CGE que busca irregularidades nas escolas técnicas Uaitecs, programa idealizado pela gestão Narcio Rodrigues na Secretaria de Ciência e Tecnologia do governo Antonio Anastasia (2010-2014). No último mês, houve ainda a revelação de um documento que aponta suspeita de prejuízo de R$ 18 milhões ao Estado por uma empresa de familiares do senador Zezé Perrella (PTB). Tanto Rodrigues quanto Perrella negam as acusações. A Controladoria, em nota, também nega que haja uma politização do órgão. A CGE afirma que o que foi encontrado nos relatórios de auditoria "decorrem da aplicação de procedimentos técnicos e objetivos, não havendo manifestação de juízo de valor nem de questões político-partidárias". "Além disso, conforme determina a Lei de Acesso à Informação, os relatórios de auditoria são disponibilizados após sua conclusão", informa o órgão, em nota. O Governo de Minas, em nota, afirmou "que essa informação [conversa de Pimentel com Narcio] é absolutamente improcedente e que este episódio jamais ocorreu" –a reportagem, porém, conversou com aliados de ambos os lados que confirmam que houve, sim, a conversa. TUCANOS No último dia 20, um juiz determinou que a CGE retirasse de seu site a reprodução de uma entrevista feita pela Agência PT com o atual e o ex-controlador, cujo subtítulo criticava os tucanos. A decisão foi comemorada pelo PSDB, que acusa o governo de usar a máquina de forma partidária. "O Pimentel faz como nunca uma tentativa de criminalização do PSDB, mas não somos o PT, que defende o [ex-tesoureiro João] Vaccari, o [ex-ministro José] Dirceu", diz o deputado federal Domingos Sávio, presidente do partido em Minas. Já o pré-candidato tucano a prefeito de Belo Horizonte, João Leite, diz que "as denúncias contra ele [Pimentel] são muito mais graves [que as de Narcio Rodrigues]". Ao menos em público, o partido pretende manter uma posição de que esperará as conclusões da Justiça para se manifestar sobre a permanência de Rodrigues em seus quadros. Ele é réu sob acusação de fraude em licitação, organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e atrapalhar investigação criminal. A defesa tem negado as acusações. A defesa de Fernando Pimentel também nega que ele tenha cometido qualquer irregularidade.
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Pais entregam abaixo-assinado contra taxa extra para aluno com deficiência
Pais de crianças com deficiência querem que o Ministério da Justiça crie regras contra a cobrança de taxas extras em escolas particulares. Para isso, Consuelo Martins, mãe de uma criança com necessidades especiais, levou nesta quinta-feira (25) à Câmara dos Deputados e aos ministérios da Educação e da Justiça um abaixo-assinado com 15 mil assinaturas. Segundo Consuelo, escolas particulares de todo o Brasil cobram taxas extras para alunos com necessidades especiais. Outras, exigem que os pais contratem um profissional para acompanhar a criança, chamados mediadores. "O que a gente quer é que as escolas abandonem essa prática, que não seja cobrada taxa extra e nem outra despesa extra, tipo a mediação separada", defendeu Consuelo, que por último entregou o abaixo-assinado a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça. A secretária nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, Juliana Pereira, que recebeu Consuelo, frisou que esta cobrança é irregular. "Nenhum consumidor pode ser discriminado por uma condição, qualquer que seja ela. Especialmente uma criança, por ter deficiência", avaliou. A secretária pede que os pais denunciem a cobrança de qualquer tipo de taxa ou exigência de mediador para crianças com deficiência. Juliana disse que o Ministério da Justiça vai buscar o Ministério da Educação e a Secretaria da Pessoa com Deficiência para para saber a quais normas as escolas estão submetidas e o que estes órgãos podem fazer no sentido de evitar abusos. "Do nosso ponto de vista a discriminação é proibida pelo código do consumidor, mas precisamos ver pelos outros pontos de vista", disse Juliana. Para dar força aos pais, a secretária disse ainda que o Ministério da Justiça vai buscar parcerias com os Procons e com os Ministério Públicos estaduais para criar uma rede de defesa para estes casos."Estamos em uma situação que beira a quebra dos direitos à dignidade da pessoa humana, muito mais do que a quebra do direito como consumidores", disse a secretária. A reportagem entrou em contato com a Federação Nacional das Escolas Particulares, mas não obteve retorno.
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Pais entregam abaixo-assinado contra taxa extra para aluno com deficiênciaPais de crianças com deficiência querem que o Ministério da Justiça crie regras contra a cobrança de taxas extras em escolas particulares. Para isso, Consuelo Martins, mãe de uma criança com necessidades especiais, levou nesta quinta-feira (25) à Câmara dos Deputados e aos ministérios da Educação e da Justiça um abaixo-assinado com 15 mil assinaturas. Segundo Consuelo, escolas particulares de todo o Brasil cobram taxas extras para alunos com necessidades especiais. Outras, exigem que os pais contratem um profissional para acompanhar a criança, chamados mediadores. "O que a gente quer é que as escolas abandonem essa prática, que não seja cobrada taxa extra e nem outra despesa extra, tipo a mediação separada", defendeu Consuelo, que por último entregou o abaixo-assinado a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça. A secretária nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, Juliana Pereira, que recebeu Consuelo, frisou que esta cobrança é irregular. "Nenhum consumidor pode ser discriminado por uma condição, qualquer que seja ela. Especialmente uma criança, por ter deficiência", avaliou. A secretária pede que os pais denunciem a cobrança de qualquer tipo de taxa ou exigência de mediador para crianças com deficiência. Juliana disse que o Ministério da Justiça vai buscar o Ministério da Educação e a Secretaria da Pessoa com Deficiência para para saber a quais normas as escolas estão submetidas e o que estes órgãos podem fazer no sentido de evitar abusos. "Do nosso ponto de vista a discriminação é proibida pelo código do consumidor, mas precisamos ver pelos outros pontos de vista", disse Juliana. Para dar força aos pais, a secretária disse ainda que o Ministério da Justiça vai buscar parcerias com os Procons e com os Ministério Públicos estaduais para criar uma rede de defesa para estes casos."Estamos em uma situação que beira a quebra dos direitos à dignidade da pessoa humana, muito mais do que a quebra do direito como consumidores", disse a secretária. A reportagem entrou em contato com a Federação Nacional das Escolas Particulares, mas não obteve retorno.
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Saiba como foi o ataque que matou 12 pessoas em jornal francês
Ao menos 12 pessoas foram mortas nesta quarta-feira (7) durante um ataque a tiros à sede do jornal satírico francês "Charlie Hebdo", em Paris. Foram mortos oito jornalistas, dois policiais, um funcionário que estava na recepção e outro convidado da publicação. Os atiradores conseguiram fugir. François Molins, promotor de Paris, disse que a polícia está perseguindo três suspeitos do ataque, mas que detalhes da investigação vão permanecer sigilosos. O jornal já sofreu outros ataques por publicar caricaturas de líderes muçulmanos e do profeta Maomé. Em 2011, a redação, que fica perto do monumento da Bastilha, foi alvo de um incêndio criminoso após ter publicado uma série de caricaturas sobre Maomé. Veja abaixo o passo a passo da ação dos terroristas, segundo relatos da polícia, de testemunhas e de outras autoridades francesas.
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Saiba como foi o ataque que matou 12 pessoas em jornal francêsAo menos 12 pessoas foram mortas nesta quarta-feira (7) durante um ataque a tiros à sede do jornal satírico francês "Charlie Hebdo", em Paris. Foram mortos oito jornalistas, dois policiais, um funcionário que estava na recepção e outro convidado da publicação. Os atiradores conseguiram fugir. François Molins, promotor de Paris, disse que a polícia está perseguindo três suspeitos do ataque, mas que detalhes da investigação vão permanecer sigilosos. O jornal já sofreu outros ataques por publicar caricaturas de líderes muçulmanos e do profeta Maomé. Em 2011, a redação, que fica perto do monumento da Bastilha, foi alvo de um incêndio criminoso após ter publicado uma série de caricaturas sobre Maomé. Veja abaixo o passo a passo da ação dos terroristas, segundo relatos da polícia, de testemunhas e de outras autoridades francesas.
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Ribeirão já foi a cidade do interior com mais salas
No momento áureo do cinema, entre as décadas de 1950 e 1960, Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) foi a cidade do interior paulista com mais cinemas de rua. Segundo pesquisadores e profissionais do ramo ouvidos pela Folha, o município chegou a ter 23 cinemas de rua desde que o primeiro, o Cine Áurea, foi inaugurado. Antes de chegar ao centro, os cinemas ficavam nos bairros mais tradicionais, como Ipiranga, Vila Tibério, Vila Virgínia e Campos Elíseos. "Os cinemas eram luxuosos. As pessoas respiravam aquela cultura", afirma Carlos Eduardo da Silva, 53, operador cinematográfico do Cine Clube Cauim. Depois dos bairros, os cinemas migraram para a região central, como os cines Plaza, Bristol e Comodoro. O declínio dos cinemas de rua começou no final dos anos 1980, com a chegada do VHS e a inauguração do primeiro shopping na cidade. "Diziam que os shoppings eram mais seguros", diz o empresário João Mello Rodrigues, 54, que trabalha com cinema desde os nove anos de idade. Foi a partir desse momento, para ele, que o cinema se tornou "elitizado", diminuindo o seu público. Muitos dos prédios dos cinemas foram comprados por igrejas evangélicas -a sala, espaçosa, é considerada ideal para cultos. Fernando Kaxassa, fundador do Cauim, disse que sofre assédio de compradores até hoje. De grandes e luxuosas, com arquitetura requintada, as salas de cinema tendem a ser cada vez menores e mais tecnológicas, segundo Maximo Barro, professor de cinema da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado).
cotidiano
Ribeirão já foi a cidade do interior com mais salasNo momento áureo do cinema, entre as décadas de 1950 e 1960, Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) foi a cidade do interior paulista com mais cinemas de rua. Segundo pesquisadores e profissionais do ramo ouvidos pela Folha, o município chegou a ter 23 cinemas de rua desde que o primeiro, o Cine Áurea, foi inaugurado. Antes de chegar ao centro, os cinemas ficavam nos bairros mais tradicionais, como Ipiranga, Vila Tibério, Vila Virgínia e Campos Elíseos. "Os cinemas eram luxuosos. As pessoas respiravam aquela cultura", afirma Carlos Eduardo da Silva, 53, operador cinematográfico do Cine Clube Cauim. Depois dos bairros, os cinemas migraram para a região central, como os cines Plaza, Bristol e Comodoro. O declínio dos cinemas de rua começou no final dos anos 1980, com a chegada do VHS e a inauguração do primeiro shopping na cidade. "Diziam que os shoppings eram mais seguros", diz o empresário João Mello Rodrigues, 54, que trabalha com cinema desde os nove anos de idade. Foi a partir desse momento, para ele, que o cinema se tornou "elitizado", diminuindo o seu público. Muitos dos prédios dos cinemas foram comprados por igrejas evangélicas -a sala, espaçosa, é considerada ideal para cultos. Fernando Kaxassa, fundador do Cauim, disse que sofre assédio de compradores até hoje. De grandes e luxuosas, com arquitetura requintada, as salas de cinema tendem a ser cada vez menores e mais tecnológicas, segundo Maximo Barro, professor de cinema da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado).
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Após divulgação do IPCA, Ilan diz que política monetária tem sido efetiva
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, reforçou nesta sexta-feira (9) a avaliação de um quadro mais favorável para a inflação na esteira da recessão econômica e de uma política monetária que considerou eficaz, pavimentando o caminho para um corte mais intenso nos juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em janeiro. "A política monetária tem sido efetiva", afirmou Ilan em evento em São Paulo nesta sexta-feira, acrescentando que a inflação corrente tem surpreendido favoravelmente, "com movimento mais dissipado do que apenas a reversão de preços de alimentos". Falando sobre os riscos para a inflação, Ilan fez menção à pausa na desinflação de serviços, mas ponderou que isso pode ser revertido diante da contração da economia. "É verdade que há sinais de uma pausa, na margem, na desinflação de alguns componentes do IPCA mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária. Todavia, surpresas positivas na inflação e a fraqueza na atividade tornam mais provável a retomada do processo de desinflação desses componentes", disse. Mais cedo, foi divulgado que a alta do IPCA recuou a 0,18% em novembro, menor nível para o mês em 18 anos, com o índice indo abaixo de 7% em 12 meses pela primeira vez em quase dois anos, o que reforça maiores cortes da Selic no curto prazo. Inflação - Variação do IPCA, em % RECUPERAÇÃO LENTA O presidente do BC mais uma vez destacou a perspectiva de uma recuperação mais lenta da economia, o que já tinha apontado na quarta-feira como um movimento ao qual o BC estava sensível. "A evidência disponível sinaliza que a retomada da atividade econômica pode ser mais demorada e gradual do que a antecipada previamente", afirmou ele, acrescentando que "os exageros do passado estão levando mais tempo para se dissiparem". Também ecoando o discurso de quarta, o presidente do BC lembrou que a inflação fechou 2015 em 10,7% e que as expectativas apuradas pelo Boletim Focus são de que vá encerrar este ano ao redor de 6,6% – patamar próximo ao teto da meta para o IPCA este ano, de 6,5%. Ilan vinha defendendo que a ancoragem das expectativas é o que abre caminho para a flexibilização nos juros. Depois da divulgação do IPCA de novembro, inclusive, economistas já aventam a possibilidade de o BC conseguir fechar 2016 sem extrapolar a meta de inflação. Confira a evolução da taxa Selic - Em % ao ano O centro da meta deste ano e dos dois próximos é de 4,5% pelo IPCA, mas com margens de tolerância diferentes. Para 2016, essa banda é de 2 pontos percentuais, caindo a 1,5 ponto para 2017 e 2018. Em seu discurso nesta sexta, Ilan também defendeu a aprovação da reforma da Previdência e da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que impõe um teto para o crescimento dos gastos públicos como "imprescindíveis para pôr em ordem as contas públicas". Na semana passada, o BC cortou a Selic em 0,25 ponto percentual pela segunda vez consecutiva, a 13,75% ao ano. Com as mensagens recentes da autoridade monetária, o mercado passou a consolidar apostas de redução mais forte da Selic, de 0,5 ponto percentual, no mês que vem.
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Após divulgação do IPCA, Ilan diz que política monetária tem sido efetivaO presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, reforçou nesta sexta-feira (9) a avaliação de um quadro mais favorável para a inflação na esteira da recessão econômica e de uma política monetária que considerou eficaz, pavimentando o caminho para um corte mais intenso nos juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em janeiro. "A política monetária tem sido efetiva", afirmou Ilan em evento em São Paulo nesta sexta-feira, acrescentando que a inflação corrente tem surpreendido favoravelmente, "com movimento mais dissipado do que apenas a reversão de preços de alimentos". Falando sobre os riscos para a inflação, Ilan fez menção à pausa na desinflação de serviços, mas ponderou que isso pode ser revertido diante da contração da economia. "É verdade que há sinais de uma pausa, na margem, na desinflação de alguns componentes do IPCA mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária. Todavia, surpresas positivas na inflação e a fraqueza na atividade tornam mais provável a retomada do processo de desinflação desses componentes", disse. Mais cedo, foi divulgado que a alta do IPCA recuou a 0,18% em novembro, menor nível para o mês em 18 anos, com o índice indo abaixo de 7% em 12 meses pela primeira vez em quase dois anos, o que reforça maiores cortes da Selic no curto prazo. Inflação - Variação do IPCA, em % RECUPERAÇÃO LENTA O presidente do BC mais uma vez destacou a perspectiva de uma recuperação mais lenta da economia, o que já tinha apontado na quarta-feira como um movimento ao qual o BC estava sensível. "A evidência disponível sinaliza que a retomada da atividade econômica pode ser mais demorada e gradual do que a antecipada previamente", afirmou ele, acrescentando que "os exageros do passado estão levando mais tempo para se dissiparem". Também ecoando o discurso de quarta, o presidente do BC lembrou que a inflação fechou 2015 em 10,7% e que as expectativas apuradas pelo Boletim Focus são de que vá encerrar este ano ao redor de 6,6% – patamar próximo ao teto da meta para o IPCA este ano, de 6,5%. Ilan vinha defendendo que a ancoragem das expectativas é o que abre caminho para a flexibilização nos juros. Depois da divulgação do IPCA de novembro, inclusive, economistas já aventam a possibilidade de o BC conseguir fechar 2016 sem extrapolar a meta de inflação. Confira a evolução da taxa Selic - Em % ao ano O centro da meta deste ano e dos dois próximos é de 4,5% pelo IPCA, mas com margens de tolerância diferentes. Para 2016, essa banda é de 2 pontos percentuais, caindo a 1,5 ponto para 2017 e 2018. Em seu discurso nesta sexta, Ilan também defendeu a aprovação da reforma da Previdência e da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que impõe um teto para o crescimento dos gastos públicos como "imprescindíveis para pôr em ordem as contas públicas". Na semana passada, o BC cortou a Selic em 0,25 ponto percentual pela segunda vez consecutiva, a 13,75% ao ano. Com as mensagens recentes da autoridade monetária, o mercado passou a consolidar apostas de redução mais forte da Selic, de 0,5 ponto percentual, no mês que vem.
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Qualidade do espermatozoide pode aumentar com exercícios, diz estudo
Praticar atividade física regularmente traz uma série de benefícios. E, no caso dos homens, fazer pelo menos meia hora de exercício três vezes por semana pode aumentar também a contagem de esperma. É o que mostra um estudo publicado na revista científica britânica "Reproduction". De acordo com a pesquisa, homens que começaram a correr regularmente apresentaram um aumento de espermatozoides saudáveis. O crescimento foi temporário e começou a diminuir dentro de um mês, quando os participantes do experimento pararam de correr na esteira. Mas, segundo os especialistas, é importante encontrar o equilíbrio certo, uma vez que exercício em excesso também pode prejudicar a produção de esperma. Estudos realizados anteriormente já relacionaram a prática de esportes competitivos, como ciclismo, com a diminuição da qualidade do espermatozoide. EFEITOS POSITIVOS Os 261 homens que participaram da pesquisa eram saudáveis, adotavam um estilo de vida sedentário e não apresentavam problemas de fertilidade –sua contagem de espermatozoides era normal, assim como a qualidade dos mesmos. Durante o experimento, que levou 24 semanas, eles foram divididos em quatro grupo de estudo: Os integrantes dos três grupos que praticaram exercício perderam peso e apresentaram resultados melhores nos testes de esperma do que aqueles que se mantiveram sedentários. A quantidade e a qualidade do espermatozoide aumentaram com o treinamento, sendo a prática de exercício moderado a que trouxe mais benefícios. Os pesquisadores acreditam que pelo menos parte do resultado pode ser atribuído à redução do excesso de peso –todos os participantes dos três grupos perderam gordura corporal. Estudos realizados anteriormente já mostraram que a obesidade pode diminuir a fertilidade masculina. Um terço dos integrantes de cada grupo estava acima do peso. AUMENTO DA FERTILIDADE? O que não está claro ainda é se esse estímulo se traduz em aumento da fertilidade. Isso é algo que os pesquisadores pretendem analisar no laboratório, verificando se as mudanças induzidas pelo exercício afetam também o potencial do espermatozoide fertilizar o óvulo. "Nossos resultados mostram que fazer exercício pode ser uma estratégia simples, barata e eficaz para melhorar a qualidade do esperma de homens sedentários", diz o pesquisador Behzad Hajizadeh Maleki, da Universidade de Úrmia, no Irã, líder do estudo. "É importante reconhecer, no entanto, que a razão pela qual alguns homens não podem ter filhos não está relacionada apenas a sua contagem de espermatozoides. Problemas de infertilidade masculina podem ser complexos. Mudar de estilo de vida pode não resolver esses casos facilmente", esclarece. Allan Pacey, professor de Andrologia na Universidade de Sheffield, no Reino Unido, e porta-voz da British Fertility Society, destaca a necessidade de mais estudos sobre o tema. "Temos muito pouco conhecimento sobre como o exercício físico pode afetar a fertilidade masculina e a qualidade do espermatozoide, mas essa é uma pergunta feita com frequência pelos homens que desejam aumentar suas chances de ter um filho", diz. O especialista afirma que é provável que haja um nível ideal de exercício para melhorar a fertilidade masculina, mas lembra que é aconselhável consultar um médico antes de iniciar uma atividade muito intensa. DICAS Outras recomendações para aumentar a quantidade e a qualidade do esperma incluem:
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Qualidade do espermatozoide pode aumentar com exercícios, diz estudoPraticar atividade física regularmente traz uma série de benefícios. E, no caso dos homens, fazer pelo menos meia hora de exercício três vezes por semana pode aumentar também a contagem de esperma. É o que mostra um estudo publicado na revista científica britânica "Reproduction". De acordo com a pesquisa, homens que começaram a correr regularmente apresentaram um aumento de espermatozoides saudáveis. O crescimento foi temporário e começou a diminuir dentro de um mês, quando os participantes do experimento pararam de correr na esteira. Mas, segundo os especialistas, é importante encontrar o equilíbrio certo, uma vez que exercício em excesso também pode prejudicar a produção de esperma. Estudos realizados anteriormente já relacionaram a prática de esportes competitivos, como ciclismo, com a diminuição da qualidade do espermatozoide. EFEITOS POSITIVOS Os 261 homens que participaram da pesquisa eram saudáveis, adotavam um estilo de vida sedentário e não apresentavam problemas de fertilidade –sua contagem de espermatozoides era normal, assim como a qualidade dos mesmos. Durante o experimento, que levou 24 semanas, eles foram divididos em quatro grupo de estudo: Os integrantes dos três grupos que praticaram exercício perderam peso e apresentaram resultados melhores nos testes de esperma do que aqueles que se mantiveram sedentários. A quantidade e a qualidade do espermatozoide aumentaram com o treinamento, sendo a prática de exercício moderado a que trouxe mais benefícios. Os pesquisadores acreditam que pelo menos parte do resultado pode ser atribuído à redução do excesso de peso –todos os participantes dos três grupos perderam gordura corporal. Estudos realizados anteriormente já mostraram que a obesidade pode diminuir a fertilidade masculina. Um terço dos integrantes de cada grupo estava acima do peso. AUMENTO DA FERTILIDADE? O que não está claro ainda é se esse estímulo se traduz em aumento da fertilidade. Isso é algo que os pesquisadores pretendem analisar no laboratório, verificando se as mudanças induzidas pelo exercício afetam também o potencial do espermatozoide fertilizar o óvulo. "Nossos resultados mostram que fazer exercício pode ser uma estratégia simples, barata e eficaz para melhorar a qualidade do esperma de homens sedentários", diz o pesquisador Behzad Hajizadeh Maleki, da Universidade de Úrmia, no Irã, líder do estudo. "É importante reconhecer, no entanto, que a razão pela qual alguns homens não podem ter filhos não está relacionada apenas a sua contagem de espermatozoides. Problemas de infertilidade masculina podem ser complexos. Mudar de estilo de vida pode não resolver esses casos facilmente", esclarece. Allan Pacey, professor de Andrologia na Universidade de Sheffield, no Reino Unido, e porta-voz da British Fertility Society, destaca a necessidade de mais estudos sobre o tema. "Temos muito pouco conhecimento sobre como o exercício físico pode afetar a fertilidade masculina e a qualidade do espermatozoide, mas essa é uma pergunta feita com frequência pelos homens que desejam aumentar suas chances de ter um filho", diz. O especialista afirma que é provável que haja um nível ideal de exercício para melhorar a fertilidade masculina, mas lembra que é aconselhável consultar um médico antes de iniciar uma atividade muito intensa. DICAS Outras recomendações para aumentar a quantidade e a qualidade do esperma incluem:
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Bolsa avança 0,60% em dia de poucos negócios com feriado nos EUA
Em dia de véspera de feriado nos Estados Unidos, o mercado financeiro doméstico teve baixo volume de negócios. A Bolsa brasileira avançou, na mesma direção do exterior, e o dólar fechou em queda, ao redor dos R$ 3,30. O Ibovespa avançou 0,60%, a 63.279 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,7 bilhões. Nesta terça, feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos, os negócios também devem ser reduzidos no Brasil. A movimentação de investidores também é limitada pela incerteza política. Nesta segunda, Romero Jucá, líder do governo no Senado, afirmou que a votação da reforma trabalhista no plenário ficará para a próxima semana. Entre as ações que lideraram a alta nesta segunda estão a Vale e JBS. O segmento bancário também avançou. Os papéis preferenciais da Vale ganharam 1,70%, a R$ 12,36, enquanto os ordinários subiram 2,24%, a R$ 29,65. A Bradespar, uma das controladoras da mineradora, ganhou 2,37%, a R$ 21,09. As ações da Petrobras tiveram desempenho misto. Os papéis preferenciais recuaram 0,08%, a R$ 12,36, enquanto os ordinários subiram 0,60%, a R$ 13,28. No exterior, o petróleo teve oitavo dia consecutivo de alta. O Brent avançou 3,44%, a US$ 49,57. A JBS subiu 3,06%, a R$ 6,73. DÓLAR A moeda americana oscilou pouco nesta segunda e fechou ao redor dos R$ 3,30. O dólar à vista, que encerra mais cedo, recuou 0,21%, a R$ 3,2995. O dólar comercial, referência para operações de comércio exterior, perdeu 0,24%, a R$ 3,3060.
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Bolsa avança 0,60% em dia de poucos negócios com feriado nos EUAEm dia de véspera de feriado nos Estados Unidos, o mercado financeiro doméstico teve baixo volume de negócios. A Bolsa brasileira avançou, na mesma direção do exterior, e o dólar fechou em queda, ao redor dos R$ 3,30. O Ibovespa avançou 0,60%, a 63.279 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,7 bilhões. Nesta terça, feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos, os negócios também devem ser reduzidos no Brasil. A movimentação de investidores também é limitada pela incerteza política. Nesta segunda, Romero Jucá, líder do governo no Senado, afirmou que a votação da reforma trabalhista no plenário ficará para a próxima semana. Entre as ações que lideraram a alta nesta segunda estão a Vale e JBS. O segmento bancário também avançou. Os papéis preferenciais da Vale ganharam 1,70%, a R$ 12,36, enquanto os ordinários subiram 2,24%, a R$ 29,65. A Bradespar, uma das controladoras da mineradora, ganhou 2,37%, a R$ 21,09. As ações da Petrobras tiveram desempenho misto. Os papéis preferenciais recuaram 0,08%, a R$ 12,36, enquanto os ordinários subiram 0,60%, a R$ 13,28. No exterior, o petróleo teve oitavo dia consecutivo de alta. O Brent avançou 3,44%, a US$ 49,57. A JBS subiu 3,06%, a R$ 6,73. DÓLAR A moeda americana oscilou pouco nesta segunda e fechou ao redor dos R$ 3,30. O dólar à vista, que encerra mais cedo, recuou 0,21%, a R$ 3,2995. O dólar comercial, referência para operações de comércio exterior, perdeu 0,24%, a R$ 3,3060.
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Projeto leva próteses feitas em impressoras 3D a crianças
Dawson Riverman nasceu sem os dedos da mão esquerda e lutava para desempenhar as mais simples tarefas, como amarrar os sapatos ou segurar uma bola. "Deus o fez especial", diziam-lhe seus pais. Mas, aos cinco anos, Dawson exigia, entre lágrimas, saber por quê. Os Riverman, de Forest Grove, Oregon, não podiam pagar por uma prótese de alta tecnologia para o filho. Além disso, esses dispositivos raramente são feitos para crianças. Então a ajuda surgiu na forma de um desconhecido com uma impressora tridimensional. Ele fez uma prótese para Dawson, em azul cobalto e preto, sem cobrar nada da família. Hoje o menino de 13 anos pode andar de bicicleta e segurar um taco de beisebol. Ele pretende ser o goleiro de seu time de futebol. A proliferação das impressoras 3D trouxe um benefício inesperado: os dispositivos são perfeitos para criar próteses baratas. E um número surpreendente de crianças precisa delas: uma em cada mil crianças nos EUA nasce com falta de dedos, além das que perdem dedos e mãos em acidentes. Próteses tradicionais podem custar milhares de dólares. Como as crianças crescem rápido, elas são usadas por pouco tempo antes de terem que ser trocadas. Por isso, muitas famílias não podem investir na sua compra, e a maioria das crianças não as utiliza. Uma organização de voluntários online, a E-nable, pretende mudar isso. Fundado em 2013 por Jon Schull, o grupo põe em contato crianças que precisam de próteses de mãos e dedos, como Dawson, e voluntários capazes de fazê-las em impressoras 3D. O único custo é o material utilizado para a impressão. Para uma mão protética, ele é de US$ 20 a US$ 50. Alguns especialistas dizem que as próteses de impressoras 3D funcionam tão bem quanto ou melhor que dispositivos mais caros. Elas não são projetadas para parecer peças de substituição. Um modelo popular, o Cyborg Beast, parece um membro de um Transformer. E não são feitas para ser escondidas –na verdade, podem ser fabricadas em cores fluorescentes e até brilhar no escuro. Os dedos se fecham ao se flexionar o punho, o que puxa cabos que funcionam como tendões. Movendo o pulso novamente, a mão se abre. As mãos são impressas em partes que costumam ser montadas pelos voluntários. "Temos milhares de pessoas em nosso site que se voluntariam para fazer mãos", disse Schull, pesquisador no Instituto de Tecnologia de Rochester, no Estado de Nova York. "O que poderia ser mais recompensador do que usar sua impressora 3D para fazer uma mão para alguém?" Uma ferramenta online no site da E-nable, a "Handomatic", é usada para adaptar a prótese à criança. O pai ou a mãe fornece uma série de medidas e a ferramenta produz um desenho adequado à criança, que pode ser baixado para a impressora. A impressão de cada mão leva cerca de 20 horas. Mais duas ou três horas são necessárias para montá-la. A montagem das peças não é muito mais difícil do que a de um Lego complexo, disse Ivan Owen, um dos inventores das mãos impressas em 3D, que fez a mão de Dawson. "Colocamos os desenhos em domínio público, portanto não há patente e cada um pode fazer o que quiser com eles", disse. Ex-vendedor de suprimentos escolares e artista de efeitos especiais, Owen compartilhou em dezembro de 2011 um vídeo no YouTube de uma mão gigante de boneco que ele tinha feito. Esse vídeo foi visto por Richard Van As, carpinteiro da África do Sul que tinha cortado alguns de seus dedos em uma serra. Ele pediu que Owen o ajudasse a criar uma prótese. Em dois anos, a dupla chegou a um desenho funcional. Eles imaginaram que uma impressora em 3D tornaria a prótese barata e fácil de produzir. Quando Van As soube de um menino na África do Sul que também precisava de uma mão protética, os dois fizeram uma para ele. A ideia pegou. Alguns especialistas em projetos em 3D estão colaborando com a E-nable em próteses aperfeiçoadas para crianças. As mãos são leves, com menos de 500 gramas, mas os dedos se movem juntos, não separadamente. As próteses não funcionam para todas as crianças: as que sofreram amputação na metade do braço, por exemplo, geralmente devem ser atendidas por um protético profissional. Mas, em geral, as crianças são como Ethan Brown, 8, que nasceu com dois dedos a menos na mão esquerda. Hoje ele usa um Cyborg Beast preto e vermelho. "É ainda mais bacana do que na foto", disse ele. "Parece o Homem de Ferro ou o Homem Aranha." Ele já foi alvo de zombaria por causa de sua deficiência, disse sua mãe, Melina Brown, de Opelika, Alabama, que hoje é voluntária da E-nable. "Agora ele é diferente de um modo bacana, e os outros garotos dizem que também querem uma nova mão."
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Projeto leva próteses feitas em impressoras 3D a criançasDawson Riverman nasceu sem os dedos da mão esquerda e lutava para desempenhar as mais simples tarefas, como amarrar os sapatos ou segurar uma bola. "Deus o fez especial", diziam-lhe seus pais. Mas, aos cinco anos, Dawson exigia, entre lágrimas, saber por quê. Os Riverman, de Forest Grove, Oregon, não podiam pagar por uma prótese de alta tecnologia para o filho. Além disso, esses dispositivos raramente são feitos para crianças. Então a ajuda surgiu na forma de um desconhecido com uma impressora tridimensional. Ele fez uma prótese para Dawson, em azul cobalto e preto, sem cobrar nada da família. Hoje o menino de 13 anos pode andar de bicicleta e segurar um taco de beisebol. Ele pretende ser o goleiro de seu time de futebol. A proliferação das impressoras 3D trouxe um benefício inesperado: os dispositivos são perfeitos para criar próteses baratas. E um número surpreendente de crianças precisa delas: uma em cada mil crianças nos EUA nasce com falta de dedos, além das que perdem dedos e mãos em acidentes. Próteses tradicionais podem custar milhares de dólares. Como as crianças crescem rápido, elas são usadas por pouco tempo antes de terem que ser trocadas. Por isso, muitas famílias não podem investir na sua compra, e a maioria das crianças não as utiliza. Uma organização de voluntários online, a E-nable, pretende mudar isso. Fundado em 2013 por Jon Schull, o grupo põe em contato crianças que precisam de próteses de mãos e dedos, como Dawson, e voluntários capazes de fazê-las em impressoras 3D. O único custo é o material utilizado para a impressão. Para uma mão protética, ele é de US$ 20 a US$ 50. Alguns especialistas dizem que as próteses de impressoras 3D funcionam tão bem quanto ou melhor que dispositivos mais caros. Elas não são projetadas para parecer peças de substituição. Um modelo popular, o Cyborg Beast, parece um membro de um Transformer. E não são feitas para ser escondidas –na verdade, podem ser fabricadas em cores fluorescentes e até brilhar no escuro. Os dedos se fecham ao se flexionar o punho, o que puxa cabos que funcionam como tendões. Movendo o pulso novamente, a mão se abre. As mãos são impressas em partes que costumam ser montadas pelos voluntários. "Temos milhares de pessoas em nosso site que se voluntariam para fazer mãos", disse Schull, pesquisador no Instituto de Tecnologia de Rochester, no Estado de Nova York. "O que poderia ser mais recompensador do que usar sua impressora 3D para fazer uma mão para alguém?" Uma ferramenta online no site da E-nable, a "Handomatic", é usada para adaptar a prótese à criança. O pai ou a mãe fornece uma série de medidas e a ferramenta produz um desenho adequado à criança, que pode ser baixado para a impressora. A impressão de cada mão leva cerca de 20 horas. Mais duas ou três horas são necessárias para montá-la. A montagem das peças não é muito mais difícil do que a de um Lego complexo, disse Ivan Owen, um dos inventores das mãos impressas em 3D, que fez a mão de Dawson. "Colocamos os desenhos em domínio público, portanto não há patente e cada um pode fazer o que quiser com eles", disse. Ex-vendedor de suprimentos escolares e artista de efeitos especiais, Owen compartilhou em dezembro de 2011 um vídeo no YouTube de uma mão gigante de boneco que ele tinha feito. Esse vídeo foi visto por Richard Van As, carpinteiro da África do Sul que tinha cortado alguns de seus dedos em uma serra. Ele pediu que Owen o ajudasse a criar uma prótese. Em dois anos, a dupla chegou a um desenho funcional. Eles imaginaram que uma impressora em 3D tornaria a prótese barata e fácil de produzir. Quando Van As soube de um menino na África do Sul que também precisava de uma mão protética, os dois fizeram uma para ele. A ideia pegou. Alguns especialistas em projetos em 3D estão colaborando com a E-nable em próteses aperfeiçoadas para crianças. As mãos são leves, com menos de 500 gramas, mas os dedos se movem juntos, não separadamente. As próteses não funcionam para todas as crianças: as que sofreram amputação na metade do braço, por exemplo, geralmente devem ser atendidas por um protético profissional. Mas, em geral, as crianças são como Ethan Brown, 8, que nasceu com dois dedos a menos na mão esquerda. Hoje ele usa um Cyborg Beast preto e vermelho. "É ainda mais bacana do que na foto", disse ele. "Parece o Homem de Ferro ou o Homem Aranha." Ele já foi alvo de zombaria por causa de sua deficiência, disse sua mãe, Melina Brown, de Opelika, Alabama, que hoje é voluntária da E-nable. "Agora ele é diferente de um modo bacana, e os outros garotos dizem que também querem uma nova mão."
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Papa Francisco celebra mártires e ecumenismo em Uganda
Com entusiasmo, milhares de pessoas em Uganda receberam neste sábado (28) o papa Francisco, que homenageou 45 mártires cristãos anglicanos e católicos, símbolo do ecumenismo entre as duas confissões, em missa celebrada perto da capital Kampala. "Hoje recordamos com gratidão o sacrifício dos mártires ugandeses. Recordamos também os mártires anglicanos, sua morte por Cristo é testemunho do ecumenismo do sangue", disse o pontífice em Uganda, país africano que tem mais de 40% de católicos e 30% de anglicanos. "Todas estas testemunhas cultivaram o dom do Espírito Santo em suas vidas deram livre testemunho de sua fé em Jesus Cristo, mesmo que ao custo de sua vida, e muitos deles em idade muito jovem", completou Francisco. O pontífice celebrou a missa no santuário de Namugongo, perto da capital Kampala, onde 45 cristãos foram martirizados em 1886 por não abjurar de sua fé. Os ugandeses aplaudiram e cantaram quando Francisco chegou ao templo, que fica ao ar livre. Mais de 100 mil pessoas chegaram ao local durante a madrugada para assistir à missa, um dos grandes momentos da visita papal ao país. Católicos do Sudão do Sul, país vizinho e que está em guerra civil, viajaram 12 horas de ônibus para presenciar a missa. Os presidentes do Sudão do Sul, Salva Kiir, e de Uganda, Yoweri Museveni, também compareceram à cerimônia religiosa. O testemunho dos mártires, destacou o papa, "mostra a todos que os prazeres mundanos e o poder terreno não dão alegria nem paz duradoura". "É a fidelidade a Deus, a honradez e a integridade da vida, assim como a genuína preocupação com o bem dos outros que nos levam a esta paz que o mundo não pode oferecer", disse o pontífice, antes de convidar os ugandeses a rejeitar a corrupção e a busca de prazeres terrenos. Os mártires homenageados pelo papa eram integrantes do reino de Mwanga II, rei dos Baganda (1884-1888), um dos povoados da atual Uganda. O monarca considerava que a influência dos missionários europeus reduzia seu poder de destruía as tradições de seu povo. O rei não perdoava que o fato de que estes jovens, influenciados pelo catecismo, negassem favores sexuais. ENCONTRO COM JOVENS Durante a tarde, o papa visitará a pista de aviação de Kololo, em Kampala, onde se reunirá com jovens ugandeses. O pontífice deve ouvir o discurso de um ex-menino soldado da violenta rebelião do Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês). A organização criada em Uganda reivindica um regime baseado nos 10 mandamentos da Bíblia. O LRA é conhecido pelos atos violentos: sequestro de crianças que viram soldados ou escravos, mutilações e massacres de civis. Expulso do norte de Uganda, continua espalhando o terror nas florestas dos países vizinhos, incluindo a República Centro-Africana. O papa também visitará a casa de caridade de Nalukolongo, onde se reunirá com pobres de todas as religiões e idades. Depois do Quênia, Uganda é a segunda etapa da viagem ao continente africano de Francisco. No domingo (29), o papa visitará Bangui, capital da República Centro-Africana, devastada desde 2013 por uma guerra civil com tom religioso e a etapa mais perigosa da viagem, onde pretende apresentar uma mensagem de paz e reconciliação.
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Papa Francisco celebra mártires e ecumenismo em UgandaCom entusiasmo, milhares de pessoas em Uganda receberam neste sábado (28) o papa Francisco, que homenageou 45 mártires cristãos anglicanos e católicos, símbolo do ecumenismo entre as duas confissões, em missa celebrada perto da capital Kampala. "Hoje recordamos com gratidão o sacrifício dos mártires ugandeses. Recordamos também os mártires anglicanos, sua morte por Cristo é testemunho do ecumenismo do sangue", disse o pontífice em Uganda, país africano que tem mais de 40% de católicos e 30% de anglicanos. "Todas estas testemunhas cultivaram o dom do Espírito Santo em suas vidas deram livre testemunho de sua fé em Jesus Cristo, mesmo que ao custo de sua vida, e muitos deles em idade muito jovem", completou Francisco. O pontífice celebrou a missa no santuário de Namugongo, perto da capital Kampala, onde 45 cristãos foram martirizados em 1886 por não abjurar de sua fé. Os ugandeses aplaudiram e cantaram quando Francisco chegou ao templo, que fica ao ar livre. Mais de 100 mil pessoas chegaram ao local durante a madrugada para assistir à missa, um dos grandes momentos da visita papal ao país. Católicos do Sudão do Sul, país vizinho e que está em guerra civil, viajaram 12 horas de ônibus para presenciar a missa. Os presidentes do Sudão do Sul, Salva Kiir, e de Uganda, Yoweri Museveni, também compareceram à cerimônia religiosa. O testemunho dos mártires, destacou o papa, "mostra a todos que os prazeres mundanos e o poder terreno não dão alegria nem paz duradoura". "É a fidelidade a Deus, a honradez e a integridade da vida, assim como a genuína preocupação com o bem dos outros que nos levam a esta paz que o mundo não pode oferecer", disse o pontífice, antes de convidar os ugandeses a rejeitar a corrupção e a busca de prazeres terrenos. Os mártires homenageados pelo papa eram integrantes do reino de Mwanga II, rei dos Baganda (1884-1888), um dos povoados da atual Uganda. O monarca considerava que a influência dos missionários europeus reduzia seu poder de destruía as tradições de seu povo. O rei não perdoava que o fato de que estes jovens, influenciados pelo catecismo, negassem favores sexuais. ENCONTRO COM JOVENS Durante a tarde, o papa visitará a pista de aviação de Kololo, em Kampala, onde se reunirá com jovens ugandeses. O pontífice deve ouvir o discurso de um ex-menino soldado da violenta rebelião do Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês). A organização criada em Uganda reivindica um regime baseado nos 10 mandamentos da Bíblia. O LRA é conhecido pelos atos violentos: sequestro de crianças que viram soldados ou escravos, mutilações e massacres de civis. Expulso do norte de Uganda, continua espalhando o terror nas florestas dos países vizinhos, incluindo a República Centro-Africana. O papa também visitará a casa de caridade de Nalukolongo, onde se reunirá com pobres de todas as religiões e idades. Depois do Quênia, Uganda é a segunda etapa da viagem ao continente africano de Francisco. No domingo (29), o papa visitará Bangui, capital da República Centro-Africana, devastada desde 2013 por uma guerra civil com tom religioso e a etapa mais perigosa da viagem, onde pretende apresentar uma mensagem de paz e reconciliação.
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Palestras e composições sobre a centenária Revolução Russa, além de outras cinco dicas culturais
PALESTRAS | 1917: O ANO QUE ABALOU O MUNDO Em comemoração dos cem anos da Revolução Russa, o ciclo de palestras mensais, que vai de fevereiro a setembro, pretende promover um balanço do último século tomando como eixo a história da insurreição bolchevique e seus desdobramentos. Em fevereiro, o professor de história da USP Angelo de Oliveira Segrillo fala das principais correntes da historiografia sobre o episódio, tanto no Ocidente como na própria Rússia. Centro de Pesquisa e Formação do Sesc | tel. (11) 3254-5600 | início qui. (23), das 19h30 às 21h30 | R$ 30 (cada palestra) * MÚSICA | 1917 - MUSIC IN TURBULENT TIMES O CD duplo reúne composições influenciadas pelos eventos dramáticos que tomaram lugar em 1917, penúltimo ano da Primeira Guerra Mundial e ano da Revolução Russa. Obras de Béla Bartók, Maurice Ravel, Manuel de Falla, Dmitri Shostakóvich, entre outros, podem ser ouvidas no álbum. Deutsche Grammophon | US$ 17,09 (importado) * EXPOSIÇÃO | SHOKO SUZUKI A mostra apresenta 23 obras produzidas de 1969 a 2016 pertencentes ao acervo pessoal da artista, nascida no Japão (1929) e pioneira na arte da cerâmica nipônica no Brasil. As peças surgiram da relação entre o corpo de Suzuki e a argila (preparada pela própria artista). Sesc Ipiranga | tel. (11) 3340-2000 | de ter. a sex., das 12h às 21h; sáb., das 10h às 21h30; dom. e fer., das 10h às 18h | grátis | até 28/2 LIVRO | DICIONÁRIO GRAMSCIANO Fruto da colaboração de diversos estudiosos da obra de Antonio Gramsci (1891-1937), o volume se propõe a reconstruir e a apresentar ao leitor, tanto leigo como iniciado, o significado dos termos, expressões e conceitos contidos nas obras que o filósofo italiano escreveu na prisão. trad. Ana Maria Chiarin, Diego Silveira Coelho, Leandro de Oliveira Galastri e Silvia de Bernardinis | Boitempo | R$ 125 (831 págs.) * SHOW | ROMULO FRÓES E CÉSAR LACERDA Os dois músicos se reuniram para o álbum "O Meu Nome é Qualquer Um", no qual interpretam canções compostas por ambos. As faixas seguem uma espécie de narrativa em que um personagem se depara com diversos problemas do Brasil e questionam a ideia de masculino no mundo atual. Teatro Itália | (11) 3120-6945 | qua. (22), às 21h | R$ 40 * EXPOSIÇÃO | MINIATURAS, MAQUETES, VODU Reunindo oito trabalhos -alguns inéditos- que abordam problemas que o Brasil compartilha com seus vizinhos, a mostra parte da proposição do antropólogo Claude Lévi-Strauss segundo a qual a miniaturização torna o mundo inteligível. Blau Projects | (11) 3467-8819 | de ter. a sáb., das 11h às 19h | grátis | até 25/2 CURSO | CONTATOS DESIMEDIATOS: LITERATURA E ARTE Estão abertas as inscrições para oito aulas ministradas pelo poeta, crítico e curador João Bandeira. Serão abordados temas como afinidades estéticas, contrastes, colaborações e outras relações entre as obras de escritores e artistas contemporâneos. Escrevedeira | Rua Isabel de Castela, 141 | inscrições em escrevedeiracontato@gmail.com | de 7/3 a 25/4, ter., das 20h às 22h | R$ 820 (em duas parcelas)
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Palestras e composições sobre a centenária Revolução Russa, além de outras cinco dicas culturaisPALESTRAS | 1917: O ANO QUE ABALOU O MUNDO Em comemoração dos cem anos da Revolução Russa, o ciclo de palestras mensais, que vai de fevereiro a setembro, pretende promover um balanço do último século tomando como eixo a história da insurreição bolchevique e seus desdobramentos. Em fevereiro, o professor de história da USP Angelo de Oliveira Segrillo fala das principais correntes da historiografia sobre o episódio, tanto no Ocidente como na própria Rússia. Centro de Pesquisa e Formação do Sesc | tel. (11) 3254-5600 | início qui. (23), das 19h30 às 21h30 | R$ 30 (cada palestra) * MÚSICA | 1917 - MUSIC IN TURBULENT TIMES O CD duplo reúne composições influenciadas pelos eventos dramáticos que tomaram lugar em 1917, penúltimo ano da Primeira Guerra Mundial e ano da Revolução Russa. Obras de Béla Bartók, Maurice Ravel, Manuel de Falla, Dmitri Shostakóvich, entre outros, podem ser ouvidas no álbum. Deutsche Grammophon | US$ 17,09 (importado) * EXPOSIÇÃO | SHOKO SUZUKI A mostra apresenta 23 obras produzidas de 1969 a 2016 pertencentes ao acervo pessoal da artista, nascida no Japão (1929) e pioneira na arte da cerâmica nipônica no Brasil. As peças surgiram da relação entre o corpo de Suzuki e a argila (preparada pela própria artista). Sesc Ipiranga | tel. (11) 3340-2000 | de ter. a sex., das 12h às 21h; sáb., das 10h às 21h30; dom. e fer., das 10h às 18h | grátis | até 28/2 LIVRO | DICIONÁRIO GRAMSCIANO Fruto da colaboração de diversos estudiosos da obra de Antonio Gramsci (1891-1937), o volume se propõe a reconstruir e a apresentar ao leitor, tanto leigo como iniciado, o significado dos termos, expressões e conceitos contidos nas obras que o filósofo italiano escreveu na prisão. trad. Ana Maria Chiarin, Diego Silveira Coelho, Leandro de Oliveira Galastri e Silvia de Bernardinis | Boitempo | R$ 125 (831 págs.) * SHOW | ROMULO FRÓES E CÉSAR LACERDA Os dois músicos se reuniram para o álbum "O Meu Nome é Qualquer Um", no qual interpretam canções compostas por ambos. As faixas seguem uma espécie de narrativa em que um personagem se depara com diversos problemas do Brasil e questionam a ideia de masculino no mundo atual. Teatro Itália | (11) 3120-6945 | qua. (22), às 21h | R$ 40 * EXPOSIÇÃO | MINIATURAS, MAQUETES, VODU Reunindo oito trabalhos -alguns inéditos- que abordam problemas que o Brasil compartilha com seus vizinhos, a mostra parte da proposição do antropólogo Claude Lévi-Strauss segundo a qual a miniaturização torna o mundo inteligível. Blau Projects | (11) 3467-8819 | de ter. a sáb., das 11h às 19h | grátis | até 25/2 CURSO | CONTATOS DESIMEDIATOS: LITERATURA E ARTE Estão abertas as inscrições para oito aulas ministradas pelo poeta, crítico e curador João Bandeira. Serão abordados temas como afinidades estéticas, contrastes, colaborações e outras relações entre as obras de escritores e artistas contemporâneos. Escrevedeira | Rua Isabel de Castela, 141 | inscrições em escrevedeiracontato@gmail.com | de 7/3 a 25/4, ter., das 20h às 22h | R$ 820 (em duas parcelas)
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O dragão dos trabalhadores é o atraso sindical
O Congresso Nacional votou a medida provisória 680/2015, que instituiu o Programa de Proteção ao Emprego. Com ela foi debatida a prevalência da negociação coletiva em face da lei. O que surpreende é que lideranças sindicais e políticas, como o senador Paulo Paim, em artigo publicado nesta Folha, no último dia 12 de outubro, tenham afirmado que a proposta liquidaria nossa legislação trabalhista, acabando com direitos conquistados pelos trabalhadores na CLT. Paim afirmou, por exemplo, que os direitos assegurados na Lei, como carteira de trabalho, 13º salário, horas extras, vale-transporte, auxílio-alimentação, seguro-desemprego, FGTS, férias entre outros, ficariam vulneráveis, correndo o risco de serem extintos. A proposta previa que as condições de trabalho ajustadas por negociação coletiva somente prevaleceriam sobre a lei se não contrariassem ou inviabilizassem direitos previstos na Constituição Federal, nas convenções da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e as normas de segurança e saúde do trabalho. Pela simples leitura dessa disposição na proposta já é possível constatar a falácia das afirmações, pois todos os direitos estão assegurados no artigo 7º da Constituição. Portanto, impossível ou sem qualquer risco de "acabarem". O principal papel do sindicato é a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais de sua categoria, tendo como consequência, a obrigatória participação nas negociações coletivas de trabalho. A proposta reforça o papel do sindicato na representação dos trabalhadores, permitindo a ele negociar condições de trabalho, adequadas à realidade de cada setor e categoria em um determinado momento ou circunstância, que valeriam durante o prazo estabelecido no instrumento coletivo. Ou seja, a proposta dá ainda mais poder e responsabilidade ao sindicato. Evita demissões e fechamento de empresas. O próprio STF, guardião constitucional, já declarou em decisão plenária o reconhecimento dos instrumentos coletivos como um meio de permitir que os trabalhadores contribuam para a formulação das normas que regerão a sua própria vida. A verdade é que a proposta apresentada (prevalência do negociado sobre o legislado) não revoga direitos, mas apenas permite que empresas e sindicatos possam ajustar, de comum acordo, direitos e obrigações trabalhistas conforme suas necessidades e interesses. E isso já acontece hoje, embora de forma reduzida, pois é comum colocar em dúvida a capacidade do sindicato e a representação trabalhista. Portanto, combater o reconhecimento da negociação coletiva e propagar afirmações falsas para toda a sociedade, assustando os trabalhadores, é o mesmo que admitir a incapacidade das lideranças sindicais e dos sindicatos de defender e negociar os direitos e interesses da categoria dos trabalhadores. No mais, a negociação coletiva deve ser vista como um forte instrumento capaz de adequar, de comum acordo, as relações de trabalho, de forma justa e equilibrada, contribuindo para a tão urgente e necessária retomada do crescimento das nossas empresas. Já é tempo de o Brasil valorizar a negociação coletiva e se modernizar, como já acontece na Europa. As novas regras vão abrir um horizonte infinito em produtividade, com mais empregos e mais empresas. Nós, políticos, devemos entender as novas relações de trabalho. O documento "Uma Ponte para o Futuro", elaborado pelo PMDB, defende esta proposta. E dessa orquestra meticulosa de discutir com transparência e apoiar propostas que permitam o desenvolvimento do nosso país, com valorização e proteção dos nossos trabalhadores e das nossas empresas, respeitando os princípios da nossa Constituição Federal, faço questão de participar. DARCÍSIO PERONDI, 68, é deputado federal (PMDB-RS) e vice-líder do PMDB na Câmara * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
O dragão dos trabalhadores é o atraso sindicalO Congresso Nacional votou a medida provisória 680/2015, que instituiu o Programa de Proteção ao Emprego. Com ela foi debatida a prevalência da negociação coletiva em face da lei. O que surpreende é que lideranças sindicais e políticas, como o senador Paulo Paim, em artigo publicado nesta Folha, no último dia 12 de outubro, tenham afirmado que a proposta liquidaria nossa legislação trabalhista, acabando com direitos conquistados pelos trabalhadores na CLT. Paim afirmou, por exemplo, que os direitos assegurados na Lei, como carteira de trabalho, 13º salário, horas extras, vale-transporte, auxílio-alimentação, seguro-desemprego, FGTS, férias entre outros, ficariam vulneráveis, correndo o risco de serem extintos. A proposta previa que as condições de trabalho ajustadas por negociação coletiva somente prevaleceriam sobre a lei se não contrariassem ou inviabilizassem direitos previstos na Constituição Federal, nas convenções da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e as normas de segurança e saúde do trabalho. Pela simples leitura dessa disposição na proposta já é possível constatar a falácia das afirmações, pois todos os direitos estão assegurados no artigo 7º da Constituição. Portanto, impossível ou sem qualquer risco de "acabarem". O principal papel do sindicato é a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais de sua categoria, tendo como consequência, a obrigatória participação nas negociações coletivas de trabalho. A proposta reforça o papel do sindicato na representação dos trabalhadores, permitindo a ele negociar condições de trabalho, adequadas à realidade de cada setor e categoria em um determinado momento ou circunstância, que valeriam durante o prazo estabelecido no instrumento coletivo. Ou seja, a proposta dá ainda mais poder e responsabilidade ao sindicato. Evita demissões e fechamento de empresas. O próprio STF, guardião constitucional, já declarou em decisão plenária o reconhecimento dos instrumentos coletivos como um meio de permitir que os trabalhadores contribuam para a formulação das normas que regerão a sua própria vida. A verdade é que a proposta apresentada (prevalência do negociado sobre o legislado) não revoga direitos, mas apenas permite que empresas e sindicatos possam ajustar, de comum acordo, direitos e obrigações trabalhistas conforme suas necessidades e interesses. E isso já acontece hoje, embora de forma reduzida, pois é comum colocar em dúvida a capacidade do sindicato e a representação trabalhista. Portanto, combater o reconhecimento da negociação coletiva e propagar afirmações falsas para toda a sociedade, assustando os trabalhadores, é o mesmo que admitir a incapacidade das lideranças sindicais e dos sindicatos de defender e negociar os direitos e interesses da categoria dos trabalhadores. No mais, a negociação coletiva deve ser vista como um forte instrumento capaz de adequar, de comum acordo, as relações de trabalho, de forma justa e equilibrada, contribuindo para a tão urgente e necessária retomada do crescimento das nossas empresas. Já é tempo de o Brasil valorizar a negociação coletiva e se modernizar, como já acontece na Europa. As novas regras vão abrir um horizonte infinito em produtividade, com mais empregos e mais empresas. Nós, políticos, devemos entender as novas relações de trabalho. O documento "Uma Ponte para o Futuro", elaborado pelo PMDB, defende esta proposta. E dessa orquestra meticulosa de discutir com transparência e apoiar propostas que permitam o desenvolvimento do nosso país, com valorização e proteção dos nossos trabalhadores e das nossas empresas, respeitando os princípios da nossa Constituição Federal, faço questão de participar. DARCÍSIO PERONDI, 68, é deputado federal (PMDB-RS) e vice-líder do PMDB na Câmara * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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PT é o partido do povo brasileiro
O Partido dos Trabalhadores realizou, no início de junho, seu sexto Congresso. Após amplo processo de discussão, que mobilizou mais de 300 mil filiados, os delegados escolhidos pela base aprovaram diversas resoluções e elegeram uma nova direção nacional. Tenho a honra e a responsabilidade de ter sido eleita para presidir a maior organização política do povo brasileiro. Um grande e unitário compromisso anima o petismo: dedicar nossas energias à resistência e à luta contra o governo usurpador, contra sua agenda de contrarreformas antidemocráticas e antinacionais, em defesa das garantias constitucionais e da soberania popular. O golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, impondo ao país uma coalizão reacionária e sem voto, representa a histórica tendência de nossas oligarquias em pisotear o resultado das urnas, atropelar a liberdade e proteger seus interesses a qualquer custo. As forças que tomaram de assalto o governo são inimigas da distribuição de renda, da justiça social, da independência nacional e da democracia. Todas as suas medidas são destinadas a reduzir salários, esvaziar serviços públicos, enfraquecer programas sociais, transferir recursos financeiros aos mais ricos e entregar riquezas às corporações estrangeiras. Não há lugar para o povo brasileiro em seu projeto antipatriótico. As reformas trabalhista e da Previdência Social são prova cabal de um programa destinado a garantir os lucros dos monopólios às custas do empobrecimento dos trabalhadores, da retirada de direitos e da privatização do Estado. Poucos meses foram necessários para o governo Michel Temer destruir o prestígio internacional do Brasil, atualmente visto mundo afora como uma República bananeira dominada por plutocratas e corruptos. Afundando o país na recessão e no desemprego, o governo usurpador dedica-se a destruir o sistema de bem-estar social que começou a ser construído a partir da posse do presidente Lula. Nada tem a oferecer, para a maioria da população, a não ser pobreza e infelicidade, explorando os trabalhadores e as camadas médias. Ao presidente impopular resta o apoio do capital financeiro, de setores empresariais, dos partidos golpistas e de parte dos meios de comunicação. Pode ser o suficiente para ainda mantê-lo no cargo, mas cada vez mais dependente de manobras sórdidas e medidas de arbítrio. Não é à toa a escalada da repressão contra os protestos. A agenda que está sendo implantada, rechaçada pelo voto desde 2002, é incompatível com a democracia. Sua viabilidade pressupõe a criminalização do PT e de suas lideranças, especialmente do ex-presidente Lula, das demais correntes progressistas e dos movimentos populares. Por essas razões, a principal conclusão do congresso petista foi que só haverá saída democrática com o fim do governo usurpador e a imediata convocação de eleições diretas para a Presidência da República. Nossos dirigentes, parlamentares e militantes estão plenamente dedicados a colaborar na unidade e mobilização de todas as forças dispostas a caminhar nesse rumo. Qualquer solução fora do voto não passa de continuísmo golpista. A democracia vencerá. Como antes em nossa história, atende pelo nome de "diretas já". Mais cedo ou mais tarde, as ruas colocarão um ponto final na aventura oligárquica contra o povo brasileiro. GLEISI HOFFMANN é senadora (PT/PR) e presidenta do PT. Foi ministra da Casa Civil (governo Dilma) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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PT é o partido do povo brasileiroO Partido dos Trabalhadores realizou, no início de junho, seu sexto Congresso. Após amplo processo de discussão, que mobilizou mais de 300 mil filiados, os delegados escolhidos pela base aprovaram diversas resoluções e elegeram uma nova direção nacional. Tenho a honra e a responsabilidade de ter sido eleita para presidir a maior organização política do povo brasileiro. Um grande e unitário compromisso anima o petismo: dedicar nossas energias à resistência e à luta contra o governo usurpador, contra sua agenda de contrarreformas antidemocráticas e antinacionais, em defesa das garantias constitucionais e da soberania popular. O golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, impondo ao país uma coalizão reacionária e sem voto, representa a histórica tendência de nossas oligarquias em pisotear o resultado das urnas, atropelar a liberdade e proteger seus interesses a qualquer custo. As forças que tomaram de assalto o governo são inimigas da distribuição de renda, da justiça social, da independência nacional e da democracia. Todas as suas medidas são destinadas a reduzir salários, esvaziar serviços públicos, enfraquecer programas sociais, transferir recursos financeiros aos mais ricos e entregar riquezas às corporações estrangeiras. Não há lugar para o povo brasileiro em seu projeto antipatriótico. As reformas trabalhista e da Previdência Social são prova cabal de um programa destinado a garantir os lucros dos monopólios às custas do empobrecimento dos trabalhadores, da retirada de direitos e da privatização do Estado. Poucos meses foram necessários para o governo Michel Temer destruir o prestígio internacional do Brasil, atualmente visto mundo afora como uma República bananeira dominada por plutocratas e corruptos. Afundando o país na recessão e no desemprego, o governo usurpador dedica-se a destruir o sistema de bem-estar social que começou a ser construído a partir da posse do presidente Lula. Nada tem a oferecer, para a maioria da população, a não ser pobreza e infelicidade, explorando os trabalhadores e as camadas médias. Ao presidente impopular resta o apoio do capital financeiro, de setores empresariais, dos partidos golpistas e de parte dos meios de comunicação. Pode ser o suficiente para ainda mantê-lo no cargo, mas cada vez mais dependente de manobras sórdidas e medidas de arbítrio. Não é à toa a escalada da repressão contra os protestos. A agenda que está sendo implantada, rechaçada pelo voto desde 2002, é incompatível com a democracia. Sua viabilidade pressupõe a criminalização do PT e de suas lideranças, especialmente do ex-presidente Lula, das demais correntes progressistas e dos movimentos populares. Por essas razões, a principal conclusão do congresso petista foi que só haverá saída democrática com o fim do governo usurpador e a imediata convocação de eleições diretas para a Presidência da República. Nossos dirigentes, parlamentares e militantes estão plenamente dedicados a colaborar na unidade e mobilização de todas as forças dispostas a caminhar nesse rumo. Qualquer solução fora do voto não passa de continuísmo golpista. A democracia vencerá. Como antes em nossa história, atende pelo nome de "diretas já". Mais cedo ou mais tarde, as ruas colocarão um ponto final na aventura oligárquica contra o povo brasileiro. GLEISI HOFFMANN é senadora (PT/PR) e presidenta do PT. Foi ministra da Casa Civil (governo Dilma) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Deputados governistas e de oposição comentam votação da Câmara
Logo após o placar do plenário marcar os 342 votos necessários para aprovar o pedido de impeachment na Câmara, deputados governistas criticaram a articulação do vice-presidente Michel Temer para o afastamento de Dilma Rousseff e disseram que vão "seguir lutando", seja no Senado ou na Justiça. "Vamos continuar na luta. Estamos do lado certo, da defesa da democracia e do povo pobre. Jogaram contra a República, a democracia e o povo brasileiro", disse o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA). "Eles querem governar, mas não têm voto. Então tiram da presidência uma mulher honesta, que não tem conta na Suíça. Mas vamos derrotar isso no Senado com ajuda do povo organizado", declarou. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) reforçou que o partido seguirá trabalhando "no Senado, no Supremo [Tribunal Federal], na rua". "Vamos continuar insistindo que é uma ilegalidade e não trabalhamos com nenhuma hipótese de reconhecer a legitimidade de um eventual governo Temer-Cunha", afirmou. Para ele, o resultado deste domingo mostra um Congresso "conservador que tem uma forte tendência fisiológica" e que "enxergou no Temer, na relação com o Cunha, uma possibilidade de ampliar a presença de cargos dentro do governo". O argumento foi repetido pela deputada Jandira Feghalli (PCdoB-RJ). "A nossa contabilidade estava correta, mas quando chega no plenário percebe os acordos não republicanos de compra e venda de votos", disse. Segundo ela, "a luta na rua vai se intensificar". O governista Silvio Costa (PTdoB-PE) era um dos mais abatidos após a derrota no plenário. "A história vai mostrar que essa alegria [da oposição] é uma alegria triste." O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) ironizou o discurso do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em que o peemedebista pediu que Deus tivesse "misericórdia" da nação. "País que tem Eduardo Cunha como presidente precisa mesmo de muita misericórdia divina", disse. "Agora teremos mais problemas ainda." Para Ivan Valente (PSOL-SP), o governo "confiou no pântano, em partidos clientelistas e fisiológicos, que podem ir para um lado ou para o outro –para onde as ofertas de cargos são mais apetitosas". "O Michel Temer ofertou mais que o governo", afirmou. SOMA DE EQUÍVOCOS Líder do PMDB na Câmara, o deputado Leonardo Picciani (RJ), que votou contra o impeachment, afirmou que o governo errou para tentar evitar esse resultado. "Evidente que houve erros do governo na articulação durante esse processo, caso contrário o resultado seria outro. Agora, não sei apontar quais. Foi um somatório de equívocos", disse Picciani. Na oposição, a comemoração era vista desde antes do resultado ser confirmado. "Tenho bastante esperança de que as coisas comecem a mudar para o Brasil. Primeiro, na retomada da confiança, e isso é muito importante, porque o Brasil está completamente desacreditado. E agora, com a nova expectativa: vamos ver o nosso Brasil crescer, não sem antes com muita luta, com muito esforço", disse o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino. Avelino disse acreditar que o governo não terá votos para frear o processo no Senado. "Terá muito menos votos que na Câmara, proporcionalmente." O vice-presidente nacional do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP) disse que essa foi uma "vitória do país". "[O Brasil] precisa sair da situação em que se encontra. Não fomos aliados do Cunha, o condutor do processo foi o [líder do PSD na Câmara, Rogério] Rosso, na comissão." O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, disse que é hora de "reconstruir o Brasil". "O Brasil precisa ter uma política econômica que possa tirar o país dessa situação, do desemprego e da recessão que estamos vivendo", afirmou. Paulinho disse que seu partido não foi convidado para um eventual governo Temer. "Mas eu acho que todos os partidos que ajudaram a derrubar a Dilma deveriam participar do governo para ajudar a tirar o país de onde o PT enfiou", declarou. "É um momento histórico do Brasil, depois de 13 anos de governo que fez a maior corrupção da história do Brasil. Hoje a Câmara dá uma resposta ao povo brasileiro", disse.
poder
Deputados governistas e de oposição comentam votação da CâmaraLogo após o placar do plenário marcar os 342 votos necessários para aprovar o pedido de impeachment na Câmara, deputados governistas criticaram a articulação do vice-presidente Michel Temer para o afastamento de Dilma Rousseff e disseram que vão "seguir lutando", seja no Senado ou na Justiça. "Vamos continuar na luta. Estamos do lado certo, da defesa da democracia e do povo pobre. Jogaram contra a República, a democracia e o povo brasileiro", disse o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA). "Eles querem governar, mas não têm voto. Então tiram da presidência uma mulher honesta, que não tem conta na Suíça. Mas vamos derrotar isso no Senado com ajuda do povo organizado", declarou. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) reforçou que o partido seguirá trabalhando "no Senado, no Supremo [Tribunal Federal], na rua". "Vamos continuar insistindo que é uma ilegalidade e não trabalhamos com nenhuma hipótese de reconhecer a legitimidade de um eventual governo Temer-Cunha", afirmou. Para ele, o resultado deste domingo mostra um Congresso "conservador que tem uma forte tendência fisiológica" e que "enxergou no Temer, na relação com o Cunha, uma possibilidade de ampliar a presença de cargos dentro do governo". O argumento foi repetido pela deputada Jandira Feghalli (PCdoB-RJ). "A nossa contabilidade estava correta, mas quando chega no plenário percebe os acordos não republicanos de compra e venda de votos", disse. Segundo ela, "a luta na rua vai se intensificar". O governista Silvio Costa (PTdoB-PE) era um dos mais abatidos após a derrota no plenário. "A história vai mostrar que essa alegria [da oposição] é uma alegria triste." O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) ironizou o discurso do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em que o peemedebista pediu que Deus tivesse "misericórdia" da nação. "País que tem Eduardo Cunha como presidente precisa mesmo de muita misericórdia divina", disse. "Agora teremos mais problemas ainda." Para Ivan Valente (PSOL-SP), o governo "confiou no pântano, em partidos clientelistas e fisiológicos, que podem ir para um lado ou para o outro –para onde as ofertas de cargos são mais apetitosas". "O Michel Temer ofertou mais que o governo", afirmou. SOMA DE EQUÍVOCOS Líder do PMDB na Câmara, o deputado Leonardo Picciani (RJ), que votou contra o impeachment, afirmou que o governo errou para tentar evitar esse resultado. "Evidente que houve erros do governo na articulação durante esse processo, caso contrário o resultado seria outro. Agora, não sei apontar quais. Foi um somatório de equívocos", disse Picciani. Na oposição, a comemoração era vista desde antes do resultado ser confirmado. "Tenho bastante esperança de que as coisas comecem a mudar para o Brasil. Primeiro, na retomada da confiança, e isso é muito importante, porque o Brasil está completamente desacreditado. E agora, com a nova expectativa: vamos ver o nosso Brasil crescer, não sem antes com muita luta, com muito esforço", disse o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino. Avelino disse acreditar que o governo não terá votos para frear o processo no Senado. "Terá muito menos votos que na Câmara, proporcionalmente." O vice-presidente nacional do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP) disse que essa foi uma "vitória do país". "[O Brasil] precisa sair da situação em que se encontra. Não fomos aliados do Cunha, o condutor do processo foi o [líder do PSD na Câmara, Rogério] Rosso, na comissão." O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, disse que é hora de "reconstruir o Brasil". "O Brasil precisa ter uma política econômica que possa tirar o país dessa situação, do desemprego e da recessão que estamos vivendo", afirmou. Paulinho disse que seu partido não foi convidado para um eventual governo Temer. "Mas eu acho que todos os partidos que ajudaram a derrubar a Dilma deveriam participar do governo para ajudar a tirar o país de onde o PT enfiou", declarou. "É um momento histórico do Brasil, depois de 13 anos de governo que fez a maior corrupção da história do Brasil. Hoje a Câmara dá uma resposta ao povo brasileiro", disse.
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A era pós-verdade
SÃO PAULO - No caso de Eduardo Cunha, não colou. Acho que nem seus amigos acreditaram que ele ganhou o dinheiro que abastecia suas contas na Suíça vendendo carne enlatada aos africanos. Já Dilma Rousseff teve mais êxito em convencer parte da opinião pública de que a ruína econômica em que ela nos meteu é fruto só da crise internacional. Cunha e Dilma não são casos isolados. O semanário "The Economist" deu a capa de sua última edição para uma interessante reportagem sobre a política "pós-verdade". Ilustra o conceito com Donald Trump afirmando que Barack Obama é o criador do Estado Islâmico e a campanha do Brexit dizendo que a permanência do Reino Unido na União Europeia custa US$ 470 milhões por semana aos cofres britânicos. Não é preciso mais do que alguns neurônios e um computador para descobrir que ambas as afirmações são falsas, mas, ainda assim, elas prosperaram. Obviamente, a centenária publicação reconhece que governantes sempre mentiram, mas conjectura que vivemos uma era em que está ficando cada vez mais fácil para políticos inventar qualquer coisa e se dar bem. Parte do problema é a natureza humana. Nossos cérebros têm uma perigosa inclinação por acreditar naquilo que nossos sentimentos dizem que está certo e evitam o trabalho de conferir a veracidade das teses de que gostamos. E, se nunca foi fácil estabelecer o que pode ser considerado um fato na política, isso está se tornando cada vez mais difícil. Para "The Economist" são dois os motivos. Primeiro, instituições que se encarregavam de facilitar a formação de consensos como escolas, ciência, Justiça e mídia vêm sendo vistas com mais desconfiança pelo público. Além disso, passamos a nos informar através de algoritmos que, em vez de nos expor ao contraditório, nos enterram cada vez mais fundo naquelas versões que já estávamos mais dispostos a acreditar. Daí aos reinos mágicos é só um pulinho.
colunas
A era pós-verdadeSÃO PAULO - No caso de Eduardo Cunha, não colou. Acho que nem seus amigos acreditaram que ele ganhou o dinheiro que abastecia suas contas na Suíça vendendo carne enlatada aos africanos. Já Dilma Rousseff teve mais êxito em convencer parte da opinião pública de que a ruína econômica em que ela nos meteu é fruto só da crise internacional. Cunha e Dilma não são casos isolados. O semanário "The Economist" deu a capa de sua última edição para uma interessante reportagem sobre a política "pós-verdade". Ilustra o conceito com Donald Trump afirmando que Barack Obama é o criador do Estado Islâmico e a campanha do Brexit dizendo que a permanência do Reino Unido na União Europeia custa US$ 470 milhões por semana aos cofres britânicos. Não é preciso mais do que alguns neurônios e um computador para descobrir que ambas as afirmações são falsas, mas, ainda assim, elas prosperaram. Obviamente, a centenária publicação reconhece que governantes sempre mentiram, mas conjectura que vivemos uma era em que está ficando cada vez mais fácil para políticos inventar qualquer coisa e se dar bem. Parte do problema é a natureza humana. Nossos cérebros têm uma perigosa inclinação por acreditar naquilo que nossos sentimentos dizem que está certo e evitam o trabalho de conferir a veracidade das teses de que gostamos. E, se nunca foi fácil estabelecer o que pode ser considerado um fato na política, isso está se tornando cada vez mais difícil. Para "The Economist" são dois os motivos. Primeiro, instituições que se encarregavam de facilitar a formação de consensos como escolas, ciência, Justiça e mídia vêm sendo vistas com mais desconfiança pelo público. Além disso, passamos a nos informar através de algoritmos que, em vez de nos expor ao contraditório, nos enterram cada vez mais fundo naquelas versões que já estávamos mais dispostos a acreditar. Daí aos reinos mágicos é só um pulinho.
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Sabesp deveria devolver valor cobrado em limpeza de esgoto, diz leitor
Segundo reportagem, São Paulo terá água poluída ligada aos reservatórios (SP vai ligar a poluída Billings ao Rio Grande), mas faz anos que o paulistano paga a taxa de limpeza de esgoto junto com a conta d'água. É um serviço pago, mas que nunca foi executado, do contrário rios e a Billings estariam limpos. O cidadão não têm o direito de receber a devolução desta taxa paga indevidamente? Não existe aí um caso para os defensores do interesse público ou de uma ação coletiva da população? * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Sabesp deveria devolver valor cobrado em limpeza de esgoto, diz leitorSegundo reportagem, São Paulo terá água poluída ligada aos reservatórios (SP vai ligar a poluída Billings ao Rio Grande), mas faz anos que o paulistano paga a taxa de limpeza de esgoto junto com a conta d'água. É um serviço pago, mas que nunca foi executado, do contrário rios e a Billings estariam limpos. O cidadão não têm o direito de receber a devolução desta taxa paga indevidamente? Não existe aí um caso para os defensores do interesse público ou de uma ação coletiva da população? * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Editorial: Mais bons médicos
Em sua terceira edição desde que se tornou obrigatório, o exame de proficiência aplicado aos concluintes das faculdades paulistas de medicina traz mais uma vez resultados desalentadores. A prova ministrada pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) no ano passado reprovou 55% dos 2.891 futuros profissionais. Nenhuma novidade, infelizmente; nas edições de 2012 e 2013, o índice foi de 54,5% e 59,2%, respectivamente, confirmando a persistência da baixa qualidade do ensino médico no Estado. Também persiste a diferença de desempenho entre instituições públicas e privadas. Enquanto nas primeiras 33% dos egressos não conseguiram atingir a quantidade mínima de acertos (60%), nas escolas particulares, que concentram a maioria dos alunos, 65,1% não obtiveram desempenho satisfatório. Nada de novo nesse front. É especialmente preocupante a constatação de que parte considerável dos participantes do exame revelou desconhecimento sobre questões básicas da prática médica. Por exemplo, 67% não souberam diagnosticar pneumonia num bebê de seis semanas; 47% erraram a sequência de conduta diante de um jovem ferido por arma branca. Mais grave, porém, é o fato de que a reprovação no exame não impede o formado de exercer a medicina. No teste paulista ninguém precisa provar nada, pois não passa de etapa burocrática para a obtenção do registro profissional. O próprio Cremesp acusa o despropósito da situação, pela qual não tem culpa. Cabe ao Congresso aprovar lei que torne a aprovação no exame precondição para o exercício da medicina –um verdadeiro teste de habilitação, como já existe para os bacharéis em direito. Quanto a isso, bem que o Conselho Federal de Medicina poderia pressionar os legisladores. A entidade, contudo, que no início do programa Mais Médicos manifestou saudável preocupação a respeito da formação dos profissionais estrangeiros que chegavam ao país, mostra pouca disposição na defesa da qualidade dos formados em terras brasileiras. Diante da abulia do CFM, é bem-vinda a iniciativa do Cremesp de, a partir de 2016, fiscalizar os novos médicos que forem reprovados no exame de proficiência. Esses profissionais terão de apresentar relatórios e realizar cursos de capacitação, entre outras atividades. Apesar de representar um avanço, tal medida deveria servir apenas como um paliativo enquanto o principal remédio para combater os problemas da formação médica não é administrado.
opiniao
Editorial: Mais bons médicosEm sua terceira edição desde que se tornou obrigatório, o exame de proficiência aplicado aos concluintes das faculdades paulistas de medicina traz mais uma vez resultados desalentadores. A prova ministrada pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) no ano passado reprovou 55% dos 2.891 futuros profissionais. Nenhuma novidade, infelizmente; nas edições de 2012 e 2013, o índice foi de 54,5% e 59,2%, respectivamente, confirmando a persistência da baixa qualidade do ensino médico no Estado. Também persiste a diferença de desempenho entre instituições públicas e privadas. Enquanto nas primeiras 33% dos egressos não conseguiram atingir a quantidade mínima de acertos (60%), nas escolas particulares, que concentram a maioria dos alunos, 65,1% não obtiveram desempenho satisfatório. Nada de novo nesse front. É especialmente preocupante a constatação de que parte considerável dos participantes do exame revelou desconhecimento sobre questões básicas da prática médica. Por exemplo, 67% não souberam diagnosticar pneumonia num bebê de seis semanas; 47% erraram a sequência de conduta diante de um jovem ferido por arma branca. Mais grave, porém, é o fato de que a reprovação no exame não impede o formado de exercer a medicina. No teste paulista ninguém precisa provar nada, pois não passa de etapa burocrática para a obtenção do registro profissional. O próprio Cremesp acusa o despropósito da situação, pela qual não tem culpa. Cabe ao Congresso aprovar lei que torne a aprovação no exame precondição para o exercício da medicina –um verdadeiro teste de habilitação, como já existe para os bacharéis em direito. Quanto a isso, bem que o Conselho Federal de Medicina poderia pressionar os legisladores. A entidade, contudo, que no início do programa Mais Médicos manifestou saudável preocupação a respeito da formação dos profissionais estrangeiros que chegavam ao país, mostra pouca disposição na defesa da qualidade dos formados em terras brasileiras. Diante da abulia do CFM, é bem-vinda a iniciativa do Cremesp de, a partir de 2016, fiscalizar os novos médicos que forem reprovados no exame de proficiência. Esses profissionais terão de apresentar relatórios e realizar cursos de capacitação, entre outras atividades. Apesar de representar um avanço, tal medida deveria servir apenas como um paliativo enquanto o principal remédio para combater os problemas da formação médica não é administrado.
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Crise não reduz ritmo de inaugurações de shoppings em São Paulo, mas adia projetos
RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO A crise não alterou o ritmo de abertura de novos shoppings na cidade de São Paulo, de acordo com dados da Abrasce, a associação do setor. Desde 2008, a capital ganha entre um e dois empreendimentos por ano. Somente em 2014 não houve inaugurações. Neste ano, foi aberto um novo shopping, o Jardim Pamplona, nos Jardins. Para o ano que vem, está prevista a chegada de mais um: o Parque da Cidade, na Chácara Itaim, zona sul. Inaugurado em julho a partir da ampliação de um prédio do Carrefour, o Jardim Pamplona tem 80 lojas, das quais 24 já funcionam. Em outubro, será entregue a expansão do shopping Metrô Itaquera, com mais 150 lojas, incluindo Daiso Japan, Riachuelo e Taco Bell. Inaugurações de shoppings - Na cidade de São Paulo na última década Para o segundo semestre de 2018, está prevista a estreia do Parque da Cidade, com 120 lojas e destaque para gastronomia, entretenimento e moda. Ele fará parte de um conjunto de edifícios na marginal Pinheiros, com residências e escritórios. Outros dois projetos programados para 2018, entretanto, tiveram as obras adiadas e não têm mais data de abertura: o Cosmopolitano, no Cambuci, e o Estação Jardim, no Itaim Paulista, extremo leste paulistano. Para 2019, a expectativa é a entrega do Cidade Jardim Shops, no ponto do antigo restaurante Fasano, na rua Haddock Lobo. Projetada pela JHSF, do shopping Cidade Jardim, a obra foi anunciada em 2013, mas ainda não começou. A construtora planeja iniciá-la até o fim deste ano. Apesar dos planos que sofreram atraso, o setor registra números positivos. "No ano passado, os shoppings no Estado de São Paulo receberam mais de 160 milhões de visitantes por mês e tiveram vendas estimadas em quase R$ 58 bilhões, aumento de 5% quando comparado aos números de 2015", diz Glauco Humai, presidente da Abrasce. Enquanto as novidades não chegam, confira aqui mais de 50 espaços para visitar.
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Crise não reduz ritmo de inaugurações de shoppings em São Paulo, mas adia projetosRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO A crise não alterou o ritmo de abertura de novos shoppings na cidade de São Paulo, de acordo com dados da Abrasce, a associação do setor. Desde 2008, a capital ganha entre um e dois empreendimentos por ano. Somente em 2014 não houve inaugurações. Neste ano, foi aberto um novo shopping, o Jardim Pamplona, nos Jardins. Para o ano que vem, está prevista a chegada de mais um: o Parque da Cidade, na Chácara Itaim, zona sul. Inaugurado em julho a partir da ampliação de um prédio do Carrefour, o Jardim Pamplona tem 80 lojas, das quais 24 já funcionam. Em outubro, será entregue a expansão do shopping Metrô Itaquera, com mais 150 lojas, incluindo Daiso Japan, Riachuelo e Taco Bell. Inaugurações de shoppings - Na cidade de São Paulo na última década Para o segundo semestre de 2018, está prevista a estreia do Parque da Cidade, com 120 lojas e destaque para gastronomia, entretenimento e moda. Ele fará parte de um conjunto de edifícios na marginal Pinheiros, com residências e escritórios. Outros dois projetos programados para 2018, entretanto, tiveram as obras adiadas e não têm mais data de abertura: o Cosmopolitano, no Cambuci, e o Estação Jardim, no Itaim Paulista, extremo leste paulistano. Para 2019, a expectativa é a entrega do Cidade Jardim Shops, no ponto do antigo restaurante Fasano, na rua Haddock Lobo. Projetada pela JHSF, do shopping Cidade Jardim, a obra foi anunciada em 2013, mas ainda não começou. A construtora planeja iniciá-la até o fim deste ano. Apesar dos planos que sofreram atraso, o setor registra números positivos. "No ano passado, os shoppings no Estado de São Paulo receberam mais de 160 milhões de visitantes por mês e tiveram vendas estimadas em quase R$ 58 bilhões, aumento de 5% quando comparado aos números de 2015", diz Glauco Humai, presidente da Abrasce. Enquanto as novidades não chegam, confira aqui mais de 50 espaços para visitar.
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Crivella nomeia filho para Casa Civil; recuos marcam 1º mês na prefeitura
Marcelo Crivella (PRB), fechou seu primeiro mês na Prefeitura do Rio nomeando seu filho, Marcelo Hodge Crivella, conhecido como "Marcelinho", para a Casa Civil do município. A nomeação foi publicada no Diário Oficial desta quinta-feira (2). É o segundo parente de Crivella a exercer funções na Prefeitura. Ele já havia nomeado sua mulher, Sylvia Jane Crivella, para coordenar a Obra Social na cidade. Com a nomeação Marcelinho, Ailton Cardoso da Silva, até então secretário da Casa Civil, foi nomeado chefe de gabinete do Prefeito. A estruturação da equipe de Crivella tem sido alvo de críticas. Constrangimento em nomeações e revelações de dívidas de seu vice marcaram seu primeiro mês na Prefeitura. Crivella recuou de cinco nomeações após revelações sobre os nomes. Além disso, enfrentou momento delicado com a divulgação dos débitos de Fernando Mac Dowell, vice-prefeito e secretário de Transporte, com a União e a própria prefeitura. Mac Dowell tem R$ 215 mil em dívidas de IPTU e taxa de coleta de lixo, conforme noticiado por "O Globo". Além disso, uma empresa dele deve quase R$ 235 mil de ISS (Imposto Sobre Serviços) à prefeitura e R$ 137,3 mil à União. "É o tipo de informação que um prefeito precisa ter sobre seu vice. Dá uma impressão de uma administração atabalhoada", diz o sociólogo da UFRJ Paulo Baía. Crivella defendeu Mac Dowell, dizendo que "todo contribuinte tem direito de negociar sua dívida". Diz ainda que ele já havia negociado o parcelamento do IPTU. Entre os recuos, revogou a indicação do advogado Arthur Fuks para a Subsecretaria de Inclusão Produtiva –que havia defendido, em rede social, morte de presidiários e prisão perpétua para crianças. O delegado da Polícia Federal Bráulio do Carmo seria responsável pela fiscalização das vans no Rio, mas acabou excluído após a divulgação de que é réu em Cuiabá por ter ferido uma pessoa em 2011 após dar tiros a esmo. O coronel bombeiro Claudio Rosa da Fonseca também deixou de ser nomeado para a Defesa Civil do município diante da revelação de que fora condenado por uso irregular de recursos públicos. Crivella recuou ainda da nomeação da merendeira e cantora gospel Nilzimar Higino Pereira para um cargo na secretaria de Transportes e do professor Paulo Cezar Ribeiro para a CET-Rio -ele solicitara que a prefeitura cobrisse seu salário na instituição. O especialista em gestão pública da FGV (Fundação Getulio Vargas) Marco Antonio Teixeira credita esses tropeços a dois fatores: a falta de quadros do partido do prefeito, o PRB, e a identidade pouco clara de sua gestão. "O PRB é o braço político de uma organização religiosa. Tem pouca representatividade na sociedade. Isso dificulta na hora de montar um corpo técnico", diz Teixeira. A prefeitura afirma que os nomeados com pendências na Justiça foram exonerados em até 24 horas. E destaca a redução da estrutura, para 12 secretarias. "Nesse processo, alguns casos foram reavaliados. Cargos comissionados foram reduzidos à metade e o retorno de parte deles se deveu a situações específicas" às secretarias, diz. Assim como o prefeito de SP, João Doria (PSDB), Crivella também teve agendas públicas de impacto midiático –em frente às câmeras, doou sangue, visitou hortas comunitárias e brincou em parques. Houve ainda pendências em obras iniciadas pela gestão anterior, que estão paradas há meses. A situação que afeta mais gente é a do BRT Transbrasil, que pretende ligar o centro à zona oeste pela avenida Brasil, uma das principais vias da cidade. Pelo corredor expresso, 47% construído até agora, passarão 820 mil pessoas por dia, mas elas terão que aguardar a negociação com o consórcio da construção, formado por Odebrecht, Queiroz Galvão e OAS. Faltam R$ 636,5 milhões para concluir a obra. SAÚDE A área que mais teve sinais de avanço foi a da saúde –para reduzir a fila de 140 mil pessoas à espera de cirurgias, consultas e exames. A gestão Crivella fez um mutirão de 80 cirurgias para atender as filas internas dos hospitais. Prevê mais nos próximos fins de semana. Também anunciou novas vagas em hospitais federais para cadastrados na rede municipal. "São medidas necessárias", afirma Leandro Farias, fundador da ONG Chega de Descaso, ressalvando ser cedo para fazer uma avaliação da gestão como um todo. A prefeitura aumentou os agentes da Guarda Municipal que patrulham a orla, que passaram a usar radiotransmissores na mesma frequência da PM para melhorar a integração entre as tropas. A decisão de revistar passageiros de ônibus que desembarcam nas praias da zona sul, porém, foi alvo de polêmica com entidades de direitos humanos. Colaborou LUCAS VETORAZZO, DO RIO
cotidiano
Crivella nomeia filho para Casa Civil; recuos marcam 1º mês na prefeituraMarcelo Crivella (PRB), fechou seu primeiro mês na Prefeitura do Rio nomeando seu filho, Marcelo Hodge Crivella, conhecido como "Marcelinho", para a Casa Civil do município. A nomeação foi publicada no Diário Oficial desta quinta-feira (2). É o segundo parente de Crivella a exercer funções na Prefeitura. Ele já havia nomeado sua mulher, Sylvia Jane Crivella, para coordenar a Obra Social na cidade. Com a nomeação Marcelinho, Ailton Cardoso da Silva, até então secretário da Casa Civil, foi nomeado chefe de gabinete do Prefeito. A estruturação da equipe de Crivella tem sido alvo de críticas. Constrangimento em nomeações e revelações de dívidas de seu vice marcaram seu primeiro mês na Prefeitura. Crivella recuou de cinco nomeações após revelações sobre os nomes. Além disso, enfrentou momento delicado com a divulgação dos débitos de Fernando Mac Dowell, vice-prefeito e secretário de Transporte, com a União e a própria prefeitura. Mac Dowell tem R$ 215 mil em dívidas de IPTU e taxa de coleta de lixo, conforme noticiado por "O Globo". Além disso, uma empresa dele deve quase R$ 235 mil de ISS (Imposto Sobre Serviços) à prefeitura e R$ 137,3 mil à União. "É o tipo de informação que um prefeito precisa ter sobre seu vice. Dá uma impressão de uma administração atabalhoada", diz o sociólogo da UFRJ Paulo Baía. Crivella defendeu Mac Dowell, dizendo que "todo contribuinte tem direito de negociar sua dívida". Diz ainda que ele já havia negociado o parcelamento do IPTU. Entre os recuos, revogou a indicação do advogado Arthur Fuks para a Subsecretaria de Inclusão Produtiva –que havia defendido, em rede social, morte de presidiários e prisão perpétua para crianças. O delegado da Polícia Federal Bráulio do Carmo seria responsável pela fiscalização das vans no Rio, mas acabou excluído após a divulgação de que é réu em Cuiabá por ter ferido uma pessoa em 2011 após dar tiros a esmo. O coronel bombeiro Claudio Rosa da Fonseca também deixou de ser nomeado para a Defesa Civil do município diante da revelação de que fora condenado por uso irregular de recursos públicos. Crivella recuou ainda da nomeação da merendeira e cantora gospel Nilzimar Higino Pereira para um cargo na secretaria de Transportes e do professor Paulo Cezar Ribeiro para a CET-Rio -ele solicitara que a prefeitura cobrisse seu salário na instituição. O especialista em gestão pública da FGV (Fundação Getulio Vargas) Marco Antonio Teixeira credita esses tropeços a dois fatores: a falta de quadros do partido do prefeito, o PRB, e a identidade pouco clara de sua gestão. "O PRB é o braço político de uma organização religiosa. Tem pouca representatividade na sociedade. Isso dificulta na hora de montar um corpo técnico", diz Teixeira. A prefeitura afirma que os nomeados com pendências na Justiça foram exonerados em até 24 horas. E destaca a redução da estrutura, para 12 secretarias. "Nesse processo, alguns casos foram reavaliados. Cargos comissionados foram reduzidos à metade e o retorno de parte deles se deveu a situações específicas" às secretarias, diz. Assim como o prefeito de SP, João Doria (PSDB), Crivella também teve agendas públicas de impacto midiático –em frente às câmeras, doou sangue, visitou hortas comunitárias e brincou em parques. Houve ainda pendências em obras iniciadas pela gestão anterior, que estão paradas há meses. A situação que afeta mais gente é a do BRT Transbrasil, que pretende ligar o centro à zona oeste pela avenida Brasil, uma das principais vias da cidade. Pelo corredor expresso, 47% construído até agora, passarão 820 mil pessoas por dia, mas elas terão que aguardar a negociação com o consórcio da construção, formado por Odebrecht, Queiroz Galvão e OAS. Faltam R$ 636,5 milhões para concluir a obra. SAÚDE A área que mais teve sinais de avanço foi a da saúde –para reduzir a fila de 140 mil pessoas à espera de cirurgias, consultas e exames. A gestão Crivella fez um mutirão de 80 cirurgias para atender as filas internas dos hospitais. Prevê mais nos próximos fins de semana. Também anunciou novas vagas em hospitais federais para cadastrados na rede municipal. "São medidas necessárias", afirma Leandro Farias, fundador da ONG Chega de Descaso, ressalvando ser cedo para fazer uma avaliação da gestão como um todo. A prefeitura aumentou os agentes da Guarda Municipal que patrulham a orla, que passaram a usar radiotransmissores na mesma frequência da PM para melhorar a integração entre as tropas. A decisão de revistar passageiros de ônibus que desembarcam nas praias da zona sul, porém, foi alvo de polêmica com entidades de direitos humanos. Colaborou LUCAS VETORAZZO, DO RIO
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Analistas cortam para 13,5% projeção para taxa de juros neste ano
Na semana em que o Banco Central se reúne para determinar a nova taxa de juros no país, economistas cortaram a projeção para a Selic de 13,75% para 13,50% neste ano, segundo Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (17). O centro das expectativas de analistas consultados pela agência internacional Bloomberg indica que a Selic cairá dos atuais 14,25% ao ano para 14% ao ano já no encontro desta quarta-feira (19) do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), o penúltimo previsto para o ano. A mudança na estimativa ocorre após a Petrobras anunciar, na última sexta-feira (14), a redução dos preços da gasolina e do diesel nas refinarias, o que deve aliviar a inflação neste ano, contribuindo para que o BC diminua a taxa de juros no país, na avaliação de analistas. Boletim Focus Segundo a estatal, a partir de agora a política de preços praticados pela Petrobras irá considerar os valores e condições do mercado internacional. Foi a primeira redução realizada pela estatal desde 2009. Apesar da queda das estimativas para 2016, a projeção para a Selic se manteve em 11% no próximo ano. A perspectiva para a inflação recuou de 7,04% para 7,01% neste ano e caiu de 5,06% para 5,04% em 2017. Já em 2018 a estimativa é que o IPCA (índice oficial de preços) convirja para o centro da meta do governo, de 4,5% ao ano. O Boletim Focus divulgado nesta segunda também trouxe projeções piores para o PIB (Produto Interno Bruto). A retração estimada para este ano passou de 3,15% para 3,19%. Em 2017, o crescimento esperado foi mantido em 1,30%, enquanto em 2018 a expansão calculada é de 2,30%. Já a taxa de câmbio deve encerrar o ano a R$ 3,25, mesma projeção da pesquisa anterior. Em 2017, a projeção se manteve em R$ 3,40.
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Analistas cortam para 13,5% projeção para taxa de juros neste anoNa semana em que o Banco Central se reúne para determinar a nova taxa de juros no país, economistas cortaram a projeção para a Selic de 13,75% para 13,50% neste ano, segundo Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (17). O centro das expectativas de analistas consultados pela agência internacional Bloomberg indica que a Selic cairá dos atuais 14,25% ao ano para 14% ao ano já no encontro desta quarta-feira (19) do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), o penúltimo previsto para o ano. A mudança na estimativa ocorre após a Petrobras anunciar, na última sexta-feira (14), a redução dos preços da gasolina e do diesel nas refinarias, o que deve aliviar a inflação neste ano, contribuindo para que o BC diminua a taxa de juros no país, na avaliação de analistas. Boletim Focus Segundo a estatal, a partir de agora a política de preços praticados pela Petrobras irá considerar os valores e condições do mercado internacional. Foi a primeira redução realizada pela estatal desde 2009. Apesar da queda das estimativas para 2016, a projeção para a Selic se manteve em 11% no próximo ano. A perspectiva para a inflação recuou de 7,04% para 7,01% neste ano e caiu de 5,06% para 5,04% em 2017. Já em 2018 a estimativa é que o IPCA (índice oficial de preços) convirja para o centro da meta do governo, de 4,5% ao ano. O Boletim Focus divulgado nesta segunda também trouxe projeções piores para o PIB (Produto Interno Bruto). A retração estimada para este ano passou de 3,15% para 3,19%. Em 2017, o crescimento esperado foi mantido em 1,30%, enquanto em 2018 a expansão calculada é de 2,30%. Já a taxa de câmbio deve encerrar o ano a R$ 3,25, mesma projeção da pesquisa anterior. Em 2017, a projeção se manteve em R$ 3,40.
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Neto faz tratamento após acidente
Sessão de fisioterapia do jogador Neto, da Chapecoense
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Neto faz tratamento após acidenteSessão de fisioterapia do jogador Neto, da Chapecoense
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Curso técnico ainda é visto no país apenas como 'pré-vestibular'
Concluir o ensino técnico está longe de significar o fim da carreira estudantil. "É uma modalidade da educação formal que pode e deve ser o caminho para o curso superior", afirma Gustavo Leal, diretor de operações do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). Entrar na faculdade tem sido o objetivo principal dos alunos destes cursos, segundo João Cardoso Palma, professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista). "A maior parte dos estudantes que concluem o técnico presta o vestibular, o que é uma distorção", diz Palma. Para o professor da Unesp, também membro do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, o curso profissionalizante deveria ser suficiente em si. "É um desperdício de recursos manter em cursos técnicos alunos que não pretendem ir para o mercado de trabalho, mas sim prestar vestibular." Apesar de os cursos profissionalizantes receberem menos de 10% do total de matrículas no ensino médio, eles são considerados "mais puxados" do que os cursos regulares do ensino público. "O estudante enxerga o técnico como uma oportunidade para vencer o funil do vestibular", analisa Leal. Nas escolas técnicas mais conceituadas, o funil vem antes: é preciso passar por uma seleção bastante concorrida para conseguir uma vaga. ACADEMIA X MERCADO O cenário é diferente em outros países. "Na Finlândia, que tem um dos melhores sistemas educacionais do mundo, a maior parte dos alunos que termina o curso técnico vai para o mercado, não para a universidade", diz Palma. A situação é semelhante na Alemanha. O modelo dual alemão, muito voltado para a inserção no mercado de trabalho, é uma referência mundial em ensino técnico. É o modelo usado no Colégio Humboldt, em São Paulo, fundado por alemães. Mas no Brasil, ao contrário do que acontece na Alemanha e na Europa em geral, a maioria dos alunos não considera o curso técnico um fim em si. "Aqui todos querem ir para a faculdade, independentemente de ter perfil acadêmico ou não", diz Hans Wagner, vice-diretor do Humboldt. A questão é econômica e cultural. "No Brasil todo mundo quer ser 'doutor', é um legado do sistema escravocrata, em que o trabalho manual ou técnico é desvalorizado", afirma Palma. Também é mais mal pago. "O salário de quem tem curso superior é três vezes maior do que o dos que só têm ensino médio", afirma Simon Schwartzman, sociólogo e pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade. A preocupação de Schwartzman é o fato de apenas 17% dos jovens no ensino médio de todo o país conseguirem entrar na universidade. "Os que não entram e não têm formação profissional estão despreparados para o mercado de trabalho." "Quem faz o curso técnico e depois vai fazer faculdade já sai em vantagem", afirma Wagner. No Colégio Humboldt, 50% dos alunos do técnico buscam formação universitária após a profissionalizante, segundo ele. Clara Malafaia, 21, está neste grupo. Ela resolveu cursar gestão em administração após se formar no ensino médio regular. "Não sabia que faculdade fazer. Aos 17 anos é muito cedo para decidir a profissão. Entrei no técnico, e um dos módulos era marketing. Descobri ser o que eu queria." Hoje, ela cursa a faculdade de publicidade no Mackenzie, em São Paulo. Durante o técnico, trabalhou em uma empresa de empilhadeiras e na Câmara Brasil-Alemanha, como parte do curso. E já foi chamada para um novo emprego. "A escola técnica dá a parte prática, que não tem na faculdade. Os dois cursos são complementares", avalia Bárbara Vias, 19. Como Clara, ela fez gestão em administração. Foi sua mãe que a incentivou a cursar o técnico. "Ela trabalhou 26 anos numa grande empresa, sabe que o mercado está cada vez mais competitivo e este curso pode fazer a diferença", diz Bárbara. Durante a formação técnica, ela afirma ter ganho experiência no dia a dia de uma empresa, passando por todos os setores, do financeiro à logística e vendas. Em março, foi efetivada no emprego como assistente administrativa, mas não desistiu de seguir os estudos. Bárbara entrou em direito e é hoje a caçula de sua turma de faculdade, conta.
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Curso técnico ainda é visto no país apenas como 'pré-vestibular'Concluir o ensino técnico está longe de significar o fim da carreira estudantil. "É uma modalidade da educação formal que pode e deve ser o caminho para o curso superior", afirma Gustavo Leal, diretor de operações do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). Entrar na faculdade tem sido o objetivo principal dos alunos destes cursos, segundo João Cardoso Palma, professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista). "A maior parte dos estudantes que concluem o técnico presta o vestibular, o que é uma distorção", diz Palma. Para o professor da Unesp, também membro do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, o curso profissionalizante deveria ser suficiente em si. "É um desperdício de recursos manter em cursos técnicos alunos que não pretendem ir para o mercado de trabalho, mas sim prestar vestibular." Apesar de os cursos profissionalizantes receberem menos de 10% do total de matrículas no ensino médio, eles são considerados "mais puxados" do que os cursos regulares do ensino público. "O estudante enxerga o técnico como uma oportunidade para vencer o funil do vestibular", analisa Leal. Nas escolas técnicas mais conceituadas, o funil vem antes: é preciso passar por uma seleção bastante concorrida para conseguir uma vaga. ACADEMIA X MERCADO O cenário é diferente em outros países. "Na Finlândia, que tem um dos melhores sistemas educacionais do mundo, a maior parte dos alunos que termina o curso técnico vai para o mercado, não para a universidade", diz Palma. A situação é semelhante na Alemanha. O modelo dual alemão, muito voltado para a inserção no mercado de trabalho, é uma referência mundial em ensino técnico. É o modelo usado no Colégio Humboldt, em São Paulo, fundado por alemães. Mas no Brasil, ao contrário do que acontece na Alemanha e na Europa em geral, a maioria dos alunos não considera o curso técnico um fim em si. "Aqui todos querem ir para a faculdade, independentemente de ter perfil acadêmico ou não", diz Hans Wagner, vice-diretor do Humboldt. A questão é econômica e cultural. "No Brasil todo mundo quer ser 'doutor', é um legado do sistema escravocrata, em que o trabalho manual ou técnico é desvalorizado", afirma Palma. Também é mais mal pago. "O salário de quem tem curso superior é três vezes maior do que o dos que só têm ensino médio", afirma Simon Schwartzman, sociólogo e pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade. A preocupação de Schwartzman é o fato de apenas 17% dos jovens no ensino médio de todo o país conseguirem entrar na universidade. "Os que não entram e não têm formação profissional estão despreparados para o mercado de trabalho." "Quem faz o curso técnico e depois vai fazer faculdade já sai em vantagem", afirma Wagner. No Colégio Humboldt, 50% dos alunos do técnico buscam formação universitária após a profissionalizante, segundo ele. Clara Malafaia, 21, está neste grupo. Ela resolveu cursar gestão em administração após se formar no ensino médio regular. "Não sabia que faculdade fazer. Aos 17 anos é muito cedo para decidir a profissão. Entrei no técnico, e um dos módulos era marketing. Descobri ser o que eu queria." Hoje, ela cursa a faculdade de publicidade no Mackenzie, em São Paulo. Durante o técnico, trabalhou em uma empresa de empilhadeiras e na Câmara Brasil-Alemanha, como parte do curso. E já foi chamada para um novo emprego. "A escola técnica dá a parte prática, que não tem na faculdade. Os dois cursos são complementares", avalia Bárbara Vias, 19. Como Clara, ela fez gestão em administração. Foi sua mãe que a incentivou a cursar o técnico. "Ela trabalhou 26 anos numa grande empresa, sabe que o mercado está cada vez mais competitivo e este curso pode fazer a diferença", diz Bárbara. Durante a formação técnica, ela afirma ter ganho experiência no dia a dia de uma empresa, passando por todos os setores, do financeiro à logística e vendas. Em março, foi efetivada no emprego como assistente administrativa, mas não desistiu de seguir os estudos. Bárbara entrou em direito e é hoje a caçula de sua turma de faculdade, conta.
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Montoro, visionário também do meio ambiente
Entre suas múltiplas preocupações, André Franco Montoro elegeu a questão ambiental como tese prioritária. Para ele, ser ambientalista era ser democrático. A luta pelo meio ambiente, de grande interesse social, era a mesma pela redemocratização do país. Utilizou uma árvore como símbolo de sua campanha a governador de São Paulo e sempre repetia: "as grandes causas têm de vir da raiz e crescer como uma árvore para se transformarem em uma estrutura sólida, alimentada por essa seiva que vem de baixo, que vem da terra". Sua atuação no governo de São Paulo foi uma revolução. Abrigou a luta pelas Diretas Já, o primeiro grande movimento cívico de massa depois do golpe militar de 1964. Trabalhou pela participação social como base da decisão do setor público. Elevou a área ambiental a um patamar nunca antes alcançado por um governante e não superado até hoje, e fez de São Paulo um líder transformador dessa importante questão com influência em todo país. Já nos primeiros meses de seu governo criou o primeiro Conselho Estadual do Meio Ambiente de um Estado brasileiro, o Consema, do qual foi seu primeiro presidente. Criou as primeiras áreas de proteção ambiental do Estado, fez com que fosse retirado o projeto de construção de Usinas Atômicas no nosso litoral sul, criando ali a Estação Ecológica da Jureia, no local mais belo e relevante para a proteção da mata atlântica da costa brasileira. Recebeu a importantíssima Comissão Brundtland das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, em 1985, que aqui sediou sua reunião latino-americana. Fez valer o controle da inacreditável poluição em Cubatão, até aquele momento considerada área de segurança nacional. Incentivou a criação dos conselhos municipais de Meio Ambiente. Preocupava-se com a cultura e a educação ambiental. Em 5 de junho de 1985, fez declarar patrimônio natural do Estado, por meio do tombamento, a Serra do Mar em todo a sua extensão, uma área de 1,3 milhão de hectares no Estado de São Paulo. Iniciativa de vulto ainda não inteiramente compreendida por muitos. Com isso, proporcionou a proteção da biodiversidade e da água na região mais populosa do país. Incentivou e alcançou que medidas semelhantes fossem tomadas em outros Estados. Como resultado, temos hoje o reconhecimento internacional da Unesco para a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e vários sítios do Patrimônio Mundial Natural numa faixa contínua que segue do Ceará ao Rio Grande do Sul. Foi nesse contexto que, em março de 1986, criou a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, como órgão central de um sistema, transformador, com a missão arrojada de alcançar níveis reais da civilização. Antes e depois de seu mandato como governador, continuou a dar prioridade às questões ambientais. Defendeu a integração da América Latina, postulando entre as razões principais dessa união a questão ambiental, as águas, a floresta e os homens. Montoro foi um visionário com os pés no chão. A cada boa proposta que a ele era levada, transformava-a em resultado. Ao comemorar o centenário de seu nascimento nesta quinta (14), vale lembrar que São Paulo e o Brasil devem muito à suas iniciativas, que frutificam até hoje. JOSÉ PEDRO DE OLIVEIRA COSTA É secretário nacional de Biodiversidade e Florestas (órgão do Ministério do Meio Ambiente) e pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP. Foi secretário estadual do Meio Ambiente durante o governo Montoro PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Montoro, visionário também do meio ambienteEntre suas múltiplas preocupações, André Franco Montoro elegeu a questão ambiental como tese prioritária. Para ele, ser ambientalista era ser democrático. A luta pelo meio ambiente, de grande interesse social, era a mesma pela redemocratização do país. Utilizou uma árvore como símbolo de sua campanha a governador de São Paulo e sempre repetia: "as grandes causas têm de vir da raiz e crescer como uma árvore para se transformarem em uma estrutura sólida, alimentada por essa seiva que vem de baixo, que vem da terra". Sua atuação no governo de São Paulo foi uma revolução. Abrigou a luta pelas Diretas Já, o primeiro grande movimento cívico de massa depois do golpe militar de 1964. Trabalhou pela participação social como base da decisão do setor público. Elevou a área ambiental a um patamar nunca antes alcançado por um governante e não superado até hoje, e fez de São Paulo um líder transformador dessa importante questão com influência em todo país. Já nos primeiros meses de seu governo criou o primeiro Conselho Estadual do Meio Ambiente de um Estado brasileiro, o Consema, do qual foi seu primeiro presidente. Criou as primeiras áreas de proteção ambiental do Estado, fez com que fosse retirado o projeto de construção de Usinas Atômicas no nosso litoral sul, criando ali a Estação Ecológica da Jureia, no local mais belo e relevante para a proteção da mata atlântica da costa brasileira. Recebeu a importantíssima Comissão Brundtland das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, em 1985, que aqui sediou sua reunião latino-americana. Fez valer o controle da inacreditável poluição em Cubatão, até aquele momento considerada área de segurança nacional. Incentivou a criação dos conselhos municipais de Meio Ambiente. Preocupava-se com a cultura e a educação ambiental. Em 5 de junho de 1985, fez declarar patrimônio natural do Estado, por meio do tombamento, a Serra do Mar em todo a sua extensão, uma área de 1,3 milhão de hectares no Estado de São Paulo. Iniciativa de vulto ainda não inteiramente compreendida por muitos. Com isso, proporcionou a proteção da biodiversidade e da água na região mais populosa do país. Incentivou e alcançou que medidas semelhantes fossem tomadas em outros Estados. Como resultado, temos hoje o reconhecimento internacional da Unesco para a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e vários sítios do Patrimônio Mundial Natural numa faixa contínua que segue do Ceará ao Rio Grande do Sul. Foi nesse contexto que, em março de 1986, criou a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, como órgão central de um sistema, transformador, com a missão arrojada de alcançar níveis reais da civilização. Antes e depois de seu mandato como governador, continuou a dar prioridade às questões ambientais. Defendeu a integração da América Latina, postulando entre as razões principais dessa união a questão ambiental, as águas, a floresta e os homens. Montoro foi um visionário com os pés no chão. A cada boa proposta que a ele era levada, transformava-a em resultado. Ao comemorar o centenário de seu nascimento nesta quinta (14), vale lembrar que São Paulo e o Brasil devem muito à suas iniciativas, que frutificam até hoje. JOSÉ PEDRO DE OLIVEIRA COSTA É secretário nacional de Biodiversidade e Florestas (órgão do Ministério do Meio Ambiente) e pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP. Foi secretário estadual do Meio Ambiente durante o governo Montoro PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Cantora britânica Jessie J anuncia que tocará no Rock in Rio 2015
A cantora britânica Jessie J anunciou nesta terça (20) em sua conta do Facebook que tocará nas edições americana e carioca do Rock in Rio. De acordo com a assessoria do festival no Rio, no entanto, ainda não há confirmação da vinda de Jessie. Ela está confirmada entre as atrações da edição Las Vegas, que acontece nos dias 8, 9, 15 e 16 de maio, e dividirá o palco com a banda indie Foster the People —que vem ao Brasil no Lollapalooza. Cantora de dance pop, Jessie já participou de uma edição do Rock in Rio carioca, em 2013, quando tocou no palco Mundo —o principal do evento. Ela se apresentou também no Rock in Rio Lisboa de 2014.
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Cantora britânica Jessie J anuncia que tocará no Rock in Rio 2015A cantora britânica Jessie J anunciou nesta terça (20) em sua conta do Facebook que tocará nas edições americana e carioca do Rock in Rio. De acordo com a assessoria do festival no Rio, no entanto, ainda não há confirmação da vinda de Jessie. Ela está confirmada entre as atrações da edição Las Vegas, que acontece nos dias 8, 9, 15 e 16 de maio, e dividirá o palco com a banda indie Foster the People —que vem ao Brasil no Lollapalooza. Cantora de dance pop, Jessie já participou de uma edição do Rock in Rio carioca, em 2013, quando tocou no palco Mundo —o principal do evento. Ela se apresentou também no Rock in Rio Lisboa de 2014.
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Em Curitiba, entrega de lixo reciclável rende ingresso para show e teatro
Lá se vão 26 anos desde que Curitiba implantou a coleta de material reciclável. A produção de detritos só cresceu, e a despesa da coleta seletiva virou um peso para a cidade -é seis vezes maior que o custo do recolhimento de lixo convencional, com aproveitamento de apenas 30% do total recolhido. Hora de buscar novas soluções. Em maio, surgiu a primeira Estação da Sustentabilidade Inteligente, onde cidadãos deixam o lixo reaproveitável e ganham, no cartão-transporte, pontos que poderão ser trocados por brindes como ingressos para teatro e shows. A Estação Inteligente une-se a outras três Estações da Sustentabilidade, que começaram a ser instaladas pela prefeitura em novembro de 2014 -nestas, o registro do acesso ainda não foi ativado-, com a promessa de aumentar a taxa de reciclagem e com o desafio de vencer a resistência da população. O movimento ainda é pequeno -foram 22 visitas à Estação Inteligente na primeira semana de funcionamento. "Com o tempo, as pessoas vão começar a usar mais. A vantagem é que não preciso ficar esperando o caminhão passar", diz a comerciante Jaqueline Pinheiro. Visitas de alunos do ensino fundamental têm sido uma das estratégias da prefeitura para apresentar o projeto à população, com vista a uma mudança de hábito a longo prazo. "Até o fim do ano, a meta é ter uma Estação em cada uma das nove regiões da cidade", diz o secretário municipal de Meio Ambiente, Renato Lima. Cada estrutura custa de R$ 50 a R$ 60 mil.
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Em Curitiba, entrega de lixo reciclável rende ingresso para show e teatroLá se vão 26 anos desde que Curitiba implantou a coleta de material reciclável. A produção de detritos só cresceu, e a despesa da coleta seletiva virou um peso para a cidade -é seis vezes maior que o custo do recolhimento de lixo convencional, com aproveitamento de apenas 30% do total recolhido. Hora de buscar novas soluções. Em maio, surgiu a primeira Estação da Sustentabilidade Inteligente, onde cidadãos deixam o lixo reaproveitável e ganham, no cartão-transporte, pontos que poderão ser trocados por brindes como ingressos para teatro e shows. A Estação Inteligente une-se a outras três Estações da Sustentabilidade, que começaram a ser instaladas pela prefeitura em novembro de 2014 -nestas, o registro do acesso ainda não foi ativado-, com a promessa de aumentar a taxa de reciclagem e com o desafio de vencer a resistência da população. O movimento ainda é pequeno -foram 22 visitas à Estação Inteligente na primeira semana de funcionamento. "Com o tempo, as pessoas vão começar a usar mais. A vantagem é que não preciso ficar esperando o caminhão passar", diz a comerciante Jaqueline Pinheiro. Visitas de alunos do ensino fundamental têm sido uma das estratégias da prefeitura para apresentar o projeto à população, com vista a uma mudança de hábito a longo prazo. "Até o fim do ano, a meta é ter uma Estação em cada uma das nove regiões da cidade", diz o secretário municipal de Meio Ambiente, Renato Lima. Cada estrutura custa de R$ 50 a R$ 60 mil.
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O impeachment e a economia
O colunista Merval Pereira, de "O Globo" e da CBN, citou em uma coluna recente um estudo feito pelo economista Reinaldo Gonçalves que teria demonstrado, por meio de um estudo comparativo de vários países latino-americanos, que processos de impeachment costumam ter efeitos positivos para a economia (um "bônus do impedimento") em um período de dois a quatro anos após a interrupção do mandato. Tendo lido o trabalho, meu conselho ao leitor é: forme sua opinião sobre o impeachment sem consultá-lo. Ele tem problemas que exigem uma revisão, só alguns dos quais serão discutidos abaixo. Interrupções de mandato são mais frequentes durante crises econômicas. Segundo o próprio trabalho de Gonçalves, a inflação média no período da interrupção de mandato em sua amostra é 523,3%. Isto é, o ponto de partida da comparação de Gonçalves é bem baixo. Mas crises e ajustes econômicos não são eternos. Não é muito surpreendente que as coisas melhorem quatro anos depois de uma crise. E alguns governos caem durante ajustes impopulares que geram efeitos positivos no futuro. Na crise atual, as projeções da maioria dos analistas sugerem que daqui a quatro anos estaremos mesmo melhor do que em 2015, com ou sem impeachment. Istso é, Gonçalves submeteu sua hipótese a um teste fácil demais. O surpreendente é que, mesmo nesse teste muito fácil, seus resultados não são tão impressionantes. Após períodos de dois anos, as coisas só melhoram em 55% dos casos de interrupção de mandato (fl. 19). Passados quatro anos, período em que inúmeras outras coisas além da interrupção do mandato certamente aconteceram, o número chega a 59% (idem). Resultados semelhantes são obtidos comparando o desempenho pós-impeachment com a média histórica, e resultados bem mais fracos na comparação com as medianas. Além disso, é importante ressaltar que Gonçalves não inclui em sua análise países em que crises políticas foram resolvidas sem impeachment. Isto é, não sabemos se, nesses países, o desempenho macroeconômico foi melhor, igual ou pior do que nos países em que houve impeachment. Se o "Fora FHC" tivesse prosperado, é possível que tivéssemos superado a crise de 1999 em menos que quatro anos. E foi isso mesmo que aconteceu com FHC terminando seu mandato. E nenhum outro fator além da interrupção é testado como explicação para os resultados encontrados. Por exemplo, o Brasil depois do impeachment de Collor teve uma significativa melhora econômica graças ao Plano Real. Outros países da região tiveram planos com resultados semelhantes, sem passar por interrupções de mandato. É razoável supor que foi o Plano Real, não o impeachment, que melhorou a economia. Mas digamos que você não goste de nada nessa discussão, porque isso tudo parece formal demais e você prefere análises históricas. Bom, aí é que você não vai gostar do trabalho de Gonçalves mesmo. Não há nenhuma consideração do contexto histórico de nenhum dos casos de interrupção do mandato. Enfim, talvez um dia alguém demonstre que os processos de impeachment, em circunstâncias específicas, são bons para a economia. Mas não foi hoje. Se tiverem vontade de bater em alguma coisa por causa da Dilma, batam nas panelas, não nos dados.
colunas
O impeachment e a economiaO colunista Merval Pereira, de "O Globo" e da CBN, citou em uma coluna recente um estudo feito pelo economista Reinaldo Gonçalves que teria demonstrado, por meio de um estudo comparativo de vários países latino-americanos, que processos de impeachment costumam ter efeitos positivos para a economia (um "bônus do impedimento") em um período de dois a quatro anos após a interrupção do mandato. Tendo lido o trabalho, meu conselho ao leitor é: forme sua opinião sobre o impeachment sem consultá-lo. Ele tem problemas que exigem uma revisão, só alguns dos quais serão discutidos abaixo. Interrupções de mandato são mais frequentes durante crises econômicas. Segundo o próprio trabalho de Gonçalves, a inflação média no período da interrupção de mandato em sua amostra é 523,3%. Isto é, o ponto de partida da comparação de Gonçalves é bem baixo. Mas crises e ajustes econômicos não são eternos. Não é muito surpreendente que as coisas melhorem quatro anos depois de uma crise. E alguns governos caem durante ajustes impopulares que geram efeitos positivos no futuro. Na crise atual, as projeções da maioria dos analistas sugerem que daqui a quatro anos estaremos mesmo melhor do que em 2015, com ou sem impeachment. Istso é, Gonçalves submeteu sua hipótese a um teste fácil demais. O surpreendente é que, mesmo nesse teste muito fácil, seus resultados não são tão impressionantes. Após períodos de dois anos, as coisas só melhoram em 55% dos casos de interrupção de mandato (fl. 19). Passados quatro anos, período em que inúmeras outras coisas além da interrupção do mandato certamente aconteceram, o número chega a 59% (idem). Resultados semelhantes são obtidos comparando o desempenho pós-impeachment com a média histórica, e resultados bem mais fracos na comparação com as medianas. Além disso, é importante ressaltar que Gonçalves não inclui em sua análise países em que crises políticas foram resolvidas sem impeachment. Isto é, não sabemos se, nesses países, o desempenho macroeconômico foi melhor, igual ou pior do que nos países em que houve impeachment. Se o "Fora FHC" tivesse prosperado, é possível que tivéssemos superado a crise de 1999 em menos que quatro anos. E foi isso mesmo que aconteceu com FHC terminando seu mandato. E nenhum outro fator além da interrupção é testado como explicação para os resultados encontrados. Por exemplo, o Brasil depois do impeachment de Collor teve uma significativa melhora econômica graças ao Plano Real. Outros países da região tiveram planos com resultados semelhantes, sem passar por interrupções de mandato. É razoável supor que foi o Plano Real, não o impeachment, que melhorou a economia. Mas digamos que você não goste de nada nessa discussão, porque isso tudo parece formal demais e você prefere análises históricas. Bom, aí é que você não vai gostar do trabalho de Gonçalves mesmo. Não há nenhuma consideração do contexto histórico de nenhum dos casos de interrupção do mandato. Enfim, talvez um dia alguém demonstre que os processos de impeachment, em circunstâncias específicas, são bons para a economia. Mas não foi hoje. Se tiverem vontade de bater em alguma coisa por causa da Dilma, batam nas panelas, não nos dados.
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Stanford realiza programa para empreendedores em SP
DE SÃO PAULO A universidade norte-americana de Stanford, na Califórnia, realiza a partir de 5 de agosto a segunda edição do programa Stanford Ignite, que selecionou alunos de programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado, doutorado e pós-doutorado) para cursos de empreendedorismo. O curso custa US$ 10 mil. Entre as disciplinas do curso, que termina em 16 de outubro, estão contabilidade, marketing, finanças, estratégia e operações, além de noções de liderança, negociação, feedback, design thinking e comunicação. As aulas serão ministradas em inglês por quatro professores da instituição. O programa também prevê encontros com mentores e empreendedores latino-americanos. O Stanford Ignite surgiu há dez anos, depois que a universidade identificou que alunos de Medicina e Engenharia não tinham conhecimento de negócios para "vender" suas pesquisas ao mercado. O projeto acontece também em Bangalore, na Índia, em Pequim, na China, em Santiago, no Chile, em Nova York, nos EUA, e em Londres, no Reino Unido.
sobretudo
Stanford realiza programa para empreendedores em SP DE SÃO PAULO A universidade norte-americana de Stanford, na Califórnia, realiza a partir de 5 de agosto a segunda edição do programa Stanford Ignite, que selecionou alunos de programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado, doutorado e pós-doutorado) para cursos de empreendedorismo. O curso custa US$ 10 mil. Entre as disciplinas do curso, que termina em 16 de outubro, estão contabilidade, marketing, finanças, estratégia e operações, além de noções de liderança, negociação, feedback, design thinking e comunicação. As aulas serão ministradas em inglês por quatro professores da instituição. O programa também prevê encontros com mentores e empreendedores latino-americanos. O Stanford Ignite surgiu há dez anos, depois que a universidade identificou que alunos de Medicina e Engenharia não tinham conhecimento de negócios para "vender" suas pesquisas ao mercado. O projeto acontece também em Bangalore, na Índia, em Pequim, na China, em Santiago, no Chile, em Nova York, nos EUA, e em Londres, no Reino Unido.
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Hackers dizem ter atacado no Twitter milhares de contas relacionadas ao EI
O coletivo de hackers Anonymous afirmou nesta terça (17) ter sabotado milhares de contas no Twitter relacionadas à milícia terrorista Estado Islâmico. O Anonymous usou sua própria conta no Twitter para fazer o anúncio. "Más de 5.500 contas do EI foram sabotadas", informou a mensagem na rede social. Já no domingo (15), um vídeo publicado na internet, o coletivo havia anunciado que se preparava para lançar ataques cibernéticos contra o Estado Islâmico. Anonymous Um homem com uma máscara do rebelde britânico Guy Fawkes, marca registrada do grupo, disse que os militantes do Estado Islâmico, que assumiram a responsabilidade pelas agressões na França, são "vermes" e que o Anonymous iria caçá-los. "Esses ataques não podem ficar sem punição", afirma o homem no vídeo, falando em francês. "Lançaremos a maior operação de todos os tempos contra vocês. Esperem muitos ataques cibernéticos. A guerra está declarada. Preparem-se", afirma o mascarado, sem dar detalhes do que os ataques irão envolver. "Nós não perdoamos e não esquecemos". A facção terroristas chamou de "idiotas" os ciberativistas após a declaração de guerra A milícia instruiu seus membros a não abrirem mensagens desconhecidas e a mudar com frequência de computadores e telefones para evitar um possível ataque. O Anonymous é uma rede internacional de ativistas invasores de computadores que já assumiu a autoria de muitos ciberataques. Em janeiro deste ano, pouco após os ataques ao semanário "Charlie Hebdo", também em Paris, o Anonymous derrubou sites e contas em redes sociais de grupos terroristas ou que apoiam os terroristas.
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Hackers dizem ter atacado no Twitter milhares de contas relacionadas ao EIO coletivo de hackers Anonymous afirmou nesta terça (17) ter sabotado milhares de contas no Twitter relacionadas à milícia terrorista Estado Islâmico. O Anonymous usou sua própria conta no Twitter para fazer o anúncio. "Más de 5.500 contas do EI foram sabotadas", informou a mensagem na rede social. Já no domingo (15), um vídeo publicado na internet, o coletivo havia anunciado que se preparava para lançar ataques cibernéticos contra o Estado Islâmico. Anonymous Um homem com uma máscara do rebelde britânico Guy Fawkes, marca registrada do grupo, disse que os militantes do Estado Islâmico, que assumiram a responsabilidade pelas agressões na França, são "vermes" e que o Anonymous iria caçá-los. "Esses ataques não podem ficar sem punição", afirma o homem no vídeo, falando em francês. "Lançaremos a maior operação de todos os tempos contra vocês. Esperem muitos ataques cibernéticos. A guerra está declarada. Preparem-se", afirma o mascarado, sem dar detalhes do que os ataques irão envolver. "Nós não perdoamos e não esquecemos". A facção terroristas chamou de "idiotas" os ciberativistas após a declaração de guerra A milícia instruiu seus membros a não abrirem mensagens desconhecidas e a mudar com frequência de computadores e telefones para evitar um possível ataque. O Anonymous é uma rede internacional de ativistas invasores de computadores que já assumiu a autoria de muitos ciberataques. Em janeiro deste ano, pouco após os ataques ao semanário "Charlie Hebdo", também em Paris, o Anonymous derrubou sites e contas em redes sociais de grupos terroristas ou que apoiam os terroristas.
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Levy barrou taxação de grandes fortunas projetada por Mantega
Se fosse aplicado um Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) aos 200 mil contribuintes mais ricos do país, como tem defendido a bancada do PT no Congresso, o governo poderia arrecadar até R$ 6 bilhões por ano, segundo estudo feito no Senado a pedido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). O valor é semelhante à economia que o governo pretende obter, por exemplo, com a revisão das normas para a concessão do seguro-desemprego, uma das principais medidas do pacote fiscal. Segundo a Folha apurou, o IGF, previsto na Constituição de 1988 mas nunca instituído, estava entre as medidas preparadas pela equipe do ex-ministro Guido Mantega (Fazenda) para depois das eleições de 2014. Levy, no entanto, é contra o IGF, por considerá-lo ineficiente. Diante da forte repercussão negativa da revisão dos direitos trabalhistas e previdenciários, os congressistas do PT passaram a exigir da Fazenda um projeto para taxar o "andar de cima". Foi nesse contexto que a senadora Gleisi Hoffmann solicitou o estudo. De acordo com o trabalho da consultoria do Senado, o tributo tem eficácia controversa. Na Europa ocidental, só Bélgica, Portugal e Reino Unido nunca o adotaram. O Reino Unido, contudo, assim como os EUA, tem uma carga de até 40% sobre heranças. Na América do Sul, Uruguai, Argentina e Colômbia também contam com o IGF. O tributo costuma ser adotado a partir de um determinado valor de patrimônio tangível, como imóveis, ações e aplicações financeiras. As alíquotas normalmente variam entre 0,5% e 1,5%. O limite máximo na França é de 1,8%. Para chegar ao valor de até R$ 6 bilhões, os consultores do Senado se basearam em declarações de IR das pessoas físicas de 2013 e num relatório do banco Credit Suisse sobre a riqueza mundial. Segundo o Credit Suisse, o 0,2% mais rico da população brasileira, cerca de 221 mil contribuintes, detinham em 2013 mais de US$ 1 milhão, o que corresponderia hoje a pouco mais de R$ 3 milhões. Se fosse aplicada sobre essa base mínima uma alíquota de 1,5%, chegaria-se a algo próximo a R$ 10 bilhões. Os técnicos do Senado ressaltaram, porém, que fatores como transferência de recursos para outros países e imóveis declarados abaixo do mercado poderiam diminuir drasticamente esse número. A pedido da Folha, dois economistas avaliaram os cálculos do Senado e concluíram que o valor de R$ 6 bilhões é factível, apesar da precariedade dos dados disponíveis no Brasil. O economista José Roberto Afonso, do IBRE/FGV, defende que antes de criar um IGF o governo deveria corrigir distorções nos impostos sobre propriedade, como o ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural) e IPTU. "O governo federal cobra menos ITR que o IPTU pago pelo bairro de Copacabana. Isso é ridículo, e ninguém fala." Para o economista Mansueto Almeida, especialista em contas públicas, o tributo sobre heranças é mais eficaz que o IGF, por reduzir a distância econômica entre classes das gerações futuras.
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Levy barrou taxação de grandes fortunas projetada por MantegaSe fosse aplicado um Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) aos 200 mil contribuintes mais ricos do país, como tem defendido a bancada do PT no Congresso, o governo poderia arrecadar até R$ 6 bilhões por ano, segundo estudo feito no Senado a pedido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). O valor é semelhante à economia que o governo pretende obter, por exemplo, com a revisão das normas para a concessão do seguro-desemprego, uma das principais medidas do pacote fiscal. Segundo a Folha apurou, o IGF, previsto na Constituição de 1988 mas nunca instituído, estava entre as medidas preparadas pela equipe do ex-ministro Guido Mantega (Fazenda) para depois das eleições de 2014. Levy, no entanto, é contra o IGF, por considerá-lo ineficiente. Diante da forte repercussão negativa da revisão dos direitos trabalhistas e previdenciários, os congressistas do PT passaram a exigir da Fazenda um projeto para taxar o "andar de cima". Foi nesse contexto que a senadora Gleisi Hoffmann solicitou o estudo. De acordo com o trabalho da consultoria do Senado, o tributo tem eficácia controversa. Na Europa ocidental, só Bélgica, Portugal e Reino Unido nunca o adotaram. O Reino Unido, contudo, assim como os EUA, tem uma carga de até 40% sobre heranças. Na América do Sul, Uruguai, Argentina e Colômbia também contam com o IGF. O tributo costuma ser adotado a partir de um determinado valor de patrimônio tangível, como imóveis, ações e aplicações financeiras. As alíquotas normalmente variam entre 0,5% e 1,5%. O limite máximo na França é de 1,8%. Para chegar ao valor de até R$ 6 bilhões, os consultores do Senado se basearam em declarações de IR das pessoas físicas de 2013 e num relatório do banco Credit Suisse sobre a riqueza mundial. Segundo o Credit Suisse, o 0,2% mais rico da população brasileira, cerca de 221 mil contribuintes, detinham em 2013 mais de US$ 1 milhão, o que corresponderia hoje a pouco mais de R$ 3 milhões. Se fosse aplicada sobre essa base mínima uma alíquota de 1,5%, chegaria-se a algo próximo a R$ 10 bilhões. Os técnicos do Senado ressaltaram, porém, que fatores como transferência de recursos para outros países e imóveis declarados abaixo do mercado poderiam diminuir drasticamente esse número. A pedido da Folha, dois economistas avaliaram os cálculos do Senado e concluíram que o valor de R$ 6 bilhões é factível, apesar da precariedade dos dados disponíveis no Brasil. O economista José Roberto Afonso, do IBRE/FGV, defende que antes de criar um IGF o governo deveria corrigir distorções nos impostos sobre propriedade, como o ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural) e IPTU. "O governo federal cobra menos ITR que o IPTU pago pelo bairro de Copacabana. Isso é ridículo, e ninguém fala." Para o economista Mansueto Almeida, especialista em contas públicas, o tributo sobre heranças é mais eficaz que o IGF, por reduzir a distância econômica entre classes das gerações futuras.
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Ministério Público volta a sondar Valério para delação premiada
No dia 8 de agosto, o publicitário Marcos Valério deixou a Apac (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado), em Sete Lagoas (MG), onde cumpre pena de mais de 37 anos de prisão, para prestar depoimento ao Ministério Público de Minas Gerais. Valério assinou, em julho, um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal. Ele detalha informações sobre o mensalão petista, revelado em 2002, e sobre o mensalão tucano, de 1998. A proposta havia sido negada pelo MP. Há um ano, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a enviar dois representantes a BH para ouvir o publicitário, que implicou políticos com foro privilegiado. O acordo, contudo, não prosperou nem na esfera federal nem na estadual. Em março deste ano, a Promotoria informou não ter interesse nas informações de Valério. Isso agora mudou. Na visita ao MP estadual, Valério foi ouvido pelo promotor Leonardo Barbabela como testemunha em um inquérito civil. Segundo ele, Barbabela disse haver interesse na colaboração sobre investigações em curso na Promotoria. As apurações dizem respeito a pagamento de propina a ex-presidentes da Assembleia de Minas. Valério não topou colaborar com o promotor e disse já ter acertado com a PF. O MP de Minas confirma o encontro, mas nega conversa sobre delação. "Houve até uma certa estranheza de nossa parte, porque naquele momento já era público e notório o acordo firmado com a Polícia Federal", disse à Folha o advogado de Valério, Fáber Campos. A resposta da PF veio em dez dias. Em 18 de agosto, Valério foi chamado para depor sobre "tentativas de frustrar sua delação", nas palavras de Marcílio Zocrato, delegado responsável. A delação do publicitário, que ainda precisa ser homologada pelo STF, está no centro da disputa entre PF e Procuradoria-Geral da República pela prerrogativa de celebrar esse tipo de acordo. PASSARINHO Ainda segundo o delegado da PF, nomes mencionados pelo publicitário se movimentavam para que a delação não se tornasse efetiva, inclusive cooptando testemunhas. Em seu depoimento na delação, o publicitário afirma que o acordo não foi para a frente no MP e na PGR devido a um acerto entre PT e PSDB, que teriam influência para barrar o procedimento. O delator, no entanto, não apresenta provas disso. Diz apenas que o contato com o MP foi feito pelo deputado estadual Durval Ângelo (PT), líder do governo Fernando Pimentel (PT). Valério conversou com o deputado sobre delatar o mensalão tucano. Ele diz que o contexto, na época, era a discussão na Assembleia para autorizar ou arquivar uma denúncia contra Pimentel. O publicitário diz, porém, que quando decidiu ampliar o escopo e delatar todos os partidos, o acordo desandou. À Folha Durval disse que Valério o procurou e que se reuniram duas vezes na penitenciária. "Era um momento difícil para Pimentel e, nos recados que me enviava, Valério dizia que ia acabar com os tucanos em Minas e o governador teria paz. Vi pastas e os termos sigilosos da delação", afirmou. "Valério falou que 80% das denúncias eram contra os tucanos, mas que tinha 20% contra o PT, e eu falei que não me importava." Eles também trataram de uma transferência para uma Apac . O deputado é membro da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia e é envolvido com essas instituições. Valério e Durval contam, em uma das poucas partes em que suas narrativas coincidem, que o deputado chegou a avisar Janot sobre a possibilidade da delação em um evento do Atlético Mineiro em julho de 2016. "Ah, o passarinho quer falar", respondeu o ex-procurador. O deputado, contudo, não conseguiu a mudança para a Apac, que só veio por intermédio da PF. "Fui informado que não havia interesse na delação, pois os crimes estavam prescritos. A Promotoria sempre foi independente. Não sei de acordo [político]." Procurado pela Folha, o MP de Minas diz que um eventual acordo ficaria a cargo da PGR, que não respondeu à reportagem. Campos diz que a suspeita de interferência política vem de "observações até certo ponto óbvias", já que "no meio do caminho, o interesse do MP desapareceu repentinamente". "Houve mudanças inclusive no quadro de promotores que tratariam do caso." O advogado refere-se ao promotor Eduardo Nepomuceno, favorável à delação e que foi transferido para outro setor em dezembro. MUDANÇA Na delação, Valério narra ter sofrido retaliação na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG), onde cumpria pena antes da Apac. Segundo ele, os anexos da delação, escritos à mão, eram lidos durante frequentes revistas em sua cela e um agente carcerário apertou-lhe as algemas até quebrar sua mão. Valério escreveu uma carta e enviou ao STF sobre o ocorrido. Um inquérito policial investiga a agressão. Campos, seu advogado, diz que Valério "está pagando a conta em uma medida desajustada em relação aos demais envolvidos" e buscou a delação porque "não dava mais pra segurar". A defesa afirma que a delação traz fatos recentes e que a Constituição permite que a PF celebre o acordo. "Não corre o risco de não ser homologada baseado em prescrição dos crimes, mesmo porque, a partir da homologação é que os crimes serão investigados." Campos já defendia Valério em processos civis e agora passa a conduzir a interlocução com a PF no lugar do advogado Jean Kobayashi Júnior. "A família do colaborador necessita diuturnamente do advogado, não na acepção da palavra, mas na condição de um interlocutor, que esteja plenamente articulado com a família, que tenha um mínimo de tempo voltado também para outras questões que envolvem a família do colaborador", disse.
poder
Ministério Público volta a sondar Valério para delação premiadaNo dia 8 de agosto, o publicitário Marcos Valério deixou a Apac (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado), em Sete Lagoas (MG), onde cumpre pena de mais de 37 anos de prisão, para prestar depoimento ao Ministério Público de Minas Gerais. Valério assinou, em julho, um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal. Ele detalha informações sobre o mensalão petista, revelado em 2002, e sobre o mensalão tucano, de 1998. A proposta havia sido negada pelo MP. Há um ano, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a enviar dois representantes a BH para ouvir o publicitário, que implicou políticos com foro privilegiado. O acordo, contudo, não prosperou nem na esfera federal nem na estadual. Em março deste ano, a Promotoria informou não ter interesse nas informações de Valério. Isso agora mudou. Na visita ao MP estadual, Valério foi ouvido pelo promotor Leonardo Barbabela como testemunha em um inquérito civil. Segundo ele, Barbabela disse haver interesse na colaboração sobre investigações em curso na Promotoria. As apurações dizem respeito a pagamento de propina a ex-presidentes da Assembleia de Minas. Valério não topou colaborar com o promotor e disse já ter acertado com a PF. O MP de Minas confirma o encontro, mas nega conversa sobre delação. "Houve até uma certa estranheza de nossa parte, porque naquele momento já era público e notório o acordo firmado com a Polícia Federal", disse à Folha o advogado de Valério, Fáber Campos. A resposta da PF veio em dez dias. Em 18 de agosto, Valério foi chamado para depor sobre "tentativas de frustrar sua delação", nas palavras de Marcílio Zocrato, delegado responsável. A delação do publicitário, que ainda precisa ser homologada pelo STF, está no centro da disputa entre PF e Procuradoria-Geral da República pela prerrogativa de celebrar esse tipo de acordo. PASSARINHO Ainda segundo o delegado da PF, nomes mencionados pelo publicitário se movimentavam para que a delação não se tornasse efetiva, inclusive cooptando testemunhas. Em seu depoimento na delação, o publicitário afirma que o acordo não foi para a frente no MP e na PGR devido a um acerto entre PT e PSDB, que teriam influência para barrar o procedimento. O delator, no entanto, não apresenta provas disso. Diz apenas que o contato com o MP foi feito pelo deputado estadual Durval Ângelo (PT), líder do governo Fernando Pimentel (PT). Valério conversou com o deputado sobre delatar o mensalão tucano. Ele diz que o contexto, na época, era a discussão na Assembleia para autorizar ou arquivar uma denúncia contra Pimentel. O publicitário diz, porém, que quando decidiu ampliar o escopo e delatar todos os partidos, o acordo desandou. À Folha Durval disse que Valério o procurou e que se reuniram duas vezes na penitenciária. "Era um momento difícil para Pimentel e, nos recados que me enviava, Valério dizia que ia acabar com os tucanos em Minas e o governador teria paz. Vi pastas e os termos sigilosos da delação", afirmou. "Valério falou que 80% das denúncias eram contra os tucanos, mas que tinha 20% contra o PT, e eu falei que não me importava." Eles também trataram de uma transferência para uma Apac . O deputado é membro da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia e é envolvido com essas instituições. Valério e Durval contam, em uma das poucas partes em que suas narrativas coincidem, que o deputado chegou a avisar Janot sobre a possibilidade da delação em um evento do Atlético Mineiro em julho de 2016. "Ah, o passarinho quer falar", respondeu o ex-procurador. O deputado, contudo, não conseguiu a mudança para a Apac, que só veio por intermédio da PF. "Fui informado que não havia interesse na delação, pois os crimes estavam prescritos. A Promotoria sempre foi independente. Não sei de acordo [político]." Procurado pela Folha, o MP de Minas diz que um eventual acordo ficaria a cargo da PGR, que não respondeu à reportagem. Campos diz que a suspeita de interferência política vem de "observações até certo ponto óbvias", já que "no meio do caminho, o interesse do MP desapareceu repentinamente". "Houve mudanças inclusive no quadro de promotores que tratariam do caso." O advogado refere-se ao promotor Eduardo Nepomuceno, favorável à delação e que foi transferido para outro setor em dezembro. MUDANÇA Na delação, Valério narra ter sofrido retaliação na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG), onde cumpria pena antes da Apac. Segundo ele, os anexos da delação, escritos à mão, eram lidos durante frequentes revistas em sua cela e um agente carcerário apertou-lhe as algemas até quebrar sua mão. Valério escreveu uma carta e enviou ao STF sobre o ocorrido. Um inquérito policial investiga a agressão. Campos, seu advogado, diz que Valério "está pagando a conta em uma medida desajustada em relação aos demais envolvidos" e buscou a delação porque "não dava mais pra segurar". A defesa afirma que a delação traz fatos recentes e que a Constituição permite que a PF celebre o acordo. "Não corre o risco de não ser homologada baseado em prescrição dos crimes, mesmo porque, a partir da homologação é que os crimes serão investigados." Campos já defendia Valério em processos civis e agora passa a conduzir a interlocução com a PF no lugar do advogado Jean Kobayashi Júnior. "A família do colaborador necessita diuturnamente do advogado, não na acepção da palavra, mas na condição de um interlocutor, que esteja plenamente articulado com a família, que tenha um mínimo de tempo voltado também para outras questões que envolvem a família do colaborador", disse.
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Em Punta Cana, há vida além dos resorts, mas custa caro
Nas areias brancas de Bávaro, praia mais turística de Punta Cana, se estendem, até onde a vista alcança, espreguiçadeiras de hotéis. A orla é tomada pelo modelo de hospedagem mais comum por ali, resorts "all inclusive" –em que se come, bebe e até se faz atividades como snorkeling e caiaque sem gastar um centavo a mais além do preço do pacote. Em tempos de crise, eis uma razão por que Punta Cana se tornou o destino caribenho mais vendido de agências como Flytour, Agaxtur e CVC (na qual o número de passageiros para esse destino cresceu, em 2015, 45%). Ademais, é preciso dar crédito às belezas locais –das palmeiras na praia ao, como não podia deixar de ser, mar caribenho. Caribe e cia Pode ser difícil abrir mão dos confortos dos resorts –alguns disponibilizam até mordomo. Mas vale saber que há vida além dos "muros". Desde que se disponha a sacar alguns dólares a mais. Passeios populares, como nadar com golfinhos ou visitar a ilha Saona, cenário de "A Lagoa Azul", custam em torno de US$ 100 (R$ 410). Um dos mais em conta, o Catamaran Bebe (bebecata maran.com) sai por US$ 69 (R$ 283). Apesar das paisagens, cabe a ressalva: o ponto alto, o snorkeling, é numa região abarrotada de barcos. Quando a Folha fez o passeio, tripulantes não informaram o melhor lugar para observar vida marinha –e só ao se afastar um pouco a reportagem viu uma maior variedade de animais, além dos peixinhos. O passeio acaba em uma piscina natural que vira "batalha naval", em que as armas dos barcos são o volume da música –incluindo a inescapável "Ai, se Eu te Pego", de Michel Teló. O passeio no Seaquarium (US$ 105, R$ 430; seaqua riumpuntacana.com) inclui uma experiência de "astronauta": com capacetes de mergulhador, a três metros abaixo da superfície, literalmente anda-se na areia. No fundo do mar, colocar um pé na frente do outro é mais difícil do que parece –a noção de profundidade e a velocidade dos movimentos se alteram. E, à sua frente, peixinhos nadam enlouquecidos ao disputar pedacinhos de pão soltos pelos mergulhadores. Além da caminhada, pode-se nadar em um tanque com tubarões-lixa e arraias e receber um beijinho de um leão-marinho. Quem gosta de história deve ir à capital, Santo Domingo (US$ 92, R$ 377; puntaca natours.es), onde europeus estabeleceram o primeiro assentamento na América após a descoberta de Colombo. As lojinhas na beira da praia vendem artesanato, feito com larimar, pedra azul encontrada no país, e garrafas de mamajuana (drinque local com raízes e rum ou vinho com mel). A jornalista viajou a convite da Copa Airlines e da Paradisus Resorts
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Em Punta Cana, há vida além dos resorts, mas custa caroNas areias brancas de Bávaro, praia mais turística de Punta Cana, se estendem, até onde a vista alcança, espreguiçadeiras de hotéis. A orla é tomada pelo modelo de hospedagem mais comum por ali, resorts "all inclusive" –em que se come, bebe e até se faz atividades como snorkeling e caiaque sem gastar um centavo a mais além do preço do pacote. Em tempos de crise, eis uma razão por que Punta Cana se tornou o destino caribenho mais vendido de agências como Flytour, Agaxtur e CVC (na qual o número de passageiros para esse destino cresceu, em 2015, 45%). Ademais, é preciso dar crédito às belezas locais –das palmeiras na praia ao, como não podia deixar de ser, mar caribenho. Caribe e cia Pode ser difícil abrir mão dos confortos dos resorts –alguns disponibilizam até mordomo. Mas vale saber que há vida além dos "muros". Desde que se disponha a sacar alguns dólares a mais. Passeios populares, como nadar com golfinhos ou visitar a ilha Saona, cenário de "A Lagoa Azul", custam em torno de US$ 100 (R$ 410). Um dos mais em conta, o Catamaran Bebe (bebecata maran.com) sai por US$ 69 (R$ 283). Apesar das paisagens, cabe a ressalva: o ponto alto, o snorkeling, é numa região abarrotada de barcos. Quando a Folha fez o passeio, tripulantes não informaram o melhor lugar para observar vida marinha –e só ao se afastar um pouco a reportagem viu uma maior variedade de animais, além dos peixinhos. O passeio acaba em uma piscina natural que vira "batalha naval", em que as armas dos barcos são o volume da música –incluindo a inescapável "Ai, se Eu te Pego", de Michel Teló. O passeio no Seaquarium (US$ 105, R$ 430; seaqua riumpuntacana.com) inclui uma experiência de "astronauta": com capacetes de mergulhador, a três metros abaixo da superfície, literalmente anda-se na areia. No fundo do mar, colocar um pé na frente do outro é mais difícil do que parece –a noção de profundidade e a velocidade dos movimentos se alteram. E, à sua frente, peixinhos nadam enlouquecidos ao disputar pedacinhos de pão soltos pelos mergulhadores. Além da caminhada, pode-se nadar em um tanque com tubarões-lixa e arraias e receber um beijinho de um leão-marinho. Quem gosta de história deve ir à capital, Santo Domingo (US$ 92, R$ 377; puntaca natours.es), onde europeus estabeleceram o primeiro assentamento na América após a descoberta de Colombo. As lojinhas na beira da praia vendem artesanato, feito com larimar, pedra azul encontrada no país, e garrafas de mamajuana (drinque local com raízes e rum ou vinho com mel). A jornalista viajou a convite da Copa Airlines e da Paradisus Resorts
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Cúpula do PMDB nega desgaste com prisão de ex-diretor da Petrobras
O comando do PMDB afinou o discurso para minimizar a vinculação do partido com o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, preso pela Polícia Federal nesta quarta-feira (14). O ex-dirigente da estatal é suspeito de realizar movimentação financeira atípica depois de ser denunciado pelo Ministério Público Federal e responder a uma ação penal por corrupção e lavagem de dinheiro. PT e PMDB evitam assumir a paternidade da indicação de Cerveró para a diretoria Internacional da Petrobras, o que provocou uma queda de braço entre os partidos. Cerveró foi responsável pelo resumo executivo que embasou a decisão da compra da refinaria de Pasadena (EUA) pela estatal, em 2006, o que deu início a crise envolvendo a empresa. Questionado se a prisão traz algum desgaste para o PMDB, o vice-presidente, Michel Temer, garantiu que não. "Zero [desgaste]", afirmou. O ex-ministro Geddel Vieira Lima reforçou o discurso para blindar a sigla. "Esse é um tema que tem que ser discutido na Polícia Federal, no Ministério Público, na Petrobras, no governo, não dentro do PMDB. Nós não temos absolutamente nada que debater a respeito do senhor Nestor Cerveró e da sua prisão". Em delação premiada, o o executivo da empresa Toyo Setal Julio Camargo afirmou que o lobista Fernando Soares, apontado como operador do PMDB na Petrobras, intermediou contratos junto a Cerveró. Segundo Camargo, o lobista, conhecido como Fernando Baiano, mantinha um "compromisso de confiança" com Cerveró. Na época, a defesa do ex-diretor afirmou que ele nunca recebeu pagamentos para fechar contratos da Petrobras. O também ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, em depoimento à Polícia Federal no ano passado, disse que Cerveró que foi indicado ao cargo por um político e tinha ligação forte com o PMDB. A sigla nega. PRISÃO Cerveró foi preso ao desembarcar de Londres, no aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. Foi encaminhado a Curitiba (PR), chegou à Superintendência da PF por volta das 9h20 desta quarta e foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) para fazer o exame de corpo de delito, o que é praxe em casos de prisão. O delegado Igor Romário de Paula, da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado, afirma que Cerveró fez essas movimentações financeiras para conseguir dinheiro vivo, e que isso poderia indicar duas coisas: ou o ex-diretor planejaria uma fuga, ou tentaria tornar seu patrimônio mais líquido, e dessa forma, o blindaria. A prisão teve como fundamento "alguns negócios que ele fez posteriormente à saída do Brasil, negócios que financeiramente eram inviáveis e que indicavam a tentativa de liquidar o patrimônio para enviar ao exterior ou aplicar em outros negócios", disse. OUTRO LADO O advogado do ex-diretor, Edson Ribeiro, disse não haver razão para seu cliente estar detido e que, se a prisão fosse válida, "Graça Foster [presidente da Petrobras] também deveria ter tido a prisão decretada". A presidente da estatal não é alvo de investigação na Lava Jato. "Não estou imputando culpa a Graça Foster, mas, se o critério para a prisão de Cerveró foi ter transferido bens para filhos, o critério tem que valer para Graça, que também doou imóveis para os filhos. Ela também era da diretoria da Petrobras na época da compra dos 50% restantes da refinaria de Pasadena, assim como Cerveró era diretor na compra dos 50% iniciais. As decisões são tomadas pela diretoria. Se não vale para Graça, o Ministério Público está prevaricando." "Não vejo motivos para sua prisão, uma vez que comuniquei à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal sua viagem e seu endereço no exterior", disse Ribeiro.
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Cúpula do PMDB nega desgaste com prisão de ex-diretor da PetrobrasO comando do PMDB afinou o discurso para minimizar a vinculação do partido com o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, preso pela Polícia Federal nesta quarta-feira (14). O ex-dirigente da estatal é suspeito de realizar movimentação financeira atípica depois de ser denunciado pelo Ministério Público Federal e responder a uma ação penal por corrupção e lavagem de dinheiro. PT e PMDB evitam assumir a paternidade da indicação de Cerveró para a diretoria Internacional da Petrobras, o que provocou uma queda de braço entre os partidos. Cerveró foi responsável pelo resumo executivo que embasou a decisão da compra da refinaria de Pasadena (EUA) pela estatal, em 2006, o que deu início a crise envolvendo a empresa. Questionado se a prisão traz algum desgaste para o PMDB, o vice-presidente, Michel Temer, garantiu que não. "Zero [desgaste]", afirmou. O ex-ministro Geddel Vieira Lima reforçou o discurso para blindar a sigla. "Esse é um tema que tem que ser discutido na Polícia Federal, no Ministério Público, na Petrobras, no governo, não dentro do PMDB. Nós não temos absolutamente nada que debater a respeito do senhor Nestor Cerveró e da sua prisão". Em delação premiada, o o executivo da empresa Toyo Setal Julio Camargo afirmou que o lobista Fernando Soares, apontado como operador do PMDB na Petrobras, intermediou contratos junto a Cerveró. Segundo Camargo, o lobista, conhecido como Fernando Baiano, mantinha um "compromisso de confiança" com Cerveró. Na época, a defesa do ex-diretor afirmou que ele nunca recebeu pagamentos para fechar contratos da Petrobras. O também ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, em depoimento à Polícia Federal no ano passado, disse que Cerveró que foi indicado ao cargo por um político e tinha ligação forte com o PMDB. A sigla nega. PRISÃO Cerveró foi preso ao desembarcar de Londres, no aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. Foi encaminhado a Curitiba (PR), chegou à Superintendência da PF por volta das 9h20 desta quarta e foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) para fazer o exame de corpo de delito, o que é praxe em casos de prisão. O delegado Igor Romário de Paula, da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado, afirma que Cerveró fez essas movimentações financeiras para conseguir dinheiro vivo, e que isso poderia indicar duas coisas: ou o ex-diretor planejaria uma fuga, ou tentaria tornar seu patrimônio mais líquido, e dessa forma, o blindaria. A prisão teve como fundamento "alguns negócios que ele fez posteriormente à saída do Brasil, negócios que financeiramente eram inviáveis e que indicavam a tentativa de liquidar o patrimônio para enviar ao exterior ou aplicar em outros negócios", disse. OUTRO LADO O advogado do ex-diretor, Edson Ribeiro, disse não haver razão para seu cliente estar detido e que, se a prisão fosse válida, "Graça Foster [presidente da Petrobras] também deveria ter tido a prisão decretada". A presidente da estatal não é alvo de investigação na Lava Jato. "Não estou imputando culpa a Graça Foster, mas, se o critério para a prisão de Cerveró foi ter transferido bens para filhos, o critério tem que valer para Graça, que também doou imóveis para os filhos. Ela também era da diretoria da Petrobras na época da compra dos 50% restantes da refinaria de Pasadena, assim como Cerveró era diretor na compra dos 50% iniciais. As decisões são tomadas pela diretoria. Se não vale para Graça, o Ministério Público está prevaricando." "Não vejo motivos para sua prisão, uma vez que comuniquei à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal sua viagem e seu endereço no exterior", disse Ribeiro.
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Nova 'tartineria' em Moema serve sanduíches abertos comuns na França
MAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Uma tartineria é um lugar que serve tartines. Essas, por sua vez, são fatias de pão levemente tostadas cobertas por manteiga, geleia ou qualquer outra substância deliciosa que possa ser espalhada por sua superfície. Na Bou Tartineria, aberta neste mês em Moema, elas podem ser cobertas por queijo de cabra, castanha-do-pará caramelizada, mel e brotos (R$ 25), por creme cítrico de dill e salmão defumado (R$ 29), três queijos e pera caramelizada (R$ 23) ou costela de porco desfiada e barbecue caseiro (R$ 26). Há ainda saladas como a de lentilhas, com repolho, cenoura, gengibre, coentro e uma pitada de curry (R$ 24). O pequenino espaço tem cozinha comandada pela jovem Natália Vila Boas Bourgogne, que estudou gastronomia na França (de lá veio a inspiração para os sanduíches abertos) e passou por cozinhas estrelados como a do espanhol El Celler de Can Roca e do paulistano Maní. Nas noites em que a casa abre as portas (de quinta a sábado), são servidas porções para compartilhar. Os bolinhos de arroz e queijo de coalho, cremosos por dentro e sequinhos por fora, são servidos com geleia caseira de pequi e pimenta (R$ 21). Para acompanhar, há vinho e cerveja. Bou Tartineria Onde Av. Jacutinga, 31, Moema, tel. (11) 2548-3055 Quando de seg. a sex., das 12h às 15h; de qui. a sáb., das 19h às 22h30
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Nova 'tartineria' em Moema serve sanduíches abertos comuns na FrançaMAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Uma tartineria é um lugar que serve tartines. Essas, por sua vez, são fatias de pão levemente tostadas cobertas por manteiga, geleia ou qualquer outra substância deliciosa que possa ser espalhada por sua superfície. Na Bou Tartineria, aberta neste mês em Moema, elas podem ser cobertas por queijo de cabra, castanha-do-pará caramelizada, mel e brotos (R$ 25), por creme cítrico de dill e salmão defumado (R$ 29), três queijos e pera caramelizada (R$ 23) ou costela de porco desfiada e barbecue caseiro (R$ 26). Há ainda saladas como a de lentilhas, com repolho, cenoura, gengibre, coentro e uma pitada de curry (R$ 24). O pequenino espaço tem cozinha comandada pela jovem Natália Vila Boas Bourgogne, que estudou gastronomia na França (de lá veio a inspiração para os sanduíches abertos) e passou por cozinhas estrelados como a do espanhol El Celler de Can Roca e do paulistano Maní. Nas noites em que a casa abre as portas (de quinta a sábado), são servidas porções para compartilhar. Os bolinhos de arroz e queijo de coalho, cremosos por dentro e sequinhos por fora, são servidos com geleia caseira de pequi e pimenta (R$ 21). Para acompanhar, há vinho e cerveja. Bou Tartineria Onde Av. Jacutinga, 31, Moema, tel. (11) 2548-3055 Quando de seg. a sex., das 12h às 15h; de qui. a sáb., das 19h às 22h30
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Diário de Havana - O berço dos heróis
É 26 de dezembro. Num antigo casarão estilo francês no bairro de Vedado, quase 300 pessoas se reúnem no pátio arborizado. A confraternização de final de ano do Instituto Cubano de Amistad con los Pueblos -órgão vinculado ao Ministério das Relações Exteriores- é um misto de discursos inflamados, música e comida. Teria tudo para ser a típica "festa da firma" à la cubana. Uma porção de costela de porco e arroz é servida em bandejas de isopor, enquanto um conjunto ao vivo dá o tom do baile. Um tipo de bigode, no entanto, circula por ali com status de celebridade: todos querem lhe apertar a mão, todos querem uma foto. Fernando González vai de mesa em mesa distribuindo cumprimentos e sorrisos. Ao lado de Gerardo Hernández, Antonio Guerrero, René González e Ramón Labañino, González é um dos "cinco heróis", agentes de inteligência cubanos presos nos Estados Unidos em 1998. Desde o dia 17 de dezembro, quando anunciou-se a liberação dos três que faltavam , os órgãos de informação do governo só falam do quinteto. No dia 28, uma escultura gigante em homenagem aos heróis foi inaugurada no vilarejo de Jaimanitas, a 30 quilômetros da capital. LEMBRETE No Museo de Bellas Artes, o acontecimento reverbera na forma de uma instalação do artista cubano Kcho, "No Agradezcan el Silencio". Ali, num espaço que reproduz uma cela de segurança máxima da prisão federal americana (FDC), o visitante é convidado a colocar um macacão laranja de prisioneiro e a ler sobre a rotina que os "cinco heróis" tiveram durante 17 meses nesse tipo de detenção. De acordo com um artista contemporâneo que não quis ter seu nome identificado, Kcho vem comprometendo seu trabalho e sua reputação artística ao vincular-se, sem ressalvas, à política oficialesca. "Nenhum general jamais foi visto num evento de arte em Havana, mas Kcho, sim, tornou-se o grande amigo de Fidel", cutuca. Depois que nomes importantes da arte contemporânea deixaram o país (Los Carpinteros vivem especialmente em Madri; Ricardo Brey estabeleceu-se na Bélgica), uma nova geração começa a se estruturar em torno da FAC (Fabrica de Arte Cubana), fábrica de azeites transformada num misto de galeria de arte, espaço de projeções e balada. Em torno desse grupo alternativo circula também Tania Bruguera, presa no dia 30 depois de articular uma performance na praça da Revolução. Intitulada "El Susurro de Tatlin #6", a ação planejada consistia em deixar um microfone aberto para que os cidadãos expressassem sua opinião sobre o governo. O Conselho Nacional de Artes Plásticas de Cuba (CNAP) classificou a proposta como "inaceitável". A prisão de Tânia e ao menos 12 outros dissidentes gerou uma grita internacional que fez com que a soltassem poucos dias depois, mas soa como um lembrete. O controle não terminou. DESCONFIADOS O palavreado excessivo sobre o retorno dos heróis parece inversamente proporcional ao silêncio sobre a retomada das relações diplomáticas com os Estados Unidos e os próximos passos da abertura econômica. De taxistas a músicos, de artistas a manicures, as esperanças para o novo ano se renovam, mas sempre com reticência. "Dos americanos nunca se sabe o que se pode esperar. Mas quem passou pelo Período Especial [entre 1989 e 1994, momento de racionamento e fome em todo o país] está preparado para tudo", diz Suarez, barman do Hotel Nacional. Espécie de Copacabana Palace havanês, o Nacional é o hotel histórico que hospeda chefes de Estado, abonados e artistas. No lobby, uma grande árvore de Natal recebe hóspedes e visitantes com uma faixa ao redor: "Fidel: volveran nuestros héroes". HAY QUE ENDURECER? "Nada nos deixa mais felizes que saber que os heróis vão passar o Ano Novo com suas famílias", conta Milena Lopez, bilheteira no Memorial José Marti, fã de Fidel e de novelas brasileiras. "As mulheres brasileiras são lindas. A Camila Pintanga bem poderia ser cubana", diz, diante da praça da Revolução. A prisão de vários dos dissidentes aconteceria ali mesmo, poucas horas depois, anunciando a chegada de um ano efervescente, sin perder la ternura. GABRIELA LONGMAN, 31, é jornalista e mestre em história da cultura pela Escola de Altos Estudos de Paris.
ilustrissima
Diário de Havana - O berço dos heróisÉ 26 de dezembro. Num antigo casarão estilo francês no bairro de Vedado, quase 300 pessoas se reúnem no pátio arborizado. A confraternização de final de ano do Instituto Cubano de Amistad con los Pueblos -órgão vinculado ao Ministério das Relações Exteriores- é um misto de discursos inflamados, música e comida. Teria tudo para ser a típica "festa da firma" à la cubana. Uma porção de costela de porco e arroz é servida em bandejas de isopor, enquanto um conjunto ao vivo dá o tom do baile. Um tipo de bigode, no entanto, circula por ali com status de celebridade: todos querem lhe apertar a mão, todos querem uma foto. Fernando González vai de mesa em mesa distribuindo cumprimentos e sorrisos. Ao lado de Gerardo Hernández, Antonio Guerrero, René González e Ramón Labañino, González é um dos "cinco heróis", agentes de inteligência cubanos presos nos Estados Unidos em 1998. Desde o dia 17 de dezembro, quando anunciou-se a liberação dos três que faltavam , os órgãos de informação do governo só falam do quinteto. No dia 28, uma escultura gigante em homenagem aos heróis foi inaugurada no vilarejo de Jaimanitas, a 30 quilômetros da capital. LEMBRETE No Museo de Bellas Artes, o acontecimento reverbera na forma de uma instalação do artista cubano Kcho, "No Agradezcan el Silencio". Ali, num espaço que reproduz uma cela de segurança máxima da prisão federal americana (FDC), o visitante é convidado a colocar um macacão laranja de prisioneiro e a ler sobre a rotina que os "cinco heróis" tiveram durante 17 meses nesse tipo de detenção. De acordo com um artista contemporâneo que não quis ter seu nome identificado, Kcho vem comprometendo seu trabalho e sua reputação artística ao vincular-se, sem ressalvas, à política oficialesca. "Nenhum general jamais foi visto num evento de arte em Havana, mas Kcho, sim, tornou-se o grande amigo de Fidel", cutuca. Depois que nomes importantes da arte contemporânea deixaram o país (Los Carpinteros vivem especialmente em Madri; Ricardo Brey estabeleceu-se na Bélgica), uma nova geração começa a se estruturar em torno da FAC (Fabrica de Arte Cubana), fábrica de azeites transformada num misto de galeria de arte, espaço de projeções e balada. Em torno desse grupo alternativo circula também Tania Bruguera, presa no dia 30 depois de articular uma performance na praça da Revolução. Intitulada "El Susurro de Tatlin #6", a ação planejada consistia em deixar um microfone aberto para que os cidadãos expressassem sua opinião sobre o governo. O Conselho Nacional de Artes Plásticas de Cuba (CNAP) classificou a proposta como "inaceitável". A prisão de Tânia e ao menos 12 outros dissidentes gerou uma grita internacional que fez com que a soltassem poucos dias depois, mas soa como um lembrete. O controle não terminou. DESCONFIADOS O palavreado excessivo sobre o retorno dos heróis parece inversamente proporcional ao silêncio sobre a retomada das relações diplomáticas com os Estados Unidos e os próximos passos da abertura econômica. De taxistas a músicos, de artistas a manicures, as esperanças para o novo ano se renovam, mas sempre com reticência. "Dos americanos nunca se sabe o que se pode esperar. Mas quem passou pelo Período Especial [entre 1989 e 1994, momento de racionamento e fome em todo o país] está preparado para tudo", diz Suarez, barman do Hotel Nacional. Espécie de Copacabana Palace havanês, o Nacional é o hotel histórico que hospeda chefes de Estado, abonados e artistas. No lobby, uma grande árvore de Natal recebe hóspedes e visitantes com uma faixa ao redor: "Fidel: volveran nuestros héroes". HAY QUE ENDURECER? "Nada nos deixa mais felizes que saber que os heróis vão passar o Ano Novo com suas famílias", conta Milena Lopez, bilheteira no Memorial José Marti, fã de Fidel e de novelas brasileiras. "As mulheres brasileiras são lindas. A Camila Pintanga bem poderia ser cubana", diz, diante da praça da Revolução. A prisão de vários dos dissidentes aconteceria ali mesmo, poucas horas depois, anunciando a chegada de um ano efervescente, sin perder la ternura. GABRIELA LONGMAN, 31, é jornalista e mestre em história da cultura pela Escola de Altos Estudos de Paris.
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Israelenses viajam pelo país para homenagens a Shimon Peres
O primeiro dia de homenagens ao ex-presidente, ex-premiê de Israel e prêmio Nobel da Paz Shimon Peres, morto na quarta (28), aos 93 anos, foi marcado pelo fluxo constante de milhares de pessoas vindas de todo o país. O caixão com o corpo do ex-presidente permaneceu durante o dia frente à entrada principal da Knesset, o Parlamento, envolvido em uma bandeira de Israel. Revi Peleg, 41, viajou duas horas a partir do Moshav Yevul, localizado a cinco quilômetros da Faixa de Gaza, para chegar a Jerusalém com seus três filhos. "É importante que eles participem dessa última homenagem e ouçam a respeito das qualidades de um homem que respeitou a todos e sempre buscou o caminho da paz", contou. Como Peleg, muitos outros pais levaram seus filhos à homenagem. Meny Menashes, 24, estudante do Technion (Instituto de Tecnologia de Haifa), viajou a Jerusalém vestido com uma bandeira de Israel. "Já não existe ninguém como ele, que mudou o rumo da história", disse. "Durante seus anos como presidente, ele foi o 'colete de segurança' de Israel. Ele foi um ícone do país. Agora estamos vivendo a sensação de um filho que perde seu pai", segundo Menashes. Já Ilana Lambert, 49, professora de literatura inglesa que vive há dois anos em Israel, disse que cresceu em Nova York ouvindo falar sobre a paz defendida por Shimon Peres. "Espero que haja alguém à altura para tomar o seu bastão. Talvez exista alguém, ainda desconhecido do público, não consigo imaginar ninguém que já conheçamos", afirmou ela. Mesmo que abertamente contrários a alguns dos mais fortes ideais de Peres –como a criação de um Estado palestino–, diversos grupos de estudantes de escolas talmúdicas (yeshivás) também estiveram presentes. "Um homem de 93 anos comete muitos erros ao longo da vida. Mesmo assim, o ex-presidente Peres dedicou a vida ao seu povo e merece nosso respeito", afirmou Moshe Cohen, 20, estudante de Jerusalém. MOVIMENTAÇÃO Cerca de 80 líderes de governos, além de personalidades internacionais, desembarcarão no país até as primeiras horas desta sexta-feira (30), quando será realizado o enterro. Cerca de 40 vôos particulares estão previstos para aterrissar no aeroporto Ben Gurion. Isso acontece nos dias de maior circulação no local, em função da celebração do ano novo judaico, comemorado por dois dias a partir da noite deste domingo (2). Até lá, 160 mil israelenses devem utilizar o aeroporto para chegar ou sair do país. O silêncio de 24 horas das nações árabes frente à notícia da morte do ex-presidente foi quebrado nesta quinta-feira (29) pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Ele confirmou pela manhã a sua participação no enterro de Peres. Antes dele, apenas um ministro do Bahrein havia enviado uma nota de condolências à família Peres. Também confirmaram, nesta quinta-feira (29), presença no enterro os ministros do Exterior do Egito e da Jordânia. De acordo com o que tem sido veiculado na imprensa local, o governo israelense ainda aguarda decisões de última hora de outras autoridades sobre a participação. Por motivos de segurança, as principais estradas de acesso a Jerusalém estarão fechadas durante várias horas do dia nesta sexta (30). Oito mil policiais foram destacados para atuar na segurança da cidade, e o governo anunciou esforços intensivos no monitoramento das mídias sociais.
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Israelenses viajam pelo país para homenagens a Shimon PeresO primeiro dia de homenagens ao ex-presidente, ex-premiê de Israel e prêmio Nobel da Paz Shimon Peres, morto na quarta (28), aos 93 anos, foi marcado pelo fluxo constante de milhares de pessoas vindas de todo o país. O caixão com o corpo do ex-presidente permaneceu durante o dia frente à entrada principal da Knesset, o Parlamento, envolvido em uma bandeira de Israel. Revi Peleg, 41, viajou duas horas a partir do Moshav Yevul, localizado a cinco quilômetros da Faixa de Gaza, para chegar a Jerusalém com seus três filhos. "É importante que eles participem dessa última homenagem e ouçam a respeito das qualidades de um homem que respeitou a todos e sempre buscou o caminho da paz", contou. Como Peleg, muitos outros pais levaram seus filhos à homenagem. Meny Menashes, 24, estudante do Technion (Instituto de Tecnologia de Haifa), viajou a Jerusalém vestido com uma bandeira de Israel. "Já não existe ninguém como ele, que mudou o rumo da história", disse. "Durante seus anos como presidente, ele foi o 'colete de segurança' de Israel. Ele foi um ícone do país. Agora estamos vivendo a sensação de um filho que perde seu pai", segundo Menashes. Já Ilana Lambert, 49, professora de literatura inglesa que vive há dois anos em Israel, disse que cresceu em Nova York ouvindo falar sobre a paz defendida por Shimon Peres. "Espero que haja alguém à altura para tomar o seu bastão. Talvez exista alguém, ainda desconhecido do público, não consigo imaginar ninguém que já conheçamos", afirmou ela. Mesmo que abertamente contrários a alguns dos mais fortes ideais de Peres –como a criação de um Estado palestino–, diversos grupos de estudantes de escolas talmúdicas (yeshivás) também estiveram presentes. "Um homem de 93 anos comete muitos erros ao longo da vida. Mesmo assim, o ex-presidente Peres dedicou a vida ao seu povo e merece nosso respeito", afirmou Moshe Cohen, 20, estudante de Jerusalém. MOVIMENTAÇÃO Cerca de 80 líderes de governos, além de personalidades internacionais, desembarcarão no país até as primeiras horas desta sexta-feira (30), quando será realizado o enterro. Cerca de 40 vôos particulares estão previstos para aterrissar no aeroporto Ben Gurion. Isso acontece nos dias de maior circulação no local, em função da celebração do ano novo judaico, comemorado por dois dias a partir da noite deste domingo (2). Até lá, 160 mil israelenses devem utilizar o aeroporto para chegar ou sair do país. O silêncio de 24 horas das nações árabes frente à notícia da morte do ex-presidente foi quebrado nesta quinta-feira (29) pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Ele confirmou pela manhã a sua participação no enterro de Peres. Antes dele, apenas um ministro do Bahrein havia enviado uma nota de condolências à família Peres. Também confirmaram, nesta quinta-feira (29), presença no enterro os ministros do Exterior do Egito e da Jordânia. De acordo com o que tem sido veiculado na imprensa local, o governo israelense ainda aguarda decisões de última hora de outras autoridades sobre a participação. Por motivos de segurança, as principais estradas de acesso a Jerusalém estarão fechadas durante várias horas do dia nesta sexta (30). Oito mil policiais foram destacados para atuar na segurança da cidade, e o governo anunciou esforços intensivos no monitoramento das mídias sociais.
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Com faculdade e festivais de música, Cultura Inglesa conquista público
GABRIELA VALDANHA DE SÃO PAULO A regra universal diz que é de bom tom visitar os amigos. Imagine então com os britânicos, que seguem as normas de etiqueta a finco. Uma prova disso é a lista de ilustres visitantes que já pisaram por aqui na Cultura Inglesa, escola de idioma que, pelo segundo ano consecutivo, foi eleita a melhor na avaliação de paulistanos das classes A e B, ouvidos pelo Datafolha. O escritor da clássica série "O Senhor dos Anéis", J. R. R. Tolkien, o príncipe Charles e a ex-primeira-ministra Margaret Thatcher estão entre os nomes mais famosos. A escola continua recebendo visitas ilustres. Anualmente, a marca promove festival com atrações de cinema, teatro e música. No ano passado, trouxe ao país a banda The Strypes e o guitarrista Johnny Marr, ex-Smiths. Nesta 20ª edição, a atração principal é o grupo Kaiser Chiefs, que faz show gratuito no dia 12 de junho, no Memorial da América Latina. Curioso é notar que a marca conquistou o maior percentual de lembrança entre paulistanos de 16 aos 25 anos (25%), diz o Datafolha. Na avaliação de Lorraine de Matos, CEO da Cultura Inglesa, um dos segredos é "fazer o aluno se apaixonar pela aula", "mágica" adotada pelos professores "que precisam saber olhar para quem está à sua frente". Os educadores são, como não poderia ser diferente, um dos principais alicerces da marca. Em 2014, a Cultura Inglesa inaugurou uma faculdade especializada na formação de docentes -a primeira turma se forma no final deste ano -, oferecendo cursos de graduação, pós e extensão. Não será surpresa se um notável inglês aparecer por ali para dar uma aula com seu típico "british accent". * Para saber + * Lorraine de Matos, CEO da Cultura Inglesa Qual é o perfil dos alunos? A Cultura Inglesa trabalha com uma diversidade imensa em suas escolas no Brasil. Temos de tudo: há desde alunos com apenas três anos de idade até mais veteranos, com 80 anos. Todas as gerações que você pode imaginar estudam ou já estudaram na Cultura. Por isso, nossos produtos são segmentados. Não usamos a mesma abordagem para crianças e adultos, é claro. Cada grupo de livros, por exemplo, tem um perfil específico.
saopaulo
Com faculdade e festivais de música, Cultura Inglesa conquista públicoGABRIELA VALDANHA DE SÃO PAULO A regra universal diz que é de bom tom visitar os amigos. Imagine então com os britânicos, que seguem as normas de etiqueta a finco. Uma prova disso é a lista de ilustres visitantes que já pisaram por aqui na Cultura Inglesa, escola de idioma que, pelo segundo ano consecutivo, foi eleita a melhor na avaliação de paulistanos das classes A e B, ouvidos pelo Datafolha. O escritor da clássica série "O Senhor dos Anéis", J. R. R. Tolkien, o príncipe Charles e a ex-primeira-ministra Margaret Thatcher estão entre os nomes mais famosos. A escola continua recebendo visitas ilustres. Anualmente, a marca promove festival com atrações de cinema, teatro e música. No ano passado, trouxe ao país a banda The Strypes e o guitarrista Johnny Marr, ex-Smiths. Nesta 20ª edição, a atração principal é o grupo Kaiser Chiefs, que faz show gratuito no dia 12 de junho, no Memorial da América Latina. Curioso é notar que a marca conquistou o maior percentual de lembrança entre paulistanos de 16 aos 25 anos (25%), diz o Datafolha. Na avaliação de Lorraine de Matos, CEO da Cultura Inglesa, um dos segredos é "fazer o aluno se apaixonar pela aula", "mágica" adotada pelos professores "que precisam saber olhar para quem está à sua frente". Os educadores são, como não poderia ser diferente, um dos principais alicerces da marca. Em 2014, a Cultura Inglesa inaugurou uma faculdade especializada na formação de docentes -a primeira turma se forma no final deste ano -, oferecendo cursos de graduação, pós e extensão. Não será surpresa se um notável inglês aparecer por ali para dar uma aula com seu típico "british accent". * Para saber + * Lorraine de Matos, CEO da Cultura Inglesa Qual é o perfil dos alunos? A Cultura Inglesa trabalha com uma diversidade imensa em suas escolas no Brasil. Temos de tudo: há desde alunos com apenas três anos de idade até mais veteranos, com 80 anos. Todas as gerações que você pode imaginar estudam ou já estudaram na Cultura. Por isso, nossos produtos são segmentados. Não usamos a mesma abordagem para crianças e adultos, é claro. Cada grupo de livros, por exemplo, tem um perfil específico.
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Dólar e inflação encareceram ingressos, diz organização do Rock in Rio
A escalada do dólar e a inflação são as causas para o ingresso do Rock in Rio 2015 saltar de R$ 260 para R$ 350, afirma a Rock World, organizadora do festival. O aumento supostamente irregular foi exposto na Folha da última quarta-feira (1º). "O ajuste foi feito com base na variação do dólar e do IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) entre abril de 2013 e março de 2015", afirma a organização, por meio da assessoria de imprensa. No período, a moeda americana subiu 43,06%, enquanto o IPCA ficou em 12,7%. Esses valores elevariam o ingresso a R$ 404,98. Mesmo cobrando menos, o aumento de R$ 260 para R$ 350 pode ser considerado indevido. Segundo norma do MinC, o projeto aprovado não pode sofrer alterações por apenas uma das partes. A Rock World afirma que, no projeto, usou a mesma cifra da edição de 2013 porque "não se podia calcular este valor para o futuro". Diante do aumento, o Procon-SP afirma ter notificado a Rock World para prestar esclarecimentos. A empresa tem sete dias para responder. Se a justificativa não for satisfatória, a empresa estará sujeita às sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor, tais como multa acima de R$ 7,6 milhões.
ilustrada
Dólar e inflação encareceram ingressos, diz organização do Rock in RioA escalada do dólar e a inflação são as causas para o ingresso do Rock in Rio 2015 saltar de R$ 260 para R$ 350, afirma a Rock World, organizadora do festival. O aumento supostamente irregular foi exposto na Folha da última quarta-feira (1º). "O ajuste foi feito com base na variação do dólar e do IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) entre abril de 2013 e março de 2015", afirma a organização, por meio da assessoria de imprensa. No período, a moeda americana subiu 43,06%, enquanto o IPCA ficou em 12,7%. Esses valores elevariam o ingresso a R$ 404,98. Mesmo cobrando menos, o aumento de R$ 260 para R$ 350 pode ser considerado indevido. Segundo norma do MinC, o projeto aprovado não pode sofrer alterações por apenas uma das partes. A Rock World afirma que, no projeto, usou a mesma cifra da edição de 2013 porque "não se podia calcular este valor para o futuro". Diante do aumento, o Procon-SP afirma ter notificado a Rock World para prestar esclarecimentos. A empresa tem sete dias para responder. Se a justificativa não for satisfatória, a empresa estará sujeita às sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor, tais como multa acima de R$ 7,6 milhões.
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Usuários do Snapchat criticam retirada de 'fiscal de namorados' do app
O Snapchat lançou nesta terça-feira (27) uma atualização para introduzir uma nova ferramenta chamada "Discover", com a qual empresas parceiras como CNN e ESPN podem veicular vídeos e artigos no serviço de mensagens efêmeras. Mas a novidade não é o que está sendo mais comentado nas redes sociais. A atualização excluiu o recurso "Melhores Amigos", que mostrava as três pessoas com que cada usuário trocava mensagens mais frequentemente. Fãs do aplicativo –a maioria deles adolescentes– estão bombardeando o Twitter com críticas à mudança. Um dos pontos que mais se comenta é que namorados e namoradas não vão mais poder monitorar com quem seu parceiro está trocando mensagens. Em resposta aos comentários, o presidente-executivo do Snapchat, Evan Spiegel, disse por meio do Twitter que a empresa vai devolver o recurso ao aplicativo "em breve".
tec
Usuários do Snapchat criticam retirada de 'fiscal de namorados' do appO Snapchat lançou nesta terça-feira (27) uma atualização para introduzir uma nova ferramenta chamada "Discover", com a qual empresas parceiras como CNN e ESPN podem veicular vídeos e artigos no serviço de mensagens efêmeras. Mas a novidade não é o que está sendo mais comentado nas redes sociais. A atualização excluiu o recurso "Melhores Amigos", que mostrava as três pessoas com que cada usuário trocava mensagens mais frequentemente. Fãs do aplicativo –a maioria deles adolescentes– estão bombardeando o Twitter com críticas à mudança. Um dos pontos que mais se comenta é que namorados e namoradas não vão mais poder monitorar com quem seu parceiro está trocando mensagens. Em resposta aos comentários, o presidente-executivo do Snapchat, Evan Spiegel, disse por meio do Twitter que a empresa vai devolver o recurso ao aplicativo "em breve".
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Reforma tributária, caminho para cidadania
O Brasil atravessa uma gravíssima crise econômica que impacta a nação das mais diversas formas. Um dos aspectos disso é apresentado pelo governo como sendo o atual deficit público. Para reduzi-lo, o Ministro da Fazenda voltou a falar em aumento de tributos como PIS e Cofins. Isso onerará mais ainda as empresas, aumentando seus custos de produção, que serão repassados para os preços. Os consumidores, principalmente os de baixa renda, serão prejudicados. Esse tipo de remendo agravará a injustiça tributária e não resolverá o problema fiscal do Estado brasileiro. A ação central para enfrentar essa situação passa por uma profunda reforma. O Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo formulou uma proposta para tal, que já tem o apoio de 20 entidades. Propõe a diminuição dos tributos indiretos, o aumento dos tributos diretos e a transparência das contas públicas. A redução dos tributos indiretos favorecerá as empresas, uma vez que terão reduzidos seus custos, que deverão ser repassados para seus preços. A perda de receitas deverá ser compensada pelo aumento dos tributos diretos, o que beneficiará o Estado brasileiro no cumprimento do seu papel, principalmente nas áreas de educação e saúde. Isso ocorre porque 83% dos estudantes frequentam escolas públicas e cerca de 150 milhões de brasileiros não têm plano de saúde -todos dependendo da ação do Estado. Resumidamente, o Sindicato propõe o aumento das alíquotas do imposto de renda até 40% -contra a alíquota máxima atual de 27,5%-, taxa sobre herança de até 30% (hoje, no Estado de São Paulo, é de 4%), a regulamentação do imposto sobre grandes fortunas e a severa fiscalização do imposto territorial rural. O aumento de todos esses tributos deve ser feito de forma progressiva, levando em consideração os ganhos e a riqueza dos contribuintes, para dessa forma manter uma carga tributária justa. Muitos dos que criticam essa proposta o fazem com certa dose de razão. Afinal, paga-se muitos impostos no Brasil, e o retorno é, em parte, muito pequeno, tendo em vista a baixa qualidade de alguns serviços. A proposta do sindicato para enfrentar essa questão aponta para o combate à corrupção e a melhoria da qualidade do gasto público, através da transparência das contas públicas e de intensa fiscalização da execução do orçamento e das licitações pela sociedade civil. Acreditamos que uma reforma tributária estrutural com essas características será de enorme importância para caminharmos na ampliação da cidadania em nosso país. ODILON GUEDES, professor de economia da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), é diretor do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo. Foi vereador e subprefeito de São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Reforma tributária, caminho para cidadaniaO Brasil atravessa uma gravíssima crise econômica que impacta a nação das mais diversas formas. Um dos aspectos disso é apresentado pelo governo como sendo o atual deficit público. Para reduzi-lo, o Ministro da Fazenda voltou a falar em aumento de tributos como PIS e Cofins. Isso onerará mais ainda as empresas, aumentando seus custos de produção, que serão repassados para os preços. Os consumidores, principalmente os de baixa renda, serão prejudicados. Esse tipo de remendo agravará a injustiça tributária e não resolverá o problema fiscal do Estado brasileiro. A ação central para enfrentar essa situação passa por uma profunda reforma. O Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo formulou uma proposta para tal, que já tem o apoio de 20 entidades. Propõe a diminuição dos tributos indiretos, o aumento dos tributos diretos e a transparência das contas públicas. A redução dos tributos indiretos favorecerá as empresas, uma vez que terão reduzidos seus custos, que deverão ser repassados para seus preços. A perda de receitas deverá ser compensada pelo aumento dos tributos diretos, o que beneficiará o Estado brasileiro no cumprimento do seu papel, principalmente nas áreas de educação e saúde. Isso ocorre porque 83% dos estudantes frequentam escolas públicas e cerca de 150 milhões de brasileiros não têm plano de saúde -todos dependendo da ação do Estado. Resumidamente, o Sindicato propõe o aumento das alíquotas do imposto de renda até 40% -contra a alíquota máxima atual de 27,5%-, taxa sobre herança de até 30% (hoje, no Estado de São Paulo, é de 4%), a regulamentação do imposto sobre grandes fortunas e a severa fiscalização do imposto territorial rural. O aumento de todos esses tributos deve ser feito de forma progressiva, levando em consideração os ganhos e a riqueza dos contribuintes, para dessa forma manter uma carga tributária justa. Muitos dos que criticam essa proposta o fazem com certa dose de razão. Afinal, paga-se muitos impostos no Brasil, e o retorno é, em parte, muito pequeno, tendo em vista a baixa qualidade de alguns serviços. A proposta do sindicato para enfrentar essa questão aponta para o combate à corrupção e a melhoria da qualidade do gasto público, através da transparência das contas públicas e de intensa fiscalização da execução do orçamento e das licitações pela sociedade civil. Acreditamos que uma reforma tributária estrutural com essas características será de enorme importância para caminharmos na ampliação da cidadania em nosso país. ODILON GUEDES, professor de economia da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), é diretor do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo. Foi vereador e subprefeito de São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Nelson Barbosa assume Ministério da Fazenda com dupla missão
Nelson Barbosa assume o Ministério da Fazenda com a dupla missão de ser um forte defensor do ajuste fiscal e de lançar as bases para iniciar uma recuperação da economia, que pode fechar o ano com retração perto de 4%. Segundo assessores presidenciais, ao optar por uma solução caseira, Dilma colocou nos ombros de seu novo titular da equipe econômica a responsabilidade de ser tão "realista" quanto Joaquim Levy para afastar qualquer dúvida sobre seu compromisso com o equilíbrio fiscal. Dentro do governo, Barbosa vai ser aconselhado a adotar, de saída, medidas que indiquem que vai cumprir a meta de superavit primário de 0,5% do PIB em 2016, motivo de embate entre ele e Levy, seu agora antecessor. Essa, porém, não é a principal missão de Barbosa. "Ele terá de incorporar o discurso da esperança, mostrar que fará a economia voltar a andar, algo fundamental para Dilma ganhar a batalha contra o impeachment", diz um interlocutor próximo da petista. Amigos da presidente sabem que não podem cobrar de Barbosa resultados concretos nos primeiros três meses de 2016, período em que o processo de impeachment estará em andamento, mas dizem que ele tem de sinalizar principalmente aos grupos que apoiam a petista que o cenário econômico vai mudar. Nessa linha, por sinal, assessores presidenciais lembram que inicialmente Dilma queria trocar Levy por um político de peso ou um representante do setor empresarial, um nome que tivesse impacto tanto no mercado como entre empresários. Nas palavras de um assessor, seria a oportunidade de a presidente dar uma virada, mandar uma mensagem de "esperança" para os que são contra o impeachment. PLANO FRUSTRADO Os planos iniciais, contudo, mudaram depois que Levy aumentou o tom de suas ameaças de deixar o governo, no fim de novembro, quando passou a estar em debate a redução da meta fiscal de 2016. O clima no governo ficou tão ruim entre Levy e Barbosa, depois que o ex-ministro viu que seria derrotado, que a presidente acabou acertando com seu hoje ex-ministro que faria uma mudança negociada, sem causar turbulências no mercado, em janeiro. O acerto caiu por terra depois que Levy, na quinta (17), decidiu se despedir de sua equipe em reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional). Conforme a Folha revelou, ele agradeceu aos que estavam na sala e disse que não estaria no próximo encontro do órgão, em janeiro, praticamente oficializando a saída. "Ali foi a gota d'água para a presidente. Ela se irritou com Levy e decidiu antecipar sua demissão", diz um assessor palaciano, lembrando que a petista já não havia gostado das declarações do então ministro de que o governo estava usando o Bolsa Família como desculpa para não fazer mais corte de gastos. Naquele momento, diz um interlocutor, Dilma, que nas últimas semanas já avaliava a possibilidade de pôr Barbosa na Fazenda, decidiu optar pela "solução caseira" principalmente depois que sondagens iniciais de nomes do mercado se mostraram frustradas. Para uma ala do governo, o episódio do CMN foi providencial, pois garantiu a demissão do ministro detestado pelo PT. Para outros, precipitou uma solução que poderia ser mais bem planejada. Para ambos os lados, no entanto, será a oportunidade de começar o ano com outra cara.
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Nelson Barbosa assume Ministério da Fazenda com dupla missãoNelson Barbosa assume o Ministério da Fazenda com a dupla missão de ser um forte defensor do ajuste fiscal e de lançar as bases para iniciar uma recuperação da economia, que pode fechar o ano com retração perto de 4%. Segundo assessores presidenciais, ao optar por uma solução caseira, Dilma colocou nos ombros de seu novo titular da equipe econômica a responsabilidade de ser tão "realista" quanto Joaquim Levy para afastar qualquer dúvida sobre seu compromisso com o equilíbrio fiscal. Dentro do governo, Barbosa vai ser aconselhado a adotar, de saída, medidas que indiquem que vai cumprir a meta de superavit primário de 0,5% do PIB em 2016, motivo de embate entre ele e Levy, seu agora antecessor. Essa, porém, não é a principal missão de Barbosa. "Ele terá de incorporar o discurso da esperança, mostrar que fará a economia voltar a andar, algo fundamental para Dilma ganhar a batalha contra o impeachment", diz um interlocutor próximo da petista. Amigos da presidente sabem que não podem cobrar de Barbosa resultados concretos nos primeiros três meses de 2016, período em que o processo de impeachment estará em andamento, mas dizem que ele tem de sinalizar principalmente aos grupos que apoiam a petista que o cenário econômico vai mudar. Nessa linha, por sinal, assessores presidenciais lembram que inicialmente Dilma queria trocar Levy por um político de peso ou um representante do setor empresarial, um nome que tivesse impacto tanto no mercado como entre empresários. Nas palavras de um assessor, seria a oportunidade de a presidente dar uma virada, mandar uma mensagem de "esperança" para os que são contra o impeachment. PLANO FRUSTRADO Os planos iniciais, contudo, mudaram depois que Levy aumentou o tom de suas ameaças de deixar o governo, no fim de novembro, quando passou a estar em debate a redução da meta fiscal de 2016. O clima no governo ficou tão ruim entre Levy e Barbosa, depois que o ex-ministro viu que seria derrotado, que a presidente acabou acertando com seu hoje ex-ministro que faria uma mudança negociada, sem causar turbulências no mercado, em janeiro. O acerto caiu por terra depois que Levy, na quinta (17), decidiu se despedir de sua equipe em reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional). Conforme a Folha revelou, ele agradeceu aos que estavam na sala e disse que não estaria no próximo encontro do órgão, em janeiro, praticamente oficializando a saída. "Ali foi a gota d'água para a presidente. Ela se irritou com Levy e decidiu antecipar sua demissão", diz um assessor palaciano, lembrando que a petista já não havia gostado das declarações do então ministro de que o governo estava usando o Bolsa Família como desculpa para não fazer mais corte de gastos. Naquele momento, diz um interlocutor, Dilma, que nas últimas semanas já avaliava a possibilidade de pôr Barbosa na Fazenda, decidiu optar pela "solução caseira" principalmente depois que sondagens iniciais de nomes do mercado se mostraram frustradas. Para uma ala do governo, o episódio do CMN foi providencial, pois garantiu a demissão do ministro detestado pelo PT. Para outros, precipitou uma solução que poderia ser mais bem planejada. Para ambos os lados, no entanto, será a oportunidade de começar o ano com outra cara.
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Artistas de rua retratam a crise de refugiados na Europa
O muro do Centro Nobel da Paz em Oslo, na Noruega, abriga atualmente um mural de 60 metros confeccionado pelas artistas Torunn Skjelland e Vidgis Fjelheim que retrata a crise de refugiados e migrantes na Europa. A Europa vive atualmente uma grave crise que ganha traços de tragédia humanitária à medida em que centenas de pessoas morrem em naufrágios no Mediterrâneo ou, quando sobrevivem, são barradas em fronteiras de países da região. Artistas de rua têm confeccionado obras para expor criticamente as políticas migratórias das autoridades europeias e para chamar a atenção das pessoas para essa situação. Conheça clicando aqui http://www1.folha.uol.com.br/asmais/2015/09/1681892-artistas-de-rua-retratam-a-crise-de-refugiados-na-europa.shtml outras obras selecionadas pela Folha.
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Artistas de rua retratam a crise de refugiados na EuropaO muro do Centro Nobel da Paz em Oslo, na Noruega, abriga atualmente um mural de 60 metros confeccionado pelas artistas Torunn Skjelland e Vidgis Fjelheim que retrata a crise de refugiados e migrantes na Europa. A Europa vive atualmente uma grave crise que ganha traços de tragédia humanitária à medida em que centenas de pessoas morrem em naufrágios no Mediterrâneo ou, quando sobrevivem, são barradas em fronteiras de países da região. Artistas de rua têm confeccionado obras para expor criticamente as políticas migratórias das autoridades europeias e para chamar a atenção das pessoas para essa situação. Conheça clicando aqui http://www1.folha.uol.com.br/asmais/2015/09/1681892-artistas-de-rua-retratam-a-crise-de-refugiados-na-europa.shtml outras obras selecionadas pela Folha.
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Cantor relembra festival que foi avô da Nota Fiscal Paulista
27 de setembro de 1992, domingo. Acordei cedinho para estar no aeroporto de Congonhas às 8h30. O sono era muito, pois na véspera a jornada havia sido dupla: show de palanque com o Língua de Trapo, em São Caetano, com a presença do Lula. Depois, festival de música do Sindicato dos Químicos, em Santo André, onde fiz as vezes de apresentador antes de seguir com o show da banda por mais meia hora. No aeroporto, encontrei o empresário Tom Gomes e a equipe de produção da Gincana da Nota Fiscal, que promovia shows em diversas cidades de São Paulo para incentivar as pessoas a pedirem nota fiscal nas compras, uma espécie de avó da Nota Fiscal Paulista. Naquele domingo, o show era em Franca, Capital dos Calçados, com Guilherme Arantes, Ivan Lins, Walter Franco, Genésio e a Banda do Laço e a dupla Chicotinho e Salto Alto. Eu estaria lá como apresentador e repórter, junto com o ator Ney Piacentini. O voo era às 9h, um avião fretado da TAM levaria toda essa gente, mas atrasou três horas, forçando-nos a uma longa espera no saguão e no café do aeroporto. Eu estava à vontade, conhecia boa parte das pessoas que estavam ali. Tom Gomes, produtor do evento, tinha sido empresário do Língua. Ney Piacentini, o outro mestre de cerimônias, já tinha me dirigido num programa de TV, na Band, e num videoclipe do grupo. Denise Prado, produtora da dupla Chicotinho e Salto Alto, já tinha sido até apresentadora da "Rádio Matraca", programa que faço há 31 anos na Rádio USP. E Stella Miranda, uma das atrizes-cantoras da dupla, havia trabalhado comigo no programa "Nas Ondas do Rádio", na antiga TV Manchete. No meio de tantos amigos, a conversa de que eu me lembro foi com Guilherme Arantes. O papo chegou na política –estávamos no auge da turbulência do "Fora, Collor!"– e lembro de ele ter dito que o povo brasileiro é muito acomodado, fosse em qualquer país da Europa e esse governo já teria caído há muito tempo. Falando em turbulência, quando finalmente embarcamos, o voo não foi nada tranquilo. Alguns minutos depois da decolagem, o avião começou a chacoalhar tanto que me fez pensar no quanto a música brasileira perderia ali, naquela ocasião, se acontecesse o pior. Lembrei do acidente que vitimou Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper, cantado como "the day the music died" (o dia em que a música morreu) por Don McLean em "American Pie". O acidente com Os Mamonas Assassinas só aconteceria quatro anos depois. O avião não chegou até Franca, não havia teto por lá. Pousamos em Ribeirão Preto, onde almoçamos no aeroporto e seguimos viagem de ônibus, quando fui conversando com Walter Franco, outro velho camarada que já havia dado canja em show do Língua e participado de meu programa de rádio. Em Franca, as coisas também não foram tranquilas. Um intenso temporal destruiu parcialmente a estrutura do show, armada na praça do Correio, no centro da cidade. Problemas estruturais contornados, o show finalmente teve início, às 18h30. Depois da chuva, a noite estava fria, mas bonita. Uma neblina espessa pairava sobre a praça do Correio, iluminada pela luz amarela dos postes públicos. Essa luz era refletida no olhos brilhantes das pessoas que assistiam ao show, felizes por verem de perto aquele monte de artistas. De pé ao meu lado, na lateral do palco, Ivan Lins assistia com atenção ao show de Walter Franco. Sem tirar os olhos do colega, comentou comigo: "Como é rica nossa música brasileira! Quantos estilos, quanta gente boa". Eu não disse nada, só concordei, envaidecido de poder compartilhar de um momento de reflexão tão sincera de um artista daquela importância. No dia seguinte, cobri a vigília da votação da admissibilidade do impeachment de Collor para a TV Anhembi, no Vale do Anhangabaú, cujo desfecho conhecemos e contraria um pouco a reflexão de Arantes. Nós podemos ser lentos, mas não acomodados. LAERT SARRUMOR, 58, cantor, humorista e compositor, foi dublador do Topo Gigio e fundador do grupo Língua de Trapo.
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Cantor relembra festival que foi avô da Nota Fiscal Paulista27 de setembro de 1992, domingo. Acordei cedinho para estar no aeroporto de Congonhas às 8h30. O sono era muito, pois na véspera a jornada havia sido dupla: show de palanque com o Língua de Trapo, em São Caetano, com a presença do Lula. Depois, festival de música do Sindicato dos Químicos, em Santo André, onde fiz as vezes de apresentador antes de seguir com o show da banda por mais meia hora. No aeroporto, encontrei o empresário Tom Gomes e a equipe de produção da Gincana da Nota Fiscal, que promovia shows em diversas cidades de São Paulo para incentivar as pessoas a pedirem nota fiscal nas compras, uma espécie de avó da Nota Fiscal Paulista. Naquele domingo, o show era em Franca, Capital dos Calçados, com Guilherme Arantes, Ivan Lins, Walter Franco, Genésio e a Banda do Laço e a dupla Chicotinho e Salto Alto. Eu estaria lá como apresentador e repórter, junto com o ator Ney Piacentini. O voo era às 9h, um avião fretado da TAM levaria toda essa gente, mas atrasou três horas, forçando-nos a uma longa espera no saguão e no café do aeroporto. Eu estava à vontade, conhecia boa parte das pessoas que estavam ali. Tom Gomes, produtor do evento, tinha sido empresário do Língua. Ney Piacentini, o outro mestre de cerimônias, já tinha me dirigido num programa de TV, na Band, e num videoclipe do grupo. Denise Prado, produtora da dupla Chicotinho e Salto Alto, já tinha sido até apresentadora da "Rádio Matraca", programa que faço há 31 anos na Rádio USP. E Stella Miranda, uma das atrizes-cantoras da dupla, havia trabalhado comigo no programa "Nas Ondas do Rádio", na antiga TV Manchete. No meio de tantos amigos, a conversa de que eu me lembro foi com Guilherme Arantes. O papo chegou na política –estávamos no auge da turbulência do "Fora, Collor!"– e lembro de ele ter dito que o povo brasileiro é muito acomodado, fosse em qualquer país da Europa e esse governo já teria caído há muito tempo. Falando em turbulência, quando finalmente embarcamos, o voo não foi nada tranquilo. Alguns minutos depois da decolagem, o avião começou a chacoalhar tanto que me fez pensar no quanto a música brasileira perderia ali, naquela ocasião, se acontecesse o pior. Lembrei do acidente que vitimou Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper, cantado como "the day the music died" (o dia em que a música morreu) por Don McLean em "American Pie". O acidente com Os Mamonas Assassinas só aconteceria quatro anos depois. O avião não chegou até Franca, não havia teto por lá. Pousamos em Ribeirão Preto, onde almoçamos no aeroporto e seguimos viagem de ônibus, quando fui conversando com Walter Franco, outro velho camarada que já havia dado canja em show do Língua e participado de meu programa de rádio. Em Franca, as coisas também não foram tranquilas. Um intenso temporal destruiu parcialmente a estrutura do show, armada na praça do Correio, no centro da cidade. Problemas estruturais contornados, o show finalmente teve início, às 18h30. Depois da chuva, a noite estava fria, mas bonita. Uma neblina espessa pairava sobre a praça do Correio, iluminada pela luz amarela dos postes públicos. Essa luz era refletida no olhos brilhantes das pessoas que assistiam ao show, felizes por verem de perto aquele monte de artistas. De pé ao meu lado, na lateral do palco, Ivan Lins assistia com atenção ao show de Walter Franco. Sem tirar os olhos do colega, comentou comigo: "Como é rica nossa música brasileira! Quantos estilos, quanta gente boa". Eu não disse nada, só concordei, envaidecido de poder compartilhar de um momento de reflexão tão sincera de um artista daquela importância. No dia seguinte, cobri a vigília da votação da admissibilidade do impeachment de Collor para a TV Anhembi, no Vale do Anhangabaú, cujo desfecho conhecemos e contraria um pouco a reflexão de Arantes. Nós podemos ser lentos, mas não acomodados. LAERT SARRUMOR, 58, cantor, humorista e compositor, foi dublador do Topo Gigio e fundador do grupo Língua de Trapo.
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