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Nambu, em Higienópolis, dá gosto e graça a receitas voltadas ao bem-estar
LUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA Em Higienópolis, salão e jardim surgem agradavelmente integrados no espaço onde funciona o Nambu, restaurante dedicado a uma cozinha saudável, com receitas sem lactose, sem glúten, e ênfase nos ingredientes orgânicos e frescos. Sem blá-blá-blá. Um dos méritos da casa está na capacidade de erguer essa cozinha voltada ao bem-estar pelo sabor, pelas cores e pela criatividade, sem passar pela apologia a esse tipo de alimentação. Ponto para o chef Renato Caleffi (do Le Manjue), que assina o cardápio. Também nota-se um esforço recorrente de trabalhar com receitas e ingredientes brasileiros. Serve de exemplo o cambuci, que combinado a couve vira suco, ou aparece como a fruta protagonista de uma caipirinha, com gostosa acidez. Ainda repetem-se elementos como casca de banana verde, usada em preparos como o do refogado de legumes que recheia a quiche vegana, cuja base é grão-de-bico e azeite (R$ 33, mais salada). Neste caso, o resultado é insosso e de textura molenga (uma cenoura mais firme, menos cozida, por exemplo, podia fazer bem ao todo). Como entrada, valem as encantadoras chapatis (R$ 15,20, a porção). São pães de frigideira que levam mandioquinha e polvilho no preparo, com aparência de tapioca e textura meio puxa, de pão de queijo. Podem ser enriquecidos com guacamole (exageradamente ácido), caponata, pasta de amêndoas e curry -a depender do dia. Dos pratos, a tilápia grelhada é acomodada sobre tirinhas de palmito-pupunha e coberta com um molho denso (mas suave) de tomate, pimentão e leite de coco (R$ 41,50). Mais inventivo e saboroso, no entanto, é o arroz goiano (R$ 39,50), um mexidão de cubos de frango, arroz integral, banana-da-terra (que dá uma doçura gostosa), ervilhas, castanha de caju (que dá crocância), tomatinhos e óleo de pequi (que traz untuosidade e perfume). Para encerrar, a torta vegana é um acerto: a massa, de tâmaras e farinha de amêndoas, é bem crocante e pode receber como cobertura a famosa ganache de chocolate do Le Manjue, cremosa e aerada, com cacau, leite de coco e biomassa de banana verde (R$ 18). Nambu Onde r. Alagoas, 651, Higienópolis, tel. 3804-1577. Ter. a sáb.: 12h às 23h. Dom.: 12h às 17h. Avaliação bom
saopaulo
Nambu, em Higienópolis, dá gosto e graça a receitas voltadas ao bem-estarLUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA Em Higienópolis, salão e jardim surgem agradavelmente integrados no espaço onde funciona o Nambu, restaurante dedicado a uma cozinha saudável, com receitas sem lactose, sem glúten, e ênfase nos ingredientes orgânicos e frescos. Sem blá-blá-blá. Um dos méritos da casa está na capacidade de erguer essa cozinha voltada ao bem-estar pelo sabor, pelas cores e pela criatividade, sem passar pela apologia a esse tipo de alimentação. Ponto para o chef Renato Caleffi (do Le Manjue), que assina o cardápio. Também nota-se um esforço recorrente de trabalhar com receitas e ingredientes brasileiros. Serve de exemplo o cambuci, que combinado a couve vira suco, ou aparece como a fruta protagonista de uma caipirinha, com gostosa acidez. Ainda repetem-se elementos como casca de banana verde, usada em preparos como o do refogado de legumes que recheia a quiche vegana, cuja base é grão-de-bico e azeite (R$ 33, mais salada). Neste caso, o resultado é insosso e de textura molenga (uma cenoura mais firme, menos cozida, por exemplo, podia fazer bem ao todo). Como entrada, valem as encantadoras chapatis (R$ 15,20, a porção). São pães de frigideira que levam mandioquinha e polvilho no preparo, com aparência de tapioca e textura meio puxa, de pão de queijo. Podem ser enriquecidos com guacamole (exageradamente ácido), caponata, pasta de amêndoas e curry -a depender do dia. Dos pratos, a tilápia grelhada é acomodada sobre tirinhas de palmito-pupunha e coberta com um molho denso (mas suave) de tomate, pimentão e leite de coco (R$ 41,50). Mais inventivo e saboroso, no entanto, é o arroz goiano (R$ 39,50), um mexidão de cubos de frango, arroz integral, banana-da-terra (que dá uma doçura gostosa), ervilhas, castanha de caju (que dá crocância), tomatinhos e óleo de pequi (que traz untuosidade e perfume). Para encerrar, a torta vegana é um acerto: a massa, de tâmaras e farinha de amêndoas, é bem crocante e pode receber como cobertura a famosa ganache de chocolate do Le Manjue, cremosa e aerada, com cacau, leite de coco e biomassa de banana verde (R$ 18). Nambu Onde r. Alagoas, 651, Higienópolis, tel. 3804-1577. Ter. a sáb.: 12h às 23h. Dom.: 12h às 17h. Avaliação bom
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Falta do WhatsApp atrapalha planos de Ano-Novo e até trabalho de usuários
As reações à suspensão judicial do WhatsApp por 48 horas em todo o Brasil não demoraram muito a aparecer na madrugada desta quinta-feira (17), quando o aplicativo foi bloqueado pelas operadoras de telefonia. Nas redes e fora delas, usuários reclamavam e buscavam alternativas para reestabelecer a comunicação perdida. Mas a manhã, em vez de oferecer alívio, é de ressacada a atormentar quem está temporariamente órfão da ferramenta de mensagens. "Foi estranho acordar e não ter várias mensagens de grupo", conta o cenógrafo Luan Arvati, 25. Ele usava os grupos para combinar viagens de ano novo e carnaval e é deles que mais tem sentido a falta. A solução, temporária, foi migrar para o Telegram. "Só hoje mais de 20 amigos entraram no app", contou. Em sua conta no Twitter, o Telegram anunciou que 1,5 milhão de brasileiros baixaram o aplicativo. Segundo a empresa, o número de pessoas se cadastrando era tão alto que sobrecarregou o sistema de SMS, usado para confirmar o telefone do usuário durante o cadastro. A depiladora Rosana da Silva, 51, não teve a mesma sorte. É que ela usa o WhatsApp para agendar e confirmar horários de clientes, mas só uma minoria deles está no Telegram, que Rosana só baixou e aprendeu a mexer ontem. Ela diz estar mandando mensagens pelo Facebook e ligando do telefone fixo, "mas está bem difícil, porque tem um custo e eu perco muito tempo", diz. Bárbara Thomaz, 19, estudante de direito da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), ainda não sabe como avisará os familiares, que moram em Birigui (507 km de SP), da sua chegada na cidade nesta sexta-feira (18). "Estou sem a chave de casa e ontem minha mãe estava sem o celular, então não consegui falar com ela", conta a estudante, que passou a economizar o dinheiro antes gasto em interurbano e deslocamento depois que ensinou a mãe a mexer no WhatsApp.
tec
Falta do WhatsApp atrapalha planos de Ano-Novo e até trabalho de usuáriosAs reações à suspensão judicial do WhatsApp por 48 horas em todo o Brasil não demoraram muito a aparecer na madrugada desta quinta-feira (17), quando o aplicativo foi bloqueado pelas operadoras de telefonia. Nas redes e fora delas, usuários reclamavam e buscavam alternativas para reestabelecer a comunicação perdida. Mas a manhã, em vez de oferecer alívio, é de ressacada a atormentar quem está temporariamente órfão da ferramenta de mensagens. "Foi estranho acordar e não ter várias mensagens de grupo", conta o cenógrafo Luan Arvati, 25. Ele usava os grupos para combinar viagens de ano novo e carnaval e é deles que mais tem sentido a falta. A solução, temporária, foi migrar para o Telegram. "Só hoje mais de 20 amigos entraram no app", contou. Em sua conta no Twitter, o Telegram anunciou que 1,5 milhão de brasileiros baixaram o aplicativo. Segundo a empresa, o número de pessoas se cadastrando era tão alto que sobrecarregou o sistema de SMS, usado para confirmar o telefone do usuário durante o cadastro. A depiladora Rosana da Silva, 51, não teve a mesma sorte. É que ela usa o WhatsApp para agendar e confirmar horários de clientes, mas só uma minoria deles está no Telegram, que Rosana só baixou e aprendeu a mexer ontem. Ela diz estar mandando mensagens pelo Facebook e ligando do telefone fixo, "mas está bem difícil, porque tem um custo e eu perco muito tempo", diz. Bárbara Thomaz, 19, estudante de direito da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), ainda não sabe como avisará os familiares, que moram em Birigui (507 km de SP), da sua chegada na cidade nesta sexta-feira (18). "Estou sem a chave de casa e ontem minha mãe estava sem o celular, então não consegui falar com ela", conta a estudante, que passou a economizar o dinheiro antes gasto em interurbano e deslocamento depois que ensinou a mãe a mexer no WhatsApp.
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Fórum debate soluções para a saúde em momento de crise econômica
A Folha realiza nos dias 14 e 15 de junho (terça e quarta-feira) o Fórum Saúde em Tempo de Recessão. O objetivo é discutir saídas para a área da saúde em um momento de crise econômica como o atual. Com o país em recessão, tanto o governo tem capacidade menor de financiar saúde universal quanto os pacientes têm dificuldade de pagar contas de hospitais e planos de saúde. Serão debatidos aspectos importantes como as finanças do setor de saúde suplementar e dos hospitais particulares, a viabilidade do modelo econômico corrente do SUS, a importância da prevenção na redução de custos e possíveis novos modelos de assistência e remuneração. O evento acontece a partir das 9h no Tucarena, auditório da PUC-SP (rua Monte Alegre, 1.024). Para se inscrever, acesse o site Eventos Folha.
seminariosfolha
Fórum debate soluções para a saúde em momento de crise econômicaA Folha realiza nos dias 14 e 15 de junho (terça e quarta-feira) o Fórum Saúde em Tempo de Recessão. O objetivo é discutir saídas para a área da saúde em um momento de crise econômica como o atual. Com o país em recessão, tanto o governo tem capacidade menor de financiar saúde universal quanto os pacientes têm dificuldade de pagar contas de hospitais e planos de saúde. Serão debatidos aspectos importantes como as finanças do setor de saúde suplementar e dos hospitais particulares, a viabilidade do modelo econômico corrente do SUS, a importância da prevenção na redução de custos e possíveis novos modelos de assistência e remuneração. O evento acontece a partir das 9h no Tucarena, auditório da PUC-SP (rua Monte Alegre, 1.024). Para se inscrever, acesse o site Eventos Folha.
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Para acesso de pedestres a estação no Brooklin, Doria implanta faixa verde
A Secretaria de Mobilidade e Transportes da gestão João Doria (PSDB) pintou no asfalto duas faixas verdes exclusivas para pedestres, paralelas às calçadas, nos 150 metros da rua Joel Carlos Borges, no Brooklin (zona sul). É a primeira vez que a gestão Doria pinta faixas verdes na rua para ampliar o espaço destinado aos pedestres. A avenida Liberdade e a rua Galvão Bueno, na Liberdade (região central), já têm faixas verdes, inauguradas na gestão Fernando Haddad (PT). A primeira foi inaugurada em 2015; a segunda, em 2016. A rua Joel Carlos Borges é um dos principais acessos de pedestres para a estação Berrini, da linha 9-esmeralda da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). A faixa verde acrescenta cerca de 1,5 metro de cada lado para os pedestres andarem. As calçadas da rua têm aproximadamente a mesma medida de cada lado. A rua ficou com apenas uma pista para a circulação de veículos, que trafegam agora entre as faixas verdes. O analista de câmbio Agnaldo Vieira, 42, diz que a faixa verde é importante não só porque o espaço para pedestres era estreito. "Com uma pista só para circular, os motoristas precisam tomar mais cuidado com o limite de velocidade", diz. PROJETO A secretaria disse, em nota, que a rua Joel Carlos Borges será a primeira de um projeto chamado Rua Completa, que deverá ser inaugurado oficialmente no próximo domingo. A pintura foi feita no domingo passado (17). Segundo a nota, a faixa verde será demarcada com postinhos e vasos de plantas. "Também serão instalados bancos, lixeiras, contêiner para a coleta de lixo dos restaurantes, área de carga e descarga para veículos, adequação de sinalização, entre outras melhorias. A velocidade máxima para os veículos será de 20 km/h", afirma. A secretaria não se manifestou sobre os resultados das faixas verdes criadas durante a gestão Haddad.
cotidiano
Para acesso de pedestres a estação no Brooklin, Doria implanta faixa verdeA Secretaria de Mobilidade e Transportes da gestão João Doria (PSDB) pintou no asfalto duas faixas verdes exclusivas para pedestres, paralelas às calçadas, nos 150 metros da rua Joel Carlos Borges, no Brooklin (zona sul). É a primeira vez que a gestão Doria pinta faixas verdes na rua para ampliar o espaço destinado aos pedestres. A avenida Liberdade e a rua Galvão Bueno, na Liberdade (região central), já têm faixas verdes, inauguradas na gestão Fernando Haddad (PT). A primeira foi inaugurada em 2015; a segunda, em 2016. A rua Joel Carlos Borges é um dos principais acessos de pedestres para a estação Berrini, da linha 9-esmeralda da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). A faixa verde acrescenta cerca de 1,5 metro de cada lado para os pedestres andarem. As calçadas da rua têm aproximadamente a mesma medida de cada lado. A rua ficou com apenas uma pista para a circulação de veículos, que trafegam agora entre as faixas verdes. O analista de câmbio Agnaldo Vieira, 42, diz que a faixa verde é importante não só porque o espaço para pedestres era estreito. "Com uma pista só para circular, os motoristas precisam tomar mais cuidado com o limite de velocidade", diz. PROJETO A secretaria disse, em nota, que a rua Joel Carlos Borges será a primeira de um projeto chamado Rua Completa, que deverá ser inaugurado oficialmente no próximo domingo. A pintura foi feita no domingo passado (17). Segundo a nota, a faixa verde será demarcada com postinhos e vasos de plantas. "Também serão instalados bancos, lixeiras, contêiner para a coleta de lixo dos restaurantes, área de carga e descarga para veículos, adequação de sinalização, entre outras melhorias. A velocidade máxima para os veículos será de 20 km/h", afirma. A secretaria não se manifestou sobre os resultados das faixas verdes criadas durante a gestão Haddad.
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Prevenir para o futuro
O envelhecimento da população não preocupa apenas o governo federal, que busca fórmulas para evitar a explosão de gastos da Previdência. Também o setor da saúde enfrenta a necessidade de se adaptar à mudança de perfil demográfico do país. A parcela dos brasileiros maiores de 60 anos, hoje de 11,7%, deve atingir 18,6% em 2030 e 33,7% em 2060, quando se projeta uma expectativa de vida de 81,2 anos. Essa evolução pressiona os custos dos serviços médicos. Idosos tendem a precisar de maior quantidade de internações, exames e atendimentos emergenciais. Diante desse cenário, planos de saúde procuram colocar em prática um antigo truísmo: prevenir é melhor que remediar. Com efeito, a criação de programas destinados à prevenção e a adoção de medidas para o diagnóstico precoce estão entre as principais iniciativas das operadoras nos últimos anos. Surgem em vários Estados centros médicos bancados pelos planos que oferecem atividades de fisioterapia e atendimento de geriatras, psicólogos e nutricionistas. São ações importantes para o desenvolvimento de uma "cultura do cuidado", como escreveu o médico Alexandre Kalache em artigo publicado por esta Folha em recente caderno da série "O Brasil que dá certo". Tal modelo se mostra o mais eficaz no enfrentamento das doenças crônicas, cuja incidência aumenta com o avanço da idade. Estima-se que 75% das mortes no Brasil sejam causadas por essas enfermidades. Um envelhecimento ativo e com qualidade interessa tanto ao indivíduo como a quem presta os serviços. Mais de 70% das hospitalizações de idosos poderiam ser evitadas mediante cuidados básicos, como controle da alimentação e realização de exames periódicos. A questão adquire maior relevo quando se leva em conta que o gasto médio por internação quase dobrou de 2007 a 2013 (último dado disponível), enquanto a inflação no período foi de 41%. Tais raciocínios se aplicam com maior força ao setor público, que atende cerca de 75% da população, mas que se sustenta com 48% dos desembolsos totais na área. Passou da hora de ampliar os programas de prevenção do SUS voltados para idosos, ainda escassos nas três esferas administrativas. O envelhecimento da população é uma conquista; não se pode aceitar que a incúria dos governos o transforme num custoso problema.
opiniao
Prevenir para o futuroO envelhecimento da população não preocupa apenas o governo federal, que busca fórmulas para evitar a explosão de gastos da Previdência. Também o setor da saúde enfrenta a necessidade de se adaptar à mudança de perfil demográfico do país. A parcela dos brasileiros maiores de 60 anos, hoje de 11,7%, deve atingir 18,6% em 2030 e 33,7% em 2060, quando se projeta uma expectativa de vida de 81,2 anos. Essa evolução pressiona os custos dos serviços médicos. Idosos tendem a precisar de maior quantidade de internações, exames e atendimentos emergenciais. Diante desse cenário, planos de saúde procuram colocar em prática um antigo truísmo: prevenir é melhor que remediar. Com efeito, a criação de programas destinados à prevenção e a adoção de medidas para o diagnóstico precoce estão entre as principais iniciativas das operadoras nos últimos anos. Surgem em vários Estados centros médicos bancados pelos planos que oferecem atividades de fisioterapia e atendimento de geriatras, psicólogos e nutricionistas. São ações importantes para o desenvolvimento de uma "cultura do cuidado", como escreveu o médico Alexandre Kalache em artigo publicado por esta Folha em recente caderno da série "O Brasil que dá certo". Tal modelo se mostra o mais eficaz no enfrentamento das doenças crônicas, cuja incidência aumenta com o avanço da idade. Estima-se que 75% das mortes no Brasil sejam causadas por essas enfermidades. Um envelhecimento ativo e com qualidade interessa tanto ao indivíduo como a quem presta os serviços. Mais de 70% das hospitalizações de idosos poderiam ser evitadas mediante cuidados básicos, como controle da alimentação e realização de exames periódicos. A questão adquire maior relevo quando se leva em conta que o gasto médio por internação quase dobrou de 2007 a 2013 (último dado disponível), enquanto a inflação no período foi de 41%. Tais raciocínios se aplicam com maior força ao setor público, que atende cerca de 75% da população, mas que se sustenta com 48% dos desembolsos totais na área. Passou da hora de ampliar os programas de prevenção do SUS voltados para idosos, ainda escassos nas três esferas administrativas. O envelhecimento da população é uma conquista; não se pode aceitar que a incúria dos governos o transforme num custoso problema.
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Novo Fox será o primeiro carro feito no Brasil com o CarPlay, da Apple
A Volkswagen anunciou nesta quarta-feira (3) que a próxima versão do Fox (modelo 2016) terá compatibilidade com as plataformas de "carro conectado" CarPlay, da Apple, e Android Auto, do Google. O sistema custa a partir de R$ 2.150. Será o primeiro carro feito no Brasil com suporte ao CarPlay e, provavelmente, também o que estreará o Android Auto, que ainda não pode ser usado no país, diferentemente do primeiro –já disponível em alguns modelos importados. Por meio de um terceiro padrão, chamado Mirrorlink (mantido por um consórcio de montadoras e empresas de tecnologia), o automóvel será compatível com o Android quando de seu lançamento, o que deve acontecer no terceiro trimestre deste ano. As primeiras unidades do Fox 2016 começarão a chegar na semana que vem às concessionárias, segundo a empresa. "A ideia é permitir que o cliente use seu smartphone enquanto dirige, seja ele de qual marca for, sem correr riscos", diz Marcus Sousa, engenheiro de produto da Volkswagen. O Mirrorlink também funciona com alguns modelos de celular da Microsoft –os primórdios dessa tecnologia estão ligados à Nokia, hoje parte da empresa criadora do Windows. As tecnologias permitem que o motorista use o painel do carro como uma extensão do seu smartphone, com o qual o sistema se conecta por um cabo USB. Os apps têm de ser adaptados para evitar distrair o usuário e facilitar o uso e a visibilidade. Há, por exemplo, ícones maiores e mais comandos de voz. Chamadas telefônicas, mensagens e navegação por GPS também são integrados. A versão básica do sistema, intitulada Composition Media, é a com preço de R$ 2.150. A versão Discover Media, que tem mapas integrados e duas entradas para cartão SD (em vez de uma), sai por R$ 2.900. Ambos tem tela sensível ao toque de 6,3 polegadas. O modelo mais barato do Fox (Trendline) é incompatível com ambos sistemas –todos os demais os suportam. A versão de menor preço que pode receber o sistema, chamada Comfortline, custa R$ 45.490. "Para o desenvolvimento, usamos a mesma plataforma do nosso grupo na Alemanha. Foi bem esportivo, já que os sistemas foram lançados recentemente", diz Sousa. "Tivemos de ampliar a capacidade de memória do rádio, entrar com os três protocolos, testar e implementar em pouquíssimo tempo."
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Novo Fox será o primeiro carro feito no Brasil com o CarPlay, da AppleA Volkswagen anunciou nesta quarta-feira (3) que a próxima versão do Fox (modelo 2016) terá compatibilidade com as plataformas de "carro conectado" CarPlay, da Apple, e Android Auto, do Google. O sistema custa a partir de R$ 2.150. Será o primeiro carro feito no Brasil com suporte ao CarPlay e, provavelmente, também o que estreará o Android Auto, que ainda não pode ser usado no país, diferentemente do primeiro –já disponível em alguns modelos importados. Por meio de um terceiro padrão, chamado Mirrorlink (mantido por um consórcio de montadoras e empresas de tecnologia), o automóvel será compatível com o Android quando de seu lançamento, o que deve acontecer no terceiro trimestre deste ano. As primeiras unidades do Fox 2016 começarão a chegar na semana que vem às concessionárias, segundo a empresa. "A ideia é permitir que o cliente use seu smartphone enquanto dirige, seja ele de qual marca for, sem correr riscos", diz Marcus Sousa, engenheiro de produto da Volkswagen. O Mirrorlink também funciona com alguns modelos de celular da Microsoft –os primórdios dessa tecnologia estão ligados à Nokia, hoje parte da empresa criadora do Windows. As tecnologias permitem que o motorista use o painel do carro como uma extensão do seu smartphone, com o qual o sistema se conecta por um cabo USB. Os apps têm de ser adaptados para evitar distrair o usuário e facilitar o uso e a visibilidade. Há, por exemplo, ícones maiores e mais comandos de voz. Chamadas telefônicas, mensagens e navegação por GPS também são integrados. A versão básica do sistema, intitulada Composition Media, é a com preço de R$ 2.150. A versão Discover Media, que tem mapas integrados e duas entradas para cartão SD (em vez de uma), sai por R$ 2.900. Ambos tem tela sensível ao toque de 6,3 polegadas. O modelo mais barato do Fox (Trendline) é incompatível com ambos sistemas –todos os demais os suportam. A versão de menor preço que pode receber o sistema, chamada Comfortline, custa R$ 45.490. "Para o desenvolvimento, usamos a mesma plataforma do nosso grupo na Alemanha. Foi bem esportivo, já que os sistemas foram lançados recentemente", diz Sousa. "Tivemos de ampliar a capacidade de memória do rádio, entrar com os três protocolos, testar e implementar em pouquíssimo tempo."
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Dilma pede a governadores ajuda para sair da crise
Durante discurso aos governadores de todo o país, a presidente Dilma Rousseff reconheceu que o Brasil passa por "dificuldades", como a alta da inflação e a desvalorização da moeda, e pediu ajuda aos chefes nos Estados para "enfrentar os problemas juntos". Em tom de desabafo, a presidente afirmou que sabe "suportar pressão e até injustiça", em um claro recado aos setores da oposição que defendem seu impeachment. "Eu não nego as dificuldades, mas afirmo que todos nós, e o governo federal em particular, temos como enfrentar essas dificuldades e em um prazo bem mais curto do que alguns pensam. [...] É importante estabelecer parcerias e enfrentar os problemas juntos", declarou Dilma nesta quinta-feira (30). Sob críticas de que governa de maneira centralizadora, a presidente disse que tem "ouvidos e coração" abertos para receber críticas e sugestões. "Eu, pessoalmente, sei suportar pressão e até injustiça e isso é algo que qualquer governante tem que se capacitar e saber que faz parte da sua atuação. Tenho ouvido aberto, enquanto razão, e o coração, enquanto sentimento, para saber que o Brasil que cresceu e não se acomoda é o Brasil que nós queremos, que sempre quer mais", declarou. Em uma fala de pouco mais de trinta minutos, Dilma elencou problemas econômicos que o Brasil enfrenta, segundo ela, desde agosto de 2014, como "o colapso no preço das commodities, a grande desvalorização da moeda, com impacto nos preços e na inflação". Mas afirmou que "isso não é desculpa para ninguém". O objetivo da presidente era dividir com os governadores a responsabilidade de evitar a aprovação de projetos no Congresso que impliquem em mais gastos para a União e, consequentemente, para os Estados. Dilma disse ainda que o governo federal "tem que arcar com a responsabilidade e assumir suas condições" mas, ao mesmo tempo, "algumas medidas afetam os Estados e, portanto, os governadores têm que ter clareza" da situação. DESGASTE A presidente não deixou de lembrar que "assumiu" o desgaste de vetar algumas medidas de "grave impacto" nas contas públicas, como o reajuste do salário dos servidores do Judiciário, aprovado em junho pelo Senado, mas ressaltou que há outros projetos em pauta "que terão impacto sobre os Estados sem sombra de dúvida". "Todos nós, em maior ou menor grau, enfrentamos dificuldades fiscais", disse. "A saída para resolver os nossos problemas é usar os recursos que temos, sermos mais eficientes, sobretudo naquelas áreas em que atuamos conjuntamente", completou Dilma. O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, braço direito do vice-presidente Michel Temer na articulação política do governo, ficou responsável por fazer uma exposição sobre as pautas-bomba no Congresso, elencando os impactos de cada uma delas. Em seguida, a presidente prometeu a redução da inflação para o próximo ano e a retomada do crescimento. Dilma tentou mostrar aos governadores que o ajuste fiscal e os programas lançados pelo governo vão recolocar o Brasil na rota do crescimento. "O estímulo à exportação, o investimento em infraestrutura [com o programa de concessões], a retomada do crédito e a expansão do consumo vão fazer o Brasil voltar a crescer", afirmou. PACTO A presidente propôs ainda um pacto nacional pela redução de homicídios e da população carcerária e pediu apoio dos governadores à reforma do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O governo quer unificar a alíquota em 4% para todo o país. Atualmente, cada Estado tem o seu percentual, criando a chamada "guerra fiscal". A reunião no Palácio da Alvorada contou com a presença de 26 governadores –somente o representante do Mato Grosso do Sul enviou a vice, alegando viagem internacional. Além deles, estavam presentes o vice-presidente Michel Temer, e nove ministros: Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Aloizio Mercadante (Casa Civil), José Eduardo Cardozo (Justiça), Arthur Chioro (Saúde), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social), Guilherme Afif Domingos (Micro e Pequenas Empresas) e Gilberto Kassab (Cidades).
poder
Dilma pede a governadores ajuda para sair da criseDurante discurso aos governadores de todo o país, a presidente Dilma Rousseff reconheceu que o Brasil passa por "dificuldades", como a alta da inflação e a desvalorização da moeda, e pediu ajuda aos chefes nos Estados para "enfrentar os problemas juntos". Em tom de desabafo, a presidente afirmou que sabe "suportar pressão e até injustiça", em um claro recado aos setores da oposição que defendem seu impeachment. "Eu não nego as dificuldades, mas afirmo que todos nós, e o governo federal em particular, temos como enfrentar essas dificuldades e em um prazo bem mais curto do que alguns pensam. [...] É importante estabelecer parcerias e enfrentar os problemas juntos", declarou Dilma nesta quinta-feira (30). Sob críticas de que governa de maneira centralizadora, a presidente disse que tem "ouvidos e coração" abertos para receber críticas e sugestões. "Eu, pessoalmente, sei suportar pressão e até injustiça e isso é algo que qualquer governante tem que se capacitar e saber que faz parte da sua atuação. Tenho ouvido aberto, enquanto razão, e o coração, enquanto sentimento, para saber que o Brasil que cresceu e não se acomoda é o Brasil que nós queremos, que sempre quer mais", declarou. Em uma fala de pouco mais de trinta minutos, Dilma elencou problemas econômicos que o Brasil enfrenta, segundo ela, desde agosto de 2014, como "o colapso no preço das commodities, a grande desvalorização da moeda, com impacto nos preços e na inflação". Mas afirmou que "isso não é desculpa para ninguém". O objetivo da presidente era dividir com os governadores a responsabilidade de evitar a aprovação de projetos no Congresso que impliquem em mais gastos para a União e, consequentemente, para os Estados. Dilma disse ainda que o governo federal "tem que arcar com a responsabilidade e assumir suas condições" mas, ao mesmo tempo, "algumas medidas afetam os Estados e, portanto, os governadores têm que ter clareza" da situação. DESGASTE A presidente não deixou de lembrar que "assumiu" o desgaste de vetar algumas medidas de "grave impacto" nas contas públicas, como o reajuste do salário dos servidores do Judiciário, aprovado em junho pelo Senado, mas ressaltou que há outros projetos em pauta "que terão impacto sobre os Estados sem sombra de dúvida". "Todos nós, em maior ou menor grau, enfrentamos dificuldades fiscais", disse. "A saída para resolver os nossos problemas é usar os recursos que temos, sermos mais eficientes, sobretudo naquelas áreas em que atuamos conjuntamente", completou Dilma. O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, braço direito do vice-presidente Michel Temer na articulação política do governo, ficou responsável por fazer uma exposição sobre as pautas-bomba no Congresso, elencando os impactos de cada uma delas. Em seguida, a presidente prometeu a redução da inflação para o próximo ano e a retomada do crescimento. Dilma tentou mostrar aos governadores que o ajuste fiscal e os programas lançados pelo governo vão recolocar o Brasil na rota do crescimento. "O estímulo à exportação, o investimento em infraestrutura [com o programa de concessões], a retomada do crédito e a expansão do consumo vão fazer o Brasil voltar a crescer", afirmou. PACTO A presidente propôs ainda um pacto nacional pela redução de homicídios e da população carcerária e pediu apoio dos governadores à reforma do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O governo quer unificar a alíquota em 4% para todo o país. Atualmente, cada Estado tem o seu percentual, criando a chamada "guerra fiscal". A reunião no Palácio da Alvorada contou com a presença de 26 governadores –somente o representante do Mato Grosso do Sul enviou a vice, alegando viagem internacional. Além deles, estavam presentes o vice-presidente Michel Temer, e nove ministros: Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Aloizio Mercadante (Casa Civil), José Eduardo Cardozo (Justiça), Arthur Chioro (Saúde), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social), Guilherme Afif Domingos (Micro e Pequenas Empresas) e Gilberto Kassab (Cidades).
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Para PGR, 'escola sem partido' é inconstitucional e subestima alunos
Em parecer enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quarta (19), a PGR (Procuradoria-Geral da República) criticou duramente a tentativa de implantação da chamada "escola sem partido", que, segundo seus idealizadores, tem por objetivo impedir professores de influenciarem alunos política e religiosamente. De acordo com a PGR, a iniciativa é inconstitucional e subestima a capacidade de discernimento dos estudantes em sala de aula. "Há equívocos conceituais graves, como o de considerar que o alunado seria composto de indivíduos prontos a absorver de forma total, passiva e acrítica quaisquer concepções ideológicas, religiosas, éticas[...]. Despreza a capacidade reflexiva dos alunos, como se eles fossem apenas sujeitos passivos do processo de aprendizagem, e a interação de pais e responsáveis, como se não influenciassem a formação de consciência dos estudantes", sustenta a PGR. A manifestação assinada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi protocolada a uma ação movida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação contra a Assembléia Legislativa de Alagoas. O deputados estaduais alagoanos aprovaram uma lei que proíbe o professor de colégios públicos e particulares de praticar "doutrinação política e ideológica, bem como quaisquer outras condutas por parte do corpo docente ou da administração escolar que imponham ou induzam aos alunos opiniões político-partidárias, religiosa ou filosófica". Para Janot, no entanto, a proposta do Legislativo local é vaga, afeta a liberdade de expressão do educar e compromete o processo de ensino. "A Constituição estabelece diversas liberdades que fazem parte do conteúdo do direito à educação: aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber. Essas liberdades de aprendizado, ensino e pesquisa formam o núcleo essencial do direito à educação. Sem liberdade de ensinar e de aprender não há o próprio direito à educação", argumenta. A peça afirma que possíveis excessos de professores não justificam a medida. O PGR diz que já há instituições e normas voltadas à fiscalização e eventual punição de docentes. Acrescenta que não cabe à escola reproduzir as convicções dos pais dos alunos. "Não se ignora que professores[...] estão sujeitos a praticar erros e abusos na profissão. Mas a veiculação de ideias contrárias à convicção de alunos, pais e responsáveis não gera[...] consequência indesejável[...]. Entre a vedação apriorística de conteúdos e a liberdade de ensino, esta é preferível", sustenta o PGR. Além das críticas ao mérito da proposta, o parecer afirma que a Assembleia estadual não tem competência para legislar sobre o assunto, de responsabilidade exclusiva da União, de acordo com Janot. "Veiculação de princípios que regem as atividades de ensino é, em essência, tema que demanda tratamento uniforme no território nacional, porquanto traduz interesse geral. Dessa forma, incumbe à União definir normas sobre a matéria[...]. Não caberia ao Legislativo de Alagoas inovar no ordenamento jurídico e prever princípios gerais para a educação, mormente quando distintos daqueles da lei nacional", diz. O projeto de lei em questão é de autoria do deputado Ricardo Nezinho (PMDB). O governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), vetou a proposta aprovada pelo Legislativo, mas a Assembléia derrubou o veto. Na Câmara dos Deputados, em pelo menos nove Assembleias e 17 Câmaras municipais tramitam projetos que visam proibir a "doutrinação ideológica" em temas políticos, religiosos e sexuais em salas de aula. PROFESSORES SEM PARTIDO - Onde há projetos prevendo neutralidade nas escolas CONCEITO Além dos mesmos objetivos, os textos da maioria dos projetos normalmente assinados por políticos de alas conservadoras e têm uma origem comum: o anteprojeto criado pela organização "Escola sem Partido", formada por "estudantes e pais preocupados" com a "contaminação político-ideológica das escolas". A entidade defende que a educação moral, sexual e política é de competência da família. E argumenta que o professor não é um educador, devendo se limitar a repassar os conteúdos das disciplinas de forma isenta. Fundador da organização, o advogado Miguel Nagib diz que anteprojeto defende uma abordagem equilibrada das diferentes correntes políticas e sociais: "Seria impossível ensinar história sem falar de política. O que defendemos é que ele não esconda nenhum ponto de vista". O site da entidade traz uma lista de aspectos que alunos devem ficar atentos para "flagrar" o doutrinador. Um deles diz que "você pode estar sendo vítima de doutrinação ideológica quando o professor se desvia frequentemente da matéria [...] para assuntos relacionados ao noticiário político ou internacional".
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Para PGR, 'escola sem partido' é inconstitucional e subestima alunosEm parecer enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quarta (19), a PGR (Procuradoria-Geral da República) criticou duramente a tentativa de implantação da chamada "escola sem partido", que, segundo seus idealizadores, tem por objetivo impedir professores de influenciarem alunos política e religiosamente. De acordo com a PGR, a iniciativa é inconstitucional e subestima a capacidade de discernimento dos estudantes em sala de aula. "Há equívocos conceituais graves, como o de considerar que o alunado seria composto de indivíduos prontos a absorver de forma total, passiva e acrítica quaisquer concepções ideológicas, religiosas, éticas[...]. Despreza a capacidade reflexiva dos alunos, como se eles fossem apenas sujeitos passivos do processo de aprendizagem, e a interação de pais e responsáveis, como se não influenciassem a formação de consciência dos estudantes", sustenta a PGR. A manifestação assinada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi protocolada a uma ação movida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação contra a Assembléia Legislativa de Alagoas. O deputados estaduais alagoanos aprovaram uma lei que proíbe o professor de colégios públicos e particulares de praticar "doutrinação política e ideológica, bem como quaisquer outras condutas por parte do corpo docente ou da administração escolar que imponham ou induzam aos alunos opiniões político-partidárias, religiosa ou filosófica". Para Janot, no entanto, a proposta do Legislativo local é vaga, afeta a liberdade de expressão do educar e compromete o processo de ensino. "A Constituição estabelece diversas liberdades que fazem parte do conteúdo do direito à educação: aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber. Essas liberdades de aprendizado, ensino e pesquisa formam o núcleo essencial do direito à educação. Sem liberdade de ensinar e de aprender não há o próprio direito à educação", argumenta. A peça afirma que possíveis excessos de professores não justificam a medida. O PGR diz que já há instituições e normas voltadas à fiscalização e eventual punição de docentes. Acrescenta que não cabe à escola reproduzir as convicções dos pais dos alunos. "Não se ignora que professores[...] estão sujeitos a praticar erros e abusos na profissão. Mas a veiculação de ideias contrárias à convicção de alunos, pais e responsáveis não gera[...] consequência indesejável[...]. Entre a vedação apriorística de conteúdos e a liberdade de ensino, esta é preferível", sustenta o PGR. Além das críticas ao mérito da proposta, o parecer afirma que a Assembleia estadual não tem competência para legislar sobre o assunto, de responsabilidade exclusiva da União, de acordo com Janot. "Veiculação de princípios que regem as atividades de ensino é, em essência, tema que demanda tratamento uniforme no território nacional, porquanto traduz interesse geral. Dessa forma, incumbe à União definir normas sobre a matéria[...]. Não caberia ao Legislativo de Alagoas inovar no ordenamento jurídico e prever princípios gerais para a educação, mormente quando distintos daqueles da lei nacional", diz. O projeto de lei em questão é de autoria do deputado Ricardo Nezinho (PMDB). O governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), vetou a proposta aprovada pelo Legislativo, mas a Assembléia derrubou o veto. Na Câmara dos Deputados, em pelo menos nove Assembleias e 17 Câmaras municipais tramitam projetos que visam proibir a "doutrinação ideológica" em temas políticos, religiosos e sexuais em salas de aula. PROFESSORES SEM PARTIDO - Onde há projetos prevendo neutralidade nas escolas CONCEITO Além dos mesmos objetivos, os textos da maioria dos projetos normalmente assinados por políticos de alas conservadoras e têm uma origem comum: o anteprojeto criado pela organização "Escola sem Partido", formada por "estudantes e pais preocupados" com a "contaminação político-ideológica das escolas". A entidade defende que a educação moral, sexual e política é de competência da família. E argumenta que o professor não é um educador, devendo se limitar a repassar os conteúdos das disciplinas de forma isenta. Fundador da organização, o advogado Miguel Nagib diz que anteprojeto defende uma abordagem equilibrada das diferentes correntes políticas e sociais: "Seria impossível ensinar história sem falar de política. O que defendemos é que ele não esconda nenhum ponto de vista". O site da entidade traz uma lista de aspectos que alunos devem ficar atentos para "flagrar" o doutrinador. Um deles diz que "você pode estar sendo vítima de doutrinação ideológica quando o professor se desvia frequentemente da matéria [...] para assuntos relacionados ao noticiário político ou internacional".
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Você deixa tudo para depois?
– Filha, está na hora de tomar banho e se aprontar para dormir! – Já vou, mãe. – Filho, vem guardar seu material da escola que está na mesa de jantar. – Já vou, pai. E esse "já vou" demora, demora, demora muito! Tanto que os pais precisam fazer o pedido novamente uma, duas, três, quatro vezes. E o tal do "já vou" não chega nunca. Aposto que você fala "já vou" muitas vezes, é ou não é? Ah, confessa! Crianças usam e abusam tanto dessa frase que provocam algumas reações não muito legais nos pais. Eles vão perdendo a paciência, alteram a voz e muitos deles precisam até gritar para que os filhos atendam ao pedido. Isso faz com que fiquem bravos com as crianças. Depois, chateados. Os filhos ficam magoados. No fim, essa história não é boa para ninguém. Então, que tal tomar a iniciativa e acabar com isso? Vou dar uma dica: quando você for avisado de que precisa fazer alguma coisa, mas estiver muito ocupado naquela hora (em uma conversa por mensagens com as amigas ou no fim de um jogo de videogame, por exemplo), dê uma pausa na atividade e vá lá conversar com seus pais. Olhando nos olhos deles, explique que, antes de ir realizar a tarefa que eles pediram, você precisa só de alguns minutos para finalizar algo. É bom pensar no tempo necessário: 10, 15, 20 minutos? Diga a seus pais que, passado esse tempo, largará tudo e irá fazer o que foi pedido. Mas é preciso levar a sério. Acabado o tempo, é preciso parar, mesmo que não tenha conseguido ir até o fim da fase do jogo ou não tenha terminado o papo com os amigos. Se não deixar o passatempo de lado, aquela história do "já vou" vai continuar para sempre. Sabe de uma coisa? Aprender a negociar com seus pais vai mostrar que você deixou de ser uma criancinha e já começa a ter responsabilidades. Legal isso, não é? Experimente! * Escreva para folhinha@grupofolha.com.br com dúvidas, comentários e sugestões para a coluna; coloque nome, idade e "Quebra-Cabeça" na linha de assunto.
colunas
Você deixa tudo para depois?– Filha, está na hora de tomar banho e se aprontar para dormir! – Já vou, mãe. – Filho, vem guardar seu material da escola que está na mesa de jantar. – Já vou, pai. E esse "já vou" demora, demora, demora muito! Tanto que os pais precisam fazer o pedido novamente uma, duas, três, quatro vezes. E o tal do "já vou" não chega nunca. Aposto que você fala "já vou" muitas vezes, é ou não é? Ah, confessa! Crianças usam e abusam tanto dessa frase que provocam algumas reações não muito legais nos pais. Eles vão perdendo a paciência, alteram a voz e muitos deles precisam até gritar para que os filhos atendam ao pedido. Isso faz com que fiquem bravos com as crianças. Depois, chateados. Os filhos ficam magoados. No fim, essa história não é boa para ninguém. Então, que tal tomar a iniciativa e acabar com isso? Vou dar uma dica: quando você for avisado de que precisa fazer alguma coisa, mas estiver muito ocupado naquela hora (em uma conversa por mensagens com as amigas ou no fim de um jogo de videogame, por exemplo), dê uma pausa na atividade e vá lá conversar com seus pais. Olhando nos olhos deles, explique que, antes de ir realizar a tarefa que eles pediram, você precisa só de alguns minutos para finalizar algo. É bom pensar no tempo necessário: 10, 15, 20 minutos? Diga a seus pais que, passado esse tempo, largará tudo e irá fazer o que foi pedido. Mas é preciso levar a sério. Acabado o tempo, é preciso parar, mesmo que não tenha conseguido ir até o fim da fase do jogo ou não tenha terminado o papo com os amigos. Se não deixar o passatempo de lado, aquela história do "já vou" vai continuar para sempre. Sabe de uma coisa? Aprender a negociar com seus pais vai mostrar que você deixou de ser uma criancinha e já começa a ter responsabilidades. Legal isso, não é? Experimente! * Escreva para folhinha@grupofolha.com.br com dúvidas, comentários e sugestões para a coluna; coloque nome, idade e "Quebra-Cabeça" na linha de assunto.
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Temer e a balança
Enquanto o peso de sua base aliada garante vitórias folgadas no Legislativo, o governo de Michel Temer (PMDB) sem dúvida acompanha com apreensão o que se passa no Poder Judiciário. Avançaram as conversas que o Ministério Público Federal mantém com a Odebrecht no intuito de contar com a delação premiada de executivos da empreiteira. Negociava-se a princípio a colaboração de 53 executivos, incluindo o ex-presidente e herdeiro do grupo baiano, Marcelo Odebrecht, preso há um ano e quatro meses em Curitiba. Envolvidos de alguma forma no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, buscam um acordo como forma de amenizar suas penas. Nas últimas semanas, como noticiou esta Folha, surgiu a possibilidade de incluir nas tratativas cerca de 30 funcionários da empresa que tiveram seus nomes mencionados nos relatos já colhidos pelos procuradores. Com isso, pode passar de 80 o total de pessoas relacionadas na colaboração da Odebrecht. A esta altura ninguém ignora o potencial explosivo dessas delações, e os integrantes da força-tarefa da Lava Jato decerto as aguardam com especial ansiedade. Trata-se, afinal, de empresa que, de acordo com os investigadores, destacava um departamento para cuidar das propinas; não custa lembrar que uma planilha apreendida em março na casa de um ex-executivo lista possíveis repasses a mais de 300 políticos de 24 partidos. Em conversas preliminares, funcionários da Odebrecht já citaram personagens de primeira grandeza, como o presidente Temer, os ex-presidentes Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT) e o ministro tucano José Serra (Relações Exteriores), além de governadores e congressistas. Mais recentemente, segundo a revista "Veja", o executivo Claudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da empreiteira, colocou na mesa os nomes do ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), do secretário Moreira Franco (Programa de Parcerias de Investimentos) e do senador Romero Jucá (PMDB-RR). Os três peemedebistas integram o círculo próximo de Temer e, a exemplo dos demais políticos, negam ter praticado irregularidades. Desde que, por força do impeachment, viu-se alçado à condição de chefe do Executivo, Temer sabe que precisará conservar-se incólume entre os desafios impostos pela crise econômica e as revelações vexaminosas da Operação Lava Jato. Se no Congresso uma correlação de forças amplamente favorável lhe tem garantido, tanto quanto possível, alguma estabilidade no campo da economia, no Judiciário a balança da justiça continua sendo fonte de desequilíbrio. editoriais@grupofolha.com.br
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Temer e a balançaEnquanto o peso de sua base aliada garante vitórias folgadas no Legislativo, o governo de Michel Temer (PMDB) sem dúvida acompanha com apreensão o que se passa no Poder Judiciário. Avançaram as conversas que o Ministério Público Federal mantém com a Odebrecht no intuito de contar com a delação premiada de executivos da empreiteira. Negociava-se a princípio a colaboração de 53 executivos, incluindo o ex-presidente e herdeiro do grupo baiano, Marcelo Odebrecht, preso há um ano e quatro meses em Curitiba. Envolvidos de alguma forma no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, buscam um acordo como forma de amenizar suas penas. Nas últimas semanas, como noticiou esta Folha, surgiu a possibilidade de incluir nas tratativas cerca de 30 funcionários da empresa que tiveram seus nomes mencionados nos relatos já colhidos pelos procuradores. Com isso, pode passar de 80 o total de pessoas relacionadas na colaboração da Odebrecht. A esta altura ninguém ignora o potencial explosivo dessas delações, e os integrantes da força-tarefa da Lava Jato decerto as aguardam com especial ansiedade. Trata-se, afinal, de empresa que, de acordo com os investigadores, destacava um departamento para cuidar das propinas; não custa lembrar que uma planilha apreendida em março na casa de um ex-executivo lista possíveis repasses a mais de 300 políticos de 24 partidos. Em conversas preliminares, funcionários da Odebrecht já citaram personagens de primeira grandeza, como o presidente Temer, os ex-presidentes Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT) e o ministro tucano José Serra (Relações Exteriores), além de governadores e congressistas. Mais recentemente, segundo a revista "Veja", o executivo Claudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da empreiteira, colocou na mesa os nomes do ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), do secretário Moreira Franco (Programa de Parcerias de Investimentos) e do senador Romero Jucá (PMDB-RR). Os três peemedebistas integram o círculo próximo de Temer e, a exemplo dos demais políticos, negam ter praticado irregularidades. Desde que, por força do impeachment, viu-se alçado à condição de chefe do Executivo, Temer sabe que precisará conservar-se incólume entre os desafios impostos pela crise econômica e as revelações vexaminosas da Operação Lava Jato. Se no Congresso uma correlação de forças amplamente favorável lhe tem garantido, tanto quanto possível, alguma estabilidade no campo da economia, no Judiciário a balança da justiça continua sendo fonte de desequilíbrio. editoriais@grupofolha.com.br
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Peru pede que ex-sócios da Odebrecht não participem de novas obras no país
O primeiro-ministro do Peru, Fernando Zavala, pediu a empreiteiras acusadas de corrupção que não participem dos processos de licitação para reconstruir zonas afetadas por graves inundações no país. A Graña y Montero, maior construtora do Peru e ex-sócia da Odebrecht, foi denunciada pela procuradoria peruana pelo crime de conluio por haver supostamente participado do pagamento de propina. "Quero enviar uma mensagem clara às empresas que integraram o consórcio de obras que agora são questionadas... creio que, até que se esclareça o tema das investigações, não deveriam participar do processo de reconstrução", disse Zavala em entrevista nesta quarta (24). Segundo Zavala, isso lhes "daria a possibilidade de demonstrar, após as investigações, como atuaram. Mais que proibir, é instar estas empresas a não participar", acrescentou o premiê, exibindo uma mudança de posição. Na semana passada Zavala havia dito que a restrição legal para que uma empresa tenha contratos com o Estado, inclusive aquelas que participaram de consórcios com a Odebrecht, é que exista uma sentença judicial de culpa.
poder
Peru pede que ex-sócios da Odebrecht não participem de novas obras no paísO primeiro-ministro do Peru, Fernando Zavala, pediu a empreiteiras acusadas de corrupção que não participem dos processos de licitação para reconstruir zonas afetadas por graves inundações no país. A Graña y Montero, maior construtora do Peru e ex-sócia da Odebrecht, foi denunciada pela procuradoria peruana pelo crime de conluio por haver supostamente participado do pagamento de propina. "Quero enviar uma mensagem clara às empresas que integraram o consórcio de obras que agora são questionadas... creio que, até que se esclareça o tema das investigações, não deveriam participar do processo de reconstrução", disse Zavala em entrevista nesta quarta (24). Segundo Zavala, isso lhes "daria a possibilidade de demonstrar, após as investigações, como atuaram. Mais que proibir, é instar estas empresas a não participar", acrescentou o premiê, exibindo uma mudança de posição. Na semana passada Zavala havia dito que a restrição legal para que uma empresa tenha contratos com o Estado, inclusive aquelas que participaram de consórcios com a Odebrecht, é que exista uma sentença judicial de culpa.
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Engraxate espanhol quer doar conta '@riodejaneiro' no Twitter
O engraxate espanhol Javier Castaño tem um tesouro em suas mãos —e não se trata de graxa ou sapatos. Ele é "dono" das contas no Twitter de grandes cidades mundiais —Rio de Janeiro, Madri e Roma— e de países —Canadá e Japão. Mas quer transferir estes endereços a autoridades destes locais. O espanhol, cuja conta pessoal no Twitter é "Xabel", entrou no microblog em 2007, quando poucos ainda conheciam a ferramenta. "Muitos estavam céticos sobre o futuro (do site), mas nós que vivíamos num ambiente de blogueiros estávamos familiarizados com feeds, tags... (então) quando nos contaram sobre um serviço grátis de microblogging... tudo fez sentido, e a simplicidade da estrutura soava como sucesso", disse. Desenhista industrial de profissão, o espanhol, de 50 anos e residente de Málaga, trabalhou em diferentes empresas de design industrial, web design e arquitetura. Em 2012, desempregado pela crise, acabou como engraxate. A tentativa de entregar as contas começou em 2009, diante do boom do Twitter. Ele, então, se deu conta do valor que tinha nas mãos. E entre os endereços que quer doar está a da capital fluminense. "Só preciso que a @prefeitura_rio ou (prefeito) @eduardopaes_ me sigam para que eu dê a senha por mensagem", disse ele à BBC Brasil. Mas, até agora, ninguém se manifestou, diz. QUAIS SÃO AS RAZÕES? Há aqueles que duvidam das boas intenções de Castaño —mas ele diz que nunca havia planejado vender as contas. A razão por querer doar os endereços, diz, é simples: ele criou as contas para que elas não caíssem em mãos que considerava indevidas, as reservou e agora quer dar apenas àqueles que avalia serem seus legítimos proprietários. "São marcas globais. Seria uma lástima que se fizesse um uso indevido delas", disse.. "Sou engraxate. Cobro 3 euros (cerca de R$ 9) para limpar uns sapatos. Estou numa situação quase marginal. Mas sou um tio orgulhoso. Tenho o ego inflado e penso... quem seria capaz de dar um presente a milhões de japoneses, canadenses, cariocas ou madrilenhos", disse ele à BBC Mundo. 'ATITUDE NOTÁVEL' Mas a tarefa não tem sido fácil. Castaño transfere a conta apenas para autoridades da cidade ou do país. Ele conta com a ajuda da @Twiplomacy, uma organização que analisa o uso do Twitter por governos e órgãos internacionais, colocando-o em contato com os gestores das redes de cada local. "O que Javier Castaño tem feito é realmente notável. Não conheço nenhuma outra pessoa que tenha reservado usuários-chave e que os transfira para seus proprietários legítimos. Devemos dar-lhe uma medalha!", disse Matthias Lüfkens, do Twiplomacy, à BBC Mundo. Isso já aconteceu com as contas de Madri, Andaluzia, Roma e Canadá. O perfil canadense conquistou 50 mil seguidores em duas primeiras 50 horas disse Castaño. Mas diz que "lhe caem os cabelos" devolver os endereços e eles permanecerem inativos, como Andaluzia e Roma. E ele espera que essa matéria contribua para que autoridades no Rio entrem em contato. "Ela vai ser definitiva para a entrega do (endereço) @riodejaneiro)".
bbc
Engraxate espanhol quer doar conta '@riodejaneiro' no TwitterO engraxate espanhol Javier Castaño tem um tesouro em suas mãos —e não se trata de graxa ou sapatos. Ele é "dono" das contas no Twitter de grandes cidades mundiais —Rio de Janeiro, Madri e Roma— e de países —Canadá e Japão. Mas quer transferir estes endereços a autoridades destes locais. O espanhol, cuja conta pessoal no Twitter é "Xabel", entrou no microblog em 2007, quando poucos ainda conheciam a ferramenta. "Muitos estavam céticos sobre o futuro (do site), mas nós que vivíamos num ambiente de blogueiros estávamos familiarizados com feeds, tags... (então) quando nos contaram sobre um serviço grátis de microblogging... tudo fez sentido, e a simplicidade da estrutura soava como sucesso", disse. Desenhista industrial de profissão, o espanhol, de 50 anos e residente de Málaga, trabalhou em diferentes empresas de design industrial, web design e arquitetura. Em 2012, desempregado pela crise, acabou como engraxate. A tentativa de entregar as contas começou em 2009, diante do boom do Twitter. Ele, então, se deu conta do valor que tinha nas mãos. E entre os endereços que quer doar está a da capital fluminense. "Só preciso que a @prefeitura_rio ou (prefeito) @eduardopaes_ me sigam para que eu dê a senha por mensagem", disse ele à BBC Brasil. Mas, até agora, ninguém se manifestou, diz. QUAIS SÃO AS RAZÕES? Há aqueles que duvidam das boas intenções de Castaño —mas ele diz que nunca havia planejado vender as contas. A razão por querer doar os endereços, diz, é simples: ele criou as contas para que elas não caíssem em mãos que considerava indevidas, as reservou e agora quer dar apenas àqueles que avalia serem seus legítimos proprietários. "São marcas globais. Seria uma lástima que se fizesse um uso indevido delas", disse.. "Sou engraxate. Cobro 3 euros (cerca de R$ 9) para limpar uns sapatos. Estou numa situação quase marginal. Mas sou um tio orgulhoso. Tenho o ego inflado e penso... quem seria capaz de dar um presente a milhões de japoneses, canadenses, cariocas ou madrilenhos", disse ele à BBC Mundo. 'ATITUDE NOTÁVEL' Mas a tarefa não tem sido fácil. Castaño transfere a conta apenas para autoridades da cidade ou do país. Ele conta com a ajuda da @Twiplomacy, uma organização que analisa o uso do Twitter por governos e órgãos internacionais, colocando-o em contato com os gestores das redes de cada local. "O que Javier Castaño tem feito é realmente notável. Não conheço nenhuma outra pessoa que tenha reservado usuários-chave e que os transfira para seus proprietários legítimos. Devemos dar-lhe uma medalha!", disse Matthias Lüfkens, do Twiplomacy, à BBC Mundo. Isso já aconteceu com as contas de Madri, Andaluzia, Roma e Canadá. O perfil canadense conquistou 50 mil seguidores em duas primeiras 50 horas disse Castaño. Mas diz que "lhe caem os cabelos" devolver os endereços e eles permanecerem inativos, como Andaluzia e Roma. E ele espera que essa matéria contribua para que autoridades no Rio entrem em contato. "Ela vai ser definitiva para a entrega do (endereço) @riodejaneiro)".
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Líder por 27 anos, Gol perde posto para Palio em 2014
Após 27 anos seguidos de hegemonia, o Volkswagen Gol perdeu a liderança nas vendas de veículos no país. O Fiat Palio assumiu a ponta, com uma diferença de apenas 381 carros, de acordo com os dados apurados pela Folha. A virada começou a se desenhar no fim de 2013, quando o Gol G4, então o carro mais barato da VW no Brasil, deixou de ser produzido. O modelo, que representava 23% das vendas da linha, foi substituído pelo Up!. A Fiat também mexeu em sua gama na mesma época, aposentando o modelo Mille, que era o automóvel nacional de menor preço. Para ocupar seu lugar no mercado, a marca italiana reduziu o preço da versão Fire do Palio –que hoje responde por cerca de 55% das vendas do modelo– e partiu para uma estratégia agressiva de vendas no varejo e também para frotistas. A diferença entre os concorrentes foi diminuindo mês a mês no primeiro semestre de 2014, e o compacto da Fiat passou a obter os melhores resultados de emplacamentos a partir de junho. TENTATIVA DE REAÇÃO Em novembro, a Volkswagen lançou uma versão mais em conta do Gol, chamada Special, por a partir de R$ 27.990. Esse modelo impulsionou as vendas no fim do ano e fez o compacto ficar na frente no mês de dezembro. Porém, no acumulado do ano, o Palio levou vantagem. Em nota, a Volkswagen diz que "o Gol é um vencedor, tendo sido o preferido dos brasileiros por 27 anos consecutivos". O modelo mantém o título de carro mais produzido na história da indústria nacional, com mais de 7,5 milhões de unidades –cerca de 1,2 milhão foram exportadas. A Fiat evitou comemorar os resultados antes da hora, mas agora já trabalha em ações de marketing para ressaltar que seu produto é o mais vendido do país, como a VW vinha fazendo nos últimos 27 anos. Porém, há outros modelos de olho no topo do ranking. A Ford busca a primeira colocação com o novo Ka, que estreou no segundo semestre de 2014 e vem crescendo mês a mês. Já a Chevrolet continua a investir no hatch Onix, que hoje é o modelo mais vendido da marca no país.
mercado
Líder por 27 anos, Gol perde posto para Palio em 2014Após 27 anos seguidos de hegemonia, o Volkswagen Gol perdeu a liderança nas vendas de veículos no país. O Fiat Palio assumiu a ponta, com uma diferença de apenas 381 carros, de acordo com os dados apurados pela Folha. A virada começou a se desenhar no fim de 2013, quando o Gol G4, então o carro mais barato da VW no Brasil, deixou de ser produzido. O modelo, que representava 23% das vendas da linha, foi substituído pelo Up!. A Fiat também mexeu em sua gama na mesma época, aposentando o modelo Mille, que era o automóvel nacional de menor preço. Para ocupar seu lugar no mercado, a marca italiana reduziu o preço da versão Fire do Palio –que hoje responde por cerca de 55% das vendas do modelo– e partiu para uma estratégia agressiva de vendas no varejo e também para frotistas. A diferença entre os concorrentes foi diminuindo mês a mês no primeiro semestre de 2014, e o compacto da Fiat passou a obter os melhores resultados de emplacamentos a partir de junho. TENTATIVA DE REAÇÃO Em novembro, a Volkswagen lançou uma versão mais em conta do Gol, chamada Special, por a partir de R$ 27.990. Esse modelo impulsionou as vendas no fim do ano e fez o compacto ficar na frente no mês de dezembro. Porém, no acumulado do ano, o Palio levou vantagem. Em nota, a Volkswagen diz que "o Gol é um vencedor, tendo sido o preferido dos brasileiros por 27 anos consecutivos". O modelo mantém o título de carro mais produzido na história da indústria nacional, com mais de 7,5 milhões de unidades –cerca de 1,2 milhão foram exportadas. A Fiat evitou comemorar os resultados antes da hora, mas agora já trabalha em ações de marketing para ressaltar que seu produto é o mais vendido do país, como a VW vinha fazendo nos últimos 27 anos. Porém, há outros modelos de olho no topo do ranking. A Ford busca a primeira colocação com o novo Ka, que estreou no segundo semestre de 2014 e vem crescendo mês a mês. Já a Chevrolet continua a investir no hatch Onix, que hoje é o modelo mais vendido da marca no país.
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Hoje na TV: Corinthians x Once Caldas, Taça Libertadores
14h - Paraguai x Chile, futebol de areia, SporTV 2 15h15 - Argentina x Bolívia, futebol de areia, SporTV 16h30 - Brasil x Uruguai, futebol de areia, SporTV 17h - Hertha Berlim x Leverkusen, Alemão, ESPN + 17h - RD Congo x Costa do Marfim, Copa Africana de Nações, SporTV 2 17h45 - Bolton x Liverpool, Copa da Inglaterra, ESPN Brasil 17h45 - Napoli x Inter de Milão, Copa da Itália, ESPN 17h50 - Peru x Brasil, Sul-Americano sub-20, SporTV 20h - Argentina x Paraguai, Sul-Americano sub-20, SporTV 2 22h - Corinthians x Once Caldas (COL), Libertadores, Globo (para SP e DF), Fox Sports e SporTV 22h - Mogi Mirim x Santos, Paulista, Band (para SP) 22h - Flamengo x Barra Mansa, Estadual do Rio, Band e Globo (menos SP e DF) 22h10 - Uruguai x Colômbia, Sul-Americano sub-20, SporTV 2 23h - Houston Rockets x Chicago Bulls, NBA, ESPN 0h15 - Dep. Táchira (VEN) x Cerro Porteño (PAR), Libertadores, Fox Sports 2
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Hoje na TV: Corinthians x Once Caldas, Taça Libertadores14h - Paraguai x Chile, futebol de areia, SporTV 2 15h15 - Argentina x Bolívia, futebol de areia, SporTV 16h30 - Brasil x Uruguai, futebol de areia, SporTV 17h - Hertha Berlim x Leverkusen, Alemão, ESPN + 17h - RD Congo x Costa do Marfim, Copa Africana de Nações, SporTV 2 17h45 - Bolton x Liverpool, Copa da Inglaterra, ESPN Brasil 17h45 - Napoli x Inter de Milão, Copa da Itália, ESPN 17h50 - Peru x Brasil, Sul-Americano sub-20, SporTV 20h - Argentina x Paraguai, Sul-Americano sub-20, SporTV 2 22h - Corinthians x Once Caldas (COL), Libertadores, Globo (para SP e DF), Fox Sports e SporTV 22h - Mogi Mirim x Santos, Paulista, Band (para SP) 22h - Flamengo x Barra Mansa, Estadual do Rio, Band e Globo (menos SP e DF) 22h10 - Uruguai x Colômbia, Sul-Americano sub-20, SporTV 2 23h - Houston Rockets x Chicago Bulls, NBA, ESPN 0h15 - Dep. Táchira (VEN) x Cerro Porteño (PAR), Libertadores, Fox Sports 2
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Concorrente da Netflix, Globo Play fecha parcerias com Apple e Google
O Globo Play, serviço de vídeo por demanda da Rede Globo semelhante à Netflix, anunciou ter feito "parcerias" com Apple e Google, começando pelas plataformas das duas gigantes de tecnologia. A exemplo de Netflix, YouTube e do próprio iTunes, da Apple, o Globo Play poderá ser acessado diretamente pelo equipamento de streaming Apple TV. A estreia será até o fim desta semana. No caso do Google, a Globo realizou adaptações do aplicativo Globo Play para Android TV, o sistema operacional usado em smarTVs como Sony, e para o equipamento de streaming Chromecast. Para o futuro, a parceria da Globo com a Apple prevê, entre outras ações, a integração com busca universal e o desenvolvimento de suporte para o assistente de voz Siri. Já a parceria com o Google prevê simplificar a adesão de assinantes com o pagamento direto pela plataforma, repetindo experiência anterior, nos EUA, com o serviço de vídeo por demanda da HBO.
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Concorrente da Netflix, Globo Play fecha parcerias com Apple e GoogleO Globo Play, serviço de vídeo por demanda da Rede Globo semelhante à Netflix, anunciou ter feito "parcerias" com Apple e Google, começando pelas plataformas das duas gigantes de tecnologia. A exemplo de Netflix, YouTube e do próprio iTunes, da Apple, o Globo Play poderá ser acessado diretamente pelo equipamento de streaming Apple TV. A estreia será até o fim desta semana. No caso do Google, a Globo realizou adaptações do aplicativo Globo Play para Android TV, o sistema operacional usado em smarTVs como Sony, e para o equipamento de streaming Chromecast. Para o futuro, a parceria da Globo com a Apple prevê, entre outras ações, a integração com busca universal e o desenvolvimento de suporte para o assistente de voz Siri. Já a parceria com o Google prevê simplificar a adesão de assinantes com o pagamento direto pela plataforma, repetindo experiência anterior, nos EUA, com o serviço de vídeo por demanda da HBO.
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Veja cartum de Rafael Campos Rocha publicado neste domingo
RAFAEL CAMPOS ROCHA, 46, é ilustrador e cartunista.
ilustrissima
Veja cartum de Rafael Campos Rocha publicado neste domingoRAFAEL CAMPOS ROCHA, 46, é ilustrador e cartunista.
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Vai tentar entrar na USP em 2018? Entenda o novo sistema de cotas
O Conselho Universitário da USP (Universidade de São Paulo) aprovou nesta terça-feira (4) a instituição de um programa de cotas sociais e raciais. Abaixo, tire suas dúvidas sobre como funcionará a seleção dos alunos na maior universidade do país já a partir do vestibular de 2018 –cujas inscrições começam daqui a menos de dois meses, em 21 de agosto, e vão até 11 de setembro. * Como as cotas racial e social serão calculadas? Elas serão calculadas a partir do total de vagas oferecidas na USP, que no ano de 2018 será de 11.147. Ou seja, entram nessa conta tanto as vagas da Fuvest (vestibular tradicional) como as do Sisu (Sistema de Seleção Unificado), que usa a nota do Enem. Como elas serão aplicadas? A forma de implementação das cotas vai variar de ano para ano. Em 2018, a meta deve ser alcançada em cada unidade de ensino. Em 2019, em cada curso. E, a partir de 2020, em cada curso e turno. Por exemplo: neste ano, a FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), que oferece cinco cursos, definirá como vai distribuir o benefício entre os seus cursos. Já em 2019, o curso de filosofia precisará ter 40% de alunos de escolas públicas. - Quem pode concorrer às cotas da USP no vestibular 2018? Estudantes que tenham feito o ensino médio integralmente em escolas públicas e autodeclarados pretos, pardos e indígenas, desde que também tenham cursado a etapa na rede pública. Serão reservadas 37% das vagas para esses grupos em 2018 (14% são raciais e os 23% restantes, apenas sociais). Sou negro e fiz o ensino médio em escola privada sem bolsa. Posso disputar uma vaga pelo novo programa de cotas da USP? Não. Os estudantes autodeclarados negros, bem como os pardos e os indígenas, só vão poder concorrer a uma vaga via cotas se tiverem cursado o ensino médio integralmente em escola pública. Como a USP vai verificar se o estudante é mesmo negro, pardo ou indígena? O aluno fará uma autodeclaração de que é preto, pardo ou indígena. Segundo a USP, esse processo ocorre desde 2010, com a implementação do programa de inclusão social, que deu bônus às notas de alunos de escolas públicas no vestibular. Até o momento, segundo a universidade, não houve registros de fraude.
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Vai tentar entrar na USP em 2018? Entenda o novo sistema de cotasO Conselho Universitário da USP (Universidade de São Paulo) aprovou nesta terça-feira (4) a instituição de um programa de cotas sociais e raciais. Abaixo, tire suas dúvidas sobre como funcionará a seleção dos alunos na maior universidade do país já a partir do vestibular de 2018 –cujas inscrições começam daqui a menos de dois meses, em 21 de agosto, e vão até 11 de setembro. * Como as cotas racial e social serão calculadas? Elas serão calculadas a partir do total de vagas oferecidas na USP, que no ano de 2018 será de 11.147. Ou seja, entram nessa conta tanto as vagas da Fuvest (vestibular tradicional) como as do Sisu (Sistema de Seleção Unificado), que usa a nota do Enem. Como elas serão aplicadas? A forma de implementação das cotas vai variar de ano para ano. Em 2018, a meta deve ser alcançada em cada unidade de ensino. Em 2019, em cada curso. E, a partir de 2020, em cada curso e turno. Por exemplo: neste ano, a FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), que oferece cinco cursos, definirá como vai distribuir o benefício entre os seus cursos. Já em 2019, o curso de filosofia precisará ter 40% de alunos de escolas públicas. - Quem pode concorrer às cotas da USP no vestibular 2018? Estudantes que tenham feito o ensino médio integralmente em escolas públicas e autodeclarados pretos, pardos e indígenas, desde que também tenham cursado a etapa na rede pública. Serão reservadas 37% das vagas para esses grupos em 2018 (14% são raciais e os 23% restantes, apenas sociais). Sou negro e fiz o ensino médio em escola privada sem bolsa. Posso disputar uma vaga pelo novo programa de cotas da USP? Não. Os estudantes autodeclarados negros, bem como os pardos e os indígenas, só vão poder concorrer a uma vaga via cotas se tiverem cursado o ensino médio integralmente em escola pública. Como a USP vai verificar se o estudante é mesmo negro, pardo ou indígena? O aluno fará uma autodeclaração de que é preto, pardo ou indígena. Segundo a USP, esse processo ocorre desde 2010, com a implementação do programa de inclusão social, que deu bônus às notas de alunos de escolas públicas no vestibular. Até o momento, segundo a universidade, não houve registros de fraude.
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Leitor critica destaque dado a Andressa Urach
Entre ser um importante anônimo ou um famoso inútil, a primeira opção me parece muito mais interessante. Ao dedicar uma página inteira a Andressa Urach, recheada de frases desconexas e chulas (Folha Corrida ), a Folha mantém em evidência uma pessoa famosa, mas destituída de qualquer tipo de relevância. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
paineldoleitor
Leitor critica destaque dado a Andressa UrachEntre ser um importante anônimo ou um famoso inútil, a primeira opção me parece muito mais interessante. Ao dedicar uma página inteira a Andressa Urach, recheada de frases desconexas e chulas (Folha Corrida ), a Folha mantém em evidência uma pessoa famosa, mas destituída de qualquer tipo de relevância. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor critica governo por demora na concessão de benefícios
Para o governo atual, quanto mais tempo demorar a concessão de novos benefícios, melhor ("Greve dos servidores faz INSS só agendar aposentadoria para 2016). * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor critica governo por demora na concessão de benefíciosPara o governo atual, quanto mais tempo demorar a concessão de novos benefícios, melhor ("Greve dos servidores faz INSS só agendar aposentadoria para 2016). * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Prepare-se: domingo de até 30ºC e com última chance para seis peças
DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "O conhecimento é o melhor caminho. É a maior ferramenta pra te fazer crescer. Na vida pessoal e profissional. Em tudo. Menos preconceito, mais cultura, mais costumes e mais atitudes. O mais bonito da vida é o exotismo, o que não é igual. Temos que ser autênticos e, para isso, quanto mais conhecimento, melhor." Tiago Darcino, 30, contabilista, Campos Elíseos * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
saopaulo
Prepare-se: domingo de até 30ºC e com última chance para seis peçasDE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "O conhecimento é o melhor caminho. É a maior ferramenta pra te fazer crescer. Na vida pessoal e profissional. Em tudo. Menos preconceito, mais cultura, mais costumes e mais atitudes. O mais bonito da vida é o exotismo, o que não é igual. Temos que ser autênticos e, para isso, quanto mais conhecimento, melhor." Tiago Darcino, 30, contabilista, Campos Elíseos * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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De cortes de cabelo a canetas: conheça o vilarejo onde tudo se chama Obama
Quando o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegar nesta sexta-feira ao Quênia, encontrará seu nome por toda parte em uma cidadezinha. Trata-se de Kogelo, a oeste da capital Nairóbi, o povoado da família Obama e local onde está enterrado o pai do presidente. Do nome das crianças, de escolas, lojas até de um penteado - quase tudo leva o nome de Obama. Barack Obama ficará no Quênia até segunda-feira. Sua viagem está sendo tratada como a mais importante visita de um chefe de Estado ao país e, para Kogelo, é como a volta de um filho adotivo - ainda que, segundo autoridades americanas, não haja planos do presidente passar pela cidade. A esperança da população é que Obama apareça por ali "de surpresa". A última vez que Obama esteve na terra de seu pai foi em 2006, quando ainda era senador. Em seu livro, Os Sonhos de meu Pai, publicado em 1995, ele cita uma visita que fez a Kogelo. Quando Obama chegou à Casa Branca, sua figura foi alçada ao status de lenda no vilarejo. Várias meninos de 7 anos, nascidos pouco depois de ele ser eleito presidente, em 2008, foram batizados de Barack Obama. Eles vão à aula na escola primária Senador Obama. Também há uma escola secundária que ostenta o nome do seu ilustre "filho". IMPACTO Sua posição no cenário mundial teve um grande impacto na vida dos 3 mil moradores dessa cidade. Depois da eleição de Obama, a escola ganhou mais classes e um escritório, conta o diretor. O povoado também prosperou, com uma nova estrada asfaltada e água potável. Agora, também há uma delegacia de polícia. "O presidente Obama mudou este vilarejo", disse à agência France Presse Nicholas Rajuda, proprietário do Kogelo Village Resort, hotel criado para acomodar o crescente número de visitantes a Kogelo. No entanto, muitos moradores reclamam que, passado o impacto inicial da fama de Kogelo, a cidade foi sendo esquecida pelo poder público. A própria escola primária está precisando de pintura e vidros nas janelas, informa a agência Efe. "Faz muito tempo que não recebemos investimentos. Acham que, por a escola se chamar Obama, alguma fundação a financiará", lamenta o diretor, Manasseh Oyucho. MAMA A fama do primeiro presidente negro dos Estados Unidos também faz com que turistas batam na porta de Mama Sarah, como é conhecida a "avó" de Obama. Ela foi a terceira esposa do avô paterno de Obama e, apesar de não ter ligação de sangue, é considerada pelo presidente como avó. O turismo também impulsionou o comércio. Uma das lojas vende canetas da marca Obama, que prometem escrever de maneira mais suave. Um vendedor espera que as vendas de camisetas, lembranças e bugigangas com a imagem do presidente aumentem com a presença de Obama no Quênia. Mas talvez o mais curioso na cidadezinha seja um penteado chamado "Barack Obama", que, segundo um moradora, é muito popular por ali. Tudo isso em homenagem a uma pessoa que nem sequer nasceu no Quênia, mas que é querida como se fosse um de seus filhos.
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De cortes de cabelo a canetas: conheça o vilarejo onde tudo se chama ObamaQuando o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegar nesta sexta-feira ao Quênia, encontrará seu nome por toda parte em uma cidadezinha. Trata-se de Kogelo, a oeste da capital Nairóbi, o povoado da família Obama e local onde está enterrado o pai do presidente. Do nome das crianças, de escolas, lojas até de um penteado - quase tudo leva o nome de Obama. Barack Obama ficará no Quênia até segunda-feira. Sua viagem está sendo tratada como a mais importante visita de um chefe de Estado ao país e, para Kogelo, é como a volta de um filho adotivo - ainda que, segundo autoridades americanas, não haja planos do presidente passar pela cidade. A esperança da população é que Obama apareça por ali "de surpresa". A última vez que Obama esteve na terra de seu pai foi em 2006, quando ainda era senador. Em seu livro, Os Sonhos de meu Pai, publicado em 1995, ele cita uma visita que fez a Kogelo. Quando Obama chegou à Casa Branca, sua figura foi alçada ao status de lenda no vilarejo. Várias meninos de 7 anos, nascidos pouco depois de ele ser eleito presidente, em 2008, foram batizados de Barack Obama. Eles vão à aula na escola primária Senador Obama. Também há uma escola secundária que ostenta o nome do seu ilustre "filho". IMPACTO Sua posição no cenário mundial teve um grande impacto na vida dos 3 mil moradores dessa cidade. Depois da eleição de Obama, a escola ganhou mais classes e um escritório, conta o diretor. O povoado também prosperou, com uma nova estrada asfaltada e água potável. Agora, também há uma delegacia de polícia. "O presidente Obama mudou este vilarejo", disse à agência France Presse Nicholas Rajuda, proprietário do Kogelo Village Resort, hotel criado para acomodar o crescente número de visitantes a Kogelo. No entanto, muitos moradores reclamam que, passado o impacto inicial da fama de Kogelo, a cidade foi sendo esquecida pelo poder público. A própria escola primária está precisando de pintura e vidros nas janelas, informa a agência Efe. "Faz muito tempo que não recebemos investimentos. Acham que, por a escola se chamar Obama, alguma fundação a financiará", lamenta o diretor, Manasseh Oyucho. MAMA A fama do primeiro presidente negro dos Estados Unidos também faz com que turistas batam na porta de Mama Sarah, como é conhecida a "avó" de Obama. Ela foi a terceira esposa do avô paterno de Obama e, apesar de não ter ligação de sangue, é considerada pelo presidente como avó. O turismo também impulsionou o comércio. Uma das lojas vende canetas da marca Obama, que prometem escrever de maneira mais suave. Um vendedor espera que as vendas de camisetas, lembranças e bugigangas com a imagem do presidente aumentem com a presença de Obama no Quênia. Mas talvez o mais curioso na cidadezinha seja um penteado chamado "Barack Obama", que, segundo um moradora, é muito popular por ali. Tudo isso em homenagem a uma pessoa que nem sequer nasceu no Quênia, mas que é querida como se fosse um de seus filhos.
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Vanessa Grazziotin: Em defesa da Petrobras
Muitos brasileiros talvez ainda não perceberam, mas está em curso uma campanha diuturna para atacar a Petrobras, sua imagem e suas atividades. A pretexto de combater à corrupção, essa investida tem como pano de fundo a redução da empresa na sua capacidade de exploração dos recursos do pré-sal. A virulência dos ataques à estatal, aumentaram na medida em que ficou claro o tamanho da reserva do pré-sal, e aumentaram exponencialmente quando o modelo de exploração colocou a Petrobras no centro dessa atividade. Tenho defendido no parlamento o rigor na apuração das denúncias de corrupção e a punição dos envolvidos, independente de coloração partidária. Não se pode criminalizar a empresa pelo comportamento de alguns, assim como não se pode tratar diferentemente quem tiver cometido crimes. Não podemos deixar de lado a gênese dos problemas, mas também não podemos ser ingênuos: há poderosos interesses contrariados pelo crescimento da Petrobras. Submersa por toneladas de notícias e artigos críticos, este ano vimos a Petrobras se tornar a maior produtora de petróleo do mundo. No terceiro trimestre do ano passado, a empresa se tornou a maior produtora de petróleo do mundo, entre as empresas de capital aberto, com uma média de 2,2 milhões de barris/dia. A Petrobras tornou-se a maior produtora de petróleo entre as empresas de capital aberto no mundo, após superar a norte-americana ExxonMobil. A Petrobras também foi a empresa que mais aumentou a sua produção de óleo, tanto em termos percentuais quanto absolutos, em 2014 até setembro. No entanto, a cada conquista, os ataques se tornam mais fortes, agressivos e virulentos. Trata-se de um ataque sistemático que, ao invés de esclarecer, lança indiscriminadamente a suspeita sobre a empresa, seus contratos e seus 86 mil trabalhadores dedicados e honestos. Longe de ser uma empresa em ruínas, no ano de 2014, a Petrobras acumulou os seguintes resultados: a produção de petróleo e gás alcançou a marca histórica de 2,670 milhões de barris equivalentes/dia (no Brasil e exterior); o Pré-Sal produziu em média 666 mil barris de petróleo/dia; a produção de gás natural alcançou 84,5 milhões de metros cúbicos/dia; a capacidade de processamento de óleo aumentou em 500 mil barris/dia, com a operação de quatro novas unidades; a produção de etanol pela Petrobras Biocombustíveis cresceu 17%, para 1,3 bilhão de litros. Não se debate, nem se leva em conta a venda, a preço vil, de 108 milhões de ações da estatal na Bolsa de Nova York, em agosto de 2000, pelo governo do PSDB. Aquela operação reduziu de 62% para 32% a participação da União no capital social da Petrobras e submeteu a empresa aos interesses de investidores estrangeiros sem compromisso com os objetivos nacionais. Mais grave ainda: abriu mão da soberania nacional sobre a Petrobras. O valor de mercado da Petrobras, que era de 15 bilhões de dólares em 2002, é hoje de 110 bilhões de dólares, apesar dos ataques especulativos. É a maior empresa da América Latina. Segundo manifesto da FUP (Federação Única dos Petroleiros), a participação do setor de óleo e gás no PIB do País, que era de apenas 2% em 2000, hoje é de 13%. A indústria naval brasileira, que havia sido sucateada, emprega hoje 80 mil trabalhadores. Além dos trabalhadores da Petrobras, o setor de óleo e gás emprega mais de 1 milhão de pessoas no Brasil. Por fim, não há espaço para acobertar mal feitos. Mas também não há nenhuma dúvida de que o desenvolvimento de nosso país passa pelo fortalecimento da Petrobras, pela garantia do sistema de partilha, do Fundo Social, pelo papel estratégico da Petrobras na exploração do Pré-Sal e pela preservação do setor nacional de Óleo e Gás e da Engenharia brasileira. VANESSA GRAZZIOTIN é senadora do Amazonas pelo PCdoB * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Vanessa Grazziotin: Em defesa da PetrobrasMuitos brasileiros talvez ainda não perceberam, mas está em curso uma campanha diuturna para atacar a Petrobras, sua imagem e suas atividades. A pretexto de combater à corrupção, essa investida tem como pano de fundo a redução da empresa na sua capacidade de exploração dos recursos do pré-sal. A virulência dos ataques à estatal, aumentaram na medida em que ficou claro o tamanho da reserva do pré-sal, e aumentaram exponencialmente quando o modelo de exploração colocou a Petrobras no centro dessa atividade. Tenho defendido no parlamento o rigor na apuração das denúncias de corrupção e a punição dos envolvidos, independente de coloração partidária. Não se pode criminalizar a empresa pelo comportamento de alguns, assim como não se pode tratar diferentemente quem tiver cometido crimes. Não podemos deixar de lado a gênese dos problemas, mas também não podemos ser ingênuos: há poderosos interesses contrariados pelo crescimento da Petrobras. Submersa por toneladas de notícias e artigos críticos, este ano vimos a Petrobras se tornar a maior produtora de petróleo do mundo. No terceiro trimestre do ano passado, a empresa se tornou a maior produtora de petróleo do mundo, entre as empresas de capital aberto, com uma média de 2,2 milhões de barris/dia. A Petrobras tornou-se a maior produtora de petróleo entre as empresas de capital aberto no mundo, após superar a norte-americana ExxonMobil. A Petrobras também foi a empresa que mais aumentou a sua produção de óleo, tanto em termos percentuais quanto absolutos, em 2014 até setembro. No entanto, a cada conquista, os ataques se tornam mais fortes, agressivos e virulentos. Trata-se de um ataque sistemático que, ao invés de esclarecer, lança indiscriminadamente a suspeita sobre a empresa, seus contratos e seus 86 mil trabalhadores dedicados e honestos. Longe de ser uma empresa em ruínas, no ano de 2014, a Petrobras acumulou os seguintes resultados: a produção de petróleo e gás alcançou a marca histórica de 2,670 milhões de barris equivalentes/dia (no Brasil e exterior); o Pré-Sal produziu em média 666 mil barris de petróleo/dia; a produção de gás natural alcançou 84,5 milhões de metros cúbicos/dia; a capacidade de processamento de óleo aumentou em 500 mil barris/dia, com a operação de quatro novas unidades; a produção de etanol pela Petrobras Biocombustíveis cresceu 17%, para 1,3 bilhão de litros. Não se debate, nem se leva em conta a venda, a preço vil, de 108 milhões de ações da estatal na Bolsa de Nova York, em agosto de 2000, pelo governo do PSDB. Aquela operação reduziu de 62% para 32% a participação da União no capital social da Petrobras e submeteu a empresa aos interesses de investidores estrangeiros sem compromisso com os objetivos nacionais. Mais grave ainda: abriu mão da soberania nacional sobre a Petrobras. O valor de mercado da Petrobras, que era de 15 bilhões de dólares em 2002, é hoje de 110 bilhões de dólares, apesar dos ataques especulativos. É a maior empresa da América Latina. Segundo manifesto da FUP (Federação Única dos Petroleiros), a participação do setor de óleo e gás no PIB do País, que era de apenas 2% em 2000, hoje é de 13%. A indústria naval brasileira, que havia sido sucateada, emprega hoje 80 mil trabalhadores. Além dos trabalhadores da Petrobras, o setor de óleo e gás emprega mais de 1 milhão de pessoas no Brasil. Por fim, não há espaço para acobertar mal feitos. Mas também não há nenhuma dúvida de que o desenvolvimento de nosso país passa pelo fortalecimento da Petrobras, pela garantia do sistema de partilha, do Fundo Social, pelo papel estratégico da Petrobras na exploração do Pré-Sal e pela preservação do setor nacional de Óleo e Gás e da Engenharia brasileira. VANESSA GRAZZIOTIN é senadora do Amazonas pelo PCdoB * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Argentina descobre nova linhagem de dinossauro carnívoro
Feroz, carnívoro, implacável e intimidante com seis metros de comprimento do rabo à cabeça. "Gualicho", o último dinossauro descoberto na Argentina, abre uma nova linhagem em sua espécie, disseram nesta quarta-feira (13) seus pesquisadores ao apresentá-lo em Buenos Aires. Trata-se de um terópode de mãos com dois dedos, algo incomum para o que se tem descoberto até agora no continente, que o localiza como um achado de enorme significado mundial, segundo explicou Sebastián Apesteguía, pesquisador do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas. "É uma linhagem completamente diferente. Nós ficamos gelados ao descobri-lo, já que, para nós, foi como ter um enorme elefante debaixo do tapete", explicou Apesteguía durante a apresentação no Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva da Argentina. Uma particularidade de "Gualicho" é que seu único antecedente é o terópode africano Deltadromaeus, descoberto em Kem Kem (Nigéria), que, entretanto, jamais teve os ossos dos braços encontrados, onde se detectaria a singularidade. O trabalho sobre "Gualicho", que foi publicado na prestigiada revista científica "Plos One", leva a assinatura de Apesteguía junto com Rubén Juárez Valieri, que se especializa em dinossauros carnívoros e ornistíquios na Secretaria de Cultura do Rio Negro. "Colocamos o nome Gualicho para honrar a antiga deusa watsiltsüm dos índios tehuelches do norte (argentino), que é considerada como a dona dos animais e do vento. Além das enormes dificuldades que lidamos para poder recuperar o esqueleto achado", comentou Apesteguía. FEITIÇOSAURO "Gualicho" é uma palavra que na Argentina significa uma espécie de feitiço, e estava relacionado com a pesquisa, onde a equipe sofreu a virada de uma caminhonete e a negociação de diversas premissas de escavação, o que atrasou o trabalho em anos. Os obstáculos burocráticos e outros de "má sorte" levaram, inclusive, a pesquisa a ficar durante um tempo nas mãos de outro grupo de paleontólogos. O desenrolar do descobrimento começou no ano 2000, quando a equipe de Apesteguía encontrou ossos de dinossauros e troncos petrificados em um campo próximo da área de Villa El Chocón, em Neuquén, ao lado da província do Rio Negro, na Patagônia. Em 2007, após juntar os recursos e se associar com profissionais estrangeiros, Apesteguía empreendeu a expedição junto com Peter Makovicky, cientista do Field Museum de Chicago, nos Estados Unidos. Algumas semanas depois, a chefe dos técnicos do Field Museum, a japonesa Akiko Shinya, encontrou o esqueleto quase completo de um dinossauro carnívoro que hoje é conhecido como "Gualicho Shinyae", também em homenagem a essa profissional. "Atualmente, a paleontologia gera recursos e turismo. Os dinossauros são o maior atrativo para conectar com as novas gerações", manifestou Lino Barañao, ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva. A maior parte dos fósseis de "Gualicho" foi colocada no Museu Patagônico de Ciências Naturais, de General Roca, Rio Negro, enquanto alguns estão preservados no Museu Provincial Carlos Amehino da cidade de Cipolletti, na mesma província. O sul argentino –fronteiriço com o Chile– abriga uma das maiores jazidas de fósseis de dinossauros. O último achado que causou surpresa entre a comunidade científica foi anunciado em janeiro: restos de um saurópode gigante do Cretáceo, o Notocolossus, cujo úmero mede 1,76 metro, uma espécie da família dos titanossauros também desconhecida até o presente.
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Argentina descobre nova linhagem de dinossauro carnívoroFeroz, carnívoro, implacável e intimidante com seis metros de comprimento do rabo à cabeça. "Gualicho", o último dinossauro descoberto na Argentina, abre uma nova linhagem em sua espécie, disseram nesta quarta-feira (13) seus pesquisadores ao apresentá-lo em Buenos Aires. Trata-se de um terópode de mãos com dois dedos, algo incomum para o que se tem descoberto até agora no continente, que o localiza como um achado de enorme significado mundial, segundo explicou Sebastián Apesteguía, pesquisador do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas. "É uma linhagem completamente diferente. Nós ficamos gelados ao descobri-lo, já que, para nós, foi como ter um enorme elefante debaixo do tapete", explicou Apesteguía durante a apresentação no Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva da Argentina. Uma particularidade de "Gualicho" é que seu único antecedente é o terópode africano Deltadromaeus, descoberto em Kem Kem (Nigéria), que, entretanto, jamais teve os ossos dos braços encontrados, onde se detectaria a singularidade. O trabalho sobre "Gualicho", que foi publicado na prestigiada revista científica "Plos One", leva a assinatura de Apesteguía junto com Rubén Juárez Valieri, que se especializa em dinossauros carnívoros e ornistíquios na Secretaria de Cultura do Rio Negro. "Colocamos o nome Gualicho para honrar a antiga deusa watsiltsüm dos índios tehuelches do norte (argentino), que é considerada como a dona dos animais e do vento. Além das enormes dificuldades que lidamos para poder recuperar o esqueleto achado", comentou Apesteguía. FEITIÇOSAURO "Gualicho" é uma palavra que na Argentina significa uma espécie de feitiço, e estava relacionado com a pesquisa, onde a equipe sofreu a virada de uma caminhonete e a negociação de diversas premissas de escavação, o que atrasou o trabalho em anos. Os obstáculos burocráticos e outros de "má sorte" levaram, inclusive, a pesquisa a ficar durante um tempo nas mãos de outro grupo de paleontólogos. O desenrolar do descobrimento começou no ano 2000, quando a equipe de Apesteguía encontrou ossos de dinossauros e troncos petrificados em um campo próximo da área de Villa El Chocón, em Neuquén, ao lado da província do Rio Negro, na Patagônia. Em 2007, após juntar os recursos e se associar com profissionais estrangeiros, Apesteguía empreendeu a expedição junto com Peter Makovicky, cientista do Field Museum de Chicago, nos Estados Unidos. Algumas semanas depois, a chefe dos técnicos do Field Museum, a japonesa Akiko Shinya, encontrou o esqueleto quase completo de um dinossauro carnívoro que hoje é conhecido como "Gualicho Shinyae", também em homenagem a essa profissional. "Atualmente, a paleontologia gera recursos e turismo. Os dinossauros são o maior atrativo para conectar com as novas gerações", manifestou Lino Barañao, ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva. A maior parte dos fósseis de "Gualicho" foi colocada no Museu Patagônico de Ciências Naturais, de General Roca, Rio Negro, enquanto alguns estão preservados no Museu Provincial Carlos Amehino da cidade de Cipolletti, na mesma província. O sul argentino –fronteiriço com o Chile– abriga uma das maiores jazidas de fósseis de dinossauros. O último achado que causou surpresa entre a comunidade científica foi anunciado em janeiro: restos de um saurópode gigante do Cretáceo, o Notocolossus, cujo úmero mede 1,76 metro, uma espécie da família dos titanossauros também desconhecida até o presente.
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Haddad demite indicados pelo PMDB a cargos na Prefeitura de São Paulo
A entrada da senadora Marta Suplicy (SP) no PMDB provocou demissões de indicados do partido a cargos na Prefeitura de São Paulo. Embora o prefeito Fernando Haddad (PT) negue motivação política, ao menos 30 afilhados do PMDB foram exonerados após a filiação da senadora, no fim de setembro. A queixa parte dos responsáveis pelas indicações, como o vereador Ricardo Nunes. "Foi traumático", diz ele. Marta e Haddad podem vir a se enfrentar pela Prefeitura em 2016. Para alguns petistas, o prefeito daria munição à rival se mantivesse os indicados, em condição de atuarem como cabos eleitorais. Por isso, os secretários Chico Macena (Subprefeituras) e José Américo (Relações Governamentais) fizeram uma lista de demissíveis, como conta um dos secretários que a receberam. No último dia 8, o "Diário Oficial" listou 27 exonerados da Secretaria de Educação, chefiada por Gabriel Chalita, peemedebista que se mantém fiel a Haddad. No dia 17, outros 19, como a diretora de Programas Especiais da Capela do Socorro, Ana Paula Ciampi, indicada por vereadores do PMDB. No dia 21, Francisco Canindé, outro indicado, perdeu a supervisão de cultura da subprefeitura de Santo Amaro. As exonerações começaram em outubro, com a demissão de um secretário, seu adjunto e dois subprefeitos. Três supervisoras estão entre os demitidos da pasta da Assistência Social, chefiada por Luciana Temer, filha do vice-presidente, Michel Temer. No dia 16, foi a vez de Marianne Pinotti (Pessoa com Deficiência) exonerar o chefe de gabinete, Bruno Gabriel Mesquita, presidente da Juventude do PMDB. Apoiador de Marta, foi substituído por João Paulo de Freitas, que foi secretário de Chalita quando este era deputado federal. Chalita é apontado por peemedebistas como coautor da lista de demissíveis. Sua assessoria diz que as decisões obedecem a critérios técnicos e que as secretarias têm autonomia para tomá-las. Os cortes continuarão em 2016. Em janeiro será oficializada a exoneração do diretor regional de Educação da Capela do Socorro, Marivaldo Santos Souza. Sua saída foi anunciada após Marta participar do aniversário do CEU de Parelheiros (sob jurisdição dele) no último dia 5. A assessoria de Haddad afirma que as demissões obedecem a critérios técnicos. Colaboraram REYNALDO TUROLLO JR. e THAIS ARBEX, de São Paulo
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Haddad demite indicados pelo PMDB a cargos na Prefeitura de São PauloA entrada da senadora Marta Suplicy (SP) no PMDB provocou demissões de indicados do partido a cargos na Prefeitura de São Paulo. Embora o prefeito Fernando Haddad (PT) negue motivação política, ao menos 30 afilhados do PMDB foram exonerados após a filiação da senadora, no fim de setembro. A queixa parte dos responsáveis pelas indicações, como o vereador Ricardo Nunes. "Foi traumático", diz ele. Marta e Haddad podem vir a se enfrentar pela Prefeitura em 2016. Para alguns petistas, o prefeito daria munição à rival se mantivesse os indicados, em condição de atuarem como cabos eleitorais. Por isso, os secretários Chico Macena (Subprefeituras) e José Américo (Relações Governamentais) fizeram uma lista de demissíveis, como conta um dos secretários que a receberam. No último dia 8, o "Diário Oficial" listou 27 exonerados da Secretaria de Educação, chefiada por Gabriel Chalita, peemedebista que se mantém fiel a Haddad. No dia 17, outros 19, como a diretora de Programas Especiais da Capela do Socorro, Ana Paula Ciampi, indicada por vereadores do PMDB. No dia 21, Francisco Canindé, outro indicado, perdeu a supervisão de cultura da subprefeitura de Santo Amaro. As exonerações começaram em outubro, com a demissão de um secretário, seu adjunto e dois subprefeitos. Três supervisoras estão entre os demitidos da pasta da Assistência Social, chefiada por Luciana Temer, filha do vice-presidente, Michel Temer. No dia 16, foi a vez de Marianne Pinotti (Pessoa com Deficiência) exonerar o chefe de gabinete, Bruno Gabriel Mesquita, presidente da Juventude do PMDB. Apoiador de Marta, foi substituído por João Paulo de Freitas, que foi secretário de Chalita quando este era deputado federal. Chalita é apontado por peemedebistas como coautor da lista de demissíveis. Sua assessoria diz que as decisões obedecem a critérios técnicos e que as secretarias têm autonomia para tomá-las. Os cortes continuarão em 2016. Em janeiro será oficializada a exoneração do diretor regional de Educação da Capela do Socorro, Marivaldo Santos Souza. Sua saída foi anunciada após Marta participar do aniversário do CEU de Parelheiros (sob jurisdição dele) no último dia 5. A assessoria de Haddad afirma que as demissões obedecem a critérios técnicos. Colaboraram REYNALDO TUROLLO JR. e THAIS ARBEX, de São Paulo
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Para superar marcas da violência, tatuadora oferece desenhos de graça
Num subsolo pequeno na esquina da rua principal de Ufa, capital da república de Bachkíria, na Rússia, Evguenia traça cuidadosamente o contorno de flores ao longo de cicatrizes finas. Diante dela, com o braço estendido sobre a mesa de trabalho, Dinara cerra os lábios e faz silêncio, para não trair a dor. Com apenas 20 anos de idade, a jovem já passou pelo inferno. Espancada pelo pai desde sempre, e depois por seu marido, seu corpo inteiro está coberto pelas marcas desse passado doloroso. Hoje, depois de deixar seu marido, ela vive sozinha com sua filha de três anos, Amélia. "Vendo minhas cicatrizes", Dinara confidencia, "minha filhinha começou a desenhar as mesmas marcas em seus próprios braços. Sinto tanta vergonha, não suporto." Evguenia ouve atentamente antes de falar, com um nó na garganta: "Vamos fazer aquilo tudo virar apenas uma memória ruim". Duas horas de trabalho mais tarde, as cicatrizes estão completamente cobertas por pequenas flores delicadas tingidas de azul. Os traços dos ferimentos de Dinara chegam a conferir uma aparência mais real à parte interna das flores. UMA MAL NECESSÁRIO Simpática e naturalmente otimista, Evguenia é tatuadora há dez anos. Ela trabalha com seu companheiro, Alexei. "É um trabalho que emociona. Ser tatuadora foi uma escolha natural para mim, porque gosto de desenhar, mas não queria limitar minha criatividade na faculdade de artes", ela explica. Em agosto do ano passado, ela conheceu o projeto "A Pele da Flor", da tatuadora brasileira Flávia Carvalho, que cobriu as cicatrizes de mulheres vítimas da violência doméstica. Inspirada, a tatuadora russa resolveu seguir o exemplo da brasileira, oferecendo seus serviços gratuitamente através da rede social russa Vkontakte. A recepção positiva a pegou de surpresa. "Recebi 50 pedidos em apenas uma semana!", diz. Em seis meses, mais de 200 mulheres passaram pelas mãos de Evguenia, que passou a dedicar toda segunda-feira a essas tatuagens muito especiais, que ela faz de graça, cobrindo ela mesma todos os custos envolvidos. OUVINTE ATENTA Para a artista, fazer tatuagens em vítimas da violência doméstica deixou de ser um mero trabalho para tornar-se uma missão. "Além de ajudar as mulheres, deixo minha marca no mundo. Minhas clientes geralmente são mais jovens que eu. Quando eu me for, elas vão continuar a ostentar minhas tatuagens, que as fazem lembrar que é possível começar de novo", afirma Evguenia. Para as mulheres que procuram o estúdio, Evguenia, além de ser artista, também atua como psicóloga. "No começo foi terrível ouvir as histórias delas, mas aos poucos fui aprendendo a ouvir. Hoje eu chego a sugerir que elas contem suas histórias pela última vez, para então deixá-las para trás de uma vez por todas depois que a tatuagem ficar pronta", diz. Evguenia pretende futuramente percorrer a Rússia de motocicleta com seu companheiro, oferecendo seus serviços a mulheres vitimadas pela violência em outras regiões. "Elas já vêm de toda a região para me procurar, mas eu gostaria de fazer ainda mais", diz ela. "Quero incentivar tatuadores em outras províncias da Rússia e até no exterior a fazer a mesma coisa." Por enquanto o projeto ainda não passa de um sonho. Evguenia está à procura de possíveis patrocinadores. VIOLÊNCIA O engajamento de Evguenia é carregado de simbolismo na Rússia, onde recentemente foi promulgada uma lei que descriminaliza a violência doméstica. Desde 17 de fevereiro deste ano, nos casos em que a violência doméstica é cometida pela primeira vez e não chega a afetar a saúde da vítima, ela é vista como apenas uma "infração administrativa", em lugar de crime, sancionada com uma multa de 5.000 a 30 mil rublos (US$67-US$398, equivalente a cerca de R$ 220-1.300). A lei provocou reações fortes entre o público. Há o receio de que ela possa trivializar a violência doméstica. Segundo o Ministério russo dos Assuntos Internos, todos os anos 26 mil crianças são vítimas de violência por parte de seus pais, 36 mil mulheres são vítimas de violência doméstica e 12 mil mulheres morrem em decorrência de violência cometida por seus companheiros. Isso quer dizer que uma mulher morre a cada 40 minutos devido à violência doméstica. Na Rússia, 97% dos casos de violência doméstica não chegam aos tribunais. Em todo o mundo, quase uma em cada três mulheres é vítima de violência doméstica. Tradução de CLARA ALLAIN
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Para superar marcas da violência, tatuadora oferece desenhos de graçaNum subsolo pequeno na esquina da rua principal de Ufa, capital da república de Bachkíria, na Rússia, Evguenia traça cuidadosamente o contorno de flores ao longo de cicatrizes finas. Diante dela, com o braço estendido sobre a mesa de trabalho, Dinara cerra os lábios e faz silêncio, para não trair a dor. Com apenas 20 anos de idade, a jovem já passou pelo inferno. Espancada pelo pai desde sempre, e depois por seu marido, seu corpo inteiro está coberto pelas marcas desse passado doloroso. Hoje, depois de deixar seu marido, ela vive sozinha com sua filha de três anos, Amélia. "Vendo minhas cicatrizes", Dinara confidencia, "minha filhinha começou a desenhar as mesmas marcas em seus próprios braços. Sinto tanta vergonha, não suporto." Evguenia ouve atentamente antes de falar, com um nó na garganta: "Vamos fazer aquilo tudo virar apenas uma memória ruim". Duas horas de trabalho mais tarde, as cicatrizes estão completamente cobertas por pequenas flores delicadas tingidas de azul. Os traços dos ferimentos de Dinara chegam a conferir uma aparência mais real à parte interna das flores. UMA MAL NECESSÁRIO Simpática e naturalmente otimista, Evguenia é tatuadora há dez anos. Ela trabalha com seu companheiro, Alexei. "É um trabalho que emociona. Ser tatuadora foi uma escolha natural para mim, porque gosto de desenhar, mas não queria limitar minha criatividade na faculdade de artes", ela explica. Em agosto do ano passado, ela conheceu o projeto "A Pele da Flor", da tatuadora brasileira Flávia Carvalho, que cobriu as cicatrizes de mulheres vítimas da violência doméstica. Inspirada, a tatuadora russa resolveu seguir o exemplo da brasileira, oferecendo seus serviços gratuitamente através da rede social russa Vkontakte. A recepção positiva a pegou de surpresa. "Recebi 50 pedidos em apenas uma semana!", diz. Em seis meses, mais de 200 mulheres passaram pelas mãos de Evguenia, que passou a dedicar toda segunda-feira a essas tatuagens muito especiais, que ela faz de graça, cobrindo ela mesma todos os custos envolvidos. OUVINTE ATENTA Para a artista, fazer tatuagens em vítimas da violência doméstica deixou de ser um mero trabalho para tornar-se uma missão. "Além de ajudar as mulheres, deixo minha marca no mundo. Minhas clientes geralmente são mais jovens que eu. Quando eu me for, elas vão continuar a ostentar minhas tatuagens, que as fazem lembrar que é possível começar de novo", afirma Evguenia. Para as mulheres que procuram o estúdio, Evguenia, além de ser artista, também atua como psicóloga. "No começo foi terrível ouvir as histórias delas, mas aos poucos fui aprendendo a ouvir. Hoje eu chego a sugerir que elas contem suas histórias pela última vez, para então deixá-las para trás de uma vez por todas depois que a tatuagem ficar pronta", diz. Evguenia pretende futuramente percorrer a Rússia de motocicleta com seu companheiro, oferecendo seus serviços a mulheres vitimadas pela violência em outras regiões. "Elas já vêm de toda a região para me procurar, mas eu gostaria de fazer ainda mais", diz ela. "Quero incentivar tatuadores em outras províncias da Rússia e até no exterior a fazer a mesma coisa." Por enquanto o projeto ainda não passa de um sonho. Evguenia está à procura de possíveis patrocinadores. VIOLÊNCIA O engajamento de Evguenia é carregado de simbolismo na Rússia, onde recentemente foi promulgada uma lei que descriminaliza a violência doméstica. Desde 17 de fevereiro deste ano, nos casos em que a violência doméstica é cometida pela primeira vez e não chega a afetar a saúde da vítima, ela é vista como apenas uma "infração administrativa", em lugar de crime, sancionada com uma multa de 5.000 a 30 mil rublos (US$67-US$398, equivalente a cerca de R$ 220-1.300). A lei provocou reações fortes entre o público. Há o receio de que ela possa trivializar a violência doméstica. Segundo o Ministério russo dos Assuntos Internos, todos os anos 26 mil crianças são vítimas de violência por parte de seus pais, 36 mil mulheres são vítimas de violência doméstica e 12 mil mulheres morrem em decorrência de violência cometida por seus companheiros. Isso quer dizer que uma mulher morre a cada 40 minutos devido à violência doméstica. Na Rússia, 97% dos casos de violência doméstica não chegam aos tribunais. Em todo o mundo, quase uma em cada três mulheres é vítima de violência doméstica. Tradução de CLARA ALLAIN
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'Annie' traz garota indicada ao Oscar no papel de órfã encantadora
Se você não gosta de musicais, aqueles filmes em que os personagens de repente começam a cantar e a dançar, "Annie" –já em cartaz nos cinemas, só em cópias dubladas– pode ser uma chatice sem fim. Mas, se gosta desse gênero, vale a pena arriscar. Para começar, a atriz principal dá um show: Quvenzhané Wallis (pronuncia-se "Quivenzénei Uólis"), que hoje tem 11 anos. Vamos chamá-la por um de seus apelidos, Nazie. Aos nove anos de idade, ela entrou para a história como a mais jovem indicada ao Oscar de melhor atriz, por "Indomável Sonhadora". Em "Annie", Nazie interpreta uma órfã do Harlem, um bairro pobre de Nova York (Estados Unidos). Ela vive em companhia de outras meninas, sob os cuidados de uma guardiã (Cameron Diaz) que as trata mal. Annie não perdeu a esperança de reencontrar seus pais (eles não teriam morrido e sim a abandonado quando pequena). Mas quem aparece na sua vida, por acidente, é um milionário (Jamie Foxx), candidato a prefeito. Depois desse encontro, ela fica bem conhecida na TV e nas redes sociais da internet. Mas será que a fama vai deixá-la feliz? A história original da órfã foi inventada em 1924 para uma tira (quadrinhos) de jornal. Em 1977, virou espetáculo musical de teatro. Três filmes sobre ela já haviam sido feitos, em 1932, 1938 e 1982. Mas é a primeira vez que uma atriz negra interpreta Annie no cinema. Ótima escolha! Em geral, as meninas protagonistas dos filmes são brancas, como as de "Frozen". Por causa disso, um monte de garotas quer ser loira de cabelo liso, como as princesas que veem no cinema. Muitas das mães dessas meninas também pensam que essa é a beleza "certa". Tomara que, depois de assistir a "Annie", elas mudem de ideia e percebam que há vários jeitos de ser bonita. Além de ser linda, Annie é querida por todos porque torna mais alegre a vida das pessoas que a conhecem. É outro tipo de beleza, a mais especial, certo? * A ATRIZ DE NOME DIFÍCIL A atriz Quvenzhané Wallis (para os íntimos, Nazie) se considera parecida com a personagem Annie. "Eu amo a visão otimista que ela tem da vida", disse, no material de divulgação do filme. "A Annie é muito confiante e tem uma experiência da vida nas ruas. Tem um lado agressivo que é necessário para que ela sobreviva em Nova York." Aliás, achou o nome dela difícil? A família toda é assim. Os pais se chamam Venjie e Qulyndreia. Os irmãos: Qunyquekya, Vejon e Venjie Jr. Repita se for capaz!
folhinha
'Annie' traz garota indicada ao Oscar no papel de órfã encantadoraSe você não gosta de musicais, aqueles filmes em que os personagens de repente começam a cantar e a dançar, "Annie" –já em cartaz nos cinemas, só em cópias dubladas– pode ser uma chatice sem fim. Mas, se gosta desse gênero, vale a pena arriscar. Para começar, a atriz principal dá um show: Quvenzhané Wallis (pronuncia-se "Quivenzénei Uólis"), que hoje tem 11 anos. Vamos chamá-la por um de seus apelidos, Nazie. Aos nove anos de idade, ela entrou para a história como a mais jovem indicada ao Oscar de melhor atriz, por "Indomável Sonhadora". Em "Annie", Nazie interpreta uma órfã do Harlem, um bairro pobre de Nova York (Estados Unidos). Ela vive em companhia de outras meninas, sob os cuidados de uma guardiã (Cameron Diaz) que as trata mal. Annie não perdeu a esperança de reencontrar seus pais (eles não teriam morrido e sim a abandonado quando pequena). Mas quem aparece na sua vida, por acidente, é um milionário (Jamie Foxx), candidato a prefeito. Depois desse encontro, ela fica bem conhecida na TV e nas redes sociais da internet. Mas será que a fama vai deixá-la feliz? A história original da órfã foi inventada em 1924 para uma tira (quadrinhos) de jornal. Em 1977, virou espetáculo musical de teatro. Três filmes sobre ela já haviam sido feitos, em 1932, 1938 e 1982. Mas é a primeira vez que uma atriz negra interpreta Annie no cinema. Ótima escolha! Em geral, as meninas protagonistas dos filmes são brancas, como as de "Frozen". Por causa disso, um monte de garotas quer ser loira de cabelo liso, como as princesas que veem no cinema. Muitas das mães dessas meninas também pensam que essa é a beleza "certa". Tomara que, depois de assistir a "Annie", elas mudem de ideia e percebam que há vários jeitos de ser bonita. Além de ser linda, Annie é querida por todos porque torna mais alegre a vida das pessoas que a conhecem. É outro tipo de beleza, a mais especial, certo? * A ATRIZ DE NOME DIFÍCIL A atriz Quvenzhané Wallis (para os íntimos, Nazie) se considera parecida com a personagem Annie. "Eu amo a visão otimista que ela tem da vida", disse, no material de divulgação do filme. "A Annie é muito confiante e tem uma experiência da vida nas ruas. Tem um lado agressivo que é necessário para que ela sobreviva em Nova York." Aliás, achou o nome dela difícil? A família toda é assim. Os pais se chamam Venjie e Qulyndreia. Os irmãos: Qunyquekya, Vejon e Venjie Jr. Repita se for capaz!
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Guarda-roupa compartilhado oferece acesso a peças por assinatura em SP
PAULO PEDROSO COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo O local é discreto, e a entrada é pela padaria Pão, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, onde a cliente novata pode tomar um café enquanto reflete sobre seus hábitos de consumo, antes de subir a escada em direção à Blimo, Biblioteca de Moda. O espaço criado pela jornalista Mariane Salerno funciona há pouco mais de um mês e tem cara e cheiro de loja, embora nada esteja à venda. O desejo de possuir uma peça em definitivo deve ser deixado no andar de baixo. O ambiente é repleto de roupas finas, mas todas disponíveis apenas para uso compartilhado. Há dois anos, Salerno é repórter num programa de TV que apresenta modelos de negócio sustentáveis, muitos deles criados por start-ups. "Desde que entrei nesse projeto, fiquei com vontade de empreender, e a opção pela moda foi feita porque mulheres costumam usar muitas roupas e gastar muito dinheiro com isso", diz Mariana. Para montar o acervo, ela recebeu o apoio de marcas como Cantão, Carmim, Farm e Missinclof, e adquiriu peças de showroom, desfiles e excedente de coleções para minimizar o investimento inicial. Há também exemplares de grifes como Gucci e Versace, obtidos com amigas que decidiram ajudá-la. O negócio funciona em modelo de assinatura: o acesso ao guarda-roupa é praticamente ilimitado, ao custo de R$ 130 mensais. As exceções são bolsas, sapatos e acessórios, cujo aluguel é cobrado à parte. O uso compartilhado de roupas, uma espécie de brechó 2.0 que surgiu no exterior há alguns anos, já é conhecido por parte dos paulistanos. Há mais de um ano, a Roupateca, em Pinheiros, presta o mesmo tipo de serviço por assinatura. Tocado pela consultora de estilo Daniela Ribeiro, o local oferece peças de Adriana Barra, Cris Barros, Flavia Aranha, Insecta e Gilda Midani, entre outras. A diferença, no caso dela, é que sapatos e acessórios estão inclusos no pacote. Outra que funciona na cidade desde janeiro do ano passado é a My Open Closet. Seu sistema difere do das outras, pois não há assinatura e nem estoque próprio. Qualquer pessoa pode colocar uma roupa que esteja parada no armário para andar por aí e faturar algum, desde que preencha os critérios das sócias Lorena de Oliveira e Laura Andrade, que fazem a curadoria e a intermediação das transações por meio do site. A dupla mantém um espaço em Higienópolis, na região central, para armazenagem, provas e acertos. O custo do empréstimo varia de R$ 180 a R$ 1.200, e entre as marcas presentes estão a brasileira Patrícia Bonaldi e as clássicas Valentino, Pucci e Dior. Além de pregar o consumo consciente, o discurso das marcas faz alusão ao sucesso do Airbnb e do serviço de streaming Netflix para seduzir as clientes. Algumas se dizem inspiradas no Rentez vous, site que conecta interessadas e promove a locação de roupas em Londres e Paris, e na holandesa Lena, The Fashion Library, que além do serviço de compartilhamento propaga estudos sobre desperdício de vestuário no mundo —um deles afirma que mulheres usam em média apenas 30 % das peças que compram. A propósito, os homens não estão livres dessa. No ano passado, o portal britânico Thread.com, que funciona como assessoria de estilo virtual, publicou uma pesquisa dizendo que na Inglaterra os homens usam apenas 13 % do guarda-roupa. O resto vira parque de diversão de ácaros. Blimo. R. Mourato Coelho, 1.039, Pinheiros. www.blimonline.com.br Roupateca. www.aroupateca.com. My Open Closet. www.myopencloset.com.br.
saopaulo
Guarda-roupa compartilhado oferece acesso a peças por assinatura em SPPAULO PEDROSO COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo O local é discreto, e a entrada é pela padaria Pão, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, onde a cliente novata pode tomar um café enquanto reflete sobre seus hábitos de consumo, antes de subir a escada em direção à Blimo, Biblioteca de Moda. O espaço criado pela jornalista Mariane Salerno funciona há pouco mais de um mês e tem cara e cheiro de loja, embora nada esteja à venda. O desejo de possuir uma peça em definitivo deve ser deixado no andar de baixo. O ambiente é repleto de roupas finas, mas todas disponíveis apenas para uso compartilhado. Há dois anos, Salerno é repórter num programa de TV que apresenta modelos de negócio sustentáveis, muitos deles criados por start-ups. "Desde que entrei nesse projeto, fiquei com vontade de empreender, e a opção pela moda foi feita porque mulheres costumam usar muitas roupas e gastar muito dinheiro com isso", diz Mariana. Para montar o acervo, ela recebeu o apoio de marcas como Cantão, Carmim, Farm e Missinclof, e adquiriu peças de showroom, desfiles e excedente de coleções para minimizar o investimento inicial. Há também exemplares de grifes como Gucci e Versace, obtidos com amigas que decidiram ajudá-la. O negócio funciona em modelo de assinatura: o acesso ao guarda-roupa é praticamente ilimitado, ao custo de R$ 130 mensais. As exceções são bolsas, sapatos e acessórios, cujo aluguel é cobrado à parte. O uso compartilhado de roupas, uma espécie de brechó 2.0 que surgiu no exterior há alguns anos, já é conhecido por parte dos paulistanos. Há mais de um ano, a Roupateca, em Pinheiros, presta o mesmo tipo de serviço por assinatura. Tocado pela consultora de estilo Daniela Ribeiro, o local oferece peças de Adriana Barra, Cris Barros, Flavia Aranha, Insecta e Gilda Midani, entre outras. A diferença, no caso dela, é que sapatos e acessórios estão inclusos no pacote. Outra que funciona na cidade desde janeiro do ano passado é a My Open Closet. Seu sistema difere do das outras, pois não há assinatura e nem estoque próprio. Qualquer pessoa pode colocar uma roupa que esteja parada no armário para andar por aí e faturar algum, desde que preencha os critérios das sócias Lorena de Oliveira e Laura Andrade, que fazem a curadoria e a intermediação das transações por meio do site. A dupla mantém um espaço em Higienópolis, na região central, para armazenagem, provas e acertos. O custo do empréstimo varia de R$ 180 a R$ 1.200, e entre as marcas presentes estão a brasileira Patrícia Bonaldi e as clássicas Valentino, Pucci e Dior. Além de pregar o consumo consciente, o discurso das marcas faz alusão ao sucesso do Airbnb e do serviço de streaming Netflix para seduzir as clientes. Algumas se dizem inspiradas no Rentez vous, site que conecta interessadas e promove a locação de roupas em Londres e Paris, e na holandesa Lena, The Fashion Library, que além do serviço de compartilhamento propaga estudos sobre desperdício de vestuário no mundo —um deles afirma que mulheres usam em média apenas 30 % das peças que compram. A propósito, os homens não estão livres dessa. No ano passado, o portal britânico Thread.com, que funciona como assessoria de estilo virtual, publicou uma pesquisa dizendo que na Inglaterra os homens usam apenas 13 % do guarda-roupa. O resto vira parque de diversão de ácaros. Blimo. R. Mourato Coelho, 1.039, Pinheiros. www.blimonline.com.br Roupateca. www.aroupateca.com. My Open Closet. www.myopencloset.com.br.
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Em nota, Penalty divulga fim de contrato com São Paulo
Após dois anos no São Paulo, a Penalty, marca de material esportivo, anunciou nesta sexta-feira (20) o fim do contrato com o clube do Morumbi. A empresa emitiu um comunicado oficial, no qual explica que foi feito um termo aditivo no contrato para antecipar o vencimento do acordo atual em 31 de dezembro do ano passado. O acordo original tinha validade até o final da temporada 2015. Na nota, a Penalty informa que, em comum acordo com o São Paulo, vai fornecer material esportivo até o final de abril –antes do encerramento do Campeonato Paulista, uma vez que o segundo jogo da final será em 3 de maio. Nos bastidores já é dado como certa o anúncio do clube tricolor com a empresa americana Under Armour para substituir a Penalty. Os novos uniformes do clube, inclusive, devem ser apresentados antes do início do Campeonato Brasileiro, previsto para 10 de maio. CONFIRA A NOTA OFICIAL DA PENALTY A Penalty comunica que assinou com o São Paulo Futebol Clube um Termo Aditivo ao Contrato de Fornecimento de Material Esportivo, antecipando o seu vencimento para 31/12/2014. A decisão foi tomada em comum acordo com o Clube. Demonstrando a excelente relação entre as partes, no referido termo de aditamento ficou acordado que a Penalty fornecerá todo o material esportivo até 30/4/2015 para atender o Clube, Torcedores, Parceiros Comerciais e Clientes. Em 2015 a marca Penalty completa 45 anos de atividade e se orgulha de ser a primeira patrocinadora do São Paulo F. C. na década de 1970, assim como de ser a marca mais vitoriosa com o Clube, conquistando o Bicampeonato Mundial em 1992 e 1993, conquista que até hoje nenhuma outra marca, nacional ou internacional, conseguiu atingir. Assim como o São Paulo F. C., a marca Penalty é genuinamente brasileira, emprega mais de 2 mil colaboradores e produz mais de 20 milhões de itens por ano. Desejamos ao São Paulo F. C. sucesso dentro e fora dos gramados, mantendo o histórico de conquistas que seu apaixonado TORCEDOR tem orgulho. Do nosso lado agradecemos pelos 2 anos de relacionamento que tivemos com o Tricolor Paulista, em que, mais uma vez, marcamos nossa passagem com produtos exclusivos como as camisas Morumbi Vermelho (camisa vermelha), Raízes (linha retrô), camisa comemorativa ao MITO Rogério Ceni, jaqueta Telê Santana, entre outros vários produtos que o Torcedor guardará com muito carinho. Paulo Ricardo de Oliveira Presidente - PENALTY
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Em nota, Penalty divulga fim de contrato com São PauloApós dois anos no São Paulo, a Penalty, marca de material esportivo, anunciou nesta sexta-feira (20) o fim do contrato com o clube do Morumbi. A empresa emitiu um comunicado oficial, no qual explica que foi feito um termo aditivo no contrato para antecipar o vencimento do acordo atual em 31 de dezembro do ano passado. O acordo original tinha validade até o final da temporada 2015. Na nota, a Penalty informa que, em comum acordo com o São Paulo, vai fornecer material esportivo até o final de abril –antes do encerramento do Campeonato Paulista, uma vez que o segundo jogo da final será em 3 de maio. Nos bastidores já é dado como certa o anúncio do clube tricolor com a empresa americana Under Armour para substituir a Penalty. Os novos uniformes do clube, inclusive, devem ser apresentados antes do início do Campeonato Brasileiro, previsto para 10 de maio. CONFIRA A NOTA OFICIAL DA PENALTY A Penalty comunica que assinou com o São Paulo Futebol Clube um Termo Aditivo ao Contrato de Fornecimento de Material Esportivo, antecipando o seu vencimento para 31/12/2014. A decisão foi tomada em comum acordo com o Clube. Demonstrando a excelente relação entre as partes, no referido termo de aditamento ficou acordado que a Penalty fornecerá todo o material esportivo até 30/4/2015 para atender o Clube, Torcedores, Parceiros Comerciais e Clientes. Em 2015 a marca Penalty completa 45 anos de atividade e se orgulha de ser a primeira patrocinadora do São Paulo F. C. na década de 1970, assim como de ser a marca mais vitoriosa com o Clube, conquistando o Bicampeonato Mundial em 1992 e 1993, conquista que até hoje nenhuma outra marca, nacional ou internacional, conseguiu atingir. Assim como o São Paulo F. C., a marca Penalty é genuinamente brasileira, emprega mais de 2 mil colaboradores e produz mais de 20 milhões de itens por ano. Desejamos ao São Paulo F. C. sucesso dentro e fora dos gramados, mantendo o histórico de conquistas que seu apaixonado TORCEDOR tem orgulho. Do nosso lado agradecemos pelos 2 anos de relacionamento que tivemos com o Tricolor Paulista, em que, mais uma vez, marcamos nossa passagem com produtos exclusivos como as camisas Morumbi Vermelho (camisa vermelha), Raízes (linha retrô), camisa comemorativa ao MITO Rogério Ceni, jaqueta Telê Santana, entre outros vários produtos que o Torcedor guardará com muito carinho. Paulo Ricardo de Oliveira Presidente - PENALTY
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Leitor comenta tributação por importação de girafa
A pretensão de tributar a importação de girafas pelo zoo de Pomerode ("Mercado", 21/8) é triste não por questões burocráticas, mas porque girafas não são produtos. Zoológicos não são importantes para a conservação ex-situ e em termos educacionais são desastrosos, pois reafirmam o paradigma segundo o qual os animais são objetos para o nosso entretenimento. Por que não substituir essas prisões por construções holográficas dos animais em seus ecossistemas? Paula Brügger (Florianópolis, SC) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor comenta tributação por importação de girafaA pretensão de tributar a importação de girafas pelo zoo de Pomerode ("Mercado", 21/8) é triste não por questões burocráticas, mas porque girafas não são produtos. Zoológicos não são importantes para a conservação ex-situ e em termos educacionais são desastrosos, pois reafirmam o paradigma segundo o qual os animais são objetos para o nosso entretenimento. Por que não substituir essas prisões por construções holográficas dos animais em seus ecossistemas? Paula Brügger (Florianópolis, SC) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Prédios de até oito andares marcam paisagem da Parada Inglesa
BÁRBARA PEREIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Os terrenos menores na Parada Inglesa, na zona norte de São Paulo, e as mudanças estabelecidas pelo novo Plano Diretor levaram as construtoras a investir em empreendimentos mais baixos, com torres de até oito andares e menos de 50 apartamentos cada uma. Mas o tamanho menor dos edifícios não se reflete nas áreas de lazer. Todos recebem piscina, sauna, academia, salão de festas e salão de jogos. Um desses empreendimentos é o Ritratto Parada Inglesa, da S.Quatro. São oito andares com 48 unidades de dois e três dormitórios em opções de plantas de 65 ou 87 metros quadrados e preço estimado de R$ 8.500 por m². Um de seus moradores é o consultor de vendas Bruno Bonito, 29, que trocou há oito meses a Casa Verde por um apartamento perto dos pais. "Eu sou mais reservado. Gosto de morar em um prédio sem tantos vizinhos", diz Bonito. "Aqui, tenho duas vagas, academia, salão de festas, não preciso sair." Para Thiago Setin, sócio-diretor da incorporadora, o bairro atrai também pela localização, no coração da zona norte, e o fácil acesso ao resto de São Paulo. "O metrô fica a poucos passos do edifício", afirma. Outra opção na região é o Tramway, da Inovalli. São sete andares de apartamentos de 47,6 metros quadrados, com o valor médio do metro quadrado em R$ 5.700. "Nosso público são pessoas que nasceram e cresceram na zona norte, mas que hoje moram distantes de metrô, ou pessoas que moram fora da capital e estão adquirindo o seu primeiro imóvel em São Paulo", afirma Caio Esteves, coordenador de novos negócios da Inovalli. Rodolfo Gustavo Del Valle, coordenador de inteligência de mercado da Brasil Brokers, diz que os prédios pequenos ajudam a controlar o adensamento no bairro, e , com isso, o trânsito e o barulho. O número menor de vizinhos pode afetar, contudo, o valor do condomínio. "Com menos pessoas para dividir os custos de manutenção do edifício, o preço tende a ser maior. É uma questão que pesa na decisão do comprador." Segundo Del Valle, o perfil do comprador de imóveis da Parada Inglesa é majoritariamente de pequena família. "Mais de 50% dos domicílios dessa região são habitados por dois ou três moradores", afirma.
sobretudo
Prédios de até oito andares marcam paisagem da Parada Inglesa BÁRBARA PEREIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Os terrenos menores na Parada Inglesa, na zona norte de São Paulo, e as mudanças estabelecidas pelo novo Plano Diretor levaram as construtoras a investir em empreendimentos mais baixos, com torres de até oito andares e menos de 50 apartamentos cada uma. Mas o tamanho menor dos edifícios não se reflete nas áreas de lazer. Todos recebem piscina, sauna, academia, salão de festas e salão de jogos. Um desses empreendimentos é o Ritratto Parada Inglesa, da S.Quatro. São oito andares com 48 unidades de dois e três dormitórios em opções de plantas de 65 ou 87 metros quadrados e preço estimado de R$ 8.500 por m². Um de seus moradores é o consultor de vendas Bruno Bonito, 29, que trocou há oito meses a Casa Verde por um apartamento perto dos pais. "Eu sou mais reservado. Gosto de morar em um prédio sem tantos vizinhos", diz Bonito. "Aqui, tenho duas vagas, academia, salão de festas, não preciso sair." Para Thiago Setin, sócio-diretor da incorporadora, o bairro atrai também pela localização, no coração da zona norte, e o fácil acesso ao resto de São Paulo. "O metrô fica a poucos passos do edifício", afirma. Outra opção na região é o Tramway, da Inovalli. São sete andares de apartamentos de 47,6 metros quadrados, com o valor médio do metro quadrado em R$ 5.700. "Nosso público são pessoas que nasceram e cresceram na zona norte, mas que hoje moram distantes de metrô, ou pessoas que moram fora da capital e estão adquirindo o seu primeiro imóvel em São Paulo", afirma Caio Esteves, coordenador de novos negócios da Inovalli. Rodolfo Gustavo Del Valle, coordenador de inteligência de mercado da Brasil Brokers, diz que os prédios pequenos ajudam a controlar o adensamento no bairro, e , com isso, o trânsito e o barulho. O número menor de vizinhos pode afetar, contudo, o valor do condomínio. "Com menos pessoas para dividir os custos de manutenção do edifício, o preço tende a ser maior. É uma questão que pesa na decisão do comprador." Segundo Del Valle, o perfil do comprador de imóveis da Parada Inglesa é majoritariamente de pequena família. "Mais de 50% dos domicílios dessa região são habitados por dois ou três moradores", afirma.
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Alemães se envergonham de turistas conterrâneos, diz estudo
Usar apenas roupa de banho no buffet de almoço, ficar bêbado na praia ou ser inconveniente no bar. Para muitos alemães, é constrangedor quando conterrâneos têm tais atitudes durante as férias, apontou uma pesquisa divulgada neste mês. De acordo com a pesquisa, realizada pela empresa Yougov, 81% dos alemães se envergonham de seus conterrâneos quando eles não se comportam de maneira adequada ao viajar. Para 93%, turistas devem ter certos modos. Além disso, 80% dos entrevistados disseram compreender protestos de moradores contra o turismo de massa em Barcelona e Maiorca, na Espanha, por exemplo. Na ilha de Maiorca, popular destino de férias entre alemães, residentes protestaram em julho contra o rápido aumento da quantidade de visitantes. O governo local pretende limitar o número de turistas por lei. Dos alemães consultados pela Yougov, 68% apoiam os planos do governo de Maiorca, enquanto outros 21% se opõem. Por outro lado, três quartos dos entrevistados consideram que turismo o é sempre benéfico, por trazer desenvolvimento econômico. Em Maiorca, por exemplo, o desemprego diminuiu em parte devido ao setor. Em debates sobre o turismo de massa, costuma-se criticar viajantes cujo principal objetivo é fazer festa e beber álcool. A maioria dos entrevistados (82%) pela Yougov desaprova tal comportamento. Ao mesmo tempo, 90% consideram que o sentido das férias é que cada um faça o que lhe ajuda a relaxar, mas somente 48% consideram ser adequado deixar os bons modos de lado. A pesquisa foi realizada entre 4 e 8 de agosto, e 1.029 alemães com idade a partir de 18 anos participaram.
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Alemães se envergonham de turistas conterrâneos, diz estudoUsar apenas roupa de banho no buffet de almoço, ficar bêbado na praia ou ser inconveniente no bar. Para muitos alemães, é constrangedor quando conterrâneos têm tais atitudes durante as férias, apontou uma pesquisa divulgada neste mês. De acordo com a pesquisa, realizada pela empresa Yougov, 81% dos alemães se envergonham de seus conterrâneos quando eles não se comportam de maneira adequada ao viajar. Para 93%, turistas devem ter certos modos. Além disso, 80% dos entrevistados disseram compreender protestos de moradores contra o turismo de massa em Barcelona e Maiorca, na Espanha, por exemplo. Na ilha de Maiorca, popular destino de férias entre alemães, residentes protestaram em julho contra o rápido aumento da quantidade de visitantes. O governo local pretende limitar o número de turistas por lei. Dos alemães consultados pela Yougov, 68% apoiam os planos do governo de Maiorca, enquanto outros 21% se opõem. Por outro lado, três quartos dos entrevistados consideram que turismo o é sempre benéfico, por trazer desenvolvimento econômico. Em Maiorca, por exemplo, o desemprego diminuiu em parte devido ao setor. Em debates sobre o turismo de massa, costuma-se criticar viajantes cujo principal objetivo é fazer festa e beber álcool. A maioria dos entrevistados (82%) pela Yougov desaprova tal comportamento. Ao mesmo tempo, 90% consideram que o sentido das férias é que cada um faça o que lhe ajuda a relaxar, mas somente 48% consideram ser adequado deixar os bons modos de lado. A pesquisa foi realizada entre 4 e 8 de agosto, e 1.029 alemães com idade a partir de 18 anos participaram.
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Caixa decide manter patrocínio a clubes de futebol
A Caixa Econômica Federal vai manter o seu investimento em patrocínio aos clubes de futebol. A decisão foi tomada após uma reunião realizada na semana passada. Um dos clubes que deve permanecer com o patrocínio da Caixa é o Corinthians, que já negocia a renovação de contrato. A equipe do Parque São Jorge foi patrocinada pelo banco nas últimas três temporadas. Vasco e Flamengo também negociam a renovação de contrato No ano passado, a Caixa investiu aproximadamente R$ 100 milhões em patrocínio ao futebol.
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Caixa decide manter patrocínio a clubes de futebolA Caixa Econômica Federal vai manter o seu investimento em patrocínio aos clubes de futebol. A decisão foi tomada após uma reunião realizada na semana passada. Um dos clubes que deve permanecer com o patrocínio da Caixa é o Corinthians, que já negocia a renovação de contrato. A equipe do Parque São Jorge foi patrocinada pelo banco nas últimas três temporadas. Vasco e Flamengo também negociam a renovação de contrato No ano passado, a Caixa investiu aproximadamente R$ 100 milhões em patrocínio ao futebol.
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Coletivo alemão enterra corpos de imigrantes para criticar o governo
Resumo O coletivo alemão Centro para Beleza Política mistura ativismo a performance teatral para criticar a postura do governo do país frente à atual onda imigratória ao continente europeu. Em seu mais recente ato, o chamado ZPS exumou corpos de mortos na travessia do Mediterrâneo e os enterrou em Berlim. * Alemães se reúnem na área islâmica de um cemitério em Berlim ao redor do caixão de uma síria de 34 anos que se afogou tentando atravessar o mar Mediterrâneo. Seu objetivo, dizem, é torná-la visível. A atenção, porém, está no entorno: cadeiras vazias com o nome de políticos alemães se enfileiram atrás da cova, e dezenas de câmeras fotográficas disparam enquanto um dos presentes, que como outros tem o rosto manchado de carvão, afirma: "Isto não é ficção, isto é a realidade". O enterro, ocorrido no mês passado, foi um dos atos de "Os Mortos Estão Chegando", do Centro para Beleza Política (Zentrum für Politische Schönheit, ou ZPS), grupo que desde 2008 realiza ações controversas na capital alemã. A mais recente delas foi exumar os corpos de dez refugiados, encontrados em covas coletivas na Sicília, e sepultá-los em Berlim. A ação se baseia em um contexto real: mais de 50 mil imigrantes chegaram de barco à Itália na primeira metade de 2015, e ao menos 1.800 morreram no mar. Seus corpos costumam ser enterrados em locais improvisados nas cidades de fronteira ou são deixados por meses em sacos plásticos, empilhados em frigoríficos. Também como de hábito, a realidade em algum momento se mistura à invenção. Em 2014, o ZPS lançou um falso plano de emergência federal para salvar 55 mil crianças sírias da guerra. No fim do ano, enquanto se celebravam os 25 anos da queda do Muro de Berlim, o grupo roubou cruzes que homenageavam as vítimas da Alemanha Oriental e instalou-as em cercas de fronteira da União Europeia, evocando as mortes recentes dos imigrantes. Para lançar "Os Mortos Estão Chegando", o coletivo garante ter identificado os corpos e feito o transporte com autorização das famílias, mas se recusa a explicar como. A justificativa vem do filósofo e diretor de teatro Philipp Ruch, 34, mentor artístico do grupo e defensor da ambiguidade entre verdade e ficção. Ele explica que seu objetivo é nada menos do que salvar a sociedade por meio da arte. E que é próprio da ação artística o público não saber o que se passa. Outros integrantes do Centro para Beleza Política, no entanto, irritam-se quando surge a dúvida: o sepultamento é de verdade? O PRIMEIRO ENTERRO Ao lado do caixão da mulher síria, um outro pequeno, aberto e vazio, presta homenagem à sua filha de dois anos, desaparecida no mar. O marido e três filhos do casal conseguiram se salvar e estariam desde março na Alemanha, mas longe da capital, sem poder viajar devido a restrições de circulação impostas aos requerentes de asilo. Antes da cerimônia, Stefan Pelzer, 29, o relações públicas do grupo, dirige-se à imprensa: "Estamos aqui para nos despedirmos de uma vítima da luta da Europa para se fechar aos imigrantes", grita. "Isto não é ficção, isto é a realidade." Sobre um tablado vermelho, cadeiras com os nomes de 39 políticos convidados, mas ausentes, formam uma tribuna de honra em frente às bandeiras dos países da União Europeia. Na primeira fila, lugares reservados para a chanceler Angela Merkel e o Ministro do Interior, Thomas de Maizière. O imã Abdallah Hajjir canta junto a uma dezena de muçulmanos e pede por justiça social. O SEGUNDO ENTERRO O imã está lá novamente, a rezar e lembrar os que arriscam a vida no mar. Há menos encenação, mais silêncio. Os jornalistas, no entanto, estão interessados em saber sobre a "marcha dos determinados", anunciada para encerrar a ação. O ato final seria um cortejo fúnebre até a Chancelaria Federal, em cujo gramado se enterrariam os outros corpos vindos da Itália. Com ingenuidade, cinismo –ou encenação–, membros do grupo se surpreendem com a proibição do transporte de cadáveres e seu sepultamento às portas do governo, e convocam uma simples passeata. A MARCHA Cerca de cinco mil pessoas caminham até o centro político de Berlim. Quase não se veem imigrantes, eles que um dia antes lotaram as mesmas ruas em manifestação pelo Dia Mundial dos Refugiados. A marcha é loura, jovem e de língua alemã. Integrantes do Partido Pirata tomam a frente da caminhada, que traz um carro de uma funerária islâmica. Ao fim do trajeto, um cartaz mostra um modelo do planejado "cemitério dos imigrantes desconhecidos" e uma foto do Ministro do Interior, apontado como o responsável pelos "assassinatos burocráticos" nas fronteiras. As bandeiras da Alemanha e da União Europeia cobrem dois caixões fechados, mas vazios. As grades em frente ao parlamento alemão são derrubadas. Enquanto os membros do ZPS vão embora, o gramado é tomado pelos participantes. Eles ficam ali por mais de uma hora, até serem expulsos pela polícia. Cavam a terra, criando falsos túmulos, com flores e cruzes que dizem "fronteiras matam" ou "objetivo: Europa/estação final: Mediterrâneo". No fim do dia, a hashtag #dietotenkommen (os mortos estão chegando) é a número um do Twitter na Alemanha. Os aplausos à ousadia dos enterros têm menos eco no país do que as acusações de mau gosto, desrespeito aos mortos ou "pornografia política", como classifica o "Süddeutsche Zeitung". A possível exumação de fato dos cadáveres é o alvo da maioria das críticas, apesar de a potência da ação estar na realidade: olhar para os mortos. Sem ela, resta uma encenação em que os políticos são os vilões e a superioridade moral é simbolizada pelo carvão no rosto, "a esperança queimada da República Federal da Alemanha", explica Joschka Fleckenstein, 22, um dos integrantes do grupo. Ele rejeita, como os outros, a alcunha de manifestante. "Não organizamos os enterros por protesto, como dizem os jornais. É um ato de beleza receber os mortos da Europa, fazer um enterro que eles não tiveram. Queremos devolver-lhes a dignidade", repete. "Isto não é teatro". Sem teatro, porém, o Centro para Beleza Política seria apenas mais um grupo ativista. Sem o suspense dos cartazes que anunciam a vinda dos mortos, sem os elementos cênicos junto às ações e sem as indagações sobre veracidade –apesar da repreensão a quem dela duvide–, ele não poderia se considerar um grupo de arte nem ser notícia constante. "Eu me sinto muito irritado em ter que, como artista, cumprir o papel dos políticos", afirma Ruch, que usa o termo "humanismo agressivo" para classificar seus trabalhos, já apresentados no Teatro Gorki e na Bienal de Berlim. A agressividade está não apenas nos temas e na forma de abordá-los, mas no tratamento dos que consideram culpados pela sociedade sem esperança. Em 2009, para financiar o projeto "Lírios d'Água para a África", que pretendia espalhar mil balsas no Mediterrâneo para salvar imigrantes, o ZPS pôs Angela Merkel à venda na seção de usados do e-Bay. Sem sucesso. Desta vez, o objetivo era obter 14.900 euros para enterrar dez entre os milhares de não salvos. À venda, itens como "laudos psiquiátricos sobre o estado do Ministro do Interior" (10 euros cada, 399 aquisições) e "um fim de semana na fronteira da Grécia, com visita guiada a covas coletivas, com pernoite e meia pensão" (5 mil euros, sem comprador). Foram arrecadados 55.165 euros em 18 dias, período em que os principais jornais alemães reportaram e analisaram os três atos: dois enterros e uma marcha. Depois do último deles, porém, ninguém mais perguntou sobre o destino dos outros oito mortos, quem sabe ainda à espera de um enterro. SUZANA VELASCO, 36, é jornalista.
ilustrissima
Coletivo alemão enterra corpos de imigrantes para criticar o governoResumo O coletivo alemão Centro para Beleza Política mistura ativismo a performance teatral para criticar a postura do governo do país frente à atual onda imigratória ao continente europeu. Em seu mais recente ato, o chamado ZPS exumou corpos de mortos na travessia do Mediterrâneo e os enterrou em Berlim. * Alemães se reúnem na área islâmica de um cemitério em Berlim ao redor do caixão de uma síria de 34 anos que se afogou tentando atravessar o mar Mediterrâneo. Seu objetivo, dizem, é torná-la visível. A atenção, porém, está no entorno: cadeiras vazias com o nome de políticos alemães se enfileiram atrás da cova, e dezenas de câmeras fotográficas disparam enquanto um dos presentes, que como outros tem o rosto manchado de carvão, afirma: "Isto não é ficção, isto é a realidade". O enterro, ocorrido no mês passado, foi um dos atos de "Os Mortos Estão Chegando", do Centro para Beleza Política (Zentrum für Politische Schönheit, ou ZPS), grupo que desde 2008 realiza ações controversas na capital alemã. A mais recente delas foi exumar os corpos de dez refugiados, encontrados em covas coletivas na Sicília, e sepultá-los em Berlim. A ação se baseia em um contexto real: mais de 50 mil imigrantes chegaram de barco à Itália na primeira metade de 2015, e ao menos 1.800 morreram no mar. Seus corpos costumam ser enterrados em locais improvisados nas cidades de fronteira ou são deixados por meses em sacos plásticos, empilhados em frigoríficos. Também como de hábito, a realidade em algum momento se mistura à invenção. Em 2014, o ZPS lançou um falso plano de emergência federal para salvar 55 mil crianças sírias da guerra. No fim do ano, enquanto se celebravam os 25 anos da queda do Muro de Berlim, o grupo roubou cruzes que homenageavam as vítimas da Alemanha Oriental e instalou-as em cercas de fronteira da União Europeia, evocando as mortes recentes dos imigrantes. Para lançar "Os Mortos Estão Chegando", o coletivo garante ter identificado os corpos e feito o transporte com autorização das famílias, mas se recusa a explicar como. A justificativa vem do filósofo e diretor de teatro Philipp Ruch, 34, mentor artístico do grupo e defensor da ambiguidade entre verdade e ficção. Ele explica que seu objetivo é nada menos do que salvar a sociedade por meio da arte. E que é próprio da ação artística o público não saber o que se passa. Outros integrantes do Centro para Beleza Política, no entanto, irritam-se quando surge a dúvida: o sepultamento é de verdade? O PRIMEIRO ENTERRO Ao lado do caixão da mulher síria, um outro pequeno, aberto e vazio, presta homenagem à sua filha de dois anos, desaparecida no mar. O marido e três filhos do casal conseguiram se salvar e estariam desde março na Alemanha, mas longe da capital, sem poder viajar devido a restrições de circulação impostas aos requerentes de asilo. Antes da cerimônia, Stefan Pelzer, 29, o relações públicas do grupo, dirige-se à imprensa: "Estamos aqui para nos despedirmos de uma vítima da luta da Europa para se fechar aos imigrantes", grita. "Isto não é ficção, isto é a realidade." Sobre um tablado vermelho, cadeiras com os nomes de 39 políticos convidados, mas ausentes, formam uma tribuna de honra em frente às bandeiras dos países da União Europeia. Na primeira fila, lugares reservados para a chanceler Angela Merkel e o Ministro do Interior, Thomas de Maizière. O imã Abdallah Hajjir canta junto a uma dezena de muçulmanos e pede por justiça social. O SEGUNDO ENTERRO O imã está lá novamente, a rezar e lembrar os que arriscam a vida no mar. Há menos encenação, mais silêncio. Os jornalistas, no entanto, estão interessados em saber sobre a "marcha dos determinados", anunciada para encerrar a ação. O ato final seria um cortejo fúnebre até a Chancelaria Federal, em cujo gramado se enterrariam os outros corpos vindos da Itália. Com ingenuidade, cinismo –ou encenação–, membros do grupo se surpreendem com a proibição do transporte de cadáveres e seu sepultamento às portas do governo, e convocam uma simples passeata. A MARCHA Cerca de cinco mil pessoas caminham até o centro político de Berlim. Quase não se veem imigrantes, eles que um dia antes lotaram as mesmas ruas em manifestação pelo Dia Mundial dos Refugiados. A marcha é loura, jovem e de língua alemã. Integrantes do Partido Pirata tomam a frente da caminhada, que traz um carro de uma funerária islâmica. Ao fim do trajeto, um cartaz mostra um modelo do planejado "cemitério dos imigrantes desconhecidos" e uma foto do Ministro do Interior, apontado como o responsável pelos "assassinatos burocráticos" nas fronteiras. As bandeiras da Alemanha e da União Europeia cobrem dois caixões fechados, mas vazios. As grades em frente ao parlamento alemão são derrubadas. Enquanto os membros do ZPS vão embora, o gramado é tomado pelos participantes. Eles ficam ali por mais de uma hora, até serem expulsos pela polícia. Cavam a terra, criando falsos túmulos, com flores e cruzes que dizem "fronteiras matam" ou "objetivo: Europa/estação final: Mediterrâneo". No fim do dia, a hashtag #dietotenkommen (os mortos estão chegando) é a número um do Twitter na Alemanha. Os aplausos à ousadia dos enterros têm menos eco no país do que as acusações de mau gosto, desrespeito aos mortos ou "pornografia política", como classifica o "Süddeutsche Zeitung". A possível exumação de fato dos cadáveres é o alvo da maioria das críticas, apesar de a potência da ação estar na realidade: olhar para os mortos. Sem ela, resta uma encenação em que os políticos são os vilões e a superioridade moral é simbolizada pelo carvão no rosto, "a esperança queimada da República Federal da Alemanha", explica Joschka Fleckenstein, 22, um dos integrantes do grupo. Ele rejeita, como os outros, a alcunha de manifestante. "Não organizamos os enterros por protesto, como dizem os jornais. É um ato de beleza receber os mortos da Europa, fazer um enterro que eles não tiveram. Queremos devolver-lhes a dignidade", repete. "Isto não é teatro". Sem teatro, porém, o Centro para Beleza Política seria apenas mais um grupo ativista. Sem o suspense dos cartazes que anunciam a vinda dos mortos, sem os elementos cênicos junto às ações e sem as indagações sobre veracidade –apesar da repreensão a quem dela duvide–, ele não poderia se considerar um grupo de arte nem ser notícia constante. "Eu me sinto muito irritado em ter que, como artista, cumprir o papel dos políticos", afirma Ruch, que usa o termo "humanismo agressivo" para classificar seus trabalhos, já apresentados no Teatro Gorki e na Bienal de Berlim. A agressividade está não apenas nos temas e na forma de abordá-los, mas no tratamento dos que consideram culpados pela sociedade sem esperança. Em 2009, para financiar o projeto "Lírios d'Água para a África", que pretendia espalhar mil balsas no Mediterrâneo para salvar imigrantes, o ZPS pôs Angela Merkel à venda na seção de usados do e-Bay. Sem sucesso. Desta vez, o objetivo era obter 14.900 euros para enterrar dez entre os milhares de não salvos. À venda, itens como "laudos psiquiátricos sobre o estado do Ministro do Interior" (10 euros cada, 399 aquisições) e "um fim de semana na fronteira da Grécia, com visita guiada a covas coletivas, com pernoite e meia pensão" (5 mil euros, sem comprador). Foram arrecadados 55.165 euros em 18 dias, período em que os principais jornais alemães reportaram e analisaram os três atos: dois enterros e uma marcha. Depois do último deles, porém, ninguém mais perguntou sobre o destino dos outros oito mortos, quem sabe ainda à espera de um enterro. SUZANA VELASCO, 36, é jornalista.
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Reforma de Temer do ensino médio deve ampliar escola integral
O presidente Michel Temer (PMDB) anuncia na tarde desta quinta (22) o projeto de reformulação do ensino médio. A expectativa é que o governo apresente ações de incentivo à ampliação do ensino em tempo integral para a etapa, considerada o maior gargalo da educação brasileira. O novo modelo vai prever flexibilização do percurso do estudante. Hoje, todos os alunos do médio devem cursar 13 disciplinas em três anos. A estrutura é considerada engessada e distante do interesse dos jovens. O país registra 1,7 milhão de adolescentes entre 15 e 17 anos fora da escola –16% da população nessa faixa etária, que seria a ideal para o ensino médio. Com a mudança prevista, só parte da grade será comum a todos. Para o restante, haverá a opção de aprofundamento em cinco áreas: linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e ensino técnico. O aluno poderá escolher em qual linha quer se aprofundar. A oferta dessas habilitações, porém, vai depender das redes e escolas. Raio-x do ensino médio ACELERADO Para acelerar a tramitação do projeto no Congresso Nacional, o governo deve editar uma MP (medida provisória). Um projeto de lei sobre o assunto está em análise desde 2013 na Câmara federal. A agenda legislativa apertada motivou a decisão. Para Eduardo Deschamps, presidente do Consed (órgão que representa os secretários estaduais de Educação), não há mais tempo a perder. "O tema foi discutido exaustivamente nos últimos anos", diz. "Propomos um aumento gradativo da oferta em tempo integral, nossa expectativa é que o governo apresente uma ação indutiva." Deschamps ressalta que o texto que será anunciado trará um novo arcabouço legal. "A partir disso vamos organizar seminários nos Estados para ouvir estudantes e construir a implementação", diz. As redes estaduais concentram 84% das cerca de 8 milhões de matrículas dessa fase da educação básica. LIMITADO Há evidências de que a carga expandida de aulas, quando aliada a um bom projeto pedagógico, melhora os resultados educacionais. Mas oferecer a modalidade tem maiores custos. Somente 6% das matrículas do ensino médio são em tempo integral no país. A meta do PNE (Plano Nacional de Educação) é chegar a 25% dos alunos até 2024. Pernambuco, por exemplo, tem metade da rede estadual em tempo integral e foi um dos dois Estados (ao lado do Amazonas) a bater a meta do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2015. Na média do país, o índice está estagnado desde 2011. O projeto de reforma ainda vai prever a certificação de conhecimentos. Alunos que sabem inglês, por exemplo, poderão eliminar a disciplina. O texto deve flexibilizar a contratação de professores sem concurso para atender a ampliação do ensino técnico.
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Reforma de Temer do ensino médio deve ampliar escola integralO presidente Michel Temer (PMDB) anuncia na tarde desta quinta (22) o projeto de reformulação do ensino médio. A expectativa é que o governo apresente ações de incentivo à ampliação do ensino em tempo integral para a etapa, considerada o maior gargalo da educação brasileira. O novo modelo vai prever flexibilização do percurso do estudante. Hoje, todos os alunos do médio devem cursar 13 disciplinas em três anos. A estrutura é considerada engessada e distante do interesse dos jovens. O país registra 1,7 milhão de adolescentes entre 15 e 17 anos fora da escola –16% da população nessa faixa etária, que seria a ideal para o ensino médio. Com a mudança prevista, só parte da grade será comum a todos. Para o restante, haverá a opção de aprofundamento em cinco áreas: linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e ensino técnico. O aluno poderá escolher em qual linha quer se aprofundar. A oferta dessas habilitações, porém, vai depender das redes e escolas. Raio-x do ensino médio ACELERADO Para acelerar a tramitação do projeto no Congresso Nacional, o governo deve editar uma MP (medida provisória). Um projeto de lei sobre o assunto está em análise desde 2013 na Câmara federal. A agenda legislativa apertada motivou a decisão. Para Eduardo Deschamps, presidente do Consed (órgão que representa os secretários estaduais de Educação), não há mais tempo a perder. "O tema foi discutido exaustivamente nos últimos anos", diz. "Propomos um aumento gradativo da oferta em tempo integral, nossa expectativa é que o governo apresente uma ação indutiva." Deschamps ressalta que o texto que será anunciado trará um novo arcabouço legal. "A partir disso vamos organizar seminários nos Estados para ouvir estudantes e construir a implementação", diz. As redes estaduais concentram 84% das cerca de 8 milhões de matrículas dessa fase da educação básica. LIMITADO Há evidências de que a carga expandida de aulas, quando aliada a um bom projeto pedagógico, melhora os resultados educacionais. Mas oferecer a modalidade tem maiores custos. Somente 6% das matrículas do ensino médio são em tempo integral no país. A meta do PNE (Plano Nacional de Educação) é chegar a 25% dos alunos até 2024. Pernambuco, por exemplo, tem metade da rede estadual em tempo integral e foi um dos dois Estados (ao lado do Amazonas) a bater a meta do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2015. Na média do país, o índice está estagnado desde 2011. O projeto de reforma ainda vai prever a certificação de conhecimentos. Alunos que sabem inglês, por exemplo, poderão eliminar a disciplina. O texto deve flexibilizar a contratação de professores sem concurso para atender a ampliação do ensino técnico.
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Leitor diz que editora Chiado não esclarece dúvidas sobre distribuição
O leitor André Calazans conta que assinou um contrato com a Chiado Editora para a publicação de um livro de contos. O acordo incluía, entre outros serviços, a impressão de mil exemplares, sendo cem da cota do autor e os 900 demais devendo ser distribuídos para livrarias. O autor recebeu as cópias devidas e a obra foi lançada em março. Desde então, porém, Calazans afirma que vem tentando obter informações sobre a impressão e distribuição dos demais exemplares, sem sucesso. O leitor afirma que as respostas são "evasivas" e "não estabelecem prazos" para o cumprimento das obrigações presentes no contrato. Resposta - A Chiado Editora afirma que respondeu diretamente ao autor e que, tendo em vista que a obra foi lançada em março, o processo de distribuição do livro está "naturalmente nos primeiros passos". - Queixa de Ronie de Souza Freitas: Cobrança indevida Empresa ConectCar cobrou pedágio indevidamente, diz leitor. Após a segunda reclamação formal, foi informado que não receberia o crédito enquanto não mostrasse provas de que não passou pelo local. Resposta da Conectcar Afirma que o crédito foi estornado antecipadamente e que o cliente foi informado. - Queixa de Claudio Ferreira Martins: Demora para religação Após quitar conta atrasada, Comgás demora para religar fornecimento de gás, usado na cozinha e no chuveiro. Visita foi agendada, mas, dois dias depois da data, serviço não havia sido restabelecido. Resposta da Comgás Diz ter efetuado o serviço e que demora se deveu à dificuldade de contato com o cliente. - Queixa de Claudia Rodrigues Pozzi: Viagem desnecessária Caixa Econômica Federal convocou cliente de 85 anos a se dirigir a agência em Campinas (SP) para tratar de INSS, quando ele é atendido em Americana (SP). Procurado pela filha do cliente, banco disse que houve erro. Resposta da Caixa Está reforçando por telefone que recadastramento pode ser feito na agência do cliente. - Queixa de Carla Márcia Basso Bortoloni Léllis: Desvio de crédito Após crédito de Ticket Alimentação ter sido quase completamente esgotado em duas compras não autorizadas, empresa demora em ressarcir cliente pelo valor desviado. Resposta da Ticket Lamenta o ocorrido e informa que créditos da cliente foram estornados no dia 6 de abril.
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Leitor diz que editora Chiado não esclarece dúvidas sobre distribuiçãoO leitor André Calazans conta que assinou um contrato com a Chiado Editora para a publicação de um livro de contos. O acordo incluía, entre outros serviços, a impressão de mil exemplares, sendo cem da cota do autor e os 900 demais devendo ser distribuídos para livrarias. O autor recebeu as cópias devidas e a obra foi lançada em março. Desde então, porém, Calazans afirma que vem tentando obter informações sobre a impressão e distribuição dos demais exemplares, sem sucesso. O leitor afirma que as respostas são "evasivas" e "não estabelecem prazos" para o cumprimento das obrigações presentes no contrato. Resposta - A Chiado Editora afirma que respondeu diretamente ao autor e que, tendo em vista que a obra foi lançada em março, o processo de distribuição do livro está "naturalmente nos primeiros passos". - Queixa de Ronie de Souza Freitas: Cobrança indevida Empresa ConectCar cobrou pedágio indevidamente, diz leitor. Após a segunda reclamação formal, foi informado que não receberia o crédito enquanto não mostrasse provas de que não passou pelo local. Resposta da Conectcar Afirma que o crédito foi estornado antecipadamente e que o cliente foi informado. - Queixa de Claudio Ferreira Martins: Demora para religação Após quitar conta atrasada, Comgás demora para religar fornecimento de gás, usado na cozinha e no chuveiro. Visita foi agendada, mas, dois dias depois da data, serviço não havia sido restabelecido. Resposta da Comgás Diz ter efetuado o serviço e que demora se deveu à dificuldade de contato com o cliente. - Queixa de Claudia Rodrigues Pozzi: Viagem desnecessária Caixa Econômica Federal convocou cliente de 85 anos a se dirigir a agência em Campinas (SP) para tratar de INSS, quando ele é atendido em Americana (SP). Procurado pela filha do cliente, banco disse que houve erro. Resposta da Caixa Está reforçando por telefone que recadastramento pode ser feito na agência do cliente. - Queixa de Carla Márcia Basso Bortoloni Léllis: Desvio de crédito Após crédito de Ticket Alimentação ter sido quase completamente esgotado em duas compras não autorizadas, empresa demora em ressarcir cliente pelo valor desviado. Resposta da Ticket Lamenta o ocorrido e informa que créditos da cliente foram estornados no dia 6 de abril.
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'Não é o Brasil que eu quero', diz leitor sobre extinção de reserva amazônica
RESERVA NA AMAZÔNIA Michel Temer vai de mal a pior, destruindo a Amazônia e violando os direitos das populações indígenas. Este governo busca crescimento econômico a qualquer custo, mas o preço que nós e as futuras gerações vamos pagar vai ser alto. Não é este o Brasil que quero. Desenvolvimento sustentável, está aí um conceito que este governo do século 19 não aprendeu. GUSTAVO RODRIGUES (São Paulo, SP) (São Paulo, SP) * A quem isso interessa? Quais são os projetos que poderão ser realizados? Quem vai fiscalizar o desmatamento, o afluxo de garimpeiros e de grandes grupos de mineração? Decisão tomada com uma canetada, sem discussão, sem debate. Vamos permitir isso? Vamos nos manter em estado de passividade bovina ante mais essa "sábia" decisão? Permitiremos outra tragédia como a do rio Doce? LUCIANO NEDER SERAFINI (Ribeirão Preto, SP) - PRIVATIZAÇÕES Sim à privatização e a um Estado mais enxuto, centrado em ações fiscalizadoras (tributária, trabalhista, ambiental, qualidade de produtos e serviços etc.). As empresas costumam resumir numa frase qual é a sua missão. Nossos governantes não sabem qual é a deles. Não conseguem prover as necessidades básicas de saúde e educação e se preocupam em furar poços de petróleo! MAURO ZENHITI AZANA (São Paulo, SP) * Os caras precisam pagar a conta para parar a denúncia contra Temer e o fazem sem nenhuma consideração com a conveniência estratégica de tais privatizações, numa nova traição à vontade popular expressa no voto de 2014. NESTOR BERCOVICH (Florianópolis, SC) - GILMAR MENDES Passa da hora de a leniente ministra Cármen Lúcia, sem salamaleques e rodeios, convocar seu colega Gilmar Mendes para dizer-lhe, com a autoridade que se espera da presidente do STF, algo assim: "Menos, Gilmar, menos! Sua tendenciosidade está desacreditando o tribunal que eu presido!". A população já sabe aquilo que o fantasioso e corporativista STF finge não saber, ou seja, que Gilmar Mendes está na contramão da história e dos anseios do Brasil. TÚLLIO MARCO SOARES CARVALHO, advogado (Belo Horizonte, MG) * Quando o "justiceiro" mandará libertar Sérgio Cabral? MARIA EFIGENIA TEOBALDO (Belo Horizonte, MG) - REFORMA POLÍTICA Em vez de discutir o destino de bilhões dos contribuintes para financiar suas campanhas políticas, os congressistas deveriam urgentemente debater como socorrer o grande número de desempregados, indigentes e doentes que estão morrendo nos corredores dos hospitais. RUBENS ITO (São Paulo, SP) - CORRUPÇÃO Diante do interminável show de corrupção explícita verificado em âmbito federal, acabamos por nos distrair e não perceber o que ocorre nas 27 Assembleias Legislativas estaduais e nas mais de 5.500 Câmaras Municipais. Juntem-se a isso os respectivos Executivos e teremos uma ideia um pouco mais clara do tamanho da roubalheira. FERNANDO PACINI (São Paulo, SP) * Vende-se um país bonito por natureza e rico em tudo —pobre só de caráter. Tratar no Planalto. RODRIGUES CREPALDI (Belo Horizonte, MG) - DONALD TRUMP Ao analisar o evidente despreparo do presidente do país mais poderoso do mundo e as execráveis barganhas para postergar um merecido processo de impeachment, aconselho ao pobre povo brasileiro que saiba escolher com sabedoria seus novos governantes. JOSÉ LAHOR FILHO, professor (Uberlândia, MG) - COLUNISTAS Sobre a coluna de Bernardo Mello Franco "Moraes matou no peito", eu não esperava outra coisa de Alexandre de Moraes, principalmente após ele não se declarar suspeito em ação que envolve o presidente da República. Lamentável. MAGNALDO NICOLAU COSTA (João Pessoa, PB) * Desde a ditadura militar até hoje, Delfim Netto tem mostrado uma coerência impecável. As opiniões que emite na sua coluna sempre são a favor do governo. AERAMIZ ALVES (Belo Horizonte, MG) - MENSALÃO TUCANO Qualificado e sólido, o voto do desembargador Alexandre de Carvalho pela absolvição do ex-governador Eduardo Azeredo de supostos crimes praticados na campanha de 1998. Repõe a justiça a um homem público de bem e que tem a confiança do povo mineiro. Fiel aos documentos e quase 30 depoimentos do processo, ele afirma que não foram apuradas ações específicas praticadas pelo acusado e que, portanto, a denúncia do MP-MG é inepta em demonstrar sua participação nos supostos delitos. JOSÉ HENRIQUE SANTOS PORTUGAL, ex-secretário de Governo de Minas Gerais (Belo Horizonte, MG) - ROBÔS NA CAMPANHA Ao contrário do que sugere a Folha em "'Robôs' motivam até 20% de debates em apoio a políticos no Twitter, diz estudo", a campanha de Marina Silva à Presidência em 2014 jamais apelou a práticas que desvirtuam o debate. À época, de fato, denunciou ter sido alvo de perfis falsos no Twitter. O tempo tem revelado que se tentou escrever a história com base em fake news e o custo disso para a democracia. Esperamos que a lição seja aprendida. NILSON DE OLIVEIRA e CAIO TÚLIO COSTA, coordenadores de comunicação da campanha de Marina Silva à Presidência em 2014 (São Paulo, SP) * RESPOSTA DO EDITOR DE "PODER", FÁBIO ZANINI - A reportagem deixa claro que os robôs citados no estudo da FGV não são necessariamente operados por políticos ou pessoas próximas a eles. - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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'Não é o Brasil que eu quero', diz leitor sobre extinção de reserva amazônicaRESERVA NA AMAZÔNIA Michel Temer vai de mal a pior, destruindo a Amazônia e violando os direitos das populações indígenas. Este governo busca crescimento econômico a qualquer custo, mas o preço que nós e as futuras gerações vamos pagar vai ser alto. Não é este o Brasil que quero. Desenvolvimento sustentável, está aí um conceito que este governo do século 19 não aprendeu. GUSTAVO RODRIGUES (São Paulo, SP) (São Paulo, SP) * A quem isso interessa? Quais são os projetos que poderão ser realizados? Quem vai fiscalizar o desmatamento, o afluxo de garimpeiros e de grandes grupos de mineração? Decisão tomada com uma canetada, sem discussão, sem debate. Vamos permitir isso? Vamos nos manter em estado de passividade bovina ante mais essa "sábia" decisão? Permitiremos outra tragédia como a do rio Doce? LUCIANO NEDER SERAFINI (Ribeirão Preto, SP) - PRIVATIZAÇÕES Sim à privatização e a um Estado mais enxuto, centrado em ações fiscalizadoras (tributária, trabalhista, ambiental, qualidade de produtos e serviços etc.). As empresas costumam resumir numa frase qual é a sua missão. Nossos governantes não sabem qual é a deles. Não conseguem prover as necessidades básicas de saúde e educação e se preocupam em furar poços de petróleo! MAURO ZENHITI AZANA (São Paulo, SP) * Os caras precisam pagar a conta para parar a denúncia contra Temer e o fazem sem nenhuma consideração com a conveniência estratégica de tais privatizações, numa nova traição à vontade popular expressa no voto de 2014. NESTOR BERCOVICH (Florianópolis, SC) - GILMAR MENDES Passa da hora de a leniente ministra Cármen Lúcia, sem salamaleques e rodeios, convocar seu colega Gilmar Mendes para dizer-lhe, com a autoridade que se espera da presidente do STF, algo assim: "Menos, Gilmar, menos! Sua tendenciosidade está desacreditando o tribunal que eu presido!". A população já sabe aquilo que o fantasioso e corporativista STF finge não saber, ou seja, que Gilmar Mendes está na contramão da história e dos anseios do Brasil. TÚLLIO MARCO SOARES CARVALHO, advogado (Belo Horizonte, MG) * Quando o "justiceiro" mandará libertar Sérgio Cabral? MARIA EFIGENIA TEOBALDO (Belo Horizonte, MG) - REFORMA POLÍTICA Em vez de discutir o destino de bilhões dos contribuintes para financiar suas campanhas políticas, os congressistas deveriam urgentemente debater como socorrer o grande número de desempregados, indigentes e doentes que estão morrendo nos corredores dos hospitais. RUBENS ITO (São Paulo, SP) - CORRUPÇÃO Diante do interminável show de corrupção explícita verificado em âmbito federal, acabamos por nos distrair e não perceber o que ocorre nas 27 Assembleias Legislativas estaduais e nas mais de 5.500 Câmaras Municipais. Juntem-se a isso os respectivos Executivos e teremos uma ideia um pouco mais clara do tamanho da roubalheira. FERNANDO PACINI (São Paulo, SP) * Vende-se um país bonito por natureza e rico em tudo —pobre só de caráter. Tratar no Planalto. RODRIGUES CREPALDI (Belo Horizonte, MG) - DONALD TRUMP Ao analisar o evidente despreparo do presidente do país mais poderoso do mundo e as execráveis barganhas para postergar um merecido processo de impeachment, aconselho ao pobre povo brasileiro que saiba escolher com sabedoria seus novos governantes. JOSÉ LAHOR FILHO, professor (Uberlândia, MG) - COLUNISTAS Sobre a coluna de Bernardo Mello Franco "Moraes matou no peito", eu não esperava outra coisa de Alexandre de Moraes, principalmente após ele não se declarar suspeito em ação que envolve o presidente da República. Lamentável. MAGNALDO NICOLAU COSTA (João Pessoa, PB) * Desde a ditadura militar até hoje, Delfim Netto tem mostrado uma coerência impecável. As opiniões que emite na sua coluna sempre são a favor do governo. AERAMIZ ALVES (Belo Horizonte, MG) - MENSALÃO TUCANO Qualificado e sólido, o voto do desembargador Alexandre de Carvalho pela absolvição do ex-governador Eduardo Azeredo de supostos crimes praticados na campanha de 1998. Repõe a justiça a um homem público de bem e que tem a confiança do povo mineiro. Fiel aos documentos e quase 30 depoimentos do processo, ele afirma que não foram apuradas ações específicas praticadas pelo acusado e que, portanto, a denúncia do MP-MG é inepta em demonstrar sua participação nos supostos delitos. JOSÉ HENRIQUE SANTOS PORTUGAL, ex-secretário de Governo de Minas Gerais (Belo Horizonte, MG) - ROBÔS NA CAMPANHA Ao contrário do que sugere a Folha em "'Robôs' motivam até 20% de debates em apoio a políticos no Twitter, diz estudo", a campanha de Marina Silva à Presidência em 2014 jamais apelou a práticas que desvirtuam o debate. À época, de fato, denunciou ter sido alvo de perfis falsos no Twitter. O tempo tem revelado que se tentou escrever a história com base em fake news e o custo disso para a democracia. Esperamos que a lição seja aprendida. NILSON DE OLIVEIRA e CAIO TÚLIO COSTA, coordenadores de comunicação da campanha de Marina Silva à Presidência em 2014 (São Paulo, SP) * RESPOSTA DO EDITOR DE "PODER", FÁBIO ZANINI - A reportagem deixa claro que os robôs citados no estudo da FGV não são necessariamente operados por políticos ou pessoas próximas a eles. - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Aulas na Fernão Dias recomeçam com carteiras em círculos e debates
Depois de passar 55 dias ocupada por estudantes contra a reorganização escolar proposta pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), a escola estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, retomou as aulas nesta quarta-feira (6). As aulas reiniciadas nesta quarta são reposições referentes ao período que os estudantes ficaram sem estudar por causa da ocupação. Segundo a direção do colégio, elas devem ocorrer até o dia 5 de fevereiro, inclusive aos sábados. O ano letivo começa em 15 de fevereiro –dez dias depois. Mas, de acordo estudantes ouvidos pela Folha, as aulas foram retomadas de uma forma menos formal e mais "humana" por parte dos professores. A primeira diferença é que, ao invés de fileiras, as carteiras de quase todas as salas agora estão organizadas em círculo, o que deixou os estudantes mais próximos dos professores. "A aula de hoje foi olho no olho. A relação entre a gente ficou mais íntima, nada do professor se isolar na frente da sala e a gente só escutar", afirmou o aluno do 2º ano do ensino médio Ighor Siqueira, 16. A medida será mantida ao longo do ano letivo caso haja um acordo entre os professores e estudantes. Os professores também aproveitaram o primeiro dia do retorno para fazer debates com os alunos sobre como o ensino pode melhorar no colégio e o que eles aprenderam com os protestos. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, quatro escolas continuam ocupadas em protesto contra a reorganização. A pasta, porém, não informou quais são essas unidades. Duas delas já estão fazendo a reposição de aulas em outros colégios da região. A estudante do 2º ano do ensino médio do colégio Alana Aloe dos Anjos, 16, afirmou que a primeira impressão é que os alunos estão mais livres. "Os professores estão mais abertos a propostas, a conversas e debates. A estrutura da escola também melhorou porque antes não tínhamos nem papel higiênico nos banheiros e agora temos até para enxugar as mãos", contou. PROTESTOS O movimento de ocupação surgiu como protesto contra a medida da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) que fecharia 92 unidades de ensino e transferiria 311 mil alunos. Segundo o governo, há escolas ociosas, com menos alunos do que sua capacidade. As ocupações e protestos nas ruas fizeram com que Alckmin suspendesse a mudança, o que resultou também na saída do então secretário de Educação Herman Voorwald. Segundo o governo, depredações em 81 escolas causaram prejuízo de R$ 1 milhão. Apesar do recuo, parte das ocupações foram mantidas. Os alunos pediam a revogação definitiva do plano, e não apenas sua suspensão. Alunos de escolas ocupadas passaram o Natal e o Ano-Novo nas unidades. Na Fernão Dias, alunos fizeram uma ceia em volta de uma fogueira no pátio do colégio. Heudes Oliveira diz esperar que outras reivindicações sejam atendidas. Entre elas, a retomada de uma oficina de teatro que havia aos sábados na escola.
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Aulas na Fernão Dias recomeçam com carteiras em círculos e debatesDepois de passar 55 dias ocupada por estudantes contra a reorganização escolar proposta pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), a escola estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, retomou as aulas nesta quarta-feira (6). As aulas reiniciadas nesta quarta são reposições referentes ao período que os estudantes ficaram sem estudar por causa da ocupação. Segundo a direção do colégio, elas devem ocorrer até o dia 5 de fevereiro, inclusive aos sábados. O ano letivo começa em 15 de fevereiro –dez dias depois. Mas, de acordo estudantes ouvidos pela Folha, as aulas foram retomadas de uma forma menos formal e mais "humana" por parte dos professores. A primeira diferença é que, ao invés de fileiras, as carteiras de quase todas as salas agora estão organizadas em círculo, o que deixou os estudantes mais próximos dos professores. "A aula de hoje foi olho no olho. A relação entre a gente ficou mais íntima, nada do professor se isolar na frente da sala e a gente só escutar", afirmou o aluno do 2º ano do ensino médio Ighor Siqueira, 16. A medida será mantida ao longo do ano letivo caso haja um acordo entre os professores e estudantes. Os professores também aproveitaram o primeiro dia do retorno para fazer debates com os alunos sobre como o ensino pode melhorar no colégio e o que eles aprenderam com os protestos. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, quatro escolas continuam ocupadas em protesto contra a reorganização. A pasta, porém, não informou quais são essas unidades. Duas delas já estão fazendo a reposição de aulas em outros colégios da região. A estudante do 2º ano do ensino médio do colégio Alana Aloe dos Anjos, 16, afirmou que a primeira impressão é que os alunos estão mais livres. "Os professores estão mais abertos a propostas, a conversas e debates. A estrutura da escola também melhorou porque antes não tínhamos nem papel higiênico nos banheiros e agora temos até para enxugar as mãos", contou. PROTESTOS O movimento de ocupação surgiu como protesto contra a medida da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) que fecharia 92 unidades de ensino e transferiria 311 mil alunos. Segundo o governo, há escolas ociosas, com menos alunos do que sua capacidade. As ocupações e protestos nas ruas fizeram com que Alckmin suspendesse a mudança, o que resultou também na saída do então secretário de Educação Herman Voorwald. Segundo o governo, depredações em 81 escolas causaram prejuízo de R$ 1 milhão. Apesar do recuo, parte das ocupações foram mantidas. Os alunos pediam a revogação definitiva do plano, e não apenas sua suspensão. Alunos de escolas ocupadas passaram o Natal e o Ano-Novo nas unidades. Na Fernão Dias, alunos fizeram uma ceia em volta de uma fogueira no pátio do colégio. Heudes Oliveira diz esperar que outras reivindicações sejam atendidas. Entre elas, a retomada de uma oficina de teatro que havia aos sábados na escola.
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Primeiros cães de proveta crescem saudáveis nos EUA; veja
Os cientistas responsáveis pelo nascimento dos primeiros cães gestados com fertilização in vitro, que nasceram em julho, divulgaram agora fotos e vídeos mostrando que os filhotes estão crescendo saudáveis.Sete filhotes nasceram na ocasião, todos uma mistura de genes de beagle, labrador e cocker spaniel.
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Primeiros cães de proveta crescem saudáveis nos EUA; vejaOs cientistas responsáveis pelo nascimento dos primeiros cães gestados com fertilização in vitro, que nasceram em julho, divulgaram agora fotos e vídeos mostrando que os filhotes estão crescendo saudáveis.Sete filhotes nasceram na ocasião, todos uma mistura de genes de beagle, labrador e cocker spaniel.
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Galileo, o GPS europeu, entra em operação
A Europa lançou oficialmente nesta quinta-feira (15) os primeiros serviços de seu sistema de navegação por satélite, batizado Galileo, e que promete oferecer aos usuários uma geolocalização mais precisa que seu concorrente americano GPS. "É um êxito maior para a Europa", declarou a comissária europeia da Indústria, Elzbieta Bienkowska. "O Galileu aumentará em dez vezes a precisão da geolocalização e tirará partido disso a próxima geração de produtos tecnológicos como os carros autônomos, os dispositivos conectados ou os equipamentos e serviços das cidades 'inteligentes'", explicou, por sua vez, Maros Sefcovic, comissário europeu de Energia. Apenas uns poucos privilegiados, que possuem o único smartphone compatível com o Galileo, o Aquaris X5 Plus, do fabricante espanhol BQ, poderão receber o sinal do sistema de navegação nesta quinta-feira. Eles poderão utilizar gratuitamente Galileo para encontrar um comércio, a melhor rota ou controlar a velocidade que o motorista dirige. No entanto, segundo a porta-voz da Comissão Europeia, Mirna Talko, vários fabricantes de smartphones já estão fazendo circuitos integrados adaptados ao novo sistema de navegação. Um pouco fraco no início, o sinal será amplificado com a ajuda do GPS, e aumentará pouco a pouco, à medida que se acrescentem satélites aos 18 da rede Galileo que já orbitam a 23.222 km da Terra. Segundo a Comissão Europeia, um atualização bastará para que alguns dispositivos possam usar a nova tecnologia. Mas será preciso ter paciência para ter acesso a uma oferta em massa de produtos compatíveis com o Galileo. "A geolocalização está no centro da atual revolução digital, com dispositivos com novos serviços que transformam nosso dia a dia", diz Sefcovic. "Cerca de 10% do PIB europeu depende hoje em dia dos sistemas de navegação por satélites, uma cifra que poderá alcançar 30% até 2030", segundo a Cnes, a agência espacial francesa. TOTALMENTE OPERACIONAL EM 2020 Segundo a Comissão e a Agência Espacial Europeia (ESA), o Galileo deverá estar plenamente operacional a partir de 2020. O sistema europeu pretende ser mais eficiente que seus concorrentes ao oferecer uma geolocalização mais precisa, com uma margem de erro inferior a um metro. Outro avanço do Galileo diz respeito às operações de busca e resgate: todas as chamadas de emergência serão visíveis, em tempo real, de qualquer lugar do planeta. "Hoje são necessárias aos menos três horas para detectar uma pessoa perdida no mar ou nas montanhas, enquanto que, com o Galileo, a demora é de apenas dez minutos", afirma Lucia Caudet, porta-voz da Comissão Europeia. A precisão do sistema é resultado da utilização de uns dos melhores relógios já enviados para a navegação –um por satélite–, que só atrasam um segundo a cada três milhões de anos. Um erro de um milionésimo de segundo em um relógio pode significar um erro de 30 centímetros no posicionamento. Seu sinal permitirá, ainda, alcançar áreas que atualmente não podem ser localizadas, como o interior dos túneis ou algumas estradas onde os edifícios altos impedem a chegada das ondas eletromagnéticas dos satélites. O Galileo é compatível com o GPS, e o usuário poderá ter acesso aos dois sistemas de forma simultânea, e melhorar a qualidade e confiabilidade de sua geolocalização. A Europa levou 17 anos e mais de 10 bilhões de euros para desenvolver e colocar em funcionamento o novo sistema de navegação. O projeto, financiado pela Comissão Europeia, teve um orçamento inicial aprovado de 3 bilhões de euros e um prazo de lançamento para 2008, mas uma série de contratempos elevaram seus gastos e adiaram sua colocação no mercado.
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Galileo, o GPS europeu, entra em operaçãoA Europa lançou oficialmente nesta quinta-feira (15) os primeiros serviços de seu sistema de navegação por satélite, batizado Galileo, e que promete oferecer aos usuários uma geolocalização mais precisa que seu concorrente americano GPS. "É um êxito maior para a Europa", declarou a comissária europeia da Indústria, Elzbieta Bienkowska. "O Galileu aumentará em dez vezes a precisão da geolocalização e tirará partido disso a próxima geração de produtos tecnológicos como os carros autônomos, os dispositivos conectados ou os equipamentos e serviços das cidades 'inteligentes'", explicou, por sua vez, Maros Sefcovic, comissário europeu de Energia. Apenas uns poucos privilegiados, que possuem o único smartphone compatível com o Galileo, o Aquaris X5 Plus, do fabricante espanhol BQ, poderão receber o sinal do sistema de navegação nesta quinta-feira. Eles poderão utilizar gratuitamente Galileo para encontrar um comércio, a melhor rota ou controlar a velocidade que o motorista dirige. No entanto, segundo a porta-voz da Comissão Europeia, Mirna Talko, vários fabricantes de smartphones já estão fazendo circuitos integrados adaptados ao novo sistema de navegação. Um pouco fraco no início, o sinal será amplificado com a ajuda do GPS, e aumentará pouco a pouco, à medida que se acrescentem satélites aos 18 da rede Galileo que já orbitam a 23.222 km da Terra. Segundo a Comissão Europeia, um atualização bastará para que alguns dispositivos possam usar a nova tecnologia. Mas será preciso ter paciência para ter acesso a uma oferta em massa de produtos compatíveis com o Galileo. "A geolocalização está no centro da atual revolução digital, com dispositivos com novos serviços que transformam nosso dia a dia", diz Sefcovic. "Cerca de 10% do PIB europeu depende hoje em dia dos sistemas de navegação por satélites, uma cifra que poderá alcançar 30% até 2030", segundo a Cnes, a agência espacial francesa. TOTALMENTE OPERACIONAL EM 2020 Segundo a Comissão e a Agência Espacial Europeia (ESA), o Galileo deverá estar plenamente operacional a partir de 2020. O sistema europeu pretende ser mais eficiente que seus concorrentes ao oferecer uma geolocalização mais precisa, com uma margem de erro inferior a um metro. Outro avanço do Galileo diz respeito às operações de busca e resgate: todas as chamadas de emergência serão visíveis, em tempo real, de qualquer lugar do planeta. "Hoje são necessárias aos menos três horas para detectar uma pessoa perdida no mar ou nas montanhas, enquanto que, com o Galileo, a demora é de apenas dez minutos", afirma Lucia Caudet, porta-voz da Comissão Europeia. A precisão do sistema é resultado da utilização de uns dos melhores relógios já enviados para a navegação –um por satélite–, que só atrasam um segundo a cada três milhões de anos. Um erro de um milionésimo de segundo em um relógio pode significar um erro de 30 centímetros no posicionamento. Seu sinal permitirá, ainda, alcançar áreas que atualmente não podem ser localizadas, como o interior dos túneis ou algumas estradas onde os edifícios altos impedem a chegada das ondas eletromagnéticas dos satélites. O Galileo é compatível com o GPS, e o usuário poderá ter acesso aos dois sistemas de forma simultânea, e melhorar a qualidade e confiabilidade de sua geolocalização. A Europa levou 17 anos e mais de 10 bilhões de euros para desenvolver e colocar em funcionamento o novo sistema de navegação. O projeto, financiado pela Comissão Europeia, teve um orçamento inicial aprovado de 3 bilhões de euros e um prazo de lançamento para 2008, mas uma série de contratempos elevaram seus gastos e adiaram sua colocação no mercado.
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As seleções masculina e feminina precisam acreditar em si
REPRODUZO AQUI o texto de Nelson Rodrigues em que ele cita pela primeira vez o complexo de vira-latas, assim, no plural, não no singular como 11 em cada 10 citações feitas a respeito: "A pura, a santa verdade é a seguinte: qualquer jogador brasileiro, quando se desamarra de suas inibições e se põe em estado de graça, é algo de único em matéria de fantasia, de improvisação, de invenção. Em suma: temos dons em excesso. E só uma coisa nos atrapalha e, por vezes, invalida as nossas qualidades. Quero aludir ao que eu poderia chamar de 'complexo de vira-latas'. Estou a imaginar o espanto do leitor: 'O que vem a ser isso?'. Eu explico. Por 'complexo de vira-latas' entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. Isto em todos os setores e, sobretudo, no futebol. Dizer que nós nos julgamos 'os maiores' é uma cínica inverdade(...) Jamais foi tão evidente e, eu diria mesmo, espetacular o nosso vira-latismo. Na já citada vergonha de 50, éramos superiores aos adversários (...) Pois bem: e perdemos da maneira mais abjeta. Por um motivo muito simples: porque Obdulio nos tratou a pontapés, como se vira-latas fôssemos. Eu vos digo: o problema do escrete não é mais de futebol, nem de técnica, nem de tática. Absolutamente. É um problema de fé em si mesmo. O brasileiro precisa se convencer de que não é um vira-latas e que tem futebol para dar e vender(...)". Reproduzo por dois motivos: 1. o futebol feminino e o masculino têm dois desafios, nesta terça (16) e nesta quarta (17), contra a Suécia e contra Honduras e precisa acreditar em si sem se julgar inferior às suecas nem superior aos hondurenhos, por mais que, paradoxalmente, as primeiras tenham sido derrotadas por 5 a 1 na primeira fase olímpica, e os segundos, na Copa América de 2001, tenham vencido a seleção de Felipão por 2 a 0; 2. Já foi dito aqui que pior que o complexo de vira-latas é a síndrome da cadela no cio, mistura que supervaloriza a opinião estrangeira e minimiza o que vimos e sentimos na carne no dia a dia. Ora, tem gente que só agora descobriu como o Rio é lindo, que se surpreende com o cenário do vôlei de praia ou do circuito do ciclismo, dos mais fabulosos jamais vistos. Nada disso empalidece os defeitos da organização dos Jogos, incomparavelmente mais difíceis e arriscados de cobrir que os de Londres. Só falta alguém aplaudir a imbecilidade dita agora pelo ministro interino do Esporte, Leonardo Picciani, ao declarar que festa é local impróprio para um jovem nadador americano, já de folga, frequentar.
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As seleções masculina e feminina precisam acreditar em siREPRODUZO AQUI o texto de Nelson Rodrigues em que ele cita pela primeira vez o complexo de vira-latas, assim, no plural, não no singular como 11 em cada 10 citações feitas a respeito: "A pura, a santa verdade é a seguinte: qualquer jogador brasileiro, quando se desamarra de suas inibições e se põe em estado de graça, é algo de único em matéria de fantasia, de improvisação, de invenção. Em suma: temos dons em excesso. E só uma coisa nos atrapalha e, por vezes, invalida as nossas qualidades. Quero aludir ao que eu poderia chamar de 'complexo de vira-latas'. Estou a imaginar o espanto do leitor: 'O que vem a ser isso?'. Eu explico. Por 'complexo de vira-latas' entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. Isto em todos os setores e, sobretudo, no futebol. Dizer que nós nos julgamos 'os maiores' é uma cínica inverdade(...) Jamais foi tão evidente e, eu diria mesmo, espetacular o nosso vira-latismo. Na já citada vergonha de 50, éramos superiores aos adversários (...) Pois bem: e perdemos da maneira mais abjeta. Por um motivo muito simples: porque Obdulio nos tratou a pontapés, como se vira-latas fôssemos. Eu vos digo: o problema do escrete não é mais de futebol, nem de técnica, nem de tática. Absolutamente. É um problema de fé em si mesmo. O brasileiro precisa se convencer de que não é um vira-latas e que tem futebol para dar e vender(...)". Reproduzo por dois motivos: 1. o futebol feminino e o masculino têm dois desafios, nesta terça (16) e nesta quarta (17), contra a Suécia e contra Honduras e precisa acreditar em si sem se julgar inferior às suecas nem superior aos hondurenhos, por mais que, paradoxalmente, as primeiras tenham sido derrotadas por 5 a 1 na primeira fase olímpica, e os segundos, na Copa América de 2001, tenham vencido a seleção de Felipão por 2 a 0; 2. Já foi dito aqui que pior que o complexo de vira-latas é a síndrome da cadela no cio, mistura que supervaloriza a opinião estrangeira e minimiza o que vimos e sentimos na carne no dia a dia. Ora, tem gente que só agora descobriu como o Rio é lindo, que se surpreende com o cenário do vôlei de praia ou do circuito do ciclismo, dos mais fabulosos jamais vistos. Nada disso empalidece os defeitos da organização dos Jogos, incomparavelmente mais difíceis e arriscados de cobrir que os de Londres. Só falta alguém aplaudir a imbecilidade dita agora pelo ministro interino do Esporte, Leonardo Picciani, ao declarar que festa é local impróprio para um jovem nadador americano, já de folga, frequentar.
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Após ficar em 12º, Nasr afirma que objetivo é voltar a pontuar
A 12ª colocação no GP da Espanha não foi suficiente para Felipe Nasr voltar à zona de pontuação numa etapa do Mundial de F-1. Tendo largado do 15 posto no grid em Barcelona, nem mesmo o fato de, pela quinta vez em cinco corridas ter chegado à frente de seu companheiro de Sauber, Marcus Ericsson, foi motivo de comemoração para o brasileiro, que faz sua temporada de estreia na categoria. "Não é isso que quero e meu desejo agora é voltar a marcar pontos", afirmou Nasr, que usou a mesma estratégia do parceiro neste domingo e chegou duas posições a sua frente. Com um quarto do campeonato disputado após a prova no circuito de Montmeló, Nasr ocupa o nono posto no Mundial de Pilotos e soma 14 pontos. O líder é Lewis Hamilton, da Mercedes, que foi o segundo no GP da Espanha, atrás apenas de seu companheiro de time, Nico Rosberg -Sebastian Vettel completou o pódio em terceiro. Apesar de ter conseguido ganhar três lugares em relação a sua posição de largada, Nasr reclamou bastante da dirigibilidade de seu carro. "A verdade é que da minha parte eu fiz tudo que podia. Consegui fazer só duas paradas, o que foi importante para a gente ganhar posições na pista, mas a gente tem que melhorar o ritmo do carro. Hoje realmente não tinha como fazer nada melhor. Nosso carro está muito difícil de guiar", afirmou o piloto da Sauber. Segundo Nasr, pela programação da equipe, uma melhora só deve ser sentida na segunda metade do campeonato, quando estão programadas atualizações para o C34. "Pelo menos em Mônaco podemos ter uma chance melhor, porque é uma pista que não demanda tanta carga aerodinâmica, assim como no Canadá, com as longas retas. Não estou criando grandes expectativas e tenho que ser realista com o que tenho", completou o piloto brasileiro.
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Após ficar em 12º, Nasr afirma que objetivo é voltar a pontuarA 12ª colocação no GP da Espanha não foi suficiente para Felipe Nasr voltar à zona de pontuação numa etapa do Mundial de F-1. Tendo largado do 15 posto no grid em Barcelona, nem mesmo o fato de, pela quinta vez em cinco corridas ter chegado à frente de seu companheiro de Sauber, Marcus Ericsson, foi motivo de comemoração para o brasileiro, que faz sua temporada de estreia na categoria. "Não é isso que quero e meu desejo agora é voltar a marcar pontos", afirmou Nasr, que usou a mesma estratégia do parceiro neste domingo e chegou duas posições a sua frente. Com um quarto do campeonato disputado após a prova no circuito de Montmeló, Nasr ocupa o nono posto no Mundial de Pilotos e soma 14 pontos. O líder é Lewis Hamilton, da Mercedes, que foi o segundo no GP da Espanha, atrás apenas de seu companheiro de time, Nico Rosberg -Sebastian Vettel completou o pódio em terceiro. Apesar de ter conseguido ganhar três lugares em relação a sua posição de largada, Nasr reclamou bastante da dirigibilidade de seu carro. "A verdade é que da minha parte eu fiz tudo que podia. Consegui fazer só duas paradas, o que foi importante para a gente ganhar posições na pista, mas a gente tem que melhorar o ritmo do carro. Hoje realmente não tinha como fazer nada melhor. Nosso carro está muito difícil de guiar", afirmou o piloto da Sauber. Segundo Nasr, pela programação da equipe, uma melhora só deve ser sentida na segunda metade do campeonato, quando estão programadas atualizações para o C34. "Pelo menos em Mônaco podemos ter uma chance melhor, porque é uma pista que não demanda tanta carga aerodinâmica, assim como no Canadá, com as longas retas. Não estou criando grandes expectativas e tenho que ser realista com o que tenho", completou o piloto brasileiro.
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Japoneses narram ataques nucleares para deixar memória como herança
Em um final de semana recente, um sobrevivente do bombardeio atômico contra Nagasaki traçou no mapa o caminho que ele percorreu: os 20 quilômetros de inferno em sua caminhada de volta para casa, a "chuva negra" de partículas radioativas se precipitando para a terra, e como ele começou a se sentir doente, dias mais tarde. A audiência de oito pessoas o ouvia com atenção, fazendo perguntas e anotações quando necessário. A esperança deles é transmitir essa história a futuras gerações quando ele tiver partido e conduzir os ouvintes à cena que Shigeyuki Katsura, 84, viu e sentiu em 9 de agosto de 1945. Em um programa organizado pelo governo do subúrbio de Kunitachi, a oeste de Tóquio, 20 alunos com idades entre os 20 e os 70 anos estão estudando a história da época da guerra, recebendo aulas de como falar em público do âncora de um telejornal e ouvindo as histórias de Katsura e de outros moradores de Kunitachi, que sobreviveram ao bombardeio de Hiroshima. "Faz 70 anos que os bombardeios aconteceram, e os sobreviventes estão envelhecendo. O tempo é limitado e precisamos nos apressar", disse Terumi Tanaka, 83, o presidente de um grupo nacional sediado em Tóquio e chamado Confederação Japonesa das Vítimas das Bombas A e H. De certa forma, eles estão recuando ao passado, em plena era digital, aprendendo em contato direto com os anciãos a fim de preservar uma tradição de narrativa oral. Não é muito diferente dos atores do teatro kabuki, que herdam os pseudônimos de palco de seus predecessores e interpretam as peças que os tornaram famosos. As mesmas histórias podem ser narradas em texto e vídeo na internet, mas os organizadores sentem que ouvir alguém contar a história pessoalmente adiciona um inestimável toque humano ao processo. A bomba atômica lançada sobre Hiroshima em 6 de agosto de 1945 matou cerca de 140 mil pessoas em cinco meses, tanto como resultado da explosão quanto pelos efeitos imediatos da radiação, e uma segunda bomba lançada sobre Nagasaki três dias mais tarde causou 73 mil mortes. O total de mortes associadas aos ataques e aos efeitos da radiação subiu, desde então, a 460 mil, e o número de sobreviventes caiu para 183 mil, de acordo com as mais recentes estatísticas do governo japonês. A maioria dos sobreviventes vive em Hiroshima e Nagasaki. Katsura disse que cerca de 20 sobreviventes vivem em Kunitachi, mas apenas alguns poucos deles, entre os quais ele se inclui, estão suficientemente bem de saúde para fazer aparições públicas. Tanaka, um professor aposentado de engenharia, sobreviveu ao bombardeio de Nagasaki, mas perdeu cinco parentes na cidade, quando tinha 13 anos. Ele diz que seria quase impossível para um narrador descrever os horrores daquele dia tão vividamente quanto um sobrevivente, mas espera que a imaginação, compaixão e compromisso com a paz que eles demonstram compensem quaisquer deficiências. Mika Shimizu, 32, professora de segundo grau, espera ser capaz disso, ao expressar a experiência de um sobrevivente em linguagem que ela, seus colegas e pessoas mais jovens, como seus alunos, consigam compreender. "Mesmo que ouçamos a mesma história, a maneira pela qual cada um de nós a contará será diferente, porque todos temos sensibilidades diferentes", disse. Sachiko Matsushita, outra alunas, perdeu a chance de aprender diretamente sobre o acontecido com seu pai, que escondeu o fato de estar entre as vítimas do bombardeio a Nagasaki por quase toda a vida, e em geral preferia não contar sua história. Inicialmente, ela queria percorrer o mesmo caminho que seu pai percorreu, mas agora está determinada a passar adiante a história de Katsura. "Eu prefiro ouvir as histórias diretamente das pessoas, e repassá-las a outros", diz Matsushita, 47, funcionária de uma companhia. Katsura tinha 14 anos quando ele e os colegas de escola, que trabalhavam como parte do esforço de guerra, foram encarregados de levar um carrinho repleto de peças para a fabricação de armas a uma fábrica, no momento em que a bomba de plutônio conhecida como "Fat Man" foi detonada sobre Nagasaki. "Tendo testemunhado o que uma arma nuclear produzida pelo homem pode fazer aos seres humanos, é preciso que eu as condene como completamente erradas, como um equívoco que jamais deve ser repetido", disse. "É isso que e me leva a contar minha história, e continuarei a fazê-lo enquanto viver." Corrida nuclear O curso em Kunitachi se inspira em um projeto semelhante iniciado em Hiroshima em 2012. O primeiro grupo de 50 narradores de Hiroshima estreou este ano, e outros 150 estão sendo treinados. Mamiko Ogawa, funcionária da prefeitura de Kunitachi, diz que contar essa história requer profunda compreensão do retrospecto histórico e das emoções dos sobreviventes, bem como uma gotinha de personalidade por parte do narrador. É isso que torna a experiência diferente de um arquivo digital. "Creio que as histórias sejam melhores quando contadas por pessoas reais", diz. "Espero que os alunos absorvam suficientemente as experiências e sentimentos dos sobreviventes, para que possam contar as histórias de acordo com a sua sensibilidade." Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Japoneses narram ataques nucleares para deixar memória como herançaEm um final de semana recente, um sobrevivente do bombardeio atômico contra Nagasaki traçou no mapa o caminho que ele percorreu: os 20 quilômetros de inferno em sua caminhada de volta para casa, a "chuva negra" de partículas radioativas se precipitando para a terra, e como ele começou a se sentir doente, dias mais tarde. A audiência de oito pessoas o ouvia com atenção, fazendo perguntas e anotações quando necessário. A esperança deles é transmitir essa história a futuras gerações quando ele tiver partido e conduzir os ouvintes à cena que Shigeyuki Katsura, 84, viu e sentiu em 9 de agosto de 1945. Em um programa organizado pelo governo do subúrbio de Kunitachi, a oeste de Tóquio, 20 alunos com idades entre os 20 e os 70 anos estão estudando a história da época da guerra, recebendo aulas de como falar em público do âncora de um telejornal e ouvindo as histórias de Katsura e de outros moradores de Kunitachi, que sobreviveram ao bombardeio de Hiroshima. "Faz 70 anos que os bombardeios aconteceram, e os sobreviventes estão envelhecendo. O tempo é limitado e precisamos nos apressar", disse Terumi Tanaka, 83, o presidente de um grupo nacional sediado em Tóquio e chamado Confederação Japonesa das Vítimas das Bombas A e H. De certa forma, eles estão recuando ao passado, em plena era digital, aprendendo em contato direto com os anciãos a fim de preservar uma tradição de narrativa oral. Não é muito diferente dos atores do teatro kabuki, que herdam os pseudônimos de palco de seus predecessores e interpretam as peças que os tornaram famosos. As mesmas histórias podem ser narradas em texto e vídeo na internet, mas os organizadores sentem que ouvir alguém contar a história pessoalmente adiciona um inestimável toque humano ao processo. A bomba atômica lançada sobre Hiroshima em 6 de agosto de 1945 matou cerca de 140 mil pessoas em cinco meses, tanto como resultado da explosão quanto pelos efeitos imediatos da radiação, e uma segunda bomba lançada sobre Nagasaki três dias mais tarde causou 73 mil mortes. O total de mortes associadas aos ataques e aos efeitos da radiação subiu, desde então, a 460 mil, e o número de sobreviventes caiu para 183 mil, de acordo com as mais recentes estatísticas do governo japonês. A maioria dos sobreviventes vive em Hiroshima e Nagasaki. Katsura disse que cerca de 20 sobreviventes vivem em Kunitachi, mas apenas alguns poucos deles, entre os quais ele se inclui, estão suficientemente bem de saúde para fazer aparições públicas. Tanaka, um professor aposentado de engenharia, sobreviveu ao bombardeio de Nagasaki, mas perdeu cinco parentes na cidade, quando tinha 13 anos. Ele diz que seria quase impossível para um narrador descrever os horrores daquele dia tão vividamente quanto um sobrevivente, mas espera que a imaginação, compaixão e compromisso com a paz que eles demonstram compensem quaisquer deficiências. Mika Shimizu, 32, professora de segundo grau, espera ser capaz disso, ao expressar a experiência de um sobrevivente em linguagem que ela, seus colegas e pessoas mais jovens, como seus alunos, consigam compreender. "Mesmo que ouçamos a mesma história, a maneira pela qual cada um de nós a contará será diferente, porque todos temos sensibilidades diferentes", disse. Sachiko Matsushita, outra alunas, perdeu a chance de aprender diretamente sobre o acontecido com seu pai, que escondeu o fato de estar entre as vítimas do bombardeio a Nagasaki por quase toda a vida, e em geral preferia não contar sua história. Inicialmente, ela queria percorrer o mesmo caminho que seu pai percorreu, mas agora está determinada a passar adiante a história de Katsura. "Eu prefiro ouvir as histórias diretamente das pessoas, e repassá-las a outros", diz Matsushita, 47, funcionária de uma companhia. Katsura tinha 14 anos quando ele e os colegas de escola, que trabalhavam como parte do esforço de guerra, foram encarregados de levar um carrinho repleto de peças para a fabricação de armas a uma fábrica, no momento em que a bomba de plutônio conhecida como "Fat Man" foi detonada sobre Nagasaki. "Tendo testemunhado o que uma arma nuclear produzida pelo homem pode fazer aos seres humanos, é preciso que eu as condene como completamente erradas, como um equívoco que jamais deve ser repetido", disse. "É isso que e me leva a contar minha história, e continuarei a fazê-lo enquanto viver." Corrida nuclear O curso em Kunitachi se inspira em um projeto semelhante iniciado em Hiroshima em 2012. O primeiro grupo de 50 narradores de Hiroshima estreou este ano, e outros 150 estão sendo treinados. Mamiko Ogawa, funcionária da prefeitura de Kunitachi, diz que contar essa história requer profunda compreensão do retrospecto histórico e das emoções dos sobreviventes, bem como uma gotinha de personalidade por parte do narrador. É isso que torna a experiência diferente de um arquivo digital. "Creio que as histórias sejam melhores quando contadas por pessoas reais", diz. "Espero que os alunos absorvam suficientemente as experiências e sentimentos dos sobreviventes, para que possam contar as histórias de acordo com a sua sensibilidade." Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Trump é abandonado por grandes doadores –até mesmo ele
Com o fato de que Donald Trump pode enfrentar uma derrota contra Hillary Clinton, um rio de dinheiro de alguns dos maiores doadores do Partido Republicano começou a fluir para disputas ao Senado e à Câmara, nos dias finais da campanha de 2016. Dados informados por meio de registros feitos junto à Comissão Eleitoral Federal na quinta-feira revelaram dezenas de milhões de dólares em doações tardias e transferências para super PACs focados em disputas em outras esferas que não a presidencial, o que sugere um chamativo esforço desesperado para proteger os candidatos ao Senado e à Câmara da onda Hillary Clinton. Relativamente poucos novos recursos entraram em grupos externos de apoio a Trump. E Trump parece ter perdido o apoio do seu maior doador: ele mesmo. Trump não contribuiu com nenhum recurso, além de US$ 31 mil (cerca de R$ 99,3 mil), valor de aluguéis e de salários de funcionários de sua campanha, nas primeiras três semanas de outubro, uma fração do ritmo de US$ 2 milhões (R$ 6,4 milhões) por mês de autofinanciamento que havia estabelecido desde que ganhou a nomeação presidencial republicana. Nesta sexta, porém, após essa informação vir a público, Trump anunciou uma doação de US$ 10 milhões à sua campanha. Em meados de outubro, de acordo com as informações difundidas, Hillary Clinton estava arrecadando US$ 2,8 milhões (R$ 9 milhões) por dia e tinha US$ 62 milhões (R$ 198,5 milhões) em sua conta de campanha, quatro vezes mais do que Trump. "Ouço falar que as pessoas estão preocupadas com que Hillary vá ser presidente, então é melhor ter republicanos no Senado, para ter uma barreira", disse Stanley Hubbard, bilionário de Minnesota que, este ano, se tornou um dos maiores doadores a Trump no país. "Acho que as pessoas pararam de doar. É tarde demais." Os registros da quinta-feira são um sinal claro de que o establishment republicano quase abandonou Trump - um consentimento doloroso à percepção de que a vantagem eleitoral de Hillary pode ser insuperável. E os maiores beneficiários são republicanos no Senado e na Câmara, que foram instados pelos democratas nas últimas semanas a declarar lealdade ao candidato republicano ou a renunciar a ele. "Nas últimas semanas, os democratas vêm colocando dinheiro em outras esferas eleitorais, já que parecem ver a disputa presidencial como algo garantido", disse Ian Prior, porta-voz do Fundo de Liderança do Senado. "Felizmente nossos doadores estavam dispostos a selar o cavalo e cavalgar rumo à batalha final das eleições para tentar segurar o Senado, mesmo contra todas as duras probabilidades." Os poucos bilionários conservadores reunidos em torno de Trump parecem ter fechado a torneira. A Reconstrução dos EUA Agora, que recebeu US$ 4,4 milhões (R$ 14 milhões) de alguns republicanos ricos em setembro, arrecadou US$ 214 mil (R$ 685,3 mil) nas primeiras semanas de outubro. Faça dos Estados Unidos o Número 1, um super PAC controlado pela família do investidor e multimilionário de Nova York Robert Mercer, arrecadou US$ 25 (R$ 80) - o que parece, à primeira vista, um erro de digitação para os padrões de Mercer. Sua família foi influente na reformulação da campanha de Trump durante o verão, mas Mercer não investiu quase nada em seu próprio PAC pró-Trump desde julho.
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Trump é abandonado por grandes doadores –até mesmo eleCom o fato de que Donald Trump pode enfrentar uma derrota contra Hillary Clinton, um rio de dinheiro de alguns dos maiores doadores do Partido Republicano começou a fluir para disputas ao Senado e à Câmara, nos dias finais da campanha de 2016. Dados informados por meio de registros feitos junto à Comissão Eleitoral Federal na quinta-feira revelaram dezenas de milhões de dólares em doações tardias e transferências para super PACs focados em disputas em outras esferas que não a presidencial, o que sugere um chamativo esforço desesperado para proteger os candidatos ao Senado e à Câmara da onda Hillary Clinton. Relativamente poucos novos recursos entraram em grupos externos de apoio a Trump. E Trump parece ter perdido o apoio do seu maior doador: ele mesmo. Trump não contribuiu com nenhum recurso, além de US$ 31 mil (cerca de R$ 99,3 mil), valor de aluguéis e de salários de funcionários de sua campanha, nas primeiras três semanas de outubro, uma fração do ritmo de US$ 2 milhões (R$ 6,4 milhões) por mês de autofinanciamento que havia estabelecido desde que ganhou a nomeação presidencial republicana. Nesta sexta, porém, após essa informação vir a público, Trump anunciou uma doação de US$ 10 milhões à sua campanha. Em meados de outubro, de acordo com as informações difundidas, Hillary Clinton estava arrecadando US$ 2,8 milhões (R$ 9 milhões) por dia e tinha US$ 62 milhões (R$ 198,5 milhões) em sua conta de campanha, quatro vezes mais do que Trump. "Ouço falar que as pessoas estão preocupadas com que Hillary vá ser presidente, então é melhor ter republicanos no Senado, para ter uma barreira", disse Stanley Hubbard, bilionário de Minnesota que, este ano, se tornou um dos maiores doadores a Trump no país. "Acho que as pessoas pararam de doar. É tarde demais." Os registros da quinta-feira são um sinal claro de que o establishment republicano quase abandonou Trump - um consentimento doloroso à percepção de que a vantagem eleitoral de Hillary pode ser insuperável. E os maiores beneficiários são republicanos no Senado e na Câmara, que foram instados pelos democratas nas últimas semanas a declarar lealdade ao candidato republicano ou a renunciar a ele. "Nas últimas semanas, os democratas vêm colocando dinheiro em outras esferas eleitorais, já que parecem ver a disputa presidencial como algo garantido", disse Ian Prior, porta-voz do Fundo de Liderança do Senado. "Felizmente nossos doadores estavam dispostos a selar o cavalo e cavalgar rumo à batalha final das eleições para tentar segurar o Senado, mesmo contra todas as duras probabilidades." Os poucos bilionários conservadores reunidos em torno de Trump parecem ter fechado a torneira. A Reconstrução dos EUA Agora, que recebeu US$ 4,4 milhões (R$ 14 milhões) de alguns republicanos ricos em setembro, arrecadou US$ 214 mil (R$ 685,3 mil) nas primeiras semanas de outubro. Faça dos Estados Unidos o Número 1, um super PAC controlado pela família do investidor e multimilionário de Nova York Robert Mercer, arrecadou US$ 25 (R$ 80) - o que parece, à primeira vista, um erro de digitação para os padrões de Mercer. Sua família foi influente na reformulação da campanha de Trump durante o verão, mas Mercer não investiu quase nada em seu próprio PAC pró-Trump desde julho.
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Fotógrafo registra cenas das medinas de Marrocos; veja álbum
O fotógrafo Jarbas Oliveira viajou à Espanha em 2013 e, de Málaga, atravesso o estreito de Gibraltar para conhecer o reino de Marrocos. No país, em que passou 12 dias, visitou as cidades de Fez e Marrakech. "Passava as tardes caminhando e fotografando pela medina –até um casamento consegui registrar", conta. Marrocos por Jarbas Oliveira Oliveira, que chegou a pernoitar em um riad –casarões convertidos em um tipo de hospedagem–, lembra que se impressionou com o estilo de vida secular dos comerciantes da região. O artesanato local, com peças como tapetes que podiam custar de € 50 a € 8.000, também marcou a viagem. * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Piauí, por Gustavo Epifanio Cáceres, por Rafael Coelho Namíbia, por Haroldo Castro Nova York, por João Romano Londres, por Edilson Dantas Bom Jesus da Lapa, por João Machado Buenos Aires e Montevidéu, por Cintia Carvalho Lapinha da Serra, por Samuel Costa Punta Cana, por Sergio Ranalli Harlem, por Rubens Guelman Londres, por Gerson Lima Buenos Aires, por Zanone Frassait
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Fotógrafo registra cenas das medinas de Marrocos; veja álbumO fotógrafo Jarbas Oliveira viajou à Espanha em 2013 e, de Málaga, atravesso o estreito de Gibraltar para conhecer o reino de Marrocos. No país, em que passou 12 dias, visitou as cidades de Fez e Marrakech. "Passava as tardes caminhando e fotografando pela medina –até um casamento consegui registrar", conta. Marrocos por Jarbas Oliveira Oliveira, que chegou a pernoitar em um riad –casarões convertidos em um tipo de hospedagem–, lembra que se impressionou com o estilo de vida secular dos comerciantes da região. O artesanato local, com peças como tapetes que podiam custar de € 50 a € 8.000, também marcou a viagem. * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Piauí, por Gustavo Epifanio Cáceres, por Rafael Coelho Namíbia, por Haroldo Castro Nova York, por João Romano Londres, por Edilson Dantas Bom Jesus da Lapa, por João Machado Buenos Aires e Montevidéu, por Cintia Carvalho Lapinha da Serra, por Samuel Costa Punta Cana, por Sergio Ranalli Harlem, por Rubens Guelman Londres, por Gerson Lima Buenos Aires, por Zanone Frassait
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Bolshoi nega adiamento de balé sobre a vida de Nureyev por temática gay
O diretor-geral do balé Bolshoi confirmou na segunda (10) que a organização adiará um aguardado balé sobre a vida de Rudolf Nureyev, mas rejeitou acusações de que cedeu à censura do Estado, pelo diretor controverso e pelos temas gays do espetáculo. O Bolshoi havia feito um curto anúncio no sábado (8), três dias antes da data de estreia prevista para "Nureyev", e a decisão causou choque na elite cultural russa. Vladimir Urin, diretor-geral do Bolshoi, disse em entrevista coletiva que a administração do balé, depois de ver o ensaio final do espetáculo na semana passada, sentiu que a coreografia de Yuri Possokhov ainda precisava de trabalho. Com um elenco de mais de cem pessoas, incluindo cantores, atores e músicos, o balé requer um nível enorme de coordenação, segundo Urin. "O cancelamento prejudicará nossa reputação, mas para nós a qualidade está acima." O contraste entre o tema do espetáculo e a ênfase do atual governo nos "valores de família" resultou em acusações imediatas de que Urin havia cedido a pressões do Kremlin. Entre outros temas, o balé trata da influência da homossexualidade de Nureyev sobre sua arte e de sua luta contra a Aids, que causou sua morte em 1993. Em 2013, a Rússia aprovou uma lei que proíbe qualquer coisa que possa ser vista como "propaganda gay". A suspeita, nos círculos culturais e na mídia, era de que um balé celebrando um homem gay que fugiu da União Soviética (o espetáculo fala sobre a Rússia expulsar seus talentos), e encenado no mais prestigioso teatro do país, seria demais para o governo. Além disso, o diretor é Kirill Serebrennikov, considerado o mais inovador dos encenadores teatrais russos, mas também renomado por zombar das convenções sociais. Serebrennikov foi detido para interrogatório em maio, acusado de desfalcar fundos estatais. Seu apartamento e o Teatro Gógol, do qual é diretor artístico, foram alvos de buscas. Mas muitos veem o caso como perseguição política. Serebrennikov não comentou o adiamento do balé, mas disse a amigos que em sua opinião a peça estava pronta. "Nureyev" foi a segunda colaboração entre Serebrennikov, Possokhov e o compositor Iya Demutsky. A primeira, "Um Herói de Nossa Era" (2015), foi elogiado pela crítica como um grande avanço na rigidez classicista do Bolshoi. A expectativa era de que "Nureyev" fosse mais inovador, com potencial de atingir um público mundial devido à fama do bailarino. Mas o balé causou controvérsia muito antes de chegar ao palco. Um vídeo de ensaio que mostrava bailarinos dançando de saltos altos vazou e provocou alguma indignação. Um site nacionalista apelou ao ministro do Interior, o conservador Vladimir Medinsky, pela proibição do espetáculo. "O vídeo do ensaio é prova clara de que essa 'criação' é uma propaganda de sodomia, o que contraria as leis russas", dizia o site. Na segunda-feira, a mídia russa sugeria que esse havia sido o motivo do cancelamento, ainda que tenham surgido especulações de que a produção precisaria de mais tempo para diluir as referências gays. Tanto Urin quanto Medinsky negam que tenham se consultado antes do cancelamento. "Não quero fazer disso uma discussão política", disse Urin. Segundo ele, com o calendário lotado da próxima temporada, a estreia só poderia ser remarcada para maio. Simon Morrison, professor de música da Universidade de Princeton e autor de um livro sobre o Teatro Bolshoi, estava em Moscou e viu fragmentos de um vídeo de um dos ensaios finais do balé. "A dança parecia hesitante, descoordenada, faltava alguma coisa", disse, embora ressaltasse a incerteza do adiamento, uma decisão rara para qualquer companhia. "Se você está fazendo algo controverso e a coisa não funciona, o espetáculo se torna uma paródia de si mesmo."
ilustrada
Bolshoi nega adiamento de balé sobre a vida de Nureyev por temática gayO diretor-geral do balé Bolshoi confirmou na segunda (10) que a organização adiará um aguardado balé sobre a vida de Rudolf Nureyev, mas rejeitou acusações de que cedeu à censura do Estado, pelo diretor controverso e pelos temas gays do espetáculo. O Bolshoi havia feito um curto anúncio no sábado (8), três dias antes da data de estreia prevista para "Nureyev", e a decisão causou choque na elite cultural russa. Vladimir Urin, diretor-geral do Bolshoi, disse em entrevista coletiva que a administração do balé, depois de ver o ensaio final do espetáculo na semana passada, sentiu que a coreografia de Yuri Possokhov ainda precisava de trabalho. Com um elenco de mais de cem pessoas, incluindo cantores, atores e músicos, o balé requer um nível enorme de coordenação, segundo Urin. "O cancelamento prejudicará nossa reputação, mas para nós a qualidade está acima." O contraste entre o tema do espetáculo e a ênfase do atual governo nos "valores de família" resultou em acusações imediatas de que Urin havia cedido a pressões do Kremlin. Entre outros temas, o balé trata da influência da homossexualidade de Nureyev sobre sua arte e de sua luta contra a Aids, que causou sua morte em 1993. Em 2013, a Rússia aprovou uma lei que proíbe qualquer coisa que possa ser vista como "propaganda gay". A suspeita, nos círculos culturais e na mídia, era de que um balé celebrando um homem gay que fugiu da União Soviética (o espetáculo fala sobre a Rússia expulsar seus talentos), e encenado no mais prestigioso teatro do país, seria demais para o governo. Além disso, o diretor é Kirill Serebrennikov, considerado o mais inovador dos encenadores teatrais russos, mas também renomado por zombar das convenções sociais. Serebrennikov foi detido para interrogatório em maio, acusado de desfalcar fundos estatais. Seu apartamento e o Teatro Gógol, do qual é diretor artístico, foram alvos de buscas. Mas muitos veem o caso como perseguição política. Serebrennikov não comentou o adiamento do balé, mas disse a amigos que em sua opinião a peça estava pronta. "Nureyev" foi a segunda colaboração entre Serebrennikov, Possokhov e o compositor Iya Demutsky. A primeira, "Um Herói de Nossa Era" (2015), foi elogiado pela crítica como um grande avanço na rigidez classicista do Bolshoi. A expectativa era de que "Nureyev" fosse mais inovador, com potencial de atingir um público mundial devido à fama do bailarino. Mas o balé causou controvérsia muito antes de chegar ao palco. Um vídeo de ensaio que mostrava bailarinos dançando de saltos altos vazou e provocou alguma indignação. Um site nacionalista apelou ao ministro do Interior, o conservador Vladimir Medinsky, pela proibição do espetáculo. "O vídeo do ensaio é prova clara de que essa 'criação' é uma propaganda de sodomia, o que contraria as leis russas", dizia o site. Na segunda-feira, a mídia russa sugeria que esse havia sido o motivo do cancelamento, ainda que tenham surgido especulações de que a produção precisaria de mais tempo para diluir as referências gays. Tanto Urin quanto Medinsky negam que tenham se consultado antes do cancelamento. "Não quero fazer disso uma discussão política", disse Urin. Segundo ele, com o calendário lotado da próxima temporada, a estreia só poderia ser remarcada para maio. Simon Morrison, professor de música da Universidade de Princeton e autor de um livro sobre o Teatro Bolshoi, estava em Moscou e viu fragmentos de um vídeo de um dos ensaios finais do balé. "A dança parecia hesitante, descoordenada, faltava alguma coisa", disse, embora ressaltasse a incerteza do adiamento, uma decisão rara para qualquer companhia. "Se você está fazendo algo controverso e a coisa não funciona, o espetáculo se torna uma paródia de si mesmo."
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Pai de atirador de Orlando critica filho, mas defende 'justiça divina' para gays
Em um vídeo publicado nesta segunda-feira (13) em sua página no Facebook - gravado em dari, um dos idiomas falados no Afeganistão, seu país de origem - Seddique Mateen criticou Omar pelo assassinato de 49 pessoas em uma boate gay de Orlando, na Flórida. O motivo: acreditar que seu filho interferiu na justiça divina, que, a seu ver, é que deve punir a homossexualidade. "Deus é quem vai punir aqueles que se envolvem com a homossexualidade. Isso (a punição) não é para os servos de Deus", disse Seddique no vídeo, que pareceu endereçado especificamente à comunidade afegã nos EUA. O pai manifestou surpresa pela atitude de Omar, a quem descreveu como "um bom filho, um filho educado, mas com rancor no coração". "Ele tinha mulher e filho e respeito por seus pais. Não sei o que o levou a atirar. Estou profundamente triste", disse o pai, ressaltando ainda que Omar perpetrou a chacina em meio ao Ramadã, o período sagrado mais importante do calendário muçulmano. Segundo o jornal americano "Washington Post", autoridades no Afeganistão estão investigando a história da família Mateen. Elas não souberam dizer, por exemplo, quando Seddique foi para os EUA –Omar nasceu em Nova York–, mas acreditam que ele faça parte do contingente de milhões de afegãos que emigraram a partir de 1979, quando a antiga União Soviética invadiu o país. PROGRAMA DE TV Seddique também despertou a atenção das autoridades americanas depois que veio à tona um vídeo em que ele exalta o Talebã, movimento político fundamentalista muçulmano que age no Afeganistão e no Paquistão. Ele era apresentador de um programa de TV veiculado em um canal de TV a cabo nos EUA. Em 2014, conseguiu uma entrevista com o presidente afegão, Ashraf Ghani. Em diversos vídeos publicados no YouTube, o pai do atirador discute assuntos regionais, como disputas fronteriças entre o Afeganistão e o Paquistão. Em um deles, manifesta aprovar atividades do Talebã em sua insurgência contra o governo afegão –descreve os militantes do grupo como "irmãos". Em seu programa de TV, Seddique chegou a anunciar uma candidatura à presidência afegã, ainda que um ano depois das eleições. A BBC apurou, porém, que seus vídeos são motivos de piada em seu país natal –ele é visto como um excêntrico.
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Pai de atirador de Orlando critica filho, mas defende 'justiça divina' para gaysEm um vídeo publicado nesta segunda-feira (13) em sua página no Facebook - gravado em dari, um dos idiomas falados no Afeganistão, seu país de origem - Seddique Mateen criticou Omar pelo assassinato de 49 pessoas em uma boate gay de Orlando, na Flórida. O motivo: acreditar que seu filho interferiu na justiça divina, que, a seu ver, é que deve punir a homossexualidade. "Deus é quem vai punir aqueles que se envolvem com a homossexualidade. Isso (a punição) não é para os servos de Deus", disse Seddique no vídeo, que pareceu endereçado especificamente à comunidade afegã nos EUA. O pai manifestou surpresa pela atitude de Omar, a quem descreveu como "um bom filho, um filho educado, mas com rancor no coração". "Ele tinha mulher e filho e respeito por seus pais. Não sei o que o levou a atirar. Estou profundamente triste", disse o pai, ressaltando ainda que Omar perpetrou a chacina em meio ao Ramadã, o período sagrado mais importante do calendário muçulmano. Segundo o jornal americano "Washington Post", autoridades no Afeganistão estão investigando a história da família Mateen. Elas não souberam dizer, por exemplo, quando Seddique foi para os EUA –Omar nasceu em Nova York–, mas acreditam que ele faça parte do contingente de milhões de afegãos que emigraram a partir de 1979, quando a antiga União Soviética invadiu o país. PROGRAMA DE TV Seddique também despertou a atenção das autoridades americanas depois que veio à tona um vídeo em que ele exalta o Talebã, movimento político fundamentalista muçulmano que age no Afeganistão e no Paquistão. Ele era apresentador de um programa de TV veiculado em um canal de TV a cabo nos EUA. Em 2014, conseguiu uma entrevista com o presidente afegão, Ashraf Ghani. Em diversos vídeos publicados no YouTube, o pai do atirador discute assuntos regionais, como disputas fronteriças entre o Afeganistão e o Paquistão. Em um deles, manifesta aprovar atividades do Talebã em sua insurgência contra o governo afegão –descreve os militantes do grupo como "irmãos". Em seu programa de TV, Seddique chegou a anunciar uma candidatura à presidência afegã, ainda que um ano depois das eleições. A BBC apurou, porém, que seus vídeos são motivos de piada em seu país natal –ele é visto como um excêntrico.
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Após nascimento da filha, Zuckerberg doa 99% de suas ações no Facebook
O cofundador e executivo-chefe do Facebook, Mark Zuckerberg, 31, e sua mulher, Priscilla Chan, anunciaram nesta terça-feira (1º) o nascimento de seu primeiro filho, uma menina, e a doação de 99% de suas ações na companhia para a sua própria fundação filantrópica. Os valores serão doados gradativamente, ao longo da vida deles. Hoje, as ações dos dois na rede social, a mais usada no mundo, valem cerca de US$ 45 bilhões –para os próximos três anos, o executivo vai doar até US$ 1 bilhão por ano. Isso significa que ele não perderá o controle acionário do Facebook no curto prazo. Os valores serão enviados à fundação dos dois, chamada Chan Zuckerberg Initiative, que vai financiar outras ONGs, fazer investimentos privados e participar de debates sobre políticas públicas. Os lucros vindos de investimentos feitos em companhias serão reinvestidos no fundo. A Chan Zuckerberg Initiative busca "impulsionar o potencial e promover a igualdade em áreas como saúde, educação, pesquisa científica e energia". Os recursos de Zuckerberg serão usados para educação personalizada, cura de doenças, conexão de pessoas e fortalecimento de comunidades. "Nossa sociedade tem a obrigação de investir agora para melhorar a vida de todos aqueles que vêm a este mundo, não apenas a daqueles que já estão aqui", escreveram Zuckerberg e Chan na carta. "Mas agora, nós nem sempre dirigimos nossos recursos coletivamente para os maiores problemas e oportunidades que a sua geração irá enfrentar." Anteriormente, o criador do Facebook já tinha se comprometido a dar metade de sua fortuna como parte de uma iniciativa chamada The Giving Pledge, liderada pelo bilionário Bill Gates, fundador da Microsoft. Suas doações para causas como educação, saúde e ambiente totalizam US$ 1,6 bilhão.
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Após nascimento da filha, Zuckerberg doa 99% de suas ações no FacebookO cofundador e executivo-chefe do Facebook, Mark Zuckerberg, 31, e sua mulher, Priscilla Chan, anunciaram nesta terça-feira (1º) o nascimento de seu primeiro filho, uma menina, e a doação de 99% de suas ações na companhia para a sua própria fundação filantrópica. Os valores serão doados gradativamente, ao longo da vida deles. Hoje, as ações dos dois na rede social, a mais usada no mundo, valem cerca de US$ 45 bilhões –para os próximos três anos, o executivo vai doar até US$ 1 bilhão por ano. Isso significa que ele não perderá o controle acionário do Facebook no curto prazo. Os valores serão enviados à fundação dos dois, chamada Chan Zuckerberg Initiative, que vai financiar outras ONGs, fazer investimentos privados e participar de debates sobre políticas públicas. Os lucros vindos de investimentos feitos em companhias serão reinvestidos no fundo. A Chan Zuckerberg Initiative busca "impulsionar o potencial e promover a igualdade em áreas como saúde, educação, pesquisa científica e energia". Os recursos de Zuckerberg serão usados para educação personalizada, cura de doenças, conexão de pessoas e fortalecimento de comunidades. "Nossa sociedade tem a obrigação de investir agora para melhorar a vida de todos aqueles que vêm a este mundo, não apenas a daqueles que já estão aqui", escreveram Zuckerberg e Chan na carta. "Mas agora, nós nem sempre dirigimos nossos recursos coletivamente para os maiores problemas e oportunidades que a sua geração irá enfrentar." Anteriormente, o criador do Facebook já tinha se comprometido a dar metade de sua fortuna como parte de uma iniciativa chamada The Giving Pledge, liderada pelo bilionário Bill Gates, fundador da Microsoft. Suas doações para causas como educação, saúde e ambiente totalizam US$ 1,6 bilhão.
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Grupos contra Lula organizam vigílias na véspera de depoimento
Grupos contrários ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva organizam na noite desta terça-feira (9) vigílias em pelo menos 55 cidades do país na véspera do depoimento do petista ao juiz Sergio Moro, em Curitiba, em ação da Operação Lava Jato. Os grupos devem começar a se reunir no fim de tarde e no início da noite desta terça-feira. Em São Paulo o ato vai acontecer no vão livre do Masp, em Brasília, em frente ao Supremo Tribunal Federal. Os atos são organizados por movimentos como o MBL (Movimento Brasil Livre) e o NasRuas, que comandou manifestações em frente ao prédio onde vai morar o ex-ministro José Dirceu, depois de ter sido solto pelo STF na semana passada. Parte dos manifestantes pretende invadir a madrugada nas manifestações. O depoimento de Lula está marcado para as 14h de quarta-feira. Alguns dos grupos de apoio a Lava Jato pretendiam organizar caravanas para Curitiba, mas desistiram, em parte, por causa de um pedido de Moro divulgado no último sábado. O Revoltados Online divulgou mensagem dizendo que o pedido de Moro era "muito prudente" e que decidiu não ir ao Paraná. "Se nós não estivermos lá, aquela petralhada, aquela militância paga —vai ter facção criminosa, Farcs, bandidos—, se eles não tiverem ninguém para atacar, jogar pedra e agredir, eles só vão se deparar com a polícia, e não vão ter motivos para estragar a nossa festa", justifica Reis. O NasRuas também organizava caravanas, mas desistiu. Informou ter sido alertado por policiais militares em São Paulo de que havia risco na viagem.
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Grupos contra Lula organizam vigílias na véspera de depoimentoGrupos contrários ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva organizam na noite desta terça-feira (9) vigílias em pelo menos 55 cidades do país na véspera do depoimento do petista ao juiz Sergio Moro, em Curitiba, em ação da Operação Lava Jato. Os grupos devem começar a se reunir no fim de tarde e no início da noite desta terça-feira. Em São Paulo o ato vai acontecer no vão livre do Masp, em Brasília, em frente ao Supremo Tribunal Federal. Os atos são organizados por movimentos como o MBL (Movimento Brasil Livre) e o NasRuas, que comandou manifestações em frente ao prédio onde vai morar o ex-ministro José Dirceu, depois de ter sido solto pelo STF na semana passada. Parte dos manifestantes pretende invadir a madrugada nas manifestações. O depoimento de Lula está marcado para as 14h de quarta-feira. Alguns dos grupos de apoio a Lava Jato pretendiam organizar caravanas para Curitiba, mas desistiram, em parte, por causa de um pedido de Moro divulgado no último sábado. O Revoltados Online divulgou mensagem dizendo que o pedido de Moro era "muito prudente" e que decidiu não ir ao Paraná. "Se nós não estivermos lá, aquela petralhada, aquela militância paga —vai ter facção criminosa, Farcs, bandidos—, se eles não tiverem ninguém para atacar, jogar pedra e agredir, eles só vão se deparar com a polícia, e não vão ter motivos para estragar a nossa festa", justifica Reis. O NasRuas também organizava caravanas, mas desistiu. Informou ter sido alertado por policiais militares em São Paulo de que havia risco na viagem.
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Presidente da Eletrobras vai dirigir conselhos de subsidiárias do grupo
Os conselhos de administração das principais empresas do grupo Eletrobras passarão a ser comandados pelo futuro presidente da estatal, Wilson Ferreira Júnior. A ideia é garantir uma linha comum de atuação para essas companhias –como Furnas, Chesf, Eletronorte, Eletronuclear–, o que que refletirá, segundo avaliação do Planalto, numa melhor organização e gestão do grupo. Durante o governo Dilma, o presidente da Eletrobras não comandava os conselhos de suas subsidiárias, o que, na visão da administração Temer, era uma falha. A medida faz parte do processo de reestruturação da estatal, que registra prejuízos bilionários desde 2012. Wilson Ferreira Júnior, que comandava a empresa de energia CPFL, deve ser confirmado presidente da Eletrobras no dia 22 de julho. A composição do conselho de administração da estatal também sofrerá mudanças. Além de Ferreira, terão assento no colegiado Ana Paula Vescovi (secretária do Tesouro), Marcelo Guaranys (Casa Civil), a economista Elena Landau e o professor Vicente Falconi, dono de uma consultoria especializada em gestão. O Ministério de Minas e Energia ainda pode indicar mais um nome para o conselho. Em relação às diretorias das empresas do grupo, o governo vai nomear técnicos ou executivos do setor, seguindo a determinação da nova Lei das Estatais. Itaipu, por exemplo, deve ser presidida pelo empresário paranaense Rodrigo Rocha Loures, pai de um assessor de mesmo nome do presidente interino. Foi descartada, neste caso, a indicação de um político. Eventuais diretores que sejam mantidos não precisam obedecer à nova regra, porque a lei não retroage. Além de mudanças na estrutura de comando, o governo avalia a venda de ativos do grupo Eletrobras, o que pode render R$ 20 bilhões.
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Presidente da Eletrobras vai dirigir conselhos de subsidiárias do grupoOs conselhos de administração das principais empresas do grupo Eletrobras passarão a ser comandados pelo futuro presidente da estatal, Wilson Ferreira Júnior. A ideia é garantir uma linha comum de atuação para essas companhias –como Furnas, Chesf, Eletronorte, Eletronuclear–, o que que refletirá, segundo avaliação do Planalto, numa melhor organização e gestão do grupo. Durante o governo Dilma, o presidente da Eletrobras não comandava os conselhos de suas subsidiárias, o que, na visão da administração Temer, era uma falha. A medida faz parte do processo de reestruturação da estatal, que registra prejuízos bilionários desde 2012. Wilson Ferreira Júnior, que comandava a empresa de energia CPFL, deve ser confirmado presidente da Eletrobras no dia 22 de julho. A composição do conselho de administração da estatal também sofrerá mudanças. Além de Ferreira, terão assento no colegiado Ana Paula Vescovi (secretária do Tesouro), Marcelo Guaranys (Casa Civil), a economista Elena Landau e o professor Vicente Falconi, dono de uma consultoria especializada em gestão. O Ministério de Minas e Energia ainda pode indicar mais um nome para o conselho. Em relação às diretorias das empresas do grupo, o governo vai nomear técnicos ou executivos do setor, seguindo a determinação da nova Lei das Estatais. Itaipu, por exemplo, deve ser presidida pelo empresário paranaense Rodrigo Rocha Loures, pai de um assessor de mesmo nome do presidente interino. Foi descartada, neste caso, a indicação de um político. Eventuais diretores que sejam mantidos não precisam obedecer à nova regra, porque a lei não retroage. Além de mudanças na estrutura de comando, o governo avalia a venda de ativos do grupo Eletrobras, o que pode render R$ 20 bilhões.
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Veja onda de violência na Venezuela, segredos de Sarney e outras reportagens especiais de 'Mundo' do fim de semana
Passou o fim de semana fora do ar? Não se preocupe: a Folha Mundo mostra sete notícias e reportagens especiais que saíram nas nossas páginas entre sexta-feira (17) e domingo (19). O enviado a Havana Samy Adghirni conversou com os cubanos sobre a expectativa em relação à reabertura da embaixada dos Estados Unidos no país, que acontece oficialmente nesta segunda (20). O correspondente em Caracas ainda fez uma reportagem sobre o crescimento no número de mortes de policiais na Venezuela. O país governado por Nicolás Maduro é um dos mais violentos da América Latina. Ainda na região, Isabel Fleck conta a história de como a amizade entre os presidentes José Sarney e Raúl Alfonsín evitou uma corrida nuclear entre Brasil e Argentina. Na Espanha, Fernanda Godoy faz um perfil das prefeitas de Madri, Manuela Carmena, e de Barcelona, Ada Colau, políticas não tradicionais. Saiba também sobre a polêmica criada com um filme que mostra a rainha Elizabeth 2ª fazendo a saudação nazista quando era criança, em 1933. Veja também as análises do colunista Clóvis Rossi sobre a entrada da Bolívia no Mercosul e de Michael Kepp sobre os candidatos à Casa Branca Donald Trump e Bernie Sanders. * Reabertura gera expectativa por melhora na economia e fim do isolamento da ilha comunista, mas temor de invasão capitalista, aumento da criminalidade e espionagem dos americanos. O freio na corrida nuclear promovido pela proximidade entre os dois mandatários é um dos temas do livro digital "Origens da cooperação nuclear - Uma história oral crítica entre Argentina e Brasil", que será lançado nesta segunda (20) pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Vitória de Manuela Carmena em Madri e de Ada Colau em Barcelona permite articulação que fará novo desafio ao bipartidarismo do Partido Popular e do Partido Socialista Operário Espanhol no pleito de dezembro Dados compilados por jornalistas mostram que o número de mortes de agentes em 2014 é mais que o dobro do registrado em 2012, chegando a 338 casos; no Estado de São Paulo, foram 79 no mesmo período Para Clóvis Rossi, a entrada do país governado por Evo Morales significa que ainda existem nações preocupadas com a integração regional, que é a principal razão de ser do bloco sul-americano A disparada do magnata republicano Donald Trump e do esquerdista democrata Bernie Sanders nas pesquisas pode levar os candidatos moderados de ambos os partidos a redefinir estratégia, segundo Michael Kepp. As imagens foram divulgadas pelo tabloide "The Sun". Na sequência de 17 segundos, a futura rainha faz a saudação com sua mãe, Elizabeth, o tio paterno, o futuro rei Edward 8º, e a irmã Margaret.
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Veja onda de violência na Venezuela, segredos de Sarney e outras reportagens especiais de 'Mundo' do fim de semanaPassou o fim de semana fora do ar? Não se preocupe: a Folha Mundo mostra sete notícias e reportagens especiais que saíram nas nossas páginas entre sexta-feira (17) e domingo (19). O enviado a Havana Samy Adghirni conversou com os cubanos sobre a expectativa em relação à reabertura da embaixada dos Estados Unidos no país, que acontece oficialmente nesta segunda (20). O correspondente em Caracas ainda fez uma reportagem sobre o crescimento no número de mortes de policiais na Venezuela. O país governado por Nicolás Maduro é um dos mais violentos da América Latina. Ainda na região, Isabel Fleck conta a história de como a amizade entre os presidentes José Sarney e Raúl Alfonsín evitou uma corrida nuclear entre Brasil e Argentina. Na Espanha, Fernanda Godoy faz um perfil das prefeitas de Madri, Manuela Carmena, e de Barcelona, Ada Colau, políticas não tradicionais. Saiba também sobre a polêmica criada com um filme que mostra a rainha Elizabeth 2ª fazendo a saudação nazista quando era criança, em 1933. Veja também as análises do colunista Clóvis Rossi sobre a entrada da Bolívia no Mercosul e de Michael Kepp sobre os candidatos à Casa Branca Donald Trump e Bernie Sanders. * Reabertura gera expectativa por melhora na economia e fim do isolamento da ilha comunista, mas temor de invasão capitalista, aumento da criminalidade e espionagem dos americanos. O freio na corrida nuclear promovido pela proximidade entre os dois mandatários é um dos temas do livro digital "Origens da cooperação nuclear - Uma história oral crítica entre Argentina e Brasil", que será lançado nesta segunda (20) pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Vitória de Manuela Carmena em Madri e de Ada Colau em Barcelona permite articulação que fará novo desafio ao bipartidarismo do Partido Popular e do Partido Socialista Operário Espanhol no pleito de dezembro Dados compilados por jornalistas mostram que o número de mortes de agentes em 2014 é mais que o dobro do registrado em 2012, chegando a 338 casos; no Estado de São Paulo, foram 79 no mesmo período Para Clóvis Rossi, a entrada do país governado por Evo Morales significa que ainda existem nações preocupadas com a integração regional, que é a principal razão de ser do bloco sul-americano A disparada do magnata republicano Donald Trump e do esquerdista democrata Bernie Sanders nas pesquisas pode levar os candidatos moderados de ambos os partidos a redefinir estratégia, segundo Michael Kepp. As imagens foram divulgadas pelo tabloide "The Sun". Na sequência de 17 segundos, a futura rainha faz a saudação com sua mãe, Elizabeth, o tio paterno, o futuro rei Edward 8º, e a irmã Margaret.
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Para Putin, centenário da Revolução Russa não deve ser festejado
O Politburo soviético governante ascendia o mausoléu de Lênin na praça Vermelha uma vez por ano para uma cerimônia que comemorava o aniversário da Revolução Bolchevique de 7 de novembro de 1917. O Dia da Revolução era feriado público, ostensivamente uma ocasião festiva. Mas, olhando para os tanques, canhões, mísseis e soldados que passavam abaixo, os líderes soviéticos pareciam inexplicavelmente carrancudos. Em minha experiência –vivi em Moscou na década de 1980–, o cidadão russo comum não se comovia muito com o Dia da Revolução. Era agradável ter um feriado. Mas os slogans comunistas bombásticos que acompanhavam o evento anual na praça Vermelha eram vazios de sentido para a maioria das pessoas, incluindo, com o passar dos anos, os membros do partido. Em contraste marcante, os russos sentiam emoções fortes em outro feriado público soviético: o Dia da Vitória, que comemorava a derrota da Alemanha nazista em 9 de maio de 1945. Esse aniversário era cheio de significado para as pessoas, comunistas ou não. Um quarto de século após o fim da União Soviética, o Dia da Vitória ainda é feriado público e os russos ainda se orgulham de seu triunfo na Segunda Guerra Mundial. Essa vitória é uma pedra de toque de sua identidade moderna. Representa um episódio raro de união nacional em um século 20 marcado por revoluções, guerra civil, ditadura, terror do Estado, fome generalizada provocada pelo homem e outras provações extraordinárias. As atitudes dos russos em relação a 1917 –a Revolução de Fevereiro que depôs o czar Nicolau 2º e a Revolução de Outubro que levou os bolcheviques ao poder– são mais ambíguas. Em pesquisa divulgada em abril, o centro Levada, o mais respeito instituto de pesquisas da Rússia, informou que 48% dos entrevistados tinham uma visão principalmente ou muito positiva da revolução bolchevique ou muito ou principalmente negativa (cerca de 31%), e 21% tiveram dificuldade em formular uma opinião. A ambiguidade do público aponta para, por um lado, uma percepção instintiva de que 1917 teve aspectos positivos e negativos, e, por outro, para a atitude hesitante e mal definida do Estado russo sob a égide do presidente Vladimir Putin. Considere a abdicação do czar no inverno de 1917. Após o colapso do comunismo, a Igreja Ortodoxa Russa canonizou Nicolau e sua família, em grande parte em reação ao fim dado aos Romanov. Em um ato premeditado de violência que refletiu a cultura armada agressiva da primeira fase do comunismo e a selvageria da guerra civil de 1917-22, os bolcheviques assassinaram o czar e sua família em julho de 1918. Mas o fato de repudiarem esse massacre não impede os russos de entender que a queda do czarismo não foi algo negativo. Ela ofereceu a perspectiva, no início de 1917, de mais liberdade e justiça social em um país que não tivera nenhuma dessas coisas havia séculos. Assim como na época as elites políticas, os revolucionários, os soldados rasos e os trabalhadores industriais se alegraram com o fim do czar ultrarreacionário, entre os russos de hoje é difícil discernir muita nostalgia pelos Romanov. Na pesquisa do centro Levada, 52% dos entrevistados descreveram a derrubada da autocracia como "não tendo sido uma grande perda", contra 34% que tinham opinião contrária. A Revolução Bolchevique é outra coisa, contudo. Para muitos russos, a tomada do poder por Vladimir Lenin é inseparável dos 20 anos subsequentes de governo comunista. Esse período abrangeu não apenas os horrores da guerra civil, mas também a emergência da tirania de Josef Stalin, culminando na morte de milhões de pessoas em decorrência da coletivização agrícola forçada e do Grande Terror dos anos 1930. Essas agonias estão gravadas a fundo na história de cada cidade e vilarejo da Rússia. Para Vladimir Putin, 1917 se destaca como um momento de desordem política e social tremenda. O Estado estava enfraquecido e incapaz de exercer controle. Por isso, para Putin, 1917 é um ano inapropriado para ser festejado. Quando chegou ao poder, em 2000, Putin priorizou a reconstrução de um Estado forte. Ele buscou aprovação para isso, contrastando sua restauração da ordem com o caos que cercou a desintegração da União Soviética e os anos anárquicos e libertários sob a égide de Boris Ieltsin, o primeiro líder pós-comunista da Rússia. Mas existe uma razão mais profunda por que 1917 não é um dos anos favoritos de Putin. Foi uma época em que as massas russas tomaram a iniciativa, por uma vez na vida. Durante a Guerra Fria, muitos historiadores ocidentais descreveram a Revolução Bolchevique como o golpe de Estado ilegítimo de uma seita política fanática. Os bolcheviques eram extremistas, sem dúvida, mas no verão e outono de 1917 eles conseguiram o apoio cada vez mais amplo das forças armadas e do operariado russo. Em última análise, as revoluções de Fevereiro e de Outubro expressaram a insatisfação e radicalização profundas da sociedade russa. São "batatas quentes" históricas para Putin, para quem agitação social, oposição política e dissensão espontânea são palavrões. As conotações indesejáveis de 1917 explicam por que, no dia 7 de novembro do ano passado, Putin organizou uma parada que reproduziu a de 7 de novembro de 1941. Naquela ocasião, tropas soviéticas marcharam pela praça Vermelha e de lá foram combater os nazistas. Com essa cerimônia, Putin sugou o bolchevismo da Revolução Bolchevique e a substituiu pelo nacionalismo da Grande Guerra Patriótica, como o conflito de 1941-45 é conhecido na Rússia. Um dia é possível que a Rússia use o aniversário de uma revolução bolchevique para refletir sobre os perigos dos sistemas políticos opressores. Mas não aposte que isso vá acontecer no futuro próximo. Tradução de CLARA ALLAIN
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Para Putin, centenário da Revolução Russa não deve ser festejadoO Politburo soviético governante ascendia o mausoléu de Lênin na praça Vermelha uma vez por ano para uma cerimônia que comemorava o aniversário da Revolução Bolchevique de 7 de novembro de 1917. O Dia da Revolução era feriado público, ostensivamente uma ocasião festiva. Mas, olhando para os tanques, canhões, mísseis e soldados que passavam abaixo, os líderes soviéticos pareciam inexplicavelmente carrancudos. Em minha experiência –vivi em Moscou na década de 1980–, o cidadão russo comum não se comovia muito com o Dia da Revolução. Era agradável ter um feriado. Mas os slogans comunistas bombásticos que acompanhavam o evento anual na praça Vermelha eram vazios de sentido para a maioria das pessoas, incluindo, com o passar dos anos, os membros do partido. Em contraste marcante, os russos sentiam emoções fortes em outro feriado público soviético: o Dia da Vitória, que comemorava a derrota da Alemanha nazista em 9 de maio de 1945. Esse aniversário era cheio de significado para as pessoas, comunistas ou não. Um quarto de século após o fim da União Soviética, o Dia da Vitória ainda é feriado público e os russos ainda se orgulham de seu triunfo na Segunda Guerra Mundial. Essa vitória é uma pedra de toque de sua identidade moderna. Representa um episódio raro de união nacional em um século 20 marcado por revoluções, guerra civil, ditadura, terror do Estado, fome generalizada provocada pelo homem e outras provações extraordinárias. As atitudes dos russos em relação a 1917 –a Revolução de Fevereiro que depôs o czar Nicolau 2º e a Revolução de Outubro que levou os bolcheviques ao poder– são mais ambíguas. Em pesquisa divulgada em abril, o centro Levada, o mais respeito instituto de pesquisas da Rússia, informou que 48% dos entrevistados tinham uma visão principalmente ou muito positiva da revolução bolchevique ou muito ou principalmente negativa (cerca de 31%), e 21% tiveram dificuldade em formular uma opinião. A ambiguidade do público aponta para, por um lado, uma percepção instintiva de que 1917 teve aspectos positivos e negativos, e, por outro, para a atitude hesitante e mal definida do Estado russo sob a égide do presidente Vladimir Putin. Considere a abdicação do czar no inverno de 1917. Após o colapso do comunismo, a Igreja Ortodoxa Russa canonizou Nicolau e sua família, em grande parte em reação ao fim dado aos Romanov. Em um ato premeditado de violência que refletiu a cultura armada agressiva da primeira fase do comunismo e a selvageria da guerra civil de 1917-22, os bolcheviques assassinaram o czar e sua família em julho de 1918. Mas o fato de repudiarem esse massacre não impede os russos de entender que a queda do czarismo não foi algo negativo. Ela ofereceu a perspectiva, no início de 1917, de mais liberdade e justiça social em um país que não tivera nenhuma dessas coisas havia séculos. Assim como na época as elites políticas, os revolucionários, os soldados rasos e os trabalhadores industriais se alegraram com o fim do czar ultrarreacionário, entre os russos de hoje é difícil discernir muita nostalgia pelos Romanov. Na pesquisa do centro Levada, 52% dos entrevistados descreveram a derrubada da autocracia como "não tendo sido uma grande perda", contra 34% que tinham opinião contrária. A Revolução Bolchevique é outra coisa, contudo. Para muitos russos, a tomada do poder por Vladimir Lenin é inseparável dos 20 anos subsequentes de governo comunista. Esse período abrangeu não apenas os horrores da guerra civil, mas também a emergência da tirania de Josef Stalin, culminando na morte de milhões de pessoas em decorrência da coletivização agrícola forçada e do Grande Terror dos anos 1930. Essas agonias estão gravadas a fundo na história de cada cidade e vilarejo da Rússia. Para Vladimir Putin, 1917 se destaca como um momento de desordem política e social tremenda. O Estado estava enfraquecido e incapaz de exercer controle. Por isso, para Putin, 1917 é um ano inapropriado para ser festejado. Quando chegou ao poder, em 2000, Putin priorizou a reconstrução de um Estado forte. Ele buscou aprovação para isso, contrastando sua restauração da ordem com o caos que cercou a desintegração da União Soviética e os anos anárquicos e libertários sob a égide de Boris Ieltsin, o primeiro líder pós-comunista da Rússia. Mas existe uma razão mais profunda por que 1917 não é um dos anos favoritos de Putin. Foi uma época em que as massas russas tomaram a iniciativa, por uma vez na vida. Durante a Guerra Fria, muitos historiadores ocidentais descreveram a Revolução Bolchevique como o golpe de Estado ilegítimo de uma seita política fanática. Os bolcheviques eram extremistas, sem dúvida, mas no verão e outono de 1917 eles conseguiram o apoio cada vez mais amplo das forças armadas e do operariado russo. Em última análise, as revoluções de Fevereiro e de Outubro expressaram a insatisfação e radicalização profundas da sociedade russa. São "batatas quentes" históricas para Putin, para quem agitação social, oposição política e dissensão espontânea são palavrões. As conotações indesejáveis de 1917 explicam por que, no dia 7 de novembro do ano passado, Putin organizou uma parada que reproduziu a de 7 de novembro de 1941. Naquela ocasião, tropas soviéticas marcharam pela praça Vermelha e de lá foram combater os nazistas. Com essa cerimônia, Putin sugou o bolchevismo da Revolução Bolchevique e a substituiu pelo nacionalismo da Grande Guerra Patriótica, como o conflito de 1941-45 é conhecido na Rússia. Um dia é possível que a Rússia use o aniversário de uma revolução bolchevique para refletir sobre os perigos dos sistemas políticos opressores. Mas não aposte que isso vá acontecer no futuro próximo. Tradução de CLARA ALLAIN
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Há quase 15 anos no Martinelli, guia se tornou atração do passeio
DE SÃO PAULO Depois de uma volta de 360º na cobertura do edifício Martinelli, Edison Cabral, 52, convoca os turistas a se sentarem em uma das varandas do casarão que fica no topo de um dos primeiros arranha-céus de São Paulo. Hora de contar a saga do conde italiano que queria construir o prédio mais alto da cidade na avenida São João, na região central. "Gente, vamos sentar nesse mármore. Todos que sentaram aqui ficaram bem de vida. São 86 anos, né?", brinca o guia, lembrando que o nobre Martinelli era um milionário. Cabral deixa os visitantes à vontade. "Isso aqui é que nem salão de cabeleireiro: o pessoal desabafa. Até aliança de noivado já trocaram aqui." Durante o passeio, há homenagens ao anfitrião. "Olha, Cabral, essa é minha tia e meu primo, trouxe para te conhecer", e dá-lhe beijinhos em todo mundo. "Ah, eu queria tirar uma foto com você", pede outra turista-amiga. Mas, às vezes, surgem cobranças. "Tem gente que pede: 'Pô, da outra vez você contou aquela história'." Cabral começou no Martinelli em 2001, como porteiro. À época, visitas eram agendadas e ocorriam ocasionalmente. A simpatia e o interesse do porteiro pela história do prédio garantiam a ele a tarefa de relações-públicas informal. Em 2011, foram abertas visitas regulares e o quebra-galho se oficializou. "Me encontrei", afirma.
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Há quase 15 anos no Martinelli, guia se tornou atração do passeioDE SÃO PAULO Depois de uma volta de 360º na cobertura do edifício Martinelli, Edison Cabral, 52, convoca os turistas a se sentarem em uma das varandas do casarão que fica no topo de um dos primeiros arranha-céus de São Paulo. Hora de contar a saga do conde italiano que queria construir o prédio mais alto da cidade na avenida São João, na região central. "Gente, vamos sentar nesse mármore. Todos que sentaram aqui ficaram bem de vida. São 86 anos, né?", brinca o guia, lembrando que o nobre Martinelli era um milionário. Cabral deixa os visitantes à vontade. "Isso aqui é que nem salão de cabeleireiro: o pessoal desabafa. Até aliança de noivado já trocaram aqui." Durante o passeio, há homenagens ao anfitrião. "Olha, Cabral, essa é minha tia e meu primo, trouxe para te conhecer", e dá-lhe beijinhos em todo mundo. "Ah, eu queria tirar uma foto com você", pede outra turista-amiga. Mas, às vezes, surgem cobranças. "Tem gente que pede: 'Pô, da outra vez você contou aquela história'." Cabral começou no Martinelli em 2001, como porteiro. À época, visitas eram agendadas e ocorriam ocasionalmente. A simpatia e o interesse do porteiro pela história do prédio garantiam a ele a tarefa de relações-públicas informal. Em 2011, foram abertas visitas regulares e o quebra-galho se oficializou. "Me encontrei", afirma.
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Leitor lamenta protesto contra filósofa que se dedica às questões de gênero
É vergonhoso saber que um grupo, mesmo pequeno, protestou em frente ao Sesc Vila Mariana por causa da presença da filósofa Judith Butler, que há décadas se dedica às questões de gênero (Sem medo de fazer gênero). Por que algum dos "manifestantes" não entrou no recinto e participou do debate? Simples: porque essa gente não aceita debater, quer apenas impor, eternamente, as suas verdades –mesmo que elas signifiquem a perpetuação do preconceito e da violência. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor lamenta protesto contra filósofa que se dedica às questões de gêneroÉ vergonhoso saber que um grupo, mesmo pequeno, protestou em frente ao Sesc Vila Mariana por causa da presença da filósofa Judith Butler, que há décadas se dedica às questões de gênero (Sem medo de fazer gênero). Por que algum dos "manifestantes" não entrou no recinto e participou do debate? Simples: porque essa gente não aceita debater, quer apenas impor, eternamente, as suas verdades –mesmo que elas signifiquem a perpetuação do preconceito e da violência. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Trump não é um acidente
Os republicanos do establishment que estão horrorizados com a ascensão de Donald Trump podem querer parar um minuto para lembrar o erro ouvido em todo o mundo —o objeto de discussão que Marco Rubio não podia parar de repetir em um debate crucial, expondo-o devastadoramente ao ridículo e mandando sua campanha para uma espiral de morte. Foi assim: "Vamos descartar esta ficção de que Barack Obama não sabe o que está fazendo. Ele sabe exatamente o que está fazendo." A implicação clara era de que todas as coisas ruins que os republicanos afirmam ter acontecido foram sob a presidência de Obama —em particular, o tamanho supostamente reduzido dos Estados Unidos no mundo —são o resultado de um esforço deliberado para enfraquecer a nação. Em outras palavras, o favorito do establishment para a nomeação republicana, o homem que a revista "Time" uma vez estampou em sua capa com a manchete "O salvador republicano", estava deliberadamente canalizando o estilo paranoico da política dos EUA. Ele estava sugerindo, ainda que timidamente, que o presidente em exercício é um traidor. E agora o establishment está chocado ao ver um candidato que, basicamente, joga o mesmo jogo, mas sem a timidez, o favorito esmagador para a nomeação presidencial republicana. Por quê? A verdade é que o caminho para o Trumpismo começou há muito tempo, quando os conservadores do movimento —guerreiros ideológicos da direita— assumiram o Partido Republicano. E realmente foi uma posse completa. Ninguém que busca uma carreira dentro do partido ousa questionar qualquer aspecto da ideologia dominante, por medo de enfrentar não apenas os principais desafios, mas a excomunhão. Podemos ver o poder contínuo da ortodoxia na forma como todos os candidatos remanescentes para a nomeação republicana, incluindo Trump, obedientemente propuseram enormes cortes de impostos para os ricos, embora a grande maioria dos eleitores, incluindo muitos republicanos, queira ver os impostos sobre os ricos aumentarem em vez disso. Mas como é que um partido controlado por uma ideologia basicamente impopular – ou pelo menos por uma ideologia de que seus eleitores não gostariam se soubessem mais sobre ela – ganha as eleições? A ofuscação ajuda. Mas a demagogia e o apelo ao tribalismo ajudam mais. Mensagens raciais para já convertidos e sugestões que os democratas são antiamericanos, se não traidores ativos, não acontecem de vez em quando, mas são uma parte integrante da estratégia da política republicana. Durante os anos Obama, líderes republicanos aumentaram o volume dessa estratégia até 11 (embora tenha sido muito ruim durante os anos Clinton também). Os republicanos do establishment em geral evitaram dizer em tantas palavras que o presidente era um queniano, ateu, islâmico, socialista e simpático aos terroristas —embora, como mostra a citação de Rubio, eles chegaram bem perto— mas tacitamente encorajaram aqueles que o fizeram, e aceitaram seus endossos. E agora estão pagando o preço. Para o pressuposto subjacente, a estratégia do establishment seria que os eleitores poderiam ser enganados de novo e de novo: persuadidos a votar nos republicanos, mesmo com raiva deles, e então ignorados após a eleição, enquanto o partido prossegue as suas verdadeiras prioridades, prioridades plutocratas. Agora vem Trump, transformando as mensagens raciais para já convertidos em gritos plenamente audíveis. E o establishment está sendo destruído pelo monstro que ele criou. As coisas são muito diferentes do outro lado do corredor. Ás vezes, ainda vejo pessoas que sugerem uma equivalência entre Trump e Bernie Sanders. Mas, apesar de os dois homens estarem desafiando o establishment de partidos, esses establishments não são os mesmos. O Partido Democrata é, como alguns cientistas políticos colocam, uma "coligação de grupos sociais", variando desde o Planned Parenthood [planejamento familiar] aos sindicatos de professores, em vez de um monólito ideológico; não há nada comparável com o conjunto de instituições que impõe a pureza do outro lado. Na verdade, o que o movimento de Sanders, com suas exigências de pureza e desprezo pelo compromisso e meias medidas, se assemelha não é com a insurgência de Trump, mas sim com os ideólogos que assumiram o Partido Republicano, tornando-se o establishment que Trump está desafiando. E, sim, nós estamos começando a ver indícios daquele movimento de feiura que há muito tem sido um procedimento operacional padrão da direita: ataques pessoais amargos a qualquer um que questione as premissas da campanha e uma quantidade crescente de demagogia na própria campanha. Compare os feeds do Twitter de Sanders e de Clinton para ver o que quero dizer. Mas voltando aos republicanos: vamos descartar essa ficção de que o fenômeno Trump representa algum tipo de intrusão imprevisível no curso normal da política republicana. Pelo contrário, o Partido Republicano passou décadas encorajando e explorando a própria raiva que agora está levando Trump para a nomeação. Essa raiva foi obrigada a sair do controle do establishment, mais cedo ou mais tarde. Donald Trump não é um acidente. Seu partido o mereceu. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
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Trump não é um acidenteOs republicanos do establishment que estão horrorizados com a ascensão de Donald Trump podem querer parar um minuto para lembrar o erro ouvido em todo o mundo —o objeto de discussão que Marco Rubio não podia parar de repetir em um debate crucial, expondo-o devastadoramente ao ridículo e mandando sua campanha para uma espiral de morte. Foi assim: "Vamos descartar esta ficção de que Barack Obama não sabe o que está fazendo. Ele sabe exatamente o que está fazendo." A implicação clara era de que todas as coisas ruins que os republicanos afirmam ter acontecido foram sob a presidência de Obama —em particular, o tamanho supostamente reduzido dos Estados Unidos no mundo —são o resultado de um esforço deliberado para enfraquecer a nação. Em outras palavras, o favorito do establishment para a nomeação republicana, o homem que a revista "Time" uma vez estampou em sua capa com a manchete "O salvador republicano", estava deliberadamente canalizando o estilo paranoico da política dos EUA. Ele estava sugerindo, ainda que timidamente, que o presidente em exercício é um traidor. E agora o establishment está chocado ao ver um candidato que, basicamente, joga o mesmo jogo, mas sem a timidez, o favorito esmagador para a nomeação presidencial republicana. Por quê? A verdade é que o caminho para o Trumpismo começou há muito tempo, quando os conservadores do movimento —guerreiros ideológicos da direita— assumiram o Partido Republicano. E realmente foi uma posse completa. Ninguém que busca uma carreira dentro do partido ousa questionar qualquer aspecto da ideologia dominante, por medo de enfrentar não apenas os principais desafios, mas a excomunhão. Podemos ver o poder contínuo da ortodoxia na forma como todos os candidatos remanescentes para a nomeação republicana, incluindo Trump, obedientemente propuseram enormes cortes de impostos para os ricos, embora a grande maioria dos eleitores, incluindo muitos republicanos, queira ver os impostos sobre os ricos aumentarem em vez disso. Mas como é que um partido controlado por uma ideologia basicamente impopular – ou pelo menos por uma ideologia de que seus eleitores não gostariam se soubessem mais sobre ela – ganha as eleições? A ofuscação ajuda. Mas a demagogia e o apelo ao tribalismo ajudam mais. Mensagens raciais para já convertidos e sugestões que os democratas são antiamericanos, se não traidores ativos, não acontecem de vez em quando, mas são uma parte integrante da estratégia da política republicana. Durante os anos Obama, líderes republicanos aumentaram o volume dessa estratégia até 11 (embora tenha sido muito ruim durante os anos Clinton também). Os republicanos do establishment em geral evitaram dizer em tantas palavras que o presidente era um queniano, ateu, islâmico, socialista e simpático aos terroristas —embora, como mostra a citação de Rubio, eles chegaram bem perto— mas tacitamente encorajaram aqueles que o fizeram, e aceitaram seus endossos. E agora estão pagando o preço. Para o pressuposto subjacente, a estratégia do establishment seria que os eleitores poderiam ser enganados de novo e de novo: persuadidos a votar nos republicanos, mesmo com raiva deles, e então ignorados após a eleição, enquanto o partido prossegue as suas verdadeiras prioridades, prioridades plutocratas. Agora vem Trump, transformando as mensagens raciais para já convertidos em gritos plenamente audíveis. E o establishment está sendo destruído pelo monstro que ele criou. As coisas são muito diferentes do outro lado do corredor. Ás vezes, ainda vejo pessoas que sugerem uma equivalência entre Trump e Bernie Sanders. Mas, apesar de os dois homens estarem desafiando o establishment de partidos, esses establishments não são os mesmos. O Partido Democrata é, como alguns cientistas políticos colocam, uma "coligação de grupos sociais", variando desde o Planned Parenthood [planejamento familiar] aos sindicatos de professores, em vez de um monólito ideológico; não há nada comparável com o conjunto de instituições que impõe a pureza do outro lado. Na verdade, o que o movimento de Sanders, com suas exigências de pureza e desprezo pelo compromisso e meias medidas, se assemelha não é com a insurgência de Trump, mas sim com os ideólogos que assumiram o Partido Republicano, tornando-se o establishment que Trump está desafiando. E, sim, nós estamos começando a ver indícios daquele movimento de feiura que há muito tem sido um procedimento operacional padrão da direita: ataques pessoais amargos a qualquer um que questione as premissas da campanha e uma quantidade crescente de demagogia na própria campanha. Compare os feeds do Twitter de Sanders e de Clinton para ver o que quero dizer. Mas voltando aos republicanos: vamos descartar essa ficção de que o fenômeno Trump representa algum tipo de intrusão imprevisível no curso normal da política republicana. Pelo contrário, o Partido Republicano passou décadas encorajando e explorando a própria raiva que agora está levando Trump para a nomeação. Essa raiva foi obrigada a sair do controle do establishment, mais cedo ou mais tarde. Donald Trump não é um acidente. Seu partido o mereceu. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
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Governo dos Estados Unidos deve exigir registro de drones
O governo dos Estados Unidos deve anunciar um novo plano requerendo que novos drones sejam registrados no Departamento de Transportes, informou a NBC na sexta (16). De acordo com a rede, o Departamento de Transportes planeja ter todos os dispositivos do país registrados até o Natal. Tom Castello, da NBC, relata que o governo vai criar um grupo de trabalho específico para drones. O plano, que deve ser lançado nesta segunda (19), é uma resposta às preocupações do governo a respeito do aumento do número de chamadas próximas entre drones e aviões que voam para alguns dos maiores aeroportos do país, ou que saem deles. As cidades têm se deparado com desafios quando se trata de encontrar e processar os operadores de drones que infringem a lei. A FAA (agência que regula a aviação nos EUA), ofereceu recompensas para quem encontrar drones que prejudicavam os esforços de resgate para incêndios florestais na Califórnia, por exemplo, mas é difícil encontrar aqueles que abusam de seus privilégios como proprietários de drones. Em junho, um pequeno drone voou dentro de algumas centenas de metros de um voo da Southwest Airlines quenado o avião estava prestes a aterrar no aeroporto de Dallas Love Field. O avião pousou em segurança.
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Governo dos Estados Unidos deve exigir registro de dronesO governo dos Estados Unidos deve anunciar um novo plano requerendo que novos drones sejam registrados no Departamento de Transportes, informou a NBC na sexta (16). De acordo com a rede, o Departamento de Transportes planeja ter todos os dispositivos do país registrados até o Natal. Tom Castello, da NBC, relata que o governo vai criar um grupo de trabalho específico para drones. O plano, que deve ser lançado nesta segunda (19), é uma resposta às preocupações do governo a respeito do aumento do número de chamadas próximas entre drones e aviões que voam para alguns dos maiores aeroportos do país, ou que saem deles. As cidades têm se deparado com desafios quando se trata de encontrar e processar os operadores de drones que infringem a lei. A FAA (agência que regula a aviação nos EUA), ofereceu recompensas para quem encontrar drones que prejudicavam os esforços de resgate para incêndios florestais na Califórnia, por exemplo, mas é difícil encontrar aqueles que abusam de seus privilégios como proprietários de drones. Em junho, um pequeno drone voou dentro de algumas centenas de metros de um voo da Southwest Airlines quenado o avião estava prestes a aterrar no aeroporto de Dallas Love Field. O avião pousou em segurança.
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Gol deixa André confiante para brigar por titularidade no Corinthians
Titular pela segunda vez desde que chegou ao Corinthians, o atacante André marcou pela primeira vez com a camisa alvinegra nesta quarta-feira (24), contra o São Bento, e ajudou o clube paulista a manter a invencibilidade na temporada. Contra a equipe do interior paulista, o Corinthians perdia até os 43 minutos do segundo tempo, pela sexta rodada do Campeonato Paulista, quando o atacante fez um golaço no ângulo e garantiu o empate em 1 a 1. Reforço para a temporada de 2016, o atacante admitiu que ainda não está na forma física ideal, mas reconheceu que o feito lhe dá confiança para buscar uma vaga na formação inicial. "Atacante vive de gol, foi bom para me dar um pouco de confiança. Veio na hora certa, no momento certo. Fui muito feliz, mas foi merecimento da equipe toda", disse André após a partida. "Foi o meu segundo jogo. Ainda não estou tão bem fisicamente, mas é bom jogar para pegar o 'timing'.", afirmou o atacante, que antes do duelo em Sorocaba havia sido titular na vitória contra o São Paulo. Veja vídeo O técnico Tite já deixou claro que os remanescentes da campanha do hexacampeonato do Brasileiro, em 2015, têm prioridade entre os titulares, e que os reforços para 2016 têm que buscar se adaptar ao esquema da equipe. A preocupação de evitar lesões, porém, tem feito Tite promover mudanças e dar chance aos reforços. Na disputa pela posição de centroavante, André está atrás de Danilo e Luciano, que retornou nesta quarta após passar seis meses se recuperando de uma cirurgia no joelho. André elogiou os companheiros, mas se disse motivado para conquistar seu espaço. "Lógico que o gol dá confiança, mas tenho que respeitar quem está há mais tempo. Danilo e Luciano são grandes jogadores", finalizou.
esporte
Gol deixa André confiante para brigar por titularidade no CorinthiansTitular pela segunda vez desde que chegou ao Corinthians, o atacante André marcou pela primeira vez com a camisa alvinegra nesta quarta-feira (24), contra o São Bento, e ajudou o clube paulista a manter a invencibilidade na temporada. Contra a equipe do interior paulista, o Corinthians perdia até os 43 minutos do segundo tempo, pela sexta rodada do Campeonato Paulista, quando o atacante fez um golaço no ângulo e garantiu o empate em 1 a 1. Reforço para a temporada de 2016, o atacante admitiu que ainda não está na forma física ideal, mas reconheceu que o feito lhe dá confiança para buscar uma vaga na formação inicial. "Atacante vive de gol, foi bom para me dar um pouco de confiança. Veio na hora certa, no momento certo. Fui muito feliz, mas foi merecimento da equipe toda", disse André após a partida. "Foi o meu segundo jogo. Ainda não estou tão bem fisicamente, mas é bom jogar para pegar o 'timing'.", afirmou o atacante, que antes do duelo em Sorocaba havia sido titular na vitória contra o São Paulo. Veja vídeo O técnico Tite já deixou claro que os remanescentes da campanha do hexacampeonato do Brasileiro, em 2015, têm prioridade entre os titulares, e que os reforços para 2016 têm que buscar se adaptar ao esquema da equipe. A preocupação de evitar lesões, porém, tem feito Tite promover mudanças e dar chance aos reforços. Na disputa pela posição de centroavante, André está atrás de Danilo e Luciano, que retornou nesta quarta após passar seis meses se recuperando de uma cirurgia no joelho. André elogiou os companheiros, mas se disse motivado para conquistar seu espaço. "Lógico que o gol dá confiança, mas tenho que respeitar quem está há mais tempo. Danilo e Luciano são grandes jogadores", finalizou.
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Em Seul, milhares protestam contra a presidente da Coreia do Sul
Centenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas em Seul neste sábado (19) no quarto final de semana seguido de protestos contra a presidente Park Geun-hye. Park tem resistido aos pedidos de renúncia em meio a uma crise política na qual ela é acusada de ter deixado uma antiga amiga mediar assuntos de Estado. O escândalo tem balançado a presidência de Park e unido os sul-coreanos em reprovação, culminando em um protesto no último final de semana que reuniu milhões de pessoas marchando em Seul, de acordo com algumas estimativas. O protesto de sábado foi menor uma vez que outros grupos também organizaram manifestações em capitais regionais. A polícia afirmou que pelo menos 155 mil pessoas encheram uma praça central de Seul no início da noite de sábado para um protesto com velas. Organizadores afirmam que o número de pessoas era de 500 mil. Park prometeu cooperar em uma investigação sobre o escândalo. Promotores devem trazer indícios contra Choi soon-sil, amiga de Park no centro da crise, e dois ex-assessores presidenciais amanhã. Nem todos os sul-coreanos, no entanto, estão pedindo pela renúncia da presidente. Perto do protesto principal, um grupo de manifestantes conservadores se reuniu do lado de fora da estação de Seul em defesa da presidente. "Dezesseis milhões de pessoas elegeram esta presidente ao cargo. Não faz sentido simplesmente pedir que ela seja retirada", disse Geum Sang-chul, pensionista de 78 anos e membro da Associação de Veteranos Coreanos. Geum se juntou a um grupo que a polícia estima em uma força de 11 mil, enquanto organizadores dizem que o número é maior. As taxas de aprovação de Park estão em uma mínima recorde de 5 por cento pelas últimas três semanas por conta do escândalo com sua amiga.
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Em Seul, milhares protestam contra a presidente da Coreia do SulCentenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas em Seul neste sábado (19) no quarto final de semana seguido de protestos contra a presidente Park Geun-hye. Park tem resistido aos pedidos de renúncia em meio a uma crise política na qual ela é acusada de ter deixado uma antiga amiga mediar assuntos de Estado. O escândalo tem balançado a presidência de Park e unido os sul-coreanos em reprovação, culminando em um protesto no último final de semana que reuniu milhões de pessoas marchando em Seul, de acordo com algumas estimativas. O protesto de sábado foi menor uma vez que outros grupos também organizaram manifestações em capitais regionais. A polícia afirmou que pelo menos 155 mil pessoas encheram uma praça central de Seul no início da noite de sábado para um protesto com velas. Organizadores afirmam que o número de pessoas era de 500 mil. Park prometeu cooperar em uma investigação sobre o escândalo. Promotores devem trazer indícios contra Choi soon-sil, amiga de Park no centro da crise, e dois ex-assessores presidenciais amanhã. Nem todos os sul-coreanos, no entanto, estão pedindo pela renúncia da presidente. Perto do protesto principal, um grupo de manifestantes conservadores se reuniu do lado de fora da estação de Seul em defesa da presidente. "Dezesseis milhões de pessoas elegeram esta presidente ao cargo. Não faz sentido simplesmente pedir que ela seja retirada", disse Geum Sang-chul, pensionista de 78 anos e membro da Associação de Veteranos Coreanos. Geum se juntou a um grupo que a polícia estima em uma força de 11 mil, enquanto organizadores dizem que o número é maior. As taxas de aprovação de Park estão em uma mínima recorde de 5 por cento pelas últimas três semanas por conta do escândalo com sua amiga.
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Unesp passa a divulgar salário de professores e funcionários; confira
A Unesp começou a divulgar na internet os salários de seus professores e funcionários técnico-administrativos. Um sistema no site da universidade exibe, desde o último dia 21, os dados de funcionários ativos e aposentados. O sistema mostra os salários pagos em agosto a 16.579 servidores. A publicação ocorre após a Folha obter a lista de salários da Unesp e tornar os dados públicos para consulta pela primeira vez. Lista de salários da Unesp Assim como fizera contra USP e Unicamp, sobre as quais obteve decisões favoráveis, o jornal também moveu ação porque a Unesp não divulgava os dados, como prevê a Lei de Acesso à Informação -ela fixa que órgãos do Estado divulguem os salários dos servidores. Reportagem apontou que servidores de uma carreira administrativa de nível médio recebem salários maiores do que professores assistentes com mestrado. Também foi exposto que o secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, que é professor titular da Unesp, recebe salário acima do teto determinado pela Constituição. DIVULGAÇÃO De acordo com a Unesp, as informações foram publicadas agora "de modo a dar oferecer melhor formatação e praticidade". "As informações não nominais constavam do portal da transparência da Unesp desde o mês de junho de 2012", afirma. A universidade diz ainda que os valores mensais podem incorporar vantagens que não fazem parte do salário, como férias, abono, ações jurídicas ou 13º, por exemplo. "Para uma melhor análise, deve ser tratado caso a caso com a verificação de pelo menos três meses de recebimentos consecutivos", recomenda. O sistema em funcionamento, porém, exibe apenas os dados do mês de agosto deste ano. TETO A Constituição determina que os servidores públicos estaduais não podem ganhar mais do que o governador -Geraldo Alckmin (PSDB) recebe R$ 21.631 brutos. A exceção são procuradores, cujo teto é maior (R$ 30.471) por seguir regra do Judiciário. Segundo a Unesp, até dezembro de 2014 eram descontados do cálculo do teto todas vantagens salariais adquiridas pelos servidores antes de 2003, quando uma emenda à Constituição deixou a regra mais clara. O procedimento mudou após decisão do Tribunal de Contas do Estado determinar o congelamento da parte dos salários acima do teto. Com isso, a universidade passou a incluir no holerite dos servidores com salários maiores do que o do governador um valor denominado "parcela extra-teto". Segundo a Unesp, o valor continua sendo pago, mas não sofre reajuste. A parcela "ficará congelada até que gradativamente seja absorvida por eventuais aumentos" do teto. Já as vantagens obtidas depois de 1º de dezembro de 2014 estão sendo demonstradas no holerite, mas os valores estão sendo descontados no momento do pagamento. No ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que todas as vantagens salariais adquiridas pelos servidores, independentemente da data, devem ser consideradas para o cômputo do teto. O procedimento ainda não foi adotado pelas universidades paulistas. Docentes defendem a criação de um teto único para o funcionalismo de São Paulo desvinculado do salário do governador.
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Unesp passa a divulgar salário de professores e funcionários; confiraA Unesp começou a divulgar na internet os salários de seus professores e funcionários técnico-administrativos. Um sistema no site da universidade exibe, desde o último dia 21, os dados de funcionários ativos e aposentados. O sistema mostra os salários pagos em agosto a 16.579 servidores. A publicação ocorre após a Folha obter a lista de salários da Unesp e tornar os dados públicos para consulta pela primeira vez. Lista de salários da Unesp Assim como fizera contra USP e Unicamp, sobre as quais obteve decisões favoráveis, o jornal também moveu ação porque a Unesp não divulgava os dados, como prevê a Lei de Acesso à Informação -ela fixa que órgãos do Estado divulguem os salários dos servidores. Reportagem apontou que servidores de uma carreira administrativa de nível médio recebem salários maiores do que professores assistentes com mestrado. Também foi exposto que o secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, que é professor titular da Unesp, recebe salário acima do teto determinado pela Constituição. DIVULGAÇÃO De acordo com a Unesp, as informações foram publicadas agora "de modo a dar oferecer melhor formatação e praticidade". "As informações não nominais constavam do portal da transparência da Unesp desde o mês de junho de 2012", afirma. A universidade diz ainda que os valores mensais podem incorporar vantagens que não fazem parte do salário, como férias, abono, ações jurídicas ou 13º, por exemplo. "Para uma melhor análise, deve ser tratado caso a caso com a verificação de pelo menos três meses de recebimentos consecutivos", recomenda. O sistema em funcionamento, porém, exibe apenas os dados do mês de agosto deste ano. TETO A Constituição determina que os servidores públicos estaduais não podem ganhar mais do que o governador -Geraldo Alckmin (PSDB) recebe R$ 21.631 brutos. A exceção são procuradores, cujo teto é maior (R$ 30.471) por seguir regra do Judiciário. Segundo a Unesp, até dezembro de 2014 eram descontados do cálculo do teto todas vantagens salariais adquiridas pelos servidores antes de 2003, quando uma emenda à Constituição deixou a regra mais clara. O procedimento mudou após decisão do Tribunal de Contas do Estado determinar o congelamento da parte dos salários acima do teto. Com isso, a universidade passou a incluir no holerite dos servidores com salários maiores do que o do governador um valor denominado "parcela extra-teto". Segundo a Unesp, o valor continua sendo pago, mas não sofre reajuste. A parcela "ficará congelada até que gradativamente seja absorvida por eventuais aumentos" do teto. Já as vantagens obtidas depois de 1º de dezembro de 2014 estão sendo demonstradas no holerite, mas os valores estão sendo descontados no momento do pagamento. No ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que todas as vantagens salariais adquiridas pelos servidores, independentemente da data, devem ser consideradas para o cômputo do teto. O procedimento ainda não foi adotado pelas universidades paulistas. Docentes defendem a criação de um teto único para o funcionalismo de São Paulo desvinculado do salário do governador.
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Técnica de criogenia pode ajudar a preservar órgãos para transplante
Esfriar é fácil, reaquecer é difícil. Há décadas os pesquisadores conseguem preservar material biológico por congelamento. Mas ainda não se sabe como reaquecer esse material mantendo suas propriedades e sem estragá-lo, especialmente se for volumoso. A descoberta de uma nova técnica para descongelar tecidos e órgãos facilitaria muito os transplantes. A equipe liderada por John Bischof, da Universidade de Minnesota (EUA) deu agora o primeiro passo para isso se tornar realidade no futuro. E a necessidade é urgente. Corações e pulmões, depois de retirados do doador, precisam ser preservados em gelo e implantados no receptor no máximo em quatro horas. Para isso, o órgão pode ter que andar de ambulância, viajar de helicóptero, e chegar nas mãos da equipe de transplante que o espera ansiosamente. Mas infelizmente, mais de 60% dos corações e pulmões precisam ser descartados por não chegarem a tempo e em boas condições. Se fosse possível congelar o órgão e descongelá-lo sem danos, a medicina de transplantes daria um gigantesco passo adiante. Neste novo estudo, publicado na atual edição, divulgada nesta quarta (1º), da revista médica "Science Translational Medicine", os pesquisadores revelam como lidaram com o problema de reaquecimento usando nanopartículas –partículas minúsculas– de óxido de ferro revestidas com sílica e dispersas por uma solução que protege o tecido biológico contra o frio ("crioprotetora"). O tecido é congelado aos poucos e colocado em um frasco com a solução crioprotetora, totalmente em contato com as partículas. O frasco é preservado em nitrogênio líquido em temperaturas entre -160°C e -196°C. As nanopartículas magnetizadas são excitadas pela rádiofrequência, esquentam e com isso descongelam de modo uniforme o tecido no frasco. As taxas de aquecimento chegam de 100°C a 200°C por minuto, e isso ocorre dez a cem vezes mais rápido que os métodos tradicionais. É a primeira vez que isso é demonstrado sem danificar o tecido, segundo Bischof. "Chegamos aos limites do que podemos fazer a temperaturas muito elevadas e temperaturas muito baixas nestas diferentes áreas", disse. "Normalmente, quando você vai para os limites, você acaba descobrindo algo novo e interessante. Esses resultados são muito excitantes e poderiam ter um grande benefício social se pudéssemos algum dia depositar órgãos para transplante em bancos de preservação", diz o líder da pesquisa. Terminado o reaquecimento foram feitos testes de viabilidade; os resultados mostraram que nenhum dos tecidos apresentava sinais de danos, ao contrário de amostras reaquecidas por "convecção térmica" (processo de transferência de calor que acontece através da movimentação de um material), mesmo pelo método mais simples, colocar o frasco em água na temperatura do corpo (37°C). A equipe –também coordenada por Navid Manuchehrabadi, pesquisador fazendo pós-doutorado em Minnesota– foi capaz de lavar com sucesso as nanopartículas de óxido de ferro da amostra. Segundo Manuchehrabadi, Bischof e colegas, até agora só era possível ter sucesso no reaquecimento em amostras de cerca de um mililitro de tecido e solução. O novo estudo conseguiu sucesso com amostra de até 50 mililitros. Se a técnica puder ser aperfeiçoada e ampliada poderá a princípio ser possível reaquecer sistemas biológicos maiores, como órgãos de até um litro. O potencial é vasto. A Universidade de Minnesota já tem duas patentes ligadas a essa pesquisa. O estudo envolveu células humanas, artérias de porcos, e até mesmo tecidos da aorta do coração do porco. A equipe agora planeja testar órgãos pequenos, por exemplo de ratos e coelhos.
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Técnica de criogenia pode ajudar a preservar órgãos para transplanteEsfriar é fácil, reaquecer é difícil. Há décadas os pesquisadores conseguem preservar material biológico por congelamento. Mas ainda não se sabe como reaquecer esse material mantendo suas propriedades e sem estragá-lo, especialmente se for volumoso. A descoberta de uma nova técnica para descongelar tecidos e órgãos facilitaria muito os transplantes. A equipe liderada por John Bischof, da Universidade de Minnesota (EUA) deu agora o primeiro passo para isso se tornar realidade no futuro. E a necessidade é urgente. Corações e pulmões, depois de retirados do doador, precisam ser preservados em gelo e implantados no receptor no máximo em quatro horas. Para isso, o órgão pode ter que andar de ambulância, viajar de helicóptero, e chegar nas mãos da equipe de transplante que o espera ansiosamente. Mas infelizmente, mais de 60% dos corações e pulmões precisam ser descartados por não chegarem a tempo e em boas condições. Se fosse possível congelar o órgão e descongelá-lo sem danos, a medicina de transplantes daria um gigantesco passo adiante. Neste novo estudo, publicado na atual edição, divulgada nesta quarta (1º), da revista médica "Science Translational Medicine", os pesquisadores revelam como lidaram com o problema de reaquecimento usando nanopartículas –partículas minúsculas– de óxido de ferro revestidas com sílica e dispersas por uma solução que protege o tecido biológico contra o frio ("crioprotetora"). O tecido é congelado aos poucos e colocado em um frasco com a solução crioprotetora, totalmente em contato com as partículas. O frasco é preservado em nitrogênio líquido em temperaturas entre -160°C e -196°C. As nanopartículas magnetizadas são excitadas pela rádiofrequência, esquentam e com isso descongelam de modo uniforme o tecido no frasco. As taxas de aquecimento chegam de 100°C a 200°C por minuto, e isso ocorre dez a cem vezes mais rápido que os métodos tradicionais. É a primeira vez que isso é demonstrado sem danificar o tecido, segundo Bischof. "Chegamos aos limites do que podemos fazer a temperaturas muito elevadas e temperaturas muito baixas nestas diferentes áreas", disse. "Normalmente, quando você vai para os limites, você acaba descobrindo algo novo e interessante. Esses resultados são muito excitantes e poderiam ter um grande benefício social se pudéssemos algum dia depositar órgãos para transplante em bancos de preservação", diz o líder da pesquisa. Terminado o reaquecimento foram feitos testes de viabilidade; os resultados mostraram que nenhum dos tecidos apresentava sinais de danos, ao contrário de amostras reaquecidas por "convecção térmica" (processo de transferência de calor que acontece através da movimentação de um material), mesmo pelo método mais simples, colocar o frasco em água na temperatura do corpo (37°C). A equipe –também coordenada por Navid Manuchehrabadi, pesquisador fazendo pós-doutorado em Minnesota– foi capaz de lavar com sucesso as nanopartículas de óxido de ferro da amostra. Segundo Manuchehrabadi, Bischof e colegas, até agora só era possível ter sucesso no reaquecimento em amostras de cerca de um mililitro de tecido e solução. O novo estudo conseguiu sucesso com amostra de até 50 mililitros. Se a técnica puder ser aperfeiçoada e ampliada poderá a princípio ser possível reaquecer sistemas biológicos maiores, como órgãos de até um litro. O potencial é vasto. A Universidade de Minnesota já tem duas patentes ligadas a essa pesquisa. O estudo envolveu células humanas, artérias de porcos, e até mesmo tecidos da aorta do coração do porco. A equipe agora planeja testar órgãos pequenos, por exemplo de ratos e coelhos.
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Sérgio Mamberti e Cássio Scapin voltam a trabalhar juntos em peça
MARIANA MARINHO DE SÃO PAULO Após anos de parceria no Castelo Rá-Tim-Bum, programa da TV Cultura, Sérgio Mamberti e Cássio Scapin voltam a trabalhar juntos em "Visitando o Sr. Green", peça que estreia na sexta (24). Scapin assina a direção do espetáculo e Mamberti, que há doze anos não subia aos palcos, interpreta o judeu Sr. Green. Após quase ser atropelado por Ross Gardner, um jovem executivo, Green passa a receber o rapaz em seu apartamento por decisão judicial -Ross deve prestar serviço comunitário. Com o passar dos dias, eles acabam se aproximando e dividindo realizações e frustrações. Novotel Jaraguá. R. Martins Fontes, 71, região central, tel. 3255-4380. 265 lugares. Sex.: 21h30. Sáb.: 21h. Dom.: 19h. Até 19/7. Ingr.: R$ 50. Valet (R$ 25). 90 min. 14 anos. Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br.
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Sérgio Mamberti e Cássio Scapin voltam a trabalhar juntos em peçaMARIANA MARINHO DE SÃO PAULO Após anos de parceria no Castelo Rá-Tim-Bum, programa da TV Cultura, Sérgio Mamberti e Cássio Scapin voltam a trabalhar juntos em "Visitando o Sr. Green", peça que estreia na sexta (24). Scapin assina a direção do espetáculo e Mamberti, que há doze anos não subia aos palcos, interpreta o judeu Sr. Green. Após quase ser atropelado por Ross Gardner, um jovem executivo, Green passa a receber o rapaz em seu apartamento por decisão judicial -Ross deve prestar serviço comunitário. Com o passar dos dias, eles acabam se aproximando e dividindo realizações e frustrações. Novotel Jaraguá. R. Martins Fontes, 71, região central, tel. 3255-4380. 265 lugares. Sex.: 21h30. Sáb.: 21h. Dom.: 19h. Até 19/7. Ingr.: R$ 50. Valet (R$ 25). 90 min. 14 anos. Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br.
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Os vilões da história
BRASÍLIA - O escândalo da carne conseguiu algo que parecia impossível: fez os políticos esquecerem a Lava Jato, mesmo que por tempo limitado. Nesta terça (21), o assunto dominou os discursos do Congresso. Com raras exceções, os parlamentares defenderam os frigoríficos e atacaram a Polícia Federal. "O delegado que fez essa operação é um irresponsável", bradou o senador Ivo Cassol, do PP. "Isso é um abuso!", exclamou o ruralista, sobre a prisão de 36 pessoas acusadas de integrar uma quadrilha que subornava fiscais e adulterava alimentos. A senadora Kátia Abreu, do PMDB, classificou a Operação Carne Fraca como um "festival de horrores". Ela acusou "um delegado e meia dúzia de chefes da PF" de praticarem "crime de lesa-pátria". "Tentaram, com uma ação medíocre, infantil e baixa, destruir um dos setores mais importantes deste país", disse. "Sempre me coloquei aqui contra a espetacularização da Polícia Federal. Agora estão vendo o monstro que criaram", endossou a senadora Gleisi Hoffmann, do PT. O senador Renan Calheiros, do PMDB, aproveitou para dissertar sobre o estado da nação. "Este país está emburrecendo", disse. "O que nós assistimos com essa Operação Carne Fraca explicita o fato de nós não termos limite nenhum para nada." Na Câmara, os discursos corriam na mesma toada. "A Polícia Federal não conhece a questão sanitária dos produtos da agropecuária brasileira", criticou o deputado Valdir Colatto, do PMDB. "Uma unidade da PF joga no chão todo um trabalho que vem sendo feito com muito sacrifício pelas empresas", emendou Delegado Edson Moreira, do PR. A Polícia Federal não está imune a críticas, e há fortes indícios de exageros na divulgação da Carne Fraca. Mesmo assim, é difícil sustentar que os vilões da história são os investigadores, e não os frigoríficos investigados. Foram eles que compraram fiscais, enganaram consumidores e, claro, financiaram campanhas.
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Os vilões da históriaBRASÍLIA - O escândalo da carne conseguiu algo que parecia impossível: fez os políticos esquecerem a Lava Jato, mesmo que por tempo limitado. Nesta terça (21), o assunto dominou os discursos do Congresso. Com raras exceções, os parlamentares defenderam os frigoríficos e atacaram a Polícia Federal. "O delegado que fez essa operação é um irresponsável", bradou o senador Ivo Cassol, do PP. "Isso é um abuso!", exclamou o ruralista, sobre a prisão de 36 pessoas acusadas de integrar uma quadrilha que subornava fiscais e adulterava alimentos. A senadora Kátia Abreu, do PMDB, classificou a Operação Carne Fraca como um "festival de horrores". Ela acusou "um delegado e meia dúzia de chefes da PF" de praticarem "crime de lesa-pátria". "Tentaram, com uma ação medíocre, infantil e baixa, destruir um dos setores mais importantes deste país", disse. "Sempre me coloquei aqui contra a espetacularização da Polícia Federal. Agora estão vendo o monstro que criaram", endossou a senadora Gleisi Hoffmann, do PT. O senador Renan Calheiros, do PMDB, aproveitou para dissertar sobre o estado da nação. "Este país está emburrecendo", disse. "O que nós assistimos com essa Operação Carne Fraca explicita o fato de nós não termos limite nenhum para nada." Na Câmara, os discursos corriam na mesma toada. "A Polícia Federal não conhece a questão sanitária dos produtos da agropecuária brasileira", criticou o deputado Valdir Colatto, do PMDB. "Uma unidade da PF joga no chão todo um trabalho que vem sendo feito com muito sacrifício pelas empresas", emendou Delegado Edson Moreira, do PR. A Polícia Federal não está imune a críticas, e há fortes indícios de exageros na divulgação da Carne Fraca. Mesmo assim, é difícil sustentar que os vilões da história são os investigadores, e não os frigoríficos investigados. Foram eles que compraram fiscais, enganaram consumidores e, claro, financiaram campanhas.
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Tucanos recorrem ao Ministério Público Eleitoral contra Doria
O ex-governador e vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman, e o presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal, vão entrar com uma representação no MPE (Ministério Público Eleitoral) contra a candidatura de João Doria à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB. A intenção é derrubar a eleição do empresário e deixar para a convenção da legenda, marcada para junho, a definição de um novo nome para a disputa municipal. Candidato único e apadrinhado pelo governador Geraldo Alckmin, Doria obteve, no último domingo (20), 3.152 votos. Foram registrados 68 votos em branco e 46 nulos. Dos 27 mil filiados aptos a votar nas prévias tucanas, 3.266 foram às urnas. A decisão de recorrer ao MPE foi tomada depois que a impugnação da candidatura de Doria não foi analisada pelo partido antes da realização do segundo turno. Também autores da representação na esfera partidária, Goldman e Aníbal acusam o afilhado do governador de abuso de poder econômico, propaganda irregular, transporte de eleitores e infrações da lei da Cidade Limpa. O empresário nega as acusações. Na ação que será apresentada à Procuradoria-Geral Eleitoral argumentam que a prévia não teve quorum e que, por abuso de poder econômico e uso da máquina do Estado, a equidade da disputa interna foi quebrada. "Chega um João Trump da vida e, na base do volume de recursos de que dispõe, quebra a equidade que a disputa eleitoral tem que ter", disse Goldman, comparando o empresário ao pré-candidato republicano Donald Trump na disputa pela Casa Branca. O questionamento do quorum é baseado no artigo 33 do estatuto do PSDB, que trata da realização das convenções e da formação dos diretórios do partido. Segundo o texto, para que a convenção tenha validade é preciso que pelo menos 30% dos filiados com direito a voto compareçam. De acordo com esta interpretação, 8.100 dos 27 mil aptos a votar teriam de ter ido às urnas. A regra não foi cumprida em nenhum dos turnos. A resolução que o advogado do partido, Anderson Pomini, elaborou para a realização do segundo turno, no entanto, cita outro artigo do estatuto, o 29. O texto diz que, em caso de chapa única, ela será considerada eleita se alcançar pelo menos 20% dos votos apurados. O advogado de João Doria, Alexandre Bissoli afirmou que, nas resoluções do partido para a realização das prévias, não há exigência de quorum mínimo. Segundo ele, "ainda que houvesse a necessidade de mostrar a legitimidade da eleição de Doria", ela ficou "comprovada com o fato de o empresário ter obtido mais votos no segundo turno do que na primeira etapa da disputa. A eleição de Doria também provocou a saída do secretário Edson Aparecido, da Casa Civil, do governo Alckmin. Ele pediu demissão depois de negar apoio ao empresário.
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Tucanos recorrem ao Ministério Público Eleitoral contra DoriaO ex-governador e vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman, e o presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal, vão entrar com uma representação no MPE (Ministério Público Eleitoral) contra a candidatura de João Doria à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB. A intenção é derrubar a eleição do empresário e deixar para a convenção da legenda, marcada para junho, a definição de um novo nome para a disputa municipal. Candidato único e apadrinhado pelo governador Geraldo Alckmin, Doria obteve, no último domingo (20), 3.152 votos. Foram registrados 68 votos em branco e 46 nulos. Dos 27 mil filiados aptos a votar nas prévias tucanas, 3.266 foram às urnas. A decisão de recorrer ao MPE foi tomada depois que a impugnação da candidatura de Doria não foi analisada pelo partido antes da realização do segundo turno. Também autores da representação na esfera partidária, Goldman e Aníbal acusam o afilhado do governador de abuso de poder econômico, propaganda irregular, transporte de eleitores e infrações da lei da Cidade Limpa. O empresário nega as acusações. Na ação que será apresentada à Procuradoria-Geral Eleitoral argumentam que a prévia não teve quorum e que, por abuso de poder econômico e uso da máquina do Estado, a equidade da disputa interna foi quebrada. "Chega um João Trump da vida e, na base do volume de recursos de que dispõe, quebra a equidade que a disputa eleitoral tem que ter", disse Goldman, comparando o empresário ao pré-candidato republicano Donald Trump na disputa pela Casa Branca. O questionamento do quorum é baseado no artigo 33 do estatuto do PSDB, que trata da realização das convenções e da formação dos diretórios do partido. Segundo o texto, para que a convenção tenha validade é preciso que pelo menos 30% dos filiados com direito a voto compareçam. De acordo com esta interpretação, 8.100 dos 27 mil aptos a votar teriam de ter ido às urnas. A regra não foi cumprida em nenhum dos turnos. A resolução que o advogado do partido, Anderson Pomini, elaborou para a realização do segundo turno, no entanto, cita outro artigo do estatuto, o 29. O texto diz que, em caso de chapa única, ela será considerada eleita se alcançar pelo menos 20% dos votos apurados. O advogado de João Doria, Alexandre Bissoli afirmou que, nas resoluções do partido para a realização das prévias, não há exigência de quorum mínimo. Segundo ele, "ainda que houvesse a necessidade de mostrar a legitimidade da eleição de Doria", ela ficou "comprovada com o fato de o empresário ter obtido mais votos no segundo turno do que na primeira etapa da disputa. A eleição de Doria também provocou a saída do secretário Edson Aparecido, da Casa Civil, do governo Alckmin. Ele pediu demissão depois de negar apoio ao empresário.
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Kit promete fazer carro andar com vapor de gasolina
KARINA CRAVEIRO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA "Deixe de ser refém dos postos de combustíveis. Com esse kit você economiza até 50% de gasolina", diz o anúncio do site Meu Carro Econômico, que oferece um kit vaporizador de gasolina. A solução consiste em aproveitar o vapor da gasolina gerado pela aceleração. "Estamos parados no momento por uma questão de atualização do kit, que é produzido em Santa Catarina. A gente entrega para todo o país", diz, por telefone, Rosemere de Cunha, responsável pela logística da empresa. O equipamento custa entre R$ 1.200 e R$ 1.900. "A instalação leva uma hora, temos o retorno positivo de vários clientes", diz Cunha. Soluções como essa são atraentes, mas especialistas afirmam que há riscos. "Se eu jogar vapor em um coletor qualquer e houver faísca, vou explodir o filtro de ar e vários outros componentes", afirma Henrique Pereira, da Comissão Técnica de Motores Otto da SAE Brasil (sociedade que reúne engenheiros automotivos). Segundo Pereira, se existisse um vaporizador realmente eficiente, ele já estaria sendo usado pela indústria. "Ideias são bem-vindas, trazem inovações, mas muitas vezes os inventores não conhecem as leis de emissões e outros tantos aspectos", diz. Mas o motor funciona de fato com um vaporizador? "Sim, na marcha lenta, quando a potência está entre 0,5 cv e 1 cv", diz Ricardo Dilser, da Fiat. "O vapor não dá conta de tirar o carro da inércia." Em uma outra busca na internet aparecem motores movidos a água. "É preciso tirar o hidrogênio da água para fazer o motor funcionar em marcha lenta . Tenho que enfiar um 'caminhão' de energia elétrica para essa transformação química. Não funciona, infelizmente. Essas soluções são como receitas radicais de emagrecimento", compara Dilser.
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Kit promete fazer carro andar com vapor de gasolina KARINA CRAVEIRO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA "Deixe de ser refém dos postos de combustíveis. Com esse kit você economiza até 50% de gasolina", diz o anúncio do site Meu Carro Econômico, que oferece um kit vaporizador de gasolina. A solução consiste em aproveitar o vapor da gasolina gerado pela aceleração. "Estamos parados no momento por uma questão de atualização do kit, que é produzido em Santa Catarina. A gente entrega para todo o país", diz, por telefone, Rosemere de Cunha, responsável pela logística da empresa. O equipamento custa entre R$ 1.200 e R$ 1.900. "A instalação leva uma hora, temos o retorno positivo de vários clientes", diz Cunha. Soluções como essa são atraentes, mas especialistas afirmam que há riscos. "Se eu jogar vapor em um coletor qualquer e houver faísca, vou explodir o filtro de ar e vários outros componentes", afirma Henrique Pereira, da Comissão Técnica de Motores Otto da SAE Brasil (sociedade que reúne engenheiros automotivos). Segundo Pereira, se existisse um vaporizador realmente eficiente, ele já estaria sendo usado pela indústria. "Ideias são bem-vindas, trazem inovações, mas muitas vezes os inventores não conhecem as leis de emissões e outros tantos aspectos", diz. Mas o motor funciona de fato com um vaporizador? "Sim, na marcha lenta, quando a potência está entre 0,5 cv e 1 cv", diz Ricardo Dilser, da Fiat. "O vapor não dá conta de tirar o carro da inércia." Em uma outra busca na internet aparecem motores movidos a água. "É preciso tirar o hidrogênio da água para fazer o motor funcionar em marcha lenta . Tenho que enfiar um 'caminhão' de energia elétrica para essa transformação química. Não funciona, infelizmente. Essas soluções são como receitas radicais de emagrecimento", compara Dilser.
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Garoto de 11 anos indica livro que pode ser completamente destruído
Você já deve ter visto muitos livros para ler, jogar e desenhar, mas já viu um livro que pode ser completamente destruído? É o caso da obra "Destrua Este Diário", criado pela artista e ilustradora canadense Keri Smith e traduzido para o português pelo brasileiro Rogério Durst. Publicado pela editora Intrínseca, o livro é baseado em algumas ideias do marido da autora e ajuda a desenvolver a criatividade de crianças, adolescentes e adultos. Portanto, os objetivos da obra são: criar com imaginação, esculhambar com "destrutividade", fugir do cotidiano convencional e, além disso, entreter o próprio "leitor". Eu recomendaria esse livro para qualquer pessoa que tenha mais de 3 anos de idade. É muito engraçado e, quando você acaba de ler, percebe que a obra está totalmente detonada. "DESTRUA ESTE DIÁRIO" Autora Keri Smith (tradução Rogério Durst) Editora Intrínseca Preço R$ 24,90 * SEJA CRÍTICO DA "FOLHINHA" Envie uma resenha com 850 caracteres para folhinha@uol.com.br, com nome, idade e 'Eu sou o crítico' no assunto; publicamos a idade com que a criança escreveu o texto
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Garoto de 11 anos indica livro que pode ser completamente destruídoVocê já deve ter visto muitos livros para ler, jogar e desenhar, mas já viu um livro que pode ser completamente destruído? É o caso da obra "Destrua Este Diário", criado pela artista e ilustradora canadense Keri Smith e traduzido para o português pelo brasileiro Rogério Durst. Publicado pela editora Intrínseca, o livro é baseado em algumas ideias do marido da autora e ajuda a desenvolver a criatividade de crianças, adolescentes e adultos. Portanto, os objetivos da obra são: criar com imaginação, esculhambar com "destrutividade", fugir do cotidiano convencional e, além disso, entreter o próprio "leitor". Eu recomendaria esse livro para qualquer pessoa que tenha mais de 3 anos de idade. É muito engraçado e, quando você acaba de ler, percebe que a obra está totalmente detonada. "DESTRUA ESTE DIÁRIO" Autora Keri Smith (tradução Rogério Durst) Editora Intrínseca Preço R$ 24,90 * SEJA CRÍTICO DA "FOLHINHA" Envie uma resenha com 850 caracteres para folhinha@uol.com.br, com nome, idade e 'Eu sou o crítico' no assunto; publicamos a idade com que a criança escreveu o texto
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Leitor elogia coluna de Contardo Calligaris sobre suicídio
Contardo Calligaris argumentou bem sobre a opção de suicídio. Apenas acrescento que os que torcem pela vida têm o direito de tentar convencer, com base no amor, os candidatos ao suicídio, e isso pareceu um tanto deslocado no argumento do colunista. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor elogia coluna de Contardo Calligaris sobre suicídioContardo Calligaris argumentou bem sobre a opção de suicídio. Apenas acrescento que os que torcem pela vida têm o direito de tentar convencer, com base no amor, os candidatos ao suicídio, e isso pareceu um tanto deslocado no argumento do colunista. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Ajuste fiscal não vai atingir Plano Safra, diz Kátia Abreu
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB-TO), afirmou nesta segunda-feira (20) que o ajuste fiscal não atingirá o Plano Safra 2015/2016, de crédito agrícola, após reunião com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. Segundo a ministra, o plano será anunciado em 19 de maio pela presidente. Kátia Abreu afirmou que o aumento de juros para o próximo plano é "natural", mas não deu detalhes sobre como será. "As taxas de juros serão praticamente neutras, como foram no ano passado", disse. A taxa neutra, segundo ela, é uma comparação dos juros do crédito agrícola com a inflação. Se a taxa de juros foi de 6,5% e a inflação também, por exemplo, segundo ela a taxa real de juros do crédito agrícola é "neutra". De acordo com a ministra, não haverá redução de recursos para o Plano Safra. "Tem coisas que não entram no ajuste. Defesa agropecuária e Plano Safra na área de custeio não entram, em termos de ajuste, em termos de redução de recursos, isso ela [Dilma] deixou bem claro para todos nós", declarou a ministra. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já havia afirmado, na semana passada, que deve haver "realismo de preço e realismo nos juros" do Plano Safra, indicando possíveis aumentos. Kátia anunciou ainda que Dilma irá lançar a regulamentação dos medicamentos veterinários genéricos em 6 de maio, quando também ocorrerá o lançamento do plano nacional de defesa agropecuária, que incluirá mudanças no marco regulatório do tema. Ela disse que também haverá mudanças na regulação das agroindústrias, que devem incentivar a venda de produtos das pequenas agroindústrias para outros Estados.
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Ajuste fiscal não vai atingir Plano Safra, diz Kátia AbreuA ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB-TO), afirmou nesta segunda-feira (20) que o ajuste fiscal não atingirá o Plano Safra 2015/2016, de crédito agrícola, após reunião com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. Segundo a ministra, o plano será anunciado em 19 de maio pela presidente. Kátia Abreu afirmou que o aumento de juros para o próximo plano é "natural", mas não deu detalhes sobre como será. "As taxas de juros serão praticamente neutras, como foram no ano passado", disse. A taxa neutra, segundo ela, é uma comparação dos juros do crédito agrícola com a inflação. Se a taxa de juros foi de 6,5% e a inflação também, por exemplo, segundo ela a taxa real de juros do crédito agrícola é "neutra". De acordo com a ministra, não haverá redução de recursos para o Plano Safra. "Tem coisas que não entram no ajuste. Defesa agropecuária e Plano Safra na área de custeio não entram, em termos de ajuste, em termos de redução de recursos, isso ela [Dilma] deixou bem claro para todos nós", declarou a ministra. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já havia afirmado, na semana passada, que deve haver "realismo de preço e realismo nos juros" do Plano Safra, indicando possíveis aumentos. Kátia anunciou ainda que Dilma irá lançar a regulamentação dos medicamentos veterinários genéricos em 6 de maio, quando também ocorrerá o lançamento do plano nacional de defesa agropecuária, que incluirá mudanças no marco regulatório do tema. Ela disse que também haverá mudanças na regulação das agroindústrias, que devem incentivar a venda de produtos das pequenas agroindústrias para outros Estados.
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Temperatura deve cair nesta quarta em SP; veja quais cuidados tomar
IMPACTOS NA SAÚDE CUIDADOS EM DIAS FRIOS GLOSSÁRIO * Massa polar É uma massa de ar que se origina nas regiões polares. Durante o inverno, provoca queda de temperatura em quase todas as regiões do país e, em muitas vezes, geadas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste * Frente fria É a extremidade principal de uma massa de ar fria que avança deslocando o ar quente de seu caminho. Geralmente, a temperatura e a umidade diminuem, o vento muda de direção e a chuva antecede ou sucede a frente fria * El Niño Um fenômeno em que há um aquecimento anormal da superfície do oceano Pacífico, na região equatorial. O que está em vigor atualmente, e está quase no fim, vem influenciando o clima global desde o inverno de 2015. Dura, em geral, de 9 a 12 meses e normalmente se forma em intervalos que variam de 3 a 7 anos * La Niña É o contrário do El Niño: ocorre um esfriamento fora do normal do oceano Pacífico Equatorial. As águas na região ficam com temperatura abaixo da média
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Temperatura deve cair nesta quarta em SP; veja quais cuidados tomarIMPACTOS NA SAÚDE CUIDADOS EM DIAS FRIOS GLOSSÁRIO * Massa polar É uma massa de ar que se origina nas regiões polares. Durante o inverno, provoca queda de temperatura em quase todas as regiões do país e, em muitas vezes, geadas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste * Frente fria É a extremidade principal de uma massa de ar fria que avança deslocando o ar quente de seu caminho. Geralmente, a temperatura e a umidade diminuem, o vento muda de direção e a chuva antecede ou sucede a frente fria * El Niño Um fenômeno em que há um aquecimento anormal da superfície do oceano Pacífico, na região equatorial. O que está em vigor atualmente, e está quase no fim, vem influenciando o clima global desde o inverno de 2015. Dura, em geral, de 9 a 12 meses e normalmente se forma em intervalos que variam de 3 a 7 anos * La Niña É o contrário do El Niño: ocorre um esfriamento fora do normal do oceano Pacífico Equatorial. As águas na região ficam com temperatura abaixo da média
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Participante mantém liderança do simulador de ações pela 13ª semana
O participante Laercio Marinzek viu o ganho de sua carteira ceder de 296,4% para 280,2%, mas manteve pela 13ª semana seguida a liderança no ranking do simulador Folhainvest, parceria da Folha com a BM&FBovespa. Marinzek ampliou a vantagem sobre o segundo colocado, Odair Machado, que tem 269,0% de ganho. Em seguida, Salvador Couñago tem 201,5% e Santiago Carreiro, 195,6%. Em 5º, Henry Horaguchi sobe 195,3% no ano. Os interessados podem se cadastrar no site do simulador (www.folhainvest.com.br). A premiação inclui cursos sobre investimentos, acesso a banco de dados de cotações e iPads, mas pode haver substituição por produtos equivalentes ou com valor financeiro similar. Confira o ranking de 2015: Atualizado em 3/7
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Participante mantém liderança do simulador de ações pela 13ª semanaO participante Laercio Marinzek viu o ganho de sua carteira ceder de 296,4% para 280,2%, mas manteve pela 13ª semana seguida a liderança no ranking do simulador Folhainvest, parceria da Folha com a BM&FBovespa. Marinzek ampliou a vantagem sobre o segundo colocado, Odair Machado, que tem 269,0% de ganho. Em seguida, Salvador Couñago tem 201,5% e Santiago Carreiro, 195,6%. Em 5º, Henry Horaguchi sobe 195,3% no ano. Os interessados podem se cadastrar no site do simulador (www.folhainvest.com.br). A premiação inclui cursos sobre investimentos, acesso a banco de dados de cotações e iPads, mas pode haver substituição por produtos equivalentes ou com valor financeiro similar. Confira o ranking de 2015: Atualizado em 3/7
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'Filhos do Palavra Cantada' aproveitam demanda por boa música infantil
Quando algo nasce e cresce forte, gera "filhotes". Foi assim na música infantil brasileira: o sucesso da dupla Palavra Cantada, que existe há 20 anos, incentivou o surgimento de muitos outros grupos. Tiquequê e Triii são algumas das bandas que criam sons para crianças mais acostumadas a consumir música de qualidade -um cenário bem diferente do tempo em que vitrolinhas tocavam discos das apresentadoras que faziam sucesso nos programas de televisão infantis. Até compositores e grupos "para adultos", como Adriana Calcanhotto, Zeca Baleiro, Patu Fu e Barbatuques, já fizeram incursões pela cena musical dirigida às crianças. "Cada um difere muito do outro, mas claro que são muito fruto do Palavra Cantada", diz Marina Pittier, do trio do Triii. Ela já fez parte da banda que acompanha a dupla, formada por Paulo Tatit e Sandra Peres e que já lançou 17 CDs e nove DVDs. Tatit, tio de Diana e Bel, que fazem música no Tiquequê, comemora o nascimento de novos trabalhos. "O Palavra Cantada deixou um modelo de como trabalhar com música para crianças", diz. No manual de música infantil de qualidade, está um repertório mais voltado a mostrar o que é arte. "Quando compomos para crianças, pensamos em temas para envolvê-las, e não ensiná-las", afirma Diana Tatit. Criado em 2001, o Tiquequê leva ao palco cantigas tradicionais da infância, canções cheias de brincadeiras e ainda composições inéditas que falam de crianças da atualidade. Para alcançar uma plateia maior, muitas canções vão parar na internet. O Palavra Cantada tem vídeos que ultrapassam os 2 milhões de acessos. Na trilha de explorar esse ambiente digital, "O Gigante", que é o título de um CD do Tiquequê, tem mais de 280 mil visualizações no YouTube. A demanda por trabalhos infantis foi percebida pelo grupo de percussão corporal Barbatuques, que tem 18 anos de trajetória e, em 2012, lançou seu primeiro trabalho para crianças, "Tum Pá", e já planeja um segundo disco para 2016. "Pensamos em música para diversas situações: para a criança se movimentar, para uma escuta atenta, para entender o significado da letra ou perceber os sons", conta o barbatuque André Hosoi.
folhinha
'Filhos do Palavra Cantada' aproveitam demanda por boa música infantilQuando algo nasce e cresce forte, gera "filhotes". Foi assim na música infantil brasileira: o sucesso da dupla Palavra Cantada, que existe há 20 anos, incentivou o surgimento de muitos outros grupos. Tiquequê e Triii são algumas das bandas que criam sons para crianças mais acostumadas a consumir música de qualidade -um cenário bem diferente do tempo em que vitrolinhas tocavam discos das apresentadoras que faziam sucesso nos programas de televisão infantis. Até compositores e grupos "para adultos", como Adriana Calcanhotto, Zeca Baleiro, Patu Fu e Barbatuques, já fizeram incursões pela cena musical dirigida às crianças. "Cada um difere muito do outro, mas claro que são muito fruto do Palavra Cantada", diz Marina Pittier, do trio do Triii. Ela já fez parte da banda que acompanha a dupla, formada por Paulo Tatit e Sandra Peres e que já lançou 17 CDs e nove DVDs. Tatit, tio de Diana e Bel, que fazem música no Tiquequê, comemora o nascimento de novos trabalhos. "O Palavra Cantada deixou um modelo de como trabalhar com música para crianças", diz. No manual de música infantil de qualidade, está um repertório mais voltado a mostrar o que é arte. "Quando compomos para crianças, pensamos em temas para envolvê-las, e não ensiná-las", afirma Diana Tatit. Criado em 2001, o Tiquequê leva ao palco cantigas tradicionais da infância, canções cheias de brincadeiras e ainda composições inéditas que falam de crianças da atualidade. Para alcançar uma plateia maior, muitas canções vão parar na internet. O Palavra Cantada tem vídeos que ultrapassam os 2 milhões de acessos. Na trilha de explorar esse ambiente digital, "O Gigante", que é o título de um CD do Tiquequê, tem mais de 280 mil visualizações no YouTube. A demanda por trabalhos infantis foi percebida pelo grupo de percussão corporal Barbatuques, que tem 18 anos de trajetória e, em 2012, lançou seu primeiro trabalho para crianças, "Tum Pá", e já planeja um segundo disco para 2016. "Pensamos em música para diversas situações: para a criança se movimentar, para uma escuta atenta, para entender o significado da letra ou perceber os sons", conta o barbatuque André Hosoi.
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O mundo do avesso
Imagine emprestar dinheiro ao governo sabendo que vai receber menos do que emprestou. Não se trata de calote, mas de taxas de juros negativas: de pagar para emprestar ao governo. É o que ocorre em parte do mundo rico desde 2014. Desde o fim de 2015, cresce rápido o total de dinheiro emprestado a taxa negativa. Esse parece ser um motivo maior do atual tumulto nos mercados. A perspectiva de juros ainda mais baixos rebaixa as estimativas de lucros dos bancos, já degradadas pelo risco aumentado de calote de setores como petróleo, mineração, indústria, entre outros problemas. Vendem-se então ações de bancos, que perdem valor; compram-se mais seguros contra calotes de bancos. O resto é contágio ou salve-se quem puder, medo, pois está difícil entender tanta encrenca na economia mundial. Há juros negativos em países da Europa desde 2014. O Banco Central Europeu pode rebaixar suas taxas, em março. No final de janeiro, o banco central do Japão passou a cobrar para receber certos depósitos dos bancos, o que acabou por derrubar também os juros de longo prazo, nesta semana. Nos termos mais simples, o retorno de um título (de um empréstimo ao governo, no caso) é a diferença entre o que se pagou por ele (investimento inicial) e o que se vai receber, no vencimento. Essa diferença é a "taxa de juros". No caso de retorno negativo, paga-se mais pelo título do que se vai receber, no vencimento. Por que alguém faria tal negócio? Porque as opções parecem piores. Bancos, seguradoras ou fundos de pensão não podem guardar bilhões no cofre. Bancos podem considerar que não vale a pena emprestar a clientes ou fazer outra aplicação mais rentável, mas perigosa, dado o alto risco de calote numa economia deprimida. Ou consumidores e empresas podem estar meio falidos ou avessos a dívidas. Ou pode ser que se acredite em taxas ainda mais negativas (vende-se o título antes do vencimento e ganha-se com a sua valorização, pois). Desde a crise de 2008, BCs do mundo rico tentam baixar juros a fim de estimular empréstimos e, assim, a economia. Ou a fim de fazer com que grandes investidores mandem dinheiro para fora de seus países, à procura de retorno maior. Se o dinheiro sai, a moeda do país se desvaloriza, os produtos da indústria nacional ficam mais baratos, pode se vender mais no exterior, estimular a economia. Como os BCs forçam a baixa de juros? Compram títulos. Quando compram, o preço dos títulos sobe, fica mais próximo do seu valor no vencimento: quanto menor a diferença, menor o retorno. Mais recentemente, os BCs passaram ainda a cobrar para receber depósitos dos bancos. Muito banco tirou dinheiro dos BCs. Mas não emprestou nem mandou o dinheiro para fora (há medo da crise mundial, China, emergentes etc.). Comprou títulos de prazo mais longo. Quando se compram títulos, seu preço sobe, o retorno cai, repita-se. Foi o que aconteceu agora no Japão. Apesar dos juros negativos, se faz pouco negócio na Europa e no Japão. Há deflação ou risco disso: queda de preços, em suma queda de salários, medo de mais crise. Os salários caem no Japão desde 2012. Trata-se de uma forma amena de doenças graves vistas na Grande Depressão dos anos 1930.
colunas
O mundo do avessoImagine emprestar dinheiro ao governo sabendo que vai receber menos do que emprestou. Não se trata de calote, mas de taxas de juros negativas: de pagar para emprestar ao governo. É o que ocorre em parte do mundo rico desde 2014. Desde o fim de 2015, cresce rápido o total de dinheiro emprestado a taxa negativa. Esse parece ser um motivo maior do atual tumulto nos mercados. A perspectiva de juros ainda mais baixos rebaixa as estimativas de lucros dos bancos, já degradadas pelo risco aumentado de calote de setores como petróleo, mineração, indústria, entre outros problemas. Vendem-se então ações de bancos, que perdem valor; compram-se mais seguros contra calotes de bancos. O resto é contágio ou salve-se quem puder, medo, pois está difícil entender tanta encrenca na economia mundial. Há juros negativos em países da Europa desde 2014. O Banco Central Europeu pode rebaixar suas taxas, em março. No final de janeiro, o banco central do Japão passou a cobrar para receber certos depósitos dos bancos, o que acabou por derrubar também os juros de longo prazo, nesta semana. Nos termos mais simples, o retorno de um título (de um empréstimo ao governo, no caso) é a diferença entre o que se pagou por ele (investimento inicial) e o que se vai receber, no vencimento. Essa diferença é a "taxa de juros". No caso de retorno negativo, paga-se mais pelo título do que se vai receber, no vencimento. Por que alguém faria tal negócio? Porque as opções parecem piores. Bancos, seguradoras ou fundos de pensão não podem guardar bilhões no cofre. Bancos podem considerar que não vale a pena emprestar a clientes ou fazer outra aplicação mais rentável, mas perigosa, dado o alto risco de calote numa economia deprimida. Ou consumidores e empresas podem estar meio falidos ou avessos a dívidas. Ou pode ser que se acredite em taxas ainda mais negativas (vende-se o título antes do vencimento e ganha-se com a sua valorização, pois). Desde a crise de 2008, BCs do mundo rico tentam baixar juros a fim de estimular empréstimos e, assim, a economia. Ou a fim de fazer com que grandes investidores mandem dinheiro para fora de seus países, à procura de retorno maior. Se o dinheiro sai, a moeda do país se desvaloriza, os produtos da indústria nacional ficam mais baratos, pode se vender mais no exterior, estimular a economia. Como os BCs forçam a baixa de juros? Compram títulos. Quando compram, o preço dos títulos sobe, fica mais próximo do seu valor no vencimento: quanto menor a diferença, menor o retorno. Mais recentemente, os BCs passaram ainda a cobrar para receber depósitos dos bancos. Muito banco tirou dinheiro dos BCs. Mas não emprestou nem mandou o dinheiro para fora (há medo da crise mundial, China, emergentes etc.). Comprou títulos de prazo mais longo. Quando se compram títulos, seu preço sobe, o retorno cai, repita-se. Foi o que aconteceu agora no Japão. Apesar dos juros negativos, se faz pouco negócio na Europa e no Japão. Há deflação ou risco disso: queda de preços, em suma queda de salários, medo de mais crise. Os salários caem no Japão desde 2012. Trata-se de uma forma amena de doenças graves vistas na Grande Depressão dos anos 1930.
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Shakespeare: Iara Jamra interpreta "Os Dois Cavalheiros de Verona"
No vídeo acima, Iara Jamra interpreta segmento de "Os Dois Cavalheiros de Verona". A produção é parte de uma programação especial que marca os 400 anos da morte de William Shakespeare. Uma série de vídeos produzidos pela "TV Folha" exibe atores consagrados encenando trechos de peças do autor. VEJA OUTROS VÍDEOS DA SÉRIE "Hamlet" por Bel Kowarick "Como Você Quiser" por Oswaldo Mendes "Tito Andrônico" por Jhe Oliveira "Tito Andrônico" por Maria Fernanda Candido "Ricardo 3º" por Chico Carvalho "Romeu e Julieta" por Mel Lisboa "Hamlet" por Bete Coelho Leia mais em página especial
tv
Shakespeare: Iara Jamra interpreta "Os Dois Cavalheiros de Verona"No vídeo acima, Iara Jamra interpreta segmento de "Os Dois Cavalheiros de Verona". A produção é parte de uma programação especial que marca os 400 anos da morte de William Shakespeare. Uma série de vídeos produzidos pela "TV Folha" exibe atores consagrados encenando trechos de peças do autor. VEJA OUTROS VÍDEOS DA SÉRIE "Hamlet" por Bel Kowarick "Como Você Quiser" por Oswaldo Mendes "Tito Andrônico" por Jhe Oliveira "Tito Andrônico" por Maria Fernanda Candido "Ricardo 3º" por Chico Carvalho "Romeu e Julieta" por Mel Lisboa "Hamlet" por Bete Coelho Leia mais em página especial
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O primeiro três-estrelas 'Michelin' na Dinamarca não é o restaurante Noma
Apesar de deter o título de "melhor restaurante do mundo", o Noma, em Copenhague não é o melhor restaurante da Dinamarca, segundo os críticos do guia "Michelin", que atribuíram nesta quarta-feira (24) três estrelas a outra casa. A edição nórdica do guia coroou outro restaurante da capital, Geranium, como o primeiro do país com esta distinção. O Noma continua a ter duas estrelas. O chef do Geranium, Rasmus Kofoed, foi ganhador do concurso mundial de cozinha Bocuse d'Or em 2011. Adepto ao uso de alimentos orgânicos, ele abriu seu restaurante em 2007, obteve sua primeira estrela "Michelin" em 2012 e a segunda em 2013. Na Dinamarca, o reconhecimento não surpreende aos gastrônomos, que vêm destacando a qualidade constante do Geranium. "Noma faz da comida um jogo", declarou à televisão pública DR Jesper Uhrup Jensen, da revista Gastro. "Servem uma comida divertida, mas há piadas demais para o 'Michelin'", acrescentou o jornalista. O Noma, do chef René Redzepi, foi eleito o melhor restaurante do mundo na lista da revista britânica "Restaurant" em 2010, 2011, 2012 e 2014. "La Liste", o ranking que compila mais de 200 guias gastronômicos e sites participativos, atribui ao Geranium o 173o lugar no mundo, à frente do Noma, no posto 217.
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O primeiro três-estrelas 'Michelin' na Dinamarca não é o restaurante NomaApesar de deter o título de "melhor restaurante do mundo", o Noma, em Copenhague não é o melhor restaurante da Dinamarca, segundo os críticos do guia "Michelin", que atribuíram nesta quarta-feira (24) três estrelas a outra casa. A edição nórdica do guia coroou outro restaurante da capital, Geranium, como o primeiro do país com esta distinção. O Noma continua a ter duas estrelas. O chef do Geranium, Rasmus Kofoed, foi ganhador do concurso mundial de cozinha Bocuse d'Or em 2011. Adepto ao uso de alimentos orgânicos, ele abriu seu restaurante em 2007, obteve sua primeira estrela "Michelin" em 2012 e a segunda em 2013. Na Dinamarca, o reconhecimento não surpreende aos gastrônomos, que vêm destacando a qualidade constante do Geranium. "Noma faz da comida um jogo", declarou à televisão pública DR Jesper Uhrup Jensen, da revista Gastro. "Servem uma comida divertida, mas há piadas demais para o 'Michelin'", acrescentou o jornalista. O Noma, do chef René Redzepi, foi eleito o melhor restaurante do mundo na lista da revista britânica "Restaurant" em 2010, 2011, 2012 e 2014. "La Liste", o ranking que compila mais de 200 guias gastronômicos e sites participativos, atribui ao Geranium o 173o lugar no mundo, à frente do Noma, no posto 217.
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Maduro confirma diálogo com oposição, mas descarta referendo
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou nesta terça-feira (13) que seu governo iniciou contatos com a oposição para estabelecer um diálogo sobre a crise do país, assegurando que tem o respaldo do Vaticano, mas descartou o referendo revogatório exigido por seus adversários. "Querem ressuscitar um morto e, mais cedo que tarde, o povo venezuelano e as leis venezuelanas terminarão de enterrar em paz a fraude que cometeram", disse Maduro, que reiterou acusações sobre supostas irregularidades na coleta de assinaturas organizada pela coalizão opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática). Em seu programa semanal de televisão, o presidente afirmou que a iniciativa conta com o apoio do papa Francisco, de acordo com Ernesto Samper, secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). "Samper me entregou uma carta do papa Francisco (...) O papa Francisco se compromete com os diálogos de paz", disse. A Unasul tem uma missão internacional liderada pelo ex-premiê espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, que desde maio tenta estabelecer conversações entre o governo e a oposição. Maduro indicou que, em encontros realizados na última sexta-feira (9) e no sábado (10), foi estabelecida uma "rota de possíveis reuniões em setembro e outubro". Apesar de ter repetido o convite ao diálogo, Maduro acusou líderes opositores de violar acordos para manter a aproximação em sigilo e insistiu em denunciar planos para provocar a violência e propiciar um golpe de Estado. "Ratifico minha convocação ao diálogo, mas estas pessoas não têm palavra", afirmou o presidente, que prometeu atuar com "mão de ferro". Em um comunicado, a MUD reconheceu os contatos, mas explicou que o objetivo é "explorar" o diálogo como via para celebrar o referendo revogatório ainda este ano. Ao mesmo tempo, a oposição ratificou a convocação de um protesto nacional na próxima sexta-feira (16) para exigir do Poder Eleitoral uma data e as condições para reunir as 4 milhões de assinaturas necessárias (20% do padrão eleitoral) para convocar a consulta.
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Maduro confirma diálogo com oposição, mas descarta referendoO presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou nesta terça-feira (13) que seu governo iniciou contatos com a oposição para estabelecer um diálogo sobre a crise do país, assegurando que tem o respaldo do Vaticano, mas descartou o referendo revogatório exigido por seus adversários. "Querem ressuscitar um morto e, mais cedo que tarde, o povo venezuelano e as leis venezuelanas terminarão de enterrar em paz a fraude que cometeram", disse Maduro, que reiterou acusações sobre supostas irregularidades na coleta de assinaturas organizada pela coalizão opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática). Em seu programa semanal de televisão, o presidente afirmou que a iniciativa conta com o apoio do papa Francisco, de acordo com Ernesto Samper, secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). "Samper me entregou uma carta do papa Francisco (...) O papa Francisco se compromete com os diálogos de paz", disse. A Unasul tem uma missão internacional liderada pelo ex-premiê espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, que desde maio tenta estabelecer conversações entre o governo e a oposição. Maduro indicou que, em encontros realizados na última sexta-feira (9) e no sábado (10), foi estabelecida uma "rota de possíveis reuniões em setembro e outubro". Apesar de ter repetido o convite ao diálogo, Maduro acusou líderes opositores de violar acordos para manter a aproximação em sigilo e insistiu em denunciar planos para provocar a violência e propiciar um golpe de Estado. "Ratifico minha convocação ao diálogo, mas estas pessoas não têm palavra", afirmou o presidente, que prometeu atuar com "mão de ferro". Em um comunicado, a MUD reconheceu os contatos, mas explicou que o objetivo é "explorar" o diálogo como via para celebrar o referendo revogatório ainda este ano. Ao mesmo tempo, a oposição ratificou a convocação de um protesto nacional na próxima sexta-feira (16) para exigir do Poder Eleitoral uma data e as condições para reunir as 4 milhões de assinaturas necessárias (20% do padrão eleitoral) para convocar a consulta.
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Mercado piora projeção e vê rombo primário de R$ 129,28 bilhões em 2017
O mercado piorou sua projeção e passou a ver rombo primário de R$ 129,28 bilhões para o governo central (governo federal, Previdência Social e Banco Central) em 2017, ainda abaixo do deficit de R$ 139 bilhões projetado pelo governo, mostrou o relatório Prisma Fiscal divulgado pelo Ministério da Fazenda nesta quinta-feira (14). A nova expectativa, baseada em dados colhidos em junho, é mais negativa em relação à projeção anterior, de deficit primário de R$ 104,84 bilhões, pela mediana das estimativas. No início deste mês, o governo anunciou a projeção de saldo negativo de R$ 139 bilhões para o governo central em 2017, que consta no projeto de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária), abaixo do deficit de R$ 170,5 bilhões previsto para 2016. Se confirmado, este será o quarto resultado consecutivo no vermelho. Para 2016, ainda segundo o Prisma Fiscal, a expectativa dos analistas para o rombo primário subiu de R$ 134,18 bilhões para R$ 155,50 bilhões. Em relação à trajetória da dívida bruta, cuja estabilização tem sido repetida como prioridade pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, economistas melhoraram estimativas para este ano a 73,55% do PIB (Produto Interno Bruto), contra 74,35% antes. Já para 2017, a expectativa melhorou de 79% para 78,50%. Resultado primário do Governo Central
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Mercado piora projeção e vê rombo primário de R$ 129,28 bilhões em 2017O mercado piorou sua projeção e passou a ver rombo primário de R$ 129,28 bilhões para o governo central (governo federal, Previdência Social e Banco Central) em 2017, ainda abaixo do deficit de R$ 139 bilhões projetado pelo governo, mostrou o relatório Prisma Fiscal divulgado pelo Ministério da Fazenda nesta quinta-feira (14). A nova expectativa, baseada em dados colhidos em junho, é mais negativa em relação à projeção anterior, de deficit primário de R$ 104,84 bilhões, pela mediana das estimativas. No início deste mês, o governo anunciou a projeção de saldo negativo de R$ 139 bilhões para o governo central em 2017, que consta no projeto de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária), abaixo do deficit de R$ 170,5 bilhões previsto para 2016. Se confirmado, este será o quarto resultado consecutivo no vermelho. Para 2016, ainda segundo o Prisma Fiscal, a expectativa dos analistas para o rombo primário subiu de R$ 134,18 bilhões para R$ 155,50 bilhões. Em relação à trajetória da dívida bruta, cuja estabilização tem sido repetida como prioridade pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, economistas melhoraram estimativas para este ano a 73,55% do PIB (Produto Interno Bruto), contra 74,35% antes. Já para 2017, a expectativa melhorou de 79% para 78,50%. Resultado primário do Governo Central
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Para PGR, projeto sobre recursos no exterior cria 'janela de impunidade'
A PGR (Procuradoria-Geral da República) recomendou ao Congresso que rejeite o projeto do governo que cria um programa para a regularização de recursos mantidos no exterior. Em nota técnica encaminhada esta semana aos parlamentares, a Secretaria de Relações Institucionais da PGR afirma que a proposta cria uma oportunidade para a lavagem de dinheiro e prejudica esforços das autoridades para a recuperação de recursos de origem ilícita no exterior, como tem ocorrido no caso da operação Lava Jato. "O projeto ora em análise prevê uma janela de impunidade que poderá ser uma verdadeira blindagem a favor dos criminosos e investigados nas grandes operações contra a corrupção em andamento no Brasil", afirma a PGR. A equipe econômica do governo espera arrecadar pelo menos R$ 11 bilhões com o programa de regularização de ativos. A votação do projeto estava prevista para esta quarta-feira (4) no plenário da Câmara, mas foi adiada para a próxima semana porque o governo temia não ter o apoio necessário para a aprovação. A proposta prevê tributar e multar os contribuintes que queiram regularizar recursos de origem lícita mas não-declarados à Receita mantidos no exterior até o final do ano passado. Em troca, eles ficam anistiados de crimes como evasão de divisas, sonegação e lavagem de dinheiro. O governo afirma que o programa está em linha com experiências similares bem-sucedidas adotadas por vários outros países no mundo. Para a PGR, se o objetivo é aumentar a arrecadação, o governo deveria atuar para aperfeiçoar seus mecanismos de fiscalização e exigir que os recursos não-declarados mantidos no exterior sejam repatriados. UNAFISCO A Unafisco Nacional, que representa os auditores da Receita Federal, também critica o projeto. Para o vice-presidente da entidade, Kleber Cabral, a taxação prevista é muito baixa quando comparada às multas de até 150%, que podem ser aplicadas no caso de sonegação fiscal. Em sua proposta, o governo previu que os contribuintes que aderissem ao programa teriam que pagar 17,5% de imposto de renda, mais 17,5% de multa. Na Câmara, essa taxação já foi reduzida de 35% para 30%. Para Cabral, o programa pode facilitar a regularização de recursos de origem ilícita e estimular a evasão de divisas porque os contribuintes terão a expectativa de que a oportunidade de anistia seja reaberta. De acordo com o vice-presidente da Unafisco, o programa deveria ao menos restringir a possibilidade de anistia aos crimes tributários cometidos há pelo menos cinco anos –depois desse prazo, a Receita não pode fazer autuações. "Pelo menos nesse caso haveria um retorno à sociedade", afirmou Cabral.
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Para PGR, projeto sobre recursos no exterior cria 'janela de impunidade'A PGR (Procuradoria-Geral da República) recomendou ao Congresso que rejeite o projeto do governo que cria um programa para a regularização de recursos mantidos no exterior. Em nota técnica encaminhada esta semana aos parlamentares, a Secretaria de Relações Institucionais da PGR afirma que a proposta cria uma oportunidade para a lavagem de dinheiro e prejudica esforços das autoridades para a recuperação de recursos de origem ilícita no exterior, como tem ocorrido no caso da operação Lava Jato. "O projeto ora em análise prevê uma janela de impunidade que poderá ser uma verdadeira blindagem a favor dos criminosos e investigados nas grandes operações contra a corrupção em andamento no Brasil", afirma a PGR. A equipe econômica do governo espera arrecadar pelo menos R$ 11 bilhões com o programa de regularização de ativos. A votação do projeto estava prevista para esta quarta-feira (4) no plenário da Câmara, mas foi adiada para a próxima semana porque o governo temia não ter o apoio necessário para a aprovação. A proposta prevê tributar e multar os contribuintes que queiram regularizar recursos de origem lícita mas não-declarados à Receita mantidos no exterior até o final do ano passado. Em troca, eles ficam anistiados de crimes como evasão de divisas, sonegação e lavagem de dinheiro. O governo afirma que o programa está em linha com experiências similares bem-sucedidas adotadas por vários outros países no mundo. Para a PGR, se o objetivo é aumentar a arrecadação, o governo deveria atuar para aperfeiçoar seus mecanismos de fiscalização e exigir que os recursos não-declarados mantidos no exterior sejam repatriados. UNAFISCO A Unafisco Nacional, que representa os auditores da Receita Federal, também critica o projeto. Para o vice-presidente da entidade, Kleber Cabral, a taxação prevista é muito baixa quando comparada às multas de até 150%, que podem ser aplicadas no caso de sonegação fiscal. Em sua proposta, o governo previu que os contribuintes que aderissem ao programa teriam que pagar 17,5% de imposto de renda, mais 17,5% de multa. Na Câmara, essa taxação já foi reduzida de 35% para 30%. Para Cabral, o programa pode facilitar a regularização de recursos de origem ilícita e estimular a evasão de divisas porque os contribuintes terão a expectativa de que a oportunidade de anistia seja reaberta. De acordo com o vice-presidente da Unafisco, o programa deveria ao menos restringir a possibilidade de anistia aos crimes tributários cometidos há pelo menos cinco anos –depois desse prazo, a Receita não pode fazer autuações. "Pelo menos nesse caso haveria um retorno à sociedade", afirmou Cabral.
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Leitora critica artigo de advogados sobre Operação Lava Jato
Os subscritores do artigo Mitos da Lava Jato podem levar à depressão parecem acreditar que a vida econômica das empresas é simples como descrevem. Quando a criminalidade se funde com a atividade econômica, certos conceitos perdem significado. Independentemente de conhecer teorias sobre concorrência econômica, a aplicação do direito penal não pode embarcar nessa canoa. Esse discurso pode servir às empresas flagradas, mas em nada ajuda na recomposição do patrimônio público afetado, bem como dos demais acionistas. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
paineldoleitor
Leitora critica artigo de advogados sobre Operação Lava JatoOs subscritores do artigo Mitos da Lava Jato podem levar à depressão parecem acreditar que a vida econômica das empresas é simples como descrevem. Quando a criminalidade se funde com a atividade econômica, certos conceitos perdem significado. Independentemente de conhecer teorias sobre concorrência econômica, a aplicação do direito penal não pode embarcar nessa canoa. Esse discurso pode servir às empresas flagradas, mas em nada ajuda na recomposição do patrimônio público afetado, bem como dos demais acionistas. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Resposta de Merkel leva menina palestina às lágrimas
Um vídeo que mostra a chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, em um debate sobre política de asilo que levou uma adolescente às lágrimas gera polêmica nas redes sociais. No debate, Merkel ouve a declaração de uma jovem palestina, em alemão fluente, sobre seu desejo de ir à universidade e progredir. Sob risco de ser deportada, Reem, de 13 anos, vive com a família na Alemanha há quatro. Eles vieram do Líbano, onde vivem cerca de 450 mil palestinos em 12 campos de refugiados, segundo a Organização das Nações Unidas. Merkel diz entendê-la, mas destaca que, no entanto, a política é, muitas vezes, difícil. Merkel acrescenta que, como a menina sabe, há milhares de refugiados palestinos no Líbano. "Se dissermos que todos vocês podem vir, e que todos vocês da África podem vir, que todos podem vir, não daremos conta", disse. Ao ouvir a resposta, Reem começa a chorar, sendo, imediatamente, confortada por Merkel. "Você se saiu bem", disse a chanceler, que foi, em seguida, contestada pelo moderador do debate. Ele diz que a questão não é se a adolescente se saiu bem ao expressar sua visão, mas, sim, a difícil situação em que ela se encontra. Merkel diz saber disso, mas, que ainda assim, queria 'fazer um carinho' na menina. A resposta, considerada desajeitada, chegou a virar trending topic no Twitter da Alemanha, com a hashtag #MerkelStreichelt (Merkel faz carinho, em alemão). O debate ocorreu em uma escola na cidade de Rostock, no norte da Alemanha, e contou com a participação de adolescentes de 14 a 17. Muitos usuários de diferentes plataformas de redes sociais apoiaram o conteúdo da resposta e a reação de Merkel. "Realista diante da crise que o país vive", disse, no Facebook, um alemão. Mas não faltaram críticas. "Toda a crueldade da política de imigração em um clipe", atacou um jornalista. O vídeo suscitou ainda discussões sobre a política alemã para o Oriente Médio, com usuários sugerindo que, se Merkel quer menos refugiados palestinos na Alemanha, deveria ter um papel ativo para que a Palestina seja reconhecida internacionalmente e pela retirada de tropas israelenses de territórios palestinos ocupados. "Um abraço e uma batidinha nas costas antes de deportá-los para uma favela no Oriente Médio não é suficiente", disse um leitor, em comentário com mais de mil curtidas no Facebook. Segundo a ONU, os palestinos, que representam cerca de 10% da população do Líbano, não gozam dos mesmos direitos de cidadãos libaneses. Não podem, por exemplo, trabalhar em 20 diferentes profissões. Por não serem formalmente considerados cidadãos de outro país, não têm como requerer direitos como outros estrangeiros. A situação nos campos é precária e muitos vivem em pobreza absoluta. A crise no sistema de asilo na Alemanha vem sendo provocada, por um lado, por um aumento nos pedidos de vários países (cerca de 4,5 mil pedidos de asilo neste ano, praticamente o dobro de 2014) e, por outro, pela falta de agilidade em lidar com casos específicos que resultem em deportação ou aprovação do pedido.
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Resposta de Merkel leva menina palestina às lágrimasUm vídeo que mostra a chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, em um debate sobre política de asilo que levou uma adolescente às lágrimas gera polêmica nas redes sociais. No debate, Merkel ouve a declaração de uma jovem palestina, em alemão fluente, sobre seu desejo de ir à universidade e progredir. Sob risco de ser deportada, Reem, de 13 anos, vive com a família na Alemanha há quatro. Eles vieram do Líbano, onde vivem cerca de 450 mil palestinos em 12 campos de refugiados, segundo a Organização das Nações Unidas. Merkel diz entendê-la, mas destaca que, no entanto, a política é, muitas vezes, difícil. Merkel acrescenta que, como a menina sabe, há milhares de refugiados palestinos no Líbano. "Se dissermos que todos vocês podem vir, e que todos vocês da África podem vir, que todos podem vir, não daremos conta", disse. Ao ouvir a resposta, Reem começa a chorar, sendo, imediatamente, confortada por Merkel. "Você se saiu bem", disse a chanceler, que foi, em seguida, contestada pelo moderador do debate. Ele diz que a questão não é se a adolescente se saiu bem ao expressar sua visão, mas, sim, a difícil situação em que ela se encontra. Merkel diz saber disso, mas, que ainda assim, queria 'fazer um carinho' na menina. A resposta, considerada desajeitada, chegou a virar trending topic no Twitter da Alemanha, com a hashtag #MerkelStreichelt (Merkel faz carinho, em alemão). O debate ocorreu em uma escola na cidade de Rostock, no norte da Alemanha, e contou com a participação de adolescentes de 14 a 17. Muitos usuários de diferentes plataformas de redes sociais apoiaram o conteúdo da resposta e a reação de Merkel. "Realista diante da crise que o país vive", disse, no Facebook, um alemão. Mas não faltaram críticas. "Toda a crueldade da política de imigração em um clipe", atacou um jornalista. O vídeo suscitou ainda discussões sobre a política alemã para o Oriente Médio, com usuários sugerindo que, se Merkel quer menos refugiados palestinos na Alemanha, deveria ter um papel ativo para que a Palestina seja reconhecida internacionalmente e pela retirada de tropas israelenses de territórios palestinos ocupados. "Um abraço e uma batidinha nas costas antes de deportá-los para uma favela no Oriente Médio não é suficiente", disse um leitor, em comentário com mais de mil curtidas no Facebook. Segundo a ONU, os palestinos, que representam cerca de 10% da população do Líbano, não gozam dos mesmos direitos de cidadãos libaneses. Não podem, por exemplo, trabalhar em 20 diferentes profissões. Por não serem formalmente considerados cidadãos de outro país, não têm como requerer direitos como outros estrangeiros. A situação nos campos é precária e muitos vivem em pobreza absoluta. A crise no sistema de asilo na Alemanha vem sendo provocada, por um lado, por um aumento nos pedidos de vários países (cerca de 4,5 mil pedidos de asilo neste ano, praticamente o dobro de 2014) e, por outro, pela falta de agilidade em lidar com casos específicos que resultem em deportação ou aprovação do pedido.
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Itália dá lição ao governo brasileiro com extradição de Pizzolato, diz leitor
O governo italiano, ao decidir extraditar o criminoso petista Henrique Pizzolato, dá uma lição ao governo brasileiro do que é Justiça de verdade. A negação da extradição do assassino julgado e condenado Cesare Battisti, pelo "camarada" Lula, não implicou no uso da política de reciprocidade. Isso mostra que leis internacionais estão acima de ideologias. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Itália dá lição ao governo brasileiro com extradição de Pizzolato, diz leitorO governo italiano, ao decidir extraditar o criminoso petista Henrique Pizzolato, dá uma lição ao governo brasileiro do que é Justiça de verdade. A negação da extradição do assassino julgado e condenado Cesare Battisti, pelo "camarada" Lula, não implicou no uso da política de reciprocidade. Isso mostra que leis internacionais estão acima de ideologias. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Homem é preso em MG após agredir mulher em público; veja vídeo
Um homem de 34 anos foi preso em flagrante na tarde deste sábado (17), após agredir a funcionária de um clube da cidade de Três Corações, em Minas Gerais (a 312 km de Belo Horizonte).Imagens da agressão foram divulgadas em redes sociais e mostram o momento em que a segurança terceirizada Edvania Nayara, 23, é abordada pelo homem, identificado como o empresário Luiz Felipe Neder Silva, 34. Em seguida, o agressor dá um soco no rosto da segurança. A funcionária então cai no chão e leva um chute na altura da cabeça. Só então ele se afasta.Leia a reportagem
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Homem é preso em MG após agredir mulher em público; veja vídeoUm homem de 34 anos foi preso em flagrante na tarde deste sábado (17), após agredir a funcionária de um clube da cidade de Três Corações, em Minas Gerais (a 312 km de Belo Horizonte).Imagens da agressão foram divulgadas em redes sociais e mostram o momento em que a segurança terceirizada Edvania Nayara, 23, é abordada pelo homem, identificado como o empresário Luiz Felipe Neder Silva, 34. Em seguida, o agressor dá um soco no rosto da segurança. A funcionária então cai no chão e leva um chute na altura da cabeça. Só então ele se afasta.Leia a reportagem
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Celulares com novo carregador e sem entrada para fones ganham força
Veículos autônomos A primeira grande empresa a investir na ideia de um carro sem motorista foi o Google, em 2009. Desde então, a companhia norte-americana já rodou mais de 3 milhões de quilômetros com veículos do tipo e viu concorrentes como Tesla, Uber, Ford, Mercedes, Audi e Volvo voltarem atenções à ideia. Várias delas já anunciaram que vão expandir seus testes em 2017. * No celular Se você pretende comprar um celular Android em 2017, acostume-se à ideia de jogar fora carregadores velhos e adotar o novo padrão USB-c. Motorola e LG já lançaram aparelhos com a tecnologia e devem ser seguidos por outras marcas. * Sem fone de ouvido Apple e Motorola removeram a entrada de fone de ouvido de seus celulares topo de linha em 2016. Especula-se no mercado que outras fabricantes do setor, como a Samsung, podem fazer o mesmo em seus próximos modelos. Nesses casos, é preciso usar um cabo adaptador (incluso com o celular) ou comprar um fone bluetooth, ainda com preços elevados. * Casas conectadas A automatização das casas é um daqueles sonhos da tecnologia dos quais se fala há anos, mas que parece nunca chegar. Em 2016, porém, as maiores empresas de tecnologia do mundo, como Google, Apple e Amazon entraram no segmento e podem acelerar a popularização dos utensílios conectados à internet e controlados pelo celular. * Realidade virtual Outro segmento que começou como nicho e foi abraçado por gigantes da tecnologia. A pioneira Oculus, que fez os primeiros óculos de realidade virtual, foi comprada, ainda em 2014, pelo Facebook. Neste ano, lançou equipamentos compatíveis com celulares da Samsung. Google, HTC, Sony também entraram na disputa e devem lançar novos produtos em 2017.
cenarios-2017
Celulares com novo carregador e sem entrada para fones ganham forçaVeículos autônomos A primeira grande empresa a investir na ideia de um carro sem motorista foi o Google, em 2009. Desde então, a companhia norte-americana já rodou mais de 3 milhões de quilômetros com veículos do tipo e viu concorrentes como Tesla, Uber, Ford, Mercedes, Audi e Volvo voltarem atenções à ideia. Várias delas já anunciaram que vão expandir seus testes em 2017. * No celular Se você pretende comprar um celular Android em 2017, acostume-se à ideia de jogar fora carregadores velhos e adotar o novo padrão USB-c. Motorola e LG já lançaram aparelhos com a tecnologia e devem ser seguidos por outras marcas. * Sem fone de ouvido Apple e Motorola removeram a entrada de fone de ouvido de seus celulares topo de linha em 2016. Especula-se no mercado que outras fabricantes do setor, como a Samsung, podem fazer o mesmo em seus próximos modelos. Nesses casos, é preciso usar um cabo adaptador (incluso com o celular) ou comprar um fone bluetooth, ainda com preços elevados. * Casas conectadas A automatização das casas é um daqueles sonhos da tecnologia dos quais se fala há anos, mas que parece nunca chegar. Em 2016, porém, as maiores empresas de tecnologia do mundo, como Google, Apple e Amazon entraram no segmento e podem acelerar a popularização dos utensílios conectados à internet e controlados pelo celular. * Realidade virtual Outro segmento que começou como nicho e foi abraçado por gigantes da tecnologia. A pioneira Oculus, que fez os primeiros óculos de realidade virtual, foi comprada, ainda em 2014, pelo Facebook. Neste ano, lançou equipamentos compatíveis com celulares da Samsung. Google, HTC, Sony também entraram na disputa e devem lançar novos produtos em 2017.
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É válido o leilão por menor tarifa?
Em 9 de junho o governo federal divulgou a versão 2015 do PIL (Programa de Investimentos em Logística), seu mais recente pacote de concessões, com investimentos previstos de R$ 198 bilhões de 2015 a 2018 em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, notando-se a falta –deliberada?– de hidrovias. Há muitos pontos do pacote que deveriam ser complementados, esclarecidos e ajustados pelo governo –aqui é discutido um deles: o critério de seleção do ganhador do leilão das concessões de rodovias pela menor tarifa ofertada sem que esteja previsto ressarcimento dos investimentos do governo para implantar essas rodovias. Note-se que esses investimentos do governo foram feitos com recursos obtidos de uma forma ou outra dos contribuintes em geral, independentemente do maior ou menor benefício que essas rodovias possam proporcionar a cada um. Para ilustração, a construção da Ponte Rio-Niterói custou ao governo, em 1968, o equivalente a cerca R$ 3 bilhões hoje. A anuidade que ressarciria esse investimento a uma taxa de retorno real de 8% ao ano –certamente não excessiva– em prazo indefinido ("perpetuidade") seria de R$ 240 milhões. Esse valor dividido pelos 28 milhões de veículos por ano que atualmente pagam pedágio na ponte resultaria em R$ 8,60 para cada um, enquanto a tarifa que resultou do leilão de concessão realizado em março deste ano é de apenas R$ 3,70. Portanto, para cada tarifa arrecadada dos veículos que usam a ponte há um subsídio no valor de mais de duas tarifas arcado pelos contribuintes em geral. No caso, o subsídio é atualmente ainda maior, uma vez que o investimento do governo não foi ressarcido desde 1968 até agora. Certamente caberia uma discussão mais aprofundada sobre a concessão de subsídios dessa natureza e magnitude, que ocorrem - de forma oculta, é de se notar - em todas as concessões leiloadas pelo critério de menor tarifa sem ressarcimento de investimentos feitos com recursos públicos. Para se corrigir essa distorção bastaria o edital estabelecer previamente um ônus da concessão que correspondesse ao ressarcimento desses investimentos –daí o leilão até poderia ser por menor tarifa. Alternativamente, o edital poderia fixar o valor total da tarifa de forma a remunerar tanto o investimento público quanto para cobrir os custos e lucros do concessionário e haver leilão por maior outorga. Caso fosse adotada uma dessas formas, as tarifas de pedágio que resultariam nos leilões seriam mais altas, mas, acima de tudo, seriam mais justas, fazendo com que o custo das rodovias concedidas seja arcado por seus usuários e por terceiros que também se beneficiam dessas rodovias, via repasse por meio de transações com usuários (é o caso de fretes, por exemplo). Deixaria de haver o alto subsídio que é arcado por contribuintes para os quais essas rodovias proporcionam pouco ou nenhum uso ou benefício. Também haveria outras vantagens, entre as quais menor congestionamento (e, portanto, menos poluição) e concorrência mais equitativa do transporte por autos ou caminhões com outros modos - coletivos para pessoas e ferrovias e hidrovias para cargas. Por fim, cabe lembrar que também propiciariam ao governo, de forma legítima, receita adicional de que tanto carece atualmente. VERNON RICHARD KOHL, 67, é consultor internacional de logística e transportes e foi diretor do Departamento de Engenharia de Mobilidade e Logística do Instituto de Engenharia de São Paulo (2009-2013) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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É válido o leilão por menor tarifa?Em 9 de junho o governo federal divulgou a versão 2015 do PIL (Programa de Investimentos em Logística), seu mais recente pacote de concessões, com investimentos previstos de R$ 198 bilhões de 2015 a 2018 em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, notando-se a falta –deliberada?– de hidrovias. Há muitos pontos do pacote que deveriam ser complementados, esclarecidos e ajustados pelo governo –aqui é discutido um deles: o critério de seleção do ganhador do leilão das concessões de rodovias pela menor tarifa ofertada sem que esteja previsto ressarcimento dos investimentos do governo para implantar essas rodovias. Note-se que esses investimentos do governo foram feitos com recursos obtidos de uma forma ou outra dos contribuintes em geral, independentemente do maior ou menor benefício que essas rodovias possam proporcionar a cada um. Para ilustração, a construção da Ponte Rio-Niterói custou ao governo, em 1968, o equivalente a cerca R$ 3 bilhões hoje. A anuidade que ressarciria esse investimento a uma taxa de retorno real de 8% ao ano –certamente não excessiva– em prazo indefinido ("perpetuidade") seria de R$ 240 milhões. Esse valor dividido pelos 28 milhões de veículos por ano que atualmente pagam pedágio na ponte resultaria em R$ 8,60 para cada um, enquanto a tarifa que resultou do leilão de concessão realizado em março deste ano é de apenas R$ 3,70. Portanto, para cada tarifa arrecadada dos veículos que usam a ponte há um subsídio no valor de mais de duas tarifas arcado pelos contribuintes em geral. No caso, o subsídio é atualmente ainda maior, uma vez que o investimento do governo não foi ressarcido desde 1968 até agora. Certamente caberia uma discussão mais aprofundada sobre a concessão de subsídios dessa natureza e magnitude, que ocorrem - de forma oculta, é de se notar - em todas as concessões leiloadas pelo critério de menor tarifa sem ressarcimento de investimentos feitos com recursos públicos. Para se corrigir essa distorção bastaria o edital estabelecer previamente um ônus da concessão que correspondesse ao ressarcimento desses investimentos –daí o leilão até poderia ser por menor tarifa. Alternativamente, o edital poderia fixar o valor total da tarifa de forma a remunerar tanto o investimento público quanto para cobrir os custos e lucros do concessionário e haver leilão por maior outorga. Caso fosse adotada uma dessas formas, as tarifas de pedágio que resultariam nos leilões seriam mais altas, mas, acima de tudo, seriam mais justas, fazendo com que o custo das rodovias concedidas seja arcado por seus usuários e por terceiros que também se beneficiam dessas rodovias, via repasse por meio de transações com usuários (é o caso de fretes, por exemplo). Deixaria de haver o alto subsídio que é arcado por contribuintes para os quais essas rodovias proporcionam pouco ou nenhum uso ou benefício. Também haveria outras vantagens, entre as quais menor congestionamento (e, portanto, menos poluição) e concorrência mais equitativa do transporte por autos ou caminhões com outros modos - coletivos para pessoas e ferrovias e hidrovias para cargas. Por fim, cabe lembrar que também propiciariam ao governo, de forma legítima, receita adicional de que tanto carece atualmente. VERNON RICHARD KOHL, 67, é consultor internacional de logística e transportes e foi diretor do Departamento de Engenharia de Mobilidade e Logística do Instituto de Engenharia de São Paulo (2009-2013) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Twitter, 10, faz aniversário com o desafio de voltar a crescer
Em dez anos de vida, 140 caracteres por vez, o Twitter chegou a cerca de 320 milhões de usuários. E parece que, ao completar uma década, nesta segunda-feira (21), parou por aí. Ao menos é o que indicam os últimos resultados trimestrais da empresa, que mostram prejuízo e estagnação no número de contas ativas. É também o que sugerem as demissões de funcionários e a debandada de altos executivos após o retorno do cofundador da companhia, Jack Dorsey, ao cargo de diretor-executivo, no final do ano passado. Em janeiro de 2014, menos de dois meses depois de a empresa abrir capital na Bolsa de Valores de Nova York, as ações comuns do Twitter chegaram a US$ 69 (quase R$ 250). Até a conclusão desta reportagem, elas valiam US$ 16,85 (R$ 60) –uma desvalorização de cerca de 75% em pouco mais de dois anos. "Não acho que estejam usando a melhor métrica de crescimento", diz Phillip Klien, diretor de expansão do Twitter no Brasil. "Hoje é possível abrir a plataforma e ler o conteúdo sem precisar de uma conta. Pode-se inclusive interagir sem um perfil com anúncios que geram receita." A frustração do executivo é com Wall Street, que daria muita importância aos usuários mensais ativos, o que não conferiria medida precisa da performance da rede social. A receita da companhia chegou a subir em 2015, passando de US$ 436 milhões no primeiro trimestre do ano para US$ 710 milhões no último. Mas não deixa de preocupar os investidores, já que o Twitter continua a registrar prejuízos, trimestre após trimestre. "Claro que há uma correlação [entre a estagnação dos usuários ativos] e a performance da empresa. Mas essa não é uma régua bem adaptada", diz o executivo. Klien refere-se à metamorfose pela qual o Twitter passou desde os primeiros tuítes, em 21 de março de 2006, quando a rede ainda se chamava twttr –assim mesmo, sem as vogais. De la para cá, a plataforma passou de mensagens rápidas a fotos, vídeos e transmissões ao vivo, com a aquisição do aplicativo Periscope, no ano passado. A ideia, dizem alguns executivos da empresa ouvidos pela Folha, é que o serviço seja mais uma plataforma de interesses do que uma rede social. "O Twitter tem o nosso 'zeitgeist': é curto, ágil, em tempo real, coletivo, sem intermediário, sem filtro, aberto", diz a escritora e apresentadora Rosana Hermann, com seu meio milhão de seguidores no perfil @rosana, indício de quem habita a rede social há muito tempo (é difícil abrir uma conta usando um nome curto e comum hoje em dia). "E tem os imbatíveis Trending Topics, nosso termômetro", diz ela. Protagonista de alguns episódios de alta temperatura no site no Brasil, Rafinha Bastos (@rafinhabastos ), o comediante que já foi eleito um dos mais influentes da rede social, diz que a ferramenta acabou virando um meio de comunicação para comunicadores. Chamuscado algumas vezes por polêmicas envolvendo suas piadas, Rafinha foi convidado a abrir uma conta por Marcelo Tas (@marcelotas ), colega de bancada do extinto "CQC", programa humorístico de notícias da Band. Ele diz que a rede tem alto potencial para que falas sejam tiradas de contexto, mas que serve bem a um humor rápido, feito em tempo real –um dos atrativos do serviço. "O Twitter ainda tem um espaço a ocupar", defende o comediante, que sempre trabalhou com vídeos. "Junto ao YouTube, é uma das redes mais legais que existem na internet", diz. * TRENDING TOPICS Veja alguns dos eventos mais marcantes da rede social 21 de março de 2006 Há dez anos, o cofundador e diretor-executivo do Twitter, Jack Dorsey, tuitava pela primeira vez. A rede social se chamava twttr Jack Dorsey 23 de agosto de 2007 O usuário @chrismessina propõe o uso do símbolo # para agregar tuítes sobre um mesmo tema. Era o nascimento das #hashtags Chris Messina 15 de janeiro de 2009 Um avião da U.S. Airways foi obrigado a pousar no rio Hudson, em Nova York. O usuário @jkrums, a bordo de um barco, publicou uma foto Janis Krums 13 de abril de 2010 A rede social passa a aceitar publicidade, com os chamados "tuítes promovidos". Era uma forma de monetizar a plataforma Janeiro de 2011 A Primavera Árabe no Egito ganha o site, com cobertura em tempo real contra Hosni Mubarak 2 de março de 2014 A comediante e apresentadora Ellen Degeneres tuíta a selfie mais famosa do mundo, durante a cerimônia do Oscar The Ellen Show 21 de março de 2016 Com dificuldade para atrair novos usuários, o Twitter completa 10 anos
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Twitter, 10, faz aniversário com o desafio de voltar a crescerEm dez anos de vida, 140 caracteres por vez, o Twitter chegou a cerca de 320 milhões de usuários. E parece que, ao completar uma década, nesta segunda-feira (21), parou por aí. Ao menos é o que indicam os últimos resultados trimestrais da empresa, que mostram prejuízo e estagnação no número de contas ativas. É também o que sugerem as demissões de funcionários e a debandada de altos executivos após o retorno do cofundador da companhia, Jack Dorsey, ao cargo de diretor-executivo, no final do ano passado. Em janeiro de 2014, menos de dois meses depois de a empresa abrir capital na Bolsa de Valores de Nova York, as ações comuns do Twitter chegaram a US$ 69 (quase R$ 250). Até a conclusão desta reportagem, elas valiam US$ 16,85 (R$ 60) –uma desvalorização de cerca de 75% em pouco mais de dois anos. "Não acho que estejam usando a melhor métrica de crescimento", diz Phillip Klien, diretor de expansão do Twitter no Brasil. "Hoje é possível abrir a plataforma e ler o conteúdo sem precisar de uma conta. Pode-se inclusive interagir sem um perfil com anúncios que geram receita." A frustração do executivo é com Wall Street, que daria muita importância aos usuários mensais ativos, o que não conferiria medida precisa da performance da rede social. A receita da companhia chegou a subir em 2015, passando de US$ 436 milhões no primeiro trimestre do ano para US$ 710 milhões no último. Mas não deixa de preocupar os investidores, já que o Twitter continua a registrar prejuízos, trimestre após trimestre. "Claro que há uma correlação [entre a estagnação dos usuários ativos] e a performance da empresa. Mas essa não é uma régua bem adaptada", diz o executivo. Klien refere-se à metamorfose pela qual o Twitter passou desde os primeiros tuítes, em 21 de março de 2006, quando a rede ainda se chamava twttr –assim mesmo, sem as vogais. De la para cá, a plataforma passou de mensagens rápidas a fotos, vídeos e transmissões ao vivo, com a aquisição do aplicativo Periscope, no ano passado. A ideia, dizem alguns executivos da empresa ouvidos pela Folha, é que o serviço seja mais uma plataforma de interesses do que uma rede social. "O Twitter tem o nosso 'zeitgeist': é curto, ágil, em tempo real, coletivo, sem intermediário, sem filtro, aberto", diz a escritora e apresentadora Rosana Hermann, com seu meio milhão de seguidores no perfil @rosana, indício de quem habita a rede social há muito tempo (é difícil abrir uma conta usando um nome curto e comum hoje em dia). "E tem os imbatíveis Trending Topics, nosso termômetro", diz ela. Protagonista de alguns episódios de alta temperatura no site no Brasil, Rafinha Bastos (@rafinhabastos ), o comediante que já foi eleito um dos mais influentes da rede social, diz que a ferramenta acabou virando um meio de comunicação para comunicadores. Chamuscado algumas vezes por polêmicas envolvendo suas piadas, Rafinha foi convidado a abrir uma conta por Marcelo Tas (@marcelotas ), colega de bancada do extinto "CQC", programa humorístico de notícias da Band. Ele diz que a rede tem alto potencial para que falas sejam tiradas de contexto, mas que serve bem a um humor rápido, feito em tempo real –um dos atrativos do serviço. "O Twitter ainda tem um espaço a ocupar", defende o comediante, que sempre trabalhou com vídeos. "Junto ao YouTube, é uma das redes mais legais que existem na internet", diz. * TRENDING TOPICS Veja alguns dos eventos mais marcantes da rede social 21 de março de 2006 Há dez anos, o cofundador e diretor-executivo do Twitter, Jack Dorsey, tuitava pela primeira vez. A rede social se chamava twttr Jack Dorsey 23 de agosto de 2007 O usuário @chrismessina propõe o uso do símbolo # para agregar tuítes sobre um mesmo tema. Era o nascimento das #hashtags Chris Messina 15 de janeiro de 2009 Um avião da U.S. Airways foi obrigado a pousar no rio Hudson, em Nova York. O usuário @jkrums, a bordo de um barco, publicou uma foto Janis Krums 13 de abril de 2010 A rede social passa a aceitar publicidade, com os chamados "tuítes promovidos". Era uma forma de monetizar a plataforma Janeiro de 2011 A Primavera Árabe no Egito ganha o site, com cobertura em tempo real contra Hosni Mubarak 2 de março de 2014 A comediante e apresentadora Ellen Degeneres tuíta a selfie mais famosa do mundo, durante a cerimônia do Oscar The Ellen Show 21 de março de 2016 Com dificuldade para atrair novos usuários, o Twitter completa 10 anos
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Museu da Pessoa comemora 25 anos com exposição 'Quem Sou Eu?'
Para comemorar o 25º aniversário, o Museu da Pessoa abre a exposição "Quem Sou Eu?", que traz o acervo da instituição para o Sesc Vila Mariana, a partir desta sexta-feira (22), às 19h. A mostra colaborativa vai convidar o público a contar suas próprias histórias. Todos os visitantes podem entrar numa cabine e deixar um registro de um minuto respondendo à pergunta que dá nome a mostra. O depoimento passa a fazer parte da exposição, sendo exibido num painel de led. Esse material se une a coleção virtual do museu, composta por arquivos particulares dos entrevistados e a sistematização de informações sobre os contextos sociais, culturais e históricos. Atualmente são 263 entrevistas registradas em vídeo e uma coleção de mais de 1.000 fotos e documentos digitalizados e catalogados. A mostra terá ainda as obras "Um Instante que Resiste", "Ensaio para Sinônimos" e a coleção "Vínculos Afetivos", além de uma breve história das mais de duas décadas do Museu da Pessoa no Brasil. Assim, a exposição objetiva discutir o que poderia mudar se uns prestassem mais a atenção nas histórias dos outros, além de incentivar a escuta e mostrar diversas realidades. A reflexão dialoga diretamente com o trabalho realizado pela instituição, dedicada ao registro, preservação e disseminação de histórias de vida, desde 1992. Após a abertura, haverá um bate-papo com os curadores da mostra, Cristiano Burlan, Diógenes Moura e Viviane Ferreira, com mediação de Karen Worcman. A visitação vai até 17 de dezembro.
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Museu da Pessoa comemora 25 anos com exposição 'Quem Sou Eu?'Para comemorar o 25º aniversário, o Museu da Pessoa abre a exposição "Quem Sou Eu?", que traz o acervo da instituição para o Sesc Vila Mariana, a partir desta sexta-feira (22), às 19h. A mostra colaborativa vai convidar o público a contar suas próprias histórias. Todos os visitantes podem entrar numa cabine e deixar um registro de um minuto respondendo à pergunta que dá nome a mostra. O depoimento passa a fazer parte da exposição, sendo exibido num painel de led. Esse material se une a coleção virtual do museu, composta por arquivos particulares dos entrevistados e a sistematização de informações sobre os contextos sociais, culturais e históricos. Atualmente são 263 entrevistas registradas em vídeo e uma coleção de mais de 1.000 fotos e documentos digitalizados e catalogados. A mostra terá ainda as obras "Um Instante que Resiste", "Ensaio para Sinônimos" e a coleção "Vínculos Afetivos", além de uma breve história das mais de duas décadas do Museu da Pessoa no Brasil. Assim, a exposição objetiva discutir o que poderia mudar se uns prestassem mais a atenção nas histórias dos outros, além de incentivar a escuta e mostrar diversas realidades. A reflexão dialoga diretamente com o trabalho realizado pela instituição, dedicada ao registro, preservação e disseminação de histórias de vida, desde 1992. Após a abertura, haverá um bate-papo com os curadores da mostra, Cristiano Burlan, Diógenes Moura e Viviane Ferreira, com mediação de Karen Worcman. A visitação vai até 17 de dezembro.
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Novo medicamento para hepatite C é aprovado pela Anvisa
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o registro de um novo medicamento para o tratamento de hepatite C, o simeprevir sódico. A expectativa é que o produto passe a ser oferecido pelo SUS ainda no primeiro semestre deste ano. A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (11). Segundo a Anvisa, o medicamento, chamado de Olysio, tem maior eficácia em relação a outras terapias. Este é o segundo medicamento registrado neste ano de uma lista de três novos produtos que devem ser incorporados à rede pública para o tratamento da hepatite C. O primeiro foi o daclastavir, também administrado por via oral. Um terceiro remédio, o sofobuvir, ainda está em análise para registro, de acordo com o órgão. Hoje, pacientes precisam recorrer à Justiça para fazer com que o SUS pague os medicamentos, até então disponíveis apenas no exterior. Segundo o Ministério da Saúde, os novos remédios têm chance de cura de até 90% e reduzem o tempo de tratamento, em média, de um ano para três meses. Cerca de 16 mil pessoas são tratadas por ano contra hepatite C no sistema público de saúde. A doença, responsável por grande parcela dos casos de transplantes e de câncer no fígado, é transmitida por meio de transfusão de sangue, compartilhamento de material para uso de drogas -como seringas-, de outros materiais cortantes e de objetos de higiene pessoal.
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Novo medicamento para hepatite C é aprovado pela AnvisaA Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o registro de um novo medicamento para o tratamento de hepatite C, o simeprevir sódico. A expectativa é que o produto passe a ser oferecido pelo SUS ainda no primeiro semestre deste ano. A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (11). Segundo a Anvisa, o medicamento, chamado de Olysio, tem maior eficácia em relação a outras terapias. Este é o segundo medicamento registrado neste ano de uma lista de três novos produtos que devem ser incorporados à rede pública para o tratamento da hepatite C. O primeiro foi o daclastavir, também administrado por via oral. Um terceiro remédio, o sofobuvir, ainda está em análise para registro, de acordo com o órgão. Hoje, pacientes precisam recorrer à Justiça para fazer com que o SUS pague os medicamentos, até então disponíveis apenas no exterior. Segundo o Ministério da Saúde, os novos remédios têm chance de cura de até 90% e reduzem o tempo de tratamento, em média, de um ano para três meses. Cerca de 16 mil pessoas são tratadas por ano contra hepatite C no sistema público de saúde. A doença, responsável por grande parcela dos casos de transplantes e de câncer no fígado, é transmitida por meio de transfusão de sangue, compartilhamento de material para uso de drogas -como seringas-, de outros materiais cortantes e de objetos de higiene pessoal.
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Alalaô: Anac investiga uso de drones durante desfile de escola de samba no Rio
FELIPE DE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou nesta sexta-feira (20) que instaurou dois processos administrativos para apurar o uso de drones e o lançamento de paraquedistas durante o desfile da ... Leia post completo no blog
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Alalaô: Anac investiga uso de drones durante desfile de escola de samba no RioFELIPE DE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou nesta sexta-feira (20) que instaurou dois processos administrativos para apurar o uso de drones e o lançamento de paraquedistas durante o desfile da ... Leia post completo no blog
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Parceira da Petrobras no pré-sal, Sete Brasil aprova reestruturação
Credores e sócios da Sete Brasil, principal parceira da Petrobras no pré-sal, aprovaram nesta quinta (14) o plano inicial de reestruturação da companhia com uma única abstenção, da Petrobras. A estatal, ao mesmo tempo sócia e cliente da Sete, declarou-se em conflito e não votou. Mesmo assim, foi contra duas importantes mudanças propostas para a companhia. A Petrobras não quer estender o prazo do aluguel das sondas de 15 para 25 anos. E não concorda que a Sete passe a ser, ela mesma, operadora das sondas. Para isso, a Sete pretende criar outra empresa com um novo sócio, provavelmente estrangeiro, investindo US$ 1,2 bilhão no negócio, como revelou a Folha. Hoje, a Sete é dona dos equipamentos, pilotados por empresas especializadas. Esses operadores são também sócios nas sondas, com participações entre 15% e 30%. Entre eles estão empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras. O novo investimento seria, em parte, usado na compra da participação desses operadores pela Sete. Outra discussão acalorada entre sócios e credores foi o número de sondas. A conversa começou em 16 unidades e terminou em 21. Pelo plano original, seriam 29. Ainda segundo apurou a reportagem, os sócios não descartaram a possibilidade de que as 7 sondas em construção no Estaleiro Atlântico Sul (EAS) sejam reativadas. Em fevereiro, o estaleiro rompeu o contrato com a Sete por falta de pagamento. RETORNO O plano de reestruturação da Sete muda tanto porque os credores querem um projeto suficiente para pagar os R$ 12 bilhões que a empresa deve a eles. Já os sócios, que investiram mais de R$ 8 bilhões até agora, tentam manter o máximo possível de sondas para honrar compromissos e ter um retorno próximo ao que esperavam no início. Na conta de um dos sócios, com 16 sondas e sem o alongamento do prazo dos contratos, o negócio teria um rendimento semelhante ao de um título público –cerca de 8% acima da inflação (IPCA). A Sete enfrenta problemas financeiros desde que o BNDES criou dificuldades para liberar o financiamento que tinha prometido. Agora a companhia tenta levantar recursos com Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e investidores da Ásia para financiar seu plano de reestruturação.
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Parceira da Petrobras no pré-sal, Sete Brasil aprova reestruturaçãoCredores e sócios da Sete Brasil, principal parceira da Petrobras no pré-sal, aprovaram nesta quinta (14) o plano inicial de reestruturação da companhia com uma única abstenção, da Petrobras. A estatal, ao mesmo tempo sócia e cliente da Sete, declarou-se em conflito e não votou. Mesmo assim, foi contra duas importantes mudanças propostas para a companhia. A Petrobras não quer estender o prazo do aluguel das sondas de 15 para 25 anos. E não concorda que a Sete passe a ser, ela mesma, operadora das sondas. Para isso, a Sete pretende criar outra empresa com um novo sócio, provavelmente estrangeiro, investindo US$ 1,2 bilhão no negócio, como revelou a Folha. Hoje, a Sete é dona dos equipamentos, pilotados por empresas especializadas. Esses operadores são também sócios nas sondas, com participações entre 15% e 30%. Entre eles estão empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras. O novo investimento seria, em parte, usado na compra da participação desses operadores pela Sete. Outra discussão acalorada entre sócios e credores foi o número de sondas. A conversa começou em 16 unidades e terminou em 21. Pelo plano original, seriam 29. Ainda segundo apurou a reportagem, os sócios não descartaram a possibilidade de que as 7 sondas em construção no Estaleiro Atlântico Sul (EAS) sejam reativadas. Em fevereiro, o estaleiro rompeu o contrato com a Sete por falta de pagamento. RETORNO O plano de reestruturação da Sete muda tanto porque os credores querem um projeto suficiente para pagar os R$ 12 bilhões que a empresa deve a eles. Já os sócios, que investiram mais de R$ 8 bilhões até agora, tentam manter o máximo possível de sondas para honrar compromissos e ter um retorno próximo ao que esperavam no início. Na conta de um dos sócios, com 16 sondas e sem o alongamento do prazo dos contratos, o negócio teria um rendimento semelhante ao de um título público –cerca de 8% acima da inflação (IPCA). A Sete enfrenta problemas financeiros desde que o BNDES criou dificuldades para liberar o financiamento que tinha prometido. Agora a companhia tenta levantar recursos com Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e investidores da Ásia para financiar seu plano de reestruturação.
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Projeto fotografa meninas sírias refugiadas vestidas de princesas
A Síria, que fica no Oriente Médio, está em guerra há 5 anos, desde 2011. Por isso, muitas pessoas tiveram de deixar o país e hoje são refugiadas. É o caso de oito meninas sírias fotografadas no projeto Once Upon a War. Criada pelo artista sírio Saint Hoax, a iniciativa fez com que as garotas se fantasiassem como suas princesas da Disney preferidas e falassem sobre futuro e sonhos. "Muitas vezes, os refugiados são associados ao terrorismo", diz Hoax. "Eu queria acabar com essa imagem mostrando que essas meninas são crianças normais, fazendo coisas que crianças na idade delas fazem." Além de mudar a visão que muitas pessoas têm sobre os refugiados, o projeto também busca arrecadar fundos para a ONG Malaak, que tem uma escola próxima ao campo de Akkar, no Líbano, e trabalha ajudando na educação de crianças no país. "Queremos conscientizar as pessoas sobre a importância de educar as crianças nos campos de refugiados", diz. Segundo relatório divulgado pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), uma em cada três crianças sírias nasceu em campos de refugiados. Isso significa que 3,5 milhões de meninos e meninas nunca tiveram uma casa, foram à escola ou brincaram como qualquer outra criança. CONTO DE FADAS Para o ensaio, as meninas escolheram princesas como Bela, (de "A Bela e a Fera"), Aurora (de "A Bela Adormecida"), Branca (de "A Branca de Neve"), Jasmine (de "Alladin"), Elza (de "Frozen") e Cinderela. Moradoras temporárias de um campo de refugiados na cidade de Akkar, no Líbano, as garotas têm entre 2 e 20 anos. "Muitas já nasceram no campo de refugiados e nunca tiveram a chance de ter uma infância normal", explica Hoax. Um exemplo é a menina Hiba, que tem apenas 2 anos e já nasceu no Líbano. A fantasia de Cinderela, escolhida por ela, foi a primeira que vestiu na vida. Enquanto isso, uma das princesas favoritas de Raghad, 12, é Jasmine, de "Alladin". Segundo a menina, ela é uma princesa árabe, forte e aventureira. Aya, 6, também adorou o ensaio. Seu sonho é ser atriz, e Hoax conta que ela pediu para tirarem fotos dela duas vezes. "Ninguém nunca tinha tirado fotos de mim na vida", disse Aya ao artista. Hoax reitera que, no caso de meninas, as dificuldades são ainda maiores. A campanha foi lançada próxima ao último dia 8 de março, data que marca o Dia Internacional da Mulher. "Num ambiente de guerra, as garotas experimentam a maior violência só por serem do sexo feminino", afirma. Veja os bastidores do ensaio no vídeo abaixo, feito pelo estúdio Plastik, também parceiro do projeto. Once Upon A War
folhinha
Projeto fotografa meninas sírias refugiadas vestidas de princesasA Síria, que fica no Oriente Médio, está em guerra há 5 anos, desde 2011. Por isso, muitas pessoas tiveram de deixar o país e hoje são refugiadas. É o caso de oito meninas sírias fotografadas no projeto Once Upon a War. Criada pelo artista sírio Saint Hoax, a iniciativa fez com que as garotas se fantasiassem como suas princesas da Disney preferidas e falassem sobre futuro e sonhos. "Muitas vezes, os refugiados são associados ao terrorismo", diz Hoax. "Eu queria acabar com essa imagem mostrando que essas meninas são crianças normais, fazendo coisas que crianças na idade delas fazem." Além de mudar a visão que muitas pessoas têm sobre os refugiados, o projeto também busca arrecadar fundos para a ONG Malaak, que tem uma escola próxima ao campo de Akkar, no Líbano, e trabalha ajudando na educação de crianças no país. "Queremos conscientizar as pessoas sobre a importância de educar as crianças nos campos de refugiados", diz. Segundo relatório divulgado pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), uma em cada três crianças sírias nasceu em campos de refugiados. Isso significa que 3,5 milhões de meninos e meninas nunca tiveram uma casa, foram à escola ou brincaram como qualquer outra criança. CONTO DE FADAS Para o ensaio, as meninas escolheram princesas como Bela, (de "A Bela e a Fera"), Aurora (de "A Bela Adormecida"), Branca (de "A Branca de Neve"), Jasmine (de "Alladin"), Elza (de "Frozen") e Cinderela. Moradoras temporárias de um campo de refugiados na cidade de Akkar, no Líbano, as garotas têm entre 2 e 20 anos. "Muitas já nasceram no campo de refugiados e nunca tiveram a chance de ter uma infância normal", explica Hoax. Um exemplo é a menina Hiba, que tem apenas 2 anos e já nasceu no Líbano. A fantasia de Cinderela, escolhida por ela, foi a primeira que vestiu na vida. Enquanto isso, uma das princesas favoritas de Raghad, 12, é Jasmine, de "Alladin". Segundo a menina, ela é uma princesa árabe, forte e aventureira. Aya, 6, também adorou o ensaio. Seu sonho é ser atriz, e Hoax conta que ela pediu para tirarem fotos dela duas vezes. "Ninguém nunca tinha tirado fotos de mim na vida", disse Aya ao artista. Hoax reitera que, no caso de meninas, as dificuldades são ainda maiores. A campanha foi lançada próxima ao último dia 8 de março, data que marca o Dia Internacional da Mulher. "Num ambiente de guerra, as garotas experimentam a maior violência só por serem do sexo feminino", afirma. Veja os bastidores do ensaio no vídeo abaixo, feito pelo estúdio Plastik, também parceiro do projeto. Once Upon A War
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Cadeirinha em van escolar deixa de ser obrigatória devido a 'baixa oferta'
O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) suspendeu, nesta quinta-feira (1º), o uso obrigatório de cadeirinha para crianças de até sete anos e meio nos transportes escolares. A decisão, anunciada no "Diário Oficial" da União, considera a "baixa oferta no mercado" do equipamento. A cadeirinha era exigida nos veículos desde julho do ano passado. Segundo o Contran, a suspensão dura até que sejam fabricados transportes escolares com cintos de segurança e moldes adequados para fixar o acessório de crianças e haja mais equipamentos à venda no mercado. O Conselho disse, na suspensão, que não há dispositivos suficientes sendo vendidos para atender à quantidade de veículos escolares em circulação. Afirmou que há "dificuldades técnicas, econômicas e sociais para a adaptação dos veículos escolares" à exigência do equipamento. O Contran também declarou que são necessários mais estudos para avaliar a eficiência da adaptação ao uso da cadeirinha em veículos mais antigos. No "Diário Oficial", o Conselho ainda afirmou que fundamenta as decisões em duas regras da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o trânsito, em uma audiência pública sobre o uso da cadeirinha e em três sentenças judiciais. O Contran é o órgão máximo que decide sobre o Código Brasileiro de Trânsito. O Conselho é formado por representantes de nove ministérios e da Agência Nacional de Transportes Terrestres.
cotidiano
Cadeirinha em van escolar deixa de ser obrigatória devido a 'baixa oferta'O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) suspendeu, nesta quinta-feira (1º), o uso obrigatório de cadeirinha para crianças de até sete anos e meio nos transportes escolares. A decisão, anunciada no "Diário Oficial" da União, considera a "baixa oferta no mercado" do equipamento. A cadeirinha era exigida nos veículos desde julho do ano passado. Segundo o Contran, a suspensão dura até que sejam fabricados transportes escolares com cintos de segurança e moldes adequados para fixar o acessório de crianças e haja mais equipamentos à venda no mercado. O Conselho disse, na suspensão, que não há dispositivos suficientes sendo vendidos para atender à quantidade de veículos escolares em circulação. Afirmou que há "dificuldades técnicas, econômicas e sociais para a adaptação dos veículos escolares" à exigência do equipamento. O Contran também declarou que são necessários mais estudos para avaliar a eficiência da adaptação ao uso da cadeirinha em veículos mais antigos. No "Diário Oficial", o Conselho ainda afirmou que fundamenta as decisões em duas regras da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o trânsito, em uma audiência pública sobre o uso da cadeirinha e em três sentenças judiciais. O Contran é o órgão máximo que decide sobre o Código Brasileiro de Trânsito. O Conselho é formado por representantes de nove ministérios e da Agência Nacional de Transportes Terrestres.
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Compartilhamento de carros deve deixar estradas mais cheias
Um "boom" no compartilhamento de veículos pode reduzir o número de carros nas estradas europeias em 80 milhões até 2030, prevê estudo publicado recentemente. Ainda assim, as estradas ficariam mais cheias, apesar da queda de 280 milhões a 200 milhões de veículos, estima a consultoria PwC, já que os compartilhados serão usados com frequência muito maior que os particulares. "Em alguns anos, o padrão atual de a maioria das pessoas dirigir seu próprio carro vai ser apenas mais um conceito de mobilidade entre tantos outros", diz o especialista automobilístico da PwC, Christoph Stuermer. Os especialistas acreditam que até um em cada três quilômetros viajados podem ter alguma forma de compartilhamento de carros, prevendo que os serviços vão ficar tão acessíveis nas rodovias quanto nas cidades. O aumento do número de elétricos e autônomos encorajará pessoas a experimentar compartilhamento, espera a PwC. E os autônomos vão fazer alguns trajetos sem nenhuma pessoa a bordo, para pegar passageiros, por exemplo. Veículos compartilhados circulam 58 mil quilômetros ao ano, diz o estudo, o equivalente a um táxi, contra 13,2 mil quilômetros de um carro particular. Isso significa que compartilhados serão substituídos mais rapidamente, a cada 3,9 anos, em vez dos 17,3 anos atuais. A rotatividade mais alta da frota pode disparar o número de novos carros registrados na Europa em 33% até 2030, a 24 milhões unidades. "Fabricantes e fornecedores vão enfrentar decisões críticas nos próximos anos", alertou Stuermer, já que serão forçados a investir nas novas fábricas e em pesquisa e desenvolvimento, mesmo se as margens de lucro caírem e novos concorrentes surgirem. No Brasil, o compartilhamento ainda engatinha. Em São Paulo, um projeto inclui carros elétricos na frota. O LDS Group espalhou veículos por várias áreas na cidade. O usuário encontra o carro no local mais próximo de onde estiver e devolve idem. Não há pontos determinados, e sim áreas (dentro de um bairro, um quarteirão).
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Compartilhamento de carros deve deixar estradas mais cheiasUm "boom" no compartilhamento de veículos pode reduzir o número de carros nas estradas europeias em 80 milhões até 2030, prevê estudo publicado recentemente. Ainda assim, as estradas ficariam mais cheias, apesar da queda de 280 milhões a 200 milhões de veículos, estima a consultoria PwC, já que os compartilhados serão usados com frequência muito maior que os particulares. "Em alguns anos, o padrão atual de a maioria das pessoas dirigir seu próprio carro vai ser apenas mais um conceito de mobilidade entre tantos outros", diz o especialista automobilístico da PwC, Christoph Stuermer. Os especialistas acreditam que até um em cada três quilômetros viajados podem ter alguma forma de compartilhamento de carros, prevendo que os serviços vão ficar tão acessíveis nas rodovias quanto nas cidades. O aumento do número de elétricos e autônomos encorajará pessoas a experimentar compartilhamento, espera a PwC. E os autônomos vão fazer alguns trajetos sem nenhuma pessoa a bordo, para pegar passageiros, por exemplo. Veículos compartilhados circulam 58 mil quilômetros ao ano, diz o estudo, o equivalente a um táxi, contra 13,2 mil quilômetros de um carro particular. Isso significa que compartilhados serão substituídos mais rapidamente, a cada 3,9 anos, em vez dos 17,3 anos atuais. A rotatividade mais alta da frota pode disparar o número de novos carros registrados na Europa em 33% até 2030, a 24 milhões unidades. "Fabricantes e fornecedores vão enfrentar decisões críticas nos próximos anos", alertou Stuermer, já que serão forçados a investir nas novas fábricas e em pesquisa e desenvolvimento, mesmo se as margens de lucro caírem e novos concorrentes surgirem. No Brasil, o compartilhamento ainda engatinha. Em São Paulo, um projeto inclui carros elétricos na frota. O LDS Group espalhou veículos por várias áreas na cidade. O usuário encontra o carro no local mais próximo de onde estiver e devolve idem. Não há pontos determinados, e sim áreas (dentro de um bairro, um quarteirão).
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Projeto de lei antiterrorismo deve ser aprovado? Sim
CARLOS VELLOSO: UMA REALIDADE MUNDIAL A imprensa brasileira revela que órgãos incumbidos de reprimir ações terroristas reclamam da falta de instrumentos legais para levar a cabo a atividade repressora. Por outro lado, agências de inteligência descobriram a ocorrência de tentativas de cooptação de brasileiros e pelo menos dez jovens convertidos atuam na internet. E as redes sociais constituem importantes mecanismos de arregimentação de pessoas para os mais diversos fins. Assim, a inexistência de lei específica que tipifique, às inteiras, atos terroristas, impede investigações, por exemplo, no rastreamento de e-mails e de conversas nas redes sociais, tolhendo, de modo geral, a atuação dos órgãos estatais. É certo que se tem, no Brasil, a criminalização do terrorismo (lei nº 7.170/83 artigo 20). Mas não é menos certo que terrorismo é gênero de que condutas terroristas são espécies. Estas, sim, precisam ser claramente especificadas, tendo em vista o princípio da legalidade com o rigor que deve ser observado na tipificação do crime. Todavia, sempre que se fala na edição de lei, para o fim de conceituar e tipificar condutas terroristas, surgem clamores contrários, fundados no receio de que essa criminalização atinja movimentos e manifestações populares pacíficas. Não raro há os que alegam que somos um povo ordeiro e que não há ameaças contra o Brasil e a sua gente, não obstante o reconhecimento de que o terrorismo é uma realidade no mundo. Há terrorismo na Europa, na Ásia, na África, na América do Norte, especialmente nos Estados Unidos. Na Argentina ainda se discute a ação terrorista contra a entidade judaica Amia, em 1994, em Buenos Aires, que resultou em quase uma centena de mortes, tendo ocorrido, recentemente, o assassinato do promotor que investigava o atentado. Então, os que, ao argumento de que somos um país pacífico, simplesmente põem-se na linha do dito popular "deixa ficar como está para ver como é que fica", como ocorreu relativamente durante anos com a questão hídrica, ao argumento de que o Brasil teria água demais. De repente, o país descobre que está secando e que podemos não ter água nem para necessidades mínimas. Queira Deus que a negligência daqueles que, sob color de que não pairam ameaças contra os brasileiros, não acabe resultando na morte de inocentes. Ações terroristas objetivam provocar impactos matando não combatentes. Precisamos, sim, de uma legislação inteligente, racional, que defina e criminalize condutas terroristas. Movimentos sociais pacíficos, discursos, não obstantes contestadores, mas que se comportam na liberdade de expressão, manifestações populares que não causam danos ao patrimônio público e privado, evidentemente que não cabem no conceito de terrorismo. A Constituição Federal de 1988 repele expressamente o terrorismo, ao consagrar como princípio a ser observado nas relações internacionais, o repúdio a essa prática (artigo 4º, inciso VIII). Na tábua dos direitos fundamentais, o terrorismo é equiparado à tortura, ao tráfico de entorpecentes e drogas afins, que a lei deverá considerar como crime hediondo, inafiançável e insuscetível de graça ou anistia (artigo 5º, inciso XLIV). Quer-se não uma norma qualquer, mas lei, em sentido formal e material, que, traduzindo a vontade geral e aperfeiçoada pela jurisprudência, estabeleça democraticamente modos e meios de repressão ao terrorismo, um mal do século. CARLOS MÁRIO DA SILVA VELLOSO, 79, advogado, foi presidente do Supremo Tribunal Federal (1999-2001) e do Tribunal Superior Eleitoral (1994-96 e 2005). É professor emérito da UnB (Universidade de Brasília) e da PUC/Minas * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Projeto de lei antiterrorismo deve ser aprovado? SimCARLOS VELLOSO: UMA REALIDADE MUNDIAL A imprensa brasileira revela que órgãos incumbidos de reprimir ações terroristas reclamam da falta de instrumentos legais para levar a cabo a atividade repressora. Por outro lado, agências de inteligência descobriram a ocorrência de tentativas de cooptação de brasileiros e pelo menos dez jovens convertidos atuam na internet. E as redes sociais constituem importantes mecanismos de arregimentação de pessoas para os mais diversos fins. Assim, a inexistência de lei específica que tipifique, às inteiras, atos terroristas, impede investigações, por exemplo, no rastreamento de e-mails e de conversas nas redes sociais, tolhendo, de modo geral, a atuação dos órgãos estatais. É certo que se tem, no Brasil, a criminalização do terrorismo (lei nº 7.170/83 artigo 20). Mas não é menos certo que terrorismo é gênero de que condutas terroristas são espécies. Estas, sim, precisam ser claramente especificadas, tendo em vista o princípio da legalidade com o rigor que deve ser observado na tipificação do crime. Todavia, sempre que se fala na edição de lei, para o fim de conceituar e tipificar condutas terroristas, surgem clamores contrários, fundados no receio de que essa criminalização atinja movimentos e manifestações populares pacíficas. Não raro há os que alegam que somos um povo ordeiro e que não há ameaças contra o Brasil e a sua gente, não obstante o reconhecimento de que o terrorismo é uma realidade no mundo. Há terrorismo na Europa, na Ásia, na África, na América do Norte, especialmente nos Estados Unidos. Na Argentina ainda se discute a ação terrorista contra a entidade judaica Amia, em 1994, em Buenos Aires, que resultou em quase uma centena de mortes, tendo ocorrido, recentemente, o assassinato do promotor que investigava o atentado. Então, os que, ao argumento de que somos um país pacífico, simplesmente põem-se na linha do dito popular "deixa ficar como está para ver como é que fica", como ocorreu relativamente durante anos com a questão hídrica, ao argumento de que o Brasil teria água demais. De repente, o país descobre que está secando e que podemos não ter água nem para necessidades mínimas. Queira Deus que a negligência daqueles que, sob color de que não pairam ameaças contra os brasileiros, não acabe resultando na morte de inocentes. Ações terroristas objetivam provocar impactos matando não combatentes. Precisamos, sim, de uma legislação inteligente, racional, que defina e criminalize condutas terroristas. Movimentos sociais pacíficos, discursos, não obstantes contestadores, mas que se comportam na liberdade de expressão, manifestações populares que não causam danos ao patrimônio público e privado, evidentemente que não cabem no conceito de terrorismo. A Constituição Federal de 1988 repele expressamente o terrorismo, ao consagrar como princípio a ser observado nas relações internacionais, o repúdio a essa prática (artigo 4º, inciso VIII). Na tábua dos direitos fundamentais, o terrorismo é equiparado à tortura, ao tráfico de entorpecentes e drogas afins, que a lei deverá considerar como crime hediondo, inafiançável e insuscetível de graça ou anistia (artigo 5º, inciso XLIV). Quer-se não uma norma qualquer, mas lei, em sentido formal e material, que, traduzindo a vontade geral e aperfeiçoada pela jurisprudência, estabeleça democraticamente modos e meios de repressão ao terrorismo, um mal do século. CARLOS MÁRIO DA SILVA VELLOSO, 79, advogado, foi presidente do Supremo Tribunal Federal (1999-2001) e do Tribunal Superior Eleitoral (1994-96 e 2005). É professor emérito da UnB (Universidade de Brasília) e da PUC/Minas * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Eleitos se consideram acima da lei, diz leitor sobre recesso parlamentar
Instalada em Brasília, a corte brasileira, além de se considerar acima da lei, flerta com a divindade e a adoração ("Ócio inconstitucional", "Opinião", 22/7). Servidores públicos, em geral eleitos pelo povo, desdenham a interlocução de eleitores. Em vez de "do povo, para o povo", o lema se tornou "do povo para a divindade". Uma vez canonizados, nunca mais serão excomungados. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Eleitos se consideram acima da lei, diz leitor sobre recesso parlamentarInstalada em Brasília, a corte brasileira, além de se considerar acima da lei, flerta com a divindade e a adoração ("Ócio inconstitucional", "Opinião", 22/7). Servidores públicos, em geral eleitos pelo povo, desdenham a interlocução de eleitores. Em vez de "do povo, para o povo", o lema se tornou "do povo para a divindade". Uma vez canonizados, nunca mais serão excomungados. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Professor critica sede de poder do presidente da Câmara, Eduardo Cunha
Tenho refletido muito sobre as ideias políticas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o editorial Shopping parlamentar ("Opinião", 22/5) me pareceu muito certeiro e sensato. Entristeço-me enormemente ao ver que muitos parlamentares, em especial Cunha, têm uma sede de poder muito maior do que a vontade de construir um projeto claro e consistente de país. Enquanto pessoas assim ocuparem cargos de importância no cenário político, com poder para melhorar ou perpetuar nosso destino de desigualdades, minha esperança de melhorar o Brasil enfraquece. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Professor critica sede de poder do presidente da Câmara, Eduardo CunhaTenho refletido muito sobre as ideias políticas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o editorial Shopping parlamentar ("Opinião", 22/5) me pareceu muito certeiro e sensato. Entristeço-me enormemente ao ver que muitos parlamentares, em especial Cunha, têm uma sede de poder muito maior do que a vontade de construir um projeto claro e consistente de país. Enquanto pessoas assim ocuparem cargos de importância no cenário político, com poder para melhorar ou perpetuar nosso destino de desigualdades, minha esperança de melhorar o Brasil enfraquece. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Confira cinco locais para quem quer matar a saudade da Bahia em SP
FLÁVIA FARIA DE SÃO PAULO A redatora de "Cotidiano" Flávia Faria indica cinco bons lugares em São Paulo para quem não aguenta de saudades dos ritmos e delícias da Bahia * Canto da Ema A música é boa e ainda dá para levar aquele amigo que não sabe dançar para a aula que acontece antes de o forró começar Av. Brig. Faria Lima, 364, Pinheiros, tel. 3813-4708. 1 8 anos. Qua.: 20h30 às 2h. Qui.: 22h30 às 4h. Sex. e sáb.: 22h30 às 5h. Dom.: 19h às 24h. Ingr.: R$ 20 a R$ 35. * Tabuleiro do Acarajé Quando o nível de dendê no sangue começa a baixar, é para lá que corro. Acarajé em São Paulo geralmente é sinônimo de cilada, mas o de Fátima e Miri conquistou meu coração. O melhor pedacinho de baianidade em terras estrangeiras. R. Dr. Cesário Mota Jr., 611, Vila Buarque, centro, tel. 96534-3931. Seg. a qui.: 18h às 22h. Sáb.: 13h às 18h. * Frutos do Brasil Felicidade atende pelo nome de sorvete de cajá. Se juntar com tapioca, mangaba, cupuaçu e seriguela, então... Só não chamo de paraíso porque ainda não achei picolé de umbu. R. Áurea, 351, Vila Mariana, tel. 5084-8014. Seg. a qui. e dom.: 10h às 23h. Sex. e sáb.: 10h às 24h. Preço: R$ 6,90 (100 g). * Atelier dos bolos Fim de tarde com bolo de fubá com goiabada e um cafezinho. Melhor que isso só promoção de passagem para Salvador. R. Martim Francisco, 207, Santa Cecília, centro, tel. 3667-4394. Seg. a sex.: 8h30 às 19h. Sáb.: 8h30 às 17h. * Back to Bahia - A festa Nem só de axé vive a música baiana. Scambo, uma das bandas soteropolitanas de que mais gosto, fará show em São Paulo no próximo sábado (16). Jai Club. R. Vergueiro, 2.676, Vila Mariana, região sul, tel. 2387-7697. 18 anos. Sáb. (16): a partir das 23h. Ingr.: R$ 25 a R$ 40 p/ sympla.com.br.
saopaulo
Confira cinco locais para quem quer matar a saudade da Bahia em SPFLÁVIA FARIA DE SÃO PAULO A redatora de "Cotidiano" Flávia Faria indica cinco bons lugares em São Paulo para quem não aguenta de saudades dos ritmos e delícias da Bahia * Canto da Ema A música é boa e ainda dá para levar aquele amigo que não sabe dançar para a aula que acontece antes de o forró começar Av. Brig. Faria Lima, 364, Pinheiros, tel. 3813-4708. 1 8 anos. Qua.: 20h30 às 2h. Qui.: 22h30 às 4h. Sex. e sáb.: 22h30 às 5h. Dom.: 19h às 24h. Ingr.: R$ 20 a R$ 35. * Tabuleiro do Acarajé Quando o nível de dendê no sangue começa a baixar, é para lá que corro. Acarajé em São Paulo geralmente é sinônimo de cilada, mas o de Fátima e Miri conquistou meu coração. O melhor pedacinho de baianidade em terras estrangeiras. R. Dr. Cesário Mota Jr., 611, Vila Buarque, centro, tel. 96534-3931. Seg. a qui.: 18h às 22h. Sáb.: 13h às 18h. * Frutos do Brasil Felicidade atende pelo nome de sorvete de cajá. Se juntar com tapioca, mangaba, cupuaçu e seriguela, então... Só não chamo de paraíso porque ainda não achei picolé de umbu. R. Áurea, 351, Vila Mariana, tel. 5084-8014. Seg. a qui. e dom.: 10h às 23h. Sex. e sáb.: 10h às 24h. Preço: R$ 6,90 (100 g). * Atelier dos bolos Fim de tarde com bolo de fubá com goiabada e um cafezinho. Melhor que isso só promoção de passagem para Salvador. R. Martim Francisco, 207, Santa Cecília, centro, tel. 3667-4394. Seg. a sex.: 8h30 às 19h. Sáb.: 8h30 às 17h. * Back to Bahia - A festa Nem só de axé vive a música baiana. Scambo, uma das bandas soteropolitanas de que mais gosto, fará show em São Paulo no próximo sábado (16). Jai Club. R. Vergueiro, 2.676, Vila Mariana, região sul, tel. 2387-7697. 18 anos. Sáb. (16): a partir das 23h. Ingr.: R$ 25 a R$ 40 p/ sympla.com.br.
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Plano Diretor deve afastar novos prédios do miolo da Vila Madalena
NAIEF HADDAD DE SÃO PAULO Não se pode avaliar o movimento de verticalização da Vila Madalena sem considerar a construtora Idea!Zarvos. Em mais de duas décadas de existência, a empresa já ergueu no bairro da zona oeste paulistana 17 prédios, residenciais ou comerciais. Além desses, há dois edifícios em construção e dois empreendimentos ainda em fase de planejamento. Nesses últimos anos, nenhuma outra construtora deixou sua marca no bairro de modo tão evidente como a Idea!Zarvos. Não só pelo expressivo número de novos prédios, mas também pela aposta em projetos contemporâneos de arquitetos como Isay Weinfeld e escritórios como Andrade Morettin. É justamente Otavio Zarvos, sócio-fundador da Idea!Zarvos, quem prevê um freio na verticalização da Vila Madalena, ao menos no seu núcleo central. "O novo Plano Diretor da cidade ajuda a preservar o miolo do bairro, onde estão ruas como Fidalga e Harmonia. Será difícil viabilizar novos prédios nesses trechos", explica o empresário. De acordo com Zarvos, a tendência é que o mercado imobiliário se volte cada vez mais para as bordas do bairro, onde estão, por exemplo, as ruas que circundam a estação de metrô Vila Madalena, da linha 2-verde. Esteja ou não em declínio, a verticalização é um tema que preocupa quem vive ou trabalha na Vila. Não existem ações organizadas para impedir a construção de prédios em um bairro onde as casas ainda prevalecem, mas as manifestações individuais registradas pela reportagem demonstram receio quanto ao futuro da paisagem concreta da região. "Com os novos prédios, são mais moradores no bairro e, como consequência, mais carros. A Vila Madalena, que tem ruas estreitas e muitos declives, pode não suportar. A verticalização não é ilegal, mas pode ser ruim", afirma Cassio Calazans, presidente da Savima (Sociedade de Amigos da Vila Madalena). A consultora de organizações da sociedade civil Ana Wilheim, que mora no bairro há mais de três décadas, preocupa-se com a "identidade do bairro, expressa pelas casinhas". "Não dá pra dizer que o charme da Vila Madalena vem dos prédios da Idea!Zarvos", opina ela. Como é de se esperar, Zarvos expõe mais otimismo. "Houve um período no qual o bairro corria o risco de virar um 'departamento de bares', o que seria uma confusão total. A partir do momento em que começamos a construir e também outras formas de comércio surgiram e se fortaleceram, a Vila Madalena passou a ter mais vitalidade."
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Plano Diretor deve afastar novos prédios do miolo da Vila MadalenaNAIEF HADDAD DE SÃO PAULO Não se pode avaliar o movimento de verticalização da Vila Madalena sem considerar a construtora Idea!Zarvos. Em mais de duas décadas de existência, a empresa já ergueu no bairro da zona oeste paulistana 17 prédios, residenciais ou comerciais. Além desses, há dois edifícios em construção e dois empreendimentos ainda em fase de planejamento. Nesses últimos anos, nenhuma outra construtora deixou sua marca no bairro de modo tão evidente como a Idea!Zarvos. Não só pelo expressivo número de novos prédios, mas também pela aposta em projetos contemporâneos de arquitetos como Isay Weinfeld e escritórios como Andrade Morettin. É justamente Otavio Zarvos, sócio-fundador da Idea!Zarvos, quem prevê um freio na verticalização da Vila Madalena, ao menos no seu núcleo central. "O novo Plano Diretor da cidade ajuda a preservar o miolo do bairro, onde estão ruas como Fidalga e Harmonia. Será difícil viabilizar novos prédios nesses trechos", explica o empresário. De acordo com Zarvos, a tendência é que o mercado imobiliário se volte cada vez mais para as bordas do bairro, onde estão, por exemplo, as ruas que circundam a estação de metrô Vila Madalena, da linha 2-verde. Esteja ou não em declínio, a verticalização é um tema que preocupa quem vive ou trabalha na Vila. Não existem ações organizadas para impedir a construção de prédios em um bairro onde as casas ainda prevalecem, mas as manifestações individuais registradas pela reportagem demonstram receio quanto ao futuro da paisagem concreta da região. "Com os novos prédios, são mais moradores no bairro e, como consequência, mais carros. A Vila Madalena, que tem ruas estreitas e muitos declives, pode não suportar. A verticalização não é ilegal, mas pode ser ruim", afirma Cassio Calazans, presidente da Savima (Sociedade de Amigos da Vila Madalena). A consultora de organizações da sociedade civil Ana Wilheim, que mora no bairro há mais de três décadas, preocupa-se com a "identidade do bairro, expressa pelas casinhas". "Não dá pra dizer que o charme da Vila Madalena vem dos prédios da Idea!Zarvos", opina ela. Como é de se esperar, Zarvos expõe mais otimismo. "Houve um período no qual o bairro corria o risco de virar um 'departamento de bares', o que seria uma confusão total. A partir do momento em que começamos a construir e também outras formas de comércio surgiram e se fortaleceram, a Vila Madalena passou a ter mais vitalidade."
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Nizan Guanaes fez belo apanhado sobre a musa Bethânia, diz leitor
Gosto muito de ler as colunas de Nizan Guanaes: são interessantes e abrangentes. Usando a escola de samba Mangueira, a verde e rosa, Nizan fez belo apanhado sobre a musa Maria Bethânia (Minha Escola, Minha Vida ). Falou sobre as decepções e, ao mesmo tempo, sobre essa confiança de brasileiro, essa esperança que impede de "jogar a toalha" e ir para Miami. Parabéns, Nizan, e parabéns, Folha, por contar com esse publicitário de sucesso. ANA TEREZA PAMPLONA CALLEJA (São Paulo, SP) * * Tenho mania de ler as crônicas começando pelo último parágrafo. Desta fez não foi diferente. A emoção veio chegando de mansinho e não contive as lágrimas, na última linha. Comecei então o texto pelo começo e me encantei mais uma vez com esta alma baiana, que apesar de nossas mazelas consegue preencher todos os espaços dos nossos corações com a alegria de sermos brasileiros. E a esperança de podermos fazer sempre melhor hoje. Valei-me, Nizan Guanaes! CECILIA APOSTOLOPOULOS (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Nizan Guanaes fez belo apanhado sobre a musa Bethânia, diz leitorGosto muito de ler as colunas de Nizan Guanaes: são interessantes e abrangentes. Usando a escola de samba Mangueira, a verde e rosa, Nizan fez belo apanhado sobre a musa Maria Bethânia (Minha Escola, Minha Vida ). Falou sobre as decepções e, ao mesmo tempo, sobre essa confiança de brasileiro, essa esperança que impede de "jogar a toalha" e ir para Miami. Parabéns, Nizan, e parabéns, Folha, por contar com esse publicitário de sucesso. ANA TEREZA PAMPLONA CALLEJA (São Paulo, SP) * * Tenho mania de ler as crônicas começando pelo último parágrafo. Desta fez não foi diferente. A emoção veio chegando de mansinho e não contive as lágrimas, na última linha. Comecei então o texto pelo começo e me encantei mais uma vez com esta alma baiana, que apesar de nossas mazelas consegue preencher todos os espaços dos nossos corações com a alegria de sermos brasileiros. E a esperança de podermos fazer sempre melhor hoje. Valei-me, Nizan Guanaes! CECILIA APOSTOLOPOULOS (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Lideranças políticas são esses jovens ocupando escolas, diz Odair José
Para o cantor Odair José, o futuro político do país depende dos jovens. "Para mim, liderança política são esses jovens que estão ocupando escolas. Esses caras que estão indo para a rua reivindicar as coisas", diz o cantor. Convidado desta semana do "Pensando Alto", programa da "TV Folha" que traz conversas com personalidades sobre a subjetividade do dia a dia, Odair também fala sobre casamento, conservadorismo e abuso de drogas na juventude. "Eu sou uma pessoa de excessos, eu não sei beber uma dose. Por isso parei", diz.
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Lideranças políticas são esses jovens ocupando escolas, diz Odair JoséPara o cantor Odair José, o futuro político do país depende dos jovens. "Para mim, liderança política são esses jovens que estão ocupando escolas. Esses caras que estão indo para a rua reivindicar as coisas", diz o cantor. Convidado desta semana do "Pensando Alto", programa da "TV Folha" que traz conversas com personalidades sobre a subjetividade do dia a dia, Odair também fala sobre casamento, conservadorismo e abuso de drogas na juventude. "Eu sou uma pessoa de excessos, eu não sei beber uma dose. Por isso parei", diz.
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Populismo latino-americano incita o ódio, afirma ativista guatemalteca
Neta e filha de cubanos exilados da ilha pelo regime castrista, a jovem Gloria Álvarez, 30, vem entoando um discurso contra o populismo em diferentes países da América Latina. Na semana passada, ela esteve no Brasil. Membro do Movimento Cívico Nacional da Guatemala, Gloria ficou conhecida após um de seus discursos parar na internet, com mais de 1 milhão de visualizações. Nele, ela afirma que os políticos populistas gostam tanto dos pobres que os multiplicam para se manter no poder. A seguir, alguns pontos da entrevista. * Populismo O populismo a que nos referimos no Movimento Cívico Nacional é um destruidor dos princípios da república que surgiu depois da queda do Muro de Berlim. Sem o apoio logístico e financeiro da União Soviética, a esquerda socialista latino-americana se viu impossibilitada de continuar lutando por poder político por meio da força. Diante dessa encruzilhada, esses grupos se organizaram no Foro de São Paulo. Ali se esquematizou uma agenda que, 20 anos depois, estamos vendo ser imposta, em maior ou menor medida, nos países que adotaram essa forma de governo. Fracasso da direita A direita tradicional latino-americana também se reorganizou. Nos anos 90, governantes viajaram a Washington para organizar um novo modelo econômico que permitiria o triunfo do capitalismo. Eles se comprometeram em liberalizar as economias, permitir a competitividade e abrir seus mercados. Mas não liberalizaram nada. O que fizeram foi vender as empresas estatais a amigos. Eles se enriqueceram privatizando e enriqueceram seus companheiros. Não houve livre mercado e competição; houve monopólios privados. No imaginário das pessoas, o capitalismo fracassou. Mas ninguém se deu conta de que nunca foi implementado. Essa foi a bandeira de Hugo Chávez: o fracasso do capitalismo exigia que o povo chegasse ao poder. E, mais uma vez, uma região acostumada a caudilhos e ditadores se deixou seduzir por um discurso populista que incita o ódio na sociedade. Hoje, a direita fracassada e corrupta também usa mecanismos populistas em sua campanha. Populismo no Brasil Programas sociais, como o Bolsa Família, estão despertando insatisfação entre muitas pessoas, que estão se dando conta de que, em vez de eliminar a pobreza, agregam mais pessoas a esse grupo. A corrupção na Petrobras está despertando a ira de eleitores que se sentem enganados. O Brasil sofre as consequências de um discurso populista que dividiu a população. Tecnologia antipopulismo Quando se percebe que os governos não estão interessados em educar as pessoas, então chegou o momento de nos informarmos por nossa conta. A tecnologia é uma ferramenta que os líderes do passado não tinham e nunca esteve tão a serviço do empoderamento do indivíduo. Na Guatemala, smartphones estão chegando a lugares onde não há sequer água potável. Oferta e demanda na política Neste ano haverá eleições na Guatemala, e houve especulações de que eu tentaria um cargo político, mas não estou me lançando a nada. Principalmente porque a política na Guatemala está muito suja, corrupta. Acredito que tenho mais chance de fazer alguma coisa despertando a consciência das pessoas. É um tanto utópico pensar que uma pessoa sozinha na política poderá mudar as coisas. A política obedece à lei da oferta e da demanda. Os políticos são a oferta e, se a demanda não exigir uma melhor qualidade, então os políticos continuarão sendo medíocres. Cuba Meus avós fugiram de Cuba em 1959, e meu avô ajudou muitos cubanos a deixarem a ilha. Minha tia-avó, Celia Torriente, aderiu ao castrismo. Ela se suicidou em 1994, quando se deu conta de que o regime que apoiava não se transformou no que prometera. Meu pai também é cubano, foi para a Guatemala quando tinha 13 anos e, como todo cubano, se interessa por política, mas é administrador de empresas. Tudo não vai mudar de imediato, os regimes comunistas vão se abrandando à medida que seu líder sucumbe.
mundo
Populismo latino-americano incita o ódio, afirma ativista guatemaltecaNeta e filha de cubanos exilados da ilha pelo regime castrista, a jovem Gloria Álvarez, 30, vem entoando um discurso contra o populismo em diferentes países da América Latina. Na semana passada, ela esteve no Brasil. Membro do Movimento Cívico Nacional da Guatemala, Gloria ficou conhecida após um de seus discursos parar na internet, com mais de 1 milhão de visualizações. Nele, ela afirma que os políticos populistas gostam tanto dos pobres que os multiplicam para se manter no poder. A seguir, alguns pontos da entrevista. * Populismo O populismo a que nos referimos no Movimento Cívico Nacional é um destruidor dos princípios da república que surgiu depois da queda do Muro de Berlim. Sem o apoio logístico e financeiro da União Soviética, a esquerda socialista latino-americana se viu impossibilitada de continuar lutando por poder político por meio da força. Diante dessa encruzilhada, esses grupos se organizaram no Foro de São Paulo. Ali se esquematizou uma agenda que, 20 anos depois, estamos vendo ser imposta, em maior ou menor medida, nos países que adotaram essa forma de governo. Fracasso da direita A direita tradicional latino-americana também se reorganizou. Nos anos 90, governantes viajaram a Washington para organizar um novo modelo econômico que permitiria o triunfo do capitalismo. Eles se comprometeram em liberalizar as economias, permitir a competitividade e abrir seus mercados. Mas não liberalizaram nada. O que fizeram foi vender as empresas estatais a amigos. Eles se enriqueceram privatizando e enriqueceram seus companheiros. Não houve livre mercado e competição; houve monopólios privados. No imaginário das pessoas, o capitalismo fracassou. Mas ninguém se deu conta de que nunca foi implementado. Essa foi a bandeira de Hugo Chávez: o fracasso do capitalismo exigia que o povo chegasse ao poder. E, mais uma vez, uma região acostumada a caudilhos e ditadores se deixou seduzir por um discurso populista que incita o ódio na sociedade. Hoje, a direita fracassada e corrupta também usa mecanismos populistas em sua campanha. Populismo no Brasil Programas sociais, como o Bolsa Família, estão despertando insatisfação entre muitas pessoas, que estão se dando conta de que, em vez de eliminar a pobreza, agregam mais pessoas a esse grupo. A corrupção na Petrobras está despertando a ira de eleitores que se sentem enganados. O Brasil sofre as consequências de um discurso populista que dividiu a população. Tecnologia antipopulismo Quando se percebe que os governos não estão interessados em educar as pessoas, então chegou o momento de nos informarmos por nossa conta. A tecnologia é uma ferramenta que os líderes do passado não tinham e nunca esteve tão a serviço do empoderamento do indivíduo. Na Guatemala, smartphones estão chegando a lugares onde não há sequer água potável. Oferta e demanda na política Neste ano haverá eleições na Guatemala, e houve especulações de que eu tentaria um cargo político, mas não estou me lançando a nada. Principalmente porque a política na Guatemala está muito suja, corrupta. Acredito que tenho mais chance de fazer alguma coisa despertando a consciência das pessoas. É um tanto utópico pensar que uma pessoa sozinha na política poderá mudar as coisas. A política obedece à lei da oferta e da demanda. Os políticos são a oferta e, se a demanda não exigir uma melhor qualidade, então os políticos continuarão sendo medíocres. Cuba Meus avós fugiram de Cuba em 1959, e meu avô ajudou muitos cubanos a deixarem a ilha. Minha tia-avó, Celia Torriente, aderiu ao castrismo. Ela se suicidou em 1994, quando se deu conta de que o regime que apoiava não se transformou no que prometera. Meu pai também é cubano, foi para a Guatemala quando tinha 13 anos e, como todo cubano, se interessa por política, mas é administrador de empresas. Tudo não vai mudar de imediato, os regimes comunistas vão se abrandando à medida que seu líder sucumbe.
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Com um gol de Neymar, Barça bate a Juventus e ganha a Liga dos Campeões
Com um gol nos acréscimos da partida do brasileiro Neymar, o Barcelona derrotou a Juventus por 3 a 1 na tarde deste sábado (06), em Berlim, na Alemanha, e se sagrou campeão da Liga dos Campeões. Com a conquista, o time catalão alcançou o seu quinto título na história da competição europeia, depois dos troféus de 1992, 2006, 2009 e 2011. Assim, a equipe espanhola se juntou a Liverpool e Bayern Munique no ranking dos principais campeões do torneio, ficando atrás apenas do Milan, com sete, e Real Madrid, com dez. Um gol de Rakitic logo nos primeiros minutos do jogo deu a impressão que o Barcelona venceria a decisão com facilidade. Mesmo com o domínio espanhol no primeiro tempo, a Juventus voltou melhor dos vestiários e empatou com Morata. E, quando a equipe italiana era melhor na partida e buscava a virada no placar, Suárez aproveitou rebote do goleiro Buffon após chute de Messi e fez 2 a 1. Os gritos "Barça, Barça" silenciaram de vez os ecos de "Juve, Juve" do outro lado da arquibancada. Depois, Neymar chegou a marcar o terceiro gol do time catalão, mas o árbitro alegou mão do brasileiro na jogada e anulou o lance. Mas, nos acréscimos, o camisa 11 selou a vitória catalã. Resultado que também assegurou a tríplice coroa do Barcelona na temporada, depois dos títulos do Campeonato Espanhol e da Copa do Rei. A FINAL Um gol do Barcelona logo aos três minutos colocou em xeque todo o poderio do sistema defensivo da Juventus, até então o menos vazado da competição. Após bela troca de passes pelo lado esquerdo, Neymar tocou para Iniesta dentro da grande área. O camisa 8 serviu Rakitic, sem marcação, chutar com o gol aberto para abrir o placar na grande final. Mesmo após a vantagem na partida, a pressão do time catalão continuou em campo. Com uma posse de bola que, às vezes, beirou os 80%, a equipe espanhola impôs seu jogo com boas trocas de passes e, se não fosse o goleiro Buffon, poderia ter ido para os vestiários com um marcador mais amplo. O goleiro italiano, por exemplo, evitou gol certo de Daniel Alves em bela defesa aos 12min. Depois, aos 40min, Buffon espalmou chute perigoso de Suárez já dentro da área. Recuada, a Juventus só conseguiu ameaçar o goleiro Ter Stegen quando roubou a bola ainda no campo de ataque e encontrou a defesa adversária desorganizada. Só assim Morata e Marchisio conseguiram finalizar com perigo, mas sem sucesso. Porém, logo no começo da etapa final, esta estratégia acabou resultando no gol de empate da equipe italiana. Aos 9min, após forte marcação pressão na saída de bola do Barcelona, Lichtsteiner cruzou para Tévez, que girou sobre a marcação e chutou forte para boa defesa parcial de Ter Stegen. No rebote, Morata, sozinho, só teve o trabalho de chutar a bola para o gol vazio e empatar o jogo. O tento animou o time italiano, que se aproveitou do único momento instável do Barcelona no jogo e, por pouco, não conseguiu a virada. E quando a Juventus era melhor no confronto, a equipe espanhola chegou ao gol do título. Aos 23min, após rápido contra-ataque, Messi carregou a bola desde o meio de campo, fintou a marcação e chutou cruzado para bela defesa do goleiro Buffon. No entanto, Suárez pegou o rebote e chutou no alto para colocar o Barcelona novamente em vantagem no placar. Minutos depois, Neymar chegou a marcar, de cabeça, o terceiro gol dos espanhóis após cruzamento de Jordi Alba. Porém, no meio do caminho, a bola bateu na mão do atacante brasileiro e o árbitro anulou a jogada. No fim, a Juventus colocou Llorente e Coman e pressionou o Barcelona até o apito final. Mas somente Marchisio, em chute de fora da área, exigiu defesa do goleiro Ter Stegen. Nos acréscimos, Neymar recebeu passe de Pedro e selou os 3 a 1 em chute cruzado já dentro da área. "NEYMAR, NEYMAR" Na véspera do jogo, Neymar dissera em Berlim que sonhava desde menino com um gol numa final de Liga dos Campeões. Mas provavelmente ele mesmo nunca sonhou com esse roteiro: o último gol, nos acréscimos, encerrando a partida com o locutor do estádio gritando "Neymar, Neymar". Se o jogo de Berlim era o mais crucial da vida do brasileiro, como o próprio dissera na sexta (5), o troféu de fato é o mais importante de sua carreira de jogador. À altura do status de Neymar, Ronaldinho Gaúcho e Kaká ganharam o torneio europeu, mas não tão cedo. Três vezes melhor do mundo, Ronaldo Fenômeno nunca conquistou o troféu. A conquista da Liga dos Campeões fecha uma temporada indiscutível para o brasileiro: 39 gols, titular absoluto, títulos da liga espanhola e da espanhola. Agora, Neymar pode ganhar no fim do ano o Mundial de Clubes que perdeu em 2011 para o mesmo Barcelona quando ainda atuava pelo Santos. Naquele jogo, após a goleada de 4 a 0 sofrida para o time espanhol, ele afirmou que a equipe santista havia recebido uma "aula de futebol". No jogo em Berlim, o Barça deu uma aula novamente, agora para os italianos da Juventus, de Tévez, Morata e Buffon.
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Com um gol de Neymar, Barça bate a Juventus e ganha a Liga dos CampeõesCom um gol nos acréscimos da partida do brasileiro Neymar, o Barcelona derrotou a Juventus por 3 a 1 na tarde deste sábado (06), em Berlim, na Alemanha, e se sagrou campeão da Liga dos Campeões. Com a conquista, o time catalão alcançou o seu quinto título na história da competição europeia, depois dos troféus de 1992, 2006, 2009 e 2011. Assim, a equipe espanhola se juntou a Liverpool e Bayern Munique no ranking dos principais campeões do torneio, ficando atrás apenas do Milan, com sete, e Real Madrid, com dez. Um gol de Rakitic logo nos primeiros minutos do jogo deu a impressão que o Barcelona venceria a decisão com facilidade. Mesmo com o domínio espanhol no primeiro tempo, a Juventus voltou melhor dos vestiários e empatou com Morata. E, quando a equipe italiana era melhor na partida e buscava a virada no placar, Suárez aproveitou rebote do goleiro Buffon após chute de Messi e fez 2 a 1. Os gritos "Barça, Barça" silenciaram de vez os ecos de "Juve, Juve" do outro lado da arquibancada. Depois, Neymar chegou a marcar o terceiro gol do time catalão, mas o árbitro alegou mão do brasileiro na jogada e anulou o lance. Mas, nos acréscimos, o camisa 11 selou a vitória catalã. Resultado que também assegurou a tríplice coroa do Barcelona na temporada, depois dos títulos do Campeonato Espanhol e da Copa do Rei. A FINAL Um gol do Barcelona logo aos três minutos colocou em xeque todo o poderio do sistema defensivo da Juventus, até então o menos vazado da competição. Após bela troca de passes pelo lado esquerdo, Neymar tocou para Iniesta dentro da grande área. O camisa 8 serviu Rakitic, sem marcação, chutar com o gol aberto para abrir o placar na grande final. Mesmo após a vantagem na partida, a pressão do time catalão continuou em campo. Com uma posse de bola que, às vezes, beirou os 80%, a equipe espanhola impôs seu jogo com boas trocas de passes e, se não fosse o goleiro Buffon, poderia ter ido para os vestiários com um marcador mais amplo. O goleiro italiano, por exemplo, evitou gol certo de Daniel Alves em bela defesa aos 12min. Depois, aos 40min, Buffon espalmou chute perigoso de Suárez já dentro da área. Recuada, a Juventus só conseguiu ameaçar o goleiro Ter Stegen quando roubou a bola ainda no campo de ataque e encontrou a defesa adversária desorganizada. Só assim Morata e Marchisio conseguiram finalizar com perigo, mas sem sucesso. Porém, logo no começo da etapa final, esta estratégia acabou resultando no gol de empate da equipe italiana. Aos 9min, após forte marcação pressão na saída de bola do Barcelona, Lichtsteiner cruzou para Tévez, que girou sobre a marcação e chutou forte para boa defesa parcial de Ter Stegen. No rebote, Morata, sozinho, só teve o trabalho de chutar a bola para o gol vazio e empatar o jogo. O tento animou o time italiano, que se aproveitou do único momento instável do Barcelona no jogo e, por pouco, não conseguiu a virada. E quando a Juventus era melhor no confronto, a equipe espanhola chegou ao gol do título. Aos 23min, após rápido contra-ataque, Messi carregou a bola desde o meio de campo, fintou a marcação e chutou cruzado para bela defesa do goleiro Buffon. No entanto, Suárez pegou o rebote e chutou no alto para colocar o Barcelona novamente em vantagem no placar. Minutos depois, Neymar chegou a marcar, de cabeça, o terceiro gol dos espanhóis após cruzamento de Jordi Alba. Porém, no meio do caminho, a bola bateu na mão do atacante brasileiro e o árbitro anulou a jogada. No fim, a Juventus colocou Llorente e Coman e pressionou o Barcelona até o apito final. Mas somente Marchisio, em chute de fora da área, exigiu defesa do goleiro Ter Stegen. Nos acréscimos, Neymar recebeu passe de Pedro e selou os 3 a 1 em chute cruzado já dentro da área. "NEYMAR, NEYMAR" Na véspera do jogo, Neymar dissera em Berlim que sonhava desde menino com um gol numa final de Liga dos Campeões. Mas provavelmente ele mesmo nunca sonhou com esse roteiro: o último gol, nos acréscimos, encerrando a partida com o locutor do estádio gritando "Neymar, Neymar". Se o jogo de Berlim era o mais crucial da vida do brasileiro, como o próprio dissera na sexta (5), o troféu de fato é o mais importante de sua carreira de jogador. À altura do status de Neymar, Ronaldinho Gaúcho e Kaká ganharam o torneio europeu, mas não tão cedo. Três vezes melhor do mundo, Ronaldo Fenômeno nunca conquistou o troféu. A conquista da Liga dos Campeões fecha uma temporada indiscutível para o brasileiro: 39 gols, titular absoluto, títulos da liga espanhola e da espanhola. Agora, Neymar pode ganhar no fim do ano o Mundial de Clubes que perdeu em 2011 para o mesmo Barcelona quando ainda atuava pelo Santos. Naquele jogo, após a goleada de 4 a 0 sofrida para o time espanhol, ele afirmou que a equipe santista havia recebido uma "aula de futebol". No jogo em Berlim, o Barça deu uma aula novamente, agora para os italianos da Juventus, de Tévez, Morata e Buffon.
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Ferrer derruba algoz de Feijão e está na final do Aberto do Rio
O espanhol David Ferrer contou com apoio da torcida para vencer o austríaco Andreas Haider-Maurer neste sábado (21) e garantir presença na final do Aberto do Rio. O placar de 2 sets a 0 - com parciais de 7-5 e 6-1 - colocou o número 9 do mundo na final do ATP 500 carioca. Sob forte calor, mas já sem ser castigado pelo sol no final da tarde, Ferrer derrubou o algoz de João Souza, o Feijão. Sem surpresas nesta edição do torneio, Ferrer bateu o 74º do mundo para se garantir na decisão. Ele espera pelo vencedor da partida entre Rafael Nadal e Fabio Fognini. Em 2014, o espanhol havia caído na semifinal diante do ucraniano Alexandr Dolgopolov. Empolgado pela vitória sobre Feijão na sexta-feira, Haider-Maurer teve bom início na semi contra Ferrer. Conseguiu quebras sobre o adversário, mas falhou em seus serviços em um primeiro set marcado por erros. Os dois tenistas perderam três serviços cada até o placar ficar em 5-5, com direito a erros capitais do espanhol quando tentava fechar a parcial com 5-4 a favor. Apesar dos problemas e após cerca de 1h de jogo, o número 9 do mundo mostrou força para seguir firme no saque do austríaco, conseguir nova quebra e escapar do tie-break com 7-5. Em vantagem, Ferrer aproveitou para crescer em quadra e sufocar ainda mais o adversário no segundo set. Haider-Maurer parou e, em pouco tempo, já amargava 5-1 contra após ter o serviço quebrado em duas oportunidades. Firme novamente no saque do austríaco, Ferrer conseguiu fechar o jogo logo na sequência com 6-1 em pouco mais de 30min.
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Ferrer derruba algoz de Feijão e está na final do Aberto do RioO espanhol David Ferrer contou com apoio da torcida para vencer o austríaco Andreas Haider-Maurer neste sábado (21) e garantir presença na final do Aberto do Rio. O placar de 2 sets a 0 - com parciais de 7-5 e 6-1 - colocou o número 9 do mundo na final do ATP 500 carioca. Sob forte calor, mas já sem ser castigado pelo sol no final da tarde, Ferrer derrubou o algoz de João Souza, o Feijão. Sem surpresas nesta edição do torneio, Ferrer bateu o 74º do mundo para se garantir na decisão. Ele espera pelo vencedor da partida entre Rafael Nadal e Fabio Fognini. Em 2014, o espanhol havia caído na semifinal diante do ucraniano Alexandr Dolgopolov. Empolgado pela vitória sobre Feijão na sexta-feira, Haider-Maurer teve bom início na semi contra Ferrer. Conseguiu quebras sobre o adversário, mas falhou em seus serviços em um primeiro set marcado por erros. Os dois tenistas perderam três serviços cada até o placar ficar em 5-5, com direito a erros capitais do espanhol quando tentava fechar a parcial com 5-4 a favor. Apesar dos problemas e após cerca de 1h de jogo, o número 9 do mundo mostrou força para seguir firme no saque do austríaco, conseguir nova quebra e escapar do tie-break com 7-5. Em vantagem, Ferrer aproveitou para crescer em quadra e sufocar ainda mais o adversário no segundo set. Haider-Maurer parou e, em pouco tempo, já amargava 5-1 contra após ter o serviço quebrado em duas oportunidades. Firme novamente no saque do austríaco, Ferrer conseguiu fechar o jogo logo na sequência com 6-1 em pouco mais de 30min.
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O animal que consegue sobreviver sem oxigênio
Em 2010, parecia que os livros de biologia teriam que ser reescritos. No fundo do Mar Mediterrâneo, em um dos ambientes mais extremos da Terra, um grupo de pesquisadores encontrou evidências de um animal que é capaz de viver toda a sua vida sem oxigênio. Nenhuma outra espécie animal entre o milhão de conhecidas consegue fazer isso. O oxigênio, em qualquer forma física, é considerado vital para a vida animal. Portanto, a existência dessas criaturas parece representar um furo nessa teoria, com implicações de grande repercussão para o entendimento da vida na Terra. Os pequenos animais mediterrâneos pertencem a um grupo chamado loriciferas, uma categoria de animais tão incomum que só foi descoberta na década de 1980. Os loriciferas têm o tamanho de uma ameba grande, não maior que um décimo de milímetro. Eles vivem em sedimentos lamacentos no fundo do mar. Porém, essa lama supostamente deveria conter algum oxigênio para permitir a respiração dos animais. A lama na Bacia Atalante no fundo do Mediterrâneo não tem. Durante uma década, Roberto Danovaro, da Universidade Politécnica de Marche (Itália), e seus colegas se arrastaram pelas profundidades da Atalante. Ela fica a 3,5 km abaixo da superfície, cerca de 200 km da costa oeste de Creta. A parte interna da Bacia é completamente destituída de oxigênio porque os depósitos antigos de sal enterrados abaixo do solo do mar foram dissolvidos no oceano, deixando a água ainda mais densa e salgada. A água densa não se mistura com o solo abaixo dela, geralmente rico em oxigênio, e fica presa em pedaços de solo marinho. A água livre de oxigênio está lá há mais de 50 mil anos. Pelo fato da lama no fundo da Bacia de Atalante ser completamente desprovida de oxigênio, os pesquisadores não esperavam encontrar "formas de vida evoluídas" –o que basicamente significa animais– vivendo lá. Mas eles encontraram até três novas espécies de loriciferas que aparentemente vivem na lama. E não é apenas com a ausência de oxigênio que esses criaturas precisam lidar. Loriciferas são cercados de sulfetos venenosos e vivem em uma água tão salgada que células normais secariam e virariam cascas. "Quando os vimos pela primeira vez não conseguimos acreditar", diz Danovaro. "Antes desse estudo, apenas duas espécies (de loriciferas) haviam sido descobertas no fundo do Mediterrâneo. Havia mais organismos em 10 centímetros de bacia anóxica do que no resto de todo o Mar Mediterrâneo!" Mas a maior surpresa foi o fato de que esses minúsculos animais conseguem viver completamente sem oxigênio. "Nós sabíamos que alguns animais, como as tênias, nematódeos parasitas, conseguem viver parte de suas vidas sem oxigênio, vivendo no intestino", diz Danovaro. "No entanto, elas não passam seu ciclo de vida inteiro assim. Nossa descoberta contesta todos os pensamentos e suposições sobre o metabolismo dos animais". Ele diz que esse fato fez com que outros cientistas tivessem dificuldades para acreditar em sua descoberta. "Na verdade nem mesmo nós acreditamos de primeira. Levamos dez anos para confirmar através de experimentos que os animais estavam realmente vivendo sem oxigênio". Não foi fácil colocar esses experimentos em prática. Os cientistas não conseguiam trazer os animais para a superfície porque a viagem os mataria instantaneamente. A única coisa que eles poderiam fazer era testar se havia sinais de vida animal no solo marinho. Os testes indicaram que moléculas fluorescentes que só sobrevivem através de células vivas foram integradas aos corpos dos loriciferas. Os cientistas também usaram uma mancha que reage apenas com a presença de enzimas ativas. A mancha reagiu com os loriciferas da Bacia, mas não com os restos mortos de outros animais microscópicos encontrados no Atalante. Além disso, alguns dos loriciferas pareciam ter ovos em seus corpos, uma sugestão de que eles estavam em fase de reprodução. Outros loriciferas foram encontrados no processo de sair da casca e entrar na fase de muda, outra indicação de que eles estavam vivos. Por fim, os loriciferas em Atalante estavam completamente intactos e sem sinais de decomposição, diferentemente de outros animais microscópicos encontrados pelos pesquisadores no ambiente salgado e desprovido de oxigênio. Após esse trabalho cuidadoso, Danovaro e seus colegas tornaram públicas suas descobertas: os loriciferas estavam, de fato, vivendo em um ambiente completamente sem oxigênio. Seu artigo, publicado em 2010 na revista "BMC Biology", foi um fenômeno. Mesmo assim, outros pesquisadores não ficaram convencidos. Um segundo grupo visitou o Mediterrâneo em 2011 para examinar por conta própria os loriciferas e seu ambiente incomum. Suas descobertas, publicadas em 2015, questionam a ideia de que os loriciferas realmente vivem sem oxigênio. Joan Bernhard, da Instituição Oceanográfica de Woods Hole, em Massachisetts (EUA) liderou a segunda equipe. Ela e seus colegas coletaram amostras de lama e água da superfície logo acima das piscinas anóxicas de Atalante. Devido a dificuldades técnicas, as próprias piscinas eram densas demais para que as máquinas operadas remotamente pudessem penetrá-las. O grupo descobriu as mesmas espécies de loriciferas descobertos por Danovaro. Mas esses loriciferas viviam em ambientes com níveis normais de oxigênio e nas camadas mais acima do sedimento acima das piscinas anóxicas, que tinham níveis baixos de oxigênio. Quanto mais próximas das bacias de água anóxica as amostras dos pesquisadores chegavam, menos loriciferas vivos eles encontravam. Bernhard afirma que é extremamente improvável que os loriciferas tenham se adaptado para viver tanto nas áreas completamente sem oxigênio e com muito sal e também em ambientes com muito oxigênio e níveis normais de sal. Em vez disso, sua equipe acredita que cadáveres de loriciferas mortos poderiam ter flutuado até os sedimentos lamacentos da Bacia do Atalante, e lá eles teriam sido habitados por bactérias "violadoras de cadáveres". Muitas espécies de bactérias são conhecidas por sua capacidade de viver sem oxigênio e elas poderiam ter incorporado marcadores biológicos dos corpos dos loriciferas, potencialmente levando Danovaro e seus colegas a acreditar falsamente que os loriciferas estavam vivos. No entanto, em junho de 2016, Danovaro e sua equipe voltaram a lutar contra essa hipótese alternativa. Eles dizem que o time de Bernhard não poderia ter certeza de que os loriciferas não vivem ali porque eles não apanharam amostras de lama das áreas da Bacia que estão permanentemente sem oxigênio. O grupo de Danovaro também argumenta que, se os pequenos animais realmente estivessem mortos e habitados por bactérias, isso ficaria óbvio em um exame no microscópio. Mas os loriciferas não apresentaram sinais de decomposição por micróbios. Além disso, nenhuma bactéria foi encontrada vivendo dentro dos loriciferas e uma tinta usada para manchar um tecido vivo marcou todas as partes dos corpos dos loriciferas, não apenas das partes onde as bactérias provavelmente colonizariam um animal morto. Por último, eles dizem que as camadas mais espessas dos depósitos de lama antiga reforçam seu argumento. "Nós pudemos provar que esses animais estavam presentes em diferentes camadas na lama", afirma Danovaro. "Algumas das camadas tinham vários milhares de anos e, portanto, se esses animais estivessem mortos apenas sendo preservados, é um tanto improvável que os animais em uma lama de 3.000 anos fossem apenas mantidos como aqueles que vivem na superfície. A explicação mais provável é que os animais conseguem penetrar sedimentos, nadar e fazer impulso para afundar". Mas então por que há tamanha controvérsia sobre a possibilidade de animais viverem sem oxigênio? Ninguém duvidaria que uma bactéria consegue viver sem oxigênio, por exemplo. Por que parece tão improvável que animais consigam fazer isso? Para responder essas perguntas é preciso explicar por que animais como nós respiramos oxigênio, para começo de conversa. Todas as formas de vida na Terra precisam gerar energia para comer, reproduzir-se, crescer e se mover. Essa energia vem em forma de elétrons, as mesmas partículas negativas que são movimentadas através de fios elétricos que carregam seu laptop. O desafio para toda a vida na Terra é o mesmo, seja um vírus, uma bactéria ou um elefante: você precisa achar uma fonte de elétrons e um lugar para despejá-los a fim de completar o ciclo. Os animais conseguem seus elétrons através do açúcar nos alimentos ingeridos. Esses elétrons são liberados e se misturam com o oxigênio em uma série de reações químicas que acontecem dentro das células animais. Essa corrente de elétrons é o que dá energia para os corpos dos animais. A atmosfera e os oceanos da Terra estão repletos de oxigênio e a natureza reativa do elemento significa que ele está sempre pronto para roubar elétrons. Para os animais, o oxigênio é uma escolha natural para um despejo de elétrons. No entanto, o oxigênio nem sempre foi tão abundante como ele é hoje. Nos primórdios da Terra, a atmosfera era densa e tinha um nevoeiro de dióxido de carbono, metano e amônia. Quando a primeira faísca de vida foi iniciada, havia pouco oxigênio por ali. Na verdade, os níveis de oxigênio nos oceanos provavelmente eram muito baixos até cerca de 600 milhões de anos atrás –mais ou menos na época em que os animais apareceram pela primeira vez. Isso significa que formas de vida mais velhas e primitivas evoluíram para usar outros elementos como seu aterro de elétrons. Muitas dessas formas de vida, como as bactérias e as arqueias, ainda vivem sem oxigênio hoje. Elas prosperam em locais com pouco oxigênio, por exemplo na lama ou perto de aberturas geotermais. Em vez de passar elétrons para o oxigênio, algumas dessas criaturas conseguem transmitir seus elétrons para metais como ferro, o que significa que elas conseguem conduzir eletricidade com eficiência. Outras conseguem respirar enxofre ou até mesmo hidrogênio. A única coisa em comum entre essas formas de vida independentes de oxigênio é sua simplicidade. Todos eles consistem em apenas uma célula. Até a descoberta dos loriciferas em 2010, não havia sido descoberta nenhuma forma complexa de vida capaz de viver sem oxigênio. Por quê? De acordo com Danovaro, há duas razões principais. A primeira é que respirar oxigênio é de longe a melhor forma de gerar energia. "Complexidade e organização requerem oxigênio porque é muito mais eficiente para a produção de energia", diz. Quando os níveis de oxigênio aumentaram, centenas de milhões de anos atrás, foi como se um freio nas ambições evolucionistas fosse retirado. Um grupo de formas de vida chamado de "eucarióticas" –que inclui animais– tirou vantagem disso e se adaptou de forma a aproveitar ao máximo a substância em seu metabolismo e, como consequência, se tornaram mais complexos. "A teoria é que a evolução da vida explodiu quando o oxigênio se tornou disponível na atmosfera e no oceano", afirma Danovaro. Mas essa é apenas parte da história. Algumas espécies de micróbios também começaram a respirar oxigênio, mas, diferentemente de animais e alguns outros eucariotas, eles não se tornaram mais complexos. Por que não? Danovaro diz que a chave para entender o mistério está na observação da mitocôndria, as minúsculas estruturas dentro das células eucarióticas que atuam como suas usinas de energia. Dentro da mitocôndria, nutrientes e oxigênios são combinados de maneira a criar uma substância chamada ATP, a moeda universal de energia de um corpo. As mitocôndrias podem ser encontradas em praticamente todas as células eucarióticas. Mas bactérias e arqueias não têm mitocôndrias, e essa diferença é chave. "Quando as mitocôndrias evoluíram, elas tornaram o processo de criação de energia e ATP muito mais eficientes, mas elas precisam de oxigênio para fazer isso", diz Danovaro. Em outras palavras, a vida animal surgiu como consequência de duas questões. A primeira é que as eucarióticas ganharam mitocôndrias dentro de suas células. Então, quando os níveis de oxigênio subiram, essas mitocôndrias permitiram que outras eucarióticas se tornassem mais complexas e virassem animais. Então como os loriciferas conseguem viver sem oxigênio e outros animais não? "Eles são muito pequenos, do tamanho de uma ameba grande", diz Danovaro. "O tamanho pequeno ajuda. Não funcionaria se eles fossem do tamanho de um elefante. Como eles são pequenos, sua necessidade de energia também é menor". Os loriciferas podem ser diferentes de outros animais em outros aspectos importantes. Eles parecem não ter as mitocôndrias que usam oxigênio e que são encontradas em outros animais. Em vez disso, elas carregam estruturas que lembram as mitocôndrias e são chamadas de hidrogenossomas. Essas células usam prótons em vez de oxigênio como seu descarte de elétrons. Hidrogenossomas podem até ser um dos muitos tipos primitivos de mitocôndria, que evoluíram nas primeiras eucarióticas para produzir energia antes dos níveis de oxigênio na atmosfera aumentarem. "Eu acho que o ancestral comum da eucariótica foi uma anaeróbia facultativa que conseguia viver com ou sem oxigênio, muito parecida com a E. coli, uma bactéria muito conhecida", diz William Martin, um professor de evolução molecular da Universidade de Dusseldorf, na Alemanha. Isso teve consequências importantes para entender como e em que condições a vida complexa apareceu pela primeira vez. As primeiras eucarióticas provavelmente evoluíram antes do oxigênio ser amplamente disponível no oceano, de forma que estruturas localizadas dentro das células e semelhantes às da mitocôndria foram capazes de se adaptar a condições com ou sem oxigênio. Assim, conforme o oxigênio foi se tornando mais abundante, primeiro na atmosfera e depois no oceano, algumas eucariotas se adaptaram aos seus ambientes agora ricos em oxigênio e se tornaram maiores e mais complexas. Elas se tornaram animais. Mas alguns animais –como os loriciferas– podem ter se recolhido e vivido sem oxigênio, continuando pequenos, consequentemente. Para isso dar certo, os loriciferas devem ter mantido a capacidade herdada de seus ancestrais para viver sem oxigênio. Mas há uma alternativa: os loriciferas podem ter conquistado sua capacidade de viver sem oxigênio muito recentemente, talvez roubando genes de outras espécies em um processo conhecido como transferência horizontal de genes. "Isso pode ser a evolução em ação, já que todas as outras espécies conhecidas de loriciferas respiram oxigênio", diz Danovaro. "É possível que esta seja uma adaptação extrema para permitir que os loriciferas vivam em um ambiente sem competidores nem predadores". Por ora, a comunidade científica espera por mais evidências com a respiração presa para confirmar ou derrubar a descoberta original. "Eu acho que no momento vivemos um empate", diz Martin. "O que precisamos é de mais amostras para um estudo aprofundado". Uma prova cabal seria ver os animais nadando na lama, mas, segundo Danovaro, o tamanho pequeno dos loriciferas e a dificuldade para alcançar seu ambiente dificulta esse tipo de observação. "O animal tem um décimo de milímetro, o que exige um sistema especial, porque assim que você o coloca em um microscópio, ele morre", diz. "A princípio, você pode extrair seu DNA, que é com o que estamos trabalhando agora, mas alguém ainda poderia dizer 'bem, esse animal está morto'. É um longo caminho para conseguir a confirmação final, mas estamos muito otimistas."
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O animal que consegue sobreviver sem oxigênioEm 2010, parecia que os livros de biologia teriam que ser reescritos. No fundo do Mar Mediterrâneo, em um dos ambientes mais extremos da Terra, um grupo de pesquisadores encontrou evidências de um animal que é capaz de viver toda a sua vida sem oxigênio. Nenhuma outra espécie animal entre o milhão de conhecidas consegue fazer isso. O oxigênio, em qualquer forma física, é considerado vital para a vida animal. Portanto, a existência dessas criaturas parece representar um furo nessa teoria, com implicações de grande repercussão para o entendimento da vida na Terra. Os pequenos animais mediterrâneos pertencem a um grupo chamado loriciferas, uma categoria de animais tão incomum que só foi descoberta na década de 1980. Os loriciferas têm o tamanho de uma ameba grande, não maior que um décimo de milímetro. Eles vivem em sedimentos lamacentos no fundo do mar. Porém, essa lama supostamente deveria conter algum oxigênio para permitir a respiração dos animais. A lama na Bacia Atalante no fundo do Mediterrâneo não tem. Durante uma década, Roberto Danovaro, da Universidade Politécnica de Marche (Itália), e seus colegas se arrastaram pelas profundidades da Atalante. Ela fica a 3,5 km abaixo da superfície, cerca de 200 km da costa oeste de Creta. A parte interna da Bacia é completamente destituída de oxigênio porque os depósitos antigos de sal enterrados abaixo do solo do mar foram dissolvidos no oceano, deixando a água ainda mais densa e salgada. A água densa não se mistura com o solo abaixo dela, geralmente rico em oxigênio, e fica presa em pedaços de solo marinho. A água livre de oxigênio está lá há mais de 50 mil anos. Pelo fato da lama no fundo da Bacia de Atalante ser completamente desprovida de oxigênio, os pesquisadores não esperavam encontrar "formas de vida evoluídas" –o que basicamente significa animais– vivendo lá. Mas eles encontraram até três novas espécies de loriciferas que aparentemente vivem na lama. E não é apenas com a ausência de oxigênio que esses criaturas precisam lidar. Loriciferas são cercados de sulfetos venenosos e vivem em uma água tão salgada que células normais secariam e virariam cascas. "Quando os vimos pela primeira vez não conseguimos acreditar", diz Danovaro. "Antes desse estudo, apenas duas espécies (de loriciferas) haviam sido descobertas no fundo do Mediterrâneo. Havia mais organismos em 10 centímetros de bacia anóxica do que no resto de todo o Mar Mediterrâneo!" Mas a maior surpresa foi o fato de que esses minúsculos animais conseguem viver completamente sem oxigênio. "Nós sabíamos que alguns animais, como as tênias, nematódeos parasitas, conseguem viver parte de suas vidas sem oxigênio, vivendo no intestino", diz Danovaro. "No entanto, elas não passam seu ciclo de vida inteiro assim. Nossa descoberta contesta todos os pensamentos e suposições sobre o metabolismo dos animais". Ele diz que esse fato fez com que outros cientistas tivessem dificuldades para acreditar em sua descoberta. "Na verdade nem mesmo nós acreditamos de primeira. Levamos dez anos para confirmar através de experimentos que os animais estavam realmente vivendo sem oxigênio". Não foi fácil colocar esses experimentos em prática. Os cientistas não conseguiam trazer os animais para a superfície porque a viagem os mataria instantaneamente. A única coisa que eles poderiam fazer era testar se havia sinais de vida animal no solo marinho. Os testes indicaram que moléculas fluorescentes que só sobrevivem através de células vivas foram integradas aos corpos dos loriciferas. Os cientistas também usaram uma mancha que reage apenas com a presença de enzimas ativas. A mancha reagiu com os loriciferas da Bacia, mas não com os restos mortos de outros animais microscópicos encontrados no Atalante. Além disso, alguns dos loriciferas pareciam ter ovos em seus corpos, uma sugestão de que eles estavam em fase de reprodução. Outros loriciferas foram encontrados no processo de sair da casca e entrar na fase de muda, outra indicação de que eles estavam vivos. Por fim, os loriciferas em Atalante estavam completamente intactos e sem sinais de decomposição, diferentemente de outros animais microscópicos encontrados pelos pesquisadores no ambiente salgado e desprovido de oxigênio. Após esse trabalho cuidadoso, Danovaro e seus colegas tornaram públicas suas descobertas: os loriciferas estavam, de fato, vivendo em um ambiente completamente sem oxigênio. Seu artigo, publicado em 2010 na revista "BMC Biology", foi um fenômeno. Mesmo assim, outros pesquisadores não ficaram convencidos. Um segundo grupo visitou o Mediterrâneo em 2011 para examinar por conta própria os loriciferas e seu ambiente incomum. Suas descobertas, publicadas em 2015, questionam a ideia de que os loriciferas realmente vivem sem oxigênio. Joan Bernhard, da Instituição Oceanográfica de Woods Hole, em Massachisetts (EUA) liderou a segunda equipe. Ela e seus colegas coletaram amostras de lama e água da superfície logo acima das piscinas anóxicas de Atalante. Devido a dificuldades técnicas, as próprias piscinas eram densas demais para que as máquinas operadas remotamente pudessem penetrá-las. O grupo descobriu as mesmas espécies de loriciferas descobertos por Danovaro. Mas esses loriciferas viviam em ambientes com níveis normais de oxigênio e nas camadas mais acima do sedimento acima das piscinas anóxicas, que tinham níveis baixos de oxigênio. Quanto mais próximas das bacias de água anóxica as amostras dos pesquisadores chegavam, menos loriciferas vivos eles encontravam. Bernhard afirma que é extremamente improvável que os loriciferas tenham se adaptado para viver tanto nas áreas completamente sem oxigênio e com muito sal e também em ambientes com muito oxigênio e níveis normais de sal. Em vez disso, sua equipe acredita que cadáveres de loriciferas mortos poderiam ter flutuado até os sedimentos lamacentos da Bacia do Atalante, e lá eles teriam sido habitados por bactérias "violadoras de cadáveres". Muitas espécies de bactérias são conhecidas por sua capacidade de viver sem oxigênio e elas poderiam ter incorporado marcadores biológicos dos corpos dos loriciferas, potencialmente levando Danovaro e seus colegas a acreditar falsamente que os loriciferas estavam vivos. No entanto, em junho de 2016, Danovaro e sua equipe voltaram a lutar contra essa hipótese alternativa. Eles dizem que o time de Bernhard não poderia ter certeza de que os loriciferas não vivem ali porque eles não apanharam amostras de lama das áreas da Bacia que estão permanentemente sem oxigênio. O grupo de Danovaro também argumenta que, se os pequenos animais realmente estivessem mortos e habitados por bactérias, isso ficaria óbvio em um exame no microscópio. Mas os loriciferas não apresentaram sinais de decomposição por micróbios. Além disso, nenhuma bactéria foi encontrada vivendo dentro dos loriciferas e uma tinta usada para manchar um tecido vivo marcou todas as partes dos corpos dos loriciferas, não apenas das partes onde as bactérias provavelmente colonizariam um animal morto. Por último, eles dizem que as camadas mais espessas dos depósitos de lama antiga reforçam seu argumento. "Nós pudemos provar que esses animais estavam presentes em diferentes camadas na lama", afirma Danovaro. "Algumas das camadas tinham vários milhares de anos e, portanto, se esses animais estivessem mortos apenas sendo preservados, é um tanto improvável que os animais em uma lama de 3.000 anos fossem apenas mantidos como aqueles que vivem na superfície. A explicação mais provável é que os animais conseguem penetrar sedimentos, nadar e fazer impulso para afundar". Mas então por que há tamanha controvérsia sobre a possibilidade de animais viverem sem oxigênio? Ninguém duvidaria que uma bactéria consegue viver sem oxigênio, por exemplo. Por que parece tão improvável que animais consigam fazer isso? Para responder essas perguntas é preciso explicar por que animais como nós respiramos oxigênio, para começo de conversa. Todas as formas de vida na Terra precisam gerar energia para comer, reproduzir-se, crescer e se mover. Essa energia vem em forma de elétrons, as mesmas partículas negativas que são movimentadas através de fios elétricos que carregam seu laptop. O desafio para toda a vida na Terra é o mesmo, seja um vírus, uma bactéria ou um elefante: você precisa achar uma fonte de elétrons e um lugar para despejá-los a fim de completar o ciclo. Os animais conseguem seus elétrons através do açúcar nos alimentos ingeridos. Esses elétrons são liberados e se misturam com o oxigênio em uma série de reações químicas que acontecem dentro das células animais. Essa corrente de elétrons é o que dá energia para os corpos dos animais. A atmosfera e os oceanos da Terra estão repletos de oxigênio e a natureza reativa do elemento significa que ele está sempre pronto para roubar elétrons. Para os animais, o oxigênio é uma escolha natural para um despejo de elétrons. No entanto, o oxigênio nem sempre foi tão abundante como ele é hoje. Nos primórdios da Terra, a atmosfera era densa e tinha um nevoeiro de dióxido de carbono, metano e amônia. Quando a primeira faísca de vida foi iniciada, havia pouco oxigênio por ali. Na verdade, os níveis de oxigênio nos oceanos provavelmente eram muito baixos até cerca de 600 milhões de anos atrás –mais ou menos na época em que os animais apareceram pela primeira vez. Isso significa que formas de vida mais velhas e primitivas evoluíram para usar outros elementos como seu aterro de elétrons. Muitas dessas formas de vida, como as bactérias e as arqueias, ainda vivem sem oxigênio hoje. Elas prosperam em locais com pouco oxigênio, por exemplo na lama ou perto de aberturas geotermais. Em vez de passar elétrons para o oxigênio, algumas dessas criaturas conseguem transmitir seus elétrons para metais como ferro, o que significa que elas conseguem conduzir eletricidade com eficiência. Outras conseguem respirar enxofre ou até mesmo hidrogênio. A única coisa em comum entre essas formas de vida independentes de oxigênio é sua simplicidade. Todos eles consistem em apenas uma célula. Até a descoberta dos loriciferas em 2010, não havia sido descoberta nenhuma forma complexa de vida capaz de viver sem oxigênio. Por quê? De acordo com Danovaro, há duas razões principais. A primeira é que respirar oxigênio é de longe a melhor forma de gerar energia. "Complexidade e organização requerem oxigênio porque é muito mais eficiente para a produção de energia", diz. Quando os níveis de oxigênio aumentaram, centenas de milhões de anos atrás, foi como se um freio nas ambições evolucionistas fosse retirado. Um grupo de formas de vida chamado de "eucarióticas" –que inclui animais– tirou vantagem disso e se adaptou de forma a aproveitar ao máximo a substância em seu metabolismo e, como consequência, se tornaram mais complexos. "A teoria é que a evolução da vida explodiu quando o oxigênio se tornou disponível na atmosfera e no oceano", afirma Danovaro. Mas essa é apenas parte da história. Algumas espécies de micróbios também começaram a respirar oxigênio, mas, diferentemente de animais e alguns outros eucariotas, eles não se tornaram mais complexos. Por que não? Danovaro diz que a chave para entender o mistério está na observação da mitocôndria, as minúsculas estruturas dentro das células eucarióticas que atuam como suas usinas de energia. Dentro da mitocôndria, nutrientes e oxigênios são combinados de maneira a criar uma substância chamada ATP, a moeda universal de energia de um corpo. As mitocôndrias podem ser encontradas em praticamente todas as células eucarióticas. Mas bactérias e arqueias não têm mitocôndrias, e essa diferença é chave. "Quando as mitocôndrias evoluíram, elas tornaram o processo de criação de energia e ATP muito mais eficientes, mas elas precisam de oxigênio para fazer isso", diz Danovaro. Em outras palavras, a vida animal surgiu como consequência de duas questões. A primeira é que as eucarióticas ganharam mitocôndrias dentro de suas células. Então, quando os níveis de oxigênio subiram, essas mitocôndrias permitiram que outras eucarióticas se tornassem mais complexas e virassem animais. Então como os loriciferas conseguem viver sem oxigênio e outros animais não? "Eles são muito pequenos, do tamanho de uma ameba grande", diz Danovaro. "O tamanho pequeno ajuda. Não funcionaria se eles fossem do tamanho de um elefante. Como eles são pequenos, sua necessidade de energia também é menor". Os loriciferas podem ser diferentes de outros animais em outros aspectos importantes. Eles parecem não ter as mitocôndrias que usam oxigênio e que são encontradas em outros animais. Em vez disso, elas carregam estruturas que lembram as mitocôndrias e são chamadas de hidrogenossomas. Essas células usam prótons em vez de oxigênio como seu descarte de elétrons. Hidrogenossomas podem até ser um dos muitos tipos primitivos de mitocôndria, que evoluíram nas primeiras eucarióticas para produzir energia antes dos níveis de oxigênio na atmosfera aumentarem. "Eu acho que o ancestral comum da eucariótica foi uma anaeróbia facultativa que conseguia viver com ou sem oxigênio, muito parecida com a E. coli, uma bactéria muito conhecida", diz William Martin, um professor de evolução molecular da Universidade de Dusseldorf, na Alemanha. Isso teve consequências importantes para entender como e em que condições a vida complexa apareceu pela primeira vez. As primeiras eucarióticas provavelmente evoluíram antes do oxigênio ser amplamente disponível no oceano, de forma que estruturas localizadas dentro das células e semelhantes às da mitocôndria foram capazes de se adaptar a condições com ou sem oxigênio. Assim, conforme o oxigênio foi se tornando mais abundante, primeiro na atmosfera e depois no oceano, algumas eucariotas se adaptaram aos seus ambientes agora ricos em oxigênio e se tornaram maiores e mais complexas. Elas se tornaram animais. Mas alguns animais –como os loriciferas– podem ter se recolhido e vivido sem oxigênio, continuando pequenos, consequentemente. Para isso dar certo, os loriciferas devem ter mantido a capacidade herdada de seus ancestrais para viver sem oxigênio. Mas há uma alternativa: os loriciferas podem ter conquistado sua capacidade de viver sem oxigênio muito recentemente, talvez roubando genes de outras espécies em um processo conhecido como transferência horizontal de genes. "Isso pode ser a evolução em ação, já que todas as outras espécies conhecidas de loriciferas respiram oxigênio", diz Danovaro. "É possível que esta seja uma adaptação extrema para permitir que os loriciferas vivam em um ambiente sem competidores nem predadores". Por ora, a comunidade científica espera por mais evidências com a respiração presa para confirmar ou derrubar a descoberta original. "Eu acho que no momento vivemos um empate", diz Martin. "O que precisamos é de mais amostras para um estudo aprofundado". Uma prova cabal seria ver os animais nadando na lama, mas, segundo Danovaro, o tamanho pequeno dos loriciferas e a dificuldade para alcançar seu ambiente dificulta esse tipo de observação. "O animal tem um décimo de milímetro, o que exige um sistema especial, porque assim que você o coloca em um microscópio, ele morre", diz. "A princípio, você pode extrair seu DNA, que é com o que estamos trabalhando agora, mas alguém ainda poderia dizer 'bem, esse animal está morto'. É um longo caminho para conseguir a confirmação final, mas estamos muito otimistas."
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