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O processo criativo de Sean Scully e outras cinco indicações culturais
EXPOSIÇÃO | AUGUSTO DE CAMPOS A Galeria Paralelo recebe a exposição "Augusto de Campos "? Objetos e Poesia Visual", sobre a obra de um dos criadores da poesia concreta no Brasil, que se mantém ativo aos 84 anos. O artista apresenta nessa mostra reedições de alguns dos seus poemas em grandes dimensões e utilizando um novo suporte: chapas de alumínio em vez do tradicional papel. Galeria Paralelo | tel. (11) 2495-6876 | seg. a sex., das 10h às 19h, sáb. das 11h às 17h | grátis | até 16/5 * TEATRO | HILDA HILST A Ocupação Hilda Hilst será encerrada com duas apresentações da peça "Matamoros", dirigida por Bel Garcia. A montagem foi feita a partir da adaptação de parte do livro "Tu Não Te Moves de Ti". Maíra Gerstner faz o papel da protagonista que dá nome à peça, uma menina que descobre o amor e o gozo. A mostra com trechos de diários, desenhos e anotações de Hilst pode ser visitada até o dia 21/4. Itaú Cultural | tel. 2168-1776 | dias 21 e 22 de abril, às 20h | grátis * EXPOSIÇÃO | SEAN SCULLY A Pinacoteca recebe a exposição de Sean Scully, artista irlandês naturalizado norte-americano. Jacopo Crivel foi o curador responsável pela seleção dos trabalhos da mostra, produzidos entre 1974 e 2014. O período permite observar as variações do processo criativo do artista. Scully é expoente da arte abstrata, e suas pinturas são compostas por formas geométricas precisas. Pinacoteca do Estado de São Paulo | tel. (11) 3324-1000 | ter. a dom., das 10h às 18h | R$ 6, grátis aos sábados | até 28/6 * CINEMA | CANADÁ EM FOCO O CCSP apresenta a partir de terça (21) a mostra "Cinema de Quebec", com filmes realizados na última década por diretores canadenses como Denys Arcand, Xavier Dolan e Denis Villeneuve. Entre os filmes exibidos estão "Amores Imaginários", "Bestiário", "Incêndios" e "Mommy". Centro Cultural São Paulotel. (11) 3397-4002 | até 30/4 programação em centrocultural.sp.gov.br * DEBATE | VIOLÊNCIA E DIREITOS HUMANOS O Fundo Brasil de Direitos Humanos realizará o seminário "Comunicação, violência e direitos humanos". Uma das mesas terá como convidados Flávia Oliveira ("O Globo") e Renato Rovai (revista Fórum) e será moderada por Átila Roque, diretor executivo da Anistia Internacional no Brasil. Após o debate será exibido o documentário "Defensorxs". Auditório da Escola de Direito da FGV em São Paulo | 23/4, das 10h às 19h | necessário fazer inscrição | informações em eventos@fundodireitoshumanos.org.br * LIVRO | MAL-ESTAR, SOFRIMENTO E SINTOMA A "Ilustríssima" faz três perguntas a Christian Dunker, psicanalista e professor do Instituto de Psicologia da USP, sobre o seu mais recente livro "Mal-estar, Sofrimento e Sintoma: a Psicopatologia do Brasil entre Muros" (Thiago Nascimento). Folha - Qual é o novo sintoma social e psíquico dos brasileiros? Christian Dunker - O sofrimento perde sua força política quando suas causas são naturalizadas. Nos anos 1970, o Brasil criou o sintoma da vida em forma de condomínio, acreditando que muros e síndicos resolveriam nossa relação com a lei e com o espaço público. A nomeação do mal-estar, como violência e corrupção, está gestando um fundamentalismo à brasileira, moldado no colapso de nossas formas religiosas. Qual é o mal-estar relacionado ao capitalismo à brasileira? O Brasil exporta seu "grande tropeço" baseado na combinação entre consumo voraz e precarização de leis. A elevação da renda torna-se supérflua se não conseguimos reconhecer os meios pelos quais ela se deu. O novo ressentimento social não segue apenas a gramática do trabalho contra o capital. Ele baseia-se na oposição entre os que acreditam na transformação pelo trabalho e educação e aqueles que não têm uma história para contar, só signos para exibir. Como a psicanálise ajuda a entender a tradição patrimonialista brasileira? Há um atraso em nossa partilha entre benefícios privados e vícios públicos, mas pensar que nossas instituições são inviáveis é um resquício colonial. Público e privado não precisam dar em mistura patológica ou separação legalista. A psicanálise brasileira encontrou certa reputação mundial, tanto por pensar essa confusão quanto pela complexidade de nossa crise de identidade. Boitempo | R$ 66 (416 págs.)
ilustrissima
O processo criativo de Sean Scully e outras cinco indicações culturaisEXPOSIÇÃO | AUGUSTO DE CAMPOS A Galeria Paralelo recebe a exposição "Augusto de Campos "? Objetos e Poesia Visual", sobre a obra de um dos criadores da poesia concreta no Brasil, que se mantém ativo aos 84 anos. O artista apresenta nessa mostra reedições de alguns dos seus poemas em grandes dimensões e utilizando um novo suporte: chapas de alumínio em vez do tradicional papel. Galeria Paralelo | tel. (11) 2495-6876 | seg. a sex., das 10h às 19h, sáb. das 11h às 17h | grátis | até 16/5 * TEATRO | HILDA HILST A Ocupação Hilda Hilst será encerrada com duas apresentações da peça "Matamoros", dirigida por Bel Garcia. A montagem foi feita a partir da adaptação de parte do livro "Tu Não Te Moves de Ti". Maíra Gerstner faz o papel da protagonista que dá nome à peça, uma menina que descobre o amor e o gozo. A mostra com trechos de diários, desenhos e anotações de Hilst pode ser visitada até o dia 21/4. Itaú Cultural | tel. 2168-1776 | dias 21 e 22 de abril, às 20h | grátis * EXPOSIÇÃO | SEAN SCULLY A Pinacoteca recebe a exposição de Sean Scully, artista irlandês naturalizado norte-americano. Jacopo Crivel foi o curador responsável pela seleção dos trabalhos da mostra, produzidos entre 1974 e 2014. O período permite observar as variações do processo criativo do artista. Scully é expoente da arte abstrata, e suas pinturas são compostas por formas geométricas precisas. Pinacoteca do Estado de São Paulo | tel. (11) 3324-1000 | ter. a dom., das 10h às 18h | R$ 6, grátis aos sábados | até 28/6 * CINEMA | CANADÁ EM FOCO O CCSP apresenta a partir de terça (21) a mostra "Cinema de Quebec", com filmes realizados na última década por diretores canadenses como Denys Arcand, Xavier Dolan e Denis Villeneuve. Entre os filmes exibidos estão "Amores Imaginários", "Bestiário", "Incêndios" e "Mommy". Centro Cultural São Paulotel. (11) 3397-4002 | até 30/4 programação em centrocultural.sp.gov.br * DEBATE | VIOLÊNCIA E DIREITOS HUMANOS O Fundo Brasil de Direitos Humanos realizará o seminário "Comunicação, violência e direitos humanos". Uma das mesas terá como convidados Flávia Oliveira ("O Globo") e Renato Rovai (revista Fórum) e será moderada por Átila Roque, diretor executivo da Anistia Internacional no Brasil. Após o debate será exibido o documentário "Defensorxs". Auditório da Escola de Direito da FGV em São Paulo | 23/4, das 10h às 19h | necessário fazer inscrição | informações em eventos@fundodireitoshumanos.org.br * LIVRO | MAL-ESTAR, SOFRIMENTO E SINTOMA A "Ilustríssima" faz três perguntas a Christian Dunker, psicanalista e professor do Instituto de Psicologia da USP, sobre o seu mais recente livro "Mal-estar, Sofrimento e Sintoma: a Psicopatologia do Brasil entre Muros" (Thiago Nascimento). Folha - Qual é o novo sintoma social e psíquico dos brasileiros? Christian Dunker - O sofrimento perde sua força política quando suas causas são naturalizadas. Nos anos 1970, o Brasil criou o sintoma da vida em forma de condomínio, acreditando que muros e síndicos resolveriam nossa relação com a lei e com o espaço público. A nomeação do mal-estar, como violência e corrupção, está gestando um fundamentalismo à brasileira, moldado no colapso de nossas formas religiosas. Qual é o mal-estar relacionado ao capitalismo à brasileira? O Brasil exporta seu "grande tropeço" baseado na combinação entre consumo voraz e precarização de leis. A elevação da renda torna-se supérflua se não conseguimos reconhecer os meios pelos quais ela se deu. O novo ressentimento social não segue apenas a gramática do trabalho contra o capital. Ele baseia-se na oposição entre os que acreditam na transformação pelo trabalho e educação e aqueles que não têm uma história para contar, só signos para exibir. Como a psicanálise ajuda a entender a tradição patrimonialista brasileira? Há um atraso em nossa partilha entre benefícios privados e vícios públicos, mas pensar que nossas instituições são inviáveis é um resquício colonial. Público e privado não precisam dar em mistura patológica ou separação legalista. A psicanálise brasileira encontrou certa reputação mundial, tanto por pensar essa confusão quanto pela complexidade de nossa crise de identidade. Boitempo | R$ 66 (416 págs.)
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Tire dúvidas sobre fechamento de agências no Banco do Brasil
O Banco do Brasil começa a transferir os clientes das agências que fecharão a partir de 14 de janeiro de 2017. A previsão é que o processo seja concluído em fevereiro. Segundo o banco, a troca de agência para quem tem conta nas unidades que serão fechadas, incluindo segurados do INSS, será automática e o cliente passará a ser atendido em uma unidade mais próxima da atual. Os clientes serão informados pelos caixas eletrônicos e em cartazes nas agências. Nas próximas semanas, quem for atingido com a medida também receberá mensagens no celular e correspondência. Não será necessário ir à agência. A instituição também fornece um telefone para tirar as dúvidas sobre o processo. O Banco do Brasil fechará 402 agências no país, mais da metade no Estado de São Paulo, sendo 72 somente na capital. Outras 379 serão transformadas em postos de atendimento. A reestrutura- ção deve ainda resultar no fechamento de 9.300 vagas de emprego. A coordenadora do Proteste, Maria Inês Dolci, afirma que o cliente do banco deve acompanhar a troca de agência e verificar o saldo de sua conta. "É importante documentar tudo para se resguardar caso surja algum problema", explica. BB e os concorrentes - O consumidor também tem o direito de solicitar a troca para uma unidade de sua preferência. "Ele pode pedir que a conta vá para uma agência que ele indique, mas deve observar os saldos e vencimentos de débitos antes", conclui. Outro direito é o de pedir ressarcimento caso haja prejuízos com a troca. "Se tiver problemas, como não conseguir acessar a conta, fazer saques, tem que documentar tudo e procurar, primeiro, a ouvidoria do banco", orienta. CAIXA Depois do Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal estuda cortar 10 mil funcionários e reduzir ou fechar até cem agências em todo o país. De acordo com a assessoria de imprensa,obanco está definindo como realizará o projeto que poderá incluir um PDV (Plano de Demissão Voluntária), voltado para qualquer trabalhador em atividade, e outro, o PAI, de aposentadoria incentivada, que já é desenvolvido pelo banco. A expectativa é que a reformulação ocorra a partir do ano que vem, de acordo com declaração do presidente-executivo da Caixa, Gilberto Occhi. TIRA-DÚVIDAS O banco vai enviar carta ou telefonar para informar sobre a alteração? O cliente saberá da troca de agência quando acessar sua conta nos caixas eletrônicos, por mensagens no celular, por carta e em cartazes nas agências O que acontece com o cliente que recebe um benefício do INSS ou o salário em uma agência que vai fechar? O número da conta vai mudar, mas os benefícios do INSS e os salários programados na conta-corrente serão transferidos automaticamente para a nova agência As senhas mudarão? Não. As senhas de acesso aos caixas eletrônicos, de cartões e de consultas pela internet e pelo celular permanecerão as mesmas O que muda para quem tem financiamentos ou empréstimos em uma agência que fechará? Tudo o que o cliente tem contratado na agência atual continuará sem alteração E para consumidores com dívidas? Para cheques depositados e devolvidos, retirada de cartão e saques acima do limite diário, é necessário comparecer à agência da sua conta Os demais serviços podem ser feitos em qualquer unidade
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Tire dúvidas sobre fechamento de agências no Banco do BrasilO Banco do Brasil começa a transferir os clientes das agências que fecharão a partir de 14 de janeiro de 2017. A previsão é que o processo seja concluído em fevereiro. Segundo o banco, a troca de agência para quem tem conta nas unidades que serão fechadas, incluindo segurados do INSS, será automática e o cliente passará a ser atendido em uma unidade mais próxima da atual. Os clientes serão informados pelos caixas eletrônicos e em cartazes nas agências. Nas próximas semanas, quem for atingido com a medida também receberá mensagens no celular e correspondência. Não será necessário ir à agência. A instituição também fornece um telefone para tirar as dúvidas sobre o processo. O Banco do Brasil fechará 402 agências no país, mais da metade no Estado de São Paulo, sendo 72 somente na capital. Outras 379 serão transformadas em postos de atendimento. A reestrutura- ção deve ainda resultar no fechamento de 9.300 vagas de emprego. A coordenadora do Proteste, Maria Inês Dolci, afirma que o cliente do banco deve acompanhar a troca de agência e verificar o saldo de sua conta. "É importante documentar tudo para se resguardar caso surja algum problema", explica. BB e os concorrentes - O consumidor também tem o direito de solicitar a troca para uma unidade de sua preferência. "Ele pode pedir que a conta vá para uma agência que ele indique, mas deve observar os saldos e vencimentos de débitos antes", conclui. Outro direito é o de pedir ressarcimento caso haja prejuízos com a troca. "Se tiver problemas, como não conseguir acessar a conta, fazer saques, tem que documentar tudo e procurar, primeiro, a ouvidoria do banco", orienta. CAIXA Depois do Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal estuda cortar 10 mil funcionários e reduzir ou fechar até cem agências em todo o país. De acordo com a assessoria de imprensa,obanco está definindo como realizará o projeto que poderá incluir um PDV (Plano de Demissão Voluntária), voltado para qualquer trabalhador em atividade, e outro, o PAI, de aposentadoria incentivada, que já é desenvolvido pelo banco. A expectativa é que a reformulação ocorra a partir do ano que vem, de acordo com declaração do presidente-executivo da Caixa, Gilberto Occhi. TIRA-DÚVIDAS O banco vai enviar carta ou telefonar para informar sobre a alteração? O cliente saberá da troca de agência quando acessar sua conta nos caixas eletrônicos, por mensagens no celular, por carta e em cartazes nas agências O que acontece com o cliente que recebe um benefício do INSS ou o salário em uma agência que vai fechar? O número da conta vai mudar, mas os benefícios do INSS e os salários programados na conta-corrente serão transferidos automaticamente para a nova agência As senhas mudarão? Não. As senhas de acesso aos caixas eletrônicos, de cartões e de consultas pela internet e pelo celular permanecerão as mesmas O que muda para quem tem financiamentos ou empréstimos em uma agência que fechará? Tudo o que o cliente tem contratado na agência atual continuará sem alteração E para consumidores com dívidas? Para cheques depositados e devolvidos, retirada de cartão e saques acima do limite diário, é necessário comparecer à agência da sua conta Os demais serviços podem ser feitos em qualquer unidade
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Popload Festival anuncia line-up com Phoenix e PJ Harvey
Neste ano, o Popload Festival terá a banda Phoenix e a cantora PJ Harvey como os headliners. O trio britânico Daughter, o grupo eletrônico Neon Indian e a banda brasileira Carne Doce também estão no line-up anunciado nesta segunda-feira (5). A pré-venda para clientes Nubank começa nesta terça (6) e a venda geral terá início no dia 9 de junho. Os ingressos variam entre R$ 320 e R$ 500. A quinta edição do festival acontece no dia 15 de novembro e será no Memorial da América Latina. * POPLOAD FESTIVAL QUANDO dia 15 de novembro QUANTO R$ 320 a R$ 500 ONDE Memorial da América Latina (Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664)
ilustrada
Popload Festival anuncia line-up com Phoenix e PJ HarveyNeste ano, o Popload Festival terá a banda Phoenix e a cantora PJ Harvey como os headliners. O trio britânico Daughter, o grupo eletrônico Neon Indian e a banda brasileira Carne Doce também estão no line-up anunciado nesta segunda-feira (5). A pré-venda para clientes Nubank começa nesta terça (6) e a venda geral terá início no dia 9 de junho. Os ingressos variam entre R$ 320 e R$ 500. A quinta edição do festival acontece no dia 15 de novembro e será no Memorial da América Latina. * POPLOAD FESTIVAL QUANDO dia 15 de novembro QUANTO R$ 320 a R$ 500 ONDE Memorial da América Latina (Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664)
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O escritor Kurt Vonnegut é celebrado nos dez anos de sua morte
RESUMO Morto em 2007, o escritor Kurt Vonnegut é tido como um dos expoentes da literatura americana do século 20. Autor de "Matadouro 5" tinha na ironia e no sentimentalismo duas de suas marcas. Antes de virar escritor, alistou-se para lutar na Segunda Guerra, trabalhou como repórter e foi vendedor de carros. Eram os anos 1950. Kurt Vonnegut (1922-2007) foi trabalhar como repórter da revista "Sports Illustrated" e recebeu a missão de cobrir uma prova de hipismo. O futuro autor de "Matadouro 5" acompanhou a prova, voltou para a Redação e, por horas, encarou a máquina de escrever. Finalmente datilografou "o cavalo pulou a porra da cerca", entregou ao editor e foi embora para nunca mais voltar. O mau humor sugerido pelo episódio é condizente com o temperamento delineado em uma biografia lançada após a sua morte. O livro o retrata como um homem amargurado, imagem que não parece encontrar eco entre leitores e fãs que lembraram, no dia 11 de abril, os dez anos da morte de um escritor americano essencial da segunda metade do século 20. Para marcar a data, uma série de eventos literários ocorreu em Indianápolis, cidade natal de Vonnegut, onde foi reinaugurado há pouco um museu dedicado a sua obra. Ele também está nos palcos americanos com o musical "God Bless You, Mr. Rosewater", adaptação do romance que lançou nos anos 1960 (editado no Brasil como "A Felicidade Rosewater"), com músicas de Alan Menken, compositor vencedor de dois Oscar. E é lembrado em dois documentários com lançamento programado para este ano, um deles o já lendário "Unstuck in Time" ("Solto no tempo"), cuja realização consumiu 35 anos. Kurt Vonnegut Jr. (mais tarde, quando o pai morreu, ele dispensaria o Jr.) nasceu em 11 de novembro de 1922. Filho de imigrantes alemães, cresceu durante a Grande Depressão, nos anos 1930. A pobreza vista na juventude influenciaria sua obra, marcada pelo humanismo e pela ideia de que os EUA haviam traído a si mesmos. Depois de se formar em química, no começo dos anos 1940, e de se casar com Jane Cox, uma aspirante a escritora, entrou para o Exército para lutar na Segunda Guerra Mundial. Encerrado o conflito, voltou para casa e publicou alguns contos, mas, com esposa e três filhos, recorreu a outros empregos para manter a família: vendedor de carros usados, redator de textos técnicos da General Electric e, finalmente, repórter. DISTOPIA Seu primeiro romance foi publicado em 1952. "Revolução no Futuro" (Artenova), uma distopia em torno do fim dos empregos, é premonitório sobre os efeitos na sociedade da substituição de trabalhadores por máquinas. Já trazia alguma das marcas do chamado "estilo Vonnegut", principalmente a ironia e o sentimentalismo. Fãs do autor, no entanto, costumam apontar uma série de romances e contos publicados a partir de 1959 como seu auge. Naquele ano, ele lançou "As Sereias de Titã" (GRD), seguido, em 1961, de "O Espião Americano" (Artenova), sobre um agente americano que finge se alinhar a Hitler e acaba preso como nazista em Israel. O excelente "Cama de Gato" (1963; Record) é uma sátira amalucada à corrida armamentista, explorando os temas da tecnologia, da ciência e da religião. Foi seguido de "A Felicidade Rosewater" (1965; Artenova), a respeito de uma cidade cujos habitantes são sustentados por um bilionário. O universo de quase todos os livros é o Meio-Oeste americano, onde ele mesmo foi criado, e seus habitantes. Nenhum virou best-seller. Os críticos torciam o nariz, insistindo em classificá-lo como um autor de ficção científica. Vonnegut quase desistiu da literatura. Em 1965, com diferença de um dia, morreram Judith, irmã do escritor, e o marido dela. O casal deixou três filhos, que o autor adotou. Agora eram seis rebentos sob sua guarda. Com família tão grande, impossível seguir produzindo. Salvou-o um emprego de professor no prestigiado curso de escrita da Universidade de Iowa. Lá, desenvolveu o "romance de Dresden", que mudaria sua vida. ECOS DA GUERRA Lançado em 1969, "Matadouro 5" (L&PM) é um dos livros mais influentes da segunda metade do século 20. Ambientado ao mesmo tempo na Alemanha nazista, nos EUA do final dos anos 1960 e em um planeta chamado Trafalmador, lida com as dolorosas memórias que Vonnegut guardava da Segunda Guerra. Durante uma batalha, ele foi feito prisioneiro pelos alemães e levado para a cidade de Dresden, então uma relíquia com construções antigas conhecida como a Florença do Elba, mas prestes a ser atacada pelos exércitos aliados. O episódio é uma das maiores controvérsias do conflito. Historiadores divergem sobre a necessidade do ataque a uma cidade conhecida pela vida cultural e quase sem importância militar. De nada adiantou: Dresden foi bombardeada e incendiada entre 13 e 15 de fevereiro de 1945. Estima-se que 135 mil civis tenham morrido. Vonnegut sobreviveu por ter se abrigado em um matadouro de animais, o matadouro nº 5. Nos dias e semanas seguintes, ajudou na retirada dos corpos carbonizados de dentro das casas, ouvindo ofensas dos sobreviventes. Levou mais de 20 anos para escrever sobre a experiência, mas, quando o fez, em tom sombrio, descartou o heroísmo dos filmes de guerra. "Matadouro 5" era algo impensável para a época: uma sátira sobre o nazismo. A história de Billy Pilgrim, um soldado desengonçado e incapaz que durante um combate descobre estar "solto no tempo", faz o leitor viajar pela vida do personagem, visitando episódios passados e futuros. Em meio à contestação à Guerra do Vietnã, a comédia antimilitarista captou o espírito do tempo, assim como "Ardil 22", de Joseph Heller, outro romance sobre o conflito. Metaficção, narrativas paralelas, absurdo, pessimismo e humor negro são ali instrumentos para Vonnegut questionar nosso lugar no mundo. Nascia com os leitores uma relação muitas vezes emocional. Muito disso vem da cumplicidade que pauta a construção narrativa. São comuns nas obras do autor introduções em que ele explica as ideias do livro e de onde as tirou. Na contramão da corrente de escritores que deixam à leitura a explicação dos romances, o americano abria os seus com explanações detalhadas. Autor e leitor não raro compartilham segredos, como o fato de que "Pastelão" (1975) foi inspirado na dupla de comediantes o Gordo e o Magro. "Em poucos casos, dentro do que traduzi até hoje, fui afetada emocionalmente pelas histórias. Com o KV [Kurt Vonnegut], várias vezes me vi rindo ou chorando muito", diz a gaúcha Cássia Zanon, tradutora de "Matadouro 5" e "Café da Manhã dos Campeões" para a L&PM. SUCESSO A vida do escritor mudou completamente com "Matadouro 5". Com o sucesso, o casamento com Jane Cox chegou ao fim, e ele foi viver em Nova York. Sentia-se acossado não apenas pela guerra mas também por uma depressão crônica. Segundo uma biografia póstuma, "So It Goes" (St. Martin's Griffin, 2011), ele era dado a ataques de raiva, sendo lembrado por amigos e conhecidos como "cruel, desagradável e assustador". "Café da Manhã dos Campeões" (L&PM), lançado em 1973, encerra sua fase mais criativa. O encontro entre Kilgore Trout (alter ego de Vonnegut) –um escritor fracassado– e Dwayne Hoover –um vendedor de carros usados– é narrado de forma fragmentada, como se o leitor nada soubesse da humanidade. Foi um fracasso de crítica e de vendas. Ele continuou a escrever, mas as obras já não tinham a mesma vitalidade. Sua popularidade, contudo, jamais declinou. Vonnegut fez pontas em alguns filmes, como "De Volta às Aulas" (1984) e "Vítima do Passado" (1996) –esse último uma adaptação do romance "O Espião Americano". Casado novamente, agora com a fotógrafa Jill Krementz, tornou-se um intelectual ativo politicamente. Ao escrever um perfil dele em 1982, o britânico Martin Amis ironizou: "Quando o sucesso acontece com um escritor inglês, ele adquire uma nova máquina de escrever. Quando o sucesso acontece com um escritor americano, ele adquire uma vida nova". Em 1997, após lançar seu último romance, "Timequake", Vonnegut declarou estar se aposentando. Em 2004, contudo, lançaria "Um Homem sem Pátria" (Record), coletânea de textos políticos. Ainda haveria um último livro de ficção, "Deus o Abençoe, Dr. Kevorkian" (2008; Record), reunindo pequenas entrevistas imaginárias com figuras históricas, como Hitler e o físico Isaac Newton. Numa espécie de despedida, entrevistou também Kilgore Trout, seu alter ego. HIT NA INTERNET Seu impacto na cultura pode ser medido pela repercussão da sua morte, em 2007, dias depois de sofrer um acidente doméstico. Segundo o site Technorati, que mede o fluxo de informações na internet, seu nome foi o terceiro termo mais citado no mundo naquele dia. Dez anos depois, um dos vídeos em que ele usa gráficos para discutir a estrutura das histórias tem mais de 1 milhão de visualizações no YouTube. A própria crítica chegou a um acordo. Hoje, é corriqueiro encontrá-lo, com Thomas Pynchon e Donald Barthelme (1931-89), em listas dos principais autores do pós-modernismo americano, movimento marcado pela experimentação. O interesse por sua obra tende a ser reavivado com os eventos marcados para este ano. O mais esperado certamente é o lançamento do documentário "Unstuck in Time". Em 1982, Robert Weide, então estudante, convenceu o escritor a dar uma série de entrevistas e a ser filmado no cotidiano. Por falta de dinheiro, o projeto foi seguidamente interrompido, até Weide, diretor de episódios da aclamada série cômica "Curb your Enthusiasm", arrecadar US$ 300 mil em um financiamento on-line. A ideia é que o filme estreie ainda em 2017. No museu e biblioteca Kurt Vonnegut, em sua cidade natal, o acervo recém-ampliado inclui um sem-fim de objetos pessoais, como a máquina de escrever usada para datilografar seus romances, um dos famosos maços de cigarros Pall Mall, a estrela púrpura por bravura na Segunda Guerra e a carta recebida do pai quando ele era prisioneiro dos alemães. Como se o autor de "Matadouro 5" ainda estivesse vivo, o envelope continua lacrado. ALEXANDRE RODRIGUES, 50, é jornalista e escritor, autor de "Veja se Você Responde Essa Pergunta" (Não Editora) e escreve "Maldito Frio", seu primeiro romance.
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O escritor Kurt Vonnegut é celebrado nos dez anos de sua morteRESUMO Morto em 2007, o escritor Kurt Vonnegut é tido como um dos expoentes da literatura americana do século 20. Autor de "Matadouro 5" tinha na ironia e no sentimentalismo duas de suas marcas. Antes de virar escritor, alistou-se para lutar na Segunda Guerra, trabalhou como repórter e foi vendedor de carros. Eram os anos 1950. Kurt Vonnegut (1922-2007) foi trabalhar como repórter da revista "Sports Illustrated" e recebeu a missão de cobrir uma prova de hipismo. O futuro autor de "Matadouro 5" acompanhou a prova, voltou para a Redação e, por horas, encarou a máquina de escrever. Finalmente datilografou "o cavalo pulou a porra da cerca", entregou ao editor e foi embora para nunca mais voltar. O mau humor sugerido pelo episódio é condizente com o temperamento delineado em uma biografia lançada após a sua morte. O livro o retrata como um homem amargurado, imagem que não parece encontrar eco entre leitores e fãs que lembraram, no dia 11 de abril, os dez anos da morte de um escritor americano essencial da segunda metade do século 20. Para marcar a data, uma série de eventos literários ocorreu em Indianápolis, cidade natal de Vonnegut, onde foi reinaugurado há pouco um museu dedicado a sua obra. Ele também está nos palcos americanos com o musical "God Bless You, Mr. Rosewater", adaptação do romance que lançou nos anos 1960 (editado no Brasil como "A Felicidade Rosewater"), com músicas de Alan Menken, compositor vencedor de dois Oscar. E é lembrado em dois documentários com lançamento programado para este ano, um deles o já lendário "Unstuck in Time" ("Solto no tempo"), cuja realização consumiu 35 anos. Kurt Vonnegut Jr. (mais tarde, quando o pai morreu, ele dispensaria o Jr.) nasceu em 11 de novembro de 1922. Filho de imigrantes alemães, cresceu durante a Grande Depressão, nos anos 1930. A pobreza vista na juventude influenciaria sua obra, marcada pelo humanismo e pela ideia de que os EUA haviam traído a si mesmos. Depois de se formar em química, no começo dos anos 1940, e de se casar com Jane Cox, uma aspirante a escritora, entrou para o Exército para lutar na Segunda Guerra Mundial. Encerrado o conflito, voltou para casa e publicou alguns contos, mas, com esposa e três filhos, recorreu a outros empregos para manter a família: vendedor de carros usados, redator de textos técnicos da General Electric e, finalmente, repórter. DISTOPIA Seu primeiro romance foi publicado em 1952. "Revolução no Futuro" (Artenova), uma distopia em torno do fim dos empregos, é premonitório sobre os efeitos na sociedade da substituição de trabalhadores por máquinas. Já trazia alguma das marcas do chamado "estilo Vonnegut", principalmente a ironia e o sentimentalismo. Fãs do autor, no entanto, costumam apontar uma série de romances e contos publicados a partir de 1959 como seu auge. Naquele ano, ele lançou "As Sereias de Titã" (GRD), seguido, em 1961, de "O Espião Americano" (Artenova), sobre um agente americano que finge se alinhar a Hitler e acaba preso como nazista em Israel. O excelente "Cama de Gato" (1963; Record) é uma sátira amalucada à corrida armamentista, explorando os temas da tecnologia, da ciência e da religião. Foi seguido de "A Felicidade Rosewater" (1965; Artenova), a respeito de uma cidade cujos habitantes são sustentados por um bilionário. O universo de quase todos os livros é o Meio-Oeste americano, onde ele mesmo foi criado, e seus habitantes. Nenhum virou best-seller. Os críticos torciam o nariz, insistindo em classificá-lo como um autor de ficção científica. Vonnegut quase desistiu da literatura. Em 1965, com diferença de um dia, morreram Judith, irmã do escritor, e o marido dela. O casal deixou três filhos, que o autor adotou. Agora eram seis rebentos sob sua guarda. Com família tão grande, impossível seguir produzindo. Salvou-o um emprego de professor no prestigiado curso de escrita da Universidade de Iowa. Lá, desenvolveu o "romance de Dresden", que mudaria sua vida. ECOS DA GUERRA Lançado em 1969, "Matadouro 5" (L&PM) é um dos livros mais influentes da segunda metade do século 20. Ambientado ao mesmo tempo na Alemanha nazista, nos EUA do final dos anos 1960 e em um planeta chamado Trafalmador, lida com as dolorosas memórias que Vonnegut guardava da Segunda Guerra. Durante uma batalha, ele foi feito prisioneiro pelos alemães e levado para a cidade de Dresden, então uma relíquia com construções antigas conhecida como a Florença do Elba, mas prestes a ser atacada pelos exércitos aliados. O episódio é uma das maiores controvérsias do conflito. Historiadores divergem sobre a necessidade do ataque a uma cidade conhecida pela vida cultural e quase sem importância militar. De nada adiantou: Dresden foi bombardeada e incendiada entre 13 e 15 de fevereiro de 1945. Estima-se que 135 mil civis tenham morrido. Vonnegut sobreviveu por ter se abrigado em um matadouro de animais, o matadouro nº 5. Nos dias e semanas seguintes, ajudou na retirada dos corpos carbonizados de dentro das casas, ouvindo ofensas dos sobreviventes. Levou mais de 20 anos para escrever sobre a experiência, mas, quando o fez, em tom sombrio, descartou o heroísmo dos filmes de guerra. "Matadouro 5" era algo impensável para a época: uma sátira sobre o nazismo. A história de Billy Pilgrim, um soldado desengonçado e incapaz que durante um combate descobre estar "solto no tempo", faz o leitor viajar pela vida do personagem, visitando episódios passados e futuros. Em meio à contestação à Guerra do Vietnã, a comédia antimilitarista captou o espírito do tempo, assim como "Ardil 22", de Joseph Heller, outro romance sobre o conflito. Metaficção, narrativas paralelas, absurdo, pessimismo e humor negro são ali instrumentos para Vonnegut questionar nosso lugar no mundo. Nascia com os leitores uma relação muitas vezes emocional. Muito disso vem da cumplicidade que pauta a construção narrativa. São comuns nas obras do autor introduções em que ele explica as ideias do livro e de onde as tirou. Na contramão da corrente de escritores que deixam à leitura a explicação dos romances, o americano abria os seus com explanações detalhadas. Autor e leitor não raro compartilham segredos, como o fato de que "Pastelão" (1975) foi inspirado na dupla de comediantes o Gordo e o Magro. "Em poucos casos, dentro do que traduzi até hoje, fui afetada emocionalmente pelas histórias. Com o KV [Kurt Vonnegut], várias vezes me vi rindo ou chorando muito", diz a gaúcha Cássia Zanon, tradutora de "Matadouro 5" e "Café da Manhã dos Campeões" para a L&PM. SUCESSO A vida do escritor mudou completamente com "Matadouro 5". Com o sucesso, o casamento com Jane Cox chegou ao fim, e ele foi viver em Nova York. Sentia-se acossado não apenas pela guerra mas também por uma depressão crônica. Segundo uma biografia póstuma, "So It Goes" (St. Martin's Griffin, 2011), ele era dado a ataques de raiva, sendo lembrado por amigos e conhecidos como "cruel, desagradável e assustador". "Café da Manhã dos Campeões" (L&PM), lançado em 1973, encerra sua fase mais criativa. O encontro entre Kilgore Trout (alter ego de Vonnegut) –um escritor fracassado– e Dwayne Hoover –um vendedor de carros usados– é narrado de forma fragmentada, como se o leitor nada soubesse da humanidade. Foi um fracasso de crítica e de vendas. Ele continuou a escrever, mas as obras já não tinham a mesma vitalidade. Sua popularidade, contudo, jamais declinou. Vonnegut fez pontas em alguns filmes, como "De Volta às Aulas" (1984) e "Vítima do Passado" (1996) –esse último uma adaptação do romance "O Espião Americano". Casado novamente, agora com a fotógrafa Jill Krementz, tornou-se um intelectual ativo politicamente. Ao escrever um perfil dele em 1982, o britânico Martin Amis ironizou: "Quando o sucesso acontece com um escritor inglês, ele adquire uma nova máquina de escrever. Quando o sucesso acontece com um escritor americano, ele adquire uma vida nova". Em 1997, após lançar seu último romance, "Timequake", Vonnegut declarou estar se aposentando. Em 2004, contudo, lançaria "Um Homem sem Pátria" (Record), coletânea de textos políticos. Ainda haveria um último livro de ficção, "Deus o Abençoe, Dr. Kevorkian" (2008; Record), reunindo pequenas entrevistas imaginárias com figuras históricas, como Hitler e o físico Isaac Newton. Numa espécie de despedida, entrevistou também Kilgore Trout, seu alter ego. HIT NA INTERNET Seu impacto na cultura pode ser medido pela repercussão da sua morte, em 2007, dias depois de sofrer um acidente doméstico. Segundo o site Technorati, que mede o fluxo de informações na internet, seu nome foi o terceiro termo mais citado no mundo naquele dia. Dez anos depois, um dos vídeos em que ele usa gráficos para discutir a estrutura das histórias tem mais de 1 milhão de visualizações no YouTube. A própria crítica chegou a um acordo. Hoje, é corriqueiro encontrá-lo, com Thomas Pynchon e Donald Barthelme (1931-89), em listas dos principais autores do pós-modernismo americano, movimento marcado pela experimentação. O interesse por sua obra tende a ser reavivado com os eventos marcados para este ano. O mais esperado certamente é o lançamento do documentário "Unstuck in Time". Em 1982, Robert Weide, então estudante, convenceu o escritor a dar uma série de entrevistas e a ser filmado no cotidiano. Por falta de dinheiro, o projeto foi seguidamente interrompido, até Weide, diretor de episódios da aclamada série cômica "Curb your Enthusiasm", arrecadar US$ 300 mil em um financiamento on-line. A ideia é que o filme estreie ainda em 2017. No museu e biblioteca Kurt Vonnegut, em sua cidade natal, o acervo recém-ampliado inclui um sem-fim de objetos pessoais, como a máquina de escrever usada para datilografar seus romances, um dos famosos maços de cigarros Pall Mall, a estrela púrpura por bravura na Segunda Guerra e a carta recebida do pai quando ele era prisioneiro dos alemães. Como se o autor de "Matadouro 5" ainda estivesse vivo, o envelope continua lacrado. ALEXANDRE RODRIGUES, 50, é jornalista e escritor, autor de "Veja se Você Responde Essa Pergunta" (Não Editora) e escreve "Maldito Frio", seu primeiro romance.
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Muse lança a faixa 'Psycho', primeira de novo álbum da banda inglesa
A banda britânica de rock Muse lançou nesta quinta (12) a primeira faixa que deve estar em seu próximo álbum. A música "Psycho", forte em guitarras, foi apresentada com um vídeo publicado na internet mostrando a sua letra. Vídeo O novo disco, intitulado "Drones", foi anunciado nesta semana, na quarta (11). O lançamento do álbum –o sucessor de "The 2nd Law" (2012)– está marcado para 8 de junho deste ano. PSICOPATIA Em comunicado sobre o conceito do disco, o vocalista Matthew Bellamy disse que "drones [aeronaves não tripuladas] são psicopatas metafóricos que permitem comportamento psicopático sem recurso". "O mundo é dirigido por drones utilizando drones para todos nós nos transformarmos em drones. 'Drones' explora a viagem de um ser humano, desde o seu abandono e perda de esperança, à sua doutrinação pelo sistema para ser um drone humano, à sua eventual deserção de seus opressores", diz o texto do músico.
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Muse lança a faixa 'Psycho', primeira de novo álbum da banda inglesaA banda britânica de rock Muse lançou nesta quinta (12) a primeira faixa que deve estar em seu próximo álbum. A música "Psycho", forte em guitarras, foi apresentada com um vídeo publicado na internet mostrando a sua letra. Vídeo O novo disco, intitulado "Drones", foi anunciado nesta semana, na quarta (11). O lançamento do álbum –o sucessor de "The 2nd Law" (2012)– está marcado para 8 de junho deste ano. PSICOPATIA Em comunicado sobre o conceito do disco, o vocalista Matthew Bellamy disse que "drones [aeronaves não tripuladas] são psicopatas metafóricos que permitem comportamento psicopático sem recurso". "O mundo é dirigido por drones utilizando drones para todos nós nos transformarmos em drones. 'Drones' explora a viagem de um ser humano, desde o seu abandono e perda de esperança, à sua doutrinação pelo sistema para ser um drone humano, à sua eventual deserção de seus opressores", diz o texto do músico.
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Compra de gigante britânica de óleo pela Shell pode chegar a US$ 50 bi
O setor de petróleo pode ter uma união de gigantes nos próximos dias. A anglo-holandesa Royal Dutch Shell está em conversas avançadas para adquirir a britânica BG Group, em um acordo que pode chegar a US$ 50 bilhões. A informação foi revelada nesta terça-feira (7) pela versão online do jornal "Wall Street Journal". Horas depois, a BG divulgou comunicado confirmando as conversas. Mas acrescentou que não havia certeza de que uma oferta de compra seria de fato apresentada pela Shell. Segundo fontes próximas à negociação citadas pelo "Wall Street Journal", um acordo pode ser anunciado nesta quarta-feira (8). Caso o negócio seja confirmado, será a primeira grande aquisição no setor de energia desde o rápido declínio do preço do petróleo, em junho passado -quadro que estimula a consolidação. A empresa britânica, que tem valor de mercado de cerca de US$ 46 bilhões, foi fortemente afetada pela queda no preço da matéria-prima. Depois de registrar prejuízo de US$ 1 bilhão em 2014, anunciou corte de 30% nos investimentos deste ano. Com a aquisição da BG, a Shell ampliaria a sua presença na área de exploração de petróleo no Brasil, onde já atua na produção e distribuição de etanol, por meio da joint venture com a Cosan, e na área de gás, com uma participação na Comgás. A BG tem participação em cinco campos do pré-sal na Bacia de Santos (Lula, Iracema, Sapinhoá, Iara e Lapa), além de ser a operadora de dez blocos na bacia de Barreirinhas, no Maranhão, que tem potencial para a descoberta de petróleo leve.
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Compra de gigante britânica de óleo pela Shell pode chegar a US$ 50 biO setor de petróleo pode ter uma união de gigantes nos próximos dias. A anglo-holandesa Royal Dutch Shell está em conversas avançadas para adquirir a britânica BG Group, em um acordo que pode chegar a US$ 50 bilhões. A informação foi revelada nesta terça-feira (7) pela versão online do jornal "Wall Street Journal". Horas depois, a BG divulgou comunicado confirmando as conversas. Mas acrescentou que não havia certeza de que uma oferta de compra seria de fato apresentada pela Shell. Segundo fontes próximas à negociação citadas pelo "Wall Street Journal", um acordo pode ser anunciado nesta quarta-feira (8). Caso o negócio seja confirmado, será a primeira grande aquisição no setor de energia desde o rápido declínio do preço do petróleo, em junho passado -quadro que estimula a consolidação. A empresa britânica, que tem valor de mercado de cerca de US$ 46 bilhões, foi fortemente afetada pela queda no preço da matéria-prima. Depois de registrar prejuízo de US$ 1 bilhão em 2014, anunciou corte de 30% nos investimentos deste ano. Com a aquisição da BG, a Shell ampliaria a sua presença na área de exploração de petróleo no Brasil, onde já atua na produção e distribuição de etanol, por meio da joint venture com a Cosan, e na área de gás, com uma participação na Comgás. A BG tem participação em cinco campos do pré-sal na Bacia de Santos (Lula, Iracema, Sapinhoá, Iara e Lapa), além de ser a operadora de dez blocos na bacia de Barreirinhas, no Maranhão, que tem potencial para a descoberta de petróleo leve.
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Saiba quais são os possíveis entraves para o projeto do novo ensino médio
O projeto apresentado pelo governo federal traz um novo marco legal para o ensino médio. Mas o resultado da implementação da principal mudança –a flexibilidade curricular, com a opção de os alunos escolherem trajetórias de aprofundamento– vai depender de esforço e investimento de governos estaduais. A nova arquitetura valerá também para escolas particulares. Mas são os Estados que concentram a grande maioria dos estudantes do ensino médio e que apresentam os maiores desafios. A MP (medida provisória) apresentada nesta quinta-feira (22) prevê que somente parte da grade será comum a todos. Para o restante, haverá a opção de aprofundamento em cinco áreas: linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e ensino técnico. REFORMAS NO ENSINO MÉDIO - Principais mudanças propostas pela medida provisória do governo Temer As redes estaduais deverão oferecer ao menos duas dessas habilitações. Fica a cargo de cada uma ampliar essa oferta, o que pode resultar em possibilidades diferentes por Estado, região e escola. Não há previsão de aporte da União para influenciar essa flexibilização –ao contrário do que foi anunciado para a oferta em tempo integral. Raio-x do ensino médio Para Antonio Augusto Batista, coordenador de pesquisa do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), a ideia de flexibilização é boa e bem-vinda. Entretanto, da forma como foi apresentada, tem um risco alto de gerar desigualdades. "Tudo vai depender muito dos Estados. As redes que tiverem mais capital humano, recursos, vão fazer mais coisas, inclusive na diversificação dessa oferta de itinerários", diz. "Há o risco de redes com menos possibilidades oferecerem só português e matemática, por exemplo." Batista ressalta que a escolha dos alunos mais pobres é passível de influências além da vocação, o que pode gerar desigualdade no acesso. "Esses jovens escolhem a partir de um conjunto de possibilidades restritivas, de acordo com o que está ao redor dele. Deveria haver uma melhor qualificação dessas opções", diz o estudioso. "O sucesso da implementação em políticas educacionais depende muito da discussão e participação dos educadores", afirma. "Mesmo que tenha havido articulação com Estados, é problemático fazer uma reforma dessa por medida provisória." ESTRUTURAIS No conjunto, o projeto representa "um perigo" para a etapa, segundo avaliação de Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação. "A flexibilização pode ser um bom caminho, desde que baseada em diálogo com os estudantes e professores", diz. "Do jeito que está, sem prever questões estruturais, não creio que essa reforma terá concretude. Ao contrário, pode servir apenas para desorganizar tudo", afirma. As questões estruturais citadas por Cara são a forma de lecionar para alunos do ensino médio, melhoria da infra-estrutura das escolas, redução do número de alunos por turma e valorização docente. Algumas entidades temem que a flexibilização resulte em uma formação menos ampla e, com isso, mais simplista. "Do ponto de vista da organização curricular, a proposição de opções formativas em ênfases de escolha dos estudantes reforça a fragmentação e hierarquia do conhecimento escolar", diz nota do Movimento Nacional pelo Ensino Médio, que reúne dez entidades do campo educacional, como ANPED (Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação). No manifesto, o movimento cita que o novo modelo contraria a premissa constitucional de assegurar "o desenvolvimento pleno do educando e a formação comum como direito". A MP tirou, por exemplo, a obrigatoriedade das disciplinas de artes e educação física no ensino médio. Mesmo com a flexibilidade, aulas de português e matemática serão obrigatórias ao longo dos três anos. Mas existe a preocupação entre especialistas de que poucos alunos escolham, por exemplo, o aprofundamento em matemática, tendo em vista o desinteresse e o mau desempenho nessa área. Entusiasta do novo modelo do ensino médio, o diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos, diz que a implementação será o maior desafio, o que depende "muito da capacidade gerencial". "O MEC precisa ter algumas pessoas à frente especificamente para cuidar da implementação com os Estados", afirma Ramos. Para ele, apesar das dificuldades, é positivo que todo o projeto tenha sido construído em conversas com secretários estaduais de educação. "Mas não significa que vai ser fácil." RESISTÊNCIA A presidente da Ubes (União Brasileira dos Estudantes), Camila Lanes, 20, questiona a reforma apresentada. "A flexibilidade na grade poderia ser boa, mas vem com um caráter tecnicista, não avança na reforma pedagógica da escola", diz. "Estão aumentando a mão-de-obra sem se preocupar com qualidade." Uma das líderes nas ocupações de 2015 contra a reorganização das escolas estaduais de São Paulo, Rafaela Bonifácio, 17, diz prever resistência. "Tenho certeza que os estudantes vão às ruas protestar contra essa reforma no ensino. Ela me deixa muito apreensiva e não foi debatida com a comunidade escolar." Ministro da Educação sob Dilma Rousseff (PT), Aloizio Mercadante divulgou nota criticando a reforma porque, para ele, protela a discussão em curso, com "processo democrático e participativo", da Base Nacional Comum Curricular.
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Saiba quais são os possíveis entraves para o projeto do novo ensino médioO projeto apresentado pelo governo federal traz um novo marco legal para o ensino médio. Mas o resultado da implementação da principal mudança –a flexibilidade curricular, com a opção de os alunos escolherem trajetórias de aprofundamento– vai depender de esforço e investimento de governos estaduais. A nova arquitetura valerá também para escolas particulares. Mas são os Estados que concentram a grande maioria dos estudantes do ensino médio e que apresentam os maiores desafios. A MP (medida provisória) apresentada nesta quinta-feira (22) prevê que somente parte da grade será comum a todos. Para o restante, haverá a opção de aprofundamento em cinco áreas: linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e ensino técnico. REFORMAS NO ENSINO MÉDIO - Principais mudanças propostas pela medida provisória do governo Temer As redes estaduais deverão oferecer ao menos duas dessas habilitações. Fica a cargo de cada uma ampliar essa oferta, o que pode resultar em possibilidades diferentes por Estado, região e escola. Não há previsão de aporte da União para influenciar essa flexibilização –ao contrário do que foi anunciado para a oferta em tempo integral. Raio-x do ensino médio Para Antonio Augusto Batista, coordenador de pesquisa do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), a ideia de flexibilização é boa e bem-vinda. Entretanto, da forma como foi apresentada, tem um risco alto de gerar desigualdades. "Tudo vai depender muito dos Estados. As redes que tiverem mais capital humano, recursos, vão fazer mais coisas, inclusive na diversificação dessa oferta de itinerários", diz. "Há o risco de redes com menos possibilidades oferecerem só português e matemática, por exemplo." Batista ressalta que a escolha dos alunos mais pobres é passível de influências além da vocação, o que pode gerar desigualdade no acesso. "Esses jovens escolhem a partir de um conjunto de possibilidades restritivas, de acordo com o que está ao redor dele. Deveria haver uma melhor qualificação dessas opções", diz o estudioso. "O sucesso da implementação em políticas educacionais depende muito da discussão e participação dos educadores", afirma. "Mesmo que tenha havido articulação com Estados, é problemático fazer uma reforma dessa por medida provisória." ESTRUTURAIS No conjunto, o projeto representa "um perigo" para a etapa, segundo avaliação de Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação. "A flexibilização pode ser um bom caminho, desde que baseada em diálogo com os estudantes e professores", diz. "Do jeito que está, sem prever questões estruturais, não creio que essa reforma terá concretude. Ao contrário, pode servir apenas para desorganizar tudo", afirma. As questões estruturais citadas por Cara são a forma de lecionar para alunos do ensino médio, melhoria da infra-estrutura das escolas, redução do número de alunos por turma e valorização docente. Algumas entidades temem que a flexibilização resulte em uma formação menos ampla e, com isso, mais simplista. "Do ponto de vista da organização curricular, a proposição de opções formativas em ênfases de escolha dos estudantes reforça a fragmentação e hierarquia do conhecimento escolar", diz nota do Movimento Nacional pelo Ensino Médio, que reúne dez entidades do campo educacional, como ANPED (Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação). No manifesto, o movimento cita que o novo modelo contraria a premissa constitucional de assegurar "o desenvolvimento pleno do educando e a formação comum como direito". A MP tirou, por exemplo, a obrigatoriedade das disciplinas de artes e educação física no ensino médio. Mesmo com a flexibilidade, aulas de português e matemática serão obrigatórias ao longo dos três anos. Mas existe a preocupação entre especialistas de que poucos alunos escolham, por exemplo, o aprofundamento em matemática, tendo em vista o desinteresse e o mau desempenho nessa área. Entusiasta do novo modelo do ensino médio, o diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos, diz que a implementação será o maior desafio, o que depende "muito da capacidade gerencial". "O MEC precisa ter algumas pessoas à frente especificamente para cuidar da implementação com os Estados", afirma Ramos. Para ele, apesar das dificuldades, é positivo que todo o projeto tenha sido construído em conversas com secretários estaduais de educação. "Mas não significa que vai ser fácil." RESISTÊNCIA A presidente da Ubes (União Brasileira dos Estudantes), Camila Lanes, 20, questiona a reforma apresentada. "A flexibilidade na grade poderia ser boa, mas vem com um caráter tecnicista, não avança na reforma pedagógica da escola", diz. "Estão aumentando a mão-de-obra sem se preocupar com qualidade." Uma das líderes nas ocupações de 2015 contra a reorganização das escolas estaduais de São Paulo, Rafaela Bonifácio, 17, diz prever resistência. "Tenho certeza que os estudantes vão às ruas protestar contra essa reforma no ensino. Ela me deixa muito apreensiva e não foi debatida com a comunidade escolar." Ministro da Educação sob Dilma Rousseff (PT), Aloizio Mercadante divulgou nota criticando a reforma porque, para ele, protela a discussão em curso, com "processo democrático e participativo", da Base Nacional Comum Curricular.
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'O Grande Sucesso' vence Prêmio Shell; protestos marcam cerimônia
"O Grande Sucesso" venceu os troféus de melhor autor (Diego Fortes) e figurino (Karen Brusttolin) na 29ª edição do Prêmio Shell de Teatro de São Paulo A cerimônia aconteceu na noite desta terça (21) e foi conduzida pelos atores Lavínia Pannunzio e Rubens Caribé. Fúlvio Stefanini levou o prêmio de melhor ator por "O Pai" e Miriam Mehler o de melhor atriz por "Fora do Mundo". O troféu de direção foi para Felipe Hirsch, por "A Tragédia Latino-Americana". O homenageado desta edição foi o ator Antonio Fagundes, que se disse feliz por não estar concorrendo, "porque com certeza eu iria perder", brincou. Cada vencedor leva R$ 8.000 de prêmio. PROTESTOS Ainda que poucos, protestos também marcaram a cerimônia. Ao vencer o prêmio de melhor cenário por "Adeus Palhaços Mortos", o Coletivo Bijari levantou um cartaz com os dizeres "fora, Temer" e disse que estavam ali para dividir projetos e "indignações". Hugo Possolo subiu ao palco como um dos representantes da SP Escola de Teatro, que venceu na categoria inovação, e disse que "hoje, nessa tendência mundial de retrocesso, estão querendo cercar a praça Roosevelt [no centro de São Paulo, onde fica a instituição e alguns teatros]. Não vão conseguir". Em seu discurso, Felipe Hirsch, ganhador do troféu de melhor direção, disse que "a gente [artistas] tem sido tão linchado por esse governo, por essas pessoas que acreditam que a arte não serve para nada. Mas tem uma luz no fim desse túnel e a gente vai chegar lá". * AUTOR Leonardo Cortez por "Sala dos Professores" Rudinei Borges por "Dezuó, Breviário das Águas" Diego Fortes por "O Grande Sucesso" Vinicius Calderoni por "Os Arqueólogos" DIREÇÃO Felipe Hirsch por "A Tragédia Latino-Americana" Marco Antônio Pâmio por "Playground" Kiko Marques por "Sínthia" Roberto Alvim por "Leite Derramado" ATOR Mateus Monteiro por "Playground" Pedro Vieira por "Eu Tenho Tudo" Fúlvio Stefanini por "O Pai" Paulo Szot por "My Fair Lady" ATRIZ Miriam Mehler por "Fora do Mundo" Regiane Alves por "Para Tão Longo Amor" Denise Weinberg por "Sínthia" Juliana Galdino por "Leite Derramado" CENÁRIO Daniela Thomas e Felipe Tassara por "A Tragédia Latino-Americana" Telumi Hellen por "Dezuó, Breviário das Águas" Beto Mainieri por "A Melancolia de Pandora" Coletivo Bijari por "Adeus Palhaços Mortos" FIGURINO Gabriel Villela por "Rainhas do Orinoco" Márcio Medina por "Cabras - Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam" Bia Pieratti e Carol Reissman por "Cabaré Fucô" Karen Brusttolin por "O Grande Sucesso" ILUMINAÇÃO Aline Santini por "Cabras - Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam" Caetano Vilela por "As Benevolentes" Domingos Quintiliano por "Leite Derramado" Miló Martins por "Um Berço de Pedra" MÚSICA Arthur de Faria por "A Tragédia Latino-Americana" Dr. Morris por "Cabras - Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam" Gilson Fukushima por "O Grande Sucesso" Miguel Briamonte por "Forever Young" INOVAÇÃO Centro Cultural São Paulo — pelo estímulo à experimentação de novas formas cênicas, dramatúrgicas e de produção por meio do projeto "Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos". SP Escola de Teatro — Centro de Formação das Artes do Palco, pela formação de profissionais nas áreas técnica e artística sob uma política pedagógica contemporânea. Grupo Parlapatões — pela contínua atividade e manutenção de espetáculos em repertório em seu espaço, privilegiando a variedade de linguagens artísticas. * O júri de São Paulo é composto por Carlos Eduardo Colabone, Evaristo Martins de Azevedo, Lucia Camargo, Luiz Amorim e Renata Melo.
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'O Grande Sucesso' vence Prêmio Shell; protestos marcam cerimônia"O Grande Sucesso" venceu os troféus de melhor autor (Diego Fortes) e figurino (Karen Brusttolin) na 29ª edição do Prêmio Shell de Teatro de São Paulo A cerimônia aconteceu na noite desta terça (21) e foi conduzida pelos atores Lavínia Pannunzio e Rubens Caribé. Fúlvio Stefanini levou o prêmio de melhor ator por "O Pai" e Miriam Mehler o de melhor atriz por "Fora do Mundo". O troféu de direção foi para Felipe Hirsch, por "A Tragédia Latino-Americana". O homenageado desta edição foi o ator Antonio Fagundes, que se disse feliz por não estar concorrendo, "porque com certeza eu iria perder", brincou. Cada vencedor leva R$ 8.000 de prêmio. PROTESTOS Ainda que poucos, protestos também marcaram a cerimônia. Ao vencer o prêmio de melhor cenário por "Adeus Palhaços Mortos", o Coletivo Bijari levantou um cartaz com os dizeres "fora, Temer" e disse que estavam ali para dividir projetos e "indignações". Hugo Possolo subiu ao palco como um dos representantes da SP Escola de Teatro, que venceu na categoria inovação, e disse que "hoje, nessa tendência mundial de retrocesso, estão querendo cercar a praça Roosevelt [no centro de São Paulo, onde fica a instituição e alguns teatros]. Não vão conseguir". Em seu discurso, Felipe Hirsch, ganhador do troféu de melhor direção, disse que "a gente [artistas] tem sido tão linchado por esse governo, por essas pessoas que acreditam que a arte não serve para nada. Mas tem uma luz no fim desse túnel e a gente vai chegar lá". * AUTOR Leonardo Cortez por "Sala dos Professores" Rudinei Borges por "Dezuó, Breviário das Águas" Diego Fortes por "O Grande Sucesso" Vinicius Calderoni por "Os Arqueólogos" DIREÇÃO Felipe Hirsch por "A Tragédia Latino-Americana" Marco Antônio Pâmio por "Playground" Kiko Marques por "Sínthia" Roberto Alvim por "Leite Derramado" ATOR Mateus Monteiro por "Playground" Pedro Vieira por "Eu Tenho Tudo" Fúlvio Stefanini por "O Pai" Paulo Szot por "My Fair Lady" ATRIZ Miriam Mehler por "Fora do Mundo" Regiane Alves por "Para Tão Longo Amor" Denise Weinberg por "Sínthia" Juliana Galdino por "Leite Derramado" CENÁRIO Daniela Thomas e Felipe Tassara por "A Tragédia Latino-Americana" Telumi Hellen por "Dezuó, Breviário das Águas" Beto Mainieri por "A Melancolia de Pandora" Coletivo Bijari por "Adeus Palhaços Mortos" FIGURINO Gabriel Villela por "Rainhas do Orinoco" Márcio Medina por "Cabras - Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam" Bia Pieratti e Carol Reissman por "Cabaré Fucô" Karen Brusttolin por "O Grande Sucesso" ILUMINAÇÃO Aline Santini por "Cabras - Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam" Caetano Vilela por "As Benevolentes" Domingos Quintiliano por "Leite Derramado" Miló Martins por "Um Berço de Pedra" MÚSICA Arthur de Faria por "A Tragédia Latino-Americana" Dr. Morris por "Cabras - Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam" Gilson Fukushima por "O Grande Sucesso" Miguel Briamonte por "Forever Young" INOVAÇÃO Centro Cultural São Paulo — pelo estímulo à experimentação de novas formas cênicas, dramatúrgicas e de produção por meio do projeto "Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos". SP Escola de Teatro — Centro de Formação das Artes do Palco, pela formação de profissionais nas áreas técnica e artística sob uma política pedagógica contemporânea. Grupo Parlapatões — pela contínua atividade e manutenção de espetáculos em repertório em seu espaço, privilegiando a variedade de linguagens artísticas. * O júri de São Paulo é composto por Carlos Eduardo Colabone, Evaristo Martins de Azevedo, Lucia Camargo, Luiz Amorim e Renata Melo.
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Prefeitura deve restringir horário e tamanho dos blocos de Carnaval? Sim
BAIRRO RESPEITADO É importante esclarecer de antemão: somos totalmente a favor da ocupação do espaço público, a exemplo do que ocorre no Carnaval. No entanto, bairros como a Vila Madalena têm características que não combinam com esse tipo de festa. A subprefeitura de Pinheiros está correta ao determinar que na Vila Madalena a folia acabe às 20h, ao restringir o tamanho dos blocos a 15 mil pessoas e ao estabelecer multas para quem desrespeitar as regras. A decisão é uma vitória para os moradores, mas está longe de resolver todos os problemas gerados pelos megaeventos. Os moradores do bairro, normalmente, já enfrentam transtornos o ano inteiro. É uma batalha tentar convencer os proprietários de bar a cumprirem a lei do silêncio e a instalarem isolamento acústico. Ao longo do ano, nosso foco principal são as aglomerações de pessoas até altas horas, som ligado no último volume e a invasão desonesta de ambulantes, que geram concorrência desleal e mudança de público no bairro. Os bares e restaurantes pagam aluguel, funcionários e impostos. São multados quando algo de errado acontece. Possuem endereço fixo e CNPJ. Já os ambulantes não têm compromisso com nada e podem praticar preços muito mais baratos. O resultado é que as ruas ficam lotadas e os estabelecimentos, vazios. No Carnaval, tudo isso se agiganta. Ninguém é contra a festa, mas os foliões precisam respeitar os moradores, os comerciantes, as pessoas que visitam o bairro. Depois que os blocos passam –e muitas vezes os foliões permanecem nas ruas até o dia clarear–, ficam a sujeira, o odor de urina, as garrafas e camisinhas espalhadas. Como se isso não bastasse, é comum ver pessoas transando nas ruas e calçadas como animais. A Vila Madalena possui ruas estreitas, aclives, declives e um quadrilátero onde o espaço público já é ocupado em sua totalidade durante 365 dias por ano. É um bairro de passagem, o que aumenta o fluxo de automóveis. Quando ocorrem os megaeventos, tudo fica ainda pior. Neste ano, para se ter uma ideia, a Vila já sofria com aglomeração duas semanas antes da data oficial do Carnaval publicada pela Secretaria da Cultura e pela prefeitura. Do jeito que está, a situação sobrecarrega a subprefeitura, a CET, a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana, que precisam atender toda a cidade de São Paulo e ficam sem contingente para dar conta da fiscalização do Carnaval. Claro que não podemos proibir as pessoas de virem para nosso bairro, nem é essa a nossa intenção. Queremos apenas que, durante todo o ano, as autoridades olhem para a Vila de forma diferenciada, que não se esqueçam dos moradores, dos comerciantes e daqueles que trabalham e zelam pelo local. Estamos cansados de ouvir "os moradores que se mudem, pois a Vila não tem mais jeito". Não vamos desistir. Cada vez mais pessoas, mais empresas e mais comerciantes nos apoiam. Tenho a certeza de que, mais cedo ou mais tarde, um político de bom senso aparecerá para discutir com as pessoas que vivem na Vila Madalena. Então acharemos uma solução adequada e equilibrada para todos, moradores e visitantes. CASSIO CALAZANS DE FREITAS é presidente da Savima - Sociedade Amigos de Vila Madalena * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo
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Prefeitura deve restringir horário e tamanho dos blocos de Carnaval? SimBAIRRO RESPEITADO É importante esclarecer de antemão: somos totalmente a favor da ocupação do espaço público, a exemplo do que ocorre no Carnaval. No entanto, bairros como a Vila Madalena têm características que não combinam com esse tipo de festa. A subprefeitura de Pinheiros está correta ao determinar que na Vila Madalena a folia acabe às 20h, ao restringir o tamanho dos blocos a 15 mil pessoas e ao estabelecer multas para quem desrespeitar as regras. A decisão é uma vitória para os moradores, mas está longe de resolver todos os problemas gerados pelos megaeventos. Os moradores do bairro, normalmente, já enfrentam transtornos o ano inteiro. É uma batalha tentar convencer os proprietários de bar a cumprirem a lei do silêncio e a instalarem isolamento acústico. Ao longo do ano, nosso foco principal são as aglomerações de pessoas até altas horas, som ligado no último volume e a invasão desonesta de ambulantes, que geram concorrência desleal e mudança de público no bairro. Os bares e restaurantes pagam aluguel, funcionários e impostos. São multados quando algo de errado acontece. Possuem endereço fixo e CNPJ. Já os ambulantes não têm compromisso com nada e podem praticar preços muito mais baratos. O resultado é que as ruas ficam lotadas e os estabelecimentos, vazios. No Carnaval, tudo isso se agiganta. Ninguém é contra a festa, mas os foliões precisam respeitar os moradores, os comerciantes, as pessoas que visitam o bairro. Depois que os blocos passam –e muitas vezes os foliões permanecem nas ruas até o dia clarear–, ficam a sujeira, o odor de urina, as garrafas e camisinhas espalhadas. Como se isso não bastasse, é comum ver pessoas transando nas ruas e calçadas como animais. A Vila Madalena possui ruas estreitas, aclives, declives e um quadrilátero onde o espaço público já é ocupado em sua totalidade durante 365 dias por ano. É um bairro de passagem, o que aumenta o fluxo de automóveis. Quando ocorrem os megaeventos, tudo fica ainda pior. Neste ano, para se ter uma ideia, a Vila já sofria com aglomeração duas semanas antes da data oficial do Carnaval publicada pela Secretaria da Cultura e pela prefeitura. Do jeito que está, a situação sobrecarrega a subprefeitura, a CET, a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana, que precisam atender toda a cidade de São Paulo e ficam sem contingente para dar conta da fiscalização do Carnaval. Claro que não podemos proibir as pessoas de virem para nosso bairro, nem é essa a nossa intenção. Queremos apenas que, durante todo o ano, as autoridades olhem para a Vila de forma diferenciada, que não se esqueçam dos moradores, dos comerciantes e daqueles que trabalham e zelam pelo local. Estamos cansados de ouvir "os moradores que se mudem, pois a Vila não tem mais jeito". Não vamos desistir. Cada vez mais pessoas, mais empresas e mais comerciantes nos apoiam. Tenho a certeza de que, mais cedo ou mais tarde, um político de bom senso aparecerá para discutir com as pessoas que vivem na Vila Madalena. Então acharemos uma solução adequada e equilibrada para todos, moradores e visitantes. CASSIO CALAZANS DE FREITAS é presidente da Savima - Sociedade Amigos de Vila Madalena * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo
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Caravana Tonteria, banda de Letícia Sabatella, abre temporada de shows
WESLEY KLIMPEL DE SÃO PAULO A atriz Letícia Sabatella, do filme "Chatô, O Rei do Brasil", compõe músicas. E canta. Ficou curioso? É possível assistir ao show da banda dela, Caravana Tonteria, no Teatro Itália, em cartaz até o fim de fevereiro. Além de Letícia, o quarteto é formado por seu marido, o também ator Fernando Alves Pinto (serrote, trompete, violão e voz), e por Paulo Braga (piano) e Zéli Silva (contrabaixo). No repertório da trupe, há composições da atriz e obras de Chico Buarque e Carlos Gardel, entre outros. A direção artística do show é de Arrigo Barnabé. Teatro Itália. Av. Ipiranga, 344, subsolo, República, região central, tel. 3255-1979. 290 lugares. Sáb. : 21h. Dom. : 19h. Até 28/2. 90 min. 12 anos. Ingr.: R$ 80 (estudantes: R$ 40). Valet (R$ 25). Ingr. p/ 2122-4070 ou compreingressos.com.
saopaulo
Caravana Tonteria, banda de Letícia Sabatella, abre temporada de showsWESLEY KLIMPEL DE SÃO PAULO A atriz Letícia Sabatella, do filme "Chatô, O Rei do Brasil", compõe músicas. E canta. Ficou curioso? É possível assistir ao show da banda dela, Caravana Tonteria, no Teatro Itália, em cartaz até o fim de fevereiro. Além de Letícia, o quarteto é formado por seu marido, o também ator Fernando Alves Pinto (serrote, trompete, violão e voz), e por Paulo Braga (piano) e Zéli Silva (contrabaixo). No repertório da trupe, há composições da atriz e obras de Chico Buarque e Carlos Gardel, entre outros. A direção artística do show é de Arrigo Barnabé. Teatro Itália. Av. Ipiranga, 344, subsolo, República, região central, tel. 3255-1979. 290 lugares. Sáb. : 21h. Dom. : 19h. Até 28/2. 90 min. 12 anos. Ingr.: R$ 80 (estudantes: R$ 40). Valet (R$ 25). Ingr. p/ 2122-4070 ou compreingressos.com.
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Vargas confirma ida para Direitos Humanos mas recua após telefonema
Recém substituído pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB) no comando da articulação política do governo, o ministro Pepe Vargas confirmou sua ida para a Secretaria de Direitos Humanos, órgão vinculado à Presidência da República, nesta quarta-feira (8), antes mesmo da presidente Dilma Rousseff fazer o anúncio oficial. Em seguida, ele recuou após receber um telefonema. O ministro convocou uma entrevista coletiva para confirmar sua transferência. Durante a sua fala, o ministro se retirou para atender a uma ligação. Ao retornar, três minutos depois, ele recuou e disse que sua nomeação ainda depende de uma decisão de Dilma. O anúncio de Vargas aconteceu antes mesmo de Dilma conversar pessoalmente com a ministra Ideli Salvatti, atual titular da pasta. Ela se reuniu com a ministra horas depois da entrevista. "A presidente me convidou para ir para a Secretaria de Direitos Humanos. Eu coloquei para ela que eu poderia ajudar o seu governo e o Brasil através do meu mandato e poderia perfeitamente retornar para a Câmara. A presidenta insistiu querendo que eu permanecesse na sua equipe. [...] Vou acolher o pedido da presidente e vou continuar colaborando com a sua equipe", disse antes do telefonema. Ao retornar, o ministro afirmou que ainda que não havia saído o comunicado oficial. "É importante dizer que a presidente não confirmou essa questão da SDH. Não houve um comunicado oficial em relação a isso. O que eu digo para a presidenta é que, se ela quiser me aproveitar na sua equipe, eu aceito o convite de continuar contribuindo com a sua equipe", disse. De acordo com sua assessoria de imprensa, a ligação era de cunho pessoal. "Essa decisão só estará tomada quando a presidenta fizer o comunicado", disse. Ainda não há previsão de quando sua ida à secretaria será oficializada. Vargas avaliou que desenvolveu um bom trabalho à frente da Secretaria de Relações Institucionais –pasta que será extinta e cujas funções passarão à vice-presidência– e afirmou que o governo teve 75% de vitórias no Congresso, mas ponderou que os problemas enfrentados com o PMDB minaram a sua atuação. "É inegável que em algumas matérias houve um ruído forte entre as posições do PMDB e do governo. É também evidente que esse ruído desorganiza e desestabiliza a base. A presidente fez então uma opção de entregar a articulação política para o PMDB e eu torço pelo sucesso do vice-presidente Temer nessa atividade", disse. Questionado sobre as críticas que recebeu ao longo de sua atuação, Vargas afirmou que as críticas são normais. "Eu recebo críticas desde o dia em que eu fui anunciado ministro. A gente não pode trabalhar só em cima de críticas. As críticas muitas vezes são infundadas, outras vezes podem ser até fundamentadas mas a gente não pode ficar olhando críticas para saber o que vai fazer", disse. Dilma anunciou a troca de Pepe Vargas por Temer nesta terça (7), depois de convidar o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), do PMDB, para ocupar a Secretaria de Relações Institucionais. Padilha recusou alegando motivos pessoais, mas nos bastidores enfrentou resistências dos presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL). O ministro confirmou que ficou sabendo de sua substituição pela imprensa mas disse que não guarda mágoa da presidente. "De fato fiquei sabendo pela imprensa por conta de um vazamento. Tão logo fiquei sabendo, liguei para a presidente e nos reunimos no dia seguinte. Ela fez isso de forma muito respeitosa. Não tenho nenhuma mágoa", disse. Questionado se a nomeação de Temer aumenta o projeto de poder do PMDB, Vargas minimizou a questão e disse que há apenas um programa de governo. "Não existem programas distintos. Existe um programa consensual entre os partidos. Pode ter, eventualmente, divergências mas a presidente foi eleita para um programa de governo e a sua equipe trabalha para a consecução desse programa de governo", disse.
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Vargas confirma ida para Direitos Humanos mas recua após telefonemaRecém substituído pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB) no comando da articulação política do governo, o ministro Pepe Vargas confirmou sua ida para a Secretaria de Direitos Humanos, órgão vinculado à Presidência da República, nesta quarta-feira (8), antes mesmo da presidente Dilma Rousseff fazer o anúncio oficial. Em seguida, ele recuou após receber um telefonema. O ministro convocou uma entrevista coletiva para confirmar sua transferência. Durante a sua fala, o ministro se retirou para atender a uma ligação. Ao retornar, três minutos depois, ele recuou e disse que sua nomeação ainda depende de uma decisão de Dilma. O anúncio de Vargas aconteceu antes mesmo de Dilma conversar pessoalmente com a ministra Ideli Salvatti, atual titular da pasta. Ela se reuniu com a ministra horas depois da entrevista. "A presidente me convidou para ir para a Secretaria de Direitos Humanos. Eu coloquei para ela que eu poderia ajudar o seu governo e o Brasil através do meu mandato e poderia perfeitamente retornar para a Câmara. A presidenta insistiu querendo que eu permanecesse na sua equipe. [...] Vou acolher o pedido da presidente e vou continuar colaborando com a sua equipe", disse antes do telefonema. Ao retornar, o ministro afirmou que ainda que não havia saído o comunicado oficial. "É importante dizer que a presidente não confirmou essa questão da SDH. Não houve um comunicado oficial em relação a isso. O que eu digo para a presidenta é que, se ela quiser me aproveitar na sua equipe, eu aceito o convite de continuar contribuindo com a sua equipe", disse. De acordo com sua assessoria de imprensa, a ligação era de cunho pessoal. "Essa decisão só estará tomada quando a presidenta fizer o comunicado", disse. Ainda não há previsão de quando sua ida à secretaria será oficializada. Vargas avaliou que desenvolveu um bom trabalho à frente da Secretaria de Relações Institucionais –pasta que será extinta e cujas funções passarão à vice-presidência– e afirmou que o governo teve 75% de vitórias no Congresso, mas ponderou que os problemas enfrentados com o PMDB minaram a sua atuação. "É inegável que em algumas matérias houve um ruído forte entre as posições do PMDB e do governo. É também evidente que esse ruído desorganiza e desestabiliza a base. A presidente fez então uma opção de entregar a articulação política para o PMDB e eu torço pelo sucesso do vice-presidente Temer nessa atividade", disse. Questionado sobre as críticas que recebeu ao longo de sua atuação, Vargas afirmou que as críticas são normais. "Eu recebo críticas desde o dia em que eu fui anunciado ministro. A gente não pode trabalhar só em cima de críticas. As críticas muitas vezes são infundadas, outras vezes podem ser até fundamentadas mas a gente não pode ficar olhando críticas para saber o que vai fazer", disse. Dilma anunciou a troca de Pepe Vargas por Temer nesta terça (7), depois de convidar o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), do PMDB, para ocupar a Secretaria de Relações Institucionais. Padilha recusou alegando motivos pessoais, mas nos bastidores enfrentou resistências dos presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL). O ministro confirmou que ficou sabendo de sua substituição pela imprensa mas disse que não guarda mágoa da presidente. "De fato fiquei sabendo pela imprensa por conta de um vazamento. Tão logo fiquei sabendo, liguei para a presidente e nos reunimos no dia seguinte. Ela fez isso de forma muito respeitosa. Não tenho nenhuma mágoa", disse. Questionado se a nomeação de Temer aumenta o projeto de poder do PMDB, Vargas minimizou a questão e disse que há apenas um programa de governo. "Não existem programas distintos. Existe um programa consensual entre os partidos. Pode ter, eventualmente, divergências mas a presidente foi eleita para um programa de governo e a sua equipe trabalha para a consecução desse programa de governo", disse.
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Seleção traz opções de hambúrgueres 'gordos' para provar em São Paulo
DE SÃO PAULO Quando bate aquela vontade de hambúrguer, nada melhor do que um lanche farto, preenchido por um disco de carne espesso e de interior suculento. Para esses momentos, selecionamos três estabelecimentos que não economizam na quantidade de carne. HOLY BURGER No Original (R$ 25), são 180 gramas de carne, mais cheddar, bacon e cebola caramelizada. R. Dr. Cesário Mota Júnior, 527, Vila Buarque, região central, tel. 4329-9475 * BEACH BURGER De picanha (150 g), o sanduíche vem com gorgonzola, mandioquinha e maionese de mostarda (R$ 18,90). Al. Lorena, 1.420, Jardim Paulista, região oeste, tel. 2628-7511 * CHIP'S BURGER Com disco de 180 g, o Osaka (R$ 33,99) leva cheddar, cogumelo e alho negro. R. Dr. César, 718, Santana, tel. 2099-2803
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Seleção traz opções de hambúrgueres 'gordos' para provar em São PauloDE SÃO PAULO Quando bate aquela vontade de hambúrguer, nada melhor do que um lanche farto, preenchido por um disco de carne espesso e de interior suculento. Para esses momentos, selecionamos três estabelecimentos que não economizam na quantidade de carne. HOLY BURGER No Original (R$ 25), são 180 gramas de carne, mais cheddar, bacon e cebola caramelizada. R. Dr. Cesário Mota Júnior, 527, Vila Buarque, região central, tel. 4329-9475 * BEACH BURGER De picanha (150 g), o sanduíche vem com gorgonzola, mandioquinha e maionese de mostarda (R$ 18,90). Al. Lorena, 1.420, Jardim Paulista, região oeste, tel. 2628-7511 * CHIP'S BURGER Com disco de 180 g, o Osaka (R$ 33,99) leva cheddar, cogumelo e alho negro. R. Dr. César, 718, Santana, tel. 2099-2803
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Eslovênia começa a erguer cerca na fronteira para controlar fluxo
A Eslovênia iniciou nesta quarta-feira (11) a instalação de uma cerca na fronteira com a Croácia para controlar de maneira mais eficiente o fluxo de refugiados e migrantes que buscam asilo em países europeus.Caminhões carregando arames farpados chegaram nesta quarta ao vilarejo de Veliki Obrez, perto da fronteira esloveno-croata.Um grande número de soldados e policiais estava no local, alguns ao lado de equipamentos de construção. Segundo a mídia eslovena, a cena se repete em outros pontos dos quase 670 km de fronteira com a Croácia.
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Eslovênia começa a erguer cerca na fronteira para controlar fluxoA Eslovênia iniciou nesta quarta-feira (11) a instalação de uma cerca na fronteira com a Croácia para controlar de maneira mais eficiente o fluxo de refugiados e migrantes que buscam asilo em países europeus.Caminhões carregando arames farpados chegaram nesta quarta ao vilarejo de Veliki Obrez, perto da fronteira esloveno-croata.Um grande número de soldados e policiais estava no local, alguns ao lado de equipamentos de construção. Segundo a mídia eslovena, a cena se repete em outros pontos dos quase 670 km de fronteira com a Croácia.
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Congresso pode virar o jogo se captar o recado das ruas
SÃO PAULO - Entraram duas variáveis novas na equação política brasileira: a economia ainda vai arrastar-se por um bom tempo no fundo do vale da depressão; o Congresso passou a ser o alvo dileto e explícito do descontentamento popular. A excepcionalidade do período que o país atravessa torna-se mais difícil de aquilatar quando a visão dos atores, como a nossa agora, está ofuscada pela tempestade. O desempenho esperado da atividade econômica no quadriênio 2014-17, um recuo anual médio do PIB de 1,6%, não é compatível com o padrão dos 29 anos anteriores sob a Nova República. Mesmo para a montanha-russa que marca a trajetória econômica de 1985 a 2013, um declínio como o estimado para os quatro anos seguintes teria menos de uma chance em cem de ocorrer. A virulência da pior recessão numa quadra comparável (1988-91) foi um décimo da atual. É como se estivéssemos num país diferente. Em outra época, um terremoto com esse poder de estragos já teria varrido do mapa não apenas o chefe do governo, mas também o próprio regime político. Aconteceu em 1889, 1930, 1945, 1964 e 1985. O fato de não ter ocorrido desta vez é um indicador de resistência da arquitetura erguida sob a democracia de massas. A grande maioria das pessoas que foram às ruas neste domingo reforçou os alicerces desse pacto político. Cobrou recato e decoro de autoridades que teimam em valer-se de seus poderes e artimanhas para driblar a aplicação impessoal das leis. Se captarem o recado, deputados e senadores perceberão que é deles a prerrogativa de empreender uma longa rodada de caça aos privilégios, que vão muito além dos desfrutados pelos legisladores. Que as regras de acesso ao poder, aos fundos públicos e ao mercado sejam mais homogêneas e aplicáveis a todos não é só o que exigem as ruas; é também o que requer a economia para sair do buraco.
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Congresso pode virar o jogo se captar o recado das ruasSÃO PAULO - Entraram duas variáveis novas na equação política brasileira: a economia ainda vai arrastar-se por um bom tempo no fundo do vale da depressão; o Congresso passou a ser o alvo dileto e explícito do descontentamento popular. A excepcionalidade do período que o país atravessa torna-se mais difícil de aquilatar quando a visão dos atores, como a nossa agora, está ofuscada pela tempestade. O desempenho esperado da atividade econômica no quadriênio 2014-17, um recuo anual médio do PIB de 1,6%, não é compatível com o padrão dos 29 anos anteriores sob a Nova República. Mesmo para a montanha-russa que marca a trajetória econômica de 1985 a 2013, um declínio como o estimado para os quatro anos seguintes teria menos de uma chance em cem de ocorrer. A virulência da pior recessão numa quadra comparável (1988-91) foi um décimo da atual. É como se estivéssemos num país diferente. Em outra época, um terremoto com esse poder de estragos já teria varrido do mapa não apenas o chefe do governo, mas também o próprio regime político. Aconteceu em 1889, 1930, 1945, 1964 e 1985. O fato de não ter ocorrido desta vez é um indicador de resistência da arquitetura erguida sob a democracia de massas. A grande maioria das pessoas que foram às ruas neste domingo reforçou os alicerces desse pacto político. Cobrou recato e decoro de autoridades que teimam em valer-se de seus poderes e artimanhas para driblar a aplicação impessoal das leis. Se captarem o recado, deputados e senadores perceberão que é deles a prerrogativa de empreender uma longa rodada de caça aos privilégios, que vão muito além dos desfrutados pelos legisladores. Que as regras de acesso ao poder, aos fundos públicos e ao mercado sejam mais homogêneas e aplicáveis a todos não é só o que exigem as ruas; é também o que requer a economia para sair do buraco.
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Arte e música lusófonas e outras cinco indicações culturais
MÚSICA | OSMO VÄNSKÄ O Quarteto Osesp recebe como solista convidado neste domingo (3) o maestro finlandês Osmo Vänskä. Serão interpretadas obras do norte-americano John Adams, do compositor tcheco Bohuslav Martinu e de Mozart. Vänskä participará também da série "Música na Cabeça" na segunda (4), e falará sobre as sinfonias de Jean Sibelius, seu conterrâneo., em encontro gratuito na Sala Carlos Gomes, às 19h. Sala São Paulo | tel. (11) 3367 9500 3/5 | 16h | R$ 71 a R$ 92 * EXPOSIÇÃO | IVAN GRILO As pesquisas sobre a herança cultural africana feitas durante a visita de Grilo à Bahia são o mote dos trabalhos da mostra "Eu Quero Ver". A exposição "Civilização do Nordeste", de curadoria de Lina Bo Bardi e que foi censurada em 1965, também fez parte das pesquisas do artista. A exposição, que tratava de cultura popular, foi apresentada em 1963 no Solar do Unhão e seria montada em Roma dois anos depois, mas não chegou a ser aberta ao público. Casa Triângulo | tel. (11) 3167 5621 | ter. a sáb., das 11h às 19h | até 16/5 | grátis * MÚSICA | CULTURA LUSÓFONA A produção contemporânea de países de língua portuguesa –Angola, Moçambique, Portugal e Brasil– tem um recorte na mostra "As Margens dos Mares", com curadoria de Agnaldo Farias. Em paralelo, shows no fim desta semana unem os músicos brasileiros Ivan Lins, Céu e Paulinho da Costa, a Ana Bacalhau e Sara Tavares (Portugal), Manecas Costa (Guiné-Bissau), Mayra Andrade (Cabo Verde) e Stewart Sukuma (Moçambique). A direção musical é do guitarrista, compositor e produtor norte-americano Lee Ritenour, que recorda parte de seus vínculos com o Brasil em texto nesta edição. Sesc Pinheiros | tel. (11) 3095-9400 | mostra de 8/5 a 2/8 | de ter. a sex. das 10h às 21h30; sáb., das 10h às 21h; dom. e fer., das 10h às 18h30 | grátis shows 8/5 e 9/5, às 21h; e em 10/5 às 18h | R$ 40 (inteira) * EXPOSIÇÃO | SAINT CLAIR CEMIN Os trabalhos do artista gaúcho oscilam entre o surrealismo e o formalismo. Nas cinco esculturas de "Symbolista", estão presentes alusões ao inconsciente e à memória –por exemplo, o arquétipo paterno aparece em "Father", obra feita em bronze que mostra um sapato de domingo enjaulado como uma fera. Galeria Bolsa de Arte tel. (11) 3062 0501 | seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 11h às 17h | até 16/5 | grátis * COLÓQUIO | DALTON TREVISAN A Pós-Graduação em Literatura Brasileira e o Instituto de Estudos Brasileiros da USP promovem colóquio em homenagem aos 90 anos do escritor Dalton Trevisan. Berta Waldman fará a conferência de abertura. Haverá debate entre os professores Arnaldo Franco Júnior, Augusto Massi e Eliane Robert Moraes. A mesa "Depoimento de Escritores" terá a participação de Francisco Alvim, Fernando Paixão e André Sant'Anna. Michael Wood, da Universidade Princeton, fará o encerramento. Sala 107 do Prédio de Letras, na USP7/5, às 14h, 8/5, às 14h | inscrições emcoloquiodalton90@gmail.com | grátis * EXPOSIÇÃO | HERCULE FLORENCE A "Ilustríssima" fez três perguntas para Glória Kok e Francis Lee, curadoras da exposição "O Olhar de Hercule Florence sobre os Índios Brasileiros". (Thiago Nascimento) Folha - Como o Brasil de 190 anos atrás está presente na exposição? Kok e Lee - Hercule Florence realizou incursões pelo interior de São Paulo, documentando em textos e imagens a vida nas vilas e fazendas, as tradições populares e a situação dos escravos. E não ficou apenas na teoria: ao adquirir a fazenda do sogro, libertou os cativos e introduziu o sistema de parceria. Qual é a situação atual de etnias indígenas registradas pelo artista? Os oti xavantes, por exemplo, foram extintos, já os caiapós do Sul se dispersaram, mas foram recentemente identificados como panarás. Os apiacás, retratados por ele quando o contato com os brancos ainda não havia se estabelecido, sofreram a brutalidade do trabalho nos seringais e foram considerados extintos. No final do século 20, porém, conseguiram reconstruir suas tradições. Como Florence foi usado na construção do mito bandeirante? Por ocasião dos preparativos para o centenário da independência do Brasil, o então diretor do Museu Paulista, Affonso Taunay, encomendou a renomados artistas pinturas a óleo executadas a partir de desenhos de Florence. O resultado compôs as salas sobre São Paulo antigo, formando um panorama da Província no século 19 e destacando o papel do bandeirante como desbravador do sertão, e dos paulistas na construção do Brasil. Foi por esse motivo que Taunay chamou Hercule Florence de patriarca da iconografia paulista. Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin - Sala Multiuso | tel. (11) 2648-0310 | seg. a sex., das 8h30 às 18h30 | de 6/5 a 30/6 | grátis
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Arte e música lusófonas e outras cinco indicações culturaisMÚSICA | OSMO VÄNSKÄ O Quarteto Osesp recebe como solista convidado neste domingo (3) o maestro finlandês Osmo Vänskä. Serão interpretadas obras do norte-americano John Adams, do compositor tcheco Bohuslav Martinu e de Mozart. Vänskä participará também da série "Música na Cabeça" na segunda (4), e falará sobre as sinfonias de Jean Sibelius, seu conterrâneo., em encontro gratuito na Sala Carlos Gomes, às 19h. Sala São Paulo | tel. (11) 3367 9500 3/5 | 16h | R$ 71 a R$ 92 * EXPOSIÇÃO | IVAN GRILO As pesquisas sobre a herança cultural africana feitas durante a visita de Grilo à Bahia são o mote dos trabalhos da mostra "Eu Quero Ver". A exposição "Civilização do Nordeste", de curadoria de Lina Bo Bardi e que foi censurada em 1965, também fez parte das pesquisas do artista. A exposição, que tratava de cultura popular, foi apresentada em 1963 no Solar do Unhão e seria montada em Roma dois anos depois, mas não chegou a ser aberta ao público. Casa Triângulo | tel. (11) 3167 5621 | ter. a sáb., das 11h às 19h | até 16/5 | grátis * MÚSICA | CULTURA LUSÓFONA A produção contemporânea de países de língua portuguesa –Angola, Moçambique, Portugal e Brasil– tem um recorte na mostra "As Margens dos Mares", com curadoria de Agnaldo Farias. Em paralelo, shows no fim desta semana unem os músicos brasileiros Ivan Lins, Céu e Paulinho da Costa, a Ana Bacalhau e Sara Tavares (Portugal), Manecas Costa (Guiné-Bissau), Mayra Andrade (Cabo Verde) e Stewart Sukuma (Moçambique). A direção musical é do guitarrista, compositor e produtor norte-americano Lee Ritenour, que recorda parte de seus vínculos com o Brasil em texto nesta edição. Sesc Pinheiros | tel. (11) 3095-9400 | mostra de 8/5 a 2/8 | de ter. a sex. das 10h às 21h30; sáb., das 10h às 21h; dom. e fer., das 10h às 18h30 | grátis shows 8/5 e 9/5, às 21h; e em 10/5 às 18h | R$ 40 (inteira) * EXPOSIÇÃO | SAINT CLAIR CEMIN Os trabalhos do artista gaúcho oscilam entre o surrealismo e o formalismo. Nas cinco esculturas de "Symbolista", estão presentes alusões ao inconsciente e à memória –por exemplo, o arquétipo paterno aparece em "Father", obra feita em bronze que mostra um sapato de domingo enjaulado como uma fera. Galeria Bolsa de Arte tel. (11) 3062 0501 | seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 11h às 17h | até 16/5 | grátis * COLÓQUIO | DALTON TREVISAN A Pós-Graduação em Literatura Brasileira e o Instituto de Estudos Brasileiros da USP promovem colóquio em homenagem aos 90 anos do escritor Dalton Trevisan. Berta Waldman fará a conferência de abertura. Haverá debate entre os professores Arnaldo Franco Júnior, Augusto Massi e Eliane Robert Moraes. A mesa "Depoimento de Escritores" terá a participação de Francisco Alvim, Fernando Paixão e André Sant'Anna. Michael Wood, da Universidade Princeton, fará o encerramento. Sala 107 do Prédio de Letras, na USP7/5, às 14h, 8/5, às 14h | inscrições emcoloquiodalton90@gmail.com | grátis * EXPOSIÇÃO | HERCULE FLORENCE A "Ilustríssima" fez três perguntas para Glória Kok e Francis Lee, curadoras da exposição "O Olhar de Hercule Florence sobre os Índios Brasileiros". (Thiago Nascimento) Folha - Como o Brasil de 190 anos atrás está presente na exposição? Kok e Lee - Hercule Florence realizou incursões pelo interior de São Paulo, documentando em textos e imagens a vida nas vilas e fazendas, as tradições populares e a situação dos escravos. E não ficou apenas na teoria: ao adquirir a fazenda do sogro, libertou os cativos e introduziu o sistema de parceria. Qual é a situação atual de etnias indígenas registradas pelo artista? Os oti xavantes, por exemplo, foram extintos, já os caiapós do Sul se dispersaram, mas foram recentemente identificados como panarás. Os apiacás, retratados por ele quando o contato com os brancos ainda não havia se estabelecido, sofreram a brutalidade do trabalho nos seringais e foram considerados extintos. No final do século 20, porém, conseguiram reconstruir suas tradições. Como Florence foi usado na construção do mito bandeirante? Por ocasião dos preparativos para o centenário da independência do Brasil, o então diretor do Museu Paulista, Affonso Taunay, encomendou a renomados artistas pinturas a óleo executadas a partir de desenhos de Florence. O resultado compôs as salas sobre São Paulo antigo, formando um panorama da Província no século 19 e destacando o papel do bandeirante como desbravador do sertão, e dos paulistas na construção do Brasil. Foi por esse motivo que Taunay chamou Hercule Florence de patriarca da iconografia paulista. Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin - Sala Multiuso | tel. (11) 2648-0310 | seg. a sex., das 8h30 às 18h30 | de 6/5 a 30/6 | grátis
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Depressão entre jovens cresce; desafio é distinguir a doença de atos típicos da adolescência
Irritação, agressividade, mudanças bruscas de humor, desânimo, isolamento. Cara feia não é novidade para quem convive com adolescentes, mas mais difícil que ter paciência é saber distinguir atitudes típicas dessa fase de sinais de um problema crescente entre os jovens: a depressão. Nos EUA, a prevalência da doença na faixa dos 12 aos 17 anos aumentou significativamente, de 8,7% em 2005 para 11,3% em 2014, de acordo com os dados mais recentes de uma pesquisa nacional. No Brasil, embora faltem estudos representativos da população, pesquisadores e médicos dizem que o crescimento é realidade e, pior, que boa parte dos casos não é identificada nem tratada. Uma das razões é o velho estigma que cerca a depressão –tanto que a reportagem não conseguiu encontrar nenhuma família disposta a dar entrevista. Mesmo pediatras e hebiatras (médico especialista em adolescentes) deixam passar indícios que apontam para a necessidade de cuidados especializados. Para Jackeline Giusti, psiquiatra do laboratório de adolescentes impulsivos do Hospital das Clínicas da USP, até os adolescentes acreditam que não se sentir bem é normal. "Eles não têm termômetro para a tristeza. É complicado para o leigo se dar conta do que acontece e os pais têm dificuldade de falar sobre isso", afirma. No dia a dia, a escola pode ser uma aliada importante da família. "Uma queixa recorrente dos pais é que eles não sabem se um comportamento é esperado. Muitas vezes, eles vêm nos perguntar sobre parâmetros de normalidade", diz Janaína Canova, coordenadora do ensino fundamental 2 do Colégio Friburgo, em Santo Amaro (zona sul). Segundo ela, há uma média de dois adolescentes com depressão por classe. "Hoje é uma das nossas maiores preocupações." A orientadora educacional do ensino fundamental 2 da escola Santi, no Paraíso (zona sul), Maria Augusta Lara Meneghelo lembra que adolescentes depressivos não são todos iguais –enquanto alguns se isolam, outros ficam agressivos. "Quando há uma suspeita, a família é comunicada, mas ela também nos procura, porque os adolescentes têm um distanciamento natural dos pais." Uma das principais pistas para identificar o problema é a repetição de sentimentos e atitudes negativos. "Um adolescente que se irrita e depois se diverte com os pais não apresenta sinais de depressão. Já outro que tem insônia, perda de interesse em atividades, irritabilidade constante pode estar no limite", afirma a psicóloga Cristiana Renner, doutora em ciências pela Unifesp. Nessas horas, é fundamental que os pais demonstrem disposição para ouvir e dar apoio. "Frases como 'Não precisamos conversar agora, mas estarei disponível quando você quiser' podem ser muito reconfortantes e promover segurança", diz Lee Fu I Wang, coordenadora do Programa de Transtornos Afetivos na Infância e Adolescência do IPq (Instituto de Psiquiatria do HC da USP). Por outro lado, pressionar o jovem a falar ou dizer que ele precisa ter força de vontade para melhorar podem surtir efeito contrário, segundo a médica, levando o adolescente a se sentir culpado por dar trabalho aos pais ou ser incapaz de reagir. A adolescência sempre foi uma fase crítica devido às intensas mudanças físicas, mentais e no ambiente familiar, mas fatores como o estresse decorrente das cobranças por boa performance escolar e a baixa resistência à frustração vêm transformando muitos jovens em panelas de pressão. "Não são apenas os adolescentes. Na sociedade atual, há maior dificuldade de as pessoas lidarem com seus problemas, todos têm que estar sempre felizes", afirma Cristiana Renner. O descontentamento com a imagem corporal, o medo do futuro e as desilusões amorosas também são fatores geradores de estresse importantes. "Podem até ser traumáticas para um adolescente que tem que lidar com tantas outras mudanças e está tentando adaptar-se", afirma Lee. Não por acaso, no início da adolescência, principalmente após o início do ciclo menstrual, as meninas são mais suscetíveis à depressão que os garotos. Para os especialistas, os pais devem agir preventivamente, estando mais presentes na vida dos filhos e abrindo espaço para o diálogo. "Parece óbvio, mas os pais têm que sair da Netflix, do WhatsApp, do Facebook e olhar para os filhos. Uma dica importante e eficaz é fazer uma refeição por dia com a família unida, porque eles vão observar se o filho está cabisbaixo, irritadiço, com problemas na escola", diz Renner. O diagnóstico precisa ser feito com um especialista em adolescência, já que nem toda medicação para depressão é adequada para essa fase, quando cérebro, rins e fígado estão em formação. "Mas é importante tratar, porque não tratar também causa prejuízos ao cérebro", diz Antônio Geraldo da Silva, da Associação Brasileira de Psiquiatria. Embora o tratamento mais indicado seja medicação aliada a psicoterapia, nem todo adolescente precisa desses cuidados. Há casos em que algumas sessões de orientação para os pais são suficientes; em outros, a recomendação é de terapia familiar. - * A depressão não brota no asfalto. Ela se aproveita de uma porção de rachaduras disponíveis. Meu bisavô era depressivo, meus avós e meu pai também. Eu tinha 15 anos e pouquíssima relação de intimidade e cumplicidade com meus pais: era a filha mais velha, a mais cobrada, a menos ouvida. Tinha mudado de escola: saí de uma pública e fui para uma particular, me sentia um zero à esquerda. Sempre fui aluna excelente e o meu alto desempenho provocava os demais colegas, que logo começaram a fazer bullying comigo. Estava triste o tempo inteiro, me sentindo deslocada em todos os lugares. Minha mãe me levou a um homeopata para emagrecer (ainda tinha essa pressão para que eu fosse magra), e lá na consulta eu desabei. Saí com uma receita de fluoxetina na mão. Minha mãe foi falar sobre terapia com a orientadora pedagógica da escola, que desaconselhou: "Filho na terapia custa caro e dá muito trabalho: os pais também precisam fazer". Até hoje tenho vontade de dizer a essa orientadora que ela poderia ter me poupado de anos terríveis e milhares de reais caso eu tivesse começado a terapia antes. O tratamento com remédio foi péssimo porque não era o remédio certo para mim. Fui parar no limbo: nem triste, nem feliz, apenas cinza. Depois de um tempo acabei abandonando o medicamento por conta e encontrei acolhimento num relacionamento catastrófico. Anos depois fui buscar tratamento adequado, com psiquiatra e psicólogo, que eu mantenho até hoje. Ioga também ajuda a me manter equilibrada. Três semanas atrás baixei um aplicativo pra aprender a correr. Tenho conseguido manter um ritmo regular, o que é muito bom. Vejo a depressão como um cachorro que eu levo na coleira. Não dá para marcar bobeira, porque não precisa de muito para esse negócio virar fera.
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Depressão entre jovens cresce; desafio é distinguir a doença de atos típicos da adolescênciaIrritação, agressividade, mudanças bruscas de humor, desânimo, isolamento. Cara feia não é novidade para quem convive com adolescentes, mas mais difícil que ter paciência é saber distinguir atitudes típicas dessa fase de sinais de um problema crescente entre os jovens: a depressão. Nos EUA, a prevalência da doença na faixa dos 12 aos 17 anos aumentou significativamente, de 8,7% em 2005 para 11,3% em 2014, de acordo com os dados mais recentes de uma pesquisa nacional. No Brasil, embora faltem estudos representativos da população, pesquisadores e médicos dizem que o crescimento é realidade e, pior, que boa parte dos casos não é identificada nem tratada. Uma das razões é o velho estigma que cerca a depressão –tanto que a reportagem não conseguiu encontrar nenhuma família disposta a dar entrevista. Mesmo pediatras e hebiatras (médico especialista em adolescentes) deixam passar indícios que apontam para a necessidade de cuidados especializados. Para Jackeline Giusti, psiquiatra do laboratório de adolescentes impulsivos do Hospital das Clínicas da USP, até os adolescentes acreditam que não se sentir bem é normal. "Eles não têm termômetro para a tristeza. É complicado para o leigo se dar conta do que acontece e os pais têm dificuldade de falar sobre isso", afirma. No dia a dia, a escola pode ser uma aliada importante da família. "Uma queixa recorrente dos pais é que eles não sabem se um comportamento é esperado. Muitas vezes, eles vêm nos perguntar sobre parâmetros de normalidade", diz Janaína Canova, coordenadora do ensino fundamental 2 do Colégio Friburgo, em Santo Amaro (zona sul). Segundo ela, há uma média de dois adolescentes com depressão por classe. "Hoje é uma das nossas maiores preocupações." A orientadora educacional do ensino fundamental 2 da escola Santi, no Paraíso (zona sul), Maria Augusta Lara Meneghelo lembra que adolescentes depressivos não são todos iguais –enquanto alguns se isolam, outros ficam agressivos. "Quando há uma suspeita, a família é comunicada, mas ela também nos procura, porque os adolescentes têm um distanciamento natural dos pais." Uma das principais pistas para identificar o problema é a repetição de sentimentos e atitudes negativos. "Um adolescente que se irrita e depois se diverte com os pais não apresenta sinais de depressão. Já outro que tem insônia, perda de interesse em atividades, irritabilidade constante pode estar no limite", afirma a psicóloga Cristiana Renner, doutora em ciências pela Unifesp. Nessas horas, é fundamental que os pais demonstrem disposição para ouvir e dar apoio. "Frases como 'Não precisamos conversar agora, mas estarei disponível quando você quiser' podem ser muito reconfortantes e promover segurança", diz Lee Fu I Wang, coordenadora do Programa de Transtornos Afetivos na Infância e Adolescência do IPq (Instituto de Psiquiatria do HC da USP). Por outro lado, pressionar o jovem a falar ou dizer que ele precisa ter força de vontade para melhorar podem surtir efeito contrário, segundo a médica, levando o adolescente a se sentir culpado por dar trabalho aos pais ou ser incapaz de reagir. A adolescência sempre foi uma fase crítica devido às intensas mudanças físicas, mentais e no ambiente familiar, mas fatores como o estresse decorrente das cobranças por boa performance escolar e a baixa resistência à frustração vêm transformando muitos jovens em panelas de pressão. "Não são apenas os adolescentes. Na sociedade atual, há maior dificuldade de as pessoas lidarem com seus problemas, todos têm que estar sempre felizes", afirma Cristiana Renner. O descontentamento com a imagem corporal, o medo do futuro e as desilusões amorosas também são fatores geradores de estresse importantes. "Podem até ser traumáticas para um adolescente que tem que lidar com tantas outras mudanças e está tentando adaptar-se", afirma Lee. Não por acaso, no início da adolescência, principalmente após o início do ciclo menstrual, as meninas são mais suscetíveis à depressão que os garotos. Para os especialistas, os pais devem agir preventivamente, estando mais presentes na vida dos filhos e abrindo espaço para o diálogo. "Parece óbvio, mas os pais têm que sair da Netflix, do WhatsApp, do Facebook e olhar para os filhos. Uma dica importante e eficaz é fazer uma refeição por dia com a família unida, porque eles vão observar se o filho está cabisbaixo, irritadiço, com problemas na escola", diz Renner. O diagnóstico precisa ser feito com um especialista em adolescência, já que nem toda medicação para depressão é adequada para essa fase, quando cérebro, rins e fígado estão em formação. "Mas é importante tratar, porque não tratar também causa prejuízos ao cérebro", diz Antônio Geraldo da Silva, da Associação Brasileira de Psiquiatria. Embora o tratamento mais indicado seja medicação aliada a psicoterapia, nem todo adolescente precisa desses cuidados. Há casos em que algumas sessões de orientação para os pais são suficientes; em outros, a recomendação é de terapia familiar. - * A depressão não brota no asfalto. Ela se aproveita de uma porção de rachaduras disponíveis. Meu bisavô era depressivo, meus avós e meu pai também. Eu tinha 15 anos e pouquíssima relação de intimidade e cumplicidade com meus pais: era a filha mais velha, a mais cobrada, a menos ouvida. Tinha mudado de escola: saí de uma pública e fui para uma particular, me sentia um zero à esquerda. Sempre fui aluna excelente e o meu alto desempenho provocava os demais colegas, que logo começaram a fazer bullying comigo. Estava triste o tempo inteiro, me sentindo deslocada em todos os lugares. Minha mãe me levou a um homeopata para emagrecer (ainda tinha essa pressão para que eu fosse magra), e lá na consulta eu desabei. Saí com uma receita de fluoxetina na mão. Minha mãe foi falar sobre terapia com a orientadora pedagógica da escola, que desaconselhou: "Filho na terapia custa caro e dá muito trabalho: os pais também precisam fazer". Até hoje tenho vontade de dizer a essa orientadora que ela poderia ter me poupado de anos terríveis e milhares de reais caso eu tivesse começado a terapia antes. O tratamento com remédio foi péssimo porque não era o remédio certo para mim. Fui parar no limbo: nem triste, nem feliz, apenas cinza. Depois de um tempo acabei abandonando o medicamento por conta e encontrei acolhimento num relacionamento catastrófico. Anos depois fui buscar tratamento adequado, com psiquiatra e psicólogo, que eu mantenho até hoje. Ioga também ajuda a me manter equilibrada. Três semanas atrás baixei um aplicativo pra aprender a correr. Tenho conseguido manter um ritmo regular, o que é muito bom. Vejo a depressão como um cachorro que eu levo na coleira. Não dá para marcar bobeira, porque não precisa de muito para esse negócio virar fera.
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Prefeitura diz que tempo de espera por atendimento na saúde diminuiu
Com relação ao editorial "Deslizamento na saúde", a Prefeitura de São Paulo esclarece que esta gestão recebeu uma fila de mais de 810 mil atendimentos e exames, com crescimento anual de 23%. Em dois anos, a fila caiu para 620 mil. O tempo médio de espera, por exemplo, para um ultrassom caiu de 210 para 50 dias. Não dá para dizer que não houve uma melhora substancial. O prefeito Fernando Haddad tornou público em 2013 que o bloqueio judicial do reajuste do IPTU e o congelamento da tarifa de ônibus comprometeriam o cronograma do Programa de Metas. A frustração na arrecadação de R$ 2,5 bilhões é, sim, um fator relevante. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Prefeitura diz que tempo de espera por atendimento na saúde diminuiuCom relação ao editorial "Deslizamento na saúde", a Prefeitura de São Paulo esclarece que esta gestão recebeu uma fila de mais de 810 mil atendimentos e exames, com crescimento anual de 23%. Em dois anos, a fila caiu para 620 mil. O tempo médio de espera, por exemplo, para um ultrassom caiu de 210 para 50 dias. Não dá para dizer que não houve uma melhora substancial. O prefeito Fernando Haddad tornou público em 2013 que o bloqueio judicial do reajuste do IPTU e o congelamento da tarifa de ônibus comprometeriam o cronograma do Programa de Metas. A frustração na arrecadação de R$ 2,5 bilhões é, sim, um fator relevante. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Novo tempo
A transformação do mundo nestas últimas décadas é fascinante. Lembro da alegria quando escrevi o primeiro livro em máquina elétrica e o último já no computador. Parecem anos- luz. Do maravilhoso fax, que mudou nossas vidas, para ir ao lixo após curto tempo. Do celular, que nos deu liberdade e nos tornou escravos. Nem se fale, então, da internet que mudou para sempre nossas relações pessoais. Quem nunca fez WhatsApp para o ser amado ou mandou aquelas coisinhas engraçadas que dizem sem ter que falar? Volta não tem. As relações serão dificultadas ou ampliadas por estes novos meios disponíveis. O tempo ainda é pouco para uma análise profunda das transformações que vivenciamos. Relações, até íntimas, podem ser facilitadas pela via da recomposição sem o face a face. Isto sem falar nas crianças, que já configuram o mundo de forma diferente, o que pressupõe que viverão com outras dimensões da diversidade, para evitar falar de valores. A agressividade das redes, certamente, jogará um papel. Na verdade, já está jogando. O conservadorismo aumenta no mundo e aqui. Parece que, quanto mais a autonomia, a liberdade e a informação são de mais fácil e maior acesso, mais acirrado fica o lado de quem tem valores contrários. Quase como se a divisão entre ricos e pobres tenha arrumado competidor. A nossa classe política ainda não utiliza o enorme potencial das redes sociais como vemos em outros países. Com as votações para a reforma política acontecendo de forma açodada e sem conseguir pensar e propor o que poderia ser realmente o novo, que chegasse mais perto da representação do voto popular, ficamos patinando. Por que estamos a votar distritão e não conseguimos pensar em outras formas mais avançadas de representação do voto popular? As possíveis inovações da era tecnológica, que poderão de fato mudar o futuro das relações políticas, estão longe de cogitação ou mesmo interesse. Perdemos a grande oportunidade de acabarmos ao menos com as coligações. O Judiciário continua avançando e fazendo o que pode para aprimorar nosso capenga sistema eleitoral. Na quarta-feira (24), provocado pela Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre fidelidade partidária, o Supremo Tribunal Federal fez um julgamento histórico. Foi por unanimidade que os magistrados acolheram o voto do ministro relator Luís Roberto Barroso, decidindo que o voto majoritário, em nome da soberania popular, é do eleito e não do partido. Ao acompanhar este processo fico pensando por que não fomos capazes de oferecer propostas melhores nesta grande oportunidade da reforma política?
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Novo tempoA transformação do mundo nestas últimas décadas é fascinante. Lembro da alegria quando escrevi o primeiro livro em máquina elétrica e o último já no computador. Parecem anos- luz. Do maravilhoso fax, que mudou nossas vidas, para ir ao lixo após curto tempo. Do celular, que nos deu liberdade e nos tornou escravos. Nem se fale, então, da internet que mudou para sempre nossas relações pessoais. Quem nunca fez WhatsApp para o ser amado ou mandou aquelas coisinhas engraçadas que dizem sem ter que falar? Volta não tem. As relações serão dificultadas ou ampliadas por estes novos meios disponíveis. O tempo ainda é pouco para uma análise profunda das transformações que vivenciamos. Relações, até íntimas, podem ser facilitadas pela via da recomposição sem o face a face. Isto sem falar nas crianças, que já configuram o mundo de forma diferente, o que pressupõe que viverão com outras dimensões da diversidade, para evitar falar de valores. A agressividade das redes, certamente, jogará um papel. Na verdade, já está jogando. O conservadorismo aumenta no mundo e aqui. Parece que, quanto mais a autonomia, a liberdade e a informação são de mais fácil e maior acesso, mais acirrado fica o lado de quem tem valores contrários. Quase como se a divisão entre ricos e pobres tenha arrumado competidor. A nossa classe política ainda não utiliza o enorme potencial das redes sociais como vemos em outros países. Com as votações para a reforma política acontecendo de forma açodada e sem conseguir pensar e propor o que poderia ser realmente o novo, que chegasse mais perto da representação do voto popular, ficamos patinando. Por que estamos a votar distritão e não conseguimos pensar em outras formas mais avançadas de representação do voto popular? As possíveis inovações da era tecnológica, que poderão de fato mudar o futuro das relações políticas, estão longe de cogitação ou mesmo interesse. Perdemos a grande oportunidade de acabarmos ao menos com as coligações. O Judiciário continua avançando e fazendo o que pode para aprimorar nosso capenga sistema eleitoral. Na quarta-feira (24), provocado pela Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre fidelidade partidária, o Supremo Tribunal Federal fez um julgamento histórico. Foi por unanimidade que os magistrados acolheram o voto do ministro relator Luís Roberto Barroso, decidindo que o voto majoritário, em nome da soberania popular, é do eleito e não do partido. Ao acompanhar este processo fico pensando por que não fomos capazes de oferecer propostas melhores nesta grande oportunidade da reforma política?
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Respostas europeias
Vindos da Grécia, milhares de imigrantes oriundos da África, da Ásia e do Oriente Médio se concentraram na fronteira com a Macedônia neste final de semana. A polícia reagiu inicialmente com bombas de gás lacrimogêneo e golpes de cassetete à tentativa da multidão de cruzar a fronteira do país. Por fim, as autoridades permitiram que o fluxo humano avançasse e seguisse sua jornada em direção à Sérvia e à Hungria, porta de entrada da União Europeia (UE). Esse foi apenas o mais recente dos trágicos episódios envolvendo a chegada de imigrantes na Europa neste ano. Mais frequentes nos últimos meses, não há sinal de que irão diminuir no futuro próximo. Segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, o planeta vive hoje a maior crise imigratória desde a Segunda Guerra Mundial. A Europa recebeu apenas em julho mais de 100 mil imigrantes, maior número já registrado pela agência de fronteiras da UE. A imensa maioria foge dos horrores da guerra na Síria, da repressão política na Eritreia, de conflitos no Iraque e no Afeganistão e da pobreza da África subsaariana. Paga-se em geral um valor elevado a contrabandistas que facilitam a travessia. Uma vez na Europa, buscam-se sobretudo os países do norte, com mais empregos e melhores condições de vida. O agravamento da situação pode representar mais um teste para a coesão do bloco europeu. Alguns países consideram estar arcando com um peso desproporcional diante da pressão migratória. Autoridades temem que, a menos que todos os países do bloco aceitem dividir os imigrantes entre si, a crise possa afetar um dos pilares da integração europeia –a livre circulação de pessoas no chamado Espaço Schengen (composto por quase todas as nações da UE). Reunidos na segunda-feira (24), a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, exortaram os membros do bloco a adotar um sistema unificado para a concessão de asilos e a concordar com uma divisão justa dos refugiados. A crise imigratória não se resolverá sem uma resposta conjunta e decidida dos países europeus. Decidido e conjunto deve ser também o repúdio a manifestações xenofóbicas como as que tomaram lugar na Alemanha nos últimos dias, onde abrigos para refugiados foram incendiados perto de Dresden. *editoriais@uol.com.br
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Respostas europeiasVindos da Grécia, milhares de imigrantes oriundos da África, da Ásia e do Oriente Médio se concentraram na fronteira com a Macedônia neste final de semana. A polícia reagiu inicialmente com bombas de gás lacrimogêneo e golpes de cassetete à tentativa da multidão de cruzar a fronteira do país. Por fim, as autoridades permitiram que o fluxo humano avançasse e seguisse sua jornada em direção à Sérvia e à Hungria, porta de entrada da União Europeia (UE). Esse foi apenas o mais recente dos trágicos episódios envolvendo a chegada de imigrantes na Europa neste ano. Mais frequentes nos últimos meses, não há sinal de que irão diminuir no futuro próximo. Segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, o planeta vive hoje a maior crise imigratória desde a Segunda Guerra Mundial. A Europa recebeu apenas em julho mais de 100 mil imigrantes, maior número já registrado pela agência de fronteiras da UE. A imensa maioria foge dos horrores da guerra na Síria, da repressão política na Eritreia, de conflitos no Iraque e no Afeganistão e da pobreza da África subsaariana. Paga-se em geral um valor elevado a contrabandistas que facilitam a travessia. Uma vez na Europa, buscam-se sobretudo os países do norte, com mais empregos e melhores condições de vida. O agravamento da situação pode representar mais um teste para a coesão do bloco europeu. Alguns países consideram estar arcando com um peso desproporcional diante da pressão migratória. Autoridades temem que, a menos que todos os países do bloco aceitem dividir os imigrantes entre si, a crise possa afetar um dos pilares da integração europeia –a livre circulação de pessoas no chamado Espaço Schengen (composto por quase todas as nações da UE). Reunidos na segunda-feira (24), a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, exortaram os membros do bloco a adotar um sistema unificado para a concessão de asilos e a concordar com uma divisão justa dos refugiados. A crise imigratória não se resolverá sem uma resposta conjunta e decidida dos países europeus. Decidido e conjunto deve ser também o repúdio a manifestações xenofóbicas como as que tomaram lugar na Alemanha nos últimos dias, onde abrigos para refugiados foram incendiados perto de Dresden. *editoriais@uol.com.br
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Morre aos 78 anos Yvonne Craig, a Batgirl do seriado de TV dos anos 60
A atriz Yvonne Craig morreu na segunda-feira (17), aos 78 anos, após anos de tratamento contra um câncer de mama. Fãs de Batman rapidamente associam o nome dela a seu papel mais marcante: a Batgirl da TV. Um dos seriados de maior sucesso em todo o planeta, que foi exibido em 101 países e ainda é reprisado em alguns deles, "Batman" teve três temporadas, de 1966 a 1968 –no Brasil, a série começou a ser exibida nos anos 1970. No final da segunda temporada, quando a audiência começa a cair, a versão engraçada das aventuras do Homem-Morcego e seu pupilo Robin precisava de novo fôlego. E os produtora resolveram introduzir na temporada seguinte a Batgirl, versão feminina do herói. Yvonne Craig tinha 30 anos quando ingressou na série. Nascida nos Estados Unidos, começou a carreira como bailarina e chegou a fazer parte do Balé Russo de Montecarlo. Mas desde os 20 anos passou a interpretar pequenos papéis no cinema. Ela atuou ao lado de Elvis Presley em dois filmes, "Loiras, Morenas e Ruivas" (1963) e "Com Caipira Não se Brinca" (1964). Nos anos 1960, focou sua carreira para a TV. Além de "Batman", ela fez aparições em outros seriados cultuados até hoje, como "Star Trek", "James West", "Agente da U.N.C.L.E." e "Terra de Gigantes". Mas foi como Batgirl que virou musa de nerds de TV. A personagem era filha do comissário Gordon, a bibliotecária Barbara Gordon, mas sua identidade era conhecida apenas por Alfred, o mordomo de Bruce Wayne. Batman e Robin não suspeitavam que ela era a garota de máscara, capa e roupa justíssima que aparecia para ajuda-los a combater o crime. A partir de 1972 ela deixou de atuar e passou a viver longe da imprensa. Ela teria trabalhado por décadas no ramo imobiliário, produzindo eventos para lançamentos do ramo. Ela morreu em sua casa em Pacific Palisades, na Califórnia, assistida por enfermeiros.
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Morre aos 78 anos Yvonne Craig, a Batgirl do seriado de TV dos anos 60A atriz Yvonne Craig morreu na segunda-feira (17), aos 78 anos, após anos de tratamento contra um câncer de mama. Fãs de Batman rapidamente associam o nome dela a seu papel mais marcante: a Batgirl da TV. Um dos seriados de maior sucesso em todo o planeta, que foi exibido em 101 países e ainda é reprisado em alguns deles, "Batman" teve três temporadas, de 1966 a 1968 –no Brasil, a série começou a ser exibida nos anos 1970. No final da segunda temporada, quando a audiência começa a cair, a versão engraçada das aventuras do Homem-Morcego e seu pupilo Robin precisava de novo fôlego. E os produtora resolveram introduzir na temporada seguinte a Batgirl, versão feminina do herói. Yvonne Craig tinha 30 anos quando ingressou na série. Nascida nos Estados Unidos, começou a carreira como bailarina e chegou a fazer parte do Balé Russo de Montecarlo. Mas desde os 20 anos passou a interpretar pequenos papéis no cinema. Ela atuou ao lado de Elvis Presley em dois filmes, "Loiras, Morenas e Ruivas" (1963) e "Com Caipira Não se Brinca" (1964). Nos anos 1960, focou sua carreira para a TV. Além de "Batman", ela fez aparições em outros seriados cultuados até hoje, como "Star Trek", "James West", "Agente da U.N.C.L.E." e "Terra de Gigantes". Mas foi como Batgirl que virou musa de nerds de TV. A personagem era filha do comissário Gordon, a bibliotecária Barbara Gordon, mas sua identidade era conhecida apenas por Alfred, o mordomo de Bruce Wayne. Batman e Robin não suspeitavam que ela era a garota de máscara, capa e roupa justíssima que aparecia para ajuda-los a combater o crime. A partir de 1972 ela deixou de atuar e passou a viver longe da imprensa. Ela teria trabalhado por décadas no ramo imobiliário, produzindo eventos para lançamentos do ramo. Ela morreu em sua casa em Pacific Palisades, na Califórnia, assistida por enfermeiros.
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Conheça as marcas campeãs das 5 regiões
ANDREA MARTINS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Café com leite acompanhado de um pãozinho fresco com margarina. O lanche tão tradicional no Brasil ganha sabor especial quando os produtos são pensados para agradar ao consumidor local. Ou ainda, quando são produzidos "pertinho de casa", em empresas que ostentam um DNA regional. E essa ligação parece ajudar na memória. As marcas de leite Piracanjuba (Goiás) e Tirol (Santa Catarina) tiveram bons desempenhos em suas regiões de origem na categoria Destaques Regionais do Top of Mind, assim como Dobon, leite em pó desenvolvido pela multinacional Lactalis especialmente para o consumidor do Norte. Margarina Primor obteve mais menções entre os entrevistados do Nordeste. O Sudeste fugiu dessa ligação com o café da manhã e teve Casas Bahia como líder pela sexta vez. Os vencedores são definidos pelo cálculo da diferença entre o percentual obtido em cada região e o total da marca. Aquelas com maiores diferenças em relação ao total da amostra vencem. "O consumidor leva em consideração alguns fatores na hora da escolha: conhecimento e lembrança de marca, percepção de qualidade e associações subjetivas, que têm a ver com a experiência com o produto ou ponto de contato com a empresa", diz Miriam Salomão, professora de branding da ESPM. Distribuição extensiva e amplitude no portfólio também são pontos fundamentais."Se o consumidor lembra e gosta da marca, mas não a encontra no ponto de venda, ele desiste", afirma Miriam. CENTRO-OESTE Essa capilaridade é uma das qualidades de Piracanjuba em Goiás e todo Centro-Oeste. O leite dos Laticínios Bela Vista foi a marca que mais se destacou em sua região em comparação com o total da amostra. A empresa de 60 anos mudou de estratégia em 2007, quando parou de produzir marcas próprias para grandes redes e apostou na Piracanjuba. Passou a colocar seu leite em mais pontos de venda em Goiás e investiu em novos produtos. Foram pioneiros ao lançar o leite de caixinha com tampa. Inovaram também com bebidas lácteas de apelo saudável, com quinoa e linhaça, e com a versão zero lactose, lançada em 2012. "O produto pioneiro nos projetou Brasil afora", conta Luiz Cláudio Lorenzo, diretor comercial da Piracanjuba. Na comunicação, a empresa investe em nomes conhecidos, como a atriz Glória Pires, que já fez campanhas regionais. Em abril, a dupla Zezé de Camargo e Luciano protagonizou a campanha "Show em Casa", com sorteio de prêmios. Recentemente, Piracanjuba lançou uma promoção para presentear com 300 bicicletas consumidores da linha Pirakids. A empresa ampliou o investimento em marketing em 20% em relação ao ano passado. O faturamento foi de R$ 2,3 bilhões em 2015 e projeta cerca de R$ 3 bi em 2016. SUL Apesar de estar presente em todo Brasil, é no Sul que o leite Tirol tem seu principal mercado e o maior reconhecimento de marca. O laticínio de Santa Catarina atingiu a melhor performance na região em relação ao total da amostra da pesquisa. A empresa familiar de Treze Tílias (SC) foi fundada em 1974 e mantém o sotaque local. Neste ano, lançou uma campanha institucional com o tema "Tão bom estar junto", que explora a presença do leite nos bons momentos da vida, com a família e os amigos. A empresa também investiu em uma ação para divulgação da versão zero lactose de seu achocolatado, com o cantor Michel Teló. A empresa manteve os investimentos em comunicação em 2016. "Como resultado, podemos considerar o excelente desempenho da Tirol em um ano em que muitas empresas retraíram sua participação", afirma Edson Martins, diretor de mercado da marca. SUDESTE O Pinguim quis ficar amigo do Baianinho na Facebook. A nova "amizade digital" faz parte da primeira campanha institucional que uniu Ponto Frio e Casas Bahia, no Dia do Cliente (15 de setembro). As duas empresas são administradas pela Via Varejo. Mas apesar de estarem lado a lado na rede social e na holding, no Top of Mind as Casas Bahia se destacam principalmente no Sudeste. Enquanto Ponto Frio foi a mais lembrada por 4% dos entrevistados dessa região, Casas Bahia, por 53%. A ligação é natural. A rede surgiu em 1957, em São Caetano do Sul (ABC paulista). Das 750 lojas, em 20 Estados e no Distrito Federal, 521 estão no Sudeste-quase 70%. "Contamos com estrutura e operações regionais que atuam para nos adequarmos ao mercado e às necessidades locais", diz Flávia Altheman, diretora de marketing e inteligência de mercado da Via Varejo. As Casas Bahia fazem comunicação especifica para os consumidores paulistas. Também comprou o pacote de futebol da Globo deste ano. A nova vinheta, exibida na TV durante os jogos, destaca a atuação multicanal da rede, que vende produtos nas lojas, no site e no celular. O volume de propaganda da varejista é tão grande que uma estrutura com agência de publicidade (Y&R), produtora (Mixer) e produtora de áudio (A Voz do Brasil) foi montada na sede da empresa, no ABC. "Colocamos os criativos para trabalhar em lojas como vendedor. Não nos sentimos Young [Y&R]. Nos sentimos Casas Bahia. O que muda é só o crachá", diz Ricardo Papp, diretor-geral de criação. A Via Varejo reduziu o investimento publicitário em 2015 e perdeu a primeira posição de maior anunciante do Brasil para o Laboratório Genoma, segundo a Kantar Ibope Media, uma das maiores empresas de pesquisa de mercado da América Latina. Foram R$ 3,85 bi em 2015, contra R$ 4,27 bi em 2014. A rede diz que, para se adequar à nova realidade econômica brasileira, passou a anunciar em outras mídias, não só na TV. NORDESTE Com mais de 30% de todo volume de margarinas vendido no país, de acordo com dados recentes da Nielsen —empresa que faz pesquisa de mercado—, a região Nordeste faz a alegria de marcas como a Primor, da Bunge Brasil. Desde 2001, a marca se consolidou como líder de vendas local. Pela sexta vez, se destaca nessa porção do país na categoria, de acordo com pesquisa Datafolha, realizada em todo o Brasil. Os investimentos em marketing e vendas do produto estão, segundo informações da própria empresa, concentrados no Nordeste. Periodicamente, ela realiza pesquisas em supermercados e até mesmo na casa dos consumidores. "Quando promovemos ações, nós conseguimos engajar o público já fiel de Primor e também atingir outras pessoas que, por algum motivo, ainda tem pouco conhecimento sobre a marca", explica Mara Pezzotti, diretora de marketing de alimentos e ingredientes da Bunge. NORTE Para agradar ainda mais os consumidores da região Norte, o leite Dobon reforçou seu portfólio com produtos nos sabores café com leite, morango e chocolate. O composto lácteo em pó é a marca mais lembrada na região. Os principais mercados são Belém e Manaus, onde DoBon tem mais da metade de participação nas vendas de seu segmento. Para divulgar as novidades, a marca investe em jingles com ritmos regionais: o boi-bumbá para Manaus e o calipso para Belém."Vamos tocar também em barcos e postes de som em praças", conta Marina Mizumoto, gerente de marketing do grupo Lactalis no Brasil. A empresa reforçou a verba de marketing neste ano e vai lançar um site com receitas.
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Conheça as marcas campeãs das 5 regiõesANDREA MARTINS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Café com leite acompanhado de um pãozinho fresco com margarina. O lanche tão tradicional no Brasil ganha sabor especial quando os produtos são pensados para agradar ao consumidor local. Ou ainda, quando são produzidos "pertinho de casa", em empresas que ostentam um DNA regional. E essa ligação parece ajudar na memória. As marcas de leite Piracanjuba (Goiás) e Tirol (Santa Catarina) tiveram bons desempenhos em suas regiões de origem na categoria Destaques Regionais do Top of Mind, assim como Dobon, leite em pó desenvolvido pela multinacional Lactalis especialmente para o consumidor do Norte. Margarina Primor obteve mais menções entre os entrevistados do Nordeste. O Sudeste fugiu dessa ligação com o café da manhã e teve Casas Bahia como líder pela sexta vez. Os vencedores são definidos pelo cálculo da diferença entre o percentual obtido em cada região e o total da marca. Aquelas com maiores diferenças em relação ao total da amostra vencem. "O consumidor leva em consideração alguns fatores na hora da escolha: conhecimento e lembrança de marca, percepção de qualidade e associações subjetivas, que têm a ver com a experiência com o produto ou ponto de contato com a empresa", diz Miriam Salomão, professora de branding da ESPM. Distribuição extensiva e amplitude no portfólio também são pontos fundamentais."Se o consumidor lembra e gosta da marca, mas não a encontra no ponto de venda, ele desiste", afirma Miriam. CENTRO-OESTE Essa capilaridade é uma das qualidades de Piracanjuba em Goiás e todo Centro-Oeste. O leite dos Laticínios Bela Vista foi a marca que mais se destacou em sua região em comparação com o total da amostra. A empresa de 60 anos mudou de estratégia em 2007, quando parou de produzir marcas próprias para grandes redes e apostou na Piracanjuba. Passou a colocar seu leite em mais pontos de venda em Goiás e investiu em novos produtos. Foram pioneiros ao lançar o leite de caixinha com tampa. Inovaram também com bebidas lácteas de apelo saudável, com quinoa e linhaça, e com a versão zero lactose, lançada em 2012. "O produto pioneiro nos projetou Brasil afora", conta Luiz Cláudio Lorenzo, diretor comercial da Piracanjuba. Na comunicação, a empresa investe em nomes conhecidos, como a atriz Glória Pires, que já fez campanhas regionais. Em abril, a dupla Zezé de Camargo e Luciano protagonizou a campanha "Show em Casa", com sorteio de prêmios. Recentemente, Piracanjuba lançou uma promoção para presentear com 300 bicicletas consumidores da linha Pirakids. A empresa ampliou o investimento em marketing em 20% em relação ao ano passado. O faturamento foi de R$ 2,3 bilhões em 2015 e projeta cerca de R$ 3 bi em 2016. SUL Apesar de estar presente em todo Brasil, é no Sul que o leite Tirol tem seu principal mercado e o maior reconhecimento de marca. O laticínio de Santa Catarina atingiu a melhor performance na região em relação ao total da amostra da pesquisa. A empresa familiar de Treze Tílias (SC) foi fundada em 1974 e mantém o sotaque local. Neste ano, lançou uma campanha institucional com o tema "Tão bom estar junto", que explora a presença do leite nos bons momentos da vida, com a família e os amigos. A empresa também investiu em uma ação para divulgação da versão zero lactose de seu achocolatado, com o cantor Michel Teló. A empresa manteve os investimentos em comunicação em 2016. "Como resultado, podemos considerar o excelente desempenho da Tirol em um ano em que muitas empresas retraíram sua participação", afirma Edson Martins, diretor de mercado da marca. SUDESTE O Pinguim quis ficar amigo do Baianinho na Facebook. A nova "amizade digital" faz parte da primeira campanha institucional que uniu Ponto Frio e Casas Bahia, no Dia do Cliente (15 de setembro). As duas empresas são administradas pela Via Varejo. Mas apesar de estarem lado a lado na rede social e na holding, no Top of Mind as Casas Bahia se destacam principalmente no Sudeste. Enquanto Ponto Frio foi a mais lembrada por 4% dos entrevistados dessa região, Casas Bahia, por 53%. A ligação é natural. A rede surgiu em 1957, em São Caetano do Sul (ABC paulista). Das 750 lojas, em 20 Estados e no Distrito Federal, 521 estão no Sudeste-quase 70%. "Contamos com estrutura e operações regionais que atuam para nos adequarmos ao mercado e às necessidades locais", diz Flávia Altheman, diretora de marketing e inteligência de mercado da Via Varejo. As Casas Bahia fazem comunicação especifica para os consumidores paulistas. Também comprou o pacote de futebol da Globo deste ano. A nova vinheta, exibida na TV durante os jogos, destaca a atuação multicanal da rede, que vende produtos nas lojas, no site e no celular. O volume de propaganda da varejista é tão grande que uma estrutura com agência de publicidade (Y&R), produtora (Mixer) e produtora de áudio (A Voz do Brasil) foi montada na sede da empresa, no ABC. "Colocamos os criativos para trabalhar em lojas como vendedor. Não nos sentimos Young [Y&R]. Nos sentimos Casas Bahia. O que muda é só o crachá", diz Ricardo Papp, diretor-geral de criação. A Via Varejo reduziu o investimento publicitário em 2015 e perdeu a primeira posição de maior anunciante do Brasil para o Laboratório Genoma, segundo a Kantar Ibope Media, uma das maiores empresas de pesquisa de mercado da América Latina. Foram R$ 3,85 bi em 2015, contra R$ 4,27 bi em 2014. A rede diz que, para se adequar à nova realidade econômica brasileira, passou a anunciar em outras mídias, não só na TV. NORDESTE Com mais de 30% de todo volume de margarinas vendido no país, de acordo com dados recentes da Nielsen —empresa que faz pesquisa de mercado—, a região Nordeste faz a alegria de marcas como a Primor, da Bunge Brasil. Desde 2001, a marca se consolidou como líder de vendas local. Pela sexta vez, se destaca nessa porção do país na categoria, de acordo com pesquisa Datafolha, realizada em todo o Brasil. Os investimentos em marketing e vendas do produto estão, segundo informações da própria empresa, concentrados no Nordeste. Periodicamente, ela realiza pesquisas em supermercados e até mesmo na casa dos consumidores. "Quando promovemos ações, nós conseguimos engajar o público já fiel de Primor e também atingir outras pessoas que, por algum motivo, ainda tem pouco conhecimento sobre a marca", explica Mara Pezzotti, diretora de marketing de alimentos e ingredientes da Bunge. NORTE Para agradar ainda mais os consumidores da região Norte, o leite Dobon reforçou seu portfólio com produtos nos sabores café com leite, morango e chocolate. O composto lácteo em pó é a marca mais lembrada na região. Os principais mercados são Belém e Manaus, onde DoBon tem mais da metade de participação nas vendas de seu segmento. Para divulgar as novidades, a marca investe em jingles com ritmos regionais: o boi-bumbá para Manaus e o calipso para Belém."Vamos tocar também em barcos e postes de som em praças", conta Marina Mizumoto, gerente de marketing do grupo Lactalis no Brasil. A empresa reforçou a verba de marketing neste ano e vai lançar um site com receitas.
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Comitê de Ética da Fifa prorroga suspensão de Valcke por 45 dias
O Comitê de Ética da Fifa anunciou nesta quarta-feira (6) que prorrogou por mais 45 dias a suspensão de Jérôme Valcke, ex-secretário-geral da entidade, das atividades relacionadas ao futebol. A nova punição passa a valer a partir desta quarta. Valcke estava suspenso provisoriamente desde 7 de outubro. A sanção se encerrou na terça-feira (5), mas a sua prorrogação foi pedida pelo Comitê de Ética da Fifa. Na terça, o presidente da Câmara de Investigação do comitê, Cornel Borbély, recomendou que o ex-secretário-geral da Fifa seja suspenso de qualquer atividade relacionada ao futebol por nove anos. A recomendação foi enviada para a câmara do comitê que julga esses casos, que acatará ou não a recomendação. Valcke foi afastado da secretaria-geral em setembro de 2015, quando o empresário Benny Alon afirmou na Suíça que o dirigente ficava com parte do dinheiro de ingressos da Copa de 2014 revendido com ágio. O empresário, porém, não apresentou provas de que Valcke realmente lucrou com entradas do Mundial. O dirigente da Fifa nega qualquer irregularidade. Alon é sócio da JB Sports & Marketing, que tinha um contrato para fornecimento de ingressos da Copa com a Fifa. Ele afirmou que fez um acordo com Valcke para vender os ingressos do Mundial com ágio de 200% no mercado negro. Em troca, segundo o empresário, a JB Sports e Valcke dividiriam os lucros meio a meio. O pedido de suspensão por nove anos se baseia na quebra de várias regras do código de ética da Fifa, segundo Borbély, como conduta, lealdade, confidencialidade, conflitos de interesse e oferecimento e aceitação de presentes e outros benefícios. Também foi pedido o pagamento de uma multa de 100 mil francos suíços (R$ 397 mil). Em 21 de dezembro de 2015, o ex-presidente da Fifa Joseph Blatter e o ex-presidente da Uefa Michel Platini foram suspensos pelo Comitê de Ética por oito anos. O comitê considerou os dois dirigentes, que já estavam suspensos por 90 dias desde outubro, culpados de "conflito de interesses" e de "gestão desleal". A investigação teve início após decisão do procurador-geral suíço de iniciar procedimentos criminais contra Blatter pelo pagamento de 1,8 milhão de euros (R$ 8,3 milhões) em 2011 a Platini. Os dois dirigentes afirmam que o pagamento do valor ocorreu como remuneração de um trabalho de Platini prestado à Fifa em 1998. Não há, porém, contrato escrito entre a entidade e o dirigente francês. A Procuradoria também está investigando a indicação das Copas de 2018 e 2022 para a Rússia e Qatar, respectivamente. Platini deve pagar ainda uma multa de 74 mil euros (R$ 320 mil), maior que a multa atribuída a Blatter, fixada em 46.295 euros (R$ 200 mil).
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Comitê de Ética da Fifa prorroga suspensão de Valcke por 45 diasO Comitê de Ética da Fifa anunciou nesta quarta-feira (6) que prorrogou por mais 45 dias a suspensão de Jérôme Valcke, ex-secretário-geral da entidade, das atividades relacionadas ao futebol. A nova punição passa a valer a partir desta quarta. Valcke estava suspenso provisoriamente desde 7 de outubro. A sanção se encerrou na terça-feira (5), mas a sua prorrogação foi pedida pelo Comitê de Ética da Fifa. Na terça, o presidente da Câmara de Investigação do comitê, Cornel Borbély, recomendou que o ex-secretário-geral da Fifa seja suspenso de qualquer atividade relacionada ao futebol por nove anos. A recomendação foi enviada para a câmara do comitê que julga esses casos, que acatará ou não a recomendação. Valcke foi afastado da secretaria-geral em setembro de 2015, quando o empresário Benny Alon afirmou na Suíça que o dirigente ficava com parte do dinheiro de ingressos da Copa de 2014 revendido com ágio. O empresário, porém, não apresentou provas de que Valcke realmente lucrou com entradas do Mundial. O dirigente da Fifa nega qualquer irregularidade. Alon é sócio da JB Sports & Marketing, que tinha um contrato para fornecimento de ingressos da Copa com a Fifa. Ele afirmou que fez um acordo com Valcke para vender os ingressos do Mundial com ágio de 200% no mercado negro. Em troca, segundo o empresário, a JB Sports e Valcke dividiriam os lucros meio a meio. O pedido de suspensão por nove anos se baseia na quebra de várias regras do código de ética da Fifa, segundo Borbély, como conduta, lealdade, confidencialidade, conflitos de interesse e oferecimento e aceitação de presentes e outros benefícios. Também foi pedido o pagamento de uma multa de 100 mil francos suíços (R$ 397 mil). Em 21 de dezembro de 2015, o ex-presidente da Fifa Joseph Blatter e o ex-presidente da Uefa Michel Platini foram suspensos pelo Comitê de Ética por oito anos. O comitê considerou os dois dirigentes, que já estavam suspensos por 90 dias desde outubro, culpados de "conflito de interesses" e de "gestão desleal". A investigação teve início após decisão do procurador-geral suíço de iniciar procedimentos criminais contra Blatter pelo pagamento de 1,8 milhão de euros (R$ 8,3 milhões) em 2011 a Platini. Os dois dirigentes afirmam que o pagamento do valor ocorreu como remuneração de um trabalho de Platini prestado à Fifa em 1998. Não há, porém, contrato escrito entre a entidade e o dirigente francês. A Procuradoria também está investigando a indicação das Copas de 2018 e 2022 para a Rússia e Qatar, respectivamente. Platini deve pagar ainda uma multa de 74 mil euros (R$ 320 mil), maior que a multa atribuída a Blatter, fixada em 46.295 euros (R$ 200 mil).
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Governo da Jamaica vota legalização de produção e consumo de maconha
O governo da Jamaica aprovou uma lei que legaliza a posse de pequenas quantidades de maconha. Se for confirmada pelo Parlamento, pela primeira vez na história jamaicana membros da religião rastafari, que usa a droga para propósitos religiosos, poderão fumar maconha legalmente. A lei também prevê a concessão de licenças para o cultivo, venda e distribuição do entorpecente para fins medicinais. Por outro lado, proíbe o consumo de maconha em locais públicos. A proposta deve ser submetida ao Senado jamaicano nesta semana. DESCRIMINALIZAÇÃO Países da América do Sul, da América Central e do Caribe têm combatido há décadas o impacto do tráfico e o uso de drogas. A cocaína e a maconha produzidas na região são traficadas por rotas que passam por diversos países - o que faz com que parte dos cidadãos se tornem consumidores. Governos da região tomaram iniciativas de descriminalização, reconhecendo o baixo sucesso da táticas usuais de repressão ao tráfico. No México, na Colômbia e na Argentina a posse de pequenas quantidades de maconha foi descriminalizada há alguns anos. Na Argentina, propostas que podem afrouxar ainda mais as restrições à posse do entorpecente estão sendo discutidas. Na Guatemala, o presidente Otto Perez Molina está propondo ações para legalizar a maconha e possivelmente também outras drogas. O Chile e a Costa Rica também estão debatendo políticas para a introdução do uso de maconha em tratamentos de medicina. O Uruguai se tornou no ano passado o primeiro país do mundo a aprovar o cultivo, a venda e a distribuição de maconha para fins recreativos. Nos EUA, a legalização da droga para fins recreativos também foi aprovada em alguns Estados.
bbc
Governo da Jamaica vota legalização de produção e consumo de maconhaO governo da Jamaica aprovou uma lei que legaliza a posse de pequenas quantidades de maconha. Se for confirmada pelo Parlamento, pela primeira vez na história jamaicana membros da religião rastafari, que usa a droga para propósitos religiosos, poderão fumar maconha legalmente. A lei também prevê a concessão de licenças para o cultivo, venda e distribuição do entorpecente para fins medicinais. Por outro lado, proíbe o consumo de maconha em locais públicos. A proposta deve ser submetida ao Senado jamaicano nesta semana. DESCRIMINALIZAÇÃO Países da América do Sul, da América Central e do Caribe têm combatido há décadas o impacto do tráfico e o uso de drogas. A cocaína e a maconha produzidas na região são traficadas por rotas que passam por diversos países - o que faz com que parte dos cidadãos se tornem consumidores. Governos da região tomaram iniciativas de descriminalização, reconhecendo o baixo sucesso da táticas usuais de repressão ao tráfico. No México, na Colômbia e na Argentina a posse de pequenas quantidades de maconha foi descriminalizada há alguns anos. Na Argentina, propostas que podem afrouxar ainda mais as restrições à posse do entorpecente estão sendo discutidas. Na Guatemala, o presidente Otto Perez Molina está propondo ações para legalizar a maconha e possivelmente também outras drogas. O Chile e a Costa Rica também estão debatendo políticas para a introdução do uso de maconha em tratamentos de medicina. O Uruguai se tornou no ano passado o primeiro país do mundo a aprovar o cultivo, a venda e a distribuição de maconha para fins recreativos. Nos EUA, a legalização da droga para fins recreativos também foi aprovada em alguns Estados.
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Crime em reserva será julgado por índios
Uma aldeia indígena no extremo norte de Roraima sediará, na próxima quinta-feira (23), um júri popular integrado apenas por indígenas, o primeiro do Brasil. No banco dos réus, dois índios macuxis, acusados de tentativa de homicídio. O caso será decidido segundo a legislação penal. A novidade é elogiada pelo Judiciário, mas antropólogos afirmam que os índios estão apreensivos com o resultado, que dará sentença sobre um caso que envolve um tabu das comunidades: a entidade maligna Canaimé. A tentativa de homicídio ocorreu justamente porque os dois acusados desconfiaram que a vítima havia assassinado outros dois índios de forma brutal, crime atribuído ao Canaimé, e tentaram cortar seu pescoço. O crime ocorreu em um bar da cidade de Uiramutã e eles foram presos em flagrante. O temor é que se, após o julgamento, a vítima ficar com o estigma de ser mesmo a entidade maligna, ela possa acabar jurada de morte nas aldeias da região. "Quando você mata um Canaimé, você não vai a julgamento, porque está livrando a comunidade de um mal", exlica a antropóloga Lêda Martins, que estuda a tribo dos macuxis. CONFLITOS Outra possibilidade é que a sentença crie conflitos entre as lideranças indígenas. "Não será uma questão de consenso, como estão acostumados", acrescenta ela, ao lembrar que a palavra final será dada por um branco. Para o corpo de jurados, foram selecionados 30 índios de quatro etnias. Sete serão sorteados para o júri. Normalmente, crimes que acontecem dentro dos territórios indígenas são decididos pelas lideranças locais, sem passar pela Justiça brasileira, ao contrário do crime em questão, ocorrido em território urbano. Geralmente são brigas ou disputas que algumas vezes podem acabar em ferimentos ou mortes. As punições podem chegar à expulsão da aldeia, à realização de trabalhos comunitários e à proibição de participar de eventos por anos. Há uma espécie de "progressão de pena" em que o condenado é gradualmente reintegrado. PENAS Essas penas podem ser reconhecidas como legítimas se chegarem à Justiça. O juiz Aluizio Ferreira, que conduzirá o júri popular, já se absteve de sentenciar um índio acusado de homicídio sob o argumento de que ele havia sido punido pelos pares. O magistrado diz que o caso a ser julgado na próxima quinta foi fruto de "convergência de vontades" entre as instituições do Estado e indígenas, que desejariam aprender com a lei brasileira. "Temos que estar sempre de olho no auxílio às comunidades. Não basta que só haja demarcação de terras", afirma Aluizio Ferreira. Estarão presentes no julgamento 150 líderes de 72 comunidades, que se reunirão logo depois do encerramento do júri para avaliar suas consequências. JURADOS No sorteio dos jurados, foi levada em conta toda a população da região. "Antes, os jurados eram sorteados somente na cidade. Se fizéssemos assim, apesar de 95% da população regional ser indígena, acabaríamos selecionando vários brancos para julgar dentro de local com ar-condicionado", diz o juiz. Oficialmente, os representantes dos índios não têm se manifestado sobre o julgamento de quinta-feira. "Só vamos dizer se achamos que será bom ou ruim antes do júri começar, com todas as lideranças", diz Júlio Macuxi, um dos coordenadores do julgamento. Embora existam macuxis advogados, o caso que envolve discussão sobre o Canaimé ficou nas mãos de um defensor público não indígena.
poder
Crime em reserva será julgado por índiosUma aldeia indígena no extremo norte de Roraima sediará, na próxima quinta-feira (23), um júri popular integrado apenas por indígenas, o primeiro do Brasil. No banco dos réus, dois índios macuxis, acusados de tentativa de homicídio. O caso será decidido segundo a legislação penal. A novidade é elogiada pelo Judiciário, mas antropólogos afirmam que os índios estão apreensivos com o resultado, que dará sentença sobre um caso que envolve um tabu das comunidades: a entidade maligna Canaimé. A tentativa de homicídio ocorreu justamente porque os dois acusados desconfiaram que a vítima havia assassinado outros dois índios de forma brutal, crime atribuído ao Canaimé, e tentaram cortar seu pescoço. O crime ocorreu em um bar da cidade de Uiramutã e eles foram presos em flagrante. O temor é que se, após o julgamento, a vítima ficar com o estigma de ser mesmo a entidade maligna, ela possa acabar jurada de morte nas aldeias da região. "Quando você mata um Canaimé, você não vai a julgamento, porque está livrando a comunidade de um mal", exlica a antropóloga Lêda Martins, que estuda a tribo dos macuxis. CONFLITOS Outra possibilidade é que a sentença crie conflitos entre as lideranças indígenas. "Não será uma questão de consenso, como estão acostumados", acrescenta ela, ao lembrar que a palavra final será dada por um branco. Para o corpo de jurados, foram selecionados 30 índios de quatro etnias. Sete serão sorteados para o júri. Normalmente, crimes que acontecem dentro dos territórios indígenas são decididos pelas lideranças locais, sem passar pela Justiça brasileira, ao contrário do crime em questão, ocorrido em território urbano. Geralmente são brigas ou disputas que algumas vezes podem acabar em ferimentos ou mortes. As punições podem chegar à expulsão da aldeia, à realização de trabalhos comunitários e à proibição de participar de eventos por anos. Há uma espécie de "progressão de pena" em que o condenado é gradualmente reintegrado. PENAS Essas penas podem ser reconhecidas como legítimas se chegarem à Justiça. O juiz Aluizio Ferreira, que conduzirá o júri popular, já se absteve de sentenciar um índio acusado de homicídio sob o argumento de que ele havia sido punido pelos pares. O magistrado diz que o caso a ser julgado na próxima quinta foi fruto de "convergência de vontades" entre as instituições do Estado e indígenas, que desejariam aprender com a lei brasileira. "Temos que estar sempre de olho no auxílio às comunidades. Não basta que só haja demarcação de terras", afirma Aluizio Ferreira. Estarão presentes no julgamento 150 líderes de 72 comunidades, que se reunirão logo depois do encerramento do júri para avaliar suas consequências. JURADOS No sorteio dos jurados, foi levada em conta toda a população da região. "Antes, os jurados eram sorteados somente na cidade. Se fizéssemos assim, apesar de 95% da população regional ser indígena, acabaríamos selecionando vários brancos para julgar dentro de local com ar-condicionado", diz o juiz. Oficialmente, os representantes dos índios não têm se manifestado sobre o julgamento de quinta-feira. "Só vamos dizer se achamos que será bom ou ruim antes do júri começar, com todas as lideranças", diz Júlio Macuxi, um dos coordenadores do julgamento. Embora existam macuxis advogados, o caso que envolve discussão sobre o Canaimé ficou nas mãos de um defensor público não indígena.
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Piscina com 250 mil bolinhas e tobogã de sete metros é atração em shopping
DE SÃO PAULO O inédito Mar de Bolinhas, inaugurado no Shopping Granja Vianna, conta com escorregadores, carrossel, tobogã de 7 metros de altura, área baby exclusiva, música ambiente e mais de 250 mil bolas coloridas em um espaço de 200 m². Segundo a superintendente do evento, Izabella Batista, a proposta é promover momentos de interação e diversão entre crianças e adultos, com atividades de lazer para toda a família. Para quem quiser conferir, o Mar de Bolinhas funciona diariamente até o dia 21/6, e a entrada custa R$ 15 para 15 minutos. Crianças até quatro anos só poderão participar acompanhadas dos pais ou responsáveis. Shopping Granja Vianna - rod. Raposo Tavares, Km 23, piso Praça de Eventos, Cotia, São Paulo. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom. e feriados: 12h às 20h. Ingr.: R$ 15 p/ 15 min.
saopaulo
Piscina com 250 mil bolinhas e tobogã de sete metros é atração em shoppingDE SÃO PAULO O inédito Mar de Bolinhas, inaugurado no Shopping Granja Vianna, conta com escorregadores, carrossel, tobogã de 7 metros de altura, área baby exclusiva, música ambiente e mais de 250 mil bolas coloridas em um espaço de 200 m². Segundo a superintendente do evento, Izabella Batista, a proposta é promover momentos de interação e diversão entre crianças e adultos, com atividades de lazer para toda a família. Para quem quiser conferir, o Mar de Bolinhas funciona diariamente até o dia 21/6, e a entrada custa R$ 15 para 15 minutos. Crianças até quatro anos só poderão participar acompanhadas dos pais ou responsáveis. Shopping Granja Vianna - rod. Raposo Tavares, Km 23, piso Praça de Eventos, Cotia, São Paulo. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom. e feriados: 12h às 20h. Ingr.: R$ 15 p/ 15 min.
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Luz sobre a Petrobras
Efeito da mais recente fase da Operação Lava Jato, a prisão preventiva do engenheiro Jorge Luz, conhecido como operador do PMDB, e de seu filho, o também lobista Bruno Luz, amplia consideravelmente as perspectivas de investigação a respeito do escândalo de corrupção na Petrobras. Aos 73 anos, Jorge Luz acumula longa experiência nas negociações de bastidores em Brasília; sua influência na estatal começou ainda nos anos 1980. Sem ir tão longe (o que seria, aliás, de grande interesse), várias delações premiadas para as autoridades da Lava Jato mencionam seu nome. Luz dispunha da vaga privativa para seu carro na área reservada à diretoria da Petrobras, conta o ex-senador Delcídio Amaral. Foi o idealizador do apadrinhamento político do PMDB na área de relações internacionais da empresa, afirma o ex-diretor Nestor Cerveró. Nas palavras de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da petroleira, Luz teria sido decisivo para que o PMDB assegurasse sua permanência no cargo. A despeito de tantas referências ao lobista (o termo é um tanto eufemístico nesse caso), identificado como o "operador dos operadores", um acordo seu para fins de delação premiada parece não ter interessado imediatamente aos investigadores da Lava Jato. É possível que ele não tivesse informações novas e relevantes a fornecer; nessa hipótese, resta explicar a contento por que se buscou a prisão agora, coisa que o Ministério Público, talvez pelo sigilo necessário à operação, não fez. Até onde se pode perceber, uma eventual contribuição do operador se daria no esclarecimento de acusações que envolvem os senadores peemedebistas Renan Calheiros (AL) e Jader Barbalho (PA). Segundo Cerveró, um contrato para a aquisição de sondas da Petrobras rendeu US$ 6 milhões aos dois senadores, que em troca patrocinaram sua nomeação para a diretoria da empresa. Luz teria comparecido a uma reunião na casa de Barbalho, em 2006, para viabilizar o esquema. Como sempre, cabe não confundir o que se afirma em delações com prova. Confirmar tantas suspeitas é tarefa que exige o levantamento, por exemplo, de registros documentais ou indícios claros de lavagem de dinheiro. Com o benefício do foro privilegiado, os alvos lógicos do passo seguinte nas investigações não se encontram sob o alcance direto dos responsáveis pela Lava Jato. Mais uma vez, recai sobre o assoberbado Supremo Tribunal Federal a expectativa de que a fase das suspeitas dê lugar, nos casos de indícios sólidos de crime, ao devido processo judicial.
opiniao
Luz sobre a PetrobrasEfeito da mais recente fase da Operação Lava Jato, a prisão preventiva do engenheiro Jorge Luz, conhecido como operador do PMDB, e de seu filho, o também lobista Bruno Luz, amplia consideravelmente as perspectivas de investigação a respeito do escândalo de corrupção na Petrobras. Aos 73 anos, Jorge Luz acumula longa experiência nas negociações de bastidores em Brasília; sua influência na estatal começou ainda nos anos 1980. Sem ir tão longe (o que seria, aliás, de grande interesse), várias delações premiadas para as autoridades da Lava Jato mencionam seu nome. Luz dispunha da vaga privativa para seu carro na área reservada à diretoria da Petrobras, conta o ex-senador Delcídio Amaral. Foi o idealizador do apadrinhamento político do PMDB na área de relações internacionais da empresa, afirma o ex-diretor Nestor Cerveró. Nas palavras de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da petroleira, Luz teria sido decisivo para que o PMDB assegurasse sua permanência no cargo. A despeito de tantas referências ao lobista (o termo é um tanto eufemístico nesse caso), identificado como o "operador dos operadores", um acordo seu para fins de delação premiada parece não ter interessado imediatamente aos investigadores da Lava Jato. É possível que ele não tivesse informações novas e relevantes a fornecer; nessa hipótese, resta explicar a contento por que se buscou a prisão agora, coisa que o Ministério Público, talvez pelo sigilo necessário à operação, não fez. Até onde se pode perceber, uma eventual contribuição do operador se daria no esclarecimento de acusações que envolvem os senadores peemedebistas Renan Calheiros (AL) e Jader Barbalho (PA). Segundo Cerveró, um contrato para a aquisição de sondas da Petrobras rendeu US$ 6 milhões aos dois senadores, que em troca patrocinaram sua nomeação para a diretoria da empresa. Luz teria comparecido a uma reunião na casa de Barbalho, em 2006, para viabilizar o esquema. Como sempre, cabe não confundir o que se afirma em delações com prova. Confirmar tantas suspeitas é tarefa que exige o levantamento, por exemplo, de registros documentais ou indícios claros de lavagem de dinheiro. Com o benefício do foro privilegiado, os alvos lógicos do passo seguinte nas investigações não se encontram sob o alcance direto dos responsáveis pela Lava Jato. Mais uma vez, recai sobre o assoberbado Supremo Tribunal Federal a expectativa de que a fase das suspeitas dê lugar, nos casos de indícios sólidos de crime, ao devido processo judicial.
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Homem é preso por tentar apagar tocha olímpica com balde d'água no MS
DO UOL Veja vídeo Um homem de 27 anos foi detido em Maracaju (MS) por tentar apagar a tocha olímpica com um balde d'água. A prisão ocorreu no domingo (26), quando o revezamento da tocha passava por cidades do sul do Mato Grosso do Sul. Após a prisão, ele pagou uma fiança de R$ 1 mil e foi libertado. Seu nome não foi divulgado pela polícia. O homem tentou apagar a tocha quanto ela desfilava no centro de Maracaju. Em um vídeo disponível na internet, é possível o ver arremessando um balde d'água em direção à tocha, que ficou acesa. Segundo a Polícia Civil, o homem tentou apagar a tocha pois fez um desafio com amigos pelo Facebook. Após atirar água no objeto, ele foi detido por policiais militares e levado à delegacia. Na delegacia, ele foi indicado pelo crime de dano ao patrimônio. Pagou a fiança. Assim, deve responder pelo ato em liberdade.
esporte
Homem é preso por tentar apagar tocha olímpica com balde d'água no MS DO UOL Veja vídeo Um homem de 27 anos foi detido em Maracaju (MS) por tentar apagar a tocha olímpica com um balde d'água. A prisão ocorreu no domingo (26), quando o revezamento da tocha passava por cidades do sul do Mato Grosso do Sul. Após a prisão, ele pagou uma fiança de R$ 1 mil e foi libertado. Seu nome não foi divulgado pela polícia. O homem tentou apagar a tocha quanto ela desfilava no centro de Maracaju. Em um vídeo disponível na internet, é possível o ver arremessando um balde d'água em direção à tocha, que ficou acesa. Segundo a Polícia Civil, o homem tentou apagar a tocha pois fez um desafio com amigos pelo Facebook. Após atirar água no objeto, ele foi detido por policiais militares e levado à delegacia. Na delegacia, ele foi indicado pelo crime de dano ao patrimônio. Pagou a fiança. Assim, deve responder pelo ato em liberdade.
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Veja cartum da série Ogro, de Rafa Campos
RAFA CAMPOS, 46, é ilustrador e cartunista.
ilustrissima
Veja cartum da série Ogro, de Rafa CamposRAFA CAMPOS, 46, é ilustrador e cartunista.
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Surto de sarampo entre visitantes da Disney já atinge mais de 50 pessoas
Um surto de sarampo entre visitantes que estiveram nos parques da Disney no condado de Orange County, na Califórnia, já atinge pelo menos 50 pessoas nos Estados Unidos. A maioria dos registros foi feito na Califórnia, mas outros infectados têm procurado atendimento em Utah, Colorado e Washington. De acordo com o Departamento de Saúde da Califórnia, todos os infectados atendidos no Estado afirmam ter visitado parques da Disney entre 15 e 20 de dezembro. A maioria das pessoas que contraiu a doença não estava vacinada contra o sarampo. Os casos chamaram a atenção para os índices de vacinação entre as crianças da Califórnia. De acordo com o "Los Angeles Times", a vacinação de crianças que estão no jardim da infância caiu de 95% para 92%, deixando os pequenos vulneráveis a doenças como sarampo e coqueluche. O sarampo é transmitido pelo ar. Segundo o "New York Times", em 2000 a doença foi declarada como erradicada nos Estados Unidos, mas as autoridades de saúde têm verificado um crescente número de infecções nos últimos anos. Ainda de acordo com as autoridades de saúde da Califórnia, parques de diversão com grande aglomeração de pessoas são locais propícios para propagação de vírus como o do sarampo.
turismo
Surto de sarampo entre visitantes da Disney já atinge mais de 50 pessoasUm surto de sarampo entre visitantes que estiveram nos parques da Disney no condado de Orange County, na Califórnia, já atinge pelo menos 50 pessoas nos Estados Unidos. A maioria dos registros foi feito na Califórnia, mas outros infectados têm procurado atendimento em Utah, Colorado e Washington. De acordo com o Departamento de Saúde da Califórnia, todos os infectados atendidos no Estado afirmam ter visitado parques da Disney entre 15 e 20 de dezembro. A maioria das pessoas que contraiu a doença não estava vacinada contra o sarampo. Os casos chamaram a atenção para os índices de vacinação entre as crianças da Califórnia. De acordo com o "Los Angeles Times", a vacinação de crianças que estão no jardim da infância caiu de 95% para 92%, deixando os pequenos vulneráveis a doenças como sarampo e coqueluche. O sarampo é transmitido pelo ar. Segundo o "New York Times", em 2000 a doença foi declarada como erradicada nos Estados Unidos, mas as autoridades de saúde têm verificado um crescente número de infecções nos últimos anos. Ainda de acordo com as autoridades de saúde da Califórnia, parques de diversão com grande aglomeração de pessoas são locais propícios para propagação de vírus como o do sarampo.
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Evento em Joinville reúne 240 horas de espetáculos de dança
O Festival de Dança de Joinville, em Santa Catarina, é considerado o maior do mundo em número de participantes pelo "Guiness Book". Esta edição, que acontece de 18 a 29 de julho, comemora os 35 anos do evento e envolve cerca de 7.800 pessoas -entre bailarinos, estudantes e professores de dança- de várias partes do país, além de Argentina e Paraguai. Serão 240 horas de espetáculos, 200 delas com apresentações gratuitas em palcos espalhados pela cidade. A abertura oficial, no dia 19 de julho, ficará por conta da Cia. de Dança Deborah Colker, com o seu novo trabalho "Cão sem Plumas", inspirado no poema de João Cabral de Melo Neto (1920-1999). A programação terá oito noites de competições e termina com as apresentações dos vencedores. Entradas variam de R$ 22 a R$ 106. Mais no site festivaldedanca.com.br.
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Evento em Joinville reúne 240 horas de espetáculos de dançaO Festival de Dança de Joinville, em Santa Catarina, é considerado o maior do mundo em número de participantes pelo "Guiness Book". Esta edição, que acontece de 18 a 29 de julho, comemora os 35 anos do evento e envolve cerca de 7.800 pessoas -entre bailarinos, estudantes e professores de dança- de várias partes do país, além de Argentina e Paraguai. Serão 240 horas de espetáculos, 200 delas com apresentações gratuitas em palcos espalhados pela cidade. A abertura oficial, no dia 19 de julho, ficará por conta da Cia. de Dança Deborah Colker, com o seu novo trabalho "Cão sem Plumas", inspirado no poema de João Cabral de Melo Neto (1920-1999). A programação terá oito noites de competições e termina com as apresentações dos vencedores. Entradas variam de R$ 22 a R$ 106. Mais no site festivaldedanca.com.br.
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Região dos Jardins é a que mais concentra psicanalistas em São Paulo
GUILHERME ZOCCHIO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A região que engloba os bairros Jardim Paulista, Higienópolis e Consolação é a que mais concentra consultórios de psicanalistas ligados à SBPSP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de SP) em São Paulo –dos 452 membros, 52 têm endereço profissional na região. Freud pode ajudar a explicar essa liderança. Em 1963, a rua Itacolomi, em Higienópolis, foi a casa da entidade, que anos depois, em 1977, saiu de lá para a vizinha rua Sergipe. Hoje a SBPSP fica na Vila Olímpia (zona oeste da cidade), mas a proximidade com os antigos centros de estudo parece influenciar na escolha do local de atuação profissional. "O trabalho do psicanalista é um trabalho solitário", diz Magda Khouri, 57, diretora de atendimento da SBPSP, cujo consultório está na rua da Consolação. Por isso, segundo ela, a localização é fundamental. "Um trabalho psicanalítico pode fazer uma revolução individual ou cultural. Estar próximo da Paulista é estar num lugar em constante transformação", afirma Khouri. A região é também de fácil acesso aos pacientes. Com consultório na alameda Jaú, a psicanalista Luciana Kie, 41, diz que recebe gente de toda a cidade. "A prática psicanalista, só porque está no consultório, entre quatro paredes, não está afastada do que está acontecendo", afirma. Em "O Mal Estar na Civilização", Freud compara a sobreposição de prédios numa cidade com as construções mentais –lembranças e pensamentos funcionariam sobrepostos uns aos outros. Há talvez um outro aspecto que explique tantos divãs num só lugar, segundo Khouri. "Como o inconsciente, a avenida Paulista vai representando os muitos momentos históricos de São Paulo e as camadas que vão ficando", afirma a psicanalista.
sobretudo
Região dos Jardins é a que mais concentra psicanalistas em São Paulo GUILHERME ZOCCHIO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A região que engloba os bairros Jardim Paulista, Higienópolis e Consolação é a que mais concentra consultórios de psicanalistas ligados à SBPSP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de SP) em São Paulo –dos 452 membros, 52 têm endereço profissional na região. Freud pode ajudar a explicar essa liderança. Em 1963, a rua Itacolomi, em Higienópolis, foi a casa da entidade, que anos depois, em 1977, saiu de lá para a vizinha rua Sergipe. Hoje a SBPSP fica na Vila Olímpia (zona oeste da cidade), mas a proximidade com os antigos centros de estudo parece influenciar na escolha do local de atuação profissional. "O trabalho do psicanalista é um trabalho solitário", diz Magda Khouri, 57, diretora de atendimento da SBPSP, cujo consultório está na rua da Consolação. Por isso, segundo ela, a localização é fundamental. "Um trabalho psicanalítico pode fazer uma revolução individual ou cultural. Estar próximo da Paulista é estar num lugar em constante transformação", afirma Khouri. A região é também de fácil acesso aos pacientes. Com consultório na alameda Jaú, a psicanalista Luciana Kie, 41, diz que recebe gente de toda a cidade. "A prática psicanalista, só porque está no consultório, entre quatro paredes, não está afastada do que está acontecendo", afirma. Em "O Mal Estar na Civilização", Freud compara a sobreposição de prédios numa cidade com as construções mentais –lembranças e pensamentos funcionariam sobrepostos uns aos outros. Há talvez um outro aspecto que explique tantos divãs num só lugar, segundo Khouri. "Como o inconsciente, a avenida Paulista vai representando os muitos momentos históricos de São Paulo e as camadas que vão ficando", afirma a psicanalista.
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Turquia divulga áudios que pediam para caça russo abatido mudar rota
A Turquia divulgou nesta quarta-feira (25) áudios que o país afirma serem os dez avisos dados ao caça russo abatido por seus militares nesta terça. Segundo a Turquia, o avião teria invadido seu espaço aéreo, informação negada pela Rússia.Também nesta quarta, Moscou anunciou que resgatou um dos dois pilotos do caça abatido -ambos conseguiram se ejetar durante a queda, mas um deles foi morto por rebeldes sírios. O militar diz que não recebeu nenhum aviso prévio dos turcos antes da derrubada da aeronave.Nos áudios, pode-se ouvir uma voz dizendo, em inglês, "change your heading", ou "mude sua direção".Saiba mais em http://folha.com/no1710954
tv
Turquia divulga áudios que pediam para caça russo abatido mudar rotaA Turquia divulgou nesta quarta-feira (25) áudios que o país afirma serem os dez avisos dados ao caça russo abatido por seus militares nesta terça. Segundo a Turquia, o avião teria invadido seu espaço aéreo, informação negada pela Rússia.Também nesta quarta, Moscou anunciou que resgatou um dos dois pilotos do caça abatido -ambos conseguiram se ejetar durante a queda, mas um deles foi morto por rebeldes sírios. O militar diz que não recebeu nenhum aviso prévio dos turcos antes da derrubada da aeronave.Nos áudios, pode-se ouvir uma voz dizendo, em inglês, "change your heading", ou "mude sua direção".Saiba mais em http://folha.com/no1710954
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Em Davos, Bill Gates prevê remédios 'milagrosos' contra a Aids até 2030
Duas novas ferramentas de combate à Aids devem estar disponíveis até 2030, na forma de vacina e de novos tratamentos intensivos com drogas, disse o fundador da Microsoft, Bill Gates, em evento no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. Gates, cuja fundação de filantropia destina milhões de dólares em pesquisa médica, afirmou que "dois milagres" devem ser alcançados nos próximos anos e devem acabar com a maior parte dos casos de uma doença que já matou milhões de pessoas nos últimos 30 anos, . "Estamos muito otimistas de que neste período de 15 anos vamos conseguir obter estas duas ferramentas", disse Gates durante palestra na noite desta sexta-feira (23). Uma vacina é vista como pivô na prevenção de novas infecções entre populações suscetíveis, enquanto novos tipos de tratamentos intensivos com drogas devem eliminar a necessidade dos doentes de tomarem medicamentos por longos períodos, disse ele. Gates, cuja Fundação Bill & Melinda Gates tem um grande papel no financiamento de pesquisa de saúde, também mostrou otimismo sobre o combate à malária, onde o trabalho em uma vacina está mais adiantado que no caso da Aids. A GlaxoSmithKline enviou para aprovação em julho do ano passado a primeira vacina contra malária do mundo. "Não veremos o fim da Aids", disse Gates na apresentação. "Mas tanto para a malária como para a Aids teremos ferramentas que nos permitirão ter uma redução de 95% a 100% dos casos, estas ferramentas serão inventadas neste período de 15 anos", afirmou.
ciencia
Em Davos, Bill Gates prevê remédios 'milagrosos' contra a Aids até 2030Duas novas ferramentas de combate à Aids devem estar disponíveis até 2030, na forma de vacina e de novos tratamentos intensivos com drogas, disse o fundador da Microsoft, Bill Gates, em evento no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. Gates, cuja fundação de filantropia destina milhões de dólares em pesquisa médica, afirmou que "dois milagres" devem ser alcançados nos próximos anos e devem acabar com a maior parte dos casos de uma doença que já matou milhões de pessoas nos últimos 30 anos, . "Estamos muito otimistas de que neste período de 15 anos vamos conseguir obter estas duas ferramentas", disse Gates durante palestra na noite desta sexta-feira (23). Uma vacina é vista como pivô na prevenção de novas infecções entre populações suscetíveis, enquanto novos tipos de tratamentos intensivos com drogas devem eliminar a necessidade dos doentes de tomarem medicamentos por longos períodos, disse ele. Gates, cuja Fundação Bill & Melinda Gates tem um grande papel no financiamento de pesquisa de saúde, também mostrou otimismo sobre o combate à malária, onde o trabalho em uma vacina está mais adiantado que no caso da Aids. A GlaxoSmithKline enviou para aprovação em julho do ano passado a primeira vacina contra malária do mundo. "Não veremos o fim da Aids", disse Gates na apresentação. "Mas tanto para a malária como para a Aids teremos ferramentas que nos permitirão ter uma redução de 95% a 100% dos casos, estas ferramentas serão inventadas neste período de 15 anos", afirmou.
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A gripe de Levy
Poucas horas antes do anúncio do corte de R$ 69,9 bilhões no orçamento federal, nesta sexta-feira (22), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, avisou a seus colegas de que não compareceria à entrevista coletiva para formalizar a tesourada nos gastos públicos. O titular da equipe econômica alegou duas razões para sua ausência: uma gripe braba e o receio de que sua presença levasse os jornalistas a perguntar exclusivamente sobre elevação de impostos. Desculpa fraca nos dois casos. Brabo mesmo não era o resfriado. Era o estado de ânimo do ministro, incomodadíssimo com a falta de empenho do PT e de integrantes da própria Esplanada ao propósito do arrocho para ajustar o caixa da União. Levy, mesmo tomando analgésicos e tossindo em aparições para as câmeras, não estava exatamente abatido no "dia D" do anúncio a ponto de ir pra casa repousar ou visitar um médico. Ao contrário. Ficou no seu gabinete, a poucos metros de onde o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) liderava sozinho a coletiva à imprensa, acompanhando tudo da televisão. Em outras palavras, estava trabalhando. Não era o caso de vencer o corpo mole e comparecer ao evento para evitar especulações sobre sua saída? A resposta já foi dada por esta Folha. Levy queria que seu gesto, para não chamar de rebeldia, forçasse o apoio público do governo a seu desenho de arrocho fiscal, o que, de fato, aconteceu. Há quem diga que a estratégia é justificável. Afinal, sem um corte real e duro, a economia brasileira vai mesmo para o buraco. Mas pode um ministro da Fazenda executar uma jogada assim? Levy sabia que seu W.O no anúncio do corte alimentaria especulações sobre sua saída e mexeria de forma ruim com o mercado financeiro. Ele até conseguiu o que queria: tirar o Palácio do Planalto do silêncio e passar a imagem de embarque integral em sua agenda. Mas a que preço? Não dá para um chefe da equipe econômica se dar ao luxo de atuar assim, sob risco de parecer birra, mesmo a intenção sendo nobre. Pois birra mexe com o dólar, faz operadores levarem vantagens financeiras em especulações. Birra faz acentuar a imagem de uma presidente da República refém de um único ministro. Quando um árbitro aceita apitar um jogo, espera-se que ele vigie a partida, não que a desorganize. Vamos ver como será da próxima vez que Joaquim Levy for contrariado. Será que a gripe volta?
colunas
A gripe de LevyPoucas horas antes do anúncio do corte de R$ 69,9 bilhões no orçamento federal, nesta sexta-feira (22), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, avisou a seus colegas de que não compareceria à entrevista coletiva para formalizar a tesourada nos gastos públicos. O titular da equipe econômica alegou duas razões para sua ausência: uma gripe braba e o receio de que sua presença levasse os jornalistas a perguntar exclusivamente sobre elevação de impostos. Desculpa fraca nos dois casos. Brabo mesmo não era o resfriado. Era o estado de ânimo do ministro, incomodadíssimo com a falta de empenho do PT e de integrantes da própria Esplanada ao propósito do arrocho para ajustar o caixa da União. Levy, mesmo tomando analgésicos e tossindo em aparições para as câmeras, não estava exatamente abatido no "dia D" do anúncio a ponto de ir pra casa repousar ou visitar um médico. Ao contrário. Ficou no seu gabinete, a poucos metros de onde o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) liderava sozinho a coletiva à imprensa, acompanhando tudo da televisão. Em outras palavras, estava trabalhando. Não era o caso de vencer o corpo mole e comparecer ao evento para evitar especulações sobre sua saída? A resposta já foi dada por esta Folha. Levy queria que seu gesto, para não chamar de rebeldia, forçasse o apoio público do governo a seu desenho de arrocho fiscal, o que, de fato, aconteceu. Há quem diga que a estratégia é justificável. Afinal, sem um corte real e duro, a economia brasileira vai mesmo para o buraco. Mas pode um ministro da Fazenda executar uma jogada assim? Levy sabia que seu W.O no anúncio do corte alimentaria especulações sobre sua saída e mexeria de forma ruim com o mercado financeiro. Ele até conseguiu o que queria: tirar o Palácio do Planalto do silêncio e passar a imagem de embarque integral em sua agenda. Mas a que preço? Não dá para um chefe da equipe econômica se dar ao luxo de atuar assim, sob risco de parecer birra, mesmo a intenção sendo nobre. Pois birra mexe com o dólar, faz operadores levarem vantagens financeiras em especulações. Birra faz acentuar a imagem de uma presidente da República refém de um único ministro. Quando um árbitro aceita apitar um jogo, espera-se que ele vigie a partida, não que a desorganize. Vamos ver como será da próxima vez que Joaquim Levy for contrariado. Será que a gripe volta?
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Contrabando: incompetência ou conivência?
Estamos em um ano crucial para o país. O aumento desenfreado do desemprego e a instabilidade da economia trazem incertezas para toda a população. A resposta do governo federal tem sido penalizar o trabalhador com aumento de impostos (ICMS, IPI, CPMF), o que está acarretando o fechamento de fábricas e um crescimento do endividamento das famílias, sufocadas pela falta de coragem do Executivo em atacar de frente o corte de gastos. No momento em que só se fala de ajuste fiscal e da necessidade de aumentar a receita, o governo esquece de fazer a lição de casa. Um caso exemplar é o contrabando no país. As nossas fronteiras estão com baixo efetivo e sem os equipamentos necessários para coibir a entrada de produtos ilegais que invadem o mercado brasileiro, tiram os empregos dos trabalhadores e desviam os recursos da formalidade para os contrabandistas. Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) mostrou que o controle das fronteiras do país é improvisado e, passado seis meses, até agora as autoridades não corrigiram nenhuma das irregularidades apontadas. A fronteira do Brasil com o Paraguai é um triste exemplo. A qualquer hora do dia ou da noite barcos com produtos contrabandeados circulam livremente de um lado para o outro. O efetivo de fiscalização é muito pequeno e falta o aparelhamento adequado. Outro detalhe importante é que a mão de obra utilizada é predominantemente jovem, na faixa entre 15 e 25 anos, vivendo nas regiões fronteiriças sem condições dignas de trabalho. São presas fáceis para os contrabandistas. É o futuro do nosso país à mercê de criminosos. Um levantamento inédito feito pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf), intitulado "As Rotas do Contrabando no Brasil", traz uma radiografia desse tipo de crime com as principais artérias de entrada do contrabando e suas ramificações. O estudo mostra que a indústria do contrabando está cada vez mais especializada, com alta tecnologia e infraestrutura, tornando-se altamente nociva para o desenvolvimento e a segurança do país. Toda vez que compramos um produto ilegal –seja cigarro, brinquedo ou remédio, só para citar os campeões do contrabando–, que não passa por controle de qualidade dos órgãos reguladores, estamos deixando nossas famílias reféns da falta de compromisso com a qualidade e de riscos diretos para a saúde. Os brasileiros já sabem dessa realidade e também querem uma resposta dos políticos. Como aponta a pesquisa Datafolha, a grande maioria (80%) dos entrevistados acredita que o governo é responsável pelo aumento do contrabando que está contribuindo para o crescimento da criminalidade no país. A Frente Parlamentar Mista de Combate ao Contrabando conquistou avanços: reformamos o Código Penal e tornamos mais rígida a pena para o crime. Agora tramita projeto que estabelece sanções administrativas, como a apreensão da CNH de transportadores de mercadorias ilegais e a cassação do alvará de estabelecimentos que comercializam os produtos contrabandeados. Infelizmente, o Poder Executivo pouco fez para sair da inércia e acompanhar esse estímulo. Não podemos nos calar diante dos fatos. O país perde mais de R$ 100 bilhões por ano, empregos formais são extintos, o próprio governo deixa de arrecadar tributos importantes que dariam um alívio aos caixas públicos. Por tudo isso, perguntas permanecem sem respostas: por que o governo federal não faz nada para mudar essa realidade? É falta de competência ou conivência? EFRAIM FILHO, 36, advogado, é deputado federal (DEM/PB) e presidente da Frente Parlamentar Mista de Combate ao Contrabando e à Falsificação * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Contrabando: incompetência ou conivência?Estamos em um ano crucial para o país. O aumento desenfreado do desemprego e a instabilidade da economia trazem incertezas para toda a população. A resposta do governo federal tem sido penalizar o trabalhador com aumento de impostos (ICMS, IPI, CPMF), o que está acarretando o fechamento de fábricas e um crescimento do endividamento das famílias, sufocadas pela falta de coragem do Executivo em atacar de frente o corte de gastos. No momento em que só se fala de ajuste fiscal e da necessidade de aumentar a receita, o governo esquece de fazer a lição de casa. Um caso exemplar é o contrabando no país. As nossas fronteiras estão com baixo efetivo e sem os equipamentos necessários para coibir a entrada de produtos ilegais que invadem o mercado brasileiro, tiram os empregos dos trabalhadores e desviam os recursos da formalidade para os contrabandistas. Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) mostrou que o controle das fronteiras do país é improvisado e, passado seis meses, até agora as autoridades não corrigiram nenhuma das irregularidades apontadas. A fronteira do Brasil com o Paraguai é um triste exemplo. A qualquer hora do dia ou da noite barcos com produtos contrabandeados circulam livremente de um lado para o outro. O efetivo de fiscalização é muito pequeno e falta o aparelhamento adequado. Outro detalhe importante é que a mão de obra utilizada é predominantemente jovem, na faixa entre 15 e 25 anos, vivendo nas regiões fronteiriças sem condições dignas de trabalho. São presas fáceis para os contrabandistas. É o futuro do nosso país à mercê de criminosos. Um levantamento inédito feito pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf), intitulado "As Rotas do Contrabando no Brasil", traz uma radiografia desse tipo de crime com as principais artérias de entrada do contrabando e suas ramificações. O estudo mostra que a indústria do contrabando está cada vez mais especializada, com alta tecnologia e infraestrutura, tornando-se altamente nociva para o desenvolvimento e a segurança do país. Toda vez que compramos um produto ilegal –seja cigarro, brinquedo ou remédio, só para citar os campeões do contrabando–, que não passa por controle de qualidade dos órgãos reguladores, estamos deixando nossas famílias reféns da falta de compromisso com a qualidade e de riscos diretos para a saúde. Os brasileiros já sabem dessa realidade e também querem uma resposta dos políticos. Como aponta a pesquisa Datafolha, a grande maioria (80%) dos entrevistados acredita que o governo é responsável pelo aumento do contrabando que está contribuindo para o crescimento da criminalidade no país. A Frente Parlamentar Mista de Combate ao Contrabando conquistou avanços: reformamos o Código Penal e tornamos mais rígida a pena para o crime. Agora tramita projeto que estabelece sanções administrativas, como a apreensão da CNH de transportadores de mercadorias ilegais e a cassação do alvará de estabelecimentos que comercializam os produtos contrabandeados. Infelizmente, o Poder Executivo pouco fez para sair da inércia e acompanhar esse estímulo. Não podemos nos calar diante dos fatos. O país perde mais de R$ 100 bilhões por ano, empregos formais são extintos, o próprio governo deixa de arrecadar tributos importantes que dariam um alívio aos caixas públicos. Por tudo isso, perguntas permanecem sem respostas: por que o governo federal não faz nada para mudar essa realidade? É falta de competência ou conivência? EFRAIM FILHO, 36, advogado, é deputado federal (DEM/PB) e presidente da Frente Parlamentar Mista de Combate ao Contrabando e à Falsificação * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Refrigerador da Electrolux requer consertos anualmente, diz leitora
A leitora Eda Rocha de Oliveira diz que refrigerador Electrolux comprado em 2012 apresentou problemas na placa digital no ano seguinte e que a peça teve que ser substituída em 2014. "Em 2015, na véspera do réveillon, ela parou de gelar novamente embora a placa digital estivesse funcionando", conta, e novo conserto teve de ser pago. No último mês, o eletrodoméstico parou de gelar novamente, mas o conserto não deu resultado. Eda afirma já ter gastado mais da metade do valor do produto em reparos. RESPOSTA - Informou que, mesmo o produto sendo de 2012 e o reparo anterior ter sido realizado por terceiros, ofertou cortesia nas peças para técnico autorizado realizar novo reparo. - Queixa de Maria Josefa Pereira: Cobrança indevida A Gol obriga pagamento de R$ 300 para estorno de milhagem após cancelamento. Valor equivale a mais de 70% do preço das passagens e portaria da Anac define que a taxa de serviço é de 10% da quantia a ser reembolsada. *RESPOSTA DA GOL - * Informa que entrou em contato com a cliente e prestou todos os esclarecimentos. - Queixa de Roseley Cruz: Aparelho com defeito Celular da Motorola desliga quando iniciada a navegação com GPS, qualquer que seja o aplicativo. A assistência técnica classificou reclamação como superaquecimento da bateria. RESPOSTA DA MOTOROLA - Diz que lamenta o ocorrido e que está em contato com cliente para solucionar o caso. - Queixa de Erick Bispo Ferreira Lima: Sinal intermitente Todos os dias após as 18h o sinal de internet da SKY cai. Cliente fica dias sem o sinal, frequentemente aos finais de semana, e paga o mesmo valor pelo serviço. O atendimento da Sky não resolveu. RESPOSTA DA SKY - Diz que rede passa por manutenção e isentou cliente da mensalidade de abril. - Queixa de Amanda S. C. P. Cardoso: Cancelamento Após muitos problemas, os serviços da NET foram trocados pelos de outra prestadora. No entanto, a empresa não permite o cancelamento, transferindo a ligação até que alguém desligue. RESPOSTA DA NET - Informa que cancelou o contrato da cliente, conforme solicitado. Direito do consumidor
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Refrigerador da Electrolux requer consertos anualmente, diz leitoraA leitora Eda Rocha de Oliveira diz que refrigerador Electrolux comprado em 2012 apresentou problemas na placa digital no ano seguinte e que a peça teve que ser substituída em 2014. "Em 2015, na véspera do réveillon, ela parou de gelar novamente embora a placa digital estivesse funcionando", conta, e novo conserto teve de ser pago. No último mês, o eletrodoméstico parou de gelar novamente, mas o conserto não deu resultado. Eda afirma já ter gastado mais da metade do valor do produto em reparos. RESPOSTA - Informou que, mesmo o produto sendo de 2012 e o reparo anterior ter sido realizado por terceiros, ofertou cortesia nas peças para técnico autorizado realizar novo reparo. - Queixa de Maria Josefa Pereira: Cobrança indevida A Gol obriga pagamento de R$ 300 para estorno de milhagem após cancelamento. Valor equivale a mais de 70% do preço das passagens e portaria da Anac define que a taxa de serviço é de 10% da quantia a ser reembolsada. *RESPOSTA DA GOL - * Informa que entrou em contato com a cliente e prestou todos os esclarecimentos. - Queixa de Roseley Cruz: Aparelho com defeito Celular da Motorola desliga quando iniciada a navegação com GPS, qualquer que seja o aplicativo. A assistência técnica classificou reclamação como superaquecimento da bateria. RESPOSTA DA MOTOROLA - Diz que lamenta o ocorrido e que está em contato com cliente para solucionar o caso. - Queixa de Erick Bispo Ferreira Lima: Sinal intermitente Todos os dias após as 18h o sinal de internet da SKY cai. Cliente fica dias sem o sinal, frequentemente aos finais de semana, e paga o mesmo valor pelo serviço. O atendimento da Sky não resolveu. RESPOSTA DA SKY - Diz que rede passa por manutenção e isentou cliente da mensalidade de abril. - Queixa de Amanda S. C. P. Cardoso: Cancelamento Após muitos problemas, os serviços da NET foram trocados pelos de outra prestadora. No entanto, a empresa não permite o cancelamento, transferindo a ligação até que alguém desligue. RESPOSTA DA NET - Informa que cancelou o contrato da cliente, conforme solicitado. Direito do consumidor
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Ação contra Dilma no TSE pode incluir novas provas da Lava Jato, diz Gilmar
O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal) e vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta terça (23) que as provas da nova fase da Operação Lava Jato que envolvem o marqueteiro João Santana poderão ser incluídas nos processos de cassação da presidente Dilma Rousseff e de seu vice, Michel Temer, em discussão na Justiça Eleitoral. Segundo o ministro, essa questão ainda terá que ser debatida pelo tribunal, mas seria cabível porque este ainda é o momento de instrução processual. "Vai ter que examinar isso. Na verdade, os fatos são pré-existentes. As provas é que são novas. E o momento é esse. Agora que abriu para instrução processual, encerrou essa fase de defesa", disse o ministro. A defesa da presidente tenta evitar que o TSE inclua provas da Lava Jato nos pedidos de cassação, alegando que o caso está na esfera criminal e não tem pertinência com o processo eleitoral. PSDB entregou nesta tarde pedido para que o TSE junte ao processo que investiga a reeleição da presidente as provas obtidas pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal de que o marqueteiro da campanha petista, João Santana, recebeu recursos no exterior. Para o ministro, é preciso esclarecer se os pagamentos de João Santana estão ligados à campanha de Dilma. "Tem que se saber o que existe subjacente a isso. Se isso estiver associado à campanha, é de seriedade inexcedível. Vai depender disso. O que está por trás disso. Vai indicar caixa dois, abuso de poder econômico, uma série de coisas que vem se falando. Se de fato, ao lado de pagamentos feitos aqui ocorrem pagamentos no exterior, significa que a campanha foi financiada desta maneira. Isso precisa ser esclarecido", afirmou. O ministro disse que a discussão das ações de cassação pode levar entre um e dois anos no TSE. Ele defendeu ainda que o tribunal decida se vai unificar os quatro processos que podem levar à perda do mandato de Dilma e Temer.
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Ação contra Dilma no TSE pode incluir novas provas da Lava Jato, diz GilmarO ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal) e vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta terça (23) que as provas da nova fase da Operação Lava Jato que envolvem o marqueteiro João Santana poderão ser incluídas nos processos de cassação da presidente Dilma Rousseff e de seu vice, Michel Temer, em discussão na Justiça Eleitoral. Segundo o ministro, essa questão ainda terá que ser debatida pelo tribunal, mas seria cabível porque este ainda é o momento de instrução processual. "Vai ter que examinar isso. Na verdade, os fatos são pré-existentes. As provas é que são novas. E o momento é esse. Agora que abriu para instrução processual, encerrou essa fase de defesa", disse o ministro. A defesa da presidente tenta evitar que o TSE inclua provas da Lava Jato nos pedidos de cassação, alegando que o caso está na esfera criminal e não tem pertinência com o processo eleitoral. PSDB entregou nesta tarde pedido para que o TSE junte ao processo que investiga a reeleição da presidente as provas obtidas pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal de que o marqueteiro da campanha petista, João Santana, recebeu recursos no exterior. Para o ministro, é preciso esclarecer se os pagamentos de João Santana estão ligados à campanha de Dilma. "Tem que se saber o que existe subjacente a isso. Se isso estiver associado à campanha, é de seriedade inexcedível. Vai depender disso. O que está por trás disso. Vai indicar caixa dois, abuso de poder econômico, uma série de coisas que vem se falando. Se de fato, ao lado de pagamentos feitos aqui ocorrem pagamentos no exterior, significa que a campanha foi financiada desta maneira. Isso precisa ser esclarecido", afirmou. O ministro disse que a discussão das ações de cassação pode levar entre um e dois anos no TSE. Ele defendeu ainda que o tribunal decida se vai unificar os quatro processos que podem levar à perda do mandato de Dilma e Temer.
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O caldeirão do PMDB-RJ
RIO DE JANEIRO - Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é um mestre na arte de dar pontos com nó. Cada aperto de mão, cada proposta embute uma expectativa de ganho político. Em março, o presidente da Câmara dos Deputados iniciou em Curitiba (PR) um projeto chamado "Câmara Itinerante", de sessões nas assembleias legislativas pelo país. Foi a senha para especulações sobre uma eventual candidatura sua à Presidência da República em 2018. Questionado sobre o tema, Cunha anunciou Eduardo Paes, prefeito do Rio, como seu candidato a presidente. Nos gabinetes do poder fluminense, comenta-se que o verdadeiro plano de Cunha é o governo do Estado. Impulsionado pela reeleição e pelo extenso projeto urbanístico associado aos Jogos Olímpicos de 2016, Paes pode ser considerado, sem dúvida, pré-candidato a presidente em 2018. Mas o caminho natural para o prefeito do Rio seria o governo do Estado. Dado o cenário atual, dificilmente perderia a corrida. Ao apoiar Paes para presidente –um desafio duríssimo para qualquer um–, Cunha habilmente fortalece seu nome no partido em direção ao Palácio Guanabara. No discurso, pelo menos, Paes afirma que só decidirá seu futuro após a Olimpíada. A disputa entre os peemedebistas pelo Palácio da Cidade em 2016 não é menos embolada. Em dezembro, Paes lançou o deputado federal Pedro Paulo, seu ex-secretário de governo, como candidato a sua sucessão no ano que vem. O presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, principal cacique do partido no Estado, tem outros planos. Seu candidato a prefeito é seu filho Leonardo Picciani, também deputado federal. Para complicar ainda mais o jogo, engana-se quem pensa que o ex-governador Sérgio Cabral julga-se morto. Cabral também cogita disputar a Prefeitura do Rio em 2016, com a esperança de unir Paes e Picciani ao seu redor.
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O caldeirão do PMDB-RJRIO DE JANEIRO - Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é um mestre na arte de dar pontos com nó. Cada aperto de mão, cada proposta embute uma expectativa de ganho político. Em março, o presidente da Câmara dos Deputados iniciou em Curitiba (PR) um projeto chamado "Câmara Itinerante", de sessões nas assembleias legislativas pelo país. Foi a senha para especulações sobre uma eventual candidatura sua à Presidência da República em 2018. Questionado sobre o tema, Cunha anunciou Eduardo Paes, prefeito do Rio, como seu candidato a presidente. Nos gabinetes do poder fluminense, comenta-se que o verdadeiro plano de Cunha é o governo do Estado. Impulsionado pela reeleição e pelo extenso projeto urbanístico associado aos Jogos Olímpicos de 2016, Paes pode ser considerado, sem dúvida, pré-candidato a presidente em 2018. Mas o caminho natural para o prefeito do Rio seria o governo do Estado. Dado o cenário atual, dificilmente perderia a corrida. Ao apoiar Paes para presidente –um desafio duríssimo para qualquer um–, Cunha habilmente fortalece seu nome no partido em direção ao Palácio Guanabara. No discurso, pelo menos, Paes afirma que só decidirá seu futuro após a Olimpíada. A disputa entre os peemedebistas pelo Palácio da Cidade em 2016 não é menos embolada. Em dezembro, Paes lançou o deputado federal Pedro Paulo, seu ex-secretário de governo, como candidato a sua sucessão no ano que vem. O presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, principal cacique do partido no Estado, tem outros planos. Seu candidato a prefeito é seu filho Leonardo Picciani, também deputado federal. Para complicar ainda mais o jogo, engana-se quem pensa que o ex-governador Sérgio Cabral julga-se morto. Cabral também cogita disputar a Prefeitura do Rio em 2016, com a esperança de unir Paes e Picciani ao seu redor.
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Jogo me dá oportunidade de estar com o meu filho que morreu
Há dois anos, Ryan Green, 35, perdeu o filho Joel para o câncer. Ele e a mulher, Amy Green, 34, decidiram criar um game que retratasse a experiência. O jogo, chamado "That Dragon, Cancer", dá ao jogador a possibilidade de explorar cantos do hospital, ou então ver cenas do cotidiano da família Green, brincando com Joel, conversando sobre o trânsito no caminho para o tratamento, ou rezando pelo filho. Às vezes, o jogador assume a perspectiva de Joel, vendo o mundo através de seus olhos. Leia abaixo o depoimento abaixo deles. * Ryan: Queríamos que os jogadores pudessem explorar como era a vida de Joel, lidando com os desafios físicos e mentais causados pelo câncer e seu tratamento. Começamos a desenvolver o jogo enquanto Joel estava vivo, então nossa experiência como pais acabou entrando junto. Uma das primeiras cenas que criamos foi aquela em que Joel está chorando, foi uma das piores noites no hospital. Ele estava desidratado, vomitando. Foi uma noite horrível para ele, nada que eu tentava dava certo. Decidi criar um jogo que refletisse a vida real, mostrando que, às vezes, não temos controle algum sobre ela. Nós rezamos para Deus e Joel dormiu. Também precisávamos lidar com o fato de que o Joel morreu. Estávamos de luto e não recebemos as respostas que gostaríamos, não recebemos aquilo pelo qual rezamos. Essa luta espiritual fez parte da experiência, e isso aparece no jogo. "That Dragon, Cancer" também surgiu da vontade de brincar com o Joel, e quisemos transmitir que tipo de menino ele era, como era alegre. O jogo me dá a oportunidade de interagir com ele de novo, balançá-lo numa cadeira de balançar, ou só estar perto dele novamente. Amy: Há muito do nosso cotidiano no jogo. Como fazíamos o jantar, como lidávamos com o trânsito e com nossos três outros filhos pequenos. E há partes emotivas. Muitas coisas surgiram da nossa imaginação de como era a experiência para Joel, especialmente a cena da radiação, que mostra nosso filho em outro mundo, no espaço. É que ele amava ir para a radiação, e nós nunca entendemos isso. Sempre nos perguntávamos: "O que passa pela cabeça dele? Será que ele está inteiro e puro em um mundo mágico?" Foi difícil revisitar toda a nossa esperança e as nossas orações, que aparecem no jogo, sabendo qual seria o resultado. Eu sabia que as pessoas jogariam conhecendo já o final da história. Quando escutassem nossas orações, não estariam ouvindo no contexto em que estávamos, ouviriam de algum momento no futuro, sabendo que elas não foram contempladas como nós gostaríamos. O jogo mostra nossas expectativas, que eram altas, e depois o fim da história. Gostaria de ter contado uma história diferente, ter feito um jogo sobre como Joel foi curado, mas temos que aceitar a história que nos foi dada.
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Jogo me dá oportunidade de estar com o meu filho que morreuHá dois anos, Ryan Green, 35, perdeu o filho Joel para o câncer. Ele e a mulher, Amy Green, 34, decidiram criar um game que retratasse a experiência. O jogo, chamado "That Dragon, Cancer", dá ao jogador a possibilidade de explorar cantos do hospital, ou então ver cenas do cotidiano da família Green, brincando com Joel, conversando sobre o trânsito no caminho para o tratamento, ou rezando pelo filho. Às vezes, o jogador assume a perspectiva de Joel, vendo o mundo através de seus olhos. Leia abaixo o depoimento abaixo deles. * Ryan: Queríamos que os jogadores pudessem explorar como era a vida de Joel, lidando com os desafios físicos e mentais causados pelo câncer e seu tratamento. Começamos a desenvolver o jogo enquanto Joel estava vivo, então nossa experiência como pais acabou entrando junto. Uma das primeiras cenas que criamos foi aquela em que Joel está chorando, foi uma das piores noites no hospital. Ele estava desidratado, vomitando. Foi uma noite horrível para ele, nada que eu tentava dava certo. Decidi criar um jogo que refletisse a vida real, mostrando que, às vezes, não temos controle algum sobre ela. Nós rezamos para Deus e Joel dormiu. Também precisávamos lidar com o fato de que o Joel morreu. Estávamos de luto e não recebemos as respostas que gostaríamos, não recebemos aquilo pelo qual rezamos. Essa luta espiritual fez parte da experiência, e isso aparece no jogo. "That Dragon, Cancer" também surgiu da vontade de brincar com o Joel, e quisemos transmitir que tipo de menino ele era, como era alegre. O jogo me dá a oportunidade de interagir com ele de novo, balançá-lo numa cadeira de balançar, ou só estar perto dele novamente. Amy: Há muito do nosso cotidiano no jogo. Como fazíamos o jantar, como lidávamos com o trânsito e com nossos três outros filhos pequenos. E há partes emotivas. Muitas coisas surgiram da nossa imaginação de como era a experiência para Joel, especialmente a cena da radiação, que mostra nosso filho em outro mundo, no espaço. É que ele amava ir para a radiação, e nós nunca entendemos isso. Sempre nos perguntávamos: "O que passa pela cabeça dele? Será que ele está inteiro e puro em um mundo mágico?" Foi difícil revisitar toda a nossa esperança e as nossas orações, que aparecem no jogo, sabendo qual seria o resultado. Eu sabia que as pessoas jogariam conhecendo já o final da história. Quando escutassem nossas orações, não estariam ouvindo no contexto em que estávamos, ouviriam de algum momento no futuro, sabendo que elas não foram contempladas como nós gostaríamos. O jogo mostra nossas expectativas, que eram altas, e depois o fim da história. Gostaria de ter contado uma história diferente, ter feito um jogo sobre como Joel foi curado, mas temos que aceitar a história que nos foi dada.
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BC dos EUA dá novo sinal de que taxa de juros subirá daqui a 2 semanas
Em discurso sobre a "recuperação significativa" da economia dos EUA, a presidente do Federal Reserve (banco central americano) reforçou a expectativa de aumento dos juros no país em dezembro. Além de citar dados positivos do mercado de trabalho e demonstrar confiança na elevação da inflação, Janet Yellen alertou para os riscos de adiar mais uma vez a decisão na última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do ano, daqui a duas semanas. "A economia percorreu um longo caminho em direção aos objetivos do Fomc de pleno emprego e estabilidade de preços", discursou, no Clube Econômico de Washington, nesta quarta-feira (2). Se o Fed mantiver a taxa em seu patamar atual, próxima de zero, por um longo período, disse Yellen, "provavelmente acabaríamos sendo forçados a apertar a política monetária abruptamente. Isso poderia perturbar mercados financeiros e até levar a economia, inadvertidamente, à recessão". Ela se refere à hipótese de o Fed esperar a economia americana se aquecer demais, tornando necessária uma elevação da taxa em ritmo maior mais adiante. Dada como provável por diversos analistas, o aumento esperada dos juros em dezembro não deverá ser superior a 0,25 ponto percentual. Os Estados Unidos mantêm a taxa básica praticamente zerada desde 2008 em resposta à crise global. A expectativa provoca turbulência nos mercados, uma vez que o aumento pode motivar a saída de recursos hoje aplicados em mercados emergentes como o Brasil para os Estados Unidos. No Brasil, apesar da sinalização de aumento de juros nos Estados Unidos, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, encerrou esta quarta-feira com desvalorização de 0,40%, para R$ 3,845 na venda. Na decisão dos investidores, pesaram mais as incertezas sobre a aprovação da meta fiscal para 2015 pelo Congresso e as discussões sobre a cassação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Evolução da taxa de juros dos EUA, em % - LIVRO BEGE Estudo do Fed divulgado na quarta sobre o desempenho econômico em 12 regiões dos EUA é consistente com a avaliação de Yellen, porém cauteloso. O livro bege, como é conhecido o documento, apontou expansão tímida em quase todas as áreas entre meados de outubro e 20 de novembro. O consumo cresceu em praticamente todo os Estados Unidos. Vendas de veículos leves foram "robustas" nas últimas semanas, impulsionadas pelo preço baixo do combustível. O mercado imobiliário e de construção civil melhorou, e os preços, em geral, ficaram estáveis. Os empregos aumentaram modestamente. Muitas regiões indicaram que as contratações foram impulsionadas por vagas temporárias e funções pouco qualificadas que estavam sendo resolvidas com alocação de pessoal, apontou o livro bege. A maioria das regiões apontou pressão salarial apenas para funções qualificadas ou para aquelas com escassez de mão de obra, ainda que algumas partes do país viram pressões por aumentos generalizadas.
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BC dos EUA dá novo sinal de que taxa de juros subirá daqui a 2 semanasEm discurso sobre a "recuperação significativa" da economia dos EUA, a presidente do Federal Reserve (banco central americano) reforçou a expectativa de aumento dos juros no país em dezembro. Além de citar dados positivos do mercado de trabalho e demonstrar confiança na elevação da inflação, Janet Yellen alertou para os riscos de adiar mais uma vez a decisão na última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do ano, daqui a duas semanas. "A economia percorreu um longo caminho em direção aos objetivos do Fomc de pleno emprego e estabilidade de preços", discursou, no Clube Econômico de Washington, nesta quarta-feira (2). Se o Fed mantiver a taxa em seu patamar atual, próxima de zero, por um longo período, disse Yellen, "provavelmente acabaríamos sendo forçados a apertar a política monetária abruptamente. Isso poderia perturbar mercados financeiros e até levar a economia, inadvertidamente, à recessão". Ela se refere à hipótese de o Fed esperar a economia americana se aquecer demais, tornando necessária uma elevação da taxa em ritmo maior mais adiante. Dada como provável por diversos analistas, o aumento esperada dos juros em dezembro não deverá ser superior a 0,25 ponto percentual. Os Estados Unidos mantêm a taxa básica praticamente zerada desde 2008 em resposta à crise global. A expectativa provoca turbulência nos mercados, uma vez que o aumento pode motivar a saída de recursos hoje aplicados em mercados emergentes como o Brasil para os Estados Unidos. No Brasil, apesar da sinalização de aumento de juros nos Estados Unidos, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, encerrou esta quarta-feira com desvalorização de 0,40%, para R$ 3,845 na venda. Na decisão dos investidores, pesaram mais as incertezas sobre a aprovação da meta fiscal para 2015 pelo Congresso e as discussões sobre a cassação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Evolução da taxa de juros dos EUA, em % - LIVRO BEGE Estudo do Fed divulgado na quarta sobre o desempenho econômico em 12 regiões dos EUA é consistente com a avaliação de Yellen, porém cauteloso. O livro bege, como é conhecido o documento, apontou expansão tímida em quase todas as áreas entre meados de outubro e 20 de novembro. O consumo cresceu em praticamente todo os Estados Unidos. Vendas de veículos leves foram "robustas" nas últimas semanas, impulsionadas pelo preço baixo do combustível. O mercado imobiliário e de construção civil melhorou, e os preços, em geral, ficaram estáveis. Os empregos aumentaram modestamente. Muitas regiões indicaram que as contratações foram impulsionadas por vagas temporárias e funções pouco qualificadas que estavam sendo resolvidas com alocação de pessoal, apontou o livro bege. A maioria das regiões apontou pressão salarial apenas para funções qualificadas ou para aquelas com escassez de mão de obra, ainda que algumas partes do país viram pressões por aumentos generalizadas.
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Cinemas de rua resistem à concorrência e à era digital
Sufocados pela era digital, cinemas de rua da região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) tentam sobreviver à modernização dos equipamentos e à concorrência, sobretudo, da TV a cabo, da internet e dos shoppings. O público é cada vez menor, e o lucro, inexistente, afirmam os exibidores. Além dos equipamentos digitais, os cinemas terão que enfrentar neste ano o fim da exibição por película, segundo Carlos Augusto Calil, professor da ECA-USP. "Já há filmes que não são distribuídos [em película], como os da Paramount Pictures", diz o empresário Alceu Neves Garcia, 50. Para digitalizar as salas, o investimento é alto: em média, R$ 160 mil por espaço. "É um dinheiro que não temos", afirma Garcia. Garcia amarga o momento ruim do seu Cine Orlândia (a 365 km de São Paulo), inaugurado há 18 anos. No período, o público despencou 80%. Hoje, cada sessão reúne até 40 pessoas -a sala tem 300 poltronas. Por economia, o local fica fechado em determinados períodos, como aconteceu no último mês de novembro. Para atrair público, Garcia cobra R$ 5 no ingresso e tenta faturar na pipoca, a R$ 10. Sem sucesso. Vencedor do Oscar e da Palma de Ouro, o clássico "Orfeu Negro" (1959) teve suas sessões canceladas no Cine Clube Cauim, de Ribeirão Preto, por falta de público. Não apareceu ninguém. "O DVD pirata e a internet mataram o convívio que havia no cinema, anos atrás", afirma Carlos Eduardo da Silva, 53, operador cinematográfico do Cauim. Segundo ele, é comum haver sessões canceladas por falta de público. O local sobrevive graças a emendas parlamentares, além de verbas oriundas de leis de incentivo cultural. A digitalização do espaço deverá custar R$ 500 mil e será feita por financiamento, informa a direção do local. A crise de público também afeta os cineteatros mantidos pelas prefeituras. Em Casa Branca (a 229 km de São Paulo), metade da receita da bilheteira é repassada aos distribuidores, e o restante, reinvestido no cinema, segundo Luís Renato Lima, diretor do Departamento de Cultura. A maior parte do público é formada por alunos da rede municipal, que são levados pela prefeitura ao cineteatro durante a aula. O mesmo acontece com os cineteatros de Monte Alto, Jaboticabal, Bocaina e Itápolis. Em Batatais (a 352 km de São Paulo), o cinema passou por modernização: ganhou tela 3D e novas poltronas. "Mas o público não vem mais ao cinema", disse Samuel Moura, 62, proprietário.
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Cinemas de rua resistem à concorrência e à era digitalSufocados pela era digital, cinemas de rua da região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) tentam sobreviver à modernização dos equipamentos e à concorrência, sobretudo, da TV a cabo, da internet e dos shoppings. O público é cada vez menor, e o lucro, inexistente, afirmam os exibidores. Além dos equipamentos digitais, os cinemas terão que enfrentar neste ano o fim da exibição por película, segundo Carlos Augusto Calil, professor da ECA-USP. "Já há filmes que não são distribuídos [em película], como os da Paramount Pictures", diz o empresário Alceu Neves Garcia, 50. Para digitalizar as salas, o investimento é alto: em média, R$ 160 mil por espaço. "É um dinheiro que não temos", afirma Garcia. Garcia amarga o momento ruim do seu Cine Orlândia (a 365 km de São Paulo), inaugurado há 18 anos. No período, o público despencou 80%. Hoje, cada sessão reúne até 40 pessoas -a sala tem 300 poltronas. Por economia, o local fica fechado em determinados períodos, como aconteceu no último mês de novembro. Para atrair público, Garcia cobra R$ 5 no ingresso e tenta faturar na pipoca, a R$ 10. Sem sucesso. Vencedor do Oscar e da Palma de Ouro, o clássico "Orfeu Negro" (1959) teve suas sessões canceladas no Cine Clube Cauim, de Ribeirão Preto, por falta de público. Não apareceu ninguém. "O DVD pirata e a internet mataram o convívio que havia no cinema, anos atrás", afirma Carlos Eduardo da Silva, 53, operador cinematográfico do Cauim. Segundo ele, é comum haver sessões canceladas por falta de público. O local sobrevive graças a emendas parlamentares, além de verbas oriundas de leis de incentivo cultural. A digitalização do espaço deverá custar R$ 500 mil e será feita por financiamento, informa a direção do local. A crise de público também afeta os cineteatros mantidos pelas prefeituras. Em Casa Branca (a 229 km de São Paulo), metade da receita da bilheteira é repassada aos distribuidores, e o restante, reinvestido no cinema, segundo Luís Renato Lima, diretor do Departamento de Cultura. A maior parte do público é formada por alunos da rede municipal, que são levados pela prefeitura ao cineteatro durante a aula. O mesmo acontece com os cineteatros de Monte Alto, Jaboticabal, Bocaina e Itápolis. Em Batatais (a 352 km de São Paulo), o cinema passou por modernização: ganhou tela 3D e novas poltronas. "Mas o público não vem mais ao cinema", disse Samuel Moura, 62, proprietário.
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Poeta Augusto de Campos contesta coluna de Ferreira Gullar
Prevalecendo-se de sua condição de colaborador desse jornal, e com desrespeito a qualquer princípio ético, Ferreira Gullar, depois de ter fugido ao debate por ele mais uma vez provocado em artigo autoencomiástico, volta a me atacar em sua coluna dominical na "Ilustrada". Quando teve o espaço para se defender, e não tendo argumentos contra a minha tréplica documental e veraz, furtou-se à sua. E vem agora me insultar em notúncula extemporânea, acusando-me de defender "o petismo corrupto". Não. Mais corruptos são Cunha e o governo interino que Gullar ajudou a manter e instalar no poder com seus artigos reacionários e infelizes. Dilma não é corrupta. Corrupto é quem se vende para instituições culturais de fachada. Eu não defendo a corrupção. Defendo a democracia, que um viracasaca como o acadêmico Gullar, ex-stalinista e neofascista, despreza e avilta, maculando sua biografia, que cada vez mais se revela a de um "formigável" factóide. - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Poeta Augusto de Campos contesta coluna de Ferreira GullarPrevalecendo-se de sua condição de colaborador desse jornal, e com desrespeito a qualquer princípio ético, Ferreira Gullar, depois de ter fugido ao debate por ele mais uma vez provocado em artigo autoencomiástico, volta a me atacar em sua coluna dominical na "Ilustrada". Quando teve o espaço para se defender, e não tendo argumentos contra a minha tréplica documental e veraz, furtou-se à sua. E vem agora me insultar em notúncula extemporânea, acusando-me de defender "o petismo corrupto". Não. Mais corruptos são Cunha e o governo interino que Gullar ajudou a manter e instalar no poder com seus artigos reacionários e infelizes. Dilma não é corrupta. Corrupto é quem se vende para instituições culturais de fachada. Eu não defendo a corrupção. Defendo a democracia, que um viracasaca como o acadêmico Gullar, ex-stalinista e neofascista, despreza e avilta, maculando sua biografia, que cada vez mais se revela a de um "formigável" factóide. - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Ministro de Energia recomenda que brasileiros reduzam consumo
O ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) recomendou que os brasileiros reduzam o consumo de energia elétrica. "Não é racionamento. Nós temos energia. Ela existe, mas é cara", afirmou. Segundo Braga, "do mesmo jeito que estamos vendo a realidade em São Paulo, em que o consumidor está tendo que reduzir gasto de água porque há um problema hídrico, o setor elétrico está sendo vítima do ritmo hidrológico". Para o ministro, os aumentos que virão nas contas, principalmente por meio do novo sistema de bandeiras tarifárias, indicarão ao consumidor que esse recurso está mais escasso e que é preciso diminuir gastos. "Se pudermos economizar, se pudermos controlar isso [esses gatos], ajuda para que possamos ter eficiência energética", explicou. O ministro defende que a redução do consumo e de gastos na área elétrica trazem impactos positivos até sobre a tarifa. A pasta entende que o ritmo hidrológico está alterado, já que os reservatórios de água neste ano estão menores que em 2014. No entanto, o ritmo das chuvas não estaria "tão ruim quanto ano passado", segundo apontou Eduardo Braga. O ministro defendeu ainda que se combata a ineficiência elétrica, que pode ocorrer dentro da casa das pessoas, por meio do uso de equipamentos que consomem grandes quantidades de energia. Ao mesmo tempo, ele disse que pretende trabalhar com a ineficiência "da porta para fora", trabalhando com as distribuidoras para modernizar a rede de distribuição, que inclui cabeamentos, transformadores e a iluminação pública como um todo. "São vários os setores que vão ser acionados para aumento eficiência", disse. CONTINGENCIAMENTO Na tarde desta quarta-feira (14) o ministro esteve reunido com Nelson Barbosa (Planejamento) para discutir os efeitos do contingenciamento sobre o Ministério de Minas e Energia. Braga defendeu que os investimentos não serão cortados, porque são feitos, em sua maioria, por meio de leilões e concessões. Ele também informou que gastos com as fiscalizações da Aneel estão mantidos. "Estamos falando dos gastos do funcionamento e controle dos gastos públicos no funcionamento do ministério", afirmou. "Acho que o ministério conseguirá se adequar com alguma tranquilidade às recomendações". Está nos planos do ministro ainda a discussão futura sobre o plano de carreira dos analistas e técnicos. "A qualificação tem que ser continuada para ter capacidade de interagir com um setor que se moderniza", justificou.
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Ministro de Energia recomenda que brasileiros reduzam consumoO ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) recomendou que os brasileiros reduzam o consumo de energia elétrica. "Não é racionamento. Nós temos energia. Ela existe, mas é cara", afirmou. Segundo Braga, "do mesmo jeito que estamos vendo a realidade em São Paulo, em que o consumidor está tendo que reduzir gasto de água porque há um problema hídrico, o setor elétrico está sendo vítima do ritmo hidrológico". Para o ministro, os aumentos que virão nas contas, principalmente por meio do novo sistema de bandeiras tarifárias, indicarão ao consumidor que esse recurso está mais escasso e que é preciso diminuir gastos. "Se pudermos economizar, se pudermos controlar isso [esses gatos], ajuda para que possamos ter eficiência energética", explicou. O ministro defende que a redução do consumo e de gastos na área elétrica trazem impactos positivos até sobre a tarifa. A pasta entende que o ritmo hidrológico está alterado, já que os reservatórios de água neste ano estão menores que em 2014. No entanto, o ritmo das chuvas não estaria "tão ruim quanto ano passado", segundo apontou Eduardo Braga. O ministro defendeu ainda que se combata a ineficiência elétrica, que pode ocorrer dentro da casa das pessoas, por meio do uso de equipamentos que consomem grandes quantidades de energia. Ao mesmo tempo, ele disse que pretende trabalhar com a ineficiência "da porta para fora", trabalhando com as distribuidoras para modernizar a rede de distribuição, que inclui cabeamentos, transformadores e a iluminação pública como um todo. "São vários os setores que vão ser acionados para aumento eficiência", disse. CONTINGENCIAMENTO Na tarde desta quarta-feira (14) o ministro esteve reunido com Nelson Barbosa (Planejamento) para discutir os efeitos do contingenciamento sobre o Ministério de Minas e Energia. Braga defendeu que os investimentos não serão cortados, porque são feitos, em sua maioria, por meio de leilões e concessões. Ele também informou que gastos com as fiscalizações da Aneel estão mantidos. "Estamos falando dos gastos do funcionamento e controle dos gastos públicos no funcionamento do ministério", afirmou. "Acho que o ministério conseguirá se adequar com alguma tranquilidade às recomendações". Está nos planos do ministro ainda a discussão futura sobre o plano de carreira dos analistas e técnicos. "A qualificação tem que ser continuada para ter capacidade de interagir com um setor que se moderniza", justificou.
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Comprador de imóvel deve prestar atenção em rachaduras e manchas
PATRÍCIA FIGUEIREDO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Na pressa, muita gente não dá atenção às avarias de um imóvel antes de bater o martelo da compra. O descuido pode gerar surpresas desagradáveis. Foi o que aconteceu com a fotógrafa Cristina Camargo Igreja, 43 anos, moradora de um sobrado no Jardim São Paulo desde junho de 2016. Seis meses depois da mudança, na semana entre o Natal e o Ano Novo, ela foi surpreendida com um vazamento no cômodo onde dormem seus filhos Gabriel, de 2 anos, e Mariana, de 10. "A água que escorria pelas paredes inundou o quarto." O problema poderia ter sido evitado com uma simples inspeção no local, feita por um engenheiro ou arquiteto. O vazamento ocorreu porque uma família de maritacas fez seu ninho dentro do telhado da casa, deixando buracos nas telhas e na manta térmica. "Se eu tivesse descoberto o ninho quando mudei, antes das chuvas, não teria tido tanta dor de cabeça", afirma. A professora de arquitetura do Mackenzie, Maria Augusta Justi Pisani, recomenda que o comprador faça um check-up no imóvel antes da negociação final. O ideal é montar um roteiro (veja lista abaixo) com itens que devem ser verificados, mas algumas imperfeições são de difícil identificação para leigos. "É bom levar um profissional especializado. Basta um engenheiro ou arquiteto idôneo." Em imóveis usados, o cuidado precisa ser redobrado. Vale dispensar atenção especial à verificação das instalações elétricas, que podem causar curtos-circuitos no futuro. "Não é raro encontrar gambiarras. Se o imóvel tiver mais de 20 anos é provável que não suporte a demanda energética de um aparelho de ar-condicionado ou aquecedor", afirma o corretor Felipe Grifoni, da Refúgios Urbanos. Outra surpresa desagradável muito comum é a descoberta de dívidas de IPTU ou de condomínio vinculadas ao imóvel. O advogado Gustavo Gonçalves Gomes, do escritório Siqueira Castro, afirma que o procedimento é burocrático. "Como não há na cidade um banco de dados consolidado, é preciso solicitar certidões em vários cartórios para garantir a segurança do investimento." Mas nem tudo é motivo para desistir do negócio. Para Marcelo Junqueira, diretor regional da Brasil Brokers, o momento é bom para o comprador que está aberto a negociações. "Se o imóvel tem alguma avaria, o interessado pode usar o defeito a seu favor para barganhar com o proprietário." Veja abaixo as principais recomendações dos especialistas para garantir uma aquisição sem transtornos: LOCALIZAÇÃO Verifique se o imóvel está em área com risco de inundação. Consulte o mapa colaborativo de pontos de alagamento feito pela Poli-USP e converse com moradores do entorno. Em terrenos com declive, procure indícios de instabilidade no solo, como marcas de erosão e trechos sem vegetação. Em apartamentos, andares altos têm mais mais ventilação e luz, mas nem sempre são os mais silenciosos. Outro fator importante a ser observado é a posição do apartamento no prédio. Aqueles que estão voltados para o fundo do condomínio costumam ser menos suscetíveis ao barulho da via. Cuidado com as unidades próximas da área de lazer porque o movimento pode incomodar. IMÓVEL Para não ser surpreendido com um aumento repentino no condomínio, Felipe Grifoni recomenda prédios com manutenção em dia e taxas razoáveis para a região. Verifique se as torneiras e registros funcionam corretamente e se a caixa d'água está limpa e bem instalada. Cheque também os disjuntores, as tomadas e as instalações de internet e telefone. Manchas de umidade podem ser indício de infiltração. As mais difíceis de resolver são as que vêm do solo e afetam as fundações. DOCUMENTAÇÃO Solicitar a certidão de registro do imóvel no cartório local. Esse documento revela quem são os proprietários oficiais do imóvel e se ele está implicado em algum processo judicial. Peça para o síndico uma declaração de quitação de condomínio. Quando a propriedade tem mais de um dono, é necessário verificar ainda os autos do inventário, para certificar-se que todos os herdeiros estão envolvidos na transação. * LOCALIZAÇÃO -Áreas de risco (inundação ou deslizamento) -Segurança do bairro -Barulho (proximidade com comércio, avenidas, janelas anti-ruído etc) -Orientação: face norte x face sul -Andar alto x andar baixo -Posição em relação a fachada: voltado para a rua x voltado para os fundos -Lei de zoneamento -Potencial de valorização -Aumento de IPTU na região IMÓVEL -Rachaduras, trincas e fissuras -Infiltrações e umidade -Janelas (ventilação e iluminação) -Instalação elétrica (tomadas, fiação, disjuntores etc) -Instalação hidráulica (registros, caixa d'água, torneiras etc) -Fundação e telhado -Paredes estruturais -Qualidade dos acabamentos -Características do condomínio DOCUMENTAÇÃO -Certidão do registro de imóveis (verificação de dívidas) -Certidões de protestos e de distribuição de demandas judiciais, do proprietário e do cônjuge -Certidões da construtora, para imóveis novos -Liberação do Habite-se -Cláusulas de contrato -Declaração de quitação do condomínio -Autos do inventário, para imóveis com mais de um proprietário -Manual do proprietário e memorial descritivo, para imóveis novos
sobretudo
Comprador de imóvel deve prestar atenção em rachaduras e manchas PATRÍCIA FIGUEIREDO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Na pressa, muita gente não dá atenção às avarias de um imóvel antes de bater o martelo da compra. O descuido pode gerar surpresas desagradáveis. Foi o que aconteceu com a fotógrafa Cristina Camargo Igreja, 43 anos, moradora de um sobrado no Jardim São Paulo desde junho de 2016. Seis meses depois da mudança, na semana entre o Natal e o Ano Novo, ela foi surpreendida com um vazamento no cômodo onde dormem seus filhos Gabriel, de 2 anos, e Mariana, de 10. "A água que escorria pelas paredes inundou o quarto." O problema poderia ter sido evitado com uma simples inspeção no local, feita por um engenheiro ou arquiteto. O vazamento ocorreu porque uma família de maritacas fez seu ninho dentro do telhado da casa, deixando buracos nas telhas e na manta térmica. "Se eu tivesse descoberto o ninho quando mudei, antes das chuvas, não teria tido tanta dor de cabeça", afirma. A professora de arquitetura do Mackenzie, Maria Augusta Justi Pisani, recomenda que o comprador faça um check-up no imóvel antes da negociação final. O ideal é montar um roteiro (veja lista abaixo) com itens que devem ser verificados, mas algumas imperfeições são de difícil identificação para leigos. "É bom levar um profissional especializado. Basta um engenheiro ou arquiteto idôneo." Em imóveis usados, o cuidado precisa ser redobrado. Vale dispensar atenção especial à verificação das instalações elétricas, que podem causar curtos-circuitos no futuro. "Não é raro encontrar gambiarras. Se o imóvel tiver mais de 20 anos é provável que não suporte a demanda energética de um aparelho de ar-condicionado ou aquecedor", afirma o corretor Felipe Grifoni, da Refúgios Urbanos. Outra surpresa desagradável muito comum é a descoberta de dívidas de IPTU ou de condomínio vinculadas ao imóvel. O advogado Gustavo Gonçalves Gomes, do escritório Siqueira Castro, afirma que o procedimento é burocrático. "Como não há na cidade um banco de dados consolidado, é preciso solicitar certidões em vários cartórios para garantir a segurança do investimento." Mas nem tudo é motivo para desistir do negócio. Para Marcelo Junqueira, diretor regional da Brasil Brokers, o momento é bom para o comprador que está aberto a negociações. "Se o imóvel tem alguma avaria, o interessado pode usar o defeito a seu favor para barganhar com o proprietário." Veja abaixo as principais recomendações dos especialistas para garantir uma aquisição sem transtornos: LOCALIZAÇÃO Verifique se o imóvel está em área com risco de inundação. Consulte o mapa colaborativo de pontos de alagamento feito pela Poli-USP e converse com moradores do entorno. Em terrenos com declive, procure indícios de instabilidade no solo, como marcas de erosão e trechos sem vegetação. Em apartamentos, andares altos têm mais mais ventilação e luz, mas nem sempre são os mais silenciosos. Outro fator importante a ser observado é a posição do apartamento no prédio. Aqueles que estão voltados para o fundo do condomínio costumam ser menos suscetíveis ao barulho da via. Cuidado com as unidades próximas da área de lazer porque o movimento pode incomodar. IMÓVEL Para não ser surpreendido com um aumento repentino no condomínio, Felipe Grifoni recomenda prédios com manutenção em dia e taxas razoáveis para a região. Verifique se as torneiras e registros funcionam corretamente e se a caixa d'água está limpa e bem instalada. Cheque também os disjuntores, as tomadas e as instalações de internet e telefone. Manchas de umidade podem ser indício de infiltração. As mais difíceis de resolver são as que vêm do solo e afetam as fundações. DOCUMENTAÇÃO Solicitar a certidão de registro do imóvel no cartório local. Esse documento revela quem são os proprietários oficiais do imóvel e se ele está implicado em algum processo judicial. Peça para o síndico uma declaração de quitação de condomínio. Quando a propriedade tem mais de um dono, é necessário verificar ainda os autos do inventário, para certificar-se que todos os herdeiros estão envolvidos na transação. * LOCALIZAÇÃO -Áreas de risco (inundação ou deslizamento) -Segurança do bairro -Barulho (proximidade com comércio, avenidas, janelas anti-ruído etc) -Orientação: face norte x face sul -Andar alto x andar baixo -Posição em relação a fachada: voltado para a rua x voltado para os fundos -Lei de zoneamento -Potencial de valorização -Aumento de IPTU na região IMÓVEL -Rachaduras, trincas e fissuras -Infiltrações e umidade -Janelas (ventilação e iluminação) -Instalação elétrica (tomadas, fiação, disjuntores etc) -Instalação hidráulica (registros, caixa d'água, torneiras etc) -Fundação e telhado -Paredes estruturais -Qualidade dos acabamentos -Características do condomínio DOCUMENTAÇÃO -Certidão do registro de imóveis (verificação de dívidas) -Certidões de protestos e de distribuição de demandas judiciais, do proprietário e do cônjuge -Certidões da construtora, para imóveis novos -Liberação do Habite-se -Cláusulas de contrato -Declaração de quitação do condomínio -Autos do inventário, para imóveis com mais de um proprietário -Manual do proprietário e memorial descritivo, para imóveis novos
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Dissidente despe Coreia do Norte em livro
"Eu governo por meio da música e da literatura'', dizia Kim Jong-il, líder supremo da Coreia do Norte entre 1994 e 2011. Parece estranho que um ditador violento e paranoico resumisse assim, em palavras doces, seu modo de imperar. Mas a leitura de "Querido Líder", volume de memórias do dissidente fugitivo Jang Jin-sung lançado neste mês no Brasil pelo selo Três Estrelas, do Grupo Folha, mostra que a definição é precisa. Após décadas de uma tirania ruinosa, o regime norte-coreano se sustenta em uma máquina de propagar mentiras: poemas de bajulação, hinos de louvor, histórias fabricadas, slogans para mobilizar as massas miseráveis. Não há nada de concreto a mostrar. Pairando sobre a terra arrasada, resta a linguagem. A Coreia do Norte é o regime mais fechado do mundo. Foi fundada em 1948 por Kim Il-sung, como uma ditadura de esquerda alinhada à URSS (contraponto à Coreia do Sul, então uma ditadura de direita sustentada pelos EUA). Kim Il-sung governou até morrer, em 1991. Foi substituído por um dos filhos, o "Querido Líder", Kim Jong-il -para alguns, um maluco de nível Michael Jackson que viu o poder absoluto cair-lhe no colo; para outros, como o autor do livro, um estrategista impiedoso, que manobrou nas entranhas do partido único para usurpar o poder do próprio pai. Apesar de manter um instituto de pesquisas dedicado a cuidar de sua longevidade, Kim Jong-il morreu relativamente jovem, aos 70 anos, em 2011. Também foi sucedido por um filho, Kim Jong-un, o atual ditador. O autor de "Querido Líder" foi um dos poetas oficiais de Kim Jong-il. Muito jovem, Jang Jin-sung tinha publicado versos de devoção ao regime que chamaram a atenção do "Querido Líder". Foi convocado à presença do próprio, em um evento bizarro descrito com primor no primeiro capítulo. Enquanto acariciava seu cãozinho maltês, Kim Jong-il perguntou: "Menino, foi você mesmo que escreveu esse poema? Nem pense em mentir, senão eu mando te fuzilar." 'Os Admitidos' Depois disso, Jang Jin-sung passou a fazer parte de um grupo muito restrito, "Os Admitidos", com regalias impensáveis a norte-coreanos comuns. Numa época em que uma epidemia de fome devastava o país, Jang Jin-sung não sabia o que fazer com tanta comida que lhe mandavam (boa parte eram produtos importados, doados por organizações estrangeiras à população e desviados para os quadros do partido). Ganhou um posto em um órgão de contraespionagem de nome tenebroso: Seção 5 (literatura), Divisão 19 (poesia) do Escritório 101 do Departamento da Frente Unida. Seu grupo atuava conforme mais um slogan de Kim Jong-il: "Vivam em Seul, mesmo morando em Pyongyang". Tinham de mergulhar na cultura sul-coreana, e produzir peças de louvor a Kim Jong-il como se fossem escritas por gente da Coreia do Sul. Como se o ditador fosse admirado na vizinha capitalista. Para isso, recebiam livros, revistas e jornais sul-coreanos, proibidos à população. Jang descobriu, assim, que a Coreia do Sul vinha se tornando muito mais livre e infinitamente mais próspera que a Coreia do Norte. Entendeu que os ditadores norte-coreanos não eram deuses infalíveis -como dizia a propaganda que ele próprio criava. Um dia, em 2004, tirou do escritório uma dessas publicações banidas e emprestou a um amigo. O colega a esqueceu em um trem. Ambos seriam acusados de alta traição. Decidiram fugir do país. A narrativa de "Querido Líder" tem duas frentes. Trata das lembranças e reflexões de Jang Jin-sung, o propagandista arrependido de um dos regimes mais brutais da história contemporânea. E conta também a fantástica jornada, dele e do amigo, para escapar pela fronteira chinesa, e depois tentar asilo na embaixada sul-coreana em Pequim. É tudo verdade? Impossível saber. Não há com o que comparar os relatos de Jang Jin-sung. Nunca alguém tão entranhado no regime tinha conseguido fugir, e tornado públicas suas memórias. Pyongyang o detesta. Em comunicado oficial em 2013, o governo disse que pretendia "exterminá-lo do universo". O próprio nome do autor não é verdadeiro, por questões de segurança. Vive na Coreia do Sul, sob proteção policial. Sente-se muito mais livre do que sob a ditadura dinástica dos Kim. Querido Líder QUANTO: R$ 69,90 (400 PÁGS.) AUTOR: JANG JIN-SUNG EDITORA: TRÊS ESTRELAS
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Dissidente despe Coreia do Norte em livro"Eu governo por meio da música e da literatura'', dizia Kim Jong-il, líder supremo da Coreia do Norte entre 1994 e 2011. Parece estranho que um ditador violento e paranoico resumisse assim, em palavras doces, seu modo de imperar. Mas a leitura de "Querido Líder", volume de memórias do dissidente fugitivo Jang Jin-sung lançado neste mês no Brasil pelo selo Três Estrelas, do Grupo Folha, mostra que a definição é precisa. Após décadas de uma tirania ruinosa, o regime norte-coreano se sustenta em uma máquina de propagar mentiras: poemas de bajulação, hinos de louvor, histórias fabricadas, slogans para mobilizar as massas miseráveis. Não há nada de concreto a mostrar. Pairando sobre a terra arrasada, resta a linguagem. A Coreia do Norte é o regime mais fechado do mundo. Foi fundada em 1948 por Kim Il-sung, como uma ditadura de esquerda alinhada à URSS (contraponto à Coreia do Sul, então uma ditadura de direita sustentada pelos EUA). Kim Il-sung governou até morrer, em 1991. Foi substituído por um dos filhos, o "Querido Líder", Kim Jong-il -para alguns, um maluco de nível Michael Jackson que viu o poder absoluto cair-lhe no colo; para outros, como o autor do livro, um estrategista impiedoso, que manobrou nas entranhas do partido único para usurpar o poder do próprio pai. Apesar de manter um instituto de pesquisas dedicado a cuidar de sua longevidade, Kim Jong-il morreu relativamente jovem, aos 70 anos, em 2011. Também foi sucedido por um filho, Kim Jong-un, o atual ditador. O autor de "Querido Líder" foi um dos poetas oficiais de Kim Jong-il. Muito jovem, Jang Jin-sung tinha publicado versos de devoção ao regime que chamaram a atenção do "Querido Líder". Foi convocado à presença do próprio, em um evento bizarro descrito com primor no primeiro capítulo. Enquanto acariciava seu cãozinho maltês, Kim Jong-il perguntou: "Menino, foi você mesmo que escreveu esse poema? Nem pense em mentir, senão eu mando te fuzilar." 'Os Admitidos' Depois disso, Jang Jin-sung passou a fazer parte de um grupo muito restrito, "Os Admitidos", com regalias impensáveis a norte-coreanos comuns. Numa época em que uma epidemia de fome devastava o país, Jang Jin-sung não sabia o que fazer com tanta comida que lhe mandavam (boa parte eram produtos importados, doados por organizações estrangeiras à população e desviados para os quadros do partido). Ganhou um posto em um órgão de contraespionagem de nome tenebroso: Seção 5 (literatura), Divisão 19 (poesia) do Escritório 101 do Departamento da Frente Unida. Seu grupo atuava conforme mais um slogan de Kim Jong-il: "Vivam em Seul, mesmo morando em Pyongyang". Tinham de mergulhar na cultura sul-coreana, e produzir peças de louvor a Kim Jong-il como se fossem escritas por gente da Coreia do Sul. Como se o ditador fosse admirado na vizinha capitalista. Para isso, recebiam livros, revistas e jornais sul-coreanos, proibidos à população. Jang descobriu, assim, que a Coreia do Sul vinha se tornando muito mais livre e infinitamente mais próspera que a Coreia do Norte. Entendeu que os ditadores norte-coreanos não eram deuses infalíveis -como dizia a propaganda que ele próprio criava. Um dia, em 2004, tirou do escritório uma dessas publicações banidas e emprestou a um amigo. O colega a esqueceu em um trem. Ambos seriam acusados de alta traição. Decidiram fugir do país. A narrativa de "Querido Líder" tem duas frentes. Trata das lembranças e reflexões de Jang Jin-sung, o propagandista arrependido de um dos regimes mais brutais da história contemporânea. E conta também a fantástica jornada, dele e do amigo, para escapar pela fronteira chinesa, e depois tentar asilo na embaixada sul-coreana em Pequim. É tudo verdade? Impossível saber. Não há com o que comparar os relatos de Jang Jin-sung. Nunca alguém tão entranhado no regime tinha conseguido fugir, e tornado públicas suas memórias. Pyongyang o detesta. Em comunicado oficial em 2013, o governo disse que pretendia "exterminá-lo do universo". O próprio nome do autor não é verdadeiro, por questões de segurança. Vive na Coreia do Sul, sob proteção policial. Sente-se muito mais livre do que sob a ditadura dinástica dos Kim. Querido Líder QUANTO: R$ 69,90 (400 PÁGS.) AUTOR: JANG JIN-SUNG EDITORA: TRÊS ESTRELAS
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Com sofá, tapete e cama, morador de rua monta 'casa' sob o Minhocão
Em uma das colunas grafitadas do Minhocão, dois quadros compõem, ao lado de uma lousa onde se lê "Deus é Fiel", uma espécie de sala de estar. O morador de rua Wlademir Delvechio, 33, gosta "das coisas arrumadas". Tem mesinha com planta, tapete no chão. "Isso fortalece, é bom ter tudo limpo quando chego pra dormir", diz ele, mesmo sem se iludir. "Sei bem que isso não é minha casa, casa, não é nada fácil acordar na rua. Você fica com medo até de você". Há três meses, Delvechio alojou-se sob o Elevado Presidente João Goulart, perto do metrô Marechal Deodoro. Morador de rua improvisa casa no Minhocão Um sofá fica de frente a dois armários, onde estão organizados os objetos pessoais. Roupas, pasta de dente, espelho, e, entre outras coisas, um boneco rosa da Peppa Pig, sucesso entre as crianças. Uma cama com lençol colorido fecha o ambiente. A maioria das coisas foi recolhida pelas ruas, no lixo. Os vizinhos também ajudam. "O cara da padaria me deu barbeador, até gel para a barba. Eu sempre me cuido", diz, com gel nos cabelos. No colchão na calçada, gosta de ler gibis. "Você olha pra sociedade e só vê maldade, aí vou pro gibi e a gente volta a ser criança." Essa morada atual simboliza uma luta pessoal de Delvechio contra o crack. Nascido em Osasco, o vício começou quando ainda era jovem, na cidade de Ilha Comprida (litoral sul paulista), onde cresceu com a família. Já trabalhou como carpinteiro, pedreiro e teve até um lava rápido, diz ele. Conta que recebeu uma pedra de crack de um traficante e aprendeu a fumar ao ver uma reportagem na TV sobre a droga. Foi internado mais de uma vez e também chegou a ser preso por furto, aos 19. Após chegar na capital para tentar um trabalho de pintor, há três anos, acabou na rua atrás da pedra. Vivia pela cracolândia até "fugir" para debaixo do Minhocão. SOLIDÃO Até as 17h de sexta-feira (21), estava longe do crack havia duas ou três semanas. Não sabe bem ao certo o tempo de abstinência. "A droga é maldade", diz. "Mas eu tenho minhas recaídas, estou sozinho e a solidão não é fácil. É muito louca a caminhada." Já procurou o programa Braços Abertos, criado pela gestão Fernando Haddad (PT), mas diz não ter conseguido vaga. Afirma duvidar da promessa da gestão atual, do prefeito João Doria (PSDB), de tirar as pessoas da rua. "O que eu mais quero é sair da rua. Quem não quer ter um lugar pra acordar, escovar os dentes e ir pro trabalho?", indaga. Tatuagens no braço e nas costas lembram os dois filhos, de 8 e 16 anos. Nunca mais os viu. "A gente cai na droga, como vai ter sua família?", diz, emocionado. "Só queria que eles soubessem que, apesar de tudo, eu sobrevivi".
cotidiano
Com sofá, tapete e cama, morador de rua monta 'casa' sob o MinhocãoEm uma das colunas grafitadas do Minhocão, dois quadros compõem, ao lado de uma lousa onde se lê "Deus é Fiel", uma espécie de sala de estar. O morador de rua Wlademir Delvechio, 33, gosta "das coisas arrumadas". Tem mesinha com planta, tapete no chão. "Isso fortalece, é bom ter tudo limpo quando chego pra dormir", diz ele, mesmo sem se iludir. "Sei bem que isso não é minha casa, casa, não é nada fácil acordar na rua. Você fica com medo até de você". Há três meses, Delvechio alojou-se sob o Elevado Presidente João Goulart, perto do metrô Marechal Deodoro. Morador de rua improvisa casa no Minhocão Um sofá fica de frente a dois armários, onde estão organizados os objetos pessoais. Roupas, pasta de dente, espelho, e, entre outras coisas, um boneco rosa da Peppa Pig, sucesso entre as crianças. Uma cama com lençol colorido fecha o ambiente. A maioria das coisas foi recolhida pelas ruas, no lixo. Os vizinhos também ajudam. "O cara da padaria me deu barbeador, até gel para a barba. Eu sempre me cuido", diz, com gel nos cabelos. No colchão na calçada, gosta de ler gibis. "Você olha pra sociedade e só vê maldade, aí vou pro gibi e a gente volta a ser criança." Essa morada atual simboliza uma luta pessoal de Delvechio contra o crack. Nascido em Osasco, o vício começou quando ainda era jovem, na cidade de Ilha Comprida (litoral sul paulista), onde cresceu com a família. Já trabalhou como carpinteiro, pedreiro e teve até um lava rápido, diz ele. Conta que recebeu uma pedra de crack de um traficante e aprendeu a fumar ao ver uma reportagem na TV sobre a droga. Foi internado mais de uma vez e também chegou a ser preso por furto, aos 19. Após chegar na capital para tentar um trabalho de pintor, há três anos, acabou na rua atrás da pedra. Vivia pela cracolândia até "fugir" para debaixo do Minhocão. SOLIDÃO Até as 17h de sexta-feira (21), estava longe do crack havia duas ou três semanas. Não sabe bem ao certo o tempo de abstinência. "A droga é maldade", diz. "Mas eu tenho minhas recaídas, estou sozinho e a solidão não é fácil. É muito louca a caminhada." Já procurou o programa Braços Abertos, criado pela gestão Fernando Haddad (PT), mas diz não ter conseguido vaga. Afirma duvidar da promessa da gestão atual, do prefeito João Doria (PSDB), de tirar as pessoas da rua. "O que eu mais quero é sair da rua. Quem não quer ter um lugar pra acordar, escovar os dentes e ir pro trabalho?", indaga. Tatuagens no braço e nas costas lembram os dois filhos, de 8 e 16 anos. Nunca mais os viu. "A gente cai na droga, como vai ter sua família?", diz, emocionado. "Só queria que eles soubessem que, apesar de tudo, eu sobrevivi".
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Cony expressou o sentido de uma série de cidadãos brasileiros, escreve leitor
Apesar do final indelicado na coluna "O felix culpa" ("Opinião", 27/3), de Carlos Heitor Cony, sobre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula, a frase ("Desejo que ambos [Dilma e Lula] se f...") refletiu o sentimento de milhares de brasileiros. Parabéns a Cony por me dar voz nesta Folha. MARCO ANTÔNIO LORENZZO BARSOTTI (Santos, SP) * Aos 90, Cony, ao encerrar sua bela crônica, desnuda a hipocrisia de alguns leitores. Convive-se pacificamente com a chula verborragia de Lula e com a corrupção de Dilma, mas enfiar o dedo na corrupção... isso é muito feio. JORGE SIMÃO (Rio de Janeiro, RJ) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Cony expressou o sentido de uma série de cidadãos brasileiros, escreve leitorApesar do final indelicado na coluna "O felix culpa" ("Opinião", 27/3), de Carlos Heitor Cony, sobre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula, a frase ("Desejo que ambos [Dilma e Lula] se f...") refletiu o sentimento de milhares de brasileiros. Parabéns a Cony por me dar voz nesta Folha. MARCO ANTÔNIO LORENZZO BARSOTTI (Santos, SP) * Aos 90, Cony, ao encerrar sua bela crônica, desnuda a hipocrisia de alguns leitores. Convive-se pacificamente com a chula verborragia de Lula e com a corrupção de Dilma, mas enfiar o dedo na corrupção... isso é muito feio. JORGE SIMÃO (Rio de Janeiro, RJ) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Além de mafiosos, Brasil já extraditou de traficante a cantora mexicana
A prisão de um dos mafiosos mais procurados da Itália no Recife (PE) recola a questão da extradição como um dos principais assuntos da semana. A eventual extradição de Pasquele Scotti, 56, para a Itália passa a ser negociada entre o Ministério da Justiça, o Itamaraty e o governo da Itália. A decisão cabe ao STF (Supremo Tribunal Federal). No ano passado o Supremo recebeu 32 pedidos de extradição e julgou 45 –inclui pedidos de anos anteriores. De janeiro a maio deste ano, foram distribuídas aos ministros da corte 7 ações de extradição e 23 já foram concluídas. Ao julgar favorável, o governo brasileiro entrega ao país solicitante o fugitivo, que será processado e julgado em seu país de origem de acordo com crime que tenha cometido. A concessão de extradição baseia-se em convenções internacionais, por meio das quais os países acordam extraditar pessoas em condições equivalentes. Em regra, é concedida a extradição de cidadão do país requisitante, salvo em casos de crime político. Brasileiros natos não podem ser extraditados. Em 1972, o ex-chefe da máfia siciliana Tommaso Buscetta (Don Masino) foi extraditado para a Itália, onde ficou por oito anos. Durante esse período, ele fez um acordo com o juiz Giovanni Falcone e expôs boa parte das ações da máfia. Deixou a prisão e voltou para o Brasil em 1981, quando mais de 20 de seus parentes foram mortos na guerra com clã Corleonese. Dois anos depois, a polícia o prendeu novamente e Buscetta foi extraditado para a Itália. Buscetta era chefe da família Porta Nuova, de Palermo (capital da Sicília), que integrava a Cosa Nostra. O clã foi dizimado em guerra dentro da organização pelo controle do crime organizado nos anos 1970 e 1980. Para escapar da morte, o mafioso fugiu para o Brasil em 1970. Em 1992 a máfia dinamitou o carro do juiz Falcone, matando-o. Buscetta começou uma nova rodada de colaboração e nela entregou as conexões da máfia com políticos, inclusive o ex-primeiro ministro Giulio Andreotti. Graças a essa nova fase detonou o coração da máfia com o poder. Em 1985, Buscetta foi mandado para os EUA, onde morou até morrer de câncer em 2000, aos 71 anos, sob proteção do FBI. - A cantora mexicana Gloria Trevi era símbolo da música pop mexicana, mas caiu em desgraça em 1999, quando os pais da dançarina Karina Yapor a acusaram de abuso sexual contra adolescentes que atuavam em seu grupo musical. Trevi foi presa no Rio de Janeiro, no dia 13 de janeiro de 2000, e extraditada para o México em 21 de dezembro de 2002, após um longo processo. A cantora ficou grávida em 2001, quando estava detida na carceragem da Polícia Federal em Brasília. A gravidez de Gloria Trevi, que não estava autorizada a receber visitas conjugais na prisão em Brasília, deu origem a um escândalo que envolveu algumas autoridades, já que a cantora manteve silêncio sobre o pai da criança. A Polícia Federal determinou então a realização de mais de 70 testes com amostras de sangue de carcereiros, presos, ex-detentos e delegados da PF, que revelaram finalmente que o pai da criança era o empresário da cantora, Sergio Andrade. Em 2004, a cantora foi absolvida dos crimes de rapto e corrupção de menores. Ela conseguiu reconstruir sua carreira e se tornou uma estrela internacional. - Franz Paul Stangl era servidor da Polícia Judiciária alemã e integrante do Partido Nazista. Stangl constava da lista internacional de criminosos de guerra e vivia há pelo menos 15 anos em São Paulo. Ele foi preso em fevereiro de 1967. Stangl era acusado pelo extermínio de milhares de pessoas em campos de concentração da Áustria (Hartheim) e da Polônia (Sobibór e Treblinka) durante a Segunda Guerra Mundial. O pedido de Extradição foi feito concomitantemente pela Polônia, Alemanha e Áustria. Primeiro, Stangl foi para Alemanha Ocidental. Três anos depois, Stangl foi julgado e condenado à prisão perpétua pela morte de 900 mil judeus campo de extermínio em Treblinka, na Polônia. Stangl morreu em junho de 1971, vítima de um ataque cardíaco na prisão em Düsseldorf, na Alemanha. - Conhecido na Alemanha como o estripador de Havel, o médico alemão Gerd Wenzinger era acusado pelo assassinato de dezenas de prostitutas na cidade de Stuttgart, onde tinha um consultório, e de ter esquartejado a prostituta polonesa Dana Frankze, 20. Em 1997, o STF deferiu sua extradição para cumprir a pena de prisão perpétua em seu país. Contudo, Wenzinger foi encontrado morto no Presídio de Salvador (BA) quatro dias após a decisão. Na Bahia, Wenzinger respondia a processo por estupro, tráfico de drogas, abuso contra menores e atentado violento ao pudor. - O megatraficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía foi preso no dia 7 de agosto de 2007 em um condomínio de luxo em Aldeia da Serra, na Grande São Paulo, em uma operação da Polícia Federal. Ele é apontado pelo DEA (Drug Enforcement Administration, a agência antidrogas norte-americana) como um dos maiores traficantes do mundo e um dos líderes do cartel do Norte do Vale, na Colômbia. Nos Estados Unidos, Abadía é processado por tráfico internacional de drogas. A Justiça americana acusa Abadía de traficar drogas no Colorado e em um dos distritos de Nova York e, como líder do cartel, teria enviado mil toneladas de cocaína para aquele país. Ele ainda é acusado de ordenar 315 assassinatos –300 na Colômbia e 15 nos EUA. Na época da prisão, o governo americano oferecia recompensa de US$ 5 milhões (R$ 9 milhões) pela captura do traficante colombiano. Abadía passou por várias cirurgias no rosto. Em 2008, ele foi extraditado para os Estados Unidos. - Ex-traficante de drogas estadunidense, Jesse James Hollywood foi indiciado pelo sequestro e assassinato de Nicholas Markowitz em 2000. Jesse atuou como um treinador que "dava as ordens" e comandou a execução. Outras quatro pessoas já foram julgadas pelo crime e uma delas foi condenada à morte. Após o assassinato, Jesse conseguiu fugir para o Brasil onde viveu ilegalmente durante alguns anos até que foi finalmente capturado em 2005. Em julho de 2009, Jesse James Hollywood foi condenado a pena de prisão perpétua. A história de Jesse James Hollywood acabou fazendo honra a seu nome e deu origem ao filme "Alpha Dog" dirigido por Nick Cassavetes e que relata como Jesse se tornou a pessoa mais jovem a aparecer na lista dos mais procurados do FBI.
asmais
Além de mafiosos, Brasil já extraditou de traficante a cantora mexicanaA prisão de um dos mafiosos mais procurados da Itália no Recife (PE) recola a questão da extradição como um dos principais assuntos da semana. A eventual extradição de Pasquele Scotti, 56, para a Itália passa a ser negociada entre o Ministério da Justiça, o Itamaraty e o governo da Itália. A decisão cabe ao STF (Supremo Tribunal Federal). No ano passado o Supremo recebeu 32 pedidos de extradição e julgou 45 –inclui pedidos de anos anteriores. De janeiro a maio deste ano, foram distribuídas aos ministros da corte 7 ações de extradição e 23 já foram concluídas. Ao julgar favorável, o governo brasileiro entrega ao país solicitante o fugitivo, que será processado e julgado em seu país de origem de acordo com crime que tenha cometido. A concessão de extradição baseia-se em convenções internacionais, por meio das quais os países acordam extraditar pessoas em condições equivalentes. Em regra, é concedida a extradição de cidadão do país requisitante, salvo em casos de crime político. Brasileiros natos não podem ser extraditados. Em 1972, o ex-chefe da máfia siciliana Tommaso Buscetta (Don Masino) foi extraditado para a Itália, onde ficou por oito anos. Durante esse período, ele fez um acordo com o juiz Giovanni Falcone e expôs boa parte das ações da máfia. Deixou a prisão e voltou para o Brasil em 1981, quando mais de 20 de seus parentes foram mortos na guerra com clã Corleonese. Dois anos depois, a polícia o prendeu novamente e Buscetta foi extraditado para a Itália. Buscetta era chefe da família Porta Nuova, de Palermo (capital da Sicília), que integrava a Cosa Nostra. O clã foi dizimado em guerra dentro da organização pelo controle do crime organizado nos anos 1970 e 1980. Para escapar da morte, o mafioso fugiu para o Brasil em 1970. Em 1992 a máfia dinamitou o carro do juiz Falcone, matando-o. Buscetta começou uma nova rodada de colaboração e nela entregou as conexões da máfia com políticos, inclusive o ex-primeiro ministro Giulio Andreotti. Graças a essa nova fase detonou o coração da máfia com o poder. Em 1985, Buscetta foi mandado para os EUA, onde morou até morrer de câncer em 2000, aos 71 anos, sob proteção do FBI. - A cantora mexicana Gloria Trevi era símbolo da música pop mexicana, mas caiu em desgraça em 1999, quando os pais da dançarina Karina Yapor a acusaram de abuso sexual contra adolescentes que atuavam em seu grupo musical. Trevi foi presa no Rio de Janeiro, no dia 13 de janeiro de 2000, e extraditada para o México em 21 de dezembro de 2002, após um longo processo. A cantora ficou grávida em 2001, quando estava detida na carceragem da Polícia Federal em Brasília. A gravidez de Gloria Trevi, que não estava autorizada a receber visitas conjugais na prisão em Brasília, deu origem a um escândalo que envolveu algumas autoridades, já que a cantora manteve silêncio sobre o pai da criança. A Polícia Federal determinou então a realização de mais de 70 testes com amostras de sangue de carcereiros, presos, ex-detentos e delegados da PF, que revelaram finalmente que o pai da criança era o empresário da cantora, Sergio Andrade. Em 2004, a cantora foi absolvida dos crimes de rapto e corrupção de menores. Ela conseguiu reconstruir sua carreira e se tornou uma estrela internacional. - Franz Paul Stangl era servidor da Polícia Judiciária alemã e integrante do Partido Nazista. Stangl constava da lista internacional de criminosos de guerra e vivia há pelo menos 15 anos em São Paulo. Ele foi preso em fevereiro de 1967. Stangl era acusado pelo extermínio de milhares de pessoas em campos de concentração da Áustria (Hartheim) e da Polônia (Sobibór e Treblinka) durante a Segunda Guerra Mundial. O pedido de Extradição foi feito concomitantemente pela Polônia, Alemanha e Áustria. Primeiro, Stangl foi para Alemanha Ocidental. Três anos depois, Stangl foi julgado e condenado à prisão perpétua pela morte de 900 mil judeus campo de extermínio em Treblinka, na Polônia. Stangl morreu em junho de 1971, vítima de um ataque cardíaco na prisão em Düsseldorf, na Alemanha. - Conhecido na Alemanha como o estripador de Havel, o médico alemão Gerd Wenzinger era acusado pelo assassinato de dezenas de prostitutas na cidade de Stuttgart, onde tinha um consultório, e de ter esquartejado a prostituta polonesa Dana Frankze, 20. Em 1997, o STF deferiu sua extradição para cumprir a pena de prisão perpétua em seu país. Contudo, Wenzinger foi encontrado morto no Presídio de Salvador (BA) quatro dias após a decisão. Na Bahia, Wenzinger respondia a processo por estupro, tráfico de drogas, abuso contra menores e atentado violento ao pudor. - O megatraficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía foi preso no dia 7 de agosto de 2007 em um condomínio de luxo em Aldeia da Serra, na Grande São Paulo, em uma operação da Polícia Federal. Ele é apontado pelo DEA (Drug Enforcement Administration, a agência antidrogas norte-americana) como um dos maiores traficantes do mundo e um dos líderes do cartel do Norte do Vale, na Colômbia. Nos Estados Unidos, Abadía é processado por tráfico internacional de drogas. A Justiça americana acusa Abadía de traficar drogas no Colorado e em um dos distritos de Nova York e, como líder do cartel, teria enviado mil toneladas de cocaína para aquele país. Ele ainda é acusado de ordenar 315 assassinatos –300 na Colômbia e 15 nos EUA. Na época da prisão, o governo americano oferecia recompensa de US$ 5 milhões (R$ 9 milhões) pela captura do traficante colombiano. Abadía passou por várias cirurgias no rosto. Em 2008, ele foi extraditado para os Estados Unidos. - Ex-traficante de drogas estadunidense, Jesse James Hollywood foi indiciado pelo sequestro e assassinato de Nicholas Markowitz em 2000. Jesse atuou como um treinador que "dava as ordens" e comandou a execução. Outras quatro pessoas já foram julgadas pelo crime e uma delas foi condenada à morte. Após o assassinato, Jesse conseguiu fugir para o Brasil onde viveu ilegalmente durante alguns anos até que foi finalmente capturado em 2005. Em julho de 2009, Jesse James Hollywood foi condenado a pena de prisão perpétua. A história de Jesse James Hollywood acabou fazendo honra a seu nome e deu origem ao filme "Alpha Dog" dirigido por Nick Cassavetes e que relata como Jesse se tornou a pessoa mais jovem a aparecer na lista dos mais procurados do FBI.
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'Ela, não ele': robô no Twitter corrige usuários sobre gênero de Caitlyn Jenner
Perfil automático @she_not_he usa um algoritmo que corrige usuários que optarem (em inglês) pelo pronome masculino em tuítes sobre Jenner "Eu sou um robô que educadamente corrige usuários do Twitter que erram o gênero de Caitlyn Jenner em seus tuítes. Eu posso cometer erros lendo seu tuíte! Sou só humano (só que não)." Assim se apresenta o perfil @she_not_he ("ela, não ele"), que até o fechamento desta reportagem já havia corrigido 1311 tuítes que se referiram a Janner pelo gênero masculino - e o número não para de crescer. Além de estampar a capa da revista Vanity Fair com a frase "Me chame de Caitlyn Jenner", a transgênera norte-americana lançou novas contas nas redes sociais com a identidade atual nesta segunda-feira. A exemplo da enteada Kim Kardashian, com quem divide holofotes em um reality show na TV americana, a nova Jenner também "quebrou a internet": alcançou um milhão de seguidores no Twitter em quatro horas, quebrando um recorde que até então era de Barack Obama. "Quando Bruce Jenner revelou que ele agora é Caitlyn", diz o tweet original, respondido em seguida: "Beepbopbeep! É ela, não ele". Desde então, o perfil automático @shenothe usa um algoritmo que corrige usuários que optarem (em inglês) pelo pronome masculino em tuítes sobre Jenner. Seus alvos vão desde pessoas que cometem erros genuínos a usuários que têm feito piadas maliciosas. Sempre que identifica a palavra "ele" associada a Caitlyn, o robô responde ao usuário com uma piadinha seguida do bordão: "É ela, não ele". A BBC Brasil procurou seu nome no mais tradicional site sobre origens de nomes do mundo e, sim, Cailtyn é um nome feminino. Kardashians Em abril, Jenner tornou sua transexualidade pública. Nos últimos anos, sua persona masculina - Bruce Jenner - ficou famosa pela participação no reality show estrelado por suas filhas adotivas, Keeping Up with the Kardashians. "Estou tão feliz depois dessa longa jornada para viver quem eu realmente sou. Bem-vinda ao mundo, Caitlyn" foi seu primeiro tuíte. "Bruce Jenner merece compaixão, não incentivo. Ele está confuso, não corajoso. Ele precisa de nossas orações, não nosso louvor" - tweet também foi respondido "É ela, não ele". A foto da capa da revista Vanity Fair, tirada pela consagrada fotógrafa Annie Leibovitz, é parte de um especial em que Jenner fala sobre sua transição de gênero e sobre como foi a reação de sua família. Em um longa entrevista, ela descreve o "carrossel de emoções" que vem vivendo desde que decidiu mudar de sexo. "Se estivesse em meu leito de morte e tivesse de manter esse segredo, estaria pensando: você desperdiçou toda a sua vida", disse. Ainda com a identidade emasculina, Jenner foi casada com Kris Kardashian e participou do reality que tornou a família famosa. Kim Kardashian e outros familiares, assim como os filhos de Jenner, já haviam demonstrado apoio a Jenner em suas redes sociais. "Seja feliz, fique orgulhoso, viva a vida do SEU jeito", tuitou Kim. Jenner foi um campeão olímpico de atletismo nos anos 70, ganhando uma medalha de ouro na Olimpíada de Montreal (1976) no decatlon. Foto da capa da nova edição da revista Vanity Fair, tirada pela consagrada fotógrafa Annie Leibovitz BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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'Ela, não ele': robô no Twitter corrige usuários sobre gênero de Caitlyn JennerPerfil automático @she_not_he usa um algoritmo que corrige usuários que optarem (em inglês) pelo pronome masculino em tuítes sobre Jenner "Eu sou um robô que educadamente corrige usuários do Twitter que erram o gênero de Caitlyn Jenner em seus tuítes. Eu posso cometer erros lendo seu tuíte! Sou só humano (só que não)." Assim se apresenta o perfil @she_not_he ("ela, não ele"), que até o fechamento desta reportagem já havia corrigido 1311 tuítes que se referiram a Janner pelo gênero masculino - e o número não para de crescer. Além de estampar a capa da revista Vanity Fair com a frase "Me chame de Caitlyn Jenner", a transgênera norte-americana lançou novas contas nas redes sociais com a identidade atual nesta segunda-feira. A exemplo da enteada Kim Kardashian, com quem divide holofotes em um reality show na TV americana, a nova Jenner também "quebrou a internet": alcançou um milhão de seguidores no Twitter em quatro horas, quebrando um recorde que até então era de Barack Obama. "Quando Bruce Jenner revelou que ele agora é Caitlyn", diz o tweet original, respondido em seguida: "Beepbopbeep! É ela, não ele". Desde então, o perfil automático @shenothe usa um algoritmo que corrige usuários que optarem (em inglês) pelo pronome masculino em tuítes sobre Jenner. Seus alvos vão desde pessoas que cometem erros genuínos a usuários que têm feito piadas maliciosas. Sempre que identifica a palavra "ele" associada a Caitlyn, o robô responde ao usuário com uma piadinha seguida do bordão: "É ela, não ele". A BBC Brasil procurou seu nome no mais tradicional site sobre origens de nomes do mundo e, sim, Cailtyn é um nome feminino. Kardashians Em abril, Jenner tornou sua transexualidade pública. Nos últimos anos, sua persona masculina - Bruce Jenner - ficou famosa pela participação no reality show estrelado por suas filhas adotivas, Keeping Up with the Kardashians. "Estou tão feliz depois dessa longa jornada para viver quem eu realmente sou. Bem-vinda ao mundo, Caitlyn" foi seu primeiro tuíte. "Bruce Jenner merece compaixão, não incentivo. Ele está confuso, não corajoso. Ele precisa de nossas orações, não nosso louvor" - tweet também foi respondido "É ela, não ele". A foto da capa da revista Vanity Fair, tirada pela consagrada fotógrafa Annie Leibovitz, é parte de um especial em que Jenner fala sobre sua transição de gênero e sobre como foi a reação de sua família. Em um longa entrevista, ela descreve o "carrossel de emoções" que vem vivendo desde que decidiu mudar de sexo. "Se estivesse em meu leito de morte e tivesse de manter esse segredo, estaria pensando: você desperdiçou toda a sua vida", disse. Ainda com a identidade emasculina, Jenner foi casada com Kris Kardashian e participou do reality que tornou a família famosa. Kim Kardashian e outros familiares, assim como os filhos de Jenner, já haviam demonstrado apoio a Jenner em suas redes sociais. "Seja feliz, fique orgulhoso, viva a vida do SEU jeito", tuitou Kim. Jenner foi um campeão olímpico de atletismo nos anos 70, ganhando uma medalha de ouro na Olimpíada de Montreal (1976) no decatlon. Foto da capa da nova edição da revista Vanity Fair, tirada pela consagrada fotógrafa Annie Leibovitz BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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Os 20 mil números de telefone que só existem na ficção
Produções usam sequências fictícias para evitar problemas na vida real; no Brasil, mulher recebeu indenização por ter celular divulgado em novela A cena é clássica em novelas ou filmes: (quase sempre) imitando a vida real, uma personagem pega o telefone para falar com outra. O problema ocorre quando a sequência digitada (ou, pior, até às vezes sonoramente pronunciada) não é imaginária. À primeira vista, a situação pode parecer improvável, mas milhares de pessoas? com bastante tempo livre de sobra, ressalta-se? tentam ligar para números que veem em novelas, filmes ou seriados. Em 2010, o STJ (Supremo Tribunal de Justiça) condenou a TV Globo a pagar uma indenização de R$ 19 mil a uma mulher que teve o número de celular divulgado em uma novela da emissora. O caso havia ocorrido em 2003. No processo, a dona do aparelho conta que passou a receber chamadas de pessoas "a qualquer hora do dia e da noite" para saber se o número realmente existia e se era o da atriz que interpretava a personagem. Para evitar aborrecimentos desse tipo, vários países implantaram "medidas" em seus sistemas de comunicação. Estados Unidos e Reino Unido, por exemplo, são dois que mantêm milhares de número telefônicos fora do alcance dos usuários: seu uso está reservado exclusivamente para a ficção. Números famosos Em 1982, a canção 867-5309/Jenny, interpretada pela banda de pop rock Tommy Tutone, causou furor. E muitos descobriram que efetivamente o número funcionava em diferentes regiões dos Estados Unidos. A piada na ocasião era sempre a mesma: o usuário digitava a sequência e pedia para falar com Jenny. No Reino Unido, qualquer fã da série Doctor Whosabe de cor o número direto do doutor: 07700900461. A sequência foi mencionada pela primeira vez em um episódio veiculado em 2008. Mas quem quiser "falar" com o personagem, não terá êxito. "O número que você ligou não existe", diz uma mensagem automática. Como essa combinação, existem mais de 20 mil que a autoridade reguladora das comunicações do Reino Unido, a Ofcom (a Anatel britânica), mantém fora de uso. Uso exclusivo Em 2000, quando os números de telefone no Reino Unido foram reorganizados, a Ofcom deixou 20 mil sequências reservadas para o uso no cinema, rádio e televisão. Entre eles há milhares que pertencem a regiões geográficas como Londres, Bristol ou Irlanda do Norte, enquanto outros são números de celular. Há também aqueles que parecem números de chamadas a cobrar. "Trata-se de dar maior realismo às produções", diz Joe Smithies, porta-voz da Ofcom, à BBC. "A ideia é apresentar um número que a audiência pode reconhecer como relevante no contexto histórico. Pode ser um número para uma área local específica, por exemplo, 020 para a série Eastenders, baseada em um bairro do leste de Londres, ou 07 para um número de celular", explica Smithies. Também há milhares de números reservados que começam com a sequência 01632, pensados para séries ou filmes que não querem se associar a uma zona geográfica específica. Nos Estados Unidos, por exemplo, normalmente produções cinematográficas usam a combinação tradicional 555 para retratar números de telefone. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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Os 20 mil números de telefone que só existem na ficçãoProduções usam sequências fictícias para evitar problemas na vida real; no Brasil, mulher recebeu indenização por ter celular divulgado em novela A cena é clássica em novelas ou filmes: (quase sempre) imitando a vida real, uma personagem pega o telefone para falar com outra. O problema ocorre quando a sequência digitada (ou, pior, até às vezes sonoramente pronunciada) não é imaginária. À primeira vista, a situação pode parecer improvável, mas milhares de pessoas? com bastante tempo livre de sobra, ressalta-se? tentam ligar para números que veem em novelas, filmes ou seriados. Em 2010, o STJ (Supremo Tribunal de Justiça) condenou a TV Globo a pagar uma indenização de R$ 19 mil a uma mulher que teve o número de celular divulgado em uma novela da emissora. O caso havia ocorrido em 2003. No processo, a dona do aparelho conta que passou a receber chamadas de pessoas "a qualquer hora do dia e da noite" para saber se o número realmente existia e se era o da atriz que interpretava a personagem. Para evitar aborrecimentos desse tipo, vários países implantaram "medidas" em seus sistemas de comunicação. Estados Unidos e Reino Unido, por exemplo, são dois que mantêm milhares de número telefônicos fora do alcance dos usuários: seu uso está reservado exclusivamente para a ficção. Números famosos Em 1982, a canção 867-5309/Jenny, interpretada pela banda de pop rock Tommy Tutone, causou furor. E muitos descobriram que efetivamente o número funcionava em diferentes regiões dos Estados Unidos. A piada na ocasião era sempre a mesma: o usuário digitava a sequência e pedia para falar com Jenny. No Reino Unido, qualquer fã da série Doctor Whosabe de cor o número direto do doutor: 07700900461. A sequência foi mencionada pela primeira vez em um episódio veiculado em 2008. Mas quem quiser "falar" com o personagem, não terá êxito. "O número que você ligou não existe", diz uma mensagem automática. Como essa combinação, existem mais de 20 mil que a autoridade reguladora das comunicações do Reino Unido, a Ofcom (a Anatel britânica), mantém fora de uso. Uso exclusivo Em 2000, quando os números de telefone no Reino Unido foram reorganizados, a Ofcom deixou 20 mil sequências reservadas para o uso no cinema, rádio e televisão. Entre eles há milhares que pertencem a regiões geográficas como Londres, Bristol ou Irlanda do Norte, enquanto outros são números de celular. Há também aqueles que parecem números de chamadas a cobrar. "Trata-se de dar maior realismo às produções", diz Joe Smithies, porta-voz da Ofcom, à BBC. "A ideia é apresentar um número que a audiência pode reconhecer como relevante no contexto histórico. Pode ser um número para uma área local específica, por exemplo, 020 para a série Eastenders, baseada em um bairro do leste de Londres, ou 07 para um número de celular", explica Smithies. Também há milhares de números reservados que começam com a sequência 01632, pensados para séries ou filmes que não querem se associar a uma zona geográfica específica. Nos Estados Unidos, por exemplo, normalmente produções cinematográficas usam a combinação tradicional 555 para retratar números de telefone. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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Receita libera programa para declaração do Imposto de Renda
A Receita Federal liberou o programa para que o contribuinte possa fazer a declaração de Imposto de Renda deste ano, referente ao exercício 2016. O prazo para prestar contas com o fisco vai de 2 de março a 28 de abril. O PGD IRPF/2017 já está disponível para download no site www.receita.fazenda.gov.br. Desta vez será necessário apenas um sistema. Em anos anteriores, além do programa para preencher a declaração, era preciso baixar também um exclusivamente para envio do formulário. Agora, um único sistema fará as duas coisas. Quem ainda tiver instalado no computador o programa do ano passado não precisará baixar um novo, só atualizá-lo. Se o programa não atualizar automaticamente, basta acessar "Verificar atualizações", no campo "Ferramentas". O contribuinte que perder o prazo ou deixar de declarar estará sujeito a multa de no mínimo R$ 165,74 ou, no máximo, 20% do imposto devido. Estão obrigadas a apresentar a declaração as pessoas físicas que, tenham recebido, EM 2016, rendimentos tributáveis que somaram mais de R$ 28.559,70 (esse valor era de R$ 28.123,91 anteriormente). Também precisará apresentar a declaração quem: O contribuinte deve relacionar na declaração bens e direitos no Brasil e no exterior, assim como dívidas. Saldos em conta corrente abaixo de R$ 140, bens abaixo de R$ 5.000 (exceto carros, embarcações e aviões) e ações, ouro e ativos em valores menores que R$ 1.000, assim como dívidas inferiores a R$ 5.000 em 31 de dezembro de 2016, não precisam entrar na declaração. Quem precisar pagar imposto poderá dividir o valor em até oito vezes, com parcela mínima de R$ 50. Se o imposto for inferior a R$ 100, o imposto deverá ser quitado de uma vez. MODELOS O contribuinte que optar pelo modelo simplificado terá dedução de 20% do valor dos rendimentos tributáveis, limitada a R$ 16.754,34. Já para quem escolher o modelo completo de declaração, mais indicado para quem tem dependentes e gastos altos com saúde e educação, os limites das deduções são de: R$ 2.275,08 com dependentes R$ 3.561,50 para despesas com educação R$ 1.093,77 da contribuição patronal como empregador doméstico Não há limite para dedução de despesas médicas. CALENDÁRIO DO IR TIRE SUAS DÚVIDAS A Folha vai tirar dúvidas de leitores sobre como preencher a declaração. As respostas, dadas pelos consultores da IOB/Sage, começarão a ser publicadas no dia 28, em "Mercado", de terça a domingo. Perguntas devem ser enviadas para o e-mail ir2017@grupofolha.com.br, com o nome do leitor (as respostas incluirão só as iniciais).
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Receita libera programa para declaração do Imposto de RendaA Receita Federal liberou o programa para que o contribuinte possa fazer a declaração de Imposto de Renda deste ano, referente ao exercício 2016. O prazo para prestar contas com o fisco vai de 2 de março a 28 de abril. O PGD IRPF/2017 já está disponível para download no site www.receita.fazenda.gov.br. Desta vez será necessário apenas um sistema. Em anos anteriores, além do programa para preencher a declaração, era preciso baixar também um exclusivamente para envio do formulário. Agora, um único sistema fará as duas coisas. Quem ainda tiver instalado no computador o programa do ano passado não precisará baixar um novo, só atualizá-lo. Se o programa não atualizar automaticamente, basta acessar "Verificar atualizações", no campo "Ferramentas". O contribuinte que perder o prazo ou deixar de declarar estará sujeito a multa de no mínimo R$ 165,74 ou, no máximo, 20% do imposto devido. Estão obrigadas a apresentar a declaração as pessoas físicas que, tenham recebido, EM 2016, rendimentos tributáveis que somaram mais de R$ 28.559,70 (esse valor era de R$ 28.123,91 anteriormente). Também precisará apresentar a declaração quem: O contribuinte deve relacionar na declaração bens e direitos no Brasil e no exterior, assim como dívidas. Saldos em conta corrente abaixo de R$ 140, bens abaixo de R$ 5.000 (exceto carros, embarcações e aviões) e ações, ouro e ativos em valores menores que R$ 1.000, assim como dívidas inferiores a R$ 5.000 em 31 de dezembro de 2016, não precisam entrar na declaração. Quem precisar pagar imposto poderá dividir o valor em até oito vezes, com parcela mínima de R$ 50. Se o imposto for inferior a R$ 100, o imposto deverá ser quitado de uma vez. MODELOS O contribuinte que optar pelo modelo simplificado terá dedução de 20% do valor dos rendimentos tributáveis, limitada a R$ 16.754,34. Já para quem escolher o modelo completo de declaração, mais indicado para quem tem dependentes e gastos altos com saúde e educação, os limites das deduções são de: R$ 2.275,08 com dependentes R$ 3.561,50 para despesas com educação R$ 1.093,77 da contribuição patronal como empregador doméstico Não há limite para dedução de despesas médicas. CALENDÁRIO DO IR TIRE SUAS DÚVIDAS A Folha vai tirar dúvidas de leitores sobre como preencher a declaração. As respostas, dadas pelos consultores da IOB/Sage, começarão a ser publicadas no dia 28, em "Mercado", de terça a domingo. Perguntas devem ser enviadas para o e-mail ir2017@grupofolha.com.br, com o nome do leitor (as respostas incluirão só as iniciais).
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Mortes: Expoente da luta contra ELA e das minorias
O pensamento constante na possível finitude precoce nunca foi a tônica da vida da advogada Alexandra Lebelson Szafir, 50, uma das expoentes com maior visibilidade no Brasil entre as pessoas que vivem com ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica). Batalhando contra a enfermidade degenerativa e progressiva desde 2005 e, aos poucos, sucumbindo a seus efeitos, como a perda total da mobilidade e da capacidade respiratória, Alexandra não fez do drama ou das perdas o seu sentido de viver. Fez o contrário: lutou até o último dia por melhores condições para as pessoas com a doença, ajudando financeiramente com a sua imagem e com o seu prestígio, por mais pesquisas, medicamentos e equipamentos de assistência aos que têm ELA. Paralelamente à dedicação à Associação Pró-Cura da ELA, a advogada militou no direito voltado às minorias. Escreveu, em 2010, "desCasos, uma Advogada às Voltas com o Direito dos Excluídos" e, em 2014, "desCasos 2". Embora não conseguisse mais falar, Alexandra se comunicava por meio dos olhos que acionavam as letras no computador e enviava suas mensagens para o mundo. Respirava com auxílio de aparelhos e levava o dia a dia com a ajuda das forças da incansável assistente, Magna. "Alexandra era uma pessoa rara, com uma doença rara. Raros os que a conheciam e não a admirassem por sua bravura e sua generosidade", diz o amigo e confidente, o empresário Jorge Abdalla. A advogada, que deixa os filhos Pedro e Isabella, morreu no hospital, na quinta (3), por complicações no sistema respiratório. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
cotidiano
Mortes: Expoente da luta contra ELA e das minoriasO pensamento constante na possível finitude precoce nunca foi a tônica da vida da advogada Alexandra Lebelson Szafir, 50, uma das expoentes com maior visibilidade no Brasil entre as pessoas que vivem com ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica). Batalhando contra a enfermidade degenerativa e progressiva desde 2005 e, aos poucos, sucumbindo a seus efeitos, como a perda total da mobilidade e da capacidade respiratória, Alexandra não fez do drama ou das perdas o seu sentido de viver. Fez o contrário: lutou até o último dia por melhores condições para as pessoas com a doença, ajudando financeiramente com a sua imagem e com o seu prestígio, por mais pesquisas, medicamentos e equipamentos de assistência aos que têm ELA. Paralelamente à dedicação à Associação Pró-Cura da ELA, a advogada militou no direito voltado às minorias. Escreveu, em 2010, "desCasos, uma Advogada às Voltas com o Direito dos Excluídos" e, em 2014, "desCasos 2". Embora não conseguisse mais falar, Alexandra se comunicava por meio dos olhos que acionavam as letras no computador e enviava suas mensagens para o mundo. Respirava com auxílio de aparelhos e levava o dia a dia com a ajuda das forças da incansável assistente, Magna. "Alexandra era uma pessoa rara, com uma doença rara. Raros os que a conheciam e não a admirassem por sua bravura e sua generosidade", diz o amigo e confidente, o empresário Jorge Abdalla. A advogada, que deixa os filhos Pedro e Isabella, morreu no hospital, na quinta (3), por complicações no sistema respiratório. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Com risco de perder o braço, jovem atropelado na rua Augusta está estável
O jovem Gabriel Leite de Souza, 25, que foi atropelado na madrugada do último sábado (29) na rua Augusta, está em estado estável e não corre risco de morte, segundo a assessoria do Hospital das Clínicas, onde ele está internado no Instituto de Ortopedia. Dos cinco jovens atropelados, Souza era quem estava em estado mais grave. Ele foi com amigos a uma balada na rua Augusta para comemorar a conclusão da faculdade de Sistemas de Informação. Segundo a família, que é de Taboão da Serra (Grande SP), o analista recém-formado e outros quatro amigos haviam saído da casa noturna e seguiam para o ponto de ônibus quando foram atingidos pelo carro desgovernado. Gabriel corre o risco de ter o braço direito amputado. Ontem, os médicos tentaram reimplantar o membro. A assessoria do HC, porém, ainda não informou se a cirurgia foi bem-sucedida. O acidente ocorreu no cruzamento das ruas Augusta e Matias Aires, por volta das 5h40 do sábado. Moradores da região acionaram os bombeiros. O promotor de eventos e estudante de engenharia Paulo César Negri, 22, que conduzia o carro, foi preso em flagrante, mas acabou liberado após pagar fiança no valor de R$ 5.000. Segundo a Polícia Civil, quatro testemunhas relataram em depoimento que um carro vermelho fechou o veículo de Negri, um Peugeot, quando ele passava pela rua Augusta. O carro, então, saiu da pista e avançou sobre cinco jovens que terminavam de atravessar a via -parte deles já estava sobre a calçada. A pancada foi tão forte que um poste de sinalização foi derrubado. O vidro e a frente do carro ficaram danificados. Imagens de câmeras de segurança mostram o veículo passando em alta velocidade pela rua e perdendo o controle. Na filmagem, não é possível ver se o carro foi fechado por outro. Negri ficou no local e prestou socorro às vítimas. Ele também fez o teste do bafômetro, que apontou 0,78 miligrama de álcool por litro de ar expelido, mais do que o dobro permitido para não ser considerado crime (0,3mg/L). Os estudante responderá, em liberdade, por lesão corporal culposa (quando não há intenção) e embriaguez ao volante. Os policiais ainda tentam identificar todas as vítimas e buscam outras imagens de câmeras de segurança.
cotidiano
Com risco de perder o braço, jovem atropelado na rua Augusta está estávelO jovem Gabriel Leite de Souza, 25, que foi atropelado na madrugada do último sábado (29) na rua Augusta, está em estado estável e não corre risco de morte, segundo a assessoria do Hospital das Clínicas, onde ele está internado no Instituto de Ortopedia. Dos cinco jovens atropelados, Souza era quem estava em estado mais grave. Ele foi com amigos a uma balada na rua Augusta para comemorar a conclusão da faculdade de Sistemas de Informação. Segundo a família, que é de Taboão da Serra (Grande SP), o analista recém-formado e outros quatro amigos haviam saído da casa noturna e seguiam para o ponto de ônibus quando foram atingidos pelo carro desgovernado. Gabriel corre o risco de ter o braço direito amputado. Ontem, os médicos tentaram reimplantar o membro. A assessoria do HC, porém, ainda não informou se a cirurgia foi bem-sucedida. O acidente ocorreu no cruzamento das ruas Augusta e Matias Aires, por volta das 5h40 do sábado. Moradores da região acionaram os bombeiros. O promotor de eventos e estudante de engenharia Paulo César Negri, 22, que conduzia o carro, foi preso em flagrante, mas acabou liberado após pagar fiança no valor de R$ 5.000. Segundo a Polícia Civil, quatro testemunhas relataram em depoimento que um carro vermelho fechou o veículo de Negri, um Peugeot, quando ele passava pela rua Augusta. O carro, então, saiu da pista e avançou sobre cinco jovens que terminavam de atravessar a via -parte deles já estava sobre a calçada. A pancada foi tão forte que um poste de sinalização foi derrubado. O vidro e a frente do carro ficaram danificados. Imagens de câmeras de segurança mostram o veículo passando em alta velocidade pela rua e perdendo o controle. Na filmagem, não é possível ver se o carro foi fechado por outro. Negri ficou no local e prestou socorro às vítimas. Ele também fez o teste do bafômetro, que apontou 0,78 miligrama de álcool por litro de ar expelido, mais do que o dobro permitido para não ser considerado crime (0,3mg/L). Os estudante responderá, em liberdade, por lesão corporal culposa (quando não há intenção) e embriaguez ao volante. Os policiais ainda tentam identificar todas as vítimas e buscam outras imagens de câmeras de segurança.
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Família de Consuelo de Castro planeja lançar seu último livro
A dramaturga Consuelo de Castro, que morreu ontem em SP vítima de um câncer, se transformou, na época do mensalão, em uma das maiores defensoras do ex-ministro José Dirceu, de quem era amiga desde os tempos de movimento estudantil. A defesa intransigente e desinteressada que fazia do petista impressionava e comovia a família dele. CARTAS A segunda prisão de Dirceu, em 2015, abalou Consuelo, mas ela seguiu fiel à amizade. Mesmo sem sequer se comunicarem por telefone. Chegou a lhe enviar o livro "Dom Quixote". Há alguns dias, Dirceu mandou à dramaturga, já internada, uma longa e emocionada carta, descrevendo a rotina do cárcere. TEXTO INÉDITO Um dos desejos de Consuelo era publicar o livro infantil que escreveu inspirada no único neto, Antonio, de 5 anos. A família quer levar o projeto adiante. Leia a coluna completa aqui
colunas
Família de Consuelo de Castro planeja lançar seu último livroA dramaturga Consuelo de Castro, que morreu ontem em SP vítima de um câncer, se transformou, na época do mensalão, em uma das maiores defensoras do ex-ministro José Dirceu, de quem era amiga desde os tempos de movimento estudantil. A defesa intransigente e desinteressada que fazia do petista impressionava e comovia a família dele. CARTAS A segunda prisão de Dirceu, em 2015, abalou Consuelo, mas ela seguiu fiel à amizade. Mesmo sem sequer se comunicarem por telefone. Chegou a lhe enviar o livro "Dom Quixote". Há alguns dias, Dirceu mandou à dramaturga, já internada, uma longa e emocionada carta, descrevendo a rotina do cárcere. TEXTO INÉDITO Um dos desejos de Consuelo era publicar o livro infantil que escreveu inspirada no único neto, Antonio, de 5 anos. A família quer levar o projeto adiante. Leia a coluna completa aqui
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Ansiosos, pacientes carregam angústias da crise para o divã
Começa em Brasília, vai para Curitiba, segue para a avenida Paulista, Copacabana, Praça da Liberdade e o resto do país. Depois de um tempo repetindo esse itinerário, para mesmo é no divã. À esquerda ou à direita, o efeito é igual: angústia e ansiedade com os desdobramentos das crises econômica e política que se retroalimentam e atingem em cheio o brasileiro e sua saúde emocional. A duas quadras da mesma avenida Paulista, 80% das cerca de duas centenas de pacientes que passam mensalmente pelo consultório do psicoterapeuta Eduardo Ferreira-Santos, ex-supervisor do Serviço de Psicoterapia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, têm exatamente essa reclamação. São pessoas para as quais a ansiedade gerada pela conjuntura nacional se soma aos problemas e queixas que já existiam, mas que passaram a ocupar um segundo plano. "Para esses 80% a queixa sobre a situação econômica e política é espontânea. Para os outros 20%, se eu tocar no assunto, eles também manifestam", diz Ferreira-Santos. Rodrigo (nome fictício), 40, engenheiro, não é um de seus pacientes, mas, se fosse, estaria entre esses 80%. Com medo de perder o emprego, passa "o tempo todo avaliando a situação política que afeta o crescimento das empresas" como aquela em que trabalha. Se a ansiedade como a dele fosse medida numa escala de zero a dez, o normal seria viver com um ou dois, diz o psicoterapeuta. "Mas eles já chegam com cinco", completa. "A ansiedade é um caminho para a depressão." CATARSE Todo dia, uma surpresa: o "vai-não-vai" de Lula na Casa Civil em Brasília (que garantiria ao ex-presidente investigado na Operação Lava Jato foro privilegiado), a divulgação de suas conversas telefônicas (autorizada pelo juiz Sérgio Moro, em Curitiba), as manifestações país afora e as previsões nada otimistas para a economia. Esse não é exatamente o melhor dos mundos para quem tem problemas para conter a ansiedade. O medo do desemprego, de não conseguir se recolocar no mercado, a certeza, para uns, de estar assistindo impotente a um golpe contra a presidente Dilma Rousseff (PT) ou, para outros, à corrupção desenfreada, se tornaram temas recorrentes nos consultórios. "Começam a surgir questionamentos como: 'Será que serei o próximo a ser mandado embora?' ou 'Como vou suportar minha família durante essa fase?'", afirma o psiquiatra e psicoterapeuta Ricardo Biz, da Sociedade Brasileira de Psicanálise. No consultório do psicanalista Márcio Giovannetti, da Sociedade Brasileira de Psicanálise, seus pacientes têm chegado às sessões falando primeiro de política e, só depois de uma "angustiante catarse", conseguem abordar seus problemas pessoais. "Em mais de 40 anos de psicanálise nunca tinha vivido algo similar ao que vem se passando de um ano para cá: a questão pública chega antes da privada", diz. Não raro, esses casos de ansiedade elevada se transformam em síndrome do pânico. "Essas pessoas estão se sentindo muito mal porque estão assustadas. Existe muito medo do que pode acontecer", diz Ferreira-Santos. Ele, Biz e Giovannetti têm a mesma missão, tentar separar o que é realidade do que é fantasia na percepção de seus pacientes, "por mais que a realidade não seja das melhores", afirma. Se serve de consolo, mesmo nas situações complicadas pode-se tirar algum aprendizado. "É claro que, se considerarmos a crise como um momento incerto que precede uma mudança, podemos atribuir a ela também um papel de catalisadora de transformações", diz Biz. "Ou seja, força a pessoa a olhar para si, o que pode impulsionar seu desenvolvimento." 'TIRA O TESÃO' Há três anos, "quando o Brasil ainda era o país do futuro", André Reiszfeld, 35, estava investindo na abertura de sua segunda empresa de embalagens plásticas. Hoje, contabiliza os prejuízos com o empreendimento. "Estou fechando. Na outra, estamos tentando sobreviver", diz. Esse passivo, resultado da crise econômica, dificilmente irá recuperar no médio prazo. Outro, porém, ele trabalha semanalmente com seu terapeuta: o prejuízo emocional de ter que demitir funcionários, ver uma aposta dar errado e arcar com as dívidas. "Isso causa ansiedade, preocupação, noites mal dormidas", afirma. Já a crise política não deixa por menos. "Causa uma desesperança total sair do 'país do futuro' e entrar numa crise dessas, muito trazida pela política", completa Reiszfeld, que se considera de centro-esquerda e em 2014 votou em Marina Silva (Rede, ex-PSB), no primeiro turno, e em Aécio Neves (PSDB), no segundo. Casado com uma psicanalista e pai de uma menina de um ano e meio, o empresário leva esses questionamentos para a terapia, assim como discute no consultório se gostaria de deixar o Brasil e tentar a vida nos Estados Unidos. "Estou vendo a possibilidade de sair do país, como muitos amigos, o que é uma pena. Quanto capital humano vai embora?", diz. "Minha vida profissional é aqui, recomeçar tudo não é fácil." Dúvidas como as de Reiszfeld se tornaram comuns. As incertezas e o contexto turbulento fomentam a insegurança, explica o psicoterapeuta Ricardo Biz, da Sociedade Brasileira de Psicanálise. "Algumas vezes, o paciente fica mais desconfiado em suas relações e surgem questões relacionadas ao desamparo." Segundo o psicanalista Márcio Giovannetti, também da Sociedade Brasileira de Psicanálise, quando se perde a confiança em um governo, um sentimento próximo ao pânico começa a se desenvolver dentro de cada um. "Nesses momentos, as relações pessoais tornam-se extremamente difíceis, e conflitos que estavam razoavelmente administrados assumem proporções enormes", afirma. Reiszfeld acha que o modelo político brasileiro é todo baseado no fisiologismo e chegou a um limite. Ele se lembra da crise econômica global de 2008/2009 e de como tirou lições daquele período. Depois, um período de crescimento e, finalmente, uma nova crise agravada pela política. "Não dá para ser tão volátil, isso tira o tesão", desabafa. Ele ainda não decidiu se, de fato, trocará o Brasil pelos EUA, mas já acompanha outra variável que nada tem a ver com a política nacional, a possível eleição do republicano Donald Trump e sua plataforma anti-imigrantes. "Isso ainda não entrou na conta, mas acho meio impossível ele ganhar", diz.
cotidiano
Ansiosos, pacientes carregam angústias da crise para o divãComeça em Brasília, vai para Curitiba, segue para a avenida Paulista, Copacabana, Praça da Liberdade e o resto do país. Depois de um tempo repetindo esse itinerário, para mesmo é no divã. À esquerda ou à direita, o efeito é igual: angústia e ansiedade com os desdobramentos das crises econômica e política que se retroalimentam e atingem em cheio o brasileiro e sua saúde emocional. A duas quadras da mesma avenida Paulista, 80% das cerca de duas centenas de pacientes que passam mensalmente pelo consultório do psicoterapeuta Eduardo Ferreira-Santos, ex-supervisor do Serviço de Psicoterapia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, têm exatamente essa reclamação. São pessoas para as quais a ansiedade gerada pela conjuntura nacional se soma aos problemas e queixas que já existiam, mas que passaram a ocupar um segundo plano. "Para esses 80% a queixa sobre a situação econômica e política é espontânea. Para os outros 20%, se eu tocar no assunto, eles também manifestam", diz Ferreira-Santos. Rodrigo (nome fictício), 40, engenheiro, não é um de seus pacientes, mas, se fosse, estaria entre esses 80%. Com medo de perder o emprego, passa "o tempo todo avaliando a situação política que afeta o crescimento das empresas" como aquela em que trabalha. Se a ansiedade como a dele fosse medida numa escala de zero a dez, o normal seria viver com um ou dois, diz o psicoterapeuta. "Mas eles já chegam com cinco", completa. "A ansiedade é um caminho para a depressão." CATARSE Todo dia, uma surpresa: o "vai-não-vai" de Lula na Casa Civil em Brasília (que garantiria ao ex-presidente investigado na Operação Lava Jato foro privilegiado), a divulgação de suas conversas telefônicas (autorizada pelo juiz Sérgio Moro, em Curitiba), as manifestações país afora e as previsões nada otimistas para a economia. Esse não é exatamente o melhor dos mundos para quem tem problemas para conter a ansiedade. O medo do desemprego, de não conseguir se recolocar no mercado, a certeza, para uns, de estar assistindo impotente a um golpe contra a presidente Dilma Rousseff (PT) ou, para outros, à corrupção desenfreada, se tornaram temas recorrentes nos consultórios. "Começam a surgir questionamentos como: 'Será que serei o próximo a ser mandado embora?' ou 'Como vou suportar minha família durante essa fase?'", afirma o psiquiatra e psicoterapeuta Ricardo Biz, da Sociedade Brasileira de Psicanálise. No consultório do psicanalista Márcio Giovannetti, da Sociedade Brasileira de Psicanálise, seus pacientes têm chegado às sessões falando primeiro de política e, só depois de uma "angustiante catarse", conseguem abordar seus problemas pessoais. "Em mais de 40 anos de psicanálise nunca tinha vivido algo similar ao que vem se passando de um ano para cá: a questão pública chega antes da privada", diz. Não raro, esses casos de ansiedade elevada se transformam em síndrome do pânico. "Essas pessoas estão se sentindo muito mal porque estão assustadas. Existe muito medo do que pode acontecer", diz Ferreira-Santos. Ele, Biz e Giovannetti têm a mesma missão, tentar separar o que é realidade do que é fantasia na percepção de seus pacientes, "por mais que a realidade não seja das melhores", afirma. Se serve de consolo, mesmo nas situações complicadas pode-se tirar algum aprendizado. "É claro que, se considerarmos a crise como um momento incerto que precede uma mudança, podemos atribuir a ela também um papel de catalisadora de transformações", diz Biz. "Ou seja, força a pessoa a olhar para si, o que pode impulsionar seu desenvolvimento." 'TIRA O TESÃO' Há três anos, "quando o Brasil ainda era o país do futuro", André Reiszfeld, 35, estava investindo na abertura de sua segunda empresa de embalagens plásticas. Hoje, contabiliza os prejuízos com o empreendimento. "Estou fechando. Na outra, estamos tentando sobreviver", diz. Esse passivo, resultado da crise econômica, dificilmente irá recuperar no médio prazo. Outro, porém, ele trabalha semanalmente com seu terapeuta: o prejuízo emocional de ter que demitir funcionários, ver uma aposta dar errado e arcar com as dívidas. "Isso causa ansiedade, preocupação, noites mal dormidas", afirma. Já a crise política não deixa por menos. "Causa uma desesperança total sair do 'país do futuro' e entrar numa crise dessas, muito trazida pela política", completa Reiszfeld, que se considera de centro-esquerda e em 2014 votou em Marina Silva (Rede, ex-PSB), no primeiro turno, e em Aécio Neves (PSDB), no segundo. Casado com uma psicanalista e pai de uma menina de um ano e meio, o empresário leva esses questionamentos para a terapia, assim como discute no consultório se gostaria de deixar o Brasil e tentar a vida nos Estados Unidos. "Estou vendo a possibilidade de sair do país, como muitos amigos, o que é uma pena. Quanto capital humano vai embora?", diz. "Minha vida profissional é aqui, recomeçar tudo não é fácil." Dúvidas como as de Reiszfeld se tornaram comuns. As incertezas e o contexto turbulento fomentam a insegurança, explica o psicoterapeuta Ricardo Biz, da Sociedade Brasileira de Psicanálise. "Algumas vezes, o paciente fica mais desconfiado em suas relações e surgem questões relacionadas ao desamparo." Segundo o psicanalista Márcio Giovannetti, também da Sociedade Brasileira de Psicanálise, quando se perde a confiança em um governo, um sentimento próximo ao pânico começa a se desenvolver dentro de cada um. "Nesses momentos, as relações pessoais tornam-se extremamente difíceis, e conflitos que estavam razoavelmente administrados assumem proporções enormes", afirma. Reiszfeld acha que o modelo político brasileiro é todo baseado no fisiologismo e chegou a um limite. Ele se lembra da crise econômica global de 2008/2009 e de como tirou lições daquele período. Depois, um período de crescimento e, finalmente, uma nova crise agravada pela política. "Não dá para ser tão volátil, isso tira o tesão", desabafa. Ele ainda não decidiu se, de fato, trocará o Brasil pelos EUA, mas já acompanha outra variável que nada tem a ver com a política nacional, a possível eleição do republicano Donald Trump e sua plataforma anti-imigrantes. "Isso ainda não entrou na conta, mas acho meio impossível ele ganhar", diz.
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Agronegócio: como e para quem investir?
A ministra da Agricultura Pecuária de Abastecimento, Kátia Abreu, comemorou em mídia social no último dia 6 de julho a suspensão de embargos da carne brasileira na Argentina, Estados Unidos e China. Concomitante a sua publicação, acontecia na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul uma audiência pública que reuniu centenas produtores rurais, um indígena e autoridades estaduais, da câmara federal e senado, que mais uma vez buscam alternativas para solucionar a disputa por terras na região. Já se aproxima de 90 o número de propriedades sul-mato-grossenses legítimas, invadidas por diversas etnias indígenas. O cenário, que é estático, é de extrema contradição. Uma liberação história de mercado internacional, que exige cada vez mais por carne de qualidade, enquanto que a casa se encontra em desordem, a ponto de o produtor rural buscar financiamentos pelo Banco do Brasil, afim de maiores investimentos em genética, pastagem e infraestrutura e se depararem com o bloqueio de crédito, em virtude de sua propriedade, titulada, estar inclusa em relatórios desenvolvidos por um órgão federal indigenista, a Fundação Nacional do Índio (Funai). Como investir se a propriedade consta em um laudo desenvolvido por uma única entidade, sem o menor crivo técnico? E para quem investir, já que hoje temos a posse, mas amanhã centenas de indígenas, inclusive do vizinho Paraguai, poderão dominar o território? É sabido que Mato Grosso do Sul atualmente responde pela produção das melhores carnes bovinas e que as ações técnicas de entidades como a Embrapa Gado de Corte e Novilho Precoce, fazem do Estado referência em tecnologias voltadas para pecuária. Mas essas informações são insuficientes para se exigir um posicionamento da União –que se detém a marcar reuniões com o ministro da justiça, José Eduardo Cardozo, e alimentar esperança de indígenas e pecuaristas– e mudança na omissão da presidente da República, Dilma Rousseff. Segundo a senadora Simone Tebet (PMDB-MS), que participou da audiência pública no Mato Grosso do Sul, duas medidas a serem tomadas para se solucionar parte desse impasse entre índios, pecuaristas e poder público é a aprovação da PEC 71/2011, que garante a indenização da terra nua e benfeitorias, além da pressão sob o governo federal, para que tomem medidas e impossibilitem que as terras invadidas possam ser demarcadas, amenizando assim os conflitos. Infelizmente, possíveis soluções a longo prazo, para um país que quer visibilidade e superávit econômico urgente. Diferentemente da senadora, apesar do convite, representantes do Ministério Público e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), se pouparam da discussão, recusando o convite da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul a participar da audiência. O ato foi considerado pelos produtores rurais como um "desrespeito" e os ausentes como "covardes". Não faltaram adjetivos também para a União, considerada no ato público como inerte perante a situação, empurrando com a barriga fatos que fazem da comunidade indígena e produtores rurais vítimas do poder público. RICARDO ALMEIDA CORDEIRO é produtor rural em Mato Grosso do Sul * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Agronegócio: como e para quem investir?A ministra da Agricultura Pecuária de Abastecimento, Kátia Abreu, comemorou em mídia social no último dia 6 de julho a suspensão de embargos da carne brasileira na Argentina, Estados Unidos e China. Concomitante a sua publicação, acontecia na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul uma audiência pública que reuniu centenas produtores rurais, um indígena e autoridades estaduais, da câmara federal e senado, que mais uma vez buscam alternativas para solucionar a disputa por terras na região. Já se aproxima de 90 o número de propriedades sul-mato-grossenses legítimas, invadidas por diversas etnias indígenas. O cenário, que é estático, é de extrema contradição. Uma liberação história de mercado internacional, que exige cada vez mais por carne de qualidade, enquanto que a casa se encontra em desordem, a ponto de o produtor rural buscar financiamentos pelo Banco do Brasil, afim de maiores investimentos em genética, pastagem e infraestrutura e se depararem com o bloqueio de crédito, em virtude de sua propriedade, titulada, estar inclusa em relatórios desenvolvidos por um órgão federal indigenista, a Fundação Nacional do Índio (Funai). Como investir se a propriedade consta em um laudo desenvolvido por uma única entidade, sem o menor crivo técnico? E para quem investir, já que hoje temos a posse, mas amanhã centenas de indígenas, inclusive do vizinho Paraguai, poderão dominar o território? É sabido que Mato Grosso do Sul atualmente responde pela produção das melhores carnes bovinas e que as ações técnicas de entidades como a Embrapa Gado de Corte e Novilho Precoce, fazem do Estado referência em tecnologias voltadas para pecuária. Mas essas informações são insuficientes para se exigir um posicionamento da União –que se detém a marcar reuniões com o ministro da justiça, José Eduardo Cardozo, e alimentar esperança de indígenas e pecuaristas– e mudança na omissão da presidente da República, Dilma Rousseff. Segundo a senadora Simone Tebet (PMDB-MS), que participou da audiência pública no Mato Grosso do Sul, duas medidas a serem tomadas para se solucionar parte desse impasse entre índios, pecuaristas e poder público é a aprovação da PEC 71/2011, que garante a indenização da terra nua e benfeitorias, além da pressão sob o governo federal, para que tomem medidas e impossibilitem que as terras invadidas possam ser demarcadas, amenizando assim os conflitos. Infelizmente, possíveis soluções a longo prazo, para um país que quer visibilidade e superávit econômico urgente. Diferentemente da senadora, apesar do convite, representantes do Ministério Público e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), se pouparam da discussão, recusando o convite da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul a participar da audiência. O ato foi considerado pelos produtores rurais como um "desrespeito" e os ausentes como "covardes". Não faltaram adjetivos também para a União, considerada no ato público como inerte perante a situação, empurrando com a barriga fatos que fazem da comunidade indígena e produtores rurais vítimas do poder público. RICARDO ALMEIDA CORDEIRO é produtor rural em Mato Grosso do Sul * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Governo corta água, mas alunos dizem que vão passar noite em escola de SP
A gestão do governo Geraldo Alckmin (PSDB) cortou a água da escola estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, ocupada por cerca de cem estudantes desde o início da manhã desta terça-feira (10). Eles protestam, desde às 6h, contra o fechamento de unidades para a reorganização da rede pública estadual. Às 19h50, os manifestantes bloquearam todas as faixas da avenida Pedroso de Moraes, endereço do colégio. Mesmo sem água, os estudantes decidiram em assembleia que vão continuar no local até serem ouvidos por membros da secretaria estadual da Educação. Eles já colocaram colchões no local e começaram a preparar o jantar na cozinha da escola. De acordo com a Polícia Militar, há ainda cinco adultos no local. Parte dos adolescentes e dos adultos não estudam ou trabalham na unidade. No fim da tarde, a PM proibiu a entrada de alimentos e água na escola. O coronel que comanda a operação afirma que no colégio há nove caixas-d'água com 34 mil litros cada, além das merendas. Entretanto, os estudantes dizem que não têm água. Segundo a Folha apurou, o abastecimento de água foi reestabelecido por volta das 19h, duas horas após o corte. A proposta do governo é deixar todos os alunos saírem sem que eles sejam fichados. Nas últimas duas horas, a Folha presenciou ao menos dez estudantes deixando o colégio –alguns deles saíram após a chegada dos pais. A assistente social Elza Mariana Belo, 53, tirou a filha Erica, de 15 anos, da escola após uma ameaça de invasão da Polícia Militar. "Fiquei com medo de que ela se machucasse, mas continuamos aqui apoiando o movimento. Querem tirar minha filha daqui para que ela estude em uma escola de Taboão da Serra [Grande SP], onde a gente mora, mas lá o ensino é pior", disse. "Será avaliado o que aconteceu lá dentro para saber o nível de responsabilidade de cada um, se houve dano ao patrimônio público. Os maiores de idade respondem pelos atos junto aos menores. Espero que eles compreendam o papel de cidadão de cada um deles e deixem a escola para a finalidade dela", disse o coronel Roberto Teixeira de Miranda. Questionado, Miranda disse que não comentaria o andamento das negociações ou se há a possibilidade de a polícia invadir a escola. "É um prédio público. Desde que haja... Não tem problema", disse. Toda a área ao redor da escola está cercada de policiais militares. Há ainda um caminhão do Corpo de Bombeiros posicionado na entrada principal da escola Infográfico: Mudanças na educação GRANDE SP Ao menos 20 alunos e dois professores da escola estadual Diadema, na Grande São Paulo, passaram a noite na instituição em protesto contra a reorganização de ciclos do ensino. O ato aconteceu por volta das 19h. O grupo de estudantes do ensino médio noturno e os professores ficaram reunidos durante toda a noite no refeitório da escola. A dirigente regional de ensino de Diadema, Liane Baybr, disse que não houve qualquer dano nas instalações da escola. "Eles chegaram e comunicaram que não iam sair da escola. Como havia menores de idade, passamos a noite com eles e telefonamos para os pais para buscá-los. Alguns não vieram." Baybr confirmou que haverá remanejamento de alunos do ensino médio para outra escola, que fica a cerca de 50 metros da atual. Eles serão transferidos para a escola Filinto Müller, que atende apenas estudantes do ensino médio. Segundo a dirigente, houve uma reunião com os cerca de 284 alunos para estabelecer a melhor maneira de realizar a migração sem que houvesse qualquer tipo de prejuízo. "Os alunos serão remanejados aos poucos até 2017. Quem está terminando o ensino fundamental e vai começar o médio já na nova escola. Já os alunos que estão no primeiro e vão para segundo poderão continuar na mesma escola até terminar o terceiro. Isso também acontecerá com os do segundo ano. Esse acordo já foi firmado com a secretaria", disse Baybr. A dirigente de ensino disse que a ronda e o Conselho Tutelar foram acionados para garantir a entrada dos alunos do período da manhã. Por volta das 13h, menos de dez alunos ainda permaneciam na escola protestando contra a reforma. Colaborou MARLENE BERGAMO
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Governo corta água, mas alunos dizem que vão passar noite em escola de SPA gestão do governo Geraldo Alckmin (PSDB) cortou a água da escola estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, ocupada por cerca de cem estudantes desde o início da manhã desta terça-feira (10). Eles protestam, desde às 6h, contra o fechamento de unidades para a reorganização da rede pública estadual. Às 19h50, os manifestantes bloquearam todas as faixas da avenida Pedroso de Moraes, endereço do colégio. Mesmo sem água, os estudantes decidiram em assembleia que vão continuar no local até serem ouvidos por membros da secretaria estadual da Educação. Eles já colocaram colchões no local e começaram a preparar o jantar na cozinha da escola. De acordo com a Polícia Militar, há ainda cinco adultos no local. Parte dos adolescentes e dos adultos não estudam ou trabalham na unidade. No fim da tarde, a PM proibiu a entrada de alimentos e água na escola. O coronel que comanda a operação afirma que no colégio há nove caixas-d'água com 34 mil litros cada, além das merendas. Entretanto, os estudantes dizem que não têm água. Segundo a Folha apurou, o abastecimento de água foi reestabelecido por volta das 19h, duas horas após o corte. A proposta do governo é deixar todos os alunos saírem sem que eles sejam fichados. Nas últimas duas horas, a Folha presenciou ao menos dez estudantes deixando o colégio –alguns deles saíram após a chegada dos pais. A assistente social Elza Mariana Belo, 53, tirou a filha Erica, de 15 anos, da escola após uma ameaça de invasão da Polícia Militar. "Fiquei com medo de que ela se machucasse, mas continuamos aqui apoiando o movimento. Querem tirar minha filha daqui para que ela estude em uma escola de Taboão da Serra [Grande SP], onde a gente mora, mas lá o ensino é pior", disse. "Será avaliado o que aconteceu lá dentro para saber o nível de responsabilidade de cada um, se houve dano ao patrimônio público. Os maiores de idade respondem pelos atos junto aos menores. Espero que eles compreendam o papel de cidadão de cada um deles e deixem a escola para a finalidade dela", disse o coronel Roberto Teixeira de Miranda. Questionado, Miranda disse que não comentaria o andamento das negociações ou se há a possibilidade de a polícia invadir a escola. "É um prédio público. Desde que haja... Não tem problema", disse. Toda a área ao redor da escola está cercada de policiais militares. Há ainda um caminhão do Corpo de Bombeiros posicionado na entrada principal da escola Infográfico: Mudanças na educação GRANDE SP Ao menos 20 alunos e dois professores da escola estadual Diadema, na Grande São Paulo, passaram a noite na instituição em protesto contra a reorganização de ciclos do ensino. O ato aconteceu por volta das 19h. O grupo de estudantes do ensino médio noturno e os professores ficaram reunidos durante toda a noite no refeitório da escola. A dirigente regional de ensino de Diadema, Liane Baybr, disse que não houve qualquer dano nas instalações da escola. "Eles chegaram e comunicaram que não iam sair da escola. Como havia menores de idade, passamos a noite com eles e telefonamos para os pais para buscá-los. Alguns não vieram." Baybr confirmou que haverá remanejamento de alunos do ensino médio para outra escola, que fica a cerca de 50 metros da atual. Eles serão transferidos para a escola Filinto Müller, que atende apenas estudantes do ensino médio. Segundo a dirigente, houve uma reunião com os cerca de 284 alunos para estabelecer a melhor maneira de realizar a migração sem que houvesse qualquer tipo de prejuízo. "Os alunos serão remanejados aos poucos até 2017. Quem está terminando o ensino fundamental e vai começar o médio já na nova escola. Já os alunos que estão no primeiro e vão para segundo poderão continuar na mesma escola até terminar o terceiro. Isso também acontecerá com os do segundo ano. Esse acordo já foi firmado com a secretaria", disse Baybr. A dirigente de ensino disse que a ronda e o Conselho Tutelar foram acionados para garantir a entrada dos alunos do período da manhã. Por volta das 13h, menos de dez alunos ainda permaneciam na escola protestando contra a reforma. Colaborou MARLENE BERGAMO
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Publicitária luta para que pornô reflita o sexo real (e não vice-versa)
Por volta das 23h de uma noite de maio, algo inusitado acontece na pista do L'Amour, um ex-clube de strip-tease paulistano transformado em casa noturna, no centro de São Paulo: a música é subitamente interrompida. Enquanto todos se entreolham tentando entender, uma senhora de 56 anos sobe ao palco de "pole dance", assume o microfone e dispara em inglês: "Eu saio com homens mais jovens". Nos últimos anos, a frase se tornou a abertura natural das falas da ex-publicitária transformada em ativista Cindy Gallop. Funciona. O público assobia e bate palmas. "Voluntários podem formar uma fila", ela brinca arrancando mais aplausos, depois vai adiante, contando a história do movimento Make Love Not Porn (Faça Amor Não Pornografia). Filha de pai inglês e mãe chinesa, nascida em Brunei, no sudeste asiático, Cindy fez carreira em uma das maiores empresas de publicidade do mundo, a inglesa BBH. Foi responsável por montar a filial da marca em Nova York, onde vive hoje, e por contas como Coca Cola, Ray Ban e Polaroid. Passou a sair com os tais homens jovens há 14 anos, quando, encarregada de uma campanha para um site de encontros, resolveu testar o produto. O resultado? Uma enxurrada de convites, dois terços deles vindos de garotos na casa dos 20. Cindi recebeu a Serafina de jaqueta de couro e havaianas, num ateliê em Pinheiros, zone oeste de São Paulo, onde passou seis dias comandando um workshop, cujos resultados foram a balada no L'Amour, um site (sexonareal.com) e um videoclipe -tudo com o objetivo de fazer as pessoas falarem de sexo. "Sair com aqueles jovens foi muito bom para o ego", diz, "mas fui percebendo um comportamento comum que tinha origem clara". Os homens mais novos, na visão dela, estavam imitando ações, posições e expressões típicas do mundo pornô. "É o que acontece quando a liberdade total de acesso à pornografia encontra a relutância da sociedade em falar de sexo abertamente." Duas forças que convergem, na visão dela, para fazer do pornô a base da educação sexual de hoje. "Egos sexuais são muito frágeis. As pessoas acham difícil falar de sexo até com seus companheiros. Têm medo de machucar o outro se disserem algo. Ao mesmo tempo, querem satisfazer o parceiro mas não sabem exatamente o que isso quer dizer. Por isso vão buscar pistas aonde for possível", diz Cindy. "Se as únicas pistas de como ser bons de cama vêm do pornô porque nossos pais e professores não falam de sexo, elas não vão levar aos melhores resultados." Em 2009, sem alarde, Cindy criou um site sobre as diferenças entre o sexo real e a pornografia. Tratava desde a quantidade normal de saliva em um beijo ou no sexo oral até o ritmo das preliminares, passando pela erradicação dos pelos pubianos, com direito a dicas práticas como "comece no rosto e vá descendo". Pouco tempo depois, convidada a fazer o lançamento oficial do site numa palestra da ONG TED, achou que era hora do alarde. "Sou a única pessoa que já disse 'goze na minha cara' no palco do TED", afirma com orgulho. "Seis vezes", completa, rindo. A fala teve 1,5 milhão de visualizações apenas no Youtube e trouxe ânimo para passar da crítica à ação. LUZ, CÂMERA, SEXO Em 2012, entrou no ar o MakeLoveNotPorn.tv, um site onde pessoas de todo o planeta postam vídeos de suas transas, brincadeiras sexuais e afins. Os filmes são alugados e metade do valor (US$ 5) é repassada aos protagonistas. São casais gays, casais héteros, solitários em busca de amor, tímidos, mascarados, e atores pornô mostrando que até o sexo que eles fazem na vida real é diferente do que fazem profissionalmente. Os vídeos passam por uma curadoria, mas vale tudo, desde que sem imagens explícitas dos genitais ou sinfonias falsas de gemidos. Mas, opa!, sem gemidos, sem genitais? Não que ela tenha nada contra, mas tudo tem soar natural, ter contexto e ser gostoso pra todo mundo. A ideia não é ser contra a pornografia, é mostrar a diferença, incentivar o diálogo. E, ao mesmo tempo, criar um negócio atraente para a publicidade, algo que a indústria pornô tem dificuldade em fazer. "Estamos construindo uma nova categoria na internet", diz Cindy. "Somos parte da economia compartilhada, como o Uber e o Airbnb. Queremos que nossas estrelas sejam tão famosas quanto os youtubers", diz. "Aliás, somos a solução para a economia brasileira", brinca. Depois, diz acreditar que o negócio pode mesmo gerar "pencas de dinheiro". Para isso, seria necessário aumentar a escala e ter um bom investidor. Por ora, a estratégia é recrutar colaboradores. "Adoraríamos publicar vídeos brasileiros", completa sorrindo, deixando o convite. Alguém se habilita?
serafina
Publicitária luta para que pornô reflita o sexo real (e não vice-versa)Por volta das 23h de uma noite de maio, algo inusitado acontece na pista do L'Amour, um ex-clube de strip-tease paulistano transformado em casa noturna, no centro de São Paulo: a música é subitamente interrompida. Enquanto todos se entreolham tentando entender, uma senhora de 56 anos sobe ao palco de "pole dance", assume o microfone e dispara em inglês: "Eu saio com homens mais jovens". Nos últimos anos, a frase se tornou a abertura natural das falas da ex-publicitária transformada em ativista Cindy Gallop. Funciona. O público assobia e bate palmas. "Voluntários podem formar uma fila", ela brinca arrancando mais aplausos, depois vai adiante, contando a história do movimento Make Love Not Porn (Faça Amor Não Pornografia). Filha de pai inglês e mãe chinesa, nascida em Brunei, no sudeste asiático, Cindy fez carreira em uma das maiores empresas de publicidade do mundo, a inglesa BBH. Foi responsável por montar a filial da marca em Nova York, onde vive hoje, e por contas como Coca Cola, Ray Ban e Polaroid. Passou a sair com os tais homens jovens há 14 anos, quando, encarregada de uma campanha para um site de encontros, resolveu testar o produto. O resultado? Uma enxurrada de convites, dois terços deles vindos de garotos na casa dos 20. Cindi recebeu a Serafina de jaqueta de couro e havaianas, num ateliê em Pinheiros, zone oeste de São Paulo, onde passou seis dias comandando um workshop, cujos resultados foram a balada no L'Amour, um site (sexonareal.com) e um videoclipe -tudo com o objetivo de fazer as pessoas falarem de sexo. "Sair com aqueles jovens foi muito bom para o ego", diz, "mas fui percebendo um comportamento comum que tinha origem clara". Os homens mais novos, na visão dela, estavam imitando ações, posições e expressões típicas do mundo pornô. "É o que acontece quando a liberdade total de acesso à pornografia encontra a relutância da sociedade em falar de sexo abertamente." Duas forças que convergem, na visão dela, para fazer do pornô a base da educação sexual de hoje. "Egos sexuais são muito frágeis. As pessoas acham difícil falar de sexo até com seus companheiros. Têm medo de machucar o outro se disserem algo. Ao mesmo tempo, querem satisfazer o parceiro mas não sabem exatamente o que isso quer dizer. Por isso vão buscar pistas aonde for possível", diz Cindy. "Se as únicas pistas de como ser bons de cama vêm do pornô porque nossos pais e professores não falam de sexo, elas não vão levar aos melhores resultados." Em 2009, sem alarde, Cindy criou um site sobre as diferenças entre o sexo real e a pornografia. Tratava desde a quantidade normal de saliva em um beijo ou no sexo oral até o ritmo das preliminares, passando pela erradicação dos pelos pubianos, com direito a dicas práticas como "comece no rosto e vá descendo". Pouco tempo depois, convidada a fazer o lançamento oficial do site numa palestra da ONG TED, achou que era hora do alarde. "Sou a única pessoa que já disse 'goze na minha cara' no palco do TED", afirma com orgulho. "Seis vezes", completa, rindo. A fala teve 1,5 milhão de visualizações apenas no Youtube e trouxe ânimo para passar da crítica à ação. LUZ, CÂMERA, SEXO Em 2012, entrou no ar o MakeLoveNotPorn.tv, um site onde pessoas de todo o planeta postam vídeos de suas transas, brincadeiras sexuais e afins. Os filmes são alugados e metade do valor (US$ 5) é repassada aos protagonistas. São casais gays, casais héteros, solitários em busca de amor, tímidos, mascarados, e atores pornô mostrando que até o sexo que eles fazem na vida real é diferente do que fazem profissionalmente. Os vídeos passam por uma curadoria, mas vale tudo, desde que sem imagens explícitas dos genitais ou sinfonias falsas de gemidos. Mas, opa!, sem gemidos, sem genitais? Não que ela tenha nada contra, mas tudo tem soar natural, ter contexto e ser gostoso pra todo mundo. A ideia não é ser contra a pornografia, é mostrar a diferença, incentivar o diálogo. E, ao mesmo tempo, criar um negócio atraente para a publicidade, algo que a indústria pornô tem dificuldade em fazer. "Estamos construindo uma nova categoria na internet", diz Cindy. "Somos parte da economia compartilhada, como o Uber e o Airbnb. Queremos que nossas estrelas sejam tão famosas quanto os youtubers", diz. "Aliás, somos a solução para a economia brasileira", brinca. Depois, diz acreditar que o negócio pode mesmo gerar "pencas de dinheiro". Para isso, seria necessário aumentar a escala e ter um bom investidor. Por ora, a estratégia é recrutar colaboradores. "Adoraríamos publicar vídeos brasileiros", completa sorrindo, deixando o convite. Alguém se habilita?
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Bauza abre possibilidade de parceria entre Calleri e Kardec contra o Santos
Diferentemente do que havia declarado no início do ano, o técnico do São Paulo, Edgardo Bauza, afirmou nesta quarta (23), após a vitória contra o Botafogo-SP, no Pacaembu, que é possível os atacantes Alan Kardec e Calleri jogarem lado a lado no clássico contra o Santos neste domingo (27), na Vila Belmiro. "Não descarto que possam jogar a partida contra o Santos. Vamos determinar se vão jogar os dois, ou um dos dois", afirmou o treinador argentino. Na partida desta quarta, os dois atacantes atuaram juntos durante boa parte do segundo tempo, mas, segundo o treinador, a escolha aconteceu por causa das circunstâncias da partida. "Hoje, [a decisão] foi um pouco [por causa] da necessidade. Precisávamos ganhar e terminamos com Kardec e Calleri, Lucas, Ganso e Kelvin: cinco jogadores de ataque", explicou. Calleri marcou o gol da vitória, aos 44 minutos da etapa final, depois de passar 11 jogos em branco. Kardec ainda não fez nenhum gol nesta temporada. No dia 17 de fevereiro, após a derrota para os bolivianos do The Strongest, pela Libertadores, em pleno Pacaembu, o treinador havia afirmado que não lhe agradava a ideia de uma parceria entre os dois. "Pelas características, quando os dois estão juntos, perdemos futebol pelo meio. Temos potencial de área se chegarmos por fora, mas perdemos mais futebol do que se jogarmos com um", disse. "Não descarto a chance de que joguem juntos, mas não me parece que daria muitos resultados". Com a suspensão de Ganso, que recebeu o terceiro cartão amarelo, as opções de Bauza ficam restritas para a montagem do time. Além do meia, o treinador não deve ter outros nove jogadores à disposição. O zagueiro Rodrigo Caio está com a seleção olímpica e Mena foi convocado para jogar pelo Chile. Também na zaga, Lyanco está jogando pela seleção sub-19 da Sérvia. Lesionados, estão fora Wesley e Rogério, com estiramento muscular, Wilder, com uma contratura, Breno ainda com tendinite no joelho direito e o goleiro Renan Ribeiro, que passou por uma cirurgia de apendicite e continua em recuperação. No entanto, Michel Bastos que estava afastado também por lesão muscular deve voltar para o clássico, e Thiago Mendes estará à disposição depois de cumprir suspensão.
esporte
Bauza abre possibilidade de parceria entre Calleri e Kardec contra o SantosDiferentemente do que havia declarado no início do ano, o técnico do São Paulo, Edgardo Bauza, afirmou nesta quarta (23), após a vitória contra o Botafogo-SP, no Pacaembu, que é possível os atacantes Alan Kardec e Calleri jogarem lado a lado no clássico contra o Santos neste domingo (27), na Vila Belmiro. "Não descarto que possam jogar a partida contra o Santos. Vamos determinar se vão jogar os dois, ou um dos dois", afirmou o treinador argentino. Na partida desta quarta, os dois atacantes atuaram juntos durante boa parte do segundo tempo, mas, segundo o treinador, a escolha aconteceu por causa das circunstâncias da partida. "Hoje, [a decisão] foi um pouco [por causa] da necessidade. Precisávamos ganhar e terminamos com Kardec e Calleri, Lucas, Ganso e Kelvin: cinco jogadores de ataque", explicou. Calleri marcou o gol da vitória, aos 44 minutos da etapa final, depois de passar 11 jogos em branco. Kardec ainda não fez nenhum gol nesta temporada. No dia 17 de fevereiro, após a derrota para os bolivianos do The Strongest, pela Libertadores, em pleno Pacaembu, o treinador havia afirmado que não lhe agradava a ideia de uma parceria entre os dois. "Pelas características, quando os dois estão juntos, perdemos futebol pelo meio. Temos potencial de área se chegarmos por fora, mas perdemos mais futebol do que se jogarmos com um", disse. "Não descarto a chance de que joguem juntos, mas não me parece que daria muitos resultados". Com a suspensão de Ganso, que recebeu o terceiro cartão amarelo, as opções de Bauza ficam restritas para a montagem do time. Além do meia, o treinador não deve ter outros nove jogadores à disposição. O zagueiro Rodrigo Caio está com a seleção olímpica e Mena foi convocado para jogar pelo Chile. Também na zaga, Lyanco está jogando pela seleção sub-19 da Sérvia. Lesionados, estão fora Wesley e Rogério, com estiramento muscular, Wilder, com uma contratura, Breno ainda com tendinite no joelho direito e o goleiro Renan Ribeiro, que passou por uma cirurgia de apendicite e continua em recuperação. No entanto, Michel Bastos que estava afastado também por lesão muscular deve voltar para o clássico, e Thiago Mendes estará à disposição depois de cumprir suspensão.
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Grupo de 8.000 empresas responde por 58% dos impostos devidos no país
Um pequeno grupo de 8.000 empresas é responsável por 58% do total de impostos devidos no país. Juntas, elas têm débitos de R$ 670 bilhões, num total de R$ 1,1 trilhão que a União tem a receber. NATA 2 O Brasil tem 1,9 milhão de pessoas jurídicas ativas no país, e apenas 11% delas devem tributos atualmente. Os números são de um novo estudo feito pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, órgão da AGU (Advocacia-Geral da União) responsável por atuar em causas fiscais. NATA 3 Já no caso das pessoas físicas, apenas 2.000 das que devem pagar impostos têm, juntas, débitos de R$ 44,1 bilhões, ou um terço do total, de R$ 130 bilhões. ESPERANÇA Geraldo Alckmin tem mostrado confiança de que sua citação no escândalo da Lava Jato, em que ele é acusado de caixa dois, não evoluirá. Três governadores citados na operação -os de Minas, Espírito Santo e Maranhão- já tiveram as investigações arquivadas no STJ (Superior Tribunal de Justiça). O QUE SERÁ? Há magistrados do tribunal, no entanto, que estranham a demora da PGR (Procuradoria-Geral da República) em enviar o caso de Alckmin para a corte, o que poderia ser um mau sinal para o governador. "Ou então não encontraram nada mesmo", afirma um dos ministros. NA LABUTA E uma piada sobre as viagens de João Doria tem sido creditada a Alckmin por secretários do governador que despacham com ele tarde da noite: "O político está aqui gerindo enquanto o gestor faz política". - VOLTA POR CIMA A modelo Paola Antonini não fraquejou quando perdeu a perna esquerda após ser atingida por um carro. Ela passou a promover a visibilidade de pessoas amputadas, postando fotos com sua prótese no Instagram. Hoje, tem 1,6 milhão de seguidores. * "Ninguém precisa ter dó de mim", diz ela em entrevista à "Revista Gol" de setembro. - MEMÓRIA O rapper Emicida está com gravações feitas por Wilson das Neves (1936-2017) antes de morrer. Os dois, que já trabalharam juntos, planejavam uma nova parceria. DE VOLTA A Sinfonia das Águas, que estava suspensa depois que a Prefeitura de Poços de Caldas cortou a verba de manutenção da orquestra, conseguiu se apresentar na semana passada na cidade. A Jazz Sinfônica de São da Boa Vista, regida pelo mesmo maestro, Agenor Ribeiro, cedeu os músicos e o espetáculo pôde ser realizado, para 7 mil pessoas. CORPO ESTÁVEL Antes desse acordo, o grupo já se preparava para devolver o patrocínio de R$ 245 mil que a Lorenzetti tinha destinado ao espetáculo. A Prefeitura de Poços de Caldas está conversando com o maestro para que a Sinfonia retorne ao calendário com a orquestra sinfônica da própria cidade, que voltaria a suas atividades normais patrocinada pela administração. - CARTELA CHEIA A Abace Brasil (Associação Buriti de Arte, Cultura e Esporte) promoveu jantar com bingo beneficente na semana passada, no restaurante Serafina JK. O comediante Fábio Porchat, idealizador da ONG, foi o mestre de cerimônias do evento, que teve a presença de Sabrina Sato e de seu namorado, o ator Duda Nagle, da jornalista Ana Paula Renault, da apresentadora Renata Alves e do influenciador digital John Drops. - MESMO LADO A administração de João Doria diz que "saúda" o fato de o vereador Gilberto Natalini (PV-SP) ter levado denúncias que encontrou na Secretaria do Verde quando comandava a pasta ao Ministério Público Estadual. Diz que isso só reforça a investigação que já vinha sendo realizada pela CGM (Controladoria Geral do Município) e que as recomendações do órgão já foram adotadas e até ganharam rapidez. * Natalini diz que tomou a iniciativa porque a mudança no comando da CGM pode atrapalhar as investigações. MINHAS REGRAS Para 94% da população, uma mulher ser "encoxada" ou ter o corpo tocado sem autorização é violência sexual. Os dados são de pesquisa feita com mais de 2 mil pessoas pelo Instituto Locomotiva. - CURTO-CIRCUITO A Secretaria da Saúde do Estado doará cerca de 500 perucas para pacientes de quimioterapia. Um salão de beleza móvel começa nesta segunda (4) a percorrer dez hospitais. Lorenzo Mammi lança nesta segunda (4) o livro "A Fugitiva, Ensaios Sobre Música". Às 19h, na Livraria da Vila da rua Fradique Coutinho. O pianista tcheco Lukás Vondrácek faz apresentação na terça (5). Às 21h, no Masp. com BRUNA NARCIZO, BRUNO B. SORAGGI e JOÃO CARNEIRO
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Grupo de 8.000 empresas responde por 58% dos impostos devidos no paísUm pequeno grupo de 8.000 empresas é responsável por 58% do total de impostos devidos no país. Juntas, elas têm débitos de R$ 670 bilhões, num total de R$ 1,1 trilhão que a União tem a receber. NATA 2 O Brasil tem 1,9 milhão de pessoas jurídicas ativas no país, e apenas 11% delas devem tributos atualmente. Os números são de um novo estudo feito pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, órgão da AGU (Advocacia-Geral da União) responsável por atuar em causas fiscais. NATA 3 Já no caso das pessoas físicas, apenas 2.000 das que devem pagar impostos têm, juntas, débitos de R$ 44,1 bilhões, ou um terço do total, de R$ 130 bilhões. ESPERANÇA Geraldo Alckmin tem mostrado confiança de que sua citação no escândalo da Lava Jato, em que ele é acusado de caixa dois, não evoluirá. Três governadores citados na operação -os de Minas, Espírito Santo e Maranhão- já tiveram as investigações arquivadas no STJ (Superior Tribunal de Justiça). O QUE SERÁ? Há magistrados do tribunal, no entanto, que estranham a demora da PGR (Procuradoria-Geral da República) em enviar o caso de Alckmin para a corte, o que poderia ser um mau sinal para o governador. "Ou então não encontraram nada mesmo", afirma um dos ministros. NA LABUTA E uma piada sobre as viagens de João Doria tem sido creditada a Alckmin por secretários do governador que despacham com ele tarde da noite: "O político está aqui gerindo enquanto o gestor faz política". - VOLTA POR CIMA A modelo Paola Antonini não fraquejou quando perdeu a perna esquerda após ser atingida por um carro. Ela passou a promover a visibilidade de pessoas amputadas, postando fotos com sua prótese no Instagram. Hoje, tem 1,6 milhão de seguidores. * "Ninguém precisa ter dó de mim", diz ela em entrevista à "Revista Gol" de setembro. - MEMÓRIA O rapper Emicida está com gravações feitas por Wilson das Neves (1936-2017) antes de morrer. Os dois, que já trabalharam juntos, planejavam uma nova parceria. DE VOLTA A Sinfonia das Águas, que estava suspensa depois que a Prefeitura de Poços de Caldas cortou a verba de manutenção da orquestra, conseguiu se apresentar na semana passada na cidade. A Jazz Sinfônica de São da Boa Vista, regida pelo mesmo maestro, Agenor Ribeiro, cedeu os músicos e o espetáculo pôde ser realizado, para 7 mil pessoas. CORPO ESTÁVEL Antes desse acordo, o grupo já se preparava para devolver o patrocínio de R$ 245 mil que a Lorenzetti tinha destinado ao espetáculo. A Prefeitura de Poços de Caldas está conversando com o maestro para que a Sinfonia retorne ao calendário com a orquestra sinfônica da própria cidade, que voltaria a suas atividades normais patrocinada pela administração. - CARTELA CHEIA A Abace Brasil (Associação Buriti de Arte, Cultura e Esporte) promoveu jantar com bingo beneficente na semana passada, no restaurante Serafina JK. O comediante Fábio Porchat, idealizador da ONG, foi o mestre de cerimônias do evento, que teve a presença de Sabrina Sato e de seu namorado, o ator Duda Nagle, da jornalista Ana Paula Renault, da apresentadora Renata Alves e do influenciador digital John Drops. - MESMO LADO A administração de João Doria diz que "saúda" o fato de o vereador Gilberto Natalini (PV-SP) ter levado denúncias que encontrou na Secretaria do Verde quando comandava a pasta ao Ministério Público Estadual. Diz que isso só reforça a investigação que já vinha sendo realizada pela CGM (Controladoria Geral do Município) e que as recomendações do órgão já foram adotadas e até ganharam rapidez. * Natalini diz que tomou a iniciativa porque a mudança no comando da CGM pode atrapalhar as investigações. MINHAS REGRAS Para 94% da população, uma mulher ser "encoxada" ou ter o corpo tocado sem autorização é violência sexual. Os dados são de pesquisa feita com mais de 2 mil pessoas pelo Instituto Locomotiva. - CURTO-CIRCUITO A Secretaria da Saúde do Estado doará cerca de 500 perucas para pacientes de quimioterapia. Um salão de beleza móvel começa nesta segunda (4) a percorrer dez hospitais. Lorenzo Mammi lança nesta segunda (4) o livro "A Fugitiva, Ensaios Sobre Música". Às 19h, na Livraria da Vila da rua Fradique Coutinho. O pianista tcheco Lukás Vondrácek faz apresentação na terça (5). Às 21h, no Masp. com BRUNA NARCIZO, BRUNO B. SORAGGI e JOÃO CARNEIRO
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Com cortes de gastos e cargos, Temer vai pedir voto de confiança
Talvez Eduardo Cunha não saiba, mas foi ele o principal motor da decisão de Michel Temer de colocar um freio nas negociações de cargos com partidos aliados e retomar o plano de implementar um corte no número de ministérios de seu futuro governo. Já era noite quando, naquela quarta-feira (4), o ainda presidente da Câmara entrou no Palácio do Jaburu. Cunha queria convencer Temer a entregar o Ministério da Previdência a um bloco de partidos nanicos em troca do apoio ao novo governo na Câmara. O vice não gostou do tom do aliado, pediu que ele não falasse alto dentro de sua casa e disse que não topava aquela negociação. Cunha rebateu. Ressaltou que ele próprio havia garantido o acerto. Temer fez uma tréplica: em tom duro, disse que acordo, ali, só chancelado por ele. Fim de papo. Cunha nega que tenha tido qualquer discussão. No dia seguinte, amanheceu com um oficial de Justiça à porta de casa e a notícia de que havia sido afastado do cargo e do mandato. Temer, por sua vez, despertou incomodado. Já antevia as críticas da imprensa e de aliados ao "toma lá, dá cá" que havia se instaurado no Jaburu. Permitiu-se uma confidência a um aliado: se fosse para ser presidente daquele jeito, melhor não ser. O resultado do impasse com Cunha colocou fim a um processo errático, no qual Temer titubeou diversas vezes entre manter o aceno público de austeridade que havia feito inicialmente ou dar vazão à negociação em troca de uma base parlamentar folgada no Congresso. A dificuldade do vice em decidir, garantem seus melhores amigos e principais aliados, é um traço de sua personalidade. Temer não é dado a arroubos. Sua experiência no Parlamento e à frente do PMDB acabou deixando-o talhado a ouvir. A preferência histórica pela negociação ao confronto sempre foi vista como uma qualidade, mas é hoje o cartão de visitas do que é visto como o seu maior desafio no Palácio do Planalto: conviver com a solidão do poder. É consenso que a dificuldade em manter posição sem ceder à contemporização acabou levando o peemedebista a cometer o seu primeiro tropeço antes mesmo de assumir o governo. Nas últimas semanas, Temer protagonizou um verdadeiro vaivém. Primeiro, prometeu uma redução drástica na máquina pública e a nomeação de notáveis. Com a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara, começou a rever sua posição, negociando espaços com partidos que abandonaram a petista às vésperas da votação para viabilizar o afastamento. Dias depois, já admitia que o corte não seria o imaginado –poderia se restringir a três pastas. Por fim, decidiu que nem sequer anunciaria o enxugamento quando tomasse posse. A profusão de nomes para os mais variados espaços ampliou o clima de decepção e despertou críticas mesmo entre os aliados mais antigos de Temer. O sinal de alerta tocou quando Temer acenou com a indicação do bispo licenciado da Universal e presidente do PRB, Marcos Pereira, para o Ministério da Ciência e Tecnologia. Ali começou a se cristalizar a sensação de que ele corria o risco de "ser mais do mesmo" e gerar uma grande decepção na largada. Na visão de um amigo, um caminho perigoso para quem chega sem votos e precisa atender a voz das ruas. AMARGURA E IRRITAÇÃO Amargurado com as críticas e irritado com Cunha, Temer decidiu se isolar em sua casa, em São Paulo, no último fim de semana, para reavaliar todo o quadro. Recebeu pesquisas e relatos de que estava, de saída, se mostrando aquém das expectativas. Fez a ponderação de que seria impossível acenar para o Congresso e para a sociedade ao mesmo tempo. No sábado avisou que iria cancelar parte das negociações feitas até ali. "Está me custando muito caro. Se não der para fazer do melhor jeito, não vamos fazer", afirmou o peemedebista. Temer concluiu que, se apostasse todas as fichas no Congresso sem popularidade e lastro social, se tornaria um refém permanente dos deputados e senadores. Mudou de estratégia e optou por arriscar-se a desagradar a parte dos neoaliados agora em vez de enfrentar a insatisfação social já de saída. "Há uma diferença grande entre o impeachment de Fernando Collor [em 1992] e o de Dilma", reflete Moreira Franco, amigo e aliado de Temer. "No de Collor, as pessoas tinham uma só demanda, que era tirá-lo. Agora, querem o 'fora Dilma', o combate à corrupção e a eficiência da máquina pública." Moreira defende Temer das críticas sobre seu processo decisório. "Poder não é mandar. Poder é ser obedecido. Ninguém segue arrogância, segue decisões sábias. Ele é uma pessoa prudente, cautelosa. Não é impulsivo." Na tentativa de ganhar um voto de confiança, Temer pretende, uma vez no Planalto, anunciar toda sua equipe de ministros, com dez pastas a menos do que a estrutura deixada por Dilma. Para além do impeachment DISCURSO AO PAÍS Pretende fazer um pronunciamento, defender a Operação Lava Jato, prometer mudança de rumos e um voto de confiança do povo. Acenará com o corte de cargos e gastos para dizer que a população não será a única a fazer sacrifícios. O peemedebista inicia a gestão, no entanto, expondo as fragilidades de seu discurso. A que mais preocupa seu entorno é a aposta em nomes da Esplanada dos Ministérios que estão envolvidos na Lava Jato, como Romero Jucá, titular do Planejamento, e Henrique Eduardo Alves, que chefiará o Turismo. Seus aliados já anteveem uma investida da imprensa e dos investigadores sobre o novo ministério. Esperam que, mesmo pressionado, Temer banque as suas opções. Em resumo, afirmam: Temer precisa entender que agora é presidente da República e atingiu um novo estágio na sua carreira política.
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Com cortes de gastos e cargos, Temer vai pedir voto de confiançaTalvez Eduardo Cunha não saiba, mas foi ele o principal motor da decisão de Michel Temer de colocar um freio nas negociações de cargos com partidos aliados e retomar o plano de implementar um corte no número de ministérios de seu futuro governo. Já era noite quando, naquela quarta-feira (4), o ainda presidente da Câmara entrou no Palácio do Jaburu. Cunha queria convencer Temer a entregar o Ministério da Previdência a um bloco de partidos nanicos em troca do apoio ao novo governo na Câmara. O vice não gostou do tom do aliado, pediu que ele não falasse alto dentro de sua casa e disse que não topava aquela negociação. Cunha rebateu. Ressaltou que ele próprio havia garantido o acerto. Temer fez uma tréplica: em tom duro, disse que acordo, ali, só chancelado por ele. Fim de papo. Cunha nega que tenha tido qualquer discussão. No dia seguinte, amanheceu com um oficial de Justiça à porta de casa e a notícia de que havia sido afastado do cargo e do mandato. Temer, por sua vez, despertou incomodado. Já antevia as críticas da imprensa e de aliados ao "toma lá, dá cá" que havia se instaurado no Jaburu. Permitiu-se uma confidência a um aliado: se fosse para ser presidente daquele jeito, melhor não ser. O resultado do impasse com Cunha colocou fim a um processo errático, no qual Temer titubeou diversas vezes entre manter o aceno público de austeridade que havia feito inicialmente ou dar vazão à negociação em troca de uma base parlamentar folgada no Congresso. A dificuldade do vice em decidir, garantem seus melhores amigos e principais aliados, é um traço de sua personalidade. Temer não é dado a arroubos. Sua experiência no Parlamento e à frente do PMDB acabou deixando-o talhado a ouvir. A preferência histórica pela negociação ao confronto sempre foi vista como uma qualidade, mas é hoje o cartão de visitas do que é visto como o seu maior desafio no Palácio do Planalto: conviver com a solidão do poder. É consenso que a dificuldade em manter posição sem ceder à contemporização acabou levando o peemedebista a cometer o seu primeiro tropeço antes mesmo de assumir o governo. Nas últimas semanas, Temer protagonizou um verdadeiro vaivém. Primeiro, prometeu uma redução drástica na máquina pública e a nomeação de notáveis. Com a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara, começou a rever sua posição, negociando espaços com partidos que abandonaram a petista às vésperas da votação para viabilizar o afastamento. Dias depois, já admitia que o corte não seria o imaginado –poderia se restringir a três pastas. Por fim, decidiu que nem sequer anunciaria o enxugamento quando tomasse posse. A profusão de nomes para os mais variados espaços ampliou o clima de decepção e despertou críticas mesmo entre os aliados mais antigos de Temer. O sinal de alerta tocou quando Temer acenou com a indicação do bispo licenciado da Universal e presidente do PRB, Marcos Pereira, para o Ministério da Ciência e Tecnologia. Ali começou a se cristalizar a sensação de que ele corria o risco de "ser mais do mesmo" e gerar uma grande decepção na largada. Na visão de um amigo, um caminho perigoso para quem chega sem votos e precisa atender a voz das ruas. AMARGURA E IRRITAÇÃO Amargurado com as críticas e irritado com Cunha, Temer decidiu se isolar em sua casa, em São Paulo, no último fim de semana, para reavaliar todo o quadro. Recebeu pesquisas e relatos de que estava, de saída, se mostrando aquém das expectativas. Fez a ponderação de que seria impossível acenar para o Congresso e para a sociedade ao mesmo tempo. No sábado avisou que iria cancelar parte das negociações feitas até ali. "Está me custando muito caro. Se não der para fazer do melhor jeito, não vamos fazer", afirmou o peemedebista. Temer concluiu que, se apostasse todas as fichas no Congresso sem popularidade e lastro social, se tornaria um refém permanente dos deputados e senadores. Mudou de estratégia e optou por arriscar-se a desagradar a parte dos neoaliados agora em vez de enfrentar a insatisfação social já de saída. "Há uma diferença grande entre o impeachment de Fernando Collor [em 1992] e o de Dilma", reflete Moreira Franco, amigo e aliado de Temer. "No de Collor, as pessoas tinham uma só demanda, que era tirá-lo. Agora, querem o 'fora Dilma', o combate à corrupção e a eficiência da máquina pública." Moreira defende Temer das críticas sobre seu processo decisório. "Poder não é mandar. Poder é ser obedecido. Ninguém segue arrogância, segue decisões sábias. Ele é uma pessoa prudente, cautelosa. Não é impulsivo." Na tentativa de ganhar um voto de confiança, Temer pretende, uma vez no Planalto, anunciar toda sua equipe de ministros, com dez pastas a menos do que a estrutura deixada por Dilma. Para além do impeachment DISCURSO AO PAÍS Pretende fazer um pronunciamento, defender a Operação Lava Jato, prometer mudança de rumos e um voto de confiança do povo. Acenará com o corte de cargos e gastos para dizer que a população não será a única a fazer sacrifícios. O peemedebista inicia a gestão, no entanto, expondo as fragilidades de seu discurso. A que mais preocupa seu entorno é a aposta em nomes da Esplanada dos Ministérios que estão envolvidos na Lava Jato, como Romero Jucá, titular do Planejamento, e Henrique Eduardo Alves, que chefiará o Turismo. Seus aliados já anteveem uma investida da imprensa e dos investigadores sobre o novo ministério. Esperam que, mesmo pressionado, Temer banque as suas opções. Em resumo, afirmam: Temer precisa entender que agora é presidente da República e atingiu um novo estágio na sua carreira política.
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Brasileiros param na semi e perdem chance de duelo na final em Auckland
Os brasileiros Marcelo Melo e Bruno Soares foram eliminados nas semifinais do ATP 250 de Auckland. Nesta sexta-feira (16), Melo e seu parceiro no torneio, o bielorrusso Max Mirnyi, foram derrotados pela dupla formada por Dominic Inglot e Florin Mergea por 2 sets a 1, com parciais de 6/4, 3/6 e 14/12. Já Bruno Soares e Alexander Peya perderam para Leander Paes e Raven Klaasen por 2 sets a 1, com parciais de 3/6, 6/3 e 10/4. Caso vencessem seus adversários, Bruno Soares e Marcelo Melo se enfrentariam na decisão. Agora, os brasileiros se preparam para o Aberto da Austrália, que começa no próximo domingo (18). A estreia de Bruno Soares e Marcelo Melo no torneio de duplas ainda não tem data definida.
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Brasileiros param na semi e perdem chance de duelo na final em AucklandOs brasileiros Marcelo Melo e Bruno Soares foram eliminados nas semifinais do ATP 250 de Auckland. Nesta sexta-feira (16), Melo e seu parceiro no torneio, o bielorrusso Max Mirnyi, foram derrotados pela dupla formada por Dominic Inglot e Florin Mergea por 2 sets a 1, com parciais de 6/4, 3/6 e 14/12. Já Bruno Soares e Alexander Peya perderam para Leander Paes e Raven Klaasen por 2 sets a 1, com parciais de 3/6, 6/3 e 10/4. Caso vencessem seus adversários, Bruno Soares e Marcelo Melo se enfrentariam na decisão. Agora, os brasileiros se preparam para o Aberto da Austrália, que começa no próximo domingo (18). A estreia de Bruno Soares e Marcelo Melo no torneio de duplas ainda não tem data definida.
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Marine Le Pen é acusada de plagiar discurso de François Fillon
A candidata populista de direita à presidência da França, Marine Le Pen, foi acusada de plagiar trechos de discursos de François Fillon, derrotado no primeiro turno das eleições, numa tentativa de angariar o voto dos eleitores do ex-candidato do partido Os Republicanos. Ao discursar nesta segunda-feira (1º), por ocasião das comemorações do 1º de Maio na França, Le Pen se apropriou de três passagens de um discurso patriótico de Fillon, realizado no dia 15 de abril. Como não houve menção ao candidato derrotado, o jornal francês "Le Monde" e outros órgãos de imprensa afirmaram se tratar pura e simplesmente de plágio, no que poderia ser uma tentativa de angariar os votos de Fillon, que caiu em desgraça durante o primeiro turno após um escândalo de desvio de recursos públicos. O ex-primeiro-ministro enfrenta um processo judicial sob a acusação de pagar salários a sua esposa e filhos com dinheiro público, sem que eles tenham de fato trabalhado. Apesar do escândalo, Fillon obteve quase 20% dos votos na primeira rodadas das eleições. As semelhanças entre os discursos de Fillon e Le Pen teriam sido notadas primeiramente pelo canal RidiculeTV no Youtube, que normalmente se dedica a satirizar o candidato centrista Emmanuel Macron, adversário da populista no segundo turno das eleições. O vídeo mostra uma justaposição de imagens entre os dois discursos, onde os candidatos pronunciam exatamente as mesmas palavras. O coordenador da campanha de Le Pen, David Rachline, afirmou ao jornal Libération que a apropriação das frases de Fillon por parte de Le Pen foi uma tentativa de aproximá-la de uma nova parcela do eleitorado. O discurso, segundo disse, teria sido uma "piscadela de olhos deliberada por parte de uma candidata que quer unir as pessoas e demonstrar que não é sectária". O segundo turno está marcado para o dia 7 de maio, numa eleição considerada como uma guinada na política francesa, após Le Pen e Macron desbancarem as forças tradicionais e transformarem o cenário político do país. O centrista Macron lidera as pesquisas com 60% das intenções de voto, contra 40% de Le Pen. RC/dpa/rtr
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Marine Le Pen é acusada de plagiar discurso de François FillonA candidata populista de direita à presidência da França, Marine Le Pen, foi acusada de plagiar trechos de discursos de François Fillon, derrotado no primeiro turno das eleições, numa tentativa de angariar o voto dos eleitores do ex-candidato do partido Os Republicanos. Ao discursar nesta segunda-feira (1º), por ocasião das comemorações do 1º de Maio na França, Le Pen se apropriou de três passagens de um discurso patriótico de Fillon, realizado no dia 15 de abril. Como não houve menção ao candidato derrotado, o jornal francês "Le Monde" e outros órgãos de imprensa afirmaram se tratar pura e simplesmente de plágio, no que poderia ser uma tentativa de angariar os votos de Fillon, que caiu em desgraça durante o primeiro turno após um escândalo de desvio de recursos públicos. O ex-primeiro-ministro enfrenta um processo judicial sob a acusação de pagar salários a sua esposa e filhos com dinheiro público, sem que eles tenham de fato trabalhado. Apesar do escândalo, Fillon obteve quase 20% dos votos na primeira rodadas das eleições. As semelhanças entre os discursos de Fillon e Le Pen teriam sido notadas primeiramente pelo canal RidiculeTV no Youtube, que normalmente se dedica a satirizar o candidato centrista Emmanuel Macron, adversário da populista no segundo turno das eleições. O vídeo mostra uma justaposição de imagens entre os dois discursos, onde os candidatos pronunciam exatamente as mesmas palavras. O coordenador da campanha de Le Pen, David Rachline, afirmou ao jornal Libération que a apropriação das frases de Fillon por parte de Le Pen foi uma tentativa de aproximá-la de uma nova parcela do eleitorado. O discurso, segundo disse, teria sido uma "piscadela de olhos deliberada por parte de uma candidata que quer unir as pessoas e demonstrar que não é sectária". O segundo turno está marcado para o dia 7 de maio, numa eleição considerada como uma guinada na política francesa, após Le Pen e Macron desbancarem as forças tradicionais e transformarem o cenário político do país. O centrista Macron lidera as pesquisas com 60% das intenções de voto, contra 40% de Le Pen. RC/dpa/rtr
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Maria-fumaça leva turistas a distrito em SP que parece cenário de novela
Luís Carlos, um distrito da cidade de Guararema (a 80 km da capital), já foi cenário de filme. Ali foram rodados, por exemplo, os faroestes "Gregório 38" (1969) e "Gregório Volta Para Matar" (1974), de Alex Prado. Um projeto iniciado em 2012 pela prefeitura retomou essa vocação do bairro e o deixou com cara de cidade cenográfica dos anos 1940. Estão lá a igreja, a praça, a escola, as vendas –cada uma pintada de uma cor. Nesta sexta-feira (16), a estação de trem do distrito, construída em 1914 e também reformada, deixa de ser só figurativa. Nos fins de semana, uma maria-fumaça vai deixar passageiros vindos do centro, em uma viagem de 6,8 km percorridos em meia hora. Os 142 passageiros terão cerca de uma hora e meia para desfrutar as atrações locais. Degustar, na verdade, seria o verbo mais adequado, já que quase tudo ali envolve comida: o café coado na mesa acompanhado de torta de chocolate com paçoca do Roça Chic, o chope e a música ao vivo do Terradillo Bar. Ou massagens e aulas de ioga oferecidas na Megandra, espaço que mistura cafeteria, spa, loja de artesanato e de roupas. As 22 propriedades onde funcionam comércios eram de um empresário local e foram concedidos à prefeitura. Os moradores que alugavam os imóveis saíram de lá, passaram a receber auxílio-aluguel e foram inscritos no Minha Casa, Minha Vida, diz a administração municipal. A locomotiva a vapor 353, construída nos Estados Unidos em 1927, foi usada no trecho entre o Rio e São Paulo, passando por Luís Carlos, e estava fora de operação desde os anos 1960. Ela foi restaurada para o novo passeio –antes, ficava no Museu da Imigração, em São Paulo. Só será possível começar a viagem no centro de Guararema –e não de Luís Carlos–, com viagens aos sábados e domingos, às 10h e às 15h, e retorno obrigatório às 12h e às 17h, respectivamente (às sextas, o passeio será exclusivo para escolas e, neste primeiro fim de semana, estará restrito a convidados). Quem não quiser ficar preso a esses horários, pode ir de carro (são 15 minutos do centro) ou mesmo de bike –o local virou ponto de parada e de encontro de ciclistas. 'DE ÉPOCA' A estação de trem onde serão vendidos os bilhetes, por cerca de R$ 40 (o valor não havia sido definido até o fechamento desta edição), também foi restaurada, com clima "de época". Há louças, faqueiros, relógios e outros objetos do acervo da RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A), a estatal de ferrovias do país. Quase tudo remete ao passado, mesmo que de forma involuntária. O sinal de celular é inexistente em Luís Carlos, e a conexão com a internet só é possível pelo wi-fi das lojas e restaurantes. Uma viagem perfeita a filme antigo ou a uma novela de época. * CONFIRA OUTROS PASSEIOS DE TREM EM SP BRÁS-MOOCA O Trem Cultural dos Imigrantes leva o turista em um passeio de 25 minutos pela antiga estrada de ferro Central do Brasil a bordo de duas opções de carro: um da década de 1950 e outro do ano de 1928. As saídas são ao lado do museu da Imigração Saída r. Visconde de Parnaíba, 1.253, Brás Quando sáb. e dom., das 11h às 16h30 (em dias úteis, o trem opera para grupos agendados) Quanto R$ 15 (no carro de 1950) e R$ 20 (no carro de 1928) SÃO PAULO-PARANAPIACABA Parte do Expresso Turístico da CPTM, o passeio vai até o distrito de Paranapiacaba, em Santo André (SP), uma vila de arquitetura inglesa. O percurso de 48 km é feito em uma hora e meia ao longo da linha 10-Turquesa Saída na estação da Luz (São Paulo) ou na estação Prefeito Celso Daniel (Santo André) Quando aos domingos (exceto no segundo domingo do mês), às 8h30 (Luz) e às 9h (Prefeito Celso Daniel) Quanto R$ 39,50 (Luz) e R$ 36 (Prefeito Celso Daniel) PARAGUAÇU-SAPEZAL O passeio do trem Moita Bonita –nome histórico da cidade de Paraguaçu Paulista na época de sua fundação– percorre 24 km até o distrito de Sapezal e dura três horas. A maria-fumaça 'Dona Lina' foi fabricada na Inglaterra em 1879, sendo uma das mais antigas em operação no país Saída de Paraguaçu, na estação ferroviária (av. Miguel Deliberador, 217) Quando sáb. e dom. às 9h Quanto R$ 20; reservas pelo telefone (18) 3361-6165 CAMPINAS-JAGUARIÚNA Há duas opções: o trajeto completo de 25 km até Jaguariúna (três horas e meia) ou meio percurso até o distrito de Tanquinho (uma hora e meia) Saída de Campinas, na estação Anhumas (av. Dr. Antônio Duarte da Conceição, 1.501) Quando sab., às 10h para Jaguariúna e às 15h para Tanquinho; dom. e feriados, às 10h e 14h30 para Jaguariúna e às 16h30 para Tanquinho Quanto R$ 90 (Jaguariúna) e R$ 70 (Tanquinho)
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Maria-fumaça leva turistas a distrito em SP que parece cenário de novelaLuís Carlos, um distrito da cidade de Guararema (a 80 km da capital), já foi cenário de filme. Ali foram rodados, por exemplo, os faroestes "Gregório 38" (1969) e "Gregório Volta Para Matar" (1974), de Alex Prado. Um projeto iniciado em 2012 pela prefeitura retomou essa vocação do bairro e o deixou com cara de cidade cenográfica dos anos 1940. Estão lá a igreja, a praça, a escola, as vendas –cada uma pintada de uma cor. Nesta sexta-feira (16), a estação de trem do distrito, construída em 1914 e também reformada, deixa de ser só figurativa. Nos fins de semana, uma maria-fumaça vai deixar passageiros vindos do centro, em uma viagem de 6,8 km percorridos em meia hora. Os 142 passageiros terão cerca de uma hora e meia para desfrutar as atrações locais. Degustar, na verdade, seria o verbo mais adequado, já que quase tudo ali envolve comida: o café coado na mesa acompanhado de torta de chocolate com paçoca do Roça Chic, o chope e a música ao vivo do Terradillo Bar. Ou massagens e aulas de ioga oferecidas na Megandra, espaço que mistura cafeteria, spa, loja de artesanato e de roupas. As 22 propriedades onde funcionam comércios eram de um empresário local e foram concedidos à prefeitura. Os moradores que alugavam os imóveis saíram de lá, passaram a receber auxílio-aluguel e foram inscritos no Minha Casa, Minha Vida, diz a administração municipal. A locomotiva a vapor 353, construída nos Estados Unidos em 1927, foi usada no trecho entre o Rio e São Paulo, passando por Luís Carlos, e estava fora de operação desde os anos 1960. Ela foi restaurada para o novo passeio –antes, ficava no Museu da Imigração, em São Paulo. Só será possível começar a viagem no centro de Guararema –e não de Luís Carlos–, com viagens aos sábados e domingos, às 10h e às 15h, e retorno obrigatório às 12h e às 17h, respectivamente (às sextas, o passeio será exclusivo para escolas e, neste primeiro fim de semana, estará restrito a convidados). Quem não quiser ficar preso a esses horários, pode ir de carro (são 15 minutos do centro) ou mesmo de bike –o local virou ponto de parada e de encontro de ciclistas. 'DE ÉPOCA' A estação de trem onde serão vendidos os bilhetes, por cerca de R$ 40 (o valor não havia sido definido até o fechamento desta edição), também foi restaurada, com clima "de época". Há louças, faqueiros, relógios e outros objetos do acervo da RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A), a estatal de ferrovias do país. Quase tudo remete ao passado, mesmo que de forma involuntária. O sinal de celular é inexistente em Luís Carlos, e a conexão com a internet só é possível pelo wi-fi das lojas e restaurantes. Uma viagem perfeita a filme antigo ou a uma novela de época. * CONFIRA OUTROS PASSEIOS DE TREM EM SP BRÁS-MOOCA O Trem Cultural dos Imigrantes leva o turista em um passeio de 25 minutos pela antiga estrada de ferro Central do Brasil a bordo de duas opções de carro: um da década de 1950 e outro do ano de 1928. As saídas são ao lado do museu da Imigração Saída r. Visconde de Parnaíba, 1.253, Brás Quando sáb. e dom., das 11h às 16h30 (em dias úteis, o trem opera para grupos agendados) Quanto R$ 15 (no carro de 1950) e R$ 20 (no carro de 1928) SÃO PAULO-PARANAPIACABA Parte do Expresso Turístico da CPTM, o passeio vai até o distrito de Paranapiacaba, em Santo André (SP), uma vila de arquitetura inglesa. O percurso de 48 km é feito em uma hora e meia ao longo da linha 10-Turquesa Saída na estação da Luz (São Paulo) ou na estação Prefeito Celso Daniel (Santo André) Quando aos domingos (exceto no segundo domingo do mês), às 8h30 (Luz) e às 9h (Prefeito Celso Daniel) Quanto R$ 39,50 (Luz) e R$ 36 (Prefeito Celso Daniel) PARAGUAÇU-SAPEZAL O passeio do trem Moita Bonita –nome histórico da cidade de Paraguaçu Paulista na época de sua fundação– percorre 24 km até o distrito de Sapezal e dura três horas. A maria-fumaça 'Dona Lina' foi fabricada na Inglaterra em 1879, sendo uma das mais antigas em operação no país Saída de Paraguaçu, na estação ferroviária (av. Miguel Deliberador, 217) Quando sáb. e dom. às 9h Quanto R$ 20; reservas pelo telefone (18) 3361-6165 CAMPINAS-JAGUARIÚNA Há duas opções: o trajeto completo de 25 km até Jaguariúna (três horas e meia) ou meio percurso até o distrito de Tanquinho (uma hora e meia) Saída de Campinas, na estação Anhumas (av. Dr. Antônio Duarte da Conceição, 1.501) Quando sab., às 10h para Jaguariúna e às 15h para Tanquinho; dom. e feriados, às 10h e 14h30 para Jaguariúna e às 16h30 para Tanquinho Quanto R$ 90 (Jaguariúna) e R$ 70 (Tanquinho)
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Palmeiras interrompe negociações com Globo e Turner por Brasileiro
Único clube da Série A que ainda não fechou contrato pelos direitos de transmissão em TV fechada do Brasileiro a partir de 2019, o Palmeiras atualmente não conversa mais com o Grupo Globo nem com o Esporte Interativo sobre o tema. As negociações entre o time e as emissoras estacionaram e não têm data prevista para retornarem. "Seguimos com a nossa parceria, já que temos contrato até 2018, inclusive com outros clubes que não nos cederam os direitos de TV paga a partir de 2019. Por ora não estamos mais conversando com o Palmeiras sobre renovação futura e sim focando no presente", diz à Folha Pedro Garcia, diretor de direitos esportivos do Grupo Globo. A reportagem apurou que as negociações com o Esporte Interativo também seguem suspensas. Oficialmente, a emissora pertencente à multinacional Turner não quis se manifestar sobre o tema. Em abril, o então vice-presidente de conteúdo esportivo do canal, Edgar Diniz, disse que fechar com o Palmeiras seria a "chave de ouro." Com suas finanças equilibradas, o Palmeiras levou as tratativas sem pressa, já que não precisava de adiantamentos ou luvas como alguns rivais endividados. Desde o princípio das negociações, o presidente Paulo Nobre tinha em mente fechar um acordo apenas se aparecesse alguma proposta irrecusável. Como os valores não chegaram ao patamar esperado e não devem subir significativamente, já que todos os outros acordos servirão como termo de comparação, é possível que o atual mandatário deixe para seu sucessor a decisão de fechar o contrato. Segundo a Folha apurou, caso chegue-se a um acordo e qualquer valor da negociação seja oferecido ao Palmeiras em 2016, a intenção de Nobre é aplicar o dinheiro para que o próximo presidente do clube possa fazer uso das quantias integralmente e com juros. Em entrevistas, Nobre já disse ter trabalhado com apenas 25% da receita total em seu primeiro ano de mandato, 2013. Isso porque o seu antecessor Arnaldo Tirone antecipou receitas quando esteve na presidência do clube. O Grupo Globo chegou a acerto com 19 clubes, 14 deles atualmente na Série A. O Esporte Interativo tem acordos com 15 times. O Santa Cruz diz que assinou apenas pré-contrato com o Esporte Interativo, o qual vai romper. A emissora argumenta que o contrato é válido. O Figueirense afirma que tem acordo com o Grupo Globo, ao passo que o Esporte Interativo diz que a agremiação catarinense também tem contrato com ela. DISPUTA DAS TVS - Negociações pelo direito de transmissão em TV fechada a partir de 2019
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Palmeiras interrompe negociações com Globo e Turner por BrasileiroÚnico clube da Série A que ainda não fechou contrato pelos direitos de transmissão em TV fechada do Brasileiro a partir de 2019, o Palmeiras atualmente não conversa mais com o Grupo Globo nem com o Esporte Interativo sobre o tema. As negociações entre o time e as emissoras estacionaram e não têm data prevista para retornarem. "Seguimos com a nossa parceria, já que temos contrato até 2018, inclusive com outros clubes que não nos cederam os direitos de TV paga a partir de 2019. Por ora não estamos mais conversando com o Palmeiras sobre renovação futura e sim focando no presente", diz à Folha Pedro Garcia, diretor de direitos esportivos do Grupo Globo. A reportagem apurou que as negociações com o Esporte Interativo também seguem suspensas. Oficialmente, a emissora pertencente à multinacional Turner não quis se manifestar sobre o tema. Em abril, o então vice-presidente de conteúdo esportivo do canal, Edgar Diniz, disse que fechar com o Palmeiras seria a "chave de ouro." Com suas finanças equilibradas, o Palmeiras levou as tratativas sem pressa, já que não precisava de adiantamentos ou luvas como alguns rivais endividados. Desde o princípio das negociações, o presidente Paulo Nobre tinha em mente fechar um acordo apenas se aparecesse alguma proposta irrecusável. Como os valores não chegaram ao patamar esperado e não devem subir significativamente, já que todos os outros acordos servirão como termo de comparação, é possível que o atual mandatário deixe para seu sucessor a decisão de fechar o contrato. Segundo a Folha apurou, caso chegue-se a um acordo e qualquer valor da negociação seja oferecido ao Palmeiras em 2016, a intenção de Nobre é aplicar o dinheiro para que o próximo presidente do clube possa fazer uso das quantias integralmente e com juros. Em entrevistas, Nobre já disse ter trabalhado com apenas 25% da receita total em seu primeiro ano de mandato, 2013. Isso porque o seu antecessor Arnaldo Tirone antecipou receitas quando esteve na presidência do clube. O Grupo Globo chegou a acerto com 19 clubes, 14 deles atualmente na Série A. O Esporte Interativo tem acordos com 15 times. O Santa Cruz diz que assinou apenas pré-contrato com o Esporte Interativo, o qual vai romper. A emissora argumenta que o contrato é válido. O Figueirense afirma que tem acordo com o Grupo Globo, ao passo que o Esporte Interativo diz que a agremiação catarinense também tem contrato com ela. DISPUTA DAS TVS - Negociações pelo direito de transmissão em TV fechada a partir de 2019
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Fãs comemoram 80º aniversário de Elvis Presley em mansão nos EUA
Parabéns ao rei! Elvis Presley teria completado 80 anos nesta quinta-feira (8), ocasião que está sendo marcada por uma comemoração de vários dias em Memphis, Tennessee, em sua antiga mansão Graceland. A festa inclui bolo de aniversário, exibição de filmes e um leilão de objetos como a primeira carteira de motorista do astro e o primeiro disco em acetato. Embora tenha morrido em 1977, Elvis permanece um dos artistas mais vendidos de todos os tempos, ainda fazendo jus ao título de Rei do Rock and Roll, concedido igualmente por músicos e fãs. "Ele ficou no topo por todos esses anos", disse em Nashville Scotty Moore, de 83 anos, guitarrista e último integrante vivo do grupo reunido para a sessão de gravação que rendeu o hit de 1954 "That's All Right". Aquela primeira sessão no Sun Studios, em Memphis, mudou a música e a cultura populares, afirmou Peter Cooper, escritor e editor no Museu e Hall da Fama da Música Country de Nashville. "Mudou todas as nossas vidas, mesmo daqueles de nós que ainda não eram vivos. Mudou a maneira como nos vestimos, como usamos nosso cabelo e nosso jeito de falar", disse Cooper. "Foi como apertar o botão de reiniciar nos Estados Unidos da América." Elvis nasceu na pobreza em Tupelo, Mississippi, em 1935, e mudou-se com seus pais para Memphis adolescente, absorvendo ali a mistura de blues, rhythm and blues e gospel afro-americano a partir da qual o rock emergiu. Sua influência foi citada por outros grandes astros do pop, desde os Beatles a Justin Timberlake. "É possível escutar Dean Martin na voz dele, ouvir o gospel black, ouvir música country", disse o músico de Nashville Bill Lloyd, um dos membros da dupla de country rock Foster & Lloyd. Harold Bradley, guitarrista de 89 anos que faz parte do Hall da Fama da Música Country e tocou em muitas das gravações de Elvis no estúdio RCA, lembra do Rei como "um cara fantástico", com uma tremenda influência sobre os outros. "Acho que ainda tocamos alguns dos licks (técnica de guitarra) que ele, Scotty Moore e o grupo que meio que inventou o rock and roll tocavam", disse Bradley.
ilustrada
Fãs comemoram 80º aniversário de Elvis Presley em mansão nos EUAParabéns ao rei! Elvis Presley teria completado 80 anos nesta quinta-feira (8), ocasião que está sendo marcada por uma comemoração de vários dias em Memphis, Tennessee, em sua antiga mansão Graceland. A festa inclui bolo de aniversário, exibição de filmes e um leilão de objetos como a primeira carteira de motorista do astro e o primeiro disco em acetato. Embora tenha morrido em 1977, Elvis permanece um dos artistas mais vendidos de todos os tempos, ainda fazendo jus ao título de Rei do Rock and Roll, concedido igualmente por músicos e fãs. "Ele ficou no topo por todos esses anos", disse em Nashville Scotty Moore, de 83 anos, guitarrista e último integrante vivo do grupo reunido para a sessão de gravação que rendeu o hit de 1954 "That's All Right". Aquela primeira sessão no Sun Studios, em Memphis, mudou a música e a cultura populares, afirmou Peter Cooper, escritor e editor no Museu e Hall da Fama da Música Country de Nashville. "Mudou todas as nossas vidas, mesmo daqueles de nós que ainda não eram vivos. Mudou a maneira como nos vestimos, como usamos nosso cabelo e nosso jeito de falar", disse Cooper. "Foi como apertar o botão de reiniciar nos Estados Unidos da América." Elvis nasceu na pobreza em Tupelo, Mississippi, em 1935, e mudou-se com seus pais para Memphis adolescente, absorvendo ali a mistura de blues, rhythm and blues e gospel afro-americano a partir da qual o rock emergiu. Sua influência foi citada por outros grandes astros do pop, desde os Beatles a Justin Timberlake. "É possível escutar Dean Martin na voz dele, ouvir o gospel black, ouvir música country", disse o músico de Nashville Bill Lloyd, um dos membros da dupla de country rock Foster & Lloyd. Harold Bradley, guitarrista de 89 anos que faz parte do Hall da Fama da Música Country e tocou em muitas das gravações de Elvis no estúdio RCA, lembra do Rei como "um cara fantástico", com uma tremenda influência sobre os outros. "Acho que ainda tocamos alguns dos licks (técnica de guitarra) que ele, Scotty Moore e o grupo que meio que inventou o rock and roll tocavam", disse Bradley.
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Apple é condenada a pagar US$ 533 milhões por violação de patentes
A Apple foi condenada a pagar US$ 532,9 milhões após um júri federal no Estado do Texas (EUA) determinar que o software iTunes infringe três patentes detidas pela empresa Smartflash. A disputa envolvia invenções relacionadas a gerenciamento de dados e controle de acesso a meios de pagamento. Apesar de a Smartflash, uma empresa de licenciamento de patentes, ter pedido US$ 852 milhões em indenização, o veredito na noite da terça-feira ainda representa um golpe contra a Apple. O júri, que deliberou por oito horas, determinou que a Apple não apenas usou as patentes da Smartflash sem permissão como o fez intencionalmente –a companhia argumentava que não usou as invenções da rival e que as patentes eram inválidas. A Apple, que afirmou que irá recorrer, disse que a decisão é mais um motivo pelo qual é necessária uma reforma no sistema de patentes para conter processos de companhias que não fabricam produtos. "A Smartflash não fabrica produtos, não tem empregados, não cria empregos, não tem presença nos Estados Unidos e está explorando nosso sistema de pagamentos para obter royalties que a Apple inventou", disse Kristin Huguet, porta-voz da Apple. A companhia entrou com processo contra a Apple em maio de 2013, alegando que o software iTunes infringe patentes relacionadas ao acesso e armazenamento de músicas, vídeos e jogos baixados.
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Apple é condenada a pagar US$ 533 milhões por violação de patentesA Apple foi condenada a pagar US$ 532,9 milhões após um júri federal no Estado do Texas (EUA) determinar que o software iTunes infringe três patentes detidas pela empresa Smartflash. A disputa envolvia invenções relacionadas a gerenciamento de dados e controle de acesso a meios de pagamento. Apesar de a Smartflash, uma empresa de licenciamento de patentes, ter pedido US$ 852 milhões em indenização, o veredito na noite da terça-feira ainda representa um golpe contra a Apple. O júri, que deliberou por oito horas, determinou que a Apple não apenas usou as patentes da Smartflash sem permissão como o fez intencionalmente –a companhia argumentava que não usou as invenções da rival e que as patentes eram inválidas. A Apple, que afirmou que irá recorrer, disse que a decisão é mais um motivo pelo qual é necessária uma reforma no sistema de patentes para conter processos de companhias que não fabricam produtos. "A Smartflash não fabrica produtos, não tem empregados, não cria empregos, não tem presença nos Estados Unidos e está explorando nosso sistema de pagamentos para obter royalties que a Apple inventou", disse Kristin Huguet, porta-voz da Apple. A companhia entrou com processo contra a Apple em maio de 2013, alegando que o software iTunes infringe patentes relacionadas ao acesso e armazenamento de músicas, vídeos e jogos baixados.
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Leitor recomenda que jogadores de futebol aprendam respeito com o rúgbi
Recomendo aos jogadores de futebol que assistam à Copa do Mundo de rúgbi, no segundo semestre. Terão a oportunidade de ver como é respeitosa a relação entre os jogadores de um esporte de contato e o árbitro (Denunciado, Dudu pode pegar até um ano de suspensão). * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor recomenda que jogadores de futebol aprendam respeito com o rúgbiRecomendo aos jogadores de futebol que assistam à Copa do Mundo de rúgbi, no segundo semestre. Terão a oportunidade de ver como é respeitosa a relação entre os jogadores de um esporte de contato e o árbitro (Denunciado, Dudu pode pegar até um ano de suspensão). * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Adolescente morre em incêndio em favela na zona norte de São Paulo
O adolescente Erisvan Santos Bento, 13, morreu carbonizado em um incêndio no barraco onde morava com a família em uma favela, na região do Parque Novo Mundo, zona norte de São Paulo, no final da noite desta quarta-feira (17). O fogo começou em um barraco de dois andares na favela próxima à rua Paulo Lorenzani, às 23h40. Segundo a Polícia Civil, a mãe do adolescente conseguiu salvar o filho de dez anos, mas o adolescente estava dormindo no segundo andar e morreu carbonizado. Outro adolescente de 16 anos, irmão da vítima, não conseguiu salvá-lo pois o fogo se alastrou rapidamente atingindo a escada de acesso ao quarto. Ele teve queimaduras e foi levado ao pronto-socorro do Tatuapé. Sete equipes dos bombeiros foram enviadas ao local e controlaram o fogo rapidamente. O incêndio destruiu totalmente o barraco, mas não atingiu outras casas da favela. O caso foi registrado no 73º DP (Jaçanã). As causas do incêndio serão investigadas.
cotidiano
Adolescente morre em incêndio em favela na zona norte de São PauloO adolescente Erisvan Santos Bento, 13, morreu carbonizado em um incêndio no barraco onde morava com a família em uma favela, na região do Parque Novo Mundo, zona norte de São Paulo, no final da noite desta quarta-feira (17). O fogo começou em um barraco de dois andares na favela próxima à rua Paulo Lorenzani, às 23h40. Segundo a Polícia Civil, a mãe do adolescente conseguiu salvar o filho de dez anos, mas o adolescente estava dormindo no segundo andar e morreu carbonizado. Outro adolescente de 16 anos, irmão da vítima, não conseguiu salvá-lo pois o fogo se alastrou rapidamente atingindo a escada de acesso ao quarto. Ele teve queimaduras e foi levado ao pronto-socorro do Tatuapé. Sete equipes dos bombeiros foram enviadas ao local e controlaram o fogo rapidamente. O incêndio destruiu totalmente o barraco, mas não atingiu outras casas da favela. O caso foi registrado no 73º DP (Jaçanã). As causas do incêndio serão investigadas.
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Reino Unido continua sendo 'parceiro indispensável' dos EUA, diz Obama
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse na manhã desta sexta-feira (24) que respeita o resultado do plebiscito que definiu a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) e que a relação dos EUA com o Reino Unido continua importante. Em comunicado, o presidente afirmou que o "Reino Unido e a União Europeia continuarão sendo parceiros indispensáveis dos Estados Unidos mesmo enquanto começam a negociar sua relação atual". Obama já havia se declarado contrário à saída do Reino Unido do bloco econômico em outras ocasiões. Em abril, durante visita a Londres, ele pediu aos britânicos que votassem pela permanência do Reino Unido na UE e disse que o país "irá para o final da fila" das negociações comerciais com os EUA se deixar o grupo de 28 países. O vice-secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse nesta sexta-feira que o país" trabalhará junto com o Reino Unido e a UE para garantir uma transição suave" para o bloco econômico. Ele também afirmou que a mudança não afetará o "relacionamento especial" dos EUA com o Reino Unido. BREXIT A campanha do plebiscito foi influenciada nos últimos dias pelo assassinato da deputada trabalhista Jo Cox, pró-Europa, por um ultranacionalista, dia 16. Até então, a saída levava ligeira vantagem na margem de erro. Pesquisa do instituto YouGov divulgada logo após o fim da votação apontava 52% para a permanência e 48% para a saída da UE —sinal de quão acirrada foi a disputa. Esta não seria, porém, a primeira vez que os institutos britânicos errariam resultados. O mesmo ocorreu nas eleições gerais de 2015. União Europeia e Reino Unido Foram 15 horas de votação sob chuva, com alagamentos e interrupções no transporte. O placar expõe um país dividido e, segundo analistas, despertará um sentimento anti-UE continente afora. EFEITO DOMINÓ Há risco de efeito dominó em outros países do bloco, que podem imitar a consulta popular para obter vantagem em negociações, e de impulso a movimentos separatistas como o escocês e o catalão. O professor de política Tim Bale, da Universidade Queen Mary, de Londres, pondera que o "efeito dominó" tem mais força se o Reino Unido deixar efetivamente o bloco. Ainda que não signifique o início de um potencial desmonte, há muitos europeus interessados em, ao menos, debater benefícios e potenciais problemas caso seus países decidam deixar a UE. Pesquisa feita pelo instituto Ipsos Mori com 6.000 pessoas em nove países europeus em março e abril deste ano indicou que 45% dos entrevistados apoiam a ideia de se fazer uma consulta popular em seu próprio país, e um terço disse que votaria para sair do bloco. A maioria dos franceses e italianos ouvidos concorda com um plebiscito. O instituto ouviu ainda cidadãos de Suécia, Espanha, Bélgica, Hungria, Polônia, Alemanha e do próprio Reino Unido. Além do ceticismo quanto ao bloco, o plebiscito no Reino Unido despertou outro sentimento entre os europeus: o de não ser bem-vindo entre parte dos britânicos. Cerca de 3 milhões de cidadãos de países-membros do bloco vivem no Reino Unido, e aproximadamente 2 milhões de britânicos estão nos outros 27 países da UE. O livre trânsito de cidadãos da UE, uma das prerrogativas do bloco, transformou-se em um dos pontos de maior apelo durante a campanha do plebiscito. Favoráveis ao Brexit defendem que os imigrantes sobrecarregam o sistema de saúde, baixam os salários e "roubam" empregos. Por isso, analistas avaliam que haverá muitas feridas a curar no Reino Unido após a votação. A disputa rachou o Partido Conservador e expôs fragilidades do Trabalhista. O cisma persistirá. Resultado Brexit
mundo
Reino Unido continua sendo 'parceiro indispensável' dos EUA, diz ObamaO presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse na manhã desta sexta-feira (24) que respeita o resultado do plebiscito que definiu a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) e que a relação dos EUA com o Reino Unido continua importante. Em comunicado, o presidente afirmou que o "Reino Unido e a União Europeia continuarão sendo parceiros indispensáveis dos Estados Unidos mesmo enquanto começam a negociar sua relação atual". Obama já havia se declarado contrário à saída do Reino Unido do bloco econômico em outras ocasiões. Em abril, durante visita a Londres, ele pediu aos britânicos que votassem pela permanência do Reino Unido na UE e disse que o país "irá para o final da fila" das negociações comerciais com os EUA se deixar o grupo de 28 países. O vice-secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse nesta sexta-feira que o país" trabalhará junto com o Reino Unido e a UE para garantir uma transição suave" para o bloco econômico. Ele também afirmou que a mudança não afetará o "relacionamento especial" dos EUA com o Reino Unido. BREXIT A campanha do plebiscito foi influenciada nos últimos dias pelo assassinato da deputada trabalhista Jo Cox, pró-Europa, por um ultranacionalista, dia 16. Até então, a saída levava ligeira vantagem na margem de erro. Pesquisa do instituto YouGov divulgada logo após o fim da votação apontava 52% para a permanência e 48% para a saída da UE —sinal de quão acirrada foi a disputa. Esta não seria, porém, a primeira vez que os institutos britânicos errariam resultados. O mesmo ocorreu nas eleições gerais de 2015. União Europeia e Reino Unido Foram 15 horas de votação sob chuva, com alagamentos e interrupções no transporte. O placar expõe um país dividido e, segundo analistas, despertará um sentimento anti-UE continente afora. EFEITO DOMINÓ Há risco de efeito dominó em outros países do bloco, que podem imitar a consulta popular para obter vantagem em negociações, e de impulso a movimentos separatistas como o escocês e o catalão. O professor de política Tim Bale, da Universidade Queen Mary, de Londres, pondera que o "efeito dominó" tem mais força se o Reino Unido deixar efetivamente o bloco. Ainda que não signifique o início de um potencial desmonte, há muitos europeus interessados em, ao menos, debater benefícios e potenciais problemas caso seus países decidam deixar a UE. Pesquisa feita pelo instituto Ipsos Mori com 6.000 pessoas em nove países europeus em março e abril deste ano indicou que 45% dos entrevistados apoiam a ideia de se fazer uma consulta popular em seu próprio país, e um terço disse que votaria para sair do bloco. A maioria dos franceses e italianos ouvidos concorda com um plebiscito. O instituto ouviu ainda cidadãos de Suécia, Espanha, Bélgica, Hungria, Polônia, Alemanha e do próprio Reino Unido. Além do ceticismo quanto ao bloco, o plebiscito no Reino Unido despertou outro sentimento entre os europeus: o de não ser bem-vindo entre parte dos britânicos. Cerca de 3 milhões de cidadãos de países-membros do bloco vivem no Reino Unido, e aproximadamente 2 milhões de britânicos estão nos outros 27 países da UE. O livre trânsito de cidadãos da UE, uma das prerrogativas do bloco, transformou-se em um dos pontos de maior apelo durante a campanha do plebiscito. Favoráveis ao Brexit defendem que os imigrantes sobrecarregam o sistema de saúde, baixam os salários e "roubam" empregos. Por isso, analistas avaliam que haverá muitas feridas a curar no Reino Unido após a votação. A disputa rachou o Partido Conservador e expôs fragilidades do Trabalhista. O cisma persistirá. Resultado Brexit
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Querida presidente Dilma
Querida presidente Dilma, escrevo após a triste votação na Câmara dos Deputados que autorizou a abertura do processo de impeachment de seu mandato. Já me declarei publicamente contra o eventual (no momento, quase certo) impedimento, motivado por argumentos duvidosos e conduzido por uma Câmara cujo presidente, Eduardo Cunha, é réu no Supremo Tribunal Federal, sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro. O que mais me entristeceu, presidente, foi sua declaração de que, depois de efetuado o golpe que pretende destituí-la da Presidência, a senhora será uma "carta fora do baralho". Bem, fora desse baralho ensebado, feito de cartas marcadas, a senhora estará, sim. Por conta de seus méritos, não de seus defeitos. O lugar que ocupará na história do país, porém, está garantido, presidente Dilma, e será positivo. Não listarei as virtudes de seu governo, entre as quais o fato óbvio, não reconhecido por seus detratores, de que, pela primeira vez "na história deste país", um governante não usou de seus poderes de manipulação e chantagem para evitar a investigação de crimes envolvendo seu partido. Será que ninguém se pergunta por que a Lava Jato, apesar de sua evidente falta de imparcialidade, nunca encontrou obstáculos durante seu mandato? O que a coloca definitivamente, a meu ver, como personagem fundamental na história do Brasil foi o fato de a senhora ter sido responsável pela criação da Comissão Nacional da Verdade. Sei que a lei que instituiu a comissão foi votada pelo Congresso Nacional, mas não somos ingênuos de pensar que os deputados e senadores fariam isso por conta própria. Foi preciso que o país elegesse para presidente uma mulher corajosa, que militou contra a ditadura, foi presa e torturada (sem delatar companheiros), para que se criasse, com muito atraso em relação aos outros países latino-americanos, uma Comissão da Verdade no Brasil. Antes tarde do que nunca. Em função dessa demora, todavia, a reação da sociedade brasileira à divulgação de nossos trabalhos foi decepcionante. Foram poucas as manifestações públicas de apoio. Com exceção dos incansáveis grupos de familiares dos mortos e desaparecidos, a sociedade não se mobilizou para exigir que o Estado brasileiro revelasse as condições da morte e a localização dos corpos dos 243 desaparecidos políticos. Assim, as Forças Armadas não se sentiram moralmente obrigadas a admitir a participação de agentes do Estado em crimes de tortura, assassinatos e ocultação de cadáveres. Assistimos, consternados, à presença de alguns (poucos) jovens, no mínimo ignorantes, a ostentar cartazes em favor de uma "intervenção militar" no país. Como se autoritarismo e repressão fossem sinônimos de ordem e paz social, e não o contrário. E agora, a provar que a história se repete como farsa, nos vemos diante da iminência de uma nova catástrofe: a cassação de uma presidente séria, comprometida com o combate à corrupção, por uma Câmara comandada por um deputado acusado de vários crimes e repudiado pela população. Talvez o pior não aconteça. Talvez o Brasil acorde durante o julgamento no Senado e perceba a gravidade do que está por vir. Ou então assistiremos, estarrecidos, à repetição de um golpe em nome da moralidade pública. MARIA RITA KEHL, 63, psicanalista, foi integrante da Comissão Nacional da Verdade. É autora de "Processos Primários" (Estação Liberdade) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Querida presidente DilmaQuerida presidente Dilma, escrevo após a triste votação na Câmara dos Deputados que autorizou a abertura do processo de impeachment de seu mandato. Já me declarei publicamente contra o eventual (no momento, quase certo) impedimento, motivado por argumentos duvidosos e conduzido por uma Câmara cujo presidente, Eduardo Cunha, é réu no Supremo Tribunal Federal, sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro. O que mais me entristeceu, presidente, foi sua declaração de que, depois de efetuado o golpe que pretende destituí-la da Presidência, a senhora será uma "carta fora do baralho". Bem, fora desse baralho ensebado, feito de cartas marcadas, a senhora estará, sim. Por conta de seus méritos, não de seus defeitos. O lugar que ocupará na história do país, porém, está garantido, presidente Dilma, e será positivo. Não listarei as virtudes de seu governo, entre as quais o fato óbvio, não reconhecido por seus detratores, de que, pela primeira vez "na história deste país", um governante não usou de seus poderes de manipulação e chantagem para evitar a investigação de crimes envolvendo seu partido. Será que ninguém se pergunta por que a Lava Jato, apesar de sua evidente falta de imparcialidade, nunca encontrou obstáculos durante seu mandato? O que a coloca definitivamente, a meu ver, como personagem fundamental na história do Brasil foi o fato de a senhora ter sido responsável pela criação da Comissão Nacional da Verdade. Sei que a lei que instituiu a comissão foi votada pelo Congresso Nacional, mas não somos ingênuos de pensar que os deputados e senadores fariam isso por conta própria. Foi preciso que o país elegesse para presidente uma mulher corajosa, que militou contra a ditadura, foi presa e torturada (sem delatar companheiros), para que se criasse, com muito atraso em relação aos outros países latino-americanos, uma Comissão da Verdade no Brasil. Antes tarde do que nunca. Em função dessa demora, todavia, a reação da sociedade brasileira à divulgação de nossos trabalhos foi decepcionante. Foram poucas as manifestações públicas de apoio. Com exceção dos incansáveis grupos de familiares dos mortos e desaparecidos, a sociedade não se mobilizou para exigir que o Estado brasileiro revelasse as condições da morte e a localização dos corpos dos 243 desaparecidos políticos. Assim, as Forças Armadas não se sentiram moralmente obrigadas a admitir a participação de agentes do Estado em crimes de tortura, assassinatos e ocultação de cadáveres. Assistimos, consternados, à presença de alguns (poucos) jovens, no mínimo ignorantes, a ostentar cartazes em favor de uma "intervenção militar" no país. Como se autoritarismo e repressão fossem sinônimos de ordem e paz social, e não o contrário. E agora, a provar que a história se repete como farsa, nos vemos diante da iminência de uma nova catástrofe: a cassação de uma presidente séria, comprometida com o combate à corrupção, por uma Câmara comandada por um deputado acusado de vários crimes e repudiado pela população. Talvez o pior não aconteça. Talvez o Brasil acorde durante o julgamento no Senado e perceba a gravidade do que está por vir. Ou então assistiremos, estarrecidos, à repetição de um golpe em nome da moralidade pública. MARIA RITA KEHL, 63, psicanalista, foi integrante da Comissão Nacional da Verdade. É autora de "Processos Primários" (Estação Liberdade) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Dia 30 de junho terá um segundo a mais; entenda
Hoje, dia 30 de junho, terá um segundo a mais de duração, para compensar as pequenas variações que se acumulam ao longo do tempo e produzem uma defasagem entre o período de rotação da Terra e as 24 horas do dia. A decisão foi tomada pelo Serviço Internacional de Rotação Terrestre, sediado em Paris, em um boletim divulgado no começo do ano, explicou à Agência Efe Francisco Colomer, do Observatório Astronômico Nacional da Espanha (OAN). O último minuto do dia 30 de junho terá 61 segundos. No caso do fuso horário de Brasília, este segundo a mais será incluído às 20:59. A necessidade de acrescentar um segundo adicional se deve a minúsculas variações da duração do dia que se acumulam, por a Terra não ser um sólido rígido. A rotação do globo é afetada pelo acoplamento de núcleo, manto líquido, oceanos, atmosfera. Esses acúmulos produzem uma defasagem entre o Tempo Universal Coordenado, que é o tempo atômico em que se baseia a hora dos nossos relógios, e o tempo de rotação terrestre, que toma como referência a posição do Sol, explicou Colomer. A invenção dos relógios atômicos permitiu uma medição do tempo muito mais precisa, e em 1970 um acordo internacional reconheceu a existência de duas escalas de tempo: o período de rotação do planeta e o Tempo Universal Coordenado (UTC). O Serviço Internacional de Rotação da Terra e Sistemas de Referência Saltar, estabelecido em 1987 pela União Astronômica Internacional e pela União Internacional de Geodésia e Geofísica, é a organização que observa a diferença entre as duas escalas e assinala quando o UTC deve ter um segundo de salto. "Com este ajuste conseguimos que a diferença entre ambas as escalas de tempo seja sempre inferior a um segundo", disse Colomer. Assim como quando nosso relógio adianta ou atrasa devemos ajustá-lo, também devemos reajustar o "relógio" do Tempo Universal Coordenado, que rege a hora oficial de todos os países do mundo. A última vez em que houve um segundo de salto no UTC foi em 1º de janeiro de 2009, lembrou Colomer. Desde 1972, 26 segundos foram adicionados (contando com este de 30 de junho). O último segundo intercalado ocorreu em julho de 2012 e a penúltima vez em 2008.
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Dia 30 de junho terá um segundo a mais; entendaHoje, dia 30 de junho, terá um segundo a mais de duração, para compensar as pequenas variações que se acumulam ao longo do tempo e produzem uma defasagem entre o período de rotação da Terra e as 24 horas do dia. A decisão foi tomada pelo Serviço Internacional de Rotação Terrestre, sediado em Paris, em um boletim divulgado no começo do ano, explicou à Agência Efe Francisco Colomer, do Observatório Astronômico Nacional da Espanha (OAN). O último minuto do dia 30 de junho terá 61 segundos. No caso do fuso horário de Brasília, este segundo a mais será incluído às 20:59. A necessidade de acrescentar um segundo adicional se deve a minúsculas variações da duração do dia que se acumulam, por a Terra não ser um sólido rígido. A rotação do globo é afetada pelo acoplamento de núcleo, manto líquido, oceanos, atmosfera. Esses acúmulos produzem uma defasagem entre o Tempo Universal Coordenado, que é o tempo atômico em que se baseia a hora dos nossos relógios, e o tempo de rotação terrestre, que toma como referência a posição do Sol, explicou Colomer. A invenção dos relógios atômicos permitiu uma medição do tempo muito mais precisa, e em 1970 um acordo internacional reconheceu a existência de duas escalas de tempo: o período de rotação do planeta e o Tempo Universal Coordenado (UTC). O Serviço Internacional de Rotação da Terra e Sistemas de Referência Saltar, estabelecido em 1987 pela União Astronômica Internacional e pela União Internacional de Geodésia e Geofísica, é a organização que observa a diferença entre as duas escalas e assinala quando o UTC deve ter um segundo de salto. "Com este ajuste conseguimos que a diferença entre ambas as escalas de tempo seja sempre inferior a um segundo", disse Colomer. Assim como quando nosso relógio adianta ou atrasa devemos ajustá-lo, também devemos reajustar o "relógio" do Tempo Universal Coordenado, que rege a hora oficial de todos os países do mundo. A última vez em que houve um segundo de salto no UTC foi em 1º de janeiro de 2009, lembrou Colomer. Desde 1972, 26 segundos foram adicionados (contando com este de 30 de junho). O último segundo intercalado ocorreu em julho de 2012 e a penúltima vez em 2008.
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Obama deve anunciar envio de 250 militares para combater EI na Síria
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deverá anunciar nesta segunda (25) o envio de mais 250 militares americanos para ajudar no combate à milícia radical Estado Islâmico na Síria. Segundo membros do governo americano, a maior parte da tropa enviada será de integrantes das forças especiais, responsáveis por assessorar combatentes a enfrentar a milícia. Atualmente, 50 soldados estão no país árabe. Também farão parte do grupo militares médicos e especialistas em logística. A intenção, afirmam os integrantes do governo, é reforçar o combate ao Estado Islâmico no momento em que a facção começa a perder terreno. Eles ainda dizem que os agentes em solo são fundamentais para montar a estratégia usada pela coalizão liderada pelos EUA de ataques aéreos a regiões dominadas pelos extremistas na Síria e no vizinho Iraque. O anúncio deverá ser feito em discurso na manhã de segunda em Hannover, onde se reúne com a chanceler Angela Merkel, o presidente francês, François Hollande e os premiês italiano, Matteo Renzi, e britânico, David Cameron. Na reunião, eles deverão discutir a guerra civil na Síria, embora os principais temas devam ser a crise de refugiados na Europa e a proposta de um tratado de livre comércio entre a União Europeia e os Estados Unidos. USO DA FORÇA O deslocamento de mais forças à Síria acontece dias depois de Obama ter advogado por uma solução diplomática para o fim do conflito. Em visita à Arábia Saudita, o presidente não comentou sobre se enviaria mais tropas. No entanto, disse que conversou com assessores sobre as opções em caso de fracasso do cessar-fogo. "Nenhuma das opções é boa. Minha visão foi sempre conseguir uma solução política com todos os atores externos e internos". O envio de tropas à Síria acontece duas semanas depois de o secretário de Defesa americano, Ashton Carter, anunciar o deslocamento de 217 soldados ao Iraque, também para a luta contra o Estado Islâmico. Nos últimos meses, os extremistas perderam território tanto para combatentes curdos e rebeldes moderados, apoiados pelos EUA e a União Europeia, quanto para o regime sírio, que recebeu ajuda da Rússia.
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Obama deve anunciar envio de 250 militares para combater EI na SíriaO presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deverá anunciar nesta segunda (25) o envio de mais 250 militares americanos para ajudar no combate à milícia radical Estado Islâmico na Síria. Segundo membros do governo americano, a maior parte da tropa enviada será de integrantes das forças especiais, responsáveis por assessorar combatentes a enfrentar a milícia. Atualmente, 50 soldados estão no país árabe. Também farão parte do grupo militares médicos e especialistas em logística. A intenção, afirmam os integrantes do governo, é reforçar o combate ao Estado Islâmico no momento em que a facção começa a perder terreno. Eles ainda dizem que os agentes em solo são fundamentais para montar a estratégia usada pela coalizão liderada pelos EUA de ataques aéreos a regiões dominadas pelos extremistas na Síria e no vizinho Iraque. O anúncio deverá ser feito em discurso na manhã de segunda em Hannover, onde se reúne com a chanceler Angela Merkel, o presidente francês, François Hollande e os premiês italiano, Matteo Renzi, e britânico, David Cameron. Na reunião, eles deverão discutir a guerra civil na Síria, embora os principais temas devam ser a crise de refugiados na Europa e a proposta de um tratado de livre comércio entre a União Europeia e os Estados Unidos. USO DA FORÇA O deslocamento de mais forças à Síria acontece dias depois de Obama ter advogado por uma solução diplomática para o fim do conflito. Em visita à Arábia Saudita, o presidente não comentou sobre se enviaria mais tropas. No entanto, disse que conversou com assessores sobre as opções em caso de fracasso do cessar-fogo. "Nenhuma das opções é boa. Minha visão foi sempre conseguir uma solução política com todos os atores externos e internos". O envio de tropas à Síria acontece duas semanas depois de o secretário de Defesa americano, Ashton Carter, anunciar o deslocamento de 217 soldados ao Iraque, também para a luta contra o Estado Islâmico. Nos últimos meses, os extremistas perderam território tanto para combatentes curdos e rebeldes moderados, apoiados pelos EUA e a União Europeia, quanto para o regime sírio, que recebeu ajuda da Rússia.
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' O PT semeou e está colhendo ódio', diz leitor
Lula reclama do sentimento de ódio ao PT que ele identifica na sociedade. O que ele quer que se sinta por um partido que negou suas origens, mente permanentemente, implantou um esquema generalizado de corrupção, trata os que com ele não concordam como "elite branca e exploradora", estimula invasões e depredações, desorganizou a economia, aparelhou o Estado, quer censurar a imprensa e alinha-se com as ditaduras do mundo? O PT semeou ódio e está colhendo ódio. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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' O PT semeou e está colhendo ódio', diz leitorLula reclama do sentimento de ódio ao PT que ele identifica na sociedade. O que ele quer que se sinta por um partido que negou suas origens, mente permanentemente, implantou um esquema generalizado de corrupção, trata os que com ele não concordam como "elite branca e exploradora", estimula invasões e depredações, desorganizou a economia, aparelhou o Estado, quer censurar a imprensa e alinha-se com as ditaduras do mundo? O PT semeou ódio e está colhendo ódio. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Vazamento abre buraco e fecha vias do Maracanã a 12 dias das Olimpíadas
DO RIO O vazamento de uma tubulação de água abriu uma cratera em frente ao estádio do Maracanã, palco da cerimônia de abertura das Olimpíadas, a 12 dias do início dos jogos no Rio. A Cedae, empresa de água e esgoto do Rio, identificou um vazamento na avenida Radial Oeste, sentido centro da cidade, que passa em frente ao estádio, na noite deste sábado (23). Um grande buraco teve que ser aberto para o reparo, causando o fechamento de três das quatro pistas da avenida. A tubulação começou a ser reparada por volta das 19h da noite de sábado. Às 17h deste domingo (24), os trabalhos ainda não haviam sido concluídos. O buraco foi fechado às 16h, mas uma hora mais tarde ainda havia máquinas e operários nas pistas, que permaneciam fechadas. O trânsito era intenso no local no final da tarde. Segundo o jornal "Extra", o vazamento foi identificado após uma parte da pista ceder. A Cedae não confirmou essa informação para a Folha. Em abril passado, uma tubulação estourou no mesmo local. A via ficou alagada nos dois sentidos e o tráfego, totalmente bloqueado. O Centro de Operações da Prefeitura do Rio, que monitora o trânsito na cidade, emitiu um alerta de obras no local às 18h55 deste sábado. O trânsito de uma das pistas opostas foi invertido.
esporte
Vazamento abre buraco e fecha vias do Maracanã a 12 dias das Olimpíadas DO RIO O vazamento de uma tubulação de água abriu uma cratera em frente ao estádio do Maracanã, palco da cerimônia de abertura das Olimpíadas, a 12 dias do início dos jogos no Rio. A Cedae, empresa de água e esgoto do Rio, identificou um vazamento na avenida Radial Oeste, sentido centro da cidade, que passa em frente ao estádio, na noite deste sábado (23). Um grande buraco teve que ser aberto para o reparo, causando o fechamento de três das quatro pistas da avenida. A tubulação começou a ser reparada por volta das 19h da noite de sábado. Às 17h deste domingo (24), os trabalhos ainda não haviam sido concluídos. O buraco foi fechado às 16h, mas uma hora mais tarde ainda havia máquinas e operários nas pistas, que permaneciam fechadas. O trânsito era intenso no local no final da tarde. Segundo o jornal "Extra", o vazamento foi identificado após uma parte da pista ceder. A Cedae não confirmou essa informação para a Folha. Em abril passado, uma tubulação estourou no mesmo local. A via ficou alagada nos dois sentidos e o tráfego, totalmente bloqueado. O Centro de Operações da Prefeitura do Rio, que monitora o trânsito na cidade, emitiu um alerta de obras no local às 18h55 deste sábado. O trânsito de uma das pistas opostas foi invertido.
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Após vitória de Trump, Turquia emite alerta para viagens aos EUA
Após a onda de protestos anti-Trump nos Estados Unidos, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia emitiu um alerta aos cidadãos turcos que pretendem viajar para o país ou que vivem por lá: que sejam cautelosos e adotem medidas de segurança para se proteger. Os motivos para a declaração, segundo o órgão, foram os episódios de violência nas manifestações e o aumento no número de agressões verbais e físicas de natureza xenófoba e racista no país americano. O ministério citou o caso de um manifestante que foi baleado no dia 12 de novembro na cidade de Portland, em Oregon, durante um protesto. Os Estados Unidos também emitiram um alerta para os americanos, no fim de outubro, sobre a ameaça de ataques terroristas na Turquia, recomendando que considerassem os riscos de viajar para lá. * Marco das Três Fronteiras (PR) é reaberto O Complexo Turístico Marco das Três Fronteiras, localizado em Foz do Iguaçu (PR) na divisa com a Argentina e o Paraguai, será reinaugurado na segunda quinzena de dezembro. A reforma do espaço começou em outubro de 2015. O principal símbolo do local é um obelisco erguido em 1903 que estabelece o limite territorial do Brasil em relação aos outros dois países, que também têm monumentos próprios. Com a revitalização, a área de mirantes, de onde é possível ver o pôr do sol, será ampliada. Além disso, será criada uma vila cenográfica que reproduz a arquitetura de povoados indígenas organizados por jesuítas nos séculos 17 e 18.O complexo terá ainda outras atrações, como um show de águas dançantes, com luzes e projeções, e um novo restaurante. O valor da entrada ainda não foi definido. Moradores de Foz do Iguaçu não pagam. * MAURO SOUSA, 29 Diretor no grupo Mauricio de Sousa Produções Japão O país tem infraestrutura e tecnologia, infinitas opções de lazer, uma rica culinária e um povo educado. É um destino extremamente interessante e importante culturalmente. Para mim, a viagem ainda tem um apelo emocional porque sou descendente de japoneses San Andrés (Colômbia) Apesar de ser um lugar muito bonito, não tem infraestrutura adequada para receber turistas. A mobilidade urbana da ilha é ruim, além de ser complicado conseguir informações por lá. Fora isso, no hotel em que eu fiquei hospedado não tinha água quente * O Explorer é um aplicativo criado pelo Museu de História Natural de Nova York (EUA) que ajuda visitantes a conhecer o lugar de uma forma mais interativa. Com ele, é possível comprar ingressos sem filas, saber curiosidades sobre os animais expostos, realizar testes de conhecimento e montar um roteiro personalizado pelo museu. Nome Explorer Plataforma Android e iOS Quanto grátis *
turismo
Após vitória de Trump, Turquia emite alerta para viagens aos EUAApós a onda de protestos anti-Trump nos Estados Unidos, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia emitiu um alerta aos cidadãos turcos que pretendem viajar para o país ou que vivem por lá: que sejam cautelosos e adotem medidas de segurança para se proteger. Os motivos para a declaração, segundo o órgão, foram os episódios de violência nas manifestações e o aumento no número de agressões verbais e físicas de natureza xenófoba e racista no país americano. O ministério citou o caso de um manifestante que foi baleado no dia 12 de novembro na cidade de Portland, em Oregon, durante um protesto. Os Estados Unidos também emitiram um alerta para os americanos, no fim de outubro, sobre a ameaça de ataques terroristas na Turquia, recomendando que considerassem os riscos de viajar para lá. * Marco das Três Fronteiras (PR) é reaberto O Complexo Turístico Marco das Três Fronteiras, localizado em Foz do Iguaçu (PR) na divisa com a Argentina e o Paraguai, será reinaugurado na segunda quinzena de dezembro. A reforma do espaço começou em outubro de 2015. O principal símbolo do local é um obelisco erguido em 1903 que estabelece o limite territorial do Brasil em relação aos outros dois países, que também têm monumentos próprios. Com a revitalização, a área de mirantes, de onde é possível ver o pôr do sol, será ampliada. Além disso, será criada uma vila cenográfica que reproduz a arquitetura de povoados indígenas organizados por jesuítas nos séculos 17 e 18.O complexo terá ainda outras atrações, como um show de águas dançantes, com luzes e projeções, e um novo restaurante. O valor da entrada ainda não foi definido. Moradores de Foz do Iguaçu não pagam. * MAURO SOUSA, 29 Diretor no grupo Mauricio de Sousa Produções Japão O país tem infraestrutura e tecnologia, infinitas opções de lazer, uma rica culinária e um povo educado. É um destino extremamente interessante e importante culturalmente. Para mim, a viagem ainda tem um apelo emocional porque sou descendente de japoneses San Andrés (Colômbia) Apesar de ser um lugar muito bonito, não tem infraestrutura adequada para receber turistas. A mobilidade urbana da ilha é ruim, além de ser complicado conseguir informações por lá. Fora isso, no hotel em que eu fiquei hospedado não tinha água quente * O Explorer é um aplicativo criado pelo Museu de História Natural de Nova York (EUA) que ajuda visitantes a conhecer o lugar de uma forma mais interativa. Com ele, é possível comprar ingressos sem filas, saber curiosidades sobre os animais expostos, realizar testes de conhecimento e montar um roteiro personalizado pelo museu. Nome Explorer Plataforma Android e iOS Quanto grátis *
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A arte de recontar histórias: escritor explica como é adaptar clássicos
Quem conta um conto aumenta um ponto? O escritor Fernando Nuno, mestre em adaptar clássicos da literatura para crianças, de pronto responde que sim. Ele diz que sempre busca preservar a essência da história. "Como dizem em Portugal: procuro traduzir para os miúdos as ideias graúdas –de forma que as crianças aproveitem, gostem e procurem conhecer mais sobre a obra." A convite da "Folhinha", ele assistiu ao espetáculo da Cia. Solas de Vento "Viagem ao Centro da Terra", história de Júlio Verne que ele recontou na coleção "Correndo Mundo", da editora DCL. Como é ver nos palcos uma história já lida nos livros? "Ao ver a peça, sentimos que a história ganha um valor diferente, ao nos transmitir sensações para os olhos e os ouvidos. Ao ler o livro, a vivência das palavras silenciosas, das frases ecoando dentro da gente, nos trazem outro tipo de crescimento interior." Na entrevista a seguir, ele fala sobre o que é adaptar uma história. Também conta quem foi esse escritor que inaugurou o gênero da ficção científica, aquelas histórias cheias de invencionices e que antecipam o futuro, e dá dicas de como começar a ler a obra de Verne. * Folha - Como surgiu sua vontade de recontar clássicos para as crianças? Fernando Nuno - Recontar uma história me traz a lembrança gostosa dos avós, dos pais, dos tios, das professoras dos primeiros anos de escola, que contavam histórias. Muitas eu nem sabia que eram o que se chama clássicos. Conforme ia crescendo, ia descobrindo livros que recontavam essas histórias, livros cada vez maiores. Um dia passei a sentir a alegria interior incrível que dá ler essas mesmas histórias na versão original, completa, e senti que aquelas primeiras versões haviam me plantado a semente, servido de escada para chegar às versões mais difíceis. Hoje, quando reconto uma dessas histórias em livro, revivo grande parte daquele prazer de criança. Por sinal, foi pensando nos meus próprios filhos que comecei a recontar os clássicos. O que é recontar uma história clássica, que já viajou muito por aí? Agora lembro o ditado de que quem conta um conto aumenta um ponto. Mas tanto podemos aumentar vários pontos, não só um, como não mudar nada na história que estamos contando. Ou seja: há duas maneiras de recontar um clássico –ou uma história qualquer. Quando conto um clássico em livro, procuro preservar a essência da obra: o meu livro busca trazer as cenas mais impressivas e, principalmente, as ideias mais importantes do clássico que estou contando. E como é que fica quando as histórias dos livros migram para o teatro ou o cinema? No teatro e no cinema, é mais difícil ficar "colado" ao que está escrito no livro. Geralmente é preciso criar mais cenas. Daí que o teatro e o cinema às vezes mudam até bastante a história que está no livro, criando muitas vezes uma obra quase toda nova. A maioria das peças de um autor de teatro que é considerado o maior escritor de todos os tempos por muita gente, William Shakespeare, já haviam sido escritas mas ele, ao adaptá-las para o palco, criou novas cenas e personagens de primeira grandeza que não existiam nas obras originais. "Romeu e Julieta", por exemplo, já existia séculos antes, em francês, italiano e até em inglês, mas a versão definitiva, a que superou todas as outras e sobrevive até hoje, é a de Shakespeare. A convite da "Folhinha" você assistiu à peça "Viagem ao Centro da Terra". Como especialista em Júlio Verne, o que achou da montagem? Gostei muito de assistir a "Viagem ao Centro da Terra" no teatro. Houve mudanças em relação ao livro, é claro, para tornar a encenação mais atrativa, mas o essencial da história e dos personagens se manteve. A cena em que Axel fica perdido nos túneis embaixo da terra, por exemplo, que deixa o leitor do livro em suspenso, ganhou outra dimensão. Também ficou muito boa a luta dos dinossauros. Qual é a essência dessa história escrita há tanto tempo? Nos dois casos, sinto que existem dois centros da Terra –ou que o centro da Terra está em dois lugares: aquele para o qual a força da gravidade nos puxa, mas é inatingível, e o outro centro da Terra e do universo, que está dentro de cada um de nós. E a melhor maneira de atingi-lo, cobrir as distâncias, fazer uma viagem e trazer tudo para bem perto de nós, é lendo um bom livro, assistindo a uma boa peça. A viagem ao centro da Terra é, no fundo, uma viagem ao centro de nós mesmos. Por que até hoje as histórias de Júlio Verne são (re)contadas? Que legado esse escritor deixou? Júlio Verne tinha uma criatividade que só ele! Mas também era muito estudioso. Quase sem ter viajado, escreveu livros de aventuras passados em todas as partes do mundo, graças às leituras que fazia. Dizem que o que ele contava a respeito de países longínquos os retratava melhor que os livros de outros escritores que tinham viajado para eles. Ele escreveu até um livro chamado "Jangada", que se passa na Amazônia mas é pouco conhecido no Brasil. Além disso, foi o pioneiro da ficção científica e previu inventos e eventos que ainda não existiam na sua época, como o telefone, a televisão, o submarino de longo alcance, o foguete e a viagem espacial. No livro "Da Terra à Lua", ele imaginou que a primeira viagem à Lua partiria da Flórida, nos Estados Unidos; até o lugar de onde o foguete seria lançado ele pôde prever com mais de cem anos de antecedência ("Da Terra à Lua" foi publicado em 1865 e os primeiros homens a pisar na Lua foram levados por um foguete lançado em 1969 na Flórida). Ele não se considerava um mago vidente, só estudava ciência a sério. Por isso conseguiu acertar em muitas coisas. Como começar a ler Júlio Verne? Para quem quer começar, recomendo "A Volta ao Mundo em Oitenta Dias". Outros livros bons para começar são "Viagem ao Centro da Terra", que até hoje é um passeio impossível de fazer, e "Vinte Mil Léguas Submarinas", uma viagem por baixo dos oceanos em uma época em que isso era apenas um sonho. Em todas essas histórias (e em todas as de Júlio Verne), o mais marcante é a vontade do ser humano de se superar, romper limites, vencer desafios. Se você ainda não costuma ler muito, comece com uma adaptação - e não deixe de ver a peça. Se já gosta de ler livros grandes, vá direto para uma tradução da versão integral. E, quando possível, aprenda francês, que é uma língua muito bonita e deguste as obras de Verne no original.
folhinha
A arte de recontar histórias: escritor explica como é adaptar clássicosQuem conta um conto aumenta um ponto? O escritor Fernando Nuno, mestre em adaptar clássicos da literatura para crianças, de pronto responde que sim. Ele diz que sempre busca preservar a essência da história. "Como dizem em Portugal: procuro traduzir para os miúdos as ideias graúdas –de forma que as crianças aproveitem, gostem e procurem conhecer mais sobre a obra." A convite da "Folhinha", ele assistiu ao espetáculo da Cia. Solas de Vento "Viagem ao Centro da Terra", história de Júlio Verne que ele recontou na coleção "Correndo Mundo", da editora DCL. Como é ver nos palcos uma história já lida nos livros? "Ao ver a peça, sentimos que a história ganha um valor diferente, ao nos transmitir sensações para os olhos e os ouvidos. Ao ler o livro, a vivência das palavras silenciosas, das frases ecoando dentro da gente, nos trazem outro tipo de crescimento interior." Na entrevista a seguir, ele fala sobre o que é adaptar uma história. Também conta quem foi esse escritor que inaugurou o gênero da ficção científica, aquelas histórias cheias de invencionices e que antecipam o futuro, e dá dicas de como começar a ler a obra de Verne. * Folha - Como surgiu sua vontade de recontar clássicos para as crianças? Fernando Nuno - Recontar uma história me traz a lembrança gostosa dos avós, dos pais, dos tios, das professoras dos primeiros anos de escola, que contavam histórias. Muitas eu nem sabia que eram o que se chama clássicos. Conforme ia crescendo, ia descobrindo livros que recontavam essas histórias, livros cada vez maiores. Um dia passei a sentir a alegria interior incrível que dá ler essas mesmas histórias na versão original, completa, e senti que aquelas primeiras versões haviam me plantado a semente, servido de escada para chegar às versões mais difíceis. Hoje, quando reconto uma dessas histórias em livro, revivo grande parte daquele prazer de criança. Por sinal, foi pensando nos meus próprios filhos que comecei a recontar os clássicos. O que é recontar uma história clássica, que já viajou muito por aí? Agora lembro o ditado de que quem conta um conto aumenta um ponto. Mas tanto podemos aumentar vários pontos, não só um, como não mudar nada na história que estamos contando. Ou seja: há duas maneiras de recontar um clássico –ou uma história qualquer. Quando conto um clássico em livro, procuro preservar a essência da obra: o meu livro busca trazer as cenas mais impressivas e, principalmente, as ideias mais importantes do clássico que estou contando. E como é que fica quando as histórias dos livros migram para o teatro ou o cinema? No teatro e no cinema, é mais difícil ficar "colado" ao que está escrito no livro. Geralmente é preciso criar mais cenas. Daí que o teatro e o cinema às vezes mudam até bastante a história que está no livro, criando muitas vezes uma obra quase toda nova. A maioria das peças de um autor de teatro que é considerado o maior escritor de todos os tempos por muita gente, William Shakespeare, já haviam sido escritas mas ele, ao adaptá-las para o palco, criou novas cenas e personagens de primeira grandeza que não existiam nas obras originais. "Romeu e Julieta", por exemplo, já existia séculos antes, em francês, italiano e até em inglês, mas a versão definitiva, a que superou todas as outras e sobrevive até hoje, é a de Shakespeare. A convite da "Folhinha" você assistiu à peça "Viagem ao Centro da Terra". Como especialista em Júlio Verne, o que achou da montagem? Gostei muito de assistir a "Viagem ao Centro da Terra" no teatro. Houve mudanças em relação ao livro, é claro, para tornar a encenação mais atrativa, mas o essencial da história e dos personagens se manteve. A cena em que Axel fica perdido nos túneis embaixo da terra, por exemplo, que deixa o leitor do livro em suspenso, ganhou outra dimensão. Também ficou muito boa a luta dos dinossauros. Qual é a essência dessa história escrita há tanto tempo? Nos dois casos, sinto que existem dois centros da Terra –ou que o centro da Terra está em dois lugares: aquele para o qual a força da gravidade nos puxa, mas é inatingível, e o outro centro da Terra e do universo, que está dentro de cada um de nós. E a melhor maneira de atingi-lo, cobrir as distâncias, fazer uma viagem e trazer tudo para bem perto de nós, é lendo um bom livro, assistindo a uma boa peça. A viagem ao centro da Terra é, no fundo, uma viagem ao centro de nós mesmos. Por que até hoje as histórias de Júlio Verne são (re)contadas? Que legado esse escritor deixou? Júlio Verne tinha uma criatividade que só ele! Mas também era muito estudioso. Quase sem ter viajado, escreveu livros de aventuras passados em todas as partes do mundo, graças às leituras que fazia. Dizem que o que ele contava a respeito de países longínquos os retratava melhor que os livros de outros escritores que tinham viajado para eles. Ele escreveu até um livro chamado "Jangada", que se passa na Amazônia mas é pouco conhecido no Brasil. Além disso, foi o pioneiro da ficção científica e previu inventos e eventos que ainda não existiam na sua época, como o telefone, a televisão, o submarino de longo alcance, o foguete e a viagem espacial. No livro "Da Terra à Lua", ele imaginou que a primeira viagem à Lua partiria da Flórida, nos Estados Unidos; até o lugar de onde o foguete seria lançado ele pôde prever com mais de cem anos de antecedência ("Da Terra à Lua" foi publicado em 1865 e os primeiros homens a pisar na Lua foram levados por um foguete lançado em 1969 na Flórida). Ele não se considerava um mago vidente, só estudava ciência a sério. Por isso conseguiu acertar em muitas coisas. Como começar a ler Júlio Verne? Para quem quer começar, recomendo "A Volta ao Mundo em Oitenta Dias". Outros livros bons para começar são "Viagem ao Centro da Terra", que até hoje é um passeio impossível de fazer, e "Vinte Mil Léguas Submarinas", uma viagem por baixo dos oceanos em uma época em que isso era apenas um sonho. Em todas essas histórias (e em todas as de Júlio Verne), o mais marcante é a vontade do ser humano de se superar, romper limites, vencer desafios. Se você ainda não costuma ler muito, comece com uma adaptação - e não deixe de ver a peça. Se já gosta de ler livros grandes, vá direto para uma tradução da versão integral. E, quando possível, aprenda francês, que é uma língua muito bonita e deguste as obras de Verne no original.
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Cobra com quatro patas viveu no Ceará há 120 milhões de anos
Um fóssil de 120 milhões de anos que foi levado para fora do Brasil em circunstâncias misteriosas (e provavelmente escusas) é o primeiro exemplar conhecido de uma serpente primitiva com quatro patas, afirmam os paleontólogos que o estudaram. A descrição da espécie extinta está na edição desta semana da revista especializada "Science". O trio formado pelo britânico David Martill, pelo americano Nicholas Longrich e pelo alemão Helmut Tischlinger afirma que a criatura, achada no lugar que hoje é a chapada do Araripe (interior do Ceará), traz evidências de que as cobras surgiram a partir de um grupo de lagartos que viviam em tocas no chão. Essas serpentes primevas, segundo eles, caçavam pequenos vertebrados por meio da técnica da constrição –ou seja, enrolando-se em torno deles para esmagar a presa, mais ou menos como fazem as jiboias de hoje. De fato, o fóssil foi preservado com restos de um animalzinho (talvez um sapo ou lagarto de pequeno porte) em seu intestino. É possível ver claramente pequenas patas dianteiras e traseiras no fóssil, batizado de Tetrapodophis ("serpente de quatro patas", em grego). Apesar de minúsculos, os membros podem ter sido funcionais - talvez fossem úteis para agarrar parceiros durante o acasalamento, propõem os paleontólogos. COCÔ DE PEIXE Embora o bicho fosse terrestre, ele acabou se fossilizando circundado por inúmeros flocos de fezes de peixe petrificadas. É que, durante a Era dos Dinossauros, o Araripe era uma região costeira repleta de lagunas de água salobra. "Achamos que o corpo pode ter sido levado para dentro dessas lagunas por rios. Por outro lado, muitas cobras sabem nadar, então não é impossível que ela tenha pulado dentro d'água em busca de presas", diz Martill. Além das serpentes propriamente ditas, diversos grupos de répteis e anfíbios, como as anfisbenas e as cobras-cegas, perderam um ou dois pares de membros ao longo da evolução, mas detalhes como a estrutura dos dentes, da mandíbula e da espinha do espécime levaram os paleontólogos a propor que se trata mesmo de uma cobra quadrúpede. Segundo Longrich, uma das partes mais importantes da anatomia do bicho é a estrutura flexível da coluna vertebral, em especial as mais de 150 vértebras do pescoço e do tronco (que são diferenciadas, embora para o observador não treinado tudo pareça a mesma coisa, claro). "São mais vértebras do que as que existem em lagartos sem patas, o que sugere que elas não são apenas uma adaptação para rastejar", diz ele. "A alta flexibilidade e o grande número de vértebras significam que essas serpentes eram capazes de matar presas por constrição [esmagamento]." Nem todos os especialistas estão convencidos, no entanto. O paleontólogo argentino Sebastián Apesteguía, da Universidade Maimónides, estudou algumas das cobras fósseis mais primitivas do mundo, e diz ter dúvidas sobre o parentesco da Tetrapodophis. Os indícios ligados aos dentes e às vértebras "não são definitivos", afirma ele. "Honestamente, o que mais me leva a considerar que se trata de uma serpente são as impressões de escamas no ventre", pondera Apesteguía. Outras características do fóssil poderiam indicar que o animal era uma forma primitiva de anfíbio, talvez aparentados às cobras-cegas, segundo o pesquisador. "Com isso, a importância do fóssil não seria menor, embora as implicações fossem diferentes." Cobra com patas O COLECIONADOR O trio que descreveu a espécie afirma que a Tetrapodophis passou décadas nas mãos de um colecionador particular antes de ser repassada para um museu na Alemanha, e que não havia registros detalhados sobre como e quando ela foi obtida por seu dono original. O problema é que, desde 1942, fósseis brasileiros são considerados bens da União por lei e não podem ser comercializados. "É altamente improvável que esse material tenha saído daqui pelas vias legais", resume Alexander Kellner, paleontólogo do Museu Nacional da UFRJ, no Rio, e autor de dezenas de pesquisas sobre os fósseis do Araripe. "A tentativa de negar isso não vai convencer ninguém." Por outro lado, Kellner diz que não é o caso de simplesmente condenar os paleontólogos estrangeiros. "A ciência não tem fronteiras. Eu responsabilizo diretamente o DNPM [Departamento Nacional de Produção Mineral, que fiscaliza a extração de fósseis] por cercear o trabalho de pesquisadores brasileiros sérios, por situações como essas", diz ele, que teve problemas com o órgão anos atrás, mas afirma ter agido de acordo com a lei. Martill se defende dizendo que tentou ser recebido pela embaixada brasileira em Londres e buscou permissão para trabalhar com fósseis do país, mas nunca obteve resposta. Segundo ele, as leis sobre fósseis do Brasil são "ridículas, e parecem xenofóbicas". Já Longrich afirma que, da maneira como as coisas funcionam hoje, muitos fósseis do Araripe acabam sendo destruídos por pedreiras sem ser estudados. Ambos se dizem favoráveis a devolver a Tetrapodophis a instituições brasileiras no futuro, mas que isso depende do museu alemão onde está o material. O DNPM afirma que não tinha conhecimento da saída do fóssil do país, mas que acredita que isso tenha acontecido de forma ilegal. O órgão afirma que o procedimento a ser adotado, caso fique caracterizado o delito, é requerer ao governo alemão a repatriação do fóssil. O DNPM aponta ainda que as solicitações de paleontólogos que são regularmente enviadas ao órgão são atendidas tempestivamente. A embaixada do Brasil em Londres não se pronunciou até o encerramento deste texto.
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Cobra com quatro patas viveu no Ceará há 120 milhões de anosUm fóssil de 120 milhões de anos que foi levado para fora do Brasil em circunstâncias misteriosas (e provavelmente escusas) é o primeiro exemplar conhecido de uma serpente primitiva com quatro patas, afirmam os paleontólogos que o estudaram. A descrição da espécie extinta está na edição desta semana da revista especializada "Science". O trio formado pelo britânico David Martill, pelo americano Nicholas Longrich e pelo alemão Helmut Tischlinger afirma que a criatura, achada no lugar que hoje é a chapada do Araripe (interior do Ceará), traz evidências de que as cobras surgiram a partir de um grupo de lagartos que viviam em tocas no chão. Essas serpentes primevas, segundo eles, caçavam pequenos vertebrados por meio da técnica da constrição –ou seja, enrolando-se em torno deles para esmagar a presa, mais ou menos como fazem as jiboias de hoje. De fato, o fóssil foi preservado com restos de um animalzinho (talvez um sapo ou lagarto de pequeno porte) em seu intestino. É possível ver claramente pequenas patas dianteiras e traseiras no fóssil, batizado de Tetrapodophis ("serpente de quatro patas", em grego). Apesar de minúsculos, os membros podem ter sido funcionais - talvez fossem úteis para agarrar parceiros durante o acasalamento, propõem os paleontólogos. COCÔ DE PEIXE Embora o bicho fosse terrestre, ele acabou se fossilizando circundado por inúmeros flocos de fezes de peixe petrificadas. É que, durante a Era dos Dinossauros, o Araripe era uma região costeira repleta de lagunas de água salobra. "Achamos que o corpo pode ter sido levado para dentro dessas lagunas por rios. Por outro lado, muitas cobras sabem nadar, então não é impossível que ela tenha pulado dentro d'água em busca de presas", diz Martill. Além das serpentes propriamente ditas, diversos grupos de répteis e anfíbios, como as anfisbenas e as cobras-cegas, perderam um ou dois pares de membros ao longo da evolução, mas detalhes como a estrutura dos dentes, da mandíbula e da espinha do espécime levaram os paleontólogos a propor que se trata mesmo de uma cobra quadrúpede. Segundo Longrich, uma das partes mais importantes da anatomia do bicho é a estrutura flexível da coluna vertebral, em especial as mais de 150 vértebras do pescoço e do tronco (que são diferenciadas, embora para o observador não treinado tudo pareça a mesma coisa, claro). "São mais vértebras do que as que existem em lagartos sem patas, o que sugere que elas não são apenas uma adaptação para rastejar", diz ele. "A alta flexibilidade e o grande número de vértebras significam que essas serpentes eram capazes de matar presas por constrição [esmagamento]." Nem todos os especialistas estão convencidos, no entanto. O paleontólogo argentino Sebastián Apesteguía, da Universidade Maimónides, estudou algumas das cobras fósseis mais primitivas do mundo, e diz ter dúvidas sobre o parentesco da Tetrapodophis. Os indícios ligados aos dentes e às vértebras "não são definitivos", afirma ele. "Honestamente, o que mais me leva a considerar que se trata de uma serpente são as impressões de escamas no ventre", pondera Apesteguía. Outras características do fóssil poderiam indicar que o animal era uma forma primitiva de anfíbio, talvez aparentados às cobras-cegas, segundo o pesquisador. "Com isso, a importância do fóssil não seria menor, embora as implicações fossem diferentes." Cobra com patas O COLECIONADOR O trio que descreveu a espécie afirma que a Tetrapodophis passou décadas nas mãos de um colecionador particular antes de ser repassada para um museu na Alemanha, e que não havia registros detalhados sobre como e quando ela foi obtida por seu dono original. O problema é que, desde 1942, fósseis brasileiros são considerados bens da União por lei e não podem ser comercializados. "É altamente improvável que esse material tenha saído daqui pelas vias legais", resume Alexander Kellner, paleontólogo do Museu Nacional da UFRJ, no Rio, e autor de dezenas de pesquisas sobre os fósseis do Araripe. "A tentativa de negar isso não vai convencer ninguém." Por outro lado, Kellner diz que não é o caso de simplesmente condenar os paleontólogos estrangeiros. "A ciência não tem fronteiras. Eu responsabilizo diretamente o DNPM [Departamento Nacional de Produção Mineral, que fiscaliza a extração de fósseis] por cercear o trabalho de pesquisadores brasileiros sérios, por situações como essas", diz ele, que teve problemas com o órgão anos atrás, mas afirma ter agido de acordo com a lei. Martill se defende dizendo que tentou ser recebido pela embaixada brasileira em Londres e buscou permissão para trabalhar com fósseis do país, mas nunca obteve resposta. Segundo ele, as leis sobre fósseis do Brasil são "ridículas, e parecem xenofóbicas". Já Longrich afirma que, da maneira como as coisas funcionam hoje, muitos fósseis do Araripe acabam sendo destruídos por pedreiras sem ser estudados. Ambos se dizem favoráveis a devolver a Tetrapodophis a instituições brasileiras no futuro, mas que isso depende do museu alemão onde está o material. O DNPM afirma que não tinha conhecimento da saída do fóssil do país, mas que acredita que isso tenha acontecido de forma ilegal. O órgão afirma que o procedimento a ser adotado, caso fique caracterizado o delito, é requerer ao governo alemão a repatriação do fóssil. O DNPM aponta ainda que as solicitações de paleontólogos que são regularmente enviadas ao órgão são atendidas tempestivamente. A embaixada do Brasil em Londres não se pronunciou até o encerramento deste texto.
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Entenda a investigação de que Donald Trump é alvo em vídeo de 2 minutos
O presidente americano, Donald Trump, acumula polêmicas em seus cinco meses de mandato, completados nesta quarta (21). Uma delas resultou em uma investigação do FBI que tem como alvo justamente o presidente. O caso envolve desde suspeitas de uso, pela campanha de Trump, de hackers russos para influenciar as eleições do ano passado a uma possível obstrução da Justiça por parte do presidente –que remonta à mal explicada demissão do ex-chefe do FBI, James Comey. Neste vídeo da série "Folha Explica", o jornalista Ricardo Ampudia resume o imbróglio, que pode levar a cabo um processo de impeachment contra Donald Trump. Trump emparedado
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Entenda a investigação de que Donald Trump é alvo em vídeo de 2 minutosO presidente americano, Donald Trump, acumula polêmicas em seus cinco meses de mandato, completados nesta quarta (21). Uma delas resultou em uma investigação do FBI que tem como alvo justamente o presidente. O caso envolve desde suspeitas de uso, pela campanha de Trump, de hackers russos para influenciar as eleições do ano passado a uma possível obstrução da Justiça por parte do presidente –que remonta à mal explicada demissão do ex-chefe do FBI, James Comey. Neste vídeo da série "Folha Explica", o jornalista Ricardo Ampudia resume o imbróglio, que pode levar a cabo um processo de impeachment contra Donald Trump. Trump emparedado
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A loja de bairro fecha e o carioca já sabe: vem aí mais uma farmácia
Quando uma loja de bairro fecha as portas definitivamente, o carioca já sabe: "Xi! Vem aí mais uma farmácia". Em todo o Brasil, são mais de 70 mil farmácias, e o Rio se "orgulha" de ter a maior delas. Fica em Copacabana e antes era uma loja de eletrodomésticos. Vende tudo, até falsos chapéus panamá. São mais de 30 mil produtos, muitos dos quais antes só eram encontrados em supermercados. O mais difícil é achar uma pomada para calos. Mas chinelas de dedo –caríssimas, por sinal– existem às pencas. O troca-troca no setor de varejo é fruto da recessão. Redes maiores assumem imóveis abandonados cujos comerciantes menores foram vítimas da crise e da especulação. Mas não só. Gigantes também desistem: em Ipanema, fechou uma loja da Nike; no Leblon, da Adidas. As mais tradicionais amanhecem vazias, deixando um aperto de saudade. Foi assim com a casa de chá Cirandinha, que havia 50 anos servia simpáticas senhoras de cabelo azul em Copacabana. E, no mesmo bairro, com a sapataria Santa Fé, na galeria Menescal, mais de 60 anos no ponto. O Petisco da Vila, em Vila Isabel, deixou o chope e o frango a passarinho no passado. Tudo bem, a qualidade do serviço (e dos petiscos) não andava das melhores. Mas, poxa, era um lugar em que você poderia encontrar o Martinho da Vila. Pegue-se a rua Marquês de Paraná, no Flamengo. Com pouco mais de 300 metros, tem duas farmácias (uma em frente à outra) e um sapateiro de porta, que bravamente resiste fazendo meias-solas. Até o ano passado, contava com uma academia de ginástica e uma lavanderia. O antigo casarão que as abrigava está em reforma –atualmente tendo a fachada pintada de vermelho-bordel– para receber "um novo conceito em salão de beleza". Um dos andares terá um ambiente com bar e mesas de sinuca. Funciona dessa maneira: você se distrai bebendo uma cerveja e vendo as bolinhas se chocarem no pano verde –e, quando olhar para o espelho, já era, ganhou um corte samurai ou tintura azul na barba. SOTAQUE NO SAMBA O jornalista Hugo Sukman –que assina a apresentação do CD "Um Malandro em Paris" (Tratore), de Michel Tasky– garante: o "samba francês" é quase um gênero em si. A prova é o repertório do disco, que mostra "Tem Francesa no Morro", sucesso de Assis Valente na voz de Araci Cortes, pioneira entre nossas cantoras de música popular. É o fenômeno de duas línguas em nenhuma: "Si vous frequentez macumbe entrez na virada e fini pour sambá". Não é bem o francês de Marcel Proust, mas o legítimo da praça Mauá, que faz a graça nas letras de "A Neta da Madame Roquefort" (Nei Lopes e Rogério Rossini), "La Vie em Samba" (Denis Brean e Blota Jr.), "Canção de Pedroca" (Chico Buarque e Francis Hime), selecionadas na pesquisa de Tasky, cantor e compositor belga que mora há 25 anos no Rio. O som é pura gafieira existencialista. AUTORRETRATO DO PROFESSOR Esta é a última semana para ver aquela que já é considerada uma das melhores exposições do ano. Fecha no próximo domingo (21), no Paço Imperial, a individual de Gianguido Bonfanti, que apresenta 60 obras recentes, entre pinturas e esculturas. Professor há 40 anos da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Bonfanti tem obsessão pelo autorretrato. Há dezenas deles: desenhos a bico de pena, pinturas a óleo e a recente produção escultórica em argila e bronze. "O resultado é uma aprofundada pesquisa pessoal que rediscute figuração e abstração, cor e forma, existência e destruição. E sem qualquer concessão a modismos ou tendências", comenta o crítico Mauro Trindade. NA LONA Desde que a Lapa voltou ou "se revitalizou" que as apostas indicam um novo centro para a vida noturna: a praça Tiradentes, que já acolheu o auge do teatro de revista, nos anos 1940 e 1950. O lance da vez é o Instituto Cultural Ruínas. Funciona há menos de um ano e fica no número 45 da praça. Abriga festas e feiras. A pista de dança é ao ar livre, coberta por uma lona. Portanto atenção ao tempo: com chuva, o programa pode virar uma furada. O espaço fica perto do Bar do Nanam, que começou frequentado por um público alternativo, mas já virou "point". É o chamado Beco das Artes (rua Imperatriz Leopoldina), no entorno da Tiradentes. ALVARO COSTA E SILVA, o Marechal, 54, é autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro" (Casarão do Verbo).
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A loja de bairro fecha e o carioca já sabe: vem aí mais uma farmáciaQuando uma loja de bairro fecha as portas definitivamente, o carioca já sabe: "Xi! Vem aí mais uma farmácia". Em todo o Brasil, são mais de 70 mil farmácias, e o Rio se "orgulha" de ter a maior delas. Fica em Copacabana e antes era uma loja de eletrodomésticos. Vende tudo, até falsos chapéus panamá. São mais de 30 mil produtos, muitos dos quais antes só eram encontrados em supermercados. O mais difícil é achar uma pomada para calos. Mas chinelas de dedo –caríssimas, por sinal– existem às pencas. O troca-troca no setor de varejo é fruto da recessão. Redes maiores assumem imóveis abandonados cujos comerciantes menores foram vítimas da crise e da especulação. Mas não só. Gigantes também desistem: em Ipanema, fechou uma loja da Nike; no Leblon, da Adidas. As mais tradicionais amanhecem vazias, deixando um aperto de saudade. Foi assim com a casa de chá Cirandinha, que havia 50 anos servia simpáticas senhoras de cabelo azul em Copacabana. E, no mesmo bairro, com a sapataria Santa Fé, na galeria Menescal, mais de 60 anos no ponto. O Petisco da Vila, em Vila Isabel, deixou o chope e o frango a passarinho no passado. Tudo bem, a qualidade do serviço (e dos petiscos) não andava das melhores. Mas, poxa, era um lugar em que você poderia encontrar o Martinho da Vila. Pegue-se a rua Marquês de Paraná, no Flamengo. Com pouco mais de 300 metros, tem duas farmácias (uma em frente à outra) e um sapateiro de porta, que bravamente resiste fazendo meias-solas. Até o ano passado, contava com uma academia de ginástica e uma lavanderia. O antigo casarão que as abrigava está em reforma –atualmente tendo a fachada pintada de vermelho-bordel– para receber "um novo conceito em salão de beleza". Um dos andares terá um ambiente com bar e mesas de sinuca. Funciona dessa maneira: você se distrai bebendo uma cerveja e vendo as bolinhas se chocarem no pano verde –e, quando olhar para o espelho, já era, ganhou um corte samurai ou tintura azul na barba. SOTAQUE NO SAMBA O jornalista Hugo Sukman –que assina a apresentação do CD "Um Malandro em Paris" (Tratore), de Michel Tasky– garante: o "samba francês" é quase um gênero em si. A prova é o repertório do disco, que mostra "Tem Francesa no Morro", sucesso de Assis Valente na voz de Araci Cortes, pioneira entre nossas cantoras de música popular. É o fenômeno de duas línguas em nenhuma: "Si vous frequentez macumbe entrez na virada e fini pour sambá". Não é bem o francês de Marcel Proust, mas o legítimo da praça Mauá, que faz a graça nas letras de "A Neta da Madame Roquefort" (Nei Lopes e Rogério Rossini), "La Vie em Samba" (Denis Brean e Blota Jr.), "Canção de Pedroca" (Chico Buarque e Francis Hime), selecionadas na pesquisa de Tasky, cantor e compositor belga que mora há 25 anos no Rio. O som é pura gafieira existencialista. AUTORRETRATO DO PROFESSOR Esta é a última semana para ver aquela que já é considerada uma das melhores exposições do ano. Fecha no próximo domingo (21), no Paço Imperial, a individual de Gianguido Bonfanti, que apresenta 60 obras recentes, entre pinturas e esculturas. Professor há 40 anos da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Bonfanti tem obsessão pelo autorretrato. Há dezenas deles: desenhos a bico de pena, pinturas a óleo e a recente produção escultórica em argila e bronze. "O resultado é uma aprofundada pesquisa pessoal que rediscute figuração e abstração, cor e forma, existência e destruição. E sem qualquer concessão a modismos ou tendências", comenta o crítico Mauro Trindade. NA LONA Desde que a Lapa voltou ou "se revitalizou" que as apostas indicam um novo centro para a vida noturna: a praça Tiradentes, que já acolheu o auge do teatro de revista, nos anos 1940 e 1950. O lance da vez é o Instituto Cultural Ruínas. Funciona há menos de um ano e fica no número 45 da praça. Abriga festas e feiras. A pista de dança é ao ar livre, coberta por uma lona. Portanto atenção ao tempo: com chuva, o programa pode virar uma furada. O espaço fica perto do Bar do Nanam, que começou frequentado por um público alternativo, mas já virou "point". É o chamado Beco das Artes (rua Imperatriz Leopoldina), no entorno da Tiradentes. ALVARO COSTA E SILVA, o Marechal, 54, é autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro" (Casarão do Verbo).
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Prepare-se: sexta com três espetáculos de dança e show do Cidade Negra
DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Aponta pra fé e rema. Se dedica, se joga e vai. Consequências acontecem. O que não rola é ficar pensando em que devia ter feito, mas deixou de fazer." Alexandre Brito, 19, estudante de letras, Tatuapé * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Prepare-se: sexta com três espetáculos de dança e show do Cidade NegraDE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Aponta pra fé e rema. Se dedica, se joga e vai. Consequências acontecem. O que não rola é ficar pensando em que devia ter feito, mas deixou de fazer." Alexandre Brito, 19, estudante de letras, Tatuapé * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Sem filhos, mulheres cuidam de seus cães como bebês; conheça três 'mães'
MARIANA AGUNZI DE SÃO PAULO Quando a pedagoga Adriana Meira, 32, foi buscar o buldogue francês Gael no ônibus que o trouxe de um canil de Minas Gerais para o Brás, na região central de São Paulo, a ideia era ter um cão de companhia. Ela estava casada havia dois anos e a dúvida —ter ou não um filho?— pairava. "Ele veio para ser um teste. Achamos que se adaptaria bem à vida dentro de um apartamento." De fato, Gael se adaptou. Tão bem que, em pouco tempo, já dormia na cama do casal. "A relação foi se modificando. A gente deixa de fazer as coisas se ele não pode ir junto. Se eu tenho que viajar à trabalho, por exemplo, 'conversamos' por Skype. É um vínculo de filho", conta Adriana. Com um ano e meio de idade, Gael tem uma dieta natural —Adriana cozinha a quantia necessária para durar 15 dias— e toma banho de ofurô, entre outras regalias. Ficou famoso: trabalha como "pet model" e sua conta no Instagram (@gael_frenchie ) soma 15 mil seguidores. "Não sentimos falta de ter um filho agora. Ele preenche bem esse espaço", diz a pedagoga. Já a administradora Luana Ginato, 29, pretende dar um irmão ao "filho" Airon em breve. Até porque, nos quase dois anos que vive com o peludo yorkshire, já teve uma boa ideia do que é cuidar de alguém. Desde que Airon chegou, a jovem não tira os olhos do cão. Literalmente —para zelar pelo bem-estar do pimpolho, instalou uma câmera wi-fi, que gira em 360º. Por um aplicativo de celular, monitora o que ele está fazendo. "As pessoas falam que é loucura, mas isso me tranquiliza e eu não vejo problema nenhum", afirma. Há mais cuidados. Com um temporizador, ela pode programar o ventilador para ligar e desligar, amenizando o calor do apartamento onde o filhote fica enquanto os "pais" trabalham. Sem contar a escadinha para subir na cama e as cortinas colocadas na sacada, a fim de evitar sol em excesso. Airon também já tomou vacina contra a gripe e, na castração, foi acompanhado por dois veterinários e um anestesista. "Quem não tem um animal não entende o sentimento. Faço para ele o que faria para qualquer pessoa que gosto", diz Luana. Com tantos mimos —incluindo festinha de aniversário personalizada—, o pet não entende, muito bem, que é um cachorro. Começou a frequentar uma creche para animais, mas não gostou de interagir. "Ele está acostumado com pessoas. Estamos reavaliando", diz ela, superprotetora. Para muita gente, o excesso de cuidados com um animal doméstico pode parecer exagerado. Mauro Lantzman, professor da PUC-SP e especialista em comportamento animal, rebate e diz que transferir o afeto ao bicho é, sim, saudável. "O cachorro depende de você, desde que chega em casa até morrer. Que tipo de problema poderia haver em cuidar?" O fato é que a convivência com o bichinho atinge outro patamar. Eliza Yamamoto, 48, criou esse vínculo maior ao ter seu primeiro cão, Rômulo, que morreu com seis anos. "Senti o amor e o luto. Nem sabia que podia ser tão forte", diz a biológa, que também não tem filhos. Depois veio Bernardo, que morreu há três anos, e agora Bianca —todos buldogues ingleses. "Ela é completamente diferente. É mandona, late, tem temperamento forte. Faço com ela tudo que não podia com eles: pinto a unha, coloco colar e vestido", conta. Junto com Eliza, Bianca participa de um processo para ser voluntária em uma ONG que leva cachorros a asilos e hospitais. Para participar, o cão precisa ser dócil e atender a alguns comandos básicos. "É uma forma de fazer o bem e ficarmos juntas", diz Eliza. "Ela é 100% minha filha, como os outros foram. Não vejo minha vida sem um cachorro." "NEWBORN PET" Populares no Brasil, os ensaios "newborn" (recém-nascido), que mostram os bebês nos primeiros dias de vida, também chegaram ao mercado pet. A fotógrafa de animais Ana Paula Amaral, 42, começou a desenvolver o trabalho há um ano. "Uma conhecida me pediu para fazer do bebê dela. Aí pensei: 'Por que não tentar com pets?'", conta. No ensaio, ela vai até a casa do cliente —já que o bichinho não pode sair antes de tomar todas as vacinas— e monta o cenário. "A diferença é que esperamos o filhote atingir uns 40 dias de vida, que é quando já abriu os olhinhos e está mais bonito", explica. Há a opção de acompanhar o crescimento do bichinho até completar um ano de vida. Ana Paula Amaral, fotógrafa de animais, tel. 98757-7181. "Newborn pet": R$ 500 (valor inicial do ensaio digital, com 20 fotos).
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Sem filhos, mulheres cuidam de seus cães como bebês; conheça três 'mães'MARIANA AGUNZI DE SÃO PAULO Quando a pedagoga Adriana Meira, 32, foi buscar o buldogue francês Gael no ônibus que o trouxe de um canil de Minas Gerais para o Brás, na região central de São Paulo, a ideia era ter um cão de companhia. Ela estava casada havia dois anos e a dúvida —ter ou não um filho?— pairava. "Ele veio para ser um teste. Achamos que se adaptaria bem à vida dentro de um apartamento." De fato, Gael se adaptou. Tão bem que, em pouco tempo, já dormia na cama do casal. "A relação foi se modificando. A gente deixa de fazer as coisas se ele não pode ir junto. Se eu tenho que viajar à trabalho, por exemplo, 'conversamos' por Skype. É um vínculo de filho", conta Adriana. Com um ano e meio de idade, Gael tem uma dieta natural —Adriana cozinha a quantia necessária para durar 15 dias— e toma banho de ofurô, entre outras regalias. Ficou famoso: trabalha como "pet model" e sua conta no Instagram (@gael_frenchie ) soma 15 mil seguidores. "Não sentimos falta de ter um filho agora. Ele preenche bem esse espaço", diz a pedagoga. Já a administradora Luana Ginato, 29, pretende dar um irmão ao "filho" Airon em breve. Até porque, nos quase dois anos que vive com o peludo yorkshire, já teve uma boa ideia do que é cuidar de alguém. Desde que Airon chegou, a jovem não tira os olhos do cão. Literalmente —para zelar pelo bem-estar do pimpolho, instalou uma câmera wi-fi, que gira em 360º. Por um aplicativo de celular, monitora o que ele está fazendo. "As pessoas falam que é loucura, mas isso me tranquiliza e eu não vejo problema nenhum", afirma. Há mais cuidados. Com um temporizador, ela pode programar o ventilador para ligar e desligar, amenizando o calor do apartamento onde o filhote fica enquanto os "pais" trabalham. Sem contar a escadinha para subir na cama e as cortinas colocadas na sacada, a fim de evitar sol em excesso. Airon também já tomou vacina contra a gripe e, na castração, foi acompanhado por dois veterinários e um anestesista. "Quem não tem um animal não entende o sentimento. Faço para ele o que faria para qualquer pessoa que gosto", diz Luana. Com tantos mimos —incluindo festinha de aniversário personalizada—, o pet não entende, muito bem, que é um cachorro. Começou a frequentar uma creche para animais, mas não gostou de interagir. "Ele está acostumado com pessoas. Estamos reavaliando", diz ela, superprotetora. Para muita gente, o excesso de cuidados com um animal doméstico pode parecer exagerado. Mauro Lantzman, professor da PUC-SP e especialista em comportamento animal, rebate e diz que transferir o afeto ao bicho é, sim, saudável. "O cachorro depende de você, desde que chega em casa até morrer. Que tipo de problema poderia haver em cuidar?" O fato é que a convivência com o bichinho atinge outro patamar. Eliza Yamamoto, 48, criou esse vínculo maior ao ter seu primeiro cão, Rômulo, que morreu com seis anos. "Senti o amor e o luto. Nem sabia que podia ser tão forte", diz a biológa, que também não tem filhos. Depois veio Bernardo, que morreu há três anos, e agora Bianca —todos buldogues ingleses. "Ela é completamente diferente. É mandona, late, tem temperamento forte. Faço com ela tudo que não podia com eles: pinto a unha, coloco colar e vestido", conta. Junto com Eliza, Bianca participa de um processo para ser voluntária em uma ONG que leva cachorros a asilos e hospitais. Para participar, o cão precisa ser dócil e atender a alguns comandos básicos. "É uma forma de fazer o bem e ficarmos juntas", diz Eliza. "Ela é 100% minha filha, como os outros foram. Não vejo minha vida sem um cachorro." "NEWBORN PET" Populares no Brasil, os ensaios "newborn" (recém-nascido), que mostram os bebês nos primeiros dias de vida, também chegaram ao mercado pet. A fotógrafa de animais Ana Paula Amaral, 42, começou a desenvolver o trabalho há um ano. "Uma conhecida me pediu para fazer do bebê dela. Aí pensei: 'Por que não tentar com pets?'", conta. No ensaio, ela vai até a casa do cliente —já que o bichinho não pode sair antes de tomar todas as vacinas— e monta o cenário. "A diferença é que esperamos o filhote atingir uns 40 dias de vida, que é quando já abriu os olhinhos e está mais bonito", explica. Há a opção de acompanhar o crescimento do bichinho até completar um ano de vida. Ana Paula Amaral, fotógrafa de animais, tel. 98757-7181. "Newborn pet": R$ 500 (valor inicial do ensaio digital, com 20 fotos).
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Acidente com trio elétrico e fiação deixa ao menos 16 mortos no Haiti
O governo do Haiti cancelou o terceiro e último dia de Carnaval no país e decretou luto oficial de três dias após ao menos 16 pessoas morrerem em um acidente com um trio elétrico na capital, Porto Príncipe. Algumas agências de notícias chegaram a noticiar a morte de 20 pessoas. Outras 78 teriam ficado feridas. Segundo testemunhas, o acidente aconteceu quando um dos integrantes da banda que se apresentava em cima do carro tentou afastar com uma vara um fio elétrico que cruzava a rua. A forte descarga elétrica atingiu os que estavam no veículo e assustou as milhares de pessoas que acompanhavam o desfile, o que provocou correria e pânico. Algumas das vítimas morreram devido ao choque elétrico, outras, pisoteadas pela multidão. Um vídeo colocado no YouTube mostrou quando um cantor da banda de hip-hop Barikad Crew conhecido como Fantom atingiu com a cabeça um fio de alta tensão. O contato provocou uma forte descarga e um enorme clarão. O cantor caiu desmaiado no chão do carro. De acordo com um de seus companheiros da banda, seu estado de saúde era grave até a conclusão desta edição. O acidente aconteceu por volta das 2h30 desta terça-feira (17) no horário local (5h30 no horário de Brasília), na praça do Campo de Marte, perto do palácio presidencial. O primeiro-ministro haitiano, Evans Paul, anunciou o cancelamento do Carnaval e os três dias de luto em uma entrevista à imprensa. "Estamos dizendo ao povo do Haiti que temos todos de ser solidários", afirmou Paul, acompanhado de ministros, de artistas e da primeira-dama, Sophia Martelly. O primeiro-ministro disse que o governo e os responsáveis pelo Carnaval iriam organizar um desfile silencioso às 17h (20h em Brasília) para homenagear os mortos. Segundo Paul, os participantes sairiam todos vestidos em sinal de luto. O presidente do país, Michel Martelly, expressou suas "sinceras condolências" às vítimas em uma mensagem postada em sua conta no Twitter. Antes de abraçar a carreira política e ser eleito presidente, em abril de 2011, Martelly era músico (conhecido como Sweet Micky) e participou de várias edições do Carnaval haitiano.
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Acidente com trio elétrico e fiação deixa ao menos 16 mortos no HaitiO governo do Haiti cancelou o terceiro e último dia de Carnaval no país e decretou luto oficial de três dias após ao menos 16 pessoas morrerem em um acidente com um trio elétrico na capital, Porto Príncipe. Algumas agências de notícias chegaram a noticiar a morte de 20 pessoas. Outras 78 teriam ficado feridas. Segundo testemunhas, o acidente aconteceu quando um dos integrantes da banda que se apresentava em cima do carro tentou afastar com uma vara um fio elétrico que cruzava a rua. A forte descarga elétrica atingiu os que estavam no veículo e assustou as milhares de pessoas que acompanhavam o desfile, o que provocou correria e pânico. Algumas das vítimas morreram devido ao choque elétrico, outras, pisoteadas pela multidão. Um vídeo colocado no YouTube mostrou quando um cantor da banda de hip-hop Barikad Crew conhecido como Fantom atingiu com a cabeça um fio de alta tensão. O contato provocou uma forte descarga e um enorme clarão. O cantor caiu desmaiado no chão do carro. De acordo com um de seus companheiros da banda, seu estado de saúde era grave até a conclusão desta edição. O acidente aconteceu por volta das 2h30 desta terça-feira (17) no horário local (5h30 no horário de Brasília), na praça do Campo de Marte, perto do palácio presidencial. O primeiro-ministro haitiano, Evans Paul, anunciou o cancelamento do Carnaval e os três dias de luto em uma entrevista à imprensa. "Estamos dizendo ao povo do Haiti que temos todos de ser solidários", afirmou Paul, acompanhado de ministros, de artistas e da primeira-dama, Sophia Martelly. O primeiro-ministro disse que o governo e os responsáveis pelo Carnaval iriam organizar um desfile silencioso às 17h (20h em Brasília) para homenagear os mortos. Segundo Paul, os participantes sairiam todos vestidos em sinal de luto. O presidente do país, Michel Martelly, expressou suas "sinceras condolências" às vítimas em uma mensagem postada em sua conta no Twitter. Antes de abraçar a carreira política e ser eleito presidente, em abril de 2011, Martelly era músico (conhecido como Sweet Micky) e participou de várias edições do Carnaval haitiano.
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Texto rebate críticas aos economistas heterodoxos de Lisboa e Pessôa
RESUMO O texto procura rebater críticas aos economistas heterodoxos formuladas por Marcos Lisboa e Samuel Pessôa em artigo publicado no caderno ("As razões da divergência", 17/7 ). Entre outros argumentos, os autores apontam o uso de exercícios retóricos que os dois economistas consideram típicos dos desenvolvimentistas. Em artigo publicado nesta "Ilustríssima", Marcos Lisboa e Samuel Pessôa afirmam que, enquanto os economistas tradicionais preferem a evidência dos dados, os heterodoxos desprezam os métodos estatísticos e partem aprioristicamente das conclusões, depreendendo que "nos principais centros da academia internacional, o debate deve ser resolvido pela evidência estatística dos dados disponíveis". Ainda segundo os autores, os primeiros consideram que o desenvolvimento econômico decorre da produtividade, ao passo que os heterodoxos –em especial na vertente estruturalista– sustentam que ele resulta do crescimento de atividades produtivas específicas, estimuladas por políticas setoriais. Argumentam ainda que, para muitos heterodoxos brasileiros, o gasto público é sempre eficaz caso a economia se encontre em recessão, como em 2015 –ao que eles se contrapõem sustentando que, na realidade, a expansão dos gastos públicos nos últimos sete anos contribuiu para a crise atual. A "miséria da ortodoxia", não muito longe da crítica de Marx à "filosofia da miséria" de Proudhon, incorre nos seguintes pontos: 1) uso e abuso da retórica, que os autores condenam sob o mantra da "neutralidade" e "objetividade científica"; 2) desenvolvimento de uma visão deturpada e simplificada da heterodoxia econômica; e 3) generalizações claramente apriorísticas partindo de fatos e experiências específicas. Como veremos a seguir, esses fatores estão relacionados entre si. A negação recorrente de um fato, método ou até mesmo de um fenômeno pode ser prelúdio de ato repetitivo daquilo que se tenta negar. Esta pode ser uma plausível explicação à utilização intensa e quase fortuita da retórica por parte dos dois economistas no intuito de negar a própria retórica como instrumento científico de persuasão e demonstração. A utilização, por exemplo, de dados, com o recurso de técnicas estatísticas para amplificar ideias-força (na intenção de transformá-las em algo amplamente aceito), não deixa de ser um exercício de retórica, no qual se "pinçam" estudos que favoreçam argumentos preconcebidos. Um insuspeito economista ortodoxo, Pérsio Arida, em artigo originalmente publicado em 1983 ("A história do pensamento econômico como teoria e retórica"), destaca que "os economistas praticam a retórica sem o saber e, o que é pior, dela desconfiando". A heterodoxia –sustentam Lisboa e Pessôa– "Parte-se da conclusão. A visão de mundo determina os principais aspectos de funcionamento das economias". Não seria, então, um exercício retórico e apriorístico fazer crer que qualquer debate na seara econômica deva se resolver no âmbito –único e sagrado– da evidência empírica? Recorramos novamente ao artigo de Arida, para quem "nenhuma controvérsia importante na teoria econômica foi resolvida através do teste ou da mensuração empírica. Não importa aqui o rigor do teste: o recurso aos fatos nunca serviu para resolver controvérsias significativas". Para ele, deve-se "abandonar a ficção positivista de um sistema econômico inambiguamente dado à observação, árbitro supremo de todas as discordâncias, face ao qual os vários corpos teóricos proviriam explicações desinteressadas". Nesse sentido, longe de uma demonstração da robustez científica e "neutra" da ciência econômica, agora reduzida a uma pobre "física social", as demonstrações empíricas estão muito mais próximas de se apresentarem como argumentos de autoridade do que como solução final de controvérsias. Karl Popper, um dos papas da metodologia científica, era um crítico do "indutivismo ingênuo": em sua busca por uma "filosofia da ciência", além de demonstrar que não existe observação neutra e livre de pressupostos, vaticinava sobre a falsidade da concepção segundo a qual conhecimento científico é corroborado ou falseado apenas a partir de um conjunto de dados empíricos. Popper sugeria, assim, que o empirismo está sempre à mercê dos pontos de vista próprios do pesquisador e que, portanto, nenhuma teoria poderia se propor a ser verdade absoluta. Mas mesmo seu "princípio de falseabilidade" tem sido criticado especialmente por sua inadequação histórica e pela ideia de que a prática científica não pode se resumir a uma incessante tentativa de falsear teorias, inclusive na economia, como sugerido por Arida. O poder da explicação científica não pode ser aferido apenas a partir da intervenção de um único método, como a estatística, tido como absoluto. Na realidade, não existe uma análise de fatos e fenômenos econômicos e sociais isenta de valores: a escolha das variáveis relevantes e a maneira pela qual o cientista social (inclusive economista) as analisa é informada pelos corpos teóricos e juízo de valores subjacentes. Alguns tópicos podem ilustrar mais claramente a questão. Por exemplo, a alta poupança agregada da China é atribuída por alguns economistas convencionais à alta propensão a poupar das famílias, que seria condição necessária e suficiente para se alcançar uma taxa de câmbio depreciada. Para outros analistas, é a manipulação da taxa de câmbio pelo governo chinês que contribui para elevados superavits comerciais, que, por sua vez, elevam os investimentos nos setores comercializáveis, gerando "ex post" uma alta poupança agregada. Para alguns economistas liberais, ainda, o sucesso chinês é propiciado pela desregulamentação do mercado, em especial a abertura ao capital estrangeiro e a privatização das empresas estatais. Já para alguns desenvolvimentistas (como um dos autores deste artigo, influenciado pelo pensamento de Ignácio Rangel), o sucesso do desenvolvimento chinês se deve à "abertura comercial" planificada pelo Estado; à construção de instituições que refletissem a estratégia estatal desenhada pelos acontecimentos de 1949 e 1978; ao surgimento de novas e superiores formas de planificação econômica; e à presença do capital estrangeiro, estimulado mas submetido a regras do Estado, que por sua vez controla com mão de ferro a taxa de câmbio e a política de juros. Essa experiência, cuja espinha dorsal é a existência de imensos conglomerados empresariais estatais e um poderoso sistema financeiro público, não prescindiu de controles sobre o fluxo de capitais, que capacitaram o Estado a controlar melhor a taxa de câmbio e a política monetária. PRODUTIVIDADE Todos os economistas –ortodoxos e heterodoxos– concordam que crescimento depende do aumento de produtividade; contudo há divergência quanto aos seus fatores determinantes. Para economistas convencionais, a produtividade depende da formação dos trabalhadores e da qualidade do marco institucional (que proporciona segurança jurídica à realização de investimentos). Para economistas keynesianos, esses fatores são importantes, mas não únicos: a produtividade responde também ao próprio processo de crescimento da produção industrial puxado pela demanda, uma vez que as empresas se veem estimuladas a incorporar máquinas e equipamentos a partir da perspectiva de aumento de suas vendas –essa relação causal é conhecida como Lei Kaldor-Verdoorn. Acrescente-se que a produtividade depende da utilização da mão de obra em setores tecnologicamente de mais alta produtividade, como determinados segmentos da indústria de transformação. Um dos motivos pelos quais a produtividade no Brasil nos últimos anos esteve baixa, em que pese a pequena taxa de desemprego até 2014, foi o fato de boa parte da mão de obra estar empregada no setor de serviços de baixa produtividade, como o comércio. Há várias formas de diferenciar ortodoxia de heterodoxia. Ortodoxia foi definida de forma ampla pelo economista britânico Frank Hahn como a abordagem que engloba uma perspectiva individualista (agentes atuam como indivíduos atomizados), algum axioma de racionalidade (normalmente otimizadora) e um compromisso com estudos de estado de equilíbrio (repouso em algum ponto). Isto é, as ações de indivíduos otimizadores isolados que interagem em livre concorrência e tendem a alcançar de alguma forma uma posição de equilíbrio. Desse modo, mecanismos de mercado produzem resultados eficientes se fricções e falhas podem ser abstraídas ou apenas impactam no curto prazo; ou seja, o "laissez-faire" produz resultados ótimos em termos de alocação dos recursos disponíveis. Ressalvamos que tais axiomas podem ser parcialmente afrouxados para incluir, por exemplo, novas formas de racionalidade. Já a heterodoxia é um espectro amplo de abordagens (institucionalista, marxista, neoschumpeteriana, neoricardiana, pós-keynesiana, regulacionista etc.), que se diferenciam pelas suas orientações substantivas particulares, preocupações e ênfases, que têm em comum a rejeição tanto do reducionismo metodológico em prol da pluralidade quanto da noção de que economias capitalistas abstraídas de fricções tendem ao auto equilíbrio com pleno emprego. Busca-se, na abordagem heterodoxa, o máximo realismo das hipóteses e rejeita-se o atomismo e o individualismo metodológico que caracterizam boa parte do pensamento convencional (ver, a respeito, o artigo "Crises econômicas evidenciam reducionismo de modelos teóricos", de Belluzzo e Bastos, publicado no site deste caderno em 20/3). Uma interessante analogia acerca da heterodoxia é concebê-la como um "sistema aberto", no qual 1) não é possível saber com certeza se todas as variáveis relevantes foram identificadas (variáveis importantes podem ser omitidas); 2) a fronteira é semipermeável; 3) há conhecimento imperfeito das relações entre variáveis que podem mudar em função da criatividade humana; 4) pode haver inter-relação entre os agentes (esses podem aprender ao longo do tempo). Em síntese, estrutura e ação são interdependentes. Nesse sentido, a irreversibilidade do tempo histórico e a dependência do sistema em relação à sua trajetória são elementos centrais da heterodoxia econômica. Lisboa e Pessôa sugerem que só existe uma boa teoria econômica, que supostamente é a ortodoxa. A heterodoxia seria anticientífica, ou uma ciência ideológica –afinal, parte-se das conclusões! A visão que eles têm da heterodoxia é simplista e deturpada. A heterodoxia, como visto, se utiliza de um amplo espectro metodológico, inclusive com uso frequente de modelos matemáticos e técnicas econométricas, embora com a parcimônia necessária e ressalvas quanto a seu uso como um fim em si. Acrescente-se que hipóteses como o crescimento de longo prazo determinado pela demanda e a restrição externa ao crescimento em economias em desenvolvimento têm recebido farta análise empírica. Para ter uma ideia do que está sendo produzido por economistas pós-keynesianos no Brasil e no exterior, sugerimos ao leitor dar uma olhada nos artigos que são apresentados nos encontros anuais da Associação Keynesiana Brasileira (AKB) ou da Conference Research Network Macroeconomics and Macroeconomic Policies, realizada anualmente em Berlim. Compartilhamos a preocupação de Milton Friedman de que a economia neoclássica estaria se tornando um ramo da matemática sem lidar com os problemas econômicos reais. A análise do mundo real é fundamental para qualquer entendimento sobre a realidade. Neste sentido, o economista Bresser-Pereira sugere a precedência do uso do método histórico-dedutivo na economia sobre o método hipotético-dedutivo, de modo a superar o irrealismo dos axiomas ortodoxos. O método histórico-dedutivo é histórico porque nasce da observação da realidade empírica para efetuar generalizações, mas é também dedutivo porque a análise envolve uma série de deduções feitas a partir do modelo e visão de mundo do analista. Entre as diversas formas de comparar e abordar a evolução do pensamento científico, um outro papa da metodologia científica, Imre Lakatos, propõe uma perspectiva epistemológica através da construção da metodologia dos programas de pesquisa científica, segundo a qual a superação de um programa de pesquisa por outro constitui-se em processo racional, em que um deles progride na sua capacidade explicativa da realidade, agregando conhecimento, enquanto outro perde eventualmente poder explicativo e, deste modo, regride, sem que isso represente a sua total refutação. Ademais, segundo ele, a ocorrência de uma "revolução científica" é um processo histórico, normalmente lento, em que o progresso do conhecimento dependerá da existência de programas rivais. O programa científico prevalecente é aquele aceito pela comunidade científica como tal. Quando o desenvolvimento teórico de um programa de pesquisa se atrasa em relação ao seu caráter explicativo de fenômenos existentes e somente oferece explicações "ad hoc" de descobertas casuais ou de fatos antecipados por um programa rival, o prevalecente pode ser superado por este último. Interessante notar que essa análise abre espaço para a existência e convivência de programas rivais de pesquisa –afinal é assim que evolui o conhecimento científico! Nesse sentido, nada mais anticientífico do que desqualificar o programa de pesquisa rival com base em argumentos de autoridade e sob o frágil pressuposto de falta de base empírica. GENERALIZAÇÕES Uma última questão diz respeito ao uso de generalizações apriorísticas partindo de fatos e experiências específicas, viés retórico que Lisboa e Pessôa adotam com frequência. A generalização como método serve à transformação do óbvio em achado científico –caso do papel do investimento em capital humano como variável fundamental ao desenvolvimento, que entendemos ser condição necessária, mas não suficiente para que tal processo ocorra. O apriorismo serve para mostrar que no Brasil as políticas setoriais costumam não dar certo e que o segredo da alta taxa de investimento na China reside na elevada propensão a poupar das famílias chinesas. Desconsideram-se, neste caso, tanto o papel-chave dos investimentos públicos quanto a existência de um sistema estatal amplo e complexo que financia as atividades produtivas. A desastrada política de informática dos anos 1980 no Brasil seria a evidência de que políticas setoriais com recursos ou subsídios públicos, supostamente caras à tradição estruturalista, em geral não funcionam, ou funcionaram apenas em algumas condições muito particulares. Surpreende aqui a visão simplista de Lisboa e Pessôa a respeito do sofisticado e abrangente trabalho de Celso Furtado e outros autores estruturalistas sobre o desenvolvimento econômico na periferia. É comum, ademais, alguns economistas ortodoxos concluírem que o fracasso da economia no primeiro governo Dilma é uma evidência de que políticas heterodoxas e desenvolvimentistas são por natureza equivocadas. Recurso análogo de retórica seria generalizar o fracasso de políticas neoliberais tão somente em função dos resultados do segundo governo FHC: baixo crescimento econômico, elevação explosiva da dívida pública, aumento de desemprego, aceleração inflacionária, crises cambiais, apagão energético etc. Além de evitar generalizações apressadas, há que analisar com cuidado os fatores que levaram ao fracasso de tais governos, já que, como diz um ditado popular, "a prova do pudim é prová-lo" e, no caso dos dois referidos governos, os resultados econômicos ficaram a desejar. No caso do primeiro governo Dilma, muitos economistas heterodoxos criticaram os rumos seguidos, ainda que existam, como não poderia deixar de ser, análises diferenciadas a respeito da política adotada e dos seus fracassos. Para dar um exemplo, um dos autores deste artigo publicou (em coautoria com André Modenesi) um texto intitulado "Consequências do senhor Mantega", no encarte "Eu& Fim de Semana", do jornal "Valor", em 12/7/2013. Os autores sustentavam que havia no governo Dilma uma descoordenação da política econômica e que políticas keynesianas, para serem bem-sucedidas, têm que ser bem coordenadas. Uma das razões do fracasso da nova matriz macroeconômica, argumenta-se, foi uma política fiscal expansionista equivocada, que privilegiou isenções fiscais ao invés do gasto público, de maior efeito multiplicador de renda. Tal política, ademais, não foi transmitida aos agentes de forma adequada: o governo prometeu que cumpriria integralmente a meta de superavit primário, acabando por utilizar artifícios contábeis para alcançá-la. O resultado, como se sabe, foi uma forte deterioração fiscal, em função tanto do baixo crescimento econômico (empresários recompuseram suas margens de lucro ao invés de aumentarem a produção industrial) quanto do fato de que o governo abriu mão de receita fiscal. Por fim, um comentário sobre a recessão de 2015, que, conforme sustentam Lisboa e Pessôa, não seria consequência de um "austericídio" fiscal no Brasil. A literatura empírica internacional mostra que a magnitude do multiplicador fiscal –isto é, o quanto um aumento (ou diminuição) no gasto público impacta sobre o crescimento econômico– depende do estágio do ciclo econômico, sendo maior na desaceleração econômica. Nesse sentido, é de se esperar que a aguda contração fiscal ocorrida em 2015 tenha contribuído para a forte desaceleração econômica. Mas, sem dúvida, outros fatores também contribuíram para a desaceleração econômica, como o relevante desinvestimento da Petrobras, o choque dos preços de energia elétrica e a deterioração das expectativas empresariais frente à crise política. Esse assunto, contudo, está a merecer uma análise mais apurada, usando dados que excluam as pedaladas e "despedaladas" fiscais para melhor aferir o efeito da contração fiscal sobre o PIB. Os efeitos de processos de consolidação fiscal sobre dívida pública e crescimento econômico têm sido avaliados na literatura internacional. Um trabalho recentíssimo, que tem como um dos autores o ex-secretário do Tesouro americano Lawrence Summers ("The Permanent Effects of Fiscal Consolidations"), confirma achados empíricos anteriores no sentido de consolidações fiscais poderem ser contraproducentes, uma vez que reduções no deficit público podem resultar em aumento na relação dívida/PIB devido aos seus efeitos negativos de longo prazo sobre o crescimento. AJUSTE A FÓRCEPS De fato, no debate do mainstream norte-americano pós-crise de 2007-2008, tem havido um forte questionamento da tese da contração fiscal expansionista, segundo a qual as contrações fiscais podem ser expansionistas uma vez que seriam capazes de aumentar a confiança do setor privado e estimular novas decisões de consumo e investimento por meio de um efeito de "crowd- ing in" sobre os gastos privados. A tentativa de fazer um forte ajuste fiscal a fórceps em 2015 pelo então ministro Joaquim Levy, numa conjuntura de aguda queda na arrecadação, se revelou um rotundo fracasso, com a meta do superavit primário inicial anunciada para 2015 caindo sucessivamente de 1,2% PIB para 0,15% (julho de 2015) e depois para deficit de 0,8% (outubro de 2015), até finalmente alcançar -2,0% do PIB em 2015 (não se descontando as despedaladas fiscais). Concluindo, procuramos mostrar que Lisboa e Pessôa incorrem em farto uso de exercício retórico para desqualificar a heterodoxia, "pinçando" estudos empíricos que favoreçam suas análises e conclusões, fazendo generalizações a partir de fracassos específicos e vendendo uma visão deturpada. Se a retórica deles é boa ou ruim cabe ao leitor avaliar, mas a argumentação nos parece frágil e superficial. Como acadêmicos de esquerda, só podemos lamentar que tenhamos poucos economistas ortodoxos progressistas no Brasil, como é o caso de Paul Krugman e Joseph Stiglitz nos EUA. ELIAS M. KHALIL JABBOUR, 40, é professor-adjunto na área de teoria e política do planejamento econômico da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. LUIZ FERNANDO DE PAULA, 56, é professor titular da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e ex-presidente da Associação Keynesiana Brasileira. ANTONIO MALTA CAMPOS, 55, é artista plástico.
ilustrissima
Texto rebate críticas aos economistas heterodoxos de Lisboa e PessôaRESUMO O texto procura rebater críticas aos economistas heterodoxos formuladas por Marcos Lisboa e Samuel Pessôa em artigo publicado no caderno ("As razões da divergência", 17/7 ). Entre outros argumentos, os autores apontam o uso de exercícios retóricos que os dois economistas consideram típicos dos desenvolvimentistas. Em artigo publicado nesta "Ilustríssima", Marcos Lisboa e Samuel Pessôa afirmam que, enquanto os economistas tradicionais preferem a evidência dos dados, os heterodoxos desprezam os métodos estatísticos e partem aprioristicamente das conclusões, depreendendo que "nos principais centros da academia internacional, o debate deve ser resolvido pela evidência estatística dos dados disponíveis". Ainda segundo os autores, os primeiros consideram que o desenvolvimento econômico decorre da produtividade, ao passo que os heterodoxos –em especial na vertente estruturalista– sustentam que ele resulta do crescimento de atividades produtivas específicas, estimuladas por políticas setoriais. Argumentam ainda que, para muitos heterodoxos brasileiros, o gasto público é sempre eficaz caso a economia se encontre em recessão, como em 2015 –ao que eles se contrapõem sustentando que, na realidade, a expansão dos gastos públicos nos últimos sete anos contribuiu para a crise atual. A "miséria da ortodoxia", não muito longe da crítica de Marx à "filosofia da miséria" de Proudhon, incorre nos seguintes pontos: 1) uso e abuso da retórica, que os autores condenam sob o mantra da "neutralidade" e "objetividade científica"; 2) desenvolvimento de uma visão deturpada e simplificada da heterodoxia econômica; e 3) generalizações claramente apriorísticas partindo de fatos e experiências específicas. Como veremos a seguir, esses fatores estão relacionados entre si. A negação recorrente de um fato, método ou até mesmo de um fenômeno pode ser prelúdio de ato repetitivo daquilo que se tenta negar. Esta pode ser uma plausível explicação à utilização intensa e quase fortuita da retórica por parte dos dois economistas no intuito de negar a própria retórica como instrumento científico de persuasão e demonstração. A utilização, por exemplo, de dados, com o recurso de técnicas estatísticas para amplificar ideias-força (na intenção de transformá-las em algo amplamente aceito), não deixa de ser um exercício de retórica, no qual se "pinçam" estudos que favoreçam argumentos preconcebidos. Um insuspeito economista ortodoxo, Pérsio Arida, em artigo originalmente publicado em 1983 ("A história do pensamento econômico como teoria e retórica"), destaca que "os economistas praticam a retórica sem o saber e, o que é pior, dela desconfiando". A heterodoxia –sustentam Lisboa e Pessôa– "Parte-se da conclusão. A visão de mundo determina os principais aspectos de funcionamento das economias". Não seria, então, um exercício retórico e apriorístico fazer crer que qualquer debate na seara econômica deva se resolver no âmbito –único e sagrado– da evidência empírica? Recorramos novamente ao artigo de Arida, para quem "nenhuma controvérsia importante na teoria econômica foi resolvida através do teste ou da mensuração empírica. Não importa aqui o rigor do teste: o recurso aos fatos nunca serviu para resolver controvérsias significativas". Para ele, deve-se "abandonar a ficção positivista de um sistema econômico inambiguamente dado à observação, árbitro supremo de todas as discordâncias, face ao qual os vários corpos teóricos proviriam explicações desinteressadas". Nesse sentido, longe de uma demonstração da robustez científica e "neutra" da ciência econômica, agora reduzida a uma pobre "física social", as demonstrações empíricas estão muito mais próximas de se apresentarem como argumentos de autoridade do que como solução final de controvérsias. Karl Popper, um dos papas da metodologia científica, era um crítico do "indutivismo ingênuo": em sua busca por uma "filosofia da ciência", além de demonstrar que não existe observação neutra e livre de pressupostos, vaticinava sobre a falsidade da concepção segundo a qual conhecimento científico é corroborado ou falseado apenas a partir de um conjunto de dados empíricos. Popper sugeria, assim, que o empirismo está sempre à mercê dos pontos de vista próprios do pesquisador e que, portanto, nenhuma teoria poderia se propor a ser verdade absoluta. Mas mesmo seu "princípio de falseabilidade" tem sido criticado especialmente por sua inadequação histórica e pela ideia de que a prática científica não pode se resumir a uma incessante tentativa de falsear teorias, inclusive na economia, como sugerido por Arida. O poder da explicação científica não pode ser aferido apenas a partir da intervenção de um único método, como a estatística, tido como absoluto. Na realidade, não existe uma análise de fatos e fenômenos econômicos e sociais isenta de valores: a escolha das variáveis relevantes e a maneira pela qual o cientista social (inclusive economista) as analisa é informada pelos corpos teóricos e juízo de valores subjacentes. Alguns tópicos podem ilustrar mais claramente a questão. Por exemplo, a alta poupança agregada da China é atribuída por alguns economistas convencionais à alta propensão a poupar das famílias, que seria condição necessária e suficiente para se alcançar uma taxa de câmbio depreciada. Para outros analistas, é a manipulação da taxa de câmbio pelo governo chinês que contribui para elevados superavits comerciais, que, por sua vez, elevam os investimentos nos setores comercializáveis, gerando "ex post" uma alta poupança agregada. Para alguns economistas liberais, ainda, o sucesso chinês é propiciado pela desregulamentação do mercado, em especial a abertura ao capital estrangeiro e a privatização das empresas estatais. Já para alguns desenvolvimentistas (como um dos autores deste artigo, influenciado pelo pensamento de Ignácio Rangel), o sucesso do desenvolvimento chinês se deve à "abertura comercial" planificada pelo Estado; à construção de instituições que refletissem a estratégia estatal desenhada pelos acontecimentos de 1949 e 1978; ao surgimento de novas e superiores formas de planificação econômica; e à presença do capital estrangeiro, estimulado mas submetido a regras do Estado, que por sua vez controla com mão de ferro a taxa de câmbio e a política de juros. Essa experiência, cuja espinha dorsal é a existência de imensos conglomerados empresariais estatais e um poderoso sistema financeiro público, não prescindiu de controles sobre o fluxo de capitais, que capacitaram o Estado a controlar melhor a taxa de câmbio e a política monetária. PRODUTIVIDADE Todos os economistas –ortodoxos e heterodoxos– concordam que crescimento depende do aumento de produtividade; contudo há divergência quanto aos seus fatores determinantes. Para economistas convencionais, a produtividade depende da formação dos trabalhadores e da qualidade do marco institucional (que proporciona segurança jurídica à realização de investimentos). Para economistas keynesianos, esses fatores são importantes, mas não únicos: a produtividade responde também ao próprio processo de crescimento da produção industrial puxado pela demanda, uma vez que as empresas se veem estimuladas a incorporar máquinas e equipamentos a partir da perspectiva de aumento de suas vendas –essa relação causal é conhecida como Lei Kaldor-Verdoorn. Acrescente-se que a produtividade depende da utilização da mão de obra em setores tecnologicamente de mais alta produtividade, como determinados segmentos da indústria de transformação. Um dos motivos pelos quais a produtividade no Brasil nos últimos anos esteve baixa, em que pese a pequena taxa de desemprego até 2014, foi o fato de boa parte da mão de obra estar empregada no setor de serviços de baixa produtividade, como o comércio. Há várias formas de diferenciar ortodoxia de heterodoxia. Ortodoxia foi definida de forma ampla pelo economista britânico Frank Hahn como a abordagem que engloba uma perspectiva individualista (agentes atuam como indivíduos atomizados), algum axioma de racionalidade (normalmente otimizadora) e um compromisso com estudos de estado de equilíbrio (repouso em algum ponto). Isto é, as ações de indivíduos otimizadores isolados que interagem em livre concorrência e tendem a alcançar de alguma forma uma posição de equilíbrio. Desse modo, mecanismos de mercado produzem resultados eficientes se fricções e falhas podem ser abstraídas ou apenas impactam no curto prazo; ou seja, o "laissez-faire" produz resultados ótimos em termos de alocação dos recursos disponíveis. Ressalvamos que tais axiomas podem ser parcialmente afrouxados para incluir, por exemplo, novas formas de racionalidade. Já a heterodoxia é um espectro amplo de abordagens (institucionalista, marxista, neoschumpeteriana, neoricardiana, pós-keynesiana, regulacionista etc.), que se diferenciam pelas suas orientações substantivas particulares, preocupações e ênfases, que têm em comum a rejeição tanto do reducionismo metodológico em prol da pluralidade quanto da noção de que economias capitalistas abstraídas de fricções tendem ao auto equilíbrio com pleno emprego. Busca-se, na abordagem heterodoxa, o máximo realismo das hipóteses e rejeita-se o atomismo e o individualismo metodológico que caracterizam boa parte do pensamento convencional (ver, a respeito, o artigo "Crises econômicas evidenciam reducionismo de modelos teóricos", de Belluzzo e Bastos, publicado no site deste caderno em 20/3). Uma interessante analogia acerca da heterodoxia é concebê-la como um "sistema aberto", no qual 1) não é possível saber com certeza se todas as variáveis relevantes foram identificadas (variáveis importantes podem ser omitidas); 2) a fronteira é semipermeável; 3) há conhecimento imperfeito das relações entre variáveis que podem mudar em função da criatividade humana; 4) pode haver inter-relação entre os agentes (esses podem aprender ao longo do tempo). Em síntese, estrutura e ação são interdependentes. Nesse sentido, a irreversibilidade do tempo histórico e a dependência do sistema em relação à sua trajetória são elementos centrais da heterodoxia econômica. Lisboa e Pessôa sugerem que só existe uma boa teoria econômica, que supostamente é a ortodoxa. A heterodoxia seria anticientífica, ou uma ciência ideológica –afinal, parte-se das conclusões! A visão que eles têm da heterodoxia é simplista e deturpada. A heterodoxia, como visto, se utiliza de um amplo espectro metodológico, inclusive com uso frequente de modelos matemáticos e técnicas econométricas, embora com a parcimônia necessária e ressalvas quanto a seu uso como um fim em si. Acrescente-se que hipóteses como o crescimento de longo prazo determinado pela demanda e a restrição externa ao crescimento em economias em desenvolvimento têm recebido farta análise empírica. Para ter uma ideia do que está sendo produzido por economistas pós-keynesianos no Brasil e no exterior, sugerimos ao leitor dar uma olhada nos artigos que são apresentados nos encontros anuais da Associação Keynesiana Brasileira (AKB) ou da Conference Research Network Macroeconomics and Macroeconomic Policies, realizada anualmente em Berlim. Compartilhamos a preocupação de Milton Friedman de que a economia neoclássica estaria se tornando um ramo da matemática sem lidar com os problemas econômicos reais. A análise do mundo real é fundamental para qualquer entendimento sobre a realidade. Neste sentido, o economista Bresser-Pereira sugere a precedência do uso do método histórico-dedutivo na economia sobre o método hipotético-dedutivo, de modo a superar o irrealismo dos axiomas ortodoxos. O método histórico-dedutivo é histórico porque nasce da observação da realidade empírica para efetuar generalizações, mas é também dedutivo porque a análise envolve uma série de deduções feitas a partir do modelo e visão de mundo do analista. Entre as diversas formas de comparar e abordar a evolução do pensamento científico, um outro papa da metodologia científica, Imre Lakatos, propõe uma perspectiva epistemológica através da construção da metodologia dos programas de pesquisa científica, segundo a qual a superação de um programa de pesquisa por outro constitui-se em processo racional, em que um deles progride na sua capacidade explicativa da realidade, agregando conhecimento, enquanto outro perde eventualmente poder explicativo e, deste modo, regride, sem que isso represente a sua total refutação. Ademais, segundo ele, a ocorrência de uma "revolução científica" é um processo histórico, normalmente lento, em que o progresso do conhecimento dependerá da existência de programas rivais. O programa científico prevalecente é aquele aceito pela comunidade científica como tal. Quando o desenvolvimento teórico de um programa de pesquisa se atrasa em relação ao seu caráter explicativo de fenômenos existentes e somente oferece explicações "ad hoc" de descobertas casuais ou de fatos antecipados por um programa rival, o prevalecente pode ser superado por este último. Interessante notar que essa análise abre espaço para a existência e convivência de programas rivais de pesquisa –afinal é assim que evolui o conhecimento científico! Nesse sentido, nada mais anticientífico do que desqualificar o programa de pesquisa rival com base em argumentos de autoridade e sob o frágil pressuposto de falta de base empírica. GENERALIZAÇÕES Uma última questão diz respeito ao uso de generalizações apriorísticas partindo de fatos e experiências específicas, viés retórico que Lisboa e Pessôa adotam com frequência. A generalização como método serve à transformação do óbvio em achado científico –caso do papel do investimento em capital humano como variável fundamental ao desenvolvimento, que entendemos ser condição necessária, mas não suficiente para que tal processo ocorra. O apriorismo serve para mostrar que no Brasil as políticas setoriais costumam não dar certo e que o segredo da alta taxa de investimento na China reside na elevada propensão a poupar das famílias chinesas. Desconsideram-se, neste caso, tanto o papel-chave dos investimentos públicos quanto a existência de um sistema estatal amplo e complexo que financia as atividades produtivas. A desastrada política de informática dos anos 1980 no Brasil seria a evidência de que políticas setoriais com recursos ou subsídios públicos, supostamente caras à tradição estruturalista, em geral não funcionam, ou funcionaram apenas em algumas condições muito particulares. Surpreende aqui a visão simplista de Lisboa e Pessôa a respeito do sofisticado e abrangente trabalho de Celso Furtado e outros autores estruturalistas sobre o desenvolvimento econômico na periferia. É comum, ademais, alguns economistas ortodoxos concluírem que o fracasso da economia no primeiro governo Dilma é uma evidência de que políticas heterodoxas e desenvolvimentistas são por natureza equivocadas. Recurso análogo de retórica seria generalizar o fracasso de políticas neoliberais tão somente em função dos resultados do segundo governo FHC: baixo crescimento econômico, elevação explosiva da dívida pública, aumento de desemprego, aceleração inflacionária, crises cambiais, apagão energético etc. Além de evitar generalizações apressadas, há que analisar com cuidado os fatores que levaram ao fracasso de tais governos, já que, como diz um ditado popular, "a prova do pudim é prová-lo" e, no caso dos dois referidos governos, os resultados econômicos ficaram a desejar. No caso do primeiro governo Dilma, muitos economistas heterodoxos criticaram os rumos seguidos, ainda que existam, como não poderia deixar de ser, análises diferenciadas a respeito da política adotada e dos seus fracassos. Para dar um exemplo, um dos autores deste artigo publicou (em coautoria com André Modenesi) um texto intitulado "Consequências do senhor Mantega", no encarte "Eu& Fim de Semana", do jornal "Valor", em 12/7/2013. Os autores sustentavam que havia no governo Dilma uma descoordenação da política econômica e que políticas keynesianas, para serem bem-sucedidas, têm que ser bem coordenadas. Uma das razões do fracasso da nova matriz macroeconômica, argumenta-se, foi uma política fiscal expansionista equivocada, que privilegiou isenções fiscais ao invés do gasto público, de maior efeito multiplicador de renda. Tal política, ademais, não foi transmitida aos agentes de forma adequada: o governo prometeu que cumpriria integralmente a meta de superavit primário, acabando por utilizar artifícios contábeis para alcançá-la. O resultado, como se sabe, foi uma forte deterioração fiscal, em função tanto do baixo crescimento econômico (empresários recompuseram suas margens de lucro ao invés de aumentarem a produção industrial) quanto do fato de que o governo abriu mão de receita fiscal. Por fim, um comentário sobre a recessão de 2015, que, conforme sustentam Lisboa e Pessôa, não seria consequência de um "austericídio" fiscal no Brasil. A literatura empírica internacional mostra que a magnitude do multiplicador fiscal –isto é, o quanto um aumento (ou diminuição) no gasto público impacta sobre o crescimento econômico– depende do estágio do ciclo econômico, sendo maior na desaceleração econômica. Nesse sentido, é de se esperar que a aguda contração fiscal ocorrida em 2015 tenha contribuído para a forte desaceleração econômica. Mas, sem dúvida, outros fatores também contribuíram para a desaceleração econômica, como o relevante desinvestimento da Petrobras, o choque dos preços de energia elétrica e a deterioração das expectativas empresariais frente à crise política. Esse assunto, contudo, está a merecer uma análise mais apurada, usando dados que excluam as pedaladas e "despedaladas" fiscais para melhor aferir o efeito da contração fiscal sobre o PIB. Os efeitos de processos de consolidação fiscal sobre dívida pública e crescimento econômico têm sido avaliados na literatura internacional. Um trabalho recentíssimo, que tem como um dos autores o ex-secretário do Tesouro americano Lawrence Summers ("The Permanent Effects of Fiscal Consolidations"), confirma achados empíricos anteriores no sentido de consolidações fiscais poderem ser contraproducentes, uma vez que reduções no deficit público podem resultar em aumento na relação dívida/PIB devido aos seus efeitos negativos de longo prazo sobre o crescimento. AJUSTE A FÓRCEPS De fato, no debate do mainstream norte-americano pós-crise de 2007-2008, tem havido um forte questionamento da tese da contração fiscal expansionista, segundo a qual as contrações fiscais podem ser expansionistas uma vez que seriam capazes de aumentar a confiança do setor privado e estimular novas decisões de consumo e investimento por meio de um efeito de "crowd- ing in" sobre os gastos privados. A tentativa de fazer um forte ajuste fiscal a fórceps em 2015 pelo então ministro Joaquim Levy, numa conjuntura de aguda queda na arrecadação, se revelou um rotundo fracasso, com a meta do superavit primário inicial anunciada para 2015 caindo sucessivamente de 1,2% PIB para 0,15% (julho de 2015) e depois para deficit de 0,8% (outubro de 2015), até finalmente alcançar -2,0% do PIB em 2015 (não se descontando as despedaladas fiscais). Concluindo, procuramos mostrar que Lisboa e Pessôa incorrem em farto uso de exercício retórico para desqualificar a heterodoxia, "pinçando" estudos empíricos que favoreçam suas análises e conclusões, fazendo generalizações a partir de fracassos específicos e vendendo uma visão deturpada. Se a retórica deles é boa ou ruim cabe ao leitor avaliar, mas a argumentação nos parece frágil e superficial. Como acadêmicos de esquerda, só podemos lamentar que tenhamos poucos economistas ortodoxos progressistas no Brasil, como é o caso de Paul Krugman e Joseph Stiglitz nos EUA. ELIAS M. KHALIL JABBOUR, 40, é professor-adjunto na área de teoria e política do planejamento econômico da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. LUIZ FERNANDO DE PAULA, 56, é professor titular da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e ex-presidente da Associação Keynesiana Brasileira. ANTONIO MALTA CAMPOS, 55, é artista plástico.
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Angelina Jolie critica decreto de Trump e pede que EUA mostrem compaixão
Angelina Jolie falou nesta quinta-feira (2) sobre o decreto do presidente Donald Trump que impede a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana nos EUA. A atriz e ativista disse que tal medida atinge refugiados vulneráveis e pode alimentar o extremismo. Sem mencionar Trump diretamente, Angelina afirmou em um artigo publicado no jornal "New York Times" que discriminar com base na religião é "brincar com fogo". Jolie acrescentou que, como mãe de seis filhos acredita na necessidade de segurança para a nação, mas disse que decisões deveriam ser "baseadas em fatos, não no medo". "Quero saber se as crianças refugiadas que se qualificam para receber asilo sempre terão uma chance de postular seu caso a uma América compassiva", escreveu. A atriz também indagou se seria possível "cuidar de nossa segurança sem rotular cidadãos de outros países como uma ameaça", em virtude de geografia ou religião, ao visitar os Estados Unidos. O decreto de Trump barra por 90 dias a entrada de cidadãos de Síria, Iraque, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen nos EUA. A admissão de refugiados foi suspensa por 120 dias, e os refugiados sírios foram proibidos indefinidamente. A medida não causou consternação somente nas nações envolvidas, mas em outros países majoritariamente muçulmanos e em aliados como Alemanha e Reino Unido. As celebridades de Hollywood também têm usado os holofotes para repudiar a ordem do presidente. Vencedora do Oscar honorário por seu trabalho humanitário, Jolie visitou em 2016 campos de refugiados no Líbano e na Grécia, onde conheceu famílias que fugiam de guerras no Oriente Médio. A artista alertou que "ao insinuar que os muçulmanos são menos merecedores de proteção, alimentamos o extremismo no exterior".
ilustrada
Angelina Jolie critica decreto de Trump e pede que EUA mostrem compaixãoAngelina Jolie falou nesta quinta-feira (2) sobre o decreto do presidente Donald Trump que impede a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana nos EUA. A atriz e ativista disse que tal medida atinge refugiados vulneráveis e pode alimentar o extremismo. Sem mencionar Trump diretamente, Angelina afirmou em um artigo publicado no jornal "New York Times" que discriminar com base na religião é "brincar com fogo". Jolie acrescentou que, como mãe de seis filhos acredita na necessidade de segurança para a nação, mas disse que decisões deveriam ser "baseadas em fatos, não no medo". "Quero saber se as crianças refugiadas que se qualificam para receber asilo sempre terão uma chance de postular seu caso a uma América compassiva", escreveu. A atriz também indagou se seria possível "cuidar de nossa segurança sem rotular cidadãos de outros países como uma ameaça", em virtude de geografia ou religião, ao visitar os Estados Unidos. O decreto de Trump barra por 90 dias a entrada de cidadãos de Síria, Iraque, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen nos EUA. A admissão de refugiados foi suspensa por 120 dias, e os refugiados sírios foram proibidos indefinidamente. A medida não causou consternação somente nas nações envolvidas, mas em outros países majoritariamente muçulmanos e em aliados como Alemanha e Reino Unido. As celebridades de Hollywood também têm usado os holofotes para repudiar a ordem do presidente. Vencedora do Oscar honorário por seu trabalho humanitário, Jolie visitou em 2016 campos de refugiados no Líbano e na Grécia, onde conheceu famílias que fugiam de guerras no Oriente Médio. A artista alertou que "ao insinuar que os muçulmanos são menos merecedores de proteção, alimentamos o extremismo no exterior".
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Pátria
Uma pátria, assim como uma família, é construída diariamente, tendo por base bons exemplos. Dos atos mais simples às políticas mais complexas, tudo o que pessoas, líderes e instituições fazem ou deixam de fazer se torna, de alguma forma, referência de valores para os que formam uma nação, muito especialmente os mais jovens. No campo dos que têm a responsabilidade pública e que, portanto, deveriam ser os primeiros a dar o exemplo, o Brasil vive uma página triste de sua história. Os que nos governam não têm sido boas referências. Pelo contrário: as mentiras e outras práticas condenáveis estão espalhadas por toda parte. E isto talvez tenha um custo ainda maior que os prejuízos práticos causados pelo aparelhamento do Estado, a proposital confusão entre o que é público e o que é privado; a incompetência, a leniência, a corrupção endêmica. Este é um 7 de Setembro que encontra o Brasil e os brasileiros frustrados com suas escolhas, atônitos com os escândalos diários e céticos em relação ao seu futuro. Mesmo assim, há conquistas importantes a celebrar: a principal é o inconformismo com os desmandos e as ruas transbordando em protestos e cobranças, resultado da formação de uma nova consciência nacional. Poucas vezes, desde a retomada da democracia, os brasileiros estiveram tão indignados e, ao mesmo tempo, tão dedicados a mudar os rumos do país. O desgoverno instalado e o desalento da hora, por pior que sejam, não foram suficientes para abalar a fé daqueles que, no seu espaço e com sua consciência, todos os dias dão crucial contribuição à coletividade e tornam melhor a vida do próximo. Lembro aqui do caso do aposentado mineiro Sebastião Gonçalves, de 61 anos. Após ter perdido um filho cadeirante, passou a reformar cadeiras de rodas e muletas abandonadas em ferros-velhos, para depois doar a pessoas carentes. Neste ano, ganhou em BH importante reconhecimento e um prêmio de cidadania. Histórias como a do serralheiro Tião devem ser sempre contadas para que nunca nos esqueçamos quem somos. Por este país continental são milhares os exemplos diários de ética, patriotismo e cidadania da nossa gente, que acontecem sob o anonimato dos protagonistas e apesar dos governos. Somos um país de gente séria, honesta, trabalhadora e solidária. Em sua enorme maioria, cidadãos que, a despeito dos tempos ruins que estamos vivendo, continuam produzindo, gerando riquezas e dando sua contribuição. Sem crescimento e bons exemplos, o Brasil recua para um lugar incerto. Se o andar de cima insiste em desapontar a nação, é preciso reafirmar, neste 7 de Setembro, nossa crença nos brasileiros. Eles, sim, fazem toda a diferença.
colunas
PátriaUma pátria, assim como uma família, é construída diariamente, tendo por base bons exemplos. Dos atos mais simples às políticas mais complexas, tudo o que pessoas, líderes e instituições fazem ou deixam de fazer se torna, de alguma forma, referência de valores para os que formam uma nação, muito especialmente os mais jovens. No campo dos que têm a responsabilidade pública e que, portanto, deveriam ser os primeiros a dar o exemplo, o Brasil vive uma página triste de sua história. Os que nos governam não têm sido boas referências. Pelo contrário: as mentiras e outras práticas condenáveis estão espalhadas por toda parte. E isto talvez tenha um custo ainda maior que os prejuízos práticos causados pelo aparelhamento do Estado, a proposital confusão entre o que é público e o que é privado; a incompetência, a leniência, a corrupção endêmica. Este é um 7 de Setembro que encontra o Brasil e os brasileiros frustrados com suas escolhas, atônitos com os escândalos diários e céticos em relação ao seu futuro. Mesmo assim, há conquistas importantes a celebrar: a principal é o inconformismo com os desmandos e as ruas transbordando em protestos e cobranças, resultado da formação de uma nova consciência nacional. Poucas vezes, desde a retomada da democracia, os brasileiros estiveram tão indignados e, ao mesmo tempo, tão dedicados a mudar os rumos do país. O desgoverno instalado e o desalento da hora, por pior que sejam, não foram suficientes para abalar a fé daqueles que, no seu espaço e com sua consciência, todos os dias dão crucial contribuição à coletividade e tornam melhor a vida do próximo. Lembro aqui do caso do aposentado mineiro Sebastião Gonçalves, de 61 anos. Após ter perdido um filho cadeirante, passou a reformar cadeiras de rodas e muletas abandonadas em ferros-velhos, para depois doar a pessoas carentes. Neste ano, ganhou em BH importante reconhecimento e um prêmio de cidadania. Histórias como a do serralheiro Tião devem ser sempre contadas para que nunca nos esqueçamos quem somos. Por este país continental são milhares os exemplos diários de ética, patriotismo e cidadania da nossa gente, que acontecem sob o anonimato dos protagonistas e apesar dos governos. Somos um país de gente séria, honesta, trabalhadora e solidária. Em sua enorme maioria, cidadãos que, a despeito dos tempos ruins que estamos vivendo, continuam produzindo, gerando riquezas e dando sua contribuição. Sem crescimento e bons exemplos, o Brasil recua para um lugar incerto. Se o andar de cima insiste em desapontar a nação, é preciso reafirmar, neste 7 de Setembro, nossa crença nos brasileiros. Eles, sim, fazem toda a diferença.
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Marin paga fiança de R$ 57 milhões e ficará em prisão domiciliar nos EUA
O ex-presidente da CBF José Maria Marin, 83, terá de pagar uma fiança de US$ 15 milhões (R$ 57 mi) às autoridades americanas para responder em prisão domiciliar ao processo sobre seu envolvimento com desvios em contratos do futebol. Leia mais aqui
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Marin paga fiança de R$ 57 milhões e ficará em prisão domiciliar nos EUAO ex-presidente da CBF José Maria Marin, 83, terá de pagar uma fiança de US$ 15 milhões (R$ 57 mi) às autoridades americanas para responder em prisão domiciliar ao processo sobre seu envolvimento com desvios em contratos do futebol. Leia mais aqui
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Médicos de família passam a fazer atendimento particular personalizado
Em vez de fazer uma romaria de médico em médico, cada um especialista em uma coisa, a professora Maria Alice Rondini, 46, só vai em um: no médico de família Giuliano Dimarzio, de Amparo (a 59 km de Campinas). É assim desde 2007, quando Dimarzio passou a cuidar da avó dela, que até então ia em vários especialistas. "Cada um receitava um remédio e, quando acontecia uma emergência, não sabíamos para quem ligar. Estávamos perdidos", diz Maria Alice. Após cuidar da avó, Dimarzio herdou a família toda: além de Maria Alice, foi médico de seu avô e de seu pai. "Ele já sabe toda a história da família. Tenho o celular dele e o Facebook. Quando preciso de um especialista, ele que indica. Isso dá segurança, é como aquele médico de antigamente." Esse modelo de cuidado focado no paciente, e não na doença, tem se espalhado no Brasil nos últimos quatro anos, segundo Thiago Trindade, presidente da SBMFC (Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade). Os especialistas na área, que até então eram quase todos absorvidos pelo sistema público de saúde e atendiam famílias de baixa renda, têm migrado para o serviço privado, seja para convênios ou consultório particular. Trindade estima que dos 5.000 especialistas da Sociedade, 10% já trabalhem no sistema particular. "Há cinco anos, eram só 10 ou 15 médicos de família que atendiam fora do serviço público", diz. MÉDICO CONCIERGE O crescimento é uma tendência mundial que surgiu como resposta à superespecialização de medicina. Nos EUA, esse profissional foi denominado "médico concierge": generalistas que ficam disponíveis 24 horas que até acompanham o paciente em visitas a especialistas. Isso ainda não existe por aqui. Dimarzio, por exemplo, faz atendimentos domiciliares, fica sempre disponível e indica especialistas, mas não acompanha consultas. "A nossa principal função é coordenar o cuidado, e isso inclui uma interação com outros profissionais", diz Dimarzio, que atua na área há nove anos. Em 2014, sua lista de pacientes cresceu 25%. A consulta com outros especialistas é uma exceção. Em geral, os generalistas são capazes de solucionar 80% dos casos que chegam a eles, de acordo com Rodrigo Lima, diretor da SBMFC. "Mesmo quando encaminhamos, continuamos responsáveis pelo paciente", diz. André Justino, também médico de família, define o generalista como um advogado do paciente. "Ele se preocupa em observar o todo, não seleciona paciente por queixa ou parte do corpo", diz. A maior disponibilidade tem um preço. Boa parte desses médicos não atende por planos de saúde e uma consulta, com retorno, pode custar R$ 500. Nos EUA, porém, é possível ter o serviço pagando uma taxa de a partir de US$ 65 (R$ 160) por mês a empresas que fazem a intermediação com os médicos. SÓ COM INDICAÇÃO Guilherme Wagner é médico de família e atende em um consultório em Ipanema, no Rio, desde 2010. Hoje, ele só recebe novos pacientes por indicação. "A procura é grande. Sou o único médico de família da zona sul que conheço." A atuação generalista não é exclusividade da médicos da família. Geriatras, cardiologistas e os chamados clínicos gerais também podem agir assim. "Ao meu ver, trata-se de uma maneira de encarar a medicina", diz Marcelo Levites, médico coordenador do Centro de Longevidade do Hospital 9 de Julho, em São Paulo. A instituição implementou em 2014 um programa de cuidado centralizado para pacientes com mais de 50 anos. Pelo programa, Levites se tornou o médico pessoal da aposentada Gina Marochio, 60. Acostumada a ir em vários especialistas, Gina diz que sua "vida mudou" depois de ter um médico de referência. "Além de ser meu médico, conversamos sobre outras coisas. Desde o primeiro dia já tenho seu celular", conta. "Parece a reinvenção da roda, mas, no contexto atual da medicina superespecializada, focar no paciente se tornou necessário", diz Levites. Os planos de saúde já perceberam isso. Em algumas capitais, a Unimed tem um projeto piloto em que médicos de família ficam responsáveis pelo encaminhamento do paciente dentro do sistema. "Isso reduz o percurso da pessoa. Evita consultas e exames desnecessários e idas e vindas ao pronto atendimento", diz José Ferreira, diretor de provimento de saúde da Unimed de Belo Horizonte.
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Médicos de família passam a fazer atendimento particular personalizadoEm vez de fazer uma romaria de médico em médico, cada um especialista em uma coisa, a professora Maria Alice Rondini, 46, só vai em um: no médico de família Giuliano Dimarzio, de Amparo (a 59 km de Campinas). É assim desde 2007, quando Dimarzio passou a cuidar da avó dela, que até então ia em vários especialistas. "Cada um receitava um remédio e, quando acontecia uma emergência, não sabíamos para quem ligar. Estávamos perdidos", diz Maria Alice. Após cuidar da avó, Dimarzio herdou a família toda: além de Maria Alice, foi médico de seu avô e de seu pai. "Ele já sabe toda a história da família. Tenho o celular dele e o Facebook. Quando preciso de um especialista, ele que indica. Isso dá segurança, é como aquele médico de antigamente." Esse modelo de cuidado focado no paciente, e não na doença, tem se espalhado no Brasil nos últimos quatro anos, segundo Thiago Trindade, presidente da SBMFC (Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade). Os especialistas na área, que até então eram quase todos absorvidos pelo sistema público de saúde e atendiam famílias de baixa renda, têm migrado para o serviço privado, seja para convênios ou consultório particular. Trindade estima que dos 5.000 especialistas da Sociedade, 10% já trabalhem no sistema particular. "Há cinco anos, eram só 10 ou 15 médicos de família que atendiam fora do serviço público", diz. MÉDICO CONCIERGE O crescimento é uma tendência mundial que surgiu como resposta à superespecialização de medicina. Nos EUA, esse profissional foi denominado "médico concierge": generalistas que ficam disponíveis 24 horas que até acompanham o paciente em visitas a especialistas. Isso ainda não existe por aqui. Dimarzio, por exemplo, faz atendimentos domiciliares, fica sempre disponível e indica especialistas, mas não acompanha consultas. "A nossa principal função é coordenar o cuidado, e isso inclui uma interação com outros profissionais", diz Dimarzio, que atua na área há nove anos. Em 2014, sua lista de pacientes cresceu 25%. A consulta com outros especialistas é uma exceção. Em geral, os generalistas são capazes de solucionar 80% dos casos que chegam a eles, de acordo com Rodrigo Lima, diretor da SBMFC. "Mesmo quando encaminhamos, continuamos responsáveis pelo paciente", diz. André Justino, também médico de família, define o generalista como um advogado do paciente. "Ele se preocupa em observar o todo, não seleciona paciente por queixa ou parte do corpo", diz. A maior disponibilidade tem um preço. Boa parte desses médicos não atende por planos de saúde e uma consulta, com retorno, pode custar R$ 500. Nos EUA, porém, é possível ter o serviço pagando uma taxa de a partir de US$ 65 (R$ 160) por mês a empresas que fazem a intermediação com os médicos. SÓ COM INDICAÇÃO Guilherme Wagner é médico de família e atende em um consultório em Ipanema, no Rio, desde 2010. Hoje, ele só recebe novos pacientes por indicação. "A procura é grande. Sou o único médico de família da zona sul que conheço." A atuação generalista não é exclusividade da médicos da família. Geriatras, cardiologistas e os chamados clínicos gerais também podem agir assim. "Ao meu ver, trata-se de uma maneira de encarar a medicina", diz Marcelo Levites, médico coordenador do Centro de Longevidade do Hospital 9 de Julho, em São Paulo. A instituição implementou em 2014 um programa de cuidado centralizado para pacientes com mais de 50 anos. Pelo programa, Levites se tornou o médico pessoal da aposentada Gina Marochio, 60. Acostumada a ir em vários especialistas, Gina diz que sua "vida mudou" depois de ter um médico de referência. "Além de ser meu médico, conversamos sobre outras coisas. Desde o primeiro dia já tenho seu celular", conta. "Parece a reinvenção da roda, mas, no contexto atual da medicina superespecializada, focar no paciente se tornou necessário", diz Levites. Os planos de saúde já perceberam isso. Em algumas capitais, a Unimed tem um projeto piloto em que médicos de família ficam responsáveis pelo encaminhamento do paciente dentro do sistema. "Isso reduz o percurso da pessoa. Evita consultas e exames desnecessários e idas e vindas ao pronto atendimento", diz José Ferreira, diretor de provimento de saúde da Unimed de Belo Horizonte.
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Empresário que morava em Londres vira réu na Lava Jato
O juiz federal Sergio Moro aceitou nesta sexta-feira (3) a denúncia contra o executivo Mariano Marcondes Ferraz, investigado na Operação Lava Jato e acusado de pagar propina em obras da Petrobras. Com isso, ele vira réu e deve responder à acusação de corrupção e lavagem de dinheiro. Casado com a atriz Luiza Valdetaro, Ferraz morava em Londres e foi preso ao embarcar num voo para a cidade inglesa, em outubro do ano passado. Detido por uma semana, ele admitiu aos investigadores ter pago propina ao ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, a fim de renovar o contrato da Decal do Brasil com a estatal, em 2011. A empresa, da qual ele era representante no país, prestava serviços de armazenagem e movimentação de grãos no porto de Suape, em Pernambuco. Segundo ele, o objetivo era "fazer a coisa caminhar" e "proteger o negócio". "Era assim que funcionava o sistema", disse o executivo, em depoimento à Polícia Federal. Foram US$ 868 mil em propina, depositados em offshores de Paulo Roberto Costa -que confirmou o pagamento em delação premiada. Moro entendeu que há provas suficientes de autoria e materialidade para acatar a denúncia. O empresário afirmou que foi vítima de extorsão ou concussão. Para Moro, a alegação terá que ser examinada. "Por ora, considero o fato de que há indicativos de que foi paga propina a Paulo Roberto Costa, o que sinaliza, em cognição sumária, pela inexistência de concussão ou extorsão", escreveu o juiz. O contrato da Decal do Brasil com a Petrobras venceria naquele ano, mas acabou renovado após o pagamento da vantagem indevida, até abril de 2012.
poder
Empresário que morava em Londres vira réu na Lava JatoO juiz federal Sergio Moro aceitou nesta sexta-feira (3) a denúncia contra o executivo Mariano Marcondes Ferraz, investigado na Operação Lava Jato e acusado de pagar propina em obras da Petrobras. Com isso, ele vira réu e deve responder à acusação de corrupção e lavagem de dinheiro. Casado com a atriz Luiza Valdetaro, Ferraz morava em Londres e foi preso ao embarcar num voo para a cidade inglesa, em outubro do ano passado. Detido por uma semana, ele admitiu aos investigadores ter pago propina ao ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, a fim de renovar o contrato da Decal do Brasil com a estatal, em 2011. A empresa, da qual ele era representante no país, prestava serviços de armazenagem e movimentação de grãos no porto de Suape, em Pernambuco. Segundo ele, o objetivo era "fazer a coisa caminhar" e "proteger o negócio". "Era assim que funcionava o sistema", disse o executivo, em depoimento à Polícia Federal. Foram US$ 868 mil em propina, depositados em offshores de Paulo Roberto Costa -que confirmou o pagamento em delação premiada. Moro entendeu que há provas suficientes de autoria e materialidade para acatar a denúncia. O empresário afirmou que foi vítima de extorsão ou concussão. Para Moro, a alegação terá que ser examinada. "Por ora, considero o fato de que há indicativos de que foi paga propina a Paulo Roberto Costa, o que sinaliza, em cognição sumária, pela inexistência de concussão ou extorsão", escreveu o juiz. O contrato da Decal do Brasil com a Petrobras venceria naquele ano, mas acabou renovado após o pagamento da vantagem indevida, até abril de 2012.
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Custo de vida das famílias de menor renda sobe menos que a inflação
Índice que mensura o custo de vida de famílias de menor renda e faz parte do cálculo do salário mínimo, o INPC subiu 6,23% em 2014, mais que os 5,56% de 2013. A taxa, apurada pelo IBGE com famílias que ganham de 1 a 5 mínimos, foi inferior à do IPCA (6,41%). Ajudaram a segurar o índice e subiram abaixo da média os grupos transportes (3%) e vestuário (3,53%), além da deflação de comunicação (-1,95%). No dia 30 de novembro, a presidente Dilma Rousseff fixou em R$ 788,00 o salário mínimo de 2014, aumento de 8,84% em relação aos R$ 724,00 do ano passado. A regra de reajuste do mínimo considera o crescimento da economia dois anos antes (2,5% em 2013) mais a reposição da inflação medida pelo INPC de 2014. Como o INPC só foi conhecido ontem, a lei determina que o reajuste seja feito com base em estimativa para o índice feita pelo Executivo, que foi de 6,28% –ou seja, o governo foi mais pessimista que a realidade.
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Custo de vida das famílias de menor renda sobe menos que a inflaçãoÍndice que mensura o custo de vida de famílias de menor renda e faz parte do cálculo do salário mínimo, o INPC subiu 6,23% em 2014, mais que os 5,56% de 2013. A taxa, apurada pelo IBGE com famílias que ganham de 1 a 5 mínimos, foi inferior à do IPCA (6,41%). Ajudaram a segurar o índice e subiram abaixo da média os grupos transportes (3%) e vestuário (3,53%), além da deflação de comunicação (-1,95%). No dia 30 de novembro, a presidente Dilma Rousseff fixou em R$ 788,00 o salário mínimo de 2014, aumento de 8,84% em relação aos R$ 724,00 do ano passado. A regra de reajuste do mínimo considera o crescimento da economia dois anos antes (2,5% em 2013) mais a reposição da inflação medida pelo INPC de 2014. Como o INPC só foi conhecido ontem, a lei determina que o reajuste seja feito com base em estimativa para o índice feita pelo Executivo, que foi de 6,28% –ou seja, o governo foi mais pessimista que a realidade.
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MCs paulistanos fazem rap LGBT e enfrentam homofobia e machismo
"Existe um novo significado do 'corajoso' no rap: eu posso ser morto todo dia, porque sou negro, gay e da periferia –é só você olhar as estatísticas–, e eu coloco minha cara lá fora", diz o rapper Rico Dalasam, 25, de Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Em um meio musical dominado por "machões", Rico canta, sem medo, versos como "'boy', vim para ser seu 'man'" [garoto, vim para ser seu homem], de "Aceite-C", seu primeiro single. Desde o lançamento, em dezembro de 2014, o clipe já atingiu mais de 84 mil visualizações no YouTube. Rico é um dos expoentes brasileiros do movimento que, nos Estados Unidos, ganhou o apelido de "queer rap" (ou "rap gay"). "Eu queria falar de amores do jeito que eu os vivo," diz o rapper, que prepara sua primeira turnê pelo Brasil –por pelo menos cinco Estados– e foi para Nova York gravar o clipe da música "Não Posso Esperar", com lançamento programado para abril. Apesar disso, Rico, que se inspira nos americanos Prince e Rick James (1948-2004), afirma que há dificuldades para artistas gays se posicionarem no rap. "A gente ainda tem que construir um público gay, e um público negro gay, porque não é um show que cabe num line-up tradicional". VETERANA Se Rico é recém-chegado no rap, a MC Luana Hansen, 34, de Pirituba, na zona oeste, assumidamente lésbica e ativista, já tem 14 anos de estrada no hip-hop. Ela, porém, diz que também enfrentou preconceito. "Depois que eu passei a me assumir, muitas portas se fecharam e várias pessoas passaram a fingir que eu não existia, diziam que eu tinha acabado de chegar." Não é bem assim. Em 2005, Luana ganhou o prêmio Hutúz —mais importante do rap brasileiro— de melhor demo feminina com seu primeiro grupo, A-TAL, formado por três mulheres. Ela conta que, a pedido das colegas, não era abertamente lésbica, na época. "Elas me pediram: não se assume, que você vai queimar a gente." O grupo acabou em 2010, segundo ela. Foi aí que Luana começou a se aproximar de grupos feministas, em especial o Católicas pelo Direito de Decidir, que luta pela descriminalização do aborto. Em 2012, gravou com a ativista feminista e lésbica Elisa Gargiulo o clipe "Ventre Livre de Fato", com cerca de 42 mil visualizações no YouTube. "Foi depois de conhecer as 'minas' feministas que eu comecei a perceber a importância de eu ser negra, lésbica e assumida, porque o rap não abre espaço para a gente", diz. A partir daí,a MC tornou-se presença certa em eventos paulistanos de militância LGBT e feminista. Em 2014, por exemplo, participou da "Caminhada Lésbica", evento que acontece no final de semana da Parada Gay; em 2015, fez o show de abertura do festival Periferia Trans, no Grajaú, extremo sul da cidade, e no Dia Internacional da Mulher, em um carro de som de uma passeata na avenida Paulista. "As pessoas realmente acham que eu trago um pouco da voz da mulher feminista, da mulher lésbica." RÓTULO Nos Estados Unidos, onde o "queer rap" conta com nomes estabelecidos como os de Mykki Blanco, Angel Haze e Cakes da Killa, os artistas começam a rechaçar o rótulo. "Não existe um 'rap hétero', então por que existiria um 'rap gay'?" questiona Da Killa. "O que temos são rappers gays que fazem músicas muito diferentes uma da outra." Para Rico Dalasam, o termo é utilizado no Brasil para que o público se familiarize com os novos artistas. "Acho muito difícil não usar essa 'tag' [etiqueta], porque se não usamos, não entendem. Ainda dá nó na cabeça de muita gente." Segundo ele, no entanto, é só questão de tempo até que o rap assumido tome conta do meio musical. "Tem muita gente fazendo, você vai ver. Logo vai estourar." Ouça músicas da MC Luana Hansen e do rapper Rico Dalasam VENTRE LIVRE DE FATO, Luana Hansen e Elisa Gargiulo Luana Hansen ACEITE-C, Rico Dalasam Rico Dalasam
ilustrada
MCs paulistanos fazem rap LGBT e enfrentam homofobia e machismo"Existe um novo significado do 'corajoso' no rap: eu posso ser morto todo dia, porque sou negro, gay e da periferia –é só você olhar as estatísticas–, e eu coloco minha cara lá fora", diz o rapper Rico Dalasam, 25, de Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Em um meio musical dominado por "machões", Rico canta, sem medo, versos como "'boy', vim para ser seu 'man'" [garoto, vim para ser seu homem], de "Aceite-C", seu primeiro single. Desde o lançamento, em dezembro de 2014, o clipe já atingiu mais de 84 mil visualizações no YouTube. Rico é um dos expoentes brasileiros do movimento que, nos Estados Unidos, ganhou o apelido de "queer rap" (ou "rap gay"). "Eu queria falar de amores do jeito que eu os vivo," diz o rapper, que prepara sua primeira turnê pelo Brasil –por pelo menos cinco Estados– e foi para Nova York gravar o clipe da música "Não Posso Esperar", com lançamento programado para abril. Apesar disso, Rico, que se inspira nos americanos Prince e Rick James (1948-2004), afirma que há dificuldades para artistas gays se posicionarem no rap. "A gente ainda tem que construir um público gay, e um público negro gay, porque não é um show que cabe num line-up tradicional". VETERANA Se Rico é recém-chegado no rap, a MC Luana Hansen, 34, de Pirituba, na zona oeste, assumidamente lésbica e ativista, já tem 14 anos de estrada no hip-hop. Ela, porém, diz que também enfrentou preconceito. "Depois que eu passei a me assumir, muitas portas se fecharam e várias pessoas passaram a fingir que eu não existia, diziam que eu tinha acabado de chegar." Não é bem assim. Em 2005, Luana ganhou o prêmio Hutúz —mais importante do rap brasileiro— de melhor demo feminina com seu primeiro grupo, A-TAL, formado por três mulheres. Ela conta que, a pedido das colegas, não era abertamente lésbica, na época. "Elas me pediram: não se assume, que você vai queimar a gente." O grupo acabou em 2010, segundo ela. Foi aí que Luana começou a se aproximar de grupos feministas, em especial o Católicas pelo Direito de Decidir, que luta pela descriminalização do aborto. Em 2012, gravou com a ativista feminista e lésbica Elisa Gargiulo o clipe "Ventre Livre de Fato", com cerca de 42 mil visualizações no YouTube. "Foi depois de conhecer as 'minas' feministas que eu comecei a perceber a importância de eu ser negra, lésbica e assumida, porque o rap não abre espaço para a gente", diz. A partir daí,a MC tornou-se presença certa em eventos paulistanos de militância LGBT e feminista. Em 2014, por exemplo, participou da "Caminhada Lésbica", evento que acontece no final de semana da Parada Gay; em 2015, fez o show de abertura do festival Periferia Trans, no Grajaú, extremo sul da cidade, e no Dia Internacional da Mulher, em um carro de som de uma passeata na avenida Paulista. "As pessoas realmente acham que eu trago um pouco da voz da mulher feminista, da mulher lésbica." RÓTULO Nos Estados Unidos, onde o "queer rap" conta com nomes estabelecidos como os de Mykki Blanco, Angel Haze e Cakes da Killa, os artistas começam a rechaçar o rótulo. "Não existe um 'rap hétero', então por que existiria um 'rap gay'?" questiona Da Killa. "O que temos são rappers gays que fazem músicas muito diferentes uma da outra." Para Rico Dalasam, o termo é utilizado no Brasil para que o público se familiarize com os novos artistas. "Acho muito difícil não usar essa 'tag' [etiqueta], porque se não usamos, não entendem. Ainda dá nó na cabeça de muita gente." Segundo ele, no entanto, é só questão de tempo até que o rap assumido tome conta do meio musical. "Tem muita gente fazendo, você vai ver. Logo vai estourar." Ouça músicas da MC Luana Hansen e do rapper Rico Dalasam VENTRE LIVRE DE FATO, Luana Hansen e Elisa Gargiulo Luana Hansen ACEITE-C, Rico Dalasam Rico Dalasam
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USP clama por mudanças, diz leitor sobre artigo de Marco Antonio Zago
O imenso mundo da USP se depara com o pequeno mundo do reitor Zago. Desde a posse administrativa, não há um fato relevante que justifique sua atuação perante a crise atual da USP. Centrado em si, apenas se vangloria de avaliações externas e parece desconhecer a necessidade de mudança do estatuto vigente, promulgado em 1969, à sombra da ditadura. Em contrapartida, a comunidade uspiana clama por mudanças que qualifiquem a USP como universidade crítica, democrática e pública. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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USP clama por mudanças, diz leitor sobre artigo de Marco Antonio ZagoO imenso mundo da USP se depara com o pequeno mundo do reitor Zago. Desde a posse administrativa, não há um fato relevante que justifique sua atuação perante a crise atual da USP. Centrado em si, apenas se vangloria de avaliações externas e parece desconhecer a necessidade de mudança do estatuto vigente, promulgado em 1969, à sombra da ditadura. Em contrapartida, a comunidade uspiana clama por mudanças que qualifiquem a USP como universidade crítica, democrática e pública. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Fala de Levy sobre Dilma é assunto ultrapassado, diz líder do governo
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), minimizou nesta segunda-feira (30) e classificou de "ultrapassada" a declaração do ministro Joaquim Levy (Fazenda) sustentando que, apesar de genuína, a presidente Dilma Rousseff nem sempre faz as coisas de maneira simples e eficaz. A avaliação faz parte de uma estratégia definida no Planalto para tentar blindar Levy, que tem comandado no Congresso as articulações para a aprovação do ajuste fiscal. O ministro, inclusive, deve se reunir na tarde desta segunda com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além de participar de reunião na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado nesta terça. Segundo líderes governistas, a orientação do governo é preservar Levy para evitar desdobramentos sobre o pacato que altera legislações trabalhista e previdenciária e também prevê a redução das desonerações da folha de pagamento. Nos bastidores, no entanto, os governistas não escondem o desconforto com a crítica dirigida a Dilma durante encontro com universitários, que foi revelada pela Folha. O ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) se reuniu com líderes da base aliada, mas deixou o encontro tentando despistar os jornalistas. Questionado sobre a fala de Levy, Vargas disse que hoje não iria falar com a imprensa. O líder do governo afirmou que a declaração de Levy era ultrapassada porque ele inclusive já apresentou uma nota esclarecendo o contexto em que foi dita. O vice-líder do PDT, Marcos Rogério (RO), no entanto, afirmou que o ministro foi supersincero e disse temer os efeitos na credibilidade do país junto ao mercado.
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Fala de Levy sobre Dilma é assunto ultrapassado, diz líder do governoO líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), minimizou nesta segunda-feira (30) e classificou de "ultrapassada" a declaração do ministro Joaquim Levy (Fazenda) sustentando que, apesar de genuína, a presidente Dilma Rousseff nem sempre faz as coisas de maneira simples e eficaz. A avaliação faz parte de uma estratégia definida no Planalto para tentar blindar Levy, que tem comandado no Congresso as articulações para a aprovação do ajuste fiscal. O ministro, inclusive, deve se reunir na tarde desta segunda com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além de participar de reunião na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado nesta terça. Segundo líderes governistas, a orientação do governo é preservar Levy para evitar desdobramentos sobre o pacato que altera legislações trabalhista e previdenciária e também prevê a redução das desonerações da folha de pagamento. Nos bastidores, no entanto, os governistas não escondem o desconforto com a crítica dirigida a Dilma durante encontro com universitários, que foi revelada pela Folha. O ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) se reuniu com líderes da base aliada, mas deixou o encontro tentando despistar os jornalistas. Questionado sobre a fala de Levy, Vargas disse que hoje não iria falar com a imprensa. O líder do governo afirmou que a declaração de Levy era ultrapassada porque ele inclusive já apresentou uma nota esclarecendo o contexto em que foi dita. O vice-líder do PDT, Marcos Rogério (RO), no entanto, afirmou que o ministro foi supersincero e disse temer os efeitos na credibilidade do país junto ao mercado.
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Odebrecht é entrave para Corinthians conseguir carência no Itaquerão
A situação da Odebrecht é o principal entrave para que o Corinthians consiga aumento do prazo para pagar as parcelas do empréstimo que recebeu do BNDES, de R$ 400 milhões, para a construção do estádio. A Odebrecht é alvo da operação Lava Jato, e seus executivos negociam a delação premiada com a Justiça. O pedido do clube e do fundo criado para administrar a arena é que a Caixa Econômica Federal (banco repassador do financiamento) e o BNDES autorizem que o parcelamento seja suspenso por 17 meses, de forma que haja tempo para acúmulo de receitas. O fundo é formado por Corinthians, Odebrecht e Caixa. O pagamento das parcelas, no valor de cerca de R$ 5 milhões por mês, começou em julho do ano passado, após um período de carência de 19 meses. As regras do BNDES, porém, davam permissão para que essa carência fosse de 36 meses, ou seja, exatamente os 17 meses a mais que o clube alvinegro reivindica. Foram pagas as parcelas até março deste ano. Desde abril, o Corinthians está inadimplente –segundo a Caixa, a negociação em andamento permite pausa nas transferências. O pleito do clube e do fundo não é para que a quitação aconteça 17 meses depois, mas sim que ao final dos 17 meses as parcelas sejam remanejadas. Assim, os valores aumentariam um pouco por mês, mas o pagamento total terminaria na mesma data previamente combinada, ou seja, dezembro de 2028. A Caixa, porém, pediu novas garantias para autorizar o pedido. O Corinthians tem duas matrículas de sua sede comprometidas, enquanto a maior parte da garantia vem da Odebrecht. O banco, porém, tem argumentado que a situação instável da construtora torna as garantias anteriores mais frágeis –as dívidas da construtora chegavam a R$ 90 bilhões em abril de 2016. Não há prazo para a Caixa decidir sobre o assunto. Procurado, o BNDES diz que ainda não recebeu nenhum pedido para extensão de prazo. A Caixa, por sua vez, afirma que não vai se manifestar porque os seus contratos são protegidos por lei. A Folha tenta obter resposta do Corinthians desde sexta (8), mas o clube não respondeu à reportagem até o fechamento desta reportagem. A Odebrecht afirmou que não comentaria esse tema. CUSTO DO ESTÁDIO Como mostrou a Folha no sábado (9), ao final do prazo de pagamento, em 2028, o Corinthians terá desembolsado ao menos R$ 1,64 bilhão pela construção de seu estádio. O valor final consta em planilha da Odebrecht, considerando juros de cerca de R$ 453 milhões, referentes a três empréstimos para as obras. Além do financiamento com o BNDES, foram emitidas debêntures, títulos de crédito lançados para captar recursos, somando o valor de R$ 400 milhões.
esporte
Odebrecht é entrave para Corinthians conseguir carência no ItaquerãoA situação da Odebrecht é o principal entrave para que o Corinthians consiga aumento do prazo para pagar as parcelas do empréstimo que recebeu do BNDES, de R$ 400 milhões, para a construção do estádio. A Odebrecht é alvo da operação Lava Jato, e seus executivos negociam a delação premiada com a Justiça. O pedido do clube e do fundo criado para administrar a arena é que a Caixa Econômica Federal (banco repassador do financiamento) e o BNDES autorizem que o parcelamento seja suspenso por 17 meses, de forma que haja tempo para acúmulo de receitas. O fundo é formado por Corinthians, Odebrecht e Caixa. O pagamento das parcelas, no valor de cerca de R$ 5 milhões por mês, começou em julho do ano passado, após um período de carência de 19 meses. As regras do BNDES, porém, davam permissão para que essa carência fosse de 36 meses, ou seja, exatamente os 17 meses a mais que o clube alvinegro reivindica. Foram pagas as parcelas até março deste ano. Desde abril, o Corinthians está inadimplente –segundo a Caixa, a negociação em andamento permite pausa nas transferências. O pleito do clube e do fundo não é para que a quitação aconteça 17 meses depois, mas sim que ao final dos 17 meses as parcelas sejam remanejadas. Assim, os valores aumentariam um pouco por mês, mas o pagamento total terminaria na mesma data previamente combinada, ou seja, dezembro de 2028. A Caixa, porém, pediu novas garantias para autorizar o pedido. O Corinthians tem duas matrículas de sua sede comprometidas, enquanto a maior parte da garantia vem da Odebrecht. O banco, porém, tem argumentado que a situação instável da construtora torna as garantias anteriores mais frágeis –as dívidas da construtora chegavam a R$ 90 bilhões em abril de 2016. Não há prazo para a Caixa decidir sobre o assunto. Procurado, o BNDES diz que ainda não recebeu nenhum pedido para extensão de prazo. A Caixa, por sua vez, afirma que não vai se manifestar porque os seus contratos são protegidos por lei. A Folha tenta obter resposta do Corinthians desde sexta (8), mas o clube não respondeu à reportagem até o fechamento desta reportagem. A Odebrecht afirmou que não comentaria esse tema. CUSTO DO ESTÁDIO Como mostrou a Folha no sábado (9), ao final do prazo de pagamento, em 2028, o Corinthians terá desembolsado ao menos R$ 1,64 bilhão pela construção de seu estádio. O valor final consta em planilha da Odebrecht, considerando juros de cerca de R$ 453 milhões, referentes a três empréstimos para as obras. Além do financiamento com o BNDES, foram emitidas debêntures, títulos de crédito lançados para captar recursos, somando o valor de R$ 400 milhões.
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Mercedes começa Mundial de F-1 na frente em Melbourne
O Mundial de F-1 começou sem grandes surpresas na pista, pelo menos na primeira sessão de treinos livres para o GP da Austrália, disputada nesta sexta-feira (13), em Melbourne. A Mercedes, que dominou o campeonato do ano passado, colocou seus dois pilotos nas primeiras colocações da sessão desta manhã no circuito de Albert Park. Nico Rosberg cravou a melhor volta do treino ao anotar 1min29s557 e ficou apenas 0s029 à frente de Lewis Hamilton, o atual campeão mundial. A terceira colocação ficou com Valtteri Bottas, da Williams. O finlandês, porém, terminou o treino a 1s191 da marca registrada por Rosberg. A quarta colocação ficou com o estreante Carlos Sainz, da Toro Rosso, que completou o treino imediatamente à frente de Sebastian Vettel. O alemão, que faz sua primeira corrida pela Ferrari, marcou seu melhor giro em 1min31s029. A sexta melhor volta deste primeiro treino livre em Melbourne ficou com Max Verstappen, da Toro Rosso, que completou a sessão à frente de Felipe Massa. O piloto brasileiro marcou sua melhor volta em 1min31s188. Kimi Raikkonen, da Ferrari, foi o oitavo mais veloz, seguido por Pastor Maldonado, da Lotus, e Daniel Ricciardo, da Red Bull, que fechou o top 10. A McLaren teve problemas em seu carro e Jenson Button e Kevin Magnussen completaram apenas 13 voltas juntos. Button completou o treino em 14º e Magnussen, em 15º. Felipe Nasr e Marcus Ericsson, que chegaram a ficar boa parte do treino no cockpit de seus carros, não foram à pista já que a Sauber enfrenta problemas na Justiça. O time foi obrigado a ceder um dos carros para o holandês Giedo van der Garde, mas como ele não possui a superlicença não pode guiar. CONFIRA OS TEMPOS DA 1ª SESSÃO DE TREINOS LIVRES PARA O GP DA AUSTRÁLIA 1 - Nico Rosberg - Mercedes - 1min29s557 2 - Lewis Hamilton - Mercedes - 1min29s586 3 - Valtteri Bottas - Williams - 1min30s748 4 - Carlos Sainz Jr - Toro Rosso - 1min31s014 5 - Sebastian Vettel - Ferrari - 1min31s029 6 - Max Verstappen - Toro Rosso - 1min31s067 7 - Felipe Massa - Williams - 1min31s188 8 - Kimi Raikkonen - Ferrari - 1min31s310 9 - Pastor Maldonado - Lotus - 1min31s451 10 - Daniel Ricciardo - Red Bull - 1min31s570 11 - Daniil Kvyat - Red Bull - 1min32s073 12 - Sergio Perez - Force India - 1min32s247 13 - Nico Hulkenberg - Force India - 1min32s261 14 - Jenson Button - McLaren - 1min34s542 15 - Kevin Magnussen - McLaren - 1min34s785 16 - Romain Grosjean - Lotus - 2min17s782
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Mercedes começa Mundial de F-1 na frente em MelbourneO Mundial de F-1 começou sem grandes surpresas na pista, pelo menos na primeira sessão de treinos livres para o GP da Austrália, disputada nesta sexta-feira (13), em Melbourne. A Mercedes, que dominou o campeonato do ano passado, colocou seus dois pilotos nas primeiras colocações da sessão desta manhã no circuito de Albert Park. Nico Rosberg cravou a melhor volta do treino ao anotar 1min29s557 e ficou apenas 0s029 à frente de Lewis Hamilton, o atual campeão mundial. A terceira colocação ficou com Valtteri Bottas, da Williams. O finlandês, porém, terminou o treino a 1s191 da marca registrada por Rosberg. A quarta colocação ficou com o estreante Carlos Sainz, da Toro Rosso, que completou o treino imediatamente à frente de Sebastian Vettel. O alemão, que faz sua primeira corrida pela Ferrari, marcou seu melhor giro em 1min31s029. A sexta melhor volta deste primeiro treino livre em Melbourne ficou com Max Verstappen, da Toro Rosso, que completou a sessão à frente de Felipe Massa. O piloto brasileiro marcou sua melhor volta em 1min31s188. Kimi Raikkonen, da Ferrari, foi o oitavo mais veloz, seguido por Pastor Maldonado, da Lotus, e Daniel Ricciardo, da Red Bull, que fechou o top 10. A McLaren teve problemas em seu carro e Jenson Button e Kevin Magnussen completaram apenas 13 voltas juntos. Button completou o treino em 14º e Magnussen, em 15º. Felipe Nasr e Marcus Ericsson, que chegaram a ficar boa parte do treino no cockpit de seus carros, não foram à pista já que a Sauber enfrenta problemas na Justiça. O time foi obrigado a ceder um dos carros para o holandês Giedo van der Garde, mas como ele não possui a superlicença não pode guiar. CONFIRA OS TEMPOS DA 1ª SESSÃO DE TREINOS LIVRES PARA O GP DA AUSTRÁLIA 1 - Nico Rosberg - Mercedes - 1min29s557 2 - Lewis Hamilton - Mercedes - 1min29s586 3 - Valtteri Bottas - Williams - 1min30s748 4 - Carlos Sainz Jr - Toro Rosso - 1min31s014 5 - Sebastian Vettel - Ferrari - 1min31s029 6 - Max Verstappen - Toro Rosso - 1min31s067 7 - Felipe Massa - Williams - 1min31s188 8 - Kimi Raikkonen - Ferrari - 1min31s310 9 - Pastor Maldonado - Lotus - 1min31s451 10 - Daniel Ricciardo - Red Bull - 1min31s570 11 - Daniil Kvyat - Red Bull - 1min32s073 12 - Sergio Perez - Force India - 1min32s247 13 - Nico Hulkenberg - Force India - 1min32s261 14 - Jenson Button - McLaren - 1min34s542 15 - Kevin Magnussen - McLaren - 1min34s785 16 - Romain Grosjean - Lotus - 2min17s782
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Opinião: Auschwitz permanece como advertência e responsabilidade
Este é o lugar do terror: Auschwitz. O nome do maior campo de concentração e extermínio alemão simboliza a loucura nazista. A visita ao local, hoje um memorial, faz silenciar diante da desumanidade de que o ser humano é capaz e do sofrimento que alemães impuseram a pessoas de tantos países. Não foram poucos os que sobreviveram a Auschwitz e nunca mais voltaram ao local Jean Amery, Tadeusz Borowski, Primo Levi... Todos não conseguiram conviver com a sobrevivência e deram fim às próprias vidas anos ou décadas depois de 1945. E quem acompanhada ou observa ex-prisioneiros durante uma visita a Auschwitz percebe que o horror não acaba nunca, jamais. Ficam imagens, fica a dor. Idosos que, ainda crianças, perderam pais e irmãos e jamais esquecerão o momento em que tiveram que largar a mão amada. Na grande cerimônia em celebração à libertação de Auschwitz de 2005, de repente um homem velho e curvado atravessou as fileiras de líderes e convidados oficiais, ajoelhou-se na rampa, beijou a pedra e depois desapareceu, chorando. Essa imagem disse mais sobre a incompreensibilidade deste lugar do que todos os discursos do dia. Nesta terça-feira (27), mais uma vez centenas de sobreviventes voltam a Auschwitz-Birkenau. São judeus de vários países, além de cerca de cem ex-prisioneiros poloneses. Esta será a última vez que um número tão elevado de testemunhas participará da celebração. Devemos ouvi-las enquanto ainda estão presentes. Suas histórias devem ser uma missão para nós. Foram necessários mais de 50 anos para que os alemães fizessem do dia da libertação de Auschwitz um dia de lembrança e homenagem às vítimas do nazismo, uma data em que o Bundestag, a câmara baixa do Parlamento, reúne-se em sessão solene. É uma pena que, neste ano, quando as atenções se voltam especialmente para os sobreviventes, não sejam eles a discursar, mas o presidente da República. Essa lembrança tem surtido efeito? Os alemães assumem sua permanente responsabilidade? Uma recente pesquisa de opinião deixa dúvidas. Segundo ela, 81% dos entrevistados gostariam de "deixar para trás" a história da perseguição contra os judeus. Por outro lado, os campos de concentração na Alemanha, tanto da parte ocidental como na oriental, acusam um sensível aumento no número de visitantes. Também Auschwitz-Birkenau registrou um recorde no ano passado, tendo recebido mais de 1,5 milhão de visitas. Tudo isso mostra que a memória da Shoá (holocausto em hebraico) segue viva, mas não é algo evidente e muito menos consensual. E continua não sendo evidente que adolescentes na Alemanha, em algum momento de sua escolarização, visitem um dos campos de concentração do período nazista. Por quê? O surgimento de movimentos populistas de direita, os novos tipos de manifestação, uma sensível insolência na divulgação de declarações xenófobas e racistas na internet ou pelos microfones– os dias de hoje têm mostrado como é importante lembrar a catástrofe resultante das atrocidades nazistas. É preciso haver vigilância. A lembrança não deve se tornar um ritual, ela deve ter consequências. O cineasta francês Claude Lanzmann, que repetidamente enfoca a Shoá em suas obras, diz que para ele o importante é a presentificação, estar consciente das coisas sobre as quais o nosso presente repousa. Isso inclui Auschwitz e a responsabilidade em assegurar que seres humanos nunca mais se desumanizem. Nossa responsabilidade não se resume às vítimas, o que seria muito limitado. Temos responsabilidade em relação à sociedade, que deve continuar humana. Auschwitz: esse é o lugar do terror. O nome permanece. Como advertência, como obrigação.
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Opinião: Auschwitz permanece como advertência e responsabilidadeEste é o lugar do terror: Auschwitz. O nome do maior campo de concentração e extermínio alemão simboliza a loucura nazista. A visita ao local, hoje um memorial, faz silenciar diante da desumanidade de que o ser humano é capaz e do sofrimento que alemães impuseram a pessoas de tantos países. Não foram poucos os que sobreviveram a Auschwitz e nunca mais voltaram ao local Jean Amery, Tadeusz Borowski, Primo Levi... Todos não conseguiram conviver com a sobrevivência e deram fim às próprias vidas anos ou décadas depois de 1945. E quem acompanhada ou observa ex-prisioneiros durante uma visita a Auschwitz percebe que o horror não acaba nunca, jamais. Ficam imagens, fica a dor. Idosos que, ainda crianças, perderam pais e irmãos e jamais esquecerão o momento em que tiveram que largar a mão amada. Na grande cerimônia em celebração à libertação de Auschwitz de 2005, de repente um homem velho e curvado atravessou as fileiras de líderes e convidados oficiais, ajoelhou-se na rampa, beijou a pedra e depois desapareceu, chorando. Essa imagem disse mais sobre a incompreensibilidade deste lugar do que todos os discursos do dia. Nesta terça-feira (27), mais uma vez centenas de sobreviventes voltam a Auschwitz-Birkenau. São judeus de vários países, além de cerca de cem ex-prisioneiros poloneses. Esta será a última vez que um número tão elevado de testemunhas participará da celebração. Devemos ouvi-las enquanto ainda estão presentes. Suas histórias devem ser uma missão para nós. Foram necessários mais de 50 anos para que os alemães fizessem do dia da libertação de Auschwitz um dia de lembrança e homenagem às vítimas do nazismo, uma data em que o Bundestag, a câmara baixa do Parlamento, reúne-se em sessão solene. É uma pena que, neste ano, quando as atenções se voltam especialmente para os sobreviventes, não sejam eles a discursar, mas o presidente da República. Essa lembrança tem surtido efeito? Os alemães assumem sua permanente responsabilidade? Uma recente pesquisa de opinião deixa dúvidas. Segundo ela, 81% dos entrevistados gostariam de "deixar para trás" a história da perseguição contra os judeus. Por outro lado, os campos de concentração na Alemanha, tanto da parte ocidental como na oriental, acusam um sensível aumento no número de visitantes. Também Auschwitz-Birkenau registrou um recorde no ano passado, tendo recebido mais de 1,5 milhão de visitas. Tudo isso mostra que a memória da Shoá (holocausto em hebraico) segue viva, mas não é algo evidente e muito menos consensual. E continua não sendo evidente que adolescentes na Alemanha, em algum momento de sua escolarização, visitem um dos campos de concentração do período nazista. Por quê? O surgimento de movimentos populistas de direita, os novos tipos de manifestação, uma sensível insolência na divulgação de declarações xenófobas e racistas na internet ou pelos microfones– os dias de hoje têm mostrado como é importante lembrar a catástrofe resultante das atrocidades nazistas. É preciso haver vigilância. A lembrança não deve se tornar um ritual, ela deve ter consequências. O cineasta francês Claude Lanzmann, que repetidamente enfoca a Shoá em suas obras, diz que para ele o importante é a presentificação, estar consciente das coisas sobre as quais o nosso presente repousa. Isso inclui Auschwitz e a responsabilidade em assegurar que seres humanos nunca mais se desumanizem. Nossa responsabilidade não se resume às vítimas, o que seria muito limitado. Temos responsabilidade em relação à sociedade, que deve continuar humana. Auschwitz: esse é o lugar do terror. O nome permanece. Como advertência, como obrigação.
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Medicina heroica
SÃO PAULO - Atul Gawande é uma das principais vozes que tentam reintroduzir o bom senso nas práticas médicas. Seus livros e artigos, que combinam informação precisa, histórias cativantes e toques autobiográficos, nunca decepcionam. Sua mais recente peça para a "New Yorker", intitulada "O heroísmo do cuidado incremental", não é exceção. Como meu espaço é diminuto, não vou nem tentar dar um gostinho dos muitos casos que o autor descreve no texto, mostrando quão valiosas são as pequenas melhorias que médicos clínicos conseguem introduzir num tratamento e o grande impacto que elas, somadas, podem ter para a qualidade de vida dos pacientes. A tese central de Gawande é a de que o sucesso da medicina pós-Guerra, com antibióticos salvadores, vacinas redentoras e cirurgias miraculosas, fez com que víssemos a arte hipocrática como uma atividade heroica e construíssemos o sistema de saúde segundo essa lógica. Nos EUA, cardiologistas que fazem procedimentos invasivos ganham o dobro de colegas que se dedicam à prevenção. A diferença salarial também aparece entre especialidades mais intervencionistas (ortopedia, cardiologia) e as mais incrementacionalistas (pediatria, medicina da família). O problema com o modelo heroico é que ele está errado. Embora existam doenças que podem ser curadas com algumas pílulas ou uma operação, muitas outras exigem tratamentos que duram anos e podem no máximo ser controladas, não curadas. E, quanto mais sucesso tivermos com as moléstias do primeiro tipo, mais prevalentes serão as do segundo. Suspeito que essa lógica do heroísmo não está limitada à medicina. Ela ocorre em várias áreas, que incluem o futebol (atacantes ganham mais que defensores) e a política (candidatos que prometem revoluções levam vantagem). Meu diagnóstico é que somos uma espécie dada a fantasias, que deixa que fábulas e narrativas épicas se passem por realidade.
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Medicina heroicaSÃO PAULO - Atul Gawande é uma das principais vozes que tentam reintroduzir o bom senso nas práticas médicas. Seus livros e artigos, que combinam informação precisa, histórias cativantes e toques autobiográficos, nunca decepcionam. Sua mais recente peça para a "New Yorker", intitulada "O heroísmo do cuidado incremental", não é exceção. Como meu espaço é diminuto, não vou nem tentar dar um gostinho dos muitos casos que o autor descreve no texto, mostrando quão valiosas são as pequenas melhorias que médicos clínicos conseguem introduzir num tratamento e o grande impacto que elas, somadas, podem ter para a qualidade de vida dos pacientes. A tese central de Gawande é a de que o sucesso da medicina pós-Guerra, com antibióticos salvadores, vacinas redentoras e cirurgias miraculosas, fez com que víssemos a arte hipocrática como uma atividade heroica e construíssemos o sistema de saúde segundo essa lógica. Nos EUA, cardiologistas que fazem procedimentos invasivos ganham o dobro de colegas que se dedicam à prevenção. A diferença salarial também aparece entre especialidades mais intervencionistas (ortopedia, cardiologia) e as mais incrementacionalistas (pediatria, medicina da família). O problema com o modelo heroico é que ele está errado. Embora existam doenças que podem ser curadas com algumas pílulas ou uma operação, muitas outras exigem tratamentos que duram anos e podem no máximo ser controladas, não curadas. E, quanto mais sucesso tivermos com as moléstias do primeiro tipo, mais prevalentes serão as do segundo. Suspeito que essa lógica do heroísmo não está limitada à medicina. Ela ocorre em várias áreas, que incluem o futebol (atacantes ganham mais que defensores) e a política (candidatos que prometem revoluções levam vantagem). Meu diagnóstico é que somos uma espécie dada a fantasias, que deixa que fábulas e narrativas épicas se passem por realidade.
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Piauiense com apelido de conde, garçom do Pobre Juan é 'expert' em cinema autoral
ROBERTO DE OLIVEIRA DE SÃO PAULO Numa cena de "Pulp Fiction" que se tornou célebre, John Travolta e Samuel L. Jackson discutem as diferenças entre o McDonald's da Europa e o dos Estados Unidos. Uma delas envolve o nome do sanduíche que é o carro-chefe da rede de fast food: "O Big Mac, em Paris, é 'le Big Mac'", ensina Travolta a Jackson, no filme dirigido por Quentin Tarantino. Essa discussão definitivamente passa longe do interesse de um garçom que, no dia a dia, lida com as carnes nobres argentinas e o paladar de uma clientela exigente, mas a obra do cineasta americano, esta sim, faz brilhar os olhos de Ricardo Matarazzo. Estamos na cobertura do shopping Cidade Jardim, na unidade do restaurante Pobre Juan em que Ricardo trabalha. Ele é daqueles garçons que gostam de conversar com os clientes, seja para dar uma sugestão de vinho, seja para falar dos arranha-céus refletidos nas águas do rio Pinheiros. À medida que apresenta o cardápio, deixa a conversa fluir e logo chega à sua paixão: o cinema. "Tarantino é um cineasta original, único, um dos mais criativos da safra contemporânea", discorre, enquanto serve um bocadinho de farofa com ovos. Logo em seguida, como quem acrescenta uma pitada de tempero, completa: "Com destaque para a trilha sonora e o roteiro". Nascido em Piripiri (PI), ele foi registrado há 43 anos como Ricardo Medeiros Mendes. O sobrenome Matarazzo é um apelido que ganhou há 23 anos e virou sua marca nos quatro restaurantes pelos quais passou em São Paulo, aonde chegou em 1994, depois de uma tentativa de trabalhar numa refinaria de petróleo em Paulínia (SP). Ele conta, com uma ponta de orgulho, ter sido um neto do conde Francesco Matarazzo (1854-1937) que viu nele certa semelhança física com o avô. Na mais cosmopolita das cidades brasileiras, sempre atuou como garçom. "Foi quando validaram o meu passaporte para me aproximar, conhecer e conversar com as pessoas", diz, caprichando na metáfora. As sugestões do menu ou da carta de vinhos são apenas o começo da prosa, que, de um jeito ou de outro, cai no seu tema predileto. Embora todo o mundo goste de falar de filmes que já viu, Ricardo vai logo deixando claro que seu papo é cabeça: "Não sou fã de blockbuster. Gosto de filme de autor". "Já tive a chance de falar com cineastas como Bruno Barreto e Arnaldo Jabor", diz ele, um tanto gabola. E não para por aí: "Ah, e teve ainda Bond". Faz uma pausa de suspense e finaliza divertindo-se: "James Bond!". Em 2008, Ricardo Matarazzo e Pierce Brosnan, o ex-agente 007, trocaram apresentações quando o ator irlandês esteve em São Paulo para gravar um comercial de carro. Não tão cedo quanto o garotinho de "Cinema Paradiso", é com seus 13 anos de idade que Ricardo vai descobrir a magia da sétima arte. Nunca se esqueceu do primeiro filme a que assistiu na tela grande, o drama "Papillon", de 1973, protagonizado por Steve McQueen e Dustin Hoffman. É, porém, quando fala do americano Stanley Kubrick (1928-1999), um de seus cineastas favoritos, que mostra o que aprendeu como estudante de cinema: dos planos-sequências de "O Iluminado" ("mudaram a minha forma de ver cinema") aos debates em torno de "Laranja Mecânica" ("o figurino e a trilha sonora suavizaram a polêmica sobre violência contida na obra"). Ecoando, ainda que de longe, o dinamarquês "A Festa de Babette", Ricardo filosofa: "Assim como um prato desperta o apetite por meio dos sentidos, um bom filme faz que a gente saia do cinema e reflita sobre diferentes valores da vida. É um aprendizado". Conforme tira a mesa, e a conversa se encaminha para o fim, Matarazzo deixa entrever o sonho de trocar pratos e talheres por uma câmera na mão: "Como o meu trabalho de garçom permitiu que conhecesse personagens diversos, quem sabe não consiga um dia fazer um filme sobre as diferenças, os preconceitos, mostrando como as pessoas do lado de cá da ponte enxergam as de lá. E vice-versa". Uma ideia na cabeça ele já tem. Pobre Juan. Shopping Cidade Jardim. Av. Magalhães de Castro, 12.000, 3º piso, tel. 3552-3150 (pobrejuan.com.br ).
saopaulo
Piauiense com apelido de conde, garçom do Pobre Juan é 'expert' em cinema autoralROBERTO DE OLIVEIRA DE SÃO PAULO Numa cena de "Pulp Fiction" que se tornou célebre, John Travolta e Samuel L. Jackson discutem as diferenças entre o McDonald's da Europa e o dos Estados Unidos. Uma delas envolve o nome do sanduíche que é o carro-chefe da rede de fast food: "O Big Mac, em Paris, é 'le Big Mac'", ensina Travolta a Jackson, no filme dirigido por Quentin Tarantino. Essa discussão definitivamente passa longe do interesse de um garçom que, no dia a dia, lida com as carnes nobres argentinas e o paladar de uma clientela exigente, mas a obra do cineasta americano, esta sim, faz brilhar os olhos de Ricardo Matarazzo. Estamos na cobertura do shopping Cidade Jardim, na unidade do restaurante Pobre Juan em que Ricardo trabalha. Ele é daqueles garçons que gostam de conversar com os clientes, seja para dar uma sugestão de vinho, seja para falar dos arranha-céus refletidos nas águas do rio Pinheiros. À medida que apresenta o cardápio, deixa a conversa fluir e logo chega à sua paixão: o cinema. "Tarantino é um cineasta original, único, um dos mais criativos da safra contemporânea", discorre, enquanto serve um bocadinho de farofa com ovos. Logo em seguida, como quem acrescenta uma pitada de tempero, completa: "Com destaque para a trilha sonora e o roteiro". Nascido em Piripiri (PI), ele foi registrado há 43 anos como Ricardo Medeiros Mendes. O sobrenome Matarazzo é um apelido que ganhou há 23 anos e virou sua marca nos quatro restaurantes pelos quais passou em São Paulo, aonde chegou em 1994, depois de uma tentativa de trabalhar numa refinaria de petróleo em Paulínia (SP). Ele conta, com uma ponta de orgulho, ter sido um neto do conde Francesco Matarazzo (1854-1937) que viu nele certa semelhança física com o avô. Na mais cosmopolita das cidades brasileiras, sempre atuou como garçom. "Foi quando validaram o meu passaporte para me aproximar, conhecer e conversar com as pessoas", diz, caprichando na metáfora. As sugestões do menu ou da carta de vinhos são apenas o começo da prosa, que, de um jeito ou de outro, cai no seu tema predileto. Embora todo o mundo goste de falar de filmes que já viu, Ricardo vai logo deixando claro que seu papo é cabeça: "Não sou fã de blockbuster. Gosto de filme de autor". "Já tive a chance de falar com cineastas como Bruno Barreto e Arnaldo Jabor", diz ele, um tanto gabola. E não para por aí: "Ah, e teve ainda Bond". Faz uma pausa de suspense e finaliza divertindo-se: "James Bond!". Em 2008, Ricardo Matarazzo e Pierce Brosnan, o ex-agente 007, trocaram apresentações quando o ator irlandês esteve em São Paulo para gravar um comercial de carro. Não tão cedo quanto o garotinho de "Cinema Paradiso", é com seus 13 anos de idade que Ricardo vai descobrir a magia da sétima arte. Nunca se esqueceu do primeiro filme a que assistiu na tela grande, o drama "Papillon", de 1973, protagonizado por Steve McQueen e Dustin Hoffman. É, porém, quando fala do americano Stanley Kubrick (1928-1999), um de seus cineastas favoritos, que mostra o que aprendeu como estudante de cinema: dos planos-sequências de "O Iluminado" ("mudaram a minha forma de ver cinema") aos debates em torno de "Laranja Mecânica" ("o figurino e a trilha sonora suavizaram a polêmica sobre violência contida na obra"). Ecoando, ainda que de longe, o dinamarquês "A Festa de Babette", Ricardo filosofa: "Assim como um prato desperta o apetite por meio dos sentidos, um bom filme faz que a gente saia do cinema e reflita sobre diferentes valores da vida. É um aprendizado". Conforme tira a mesa, e a conversa se encaminha para o fim, Matarazzo deixa entrever o sonho de trocar pratos e talheres por uma câmera na mão: "Como o meu trabalho de garçom permitiu que conhecesse personagens diversos, quem sabe não consiga um dia fazer um filme sobre as diferenças, os preconceitos, mostrando como as pessoas do lado de cá da ponte enxergam as de lá. E vice-versa". Uma ideia na cabeça ele já tem. Pobre Juan. Shopping Cidade Jardim. Av. Magalhães de Castro, 12.000, 3º piso, tel. 3552-3150 (pobrejuan.com.br ).
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Não vou ficar agradecendo o governo Dilma, diz nova presidente da UNE
Entre o retrocesso e o avanço, a pauta da primeira semana da nova presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) Carina Vitral foi, no mínimo, agitada. Aluna do sexto período de economia na PUC-SP, a santista, de 26 anos, esteve na Câmara na quarta-feira (10) onde diz ter ouvido do ministro da Educação Renato Janine Ribeiro que a entidade será ouvida sobre os rumos do Fies (programa de financiamento universitário). No mesmo dia, Carina acompanhou a reunião da comissão que votaria o projeto de emenda à Constituição que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Saiu de lá sob o efeito de spray de pimenta, retirada por policiais. A votação acabou adiada. Ante aos problemas causados pela redução de verbas para o setor neste ano, como no Fies (programa oficial de financiamento universitário), ela reconhece os avanços dos programas educacionais nas gestões do PT, mas cobra mais transparência nessa área. "Eu não vou ficar agradecendo o resto da vida por um direito." * Folha - Qual a diferença de ter um presidente da UNE de faculdade particular? Carina Vitral - Isso se deve a uma mudança de composição da UNE. Hoje, o desafio é formular uma agenda para quem já teve alguns direitos [garantidos]. Além do Prouni, por exemplo, que é uma conquista também da UNE, mas que já faz dez anos, qual outro direito? Jovem é assim. Eu não vou ficar agradecendo o resto da vida por um direito. Eu quero mais. O que, por exemplo? Passe livre, por exemplo. Bandejão em universidades privadas... Como a UNE acompanha os problemas no Fies? O início do semestre foi muito conturbado e prejudicou muito os estudantes. No geral, algumas propostas foram positivas e beneficiaram os alunos como o teto para o reajuste das mensalidades. O problema é que isso foi feito da noite para o dia, sem avisar, muito próximo do período de abertura dos contratos. Vemos com preocupação algumas propostas, como o aumento de juros. Se você já baixou a renda, vai aumentar o juros justamente para a baixa renda? Nossa régua é o direito dos estudantes. A UNE está sendo ouvida pelo MEC? O ministro nos disse que quer nos ouvir sobre o Fies. Estamos para marcar uma semana exclusivamente sobre isso. Não dá para ter pequenas mudanças. É preciso uma reformulação completa. Qual o problema do Fies? Transparência. É o único programa educacional cujo controle está na mão dos empresários. Por exemplo, por que [as vagas para] o Fies não é selecionado pelo Sisu? Hoje o aluno passa no vestibular, vai na comissão interna da faculdade e entrega os documentos. Fazer um Fies na PUC, por exemplo, que não tem fins lucrativos, é muito mais rígido que em outras universidades [que querem mais contratos]. Faltou discussão sobre os rumos do programa? Estamos em um período em que esses programas precisam de um balanço. Todo programa é assim, passam uns dez anos é preciso avaliar o que está dando certo, o que está dando errado, o que é demais, de menos. O Fies é um deles que precisamos entender, existiu exagero por parte das universidades, um certo descontrole. A transparência vai beneficiar os estudantes. Hoje, o aluno entra na faculdade e vai assinar o contrato no final de junho, se não conseguir está endividado em seis meses. Você entra contando com esse contrato. Como eram quase que ilimitados, todo mundo conseguia. Neste ano, muitos não conseguiram e estão endividados, vão ficar inadimplentes. De quem partiu a reação na Câmara que acabou com policiais usando gás de pimenta? O presidente da comissão iria encaminhar a votação. Ele não ia nem apreciar o relatório e iria mandar direto para a votação. Sob o protesto de alguns deputados começamos a entoar palavras de ordem. Os deputados conservadores começaram a nos ofender. Alberto Fraga (DEM-DF), principalmente. O mesmo que bateu boca com a Jandira Feghali (PC do B), o do 'Se bate como homem, mulher tem que apanhar como homem'. Falavam coisas como: 'isso aqui virou um antro de piranhas e viadinhos'. Por que a maioridade penal está na pauta da UNE? Porque reduzir é um retrocesso para toda a juventude. A UNE, além de ser representativa para todos os estudantes, que é um ponto de partida que não deve perder, sempre foi chamada para opinar sobre diversas questões. Ao longo da história, seja na resistência à ditadura, ou na reconstrução da democracia, a UNE participa de tudo. Os movimentos sociais vivem um momento de repressão? A crise econômica uniu alguns setores que eram fragmentados. A direita, os conservadores, os reacionários. Tem muita gente saindo do armário –no mau sentido– a eleição do Eduardo Cunha para a presidência da Câmara é um símbolo disso. Hoje em dia fazemos manifestação no Congresso e a repressão é com gás de pimenta. Você é filiada ao PCdoB. Como analisa a atuação dos aliados do governo, e do Congresso? Um bom amigo não fala só o que você quer ouvir. Quando preciso, tem que falar o que não quer ouvir também. Na última eleição [para presidente], a direita caiu, mais caiu atirando, como diz o "capitão Nascimento". O Congresso reflete isso, mas também é o fruto de um sistema de financiamento privado. O que é o Eduardo Cunha (PMDB) se não a expressão do financiamento privado de campanhas? Existe resistência a esse conservadorismo? Sim, acho que nem tudo se perdeu. Qual a autocritica você faz em relação à atuação dos movimentos sociais e, da UNE especificamente, no cenário que levou a essa radicalização? Ainda não é a direita que 'emociona' os jovens no Brasil. Se você comparar duas manifestações recentes como Junho de 2013, que foi essencialmente jovem, com uma pauta progressista, luta pelo transporte público e pela redução das tarifas, com a do dia 15 de maio, do Fora Dilma, da direita, essa foi uma manifestação absolutamente envelhecida. Como analisa lideranças jovens, como Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre? Não acho que isso cole dentro da universidade. O jovem não é de direita. Nossa geração é mais contraditória do que conservadora. Por que digo isso? Do ponto de vista dos direitos civis, como o casamento homoafetivo, inclusão social, a própria mudança cultural, não é um jovem conservador. Mas há o 'prounista' que é contra as cotas, é reflexo de uma geração que ascendeu a direitos, mas que debateu pouco sobre esses direitos. Muitos pensam que essas conquistas são individuais, e quando você não percebe isso como vitórias coletivas, não consegue ter um ganho de consciência. Mas fale sobre a retirada desses direitos, esses jovens lutam com unhas e dentes contra. A UNE ainda os representa? Sim, vivemos um processo de adaptação da composição, 60% dos delegados no congresso da UNE eram 'prounistas', estudantes com Fies ou cotistas. Também estamos adaptando nossas pautas. - RAIO-X CARINA VITRAL, 26 - Natural de Santos (SP) - Presidente da UNE - Presidente da UEE (União Estadual dos Estudantes de São Paulo) - Aluna do sexto período de economia na PUC-SP
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Não vou ficar agradecendo o governo Dilma, diz nova presidente da UNEEntre o retrocesso e o avanço, a pauta da primeira semana da nova presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) Carina Vitral foi, no mínimo, agitada. Aluna do sexto período de economia na PUC-SP, a santista, de 26 anos, esteve na Câmara na quarta-feira (10) onde diz ter ouvido do ministro da Educação Renato Janine Ribeiro que a entidade será ouvida sobre os rumos do Fies (programa de financiamento universitário). No mesmo dia, Carina acompanhou a reunião da comissão que votaria o projeto de emenda à Constituição que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Saiu de lá sob o efeito de spray de pimenta, retirada por policiais. A votação acabou adiada. Ante aos problemas causados pela redução de verbas para o setor neste ano, como no Fies (programa oficial de financiamento universitário), ela reconhece os avanços dos programas educacionais nas gestões do PT, mas cobra mais transparência nessa área. "Eu não vou ficar agradecendo o resto da vida por um direito." * Folha - Qual a diferença de ter um presidente da UNE de faculdade particular? Carina Vitral - Isso se deve a uma mudança de composição da UNE. Hoje, o desafio é formular uma agenda para quem já teve alguns direitos [garantidos]. Além do Prouni, por exemplo, que é uma conquista também da UNE, mas que já faz dez anos, qual outro direito? Jovem é assim. Eu não vou ficar agradecendo o resto da vida por um direito. Eu quero mais. O que, por exemplo? Passe livre, por exemplo. Bandejão em universidades privadas... Como a UNE acompanha os problemas no Fies? O início do semestre foi muito conturbado e prejudicou muito os estudantes. No geral, algumas propostas foram positivas e beneficiaram os alunos como o teto para o reajuste das mensalidades. O problema é que isso foi feito da noite para o dia, sem avisar, muito próximo do período de abertura dos contratos. Vemos com preocupação algumas propostas, como o aumento de juros. Se você já baixou a renda, vai aumentar o juros justamente para a baixa renda? Nossa régua é o direito dos estudantes. A UNE está sendo ouvida pelo MEC? O ministro nos disse que quer nos ouvir sobre o Fies. Estamos para marcar uma semana exclusivamente sobre isso. Não dá para ter pequenas mudanças. É preciso uma reformulação completa. Qual o problema do Fies? Transparência. É o único programa educacional cujo controle está na mão dos empresários. Por exemplo, por que [as vagas para] o Fies não é selecionado pelo Sisu? Hoje o aluno passa no vestibular, vai na comissão interna da faculdade e entrega os documentos. Fazer um Fies na PUC, por exemplo, que não tem fins lucrativos, é muito mais rígido que em outras universidades [que querem mais contratos]. Faltou discussão sobre os rumos do programa? Estamos em um período em que esses programas precisam de um balanço. Todo programa é assim, passam uns dez anos é preciso avaliar o que está dando certo, o que está dando errado, o que é demais, de menos. O Fies é um deles que precisamos entender, existiu exagero por parte das universidades, um certo descontrole. A transparência vai beneficiar os estudantes. Hoje, o aluno entra na faculdade e vai assinar o contrato no final de junho, se não conseguir está endividado em seis meses. Você entra contando com esse contrato. Como eram quase que ilimitados, todo mundo conseguia. Neste ano, muitos não conseguiram e estão endividados, vão ficar inadimplentes. De quem partiu a reação na Câmara que acabou com policiais usando gás de pimenta? O presidente da comissão iria encaminhar a votação. Ele não ia nem apreciar o relatório e iria mandar direto para a votação. Sob o protesto de alguns deputados começamos a entoar palavras de ordem. Os deputados conservadores começaram a nos ofender. Alberto Fraga (DEM-DF), principalmente. O mesmo que bateu boca com a Jandira Feghali (PC do B), o do 'Se bate como homem, mulher tem que apanhar como homem'. Falavam coisas como: 'isso aqui virou um antro de piranhas e viadinhos'. Por que a maioridade penal está na pauta da UNE? Porque reduzir é um retrocesso para toda a juventude. A UNE, além de ser representativa para todos os estudantes, que é um ponto de partida que não deve perder, sempre foi chamada para opinar sobre diversas questões. Ao longo da história, seja na resistência à ditadura, ou na reconstrução da democracia, a UNE participa de tudo. Os movimentos sociais vivem um momento de repressão? A crise econômica uniu alguns setores que eram fragmentados. A direita, os conservadores, os reacionários. Tem muita gente saindo do armário –no mau sentido– a eleição do Eduardo Cunha para a presidência da Câmara é um símbolo disso. Hoje em dia fazemos manifestação no Congresso e a repressão é com gás de pimenta. Você é filiada ao PCdoB. Como analisa a atuação dos aliados do governo, e do Congresso? Um bom amigo não fala só o que você quer ouvir. Quando preciso, tem que falar o que não quer ouvir também. Na última eleição [para presidente], a direita caiu, mais caiu atirando, como diz o "capitão Nascimento". O Congresso reflete isso, mas também é o fruto de um sistema de financiamento privado. O que é o Eduardo Cunha (PMDB) se não a expressão do financiamento privado de campanhas? Existe resistência a esse conservadorismo? Sim, acho que nem tudo se perdeu. Qual a autocritica você faz em relação à atuação dos movimentos sociais e, da UNE especificamente, no cenário que levou a essa radicalização? Ainda não é a direita que 'emociona' os jovens no Brasil. Se você comparar duas manifestações recentes como Junho de 2013, que foi essencialmente jovem, com uma pauta progressista, luta pelo transporte público e pela redução das tarifas, com a do dia 15 de maio, do Fora Dilma, da direita, essa foi uma manifestação absolutamente envelhecida. Como analisa lideranças jovens, como Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre? Não acho que isso cole dentro da universidade. O jovem não é de direita. Nossa geração é mais contraditória do que conservadora. Por que digo isso? Do ponto de vista dos direitos civis, como o casamento homoafetivo, inclusão social, a própria mudança cultural, não é um jovem conservador. Mas há o 'prounista' que é contra as cotas, é reflexo de uma geração que ascendeu a direitos, mas que debateu pouco sobre esses direitos. Muitos pensam que essas conquistas são individuais, e quando você não percebe isso como vitórias coletivas, não consegue ter um ganho de consciência. Mas fale sobre a retirada desses direitos, esses jovens lutam com unhas e dentes contra. A UNE ainda os representa? Sim, vivemos um processo de adaptação da composição, 60% dos delegados no congresso da UNE eram 'prounistas', estudantes com Fies ou cotistas. Também estamos adaptando nossas pautas. - RAIO-X CARINA VITRAL, 26 - Natural de Santos (SP) - Presidente da UNE - Presidente da UEE (União Estadual dos Estudantes de São Paulo) - Aluna do sexto período de economia na PUC-SP
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Temer decide incluir parlamentares na reforma da Previdência
O presidente Michel Temer decidiu incluir os parlamentares na reforma da Previdência que será enviada nesta terça-feira (6) ao Congresso Nacional. Os políticos entrarão nas regras gerais, mas terão uma transição diferente, segundo apurou a Folha. A informação foi divulgada pelo presidente em sua conta no Twitter. "Reforma da #Previdência valerá para todos: desde políticos e servidores públicos a trabalhadores da iniciativa privada", publicou. Previdência Os militares ficarão de fora da proposta de emenda à Constituição. Bombeiros e militares, que inicialmente seriam poupados, devem entrar na reforma. Conforme antecipou a Folha, o Palácio do Planalto entende que esse é um assunto dos governadores, já que a aposentadoria desses profissionais é paga pelos Estados. Interlocutores do presidente, no entanto, já admitem que a decisão pode mudar após conversa com os líderes do Congresso Nacional. Temer fez nesta segunda (5) o anúncio do envio da proposta, mas não detalhou o texto. Os únicos pontos da reforma que foram antecipados foram uma idade mínima de 65 anos e uma transição a partir dos 50 anos. O presidente não explicou, no entanto, se haverá uma diferenciação no período de transição de homens e mulheres. O líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), explicou que a questão das Forças Armadas não será contemplada na proposta por ser regulada por lei. "Então, as Forças Armadas federais serão tratadas em um projeto de lei", afirmou. Temer fez nesta segunda-feira (5) o anúncio do envio da proposta, mas não detalhou o texto. Reforma da Previdência SEM DETALHES Três meses depois da data prevista para encaminhar ao Congresso a reforma da Previdência, o Palácio do Planalto apresentou aos líderes da base aliada uma proposta com pouquíssimos detalhes. O texto ainda passa por ajustes e só será concluído nesta terça. O deputado Paulinho da Força (SD-SP), presidente da Força Sindical, deixou a reunião com Michel Temer fazendo críticas à proposta de transição. "Isso é inaceitável. As centrais sindicais não aceitarão e o governo terá muita dificuldade de aprovar uma proposta destas", afirmou. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quer instalar a comissão especial para discutir a proposta já na próxima semana, logo após votação da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), o que prevê para a próxima terça-feira (13). Maia quer votar em plenário até o início de março, para então seguir para o Senado. "Os pontos que foram apresentados estão na linha de uma reforma ampla que vai resolver o problema", afirmou Maia. Ainda na noite de segunda-feira, Temer reuniu-se com centrais sindicais. A CUT, que inicialmente confirmou presença, recuou e manifestou-se em nota. "A CUT jamais irá aceitar que desiguais sejam tratados de forma igual, como pretende o governo do ilegítimo e golpista Michel Temer", afirmou o presidente Vagner Freitas, presidente da central sindical.
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Temer decide incluir parlamentares na reforma da PrevidênciaO presidente Michel Temer decidiu incluir os parlamentares na reforma da Previdência que será enviada nesta terça-feira (6) ao Congresso Nacional. Os políticos entrarão nas regras gerais, mas terão uma transição diferente, segundo apurou a Folha. A informação foi divulgada pelo presidente em sua conta no Twitter. "Reforma da #Previdência valerá para todos: desde políticos e servidores públicos a trabalhadores da iniciativa privada", publicou. Previdência Os militares ficarão de fora da proposta de emenda à Constituição. Bombeiros e militares, que inicialmente seriam poupados, devem entrar na reforma. Conforme antecipou a Folha, o Palácio do Planalto entende que esse é um assunto dos governadores, já que a aposentadoria desses profissionais é paga pelos Estados. Interlocutores do presidente, no entanto, já admitem que a decisão pode mudar após conversa com os líderes do Congresso Nacional. Temer fez nesta segunda (5) o anúncio do envio da proposta, mas não detalhou o texto. Os únicos pontos da reforma que foram antecipados foram uma idade mínima de 65 anos e uma transição a partir dos 50 anos. O presidente não explicou, no entanto, se haverá uma diferenciação no período de transição de homens e mulheres. O líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), explicou que a questão das Forças Armadas não será contemplada na proposta por ser regulada por lei. "Então, as Forças Armadas federais serão tratadas em um projeto de lei", afirmou. Temer fez nesta segunda-feira (5) o anúncio do envio da proposta, mas não detalhou o texto. Reforma da Previdência SEM DETALHES Três meses depois da data prevista para encaminhar ao Congresso a reforma da Previdência, o Palácio do Planalto apresentou aos líderes da base aliada uma proposta com pouquíssimos detalhes. O texto ainda passa por ajustes e só será concluído nesta terça. O deputado Paulinho da Força (SD-SP), presidente da Força Sindical, deixou a reunião com Michel Temer fazendo críticas à proposta de transição. "Isso é inaceitável. As centrais sindicais não aceitarão e o governo terá muita dificuldade de aprovar uma proposta destas", afirmou. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quer instalar a comissão especial para discutir a proposta já na próxima semana, logo após votação da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), o que prevê para a próxima terça-feira (13). Maia quer votar em plenário até o início de março, para então seguir para o Senado. "Os pontos que foram apresentados estão na linha de uma reforma ampla que vai resolver o problema", afirmou Maia. Ainda na noite de segunda-feira, Temer reuniu-se com centrais sindicais. A CUT, que inicialmente confirmou presença, recuou e manifestou-se em nota. "A CUT jamais irá aceitar que desiguais sejam tratados de forma igual, como pretende o governo do ilegítimo e golpista Michel Temer", afirmou o presidente Vagner Freitas, presidente da central sindical.
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