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Edital investe em projetos associados à liderança jovem e inovação social
Organizações sem fins lucrativos, como fundações, associações e institutos, têm até 15 de agosto para se inscrever no edital da Fundação Arymax que financia anualmente projetos associados à liderança jovem, inovação social e comunidade judaica. Para impulsionar a realização de iniciativas inovadoras para a construção de uma sociedade melhor, a fundação investe nessas organizações que geram impacto social positivo para a sociedade. A inscrição será feita em duas etapas. Na primeira, os interessados devem preencher um formulário on-line com informações sobre o projeto e a instituição. Na sequência, as iniciativas que estiverem dentro do eixo de atuação da fundação receberão um link com informações para o envio de documentação e detalhamento da iniciativa proposta. Parceiros do Prêmio Empreendedor Social, Artemisia e Ashoka estão entre as organizações que já receberam apoio da Arymax por meio do edital.
empreendedorsocial
Edital investe em projetos associados à liderança jovem e inovação socialOrganizações sem fins lucrativos, como fundações, associações e institutos, têm até 15 de agosto para se inscrever no edital da Fundação Arymax que financia anualmente projetos associados à liderança jovem, inovação social e comunidade judaica. Para impulsionar a realização de iniciativas inovadoras para a construção de uma sociedade melhor, a fundação investe nessas organizações que geram impacto social positivo para a sociedade. A inscrição será feita em duas etapas. Na primeira, os interessados devem preencher um formulário on-line com informações sobre o projeto e a instituição. Na sequência, as iniciativas que estiverem dentro do eixo de atuação da fundação receberão um link com informações para o envio de documentação e detalhamento da iniciativa proposta. Parceiros do Prêmio Empreendedor Social, Artemisia e Ashoka estão entre as organizações que já receberam apoio da Arymax por meio do edital.
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Inscrições para o Enem 2016 vão até o dia 20 de maio
As inscrições para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016 começaram nesta segunda-feira (9) e vão até as 23h59 do dia 20 de maio. O candidato deve se inscrever exclusivamente pela internet no site do Inep. É necessário informar o número do CPF, do documento de identidade, um endereço de e-mail, um número de celular, a cidade onde fará a prova e a língua estrangeira do teste de Linguagens (inglês ou espanhol). Confira o edital completo aqui. Este ano houve um aumento na taxa de inscrição, que passa a ser de R$ 68. No exame do ano passado, os estudantes pagaram R$ 63. A taxa poderá ser paga em qualquer agência bancária, casa lotérica ou agência dos Correios até 25 de maio. Os estudantes matriculados na rede pública que concluirão o ensino médio em 2016 têm direito à isenção da tarifa. PROVAS Dividido em duas etapas, o exame será aplicado nos dias 5 e 6 de novembro. São quatro provas objetivas, com 45 questões cada, e uma redação. No primeiro dia, o exame terá duração de quatro horas e meia e contemplará as disciplinas de ciências humanas e suas tecnologias (história, geografia, filosofia e sociologia) e ciências da natureza e suas tecnologias (química, física e biologia). Já o segundo dia, com duração de cinco horas e meia, será dedicado a linguagens, códigos e suas tecnologias (língua portuguesa, literatura, língua estrangeira, artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação), redação e matemática e suas tecnologias. Nas duas datas, os portões serão abertos às 12h e fechados às 13h (horário de Brasília). Enem Redação Nota 1000
educacao
Inscrições para o Enem 2016 vão até o dia 20 de maioAs inscrições para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016 começaram nesta segunda-feira (9) e vão até as 23h59 do dia 20 de maio. O candidato deve se inscrever exclusivamente pela internet no site do Inep. É necessário informar o número do CPF, do documento de identidade, um endereço de e-mail, um número de celular, a cidade onde fará a prova e a língua estrangeira do teste de Linguagens (inglês ou espanhol). Confira o edital completo aqui. Este ano houve um aumento na taxa de inscrição, que passa a ser de R$ 68. No exame do ano passado, os estudantes pagaram R$ 63. A taxa poderá ser paga em qualquer agência bancária, casa lotérica ou agência dos Correios até 25 de maio. Os estudantes matriculados na rede pública que concluirão o ensino médio em 2016 têm direito à isenção da tarifa. PROVAS Dividido em duas etapas, o exame será aplicado nos dias 5 e 6 de novembro. São quatro provas objetivas, com 45 questões cada, e uma redação. No primeiro dia, o exame terá duração de quatro horas e meia e contemplará as disciplinas de ciências humanas e suas tecnologias (história, geografia, filosofia e sociologia) e ciências da natureza e suas tecnologias (química, física e biologia). Já o segundo dia, com duração de cinco horas e meia, será dedicado a linguagens, códigos e suas tecnologias (língua portuguesa, literatura, língua estrangeira, artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação), redação e matemática e suas tecnologias. Nas duas datas, os portões serão abertos às 12h e fechados às 13h (horário de Brasília). Enem Redação Nota 1000
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Construtora OAS falha em pagamento e agência Fitch rebaixa avaliação para calote
A construtora OAS, que é investigada na operação Lava Jato da Polícia Federal, falhou no pagamento de juros que venciam na sexta (2) e entrou em calote técnico. Diante da inadimplência, a agência de avaliação de risco Fitch rebaixou as notas de crédito em moeda local e estrangeira da OAS, construtora OAS de B+ para C na escala global e de BBB+(bra) para C na escala nacional. A avaliação C significa calote imimente das dívidas da empresa. A agência também rebaixou o rating em escala nacional da OAS Empreendimentos de BBB-(bra) para C. Todas as notas de crédito foram retiradas do estado de observação para possível rebaixamento, em que estavam desde 19 de novembro, diante das preocupações da Fitch com o impacto do escândalo de corrupção da Petrobras sobre a liquidez das empreiteiras brasileiras. Os rebaixamentos refletem o anúncio feito pela OAS de que não pagou juros no valor de US$ 16 milhões de uma emissão de US$ 400 milhões com vencimento em 2021 pela OAS Finance, com prazo para sexta, portanto, entrando num período de 30 dias de calote (default) técnico, segundo comunicado da Fitch. INADIMPLÊNCIA Segundo a Fitch, além dessa dívida em atraso, a nota C reflete a inadimplência iminente de outras obrigações com vencimentos nos próximos dias. O pagamento de principal e dos juros da nona emissão de debêntures da OAS vence na segunda-feira (5) e provavelmente não será pago, diz a Fitch. A inadimplência pode acelerar o vencimento de outras dívidas da OAS, Construtora OAS e OAS Empreendimentos, colocando pressão adicional sobre a liquidez do Grupo OAS, avaliam os analistas. Segundo a agência, a companhia escolheu uma estratégia para preservar sua liquidez, optando por não pagar suas obrigações financeiras no curto prazo. Com isso, a companhia terá o desafio de renegociar novos termos com os detentores de dívidas. Frustrações nas negociações com os credores podem levar a companhia a pedir recuperação judicial, prevê a Fitch.
mercado
Construtora OAS falha em pagamento e agência Fitch rebaixa avaliação para caloteA construtora OAS, que é investigada na operação Lava Jato da Polícia Federal, falhou no pagamento de juros que venciam na sexta (2) e entrou em calote técnico. Diante da inadimplência, a agência de avaliação de risco Fitch rebaixou as notas de crédito em moeda local e estrangeira da OAS, construtora OAS de B+ para C na escala global e de BBB+(bra) para C na escala nacional. A avaliação C significa calote imimente das dívidas da empresa. A agência também rebaixou o rating em escala nacional da OAS Empreendimentos de BBB-(bra) para C. Todas as notas de crédito foram retiradas do estado de observação para possível rebaixamento, em que estavam desde 19 de novembro, diante das preocupações da Fitch com o impacto do escândalo de corrupção da Petrobras sobre a liquidez das empreiteiras brasileiras. Os rebaixamentos refletem o anúncio feito pela OAS de que não pagou juros no valor de US$ 16 milhões de uma emissão de US$ 400 milhões com vencimento em 2021 pela OAS Finance, com prazo para sexta, portanto, entrando num período de 30 dias de calote (default) técnico, segundo comunicado da Fitch. INADIMPLÊNCIA Segundo a Fitch, além dessa dívida em atraso, a nota C reflete a inadimplência iminente de outras obrigações com vencimentos nos próximos dias. O pagamento de principal e dos juros da nona emissão de debêntures da OAS vence na segunda-feira (5) e provavelmente não será pago, diz a Fitch. A inadimplência pode acelerar o vencimento de outras dívidas da OAS, Construtora OAS e OAS Empreendimentos, colocando pressão adicional sobre a liquidez do Grupo OAS, avaliam os analistas. Segundo a agência, a companhia escolheu uma estratégia para preservar sua liquidez, optando por não pagar suas obrigações financeiras no curto prazo. Com isso, a companhia terá o desafio de renegociar novos termos com os detentores de dívidas. Frustrações nas negociações com os credores podem levar a companhia a pedir recuperação judicial, prevê a Fitch.
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Arquiteto do Itaquerão cobra o Corinthians na Justiça
O arquiteto da Arena Corinthians, Anibal Coutinho, acionou a Justiça contra o clube para cobrar uma parte do seu pagamento pelo projeto de construção do estádio que sediou a abertura da Copa do Mundo de 2014. O arquiteto pede cerca de R$ 11,1 milhões. Quase dois anos e meio após a inauguração, o autor do projeto da casa alvinegra ainda não recebeu o valor integral do contrato. Na ação de execução, movida pelo escritório Coutinho Diegues Cordeiro Arquitetos na Justiça do Rio de Janeiro, os advogados pedem a penhora de depósitos feitos pela Rede Globo ao clube, referentes a direitos de transmissão, caso as duas partes não entrem em um acordo. O escritório foi contratado pelo Corinthians para fazer o desenho arquitetônico do estádio. Os pagamentos eram feitos pela construtora Odebrecht, com quem Coutinho passou a ter uma série de problemas por não ver seu projeto finalizado. No início de 2015, em meio a uma complicada crise financeira, o então presidente do Corinthians Mario Gobbi, que estava nos últimos dias de seu mandato, tentava buscar recursos para acertar pagamentos atrasados aos jogadores, além de 13º e férias. A alternativa de recorrer ao arquiteto foi considerada uma boa solução para os dois lados. Coutinho, que tinha receio de não receber da Odebrecht, topou fazer a operação: recebeu o dinheiro e fez imediatamente um empréstimo ao Corinthians, com quem mantém boa relação e esperança maior em ser pago. O acordo foi de mútuo, modalidade que facilita a cobrança, apenas com ação de execução, como a atual. Por esse empréstimo, ficou acordado que os débitos com o escritório seriam quitados até 27 de julho de 2015. Porém, isso não foi cumprido. O valor repassado ao clube na época foi de pouco mais de R$ 7 milhões, mas o contrato previa incidência de juros de 0,8% ao mês, mais correção monetária baseada no índice do IGPM/FGV. Há ainda cobrança de multa pelo atraso, totalizando o valor de R$ 11,1 milhões. Anibal Coutinho ainda presta serviços na arena. Ele coordena trabalhos de auditoria para avaliar se todo o contrato com a Odebrecht foi devidamente cumprido. OUTRO LADO O departamento jurídico do Corinthians afirmou que ainda não foi citado e, portanto, não poderia se manifestar. O escritório de arquitetura, por sua vez, disse que já havia avisado ao clube que buscaria a Justiça. "Fomos compreensivos com a situação complicada do clube, mas a situação é difícil para todos, inclusive para nós", completou, em nota.
esporte
Arquiteto do Itaquerão cobra o Corinthians na JustiçaO arquiteto da Arena Corinthians, Anibal Coutinho, acionou a Justiça contra o clube para cobrar uma parte do seu pagamento pelo projeto de construção do estádio que sediou a abertura da Copa do Mundo de 2014. O arquiteto pede cerca de R$ 11,1 milhões. Quase dois anos e meio após a inauguração, o autor do projeto da casa alvinegra ainda não recebeu o valor integral do contrato. Na ação de execução, movida pelo escritório Coutinho Diegues Cordeiro Arquitetos na Justiça do Rio de Janeiro, os advogados pedem a penhora de depósitos feitos pela Rede Globo ao clube, referentes a direitos de transmissão, caso as duas partes não entrem em um acordo. O escritório foi contratado pelo Corinthians para fazer o desenho arquitetônico do estádio. Os pagamentos eram feitos pela construtora Odebrecht, com quem Coutinho passou a ter uma série de problemas por não ver seu projeto finalizado. No início de 2015, em meio a uma complicada crise financeira, o então presidente do Corinthians Mario Gobbi, que estava nos últimos dias de seu mandato, tentava buscar recursos para acertar pagamentos atrasados aos jogadores, além de 13º e férias. A alternativa de recorrer ao arquiteto foi considerada uma boa solução para os dois lados. Coutinho, que tinha receio de não receber da Odebrecht, topou fazer a operação: recebeu o dinheiro e fez imediatamente um empréstimo ao Corinthians, com quem mantém boa relação e esperança maior em ser pago. O acordo foi de mútuo, modalidade que facilita a cobrança, apenas com ação de execução, como a atual. Por esse empréstimo, ficou acordado que os débitos com o escritório seriam quitados até 27 de julho de 2015. Porém, isso não foi cumprido. O valor repassado ao clube na época foi de pouco mais de R$ 7 milhões, mas o contrato previa incidência de juros de 0,8% ao mês, mais correção monetária baseada no índice do IGPM/FGV. Há ainda cobrança de multa pelo atraso, totalizando o valor de R$ 11,1 milhões. Anibal Coutinho ainda presta serviços na arena. Ele coordena trabalhos de auditoria para avaliar se todo o contrato com a Odebrecht foi devidamente cumprido. OUTRO LADO O departamento jurídico do Corinthians afirmou que ainda não foi citado e, portanto, não poderia se manifestar. O escritório de arquitetura, por sua vez, disse que já havia avisado ao clube que buscaria a Justiça. "Fomos compreensivos com a situação complicada do clube, mas a situação é difícil para todos, inclusive para nós", completou, em nota.
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Com exceção do Cantareira, níveis dos demais sistemas da Grande SP têm alta
Cinco dos seis principais reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo se beneficiaram com a chuva desta quarta-feira (22). Com exceção do sistema Cantareira, os níveis dos demais mananciais tiveram avanço de ao menos 0,1 ponto percentual em relação a medição do dia anterior. Contudo, o nível do principal sistema de armazenamento, o Cantareira, permaneceu estável pelo terceiro dia consecutivo. De acordo com o balanço da Sabesp divulgado nesta quinta-feira (23), o Cantareira opera com 15,5% de sua capacidade. O sistema abastece 5,3 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista –eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas. A escassez de água levou o governo Alckmin (PSDB) a antecipar a programação de obras previstas para 2035. A prioridade é construir adutoras que levem água a áreas atendidas pelo Cantareira, o maior sistema da Grande SP, que está em situação crítica desde 2014. O percentual usado agora tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas). Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total –sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água. arte Após o Ministério Público pedir que a Sabesp alterasse a forma de divulgação diária do volume disponível do Cantareira, a Justiça determinou em caráter limitar que a estatal informe o "volume negativo", que é a diferença entre o volume útil e a água disponível. Nesta quinta, o "volume negativo" ficou em -9,2%. A Sabesp pediu à Arsesp, órgão de regulação estadual, um reajuste de 22,7% na conta de água. O percentual é maior do que a inflação e do que os 13,8% já autorizados pela agência reguladora. Segundo a empresa do governo Alckmin (PSDB), essa alta serviria para contornar os gastos extras com a atual crise hídrica no Estado de São Paulo. OUTROS RESERVATÓRIOS O sistema Alto Tietê, abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, opera com 22,4% de sua capacidade após avançar 0,1 ponto percentual em relação ao índice anterior. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). O manancial que mais ampliou a sua capacidade foi o de Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas. De acordo com a Sabesp, o sistema avançou 0,4 ponto percentual e opera com 65,7% de capacidade. Os demais reservatórios ampliaram a sua capacidade em 0,2 ponto percentual, cada um, em relação ao índice registrado no dia anterior. O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 82,6% de capacidade. Já o sistema Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 96% de capacidade. E o de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 46,5%. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.
cotidiano
Com exceção do Cantareira, níveis dos demais sistemas da Grande SP têm altaCinco dos seis principais reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo se beneficiaram com a chuva desta quarta-feira (22). Com exceção do sistema Cantareira, os níveis dos demais mananciais tiveram avanço de ao menos 0,1 ponto percentual em relação a medição do dia anterior. Contudo, o nível do principal sistema de armazenamento, o Cantareira, permaneceu estável pelo terceiro dia consecutivo. De acordo com o balanço da Sabesp divulgado nesta quinta-feira (23), o Cantareira opera com 15,5% de sua capacidade. O sistema abastece 5,3 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista –eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas. A escassez de água levou o governo Alckmin (PSDB) a antecipar a programação de obras previstas para 2035. A prioridade é construir adutoras que levem água a áreas atendidas pelo Cantareira, o maior sistema da Grande SP, que está em situação crítica desde 2014. O percentual usado agora tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas). Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total –sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água. arte Após o Ministério Público pedir que a Sabesp alterasse a forma de divulgação diária do volume disponível do Cantareira, a Justiça determinou em caráter limitar que a estatal informe o "volume negativo", que é a diferença entre o volume útil e a água disponível. Nesta quinta, o "volume negativo" ficou em -9,2%. A Sabesp pediu à Arsesp, órgão de regulação estadual, um reajuste de 22,7% na conta de água. O percentual é maior do que a inflação e do que os 13,8% já autorizados pela agência reguladora. Segundo a empresa do governo Alckmin (PSDB), essa alta serviria para contornar os gastos extras com a atual crise hídrica no Estado de São Paulo. OUTROS RESERVATÓRIOS O sistema Alto Tietê, abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, opera com 22,4% de sua capacidade após avançar 0,1 ponto percentual em relação ao índice anterior. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). O manancial que mais ampliou a sua capacidade foi o de Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas. De acordo com a Sabesp, o sistema avançou 0,4 ponto percentual e opera com 65,7% de capacidade. Os demais reservatórios ampliaram a sua capacidade em 0,2 ponto percentual, cada um, em relação ao índice registrado no dia anterior. O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 82,6% de capacidade. Já o sistema Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 96% de capacidade. E o de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 46,5%. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.
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Povo está contra a corrupção, não contra o PT, afirma leitor
A coluna de Ferreira Gullar (Sem futuro ) revela a posição parcial do poeta nos últimos anos, quando se mete a analisar a cena política nacional. Quando afirma que quem pede o fim da corrupção "petista" é o cidadão comum, dá a entender que a corrupção tucana seria aceita pelos manifestantes, omitindo que Alckmin e Aécio foram escorraçados do protesto do dia 13. O povo está, claramente, contra qualquer corrupção. LUIZ ABRAHÃO (São Paulo, SP) * É estarrecedor o artigo escrito pelo ministro Edinho Silva (Tolerância e realismo ). Criticar a intolerância do povo quando o governo que defende fez uso dela para vencer as eleições, dividindo o país no famoso "nós contra eles" e insistir na mentira de que a presidente fora grampeada e, por conseguinte houve ilegalidade, beira a má-fé. Resta incontroverso que Lula quis fugir de Moro. Se é o vivente mais honesto, por que teme? PAULO RENATO MARTINS VIEIRA (Guareí, SP) * Um ponto muito importante no texto de Edinho Silva é a afirmação de que "o governo sempre defendeu as apurações das denúncias". Pergunto se isso acontecia nos governos tucanos e do PMDB. Os puristas que dizem que a Lava Jato está chegando no PSDB e vai continuar a investigação após uma possível saída do PT do poder são os piores cegos. Usar a Justiça para conquistar o Executivo ao qual não obtiveram votos suficientes é sim um golpe semelhante ao de conclamar os militares em 1964 para derrubar uma ameaça comunista que nunca existiu. ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Campinas, SP) * O excelente artigo de Samuel Pessôa Ceticismo com o governo Temer diz que a retomada do crescimento dependerá de termos um Estado mais funcional. Mais funcional significa também menos burocrático. A corrupção se alimenta da burocracia em todos os níveis. Este momento, em que o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal tem levado para a prática o idealismo que sempre os alimentou enseja grandes esperanças. Muito depende deles. OVÍDIO CARLOS DE BRITO (São Paulo, SP) * A Folha não deveria ter mudado a expressão "Brasil em crise" por "Governo sitiado". Só se sitia um governo em golpes de Estado. Ato falho que desnuda o trabalho em desserviço da democracia. ANTÔNIO BEETHOVEN CUNHA DE MELO (São Paulo, SP) * Desde já, aplaudo Lula, O Musical, feliz sugestão de Sérgio Dávila. Certamente faria sucesso tanto cá como na Broadway, quiçá desbancando "Hamilton". Obrigada ao colunista por não se furtar ao assunto do momento, mas abordá-lo com leveza satírica. MARIA INÊS DE ARAÚJO PRADO (São João da Boa Vista, SP) * Que texto mais lindo do Sérgio Dávila! Essa peça tupiniquim certamente terá vários atos, onde os personagens principais vestirão várias máscaras imaginando poder confundir e dividir o público pagante, nós! CELSO MARCIANO (Sorocaba, SP) * A recente tentativa do governo Dilma em transformar Lula em ministro para fugir do julgamento do juiz Sergio Moro é um exemplo histórico e máximo do "jeitinho brasileiro". Se tivesse sido bem sucedido eu diria para a ministra do STF Carmen Lucia que, infelizmente, o escárnio havia vencido o cinismo. VÂNIA LUCIA DE LIMA ANDRADE, consultora (Belo Horizonte, MG) * Se é verdadeira a teoria de que o Ministro da Justiça, Eugênio Aragão, foi empossado com a missão de atrapalhar a Lava Jato e Sérgio Moro, sua estratégia acaba de ir a pique. Se tivesse bom senso, o ministro deveria ser discreto e implantar seu projeto aos poucos e na calada do momento. Em vez disso foi agressivo, rompante e ameaçador na sua entrevista à Folha, despertando a imediata e procedente reação da PF, do MPF, da imprensa e da sociedade. Bem, ainda tenho esperança de que tal missão nunca existiu e o ministro, no afã de ser correto, apenas se expressou mal. LUCIANO HARARY (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Povo está contra a corrupção, não contra o PT, afirma leitorA coluna de Ferreira Gullar (Sem futuro ) revela a posição parcial do poeta nos últimos anos, quando se mete a analisar a cena política nacional. Quando afirma que quem pede o fim da corrupção "petista" é o cidadão comum, dá a entender que a corrupção tucana seria aceita pelos manifestantes, omitindo que Alckmin e Aécio foram escorraçados do protesto do dia 13. O povo está, claramente, contra qualquer corrupção. LUIZ ABRAHÃO (São Paulo, SP) * É estarrecedor o artigo escrito pelo ministro Edinho Silva (Tolerância e realismo ). Criticar a intolerância do povo quando o governo que defende fez uso dela para vencer as eleições, dividindo o país no famoso "nós contra eles" e insistir na mentira de que a presidente fora grampeada e, por conseguinte houve ilegalidade, beira a má-fé. Resta incontroverso que Lula quis fugir de Moro. Se é o vivente mais honesto, por que teme? PAULO RENATO MARTINS VIEIRA (Guareí, SP) * Um ponto muito importante no texto de Edinho Silva é a afirmação de que "o governo sempre defendeu as apurações das denúncias". Pergunto se isso acontecia nos governos tucanos e do PMDB. Os puristas que dizem que a Lava Jato está chegando no PSDB e vai continuar a investigação após uma possível saída do PT do poder são os piores cegos. Usar a Justiça para conquistar o Executivo ao qual não obtiveram votos suficientes é sim um golpe semelhante ao de conclamar os militares em 1964 para derrubar uma ameaça comunista que nunca existiu. ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Campinas, SP) * O excelente artigo de Samuel Pessôa Ceticismo com o governo Temer diz que a retomada do crescimento dependerá de termos um Estado mais funcional. Mais funcional significa também menos burocrático. A corrupção se alimenta da burocracia em todos os níveis. Este momento, em que o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal tem levado para a prática o idealismo que sempre os alimentou enseja grandes esperanças. Muito depende deles. OVÍDIO CARLOS DE BRITO (São Paulo, SP) * A Folha não deveria ter mudado a expressão "Brasil em crise" por "Governo sitiado". Só se sitia um governo em golpes de Estado. Ato falho que desnuda o trabalho em desserviço da democracia. ANTÔNIO BEETHOVEN CUNHA DE MELO (São Paulo, SP) * Desde já, aplaudo Lula, O Musical, feliz sugestão de Sérgio Dávila. Certamente faria sucesso tanto cá como na Broadway, quiçá desbancando "Hamilton". Obrigada ao colunista por não se furtar ao assunto do momento, mas abordá-lo com leveza satírica. MARIA INÊS DE ARAÚJO PRADO (São João da Boa Vista, SP) * Que texto mais lindo do Sérgio Dávila! Essa peça tupiniquim certamente terá vários atos, onde os personagens principais vestirão várias máscaras imaginando poder confundir e dividir o público pagante, nós! CELSO MARCIANO (Sorocaba, SP) * A recente tentativa do governo Dilma em transformar Lula em ministro para fugir do julgamento do juiz Sergio Moro é um exemplo histórico e máximo do "jeitinho brasileiro". Se tivesse sido bem sucedido eu diria para a ministra do STF Carmen Lucia que, infelizmente, o escárnio havia vencido o cinismo. VÂNIA LUCIA DE LIMA ANDRADE, consultora (Belo Horizonte, MG) * Se é verdadeira a teoria de que o Ministro da Justiça, Eugênio Aragão, foi empossado com a missão de atrapalhar a Lava Jato e Sérgio Moro, sua estratégia acaba de ir a pique. Se tivesse bom senso, o ministro deveria ser discreto e implantar seu projeto aos poucos e na calada do momento. Em vez disso foi agressivo, rompante e ameaçador na sua entrevista à Folha, despertando a imediata e procedente reação da PF, do MPF, da imprensa e da sociedade. Bem, ainda tenho esperança de que tal missão nunca existiu e o ministro, no afã de ser correto, apenas se expressou mal. LUCIANO HARARY (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Brinquedão com redes e cordas anima crianças em shopping; veja roteiro para as férias
JÚLIA GOUVEIA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Quem tem crianças em casa em janeiro conhece o dilema: o que fazer com elas nas férias na capital? Uma boa saída é a programação de atividades oferecidas por shoppings, que costuma ser intensa e variada (veja no roteiro abaixo outras opções). Tanto melhor se a brincadeira for daquelas que consomem bastante energia. É o caso da atração Sobre as Redes, montada no Shopping Jardim Sul, na região do Morumbi. Com 6 metros de altura e estrutura de madeira, o brinquedão radical é dividido em três níveis, interligados por redes suspensas. Na parte térrea, os menores se divertem na piscina de bolinhas. Os que preferem escalar para os andares superiores encontram cordas, balanços, boias e escorregadores -e a farra fica mais emocionante conforme a altura. Não há limites de idade para brincar, mas crianças menores de quatro anos precisam estar acompanhadas por um responsável maior de idade. Assim, pais e filhos podem curtir juntos a experiência. A atração funcionará no shopping até o dia 19 de fevereiro. Para ter acesso ao brinquedo, o ingresso custa a partir de R$ 10 (por dez minutos) –é possível pular e se pendurar por até uma hora (R$ 50). Além do Sobre as Redes, o Jardim Sul ainda possui outras opções de entretenimento infantil, como o Toy Company, com playground, brinquedoteca e áreas de games. Jardim Sul - pça. de eventos. Av. Giovanni Gronchi, 5.819, Vila Andrade, tel. 3779-3965. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom: 12h às 20h. Até 19/2. Livre. Ingr.: a partir de R$ 10 (10 minutos). Estac. a partir de R$ 15. - PRINCESA NA ÁGUA: PROJEÇÃO DE "MOANA" Se "Moana - Um Mar de Aventuras", animação da Disney que estreou na quinta (5), se passa na Polinésia, em alto-mar, nada melhor do que exibi-la na... água! No próximo sábado (14), às 19h30, o JK Iguatemi vai projetar em uma cortina de água conteúdos especiais e clipes do filme. Antes disso, o público será convidado a interagir com a água, que forma desenhos ligados ao filme. Shopping JK Iguatemi - terraço. Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2.041, Vila Nova Conceição, tel. 3152-6800. Sáb. (14): 10h às 21h30. Livre. Estac. a partir de R$ 15. GRÁTIS * GELECA GERAL: MANUAL DO MUNDO Sucesso no YouTube, com mais de 7 milhões de fãs, o canal "Manual do Mundo" vai levar suas experiências ao Tietê Plaza. Por meio de vídeos dos youtubers e a ajuda de monitores, a criançada de 4 a 12 anos aprenderá a fazer gelecas de cola e pudim de caneca, em um espaço que reproduz um laboratório. A atração, que começa na quinta-feira (12), vai até o final do mês. Tietê Plaza Shopping - pça. de eventos. Av. Raimundo Pereira Magalhães, 1.465, Jd. Íris, tel. 3201-9000. Até 31/1. Seg. a dom.: 14h às 20h. 4 a 12 anos. Estac. a partir de R$ 7. GRÁTIS * FUTURO VIRTUAL: LEMONADE EXPERIENCE As atividades de férias no Anália Franco têm um quê futurista. A proposta é entreter o público colocando-o em contato com tecnologias de ponta. As crianças poderão "pilotar" carros de kart em um jogo de realidade virtual e montar um robô. Maiores de 15 anos terão a chance de guiar drones. Shopping Anália Franco - pça. de eventos. Av. Regente Feijó, 1.739, Vl. Regente Feijó, tel. 4003-4133. Até 29/1. Seg. a sex.: 13h às 21h. Sáb.: 10h às 21h. Dom.: 13h às 21h. Livre. Estac. a partir de R$ 8. GRÁTIS * DO ARCO DA VELHA: TUDO É BRINCADEIRA O Cidade Jardim vai colocar a criançada para brincar livremente, como se fazia nos tempos da vovó. Em um espaço de eventos do shopping, além de correr, elas vão poder pular em uma cama de gato gigante, passear numa "cidade" feita de caixas, ouvir histórias e participar de oficinas de culinária e música. As atividades, com ingressos a R$ 40 para as crianças, vão até 29/1. Cidade Jardim - Casa Bossa. Av. Magalhães de Castro, 12.000, Butantã, tel. 3552-1000. Seg. a dom.: 13h às 20h. Até 29/1. Até 10 anos. Ingr.: a partir de R$ 40 (crianças) e R$ 20 (adultos), p/ tudoebrincadeira.com.br. Estac. a partir de R$ 15.
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Brinquedão com redes e cordas anima crianças em shopping; veja roteiro para as fériasJÚLIA GOUVEIA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Quem tem crianças em casa em janeiro conhece o dilema: o que fazer com elas nas férias na capital? Uma boa saída é a programação de atividades oferecidas por shoppings, que costuma ser intensa e variada (veja no roteiro abaixo outras opções). Tanto melhor se a brincadeira for daquelas que consomem bastante energia. É o caso da atração Sobre as Redes, montada no Shopping Jardim Sul, na região do Morumbi. Com 6 metros de altura e estrutura de madeira, o brinquedão radical é dividido em três níveis, interligados por redes suspensas. Na parte térrea, os menores se divertem na piscina de bolinhas. Os que preferem escalar para os andares superiores encontram cordas, balanços, boias e escorregadores -e a farra fica mais emocionante conforme a altura. Não há limites de idade para brincar, mas crianças menores de quatro anos precisam estar acompanhadas por um responsável maior de idade. Assim, pais e filhos podem curtir juntos a experiência. A atração funcionará no shopping até o dia 19 de fevereiro. Para ter acesso ao brinquedo, o ingresso custa a partir de R$ 10 (por dez minutos) –é possível pular e se pendurar por até uma hora (R$ 50). Além do Sobre as Redes, o Jardim Sul ainda possui outras opções de entretenimento infantil, como o Toy Company, com playground, brinquedoteca e áreas de games. Jardim Sul - pça. de eventos. Av. Giovanni Gronchi, 5.819, Vila Andrade, tel. 3779-3965. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom: 12h às 20h. Até 19/2. Livre. Ingr.: a partir de R$ 10 (10 minutos). Estac. a partir de R$ 15. - PRINCESA NA ÁGUA: PROJEÇÃO DE "MOANA" Se "Moana - Um Mar de Aventuras", animação da Disney que estreou na quinta (5), se passa na Polinésia, em alto-mar, nada melhor do que exibi-la na... água! No próximo sábado (14), às 19h30, o JK Iguatemi vai projetar em uma cortina de água conteúdos especiais e clipes do filme. Antes disso, o público será convidado a interagir com a água, que forma desenhos ligados ao filme. Shopping JK Iguatemi - terraço. Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2.041, Vila Nova Conceição, tel. 3152-6800. Sáb. (14): 10h às 21h30. Livre. Estac. a partir de R$ 15. GRÁTIS * GELECA GERAL: MANUAL DO MUNDO Sucesso no YouTube, com mais de 7 milhões de fãs, o canal "Manual do Mundo" vai levar suas experiências ao Tietê Plaza. Por meio de vídeos dos youtubers e a ajuda de monitores, a criançada de 4 a 12 anos aprenderá a fazer gelecas de cola e pudim de caneca, em um espaço que reproduz um laboratório. A atração, que começa na quinta-feira (12), vai até o final do mês. Tietê Plaza Shopping - pça. de eventos. Av. Raimundo Pereira Magalhães, 1.465, Jd. Íris, tel. 3201-9000. Até 31/1. Seg. a dom.: 14h às 20h. 4 a 12 anos. Estac. a partir de R$ 7. GRÁTIS * FUTURO VIRTUAL: LEMONADE EXPERIENCE As atividades de férias no Anália Franco têm um quê futurista. A proposta é entreter o público colocando-o em contato com tecnologias de ponta. As crianças poderão "pilotar" carros de kart em um jogo de realidade virtual e montar um robô. Maiores de 15 anos terão a chance de guiar drones. Shopping Anália Franco - pça. de eventos. Av. Regente Feijó, 1.739, Vl. Regente Feijó, tel. 4003-4133. Até 29/1. Seg. a sex.: 13h às 21h. Sáb.: 10h às 21h. Dom.: 13h às 21h. Livre. Estac. a partir de R$ 8. GRÁTIS * DO ARCO DA VELHA: TUDO É BRINCADEIRA O Cidade Jardim vai colocar a criançada para brincar livremente, como se fazia nos tempos da vovó. Em um espaço de eventos do shopping, além de correr, elas vão poder pular em uma cama de gato gigante, passear numa "cidade" feita de caixas, ouvir histórias e participar de oficinas de culinária e música. As atividades, com ingressos a R$ 40 para as crianças, vão até 29/1. Cidade Jardim - Casa Bossa. Av. Magalhães de Castro, 12.000, Butantã, tel. 3552-1000. Seg. a dom.: 13h às 20h. Até 29/1. Até 10 anos. Ingr.: a partir de R$ 40 (crianças) e R$ 20 (adultos), p/ tudoebrincadeira.com.br. Estac. a partir de R$ 15.
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Publicitária faz vídeos para ensinar como decorar a casa gastando pouco
DE SÃO PAULO O blog da publicitária pernambucana Daniela Vasconcelos, 30, surgiu, em 2008, enquanto ela esquentava um sanduíche. Apesar do nome, o "Ricota Não Derrete" (ricotanaoderrete.com ), que ganhou um canal no YouTube em 2012, não fala só sobre comida. Seu forte mesmo são os tutoriais de decoração. "Meu objetivo é mostrar que dá para deixar a casa com a sua cara de um jeito fácil e acessível", afirma. Em seus vídeos, ela mostra como reformar móveis antigos e transformar itens comprados em lojas de R$ 1,99 em objetos bonitos e descolados. "Tudo pode ficar maravilhoso se a gente empregar um pouco de design." Foi o que a blogueira fez na parede da foto abaixo, por exemplo. No seu canal, ela ensinou como decorá-la com adesivos de bolinha encomendados pela internet. "O custo foi muito baixo, deu zero trabalho, e a cristaleira antiga ganhou um ar mais moderno", diz.
sobretudo
Publicitária faz vídeos para ensinar como decorar a casa gastando pouco DE SÃO PAULO O blog da publicitária pernambucana Daniela Vasconcelos, 30, surgiu, em 2008, enquanto ela esquentava um sanduíche. Apesar do nome, o "Ricota Não Derrete" (ricotanaoderrete.com ), que ganhou um canal no YouTube em 2012, não fala só sobre comida. Seu forte mesmo são os tutoriais de decoração. "Meu objetivo é mostrar que dá para deixar a casa com a sua cara de um jeito fácil e acessível", afirma. Em seus vídeos, ela mostra como reformar móveis antigos e transformar itens comprados em lojas de R$ 1,99 em objetos bonitos e descolados. "Tudo pode ficar maravilhoso se a gente empregar um pouco de design." Foi o que a blogueira fez na parede da foto abaixo, por exemplo. No seu canal, ela ensinou como decorá-la com adesivos de bolinha encomendados pela internet. "O custo foi muito baixo, deu zero trabalho, e a cristaleira antiga ganhou um ar mais moderno", diz.
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Desafio de Doria é subir na pesquisa, avaliam aliados
Secretários de João Doria analisam que ele tem que crescer já nas próximas pesquisas de opinião pública, de institutos com credibilidade, para que sua pré-candidatura à Presidência da República não naufrague antes mesmo de decolar. CEREJA Há assessores que acreditam que uma eventual mudança de Doria para o DEM seria boa para o partido, que ou teria candidato ou aumentaria o poder de barganha com outras legendas. Mas péssima para o prefeito caso ele não tenha chances muito sólidas de chegar ao Planalto. Leia a coluna completa aqui.
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Desafio de Doria é subir na pesquisa, avaliam aliadosSecretários de João Doria analisam que ele tem que crescer já nas próximas pesquisas de opinião pública, de institutos com credibilidade, para que sua pré-candidatura à Presidência da República não naufrague antes mesmo de decolar. CEREJA Há assessores que acreditam que uma eventual mudança de Doria para o DEM seria boa para o partido, que ou teria candidato ou aumentaria o poder de barganha com outras legendas. Mas péssima para o prefeito caso ele não tenha chances muito sólidas de chegar ao Planalto. Leia a coluna completa aqui.
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Maurício Tuffani: Falso professor edita revista selecionada pela Capes
A revista acadêmica bimestral de engenharia "Ijet" ("International Journal of Engineering and Technology") está desde 2013 na seleção Qualis Periódicos, da Capes (Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que serve para orientar pesquisadores, professores e pós-graduandos brasileiros a escolher revistas científicas para publicar seus artigos- ... Leia post completo no blog
ciencia
Maurício Tuffani: Falso professor edita revista selecionada pela CapesA revista acadêmica bimestral de engenharia "Ijet" ("International Journal of Engineering and Technology") está desde 2013 na seleção Qualis Periódicos, da Capes (Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que serve para orientar pesquisadores, professores e pós-graduandos brasileiros a escolher revistas científicas para publicar seus artigos- ... Leia post completo no blog
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Ministro promete adiantar recursos à PF para evitar 'chantagens políticas'
O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, prometeu adiantar à Polícia Federal todos os recursos previstos no orçamento deste ano para evitar que haja interferências políticas na Operação Lava Jato após o eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff. Integrante da base aliada vêm acusando os adversários da petista de planejarem um esvaziamento das investigações, se chegarem ao comando do Executivo federal. Em entrevista, após um evento no CNJ (Conselho Nacional de Justiça), na tarde desta terça-feira (26), em Brasília, Aragão disse que o governo vai liberar o dinheiro até 11 de maio, data em que o Senado deve deliberar sobre o pedido de impedimento da petista. "A Polícia Federal não ficará à mercê de eventuais chantagens políticas. A PF fará o que tiver que fazer. Também queremos, até essa data, concluir negociações de campanhas salariais de policiais federais e rodoviários federais", anunciou Aragão. Embora não tenha dado detalhes, ele afirmou ainda estar estudando outras medidas –por meio de decretos, medidas provisórias e portarias– com o mesmo objetivo. Sem citar nomes, o ministro acusou o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), de liderar o projeto para derrubar Dilma e criticou a escolha do tucano Antonio Anastasia (MG) como relator da comissão especial que vai analisar o impeachment no Senado. Aragão argumentou que o peemedebista não possui legitimidade nem votos para chegar à principal cadeira do Palácio do Planalto e impor eventuais medidas de ajuste econômico que venham a afetar a população. "Estão colocando no lugar de uma presidenta eleita por 54 milhões de brasileiros uma pessoa que, pelos diagnósticos, não teria sequer 1% dos votos [...], querendo impor aos trabalhadores brasileiros e pessoas mais carentes duras provações", atacou. Para o titular da Justiça, a discussão sobre o afastamento da presidente da República parece um "jogo de cartas marcadas" no Congresso, sobretudo após a confirmação de Anastasia na relatoria do colegiado especial. "Quando há um relator que, ele mesmo, praticou as chamadas pedaladas quando era governador de Minas, julgando as notícias de pedaladas atribuídas à presidenta, fica muito complicado fazer avaliação de um processo desse", comparou. Ele classificou Anastasia como "suspeito" por, segundo o ministro, ter se utilizado de manobras fiscais semelhantes à que Dilma é acusada no período em que o tucano comandava o governo mineiro.
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Ministro promete adiantar recursos à PF para evitar 'chantagens políticas'O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, prometeu adiantar à Polícia Federal todos os recursos previstos no orçamento deste ano para evitar que haja interferências políticas na Operação Lava Jato após o eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff. Integrante da base aliada vêm acusando os adversários da petista de planejarem um esvaziamento das investigações, se chegarem ao comando do Executivo federal. Em entrevista, após um evento no CNJ (Conselho Nacional de Justiça), na tarde desta terça-feira (26), em Brasília, Aragão disse que o governo vai liberar o dinheiro até 11 de maio, data em que o Senado deve deliberar sobre o pedido de impedimento da petista. "A Polícia Federal não ficará à mercê de eventuais chantagens políticas. A PF fará o que tiver que fazer. Também queremos, até essa data, concluir negociações de campanhas salariais de policiais federais e rodoviários federais", anunciou Aragão. Embora não tenha dado detalhes, ele afirmou ainda estar estudando outras medidas –por meio de decretos, medidas provisórias e portarias– com o mesmo objetivo. Sem citar nomes, o ministro acusou o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), de liderar o projeto para derrubar Dilma e criticou a escolha do tucano Antonio Anastasia (MG) como relator da comissão especial que vai analisar o impeachment no Senado. Aragão argumentou que o peemedebista não possui legitimidade nem votos para chegar à principal cadeira do Palácio do Planalto e impor eventuais medidas de ajuste econômico que venham a afetar a população. "Estão colocando no lugar de uma presidenta eleita por 54 milhões de brasileiros uma pessoa que, pelos diagnósticos, não teria sequer 1% dos votos [...], querendo impor aos trabalhadores brasileiros e pessoas mais carentes duras provações", atacou. Para o titular da Justiça, a discussão sobre o afastamento da presidente da República parece um "jogo de cartas marcadas" no Congresso, sobretudo após a confirmação de Anastasia na relatoria do colegiado especial. "Quando há um relator que, ele mesmo, praticou as chamadas pedaladas quando era governador de Minas, julgando as notícias de pedaladas atribuídas à presidenta, fica muito complicado fazer avaliação de um processo desse", comparou. Ele classificou Anastasia como "suspeito" por, segundo o ministro, ter se utilizado de manobras fiscais semelhantes à que Dilma é acusada no período em que o tucano comandava o governo mineiro.
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Secretaria municipal questiona texto sobre ensino para deficientes
Os professores que atuam na rede municipal de ensino não cuidam sozinhos dos alunos deficientes, como informa título da reportagem Professor de colégio público cuida sozinho de alunos deficientes ("Cotidiano", 21/12). Após avaliação, todos os alunos com deficiência (física, intelectual, visual, auditiva, múltipla), transtornos globais do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades/superdotação que necessitam têm o atendimento garantido. A rede tem hoje 944 auxiliares de vida escolar (AVE) e 2.470 estagiários de pedagogia auxiliando o professor em sala de aula.
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Secretaria municipal questiona texto sobre ensino para deficientesOs professores que atuam na rede municipal de ensino não cuidam sozinhos dos alunos deficientes, como informa título da reportagem Professor de colégio público cuida sozinho de alunos deficientes ("Cotidiano", 21/12). Após avaliação, todos os alunos com deficiência (física, intelectual, visual, auditiva, múltipla), transtornos globais do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades/superdotação que necessitam têm o atendimento garantido. A rede tem hoje 944 auxiliares de vida escolar (AVE) e 2.470 estagiários de pedagogia auxiliando o professor em sala de aula.
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Índia bate recorde ao por 104 satélites em órbita com apenas um foguete
A Índia colocou em órbita na Terra nesta quarta-feira (15) o número recorde de 104 satélites com um único foguete, informou a Isro (Organização de Pesquisa Espacial Indiana, na sigla em inglês). "A missão PSLV-C37/Cartosat-2 Series lançou com êxito os 104 satélites", afirmou a agência espacial indiana em sua conta no Twitter, 30 minutos depois de o foguete decolar do centro espacial de Sriharikota (sudeste) às 9h28 local (1h58 horário de Brasília). O recorde anterior pertencia à Rússia, que em junho de 2014 conseguiu colocar 39 satélites em órbita com apenas um voo. O foguete transportava um satélite de observação da Terra de 714 quilos e 103 "nanosatélites", quase todos de países estrangeiros, com um peso conjunto de 664 quilos. Foguete decola do centro espacial de Sriharikota "Minhas mais sinceras felicitações às equipes da Isro por este êxito", afirmou o diretor da agência espacial, Kiran Kumar. O mercado de lançamento de satélites comerciais não para de crescer em um cenário no qual as empresas de telefonia e internet precisam cada vez mais desta ferramenta. A Índia, cujo programa espacial é conhecido pela otimização de gastos, compete diretamente neste setor com empresas empresas especializadas como SpaceX ou Blue Origin.
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Índia bate recorde ao por 104 satélites em órbita com apenas um fogueteA Índia colocou em órbita na Terra nesta quarta-feira (15) o número recorde de 104 satélites com um único foguete, informou a Isro (Organização de Pesquisa Espacial Indiana, na sigla em inglês). "A missão PSLV-C37/Cartosat-2 Series lançou com êxito os 104 satélites", afirmou a agência espacial indiana em sua conta no Twitter, 30 minutos depois de o foguete decolar do centro espacial de Sriharikota (sudeste) às 9h28 local (1h58 horário de Brasília). O recorde anterior pertencia à Rússia, que em junho de 2014 conseguiu colocar 39 satélites em órbita com apenas um voo. O foguete transportava um satélite de observação da Terra de 714 quilos e 103 "nanosatélites", quase todos de países estrangeiros, com um peso conjunto de 664 quilos. Foguete decola do centro espacial de Sriharikota "Minhas mais sinceras felicitações às equipes da Isro por este êxito", afirmou o diretor da agência espacial, Kiran Kumar. O mercado de lançamento de satélites comerciais não para de crescer em um cenário no qual as empresas de telefonia e internet precisam cada vez mais desta ferramenta. A Índia, cujo programa espacial é conhecido pela otimização de gastos, compete diretamente neste setor com empresas empresas especializadas como SpaceX ou Blue Origin.
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Prata nos 100 m, americana que viveu em orfanato tenta ouro na maratona
SÉRGIO RANGEL DO RIO Pouco mais de 12 horas depois de conseguir a sua quinta medalha na Paraolimpíada do Rio, a russa naturalizada norte-americana Tatyana McFadden, 27, vai em busca do ouro no início da tarde deste domingo (18) na prova mais desgastante do atletismo. A partir das 12h30, ela vai disputar, de cadeira de rodas, a maratona no circuito de 42, 125 Km armado na orla de Copacabana. Independente do resultado deste domingo, Tatyana já é a maior vendedora do atletismo nos Jogos do Rio. Até agora, ela conquistou quatro medalhas de ouro em provas com caraterísticas distintas (5.000m, 1.500m e 400m, 800m), além da prata nos 100m. "Quero agora apenas descansar para fazer uma boa prova amanhã [neste domingo]", disse Tatyana, ao deixar o Engenhão na noite de sábado (17) após vencer a prova dos 800m O calor deve castigar os para-atletas neste domingo. A temperatura prevista para a largada é de 30º c. "Estou feliz demais com tudo que está acontecendo no Rio. Treino o tempo todo. Essas conquistas são fruto disso", afirmou a norte-americana, sem conseguir explicar o seu sucesso em provas tão diferentes. Em quatro edições da Paraolimpíada de verão, ela já soma 15 medalhas. A russa obteve também um pódio nos Jogos de Inverno. 'ANDANDO' COM OS BRAÇOS A para-atleta de 27 anos tem uma história impressionante. Ela nascera com a espinha bífida, quando a coluna vertebral não se fecha por completo, e foi deixada com paralisia nas pernas pelo familiares em um orfanato em São Petersburgo, na Rússia. Lá, ela aprendeu a se locomover com os braços e só foi sentar numa cadeiras de rodas aos seis anos após ser adotada pelo norte-americana Debbie McFadden. A mãe adotiva de Tatyana ajudou a escrever nos anos 90 a legislação marco nos EUA que proíbe a discriminação com base na deficiência. Na nova casa, ela começou a fazer esporte e não parou mais. Praticou ginástica artística, basquete em cadeira de rodas, natação e hóquei adaptado. O atletismo entrou na sua vida aos 9 anos. PRECONCEITO No esporte sofreu preconceito. Em 2004, após conseguir as suas duas primeiras medalhas na Paraolimpíada de Atenas, ela e sua família começaram a travar disputas judiciais para competir com atletas sem deficiência. Os dirigentes alegavam que a russa tirava vantagem sobre as adversárias por usar cadeiras de rodas. Só conseguiu competir pelo time da escola após a Justiça garantir o direito. O feito serviu de base para a decisão histórica do Departamento de Direitos Civis de Educação dos EUA. Há três anos, o órgão determinou que os distritos escolares são obrigados a proporcionar igualdade de acesso nas atividades extracurriculares para todos os alunos. Além de fazer história fora da pista, Tatyana continuava colecionando vitórias. Em Pequim-08, ela conseguiu quatro medalhas (três de prata e uma de bronze). Nos Jogos de Londres-12, a norte-americana garantiu mais quatro medalhas (três de ouro e uma de bronze). REENCONTRO COM A MÃE Ela também foi medalhista nos Jogos de inverno. Em Socchi-14, ela conseguiu o bronze e ainda reencontrou sua família biológica na Rússia. Nos últimos anos, Tatyana se especializou em maratonas. Em 2014, foi a única pessoa, com ou sem deficiência, a vencer as quatro principais maratonas do mundo no mesmo ano - Boston, Chicago, Nova York e Londres. Em 2015, ela repetiu o feito. Nesta tarde, ela espera vencer a sua primeira maratona paraolímpica.
esporte
Prata nos 100 m, americana que viveu em orfanato tenta ouro na maratona SÉRGIO RANGEL DO RIO Pouco mais de 12 horas depois de conseguir a sua quinta medalha na Paraolimpíada do Rio, a russa naturalizada norte-americana Tatyana McFadden, 27, vai em busca do ouro no início da tarde deste domingo (18) na prova mais desgastante do atletismo. A partir das 12h30, ela vai disputar, de cadeira de rodas, a maratona no circuito de 42, 125 Km armado na orla de Copacabana. Independente do resultado deste domingo, Tatyana já é a maior vendedora do atletismo nos Jogos do Rio. Até agora, ela conquistou quatro medalhas de ouro em provas com caraterísticas distintas (5.000m, 1.500m e 400m, 800m), além da prata nos 100m. "Quero agora apenas descansar para fazer uma boa prova amanhã [neste domingo]", disse Tatyana, ao deixar o Engenhão na noite de sábado (17) após vencer a prova dos 800m O calor deve castigar os para-atletas neste domingo. A temperatura prevista para a largada é de 30º c. "Estou feliz demais com tudo que está acontecendo no Rio. Treino o tempo todo. Essas conquistas são fruto disso", afirmou a norte-americana, sem conseguir explicar o seu sucesso em provas tão diferentes. Em quatro edições da Paraolimpíada de verão, ela já soma 15 medalhas. A russa obteve também um pódio nos Jogos de Inverno. 'ANDANDO' COM OS BRAÇOS A para-atleta de 27 anos tem uma história impressionante. Ela nascera com a espinha bífida, quando a coluna vertebral não se fecha por completo, e foi deixada com paralisia nas pernas pelo familiares em um orfanato em São Petersburgo, na Rússia. Lá, ela aprendeu a se locomover com os braços e só foi sentar numa cadeiras de rodas aos seis anos após ser adotada pelo norte-americana Debbie McFadden. A mãe adotiva de Tatyana ajudou a escrever nos anos 90 a legislação marco nos EUA que proíbe a discriminação com base na deficiência. Na nova casa, ela começou a fazer esporte e não parou mais. Praticou ginástica artística, basquete em cadeira de rodas, natação e hóquei adaptado. O atletismo entrou na sua vida aos 9 anos. PRECONCEITO No esporte sofreu preconceito. Em 2004, após conseguir as suas duas primeiras medalhas na Paraolimpíada de Atenas, ela e sua família começaram a travar disputas judiciais para competir com atletas sem deficiência. Os dirigentes alegavam que a russa tirava vantagem sobre as adversárias por usar cadeiras de rodas. Só conseguiu competir pelo time da escola após a Justiça garantir o direito. O feito serviu de base para a decisão histórica do Departamento de Direitos Civis de Educação dos EUA. Há três anos, o órgão determinou que os distritos escolares são obrigados a proporcionar igualdade de acesso nas atividades extracurriculares para todos os alunos. Além de fazer história fora da pista, Tatyana continuava colecionando vitórias. Em Pequim-08, ela conseguiu quatro medalhas (três de prata e uma de bronze). Nos Jogos de Londres-12, a norte-americana garantiu mais quatro medalhas (três de ouro e uma de bronze). REENCONTRO COM A MÃE Ela também foi medalhista nos Jogos de inverno. Em Socchi-14, ela conseguiu o bronze e ainda reencontrou sua família biológica na Rússia. Nos últimos anos, Tatyana se especializou em maratonas. Em 2014, foi a única pessoa, com ou sem deficiência, a vencer as quatro principais maratonas do mundo no mesmo ano - Boston, Chicago, Nova York e Londres. Em 2015, ela repetiu o feito. Nesta tarde, ela espera vencer a sua primeira maratona paraolímpica.
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Aos 20, patinadora ganha prata, mas pode encerrar a carreira
Tatiana Haas, 20, já não é mais uma promessa na patinação artística. Após conquistar a medalha de bronze aos 16 nos Jogos Pan Americanos em Guadalajara-11, ela ganhou a prata neste domingo (12) em Toronto. Mas já no início da carreira ela está prestes a encerrá-la. Cursando engenharia química na Universidade Feevale, em Novo Hamburgo (RS), ela só disputou o Pan porque não faz estágio. Mas deve abandonar a carreira esportiva no ano que vem para trabalhar. "Não sei nem se vou estar competindo no próximo Pan [em Lima-19]. Ano que vem é meu último ano na faculdade e começam os estágios. Vou ter que começar a trabalhar", disse a patinadora. Ela condiciou a continuidade de sua carreira a obtenção de patrocínio. A medalhista de prata treina todos os dias à tarde, o que impediu que ela participasse do programa de iniciação científica na faculdade. Mas afirmou que não poderá mais abrir mão da vida profissional. "Se eu conseguisse apoio e tivesse patrocinador, quem sabe eu conseguiria patinar por mais tempo. Mas assim, com a gente tendo que pagar tudo e tirar do bolso, vai ser bem complicado ir para o próximo [Pan]", disse ela. Haas está em férias, o que facilitou sua participação no Pan. Mas para o Mundial em setembro, na Colômbia, terá que faltar as aulas. "É muito ruim faltar aula porque quando volta tenho que fazer várias provas. Dei graças a Deus que estou de férias e pude vir para o Pan. No Mundial vou ter que faltar aula. Vou fazer as provas quando voltar", contou ela. FLAMENCO Haas conquistou a medalha de prata ao som de flamenco. Apesar do bom resultado, ela lamentou erros cometidos. "Sempre dá para melhorar mais. As finalizações dos saltos não foram totalmente boas. Mas estou satisfeita", disse. A atleta se desequilibrou numa pirueta no canto do tablado. Ela já havia cometido o mesmo erro duas vezes durante o aquecimento, antes da apresentação. "Errei, mas fiz até melhor na apresentação do que no treino. Estou feliz com o que eu fiz", disse ela. O ouro ficou com a argentina Giselle Soler, e o bronze com a chilena Marisol Villarroel.
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Aos 20, patinadora ganha prata, mas pode encerrar a carreiraTatiana Haas, 20, já não é mais uma promessa na patinação artística. Após conquistar a medalha de bronze aos 16 nos Jogos Pan Americanos em Guadalajara-11, ela ganhou a prata neste domingo (12) em Toronto. Mas já no início da carreira ela está prestes a encerrá-la. Cursando engenharia química na Universidade Feevale, em Novo Hamburgo (RS), ela só disputou o Pan porque não faz estágio. Mas deve abandonar a carreira esportiva no ano que vem para trabalhar. "Não sei nem se vou estar competindo no próximo Pan [em Lima-19]. Ano que vem é meu último ano na faculdade e começam os estágios. Vou ter que começar a trabalhar", disse a patinadora. Ela condiciou a continuidade de sua carreira a obtenção de patrocínio. A medalhista de prata treina todos os dias à tarde, o que impediu que ela participasse do programa de iniciação científica na faculdade. Mas afirmou que não poderá mais abrir mão da vida profissional. "Se eu conseguisse apoio e tivesse patrocinador, quem sabe eu conseguiria patinar por mais tempo. Mas assim, com a gente tendo que pagar tudo e tirar do bolso, vai ser bem complicado ir para o próximo [Pan]", disse ela. Haas está em férias, o que facilitou sua participação no Pan. Mas para o Mundial em setembro, na Colômbia, terá que faltar as aulas. "É muito ruim faltar aula porque quando volta tenho que fazer várias provas. Dei graças a Deus que estou de férias e pude vir para o Pan. No Mundial vou ter que faltar aula. Vou fazer as provas quando voltar", contou ela. FLAMENCO Haas conquistou a medalha de prata ao som de flamenco. Apesar do bom resultado, ela lamentou erros cometidos. "Sempre dá para melhorar mais. As finalizações dos saltos não foram totalmente boas. Mas estou satisfeita", disse. A atleta se desequilibrou numa pirueta no canto do tablado. Ela já havia cometido o mesmo erro duas vezes durante o aquecimento, antes da apresentação. "Errei, mas fiz até melhor na apresentação do que no treino. Estou feliz com o que eu fiz", disse ela. O ouro ficou com a argentina Giselle Soler, e o bronze com a chilena Marisol Villarroel.
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Produção de veículos no Brasil sobe 22% em novembro, diz Anfavea
A indústria automotiva do Brasil teve alta de 22,4% na produção em novembro ante outubro, para 213,3 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, informou nesta terça-feira (6) a associação que representa as montadoras, a Anfavea. Na comparação com novembro do ano passado, a produção subiu 21,8%. No ano até o mês passado, o volume de veículos produzidos no país somou 1,95 milhão de unidades, queda de 14,6% sobre o mesmo período de 2015. Já a produção de máquinas agrícolas e rodoviárias somou em novembro 5.331 unidades, um crescimento de 38,1% ante o mesmo mês do ano passado, mas queda de 13,8% no comparativo mensal. De janeiro a novembro, a produção de máquinas acumula queda de 12,9% sobre o mesmo período de 2015, a 47.330 unidades. As vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias no Brasil cresceram 61,3 % em novembro ante o mesmo mês do ano passado, mas recuaram 25,2% na comparação com outubro, para 3.603 unidades. Com o resultado de novembro, as vendas deste segmento acumularam queda neste ano de 9,3% sobre o mesmo período de 2015, para 38.802 máquinas, informou a entidade.
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Produção de veículos no Brasil sobe 22% em novembro, diz AnfaveaA indústria automotiva do Brasil teve alta de 22,4% na produção em novembro ante outubro, para 213,3 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, informou nesta terça-feira (6) a associação que representa as montadoras, a Anfavea. Na comparação com novembro do ano passado, a produção subiu 21,8%. No ano até o mês passado, o volume de veículos produzidos no país somou 1,95 milhão de unidades, queda de 14,6% sobre o mesmo período de 2015. Já a produção de máquinas agrícolas e rodoviárias somou em novembro 5.331 unidades, um crescimento de 38,1% ante o mesmo mês do ano passado, mas queda de 13,8% no comparativo mensal. De janeiro a novembro, a produção de máquinas acumula queda de 12,9% sobre o mesmo período de 2015, a 47.330 unidades. As vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias no Brasil cresceram 61,3 % em novembro ante o mesmo mês do ano passado, mas recuaram 25,2% na comparação com outubro, para 3.603 unidades. Com o resultado de novembro, as vendas deste segmento acumularam queda neste ano de 9,3% sobre o mesmo período de 2015, para 38.802 máquinas, informou a entidade.
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Líder de partido escocês pode decidir eleição no Reino Unido
Os britânicos vão às urnas daqui a menos de duas semanas e uma política escocesa de 44 anos, desconhecida até pouco tempo atrás, poderá ter o poder de definir a formação do governo. Nicola Sturgeon, líder do SNP (Partido Nacional Escocês), foi chamada de "mulher mais perigosa" do Reino Unido pelo jornal "Daily Mail". Pesquisa do instituto YouGov a declarou vencedora do único debate entre todos os líderes na TV, no dia 2, com 28% da preferência de quem viu. Naquele dia, venceu ainda a guerra da mídia social (113 mil menções no Twitter). A fama não é para menos. Seu partido simboliza o cenário provável para a eleição de 7 de maio: o do "hung Parliament", ou Parlamento "enforcado", quando nenhum dos partidos tradicionais, Conservador e Trabalhista, obtém maioria para governar. É preciso conseguir ao menos 326 das 650 cadeiras. Se nenhum partido atingir esse total sozinho, terá de negociar apoio com outros menores. Desta vez, já se fala em Parlamento "superenforcado", muito mais dividido do que em 2010, quando os conservadores se juntaram aos liberais-democratas para fazer David Cameron premiê, na primeira coalizão desde 1974. Pesquisas mostram disputa acirrada entre conservadores e trabalhistas, mas sem passar do teto de 35% e longe de maioria. Outras quatro siglas que aparecem são SNP, liberais-democratas, Ukip (extrema direita) e verdes. A grande surpresa deve ser o SNP, com ao menos 40 das 59 cadeiras escocesas do Parlamento em Londres –hoje tem só seis. Como terceira força, seria o "fiel da balança". A quase vitória no plebiscito de separação da Escócia do Reino Unido em 2014 deu força para o partido desbancar de vez os trabalhistas na preferência dos escoceses. Desconhecida das rodas da política britânica, Sturgeon foi eleita em novembro a primeira mulher a chefiar o Parlamento escocês. A mídia londrina tenta decifrar quem é essa advogada que, mesmo sem chance de ser primeira-ministra, deve ser essencial para selar o destino do governo. Em entrevista à Folha, o jornalista escocês David Torrance, que escreveu a única biografia de Sturgeon, definiu-a assim: "Como todo político moderno, ela tem um pouco de tudo ideologicamente. Quando o assunto é armas nucleares, é de esquerda. Quando é Imposto de Renda, é até de centro-direita". Sturgeon terá o poder de dar ou não a maioria de que os trabalhistas precisam para tornar seu líder, Ed Miliband, primeiro-ministro. Alinhados ideologicamente, ambos se opõem à rígida austeridade fiscal da gestão Cameron. Ainda que não aceite coalizão formal, o que é provável, o SNP pode dar o voto de confiança a Miliband, o que resultaria num "governo de minoria" dos trabalhistas. A opção seria ficar na oposição e deixar livre a recondução de Cameron como premiê. É um caminho que manteria em cena o discurso de independência escocesa, principal bandeira do SNP, e a chance de tentar um novo plebiscito de separação. "Essa é uma eleição de vencer ou vencer para o SNP", ressalta o biógrafo da líder escocesa. Sturgeon sinaliza que quer os conservadores fora do governo: "Ainda queremos a independência da Escócia, mas, enquanto formos parte do Reino Unido, queremos mudanças em Westminster [sede do Parlamento]".
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Líder de partido escocês pode decidir eleição no Reino UnidoOs britânicos vão às urnas daqui a menos de duas semanas e uma política escocesa de 44 anos, desconhecida até pouco tempo atrás, poderá ter o poder de definir a formação do governo. Nicola Sturgeon, líder do SNP (Partido Nacional Escocês), foi chamada de "mulher mais perigosa" do Reino Unido pelo jornal "Daily Mail". Pesquisa do instituto YouGov a declarou vencedora do único debate entre todos os líderes na TV, no dia 2, com 28% da preferência de quem viu. Naquele dia, venceu ainda a guerra da mídia social (113 mil menções no Twitter). A fama não é para menos. Seu partido simboliza o cenário provável para a eleição de 7 de maio: o do "hung Parliament", ou Parlamento "enforcado", quando nenhum dos partidos tradicionais, Conservador e Trabalhista, obtém maioria para governar. É preciso conseguir ao menos 326 das 650 cadeiras. Se nenhum partido atingir esse total sozinho, terá de negociar apoio com outros menores. Desta vez, já se fala em Parlamento "superenforcado", muito mais dividido do que em 2010, quando os conservadores se juntaram aos liberais-democratas para fazer David Cameron premiê, na primeira coalizão desde 1974. Pesquisas mostram disputa acirrada entre conservadores e trabalhistas, mas sem passar do teto de 35% e longe de maioria. Outras quatro siglas que aparecem são SNP, liberais-democratas, Ukip (extrema direita) e verdes. A grande surpresa deve ser o SNP, com ao menos 40 das 59 cadeiras escocesas do Parlamento em Londres –hoje tem só seis. Como terceira força, seria o "fiel da balança". A quase vitória no plebiscito de separação da Escócia do Reino Unido em 2014 deu força para o partido desbancar de vez os trabalhistas na preferência dos escoceses. Desconhecida das rodas da política britânica, Sturgeon foi eleita em novembro a primeira mulher a chefiar o Parlamento escocês. A mídia londrina tenta decifrar quem é essa advogada que, mesmo sem chance de ser primeira-ministra, deve ser essencial para selar o destino do governo. Em entrevista à Folha, o jornalista escocês David Torrance, que escreveu a única biografia de Sturgeon, definiu-a assim: "Como todo político moderno, ela tem um pouco de tudo ideologicamente. Quando o assunto é armas nucleares, é de esquerda. Quando é Imposto de Renda, é até de centro-direita". Sturgeon terá o poder de dar ou não a maioria de que os trabalhistas precisam para tornar seu líder, Ed Miliband, primeiro-ministro. Alinhados ideologicamente, ambos se opõem à rígida austeridade fiscal da gestão Cameron. Ainda que não aceite coalizão formal, o que é provável, o SNP pode dar o voto de confiança a Miliband, o que resultaria num "governo de minoria" dos trabalhistas. A opção seria ficar na oposição e deixar livre a recondução de Cameron como premiê. É um caminho que manteria em cena o discurso de independência escocesa, principal bandeira do SNP, e a chance de tentar um novo plebiscito de separação. "Essa é uma eleição de vencer ou vencer para o SNP", ressalta o biógrafo da líder escocesa. Sturgeon sinaliza que quer os conservadores fora do governo: "Ainda queremos a independência da Escócia, mas, enquanto formos parte do Reino Unido, queremos mudanças em Westminster [sede do Parlamento]".
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Parlamentares podem ser punidos por expressar opinião? Não
DIREITOS FUNDAMENTAIS DA DEMOCRACIA Vem à baila discussão acerca da necessidade, legalidade e extensão da imunidade parlamentar. Tal debate ressurgiu mais fortemente após duas decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) nas últimas semanas, envolvendo os senadores Delcídio do Amaral e Ronaldo Caiado. O primeiro porque teve sua prisão decretada pelo STF sob a acusação de obstruir as investigação da Operação Lava Jato, bem como auxiliar no planejamento de eventual fuga do investigado Nestor Cerveró. O STF considerou preenchidos os requisitos para determinar a prisão preventiva de Delcídio, afastando assim a imunidade parlamentar formal, processual ou relativa. Já em relação ao segundo, Caiado, o STF rejeitou duas queixas-crime contra ele apresentadas por Lula. Caiado chamou o ex-presidente de "bandido frouxo" na internet. Na mesma época, o historiador Marco Antonio Villa teve processo com desfecho diferente, após também ser processado por Lula, por não possuir imunidade. O instituto da imunidade parlamentar tem seus primeiros registros em Roma e na Grécia Antiga, protegendo magistrados e defensores que atuavam na atividade junto ao Senado e ao tribunal. Para se evitar prisões abusivas oriundas do rei, a Declaração de Direitos inglesa de 1689 consagrou o "freedom of speech", blindando dessa forma a atividade parlamentar. A Revolução Francesa consolidou a liberdade de expressão que está insculpida na maioria das Constituições atuais. Nas Constituições brasileiras encontra-se grafia deste dispositivo desde 1824, e, nas outras Cartas, sucessivas alterações, até que, na Constituição de 1988, repousou no artigo 53. O cerne envolvendo a imunidade é a extensão, o quanto e o que se está efetivamente a proteger, ou se ela somente é uma proteção aos corruptos e criminosos que se socorrem do poder que confere o mandato eletivo. Acredito nas instituições, pois existem mais pessoas sérias, e os corruptos são em menor número. Os esforços promovidos pelos pensadores, juristas, pessoas públicas –que lutaram para garantir os dispositivos constitucionais que possuem o condão de inibir abusos, evitar a opressão e a imposição– não podem ser deixados de lado. As imunidades parlamentares, as prerrogativas dos advogados, as garantias e inviolabilidades dos membros do Ministério Público, os princípios dos juízes de direito são na verdade direitos do cidadão. Direitos e instrumentos que servem tão somente para que o Estado democrático de Direito efetivamente mantenha seu pleno funcionamento. Os inquéritos que tramitaram no STF foram improcedentes pois entendeu-se que o senador Caiado estava protegido pela imunidade parlamentar, sendo inviolável por "quaisquer de suas opiniões, palavras ou votos". A essência do voto destaca que as expressões contidas na manifestação do senador Caiado guardavam relação efetiva com a atividade política do parlamentar, mesmo sendo proferidas fora do Congresso Nacional, ainda que ausentes os padrões mínimos de civilidade e educação que se exigem de um senador da República. Em tempos estranhos como o que vivemos, onde o combate à corrupção atropela todas as garantias constitucionais individuais e coletivas, onde existem iniciativas a restringir o habeas corpus e a retirar a defesa prévia no processo por improbidade, o reconhecimento de que ainda existe algum movimento para combatê-los é bem-vindo. CÉSAR CAPUTO GUIMARÃES, 40, advogado, é pós-graduado em direito municipal na UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul e sócio da Fernando Fernandes Advogados Associados * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Parlamentares podem ser punidos por expressar opinião? NãoDIREITOS FUNDAMENTAIS DA DEMOCRACIA Vem à baila discussão acerca da necessidade, legalidade e extensão da imunidade parlamentar. Tal debate ressurgiu mais fortemente após duas decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) nas últimas semanas, envolvendo os senadores Delcídio do Amaral e Ronaldo Caiado. O primeiro porque teve sua prisão decretada pelo STF sob a acusação de obstruir as investigação da Operação Lava Jato, bem como auxiliar no planejamento de eventual fuga do investigado Nestor Cerveró. O STF considerou preenchidos os requisitos para determinar a prisão preventiva de Delcídio, afastando assim a imunidade parlamentar formal, processual ou relativa. Já em relação ao segundo, Caiado, o STF rejeitou duas queixas-crime contra ele apresentadas por Lula. Caiado chamou o ex-presidente de "bandido frouxo" na internet. Na mesma época, o historiador Marco Antonio Villa teve processo com desfecho diferente, após também ser processado por Lula, por não possuir imunidade. O instituto da imunidade parlamentar tem seus primeiros registros em Roma e na Grécia Antiga, protegendo magistrados e defensores que atuavam na atividade junto ao Senado e ao tribunal. Para se evitar prisões abusivas oriundas do rei, a Declaração de Direitos inglesa de 1689 consagrou o "freedom of speech", blindando dessa forma a atividade parlamentar. A Revolução Francesa consolidou a liberdade de expressão que está insculpida na maioria das Constituições atuais. Nas Constituições brasileiras encontra-se grafia deste dispositivo desde 1824, e, nas outras Cartas, sucessivas alterações, até que, na Constituição de 1988, repousou no artigo 53. O cerne envolvendo a imunidade é a extensão, o quanto e o que se está efetivamente a proteger, ou se ela somente é uma proteção aos corruptos e criminosos que se socorrem do poder que confere o mandato eletivo. Acredito nas instituições, pois existem mais pessoas sérias, e os corruptos são em menor número. Os esforços promovidos pelos pensadores, juristas, pessoas públicas –que lutaram para garantir os dispositivos constitucionais que possuem o condão de inibir abusos, evitar a opressão e a imposição– não podem ser deixados de lado. As imunidades parlamentares, as prerrogativas dos advogados, as garantias e inviolabilidades dos membros do Ministério Público, os princípios dos juízes de direito são na verdade direitos do cidadão. Direitos e instrumentos que servem tão somente para que o Estado democrático de Direito efetivamente mantenha seu pleno funcionamento. Os inquéritos que tramitaram no STF foram improcedentes pois entendeu-se que o senador Caiado estava protegido pela imunidade parlamentar, sendo inviolável por "quaisquer de suas opiniões, palavras ou votos". A essência do voto destaca que as expressões contidas na manifestação do senador Caiado guardavam relação efetiva com a atividade política do parlamentar, mesmo sendo proferidas fora do Congresso Nacional, ainda que ausentes os padrões mínimos de civilidade e educação que se exigem de um senador da República. Em tempos estranhos como o que vivemos, onde o combate à corrupção atropela todas as garantias constitucionais individuais e coletivas, onde existem iniciativas a restringir o habeas corpus e a retirar a defesa prévia no processo por improbidade, o reconhecimento de que ainda existe algum movimento para combatê-los é bem-vindo. CÉSAR CAPUTO GUIMARÃES, 40, advogado, é pós-graduado em direito municipal na UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul e sócio da Fernando Fernandes Advogados Associados * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Novos estudos mostram os riscos do uso exagerado de agrotóxicos no Brasil
Estudos consistentes, recém-publicados pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e pelo Instituto Nacional do Câncer (Ministério da Saúde), revelam situação assustadora sobre o uso de agrotóxicos no país. Desde 2009, somos o maior consumidor mundial destes produtos, com a venda de 936 mil toneladas por safra. O mercado saltou de US$ 2 bilhões para US$ 8,5 bilhões em uma década, atrelado ao crescimento do plantio de culturas transgênicas. A taxa de aumento de uso de agrotóxicos é maior que o crescimento de produtividade, um indicador de que estamos utilizando mais produtos químicos para produzir a mesma quantidade de alimentos. Usamos no Brasil ao menos 22 produtos banidos em outros países. A consequência é a intoxicação de trabalhadores rurais e a presença de resíduos cancerígenos em alimentos, na água, na biodiversidade. Chegamos à hipocrisia de propor limites toleráveis para o resíduo no leite materno, como se isto fosse aceitável. O estudo da Abrasco reúne uma sólida literatura que demonstra que a produção com o uso intensivo de agrotóxicos não é uma necessidade, mas uma escolha e que uma produção ecológica é possível. A escolha está articulada com as monoculturas em grandes propriedades, que atende aos interesses de poucos e causa um impacto difuso brutal ao meio ambiente e à saúde pública. A lógica econômica impõe aos pobres comer alimentos contaminados, enquanto a elite tem a opção dos produtos orgânicos. Tais estudos são somente mais uma evidência de que nos iludimos com a convicção que o Brasil domina a agricultura tropical sustentável. Os enormes ganhos de produtividade estão apoiados em um sistema de produção altamente dependente de químicos e que ultrapassou a exaustão ambiental e o limite do bem-estar humano. Temos o conhecimento e a tecnologia, mas nos falta a força para enfrentar os interesses que nos impedem de sermos líderes da agricultura e da produção de alimentos realmente sustentáveis. Luís Fernando Guedes, engenheiro agrônomo e doutor em agronomia, é gerente do Imaflora e membro da Rede Folha de Empreendedores Sociais
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Novos estudos mostram os riscos do uso exagerado de agrotóxicos no BrasilEstudos consistentes, recém-publicados pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e pelo Instituto Nacional do Câncer (Ministério da Saúde), revelam situação assustadora sobre o uso de agrotóxicos no país. Desde 2009, somos o maior consumidor mundial destes produtos, com a venda de 936 mil toneladas por safra. O mercado saltou de US$ 2 bilhões para US$ 8,5 bilhões em uma década, atrelado ao crescimento do plantio de culturas transgênicas. A taxa de aumento de uso de agrotóxicos é maior que o crescimento de produtividade, um indicador de que estamos utilizando mais produtos químicos para produzir a mesma quantidade de alimentos. Usamos no Brasil ao menos 22 produtos banidos em outros países. A consequência é a intoxicação de trabalhadores rurais e a presença de resíduos cancerígenos em alimentos, na água, na biodiversidade. Chegamos à hipocrisia de propor limites toleráveis para o resíduo no leite materno, como se isto fosse aceitável. O estudo da Abrasco reúne uma sólida literatura que demonstra que a produção com o uso intensivo de agrotóxicos não é uma necessidade, mas uma escolha e que uma produção ecológica é possível. A escolha está articulada com as monoculturas em grandes propriedades, que atende aos interesses de poucos e causa um impacto difuso brutal ao meio ambiente e à saúde pública. A lógica econômica impõe aos pobres comer alimentos contaminados, enquanto a elite tem a opção dos produtos orgânicos. Tais estudos são somente mais uma evidência de que nos iludimos com a convicção que o Brasil domina a agricultura tropical sustentável. Os enormes ganhos de produtividade estão apoiados em um sistema de produção altamente dependente de químicos e que ultrapassou a exaustão ambiental e o limite do bem-estar humano. Temos o conhecimento e a tecnologia, mas nos falta a força para enfrentar os interesses que nos impedem de sermos líderes da agricultura e da produção de alimentos realmente sustentáveis. Luís Fernando Guedes, engenheiro agrônomo e doutor em agronomia, é gerente do Imaflora e membro da Rede Folha de Empreendedores Sociais
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Governo Alckmin sugere ampliar reportagem suspensa sobre fundação
A Subsecretaria de Comunicação do Governo Estado de São Paulo, embasada em princípios democráticos e na melhor (e majoritária) jurisprudência, entende que o dever de preservar o sigilo de dados restringe-se às autoridades que legalmente o detém. Aos veículos de comunicação cabe apenas o dever de informar à sociedade, lembrando a responsabilidade e o bom senso de preservar a integridade de pessoas, suas intimidades e o cuidado de não criar riscos a terceiros. À alternativa nefasta da censura prévia cabem sempre ações corretivas posteriores, como a autocorreção do próprio veículo, ações judiciais e, com o tempo, o velho e bom processo de amadurecimento. Quanto ao caso em tela ("Reportagem sobre fundação é suspensa após decisão judicial" ), louve-se a decisão do repórter de não publicar o nome dos menores que obteve. Quanto ao resto, em vez de proibir uma reportagem que nem publicada foi, desejaríamos, o governo do Estado de São Paulo, dialogar com a Folha argumentos que, presumindo a honestidade intelectual do repórter e a vasta experiência de sua chefia, serão, certamente, levados em consideração. Questionamos, por exemplo, o frágil valor jornalístico de oito casos de menores irresponsavelmente vazados ao repórter. O que representam oito casos diante dos 10.019 jovens que saíram da Fundação Casa somente neste 1º semestre? Considerando que a reincidência na Fundação Casa é de apenas 15%, que conclusão jornalisticamente válida poder-se-ia tirar de oito casos, seletiva e marotamente vazados? O tema abordado pela reportagem da Folha é extremamente válido. Tão válido que sugerimos sua ampliação para outros poderes. Por que apenas à Fundação Casa? Qual seria, por exemplo, o índice de detentos do sistema prisional que, beneficiados por indulto, liberdade provisória e habeas corpus, concedidos por magistrados, cometem, em liberdade, crimes bárbaros? É natural que governos sejam, vez por outra, retratados de forma míope, equivocada e injusta. Também é frequente que críticas corretas melhorem instituições como a Fundação Casa. Assim evolui a democracia. Por isso louvamos a liberdade de expressão. Resta, no entanto, uma dúvida. Segundo o IPEA, São Paulo é o Estado que mantém o maior número proporcional de adolescentes privados de liberdade por cometimento de ato infracional. Ao mesmo tempo, os dados seletivamente vazados ao repórter sugerem leniência excessiva dos profissionais capacitados da Fundação Casa –cujos relatórios são apresentados ao Ministério Público, Defensoria Pública e ao Poder Judiciário, ao qual cabe a decisão sobre a continuidade ou não da internação. Está para ser retratado um perfil justo e honesto sobre o tema. * RESPOSTA DO JORNALISTA REYNALDO TUROLLO JR.: O missivista afirma repudiar qualquer tipo de censura e opina sobre um texto que ainda não foi publicado, mas foi o governo que representa, por meio da Fundação Casa, que informou o Judiciário sobre a apuração da reportagem antes da decisão que suspendeu a mesma. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Governo Alckmin sugere ampliar reportagem suspensa sobre fundaçãoA Subsecretaria de Comunicação do Governo Estado de São Paulo, embasada em princípios democráticos e na melhor (e majoritária) jurisprudência, entende que o dever de preservar o sigilo de dados restringe-se às autoridades que legalmente o detém. Aos veículos de comunicação cabe apenas o dever de informar à sociedade, lembrando a responsabilidade e o bom senso de preservar a integridade de pessoas, suas intimidades e o cuidado de não criar riscos a terceiros. À alternativa nefasta da censura prévia cabem sempre ações corretivas posteriores, como a autocorreção do próprio veículo, ações judiciais e, com o tempo, o velho e bom processo de amadurecimento. Quanto ao caso em tela ("Reportagem sobre fundação é suspensa após decisão judicial" ), louve-se a decisão do repórter de não publicar o nome dos menores que obteve. Quanto ao resto, em vez de proibir uma reportagem que nem publicada foi, desejaríamos, o governo do Estado de São Paulo, dialogar com a Folha argumentos que, presumindo a honestidade intelectual do repórter e a vasta experiência de sua chefia, serão, certamente, levados em consideração. Questionamos, por exemplo, o frágil valor jornalístico de oito casos de menores irresponsavelmente vazados ao repórter. O que representam oito casos diante dos 10.019 jovens que saíram da Fundação Casa somente neste 1º semestre? Considerando que a reincidência na Fundação Casa é de apenas 15%, que conclusão jornalisticamente válida poder-se-ia tirar de oito casos, seletiva e marotamente vazados? O tema abordado pela reportagem da Folha é extremamente válido. Tão válido que sugerimos sua ampliação para outros poderes. Por que apenas à Fundação Casa? Qual seria, por exemplo, o índice de detentos do sistema prisional que, beneficiados por indulto, liberdade provisória e habeas corpus, concedidos por magistrados, cometem, em liberdade, crimes bárbaros? É natural que governos sejam, vez por outra, retratados de forma míope, equivocada e injusta. Também é frequente que críticas corretas melhorem instituições como a Fundação Casa. Assim evolui a democracia. Por isso louvamos a liberdade de expressão. Resta, no entanto, uma dúvida. Segundo o IPEA, São Paulo é o Estado que mantém o maior número proporcional de adolescentes privados de liberdade por cometimento de ato infracional. Ao mesmo tempo, os dados seletivamente vazados ao repórter sugerem leniência excessiva dos profissionais capacitados da Fundação Casa –cujos relatórios são apresentados ao Ministério Público, Defensoria Pública e ao Poder Judiciário, ao qual cabe a decisão sobre a continuidade ou não da internação. Está para ser retratado um perfil justo e honesto sobre o tema. * RESPOSTA DO JORNALISTA REYNALDO TUROLLO JR.: O missivista afirma repudiar qualquer tipo de censura e opina sobre um texto que ainda não foi publicado, mas foi o governo que representa, por meio da Fundação Casa, que informou o Judiciário sobre a apuração da reportagem antes da decisão que suspendeu a mesma. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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SpaceX realiza primeiro lançamento de foguete reciclado
A companhia americana SpaceX reutilizará, pela primeira vez, o primeiro estágio de seu foguete Falcon 9, iniciando uma potencial transformação deste setor graças à redução dos custos de acesso ao espaço. O lançamento para colocar em órbita um satélite de telecomunicações da empresa luxemburguesa SES está previsto para às 22h27 (19h27, horário de Brasília) do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida (EUA). O estágio reciclado já foi utilizado, em abril de 2016, para o lançamento da cápsula Dragon em direção à Estação Espacial Internacional (ISS), em uma missão de abastecimento contratada pela Nasa (agência espacial americana). O foguete, de 41 metros, pousou suavemente minutos após decolar sobre uma plataforma flutuante no oceano, reduzindo e guiando sua descida com os próprios motores. A SpaceX fez treze tentativas de recuperação de estágios, e teve sucesso em oito, a primeira no final de 2015. Após o lançamento desta quinta-feira (30), a SpaceX tentará recuperar o estágio reciclado do Falcon 9, que segundo os planos pousará suavemente sobre uma plataforma no Atlântico.
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SpaceX realiza primeiro lançamento de foguete recicladoA companhia americana SpaceX reutilizará, pela primeira vez, o primeiro estágio de seu foguete Falcon 9, iniciando uma potencial transformação deste setor graças à redução dos custos de acesso ao espaço. O lançamento para colocar em órbita um satélite de telecomunicações da empresa luxemburguesa SES está previsto para às 22h27 (19h27, horário de Brasília) do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida (EUA). O estágio reciclado já foi utilizado, em abril de 2016, para o lançamento da cápsula Dragon em direção à Estação Espacial Internacional (ISS), em uma missão de abastecimento contratada pela Nasa (agência espacial americana). O foguete, de 41 metros, pousou suavemente minutos após decolar sobre uma plataforma flutuante no oceano, reduzindo e guiando sua descida com os próprios motores. A SpaceX fez treze tentativas de recuperação de estágios, e teve sucesso em oito, a primeira no final de 2015. Após o lançamento desta quinta-feira (30), a SpaceX tentará recuperar o estágio reciclado do Falcon 9, que segundo os planos pousará suavemente sobre uma plataforma no Atlântico.
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Coveiros cantam e zumbis bailam na comédia 'Sinfonia da Necrópole'
"A terra comerá nossos tecidos/ Rostos e nomes serão esquecidos/ Só restarão nossos jazigos", entoa um coro de cadáveres no filme "Sinfonia da Necrópole", que estreou nesta quinta-feira (14). Da única certeza da vida –garantia de serviço que nunca falta aos coveiros da trama– a diretora paulista Juliana Rojas, 34, extraiu mórbido estofo para rodar uma comédia musical praticamente toda encenada num cemitério. "Já que esses ambientes carregam uma coisa pesada, achava importante que o filme fosse leve", diz a diretora. "A ruptura da linguagem ajuda o espectador embarcar." Ajuda também a digerir um pano de fundo –o tema da especulação imobiliária– que corria sério risco de tornar o filme uma obra bastante enfadonha não fosse a proposta tão original do longa. Deodato (Eduardo Gomes) é um relutante aprendiz de coveiro que tem pavor de gente morta. "Ás vezes me dá uma agonia, aperto no peito", resmunga o personagem. Alento ele recebe quando chega Jaqueline (Luciana Paes), funcionária com a tarefa de recadastrar os túmulos para uma reforma. Ou "verticalizar para otimizar", como canta o gerente do cemitério. Afinal, "a necrópole é um espelho da cidade". "O cemitério é alegoria da cidade: cresce e, na busca por mais espaço, vai destruindo a própria memória arquitetônica", explica a cineasta, que diz manter o hábito de perambular por esse tipo de ambiente sempre que vai a outras cidades. "Nunca achei o cemitério um lugar pesado." A premissa está armada para uma trama cheia de números coreografados e encenados por coveiros sambistas e mortos-vivos que fazem rir do trágico, algo na linha do grupo de humor britânico Monty Python, que no filme "A Vida de Brian" (1979) cantava que a "morte é uma piada". BRECHT COM DISNEY Rojas diz que "Sinfonia" tem um caldo de Brecht temperado com Disney. Do dramaturgo alemão, expoente do teatro épico, vêm a música e o humor usados para discutir uma questão social. No pai do Mickey ela buscou a ideia de que os números musicais transitem por entre os gêneros: drama, terror, comédia... O cineasta Marco Dutra, com quem ela dirigiu "Trabalhar Cansa" (2011), ajudou na composição de parte das canções, hábito que os parceiros cultivam desde a época em que eram colegas de faculdade na Escola de Comunicação e Artes da USP e faziam "musiquinhas de brincadeira". Juliana Rojas e Dutra fazem parte do Filmes do Caixote, grupo de realizadores que têm arejado o cinema paulista com longas que destoam da polarização drama social versus comédia escrachada. "Trabalhar Cansa" tinha elementos de terror. "O Que se Move" (2013), de Caetano Gotardo, trazia números musicais. "Quando Eu Era Vivo" (2014), dirigido por Dutra, algo de suspense psicológico. Diferente de uma produtora cinematográfica, a Filmes do Caixote é um "coletivo criativo", segundo Rojas. "Não temos o perfil de produtores. O interesse do grupo é focar a parte criativa mesmo e buscar produtores de fora", afirma. Entre os próximos projetos do Caixote estão "As Boas Maneiras", filme de terror que deve ser lançado em 2017. Na trama dirigida por Rojas e Dutra, uma babá tem de cuidar de uma "criança especial", descreve a diretora, sem detalhar. Troque "especial" por "monstruoso": o projeto tem sido descrito como um "O Bebê de Rosemary" com elementos paulistanos, algo comum às obras do Caixote, que já exploraram o que há de soturno nos mercadinhos de bairro (em "Trabalhar Cansa") e solitários apartamentos da cidade ("Quando Eu Era Vivo"). "Quanto mais familiar for o ambiente em que o fantástico ocorrer, mais perturbador para o espectador", diz Rojas.
ilustrada
Coveiros cantam e zumbis bailam na comédia 'Sinfonia da Necrópole'"A terra comerá nossos tecidos/ Rostos e nomes serão esquecidos/ Só restarão nossos jazigos", entoa um coro de cadáveres no filme "Sinfonia da Necrópole", que estreou nesta quinta-feira (14). Da única certeza da vida –garantia de serviço que nunca falta aos coveiros da trama– a diretora paulista Juliana Rojas, 34, extraiu mórbido estofo para rodar uma comédia musical praticamente toda encenada num cemitério. "Já que esses ambientes carregam uma coisa pesada, achava importante que o filme fosse leve", diz a diretora. "A ruptura da linguagem ajuda o espectador embarcar." Ajuda também a digerir um pano de fundo –o tema da especulação imobiliária– que corria sério risco de tornar o filme uma obra bastante enfadonha não fosse a proposta tão original do longa. Deodato (Eduardo Gomes) é um relutante aprendiz de coveiro que tem pavor de gente morta. "Ás vezes me dá uma agonia, aperto no peito", resmunga o personagem. Alento ele recebe quando chega Jaqueline (Luciana Paes), funcionária com a tarefa de recadastrar os túmulos para uma reforma. Ou "verticalizar para otimizar", como canta o gerente do cemitério. Afinal, "a necrópole é um espelho da cidade". "O cemitério é alegoria da cidade: cresce e, na busca por mais espaço, vai destruindo a própria memória arquitetônica", explica a cineasta, que diz manter o hábito de perambular por esse tipo de ambiente sempre que vai a outras cidades. "Nunca achei o cemitério um lugar pesado." A premissa está armada para uma trama cheia de números coreografados e encenados por coveiros sambistas e mortos-vivos que fazem rir do trágico, algo na linha do grupo de humor britânico Monty Python, que no filme "A Vida de Brian" (1979) cantava que a "morte é uma piada". BRECHT COM DISNEY Rojas diz que "Sinfonia" tem um caldo de Brecht temperado com Disney. Do dramaturgo alemão, expoente do teatro épico, vêm a música e o humor usados para discutir uma questão social. No pai do Mickey ela buscou a ideia de que os números musicais transitem por entre os gêneros: drama, terror, comédia... O cineasta Marco Dutra, com quem ela dirigiu "Trabalhar Cansa" (2011), ajudou na composição de parte das canções, hábito que os parceiros cultivam desde a época em que eram colegas de faculdade na Escola de Comunicação e Artes da USP e faziam "musiquinhas de brincadeira". Juliana Rojas e Dutra fazem parte do Filmes do Caixote, grupo de realizadores que têm arejado o cinema paulista com longas que destoam da polarização drama social versus comédia escrachada. "Trabalhar Cansa" tinha elementos de terror. "O Que se Move" (2013), de Caetano Gotardo, trazia números musicais. "Quando Eu Era Vivo" (2014), dirigido por Dutra, algo de suspense psicológico. Diferente de uma produtora cinematográfica, a Filmes do Caixote é um "coletivo criativo", segundo Rojas. "Não temos o perfil de produtores. O interesse do grupo é focar a parte criativa mesmo e buscar produtores de fora", afirma. Entre os próximos projetos do Caixote estão "As Boas Maneiras", filme de terror que deve ser lançado em 2017. Na trama dirigida por Rojas e Dutra, uma babá tem de cuidar de uma "criança especial", descreve a diretora, sem detalhar. Troque "especial" por "monstruoso": o projeto tem sido descrito como um "O Bebê de Rosemary" com elementos paulistanos, algo comum às obras do Caixote, que já exploraram o que há de soturno nos mercadinhos de bairro (em "Trabalhar Cansa") e solitários apartamentos da cidade ("Quando Eu Era Vivo"). "Quanto mais familiar for o ambiente em que o fantástico ocorrer, mais perturbador para o espectador", diz Rojas.
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Folha lança nesta terça-feira série de debates Diálogos Transformadores
A Folha lança nesta terça-feira (17) a série Diálogos Transformadores. O evento da Rede Folha de Empreendedores Sociais mistura entrevista, debate e casos inspiradores para discutir assuntos emergentes da agenda sustentável. A primeira edição será sobre Reciclagem. O evento, que é realizado em parceria com a Ashoka, ocorrerá a partir das 16h30, no auditório da Folha (al. Barão de Limeira, 425, 9º andar, Campos Elíseos, centro). Participam como protagonistas do encontro o empresário Wilson Quintella, fundador da Estre, a maior empresa de gestão de resíduos do Brasil; Gonzalo Muñoz, CEO da Triciclos, que atua na área de inteligência na destinação do lixo; e Sergio Bispo, catador de materiais recicláveis e ex-integrante do coletivo Pimp My Carroça. Os interessados podem se inscrever até as 12h desta terça-feira (17), pelo e-mail eventofolha@grupofolha.com.br. Para se inscrever, é preciso informar nome completo e RG. As vagas são limitadas.
cotidiano
Folha lança nesta terça-feira série de debates Diálogos TransformadoresA Folha lança nesta terça-feira (17) a série Diálogos Transformadores. O evento da Rede Folha de Empreendedores Sociais mistura entrevista, debate e casos inspiradores para discutir assuntos emergentes da agenda sustentável. A primeira edição será sobre Reciclagem. O evento, que é realizado em parceria com a Ashoka, ocorrerá a partir das 16h30, no auditório da Folha (al. Barão de Limeira, 425, 9º andar, Campos Elíseos, centro). Participam como protagonistas do encontro o empresário Wilson Quintella, fundador da Estre, a maior empresa de gestão de resíduos do Brasil; Gonzalo Muñoz, CEO da Triciclos, que atua na área de inteligência na destinação do lixo; e Sergio Bispo, catador de materiais recicláveis e ex-integrante do coletivo Pimp My Carroça. Os interessados podem se inscrever até as 12h desta terça-feira (17), pelo e-mail eventofolha@grupofolha.com.br. Para se inscrever, é preciso informar nome completo e RG. As vagas são limitadas.
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Adiar o crédito da Nota Fiscal Paulista não foi pedalada, afirma secretário
À frente da Secretaria da Fazenda paulista há seis meses, o economista carioca Renato Vilela, disse que medidas implementadas no primeiro semestre, quando houve queda real (descontada a inflação) de 4,1% na arrecadação de ICMS, vão ajudar a segurar o caixa do Estado no segundo semestre. Entre elas estão o atraso de seis meses no repasse de créditos da Nota Fiscal Paulista, a redução de 30% para 20% do ICMS destinado a ser rateado entre os consumidores e a captação de R$ 740 milhões feita em julho pela Companhia Paulista de Securitização (Cpsec). "Há muito tempo, a arrecadação vinha batendo recorde em cima de recorde. Quando o nível de atividade da economia cai, a nossa principal receita, o ICMS, que é ligado diretamente a esse nível, cai e aí é inapelável." Vilela negou que o governo de São Paulo tenha feito uma "pedalada fiscal" ao adiar os desembolsos da Nota Fiscal Paulista para 2016 em referência ao termo usado para explicar a manobra feita pelo governo Dilma, e reprovada pelo TCU, de atrasar o repasses para pagar benefícios sociais. "Pedalada é postergar uma despesa obrigatória, e a nota fiscal paulista não é. Adiar o pagamento não foi pedalada." O secretário disse que a economia, com o adiamento do pagamento dos créditos da nota fiscal, será de R$ 400 milhões e que o Estado vai respeitar a distribuição desses recursos para áreas que tem seus repasses vinculados à arrecadação do ICMS como saúde, educação e prefeituras municipais. Já os R$ 740 milhões captados com a emissão de debêntures com garantia de recebimento dos contratos feitos no programa de parcelamento de débito do ICMS serão destinados para ajudar a manter investimentos do Estado. Os recursos ajudam a conter a queda de 22,7% nos investimentos feitos no primeiro quadrimestre do ano ante igual período de 2014. A seguir, trechos da entrevista em que o secretário fala da reforma do ICMS, da guerra fiscal e da máfia dos fiscais. * CRISE X ARRECADAÇÃO A crise econômica se aprofundou de forma significativa no último trimestre. Na entrada do ano, o governador determinou medidas visando o ajuste do Orçamento em relação a novas provisões de receita. Houve contingenciamento de quase R$ 7 bilhões, logo no dia 2 de janeiro, que era o valor que se prevê que vá ser a frustração de receita neste ano. E determinou medidas adicionais como corte geral de 10% nos gastos de custeio da máquina pública e redução de 15% dos cargos comissionados. À medida que vamos avançando e que não se vê ainda no horizonte uma possibilidade de recuperação de receita, algumas medidas adicionais podem vir a ser tomadas. No primeiro semestre, a queda real foi de 4,1%, deflacionado pelo IPCA. Há muito tempo, a arrecadação vinha batendo recorde em cima de recorde em SP graças a uma política fiscal, ao contrário do governo federal. O problema é, quando o nível de atividade cai, a nossa principal receita, o ICMS, que é ligado diretamente ao nível de atividade, cai e aí é inapelável. MEDIDAS ADICIONAIS Alem das medidas determinadas pelo governador no início do ano, acabamos de captar R$ 740 milhões com debêntures emitidos pela Cpsec (Companhia Paulista de Securitização). São recebíveis ligados ao programa de parcelamento de ICMS. Foram captados também R$ 400 milhões com ajuste na Nota Fiscal Paulista. E outras medidas devem ser tomadas na medida em que crise vai se desenrolando. Todas as previsões de mercado são muito pessimistas. Mas as metas do Estado ainda estão mantidas, a meta de superavit primário é de R$ 1,5 bilhão, como está na LDO. O aumento na tarifa de energia em março também ajudou [a conter] a redução na queda da receita, foi algo em torno de RS 300 milhões, mas o impacto é pontual, não há reajuste todo mês. IMPACTO NAS OBRAS O grande problema é que, concomitantemente à perda de receita, tivemos uma retração de todas as operações de crédito que já estavam contratadas. Para minimizar o impacto sobre deficit, ou superavit primário (de 0,15%) –ninguém sabe o que vai ser ainda–, o governo federal não está liberando operações de crédito acertadas com o Tesouro Nacional. Com o ajuste fiscal, isso faz sentido, mas tem impacto ruim no Estado. São Paulo está bancando, na medida do possível, esses recursos que não vêm (do governo federal) com recursos próprios do Tesouro do Estado. São operações da ordem de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão. Mas é evidente que não estamos substituindo (os repasses federais) integralmente porque a gente tem uma série de outras compromissos a cumprir. Quando esse recurso financeiro é liberado, cada secretaria decide se vai pagar uma obra, ou se vai pagar um serviço. O impacto depende do cronograma e plano de investimento de cada secretaria. AJUSTE FISCAL X CONGRESSO É difícil falar em acertos e erros se você não deixou a pessoa [ministro da Fazenda, Joaquim Levy] fazer o que tinha de fazer. A equipe econômica está fazendo o possível dentro de um quadro institucional e político inédito no país. A questão é que, como em qualquer país democrático, você depende do Congresso para implementar as medidas. E por algum motivo, que me escapa a capacidade de análise, o Congresso não está agindo, respondendo com a velocidade e com as medidas necessárias. O Congresso está com um agenda completamente ortogonal, digamos assim, diferente do que o país precisa. Em todos os momentos graves pelos quais o país passou, nos últimos 20, 30 anos e que foram necessárias medidas mais duras, o Congresso respondeu. Essa é a primeira vez que estou presenciando um desalinhamento completo entre Congresso e a necessidade da política econômica. FALTA DE VISÃO FEDERATIVA O primeiro semestre passou sem que houvesse definição clara de quanto os Estados vão receber de recursos da União, quanto vão poder fazer de operação de crédito e isso aumenta a incerteza em relação a programas estaduais de investimento. Se não há certeza do que se vai conseguir financiar, você começa a desacelerar. E, se começa a desacelerar, você acelera a crise, aumentando o impacto negativo sobre o PIB e sobre o emprego. A falta de clareza e de estratégia do governo federal é prejudicial ao planejamento financeiro dos Estados e municípios. Falta um entendimento federativo com regras mais claras. Se um Estado ou município souberem que vão ter 50% a menos, eles não se comprometem em fazer ou gerar expectativa equivocada. Com um diálogo mais constante, a aproximação teria diminuído a incerteza, permitido que todos se planejassem com margem de erro um pouco menor na crise. APERTO NA FISCALIZAÇÃO A fiscalização está na rua, mas, no momento em que as empresas precisam de um certo ar para respirar, estão em dificuldade com capital de giro, taxa de juros alta é o momento em que a gente tem de correr atrás do imposto. Temos obrigações. Mas o que se nota é que, se um setor teve uma redução de imposto, a fiscalização vai lá achando que é um esquema sonegação e descobre que não, é a atividade que despencou. Até maio, junho, havia dois setores no azul de um total de 20: o de alimentação e de energia elétrica por causa do reajuste da tarifa. O automobilístico estava no final da fila com frustração de receita de mais de 20% real. NOTA FISCAL PAULISTA Houve mudança de 30% para 20% no repasse de ICMS para créditos e adiou-se prazo de pagamento de outubro para 2016. É uma realocação de gasto temporária. O adiamento foi deslocado e pode ser revertido ou não, vai depender da situação. Fala-se que houve pedalada fiscal, mas não é. Pedalada é postergar uma despesa obrigatória, e a Nota Fiscal Paulista não é. Foi uma decisão de gestão financeira, e com isso estamos poupando R$ 400 milhões. Vamos respeitar as vinculações constitucionais, como saúde, educação, universidades e usar essa verba em áreas prioritárias que estão necessitando desse recurso. Podia se elevar a carga tributária, mas não optamos por esse caminho. As secretarias fizeram movimentos parecidos com seus próprios orçamentos. Não houve impacto no número de adesões nem achamos que a redução de 30% para 20% vai desestimular o consumidor. O número de adesões de julho [74 mil até 27 de julho ante 79 mil mês junho] é a prova cabal que o impacto foi pequeno. REFORMA DO ICMS A medida provisória criou dois fundos para evitar perdas, mas a fonte de sustentação, que seria garantida pela repatriação de recursos, ainda é incerta. O que Estados querem é que uma segurança maior no desembolso que houvesse uma vinculação garantida por emenda constitucional. O governo federal até tentou criar recursos específicos, mas o único possível foi o da repatriação, ainda muito incerto. Isso porque estamos falando de recursos de várias origens, algumas lícitas e outras não tão lícitas assim. É difícil fazer uma estimativa do quanto será repatriado, o que se pode eventualmente é estimar o volume de recursos que está lá "na nuvem", digamos assim. Quanto vai voltar ao Brasi? Ninguém sabe, vai depender de vários fatores, de tributação, de questões jurídicas e até do ativismo do Ministério Público. MUDANÇA GRADUAL Uma coisa que é importante para que a reforma do ICMS dê certo é que tem de haver período de transição para a convergência de alíquotas de ICMS em 4%. Nenhum Estado principalmente os que perdem muito defendem a mudança sem ser de forma gradual. No primeiro ano, São Paulo perde muito, mais de R$ 2 bilhões. E o que foi dito, até agora, é que o fundo de compensação teria R$ 1 bilhão disponível. Mas São Paulo tem maturidade para entender a necessidade de ir em frente com esse projeto (de reforma do ICMS) mesmo que tenhamos custo. Não sei se outros Estados, mais pobres, se seria justo exigir que arcassem com a perda. O Amazonas, por exemplo, perde quase o mesmo que são Paulo. Está no Senado o projeto que faz a redução das alíquotas, em 2017, o que não é ruim. Daria fôlego e tempo para garantir recursos para os fundos de compensação e de desenvolvimento regional. Vários governadores se manifestaram favoravelmente ao projeto, inclusive São Paulo. Agora é preciso que haja um acordo unânime no Confaz para a unificação das alíquotas e convalidação (dos convênio), para que não volte a guerra fiscal. O Senado quase votou antes do recesso [a reforma do ICMS], depende um pouco dos acertos no Confaz. Mas, à medida que o tempo passa, o quase consenso que existe hoje pode mudar. Esse era o momento ideal de votar e o Senado quase o fez. FIM DA GUERRA FISCAL O fim da guerra fiscal pode dar mais segurança aos empresários para voltarem a investir no Brasil. Assim, saberão que dificilmente a decisão tomada agora (de investir em uma região) não será completamente invertida ou afetada por conta de um benefício que um Estado pode dar ao seu concorrente. A guerra fiscal existe no mundo todo, não é uma jabuticaba. O que faz ser mais danosa no Brasil é que, ao contrário doutros países, você num faz bondade só com seu dinheiro, você impõe custos aos Estados vizinhos. Isso você só conseguiria resolver se o ICMS fosse puramente cobrado no destino. Existe um conjunto grande de técnicos que argumenta que, se não houver uma alíquota própria (de cada Estado), por que vou fiscalizar uma receita que não vou receber nada? SP FORA DO FUNDO REGIONAL O fundo de desenvolvimento regional é voltado para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Mas essas coisas não são assim a ferro e fogo. Minas Gerais, que está no Sudeste, passou a ter direito ao fundo por causa do Vale do Jequitinhonha, daquela região que é parte da Sudene. Já o DF, que está no Centro-Oeste, saiu por ter a maior renda per capita do país. São Paulo tem o Vale do Ribeira, com IDHs nordestinos; assim como o RJ tem o norte e o noroeste fluminense. Cada Estado tem sua área que, em tese, precisaria de um fundo de desenvolvimento. Mas entendemos que, se é para resolver o problema da guerra fiscal, o ideal é que a gente mantenha a maior adesão possível naqueles acordos e consensos que a gente conseguiu chegar nos últimos dois anos. MÁFIA DOS FISCAIS A noção de máfia dá a entender que é uma grande organização, um problema sistêmico, e não é isso. Na Operação Zinabre, do MP, foi uma questão pontual, em relação a um grupo de empresas que atuam no setor de cobre. Foram localizados sete fiscais, dos quais cinco foram presos. A secretaria soube do depoimento do [doleiro Alberto] Youssef, e a Corregedoria foi o primeiro órgão do Estado a tomar conhecimento desse depoimento. O que a gente precisa agora é, a partir das investigações, que nos sejam devolvidos elementos para que eu possa fazer o procedimento administrativo que culminará com o afastamento dos fiscais. O processo legal é bastante rigoroso e lento, até por ser rigoroso. Mas não dá para passar a mão na cabeça deste tipo de ação. Se os indícios [de corrupção] são confirmados iniciamos um processo que terminará com a demissão e eventualmente cassação da aposentadoria do servidor, dependendo da gravidade do crime. AFASTAMENTO DOS FISCAIS É preciso cobrir todos os passos do processo, senão o fiscal entra na Justiça e volta, que é o pior que poderia acontecer. É até difícil explicar para quem não entende muito o setor público. Mas é preciso ir devagar para poder chegar ao final. Caso contrário, ele entra com liminar e volta (ao serviço público). Existem duas coisas que são muito difíceis de se acabar no Brasil: o papel (a burocracia) e demitir funcionário público. As regras são as mesmas em todo o país, e em São Paulo não é diferente. É uma máquina grande, e os casos (de corrupção) são relativamente poucos. O que acontece é que a gente paga um pouco pela complexidade do sistema tributário. Ele deixa muita margem para esse tipo de arbitragem, inclusive criminosa. APERTO NOS CONTROLES Criamos um grupo para estudar se existe a possibilidade de fazer com que esse processo [de afastamento dos fiscais] seja mais ágil. E, a partir das lições aprendidas aqui, com a operação, tentar criar mecanismos para captar ações que possam estar ligadas à corrupção. Vamos criar mais controles em relação à capacidade financeira do servidor, patrimônio, e à forma com que atuam. Na sua maioria são pessoas corretas e reagem quando sabem que colegas fazem esse tipo de coisa. Mas, se existe, tem de haver uma faxina total. Não dá para enfiar a cabeça embaixo da terra e fingir que é avestruz. - Formação: graduado em economia pela PUC-RJ e mestre pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos Carreira: foi secretário da Fazenda do Estado do Rio de Janeiro de 2010 a 2014 e subsecretário de Finanças na capital fluminense; foi secretário-adjunto do Tesouro Nacional; foi vice-diretor de Estudos Macroeconômicos do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada); foi membro do Conselho Diretor da Vale e conselheiro técnico de Assuntos Fiscais do FMI
mercado
Adiar o crédito da Nota Fiscal Paulista não foi pedalada, afirma secretárioÀ frente da Secretaria da Fazenda paulista há seis meses, o economista carioca Renato Vilela, disse que medidas implementadas no primeiro semestre, quando houve queda real (descontada a inflação) de 4,1% na arrecadação de ICMS, vão ajudar a segurar o caixa do Estado no segundo semestre. Entre elas estão o atraso de seis meses no repasse de créditos da Nota Fiscal Paulista, a redução de 30% para 20% do ICMS destinado a ser rateado entre os consumidores e a captação de R$ 740 milhões feita em julho pela Companhia Paulista de Securitização (Cpsec). "Há muito tempo, a arrecadação vinha batendo recorde em cima de recorde. Quando o nível de atividade da economia cai, a nossa principal receita, o ICMS, que é ligado diretamente a esse nível, cai e aí é inapelável." Vilela negou que o governo de São Paulo tenha feito uma "pedalada fiscal" ao adiar os desembolsos da Nota Fiscal Paulista para 2016 em referência ao termo usado para explicar a manobra feita pelo governo Dilma, e reprovada pelo TCU, de atrasar o repasses para pagar benefícios sociais. "Pedalada é postergar uma despesa obrigatória, e a nota fiscal paulista não é. Adiar o pagamento não foi pedalada." O secretário disse que a economia, com o adiamento do pagamento dos créditos da nota fiscal, será de R$ 400 milhões e que o Estado vai respeitar a distribuição desses recursos para áreas que tem seus repasses vinculados à arrecadação do ICMS como saúde, educação e prefeituras municipais. Já os R$ 740 milhões captados com a emissão de debêntures com garantia de recebimento dos contratos feitos no programa de parcelamento de débito do ICMS serão destinados para ajudar a manter investimentos do Estado. Os recursos ajudam a conter a queda de 22,7% nos investimentos feitos no primeiro quadrimestre do ano ante igual período de 2014. A seguir, trechos da entrevista em que o secretário fala da reforma do ICMS, da guerra fiscal e da máfia dos fiscais. * CRISE X ARRECADAÇÃO A crise econômica se aprofundou de forma significativa no último trimestre. Na entrada do ano, o governador determinou medidas visando o ajuste do Orçamento em relação a novas provisões de receita. Houve contingenciamento de quase R$ 7 bilhões, logo no dia 2 de janeiro, que era o valor que se prevê que vá ser a frustração de receita neste ano. E determinou medidas adicionais como corte geral de 10% nos gastos de custeio da máquina pública e redução de 15% dos cargos comissionados. À medida que vamos avançando e que não se vê ainda no horizonte uma possibilidade de recuperação de receita, algumas medidas adicionais podem vir a ser tomadas. No primeiro semestre, a queda real foi de 4,1%, deflacionado pelo IPCA. Há muito tempo, a arrecadação vinha batendo recorde em cima de recorde em SP graças a uma política fiscal, ao contrário do governo federal. O problema é, quando o nível de atividade cai, a nossa principal receita, o ICMS, que é ligado diretamente ao nível de atividade, cai e aí é inapelável. MEDIDAS ADICIONAIS Alem das medidas determinadas pelo governador no início do ano, acabamos de captar R$ 740 milhões com debêntures emitidos pela Cpsec (Companhia Paulista de Securitização). São recebíveis ligados ao programa de parcelamento de ICMS. Foram captados também R$ 400 milhões com ajuste na Nota Fiscal Paulista. E outras medidas devem ser tomadas na medida em que crise vai se desenrolando. Todas as previsões de mercado são muito pessimistas. Mas as metas do Estado ainda estão mantidas, a meta de superavit primário é de R$ 1,5 bilhão, como está na LDO. O aumento na tarifa de energia em março também ajudou [a conter] a redução na queda da receita, foi algo em torno de RS 300 milhões, mas o impacto é pontual, não há reajuste todo mês. IMPACTO NAS OBRAS O grande problema é que, concomitantemente à perda de receita, tivemos uma retração de todas as operações de crédito que já estavam contratadas. Para minimizar o impacto sobre deficit, ou superavit primário (de 0,15%) –ninguém sabe o que vai ser ainda–, o governo federal não está liberando operações de crédito acertadas com o Tesouro Nacional. Com o ajuste fiscal, isso faz sentido, mas tem impacto ruim no Estado. São Paulo está bancando, na medida do possível, esses recursos que não vêm (do governo federal) com recursos próprios do Tesouro do Estado. São operações da ordem de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão. Mas é evidente que não estamos substituindo (os repasses federais) integralmente porque a gente tem uma série de outras compromissos a cumprir. Quando esse recurso financeiro é liberado, cada secretaria decide se vai pagar uma obra, ou se vai pagar um serviço. O impacto depende do cronograma e plano de investimento de cada secretaria. AJUSTE FISCAL X CONGRESSO É difícil falar em acertos e erros se você não deixou a pessoa [ministro da Fazenda, Joaquim Levy] fazer o que tinha de fazer. A equipe econômica está fazendo o possível dentro de um quadro institucional e político inédito no país. A questão é que, como em qualquer país democrático, você depende do Congresso para implementar as medidas. E por algum motivo, que me escapa a capacidade de análise, o Congresso não está agindo, respondendo com a velocidade e com as medidas necessárias. O Congresso está com um agenda completamente ortogonal, digamos assim, diferente do que o país precisa. Em todos os momentos graves pelos quais o país passou, nos últimos 20, 30 anos e que foram necessárias medidas mais duras, o Congresso respondeu. Essa é a primeira vez que estou presenciando um desalinhamento completo entre Congresso e a necessidade da política econômica. FALTA DE VISÃO FEDERATIVA O primeiro semestre passou sem que houvesse definição clara de quanto os Estados vão receber de recursos da União, quanto vão poder fazer de operação de crédito e isso aumenta a incerteza em relação a programas estaduais de investimento. Se não há certeza do que se vai conseguir financiar, você começa a desacelerar. E, se começa a desacelerar, você acelera a crise, aumentando o impacto negativo sobre o PIB e sobre o emprego. A falta de clareza e de estratégia do governo federal é prejudicial ao planejamento financeiro dos Estados e municípios. Falta um entendimento federativo com regras mais claras. Se um Estado ou município souberem que vão ter 50% a menos, eles não se comprometem em fazer ou gerar expectativa equivocada. Com um diálogo mais constante, a aproximação teria diminuído a incerteza, permitido que todos se planejassem com margem de erro um pouco menor na crise. APERTO NA FISCALIZAÇÃO A fiscalização está na rua, mas, no momento em que as empresas precisam de um certo ar para respirar, estão em dificuldade com capital de giro, taxa de juros alta é o momento em que a gente tem de correr atrás do imposto. Temos obrigações. Mas o que se nota é que, se um setor teve uma redução de imposto, a fiscalização vai lá achando que é um esquema sonegação e descobre que não, é a atividade que despencou. Até maio, junho, havia dois setores no azul de um total de 20: o de alimentação e de energia elétrica por causa do reajuste da tarifa. O automobilístico estava no final da fila com frustração de receita de mais de 20% real. NOTA FISCAL PAULISTA Houve mudança de 30% para 20% no repasse de ICMS para créditos e adiou-se prazo de pagamento de outubro para 2016. É uma realocação de gasto temporária. O adiamento foi deslocado e pode ser revertido ou não, vai depender da situação. Fala-se que houve pedalada fiscal, mas não é. Pedalada é postergar uma despesa obrigatória, e a Nota Fiscal Paulista não é. Foi uma decisão de gestão financeira, e com isso estamos poupando R$ 400 milhões. Vamos respeitar as vinculações constitucionais, como saúde, educação, universidades e usar essa verba em áreas prioritárias que estão necessitando desse recurso. Podia se elevar a carga tributária, mas não optamos por esse caminho. As secretarias fizeram movimentos parecidos com seus próprios orçamentos. Não houve impacto no número de adesões nem achamos que a redução de 30% para 20% vai desestimular o consumidor. O número de adesões de julho [74 mil até 27 de julho ante 79 mil mês junho] é a prova cabal que o impacto foi pequeno. REFORMA DO ICMS A medida provisória criou dois fundos para evitar perdas, mas a fonte de sustentação, que seria garantida pela repatriação de recursos, ainda é incerta. O que Estados querem é que uma segurança maior no desembolso que houvesse uma vinculação garantida por emenda constitucional. O governo federal até tentou criar recursos específicos, mas o único possível foi o da repatriação, ainda muito incerto. Isso porque estamos falando de recursos de várias origens, algumas lícitas e outras não tão lícitas assim. É difícil fazer uma estimativa do quanto será repatriado, o que se pode eventualmente é estimar o volume de recursos que está lá "na nuvem", digamos assim. Quanto vai voltar ao Brasi? Ninguém sabe, vai depender de vários fatores, de tributação, de questões jurídicas e até do ativismo do Ministério Público. MUDANÇA GRADUAL Uma coisa que é importante para que a reforma do ICMS dê certo é que tem de haver período de transição para a convergência de alíquotas de ICMS em 4%. Nenhum Estado principalmente os que perdem muito defendem a mudança sem ser de forma gradual. No primeiro ano, São Paulo perde muito, mais de R$ 2 bilhões. E o que foi dito, até agora, é que o fundo de compensação teria R$ 1 bilhão disponível. Mas São Paulo tem maturidade para entender a necessidade de ir em frente com esse projeto (de reforma do ICMS) mesmo que tenhamos custo. Não sei se outros Estados, mais pobres, se seria justo exigir que arcassem com a perda. O Amazonas, por exemplo, perde quase o mesmo que são Paulo. Está no Senado o projeto que faz a redução das alíquotas, em 2017, o que não é ruim. Daria fôlego e tempo para garantir recursos para os fundos de compensação e de desenvolvimento regional. Vários governadores se manifestaram favoravelmente ao projeto, inclusive São Paulo. Agora é preciso que haja um acordo unânime no Confaz para a unificação das alíquotas e convalidação (dos convênio), para que não volte a guerra fiscal. O Senado quase votou antes do recesso [a reforma do ICMS], depende um pouco dos acertos no Confaz. Mas, à medida que o tempo passa, o quase consenso que existe hoje pode mudar. Esse era o momento ideal de votar e o Senado quase o fez. FIM DA GUERRA FISCAL O fim da guerra fiscal pode dar mais segurança aos empresários para voltarem a investir no Brasil. Assim, saberão que dificilmente a decisão tomada agora (de investir em uma região) não será completamente invertida ou afetada por conta de um benefício que um Estado pode dar ao seu concorrente. A guerra fiscal existe no mundo todo, não é uma jabuticaba. O que faz ser mais danosa no Brasil é que, ao contrário doutros países, você num faz bondade só com seu dinheiro, você impõe custos aos Estados vizinhos. Isso você só conseguiria resolver se o ICMS fosse puramente cobrado no destino. Existe um conjunto grande de técnicos que argumenta que, se não houver uma alíquota própria (de cada Estado), por que vou fiscalizar uma receita que não vou receber nada? SP FORA DO FUNDO REGIONAL O fundo de desenvolvimento regional é voltado para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Mas essas coisas não são assim a ferro e fogo. Minas Gerais, que está no Sudeste, passou a ter direito ao fundo por causa do Vale do Jequitinhonha, daquela região que é parte da Sudene. Já o DF, que está no Centro-Oeste, saiu por ter a maior renda per capita do país. São Paulo tem o Vale do Ribeira, com IDHs nordestinos; assim como o RJ tem o norte e o noroeste fluminense. Cada Estado tem sua área que, em tese, precisaria de um fundo de desenvolvimento. Mas entendemos que, se é para resolver o problema da guerra fiscal, o ideal é que a gente mantenha a maior adesão possível naqueles acordos e consensos que a gente conseguiu chegar nos últimos dois anos. MÁFIA DOS FISCAIS A noção de máfia dá a entender que é uma grande organização, um problema sistêmico, e não é isso. Na Operação Zinabre, do MP, foi uma questão pontual, em relação a um grupo de empresas que atuam no setor de cobre. Foram localizados sete fiscais, dos quais cinco foram presos. A secretaria soube do depoimento do [doleiro Alberto] Youssef, e a Corregedoria foi o primeiro órgão do Estado a tomar conhecimento desse depoimento. O que a gente precisa agora é, a partir das investigações, que nos sejam devolvidos elementos para que eu possa fazer o procedimento administrativo que culminará com o afastamento dos fiscais. O processo legal é bastante rigoroso e lento, até por ser rigoroso. Mas não dá para passar a mão na cabeça deste tipo de ação. Se os indícios [de corrupção] são confirmados iniciamos um processo que terminará com a demissão e eventualmente cassação da aposentadoria do servidor, dependendo da gravidade do crime. AFASTAMENTO DOS FISCAIS É preciso cobrir todos os passos do processo, senão o fiscal entra na Justiça e volta, que é o pior que poderia acontecer. É até difícil explicar para quem não entende muito o setor público. Mas é preciso ir devagar para poder chegar ao final. Caso contrário, ele entra com liminar e volta (ao serviço público). Existem duas coisas que são muito difíceis de se acabar no Brasil: o papel (a burocracia) e demitir funcionário público. As regras são as mesmas em todo o país, e em São Paulo não é diferente. É uma máquina grande, e os casos (de corrupção) são relativamente poucos. O que acontece é que a gente paga um pouco pela complexidade do sistema tributário. Ele deixa muita margem para esse tipo de arbitragem, inclusive criminosa. APERTO NOS CONTROLES Criamos um grupo para estudar se existe a possibilidade de fazer com que esse processo [de afastamento dos fiscais] seja mais ágil. E, a partir das lições aprendidas aqui, com a operação, tentar criar mecanismos para captar ações que possam estar ligadas à corrupção. Vamos criar mais controles em relação à capacidade financeira do servidor, patrimônio, e à forma com que atuam. Na sua maioria são pessoas corretas e reagem quando sabem que colegas fazem esse tipo de coisa. Mas, se existe, tem de haver uma faxina total. Não dá para enfiar a cabeça embaixo da terra e fingir que é avestruz. - Formação: graduado em economia pela PUC-RJ e mestre pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos Carreira: foi secretário da Fazenda do Estado do Rio de Janeiro de 2010 a 2014 e subsecretário de Finanças na capital fluminense; foi secretário-adjunto do Tesouro Nacional; foi vice-diretor de Estudos Macroeconômicos do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada); foi membro do Conselho Diretor da Vale e conselheiro técnico de Assuntos Fiscais do FMI
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Pomodori renasceu autoral, mas às vezes pode soar cansativo
O Pomodori renasceu. Segue alinhado, mas sua cozinha ganhou ousadia –para o bem e para o mal– e ressurge menos fincada na Itália. Isso foi mérito de Tássia Guimarães, garota arrojada, de 25 anos, cuja estreia ali foi como estagiária. Ela acaba de quebrar o ciclo de uma insistente reprodução do que fora feito na casa desde que abriu, em 2003. O Pomodori nasceu elegante e viveu bons anos a mostrar um novo olhar da cozinha italiana para a tão italiana São Paulo. Também apresentou à cidade Jefferson Rueda –hoje, um dos mais mais prestigiados cozinheiros da cidade. Para além do ambiente, que ganhou novos ares (sisudo, quiçá arrogante), o cardápio tem hoje veia mais autoral. Serve de exemplo o falso ovo de galinha (R$ 35). Uma cerâmica remete à casca de ovo e guarda um creme firme e suave de couve-flor e queijo de cabra –morno, para não cozinhar as delicadas vieiras servidas junto. A conjugação de mar e terra também se repete em pratos, como no fusilli com polvo e linguiça (R$ 64). Faz-se notar o molho denso de tomate, a massa fresca e o ragu de linguiça encorpado com demi-glacê e com a gordura da pancetta. O cardápio anuncia trufas negras na paleta de cordeiro (R$ 77) –mas estas passam despercebidas. Para acompanhar, uma combinação neutra (quase insossa) de feijão-branco, vagem e nabo com batatas crocantes. Valem, ao menos, para não tirar atenção da carne. A mistura de muitos elementos, que marca boa parte do cardápio, pode soar exagerada, mas funciona bem no caso do bife de chorizo. Chega à mesa suculento e contrasta com a acidez do picles de abobrinha e pepino e com as gotas de geleia de funghi e de salsão. São míseras, mas fazem presença. Boa pedida para encerrar é o bolo de brigadeiro. Aliás, parece que há uma onda de bolos de chocolate e brigadeiro por aqui, vale investigar. POMODORI QUANDO: DE SEG. A QUI., DAS 12H ÀS 15H E DAS 18H À 0H; SEX. DAS 12H ÀS 15H E DAS 19H À 0H30; SÁB., DAS 13H ÀS 16H E DAS 19H À 0H30; DOM., DAS 13H ÀS 17H ONDE: R. DR. RENATO PAES DE BARROS, 534, ITAIM BIBI; TEL. (11) 3168-3123
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Pomodori renasceu autoral, mas às vezes pode soar cansativoO Pomodori renasceu. Segue alinhado, mas sua cozinha ganhou ousadia –para o bem e para o mal– e ressurge menos fincada na Itália. Isso foi mérito de Tássia Guimarães, garota arrojada, de 25 anos, cuja estreia ali foi como estagiária. Ela acaba de quebrar o ciclo de uma insistente reprodução do que fora feito na casa desde que abriu, em 2003. O Pomodori nasceu elegante e viveu bons anos a mostrar um novo olhar da cozinha italiana para a tão italiana São Paulo. Também apresentou à cidade Jefferson Rueda –hoje, um dos mais mais prestigiados cozinheiros da cidade. Para além do ambiente, que ganhou novos ares (sisudo, quiçá arrogante), o cardápio tem hoje veia mais autoral. Serve de exemplo o falso ovo de galinha (R$ 35). Uma cerâmica remete à casca de ovo e guarda um creme firme e suave de couve-flor e queijo de cabra –morno, para não cozinhar as delicadas vieiras servidas junto. A conjugação de mar e terra também se repete em pratos, como no fusilli com polvo e linguiça (R$ 64). Faz-se notar o molho denso de tomate, a massa fresca e o ragu de linguiça encorpado com demi-glacê e com a gordura da pancetta. O cardápio anuncia trufas negras na paleta de cordeiro (R$ 77) –mas estas passam despercebidas. Para acompanhar, uma combinação neutra (quase insossa) de feijão-branco, vagem e nabo com batatas crocantes. Valem, ao menos, para não tirar atenção da carne. A mistura de muitos elementos, que marca boa parte do cardápio, pode soar exagerada, mas funciona bem no caso do bife de chorizo. Chega à mesa suculento e contrasta com a acidez do picles de abobrinha e pepino e com as gotas de geleia de funghi e de salsão. São míseras, mas fazem presença. Boa pedida para encerrar é o bolo de brigadeiro. Aliás, parece que há uma onda de bolos de chocolate e brigadeiro por aqui, vale investigar. POMODORI QUANDO: DE SEG. A QUI., DAS 12H ÀS 15H E DAS 18H À 0H; SEX. DAS 12H ÀS 15H E DAS 19H À 0H30; SÁB., DAS 13H ÀS 16H E DAS 19H À 0H30; DOM., DAS 13H ÀS 17H ONDE: R. DR. RENATO PAES DE BARROS, 534, ITAIM BIBI; TEL. (11) 3168-3123
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Decepção com influenciadores digitais é questão de tempo
Converse com qualquer marqueteiro e há grandes chances de você ouvir a palavra "influenciador" em algum momento. Em geral ela se refere a algum tipo de celebridade da internet capaz de modificar a opinião alheia, levando a pessoa a comprar algo, mudar um comportamento ou até sua visão sobre algum assunto. Até o governo federal foi recentemente flagrado contratando o serviço de "influenciadores" no YouTube para elogiarem mudanças promovidas no ensino médio. Só que a vida de influenciador não é fácil. Celebridades "tradicionais" usualmente são associadas a habilidades específicas, tais como cantar, dançar ou representar. Já influenciadores são reconhecidos por ações mais cotidianas, como ensinar a usar maquiagem ou jogar videogames. Grande parte conquista fãs não por dominar alguma habilidade mas por projetar seu ego na internet. Isso gera um paradoxo. A ascensão de um influenciador funda-se na sua disponibilidade: o desejo dos fãs de interagir com ele, de serem notados, reconhecidos. É uma via de mão dupla: os fãs não querem apenas assistir, mas interagir. Isso torna a fama contemporânea na internet altamente instável. Muitos influenciadores são na verdade apaziguadores da solidão alheia. Atuam como elos na multibilionária indústria da carência criada pela internet. Indústria essa que decorre do grande número de pessoas querendo falar e do diminuto grupo de pessoas disposto a ouvir. O influenciador ocupa esse lugar utópico entre a fala e a escuta. É celebridade justamente por aparentar ser "gente como a gente", capaz de ouvir e compreender o outro. Só que essa é uma situação utópica. Não há condições verdadeiras para a troca, já que a desproporcionalidade é grande demais. A relação entre fãs e influenciadores rapidamente torna-se insatisfatória: frustração e decepção são questão de tempo. O que era empatia converte-se rapidamente em ódio. Não é por acaso que todo influenciador que desponta precisa inventar formas de gerenciar não só os fãs (carentes) como os detratores ("haters"), muitos deles originados na descoberta de que estavam envolvidos em uma relação de troca impossível. Para reduzir essa disparidade, seria necessário concretizar o desejo do poeta W.H. Auden, quando diz em seu belo poema "The more loving one" que: se "não se pode ter paixões iguais, então que seja eu quem ame mais". Só que esse tipo de grandeza só existe no terreno da poesia. Na internet, o fã frustrado vira rapidamente "the more hating one". É muito mais fácil odiar do que amar sozinho. Isso denota um ponto cego no fascínio do marketing com o poder dos influenciadores. Esse fascínio desconsidera a permanente instabilidade das celebridades da internet. Ignora também a ausência de bases científicas para a existência do influenciador individual. Do ponto de vista científico, o "influenciador" individual é como um amigo imaginário: conveniente, mas não existe. Reader JÁ ERA Concorde JÁ É Inexistência de voos supersônicos na aviação comercial JÁ VEM A volta dos supersônicos comerciais com o XB-1
colunas
Decepção com influenciadores digitais é questão de tempoConverse com qualquer marqueteiro e há grandes chances de você ouvir a palavra "influenciador" em algum momento. Em geral ela se refere a algum tipo de celebridade da internet capaz de modificar a opinião alheia, levando a pessoa a comprar algo, mudar um comportamento ou até sua visão sobre algum assunto. Até o governo federal foi recentemente flagrado contratando o serviço de "influenciadores" no YouTube para elogiarem mudanças promovidas no ensino médio. Só que a vida de influenciador não é fácil. Celebridades "tradicionais" usualmente são associadas a habilidades específicas, tais como cantar, dançar ou representar. Já influenciadores são reconhecidos por ações mais cotidianas, como ensinar a usar maquiagem ou jogar videogames. Grande parte conquista fãs não por dominar alguma habilidade mas por projetar seu ego na internet. Isso gera um paradoxo. A ascensão de um influenciador funda-se na sua disponibilidade: o desejo dos fãs de interagir com ele, de serem notados, reconhecidos. É uma via de mão dupla: os fãs não querem apenas assistir, mas interagir. Isso torna a fama contemporânea na internet altamente instável. Muitos influenciadores são na verdade apaziguadores da solidão alheia. Atuam como elos na multibilionária indústria da carência criada pela internet. Indústria essa que decorre do grande número de pessoas querendo falar e do diminuto grupo de pessoas disposto a ouvir. O influenciador ocupa esse lugar utópico entre a fala e a escuta. É celebridade justamente por aparentar ser "gente como a gente", capaz de ouvir e compreender o outro. Só que essa é uma situação utópica. Não há condições verdadeiras para a troca, já que a desproporcionalidade é grande demais. A relação entre fãs e influenciadores rapidamente torna-se insatisfatória: frustração e decepção são questão de tempo. O que era empatia converte-se rapidamente em ódio. Não é por acaso que todo influenciador que desponta precisa inventar formas de gerenciar não só os fãs (carentes) como os detratores ("haters"), muitos deles originados na descoberta de que estavam envolvidos em uma relação de troca impossível. Para reduzir essa disparidade, seria necessário concretizar o desejo do poeta W.H. Auden, quando diz em seu belo poema "The more loving one" que: se "não se pode ter paixões iguais, então que seja eu quem ame mais". Só que esse tipo de grandeza só existe no terreno da poesia. Na internet, o fã frustrado vira rapidamente "the more hating one". É muito mais fácil odiar do que amar sozinho. Isso denota um ponto cego no fascínio do marketing com o poder dos influenciadores. Esse fascínio desconsidera a permanente instabilidade das celebridades da internet. Ignora também a ausência de bases científicas para a existência do influenciador individual. Do ponto de vista científico, o "influenciador" individual é como um amigo imaginário: conveniente, mas não existe. Reader JÁ ERA Concorde JÁ É Inexistência de voos supersônicos na aviação comercial JÁ VEM A volta dos supersônicos comerciais com o XB-1
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Antes de ser cultura, rock é entretenimento, afirma leitor
Marco Aurélio Canônico reclama das atrações do Rock in Rio, mas Roberto Medina poderia vender apenas ar no evento e o público poderia comprar (Money in Rio). O problema é utilizar dinheiro público de incentivo à cultura. Antes de ser cultura, banda de rock é puro entretenimento. PAULO DE TARSO DISCA (São Paulo, SP) * Aparentemente, em algum momento da década de 1990, o rock morreu como manifestação cultural de vanguarda, esta que, na segunda metade do século 20, liderou a revolução dos costumes e moveu a juventude. É claro que ainda temos bandas cover, remakes e festivais que utilizam a grife do rock, mas infelizmente rock virou uma "coisa de velho", ou seja, da minha geração. As gerações mais novas nem sequer têm paciência para escutar rock. Preferem rap, funk, pop, pagode (dos brasileiros) etc. GUSTAVO VON KRÜGER (Belo Horizonte, MG) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Antes de ser cultura, rock é entretenimento, afirma leitorMarco Aurélio Canônico reclama das atrações do Rock in Rio, mas Roberto Medina poderia vender apenas ar no evento e o público poderia comprar (Money in Rio). O problema é utilizar dinheiro público de incentivo à cultura. Antes de ser cultura, banda de rock é puro entretenimento. PAULO DE TARSO DISCA (São Paulo, SP) * Aparentemente, em algum momento da década de 1990, o rock morreu como manifestação cultural de vanguarda, esta que, na segunda metade do século 20, liderou a revolução dos costumes e moveu a juventude. É claro que ainda temos bandas cover, remakes e festivais que utilizam a grife do rock, mas infelizmente rock virou uma "coisa de velho", ou seja, da minha geração. As gerações mais novas nem sequer têm paciência para escutar rock. Preferem rap, funk, pop, pagode (dos brasileiros) etc. GUSTAVO VON KRÜGER (Belo Horizonte, MG) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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"Volta na Quadra": Diretora de arte lista motivos para morar no centro de SP
A diretora de arte Laura Carvalho, que também trabalha com cinema, é a segunda personagem da websérie "Volta na Quadra", do especial "Morar", que traça o perfil das novas oportunidades de moradia à venda em São Paulo. Nesse episódio, ela mostra os segredos do centro da cidade. Passeia pelo Copam, que vai além da arquitetura, conta sobre seu olhar no elevado Costa e Silva, o Minhocão, e indica um café que está na rua Augusta. Confira a reportagem e o site especial do Morar
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"Volta na Quadra": Diretora de arte lista motivos para morar no centro de SPA diretora de arte Laura Carvalho, que também trabalha com cinema, é a segunda personagem da websérie "Volta na Quadra", do especial "Morar", que traça o perfil das novas oportunidades de moradia à venda em São Paulo. Nesse episódio, ela mostra os segredos do centro da cidade. Passeia pelo Copam, que vai além da arquitetura, conta sobre seu olhar no elevado Costa e Silva, o Minhocão, e indica um café que está na rua Augusta. Confira a reportagem e o site especial do Morar
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Polícia prende suspeito de matar ex-namorada dançarina em SP
O representante comercial Anderson Rodrigues Leitão, 27, foi preso nesta quarta (4) por suspeita de matar a ex-namorada, a dançarina cearense Ana Carolina de Souza Vieira, 30, no apartamento dela, no Sacomã, na zona sul de São Paulo. A polícia afirmou que ele confessou o crime e disse que cometeu o homicídio por "ciúmes". Segundo o "SPTV", da TV Globo, o acusado tomou veneno de rato para morrer abraçado com a ex. Ele passou os últimos dois dias ao lado do corpo e chegou a pentear e maquiar a mulher. Também teria respondido mensagens que chegavam no celular dela como se fosse a jovem. O crime teria ocorrido na última segunda-feira (2). Leitão teria entrado no apartamento mesmo sem a permissão da ex-namorada, que já teria sofrido ameaças, segundo uma amiga relatou ao "SPTV". O acusado teria entrado no prédio após insistir com um porteiro, que havia sido avisado pela jovem para impedir o acusado de entrar. Leitão teria estrangulado a dançarina, e ficado com o corpo dela até esta quarta, quando deixou o prédio por volta das 10h. O corpo foi achado na cama, por um porteiro, após ter sentido mau cheiro vindo do apartamento e tentado abrir a porta, que estava destrancada. O suspeito teria acendido incensos para disfarçar o odor. No boletim de ocorrências, a profissão de Ana foi descrita como corretora de imóveis. Ela, porém, trabalhava como bailarina. É ex-dançarina da banda Aviões do Forró e participou, em junho, do concurso de bailarinas do programa "Domingão do Faustão", também da TV Globo.
cotidiano
Polícia prende suspeito de matar ex-namorada dançarina em SPO representante comercial Anderson Rodrigues Leitão, 27, foi preso nesta quarta (4) por suspeita de matar a ex-namorada, a dançarina cearense Ana Carolina de Souza Vieira, 30, no apartamento dela, no Sacomã, na zona sul de São Paulo. A polícia afirmou que ele confessou o crime e disse que cometeu o homicídio por "ciúmes". Segundo o "SPTV", da TV Globo, o acusado tomou veneno de rato para morrer abraçado com a ex. Ele passou os últimos dois dias ao lado do corpo e chegou a pentear e maquiar a mulher. Também teria respondido mensagens que chegavam no celular dela como se fosse a jovem. O crime teria ocorrido na última segunda-feira (2). Leitão teria entrado no apartamento mesmo sem a permissão da ex-namorada, que já teria sofrido ameaças, segundo uma amiga relatou ao "SPTV". O acusado teria entrado no prédio após insistir com um porteiro, que havia sido avisado pela jovem para impedir o acusado de entrar. Leitão teria estrangulado a dançarina, e ficado com o corpo dela até esta quarta, quando deixou o prédio por volta das 10h. O corpo foi achado na cama, por um porteiro, após ter sentido mau cheiro vindo do apartamento e tentado abrir a porta, que estava destrancada. O suspeito teria acendido incensos para disfarçar o odor. No boletim de ocorrências, a profissão de Ana foi descrita como corretora de imóveis. Ela, porém, trabalhava como bailarina. É ex-dançarina da banda Aviões do Forró e participou, em junho, do concurso de bailarinas do programa "Domingão do Faustão", também da TV Globo.
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Pizzolato é preso após Justiça italiana decidir por extradição
A Corte de Cassação da Itália decidiu extraditar Henrique Pizzolato, revertendo a vitória que o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil condenado no processo do mensalão obteve na primeira instância. Ele foi preso nesta quinta-feira (12). O Ministério do Interior italiano emitiu a ordem de prisão logo após a decisão da Corte de Cassação. A polícia chegou a considerá-lo foragido depois de não encontrá-lo em sua residência, mas o prendeu cerca de uma hora depois após o petista se apresentar ao quartel dos Carabinieri (a polícia italiana) de Maranello. Ele residia na região de Módena, norte da Itália. A polícia italiana afirma que vinha monitorando Pizzolato nos últimos dias. Ele chegou a passar mal na delegacia, quando se entregou. Ele teria tido um problema de pressão alta, segundo um dos policiais que estavam na delegacia, mas a polícia não considerou o episódio grave a ponto de levá-lo a um hospital. Veja fotos da prisão Agora, a partir da notificação do resultado do julgamento, o Ministério da Justiça italiano terá 20 dias –prorrogáveis por mais 25 dias– para decidir se o petista será ou não devolvido ao Brasil para cumprir a pena de 12 anos e 7 meses imposta no julgamento do mensalão. Por volta das 13h (10h DF), o petista foi transferido para o quartel central dos Carabinieri, em Módena. Lá, suas impressões digitais serão novamente colhidas e ele, fotografado. Depois, será transferido para a penitenciária de Sant'Anna, em Módena, onde deve aguardar até a decisão do Ministério da Justiça da Itália sobre sua extradição para o Brasil. Ao chegar à delegacia de Maranello, a mulher do petista, Andréa Eunice Haas, tentou agredir os repórteres fotográficos que estavam em frente ao prédio. Ao descer do carro para ver o marido, Andréa se voltou contra o fotógrafo brasileiro Alexandre Auler, que estava em frente ao prédio, desequilibrou-se e, ao se levantar, tentou agredir a socos o fotógrafo italiano Alessandro Fiocchi. Os golpes não o atingiram. No episódio, Haas gritava contra os policiais, acusando-os de terem avisado a imprensa da presença do marido na delegacia de Maranello. VIRADA Foi uma vitória do governo brasileiro e uma virada no curso do caso. Os cinco juízes do mais alto tribunal da Itália acolheram as garantias oferecidas de que Pizzolato não seria submetido a tortura nem que sua vida corresse risco em uma ala do complexo penitenciário da Papuda (DF). "Eu sempre confiei na Justiça italiana", disse à imprensa brasileira Michelli Gentiloni, advogado contratado pelo Brasil para acompanhar o caso. Em novembro, a Corte de Apelação de Bolonha recusou o pedido de extradição por entender que o Brasil não ofereceu garantias de seguranças mínimas ao condenado. A portas fechadas, os juízes ouviram nesta quarta-feira (11), durante uma hora, a argumentação dos dois advogados de Pizzolato, do representante da Procuradoria italiana e do advogado Gentiloni. Depois de uma pausa para almoço, os magistrados voltaram a se reunir para decidir sobre o caso. O argumento do governo brasileiro foi baseado na chamada teoria da concretude do risco –isto é, ao mesmo tempo em que o país admite que há problemas no sistema carcerário de maneira geral, convenceu que, no caso específico de Pizzolato, ele não vai correr risco ao cumprir a pena no mesmo pavilhão da Papuda onde outros mensaleiros estiveram presos. OUTRO LADO O advogado que defende Henrique Pizzolato na Itália, Alessandro Sivelli, disse por meio de nota à imprensa que recebeu com "estupor" a concessão da extradição de seu cliente pela Corte de Cassação de Roma sem que fossem apresentados "fatos novos". Ainda segundo o advogado, Pizzolato está disposto a enfrentar uma ação penal na Itália pelos mesmos crimes que foi condenado no Brasil no mensalão: peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O defensor de Pizzolato também disse que vai recorrer à Corte Europeia de Direitos Humanos e à Corte Europeia de Direitos Humanos e pedir ao Ministério da Justiça italiano que não envie Pizzolato ao Brasil. Ao final da audiência, mas horas antes da decisão dos magistrados, um dos advogados de Pizzolato, o italiano Emmanuelle Fragasso, foi irônico ao comentar que o petista estaria seguro na Papuda. "Tem que ver se a Papuda é uma colônia de férias ou se é uma penitenciária onde detentos foram mortos nos últimos anos", disse a jornalistas no saguão da sala da 6ª sessão penal, onde ocorreu o julgamento do recurso. Nesta quarta, a defesa de Pizzolato citou, pela primeira vez, a recusa do governo Lula de devolver o ex-terrorista Cesare Battisti à Itália- -um episódio que azedou a relação bilateral entre os dois países. "O caso do Battisti mostrou que não existe reciprocidade [possível com o Brasil]", afirmou Fragasso. ETAPA DEFINITIVA A decisão da Corte de Cassação é a etapa definitiva do caso no Judiciário italiano. Agora o Ministério da Justiça -que tem a última palavra sobre o caso- tem 20 dias para se pronunciar sobre o envio ou não do petista para cumprir pena no Brasil. Pizzolato, que tem dupla cidadania, fugiu do Brasil em setembro de 2013 e viveu clandestinamente na Europa usando documentos italianos emitidos em nome de um irmão morto em um acidente automobilístico em 1978. O ex-diretor de Marketing do BB afirma que se refugiou na Itália para evitar cumprir pena por uma condenação que alega ser injusta. Seu argumento é que foram ignoradas provas que apontavam sua inocência e que ele foi condenado em um "julgamento político" pelo STF (Supremo Tribunal Federal), sem direito a recorrer da sentença a um novo tribunal.
poder
Pizzolato é preso após Justiça italiana decidir por extradiçãoA Corte de Cassação da Itália decidiu extraditar Henrique Pizzolato, revertendo a vitória que o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil condenado no processo do mensalão obteve na primeira instância. Ele foi preso nesta quinta-feira (12). O Ministério do Interior italiano emitiu a ordem de prisão logo após a decisão da Corte de Cassação. A polícia chegou a considerá-lo foragido depois de não encontrá-lo em sua residência, mas o prendeu cerca de uma hora depois após o petista se apresentar ao quartel dos Carabinieri (a polícia italiana) de Maranello. Ele residia na região de Módena, norte da Itália. A polícia italiana afirma que vinha monitorando Pizzolato nos últimos dias. Ele chegou a passar mal na delegacia, quando se entregou. Ele teria tido um problema de pressão alta, segundo um dos policiais que estavam na delegacia, mas a polícia não considerou o episódio grave a ponto de levá-lo a um hospital. Veja fotos da prisão Agora, a partir da notificação do resultado do julgamento, o Ministério da Justiça italiano terá 20 dias –prorrogáveis por mais 25 dias– para decidir se o petista será ou não devolvido ao Brasil para cumprir a pena de 12 anos e 7 meses imposta no julgamento do mensalão. Por volta das 13h (10h DF), o petista foi transferido para o quartel central dos Carabinieri, em Módena. Lá, suas impressões digitais serão novamente colhidas e ele, fotografado. Depois, será transferido para a penitenciária de Sant'Anna, em Módena, onde deve aguardar até a decisão do Ministério da Justiça da Itália sobre sua extradição para o Brasil. Ao chegar à delegacia de Maranello, a mulher do petista, Andréa Eunice Haas, tentou agredir os repórteres fotográficos que estavam em frente ao prédio. Ao descer do carro para ver o marido, Andréa se voltou contra o fotógrafo brasileiro Alexandre Auler, que estava em frente ao prédio, desequilibrou-se e, ao se levantar, tentou agredir a socos o fotógrafo italiano Alessandro Fiocchi. Os golpes não o atingiram. No episódio, Haas gritava contra os policiais, acusando-os de terem avisado a imprensa da presença do marido na delegacia de Maranello. VIRADA Foi uma vitória do governo brasileiro e uma virada no curso do caso. Os cinco juízes do mais alto tribunal da Itália acolheram as garantias oferecidas de que Pizzolato não seria submetido a tortura nem que sua vida corresse risco em uma ala do complexo penitenciário da Papuda (DF). "Eu sempre confiei na Justiça italiana", disse à imprensa brasileira Michelli Gentiloni, advogado contratado pelo Brasil para acompanhar o caso. Em novembro, a Corte de Apelação de Bolonha recusou o pedido de extradição por entender que o Brasil não ofereceu garantias de seguranças mínimas ao condenado. A portas fechadas, os juízes ouviram nesta quarta-feira (11), durante uma hora, a argumentação dos dois advogados de Pizzolato, do representante da Procuradoria italiana e do advogado Gentiloni. Depois de uma pausa para almoço, os magistrados voltaram a se reunir para decidir sobre o caso. O argumento do governo brasileiro foi baseado na chamada teoria da concretude do risco –isto é, ao mesmo tempo em que o país admite que há problemas no sistema carcerário de maneira geral, convenceu que, no caso específico de Pizzolato, ele não vai correr risco ao cumprir a pena no mesmo pavilhão da Papuda onde outros mensaleiros estiveram presos. OUTRO LADO O advogado que defende Henrique Pizzolato na Itália, Alessandro Sivelli, disse por meio de nota à imprensa que recebeu com "estupor" a concessão da extradição de seu cliente pela Corte de Cassação de Roma sem que fossem apresentados "fatos novos". Ainda segundo o advogado, Pizzolato está disposto a enfrentar uma ação penal na Itália pelos mesmos crimes que foi condenado no Brasil no mensalão: peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O defensor de Pizzolato também disse que vai recorrer à Corte Europeia de Direitos Humanos e à Corte Europeia de Direitos Humanos e pedir ao Ministério da Justiça italiano que não envie Pizzolato ao Brasil. Ao final da audiência, mas horas antes da decisão dos magistrados, um dos advogados de Pizzolato, o italiano Emmanuelle Fragasso, foi irônico ao comentar que o petista estaria seguro na Papuda. "Tem que ver se a Papuda é uma colônia de férias ou se é uma penitenciária onde detentos foram mortos nos últimos anos", disse a jornalistas no saguão da sala da 6ª sessão penal, onde ocorreu o julgamento do recurso. Nesta quarta, a defesa de Pizzolato citou, pela primeira vez, a recusa do governo Lula de devolver o ex-terrorista Cesare Battisti à Itália- -um episódio que azedou a relação bilateral entre os dois países. "O caso do Battisti mostrou que não existe reciprocidade [possível com o Brasil]", afirmou Fragasso. ETAPA DEFINITIVA A decisão da Corte de Cassação é a etapa definitiva do caso no Judiciário italiano. Agora o Ministério da Justiça -que tem a última palavra sobre o caso- tem 20 dias para se pronunciar sobre o envio ou não do petista para cumprir pena no Brasil. Pizzolato, que tem dupla cidadania, fugiu do Brasil em setembro de 2013 e viveu clandestinamente na Europa usando documentos italianos emitidos em nome de um irmão morto em um acidente automobilístico em 1978. O ex-diretor de Marketing do BB afirma que se refugiou na Itália para evitar cumprir pena por uma condenação que alega ser injusta. Seu argumento é que foram ignoradas provas que apontavam sua inocência e que ele foi condenado em um "julgamento político" pelo STF (Supremo Tribunal Federal), sem direito a recorrer da sentença a um novo tribunal.
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Autoridade chinesa diz que 6,5% é piso para crescimento anual até 2020
A China está fazendo da taxa de 6,5% um piso ou nível mínimo para o crescimento econômico anual entre 2016 e 2020, afirmou nesta segunda-feira (9) uma autoridade sênior do país, acrescentando que o número será uma base para determinar a meta para o período. A meta de crescimento econômico ainda não foi fixada, pois precisa ser aprovada pelo Congresso, disse Yang Weimin, vice-ministro do Gabinete do Grupo Central de Assuntos Financeiros e Econômicos, em entrevista à imprensa em Pequim. O Congresso realiza uma reunião anual de autoridades em março, que determina metas econômicas para o ano. "O número de 6,5%, por si só, não é uma meta. Nós ainda precisamos esperar até março para determinar a meta final", disse Yang. O presidente da China, Xi Jinping, disse na semana passada que o país precisa manter o crescimento econômico anual de ao menos 6,5% nos próximos cinco anos para alcançar o objetivo de dobrar o PIB (Produto Interno Bruto) e a renda per capita de 2010 até 2020. A economia chinesa cresceu 6,9% entre julho e setembro em relação a um ano antes, ficando abaixo dos 7% pela primeira vez desde a crise financeira global, embora alguns observadores do mercado acreditem que as taxas reais de crescimento sejam muito mais fracas do que os números do governo sugerem. Os planos de reforma fiscal da China também serão ajustados de acordo com as condições nos próximos cinco anos, incluindo deixar o que o governo tenham mais obrigações de gastos, reduzindo a necessidade de que governos locais tomem emprestado fortemente ou vendam terra para levantar receita para serviços sociais, completou Yang.
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Autoridade chinesa diz que 6,5% é piso para crescimento anual até 2020A China está fazendo da taxa de 6,5% um piso ou nível mínimo para o crescimento econômico anual entre 2016 e 2020, afirmou nesta segunda-feira (9) uma autoridade sênior do país, acrescentando que o número será uma base para determinar a meta para o período. A meta de crescimento econômico ainda não foi fixada, pois precisa ser aprovada pelo Congresso, disse Yang Weimin, vice-ministro do Gabinete do Grupo Central de Assuntos Financeiros e Econômicos, em entrevista à imprensa em Pequim. O Congresso realiza uma reunião anual de autoridades em março, que determina metas econômicas para o ano. "O número de 6,5%, por si só, não é uma meta. Nós ainda precisamos esperar até março para determinar a meta final", disse Yang. O presidente da China, Xi Jinping, disse na semana passada que o país precisa manter o crescimento econômico anual de ao menos 6,5% nos próximos cinco anos para alcançar o objetivo de dobrar o PIB (Produto Interno Bruto) e a renda per capita de 2010 até 2020. A economia chinesa cresceu 6,9% entre julho e setembro em relação a um ano antes, ficando abaixo dos 7% pela primeira vez desde a crise financeira global, embora alguns observadores do mercado acreditem que as taxas reais de crescimento sejam muito mais fracas do que os números do governo sugerem. Os planos de reforma fiscal da China também serão ajustados de acordo com as condições nos próximos cinco anos, incluindo deixar o que o governo tenham mais obrigações de gastos, reduzindo a necessidade de que governos locais tomem emprestado fortemente ou vendam terra para levantar receita para serviços sociais, completou Yang.
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É errado abater animais, mesmo que com tratamento 'humanizado'
O saber convencional do Ocidente quanto à ética animal é que matar um bicho não é problema; o problema está em fazê-lo sofrer. Desde que o tenhamos tratado, e conduzido seu abate, de forma "humana", nada teremos feito de errado. Um exemplo convincente de tal crença é oferecido por cães e gatos, animais aos quais a cultura ocidental confere valor especial. Se alguém causa sofrimento a uma dessas criaturas, a pessoa é execrada. Mas cachorros e gatos indesejados são rotineiramente "colocados para dormir" —abatidos— em abrigos, por meio de uma injeção de pentobarbital sódico. E a maioria das pessoas não se opõe a isso desde que o processo seja ministrado de forma devida, por uma pessoa treinada, e que sofrimento não seja infligido ao bicho. Por que acreditamos que matar animais não seja moralmente errado em si? Por que acreditamos que a morte de criaturas não humanas não é um mal? Antes do século 19, bichos eram em geral considerados coisas. Nem o nosso uso nem o tratamento dado a eles tinha importância moral ou legal. Podíamos ter obrigações referentes a animais, como a de não causar danos à vaca do vizinho. Mas a obrigação era em relação ao vizinho proprietário da vaca, e não com a vaca. Dizer que pensávamos nos animais como coisas não quer dizer que negássemos serem eles sencientes, ou conscientes em termos subjetivos, e que têm interesse em não experimentar dor, sofrimento ou perturbação. Mas acreditávamos que podíamos ignorar tais interesses, porque os bichos seriam inferiores. Tínhamos o poder de raciocinar, e eles não. Éramos capazes de usar comunicação simbólica, e eles não. No século 19, houve uma mudança de paradigma, e a teoria do bem-estar animal surgiu. Em um período relativamente curto, se considerarmos a lentidão com a qual grandes mudanças de pensamento costumam ocorrer, nós passamos a afirmar que rejeitávamos a ideia de animais como coisas e adotamos a ideia de que eles tinham valor moral. SOFRIMENTO Papel importante nessa mudança de paradigma foi desempenhado pelo advogado e filósofo Jeremy Bentham, que argumentou em 1789 que, embora um cavalo ou cachorro adulto fosse mais racional e mais capaz de se comunicar do que um bebê humano, "a questão não é se eles podem raciocinar nem se eles podem falar, mas, sim, se eles podem sofrer". Bentham afirmava que o fato de os bichos serem cognitivamente diferentes dos humanos —que tivessem mentes de tipo diferente— não significava que o sofrimento deles não importava em termos morais. O filósofo argumentava que, moralmente, não havia justificativa para ignorar seu sofrimento por causa de sua espécie, da mesma maneira que não havia justificativa para ignorar o sofrimento dos escravos com base na cor de sua pele. Mas Bentham não advogava deixarmos de usar animais como bens, apesar de defender a abolição da escravidão humana. Ele sustentava que era moralmente aceitável usar e matar outras espécies para os propósitos humanos, desde que as tratássemos bem. De acordo com Bentham, os bichos vivem no presente e não estão cientes do que perdem quando tiramos suas vidas. Se os matamos e comemos, "isso nos beneficia e não os prejudica. Eles não sofrem das prolongadas antecipações de futuras misérias que nós sofremos". Bentham sustentava que fazíamos um favor aos animais ao matá-los, desde que o fizéssemos de maneira relativamente indolor. "A morte que eles sofrem por nossas mãos comumente é e sempre será mais rápida, e por isso menos dolorosa, do que aquela que os aguardaria no inevitável curso da natureza... Que eles continuassem vivendo pioraria a nossa situação, e a situação deles não piora por estarem mortos". Em outras palavras, a vaca não se incomoda que a matemos e comamos; incomoda-se apenas com a maneira pela qual a tratamos e matamos, e seu único interesse é não sofrer. E é exatamente nisso que a maioria de nós acredita hoje. Matar bichos não é o problema. O problema é fazê-los sofrer. Se lhes propiciarmos uma vida razoavelmente agradável e uma morte razoavelmente indolor, nada teremos feito de errado. É interessante que as posições de Bentham tenham sido endossadas por Peter Singer, que baseia diretamente no filósofo a posição que articula em "Animal Liberation" (1975). Singer afirma que "a ausência de alguma forma de continuidade mental" torna difícil compreender por que matar um animal não é "compensado pela criação de um novo animal que levará vida igualmente agradável". Acreditamos que essa posição seja incorreta. CAPACIDADE DE SENTIR Dizer que um ser senciente —qualquer ser senciente— não é prejudicado por ser morto é decididamente estranho. A capacidade de sentir não é algo que se desenvolveu para ser um fim em si mesma. Na verdade, ela é um traço que permite aos seres identificar situações nas quais sua sobrevivência esteja ameaçada. Ou seja, ser senciente é algo que permite a existência continuada. Seres sencientes, porque são sencientes, têm interesse em continuar vivos; ou seja, eles preferem, querem ou desejam continuar vivos. A existência continuada é de seu interesse. Portanto, dizer que um ser senciente não é prejudicado pela morte nega que esse ser tenha o exato interesse que sua capacidade senciente serve para perpetuar. Seria análogo afirmar que um ser dotado de olhos não tem interesse em continuar vendo, ou que cegá-lo não o prejudicaria. Animais apanhados em armadilhas usam as presas para amputar as próprias patas, causando-se imenso sofrimento a fim de continuarem vivos. Singer reconhece que "um animal pode lutar contra uma ameaça à sua vida", mas concluiu que isso não significa que o animal tenha a continuidade mental necessária para ter um senso de identidade. Esse argumento gera uma questão automática, no entanto, por presumir que a única maneira pela qual um animal pode ser autoconsciente é a maneira autobiográfica que usualmente associamos a seres humanos adultos. Essa é certamente uma forma de autoconsciência, mas não a única. Como apontou o biólogo Donald Griffin, um dos mais importantes etnólogos cognitivos do século 20, é arbitrário negar que os animais tenham alguma forma de autoconsciência, dado o fato de que animais que são conscientes em termos perceptivos devem ter consciência de seus corpos e ações —e devem vê-los como diferentes dos corpos e ações de outros animais. Mesmo se criaturas de outra espécie viverem no "eterno presente" em que Bentham e Singer acreditam que vivam, isso não significa que não sejam autoconscientes ou que não tenham interesse em uma existência continuada. Os bichos ainda teriam consciência de si mesmos a cada instante do tempo, e teriam interesse em perpetuar essa consciência; teriam interesse em chegar ao próximo segundo de consciência. Seres humanos que sofrem de uma modalidade específica de amnésia podem perder acesso a memórias, ou a capacidade de pensar sobre o futuro coerentemente, mas isso não significa que não sejam autoconscientes a cada momento, ou que o fim dessa autoconsciência não seria um mal. É hora de repensar essa questão. Se vamos matar um bicho —por mais indolor que seja o método— como questão moral, talvez isso deva nos levar a pensar mais se o uso dos animais é moralmente justificável, e não apenas se o seu tratamento é ou não "humano". Porque os animais são propriedades, e em geral só protegemos os interesses dos animais se o custo/benefício da proteção nos interessa, é uma fantasia imaginar que tratamento "humano" seja um ideal atingível, de qualquer forma. Assim, se levarmos a sério os interesses dos animais, realmente não podemos separar a reflexão sobre a moralidade de usá-los da reflexão sobre o tratamento que damos a eles. ANNA E. CHARLTON é professora adjunta de direito na Universidade Rutgers (EUA) e cofundadora da Clínica Rutgers de Leis de Direitos Animais. Seu mais recente livro, coescrito com Gary Francione, é "Animal Rights: The Abolitionist Approach" (2015). GARY L. FRANCIONE é professor de direito na Universidade Rutgers, onde leciona sobre teoria e leis dos direitos dos animais, e professor honorário da Universidade de East Anglia (Reino Unido). Seu mais recente livro, coescrito com Anna Charlton, é "Animal Rights: The Abolitionist Approach" (2015). Tradução de PAULO MIGLIACCI
ilustrissima
É errado abater animais, mesmo que com tratamento 'humanizado'O saber convencional do Ocidente quanto à ética animal é que matar um bicho não é problema; o problema está em fazê-lo sofrer. Desde que o tenhamos tratado, e conduzido seu abate, de forma "humana", nada teremos feito de errado. Um exemplo convincente de tal crença é oferecido por cães e gatos, animais aos quais a cultura ocidental confere valor especial. Se alguém causa sofrimento a uma dessas criaturas, a pessoa é execrada. Mas cachorros e gatos indesejados são rotineiramente "colocados para dormir" —abatidos— em abrigos, por meio de uma injeção de pentobarbital sódico. E a maioria das pessoas não se opõe a isso desde que o processo seja ministrado de forma devida, por uma pessoa treinada, e que sofrimento não seja infligido ao bicho. Por que acreditamos que matar animais não seja moralmente errado em si? Por que acreditamos que a morte de criaturas não humanas não é um mal? Antes do século 19, bichos eram em geral considerados coisas. Nem o nosso uso nem o tratamento dado a eles tinha importância moral ou legal. Podíamos ter obrigações referentes a animais, como a de não causar danos à vaca do vizinho. Mas a obrigação era em relação ao vizinho proprietário da vaca, e não com a vaca. Dizer que pensávamos nos animais como coisas não quer dizer que negássemos serem eles sencientes, ou conscientes em termos subjetivos, e que têm interesse em não experimentar dor, sofrimento ou perturbação. Mas acreditávamos que podíamos ignorar tais interesses, porque os bichos seriam inferiores. Tínhamos o poder de raciocinar, e eles não. Éramos capazes de usar comunicação simbólica, e eles não. No século 19, houve uma mudança de paradigma, e a teoria do bem-estar animal surgiu. Em um período relativamente curto, se considerarmos a lentidão com a qual grandes mudanças de pensamento costumam ocorrer, nós passamos a afirmar que rejeitávamos a ideia de animais como coisas e adotamos a ideia de que eles tinham valor moral. SOFRIMENTO Papel importante nessa mudança de paradigma foi desempenhado pelo advogado e filósofo Jeremy Bentham, que argumentou em 1789 que, embora um cavalo ou cachorro adulto fosse mais racional e mais capaz de se comunicar do que um bebê humano, "a questão não é se eles podem raciocinar nem se eles podem falar, mas, sim, se eles podem sofrer". Bentham afirmava que o fato de os bichos serem cognitivamente diferentes dos humanos —que tivessem mentes de tipo diferente— não significava que o sofrimento deles não importava em termos morais. O filósofo argumentava que, moralmente, não havia justificativa para ignorar seu sofrimento por causa de sua espécie, da mesma maneira que não havia justificativa para ignorar o sofrimento dos escravos com base na cor de sua pele. Mas Bentham não advogava deixarmos de usar animais como bens, apesar de defender a abolição da escravidão humana. Ele sustentava que era moralmente aceitável usar e matar outras espécies para os propósitos humanos, desde que as tratássemos bem. De acordo com Bentham, os bichos vivem no presente e não estão cientes do que perdem quando tiramos suas vidas. Se os matamos e comemos, "isso nos beneficia e não os prejudica. Eles não sofrem das prolongadas antecipações de futuras misérias que nós sofremos". Bentham sustentava que fazíamos um favor aos animais ao matá-los, desde que o fizéssemos de maneira relativamente indolor. "A morte que eles sofrem por nossas mãos comumente é e sempre será mais rápida, e por isso menos dolorosa, do que aquela que os aguardaria no inevitável curso da natureza... Que eles continuassem vivendo pioraria a nossa situação, e a situação deles não piora por estarem mortos". Em outras palavras, a vaca não se incomoda que a matemos e comamos; incomoda-se apenas com a maneira pela qual a tratamos e matamos, e seu único interesse é não sofrer. E é exatamente nisso que a maioria de nós acredita hoje. Matar bichos não é o problema. O problema é fazê-los sofrer. Se lhes propiciarmos uma vida razoavelmente agradável e uma morte razoavelmente indolor, nada teremos feito de errado. É interessante que as posições de Bentham tenham sido endossadas por Peter Singer, que baseia diretamente no filósofo a posição que articula em "Animal Liberation" (1975). Singer afirma que "a ausência de alguma forma de continuidade mental" torna difícil compreender por que matar um animal não é "compensado pela criação de um novo animal que levará vida igualmente agradável". Acreditamos que essa posição seja incorreta. CAPACIDADE DE SENTIR Dizer que um ser senciente —qualquer ser senciente— não é prejudicado por ser morto é decididamente estranho. A capacidade de sentir não é algo que se desenvolveu para ser um fim em si mesma. Na verdade, ela é um traço que permite aos seres identificar situações nas quais sua sobrevivência esteja ameaçada. Ou seja, ser senciente é algo que permite a existência continuada. Seres sencientes, porque são sencientes, têm interesse em continuar vivos; ou seja, eles preferem, querem ou desejam continuar vivos. A existência continuada é de seu interesse. Portanto, dizer que um ser senciente não é prejudicado pela morte nega que esse ser tenha o exato interesse que sua capacidade senciente serve para perpetuar. Seria análogo afirmar que um ser dotado de olhos não tem interesse em continuar vendo, ou que cegá-lo não o prejudicaria. Animais apanhados em armadilhas usam as presas para amputar as próprias patas, causando-se imenso sofrimento a fim de continuarem vivos. Singer reconhece que "um animal pode lutar contra uma ameaça à sua vida", mas concluiu que isso não significa que o animal tenha a continuidade mental necessária para ter um senso de identidade. Esse argumento gera uma questão automática, no entanto, por presumir que a única maneira pela qual um animal pode ser autoconsciente é a maneira autobiográfica que usualmente associamos a seres humanos adultos. Essa é certamente uma forma de autoconsciência, mas não a única. Como apontou o biólogo Donald Griffin, um dos mais importantes etnólogos cognitivos do século 20, é arbitrário negar que os animais tenham alguma forma de autoconsciência, dado o fato de que animais que são conscientes em termos perceptivos devem ter consciência de seus corpos e ações —e devem vê-los como diferentes dos corpos e ações de outros animais. Mesmo se criaturas de outra espécie viverem no "eterno presente" em que Bentham e Singer acreditam que vivam, isso não significa que não sejam autoconscientes ou que não tenham interesse em uma existência continuada. Os bichos ainda teriam consciência de si mesmos a cada instante do tempo, e teriam interesse em perpetuar essa consciência; teriam interesse em chegar ao próximo segundo de consciência. Seres humanos que sofrem de uma modalidade específica de amnésia podem perder acesso a memórias, ou a capacidade de pensar sobre o futuro coerentemente, mas isso não significa que não sejam autoconscientes a cada momento, ou que o fim dessa autoconsciência não seria um mal. É hora de repensar essa questão. Se vamos matar um bicho —por mais indolor que seja o método— como questão moral, talvez isso deva nos levar a pensar mais se o uso dos animais é moralmente justificável, e não apenas se o seu tratamento é ou não "humano". Porque os animais são propriedades, e em geral só protegemos os interesses dos animais se o custo/benefício da proteção nos interessa, é uma fantasia imaginar que tratamento "humano" seja um ideal atingível, de qualquer forma. Assim, se levarmos a sério os interesses dos animais, realmente não podemos separar a reflexão sobre a moralidade de usá-los da reflexão sobre o tratamento que damos a eles. ANNA E. CHARLTON é professora adjunta de direito na Universidade Rutgers (EUA) e cofundadora da Clínica Rutgers de Leis de Direitos Animais. Seu mais recente livro, coescrito com Gary Francione, é "Animal Rights: The Abolitionist Approach" (2015). GARY L. FRANCIONE é professor de direito na Universidade Rutgers, onde leciona sobre teoria e leis dos direitos dos animais, e professor honorário da Universidade de East Anglia (Reino Unido). Seu mais recente livro, coescrito com Anna Charlton, é "Animal Rights: The Abolitionist Approach" (2015). Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Fotógrafo registra as 'ilhas encantadas' de Fernando de Noronha e Galápagos
O fotógrafo equatoriano radicado no Brasil Fernando Chiriboga, 38, lançou o livro 'Ilhas Encantadas - Fernando de Noronha e Galápagos' com imagens dos dois lugares (ed. Inti, R$ 120). "Sempre quis unir Equador e Brasil, os países da minha história" conta ele. Nascido em Quito, ele chegou ao Brasil em 1985 com o objetivo de estudar arquitetura na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal, onde reside até hoje. Apaixonado pela natureza e pelos animais, suas imagens retratam as belezas das ilhas paradisíacas do Brasil e Equador. "Desde criança sinto uma indescritível satisfação quando tenho a oportunidade de estar em contato íntimo com a natureza, com os animais em seu ambiente natural, com as árvores, com as montanhas, com o mar. Isso determinou a minha escolha, a de homenagear os dois países através dos seus famosos arquipélagos, que guardam entre si algumas semelhanças, como a origem vulcânica, a natureza exuberante e o forte sentido da preservação ambiental." Confira as fotos: Veja outras edições do Álbum de Viagem: Índia, por Inácio Rozeira Ilha Formentera, por Cassiana Der Haroutiounian "Chuva fora do lugar", por Davilym Dourado Paraná, por Gabriel Cabral Flórida, por Frâncio de Holanda Salvador, por Moacyr Lopes Junior Uruguai, por Keiny Andrade Nova York, por Danilo Verpa Nordeste, por Araquém Alcântara Andes, por Gustavo Epifanio Belém, por Francisco Cepeda Cotidiano baiano, por Akira Cravo Caça aos rinocerontes, por Érico Hiller Nordeste, por Ricardo Borges Paris, por Antonello Veneri Animais selvagens, por Mario Haberfeld Nova York, por Daniel Marenco Califórnia, por Edilson Dantas Peru, por Fabiano Silva Ilha de Marajó, por Zé Carlos Barretta
turismo
Fotógrafo registra as 'ilhas encantadas' de Fernando de Noronha e GalápagosO fotógrafo equatoriano radicado no Brasil Fernando Chiriboga, 38, lançou o livro 'Ilhas Encantadas - Fernando de Noronha e Galápagos' com imagens dos dois lugares (ed. Inti, R$ 120). "Sempre quis unir Equador e Brasil, os países da minha história" conta ele. Nascido em Quito, ele chegou ao Brasil em 1985 com o objetivo de estudar arquitetura na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal, onde reside até hoje. Apaixonado pela natureza e pelos animais, suas imagens retratam as belezas das ilhas paradisíacas do Brasil e Equador. "Desde criança sinto uma indescritível satisfação quando tenho a oportunidade de estar em contato íntimo com a natureza, com os animais em seu ambiente natural, com as árvores, com as montanhas, com o mar. Isso determinou a minha escolha, a de homenagear os dois países através dos seus famosos arquipélagos, que guardam entre si algumas semelhanças, como a origem vulcânica, a natureza exuberante e o forte sentido da preservação ambiental." Confira as fotos: Veja outras edições do Álbum de Viagem: Índia, por Inácio Rozeira Ilha Formentera, por Cassiana Der Haroutiounian "Chuva fora do lugar", por Davilym Dourado Paraná, por Gabriel Cabral Flórida, por Frâncio de Holanda Salvador, por Moacyr Lopes Junior Uruguai, por Keiny Andrade Nova York, por Danilo Verpa Nordeste, por Araquém Alcântara Andes, por Gustavo Epifanio Belém, por Francisco Cepeda Cotidiano baiano, por Akira Cravo Caça aos rinocerontes, por Érico Hiller Nordeste, por Ricardo Borges Paris, por Antonello Veneri Animais selvagens, por Mario Haberfeld Nova York, por Daniel Marenco Califórnia, por Edilson Dantas Peru, por Fabiano Silva Ilha de Marajó, por Zé Carlos Barretta
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Em 'A Terceira Margem' mundo branco e indígena se opõem
Em "A Terceira Margem", de Fabian Remy, a primeira imagem que vemos é uma saudação à natureza. O azul do céu que ocupa boa parte do quadro, na horizontal, quase encontra o azul da água. Entre eles, uma pequena faixa com o verde das árvores e um fiapo de areia. Mais tarde entendemos que essa imagem representa dois mundos distintos. Antes encontramos Funi-ô Thiní-á, índio que deixou sua tribo aos 15 anos para viver na cidade grande. Ele volta à região onde nasceu para nos mostrar a história de João Kramura, branco roubado de seus pais na infância e criado entre os índios caiapós. Temos o embate entre dois mundos, o indígena e o capitalista burguês, tema que já rendeu, no cinema americano, ficções importantes como "Renegando O Meu Sangue" (1957), de Samuel Fuller, ou "Pequeno Grande Homem" (1970), de Arthur Penn. No Brasil, esse embate é o mote de um interessante e irregular longa amazonense recente, "Antes o Tempo Não Acabava" (2016), de Sérgio Andrade e Fábio Baldo. Fabian Remy prefere o caminho documental, menos sujeito a intempéries. Sua câmera flagra conversas do filho pródigo com os que ficaram, ou as cerimônias e os costumes que Thiní-á testemunha. Imagens de 1953, do encontro dos irmãos indigenistas Villas Boas com o jovem João Kramura, fornecem a base histórica sobre a qual o filme irá se debruçar em sucintos 57 minutos. João Kramura morreu. Sua história é, portanto, investigada por Thiní-á, este também num processo de redescobrimento de sua própria história. Podemos questionar a segurança com a qual o diretor construiu seu relato. Com uma estrutura pouco inventiva, o filme por vezes parece estar em uma redoma que praticamente afasta qualquer possibilidade de risco. Mas é um pouco por essa segurança que a história desses dois homens apartados de suas raízes é mais bem apreendida pelo espectador. Se não há risco, há alguma força nesse didatismo. É o suficiente para que "A Terceira Margem" seja um documentário acima da média no cenário contemporâneo brasileiro. * A TERCEIRA MARGEM DIREÇÃO: Fabian Remy PRODUÇÃO: Brasil, 2016, livre QUANDO: em São Paulo: sex. (21/4), às 21h, no Cinearte; sáb. (22/4), às 22h, no Reserva Cultural; no Rio: dom. (23/4), às 21h, e seg. (24/4), às 14h, no Espaço Itaú Botafogo
ilustrada
Em 'A Terceira Margem' mundo branco e indígena se opõemEm "A Terceira Margem", de Fabian Remy, a primeira imagem que vemos é uma saudação à natureza. O azul do céu que ocupa boa parte do quadro, na horizontal, quase encontra o azul da água. Entre eles, uma pequena faixa com o verde das árvores e um fiapo de areia. Mais tarde entendemos que essa imagem representa dois mundos distintos. Antes encontramos Funi-ô Thiní-á, índio que deixou sua tribo aos 15 anos para viver na cidade grande. Ele volta à região onde nasceu para nos mostrar a história de João Kramura, branco roubado de seus pais na infância e criado entre os índios caiapós. Temos o embate entre dois mundos, o indígena e o capitalista burguês, tema que já rendeu, no cinema americano, ficções importantes como "Renegando O Meu Sangue" (1957), de Samuel Fuller, ou "Pequeno Grande Homem" (1970), de Arthur Penn. No Brasil, esse embate é o mote de um interessante e irregular longa amazonense recente, "Antes o Tempo Não Acabava" (2016), de Sérgio Andrade e Fábio Baldo. Fabian Remy prefere o caminho documental, menos sujeito a intempéries. Sua câmera flagra conversas do filho pródigo com os que ficaram, ou as cerimônias e os costumes que Thiní-á testemunha. Imagens de 1953, do encontro dos irmãos indigenistas Villas Boas com o jovem João Kramura, fornecem a base histórica sobre a qual o filme irá se debruçar em sucintos 57 minutos. João Kramura morreu. Sua história é, portanto, investigada por Thiní-á, este também num processo de redescobrimento de sua própria história. Podemos questionar a segurança com a qual o diretor construiu seu relato. Com uma estrutura pouco inventiva, o filme por vezes parece estar em uma redoma que praticamente afasta qualquer possibilidade de risco. Mas é um pouco por essa segurança que a história desses dois homens apartados de suas raízes é mais bem apreendida pelo espectador. Se não há risco, há alguma força nesse didatismo. É o suficiente para que "A Terceira Margem" seja um documentário acima da média no cenário contemporâneo brasileiro. * A TERCEIRA MARGEM DIREÇÃO: Fabian Remy PRODUÇÃO: Brasil, 2016, livre QUANDO: em São Paulo: sex. (21/4), às 21h, no Cinearte; sáb. (22/4), às 22h, no Reserva Cultural; no Rio: dom. (23/4), às 21h, e seg. (24/4), às 14h, no Espaço Itaú Botafogo
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Osorio defende Ganso das vaias, mas reprova comportamento do meia
Paulo Henrique Ganso foi vaiado pelo público no Morumbi ao ser substituiu por Boschilia. Irritado, não cumprimentou o técnico Juan Carlos Osorio e ainda chutou um copo d'água que estava perto. Isso tudo em um domingo (12) que o São Paulo venceu o Coritiba por 3 a 1, pelo Brasileiro. "Não concordo com as vaias da torcida para o Paulo Henrique. Não concordo com ninguém [que criticou a atuação do meia]. Nossa torcida deve apoiar o time e não agredir os jogadores", disse o técnico Juan Carlos Osorio, defendendo Ganso das vaias. Já quando questionado sobre a atitude de Ganso ao deixar o campo, Osorio disse que vai ter uma conversa particular com o camisa 10 na quarta-feira (15), quando o time retornará aos treinos. Veja vídeo "Sinceramente, a atitude dele não é algo que me incomoda e me perturba. Entendo que o jogador está de cabeça quente, com a adrenalina alta e não que deixar o campo. Comigo não há problema. Mas entendo que a atitude dele não é boa para o coletivo", disse o treinador. Osorio também foi perguntando como avalia atitudes como a de Ganso no futebol brasileiro. Recentemente, outros dois jogadores tiveram atitudes parecidas. O meia Michel Bastos reclamou ao ser substituído contra o Fluminense e, no mesmo jogo, Centuríon reclamou de ter entrado em campo apenas nos minutos finais do confronto, no Morumbi. "Concordo [com o repórter]. Há falta de espírito coletivo entre os jogadores. Não tomo como uma situação pessoal contra mim. Mas falta respeito ao companheiro que entra no jogo. Por isso vou conversar com o Ganso na quarta-feira [15]", disse Osorio.
esporte
Osorio defende Ganso das vaias, mas reprova comportamento do meiaPaulo Henrique Ganso foi vaiado pelo público no Morumbi ao ser substituiu por Boschilia. Irritado, não cumprimentou o técnico Juan Carlos Osorio e ainda chutou um copo d'água que estava perto. Isso tudo em um domingo (12) que o São Paulo venceu o Coritiba por 3 a 1, pelo Brasileiro. "Não concordo com as vaias da torcida para o Paulo Henrique. Não concordo com ninguém [que criticou a atuação do meia]. Nossa torcida deve apoiar o time e não agredir os jogadores", disse o técnico Juan Carlos Osorio, defendendo Ganso das vaias. Já quando questionado sobre a atitude de Ganso ao deixar o campo, Osorio disse que vai ter uma conversa particular com o camisa 10 na quarta-feira (15), quando o time retornará aos treinos. Veja vídeo "Sinceramente, a atitude dele não é algo que me incomoda e me perturba. Entendo que o jogador está de cabeça quente, com a adrenalina alta e não que deixar o campo. Comigo não há problema. Mas entendo que a atitude dele não é boa para o coletivo", disse o treinador. Osorio também foi perguntando como avalia atitudes como a de Ganso no futebol brasileiro. Recentemente, outros dois jogadores tiveram atitudes parecidas. O meia Michel Bastos reclamou ao ser substituído contra o Fluminense e, no mesmo jogo, Centuríon reclamou de ter entrado em campo apenas nos minutos finais do confronto, no Morumbi. "Concordo [com o repórter]. Há falta de espírito coletivo entre os jogadores. Não tomo como uma situação pessoal contra mim. Mas falta respeito ao companheiro que entra no jogo. Por isso vou conversar com o Ganso na quarta-feira [15]", disse Osorio.
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'Ivete é minha única amiga no mundo artístico', diz Xuxa no Carnaval
Perto de um córrego que fede a esgoto na concentração da Sapucaí, Xuxa dá um gritinho olhando para o celular. "Oi, amooor!" É Sasha, de Nova York, onde mora, que fala com a mãe por vídeo. A apresentadora está prestes a desfilar pela Grande Rio, na homenagem a Ivete Sangalo, no domingo (26). * "Olha, Sassá, como eu tô, ó. Viu? Tô de Eva. Viu?" Manda um beijo, desliga. E conversa com a coluna. Você não vem à Sapucaí há muito tempo. Não gosto mais de Carnaval. Porque o Carnaval é a melhor festa para a minha mãe e como ela agora não tá mais curtindo, eu deixei de... Hoje ela está acamada [com mal de Parkinson], não fala, não anda, não vê direito mais as coisas. Ela via todas as escolas. Meu pai também tá no hospital. Só tô vindo por causa dela [Ivete]. Viu o caso de agressão envolvendo o cantor Victor? A gente não sabe muito sobre o assunto, sabe o que está lendo. E o que eu falei com ele... Eu só dei força. Ele sabe que, se quiser a minha ajuda, vai ter. Será que a Globo vai mostrar você? Acho que não [rindo]. [A emissora mostrou a apresentadora por 8 segundos durante o desfile.] E como você se sente? [Ri e dá de ombros] 28 anos guardados. Guardados, numa caixinha. "Chateada" não é a palavra. Eu respeito. A plateia deve vibrar com você. Tu acredita nisso? Hoje o dia é só dela. Eu tô aqui para ela. Tenho paixão. É minha única amiga no mundo artístico. Porque é um querendo derrubar o outro. Já se insinuou que vocês até tiveram um caso. [A assessora interrompe: "Ah, pelo amor de Deus...!"] Deixa ele perguntar, uai [risos]. Ivete já respondeu, de uma maneira que eu não posso, porque eu trabalho para criança. [Ivete disse que "isso é um objeto um pouco de tesão, de ficar pensando em Ivete e Xuxa ali, poeira e ilariê"]. Sinto muito. Porque hoje em dia gostar de alguém, como eu gosto, realmente, as pessoas não entendem. * Ivete surge como um tiro na concentração da escola, para não ser parada pela multidão. Nem os seguranças conseguem acompanhar a corrida. * Esbaforida e suada, ela sobe no carro, se troca, se benze e volta à avenida. com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e BRUNO FÁVERO
colunas
'Ivete é minha única amiga no mundo artístico', diz Xuxa no CarnavalPerto de um córrego que fede a esgoto na concentração da Sapucaí, Xuxa dá um gritinho olhando para o celular. "Oi, amooor!" É Sasha, de Nova York, onde mora, que fala com a mãe por vídeo. A apresentadora está prestes a desfilar pela Grande Rio, na homenagem a Ivete Sangalo, no domingo (26). * "Olha, Sassá, como eu tô, ó. Viu? Tô de Eva. Viu?" Manda um beijo, desliga. E conversa com a coluna. Você não vem à Sapucaí há muito tempo. Não gosto mais de Carnaval. Porque o Carnaval é a melhor festa para a minha mãe e como ela agora não tá mais curtindo, eu deixei de... Hoje ela está acamada [com mal de Parkinson], não fala, não anda, não vê direito mais as coisas. Ela via todas as escolas. Meu pai também tá no hospital. Só tô vindo por causa dela [Ivete]. Viu o caso de agressão envolvendo o cantor Victor? A gente não sabe muito sobre o assunto, sabe o que está lendo. E o que eu falei com ele... Eu só dei força. Ele sabe que, se quiser a minha ajuda, vai ter. Será que a Globo vai mostrar você? Acho que não [rindo]. [A emissora mostrou a apresentadora por 8 segundos durante o desfile.] E como você se sente? [Ri e dá de ombros] 28 anos guardados. Guardados, numa caixinha. "Chateada" não é a palavra. Eu respeito. A plateia deve vibrar com você. Tu acredita nisso? Hoje o dia é só dela. Eu tô aqui para ela. Tenho paixão. É minha única amiga no mundo artístico. Porque é um querendo derrubar o outro. Já se insinuou que vocês até tiveram um caso. [A assessora interrompe: "Ah, pelo amor de Deus...!"] Deixa ele perguntar, uai [risos]. Ivete já respondeu, de uma maneira que eu não posso, porque eu trabalho para criança. [Ivete disse que "isso é um objeto um pouco de tesão, de ficar pensando em Ivete e Xuxa ali, poeira e ilariê"]. Sinto muito. Porque hoje em dia gostar de alguém, como eu gosto, realmente, as pessoas não entendem. * Ivete surge como um tiro na concentração da escola, para não ser parada pela multidão. Nem os seguranças conseguem acompanhar a corrida. * Esbaforida e suada, ela sobe no carro, se troca, se benze e volta à avenida. com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e BRUNO FÁVERO
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Suspeita de dengue gera fuga do SUS e fila em hospital top de SP
A estudante Isabella, 17, acordou na segunda-feira (13) enjoada e com dores nas costas. Desconfiada de que fosse dengue, procurou dois hospitais públicos, o Menino Jesus, na região central de São Paulo, e o São Paulo, na zona sul, mas desistiu diante de esperas de seis horas. Mesmo sem plano de saúde, sua família optou por desembolsar o necessário para que fosse vista em um dos melhores e mais caros hospitais do país, o Sírio-Libanês. Foram duas horas de espera até que saísse o resultado do exame, mas ela foi acomodada numa poltrona e medicada. "Foi mais tranquilo." Deu negativo –Isabella está com infecção no rim. O hospital disse que só informaria o valor da conta depois de finalizado o atendimento, mas, para a estudante, terá valido. "Senão, eu estaria com [suspeita de] dengue até agora". Casos como o de Isabella ajudam a explicar por que até hospitais privados de ponta estão com demanda elevada em seus pronto-atendimentos. A epidemia de dengue no Estado de SP tem gerado procura excepcional às unidades numa época em que, anualmente, há mais demanda devido a doenças respiratórias. O Sírio-Libanês informou ter registrado aumento de 40% no número de pacientes no pronto-atendimento em março de 2015 ante o mesmo mês de 2014. Em horários de pico, a espera pode chegar a três horas, entre triagem e atendimento médico. A equipe de médicos e enfermeiros foi reforçada e 15 novas poltronas foram instaladas. O hospital orienta os pacientes a consultarem o tempo médio de espera no site ou no aplicativo do hospital. O Albert Einstein, no Morumbi (zona oeste), também teve aumento na procura. Na semana de 29 de março, foram 61 casos. Uma semana depois, 91. O hospital informou que está preparado para destinar um setor dos pronto-atendimentos para casos de dengue se a demanda aumentar. O empresário Lucas Fernando Kim, 50, cogitou levar o filho, com suspeita de dengue, ao Einstein, mas ouviu dizer que estava superlotado e optou pelo Sírio. Seu plano cobre os dois hospitais. Em vez dos 30 minutos que costuma esperar no pronto-atendimento, esperou 1h30, mas o empresário ficou satisfeito com o serviço. "Demorou um pouquinho, mas vale cada centavo", disse. Os hospitais São Luiz, Santa Catarina, Sabará e São Camilo também relatam aumento na procura. Levantamento feito pela Folha mostrou que, em 2015, o Estado de São Paulo tem mais de uma morte por dia por causa da dengue
cotidiano
Suspeita de dengue gera fuga do SUS e fila em hospital top de SPA estudante Isabella, 17, acordou na segunda-feira (13) enjoada e com dores nas costas. Desconfiada de que fosse dengue, procurou dois hospitais públicos, o Menino Jesus, na região central de São Paulo, e o São Paulo, na zona sul, mas desistiu diante de esperas de seis horas. Mesmo sem plano de saúde, sua família optou por desembolsar o necessário para que fosse vista em um dos melhores e mais caros hospitais do país, o Sírio-Libanês. Foram duas horas de espera até que saísse o resultado do exame, mas ela foi acomodada numa poltrona e medicada. "Foi mais tranquilo." Deu negativo –Isabella está com infecção no rim. O hospital disse que só informaria o valor da conta depois de finalizado o atendimento, mas, para a estudante, terá valido. "Senão, eu estaria com [suspeita de] dengue até agora". Casos como o de Isabella ajudam a explicar por que até hospitais privados de ponta estão com demanda elevada em seus pronto-atendimentos. A epidemia de dengue no Estado de SP tem gerado procura excepcional às unidades numa época em que, anualmente, há mais demanda devido a doenças respiratórias. O Sírio-Libanês informou ter registrado aumento de 40% no número de pacientes no pronto-atendimento em março de 2015 ante o mesmo mês de 2014. Em horários de pico, a espera pode chegar a três horas, entre triagem e atendimento médico. A equipe de médicos e enfermeiros foi reforçada e 15 novas poltronas foram instaladas. O hospital orienta os pacientes a consultarem o tempo médio de espera no site ou no aplicativo do hospital. O Albert Einstein, no Morumbi (zona oeste), também teve aumento na procura. Na semana de 29 de março, foram 61 casos. Uma semana depois, 91. O hospital informou que está preparado para destinar um setor dos pronto-atendimentos para casos de dengue se a demanda aumentar. O empresário Lucas Fernando Kim, 50, cogitou levar o filho, com suspeita de dengue, ao Einstein, mas ouviu dizer que estava superlotado e optou pelo Sírio. Seu plano cobre os dois hospitais. Em vez dos 30 minutos que costuma esperar no pronto-atendimento, esperou 1h30, mas o empresário ficou satisfeito com o serviço. "Demorou um pouquinho, mas vale cada centavo", disse. Os hospitais São Luiz, Santa Catarina, Sabará e São Camilo também relatam aumento na procura. Levantamento feito pela Folha mostrou que, em 2015, o Estado de São Paulo tem mais de uma morte por dia por causa da dengue
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Bombardeio da coalizão internacional mata 52 civis no norte da Síria
Pelo menos 52 civis morreram nesta sexta-feira (1º) em um bombardeio de aviões da coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos, contra posições do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) no vilarejo de Bir Mahali, no norte da Síria, informou neste sábado (2) o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). Em comunicado, a organização, que conta com uma ampla rede de voluntários no país, afirmou que o número de mortos pode aumentar porque outras 13 pessoas ainda estão desaparecidas. As vítimas, segundo o OSDH, pertencem a pelo menos seis diferentes famílias. "O Observatório Sírio de Direitos Humanos condena nos termos mais enérgicos esse massacre perpetrado pela coalizão internacional contra uma população do município de Serrin, na província de Aleppo, sob o pretexto da existência de membros do Estado Islâmico no local", afirma em nota. Além disso, a entidade pede aos países que fazem parte da coalizão que julguem o responsável pelo massacre e reitera as solicitações para que ataques contra civis não sejam lançados. A ofensiva já tinha sido informada ontem pelo OSDH. Porém, a organização só sabia da existência de cerca de 60 vítimas, entre mortos e feridos, e não deu mais detalhes sobre o ataque. Até então, segundo o OSDH, 70 civis tinham morrido na Síria após bombardeios da coalizão internacional, iniciados em 23 de setembro do ano passado.
mundo
Bombardeio da coalizão internacional mata 52 civis no norte da SíriaPelo menos 52 civis morreram nesta sexta-feira (1º) em um bombardeio de aviões da coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos, contra posições do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) no vilarejo de Bir Mahali, no norte da Síria, informou neste sábado (2) o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). Em comunicado, a organização, que conta com uma ampla rede de voluntários no país, afirmou que o número de mortos pode aumentar porque outras 13 pessoas ainda estão desaparecidas. As vítimas, segundo o OSDH, pertencem a pelo menos seis diferentes famílias. "O Observatório Sírio de Direitos Humanos condena nos termos mais enérgicos esse massacre perpetrado pela coalizão internacional contra uma população do município de Serrin, na província de Aleppo, sob o pretexto da existência de membros do Estado Islâmico no local", afirma em nota. Além disso, a entidade pede aos países que fazem parte da coalizão que julguem o responsável pelo massacre e reitera as solicitações para que ataques contra civis não sejam lançados. A ofensiva já tinha sido informada ontem pelo OSDH. Porém, a organização só sabia da existência de cerca de 60 vítimas, entre mortos e feridos, e não deu mais detalhes sobre o ataque. Até então, segundo o OSDH, 70 civis tinham morrido na Síria após bombardeios da coalizão internacional, iniciados em 23 de setembro do ano passado.
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Confira o alto-falante 'Iron Man' e outras bugigangas tecnológicas
Toda terça-feira, "Tec" divulga os mais legais itens do mundo da tecnologia que estão à venda, tanto no Brasil quanto lá fora. Confira, na galeria de imagens abaixo, a coletânea das melhores compras tecnológicas desta semana:
tec
Confira o alto-falante 'Iron Man' e outras bugigangas tecnológicasToda terça-feira, "Tec" divulga os mais legais itens do mundo da tecnologia que estão à venda, tanto no Brasil quanto lá fora. Confira, na galeria de imagens abaixo, a coletânea das melhores compras tecnológicas desta semana:
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STF "mandou recado" ao adiar análise contra Cunha para fevereiro
O STF (Supremo Tribunal Federal) está sendo "tragado" pela demanda de decisões que deveriam estar no Congresso e "mandou um recado" ao adiar para fevereiro a análise do pedido de afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do cargo e do comando da Casa, feito pela Procuradoria-Geral da República. A opinião é do colunista da <b>Folha</b> Oscar Vilhena Vieira, professor de direito constitucional da FGV-SP e ex-procurador do Estado de SP. Ele participou da transmissão ao vivo da "TV Folha" desta quinta-feira (17) com o repórter de "Poder" Graciliano Rocha e a repórter do "Painel" Renata Agostini. "O Supremo está sendo tragado. O Congresso não consegue resolver seus problemas com um aval da sociedade, e os derrotados sempre recorrem a uma decisão do Supremo. Quando ontem o ministro Teori deu sua decisão, ele disse 'resolvam-se, assumam as responsabilidades'." Sobre o processo de impeachment, que está ocorrendo, Vilhena disse descartar do uso da palavra golpe associado a ele. "O impeachment está previsto e não pode ser visto como golpe, mas existe um procedimento que precisa ser seguido, e o STF deve zelar por ele. Mas para quem defende o impeachment, ter Eduardo Cunha à frente é negativo, é um fato." <b>LAVA JATO</b> Sobre a decisão do STF de determinar que André Esteves saia da prisão e que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), Vilhena pondera que opinar é mais complicado, pois o caso corre em segredo de Justiça. "Existe um abuso da prisão preventiva no Brasil, isso é fato. 46% dos presos aqui estão presos esperando julgamento. Mas tenho muita dificuldade em ser crítico sobre a operação Lava Jato porque ela corre em segredo, então não sei o que levaram em conta para decidir. Mas as decisões dessas prisões passam por quatro instâncias, então eu digo que acho muito difícil que elas sejam arbitrárias. Mas não conheço as razões fáticas."
tv
STF "mandou recado" ao adiar análise contra Cunha para fevereiroO STF (Supremo Tribunal Federal) está sendo "tragado" pela demanda de decisões que deveriam estar no Congresso e "mandou um recado" ao adiar para fevereiro a análise do pedido de afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do cargo e do comando da Casa, feito pela Procuradoria-Geral da República. A opinião é do colunista da <b>Folha</b> Oscar Vilhena Vieira, professor de direito constitucional da FGV-SP e ex-procurador do Estado de SP. Ele participou da transmissão ao vivo da "TV Folha" desta quinta-feira (17) com o repórter de "Poder" Graciliano Rocha e a repórter do "Painel" Renata Agostini. "O Supremo está sendo tragado. O Congresso não consegue resolver seus problemas com um aval da sociedade, e os derrotados sempre recorrem a uma decisão do Supremo. Quando ontem o ministro Teori deu sua decisão, ele disse 'resolvam-se, assumam as responsabilidades'." Sobre o processo de impeachment, que está ocorrendo, Vilhena disse descartar do uso da palavra golpe associado a ele. "O impeachment está previsto e não pode ser visto como golpe, mas existe um procedimento que precisa ser seguido, e o STF deve zelar por ele. Mas para quem defende o impeachment, ter Eduardo Cunha à frente é negativo, é um fato." <b>LAVA JATO</b> Sobre a decisão do STF de determinar que André Esteves saia da prisão e que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), Vilhena pondera que opinar é mais complicado, pois o caso corre em segredo de Justiça. "Existe um abuso da prisão preventiva no Brasil, isso é fato. 46% dos presos aqui estão presos esperando julgamento. Mas tenho muita dificuldade em ser crítico sobre a operação Lava Jato porque ela corre em segredo, então não sei o que levaram em conta para decidir. Mas as decisões dessas prisões passam por quatro instâncias, então eu digo que acho muito difícil que elas sejam arbitrárias. Mas não conheço as razões fáticas."
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Petrobras recorre à Justiça dos EUA contra Astra no caso Pasadena
A Petrobras decidiu entrar na Justiça norte-americana para cobrar indenização, em dinheiro, da empresa Astra Oil, que foi sócia da estatal brasileira na Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A petroleira informou sua decisão a órgãos de controle nesta semana. A ação foi impetrada nos Estados Unidos no final de junho. A medida faz parte da política da estatal de buscar ressarcimento pelos prejuízos causados à empresa por atos de corrupção praticados por funcionários, políticos e empresas que mantinham contratos com a petroleira. Segundo a Folha apurou, a empresa explicou aos órgãos de controle que decidiu recorrer à Justiça depois da delação do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, na qual ele disse que funcionários da Astra Oil e da estatal brasileira receberam um total de US$ 15 milhões de propina na compra da Refinaria de Pasadena. O negócio foi fechado em 2005 e causou, segundo cálculos do TCU (Tribunal de Contas da União), prejuízos de US$ 792 milhões (R$ 2,6 bilhões) à petroleira. Recentemente, o órgão incluiu a Astra como um dos responsáveis por irregularidades na operação e que terão de arcar com o prejuízo apontado pelo TCU nessa aquisição. Até então, a avaliação do tribunal era que somente 15 servidores da Petrobras teriam que devolver o dinheiro das perdas causados à estatal na compra da refinaria. Eles estão com os bens bloqueados. A alegação dos ministros para colocar a Astra entre os responsáveis é a mesma da Petrobras para pedir a indenização: o depoimento do Cerveró de que houve pagamento de propina para a Astra nessa operação. Será a primeira vez que o TCU tentará condenar uma empresa de fora do país por danos causados a empresas ou ao governo do Brasil. No caso do tribunal, porém, ministros têm dúvidas sobre a viabilidade da medida porque a Astra e a Petrobras haviam definido em contrato que pendências judiciais seriam resolvidas nos Estados Unidos. A petroleira brasileira decidiu recorrer à Justiça americana por causa desta cláusula contratual e por considerar que a delação de Cerveró trouxe elementos novos que exigem uma resposta judicial da parte da empresa. Procurada, a assessoria de imprensa da Petrobras confirmou a decisão de recorrer judicialmente nos EUA, mas não deu detalhes da ação. Em sua delação premiada, Cerveró chegou a dizer que a presidente afastada Dilma Rousseff mentiu sobre a compra da refinaria Pasadena. Segundo ele, "não corresponde à realidade" a informação prestada pela petista de que ela aprovou a aquisição da refinaria porque não tinha as informações completas sobre a operação da estatal. Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras quando a refinaria nos Estados Unidos foi adquirida e afirma, em sua defesa, que não sabia de irregularidades na aquisição porque Nestor Cerveró, à época diretor internacional, não repassou todos os dados. A Astra também nega qualquer tipo de irregularidade. A Petrobras comprou do grupo belga Astra metade da refinaria de Pasadena por US$ 360 milhões. Os sócios brigaram por causa do custo da reforma que a Petrobras queria fazer na refinaria, que chegava a US$ 2,5 bilhões, considerado alto pela Astra. A Petrobras então enviou proposta de US$ 550 milhões pelo restante de Pasadena, mas a Astra queria US$ 1 bilhão. Os sócios acabaram fazendo um acordo de US$ 788 milhões. Mas sem aprovação do conselho da estatal brasileira, ele não foi fechado, o que levou a uma disputa judicial nos EUA. No final, após uma batalha judicial encerrada em 2012, a Petrobras acabou pagando US$ 885 milhões pelo 50% da refinaria. No total, a estatal brasileira desembolsou US$ 1,25 bilhão por um negócio comprado pela Astra por apenas US$ 42,5 milhões em 2005. O ex-presidente da Estatal José Sérgio Gabrielli diz que a Astra fez investimentos de US$ 360 milhões na refinaria após a aquisição realizada em 2005.
poder
Petrobras recorre à Justiça dos EUA contra Astra no caso PasadenaA Petrobras decidiu entrar na Justiça norte-americana para cobrar indenização, em dinheiro, da empresa Astra Oil, que foi sócia da estatal brasileira na Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A petroleira informou sua decisão a órgãos de controle nesta semana. A ação foi impetrada nos Estados Unidos no final de junho. A medida faz parte da política da estatal de buscar ressarcimento pelos prejuízos causados à empresa por atos de corrupção praticados por funcionários, políticos e empresas que mantinham contratos com a petroleira. Segundo a Folha apurou, a empresa explicou aos órgãos de controle que decidiu recorrer à Justiça depois da delação do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, na qual ele disse que funcionários da Astra Oil e da estatal brasileira receberam um total de US$ 15 milhões de propina na compra da Refinaria de Pasadena. O negócio foi fechado em 2005 e causou, segundo cálculos do TCU (Tribunal de Contas da União), prejuízos de US$ 792 milhões (R$ 2,6 bilhões) à petroleira. Recentemente, o órgão incluiu a Astra como um dos responsáveis por irregularidades na operação e que terão de arcar com o prejuízo apontado pelo TCU nessa aquisição. Até então, a avaliação do tribunal era que somente 15 servidores da Petrobras teriam que devolver o dinheiro das perdas causados à estatal na compra da refinaria. Eles estão com os bens bloqueados. A alegação dos ministros para colocar a Astra entre os responsáveis é a mesma da Petrobras para pedir a indenização: o depoimento do Cerveró de que houve pagamento de propina para a Astra nessa operação. Será a primeira vez que o TCU tentará condenar uma empresa de fora do país por danos causados a empresas ou ao governo do Brasil. No caso do tribunal, porém, ministros têm dúvidas sobre a viabilidade da medida porque a Astra e a Petrobras haviam definido em contrato que pendências judiciais seriam resolvidas nos Estados Unidos. A petroleira brasileira decidiu recorrer à Justiça americana por causa desta cláusula contratual e por considerar que a delação de Cerveró trouxe elementos novos que exigem uma resposta judicial da parte da empresa. Procurada, a assessoria de imprensa da Petrobras confirmou a decisão de recorrer judicialmente nos EUA, mas não deu detalhes da ação. Em sua delação premiada, Cerveró chegou a dizer que a presidente afastada Dilma Rousseff mentiu sobre a compra da refinaria Pasadena. Segundo ele, "não corresponde à realidade" a informação prestada pela petista de que ela aprovou a aquisição da refinaria porque não tinha as informações completas sobre a operação da estatal. Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras quando a refinaria nos Estados Unidos foi adquirida e afirma, em sua defesa, que não sabia de irregularidades na aquisição porque Nestor Cerveró, à época diretor internacional, não repassou todos os dados. A Astra também nega qualquer tipo de irregularidade. A Petrobras comprou do grupo belga Astra metade da refinaria de Pasadena por US$ 360 milhões. Os sócios brigaram por causa do custo da reforma que a Petrobras queria fazer na refinaria, que chegava a US$ 2,5 bilhões, considerado alto pela Astra. A Petrobras então enviou proposta de US$ 550 milhões pelo restante de Pasadena, mas a Astra queria US$ 1 bilhão. Os sócios acabaram fazendo um acordo de US$ 788 milhões. Mas sem aprovação do conselho da estatal brasileira, ele não foi fechado, o que levou a uma disputa judicial nos EUA. No final, após uma batalha judicial encerrada em 2012, a Petrobras acabou pagando US$ 885 milhões pelo 50% da refinaria. No total, a estatal brasileira desembolsou US$ 1,25 bilhão por um negócio comprado pela Astra por apenas US$ 42,5 milhões em 2005. O ex-presidente da Estatal José Sérgio Gabrielli diz que a Astra fez investimentos de US$ 360 milhões na refinaria após a aquisição realizada em 2005.
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Saiba mais sobre o novo 'Harry Potter' (com spoilers)
Agora, com livro e a peça de "Harry Potter And The Cursed Child" (Harry Potter e a criança amaldiçoada), continuação da série criada por J. K. Rowling, acabou o mistério. A peça deve demorar para chegar ao Brasil, mas o livro com o roteiro já pode ser encontrado, a partir deste domingo (31), nas livrarias do país. A continuação se passa 19 anos depois dos acontecimentos de "Harry Potter e as Relíquias da Morte" (Rocco), último romance da série. Logo na primeira cena, o leitor (ou espectador) fica sabendo que Harry Potter tem três filhos: Tiago, Alvo e Lily. Ele é um bem-sucedido funcionário do Ministério da Magia. A história começa com Alvo na estação de trem, se preparando para iniciar seus estudos em Hogwarts, a escola de magia do mundo bruxo. O menino, que é o protagonista, tem uma série de atritos com o pai famoso. Em Hogwarts, ele acaba sendo escolhido para a Sonserina, casa de bruxos que sempre foram inimigos de Harry na história. O fato é surpreendente porque Harry e sua família sempre pertenceram à Grifinória, casa dos mocinhos da série, como seus amigos Rony Weasley e Hermione Granger (ela, aliás, tornou-se a Ministra da Magia). Na Sonserina, Alvo se torna melhor amigo de Scorpius, filho de Draco Malfoy, grande rival de Harry nos livros. Irritado com o pai, ele e o parceiro resolvem voltar no tempo para tentar salvar Cedrico Diggory, personagem que morre em "Harry Potter e o Cálice de Fogo". Ao mesmo tempo, a cicatriz em forma de raio de Harry passa a arder, o que costuma ser um sinal de "forças das trevas" se aproximando. Mais do que mostrar os conflitos de Harry com a paternidade, como diz a sinopse, a história mostra um jovem, Alvo, em busca de uma identidade própria, diante de um pai que é idolatrado por todos. Mas que não é visto com bons olhos pelo próprio filho.
ilustrada
Saiba mais sobre o novo 'Harry Potter' (com spoilers)Agora, com livro e a peça de "Harry Potter And The Cursed Child" (Harry Potter e a criança amaldiçoada), continuação da série criada por J. K. Rowling, acabou o mistério. A peça deve demorar para chegar ao Brasil, mas o livro com o roteiro já pode ser encontrado, a partir deste domingo (31), nas livrarias do país. A continuação se passa 19 anos depois dos acontecimentos de "Harry Potter e as Relíquias da Morte" (Rocco), último romance da série. Logo na primeira cena, o leitor (ou espectador) fica sabendo que Harry Potter tem três filhos: Tiago, Alvo e Lily. Ele é um bem-sucedido funcionário do Ministério da Magia. A história começa com Alvo na estação de trem, se preparando para iniciar seus estudos em Hogwarts, a escola de magia do mundo bruxo. O menino, que é o protagonista, tem uma série de atritos com o pai famoso. Em Hogwarts, ele acaba sendo escolhido para a Sonserina, casa de bruxos que sempre foram inimigos de Harry na história. O fato é surpreendente porque Harry e sua família sempre pertenceram à Grifinória, casa dos mocinhos da série, como seus amigos Rony Weasley e Hermione Granger (ela, aliás, tornou-se a Ministra da Magia). Na Sonserina, Alvo se torna melhor amigo de Scorpius, filho de Draco Malfoy, grande rival de Harry nos livros. Irritado com o pai, ele e o parceiro resolvem voltar no tempo para tentar salvar Cedrico Diggory, personagem que morre em "Harry Potter e o Cálice de Fogo". Ao mesmo tempo, a cicatriz em forma de raio de Harry passa a arder, o que costuma ser um sinal de "forças das trevas" se aproximando. Mais do que mostrar os conflitos de Harry com a paternidade, como diz a sinopse, a história mostra um jovem, Alvo, em busca de uma identidade própria, diante de um pai que é idolatrado por todos. Mas que não é visto com bons olhos pelo próprio filho.
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Hamburgueria em Pinheiros tem evento com churrasqueira no quintal
O Sailor Burgers & Beers terá, neste sábado (2), a segunda edição do "Burger no Quintal", com música ao vivo e churrasco à céu aberto. Das 14h às 19h, os clientes poderão experimentar o hambúrguer hereford, que faz referência à raça bovina de mesmo nome. O sanduíche, com queijo brie, shitake defumado, chutney de laranja kinkan e farofinha de castanha de caju será preparado pelo chef Felipe Bellim às vistas do cliente. Serão cem unidades do sanduíche. Para harmonizar com o novo hambúrguer, o sommelier de cervejas Digão Cachate sugere a italiana Baladin Wayan (R$ 34), com 5,8% de teor alcoólico, e a holandesa La Trappe Witte (R$ 28), com teor alcoólico de 5,5%. Durante o evento, também serão servidos itens do cardápio da casa, preparados normalmente, na cozinha fechada. Burger no Quintal ONDE Sailor Burgers & Beers (r. Vupabussu, 309, Pinheiros) QUANDO 2/4, das 14h às 19h (a casa abre normalmente das 12h à 1h, mas sem cardápio especial) O QUÊ hambúrguer hereford (R$ 35)
comida
Hamburgueria em Pinheiros tem evento com churrasqueira no quintalO Sailor Burgers & Beers terá, neste sábado (2), a segunda edição do "Burger no Quintal", com música ao vivo e churrasco à céu aberto. Das 14h às 19h, os clientes poderão experimentar o hambúrguer hereford, que faz referência à raça bovina de mesmo nome. O sanduíche, com queijo brie, shitake defumado, chutney de laranja kinkan e farofinha de castanha de caju será preparado pelo chef Felipe Bellim às vistas do cliente. Serão cem unidades do sanduíche. Para harmonizar com o novo hambúrguer, o sommelier de cervejas Digão Cachate sugere a italiana Baladin Wayan (R$ 34), com 5,8% de teor alcoólico, e a holandesa La Trappe Witte (R$ 28), com teor alcoólico de 5,5%. Durante o evento, também serão servidos itens do cardápio da casa, preparados normalmente, na cozinha fechada. Burger no Quintal ONDE Sailor Burgers & Beers (r. Vupabussu, 309, Pinheiros) QUANDO 2/4, das 14h às 19h (a casa abre normalmente das 12h à 1h, mas sem cardápio especial) O QUÊ hambúrguer hereford (R$ 35)
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Unicamp realiza 1ª fase do vestibular 2017 neste domingo; veja dicas
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) realiza neste domingo (20) a primeira fase do vestibular 2017. Segundo a Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp), responsável pelo certame, 73.487 candidatos irão disputar uma das 3.320 vagas distribuídas em 70 cursos de graduação. O exame começa às 13h (horário de Brasília), mas a recomendação da Comvest é que os candidatos cheguem com pelo menos uma hora de antecedência ao local do exame –para a consulta é necessário apenas digitar o nome ou o número de inscrição. A comissão também enviou a todos os candidatos uma mensagem com a informação do local. Os candidatos deverão levar RG indicado na inscrição, caneta de cor preta em material transparente, lápis preto e borracha. O vestibulando também pode usar régua transparente e compasso. Confira demais informações no Manual do Candidato, com orientações necessárias sobre às provas e demais etapas do vestibular. O exame deste ano será aplicado em Brasília e em 29 cidades do Estado de São Paulo: Araçatuba, Avaré, Bauru, Botucatu, Bragança Paulista, Campinas, Franca, Guaratinguetá, Guarulhos, Jundiaí, Limeira, Marília, Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Carlos, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba e Sumaré. PROVAS Na primeira fase do exame, o qual candidato terá de responder a 90 questões de múltipla escolha. Nesta etapa, os vestibulando responderão a 12 questões interdisciplinares em vez de 4 como na edição passada, além de língua portuguesa e literatura (13), matemática (13), história (9), geografia (9), física (9), química (9), biologia (9), inglês (7). Cada questão terá quatro alternativas e o tempo máximo de prova é de cinco horas e o mínimo de três horas e trinta minutos. Já a segunda fase acontecerá nos dias 15, 16 e 17 de janeiro de 2017. A Comvest reforça ainda que os estudantes devem ficar atentos as datas das provas de habilidades específicas de arquitetura e urbanismo, artes cênicas, artes visuais e dança, que ocorrerão no período de 23 a 26 de janeiro de 2017. A lista de livros obrigatórios (confira aqui ) reúne 12 obras e é composta por diferentes gêneros e extensões, que inclui romances, coletâneas de poemas e peças teatrais, mas também textos curtos, como contos, crônicas, peças de oratória ou de crítica, a fim de levar o vestibulando a ampliar o seu campo de estudos sem sobrecarregá-lo no volume de leituras. APROVADOS A lista de aprovados será divulgada no dia no dia 13 de fevereiro de 2017, e os candidatos selecionados devem realizar a matrícula não presencial entre os dias 14 e 15 de fevereiro. A Unicamp não adota o sistema de cotas, mas concede bonificação nas notas da primeira e segunda fases para alunos. Todos os candidatos que fizeram o ensino médio integralmente em escolas públicas recebem 60 pontos na primeira fase e outros 90 pontos na segunda fase. Os candidatos de escola pública autodeclarados pretos, pardos ou indígenas têm além desses, outros 20 e 30 pontos respectivamente na primeira e na segunda fases. TIMES HIGHER EDUCATION A Unicamp é a segunda melhor universidade da América Latina em um ranking com 50 instituições, segundo a THE (Times Higher Education) divulgado no dia 7 de julho. A publicação britânica é uma das principais referências em reputação acadêmica. A USP (Universidade de São Paulo) aparece em primeiro lugar. A classificação atual –a primeira realizada pela publicação só com instituições da América Latina– utilizou os mesmos indicadores de desempenho do ranking mundial do THE: ensino (ambiente de ensino), pesquisa (volume, investimento e reputação), citações (influência da pesquisa), internacionalização e inovação (transferência de tecnologia).
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Unicamp realiza 1ª fase do vestibular 2017 neste domingo; veja dicasA Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) realiza neste domingo (20) a primeira fase do vestibular 2017. Segundo a Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp), responsável pelo certame, 73.487 candidatos irão disputar uma das 3.320 vagas distribuídas em 70 cursos de graduação. O exame começa às 13h (horário de Brasília), mas a recomendação da Comvest é que os candidatos cheguem com pelo menos uma hora de antecedência ao local do exame –para a consulta é necessário apenas digitar o nome ou o número de inscrição. A comissão também enviou a todos os candidatos uma mensagem com a informação do local. Os candidatos deverão levar RG indicado na inscrição, caneta de cor preta em material transparente, lápis preto e borracha. O vestibulando também pode usar régua transparente e compasso. Confira demais informações no Manual do Candidato, com orientações necessárias sobre às provas e demais etapas do vestibular. O exame deste ano será aplicado em Brasília e em 29 cidades do Estado de São Paulo: Araçatuba, Avaré, Bauru, Botucatu, Bragança Paulista, Campinas, Franca, Guaratinguetá, Guarulhos, Jundiaí, Limeira, Marília, Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Carlos, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba e Sumaré. PROVAS Na primeira fase do exame, o qual candidato terá de responder a 90 questões de múltipla escolha. Nesta etapa, os vestibulando responderão a 12 questões interdisciplinares em vez de 4 como na edição passada, além de língua portuguesa e literatura (13), matemática (13), história (9), geografia (9), física (9), química (9), biologia (9), inglês (7). Cada questão terá quatro alternativas e o tempo máximo de prova é de cinco horas e o mínimo de três horas e trinta minutos. Já a segunda fase acontecerá nos dias 15, 16 e 17 de janeiro de 2017. A Comvest reforça ainda que os estudantes devem ficar atentos as datas das provas de habilidades específicas de arquitetura e urbanismo, artes cênicas, artes visuais e dança, que ocorrerão no período de 23 a 26 de janeiro de 2017. A lista de livros obrigatórios (confira aqui ) reúne 12 obras e é composta por diferentes gêneros e extensões, que inclui romances, coletâneas de poemas e peças teatrais, mas também textos curtos, como contos, crônicas, peças de oratória ou de crítica, a fim de levar o vestibulando a ampliar o seu campo de estudos sem sobrecarregá-lo no volume de leituras. APROVADOS A lista de aprovados será divulgada no dia no dia 13 de fevereiro de 2017, e os candidatos selecionados devem realizar a matrícula não presencial entre os dias 14 e 15 de fevereiro. A Unicamp não adota o sistema de cotas, mas concede bonificação nas notas da primeira e segunda fases para alunos. Todos os candidatos que fizeram o ensino médio integralmente em escolas públicas recebem 60 pontos na primeira fase e outros 90 pontos na segunda fase. Os candidatos de escola pública autodeclarados pretos, pardos ou indígenas têm além desses, outros 20 e 30 pontos respectivamente na primeira e na segunda fases. TIMES HIGHER EDUCATION A Unicamp é a segunda melhor universidade da América Latina em um ranking com 50 instituições, segundo a THE (Times Higher Education) divulgado no dia 7 de julho. A publicação britânica é uma das principais referências em reputação acadêmica. A USP (Universidade de São Paulo) aparece em primeiro lugar. A classificação atual –a primeira realizada pela publicação só com instituições da América Latina– utilizou os mesmos indicadores de desempenho do ranking mundial do THE: ensino (ambiente de ensino), pesquisa (volume, investimento e reputação), citações (influência da pesquisa), internacionalização e inovação (transferência de tecnologia).
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Veja o cartum de João Montanaro publicado neste domingo
JOÃO MONTANARO, 20, quadrinista, reuniu suas tiras e cartuns em "Cócegas no Raciocínio" (Garimpo).
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Veja o cartum de João Montanaro publicado neste domingoJOÃO MONTANARO, 20, quadrinista, reuniu suas tiras e cartuns em "Cócegas no Raciocínio" (Garimpo).
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Mudança proposta por conselho pode tirar status de universidade da Univesp
A Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo) pode perder o status de "universidade" se uma proposta de mudança no seu estatuto for aprovada pelo governador. A alteração foi sugerida na manhã desta quarta (21) logo no primeiro dia de atuação do novo conselho curador da universidade, que é composto por membros de fora da instituição indicados pelo próprio governo. A ideia é que a mudança no estatuto, que define o funcionamento da universidade, permita que a Univesp seja presidida por um "gestor público" com título de graduação e com experiência em ensino a distância. Pelas regras atuais, que valem para as universidades brasileiras, a chefia máxima da instituição tem de ser um professor titular –o que significa, no mínimo, um profissional com doutorado e com experiência docente. Na prática, a Univesp está interinamente sob o comando do diretor-acadêmico da instituição, Waldomiro Loyolla, desde novembro. O presidente anterior, Carlos Vogt, cabeça da Univesp desde a sua criação, não foi reconduzido ao posto pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) –assim como quatro dos cinco membros do antigo conselho curador. Linguista, Vogt é professor emérito da Unicamp, onde também já foi reitor. Segundo a proposta do novo conselho, os atuais requisitos para o cargo de presidência da Univesp, como título de doutor, são "restritivos". A sugestão de mudança no estatuto da Univesp será encaminhada para avaliação do governador. Cabe também a Alckimin nomear o futuro presidente da Univesp –o que depende da decisão de como fica o estatuto da universidade. Consultada, a assessoria de imprensa do governo informou que a decisão será anunciada em breve. ACADÊMICO Segundo apuração da Folha, Alckmin estaria insatisfeito com o caráter "acadêmico" que a Univesp ganhou. Criada em 2010 como um programa de governo de José Serra (PSDB), a Univesp se tornou a quarta universidade estadual paulista em 2012 –só que com cursos exclusivamente semipresenciais. O orçamento da instituição, diferentemente do que aconteceu com as demais universidades estaduais paulistas recentemente, como a USP, ficou estagnado. A universidade deve executar cerca de R$ 29 milhões neste ano –mesmo valor dotado em 2012, quando a instituição nem tinha alunos. Hoje, a Univesp contabiliza 4.248 vagas na graduação. Neste ano, foram abertas 918 vagas em dois cursos semipresenciais de engenharia: produção e computação. Com o corte de recursos, a instituição reduziu drasticamente um de seus carros-chefe, a Univesp TV. O programa trazia conteúdo educativo para os alunos via TV Cultura. Recentemente, a Univesp foi foco da campanha de João Doria (PSDB), prefeito eleito de São Paulo. Apesar de não fazer parte de seu programa de governo, Doria anunciou que pretende oferecer cursos via Univesp. A assessoria de imprensa de Doria não informou como funcionarão os cursos da prefeitura via Univesp.
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Mudança proposta por conselho pode tirar status de universidade da UnivespA Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo) pode perder o status de "universidade" se uma proposta de mudança no seu estatuto for aprovada pelo governador. A alteração foi sugerida na manhã desta quarta (21) logo no primeiro dia de atuação do novo conselho curador da universidade, que é composto por membros de fora da instituição indicados pelo próprio governo. A ideia é que a mudança no estatuto, que define o funcionamento da universidade, permita que a Univesp seja presidida por um "gestor público" com título de graduação e com experiência em ensino a distância. Pelas regras atuais, que valem para as universidades brasileiras, a chefia máxima da instituição tem de ser um professor titular –o que significa, no mínimo, um profissional com doutorado e com experiência docente. Na prática, a Univesp está interinamente sob o comando do diretor-acadêmico da instituição, Waldomiro Loyolla, desde novembro. O presidente anterior, Carlos Vogt, cabeça da Univesp desde a sua criação, não foi reconduzido ao posto pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) –assim como quatro dos cinco membros do antigo conselho curador. Linguista, Vogt é professor emérito da Unicamp, onde também já foi reitor. Segundo a proposta do novo conselho, os atuais requisitos para o cargo de presidência da Univesp, como título de doutor, são "restritivos". A sugestão de mudança no estatuto da Univesp será encaminhada para avaliação do governador. Cabe também a Alckimin nomear o futuro presidente da Univesp –o que depende da decisão de como fica o estatuto da universidade. Consultada, a assessoria de imprensa do governo informou que a decisão será anunciada em breve. ACADÊMICO Segundo apuração da Folha, Alckmin estaria insatisfeito com o caráter "acadêmico" que a Univesp ganhou. Criada em 2010 como um programa de governo de José Serra (PSDB), a Univesp se tornou a quarta universidade estadual paulista em 2012 –só que com cursos exclusivamente semipresenciais. O orçamento da instituição, diferentemente do que aconteceu com as demais universidades estaduais paulistas recentemente, como a USP, ficou estagnado. A universidade deve executar cerca de R$ 29 milhões neste ano –mesmo valor dotado em 2012, quando a instituição nem tinha alunos. Hoje, a Univesp contabiliza 4.248 vagas na graduação. Neste ano, foram abertas 918 vagas em dois cursos semipresenciais de engenharia: produção e computação. Com o corte de recursos, a instituição reduziu drasticamente um de seus carros-chefe, a Univesp TV. O programa trazia conteúdo educativo para os alunos via TV Cultura. Recentemente, a Univesp foi foco da campanha de João Doria (PSDB), prefeito eleito de São Paulo. Apesar de não fazer parte de seu programa de governo, Doria anunciou que pretende oferecer cursos via Univesp. A assessoria de imprensa de Doria não informou como funcionarão os cursos da prefeitura via Univesp.
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Marin reprova Gallo, e Dunga pode assumir seleção olímpica
Com o técnico Alexandre Gallo praticamente fora da CBF, o treinador da seleção principal, Dunga, tornou-se o preferido da cúpula da entidade para comandar a equipe brasileira sub-23 nos Jogos Olímpicos de 2016. O presidente da confederação, José Maria Marin, e Marco Polo del Nero, que o substituirá a partir de abril, vão definir após o Carnaval o novo treinador do time. Responsável pela volta de Dunga à seleção após o vexame na Copa de 2014, Del Nero vai tentar convencer o técnico gaúcho a assumir também a equipe olímpica. O coordenador de seleções da CBF, Gilmar Rinaldi, é outro que participará da escolha. Rinaldi é um dos cartolas mais próximos do treinador dentro da seleção. Nesta quinta (12), Marin não poupou Gallo de críticas pelo seu trabalho à frente da equipe sub-20 no Sul-Americano da categoria. O cartola classificou a campanha de "ruim", o que deixou o treinador sem clima para continuar trabalhando na CBF. A seleção ficou em quarto lugar no torneio encerrado neste mês no Uruguai. "Não posso garantir o Gallo... O que garante a posição do técnico são os resultados", afirmou Marin, que era o principal fiador do treinador na seleção. Logo após assumir o cargo, em 2012, ele escolheu o técnico para comandar todas as divisões de base –Gallo já foi avisado que deixará o cargo de coordenador. O acordo da CBF com Dunga, fechado em 2014, prevê que ele comande apenas o time principal. Mas Del Nero acredita que o treinador tem experiência necessária para suportar também a pressão do torneio olímpico. Marin reclamou que Gallo não conseguiu impor ao time um futebol coletivo. "Não fiquei satisfeito com as atuações da seleção. Vou falar como torcedor e não como presidente. Prevaleceu o individualismo quando deveria prevalecer o coletivo", disse o presidente da CBF. AUMENTO SALARIAL Para conseguir convencer o treinador, Del Nero estaria disposto a dar um aumento salarial a Dunga. O atual treinador já participou de duas Olimpíadas. Como jogador, ficou com a prata em Los Angeles-1984. Em Pequim-08, o técnico levou o time brasileiro ao terceiro lugar. Na conquista do bronze, o time contava com Ronaldinho e Thiago Silva. Na ocasião, Dunga pediu para acumular as duas funções. A medalha de ouro olímpica é o único título que a seleção ainda não conquistou. Os cartolas da CBF vão usar esse desafio como trunfo para tentar convencer o treinador. Ao ser questionado se Dunga poderia comandar o time nos Jogos Olímpicos, Marin preferiu se esquivar. "O Gallo não saiu e já estão pensando no substituto", disse o presidente da CBF, ao deixar a sede do comitê organizador dos Jogos Olímpicos. RAIO-X - Alexandre Gallo NASCIMENTO 29.mai.1967 (47 anos), em Ribeirão Preto (SP) COMO JOGADOR Campeão paulista de 1998 (São Paulo) e 2001 (Corinthians) e bi mineiro em 1999 e 2000 (Atlético-MG) COMO TÉCNICO Campeão pernambucano de 2007 (Sport), da Recopa Sul-Americana de 2007 (Internacional), catarinense de 2008 (Figueirense) e da Radif Cup de 2011 (Al-Ain) NA CBF - Como técnico da sub-20, o Brasil venceu o Torneio de Toulon em 2013 e 2014 e foi 4º no Sul-Americano de 2015 - Em sua gestão como chefe da base, o Brasil foi 3º no Sul-Americano sub-17 e caiu nas quartas no Mundial da categoria em 2013
esporte
Marin reprova Gallo, e Dunga pode assumir seleção olímpicaCom o técnico Alexandre Gallo praticamente fora da CBF, o treinador da seleção principal, Dunga, tornou-se o preferido da cúpula da entidade para comandar a equipe brasileira sub-23 nos Jogos Olímpicos de 2016. O presidente da confederação, José Maria Marin, e Marco Polo del Nero, que o substituirá a partir de abril, vão definir após o Carnaval o novo treinador do time. Responsável pela volta de Dunga à seleção após o vexame na Copa de 2014, Del Nero vai tentar convencer o técnico gaúcho a assumir também a equipe olímpica. O coordenador de seleções da CBF, Gilmar Rinaldi, é outro que participará da escolha. Rinaldi é um dos cartolas mais próximos do treinador dentro da seleção. Nesta quinta (12), Marin não poupou Gallo de críticas pelo seu trabalho à frente da equipe sub-20 no Sul-Americano da categoria. O cartola classificou a campanha de "ruim", o que deixou o treinador sem clima para continuar trabalhando na CBF. A seleção ficou em quarto lugar no torneio encerrado neste mês no Uruguai. "Não posso garantir o Gallo... O que garante a posição do técnico são os resultados", afirmou Marin, que era o principal fiador do treinador na seleção. Logo após assumir o cargo, em 2012, ele escolheu o técnico para comandar todas as divisões de base –Gallo já foi avisado que deixará o cargo de coordenador. O acordo da CBF com Dunga, fechado em 2014, prevê que ele comande apenas o time principal. Mas Del Nero acredita que o treinador tem experiência necessária para suportar também a pressão do torneio olímpico. Marin reclamou que Gallo não conseguiu impor ao time um futebol coletivo. "Não fiquei satisfeito com as atuações da seleção. Vou falar como torcedor e não como presidente. Prevaleceu o individualismo quando deveria prevalecer o coletivo", disse o presidente da CBF. AUMENTO SALARIAL Para conseguir convencer o treinador, Del Nero estaria disposto a dar um aumento salarial a Dunga. O atual treinador já participou de duas Olimpíadas. Como jogador, ficou com a prata em Los Angeles-1984. Em Pequim-08, o técnico levou o time brasileiro ao terceiro lugar. Na conquista do bronze, o time contava com Ronaldinho e Thiago Silva. Na ocasião, Dunga pediu para acumular as duas funções. A medalha de ouro olímpica é o único título que a seleção ainda não conquistou. Os cartolas da CBF vão usar esse desafio como trunfo para tentar convencer o treinador. Ao ser questionado se Dunga poderia comandar o time nos Jogos Olímpicos, Marin preferiu se esquivar. "O Gallo não saiu e já estão pensando no substituto", disse o presidente da CBF, ao deixar a sede do comitê organizador dos Jogos Olímpicos. RAIO-X - Alexandre Gallo NASCIMENTO 29.mai.1967 (47 anos), em Ribeirão Preto (SP) COMO JOGADOR Campeão paulista de 1998 (São Paulo) e 2001 (Corinthians) e bi mineiro em 1999 e 2000 (Atlético-MG) COMO TÉCNICO Campeão pernambucano de 2007 (Sport), da Recopa Sul-Americana de 2007 (Internacional), catarinense de 2008 (Figueirense) e da Radif Cup de 2011 (Al-Ain) NA CBF - Como técnico da sub-20, o Brasil venceu o Torneio de Toulon em 2013 e 2014 e foi 4º no Sul-Americano de 2015 - Em sua gestão como chefe da base, o Brasil foi 3º no Sul-Americano sub-17 e caiu nas quartas no Mundial da categoria em 2013
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Como Heidegger, pensador do fenômeno, migrou para o oculto
RESUMO Texto do professor titular de filosofia da Unicamp analisa segunda fase do pensador alemão (1889-1976) a partir de "Contribuições à Filosofia: do Acontecimento Apropriador". Com a obra, filósofo se afasta do estudo das coisas, em suas propriedades ou em sua essência, e passa a buscar o não objetificável, o indizível. Lançado recentemente pela editora Via Verita, na tradução de Marco Casanova, "Contribuições à Filosofia: do Acontecimento Apropriador" [504 págs.,R$ 87], de Martin Heidegger, assinala o ponto de partida dos caminhos da segunda fase do pensamento do filósofo alemão, iniciados em 1936 e percorridos até a sua morte, em 1976. O percurso é demarcado pelas tentativas empreendidas por Heidegger, retomadas repetida e insistentemente ao longo desses 40 anos, de dizer de maneira simples a "verdade do ser". Aqui, a verdade não é entendida como correção de juízos que versam sobre esses ou aqueles objetos -excelência do discurso racional almejada pela metafísica e pela ciência- nem como automanifestação das coisas na sua luminosidade própria -na sua essência, sua "entitude"-, que é o assunto central da fenomenologia de Husserl, bem como de Heidegger na sua primeira fase. Apoiando-se nas palavras de Hölderlin e nos ecos dos dizeres de certos pré-socráticos selecionados, Heidegger se propõe a falar do acontecer do "desocultamento" que se oculta, ao mesmo tempo que se estabelece como o aí, o aberto, a clareira, o espaço-tempo, no qual todas as coisas são abrigadas e se tornam visíveis antes mesmo de poderem ser formatadas em uma entitude, expostas em juízos corretos e transformadas em meros objetos. O que move Heidegger na busca desse acontecer e desse lugar pré-judicativo, se não inefável? A experiência de que o acontecer incandescente do desocultamento que "vibra", que vai e vem, no qual emergem todas as coisas, foi empalidecendo cada vez mais ao longo da história da metafísica, acabando por apagar-se na época da técnica, fase atual terminal dessa história que constitui o Ocidente, mas não é compreendida pelo homem ocidental. Embora mais próxima do homem do que tudo o mais, a origem desse incandescer foi completamente soterrada. Daí o propósito declarado do segundo Heidegger de renunciar a falar das propriedades das coisas e de suas relações, como fazem as ciências, ou da essência das coisas, assunto da metafísica. Livrando-se da condição de um sujeito confrontado com objetos, ele busca o desocultamento na sua origem retraída, no seu auto-ocultamento, e se coloca de prontidão para servir de guardião e vigilante desse acontecer, que não pode ser alcançado nem dito, mas que, não obstante -esse é o pressentimento que o anima-, é o fundamento de todo alcançar e de todo dizer cotidiano, científico, metafísico ou poético. LUME DO SER A edição alemã de "Contribuições" foi publicada em 1989, centenário do nascimento de Heidegger, como volume 65 de suas obras obras completas, parte da seção três dessa coleção monumental de 102 volumes, iniciada no ano da morte do autor. Os textos dessa seção são ensaios e esboços inéditos, só compreensíveis, diz Heidegger, por alguns poucos, raros e solitários, que não são mais "animais racionais", -definidos na sua entitude pelas propriedades biológicas (animalidade) e antropológicas (racionalidade)-, mas seres sem entitude, sem definição, deslocados das coisas e de si, despidos de qualquer essência por um "golpe do ser"; homens que não contam mais com a "luz natural" dos seus olhos, mas que se abrem ao lume do ser. Como caracterizar melhor essa virada no pensamento de Heidegger? E por que o autor de "Ser e Tempo" (1927), arauto consagrado da fenomenologia -ciência da essência das coisas manifestas por si mesmas e em si mesmas- tornou-se pensador do oculto, do não objetificável, mesmo do não dizível, e que, paradoxalmente, erige obras ao oculto, desocultando-o dessa maneira? A partir dos anos 1930, Heidegger começa a ter sérias dúvidas sobre o poder do ser, no homem e do homem, de servir de abertura para a manifestação de tudo o que há, e acaba abandonando essa abordagem, ao mesmo tempo fenomenológica e antropológica (centrada no estudo do existir humano), da pergunta pelo ser. Suas dúvidas foram despertadas por várias considerações, em particular pela leitura, em 1930, do artigo "Mobilização Total" e, em 1932, do livro "O Trabalhador", ambos de Ernst Jünger. O autor sustenta que o mundo de hoje é tomado por um processo "vulcânico" de objetificação tecnológica dos entes no seu todo, que devasta todas as essências; destino metafísico que cai sobre o homem ocidental não sendo redutível a um modo de ser dos entes intramundanos, que fosse projetado, relançado, "deixado ser" no "Dasein", o ser-o-aí humano individual. Sendo assim, o ponto de partida antropológico do Heidegger de "Ser e Tempo" ficou abalado. Em lugar de aprofundar a sua antropologia, refazer a sua teoria da objetificação, incluindo considerações sobre a radicalização tecnológica da objetificação e, nessa base, repensar os perigos da técnica, Heidegger deu uma viravolta radical: parou de olhar para o ser em termos da compreensão, pelo homem, do sentido do ser e entregou-se às tentativas de pensar o homem a partir da relação do ser ao homem, mais precisamente, da possível interpelação do homem pela "verdade do ser", sendo a verdade concebida a partir de palavra grega "a-letheia" - des-ocultamento. ACONTECER O objetivo da sua "aletologia" era, como vimos, achar palavras para dizer a verdade do ser como um acontecer autônomo, independente do homem, mas ao qual o homem necessita pertencer para se livrar da objetificação tecnológica e ser ele mesmo; acontecimento para o qual o homem é convocado, pelo qual é apropriado, desde o início da história ocidental na Grécia antiga, quando o ente se fez nomear como "a-lethes", "desocultado", mas do qual, no entanto, é afastado pelo próprio ser, "des-apropriado" por ele, caindo assim sob o poder da técnica e tornando-se um indigente. A saga heideggeriana da verdade do ser e do salvamento dos perigos da técnica pela apropriação do homem pelo ser impõe exigências que muitos, acredito eu, não estariam prontos a atender. Seria preciso deixar de lado a linguagem teórica, a lógica e a matemática; o conhecimento científico da natureza; o estudo científico da natureza humana com suas dimensões de animalidade, de integração e de socialidade (a cargo da biologia, antropologia, psicologia, incluindo a psicanálise, e sociologia); a filosofia (a semântica, a epistemologia, a filosofia da linguagem); aspectos abstratos da cultura (a moral da lei, os direitos, a experiência cultural) -a não ser aquela relacionada aos monumentos ao desocultamento, nomeadamente a poesia de Hölderlin. Pede-se, para falar a linguagem do primeiro Heidegger, virar as costas ao ser-no-mundo do ser humano em meio aos entes com os outros. Muito mais radical que o cinismo de Diógenes de Sínope, a contracultura heideggeriana só encontra paralelos na cultura mundial em posições declaradamente místicas, como a dos gnósticos e dos taoístas (Chuang Tzu). Muitos poderão ver nesse "pressentimento" de Heidegger, sem qualquer ancoradouro factual, apenas um recurso não justificado aos versos iniciais do hino "Patmos" de Hölderlin: "Próximo está/ e difícil de alcançar o Deus. Onde, contudo, há perigo/ também cresce o que salva". Outros talvez acrescentem que haveria boas razões para pensar que os perigos da técnica decorrem das dificuldades ambientais e objetivas dos humanos de chegarem ao mundo e nele se manterem; dificuldades para as quais Heidegger não atentou em "Ser e Tempo", ainda que, a partir de 1930, tenha percebido algumas delas e tentado delas escapar pelo caminho adivinhado no verão de 1936. Os mais críticos suspeitariam que a convocação de lidarmos com a técnica, atendendo a um chamamento do ser -que nos imporia o sacrifício de todas as relações ambientais e objetais do cotidiano e o fim da pesquisa científica e filosófica-, não seria fundada num ditame que viria do além-ente, mas, antes, seria fruto de elaborações hesitantes, ao mesmo tempo temerosas e exaltadas, sempre inconclusivas, de um pensador que se autodefine como "uma grande criança, que faz grandes perguntas", isto é, perguntas sem resposta possível. Não posso deixar de mencionar um notável achado de Casanova: a tradução de "Seyn" -grafia antiga do termo "Sein", encontrada em Hölderlin- por "seer" -grafia antiga do termo "ser". Pode ser instrutivo observar que "seer" vem da palavra latina "sedere"-estar sentado, ficar na posição ereta, que é uma conquista de base somática ("animal") do bebê humano quando bem cuidado no colo da mãe-, sem relação com o presenciar extático do desocultamento, acontecer pensado a partir da etimologia da palavra grega "aletheia". Conclui-se que, se a "linguagem fala", como diz Heidegger, ela fala de tudo, inclusive do ser, em cada língua natural com uma voz diferente, não havendo esperança de uma composição harmônica dessas vozes. A tentativa do Heidegger tardio de ver na linguagem natural a "casa do ser" não é, portanto, problemática apenas por privilegiar línguas naturais particulares: o grego e o alemão.
ilustrissima
Como Heidegger, pensador do fenômeno, migrou para o ocultoRESUMO Texto do professor titular de filosofia da Unicamp analisa segunda fase do pensador alemão (1889-1976) a partir de "Contribuições à Filosofia: do Acontecimento Apropriador". Com a obra, filósofo se afasta do estudo das coisas, em suas propriedades ou em sua essência, e passa a buscar o não objetificável, o indizível. Lançado recentemente pela editora Via Verita, na tradução de Marco Casanova, "Contribuições à Filosofia: do Acontecimento Apropriador" [504 págs.,R$ 87], de Martin Heidegger, assinala o ponto de partida dos caminhos da segunda fase do pensamento do filósofo alemão, iniciados em 1936 e percorridos até a sua morte, em 1976. O percurso é demarcado pelas tentativas empreendidas por Heidegger, retomadas repetida e insistentemente ao longo desses 40 anos, de dizer de maneira simples a "verdade do ser". Aqui, a verdade não é entendida como correção de juízos que versam sobre esses ou aqueles objetos -excelência do discurso racional almejada pela metafísica e pela ciência- nem como automanifestação das coisas na sua luminosidade própria -na sua essência, sua "entitude"-, que é o assunto central da fenomenologia de Husserl, bem como de Heidegger na sua primeira fase. Apoiando-se nas palavras de Hölderlin e nos ecos dos dizeres de certos pré-socráticos selecionados, Heidegger se propõe a falar do acontecer do "desocultamento" que se oculta, ao mesmo tempo que se estabelece como o aí, o aberto, a clareira, o espaço-tempo, no qual todas as coisas são abrigadas e se tornam visíveis antes mesmo de poderem ser formatadas em uma entitude, expostas em juízos corretos e transformadas em meros objetos. O que move Heidegger na busca desse acontecer e desse lugar pré-judicativo, se não inefável? A experiência de que o acontecer incandescente do desocultamento que "vibra", que vai e vem, no qual emergem todas as coisas, foi empalidecendo cada vez mais ao longo da história da metafísica, acabando por apagar-se na época da técnica, fase atual terminal dessa história que constitui o Ocidente, mas não é compreendida pelo homem ocidental. Embora mais próxima do homem do que tudo o mais, a origem desse incandescer foi completamente soterrada. Daí o propósito declarado do segundo Heidegger de renunciar a falar das propriedades das coisas e de suas relações, como fazem as ciências, ou da essência das coisas, assunto da metafísica. Livrando-se da condição de um sujeito confrontado com objetos, ele busca o desocultamento na sua origem retraída, no seu auto-ocultamento, e se coloca de prontidão para servir de guardião e vigilante desse acontecer, que não pode ser alcançado nem dito, mas que, não obstante -esse é o pressentimento que o anima-, é o fundamento de todo alcançar e de todo dizer cotidiano, científico, metafísico ou poético. LUME DO SER A edição alemã de "Contribuições" foi publicada em 1989, centenário do nascimento de Heidegger, como volume 65 de suas obras obras completas, parte da seção três dessa coleção monumental de 102 volumes, iniciada no ano da morte do autor. Os textos dessa seção são ensaios e esboços inéditos, só compreensíveis, diz Heidegger, por alguns poucos, raros e solitários, que não são mais "animais racionais", -definidos na sua entitude pelas propriedades biológicas (animalidade) e antropológicas (racionalidade)-, mas seres sem entitude, sem definição, deslocados das coisas e de si, despidos de qualquer essência por um "golpe do ser"; homens que não contam mais com a "luz natural" dos seus olhos, mas que se abrem ao lume do ser. Como caracterizar melhor essa virada no pensamento de Heidegger? E por que o autor de "Ser e Tempo" (1927), arauto consagrado da fenomenologia -ciência da essência das coisas manifestas por si mesmas e em si mesmas- tornou-se pensador do oculto, do não objetificável, mesmo do não dizível, e que, paradoxalmente, erige obras ao oculto, desocultando-o dessa maneira? A partir dos anos 1930, Heidegger começa a ter sérias dúvidas sobre o poder do ser, no homem e do homem, de servir de abertura para a manifestação de tudo o que há, e acaba abandonando essa abordagem, ao mesmo tempo fenomenológica e antropológica (centrada no estudo do existir humano), da pergunta pelo ser. Suas dúvidas foram despertadas por várias considerações, em particular pela leitura, em 1930, do artigo "Mobilização Total" e, em 1932, do livro "O Trabalhador", ambos de Ernst Jünger. O autor sustenta que o mundo de hoje é tomado por um processo "vulcânico" de objetificação tecnológica dos entes no seu todo, que devasta todas as essências; destino metafísico que cai sobre o homem ocidental não sendo redutível a um modo de ser dos entes intramundanos, que fosse projetado, relançado, "deixado ser" no "Dasein", o ser-o-aí humano individual. Sendo assim, o ponto de partida antropológico do Heidegger de "Ser e Tempo" ficou abalado. Em lugar de aprofundar a sua antropologia, refazer a sua teoria da objetificação, incluindo considerações sobre a radicalização tecnológica da objetificação e, nessa base, repensar os perigos da técnica, Heidegger deu uma viravolta radical: parou de olhar para o ser em termos da compreensão, pelo homem, do sentido do ser e entregou-se às tentativas de pensar o homem a partir da relação do ser ao homem, mais precisamente, da possível interpelação do homem pela "verdade do ser", sendo a verdade concebida a partir de palavra grega "a-letheia" - des-ocultamento. ACONTECER O objetivo da sua "aletologia" era, como vimos, achar palavras para dizer a verdade do ser como um acontecer autônomo, independente do homem, mas ao qual o homem necessita pertencer para se livrar da objetificação tecnológica e ser ele mesmo; acontecimento para o qual o homem é convocado, pelo qual é apropriado, desde o início da história ocidental na Grécia antiga, quando o ente se fez nomear como "a-lethes", "desocultado", mas do qual, no entanto, é afastado pelo próprio ser, "des-apropriado" por ele, caindo assim sob o poder da técnica e tornando-se um indigente. A saga heideggeriana da verdade do ser e do salvamento dos perigos da técnica pela apropriação do homem pelo ser impõe exigências que muitos, acredito eu, não estariam prontos a atender. Seria preciso deixar de lado a linguagem teórica, a lógica e a matemática; o conhecimento científico da natureza; o estudo científico da natureza humana com suas dimensões de animalidade, de integração e de socialidade (a cargo da biologia, antropologia, psicologia, incluindo a psicanálise, e sociologia); a filosofia (a semântica, a epistemologia, a filosofia da linguagem); aspectos abstratos da cultura (a moral da lei, os direitos, a experiência cultural) -a não ser aquela relacionada aos monumentos ao desocultamento, nomeadamente a poesia de Hölderlin. Pede-se, para falar a linguagem do primeiro Heidegger, virar as costas ao ser-no-mundo do ser humano em meio aos entes com os outros. Muito mais radical que o cinismo de Diógenes de Sínope, a contracultura heideggeriana só encontra paralelos na cultura mundial em posições declaradamente místicas, como a dos gnósticos e dos taoístas (Chuang Tzu). Muitos poderão ver nesse "pressentimento" de Heidegger, sem qualquer ancoradouro factual, apenas um recurso não justificado aos versos iniciais do hino "Patmos" de Hölderlin: "Próximo está/ e difícil de alcançar o Deus. Onde, contudo, há perigo/ também cresce o que salva". Outros talvez acrescentem que haveria boas razões para pensar que os perigos da técnica decorrem das dificuldades ambientais e objetivas dos humanos de chegarem ao mundo e nele se manterem; dificuldades para as quais Heidegger não atentou em "Ser e Tempo", ainda que, a partir de 1930, tenha percebido algumas delas e tentado delas escapar pelo caminho adivinhado no verão de 1936. Os mais críticos suspeitariam que a convocação de lidarmos com a técnica, atendendo a um chamamento do ser -que nos imporia o sacrifício de todas as relações ambientais e objetais do cotidiano e o fim da pesquisa científica e filosófica-, não seria fundada num ditame que viria do além-ente, mas, antes, seria fruto de elaborações hesitantes, ao mesmo tempo temerosas e exaltadas, sempre inconclusivas, de um pensador que se autodefine como "uma grande criança, que faz grandes perguntas", isto é, perguntas sem resposta possível. Não posso deixar de mencionar um notável achado de Casanova: a tradução de "Seyn" -grafia antiga do termo "Sein", encontrada em Hölderlin- por "seer" -grafia antiga do termo "ser". Pode ser instrutivo observar que "seer" vem da palavra latina "sedere"-estar sentado, ficar na posição ereta, que é uma conquista de base somática ("animal") do bebê humano quando bem cuidado no colo da mãe-, sem relação com o presenciar extático do desocultamento, acontecer pensado a partir da etimologia da palavra grega "aletheia". Conclui-se que, se a "linguagem fala", como diz Heidegger, ela fala de tudo, inclusive do ser, em cada língua natural com uma voz diferente, não havendo esperança de uma composição harmônica dessas vozes. A tentativa do Heidegger tardio de ver na linguagem natural a "casa do ser" não é, portanto, problemática apenas por privilegiar línguas naturais particulares: o grego e o alemão.
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Henrique Pizzolato recebe multa de R$ 500 mil por desvios no Banco do Brasil
Em julgamento nesta quinta (15), a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) condenou o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, a pagar multa de R$ 500 mil por irregularidades no repasse de recursos à agência DNA Propaganda, de Marcos Valério, apontado como o principal operador do mensalão. A punição definida pela CVM equivale à máxima multa aplicável em casos como esse. Desde 2015, Pizzolato está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. Ele foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro no processo do mensalão. Além de Pizzolato, a CVM foram condenou dois ex-diretores do banco, Fernando Barbosa de Oliveira e Paulo Bonzanini. O primeiro foi multado em R$ 250 mil. O segundo recebeu uma advertência. Pizzolato respondeu por desrespeitar os procedimentos do banco para repassar recursos à DNA entre os anos de 2003 e 2004 para promover o fundo Visanet. Os dois outros responderam por não tomarem medidas para corrigir os problemas. De acordo com a CVM, Pizzolato foi condenado por infração ao dever de lealdade e os outros dois, por infração ao dever de diligência. O julgamento havia sido iniciado em novembro, mas foi interrompido por pedido de vistas do presidente da autarquia, Leonardo Pereira. Os três podem recorrer ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.
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Henrique Pizzolato recebe multa de R$ 500 mil por desvios no Banco do BrasilEm julgamento nesta quinta (15), a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) condenou o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, a pagar multa de R$ 500 mil por irregularidades no repasse de recursos à agência DNA Propaganda, de Marcos Valério, apontado como o principal operador do mensalão. A punição definida pela CVM equivale à máxima multa aplicável em casos como esse. Desde 2015, Pizzolato está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. Ele foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro no processo do mensalão. Além de Pizzolato, a CVM foram condenou dois ex-diretores do banco, Fernando Barbosa de Oliveira e Paulo Bonzanini. O primeiro foi multado em R$ 250 mil. O segundo recebeu uma advertência. Pizzolato respondeu por desrespeitar os procedimentos do banco para repassar recursos à DNA entre os anos de 2003 e 2004 para promover o fundo Visanet. Os dois outros responderam por não tomarem medidas para corrigir os problemas. De acordo com a CVM, Pizzolato foi condenado por infração ao dever de lealdade e os outros dois, por infração ao dever de diligência. O julgamento havia sido iniciado em novembro, mas foi interrompido por pedido de vistas do presidente da autarquia, Leonardo Pereira. Os três podem recorrer ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.
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Candidatos a prefeito em São Bernardo rejeitam museu sobre Lula
KÁTIA FLORA DA AGÊNCIA MURAL Em São Bernardo do Campo, na região do ABC Paulista, dois candidatos a prefeito prometem suspender a construção do Museu do Trabalhador, que terá acervo sobre as greves no fim da década de 1970 e sobre a trajetória do ex-presidente Lula, morador da cidade. O candidato Orlando Morando (PSDB) promete instalar no local uma fábrica de cultura. Já Alex Manente (PPS) quer dedicar um andar da obra para sediar uma pinacoteca e, no outro, fazer um restaurante Bom Prato, que serve refeições por R$ 1. "O investimento vem do Ministério da Cultura e pode ser utilizado para outros fins", diz Manente. A construção do museu começou em 2012, com previsão de durar nove meses e custo de R$ 18 milhões. Além do museu, outras obras são destaque na campanha eleitoral local. Corredores de ônibus e estruturas de drenagem contra enchentes também estão inacabadas. A atual gestão de Luiz Marinho (PT) culpa cortes em repasses federais pelos atrasos e promete terminar o museu este ano. À frente da cidade desde 2009, o partido lançou Tarcísio Secoli, 60, pouco conhecido em São Bernardo. Metalúrgico por 35 anos, ele coordenou as duas campanhas de Marinho à prefeitura e foi secretário de Serviços Urbanos. Como bandeiras, o petista cita um novo hospital de clínicas e a implantação da coleta seletiva, além de prometer terminar obras inacabadas. O petista enfrenta políticos mais jovens. Morando, 36, do PSDB, está no quarto mandato como deputado estadual e é empresário do setor varejista. Em sua campanha, também promete terminar as obras. "São Bernardo virou um canteiro de obras inacabadas, uma vergonha", diz Morando. Manente, 37, formado em direito e deputado federal, iniciou a carreira política aos 18 anos seguindo os passos do pai, o ex-vereador Otávio Manente (1955-2011). Para gerar empregos, ele promete trazer empresas de tecnologia de fora do país para a cidade. "São Bernardo virou uma cidade dormitório devido à falta de oportunidades", diz Manente, que promete, ainda, diminuir o número de secretarias e de funcionários comissionados. A cidade de 815 mil habitantes enriqueceu como polo de produção de automóveis na década de 1970. No entanto, várias fábricas migraram e as que ficaram enfrentam dificuldades com a crise econômica. A Mercedes-Benz, por exemplo, onde Secoli trabalhou por 35 anos, colocou 10 mil funcionários em licença remunerada por tempo indeterminado e dispensou 1.400 pessoas nos últimos meses.
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Candidatos a prefeito em São Bernardo rejeitam museu sobre LulaKÁTIA FLORA DA AGÊNCIA MURAL Em São Bernardo do Campo, na região do ABC Paulista, dois candidatos a prefeito prometem suspender a construção do Museu do Trabalhador, que terá acervo sobre as greves no fim da década de 1970 e sobre a trajetória do ex-presidente Lula, morador da cidade. O candidato Orlando Morando (PSDB) promete instalar no local uma fábrica de cultura. Já Alex Manente (PPS) quer dedicar um andar da obra para sediar uma pinacoteca e, no outro, fazer um restaurante Bom Prato, que serve refeições por R$ 1. "O investimento vem do Ministério da Cultura e pode ser utilizado para outros fins", diz Manente. A construção do museu começou em 2012, com previsão de durar nove meses e custo de R$ 18 milhões. Além do museu, outras obras são destaque na campanha eleitoral local. Corredores de ônibus e estruturas de drenagem contra enchentes também estão inacabadas. A atual gestão de Luiz Marinho (PT) culpa cortes em repasses federais pelos atrasos e promete terminar o museu este ano. À frente da cidade desde 2009, o partido lançou Tarcísio Secoli, 60, pouco conhecido em São Bernardo. Metalúrgico por 35 anos, ele coordenou as duas campanhas de Marinho à prefeitura e foi secretário de Serviços Urbanos. Como bandeiras, o petista cita um novo hospital de clínicas e a implantação da coleta seletiva, além de prometer terminar obras inacabadas. O petista enfrenta políticos mais jovens. Morando, 36, do PSDB, está no quarto mandato como deputado estadual e é empresário do setor varejista. Em sua campanha, também promete terminar as obras. "São Bernardo virou um canteiro de obras inacabadas, uma vergonha", diz Morando. Manente, 37, formado em direito e deputado federal, iniciou a carreira política aos 18 anos seguindo os passos do pai, o ex-vereador Otávio Manente (1955-2011). Para gerar empregos, ele promete trazer empresas de tecnologia de fora do país para a cidade. "São Bernardo virou uma cidade dormitório devido à falta de oportunidades", diz Manente, que promete, ainda, diminuir o número de secretarias e de funcionários comissionados. A cidade de 815 mil habitantes enriqueceu como polo de produção de automóveis na década de 1970. No entanto, várias fábricas migraram e as que ficaram enfrentam dificuldades com a crise econômica. A Mercedes-Benz, por exemplo, onde Secoli trabalhou por 35 anos, colocou 10 mil funcionários em licença remunerada por tempo indeterminado e dispensou 1.400 pessoas nos últimos meses.
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Senadores do Brasil visitam parentes de venezuelanos mortos em protestos
A comitiva de senadores brasileiros governistas em visita à Venezuela começou sua programação com encontro, na manhã desta quinta-feira (25), com famílias de vítimas da violência em manifestações opositoras ocorridas no primeiro semestre de 2014. O primeiro relato aos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Telmário Mota (PDT-RR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Roberto Requião (PMDB-PR) foi feito pela viúva do capitão da Guarda Nacional Ramzor Bracho, morto por supostos disparos de manifestantes opositores em Caracas no dia 12 de março daquele ano. tweet Yendry Velazquez lamentou a propagação do que chamou de "imagem não verdadeira do ocorrido". "Meu marido recebeu um tiro pelas costas e morreu em decorrência da perda de sangue", disse Velazquez, emocionada. Ela lembrava que Bracho morreu três meses após se casarem. A porta-voz do movimento de vítimas dos protestos, Desiree Cabrera, criticou a visita dos senadores brasileiros opositores liderados por Aécio Neves (PSDB-MG) que, na semana passada, tentaram visitar na prisão o direitista Leopoldo López, detido por convocar os protestos de 2014. Mas os senadores opositores não conseguiram sair da área do aeroporto devido ao trânsito bloqueado pela polícia e tiveram de voltar a Brasília após seis horas de confusão. Cabrera lamentou que a "direita se sensibilize com apenas um dos lados da história." Após visitar os parentes de pessoas mortas nas manifestações opositoras em 2014, os senadores devem se reunir com parentes de opositores presos, membros da oposição moderada e deputados chavistas. Os parlamentares, que devem embarcar de volta para o Brasil ainda nesta quinta, prepararão um relatório sobre a situação venezuelana para ser apresentado no Senado.
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Senadores do Brasil visitam parentes de venezuelanos mortos em protestosA comitiva de senadores brasileiros governistas em visita à Venezuela começou sua programação com encontro, na manhã desta quinta-feira (25), com famílias de vítimas da violência em manifestações opositoras ocorridas no primeiro semestre de 2014. O primeiro relato aos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Telmário Mota (PDT-RR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Roberto Requião (PMDB-PR) foi feito pela viúva do capitão da Guarda Nacional Ramzor Bracho, morto por supostos disparos de manifestantes opositores em Caracas no dia 12 de março daquele ano. tweet Yendry Velazquez lamentou a propagação do que chamou de "imagem não verdadeira do ocorrido". "Meu marido recebeu um tiro pelas costas e morreu em decorrência da perda de sangue", disse Velazquez, emocionada. Ela lembrava que Bracho morreu três meses após se casarem. A porta-voz do movimento de vítimas dos protestos, Desiree Cabrera, criticou a visita dos senadores brasileiros opositores liderados por Aécio Neves (PSDB-MG) que, na semana passada, tentaram visitar na prisão o direitista Leopoldo López, detido por convocar os protestos de 2014. Mas os senadores opositores não conseguiram sair da área do aeroporto devido ao trânsito bloqueado pela polícia e tiveram de voltar a Brasília após seis horas de confusão. Cabrera lamentou que a "direita se sensibilize com apenas um dos lados da história." Após visitar os parentes de pessoas mortas nas manifestações opositoras em 2014, os senadores devem se reunir com parentes de opositores presos, membros da oposição moderada e deputados chavistas. Os parlamentares, que devem embarcar de volta para o Brasil ainda nesta quinta, prepararão um relatório sobre a situação venezuelana para ser apresentado no Senado.
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Trump na berlinda
A crise política gerada pela demissão do diretor do FBI, James Comey, deixou o presidente Donald Trump na situação mais difícil de seu curto mandato. Na sequência de uma avalanche de críticas por parte da oposição democrata e de parcela expressiva da imprensa, novas suspeitas intensificaram os debates acerca de um possível processo de impeachment contra o republicano. A mais grave delas veio de reportagem publicada nesta terça-feira (16) pelo jornal "The New York Times", na qual se afirma que o mandatário norte-americano teria pressionado Comey, durante uma conversa, a "deixar de lado" investigações sobre o ex-conselheiro de Segurança Michael Flynn. Este viu-se obrigado a deixar o governo pouco depois de assumir o cargo, por ter mentido a respeito de contatos que manteve com representantes da Rússia durante a campanha eleitoral. A notícia veio a dar mais verossimilhança às suspeitas de que Trump tenha afastado Comey com o intuito de conter as investigações sobre as relações de seus assessores com funcionários russos (visando prejudicar a candidata democrata Hillary Clinton). O caso, na opinião de parlamentares, poderia, se confirmado, caracterizar tentativa de obstrução da Justiça por parte da Casa Branca, motivo que levou à abertura de processo contra o republicano Richard Nixon, derrubado em 1974. O Senado americano convidou Comey a prestar esclarecimentos e solicitou ao FBI que envie o material disponível sobre o tema, como notas e memorandos do ex-diretor. Caso as apurações venham a confirmar a versão veiculada pela reportagem, a perspectiva de impeachment torna-se mais palpável. Não basta, contudo, um fato jurídico para que o processo seja levado adiante. É preciso que haja apoio político. A questão-chave é se o Partido Republicano, que mantém maioria na Câmara e no Senado, vai se dividir sobre o caso. Trump, como se sabe, embora tenha vencido a eleição, tem dificuldades com a sigla, que o vê com desconfiança pela falta de experiência pública e por atuar de maneira personalista e errática. Com a credibilidade em queda, o presidente ataca a imprensa, que o estaria tratando de maneira injusta como jamais teria feito com seus antecessores. Insiste em classificar o noticiário de "fake news", chamando a mídia de mentirosa. De fato, parte expressiva dos veículos de comunicação lhe faz oposição sistemática. Mas tem apresentado, além de opiniões, fatos jornalísticos. E foram estes que derrubaram Nixon. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Trump na berlindaA crise política gerada pela demissão do diretor do FBI, James Comey, deixou o presidente Donald Trump na situação mais difícil de seu curto mandato. Na sequência de uma avalanche de críticas por parte da oposição democrata e de parcela expressiva da imprensa, novas suspeitas intensificaram os debates acerca de um possível processo de impeachment contra o republicano. A mais grave delas veio de reportagem publicada nesta terça-feira (16) pelo jornal "The New York Times", na qual se afirma que o mandatário norte-americano teria pressionado Comey, durante uma conversa, a "deixar de lado" investigações sobre o ex-conselheiro de Segurança Michael Flynn. Este viu-se obrigado a deixar o governo pouco depois de assumir o cargo, por ter mentido a respeito de contatos que manteve com representantes da Rússia durante a campanha eleitoral. A notícia veio a dar mais verossimilhança às suspeitas de que Trump tenha afastado Comey com o intuito de conter as investigações sobre as relações de seus assessores com funcionários russos (visando prejudicar a candidata democrata Hillary Clinton). O caso, na opinião de parlamentares, poderia, se confirmado, caracterizar tentativa de obstrução da Justiça por parte da Casa Branca, motivo que levou à abertura de processo contra o republicano Richard Nixon, derrubado em 1974. O Senado americano convidou Comey a prestar esclarecimentos e solicitou ao FBI que envie o material disponível sobre o tema, como notas e memorandos do ex-diretor. Caso as apurações venham a confirmar a versão veiculada pela reportagem, a perspectiva de impeachment torna-se mais palpável. Não basta, contudo, um fato jurídico para que o processo seja levado adiante. É preciso que haja apoio político. A questão-chave é se o Partido Republicano, que mantém maioria na Câmara e no Senado, vai se dividir sobre o caso. Trump, como se sabe, embora tenha vencido a eleição, tem dificuldades com a sigla, que o vê com desconfiança pela falta de experiência pública e por atuar de maneira personalista e errática. Com a credibilidade em queda, o presidente ataca a imprensa, que o estaria tratando de maneira injusta como jamais teria feito com seus antecessores. Insiste em classificar o noticiário de "fake news", chamando a mídia de mentirosa. De fato, parte expressiva dos veículos de comunicação lhe faz oposição sistemática. Mas tem apresentado, além de opiniões, fatos jornalísticos. E foram estes que derrubaram Nixon. editoriais@grupofolha.com.br
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Pequenos empresários dominam o setor de drones no Brasil
O mercado de drones deve movimentar R$ 200 milhões no Brasil neste ano, segundo a MundoGEO, empresa especializada no setor. Desse montante, grande parte virá da atividade de pequenas e médias empresas. "A tendência desse mercado é mesmo a pulverização em empresas de porte menor, uma característica que se repete com frequência no setor de tecnologia", diz Emerson Granemann, 57, diretor da MundoGEO. Para quem quer atuar no setor, há duas recomendações: ficar atento às tendência internacionais e exercitar a criatividade quanto aos tipos de serviço que os drones podem realizar. Hoje, o uso comercial dos drones se restringe a substituir outros objetos voadores, como aviões e helicópteros, em monitoramento e filmagem de grandes áreas. "O potencial de uso dos aparelhos ainda não foi totalmente explorado", diz Granemann. "Ainda vamos descobrir aplicações comerciais para os drones", diz. Para promover o setor, a MundoGEO realizou, no início deste mês, a feira DroneShow Latin America. O evento, que reuniu 3.200 pessoas em três dias, em São Paulo, contou com 52 expositores, na maioria pequenos e médios empresários, entre importadores, fabricantes e prestadores de serviço. EVOLUÇÃO No que diz respeito aos aparelhos propriamente ditos, empresários do setor dizem já não haver muito mais espaço para evoluções. "Os drones podem melhorar em um ou outro aspecto pontual, mas já chegamos a um pico evolutivo", diz o empresário Luis Guimarães Neto, 27, proprietário da DroneStore, de São Paulo. As mudanças devem vir dos softwares que comandam as ações das aeronaves. Os aparelhos vendidos pela DroneStore, por exemplo, são de código aberto, ou seja, qualquer desenvolvedor pode criar um programa para que eles façam as tarefas desejadas. Desde 2014, Neto já vendeu cerca de mil drones como representante da chinesa DJI no mercado brasileiro. Entre os modelos mais comercializados em sua loja, que também presta assistência técnica, está o Phantom 3 Advanced, do tipo quadcopter (com quatro hélices): R$ 5.790. Aeromodelista, Neto começou a atuar no mercado de drones por curiosidade em 2010, quando adquiriu um aparelho por R$ 15 mil. Depois de um tempo, ele passou a bater na porta de produtoras de vídeo para mostrar o que o seu drone podia fazer em termos de captação de imagem. Hoje, ele se dedica apenas à comercialização e à manutenção dos aparelhos. A Imagem, de São José dos Campos, interior de São Paulo, representa outra marca estrangeira, a americana ESRI, especializada em serviços de inteligência geográfica. O programa Drone2Map dos aparelhos transforma as imagens captadas por câmeras em mapas 2D e 3D para melhor análise. "Tempo e dinheiro podem ser economizados com o uso de drones em vez de aviões e helicópteros", diz Abimael Cereda Júnior, 34, diretor da Imagem. "Com apenas uma viagem e aplicação das ferramentas do nosso software, o fazendeiro já pode mapear toda a sua propriedade, por exemplo", afirma o diretor. Há também quem prefira construir as aeronaves do zero, em vez de importar. A Horus, de Santa Catarina, fabrica drones desde o ano passado utilizando, na maior parte, componentes nacionais. Por conta disso, afirma o diretor executivo Fabrício Hertz, 28, seus produtos podem ser até 75% mais baratos que os similares importados pela concorrência. Seu drone de asa fixa custa em torno de R$ 60 mil. Esse modelo decola por meio de mecanismos de catapulta ou pistas como as de aviões de grande porte. DELIVERY Em dezembro de 2014, uma pizzaria de Santo André, na Grande São Paulo, divulgou um vídeo promocional no qual um drone entregava uma pizza a um cliente que morava em um apartamento de cobertura na cidade. Quase um ano e meio depois, esse tipo de iniciativa não saiu do plano do marketing. "Só daqui a uma década esse tipo de entrega vai ser real no Brasil", afirma Luis Neto, da Drone Store. Emerson Granemann, da MundoGEO, especializada no segmento, diz que o delivery com as aeronaves deve ser a próxima onda do mercado. "Hoje, as empresas ainda estão focadas em aplicações nas áreas de engenharia, agropecuária e propaganda", diz. Parte da demora em ampliar as possibilidades de negócios para os drones está na falta de legislação para regulamentar suas atividades. Somente cerca de 20 países estabeleceram regras específicas para os objetos voadores não tripulados. No Brasil, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), ainda não há data para a versão final do texto com os parâmetros para o uso dos drones em espaço aéreo nacional. As medidas vêm sendo discutidas há três anos. Enquanto isso não ocorre, os drones ficam em um limbo: não são nem proibidos nem totalmente liberados -e seguem sendo comercializados. Nos EUA, a gigante de varejo Amazon anunciou que já esta próxima de começar a fazer entregas utilizando drones. A empresa promete passar a fazer entregas em até 30 minutos com a tecnologia. A companhia já faz testes com drones em Israel, Áustria e no Reino Unido, além dos Estados Unidos.
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Pequenos empresários dominam o setor de drones no BrasilO mercado de drones deve movimentar R$ 200 milhões no Brasil neste ano, segundo a MundoGEO, empresa especializada no setor. Desse montante, grande parte virá da atividade de pequenas e médias empresas. "A tendência desse mercado é mesmo a pulverização em empresas de porte menor, uma característica que se repete com frequência no setor de tecnologia", diz Emerson Granemann, 57, diretor da MundoGEO. Para quem quer atuar no setor, há duas recomendações: ficar atento às tendência internacionais e exercitar a criatividade quanto aos tipos de serviço que os drones podem realizar. Hoje, o uso comercial dos drones se restringe a substituir outros objetos voadores, como aviões e helicópteros, em monitoramento e filmagem de grandes áreas. "O potencial de uso dos aparelhos ainda não foi totalmente explorado", diz Granemann. "Ainda vamos descobrir aplicações comerciais para os drones", diz. Para promover o setor, a MundoGEO realizou, no início deste mês, a feira DroneShow Latin America. O evento, que reuniu 3.200 pessoas em três dias, em São Paulo, contou com 52 expositores, na maioria pequenos e médios empresários, entre importadores, fabricantes e prestadores de serviço. EVOLUÇÃO No que diz respeito aos aparelhos propriamente ditos, empresários do setor dizem já não haver muito mais espaço para evoluções. "Os drones podem melhorar em um ou outro aspecto pontual, mas já chegamos a um pico evolutivo", diz o empresário Luis Guimarães Neto, 27, proprietário da DroneStore, de São Paulo. As mudanças devem vir dos softwares que comandam as ações das aeronaves. Os aparelhos vendidos pela DroneStore, por exemplo, são de código aberto, ou seja, qualquer desenvolvedor pode criar um programa para que eles façam as tarefas desejadas. Desde 2014, Neto já vendeu cerca de mil drones como representante da chinesa DJI no mercado brasileiro. Entre os modelos mais comercializados em sua loja, que também presta assistência técnica, está o Phantom 3 Advanced, do tipo quadcopter (com quatro hélices): R$ 5.790. Aeromodelista, Neto começou a atuar no mercado de drones por curiosidade em 2010, quando adquiriu um aparelho por R$ 15 mil. Depois de um tempo, ele passou a bater na porta de produtoras de vídeo para mostrar o que o seu drone podia fazer em termos de captação de imagem. Hoje, ele se dedica apenas à comercialização e à manutenção dos aparelhos. A Imagem, de São José dos Campos, interior de São Paulo, representa outra marca estrangeira, a americana ESRI, especializada em serviços de inteligência geográfica. O programa Drone2Map dos aparelhos transforma as imagens captadas por câmeras em mapas 2D e 3D para melhor análise. "Tempo e dinheiro podem ser economizados com o uso de drones em vez de aviões e helicópteros", diz Abimael Cereda Júnior, 34, diretor da Imagem. "Com apenas uma viagem e aplicação das ferramentas do nosso software, o fazendeiro já pode mapear toda a sua propriedade, por exemplo", afirma o diretor. Há também quem prefira construir as aeronaves do zero, em vez de importar. A Horus, de Santa Catarina, fabrica drones desde o ano passado utilizando, na maior parte, componentes nacionais. Por conta disso, afirma o diretor executivo Fabrício Hertz, 28, seus produtos podem ser até 75% mais baratos que os similares importados pela concorrência. Seu drone de asa fixa custa em torno de R$ 60 mil. Esse modelo decola por meio de mecanismos de catapulta ou pistas como as de aviões de grande porte. DELIVERY Em dezembro de 2014, uma pizzaria de Santo André, na Grande São Paulo, divulgou um vídeo promocional no qual um drone entregava uma pizza a um cliente que morava em um apartamento de cobertura na cidade. Quase um ano e meio depois, esse tipo de iniciativa não saiu do plano do marketing. "Só daqui a uma década esse tipo de entrega vai ser real no Brasil", afirma Luis Neto, da Drone Store. Emerson Granemann, da MundoGEO, especializada no segmento, diz que o delivery com as aeronaves deve ser a próxima onda do mercado. "Hoje, as empresas ainda estão focadas em aplicações nas áreas de engenharia, agropecuária e propaganda", diz. Parte da demora em ampliar as possibilidades de negócios para os drones está na falta de legislação para regulamentar suas atividades. Somente cerca de 20 países estabeleceram regras específicas para os objetos voadores não tripulados. No Brasil, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), ainda não há data para a versão final do texto com os parâmetros para o uso dos drones em espaço aéreo nacional. As medidas vêm sendo discutidas há três anos. Enquanto isso não ocorre, os drones ficam em um limbo: não são nem proibidos nem totalmente liberados -e seguem sendo comercializados. Nos EUA, a gigante de varejo Amazon anunciou que já esta próxima de começar a fazer entregas utilizando drones. A empresa promete passar a fazer entregas em até 30 minutos com a tecnologia. A companhia já faz testes com drones em Israel, Áustria e no Reino Unido, além dos Estados Unidos.
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Cientistas descrevem decapitação mais antiga das Américas, de 9.000 anos
Quem habitava o continente americano alguns séculos (ou milênios) atrás corria sério risco de perder a cabeça. Coletar a cabeça do inimigo sempre foi um gesto intimidador, e isso não era raro nas Américas, mas em uma decapitação pode haver muito mais significado do que a simples intenção de amedrontar: poderia haver arte e até respeito, segundo um novo estudo. O antropólogo e geólogo André Strauss, junto com o bioantropólogo da USP Walter Neves e outros onze colaboradores acabaram de publicar um artigo na revista científica "Plos One" em que descrevem a mais antiga decapitação já registrada na história do Novo Mundo, que teria ocorrido há mais de 9.000 anos na região da atual Matozinhos, cidade de Minas Gerais a 50 km da capital Belo Horizonte. Os quadrinhos acima reproduzem ficcionalmente como a reportagem, com a ajuda de Strauss, imagina que possa ter se dado a história do indivíduo do sepultamento 26, apelidado de Bwii. O que os arqueólogos acharam enterrado a mais ou menos meio metro de profundidade foi uma cabeça sem corpo e com as mãos dispostas "em oposição" uma à outra: a mão direita foi colocada sobre o lado esquerdo da face, com os dedos apontando para o queixo e a mão esquerda estava sobre o lado direito, apontando para a testa. O "povo de Luzia" (em homenagem o fóssil de uma das mais antigas brasileiras já achadas, de 11.400 mil anos) é conhecido também por um certo aspecto artístico presente em sua cultura funerária. Por exemplo, já foi encontrado um crânio cujo conteúdo foi preenchido com ossos que pertenciam a outra pessoa, além de túmulos de adultos com crânios de criança e vice-versa. Uma das coisas mais surpreendentes da decapitação, segundo Strauss, é a precisão com que ela foi feita. "Arrancar uma cabeça com um machadão no estilo 'Game of Thrones' [série de TV ambientada num mundo fantástico/medieval] é fácil, mas no paleolítico, com ferramentas de pedra, era um trabalhão. Eles não tinham metal". Na opinião dos autores, a visão eurocêntrica geralmente busca descrever decapitações como decorrência de ações violentas entre grupos. No caso da cabeça do sepultamento 26, porém, os cientistas apostaram em uma explicação mais pacífica para o ritual. Uma das evidências é que o crânio não foi perfurado –nos furos passariam alças que indicariam que a cabeça poderia ser carregada de um lado para outro, como um prêmio. Outra são as lesões pós-morte nos ossos, mostrando que "eles sabiam o que estavam fazendo", diz Strauss. Por último, o cuidado com a simbologia das mãos, que provavelmente foram amarradas com algum tipo de corda e que dificilmente teriam sido colocadas naquela posição "por acaso". "Imagino que o morto do sepultamento 26 fazia parte da comunidade local, e provavelmente era respeitado, talvez até algum tipo de chefe", diz Strauss. Depois de cortar as partes moles do pescoço com lascas, a cabeça era torcida até os tendões arrebentarem e, finalmente permitir a separação do corpo. "Eu mesmo fiz alguns experimentos com cabras e vi o quanto é difícil. Dá pra ouvir um estralo quando os tendões se rompem", conta o antropólogo. Na opinião do pesquisador, o sítio arqueológico de Lapa do Santo, mesmo após tantos achados, ainda pode contar muito sobre a história humana no Brasil pré-histórico. MAIS CABEÇAS Outros povos pré-colombianos também tinham grande apreço por cabeças. Há registros de antigos Incas que arrancavam a cabeça de desafortunados ainda vivos com violência. Elas participavam de rituais e eram depositadas próximo a pirâmides. Outro exemplo seria um guerreiro morto por índios mudurukus, da Amazônia: ele teria sua cabeça cortada, esvaziada, mumificada, defumada, decorada e usada como adorno e amuleto para ajudar na caça e aumentar fertilidade
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Cientistas descrevem decapitação mais antiga das Américas, de 9.000 anosQuem habitava o continente americano alguns séculos (ou milênios) atrás corria sério risco de perder a cabeça. Coletar a cabeça do inimigo sempre foi um gesto intimidador, e isso não era raro nas Américas, mas em uma decapitação pode haver muito mais significado do que a simples intenção de amedrontar: poderia haver arte e até respeito, segundo um novo estudo. O antropólogo e geólogo André Strauss, junto com o bioantropólogo da USP Walter Neves e outros onze colaboradores acabaram de publicar um artigo na revista científica "Plos One" em que descrevem a mais antiga decapitação já registrada na história do Novo Mundo, que teria ocorrido há mais de 9.000 anos na região da atual Matozinhos, cidade de Minas Gerais a 50 km da capital Belo Horizonte. Os quadrinhos acima reproduzem ficcionalmente como a reportagem, com a ajuda de Strauss, imagina que possa ter se dado a história do indivíduo do sepultamento 26, apelidado de Bwii. O que os arqueólogos acharam enterrado a mais ou menos meio metro de profundidade foi uma cabeça sem corpo e com as mãos dispostas "em oposição" uma à outra: a mão direita foi colocada sobre o lado esquerdo da face, com os dedos apontando para o queixo e a mão esquerda estava sobre o lado direito, apontando para a testa. O "povo de Luzia" (em homenagem o fóssil de uma das mais antigas brasileiras já achadas, de 11.400 mil anos) é conhecido também por um certo aspecto artístico presente em sua cultura funerária. Por exemplo, já foi encontrado um crânio cujo conteúdo foi preenchido com ossos que pertenciam a outra pessoa, além de túmulos de adultos com crânios de criança e vice-versa. Uma das coisas mais surpreendentes da decapitação, segundo Strauss, é a precisão com que ela foi feita. "Arrancar uma cabeça com um machadão no estilo 'Game of Thrones' [série de TV ambientada num mundo fantástico/medieval] é fácil, mas no paleolítico, com ferramentas de pedra, era um trabalhão. Eles não tinham metal". Na opinião dos autores, a visão eurocêntrica geralmente busca descrever decapitações como decorrência de ações violentas entre grupos. No caso da cabeça do sepultamento 26, porém, os cientistas apostaram em uma explicação mais pacífica para o ritual. Uma das evidências é que o crânio não foi perfurado –nos furos passariam alças que indicariam que a cabeça poderia ser carregada de um lado para outro, como um prêmio. Outra são as lesões pós-morte nos ossos, mostrando que "eles sabiam o que estavam fazendo", diz Strauss. Por último, o cuidado com a simbologia das mãos, que provavelmente foram amarradas com algum tipo de corda e que dificilmente teriam sido colocadas naquela posição "por acaso". "Imagino que o morto do sepultamento 26 fazia parte da comunidade local, e provavelmente era respeitado, talvez até algum tipo de chefe", diz Strauss. Depois de cortar as partes moles do pescoço com lascas, a cabeça era torcida até os tendões arrebentarem e, finalmente permitir a separação do corpo. "Eu mesmo fiz alguns experimentos com cabras e vi o quanto é difícil. Dá pra ouvir um estralo quando os tendões se rompem", conta o antropólogo. Na opinião do pesquisador, o sítio arqueológico de Lapa do Santo, mesmo após tantos achados, ainda pode contar muito sobre a história humana no Brasil pré-histórico. MAIS CABEÇAS Outros povos pré-colombianos também tinham grande apreço por cabeças. Há registros de antigos Incas que arrancavam a cabeça de desafortunados ainda vivos com violência. Elas participavam de rituais e eram depositadas próximo a pirâmides. Outro exemplo seria um guerreiro morto por índios mudurukus, da Amazônia: ele teria sua cabeça cortada, esvaziada, mumificada, defumada, decorada e usada como adorno e amuleto para ajudar na caça e aumentar fertilidade
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Mortes: Um agrônomo dedicado às pragas da soja
Convidado a um evento em Passo Fundo (RS), José Tadashi Yorinori pegou um avião fretado, enviado a Londrina apenas para levá-lo. Embarcou, mas a aeronave não ganhou altitude na decolagem. Acabou caindo em uma lavoura vizinha ao aeroporto. Marcos, seu filho, voltou preocupado ao local. Viu a aeronave destruída e o pai sujo de terra –não tinha ferimentos. A surpresa foi a máquina fotográfica nas mãos de José. Ele fazia fotos da lavoura em que havia caído, das doenças que atingiam a plantação. Não havia lugar nem hora para esse londrinense voltar sua atenção às lavouras, principalmente de soja, e às doenças que costumam atacá-las. Filho de pais agricultores, formou-se em agronomia pela Universidade Federal do Paraná e fez mestrado e doutorado nos Estados Unidos. Trabalhou na Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), combateu várias epidemias e aprimorou as técnicas de plantação de soja. Mesmo aposentado, não parava. Mais recentemente, fazia consultorias. As viagens de família ficavam intermináveis com as várias paradas que José fazia para observar plantações. "Só mais um pouquinho", dizia aos filhos já impacientes. Quando não se dedicava às plantações, às pesquisas ou a suas inúmeras viagens a trabalho, ele gostava de pescar, de ler. Lia qualquer tipo de livro, deixando pilhas e mais pilhas deles em sua casa. A alegria e o bom humor estavam sempre lá, fosse trabalhando ou se divertindo. Morreu dia 13, aos 72 anos, em decorrência de uma queda. Deixa a mulher, quatro filhos, três netos e três irmãos. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
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Mortes: Um agrônomo dedicado às pragas da sojaConvidado a um evento em Passo Fundo (RS), José Tadashi Yorinori pegou um avião fretado, enviado a Londrina apenas para levá-lo. Embarcou, mas a aeronave não ganhou altitude na decolagem. Acabou caindo em uma lavoura vizinha ao aeroporto. Marcos, seu filho, voltou preocupado ao local. Viu a aeronave destruída e o pai sujo de terra –não tinha ferimentos. A surpresa foi a máquina fotográfica nas mãos de José. Ele fazia fotos da lavoura em que havia caído, das doenças que atingiam a plantação. Não havia lugar nem hora para esse londrinense voltar sua atenção às lavouras, principalmente de soja, e às doenças que costumam atacá-las. Filho de pais agricultores, formou-se em agronomia pela Universidade Federal do Paraná e fez mestrado e doutorado nos Estados Unidos. Trabalhou na Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), combateu várias epidemias e aprimorou as técnicas de plantação de soja. Mesmo aposentado, não parava. Mais recentemente, fazia consultorias. As viagens de família ficavam intermináveis com as várias paradas que José fazia para observar plantações. "Só mais um pouquinho", dizia aos filhos já impacientes. Quando não se dedicava às plantações, às pesquisas ou a suas inúmeras viagens a trabalho, ele gostava de pescar, de ler. Lia qualquer tipo de livro, deixando pilhas e mais pilhas deles em sua casa. A alegria e o bom humor estavam sempre lá, fosse trabalhando ou se divertindo. Morreu dia 13, aos 72 anos, em decorrência de uma queda. Deixa a mulher, quatro filhos, três netos e três irmãos. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
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Virtudes escondidas: razões para a queda dos homicídios em São Paulo
RESUMO Independentemente do método usado para contar o número de mortes por homicídio, é fato que a taxa no Estado de São Paulo caiu de forma importante. Este artigo coloca algumas hipóteses possíveis para explicar a queda; os estudos porém se beneficiariam da liberação de dados que o governo não tem por que omitir. * As recentes idas e vindas do governo do Estado de São Paulo na divulgação de estatísticas criminais, ora decretando sigilo dos dados, ora abrindo "sob consulta prévia ao gestor", geram, além da óbvia discussão sobre o grau de transparência dessas medidas, questões relevantes para a agenda de políticas públicas de segurança. Afinal, qual a dimensão exata do fenômeno da queda de homicídios no Estado de São Paulo? Contar o número de vítimas (como o padrão internacional) ou o número de ocorrências (prática do governo paulista) faz diferença para analisar a variação no número de homicídios? O que gerou o aumento e, posteriormente, a grande queda nos últimos 20 anos? Entendemos que dados públicos devam estar disponíveis e o acesso a eles deva ser franqueado aos cidadãos de forma clara. Mas a diminuição recente da transparência não muda o fato de que a queda no número de homicídios foi extraordinária. Não importa o método ou a fonte, a conclusão é a mesma: depois de um aumento expressivo da violência homicida nos anos 1990, há uma queda de 70% entre 1999 e 2013. Nos demais Estados da região Sudeste, observa-se padrão semelhante: elevação nos anos 1990, seguida de redução nos anos 2000. Mas a diferença de magnitude reforça a ideia de que algo peculiar ocorreu em São Paulo. A taxa de homicídios no Estado, historicamente acima da taxa do Sudeste, atingiu seu ápice em 1999, quatro anos antes do ápice da região. Em 2003 a situação se inverteu. A queda da taxa de homicídios no Estado foi muito superior à observada no Sudeste, mais de 40 pontos percentuais. Se compararmos com o resto do Brasil, a diferença é mais marcante. De fato, não é possível afirmar que a violência homicida tenha começado a diminuir no Brasil. Por sinal, não faz diferença olhar para número de vítimas ou de ocorrências de assassinato, motivo de tanta celeuma, o que torna ainda mais curiosa a insistência do Estado em enfatizar o número de ocorrências. O homicídio é um fenômeno multifacetado. A literatura já mapeou algumas explicações: ciclos de violência, demografia, alterações no mercado de entorpecentes ilícitos, controle de armas e intervenções de política pública. Estudos recentes quantificaram a colaboração desses fatores. DEMOGRAFIA Há tempos as ciências sociais indicam uma relação mecânica entre demografia e crime. Em estudo recente de nossa autoria ("Assessing São Paulo's Large Drop in Homicides: the Role of Demography and Policy Interventions", 2010, University of Chicago Press), realizamos dois exercícios para estabelecer a relação entre demografia e a variação da taxa de homicídios em São Paulo. O primeiro usa as taxas de vitimização por faixa etária (Datasus, do Ministério da Saúde). Supondo que elas sejam boas aproximações para as taxas de homicídio por idade do começo da década de 1990, projetamos qual seria a taxa de homicídio que prevaleceria caso, preservadas as incidências de homicídios por faixa etária observadas na data-base (1990), mudasse somente a distribuição da população nas faixas etárias. Qualitativamente, a demografia explica a subida dos homicídios nos anos 1990, o pico na virada do milênio e a queda nos anos 2000. Trocando em miúdos: o aumento da proporção de jovens na população nos anos 1990 e sua redução nos anos 2000 explica boa parte da dinâmica dos homicídios no período estudado, uma vez que os jovens são uma faixa vulnerável aos crimes violentos, seja como autores ou como vítimas. O segundo exercício quantificou a relação causal entre a variação da proporção de jovens e do número de homicídios. O aumento na proporção de jovens entre 15 e 24 anos responde por 65% da subida dos homicídios nos anos 1990 e por 30% da queda do homicídio nos anos 2000. As condições, desfavoráveis nos anos 1990, ajudaram nos anos 2000. Outros Estados também tiveram condições demográficas favoráveis nos anos 2000. São Paulo talvez tenha aproveitado melhor essas condições. ARMAS Em se tratando de homicídio, as armas de fogo são sempre suspeitas. Estimar o efeito causal da prevalência de armas de fogo sobre o crime não é tarefa trivial. O primeiro desafio é mensurar o estoque de armas em circulação, uma vez que não se sabe a quantidade de armas ilegais. O número de apreensões pela polícia –métrica usualmente utilizada– não é uma boa medida. A diminuição das apreensões pode ocorrer porque o número de armas caiu ou porque houve melhora da atividade policial. Além disso, há o problema da causalidade reversa: as pessoas tenderão a se armar em lugares mais violentos; assim, armas de fogo são tanto causa como consequência da violência. Em "Evaluating a National Anti-Firearm Law and Estimating the Causal Effect of Guns on Crime" (2013), Daniel Cerqueira e João Manoel Pinho de Mello estudam o efeito do Estatuto do Desarmamento (ED). Promulgado em dezembro de 2003, o ED dificultou a posse, praticamente impossibilitou o porte por civis e aumentou as penalidades por porte ilegal. Seguindo a literatura americana, os autores utilizam a taxa de suicídios por 100 mil habitantes cometidos com arma de fogo como aproximação para o número de armas de fogo em circulação. Estudam a janela de três anos antes e depois do Estatuto do Desarmamento. Como esperado, o estoque de armas caiu mais em cidades onde este era mais elevado. Supondo que não haja outra razão para que a variação no número de crimes seja diferente entre cidades com mais e menos armas, qualquer diferença de evolução do crime entre os dois grupos de cidades pode ser atribuída ao ED. Depois de 2003, os homicídios por arma de fogo caíram mais rapidamente nas cidades onde havia mais armas. Já nas cidades com menos armas não houve alteração no ritmo de queda dos homicídios. Os autores usam métodos econométricos que buscam garantir que "não haja outra razão para que a variação no número de crimes seja diferente entre cidades com mais e menos armas". O ED causou a queda de 1 homicídio por arma de fogo por 100 mil habitantes, o que representa redução de 5% dos homicídios cometidos por arma de fogo nas cidades paulistas com mais de 50 mil habitantes. O ED é um dos fatores que contribuíram, apesar de estar longe de explicar tudo (entre 2004 e 2014, a taxa de homicídio em SP caiu oito vezes mais do que o explicado pelo ED). Embora seja lei nacional, o estatuto teve efeito forte em São Paulo (não haveria documentação igualmente crível para outros locais). CRACK A primeira epidemia de crack em São Paulo ocorreu nos anos 1990. Na primeira metade dos anos 2000 houve retração da pedra, com aumento da penetração de Cannabis; no fim da década o crack voltou, mas a distribuição de drogas no varejo é diferente. Há evidência sobre as ondas de entorpecentes e suas consequências para o crime. Uma hipótese explicativa frequentemente aventada é a "pax monopolista". O instrumento de concorrência em mercados ilegais é, muitas vezes, a violência. Como não há propaganda, diminui o valor de concorrer em qualidade e preço. Portanto um monopolista suficientemente forte seria pacificador. A hipótese vai além do caso paulista. Há evidência sobre ela para a Colômbia e, mais recentemente, para o México. Em trabalho em andamento, estimamos, com dois outros pesquisadores, o efeito da dominação territorial do PCC nas favelas paulistanas. Resultados preliminares sugerem que o PCC esteja associado a uma diminuição no crime violento, mas não ao crime contra o patrimônio. Seu efeito, apesar de não desprezível, não explica a queda do crime violento em São Paulo em termos temporais e nem chega perto de explicar a magnitude dessa queda. Demografia, armas e drogas respondem por uma fração importante da dinâmica do crime em SP, principalmente do crime violento. Juntos explicam 70% da subida nos anos 1990, mas "apenas" 50% da queda. O desafio dos investigadores é refinar as pesquisas já feitas e quantificar os fatores que possam ter contribuído para a queda consistente dos crimes violentos em São Paulo nos últimos 20 anos. INTERVENÇÕES Ocorreu algo peculiar em São Paulo –tanto no que diz respeito ao tamanho da queda dos homicídios, superior ao registrado no Brasil e na região Sudeste, quanto pela diferença temporal, uma vez que a queda ocorreu anos antes do resto do país. Esse movimento coincide em termos temporais com intervenções de políticas públicas de segurança adotadas nos últimos 20 anos. Pelos dados disponíveis, é difícil quantificar cientificamente a contribuição das políticas. Mesmo assim, elencamos alguns fatores que podem ter contribuído. A primeira mudança foi a integração das áreas das polícias Civil e Militar, realizada entre 1999 e 2001. Até 1999, as polícias operavam em distribuições territoriais distintas. Não havia responsabilidade compartilhada em cada área. Com a integração das áreas territoriais, foi possível a equivalência entre as duas polícias e a responsabilização conjunta de suas lideranças operacionais no território. Também data do início dos anos 2000 o desenvolvimento de uma série de sistemas de informação voltados às atividades de inteligência e análise criminal. O principal deles é o Infocrim, primeiro sistema de georreferenciamento criminal no Brasil, implantado em 1999 com o objetivo de mapear e cruzar os dados dos milhares de boletins de ocorrência registrados diariamente nos distritos policiais. Atividades antes feitas manualmente a partir de fotocópias reprográficas passaram a ser feitas em computadores pessoais. Sua utilização e desenvolvimento permitiu a melhor alocação de recursos de policiamento ostensivo, a geração de estatísticas criminais automáticas e maior sofisticação nos cruzamentos de dados para processos de investigação. A criação do Disque-Denúncia, voltado ao recebimento de informações sobre crimes fornecidas de forma anônima pela população; a modernização do Centro de Operações da Polícia Militar; e sistemas de identificação de criminosos também figuram dentre as iniciativas que possibilitaram a melhoria do processo de policiamento. Merece destaque ainda a política de investigação e prisão de homicidas contumazes pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil, levada adiante em meados dos anos 2000. Por fim, é possível afirmar que políticas municipais, como fechamento de bares às 23h, contribuíram para a queda –são constatações que estão em estudo nosso, em coautoria com Ciro Biderman, "Dry Laws and Homicides: Evidence from the São Paulo Metropolitan Area" (Economic Journal, 2010), que aborda especificamente os efeitos da adoção de leis secas. Em suma, a polícia paulista passou por uma série de mudanças de gestão no período abordado. Embora ainda não haja quantificação crível, é plausível imaginar que a polícia tenha feito diferença na dinâmica do crime. Por tudo isso, parece-nos um triplo erro a atual política do governo do Estado de São Paulo de dificultar o acesso aos dados na área de segurança pública. Primeiro, vivemos um tempo que exige transparência: os dados públicos não são dos governos, mas da sociedade. Segundo, os dados ajudariam a quantificar a relação entre as políticas públicas implantadas e a redução dos crimes violentos no Estado. Por último, a relutância em disponibilizar os dados gera desconfiança em relação aos números que, por sinal, são amplamente favoráveis. É possível abrir os dados sem violar a privacidade dos envolvidos em ocorrências criminais. Ganharíamos todos se a atual política não só fosse alterada mas se o governo passasse a incentivar a pesquisa na área.
ilustrissima
Virtudes escondidas: razões para a queda dos homicídios em São PauloRESUMO Independentemente do método usado para contar o número de mortes por homicídio, é fato que a taxa no Estado de São Paulo caiu de forma importante. Este artigo coloca algumas hipóteses possíveis para explicar a queda; os estudos porém se beneficiariam da liberação de dados que o governo não tem por que omitir. * As recentes idas e vindas do governo do Estado de São Paulo na divulgação de estatísticas criminais, ora decretando sigilo dos dados, ora abrindo "sob consulta prévia ao gestor", geram, além da óbvia discussão sobre o grau de transparência dessas medidas, questões relevantes para a agenda de políticas públicas de segurança. Afinal, qual a dimensão exata do fenômeno da queda de homicídios no Estado de São Paulo? Contar o número de vítimas (como o padrão internacional) ou o número de ocorrências (prática do governo paulista) faz diferença para analisar a variação no número de homicídios? O que gerou o aumento e, posteriormente, a grande queda nos últimos 20 anos? Entendemos que dados públicos devam estar disponíveis e o acesso a eles deva ser franqueado aos cidadãos de forma clara. Mas a diminuição recente da transparência não muda o fato de que a queda no número de homicídios foi extraordinária. Não importa o método ou a fonte, a conclusão é a mesma: depois de um aumento expressivo da violência homicida nos anos 1990, há uma queda de 70% entre 1999 e 2013. Nos demais Estados da região Sudeste, observa-se padrão semelhante: elevação nos anos 1990, seguida de redução nos anos 2000. Mas a diferença de magnitude reforça a ideia de que algo peculiar ocorreu em São Paulo. A taxa de homicídios no Estado, historicamente acima da taxa do Sudeste, atingiu seu ápice em 1999, quatro anos antes do ápice da região. Em 2003 a situação se inverteu. A queda da taxa de homicídios no Estado foi muito superior à observada no Sudeste, mais de 40 pontos percentuais. Se compararmos com o resto do Brasil, a diferença é mais marcante. De fato, não é possível afirmar que a violência homicida tenha começado a diminuir no Brasil. Por sinal, não faz diferença olhar para número de vítimas ou de ocorrências de assassinato, motivo de tanta celeuma, o que torna ainda mais curiosa a insistência do Estado em enfatizar o número de ocorrências. O homicídio é um fenômeno multifacetado. A literatura já mapeou algumas explicações: ciclos de violência, demografia, alterações no mercado de entorpecentes ilícitos, controle de armas e intervenções de política pública. Estudos recentes quantificaram a colaboração desses fatores. DEMOGRAFIA Há tempos as ciências sociais indicam uma relação mecânica entre demografia e crime. Em estudo recente de nossa autoria ("Assessing São Paulo's Large Drop in Homicides: the Role of Demography and Policy Interventions", 2010, University of Chicago Press), realizamos dois exercícios para estabelecer a relação entre demografia e a variação da taxa de homicídios em São Paulo. O primeiro usa as taxas de vitimização por faixa etária (Datasus, do Ministério da Saúde). Supondo que elas sejam boas aproximações para as taxas de homicídio por idade do começo da década de 1990, projetamos qual seria a taxa de homicídio que prevaleceria caso, preservadas as incidências de homicídios por faixa etária observadas na data-base (1990), mudasse somente a distribuição da população nas faixas etárias. Qualitativamente, a demografia explica a subida dos homicídios nos anos 1990, o pico na virada do milênio e a queda nos anos 2000. Trocando em miúdos: o aumento da proporção de jovens na população nos anos 1990 e sua redução nos anos 2000 explica boa parte da dinâmica dos homicídios no período estudado, uma vez que os jovens são uma faixa vulnerável aos crimes violentos, seja como autores ou como vítimas. O segundo exercício quantificou a relação causal entre a variação da proporção de jovens e do número de homicídios. O aumento na proporção de jovens entre 15 e 24 anos responde por 65% da subida dos homicídios nos anos 1990 e por 30% da queda do homicídio nos anos 2000. As condições, desfavoráveis nos anos 1990, ajudaram nos anos 2000. Outros Estados também tiveram condições demográficas favoráveis nos anos 2000. São Paulo talvez tenha aproveitado melhor essas condições. ARMAS Em se tratando de homicídio, as armas de fogo são sempre suspeitas. Estimar o efeito causal da prevalência de armas de fogo sobre o crime não é tarefa trivial. O primeiro desafio é mensurar o estoque de armas em circulação, uma vez que não se sabe a quantidade de armas ilegais. O número de apreensões pela polícia –métrica usualmente utilizada– não é uma boa medida. A diminuição das apreensões pode ocorrer porque o número de armas caiu ou porque houve melhora da atividade policial. Além disso, há o problema da causalidade reversa: as pessoas tenderão a se armar em lugares mais violentos; assim, armas de fogo são tanto causa como consequência da violência. Em "Evaluating a National Anti-Firearm Law and Estimating the Causal Effect of Guns on Crime" (2013), Daniel Cerqueira e João Manoel Pinho de Mello estudam o efeito do Estatuto do Desarmamento (ED). Promulgado em dezembro de 2003, o ED dificultou a posse, praticamente impossibilitou o porte por civis e aumentou as penalidades por porte ilegal. Seguindo a literatura americana, os autores utilizam a taxa de suicídios por 100 mil habitantes cometidos com arma de fogo como aproximação para o número de armas de fogo em circulação. Estudam a janela de três anos antes e depois do Estatuto do Desarmamento. Como esperado, o estoque de armas caiu mais em cidades onde este era mais elevado. Supondo que não haja outra razão para que a variação no número de crimes seja diferente entre cidades com mais e menos armas, qualquer diferença de evolução do crime entre os dois grupos de cidades pode ser atribuída ao ED. Depois de 2003, os homicídios por arma de fogo caíram mais rapidamente nas cidades onde havia mais armas. Já nas cidades com menos armas não houve alteração no ritmo de queda dos homicídios. Os autores usam métodos econométricos que buscam garantir que "não haja outra razão para que a variação no número de crimes seja diferente entre cidades com mais e menos armas". O ED causou a queda de 1 homicídio por arma de fogo por 100 mil habitantes, o que representa redução de 5% dos homicídios cometidos por arma de fogo nas cidades paulistas com mais de 50 mil habitantes. O ED é um dos fatores que contribuíram, apesar de estar longe de explicar tudo (entre 2004 e 2014, a taxa de homicídio em SP caiu oito vezes mais do que o explicado pelo ED). Embora seja lei nacional, o estatuto teve efeito forte em São Paulo (não haveria documentação igualmente crível para outros locais). CRACK A primeira epidemia de crack em São Paulo ocorreu nos anos 1990. Na primeira metade dos anos 2000 houve retração da pedra, com aumento da penetração de Cannabis; no fim da década o crack voltou, mas a distribuição de drogas no varejo é diferente. Há evidência sobre as ondas de entorpecentes e suas consequências para o crime. Uma hipótese explicativa frequentemente aventada é a "pax monopolista". O instrumento de concorrência em mercados ilegais é, muitas vezes, a violência. Como não há propaganda, diminui o valor de concorrer em qualidade e preço. Portanto um monopolista suficientemente forte seria pacificador. A hipótese vai além do caso paulista. Há evidência sobre ela para a Colômbia e, mais recentemente, para o México. Em trabalho em andamento, estimamos, com dois outros pesquisadores, o efeito da dominação territorial do PCC nas favelas paulistanas. Resultados preliminares sugerem que o PCC esteja associado a uma diminuição no crime violento, mas não ao crime contra o patrimônio. Seu efeito, apesar de não desprezível, não explica a queda do crime violento em São Paulo em termos temporais e nem chega perto de explicar a magnitude dessa queda. Demografia, armas e drogas respondem por uma fração importante da dinâmica do crime em SP, principalmente do crime violento. Juntos explicam 70% da subida nos anos 1990, mas "apenas" 50% da queda. O desafio dos investigadores é refinar as pesquisas já feitas e quantificar os fatores que possam ter contribuído para a queda consistente dos crimes violentos em São Paulo nos últimos 20 anos. INTERVENÇÕES Ocorreu algo peculiar em São Paulo –tanto no que diz respeito ao tamanho da queda dos homicídios, superior ao registrado no Brasil e na região Sudeste, quanto pela diferença temporal, uma vez que a queda ocorreu anos antes do resto do país. Esse movimento coincide em termos temporais com intervenções de políticas públicas de segurança adotadas nos últimos 20 anos. Pelos dados disponíveis, é difícil quantificar cientificamente a contribuição das políticas. Mesmo assim, elencamos alguns fatores que podem ter contribuído. A primeira mudança foi a integração das áreas das polícias Civil e Militar, realizada entre 1999 e 2001. Até 1999, as polícias operavam em distribuições territoriais distintas. Não havia responsabilidade compartilhada em cada área. Com a integração das áreas territoriais, foi possível a equivalência entre as duas polícias e a responsabilização conjunta de suas lideranças operacionais no território. Também data do início dos anos 2000 o desenvolvimento de uma série de sistemas de informação voltados às atividades de inteligência e análise criminal. O principal deles é o Infocrim, primeiro sistema de georreferenciamento criminal no Brasil, implantado em 1999 com o objetivo de mapear e cruzar os dados dos milhares de boletins de ocorrência registrados diariamente nos distritos policiais. Atividades antes feitas manualmente a partir de fotocópias reprográficas passaram a ser feitas em computadores pessoais. Sua utilização e desenvolvimento permitiu a melhor alocação de recursos de policiamento ostensivo, a geração de estatísticas criminais automáticas e maior sofisticação nos cruzamentos de dados para processos de investigação. A criação do Disque-Denúncia, voltado ao recebimento de informações sobre crimes fornecidas de forma anônima pela população; a modernização do Centro de Operações da Polícia Militar; e sistemas de identificação de criminosos também figuram dentre as iniciativas que possibilitaram a melhoria do processo de policiamento. Merece destaque ainda a política de investigação e prisão de homicidas contumazes pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil, levada adiante em meados dos anos 2000. Por fim, é possível afirmar que políticas municipais, como fechamento de bares às 23h, contribuíram para a queda –são constatações que estão em estudo nosso, em coautoria com Ciro Biderman, "Dry Laws and Homicides: Evidence from the São Paulo Metropolitan Area" (Economic Journal, 2010), que aborda especificamente os efeitos da adoção de leis secas. Em suma, a polícia paulista passou por uma série de mudanças de gestão no período abordado. Embora ainda não haja quantificação crível, é plausível imaginar que a polícia tenha feito diferença na dinâmica do crime. Por tudo isso, parece-nos um triplo erro a atual política do governo do Estado de São Paulo de dificultar o acesso aos dados na área de segurança pública. Primeiro, vivemos um tempo que exige transparência: os dados públicos não são dos governos, mas da sociedade. Segundo, os dados ajudariam a quantificar a relação entre as políticas públicas implantadas e a redução dos crimes violentos no Estado. Por último, a relutância em disponibilizar os dados gera desconfiança em relação aos números que, por sinal, são amplamente favoráveis. É possível abrir os dados sem violar a privacidade dos envolvidos em ocorrências criminais. Ganharíamos todos se a atual política não só fosse alterada mas se o governo passasse a incentivar a pesquisa na área.
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Sem reforma da Previdência, nem eu vou receber aposentadoria, diz Temer
Na defesa da reforma da Previdência, o presidente Michel Temer disse que, sem mudanças, ele mesmo não receberá benefício no futuro. O presidente é aposentado pela procuradoria do Estado de São Paulo desde 1996. Temer afirmou que o deficit da Previdência chegará a R$ 150 bilhões neste ano e até R$ 190 bilhões em 2017. "Daqui a seis sete anos quando eu, aposentado, for ao governo para receber o meu cartão, o governo não terá dinheiro para pagar", disse. "Em face desses pressupostos da despesas públicas, em dado momento não haverá mais dinheiro para pagar o aposentado." O presidente disse que "os números não fecham" e que o objetivo é apresentar uma proposta que dê sustentabilidade ao sistema no longo prazo. "Não vamos violar direitos adquiridos coisa nenhuma", disse. "Estamos construindo uma fórmula pela qual os direitos já consolidados possam ser mantidos, mas aqueles que não completaram o direito possam submeter-se a nova regra." Temer reafirmou que a reforma será "amplamente discutida" com sindicatos. "Se não concordarem, pelo menos asfaltaremos o terreno." O presidente disse ainda que o governo prepara campanhas para informar o grande público sobre a necessidade da reforma. "E especialmente os que estão aposentados saberem que não terão direitos adquirimos perdidos." TRABALHISTA Temer afirmou que o governo não vai se empenhar, por ora, em realizar a reforma trabalhista e que talvez nem precise fazê-lo. Segundo ele, decisões recentes da Justiça do Trabalho e do STF (Supremo Tribunal Federal) confirmaram a possibilidade de que acordos entre empregados e patrões possam se sobrepor às leis trabalhistas vigentes —o chamado acordado sobre legislado. "A readequação trabalhista já está sendo feita de alguma maneira pelos tribunais. De repente, nem será preciso mobilizar o país já que o STF já tem decidido várias questões pão interpretação sistêmica do texto constitucional", disse Temer. A reforma trabalhista é um dos principais pleitos dos empresários. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já se manifestou a favor de postergar esse debate. Para ele, a prioridade é a aprovação da PEC que limita os gastos públicos e a reforma da Previdência. SEM CULPA Um país em profunda recessão, com desemprego crescente, inflação elevada e investimentos deprimidos. Esse foi o Brasil que o presidente Michel Temer disse que recebeu de Dilma Rousseff. Temer, que foi vice de Dilma desde a primeira eleição, em 2011, afirmou, em discurso em São Paulo, que não tem culpa da gravidade do quadro que encontrou. "Vou cansá-los com dados para que daqui a dois, três meses não digam que o passivo é nosso", disse. O presidente mencionou a inflação, que acelerou de 6% para 10% ao ano entre 2014 e 2015, e uma queda do investimento de 25%. "Por trás desses dados estão homens e mulheres que pagam um preço inaceitável. Chegamos a quase 12 milhões de desempregados. E reitero que não foi culpa minha." Temer participou de evento organizado pela revista "Exame" em São Paulo.
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Sem reforma da Previdência, nem eu vou receber aposentadoria, diz TemerNa defesa da reforma da Previdência, o presidente Michel Temer disse que, sem mudanças, ele mesmo não receberá benefício no futuro. O presidente é aposentado pela procuradoria do Estado de São Paulo desde 1996. Temer afirmou que o deficit da Previdência chegará a R$ 150 bilhões neste ano e até R$ 190 bilhões em 2017. "Daqui a seis sete anos quando eu, aposentado, for ao governo para receber o meu cartão, o governo não terá dinheiro para pagar", disse. "Em face desses pressupostos da despesas públicas, em dado momento não haverá mais dinheiro para pagar o aposentado." O presidente disse que "os números não fecham" e que o objetivo é apresentar uma proposta que dê sustentabilidade ao sistema no longo prazo. "Não vamos violar direitos adquiridos coisa nenhuma", disse. "Estamos construindo uma fórmula pela qual os direitos já consolidados possam ser mantidos, mas aqueles que não completaram o direito possam submeter-se a nova regra." Temer reafirmou que a reforma será "amplamente discutida" com sindicatos. "Se não concordarem, pelo menos asfaltaremos o terreno." O presidente disse ainda que o governo prepara campanhas para informar o grande público sobre a necessidade da reforma. "E especialmente os que estão aposentados saberem que não terão direitos adquirimos perdidos." TRABALHISTA Temer afirmou que o governo não vai se empenhar, por ora, em realizar a reforma trabalhista e que talvez nem precise fazê-lo. Segundo ele, decisões recentes da Justiça do Trabalho e do STF (Supremo Tribunal Federal) confirmaram a possibilidade de que acordos entre empregados e patrões possam se sobrepor às leis trabalhistas vigentes —o chamado acordado sobre legislado. "A readequação trabalhista já está sendo feita de alguma maneira pelos tribunais. De repente, nem será preciso mobilizar o país já que o STF já tem decidido várias questões pão interpretação sistêmica do texto constitucional", disse Temer. A reforma trabalhista é um dos principais pleitos dos empresários. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já se manifestou a favor de postergar esse debate. Para ele, a prioridade é a aprovação da PEC que limita os gastos públicos e a reforma da Previdência. SEM CULPA Um país em profunda recessão, com desemprego crescente, inflação elevada e investimentos deprimidos. Esse foi o Brasil que o presidente Michel Temer disse que recebeu de Dilma Rousseff. Temer, que foi vice de Dilma desde a primeira eleição, em 2011, afirmou, em discurso em São Paulo, que não tem culpa da gravidade do quadro que encontrou. "Vou cansá-los com dados para que daqui a dois, três meses não digam que o passivo é nosso", disse. O presidente mencionou a inflação, que acelerou de 6% para 10% ao ano entre 2014 e 2015, e uma queda do investimento de 25%. "Por trás desses dados estão homens e mulheres que pagam um preço inaceitável. Chegamos a quase 12 milhões de desempregados. E reitero que não foi culpa minha." Temer participou de evento organizado pela revista "Exame" em São Paulo.
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Feira apresenta novidades do mercado de construção e arquitetura
PRISCILA CAMAZANO DE SÃO PAULO Era uma casa onde a janela foi desenvolvida para evitar a entrada de até 70% do calor. A fechadura era aberta por biometria. As paredes pintadas com tinta que combate e previne fissuras e infiltrações. Acredite, tudo isso já é possível. Para saber mais, vale a pena conferir a Feicon Batimat 2017 que ocorrerá em São Paulo, entre os dias 4 e 8 do mês que vem. Pelo menos 400 empresas nacionais e estrangeiras participarão. "O evento é o único que reúne todos os setores da construção", explica Alexandre Brown, diretor da feira. Na tentativa de antecipar o que vem por aí, a sãopaulo selecionou 15 produtos que podem dar uma mãozinha na reforma. Fechadura Esqueça o molho de chaves: aqui o sistema é inteligente. Basta colocar a digital que... "tcharam!" As portas se abrem. O moderno controle de acesso por biometria garante a segurança e permite que você cadastre até 20 impressões digitais. Além disso, a fechadura possui um guia sonoro e luminoso, ideal para auxiliar pessoas portadoras de necessidades especiais, além de um alarme que é acionado em caso de violação A partir de R$ 3.200. Na Yale (yale.com.br ) * Mosquiteiro Em tempos de febre amarela, sem falar na dengue, zika e chicungunha, essa tela irá auxiliar a proteger a casa da entrada de mosquitos de todos os tipos. A vantagem do produto é que ele pode ser fixado com imãs em qualquer superfície: alumínio, madeira, PVC, alvenaria e até ferro A partir de R$ 99,90. Na Block Insetos (blockinsetos.com.br ) * Cabo elétrico O mercado está sempre à procura de produtos "politicamente corretos" que evitem que os consumidores fiquem expostos a substâncias químicas. Nesse caso, o material foi desenvolvido sem o uso de cloro, que é um componente tóxico em casos de incêndio. Segundo o fabricante, caso seja exposto ao fogo, ele não permitirá a propagação das chamas Preço sob consulta. Na Cobrecom (cobrecom.com.br ) * Chuveiro Tchau preguiça, tchau sujeira. Adeus cheirinho de suor. Nada melhor do que tomar aquele banho depois de um dia cansativo. Com função dupla de ducha e chuveiro, o jato pode ser direcionável, concentrado e mais espaçado. O produto estará disponível no mercado somente no fim do mês que vem A partir de R$ 350. Na Lorenzetti (lorenzetti.com.br ) * Interruptores Quem tem filho sabe: tomada, definitivamente, não é focinho de porco. Com sistema de proteção infantil, esses interruptores e tomadas são fabricados com materiais recicláveis e reutilizáveis. Podem ser instalados tanto em residências quanto em estabelecimentos comerciais A partir de R$ 20 (unidade). Na ABB (abb.com.br ) * Janela Aquele calorão já foi embora, para alívio dos paulistanos, mas cuidado nunca é demais. Feita de alumínio e vidros de proteção solar, essa janela é capaz, garante o fabricante, de reduzir em até 70% a entrada de calor. Além de possuir vedamento contra vento, insetos, água e raios UV A partir de R$ 1.569. Na Habitat, tel. 0800-741-8080 * Tinta Ideal para muros e paredes externos, o produto, de acordo com o fabricante, produz uma película emborrachada que combate e previne fissuras, infiltrações e o aparecimento de algas e mofos A partir de R$ 94,90. Na Coral (coral.com.br ) * Aquecedores de água a gás Com a chegada do frio, nada melhor do que tomar um banho quentinho, não é mesmo? Com controle de temperatura mais preciso e menor consumo de gás, o aquecedor possui ajuste mínimo, ideal para os dias mais quentes, e máximo, para os dias mais frios A partir de R$ 2.600. Na Rinnai (rinnai.com.br ) * Removedor Em tempos de "Cidade Linda" que tal um produto indicado para a limpeza de pichações em pedras, madeiras, metais, concreto, pisos e até rejuntes. Basta aplicar, deixar agir e depois remove-lo, em superfícies porosas, fazendo movimentos circulares com um pincel ou escova. Em superfícies lisas, um pano é suficiente A partir de R$ 114. Na Vonder (vonder.com.br ) * Security Box É um equipamento eletrônico de segurança capaz de controlar dez portas e 24 câmeras. Com ele, é possível receber notificações e monitorar a sua residência ou comércio de qualquer parte de cidade, via internet, 24 horas por dia Preço sob consulta. Na Vault (vault.com.br ) * Luminária Para quem quer diminuir o consumo de energia já sabe, a lâmpada de led é mais econômica. Em formato redondo e discreto pode ser instalada diretamente no teto (plafon), na parede (arandela) ou como pendente. Vale usá-la tanto em ambientes fechados quanto em áreas externas. A economia, segundo o fabricante, pode chegar a 82% A partir de R$ 99. Na Elgin (elgin.com.br ) * Ferramenta elétrica Nada melhor do que um produto multifuncional. A ferramenta possui quatro aplicações diferentes. Ela pode assumir as funções de: furadeira, parafusadeira, parafusadeira angular e martelo A partir de R$ 2.199 (Kit completo). Na Bosch (bosch-professional.com ) * Fechadura Inspirada nas curvas do Coliseu romano, a fechadura "Arc" possui cilindros maiores com maçanetas robustas, maciças e com rosetas -peça atrás da maçaneta- em latão A partir de R$ 200. Na Arouca (arouca.com.br ) * Vaso sanitário Reforma é sinônimo de quebradeira e sujeira para todo lado, certo? Nem sempre. O vaso equipado com um bomba de função trituradora de massa orgânica necessita apenas de uma tomada elétrica. É possível instalá-lo em qualquer local do imóvel sem quebrar o piso. A dupla descarga permite economizar até 70% de água A partir de R$ 2.690. Na Sanitrit (sanitrit.com.br ) * Misturador Ideal para ser instalado em cubas de apoio, a torneira possui um único registro em alavanca que ajuda a controlar a vazão e a temperatura da água. O arejador fixo, peça que mistura ar no jato e dá a sensação de maior volume de água, pode reduzir o consumo em até 50% A partir de R$ 572,84. Na Kelly Metais (kellymetais.com.br ) * Onde saber mais: Feicon Batimat De 4 a 8 de abril Terç. a sex. das 11h às 20h. Sáb. das 9h às 17h São Paulo Expo - Rod. Imigrantes Km 1,5 s/n (feicon.com.br)
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Feira apresenta novidades do mercado de construção e arquiteturaPRISCILA CAMAZANO DE SÃO PAULO Era uma casa onde a janela foi desenvolvida para evitar a entrada de até 70% do calor. A fechadura era aberta por biometria. As paredes pintadas com tinta que combate e previne fissuras e infiltrações. Acredite, tudo isso já é possível. Para saber mais, vale a pena conferir a Feicon Batimat 2017 que ocorrerá em São Paulo, entre os dias 4 e 8 do mês que vem. Pelo menos 400 empresas nacionais e estrangeiras participarão. "O evento é o único que reúne todos os setores da construção", explica Alexandre Brown, diretor da feira. Na tentativa de antecipar o que vem por aí, a sãopaulo selecionou 15 produtos que podem dar uma mãozinha na reforma. Fechadura Esqueça o molho de chaves: aqui o sistema é inteligente. Basta colocar a digital que... "tcharam!" As portas se abrem. O moderno controle de acesso por biometria garante a segurança e permite que você cadastre até 20 impressões digitais. Além disso, a fechadura possui um guia sonoro e luminoso, ideal para auxiliar pessoas portadoras de necessidades especiais, além de um alarme que é acionado em caso de violação A partir de R$ 3.200. Na Yale (yale.com.br ) * Mosquiteiro Em tempos de febre amarela, sem falar na dengue, zika e chicungunha, essa tela irá auxiliar a proteger a casa da entrada de mosquitos de todos os tipos. A vantagem do produto é que ele pode ser fixado com imãs em qualquer superfície: alumínio, madeira, PVC, alvenaria e até ferro A partir de R$ 99,90. Na Block Insetos (blockinsetos.com.br ) * Cabo elétrico O mercado está sempre à procura de produtos "politicamente corretos" que evitem que os consumidores fiquem expostos a substâncias químicas. Nesse caso, o material foi desenvolvido sem o uso de cloro, que é um componente tóxico em casos de incêndio. Segundo o fabricante, caso seja exposto ao fogo, ele não permitirá a propagação das chamas Preço sob consulta. Na Cobrecom (cobrecom.com.br ) * Chuveiro Tchau preguiça, tchau sujeira. Adeus cheirinho de suor. Nada melhor do que tomar aquele banho depois de um dia cansativo. Com função dupla de ducha e chuveiro, o jato pode ser direcionável, concentrado e mais espaçado. O produto estará disponível no mercado somente no fim do mês que vem A partir de R$ 350. Na Lorenzetti (lorenzetti.com.br ) * Interruptores Quem tem filho sabe: tomada, definitivamente, não é focinho de porco. Com sistema de proteção infantil, esses interruptores e tomadas são fabricados com materiais recicláveis e reutilizáveis. Podem ser instalados tanto em residências quanto em estabelecimentos comerciais A partir de R$ 20 (unidade). Na ABB (abb.com.br ) * Janela Aquele calorão já foi embora, para alívio dos paulistanos, mas cuidado nunca é demais. Feita de alumínio e vidros de proteção solar, essa janela é capaz, garante o fabricante, de reduzir em até 70% a entrada de calor. Além de possuir vedamento contra vento, insetos, água e raios UV A partir de R$ 1.569. Na Habitat, tel. 0800-741-8080 * Tinta Ideal para muros e paredes externos, o produto, de acordo com o fabricante, produz uma película emborrachada que combate e previne fissuras, infiltrações e o aparecimento de algas e mofos A partir de R$ 94,90. Na Coral (coral.com.br ) * Aquecedores de água a gás Com a chegada do frio, nada melhor do que tomar um banho quentinho, não é mesmo? Com controle de temperatura mais preciso e menor consumo de gás, o aquecedor possui ajuste mínimo, ideal para os dias mais quentes, e máximo, para os dias mais frios A partir de R$ 2.600. Na Rinnai (rinnai.com.br ) * Removedor Em tempos de "Cidade Linda" que tal um produto indicado para a limpeza de pichações em pedras, madeiras, metais, concreto, pisos e até rejuntes. Basta aplicar, deixar agir e depois remove-lo, em superfícies porosas, fazendo movimentos circulares com um pincel ou escova. Em superfícies lisas, um pano é suficiente A partir de R$ 114. Na Vonder (vonder.com.br ) * Security Box É um equipamento eletrônico de segurança capaz de controlar dez portas e 24 câmeras. Com ele, é possível receber notificações e monitorar a sua residência ou comércio de qualquer parte de cidade, via internet, 24 horas por dia Preço sob consulta. Na Vault (vault.com.br ) * Luminária Para quem quer diminuir o consumo de energia já sabe, a lâmpada de led é mais econômica. Em formato redondo e discreto pode ser instalada diretamente no teto (plafon), na parede (arandela) ou como pendente. Vale usá-la tanto em ambientes fechados quanto em áreas externas. A economia, segundo o fabricante, pode chegar a 82% A partir de R$ 99. Na Elgin (elgin.com.br ) * Ferramenta elétrica Nada melhor do que um produto multifuncional. A ferramenta possui quatro aplicações diferentes. Ela pode assumir as funções de: furadeira, parafusadeira, parafusadeira angular e martelo A partir de R$ 2.199 (Kit completo). Na Bosch (bosch-professional.com ) * Fechadura Inspirada nas curvas do Coliseu romano, a fechadura "Arc" possui cilindros maiores com maçanetas robustas, maciças e com rosetas -peça atrás da maçaneta- em latão A partir de R$ 200. Na Arouca (arouca.com.br ) * Vaso sanitário Reforma é sinônimo de quebradeira e sujeira para todo lado, certo? Nem sempre. O vaso equipado com um bomba de função trituradora de massa orgânica necessita apenas de uma tomada elétrica. É possível instalá-lo em qualquer local do imóvel sem quebrar o piso. A dupla descarga permite economizar até 70% de água A partir de R$ 2.690. Na Sanitrit (sanitrit.com.br ) * Misturador Ideal para ser instalado em cubas de apoio, a torneira possui um único registro em alavanca que ajuda a controlar a vazão e a temperatura da água. O arejador fixo, peça que mistura ar no jato e dá a sensação de maior volume de água, pode reduzir o consumo em até 50% A partir de R$ 572,84. Na Kelly Metais (kellymetais.com.br ) * Onde saber mais: Feicon Batimat De 4 a 8 de abril Terç. a sex. das 11h às 20h. Sáb. das 9h às 17h São Paulo Expo - Rod. Imigrantes Km 1,5 s/n (feicon.com.br)
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Itaú ameaça deixar negociações com JBS e cobrar R$ 1 bilhão da empresa
O Itaú Unibanco ameaça deixar as negociações com a JBS e cobrar antecipadamente cerca de R$ 1 bilhão que tem a receber da empresa. A intenção foi manifestada ao grupo de bancos que discute a renovação de empréstimos feitos às empresas da família Batista, segundo executivos do alto escalão de duas instituições envolvidas nas conversas. Procurado, o Itaú negou que esteja endurecendo nas negociações. Em nota, afirmou que "não há nenhum movimento nesse sentido". Participam do grupo de credores os maiores bancos do país: Banco do Brasil, Caixa, Bradesco e Santander, além do próprio Itaú. A avaliação da cúpula dessas instituições é que, como há muito dinheiro em jogo, a negociação é o melhor caminho a ser seguido nesse momento. Juntos, os cinco têm quase R$ 25 bilhões a receber das empresas da família Batista. Entre eles, o Itaú é o que tem exposição menor. A conta dos bancos públicos —BB e Caixa— beira os R$ 15 bilhões. Com a delação de Joesley e Wesley Batista e a profunda crise que se abateu sobre a JBS, os bancões foram chamados a renegociar financiamentos. A empresa não pede dinheiro novo por ora, mas quer um prazo maior para honrar seus compromissos. Em tratativas desse tipo, é comum que as conversas sejam duras. Desde o início, porém, Itaú e Caixa assumiram posição mais belicosa, de acordo com executivos que participam das negociações. A instituição estatal recuou recentemente e mostrou-se disposta a dialogar. Já o Itaú optou por subir o tom. DESCONFORTO O movimento pode levar a um perigoso efeito cascata e, por isso, a posição do Itaú tem causado grande desconforto entre os demais bancos. Num cenário em que de fato exija a quitação da dívida e a JBS não honre o pagamento, as outras instituições ficariam numa situação muito difícil, explica o executivo de um dos bancos envolvidos. Cláusulas nos contratos de financiamento dos outros bancos os obrigariam a também pedir a quitação antecipada, uma vez que a companhia estaria inadimplente com o Itaú. Não há dinheiro para pagar à vista todos ao mesmo tempo. Outra possibilidade seria a JBS quitar a dívida com o Itaú, evitando o calote e a reação em cadeia dos outros bancos. Mas isso deixaria o caixa da empresa mais debilitado. No fim de março, a JBS tinha R$ 10 bilhões em caixa e R$ 58 bilhões em dívidas —um terço vencendo até o início do ano que vem. O endividamento do grupo J&F, somadas a JBS e outras empresas, está perto de R$ 70 bilhões. Nos bastidores, os bancos tentam demover o Itaú da ideia de rompimento e lembram que os grandes bancos também são credores de outras empresas que podem enfrentar dificuldades. Para eles, o melhor é insistir num acordo e rolar dívidas, como foi feito com a Odebrecht. Para que um acerto saia, os bancos tentam atrelar a renovação das linhas à venda de empresas do conglomerado —além da JBS, os Batista são donos de Alpargatas, da Eldorado Celulose e da Vigor. Em nota, a JBS afirmou que não comenta negociações específicas com os bancos e que "tem mantido discussões construtivas e produtivas com os parceiros financeiros".
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Itaú ameaça deixar negociações com JBS e cobrar R$ 1 bilhão da empresaO Itaú Unibanco ameaça deixar as negociações com a JBS e cobrar antecipadamente cerca de R$ 1 bilhão que tem a receber da empresa. A intenção foi manifestada ao grupo de bancos que discute a renovação de empréstimos feitos às empresas da família Batista, segundo executivos do alto escalão de duas instituições envolvidas nas conversas. Procurado, o Itaú negou que esteja endurecendo nas negociações. Em nota, afirmou que "não há nenhum movimento nesse sentido". Participam do grupo de credores os maiores bancos do país: Banco do Brasil, Caixa, Bradesco e Santander, além do próprio Itaú. A avaliação da cúpula dessas instituições é que, como há muito dinheiro em jogo, a negociação é o melhor caminho a ser seguido nesse momento. Juntos, os cinco têm quase R$ 25 bilhões a receber das empresas da família Batista. Entre eles, o Itaú é o que tem exposição menor. A conta dos bancos públicos —BB e Caixa— beira os R$ 15 bilhões. Com a delação de Joesley e Wesley Batista e a profunda crise que se abateu sobre a JBS, os bancões foram chamados a renegociar financiamentos. A empresa não pede dinheiro novo por ora, mas quer um prazo maior para honrar seus compromissos. Em tratativas desse tipo, é comum que as conversas sejam duras. Desde o início, porém, Itaú e Caixa assumiram posição mais belicosa, de acordo com executivos que participam das negociações. A instituição estatal recuou recentemente e mostrou-se disposta a dialogar. Já o Itaú optou por subir o tom. DESCONFORTO O movimento pode levar a um perigoso efeito cascata e, por isso, a posição do Itaú tem causado grande desconforto entre os demais bancos. Num cenário em que de fato exija a quitação da dívida e a JBS não honre o pagamento, as outras instituições ficariam numa situação muito difícil, explica o executivo de um dos bancos envolvidos. Cláusulas nos contratos de financiamento dos outros bancos os obrigariam a também pedir a quitação antecipada, uma vez que a companhia estaria inadimplente com o Itaú. Não há dinheiro para pagar à vista todos ao mesmo tempo. Outra possibilidade seria a JBS quitar a dívida com o Itaú, evitando o calote e a reação em cadeia dos outros bancos. Mas isso deixaria o caixa da empresa mais debilitado. No fim de março, a JBS tinha R$ 10 bilhões em caixa e R$ 58 bilhões em dívidas —um terço vencendo até o início do ano que vem. O endividamento do grupo J&F, somadas a JBS e outras empresas, está perto de R$ 70 bilhões. Nos bastidores, os bancos tentam demover o Itaú da ideia de rompimento e lembram que os grandes bancos também são credores de outras empresas que podem enfrentar dificuldades. Para eles, o melhor é insistir num acordo e rolar dívidas, como foi feito com a Odebrecht. Para que um acerto saia, os bancos tentam atrelar a renovação das linhas à venda de empresas do conglomerado —além da JBS, os Batista são donos de Alpargatas, da Eldorado Celulose e da Vigor. Em nota, a JBS afirmou que não comenta negociações específicas com os bancos e que "tem mantido discussões construtivas e produtivas com os parceiros financeiros".
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Mario Quintana e a rapadura
– Olá, Seu Quintana... – Sou! – Poderia... – Não! Foi mais ou menos assim, com esta blague, que conheci Mario Quintana, em 1985. Naquele ano, o poeta mudara-se para o Hotel Royal, na rua Marechal Floriano, no centro de Porto Alegre. O então Rei de Roma, Paulo Roberto Falcão, recém havia comprado o hotel e convidara o poeta para morar lá, pois Mario andava sem paradeiro. Por intermédio de um amigo, um conterrâneo de Bom Jesus, Mauro, cheguei ao inacessível poeta. Mauro era garçom no hotel e fazia as "comprinhas" para o Quintana –cigarros, balas, apostinhas em jogos variados– e era recompensado com livros autografados que guarda com zelo ainda hoje na portaria do Hospital Saúde, em Caxias do Sul, onde trabalha. À época estudante de jornalismo, eu o visitava por aquele motivo mesmo: obter uma "entrevista". E só o Mauro para convencê-lo. Era uma tarde muito quente, lembro. O poeta me recebeu acompanhado de uma jovem estudante, Sandra Ritzel, que acabaria se tornando sua companheira até o final da vida. O diabo, então, com aquele calor, era saber qual Quintana abriria a porta, atendendo ao pedido do seu prestativo amigo. Havia muitos Quintanas, diziam. O Quintana que conheci era um cara brincalhão e feliz, apesar da modorra daquela tarde. À vontade, desfolhando jornais pelo chão (tive a impressão de que o poeta lia o jornal por partes, a cada quatro páginas que lia, a desprendia do corpo do jornal, jogando no chão as descartadas). Páginas de jornal pelo chão, lambuzando-se de rapadura, lá estava o poeta. Um ventiladorzinho ligado e, à cabeceira da cama, a térmica com café. Tão logo me recebeu, deitou-se, pés espalhados pela cama. Mais do que cansaço, era um "empreguiçado" animal que estava ali aos 79 anos. E começou a falar muito, comentando o que aparecia na TV então ligada. Duas crianças na publicidade: – Não gosto de gêmeos, eles nos dão certeza da nossa condição de animais, todos parecidos uns com os outros! E seus dois olhos, gêmeos também em seu azul, acenderam-se ao falar de Piazzolla. Por algum motivo, o músico, na TV, tinha entrado na conversa. E nada da entrevista. Quintana me enrolava com sua atenção, e eu nervoso querendo logo fazer as perguntas. E o poeta pigarreava e dizia lá duas coisas antes de um novo café. E ameaçava: – Olha que eu não concedo entrevista nenhuma. De onde você conhece o Mauro? E assim passou a tarde. Aquela TV ligada e cafezinhos às 14h30, 15h40 e 16h50. Era um "cafezeiro", eu comprovava (como também pude comprovar a existência da lendária foto emoldurada de Bruna Lombardi). E, assim como ofereceu a rapadura ou um café, com o mesmo gesto da mão estendida, Mario Quintana, cansado, a certa altura me expulsou de seu mundo. – Mande pelo Mauro o que quiser, que eu te respondo. Assim foi feito. Deixei na portaria a minha pauta e, no dia seguinte, já recebi o manuscrito do poeta. Infelizmente, suas respostas restam esquecidas (não perdidas) em meio a caixas de andanças e mil mudanças da vida. Sobrou, contudo, a entrevista. Ela foi divulgada no jornal interno do Grupo Olvebra, onde eu estagiava, à época, na área de comunicação. É um material, até certo ponto, singelo (pela minha inexperiência e condição de fã naquele encontro), mas inédito, pois circulou apenas entre funcionários, em 1985. PAULO RIBEIRO, 56, escritor e professor de jornalismo na Universidade de Caxias do Sul, é autor de, entre outros, "Vitrola dos Ausentes" (Ateliê Editorial) e publica em junho a coletânea de contos "Bagorra" (Kotter).
ilustrissima
Mario Quintana e a rapadura– Olá, Seu Quintana... – Sou! – Poderia... – Não! Foi mais ou menos assim, com esta blague, que conheci Mario Quintana, em 1985. Naquele ano, o poeta mudara-se para o Hotel Royal, na rua Marechal Floriano, no centro de Porto Alegre. O então Rei de Roma, Paulo Roberto Falcão, recém havia comprado o hotel e convidara o poeta para morar lá, pois Mario andava sem paradeiro. Por intermédio de um amigo, um conterrâneo de Bom Jesus, Mauro, cheguei ao inacessível poeta. Mauro era garçom no hotel e fazia as "comprinhas" para o Quintana –cigarros, balas, apostinhas em jogos variados– e era recompensado com livros autografados que guarda com zelo ainda hoje na portaria do Hospital Saúde, em Caxias do Sul, onde trabalha. À época estudante de jornalismo, eu o visitava por aquele motivo mesmo: obter uma "entrevista". E só o Mauro para convencê-lo. Era uma tarde muito quente, lembro. O poeta me recebeu acompanhado de uma jovem estudante, Sandra Ritzel, que acabaria se tornando sua companheira até o final da vida. O diabo, então, com aquele calor, era saber qual Quintana abriria a porta, atendendo ao pedido do seu prestativo amigo. Havia muitos Quintanas, diziam. O Quintana que conheci era um cara brincalhão e feliz, apesar da modorra daquela tarde. À vontade, desfolhando jornais pelo chão (tive a impressão de que o poeta lia o jornal por partes, a cada quatro páginas que lia, a desprendia do corpo do jornal, jogando no chão as descartadas). Páginas de jornal pelo chão, lambuzando-se de rapadura, lá estava o poeta. Um ventiladorzinho ligado e, à cabeceira da cama, a térmica com café. Tão logo me recebeu, deitou-se, pés espalhados pela cama. Mais do que cansaço, era um "empreguiçado" animal que estava ali aos 79 anos. E começou a falar muito, comentando o que aparecia na TV então ligada. Duas crianças na publicidade: – Não gosto de gêmeos, eles nos dão certeza da nossa condição de animais, todos parecidos uns com os outros! E seus dois olhos, gêmeos também em seu azul, acenderam-se ao falar de Piazzolla. Por algum motivo, o músico, na TV, tinha entrado na conversa. E nada da entrevista. Quintana me enrolava com sua atenção, e eu nervoso querendo logo fazer as perguntas. E o poeta pigarreava e dizia lá duas coisas antes de um novo café. E ameaçava: – Olha que eu não concedo entrevista nenhuma. De onde você conhece o Mauro? E assim passou a tarde. Aquela TV ligada e cafezinhos às 14h30, 15h40 e 16h50. Era um "cafezeiro", eu comprovava (como também pude comprovar a existência da lendária foto emoldurada de Bruna Lombardi). E, assim como ofereceu a rapadura ou um café, com o mesmo gesto da mão estendida, Mario Quintana, cansado, a certa altura me expulsou de seu mundo. – Mande pelo Mauro o que quiser, que eu te respondo. Assim foi feito. Deixei na portaria a minha pauta e, no dia seguinte, já recebi o manuscrito do poeta. Infelizmente, suas respostas restam esquecidas (não perdidas) em meio a caixas de andanças e mil mudanças da vida. Sobrou, contudo, a entrevista. Ela foi divulgada no jornal interno do Grupo Olvebra, onde eu estagiava, à época, na área de comunicação. É um material, até certo ponto, singelo (pela minha inexperiência e condição de fã naquele encontro), mas inédito, pois circulou apenas entre funcionários, em 1985. PAULO RIBEIRO, 56, escritor e professor de jornalismo na Universidade de Caxias do Sul, é autor de, entre outros, "Vitrola dos Ausentes" (Ateliê Editorial) e publica em junho a coletânea de contos "Bagorra" (Kotter).
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Flautista brasileira de 7 anos fica em 2º em concurso na Holanda; assista
Depois de suar o vestido por mais de três meses para tocar sua flauta durante 10 minutos sem errar, Júlia Abdalla, 7, conquistou o segundo lugar do concurso Open Recorder Days Amsterdam. O evento, que acabou no último domingo (17), reuniu músicos de diferentes países em quatro dias de concertos na capital da Holanda –cidade com tradição no ensino da flauta doce. A menina era a competidora mais nova e a única solista brasileira entre os 83 participantes. Na categoria de até 11 anos, bateu outras dez crianças e ficou atrás apenas de um garoto da Hungria. Pela segunda posição, recebeu € 250 (cerca de R$ 830). Não que ela se importe com o prêmio: "Quem tocar melhor vai ganhar um troféu, mas o melhor troféu para mim é ir para Amsterdã", disse a menina à "Folhinha" antes de embarcar. Filha de músicos, Júlia começou as aulas de flauta doce aos cinco anos, depois que viu uma garota da sua idade tocando o instrumento. Assista abaixo a uma das apresentações do concurso. Única brasileira, flautista de 7 anos fica em 2º em concurso na Holanda
folhinha
Flautista brasileira de 7 anos fica em 2º em concurso na Holanda; assistaDepois de suar o vestido por mais de três meses para tocar sua flauta durante 10 minutos sem errar, Júlia Abdalla, 7, conquistou o segundo lugar do concurso Open Recorder Days Amsterdam. O evento, que acabou no último domingo (17), reuniu músicos de diferentes países em quatro dias de concertos na capital da Holanda –cidade com tradição no ensino da flauta doce. A menina era a competidora mais nova e a única solista brasileira entre os 83 participantes. Na categoria de até 11 anos, bateu outras dez crianças e ficou atrás apenas de um garoto da Hungria. Pela segunda posição, recebeu € 250 (cerca de R$ 830). Não que ela se importe com o prêmio: "Quem tocar melhor vai ganhar um troféu, mas o melhor troféu para mim é ir para Amsterdã", disse a menina à "Folhinha" antes de embarcar. Filha de músicos, Júlia começou as aulas de flauta doce aos cinco anos, depois que viu uma garota da sua idade tocando o instrumento. Assista abaixo a uma das apresentações do concurso. Única brasileira, flautista de 7 anos fica em 2º em concurso na Holanda
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Feliciano recua de acordo para Comissão de Direitos Humanos
Pressionado por integrantes da bancada evangélica, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) recuou nesta quarta-feira (11) e disse que não fechou acordo com petistas para a eleição da Comissão de Direitos Humanos na Câmara. Na tarde desta quarta, Feliciano e deputados petistas ensaiaram um entendimento para a presidência e vice-presidências. O acerto discutido era que ele ficaria com uma vice-presidência e outra seria entregue a seu adversário político, Jean Wyllys (PSOL-RJ). A costura tentava viabilizar a eleição do petista Paulo Pimenta (RS) para a presidência da Comissão. As tratativas para colocar Jean Wyllys irritou e provocou parte da bancada evangélica, que cobrou Feliciano. O pastor acabou divulgando uma nota negando um acerto. "O PT através de alguns interlocutores tentou sem sucesso um acordo. Ventilaram meu nome e o nome de outro parlamentar, perguntaram o que eu pensava e minha resposta foi: de minha parte não haveria problema algum", disse. "Não há acordo algum assumido pela Frente Evangélica", completou. A jornalistas, Feliciano havia comemorado o entendimento. Segundo ele, a trégua indicava que havia diálogo no Congresso. Feliciano foi responsável pela maior crise envolvendo a comissão, quando assumiu a presidência em 2013. Por quase três meses a Câmara enfrentou protestos de representantes de movimentos negros, gays, feministas contra o pastor evangélico que protagonizou falas polêmicas contra esses grupos. Ele sempre negou qualquer ato de discriminação. Mesmo com a pressão, o deputado permaneceu na presidência e até comandou a aprovação da chamada cura gay, proposta que permitia a psicólogos oferecerem tratamento a homossexualidade, que acabou arquivada após ser alvo de duras críticas nas manifestações de junho de 2013. A tentativa de acordo estava sendo costurado por deputados do PT, PSB e PR, com integrantes da bancada evangélica. Como os religiosos são maioria na comissão, o petista corre o risco de não ser eleito por falta de votos suficientes ou enfrentar manobras regimentais para adiar sua eleição. Pelo acordo de líderes que dividiu o comando das comissões da Casa entre os partidos, caberia a um petista a de Direitos Humanos. Os deputados religiosos, no entanto, defendiam quebrar o acordo e retomar o comando da comissão. A bancada chegou a articular a candidatura do deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ), aliado do pastor Silas Malafaia e pastor da Assembleia de Deus. O PSD para evitar a quebra de acordo, tirou Cavalcante da titularidade da comissão e passou para a suplência, o que o impedia de disputar a presidência com uma candidatura avulsa. Nos últimos dias, Cavalcante chegou a negociar uma vaga com o PR para tentar concorrer ao comando, mas a liderança do partido barrou. São os líderes os responsáveis pela indicação dos integrantes das comissões. Cavalcante até contratou modelos para distribuir nas entrada do Congresso nesta quarta um panfleto defendendo seu direito de disputar o cargo. "Não consegui nada", afirmou Calvacante. Para evitar uma derrota, os petistas procuraram os evangélicos para negociar as vice-presidências. A eleição dos cargos está marcada para esta quinta (12).
poder
Feliciano recua de acordo para Comissão de Direitos HumanosPressionado por integrantes da bancada evangélica, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) recuou nesta quarta-feira (11) e disse que não fechou acordo com petistas para a eleição da Comissão de Direitos Humanos na Câmara. Na tarde desta quarta, Feliciano e deputados petistas ensaiaram um entendimento para a presidência e vice-presidências. O acerto discutido era que ele ficaria com uma vice-presidência e outra seria entregue a seu adversário político, Jean Wyllys (PSOL-RJ). A costura tentava viabilizar a eleição do petista Paulo Pimenta (RS) para a presidência da Comissão. As tratativas para colocar Jean Wyllys irritou e provocou parte da bancada evangélica, que cobrou Feliciano. O pastor acabou divulgando uma nota negando um acerto. "O PT através de alguns interlocutores tentou sem sucesso um acordo. Ventilaram meu nome e o nome de outro parlamentar, perguntaram o que eu pensava e minha resposta foi: de minha parte não haveria problema algum", disse. "Não há acordo algum assumido pela Frente Evangélica", completou. A jornalistas, Feliciano havia comemorado o entendimento. Segundo ele, a trégua indicava que havia diálogo no Congresso. Feliciano foi responsável pela maior crise envolvendo a comissão, quando assumiu a presidência em 2013. Por quase três meses a Câmara enfrentou protestos de representantes de movimentos negros, gays, feministas contra o pastor evangélico que protagonizou falas polêmicas contra esses grupos. Ele sempre negou qualquer ato de discriminação. Mesmo com a pressão, o deputado permaneceu na presidência e até comandou a aprovação da chamada cura gay, proposta que permitia a psicólogos oferecerem tratamento a homossexualidade, que acabou arquivada após ser alvo de duras críticas nas manifestações de junho de 2013. A tentativa de acordo estava sendo costurado por deputados do PT, PSB e PR, com integrantes da bancada evangélica. Como os religiosos são maioria na comissão, o petista corre o risco de não ser eleito por falta de votos suficientes ou enfrentar manobras regimentais para adiar sua eleição. Pelo acordo de líderes que dividiu o comando das comissões da Casa entre os partidos, caberia a um petista a de Direitos Humanos. Os deputados religiosos, no entanto, defendiam quebrar o acordo e retomar o comando da comissão. A bancada chegou a articular a candidatura do deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ), aliado do pastor Silas Malafaia e pastor da Assembleia de Deus. O PSD para evitar a quebra de acordo, tirou Cavalcante da titularidade da comissão e passou para a suplência, o que o impedia de disputar a presidência com uma candidatura avulsa. Nos últimos dias, Cavalcante chegou a negociar uma vaga com o PR para tentar concorrer ao comando, mas a liderança do partido barrou. São os líderes os responsáveis pela indicação dos integrantes das comissões. Cavalcante até contratou modelos para distribuir nas entrada do Congresso nesta quarta um panfleto defendendo seu direito de disputar o cargo. "Não consegui nada", afirmou Calvacante. Para evitar uma derrota, os petistas procuraram os evangélicos para negociar as vice-presidências. A eleição dos cargos está marcada para esta quinta (12).
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Renomado chef franco-suíço Benoit Violier é encontrado morto
O chef franco-suíço Benoit Violier, cujo restaurante foi classificado como o melhor do mundo pelo ranking francês "La Liste", foi encontrado morto neste domingo (31) em sua casa, em Crissier, na região oeste da Suíça. Violier tinha 44 anos e seu Restaurant de l'Hotel de Ville em Crissier, já havia recebido três estrelas do guia "Michelin" antes de figurar no topo da lista francesa entre 1.000 restaurantes. Segundo a polícia suíça, há a suspeita de suicídio. O chef foi morto com um tiro. O site de notícias suíço 24 Heures disse que Violier era esperado no lançamento do novo guia "Michelin" em Paris nesta segunda (1º). Ele trabalhava no restaurante do hotel desde 1996, e, em 2012, assumiu o lugar ao lado de sua mulher, Brigitte, antes ainda de obter a cidadania suíça. O chef era também um caçador e especialista na preparação de carne de caça. Ao "The New York Times", Violier havia dito na época em que ganhou o prêmio, que sentiu "uma enorme responsabilidade" com a escolha. Segundo ele, o sucesso do restaurante, de cerca de 50 lugares, devia-se à consistência: a casa detém três estrelas do guia "Michelin" há 20 anos e seu maître, Louis Villeneuve, está no cargo há cerca de 40. Violier morreu depois de seis meses da morte de Philippe Rochat, seu mentor e predecessor no Restaurant de l'Hotel de Ville.
comida
Renomado chef franco-suíço Benoit Violier é encontrado mortoO chef franco-suíço Benoit Violier, cujo restaurante foi classificado como o melhor do mundo pelo ranking francês "La Liste", foi encontrado morto neste domingo (31) em sua casa, em Crissier, na região oeste da Suíça. Violier tinha 44 anos e seu Restaurant de l'Hotel de Ville em Crissier, já havia recebido três estrelas do guia "Michelin" antes de figurar no topo da lista francesa entre 1.000 restaurantes. Segundo a polícia suíça, há a suspeita de suicídio. O chef foi morto com um tiro. O site de notícias suíço 24 Heures disse que Violier era esperado no lançamento do novo guia "Michelin" em Paris nesta segunda (1º). Ele trabalhava no restaurante do hotel desde 1996, e, em 2012, assumiu o lugar ao lado de sua mulher, Brigitte, antes ainda de obter a cidadania suíça. O chef era também um caçador e especialista na preparação de carne de caça. Ao "The New York Times", Violier havia dito na época em que ganhou o prêmio, que sentiu "uma enorme responsabilidade" com a escolha. Segundo ele, o sucesso do restaurante, de cerca de 50 lugares, devia-se à consistência: a casa detém três estrelas do guia "Michelin" há 20 anos e seu maître, Louis Villeneuve, está no cargo há cerca de 40. Violier morreu depois de seis meses da morte de Philippe Rochat, seu mentor e predecessor no Restaurant de l'Hotel de Ville.
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Quando o carteiro não chega
RIO DE JANEIRO - O cidadão que procura os Correios para enviar uma encomenda - ou que conta com eles para receber algo - espera apenas uma coisa: que o item seja entregue no endereço indicado. Se o cidadão mora no Rio, não pode contar com isso. A empresa simplesmente parou de entregar em diversos pontos da cidade, há mais de um ano, alegando falta de segurança para seus funcionários. Começando pelo óbvio: sim, o Rio está mais violento a cada dia e quem transporta itens de valor é alvo preferencial. Os Correios afirmam ter sofrido 2.474 assaltos no Estado em 2015, metade do total registrado no país. Só na capital, foram 57.994 encomendas não entregues por esse motivo. Mas por que esse ônus deveria ser transferido ao consumidor? Até pouco tempo, a empresa nem sequer se dignava a avisar aos remetentes quais endereços estavam em áreas consideradas inacessíveis. Os destinatários tampouco ficavam sabendo previamente que suas encomendas nunca chegariam. Moradores de "áreas de risco" têm de retirar seus itens em locais muitas vezes distantes, com péssimo serviço -filas quilométricas, sem assentos, banheiros ou atendimento prioritário. Não por acaso, segundo o Procon, o serviço prestado no Rio pela estatal foi considerado o pior do país. O Ministério Público Federal moveu ação civil pública contra os Correios neste mês para tentar moralizar a baderna. Dentre os pontos, destaca-se o que pede um desconto de ao menos 25% no preço pago pelo serviço de entrega para os clientes que não tiverem suas encomendas entregues em casa. É pena que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos não tenha demonstrado tamanha aversão ao risco na hora de investir o dinheiro de seus funcionários. Como o TCU mostrou, o Postalis, fundo de pensão dos trabalhadores da estatal, tem um déficit superior a R$ 6 bilhões.
colunas
Quando o carteiro não chegaRIO DE JANEIRO - O cidadão que procura os Correios para enviar uma encomenda - ou que conta com eles para receber algo - espera apenas uma coisa: que o item seja entregue no endereço indicado. Se o cidadão mora no Rio, não pode contar com isso. A empresa simplesmente parou de entregar em diversos pontos da cidade, há mais de um ano, alegando falta de segurança para seus funcionários. Começando pelo óbvio: sim, o Rio está mais violento a cada dia e quem transporta itens de valor é alvo preferencial. Os Correios afirmam ter sofrido 2.474 assaltos no Estado em 2015, metade do total registrado no país. Só na capital, foram 57.994 encomendas não entregues por esse motivo. Mas por que esse ônus deveria ser transferido ao consumidor? Até pouco tempo, a empresa nem sequer se dignava a avisar aos remetentes quais endereços estavam em áreas consideradas inacessíveis. Os destinatários tampouco ficavam sabendo previamente que suas encomendas nunca chegariam. Moradores de "áreas de risco" têm de retirar seus itens em locais muitas vezes distantes, com péssimo serviço -filas quilométricas, sem assentos, banheiros ou atendimento prioritário. Não por acaso, segundo o Procon, o serviço prestado no Rio pela estatal foi considerado o pior do país. O Ministério Público Federal moveu ação civil pública contra os Correios neste mês para tentar moralizar a baderna. Dentre os pontos, destaca-se o que pede um desconto de ao menos 25% no preço pago pelo serviço de entrega para os clientes que não tiverem suas encomendas entregues em casa. É pena que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos não tenha demonstrado tamanha aversão ao risco na hora de investir o dinheiro de seus funcionários. Como o TCU mostrou, o Postalis, fundo de pensão dos trabalhadores da estatal, tem um déficit superior a R$ 6 bilhões.
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Controlador da Usiminas compra usina CSA, no Rio, por € 1,5 bi
A alemã Thyssenkrupp concluiu negociações para a venda da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) para a Ternium, baseada em Luxemburgo, por € 1,5 bilhão. A transação, anunciada nesta terça-feira (21), envolve o pagamento de € 1,26 bilhão em dinheiro e transferência de uma dívida de € 300 milhões com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Inaugurada em 2010 em Santa Cruz, na zona oeste do Rio, a CSA tem um histórico de turbulências e já havia sido negociada, sem sucesso, com outros pretendentes. Em 2013, a própria Ternium chegou a negociar a compra da CSA, mas desistiu do negócio. A usina foi construída em parceria com a Vale, que decidiu em 2016 se desfazer de sua fatia por um preço simbólico. "Ao concluir essa transação, a Ternium está incorporando mais uma usina siderúrgica de última geração ao seu parque industrial", afirmou, em comunicado, o presidente-executivo da Ternium, Daniel Novegil. Com operações no Brasil, onde participa do controle da Usiminas, e em outros países da América Latina, a empresa espera ampliar a integração de suas atividades com o novo ativo. "Isso vai fortalecer nosso negócio em setores industriais estratégicos na América Latina", concluiu o executivo. No caso da Usiminas, a Ternium vive um longo conflito societário com o outro sócio controlador, a japonesa Nippon Steel; A CSA tem capacidade para produzir 5 milhões de toneladas de placas de aço por ano. A Ternium, por sua vez, comprou de outros fornecedores, em 2016, 3,7 milhões de toneladas por ano. Com a transação, amplia "substancialmente" sua capacidade de produção para fornecer aos seus clientes, diz o texto do comunicado. A empresa produz 6 milhões de toneladas por ano e vende 9,8 milhões de toneladas por ano. O projeto da CSA foi desenvolvido de forma integrada com uma laminadora no Alabama, Estados Unidos, e batizado de Steel Americas. Em 2015, já sob efeitos da sobreoferta de aço no mercado internacional, a usina norte-americana foi vendida para a ArcelorMittal e o projeto de integração da produção nas Américas foi abandonado. "Com a venda da CSA, nos separamos definitivamente da Steel Americas. Isso é um marco importante no redirecionamento da Thyssenkrupp para um grupo industrial forte", disse, também em comunicado, o presidente-executivo da empresa alemã, Heinrich Hiesinger. A empresa contabiliza perdas de mais de € 12 bilhões no projeto Steel Americas, somando custos e prejuízos acumulados. Mesmo com a venda das usinas, assumirá uma perda de € 8 bilhões. PROBLEMAS Além da crise no mercado siderúrgico global, a companhia enfrentou uma série de problemas no Brasil desde a sua instalação. Primeiro, foi acusada de importação de empregados chineses. Depois, teve de reduzir as operações para sanar problemas operacionais que resultaram em altos níveis de poluição que prejudicaram a comunidade vizinha. Por isso, recebeu multas do Instituto Estadual do Ambiente, que totalizaram R$ 15 milhões, e foi obrigada a investir para reduzir as emissões. A licença definitiva de operação da usina só foi concedida em 2016.
mercado
Controlador da Usiminas compra usina CSA, no Rio, por € 1,5 biA alemã Thyssenkrupp concluiu negociações para a venda da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) para a Ternium, baseada em Luxemburgo, por € 1,5 bilhão. A transação, anunciada nesta terça-feira (21), envolve o pagamento de € 1,26 bilhão em dinheiro e transferência de uma dívida de € 300 milhões com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Inaugurada em 2010 em Santa Cruz, na zona oeste do Rio, a CSA tem um histórico de turbulências e já havia sido negociada, sem sucesso, com outros pretendentes. Em 2013, a própria Ternium chegou a negociar a compra da CSA, mas desistiu do negócio. A usina foi construída em parceria com a Vale, que decidiu em 2016 se desfazer de sua fatia por um preço simbólico. "Ao concluir essa transação, a Ternium está incorporando mais uma usina siderúrgica de última geração ao seu parque industrial", afirmou, em comunicado, o presidente-executivo da Ternium, Daniel Novegil. Com operações no Brasil, onde participa do controle da Usiminas, e em outros países da América Latina, a empresa espera ampliar a integração de suas atividades com o novo ativo. "Isso vai fortalecer nosso negócio em setores industriais estratégicos na América Latina", concluiu o executivo. No caso da Usiminas, a Ternium vive um longo conflito societário com o outro sócio controlador, a japonesa Nippon Steel; A CSA tem capacidade para produzir 5 milhões de toneladas de placas de aço por ano. A Ternium, por sua vez, comprou de outros fornecedores, em 2016, 3,7 milhões de toneladas por ano. Com a transação, amplia "substancialmente" sua capacidade de produção para fornecer aos seus clientes, diz o texto do comunicado. A empresa produz 6 milhões de toneladas por ano e vende 9,8 milhões de toneladas por ano. O projeto da CSA foi desenvolvido de forma integrada com uma laminadora no Alabama, Estados Unidos, e batizado de Steel Americas. Em 2015, já sob efeitos da sobreoferta de aço no mercado internacional, a usina norte-americana foi vendida para a ArcelorMittal e o projeto de integração da produção nas Américas foi abandonado. "Com a venda da CSA, nos separamos definitivamente da Steel Americas. Isso é um marco importante no redirecionamento da Thyssenkrupp para um grupo industrial forte", disse, também em comunicado, o presidente-executivo da empresa alemã, Heinrich Hiesinger. A empresa contabiliza perdas de mais de € 12 bilhões no projeto Steel Americas, somando custos e prejuízos acumulados. Mesmo com a venda das usinas, assumirá uma perda de € 8 bilhões. PROBLEMAS Além da crise no mercado siderúrgico global, a companhia enfrentou uma série de problemas no Brasil desde a sua instalação. Primeiro, foi acusada de importação de empregados chineses. Depois, teve de reduzir as operações para sanar problemas operacionais que resultaram em altos níveis de poluição que prejudicaram a comunidade vizinha. Por isso, recebeu multas do Instituto Estadual do Ambiente, que totalizaram R$ 15 milhões, e foi obrigada a investir para reduzir as emissões. A licença definitiva de operação da usina só foi concedida em 2016.
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Crise energética faz empresas emitirem mais carbono no Brasil
A transição para a chamada economia de baixo carbono depende de inovação tecnológica e investimentos do setor privado. Aos governos, caberá fomentar políticas públicas que deem escala a essas soluções, além da retirada dos subsídios aos combustíveis fósseis, estimados em mais de US$ 5,3 trilhões em 2015, segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional). Essas foram algumas das sugestões de grandes empresas que participaram do Business & Climate Summit 2015, encontro promovido pela Unesco em maio, em Paris, como uma prévia para a COP-21, a conferência do clima da ONU que ocorre em dezembro e reunirá 196 países. "As empresas estão cientes de que têm um papel relevante nas negociações internacionais sobre clima. Hoje, a agenda corporativa está focada na precificação do carbono e nas oportunidades de negócio que virão desse movimento", afirma Mariana Nicolletti, coordenadora do programa Empresas pelo Clima do GVCes (Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas). Na prática, isso significa que cedo ou tarde as atividades econômicas que emitem muito carbono ou que são dependentes de combustíveis fósseis como o carvão pagarão mais impostos e serão sobretaxadas. Isso já ocorre em países como Suécia, Japão, México, no Estado americano da Califórnia e em algumas províncias chinesas. Muitas empresas enxergam riscos palpáveis aos negócios em decorrência das alterações climáticas. A Beraca, fabricante de insumos para a indústria de cosméticos com base na biodiversidade brasileira, já se prepara para mudanças no fornecimento de matérias-primas. "Neste ano, a safra de vários produtos extrativistas ficou ameaçada porque o período chuvoso foi maior que de costume", diz Thiago Terada, gerente de responsabilidade social da empresa. No Brasil, um grupo de 128 empresas vem monitorando sua pegada de carbono com a publicação de inventários de emissão de gases de efeito estufa na metodologia GHG Protocol, a mais usada. Dessas, 36 fazem parte da plataforma Empresas pelo Clima, que tem o objetivo de engajar as empresas em outras ações de fomento à economia de baixo carbono. Mas o envolvimento das empresas não tem sido suficiente para reduzir as emissões. Uma das razões é que, nos últimos anos, o Brasil tem acionado mais termelétricas a carvão para o suprimento de energia. Isso eleva a emissão de gases de efeito estufa e impacta diretamente a pegada de carbono das companhias, sobretudo no chamado "escopo 2" (emissões provenientes da energia elétrica adquiridas pelas empresas). Entre as 128 corporações que monitoram suas emissões, houve aumento de 81% nas emissões de escopo 2 entre 2012 e 2013.
ambiente
Crise energética faz empresas emitirem mais carbono no BrasilA transição para a chamada economia de baixo carbono depende de inovação tecnológica e investimentos do setor privado. Aos governos, caberá fomentar políticas públicas que deem escala a essas soluções, além da retirada dos subsídios aos combustíveis fósseis, estimados em mais de US$ 5,3 trilhões em 2015, segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional). Essas foram algumas das sugestões de grandes empresas que participaram do Business & Climate Summit 2015, encontro promovido pela Unesco em maio, em Paris, como uma prévia para a COP-21, a conferência do clima da ONU que ocorre em dezembro e reunirá 196 países. "As empresas estão cientes de que têm um papel relevante nas negociações internacionais sobre clima. Hoje, a agenda corporativa está focada na precificação do carbono e nas oportunidades de negócio que virão desse movimento", afirma Mariana Nicolletti, coordenadora do programa Empresas pelo Clima do GVCes (Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas). Na prática, isso significa que cedo ou tarde as atividades econômicas que emitem muito carbono ou que são dependentes de combustíveis fósseis como o carvão pagarão mais impostos e serão sobretaxadas. Isso já ocorre em países como Suécia, Japão, México, no Estado americano da Califórnia e em algumas províncias chinesas. Muitas empresas enxergam riscos palpáveis aos negócios em decorrência das alterações climáticas. A Beraca, fabricante de insumos para a indústria de cosméticos com base na biodiversidade brasileira, já se prepara para mudanças no fornecimento de matérias-primas. "Neste ano, a safra de vários produtos extrativistas ficou ameaçada porque o período chuvoso foi maior que de costume", diz Thiago Terada, gerente de responsabilidade social da empresa. No Brasil, um grupo de 128 empresas vem monitorando sua pegada de carbono com a publicação de inventários de emissão de gases de efeito estufa na metodologia GHG Protocol, a mais usada. Dessas, 36 fazem parte da plataforma Empresas pelo Clima, que tem o objetivo de engajar as empresas em outras ações de fomento à economia de baixo carbono. Mas o envolvimento das empresas não tem sido suficiente para reduzir as emissões. Uma das razões é que, nos últimos anos, o Brasil tem acionado mais termelétricas a carvão para o suprimento de energia. Isso eleva a emissão de gases de efeito estufa e impacta diretamente a pegada de carbono das companhias, sobretudo no chamado "escopo 2" (emissões provenientes da energia elétrica adquiridas pelas empresas). Entre as 128 corporações que monitoram suas emissões, houve aumento de 81% nas emissões de escopo 2 entre 2012 e 2013.
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Palmeiras desiste da contratação do volante Jean, do Fluminense
Tido como o possível reforço mais badalado do Palmeiras para 2016, o volante Jean, do Fluminense, deixou de ser negociado entre os clubes. O jogador chegou a fazer exames médicos no clube paulista, mas não houve acordo entre as agremiações, e por isso a transferência não teve desfecho positivo. O Palmeiras ofereceu jogadores de seu elenco ao Fluminense, que não mostrou interesse. Jean tem contrato com o time do Rio até o final de 2017, com multa rescisória fixada em US$ 2 milhões (cerca de R$ 7,7 milhões). O Fluminense queria valores próximos a essa quantia, criando assim um impasse que não foi superado. Até o momento, o Palmeiras contratou sete jogadores para a próxima temporada: o goleiro Vagner, os zagueiros Roger Carvalho e Edu Dracena, o volante Rodrigo, os meias Moisés e Régis e o atacante Erik. Em entrevista à Folha, Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, disse que o clube não deve contratar mais que sete jogadores.
esporte
Palmeiras desiste da contratação do volante Jean, do FluminenseTido como o possível reforço mais badalado do Palmeiras para 2016, o volante Jean, do Fluminense, deixou de ser negociado entre os clubes. O jogador chegou a fazer exames médicos no clube paulista, mas não houve acordo entre as agremiações, e por isso a transferência não teve desfecho positivo. O Palmeiras ofereceu jogadores de seu elenco ao Fluminense, que não mostrou interesse. Jean tem contrato com o time do Rio até o final de 2017, com multa rescisória fixada em US$ 2 milhões (cerca de R$ 7,7 milhões). O Fluminense queria valores próximos a essa quantia, criando assim um impasse que não foi superado. Até o momento, o Palmeiras contratou sete jogadores para a próxima temporada: o goleiro Vagner, os zagueiros Roger Carvalho e Edu Dracena, o volante Rodrigo, os meias Moisés e Régis e o atacante Erik. Em entrevista à Folha, Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, disse que o clube não deve contratar mais que sete jogadores.
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Com balão e acrobacias, espetáculo une futebol e circo em São Paulo
Futebol e circo podem dar jogo? A Companhia Base apresenta a partir da próxima semana o espetáculo "Futebol Voador", que mistura o esporte a números circenses. A montagem, que acontece ao ar livre, conta a viagem de Charles Miller à Inglaterra, onde descobre o futebol e tem a ideia de levá-lo ao Brasil. Para isso, a companhia usa números de dança, circo, equilíbrio, embaixadinhas e até um balão em forma de bola de futebol, que voa a 20 metros de altura. As apresentações acontecem no Sesc Campo Limpo, nos dias 28 e 29 de março e também em 4 e 5 de abril. PARA CONFERIR Futebol Voador QUANDO 28 e 29/3; sábado, às 19h, e domingo, às 15h 4 e 5/4; sábado, às 19h30, e domingo, às 19h ONDE Sesc Campo Limpo - r. Nossa Senhora do Bom Conselho, 120; tel. (11) 5510-2700 QUANTO grátis
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Com balão e acrobacias, espetáculo une futebol e circo em São PauloFutebol e circo podem dar jogo? A Companhia Base apresenta a partir da próxima semana o espetáculo "Futebol Voador", que mistura o esporte a números circenses. A montagem, que acontece ao ar livre, conta a viagem de Charles Miller à Inglaterra, onde descobre o futebol e tem a ideia de levá-lo ao Brasil. Para isso, a companhia usa números de dança, circo, equilíbrio, embaixadinhas e até um balão em forma de bola de futebol, que voa a 20 metros de altura. As apresentações acontecem no Sesc Campo Limpo, nos dias 28 e 29 de março e também em 4 e 5 de abril. PARA CONFERIR Futebol Voador QUANDO 28 e 29/3; sábado, às 19h, e domingo, às 15h 4 e 5/4; sábado, às 19h30, e domingo, às 19h ONDE Sesc Campo Limpo - r. Nossa Senhora do Bom Conselho, 120; tel. (11) 5510-2700 QUANTO grátis
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Recesso de resultados
Salvo na hipótese improvável de uma recaída de bom senso e espírito público entre deputados e senadores, o Congresso Nacional entrará em recesso nesta quarta-feira (23). Os trabalhos serão retomados somente em 2 de fevereiro. A incerteza quanto ao encaminhamento da crise econômica e política em que o país vem mergulhado, assim, se prolongará por longas e desnecessárias seis semanas. Os parlamentares agem como se não estivesse em pauta nenhum "caso de urgência ou interesse público relevante", premissas previstas na Constituição para convocar de forma extraordinária o Congresso. Se a escolha de uma nova comissão especial da Câmara para começar a analisar o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) não satisfaz, para deputados e senadores, as condições de urgência e relevância, fica difícil imaginar o que, a seu juízo, as satisfaria. No caso das siglas de oposição, pode-se concluir sem risco de errar que procrastina movida pelo mais rasteiro cálculo político. Tendo embarcado de início numa aliança de conveniência com o desatinado presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), as bancadas de partidos como PSDB e DEM parecem já se dar conta de que seria mais prudente desvincular o impeachment de sua figura. Mais ainda, avalia-se nas fileiras oposicionistas que a aprovação do afastamento de Dilma seria mais factível bem depois do Carnaval, que começa na semana de retorno do recesso parlamentar. Passadas as festividades, acredita-se, os protestos contra o governo federal ganhariam novo ímpeto, originando a pressão das ruas sem a qual muitos consideram ser inviável aprovar o impedimento. Após os resultados discretos da semana passada, movimentos anti-Dilma depositam esperanças no evento marcado para 13 de março. Com outros três meses de paralisia, fermentaria ainda mais o ingrediente decisivo da crise econômica, com o agravamento de efeitos que já inquietam o país: desemprego e inflação em alta, atrasos no pagamento de funcionários públicos, retração de serviços sociais etc. Antes disso, um processo contra Dilma teria menos chance de prosperar, entende a oposição calculista –e, como o Datafolha mostrou, houve nos últimos meses leve melhora na imagem da presidente. Para usar uma expressão que no passado se assestava com frequência contra o PT, o grupo capitaneado por PSDB e DEM aposta na tese do quanto pior melhor. Não é só a oposição que se apequena, mas o Congresso inteiro. Pôr-se de folga quando uma das piores crises consome o país dá demonstração cabal de que ali imperam a miopia e a alienação. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Recesso de resultadosSalvo na hipótese improvável de uma recaída de bom senso e espírito público entre deputados e senadores, o Congresso Nacional entrará em recesso nesta quarta-feira (23). Os trabalhos serão retomados somente em 2 de fevereiro. A incerteza quanto ao encaminhamento da crise econômica e política em que o país vem mergulhado, assim, se prolongará por longas e desnecessárias seis semanas. Os parlamentares agem como se não estivesse em pauta nenhum "caso de urgência ou interesse público relevante", premissas previstas na Constituição para convocar de forma extraordinária o Congresso. Se a escolha de uma nova comissão especial da Câmara para começar a analisar o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) não satisfaz, para deputados e senadores, as condições de urgência e relevância, fica difícil imaginar o que, a seu juízo, as satisfaria. No caso das siglas de oposição, pode-se concluir sem risco de errar que procrastina movida pelo mais rasteiro cálculo político. Tendo embarcado de início numa aliança de conveniência com o desatinado presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), as bancadas de partidos como PSDB e DEM parecem já se dar conta de que seria mais prudente desvincular o impeachment de sua figura. Mais ainda, avalia-se nas fileiras oposicionistas que a aprovação do afastamento de Dilma seria mais factível bem depois do Carnaval, que começa na semana de retorno do recesso parlamentar. Passadas as festividades, acredita-se, os protestos contra o governo federal ganhariam novo ímpeto, originando a pressão das ruas sem a qual muitos consideram ser inviável aprovar o impedimento. Após os resultados discretos da semana passada, movimentos anti-Dilma depositam esperanças no evento marcado para 13 de março. Com outros três meses de paralisia, fermentaria ainda mais o ingrediente decisivo da crise econômica, com o agravamento de efeitos que já inquietam o país: desemprego e inflação em alta, atrasos no pagamento de funcionários públicos, retração de serviços sociais etc. Antes disso, um processo contra Dilma teria menos chance de prosperar, entende a oposição calculista –e, como o Datafolha mostrou, houve nos últimos meses leve melhora na imagem da presidente. Para usar uma expressão que no passado se assestava com frequência contra o PT, o grupo capitaneado por PSDB e DEM aposta na tese do quanto pior melhor. Não é só a oposição que se apequena, mas o Congresso inteiro. Pôr-se de folga quando uma das piores crises consome o país dá demonstração cabal de que ali imperam a miopia e a alienação. editoriais@grupofolha.com.br
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Justiça suspende acordo bilionário entre Samarco, governos e União
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou a suspensão do acordo feito entre a União e os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo com a Samarco e suas donas, Vale e BHP Billiton. O texto prevê a recuperação das áreas destruídas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). A decisão liminar (provisória), da ministra Diva Malerbi, foi publicada nesta sexta-feira (1º) e afirma que a homologação do acordo não poderia ser feita pelo núcleo de conciliação da Justiça Federal, já que decisão anterior do STJ determinava que questões urgentes a respeito do rompimento deveriam ser decididas pela 12ª Vara em Minas Gerais. "Entendo que a homologação do mencionado acordo pela autoridade reclamada desrespeitou decisão proferida por esta Corte Superior", afirma a ministra. Procuradas, Vale e Samarco afirmam que irão recorrer. A decisão de Malerbi foi dada após o Ministério Público Federal questionar a homologação na Justiça. No texto, a ministra questiona a "ausência de adequado debate" para a elaboração do acordo. "Não há indicativo de que qualquer município atingido tenha participado das negociações em comento, não obstante as obrigações que foram atribuídas a esses entes da federação no âmbito da referida avença", diz a magistrada. "Também não está demonstrada a inclusão de membro do Ministério Público do Estado de Minas Gerais na formatação do ajuste em comento, o que indica a ausência de adequado debate para o desenlace convencionado do litígio". Segundo ela, "seria rigorosamente recomendável o mais amplo debate para a solução negociada da controvérsia, por meio da realização de audiências públicas". ACORDO O acordo, que chegou a ser comemorado em evento com a presença da presidente afastada Dilma Rousseff, foi homologado no dia 5 de maio. Desde as negociações, os Ministérios Públicos têm criticado o teor do texto, que consideram favorável às mineradoras. Pelos termos combinados, a Samarco teria que cumprir aproximadamente 40 programas de recuperação ambiental com aporte de R$ 2 bi este ano, R$ 1,2 bi em 2017 e mais R$ 1,2 bi em 2018. De 2019 a 2021 os valores podem variar entre R$ 800 milhões e R$ 1,6 bilhão. Além disso, até 2018 seriam usados R$ 500 milhões para saneamento dos municípios atingidos. Seria criada uma fundação privada com conselho administrativo indicado pelas empresas para gerir os programas. Um Comitê Interfederativo, com representantes do governo federal, Estados e municípios atingidos, acompanha as ações. 'NÃO AFETA OBRIGAÇÕES' Em nota, a Samarco informou que irá recorrer e que "a decisão não afeta as obrigações contidas no acordo, que continuarão sendo integralmente cumpridas, inclusive no que diz respeito à instituição da fundação de direito privado prevista no documento". Já a Vale diz que "continuará a cumprir o acordo, apoiando a recuperação das comunidades e do meio ambiente afetados pela ruptura da barragem de fundão da Samarco". Também informa que irá "tomar as medidas judiciais necessárias para confirmar a homologação do mesmo". O advogado-geral de Minas Gerais, Onofre Batista, afirma que a União e os dois Estados recorrerão conjuntamente ao STF (Supremo Tribunal Federal) na próxima semana para que a questão seja definida. "Foi até boa essa decisão do STJ, porque a gente recorre ao STF e decide tudo logo de uma vez", disse à Folha. Segundo Batista, o acordo tem "andado a passos lentos" por temor das empresas da possibilidade de uma revogação dos termos. No Espírito Santo, o procurador-geral do Estado Rodrigo Rabello diz que "a preocupação é que esse debate judicial eternizado em vez de beneficiar a população, prejudique". "O acordo não inibe que o Ministério Público apresente novas propostas. Nós sempre estivemos abertos para conversar", afirma. Em nota, a AGU informa que "aguarda a intimação formal da decisão liminar para adotar as medidas judiciais cabíveis". A reportagem não conseguiu localizar representantes da BHP Billiton. O rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG) matou 19 pessoas, destruiu o vilarejo de Bento Rodrigues e devastou o rio Doce até a sua foz, no Espírito Santo. O Caminho da Lama - Quem assinou A Samarco e suas donas (Vale e BHP Billiton), a AGU (Advocacia-Geral da União) e os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo O que ele prevê A Samarco deve destinar R$ 4,4 bilhões até 2018 a projetos de recuperação da bacia do rio Doce. Para gerir os trabalhos, foi criada uma fundação privada com conselheiros indicados pelas empresas. Um Comitê Interfederativo, com representantes do governo federal, Estados e municípios atingidos, acompanha as ações. As críticas do Ministério Público Federal O órgão é contra o acordo porque diz que ele "prioriza o patrimônio das empresas" e "não garante a reparação dos danos". Segundo o procurador Jorge Munhoz, o texto blinda a Vale e a BHP Billiton, assim como o poder público, que também seriam responsáveis diretos pela tragédia. O MPF chegou a participar das negociações, mas abandonou a mesa antes de o acordo ser fechado. LINHA DO TEMPO 5.nov.2015 Barragem de Fundão se rompe em Mariana (MG). A lama soterrou o vilarejo de Bento Rodrigues e devastou o rio Doce, deixando um rastro de destruição até o litoral do Espírito Santo e matando 19 pessoas. 2.mar.2016 Um acordo de recuperação ambiental é assinado entre as mineradoras, a União e os Estados de MG e ES. No evento, a presidente Dilma Rousseff diz que o governo federal estava "fazendo história". 3.mai Em contrapartida, o Ministério Público Federal protocola ação que pede R$ 155 bilhões da Samarco, Vale e BHP, com depósito inicial de R$ 7,7 bilhões. 5.mai O acordo entre as empresas e o poder público é homologado pela Justiça Federal. A Samarco tratou a aprovação como "um marco em processos de recuperação e reparação pós-acidentes ambientais". 31.mai O então novo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, afirma que vai propor uma revisão do acordo para que as ações da empresa levem mais em conta as demandas das vítimas. 1º.jul O STJ (Superior Tribunal de Justiça) suspende o acordo, alegando que a homologação não poderia ter sido feita pelo núcleo de conciliação da Justiça Federal. Uma decisão anterior do tribunal determinava que questões urgentes a respeito do rompimento deveriam ser decididas pela 12ª Vara em Minas Gerais.
cotidiano
Justiça suspende acordo bilionário entre Samarco, governos e UniãoO STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou a suspensão do acordo feito entre a União e os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo com a Samarco e suas donas, Vale e BHP Billiton. O texto prevê a recuperação das áreas destruídas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). A decisão liminar (provisória), da ministra Diva Malerbi, foi publicada nesta sexta-feira (1º) e afirma que a homologação do acordo não poderia ser feita pelo núcleo de conciliação da Justiça Federal, já que decisão anterior do STJ determinava que questões urgentes a respeito do rompimento deveriam ser decididas pela 12ª Vara em Minas Gerais. "Entendo que a homologação do mencionado acordo pela autoridade reclamada desrespeitou decisão proferida por esta Corte Superior", afirma a ministra. Procuradas, Vale e Samarco afirmam que irão recorrer. A decisão de Malerbi foi dada após o Ministério Público Federal questionar a homologação na Justiça. No texto, a ministra questiona a "ausência de adequado debate" para a elaboração do acordo. "Não há indicativo de que qualquer município atingido tenha participado das negociações em comento, não obstante as obrigações que foram atribuídas a esses entes da federação no âmbito da referida avença", diz a magistrada. "Também não está demonstrada a inclusão de membro do Ministério Público do Estado de Minas Gerais na formatação do ajuste em comento, o que indica a ausência de adequado debate para o desenlace convencionado do litígio". Segundo ela, "seria rigorosamente recomendável o mais amplo debate para a solução negociada da controvérsia, por meio da realização de audiências públicas". ACORDO O acordo, que chegou a ser comemorado em evento com a presença da presidente afastada Dilma Rousseff, foi homologado no dia 5 de maio. Desde as negociações, os Ministérios Públicos têm criticado o teor do texto, que consideram favorável às mineradoras. Pelos termos combinados, a Samarco teria que cumprir aproximadamente 40 programas de recuperação ambiental com aporte de R$ 2 bi este ano, R$ 1,2 bi em 2017 e mais R$ 1,2 bi em 2018. De 2019 a 2021 os valores podem variar entre R$ 800 milhões e R$ 1,6 bilhão. Além disso, até 2018 seriam usados R$ 500 milhões para saneamento dos municípios atingidos. Seria criada uma fundação privada com conselho administrativo indicado pelas empresas para gerir os programas. Um Comitê Interfederativo, com representantes do governo federal, Estados e municípios atingidos, acompanha as ações. 'NÃO AFETA OBRIGAÇÕES' Em nota, a Samarco informou que irá recorrer e que "a decisão não afeta as obrigações contidas no acordo, que continuarão sendo integralmente cumpridas, inclusive no que diz respeito à instituição da fundação de direito privado prevista no documento". Já a Vale diz que "continuará a cumprir o acordo, apoiando a recuperação das comunidades e do meio ambiente afetados pela ruptura da barragem de fundão da Samarco". Também informa que irá "tomar as medidas judiciais necessárias para confirmar a homologação do mesmo". O advogado-geral de Minas Gerais, Onofre Batista, afirma que a União e os dois Estados recorrerão conjuntamente ao STF (Supremo Tribunal Federal) na próxima semana para que a questão seja definida. "Foi até boa essa decisão do STJ, porque a gente recorre ao STF e decide tudo logo de uma vez", disse à Folha. Segundo Batista, o acordo tem "andado a passos lentos" por temor das empresas da possibilidade de uma revogação dos termos. No Espírito Santo, o procurador-geral do Estado Rodrigo Rabello diz que "a preocupação é que esse debate judicial eternizado em vez de beneficiar a população, prejudique". "O acordo não inibe que o Ministério Público apresente novas propostas. Nós sempre estivemos abertos para conversar", afirma. Em nota, a AGU informa que "aguarda a intimação formal da decisão liminar para adotar as medidas judiciais cabíveis". A reportagem não conseguiu localizar representantes da BHP Billiton. O rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG) matou 19 pessoas, destruiu o vilarejo de Bento Rodrigues e devastou o rio Doce até a sua foz, no Espírito Santo. O Caminho da Lama - Quem assinou A Samarco e suas donas (Vale e BHP Billiton), a AGU (Advocacia-Geral da União) e os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo O que ele prevê A Samarco deve destinar R$ 4,4 bilhões até 2018 a projetos de recuperação da bacia do rio Doce. Para gerir os trabalhos, foi criada uma fundação privada com conselheiros indicados pelas empresas. Um Comitê Interfederativo, com representantes do governo federal, Estados e municípios atingidos, acompanha as ações. As críticas do Ministério Público Federal O órgão é contra o acordo porque diz que ele "prioriza o patrimônio das empresas" e "não garante a reparação dos danos". Segundo o procurador Jorge Munhoz, o texto blinda a Vale e a BHP Billiton, assim como o poder público, que também seriam responsáveis diretos pela tragédia. O MPF chegou a participar das negociações, mas abandonou a mesa antes de o acordo ser fechado. LINHA DO TEMPO 5.nov.2015 Barragem de Fundão se rompe em Mariana (MG). A lama soterrou o vilarejo de Bento Rodrigues e devastou o rio Doce, deixando um rastro de destruição até o litoral do Espírito Santo e matando 19 pessoas. 2.mar.2016 Um acordo de recuperação ambiental é assinado entre as mineradoras, a União e os Estados de MG e ES. No evento, a presidente Dilma Rousseff diz que o governo federal estava "fazendo história". 3.mai Em contrapartida, o Ministério Público Federal protocola ação que pede R$ 155 bilhões da Samarco, Vale e BHP, com depósito inicial de R$ 7,7 bilhões. 5.mai O acordo entre as empresas e o poder público é homologado pela Justiça Federal. A Samarco tratou a aprovação como "um marco em processos de recuperação e reparação pós-acidentes ambientais". 31.mai O então novo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, afirma que vai propor uma revisão do acordo para que as ações da empresa levem mais em conta as demandas das vítimas. 1º.jul O STJ (Superior Tribunal de Justiça) suspende o acordo, alegando que a homologação não poderia ter sido feita pelo núcleo de conciliação da Justiça Federal. Uma decisão anterior do tribunal determinava que questões urgentes a respeito do rompimento deveriam ser decididas pela 12ª Vara em Minas Gerais.
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STF autoriza extradição de italiano e colombiano acusados de assassinatos
O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou nesta terça-feira (20) a extradição de dois estrangeiros acusados de liderarem organizações criminosas e de serem responsáveis por homicídios em seus países. As decisões são da primeira turma do Supremo, responsável por analisar esse tipo de caso. Os ministros liberaram, por unanimidade, a extradição do colombiano Marcos de Jesus Figueroa Garcia para que ele responda pela suposta prática dos crimes de associação criminosa, homicídio qualificado e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Ele é acusado de 250 homicídios por liderar uma organização criminosa na Colômbia. O colombiano foi preso preventivamente no dia 24 de setembro de 2014, no Estado do Acre, e transferido para a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Em abril de 2015, o relator determinou a sua transferência para o Complexo Penitenciário da Papuda (DF). No mês de maio de 2015, ele foi interrogado pelo ministro Luiz Fux nas dependências do STF. A defesa alegava que os pedidos de prisões contra seu cliente eram cautelares e que ainda não houve condenação na Colômbia. Os advogados sustentavam não haver prova material sobre seu envolvimento nos crimes e argumentavam que o decreto de prisão preventiva apenas foi embasado em depoimentos prestados por testemunhas que teriam sido cooptadas pelo Ministério Público da Colômbia. ITALIANO Os ministros também por unanimidade decidiram extraditar para a Itália Pasqualle Scotti, condenado à prisão perpétua por participação em 22 homicídios qualificados. Réu confesso, Scotti é um dos fundadores e líderes da organização criminosa conhecida como Nova Camorra Organizada. Ele fugiu para o Brasil há 30 anos e residia em Recife (PE), onde foi preso em maio deste ano. Segundo a defesa de Scotti, ele é perseguido político e teria fugido do país para defender a própria vida, pois corria o risco de ser executado na prisão. O ministro Luiz Fux, relator do caso, salientou que a principal tese da defesa, a de perseguição política, não se sustenta, pois homicídio é crime comum. Por esse motivo, destacou não haver razões ponderáveis para se deduzir que haveria qualquer tipo de perseguição que inviabilize a extradição. Quanto ao pedido de permanência no Brasil em razão de ter dois filhos brasileiros, o relator salientou que em casos julgados recentemente o STF tem confirmado a súmula 421, segundo a qual o fato de ter descendência brasileira não impede a extradição.
mundo
STF autoriza extradição de italiano e colombiano acusados de assassinatosO STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou nesta terça-feira (20) a extradição de dois estrangeiros acusados de liderarem organizações criminosas e de serem responsáveis por homicídios em seus países. As decisões são da primeira turma do Supremo, responsável por analisar esse tipo de caso. Os ministros liberaram, por unanimidade, a extradição do colombiano Marcos de Jesus Figueroa Garcia para que ele responda pela suposta prática dos crimes de associação criminosa, homicídio qualificado e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Ele é acusado de 250 homicídios por liderar uma organização criminosa na Colômbia. O colombiano foi preso preventivamente no dia 24 de setembro de 2014, no Estado do Acre, e transferido para a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Em abril de 2015, o relator determinou a sua transferência para o Complexo Penitenciário da Papuda (DF). No mês de maio de 2015, ele foi interrogado pelo ministro Luiz Fux nas dependências do STF. A defesa alegava que os pedidos de prisões contra seu cliente eram cautelares e que ainda não houve condenação na Colômbia. Os advogados sustentavam não haver prova material sobre seu envolvimento nos crimes e argumentavam que o decreto de prisão preventiva apenas foi embasado em depoimentos prestados por testemunhas que teriam sido cooptadas pelo Ministério Público da Colômbia. ITALIANO Os ministros também por unanimidade decidiram extraditar para a Itália Pasqualle Scotti, condenado à prisão perpétua por participação em 22 homicídios qualificados. Réu confesso, Scotti é um dos fundadores e líderes da organização criminosa conhecida como Nova Camorra Organizada. Ele fugiu para o Brasil há 30 anos e residia em Recife (PE), onde foi preso em maio deste ano. Segundo a defesa de Scotti, ele é perseguido político e teria fugido do país para defender a própria vida, pois corria o risco de ser executado na prisão. O ministro Luiz Fux, relator do caso, salientou que a principal tese da defesa, a de perseguição política, não se sustenta, pois homicídio é crime comum. Por esse motivo, destacou não haver razões ponderáveis para se deduzir que haveria qualquer tipo de perseguição que inviabilize a extradição. Quanto ao pedido de permanência no Brasil em razão de ter dois filhos brasileiros, o relator salientou que em casos julgados recentemente o STF tem confirmado a súmula 421, segundo a qual o fato de ter descendência brasileira não impede a extradição.
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O rocambole de Heloisa Bacellar leva especiarias e tem recheio de doce de leite; veja receita
DE SÃO PAULO Com canela e gengibre na massa, o rocambole de Heloisa Bacellar, chef do Lá da Venda, é preenchido com doce de leite e precisa ser enrolado enquanto a massa ainda está quente. O tempo de preparo é de uma hora. Rende seis porções. * INGREDIENTES * 3 ovos em temperatura ambiente, gemas e claras separadas * 3 colheres (sopa) de açúcar mascavo * 3 colheres (sopa) de farinha de trigo * ½ colher (sopa) de chocolate em pó * 1 colher (chá) de fermento químico * 1 colher (chá) de gengibre em pó * ½ colher (chá) de canela em pó * 1 xícara (chá) de doce de leite cremoso * Papel manteiga, manteiga para untar e farinha de trigo para polvilhar * Açúcar de confeiteiro para polvilhar sobre o rocambole pronto * PREPARO Preaqueça o forno a 180ºC (médio). Unte com manteiga e polvilhe com farinha uma assadeira média (20x30 cm), forre o fundo com papel manteiga também untado com manteiga Bata as claras em neve na batedeira até formarem picos firmes. Junte as gemas, bata por mais alguns segundos, apenas o bastante para misturar. Adicione o açúcar mascavo passado pela peneira e, com uma espátula e muita delicadeza, incorpore-o aos ovos Peneire e misture a farinha, o chocolate em pó, o fermento, o gengibre e a canela e, ainda com a espátula e bastante delicadeza para a massa não desmontar, incorpore os ingredientes secos aos ovos. Despeje a massa na assadeira e alise levemente com a espátula. Asse por uns 10 minutos, até o bolo se soltar das laterais, dourar e firmar (ao enfiar um palito no centro, ele sairá limpo, e, pressionando a superfície ligeiramente com a ponta do dedo, o bolo fará um barulhinho chiado). O rocambole não deve dourar e secar demais, pois pode quebrar na hora de enrolar. Retire a assadeira do forno, imediatamente desenforme o bolo sobre um pano limpo e úmido e descole o papel. Espalhe o recheio sobre o bolo fazendo uma camada uniforme e, pressionando para firmar, enrole com a ajuda do pano. Quando esfriar, transfira o rocambole para o prato de servir e polvilhe com o açúcar de confeiteiro. * Lá da Venda R. Harmonia, 161, Vila Madalena, tel. 3037-7702
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O rocambole de Heloisa Bacellar leva especiarias e tem recheio de doce de leite; veja receitaDE SÃO PAULO Com canela e gengibre na massa, o rocambole de Heloisa Bacellar, chef do Lá da Venda, é preenchido com doce de leite e precisa ser enrolado enquanto a massa ainda está quente. O tempo de preparo é de uma hora. Rende seis porções. * INGREDIENTES * 3 ovos em temperatura ambiente, gemas e claras separadas * 3 colheres (sopa) de açúcar mascavo * 3 colheres (sopa) de farinha de trigo * ½ colher (sopa) de chocolate em pó * 1 colher (chá) de fermento químico * 1 colher (chá) de gengibre em pó * ½ colher (chá) de canela em pó * 1 xícara (chá) de doce de leite cremoso * Papel manteiga, manteiga para untar e farinha de trigo para polvilhar * Açúcar de confeiteiro para polvilhar sobre o rocambole pronto * PREPARO Preaqueça o forno a 180ºC (médio). Unte com manteiga e polvilhe com farinha uma assadeira média (20x30 cm), forre o fundo com papel manteiga também untado com manteiga Bata as claras em neve na batedeira até formarem picos firmes. Junte as gemas, bata por mais alguns segundos, apenas o bastante para misturar. Adicione o açúcar mascavo passado pela peneira e, com uma espátula e muita delicadeza, incorpore-o aos ovos Peneire e misture a farinha, o chocolate em pó, o fermento, o gengibre e a canela e, ainda com a espátula e bastante delicadeza para a massa não desmontar, incorpore os ingredientes secos aos ovos. Despeje a massa na assadeira e alise levemente com a espátula. Asse por uns 10 minutos, até o bolo se soltar das laterais, dourar e firmar (ao enfiar um palito no centro, ele sairá limpo, e, pressionando a superfície ligeiramente com a ponta do dedo, o bolo fará um barulhinho chiado). O rocambole não deve dourar e secar demais, pois pode quebrar na hora de enrolar. Retire a assadeira do forno, imediatamente desenforme o bolo sobre um pano limpo e úmido e descole o papel. Espalhe o recheio sobre o bolo fazendo uma camada uniforme e, pressionando para firmar, enrole com a ajuda do pano. Quando esfriar, transfira o rocambole para o prato de servir e polvilhe com o açúcar de confeiteiro. * Lá da Venda R. Harmonia, 161, Vila Madalena, tel. 3037-7702
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Primeiro comboio com civis e rebeldes deixa área rebelde de Aleppo
As primeiras pessoas retiradas da cidade síria de Aleppo deixaram nesta quinta-feira (15) os bairros rebeldes a bordo de vários ônibus e ambulância. A TV pública síria mostrou imagens do comboio com cerca de 20 ônibus e dez ambulâncias, que transportavam principalmente feridos e seus parentes. Eles saíram da região em conflito após acordo em que os rebeldes entregarão ao governo o bolsão que dominam no leste da cidade. Aproximadamente 4.000 rebeldes e seus familiares devem ser retirados de Aleppo nesta quinta-feira, anunciou a TV síria. A queda de Aleppo constitui uma grande derrota para a rebelião síria, que havia conquistado a parte leste da capital econômica do país em 2012. As tropas do governo, com o apoio da aviação russa e de milícias libanesas, iraquianas e iranianas, derrotaram os em uma ofensiva fulminante de 30 dias, iniciada em 15 de novembro. Militares sírios e russos preparam nesta quinta-feira a retirada para Idlib dos últimos rebeldes entrincheirados em Aleppo, assim como de suas famílias, de acordo com o Exército da Rússia. Os russos são aliados ao regime sírio. "As autoridades sírias garantem a segurança de todos os combatentes que decidiram deixar os bairros do leste de Aleppo", diz a nota oficial. Um pouco antes, uma fonte do Exército sírio informou sobre um novo acordo para a retirada dos combatentes rebeldes da última área que controlam em Aleppo, após o fracasso de uma iniciativa similar na quarta-feira (14).
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Primeiro comboio com civis e rebeldes deixa área rebelde de AleppoAs primeiras pessoas retiradas da cidade síria de Aleppo deixaram nesta quinta-feira (15) os bairros rebeldes a bordo de vários ônibus e ambulância. A TV pública síria mostrou imagens do comboio com cerca de 20 ônibus e dez ambulâncias, que transportavam principalmente feridos e seus parentes. Eles saíram da região em conflito após acordo em que os rebeldes entregarão ao governo o bolsão que dominam no leste da cidade. Aproximadamente 4.000 rebeldes e seus familiares devem ser retirados de Aleppo nesta quinta-feira, anunciou a TV síria. A queda de Aleppo constitui uma grande derrota para a rebelião síria, que havia conquistado a parte leste da capital econômica do país em 2012. As tropas do governo, com o apoio da aviação russa e de milícias libanesas, iraquianas e iranianas, derrotaram os em uma ofensiva fulminante de 30 dias, iniciada em 15 de novembro. Militares sírios e russos preparam nesta quinta-feira a retirada para Idlib dos últimos rebeldes entrincheirados em Aleppo, assim como de suas famílias, de acordo com o Exército da Rússia. Os russos são aliados ao regime sírio. "As autoridades sírias garantem a segurança de todos os combatentes que decidiram deixar os bairros do leste de Aleppo", diz a nota oficial. Um pouco antes, uma fonte do Exército sírio informou sobre um novo acordo para a retirada dos combatentes rebeldes da última área que controlam em Aleppo, após o fracasso de uma iniciativa similar na quarta-feira (14).
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Samsung oferece 'test drive' de celular para donos de iPhone nos EUA
A Samsung anunciou nesta sexta (21) que passará a oferecer um período de testes de um mês de seus celulares a donos dos smartphones da maior concorrente, a Apple, nos EUA. Intitulado Ultimate Test Drive, o programa exige um pagamento de US$ 1 pelos 30 dias de uso pelo consumidor, que recebe o aparelho com um plano de dados ativado pelo correio. Após o término do período, o usuário tem de devolver o celular, se não é cobrado por ele. Para fazer o cadastro (agora já com smartphones esgotados), era necessário que o internauta acessasse o site da promoção usando um iPhone. Os celulares elegíveis para o "test drive" são os recentemente anunciados S6 edge+, Note 5 e Galaxy S6 edge. A companhia ofereceu o mesmo programa no ano passado, mas o período de teste era de três semanas e demandava que os interessados fossem até uma loja física da companhia.
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Samsung oferece 'test drive' de celular para donos de iPhone nos EUAA Samsung anunciou nesta sexta (21) que passará a oferecer um período de testes de um mês de seus celulares a donos dos smartphones da maior concorrente, a Apple, nos EUA. Intitulado Ultimate Test Drive, o programa exige um pagamento de US$ 1 pelos 30 dias de uso pelo consumidor, que recebe o aparelho com um plano de dados ativado pelo correio. Após o término do período, o usuário tem de devolver o celular, se não é cobrado por ele. Para fazer o cadastro (agora já com smartphones esgotados), era necessário que o internauta acessasse o site da promoção usando um iPhone. Os celulares elegíveis para o "test drive" são os recentemente anunciados S6 edge+, Note 5 e Galaxy S6 edge. A companhia ofereceu o mesmo programa no ano passado, mas o período de teste era de três semanas e demandava que os interessados fossem até uma loja física da companhia.
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Ueba! Timão vale dois guaranis!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Oba! Hoje é dia de zoar o Corinthians. Foi pro Paraguai perder do Guarani! Perdeu do Guarani em São Paulo e perdeu do Guarani no Paraguai! Quanto vale o Corinthians? Dois guaranis! Rarará! E o frango do Cássio? FRACÁSSIO! Tão chamando de Alfássio! Pior, levou um frango do paraguaio Santander! E o tuiteiro José Ronaldo: "O Corinthians com gol do Santander tomou no Itaú". Isso! Moral do jogo: o Corinthians com gol do Santander tomou no Itaú! Rarará! Então o Corinthians vale dois guaranis descontados no Santander pra comprar um peru. Porque aquilo não foi frango, foi peru! Como disse aquele anticorintiano: "Finalmente o Santander me deu uma alegria na vida". Rarará! E o Cássio é o filho do Cruz Credo com a Mãe do Sarampo! Rarará! E diz que fizeram uma pesquisa nos presídios paulistas e deu que 10% querem a liberdade e 90%, a Libertadores! Rarará! E socorro! Me mate um bode! Todos para o abrigo! Não aguento essa nova camiseta do São Paulo! Escrito I WILL! Hein?! Quem teve essa brilhante ideia? Aí todo mundo completa com SURVIVE! I Will Survive! Em homenagem a Gloria Gaynor! Diva do time! Rarará! Fazem camiseta com hino gay e depois reclamam! Não sabem que no Brasil tudo tem duplo sentido? Que é a base do humor? I will. I Will Pro Buraco! Rarará! E avisa pro Tite que o melhor goleiro do mundo é a cueca: segura duas bolas e um atacante. Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Os Predestinados! Mais duas para a minha série Os Predestinados! É que na empresa de uma amiga minha tem uma auxiliar de limpeza que se chama Neura. Perfeito! Se eu fosse auxiliar de limpeza, eu também me chamaria Neura! Rarará! E adorei o nome desta esteticista: Deisy Faxina! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
colunas
Ueba! Timão vale dois guaranis!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Oba! Hoje é dia de zoar o Corinthians. Foi pro Paraguai perder do Guarani! Perdeu do Guarani em São Paulo e perdeu do Guarani no Paraguai! Quanto vale o Corinthians? Dois guaranis! Rarará! E o frango do Cássio? FRACÁSSIO! Tão chamando de Alfássio! Pior, levou um frango do paraguaio Santander! E o tuiteiro José Ronaldo: "O Corinthians com gol do Santander tomou no Itaú". Isso! Moral do jogo: o Corinthians com gol do Santander tomou no Itaú! Rarará! Então o Corinthians vale dois guaranis descontados no Santander pra comprar um peru. Porque aquilo não foi frango, foi peru! Como disse aquele anticorintiano: "Finalmente o Santander me deu uma alegria na vida". Rarará! E o Cássio é o filho do Cruz Credo com a Mãe do Sarampo! Rarará! E diz que fizeram uma pesquisa nos presídios paulistas e deu que 10% querem a liberdade e 90%, a Libertadores! Rarará! E socorro! Me mate um bode! Todos para o abrigo! Não aguento essa nova camiseta do São Paulo! Escrito I WILL! Hein?! Quem teve essa brilhante ideia? Aí todo mundo completa com SURVIVE! I Will Survive! Em homenagem a Gloria Gaynor! Diva do time! Rarará! Fazem camiseta com hino gay e depois reclamam! Não sabem que no Brasil tudo tem duplo sentido? Que é a base do humor? I will. I Will Pro Buraco! Rarará! E avisa pro Tite que o melhor goleiro do mundo é a cueca: segura duas bolas e um atacante. Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Os Predestinados! Mais duas para a minha série Os Predestinados! É que na empresa de uma amiga minha tem uma auxiliar de limpeza que se chama Neura. Perfeito! Se eu fosse auxiliar de limpeza, eu também me chamaria Neura! Rarará! E adorei o nome desta esteticista: Deisy Faxina! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Acidente com três carretas deixa um morto e interdita Anchieta
Um acidente envolvendo três carretas deixou uma pessoa morta e interdita desde as 6h desta quarta-feira (1º) a rodovia Anchieta, no km 53, em Cubatão (litoral de São Paulo). Segundo a Ecovias, concessionária que administra o trecho, ao menos três carretas se envolveram no acidente e houve queda de parte da carga de soja de uma delas na via. Equipes da concessionária trabalham no local para limpar a pista, mas ainda não há previsão de liberação do trecho. Segundo a Ecovias, o trânsito está represado no km 49.
cotidiano
Acidente com três carretas deixa um morto e interdita AnchietaUm acidente envolvendo três carretas deixou uma pessoa morta e interdita desde as 6h desta quarta-feira (1º) a rodovia Anchieta, no km 53, em Cubatão (litoral de São Paulo). Segundo a Ecovias, concessionária que administra o trecho, ao menos três carretas se envolveram no acidente e houve queda de parte da carga de soja de uma delas na via. Equipes da concessionária trabalham no local para limpar a pista, mas ainda não há previsão de liberação do trecho. Segundo a Ecovias, o trânsito está represado no km 49.
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Policiais tiram mais feridos de presídio tomado por presos há sete dias no RN
Policiais militares retiraram mais três detentos feridos da penitenciária de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal, na tarde desta sexta-feira (20), no sétimo dia de rebelião. Os presos feridos, que seriam membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), foram colocados em macas pelos companheiros e puxados por policiais e socorridas das guaritas do presídio, já que a entrada da unidade estaria sob controle do Sindicato do Crime do RN, facção rival. Outros três detentos já tinham deixado o local em ambulâncias na noite de quinta (19) após a entrada dos homens do Batalhão de Choque. A Secretaria de Segurança Pública, não divulgou o total de feridos e de mortos em decorrência das brigas entre os detentos. O confronto mais violento aconteceu na manhã de quinta, entre membros do PCC e do Sindicato. A confusão fez com que o Batalhão de Choque entrasse novamente no presídio para evitar novos enfrentamentos. Mesmo com policiais militares na unidade, porém, os detentos voltaram a circular livremente com armas, celulares pela penitenciária nesta sexta-feira, inclusive pelos telhados. Eles também fizeram um culto religioso, com caixa de som, microfone e violão. Os cânticos eram ouvidos do lado de fora da prisão. Até o momento, o sistema prisional do Rio Grande do Norte contabiliza oficialmente 27 mortes, sendo 26 em Alcaçuz. Todas teriam ocorrido no início dos motins, no último final de semana. A outra morte aconteceu na penitenciária do Seridó, em Caicó, também em decorrência de conflitos entre as duas facções. ATAQUES Na última quarta (18), a violência ultrapassou os muros das penitenciárias e chegou às ruas. Segundo o governo estadual, já foram contabilizados 38 ataques, sendo 34 ocorrências de incêndios e princípios de incêndio contra veículos e uma delegacia, e mais quatro ocorrências de disparos de arma de fogo contra prédios públicos. Com isso, a população de Natal registra nesta sexta o terceiro dia sem transporte público. Os veículos chegaram a circular em alguns momentos, mas acabaram retornando às garagens nos últimos três dias. Táxis e ônibus escolares estão autorizados a fazer lotação e se tornaram uma opção para a população. Para reforçar a segurança, as Forças Armadas deverão atuar nas ruas de Natal entre os dias 20 e 30. Segundo o Ministério da Defesa, serão cerca de 1.800 militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica atuando. O ministro Raul Jungmann (Defesa) viajou para a cidade nesta sexta para acompanhar os trabalhos. Detentos mortos em 2017
cotidiano
Policiais tiram mais feridos de presídio tomado por presos há sete dias no RNPoliciais militares retiraram mais três detentos feridos da penitenciária de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal, na tarde desta sexta-feira (20), no sétimo dia de rebelião. Os presos feridos, que seriam membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), foram colocados em macas pelos companheiros e puxados por policiais e socorridas das guaritas do presídio, já que a entrada da unidade estaria sob controle do Sindicato do Crime do RN, facção rival. Outros três detentos já tinham deixado o local em ambulâncias na noite de quinta (19) após a entrada dos homens do Batalhão de Choque. A Secretaria de Segurança Pública, não divulgou o total de feridos e de mortos em decorrência das brigas entre os detentos. O confronto mais violento aconteceu na manhã de quinta, entre membros do PCC e do Sindicato. A confusão fez com que o Batalhão de Choque entrasse novamente no presídio para evitar novos enfrentamentos. Mesmo com policiais militares na unidade, porém, os detentos voltaram a circular livremente com armas, celulares pela penitenciária nesta sexta-feira, inclusive pelos telhados. Eles também fizeram um culto religioso, com caixa de som, microfone e violão. Os cânticos eram ouvidos do lado de fora da prisão. Até o momento, o sistema prisional do Rio Grande do Norte contabiliza oficialmente 27 mortes, sendo 26 em Alcaçuz. Todas teriam ocorrido no início dos motins, no último final de semana. A outra morte aconteceu na penitenciária do Seridó, em Caicó, também em decorrência de conflitos entre as duas facções. ATAQUES Na última quarta (18), a violência ultrapassou os muros das penitenciárias e chegou às ruas. Segundo o governo estadual, já foram contabilizados 38 ataques, sendo 34 ocorrências de incêndios e princípios de incêndio contra veículos e uma delegacia, e mais quatro ocorrências de disparos de arma de fogo contra prédios públicos. Com isso, a população de Natal registra nesta sexta o terceiro dia sem transporte público. Os veículos chegaram a circular em alguns momentos, mas acabaram retornando às garagens nos últimos três dias. Táxis e ônibus escolares estão autorizados a fazer lotação e se tornaram uma opção para a população. Para reforçar a segurança, as Forças Armadas deverão atuar nas ruas de Natal entre os dias 20 e 30. Segundo o Ministério da Defesa, serão cerca de 1.800 militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica atuando. O ministro Raul Jungmann (Defesa) viajou para a cidade nesta sexta para acompanhar os trabalhos. Detentos mortos em 2017
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Ex-beatle Paul McCartney fará parceria com a cantora Lady Gaga
A cantora Lady Gaga publicou em sua conta no Instagram, nesta terça (3) fotos em que aparece no estúdio com o ex-beatle Paul McCartney. "Acabei de ter uma bela sessão com sir Paul McCartney e amigos", escreveu Gaga. "Trabalhando em um de seus muitos projetos secretos! Músicos incríveis, energia, e muitas risadas." McCartney recentemente anunciou parcerias com o rapper Kanye West e a cantora Rihanna. Nas músicas, o ex-beatle sai do papel principal: em "Only One", com vocais de West, Macca foi responsável pela produção. Em "FourFiveSeconds", cujo clipe saiu hoje, com Rihanna e West, é responsável pelo violão. "Nunca vou esquecer quando ele me ligou no ano passado pra falar de trabalho e eu desliguei achando que era um trote," diz a legenda da segunda foto postada pela cantora, em que aparece abraçada ao baixista.
ilustrada
Ex-beatle Paul McCartney fará parceria com a cantora Lady GagaA cantora Lady Gaga publicou em sua conta no Instagram, nesta terça (3) fotos em que aparece no estúdio com o ex-beatle Paul McCartney. "Acabei de ter uma bela sessão com sir Paul McCartney e amigos", escreveu Gaga. "Trabalhando em um de seus muitos projetos secretos! Músicos incríveis, energia, e muitas risadas." McCartney recentemente anunciou parcerias com o rapper Kanye West e a cantora Rihanna. Nas músicas, o ex-beatle sai do papel principal: em "Only One", com vocais de West, Macca foi responsável pela produção. Em "FourFiveSeconds", cujo clipe saiu hoje, com Rihanna e West, é responsável pelo violão. "Nunca vou esquecer quando ele me ligou no ano passado pra falar de trabalho e eu desliguei achando que era um trote," diz a legenda da segunda foto postada pela cantora, em que aparece abraçada ao baixista.
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Quase 40% dos professores não têm formação para a matéria que ensinam
Cerca de 39% dos professores da rede pública que atuam nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio não têm formação considerada adequada para uma ou mais disciplinas em que lecionam. Os dados são do novo Censo da Educação Básica, com dados de 2015, e foram divulgados pelo Ministério da Educação nesta segunda-feira (28). O levantamento aponta que, de 518.313 professores, 200.816 dão aulas em disciplinas diferentes de sua área de formação. Se considerado o fato de que um professor pode dar aulas em mais de uma disciplina, o percentual é ainda maior: neste caso, cerca de 52% das vagas na rede pública são ocupadas por professores sem licenciatura ou graduados em área diferente da qual lecionam. É o caso, por exemplo, de um professor com licenciatura em matemática, mas que dá aulas de química ou português, por exemplo. DISCIPLINAS Em um comparativo entre as disciplinas, a física é que a apresenta o maior percentual de professores com formação inadequada -ou 68,7%. Em seguida, estão geografia (62,3%), história (60,1%) e ciências (59,9%). A situação, no entanto, também preocupa em relação às demais, afirma o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Hoje, apenas 48,7% dos professores de matemática dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio possuem licenciatura na área. Outros 38,4% se formaram em outras áreas e cerca de 13% não concluíram o ensino superior, uma situação que contraria a LDB (Lei de Diretrizes e Bases), que determina as diretrizes da educação no país. Em outra ponta, biologia é a disciplina com maior percentual de professores com formação adequada: 78,4%. A pasta não divulgou dados dos anos anteriores para comparação. Para Mercadante, o alto índice de professores com formação inadequada está relacionado ao que define como baixos salários e à falta de atratividade para a carreira. Ele cita pesquisa da Fundação Carlos Chagas que cita que apenas 12% dos estudantes do ensino médio querem ser professores. "A grande maioria [dos estudantes] não quer ir para a sala de aula. Estamos distantes ainda de motivar os jovens para isso", afirma. "Precisamos de 19 mil professores de física, mas só formamos 1.826 físicos por ano", compara. Segundo Mercadante, a situação atual contribui para agravar o problema. "É impossível que um professor consiga encantar os alunos [para uma área] ministrando uma disciplina que ele mesmo não fez." MAIS VAGAS Diante dos dados, a pasta lançou nesta segunda-feira novas medidas na tentativa de melhorar a qualificação dos professores. Ao todo, serão ofertadas 24 mil vagas em cursos presenciais em universidades e institutos federais e outras 81 mil em cursos à distância para que os docentes complementam a formação. Também serão ofertados cursos durante as férias da rede pública, por meio do programa Parfor (plano nacional de formação de professores da educação básica). As inscrições para os cursos serão abertas a partir do dia 5 de abril, por meio da plataforma Freire, do MEC. Questionado, Mercadante evitou falar em metas. Mas diz que "não vai faltar vaga". "Ofertaremos desde que vá fazer na disciplina que está ministrando", afirma.
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Quase 40% dos professores não têm formação para a matéria que ensinamCerca de 39% dos professores da rede pública que atuam nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio não têm formação considerada adequada para uma ou mais disciplinas em que lecionam. Os dados são do novo Censo da Educação Básica, com dados de 2015, e foram divulgados pelo Ministério da Educação nesta segunda-feira (28). O levantamento aponta que, de 518.313 professores, 200.816 dão aulas em disciplinas diferentes de sua área de formação. Se considerado o fato de que um professor pode dar aulas em mais de uma disciplina, o percentual é ainda maior: neste caso, cerca de 52% das vagas na rede pública são ocupadas por professores sem licenciatura ou graduados em área diferente da qual lecionam. É o caso, por exemplo, de um professor com licenciatura em matemática, mas que dá aulas de química ou português, por exemplo. DISCIPLINAS Em um comparativo entre as disciplinas, a física é que a apresenta o maior percentual de professores com formação inadequada -ou 68,7%. Em seguida, estão geografia (62,3%), história (60,1%) e ciências (59,9%). A situação, no entanto, também preocupa em relação às demais, afirma o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Hoje, apenas 48,7% dos professores de matemática dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio possuem licenciatura na área. Outros 38,4% se formaram em outras áreas e cerca de 13% não concluíram o ensino superior, uma situação que contraria a LDB (Lei de Diretrizes e Bases), que determina as diretrizes da educação no país. Em outra ponta, biologia é a disciplina com maior percentual de professores com formação adequada: 78,4%. A pasta não divulgou dados dos anos anteriores para comparação. Para Mercadante, o alto índice de professores com formação inadequada está relacionado ao que define como baixos salários e à falta de atratividade para a carreira. Ele cita pesquisa da Fundação Carlos Chagas que cita que apenas 12% dos estudantes do ensino médio querem ser professores. "A grande maioria [dos estudantes] não quer ir para a sala de aula. Estamos distantes ainda de motivar os jovens para isso", afirma. "Precisamos de 19 mil professores de física, mas só formamos 1.826 físicos por ano", compara. Segundo Mercadante, a situação atual contribui para agravar o problema. "É impossível que um professor consiga encantar os alunos [para uma área] ministrando uma disciplina que ele mesmo não fez." MAIS VAGAS Diante dos dados, a pasta lançou nesta segunda-feira novas medidas na tentativa de melhorar a qualificação dos professores. Ao todo, serão ofertadas 24 mil vagas em cursos presenciais em universidades e institutos federais e outras 81 mil em cursos à distância para que os docentes complementam a formação. Também serão ofertados cursos durante as férias da rede pública, por meio do programa Parfor (plano nacional de formação de professores da educação básica). As inscrições para os cursos serão abertas a partir do dia 5 de abril, por meio da plataforma Freire, do MEC. Questionado, Mercadante evitou falar em metas. Mas diz que "não vai faltar vaga". "Ofertaremos desde que vá fazer na disciplina que está ministrando", afirma.
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Morte simbólica das universidades
O editorial "Coerção na USP", publicado nesta Folha no último domingo (26), apresentou um diagnóstico sombrio sobre a atual situação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e da Escola de Comunicações e Artes (ECA). Embora o retrato não seja absolutamente estranho às duas instituições, deixou de lado questões que merecem novo exame. O jornal afirma que as atividades docentes e acadêmicas estão relegadas à condição anômala da clandestinidade, sugerindo que o seu livre exercício está aprisionado por ações de interdição de prédios, de recorrentes movimentos grevistas de professores, funcionários e estudantes. Finalmente, o editorial aproximou a realidade de hoje à do passado, quando a repressão política obrigou os mestres da FFLCH a ministrar aulas de modo igualmente discreto, quando não escondido, pois estavam "à mercê de policiais da ditadura". Todos nós, estudantes nos anos 1970, jamais esqueceremos o temor instaurado, que inviabilizava a liberdade de ensino e, sobretudo, punha em risco a vida de professores e alunos. A Faculdade de Filosofia, contudo, manteve qualidade de formação dos estudantes nas suas diversas habilitações, muito como fruto do empenho de seus docentes -e é preciso não esquecer que vários foram afastados, não sendo raras as prisões e torturas. Diversa é a atual realidade das escolas de humanidades e artes na USP, ainda que, paradoxalmente, atitudes intolerantes e extremadas não sejam incomuns, impedindo o acesso aos espaços, constrangendo professores, estudantes e mesmo funcionários, coibindo, enfim, a liberdade da cultura universitária. Tais manifestações são o avesso da política, embora, seguidamente, se afirmem como a sua própria expressão. A despeito disso, as diferenças são indeléveis, pois as vidas não correm risco, não há repressão institucionalizada, tampouco censura ao conteúdo das disciplinas. É fundamental considerar que, muito provavelmente, estejamos vivendo a morte simbólica de toda uma concepção de universidade, resultando numa situação de defasagem entre as regras da instituição e a multiplicidade de expectativas e demandas existentes. Independentemente, nada justifica atitudes intolerantes, tampouco a afirmação absoluta de direitos que desconhecem os direitos alheios. O desconhecimento deste princípio civilizatório basilar tem respondido, em larga medida, pelos impasses da instituição. Por que uma faculdade tão zelosa da liberdade e da crítica atingiu tal situação limite? As respostas são variadas e demandariam análise detida, o que não é o caso. É possível arrolar, no entanto, alguns motivos importantes: a hierarquização das áreas no âmbito das universidades, que tende a minimizar o significado das ciências humanas; as mudanças sociais de vulto em função da multiplicidade de coletivos e de reivindicações; a difusão massiva das redes sociais; uma espécie de nostalgia do período de resistência da Faculdade de Filosofia, indiferenciando contextos ditatoriais e democráticos. O entendimento do conjunto desses descompassos não se desprende, todavia, da própria crise de legitimação das universidades no mundo atual, sobretudo das públicas. A excessiva burocratização e normatização dessas instituições só constrange os impulsos criativos e a liberdade de ação, potencializando discordâncias. Como bem salientou Vladimir Safatle, professor livre-docente do Departamento de Filosofia da USP e colunista da Folha, a FFLCH é responsável pela formação de intelectuais e personalidades públicas de grande vulto. Está muito longe de ser uma instituição irrelevante. No entanto, para preservar esse patrimônio inestimável, precisa, imediatamente, reorganizar-se. Trata-se de decisão urgente e inadiável, para cujo concurso a sua comunidade lúcida não pode se abster, inclusive a mídia esclarecida. MARIA ARMINDA DO NASCIMENTO ARRUDA é professora titular do departamento de sociologia da USP. Foi pró-reitora de Cultura e Extensão da universidade (2010-2015) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
opiniao
Morte simbólica das universidadesO editorial "Coerção na USP", publicado nesta Folha no último domingo (26), apresentou um diagnóstico sombrio sobre a atual situação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e da Escola de Comunicações e Artes (ECA). Embora o retrato não seja absolutamente estranho às duas instituições, deixou de lado questões que merecem novo exame. O jornal afirma que as atividades docentes e acadêmicas estão relegadas à condição anômala da clandestinidade, sugerindo que o seu livre exercício está aprisionado por ações de interdição de prédios, de recorrentes movimentos grevistas de professores, funcionários e estudantes. Finalmente, o editorial aproximou a realidade de hoje à do passado, quando a repressão política obrigou os mestres da FFLCH a ministrar aulas de modo igualmente discreto, quando não escondido, pois estavam "à mercê de policiais da ditadura". Todos nós, estudantes nos anos 1970, jamais esqueceremos o temor instaurado, que inviabilizava a liberdade de ensino e, sobretudo, punha em risco a vida de professores e alunos. A Faculdade de Filosofia, contudo, manteve qualidade de formação dos estudantes nas suas diversas habilitações, muito como fruto do empenho de seus docentes -e é preciso não esquecer que vários foram afastados, não sendo raras as prisões e torturas. Diversa é a atual realidade das escolas de humanidades e artes na USP, ainda que, paradoxalmente, atitudes intolerantes e extremadas não sejam incomuns, impedindo o acesso aos espaços, constrangendo professores, estudantes e mesmo funcionários, coibindo, enfim, a liberdade da cultura universitária. Tais manifestações são o avesso da política, embora, seguidamente, se afirmem como a sua própria expressão. A despeito disso, as diferenças são indeléveis, pois as vidas não correm risco, não há repressão institucionalizada, tampouco censura ao conteúdo das disciplinas. É fundamental considerar que, muito provavelmente, estejamos vivendo a morte simbólica de toda uma concepção de universidade, resultando numa situação de defasagem entre as regras da instituição e a multiplicidade de expectativas e demandas existentes. Independentemente, nada justifica atitudes intolerantes, tampouco a afirmação absoluta de direitos que desconhecem os direitos alheios. O desconhecimento deste princípio civilizatório basilar tem respondido, em larga medida, pelos impasses da instituição. Por que uma faculdade tão zelosa da liberdade e da crítica atingiu tal situação limite? As respostas são variadas e demandariam análise detida, o que não é o caso. É possível arrolar, no entanto, alguns motivos importantes: a hierarquização das áreas no âmbito das universidades, que tende a minimizar o significado das ciências humanas; as mudanças sociais de vulto em função da multiplicidade de coletivos e de reivindicações; a difusão massiva das redes sociais; uma espécie de nostalgia do período de resistência da Faculdade de Filosofia, indiferenciando contextos ditatoriais e democráticos. O entendimento do conjunto desses descompassos não se desprende, todavia, da própria crise de legitimação das universidades no mundo atual, sobretudo das públicas. A excessiva burocratização e normatização dessas instituições só constrange os impulsos criativos e a liberdade de ação, potencializando discordâncias. Como bem salientou Vladimir Safatle, professor livre-docente do Departamento de Filosofia da USP e colunista da Folha, a FFLCH é responsável pela formação de intelectuais e personalidades públicas de grande vulto. Está muito longe de ser uma instituição irrelevante. No entanto, para preservar esse patrimônio inestimável, precisa, imediatamente, reorganizar-se. Trata-se de decisão urgente e inadiável, para cujo concurso a sua comunidade lúcida não pode se abster, inclusive a mídia esclarecida. MARIA ARMINDA DO NASCIMENTO ARRUDA é professora titular do departamento de sociologia da USP. Foi pró-reitora de Cultura e Extensão da universidade (2010-2015) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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PT continua aparelhando instituições para se manter no poder, afirma leitor
Altamente preocupante a saída de José Eduardo Cardozo do Ministério da Justiça, por pressão do PT, liderado por Lula. O PT continua usando a tática de aparelhar instituições e empresas públicas para manter o partido no poder e proteger os suspeitos de atos ilícitos. VÂNIA LUCIA DE LIMA ANDRADE (Belo Horizonte, MG) * * Por sorte, o mundo não é aquilo que querem a Folha e a maioria de seus articulistas, entre os quais Mario Sergio Conti (Armazén da utopia ). O desejo midiático é destruir o PT, mas o povão, os marginalizados, na hora de votar, não se esquecem de quem realmente foram e continuam sendo seus raros benfeitores na história. Pelo contrário, começam a questionar por que tantos, que sempre se odiaram por gerações, se juntam em tanto ódio contra um só. ADEMAR G. FEITEIRO, advogado (São Paulo, SP) * O flagelo lulopetista que assola o país não deixou por menos: trocou José Eduardo Cardozo, o único ministro desse (des)governo que gozava de credibilidade, por outro lacaio de Lula. Às favas a Constituição, que estabelece: "São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário". Para o PT, Judiciário "independente" significa subordinado a seus escusos interesses. JOSÉ CRETELLA NETO, advogado (São Paulo, SP) * Sob o título Vitória da frigideira, Bernardo Mello Franco esqueceu-se de dizer que foi a deliberada pressão da oposição, em picuinhas sobre o ex-presidente Lula, que redundou na queda de probo ministro da Justiça. Tática indireta de previsível desfecho: ou ameaçamos fritar Lula, ou não enterraremos essa Lava Jato. CAETANO ESTELLITA PESSÔA (São Paulo, SP) * José Henrique Reis Lobo, emplumado tucano e ex-secretário de governos paulistas, pespegou rótulo de sem-virtude e inapto a perder em seu chefe, o senador Aécio Neves, ao afirmar que: "Saber perder é uma virtude. Infelizmente, nem todas as pessoas têm ou desenvolvem ao longo da vida essa necessária aptidão" (Tiroteio ). ANTONIO CARLOS ORSELLI (Araraquara, SP) * Após a fritura de Cardozo, percebo que a nossa maior crise não é a econômica, é a da vaidade, da moral, da ética e, principalmente, da falta de patriotismo. O egocentrismo de Lula, Eduardo Cunha e Dilma coloca o Brasil em estágio primário da civilização. SERGIO TAKEO MIYABARA (São Carlos, SP) * Nada contra o maravilhoso Estado do Nordeste brasileiro, mas o governo Dilma cada vez mais se transforma na República da Bahia. Seu principal ministro é o ex-governador Jaques Wagner e agora o titular da Justiça é Wellington Cesar, ex-procurador geral daquela unidade da federação. Até pouco tempo, Marcelo Odebrecht parecia ser o rei do Brasil e sua moeda forte era o acarajé. OSVALDO CESAR TAVARES (São Paulo, SP) * Lula avisa que não irá comparecer ao depoimento do Ministério Público na próxima quinta. Se o sítio de Atibaia e o tríplex do Guarujá não foram comprados por ele, explicações e comprovações são fatos comuns e não há nada a temer. Porém se Lula e os envolvidos estão apreensivos, pode-se imaginar que possa ser motivado pelo temor de que uma devassa nas contas e quebras de sigilos, bancário, telefônico e fiscal desses proprietários, para estabelecer a verdade possam revelar fatos novos e comprometedores. Nesse caso, justifica-se o temor geral e o empenho na troca do comando do Ministério da Justiça. Resta saber se o novo titular da pasta se dispõe a assumir os riscos de comprar essa briga gigantesca e se conseguirá fazê-lo. SÉRGIO R. JUNQUEIRA FRANCO (Bebedouro, SP) * Gostaria de perguntar ao PT se ele acha democrático, já que tanto gosta desta palavra, a ingerência de uma figura legalmente estranha ao governo como a de Lula, ditando regras a uma presidente legalmente eleita. Temos visto essa ingerência desde os tempos de Mercante, Levy e agora Cardozo. Para que serve um sistema de governo presidencialista no qual a figura da presidente torna-se um fantoche? FRANCISCO MANOEL DE SOUZA BRAGA (Rio Claro, SP) * A saída do ministro José Eduardo Cardozo está provocando comentários que chamam a atenção. Ele vai deixar um legado importante. A atuação da Polícia Federal sob seu comando no Ministério da Justiça deu lições de seriedade e foi efetiva nas investigações, envolvendo a classe política e também empresários de alto escalão. Isso não era comum em governos anteriores. O ministro que assume o cargo não pode mudar o quadro, pois o Brasil precisa efetivamente de uma limpeza. Temos de mostrar que o dinheiro não compra a consciência de todo mundo. URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP) * O ministro Cardozo sempre me pareceu uma pessoa correta e ponderada no meio da maioria dos aloprados do seu partido. Infelizmente, na vida real, em certos casos, a politicagem fala mais alto. Esperamos, nós brasileiros que pagamos impostos, que tudo continue sendo apurado pela Operação Lava Jato, doa a quem doer. ADAUTO L. CARDOSO (Sorocaba, SP) * Com a enorme rejeição a Lula e a políticos tradicionais, que serão oferecidos ao povo como alternativa e solução para a gravíssima crise em que nos encontramos, e que já mostraram que são farinha do mesmo saco, o Brasil espera ansioso por um Donald Trump, mesmo sabendo do risco envolvido com essa escolha. RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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PT continua aparelhando instituições para se manter no poder, afirma leitorAltamente preocupante a saída de José Eduardo Cardozo do Ministério da Justiça, por pressão do PT, liderado por Lula. O PT continua usando a tática de aparelhar instituições e empresas públicas para manter o partido no poder e proteger os suspeitos de atos ilícitos. VÂNIA LUCIA DE LIMA ANDRADE (Belo Horizonte, MG) * * Por sorte, o mundo não é aquilo que querem a Folha e a maioria de seus articulistas, entre os quais Mario Sergio Conti (Armazén da utopia ). O desejo midiático é destruir o PT, mas o povão, os marginalizados, na hora de votar, não se esquecem de quem realmente foram e continuam sendo seus raros benfeitores na história. Pelo contrário, começam a questionar por que tantos, que sempre se odiaram por gerações, se juntam em tanto ódio contra um só. ADEMAR G. FEITEIRO, advogado (São Paulo, SP) * O flagelo lulopetista que assola o país não deixou por menos: trocou José Eduardo Cardozo, o único ministro desse (des)governo que gozava de credibilidade, por outro lacaio de Lula. Às favas a Constituição, que estabelece: "São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário". Para o PT, Judiciário "independente" significa subordinado a seus escusos interesses. JOSÉ CRETELLA NETO, advogado (São Paulo, SP) * Sob o título Vitória da frigideira, Bernardo Mello Franco esqueceu-se de dizer que foi a deliberada pressão da oposição, em picuinhas sobre o ex-presidente Lula, que redundou na queda de probo ministro da Justiça. Tática indireta de previsível desfecho: ou ameaçamos fritar Lula, ou não enterraremos essa Lava Jato. CAETANO ESTELLITA PESSÔA (São Paulo, SP) * José Henrique Reis Lobo, emplumado tucano e ex-secretário de governos paulistas, pespegou rótulo de sem-virtude e inapto a perder em seu chefe, o senador Aécio Neves, ao afirmar que: "Saber perder é uma virtude. Infelizmente, nem todas as pessoas têm ou desenvolvem ao longo da vida essa necessária aptidão" (Tiroteio ). ANTONIO CARLOS ORSELLI (Araraquara, SP) * Após a fritura de Cardozo, percebo que a nossa maior crise não é a econômica, é a da vaidade, da moral, da ética e, principalmente, da falta de patriotismo. O egocentrismo de Lula, Eduardo Cunha e Dilma coloca o Brasil em estágio primário da civilização. SERGIO TAKEO MIYABARA (São Carlos, SP) * Nada contra o maravilhoso Estado do Nordeste brasileiro, mas o governo Dilma cada vez mais se transforma na República da Bahia. Seu principal ministro é o ex-governador Jaques Wagner e agora o titular da Justiça é Wellington Cesar, ex-procurador geral daquela unidade da federação. Até pouco tempo, Marcelo Odebrecht parecia ser o rei do Brasil e sua moeda forte era o acarajé. OSVALDO CESAR TAVARES (São Paulo, SP) * Lula avisa que não irá comparecer ao depoimento do Ministério Público na próxima quinta. Se o sítio de Atibaia e o tríplex do Guarujá não foram comprados por ele, explicações e comprovações são fatos comuns e não há nada a temer. Porém se Lula e os envolvidos estão apreensivos, pode-se imaginar que possa ser motivado pelo temor de que uma devassa nas contas e quebras de sigilos, bancário, telefônico e fiscal desses proprietários, para estabelecer a verdade possam revelar fatos novos e comprometedores. Nesse caso, justifica-se o temor geral e o empenho na troca do comando do Ministério da Justiça. Resta saber se o novo titular da pasta se dispõe a assumir os riscos de comprar essa briga gigantesca e se conseguirá fazê-lo. SÉRGIO R. JUNQUEIRA FRANCO (Bebedouro, SP) * Gostaria de perguntar ao PT se ele acha democrático, já que tanto gosta desta palavra, a ingerência de uma figura legalmente estranha ao governo como a de Lula, ditando regras a uma presidente legalmente eleita. Temos visto essa ingerência desde os tempos de Mercante, Levy e agora Cardozo. Para que serve um sistema de governo presidencialista no qual a figura da presidente torna-se um fantoche? FRANCISCO MANOEL DE SOUZA BRAGA (Rio Claro, SP) * A saída do ministro José Eduardo Cardozo está provocando comentários que chamam a atenção. Ele vai deixar um legado importante. A atuação da Polícia Federal sob seu comando no Ministério da Justiça deu lições de seriedade e foi efetiva nas investigações, envolvendo a classe política e também empresários de alto escalão. Isso não era comum em governos anteriores. O ministro que assume o cargo não pode mudar o quadro, pois o Brasil precisa efetivamente de uma limpeza. Temos de mostrar que o dinheiro não compra a consciência de todo mundo. URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP) * O ministro Cardozo sempre me pareceu uma pessoa correta e ponderada no meio da maioria dos aloprados do seu partido. Infelizmente, na vida real, em certos casos, a politicagem fala mais alto. Esperamos, nós brasileiros que pagamos impostos, que tudo continue sendo apurado pela Operação Lava Jato, doa a quem doer. ADAUTO L. CARDOSO (Sorocaba, SP) * Com a enorme rejeição a Lula e a políticos tradicionais, que serão oferecidos ao povo como alternativa e solução para a gravíssima crise em que nos encontramos, e que já mostraram que são farinha do mesmo saco, o Brasil espera ansioso por um Donald Trump, mesmo sabendo do risco envolvido com essa escolha. RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Preparativo de execuções na Indonésia está quase pronto, diz procurador
A Indonésia está próxima de executar por pelotão de fuzilamento nove estrangeiros e um indonésio condenados por tráfico de drogas, enquanto persistem disputas diplomáticas sobre as execuções. A data ainda não foi divulgada. Entre os possíveis executados está o brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, 42, preso em 2004 ao tentar entrar no país com 6 kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe. O preparo do local de execução está concluído, disse o procurador-geral Muhammad Prasetyo em Jacarta nesta terça-feira (3). Havia a necessidade de ampliar de cinco para dez as celas de isolamento da prisão de Besi, no complexo de penitenciária de Nusakambangan, na cidade de Cilacap, a 400 km de Jacarta. Também foi necessário escolher um local que comportasse dez pelotões de fuzilamento –um para cada condenado à morte. BRASILEIRO Nesta terça, Gularte foi examinado por uma junta médica enviada pela Procuradoria. O órgão quer verificar se o brasileiro tem de fato esquizofrenia, como constataram dois exames anteriores, um a pedido da defesa e outro por médico credenciado pelo próprio governo indonésio. A resposta do exame é esperada para esta quarta-feira (4). A depender do resultado, Gularte pode ser executado ou ter a execução suspensa. Prasetyo tem dito que o fato de o brasileiro estar doente não impede, pelas leis da Indonésia, que ele seja fuzilado, mas que esperará pelo resultado do exame a que Gularte foi submetido.
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Preparativo de execuções na Indonésia está quase pronto, diz procuradorA Indonésia está próxima de executar por pelotão de fuzilamento nove estrangeiros e um indonésio condenados por tráfico de drogas, enquanto persistem disputas diplomáticas sobre as execuções. A data ainda não foi divulgada. Entre os possíveis executados está o brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, 42, preso em 2004 ao tentar entrar no país com 6 kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe. O preparo do local de execução está concluído, disse o procurador-geral Muhammad Prasetyo em Jacarta nesta terça-feira (3). Havia a necessidade de ampliar de cinco para dez as celas de isolamento da prisão de Besi, no complexo de penitenciária de Nusakambangan, na cidade de Cilacap, a 400 km de Jacarta. Também foi necessário escolher um local que comportasse dez pelotões de fuzilamento –um para cada condenado à morte. BRASILEIRO Nesta terça, Gularte foi examinado por uma junta médica enviada pela Procuradoria. O órgão quer verificar se o brasileiro tem de fato esquizofrenia, como constataram dois exames anteriores, um a pedido da defesa e outro por médico credenciado pelo próprio governo indonésio. A resposta do exame é esperada para esta quarta-feira (4). A depender do resultado, Gularte pode ser executado ou ter a execução suspensa. Prasetyo tem dito que o fato de o brasileiro estar doente não impede, pelas leis da Indonésia, que ele seja fuzilado, mas que esperará pelo resultado do exame a que Gularte foi submetido.
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Barça enfrenta Atlético na Liga dos Campeões; veja confrontos das quartas
Atual campeão da Liga dos Campeões, o Barcelona terá um velho conhecido nas quartas de final da competição. Em sorteio realizado em Nyon, na Suíça, nesta sexta-feira (18), ficou definido que o time do técnico Luis Enrique enfrentará o Atlético de Madri. O Barcelona avançou às quartas de final com duas vitórias sobre o Arsenal, enquanto o rival precisou dos pênaltis para eliminar o PSV (HOL). Há dois anos, o Atlético de Madri eliminou o Barcelona justamente nesta fase do torneio. As duas equipes também estão na luta pelo título do Campeonato Espanhol. O time da Catalunha lidera a competição com 75 pontos —oito a mais que o rival, segundo colocado. O Real Madrid soma 63 pontos. Já o Real Madrid, que eliminou a Roma, terá pela frente o Wolfsburg (ALE). O time alemão conta com os brasileiros Dante, Naldo, Luiz Gustavo e Bruno Henrique. Nas oitavas de final, a equipe passou pelo Gent. A próxima fase da Liga dos Campeões terá mais duas partidas. Em busca de seu primeiro título, o PSG encará o Manchester City, enquanto o Bayern de Munique enfrenta o Benfica. As partidas de ida das quartas de final estão marcadas para acontecer nos dias 5 e 6 de abril. Já os confrontos de volta vão ocorrer nos dias 12 e 13 do mesmo mês. A grande finalíssima será disputada no estádio San Siro, em Milão, no dia 28 de maio. CONFIRA OS JOGOS DAS QUARTAS DE FINAL DA LIGA DOS CAMPEÕES DIA 5 Bayern de Munique x Benfica Barcelona x Atlético de Madri DIA 6 PSG x Manchester City Wolfsburg x Real Madrid DIA 12 Manchester City x PSG Real Madrid x Wolfsburg DIA 13 Benfica x Bayern de Munique Atlético de Madri x Barcelona LIGA EUROPA Além do sorteio da Liga dos Campeões, a Uefa sorteou também nesta sexta-feira os jogos da Liga Europa. Um dos duelos será entre Borussia Dortmund e Liverpool, que é dirigido por Juergen Klopp, ex-técnico do clube alemão. Os outros jogos são Sevilla x Athletic Bilbao, Villarreal x Sparta Praga e Braga x Shakhtar Donetsk.
esporte
Barça enfrenta Atlético na Liga dos Campeões; veja confrontos das quartasAtual campeão da Liga dos Campeões, o Barcelona terá um velho conhecido nas quartas de final da competição. Em sorteio realizado em Nyon, na Suíça, nesta sexta-feira (18), ficou definido que o time do técnico Luis Enrique enfrentará o Atlético de Madri. O Barcelona avançou às quartas de final com duas vitórias sobre o Arsenal, enquanto o rival precisou dos pênaltis para eliminar o PSV (HOL). Há dois anos, o Atlético de Madri eliminou o Barcelona justamente nesta fase do torneio. As duas equipes também estão na luta pelo título do Campeonato Espanhol. O time da Catalunha lidera a competição com 75 pontos —oito a mais que o rival, segundo colocado. O Real Madrid soma 63 pontos. Já o Real Madrid, que eliminou a Roma, terá pela frente o Wolfsburg (ALE). O time alemão conta com os brasileiros Dante, Naldo, Luiz Gustavo e Bruno Henrique. Nas oitavas de final, a equipe passou pelo Gent. A próxima fase da Liga dos Campeões terá mais duas partidas. Em busca de seu primeiro título, o PSG encará o Manchester City, enquanto o Bayern de Munique enfrenta o Benfica. As partidas de ida das quartas de final estão marcadas para acontecer nos dias 5 e 6 de abril. Já os confrontos de volta vão ocorrer nos dias 12 e 13 do mesmo mês. A grande finalíssima será disputada no estádio San Siro, em Milão, no dia 28 de maio. CONFIRA OS JOGOS DAS QUARTAS DE FINAL DA LIGA DOS CAMPEÕES DIA 5 Bayern de Munique x Benfica Barcelona x Atlético de Madri DIA 6 PSG x Manchester City Wolfsburg x Real Madrid DIA 12 Manchester City x PSG Real Madrid x Wolfsburg DIA 13 Benfica x Bayern de Munique Atlético de Madri x Barcelona LIGA EUROPA Além do sorteio da Liga dos Campeões, a Uefa sorteou também nesta sexta-feira os jogos da Liga Europa. Um dos duelos será entre Borussia Dortmund e Liverpool, que é dirigido por Juergen Klopp, ex-técnico do clube alemão. Os outros jogos são Sevilla x Athletic Bilbao, Villarreal x Sparta Praga e Braga x Shakhtar Donetsk.
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Frederico Vasconcelos: Televisão faz falta nos julgamentos
STF agora julga políticos sem transmissão direta; no TJ-SP, mudança de sala suspende vídeos do Órgão Especial. Em artigo na Folha, nesta segunda-feira (2), o professor da FGV Direito Joaquim Falcão pergunta se os julgamentos do chamado "petrolão" serão televisionados. ... Leia post completo no blog
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Frederico Vasconcelos: Televisão faz falta nos julgamentosSTF agora julga políticos sem transmissão direta; no TJ-SP, mudança de sala suspende vídeos do Órgão Especial. Em artigo na Folha, nesta segunda-feira (2), o professor da FGV Direito Joaquim Falcão pergunta se os julgamentos do chamado "petrolão" serão televisionados. ... Leia post completo no blog
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EUA relaxam regras para uso da pílula abortiva e ampliam período de uso
A FDA (Food and Drug Administration, agência que regula medicamentos nos Estados Unidos) apresentou nesta quarta-feira uma revisão nas diretrizes para o uso legal da mifepristona, um medicamento indutor de aborto aprovado no país no ano 2000. As regras devem baratear a droga e aumentar o acesso a ela. As novas diretrizes reduzem o número de consultas médicas necessárias para se ter acesso legal à pílula abortiva. Antes eram necessárias três consultas na maior parte dos Estados. Agora, são duas. O período em que a mulher pode fazer uso da pílula aumentou, passando de 49 para 70 dias após o o início do seu último período menstrual. A dosagem recomendada da droga mifepristona foi revista, passando de 600 mg para 200 mg. A maior parte dos médicos considera que a dose anterior era muito alta, aumentando os custos e efeitos colaterais do procedimento. A mifepristona bloqueia os receptores de progesterona, hormônio fundamental para a gestação. Quando tomada com outro medicamento, o misoprostol, induz o aborto. Em Estados como Texas, Dakota do Norte e Ohio, leis locais exigiam que os médicos seguissem a antiga orientação oficial da FDA para uso dessa droga, feita com base em evidências clínicas dos anos 1990. Os dados eram considerados ultrapassadas por muitos médicos, que já prescreviam doses menores da droga de maneira off-label (fora da bula). Na maior parte dos outros Estados, os médicos receitavam a mifepristona usando como base pesquisas mais recentes que indicavam um modo de uso diferente daquele proposto pela FDA. As mudanças foram aprovadas pela Associação Americana de Ginecologia e Obstetrícia, que divulgou uma nota dizendo estar "satisfeita que a FDA tenha aprovado diretrizes que refletem as pesquisas mais recentes sobre o uso da droga, além de boas práticas médicas".
equilibrioesaude
EUA relaxam regras para uso da pílula abortiva e ampliam período de usoA FDA (Food and Drug Administration, agência que regula medicamentos nos Estados Unidos) apresentou nesta quarta-feira uma revisão nas diretrizes para o uso legal da mifepristona, um medicamento indutor de aborto aprovado no país no ano 2000. As regras devem baratear a droga e aumentar o acesso a ela. As novas diretrizes reduzem o número de consultas médicas necessárias para se ter acesso legal à pílula abortiva. Antes eram necessárias três consultas na maior parte dos Estados. Agora, são duas. O período em que a mulher pode fazer uso da pílula aumentou, passando de 49 para 70 dias após o o início do seu último período menstrual. A dosagem recomendada da droga mifepristona foi revista, passando de 600 mg para 200 mg. A maior parte dos médicos considera que a dose anterior era muito alta, aumentando os custos e efeitos colaterais do procedimento. A mifepristona bloqueia os receptores de progesterona, hormônio fundamental para a gestação. Quando tomada com outro medicamento, o misoprostol, induz o aborto. Em Estados como Texas, Dakota do Norte e Ohio, leis locais exigiam que os médicos seguissem a antiga orientação oficial da FDA para uso dessa droga, feita com base em evidências clínicas dos anos 1990. Os dados eram considerados ultrapassadas por muitos médicos, que já prescreviam doses menores da droga de maneira off-label (fora da bula). Na maior parte dos outros Estados, os médicos receitavam a mifepristona usando como base pesquisas mais recentes que indicavam um modo de uso diferente daquele proposto pela FDA. As mudanças foram aprovadas pela Associação Americana de Ginecologia e Obstetrícia, que divulgou uma nota dizendo estar "satisfeita que a FDA tenha aprovado diretrizes que refletem as pesquisas mais recentes sobre o uso da droga, além de boas práticas médicas".
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Ibirapuera, Jardim Botânico, quadras e cachoeira para se divertir em São Paulo
DE SÃO PAULO Verde, espaços para relaxar, pistas e quadras para praticar esportes e até museus fazem parte das atrações de parques e refúgios urbanos. * ÁGUA BRANCA Vale a pena: visitar o parque às terças, sábados ou domingos de manhã, quando uma feirinha de orgânicos é realizada no espaço (das 7h às 12h; às terças, também das 16h às 19h30). Ambiente: tem clima de fazenda em plena avenida Francisco Matarazzo. Pavões, galinhas e pintinhos vivem soltos pelo parque e não raro cruzam com os visitantes. É ótima opção de passeio para a família porque, além dos animais, tem aquário, espaço de leitura, a casa do caboclo (como aquelas de interior) e arena que sedia cursos de equitação. Av. Francisco Matarazzo, 455, Água Branca, região oeste, s/ tel. Seg. a dom.: 6h às 20h. Estac. (grátis, r. Dona Ana Pimentel, s/nº). Aquário: R$ 2. * CARMO Vale a pena: conhecer o bosque das cerejeiras. Você já deve ter ouvido falar (ou visto fotos) da festa de floração dessas árvores realizada entre os meses julho e agosto. O evento, que costuma lotar o parque, é um passeio para quem é da cidade ou está só de passagem. Ambiente: independentemente das cerejeiras, o parque reúne outros motivos para ser visitado. Ele é especialmente rico em flora e fauna: entre eucaliptos, ipês, jacarandás e paus-brasil, passeiam garças, gaviões e papagaios. Uma pista de cooper, com trechos de mata fechada, é bastante usada por corredores de rua. E, assim como o Ibirapuera, o parque do Carmo possui um planetário, que foi reaberto em 2016. Av. Afonso de Sampaio e Sousa, 951, Jd. N. Sra. do Carmo, região leste, tel. 2746-5001. Seg. a dom.: 5h30 às 20h. Estac. (grátis). * IBIRAPUERA Vale a pena: passear pelos museus -o Afro Brasil, o de Arte Moderna e o de Arte Contemporânea. Imperdível também é uma ida ao planetário. Ambiente: é um oásis verde em plena capital. Lá, há áreas para atividades físicas, ciclovia, quadras poliesportivas e playground. Uma boa dica para conhecer o parque todo é caminhar -ou correr- pela pista de 2,7 km que o circunda. Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº, Parque Ibirapuera, tel. 4324-0050. Seg. a sex.: 5h às 24h. Sáb.: a partir das 5h. Dom.: 0h01 às 23h59. Estac. (sistema Zona Azul). * JARDIM BOTÂNICO DE SÃO PAULO Vale a pena: começar a "expedição" pelo local com uma trilha que leva a uma das nascentes do histórico riacho Ipiranga, em cujas margens foi proclamada a independência da República. Depois, visite o Jardim dos Sentidos, onde é possível experimentar diferentes aromas e texturas de flores e plantas. Não vá embora sem passar pelo Museu Botânico e pelas estufas, com exemplares de plantas do cerrado e de mata atlântica. Ambiente: não é tão famoso quanto seu xará carioca, mas é tão rico quanto. Longe do centro de São Paulo, tem vegetação nativa, um lago e animais, com diferentes aves e até macacos bugios. Av. Miguel Estefano, 3.031, Saúde, região sul, tel. 5067-6000. Ter. a dom.: 9h às 17h. Estac. a partir de R$ 10. Ingresso: R$ 6. Menores de 4 e maiores de 60 anos: grátis. * VILLA-LOBOS Vale a pena: andar de bike, de patins e de skate, jogar futebol e correr. O parque também é conhecido por acompanhar tendências esportivas, caso do slackline (modalidade que consiste em andar sobre uma corda suspensa). Outra atração é visitar o Orquidário Ruth Cardoso, com cerca de cem espécies. A Adidas inaugurou recentemente uma base de esportes na qual empresta de equipamentos e promove treinos de corrida, ioga e alongamento gratuitos. Ambiente:tem bosques, um "circuito das árvores" e o Ouvillas, espaço ao ar livre cheio de espreguiçadeiras para o público se aconchegar e ouvir música à vontade. Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 1.025, próximo a pça. da Vida e ao portão 2, Alto de Pinheiros, tel. 2683-6302. Seg. a dom.: 5h30 às 19h. Estac. a partir de R$ 5. Estac. a partir de R$ 5. - REFÚGIOS PARQUE ESTADUAL DO JARAGUÁ Vale a pena: encarar os 3,6 km da trilha do Pai Zé para avistar a cidade de cima (a 1.135 metros de altura). Porém, vale o bom senso: se não tiver preparo físico, melhor ir ao topo de carro, pela estrada. Ambiente: a maior parte do percurso da trilha é feita sob a mata (atlântica) fechada, ao abrigo do sol —faça silêncio para não espantar os saguis. No último trecho, há uma longa escadaria a céu aberto. Dê uma pausa no Pico do Papagaio para recuperar o fôlego. R. Antônio Cardoso Nogueira, 539. Vila Chica Luisa, tel. 3941-2162. Seg. a dom.: 7h às 17h. * NÚCLEO DO ENGORDADOR - SERRA DA CANTAREIRA Vale a pena: uma vez no parque da Cantareira, vá ao Núcleo do Engordador, que fica "escondido" em uma bifurcação sem placas na altura do número 19.100 da av. Sezefredo Fagundes. Pegue o caminho da esquerda para chegar à bilheteria. Ambiente: há três opções de trilha por lá: a da Cachoeira (3 km), a do Macuco (646 m), que margeia o córrego do Curupira, e a Mountain Bike (4 km), cujo percurso com obstáculos naturais só pode ser feito de bicicleta. Serra da Cantareira - Av. Cel. Sezefredo Fagundes, alt. do nº 19.100, Jardim Cachoeira, tel. 2995-3524. Sáb., dom. e feriados: 8h às 17h. Ingresso: R$ 13
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Ibirapuera, Jardim Botânico, quadras e cachoeira para se divertir em São PauloDE SÃO PAULO Verde, espaços para relaxar, pistas e quadras para praticar esportes e até museus fazem parte das atrações de parques e refúgios urbanos. * ÁGUA BRANCA Vale a pena: visitar o parque às terças, sábados ou domingos de manhã, quando uma feirinha de orgânicos é realizada no espaço (das 7h às 12h; às terças, também das 16h às 19h30). Ambiente: tem clima de fazenda em plena avenida Francisco Matarazzo. Pavões, galinhas e pintinhos vivem soltos pelo parque e não raro cruzam com os visitantes. É ótima opção de passeio para a família porque, além dos animais, tem aquário, espaço de leitura, a casa do caboclo (como aquelas de interior) e arena que sedia cursos de equitação. Av. Francisco Matarazzo, 455, Água Branca, região oeste, s/ tel. Seg. a dom.: 6h às 20h. Estac. (grátis, r. Dona Ana Pimentel, s/nº). Aquário: R$ 2. * CARMO Vale a pena: conhecer o bosque das cerejeiras. Você já deve ter ouvido falar (ou visto fotos) da festa de floração dessas árvores realizada entre os meses julho e agosto. O evento, que costuma lotar o parque, é um passeio para quem é da cidade ou está só de passagem. Ambiente: independentemente das cerejeiras, o parque reúne outros motivos para ser visitado. Ele é especialmente rico em flora e fauna: entre eucaliptos, ipês, jacarandás e paus-brasil, passeiam garças, gaviões e papagaios. Uma pista de cooper, com trechos de mata fechada, é bastante usada por corredores de rua. E, assim como o Ibirapuera, o parque do Carmo possui um planetário, que foi reaberto em 2016. Av. Afonso de Sampaio e Sousa, 951, Jd. N. Sra. do Carmo, região leste, tel. 2746-5001. Seg. a dom.: 5h30 às 20h. Estac. (grátis). * IBIRAPUERA Vale a pena: passear pelos museus -o Afro Brasil, o de Arte Moderna e o de Arte Contemporânea. Imperdível também é uma ida ao planetário. Ambiente: é um oásis verde em plena capital. Lá, há áreas para atividades físicas, ciclovia, quadras poliesportivas e playground. Uma boa dica para conhecer o parque todo é caminhar -ou correr- pela pista de 2,7 km que o circunda. Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº, Parque Ibirapuera, tel. 4324-0050. Seg. a sex.: 5h às 24h. Sáb.: a partir das 5h. Dom.: 0h01 às 23h59. Estac. (sistema Zona Azul). * JARDIM BOTÂNICO DE SÃO PAULO Vale a pena: começar a "expedição" pelo local com uma trilha que leva a uma das nascentes do histórico riacho Ipiranga, em cujas margens foi proclamada a independência da República. Depois, visite o Jardim dos Sentidos, onde é possível experimentar diferentes aromas e texturas de flores e plantas. Não vá embora sem passar pelo Museu Botânico e pelas estufas, com exemplares de plantas do cerrado e de mata atlântica. Ambiente: não é tão famoso quanto seu xará carioca, mas é tão rico quanto. Longe do centro de São Paulo, tem vegetação nativa, um lago e animais, com diferentes aves e até macacos bugios. Av. Miguel Estefano, 3.031, Saúde, região sul, tel. 5067-6000. Ter. a dom.: 9h às 17h. Estac. a partir de R$ 10. Ingresso: R$ 6. Menores de 4 e maiores de 60 anos: grátis. * VILLA-LOBOS Vale a pena: andar de bike, de patins e de skate, jogar futebol e correr. O parque também é conhecido por acompanhar tendências esportivas, caso do slackline (modalidade que consiste em andar sobre uma corda suspensa). Outra atração é visitar o Orquidário Ruth Cardoso, com cerca de cem espécies. A Adidas inaugurou recentemente uma base de esportes na qual empresta de equipamentos e promove treinos de corrida, ioga e alongamento gratuitos. Ambiente:tem bosques, um "circuito das árvores" e o Ouvillas, espaço ao ar livre cheio de espreguiçadeiras para o público se aconchegar e ouvir música à vontade. Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 1.025, próximo a pça. da Vida e ao portão 2, Alto de Pinheiros, tel. 2683-6302. Seg. a dom.: 5h30 às 19h. Estac. a partir de R$ 5. Estac. a partir de R$ 5. - REFÚGIOS PARQUE ESTADUAL DO JARAGUÁ Vale a pena: encarar os 3,6 km da trilha do Pai Zé para avistar a cidade de cima (a 1.135 metros de altura). Porém, vale o bom senso: se não tiver preparo físico, melhor ir ao topo de carro, pela estrada. Ambiente: a maior parte do percurso da trilha é feita sob a mata (atlântica) fechada, ao abrigo do sol —faça silêncio para não espantar os saguis. No último trecho, há uma longa escadaria a céu aberto. Dê uma pausa no Pico do Papagaio para recuperar o fôlego. R. Antônio Cardoso Nogueira, 539. Vila Chica Luisa, tel. 3941-2162. Seg. a dom.: 7h às 17h. * NÚCLEO DO ENGORDADOR - SERRA DA CANTAREIRA Vale a pena: uma vez no parque da Cantareira, vá ao Núcleo do Engordador, que fica "escondido" em uma bifurcação sem placas na altura do número 19.100 da av. Sezefredo Fagundes. Pegue o caminho da esquerda para chegar à bilheteria. Ambiente: há três opções de trilha por lá: a da Cachoeira (3 km), a do Macuco (646 m), que margeia o córrego do Curupira, e a Mountain Bike (4 km), cujo percurso com obstáculos naturais só pode ser feito de bicicleta. Serra da Cantareira - Av. Cel. Sezefredo Fagundes, alt. do nº 19.100, Jardim Cachoeira, tel. 2995-3524. Sáb., dom. e feriados: 8h às 17h. Ingresso: R$ 13
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Última peça dirigida por Marília Pêra, 'Depois do Amor' é encenada no Rio
Marília Pêra passou as últimas semanas de vida fazendo algo que lhe era familiar: construindo para o palco o retrato de uma mulher célebre, desta vez, como diretora. Depois de viver personagens como Carmem Miranda, Coco Chanel e Maria Callas, em seus últimos meses era a atriz Marilyn Monroe (1926-62) o objeto de seu interesse. Quando morreu, aos 72, em dezembro, Marília finalizava a peça "Depois do Amor", que retrata um momento na vida de Marilyn, um dos maiores símbolos sexuais e de fragilidade psicológica do cinema americano. A peça está em cartaz no Rio, sem previsão de estreia em São Paulo. Já debilitada pelo câncer, Marília dirigiu o espetáculo da sala de sua casa, onde aconteceram os ensaios. "Ela sabia que não poderia ser a diretora ativa que fora em outras peças, mas queria muito dirigir. E nós a queríamos de qualquer jeito. Decidimos ensaiar como desse. Foi uma troca", afirma o autor, Fernando Duarte, que também escreveu "Callas" (2014), dirigido por Marília. E assim foi por pouco mais de um mês. Nos últimos cinco dias de ensaio, Marília entregou a direção a Fernando Philbert. Não chegou a ver o cenário. A peça estreou em Manaus no dia em que ela morreu, 5 de dezembro. 'MULHER COMUM' "Ela dizia: 'De manhã, penso no médico, à noite, não durmo por não conseguir respirar. O momento do ensaio é minha grande alegria'", relata Duarte. Sentada na poltrona da sala de sua casa em Ipanema, na zona sul do Rio, Marília dava instruções a Danielle Winits, que interpreta Marilyn. "'Desconstrua o mito da sex symbol, me mostre uma mulher comum.' Ela dizia isso todos os dias", conta Winits. A peça, um drama com momentos de comédia, relata o encontro de Marilyn com uma velha amiga, Margot Taylor (papel de Maria Eduarda de Carvalho), após as duas terem passado dez anos sem se ver. A conversa, que aconteceu de verdade, ocorreu semanas antes da morte da atriz e dias depois da famosa performance de "Happy Birthday, Mr. President" que Marilyn fez no aniversário do então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy (1917-1963). Taylor era noiva do jogador de beisebol Joe DiMaggio (1914-99) quando Marilyn o conheceu. Meses depois, DiMaggio e Marilyn estavam casados. Segundo o autor, não há registros detalhados do que as duas falaram. Na versão imaginada por Duarte, a conversa se torna uma grande lavagem de roupa suja que acaba virando uma troca de experiências de duas mulheres que seguiram caminhos opostos. DEPOIS DO AMOR QUANDO qui. a sáb., às 21h30, dom., às 20h; até 6/3 ONDE Teatro Vanucci - shopping da Gávea, r. Marquês de São Vicente, 52, tel. (21) 2274-7246 QUANTO R$80 CLASSIFICAÇÃO 12 anos
ilustrada
Última peça dirigida por Marília Pêra, 'Depois do Amor' é encenada no RioMarília Pêra passou as últimas semanas de vida fazendo algo que lhe era familiar: construindo para o palco o retrato de uma mulher célebre, desta vez, como diretora. Depois de viver personagens como Carmem Miranda, Coco Chanel e Maria Callas, em seus últimos meses era a atriz Marilyn Monroe (1926-62) o objeto de seu interesse. Quando morreu, aos 72, em dezembro, Marília finalizava a peça "Depois do Amor", que retrata um momento na vida de Marilyn, um dos maiores símbolos sexuais e de fragilidade psicológica do cinema americano. A peça está em cartaz no Rio, sem previsão de estreia em São Paulo. Já debilitada pelo câncer, Marília dirigiu o espetáculo da sala de sua casa, onde aconteceram os ensaios. "Ela sabia que não poderia ser a diretora ativa que fora em outras peças, mas queria muito dirigir. E nós a queríamos de qualquer jeito. Decidimos ensaiar como desse. Foi uma troca", afirma o autor, Fernando Duarte, que também escreveu "Callas" (2014), dirigido por Marília. E assim foi por pouco mais de um mês. Nos últimos cinco dias de ensaio, Marília entregou a direção a Fernando Philbert. Não chegou a ver o cenário. A peça estreou em Manaus no dia em que ela morreu, 5 de dezembro. 'MULHER COMUM' "Ela dizia: 'De manhã, penso no médico, à noite, não durmo por não conseguir respirar. O momento do ensaio é minha grande alegria'", relata Duarte. Sentada na poltrona da sala de sua casa em Ipanema, na zona sul do Rio, Marília dava instruções a Danielle Winits, que interpreta Marilyn. "'Desconstrua o mito da sex symbol, me mostre uma mulher comum.' Ela dizia isso todos os dias", conta Winits. A peça, um drama com momentos de comédia, relata o encontro de Marilyn com uma velha amiga, Margot Taylor (papel de Maria Eduarda de Carvalho), após as duas terem passado dez anos sem se ver. A conversa, que aconteceu de verdade, ocorreu semanas antes da morte da atriz e dias depois da famosa performance de "Happy Birthday, Mr. President" que Marilyn fez no aniversário do então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy (1917-1963). Taylor era noiva do jogador de beisebol Joe DiMaggio (1914-99) quando Marilyn o conheceu. Meses depois, DiMaggio e Marilyn estavam casados. Segundo o autor, não há registros detalhados do que as duas falaram. Na versão imaginada por Duarte, a conversa se torna uma grande lavagem de roupa suja que acaba virando uma troca de experiências de duas mulheres que seguiram caminhos opostos. DEPOIS DO AMOR QUANDO qui. a sáb., às 21h30, dom., às 20h; até 6/3 ONDE Teatro Vanucci - shopping da Gávea, r. Marquês de São Vicente, 52, tel. (21) 2274-7246 QUANTO R$80 CLASSIFICAÇÃO 12 anos
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"PES 2016" terá Palmeiras e Corinthians na versão demo do game
O próximo confronto entre Palmeiras e Corinthians já está marcado: será na quinta-feira (13). Essa, no entanto, não é a data de mais uma rodada do Campeonato Brasileiro nem um duelo válido pela Copa do Brasil. É o dia do lançamento do demo de "Pro Evolution Soccer 2016", novo jogo da famosa série de futebol da Konami. Os dois gigantes brasileiros estão dentro da versão de demonstração, assim como Bayern de Munique, Juventus e Roma, além das seleções francesa e brasileira. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (5), na Gamescom, principal feira de games da Europa, que está sendo realizada em Colônia, na Alemanha. Palmeiras e Corinthians no próximo "PES" A Arena do Corinthians, que recebeu a abertura da Copa do Mundo de 2014, será um dos estádios presentes no jogo, cuja capa terá o atacante Neymar. A Konami também divulgou um novo trailer mostrando a contraparte no game de alguns dos principais jogadores do mundo, incluindo o atacante da seleção brasileira e do Barcelona e o goleiro Jefferson, que defende o Botafogo. Versão demo (de demonstração) é uma espécie de "palhinha" do que o título será: funciona da mesma maneira, mas não tem habilitado todo o conteúdo, como o enredo –no caso, as equipes, estádios e diferentes modos de jogo. A versão completa de "PES 2016" será lançada no dia 15 de setembro nos EUA. O game será disponibilizado para Playstation 3, Playstation 4, Xbox 360 e Xbox One, além de computadores. novo trailer de "PES 2016"
tec
"PES 2016" terá Palmeiras e Corinthians na versão demo do gameO próximo confronto entre Palmeiras e Corinthians já está marcado: será na quinta-feira (13). Essa, no entanto, não é a data de mais uma rodada do Campeonato Brasileiro nem um duelo válido pela Copa do Brasil. É o dia do lançamento do demo de "Pro Evolution Soccer 2016", novo jogo da famosa série de futebol da Konami. Os dois gigantes brasileiros estão dentro da versão de demonstração, assim como Bayern de Munique, Juventus e Roma, além das seleções francesa e brasileira. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (5), na Gamescom, principal feira de games da Europa, que está sendo realizada em Colônia, na Alemanha. Palmeiras e Corinthians no próximo "PES" A Arena do Corinthians, que recebeu a abertura da Copa do Mundo de 2014, será um dos estádios presentes no jogo, cuja capa terá o atacante Neymar. A Konami também divulgou um novo trailer mostrando a contraparte no game de alguns dos principais jogadores do mundo, incluindo o atacante da seleção brasileira e do Barcelona e o goleiro Jefferson, que defende o Botafogo. Versão demo (de demonstração) é uma espécie de "palhinha" do que o título será: funciona da mesma maneira, mas não tem habilitado todo o conteúdo, como o enredo –no caso, as equipes, estádios e diferentes modos de jogo. A versão completa de "PES 2016" será lançada no dia 15 de setembro nos EUA. O game será disponibilizado para Playstation 3, Playstation 4, Xbox 360 e Xbox One, além de computadores. novo trailer de "PES 2016"
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ONG ajuda microempreendedores da periferia de SP na gestão de negócios
Em campanha para divulgar seu trabalho no auxílio de gestão de pequenos negócios da periferia, a Associação Aventura de Construir conta a história de três microempreendedores de comunidades paulistanas. Maria Zelma, dona de uma loja de tintas e texturas no Jardim Canaã; Jucélia, que empreendeu no ramo alimentício e tem um restaurante no Sol Nascente; e as irmãs Simone e Milene, que possuem um salão de beleza em Perus compartilham suas histórias no primeiro vídeo institucional da organização. O Prêmio Empreendedor Social está com inscrições abertas; participe O material inédito conta ainda com depoimentos de executivos que já passaram pelas capacitações da associação, que desde 2013 assessora o processo de construção humana e profissional para assegurar às pessoas atendidas a sustentabilidade de seus negócios e melhorias na qualidade de trabalho e de vida.
empreendedorsocial
ONG ajuda microempreendedores da periferia de SP na gestão de negóciosEm campanha para divulgar seu trabalho no auxílio de gestão de pequenos negócios da periferia, a Associação Aventura de Construir conta a história de três microempreendedores de comunidades paulistanas. Maria Zelma, dona de uma loja de tintas e texturas no Jardim Canaã; Jucélia, que empreendeu no ramo alimentício e tem um restaurante no Sol Nascente; e as irmãs Simone e Milene, que possuem um salão de beleza em Perus compartilham suas histórias no primeiro vídeo institucional da organização. O Prêmio Empreendedor Social está com inscrições abertas; participe O material inédito conta ainda com depoimentos de executivos que já passaram pelas capacitações da associação, que desde 2013 assessora o processo de construção humana e profissional para assegurar às pessoas atendidas a sustentabilidade de seus negócios e melhorias na qualidade de trabalho e de vida.
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Santos passa a fiscalizar infrações de trânsito em estabelecimentos privados
A Prefeitura de Santos flagrou 79 motoristas que estacionaram os carros em vagas destinadas a deficientes ou idosos, dentro de estabelecimentos privados. É a primeira vez em que a prefeitura faz campanha nos estabelecimentos particulares, como supermercados e shoppings centers. A operação começou na segunda-feira (17) e vai até o final da semana. Ninguém foi multado -a ideia, primeiro, é conscientizar os motoristas, diz Luciane Beck, diretora de Planejamento e Projetos da CET-Santos. A fiscalização se deu graças a lei federal que autoriza o trabalho em estabelecimentos privados. Os fiscais checam, primeiro, se o carro estacionado em vaga para deficientes ou idosos têm credencial -emitida pela própria CET. Se não têm, deixam um adesivo no retrovisor, de modo a orientar o condutor. Ao mesmo tempo, o sistema de som do estabelecimento informa a placa do carro e a irregularidade. Quando a multa passar a valer, nas próximas semanas, serão multados aqueles que não retirarem os carros. A infração é considerada leve e tem multa de R$ 127,69.
cotidiano
Santos passa a fiscalizar infrações de trânsito em estabelecimentos privadosA Prefeitura de Santos flagrou 79 motoristas que estacionaram os carros em vagas destinadas a deficientes ou idosos, dentro de estabelecimentos privados. É a primeira vez em que a prefeitura faz campanha nos estabelecimentos particulares, como supermercados e shoppings centers. A operação começou na segunda-feira (17) e vai até o final da semana. Ninguém foi multado -a ideia, primeiro, é conscientizar os motoristas, diz Luciane Beck, diretora de Planejamento e Projetos da CET-Santos. A fiscalização se deu graças a lei federal que autoriza o trabalho em estabelecimentos privados. Os fiscais checam, primeiro, se o carro estacionado em vaga para deficientes ou idosos têm credencial -emitida pela própria CET. Se não têm, deixam um adesivo no retrovisor, de modo a orientar o condutor. Ao mesmo tempo, o sistema de som do estabelecimento informa a placa do carro e a irregularidade. Quando a multa passar a valer, nas próximas semanas, serão multados aqueles que não retirarem os carros. A infração é considerada leve e tem multa de R$ 127,69.
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A colunista está em férias.
colunas
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Sexta deve ser quente com pancadas de chuva e tem show de Guns N' Roses e treinos de F-1
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 11 de novembro de 2016. Sexta-feira. Bom dia para você que ouviu da chefia que devido a alguns pepinos de última hora é capaz que alguém da equipe tenha que vir trabalhar na segundona do feriado prolongado! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Hard rock | Axl Rose, Slash e Duff McKagan, mais conhecidos como a formação clássica do grupo "Guns N'Roses", sobem ao palco do Allianz Parque para fazer show aguardadíssimo pelos fãs da banda. Também haverá apresentação no sábado. Veja mais informações aqui. Na ponta dos dedos | O grupo catalão de teatro La Fura dels Baus traz ao Brasil o espetáculo "M.U.R.S.", que terá seis apresentações gratuitas. A atração cria uma cidade futurista na qual os espectadores têm participação ativa: por meio de smartphones, poderão interagir com o show. Veja mais informações aqui. Musical | O Teatro Porto Seguro estreia adaptação do famoso espetáculo inglês dos anos 1970, "Rocky Horror Show". A peça marca a volta de Marcelo Medici aos musicais depois de dez anos. Nesta montagem dirigida por Charles Möeller, o ator interpreta o cientista maluco Frank N Furter, que vive em um castelo abandonado com uma série de pessoas excêntricas. Ingressos custam de R$ 50 a R$ 120. Veja mais aqui. Velocidade | O Autódromo de Interlagos começa a receber os treinos livres do GP Brasil deste ano, que será realizado neste fim de semana. Veja aqui mais informações de horários e acesso ao local. O brasileiro Felipe Massa usará um carro especial na prova, marcando a sua despedida do circuito brasileiro. * PARA TER ASSUNTO EUA | Segurança na fronteira, economia e sistema de saúde. Serão essas as três prioridades de seu governo, disse nesta quinta-feira (10) o presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Ele não quis responder sobre outro plano que protagonizou sua campanha: o veto à entrada de muçulmanos no país. Cotação | O dólar avançou mundialmente nesta quinta-feira (10), com a percepção dos investidores de que os juros americanos subirão de forma mais agressiva. No Brasil, a moeda americana avançou 5%, para o patamar de R$ 3,36. É a maior alta percentual desde outubro de 2008, em plena crise econômica global. Secretaria | José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, negou o convite de João Doria Jr. (PSDB), prefeito eleito de São Paulo, para assumir a Secretaria Municipal de Cultura no ano que vem. Eles se reuniram na última terça-feira (8). Apesar da negativa, os dois ainda negociam uma eventual colaboração de Boni com projetos culturais na gestão do tucano. Eles irão se reencontrar para conversar sobre o assunto em duas semanas. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidade | O Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente se reúne em sala na Câmara Municipal para debater sobre crianças em situação de rua. O encontro tem início às 14h. Veja a agenda completa da casa aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista para esta sexta é de 29ºC, segundo o Inmet. A mínima deve ficar em 18ºC. O céu deve ficar parcialmente nublado da manhã até a noite, e há possibilidade de pancadas de chuva e trovoadas isoladas à tarde e à noite. Zona leste | A av. Sapopemba terá trecho interditado no sentido bairro entre a rua Antônio da França Silva e Cristóvão de Vasconcelos das 21h desta sexta às 13h de sábado (12).
saopaulo
Sexta deve ser quente com pancadas de chuva e tem show de Guns N' Roses e treinos de F-1BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 11 de novembro de 2016. Sexta-feira. Bom dia para você que ouviu da chefia que devido a alguns pepinos de última hora é capaz que alguém da equipe tenha que vir trabalhar na segundona do feriado prolongado! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Hard rock | Axl Rose, Slash e Duff McKagan, mais conhecidos como a formação clássica do grupo "Guns N'Roses", sobem ao palco do Allianz Parque para fazer show aguardadíssimo pelos fãs da banda. Também haverá apresentação no sábado. Veja mais informações aqui. Na ponta dos dedos | O grupo catalão de teatro La Fura dels Baus traz ao Brasil o espetáculo "M.U.R.S.", que terá seis apresentações gratuitas. A atração cria uma cidade futurista na qual os espectadores têm participação ativa: por meio de smartphones, poderão interagir com o show. Veja mais informações aqui. Musical | O Teatro Porto Seguro estreia adaptação do famoso espetáculo inglês dos anos 1970, "Rocky Horror Show". A peça marca a volta de Marcelo Medici aos musicais depois de dez anos. Nesta montagem dirigida por Charles Möeller, o ator interpreta o cientista maluco Frank N Furter, que vive em um castelo abandonado com uma série de pessoas excêntricas. Ingressos custam de R$ 50 a R$ 120. Veja mais aqui. Velocidade | O Autódromo de Interlagos começa a receber os treinos livres do GP Brasil deste ano, que será realizado neste fim de semana. Veja aqui mais informações de horários e acesso ao local. O brasileiro Felipe Massa usará um carro especial na prova, marcando a sua despedida do circuito brasileiro. * PARA TER ASSUNTO EUA | Segurança na fronteira, economia e sistema de saúde. Serão essas as três prioridades de seu governo, disse nesta quinta-feira (10) o presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Ele não quis responder sobre outro plano que protagonizou sua campanha: o veto à entrada de muçulmanos no país. Cotação | O dólar avançou mundialmente nesta quinta-feira (10), com a percepção dos investidores de que os juros americanos subirão de forma mais agressiva. No Brasil, a moeda americana avançou 5%, para o patamar de R$ 3,36. É a maior alta percentual desde outubro de 2008, em plena crise econômica global. Secretaria | José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, negou o convite de João Doria Jr. (PSDB), prefeito eleito de São Paulo, para assumir a Secretaria Municipal de Cultura no ano que vem. Eles se reuniram na última terça-feira (8). Apesar da negativa, os dois ainda negociam uma eventual colaboração de Boni com projetos culturais na gestão do tucano. Eles irão se reencontrar para conversar sobre o assunto em duas semanas. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidade | O Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente se reúne em sala na Câmara Municipal para debater sobre crianças em situação de rua. O encontro tem início às 14h. Veja a agenda completa da casa aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista para esta sexta é de 29ºC, segundo o Inmet. A mínima deve ficar em 18ºC. O céu deve ficar parcialmente nublado da manhã até a noite, e há possibilidade de pancadas de chuva e trovoadas isoladas à tarde e à noite. Zona leste | A av. Sapopemba terá trecho interditado no sentido bairro entre a rua Antônio da França Silva e Cristóvão de Vasconcelos das 21h desta sexta às 13h de sábado (12).
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Leitor se lembra de Roberto Jefferson e diz para Mercadante sair do governo
Como o governo do PT é uma sucessão de erros, faço minhas as premonitórias palavras do ex-deputado Roberto Jefferson, direcionadas, então, a um ocupante (a esta altura, amaldiçoado) da Casa Civil: Rápido, Mercadante. Saia já daí. EDUARDO NEGRÃO (Marília, SP) * * Lula é caso de polícia. O nosso problema é político. Hoje, o futuro de nosso país está nas mãos do PMDB. Caso Michel Temer aceite algum conchavo com o ex-presidente, será uma das maiores ofensas ao povo brasileiro e ao Judiciário. Se isso ocorrer, o PMDB estará liquidado. RENATO GIOVANINI (Porto Ferreira, SP) * A coluna de Bernardo Mello Franco (A ascensão do Super-Moro ), criticando o agradecimento do juiz Moro aos manifestantes de domingo, demonstra o grau de insegurança de quem continua tentando desviar a atenção do que de fato interessa: a atuação isenta e imparcial do juiz nos processos de corrupção da gestão petista e sua "base governista". Se a atitude do juiz Sergio Moro, que luta com sabedoria por um Brasil melhor, sem corruptos e corruptores, gera críticas sem fundamento, ele não precisa agradecer, o Brasil será eternamente grato. MÁRCIA NASCIMENTO (São Paulo, SP) * * O culto ao juiz Sergio Moro está beirando o irracional. Não há razão para que o país deva virar uma ditadura judiciária. Há grande culpa do Legislativo nisso, afinal mais espera decisões do STF do que faz seu trabalho. Felizmente temos colunas como a "A ascensão do Super-Moro", de Bernardo Mello Franco, e as estocadas constantes de Janio de Freitas. Não precisamos de deuses, nem de heróis. Precisamos mesmo é de reformas, tanto econômicas quanto políticas, sem esquecer, é claro, de reformas no Judiciário também. ANÍSIO FRANCO CÂMARA (São Paulo, SP) * A charge do artista Laerte, além de antológica, poderá ser histórica: três emplumados tucanos embalam no ninho um entusiasmado filhote de ditador. Desgraçadamente, 1964 poderá estar de volta. MARIA DO SOCORRO DIAS NOVAES (Ribeirão Preto, SP) * Diferentemente do que afirma o leitor Mário Sérgio de Melo, as multidões nas ruas não lembram as massas manipuladas pela propaganda saudando o nazismo. Manipuladas por quem, se não havia voz de comando na manifestação cívica mais autêntica espalhada pelo país? Ele estaria correto se focasse as multidões de "vermelhinhos" comandadas e incitadas pelo grande líder que chegou a convocar o "exército" de João Pedro Stédile para uma luta de classes. PAULO EDUARDO GRIMALDI (Cotia) * Exagerada tanto nas letras garrafais da manchete ("Ato anti-Dilma é o maior da história", "Primeira Página", 14/3) como no conteúdo a cobertura da Folha sobre as manifestações de domingo. O jornal se esquece que historicamente o PT jamais ganhou uma votação no Estado de São Paulo para presidente desde 1989. Ou seja, não é, de forma alguma, a representação do país. Sem contar que os protestos mobilizaram pelas contas dos mais otimistas 300 municípios em um universo de 5.570. Definitivamente a avenida Paulista não representa uma nação. ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP) * O articulista Alexandre Vital Porto fez um interessante artigo, no qual descreve muitos aspectos, situações, estado mental e outras emoções, além da teimosia de Dilma em não querer renunciar. Pode haver muitas outras razões e, entre outros, frisou um dos muitos aspectos da recusa, que seria vaidade pessoal. Realmente a vaidade desmedida é um grave defeito que leva a muitos males. Dos pecados mortais, seria um aspecto da soberba. O Brasil, com seu povo, sofre com a soberba de Dilma. ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC) * Ao leitor Mário Sergio de Melo, que vendo as manifestações se lembrou das "massas manipuladas pela propaganda saudando o nazismo", digo que as massas estavam gritando fora Dilma/ Hitler, e que o Goebbels que manipula a propaganda enganosa do PT está na cadeia. MÁRIO BARILÁ FILHO (São Paulo, SP) * Já imaginaram se o Aécio tivesse ganho as eleições e agora 6,5 milhões de pessoas tivessem saído à rua clamando pelo seu impeachment? E se ele oferecesse um cargo de ministro a FHC para que ele não fosse preso? E se o ex-presidente tucano aceitasse dizendo que não era para fugir da Justiça, mas apenas para ajudar o companheiro Aécio a tocar o país? E se Lula, Dilma, PT, MST, CUT e outros mais estivessem na oposição? Já imaginaram? JOÃO MANUEL FSC MAIO (São José dos Campos, SP) * Aloizio Mercadante, ministro da Educação e braço direito de Dilma, quando tentou comprar o silêncio de Delcídio do Amaral oferecendo ajuda financeira, política e jurídica, conforme gravação feita por um assessor do senador, fez isso por iniciativa própria, contando unicamente com seus recursos para bancar o que estaria envolvido nessa ajuda, ou fez com o conhecimento e consentimento de Dilma, numa tentativa desesperada de salvar o moribundo governo? Vou repetir o que exaustivamente gritei na manifestação do dia 13: impeachment já! RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ) * Algum cineasta poderia fazer um filme sobre a Operação Lava Jato, mostrando as investigações que estão levando muitos foras da lei para a xilindró, lavando a alma de milhões de brasileiros que estão percebendo a cada dia mudanças no Brasil. Pessoas que antes eram tidas como intocáveis estão agora atrás das grades. Poderia se chamar "Lava Jato - Lavando a Alma do Brasil" ou se basear na figura do juiz Moro ("Sergio Moro - O Herói do Brasil"). Seria muito bom assistir um filme assim, muito melhor do que perder tempo com o filme "Lula - O Filho do Brasil". Um filme desse, com a direção do Arnaldo Jabor, seria ótimo. Aqui vai minha sugestão. REINNER CARLOS DE OLIVEIRA (Araçatuba, SP) * A voz rouca das ruas dos que voltaram a protestar no domingo ainda não consegue ser devidamente interpretada pelos vários segmentos da sociedade brasileira. Conforme nossas preferências e simpatias ideológicas e políticas, tentamos interpretar tais manifestações de acordo com esses nossos pensamentos. Urge que nossas legítimas lideranças, o mais rapidamente possível, consigam viabilizar um pacto, que permita dar soluções democráticas e factíveis a essa grande crise, atendendo todos que foram as ruas ou não. JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA (Rio de Janeiro, RJ) * No calor do jogo político, a Folha fez dois gols memoráveis: o primeiro com cara de gol contra, passado timidamente na edição domingueira sob a manchete "76% dos leitores aprovam a condução coercitiva de Lula". A mentalidade conservadora, que aprova métodos ilegais e autoritários para se atingir certos objetivos, está na maioria dos leitores da Folha. Percentual expressivo, consequentemente influenciado pela linha que o jornal e a mídia em geral vêm adotando de privilegiar articulistas de centro-direita. Para quem já viu esse filme, isso representa claro motivo de preocupação. O segundo foi gol de placa e merece elogios pelo jornalismo. A maioria dos entrevistados não tem claro sobre o que estão protestando. Esses são os manifestantes verde-amarelos que estão batalhando pela "democracia" e contra a corrupção! Ainda que gente séria e de boa índole tenha participado, no geral essa é a impressão que fica do grande ato. A de que derrubando Dilma e o PT o Brasil se tornará um paraíso sem corrupção. E, preferencialmente, sob tacão! VALTER LUIZ PELUQUE (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Leitor se lembra de Roberto Jefferson e diz para Mercadante sair do governoComo o governo do PT é uma sucessão de erros, faço minhas as premonitórias palavras do ex-deputado Roberto Jefferson, direcionadas, então, a um ocupante (a esta altura, amaldiçoado) da Casa Civil: Rápido, Mercadante. Saia já daí. EDUARDO NEGRÃO (Marília, SP) * * Lula é caso de polícia. O nosso problema é político. Hoje, o futuro de nosso país está nas mãos do PMDB. Caso Michel Temer aceite algum conchavo com o ex-presidente, será uma das maiores ofensas ao povo brasileiro e ao Judiciário. Se isso ocorrer, o PMDB estará liquidado. RENATO GIOVANINI (Porto Ferreira, SP) * A coluna de Bernardo Mello Franco (A ascensão do Super-Moro ), criticando o agradecimento do juiz Moro aos manifestantes de domingo, demonstra o grau de insegurança de quem continua tentando desviar a atenção do que de fato interessa: a atuação isenta e imparcial do juiz nos processos de corrupção da gestão petista e sua "base governista". Se a atitude do juiz Sergio Moro, que luta com sabedoria por um Brasil melhor, sem corruptos e corruptores, gera críticas sem fundamento, ele não precisa agradecer, o Brasil será eternamente grato. MÁRCIA NASCIMENTO (São Paulo, SP) * * O culto ao juiz Sergio Moro está beirando o irracional. Não há razão para que o país deva virar uma ditadura judiciária. Há grande culpa do Legislativo nisso, afinal mais espera decisões do STF do que faz seu trabalho. Felizmente temos colunas como a "A ascensão do Super-Moro", de Bernardo Mello Franco, e as estocadas constantes de Janio de Freitas. Não precisamos de deuses, nem de heróis. Precisamos mesmo é de reformas, tanto econômicas quanto políticas, sem esquecer, é claro, de reformas no Judiciário também. ANÍSIO FRANCO CÂMARA (São Paulo, SP) * A charge do artista Laerte, além de antológica, poderá ser histórica: três emplumados tucanos embalam no ninho um entusiasmado filhote de ditador. Desgraçadamente, 1964 poderá estar de volta. MARIA DO SOCORRO DIAS NOVAES (Ribeirão Preto, SP) * Diferentemente do que afirma o leitor Mário Sérgio de Melo, as multidões nas ruas não lembram as massas manipuladas pela propaganda saudando o nazismo. Manipuladas por quem, se não havia voz de comando na manifestação cívica mais autêntica espalhada pelo país? Ele estaria correto se focasse as multidões de "vermelhinhos" comandadas e incitadas pelo grande líder que chegou a convocar o "exército" de João Pedro Stédile para uma luta de classes. PAULO EDUARDO GRIMALDI (Cotia) * Exagerada tanto nas letras garrafais da manchete ("Ato anti-Dilma é o maior da história", "Primeira Página", 14/3) como no conteúdo a cobertura da Folha sobre as manifestações de domingo. O jornal se esquece que historicamente o PT jamais ganhou uma votação no Estado de São Paulo para presidente desde 1989. Ou seja, não é, de forma alguma, a representação do país. Sem contar que os protestos mobilizaram pelas contas dos mais otimistas 300 municípios em um universo de 5.570. Definitivamente a avenida Paulista não representa uma nação. ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP) * O articulista Alexandre Vital Porto fez um interessante artigo, no qual descreve muitos aspectos, situações, estado mental e outras emoções, além da teimosia de Dilma em não querer renunciar. Pode haver muitas outras razões e, entre outros, frisou um dos muitos aspectos da recusa, que seria vaidade pessoal. Realmente a vaidade desmedida é um grave defeito que leva a muitos males. Dos pecados mortais, seria um aspecto da soberba. O Brasil, com seu povo, sofre com a soberba de Dilma. ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC) * Ao leitor Mário Sergio de Melo, que vendo as manifestações se lembrou das "massas manipuladas pela propaganda saudando o nazismo", digo que as massas estavam gritando fora Dilma/ Hitler, e que o Goebbels que manipula a propaganda enganosa do PT está na cadeia. MÁRIO BARILÁ FILHO (São Paulo, SP) * Já imaginaram se o Aécio tivesse ganho as eleições e agora 6,5 milhões de pessoas tivessem saído à rua clamando pelo seu impeachment? E se ele oferecesse um cargo de ministro a FHC para que ele não fosse preso? E se o ex-presidente tucano aceitasse dizendo que não era para fugir da Justiça, mas apenas para ajudar o companheiro Aécio a tocar o país? E se Lula, Dilma, PT, MST, CUT e outros mais estivessem na oposição? Já imaginaram? JOÃO MANUEL FSC MAIO (São José dos Campos, SP) * Aloizio Mercadante, ministro da Educação e braço direito de Dilma, quando tentou comprar o silêncio de Delcídio do Amaral oferecendo ajuda financeira, política e jurídica, conforme gravação feita por um assessor do senador, fez isso por iniciativa própria, contando unicamente com seus recursos para bancar o que estaria envolvido nessa ajuda, ou fez com o conhecimento e consentimento de Dilma, numa tentativa desesperada de salvar o moribundo governo? Vou repetir o que exaustivamente gritei na manifestação do dia 13: impeachment já! RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ) * Algum cineasta poderia fazer um filme sobre a Operação Lava Jato, mostrando as investigações que estão levando muitos foras da lei para a xilindró, lavando a alma de milhões de brasileiros que estão percebendo a cada dia mudanças no Brasil. Pessoas que antes eram tidas como intocáveis estão agora atrás das grades. Poderia se chamar "Lava Jato - Lavando a Alma do Brasil" ou se basear na figura do juiz Moro ("Sergio Moro - O Herói do Brasil"). Seria muito bom assistir um filme assim, muito melhor do que perder tempo com o filme "Lula - O Filho do Brasil". Um filme desse, com a direção do Arnaldo Jabor, seria ótimo. Aqui vai minha sugestão. REINNER CARLOS DE OLIVEIRA (Araçatuba, SP) * A voz rouca das ruas dos que voltaram a protestar no domingo ainda não consegue ser devidamente interpretada pelos vários segmentos da sociedade brasileira. Conforme nossas preferências e simpatias ideológicas e políticas, tentamos interpretar tais manifestações de acordo com esses nossos pensamentos. Urge que nossas legítimas lideranças, o mais rapidamente possível, consigam viabilizar um pacto, que permita dar soluções democráticas e factíveis a essa grande crise, atendendo todos que foram as ruas ou não. JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA (Rio de Janeiro, RJ) * No calor do jogo político, a Folha fez dois gols memoráveis: o primeiro com cara de gol contra, passado timidamente na edição domingueira sob a manchete "76% dos leitores aprovam a condução coercitiva de Lula". A mentalidade conservadora, que aprova métodos ilegais e autoritários para se atingir certos objetivos, está na maioria dos leitores da Folha. Percentual expressivo, consequentemente influenciado pela linha que o jornal e a mídia em geral vêm adotando de privilegiar articulistas de centro-direita. Para quem já viu esse filme, isso representa claro motivo de preocupação. O segundo foi gol de placa e merece elogios pelo jornalismo. A maioria dos entrevistados não tem claro sobre o que estão protestando. Esses são os manifestantes verde-amarelos que estão batalhando pela "democracia" e contra a corrupção! Ainda que gente séria e de boa índole tenha participado, no geral essa é a impressão que fica do grande ato. A de que derrubando Dilma e o PT o Brasil se tornará um paraíso sem corrupção. E, preferencialmente, sob tacão! VALTER LUIZ PELUQUE (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Conceito de família deve abranger todas as formas de relacionamento? Sim
A LIBERDADE DO AFETO Desafiando os líricos lírios de Drummond, a inventividade legislativa brasileira, de obtusa prodigalidade nesse esquisitíssimo quadrante da nossa história, se fez novamente histriônica, desta vez na forma do projeto de lei 6.583/2013. Ele dispõe sobre o Estatuto da Família, aprovado em caráter conclusivo pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados. O conteúdo que compõe o projeto de lei fundamenta-se de forma central, segundo sua justificativa, na desconstrução do conceito de família, propugnando o fortalecimento dos laços formados pela união conjugal firmada entre o homem e a mulher a partir de uma série de enunciação de direitos. Assim, a regra proposta nada mais faz do que um arrombar de portas já abertas a um modelo muito bem delineado de enlace (muitas vezes nem tão) afetivo, garantindo a quem nele se enquadrar o desfrute da efetivação de amplo conjunto de direitos. O que há de novo no projeto é, paradoxalmente, sua marca mais conservadora, revelada pelo desnudamento de uma legislatura escancaradamente excludente. Trata-se, aliás, de movimento assustadoramente comum nos dias de hoje, como são exemplos o projeto de lei que pretende estabelecer o Dia do Orgulho Heterossexual e a proposta de emenda à Constituição, votada e aprovada na Câmara dos Deputados, que visa diminuir a maioridade penal de 18 para 16 anos em crimes graves. Nos limites da proposta do estatuto, como se fosse o arremate de um típico roteiro do teatro do absurdo, família passaria a ser somente a união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes, excluindo-se, pela lei, tudo aquilo que não cabe no esquadro do projeto. Ao deixar de apresentar avanços teóricos e práticos em relação à efetivação de direitos daqueles que de fato encontram-se vulneráveis, o projeto apresenta em seu núcleo o intento último da exclusão, tentando domesticar as relações humanas a partir do afastamento de direitos. Ao trancafiar de volta no armário a liberdade de todos serem sujeitos de suas próprias histórias, o legislador brasileiro faz pouco caso do sentido próprio do ordenamento jurídico constitucional estabelecido em ambiente democrático. Os sentimentos e laços afetivos que formam os sujeitos não cabem em uma lei. Lembrando um famoso poema de Drummond, "Quadrilha", não há como determinar que Lili, por ter-se casado com J. Pinto Fernandes, tenha, no âmbito familiar, direitos distintos a Maria, que ficou para tia. Ao eventualmente se constituir o Estatuto da Família em lei, vivenciaremos uma vez mais o confronto entre a materialidade social e um discurso hegemônico totalitário, porque redutor de complexidades. Esperamos que a tentativa do legislador de segregar direitos se transforme na reafirmação do acolhimento constitucional de todas as formas de afeto. MARCOS ALBERTO ROCHA GONÇALVES, 32, é professor de direito civil da Pontifícia Universidade Católica - PUC-PR e sócio da Fachin Advogados Associados * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Conceito de família deve abranger todas as formas de relacionamento? SimA LIBERDADE DO AFETO Desafiando os líricos lírios de Drummond, a inventividade legislativa brasileira, de obtusa prodigalidade nesse esquisitíssimo quadrante da nossa história, se fez novamente histriônica, desta vez na forma do projeto de lei 6.583/2013. Ele dispõe sobre o Estatuto da Família, aprovado em caráter conclusivo pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados. O conteúdo que compõe o projeto de lei fundamenta-se de forma central, segundo sua justificativa, na desconstrução do conceito de família, propugnando o fortalecimento dos laços formados pela união conjugal firmada entre o homem e a mulher a partir de uma série de enunciação de direitos. Assim, a regra proposta nada mais faz do que um arrombar de portas já abertas a um modelo muito bem delineado de enlace (muitas vezes nem tão) afetivo, garantindo a quem nele se enquadrar o desfrute da efetivação de amplo conjunto de direitos. O que há de novo no projeto é, paradoxalmente, sua marca mais conservadora, revelada pelo desnudamento de uma legislatura escancaradamente excludente. Trata-se, aliás, de movimento assustadoramente comum nos dias de hoje, como são exemplos o projeto de lei que pretende estabelecer o Dia do Orgulho Heterossexual e a proposta de emenda à Constituição, votada e aprovada na Câmara dos Deputados, que visa diminuir a maioridade penal de 18 para 16 anos em crimes graves. Nos limites da proposta do estatuto, como se fosse o arremate de um típico roteiro do teatro do absurdo, família passaria a ser somente a união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes, excluindo-se, pela lei, tudo aquilo que não cabe no esquadro do projeto. Ao deixar de apresentar avanços teóricos e práticos em relação à efetivação de direitos daqueles que de fato encontram-se vulneráveis, o projeto apresenta em seu núcleo o intento último da exclusão, tentando domesticar as relações humanas a partir do afastamento de direitos. Ao trancafiar de volta no armário a liberdade de todos serem sujeitos de suas próprias histórias, o legislador brasileiro faz pouco caso do sentido próprio do ordenamento jurídico constitucional estabelecido em ambiente democrático. Os sentimentos e laços afetivos que formam os sujeitos não cabem em uma lei. Lembrando um famoso poema de Drummond, "Quadrilha", não há como determinar que Lili, por ter-se casado com J. Pinto Fernandes, tenha, no âmbito familiar, direitos distintos a Maria, que ficou para tia. Ao eventualmente se constituir o Estatuto da Família em lei, vivenciaremos uma vez mais o confronto entre a materialidade social e um discurso hegemônico totalitário, porque redutor de complexidades. Esperamos que a tentativa do legislador de segregar direitos se transforme na reafirmação do acolhimento constitucional de todas as formas de afeto. MARCOS ALBERTO ROCHA GONÇALVES, 32, é professor de direito civil da Pontifícia Universidade Católica - PUC-PR e sócio da Fachin Advogados Associados * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Estrelas em ascensão, Gabi e Gabi se enfrentam na decisão da Superliga
As semelhanças pululam. "Baixinhas" para os padrões do vôlei, xodós de suas equipes, destaques na mesma posição, revelações do país para futuras Olimpíadas e até sobrenome idêntico. O que difere é que uma Gabi defende o Rio de Janeiro e a outra Gabi, o Osasco. Ambas são estrelas em ascensão dos times que decidem o título da Superliga feminina às 10h deste domingo, na Arena da Barra, no Rio. Gabriela Braga Guimarães, de 20 anos, é a "Gabi do Rio". Ponteira de 1,80 m, foi a maior pontuadora do torneio. É figura fácil nas convocações de José Roberto Guimarães para a seleção. Foi campeã do Grand Prix em 2013 e 2014 e bronze no Mundial de 2014. Tentará o terceiro título seguido da Superliga, sempre com o Rio, de Bernardinho. "Comecei a jogar vôlei com 15 anos e agora, pouco tempo depois, disputo minha terceira final. Ninguém imaginava que isso pudesse acontecer, muito menos eu." Titular da equipe, que tentará o décimo título de Superliga, a pupila já incorporou alguns cacoetes do mestre. "O Bernardinho me cobra bastante, e realmente acho que preciso melhorar. Meu passe e meu fundo de quadra não estão bons", disse. Mineira de nascimento, ela acusa um sotaque carioca após três temporadas no Rio. "Sonho continuar aqui pelo menos até os Jogos de 2016, que são um sonho. Hoje minha realidade é buscar vaga na equipe. Estou atrás disso." no lado oposto Gabriella Guimarães Souza, 21, a "Gabi do Osasco", tem trajetória menos meteórica. Mas nem por isso menos relevante para o finalista. Cinco centímetros mais baixa que a rival, Gabi também é ponteira, porém sua função é dar mais "volume de jogo" para o Osasco. "Fora da quadra, estou sempre no '220', muito agitada, mas dentro tento sempre ser mais serena e alegre. Foco na defesa e no passe, para facilitar o trabalho da Dani [Lins, levantadora]", disse. Ao longo da competição, ela cresceu no conceito do técnico Luizomar de Moura e se tornou referência. Seu grande momento ocorreu na semifinal contra o Sesi, vencida após dois jogos duros. Na edição passada da Superliga, o Osasco havia caído na semifinal justamente diante do Sesi. Agora, disputará sua primeira final do torneio. "É um grande clássico e tenho me dedicado bastante, estudado o outro time." Nas arquibancadas, um apoio a mais: natural de Niterói, ela terá 80 familiares e amigos que estarão na final. "Fui a jogadora que mais pediu ingressos. Haverá uma torcida grande para mim, e tomara que ela dê certo."
esporte
Estrelas em ascensão, Gabi e Gabi se enfrentam na decisão da SuperligaAs semelhanças pululam. "Baixinhas" para os padrões do vôlei, xodós de suas equipes, destaques na mesma posição, revelações do país para futuras Olimpíadas e até sobrenome idêntico. O que difere é que uma Gabi defende o Rio de Janeiro e a outra Gabi, o Osasco. Ambas são estrelas em ascensão dos times que decidem o título da Superliga feminina às 10h deste domingo, na Arena da Barra, no Rio. Gabriela Braga Guimarães, de 20 anos, é a "Gabi do Rio". Ponteira de 1,80 m, foi a maior pontuadora do torneio. É figura fácil nas convocações de José Roberto Guimarães para a seleção. Foi campeã do Grand Prix em 2013 e 2014 e bronze no Mundial de 2014. Tentará o terceiro título seguido da Superliga, sempre com o Rio, de Bernardinho. "Comecei a jogar vôlei com 15 anos e agora, pouco tempo depois, disputo minha terceira final. Ninguém imaginava que isso pudesse acontecer, muito menos eu." Titular da equipe, que tentará o décimo título de Superliga, a pupila já incorporou alguns cacoetes do mestre. "O Bernardinho me cobra bastante, e realmente acho que preciso melhorar. Meu passe e meu fundo de quadra não estão bons", disse. Mineira de nascimento, ela acusa um sotaque carioca após três temporadas no Rio. "Sonho continuar aqui pelo menos até os Jogos de 2016, que são um sonho. Hoje minha realidade é buscar vaga na equipe. Estou atrás disso." no lado oposto Gabriella Guimarães Souza, 21, a "Gabi do Osasco", tem trajetória menos meteórica. Mas nem por isso menos relevante para o finalista. Cinco centímetros mais baixa que a rival, Gabi também é ponteira, porém sua função é dar mais "volume de jogo" para o Osasco. "Fora da quadra, estou sempre no '220', muito agitada, mas dentro tento sempre ser mais serena e alegre. Foco na defesa e no passe, para facilitar o trabalho da Dani [Lins, levantadora]", disse. Ao longo da competição, ela cresceu no conceito do técnico Luizomar de Moura e se tornou referência. Seu grande momento ocorreu na semifinal contra o Sesi, vencida após dois jogos duros. Na edição passada da Superliga, o Osasco havia caído na semifinal justamente diante do Sesi. Agora, disputará sua primeira final do torneio. "É um grande clássico e tenho me dedicado bastante, estudado o outro time." Nas arquibancadas, um apoio a mais: natural de Niterói, ela terá 80 familiares e amigos que estarão na final. "Fui a jogadora que mais pediu ingressos. Haverá uma torcida grande para mim, e tomara que ela dê certo."
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Em protesto contra governo polonês, oposicionistas ocupam Parlamento
O congressista Michal Stasinski chegou ao Parlamento polonês carregando uma pasta e uma sacola com bolinhos de repolho e cogumelo feitos por sua mãe. Enquanto a maioria dos parlamentares está em casa para o Natal, neste sábado (24) Stasinski se reuniu com um grupo de oposicionistas. Abrigados no prédio escuro e gelado, protestavam contra o que consideram um retrocesso à democracia promovido por um governo populista e cuja visão anti-establishment e nacionalista ecoa a do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Eles fizeram um juramento de permanecer no salão principal do Parlamento, onde as leis são votadas, até o fim do recesso parlamentar, em 11 de janeiro. Para isso, se dividirão em turnos. Em seus 13 meses no poder, o partido ultraconservador Lei e Justiça agiu para enfraquecer o Tribunal Constitucional (a corte superior polonesa), tentou limitar a liberdade de imprensa e aprovou restrições a reuniões de pessoas. Oposicionistas temem que as eleições livres e a Constituição serão as próximas vítimas. "O que eles estão fazendo é construir, aos poucos, uma espécie de 'ditadura de veludo'", disse Stasinski, membro do partido Moderno, legenda pró-mercado envolvida nos protestos. "Eu não posso concordar com o que está acontecendo e é por isso que decidi passar o Natal aqui". A maneira como o partido governista se consolida no poder tem gerado manifestações na capital, Varsóvia, e em outras cidades. Em outubro, milhares de mulheres polonesas vestiram-se de preto e boicotaram o trabalho em protesto contra um projeto de lei que prevê a proibição total do aborto. A greve obrigou lojas, escritórios do governo, universidades e escolas a fecharem as portas. O protesto passivo deste Natal teve início em 16 de dezembro, quando o partido governista tentou impor restrições ao acesso da imprensa no Parlamento. Vendo na atitude um ataque à liberdade de expressão, oposicionistas ocuparam a área ao redor do palanque, impedindo os trabalhos dos congressistas. O partido da maioria então transferiu a sessão para outra sala e votou o Orçamento de 2017. Com isso, os governistas desistiram de implantar as restrições à imprensa. Oposicionistas, entretanto, exigem uma nova votação do Orçamento, sob o argumento de que o procedimento foi irregular e que não há nenhuma evidência de que havia quorum na sessão. Ryszard Petru, líder do Moderno, disse que, se a votação for considerada válida, um perigoso precedente será aberto, permitindo aos governistas violar processos estabelecidos pelo Legislativo. "Talvez até mesmo mudar a Constituição", afirmou. "Se esse tipo de votação ilegal se repete, então eles poderão aprovar o que quiserem. É perigoso. Esta é uma crise política real, e em certa medida uma crise constitucional", disse Petru à Associated Press. "Nós ficaremos aqui e mostraremos que isso é inaceitável". ESTADO DE TENSÃO Apesar dos protestos nos grandes centros, o apoio aos governistas é forte nas cidades menores, onde famílias mais pobres recebem auxílio de programas sociais. O governo também reduziu a idade de aposentadoria, medida popular que, segundo economistas, a sociedade polonesa, com um número cada vez maior de idosos, não conseguirá arcar. A Polônia tem enfrentado um estado de tensão desde que o Lei e Justiça ganhou as eleições presidenciais e, em sequência, a maioria no Parlamento. Desde a instalação da democracia polonesa, nenhum partido teve tanto poder. Líderes partidários argumentam que têm a missão de reconstruir a Polônia em consonância com sua visão tradicional e católica. Para isso, dizem, devem exercer maior controle sobre algumas instituições, de maneira a limitar a influência de oponentes que possam sufocar a sua agenda — entre eles, ex-comunistas e membros da Plataforma Cívica, legenda do ex-primeiro-ministro Donald Tusk, hoje presidente do Conselho Europeu. A União Europeia, ao passo que acusa o governo polonês de tentar corroer o Estado de Direito, tem se mostrado impotente em reverter o curso de uma nação há muito vista como uma das mais exitosas democracias a emergir das cinzas do comunismo do Leste Europeu. O governo, por sua vez, afirma que os opositores tentam desestabilizar o Estado e que estes representam um sistema que não aceita perder seus privilégios.
mundo
Em protesto contra governo polonês, oposicionistas ocupam ParlamentoO congressista Michal Stasinski chegou ao Parlamento polonês carregando uma pasta e uma sacola com bolinhos de repolho e cogumelo feitos por sua mãe. Enquanto a maioria dos parlamentares está em casa para o Natal, neste sábado (24) Stasinski se reuniu com um grupo de oposicionistas. Abrigados no prédio escuro e gelado, protestavam contra o que consideram um retrocesso à democracia promovido por um governo populista e cuja visão anti-establishment e nacionalista ecoa a do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Eles fizeram um juramento de permanecer no salão principal do Parlamento, onde as leis são votadas, até o fim do recesso parlamentar, em 11 de janeiro. Para isso, se dividirão em turnos. Em seus 13 meses no poder, o partido ultraconservador Lei e Justiça agiu para enfraquecer o Tribunal Constitucional (a corte superior polonesa), tentou limitar a liberdade de imprensa e aprovou restrições a reuniões de pessoas. Oposicionistas temem que as eleições livres e a Constituição serão as próximas vítimas. "O que eles estão fazendo é construir, aos poucos, uma espécie de 'ditadura de veludo'", disse Stasinski, membro do partido Moderno, legenda pró-mercado envolvida nos protestos. "Eu não posso concordar com o que está acontecendo e é por isso que decidi passar o Natal aqui". A maneira como o partido governista se consolida no poder tem gerado manifestações na capital, Varsóvia, e em outras cidades. Em outubro, milhares de mulheres polonesas vestiram-se de preto e boicotaram o trabalho em protesto contra um projeto de lei que prevê a proibição total do aborto. A greve obrigou lojas, escritórios do governo, universidades e escolas a fecharem as portas. O protesto passivo deste Natal teve início em 16 de dezembro, quando o partido governista tentou impor restrições ao acesso da imprensa no Parlamento. Vendo na atitude um ataque à liberdade de expressão, oposicionistas ocuparam a área ao redor do palanque, impedindo os trabalhos dos congressistas. O partido da maioria então transferiu a sessão para outra sala e votou o Orçamento de 2017. Com isso, os governistas desistiram de implantar as restrições à imprensa. Oposicionistas, entretanto, exigem uma nova votação do Orçamento, sob o argumento de que o procedimento foi irregular e que não há nenhuma evidência de que havia quorum na sessão. Ryszard Petru, líder do Moderno, disse que, se a votação for considerada válida, um perigoso precedente será aberto, permitindo aos governistas violar processos estabelecidos pelo Legislativo. "Talvez até mesmo mudar a Constituição", afirmou. "Se esse tipo de votação ilegal se repete, então eles poderão aprovar o que quiserem. É perigoso. Esta é uma crise política real, e em certa medida uma crise constitucional", disse Petru à Associated Press. "Nós ficaremos aqui e mostraremos que isso é inaceitável". ESTADO DE TENSÃO Apesar dos protestos nos grandes centros, o apoio aos governistas é forte nas cidades menores, onde famílias mais pobres recebem auxílio de programas sociais. O governo também reduziu a idade de aposentadoria, medida popular que, segundo economistas, a sociedade polonesa, com um número cada vez maior de idosos, não conseguirá arcar. A Polônia tem enfrentado um estado de tensão desde que o Lei e Justiça ganhou as eleições presidenciais e, em sequência, a maioria no Parlamento. Desde a instalação da democracia polonesa, nenhum partido teve tanto poder. Líderes partidários argumentam que têm a missão de reconstruir a Polônia em consonância com sua visão tradicional e católica. Para isso, dizem, devem exercer maior controle sobre algumas instituições, de maneira a limitar a influência de oponentes que possam sufocar a sua agenda — entre eles, ex-comunistas e membros da Plataforma Cívica, legenda do ex-primeiro-ministro Donald Tusk, hoje presidente do Conselho Europeu. A União Europeia, ao passo que acusa o governo polonês de tentar corroer o Estado de Direito, tem se mostrado impotente em reverter o curso de uma nação há muito vista como uma das mais exitosas democracias a emergir das cinzas do comunismo do Leste Europeu. O governo, por sua vez, afirma que os opositores tentam desestabilizar o Estado e que estes representam um sistema que não aceita perder seus privilégios.
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Criadores do 'Tá no Ar' e 'Zorra' fazem humor da Globo voltar à relevância
Um deputado se aproxima do púlpito. Em vez de declarar seu voto, levanta a placa: "Vendo Monza 85". Outro chama o filho para cantar no local de votação. O esquete "Congresso", que foi ao ar neste sábado (30), no "Zorra" (Globo), é o segundo do programa a tirar sarro da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. Na semana anterior teve a "Câmara dos Deuses", com Deus zangado ao saber que políticos tinham usado seu nome "em vão". Também foram ao ar esquetes sobre o vírus zika (em um, os noivos se casam vestindo telas antimosquito). Como se vê, o telespectador que não acompanha o noticiário pode se sentir perdido vendo alguns quadros do humorístico das noites de sábado. Em sua segunda temporada, o "Zorra" segue forte na troça do que acontece no dia a dia do brasileiro. Ao lado do "Tá No Ar", que no início de abril encerrou sua terceira temporada, a atração ajudou o humor feito na Globo a voltar a ser relevante, assim como fizeram no passado a "TV Pirata" e o "Casseta & Planeta". E a ter vídeos viralizados. O clipe "Chico Buarque de Orlando", com Marcelo Adnet interpretando um Chico Buarque "coxinha", teve mais de 2,3 milhões de visualizações apenas na página do "Tá no Ar" no Facebook. A mudança na, digamos, linha editorial humorística da emissora, coube principalmente à dupla Mauricio Farias e Marcius Melhem, criadores do "Zorra" e do "Tá No Ar" –neste último, com a companhia de Adnet. Farias, diretor de núcleo na emissora, é responsável por sucessos como "A Grande Família" e "Tapas e Beijos". Melhem, jornalista de formação, entrou na Globo como ator, participou de novelas e séries, fez "Os Caras de Pau" e foi redator do antigo "Zorra Total". Há dois anos, começaram a se reunir para pensar projetos e a fazer uma reflexão sobre o que estavam produzindo ali. "Havia a sensação de que a Globo, de alguma maneira, criou um mundo para ela. Não só na dramaturgia, mas também no humor. E era limitado, não só por questões comerciais, mas de diversas ordens", diz Farias à Folha. Nessas reuniões, segundo o diretor, eles chegaram à conclusão de que "existia um certo bom comportamento" nos programas da casa que não "batia" com a realidade. "Parecia que a gente estava num mundo de fantasia. O mundo hoje é muito mais caótico, desajustado e poluído de informações." Ali, Farias conta, houve um entendimento de que "estávamos nos desconectando do público, hoje com acesso a tudo, a toda informação". LÍNGUA DO PÚBLICO Para Melhem, era preciso se "reconectar, repactuar com a sociedade". Assim surgiu primeiro o "Tá No Ar", que brinca com a programação televisiva –e com a própria Globo–, e o novo "Zorra". "Quando falamos em 'repactuar' é no sentido de usar coisas que batem na sociedade todo dia. As pessoas não podem ligar a televisão e ver um mundo de fantasia que não tem nada a ver com a vida delas", fala Melhem. "Decidimos, tanto no 'Tá No Ar' quanto no 'Zorra', focar a vida das pessoas, o conteúdo, as situações." Se no antigo "Zorra Total" a atenção estava voltada para os personagens e seus bordões, agora é o inverso. "São os temas que geram os personagens", diz Farias. Essa ligação real com o telespectador fez a média nacional de audiência do "Zorra" aumentar três pontos no Ibope desde sua estreia, em 2015. Passou de 18 para 21 pontos (cada ponto equivale a 684,2 mil espectadores). Farias e Melhem dizem que nunca sofreram censura da emissora por nenhuma piada. "A maior censura sempre vem de dentro, da gente", fala Melhem. O jornalista conta que se surpreende quando perguntam como conseguem fazer esses programas na TV Globo. "Eles não estão à parte da programação, foram pensados estrategicamente pela emissora." Se os humorísticos criados pela dupla falam da vida das pessoas, a política não poderia ficar de fora, principalmente em uma época de crise e ânimos tão exaltados. "É um momento complicado na vida nacional. Só que humor é chumbo livre. Batemos em todos os lados." Mas, bem mais do que na política, a pancada que eles buscam sempre dar nos programas é na intolerância. Fazer piada com alguém porque ele é alguma coisa não é a linha de humor que buscam, segundo Farias. "A gente não se alinha com humor sexista, racista, que ataca", fala o diretor. "O humor é sempre do contra. Mas existem pontos de vista de olhar a piada. Dá para fazer rir sacaneando o homofóbico, e não o gay", diz Melhem. "A sociedade avançou em muitas inclusões e acho covarde bater no oprimido." * RAIO-X - MAURICIO FARIAS Nascimento: 25.dez.1960, no Rio; é filho do cineasta Roberto Farias Formação: Estudou desenho industrial na UFRJ, mas não concluiu Carreira: Dirigiu "As Noivas de Copacabana", "Quatro por Quatro", "Hilda Furacão", "A Grande Família", "Tapas e Beijos", "Encontro com Fátima", entre outros RAIO-X - MARCIUS MELHEM Nascimento: 8.fev.1972, em Nilópolis (RJ) Formação: Cursou jornalismo na PUC-RJ Carreira: Foi diretor da Agência Leia de Notícias; fez as novelas "Caminho das Índias" e "Mulheres Apaixonadas" e viveu Seu Boneco no remake da "Escolinha do Professor Raimundo"; escreveu e atuou em "Os Caras de Pau" e "S.O.S Emergência"
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Criadores do 'Tá no Ar' e 'Zorra' fazem humor da Globo voltar à relevânciaUm deputado se aproxima do púlpito. Em vez de declarar seu voto, levanta a placa: "Vendo Monza 85". Outro chama o filho para cantar no local de votação. O esquete "Congresso", que foi ao ar neste sábado (30), no "Zorra" (Globo), é o segundo do programa a tirar sarro da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. Na semana anterior teve a "Câmara dos Deuses", com Deus zangado ao saber que políticos tinham usado seu nome "em vão". Também foram ao ar esquetes sobre o vírus zika (em um, os noivos se casam vestindo telas antimosquito). Como se vê, o telespectador que não acompanha o noticiário pode se sentir perdido vendo alguns quadros do humorístico das noites de sábado. Em sua segunda temporada, o "Zorra" segue forte na troça do que acontece no dia a dia do brasileiro. Ao lado do "Tá No Ar", que no início de abril encerrou sua terceira temporada, a atração ajudou o humor feito na Globo a voltar a ser relevante, assim como fizeram no passado a "TV Pirata" e o "Casseta & Planeta". E a ter vídeos viralizados. O clipe "Chico Buarque de Orlando", com Marcelo Adnet interpretando um Chico Buarque "coxinha", teve mais de 2,3 milhões de visualizações apenas na página do "Tá no Ar" no Facebook. A mudança na, digamos, linha editorial humorística da emissora, coube principalmente à dupla Mauricio Farias e Marcius Melhem, criadores do "Zorra" e do "Tá No Ar" –neste último, com a companhia de Adnet. Farias, diretor de núcleo na emissora, é responsável por sucessos como "A Grande Família" e "Tapas e Beijos". Melhem, jornalista de formação, entrou na Globo como ator, participou de novelas e séries, fez "Os Caras de Pau" e foi redator do antigo "Zorra Total". Há dois anos, começaram a se reunir para pensar projetos e a fazer uma reflexão sobre o que estavam produzindo ali. "Havia a sensação de que a Globo, de alguma maneira, criou um mundo para ela. Não só na dramaturgia, mas também no humor. E era limitado, não só por questões comerciais, mas de diversas ordens", diz Farias à Folha. Nessas reuniões, segundo o diretor, eles chegaram à conclusão de que "existia um certo bom comportamento" nos programas da casa que não "batia" com a realidade. "Parecia que a gente estava num mundo de fantasia. O mundo hoje é muito mais caótico, desajustado e poluído de informações." Ali, Farias conta, houve um entendimento de que "estávamos nos desconectando do público, hoje com acesso a tudo, a toda informação". LÍNGUA DO PÚBLICO Para Melhem, era preciso se "reconectar, repactuar com a sociedade". Assim surgiu primeiro o "Tá No Ar", que brinca com a programação televisiva –e com a própria Globo–, e o novo "Zorra". "Quando falamos em 'repactuar' é no sentido de usar coisas que batem na sociedade todo dia. As pessoas não podem ligar a televisão e ver um mundo de fantasia que não tem nada a ver com a vida delas", fala Melhem. "Decidimos, tanto no 'Tá No Ar' quanto no 'Zorra', focar a vida das pessoas, o conteúdo, as situações." Se no antigo "Zorra Total" a atenção estava voltada para os personagens e seus bordões, agora é o inverso. "São os temas que geram os personagens", diz Farias. Essa ligação real com o telespectador fez a média nacional de audiência do "Zorra" aumentar três pontos no Ibope desde sua estreia, em 2015. Passou de 18 para 21 pontos (cada ponto equivale a 684,2 mil espectadores). Farias e Melhem dizem que nunca sofreram censura da emissora por nenhuma piada. "A maior censura sempre vem de dentro, da gente", fala Melhem. O jornalista conta que se surpreende quando perguntam como conseguem fazer esses programas na TV Globo. "Eles não estão à parte da programação, foram pensados estrategicamente pela emissora." Se os humorísticos criados pela dupla falam da vida das pessoas, a política não poderia ficar de fora, principalmente em uma época de crise e ânimos tão exaltados. "É um momento complicado na vida nacional. Só que humor é chumbo livre. Batemos em todos os lados." Mas, bem mais do que na política, a pancada que eles buscam sempre dar nos programas é na intolerância. Fazer piada com alguém porque ele é alguma coisa não é a linha de humor que buscam, segundo Farias. "A gente não se alinha com humor sexista, racista, que ataca", fala o diretor. "O humor é sempre do contra. Mas existem pontos de vista de olhar a piada. Dá para fazer rir sacaneando o homofóbico, e não o gay", diz Melhem. "A sociedade avançou em muitas inclusões e acho covarde bater no oprimido." * RAIO-X - MAURICIO FARIAS Nascimento: 25.dez.1960, no Rio; é filho do cineasta Roberto Farias Formação: Estudou desenho industrial na UFRJ, mas não concluiu Carreira: Dirigiu "As Noivas de Copacabana", "Quatro por Quatro", "Hilda Furacão", "A Grande Família", "Tapas e Beijos", "Encontro com Fátima", entre outros RAIO-X - MARCIUS MELHEM Nascimento: 8.fev.1972, em Nilópolis (RJ) Formação: Cursou jornalismo na PUC-RJ Carreira: Foi diretor da Agência Leia de Notícias; fez as novelas "Caminho das Índias" e "Mulheres Apaixonadas" e viveu Seu Boneco no remake da "Escolinha do Professor Raimundo"; escreveu e atuou em "Os Caras de Pau" e "S.O.S Emergência"
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Criança deve comer no máximo 25g de açúcar por dia, diz associação dos EUA
A Associação Americana do Coração (American Heart Association) recomendou nesta segunda-feira (22) que bebês e crianças com menos de dois anos não devem comer nenhum alimento com adição de açúcar, e as crianças maiores devem ingerir uma quantidade equivalente a, no máximo, cem calorias por dia. Isso significaria nada de bolos, biscoitos ou sorvete para as crianças até seu segundo aniversário, e menos de seis colheres de chá –cerca de 25 gramas por dia de açúcar adicionado para aqueles com idade entre 2 e 18 anos. O limite mais restrito de consumo de açúcar durante a infância ocorre depois de a associação identificar que as crianças americanas comem três vezes mais açúcares adicionados do que deveriam. De acordo com as orientações publicadas na revista "Circulation", a maioria das crianças comem cerca de um terço do açúcar que consomem atualmente, muitas vezes na forma de refrigerantes e cereais adoçados. As crianças e os adolescentes americanos comem, em média, 19 colheres de chá de açúcar adicionado por dia, segundo o relatório da associação, que cita a pesquisa publicada na revista americana. As diretrizes foram escritas por um painel de especialistas após uma revisão abrangente de pesquisas científicas sobre os efeitos de açúcares adicionados na saúde das crianças. "Comer alimentos ricos em açúcares adicionados durante a infância está associado ao desenvolvimento de fatores de risco para doenças cardíacas, como um aumento do risco de obesidade e pressão arterial elevada em crianças e adultos jovens", disse o estudo. As novas diretrizes pretendem oferecer uma recomendação mais simples do que a declaração anterior da Associação Americana do Coração, em 2009, que pediu limites diferentes de acordo com as faixas etárias. "Tem havido uma falta de clareza e consenso sobre a quantidade de açúcar adicionado que é considerada segura para as crianças, por isso os açúcares continuam sendo um ingrediente comumente adicionado a alimentos e bebidas, e o consumo geral por crianças permanece elevado" disse a autora Miriam Vos, professora de pediatria na Escola de Medicina da Universidade Emory, em Atlanta, Geórgia. "A criança americana típica consome cerca do triplo da quantidade recomendada de açúcares adicionados", acrescentou. Os primeiros anos de idade são particularmente importantes porque é quando as crianças desenvolvem as suas preferências de sabor, e elas podem vir a optar por alimentos mais saudáveis se não forem expostas a doces durante essa fase, segundo o relatório. Os açúcares adicionados podem ser incorporados durante o processamento do alimento ou em casa, na forma de mel ou colheres de açúcar. A partir de julho de 2018, a quantidade de açúcares adicionados em produtos industrializados deverá ser discriminada nos rótulos dos alimentos nos Estados Unidos. "Até lá, a melhor maneira de evitar a adição de açúcares na dieta do seu filho é servir principalmente alimentos de alto valor nutricional, como frutas, legumes, cereais integrais, produtos lácteos com baixo teor de gordura, carnes magras, aves e peixes, e limitar os alimentos com baixo valor nutricional", disse Vos. As crianças não deveriam ingerir mais do que 237 mililitros de bebidas açucaradas por semana, acrescentou. A associação não fez nenhuma recomendação sobre adoçantes de baixa (ou nenhuma) caloria, como aspartame, sacarina e sucralose, nas dietas de crianças, devido à falta de pesquisas sobre seus benefícios e perigos potenciais.
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Criança deve comer no máximo 25g de açúcar por dia, diz associação dos EUAA Associação Americana do Coração (American Heart Association) recomendou nesta segunda-feira (22) que bebês e crianças com menos de dois anos não devem comer nenhum alimento com adição de açúcar, e as crianças maiores devem ingerir uma quantidade equivalente a, no máximo, cem calorias por dia. Isso significaria nada de bolos, biscoitos ou sorvete para as crianças até seu segundo aniversário, e menos de seis colheres de chá –cerca de 25 gramas por dia de açúcar adicionado para aqueles com idade entre 2 e 18 anos. O limite mais restrito de consumo de açúcar durante a infância ocorre depois de a associação identificar que as crianças americanas comem três vezes mais açúcares adicionados do que deveriam. De acordo com as orientações publicadas na revista "Circulation", a maioria das crianças comem cerca de um terço do açúcar que consomem atualmente, muitas vezes na forma de refrigerantes e cereais adoçados. As crianças e os adolescentes americanos comem, em média, 19 colheres de chá de açúcar adicionado por dia, segundo o relatório da associação, que cita a pesquisa publicada na revista americana. As diretrizes foram escritas por um painel de especialistas após uma revisão abrangente de pesquisas científicas sobre os efeitos de açúcares adicionados na saúde das crianças. "Comer alimentos ricos em açúcares adicionados durante a infância está associado ao desenvolvimento de fatores de risco para doenças cardíacas, como um aumento do risco de obesidade e pressão arterial elevada em crianças e adultos jovens", disse o estudo. As novas diretrizes pretendem oferecer uma recomendação mais simples do que a declaração anterior da Associação Americana do Coração, em 2009, que pediu limites diferentes de acordo com as faixas etárias. "Tem havido uma falta de clareza e consenso sobre a quantidade de açúcar adicionado que é considerada segura para as crianças, por isso os açúcares continuam sendo um ingrediente comumente adicionado a alimentos e bebidas, e o consumo geral por crianças permanece elevado" disse a autora Miriam Vos, professora de pediatria na Escola de Medicina da Universidade Emory, em Atlanta, Geórgia. "A criança americana típica consome cerca do triplo da quantidade recomendada de açúcares adicionados", acrescentou. Os primeiros anos de idade são particularmente importantes porque é quando as crianças desenvolvem as suas preferências de sabor, e elas podem vir a optar por alimentos mais saudáveis se não forem expostas a doces durante essa fase, segundo o relatório. Os açúcares adicionados podem ser incorporados durante o processamento do alimento ou em casa, na forma de mel ou colheres de açúcar. A partir de julho de 2018, a quantidade de açúcares adicionados em produtos industrializados deverá ser discriminada nos rótulos dos alimentos nos Estados Unidos. "Até lá, a melhor maneira de evitar a adição de açúcares na dieta do seu filho é servir principalmente alimentos de alto valor nutricional, como frutas, legumes, cereais integrais, produtos lácteos com baixo teor de gordura, carnes magras, aves e peixes, e limitar os alimentos com baixo valor nutricional", disse Vos. As crianças não deveriam ingerir mais do que 237 mililitros de bebidas açucaradas por semana, acrescentou. A associação não fez nenhuma recomendação sobre adoçantes de baixa (ou nenhuma) caloria, como aspartame, sacarina e sucralose, nas dietas de crianças, devido à falta de pesquisas sobre seus benefícios e perigos potenciais.
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Governo Alckmin publica decreto que revoga reorganização escolar
O governo Alckmin publicou, neste sábado (5), no Diário Oficial de São Paulo, o decreto nº 61.962, que revoga um outro que permitia a reorganização escolar no Estado de São Paulo. "Decreto nº 61.692, de 4 de dezembro de 2015: Revoga o Decreto nº 61.672, de 30 de novembro de 2015. Geraldo Alckmin, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais, Decreta: Artigo 1º - Fica revogado o Decreto nº 61.672, de 30 de novembro de 2015, que disciplina a transferência dos integrantes dos Quadros de Pessoal da Secretaria da Educação. Artigo 2º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação." Na tarde de ontem, Alckmin anunciou o adiamento da reorganização escolar após uma semana de enfrentamento de estudantes e policiais nas ruas da capital. Como forma de protesto, os alunos ocupam pelo menos 200 escolas ocupadas e fecharam as principais vias da capital. "Alunos continuam nas escolas em que já estudam. Os debates serão feitos em 2016", disse. "Eu escutei e respeito a mensagem dos estudantes e seus familiares, com suas dúvidas e preocupações em relação à reorganização das escolas aqui no nosso Estado. Por isso, nós decidimos adiar a reorganização e rediscuti-la escola por escola com a comunidade, com estudantes e, em especial, com os pais dos alunos", acrescentou. Anunciada no final de setembro, as medidas propunham escolas de ciclo único e encontraram forte resistência de professores e alunos. Na tarde de quinta (3), o Ministério Público e a Defensoria Pública de São Paulo entraram com uma ação civil pública que pedia que a reorganização das escolas estaduais fosse interrompida e que a Secretaria de Educação organizasse uma agenda de discussões com a sociedade sobre as mudanças. Na manhã de sexta (4), estudantes fecharam o cruzamento das avenidas Faria Lima com Rebouças e também da avenida Paulista com rua Consolação. Em ambos os protestos, a PM jogou bombas de efeito moral para desbloquear as vias. Uma pesquisa do Datafolha apontou a queda de popularidade do governador de São Paulo, com os piores resultados de sua gestão. Apenas 28% aprovam seu mandato (contra 69%, em seu melhor momento). Por outro lado, 30% dos paulistas classificam seu governo como ruim ou péssimo. O vice-governador, Márcio França (PSB), se declarou a favor de suspender a reorganização também. Avaliação do governo Alckmin - Em % REORGANIZAÇÃO A medida previa o fechamento de 92 escolas e reorganizava as restantes por ciclo único. Desse modo, estudantes do ensino fundamental ficam em unidades diferentes do ensino médio. Na última terça, o governo do Estado de São Paulo publicou um decreto que permitia a transferência de servidores entre as unidades da reorganização – esse foi o primeiro passo legal para a implantação do programa. Desde o anúncio da reorganização, alunos, pais e professores têm realizado protestos em vários pontos do Estado. Eles argumentam que o objetivo da reestruturação é cortar gastos e temem a superlotação das salas de aulas, além de alegarem a ausência de diálogo durante o processo. raio-x da rede estadual -
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Governo Alckmin publica decreto que revoga reorganização escolarO governo Alckmin publicou, neste sábado (5), no Diário Oficial de São Paulo, o decreto nº 61.962, que revoga um outro que permitia a reorganização escolar no Estado de São Paulo. "Decreto nº 61.692, de 4 de dezembro de 2015: Revoga o Decreto nº 61.672, de 30 de novembro de 2015. Geraldo Alckmin, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais, Decreta: Artigo 1º - Fica revogado o Decreto nº 61.672, de 30 de novembro de 2015, que disciplina a transferência dos integrantes dos Quadros de Pessoal da Secretaria da Educação. Artigo 2º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação." Na tarde de ontem, Alckmin anunciou o adiamento da reorganização escolar após uma semana de enfrentamento de estudantes e policiais nas ruas da capital. Como forma de protesto, os alunos ocupam pelo menos 200 escolas ocupadas e fecharam as principais vias da capital. "Alunos continuam nas escolas em que já estudam. Os debates serão feitos em 2016", disse. "Eu escutei e respeito a mensagem dos estudantes e seus familiares, com suas dúvidas e preocupações em relação à reorganização das escolas aqui no nosso Estado. Por isso, nós decidimos adiar a reorganização e rediscuti-la escola por escola com a comunidade, com estudantes e, em especial, com os pais dos alunos", acrescentou. Anunciada no final de setembro, as medidas propunham escolas de ciclo único e encontraram forte resistência de professores e alunos. Na tarde de quinta (3), o Ministério Público e a Defensoria Pública de São Paulo entraram com uma ação civil pública que pedia que a reorganização das escolas estaduais fosse interrompida e que a Secretaria de Educação organizasse uma agenda de discussões com a sociedade sobre as mudanças. Na manhã de sexta (4), estudantes fecharam o cruzamento das avenidas Faria Lima com Rebouças e também da avenida Paulista com rua Consolação. Em ambos os protestos, a PM jogou bombas de efeito moral para desbloquear as vias. Uma pesquisa do Datafolha apontou a queda de popularidade do governador de São Paulo, com os piores resultados de sua gestão. Apenas 28% aprovam seu mandato (contra 69%, em seu melhor momento). Por outro lado, 30% dos paulistas classificam seu governo como ruim ou péssimo. O vice-governador, Márcio França (PSB), se declarou a favor de suspender a reorganização também. Avaliação do governo Alckmin - Em % REORGANIZAÇÃO A medida previa o fechamento de 92 escolas e reorganizava as restantes por ciclo único. Desse modo, estudantes do ensino fundamental ficam em unidades diferentes do ensino médio. Na última terça, o governo do Estado de São Paulo publicou um decreto que permitia a transferência de servidores entre as unidades da reorganização – esse foi o primeiro passo legal para a implantação do programa. Desde o anúncio da reorganização, alunos, pais e professores têm realizado protestos em vários pontos do Estado. Eles argumentam que o objetivo da reestruturação é cortar gastos e temem a superlotação das salas de aulas, além de alegarem a ausência de diálogo durante o processo. raio-x da rede estadual -
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Governo de SP contesta reportagem sobre trens do Metrô encostados
A reportagem Metrô encosta cinco trens para servirem de 'estoque' de peças causa estranheza. É incompreensível que o jornal a tenha publicado sobre bases tão frágeis, sustentadas por fontes sindicais interessadas nas negociações salariais da categoria. O jornal despreza que cinco trens retirados da operação não causam qualquer reflexo aos usuários, pois fazem parte da reserva técnica do Metrô. Até o fim de 2016, todos deverão estar operando. Quanto ao repasse da gratuidade concedida, não há nenhum vínculo com a operação, conforme explicado à reportagem pelo governo do Estado. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Governo de SP contesta reportagem sobre trens do Metrô encostadosA reportagem Metrô encosta cinco trens para servirem de 'estoque' de peças causa estranheza. É incompreensível que o jornal a tenha publicado sobre bases tão frágeis, sustentadas por fontes sindicais interessadas nas negociações salariais da categoria. O jornal despreza que cinco trens retirados da operação não causam qualquer reflexo aos usuários, pois fazem parte da reserva técnica do Metrô. Até o fim de 2016, todos deverão estar operando. Quanto ao repasse da gratuidade concedida, não há nenhum vínculo com a operação, conforme explicado à reportagem pelo governo do Estado. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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