title
stringlengths
3
146
text
stringlengths
1
52.9k
category
stringclasses
44 values
title_text
stringlengths
18
53k
label
int64
0
43
A derrocada do PT
Seja devido ao impacto devastador que a Operação Lava Jato tem provocado em figuras proeminentes do petismo —a começar do ex-presidente Lula—, seja por causa do desastroso governo Dilma Rousseff, nada marcou mais as eleições municipais deste ano do que a derrota acachapante do PT. Partido mais sufragado em 2012, com 17,3 milhões de votos para prefeito, o PT caiu para a quinta posição nesse quesito, com 6,8 milhões, atrás de PSDB, PMDB, PSB e PSD. Generalizada, a perda de apoio se traduziu em expressiva redução no número de cidades lideradas por petistas. Se a legenda saíra do ciclo de 2012 com 644 prefeituras, atrás apenas de PMDB e PSDB, agora despencou para 256, desempenho pior que o de nove siglas. Com isso, o eleitorado governado pelo PT na esfera municipal encolheu de 27,6 milhões para 4,4 milhões. Nem se imagine que o segundo turno modificará substancialmente esse quadro. Embora a agremiação esteja em 7 das 55 disputas em aberto, seu candidato mal tem chances na principal, Recife. Para completar a derrocada, pela primeira vez o partido ficou de fora do segundo turno na eleição paulistana. E mais: com os 16,7% do prefeito Fernando Haddad, o PT teve seu pior resultado ao disputar o comando de São Paulo —até então a marca pertencia a Eduardo Suplicy, com 19,7% em 1985. Se na maior cidade do país registrou-se o fracasso mais eloquente do PT, aqui também se deu o maior êxito de seu rival. A vitória surpreendente de João Doria Jr, com 53,3% dos votos, simbolizou o sucesso do PSDB na disputa de 2016. O fortalecimento tucano, contudo, foi muito além do quintal do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sem dúvida o nome que ganhou maior projeção nacional. Nenhuma legenda conquistou mais votos para prefeito do que o PSDB. Foram 17,6 milhões de sufrágios (ante 13,9 milhões em 2012), com boa margem sobre os 14,9 milhões do segundo colocado nesse quesito, o PMDB (que tivera 16,7 milhões há quatro anos). O número de municípios comandados pelo PSDB também cresceu, passando de 701 para 793 e podendo chegar a 812. Embora nesse ponto a liderança do PMDB permaneça inconteste, com 1.029 prefeituras (1.017 em 2012), o partido do presidente Michel Temer pouco aproveitou o vácuo deixado pelo PT. Não apenas isso, a agremiação fracassou em São Paulo e Rio de Janeiro, o que indica os limites do Planalto. Num cenário de descrédito dos políticos em geral, não surpreendem nem as altas taxas de abstenção verificadas em algumas localidades nem o avanço das siglas nanicas. Pelo que o desfecho das disputas municipais projeta para 2018, quase todos os partidos tradicionais têm bons motivos para rever práticas e costumes. Nenhum, porém, tem mais motivos do que o PT, justamente aquele que mais se recusa a fazer verdadeira autocrítica —e aquele que, como mostrou a população, mais continuará definhando se não mudar. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
A derrocada do PTSeja devido ao impacto devastador que a Operação Lava Jato tem provocado em figuras proeminentes do petismo —a começar do ex-presidente Lula—, seja por causa do desastroso governo Dilma Rousseff, nada marcou mais as eleições municipais deste ano do que a derrota acachapante do PT. Partido mais sufragado em 2012, com 17,3 milhões de votos para prefeito, o PT caiu para a quinta posição nesse quesito, com 6,8 milhões, atrás de PSDB, PMDB, PSB e PSD. Generalizada, a perda de apoio se traduziu em expressiva redução no número de cidades lideradas por petistas. Se a legenda saíra do ciclo de 2012 com 644 prefeituras, atrás apenas de PMDB e PSDB, agora despencou para 256, desempenho pior que o de nove siglas. Com isso, o eleitorado governado pelo PT na esfera municipal encolheu de 27,6 milhões para 4,4 milhões. Nem se imagine que o segundo turno modificará substancialmente esse quadro. Embora a agremiação esteja em 7 das 55 disputas em aberto, seu candidato mal tem chances na principal, Recife. Para completar a derrocada, pela primeira vez o partido ficou de fora do segundo turno na eleição paulistana. E mais: com os 16,7% do prefeito Fernando Haddad, o PT teve seu pior resultado ao disputar o comando de São Paulo —até então a marca pertencia a Eduardo Suplicy, com 19,7% em 1985. Se na maior cidade do país registrou-se o fracasso mais eloquente do PT, aqui também se deu o maior êxito de seu rival. A vitória surpreendente de João Doria Jr, com 53,3% dos votos, simbolizou o sucesso do PSDB na disputa de 2016. O fortalecimento tucano, contudo, foi muito além do quintal do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sem dúvida o nome que ganhou maior projeção nacional. Nenhuma legenda conquistou mais votos para prefeito do que o PSDB. Foram 17,6 milhões de sufrágios (ante 13,9 milhões em 2012), com boa margem sobre os 14,9 milhões do segundo colocado nesse quesito, o PMDB (que tivera 16,7 milhões há quatro anos). O número de municípios comandados pelo PSDB também cresceu, passando de 701 para 793 e podendo chegar a 812. Embora nesse ponto a liderança do PMDB permaneça inconteste, com 1.029 prefeituras (1.017 em 2012), o partido do presidente Michel Temer pouco aproveitou o vácuo deixado pelo PT. Não apenas isso, a agremiação fracassou em São Paulo e Rio de Janeiro, o que indica os limites do Planalto. Num cenário de descrédito dos políticos em geral, não surpreendem nem as altas taxas de abstenção verificadas em algumas localidades nem o avanço das siglas nanicas. Pelo que o desfecho das disputas municipais projeta para 2018, quase todos os partidos tradicionais têm bons motivos para rever práticas e costumes. Nenhum, porém, tem mais motivos do que o PT, justamente aquele que mais se recusa a fazer verdadeira autocrítica —e aquele que, como mostrou a população, mais continuará definhando se não mudar. editoriais@grupofolha.com.br
7
Veg: Portal vegano divulga e-book de receitas gratuitamente on-line
O Vista-se, site de Fabio Chaves que tem receitas, notícias, guias e até uma loja virtual focado em vegetarianos e veganos, lançou neste domingo (22) um livro eletrônico com 15 receitas ilustradas, todas livres de ingredientes de origem animal. Alguns ... Leia post completo no blog
comida
Veg: Portal vegano divulga e-book de receitas gratuitamente on-lineO Vista-se, site de Fabio Chaves que tem receitas, notícias, guias e até uma loja virtual focado em vegetarianos e veganos, lançou neste domingo (22) um livro eletrônico com 15 receitas ilustradas, todas livres de ingredientes de origem animal. Alguns ... Leia post completo no blog
21
'A História sem Fim' ganha cópia remasterizada
Crianças e pré-adolescentes dos anos 1980 devem se lembrar com carinho de um menino de uns dez anos voando em cima de um cachorro-voador (ou seria um dragão-felpudo?), a criatura de "A História sem Fim" que ficou no imaginário popular. Pois os quarentões e trintões podem testar ao lado da nova geração o sucesso do filme nesta semana, no CineSesc, que exibe uma cópia remasterizada do longa. Clássico de videolocadoras (em VHS, pré-DVD), o filme embalou muitas tardes ao som do hit chiclete "Never Ending Story", do inglês Limahl (representante do new wave). Maior produção do cinema alemão até então, o longa foi dirigido por Wolfgang Petersen, que depois viria a comandar com relativo êxito filmes de ação ou aventura na Hollywood dos anos 1990, como "Na Linha de Fogo" (1993), "Epidemia" (1995) ou "Força Aérea Um" (1997). "A História sem Fim" é baseado no best-seller homônimo de Michael Ende. Reza a lenda, porém, que o autor não ficou muito satisfeito com o resultado e chegou a processar o estúdio por terem alterado sua história. Perdeu. No filme, Bastian (Barret Oliver) é um garoto com uma infância problemática após a morte da mãe. Na escola, briga com outros colegas e tem desempenho ruim nas provas. Certo dia, fugindo de alguns meninos, ele encontra abrigo em uma livraria, onde se depara com o livro "A História sem Fim". Bastian começa a leitura e é transportado para o mundo de Fantasia, que busca um herói para salvá-lo do Nada. E é o tal jovem herói que recebe a ajuda do intrépido dragão-felpudo (pois é, não é um cachorro-voador) que atendia pelo nome de Falkor. O elenco reserva uma pequena surpresa para os amantes de "House of Cards". O pai de Bastian é interpretado por Gerald McRaney, o impiedoso Raymond Tusk da série. No mundo dominado pela velocidade dos canais sob demanda, do YouTube e dos aplicativos de celular, não deixa de ser intrigante ver como as crianças reagiriam à história fantasiosa sem Robert Downey Jr. no elenco. "A História sem Fim" tem sessões legendadas e pagas diariamente. Porém, neste domingo (9), a aventura também integra o projeto CineClubinho, que exibe o filme dublado e gratuitamente às 11h e às 13h30. A HISTÓRIA SEM FIM QUANDO até quarta (12) ONDE CineSesc, r. Augusta, 2.075, tel. (11) 3087-0500 QUANTO grátis (dublado) ou até R$ 20 (legendado)
ilustrada
'A História sem Fim' ganha cópia remasterizadaCrianças e pré-adolescentes dos anos 1980 devem se lembrar com carinho de um menino de uns dez anos voando em cima de um cachorro-voador (ou seria um dragão-felpudo?), a criatura de "A História sem Fim" que ficou no imaginário popular. Pois os quarentões e trintões podem testar ao lado da nova geração o sucesso do filme nesta semana, no CineSesc, que exibe uma cópia remasterizada do longa. Clássico de videolocadoras (em VHS, pré-DVD), o filme embalou muitas tardes ao som do hit chiclete "Never Ending Story", do inglês Limahl (representante do new wave). Maior produção do cinema alemão até então, o longa foi dirigido por Wolfgang Petersen, que depois viria a comandar com relativo êxito filmes de ação ou aventura na Hollywood dos anos 1990, como "Na Linha de Fogo" (1993), "Epidemia" (1995) ou "Força Aérea Um" (1997). "A História sem Fim" é baseado no best-seller homônimo de Michael Ende. Reza a lenda, porém, que o autor não ficou muito satisfeito com o resultado e chegou a processar o estúdio por terem alterado sua história. Perdeu. No filme, Bastian (Barret Oliver) é um garoto com uma infância problemática após a morte da mãe. Na escola, briga com outros colegas e tem desempenho ruim nas provas. Certo dia, fugindo de alguns meninos, ele encontra abrigo em uma livraria, onde se depara com o livro "A História sem Fim". Bastian começa a leitura e é transportado para o mundo de Fantasia, que busca um herói para salvá-lo do Nada. E é o tal jovem herói que recebe a ajuda do intrépido dragão-felpudo (pois é, não é um cachorro-voador) que atendia pelo nome de Falkor. O elenco reserva uma pequena surpresa para os amantes de "House of Cards". O pai de Bastian é interpretado por Gerald McRaney, o impiedoso Raymond Tusk da série. No mundo dominado pela velocidade dos canais sob demanda, do YouTube e dos aplicativos de celular, não deixa de ser intrigante ver como as crianças reagiriam à história fantasiosa sem Robert Downey Jr. no elenco. "A História sem Fim" tem sessões legendadas e pagas diariamente. Porém, neste domingo (9), a aventura também integra o projeto CineClubinho, que exibe o filme dublado e gratuitamente às 11h e às 13h30. A HISTÓRIA SEM FIM QUANDO até quarta (12) ONDE CineSesc, r. Augusta, 2.075, tel. (11) 3087-0500 QUANTO grátis (dublado) ou até R$ 20 (legendado)
6
João Gilberto Noll valorizava o lado coletivo, solidário da literatura
RESUMO A partir da figura de João Gilberto Noll, morto em março , autor debate a imagem de solidão associada ao papel dos escritores. No caso do premiado romancista gaúcho, destaca a participação em oficinas e festivais, como a indicar não um isolamento completo, mas um retiro com a comunidade interessada em literatura. A morte precoce de João Gilberto Noll (1946-2017) no fim de março provocou uma onda de artigos em sua lembrança. O escritor apresentava boa saúde, e foi encontrado em seu apartamento graças à oficina literária que ministrava, pois os alunos sentiram sua ausência naquela terça-feira (28) e a comunicaram à família. Morreu sozinho, assim como nós, seus leitores, também morreremos. O mero fato de ser aguardado na Aldeia, centro cultural onde ocorria a oficina, porém, indica que ele não vivia tão só, ao menos não o tempo todo, o que fere a carapaça de recluso colada à sua figura. Em 30 de março, o escritor Daniel Galera publicou uma crônica no jornal "Zero Hora" na qual evocava a condição solitária do romancista gaúcho. Após encontrá-lo por acaso no meio da tarde em um café, "sozinho em uma mesa, com um abismo metafísico em torno de si", ambos terminaram por assistir lado a lado a um filme de John Cassavetes. De emoção contida, o texto de Galera recorda traços de Noll que de início poderiam reforçar lugares-comuns relacionados à natureza da escrita como atividade isolada e, igualmente, do escritor como uma espécie de anacoreta. A imagem da solidão incondicional do papel do escritor tem suas origens no ultrarromantismo de Lord Byron (1788-1824) & cia. e parece anacrônica diante da atual demanda de festivais literários e turnês de lançamentos de livros que incluem entrevistas, palestras e apresentação em talk shows. A própria noção de oficina literária inspira coletividade solidária em torno da criação, oposta ao solipsismo criativo vinculado ao ofício de escrever. Tais espaços de compartilhamento nunca foram tão abundantes como hoje. Noll dava aulas havia mais de 20 anos. Talvez levado por um desejo juvenil de atuar (quis ser ator e estudou piano), também explorou sua idiossincrática desenvoltura na interpretação de textos em palcos como os do Itaú Cultural de São Paulo e da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty). QUEM É SOLITÁRIO? Resta saber, portanto, até onde a postura do autor se confundia –ou era confundida– à de seu protagonista peregrino e anônimo, que o escritor chamava de "esse homem". Em entrevista (cito de memória), Milton Hatoum afirmou que a situação ideal para qualquer escritor seria a de cometer um crime na Suíça e ser aprisionado num dos presídios impolutos daquele país: com três refeições diárias e isolamento, não teria mais nada a fazer senão escrever. Franz Kafka (1883-1924) vai além numa carta destinada a sua noiva Felice Bauer (1887-1960), sugerindo que o escritor, ao encontrar no encarceramento sua intrínseca condição, deveria inclusive se negar ao passeio regular no pátio, ou somente caminhar ao longo de um corredor sem janelas para evitar a distração simbolizada pela paisagem. O aprisionamento como fortaleza marca a obra do escritor tcheco, como em "O Castelo", e antecipa aspectos literários do gaúcho. A carreira de Noll foi extraordinariamente bem-sucedida, e resultou na publicação –sintomática desse êxito, aos precoces 51 anos de idade– de seus "Romances e Contos Reunidos" pela Companhia das Letras em 1997; ademais, foi o maior ganhador do Prêmio Jabuti (cinco vezes), além de bolsista da Fundação Guggenheim, professor convidado da Universidade da Califórnia em Berkeley e escritor residente do King's College, em Londres. No fim dos anos 1990, teve dois romances traduzidos na Inglaterra por David Treece. No entanto, em 2003, Noll se afastou da prestigiosa editora paulista e iniciou um périplo por casas hoje extintas, como Francis e W11, até regressar ao grande circuito com o romance "Acenos e Afagos", publicado em 2008 pela Record. Mas não se eximiu de sua predisposição comunitária diante da escrita e da leitura, como já sugeria o expressivo número de dedicatórias esparramadas nos oito títulos de sua obra reunida, impensáveis 36 nomes de amigos e leitores, algo inusual para qualquer escritor, circunspecto ou não. A propósito, em sua crônica, Daniel Galera mencionou o seguinte episódio: "Uma vez, quando me enviou o manuscrito de 'Berkeley em Bellagio' [publicado em 2002] para uma leitura crítica, minha demora de alguns dias para responder resultou numa mensagem cheia de ira e impropérios". Algo semelhante aconteceu comigo, após Noll me despachar o mesmo original. Eu não vivia lá o meu auge pessoal, a resposta tardou mais que o exigido pela etiqueta e ademais deve ter lhe parecido meio burocrática, o que resultou não em xingamentos, mas em pragas dirigidas a mim e a meus descendentes, "ad aeternitatem", treplicadas com uma enxurrada de ofensas de minha parte. Aqueles ainda eram tempos de ingenuidade em relação ao uso nocivo da correspondência eletrônica, e fomos vítimas dessa urgência e do peso de chumbo que a palavra escrita pode ter, se disparada sob a fervura dos eventos. RECUSA Se a chateação com Galera terminou com um pedido de desculpas de Noll, a nossa se resolveria de modo inesperado em 2011, quando nos hospedávamos no mesmo hotel de Buenos Aires, a convite do Filba (festival de literatura): no café da manhã, ele se sentou em minha mesa, e conversamos como se aqueles constrangimentos não tivessem ocorrido quase dez anos antes, sem qualquer falsidade de sentimentos. Relato a refrega íntima não para ilustrar o convívio belicista entre escritores, e sim para comprovar a generosidade e interesse genuínos de Noll em relação ao trabalho literário em sua manifestação coletiva –ou à aplicação do texto como instrumento de aproximação e calorosa maneira de fugir à introspecção, estabelecendo-se o diálogo sob a ética da leitura, mesmo que sujeito a acidentes. Vale lembrar que Galera e eu éramos novatos em 2002, e nossa opinião talvez de pouco valesse a um escritor tão experiente. Somados os fatores, é razoável considerar que o "caso" literário de Noll seja de evidente recusa –aos acenos e afagos do mercado, às armadilhas da consagração prematura e mesmo da proliferação acrítica da própria obra, ao publicar demais–, e não só de reclusão. "O encarceramento e o exílio são as duas imagens de espelho entre as quais os protagonistas de Noll se debatem na luta para se reconhecer a si mesmos", assevera David Treece, em sua introdução a "Romances e Contos Reunidos". Ainda segundo o tradutor, "não é por nada, então, que a penitenciária, a cela de anonimato na qual se recolhe o condenado por inconformidade às regras do mundo é um elemento onipresente em seus cenários ficcionais". O encarceramento não se resumiria ao correcional, abrangendo a recusa às instituições familiares, militares, hospitalares e a todo tipo de normalização social imposta. ESPAÇO EXTERIOR A oscilação de uma carreira que no princípio parecia impulsionada a jato –dada a frequência de láureas e títulos, em contraste com a rarefação de livros nos últimos anos– resultou em certo movimento em direção ao espaço exterior. Com as oficinas e debates já citados, mas principalmente por meio de leituras públicas nas quais sua atuação causaria perplexidade, Noll passou a compartilhar seu conhecimento e a explorar sua dicção tão pessoal sob outras formas. Tuítes necrológicos do escritor Michel Laub recordaram essas performances: "No fim da vida, Noll se reinventou não nos textos (que são fiéis a si mesmos desde os 1980), mas no modo de ler", pois "[as performances] mudam o modo como lembramos esses textos, em vários sentidos que tornam a obra como um todo ainda mais original". Não há necessidade de descrever essas leituras, já que podem ser vistas no YouTube (veja abaixo). Contudo, o efeito inaugural de ouvi-las ao vivo exige a tentativa: ao adotar uma voz de idoso, Noll se expunha, na abertura da apresentação, ao escrutínio de uma plateia desabituada a ver autores que proponham um enfoque interpretativo aos próprios textos, ainda mais tão radical. João Gilberto Noll - Solidão Continental Com isso, estabelecia-se um clima incômodo no ambiente que poderia resultar em pura e simples rejeição, com risos discretos ou a deserção dos mais impacientes. A desistência de enveredar pela música e pela atuação conduziu Noll à literatura, "a arte solitária por excelência", como descreveu a José Castello. Vale perguntar se o seu regresso à atuação teatral nos últimos anos não simbolizaria a reunião definitiva dessas inclinações de juventude com a sua própria literatura –agora enfim escrita–, através da performance. Agregando-se outros dados biográficos sempre lembrados pelo autor, como a predisposição aos ritos católicos de seu passado de coroinha de colégio marista, é possível conjecturar, como sugeriu Laub, que Noll criou uma espécie de diapasão para a leitura de sua prosa marcada pelas inflexões da oralidade, ensinando-nos como deve ser lida. Definitivamente, não são os prêmios ou a celebridade que resolverão o problema central e permanente de qualquer escritor, que é a condenação à dúvida eterna acerca do real valor daquilo que produz. Em um tempo de forte incredulidade e ceticismo como o atual, no qual balança a crença nos processos educacionais e na arte, a convicção exibida por Noll da importância solidária das oficinas literárias, assim como das apresentações de escritores em palcos de festivais, retirou de sua própria figura o estigma de anacoreta. Pelo contrário, Noll mais lembrava um cenobita reunido em torno da cada vez menor comunidade interessada em literatura, em um gesto de resistência à indigência do presente que, ao mesmo tempo, abastece-nos de alimento espiritual para nossa tragédia futura. JOCA REINERS TERRON, 49, escritor, é autor de "Noite Dentro da Noite" (Companhia das Letras).
ilustrissima
João Gilberto Noll valorizava o lado coletivo, solidário da literaturaRESUMO A partir da figura de João Gilberto Noll, morto em março , autor debate a imagem de solidão associada ao papel dos escritores. No caso do premiado romancista gaúcho, destaca a participação em oficinas e festivais, como a indicar não um isolamento completo, mas um retiro com a comunidade interessada em literatura. A morte precoce de João Gilberto Noll (1946-2017) no fim de março provocou uma onda de artigos em sua lembrança. O escritor apresentava boa saúde, e foi encontrado em seu apartamento graças à oficina literária que ministrava, pois os alunos sentiram sua ausência naquela terça-feira (28) e a comunicaram à família. Morreu sozinho, assim como nós, seus leitores, também morreremos. O mero fato de ser aguardado na Aldeia, centro cultural onde ocorria a oficina, porém, indica que ele não vivia tão só, ao menos não o tempo todo, o que fere a carapaça de recluso colada à sua figura. Em 30 de março, o escritor Daniel Galera publicou uma crônica no jornal "Zero Hora" na qual evocava a condição solitária do romancista gaúcho. Após encontrá-lo por acaso no meio da tarde em um café, "sozinho em uma mesa, com um abismo metafísico em torno de si", ambos terminaram por assistir lado a lado a um filme de John Cassavetes. De emoção contida, o texto de Galera recorda traços de Noll que de início poderiam reforçar lugares-comuns relacionados à natureza da escrita como atividade isolada e, igualmente, do escritor como uma espécie de anacoreta. A imagem da solidão incondicional do papel do escritor tem suas origens no ultrarromantismo de Lord Byron (1788-1824) & cia. e parece anacrônica diante da atual demanda de festivais literários e turnês de lançamentos de livros que incluem entrevistas, palestras e apresentação em talk shows. A própria noção de oficina literária inspira coletividade solidária em torno da criação, oposta ao solipsismo criativo vinculado ao ofício de escrever. Tais espaços de compartilhamento nunca foram tão abundantes como hoje. Noll dava aulas havia mais de 20 anos. Talvez levado por um desejo juvenil de atuar (quis ser ator e estudou piano), também explorou sua idiossincrática desenvoltura na interpretação de textos em palcos como os do Itaú Cultural de São Paulo e da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty). QUEM É SOLITÁRIO? Resta saber, portanto, até onde a postura do autor se confundia –ou era confundida– à de seu protagonista peregrino e anônimo, que o escritor chamava de "esse homem". Em entrevista (cito de memória), Milton Hatoum afirmou que a situação ideal para qualquer escritor seria a de cometer um crime na Suíça e ser aprisionado num dos presídios impolutos daquele país: com três refeições diárias e isolamento, não teria mais nada a fazer senão escrever. Franz Kafka (1883-1924) vai além numa carta destinada a sua noiva Felice Bauer (1887-1960), sugerindo que o escritor, ao encontrar no encarceramento sua intrínseca condição, deveria inclusive se negar ao passeio regular no pátio, ou somente caminhar ao longo de um corredor sem janelas para evitar a distração simbolizada pela paisagem. O aprisionamento como fortaleza marca a obra do escritor tcheco, como em "O Castelo", e antecipa aspectos literários do gaúcho. A carreira de Noll foi extraordinariamente bem-sucedida, e resultou na publicação –sintomática desse êxito, aos precoces 51 anos de idade– de seus "Romances e Contos Reunidos" pela Companhia das Letras em 1997; ademais, foi o maior ganhador do Prêmio Jabuti (cinco vezes), além de bolsista da Fundação Guggenheim, professor convidado da Universidade da Califórnia em Berkeley e escritor residente do King's College, em Londres. No fim dos anos 1990, teve dois romances traduzidos na Inglaterra por David Treece. No entanto, em 2003, Noll se afastou da prestigiosa editora paulista e iniciou um périplo por casas hoje extintas, como Francis e W11, até regressar ao grande circuito com o romance "Acenos e Afagos", publicado em 2008 pela Record. Mas não se eximiu de sua predisposição comunitária diante da escrita e da leitura, como já sugeria o expressivo número de dedicatórias esparramadas nos oito títulos de sua obra reunida, impensáveis 36 nomes de amigos e leitores, algo inusual para qualquer escritor, circunspecto ou não. A propósito, em sua crônica, Daniel Galera mencionou o seguinte episódio: "Uma vez, quando me enviou o manuscrito de 'Berkeley em Bellagio' [publicado em 2002] para uma leitura crítica, minha demora de alguns dias para responder resultou numa mensagem cheia de ira e impropérios". Algo semelhante aconteceu comigo, após Noll me despachar o mesmo original. Eu não vivia lá o meu auge pessoal, a resposta tardou mais que o exigido pela etiqueta e ademais deve ter lhe parecido meio burocrática, o que resultou não em xingamentos, mas em pragas dirigidas a mim e a meus descendentes, "ad aeternitatem", treplicadas com uma enxurrada de ofensas de minha parte. Aqueles ainda eram tempos de ingenuidade em relação ao uso nocivo da correspondência eletrônica, e fomos vítimas dessa urgência e do peso de chumbo que a palavra escrita pode ter, se disparada sob a fervura dos eventos. RECUSA Se a chateação com Galera terminou com um pedido de desculpas de Noll, a nossa se resolveria de modo inesperado em 2011, quando nos hospedávamos no mesmo hotel de Buenos Aires, a convite do Filba (festival de literatura): no café da manhã, ele se sentou em minha mesa, e conversamos como se aqueles constrangimentos não tivessem ocorrido quase dez anos antes, sem qualquer falsidade de sentimentos. Relato a refrega íntima não para ilustrar o convívio belicista entre escritores, e sim para comprovar a generosidade e interesse genuínos de Noll em relação ao trabalho literário em sua manifestação coletiva –ou à aplicação do texto como instrumento de aproximação e calorosa maneira de fugir à introspecção, estabelecendo-se o diálogo sob a ética da leitura, mesmo que sujeito a acidentes. Vale lembrar que Galera e eu éramos novatos em 2002, e nossa opinião talvez de pouco valesse a um escritor tão experiente. Somados os fatores, é razoável considerar que o "caso" literário de Noll seja de evidente recusa –aos acenos e afagos do mercado, às armadilhas da consagração prematura e mesmo da proliferação acrítica da própria obra, ao publicar demais–, e não só de reclusão. "O encarceramento e o exílio são as duas imagens de espelho entre as quais os protagonistas de Noll se debatem na luta para se reconhecer a si mesmos", assevera David Treece, em sua introdução a "Romances e Contos Reunidos". Ainda segundo o tradutor, "não é por nada, então, que a penitenciária, a cela de anonimato na qual se recolhe o condenado por inconformidade às regras do mundo é um elemento onipresente em seus cenários ficcionais". O encarceramento não se resumiria ao correcional, abrangendo a recusa às instituições familiares, militares, hospitalares e a todo tipo de normalização social imposta. ESPAÇO EXTERIOR A oscilação de uma carreira que no princípio parecia impulsionada a jato –dada a frequência de láureas e títulos, em contraste com a rarefação de livros nos últimos anos– resultou em certo movimento em direção ao espaço exterior. Com as oficinas e debates já citados, mas principalmente por meio de leituras públicas nas quais sua atuação causaria perplexidade, Noll passou a compartilhar seu conhecimento e a explorar sua dicção tão pessoal sob outras formas. Tuítes necrológicos do escritor Michel Laub recordaram essas performances: "No fim da vida, Noll se reinventou não nos textos (que são fiéis a si mesmos desde os 1980), mas no modo de ler", pois "[as performances] mudam o modo como lembramos esses textos, em vários sentidos que tornam a obra como um todo ainda mais original". Não há necessidade de descrever essas leituras, já que podem ser vistas no YouTube (veja abaixo). Contudo, o efeito inaugural de ouvi-las ao vivo exige a tentativa: ao adotar uma voz de idoso, Noll se expunha, na abertura da apresentação, ao escrutínio de uma plateia desabituada a ver autores que proponham um enfoque interpretativo aos próprios textos, ainda mais tão radical. João Gilberto Noll - Solidão Continental Com isso, estabelecia-se um clima incômodo no ambiente que poderia resultar em pura e simples rejeição, com risos discretos ou a deserção dos mais impacientes. A desistência de enveredar pela música e pela atuação conduziu Noll à literatura, "a arte solitária por excelência", como descreveu a José Castello. Vale perguntar se o seu regresso à atuação teatral nos últimos anos não simbolizaria a reunião definitiva dessas inclinações de juventude com a sua própria literatura –agora enfim escrita–, através da performance. Agregando-se outros dados biográficos sempre lembrados pelo autor, como a predisposição aos ritos católicos de seu passado de coroinha de colégio marista, é possível conjecturar, como sugeriu Laub, que Noll criou uma espécie de diapasão para a leitura de sua prosa marcada pelas inflexões da oralidade, ensinando-nos como deve ser lida. Definitivamente, não são os prêmios ou a celebridade que resolverão o problema central e permanente de qualquer escritor, que é a condenação à dúvida eterna acerca do real valor daquilo que produz. Em um tempo de forte incredulidade e ceticismo como o atual, no qual balança a crença nos processos educacionais e na arte, a convicção exibida por Noll da importância solidária das oficinas literárias, assim como das apresentações de escritores em palcos de festivais, retirou de sua própria figura o estigma de anacoreta. Pelo contrário, Noll mais lembrava um cenobita reunido em torno da cada vez menor comunidade interessada em literatura, em um gesto de resistência à indigência do presente que, ao mesmo tempo, abastece-nos de alimento espiritual para nossa tragédia futura. JOCA REINERS TERRON, 49, escritor, é autor de "Noite Dentro da Noite" (Companhia das Letras).
14
Secretaria da Educação de SP informa que ex-contadora de Youssef nunca proferiu palestras em rede estadual
Para que não reste qualquer dúvida da nota "Didáticos" na coluna Painel, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo esclarece que a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza, nunca proferiu palestras na rede estadual de ensino paulista. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
paineldoleitor
Secretaria da Educação de SP informa que ex-contadora de Youssef nunca proferiu palestras em rede estadualPara que não reste qualquer dúvida da nota "Didáticos" na coluna Painel, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo esclarece que a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza, nunca proferiu palestras na rede estadual de ensino paulista. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
8
Sete indicações para uma ilustríssima semana
CINEMA | THOM ANDERSEN A mostra "Hollywood e Além: o Cinema Investigativo de Thom Andersen" tem 18 longas e curtas do diretor americano, 14 deles inéditos no Brasil. Entre eles, o mais conhecido, "Los Angeles por Ela Mesma", sobre a indústria do cinema. Andersen participará de um debate com o pesquisador Remier Lion Rocha na quinta (14), às 20h. Centro Cultural São Paulo | tel. (11) 3397-4002 | a partir de sex. (8) R$ 3 | programação em centrocultural.sp.gov.br | até 17/7 EXPOSIÇÃO | COLEÇÃO HELGA DE ALVEAR São 137 trabalhos de uma das coleções de arte contemporânea mais importantes da Europa, quase todos inéditos no Brasil. O acervo da colecionadora alemã inclui obras em diversas técnicas a partir da década de 1930, com ênfase na produção de meados de 1960 até hoje. Traz nomes da arte moderna como Kandinsky e Duchamp, artistas do pós-guerra americano, como Donald Judd, e atuais, como Cindy Sherman. Pinacoteca | tel. (11) 3324-1000 de qua. a seg., das 10h às 17h30 R$ 6; grátis aos sábados | até 26/9 EXPOSIÇÃO | SANDRA ANTUNES RAMOS Em sua segunda exposição individual, a artista plástica paulistana (1964) apresenta novas séries de desenhos, colagens inéditas e esculturas que são uma espécie de desenho tridimensional, feitas em latão com pintura automotiva. galeria Millan | tel. (11) 3031-6007 | de ter. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 11h às 18h | grátis | até 8/7 MOSTRA | DESENHOS DE CENA #1 A ruptura da fronteira entre artes cênicas e visuais é tema do evento que inclui exposição, performances e oficinas de 16 artistas de oito países. Trabalhos exploram as possibilidades do desenho de cena, sob curadoria da cenógrafa e professora Aby Cohen. Sesc Pinheiros | tel. (11) 3095-9400 | de ter. a sáb., das 10h às 21h; dom, das 10h às 18h | grátis | até 10/7 LIVRO | LAOZI Nova edição do "Dao De Jing", coletânea de provérbios chineses que está na raiz de tradições religiosas como o zen e o taoismo, tem tradução e notas do sinólogo Giorgio Sinedino. Ao lado de Confúcio e Mozi, Laozi faz parte da tríade de pensadores mais influentes da antiguidade chinesa. Editora Unesp | R$ 128 (579 págs.) LIVRO | PESSOAS DESAPARECIDAS A antropóloga Letícia de Carvalho Mesquita Ferreira, do Laboratório de Estudos sobre Instituições (LEI), da FGV, se debruça sobre histórias do setor de Paradeiros da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro para falar sobre a dinâmica familiar e burocrática em torno de casos de desaparecimento. O volume retrata o percurso desses casos e mostra como dramas pessoais e sociais se transformam em papéis administrativos. Editora UFRJ | R$ 50 (287 págs.) LIVRO | SENTIR, PERCEBER E AGIR A publicação é uma coletânea de ensaios, entrevistas e exercícios de Bonnie Bainbridge Cohen, criadora do método de reeducação corporal "body-mind centering" (BMD), escritos entre 1980 e 2009. Edições Sesc SP | R$ 90 (364 págs.)
ilustrissima
Sete indicações para uma ilustríssima semanaCINEMA | THOM ANDERSEN A mostra "Hollywood e Além: o Cinema Investigativo de Thom Andersen" tem 18 longas e curtas do diretor americano, 14 deles inéditos no Brasil. Entre eles, o mais conhecido, "Los Angeles por Ela Mesma", sobre a indústria do cinema. Andersen participará de um debate com o pesquisador Remier Lion Rocha na quinta (14), às 20h. Centro Cultural São Paulo | tel. (11) 3397-4002 | a partir de sex. (8) R$ 3 | programação em centrocultural.sp.gov.br | até 17/7 EXPOSIÇÃO | COLEÇÃO HELGA DE ALVEAR São 137 trabalhos de uma das coleções de arte contemporânea mais importantes da Europa, quase todos inéditos no Brasil. O acervo da colecionadora alemã inclui obras em diversas técnicas a partir da década de 1930, com ênfase na produção de meados de 1960 até hoje. Traz nomes da arte moderna como Kandinsky e Duchamp, artistas do pós-guerra americano, como Donald Judd, e atuais, como Cindy Sherman. Pinacoteca | tel. (11) 3324-1000 de qua. a seg., das 10h às 17h30 R$ 6; grátis aos sábados | até 26/9 EXPOSIÇÃO | SANDRA ANTUNES RAMOS Em sua segunda exposição individual, a artista plástica paulistana (1964) apresenta novas séries de desenhos, colagens inéditas e esculturas que são uma espécie de desenho tridimensional, feitas em latão com pintura automotiva. galeria Millan | tel. (11) 3031-6007 | de ter. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 11h às 18h | grátis | até 8/7 MOSTRA | DESENHOS DE CENA #1 A ruptura da fronteira entre artes cênicas e visuais é tema do evento que inclui exposição, performances e oficinas de 16 artistas de oito países. Trabalhos exploram as possibilidades do desenho de cena, sob curadoria da cenógrafa e professora Aby Cohen. Sesc Pinheiros | tel. (11) 3095-9400 | de ter. a sáb., das 10h às 21h; dom, das 10h às 18h | grátis | até 10/7 LIVRO | LAOZI Nova edição do "Dao De Jing", coletânea de provérbios chineses que está na raiz de tradições religiosas como o zen e o taoismo, tem tradução e notas do sinólogo Giorgio Sinedino. Ao lado de Confúcio e Mozi, Laozi faz parte da tríade de pensadores mais influentes da antiguidade chinesa. Editora Unesp | R$ 128 (579 págs.) LIVRO | PESSOAS DESAPARECIDAS A antropóloga Letícia de Carvalho Mesquita Ferreira, do Laboratório de Estudos sobre Instituições (LEI), da FGV, se debruça sobre histórias do setor de Paradeiros da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro para falar sobre a dinâmica familiar e burocrática em torno de casos de desaparecimento. O volume retrata o percurso desses casos e mostra como dramas pessoais e sociais se transformam em papéis administrativos. Editora UFRJ | R$ 50 (287 págs.) LIVRO | SENTIR, PERCEBER E AGIR A publicação é uma coletânea de ensaios, entrevistas e exercícios de Bonnie Bainbridge Cohen, criadora do método de reeducação corporal "body-mind centering" (BMD), escritos entre 1980 e 2009. Edições Sesc SP | R$ 90 (364 págs.)
14
Estudantes deixam escolas, e só 1 unidade segue ocupada em SP
Estudantes deixaram 12 escolas técnicas desde a última quinta-feira (12), e agora resta apenas uma unidade ocupada no Estado –a de Paraisópolis, na zona oeste de SP. Na tarde deste domingo (15), alunos da Etec Artes, que fica no Parque da Juventude, na zona norte da capital, fizeram uma faxina geral no prédio antes de deixá-lo. O grupo permaneceu nove dias no local. A saída ocorreu de forma tranquila. "Nosso movimento foi muito positivo. Mas esse foi só um passo. Estamos saindo para decidir pelas próximas ações", disse um dos líderes do movimento que se apresentou apenas como Geraldo. Ele não respondeu se os estudantes vão ou não aceitar as marmitex, como foi oferecido pelo governo paulista. A alimentação nas escolas é a principal reivindicação dos alunos, que começaram essa fase atual de protestos no mês passado, com a ocupação do Centro Paula Souza, na região central de SP. Os alunos querem que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) forneça refeições em todas as 219 unidades do Estado, que reúnem cerca de 213 mil estudantes. Antes das ocupações, 60 unidades ofereciam apenas merenda seca (kit com bolacha e bebida láctea e considerado pouco nutritiva), e outras 23 não serviam nada. As ocupações cresceram e atingiram 15 prédios públicos no Estado. A reboque da pressão, o governo primeiro anunciou que todas as unidades passariam a receber ao menos um kit com bolacha. Depois, numa conquista dos estudantes, prometeu distribuir refeições do tipo marmitex a partir do segundo semestre. A medida vai beneficiar 20 mil alunos do ensino técnico integrado –ao todo, são 52 mil matriculados. O governo alega que somente em 2018 conseguirá concluir os refeitórios em todas as unidades. Até lá, a merenda seca e os marmitex serão as opções aos alunos. A falta de merenda é mais grave no ensino integrado, no qual os alunos passam a hora do almoço na escola. O lanche seco é dado no intervalo da manhã, e cabe aos estudantes levarem suas marmitas. Segundo uma lei federal de 2009, todos os alunos do ensino público devem receber alimentação "saudável e adequada, compreendendo o uso de alimentos variados". Vários dos grupos que ocuparam as escolas técnicas no Estado nas últimas semanas afirmam que o movimento não é apenas pela merenda. Eles reclamam da qualidade do ensino e também da infraestrutura de alguns dos prédios onde as escolas funcionam atualmente. No caso da Etec Paraisópolis, na zona oeste, a única que permanece ocupada, os estudantes postaram nas redes sociais fotos de parte da estrutura danificada no prédio. As imagens, dizem eles, foram feitas no momento da ocupação, para provar que já havia problemas por lá. A gestão Alckmin prevê uma perícia detalhada nas escolas nesta segunda (16). Segundo estimativa parcial do governo, o prejuízo com os danos é de R$ 120 mil. Os estudantes negam vandalismo. A saída dos alunos foi acelerada na sexta (13), quando a PM seguiu orientação do governo e retirou os alunos de quatro prédios sem mandados de reintegração de posse. Para a OAB e especialistas, a retirada deveria ser feita apenas com mandato judicial. MAIS SEGURANÇA Após ter sido desocupada com a intervenção dos próprios alunos, a Etec Basilides de Godoy, na Vila Leopoldina (zona oeste de São Paulo), teve a segurança reforçada neste final de semana. A unidade ficou ocupada durante nove dias. Na noite de quinta (12), alunos contrários à ocupação retiraram os estudantes de lá. Pais, alunos e professores dormiram na escola e iniciaram uma faxina. A Folha esteve na escola técnica estadual no sábado (14) e encontrou dois seguranças em um carro, além dos vigias uniformizados que costumam atuar no local diariamente. No mesmo dia, peritos do Instituto de Criminalística (IC) estiveram na unidade de ensino para avaliar danos ao prédio. "Levaram os HDs [peças que armazenam os dados do computador] com as informações de 30 mil alunos dos 65 anos de existência da escola", disse a diretora acadêmica da Etec, Sonia Maria Medrado. Ela confirmou à reportagem a contratação de mais seguranças até que as aulas voltem à normalidade, nesta segunda (16). Não há confirmação sobre até quando os seguranças ficarão ali. Na quinta, um grupo contrário à ocupação entrou na escola e, com um cordão humano, retirou quem estava na unidade. Eles passaram a noite ali para evitar nova ocupação.
educacao
Estudantes deixam escolas, e só 1 unidade segue ocupada em SPEstudantes deixaram 12 escolas técnicas desde a última quinta-feira (12), e agora resta apenas uma unidade ocupada no Estado –a de Paraisópolis, na zona oeste de SP. Na tarde deste domingo (15), alunos da Etec Artes, que fica no Parque da Juventude, na zona norte da capital, fizeram uma faxina geral no prédio antes de deixá-lo. O grupo permaneceu nove dias no local. A saída ocorreu de forma tranquila. "Nosso movimento foi muito positivo. Mas esse foi só um passo. Estamos saindo para decidir pelas próximas ações", disse um dos líderes do movimento que se apresentou apenas como Geraldo. Ele não respondeu se os estudantes vão ou não aceitar as marmitex, como foi oferecido pelo governo paulista. A alimentação nas escolas é a principal reivindicação dos alunos, que começaram essa fase atual de protestos no mês passado, com a ocupação do Centro Paula Souza, na região central de SP. Os alunos querem que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) forneça refeições em todas as 219 unidades do Estado, que reúnem cerca de 213 mil estudantes. Antes das ocupações, 60 unidades ofereciam apenas merenda seca (kit com bolacha e bebida láctea e considerado pouco nutritiva), e outras 23 não serviam nada. As ocupações cresceram e atingiram 15 prédios públicos no Estado. A reboque da pressão, o governo primeiro anunciou que todas as unidades passariam a receber ao menos um kit com bolacha. Depois, numa conquista dos estudantes, prometeu distribuir refeições do tipo marmitex a partir do segundo semestre. A medida vai beneficiar 20 mil alunos do ensino técnico integrado –ao todo, são 52 mil matriculados. O governo alega que somente em 2018 conseguirá concluir os refeitórios em todas as unidades. Até lá, a merenda seca e os marmitex serão as opções aos alunos. A falta de merenda é mais grave no ensino integrado, no qual os alunos passam a hora do almoço na escola. O lanche seco é dado no intervalo da manhã, e cabe aos estudantes levarem suas marmitas. Segundo uma lei federal de 2009, todos os alunos do ensino público devem receber alimentação "saudável e adequada, compreendendo o uso de alimentos variados". Vários dos grupos que ocuparam as escolas técnicas no Estado nas últimas semanas afirmam que o movimento não é apenas pela merenda. Eles reclamam da qualidade do ensino e também da infraestrutura de alguns dos prédios onde as escolas funcionam atualmente. No caso da Etec Paraisópolis, na zona oeste, a única que permanece ocupada, os estudantes postaram nas redes sociais fotos de parte da estrutura danificada no prédio. As imagens, dizem eles, foram feitas no momento da ocupação, para provar que já havia problemas por lá. A gestão Alckmin prevê uma perícia detalhada nas escolas nesta segunda (16). Segundo estimativa parcial do governo, o prejuízo com os danos é de R$ 120 mil. Os estudantes negam vandalismo. A saída dos alunos foi acelerada na sexta (13), quando a PM seguiu orientação do governo e retirou os alunos de quatro prédios sem mandados de reintegração de posse. Para a OAB e especialistas, a retirada deveria ser feita apenas com mandato judicial. MAIS SEGURANÇA Após ter sido desocupada com a intervenção dos próprios alunos, a Etec Basilides de Godoy, na Vila Leopoldina (zona oeste de São Paulo), teve a segurança reforçada neste final de semana. A unidade ficou ocupada durante nove dias. Na noite de quinta (12), alunos contrários à ocupação retiraram os estudantes de lá. Pais, alunos e professores dormiram na escola e iniciaram uma faxina. A Folha esteve na escola técnica estadual no sábado (14) e encontrou dois seguranças em um carro, além dos vigias uniformizados que costumam atuar no local diariamente. No mesmo dia, peritos do Instituto de Criminalística (IC) estiveram na unidade de ensino para avaliar danos ao prédio. "Levaram os HDs [peças que armazenam os dados do computador] com as informações de 30 mil alunos dos 65 anos de existência da escola", disse a diretora acadêmica da Etec, Sonia Maria Medrado. Ela confirmou à reportagem a contratação de mais seguranças até que as aulas voltem à normalidade, nesta segunda (16). Não há confirmação sobre até quando os seguranças ficarão ali. Na quinta, um grupo contrário à ocupação entrou na escola e, com um cordão humano, retirou quem estava na unidade. Eles passaram a noite ali para evitar nova ocupação.
12
Aposentadorias por tempo de contribuição têm alta de 35% em 2016
A concessão de aposentadorias por tempo de contribuição —modalidade que será extinta com a aprovação da reforma da Previdência— aumentou 35% em 2016, segundo dados do INSS. Greves de servidores da Previdência em 2015, a entrada em vigor da chamada fórmula 85/95 e a escalada do desemprego ajudam a explicar a alta nas concessões, segundo especialistas. Para efeito de comparação, em 2015, houve alta de apenas 1,6% em relação ao ano anterior. Em 2016, foram concedidas 432 mil novas aposentadorias por tempo de contribuição. Em 2015, foram 320 mil. Para o economista Pedro Nery, consultor do Senado, o desemprego e a falta de perspectiva de voltar ao mercado levaram trabalhadores que já tinham direito de se aposentar a fazer o pedido do benefício, ainda que não tivessem conquistado o tempo de contribuição necessário para receber o valor máximo do INSS. A adoção da fórmula 85/95 a partir de novembro de 2015, diz, também contribuiu. A regra permite ao trabalhador que atingir 85/95 (mulher/homem), com a soma de idade e tempo de contribuição, alcançar um valor maior com a aposentadoria. É uma alternativa mais favorável ao segurado do que o fator previdenciário, mecanismo instituído em 1999 que reduz os benefícios de quem se aposenta precocemente. O fator previdenciário foi criado para desestimular o benefício precoce, mas nunca gerou esse efeito. Por ser uma regra dura, as pessoas preferiam se aposentar mais cedo (em média com 54 anos), mesmo ganhando menos. Nery diz que a 85/95 teve, no entanto, o efeito de uma "contrarreforma" da Previdência com impacto relevante no salto da concessão de aposentadoria por tempo de contribuição. Evolução na concessão de novos de benefícios - Em % sobre o ano anterior Do total de aposentadorias por tempo de contribuição concedidas em 2016, 133,6 mil foram pela regra 85/95 e 203 mil com a aplicação do fator previdenciário. As demais são aposentadorias concedidas após recursos, além de benefícios com regras específicas, como os para professores. "Quem estava esperando para se aposentar com o valor cheio pelo fator previdenciário conseguiu, com a fórmula 85/95, se aposentar mais cedo com o benefício completo", afirma Arnaldo Lima, assessor especial do Ministério do Planejamento. Isso ocorre porque a nova fórmula garante a aposentadoria integral mais cedo do que se o trabalhador esperasse o fator previdenciário oferecer um benefício sem cortes. Paulo Tafner, especialista em Previdência, diz que, além do impacto verificado em 2016, a regra 85/95 deve aumentar os pedidos de aposentadoria em 2017. "Mas, com a reforma aprovada, a concessão precoce de aposentadorias já terá ocorrido e a gente normaliza de novo o fluxo." Com o aumento nos pedidos, os gastos com a aposentadoria por tempo de contribuição subiram 6,3% em 2016, para R$ 135,8 bilhões (dados atualizados para dezembro). novos benefícios foram concedidos em 2016 - REPRESAMENTO Na avaliação de Tafner, o represamento na concessão de benefícios gerado por greves de servidores e médicos do INSS em 2015 é o principal fator para o aumento na concessão de benefícios. Na Previdência urbana, a concessão subiu 19% e somou 3,9 milhões em 2016. A greve dos médicos peritos, que começou em setembro de 2015 e durou quase cinco meses, afetou a concessão de benefícios que dependem de perícias, como o auxílio-doença. Esse benefício teve 2,2 milhões de concessões em 2016 —alta de 20% ante 2015. "De fevereiro a julho de 2016 repusemos um passivo total de 1,3 milhão de perícias", disse Francisco Cardoso, presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social. O INSS e a Secretaria de Previdência não comentaram os dados. Deficit da Previdência - Em R$ bilhões * IDADE MÍNIMA Projeto apresentado ao Congresso prevê idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e mulheres, sem distinção CONTRIBUIÇÃO A proposta aumenta de 15 para 25 anos o tempo mínimo de contribuição com a Previdência exigido para aposentadoria TRANSIÇÃO Haveria regra de transição para homens com 50 anos de idade ou mais e mulheres com 45 ou mais que ainda não tiverem condições de se aposentar no momento da aprovação das mudanças PEDÁGIO Quem entrar na regra de transição teria de trabalhar 50% mais tempo para poder se aposentar pelas regras atuais SEM TRANSIÇÃO Homens com menos de 50 anos e mulheres com menos de 45 só poderiam se aposentar de acordo com as novas regras PENSÃO POR MORTE A proposta proíbe o acúmulo de pensão por morte e aposentadoria A série "Corrida contra o tempo" discute a situação da Previdência e os esforços do governo Temer para corrigir os seus desequilíbrios, um dos principais desafios enfrentados pela economia neste momento de recessão e contas públicas no vermelho. Reportagens anteriores da série estão disponíveis em folha.com/previdencia
mercado
Aposentadorias por tempo de contribuição têm alta de 35% em 2016A concessão de aposentadorias por tempo de contribuição —modalidade que será extinta com a aprovação da reforma da Previdência— aumentou 35% em 2016, segundo dados do INSS. Greves de servidores da Previdência em 2015, a entrada em vigor da chamada fórmula 85/95 e a escalada do desemprego ajudam a explicar a alta nas concessões, segundo especialistas. Para efeito de comparação, em 2015, houve alta de apenas 1,6% em relação ao ano anterior. Em 2016, foram concedidas 432 mil novas aposentadorias por tempo de contribuição. Em 2015, foram 320 mil. Para o economista Pedro Nery, consultor do Senado, o desemprego e a falta de perspectiva de voltar ao mercado levaram trabalhadores que já tinham direito de se aposentar a fazer o pedido do benefício, ainda que não tivessem conquistado o tempo de contribuição necessário para receber o valor máximo do INSS. A adoção da fórmula 85/95 a partir de novembro de 2015, diz, também contribuiu. A regra permite ao trabalhador que atingir 85/95 (mulher/homem), com a soma de idade e tempo de contribuição, alcançar um valor maior com a aposentadoria. É uma alternativa mais favorável ao segurado do que o fator previdenciário, mecanismo instituído em 1999 que reduz os benefícios de quem se aposenta precocemente. O fator previdenciário foi criado para desestimular o benefício precoce, mas nunca gerou esse efeito. Por ser uma regra dura, as pessoas preferiam se aposentar mais cedo (em média com 54 anos), mesmo ganhando menos. Nery diz que a 85/95 teve, no entanto, o efeito de uma "contrarreforma" da Previdência com impacto relevante no salto da concessão de aposentadoria por tempo de contribuição. Evolução na concessão de novos de benefícios - Em % sobre o ano anterior Do total de aposentadorias por tempo de contribuição concedidas em 2016, 133,6 mil foram pela regra 85/95 e 203 mil com a aplicação do fator previdenciário. As demais são aposentadorias concedidas após recursos, além de benefícios com regras específicas, como os para professores. "Quem estava esperando para se aposentar com o valor cheio pelo fator previdenciário conseguiu, com a fórmula 85/95, se aposentar mais cedo com o benefício completo", afirma Arnaldo Lima, assessor especial do Ministério do Planejamento. Isso ocorre porque a nova fórmula garante a aposentadoria integral mais cedo do que se o trabalhador esperasse o fator previdenciário oferecer um benefício sem cortes. Paulo Tafner, especialista em Previdência, diz que, além do impacto verificado em 2016, a regra 85/95 deve aumentar os pedidos de aposentadoria em 2017. "Mas, com a reforma aprovada, a concessão precoce de aposentadorias já terá ocorrido e a gente normaliza de novo o fluxo." Com o aumento nos pedidos, os gastos com a aposentadoria por tempo de contribuição subiram 6,3% em 2016, para R$ 135,8 bilhões (dados atualizados para dezembro). novos benefícios foram concedidos em 2016 - REPRESAMENTO Na avaliação de Tafner, o represamento na concessão de benefícios gerado por greves de servidores e médicos do INSS em 2015 é o principal fator para o aumento na concessão de benefícios. Na Previdência urbana, a concessão subiu 19% e somou 3,9 milhões em 2016. A greve dos médicos peritos, que começou em setembro de 2015 e durou quase cinco meses, afetou a concessão de benefícios que dependem de perícias, como o auxílio-doença. Esse benefício teve 2,2 milhões de concessões em 2016 —alta de 20% ante 2015. "De fevereiro a julho de 2016 repusemos um passivo total de 1,3 milhão de perícias", disse Francisco Cardoso, presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social. O INSS e a Secretaria de Previdência não comentaram os dados. Deficit da Previdência - Em R$ bilhões * IDADE MÍNIMA Projeto apresentado ao Congresso prevê idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e mulheres, sem distinção CONTRIBUIÇÃO A proposta aumenta de 15 para 25 anos o tempo mínimo de contribuição com a Previdência exigido para aposentadoria TRANSIÇÃO Haveria regra de transição para homens com 50 anos de idade ou mais e mulheres com 45 ou mais que ainda não tiverem condições de se aposentar no momento da aprovação das mudanças PEDÁGIO Quem entrar na regra de transição teria de trabalhar 50% mais tempo para poder se aposentar pelas regras atuais SEM TRANSIÇÃO Homens com menos de 50 anos e mulheres com menos de 45 só poderiam se aposentar de acordo com as novas regras PENSÃO POR MORTE A proposta proíbe o acúmulo de pensão por morte e aposentadoria A série "Corrida contra o tempo" discute a situação da Previdência e os esforços do governo Temer para corrigir os seus desequilíbrios, um dos principais desafios enfrentados pela economia neste momento de recessão e contas públicas no vermelho. Reportagens anteriores da série estão disponíveis em folha.com/previdencia
2
Espaços de convivência em SP incentivam criança a se divertir sem os pais por perto
NATÁLIA ALBERTONI COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Sentada no quintal do Mamusca, misto de espaço de brincadeiras com restaurante, na zona oeste paulistana, Maria, 3, usa um vestido de princesa cor de bala de uva –empréstimo da casa. Compenetrada, ela manipula utensílios de cozinha tamanho PP sobre uma mesa que faria um adulto ficar corcunda. "Estou fazendo bolo doce de salsicha e suco de melancia", conta, enquanto rega um potinho de areia com água, seus ingredientes. A algumas paredes dali, no salão onde são servidos doces e algumas receitas orgânicas, a mãe de Maria, Su Duarte, 35, saboreia o almoço –esse de verdade. Ela leva a filha para o espaço em Pinheiros duas vezes por semana. Lá, a menina também pode pintar, ler, ou criar outros "faz de conta" por R$ 40 a hora. "Maria não frequenta uma escolinha ainda. Prefiro trazer ela aqui, onde fica mais livre e os educadores são ótimos, interferem menos." Disponibilizar momentos para crianças brincarem sem o direcionamento de pais ou educadores é a principal diretriz de espaços de convivência que têm surgido na capital. A proposta dos locais consiste basicamente em utilizar materiais, ingredientes, tintas e livros para estimular as crianças a escolher o que querem fazer: construir brinquedos, criar histórias, encenar ou até cozinhar. Espaços de convivência incentivam criança a se divertir sem pais por perto Na Casa Ubá, na Vila Madalena, por exemplo, elas colocam a mão na massa. "Em casa, normalmente, as crianças têm alguém fazendo as coisas por elas. Até por uma questão de praticidade", diz Bruna Montarelli, 28, uma das idealizadoras do local. "Muitas nem sabem de onde vem a comida. Aqui, pegam os temperos no jardim." Raquel Franzim, 36, assessora pedagógica do Instituto Alana, sem fins lucrativos, afirma que o aumento do número desses espaços nos últimos anos começou com shoppings, que criaram espaços de brincadeira para pais deixarem os filhos enquanto faziam compras. "Com o tempo virou um negócio." Apesar de ressaltar que vê com estranheza o ato de "pagar para o filho brincar", a assessora considera a mudança um avanço. Franzim destaca que há alternativas como o Slow Kids, que não possui um espaço físico e promove eventos ao ar livre. Com o objetivo de desacelerar os pequenos e estimular o convívio deles com os familiares, o movimento coloca ainda as crianças em contato com outras realidades sociais. Tatiana Weberman, uma das responsáveis por esse projeto, diz que o conceito é o mesmo dos espaços de convivência, mas uma das intenções é fazer com que os convidados percebam onde estão. "Deixamos materiais à disposição. A criança pode se deparar com bacias de bola de sabão. Mas, se não quiser mexer, poderá subir em uma árvore ou até ficar só rolando no chão". É um convite. * Mamusca O espaço onde pais e filhos podem conviver é indicados para crianças de 0 a 6 anos. Para brincar, paga-se de R$ 40 (hora avulsa) a R$ 1.280 (plano mensal com quatro horas por dia). Para o próxima dia 12, estão programadas atividades como uma oficina de experiências musicais para bebês. R. Joaquim Antunes, 778, Pinheiros, tel. 2362-9303. - Cadê Bebê Destinado aos pequenos de até seis anos, o local cobra de R$ 39 (hora avulsa) a R$ 620 (plano mensal) por suas atividades. Para este mês das crianças, estão planejadas As Férias da Primavera (R$ 449), uma semana de brincadeiras desta segunda (10) até o próximo dia 14. R. Emanuel Kant, 175 A, Jardim Europa, tel. 2361-5633. - Casa Ubá Na casa, que remete ao interior, os alunos (até 10 anos) preparam a própria comida com o auxílio de adultos. Os temperos podem ser colhidos no quintal. O pacote mensal custa R$ 710 e não há aulas avulsas. No Dia da Criança, a casa estará de portas abertas para receber pais e filhos para brincar. R. Beatriz, 258, Vila Madalena, tel. 2574-2521. - Casa do Brincar Há aulas como a de dança materna (para grávidas e mamães com bebês em slings) e cursos de formação sobre temas relevantes para a infância. Destinado a crianças de 0 a 6 anos -as brincadeiras são no quintal. Paga-se por hora (R$ 55) ou mês (até R$ 560). R. Ferreira de Araújo, 388, Pinheiros, tel. 3032-2323. - Brincando no Pé Disponibiliza fantasias, sucata e outros materiais para incentivar as brincadeiras. No Dia da Criança, ocorrerá o especial Do que meus Pais Brincavam?, com atividades como amarelinha, corda, bambolê e elástico. Preço: R$ 50 por família, mesmo valor de duas horas de atividades em um dia regular. R. Pedroso de Camargo, 319, Chácara Santo Antônio, tel. 99364-6887. - Criança Butantan Parceria entre Andrea Lo Russo, do Piparia, e Marcela Resende, do Morada das Percepções, o projeto recebe crianças de 1 a 13 anos. Aberto às sextas, cobra de R$ 200 (meio período) a R$ 320 (integral). R. José Esperidião Teixeira, 144, Instituto de Previdência, moradadaspercepcoes@gmail.com. - StartArte Para crianças e adolescentes de 4 a 12 anos, trabalha com materiais específicos no intuito de provocar a criação com um maior direcionamento. O processo poder resultar, por exemplo, em um livro. Para o Dia da Criança, promove um piquenique (R$ 110 por criança). Os cursos integrais custam entre R$ 110 (oficinas) e R$ 1.548 (planos mensais). R. dos Macunis, 180, Vila Madalena, tel. 3097-8406.
saopaulo
Espaços de convivência em SP incentivam criança a se divertir sem os pais por pertoNATÁLIA ALBERTONI COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Sentada no quintal do Mamusca, misto de espaço de brincadeiras com restaurante, na zona oeste paulistana, Maria, 3, usa um vestido de princesa cor de bala de uva –empréstimo da casa. Compenetrada, ela manipula utensílios de cozinha tamanho PP sobre uma mesa que faria um adulto ficar corcunda. "Estou fazendo bolo doce de salsicha e suco de melancia", conta, enquanto rega um potinho de areia com água, seus ingredientes. A algumas paredes dali, no salão onde são servidos doces e algumas receitas orgânicas, a mãe de Maria, Su Duarte, 35, saboreia o almoço –esse de verdade. Ela leva a filha para o espaço em Pinheiros duas vezes por semana. Lá, a menina também pode pintar, ler, ou criar outros "faz de conta" por R$ 40 a hora. "Maria não frequenta uma escolinha ainda. Prefiro trazer ela aqui, onde fica mais livre e os educadores são ótimos, interferem menos." Disponibilizar momentos para crianças brincarem sem o direcionamento de pais ou educadores é a principal diretriz de espaços de convivência que têm surgido na capital. A proposta dos locais consiste basicamente em utilizar materiais, ingredientes, tintas e livros para estimular as crianças a escolher o que querem fazer: construir brinquedos, criar histórias, encenar ou até cozinhar. Espaços de convivência incentivam criança a se divertir sem pais por perto Na Casa Ubá, na Vila Madalena, por exemplo, elas colocam a mão na massa. "Em casa, normalmente, as crianças têm alguém fazendo as coisas por elas. Até por uma questão de praticidade", diz Bruna Montarelli, 28, uma das idealizadoras do local. "Muitas nem sabem de onde vem a comida. Aqui, pegam os temperos no jardim." Raquel Franzim, 36, assessora pedagógica do Instituto Alana, sem fins lucrativos, afirma que o aumento do número desses espaços nos últimos anos começou com shoppings, que criaram espaços de brincadeira para pais deixarem os filhos enquanto faziam compras. "Com o tempo virou um negócio." Apesar de ressaltar que vê com estranheza o ato de "pagar para o filho brincar", a assessora considera a mudança um avanço. Franzim destaca que há alternativas como o Slow Kids, que não possui um espaço físico e promove eventos ao ar livre. Com o objetivo de desacelerar os pequenos e estimular o convívio deles com os familiares, o movimento coloca ainda as crianças em contato com outras realidades sociais. Tatiana Weberman, uma das responsáveis por esse projeto, diz que o conceito é o mesmo dos espaços de convivência, mas uma das intenções é fazer com que os convidados percebam onde estão. "Deixamos materiais à disposição. A criança pode se deparar com bacias de bola de sabão. Mas, se não quiser mexer, poderá subir em uma árvore ou até ficar só rolando no chão". É um convite. * Mamusca O espaço onde pais e filhos podem conviver é indicados para crianças de 0 a 6 anos. Para brincar, paga-se de R$ 40 (hora avulsa) a R$ 1.280 (plano mensal com quatro horas por dia). Para o próxima dia 12, estão programadas atividades como uma oficina de experiências musicais para bebês. R. Joaquim Antunes, 778, Pinheiros, tel. 2362-9303. - Cadê Bebê Destinado aos pequenos de até seis anos, o local cobra de R$ 39 (hora avulsa) a R$ 620 (plano mensal) por suas atividades. Para este mês das crianças, estão planejadas As Férias da Primavera (R$ 449), uma semana de brincadeiras desta segunda (10) até o próximo dia 14. R. Emanuel Kant, 175 A, Jardim Europa, tel. 2361-5633. - Casa Ubá Na casa, que remete ao interior, os alunos (até 10 anos) preparam a própria comida com o auxílio de adultos. Os temperos podem ser colhidos no quintal. O pacote mensal custa R$ 710 e não há aulas avulsas. No Dia da Criança, a casa estará de portas abertas para receber pais e filhos para brincar. R. Beatriz, 258, Vila Madalena, tel. 2574-2521. - Casa do Brincar Há aulas como a de dança materna (para grávidas e mamães com bebês em slings) e cursos de formação sobre temas relevantes para a infância. Destinado a crianças de 0 a 6 anos -as brincadeiras são no quintal. Paga-se por hora (R$ 55) ou mês (até R$ 560). R. Ferreira de Araújo, 388, Pinheiros, tel. 3032-2323. - Brincando no Pé Disponibiliza fantasias, sucata e outros materiais para incentivar as brincadeiras. No Dia da Criança, ocorrerá o especial Do que meus Pais Brincavam?, com atividades como amarelinha, corda, bambolê e elástico. Preço: R$ 50 por família, mesmo valor de duas horas de atividades em um dia regular. R. Pedroso de Camargo, 319, Chácara Santo Antônio, tel. 99364-6887. - Criança Butantan Parceria entre Andrea Lo Russo, do Piparia, e Marcela Resende, do Morada das Percepções, o projeto recebe crianças de 1 a 13 anos. Aberto às sextas, cobra de R$ 200 (meio período) a R$ 320 (integral). R. José Esperidião Teixeira, 144, Instituto de Previdência, moradadaspercepcoes@gmail.com. - StartArte Para crianças e adolescentes de 4 a 12 anos, trabalha com materiais específicos no intuito de provocar a criação com um maior direcionamento. O processo poder resultar, por exemplo, em um livro. Para o Dia da Criança, promove um piquenique (R$ 110 por criança). Os cursos integrais custam entre R$ 110 (oficinas) e R$ 1.548 (planos mensais). R. dos Macunis, 180, Vila Madalena, tel. 3097-8406.
9
Conheça cinco rodas gigantes panorâmicas pelo mundo
Além de divertir, as rodas gigantes são uma boa opção para observar a paisagem. Com alturas de até 167 metros, em alguns casos elas permitem enxergar até outro países. Veja abaixo uma seleção de cinco rodas gigantes panorâmicas ao redor do mundo. * LONDON EYE Maior roda gigante da Europa, com 135 metros de altura, é um dos grandes símbolos de Londres e permite ver quase toda a cidade. Começou a operar em 2000 e tem 32 cabines HIGH ROLLER Em Las Vegas (EUA), é a maior roda gigante do mundo, com 167 metros de altura e vista para os cassinos, hotéis e montanhas da cidade. À noite, tem a opção de pacote com bebida liberada SINGAPORE FLYER Segunda maior do mundo, a atração em Marina Bay, Cingapura, tem 165 metros de altura e, com tempo bom, permite visibilidade de 45 quilômetros, incluindo Malásia e Indonésia ESTRELA DE NANCHANG Com 160 metros de altura, tem vista panorâmica para a cidade chinesa de mesmo nome, que fica entre Hong Kong e Xangai. São 60 cabines, e o passeio dura 30 minutos EUROWHEEL Segunda maior roda gigante da Europa, com 90 metros de altura, fica no parque Mirabilandia, em Ravena, na Itália, e tem vista para a região de Emilia Romagna e suas praias
turismo
Conheça cinco rodas gigantes panorâmicas pelo mundoAlém de divertir, as rodas gigantes são uma boa opção para observar a paisagem. Com alturas de até 167 metros, em alguns casos elas permitem enxergar até outro países. Veja abaixo uma seleção de cinco rodas gigantes panorâmicas ao redor do mundo. * LONDON EYE Maior roda gigante da Europa, com 135 metros de altura, é um dos grandes símbolos de Londres e permite ver quase toda a cidade. Começou a operar em 2000 e tem 32 cabines HIGH ROLLER Em Las Vegas (EUA), é a maior roda gigante do mundo, com 167 metros de altura e vista para os cassinos, hotéis e montanhas da cidade. À noite, tem a opção de pacote com bebida liberada SINGAPORE FLYER Segunda maior do mundo, a atração em Marina Bay, Cingapura, tem 165 metros de altura e, com tempo bom, permite visibilidade de 45 quilômetros, incluindo Malásia e Indonésia ESTRELA DE NANCHANG Com 160 metros de altura, tem vista panorâmica para a cidade chinesa de mesmo nome, que fica entre Hong Kong e Xangai. São 60 cabines, e o passeio dura 30 minutos EUROWHEEL Segunda maior roda gigante da Europa, com 90 metros de altura, fica no parque Mirabilandia, em Ravena, na Itália, e tem vista para a região de Emilia Romagna e suas praias
13
Tenistas do topo tentam títulos inéditos em 2016
Prestígio, poupança recheada e o nome na história do esporte todos eles já têm. A partir desta segunda (4), quando começa mais uma temporada do circuito da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), os quatro principais atletas da última década vão em busca das poucas glórias que ainda não alcançaram na carreira. Os currículos de Novak Djokovic, Roger Federer, Andy Murray e Rafael Nadal não são nada modestos. Apesar disso, todos eles têm lacunas para preencher entre os principais torneios do circuito. Mais velho e vitorioso dos quatro, Federer, 34, já faturou 88 títulos e mais de US$ 97 milhões (cerca de R$ 380 milhões) como profissional. Ao lado de Nadal, ele é o único tenista em atividade a ter conquistado os quatro Grand Slams. Falta ao suíço, porém, uma medalha olímpica de ouro em simples –o suíço triunfou nos Jogos de Pequim-2008 nas duplas, ao lado de Stan Wawrinka. Com a Rio-2016 no radar, Federer divulgou um calendário mais enxuto para a temporada. Serão 16 compromissos, apenas um deles no saibro –Roland Garros–, superfície onde tem menos domínio historicamente. Número um do ranking, Djokovic, 28, é dono de 59 troféus de simples, mas em premiação está bem próximo do suíço, com US$ 94 milhões. Para ele, além da medalha dourada, falta também o título do Grand Slam francês. Em 2015, a oportunidade passou perto, mas o sérvio perdeu para Wawrinka na final, desperdiçando a chance de vencer os quatro principais torneios do ano, feito que não acontece desde o final da década de 1960. Ex-número um do mundo e dono de 67 títulos de simples, Nadal, 29, hoje em quinto no ranking, tenta se recuperar fisicamente para voltar a assustar a elite do tênis. A ele não falta Grand Slams, nem mesmo um título no torneio olímpico, que ganhou em 2008. O espanhol, porém, nunca triunfou nas Finais da ATP, último torneio da temporada, que reúne os oito melhores tenistas do ano. Apesar de ter idade próxima a dos rivais, Andy Murray, 28, demorou mais para se consolidar nesta espécie de G4 do tênis. O britânico venceu o Aberto dos EUA, seu primeiro Grand Slam, em 2012, mesmo ano em que levou o ouro na Olimpíada de Londres. Ele ainda não tem os troféus de Roland Garros, do Aberto da Austrália e das Finais da ATP. Atualmente, o quarto colocado do ranking é Wawrinka, 30, que se aproveitou do período de baixa vivido por Nadal. O suíço, porém, assim como os demais tenistas do circuito, tem histórico de títulos e premiações bastante inferior ao daqueles que se acostumaram a dominar o esporte nos últimos anos. ESPALHADOS PELO MUNDO Os principais tenistas do mundo iniciam a temporada nesta semana. Federer joga em Brisbane, na Austrália, mesmo torneio que é disputado pelo paulista Thomaz Bellucci, 28 (37º do ranking mundial). O suíço ainda não tem adversário definido, enquanto o brasileiro enfrenta o belga David Goffin (16º da lista). Djokovic e Nadal disputam o torneio de Doha, no Qatar. O número um do mundo encara o alemão Dustin Brown (118º); já o quinto do ranking joga contra o compatriota Pablo Carrero Busta (67º). Wawrinka abre a temporada em Chennai, na Índia, onde estreia contra o vencedor do duelo entre o russo Andrey Rublev e o indiano Somdev Devvarman. O Aberto da Austrália, primeiro Grand Slam do ano, começa em 18 de janeiro, em Melbourne. Djokovic, Federer, Nadal e Wawrinka conquistaram o torneio nos últimos dez anos. Murray, vice-líder do ranking, é o único dos tops que não venceu o Aberto da Austrália. Ele é dúvida no torneio deste ano em razão do nascimento do seu filho, previsto para fevereiro.
esporte
Tenistas do topo tentam títulos inéditos em 2016Prestígio, poupança recheada e o nome na história do esporte todos eles já têm. A partir desta segunda (4), quando começa mais uma temporada do circuito da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), os quatro principais atletas da última década vão em busca das poucas glórias que ainda não alcançaram na carreira. Os currículos de Novak Djokovic, Roger Federer, Andy Murray e Rafael Nadal não são nada modestos. Apesar disso, todos eles têm lacunas para preencher entre os principais torneios do circuito. Mais velho e vitorioso dos quatro, Federer, 34, já faturou 88 títulos e mais de US$ 97 milhões (cerca de R$ 380 milhões) como profissional. Ao lado de Nadal, ele é o único tenista em atividade a ter conquistado os quatro Grand Slams. Falta ao suíço, porém, uma medalha olímpica de ouro em simples –o suíço triunfou nos Jogos de Pequim-2008 nas duplas, ao lado de Stan Wawrinka. Com a Rio-2016 no radar, Federer divulgou um calendário mais enxuto para a temporada. Serão 16 compromissos, apenas um deles no saibro –Roland Garros–, superfície onde tem menos domínio historicamente. Número um do ranking, Djokovic, 28, é dono de 59 troféus de simples, mas em premiação está bem próximo do suíço, com US$ 94 milhões. Para ele, além da medalha dourada, falta também o título do Grand Slam francês. Em 2015, a oportunidade passou perto, mas o sérvio perdeu para Wawrinka na final, desperdiçando a chance de vencer os quatro principais torneios do ano, feito que não acontece desde o final da década de 1960. Ex-número um do mundo e dono de 67 títulos de simples, Nadal, 29, hoje em quinto no ranking, tenta se recuperar fisicamente para voltar a assustar a elite do tênis. A ele não falta Grand Slams, nem mesmo um título no torneio olímpico, que ganhou em 2008. O espanhol, porém, nunca triunfou nas Finais da ATP, último torneio da temporada, que reúne os oito melhores tenistas do ano. Apesar de ter idade próxima a dos rivais, Andy Murray, 28, demorou mais para se consolidar nesta espécie de G4 do tênis. O britânico venceu o Aberto dos EUA, seu primeiro Grand Slam, em 2012, mesmo ano em que levou o ouro na Olimpíada de Londres. Ele ainda não tem os troféus de Roland Garros, do Aberto da Austrália e das Finais da ATP. Atualmente, o quarto colocado do ranking é Wawrinka, 30, que se aproveitou do período de baixa vivido por Nadal. O suíço, porém, assim como os demais tenistas do circuito, tem histórico de títulos e premiações bastante inferior ao daqueles que se acostumaram a dominar o esporte nos últimos anos. ESPALHADOS PELO MUNDO Os principais tenistas do mundo iniciam a temporada nesta semana. Federer joga em Brisbane, na Austrália, mesmo torneio que é disputado pelo paulista Thomaz Bellucci, 28 (37º do ranking mundial). O suíço ainda não tem adversário definido, enquanto o brasileiro enfrenta o belga David Goffin (16º da lista). Djokovic e Nadal disputam o torneio de Doha, no Qatar. O número um do mundo encara o alemão Dustin Brown (118º); já o quinto do ranking joga contra o compatriota Pablo Carrero Busta (67º). Wawrinka abre a temporada em Chennai, na Índia, onde estreia contra o vencedor do duelo entre o russo Andrey Rublev e o indiano Somdev Devvarman. O Aberto da Austrália, primeiro Grand Slam do ano, começa em 18 de janeiro, em Melbourne. Djokovic, Federer, Nadal e Wawrinka conquistaram o torneio nos últimos dez anos. Murray, vice-líder do ranking, é o único dos tops que não venceu o Aberto da Austrália. Ele é dúvida no torneio deste ano em razão do nascimento do seu filho, previsto para fevereiro.
3
Novo chanceler dos EUA faz transição dos negócios para a diplomacia
Aprovado em comissão do Senado para ser secretário de Estado americano, Rex Tillerson, ex-presidente da gigante petroleira ExxonMobil, começa a transição dos negócios para a diplomacia cercado de indagações sobre a dinâmica que dará às relações dos EUA com o mundo. Com ampla experiência internacional, Tillerson conhece bem o Brasil, onde teve divergências com o governo Lula quando estava em discussão o modelo de exploração das reservas do pré-sal. Empossado na sexta (20), o presidente Donald Trump ainda está montando sua equipe de política externa. Segundo a Folha apurou, um dos escolhidos para lidar diretamente com o Brasil é o ex-militar Craig Deare, que deve ser o diretor de América Latina do Conselho de Segurança Nacional. Com 20 anos de carreira no Exército, onde se especializou em assuntos de inteligência ligados à América Latina, Deare defende intensificar presença dos EUA na região. Seu objetivo deverá ser reduzir os riscos à segurança criados pelo crime organizado e a imigração ilegal e conter a influência da China. A nomeação de Tillerson na Comissão de Relações Exteriores do Senado na segunda (23) foi aprovada com diferença de apenas um voto, refletindo a divisão partidária —os 11 republicanos a favor, os 10 democratas contra. Agora, a nomeação de Tillerson passará pelo plenário do Senado, onde os republicanos tem a maioria necessária para aprová-la. Mas o perfil heterodoxo do candidato em comparação com os últimos nomes que ocuparam o cargo despertaram dúvidas também entre os republicanos, mantendo em suspense até o último momento a aprovação. Um dos principais motivos da relutância foi a ligação de Tillerson com a Rússia, dado o grande volume de negócios que a ExxonMobil fez no país quando ele comandava a multinacional. Um temor paralelo era o possível conflito de interesses. "Minha preocupação era que Tillerson defenda uma política externa de negócios à custa de alianças tradicionais", disse o republicano Marco Rubio, que acabou dando voto favorável. Nos 40 anos na petroleira, dez como presidente, Tillerson ganhou reputação de um executivo com talento para fechar negócios ao redor do mundo, agindo muitas vezes em descompasso com o departamento que comandará. "No governo Obama Tillerson fechou um acordo de petróleo com o governo curdo, enfraquecendo o governo nacional do Iraque. A Exxon Mobil não pediu permissão", conta na revista "New Yorker" Steve Coll, autor de um livro sobre a empresa. Em 2009 a ExxonMobil contribuiu com US$ 200 mil para um jantar em homenagem a Lula em Nova York, o que deu direito a uma conversa de 15 minutos de Tillerson com o então presidente. O principal incômodo para a empresa era a obrigatoriedade de a Petrobras participar como operadora única do pré-sal. Neste ponto, a equipe de Michel Temer se alinha ao que ele pedia, já que também é favorável ao fim da obrigatoriedade. Para Joel Velasco, vice-presidente da consultoria Albright Stonebridge, o perfil pró-negócios de Tillerson pode abrir oportunidades para o país, mas o Brasil precisa tomar a iniciativa. "O Brasil é grande demais para os EUA imporem suas ideias. Eles estão deixando claro que estão abertos a negócios. A questão é o que o Brasil vai botar na mesa."
mundo
Novo chanceler dos EUA faz transição dos negócios para a diplomaciaAprovado em comissão do Senado para ser secretário de Estado americano, Rex Tillerson, ex-presidente da gigante petroleira ExxonMobil, começa a transição dos negócios para a diplomacia cercado de indagações sobre a dinâmica que dará às relações dos EUA com o mundo. Com ampla experiência internacional, Tillerson conhece bem o Brasil, onde teve divergências com o governo Lula quando estava em discussão o modelo de exploração das reservas do pré-sal. Empossado na sexta (20), o presidente Donald Trump ainda está montando sua equipe de política externa. Segundo a Folha apurou, um dos escolhidos para lidar diretamente com o Brasil é o ex-militar Craig Deare, que deve ser o diretor de América Latina do Conselho de Segurança Nacional. Com 20 anos de carreira no Exército, onde se especializou em assuntos de inteligência ligados à América Latina, Deare defende intensificar presença dos EUA na região. Seu objetivo deverá ser reduzir os riscos à segurança criados pelo crime organizado e a imigração ilegal e conter a influência da China. A nomeação de Tillerson na Comissão de Relações Exteriores do Senado na segunda (23) foi aprovada com diferença de apenas um voto, refletindo a divisão partidária —os 11 republicanos a favor, os 10 democratas contra. Agora, a nomeação de Tillerson passará pelo plenário do Senado, onde os republicanos tem a maioria necessária para aprová-la. Mas o perfil heterodoxo do candidato em comparação com os últimos nomes que ocuparam o cargo despertaram dúvidas também entre os republicanos, mantendo em suspense até o último momento a aprovação. Um dos principais motivos da relutância foi a ligação de Tillerson com a Rússia, dado o grande volume de negócios que a ExxonMobil fez no país quando ele comandava a multinacional. Um temor paralelo era o possível conflito de interesses. "Minha preocupação era que Tillerson defenda uma política externa de negócios à custa de alianças tradicionais", disse o republicano Marco Rubio, que acabou dando voto favorável. Nos 40 anos na petroleira, dez como presidente, Tillerson ganhou reputação de um executivo com talento para fechar negócios ao redor do mundo, agindo muitas vezes em descompasso com o departamento que comandará. "No governo Obama Tillerson fechou um acordo de petróleo com o governo curdo, enfraquecendo o governo nacional do Iraque. A Exxon Mobil não pediu permissão", conta na revista "New Yorker" Steve Coll, autor de um livro sobre a empresa. Em 2009 a ExxonMobil contribuiu com US$ 200 mil para um jantar em homenagem a Lula em Nova York, o que deu direito a uma conversa de 15 minutos de Tillerson com o então presidente. O principal incômodo para a empresa era a obrigatoriedade de a Petrobras participar como operadora única do pré-sal. Neste ponto, a equipe de Michel Temer se alinha ao que ele pedia, já que também é favorável ao fim da obrigatoriedade. Para Joel Velasco, vice-presidente da consultoria Albright Stonebridge, o perfil pró-negócios de Tillerson pode abrir oportunidades para o país, mas o Brasil precisa tomar a iniciativa. "O Brasil é grande demais para os EUA imporem suas ideias. Eles estão deixando claro que estão abertos a negócios. A questão é o que o Brasil vai botar na mesa."
4
Enquanto Kylo Ren não dá as caras, relembre outros vilões de 'Star Wars'
Luke Skywalker sempre foi a personificação do herói, Han Solo era o canalha carismático de bom coração, Obi-Wan Kenobi, o principal personagem na transição entre as trilogias. Mas nada disso adianta. Se não fossem os vilões, a saga "Star Wars" não seria a mesma. Até por isso, as declarações do diretor J.J. Abrams e do roteirista Lawrence Kasdan sobre o vilão do novo filme deixou os fãs ainda mais ansiosos pela estreia de "Episódio 7 - O Despertar da Força". "Escrevi quatro filmes de 'Star Wars' e nunca houve um personagem parecido esse. Acho que vocês verão algo completamente novo à saga", entusiasmou-se Kasdan sobre Kylo Ren, que promete não fazer feio com a herança de Darth Vader. "Ele é um personagem que adotou o nome Kylo Ren ao entrar para um grupo chamado Cavaleiros de Ren. Ele não é o seu vilão comum de bigode, é um pouco mais complexo que isso e foi muito divertido trabalhar com Adam Driver nesse papel porque ele se dedicou de uma forma profunda e notável", explica J.J. Abrams. Enquanto os brasileiros devem esperar até o dia 18 de dezembro para ver "O Despertar da Força", confira uma galeria com os famosos vilões de "Star Wars".
ilustrada
Enquanto Kylo Ren não dá as caras, relembre outros vilões de 'Star Wars'Luke Skywalker sempre foi a personificação do herói, Han Solo era o canalha carismático de bom coração, Obi-Wan Kenobi, o principal personagem na transição entre as trilogias. Mas nada disso adianta. Se não fossem os vilões, a saga "Star Wars" não seria a mesma. Até por isso, as declarações do diretor J.J. Abrams e do roteirista Lawrence Kasdan sobre o vilão do novo filme deixou os fãs ainda mais ansiosos pela estreia de "Episódio 7 - O Despertar da Força". "Escrevi quatro filmes de 'Star Wars' e nunca houve um personagem parecido esse. Acho que vocês verão algo completamente novo à saga", entusiasmou-se Kasdan sobre Kylo Ren, que promete não fazer feio com a herança de Darth Vader. "Ele é um personagem que adotou o nome Kylo Ren ao entrar para um grupo chamado Cavaleiros de Ren. Ele não é o seu vilão comum de bigode, é um pouco mais complexo que isso e foi muito divertido trabalhar com Adam Driver nesse papel porque ele se dedicou de uma forma profunda e notável", explica J.J. Abrams. Enquanto os brasileiros devem esperar até o dia 18 de dezembro para ver "O Despertar da Força", confira uma galeria com os famosos vilões de "Star Wars".
6
Hillary Clinton vence últimas prévias democratas, na capital Washington
Hillary Clinton formalizou sua vitória nas prévias democratas, vencendo nesta terça (14) a última etapa, no Distrito de Colúmbia, onde fica a capital do país, Washington D.C., segundo projeções da CNN. Seu rival, o senador Bernie Sanders, já havia desacelerado o ritmo da campanha. Ainda não deu sinais, porém, de que sairá da corrida, apesar de Hillary já ser considerada a presidenciável virtual da legenda desde a semana passada, quando conquistou delegados o suficiente para ser chancelada na Convenção Nacional Democrata. O encontro acontece em julho, na Filadélfia. A ex-secretária de Estado precisa esperar até lá para ser oficializada como a candidata do partido à sucessão de outro democrata, Barack Obama. Em quatro meses de campanha interna, ela consolidou larga vantagem sobre Sanders: ganhou em 28 de 50 Estados, conquistou 2.784 (58,5%) dos 4.763 delegados e teve 15,7 milhões de votos, contra 12 milhões do adversário. Os números não incluem os 25 delegados nem os votos do Distrito de Colúmbia, ainda não computados. Sanders tem encontro marcado com Hillary para a noite desta terça, e sua equipe já toca reuniões com o time da oponente nos bastidores, segundo o site Politico. Mesmo sem se retirar da campanha, seu ritmo eleitoral perdeu fôlego de uma semana para cá. Não fez comício nesta terça, o que era praxe para dia de votação. Seus funcionários não dispararam e-mails pedindo ajuda financeira nos últimos dias. Grande parte deles já foi dispensada. Sua meta agora é forçar Hillary a encampar algumas de suas bandeiras, como o salário mínimo de US$ 15 a hora e universidade gratuita. Na segunda (13), a campanha da ex-secretária de Estado disse que ela espera "a oportunidade de discutir como [os dois] podem avançar em seu comprometimento conjunto de uma agenda progressiva e trabalhar para impedir Donald Trump na eleição geral".
mundo
Hillary Clinton vence últimas prévias democratas, na capital WashingtonHillary Clinton formalizou sua vitória nas prévias democratas, vencendo nesta terça (14) a última etapa, no Distrito de Colúmbia, onde fica a capital do país, Washington D.C., segundo projeções da CNN. Seu rival, o senador Bernie Sanders, já havia desacelerado o ritmo da campanha. Ainda não deu sinais, porém, de que sairá da corrida, apesar de Hillary já ser considerada a presidenciável virtual da legenda desde a semana passada, quando conquistou delegados o suficiente para ser chancelada na Convenção Nacional Democrata. O encontro acontece em julho, na Filadélfia. A ex-secretária de Estado precisa esperar até lá para ser oficializada como a candidata do partido à sucessão de outro democrata, Barack Obama. Em quatro meses de campanha interna, ela consolidou larga vantagem sobre Sanders: ganhou em 28 de 50 Estados, conquistou 2.784 (58,5%) dos 4.763 delegados e teve 15,7 milhões de votos, contra 12 milhões do adversário. Os números não incluem os 25 delegados nem os votos do Distrito de Colúmbia, ainda não computados. Sanders tem encontro marcado com Hillary para a noite desta terça, e sua equipe já toca reuniões com o time da oponente nos bastidores, segundo o site Politico. Mesmo sem se retirar da campanha, seu ritmo eleitoral perdeu fôlego de uma semana para cá. Não fez comício nesta terça, o que era praxe para dia de votação. Seus funcionários não dispararam e-mails pedindo ajuda financeira nos últimos dias. Grande parte deles já foi dispensada. Sua meta agora é forçar Hillary a encampar algumas de suas bandeiras, como o salário mínimo de US$ 15 a hora e universidade gratuita. Na segunda (13), a campanha da ex-secretária de Estado disse que ela espera "a oportunidade de discutir como [os dois] podem avançar em seu comprometimento conjunto de uma agenda progressiva e trabalhar para impedir Donald Trump na eleição geral".
4
Brasil precisa de economia desaforada para sair da crise, diz Lula
Em encontro fechado com intelectuais e artistas nesta sexta-feira (26), no Rio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, para sair da crise, o Brasil precisa de uma "economia desaforada". Segundo relatos, o petista disse que em tempos normais deve-se seguir receitas, mas, na crise, é preciso sair do manual. Ele sugeriu medidas como liberação de crédito e o uso de reservas internacionais do país para investimento em infraestrutura, a exemplo do que aprovou nesta sexta-feira o diretório nacional do PT. E deu um exemplo para "fazer girar a roda gigante" da economia: se o governo se desfizesse de US$ 100 bilhões de suas reservas, poderia usar R$ 200 bilhões para pagamento da dívida e investir os outros R$ 200 bilhões em infraestrutura. Apesar de não ter feito críticas diretas a Dilma Rousseff, as propostas apresentaras por Lula se chocam com a política econômica do Planalto. O seminário, que coincide com a data da comemoração dos 36 anos do PT –mas não tem relação com o partido– foi organizado pelo ex-ministro Roberto Amaral. O ex-presidente deve participar amanhã do ato de encerramento da celebração do aniversário petista. Segundo Amaral, o evento desta sexta não se tratou de um "ato de solidariedade" a Lula –que tem as relações com empreiteiras colocadas sob suspeita pelo Ministério Público e pela Policia Federal– mas de um debate sobre a "crise em geral, política e econômica". Participaram do encontro dezenas de convidados. Ente eles, o cineasta Luiz Carlos Barreto, os advogados Modesto da Silveira e Eny Moreira, o ex-ministro Paulo Vannuchi e o músico Tico Santacruz.
poder
Brasil precisa de economia desaforada para sair da crise, diz LulaEm encontro fechado com intelectuais e artistas nesta sexta-feira (26), no Rio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, para sair da crise, o Brasil precisa de uma "economia desaforada". Segundo relatos, o petista disse que em tempos normais deve-se seguir receitas, mas, na crise, é preciso sair do manual. Ele sugeriu medidas como liberação de crédito e o uso de reservas internacionais do país para investimento em infraestrutura, a exemplo do que aprovou nesta sexta-feira o diretório nacional do PT. E deu um exemplo para "fazer girar a roda gigante" da economia: se o governo se desfizesse de US$ 100 bilhões de suas reservas, poderia usar R$ 200 bilhões para pagamento da dívida e investir os outros R$ 200 bilhões em infraestrutura. Apesar de não ter feito críticas diretas a Dilma Rousseff, as propostas apresentaras por Lula se chocam com a política econômica do Planalto. O seminário, que coincide com a data da comemoração dos 36 anos do PT –mas não tem relação com o partido– foi organizado pelo ex-ministro Roberto Amaral. O ex-presidente deve participar amanhã do ato de encerramento da celebração do aniversário petista. Segundo Amaral, o evento desta sexta não se tratou de um "ato de solidariedade" a Lula –que tem as relações com empreiteiras colocadas sob suspeita pelo Ministério Público e pela Policia Federal– mas de um debate sobre a "crise em geral, política e econômica". Participaram do encontro dezenas de convidados. Ente eles, o cineasta Luiz Carlos Barreto, os advogados Modesto da Silveira e Eny Moreira, o ex-ministro Paulo Vannuchi e o músico Tico Santacruz.
0
Designer israelense cria roupas em impressoras 3D
Vai viajar? Não precisa levar malas. É só imprimir as roupas e os sapatos no hotel. Esse futuro não é muito distante, segundo a designer israelense Danit Peleg, 27, que fez o primeiro desfile de moda com roupas inteiramente produzidas por impressoras em três dimensões (3D) em Tel Aviv, em 5 de julho. Nesse dia, ela apresentou sua coleção de cinco modelos como parte do trabalho final da Faculdade de Engenharia e Desing2 Shenkar, a mais prestigiada de Israel. A vida da designer virou de ponta-cabeça desde então. O vídeo de 1 minuto e 51 segundos com partes do desfile se tornou viral e acumula 94 mil visualizacoes no YouTube (sem contar outros milhares no Facebook), levando Peleg a receber mensagens de internautas do mundo todo com elogios, perguntas e convites para palestras. Ela mostrará o processo de produção, por exemplo, na feira Maker Fair, o maior evento de projetos criativos no estilo "Faça você mesmo" do mundo, visitado por 200 mil pessoas, que acontecerá nos dias 27 e 28, em Nova York. As roupas fizeram tanto sucesso que Danit começou a receber encomendas para celebridades locais e estrangeiras. Uma cantora americana quer um modelo para o próximo Grammy. O custo, no entanto, ainda é alto. A jaqueta que ela chama de "Liberté" (inspirada no quadro de Eugène Delacroix "Liberdade Guiando o Povo") sairia, para os interessados, por nada menos que US$ 3.000. Afinal, leva mais de cem horas para ser impressa. E cada hora de trabalho numa impressora 3D é avaliada em US$ 25. Isso sem contar os cilindros de material plástico (a US$ 28 cada um) usado para produzir uma espécie de tecido flexível, o custo da modelagem e da "costura" da roupa -na verdade, colagem. Danit une as partes impressas com uma cola especial. A jaqueta -que tem a palavra "Liberté" escrita nas costas- foi modelada usando um software chamado Blender. Em outros modelos, Danit experimentou com padrões mais elaborados, que ganharam textura brincando com a espessura das impressões 3D, formando uma espécie de tecido "topográfico". Outro modelo, uma saia comprida preta e branca desenhada por Danit, sairia por US$ 14 mil. Ela precisa de 500 horas de impressão (cerca de 20 dias). Os sapatos, com 55 horas de impressão, saem mais "em conta": US$ 6.000. "Mesmo ainda sendo caro e demorado, tem muita gente que quer. Estou vendo como posso produzir em massa, talvez com ajuda de uma empresa de moda", disse Danit à Folha. "Mas, no futuro, todos terão impressoras em 3D em casa e poderão imprimir suas próprias roupas", diz Danit, que pensa em criar uma butique virtual para download de modelos para impressão. Hoje, já é possível imprimir uma infinidade de objetos com algo em torno de 15 modelos de impressoras 3D, de próteses e órgãos humanos para transplantes médicos a móveis, passando por bijuterias, brinquedos, esculturas e instrumentos musicais. É possível até mesmo imprimir armas de fogo, o que transforma a tecnologia, como tantas outras, em polêmica. Afinal, essas armas não são identificadas por detectores de metais. Os materiais usados vão desde elásticos a polímeros termoplásticos, resinas e até mesmo nylon. Mas ainda não imprimem tecidos de algodão, o que, para Danit Peleg, é apenas uma questão de tempo. Sem tecidos de algodão, mas como "fazendas plásticas maleáveis", ela desenvolveu cinco modelos em nove meses de trabalho -incluindo horas a fio diante de impressoras, aguardando que o "tecido" com filamentos de um material chamado FilaFlex (maleável, que lembra renda) ficasse pronto para se transformar em saias, vestidos, jaquetas e até mesmo sapatos (impressos num material mais rígido, o PLA). "Eu não sabia nada sobre impressão 3D. Comecei a pesquisar e consegui ajuda de especialistas de laboratórios locais, que me ensinaram e, mais importante, deixaram que eu usasse as impressoras em três dimensões", conta Danit, "Eu queria roupas maleáveis, não duras, como alguns designers já produzem. Roupas com sensação de tecido de algodão." O que mais tomou tempo foi a impressão do material. Foram nada menos do que 2.000 horas para imprimir todas as peças para os modelos, ou cerca de 400 horas por roupa (16 dias de impressão ininterrupta). Cada parte do "mosaico" com o qual as roupas foram criadas foi impressa no tamanho de uma página de papel A4, que demora 20 horas para imprimir. Desesperada por cumprir o prazo para o desfile, Danit decidiu comprar uma impressora, investindo nada menos do que US$ 2.500 -dinheiro que recuperou ministrando oficinas caseiras de impressão de acessórios em 3D para crianças. Um mês antes do desfile, a designer alugou mais quatro impressoras (a US$ 800) para conseguir produzir todos os modelos O investimento não parou por aí. A designer desembolsou centenas de dólares em cilindros de material plástico e colas especiais. "Adorei o fato de que eu poderia criar sem intermediários; poderia desenhar meus próprios tecidos e manufaturar minhas próprias roupas, tudo da minha casa. Não precisava comprar fazendas, poderia fazer a minha própria", afirma Danit. A designer disse que, depois de internautas americanos, os brasileiros são os que mais têm reagido à novidade na internet. "Descobri que o Brasil tem uma cultura de moda muito desenvolvida, com muito foco na estética!"
mercado
Designer israelense cria roupas em impressoras 3DVai viajar? Não precisa levar malas. É só imprimir as roupas e os sapatos no hotel. Esse futuro não é muito distante, segundo a designer israelense Danit Peleg, 27, que fez o primeiro desfile de moda com roupas inteiramente produzidas por impressoras em três dimensões (3D) em Tel Aviv, em 5 de julho. Nesse dia, ela apresentou sua coleção de cinco modelos como parte do trabalho final da Faculdade de Engenharia e Desing2 Shenkar, a mais prestigiada de Israel. A vida da designer virou de ponta-cabeça desde então. O vídeo de 1 minuto e 51 segundos com partes do desfile se tornou viral e acumula 94 mil visualizacoes no YouTube (sem contar outros milhares no Facebook), levando Peleg a receber mensagens de internautas do mundo todo com elogios, perguntas e convites para palestras. Ela mostrará o processo de produção, por exemplo, na feira Maker Fair, o maior evento de projetos criativos no estilo "Faça você mesmo" do mundo, visitado por 200 mil pessoas, que acontecerá nos dias 27 e 28, em Nova York. As roupas fizeram tanto sucesso que Danit começou a receber encomendas para celebridades locais e estrangeiras. Uma cantora americana quer um modelo para o próximo Grammy. O custo, no entanto, ainda é alto. A jaqueta que ela chama de "Liberté" (inspirada no quadro de Eugène Delacroix "Liberdade Guiando o Povo") sairia, para os interessados, por nada menos que US$ 3.000. Afinal, leva mais de cem horas para ser impressa. E cada hora de trabalho numa impressora 3D é avaliada em US$ 25. Isso sem contar os cilindros de material plástico (a US$ 28 cada um) usado para produzir uma espécie de tecido flexível, o custo da modelagem e da "costura" da roupa -na verdade, colagem. Danit une as partes impressas com uma cola especial. A jaqueta -que tem a palavra "Liberté" escrita nas costas- foi modelada usando um software chamado Blender. Em outros modelos, Danit experimentou com padrões mais elaborados, que ganharam textura brincando com a espessura das impressões 3D, formando uma espécie de tecido "topográfico". Outro modelo, uma saia comprida preta e branca desenhada por Danit, sairia por US$ 14 mil. Ela precisa de 500 horas de impressão (cerca de 20 dias). Os sapatos, com 55 horas de impressão, saem mais "em conta": US$ 6.000. "Mesmo ainda sendo caro e demorado, tem muita gente que quer. Estou vendo como posso produzir em massa, talvez com ajuda de uma empresa de moda", disse Danit à Folha. "Mas, no futuro, todos terão impressoras em 3D em casa e poderão imprimir suas próprias roupas", diz Danit, que pensa em criar uma butique virtual para download de modelos para impressão. Hoje, já é possível imprimir uma infinidade de objetos com algo em torno de 15 modelos de impressoras 3D, de próteses e órgãos humanos para transplantes médicos a móveis, passando por bijuterias, brinquedos, esculturas e instrumentos musicais. É possível até mesmo imprimir armas de fogo, o que transforma a tecnologia, como tantas outras, em polêmica. Afinal, essas armas não são identificadas por detectores de metais. Os materiais usados vão desde elásticos a polímeros termoplásticos, resinas e até mesmo nylon. Mas ainda não imprimem tecidos de algodão, o que, para Danit Peleg, é apenas uma questão de tempo. Sem tecidos de algodão, mas como "fazendas plásticas maleáveis", ela desenvolveu cinco modelos em nove meses de trabalho -incluindo horas a fio diante de impressoras, aguardando que o "tecido" com filamentos de um material chamado FilaFlex (maleável, que lembra renda) ficasse pronto para se transformar em saias, vestidos, jaquetas e até mesmo sapatos (impressos num material mais rígido, o PLA). "Eu não sabia nada sobre impressão 3D. Comecei a pesquisar e consegui ajuda de especialistas de laboratórios locais, que me ensinaram e, mais importante, deixaram que eu usasse as impressoras em três dimensões", conta Danit, "Eu queria roupas maleáveis, não duras, como alguns designers já produzem. Roupas com sensação de tecido de algodão." O que mais tomou tempo foi a impressão do material. Foram nada menos do que 2.000 horas para imprimir todas as peças para os modelos, ou cerca de 400 horas por roupa (16 dias de impressão ininterrupta). Cada parte do "mosaico" com o qual as roupas foram criadas foi impressa no tamanho de uma página de papel A4, que demora 20 horas para imprimir. Desesperada por cumprir o prazo para o desfile, Danit decidiu comprar uma impressora, investindo nada menos do que US$ 2.500 -dinheiro que recuperou ministrando oficinas caseiras de impressão de acessórios em 3D para crianças. Um mês antes do desfile, a designer alugou mais quatro impressoras (a US$ 800) para conseguir produzir todos os modelos O investimento não parou por aí. A designer desembolsou centenas de dólares em cilindros de material plástico e colas especiais. "Adorei o fato de que eu poderia criar sem intermediários; poderia desenhar meus próprios tecidos e manufaturar minhas próprias roupas, tudo da minha casa. Não precisava comprar fazendas, poderia fazer a minha própria", afirma Danit. A designer disse que, depois de internautas americanos, os brasileiros são os que mais têm reagido à novidade na internet. "Descobri que o Brasil tem uma cultura de moda muito desenvolvida, com muito foco na estética!"
2
Relator que anulou julgamento do Carandiru ataca críticos na internet
"Você é uma infeliz que não sabe o que diz"; "incauta dos ativistas do pseudodireitos humanos", "indecente é vc, ativista curioso!" Os comentários acima foram publicados na manhã desta quinta-feira pelo desembargador Ivan Sartori, que votou pela anulação da condenação e defendeu a absolvição de 74 policiais militares considerados responsáveis pelo massacre do Carandiru, em 1992, que resultou na morte de 111 presidiários pela PM. Todas as frases foram endereçadas a pessoas que criticaram a decisão na página oficial de Sartori no Facebook, que reunia quase 6,5 mil seguidores até a publicação desta reportagem. Para Sartori, relator do caso na 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, os PMs envolvidos nas execuções, condenados pelo júri em todas as cinco etapas dos julgamentos realizados entre 2013 e 2014, agiram em "legítima defesa". Segundo o Ministério Público, 90,4% dos mortos foram alvejados por policiais na cabeça e no pescoço. A Promotoria diz que 86% dos mortos receberam três ou mais tiros. Nenhum policial morreu. "Não houve massacre. Houve obediência hierárquica. Houve legítima defesa. Houve estrito cumprimento do dever legal", proclamou o desembargador, que é ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo. As penas, que variavam entre 48 e 624 anos, de prisão, foram anuladas. Divulgada na última terça-feira, a decisão é alvo de críticas - incluindo um editorial do jornal Folha de S.Paulo, que a classificou como "inabalável inapetência" e "massacre, sim". FILHO NOMEADO POR ALCKMIN O desembargador foi procurado pela BBC Brasil para explicar os comentários endereçados aos críticos pela rede social, mas não respondeu. Questionado, o Tribunal de Justiça afirmou que "trata-se de conta particular do desembargador por isso o Tribunal de Justiça não se manifestará." Em sua página no Facebook, o desembargador faz propaganda eleitoral do filho, Guilherme Sartori, candidato a vereador pelo PHS. "Sua história política também se deve ao grande trabalho realizado por seu pai, o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Ivan Sartori", diz a biografia de Guilherme no Facebook. Administrador de empresas e estudante de direito, o herdeiro do desembargador tem 30 anos e foi nomeado pelo Coordenador de Juventude do Estado de São Paulo pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). 'PSEUDO-DIREITOS HUMANOS' Conforme a decisão anunciada no dia 27, dois desembargadores da 4ª Câmara Criminal do TJ –Camilo Lellis e Edison Brandão– votaram pela anulação dos cinco julgamentos que condenaram os PMs. Sartori, relator do caso, foi o único a pedir a absolvição dos réus. A "individualização dos crimes" foi o principal argumento a favor da anulação do julgamento dos PMs envolvidos no massacre. Para Sartori, não é possível saber quem disparou tiros contra quais cadáveres –portanto, segundo sua tese, todos deveriam ser inocentados. Para a ONG de direitos humanos Conectas, a decisão é "uma afronta ao direito de reparação e responsabilização". "O argumento de que a polícia agiu em legítima defesa não encontra respaldo nos fatos, públicos e notórios, que apontam ter havido verdadeiro massacre de presos rendidos e encurralados nas carceragens. Enquanto ao menos 111 presos desarmados foram mortos durante a ação, a maioria com tiros na cabeça e pelas costas –um claro sinal de execução– um policial apresentou ferimento, causado por estilhaços de uma TV que levou tiros dos próprios policiais", afirma a entidade. Na página de Sartori no Facebook, um dos críticos afirmou que "queria apenas manifestar que sua decisão foi deplorável. É preciso muito mais formação sociológica, em artes e política nas faculdades de Direito e no ensino médio, sem dúvida". Sartori reagiu: "Outro infeliz, cooptado pelos pseudodefensores dos direitos humanos. Vai ler o processo e depois dê sua opinião consciente!". Outro seguidor afirmou: "Prende ladrão de salame faminto e libera massacre... coerente com interesses políticos... jamais com os da sociedade... escreveu seu nome na história da pior forma possível...". Ele se refere a um episódio de junho deste ano, quando Sartori condenou um homem a 6 meses de cadeia por roubar cinco salames de um supermercado. O réu alegava fome, mas o desembargador alegou que mantê-lo em liberdade poria em "risco a incolumidade pública". Sartori classificou a autora da crítica, em sua página, como "mais uma incauta dos ativistas do pseudodireitos humanos".
cotidiano
Relator que anulou julgamento do Carandiru ataca críticos na internet"Você é uma infeliz que não sabe o que diz"; "incauta dos ativistas do pseudodireitos humanos", "indecente é vc, ativista curioso!" Os comentários acima foram publicados na manhã desta quinta-feira pelo desembargador Ivan Sartori, que votou pela anulação da condenação e defendeu a absolvição de 74 policiais militares considerados responsáveis pelo massacre do Carandiru, em 1992, que resultou na morte de 111 presidiários pela PM. Todas as frases foram endereçadas a pessoas que criticaram a decisão na página oficial de Sartori no Facebook, que reunia quase 6,5 mil seguidores até a publicação desta reportagem. Para Sartori, relator do caso na 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, os PMs envolvidos nas execuções, condenados pelo júri em todas as cinco etapas dos julgamentos realizados entre 2013 e 2014, agiram em "legítima defesa". Segundo o Ministério Público, 90,4% dos mortos foram alvejados por policiais na cabeça e no pescoço. A Promotoria diz que 86% dos mortos receberam três ou mais tiros. Nenhum policial morreu. "Não houve massacre. Houve obediência hierárquica. Houve legítima defesa. Houve estrito cumprimento do dever legal", proclamou o desembargador, que é ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo. As penas, que variavam entre 48 e 624 anos, de prisão, foram anuladas. Divulgada na última terça-feira, a decisão é alvo de críticas - incluindo um editorial do jornal Folha de S.Paulo, que a classificou como "inabalável inapetência" e "massacre, sim". FILHO NOMEADO POR ALCKMIN O desembargador foi procurado pela BBC Brasil para explicar os comentários endereçados aos críticos pela rede social, mas não respondeu. Questionado, o Tribunal de Justiça afirmou que "trata-se de conta particular do desembargador por isso o Tribunal de Justiça não se manifestará." Em sua página no Facebook, o desembargador faz propaganda eleitoral do filho, Guilherme Sartori, candidato a vereador pelo PHS. "Sua história política também se deve ao grande trabalho realizado por seu pai, o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Ivan Sartori", diz a biografia de Guilherme no Facebook. Administrador de empresas e estudante de direito, o herdeiro do desembargador tem 30 anos e foi nomeado pelo Coordenador de Juventude do Estado de São Paulo pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). 'PSEUDO-DIREITOS HUMANOS' Conforme a decisão anunciada no dia 27, dois desembargadores da 4ª Câmara Criminal do TJ –Camilo Lellis e Edison Brandão– votaram pela anulação dos cinco julgamentos que condenaram os PMs. Sartori, relator do caso, foi o único a pedir a absolvição dos réus. A "individualização dos crimes" foi o principal argumento a favor da anulação do julgamento dos PMs envolvidos no massacre. Para Sartori, não é possível saber quem disparou tiros contra quais cadáveres –portanto, segundo sua tese, todos deveriam ser inocentados. Para a ONG de direitos humanos Conectas, a decisão é "uma afronta ao direito de reparação e responsabilização". "O argumento de que a polícia agiu em legítima defesa não encontra respaldo nos fatos, públicos e notórios, que apontam ter havido verdadeiro massacre de presos rendidos e encurralados nas carceragens. Enquanto ao menos 111 presos desarmados foram mortos durante a ação, a maioria com tiros na cabeça e pelas costas –um claro sinal de execução– um policial apresentou ferimento, causado por estilhaços de uma TV que levou tiros dos próprios policiais", afirma a entidade. Na página de Sartori no Facebook, um dos críticos afirmou que "queria apenas manifestar que sua decisão foi deplorável. É preciso muito mais formação sociológica, em artes e política nas faculdades de Direito e no ensino médio, sem dúvida". Sartori reagiu: "Outro infeliz, cooptado pelos pseudodefensores dos direitos humanos. Vai ler o processo e depois dê sua opinião consciente!". Outro seguidor afirmou: "Prende ladrão de salame faminto e libera massacre... coerente com interesses políticos... jamais com os da sociedade... escreveu seu nome na história da pior forma possível...". Ele se refere a um episódio de junho deste ano, quando Sartori condenou um homem a 6 meses de cadeia por roubar cinco salames de um supermercado. O réu alegava fome, mas o desembargador alegou que mantê-lo em liberdade poria em "risco a incolumidade pública". Sartori classificou a autora da crítica, em sua página, como "mais uma incauta dos ativistas do pseudodireitos humanos".
5
Noiva de negro morto pela polícia nos EUA condena ataque a policiais
Em entrevista à rede de televisão CNN nesta sexta-feira (8), Diamond Reynolds, noiva de Philando Castile, que foi assassinado pela polícia na última quarta-feira (6), condenou o ataque a policiais em Dallas durante um protesto contra a morte de negros pela polícia dos Estados Unidos. Para Reynolds, esta sexta-feira é "sobre todas as famílias que perderam alguém, é mais do que apenas sobre a morte do Philando". Ela também voltou a pedir providências no caso da morte do seu noivo. "Não quero ficar revivendo aquele momento, quero justiça". Seu pedido é que o nome do policial que fez os disparos seja divulgado para o público para que "as pessoas saibam quem fez isso conosco". A mãe de Castile, Valeirie, que também falou à imprensa, disse que ainda não teve o direito de reconhecer o corpo do filho. Ela afirmou que não sabia detalhes e não comentaria a morte de policiais em Dallas, mas que o ato planejado para ocorrer no seu estado de Minnesota seria um "protesto pacífico". Valerie afirma que até o momento nenhuma autoridade pública ou de investigação entrou em contato com ela para falar sobre o ocorrido com seu filho.
mundo
Noiva de negro morto pela polícia nos EUA condena ataque a policiaisEm entrevista à rede de televisão CNN nesta sexta-feira (8), Diamond Reynolds, noiva de Philando Castile, que foi assassinado pela polícia na última quarta-feira (6), condenou o ataque a policiais em Dallas durante um protesto contra a morte de negros pela polícia dos Estados Unidos. Para Reynolds, esta sexta-feira é "sobre todas as famílias que perderam alguém, é mais do que apenas sobre a morte do Philando". Ela também voltou a pedir providências no caso da morte do seu noivo. "Não quero ficar revivendo aquele momento, quero justiça". Seu pedido é que o nome do policial que fez os disparos seja divulgado para o público para que "as pessoas saibam quem fez isso conosco". A mãe de Castile, Valeirie, que também falou à imprensa, disse que ainda não teve o direito de reconhecer o corpo do filho. Ela afirmou que não sabia detalhes e não comentaria a morte de policiais em Dallas, mas que o ato planejado para ocorrer no seu estado de Minnesota seria um "protesto pacífico". Valerie afirma que até o momento nenhuma autoridade pública ou de investigação entrou em contato com ela para falar sobre o ocorrido com seu filho.
4
Opções para vaga no Supremo são fartas, mas não atrativas
O cardápio de escolhas está farto, sem que isso signifique, necessariamente, ofertas atrativas para diferentes gostos. Seria inútil a escolha, como alternativa, pela coluna da direita: em se tratando de cargos públicos a serem ocupados, os salários, as vantagens e benefícios e outros balangandãs fazem somas assombrosas. Fiquemos nas sugestões típicas. A escolha tríplice da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), com indicações a Michel Temer para o lugar de Teori Zavascki, pode não ter representatividade assegurada, com o pequeno número dos dispostos a votar. Mas tem o que intrigar. Com 319 votos, Sergio Moro recebeu a liderança da lista. Com apenas um voto a menos, Reynaldo Fonseca, ministro do Superior Tribunal de Justiça, ficou em segundo. O terceiro, com votação mais distante, é o desembargador Fausto De Sanctis, que se notabilizou com o ex-delegado Protógenes Queiroz na Operação Satiagraha, depois anulada. Eleitores da Ajufe, ao que parece, de mão pesada e dentes cerrados. E no entanto proponentes, talvez involuntários, de uma dubiedade que se prestaria a inúmeras especulações. O relevo prioritário dado a Sergio Moro não tem originalidade, desde o primeiro momento muito difundido nas classes média e alta. Da parte de juízes, por obrigação informados e atentos, torna-se difícil admitir que não fizessem, também eles, apenas uma homenagem ao colega. E não fizeram mesmo. Levar Moro para o Supremo é também tirá-lo do comando da Lava Jato. Para um cargo em que seria relator apenas dos processos de políticos. E sem impor condenações, decididas pelo plenário. Seria essa uma intenção da lista tríplice proveniente da Ajufe? Ou a admiração pelos métodos de Sergio Moro obscureceu a percepção de três centenas de colegas seus, e os alinhou ao passionalismo que não precisa de mais e melhores razões? Por falar nele, foi presença comum em considerações sobre a escolha do relator das novas delações premiadas. Da mesma maneira como foi tão manifestada a preferência por um novo Zavascki, isento e seguro, frio e discreto, com frequência o ministro Celso de Mello era o indicado para tanto. Sem ousar qualquer consideração sobre os seus saberes jurídicos e sua experiência de Supremo, proporcionada desde a nomeação por Sarney, pode-se dizer que é ilusória a identificação de Celso de Mello com Zavascki. Seu passionalismo e sua agressividade verbal, tão distantes da frieza e da isenção, só perdem para Gilmar Mendes. Não são raros os seus votos que consistem em discursos à maneira das exaltações parlamentares, no estilo de um udenismo redivivo. Na própria homenagem ao ministro ausente, permitiu-se adjetivações e conceituações que jamais se ouviria de Zavascki. Caso venha a ser relator, Celso de Mello o será ao seu modo, sem remissões ao exemplar magistrado Zavascki. No Congresso, as escolhas não são escolhas. São jogadas pessoais, são negócios políticos e outros. Até ontem tido como favorito, não é a presidência da Câmara que Rodrigo Maia busca: dirige a ambição para o governo do Estado do Rio em 2018. E, se o vento vier mais forte do que o previsto, até para a Presidência, como um candidato de composição a serviço do PSDB e do PMDB, sob o rótulo do DEM. Eunício Oliveira não busca a presidência do Senado: quer um trampolim para alcançar o governo do Ceará. De contribuição à melhoria da política, em qualquer sentido, nada se espera das duas eleições no Congresso. Como em toda parte do país que decide.
colunas
Opções para vaga no Supremo são fartas, mas não atrativasO cardápio de escolhas está farto, sem que isso signifique, necessariamente, ofertas atrativas para diferentes gostos. Seria inútil a escolha, como alternativa, pela coluna da direita: em se tratando de cargos públicos a serem ocupados, os salários, as vantagens e benefícios e outros balangandãs fazem somas assombrosas. Fiquemos nas sugestões típicas. A escolha tríplice da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), com indicações a Michel Temer para o lugar de Teori Zavascki, pode não ter representatividade assegurada, com o pequeno número dos dispostos a votar. Mas tem o que intrigar. Com 319 votos, Sergio Moro recebeu a liderança da lista. Com apenas um voto a menos, Reynaldo Fonseca, ministro do Superior Tribunal de Justiça, ficou em segundo. O terceiro, com votação mais distante, é o desembargador Fausto De Sanctis, que se notabilizou com o ex-delegado Protógenes Queiroz na Operação Satiagraha, depois anulada. Eleitores da Ajufe, ao que parece, de mão pesada e dentes cerrados. E no entanto proponentes, talvez involuntários, de uma dubiedade que se prestaria a inúmeras especulações. O relevo prioritário dado a Sergio Moro não tem originalidade, desde o primeiro momento muito difundido nas classes média e alta. Da parte de juízes, por obrigação informados e atentos, torna-se difícil admitir que não fizessem, também eles, apenas uma homenagem ao colega. E não fizeram mesmo. Levar Moro para o Supremo é também tirá-lo do comando da Lava Jato. Para um cargo em que seria relator apenas dos processos de políticos. E sem impor condenações, decididas pelo plenário. Seria essa uma intenção da lista tríplice proveniente da Ajufe? Ou a admiração pelos métodos de Sergio Moro obscureceu a percepção de três centenas de colegas seus, e os alinhou ao passionalismo que não precisa de mais e melhores razões? Por falar nele, foi presença comum em considerações sobre a escolha do relator das novas delações premiadas. Da mesma maneira como foi tão manifestada a preferência por um novo Zavascki, isento e seguro, frio e discreto, com frequência o ministro Celso de Mello era o indicado para tanto. Sem ousar qualquer consideração sobre os seus saberes jurídicos e sua experiência de Supremo, proporcionada desde a nomeação por Sarney, pode-se dizer que é ilusória a identificação de Celso de Mello com Zavascki. Seu passionalismo e sua agressividade verbal, tão distantes da frieza e da isenção, só perdem para Gilmar Mendes. Não são raros os seus votos que consistem em discursos à maneira das exaltações parlamentares, no estilo de um udenismo redivivo. Na própria homenagem ao ministro ausente, permitiu-se adjetivações e conceituações que jamais se ouviria de Zavascki. Caso venha a ser relator, Celso de Mello o será ao seu modo, sem remissões ao exemplar magistrado Zavascki. No Congresso, as escolhas não são escolhas. São jogadas pessoais, são negócios políticos e outros. Até ontem tido como favorito, não é a presidência da Câmara que Rodrigo Maia busca: dirige a ambição para o governo do Estado do Rio em 2018. E, se o vento vier mais forte do que o previsto, até para a Presidência, como um candidato de composição a serviço do PSDB e do PMDB, sob o rótulo do DEM. Eunício Oliveira não busca a presidência do Senado: quer um trampolim para alcançar o governo do Ceará. De contribuição à melhoria da política, em qualquer sentido, nada se espera das duas eleições no Congresso. Como em toda parte do país que decide.
1
É raro crime organizado deixar provas, diz leitor sobre assalto a cofre público
JANIO DE FREITAS O sr. Janio de Freitas escreve que procuradores querem igualar provas às convicções ("A Escalada", Poder, 18/9). Eu sou leigo em direito, mas, como cidadão minimamente esclarecido, digo que é raro o crime organizado, como essas quadrilhas que roubam os cofres públicos, deixar provas. Mas sobram rastros que não deixam dúvidas dos esquemas e, por consequência, participação de pessoas e autoridades. Os procuradores fizeram um trabalho espetacular e fizeram o que teria que ser feito: divulgar os fatos e fazer a acusação. OTAVIO DE QUEIROZ (São Paulo, SP) - LULA NA LAVA JATO Discordo da leitora Adriana Novaes (Painel do Leitor, 18/9). As lágrimas de Cunha são tão diferentes das de Lula quanto ser cassado é diferente de ser caçado. Ao denunciar Lula sem provas, a Lava Jato presta um desserviço à luta contra a corrupção. JOSÉ MARCOS THALENBERG (São Paulo, SP) * Lula sente remorso pelos amigos fiéis, parceiros nas falcatruas, presos, enquanto permanece solto tentando salvar a própria pele? Até quando amigos do peito como Bumlai, que trata um câncer num presídio, manter-se-ão fiéis? Lula, que traiu o Brasil, desconhece e despreza o sentido da palavra caráter. Seu discurso patológico de defesa, que ridiculariza os concursados, nivela os políticos por baixo e em que se compara a Jesus, é desprezível. Sua verve só convence aqueles que se negam a enxergar o óbvio. REGINA ATHAYDE (São Paulo, SP) * Se o que não está nos autos não está no mundo, a peça acusatória contra o ex-presidente Lula é vazia e devem os procuradores federais serem responsabilizados pela irresponsável denúncia. PAULO SÉRGIO CORDEIRO SANTOS (Curitiba, SP) * O cidadão Lula deverá ser responsabilizado pelos seus atos baseado no domínio do fato durante sua Presidência e fora dela. Não se encontrará assinatura dele nos atos praticados, pois ele aprendeu na escola dos colarinhos brancos a não deixar rastro. MICHEL AMIN KHOURI (Curitiba, SP) - CORINTHIANS Tite parece ser uma pessoa decente e deve andar incomodado com essa mistificação toda em torno do seu nome à luz da má fase do Corinthians. Vale lembrar que, antes de sair, ele perdeu o Paulistão para o Audax e a Libertadores para o então inexpressivo Nacional do Uruguai. Dele, seu sucessor herdou uma equipe predominantemente Série B! Gostaria de saber o que ele pensa da demissão do bom técnico Cristóvão Borges. CARLOS MORAES (São Paulo, SP) - DEMÉTRIO MAGNOLI Concordo plenamente com Demétrio Magnoli ("Homem de Visão", Poder, 17/9). Os senhores procuradores deveriam parar com essa "coisa de pobre", de querer denunciar Lula por tríplex e/ou sítio de Atibaia, sendo que existem danos bem maiores, como os causados por contratos via BNDES, por exemplo! RENATO M. F. NEGRÃO (Campinas, SP) - CLÓVIS ROSSI Sou suspeito para falar do jornalista, pois o acompanho há décadas. Mas seu texto "Lula beatifica os políticos" (Mundo, 18/9) é exemplar na simplicidade, coerência e objetividade. A memória do jornalista e a sua capacidade de ligar os fatos é algo estimulante e assegura um crédito à profissão. Quase sempre seus textos são leves e sedutores. É muito bom começar o dia lendo-os. ORESTES ROMANO (Jundiaí, SP) - BERNARDO MELLO FRANCO Mello Franco diz em seu artigo ("Um processo todo peculiar", Opinião, 18/9), sobre o engavetamento, pelo TSE, do processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, que uma frase do sr. Gilmar Mendes "merece lugar nos livros de história". O tucano mais "orgânico" daquele tribunal afirma, entre outras coisas: "Nem sei se haverá julgamento este ano". Tenho certeza, também, que o texto do artigo logo vai integrar livros didáticos como texto complementar para discussão dos alunos, no capítulo "Golpe de 2016". AGOSTINHO JOSÉ SOARES (Paraisópolis, MG) - DOMINGOS MONTAGNER Pensei exatamente o mesmo que o leitor Jaime Pereira da Silva (Painel do Leitor, 18/9). A coordenação da equipe de gravação da novela "Velho Chico" (Globo), se não o fez, deveria ter prevenido todos os participantes da obra dos riscos de entrar no rio sem salva-vidas por perto. E não me venham dizer que os artistas eram adultos responsáveis por seus próprios atos. Campanha de prevenção de perigos nunca é demais, sobretudo quando o trabalho ocorre em local tão perigoso. CONCEIÇÃO APARECIDA ARAÚJO OLIVEIRA (Belo Horizonte, MG) - GABINETES VAZIOS O Brasil inteiro está sentindo um vazio quase que total nos gabinetes do Senado, das Câmaras e da Assembleia Legislativa. Senadores, deputados e vereadores estão deixando de comparecer ao trabalho para se dedicarem às campanhas, pouco se importando com os projetos que precisam ser votados com urgência. Estamos de olhos abertos e não vamos votar naqueles que vemos nas ruas fazendo campanhas nos horários de expediente e que, no final do mês, sem o menor constrangimento, recebem o salário integral. LEÔNIDAS MARQUES (Volta Redonda, RJ) - ACUSAÇÕES Os derradeiros lances políticos foram decididos apoiados em teses que considero fracas. Dilma teve como argumento pedaladas. Cunha, ter mentido. Lula, ter comprado um tríplex. Tudo para mim é cortina de fumaça. Todos e mais alguns que estão na fila devem ser punidos pelo verdadeiro, único e comprovado motivo: roubo do dinheiro público. PAULO HENRIQUE COIMBRA DE OLIVEIRA (Rio de Janeiro, RJ) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
paineldoleitor
É raro crime organizado deixar provas, diz leitor sobre assalto a cofre públicoJANIO DE FREITAS O sr. Janio de Freitas escreve que procuradores querem igualar provas às convicções ("A Escalada", Poder, 18/9). Eu sou leigo em direito, mas, como cidadão minimamente esclarecido, digo que é raro o crime organizado, como essas quadrilhas que roubam os cofres públicos, deixar provas. Mas sobram rastros que não deixam dúvidas dos esquemas e, por consequência, participação de pessoas e autoridades. Os procuradores fizeram um trabalho espetacular e fizeram o que teria que ser feito: divulgar os fatos e fazer a acusação. OTAVIO DE QUEIROZ (São Paulo, SP) - LULA NA LAVA JATO Discordo da leitora Adriana Novaes (Painel do Leitor, 18/9). As lágrimas de Cunha são tão diferentes das de Lula quanto ser cassado é diferente de ser caçado. Ao denunciar Lula sem provas, a Lava Jato presta um desserviço à luta contra a corrupção. JOSÉ MARCOS THALENBERG (São Paulo, SP) * Lula sente remorso pelos amigos fiéis, parceiros nas falcatruas, presos, enquanto permanece solto tentando salvar a própria pele? Até quando amigos do peito como Bumlai, que trata um câncer num presídio, manter-se-ão fiéis? Lula, que traiu o Brasil, desconhece e despreza o sentido da palavra caráter. Seu discurso patológico de defesa, que ridiculariza os concursados, nivela os políticos por baixo e em que se compara a Jesus, é desprezível. Sua verve só convence aqueles que se negam a enxergar o óbvio. REGINA ATHAYDE (São Paulo, SP) * Se o que não está nos autos não está no mundo, a peça acusatória contra o ex-presidente Lula é vazia e devem os procuradores federais serem responsabilizados pela irresponsável denúncia. PAULO SÉRGIO CORDEIRO SANTOS (Curitiba, SP) * O cidadão Lula deverá ser responsabilizado pelos seus atos baseado no domínio do fato durante sua Presidência e fora dela. Não se encontrará assinatura dele nos atos praticados, pois ele aprendeu na escola dos colarinhos brancos a não deixar rastro. MICHEL AMIN KHOURI (Curitiba, SP) - CORINTHIANS Tite parece ser uma pessoa decente e deve andar incomodado com essa mistificação toda em torno do seu nome à luz da má fase do Corinthians. Vale lembrar que, antes de sair, ele perdeu o Paulistão para o Audax e a Libertadores para o então inexpressivo Nacional do Uruguai. Dele, seu sucessor herdou uma equipe predominantemente Série B! Gostaria de saber o que ele pensa da demissão do bom técnico Cristóvão Borges. CARLOS MORAES (São Paulo, SP) - DEMÉTRIO MAGNOLI Concordo plenamente com Demétrio Magnoli ("Homem de Visão", Poder, 17/9). Os senhores procuradores deveriam parar com essa "coisa de pobre", de querer denunciar Lula por tríplex e/ou sítio de Atibaia, sendo que existem danos bem maiores, como os causados por contratos via BNDES, por exemplo! RENATO M. F. NEGRÃO (Campinas, SP) - CLÓVIS ROSSI Sou suspeito para falar do jornalista, pois o acompanho há décadas. Mas seu texto "Lula beatifica os políticos" (Mundo, 18/9) é exemplar na simplicidade, coerência e objetividade. A memória do jornalista e a sua capacidade de ligar os fatos é algo estimulante e assegura um crédito à profissão. Quase sempre seus textos são leves e sedutores. É muito bom começar o dia lendo-os. ORESTES ROMANO (Jundiaí, SP) - BERNARDO MELLO FRANCO Mello Franco diz em seu artigo ("Um processo todo peculiar", Opinião, 18/9), sobre o engavetamento, pelo TSE, do processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, que uma frase do sr. Gilmar Mendes "merece lugar nos livros de história". O tucano mais "orgânico" daquele tribunal afirma, entre outras coisas: "Nem sei se haverá julgamento este ano". Tenho certeza, também, que o texto do artigo logo vai integrar livros didáticos como texto complementar para discussão dos alunos, no capítulo "Golpe de 2016". AGOSTINHO JOSÉ SOARES (Paraisópolis, MG) - DOMINGOS MONTAGNER Pensei exatamente o mesmo que o leitor Jaime Pereira da Silva (Painel do Leitor, 18/9). A coordenação da equipe de gravação da novela "Velho Chico" (Globo), se não o fez, deveria ter prevenido todos os participantes da obra dos riscos de entrar no rio sem salva-vidas por perto. E não me venham dizer que os artistas eram adultos responsáveis por seus próprios atos. Campanha de prevenção de perigos nunca é demais, sobretudo quando o trabalho ocorre em local tão perigoso. CONCEIÇÃO APARECIDA ARAÚJO OLIVEIRA (Belo Horizonte, MG) - GABINETES VAZIOS O Brasil inteiro está sentindo um vazio quase que total nos gabinetes do Senado, das Câmaras e da Assembleia Legislativa. Senadores, deputados e vereadores estão deixando de comparecer ao trabalho para se dedicarem às campanhas, pouco se importando com os projetos que precisam ser votados com urgência. Estamos de olhos abertos e não vamos votar naqueles que vemos nas ruas fazendo campanhas nos horários de expediente e que, no final do mês, sem o menor constrangimento, recebem o salário integral. LEÔNIDAS MARQUES (Volta Redonda, RJ) - ACUSAÇÕES Os derradeiros lances políticos foram decididos apoiados em teses que considero fracas. Dilma teve como argumento pedaladas. Cunha, ter mentido. Lula, ter comprado um tríplex. Tudo para mim é cortina de fumaça. Todos e mais alguns que estão na fila devem ser punidos pelo verdadeiro, único e comprovado motivo: roubo do dinheiro público. PAULO HENRIQUE COIMBRA DE OLIVEIRA (Rio de Janeiro, RJ) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
8
Mortos e beneficiários do Bolsa Família podem ter 'doado' a campanhas deste ano, diz TCU
GABRIEL MASCARENHAS DE BRASÍLIA Técnicos do TCU (Tribunal de Contas da União) encontraram indícios de que 35 pessoas falecidas constam como doadoras de campanhas das eleições municipais deste ano. Também identificaram suspeitas de que beneficiários do Bolsa Família teriam contribuído financeiramente com candidatos. As informações compiladas pelo TCU foram entregues nesta segunda-feira ao presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Gilmar Mendes. "Então, amanhã se tivermos uma pessoa que recebe assistência social e faz doação, há algo de errado. Todos esses batimentos, isso pode resultar no final na impugnação do próprio candidato, pode haver abuso de poder econômico", afirmou Mendes. O levantamento aponta que 34% dos doadores (34 mil de um total de 114,5 mil) podem ter cometido alguma ilegalidade. Os técnicos verificaram ainda supostas anormalidades envolvendo 1,4 mil (2,3%) prestadores de serviços contratados pelas campanhas. Os candidatos precisam informar à Justiça Eleitoral cada doação recebida, num prazo de até 72 horas, por meio de relatórios financeiros de campanha. Num trabalho em parceria, o TSE envia ao TCU os dados encaminhados pelas campanhas de todo o país. O Tribunal de Contas cruza essas informações com outras, disponíveis em bancos de dados públicos do governo federal, e consegue identificar eventuais anormalidades. Entre as mais comuns, entre outras, estão contribuições financeiras em nome de pessoas que não possuem renda para tal, empresas que prestaram serviços às campanhas, mas que não têm sequer funcionários, registro na Junta Comercial nem na Receita Federal. O levantamento do TCU é feito semanalmente e verifica, no entanto, apenas indícios de irregularidades. Há casos, por exemplo, de informações desatualizadas que estão nos bancos de dados federais. Por isso, os relatórios são distribuídos aos Tribunais Regionais Eleitorais em todo o país. Caberá ao juiz do TRE pedir diligências para comprovar ou não a veracidade das informações. Se confirmadas, o candidato está sujeito a ter a candidatura cassada.
poder
Mortos e beneficiários do Bolsa Família podem ter 'doado' a campanhas deste ano, diz TCUGABRIEL MASCARENHAS DE BRASÍLIA Técnicos do TCU (Tribunal de Contas da União) encontraram indícios de que 35 pessoas falecidas constam como doadoras de campanhas das eleições municipais deste ano. Também identificaram suspeitas de que beneficiários do Bolsa Família teriam contribuído financeiramente com candidatos. As informações compiladas pelo TCU foram entregues nesta segunda-feira ao presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Gilmar Mendes. "Então, amanhã se tivermos uma pessoa que recebe assistência social e faz doação, há algo de errado. Todos esses batimentos, isso pode resultar no final na impugnação do próprio candidato, pode haver abuso de poder econômico", afirmou Mendes. O levantamento aponta que 34% dos doadores (34 mil de um total de 114,5 mil) podem ter cometido alguma ilegalidade. Os técnicos verificaram ainda supostas anormalidades envolvendo 1,4 mil (2,3%) prestadores de serviços contratados pelas campanhas. Os candidatos precisam informar à Justiça Eleitoral cada doação recebida, num prazo de até 72 horas, por meio de relatórios financeiros de campanha. Num trabalho em parceria, o TSE envia ao TCU os dados encaminhados pelas campanhas de todo o país. O Tribunal de Contas cruza essas informações com outras, disponíveis em bancos de dados públicos do governo federal, e consegue identificar eventuais anormalidades. Entre as mais comuns, entre outras, estão contribuições financeiras em nome de pessoas que não possuem renda para tal, empresas que prestaram serviços às campanhas, mas que não têm sequer funcionários, registro na Junta Comercial nem na Receita Federal. O levantamento do TCU é feito semanalmente e verifica, no entanto, apenas indícios de irregularidades. Há casos, por exemplo, de informações desatualizadas que estão nos bancos de dados federais. Por isso, os relatórios são distribuídos aos Tribunais Regionais Eleitorais em todo o país. Caberá ao juiz do TRE pedir diligências para comprovar ou não a veracidade das informações. Se confirmadas, o candidato está sujeito a ter a candidatura cassada.
0
Escalador posta vídeo de subida ilegal e sem proteção na Torre Eiffel
Um britânico de 25 anos escalou a Torre Eiffel, em Paris (França), sem equipamento de proteção. A gravação foi feita no ano passado por James Kingston, sem permissão das autoridades locais. Segundo ele, escalar a torre sempre foi um de seus "objetivos". Kingston postou o vídeo no YouTube e afirmou ter passado a noite na torre. Após se desvencilhar dos guardas, ele foi finalmente pego e permaneceu detido por seis horas. Kingston ganhou notoriedade em 2013 ao escalar um guindaste em Southampton, no sul da Inglaterra, sem equipamento de segurança. O vídeo, postado nas redes sociais, viralizou. Ele escalou o arco do estádio de Wembley, também sem permissão, no começo deste ano. Leia também: Mudanças constantes de humor podem indicar iminência de demência, diz estudo Clique para assistir ao vídeo
bbc
Escalador posta vídeo de subida ilegal e sem proteção na Torre EiffelUm britânico de 25 anos escalou a Torre Eiffel, em Paris (França), sem equipamento de proteção. A gravação foi feita no ano passado por James Kingston, sem permissão das autoridades locais. Segundo ele, escalar a torre sempre foi um de seus "objetivos". Kingston postou o vídeo no YouTube e afirmou ter passado a noite na torre. Após se desvencilhar dos guardas, ele foi finalmente pego e permaneceu detido por seis horas. Kingston ganhou notoriedade em 2013 ao escalar um guindaste em Southampton, no sul da Inglaterra, sem equipamento de segurança. O vídeo, postado nas redes sociais, viralizou. Ele escalou o arco do estádio de Wembley, também sem permissão, no começo deste ano. Leia também: Mudanças constantes de humor podem indicar iminência de demência, diz estudo Clique para assistir ao vídeo
18
STF precisa impedir desmandos de Eduardo Cunha, diz leitor
OPERAÇÃO LAVA JATO Renan renunciou à presidência do Senado para não ser cassado. Jucá vinha sendo processado pelo STF. Ambos são investigados na Lava Jato. A licitação para a construção da ferrovia Norte-Sul, na Presidência de Sarney, teve o resultado publicado na Folha, por Janio de Freitas, dias antes de abertas as propostas. Sobre Cunha nem é preciso falar. Já sobre Janot não vi em lugar nenhum qualquer fato desabonador. VALDIR SANCHES (Guarulhos, SP) * Renan Calheiros chamou Rodrigo Janot de "mau-caráter". E o que acontece se forem comprovadas as afirmações de Janot? Quem será o mau-caráter? MOACIR RODRIGUES MARQUES (São José do Rio Preto, SP) * Por que usar de dois pesos e duas medidas? Quando as gravações prejudicaram Delcídio do Amaral, cassação! Quando as gravações prejudicaram Romero Jucá e Renan Calheiros, arquivamento? Não há como negar tamanho favorecimento. É triste que o Senado Federal se preste a um papel tão "mesquinho". RAFAEL DE MEDEIROS VASCONCELOS (Petrópolis, RJ) * Com as manobras de Eduardo Cunha e de seus aliados na Câmara, a absolvição é certa. Infelizmente, os malfeitores vão vencer os bons. Será que o Supremo Tribunal Federal não vai fazer nada? Estamos acéfalos, órfãos? Sem pai nem mãe? Em nome da honra de todo o país, a prisão desse deputado tem que sair logo! É a única saída! Ou será que o guardião da Carta Magna e da moralidade do país está sem moral? JOÃO COELHO VÍTOLA (Brasília, DF) * A prisão recente do chamado "Japonês da Federal", policial que ficou famoso por ser um dos condutores mais constantes dos investigados na Operação Lava Jato deveria servir de exemplo. Ele foi investigado, julgado, com direito a ampla defesa e condenado agora em segunda instância. Esse é um procedimento legal que evita problemas futuros para quem é acusado e consegue provar a inocência, e em muitos casos, é massacrado por seus adversários que tomam como base delações premiadas, nem sempre merecedoras de credibilidade. URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP) - GREVE NA USP Ao afirmar que os recursos previstos em lei "são repassados integralmente às universidades, sem qualquer desconto", o coordenador de comunicação da Secretaria da Fazenda repete a narrativa diversionista do governo Geraldo Alckmin. Ao dizer que a LDO destina às universidades "9,57% da quota-parte do ICMS e não de receitas associadas à cobrança do tributo", omite que os municípios recebem repasse integral da quota-parte! Por fim, cala-se quanto ao desconto, no cálculo, de 1% da Habitação. CÉSAR MINTO, professor (São Paulo, SP) * A USP foi novamente privatizada momentaneamente com o "trancaço" dos portões por sindicatos de funcionários e estudantes. Sob o olhar complacente das autoridades, pequenos grupos impuseram seu totalitarismo. Asseguro à população que ainda há aqueles que se dedicam à atividade subversiva de promover o conhecimento na universidade, resistindo com tenacidade ao obscurantismo sindical. PAULO A. NUSSENZVEIG (São Paulo, SP) - IMPEACHMENT Dá engulho assistir à sessão da Comissão do Impeachment no Senado. Os pró-Dilma parecem uma turma de adolescentes sem educação e agem claramente para postergar a finalização do processo. Com tanto despreparo, pergunto-me como chegaram ao Senado Federal. LEILA E. LEITÃO (São Paulo, SP) - Será que voltamos a viver numa ditadura? Agora a ditadura da toga. Os magistrados que se indispuseram com os jornalistas da "Gazeta do Povo" talvez tenham que entender que o princípio da publicidade está insculpido na Constituição. A sociedade tem todo o direito de saber quanto custa um juiz, que muitas vezes não dá o devido retorno a uma Justiça que é muito cara, nos dois sentidos da palavra. PAULO SÉRGIO CORDEIRO SANTOS (Curitiba, PR) - ACIDENTE EM SP Não foi um acidente que matou 18 estudantes, foi o Brasil. O Brasil que faz estudantes se deslocarem quilômetros para estudar, que tem estradas precárias e sem sinalização, que libera ônibus sem condições de transportar passageiros. O Brasil que faz com que motoristas trabalhem turnos sem fim para ganhar pouco mais do que o mínimo. SÉRGIO GODOY, publicitário (São Paulo, SP) - NOME SOCIAL Em 2014, a Universidade Federal de São Carlos (UFScar) regulamentou o direito de uso do nome social a estudantes, servidores ou qualquer outra pessoa transexual ou travesti que tenha vínculo temporário ou estável com a universidade. O reconhecimento do nome social é um direito, garante a dignidade da pessoa humana e assegura o pleno respeito à identidade de gênero. MARIA WALDENEZ DE OLIVEIRA, secretária de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade da UFSCar (São Carlos, SP) - POLÍCIA MILITAR Luciana Temer diz que o caso do menino Italo deve ser investigado, mas assume que não se pode culpar a polícia porque o menor estava "armado em um carro furtado". Mas não é exatamente isso que precisa ser investigado? A única testemunha – o outro garoto — disse à corregedoria da PM que o revólver foi plantado pelos policiais. Esse caso tem vários pontos nebulosos, mas a secretária da Assistência e Desenvolvimento Social da cidade de São Paulo já inocentou a PM. MÁRCIO FONSECA (São Paulo, SP) - FUNK E MACHISMO Preconceituosas e machistas as colocações de Marcelo Coelho sobre dançarinas de funk. Ele não consegue admitir que a maioria das meninas está apenas dançando. Se a forma de dançar das moças não segue os padrões estéticos do articulista, isso não lhe dá o direito de falar em "furor uterino", em "sugar pela pélvis o asfalto do chão" e outras colocações de baixo calão. As mulheres têm o direito de usar seus corpos do jeito que acharem melhor. ISNALDO PIEDADE DE FARIA (Brasília, DF) - REPRESENTAÇÃO Um dos mitos da esquerda é que ela tem a exclusividade da representação dos gays. Ledo engano, pois eles têm seus perfis políticos diversificados, e há quem também se inclua no segmento liberal, no qual está Bolsonaro. Jean Wyllys apenas representa uma pequena parcela, havendo diversas manifestações desfavoráveis ao deputado radical. ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC) - CONCURSOS A razão principal para a farra dos concursos é óbvia: a baixíssima produtividade do setor público. Conforme rankings internacionais, a produtividade da iniciativa privada brasileira não só é baixa como vem caindo. Como o setor público é menos eficiente que o privado, a situação é ainda pior. A solução é aumentar a produtividade, mas isso dá trabalho. Fácil é botar gente para dentro, e o contribuinte que pague a conta. ZANDOR FERREIRA (Goiânia, GO) - COLUNISTAS Se a Folha é pela diversidade, espero que Hélio Schwartsman e Vinicius Mota sejam corintianos. Um são-paulino na página A2 já é demais. De qualquer forma, saúdo a chegada de Roberto Dias. ADEMIR VALEZI (São Paulo, SP) - FUTEBOL Neymar ainda não fez nada pela seleção brasileira mas, em mordomia, já superou em muito o rei Pelé. ÁLVARO MUNIZ (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
paineldoleitor
STF precisa impedir desmandos de Eduardo Cunha, diz leitorOPERAÇÃO LAVA JATO Renan renunciou à presidência do Senado para não ser cassado. Jucá vinha sendo processado pelo STF. Ambos são investigados na Lava Jato. A licitação para a construção da ferrovia Norte-Sul, na Presidência de Sarney, teve o resultado publicado na Folha, por Janio de Freitas, dias antes de abertas as propostas. Sobre Cunha nem é preciso falar. Já sobre Janot não vi em lugar nenhum qualquer fato desabonador. VALDIR SANCHES (Guarulhos, SP) * Renan Calheiros chamou Rodrigo Janot de "mau-caráter". E o que acontece se forem comprovadas as afirmações de Janot? Quem será o mau-caráter? MOACIR RODRIGUES MARQUES (São José do Rio Preto, SP) * Por que usar de dois pesos e duas medidas? Quando as gravações prejudicaram Delcídio do Amaral, cassação! Quando as gravações prejudicaram Romero Jucá e Renan Calheiros, arquivamento? Não há como negar tamanho favorecimento. É triste que o Senado Federal se preste a um papel tão "mesquinho". RAFAEL DE MEDEIROS VASCONCELOS (Petrópolis, RJ) * Com as manobras de Eduardo Cunha e de seus aliados na Câmara, a absolvição é certa. Infelizmente, os malfeitores vão vencer os bons. Será que o Supremo Tribunal Federal não vai fazer nada? Estamos acéfalos, órfãos? Sem pai nem mãe? Em nome da honra de todo o país, a prisão desse deputado tem que sair logo! É a única saída! Ou será que o guardião da Carta Magna e da moralidade do país está sem moral? JOÃO COELHO VÍTOLA (Brasília, DF) * A prisão recente do chamado "Japonês da Federal", policial que ficou famoso por ser um dos condutores mais constantes dos investigados na Operação Lava Jato deveria servir de exemplo. Ele foi investigado, julgado, com direito a ampla defesa e condenado agora em segunda instância. Esse é um procedimento legal que evita problemas futuros para quem é acusado e consegue provar a inocência, e em muitos casos, é massacrado por seus adversários que tomam como base delações premiadas, nem sempre merecedoras de credibilidade. URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP) - GREVE NA USP Ao afirmar que os recursos previstos em lei "são repassados integralmente às universidades, sem qualquer desconto", o coordenador de comunicação da Secretaria da Fazenda repete a narrativa diversionista do governo Geraldo Alckmin. Ao dizer que a LDO destina às universidades "9,57% da quota-parte do ICMS e não de receitas associadas à cobrança do tributo", omite que os municípios recebem repasse integral da quota-parte! Por fim, cala-se quanto ao desconto, no cálculo, de 1% da Habitação. CÉSAR MINTO, professor (São Paulo, SP) * A USP foi novamente privatizada momentaneamente com o "trancaço" dos portões por sindicatos de funcionários e estudantes. Sob o olhar complacente das autoridades, pequenos grupos impuseram seu totalitarismo. Asseguro à população que ainda há aqueles que se dedicam à atividade subversiva de promover o conhecimento na universidade, resistindo com tenacidade ao obscurantismo sindical. PAULO A. NUSSENZVEIG (São Paulo, SP) - IMPEACHMENT Dá engulho assistir à sessão da Comissão do Impeachment no Senado. Os pró-Dilma parecem uma turma de adolescentes sem educação e agem claramente para postergar a finalização do processo. Com tanto despreparo, pergunto-me como chegaram ao Senado Federal. LEILA E. LEITÃO (São Paulo, SP) - Será que voltamos a viver numa ditadura? Agora a ditadura da toga. Os magistrados que se indispuseram com os jornalistas da "Gazeta do Povo" talvez tenham que entender que o princípio da publicidade está insculpido na Constituição. A sociedade tem todo o direito de saber quanto custa um juiz, que muitas vezes não dá o devido retorno a uma Justiça que é muito cara, nos dois sentidos da palavra. PAULO SÉRGIO CORDEIRO SANTOS (Curitiba, PR) - ACIDENTE EM SP Não foi um acidente que matou 18 estudantes, foi o Brasil. O Brasil que faz estudantes se deslocarem quilômetros para estudar, que tem estradas precárias e sem sinalização, que libera ônibus sem condições de transportar passageiros. O Brasil que faz com que motoristas trabalhem turnos sem fim para ganhar pouco mais do que o mínimo. SÉRGIO GODOY, publicitário (São Paulo, SP) - NOME SOCIAL Em 2014, a Universidade Federal de São Carlos (UFScar) regulamentou o direito de uso do nome social a estudantes, servidores ou qualquer outra pessoa transexual ou travesti que tenha vínculo temporário ou estável com a universidade. O reconhecimento do nome social é um direito, garante a dignidade da pessoa humana e assegura o pleno respeito à identidade de gênero. MARIA WALDENEZ DE OLIVEIRA, secretária de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade da UFSCar (São Carlos, SP) - POLÍCIA MILITAR Luciana Temer diz que o caso do menino Italo deve ser investigado, mas assume que não se pode culpar a polícia porque o menor estava "armado em um carro furtado". Mas não é exatamente isso que precisa ser investigado? A única testemunha – o outro garoto — disse à corregedoria da PM que o revólver foi plantado pelos policiais. Esse caso tem vários pontos nebulosos, mas a secretária da Assistência e Desenvolvimento Social da cidade de São Paulo já inocentou a PM. MÁRCIO FONSECA (São Paulo, SP) - FUNK E MACHISMO Preconceituosas e machistas as colocações de Marcelo Coelho sobre dançarinas de funk. Ele não consegue admitir que a maioria das meninas está apenas dançando. Se a forma de dançar das moças não segue os padrões estéticos do articulista, isso não lhe dá o direito de falar em "furor uterino", em "sugar pela pélvis o asfalto do chão" e outras colocações de baixo calão. As mulheres têm o direito de usar seus corpos do jeito que acharem melhor. ISNALDO PIEDADE DE FARIA (Brasília, DF) - REPRESENTAÇÃO Um dos mitos da esquerda é que ela tem a exclusividade da representação dos gays. Ledo engano, pois eles têm seus perfis políticos diversificados, e há quem também se inclua no segmento liberal, no qual está Bolsonaro. Jean Wyllys apenas representa uma pequena parcela, havendo diversas manifestações desfavoráveis ao deputado radical. ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC) - CONCURSOS A razão principal para a farra dos concursos é óbvia: a baixíssima produtividade do setor público. Conforme rankings internacionais, a produtividade da iniciativa privada brasileira não só é baixa como vem caindo. Como o setor público é menos eficiente que o privado, a situação é ainda pior. A solução é aumentar a produtividade, mas isso dá trabalho. Fácil é botar gente para dentro, e o contribuinte que pague a conta. ZANDOR FERREIRA (Goiânia, GO) - COLUNISTAS Se a Folha é pela diversidade, espero que Hélio Schwartsman e Vinicius Mota sejam corintianos. Um são-paulino na página A2 já é demais. De qualquer forma, saúdo a chegada de Roberto Dias. ADEMIR VALEZI (São Paulo, SP) - FUTEBOL Neymar ainda não fez nada pela seleção brasileira mas, em mordomia, já superou em muito o rei Pelé. ÁLVARO MUNIZ (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
8
Motociclista e garupa morrem em batida contra poste na zona leste de SP
Um motociclista e mais outro homem que estava na garupa de uma moto morreram na manhã desta quarta-feira (26) vítimas de um acidente de trânsito em São Paulo. De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), eles bateram contra um poste no cruzamento da rua Erva de Anta com a Avenida Pires do Rio, em Itaquera, na zona leste da capital paulista. O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 5h04, mas quando as três equipes da corporação chegaram ao local do acidente, piloto e o passageiro já estavam mortos. Ainda não se sabe o que causou a batida. A identificação das vítimas não foi revelada. Uma faixa da rua Erva Anta foi interditada pela CET para atendimento ao acidente. A Polícia Civil deverá investigar as causas da batida. MORTES NO TRÂNSITO Segundo o Infosiga (banco de dados do governo paulista), cresceu 23,9% o total de mortos em acidentes na capital em junho deste ano na comparação com o mesmo período de 2016. Foram registradas 83 mortes contra 67 no mesmo mês do ano passado. Ainda segundo o levantamento, o número de mortes entre homens é superior ao de mulheres. Enquanto foram registradas 70 vítimas do sexo masculino, a quantidade de mulheres foi de 13. Mais de 30% das vítimas que tiveram a idade revelada tinham entre 18 e 29 anos.
cotidiano
Motociclista e garupa morrem em batida contra poste na zona leste de SPUm motociclista e mais outro homem que estava na garupa de uma moto morreram na manhã desta quarta-feira (26) vítimas de um acidente de trânsito em São Paulo. De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), eles bateram contra um poste no cruzamento da rua Erva de Anta com a Avenida Pires do Rio, em Itaquera, na zona leste da capital paulista. O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 5h04, mas quando as três equipes da corporação chegaram ao local do acidente, piloto e o passageiro já estavam mortos. Ainda não se sabe o que causou a batida. A identificação das vítimas não foi revelada. Uma faixa da rua Erva Anta foi interditada pela CET para atendimento ao acidente. A Polícia Civil deverá investigar as causas da batida. MORTES NO TRÂNSITO Segundo o Infosiga (banco de dados do governo paulista), cresceu 23,9% o total de mortos em acidentes na capital em junho deste ano na comparação com o mesmo período de 2016. Foram registradas 83 mortes contra 67 no mesmo mês do ano passado. Ainda segundo o levantamento, o número de mortes entre homens é superior ao de mulheres. Enquanto foram registradas 70 vítimas do sexo masculino, a quantidade de mulheres foi de 13. Mais de 30% das vítimas que tiveram a idade revelada tinham entre 18 e 29 anos.
5
Bolsa tem maior queda diária em um mês com aproximação do calote grego
A tensão causada pela falta de acordo entre Grécia e seus credores internacionais para evitar o calote de uma parcela de € 1,6 bilhão da dívida do país com o FMI (Fundo Monetário Internacional) na terça-feira (30) derreteu os mercados de ações globais nesta segunda-feira (29). O principal índice de ações brasileiro, o Ibovespa, teve perda de 1,86%, para 53.014 pontos. Foi a maior queda diária do índice desde 29 de maio, quando cedeu 2,25%. O volume financeiro foi de R$ 5,087 bilhões. No exterior, as Bolsas de Nova York mostraram baixas de mais de 1,9%. Na Europa, os principais índices acionários também caíram mais de 1,9%, puxados pelos mercados de Milão (-5,17%), Lisboa (-4,76%), Madri (-4,56%), Paris (-3,74%) e Frankfurt (-3,56%). A preocupação dos investidores, segundo analistas, é que a Grécia deixe a zona do euro e que o mesmo possa acontecer com outras economias "frágeis" do bloco, como Portugal, Espanha e Itália, caso a crise econômica nestes países se agrave. "Nunca houve a saída de alguma economia do bloco, por isso o receio de que a saída da Grécia possa abrir portas para outras situações desse tipo", disse João Pedro Brügger, analista da Leme Investimentos. "Apesar de os governos, bancos e outras grandes empresas privadas já terem reduzido bastante sua exposição a ativos gregos, ninguém sabe ao certo o impacto que uma saída [de um país da zona do euro] teria sobre os demais mercados." A agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota da Grécia para "CCC-" nesta segunda-feira, ante "CCC", dizendo que a probabilidade de o país deixar a zona do euro está agora em cerca de 50%. Em meio a negociações emperradas com seus credores, o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras convocou um plebiscito para decidir no próximo domingo (5) se o país aceita as exigências para ter liberadas verbas que permitiriam o pagamento da dívida com o FMI. Os bancos gregos amanheceram fechados nesta segunda-feira e houve um anúncio de controles de capital no país –medidas para evitar que haja saques em massa de recursos dos bancos, diante do receio de saída da Grécia da zona do euro, o que agravaria a situação da economia do país. O economista Marco Maciel, da Fator Corretora, disse que um calote grego provocaria o aumento dos prêmios de risco em ativos de renda fixa da Grécia, países periféricos ou com elevadas relações dívida/PIB na zona do euro (Portugal, Espanha e Itália) e em economias credoras mais frágeis da dívida pública grega –como a Turquia. Assim, o resultado seria a desvalorização do euro, do real e de uma cesta de moedas em relação ao dólar americano, além da queda nos rendimentos dos títulos públicos dos EUA de dois a dez anos, segundo Maciel. "Portanto, para a já difícil vida do risco brasileiro não ficar mais complicada ainda, resta torcer pela prevalência do bom senso e contar com a ajuda até da mitologia grega na solução de uma equação que envolve ajuste e sacrifício." PLANO DE NEGÓCIOS Internamente, o mercado repercutiu o anúncio de corte de investimentos pela Petrobras, que está altamente endividada, nos próximos anos. A medida chegou a ser recebida com otimismo logo após a abertura dos mercados, com as ações da estatal atingindo alta de mais de 2%, mas o ânimo perdeu força e os papéis passaram a cair. As ações preferenciais da companhia, mais negociadas e sem direito a voto, fecharam o dia em queda de 3,48%, para R$ 12,75 cada uma. Já as ordinárias, com direito a voto, mostraram recuo de 4,10%, para R$ 14,05. De acordo com o plano de negócios da Petrobras para o período de 2015 a 2019, divulgado nesta segunda, a estatal vai cortar investimentos e colocar à venda US$ 42,6 bilhões em ativos nos próximos cinco anos. A redução dos investimentos será de 37% em relação ao planejamento anterior, para o período de 2014 a 2018. As avaliações de analistas foram positivas, uma vez que a Petrobras vê o custo de sua dívida encarecer, seja por conta da alta do dólar (a maior parte da dívida da empresa está em moeda estrangeira) ou pelo aumento da percepção do risco da empresa pelas instituições financeiras no exterior, o que faz subir a taxa de juros de dívidas contraídas fora do Brasil. "Foi um corte próximo ao nível máximo que o mercado estava especulando. Os ativos que foram colocados à venda também animaram, porque vão permitir que a empresa foque em áreas mais rentáveis. É lógico que o trabalho para recuperar a saúde financeira da companhia será grande, mas esse é um bom começo", afirmou Brügger. Segundo o analista, o forte avanço dos papéis da Petrobras nos últimos meses, diante da expectativa positiva pelo corte em investimentos, pode ter colaborado para a ligeira correção nesta segunda. "Agora, as cotações tendem a se estabilizar, com os investidores à espera de resultados efetivos das medidas tomadas pela empresa", disse Brügger. Apenas em abril, as ações preferenciais da companhia subiram 34,12%. PAPÉIS Apenas dez das 66 ações do Ibovespa fecharam no azul ou estáveis. Os ganhos foram puxados por Natura (+1,41%), Marfrig (+0,71%) e Gerdau (+0,65%). Além da Petrobras, a Vale também teve expressiva desvalorização, diante da queda nos preços do minério de ferro da China. O país asiático é o principal destino das exportações da mineradora brasileira. A preocupação com o crescimento da economia chinesa também pressionou os papéis da mineradora. Surpreendendo o mercado, o Banco Central do Povo da China cortou no sábado (27) as duas taxas de referência da economia e o montante de reserva de depósito de alguns bancos, em nova tentativa do governo de alcançar o crescimento em torno de 7% para 2015. As ações preferenciais da Vale desvalorizaram-se 2,69%, para R$ 16,25. As ordinárias caíram 2,14%, a R$ 19,20 cada uma. O setor bancário, segmento com maior participação dentro do Ibovespa, também empurrou o índice para baixo. Fecharam no vermelho o Itaú Unibanco (-1,27%), o Bradesco (-2,20%), o BB (-2,86%) e o Santander (-2,53%). DÓLAR EM ALTA O clima de aversão ao risco generalizado elevou a procura por aplicações consideradas mais seguras, como a moeda americana, o que motivou o fortalecimento do dólar em relação às principais divisas globais nesta segunda-feira. A tensão causada pela crise grega, porém, foi amenizada, segundo operadores, pela briga para a formação da Ptax (taxa média de câmbio calculada diariamente pelo Banco Central, cujo valor no último dia útil de cada mês serve como referência para contratos no mercado financeiro) e pela expectativa de entrada de mais recursos no Brasil, diante do aumento de juros no país. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve leve valorização de 0,12% sobre o real, cotado em R$ 3,128 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, recuou 0,28%, para R$ 3,119. Mais cedo, a cotação da moeda americana chegou a bater R$ 3,152. Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar subiu em relação a 14 delas. Já entre as dez mais importantes divisas globais, o dólar mostrou recuo ante oito. As atuações do Banco Central do Brasil no câmbio continuaram sendo observadas pelo mercado, após a autoridade monetária ter reduzido ao longo do mês suas intervenções através da rolagem de contratos de swap cambial (operação que equivale a venda futura de dólares). Na quarta-feira (17), o BC anunciou que passaria a fazer leilão de até 5.200 swaps cambiais diários para estender o vencimento do lote de contratos que vence em julho. Na semana anterior, a autoridade monetária vinha ofertando até 6.300 papéis por dia e, antes disso, até 7.000. Nesta segunda-feira, o BC vendeu todos os 5.200 swaps oferecidos na rolagem, por US$ 253,9 milhões.
mercado
Bolsa tem maior queda diária em um mês com aproximação do calote gregoA tensão causada pela falta de acordo entre Grécia e seus credores internacionais para evitar o calote de uma parcela de € 1,6 bilhão da dívida do país com o FMI (Fundo Monetário Internacional) na terça-feira (30) derreteu os mercados de ações globais nesta segunda-feira (29). O principal índice de ações brasileiro, o Ibovespa, teve perda de 1,86%, para 53.014 pontos. Foi a maior queda diária do índice desde 29 de maio, quando cedeu 2,25%. O volume financeiro foi de R$ 5,087 bilhões. No exterior, as Bolsas de Nova York mostraram baixas de mais de 1,9%. Na Europa, os principais índices acionários também caíram mais de 1,9%, puxados pelos mercados de Milão (-5,17%), Lisboa (-4,76%), Madri (-4,56%), Paris (-3,74%) e Frankfurt (-3,56%). A preocupação dos investidores, segundo analistas, é que a Grécia deixe a zona do euro e que o mesmo possa acontecer com outras economias "frágeis" do bloco, como Portugal, Espanha e Itália, caso a crise econômica nestes países se agrave. "Nunca houve a saída de alguma economia do bloco, por isso o receio de que a saída da Grécia possa abrir portas para outras situações desse tipo", disse João Pedro Brügger, analista da Leme Investimentos. "Apesar de os governos, bancos e outras grandes empresas privadas já terem reduzido bastante sua exposição a ativos gregos, ninguém sabe ao certo o impacto que uma saída [de um país da zona do euro] teria sobre os demais mercados." A agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota da Grécia para "CCC-" nesta segunda-feira, ante "CCC", dizendo que a probabilidade de o país deixar a zona do euro está agora em cerca de 50%. Em meio a negociações emperradas com seus credores, o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras convocou um plebiscito para decidir no próximo domingo (5) se o país aceita as exigências para ter liberadas verbas que permitiriam o pagamento da dívida com o FMI. Os bancos gregos amanheceram fechados nesta segunda-feira e houve um anúncio de controles de capital no país –medidas para evitar que haja saques em massa de recursos dos bancos, diante do receio de saída da Grécia da zona do euro, o que agravaria a situação da economia do país. O economista Marco Maciel, da Fator Corretora, disse que um calote grego provocaria o aumento dos prêmios de risco em ativos de renda fixa da Grécia, países periféricos ou com elevadas relações dívida/PIB na zona do euro (Portugal, Espanha e Itália) e em economias credoras mais frágeis da dívida pública grega –como a Turquia. Assim, o resultado seria a desvalorização do euro, do real e de uma cesta de moedas em relação ao dólar americano, além da queda nos rendimentos dos títulos públicos dos EUA de dois a dez anos, segundo Maciel. "Portanto, para a já difícil vida do risco brasileiro não ficar mais complicada ainda, resta torcer pela prevalência do bom senso e contar com a ajuda até da mitologia grega na solução de uma equação que envolve ajuste e sacrifício." PLANO DE NEGÓCIOS Internamente, o mercado repercutiu o anúncio de corte de investimentos pela Petrobras, que está altamente endividada, nos próximos anos. A medida chegou a ser recebida com otimismo logo após a abertura dos mercados, com as ações da estatal atingindo alta de mais de 2%, mas o ânimo perdeu força e os papéis passaram a cair. As ações preferenciais da companhia, mais negociadas e sem direito a voto, fecharam o dia em queda de 3,48%, para R$ 12,75 cada uma. Já as ordinárias, com direito a voto, mostraram recuo de 4,10%, para R$ 14,05. De acordo com o plano de negócios da Petrobras para o período de 2015 a 2019, divulgado nesta segunda, a estatal vai cortar investimentos e colocar à venda US$ 42,6 bilhões em ativos nos próximos cinco anos. A redução dos investimentos será de 37% em relação ao planejamento anterior, para o período de 2014 a 2018. As avaliações de analistas foram positivas, uma vez que a Petrobras vê o custo de sua dívida encarecer, seja por conta da alta do dólar (a maior parte da dívida da empresa está em moeda estrangeira) ou pelo aumento da percepção do risco da empresa pelas instituições financeiras no exterior, o que faz subir a taxa de juros de dívidas contraídas fora do Brasil. "Foi um corte próximo ao nível máximo que o mercado estava especulando. Os ativos que foram colocados à venda também animaram, porque vão permitir que a empresa foque em áreas mais rentáveis. É lógico que o trabalho para recuperar a saúde financeira da companhia será grande, mas esse é um bom começo", afirmou Brügger. Segundo o analista, o forte avanço dos papéis da Petrobras nos últimos meses, diante da expectativa positiva pelo corte em investimentos, pode ter colaborado para a ligeira correção nesta segunda. "Agora, as cotações tendem a se estabilizar, com os investidores à espera de resultados efetivos das medidas tomadas pela empresa", disse Brügger. Apenas em abril, as ações preferenciais da companhia subiram 34,12%. PAPÉIS Apenas dez das 66 ações do Ibovespa fecharam no azul ou estáveis. Os ganhos foram puxados por Natura (+1,41%), Marfrig (+0,71%) e Gerdau (+0,65%). Além da Petrobras, a Vale também teve expressiva desvalorização, diante da queda nos preços do minério de ferro da China. O país asiático é o principal destino das exportações da mineradora brasileira. A preocupação com o crescimento da economia chinesa também pressionou os papéis da mineradora. Surpreendendo o mercado, o Banco Central do Povo da China cortou no sábado (27) as duas taxas de referência da economia e o montante de reserva de depósito de alguns bancos, em nova tentativa do governo de alcançar o crescimento em torno de 7% para 2015. As ações preferenciais da Vale desvalorizaram-se 2,69%, para R$ 16,25. As ordinárias caíram 2,14%, a R$ 19,20 cada uma. O setor bancário, segmento com maior participação dentro do Ibovespa, também empurrou o índice para baixo. Fecharam no vermelho o Itaú Unibanco (-1,27%), o Bradesco (-2,20%), o BB (-2,86%) e o Santander (-2,53%). DÓLAR EM ALTA O clima de aversão ao risco generalizado elevou a procura por aplicações consideradas mais seguras, como a moeda americana, o que motivou o fortalecimento do dólar em relação às principais divisas globais nesta segunda-feira. A tensão causada pela crise grega, porém, foi amenizada, segundo operadores, pela briga para a formação da Ptax (taxa média de câmbio calculada diariamente pelo Banco Central, cujo valor no último dia útil de cada mês serve como referência para contratos no mercado financeiro) e pela expectativa de entrada de mais recursos no Brasil, diante do aumento de juros no país. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve leve valorização de 0,12% sobre o real, cotado em R$ 3,128 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, recuou 0,28%, para R$ 3,119. Mais cedo, a cotação da moeda americana chegou a bater R$ 3,152. Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar subiu em relação a 14 delas. Já entre as dez mais importantes divisas globais, o dólar mostrou recuo ante oito. As atuações do Banco Central do Brasil no câmbio continuaram sendo observadas pelo mercado, após a autoridade monetária ter reduzido ao longo do mês suas intervenções através da rolagem de contratos de swap cambial (operação que equivale a venda futura de dólares). Na quarta-feira (17), o BC anunciou que passaria a fazer leilão de até 5.200 swaps cambiais diários para estender o vencimento do lote de contratos que vence em julho. Na semana anterior, a autoridade monetária vinha ofertando até 6.300 papéis por dia e, antes disso, até 7.000. Nesta segunda-feira, o BC vendeu todos os 5.200 swaps oferecidos na rolagem, por US$ 253,9 milhões.
2
Morre Ikutaro Kakehashi, pioneiro dos instrumentos de música eletrônica
Ikutaro Kakehashi, fundador da fabricante de instrumentos de música eletrônica Roland, fundamental para a música pop dos anos 1980, morreu no sábado (1º), aos 87 anos, informou nesta segunda (3) a ATV, empresa que fundou em 2013. Kakehashi criou a Roland em 1972 em sua cidade natal de Osaka, oeste do Japão. Seus sintetizadores seduziram grupos como Duran Duran, Depeche Mode e Kraftwerk, assim como artistas pioneiros como Jean-Michel Jarre e Herbie Hancock. O astro David Bowie também foi um adepto da marca e utilizou uma guitarra Roland GR-500 para gravar o sucesso dos anos 1980 "Ashes to Ashes". Marvin Gaye contribuiu para popularizar a caixa de ritmos TR-808 com o hit "Sexual Healing". A TR-808 também foi utilizada por grandes figuras do movimento hip-hop como o DJ Afrika Bambaataa, o grupo Beastie Boys e, mais recentemente, o rapper Kanye West, que a incluiu em uma das canções dos álbum "808s & Heartbreak", lançado em 2008. Kakehashi recebeu em 2013 um Grammy por sua contribuição para a indústria musical com a criação dos sistema MIDI (Musical Instrument Digital Interface - Interface Digital para os Instrumentos Musicais). Este dispositivo permite a interação entre instrumentos musicais e computadores. Kakehashi deixou a Roland em 2013 por divergências com a diretoria, de acordo com a imprensa, e fundou a ATV.
ilustrada
Morre Ikutaro Kakehashi, pioneiro dos instrumentos de música eletrônicaIkutaro Kakehashi, fundador da fabricante de instrumentos de música eletrônica Roland, fundamental para a música pop dos anos 1980, morreu no sábado (1º), aos 87 anos, informou nesta segunda (3) a ATV, empresa que fundou em 2013. Kakehashi criou a Roland em 1972 em sua cidade natal de Osaka, oeste do Japão. Seus sintetizadores seduziram grupos como Duran Duran, Depeche Mode e Kraftwerk, assim como artistas pioneiros como Jean-Michel Jarre e Herbie Hancock. O astro David Bowie também foi um adepto da marca e utilizou uma guitarra Roland GR-500 para gravar o sucesso dos anos 1980 "Ashes to Ashes". Marvin Gaye contribuiu para popularizar a caixa de ritmos TR-808 com o hit "Sexual Healing". A TR-808 também foi utilizada por grandes figuras do movimento hip-hop como o DJ Afrika Bambaataa, o grupo Beastie Boys e, mais recentemente, o rapper Kanye West, que a incluiu em uma das canções dos álbum "808s & Heartbreak", lançado em 2008. Kakehashi recebeu em 2013 um Grammy por sua contribuição para a indústria musical com a criação dos sistema MIDI (Musical Instrument Digital Interface - Interface Digital para os Instrumentos Musicais). Este dispositivo permite a interação entre instrumentos musicais e computadores. Kakehashi deixou a Roland em 2013 por divergências com a diretoria, de acordo com a imprensa, e fundou a ATV.
6
'Esta manifestação não vai dar em nada', diz musa dos caras-pintadas
INGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO Cecilia Lotufo, a jovem que representou os caras-pintadas do Fora Collor, em 1992, não vai participar da manifestação deste domingo. Hoje com 40 anos, a musa dos protestos que exigiam o impeachment do então presidente Fernando Collor diz não reconhecer a legitimidade de grupos que pedem a saída de Dilma Rousseff. Fundadora do Movimento Boa Praça e do Instituto Kairós, de consumo sustentável, afirma que coloca a mão na massa para ver as mudanças acontecerem. Mas não tira o crédito de quem vai para as ruas, desde que "com causa". * sãopaulo - As atuais manifestações foram organizadas por grupos. Os protestos de 1992 foram mais espontâneos? Cecilia Lotufo - Este aqui está sendo incentivado por grupos privados, que se interessam pela desestabilização do governo. Não participei das manifestações, não vejo legitimidade nelas. Até compactuo com as dores e desejos de pessoas que participaram. Não sou contra as manifestações, mas não acho que este contexto seja favorável para qualquer mudança. Os protestos antes da Copa, aqueles sim, eram legítimos, 100% espontâneos. Por que eram legítimos? Eram mais plurais, você via de tudo, era a sociedade inteira. Esta eu vejo como uma manifestação de elite. Uma elite que está insatisfeita mesmo, estamos vivendo uma crise. Na época do Fora Collor não tinha ninguém contra as manifestações, a não ser o próprio Collor. Era uma coisa tão unânime. Agora você percebe que tem uma grande massa contra. O que acha das bandeiras hoje? Não compactuo. Sinto que as pessoas estão indo na ingenuidade. Eu também quero mudar, mas não quero voltar para a ditadura, não quero ter o Aécio [Neves, PSDB] na Presidência. Não é isso que vai resolver a situação. Como uma pessoa que participou daquela esfera [de protestos], tenho convicção que o processo de transformação é outro. Por que você diz que as pessoas são ingênuas ao participarem dos atos? Estão distantes da política e, por isso, acabam fazendo o que está ao seu alcance. No momento que pega no calo delas, querem se mexer. Hoje a discussão fica em PT ou PSDB, mas não é isso. A discussão é mais profunda. Como chegamos a uma discussão que traga soluções concretas de transformação social? Quais devem ser as consequências? Quando uma pessoa vai a uma manifestação dessa, não está resolvendo nenhum problema. Temos que nos unir em busca de uma solução concreta, uma nova forma de gerir o país. Tenho certeza que não vai dar em nada e não tenho a mínima disposição de valorizá-la.
saopaulo
'Esta manifestação não vai dar em nada', diz musa dos caras-pintadasINGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO Cecilia Lotufo, a jovem que representou os caras-pintadas do Fora Collor, em 1992, não vai participar da manifestação deste domingo. Hoje com 40 anos, a musa dos protestos que exigiam o impeachment do então presidente Fernando Collor diz não reconhecer a legitimidade de grupos que pedem a saída de Dilma Rousseff. Fundadora do Movimento Boa Praça e do Instituto Kairós, de consumo sustentável, afirma que coloca a mão na massa para ver as mudanças acontecerem. Mas não tira o crédito de quem vai para as ruas, desde que "com causa". * sãopaulo - As atuais manifestações foram organizadas por grupos. Os protestos de 1992 foram mais espontâneos? Cecilia Lotufo - Este aqui está sendo incentivado por grupos privados, que se interessam pela desestabilização do governo. Não participei das manifestações, não vejo legitimidade nelas. Até compactuo com as dores e desejos de pessoas que participaram. Não sou contra as manifestações, mas não acho que este contexto seja favorável para qualquer mudança. Os protestos antes da Copa, aqueles sim, eram legítimos, 100% espontâneos. Por que eram legítimos? Eram mais plurais, você via de tudo, era a sociedade inteira. Esta eu vejo como uma manifestação de elite. Uma elite que está insatisfeita mesmo, estamos vivendo uma crise. Na época do Fora Collor não tinha ninguém contra as manifestações, a não ser o próprio Collor. Era uma coisa tão unânime. Agora você percebe que tem uma grande massa contra. O que acha das bandeiras hoje? Não compactuo. Sinto que as pessoas estão indo na ingenuidade. Eu também quero mudar, mas não quero voltar para a ditadura, não quero ter o Aécio [Neves, PSDB] na Presidência. Não é isso que vai resolver a situação. Como uma pessoa que participou daquela esfera [de protestos], tenho convicção que o processo de transformação é outro. Por que você diz que as pessoas são ingênuas ao participarem dos atos? Estão distantes da política e, por isso, acabam fazendo o que está ao seu alcance. No momento que pega no calo delas, querem se mexer. Hoje a discussão fica em PT ou PSDB, mas não é isso. A discussão é mais profunda. Como chegamos a uma discussão que traga soluções concretas de transformação social? Quais devem ser as consequências? Quando uma pessoa vai a uma manifestação dessa, não está resolvendo nenhum problema. Temos que nos unir em busca de uma solução concreta, uma nova forma de gerir o país. Tenho certeza que não vai dar em nada e não tenho a mínima disposição de valorizá-la.
9
ESPM forma empreendedores em curso de negócios sociais e inclusivos
A ESPM recebe inscrições para mais uma edição do curso Desenvolvimento de Negócios Sociais e Inclusivos, até 14 de setembro. Atendendo pessoas que desejam empreender na área social, a instituição já formou cases de sucesso como o projeto Pé de Feijão. Durante dez encontros, os alunos aprenderão conceitos de negócios sociais, inclusivos e de impacto, como tomar decisões estratégicas de marketing e construir alianças e parcerias, além de identificar problemas sociais. O objetivo é a troca de experiências e o suporte ao desenvolvimento de novos projetos. Ao final, os alunos apresentarão suas ideias para uma banca formada por especialistas, empreendedores e investidores. Quem já obteve sucesso ao ser incubado pelo Yunnus Negócios Sociais Brasil logo após passar pela banca foi o projeto Pé de Feijão, uma empresa com foco na educação alimentar que utiliza hortas como ferramenta de trabalho que alavancam o regaste da consciência alimentar e para uma mudança de hábito. Em São Paulo, as aulas, começam em 18 de setembro. O investimento é de R$ 4.500,00, que pode ser parcelado em até seis vezes. Mais informações no site da ESPM.
empreendedorsocial
ESPM forma empreendedores em curso de negócios sociais e inclusivosA ESPM recebe inscrições para mais uma edição do curso Desenvolvimento de Negócios Sociais e Inclusivos, até 14 de setembro. Atendendo pessoas que desejam empreender na área social, a instituição já formou cases de sucesso como o projeto Pé de Feijão. Durante dez encontros, os alunos aprenderão conceitos de negócios sociais, inclusivos e de impacto, como tomar decisões estratégicas de marketing e construir alianças e parcerias, além de identificar problemas sociais. O objetivo é a troca de experiências e o suporte ao desenvolvimento de novos projetos. Ao final, os alunos apresentarão suas ideias para uma banca formada por especialistas, empreendedores e investidores. Quem já obteve sucesso ao ser incubado pelo Yunnus Negócios Sociais Brasil logo após passar pela banca foi o projeto Pé de Feijão, uma empresa com foco na educação alimentar que utiliza hortas como ferramenta de trabalho que alavancam o regaste da consciência alimentar e para uma mudança de hábito. Em São Paulo, as aulas, começam em 18 de setembro. O investimento é de R$ 4.500,00, que pode ser parcelado em até seis vezes. Mais informações no site da ESPM.
20
Cortes de produção de petróleo atingem 80% da meta, diz saudita
Representantes da Arábia Saudita e da Rússia se mostraram otimistas com o progresso do pacto para reduzir a produção global de petróleo e elevar os preços da commodity. O ministro saudita de Energia, Jaled al Faleh, afirmou que os exportadores já fizeram cortes que somam 1,5 milhão de barris diários, ou cerca de 80% da meta global de corte de 1,8 milhão de barris diários. Seu colega russo, Alexander Novak, afirmou que o pacto está se provando "um sucesso" e entregando resultados "acima do esperado". "O acordo é um sucesso. Todos os países estão aderindo ao acordo. Os resultados estão acima do esperado", disse Novak. Os ministros participaram neste domingo (22) do encontro do comitê de vigilância do acordo, em Viena (Áustria). O pacto entre membros e não membros da Opep (Organizações dos Países Exportadores de Petróleo) foi concluído em 10 de dezembro para um período de seis meses, e está em vigor desde o início deste mês.
mercado
Cortes de produção de petróleo atingem 80% da meta, diz sauditaRepresentantes da Arábia Saudita e da Rússia se mostraram otimistas com o progresso do pacto para reduzir a produção global de petróleo e elevar os preços da commodity. O ministro saudita de Energia, Jaled al Faleh, afirmou que os exportadores já fizeram cortes que somam 1,5 milhão de barris diários, ou cerca de 80% da meta global de corte de 1,8 milhão de barris diários. Seu colega russo, Alexander Novak, afirmou que o pacto está se provando "um sucesso" e entregando resultados "acima do esperado". "O acordo é um sucesso. Todos os países estão aderindo ao acordo. Os resultados estão acima do esperado", disse Novak. Os ministros participaram neste domingo (22) do encontro do comitê de vigilância do acordo, em Viena (Áustria). O pacto entre membros e não membros da Opep (Organizações dos Países Exportadores de Petróleo) foi concluído em 10 de dezembro para um período de seis meses, e está em vigor desde o início deste mês.
2
Zumbis
"Vamos no cinema hoje às 16h30 ver um filme coreano de zumbis (sério!)?", dizia o WhatsApp do meu amigo. Topei na hora. Não porque seja um grande fã de zumbis, pelo contrário, nunca penso neles, mas porque fazia tempo que eu não via esse amigo e em geral das 17h às 19h estou de saco cheio de tudo, já trabalhei o que tinha que trabalhar, não consigo mais ler nem cozinhar nem resolver aquelas pequenas encrencas domésticas —malditas roldanas do varal quebradas há meses. Um filme coreano de zumbis! "Depois tomamos umas cervejas", continuava a mensagem. Encarei o convite como uma libertação. Dentro da sala quase vazia, eu falava com meu amigo, que também é escritor, sobre o novo (e ótimo) livro do Matthew Shirts, "A feijoada completa", quando vi um rosto conhecido subindo a escada. Eu disse: cara, olha quem tá aí! Era a terceira cronista de jornal naquela sessão da tarde, e tinha escolhido uma poltrona na mesma fileira que a nossa. Sentou do meu lado e nos ofereceu pipoca orgânica. Rimos da coincidência. Houve uma rápida discussão em tom avacalhado sobre se devíamos: 1) manter em segredo o programa adolescente quando voltássemos pra rua, a fim de não manchar a reputação de ninguém, ou 2) escrever cada um uma crônica a respeito —nenhum de nós tinha qualquer reputação a perder. Então nossa amiga tirou o smartphone da bolsa e fez uma selfie, que postou no Facebook (não tenho Facebook mas me contaram), encerrando a conversa. O filme de Yeon Sang-ho era um pesadelo persecutório: milhares de zumbis perseguindo uns poucos sobreviventes dentro e fora de um trem pra Busan, a única cidade do país (a Coreia do Sul) ainda não arrasada pela epidemia. Algumas cenas são de tirar o fôlego, aqui e ali dá pra levar um susto, mas não é um filme de terror e sim de ação. Gosto de filmes de ação e adorei "Invasão Zumbi". Depois, num bar da Augusta, listamos as diferenças entre zumbis e seus primos distantes, os vampiros. Concordamos que vampiros são mais sofisticados; não andam em bando; são freudianamente melancólicos e romanticamente sensuais —poetas do século 19 batalhando por virgens de sangue fresco. Zumbis, por sua vez, não têm individualidade (um zumbi é um zumbi é um zumbi); orientando-se por sons, parecem morcegos com catarata; não passam de máquinas de devorar carne humana. Chegamos à conclusão de que vampiros são mais interessantes, mas que de vez em quando só mesmo uma boa catarse com zumbis pra exorcizar o baixo-astral. A noite caiu e nossa amiga foi encontrar o marido num restaurante; meu amigo e eu saímos atrás de um boteco barato. Acabamos no Pescador, a duas quadras de casa, onde o garçom ficou ofendido por eu ter perguntado pela milésima vez como ele se chamava. Cosimir! Claro: como esquecer um nome desses? Mas convenhamos: como lembrar? Algumas horas mais tarde, já devidamente transformados, não em vampiros, quem me dera, mas em típicos zumbis do Baixo Augusta, foi cada um pro seu lado arrastando a promessa de na manhã seguinte escrever uma crônica sobre aquele dia engraçado e vagabundo. Com estas mal traçadas, cumpro a minha parte.
colunas
Zumbis"Vamos no cinema hoje às 16h30 ver um filme coreano de zumbis (sério!)?", dizia o WhatsApp do meu amigo. Topei na hora. Não porque seja um grande fã de zumbis, pelo contrário, nunca penso neles, mas porque fazia tempo que eu não via esse amigo e em geral das 17h às 19h estou de saco cheio de tudo, já trabalhei o que tinha que trabalhar, não consigo mais ler nem cozinhar nem resolver aquelas pequenas encrencas domésticas —malditas roldanas do varal quebradas há meses. Um filme coreano de zumbis! "Depois tomamos umas cervejas", continuava a mensagem. Encarei o convite como uma libertação. Dentro da sala quase vazia, eu falava com meu amigo, que também é escritor, sobre o novo (e ótimo) livro do Matthew Shirts, "A feijoada completa", quando vi um rosto conhecido subindo a escada. Eu disse: cara, olha quem tá aí! Era a terceira cronista de jornal naquela sessão da tarde, e tinha escolhido uma poltrona na mesma fileira que a nossa. Sentou do meu lado e nos ofereceu pipoca orgânica. Rimos da coincidência. Houve uma rápida discussão em tom avacalhado sobre se devíamos: 1) manter em segredo o programa adolescente quando voltássemos pra rua, a fim de não manchar a reputação de ninguém, ou 2) escrever cada um uma crônica a respeito —nenhum de nós tinha qualquer reputação a perder. Então nossa amiga tirou o smartphone da bolsa e fez uma selfie, que postou no Facebook (não tenho Facebook mas me contaram), encerrando a conversa. O filme de Yeon Sang-ho era um pesadelo persecutório: milhares de zumbis perseguindo uns poucos sobreviventes dentro e fora de um trem pra Busan, a única cidade do país (a Coreia do Sul) ainda não arrasada pela epidemia. Algumas cenas são de tirar o fôlego, aqui e ali dá pra levar um susto, mas não é um filme de terror e sim de ação. Gosto de filmes de ação e adorei "Invasão Zumbi". Depois, num bar da Augusta, listamos as diferenças entre zumbis e seus primos distantes, os vampiros. Concordamos que vampiros são mais sofisticados; não andam em bando; são freudianamente melancólicos e romanticamente sensuais —poetas do século 19 batalhando por virgens de sangue fresco. Zumbis, por sua vez, não têm individualidade (um zumbi é um zumbi é um zumbi); orientando-se por sons, parecem morcegos com catarata; não passam de máquinas de devorar carne humana. Chegamos à conclusão de que vampiros são mais interessantes, mas que de vez em quando só mesmo uma boa catarse com zumbis pra exorcizar o baixo-astral. A noite caiu e nossa amiga foi encontrar o marido num restaurante; meu amigo e eu saímos atrás de um boteco barato. Acabamos no Pescador, a duas quadras de casa, onde o garçom ficou ofendido por eu ter perguntado pela milésima vez como ele se chamava. Cosimir! Claro: como esquecer um nome desses? Mas convenhamos: como lembrar? Algumas horas mais tarde, já devidamente transformados, não em vampiros, quem me dera, mas em típicos zumbis do Baixo Augusta, foi cada um pro seu lado arrastando a promessa de na manhã seguinte escrever uma crônica sobre aquele dia engraçado e vagabundo. Com estas mal traçadas, cumpro a minha parte.
1
Reconto sobre a noite marca fim da Coleção Folha Folclore para crianças
A história contada no 25º livro-CD da Coleção Folha Folclore Brasileiro para Crianças é cheia de mistério. O volume, que encerra a série, chega às bancas no domingo (5/7). O ponto de partida usado neste reconto para narrar a lenda de como a noite passou a existir é uma história de amor. Uiara era uma jovem linda, filha do Cobra-Grande, o Rei das Águas. Quando o índio Aimberê a viu, teve certeza de que queria se casar com ela. Naquele tempo, só havia dia. E a condição que Uiara fez para aceitar o enlace foi que ele conseguisse trazer a noite para o mundo. Para isso, teria de buscá-la com o pai dela, o temido Cobra-Grande. Aimberê acaba mandando três curumins na missão. Eles se metem em aventuras a bordo de uma canoa para conseguir trazer a noite. No caminho, terão algumas surpresas. No livro, o reconto criado por Rosane Pamplona é acompanhado de ilustrações de Weberson Santiago. No CD que integra este volume final, a história é narrada de forma divertida, cheia de onomatopeias. A lenda pode ser compreendida por crianças a partir de 3 anos, mas toda a família pode se envolver nas atividades propostas. Só no CD, há a cantiga do bom barqueiro, que embala uma brincadeira, parlendas para divertir os pequenos e o jogo "Meu Chapéu", em que as crianças brincam de ir tirando aos poucos as palavras de uma frase. O livro ainda ensina duas variações da brincadeira de estátua, apresenta perguntas de "O que é, o que é?" e conta a história do Cobra-Grande, o tal pai da indiazinha Uiara, que também é conhecido como Mboi-guaçu, Boiuna e Cobra Norato. Reza a lenda que ele é bem perigoso.
paineldoleitor
Reconto sobre a noite marca fim da Coleção Folha Folclore para criançasA história contada no 25º livro-CD da Coleção Folha Folclore Brasileiro para Crianças é cheia de mistério. O volume, que encerra a série, chega às bancas no domingo (5/7). O ponto de partida usado neste reconto para narrar a lenda de como a noite passou a existir é uma história de amor. Uiara era uma jovem linda, filha do Cobra-Grande, o Rei das Águas. Quando o índio Aimberê a viu, teve certeza de que queria se casar com ela. Naquele tempo, só havia dia. E a condição que Uiara fez para aceitar o enlace foi que ele conseguisse trazer a noite para o mundo. Para isso, teria de buscá-la com o pai dela, o temido Cobra-Grande. Aimberê acaba mandando três curumins na missão. Eles se metem em aventuras a bordo de uma canoa para conseguir trazer a noite. No caminho, terão algumas surpresas. No livro, o reconto criado por Rosane Pamplona é acompanhado de ilustrações de Weberson Santiago. No CD que integra este volume final, a história é narrada de forma divertida, cheia de onomatopeias. A lenda pode ser compreendida por crianças a partir de 3 anos, mas toda a família pode se envolver nas atividades propostas. Só no CD, há a cantiga do bom barqueiro, que embala uma brincadeira, parlendas para divertir os pequenos e o jogo "Meu Chapéu", em que as crianças brincam de ir tirando aos poucos as palavras de uma frase. O livro ainda ensina duas variações da brincadeira de estátua, apresenta perguntas de "O que é, o que é?" e conta a história do Cobra-Grande, o tal pai da indiazinha Uiara, que também é conhecido como Mboi-guaçu, Boiuna e Cobra Norato. Reza a lenda que ele é bem perigoso.
8
Ações da Vale caem mais de 5% e Bolsa interrompe sequência de altas
Dados indicando a desaceleração da indústria chinesa em janeiro derrubaram as ações da Vale nesta sexta-feira (23), empurrando o principal índice da Bolsa brasileira para baixo. O corte na recomendação de um banco estrangeiro para os papéis da mineradora também influenciaram o pregão. Depois de três altas, o Ibovespa perdeu 1,35%, para 48.775 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,608 bilhões. Com este desempenho, o índice teve desvalorização de 0,49% na semana, interrompendo uma sequência de dois avanços semanais. As ações preferenciais da Vale, sem direito a voto, mostraram baixa de 5,32%, para R$ 18,32. Já os papéis ordinários da companhia, com direito a voto, recuaram 6,34%, para R$ 20,52. O banco americano Goldman Sachs reduziu a recomendação do ADR [recibo de ação de empresa estrangeira negociado em Nova York] da Vale de compra para neutra como consequência de uma piora em suas previsões para os preços do minério de ferro, do níquel e do cobre, que impactam o fluxo de caixa e os múltiplos da mineradora. O Goldman também cortou o preço-alvo da ação da CSN de R$ 4 para R$ 3,80, mantendo a recomendação de venda. Os papéis da empresa perderam 6,19% nesta sexta, para R$ 5. Foi a terceira maior perda entre os 68 papéis do Ibovespa. Na China, a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) preliminar do HSBC/Markit ficou em 49,8 em janeiro, pouco alterado ante 49,6 em dezembro e abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração. Pesquisa da Reuters havia projetado leitura de 49,6. O país asiático é o principal destino das exportações da Vale. Apesar do desempenho fraco da indústria chinesa no início de 2015, as importações da China de minério de ferro do Brasil, o segundo maior fornecedor daquele país, subiram 10,3% em 2014, para 170,96 milhões de toneladas, segundo dados divulgados nesta sexta. "A Vale tem um peso razoável [no Ibovespa] e sua queda influenciou o índice. Além disso, teve um pouco de realização [de lucros] depois da série de altas que tivemos nos últimos três dias. As notícias sobre risco de racionamento acabam prejudicando um pouco a expectativa do resultado das empresas, o que também pesou contra a Bolsa", diz Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest. Cardoso avalia, no entanto, que as medidas de ajuste que têm sido tomadas pelo governo podem trazer um pouco mais de confiança aos investidores. "Pode ser que a gente comece a enxergar um fluxo de entrada de recursos no país maior, com Europa e Japão colocando dinheiro no mercado global através de programas de estímulo", afirma. RACIONAMENTO "Há uma preocupação geral com os setores de energia e água, ainda mais com o ministro (de Minas e Energia, Eduardo Braga) afirmando que se os reservatórios das hidrelétricas caírem abaixo do limite de 10%, o país pode precisar de racionamento. Isso acaba prejudicando a economia como um todo", disse o operador da Renascença DTVM Luiz Roberto Monteiro. A concessionária de saneamento do Estado de São Paulo, Sabesp, teve a maior queda do Ibovespa, de 11,65%, para R$ 13,50, diante de sinais de piora do cenário hídrico do país. O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) previu nesta sexta que as chuvas que deverão chegar às represas da região Sudeste em janeiro sejam equivalentes a 43% da média histórica. A baixa do setor bancário, que começou o dia no azul, também pressionou o Ibovespa. O Itaú Unibanco cedeu 0,96%, para R$ 34,03, enquanto o papel preferencial do Bradesco teve desvalorização de 0,87%, para R$ 35,37. O Banco do Brasil perdeu 0,26%, para R$ 22,79. A Petrobras viu sua ação preferencial ceder 2,44%, para R$ 10, enquanto a ordinária mostrou recuo de 2,96%, para R$ 9,52. Os investidores aguardam pela divulgação do resultado não auditado da companhia no terceiro trimestre do ano passado, que pode sair na próxima semana. A divulgação foi adiada pelos desdobramentos da Operação Lava Jato da Polícia Federal. CÂMBIO Após três dias de alívio, a cotação da moeda americana voltou a subir em relação ao real nesta sexta-feira. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve valorização de 0,49%, para R$ 2,583 na venda. Na semana, houve queda de 1,45%. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançou 0,54% no dia, mas caiu 1,26% na semana, para R$ 2,589. O Banco Central do Brasil deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, por meio do leilão de 2.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), por US$ 98,4 milhões. A autoridade também promoveu um outro leilão para rolar 10 mil contratos de swap que venceriam em 2 de fevereiro, por US$ 490,4 milhões. Até o momento, o BC já rolou cerca de 75% do lote total com prazo para o segundo dia do mês que vem, equivalente a US$ 10,405 bilhões. Com Reuters
mercado
Ações da Vale caem mais de 5% e Bolsa interrompe sequência de altasDados indicando a desaceleração da indústria chinesa em janeiro derrubaram as ações da Vale nesta sexta-feira (23), empurrando o principal índice da Bolsa brasileira para baixo. O corte na recomendação de um banco estrangeiro para os papéis da mineradora também influenciaram o pregão. Depois de três altas, o Ibovespa perdeu 1,35%, para 48.775 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,608 bilhões. Com este desempenho, o índice teve desvalorização de 0,49% na semana, interrompendo uma sequência de dois avanços semanais. As ações preferenciais da Vale, sem direito a voto, mostraram baixa de 5,32%, para R$ 18,32. Já os papéis ordinários da companhia, com direito a voto, recuaram 6,34%, para R$ 20,52. O banco americano Goldman Sachs reduziu a recomendação do ADR [recibo de ação de empresa estrangeira negociado em Nova York] da Vale de compra para neutra como consequência de uma piora em suas previsões para os preços do minério de ferro, do níquel e do cobre, que impactam o fluxo de caixa e os múltiplos da mineradora. O Goldman também cortou o preço-alvo da ação da CSN de R$ 4 para R$ 3,80, mantendo a recomendação de venda. Os papéis da empresa perderam 6,19% nesta sexta, para R$ 5. Foi a terceira maior perda entre os 68 papéis do Ibovespa. Na China, a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) preliminar do HSBC/Markit ficou em 49,8 em janeiro, pouco alterado ante 49,6 em dezembro e abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração. Pesquisa da Reuters havia projetado leitura de 49,6. O país asiático é o principal destino das exportações da Vale. Apesar do desempenho fraco da indústria chinesa no início de 2015, as importações da China de minério de ferro do Brasil, o segundo maior fornecedor daquele país, subiram 10,3% em 2014, para 170,96 milhões de toneladas, segundo dados divulgados nesta sexta. "A Vale tem um peso razoável [no Ibovespa] e sua queda influenciou o índice. Além disso, teve um pouco de realização [de lucros] depois da série de altas que tivemos nos últimos três dias. As notícias sobre risco de racionamento acabam prejudicando um pouco a expectativa do resultado das empresas, o que também pesou contra a Bolsa", diz Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest. Cardoso avalia, no entanto, que as medidas de ajuste que têm sido tomadas pelo governo podem trazer um pouco mais de confiança aos investidores. "Pode ser que a gente comece a enxergar um fluxo de entrada de recursos no país maior, com Europa e Japão colocando dinheiro no mercado global através de programas de estímulo", afirma. RACIONAMENTO "Há uma preocupação geral com os setores de energia e água, ainda mais com o ministro (de Minas e Energia, Eduardo Braga) afirmando que se os reservatórios das hidrelétricas caírem abaixo do limite de 10%, o país pode precisar de racionamento. Isso acaba prejudicando a economia como um todo", disse o operador da Renascença DTVM Luiz Roberto Monteiro. A concessionária de saneamento do Estado de São Paulo, Sabesp, teve a maior queda do Ibovespa, de 11,65%, para R$ 13,50, diante de sinais de piora do cenário hídrico do país. O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) previu nesta sexta que as chuvas que deverão chegar às represas da região Sudeste em janeiro sejam equivalentes a 43% da média histórica. A baixa do setor bancário, que começou o dia no azul, também pressionou o Ibovespa. O Itaú Unibanco cedeu 0,96%, para R$ 34,03, enquanto o papel preferencial do Bradesco teve desvalorização de 0,87%, para R$ 35,37. O Banco do Brasil perdeu 0,26%, para R$ 22,79. A Petrobras viu sua ação preferencial ceder 2,44%, para R$ 10, enquanto a ordinária mostrou recuo de 2,96%, para R$ 9,52. Os investidores aguardam pela divulgação do resultado não auditado da companhia no terceiro trimestre do ano passado, que pode sair na próxima semana. A divulgação foi adiada pelos desdobramentos da Operação Lava Jato da Polícia Federal. CÂMBIO Após três dias de alívio, a cotação da moeda americana voltou a subir em relação ao real nesta sexta-feira. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve valorização de 0,49%, para R$ 2,583 na venda. Na semana, houve queda de 1,45%. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançou 0,54% no dia, mas caiu 1,26% na semana, para R$ 2,589. O Banco Central do Brasil deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, por meio do leilão de 2.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), por US$ 98,4 milhões. A autoridade também promoveu um outro leilão para rolar 10 mil contratos de swap que venceriam em 2 de fevereiro, por US$ 490,4 milhões. Até o momento, o BC já rolou cerca de 75% do lote total com prazo para o segundo dia do mês que vem, equivalente a US$ 10,405 bilhões. Com Reuters
2