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Índia condena motorista do Uber que estuprou cliente
Uma corte indiana considerou culpado nesta terça (20) um ex-motorista do Uber que estuprou uma passageira em Déli em dezembro de 2014, disse um advogado envolvido no caso. O caso, no qual a mulher alegou também ter sido espancada após embarcar no carro do agressor, Shiv Kumar Yadav, causou comoção no país e deflagrou mais uma discussão sobre a segurança das mulheres no país. Acidade, que tem o status de território nacional, baniu o Uber após o incidente, afirmando que a companhia, cuja sede fica na Califórnia, não checou adequadamente os antecedentes de seus motoristas. Depois que o caso ganhou notoriedade, diversas queixas de violência sexual surgiram contra Yadav, embora não houvesse nenhuma queixa registrada. A corte considerou Yadav culpado de estupro, sequestro e intimidação. A sentença deve ser anunciada na sexta-feira (23) —o motorista pode ser condenado à prisão perpétua. A defesa anunciou que pretende recorrer. A passageira também chegou a processar o Uber em uma corte federal dos EUA, em janeiro, mas retirou sua queixa posteriormente. O Uber manifestou apreço pela decisão. "Violência sexual é um crime terrível e estamos satisfeitos que tenha sido feita justiça", disse o presidente do Uber na Índia, Amit Jain, em nota. "Segurança é uma prioridade para o Uber e nós tivemos muitos avanços como resultado das lições que aprendemos deste caso terrível. O Uber e seu concorrente local, Ola, solicitaram licenças de táxi para continuarem a operar em Déli, mas esta não foi dada pelas autoridades. Na última semana, porém, o governo indiano publicou novas diretrizes para a implantação de serviços de carros particulares baseados em aplicativos. VIOLÊNCIA HISTÓRICA Não é a primeira vez que um caso de estupro na Índia gera repercussão internacional. Em dezembro de 2012, também em Déli, a estudante de fisioterapia Jyoti "Nirbhaya" Singh voltava de ônibus com um amigo após ter ido ao cinema quando foi espancada e estuprada por seis homens. Ela morreu em decorrência dos ferimentos. Diversos outros casos de estupro e violência contra mulheres vieram à tona no país desde então. Como resultado do caso de Jyoti Singh, diversas cortes especiais foram criadas para julgar mais rapidamente casos semelhantes na Índia —incluindo o que condenou o motorista. A Índia registrou 36,735 casos de estupro em 2014, mas especialistas dizem que esta é apenas a ponta do iceberg, já que a maioria dos casos não chega a ser reportada. O Judiciário também é criticado por não julgar com rapidez e eficiência a maioria dos processos.
mundo
Índia condena motorista do Uber que estuprou clienteUma corte indiana considerou culpado nesta terça (20) um ex-motorista do Uber que estuprou uma passageira em Déli em dezembro de 2014, disse um advogado envolvido no caso. O caso, no qual a mulher alegou também ter sido espancada após embarcar no carro do agressor, Shiv Kumar Yadav, causou comoção no país e deflagrou mais uma discussão sobre a segurança das mulheres no país. Acidade, que tem o status de território nacional, baniu o Uber após o incidente, afirmando que a companhia, cuja sede fica na Califórnia, não checou adequadamente os antecedentes de seus motoristas. Depois que o caso ganhou notoriedade, diversas queixas de violência sexual surgiram contra Yadav, embora não houvesse nenhuma queixa registrada. A corte considerou Yadav culpado de estupro, sequestro e intimidação. A sentença deve ser anunciada na sexta-feira (23) —o motorista pode ser condenado à prisão perpétua. A defesa anunciou que pretende recorrer. A passageira também chegou a processar o Uber em uma corte federal dos EUA, em janeiro, mas retirou sua queixa posteriormente. O Uber manifestou apreço pela decisão. "Violência sexual é um crime terrível e estamos satisfeitos que tenha sido feita justiça", disse o presidente do Uber na Índia, Amit Jain, em nota. "Segurança é uma prioridade para o Uber e nós tivemos muitos avanços como resultado das lições que aprendemos deste caso terrível. O Uber e seu concorrente local, Ola, solicitaram licenças de táxi para continuarem a operar em Déli, mas esta não foi dada pelas autoridades. Na última semana, porém, o governo indiano publicou novas diretrizes para a implantação de serviços de carros particulares baseados em aplicativos. VIOLÊNCIA HISTÓRICA Não é a primeira vez que um caso de estupro na Índia gera repercussão internacional. Em dezembro de 2012, também em Déli, a estudante de fisioterapia Jyoti "Nirbhaya" Singh voltava de ônibus com um amigo após ter ido ao cinema quando foi espancada e estuprada por seis homens. Ela morreu em decorrência dos ferimentos. Diversos outros casos de estupro e violência contra mulheres vieram à tona no país desde então. Como resultado do caso de Jyoti Singh, diversas cortes especiais foram criadas para julgar mais rapidamente casos semelhantes na Índia —incluindo o que condenou o motorista. A Índia registrou 36,735 casos de estupro em 2014, mas especialistas dizem que esta é apenas a ponta do iceberg, já que a maioria dos casos não chega a ser reportada. O Judiciário também é criticado por não julgar com rapidez e eficiência a maioria dos processos.
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Federal Government to Use Public Security Forces Inside Stadiums at Rio Olympics
LUCAS VETTORAZZO FROM RIO DE JANEIRO Ricardo Leyser, executive secretary of the Ministry of Sport, said on Monday (23) that the Federal Government will use police and soldiers for security purposes inside the stadiums at the Rio 2016 Olympics. Originally, the idea had been that the government would repeat the model used at the World Cup, in which the police and military worked outside the stadiums, while stewards were responsible for security inside. According to Leyser, the idea to use police officers and soldiers inside the stadiums was decided last week, with the aim of reducing costs. Active police and military agents will be used, as well as those in reserve. They will be paid with bonuses and overtime where necessary. The Federal Government will now study how best to implement this model. Leyser argued that the presence of uniformed and armed men inside the stadiums creates a bad impression for the public. He said that the plan under consideration is similar to that used during the Pan American Games in 2007, when men from the National Public Security Force used standard civilian uniforms, with few guns on show. "The idea for Rio 2016 was to have private security, but the government is going to assess whether it can be done with the security forces, the armed forces; in other words, with the public machinery operating", said Leyser, following the first meeting between the Brazilian authorities and the International Olympic Committee (IOC) in Rio. Translated by TOM GATEHOUSE Read the article in the original language +Latest news in English *Brazil's Nuclear Power Plant Angra 1 Is Shut Down After Failure *Folha Honors "Charlie Hebdo" *"A Lawyer Is Not a Gang Member", Says Brazil's Justice Minister
esporte
Federal Government to Use Public Security Forces Inside Stadiums at Rio Olympics LUCAS VETTORAZZO FROM RIO DE JANEIRO Ricardo Leyser, executive secretary of the Ministry of Sport, said on Monday (23) that the Federal Government will use police and soldiers for security purposes inside the stadiums at the Rio 2016 Olympics. Originally, the idea had been that the government would repeat the model used at the World Cup, in which the police and military worked outside the stadiums, while stewards were responsible for security inside. According to Leyser, the idea to use police officers and soldiers inside the stadiums was decided last week, with the aim of reducing costs. Active police and military agents will be used, as well as those in reserve. They will be paid with bonuses and overtime where necessary. The Federal Government will now study how best to implement this model. Leyser argued that the presence of uniformed and armed men inside the stadiums creates a bad impression for the public. He said that the plan under consideration is similar to that used during the Pan American Games in 2007, when men from the National Public Security Force used standard civilian uniforms, with few guns on show. "The idea for Rio 2016 was to have private security, but the government is going to assess whether it can be done with the security forces, the armed forces; in other words, with the public machinery operating", said Leyser, following the first meeting between the Brazilian authorities and the International Olympic Committee (IOC) in Rio. Translated by TOM GATEHOUSE Read the article in the original language +Latest news in English *Brazil's Nuclear Power Plant Angra 1 Is Shut Down After Failure *Folha Honors "Charlie Hebdo" *"A Lawyer Is Not a Gang Member", Says Brazil's Justice Minister
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Mortes: Dedicado, fez do artesanato paixão e profissão
João Gomes Dias Filho era um homem em busca da perfeição através dos trabalhos manuais. Começou acompanhando o pai na alfaiataria, com apenas oito anos, e continuou, já aos 90, na loja de peças artesanais da família. A primeira loja foi aberta pelo pai, ainda na década de 1920, no centro de São Paulo, com os ternos feitos sob medida disputando a atenção com pedras e peças brasileiras. Com o tempo, o artesanato acabou vitorioso na disputa e virou a especialidade da família. "Chegavam a formar fila", conta a filha, Claudia. Mais novo, João arriscava nos trabalhos com asas de borboletas e no manuseio de pedras brasileiras, especialidades dos irmãos. Mas também acabou responsável pela administração dos negócios. Era o contato com os artistas e com os clientes. Na década de 1970, abriu a segunda loja, na região dos Jardins, mantida até hoje. "Ele nunca tirou férias na vida", lembra a mulher, Célia, com quem ficou casado por 62 anos, dividindo os esforços no negócio da família. "Eu tinha só 14 anos quando a gente se conheceu. Nossas casas eram próximas, e ele ficava me olhando sempre que passava", lembra ela. Apesar da dedicação ao trabalho, sempre encontrava tempo para as partidas de futebol de várzea. Chegou a jogar com o ex-presidente do São Paulo Juvenal Juvêncio. Morreu no dia 17 de novembro, aos 90, após uma pneumonia. Deixou a mulher, dois filhos e quatro netos. A missa de um mês será às 17h30 de quinta (17), na paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no Sumaré, zona oeste de São Paulo. coluna.obituario@grupofolha.com.br - VEJA AS MORTES E MISSAS DESTA SEGUNDA-FEIRA Boris Munimis - Aos 94, casado com Paulina Munimis. Deixa os filhos Sergio, Roberto e Sandra, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. Louna Zaccai Saadia - Aos 83. Deixa os filhos Richard, Jeanine e Max, e netos. Cemitério Israelita do Embu. Juvêncio de Souza Braga - Aos 95, casado com Laudelina Rosa da Conceição Braga. Deixa. Cemitério Municipal de Bebedouro, SP. Rosa Ferreira de Morais - Aos 102. Cerimônia amanhã (15/12), às 16h, na igreja Matriz de Crateús, CE, e às 17h, no Cemitério Municipal de Crateús, CE. 7º DIA Decio Teixeira Noronha - Hoje (14/12), às 11h, na igreja N. S. do Perpétuo Socorro, r. Honório Líbero, 100, Jd. Paulistano. Enio Avilla Mandacaru - Amanhã (15/12), às 19h, na igreja N. S. do Perpétuo Socorro, r. Honório Líbero, 100, Jd. Paulistano. EM MEMÓRIA Aziz J. Werdine - Amanhã (15/12), às 17h30, na igreja N. S. do Carmo da Aclimação, r. Braz Cubas, 163, Aclimação.
cotidiano
Mortes: Dedicado, fez do artesanato paixão e profissãoJoão Gomes Dias Filho era um homem em busca da perfeição através dos trabalhos manuais. Começou acompanhando o pai na alfaiataria, com apenas oito anos, e continuou, já aos 90, na loja de peças artesanais da família. A primeira loja foi aberta pelo pai, ainda na década de 1920, no centro de São Paulo, com os ternos feitos sob medida disputando a atenção com pedras e peças brasileiras. Com o tempo, o artesanato acabou vitorioso na disputa e virou a especialidade da família. "Chegavam a formar fila", conta a filha, Claudia. Mais novo, João arriscava nos trabalhos com asas de borboletas e no manuseio de pedras brasileiras, especialidades dos irmãos. Mas também acabou responsável pela administração dos negócios. Era o contato com os artistas e com os clientes. Na década de 1970, abriu a segunda loja, na região dos Jardins, mantida até hoje. "Ele nunca tirou férias na vida", lembra a mulher, Célia, com quem ficou casado por 62 anos, dividindo os esforços no negócio da família. "Eu tinha só 14 anos quando a gente se conheceu. Nossas casas eram próximas, e ele ficava me olhando sempre que passava", lembra ela. Apesar da dedicação ao trabalho, sempre encontrava tempo para as partidas de futebol de várzea. Chegou a jogar com o ex-presidente do São Paulo Juvenal Juvêncio. Morreu no dia 17 de novembro, aos 90, após uma pneumonia. Deixou a mulher, dois filhos e quatro netos. A missa de um mês será às 17h30 de quinta (17), na paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no Sumaré, zona oeste de São Paulo. coluna.obituario@grupofolha.com.br - VEJA AS MORTES E MISSAS DESTA SEGUNDA-FEIRA Boris Munimis - Aos 94, casado com Paulina Munimis. Deixa os filhos Sergio, Roberto e Sandra, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. Louna Zaccai Saadia - Aos 83. Deixa os filhos Richard, Jeanine e Max, e netos. Cemitério Israelita do Embu. Juvêncio de Souza Braga - Aos 95, casado com Laudelina Rosa da Conceição Braga. Deixa. Cemitério Municipal de Bebedouro, SP. Rosa Ferreira de Morais - Aos 102. Cerimônia amanhã (15/12), às 16h, na igreja Matriz de Crateús, CE, e às 17h, no Cemitério Municipal de Crateús, CE. 7º DIA Decio Teixeira Noronha - Hoje (14/12), às 11h, na igreja N. S. do Perpétuo Socorro, r. Honório Líbero, 100, Jd. Paulistano. Enio Avilla Mandacaru - Amanhã (15/12), às 19h, na igreja N. S. do Perpétuo Socorro, r. Honório Líbero, 100, Jd. Paulistano. EM MEMÓRIA Aziz J. Werdine - Amanhã (15/12), às 17h30, na igreja N. S. do Carmo da Aclimação, r. Braz Cubas, 163, Aclimação.
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Aldo Rebelo evita polêmica durante cerimônia de posse como ministro
O novo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, tentou evitar novas declarações polêmicas sobre "tecnológica poupadora de mão-de-obra" e aquecimento global durante sua posse nesta sexta-feira (2), em Brasília. Ex-ministro do Esporte, Rebelo é conhecido por ter defendido posições contrárias aos interesses da comunidade científica enquanto deputado federal. Em 1994, por exemplo, ele apresentou projeto de lei para proibir a "adoção, pelos órgãos públicos, de inovação tecnológica poupadora de mão de obra". Para minimizar o problema, já que está agora diante da responsabilidade de criar políticas para apoiar a pesquisa e a inovação nas universidades e na indústria, o ministro diz que apenas um projeto de sua autoria foi aprovado nesse sentido. "Apresentei um projeto que proibia a implantação de bombas automáticas nos postos de gasolina, porque isso não ia ampliar nem a segurança nem o bem estar, em um período de elevado desemprego no Brasil. Contei com apoio do governo Fernando Henrique", disse. "A visão era essa: você não incorpora a tecnologia se ela não é de interesse público", completou. Questionado se ainda acredita nesta visão, o ministro desviou: "não é uma posição brasileira. É uma posição adotada por muitos países. Muitos não adotam no espaço público equipamentos que desempreguem, a não ser que haja interesse público nesse aspecto". AMBIENTE Rebelo também já criticou no passado as políticas de prevenção ao aquecimento global. O ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação é responsável pelos relatórios que o Brasil deve apresentar ao Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC), que monitora a evolução do problema no planeta. "Não tenho nenhuma posição polêmica em relação ao aquecimento global. A polêmica existe independentemente da minha opinião. Eu acompanho o debate, como é meu dever de homem público", afirmou. CORTES Para tentar amenizar os efeitos do corte de orçamento sobre a pasta, Rebelo disse que "irá lutar" para recompor investimentos, principalmente com relação ao FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Isso seria feito ao viabilizar "novas fontes de arrecadação que compensem e suplantem as perdas na composição do fundo". O ministro não informou qual é o valor que será arrecadado por meio das "novas fontes" e nem exemplificou os caminhos que serão buscados para isso. Aldo Rebelo substituindo Clelio Campolina Diniz, engenheiro mecânico, ex-reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, que estava no cargo desde março de 2014.
ciencia
Aldo Rebelo evita polêmica durante cerimônia de posse como ministroO novo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, tentou evitar novas declarações polêmicas sobre "tecnológica poupadora de mão-de-obra" e aquecimento global durante sua posse nesta sexta-feira (2), em Brasília. Ex-ministro do Esporte, Rebelo é conhecido por ter defendido posições contrárias aos interesses da comunidade científica enquanto deputado federal. Em 1994, por exemplo, ele apresentou projeto de lei para proibir a "adoção, pelos órgãos públicos, de inovação tecnológica poupadora de mão de obra". Para minimizar o problema, já que está agora diante da responsabilidade de criar políticas para apoiar a pesquisa e a inovação nas universidades e na indústria, o ministro diz que apenas um projeto de sua autoria foi aprovado nesse sentido. "Apresentei um projeto que proibia a implantação de bombas automáticas nos postos de gasolina, porque isso não ia ampliar nem a segurança nem o bem estar, em um período de elevado desemprego no Brasil. Contei com apoio do governo Fernando Henrique", disse. "A visão era essa: você não incorpora a tecnologia se ela não é de interesse público", completou. Questionado se ainda acredita nesta visão, o ministro desviou: "não é uma posição brasileira. É uma posição adotada por muitos países. Muitos não adotam no espaço público equipamentos que desempreguem, a não ser que haja interesse público nesse aspecto". AMBIENTE Rebelo também já criticou no passado as políticas de prevenção ao aquecimento global. O ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação é responsável pelos relatórios que o Brasil deve apresentar ao Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC), que monitora a evolução do problema no planeta. "Não tenho nenhuma posição polêmica em relação ao aquecimento global. A polêmica existe independentemente da minha opinião. Eu acompanho o debate, como é meu dever de homem público", afirmou. CORTES Para tentar amenizar os efeitos do corte de orçamento sobre a pasta, Rebelo disse que "irá lutar" para recompor investimentos, principalmente com relação ao FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Isso seria feito ao viabilizar "novas fontes de arrecadação que compensem e suplantem as perdas na composição do fundo". O ministro não informou qual é o valor que será arrecadado por meio das "novas fontes" e nem exemplificou os caminhos que serão buscados para isso. Aldo Rebelo substituindo Clelio Campolina Diniz, engenheiro mecânico, ex-reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, que estava no cargo desde março de 2014.
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Trump pelo mundo
A primeira incursão do presidente dos EUA, Donald Trump, ao exterior poderia ter sido mais proveitosa, em especial no relacionamento com a União Europeia. O melhor momento da viagem foi seu início, quando Trump encontrou-se com lideranças do Oriente Médio na Arábia Saudita, em Israel e na Palestina. Embora criticado por setores da imprensa americana por ter escolhido uma monarquia retrógrada e ditatorial como seu primeiro destino, o republicano acertou ao pressionar os países árabes a assumirem compromissos mais claros no combate ao terrorismo. Mesmo que a visita aos sauditas tenha sido uma forma de fustigar o Irã, é pertinente a ideia de que governos do mundo muçulmano se empenhem em segregar ideias e práticas radicais, que prosperam à sombra de uma interpretação fundamentalista da religião. Da mesma forma, mostrou-se positiva a tentativa de Trump, já ensaiada antes, de apresentar-se como mediador de um acordo de paz entre israelenses e palestinos. Trata-se, não há dúvida, de proposta a ser observada com cautela e ceticismo, dado o histórico de fracassos nessas conversações. No entanto, para um político que é com frequência considerado um risco à estabilidade internacional, o papel ambicionado de moderador tem uma face auspiciosa. Menos louvável foi a passagem pela Europa. Particularmente infeliz, o encontro do presidente norte-americano com líderes de governos na nova sede da Otan reacendeu as apreensões quanto ao engajamento do governo dos EUA na aliança militar ocidental. Como se sabe, durante a campanha eleitoral, Trump reiteradamente classificou a Otan de "obsoleta" e queixou-se de atrasos nas contribuições financeiras de outros países-membros. Tais declarações foram amenizadas posteriormente, já na Presidência. Agora, contudo, Trump comportou-se de maneira ambígua. Se não voltou a falar em obsolescência, foi inconveniente ao insistir na cobrança das cotas pecuniárias, além de mostrar-se pouco enfático naquilo que os europeus esperavam: a reafirmação do compromisso do "um por todos, todos por um". As relações obscuras do republicano com o governo da Rússia e suas dubiedades em relação à Europa não contribuem para um ambiente de cooperação e entendimento no mundo ocidental. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Trump pelo mundoA primeira incursão do presidente dos EUA, Donald Trump, ao exterior poderia ter sido mais proveitosa, em especial no relacionamento com a União Europeia. O melhor momento da viagem foi seu início, quando Trump encontrou-se com lideranças do Oriente Médio na Arábia Saudita, em Israel e na Palestina. Embora criticado por setores da imprensa americana por ter escolhido uma monarquia retrógrada e ditatorial como seu primeiro destino, o republicano acertou ao pressionar os países árabes a assumirem compromissos mais claros no combate ao terrorismo. Mesmo que a visita aos sauditas tenha sido uma forma de fustigar o Irã, é pertinente a ideia de que governos do mundo muçulmano se empenhem em segregar ideias e práticas radicais, que prosperam à sombra de uma interpretação fundamentalista da religião. Da mesma forma, mostrou-se positiva a tentativa de Trump, já ensaiada antes, de apresentar-se como mediador de um acordo de paz entre israelenses e palestinos. Trata-se, não há dúvida, de proposta a ser observada com cautela e ceticismo, dado o histórico de fracassos nessas conversações. No entanto, para um político que é com frequência considerado um risco à estabilidade internacional, o papel ambicionado de moderador tem uma face auspiciosa. Menos louvável foi a passagem pela Europa. Particularmente infeliz, o encontro do presidente norte-americano com líderes de governos na nova sede da Otan reacendeu as apreensões quanto ao engajamento do governo dos EUA na aliança militar ocidental. Como se sabe, durante a campanha eleitoral, Trump reiteradamente classificou a Otan de "obsoleta" e queixou-se de atrasos nas contribuições financeiras de outros países-membros. Tais declarações foram amenizadas posteriormente, já na Presidência. Agora, contudo, Trump comportou-se de maneira ambígua. Se não voltou a falar em obsolescência, foi inconveniente ao insistir na cobrança das cotas pecuniárias, além de mostrar-se pouco enfático naquilo que os europeus esperavam: a reafirmação do compromisso do "um por todos, todos por um". As relações obscuras do republicano com o governo da Rússia e suas dubiedades em relação à Europa não contribuem para um ambiente de cooperação e entendimento no mundo ocidental. editoriais@grupofolha.com.br
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Com redução das chances de Sanders, partidários avaliam outros candidatos
Bernie Sanders perdeu a primária de Nova York com desvantagem de dois dígitos. A diferença do seu número de delegados em relação à Hillary cresceu ainda mais depois das cinco primárias que aconteceram nesta terça-feira (27). E a ex-secretária de Estado dos EUA está cada vez mais voltando seus ataques a Donald Trump, confiante de que garantirá em breve a indicação democrata. Apesar disso, os partidários de Sanders continuam a comparecer aos seus eventos, ansiosos por ouvir sua mensagem mas cada vez mais cientes de que as chances políticas de seu candidato estão se reduzindo dia a dia. "Odeio dizer, mas sinto que estou enfiando um saco de papel na cabeça e fazendo figa", disse Jessie Burnett, 39, mãe de três filhos e moradora em Tolland, Connecticut. "Estou dando meu pleno apoio a Sanders até que ele declare que abandonará a disputa", ela disse, classificando como "horríveis" as chances do candidato de obter a indicação democrata. O aumento da frequência de questões quanto a se e quando Sanders poderia admitir sua derrota diante de Hillary – ou pelo menos começar a atenuar seus ataques a ela – frustra não só o senador de Vermont, mas muitos de seus fãs. Entusiástico como sempre, ele convoca repetidamente as plateias de seus comícios sempre lotados a pedir que seus parentes e amigos votem nele, afirmando que a "revolução política" depende da capacidade de envolver pessoas. Mas uma realidade mais desanimadora quanto às perspectivas do candidato começa a se afirmar até mesmo entre seus mais ardentes partidários. David Wacker, 34, técnico de serviço da Verizon, que está em greve, disse que planejava votar em Sanders na primária da Pensilvânia, mas que já havia começado a ponderar o que fazer se o senador não conquistar a indicação. "Há muita coisa em jogo contra ele", disse Wacker, com uma careta de desânimo, enquanto exibia um cartaz em defesa de seu sindicato, em um comício em Pittsburgh na segunda-feira (25). "Ainda acredito que ele tenha como conquistar a vitória, mas sou realista. Sei que as chances estão diminuindo. Mas ele ainda é meu candidato, e continuo muito fiel a ele, e por isso vou continuar com ele até o fim". Muitos dos partidários de Sanders dizem que esperam que ele encontre uma maneira de reduzir a vantagem de Hillary e de persuadir mais dos "superdelegados" a apoiá-lo. Porém, alguns desses mesmos partidários já começaram a tentar determinar se apoiarão a rival democrata caso ela vença, e procuram chegar a conclusões quanto ao que a campanha de Sanders pode representar para a ala progressista da política no futuro. Cynthia Kral, 38, de Pittsburgh, disse que jamais votaria em Hillary. "Não consigo confiar nela", disse Kral, acrescentando que planejava votar em um candidato independente ou escrever o nome de Sanders em sua cédula, na eleição presidencial. "Sinto que ela pode ser comprada, quanto a qualquer coisa, e ela ser presidente me assusta". Kral, assistente de ensino no Centro Médico da Universidade da Pensilvânia, e outro partidário de Sanders que vive em Pittsburgh, Geoff Sanderson, 31, dizem esperar que mesmo que o senador saia derrotado, o movimento progressista que ele deflagrou se perpetue, ainda que sua candidatura termine. "É em parte doloroso", disse Sanderson, administrador de um teatro, sobre a disputa. "Mas quanto ao resto, há uma sensação de que pelo menos a candidatura dele tenha sido o começo de alguma coisa e não o final". Hillary já conta com 2.151 delegados ante os 1.338 de Sanders, e são necessários 2.383 para garantir a indicação. Contudo, a liderança da ex-secretária de Estado dos EUA em relação aos superdelegados a deixa com apenas 400 delegados aquém da maioria para sua candidatura. Katherine Duncan, 30, de West Hartford, Connecticut, mantém a esperança de que Sanders vença, mencionando motivos pessoais. Ela trabalha como orientadora de carreira, e tem mais de US$ 130 mil em dívidas educacionais depois de ter se graduado em comunicações e ter obtido mestrado em relações públicas. "É um peso tão grande que nem sei onde começar", disse Duncan. "Tenho problemas para dormir. Isso está mudando o rumo da minha vida, de certa forma, porque não posso fazer coisas que desejo já que tenho de pagar aquela dívida". Determinada a aumentar as chances de seu candidato, ela foi ao comício de Sanders em Hartford na noite de segunda para fotografar o evento e postar as imagens em sites de mídia social, em um esforço para empolgar sua família e amigos quanto à candidatura dele. "Sinto confiança em que ele está dando tudo que pode, e isso é o mínimo que posso fazer por ele", ela afirmou. O apoio firme de Duncan é ecoado pelas multidões que Sanders continua a atrair. Cerca de 1,8 mil pessoas compareceram ao comício em Hartford na segunda, e 800 foram ao de Pittsburgh, segundo a direção de sua campanha. Em cada evento, os presentes aplaudem quando Sanders fala de seus planos para combater a desigualdade de renda e para uma reforma do sistema de financiamento de campanhas eleitorais. No comício do Connecticut, na terça, Sanders não mostrava sinais de desistência, e pedia repetidamente aos partidários que votassem nele. "Quando nos mantemos unidos e lutamos por uma agenda que funciona para todos, lutamos por um governo que represente todo o povo e não só o 1%. Quando o fazemos, não há coisa alguma que não possamos realizar", ele disse. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Com redução das chances de Sanders, partidários avaliam outros candidatosBernie Sanders perdeu a primária de Nova York com desvantagem de dois dígitos. A diferença do seu número de delegados em relação à Hillary cresceu ainda mais depois das cinco primárias que aconteceram nesta terça-feira (27). E a ex-secretária de Estado dos EUA está cada vez mais voltando seus ataques a Donald Trump, confiante de que garantirá em breve a indicação democrata. Apesar disso, os partidários de Sanders continuam a comparecer aos seus eventos, ansiosos por ouvir sua mensagem mas cada vez mais cientes de que as chances políticas de seu candidato estão se reduzindo dia a dia. "Odeio dizer, mas sinto que estou enfiando um saco de papel na cabeça e fazendo figa", disse Jessie Burnett, 39, mãe de três filhos e moradora em Tolland, Connecticut. "Estou dando meu pleno apoio a Sanders até que ele declare que abandonará a disputa", ela disse, classificando como "horríveis" as chances do candidato de obter a indicação democrata. O aumento da frequência de questões quanto a se e quando Sanders poderia admitir sua derrota diante de Hillary – ou pelo menos começar a atenuar seus ataques a ela – frustra não só o senador de Vermont, mas muitos de seus fãs. Entusiástico como sempre, ele convoca repetidamente as plateias de seus comícios sempre lotados a pedir que seus parentes e amigos votem nele, afirmando que a "revolução política" depende da capacidade de envolver pessoas. Mas uma realidade mais desanimadora quanto às perspectivas do candidato começa a se afirmar até mesmo entre seus mais ardentes partidários. David Wacker, 34, técnico de serviço da Verizon, que está em greve, disse que planejava votar em Sanders na primária da Pensilvânia, mas que já havia começado a ponderar o que fazer se o senador não conquistar a indicação. "Há muita coisa em jogo contra ele", disse Wacker, com uma careta de desânimo, enquanto exibia um cartaz em defesa de seu sindicato, em um comício em Pittsburgh na segunda-feira (25). "Ainda acredito que ele tenha como conquistar a vitória, mas sou realista. Sei que as chances estão diminuindo. Mas ele ainda é meu candidato, e continuo muito fiel a ele, e por isso vou continuar com ele até o fim". Muitos dos partidários de Sanders dizem que esperam que ele encontre uma maneira de reduzir a vantagem de Hillary e de persuadir mais dos "superdelegados" a apoiá-lo. Porém, alguns desses mesmos partidários já começaram a tentar determinar se apoiarão a rival democrata caso ela vença, e procuram chegar a conclusões quanto ao que a campanha de Sanders pode representar para a ala progressista da política no futuro. Cynthia Kral, 38, de Pittsburgh, disse que jamais votaria em Hillary. "Não consigo confiar nela", disse Kral, acrescentando que planejava votar em um candidato independente ou escrever o nome de Sanders em sua cédula, na eleição presidencial. "Sinto que ela pode ser comprada, quanto a qualquer coisa, e ela ser presidente me assusta". Kral, assistente de ensino no Centro Médico da Universidade da Pensilvânia, e outro partidário de Sanders que vive em Pittsburgh, Geoff Sanderson, 31, dizem esperar que mesmo que o senador saia derrotado, o movimento progressista que ele deflagrou se perpetue, ainda que sua candidatura termine. "É em parte doloroso", disse Sanderson, administrador de um teatro, sobre a disputa. "Mas quanto ao resto, há uma sensação de que pelo menos a candidatura dele tenha sido o começo de alguma coisa e não o final". Hillary já conta com 2.151 delegados ante os 1.338 de Sanders, e são necessários 2.383 para garantir a indicação. Contudo, a liderança da ex-secretária de Estado dos EUA em relação aos superdelegados a deixa com apenas 400 delegados aquém da maioria para sua candidatura. Katherine Duncan, 30, de West Hartford, Connecticut, mantém a esperança de que Sanders vença, mencionando motivos pessoais. Ela trabalha como orientadora de carreira, e tem mais de US$ 130 mil em dívidas educacionais depois de ter se graduado em comunicações e ter obtido mestrado em relações públicas. "É um peso tão grande que nem sei onde começar", disse Duncan. "Tenho problemas para dormir. Isso está mudando o rumo da minha vida, de certa forma, porque não posso fazer coisas que desejo já que tenho de pagar aquela dívida". Determinada a aumentar as chances de seu candidato, ela foi ao comício de Sanders em Hartford na noite de segunda para fotografar o evento e postar as imagens em sites de mídia social, em um esforço para empolgar sua família e amigos quanto à candidatura dele. "Sinto confiança em que ele está dando tudo que pode, e isso é o mínimo que posso fazer por ele", ela afirmou. O apoio firme de Duncan é ecoado pelas multidões que Sanders continua a atrair. Cerca de 1,8 mil pessoas compareceram ao comício em Hartford na segunda, e 800 foram ao de Pittsburgh, segundo a direção de sua campanha. Em cada evento, os presentes aplaudem quando Sanders fala de seus planos para combater a desigualdade de renda e para uma reforma do sistema de financiamento de campanhas eleitorais. No comício do Connecticut, na terça, Sanders não mostrava sinais de desistência, e pedia repetidamente aos partidários que votassem nele. "Quando nos mantemos unidos e lutamos por uma agenda que funciona para todos, lutamos por um governo que represente todo o povo e não só o 1%. Quando o fazemos, não há coisa alguma que não possamos realizar", ele disse. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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BIS alerta para os riscos de taxa de juros negativa
As taxas de juros negativas têm o risco de causar prejuízo quanto maior o tempo e a profundidade com que os bancos centrais da Europa e do Japão se arriscarem nessa política monetária pouco convencional, alertaram neste domingo (6) os economistas do BIS (Banco de Compensações Internacionais). O BCE (Banco Central Europeu) se reúne na quinta-feira (10), e o mercado espera que a taxa de juros sobre depósitos bancários fique ainda mais negativa, a -0,4%. Espécie de banco central dos bancos centrais, o BIS apontou que é difícil prever como indivíduos e instituições financeiras irão se comportar se as taxas continuarem caindo abaixo de zero ou permanecerem negativas por um longo período.
mercado
BIS alerta para os riscos de taxa de juros negativaAs taxas de juros negativas têm o risco de causar prejuízo quanto maior o tempo e a profundidade com que os bancos centrais da Europa e do Japão se arriscarem nessa política monetária pouco convencional, alertaram neste domingo (6) os economistas do BIS (Banco de Compensações Internacionais). O BCE (Banco Central Europeu) se reúne na quinta-feira (10), e o mercado espera que a taxa de juros sobre depósitos bancários fique ainda mais negativa, a -0,4%. Espécie de banco central dos bancos centrais, o BIS apontou que é difícil prever como indivíduos e instituições financeiras irão se comportar se as taxas continuarem caindo abaixo de zero ou permanecerem negativas por um longo período.
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Opositores propõem plano de governo de união nacional na Venezuela
A oposição da Venezuela apresentou nesta quarta-feira (19) um plano de governo de união para uma eventual saída de Nicolás Maduro. A medida é uma das respostas ao plebiscito simbólico contra a Constituinte que, segundo os rivais do presidente, teve 7,6 milhões de votantes. O documento, que pode ser entendido como um programa de governo em caso de alternância de poder, foi comparado pelo chavismo com o anúncio da junta de governo que substituiu Hugo Chávez durante o golpe de 2002. No anúncio, a coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) afirmou querer um governo composto por seus pares e "setores independentes" para recuperar o país caribenho. "O modelo político que nos governa transformou o povo da Venezuela em objeto de uma ideologia e não em sujeito de sua própria transformação positiva", diz a nota, em que prometem respeitar os adversários políticos. "Diferentemente da prática corriqueira desta ditadura, não haverá nenhum tipo de retaliação, discriminação, muito menos perseguição contra quem simpatize ou milite em organizações diferentes às do próximo governo." O primeiro objetivo, dizem os opositores, será mitigar a crise humanitária e a escassez de alimentos e remédios. Na sequência, prevê "o saneamento e a depuração" das forças de segurança e a erradicação dos coletivos, assim como a diminuição da influência das Forças Armadas no Estado venezuelano. Em etapas seguintes, prevê a mudança para um modelo econômico "em prol do progresso nacional". Com a atual situação, porém, a possibilidade de implantação deste programa é reduzida. Mesmo se Maduro deixar o cargo, seus sucessores naturais, o vice Tareck El Aissami e o deputado Diosdado Cabello, são mais radicais e aprofundariam o conflito. Em nota, o governo diz que, com a proposta, a oposição ignora que o mandato de Maduro termina em 2019. "A MUD propõe desmontar o Estado democrático e social de direito instituído por ampla aprovação do povo." O anúncio faz parte da "hora zero", como a oposição chama a série de medidas para pressionar o governo a cancelar a Assembleia Constituinte, cuja votação está marcada para o dia 30. Nesta quinta (20), os opositores programam uma greve geral. VERBA PARA PLEBISCITO Na próxima semana, os opositores devem anunciar novas medidas após o plebiscito, que, segundo os organizadores, foi feito com recursos públicos reduzidos e apoio financeiro de membros das comunidades locais. Dentro do país, a MUD diz ter usado recursos próprios e contou com doações de empresários, da Igreja Católica e das comunidades locais, que cederam espaços para os centros de votação. Uma das organizadoras da consulta no sul da Flórida, que tem a maior comunidade venezuelana fora do país, Beatriz Olavarría disse à Folha que, além dos votantes, os prefeitos da região ofereceram gratuitamente os espaços para o plebiscito. Também foi cedido o espaço para os centros eleitorais do Brasil, afirma Blanca Montilla, uma das organizadoras em São Paulo. As cédulas no exterior, diz, foram pagas em "vaquinhas" de expatriados.
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Opositores propõem plano de governo de união nacional na VenezuelaA oposição da Venezuela apresentou nesta quarta-feira (19) um plano de governo de união para uma eventual saída de Nicolás Maduro. A medida é uma das respostas ao plebiscito simbólico contra a Constituinte que, segundo os rivais do presidente, teve 7,6 milhões de votantes. O documento, que pode ser entendido como um programa de governo em caso de alternância de poder, foi comparado pelo chavismo com o anúncio da junta de governo que substituiu Hugo Chávez durante o golpe de 2002. No anúncio, a coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) afirmou querer um governo composto por seus pares e "setores independentes" para recuperar o país caribenho. "O modelo político que nos governa transformou o povo da Venezuela em objeto de uma ideologia e não em sujeito de sua própria transformação positiva", diz a nota, em que prometem respeitar os adversários políticos. "Diferentemente da prática corriqueira desta ditadura, não haverá nenhum tipo de retaliação, discriminação, muito menos perseguição contra quem simpatize ou milite em organizações diferentes às do próximo governo." O primeiro objetivo, dizem os opositores, será mitigar a crise humanitária e a escassez de alimentos e remédios. Na sequência, prevê "o saneamento e a depuração" das forças de segurança e a erradicação dos coletivos, assim como a diminuição da influência das Forças Armadas no Estado venezuelano. Em etapas seguintes, prevê a mudança para um modelo econômico "em prol do progresso nacional". Com a atual situação, porém, a possibilidade de implantação deste programa é reduzida. Mesmo se Maduro deixar o cargo, seus sucessores naturais, o vice Tareck El Aissami e o deputado Diosdado Cabello, são mais radicais e aprofundariam o conflito. Em nota, o governo diz que, com a proposta, a oposição ignora que o mandato de Maduro termina em 2019. "A MUD propõe desmontar o Estado democrático e social de direito instituído por ampla aprovação do povo." O anúncio faz parte da "hora zero", como a oposição chama a série de medidas para pressionar o governo a cancelar a Assembleia Constituinte, cuja votação está marcada para o dia 30. Nesta quinta (20), os opositores programam uma greve geral. VERBA PARA PLEBISCITO Na próxima semana, os opositores devem anunciar novas medidas após o plebiscito, que, segundo os organizadores, foi feito com recursos públicos reduzidos e apoio financeiro de membros das comunidades locais. Dentro do país, a MUD diz ter usado recursos próprios e contou com doações de empresários, da Igreja Católica e das comunidades locais, que cederam espaços para os centros de votação. Uma das organizadoras da consulta no sul da Flórida, que tem a maior comunidade venezuelana fora do país, Beatriz Olavarría disse à Folha que, além dos votantes, os prefeitos da região ofereceram gratuitamente os espaços para o plebiscito. Também foi cedido o espaço para os centros eleitorais do Brasil, afirma Blanca Montilla, uma das organizadoras em São Paulo. As cédulas no exterior, diz, foram pagas em "vaquinhas" de expatriados.
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EUA impõem sanções a aliados da Coreia do Norte por programa nuclear
Os Estados Unidos impuseram sanções a nove empresas e instituições governamentais por apoiarem o programa nuclear da Coreia do Norte, informou nesta quinta-feira (1º) o Departamento do Tesouro americano. Por meio de sanções que impedem transações com empresas e indivíduos americanos e congelam bens, Washington vem tentando cortar fundos e suprimentos para o desenvolvimento de mísseis por Pyongyang. Entre os alvos desta quinta-feira está a companhia russa Ardis-Bearings Llc., sediada em Moscou, e seu diretor, Igor Aleksandrovich Michurin, por agirem como fornecedor de uma empresa norte-coreana ligada ao programa nuclear. Outra firma russa, Independent Petroleum, e uma subsidiária sofreram sanções por assinar um contrato para fornecimento de petróleo para a Coreia do Norte, segundo o governo do presidente Donald Trump. O Departamento do Tesouro também impôs sanções a um conglomerado norte-coreano que extrai zinco; ao Centro de Computação da Coreia, órgão do regime que obtém moeda estrangeira com trabalhos de programação de softwares em países como Alemanha, China, Síria e Índia; e a um agente da inteligência norte-coreana suspeito de espionar uma entidade da ONU na Europa. JAPÃO Também nesta quinta-feira, a Marinha e a Força Aérea do Japão iniciaram um exercício militar de três dias com dois porta-aviões americanos na região da península Coreana, aumentando a pressão sobre a Coreia do Norte. A Força Marítima de Autodefesa do Japão enviou duas embarcações, inclusive um de seus quatro porta-helicópteros, o Hyuga, para as manobras com os porta-aviões americanos USS Ronald Reagan e USS Carl Vinson, e seus oito navios de escolta, disseram os militares japoneses. Caças F-15 da Força Aérea de Autodefesa do Japão estão participando de um combate simulado com caças F-18 da Marinha dos EUA ao mesmo tempo. "É a primeira vez que nos exercitamos com dois porta-aviões. É um grande exercício para nós", disse o porta-voz militar do Japão. Os EUA enviaram os navios de guerra à região após um aumento na tensão na península, decorrente do temor de que a Coreia do Norte esteja prestes a realizar seu sexto teste nuclear ou outro teste de seu esforço para desenvolver um míssil balístico intercontinental capaz de atingir os EUA. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, prometeu trabalhar com outros países para conter Pyongyang, que na segunda-feira (29) realizou um teste de míssil balístico de curto alcance. O projétil alcançou uma altitude de 120 quilômetros antes de cair em águas internacionais do mar do Japão, mas dentro da zona econômica exclusiva japonesa, onde Tóquio tem jurisdição sobre a prospecção e a exploração de recursos marítimos. Os norte-coreanos vêm conduzindo testes em um ritmo inédito e já são capazes de alvejar qualquer parte do Japão com mísseis, o que faz o país temer ser eventualmente ameaçado por um ataque nuclear do Norte.
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EUA impõem sanções a aliados da Coreia do Norte por programa nuclearOs Estados Unidos impuseram sanções a nove empresas e instituições governamentais por apoiarem o programa nuclear da Coreia do Norte, informou nesta quinta-feira (1º) o Departamento do Tesouro americano. Por meio de sanções que impedem transações com empresas e indivíduos americanos e congelam bens, Washington vem tentando cortar fundos e suprimentos para o desenvolvimento de mísseis por Pyongyang. Entre os alvos desta quinta-feira está a companhia russa Ardis-Bearings Llc., sediada em Moscou, e seu diretor, Igor Aleksandrovich Michurin, por agirem como fornecedor de uma empresa norte-coreana ligada ao programa nuclear. Outra firma russa, Independent Petroleum, e uma subsidiária sofreram sanções por assinar um contrato para fornecimento de petróleo para a Coreia do Norte, segundo o governo do presidente Donald Trump. O Departamento do Tesouro também impôs sanções a um conglomerado norte-coreano que extrai zinco; ao Centro de Computação da Coreia, órgão do regime que obtém moeda estrangeira com trabalhos de programação de softwares em países como Alemanha, China, Síria e Índia; e a um agente da inteligência norte-coreana suspeito de espionar uma entidade da ONU na Europa. JAPÃO Também nesta quinta-feira, a Marinha e a Força Aérea do Japão iniciaram um exercício militar de três dias com dois porta-aviões americanos na região da península Coreana, aumentando a pressão sobre a Coreia do Norte. A Força Marítima de Autodefesa do Japão enviou duas embarcações, inclusive um de seus quatro porta-helicópteros, o Hyuga, para as manobras com os porta-aviões americanos USS Ronald Reagan e USS Carl Vinson, e seus oito navios de escolta, disseram os militares japoneses. Caças F-15 da Força Aérea de Autodefesa do Japão estão participando de um combate simulado com caças F-18 da Marinha dos EUA ao mesmo tempo. "É a primeira vez que nos exercitamos com dois porta-aviões. É um grande exercício para nós", disse o porta-voz militar do Japão. Os EUA enviaram os navios de guerra à região após um aumento na tensão na península, decorrente do temor de que a Coreia do Norte esteja prestes a realizar seu sexto teste nuclear ou outro teste de seu esforço para desenvolver um míssil balístico intercontinental capaz de atingir os EUA. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, prometeu trabalhar com outros países para conter Pyongyang, que na segunda-feira (29) realizou um teste de míssil balístico de curto alcance. O projétil alcançou uma altitude de 120 quilômetros antes de cair em águas internacionais do mar do Japão, mas dentro da zona econômica exclusiva japonesa, onde Tóquio tem jurisdição sobre a prospecção e a exploração de recursos marítimos. Os norte-coreanos vêm conduzindo testes em um ritmo inédito e já são capazes de alvejar qualquer parte do Japão com mísseis, o que faz o país temer ser eventualmente ameaçado por um ataque nuclear do Norte.
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Exportações de petróleo para a China sobem 260% neste ano
A China mais do que triplicou as compras de petróleo do Brasil neste ano, tornando-se o principal destino do produto no exterior. O aumento das vendas brasileiras acontece em um momento em que a Petrobras intensifica os acordos com a China para garantir financiamento. No mês passado, a estatal obteve crédito de US$ 7 bilhões com bancos chineses. De janeiro a maio, foram 5,4 milhões de toneladas enviadas ao país asiático ou 35% de todo o petróleo brasileiro embarcado ao exterior. É a maior compra já feita por um único país no período. O volume embarcado ao país asiático é mais que o dobro do enviado aos Estados Unidos, que em 2014 foi o maior importador. O aumento das importações chinesas ajudou o país a bater recorde na venda de petróleo neste ano. No total, foram mais de 15 milhões de toneladas exportadas até maio – uma alta de 80% ante igual período de 2014. Apesar disso, houve queda nas receitas. O preço do barril de petróleo caiu cerca de 40% nos últimos 12 meses. O movimento acentua, porém, a dependência brasileira da demanda chinesa. O país asiático passa a ser o maior comprador de quatro dos dez principais produtos da pauta exportadora brasileira. A China já era destino principal de soja, minério de ferro e celulose. O comércio entre Brasil e China começou a ganhar corpo na década passada e deu um salto com o aumento do preço dos produtos básicos no mercado mundial. Em 2000, as vendas para o mercado chinês contabilizavam pouco mais de US$ 1 bilhão. No ano passado, alcançaram US$ 40 bilhões, puxadas por soja e minério. MOEDA DE TROCA O interesse chinês pelo petróleo brasileiro vem crescendo desde 2009. Naquele ano, durante visita do ex-presidente Lula à China, o país liberou um financiamento de US$ 10 bilhões para a Petrobras por meio do Banco de Desenvolvimento da China. O empréstimo foi acompanhado de um acordo de fornecimento de petróleo por dez anos para a estatal chinesa Sinopec, dona de refinarias no país asiático. No ano seguinte, os chineses começaram a trazer suas empresas para o país. A Sinopec comprou participação na subsidiária da espanhola Repsol no Brasil e a Sinochem –outra estatal chinesa– adquiriu fatia da norueguesa Statoil em um campo de petróleo no país. Elas foram seguidas em 2013 por Cnooc e CNPC, também controladas pelo governo chinês, que passaram a participar de consórcio para explorar o pré-sal. Neste ano, a Petrobras voltou a pedir dinheiro a Pequim. Dois empréstimos que somam US$ 7 bilhões foram aprovados para socorrer a estatal brasileira. "Isso sugere que mais óleo deve seguir para a Ásia. Considerando a dificuldade de financiamento que a Petrobras enfrenta, o Brasil deve voltar-se à China para mais empréstimos em troca de mais petróleo", afirma Virendra Chauhan, analista da consultoria britânica Energy Aspects. No início dos anos 2000, o petróleo significava apenas 0,5% do que o Brasil embarcava para a China em valores. Atualmente, ele representa 13% das receitas de exportação para o país asiático.
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Exportações de petróleo para a China sobem 260% neste anoA China mais do que triplicou as compras de petróleo do Brasil neste ano, tornando-se o principal destino do produto no exterior. O aumento das vendas brasileiras acontece em um momento em que a Petrobras intensifica os acordos com a China para garantir financiamento. No mês passado, a estatal obteve crédito de US$ 7 bilhões com bancos chineses. De janeiro a maio, foram 5,4 milhões de toneladas enviadas ao país asiático ou 35% de todo o petróleo brasileiro embarcado ao exterior. É a maior compra já feita por um único país no período. O volume embarcado ao país asiático é mais que o dobro do enviado aos Estados Unidos, que em 2014 foi o maior importador. O aumento das importações chinesas ajudou o país a bater recorde na venda de petróleo neste ano. No total, foram mais de 15 milhões de toneladas exportadas até maio – uma alta de 80% ante igual período de 2014. Apesar disso, houve queda nas receitas. O preço do barril de petróleo caiu cerca de 40% nos últimos 12 meses. O movimento acentua, porém, a dependência brasileira da demanda chinesa. O país asiático passa a ser o maior comprador de quatro dos dez principais produtos da pauta exportadora brasileira. A China já era destino principal de soja, minério de ferro e celulose. O comércio entre Brasil e China começou a ganhar corpo na década passada e deu um salto com o aumento do preço dos produtos básicos no mercado mundial. Em 2000, as vendas para o mercado chinês contabilizavam pouco mais de US$ 1 bilhão. No ano passado, alcançaram US$ 40 bilhões, puxadas por soja e minério. MOEDA DE TROCA O interesse chinês pelo petróleo brasileiro vem crescendo desde 2009. Naquele ano, durante visita do ex-presidente Lula à China, o país liberou um financiamento de US$ 10 bilhões para a Petrobras por meio do Banco de Desenvolvimento da China. O empréstimo foi acompanhado de um acordo de fornecimento de petróleo por dez anos para a estatal chinesa Sinopec, dona de refinarias no país asiático. No ano seguinte, os chineses começaram a trazer suas empresas para o país. A Sinopec comprou participação na subsidiária da espanhola Repsol no Brasil e a Sinochem –outra estatal chinesa– adquiriu fatia da norueguesa Statoil em um campo de petróleo no país. Elas foram seguidas em 2013 por Cnooc e CNPC, também controladas pelo governo chinês, que passaram a participar de consórcio para explorar o pré-sal. Neste ano, a Petrobras voltou a pedir dinheiro a Pequim. Dois empréstimos que somam US$ 7 bilhões foram aprovados para socorrer a estatal brasileira. "Isso sugere que mais óleo deve seguir para a Ásia. Considerando a dificuldade de financiamento que a Petrobras enfrenta, o Brasil deve voltar-se à China para mais empréstimos em troca de mais petróleo", afirma Virendra Chauhan, analista da consultoria britânica Energy Aspects. No início dos anos 2000, o petróleo significava apenas 0,5% do que o Brasil embarcava para a China em valores. Atualmente, ele representa 13% das receitas de exportação para o país asiático.
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Pivô de polêmica, filósofo Michel Foucault é tema da Coleção Folha
Pivô de uma grande polêmica no Brasil, Michel Foucault (1926-1984) terá dois textos publicados no sexto volume da Coleção Folha Grandes Nomes do Pensamento, que chega às bancas no domingo (21). O primeiro é a sua tese "Gênese e Estrutura da 'Antropologia' de Kant", defendida em 1961, mas que ficou inédita até 2008. O segundo é "A Ordem do Discurso", a aula inaugural de Foucault no Collège de France, em 1970. São precisamente as palestras de Foucault no Collège que estão no centro do presente debate. Os áudios das aulas foram doados à PUC de São Paulo sob a condição de que a universidade criasse uma cátedra sobre ele. A Fundação São Paulo, mantenedora da PUC, porém, rejeitou o pedido, aparentemente porque Foucault não tem afinidade com a doutrina católica. A leitura de "A Ordem do Discurso" permite aferir as possíveis razões para tal rejeição. Nessa aula, Foucault explica que em toda sociedade a produção do discurso é controlada "por certo número de procedimentos que têm por função conjurar seus poderes e perigos". Antigamente o discurso considerado verdadeiro –aquele "pelo qual se tinha respeito e terror"– era o "discurso pronunciado por quem de direito e conforme o ritual requerido". Pouco a pouco a verdade se deslocou do "ritual da enunciação" para "o próprio enunciado": ela deixou de ser o discurso da autoridade, mas ainda se apoia sobre um suporte institucional. Para que uma proposição seja validada, ela precisa integrar uma disciplina institucionalizada: as descobertas de Gregor Mendel (1822-1884) permaneceram ignoradas por muito tempo porque ele usava métodos estranhos à biologia da época. Mas é preciso mais: a apropriação social dos discursos exige também que o discurso integre uma doutrina –religiosa, política, filosófica: "A doutrina liga os indivíduos a certos tipos de enunciados e lhe proíbe, consequentemente, todos os outros".
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Pivô de polêmica, filósofo Michel Foucault é tema da Coleção FolhaPivô de uma grande polêmica no Brasil, Michel Foucault (1926-1984) terá dois textos publicados no sexto volume da Coleção Folha Grandes Nomes do Pensamento, que chega às bancas no domingo (21). O primeiro é a sua tese "Gênese e Estrutura da 'Antropologia' de Kant", defendida em 1961, mas que ficou inédita até 2008. O segundo é "A Ordem do Discurso", a aula inaugural de Foucault no Collège de France, em 1970. São precisamente as palestras de Foucault no Collège que estão no centro do presente debate. Os áudios das aulas foram doados à PUC de São Paulo sob a condição de que a universidade criasse uma cátedra sobre ele. A Fundação São Paulo, mantenedora da PUC, porém, rejeitou o pedido, aparentemente porque Foucault não tem afinidade com a doutrina católica. A leitura de "A Ordem do Discurso" permite aferir as possíveis razões para tal rejeição. Nessa aula, Foucault explica que em toda sociedade a produção do discurso é controlada "por certo número de procedimentos que têm por função conjurar seus poderes e perigos". Antigamente o discurso considerado verdadeiro –aquele "pelo qual se tinha respeito e terror"– era o "discurso pronunciado por quem de direito e conforme o ritual requerido". Pouco a pouco a verdade se deslocou do "ritual da enunciação" para "o próprio enunciado": ela deixou de ser o discurso da autoridade, mas ainda se apoia sobre um suporte institucional. Para que uma proposição seja validada, ela precisa integrar uma disciplina institucionalizada: as descobertas de Gregor Mendel (1822-1884) permaneceram ignoradas por muito tempo porque ele usava métodos estranhos à biologia da época. Mas é preciso mais: a apropriação social dos discursos exige também que o discurso integre uma doutrina –religiosa, política, filosófica: "A doutrina liga os indivíduos a certos tipos de enunciados e lhe proíbe, consequentemente, todos os outros".
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WhatsApp muda termos de uso para se preparar para versão empresarial
O WhatsApp atualizou nesta quinta-feira (25) seus termos de uso do serviço em uma preparação para os serviços pagos, voltados a empresas, que a companhia deve começar a testar ainda neste ano. "Você poderá receber as informações do status de voo das próximas viagens, um recibo de algo que adquiriu ou uma notificação quando uma encomenda for entregue", detalha, por exemplo, o novo texto. Esses são alguns dos serviços em estudo pelo aplicativo para sua versão corporativa, anunciada em janeiro deste ano. A ideia é que companhias paguem para se relacionar de modo mais efetivo com os clientes pela plataforma. Matt Steinfeld, diretor de comunicações do WhatsApp, disse à Folha que a mudança nos termos de uso era necessária para o início dos testes do serviço, que vai fazer a companhia voltar a gerar receita –neste ano, o WhatsApp parou de cobrar a taxa de US$ 1 anual dos usuários. "Temos trabalhado nisso nos últimos meses, mas ainda é cedo para anunciar algo sobre como vai funcionar", afirma o executivo. A companhia também mudou os termos para deixar claro que hoje faz parte do Facebook e que compartilha alguns dados sobre seus usuários com a rede social. O WhatsApp foi comprado em 2014 pela empresa de Mark Zuckerberg, e a última atualização do texto havia sido em 2012. A partir de agora, o Facebook pode, por exemplo, começar a fazer sugestões de amizade ao usuário com base nos contatos que ele mantém no app de mensagens (para isso, é preciso que ele tenha cadastrado seu número de celular na rede social). Steinfeld nega que os dados de atividade da pessoa —por exemplo, se ela interage com determinadas empresas no mensageiro— serão usados para exibir anúncios no Facebook. Os termos de uso, entretanto, diz que "você poderá escolher em não ter os dados da sua conta do WhatsApp compartilhados com o Facebook a fim de melhorar suas experiências com anúncios e produtos no Facebook". O monitoramento de hábitos do usuário, o que permite oferecer anúncios mais personalizados, é um dos principais fatores para o sucesso comercial do Facebook, que faturou US$ 6,24 billhões com publicidade no segundo trimestre, um aumento de 63% em relação a 2015. O novo texto diz que o WhatsApp vai continuar sem exibir banners com anúncios para as pessoas. CRIPTOGRAFIA Outra mudança nos termos do serviço diz respeito à criptografia e a quais dados sobre os usuários o aplicativo diz ter acesso –tema controverso e que já levou o aplicativo a ser bloqueado no Brasil três vezes, pelo fato de a empresa não liberar informações para investigações judiciais. Os trechos explicam que o aplicativo usa criptografia "ponta-a-ponta" nas mensagens. Com isso, apenas as pessoas na conversa podem ler as mensagens. O sistema, que terminou de ser implantado em abril, provoca polêmica por impossibilitar que policiais e promotores monitorem conversas de investigados por crimes, por exemplo. Steinfeld afirma que o objetivo principal de esclarecer o tema nos termos de uso é informar os usuários sobre o assunto, mas ele reconhece que também serve de recado a autoridades. "Temos tido um trabalho de explicar para elas como funciona o sistema", diz o executivo.
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WhatsApp muda termos de uso para se preparar para versão empresarialO WhatsApp atualizou nesta quinta-feira (25) seus termos de uso do serviço em uma preparação para os serviços pagos, voltados a empresas, que a companhia deve começar a testar ainda neste ano. "Você poderá receber as informações do status de voo das próximas viagens, um recibo de algo que adquiriu ou uma notificação quando uma encomenda for entregue", detalha, por exemplo, o novo texto. Esses são alguns dos serviços em estudo pelo aplicativo para sua versão corporativa, anunciada em janeiro deste ano. A ideia é que companhias paguem para se relacionar de modo mais efetivo com os clientes pela plataforma. Matt Steinfeld, diretor de comunicações do WhatsApp, disse à Folha que a mudança nos termos de uso era necessária para o início dos testes do serviço, que vai fazer a companhia voltar a gerar receita –neste ano, o WhatsApp parou de cobrar a taxa de US$ 1 anual dos usuários. "Temos trabalhado nisso nos últimos meses, mas ainda é cedo para anunciar algo sobre como vai funcionar", afirma o executivo. A companhia também mudou os termos para deixar claro que hoje faz parte do Facebook e que compartilha alguns dados sobre seus usuários com a rede social. O WhatsApp foi comprado em 2014 pela empresa de Mark Zuckerberg, e a última atualização do texto havia sido em 2012. A partir de agora, o Facebook pode, por exemplo, começar a fazer sugestões de amizade ao usuário com base nos contatos que ele mantém no app de mensagens (para isso, é preciso que ele tenha cadastrado seu número de celular na rede social). Steinfeld nega que os dados de atividade da pessoa —por exemplo, se ela interage com determinadas empresas no mensageiro— serão usados para exibir anúncios no Facebook. Os termos de uso, entretanto, diz que "você poderá escolher em não ter os dados da sua conta do WhatsApp compartilhados com o Facebook a fim de melhorar suas experiências com anúncios e produtos no Facebook". O monitoramento de hábitos do usuário, o que permite oferecer anúncios mais personalizados, é um dos principais fatores para o sucesso comercial do Facebook, que faturou US$ 6,24 billhões com publicidade no segundo trimestre, um aumento de 63% em relação a 2015. O novo texto diz que o WhatsApp vai continuar sem exibir banners com anúncios para as pessoas. CRIPTOGRAFIA Outra mudança nos termos do serviço diz respeito à criptografia e a quais dados sobre os usuários o aplicativo diz ter acesso –tema controverso e que já levou o aplicativo a ser bloqueado no Brasil três vezes, pelo fato de a empresa não liberar informações para investigações judiciais. Os trechos explicam que o aplicativo usa criptografia "ponta-a-ponta" nas mensagens. Com isso, apenas as pessoas na conversa podem ler as mensagens. O sistema, que terminou de ser implantado em abril, provoca polêmica por impossibilitar que policiais e promotores monitorem conversas de investigados por crimes, por exemplo. Steinfeld afirma que o objetivo principal de esclarecer o tema nos termos de uso é informar os usuários sobre o assunto, mas ele reconhece que também serve de recado a autoridades. "Temos tido um trabalho de explicar para elas como funciona o sistema", diz o executivo.
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Homens incendeiam estação do BRT no Rio durante a madrugada
A estação Cesarão II, do sistema BRT (tipo de corredor exclusivo para ônibus), zona oeste do Rio, foi incendiada na madrugada da última terça-feira (20). Imagens do circuito interno de câmeras de uma estação de sistema BRT (tipo de corredor exclusivo para ônibus) flagraram a ação de dois homens incendiando o local. A polícia investiga se essa é mais uma ação da disputa entre milicianos de diferentes facções que atuam nos bairros de Campo Grande e Santa Cruz, da região. Em nota, o comandante da Polícia Militar da região, tenente-coronel Luiz Octávio, afirmou que, quando os policiais chegaram ao local, os criminosos já haviam fugido. Segundo nota do consórcio, um funcionário recebeu ordem de três homens para abandonar o local antes do ataque. Não houve feridos. Câmeras de segurança filmaram a ação. Na imagem, entregue à polícia, é possível ver um homem jogando um líquido inflamável nas catracas. Em seguida, um outro arremessa uma garrafa com fogo contra a estação, dando início ao incêndio. Não houve feridos. Segundo investigações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), a milícia Liga da Justiça se dividiu a partir de agosto em grupos que disputam os lucros com atividades ilícitas em bairros da região. Um dos motivos da ação dos milicianos é fazer represália às ações policiais ocorridas nas comunidades. A segurança do sistema BRT é feita exclusivamente por policias militares de folga. Todas as estações fazem parte do corredor transoeste, que liga os bairros de Campo Grande a Barra da Tijuca. As áreas mais atingidas pelas chamas foram a lateral, o forro do teto e a bilheteria, além da fiação que controla as portas automáticas, catracas e a tubulação de água. A restauração dos danos estruturais foi estimada em R$ 10 mil. ATAQUES REPETIDOS Essa foi a sexta vez que a estação Cesarão 2 foi alvo de vandalismo. Ela havia sido reaberta no último dia 3 de agosto, depois de ficar fechada desde o dia 7 de janeiro deste ano, quando foi alvo de um incêndio durante um protesto. As obras de restauro, que duraram dois meses, custaram R$ 350 mil. Segundo o consórcio que administra o sistema BRT, quatro estações foram atacadas neste ano. Todas fazem parte do corredor transoeste, que liga os bairros de Campo Grande a Barra da Tijuca. A estação Vila Paciência está sem funcionar após ter sofrido uma série de ataques. Em agosto, os administradores da linha adiaram a reabertura da estação após ação de criminosos armados. Quatro homens encapuzados e de fuzis invadiram a estação e expulsaram o controlador de acesso. A estação estava fechada devido a um incêndio criminoso. A sua estrutura tem diversas perfurações de balas, principalmente nos vidros e na fachada. Ainda no mesmo corredor, a estação Cesarão I foi alvo de depredações seguidas após realizações de operações policiais na região e precisou ser parcialmente remontada quatro vezes. Ainda em janeiro deste ano, após uma criança ter sido ferida em uma operação da Polícia Militar na comunidade, moradores atearam fogo à estação Cesarão 2 e jogaram pedras na Cesarão 3.
cotidiano
Homens incendeiam estação do BRT no Rio durante a madrugadaA estação Cesarão II, do sistema BRT (tipo de corredor exclusivo para ônibus), zona oeste do Rio, foi incendiada na madrugada da última terça-feira (20). Imagens do circuito interno de câmeras de uma estação de sistema BRT (tipo de corredor exclusivo para ônibus) flagraram a ação de dois homens incendiando o local. A polícia investiga se essa é mais uma ação da disputa entre milicianos de diferentes facções que atuam nos bairros de Campo Grande e Santa Cruz, da região. Em nota, o comandante da Polícia Militar da região, tenente-coronel Luiz Octávio, afirmou que, quando os policiais chegaram ao local, os criminosos já haviam fugido. Segundo nota do consórcio, um funcionário recebeu ordem de três homens para abandonar o local antes do ataque. Não houve feridos. Câmeras de segurança filmaram a ação. Na imagem, entregue à polícia, é possível ver um homem jogando um líquido inflamável nas catracas. Em seguida, um outro arremessa uma garrafa com fogo contra a estação, dando início ao incêndio. Não houve feridos. Segundo investigações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), a milícia Liga da Justiça se dividiu a partir de agosto em grupos que disputam os lucros com atividades ilícitas em bairros da região. Um dos motivos da ação dos milicianos é fazer represália às ações policiais ocorridas nas comunidades. A segurança do sistema BRT é feita exclusivamente por policias militares de folga. Todas as estações fazem parte do corredor transoeste, que liga os bairros de Campo Grande a Barra da Tijuca. As áreas mais atingidas pelas chamas foram a lateral, o forro do teto e a bilheteria, além da fiação que controla as portas automáticas, catracas e a tubulação de água. A restauração dos danos estruturais foi estimada em R$ 10 mil. ATAQUES REPETIDOS Essa foi a sexta vez que a estação Cesarão 2 foi alvo de vandalismo. Ela havia sido reaberta no último dia 3 de agosto, depois de ficar fechada desde o dia 7 de janeiro deste ano, quando foi alvo de um incêndio durante um protesto. As obras de restauro, que duraram dois meses, custaram R$ 350 mil. Segundo o consórcio que administra o sistema BRT, quatro estações foram atacadas neste ano. Todas fazem parte do corredor transoeste, que liga os bairros de Campo Grande a Barra da Tijuca. A estação Vila Paciência está sem funcionar após ter sofrido uma série de ataques. Em agosto, os administradores da linha adiaram a reabertura da estação após ação de criminosos armados. Quatro homens encapuzados e de fuzis invadiram a estação e expulsaram o controlador de acesso. A estação estava fechada devido a um incêndio criminoso. A sua estrutura tem diversas perfurações de balas, principalmente nos vidros e na fachada. Ainda no mesmo corredor, a estação Cesarão I foi alvo de depredações seguidas após realizações de operações policiais na região e precisou ser parcialmente remontada quatro vezes. Ainda em janeiro deste ano, após uma criança ter sido ferida em uma operação da Polícia Militar na comunidade, moradores atearam fogo à estação Cesarão 2 e jogaram pedras na Cesarão 3.
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Por publicidade, sites cruzam dados e descobrem até o que usuário não diz
"Perto do shopping? Que tal ver esse novo filme nas nossas salas de cinema?", questionou, por meio de notificação, o aplicativo do Facebook nas últimas semanas a usuários paulistanos. Para a campanha, a Warner Bros, distribuidora do filme em questão ("Mad Max" ), valeu-se do Place Tips, plataforma recém-lançada pela rede social que permite que estabelecimentos anunciem diretamente a potenciais clientes em locais específicos. O Facebook decide se o usuário é um bom "alvo" consultando seu histórico de atividade e seu cadastro. "Parte das informações você põe no seu perfil, quem você é. Mas eu diria que a maior parte do que a rede social sabe sobre você é baseado no seu comportamento", diz Jessé Rodrigues, professor de marketing digital da ESPM. Anúncios desse tipo fazem parte das táticas mais novas de publicidade, que permitem aos anunciantes saber minúcias sobre a vida do público que deseja atingir, cruzando informações dos bancos de dados em posse das empresas de internet, por exemplo, com a localização. "Você pode nunca ter dito no seu perfil que é um agrônomo, mas se você curtir 15 links sobre agricultura, agronegócio, a leitura que a rede vai fazer é que você é da área", diz Rodrigues. Segundo Alessandro Gil, presidente no Brasil da Rakuten Marketing, que cria tecnologia de publicidade on-line, as empresas podem hoje monitorar em tempo real se certo grupo demográfico visita um site e mostrar anúncios. "Dá para saber se certo grupo de mulheres, consumidoras de maquiagem e moradoras de São Paulo está num site naquele momento", diz. "Uma loja de esportes", exemplifica Rodrigues, "pode enviar uma promoção exclusiva para os são-paulinos, com camisa ou meia do São Paulo quando o time ganha." Isso depende de tecnologias como os cookies, programas instalados pelos sites no ato da navegação. Eles registram a atividade do internauta (um produto comprado ou visualizado, por exemplo) e isso vira informação valiosa. Os sites, então, podem fazer acordos para ter acesso à atividade dos visitantes uns dos outros. Bases de dados de bancos, de cadastros de devedores e de cartões de crédito também são usadas. O lado bom disso, dizem os especialistas em marketing, é que menos campanhas publicitárias desinteressantes (ou até ofensivas) chegam aos olhos do internauta. "Não diria que vai acabar com o spam, mas pode reduzi-lo consideravelmente em alguns anos", diz Rodrigues. 'TEM LUGARES QUE ME LEMBRAM...' A loja de moda virtual Dafiti usou na capital paulista a tecnologia dos chamados beacons ("balizas") para enviar mensagens aos consumidores que passavam por pontos considerados estratégicos, como a rua Oscar Freire (onde há lojas de grife) e o parque Ibirapuera. Segundo Malte Huffmann, cofundador da empresa, a ideia era enviar promoções relacionadas ao local por onde passavam clientes e "clientes em potencial". "Na vila Madalena [bairro com muitos bares], a mensagem era mais descontraída, enquanto no Ibirapuera enviávamos conteúdo relacionado a esportes." Só recebia os alertas quem tinha o aplicativo instalado e deixava o bluetooth do smartphone ligado. (Na semana passada, a Philips anunciou que testará uma técnica de usar a luz emitida por lâmpadas de led de um supermercado, por exemplo, para fazer campanhas do tipo; há cerca de um mês, o Twitter participou de um investimento, o segundo da sua história, de US$ 18 milhões na start-up de beacons Swirl.) O sistema, usado entre novembro do ano passado e março último, foi desativado temporariamente por uma questão tecnológica, diz Huffman. LEGISLAÇÃO O executivo diz que as informações coletadas pelo aplicativo podem vir a ser usadas para refinar campanhas de marketing, como já é feito pela empresa. "Queremos mostrar o produto que eles querem ver." E isso é legal? "Sem uma lei de proteção de dados, infelizmente, sim", diz Frederico Meinberg Ceroy, presidente do IBDD (Instituto Brasileiro do Direito Digital) e representante do Ministério da Justiça na discussão do projeto de lei para proteção dos dados pessoais, espécie de complemento ao Marco Civil em fase de consulta pública (clique para participar on-line ). Ceroy diz que o texto atual ainda é embrionário e, de certa forma, radical. "Atualmente, ele propõe 'tesourar' o modelo que vingou na internet: o de a empresa oferecer o serviço em troca dos dados dos usuários." Além disso, não há "clima político" para uma eventual votação, diz Ceroy, que diz que a "simples intrusão" do Estado a fim de regular a atividade das companhias não é a solução. "O grande problema é não existir concorrentes à altura para gigantes como Facebook e Google." Ele explica que a aceitação do "contrato" proposto nos termos de serviço pelas empresas de internet lhes permite explorar economicamente os dados dos usuários. 'VAMOS FUGIR' "Quando baixamos um app, há os termos de serviço. Mas quem lê?", diz Pollyana Ferrari, professora de comunicação digital da PUC-SP. "Não percebemos que nossas informações são uma moeda." Ferreira diz tomar medidas como nunca "fazer check-in" (divulgar localização) em redes sociais e navegar só no modo anônimo de navegadores, que bloqueia os cookies e impede o registro do histórico de atividade. Mais precavido, o universitário Lucas Zanella, 19, apagou sua conta no Facebook e diz que compartilha informações na rede só com quem conhece pessoalmente. "O uso de 'engenharia social' [técnicas de manipulação para conseguir informações] pode abalar minha segurança on-line e off-line." Um dos fundadores do grupo Partido Pirata no Brasil, Fabricio Leal de Souza, 36, usa criptografia (um tipo de embaralhamento digital das informações) em e-mails, smartphone, computadores e VPN (rede virtual privada). "A coleta indiscriminada de nossas informações pessoais ignora a fronteira entre o que é público e privado", opina. Outras táticas a fim de garantir privacidade incluem ativar o modo "Do Not Track" ("não rastreie") no browser e usar software criptografado ou alternativo aos mais populares. Um documentário sobre o assunto, "Terms and Conditions May Apply", uma recomendação dos pesquisadores entrevistados, tenta dar uma dimensão da profundidade com que conhecem seus usuários os serviços de internet (veja trailer abaixo). Consultado, o Google disse ter uma página explicativa e que permite ao usuário optar por deixar de ser rastreado (com uma extensão para o navegador Chrome). O Facebook não comentou. "Terms and Conditions May Apply" - trailer
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Por publicidade, sites cruzam dados e descobrem até o que usuário não diz"Perto do shopping? Que tal ver esse novo filme nas nossas salas de cinema?", questionou, por meio de notificação, o aplicativo do Facebook nas últimas semanas a usuários paulistanos. Para a campanha, a Warner Bros, distribuidora do filme em questão ("Mad Max" ), valeu-se do Place Tips, plataforma recém-lançada pela rede social que permite que estabelecimentos anunciem diretamente a potenciais clientes em locais específicos. O Facebook decide se o usuário é um bom "alvo" consultando seu histórico de atividade e seu cadastro. "Parte das informações você põe no seu perfil, quem você é. Mas eu diria que a maior parte do que a rede social sabe sobre você é baseado no seu comportamento", diz Jessé Rodrigues, professor de marketing digital da ESPM. Anúncios desse tipo fazem parte das táticas mais novas de publicidade, que permitem aos anunciantes saber minúcias sobre a vida do público que deseja atingir, cruzando informações dos bancos de dados em posse das empresas de internet, por exemplo, com a localização. "Você pode nunca ter dito no seu perfil que é um agrônomo, mas se você curtir 15 links sobre agricultura, agronegócio, a leitura que a rede vai fazer é que você é da área", diz Rodrigues. Segundo Alessandro Gil, presidente no Brasil da Rakuten Marketing, que cria tecnologia de publicidade on-line, as empresas podem hoje monitorar em tempo real se certo grupo demográfico visita um site e mostrar anúncios. "Dá para saber se certo grupo de mulheres, consumidoras de maquiagem e moradoras de São Paulo está num site naquele momento", diz. "Uma loja de esportes", exemplifica Rodrigues, "pode enviar uma promoção exclusiva para os são-paulinos, com camisa ou meia do São Paulo quando o time ganha." Isso depende de tecnologias como os cookies, programas instalados pelos sites no ato da navegação. Eles registram a atividade do internauta (um produto comprado ou visualizado, por exemplo) e isso vira informação valiosa. Os sites, então, podem fazer acordos para ter acesso à atividade dos visitantes uns dos outros. Bases de dados de bancos, de cadastros de devedores e de cartões de crédito também são usadas. O lado bom disso, dizem os especialistas em marketing, é que menos campanhas publicitárias desinteressantes (ou até ofensivas) chegam aos olhos do internauta. "Não diria que vai acabar com o spam, mas pode reduzi-lo consideravelmente em alguns anos", diz Rodrigues. 'TEM LUGARES QUE ME LEMBRAM...' A loja de moda virtual Dafiti usou na capital paulista a tecnologia dos chamados beacons ("balizas") para enviar mensagens aos consumidores que passavam por pontos considerados estratégicos, como a rua Oscar Freire (onde há lojas de grife) e o parque Ibirapuera. Segundo Malte Huffmann, cofundador da empresa, a ideia era enviar promoções relacionadas ao local por onde passavam clientes e "clientes em potencial". "Na vila Madalena [bairro com muitos bares], a mensagem era mais descontraída, enquanto no Ibirapuera enviávamos conteúdo relacionado a esportes." Só recebia os alertas quem tinha o aplicativo instalado e deixava o bluetooth do smartphone ligado. (Na semana passada, a Philips anunciou que testará uma técnica de usar a luz emitida por lâmpadas de led de um supermercado, por exemplo, para fazer campanhas do tipo; há cerca de um mês, o Twitter participou de um investimento, o segundo da sua história, de US$ 18 milhões na start-up de beacons Swirl.) O sistema, usado entre novembro do ano passado e março último, foi desativado temporariamente por uma questão tecnológica, diz Huffman. LEGISLAÇÃO O executivo diz que as informações coletadas pelo aplicativo podem vir a ser usadas para refinar campanhas de marketing, como já é feito pela empresa. "Queremos mostrar o produto que eles querem ver." E isso é legal? "Sem uma lei de proteção de dados, infelizmente, sim", diz Frederico Meinberg Ceroy, presidente do IBDD (Instituto Brasileiro do Direito Digital) e representante do Ministério da Justiça na discussão do projeto de lei para proteção dos dados pessoais, espécie de complemento ao Marco Civil em fase de consulta pública (clique para participar on-line ). Ceroy diz que o texto atual ainda é embrionário e, de certa forma, radical. "Atualmente, ele propõe 'tesourar' o modelo que vingou na internet: o de a empresa oferecer o serviço em troca dos dados dos usuários." Além disso, não há "clima político" para uma eventual votação, diz Ceroy, que diz que a "simples intrusão" do Estado a fim de regular a atividade das companhias não é a solução. "O grande problema é não existir concorrentes à altura para gigantes como Facebook e Google." Ele explica que a aceitação do "contrato" proposto nos termos de serviço pelas empresas de internet lhes permite explorar economicamente os dados dos usuários. 'VAMOS FUGIR' "Quando baixamos um app, há os termos de serviço. Mas quem lê?", diz Pollyana Ferrari, professora de comunicação digital da PUC-SP. "Não percebemos que nossas informações são uma moeda." Ferreira diz tomar medidas como nunca "fazer check-in" (divulgar localização) em redes sociais e navegar só no modo anônimo de navegadores, que bloqueia os cookies e impede o registro do histórico de atividade. Mais precavido, o universitário Lucas Zanella, 19, apagou sua conta no Facebook e diz que compartilha informações na rede só com quem conhece pessoalmente. "O uso de 'engenharia social' [técnicas de manipulação para conseguir informações] pode abalar minha segurança on-line e off-line." Um dos fundadores do grupo Partido Pirata no Brasil, Fabricio Leal de Souza, 36, usa criptografia (um tipo de embaralhamento digital das informações) em e-mails, smartphone, computadores e VPN (rede virtual privada). "A coleta indiscriminada de nossas informações pessoais ignora a fronteira entre o que é público e privado", opina. Outras táticas a fim de garantir privacidade incluem ativar o modo "Do Not Track" ("não rastreie") no browser e usar software criptografado ou alternativo aos mais populares. Um documentário sobre o assunto, "Terms and Conditions May Apply", uma recomendação dos pesquisadores entrevistados, tenta dar uma dimensão da profundidade com que conhecem seus usuários os serviços de internet (veja trailer abaixo). Consultado, o Google disse ter uma página explicativa e que permite ao usuário optar por deixar de ser rastreado (com uma extensão para o navegador Chrome). O Facebook não comentou. "Terms and Conditions May Apply" - trailer
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Haddad diz que poderá ir à passeata contra Temer na avenida Paulista
Fernando Haddad (PT-SP) disse a assessores que, se houver passeata contra Temer no domingo (11), na avenida Paulista, ele pode participar. Analistas acham que, para "roubar" votos de Marta e de Luiza Erundina (PSOL-SP), ele tem que ser mais claro na posição contrária ao impeachment. O prefeito não foi à última manifestação. Leia a coluna completa aqui
colunas
Haddad diz que poderá ir à passeata contra Temer na avenida PaulistaFernando Haddad (PT-SP) disse a assessores que, se houver passeata contra Temer no domingo (11), na avenida Paulista, ele pode participar. Analistas acham que, para "roubar" votos de Marta e de Luiza Erundina (PSOL-SP), ele tem que ser mais claro na posição contrária ao impeachment. O prefeito não foi à última manifestação. Leia a coluna completa aqui
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Olhar inquieto de Thomas Bernhard recebe montagem em SP
Um dos principais nomes do teatro austríaco, o dramaturgo Thomas Bernhard (1931-1989) foi um provocador. Pupilo do teatro do absurdo, ele gostava, em seus textos, de fustigar convenções e questionar padrões sociais. Seguindo esse espírito, o diretor Eric Lenate decidiu montar o espetáculo "Ludwig e Suas Irmãs", texto de Bernhard que estreia nesta sexta (3) em São Paulo. Para o encenador, vivemos em um momento no qual há um exagero do chamado "politicamente correto", que, a seu ver, teria extrapolado os limites da convivência social. "Hoje as pessoas não conseguem mais entender metáfora, brincadeiras. É o embrutecimento da alma." A obra de Bernhard, portanto, serviria para quebrar determinados padrões da sociedade. "Ele é um escritor incrivelmente apaixonado e, ao mesmo tempo cruel", conta o encenador. "Não perdoa nada nem ninguém." A história do espetáculo é centrada no personagem Ludwig Wittgenstein (papel de Jorge Emil), inspirado no filósofo homônimo (1889-1951), que, por suas ideias transgressoras, é tomado por louco e internado em um sanatório. Ao sair da internação, passa, a contragosto, uma temporada na casa de sua família. Ali precisa conviver com suas irmãs, Ritter (Cléo De Páris) e Dene (Lavínia Pannunzio), duas atrizes medíocres e que passam a gerir a fortuna dos Wittgenstein. Ludwig, então, se revolta com o conformismo e a mesquinhez de suas irmãs. "Ele é o grande ponto lúcido da peça", afirma Emil. "Acredito que Ludwig representa aqueles que viam à frente se seu tempo, que disseram coisas quando ainda não havia ouvidos para ouvi-las", completa Lenate. Também há na obra uma crítica à produção artística e ao mecenato, a como muitos se domesticam para se adequarem ao mercado. "O tempo inteiro o texto critica o teatro e as formas de produção cultural", declara a atriz Cléo De Páris. LUDWIG E SUAS IRMÃS QUANDO sex. e sáb., às 21h; dom., às 20h; até 17/5 ONDE Centro Cultural São Paulo, r. Vergueiro, 1.000, tel. (11) 3397-4002 QUANTO R$ 20 CLASSIFICAÇÃO 16 anos
ilustrada
Olhar inquieto de Thomas Bernhard recebe montagem em SPUm dos principais nomes do teatro austríaco, o dramaturgo Thomas Bernhard (1931-1989) foi um provocador. Pupilo do teatro do absurdo, ele gostava, em seus textos, de fustigar convenções e questionar padrões sociais. Seguindo esse espírito, o diretor Eric Lenate decidiu montar o espetáculo "Ludwig e Suas Irmãs", texto de Bernhard que estreia nesta sexta (3) em São Paulo. Para o encenador, vivemos em um momento no qual há um exagero do chamado "politicamente correto", que, a seu ver, teria extrapolado os limites da convivência social. "Hoje as pessoas não conseguem mais entender metáfora, brincadeiras. É o embrutecimento da alma." A obra de Bernhard, portanto, serviria para quebrar determinados padrões da sociedade. "Ele é um escritor incrivelmente apaixonado e, ao mesmo tempo cruel", conta o encenador. "Não perdoa nada nem ninguém." A história do espetáculo é centrada no personagem Ludwig Wittgenstein (papel de Jorge Emil), inspirado no filósofo homônimo (1889-1951), que, por suas ideias transgressoras, é tomado por louco e internado em um sanatório. Ao sair da internação, passa, a contragosto, uma temporada na casa de sua família. Ali precisa conviver com suas irmãs, Ritter (Cléo De Páris) e Dene (Lavínia Pannunzio), duas atrizes medíocres e que passam a gerir a fortuna dos Wittgenstein. Ludwig, então, se revolta com o conformismo e a mesquinhez de suas irmãs. "Ele é o grande ponto lúcido da peça", afirma Emil. "Acredito que Ludwig representa aqueles que viam à frente se seu tempo, que disseram coisas quando ainda não havia ouvidos para ouvi-las", completa Lenate. Também há na obra uma crítica à produção artística e ao mecenato, a como muitos se domesticam para se adequarem ao mercado. "O tempo inteiro o texto critica o teatro e as formas de produção cultural", declara a atriz Cléo De Páris. LUDWIG E SUAS IRMÃS QUANDO sex. e sáb., às 21h; dom., às 20h; até 17/5 ONDE Centro Cultural São Paulo, r. Vergueiro, 1.000, tel. (11) 3397-4002 QUANTO R$ 20 CLASSIFICAÇÃO 16 anos
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Mulheres dirigem melhor, diz pesquisa
Uma recente pesquisa realizada pela seguradora britânica Privilege questionou o mito de que os homens dirigem melhor que as mulheres. O estudo avaliou 50 motoristas ao volante e também observou outros 200 que passavam por um dos principais cruzamentos do Reino Unido. As mulheres somaram 23,6 pontos de um total de 30, enquanto eles chegaram a 19,8. A maior atenção aos limites de velocidade e às regras de trânsito garantiram a vantagem delas, e isso se reflete no preço do seguro. "O valor pago pelos homens é, em média, 15% maior", afirma Saint-Clair Pereira Lima, diretor técnico da Bradesco Seguros. O acréscimo está relacionado aos valores dos reparos. "Os índices de ocorrência de acidentes é praticamente igual entre os sexos, mas o custo dos sinistros provocados por homens tende a ser 28% mais alto", explica Lima. ÁLCOOL E DIREÇÃO Outra pesquisa, realizada pela Escola de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto, mostra que 92% dos acidentes de trânsito envolvendo consumo de bebidas alcoólicas são causados por homens. Os dados foram coletados no Hospital Público Universitário de Uberlândia (MG). Se as estatísticas comprovam que as mulheres são mais prudentes, de onde vem a fama de "ruins de roda"? "Dirigir está ligado ao masculino. Ao longo da história, conduzir cavalos, carroças e navios aparece quase sempre como atividades ligadas aos homens, enquanto às mulheres cabia cuidar dos filhos e da casa", analisa a professora doutora Ana Laura Schliemann, do Departamento de Psicologia da PUC-SP. Esse vínculo histórico ajuda a entender o porquê de todas as principais categorias do automobilismo serem monopolizadas pelos homens. "Sempre fui a única mulher nas competições de que participei e sofri muito preconceito", diz a instrutora de pilotagem Suzane Carvalho, que competiu em diversas categorias de carro e moto no Brasil e na Europa. Para ela, não há interesse em ver mulheres campeãs. "Acho que essa é uma das razões da ausência de uma piloto na F-1. Até pode haver uma no grid para chamar atenção, mas não vão querer que ande na frente". PROCESSOS PARA OBTER A HABILITAÇÃO DIFEREM DE UM PAÍS PARA OUTRO; VEJA EXEMPLOS: ESTADOS UNIDOS 1 - O candidato precisa fazer um teste on-line. Após a aprovação, é emitida uma autorização para retirada do livro com regras de trânsito 2 - O passo seguinte é fazer mais uma avaliação on-line e, depois, o teste presencial. Os aprovados recebem uma autorização provisória e só poderão dirigir acompanhados de um maior de 21 anos 3 - Passado o período de aprendizado (geralmente de um ano), é possível marcar o teste prático para obter a carteira permanente 4 - Em alguns estados norte-americanos, a permissão provisória para dirigir pode ser obtida a partir dos 16 anos JAPÃO 1 - A partir de 18 anos, é possível marcar os exames teórico e prático diretamente nos centros de habilitação 2 - A prova teórica tem 50 questões, com necessidade de acerto mínimo de 90% 3 - A partir da aprovação nos testes, é emitida a carteira provisória. Depois de um período, o motorista realizará novos exames para obter a habilitação definitiva ALEMANHA 1 - As primeiras etapas são bem parecidas com as do Brasil e podem começar aos 18 anos. A principal diferença é a obrigatoriedade do curso de primeiros socorros, com seis horas de duração 2 - No teste prático, os examinadores costumam solicitar que o condutor realize freadas de emergência 3 - Outra particularidade do teste é a observação dos direcionamentos do olhar do condutor, para verificar se ele está observando regularmente as imagens nos espelhos retrovisores BRASIL 1 - Somente pessoas imputáveis (maiores de 18 anos) podem tirar a carteira de habilitação. Também é necessário fazer o teste de aptidão física e mental 2 - A segunda etapa é o curso teórico de formação de condutores, em que o aspirante a motorista tem aulas sobre direção defensiva, meio ambiente e cidadania, primeiros socorros, mecânica básica de veículos e legislação de trânsito 3 - Passada essa fase, vem a prova teórica do Detran e a matrícula na autoescola, onde o aluno deverá realizar, ao menos, 25 horas de aulas práticas de direção 4 - A partir de 2016, também será necessário a realização de cinco horas de aula no simulador 5 - Ao final do processo, é realizada a prova prática
asmais
Mulheres dirigem melhor, diz pesquisaUma recente pesquisa realizada pela seguradora britânica Privilege questionou o mito de que os homens dirigem melhor que as mulheres. O estudo avaliou 50 motoristas ao volante e também observou outros 200 que passavam por um dos principais cruzamentos do Reino Unido. As mulheres somaram 23,6 pontos de um total de 30, enquanto eles chegaram a 19,8. A maior atenção aos limites de velocidade e às regras de trânsito garantiram a vantagem delas, e isso se reflete no preço do seguro. "O valor pago pelos homens é, em média, 15% maior", afirma Saint-Clair Pereira Lima, diretor técnico da Bradesco Seguros. O acréscimo está relacionado aos valores dos reparos. "Os índices de ocorrência de acidentes é praticamente igual entre os sexos, mas o custo dos sinistros provocados por homens tende a ser 28% mais alto", explica Lima. ÁLCOOL E DIREÇÃO Outra pesquisa, realizada pela Escola de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto, mostra que 92% dos acidentes de trânsito envolvendo consumo de bebidas alcoólicas são causados por homens. Os dados foram coletados no Hospital Público Universitário de Uberlândia (MG). Se as estatísticas comprovam que as mulheres são mais prudentes, de onde vem a fama de "ruins de roda"? "Dirigir está ligado ao masculino. Ao longo da história, conduzir cavalos, carroças e navios aparece quase sempre como atividades ligadas aos homens, enquanto às mulheres cabia cuidar dos filhos e da casa", analisa a professora doutora Ana Laura Schliemann, do Departamento de Psicologia da PUC-SP. Esse vínculo histórico ajuda a entender o porquê de todas as principais categorias do automobilismo serem monopolizadas pelos homens. "Sempre fui a única mulher nas competições de que participei e sofri muito preconceito", diz a instrutora de pilotagem Suzane Carvalho, que competiu em diversas categorias de carro e moto no Brasil e na Europa. Para ela, não há interesse em ver mulheres campeãs. "Acho que essa é uma das razões da ausência de uma piloto na F-1. Até pode haver uma no grid para chamar atenção, mas não vão querer que ande na frente". PROCESSOS PARA OBTER A HABILITAÇÃO DIFEREM DE UM PAÍS PARA OUTRO; VEJA EXEMPLOS: ESTADOS UNIDOS 1 - O candidato precisa fazer um teste on-line. Após a aprovação, é emitida uma autorização para retirada do livro com regras de trânsito 2 - O passo seguinte é fazer mais uma avaliação on-line e, depois, o teste presencial. Os aprovados recebem uma autorização provisória e só poderão dirigir acompanhados de um maior de 21 anos 3 - Passado o período de aprendizado (geralmente de um ano), é possível marcar o teste prático para obter a carteira permanente 4 - Em alguns estados norte-americanos, a permissão provisória para dirigir pode ser obtida a partir dos 16 anos JAPÃO 1 - A partir de 18 anos, é possível marcar os exames teórico e prático diretamente nos centros de habilitação 2 - A prova teórica tem 50 questões, com necessidade de acerto mínimo de 90% 3 - A partir da aprovação nos testes, é emitida a carteira provisória. Depois de um período, o motorista realizará novos exames para obter a habilitação definitiva ALEMANHA 1 - As primeiras etapas são bem parecidas com as do Brasil e podem começar aos 18 anos. A principal diferença é a obrigatoriedade do curso de primeiros socorros, com seis horas de duração 2 - No teste prático, os examinadores costumam solicitar que o condutor realize freadas de emergência 3 - Outra particularidade do teste é a observação dos direcionamentos do olhar do condutor, para verificar se ele está observando regularmente as imagens nos espelhos retrovisores BRASIL 1 - Somente pessoas imputáveis (maiores de 18 anos) podem tirar a carteira de habilitação. Também é necessário fazer o teste de aptidão física e mental 2 - A segunda etapa é o curso teórico de formação de condutores, em que o aspirante a motorista tem aulas sobre direção defensiva, meio ambiente e cidadania, primeiros socorros, mecânica básica de veículos e legislação de trânsito 3 - Passada essa fase, vem a prova teórica do Detran e a matrícula na autoescola, onde o aluno deverá realizar, ao menos, 25 horas de aulas práticas de direção 4 - A partir de 2016, também será necessário a realização de cinco horas de aula no simulador 5 - Ao final do processo, é realizada a prova prática
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Rocinha cercada
Há mais de uma semana só faz complicar-se a situação da comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro. Nem mesmo o cerco efetuado por tropas do Exército nas saídas do morro foi capaz de estancar as escaramuças entre quadrilhas. Saldo divulgado de oito dias da operação militar e policial: seis mortos, 29 mandados de prisão expedidos, seis pistolas, 15 granadas e 14 fuzis apreendidos. Nesta segunda-feira (25), a favela de 70 mil habitantes amanheceu sem disparos, mas também sem aulas —medida de prudência óbvia, pois ninguém sabe dizer se e quando os tiroteios recomeçarão. São nove estabelecimentos e mais de 3.000 alunos sem ensino. E não foi só no morro: também no asfalto, como se diz no Rio, colégios particulares da Gávea, bairro vizinho, cancelaram atividades. Os boatos se multiplicam, artérias cruciais são bloqueadas, e o pânico se espalha pela cidade. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), após arruinar o Estado na companhia do antecessor e correligionário Sérgio Cabral Filho, pediu socorro ao Exército. No início de agosto a Força já se posicionara nas ruas, afastando-se após desentendimentos com a Secretaria de Segurança Pública fluminense. Em realidade, o poder público se mostra impotente diante da desenvoltura das facções. Elas já vão retomando todos os territórios que haviam perdido com as de início bem-sucedidas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). A presença constante de agentes da lei nas comunidades constitui só o início da retomada dessas áreas pelo Estado, porém. Sem um esforço continuado de inteligência policial, para localizar arsenais de criminosos e obstruir rotas de armas e drogas, essa política está fadada ao fracasso. Violência e corrupção na corporação policial permaneceram intocadas pelas UPPs, que perderam prestígio e eficácia. Some-se a isso o sucateamento de todos os serviços estaduais pelo descalabro financeiro peemedebista, aí incluído o aparelho de segurança pública. Chamar o Exército se tornou a saída de praxe no Rio, mas tal intervenção quando muito pode servir de apoio pontual, com objetivo bem delimitado (como este cerco na Rocinha), pois não é capaz de substituir a ação da polícia. As Forças Armadas não têm vocação para manter a ordem pública. Prolongar sua presença no Estado eleva os riscos de excessos ou, até, de cooptação de militares pelo tráfico e pela corrupção. A Força Nacional de Segurança, desde que devidamente equipada, seria mais talhada para a tarefa. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Rocinha cercadaHá mais de uma semana só faz complicar-se a situação da comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro. Nem mesmo o cerco efetuado por tropas do Exército nas saídas do morro foi capaz de estancar as escaramuças entre quadrilhas. Saldo divulgado de oito dias da operação militar e policial: seis mortos, 29 mandados de prisão expedidos, seis pistolas, 15 granadas e 14 fuzis apreendidos. Nesta segunda-feira (25), a favela de 70 mil habitantes amanheceu sem disparos, mas também sem aulas —medida de prudência óbvia, pois ninguém sabe dizer se e quando os tiroteios recomeçarão. São nove estabelecimentos e mais de 3.000 alunos sem ensino. E não foi só no morro: também no asfalto, como se diz no Rio, colégios particulares da Gávea, bairro vizinho, cancelaram atividades. Os boatos se multiplicam, artérias cruciais são bloqueadas, e o pânico se espalha pela cidade. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), após arruinar o Estado na companhia do antecessor e correligionário Sérgio Cabral Filho, pediu socorro ao Exército. No início de agosto a Força já se posicionara nas ruas, afastando-se após desentendimentos com a Secretaria de Segurança Pública fluminense. Em realidade, o poder público se mostra impotente diante da desenvoltura das facções. Elas já vão retomando todos os territórios que haviam perdido com as de início bem-sucedidas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). A presença constante de agentes da lei nas comunidades constitui só o início da retomada dessas áreas pelo Estado, porém. Sem um esforço continuado de inteligência policial, para localizar arsenais de criminosos e obstruir rotas de armas e drogas, essa política está fadada ao fracasso. Violência e corrupção na corporação policial permaneceram intocadas pelas UPPs, que perderam prestígio e eficácia. Some-se a isso o sucateamento de todos os serviços estaduais pelo descalabro financeiro peemedebista, aí incluído o aparelho de segurança pública. Chamar o Exército se tornou a saída de praxe no Rio, mas tal intervenção quando muito pode servir de apoio pontual, com objetivo bem delimitado (como este cerco na Rocinha), pois não é capaz de substituir a ação da polícia. As Forças Armadas não têm vocação para manter a ordem pública. Prolongar sua presença no Estado eleva os riscos de excessos ou, até, de cooptação de militares pelo tráfico e pela corrupção. A Força Nacional de Segurança, desde que devidamente equipada, seria mais talhada para a tarefa. editoriais@grupofolha.com.br
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Voraz tartaruga pré-histórica de Pernambuco foi 'rainha dos mares'
A vida no Paleoceno –período após o impacto que extinguiu os dinossauros e uma boa parte dos répteis da Terra– não era nada fácil. Uma espécie de tartaruguinha carnívora recém-descoberta pelos cientistas, porém, resistiu e prosperou mesmo no inóspito mar pré-histórico do que hoje é Pernambuco. Apesar de pequena –tinha apenas cerca de 50 cm de comprimento–, essa pernambucana pré-histórica conseguiu se desenvolver em um dos períodos mais complicados do planeta, em que a competição por alimentos e recursos era feroz. "Ainda não podemos determinar o motivo específico para ela ter sobrevivido, mas as tartarugas sobreviveram a várias extinções. A carapaça tem uma função de proteção importante", diz Anny Carvalho, doutoranda em geologia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e autora principal do trabalho que descreve a espécie, publicado na revista "Zootaxa". Não por acaso ela foi batizada de Inaechelys pernambucensis, que significa "a tartaruga rainha do mar de Pernambuco". O nome escolhido também é uma referência proposital à divindade Iemanjá. Segundo as pesquisadoras, foi uma maneira de homenagear a cultura afrobrasileira do Nordeste. Para a paleontóloga da UFPE Aline Ghilardi, que participou do trabalho, o porte pequeno e a alimentação variada da Inaechelys contribuíram para sua sobrevivência. "Ela provavelmente era carnívora, mas tinha uma alimentação bem generalista, o que ajuda na sobrevivência. Animais com hábitos alimentares muito específicos costumam ser mais facilmente afetados", explica. Segundo Ghilardi, o estudo da nova espécie ajudará a dar pistas importantes sobre a evolução das tartarugas e de outros animais. peça fundamental "Ela [I. pernambucensis] é uma sobrevivente e o seu estudo é uma peça fundamental para entender como a biota se recuperou após essa grande extinção", afirma. Embora tenha sido rainha há 62 milhões de anos, a espécie não tem relação com as tartarugas marinhas atuais. Uma hipótese é que ela pode ter sido suplantada por outras mais adaptadas à vida marinha, especialmente para se locomover a grandes distâncias e profundidades. Os parentes da I. pernambucensis que ainda vivem por lá são tartarugas de água doce, incluindo a tartaruga-de-cabeça-grande-do-Amazonas (Peltocephalus dumerilianus). Entre as já extintas, há registros muito semelhantes com fósseis de tartarugas marinhas encontrados em Portugal. "Essas tartarugas tinham hábitos costeiros, não nadavam a grande profundidade. Isso indica que havia uma passagem, uma maior proximidade entre aquela parte da Europa e o Nordeste do Brasil. Isso é mais um reforço que indica a ligação dos continentes", diz a paleontóloga Aline Ghilardi. O fóssil –uma parte da carapaça e alguns ossos da cintura– foi encontrado na chamada pedreira Poty, cerca de 30 km ao norte do Recife. A descoberta foi possível porque a mineradora tem uma parceria com os cientistas, enviando periodicamente material de interesse para a universidade. Onde Pedreira Poty, 30 km a Norte de Recife Tamanho Cerca de 50 cm Hábitos Carnívora, vivia na costa Por que é importante Enquanto vários répteis gigantes desapareceram do ambiente em que ela vivia, sua linhagem permaneceu. Ela reinou solitária, em uma paisagem empobrecida por conta da grande extinção no fim do Cretáceo.
ciencia
Voraz tartaruga pré-histórica de Pernambuco foi 'rainha dos mares'A vida no Paleoceno –período após o impacto que extinguiu os dinossauros e uma boa parte dos répteis da Terra– não era nada fácil. Uma espécie de tartaruguinha carnívora recém-descoberta pelos cientistas, porém, resistiu e prosperou mesmo no inóspito mar pré-histórico do que hoje é Pernambuco. Apesar de pequena –tinha apenas cerca de 50 cm de comprimento–, essa pernambucana pré-histórica conseguiu se desenvolver em um dos períodos mais complicados do planeta, em que a competição por alimentos e recursos era feroz. "Ainda não podemos determinar o motivo específico para ela ter sobrevivido, mas as tartarugas sobreviveram a várias extinções. A carapaça tem uma função de proteção importante", diz Anny Carvalho, doutoranda em geologia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e autora principal do trabalho que descreve a espécie, publicado na revista "Zootaxa". Não por acaso ela foi batizada de Inaechelys pernambucensis, que significa "a tartaruga rainha do mar de Pernambuco". O nome escolhido também é uma referência proposital à divindade Iemanjá. Segundo as pesquisadoras, foi uma maneira de homenagear a cultura afrobrasileira do Nordeste. Para a paleontóloga da UFPE Aline Ghilardi, que participou do trabalho, o porte pequeno e a alimentação variada da Inaechelys contribuíram para sua sobrevivência. "Ela provavelmente era carnívora, mas tinha uma alimentação bem generalista, o que ajuda na sobrevivência. Animais com hábitos alimentares muito específicos costumam ser mais facilmente afetados", explica. Segundo Ghilardi, o estudo da nova espécie ajudará a dar pistas importantes sobre a evolução das tartarugas e de outros animais. peça fundamental "Ela [I. pernambucensis] é uma sobrevivente e o seu estudo é uma peça fundamental para entender como a biota se recuperou após essa grande extinção", afirma. Embora tenha sido rainha há 62 milhões de anos, a espécie não tem relação com as tartarugas marinhas atuais. Uma hipótese é que ela pode ter sido suplantada por outras mais adaptadas à vida marinha, especialmente para se locomover a grandes distâncias e profundidades. Os parentes da I. pernambucensis que ainda vivem por lá são tartarugas de água doce, incluindo a tartaruga-de-cabeça-grande-do-Amazonas (Peltocephalus dumerilianus). Entre as já extintas, há registros muito semelhantes com fósseis de tartarugas marinhas encontrados em Portugal. "Essas tartarugas tinham hábitos costeiros, não nadavam a grande profundidade. Isso indica que havia uma passagem, uma maior proximidade entre aquela parte da Europa e o Nordeste do Brasil. Isso é mais um reforço que indica a ligação dos continentes", diz a paleontóloga Aline Ghilardi. O fóssil –uma parte da carapaça e alguns ossos da cintura– foi encontrado na chamada pedreira Poty, cerca de 30 km ao norte do Recife. A descoberta foi possível porque a mineradora tem uma parceria com os cientistas, enviando periodicamente material de interesse para a universidade. Onde Pedreira Poty, 30 km a Norte de Recife Tamanho Cerca de 50 cm Hábitos Carnívora, vivia na costa Por que é importante Enquanto vários répteis gigantes desapareceram do ambiente em que ela vivia, sua linhagem permaneceu. Ela reinou solitária, em uma paisagem empobrecida por conta da grande extinção no fim do Cretáceo.
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Reforma da Previdência pode mudar no Senado, diz presidente da Casa
Após participar de uma série de reuniões para buscar acordo no texto da reforma da Previdência, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), admitiu nesta terça-feira (18) que os senadores poderão alterar pontos da proposta. "Cheguei a dizer para a Câmara que os deputados poderiam votas essa matéria, porque o Senado já tinha entendimento de que obviamente vai fazer alguns ajustes, não ajustes radicas, mas ia fazer alguns. Que a Câmara poderia votar essa matéria com tranquilidade que o Senado não iria fazer nenhuma bravata de rejeição dessa matéria", afirmou o peemedebista. A declaração de Eunício ocorre em meio à insatisfação de senadores da base aliada com pontos do documento apresentado nesta terça-feira (18) pelo deputado federal Arthur Maia (PPS-BA), relator da proposta na Câmara. Em reunião com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto, eles reivindicaram que o relator equipare em 60 anos a idade mínima entre os trabalhadores do campo que contribuem e os que não contribuem com a Previdência Social. Pelas novas regras, os que não contribuem e têm baixa renda se aposentariam pelas regras do BPC (Benefício de Prestação Continuada), aos 68 anos. Eles também defenderam uma maior diferenciação na idade mínima para a aposentadoria de mulheres que trabalham no campo e que trabalham na cidade. Pelas mudanças apresentadas, as da cidade se aposentariam aos 62 anos e as do campo, aos 60 anos. Em resposta, o relator disse que irá analisar os dois pleitos com a equipe econômica para avaliar alterações no texto final, que será apresentado na comissão especial nesta quarta-feira (19). O Palácio do Planalto receia que ocorram mudanças no Senado que obriguem o texto a retornar para a Câmara, o que poderia pressionar o governo a fazer ainda mais flexibilizações para aprovar a iniciativa. O texto da reforma só seguirá para o Senado caso os deputados avalizarem a proposta. Irá direto para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), presidida por Edison Lobão (PMDB-MA). RENAN Na tentativa de blindar a proposta do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), o presidente quer emplacar na relatoria da iniciativa um nome de confiança do Palácio do Planalto. A ideia é que o relator seja alguém próximo ao presidente Michel Temer e que, ao mesmo tempo, tenha influência na bancada peemedebista, impedindo que Renan conquiste mais apoios no partido contra a iniciativa. O nome de preferência do Planalto, o mais lembrado por assessores e auxiliares presidenciais, é o da senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), que tem participado desde o início do debate técnico da reforma previdenciária. Em movimento oposto, Renan tem tentado emplacar o senador Roberto Requião (PMDB-PR), crítico à proposta, para a relatoria. Pelos cálculos feitos pelo Palácio do Planalto, só na bancada peemedebista, Renan já tem influência sobre quatro senadores: Roberto Requião (PR), Katia Abreu (TO), Hélio José (DF) e Eduardo Braga (AM). É prerrogativa de quem preside qualquer dos colegiados do Senado a escolha do relator das propostas. Nesse caso, Lobão poderia escolher entre qualquer um dos 27 titulares da comissão Lobão é um dos senadores do que se conhece como "grupo Sarney", que sofre forte influência do ex-presidente do Senado José Sarney (PMDB-AC). O também ex-presidente da Casa Renan Calheiros (PMDB-AL) é também bastante próximo a esse grupo.
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Reforma da Previdência pode mudar no Senado, diz presidente da CasaApós participar de uma série de reuniões para buscar acordo no texto da reforma da Previdência, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), admitiu nesta terça-feira (18) que os senadores poderão alterar pontos da proposta. "Cheguei a dizer para a Câmara que os deputados poderiam votas essa matéria, porque o Senado já tinha entendimento de que obviamente vai fazer alguns ajustes, não ajustes radicas, mas ia fazer alguns. Que a Câmara poderia votar essa matéria com tranquilidade que o Senado não iria fazer nenhuma bravata de rejeição dessa matéria", afirmou o peemedebista. A declaração de Eunício ocorre em meio à insatisfação de senadores da base aliada com pontos do documento apresentado nesta terça-feira (18) pelo deputado federal Arthur Maia (PPS-BA), relator da proposta na Câmara. Em reunião com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto, eles reivindicaram que o relator equipare em 60 anos a idade mínima entre os trabalhadores do campo que contribuem e os que não contribuem com a Previdência Social. Pelas novas regras, os que não contribuem e têm baixa renda se aposentariam pelas regras do BPC (Benefício de Prestação Continuada), aos 68 anos. Eles também defenderam uma maior diferenciação na idade mínima para a aposentadoria de mulheres que trabalham no campo e que trabalham na cidade. Pelas mudanças apresentadas, as da cidade se aposentariam aos 62 anos e as do campo, aos 60 anos. Em resposta, o relator disse que irá analisar os dois pleitos com a equipe econômica para avaliar alterações no texto final, que será apresentado na comissão especial nesta quarta-feira (19). O Palácio do Planalto receia que ocorram mudanças no Senado que obriguem o texto a retornar para a Câmara, o que poderia pressionar o governo a fazer ainda mais flexibilizações para aprovar a iniciativa. O texto da reforma só seguirá para o Senado caso os deputados avalizarem a proposta. Irá direto para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), presidida por Edison Lobão (PMDB-MA). RENAN Na tentativa de blindar a proposta do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), o presidente quer emplacar na relatoria da iniciativa um nome de confiança do Palácio do Planalto. A ideia é que o relator seja alguém próximo ao presidente Michel Temer e que, ao mesmo tempo, tenha influência na bancada peemedebista, impedindo que Renan conquiste mais apoios no partido contra a iniciativa. O nome de preferência do Planalto, o mais lembrado por assessores e auxiliares presidenciais, é o da senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), que tem participado desde o início do debate técnico da reforma previdenciária. Em movimento oposto, Renan tem tentado emplacar o senador Roberto Requião (PMDB-PR), crítico à proposta, para a relatoria. Pelos cálculos feitos pelo Palácio do Planalto, só na bancada peemedebista, Renan já tem influência sobre quatro senadores: Roberto Requião (PR), Katia Abreu (TO), Hélio José (DF) e Eduardo Braga (AM). É prerrogativa de quem preside qualquer dos colegiados do Senado a escolha do relator das propostas. Nesse caso, Lobão poderia escolher entre qualquer um dos 27 titulares da comissão Lobão é um dos senadores do que se conhece como "grupo Sarney", que sofre forte influência do ex-presidente do Senado José Sarney (PMDB-AC). O também ex-presidente da Casa Renan Calheiros (PMDB-AL) é também bastante próximo a esse grupo.
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John Green, E. L. James e mais artistas lamentam a morte de Harper Lee
Artistas, celebridades, empresários e outros escritores lamentaram nesta sexta-feira (19) nas redes sociais a morte da Harper Lee, escritora americana autora do clássico "O Sol É para Todos". "Quando meu filho Henry nasceu, Lee assinou uma cópia do 'Looking for Alaska' para ele com a inscrição, 'Bem-vindo ao mundo Henry Atticus', contou, no Twitter, o autor do best-seller "A Culpa É das Estrelas", John Green. "Esse livro é o meu bem mais precioso. Lee viveu uma vida privada, mas ela era discretamente e extraordinariamente generosa." Erika Leonard James, responsável pelo fenômeno "Cinquenta Tons de Cinza", também lembrou da autora: "Descanse em paz, Harper Lee", escreveu nas rede sociais. Tim Cook, diretor executivo da Apple, citou uma frase do mais famoso livro da autora. "A única coisa que não tolera a regra da maioria é a consciência de uma pessoa". (veja mais reações abaixo) Lee ganhou um prêmio Pulitzer de ficção em 1961 pelo romance sobre o racismo e a injustiça na sociedade americana nos anos 1930. O livro conta a história de Atticus Finch, um advogado de uma cidadezinha que vai defender um homem negro acusado injustamente de estuprar uma mulher. O livro é narrada por Scout, filha do protagonista. Até ano passado, era considerada autora de livro só -até um manuscrito inédito com alguns do mesmos personagens de "O Sol..." ser encontrado e publicado no ano passado. No Brasil, a obra recebeu o título de "Vá, Coloque Um Vigia" (José Olympio). A escritora passou seus últimos anos em uma casa de repouso em sua cidade natal no Alabama (EUA). * O ADEUS A HARPER LEE John Green, autor de "A Culpa É das Estrelas": "Quando meu filho Henry nasceu, Lee assinou uma cópia do 'Looking for Alaska' para ele com a inscrição, 'Bem-vindo ao mundo Henry Atticus'. Esse livro é o meu bem mais precioso. Ms. Lee viveu uma vida privada, mas ela era discretamente e, extraordinariamente generosa." E. L. James, autora de "Cinquenta Tons de Cinza": "Descanse em paz, Harper Lee." Tim Cook, CEO da Apple: "Descanse em paz, Harper Lee. 'A única coisa que não tolera a regra da maioria é a consciência de uma pessoa'." Reese Witherspoon, atriz: "Ela revelou tudo... a glória, o medo, o ódio e a beleza. Que descanse em paz." Ava DuVernay, cineasta: "'Você nunca realmente entenderá uma pessoa até que você entre em sua pele e ande nela' Obrigada, Harper Lee." Mara Wilson, atriz: "Ainda não consigo acreditar..." Debra Messing, atriz: "Ela mudou o mundo com 'O Sol É para Todos'." Katie Couric, jornalista: "Muito triste pela morte de Harper Lee. 'O Sol É para Todos' foi um presente para todos nós." Joshua Malina, ator: "Descanse em paz, Harper Lee." Kathy Reichs, escritora: "Descanse em Paz, Harper Lee. Um dos grandes nomes literários."
ilustrada
John Green, E. L. James e mais artistas lamentam a morte de Harper LeeArtistas, celebridades, empresários e outros escritores lamentaram nesta sexta-feira (19) nas redes sociais a morte da Harper Lee, escritora americana autora do clássico "O Sol É para Todos". "Quando meu filho Henry nasceu, Lee assinou uma cópia do 'Looking for Alaska' para ele com a inscrição, 'Bem-vindo ao mundo Henry Atticus', contou, no Twitter, o autor do best-seller "A Culpa É das Estrelas", John Green. "Esse livro é o meu bem mais precioso. Lee viveu uma vida privada, mas ela era discretamente e extraordinariamente generosa." Erika Leonard James, responsável pelo fenômeno "Cinquenta Tons de Cinza", também lembrou da autora: "Descanse em paz, Harper Lee", escreveu nas rede sociais. Tim Cook, diretor executivo da Apple, citou uma frase do mais famoso livro da autora. "A única coisa que não tolera a regra da maioria é a consciência de uma pessoa". (veja mais reações abaixo) Lee ganhou um prêmio Pulitzer de ficção em 1961 pelo romance sobre o racismo e a injustiça na sociedade americana nos anos 1930. O livro conta a história de Atticus Finch, um advogado de uma cidadezinha que vai defender um homem negro acusado injustamente de estuprar uma mulher. O livro é narrada por Scout, filha do protagonista. Até ano passado, era considerada autora de livro só -até um manuscrito inédito com alguns do mesmos personagens de "O Sol..." ser encontrado e publicado no ano passado. No Brasil, a obra recebeu o título de "Vá, Coloque Um Vigia" (José Olympio). A escritora passou seus últimos anos em uma casa de repouso em sua cidade natal no Alabama (EUA). * O ADEUS A HARPER LEE John Green, autor de "A Culpa É das Estrelas": "Quando meu filho Henry nasceu, Lee assinou uma cópia do 'Looking for Alaska' para ele com a inscrição, 'Bem-vindo ao mundo Henry Atticus'. Esse livro é o meu bem mais precioso. Ms. Lee viveu uma vida privada, mas ela era discretamente e, extraordinariamente generosa." E. L. James, autora de "Cinquenta Tons de Cinza": "Descanse em paz, Harper Lee." Tim Cook, CEO da Apple: "Descanse em paz, Harper Lee. 'A única coisa que não tolera a regra da maioria é a consciência de uma pessoa'." Reese Witherspoon, atriz: "Ela revelou tudo... a glória, o medo, o ódio e a beleza. Que descanse em paz." Ava DuVernay, cineasta: "'Você nunca realmente entenderá uma pessoa até que você entre em sua pele e ande nela' Obrigada, Harper Lee." Mara Wilson, atriz: "Ainda não consigo acreditar..." Debra Messing, atriz: "Ela mudou o mundo com 'O Sol É para Todos'." Katie Couric, jornalista: "Muito triste pela morte de Harper Lee. 'O Sol É para Todos' foi um presente para todos nós." Joshua Malina, ator: "Descanse em paz, Harper Lee." Kathy Reichs, escritora: "Descanse em Paz, Harper Lee. Um dos grandes nomes literários."
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Moro quer estudar nos Estados Unidos
O juiz Sergio Moro pretende se licenciar da 13ª Vara Federal de Curitiba para uma temporada de estudos nos EUA. O juiz não deve, no entanto, se afastar do trabalho antes do término da Operação Lava Jato, segundo interlocutores. Ele estaria planejando a viagem para o fim de 2018 ou o começo de 2019. Há alguns dias, Moro pediu também afastamento da UFPR (Universidade Federal do Paraná), onde dá aulas de direito processual penal. A informação foi confirmada à coluna pela secretária do departamento de ciências jurídicas da instituição, que, no entanto, não informou as razões do juiz para o pleito. Questionado, Moro disse, por meio da assessoria de imprensa, que de fato pediu licença da universidade, mas que a iniciativa não está relacionada com eventuais estudos fora do país. Ele pretenderia se afastar, segundo integrantes da UFPR, para se dedicar exclusivamente à Lava Jato na fase final dos processos. O comando da 13ª Vara Federal de Curitiba pode ser assumido pela juíza federal Gabriela Hardt caso Moro venha mesmo, no futuro, a se afastar do cargo.
colunas
Moro quer estudar nos Estados UnidosO juiz Sergio Moro pretende se licenciar da 13ª Vara Federal de Curitiba para uma temporada de estudos nos EUA. O juiz não deve, no entanto, se afastar do trabalho antes do término da Operação Lava Jato, segundo interlocutores. Ele estaria planejando a viagem para o fim de 2018 ou o começo de 2019. Há alguns dias, Moro pediu também afastamento da UFPR (Universidade Federal do Paraná), onde dá aulas de direito processual penal. A informação foi confirmada à coluna pela secretária do departamento de ciências jurídicas da instituição, que, no entanto, não informou as razões do juiz para o pleito. Questionado, Moro disse, por meio da assessoria de imprensa, que de fato pediu licença da universidade, mas que a iniciativa não está relacionada com eventuais estudos fora do país. Ele pretenderia se afastar, segundo integrantes da UFPR, para se dedicar exclusivamente à Lava Jato na fase final dos processos. O comando da 13ª Vara Federal de Curitiba pode ser assumido pela juíza federal Gabriela Hardt caso Moro venha mesmo, no futuro, a se afastar do cargo.
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Colégio Notarial do Brasil comenta textos sobre a PEC dos Cartórios
Em relação ao editorial Descaso em cartório e aos artigos A farra dos cartórios e Hora de dar fim aos cartórios, o Colégio Notarial do Brasil (seção São Paulo) vem a público externar sua posição contrária à aprovação da PEC 471. Acreditamos que a proposta fere a Constituição e que os interinos que exercem gerenciamento provisório, com tempo sabidamente delimitado, não devem pleitear efetivações sem o devido concurso público. O CNB/SP preza a garantia da ordem constitucional vigente e apoia as medidas que visem à elevação da qualidade dos serviços notariais. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Colégio Notarial do Brasil comenta textos sobre a PEC dos CartóriosEm relação ao editorial Descaso em cartório e aos artigos A farra dos cartórios e Hora de dar fim aos cartórios, o Colégio Notarial do Brasil (seção São Paulo) vem a público externar sua posição contrária à aprovação da PEC 471. Acreditamos que a proposta fere a Constituição e que os interinos que exercem gerenciamento provisório, com tempo sabidamente delimitado, não devem pleitear efetivações sem o devido concurso público. O CNB/SP preza a garantia da ordem constitucional vigente e apoia as medidas que visem à elevação da qualidade dos serviços notariais. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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PF investiga esquema ilegal que usa Brasil na fuga de iraquianos e sírios
A Polícia Federal investiga a utilização do Brasil como rota de sírios e iraquianos, portando passaportes falsos, a caminho da Europa. Uma parte dos grupos tenta escapar da guerra na Síria. Outra, formada por minorias iraquianas, foge da perseguição da milícia radical Estado Islâmico. Parte dos documentos falsos seria produzida no Rio e, segundo a Folha apurou, há suspeita de que policiais federais integrem o esquema. Oficialmente, a PF diz investigar a "possibilidade de haver algum tipo de apoio logístico [aos coiotes] no Brasil". Segundo o órgão, ao menos 60 pessoas usaram ou tentaram usar passaportes falsos –em sua maioria documentos israelenses– para tentar sair do país nos últimos meses. A PF, contudo, afirma que, na maioria dos casos identificados, eles foram falsificados no exterior. Em pelo menos dois casos apurados pela reportagem, os documentos foram entregues já em território brasileiro. As investigações começaram em junho, dias antes da abertura da Copa. Na ocasião, seis sírios foram detidos no aeroporto de Salvador tentando embarcar para Madri com passaportes falsos da Bulgária. O grupo foi identificado a partir de informações da inteligência da PF e da Abin (Agência Brasileira de Informações). Os documentos custaram € 800. Outros € 3.000 seriam pagos em Madri. Os passaportes foram entregues no Rio, e agentes federais teriam sido cooptados pela quadrilha para facilitar a entrega. Segundo as investigações, a documentação era toda original –fotos e nomes é que eram falsos. Em setembro, um caso semelhante foi registrado. Cinco sírios que inicialmente planejavam fugir para a Europa pelo mar foram abordados na Turquia por coiotes que ofereceram passaportes falsos e passagens, usando o Brasil como rota, por € 9.500. O grupo chegou a tirar visto de turista brasileiro na Turquia e desembarcou no Rio com os passaportes sírios verdadeiros, sendo recepcionado por um integrante da quadrilha no aeroporto. Segundo a Folha apurou, o homem levou os sírios para uma hospedagem no centro do Rio, onde permaneceram por mais de um mês esperando passaportes israelenses. Os documentos foram entregues por um homem que não falava árabe nem português. Na primeira semana de novembro, o grupo embarcou no Rio rumo à Holanda, mas foi detido numa escala do voo em Natal. Os cinco estão em uma prisão de Natal e foram acusados de uso de documento falso e formação de quadrilha. Em dezembro, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Natal entrou com pedido de refúgio junto ao governo. "Segundo eles, dezenas de sírios já entraram na Europa passando pelo Brasil", diz Marconi Macedo, presidente da Comissão de Relações Exteriores da OAB de Natal. VISTO FÁCIL O representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no Brasil, Andrés Ramirez, cita o maior rigor nas fronteiras na Europa e os riscos da travessia pelo mar como motivos que podem estimular iraquianos e sírios a arriscar rotas mais longas. A escolha pelo Brasil seria motivada especialmente pela flexibilização recente do governo na concessão de vistos a quem foge do conflito na Síria. "A facilidade da emissão de vistos de turista, a abertura do país e o fato de o Brasil ter uma grande comunidade de sírios fazem com que eles pensem no Brasil como opção", diz Ramirez. Segundo a PF, em 2014 entraram no Brasil 4.399 pessoas portando passaporte sírio e 492 com o documento iraquiano. Os policiais suspeitam que a quadrilha que atua para beneficiar sírios e iraquianos seja a mesma que vem facilitando a entrada e a permanência de chineses no Brasil. No domingo (8), 11 iraquianos foram mandados de volta ao Rio após serem descobertos, com passaportes israelenses falsos, no Uruguai. Eles tentariam embarcar para Madri. Ao chegar ao Brasil, foram encaminhados à ONG Cáritas e pediram refúgio no país. Em janeiro, ao menos 34 iraquianos chegaram a São Paulo, cruzaram o país de ônibus até o Pará e, de lá, seguiram para a Guiana Francesa. Depois, tentaram embarcar para Paris. Um dos grupos ficou detido no país vizinho. A PF disse não ter identificado os passaportes dos três grupos por serem "falsificações de alta qualidade".
mundo
PF investiga esquema ilegal que usa Brasil na fuga de iraquianos e síriosA Polícia Federal investiga a utilização do Brasil como rota de sírios e iraquianos, portando passaportes falsos, a caminho da Europa. Uma parte dos grupos tenta escapar da guerra na Síria. Outra, formada por minorias iraquianas, foge da perseguição da milícia radical Estado Islâmico. Parte dos documentos falsos seria produzida no Rio e, segundo a Folha apurou, há suspeita de que policiais federais integrem o esquema. Oficialmente, a PF diz investigar a "possibilidade de haver algum tipo de apoio logístico [aos coiotes] no Brasil". Segundo o órgão, ao menos 60 pessoas usaram ou tentaram usar passaportes falsos –em sua maioria documentos israelenses– para tentar sair do país nos últimos meses. A PF, contudo, afirma que, na maioria dos casos identificados, eles foram falsificados no exterior. Em pelo menos dois casos apurados pela reportagem, os documentos foram entregues já em território brasileiro. As investigações começaram em junho, dias antes da abertura da Copa. Na ocasião, seis sírios foram detidos no aeroporto de Salvador tentando embarcar para Madri com passaportes falsos da Bulgária. O grupo foi identificado a partir de informações da inteligência da PF e da Abin (Agência Brasileira de Informações). Os documentos custaram € 800. Outros € 3.000 seriam pagos em Madri. Os passaportes foram entregues no Rio, e agentes federais teriam sido cooptados pela quadrilha para facilitar a entrega. Segundo as investigações, a documentação era toda original –fotos e nomes é que eram falsos. Em setembro, um caso semelhante foi registrado. Cinco sírios que inicialmente planejavam fugir para a Europa pelo mar foram abordados na Turquia por coiotes que ofereceram passaportes falsos e passagens, usando o Brasil como rota, por € 9.500. O grupo chegou a tirar visto de turista brasileiro na Turquia e desembarcou no Rio com os passaportes sírios verdadeiros, sendo recepcionado por um integrante da quadrilha no aeroporto. Segundo a Folha apurou, o homem levou os sírios para uma hospedagem no centro do Rio, onde permaneceram por mais de um mês esperando passaportes israelenses. Os documentos foram entregues por um homem que não falava árabe nem português. Na primeira semana de novembro, o grupo embarcou no Rio rumo à Holanda, mas foi detido numa escala do voo em Natal. Os cinco estão em uma prisão de Natal e foram acusados de uso de documento falso e formação de quadrilha. Em dezembro, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Natal entrou com pedido de refúgio junto ao governo. "Segundo eles, dezenas de sírios já entraram na Europa passando pelo Brasil", diz Marconi Macedo, presidente da Comissão de Relações Exteriores da OAB de Natal. VISTO FÁCIL O representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no Brasil, Andrés Ramirez, cita o maior rigor nas fronteiras na Europa e os riscos da travessia pelo mar como motivos que podem estimular iraquianos e sírios a arriscar rotas mais longas. A escolha pelo Brasil seria motivada especialmente pela flexibilização recente do governo na concessão de vistos a quem foge do conflito na Síria. "A facilidade da emissão de vistos de turista, a abertura do país e o fato de o Brasil ter uma grande comunidade de sírios fazem com que eles pensem no Brasil como opção", diz Ramirez. Segundo a PF, em 2014 entraram no Brasil 4.399 pessoas portando passaporte sírio e 492 com o documento iraquiano. Os policiais suspeitam que a quadrilha que atua para beneficiar sírios e iraquianos seja a mesma que vem facilitando a entrada e a permanência de chineses no Brasil. No domingo (8), 11 iraquianos foram mandados de volta ao Rio após serem descobertos, com passaportes israelenses falsos, no Uruguai. Eles tentariam embarcar para Madri. Ao chegar ao Brasil, foram encaminhados à ONG Cáritas e pediram refúgio no país. Em janeiro, ao menos 34 iraquianos chegaram a São Paulo, cruzaram o país de ônibus até o Pará e, de lá, seguiram para a Guiana Francesa. Depois, tentaram embarcar para Paris. Um dos grupos ficou detido no país vizinho. A PF disse não ter identificado os passaportes dos três grupos por serem "falsificações de alta qualidade".
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Para leitores, desculpas da Odebrecht são desonestas e esfarrapadas
ODEBRECHT Ridículo e, mais uma vez, desonesto o "mea culpa" da Odebrecht. Eles informam à digníssima audiência que participaram de "práticas impróprias". Prática imprópria é cutucar o nariz em público. Eles fizeram parte do maior esquema mundial de corrupção e de apropriação do dinheiro público por agentes privados. Tiraram verbas que iriam salvar vidas, prover habitação e saneamento, educação. Eles se uniram ao que há de pior na política brasileira. "Práticas impróprias" o caramba. Crime, sim. ANTONIO PEDRO DA SILVA NETO (São Paulo, SP) * Li e reli varias vezes a carta da Odebrecht. Considero tais desculpas bem esfarrapadas. Tenho a impressão que seus dirigentes não avaliaram o mal que fizeram à sociedade. Não devem ter noção de quantas pessoas deixaram de ser atendidas nos hospitais, quantas crianças morreram ou não estudaram por causa do dinheiro desviado que faltou aos cofres públicos. Foram, a bem da verdade, como um "serial killer". E lamentavelmente só vão devolver R$ 6 bilhões em 20 anos. IRIA DE SÁ DODDE (Rio de Janeiro, RJ) - TRAGÉDIA NO FUTEBOL Chapecó é uma cidade pequena, de 200 mil habitantes, não há clima para manifestação política, desculpa mal dada. Se a intenção era ser solidário aos familiares, o plano saiu errado. Concordo com as palavras do pai do jogador, pensaria da mesma forma se fosse um filho meu. Temer mostra mais uma vez sua vaidade e arrogância. ("Temer desiste de ir a velório coletivo por medo de vaia, e parente vê desrespeito", "Tragédia no futebol", 3/12) DENISE MESSER (Rio de Janeiro, RJ) * Que coisa! Em um momento como este, gente capaz de usar uma tragédia dessas para fazer protesto. Falta de respeito total. LUCAS SENA (Vitória, ES) - DESEMPREGO O presente de Natal mais pedido pelas crianças a Papai Noel este ano será um emprego para seus pais. Sem ironia! JOSÉ MARQUES (São Paulo, SP) - CRISE NOS ESTADOS O Rio de Janeiro quebra, Geraldo Alckmin traz pra São Paulo o ex-secretário da Fazenda de lá, Renato Villela. O Rio Grande do Sul quebra, Geraldo Alckmin traz a parceria da consultoria tributária que desenvolveu os trabalhos para a administração tributária de lá, o MBC (Movimento Brasil Competitivo). Vamos mesmo esperar um strike 3? FÁBIO FÉLIX (São Paulo, SP) - FIDEL CASTRO Fazendo um balanço entre as opiniões favoráveis e contrárias à memória de Fidel Castro publicadas nesse espaço, fico a favor dos contrários. Afinal, nos tempos de Fulgêncio Batista, quando Cuba era um quintal dos EUA, dominado pelas máfias, o povo cubano estava bem servido de alimentação, serviços de saúde, educação, habitações confortáveis, e não havia assassinatos daqueles que desafiavam o poder. Foi Fidel que pôs tudo a perder. JOSÉ MARIA ALVES DA SILVA (Viçosa, MG) - URBANISMO O Plano Diretor visava acabar com isso : menos espigões, empreendimentos mistos, mais próximos de terminais de ônibus e metrôs. Certa vez, Haddad disse que era para não criar bairros como o Itaim Bibi. Foi criticado. FERNANDO MONTEIRO (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Excelente o recado de Hélio Schwartsman aos parlamentares. Se a gravidade da crise não basta para comovê-los, "deveriam lembrar que a comida na cadeia tende a ficar pior se o Estado estiver falido". Sérgio Cabral que o diga. RINEU SANTAMARIA FILHO (Lauro de Freitas, BA) * Sobre a coluna de Marina Dias, "Aliado indócil", a classe política brasileira é da mesma laia, salvo raras exceções. E o que é pior: adoradores desses crápulas torcem como alienados torcedores de futebol. Quando o povo brasileiro honesto, que trabalha, estuda e produz se unir, essa gente terá medo. MARIA ANGELICA BRITO (São Paulo, SP) - VOTAÇÃO NA CÂMARA Segundo o site no qual a reportagem "Um raio-x da madrugada na Câmara" ("Poder", 1º/12) se baseou, mais de 90% das chamadas "ocorrências judiciais" se referem a apontamentos do TCE. Nenhuma se refere a corrupção, desvio de dinheiro, e sim a questionamentos normais de uma administração com 14 mil colaboradores. Administrei R$ 16 bilhões sem uma única acusação de corrupção em oito anos. Apoiei as "dez medidas" desde o início. Votei a favor do relatório e contra todas as tentativas de barrar a Lava Jato. Os dados contabilizados como "ocorrências judiciais" não sustentam a reportagem e me causam enorme injustiça. EDUARDO CURY, deputado federal (PSDB-SP), (Brasília, DF) RESPOSTA DA DIRETORA DA AGÊNCIA LUPA, CRISTINA TARDÁGUILA - "Ocorrências judiciais" é expressão da Transparência Brasil para falar dos inquéritos e ações dos parlamentares na Justiça comum, eleitoral e nos tribunais de contas. Eventuais contestações devem ir para a entidade. A Agência Lupa apenas tabulou dados públicos. * Para entender como o PSDB se mantém há 20 anos no governo de SP, basta ver "Mudanças em pacote anticorrupção tiveram apoio de PMDB, PT e PP". Vários partidos tiveram participação, inclusive o PSDB, mas só três arcaram com a manchete. TÂNIA CRISTINA DE M. CUNHA (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Para leitores, desculpas da Odebrecht são desonestas e esfarrapadasODEBRECHT Ridículo e, mais uma vez, desonesto o "mea culpa" da Odebrecht. Eles informam à digníssima audiência que participaram de "práticas impróprias". Prática imprópria é cutucar o nariz em público. Eles fizeram parte do maior esquema mundial de corrupção e de apropriação do dinheiro público por agentes privados. Tiraram verbas que iriam salvar vidas, prover habitação e saneamento, educação. Eles se uniram ao que há de pior na política brasileira. "Práticas impróprias" o caramba. Crime, sim. ANTONIO PEDRO DA SILVA NETO (São Paulo, SP) * Li e reli varias vezes a carta da Odebrecht. Considero tais desculpas bem esfarrapadas. Tenho a impressão que seus dirigentes não avaliaram o mal que fizeram à sociedade. Não devem ter noção de quantas pessoas deixaram de ser atendidas nos hospitais, quantas crianças morreram ou não estudaram por causa do dinheiro desviado que faltou aos cofres públicos. Foram, a bem da verdade, como um "serial killer". E lamentavelmente só vão devolver R$ 6 bilhões em 20 anos. IRIA DE SÁ DODDE (Rio de Janeiro, RJ) - TRAGÉDIA NO FUTEBOL Chapecó é uma cidade pequena, de 200 mil habitantes, não há clima para manifestação política, desculpa mal dada. Se a intenção era ser solidário aos familiares, o plano saiu errado. Concordo com as palavras do pai do jogador, pensaria da mesma forma se fosse um filho meu. Temer mostra mais uma vez sua vaidade e arrogância. ("Temer desiste de ir a velório coletivo por medo de vaia, e parente vê desrespeito", "Tragédia no futebol", 3/12) DENISE MESSER (Rio de Janeiro, RJ) * Que coisa! Em um momento como este, gente capaz de usar uma tragédia dessas para fazer protesto. Falta de respeito total. LUCAS SENA (Vitória, ES) - DESEMPREGO O presente de Natal mais pedido pelas crianças a Papai Noel este ano será um emprego para seus pais. Sem ironia! JOSÉ MARQUES (São Paulo, SP) - CRISE NOS ESTADOS O Rio de Janeiro quebra, Geraldo Alckmin traz pra São Paulo o ex-secretário da Fazenda de lá, Renato Villela. O Rio Grande do Sul quebra, Geraldo Alckmin traz a parceria da consultoria tributária que desenvolveu os trabalhos para a administração tributária de lá, o MBC (Movimento Brasil Competitivo). Vamos mesmo esperar um strike 3? FÁBIO FÉLIX (São Paulo, SP) - FIDEL CASTRO Fazendo um balanço entre as opiniões favoráveis e contrárias à memória de Fidel Castro publicadas nesse espaço, fico a favor dos contrários. Afinal, nos tempos de Fulgêncio Batista, quando Cuba era um quintal dos EUA, dominado pelas máfias, o povo cubano estava bem servido de alimentação, serviços de saúde, educação, habitações confortáveis, e não havia assassinatos daqueles que desafiavam o poder. Foi Fidel que pôs tudo a perder. JOSÉ MARIA ALVES DA SILVA (Viçosa, MG) - URBANISMO O Plano Diretor visava acabar com isso : menos espigões, empreendimentos mistos, mais próximos de terminais de ônibus e metrôs. Certa vez, Haddad disse que era para não criar bairros como o Itaim Bibi. Foi criticado. FERNANDO MONTEIRO (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Excelente o recado de Hélio Schwartsman aos parlamentares. Se a gravidade da crise não basta para comovê-los, "deveriam lembrar que a comida na cadeia tende a ficar pior se o Estado estiver falido". Sérgio Cabral que o diga. RINEU SANTAMARIA FILHO (Lauro de Freitas, BA) * Sobre a coluna de Marina Dias, "Aliado indócil", a classe política brasileira é da mesma laia, salvo raras exceções. E o que é pior: adoradores desses crápulas torcem como alienados torcedores de futebol. Quando o povo brasileiro honesto, que trabalha, estuda e produz se unir, essa gente terá medo. MARIA ANGELICA BRITO (São Paulo, SP) - VOTAÇÃO NA CÂMARA Segundo o site no qual a reportagem "Um raio-x da madrugada na Câmara" ("Poder", 1º/12) se baseou, mais de 90% das chamadas "ocorrências judiciais" se referem a apontamentos do TCE. Nenhuma se refere a corrupção, desvio de dinheiro, e sim a questionamentos normais de uma administração com 14 mil colaboradores. Administrei R$ 16 bilhões sem uma única acusação de corrupção em oito anos. Apoiei as "dez medidas" desde o início. Votei a favor do relatório e contra todas as tentativas de barrar a Lava Jato. Os dados contabilizados como "ocorrências judiciais" não sustentam a reportagem e me causam enorme injustiça. EDUARDO CURY, deputado federal (PSDB-SP), (Brasília, DF) RESPOSTA DA DIRETORA DA AGÊNCIA LUPA, CRISTINA TARDÁGUILA - "Ocorrências judiciais" é expressão da Transparência Brasil para falar dos inquéritos e ações dos parlamentares na Justiça comum, eleitoral e nos tribunais de contas. Eventuais contestações devem ir para a entidade. A Agência Lupa apenas tabulou dados públicos. * Para entender como o PSDB se mantém há 20 anos no governo de SP, basta ver "Mudanças em pacote anticorrupção tiveram apoio de PMDB, PT e PP". Vários partidos tiveram participação, inclusive o PSDB, mas só três arcaram com a manchete. TÂNIA CRISTINA DE M. CUNHA (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Narradores ficam em saia justa para falar cocô na TV
JOGOS NA TV > OPINIÃO SANDRO MACEDO COLUNISTA DA FOLHA A palavra cocô não é exatamente daquelas que você lê em poesias ou escuta em comédias românticas, mas, como diriam os americanos, "shit happens", inclusive em uma Olimpíada. A sexta-feira olímpica foi marcada por uma defecada, obrada, dejetada, cagada mesmo. Foi na marcha atlética de 50 km, com o francês Yohann Diniz, que passou por um dos momentos mais dramáticos dos Jogos do Rio. Assim como seu compatriota marrento Renaud Lavillenie, aquele do salto com vara, Diniz era recordista mundial e superfavorito à medalha de ouro. Estava mais de dois minutos na frente do segundo colocado, mas começou a sentir fortes dores intestinais, não aguentou e defecou durante a prova. Chegou até a desmaiar, mas voltou e completou o percurso em sétimo lugar. No entanto, ao contrário de Lavillenie, Diniz chegou realizado, com um sorriso no rosto, e depois recebeu novamente atendimento médico. Curiosamente, na TV alguns canais tentaram ser bem sutis ao mostrar a história. No SporTV, o narrador apresentou a história dizendo que Diniz "teve problemas intestinais... isso que vocês estão vendo foi realmente o que aconteceu", afirmava, economicamente. Depois, no "Jornal da Globo", uma reportagem também falava da "desgastante prova" e que o atleta precisava de uma "resistência descomunal". Mostrou o desmaio de Diniz e citou o problema intestinal do atleta, sutilmente, e só. Na volta, William Waack ainda fez um comentário meio cifrado para quem não sabia do caso: "O que aconteceu foi indescritível, a gente nem mostrou pra vocês as piores imagens". Não mostrou, nem falou. O fato é que Diniz tirou de Lavillenie o título do francês que passou pelo maior perrengue durante a competição. * Trauma é trauma. Quem acompanha vôlei há alguns anos sabe. Brasil só pode comemorar contra a Rússia depois do último ponto, no feminino ou no masculino. Assim como eu, o narrador Luiz Carlos Jr., do SporTV, também tem seus traumas e se segurou mais de uma vez no jogo para não lembrar da virada que o time de Bernardinho levou em Londres. Mas só assumiu quando o jogo acabou: "Confesso uma coisa, fui prudente até o fim, me segurei quando a vitória estava perto, por que? Por causa de Londres" (em 2012 o Brasil venceu dois sets e teve dois match points, mas levou a virada. Esse fantasma já era).
esporte
Narradores ficam em saia justa para falar cocô na TV JOGOS NA TV > OPINIÃO SANDRO MACEDO COLUNISTA DA FOLHA A palavra cocô não é exatamente daquelas que você lê em poesias ou escuta em comédias românticas, mas, como diriam os americanos, "shit happens", inclusive em uma Olimpíada. A sexta-feira olímpica foi marcada por uma defecada, obrada, dejetada, cagada mesmo. Foi na marcha atlética de 50 km, com o francês Yohann Diniz, que passou por um dos momentos mais dramáticos dos Jogos do Rio. Assim como seu compatriota marrento Renaud Lavillenie, aquele do salto com vara, Diniz era recordista mundial e superfavorito à medalha de ouro. Estava mais de dois minutos na frente do segundo colocado, mas começou a sentir fortes dores intestinais, não aguentou e defecou durante a prova. Chegou até a desmaiar, mas voltou e completou o percurso em sétimo lugar. No entanto, ao contrário de Lavillenie, Diniz chegou realizado, com um sorriso no rosto, e depois recebeu novamente atendimento médico. Curiosamente, na TV alguns canais tentaram ser bem sutis ao mostrar a história. No SporTV, o narrador apresentou a história dizendo que Diniz "teve problemas intestinais... isso que vocês estão vendo foi realmente o que aconteceu", afirmava, economicamente. Depois, no "Jornal da Globo", uma reportagem também falava da "desgastante prova" e que o atleta precisava de uma "resistência descomunal". Mostrou o desmaio de Diniz e citou o problema intestinal do atleta, sutilmente, e só. Na volta, William Waack ainda fez um comentário meio cifrado para quem não sabia do caso: "O que aconteceu foi indescritível, a gente nem mostrou pra vocês as piores imagens". Não mostrou, nem falou. O fato é que Diniz tirou de Lavillenie o título do francês que passou pelo maior perrengue durante a competição. * Trauma é trauma. Quem acompanha vôlei há alguns anos sabe. Brasil só pode comemorar contra a Rússia depois do último ponto, no feminino ou no masculino. Assim como eu, o narrador Luiz Carlos Jr., do SporTV, também tem seus traumas e se segurou mais de uma vez no jogo para não lembrar da virada que o time de Bernardinho levou em Londres. Mas só assumiu quando o jogo acabou: "Confesso uma coisa, fui prudente até o fim, me segurei quando a vitória estava perto, por que? Por causa de Londres" (em 2012 o Brasil venceu dois sets e teve dois match points, mas levou a virada. Esse fantasma já era).
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Polêmica da terceirização é 'briga por dinheiro', diz presidente da Câmara
Uma das principais polêmicas atuais envolvendo empresários e sindicatos, a regulamentação das terceirizações no Brasil está travada até hoje devido a uma briga por dinheiro, nas palavras do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ao reafirmar que colocará o projeto em votação no próximo dia 7, Cunha negou que a principal divergência em torno do tema seja a liberação das empresas para que possam terceirizar a sua chamada "atividade fim". Devido a uma jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, hoje uma empresa de computadores pode contratar outra empresa para realizar o serviço de limpeza de sua fábrica, por exemplo, mas não pode terceirizar a linha de produção dos PCs. "Não, essa polêmica [liberação da terceirização para a atividade fim] disfarça a outra, todo mundo está brigando mesmo, ali, é por dinheiro", disse Cunha, que tem conversado nos últimos tempos com sindicatos e empresários sobre o assunto. "A polêmica, pelo menos pelo que estou sabendo, está centrada em uma única coisa. Uma briga pelo benefício da contribuição sindical. As centrais sindicais querem que a contribuição fique com o sindicato da empresa preponderante, e outros defendem que vá para o sindicato daqueles que estão fazendo a terceirização", afirmou. Principal representante das indústrias brasileiras, a CNI (Confederação Nacional das Indústrias) lista o projeto de regulamentação das terceirizações como uma de suas prioridades de 2015 no Legislativo. A entidade defende a terceirização de qualquer parcela da atividade das empresas. Sindicatos e partidos de esquerda mostram resistência sob o argumento de risco de demissões e precarização das condições trabalhistas.
mercado
Polêmica da terceirização é 'briga por dinheiro', diz presidente da CâmaraUma das principais polêmicas atuais envolvendo empresários e sindicatos, a regulamentação das terceirizações no Brasil está travada até hoje devido a uma briga por dinheiro, nas palavras do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ao reafirmar que colocará o projeto em votação no próximo dia 7, Cunha negou que a principal divergência em torno do tema seja a liberação das empresas para que possam terceirizar a sua chamada "atividade fim". Devido a uma jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, hoje uma empresa de computadores pode contratar outra empresa para realizar o serviço de limpeza de sua fábrica, por exemplo, mas não pode terceirizar a linha de produção dos PCs. "Não, essa polêmica [liberação da terceirização para a atividade fim] disfarça a outra, todo mundo está brigando mesmo, ali, é por dinheiro", disse Cunha, que tem conversado nos últimos tempos com sindicatos e empresários sobre o assunto. "A polêmica, pelo menos pelo que estou sabendo, está centrada em uma única coisa. Uma briga pelo benefício da contribuição sindical. As centrais sindicais querem que a contribuição fique com o sindicato da empresa preponderante, e outros defendem que vá para o sindicato daqueles que estão fazendo a terceirização", afirmou. Principal representante das indústrias brasileiras, a CNI (Confederação Nacional das Indústrias) lista o projeto de regulamentação das terceirizações como uma de suas prioridades de 2015 no Legislativo. A entidade defende a terceirização de qualquer parcela da atividade das empresas. Sindicatos e partidos de esquerda mostram resistência sob o argumento de risco de demissões e precarização das condições trabalhistas.
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Biólogos encontram planta carnívora de 1,5 m em Minas Gerais
Uma nova espécie de planta carnívora gigante foi descoberta no leste de Minas Gerais. É a maior do gênero já descoberta nas Américas. O ineditismo também se aplica à forma como ela foi encontrada: por meio de uma foto publicada no Facebook. Reginaldo Vasconcelos, orquidófilo e entusiasta da flora nativa, tirou uma foto da planta durante suas andanças nas montanhas próximas à sua cidade natal, Governador Valadares (MG). Especialistas em plantas carnívoras, Paulo Gonella e Fernando Rivadavia viram a publicação no Facebook, a identificaram como uma nova espécie e fizeram uma expedição para estudá-la. O artigo que relata a descoberta foi publicado no renomado periódico científico "Phytotaxa", por um grupo de botânicos do Brasil, Estados Unidos e Alemanha. "É a primeira planta descoberta por meio do Facebook", diz Andreas Fleischmann, do Jardim Botânico de Munique (Alemanha), um dos autores do trabalho. ARMADILHA MORTAL Conhecida como "orvalhinha" (gênero drosera, família droseraceae), a agora nomeada Drosera magnifica atinge quase um metro e meio de comprimento. Ela produz folhas longas e finas, cobertas por glândulas ou "tentáculos", que secretam gotículas de uma mucilagem viscosa e pegajosa. Esses tentáculos vermelhos e reluzentes são visualmente atrativos, armadilha mortal especialmente para pequenos insetos voadores. "Mesmo sob condições de alta umidade, neblina e chuva observadas no topo da montanha onde essa espécie cresce, as longas e finas folhas da Drosera magnifica estavam, surpreendentemente, cobertas com inúmeros insetos", conta Rivadavia, que estudou a nova espécie em 2013, logo após sua descoberta no Facebook. Na maioria das espécies de drosera, os tentáculos e até mesmo as folhas são capazes de se movimentar. Eles se dobram sobre a presa capturada, aprisionando-a com mais mucilagem adesiva e aderindo-a em mais tentáculos. Os insetos, então, morrem sufocados e são lentamente digeridos por enzimas secretadas pela planta. Essa "dieta carnívora" garante uma fonte extra de nutrientes, como o nitrogênio e o fósforo, uma vez que essas plantas costumam habitar solos pobres em nutrientes. O gênero drosera é o maior grupo de plantas carnívoras, com cerca de 250 espécies distribuídas pelo mundo, principalmente em áreas tropicais da Austrália, África do Sul e Brasil. EXTINÇÃO Para o botânico Paulo Gonella, outro autor do trabalho e aluno de doutorado no Laboratório de Sistemática Vegetal da USP, a descoberta dessa nova espécie mostra o quanto ainda é preciso estudar a flora brasileira. "Se uma planta desse tamanho passou despercebida tanto tempo, imagine quantas outras espécies, menores e menos chamativas, estão esperando para serem encontradas", diz o botânico Paulo Gonella, aluno da USP e que faz parte do doutorado em Munique, na Alemanha. O risco de extinção da nova espécie é grande, segundo ele. "A Drosera magnifica mal foi descrita para a ciência e já se encontra criticamente ameaçada de extinção", explica Gonella. A nova espécie foi encontrada apenas em uma montanha, cercada de pequenas fazendas com criações de gado e plantações de café e eucalipto. A montanha foi quase totalmente desmatada e não é protegida por nenhuma área de preservação ou parque nacional. "Temos esperança de que a descoberta dessa espécie tão extraordinária chame a atenção para a necessidade de se preservar esse frágil ecossistema", diz o botânico. FACEBOOK O Facebook já se tornou uma das ferramentas mais importantes para a descoberta de novas espécies, segundo os autores do artigo. Um dos grupos, o DetWeb, reúne mais de 5.000 botânicos e entusiastas do Brasil. "Diariamente, são postadas fotos de plantas observadas no Brasil todo e não é raro que, por meio delas, sejam descobertos novos registros, novas populações de plantas raras e, agora, até novas espécies", diz Gonella.
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Biólogos encontram planta carnívora de 1,5 m em Minas GeraisUma nova espécie de planta carnívora gigante foi descoberta no leste de Minas Gerais. É a maior do gênero já descoberta nas Américas. O ineditismo também se aplica à forma como ela foi encontrada: por meio de uma foto publicada no Facebook. Reginaldo Vasconcelos, orquidófilo e entusiasta da flora nativa, tirou uma foto da planta durante suas andanças nas montanhas próximas à sua cidade natal, Governador Valadares (MG). Especialistas em plantas carnívoras, Paulo Gonella e Fernando Rivadavia viram a publicação no Facebook, a identificaram como uma nova espécie e fizeram uma expedição para estudá-la. O artigo que relata a descoberta foi publicado no renomado periódico científico "Phytotaxa", por um grupo de botânicos do Brasil, Estados Unidos e Alemanha. "É a primeira planta descoberta por meio do Facebook", diz Andreas Fleischmann, do Jardim Botânico de Munique (Alemanha), um dos autores do trabalho. ARMADILHA MORTAL Conhecida como "orvalhinha" (gênero drosera, família droseraceae), a agora nomeada Drosera magnifica atinge quase um metro e meio de comprimento. Ela produz folhas longas e finas, cobertas por glândulas ou "tentáculos", que secretam gotículas de uma mucilagem viscosa e pegajosa. Esses tentáculos vermelhos e reluzentes são visualmente atrativos, armadilha mortal especialmente para pequenos insetos voadores. "Mesmo sob condições de alta umidade, neblina e chuva observadas no topo da montanha onde essa espécie cresce, as longas e finas folhas da Drosera magnifica estavam, surpreendentemente, cobertas com inúmeros insetos", conta Rivadavia, que estudou a nova espécie em 2013, logo após sua descoberta no Facebook. Na maioria das espécies de drosera, os tentáculos e até mesmo as folhas são capazes de se movimentar. Eles se dobram sobre a presa capturada, aprisionando-a com mais mucilagem adesiva e aderindo-a em mais tentáculos. Os insetos, então, morrem sufocados e são lentamente digeridos por enzimas secretadas pela planta. Essa "dieta carnívora" garante uma fonte extra de nutrientes, como o nitrogênio e o fósforo, uma vez que essas plantas costumam habitar solos pobres em nutrientes. O gênero drosera é o maior grupo de plantas carnívoras, com cerca de 250 espécies distribuídas pelo mundo, principalmente em áreas tropicais da Austrália, África do Sul e Brasil. EXTINÇÃO Para o botânico Paulo Gonella, outro autor do trabalho e aluno de doutorado no Laboratório de Sistemática Vegetal da USP, a descoberta dessa nova espécie mostra o quanto ainda é preciso estudar a flora brasileira. "Se uma planta desse tamanho passou despercebida tanto tempo, imagine quantas outras espécies, menores e menos chamativas, estão esperando para serem encontradas", diz o botânico Paulo Gonella, aluno da USP e que faz parte do doutorado em Munique, na Alemanha. O risco de extinção da nova espécie é grande, segundo ele. "A Drosera magnifica mal foi descrita para a ciência e já se encontra criticamente ameaçada de extinção", explica Gonella. A nova espécie foi encontrada apenas em uma montanha, cercada de pequenas fazendas com criações de gado e plantações de café e eucalipto. A montanha foi quase totalmente desmatada e não é protegida por nenhuma área de preservação ou parque nacional. "Temos esperança de que a descoberta dessa espécie tão extraordinária chame a atenção para a necessidade de se preservar esse frágil ecossistema", diz o botânico. FACEBOOK O Facebook já se tornou uma das ferramentas mais importantes para a descoberta de novas espécies, segundo os autores do artigo. Um dos grupos, o DetWeb, reúne mais de 5.000 botânicos e entusiastas do Brasil. "Diariamente, são postadas fotos de plantas observadas no Brasil todo e não é raro que, por meio delas, sejam descobertos novos registros, novas populações de plantas raras e, agora, até novas espécies", diz Gonella.
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Doria aposta no tête-à-tête para levar usuários a pontos de atendimento
O prefeito João Doria (PSDB) afirmou nesta quinta-feira (8) que a prefeitura vai apostar no convencimento individual dos usuários de crack para levá-los ao novo espaço de atendimento da prefeitura na Luz (centro de SP). O tucano inaugurou, na manhã desta quinta, no estacionamento da GCM (Guarda Civil Metropolitana), a estrutura física do Redenção, seu programa anticrack. O local inicialmente ficaria próximo à praça Princesa Isabel, onde a nova cracolândia se estabeleceu. Mas um protesto de moradores da rua general Rondon frustrou os planos de Doria, que pretendia instalar a estrutura num terreno da rua pertencente à Cohab, a uma quadra da praça. Cinco dias após a manifestação, o espaço anticrack foi parar no pátio da GCM, a 850 metros da nova cracolândia. Aberto a partir das 18h desta quinta, o lugar será uma porta de entrada para acolhimento social e de saúde aos viciados de drogas. Eles ficarão distribuídos em contêineres de cerca de 10 metros quadrados, com quatro beliches cada –há um total de cem camas para pernoite temporária, um refeitório, 20 chuveiros, três banheiros com 18 vasos sanitários, duas salas de atendimento social e até uma academia ao ar livre. "As abordagens serão individuais, sempre feitas com atenção, com cuidado. Não há abordagens coletivas e nós temos convicção que aqueles que, convencidos por essa equipe que é possível ter uma porta para a vida, se deslocarão para cá", disse Doria.
cotidiano
Doria aposta no tête-à-tête para levar usuários a pontos de atendimentoO prefeito João Doria (PSDB) afirmou nesta quinta-feira (8) que a prefeitura vai apostar no convencimento individual dos usuários de crack para levá-los ao novo espaço de atendimento da prefeitura na Luz (centro de SP). O tucano inaugurou, na manhã desta quinta, no estacionamento da GCM (Guarda Civil Metropolitana), a estrutura física do Redenção, seu programa anticrack. O local inicialmente ficaria próximo à praça Princesa Isabel, onde a nova cracolândia se estabeleceu. Mas um protesto de moradores da rua general Rondon frustrou os planos de Doria, que pretendia instalar a estrutura num terreno da rua pertencente à Cohab, a uma quadra da praça. Cinco dias após a manifestação, o espaço anticrack foi parar no pátio da GCM, a 850 metros da nova cracolândia. Aberto a partir das 18h desta quinta, o lugar será uma porta de entrada para acolhimento social e de saúde aos viciados de drogas. Eles ficarão distribuídos em contêineres de cerca de 10 metros quadrados, com quatro beliches cada –há um total de cem camas para pernoite temporária, um refeitório, 20 chuveiros, três banheiros com 18 vasos sanitários, duas salas de atendimento social e até uma academia ao ar livre. "As abordagens serão individuais, sempre feitas com atenção, com cuidado. Não há abordagens coletivas e nós temos convicção que aqueles que, convencidos por essa equipe que é possível ter uma porta para a vida, se deslocarão para cá", disse Doria.
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Poema desconhecido que Machado de Assis escreveu aos 17 anos é descoberto
Um dos primeiros textos de Machado de Assis (1839-1908) publicados em jornal, quando ele tinha 17 anos, passou quase 160 anos despercebido pelos inúmeros pesquisadores que já se debruçaram sobre vida e obra do autor, um dos mais estudados do país e tido como nosso maior escritor. O material, um poema de 76 versos distribuídos em nove estrofes irregulares, circulou em 9 de setembro de 1856, sob o patriótico título de "O Grito do Ipiranga" e com a assinatura Joaquim Maria Machado de Assis, no jornal carioca "Correio Mercantil", um dos mais importantes da época. Assim como outros escritos do adolescente Machado, não é um poema que se destaque pela qualidade literária, mas trata-se de um ponto fora da curva do que se conhecia da biografia do autor. Machado publicou seu primeiro poema em 1854, aos 15 anos, no pequeno "Periódico dos Pobres" e, até 1857, era a revista de variedades "Marmota Fluminense", que circulava entre a jovem intelectualidade carioca, o principal veículo de sua produção. Segundo levantamentos do francês Jean-Michel Massa (1930-2012), mais reconhecido estudioso da juventude do escritor, só em 1858, aos 19 anos, Machado chegaria ao jornalão –como revisor e, depois, publicando poemas. O achado é de Wilton Marques, 50, professor do departamento de letras e da pós-graduacão em literatura da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da pós-graduacão em estudos literários da Unesp/Araraquara. Marques vem estudando a influência dos românticos na formação de Machado. Dias atrás, acessou o site da Hemeroteca Digital Brasileira para ler no original os textos coligidos por Massa em 1965. Acontece que a busca dos arquivos digitais abrange períodos, e não anos isolados. Ao procurar "Machado de Assis" no intervalo entre 1850 a 1859, achou o poema. O texto ficou de fora de dois títulos recentes com a produção poética de Machado, "Toda Poesia" (Record, org. Cláudio Murilo Leal) e "A Poesia Completa" (Edusp/Nankin, org. Rutzkaya Queiroz dos Reis), por motivo simples: eles são de 2008 e 2009, respectivamente, e a Biblioteca Nacional pôs no ar sua Hemeroteca Digital em 2012. Como os extensos estudos de Massa haviam apontado 1858 como ano de estreia de Machado no "Correio Mercantil", nenhum pesquisador folheara edições anteriores. "Resolvi checar as fontes e deparei com 'O Grito do Ipiranga'. Como estava familiarizado com a produção poética daquele momento, fiquei curioso, não lembrava ter lido tal texto", diz Marques. Não é comum virem à tona textos desconhecidos de Machado. Uma crônica de 1885 assinada sob o pseudônimo Lélio, cuja descoberta foi noticiada pela Folha em 1998, entrou nas "Obras Completas" da Nova Aguilar. Em 2003, inéditos em livro localizados por Djalma Cavalcante na Biblioteca do Congresso de Washington foram incluídos nos "Contos Completos de Machado de Assis" (UFJF/Imesp/ABL). O estudioso Mauro Rosso já levantou textos pouco ou nada conhecidos, como "Um para o Outro", de 1879, que entrou em "Contos de Machado de Assis: Relicários e Raisonnés" (PUC-Rio/Loyola). PRECOCE O diferencial do poema localizado por Marques é que traz informação sobre um período muito pouco conhecido –quase não há documentos relativos à juventude do Bruxo do Cosme Velho. "Não se sabe bem como chegou aos círculos intelectuais. Veio de família humilde, teve uma educação não formal que não está muito clara", diz Hélio de Seixas Guimarães, autor de "Os Leitores de Machado de Assis" (Nankin/Edusp). "Agora, ficamos sabendo que aos 17, e não aos 19, teve espaço num jornal em que publicava gente estabelecida. É uma inserção precoce." Matías M. Molina, autor de "História dos Jornais no Brasil" (Companhia das Letras), lembra que o "Correio Mercantil" (1848- 1868) foi o veículo em que primeiro circulou a história de "Memórias de um Sargento de Milícias", de Manuel Antônio de Almeida, e onde publicavam Gonçalves Dias e José de Alencar. Valentim Facioli, editor da Nankin, que tem no catálogo diversos títulos sobre o autor, diz ter ficado "perplexo diante do poema e da assinatura do Machado, com nome completo, como ele fazia ainda muito jovem" (a primeira assinatura só como Machado de Assis data de 1858, como aponta Rutzkaya Queiroz). "É incrível o poema ter escapado a todos os pesquisadores. Ninguém imaginaria a publicação num jornal tradicional, massudo, do poema comemorativo e patrioteiro do jovem Machado", diz. No poema, o rapaz enaltece d. Pedro 1º em versos hiperbólicos como "Tomando o sabre, dominou dois mundos/ O herói libertador, valente e ousado!/ Ele, o tronco da nossa liberdade,/ Foi como o cedro secular do Líbano,/ Que resiste ao tufão e às tempestades!". "PATRIAMADA" Rutzkaya lembra que, embora poemas dedicados a musas fossem mais comuns a Machado na época, questões relativas à pátria ou a figuras do Império também apareciam na produção do autor. "Com a descoberta de um texto, a curiosidade sobre a qualidade é latente. No entanto, a leitura acompanhada de pesquisa poderá responder sobre esse aspecto e outros não notados. Não se trata de preciosismo ou tentativa de reabilitar o poeta", ela diz, lembrando que muitos estudiosos não consideram a poesia de Machado "grande coisa". Para Marques, "ainda que levemos em conta que é um poema de juventude, é interessante ver que Machado também pagou seu tributo a uma característica comum da poesia romântica brasileira, a dicção 'patriamada'". Uma nova edição da "Obra Completa", pela Nova Aguilar, deve sair neste ano sem o poema. Facioli, que edita "A Poesia Completa", diz que pode inclui-lo na próxima edição, mas falta vender metade da tiragem original, de 2.000 cópias. A Record diz que o "Toda Poesia", com 2.600 cópias vendidas, pode trazê-lo em edição futura.
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Poema desconhecido que Machado de Assis escreveu aos 17 anos é descobertoUm dos primeiros textos de Machado de Assis (1839-1908) publicados em jornal, quando ele tinha 17 anos, passou quase 160 anos despercebido pelos inúmeros pesquisadores que já se debruçaram sobre vida e obra do autor, um dos mais estudados do país e tido como nosso maior escritor. O material, um poema de 76 versos distribuídos em nove estrofes irregulares, circulou em 9 de setembro de 1856, sob o patriótico título de "O Grito do Ipiranga" e com a assinatura Joaquim Maria Machado de Assis, no jornal carioca "Correio Mercantil", um dos mais importantes da época. Assim como outros escritos do adolescente Machado, não é um poema que se destaque pela qualidade literária, mas trata-se de um ponto fora da curva do que se conhecia da biografia do autor. Machado publicou seu primeiro poema em 1854, aos 15 anos, no pequeno "Periódico dos Pobres" e, até 1857, era a revista de variedades "Marmota Fluminense", que circulava entre a jovem intelectualidade carioca, o principal veículo de sua produção. Segundo levantamentos do francês Jean-Michel Massa (1930-2012), mais reconhecido estudioso da juventude do escritor, só em 1858, aos 19 anos, Machado chegaria ao jornalão –como revisor e, depois, publicando poemas. O achado é de Wilton Marques, 50, professor do departamento de letras e da pós-graduacão em literatura da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da pós-graduacão em estudos literários da Unesp/Araraquara. Marques vem estudando a influência dos românticos na formação de Machado. Dias atrás, acessou o site da Hemeroteca Digital Brasileira para ler no original os textos coligidos por Massa em 1965. Acontece que a busca dos arquivos digitais abrange períodos, e não anos isolados. Ao procurar "Machado de Assis" no intervalo entre 1850 a 1859, achou o poema. O texto ficou de fora de dois títulos recentes com a produção poética de Machado, "Toda Poesia" (Record, org. Cláudio Murilo Leal) e "A Poesia Completa" (Edusp/Nankin, org. Rutzkaya Queiroz dos Reis), por motivo simples: eles são de 2008 e 2009, respectivamente, e a Biblioteca Nacional pôs no ar sua Hemeroteca Digital em 2012. Como os extensos estudos de Massa haviam apontado 1858 como ano de estreia de Machado no "Correio Mercantil", nenhum pesquisador folheara edições anteriores. "Resolvi checar as fontes e deparei com 'O Grito do Ipiranga'. Como estava familiarizado com a produção poética daquele momento, fiquei curioso, não lembrava ter lido tal texto", diz Marques. Não é comum virem à tona textos desconhecidos de Machado. Uma crônica de 1885 assinada sob o pseudônimo Lélio, cuja descoberta foi noticiada pela Folha em 1998, entrou nas "Obras Completas" da Nova Aguilar. Em 2003, inéditos em livro localizados por Djalma Cavalcante na Biblioteca do Congresso de Washington foram incluídos nos "Contos Completos de Machado de Assis" (UFJF/Imesp/ABL). O estudioso Mauro Rosso já levantou textos pouco ou nada conhecidos, como "Um para o Outro", de 1879, que entrou em "Contos de Machado de Assis: Relicários e Raisonnés" (PUC-Rio/Loyola). PRECOCE O diferencial do poema localizado por Marques é que traz informação sobre um período muito pouco conhecido –quase não há documentos relativos à juventude do Bruxo do Cosme Velho. "Não se sabe bem como chegou aos círculos intelectuais. Veio de família humilde, teve uma educação não formal que não está muito clara", diz Hélio de Seixas Guimarães, autor de "Os Leitores de Machado de Assis" (Nankin/Edusp). "Agora, ficamos sabendo que aos 17, e não aos 19, teve espaço num jornal em que publicava gente estabelecida. É uma inserção precoce." Matías M. Molina, autor de "História dos Jornais no Brasil" (Companhia das Letras), lembra que o "Correio Mercantil" (1848- 1868) foi o veículo em que primeiro circulou a história de "Memórias de um Sargento de Milícias", de Manuel Antônio de Almeida, e onde publicavam Gonçalves Dias e José de Alencar. Valentim Facioli, editor da Nankin, que tem no catálogo diversos títulos sobre o autor, diz ter ficado "perplexo diante do poema e da assinatura do Machado, com nome completo, como ele fazia ainda muito jovem" (a primeira assinatura só como Machado de Assis data de 1858, como aponta Rutzkaya Queiroz). "É incrível o poema ter escapado a todos os pesquisadores. Ninguém imaginaria a publicação num jornal tradicional, massudo, do poema comemorativo e patrioteiro do jovem Machado", diz. No poema, o rapaz enaltece d. Pedro 1º em versos hiperbólicos como "Tomando o sabre, dominou dois mundos/ O herói libertador, valente e ousado!/ Ele, o tronco da nossa liberdade,/ Foi como o cedro secular do Líbano,/ Que resiste ao tufão e às tempestades!". "PATRIAMADA" Rutzkaya lembra que, embora poemas dedicados a musas fossem mais comuns a Machado na época, questões relativas à pátria ou a figuras do Império também apareciam na produção do autor. "Com a descoberta de um texto, a curiosidade sobre a qualidade é latente. No entanto, a leitura acompanhada de pesquisa poderá responder sobre esse aspecto e outros não notados. Não se trata de preciosismo ou tentativa de reabilitar o poeta", ela diz, lembrando que muitos estudiosos não consideram a poesia de Machado "grande coisa". Para Marques, "ainda que levemos em conta que é um poema de juventude, é interessante ver que Machado também pagou seu tributo a uma característica comum da poesia romântica brasileira, a dicção 'patriamada'". Uma nova edição da "Obra Completa", pela Nova Aguilar, deve sair neste ano sem o poema. Facioli, que edita "A Poesia Completa", diz que pode inclui-lo na próxima edição, mas falta vender metade da tiragem original, de 2.000 cópias. A Record diz que o "Toda Poesia", com 2.600 cópias vendidas, pode trazê-lo em edição futura.
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Com rótulo em parceria, Ambev anuncia compra da cervejaria Wäls
A Saison D'Alliance, rótulo que chega ao mercado em março, marca a compra da cervejaria artesanal mineira Wäls pela gigante Ambev –parte do conglomerado multinacional AB-Inbev. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (10) por representantes das duas empresas. Além de uma participação acionária na Wäls, a Ambev vai realizar parcerias com os mineiros, sempre com a marca Bohemia –que, em outubro do ano passado, se lançou no mercado de rótulos especiais, ou premium, com três cervejas da linha Bohemia Reserva. Na prática, uma nova empresa será criada, tendo como sócios os irmãos Carneiro (fundadores da Wäls), sob o guarda-chuva da Ambev. Não foram divulgados valores da negociação, nem de quanto será a participação acionária de cada parte na nova marca –que ainda não tem nome definido. O diretor de marketing da Bohemia, Daniel Wakswaser, explicou, em entrevista coletiva na tarde desta terça, que a empresa une os ativos de cada empresa –como o parque industrial da Bohemia em Petrópolis (RJ), a cervejaria da Wäls em Belo Horizonte (MG) e as marcas variantes de cada uma–, mas que a independência de ambas se mantém. "Nossas receitas e as da Bohemia continuam intocáveis e independentes. Mas, daqui para a frente, tudo é possível", disse Tiago Carneiro, sócio da Wäls. A parceria deve resultar para a marca, segundo ele, em acesso maior e mais fácil a uma gama variada de matérias-primas e a uma capilaridade muito maior de distribuição –restrita hoje a quatro Estados. Não está definido ainda, no entanto, quando a Ambev assumiria a distribuição da Wäls, nem se os parques fabris de uma empresa serão usados para a fabricação dos rótulos de outra e vice-versa. "Num primeiro momento, tudo continua igual. Mas são coisas que podem acontecer, e se acontecerem vão levar em conta sempre a qualidade da cerveja, não a quantidade. Vamos aprender junto com o mercado", disse Wakswaser. Carneiro completou: "O que não muda é nosso compromisso de inovar e de fazer boa cerveja". Mais cedo, em comunicado enviado à imprensa, o diretor de marketing da Bohemia disse que a empresa sempre admirou "a criatividade e o espírito desbravador" da Wäls, citando a medalha de ouro conquistada pela dubbel da marca mineira na World Beer Cup no ano passado. "Agora, vamos unir o melhor dos dois mundos", disse. Do lado da Wäls, José Felipe Carneiro, um dos sócios, afirmou realizar um sonho. "Queremos aprender muito com eles e dividir experiências para levar às pessoas mais opções e variedade para diversas ocasiões". De acordo com Wakswaser, fusões com outras cervejarias do mesmo porte da mineira não estão descartadas. "Mas estamos focados em fazer a melhor união possível agora", afirmou. PRIMEIRA PARCERIA O resultado inicial da nova empresa é a Saison D'Alliance, saison feita com sálvia, gengibre e hortelã, fermentada com as mesmas leveduras belgas usadas na produção da Leffe –marca do conglomerado AB-Inbev. Ela será lançada no mês que vem, em edição limitada de 2.000 litros, em garrafas com rolha. Além de ter ganhado medalhas importantes na World Beer Cup, a Wäls vive a expectativa de inaugurar, nas próximas semanas, a operação de uma fábrica na Califórnia (EUA) –com a marca Novo Brasil. Em Minas, uma segunda planta está planejada para 2016.
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Com rótulo em parceria, Ambev anuncia compra da cervejaria WälsA Saison D'Alliance, rótulo que chega ao mercado em março, marca a compra da cervejaria artesanal mineira Wäls pela gigante Ambev –parte do conglomerado multinacional AB-Inbev. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (10) por representantes das duas empresas. Além de uma participação acionária na Wäls, a Ambev vai realizar parcerias com os mineiros, sempre com a marca Bohemia –que, em outubro do ano passado, se lançou no mercado de rótulos especiais, ou premium, com três cervejas da linha Bohemia Reserva. Na prática, uma nova empresa será criada, tendo como sócios os irmãos Carneiro (fundadores da Wäls), sob o guarda-chuva da Ambev. Não foram divulgados valores da negociação, nem de quanto será a participação acionária de cada parte na nova marca –que ainda não tem nome definido. O diretor de marketing da Bohemia, Daniel Wakswaser, explicou, em entrevista coletiva na tarde desta terça, que a empresa une os ativos de cada empresa –como o parque industrial da Bohemia em Petrópolis (RJ), a cervejaria da Wäls em Belo Horizonte (MG) e as marcas variantes de cada uma–, mas que a independência de ambas se mantém. "Nossas receitas e as da Bohemia continuam intocáveis e independentes. Mas, daqui para a frente, tudo é possível", disse Tiago Carneiro, sócio da Wäls. A parceria deve resultar para a marca, segundo ele, em acesso maior e mais fácil a uma gama variada de matérias-primas e a uma capilaridade muito maior de distribuição –restrita hoje a quatro Estados. Não está definido ainda, no entanto, quando a Ambev assumiria a distribuição da Wäls, nem se os parques fabris de uma empresa serão usados para a fabricação dos rótulos de outra e vice-versa. "Num primeiro momento, tudo continua igual. Mas são coisas que podem acontecer, e se acontecerem vão levar em conta sempre a qualidade da cerveja, não a quantidade. Vamos aprender junto com o mercado", disse Wakswaser. Carneiro completou: "O que não muda é nosso compromisso de inovar e de fazer boa cerveja". Mais cedo, em comunicado enviado à imprensa, o diretor de marketing da Bohemia disse que a empresa sempre admirou "a criatividade e o espírito desbravador" da Wäls, citando a medalha de ouro conquistada pela dubbel da marca mineira na World Beer Cup no ano passado. "Agora, vamos unir o melhor dos dois mundos", disse. Do lado da Wäls, José Felipe Carneiro, um dos sócios, afirmou realizar um sonho. "Queremos aprender muito com eles e dividir experiências para levar às pessoas mais opções e variedade para diversas ocasiões". De acordo com Wakswaser, fusões com outras cervejarias do mesmo porte da mineira não estão descartadas. "Mas estamos focados em fazer a melhor união possível agora", afirmou. PRIMEIRA PARCERIA O resultado inicial da nova empresa é a Saison D'Alliance, saison feita com sálvia, gengibre e hortelã, fermentada com as mesmas leveduras belgas usadas na produção da Leffe –marca do conglomerado AB-Inbev. Ela será lançada no mês que vem, em edição limitada de 2.000 litros, em garrafas com rolha. Além de ter ganhado medalhas importantes na World Beer Cup, a Wäls vive a expectativa de inaugurar, nas próximas semanas, a operação de uma fábrica na Califórnia (EUA) –com a marca Novo Brasil. Em Minas, uma segunda planta está planejada para 2016.
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A incrível história do brasileiro chamado de louco pelos vizinhos por plantar a própria floresta
Antonio Vicente era chamado de louco pelos vizinhos. Afinal, quem compraria um pedaço de terra a 200 km de São Paulo para começar a plantar árvores? "Quando comecei a plantar, as pessoas me diziam: 'você não viverá para comer as frutas, porque essas árvores vão demorar 20 anos para crescer'", conta Vicente ao repórter Gibby Zobel, do programa Outlook, do Serviço Mundial da BBC. "Eu respondia: 'Vou plantar essas sementes, porque alguém plantou as que estou comendo agora. Vou plantá-las para que outros possam comê-las." Vicente, prestes a completar 84 anos, comprou seu terreno em 1973, uma época na qual o governo militar oferecia facilidades de crédito para investimentos em tecnologia agrícola, com o objetivo de impulsionar a agricultura. Mas sua ideia era exatamente a oposta. Criado em uma família numerosa de agricultores, ele via com preocupação como a expansão dos campos destruía as fauna e flora locais, e como a falta de árvores afetava os recursos hídricos. "Quando era criança, os agricultores cortavam as árvores para criar pastagens e pelo carvão. A água secou e nunca voltou", explica. "Pensei comigo: 'a água é o bem mais valioso, ninguém fabrica água e a população não para de crescer. O que vai acontecer? Ficaremos sem água. "As florestas são fundamentais para a preservação da água porque absorvem e retém esta matéria-prima em suas raízes. Além disso, evitam a erosão do solo. RECUPERAÇÃO DA FLORESTA Quando tinha 14 anos, Vicente saiu do campo e passou a trabalhar como ferreiro na cidade. Com o dinheiro da venda de seu negócio, pôde comprar 30 hectares em uma região de planície perto de São Francisco Xavier, distrito de 5 mil habitantes que faz parte de São José dos Campos, no interior de São Paulo. "A vida na cidade não era fácil", lembra ele. "Acabei tendo de viver debaixo de uma árvore porque não tinha dinheiro para o aluguel. Tomava banho no rio e vivia debaixo da árvore, cercado de raposas e ratos. Juntei muitas folhas e fiz uma cama, onde dormi", diz Vicente. "Mas nunca passei fome. Comia sanduíches de banana no café da manhã, almoço e jantar", acrescenta. Após retornar ao campo, começou a plantar, uma por uma, cada uma das árvores que hoje formam a floresta úmida tropical com cerca de 50 mil unidades. NADANDO CONTRA A CORRENTE Vicente nadava contra a corrente: durante os últimos 30 anos, em que se dedicou a reflorestar sua propriedade, cerca de 183 mil hectares de mata atlântica no Estado de São Paulo foram desflorestados para dar lugar à agricultura. Segundo a Fundação Mata Atlântica SOS e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a mata atlântica cobria originalmente 69% do Estado de São Paulo. Hoje, a proporção caiu para 14%. E, ainda que esteja distante do pico de 2004, quando 27 mil hectares foram destruídos, o ritmo de desmatamento voltou a aumentar. Entre agosto de 2015 e julho de 2016, por exemplo, foram destruídos 8 mil hectares de floresta - uma alta de 29% em relação ao ano anterior e o nível mais elevado desde 2008, segundo dados do Inpe. ANIMAIS E ÁGUA Um quadro pendurado na parede da casa de Vicente serve de lembrança das mudanças que ele conseguiu com seu próprio esforço. "Em 1973, não havia nada aqui, como você pode ver. Tudo era pastagem. Minha casa é a mais bonita de toda essa região, mas hoje não se pode tirar uma foto desse ângulo porque as árvores a encobrem, porque estão muito grandes", brinca Vicente. Com o replantio, muitos animais reapareceram. "Há tucanos, todo tipo de aves, pacas, esquilos, lagartos, gambás e, inclusive, javalis", enumera. "Temos também uma onça pequena e uma jaguatirica, que come todas as galinhas", ri. O mais importante, contudo, é que os cursos de água também voltaram a brotar. Quando Vicente comprou o terreno, só havia uma fonte. Agora, há cerca de 20.
ambiente
A incrível história do brasileiro chamado de louco pelos vizinhos por plantar a própria florestaAntonio Vicente era chamado de louco pelos vizinhos. Afinal, quem compraria um pedaço de terra a 200 km de São Paulo para começar a plantar árvores? "Quando comecei a plantar, as pessoas me diziam: 'você não viverá para comer as frutas, porque essas árvores vão demorar 20 anos para crescer'", conta Vicente ao repórter Gibby Zobel, do programa Outlook, do Serviço Mundial da BBC. "Eu respondia: 'Vou plantar essas sementes, porque alguém plantou as que estou comendo agora. Vou plantá-las para que outros possam comê-las." Vicente, prestes a completar 84 anos, comprou seu terreno em 1973, uma época na qual o governo militar oferecia facilidades de crédito para investimentos em tecnologia agrícola, com o objetivo de impulsionar a agricultura. Mas sua ideia era exatamente a oposta. Criado em uma família numerosa de agricultores, ele via com preocupação como a expansão dos campos destruía as fauna e flora locais, e como a falta de árvores afetava os recursos hídricos. "Quando era criança, os agricultores cortavam as árvores para criar pastagens e pelo carvão. A água secou e nunca voltou", explica. "Pensei comigo: 'a água é o bem mais valioso, ninguém fabrica água e a população não para de crescer. O que vai acontecer? Ficaremos sem água. "As florestas são fundamentais para a preservação da água porque absorvem e retém esta matéria-prima em suas raízes. Além disso, evitam a erosão do solo. RECUPERAÇÃO DA FLORESTA Quando tinha 14 anos, Vicente saiu do campo e passou a trabalhar como ferreiro na cidade. Com o dinheiro da venda de seu negócio, pôde comprar 30 hectares em uma região de planície perto de São Francisco Xavier, distrito de 5 mil habitantes que faz parte de São José dos Campos, no interior de São Paulo. "A vida na cidade não era fácil", lembra ele. "Acabei tendo de viver debaixo de uma árvore porque não tinha dinheiro para o aluguel. Tomava banho no rio e vivia debaixo da árvore, cercado de raposas e ratos. Juntei muitas folhas e fiz uma cama, onde dormi", diz Vicente. "Mas nunca passei fome. Comia sanduíches de banana no café da manhã, almoço e jantar", acrescenta. Após retornar ao campo, começou a plantar, uma por uma, cada uma das árvores que hoje formam a floresta úmida tropical com cerca de 50 mil unidades. NADANDO CONTRA A CORRENTE Vicente nadava contra a corrente: durante os últimos 30 anos, em que se dedicou a reflorestar sua propriedade, cerca de 183 mil hectares de mata atlântica no Estado de São Paulo foram desflorestados para dar lugar à agricultura. Segundo a Fundação Mata Atlântica SOS e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a mata atlântica cobria originalmente 69% do Estado de São Paulo. Hoje, a proporção caiu para 14%. E, ainda que esteja distante do pico de 2004, quando 27 mil hectares foram destruídos, o ritmo de desmatamento voltou a aumentar. Entre agosto de 2015 e julho de 2016, por exemplo, foram destruídos 8 mil hectares de floresta - uma alta de 29% em relação ao ano anterior e o nível mais elevado desde 2008, segundo dados do Inpe. ANIMAIS E ÁGUA Um quadro pendurado na parede da casa de Vicente serve de lembrança das mudanças que ele conseguiu com seu próprio esforço. "Em 1973, não havia nada aqui, como você pode ver. Tudo era pastagem. Minha casa é a mais bonita de toda essa região, mas hoje não se pode tirar uma foto desse ângulo porque as árvores a encobrem, porque estão muito grandes", brinca Vicente. Com o replantio, muitos animais reapareceram. "Há tucanos, todo tipo de aves, pacas, esquilos, lagartos, gambás e, inclusive, javalis", enumera. "Temos também uma onça pequena e uma jaguatirica, que come todas as galinhas", ri. O mais importante, contudo, é que os cursos de água também voltaram a brotar. Quando Vicente comprou o terreno, só havia uma fonte. Agora, há cerca de 20.
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Youtubers holandeses se drogam em nome da ciência e em busca de cliques
Rens Polman se sente tão "lekker" ("agradável" ou "gostoso", em holandês) sob o efeito de ecstasy. O jovem é uma de três pessoas na Holanda que testam drogas ilegais em seu canal no YouTube, "Drugslab". Quando ele faz uma "viagem" movida a substâncias ilícitas, outros podem testemunhar o efeito das drogas sobre seu corpo. Cocaína, cogumelos, cetamina —os youtubers tomam qualquer coisa que os espectadores pedem na seção de comentários de seus vídeos. Alguns dos vídeos já foram vistos mais de 1 milhão de vezes. "Testamos as drogas em nome da ciência", explica Polman. "Acompanhamos as mudanças de frequência cardíaca e temperatura corporal. Testamos as habilidades motoras e a capacidade de pensar sob o efeito da droga." Os youtubers ficam sentados num laboratório com uma bandeira holandesa e tubos de ensaio sobre a mesa. A sala é banhada em luz verde. À esquerda é possível divisar um pé de maconha. A fórmula química do ecstasy está escrita sobre uma lousa. Um televisor de tela plana está pronto para mostrar a temperatura corporal e a frequência cardíaca das "cobaias". Jovens, loiros e descolados, Polman e Nellie Benner são os apresentadores de hoje. Bastian Rosman, o colega deles, está de folga. Cada semana, dois dos três youtubers apresentam o programa. Um deles "faz a viagem" (usando o jargão apropriado). O outro observa. Eles jogam "pedra, papel ou tesoura" para ver quem será a cobaia. Rens Polman perde, então é a vez dele. No cardápio de hoje: ecstasy. O youtuber Rens Polman experimenta ecstasy em seu canal "É preciso cerca de 1,5 miligrama da droga por quilo de peso corporal", Polman explica a seus espectadores. O ecstasy é ilegal na Holanda. Os comprimidos que ele tem na mão vieram do mercado negro. "Há 126 miligramas de MDMA nestes comprimidos. Esse é o ingrediente ativo do ecstasy." Benner parte o comprimido ao meio —basta metade— e dá um tubo de ensaio de água a Polman, que engole o ecstasy. Duas horas mais tarde, ele começa a sentir os efeitos das pílulas. Ele consumiu uma refeição grande antes, de modo que a droga demorou um pouco mais a se fazer sentir. Polman, 25 anos, começa a sentir calor e formigamento. Suas mãos estão úmidas e sua boca está seca, mas ele se sente "tão bem" que começa a dançar. "Muitas pessoas acham que o ecstasy contém anfetaminas, porque a pessoa se sente tão energizada enquanto está sob o efeito da droga", explica Benner. "Mas não é verdade." A MDMA também tem esse efeito. Polman estica os braços e começa a movê-los em círculos. Seus olhos estão semicerrados. Uma música tecno começa a tocar. Os efeitos do ecstasy sobre o corpo de Polman parecem divertidos. De repente Polman sente amor tão intenso que é impelido a abraçar sua colega. "O ecstasy libera serotonina, dopamina e adrenalina no cérebro", Benner fala para a câmera. "É por causa da serotonina que você está sentindo tanto amor por mim neste momento." NOVA GERAÇÃO O "Drugslab" é misto de vídeo explicativo e "viagem" de drogas financiada por dinheiro público. A ideia de divulgar os efeitos das drogas on-line não é novidade na Holanda. Desde 2005, a emissora pública BNN vem colocando no ar uma série de televisão intitulada "Spuiten en Slikken" (injetar e engolir), em que os moderadores experimentam substâncias ilegais. O que o "Spuiten en Slikken" é para a geração mais velha, o "Drugslab" é para a mais jovem. "Os jovens querem ver pessoas de verdade usando drogas de verdade", diz o criador do programa, Jelle Klumpenaar. Ele descreve o programa como "um canal do YouTube educativo". Ele teve a ideia quando viu jovens em um festival de música completamente alterados, sob o efeito de drogas. "Me perguntei 'como é possível que esse pessoal esteja nesse estado?'." Klumpenaar acha que acidentes como esses aconteceriam com menos frequência se os jovens fossem bem informados sobre as drogas. Esse é o propósito do "Drugslab". Mas estará funcionando? A série mostra experiências reais com drogas: mostra como Polman se sente "bem", mas também como sua boca fica aberta e seu maxilar se move de um lado para o outro, seus dentes rangem e suas pálpebras caem, de modo que só é possível enxergar o branco de seus olhos. "Se você me conhecesse numa festa e eu estivesse desse jeito, seria um pouco assustador", fala Benner. "Os usuários de MDMA frequentemente sofrem movimento de maxilares e rangidos de dentes incontroláveis, e os músculos do rosto se contraem." Polman, enquanto isso, aparenta estar em um estado intermediário entre contorção facial e orgasmo. Os youtubers não dizem nada sobre os perigos do consumo de substâncias ilegais. Apenas aconselham os espectadores a sempre mandar testar as drogas antes de consumi-las. TESTE DO ESTADO Na Holanda, diferentemente da maioria dos outros países da Europa Ocidental, existem locais pagos pelo Estado onde usuários de drogas podem mandar testar as substâncias que vão usar. Em 2016, mais de 12 mil consumidores mandaram suas drogas serem examinadas pelo Sistema de Informação e Monitoramento de Drogas (Dims, na sigla original). Mais de metade das drogas testadas foram comprimidos de ecstasy. O programa não visa beneficiar apenas os usuários. Ele também ajuda as autoridades holandesas, por ajudá-las a saber quais drogas estão circulando no mercado negro. "Sabemos que substâncias estão contidas nestas drogas graças aos testes. Assim podemos lançar avisos quando as drogas contêm substâncias nocivas adicionais", diz Daan van der Gouwe, que coordena o programa do Dims. No ano passado ele lançou uma campanha nacional para avisar à população sobre o ingrediente PMMA no ecstasy. O PMMA custa menos que a MDMA e por essa razão é acrescentado ao ecstasy. Seu consumo pode levar à morte, porque ele pode provocar elevação acentuada da temperatura corporal e hemorragias internas. "Uma segunda tendência perigosa é que os comprimidos de ecstasy vêm ficando cada vez mais fortes", diz Van der Gouwe. "Um comprimido de ecstasy hoje contém mais que o dobro de MDMA que um comprimido de dez anos atrás." Em outras palavras, basta meia pílula para ter o efeito desejado. Mesmo assim, muitos usuários continuam a engolir um comprimido inteiro. Van der Gouwe explica que isso é arriscado, porque uma overdose pode desencadear problemas cardíacos e elevar a temperatura corporal. Ele avisa que mesmo drogas "limpas" podem ser fatais. "Os médicos vivem informando sobre mais pacientes que andam sofrendo overdoses de pílulas fortes. As pessoas pensam que o ecstasy é uma droga inofensiva para se consumir em festas, mas não é o caso", ele concluiu. Os youtubers não falam sobre o perigo de uma overdose. Eles tampouco mencionam os ingredientes perigosos que podem estar contidos em drogas ilegais nem o que acontece quando uma pessoa consome drogas adulteradas. Em um lugar como a Holanda, isso é crítico porque, com a exceção da maconha e algumas outras substâncias naturais, a maioria das drogas é ilegal, de modo que o Estado não as fiscaliza antes de chegarem ao mercado. "Testamos apenas uma parte muito pequena das drogas que realmente estão no mercado", explica Van der Gouwe. "A maioria dos usuários continua a consumir drogas sem testá-las de antemão. Mas pelo menos eles agora têm a possibilidade de testá-las antes." As pessoas que fazem uso do programa Dims tendem a ser mais instruídas, razão pela qual a alegação de que o programa "Drugslab" é educativo não é falsa. Mesmo assim, as pessoas que assistem ao programa admitem que ele desperta sua curiosidade de experimentar as substâncias que são mostradas no programa. Os espectadores ficam sabendo que, quando está sob a influência de ecstasy, Polman não consegue pegar uma bola de tênis. Mas elas também veem seu prazer quando ele chupa um picolé estando sob o efeito de MDMA. Os youtubers dizem que isso é fazer "um teste científico". Tradução de CLARA ALLAIN
ilustrissima
Youtubers holandeses se drogam em nome da ciência e em busca de cliquesRens Polman se sente tão "lekker" ("agradável" ou "gostoso", em holandês) sob o efeito de ecstasy. O jovem é uma de três pessoas na Holanda que testam drogas ilegais em seu canal no YouTube, "Drugslab". Quando ele faz uma "viagem" movida a substâncias ilícitas, outros podem testemunhar o efeito das drogas sobre seu corpo. Cocaína, cogumelos, cetamina —os youtubers tomam qualquer coisa que os espectadores pedem na seção de comentários de seus vídeos. Alguns dos vídeos já foram vistos mais de 1 milhão de vezes. "Testamos as drogas em nome da ciência", explica Polman. "Acompanhamos as mudanças de frequência cardíaca e temperatura corporal. Testamos as habilidades motoras e a capacidade de pensar sob o efeito da droga." Os youtubers ficam sentados num laboratório com uma bandeira holandesa e tubos de ensaio sobre a mesa. A sala é banhada em luz verde. À esquerda é possível divisar um pé de maconha. A fórmula química do ecstasy está escrita sobre uma lousa. Um televisor de tela plana está pronto para mostrar a temperatura corporal e a frequência cardíaca das "cobaias". Jovens, loiros e descolados, Polman e Nellie Benner são os apresentadores de hoje. Bastian Rosman, o colega deles, está de folga. Cada semana, dois dos três youtubers apresentam o programa. Um deles "faz a viagem" (usando o jargão apropriado). O outro observa. Eles jogam "pedra, papel ou tesoura" para ver quem será a cobaia. Rens Polman perde, então é a vez dele. No cardápio de hoje: ecstasy. O youtuber Rens Polman experimenta ecstasy em seu canal "É preciso cerca de 1,5 miligrama da droga por quilo de peso corporal", Polman explica a seus espectadores. O ecstasy é ilegal na Holanda. Os comprimidos que ele tem na mão vieram do mercado negro. "Há 126 miligramas de MDMA nestes comprimidos. Esse é o ingrediente ativo do ecstasy." Benner parte o comprimido ao meio —basta metade— e dá um tubo de ensaio de água a Polman, que engole o ecstasy. Duas horas mais tarde, ele começa a sentir os efeitos das pílulas. Ele consumiu uma refeição grande antes, de modo que a droga demorou um pouco mais a se fazer sentir. Polman, 25 anos, começa a sentir calor e formigamento. Suas mãos estão úmidas e sua boca está seca, mas ele se sente "tão bem" que começa a dançar. "Muitas pessoas acham que o ecstasy contém anfetaminas, porque a pessoa se sente tão energizada enquanto está sob o efeito da droga", explica Benner. "Mas não é verdade." A MDMA também tem esse efeito. Polman estica os braços e começa a movê-los em círculos. Seus olhos estão semicerrados. Uma música tecno começa a tocar. Os efeitos do ecstasy sobre o corpo de Polman parecem divertidos. De repente Polman sente amor tão intenso que é impelido a abraçar sua colega. "O ecstasy libera serotonina, dopamina e adrenalina no cérebro", Benner fala para a câmera. "É por causa da serotonina que você está sentindo tanto amor por mim neste momento." NOVA GERAÇÃO O "Drugslab" é misto de vídeo explicativo e "viagem" de drogas financiada por dinheiro público. A ideia de divulgar os efeitos das drogas on-line não é novidade na Holanda. Desde 2005, a emissora pública BNN vem colocando no ar uma série de televisão intitulada "Spuiten en Slikken" (injetar e engolir), em que os moderadores experimentam substâncias ilegais. O que o "Spuiten en Slikken" é para a geração mais velha, o "Drugslab" é para a mais jovem. "Os jovens querem ver pessoas de verdade usando drogas de verdade", diz o criador do programa, Jelle Klumpenaar. Ele descreve o programa como "um canal do YouTube educativo". Ele teve a ideia quando viu jovens em um festival de música completamente alterados, sob o efeito de drogas. "Me perguntei 'como é possível que esse pessoal esteja nesse estado?'." Klumpenaar acha que acidentes como esses aconteceriam com menos frequência se os jovens fossem bem informados sobre as drogas. Esse é o propósito do "Drugslab". Mas estará funcionando? A série mostra experiências reais com drogas: mostra como Polman se sente "bem", mas também como sua boca fica aberta e seu maxilar se move de um lado para o outro, seus dentes rangem e suas pálpebras caem, de modo que só é possível enxergar o branco de seus olhos. "Se você me conhecesse numa festa e eu estivesse desse jeito, seria um pouco assustador", fala Benner. "Os usuários de MDMA frequentemente sofrem movimento de maxilares e rangidos de dentes incontroláveis, e os músculos do rosto se contraem." Polman, enquanto isso, aparenta estar em um estado intermediário entre contorção facial e orgasmo. Os youtubers não dizem nada sobre os perigos do consumo de substâncias ilegais. Apenas aconselham os espectadores a sempre mandar testar as drogas antes de consumi-las. TESTE DO ESTADO Na Holanda, diferentemente da maioria dos outros países da Europa Ocidental, existem locais pagos pelo Estado onde usuários de drogas podem mandar testar as substâncias que vão usar. Em 2016, mais de 12 mil consumidores mandaram suas drogas serem examinadas pelo Sistema de Informação e Monitoramento de Drogas (Dims, na sigla original). Mais de metade das drogas testadas foram comprimidos de ecstasy. O programa não visa beneficiar apenas os usuários. Ele também ajuda as autoridades holandesas, por ajudá-las a saber quais drogas estão circulando no mercado negro. "Sabemos que substâncias estão contidas nestas drogas graças aos testes. Assim podemos lançar avisos quando as drogas contêm substâncias nocivas adicionais", diz Daan van der Gouwe, que coordena o programa do Dims. No ano passado ele lançou uma campanha nacional para avisar à população sobre o ingrediente PMMA no ecstasy. O PMMA custa menos que a MDMA e por essa razão é acrescentado ao ecstasy. Seu consumo pode levar à morte, porque ele pode provocar elevação acentuada da temperatura corporal e hemorragias internas. "Uma segunda tendência perigosa é que os comprimidos de ecstasy vêm ficando cada vez mais fortes", diz Van der Gouwe. "Um comprimido de ecstasy hoje contém mais que o dobro de MDMA que um comprimido de dez anos atrás." Em outras palavras, basta meia pílula para ter o efeito desejado. Mesmo assim, muitos usuários continuam a engolir um comprimido inteiro. Van der Gouwe explica que isso é arriscado, porque uma overdose pode desencadear problemas cardíacos e elevar a temperatura corporal. Ele avisa que mesmo drogas "limpas" podem ser fatais. "Os médicos vivem informando sobre mais pacientes que andam sofrendo overdoses de pílulas fortes. As pessoas pensam que o ecstasy é uma droga inofensiva para se consumir em festas, mas não é o caso", ele concluiu. Os youtubers não falam sobre o perigo de uma overdose. Eles tampouco mencionam os ingredientes perigosos que podem estar contidos em drogas ilegais nem o que acontece quando uma pessoa consome drogas adulteradas. Em um lugar como a Holanda, isso é crítico porque, com a exceção da maconha e algumas outras substâncias naturais, a maioria das drogas é ilegal, de modo que o Estado não as fiscaliza antes de chegarem ao mercado. "Testamos apenas uma parte muito pequena das drogas que realmente estão no mercado", explica Van der Gouwe. "A maioria dos usuários continua a consumir drogas sem testá-las de antemão. Mas pelo menos eles agora têm a possibilidade de testá-las antes." As pessoas que fazem uso do programa Dims tendem a ser mais instruídas, razão pela qual a alegação de que o programa "Drugslab" é educativo não é falsa. Mesmo assim, as pessoas que assistem ao programa admitem que ele desperta sua curiosidade de experimentar as substâncias que são mostradas no programa. Os espectadores ficam sabendo que, quando está sob a influência de ecstasy, Polman não consegue pegar uma bola de tênis. Mas elas também veem seu prazer quando ele chupa um picolé estando sob o efeito de MDMA. Os youtubers dizem que isso é fazer "um teste científico". Tradução de CLARA ALLAIN
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HBO anuncia minissérie 'Today Will Be Different' com Julia Roberts
A HBO anunciou nesta sexta-feira (2) que a série "Today Will Be Different" será protagonizada por Julia Roberts, que interpreta Eleanor Flood. Baseada em best-seller escrito por Maria Semple, a minissérie "Today Will Be Different", trata sobre um dia na vida de Eleanor que acorda determinada a ser a melhor versão de si mesma, mas ao longo do dia as coisas não saem como previsto. A minissérie, ainda sem data de estréia, marca o retorno de Julia Roberts para a televisão, seu último trabalho foi em 2011 no filme "The Normal Heart" também na HBO.
ilustrada
HBO anuncia minissérie 'Today Will Be Different' com Julia RobertsA HBO anunciou nesta sexta-feira (2) que a série "Today Will Be Different" será protagonizada por Julia Roberts, que interpreta Eleanor Flood. Baseada em best-seller escrito por Maria Semple, a minissérie "Today Will Be Different", trata sobre um dia na vida de Eleanor que acorda determinada a ser a melhor versão de si mesma, mas ao longo do dia as coisas não saem como previsto. A minissérie, ainda sem data de estréia, marca o retorno de Julia Roberts para a televisão, seu último trabalho foi em 2011 no filme "The Normal Heart" também na HBO.
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Beleza verde: lei facilita pesquisa e populariza insumos da Amazônia
A árvore de pracaxi, planta nativa da Amazônia, produz frutos em forma de vagens que abrigam sementes ricas em um óleo que tem sido muito procurado pela indústria de cosméticos, principalmente para produtos de hidratação para cabelos. Mas os ribeirinhos também utilizam o óleo de pracaxi para ajudar na cicatrização de picadas de cobra, o que despertou o interesse da Beraca, empresa química especializada em ativos da biodiversidade brasileira, que começou a investir em pesquisas para conhecer melhor a planta. Foram mais de três anos de pesquisas, e a empresa descobriu que, além de ser bom para o cabelo, o óleo de pracaxi também tem ótimas propriedades para a pele: ajuda no clareamento de manchas e estrias e estimula a produção de colágeno, o que o torna ideal para aplicação em cremes anti-idade. O pracaxi é um entre tantos ingredientes da Amazônia com potencial para gerar riqueza com a floresta em pé, desestimulando o desmatamento. Nos últimos anos, as empresas de cosméticos começaram a desenvolver cadeias de negócios com comunidades extrativistas, e os ativos amazônicos se tornaram mais comuns na vida do consumidor. Agora, as pesquisas com a biodiversidade brasileira devem ganhar novo impulso. Um dos últimos atos da presidente Dilma Rousseff antes do impeachment foi regulamentar a lei 7.735/2014, que traz novas regras para o acesso ao patrimônio genético e simplifica os procedimentos para a pesquisa científica. Antes, para realizar pesquisas com determinada planta, o pesquisador deveria solicitar solicitação prévia ao Ministério do Meio Ambiente. Agora, o governo pretende controlar o acesso ao patrimônio genético com um cadastro de empresas e pesquisadores. Há mudanças também nas regras sobre a repartição dos benefícios -espécie de royalty pago pelas empresas para as comunidades que detém o conhecimento sobre o uso de determinada planta ou animal. A lei prevê a criação de um fundo para gerenciar esses recursos e reinvesti-los em projetos de conservação. "A nova lei tem como objetivo facilitar a pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos. Ela poderá representar ganho de celeridade e competitividade para a indústria", afirma Kevyan Macedo, gerente de sustentabilidade da Natura. A empresa foi uma das responsáveis por popularizar os ingredientes amazônicos em suas linhas de cosméticos. Utiliza castanha, buriti, ucuuba, andiroba, açaí, copaíba e murumuru. Há 15 anos mantém relações comerciais diretamente com as comunidades e, mais recentemente instalou uma fábrica de sabonetes no Pará. "Criamos uma área dedicada ao relacionamento com essas comunidades fornecedoras e a nova lei não provoca nenhuma mudança nessa forma de atuar", diz Macedo. Beleza que vem da floresta APELO A biodiversidade brasileira desperta o interesse dos consumidores em países onde o apelo da floresta é muito forte, como na Europa. "O buriti é mais conhecido lá fora do que no Brasil", diz Thiago Terada, gerente de assuntos corporativos da Beraca. A empresa fornece óleos essenciais para mais de 40 países, com grandes clientes, como o grupo francês L'Oréal. Começou a trilhar esse caminho há 15 anos, após a compra de uma startup em Belém criada por professores da Universidade Federal do Pará. Para que a riqueza da biodiversidade não fique restrita a grandes empresas, o governo paraense está estruturando um arranjo produtivo local (APL) para cosméticos da biodiversidade. O arranjo foi formalizado no final de 2015, com a adesão de 20 empresas, entre fabricantes de cosméticos, de óleos essenciais e pequenas e médias empresas da região, junto com o Sebrae. A primeira tarefa do APL será mapear o potencial de fornecimento de matérias-primas dos extrativistas no Pará. Um estudo preliminar apontou cerca de 500 mil associações e comunidades no Estado. O Sebrae também planeja treinar as comunidades em padrões de qualidade para fornecer as matérias-primas para a indústria.
ambiente
Beleza verde: lei facilita pesquisa e populariza insumos da AmazôniaA árvore de pracaxi, planta nativa da Amazônia, produz frutos em forma de vagens que abrigam sementes ricas em um óleo que tem sido muito procurado pela indústria de cosméticos, principalmente para produtos de hidratação para cabelos. Mas os ribeirinhos também utilizam o óleo de pracaxi para ajudar na cicatrização de picadas de cobra, o que despertou o interesse da Beraca, empresa química especializada em ativos da biodiversidade brasileira, que começou a investir em pesquisas para conhecer melhor a planta. Foram mais de três anos de pesquisas, e a empresa descobriu que, além de ser bom para o cabelo, o óleo de pracaxi também tem ótimas propriedades para a pele: ajuda no clareamento de manchas e estrias e estimula a produção de colágeno, o que o torna ideal para aplicação em cremes anti-idade. O pracaxi é um entre tantos ingredientes da Amazônia com potencial para gerar riqueza com a floresta em pé, desestimulando o desmatamento. Nos últimos anos, as empresas de cosméticos começaram a desenvolver cadeias de negócios com comunidades extrativistas, e os ativos amazônicos se tornaram mais comuns na vida do consumidor. Agora, as pesquisas com a biodiversidade brasileira devem ganhar novo impulso. Um dos últimos atos da presidente Dilma Rousseff antes do impeachment foi regulamentar a lei 7.735/2014, que traz novas regras para o acesso ao patrimônio genético e simplifica os procedimentos para a pesquisa científica. Antes, para realizar pesquisas com determinada planta, o pesquisador deveria solicitar solicitação prévia ao Ministério do Meio Ambiente. Agora, o governo pretende controlar o acesso ao patrimônio genético com um cadastro de empresas e pesquisadores. Há mudanças também nas regras sobre a repartição dos benefícios -espécie de royalty pago pelas empresas para as comunidades que detém o conhecimento sobre o uso de determinada planta ou animal. A lei prevê a criação de um fundo para gerenciar esses recursos e reinvesti-los em projetos de conservação. "A nova lei tem como objetivo facilitar a pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos. Ela poderá representar ganho de celeridade e competitividade para a indústria", afirma Kevyan Macedo, gerente de sustentabilidade da Natura. A empresa foi uma das responsáveis por popularizar os ingredientes amazônicos em suas linhas de cosméticos. Utiliza castanha, buriti, ucuuba, andiroba, açaí, copaíba e murumuru. Há 15 anos mantém relações comerciais diretamente com as comunidades e, mais recentemente instalou uma fábrica de sabonetes no Pará. "Criamos uma área dedicada ao relacionamento com essas comunidades fornecedoras e a nova lei não provoca nenhuma mudança nessa forma de atuar", diz Macedo. Beleza que vem da floresta APELO A biodiversidade brasileira desperta o interesse dos consumidores em países onde o apelo da floresta é muito forte, como na Europa. "O buriti é mais conhecido lá fora do que no Brasil", diz Thiago Terada, gerente de assuntos corporativos da Beraca. A empresa fornece óleos essenciais para mais de 40 países, com grandes clientes, como o grupo francês L'Oréal. Começou a trilhar esse caminho há 15 anos, após a compra de uma startup em Belém criada por professores da Universidade Federal do Pará. Para que a riqueza da biodiversidade não fique restrita a grandes empresas, o governo paraense está estruturando um arranjo produtivo local (APL) para cosméticos da biodiversidade. O arranjo foi formalizado no final de 2015, com a adesão de 20 empresas, entre fabricantes de cosméticos, de óleos essenciais e pequenas e médias empresas da região, junto com o Sebrae. A primeira tarefa do APL será mapear o potencial de fornecimento de matérias-primas dos extrativistas no Pará. Um estudo preliminar apontou cerca de 500 mil associações e comunidades no Estado. O Sebrae também planeja treinar as comunidades em padrões de qualidade para fornecer as matérias-primas para a indústria.
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Após 48 anos, Cuba abre possibilidade de reconhecer microempresas
Após 48 anos, o presidente Raúl Castro pediu que "eufemismos" sejam deixados de lado na cuidadosa abertura econômica e admitiu a possibilidade de que Cuba passe a reconhecer as pequenas empresas privadas. O Partido Comunista Cubano publicou os documentos de seu Sétimo Congresso, realizado em Havana, mencionando a possibilidade de que "as pessoas naturais cubanas" possam constituir-se como "empresas privadas de médio, pequeno e micro escala. O porte dessas empresas seria determinado pelo "volume da atividade e pela quantidade de trabalhadores" e, de acordo com os documentos, poderão ser "reconhecidas como pessoas jurídicas". No contexto de reformas empreendidas por Raúl Castro desde a sua chegada ao poder em 2008, os cubanos contam com a alternativa de trabalhar por conta própria em determinadas atividades e empregar mão de obra, mas sob numerosas restrições. Ainda é incerto o impacto econômico que poderá sair dessa reforma, caso seja concretizada, ou suas implicações legais em um setor sobre em que não há dados sobre o número de pessoas que emprega e de recursos que movimenta. Cuba nacionalizou em 1968 as pequenas e médias indústrias privadas, após quase uma década do triunfo da revolução socialista de Fidel Castro.
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Após 48 anos, Cuba abre possibilidade de reconhecer microempresasApós 48 anos, o presidente Raúl Castro pediu que "eufemismos" sejam deixados de lado na cuidadosa abertura econômica e admitiu a possibilidade de que Cuba passe a reconhecer as pequenas empresas privadas. O Partido Comunista Cubano publicou os documentos de seu Sétimo Congresso, realizado em Havana, mencionando a possibilidade de que "as pessoas naturais cubanas" possam constituir-se como "empresas privadas de médio, pequeno e micro escala. O porte dessas empresas seria determinado pelo "volume da atividade e pela quantidade de trabalhadores" e, de acordo com os documentos, poderão ser "reconhecidas como pessoas jurídicas". No contexto de reformas empreendidas por Raúl Castro desde a sua chegada ao poder em 2008, os cubanos contam com a alternativa de trabalhar por conta própria em determinadas atividades e empregar mão de obra, mas sob numerosas restrições. Ainda é incerto o impacto econômico que poderá sair dessa reforma, caso seja concretizada, ou suas implicações legais em um setor sobre em que não há dados sobre o número de pessoas que emprega e de recursos que movimenta. Cuba nacionalizou em 1968 as pequenas e médias indústrias privadas, após quase uma década do triunfo da revolução socialista de Fidel Castro.
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CBF corta regalias e deixa de pagar passagens para mulheres de dirigentes
A assembleia geral da CBF sempre foi marcada por badalações. Desta vez, a confederação cortou parte das regalias aos presidentes de federações. Antes, os cartolas tinham direito de trazer pelo menos um acompanhante ao Rio com hospedagem e passagem aérea bancada pela entidade. Quase sempre as esposas dos dirigentes aproveitavam a viagem para desfrutar das mordomias. A CBF chegava a organizar passeios especiais para as mulheres dos cartolas. Além de cortar os convidados, a CBF também não bancou um tradicional jantar na véspera do encontro. A comilança era realizada em um sofisticado restaurante e contava com a presença dos principais executivos da entidade. Comandante da CBF por mais de duas décadas, Ricardo Teixeira gostava de aproveitar o jantar para saber o termômetro da reunião do dia seguinte. Neste ano, o presidente da CBF, Marco Polo del Nero, preferiu não badalar. O corte das regalias deixou descontentes alguns presidentes de federações. Eles alegam que o Del Nero está desprestigiando as entidades estaduais. As 27 federações são maioria no colégio eleitoral da CBF. Apesar das reclamações, os cartolas aprovaram por unanimidade o balanço financeiro da CBF. Após a reunião, Del Nero almoçou com os cartolas no restaurante que funciona na sede da entidade. Ao final do encontro, cada cartola deixou o prédio com um mala cheia de brindes dos patrocinadores da confederação.
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CBF corta regalias e deixa de pagar passagens para mulheres de dirigentesA assembleia geral da CBF sempre foi marcada por badalações. Desta vez, a confederação cortou parte das regalias aos presidentes de federações. Antes, os cartolas tinham direito de trazer pelo menos um acompanhante ao Rio com hospedagem e passagem aérea bancada pela entidade. Quase sempre as esposas dos dirigentes aproveitavam a viagem para desfrutar das mordomias. A CBF chegava a organizar passeios especiais para as mulheres dos cartolas. Além de cortar os convidados, a CBF também não bancou um tradicional jantar na véspera do encontro. A comilança era realizada em um sofisticado restaurante e contava com a presença dos principais executivos da entidade. Comandante da CBF por mais de duas décadas, Ricardo Teixeira gostava de aproveitar o jantar para saber o termômetro da reunião do dia seguinte. Neste ano, o presidente da CBF, Marco Polo del Nero, preferiu não badalar. O corte das regalias deixou descontentes alguns presidentes de federações. Eles alegam que o Del Nero está desprestigiando as entidades estaduais. As 27 federações são maioria no colégio eleitoral da CBF. Apesar das reclamações, os cartolas aprovaram por unanimidade o balanço financeiro da CBF. Após a reunião, Del Nero almoçou com os cartolas no restaurante que funciona na sede da entidade. Ao final do encontro, cada cartola deixou o prédio com um mala cheia de brindes dos patrocinadores da confederação.
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'Arcos da discórdia' vão retomar o cinza original de artistas italianos
Por trás da polêmica sobre o fim dos grafites nos arcos da rua Jandaia (ou Arcos do Jânio), na região central de SP, há outra obra de arte, "com lances de genialidade e inovadora" e sem nenhuma tinta spray, feita supostamente por mãos calejadas de artesãos chegados da região da Calábria (sul da Itália) no início do século passado. Até o fim de maio, a profusão de cores impressa por outros artistas, os grafiteiros, dará lugar ao cinza, colocando a gestão João Doria (PSDB) em colisão com artistas contemporâneos -desde 2015, os arcos vistos nos acessos à av. 23 de Maio ostentam o colorido dos desenhos, autorizados pelo antecessor, Fernando Haddad (PT). Os operários italianos, diz a tradição, fizeram a estrutura que servia de contenção de uma encosta na região central que hoje figura no meio de uma estrutura viária que liga as regiões sul, leste e oeste da capital. A empreitada foi feita há pouco mais de cem anos, bem antes da existência das tintas acrílicas. Estudos contratados durante a gestão do próprio Haddad aos quais a Folha teve acesso defendem a tese de que os arcos preservam parte da história da evolução da metrópole e sugerem o retorno à sua originalidade: o cinza dos tijolos sílico-calcáricos –mais resistentes do que os de cerâmica. Dos mesmos tons é o concreto ciclópico –técnica existente desde a Grécia na qual são usadas pedras grandes e empregada até hoje para construção de muros de arrimo ou de barragens. Doria já disse que levará adiante o projeto de remoção das pinturas, assim como tem feito em outras áreas. O tucano declarou guerra a pichadores, propondo multa de R$ 5.000 para quem for flagrado (valor que dobraria na reincidência). Aos grafiteiros, promete museus a céu aberto –locais a serem definidos. A construção dos italianos teria se iniciado em 1911, três anos após a obra ser autorizada pela Câmara, quando o prefeito do município era Raymundo Duprat. A estrutura evitaria deslizamentos na rua Assembleia, já prevista em mapa elaborado ainda no fim dos anos 1800. Escondido por casas construídas entre os anos 1930 e 1950 –período de boom demográfico na capital–, os arcos reapareceram na paisagem paulistana em 1987, durante a gestão Jânio Quadros, que mandou demolir todos os imóveis dali para as obras da avenida 23 de Maio. Para devolver a obra as suas características iniciais, o projeto prevê não só a remoção dos grafites como de todas as demãos de pinturas feitas ao longo dos anos. "A revitalização é importante. Por outro lado, a história atual da arte também fica ameaçada. O importante é saber se aquele espaço vazio não será alvo de vandalismo. Essa proibição instiga os pichadores", disse à Folha o artista Enivo, um dos autores dos grafites nos arcos. CARÁTER URBANÍSTICO O estudo feito pelo arquiteto Nestor Goulart Reis Filho, professor catedrático da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU), diz se tratar "de obra de caráter urbanístico inovador, quase único em sua época". O período de construção, entre 1911 e 1913, é o mesmo em que se registraram algumas das primeiras obras de concreto armado na cidade, como o Edifício Guinle –prédio em estilo art noveau que resiste no centro velho. A suspeita levantada pelo professor é de que os arcos teriam sido projetados pelo mesmo responsável pelo Guinle, o arquiteto Hyppolito Gustavo Pujol Júnior, considerado um revolucionário. Sem essa confirmação, prevalece o que a tradição diz: foram mesmo anônimos operários europeus os autores. A restauração incluirá a drenagem de infiltrações e a recuperação dos guarda-corpos. Segundo a diretora do DPH (Departamento de Patrimônio Histórico), Mariana de Souza Rolim, até fevereiro será feita a limpeza da área para posterior remoção das camadas de tinta. "Será aplicada, então, uma velatura, técnica para dar uniformidade à estrutura", disse a diretora. Os mestres de obra italianos trouxeram técnicas de construção de séculos passados já usadas na Europa, por exemplo, em Roma. Já o grafite nasceu no movimento hip-hop, em Nova York, anos 1970. Para a prefeitura, a arte que chegou primeiro prevalecerá.
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'Arcos da discórdia' vão retomar o cinza original de artistas italianosPor trás da polêmica sobre o fim dos grafites nos arcos da rua Jandaia (ou Arcos do Jânio), na região central de SP, há outra obra de arte, "com lances de genialidade e inovadora" e sem nenhuma tinta spray, feita supostamente por mãos calejadas de artesãos chegados da região da Calábria (sul da Itália) no início do século passado. Até o fim de maio, a profusão de cores impressa por outros artistas, os grafiteiros, dará lugar ao cinza, colocando a gestão João Doria (PSDB) em colisão com artistas contemporâneos -desde 2015, os arcos vistos nos acessos à av. 23 de Maio ostentam o colorido dos desenhos, autorizados pelo antecessor, Fernando Haddad (PT). Os operários italianos, diz a tradição, fizeram a estrutura que servia de contenção de uma encosta na região central que hoje figura no meio de uma estrutura viária que liga as regiões sul, leste e oeste da capital. A empreitada foi feita há pouco mais de cem anos, bem antes da existência das tintas acrílicas. Estudos contratados durante a gestão do próprio Haddad aos quais a Folha teve acesso defendem a tese de que os arcos preservam parte da história da evolução da metrópole e sugerem o retorno à sua originalidade: o cinza dos tijolos sílico-calcáricos –mais resistentes do que os de cerâmica. Dos mesmos tons é o concreto ciclópico –técnica existente desde a Grécia na qual são usadas pedras grandes e empregada até hoje para construção de muros de arrimo ou de barragens. Doria já disse que levará adiante o projeto de remoção das pinturas, assim como tem feito em outras áreas. O tucano declarou guerra a pichadores, propondo multa de R$ 5.000 para quem for flagrado (valor que dobraria na reincidência). Aos grafiteiros, promete museus a céu aberto –locais a serem definidos. A construção dos italianos teria se iniciado em 1911, três anos após a obra ser autorizada pela Câmara, quando o prefeito do município era Raymundo Duprat. A estrutura evitaria deslizamentos na rua Assembleia, já prevista em mapa elaborado ainda no fim dos anos 1800. Escondido por casas construídas entre os anos 1930 e 1950 –período de boom demográfico na capital–, os arcos reapareceram na paisagem paulistana em 1987, durante a gestão Jânio Quadros, que mandou demolir todos os imóveis dali para as obras da avenida 23 de Maio. Para devolver a obra as suas características iniciais, o projeto prevê não só a remoção dos grafites como de todas as demãos de pinturas feitas ao longo dos anos. "A revitalização é importante. Por outro lado, a história atual da arte também fica ameaçada. O importante é saber se aquele espaço vazio não será alvo de vandalismo. Essa proibição instiga os pichadores", disse à Folha o artista Enivo, um dos autores dos grafites nos arcos. CARÁTER URBANÍSTICO O estudo feito pelo arquiteto Nestor Goulart Reis Filho, professor catedrático da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU), diz se tratar "de obra de caráter urbanístico inovador, quase único em sua época". O período de construção, entre 1911 e 1913, é o mesmo em que se registraram algumas das primeiras obras de concreto armado na cidade, como o Edifício Guinle –prédio em estilo art noveau que resiste no centro velho. A suspeita levantada pelo professor é de que os arcos teriam sido projetados pelo mesmo responsável pelo Guinle, o arquiteto Hyppolito Gustavo Pujol Júnior, considerado um revolucionário. Sem essa confirmação, prevalece o que a tradição diz: foram mesmo anônimos operários europeus os autores. A restauração incluirá a drenagem de infiltrações e a recuperação dos guarda-corpos. Segundo a diretora do DPH (Departamento de Patrimônio Histórico), Mariana de Souza Rolim, até fevereiro será feita a limpeza da área para posterior remoção das camadas de tinta. "Será aplicada, então, uma velatura, técnica para dar uniformidade à estrutura", disse a diretora. Os mestres de obra italianos trouxeram técnicas de construção de séculos passados já usadas na Europa, por exemplo, em Roma. Já o grafite nasceu no movimento hip-hop, em Nova York, anos 1970. Para a prefeitura, a arte que chegou primeiro prevalecerá.
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Tensão no mercado
Dois dados objetivos podem resumir tanto a sexta-feira (18) tumultuada do mundo financeiro como a conjuntura econômica brasileira mais ampla. Trata-se das taxas de juros no mercado e da receita de impostos federais. Esses indicadores, entrelaçados, apontam para um estado de degradação sem desfecho visível. A taxa de juros negociada no mercado para prazos mais longos segue na disparada que começou em julho, quando o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) praticamente desistiu de equilibrar neste ano suas despesas e receitas. Além disso, a arrecadação federal diminui cada vez mais depressa. De janeiro a agosto, a receita encolheu 3,7% ante mesmo período do ano anterior; de janeiro a julho, encolhia ao ritmo de 2,9%. A piora contínua das contas do governo alimenta a deterioração dos mercados de juros, dólares e ações, embora não tenha sido apenas esse o motivo da turbulência. Grandes investidores internacionais reagiam à decisão do banco central dos EUA, que desistiu de elevar as taxas de juros também devido a fraquezas da economia mundial, em particular nos países emergentes, como China e Brasil. Na frente doméstica, especulava-se que estaria próximo um novo rebaixamento da nota de crédito do governo brasileiro, que já perdeu o selo de bom pagador conferido pela agência Standard & Poor's. No entanto, o nervosismo que aproximou a cotação do dólar dos R$ 4 foi apenas um capítulo mais tenso de um enredo em curso desde meados do ano, no qual atuam fragilidades econômicas e políticas. A receita do governo cai, o controle de gastos é ineficaz e as medidas destinadas a reequilibrar o Orçamento, tímidas, são bombardeadas por integrantes do próprio governo, do PT e do Congresso. Juros bancários em alta vão tornar ainda mais escasso o crédito para as empresas, perenizando a retração econômica. A queda da arrecadação indica que as empresas pagam menos impostos não apenas pela queda de seu resultado, mas também por falta de caixa. O dólar em alta acelerada pressiona a inflação, o que contribui para uma redução adicional do poder de compra da população e deve adiar para muito tarde o necessário corte dos juros do Banco Central, hoje em 14,25%–tudo conspirando para prolongar a recessão e a instabilidade política. Por mais que tenha sido sombrio o dia, a interrupção do círculo vicioso que alimenta a crise estaria ao alcance da política econômica, cuja tarefa primordial, neste momento, é dissipar os temores de uma escalada da dívida pública. Tudo dependeria de o governo ter algum rumo e credibilidade. editoriais@uol.com.br
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Tensão no mercadoDois dados objetivos podem resumir tanto a sexta-feira (18) tumultuada do mundo financeiro como a conjuntura econômica brasileira mais ampla. Trata-se das taxas de juros no mercado e da receita de impostos federais. Esses indicadores, entrelaçados, apontam para um estado de degradação sem desfecho visível. A taxa de juros negociada no mercado para prazos mais longos segue na disparada que começou em julho, quando o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) praticamente desistiu de equilibrar neste ano suas despesas e receitas. Além disso, a arrecadação federal diminui cada vez mais depressa. De janeiro a agosto, a receita encolheu 3,7% ante mesmo período do ano anterior; de janeiro a julho, encolhia ao ritmo de 2,9%. A piora contínua das contas do governo alimenta a deterioração dos mercados de juros, dólares e ações, embora não tenha sido apenas esse o motivo da turbulência. Grandes investidores internacionais reagiam à decisão do banco central dos EUA, que desistiu de elevar as taxas de juros também devido a fraquezas da economia mundial, em particular nos países emergentes, como China e Brasil. Na frente doméstica, especulava-se que estaria próximo um novo rebaixamento da nota de crédito do governo brasileiro, que já perdeu o selo de bom pagador conferido pela agência Standard & Poor's. No entanto, o nervosismo que aproximou a cotação do dólar dos R$ 4 foi apenas um capítulo mais tenso de um enredo em curso desde meados do ano, no qual atuam fragilidades econômicas e políticas. A receita do governo cai, o controle de gastos é ineficaz e as medidas destinadas a reequilibrar o Orçamento, tímidas, são bombardeadas por integrantes do próprio governo, do PT e do Congresso. Juros bancários em alta vão tornar ainda mais escasso o crédito para as empresas, perenizando a retração econômica. A queda da arrecadação indica que as empresas pagam menos impostos não apenas pela queda de seu resultado, mas também por falta de caixa. O dólar em alta acelerada pressiona a inflação, o que contribui para uma redução adicional do poder de compra da população e deve adiar para muito tarde o necessário corte dos juros do Banco Central, hoje em 14,25%–tudo conspirando para prolongar a recessão e a instabilidade política. Por mais que tenha sido sombrio o dia, a interrupção do círculo vicioso que alimenta a crise estaria ao alcance da política econômica, cuja tarefa primordial, neste momento, é dissipar os temores de uma escalada da dívida pública. Tudo dependeria de o governo ter algum rumo e credibilidade. editoriais@uol.com.br
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Governo vai criar lei para não precisar pedir ao Congresso mudança de meta fiscal
O governo vai mandar ao Congresso um projeto que preserva três tipos de despesas discricionárias de cortes orçamentários quando a arrecadação cair por causa de queda no PIB. Consideradas despesas essenciais, os gastos com obras em etapa final, prestação de serviços públicos essenciais (como Segurança, Saúde e Educação) e as necessárias para o funcionamento dos órgãos públicos (como contas de consumo) ficariam preservados dos cortes. Esse mecanismo seria acionado em casos de queda do PIB abaixo de 1% ao longo de quatro meses. Caso o projeto seja aprovado, o governo poderia gastar além do permitido pelo Congresso Nacional no orçamento anual sem pedir uma revisão nesse tipo de despesa, ou seja, não cumprir a meta fiscal prevista pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo Nelson Barbosa, as justificativas seriam dadas ao Congresso depois. NOVA META De acordo com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, o país não deveria ficar todo ano, como vem fazendo, pedindo mudanças nas metas fiscais previstas no ano, que é quanto o governo é autorizado pelo Congresso a gastar depois de pagar os juros da dívida. Segundo ele, nesta terça-feira (22) será anunciada uma nova mudança de meta. Os valores não foram anunciados. Nelson afirmou que o fim do ciclo de alta das commodities tem feito a arrecadação cair anualmente, o que gera menos receitas para o governo que, a cada ano, tem que mudar a meta aprovada pelo Congresso para adequar a nova receita às despesas do governo. "Isso tem gerado situações recorrentes de revisão da meta. Vamos apresentar nosso pedido de alteração por causa da situação conjuntural", afirmou Barbosa lembrando que o projeto vai ser enviado ao Congresso. O ministro afirmou que o projeto criará um Regime Especial de Contingenciamento (REC) que, quando acionado, o governo só poderá gastar apenas com o que for classificado como despesa prioritária. Cada despesas prioritária terá que ser escolhida e o gasto justificado por cada órgão. Ele exemplificou algumas despesas prioritárias, como obras perto do fim, gastos com defesa e fiscalização. De acordo com Barbosa, o valor de 1% de queda do PIB para acionar o REC foi escolhido porque é o previsto pela própria LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), mas apenas para reduzir a dívida dos estados.
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Governo vai criar lei para não precisar pedir ao Congresso mudança de meta fiscalO governo vai mandar ao Congresso um projeto que preserva três tipos de despesas discricionárias de cortes orçamentários quando a arrecadação cair por causa de queda no PIB. Consideradas despesas essenciais, os gastos com obras em etapa final, prestação de serviços públicos essenciais (como Segurança, Saúde e Educação) e as necessárias para o funcionamento dos órgãos públicos (como contas de consumo) ficariam preservados dos cortes. Esse mecanismo seria acionado em casos de queda do PIB abaixo de 1% ao longo de quatro meses. Caso o projeto seja aprovado, o governo poderia gastar além do permitido pelo Congresso Nacional no orçamento anual sem pedir uma revisão nesse tipo de despesa, ou seja, não cumprir a meta fiscal prevista pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo Nelson Barbosa, as justificativas seriam dadas ao Congresso depois. NOVA META De acordo com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, o país não deveria ficar todo ano, como vem fazendo, pedindo mudanças nas metas fiscais previstas no ano, que é quanto o governo é autorizado pelo Congresso a gastar depois de pagar os juros da dívida. Segundo ele, nesta terça-feira (22) será anunciada uma nova mudança de meta. Os valores não foram anunciados. Nelson afirmou que o fim do ciclo de alta das commodities tem feito a arrecadação cair anualmente, o que gera menos receitas para o governo que, a cada ano, tem que mudar a meta aprovada pelo Congresso para adequar a nova receita às despesas do governo. "Isso tem gerado situações recorrentes de revisão da meta. Vamos apresentar nosso pedido de alteração por causa da situação conjuntural", afirmou Barbosa lembrando que o projeto vai ser enviado ao Congresso. O ministro afirmou que o projeto criará um Regime Especial de Contingenciamento (REC) que, quando acionado, o governo só poderá gastar apenas com o que for classificado como despesa prioritária. Cada despesas prioritária terá que ser escolhida e o gasto justificado por cada órgão. Ele exemplificou algumas despesas prioritárias, como obras perto do fim, gastos com defesa e fiscalização. De acordo com Barbosa, o valor de 1% de queda do PIB para acionar o REC foi escolhido porque é o previsto pela própria LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), mas apenas para reduzir a dívida dos estados.
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Com propaganda na rua, aeroportos de Londres brigam por nova pista
Uma longa rixa entre os aeroportos de Heathrow e Gatwick, em Londres, tem trazido o debate sobre mudanças climáticas ao cotidiano da população da cidade. Os dois principais aeroportos da capital inglesa estão em momento crucial de uma disputa pela autorização da construção de uma nova pista de pouso e decolagem. Em Londres, os dois principais aeroportos da cidade fazem seus argumentos chegarem a toda a população através de anúncios espalhados no metrô, em outdoors e nos jornais. O aeroporto de Heathrow concentra sua propaganda em dados fundamentalmente econômicos. "Expansão em Heathrow: manufatura galvanizada", diz um outdoor no metrô. "Expanda Heathrow e a economia decola", afirma outro. Na contramão, o aeroporto de Gatwick investe em argumentos voltados a questões de sustentabilidade. Na maioria dos anúncios do segundo maior aeroporto da cidade, há uma tentativa de explicitar como seria disruptiva a construção da terceira pista em Heathrow, principalmente para o meio ambiente. Um dos slogans de Gatwick consiste apenas na pergunta: "O próximo escândalo de emissões?", sugerindo que uma terceira pista em Heathrow seria um escândalo do ponto de vista ambiental. Segundo a administração de Gatwick, Heathrow já opera fora dos limites de emissões exigidos pela União Europeia. O aeroporto de Heathrow é um dos mais movimentados do planeta e está localizado a aproximadamente 27 km do centro de Londres. Em 2014, 73,4 milhões de passageiros voaram nos 470.695 voos que chegaram ou partiram do aeroporto. Operando próximo do limite de sua capacidade, a administração de Heathrow briga pelo direito de construir uma terceira pista e ampliar o aeroporto. Segundo o CEO do aeroporto de Heathrow, John Holland-Kaye, a expansão do aeroporto vai "manter o Reino Unido como uma das principais nações no comércio internacional, exatamente no centro da economia global". Ele afirma que os planos propostos pelo aeroporto "foram projetados em torno das necessidades das comunidades locais e irão atender às exigências de qualidade do ar e barulho e proverão o maior benefício à conectividade do Reino Unido a longo prazo". Gatwick é um aeroporto menor, por onde passaram 39 milhões de passageiros de abril de 2014 a março de 2015. Nesse período, 255.711 voos aterrissaram ou decolaram da pista única do aeroporto, que fica a 43 km do centro de Londres. O aeroporto de Guarulhos tem movimento similar a Gatwick. Em 2014, 39,5 milhões de passageiros em 304.559 pousos ou decolagens. GANHANDO ALTITUDE A discussão sobre a ampliação da capacidade aeroportuária britânica se arrasta há décadas, mas, apenas em 2012, o Ministério de Transportes instituiu a Comissão de Aviação, um órgão independente para analisar três propostas: a nova pista do aeroporto de Gatwick, a nova pista do aeroporto de Heathrow, e uma extensão de uma das duas pistas de Heathrow. Em julho deste ano, a comissão publicou seu relatório final sobre a construção da pista. De forma unânime, a comissão afirmou que a proposta da terceira pista em Heathrow, "combinada com um pacote significante de medidas dedicadas aos impactos ambientais e sociais, apresenta o melhor projeto e os melhores benefícios econômicos e estratégicos, provendo cerca de 40 novos destinos e mais de 70 mil empregos até 2050". O relatório admite que o projeto é menos atrativo da perspectiva de qualidade do ar e de barulho nas comunidades ao redor do aeroporto, mas afirma que trará mais benefícios econômicos e a perda de menos casas no processo de construção. Segundo o presidente da comissão, Howard Davies, a construção da pista "é sustentável, dentro dos compromissos assumidos pelo Reino Unido". Após a recomendação da comissão, os projetos seguem para análise do parlamento britânico e, segundo o ministro dos transportes, Patrick McLoughlin, a decisão deve sair no verão do hemisfério norte, em 2016. Alguns parlamentares já se posicionaram contra a expansão de Heathrow. O repórter viajou a convite do Consulado Britânico
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Com propaganda na rua, aeroportos de Londres brigam por nova pistaUma longa rixa entre os aeroportos de Heathrow e Gatwick, em Londres, tem trazido o debate sobre mudanças climáticas ao cotidiano da população da cidade. Os dois principais aeroportos da capital inglesa estão em momento crucial de uma disputa pela autorização da construção de uma nova pista de pouso e decolagem. Em Londres, os dois principais aeroportos da cidade fazem seus argumentos chegarem a toda a população através de anúncios espalhados no metrô, em outdoors e nos jornais. O aeroporto de Heathrow concentra sua propaganda em dados fundamentalmente econômicos. "Expansão em Heathrow: manufatura galvanizada", diz um outdoor no metrô. "Expanda Heathrow e a economia decola", afirma outro. Na contramão, o aeroporto de Gatwick investe em argumentos voltados a questões de sustentabilidade. Na maioria dos anúncios do segundo maior aeroporto da cidade, há uma tentativa de explicitar como seria disruptiva a construção da terceira pista em Heathrow, principalmente para o meio ambiente. Um dos slogans de Gatwick consiste apenas na pergunta: "O próximo escândalo de emissões?", sugerindo que uma terceira pista em Heathrow seria um escândalo do ponto de vista ambiental. Segundo a administração de Gatwick, Heathrow já opera fora dos limites de emissões exigidos pela União Europeia. O aeroporto de Heathrow é um dos mais movimentados do planeta e está localizado a aproximadamente 27 km do centro de Londres. Em 2014, 73,4 milhões de passageiros voaram nos 470.695 voos que chegaram ou partiram do aeroporto. Operando próximo do limite de sua capacidade, a administração de Heathrow briga pelo direito de construir uma terceira pista e ampliar o aeroporto. Segundo o CEO do aeroporto de Heathrow, John Holland-Kaye, a expansão do aeroporto vai "manter o Reino Unido como uma das principais nações no comércio internacional, exatamente no centro da economia global". Ele afirma que os planos propostos pelo aeroporto "foram projetados em torno das necessidades das comunidades locais e irão atender às exigências de qualidade do ar e barulho e proverão o maior benefício à conectividade do Reino Unido a longo prazo". Gatwick é um aeroporto menor, por onde passaram 39 milhões de passageiros de abril de 2014 a março de 2015. Nesse período, 255.711 voos aterrissaram ou decolaram da pista única do aeroporto, que fica a 43 km do centro de Londres. O aeroporto de Guarulhos tem movimento similar a Gatwick. Em 2014, 39,5 milhões de passageiros em 304.559 pousos ou decolagens. GANHANDO ALTITUDE A discussão sobre a ampliação da capacidade aeroportuária britânica se arrasta há décadas, mas, apenas em 2012, o Ministério de Transportes instituiu a Comissão de Aviação, um órgão independente para analisar três propostas: a nova pista do aeroporto de Gatwick, a nova pista do aeroporto de Heathrow, e uma extensão de uma das duas pistas de Heathrow. Em julho deste ano, a comissão publicou seu relatório final sobre a construção da pista. De forma unânime, a comissão afirmou que a proposta da terceira pista em Heathrow, "combinada com um pacote significante de medidas dedicadas aos impactos ambientais e sociais, apresenta o melhor projeto e os melhores benefícios econômicos e estratégicos, provendo cerca de 40 novos destinos e mais de 70 mil empregos até 2050". O relatório admite que o projeto é menos atrativo da perspectiva de qualidade do ar e de barulho nas comunidades ao redor do aeroporto, mas afirma que trará mais benefícios econômicos e a perda de menos casas no processo de construção. Segundo o presidente da comissão, Howard Davies, a construção da pista "é sustentável, dentro dos compromissos assumidos pelo Reino Unido". Após a recomendação da comissão, os projetos seguem para análise do parlamento britânico e, segundo o ministro dos transportes, Patrick McLoughlin, a decisão deve sair no verão do hemisfério norte, em 2016. Alguns parlamentares já se posicionaram contra a expansão de Heathrow. O repórter viajou a convite do Consulado Britânico
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Erramos: Médicos de família passam a fazer atendimento particular personalizado
Diferentemente do informado na reportagem "Médicos de família passam a fazer atendimento particular personalizado", publicada na versão impressa e no site da Folha (Equilíbrio e Saúde - 28/01/2015 - 02h03), o nome correto do médico de família é André Justino, e não Adriano Justino. O texto foi corrigido.
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Erramos: Médicos de família passam a fazer atendimento particular personalizadoDiferentemente do informado na reportagem "Médicos de família passam a fazer atendimento particular personalizado", publicada na versão impressa e no site da Folha (Equilíbrio e Saúde - 28/01/2015 - 02h03), o nome correto do médico de família é André Justino, e não Adriano Justino. O texto foi corrigido.
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Folha promove debate sobre tecnologia de realidade virtual
A Folha promove nesta quarta-feira (30), às 18h30, um debate sobre a chamada "realidade virtual". A tecnologia permite explorar ambientes com imagens em 360 graus e sensação de imersão na cena. O segmento é um dos mais agitados do mundo tecnológico neste momento. O debate será coordenado por Tadeu Jungle, diretor e roteirista da Academia de Filmes. Jungle utilizou a tecnologia para produzir o documentário "Rio de Lama", que discute a tragédia ambiental em Mariana (MG) e estreia na semana que vem. A mesa terá Ricardo Laganaro, da O2 Filmes, Ricardo Justus, diretor de inovação da Record, e Rawlinson Terrabuio, fundador e diretor da Beenoculus. O debate acontecerá no auditório da Folha, na alameda Barão de Limeira, 425, 9º andar, São Paulo. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no Folha Eventos.
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Folha promove debate sobre tecnologia de realidade virtualA Folha promove nesta quarta-feira (30), às 18h30, um debate sobre a chamada "realidade virtual". A tecnologia permite explorar ambientes com imagens em 360 graus e sensação de imersão na cena. O segmento é um dos mais agitados do mundo tecnológico neste momento. O debate será coordenado por Tadeu Jungle, diretor e roteirista da Academia de Filmes. Jungle utilizou a tecnologia para produzir o documentário "Rio de Lama", que discute a tragédia ambiental em Mariana (MG) e estreia na semana que vem. A mesa terá Ricardo Laganaro, da O2 Filmes, Ricardo Justus, diretor de inovação da Record, e Rawlinson Terrabuio, fundador e diretor da Beenoculus. O debate acontecerá no auditório da Folha, na alameda Barão de Limeira, 425, 9º andar, São Paulo. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no Folha Eventos.
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'Na sexta era presidente da Fiocruz, na segunda, não era mais', diz médica
Nos últimos dias, a Fundação Oswaldo Cruz, instituição centenária composta de várias unidades e institutos de pesquisa, viveu dias bastante atípicos. Na virada do ano, surgiu a notícia de que a médica Tania de Araújo-Jorge, segundo lugar nas eleições internas, seria a nova presidente. Seria. A favorita, a socióloga Nísia Trindade, havia sido preterida pelo ministro da Saúde Ricardo Barros (PP). A escolha, de acordo com o regimento, havia sido feita com base em uma lista tríplice -que só tinha os dois nomes. Em entrevista à Folha, Tania disse ter ficado surpresa com a escolha e com as "relações nebulosas" que fizeram o Governo Federal ter que voltar atrás na decisão. Tudo estava certo para a nomeação no dia 2 de janeiro no "Diário Oficial" da União, mas a pressão pela nomeação de Nísia acabou gerando um acordo que colocou a primeira colocada na presidência, mas que deu poder de indicação de duas das cinco vice-presidências da instituição para Tania e a de uma vice-presidência para o ministro Ricardo Barros. Na avaliação de Tânia, apesar de ter perdido a presidência da Fundação, o saldo foi positivo, mas os grandes vencedores foram Temer e Ricardo Barros. Temer evitou o desgaste de ter de assinar a indicação da menos votada e Barros "saiu bastante satisfeito e feliz porque nunca um ministro da Saúde teve tanta influência na Fiocruz". No entanto, para a médica ainda restam algumas arestas a serem aparadas sobre a pressão política que a tirou do cargo: "A presidência da Fiocruz vai ter que se explicar como ela consegue apoio como o do Moreira Franco [(PMDB), secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos da presidência] e da Firjan [Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro] para interferir com a decisão de um ministro. São relações nebulosas que não se sabia que a presidência da Fiocruz tinha." * Folha - Como a sra. recebeu a notícia de que seria presidente da Fiocruz? Tânia de Araújo-Jorge - O resultado da eleição me deixou em 2º lugar, com 40% dos votos. Houve um conjunto de pressões para que eu me retirasse da lista e pra mim isso seria incabível. Tendo a regra bem-estabelecida de que deveria haver uma lista-tríplice, se você reduz as opções do governo, você fragiliza a instituição, porque se não gostarem daquela opção, vão escolher uma externa. Eu quis me manter na lista como segunda opção e não fazer nenhuma articulação para que eu fosse nomeada. Eu simplesmente aguardei. Fiz uma entrevista com o ministro [Ricardo Barros (PP)] no dia 9 de dezembro. Ele entrevistou as duas. Eu acho que me saí bem porque ele levou meu jornal de campanha e disse que consideraria minhas propostas para a decisão. Fui surpreendida na quinta-feira (29) pela notícia de que já teria tomado a decisão na qual ele ficou trabalhando por três semanas, com a Casa Civil e Presidência da República. Pra nós era boato, mas aquela notícia era real. A minha indicação já estava feita, a nomeação estava assinada pelo governo e dentro do Palácio do Planalto alguém achou que isso seria problemático para a Fiocruz, sustou a publicação e vazou a notícia para a imprensa. Houve aquele conjunto de reações, uma pressão enorme como se eu fosse golpista, como seu fosse causadora do Massacre de Manguinhos [ocasião em que um total de dez pesquisadores da Fundação foram cassados e aposentados compulsoriamente pela ditadura]. Ouvi uma série de impropérios e resolvi esperar o "Diário Oficial" da União, já que a nomeação sairia no dia 2 de janeiro. Mas a sra. recebeu uma ligação do ministro no meio do caminho. Recebi a ligação no domingo para ir segunda-feira à Brasília. Ele queria confirmar dados e queria defender a minha indicação. Michel Temer pediu a ele que conseguisse apoiamento político e científico. O ministro fez ligações e conseguiu. Com isso ele foi segunda-feira à noite discutir sobre a minha indicação. O que aconteceu foi que Michel Temer perguntou se ele não conseguiria fazer uma "composição". Ele achou que o governo se sairia melhor indicando a primeira colocada e ainda harmonizaria a Fiocruz. O ministro saiu com a incumbência de tentar fazer a composição e para isso pediu para que eu estivesse preparada para uma sabatina hoje de manhã [3 de janeiro], às 10h, na Casa Civil. A sabatina foi com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha [PMDB], o ministro da Saúde, Ricardo Barros e Moreira Franco [PMDB, secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos da presidência], que intercedeu para que prolongasse essa negociação de modo a poder reverter a indicação que o ministro da Saúde tinha feito e todos os secretários do Ministério da Saúde para que eles conhecessem as candidatas, que até então só o ministro conhecia. Achei que só eu seria entrevistada, dado o empenho do ministro. Mas Nísia também foi entrevistada, às 11h30. E como se saiu? Acho que fui bem. Fui elogiada. A proposta estava clara, coerente. Moreira Franco me perguntou se eu aceitaria uma composição com a Nísia, se eu fosse a indicada. Eu disse que aceitaria desde que as vice-presidências de Produção, Gestão e Pesquisa ficassem sob minha indicação. Eram aquelas onde tínhamos mais divergência e eu tinha de mantê-las para implementar meu projeto de gestão. Eu saí e entrou a Nísia. Ela entrou com o Paulo Gadelha [atual presidente da Fiocruz, gestão da qual Nísia faz parte]. O ministro pediu para ele se retirar. Possivelmente fizeram a mesma pergunta sobre a composição e ela aceitou. Mas como ela não era a recomendação do ministro, ele disse que seriam duas vice-presidências que ela indicasse, duas que eu indicasse uma indicada por ele. A sra. mesma não seria vice-presidente? Eu até poderia, se quisesse. Mas eu disse que não queria nenhum cargo, que eu tinha disputado a presidência com um projeto independente e não faria o menor sentido. Eu teria interesse em compor porque era importante para Fiocruz. Com 40% da força na instituição mais 54% de apoiamentos [para o nome entrar na lista-tríplice], tínhamos legitimidade. O ministro então fez a articulação de que vice-presidências seriam colocadas para cada uma. Eu disse que queria indicar a de Gestão e a de Pesquisa. Ela [Nísia] não concordou com a Gestão. O ministro não concordou com a posição dela e disse que a Gestão ficaria na cota dele. Claro ela tem que aprovar o nome que ele indica. Da mesma maneira, eu indiquei alguns nomes dos quais ela discordou. Indiquei as vice-presidências de Pesquisa e de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde –representando a nossa força no processo eleitoral e o prestígio que nossa proposta tinha com o ministro. No fim das contas, todo mundo se deu bem? O presidente se saiu bem da história porque ele indicou a primeira da lista, além disso ele orientou e conseguiu compor um hibridismo na Fiocruz. O ministro pediu que fôssemos ao Palácio do Planalto conversar com o presidente, já que o acordo tinha sido selado. Nós tivemos que fazer um encontro com o presidente sentado ao lado das duas –uma forma simbólica de mostrar que pacificou a Fiocruz. E foi feita essa foto que deve ser divulgada pela Presidência da República A Fiocruz ganhou um status mais importante porque deixou de ser uma questão de âmbito ministerial e a presidência da Fiocruz vai ter que se explicar como ela consegue apoio como o do Moreira Franco e da Firjan para interferir com a decisão de um ministro. São relações nebulosas que não se conhecia que a presidência da Fiocruz tinha. O ministro da Saúde assumiu o risco de um desgaste escolher sua candidatura. Por que essa opção? Essa pergunta você deveria fazer a ele. A minha plataforma era muito simples. Nós tínhamos um conjunto de críticas com a tese central de concentração de estrutura de poder e de orçamento na presidência que deveriam ser mais descentralizados. E ele concorda com essa crítica porque percebe isso. Qualquer um que veja minha apresentação e olhe a questão de forma técnica, vai concordar. E ele tem mais dados em relação ao relacionamento que a Fiocruz vinha tendo com o ministério. Eles tinham queixas de que a Fiocruz funciona sem sintonia com o ministério. De que convoca coletivas de imprensa sem avisar. Coisas do gênero. Eu acho que o fato de ele concordar com todas as nossas críticas é que foi decisivo. Além do fato de eu ser médica, de eu ser uma cientista com um currículo forte, ele comprou uma briga que foi ele que mediu os riscos. Mas ele saiu bastante satisfeito e feliz porque nunca um ministro da Saúde teve tanta influência na Fiocruz. Como a sra. viu os protestos de sociedades científicas que queriam mudar a escolha do ministro? Eu entendo que todas as manifestações das associações eram no sentido da indicação da mais votada como primeira da lista. E isso é absolutamente normal. Eu mesma me posicionei assim durante a campanha, depois da campanha e nas duas entrevistas com o ministro. Não vi cartas especificamente criticando o modelo de lista tríplice, elas falavam da democracia e é algo que eu concorde. Por outro lado, eu não me retiro da lista. Eu sofri um processo de assédio moral para me retirar da lista. E isso eu achei um absurdo. E foi contra isso que resisti. De 1988 até agora a regra é essa [usando lista tríplice]. Agora, questionar a regra foi um absurdo. A meu ver foi um processo de oportunismo político interno de um grupo que não queria perder o poder caso eu fosse indicada estando em segundo lugar. Mas seria absolutamente legítimo se eu tivesse sido –e eu teria aceitado. Não tenho o menor constrangimento em relação a isso. O nosso regimento diz que quem escolhe é o presidente da República, ouvindo o ministro da Saúde, com base em uma lista tríplice composta pela comunidade. Todo esse processo vai abrir um questionamento na Fiocruz. Não dá para mudar a regra do jogo como o jogo já jogado. Mas isso é uma forma de pressão –e ela foi bem exercida, inclusive por forças que eu não imaginava que atuassem na Fiocruz, como a Firjan e como o secretário de investimentos do Governo, que foi quem pediu o tempo para tentar a reversão, e quem fez, de fato, a proposta de composição. Sua campanha teve uma tônica contrária à expansão da fundação. O que importa para o ministério é que os 7 bilhões de orçamento da Fiocruz dê um bom retorno à sociedade. O mote da minha campanha foi à concentração de orçamento na presidência. É uma questão de ser sustentável. A minha crítica é que a gestão atual vinha com megaprojetos totalmente insustentáveis e ao mesmo tempo subfinanciava os processos de pesquisa, inovação e assistência da própria Fiocruz. Existe algum exemplo emblemático? O campus do Ceará, de 200 mil metros quadrados, a um custo de R$ 200 milhões para 23 pessoas, que são as que trabalham lá. Só o custo de manutenção é de R$ 20 milhões por ano. Isso em um local pouco acessível –nem estradas adequadas tem para ir até lá. Fica longe das universidades. É um projeto totalmente questionável. A lógica de governos anteriores era a de expandir universidades para o interior. Isso está correto. A Fiocruz também expandiu sua pós-graduação. Outra coisa é expandir estruturas físicas de pesquisa sem ter laboratórios para instalar. Foi muito correta a expansão para o paraná, com equipes e laboratórios completos, equipamentos. Ali eles nuclearam o crescimento no local. Agora você montar um elefante branco que não tem nem como preencher é um problema. Mas agora não é mais meu problema, antes seria (risos). OUTRO LADO Procurada pela reportagem, a Firjan mandou uma nota dizendo que é contra a interferência político-partidária na Fiocruz, "uma das mais importantes instituições de ciência e tecnologia da saúde não apenas do Brasil, mas de toda a América Latina". "O presidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, é um dos integrantes do Conselho Superior da Fundação. Em função do recente processo de escolha do presidente da Fiocruz, destacou a importância de ser mantido o resultado do pleito interno, com a confirmação da candidata mais votada, e do efeito negativo que teria, para a comunidade científica, se tal não ocorresse", completa a nota. O Ministério da Saúde, em nota, afirmou que "entende que a escolha foi fruto de união, onde todos tiveram participação na busca dos objetivos da Fiocruz, instituição referência em pesquisas em saúde pública na América Latina." Procuradas, a Casa Civil e a Presidência da Fiocruz não se manifestaram até a última atualização desta reportagem. - Idade 59 anos Formação Graduação em medicina (1980), mestrado (1983) e doutorado (1987) pela UFRJ Trajetória Pesquisadora da Fiocruz desde 1983 Diretora do Instituto Oswaldo Cruz entre 2005 e 2013
equilibrioesaude
'Na sexta era presidente da Fiocruz, na segunda, não era mais', diz médicaNos últimos dias, a Fundação Oswaldo Cruz, instituição centenária composta de várias unidades e institutos de pesquisa, viveu dias bastante atípicos. Na virada do ano, surgiu a notícia de que a médica Tania de Araújo-Jorge, segundo lugar nas eleições internas, seria a nova presidente. Seria. A favorita, a socióloga Nísia Trindade, havia sido preterida pelo ministro da Saúde Ricardo Barros (PP). A escolha, de acordo com o regimento, havia sido feita com base em uma lista tríplice -que só tinha os dois nomes. Em entrevista à Folha, Tania disse ter ficado surpresa com a escolha e com as "relações nebulosas" que fizeram o Governo Federal ter que voltar atrás na decisão. Tudo estava certo para a nomeação no dia 2 de janeiro no "Diário Oficial" da União, mas a pressão pela nomeação de Nísia acabou gerando um acordo que colocou a primeira colocada na presidência, mas que deu poder de indicação de duas das cinco vice-presidências da instituição para Tania e a de uma vice-presidência para o ministro Ricardo Barros. Na avaliação de Tânia, apesar de ter perdido a presidência da Fundação, o saldo foi positivo, mas os grandes vencedores foram Temer e Ricardo Barros. Temer evitou o desgaste de ter de assinar a indicação da menos votada e Barros "saiu bastante satisfeito e feliz porque nunca um ministro da Saúde teve tanta influência na Fiocruz". No entanto, para a médica ainda restam algumas arestas a serem aparadas sobre a pressão política que a tirou do cargo: "A presidência da Fiocruz vai ter que se explicar como ela consegue apoio como o do Moreira Franco [(PMDB), secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos da presidência] e da Firjan [Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro] para interferir com a decisão de um ministro. São relações nebulosas que não se sabia que a presidência da Fiocruz tinha." * Folha - Como a sra. recebeu a notícia de que seria presidente da Fiocruz? Tânia de Araújo-Jorge - O resultado da eleição me deixou em 2º lugar, com 40% dos votos. Houve um conjunto de pressões para que eu me retirasse da lista e pra mim isso seria incabível. Tendo a regra bem-estabelecida de que deveria haver uma lista-tríplice, se você reduz as opções do governo, você fragiliza a instituição, porque se não gostarem daquela opção, vão escolher uma externa. Eu quis me manter na lista como segunda opção e não fazer nenhuma articulação para que eu fosse nomeada. Eu simplesmente aguardei. Fiz uma entrevista com o ministro [Ricardo Barros (PP)] no dia 9 de dezembro. Ele entrevistou as duas. Eu acho que me saí bem porque ele levou meu jornal de campanha e disse que consideraria minhas propostas para a decisão. Fui surpreendida na quinta-feira (29) pela notícia de que já teria tomado a decisão na qual ele ficou trabalhando por três semanas, com a Casa Civil e Presidência da República. Pra nós era boato, mas aquela notícia era real. A minha indicação já estava feita, a nomeação estava assinada pelo governo e dentro do Palácio do Planalto alguém achou que isso seria problemático para a Fiocruz, sustou a publicação e vazou a notícia para a imprensa. Houve aquele conjunto de reações, uma pressão enorme como se eu fosse golpista, como seu fosse causadora do Massacre de Manguinhos [ocasião em que um total de dez pesquisadores da Fundação foram cassados e aposentados compulsoriamente pela ditadura]. Ouvi uma série de impropérios e resolvi esperar o "Diário Oficial" da União, já que a nomeação sairia no dia 2 de janeiro. Mas a sra. recebeu uma ligação do ministro no meio do caminho. Recebi a ligação no domingo para ir segunda-feira à Brasília. Ele queria confirmar dados e queria defender a minha indicação. Michel Temer pediu a ele que conseguisse apoiamento político e científico. O ministro fez ligações e conseguiu. Com isso ele foi segunda-feira à noite discutir sobre a minha indicação. O que aconteceu foi que Michel Temer perguntou se ele não conseguiria fazer uma "composição". Ele achou que o governo se sairia melhor indicando a primeira colocada e ainda harmonizaria a Fiocruz. O ministro saiu com a incumbência de tentar fazer a composição e para isso pediu para que eu estivesse preparada para uma sabatina hoje de manhã [3 de janeiro], às 10h, na Casa Civil. A sabatina foi com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha [PMDB], o ministro da Saúde, Ricardo Barros e Moreira Franco [PMDB, secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos da presidência], que intercedeu para que prolongasse essa negociação de modo a poder reverter a indicação que o ministro da Saúde tinha feito e todos os secretários do Ministério da Saúde para que eles conhecessem as candidatas, que até então só o ministro conhecia. Achei que só eu seria entrevistada, dado o empenho do ministro. Mas Nísia também foi entrevistada, às 11h30. E como se saiu? Acho que fui bem. Fui elogiada. A proposta estava clara, coerente. Moreira Franco me perguntou se eu aceitaria uma composição com a Nísia, se eu fosse a indicada. Eu disse que aceitaria desde que as vice-presidências de Produção, Gestão e Pesquisa ficassem sob minha indicação. Eram aquelas onde tínhamos mais divergência e eu tinha de mantê-las para implementar meu projeto de gestão. Eu saí e entrou a Nísia. Ela entrou com o Paulo Gadelha [atual presidente da Fiocruz, gestão da qual Nísia faz parte]. O ministro pediu para ele se retirar. Possivelmente fizeram a mesma pergunta sobre a composição e ela aceitou. Mas como ela não era a recomendação do ministro, ele disse que seriam duas vice-presidências que ela indicasse, duas que eu indicasse uma indicada por ele. A sra. mesma não seria vice-presidente? Eu até poderia, se quisesse. Mas eu disse que não queria nenhum cargo, que eu tinha disputado a presidência com um projeto independente e não faria o menor sentido. Eu teria interesse em compor porque era importante para Fiocruz. Com 40% da força na instituição mais 54% de apoiamentos [para o nome entrar na lista-tríplice], tínhamos legitimidade. O ministro então fez a articulação de que vice-presidências seriam colocadas para cada uma. Eu disse que queria indicar a de Gestão e a de Pesquisa. Ela [Nísia] não concordou com a Gestão. O ministro não concordou com a posição dela e disse que a Gestão ficaria na cota dele. Claro ela tem que aprovar o nome que ele indica. Da mesma maneira, eu indiquei alguns nomes dos quais ela discordou. Indiquei as vice-presidências de Pesquisa e de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde –representando a nossa força no processo eleitoral e o prestígio que nossa proposta tinha com o ministro. No fim das contas, todo mundo se deu bem? O presidente se saiu bem da história porque ele indicou a primeira da lista, além disso ele orientou e conseguiu compor um hibridismo na Fiocruz. O ministro pediu que fôssemos ao Palácio do Planalto conversar com o presidente, já que o acordo tinha sido selado. Nós tivemos que fazer um encontro com o presidente sentado ao lado das duas –uma forma simbólica de mostrar que pacificou a Fiocruz. E foi feita essa foto que deve ser divulgada pela Presidência da República A Fiocruz ganhou um status mais importante porque deixou de ser uma questão de âmbito ministerial e a presidência da Fiocruz vai ter que se explicar como ela consegue apoio como o do Moreira Franco e da Firjan para interferir com a decisão de um ministro. São relações nebulosas que não se conhecia que a presidência da Fiocruz tinha. O ministro da Saúde assumiu o risco de um desgaste escolher sua candidatura. Por que essa opção? Essa pergunta você deveria fazer a ele. A minha plataforma era muito simples. Nós tínhamos um conjunto de críticas com a tese central de concentração de estrutura de poder e de orçamento na presidência que deveriam ser mais descentralizados. E ele concorda com essa crítica porque percebe isso. Qualquer um que veja minha apresentação e olhe a questão de forma técnica, vai concordar. E ele tem mais dados em relação ao relacionamento que a Fiocruz vinha tendo com o ministério. Eles tinham queixas de que a Fiocruz funciona sem sintonia com o ministério. De que convoca coletivas de imprensa sem avisar. Coisas do gênero. Eu acho que o fato de ele concordar com todas as nossas críticas é que foi decisivo. Além do fato de eu ser médica, de eu ser uma cientista com um currículo forte, ele comprou uma briga que foi ele que mediu os riscos. Mas ele saiu bastante satisfeito e feliz porque nunca um ministro da Saúde teve tanta influência na Fiocruz. Como a sra. viu os protestos de sociedades científicas que queriam mudar a escolha do ministro? Eu entendo que todas as manifestações das associações eram no sentido da indicação da mais votada como primeira da lista. E isso é absolutamente normal. Eu mesma me posicionei assim durante a campanha, depois da campanha e nas duas entrevistas com o ministro. Não vi cartas especificamente criticando o modelo de lista tríplice, elas falavam da democracia e é algo que eu concorde. Por outro lado, eu não me retiro da lista. Eu sofri um processo de assédio moral para me retirar da lista. E isso eu achei um absurdo. E foi contra isso que resisti. De 1988 até agora a regra é essa [usando lista tríplice]. Agora, questionar a regra foi um absurdo. A meu ver foi um processo de oportunismo político interno de um grupo que não queria perder o poder caso eu fosse indicada estando em segundo lugar. Mas seria absolutamente legítimo se eu tivesse sido –e eu teria aceitado. Não tenho o menor constrangimento em relação a isso. O nosso regimento diz que quem escolhe é o presidente da República, ouvindo o ministro da Saúde, com base em uma lista tríplice composta pela comunidade. Todo esse processo vai abrir um questionamento na Fiocruz. Não dá para mudar a regra do jogo como o jogo já jogado. Mas isso é uma forma de pressão –e ela foi bem exercida, inclusive por forças que eu não imaginava que atuassem na Fiocruz, como a Firjan e como o secretário de investimentos do Governo, que foi quem pediu o tempo para tentar a reversão, e quem fez, de fato, a proposta de composição. Sua campanha teve uma tônica contrária à expansão da fundação. O que importa para o ministério é que os 7 bilhões de orçamento da Fiocruz dê um bom retorno à sociedade. O mote da minha campanha foi à concentração de orçamento na presidência. É uma questão de ser sustentável. A minha crítica é que a gestão atual vinha com megaprojetos totalmente insustentáveis e ao mesmo tempo subfinanciava os processos de pesquisa, inovação e assistência da própria Fiocruz. Existe algum exemplo emblemático? O campus do Ceará, de 200 mil metros quadrados, a um custo de R$ 200 milhões para 23 pessoas, que são as que trabalham lá. Só o custo de manutenção é de R$ 20 milhões por ano. Isso em um local pouco acessível –nem estradas adequadas tem para ir até lá. Fica longe das universidades. É um projeto totalmente questionável. A lógica de governos anteriores era a de expandir universidades para o interior. Isso está correto. A Fiocruz também expandiu sua pós-graduação. Outra coisa é expandir estruturas físicas de pesquisa sem ter laboratórios para instalar. Foi muito correta a expansão para o paraná, com equipes e laboratórios completos, equipamentos. Ali eles nuclearam o crescimento no local. Agora você montar um elefante branco que não tem nem como preencher é um problema. Mas agora não é mais meu problema, antes seria (risos). OUTRO LADO Procurada pela reportagem, a Firjan mandou uma nota dizendo que é contra a interferência político-partidária na Fiocruz, "uma das mais importantes instituições de ciência e tecnologia da saúde não apenas do Brasil, mas de toda a América Latina". "O presidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, é um dos integrantes do Conselho Superior da Fundação. Em função do recente processo de escolha do presidente da Fiocruz, destacou a importância de ser mantido o resultado do pleito interno, com a confirmação da candidata mais votada, e do efeito negativo que teria, para a comunidade científica, se tal não ocorresse", completa a nota. O Ministério da Saúde, em nota, afirmou que "entende que a escolha foi fruto de união, onde todos tiveram participação na busca dos objetivos da Fiocruz, instituição referência em pesquisas em saúde pública na América Latina." Procuradas, a Casa Civil e a Presidência da Fiocruz não se manifestaram até a última atualização desta reportagem. - Idade 59 anos Formação Graduação em medicina (1980), mestrado (1983) e doutorado (1987) pela UFRJ Trajetória Pesquisadora da Fiocruz desde 1983 Diretora do Instituto Oswaldo Cruz entre 2005 e 2013
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A vírgula é fundamental para a leitura fluente, a clareza
Nas duas últimas semanas, trocamos duas palavras sobre o ponto e vírgula e a vírgula, pela ordem. No último texto, vimos que em alguns casos pode-se optar por duas vírgulas ou por nenhuma, o que ocorre, por exemplo, com expressões adverbiais de matizes diversos (tempo, lugar, causa etc.), como "durante a palestra", "no mês passado", "na antessala do Congresso", "devido às fortes chuvas" etc. Para que haja as duas opções, uma das condições é que essas expressões estejam intercaladas, isto é, postas entre termos que tenham relação sintática direta, como sujeito e verbo, verbo e complemento etc. Vejamos este trecho: "A Andrade Gutierrez afirmou, por meio de nota, que o acordo 'está em linha com sua postura, desde o fechamento do acordo de leniência com o Ministério Público, de continuar colaborando com as investigações em curso'". Vamos por partes, começando pelas vírgulas que isolam a expressão "por meio de nota", que foi posta entre a forma verbal "afirmou" e a oração que funciona como complemento dessa flexão verbal ("que o acordo 'está em linha com sua...'"). Como se viu, o redator optou por colocar duas vírgulas para isolar "por meio de nota". Também teria sido possível redigir sem as duas vírgulas: "A Andrade Gutierrez afirmou por meio de nota que o acordo...". Não custa relembrar que nesses casos o que não se pode fazer é optar pela "vírgula solteira", que é aquela que abre, mas não fecha, ou fecha sem ter aberto. Tradução concreta, ou seja, exemplos dos erros: "A Andrade Gutierrez afirmou por meio de nota, que o acordo..."; "A Andrade Gutierrez afirmou, por meio de nota que o acordo...". Salvo engano, o primeiro erro é muito mais comum do que o segundo. E por quê? Porque as pessoas tendem a pontuar como leem, como "respiram". Releia os dois últimos exemplos e constate que é mesmo muito mais comum uma "paradinha" depois de "nota"... Aí é batata: lasca-se uma vírgula ("solteira", já que la pobrecita não tem par). Como um dos papéis dos sinais de pontuação é "guiar" quem lê, o bom leitor tende a acreditar na pontuação do redator, o que muitas vezes leva esse bom leitor a perder o rumo. Aí ele tem de voltar e reler. Veja este caso: "A Andrade Gutierrez afirmou por meio de nota, divulgada na tarde de ontem, que o acordo...". O caro leitor notou que o redator optou por não isolar a expressão "por meio de nota", mas isolou a expressão "divulgada na tarde de ontem", que antecede a oração que começa no "que"? Ao ver a vírgula depois da expressão "por meio de nota", o leitor habituado à boa pontuação espera que ocorra exatamente o que ocorreu: surgiu uma nova expressão intercalada, e não a oração que age como complemento de "afirmou". Como o leitor pôde e pode ver, a vírgula é (também) uma questão de estrutura, de engenharia, de organização. Nos textos formais, o seu emprego adequado é fundamental para que a leitura flua, para que a clareza se estabeleça etc., etc., etc. Alguém talvez pergunte por que no terceiro parágrafo afirmei que "uma das condições é que...". Que outras condições há? Ai, ai, ai... Uma das outras condições é o "tamanho" da expressão adverbial intercalada. O problema é que o tamanho desta coluna é finito, por isso esse lado da questão ficará para a semana que vem. É isso.
colunas
A vírgula é fundamental para a leitura fluente, a clarezaNas duas últimas semanas, trocamos duas palavras sobre o ponto e vírgula e a vírgula, pela ordem. No último texto, vimos que em alguns casos pode-se optar por duas vírgulas ou por nenhuma, o que ocorre, por exemplo, com expressões adverbiais de matizes diversos (tempo, lugar, causa etc.), como "durante a palestra", "no mês passado", "na antessala do Congresso", "devido às fortes chuvas" etc. Para que haja as duas opções, uma das condições é que essas expressões estejam intercaladas, isto é, postas entre termos que tenham relação sintática direta, como sujeito e verbo, verbo e complemento etc. Vejamos este trecho: "A Andrade Gutierrez afirmou, por meio de nota, que o acordo 'está em linha com sua postura, desde o fechamento do acordo de leniência com o Ministério Público, de continuar colaborando com as investigações em curso'". Vamos por partes, começando pelas vírgulas que isolam a expressão "por meio de nota", que foi posta entre a forma verbal "afirmou" e a oração que funciona como complemento dessa flexão verbal ("que o acordo 'está em linha com sua...'"). Como se viu, o redator optou por colocar duas vírgulas para isolar "por meio de nota". Também teria sido possível redigir sem as duas vírgulas: "A Andrade Gutierrez afirmou por meio de nota que o acordo...". Não custa relembrar que nesses casos o que não se pode fazer é optar pela "vírgula solteira", que é aquela que abre, mas não fecha, ou fecha sem ter aberto. Tradução concreta, ou seja, exemplos dos erros: "A Andrade Gutierrez afirmou por meio de nota, que o acordo..."; "A Andrade Gutierrez afirmou, por meio de nota que o acordo...". Salvo engano, o primeiro erro é muito mais comum do que o segundo. E por quê? Porque as pessoas tendem a pontuar como leem, como "respiram". Releia os dois últimos exemplos e constate que é mesmo muito mais comum uma "paradinha" depois de "nota"... Aí é batata: lasca-se uma vírgula ("solteira", já que la pobrecita não tem par). Como um dos papéis dos sinais de pontuação é "guiar" quem lê, o bom leitor tende a acreditar na pontuação do redator, o que muitas vezes leva esse bom leitor a perder o rumo. Aí ele tem de voltar e reler. Veja este caso: "A Andrade Gutierrez afirmou por meio de nota, divulgada na tarde de ontem, que o acordo...". O caro leitor notou que o redator optou por não isolar a expressão "por meio de nota", mas isolou a expressão "divulgada na tarde de ontem", que antecede a oração que começa no "que"? Ao ver a vírgula depois da expressão "por meio de nota", o leitor habituado à boa pontuação espera que ocorra exatamente o que ocorreu: surgiu uma nova expressão intercalada, e não a oração que age como complemento de "afirmou". Como o leitor pôde e pode ver, a vírgula é (também) uma questão de estrutura, de engenharia, de organização. Nos textos formais, o seu emprego adequado é fundamental para que a leitura flua, para que a clareza se estabeleça etc., etc., etc. Alguém talvez pergunte por que no terceiro parágrafo afirmei que "uma das condições é que...". Que outras condições há? Ai, ai, ai... Uma das outras condições é o "tamanho" da expressão adverbial intercalada. O problema é que o tamanho desta coluna é finito, por isso esse lado da questão ficará para a semana que vem. É isso.
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Vitória, 11, escreve sobre as aventuras de Os Karas, de Pedro Bandeira
Pedro Bandeira é meu escritor preferido. Ele já recebeu premiações importantes, como o prêmio APCA, da Associação Paulista de Críticos de Arte, e também o famoso prêmio Jabuti. A minha coleção favorita é "Os Karas". As histórias contam as aventuras de uma turma que tenta desvendar os mistérios que acontecem na sua cidade. Ela é composta por Calú, Crânio, Chumbinho, Magrí, Miguel e Peggy, uma norte-americana que só aparece no quarto livro. Quando leio suas obras, eu me imagino dentro da história, enfrentando todos os perigos com "os karas"! Um dos livros da coleção de que mais gostei foi o primeiro, "A Droga da Obediência". Ele conta a história de um vilão malvado chamado doutor Q.I., que quer que todas as crianças do mundo tomem uma pílula que as deixa obedientes. Convido você para mergulhar também nessa série maravilhosa, cheia de aventura! A DROGA DA OBEDIÊNCIA Autor Pedro Bandeira Editora Moderna Preço R$ 44
folhinha
Vitória, 11, escreve sobre as aventuras de Os Karas, de Pedro BandeiraPedro Bandeira é meu escritor preferido. Ele já recebeu premiações importantes, como o prêmio APCA, da Associação Paulista de Críticos de Arte, e também o famoso prêmio Jabuti. A minha coleção favorita é "Os Karas". As histórias contam as aventuras de uma turma que tenta desvendar os mistérios que acontecem na sua cidade. Ela é composta por Calú, Crânio, Chumbinho, Magrí, Miguel e Peggy, uma norte-americana que só aparece no quarto livro. Quando leio suas obras, eu me imagino dentro da história, enfrentando todos os perigos com "os karas"! Um dos livros da coleção de que mais gostei foi o primeiro, "A Droga da Obediência". Ele conta a história de um vilão malvado chamado doutor Q.I., que quer que todas as crianças do mundo tomem uma pílula que as deixa obedientes. Convido você para mergulhar também nessa série maravilhosa, cheia de aventura! A DROGA DA OBEDIÊNCIA Autor Pedro Bandeira Editora Moderna Preço R$ 44
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Indústria põe sal, açúcar e gordura demais na comida, diz autor de livro
Um terço dos norte-americanos adultos é clinicamente obeso; uma em cada cinco crianças dos EUA sofre do mesmo mal, uma verdadeira epidemia que custa ao país cerca de US$ 300 bilhões de dólares por ano em despesas médicas e perdas por redução de produtividade. A indústria de alimentos processados está no coração desse problema. Na receita dessa viciante alquimia está o triunvirato sal, açúcar e gordura, que provoca em nosso cérebro reação semelhante à desencadeada pela cocaína. É o que defende o jornalista norte-americano Michael Moss, do "The New York Times", que ganhou o prêmio Pulitzer em 2010 por uma série de reportagens sobre comida contaminada e outros problemas da indústria. Foi durante aquele trabalho que surgiu a ideia para a produção de "Sal, Açúcar, Gordura - Como a Indústria Alimentícia nos Fisgou". Lançado em 2013 nos EUA e logo conquistando lugar nas listas de mais vendidos, o livro está agora disponível no Brasil. "Sim, claro, a indústria quer nos viciar. Eles trabalham dia e noite para tornar seus produtos tão irresistíveis quanto possível. O problema é que ela vem fazendo isso com o uso de enormes quantidades de sal, açúcar e gordura", diz Moss, 60, nesta entrevista feita por e-mail. * Folha - Seu livro começa descrevendo uma reunião que lembra encontros de mafiosos. O senhor acredita que a indústria de alimentação parece com uma organização criminosa? Michael Moss - Pensar nessas companhias como organizações criminosas é um pouco exagerado. Elas fazem o que todas as empresas querem fazer: faturar o máximo possível, vender o máximo possível. O problema é que elas vêm fazendo isso com o uso de enormes quantidades de sal, açúcar e gordura para tornar seus produtos baratos, convenientes e irresistíveis. O senhor acredita que essa indústria quer de fato viciar os consumidores em sal, açúcar e gordura? Sim, claro. Em minhas pesquisas, descobri vasta quantidade de documentos e entrevistei pessoas-chave na indústria, produzindo o perfil de uma indústria que trabalha não só para que a gente goste de seus produtos, mas para que a gente queira sempre mais e mais. Sal, açúcar e gordura são a trindade demoníaca para conseguir isso. Há crime nas ações da indústria? Ou são operações normais para vender mais e ter mais lucro? É o capitalismo. Além do mais, essas indústrias têm sofrido cada vez maiores pressões de seus investidores para maximizar seus lucros. Executivos da indústria da alimentação passaram a tomar decisões baseados em ganhos de curto prazo, deixando de lado, por serem muito custosas, pesquisa e inovação para obtenção de produtos mais saudáveis. Quais foram suas maiores surpresas durante a produção do seu livro? Tive duas grandes surpresas. A primeira é o fato de que muitos dos químicos, pessoas de marketing e executivos da indústria de alimentação não comem os produtos feitos por suas empresas, sabendo que eles não são saudáveis e induzem ao consumo em excesso. A segunda é que, ainda que nós estejamos viciados em sal, açúcar e gordura, a indústria é muito mais dependente desse trio. São ingredientes milagrosos que permitem fazer comida processada irresistível, de baixo custo e longo prazo de validade. O que o senhor pode nos falar sobre as relações entre a indústria da alimentação e os fabricantes de cigarro? Desde o final dos anos 1980 até meados dos anos 2000, a maior fabricante mundial de cigarros, a Philip Morris, era também a maior fabricante mundial de comida processada, dona da General Foods e depois da Kraft. E durante boa parte do período você pode ver executivos da indústria de cigarros fazendo o que sabem fazer, emprestando suas ferramentas de marketing aos colegas da área de alimentação. O governo consegue obrigar as indústrias a produzir comida mais saudável? A indústria da alimentação é muitas vezes mais poderosa do que as agências governamentais. Só nos anos 1990 as indústrias tiveram de divulgar os ingredientes de seus produtos –mesmo assim, a maioria imprimia a lista em letras muito pequenas. O que o governo deveria fazer para que tivéssemos comida mais saudável? Uma ação possível é aumentar os impostos sobre alimentos não saudáveis, como refrigerantes, para reduzir o consumo. A receita desses impostos deveria ser investida em programas para melhorar a saúde pública. O governo também poderia investir mais em criar programas educacionais para crianças. A situação mudou nos EUA desde que seu livro saiu? Sim, as coisas mudaram muito. Há cada vez mais gente preocupada com a qualidade da comida, mudando seus padrões de compra e de alimentação. Isso vem pressionando os gigantes da indústria a melhorarem a qualidade de seus produtos. Uma após outra, as grandes empresas da área divulgaram lucros menores neste ano, e as mais francas disseram que a causa da queda foi a perda de confiança do público. Isso vem abrindo as portas para uma leva de novas companhias oferecendo produtos mais saudáveis. * SAL, AÇÚCAR, GORDURA Editora Intrínseca Preço R$ 42,90; 512 págs.
equilibrioesaude
Indústria põe sal, açúcar e gordura demais na comida, diz autor de livroUm terço dos norte-americanos adultos é clinicamente obeso; uma em cada cinco crianças dos EUA sofre do mesmo mal, uma verdadeira epidemia que custa ao país cerca de US$ 300 bilhões de dólares por ano em despesas médicas e perdas por redução de produtividade. A indústria de alimentos processados está no coração desse problema. Na receita dessa viciante alquimia está o triunvirato sal, açúcar e gordura, que provoca em nosso cérebro reação semelhante à desencadeada pela cocaína. É o que defende o jornalista norte-americano Michael Moss, do "The New York Times", que ganhou o prêmio Pulitzer em 2010 por uma série de reportagens sobre comida contaminada e outros problemas da indústria. Foi durante aquele trabalho que surgiu a ideia para a produção de "Sal, Açúcar, Gordura - Como a Indústria Alimentícia nos Fisgou". Lançado em 2013 nos EUA e logo conquistando lugar nas listas de mais vendidos, o livro está agora disponível no Brasil. "Sim, claro, a indústria quer nos viciar. Eles trabalham dia e noite para tornar seus produtos tão irresistíveis quanto possível. O problema é que ela vem fazendo isso com o uso de enormes quantidades de sal, açúcar e gordura", diz Moss, 60, nesta entrevista feita por e-mail. * Folha - Seu livro começa descrevendo uma reunião que lembra encontros de mafiosos. O senhor acredita que a indústria de alimentação parece com uma organização criminosa? Michael Moss - Pensar nessas companhias como organizações criminosas é um pouco exagerado. Elas fazem o que todas as empresas querem fazer: faturar o máximo possível, vender o máximo possível. O problema é que elas vêm fazendo isso com o uso de enormes quantidades de sal, açúcar e gordura para tornar seus produtos baratos, convenientes e irresistíveis. O senhor acredita que essa indústria quer de fato viciar os consumidores em sal, açúcar e gordura? Sim, claro. Em minhas pesquisas, descobri vasta quantidade de documentos e entrevistei pessoas-chave na indústria, produzindo o perfil de uma indústria que trabalha não só para que a gente goste de seus produtos, mas para que a gente queira sempre mais e mais. Sal, açúcar e gordura são a trindade demoníaca para conseguir isso. Há crime nas ações da indústria? Ou são operações normais para vender mais e ter mais lucro? É o capitalismo. Além do mais, essas indústrias têm sofrido cada vez maiores pressões de seus investidores para maximizar seus lucros. Executivos da indústria da alimentação passaram a tomar decisões baseados em ganhos de curto prazo, deixando de lado, por serem muito custosas, pesquisa e inovação para obtenção de produtos mais saudáveis. Quais foram suas maiores surpresas durante a produção do seu livro? Tive duas grandes surpresas. A primeira é o fato de que muitos dos químicos, pessoas de marketing e executivos da indústria de alimentação não comem os produtos feitos por suas empresas, sabendo que eles não são saudáveis e induzem ao consumo em excesso. A segunda é que, ainda que nós estejamos viciados em sal, açúcar e gordura, a indústria é muito mais dependente desse trio. São ingredientes milagrosos que permitem fazer comida processada irresistível, de baixo custo e longo prazo de validade. O que o senhor pode nos falar sobre as relações entre a indústria da alimentação e os fabricantes de cigarro? Desde o final dos anos 1980 até meados dos anos 2000, a maior fabricante mundial de cigarros, a Philip Morris, era também a maior fabricante mundial de comida processada, dona da General Foods e depois da Kraft. E durante boa parte do período você pode ver executivos da indústria de cigarros fazendo o que sabem fazer, emprestando suas ferramentas de marketing aos colegas da área de alimentação. O governo consegue obrigar as indústrias a produzir comida mais saudável? A indústria da alimentação é muitas vezes mais poderosa do que as agências governamentais. Só nos anos 1990 as indústrias tiveram de divulgar os ingredientes de seus produtos –mesmo assim, a maioria imprimia a lista em letras muito pequenas. O que o governo deveria fazer para que tivéssemos comida mais saudável? Uma ação possível é aumentar os impostos sobre alimentos não saudáveis, como refrigerantes, para reduzir o consumo. A receita desses impostos deveria ser investida em programas para melhorar a saúde pública. O governo também poderia investir mais em criar programas educacionais para crianças. A situação mudou nos EUA desde que seu livro saiu? Sim, as coisas mudaram muito. Há cada vez mais gente preocupada com a qualidade da comida, mudando seus padrões de compra e de alimentação. Isso vem pressionando os gigantes da indústria a melhorarem a qualidade de seus produtos. Uma após outra, as grandes empresas da área divulgaram lucros menores neste ano, e as mais francas disseram que a causa da queda foi a perda de confiança do público. Isso vem abrindo as portas para uma leva de novas companhias oferecendo produtos mais saudáveis. * SAL, AÇÚCAR, GORDURA Editora Intrínseca Preço R$ 42,90; 512 págs.
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Pós-Paris, imigração, eleições, segurança e xenofobia
Depois dos ataques terroristas perpetrados em Paris pelo Estado Islâmico e a menos de um ano da eleição presidencial nos EUA, Nova York fixa os olhos na capital francesa, tentando reunir os cacos de uma tragédia como quem antecipa a própria. O mal-estar não vem só do fantasma reavivado do ataque às Torres Gêmeas, que no ano que vem faz 15 anos, mas do clima xenófobo cada vez mais forte na corrida à Casa Branca. Na ausência de um debate sério sobre temas como segurança e imigração no país (ao menos até o ano que vem, depois das primárias que decidirão quem disputa a presidência por cada partido) os candidatos republicanos adotaram uma postura extremista, encabeçada por Donald Trump, que instiga a violência contra os muçulmanos no país. Trump lidera intenção de votos entre republicanos com 37%, segundo a Ipsos/Reuters. O Conselho das Relações Islâmico-Americanas, maior organização do país pelos direitos civis muçulmanos, alerta para a violência contra a comunidade, distribui panfletos que orientam no caso de ataque, e diz que a situação não é melhor em Nova York, cidade que conta com 770 mil muçulmanos na área metropolitana, de acordo com o Journey Data Center, o que equivale a 3,8% da população. Casos como o do mês passado em Bedford-Stuyvesant, no Brooklyn, se repetem. Duas irmãs usando burca foram agredidas na rua por um funcionário dos correios, que lhes cuspiu na altura do rosto e ameaçou aos berros queimar sua mesquita. O agressor foi preso. EFEITO TRUMP A campanha de Trump, o magnata dos negócios imobiliários, está marcada por propostas tão absurdas que fica difícil mudar de canal. Ele quer a construção de um muro na fronteira sul do país para proteger os EUA dos vizinhos mexicanos –"narcotraficantes" e "ladrões", segundo ele– e, logo após os ataques de Paris, em novo impulso midiático, sugere que os muçulmanos do país sejam registrados numa base central de dados. Se não for o eleito do partido para concorrer à presidência, ele provavelmente vai renegociar bem um novo contrato para seu reality show "O Aprendiz". Enquanto isso, instiga a violência física e psicológica contra qualquer imigrante moreno, seja mexicano, sírio ou "muçulmano". ESPIONAGEM Pela primeira vez um grupo muçulmano norte-americano processa a cidade de Nova York. A queixa se baseia numa série de reportagens da Associated Press de 2011 para alegar que a comunidade estava sob investigação policial. As matérias, premiadas com um Pulitzer, comprovam a existência de uma rede de espionagem em bairros muçulmanos, principalmente em Nova York e Nova Jersey, criada pelo Departamento de Polícia da cidade com a ajuda da CIA,depois do 11 de Setembro. A polícia investigou centenas de mesquitas, comércios e grupos de estudos muçulmanos, mesmo na ausência de suspeita. O presidente do Conselho dos Imãs de Nova Jersey, Wahy-ud Deen Shareef, disse que diversos muçulmanos têm medo de voltar aos lugares investigados. E alerta para os comentários recentes da campanha presidencial, que "jogam com a ignorância do povo" e dificultam a vida da comunidade. A cidade de Nova York defendeu a tática como legal e antiterrorista e disse que o dano à comunidade foi "baseado em um medo subjetivo". Em sessão na corte no mês passado, um juiz comparou a questão à vigilância e detenção de grupos religiosos e etnias, como os 120 mil japoneses durante a Segunda Guerra, sendo que mais da metade era de cidadãos americanos. PÓS-GUERRA O Pew Research Center apontou, em 2011, não haver sinais de que a alienação e o extremismo entre a população muçulmana dos EUA tivesse crescido desde o 11 de Setembro e, enquanto 24% do público acredita que o apoio muçulmano ao extremismo no país esteja crescendo, apenas 4% dos muçulmanos concordam. O mesmo centro apontou que, graças à imigração, a população muçulmana do país deve dobrar até 2030, de 2,6 milhões para 6,2 mi. Os EUA aceitam cerca de 100 mil imigrantes muçulmanos legais por ano, grupo de imigrantes que mais rapidamente cresce. LUCRECIA ZAPPI, 43, jornalista e escritora, é autora de "Onça Preta" (Benvirá).
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Pós-Paris, imigração, eleições, segurança e xenofobiaDepois dos ataques terroristas perpetrados em Paris pelo Estado Islâmico e a menos de um ano da eleição presidencial nos EUA, Nova York fixa os olhos na capital francesa, tentando reunir os cacos de uma tragédia como quem antecipa a própria. O mal-estar não vem só do fantasma reavivado do ataque às Torres Gêmeas, que no ano que vem faz 15 anos, mas do clima xenófobo cada vez mais forte na corrida à Casa Branca. Na ausência de um debate sério sobre temas como segurança e imigração no país (ao menos até o ano que vem, depois das primárias que decidirão quem disputa a presidência por cada partido) os candidatos republicanos adotaram uma postura extremista, encabeçada por Donald Trump, que instiga a violência contra os muçulmanos no país. Trump lidera intenção de votos entre republicanos com 37%, segundo a Ipsos/Reuters. O Conselho das Relações Islâmico-Americanas, maior organização do país pelos direitos civis muçulmanos, alerta para a violência contra a comunidade, distribui panfletos que orientam no caso de ataque, e diz que a situação não é melhor em Nova York, cidade que conta com 770 mil muçulmanos na área metropolitana, de acordo com o Journey Data Center, o que equivale a 3,8% da população. Casos como o do mês passado em Bedford-Stuyvesant, no Brooklyn, se repetem. Duas irmãs usando burca foram agredidas na rua por um funcionário dos correios, que lhes cuspiu na altura do rosto e ameaçou aos berros queimar sua mesquita. O agressor foi preso. EFEITO TRUMP A campanha de Trump, o magnata dos negócios imobiliários, está marcada por propostas tão absurdas que fica difícil mudar de canal. Ele quer a construção de um muro na fronteira sul do país para proteger os EUA dos vizinhos mexicanos –"narcotraficantes" e "ladrões", segundo ele– e, logo após os ataques de Paris, em novo impulso midiático, sugere que os muçulmanos do país sejam registrados numa base central de dados. Se não for o eleito do partido para concorrer à presidência, ele provavelmente vai renegociar bem um novo contrato para seu reality show "O Aprendiz". Enquanto isso, instiga a violência física e psicológica contra qualquer imigrante moreno, seja mexicano, sírio ou "muçulmano". ESPIONAGEM Pela primeira vez um grupo muçulmano norte-americano processa a cidade de Nova York. A queixa se baseia numa série de reportagens da Associated Press de 2011 para alegar que a comunidade estava sob investigação policial. As matérias, premiadas com um Pulitzer, comprovam a existência de uma rede de espionagem em bairros muçulmanos, principalmente em Nova York e Nova Jersey, criada pelo Departamento de Polícia da cidade com a ajuda da CIA,depois do 11 de Setembro. A polícia investigou centenas de mesquitas, comércios e grupos de estudos muçulmanos, mesmo na ausência de suspeita. O presidente do Conselho dos Imãs de Nova Jersey, Wahy-ud Deen Shareef, disse que diversos muçulmanos têm medo de voltar aos lugares investigados. E alerta para os comentários recentes da campanha presidencial, que "jogam com a ignorância do povo" e dificultam a vida da comunidade. A cidade de Nova York defendeu a tática como legal e antiterrorista e disse que o dano à comunidade foi "baseado em um medo subjetivo". Em sessão na corte no mês passado, um juiz comparou a questão à vigilância e detenção de grupos religiosos e etnias, como os 120 mil japoneses durante a Segunda Guerra, sendo que mais da metade era de cidadãos americanos. PÓS-GUERRA O Pew Research Center apontou, em 2011, não haver sinais de que a alienação e o extremismo entre a população muçulmana dos EUA tivesse crescido desde o 11 de Setembro e, enquanto 24% do público acredita que o apoio muçulmano ao extremismo no país esteja crescendo, apenas 4% dos muçulmanos concordam. O mesmo centro apontou que, graças à imigração, a população muçulmana do país deve dobrar até 2030, de 2,6 milhões para 6,2 mi. Os EUA aceitam cerca de 100 mil imigrantes muçulmanos legais por ano, grupo de imigrantes que mais rapidamente cresce. LUCRECIA ZAPPI, 43, jornalista e escritora, é autora de "Onça Preta" (Benvirá).
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Oficinas ensinam crianças a construir brinquedos com as próprias mãos
Você já empinou uma capuxeta, um tipo de pipa que é feita apenas com uma folha de papel? Já brincou com um bilboquê? E um pião rodando, você já viu? Esses brinquedos foram muito famosos e divertiram muitas gerações de crianças no passado. Com o tempo eles foram aos poucos deixados de lado e substituídos por brinquedos eletrônicos. Para trazer às novas gerações o contato com brinquedos simples, mas muito divertidos, o Sesc Santana promove gratuitamente a partir desta terça-feira (20) as oficinas "Brinquedos de todos os tempos" e "Com as próprias mãos - Brinquedos de todos os tempos". Ministrada pelos instrutores do Sesc, as crianças vão aprender a construir brinquedos de diversas épocas, como peteca, vai e vem, bambolê, fantoche, pião e bumerangue. As oficinas são indicadas para crianças de sete a 12 anos e ocorrem até o dia 1º de março. Os interessados devem chegar ao local com 30 minutos de antecedência. Confira a programação completa. 20 e 21 de janeiro: fantoche 22 e 23/01: bola de malabares 24 e 25/02: capuxeta 27 e 28/01: 3 Marias 29 e 30/01: peteca 31/01 e 01/02: paraquedista 03 e 04/02: bilboquê 05 e 06/02: bumerangue 07 e 08/02: vai e vem 10 e 11/02: ioiô 12 e 13/02: disco de malabares 14 e 15/02: barangandão 21 e 22/02: pião 28/02 e 01/03: bambolê PARA CONFERIR BRINQUEDOS DE TODOS OS TEMPOS E COM AS PRÓPRIAS MÃOS - BRINQUEDOS DE TODOS OS TEMPOS Quando de 20/01 a 01/03; ter. e qui., das 15h às 16h30; qua. e sex., das 10h às 11h30; sáb. e dom., das 11h30 às 13h30 Onde Sesc Santana (av. Luiz Dumont Villares, 579, Jardim São Paulo;11/ 2971-8700) Quanto gratuito
folhinha
Oficinas ensinam crianças a construir brinquedos com as próprias mãosVocê já empinou uma capuxeta, um tipo de pipa que é feita apenas com uma folha de papel? Já brincou com um bilboquê? E um pião rodando, você já viu? Esses brinquedos foram muito famosos e divertiram muitas gerações de crianças no passado. Com o tempo eles foram aos poucos deixados de lado e substituídos por brinquedos eletrônicos. Para trazer às novas gerações o contato com brinquedos simples, mas muito divertidos, o Sesc Santana promove gratuitamente a partir desta terça-feira (20) as oficinas "Brinquedos de todos os tempos" e "Com as próprias mãos - Brinquedos de todos os tempos". Ministrada pelos instrutores do Sesc, as crianças vão aprender a construir brinquedos de diversas épocas, como peteca, vai e vem, bambolê, fantoche, pião e bumerangue. As oficinas são indicadas para crianças de sete a 12 anos e ocorrem até o dia 1º de março. Os interessados devem chegar ao local com 30 minutos de antecedência. Confira a programação completa. 20 e 21 de janeiro: fantoche 22 e 23/01: bola de malabares 24 e 25/02: capuxeta 27 e 28/01: 3 Marias 29 e 30/01: peteca 31/01 e 01/02: paraquedista 03 e 04/02: bilboquê 05 e 06/02: bumerangue 07 e 08/02: vai e vem 10 e 11/02: ioiô 12 e 13/02: disco de malabares 14 e 15/02: barangandão 21 e 22/02: pião 28/02 e 01/03: bambolê PARA CONFERIR BRINQUEDOS DE TODOS OS TEMPOS E COM AS PRÓPRIAS MÃOS - BRINQUEDOS DE TODOS OS TEMPOS Quando de 20/01 a 01/03; ter. e qui., das 15h às 16h30; qua. e sex., das 10h às 11h30; sáb. e dom., das 11h30 às 13h30 Onde Sesc Santana (av. Luiz Dumont Villares, 579, Jardim São Paulo;11/ 2971-8700) Quanto gratuito
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Supermercados suspendem venda de produtos de empresas investigadas
Grandes redes de supermercado anunciaram nesta terça-feira (21) a decisão de retirar de suas gôndolas produtos das fábricas envolvidas na Operação Carne Fraca da Polícia Federal. As bandeiras Pão de Açúcar, Extra e Assaí, do grupo GPA, informam que "suspenderam preventivamente" a venda de produtos das três fábricas interditadas na operação –duas unidades da Peccin e uma da BRF, em Mineiros (GO). O grupo não informou a quantidade de produtos que recebia desses fornecedores. Por meio de nota, o GPA disse que, para os itens in natura, "todos os lotes de produtos de fornecedores recebidos em suas centrais de distribuição passam por processos internos próprios de auditoria, por amostragem". Uma das unidades, segundo a GPA, era fornecedora do Extra e do Pão de Açúcar. Das análises realizadas pela companhia, não houve caso registrado de irregularidade. O Carrefour também diz ter retirado "preventivamente" das suas lojas os produtos vindos dos frigoríficos citados. A rede também diz que realiza análises laboratoriais periódicas nos perecíveis que recebe, mas não entra em detalhes. A operação Carne Fraca desencadeou decisões semelhantes no varejo regional. O paranaense Grupo Muffato informou que cancelou a parceria que tinha com o Peccin. "Alguns produtos que tiveram comprovadamente a qualidade afetada foram retirados definitivamente da área de vendas, como é o caso daqueles fornecidos pelo Frigorífico Peccin, cuja parceria foi inclusive cancelada pela rede. Alguns produtos de outros fornecedores foram retirados preventivamente da área de vendas até que os fatos sejam devidamente esclarecidos", disse a rede, em nota. Questionado sobre se também decidiu suspender a venda de produtos das marcas citadas na investigação, o Walmart não respondeu. Procurada, a Apas (associação de supermercados) não quis comentar. vídeo operação Carne Fraca
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Supermercados suspendem venda de produtos de empresas investigadasGrandes redes de supermercado anunciaram nesta terça-feira (21) a decisão de retirar de suas gôndolas produtos das fábricas envolvidas na Operação Carne Fraca da Polícia Federal. As bandeiras Pão de Açúcar, Extra e Assaí, do grupo GPA, informam que "suspenderam preventivamente" a venda de produtos das três fábricas interditadas na operação –duas unidades da Peccin e uma da BRF, em Mineiros (GO). O grupo não informou a quantidade de produtos que recebia desses fornecedores. Por meio de nota, o GPA disse que, para os itens in natura, "todos os lotes de produtos de fornecedores recebidos em suas centrais de distribuição passam por processos internos próprios de auditoria, por amostragem". Uma das unidades, segundo a GPA, era fornecedora do Extra e do Pão de Açúcar. Das análises realizadas pela companhia, não houve caso registrado de irregularidade. O Carrefour também diz ter retirado "preventivamente" das suas lojas os produtos vindos dos frigoríficos citados. A rede também diz que realiza análises laboratoriais periódicas nos perecíveis que recebe, mas não entra em detalhes. A operação Carne Fraca desencadeou decisões semelhantes no varejo regional. O paranaense Grupo Muffato informou que cancelou a parceria que tinha com o Peccin. "Alguns produtos que tiveram comprovadamente a qualidade afetada foram retirados definitivamente da área de vendas, como é o caso daqueles fornecidos pelo Frigorífico Peccin, cuja parceria foi inclusive cancelada pela rede. Alguns produtos de outros fornecedores foram retirados preventivamente da área de vendas até que os fatos sejam devidamente esclarecidos", disse a rede, em nota. Questionado sobre se também decidiu suspender a venda de produtos das marcas citadas na investigação, o Walmart não respondeu. Procurada, a Apas (associação de supermercados) não quis comentar. vídeo operação Carne Fraca
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Wolinski debateu limites do humor e foi à favela no Rio
Uma questão atormentava o cartunista Georges Wolinski em sua passagem pelo Rio, em fins de 1993: o tanto que seu país, a França, era bem resolvido no que dizia respeito à liberdade de expressão. "É tanta liberdade que não há mais como provocar", disse o artista a um grupo de jornalistas brasileiros, após chegar à capital fluminense para a Bienal Internacional de Quadrinhos. "Assim falta estímulo aos humoristas." Wolinski, que morreria 21 anos depois no atentado contra a sede do jornal "Charlie Hebdo", na última quarta (7), era então um senhorzinho de 59 anos, em quem, conforme relatos, ressaltavam o ar sisudo e a barriga. Levava o tema da liberdade tão a sério que fez dela o centro de sua participação no evento. Iniciado o debate com os cartunistas brasileiros Ziraldo, Chico Caruso e Lailson, Wolinski quis saber deles se acreditavam na necessidade de limites para o humor. Uma hora e meia de palpites depois, já bem instalado com os colegas numa mesa da Adega do Timão, o francês admitiria não ter chegado a nenhuma conclusão. "Tomamos uns bons chopes", lembra Caruso. "Achei ele mais simples do que os desenhos sugerem. Os desenhos dele são agressivos, desbocados. Já ele parece mais o [cartunista] Nani, mineirinho." Um dos destaques daquela segunda edição do evento, com convidados como o italiano Milo Manara e o americano David Mazzucchelli, Wolinski passou cinco dias na cidade munido de um caderninho no qual fez mais de 40 desenhos –basicamente, mulheres e praia–, conforme "O Globo" noticiou à época. Ainda segundo o diário carioca, a última parada do francês foi na boate Help, em Copacabana –símbolo do turismo sexual carioca e que fechou portas em 2009–, de onde saiu acompanhado. Não teria sido sua única aventura do gênero por aqui. Numa das poucas lembranças que o quadrinista da Folha Adão Iturrusagarai guardou do encontro com o ídolo, ele estava num bar com outros desenhistas e um certo ar de tédio –até se levantar com o argumento de que ia "procurar umas putas". A convite da organização da bienal, Wolinski também conheceu comunidades cariocas. Subiu o morro da Mangueira e conheceu a Rocinha e a favela de Vila Canoas. Essas últimas visitas resultaram numa tira vertical que o francês entregou ao carioca Marcelo Armstrong, criador da Favela Tour, que ciceroneou os artistas na ocasião. "Ele fez esse desenho com colocações sobre a experiência na favela, e me deu. Ficou guardado. Ontem [quarta], vendo na televisão que ele tinha morrido, foi que me lembrei", diz o empresário, cuja história veio à tona nesta semana pela BBC Brasil. O desenho mostra o Maracanã, escadarias de favelas e mulheres. O maior espaço, no entanto, é dedicado ao texto, em francês, sobre a violência nas favelas. Wolinski comenta que elas "vivem das drogas", com os líderes das facções Comando Vermelho e Falange Vermelha comandando o tráfico desde a prisão, "protegidos pela polícia". Apesar disso, seu olhar sempre cáustico para o cotidiano francês conseguiu perceber alguma graça na miséria carioca. "É miserável, mas não é abjeto, os barracos são limpos, até charmosos às vezes", anotou o artista.
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Wolinski debateu limites do humor e foi à favela no RioUma questão atormentava o cartunista Georges Wolinski em sua passagem pelo Rio, em fins de 1993: o tanto que seu país, a França, era bem resolvido no que dizia respeito à liberdade de expressão. "É tanta liberdade que não há mais como provocar", disse o artista a um grupo de jornalistas brasileiros, após chegar à capital fluminense para a Bienal Internacional de Quadrinhos. "Assim falta estímulo aos humoristas." Wolinski, que morreria 21 anos depois no atentado contra a sede do jornal "Charlie Hebdo", na última quarta (7), era então um senhorzinho de 59 anos, em quem, conforme relatos, ressaltavam o ar sisudo e a barriga. Levava o tema da liberdade tão a sério que fez dela o centro de sua participação no evento. Iniciado o debate com os cartunistas brasileiros Ziraldo, Chico Caruso e Lailson, Wolinski quis saber deles se acreditavam na necessidade de limites para o humor. Uma hora e meia de palpites depois, já bem instalado com os colegas numa mesa da Adega do Timão, o francês admitiria não ter chegado a nenhuma conclusão. "Tomamos uns bons chopes", lembra Caruso. "Achei ele mais simples do que os desenhos sugerem. Os desenhos dele são agressivos, desbocados. Já ele parece mais o [cartunista] Nani, mineirinho." Um dos destaques daquela segunda edição do evento, com convidados como o italiano Milo Manara e o americano David Mazzucchelli, Wolinski passou cinco dias na cidade munido de um caderninho no qual fez mais de 40 desenhos –basicamente, mulheres e praia–, conforme "O Globo" noticiou à época. Ainda segundo o diário carioca, a última parada do francês foi na boate Help, em Copacabana –símbolo do turismo sexual carioca e que fechou portas em 2009–, de onde saiu acompanhado. Não teria sido sua única aventura do gênero por aqui. Numa das poucas lembranças que o quadrinista da Folha Adão Iturrusagarai guardou do encontro com o ídolo, ele estava num bar com outros desenhistas e um certo ar de tédio –até se levantar com o argumento de que ia "procurar umas putas". A convite da organização da bienal, Wolinski também conheceu comunidades cariocas. Subiu o morro da Mangueira e conheceu a Rocinha e a favela de Vila Canoas. Essas últimas visitas resultaram numa tira vertical que o francês entregou ao carioca Marcelo Armstrong, criador da Favela Tour, que ciceroneou os artistas na ocasião. "Ele fez esse desenho com colocações sobre a experiência na favela, e me deu. Ficou guardado. Ontem [quarta], vendo na televisão que ele tinha morrido, foi que me lembrei", diz o empresário, cuja história veio à tona nesta semana pela BBC Brasil. O desenho mostra o Maracanã, escadarias de favelas e mulheres. O maior espaço, no entanto, é dedicado ao texto, em francês, sobre a violência nas favelas. Wolinski comenta que elas "vivem das drogas", com os líderes das facções Comando Vermelho e Falange Vermelha comandando o tráfico desde a prisão, "protegidos pela polícia". Apesar disso, seu olhar sempre cáustico para o cotidiano francês conseguiu perceber alguma graça na miséria carioca. "É miserável, mas não é abjeto, os barracos são limpos, até charmosos às vezes", anotou o artista.
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Aparelho promete transformar qualquer TV em um tablet gigante
Um projeto no site de financiamento coletivo Indiegogo promete transformar qualquer TV de tela plana em um tablet gigante com Android. O Touchjet Wave é um acessório acoplado no topo da TV que usa raios infravermelho para detectar o toque na tela. Isso permite a interação entre o usuário e a tela por toque. A tecnologia também detecta canetas do tipo stylus (uma unidade acompanha o kit). Para aqueles com TV "burra", do tipo que não se conecta à internet ou oferece aplicativos, o aparelho também é uma espécie de computador com Android (roda Android 4.4). Isso faz com que ele se conecte e dê acesso ao vasto catálogo do Google Play. As especificações são dignas de um pequeno computador: processador 2 GHz (quatro núcleos), 8 Gbytes de armazenamento, 1 Gbyte de memória e acesso wi-fi e Bluetooth. Ele é compatível com qualquer TV de tela plana entre 20 e 80 polegadas e resolução HD ou Full HD com taxa de atualização de 50 ou 60 Hz. A conexão ocorre pela entrada HDMI. Se a ideia de deixar a tela toda suja não agrada, o Wave também pode ser controlado via smartphone, incluindo iPhone. O projeto tem previsão de entrega para março de 2016. A meta de US$ 100 mil já foi superada com folga. Até a conclusão teste texto, US$ 280 mil tinham sido levantados. TOUCHJET WAVE META US$ 100 mil CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA US$ 5 CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA PARA TER O PRODUTO US$ 119 CONTRIBUIÇÃO MÁXIMA US$ 9.999 FIM DA CAMPANHA 10 de setembro ENTREGA março de 2016
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Aparelho promete transformar qualquer TV em um tablet giganteUm projeto no site de financiamento coletivo Indiegogo promete transformar qualquer TV de tela plana em um tablet gigante com Android. O Touchjet Wave é um acessório acoplado no topo da TV que usa raios infravermelho para detectar o toque na tela. Isso permite a interação entre o usuário e a tela por toque. A tecnologia também detecta canetas do tipo stylus (uma unidade acompanha o kit). Para aqueles com TV "burra", do tipo que não se conecta à internet ou oferece aplicativos, o aparelho também é uma espécie de computador com Android (roda Android 4.4). Isso faz com que ele se conecte e dê acesso ao vasto catálogo do Google Play. As especificações são dignas de um pequeno computador: processador 2 GHz (quatro núcleos), 8 Gbytes de armazenamento, 1 Gbyte de memória e acesso wi-fi e Bluetooth. Ele é compatível com qualquer TV de tela plana entre 20 e 80 polegadas e resolução HD ou Full HD com taxa de atualização de 50 ou 60 Hz. A conexão ocorre pela entrada HDMI. Se a ideia de deixar a tela toda suja não agrada, o Wave também pode ser controlado via smartphone, incluindo iPhone. O projeto tem previsão de entrega para março de 2016. A meta de US$ 100 mil já foi superada com folga. Até a conclusão teste texto, US$ 280 mil tinham sido levantados. TOUCHJET WAVE META US$ 100 mil CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA US$ 5 CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA PARA TER O PRODUTO US$ 119 CONTRIBUIÇÃO MÁXIMA US$ 9.999 FIM DA CAMPANHA 10 de setembro ENTREGA março de 2016
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Microfone do Metallica falha em show com Lady Gaga no Grammy
As atenções deveriam todas estar voltadas para a deusa pop Lady Gaga cantando "Moth Into Flame", do Metallica, dois anos depois de cantar jazz com Tony Bennett no mesmo palco. Mas a apresentação conjunta do Metallica com Lady Gaga no Grammy ficou marcada pela falha no microfone de James Hetfield. Os vocais da música do mais recente álbum da banda, "Hardwired...To Self-Destruct", deveriam ficar divididos entre Gaga e Hetfield, mas em quase metade da música apenas os trechos de Gaga foram ouvidos pelo público. Visivelmente irritado, o vocalista do Metallica então resolveu improvisar e dividiu o microfone com a cantora pop. Lady Gaga também aproveitou o clima de heavy metal para dar um mosh e se jogar nos braços do público colocado em frente ao palco, criando uma atmosfera bastante rock n' roll. Em sua segunda grande apresentação em menos de duas semanas, a cantora provou que continua na vibe dos pulos, depois de "pular" da cobertura de um estádio em sua apresentação no intervalo do Super Bowl.
ilustrada
Microfone do Metallica falha em show com Lady Gaga no GrammyAs atenções deveriam todas estar voltadas para a deusa pop Lady Gaga cantando "Moth Into Flame", do Metallica, dois anos depois de cantar jazz com Tony Bennett no mesmo palco. Mas a apresentação conjunta do Metallica com Lady Gaga no Grammy ficou marcada pela falha no microfone de James Hetfield. Os vocais da música do mais recente álbum da banda, "Hardwired...To Self-Destruct", deveriam ficar divididos entre Gaga e Hetfield, mas em quase metade da música apenas os trechos de Gaga foram ouvidos pelo público. Visivelmente irritado, o vocalista do Metallica então resolveu improvisar e dividiu o microfone com a cantora pop. Lady Gaga também aproveitou o clima de heavy metal para dar um mosh e se jogar nos braços do público colocado em frente ao palco, criando uma atmosfera bastante rock n' roll. Em sua segunda grande apresentação em menos de duas semanas, a cantora provou que continua na vibe dos pulos, depois de "pular" da cobertura de um estádio em sua apresentação no intervalo do Super Bowl.
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Dinheiro da Ford vai ajudar a pagar salários no Rio Grande do Sul
Em meio a uma crise financeira, com atraso no pagamento de salários e dívidas, o governo do Rio Grande do Sul fechou nesta semana um acordo judicial com a montadora Ford —e o dinheiro, R$ 216,9 milhões, irá ajudar a pagar os salários de novembro. A empresa vai pagar indenização por ter desistido de erguer uma fábrica no Estado, em 1999. Na época, a montadora acabou indo para Camaçari, na Bahia, em troca de isenções fiscais e forte atuação do então senador baiano Antonio Carlos Magalhães (PFL). Com o dinheiro, o governo de José Ivo Sartori (PMDB) vai conseguir pagar parte da folha salarial, de R$ 1,3 bilhão no total, ainda no dia 30. Desde o início do ano, o Rio Grande do Sul tem parcelado os salários dos servidores, que demoram até 20 dias para receber seus vencimentos. A expectativa é que, com o dinheiro da Ford, parte deles consiga receber o salário na íntegra em uma única parcela. HISTÓRICO O acordo firmado por Sartori encerra uma disputa judicial de 16 anos. Quando a Ford anunciou a desistência da fábrica gaúcha, o governo estadual já havia assinado um contrato e adiantado a primeira parcela de um financiamento para a construção do empreendimento. Em 1998, porém, o então governador Antônio Britto (PMDB) perdeu a reeleição para o petista Olívio Dutra, que não quis conceder todos os subsídios aprovados pelo antecessor. A Ford, então, desistiu do negócio. Foi Dutra quem resolveu processar a Ford, numa ação que foi criticada pelo PMDB estadual à época. Agora, em grave crise nas finanças, a gestão do governador do PMDB resolveu negociar com a montadora. O acordo foi fechado no último dia 22, e homologado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Em 2013, a Justiça Estadual já havia decidido em favor do Estado, condenando a Ford a pagar R$ 162 milhões ao governo, mas a empresa recorreu.
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Dinheiro da Ford vai ajudar a pagar salários no Rio Grande do SulEm meio a uma crise financeira, com atraso no pagamento de salários e dívidas, o governo do Rio Grande do Sul fechou nesta semana um acordo judicial com a montadora Ford —e o dinheiro, R$ 216,9 milhões, irá ajudar a pagar os salários de novembro. A empresa vai pagar indenização por ter desistido de erguer uma fábrica no Estado, em 1999. Na época, a montadora acabou indo para Camaçari, na Bahia, em troca de isenções fiscais e forte atuação do então senador baiano Antonio Carlos Magalhães (PFL). Com o dinheiro, o governo de José Ivo Sartori (PMDB) vai conseguir pagar parte da folha salarial, de R$ 1,3 bilhão no total, ainda no dia 30. Desde o início do ano, o Rio Grande do Sul tem parcelado os salários dos servidores, que demoram até 20 dias para receber seus vencimentos. A expectativa é que, com o dinheiro da Ford, parte deles consiga receber o salário na íntegra em uma única parcela. HISTÓRICO O acordo firmado por Sartori encerra uma disputa judicial de 16 anos. Quando a Ford anunciou a desistência da fábrica gaúcha, o governo estadual já havia assinado um contrato e adiantado a primeira parcela de um financiamento para a construção do empreendimento. Em 1998, porém, o então governador Antônio Britto (PMDB) perdeu a reeleição para o petista Olívio Dutra, que não quis conceder todos os subsídios aprovados pelo antecessor. A Ford, então, desistiu do negócio. Foi Dutra quem resolveu processar a Ford, numa ação que foi criticada pelo PMDB estadual à época. Agora, em grave crise nas finanças, a gestão do governador do PMDB resolveu negociar com a montadora. O acordo foi fechado no último dia 22, e homologado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Em 2013, a Justiça Estadual já havia decidido em favor do Estado, condenando a Ford a pagar R$ 162 milhões ao governo, mas a empresa recorreu.
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Peça traz diversos animais explorando a floresta por meio da música
Na peça "Bicho Bichinho Bichão", tem animal de todo tipo. Uns com pata, com garra, com bico, com asa. Outros com chifre, com pena, antena e cauda. Tem também alguns com pelo, com guelra, bigode e orelha. E ainda não falta bicho comprido, fininho, magrinho e gordão no novo espetáculo de A Fabulosa Companhia, dirigido por Simone Grande e que tem mais duas apresentações no Sesc Pinheiros, em São Paulo. Com delicada manipulação de bonecos feitos de papel, a montagem é cheia de músicas com versos e rimas que grudam na gente. De canção em canção, vamos conhecendo a bicharada da floresta. Bom de prosa, o tatu-bola se apresenta no ritmo das músicas caipiras de São Paulo. O lobo-guará esbanja malandragem num samba. Já o besouro canta uma valsinha. Até que um dia aparece por aquelas matas uma cabra retirante, vinda de longe, que canta assim: "Ô, dá licença, eu vou me apresentar / Eu sou cabra, sou rainha, nasci lá no Ceará". Ela e seus quatro cabritinhos estão à procura de uma casa (ou casebre, cantinho, puxadinho) para morar. Mas a floresta está lotada, só tem mesmo um buraco onde vive um bichão fantasma. E o pior é que por lá também ronda um lobo faminto. Bem, só de ouvir falar em lobo, um dos filhinhos de dona cabra desmaia –e a plateia repleta de crianças pequenas cai na gargalhada. "Algumas brincadeiras foram inspiradas no momento em que conto histórias para meus netos", diz a diretora, que escreveu o texto em parceria com Daniela Schitini. * SOTAQUES BRASILEIROS Um bocado de Brasil mora nos ritmos e nas melodias das canções da peça "Bicho Bichinho Bichão", em que a bicharada tem vários sotaques musicais. Com pesquisa musical da cantora Renata Mattar, o espetáculo tem canções inspiradas nos cantos das crianças guaranis, em reisado (festa popular) de Alagoas, nas modas de viola do interior paulista e nas batidas do maneiro-pau, em que homens brincam em roda e batem o pau de jucá. * BICHO BICHINHO BICHÃO Onde Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, Pinheiros; tel. 11/3095-9400) Quando 15 e 22/2 (domingo), às 15h e às 17h; até 22/2 Quanto de R$ 5 a R$ 17; menores de 12 anos não pagam
folhinha
Peça traz diversos animais explorando a floresta por meio da músicaNa peça "Bicho Bichinho Bichão", tem animal de todo tipo. Uns com pata, com garra, com bico, com asa. Outros com chifre, com pena, antena e cauda. Tem também alguns com pelo, com guelra, bigode e orelha. E ainda não falta bicho comprido, fininho, magrinho e gordão no novo espetáculo de A Fabulosa Companhia, dirigido por Simone Grande e que tem mais duas apresentações no Sesc Pinheiros, em São Paulo. Com delicada manipulação de bonecos feitos de papel, a montagem é cheia de músicas com versos e rimas que grudam na gente. De canção em canção, vamos conhecendo a bicharada da floresta. Bom de prosa, o tatu-bola se apresenta no ritmo das músicas caipiras de São Paulo. O lobo-guará esbanja malandragem num samba. Já o besouro canta uma valsinha. Até que um dia aparece por aquelas matas uma cabra retirante, vinda de longe, que canta assim: "Ô, dá licença, eu vou me apresentar / Eu sou cabra, sou rainha, nasci lá no Ceará". Ela e seus quatro cabritinhos estão à procura de uma casa (ou casebre, cantinho, puxadinho) para morar. Mas a floresta está lotada, só tem mesmo um buraco onde vive um bichão fantasma. E o pior é que por lá também ronda um lobo faminto. Bem, só de ouvir falar em lobo, um dos filhinhos de dona cabra desmaia –e a plateia repleta de crianças pequenas cai na gargalhada. "Algumas brincadeiras foram inspiradas no momento em que conto histórias para meus netos", diz a diretora, que escreveu o texto em parceria com Daniela Schitini. * SOTAQUES BRASILEIROS Um bocado de Brasil mora nos ritmos e nas melodias das canções da peça "Bicho Bichinho Bichão", em que a bicharada tem vários sotaques musicais. Com pesquisa musical da cantora Renata Mattar, o espetáculo tem canções inspiradas nos cantos das crianças guaranis, em reisado (festa popular) de Alagoas, nas modas de viola do interior paulista e nas batidas do maneiro-pau, em que homens brincam em roda e batem o pau de jucá. * BICHO BICHINHO BICHÃO Onde Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, Pinheiros; tel. 11/3095-9400) Quando 15 e 22/2 (domingo), às 15h e às 17h; até 22/2 Quanto de R$ 5 a R$ 17; menores de 12 anos não pagam
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Ainda há tempo para corrigir falhas em delação da Odebrecht
A delação do fim do mundo corre sério risco de se transformar em um problema. Seis meses depois de homologada pelo Supremo Tribunal Federal, a colaboração de executivos da Odebrecht passou a ser alvo de questionamentos por parte de quem tem o dever de investigá-la. Reportagem publicada pela Folha nesta segunda (31) mostra que a Polícia Federal identificou uma série de falhas que ameaçam a apuração das informações que 77 delatores passaram à Procuradoria-Geral da República no começo do ano. Parecem verossímeis os relatos dos executivos. Os vídeos de seus depoimentos iniciais à PGR dão sensação de naturalidade e realidade para o funcionamento de um nefasto esquema de caixa dois e propina que envolveu a Odebrecht e políticos de variados calibres e partidos. Mas daí concluir que isso bastava para denunciar e condenar os implicados são outros quinhentos. As ponderações que a PF tem feito nos bastidores, somadas à lentidão com que os inquéritos sobre a Odebrecht tramitam no STF, demonstram que erros podem ter sido cometidos no processo de delação da empreiteira. Na avaliação de investigadores da polícia, por exemplo, houve certo exagero em selar um acordo com 77 executivos -bastariam seis, no máximo, afinal muitas histórias reveladas se repetem entre depoentes e com raros elementos que diferenciam o conteúdo de um do de outro. Faltam documentos que comprovem os relatos feitos à PGR, segundo a PF, e delatores estariam recuando de versões comprometedoras -entre eles Cláudio Melo Filho, figura chave da Odebrecht em Brasília. Ainda há tempo para que PGR e PF tentem impedir o fracasso da delação que servira de alento aos que torcem por uma virada ética no país. Seu naufrágio alimentaria o sentimento de impunidade que o acordo da JBS tem causado pela imunidade dada aos seus delatores e pelo provável engavetamento da denúncia contra Michel Temer na Câmara.
colunas
Ainda há tempo para corrigir falhas em delação da OdebrechtA delação do fim do mundo corre sério risco de se transformar em um problema. Seis meses depois de homologada pelo Supremo Tribunal Federal, a colaboração de executivos da Odebrecht passou a ser alvo de questionamentos por parte de quem tem o dever de investigá-la. Reportagem publicada pela Folha nesta segunda (31) mostra que a Polícia Federal identificou uma série de falhas que ameaçam a apuração das informações que 77 delatores passaram à Procuradoria-Geral da República no começo do ano. Parecem verossímeis os relatos dos executivos. Os vídeos de seus depoimentos iniciais à PGR dão sensação de naturalidade e realidade para o funcionamento de um nefasto esquema de caixa dois e propina que envolveu a Odebrecht e políticos de variados calibres e partidos. Mas daí concluir que isso bastava para denunciar e condenar os implicados são outros quinhentos. As ponderações que a PF tem feito nos bastidores, somadas à lentidão com que os inquéritos sobre a Odebrecht tramitam no STF, demonstram que erros podem ter sido cometidos no processo de delação da empreiteira. Na avaliação de investigadores da polícia, por exemplo, houve certo exagero em selar um acordo com 77 executivos -bastariam seis, no máximo, afinal muitas histórias reveladas se repetem entre depoentes e com raros elementos que diferenciam o conteúdo de um do de outro. Faltam documentos que comprovem os relatos feitos à PGR, segundo a PF, e delatores estariam recuando de versões comprometedoras -entre eles Cláudio Melo Filho, figura chave da Odebrecht em Brasília. Ainda há tempo para que PGR e PF tentem impedir o fracasso da delação que servira de alento aos que torcem por uma virada ética no país. Seu naufrágio alimentaria o sentimento de impunidade que o acordo da JBS tem causado pela imunidade dada aos seus delatores e pelo provável engavetamento da denúncia contra Michel Temer na Câmara.
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Veja a saga da construção da linha 4-amarela do Metrô de São Paulo
Na última quinta-feira (30), o Metrô de São Paulo e o consórcio que construiria as futuras estações da linha 4-amarela rescindiram o contrato. O fim da parceria pode postergar em mais um ano a inauguração das já atrasadas estações da linha. Veja a seguir 10 fatos que marcaram a construção da linha 4-amarela. * Em 1968, o consórcio HMD, formado por três empresas, apresenta à Prefeitura de São Paulo o primeiro projeto detalhado para o metrô de São Paulo. Nele, já constava o projeto da linha amarela. A via ligaria a região do Joquey Club de São Paulo à rodovia Anchieta, passando pelas estações República, Pedro II, no centro, e com um ramal até a zona leste. O Metrô, já sob o controle do governo do Estado de São Paulo, define o trajeto da linha 4, como ela existe hoje. Em relação ao plano HMD, o Metrô desiste da parte da linha que seguiria pela zona leste. Com os projetos em mãos, o então governador Mário Covas (PSDB), na foto, anunciou a construção da linha. Leia essa matéria no acervo Folha Quase dez anos depois do anúncio da obra, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), inicia a construção da primeira fase da linha. A primeira etapa previa a abertura do túnel com o tatuzão e a construção das estações Luz, República, Paulista, Faria Lima, Pinheiros e Butantã. Em uma matéria daquele ano, a Folha já falava do atraso no projeto, do ritmo lento das construções e do prazo de entrega da primeira etapa, que deveria ser em 2008. O governo do Estado assina o contrato com a concessionária ViaQuatro para operação da linha por 30 anos. Essa é a primeira PPP (Parceria Público-Privada) do Brasil. Na ocasião, a previsão era de que a primeira fase da linha iniciasse a operação em dezembro de 2008 e a segunda fase até 2010. Um acidente abre uma cratera na futura estação Pinheiros, matando sete pessoas. A queda ocorreu no início do governo de José Serra (PSDB). A acidente atrasou ainda mais as obras e o governo do Estado decidiu "parcelar" a entrega das estações da primeira fase –o contrato original previa cinco estações abertas ao mesmo tempo. A linha iniciou as operações com apenas duas estações, Paulista e Faria Lima, em maio de 2010. No ano seguinte foram inauguradas as estações Butantã, Pinheiros, República e Luz, completando a primeira fase. Em março de 2012, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) autoriza o início das obras da segunda fase da linha (Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, Fradique Coutinho, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia). O governo do Estado achava que, ainda com o estádio do Morumbi cotado para ser a sede paulista na Copa-2014, a linha 4 chegaria até o bairro a tempo do evento. Em novembro de 2014, o Metrô inaugura a primeira estação da segunda etapa da linha amarela. A estação Fradique Coutinho é a estação mais nova do Metrô. Com o rompimento do contrato entre o governo do Estado e o consórcio que construía as estações da segunda etapa da linha amarela, a nova previsão é de que as estações Higienópolis-Mackenzie e Oscar Freire fiquem prontas em 2017. As estações Vila Sônia e São Paulo-Morumbi deverão ser entregues apenas em 2018. A terceira fase da linha 4, que nem teve licitação concluída ainda, deverá ligar a estação Vila Sônia ao município de Taboão da Serra. O novo trecho deve adicionar 2,7 km ao ramal e terá duas estações: Chácara do Jóquei e Largo do Taboão. Em 2012, no início das obras da segunda fase, o trecho chegou a ser prometido para 2016. Hoje a gestão tucana não se arrisca a prever quando ficará pronta.
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Veja a saga da construção da linha 4-amarela do Metrô de São PauloNa última quinta-feira (30), o Metrô de São Paulo e o consórcio que construiria as futuras estações da linha 4-amarela rescindiram o contrato. O fim da parceria pode postergar em mais um ano a inauguração das já atrasadas estações da linha. Veja a seguir 10 fatos que marcaram a construção da linha 4-amarela. * Em 1968, o consórcio HMD, formado por três empresas, apresenta à Prefeitura de São Paulo o primeiro projeto detalhado para o metrô de São Paulo. Nele, já constava o projeto da linha amarela. A via ligaria a região do Joquey Club de São Paulo à rodovia Anchieta, passando pelas estações República, Pedro II, no centro, e com um ramal até a zona leste. O Metrô, já sob o controle do governo do Estado de São Paulo, define o trajeto da linha 4, como ela existe hoje. Em relação ao plano HMD, o Metrô desiste da parte da linha que seguiria pela zona leste. Com os projetos em mãos, o então governador Mário Covas (PSDB), na foto, anunciou a construção da linha. Leia essa matéria no acervo Folha Quase dez anos depois do anúncio da obra, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), inicia a construção da primeira fase da linha. A primeira etapa previa a abertura do túnel com o tatuzão e a construção das estações Luz, República, Paulista, Faria Lima, Pinheiros e Butantã. Em uma matéria daquele ano, a Folha já falava do atraso no projeto, do ritmo lento das construções e do prazo de entrega da primeira etapa, que deveria ser em 2008. O governo do Estado assina o contrato com a concessionária ViaQuatro para operação da linha por 30 anos. Essa é a primeira PPP (Parceria Público-Privada) do Brasil. Na ocasião, a previsão era de que a primeira fase da linha iniciasse a operação em dezembro de 2008 e a segunda fase até 2010. Um acidente abre uma cratera na futura estação Pinheiros, matando sete pessoas. A queda ocorreu no início do governo de José Serra (PSDB). A acidente atrasou ainda mais as obras e o governo do Estado decidiu "parcelar" a entrega das estações da primeira fase –o contrato original previa cinco estações abertas ao mesmo tempo. A linha iniciou as operações com apenas duas estações, Paulista e Faria Lima, em maio de 2010. No ano seguinte foram inauguradas as estações Butantã, Pinheiros, República e Luz, completando a primeira fase. Em março de 2012, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) autoriza o início das obras da segunda fase da linha (Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, Fradique Coutinho, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia). O governo do Estado achava que, ainda com o estádio do Morumbi cotado para ser a sede paulista na Copa-2014, a linha 4 chegaria até o bairro a tempo do evento. Em novembro de 2014, o Metrô inaugura a primeira estação da segunda etapa da linha amarela. A estação Fradique Coutinho é a estação mais nova do Metrô. Com o rompimento do contrato entre o governo do Estado e o consórcio que construía as estações da segunda etapa da linha amarela, a nova previsão é de que as estações Higienópolis-Mackenzie e Oscar Freire fiquem prontas em 2017. As estações Vila Sônia e São Paulo-Morumbi deverão ser entregues apenas em 2018. A terceira fase da linha 4, que nem teve licitação concluída ainda, deverá ligar a estação Vila Sônia ao município de Taboão da Serra. O novo trecho deve adicionar 2,7 km ao ramal e terá duas estações: Chácara do Jóquei e Largo do Taboão. Em 2012, no início das obras da segunda fase, o trecho chegou a ser prometido para 2016. Hoje a gestão tucana não se arrisca a prever quando ficará pronta.
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Governo Pimentel não descarta voltar a parcelar salários de servidores
Depois de dividir os salários dos servidores em até três vezes de fevereiro a abril, o governo de Minas Gerais já não descarta continuar o parcelamento pelo menos até julho. A decisão, no entanto, só será tomada no fim do mês e anunciada primeiro aos representantes do funcionalismo, segundo o secretário Helvécio Magalhães (Planejamento). Ele e José Afonso Bicalho (Fazenda), os dois principais responsáveis pela área econômica do governo Fernando Pimentel (PT), estiveram em audiência na Assembleia Legislativa mineira para falar da situação financeira do Estado. Questionado pela oposição se manteria o parcelamento, Helvécio disse que se posicionaria "no fim do mês, em primeira mão com os sindicatos". "Nessa reunião vamos apresentar os calendários de pagamento", completou. Até o ano passado, os salários eram quitados até o quinto dia útil do mês subsequente. Isso mudou em janeiro, quando houve atraso na transferência às contas dos servidores. O governo creditou o problema à falta de dinheiro para saldar os salários e, no dia 15, anunciou que parcelaria o pagamento nos três meses seguintes –embora Helvécio insistisse, poucos dias antes do anúncio, que essa era uma possibilidade remota. Entre fevereiro e abril, ficou decidido que cerca de 75% dos funcionários, que ganham até R$ 3.000 por mês, continuam recebendo até o dia 5. Já os servidores com salário que ganham entre R$ 3.000 e R$ 6.000 recebem em duas vezes. O restante tem o rendimento dividido em três vezes. Desde dezembro, o Estado também tem atrasado o pagamento das parcelas da dívida com a União, de aproximadamente R$ 420 milhões cada. PROFESSORES Apesar dos problemas de caixa, Pimentel encaminhou nesta terça um projeto de lei ao Legislativo que reajusta o salário dos professores do Estado em 11,36%, de acordo com a correção do piso nacional do magistério, retroativo a janeiro. A medida foi tomada depois que o sindicato da categoria, filiado à CUT e próximo ao PT, ameaçou convocar uma greve em assembleia que aconteceria nesta quinta (16). Antes disso, o governo planejava dar um abono aos professores a partir de março.
poder
Governo Pimentel não descarta voltar a parcelar salários de servidoresDepois de dividir os salários dos servidores em até três vezes de fevereiro a abril, o governo de Minas Gerais já não descarta continuar o parcelamento pelo menos até julho. A decisão, no entanto, só será tomada no fim do mês e anunciada primeiro aos representantes do funcionalismo, segundo o secretário Helvécio Magalhães (Planejamento). Ele e José Afonso Bicalho (Fazenda), os dois principais responsáveis pela área econômica do governo Fernando Pimentel (PT), estiveram em audiência na Assembleia Legislativa mineira para falar da situação financeira do Estado. Questionado pela oposição se manteria o parcelamento, Helvécio disse que se posicionaria "no fim do mês, em primeira mão com os sindicatos". "Nessa reunião vamos apresentar os calendários de pagamento", completou. Até o ano passado, os salários eram quitados até o quinto dia útil do mês subsequente. Isso mudou em janeiro, quando houve atraso na transferência às contas dos servidores. O governo creditou o problema à falta de dinheiro para saldar os salários e, no dia 15, anunciou que parcelaria o pagamento nos três meses seguintes –embora Helvécio insistisse, poucos dias antes do anúncio, que essa era uma possibilidade remota. Entre fevereiro e abril, ficou decidido que cerca de 75% dos funcionários, que ganham até R$ 3.000 por mês, continuam recebendo até o dia 5. Já os servidores com salário que ganham entre R$ 3.000 e R$ 6.000 recebem em duas vezes. O restante tem o rendimento dividido em três vezes. Desde dezembro, o Estado também tem atrasado o pagamento das parcelas da dívida com a União, de aproximadamente R$ 420 milhões cada. PROFESSORES Apesar dos problemas de caixa, Pimentel encaminhou nesta terça um projeto de lei ao Legislativo que reajusta o salário dos professores do Estado em 11,36%, de acordo com a correção do piso nacional do magistério, retroativo a janeiro. A medida foi tomada depois que o sindicato da categoria, filiado à CUT e próximo ao PT, ameaçou convocar uma greve em assembleia que aconteceria nesta quinta (16). Antes disso, o governo planejava dar um abono aos professores a partir de março.
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Barata voa
Foi num clima de "barata voa", expressão que se usa para situações confusas e sem rumo, a resposta do Planalto nesta quarta-feira à marcha de domingo. Para combater a corrupção, acionaram-se a OAB, os líderes do Congresso, o Ministério Público, ministros... O foco mais uma vez equivocado. Ninguém é contra as providências encaminhadas (algumas paradas na Câmara, como disse o presidente Eduardo Cunha), mas não são essas ações que vão estancar o sangramento da presidente. Segundo o Datafolha do dia 18, Dilma tem hoje 62% de ruim e péssimo. O "Estadão" revelou documento interno do Planalto resumindo a ópera: de um lado, Dilma e Lula acusados "por todos os males que afetam o País" e, de outro, a militância petista "acuada pelas acusações e desmotivada por não compreender o ajuste na economia". "Não é uma goleada. É uma derrota por WO." O Datafolha aponta que 73% da população tomou conhecimento da divulgação dos nomes envolvidos na Lava Jato, índice elevado também no Norte (68%) e no Nordeste (72%). O povo acompanha, indignado, a roubalheira porque vê o dinheiro que falta no fim do mês ser desviado para a corrupção. Isso deixa os petistas atordoados e sem ação. O partido está travado na defesa de seus quadros, não propõe uma nova política nem apresenta uma proposta para a nação. Está acéfalo. Um dos termômetros mais fortes para fazer prognóstico é a expectativa de melhora que os indivíduos possam vir a ter. Segundo a atual pesquisa, 60% são pessimistas em relação à economia, 69% acreditam que o desemprego vai piorar. Isso se chama falta de confiança e credibilidade em relação aos dirigentes, mesmo que 61% queiram acreditar que não vão perder seu emprego. As exigências para o "conserto" da economia serão duras e as pessoas não querem ouvir o discurso que a presidente tenta vender. Estranho é que o vazamento do Planalto já indicava a seriedade do momento, mas parece que lá ninguém entendeu o recado. É erro em cima de erro. As respostas dos ministros Cardozo e Rossetto, que pareciam dois ETs, e, no dia seguinte, a inflexão do governo, tentando sair do espírito acusatório da véspera, foram ridículas. A presidente discursou falando mais do mesmo, e a derrapada no improviso foi feia: que indicassem onde faltava humildade para ela corrigir! A situação de falta de autoridade é evidente e se deteriora, haja vista, não importando os motivos, o circo de Cid Gomes. Falta uma resposta radical da presidente, à altura do que a nação exige e possa acreditar: verdade, humildade e uma mudança total na equipe que não corresponde. Barata voa. Aonde vai parar?
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Barata voaFoi num clima de "barata voa", expressão que se usa para situações confusas e sem rumo, a resposta do Planalto nesta quarta-feira à marcha de domingo. Para combater a corrupção, acionaram-se a OAB, os líderes do Congresso, o Ministério Público, ministros... O foco mais uma vez equivocado. Ninguém é contra as providências encaminhadas (algumas paradas na Câmara, como disse o presidente Eduardo Cunha), mas não são essas ações que vão estancar o sangramento da presidente. Segundo o Datafolha do dia 18, Dilma tem hoje 62% de ruim e péssimo. O "Estadão" revelou documento interno do Planalto resumindo a ópera: de um lado, Dilma e Lula acusados "por todos os males que afetam o País" e, de outro, a militância petista "acuada pelas acusações e desmotivada por não compreender o ajuste na economia". "Não é uma goleada. É uma derrota por WO." O Datafolha aponta que 73% da população tomou conhecimento da divulgação dos nomes envolvidos na Lava Jato, índice elevado também no Norte (68%) e no Nordeste (72%). O povo acompanha, indignado, a roubalheira porque vê o dinheiro que falta no fim do mês ser desviado para a corrupção. Isso deixa os petistas atordoados e sem ação. O partido está travado na defesa de seus quadros, não propõe uma nova política nem apresenta uma proposta para a nação. Está acéfalo. Um dos termômetros mais fortes para fazer prognóstico é a expectativa de melhora que os indivíduos possam vir a ter. Segundo a atual pesquisa, 60% são pessimistas em relação à economia, 69% acreditam que o desemprego vai piorar. Isso se chama falta de confiança e credibilidade em relação aos dirigentes, mesmo que 61% queiram acreditar que não vão perder seu emprego. As exigências para o "conserto" da economia serão duras e as pessoas não querem ouvir o discurso que a presidente tenta vender. Estranho é que o vazamento do Planalto já indicava a seriedade do momento, mas parece que lá ninguém entendeu o recado. É erro em cima de erro. As respostas dos ministros Cardozo e Rossetto, que pareciam dois ETs, e, no dia seguinte, a inflexão do governo, tentando sair do espírito acusatório da véspera, foram ridículas. A presidente discursou falando mais do mesmo, e a derrapada no improviso foi feia: que indicassem onde faltava humildade para ela corrigir! A situação de falta de autoridade é evidente e se deteriora, haja vista, não importando os motivos, o circo de Cid Gomes. Falta uma resposta radical da presidente, à altura do que a nação exige e possa acreditar: verdade, humildade e uma mudança total na equipe que não corresponde. Barata voa. Aonde vai parar?
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Novo Peugeot 3008 tem 100 kg a menos e mais espaço no porta-malas
DE SÃO PAULO A Peugeot tem pressa. Após passar anos com carros envelhecidos e perder mercado no Brasil, a empresa tem alinhado seus produtos locais à Europa. O próximo será o utilitário de luxo 3008, que estreia no início de 2017. Do modelo anterior, ficam o motor 1.6 turbo (165 cv) e o câmbio automático de seis marchas. Todo o resto é novidade, inclusive a plataforma sobre a qual o carro é construído. A mudança resulta em uma redução de 100 quilos no peso total, com ganhos de espaço na cabine e no porta-malas. O painel é 100% digital: o motorista escolhe o modo de visualização e tem uma tela adicional com informações dos sistemas de som, navegação e ar-condicionado. Aos primeiros que comprarem o 3008, a Peugeot promete colocar um patinete elétrico no porta-malas. O acessório pesa 8,5 kg e tem um suporte específico, com carregador. O brinquedo atinge a velocidade de 25 km/h e tem autonomia para rodar até 12 quilômetros. Com preço certamente superior a R$ 100 mil, o utilitário 3008 será o Peugeot mais caro à venda no Brasil. Na parte de baixo da tabela estão o compacto 208 e o jipinho urbano 2008, produtos mais vendidos da marca atualmente. O problema aparece no meio da família. Modelos de porte médio, o sedã 408 e o hatch 308 continuam na lanterna de seus segmentos. Produzidos na Argentina e atualizados no fim de 2015, seguem em linha enquanto a plataforma EMP2 não chega às fábricas da América do Sul. Outro passo aguardado é a chegada de versões turbinadas do motor 1.2 Puretech, de três cilindros. O primeiro a recebê-lo deverá ser o 2008, mas a Peugeot não gosta de falar do assunto. "Os motores THP ainda prometem muito, é o que eu posso falar por enquanto", disse à Folha Ana Theresa Borsari, presidente da Peugeot do Brasil.
sobretudo
Novo Peugeot 3008 tem 100 kg a menos e mais espaço no porta-malas DE SÃO PAULO A Peugeot tem pressa. Após passar anos com carros envelhecidos e perder mercado no Brasil, a empresa tem alinhado seus produtos locais à Europa. O próximo será o utilitário de luxo 3008, que estreia no início de 2017. Do modelo anterior, ficam o motor 1.6 turbo (165 cv) e o câmbio automático de seis marchas. Todo o resto é novidade, inclusive a plataforma sobre a qual o carro é construído. A mudança resulta em uma redução de 100 quilos no peso total, com ganhos de espaço na cabine e no porta-malas. O painel é 100% digital: o motorista escolhe o modo de visualização e tem uma tela adicional com informações dos sistemas de som, navegação e ar-condicionado. Aos primeiros que comprarem o 3008, a Peugeot promete colocar um patinete elétrico no porta-malas. O acessório pesa 8,5 kg e tem um suporte específico, com carregador. O brinquedo atinge a velocidade de 25 km/h e tem autonomia para rodar até 12 quilômetros. Com preço certamente superior a R$ 100 mil, o utilitário 3008 será o Peugeot mais caro à venda no Brasil. Na parte de baixo da tabela estão o compacto 208 e o jipinho urbano 2008, produtos mais vendidos da marca atualmente. O problema aparece no meio da família. Modelos de porte médio, o sedã 408 e o hatch 308 continuam na lanterna de seus segmentos. Produzidos na Argentina e atualizados no fim de 2015, seguem em linha enquanto a plataforma EMP2 não chega às fábricas da América do Sul. Outro passo aguardado é a chegada de versões turbinadas do motor 1.2 Puretech, de três cilindros. O primeiro a recebê-lo deverá ser o 2008, mas a Peugeot não gosta de falar do assunto. "Os motores THP ainda prometem muito, é o que eu posso falar por enquanto", disse à Folha Ana Theresa Borsari, presidente da Peugeot do Brasil.
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'Quando a esmola é muita, a gente desconfia', diz leitor sobre doações
FUNDOS DE PENSÃO Causou-me estranheza a Folha ter publicado notícias sobre o escândalo dos fundos de pensão no caderno "Mercado", não em "Poder", como de costume. As monumentais fraudes não existiriam sem a participação dos mais altos mandatários do país, que nomeiam presidentes e diretores de estatais conforme sua conveniência. OSVALDO CESAR TAVARES (São Paulo, SP) - ELEIÇÕES MUNICIPAIS Tem aquele ditado famoso: quando a esmola é muita, o santo (do pau oco) desconfia. E a gente também desconfia. Corram atrás do dinheiro, esse é o caminho ("Servidores dão a vereadores de SP mais do que recebem ). FÁBIO NOGUEIRA (Itajubá, MG) * Com a aproximação das eleições municipais, nunca é demais lembrar o quanto é necessária a valorização do voto. O exercício da "vereança" não pode mais se limitar a dar nomes a ruas e praças. Vereador eleito tem por obrigação fiscalizar atos e ações do prefeito, mas também pode e deve fiscalizar a situação das escolas, hospitais, creches etc. Afinal, é o representante da população na Câmara Municipal. MARCELO FRICK (Rio de Janeiro, RJ) - ERA PT A Folha me surpreende. O editorial "Balanço de uma época" merece loas. Um belo texto, condensado e explicativo. Sugiro (em vão) a leitura para todos os petistas. FRANCISCO MÁRCIO DA SILVA (Belem, PA) - ENCARCERAMENTO Genial o artigo de Davi Depiné. Encarceramento não resolve nada. Se resolvesse, não haveria mais crime no mundo. Se pena fosse solução, não teria esse nome. É preciso buscar soluções com amor. JÚLIO FERREIRA DE OLIVEIRA (Belo Horizonte, BH) * Depiné insiste na meia verdade de que o Brasil tem a "quarta posição mundial em número de pessoas presas". Essa informação só tem sentido se relacionada à população. Segundo o International Centre for Prison Studies, o Brasil ocupa a 30ª posição, com 307 presos por 100 mil habitantes — bem longe de Cuba, com 510 presos por 100 mil habitantes. Prisão tem efeito no controle da violência, ainda que se deva modernizar nosso sistema de penas e investir em vagas nos presídios. O custo do preso é alto, mas o custo do bandido solto é maior. JOSÉ VICENTE DA SILVA FILHO, ex-secretário nacional de Segurança Pública (São Paulo, SP) - FAROL NAS ESTRADAS Sobre a lei que obriga o farol baixo nas estradas, gostaria de dizer que segue a mesma linha daquela que nos obrigou a utilizar o cinto de segurança, criticado no início, mas que, desde então, já salvou milhares de vidas. É mais do que sabido que se vê primeiro a luz e, depois, o veículo. A lei aumenta a segurança nas estradas. ANTONIO PEDRO DA SILVA NETO (São Paulo, SP) - EDUCAÇÃO O "perfil do nosso professorado" publicado pela Unesco e MEC resulta de pesquisa de 2002. No afã de defender uma escola sem partido, nosso "cientista político" Gustavo Ioschpe achaca o que considera orientações doutrinárias, como incentivar a ação pedagógica voltada para o respeito às minorias e aos conceitos de sustentabilidade, e esquece que "países de ponta" têm uma sociedade mais justa e menos desigual. Rasa, a argumentação presta um desserviço à causa. ELAINE CALUX (São Paulo, SP) * Rosely Sayão afirma que a escola precisa prestar contas à comunidade sobre o trabalho que realiza e que as famílias têm o direito de questionar e problematizar. Por que essas mesmas famílias, quando levam seus filhos aos médicos, dentistas, terapeutas etc., não questionam e nem problematizam os procedimentos realizados por esses profissionais? Por acaso esses procedimentos não poderão fracassar? Por que cobrar apenas das escolas e dos professores? ÁUREA ROBERTO DE LIMA (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Não deixa de ser irônica a coincidência dos títulos nas colunas na página A2. Vanessa Grazziotin pede "Diretas Já". Ao seu lado, Hélio Schwartsman pergunta "Diretas já?". E conclui: "Desconfie, portanto, se o seu partido diz que quer diretas já". Hélio, de novo, acertou na mosca. GILSON DE PAULA PACHECO (Belo Horizonte, MG) * Muito lúcida a reflexão de Mario Sergio Conti no texto "Contestação e quebra-quebra". Eu pergunto: é muito difícil isolar e punir os blacks blocs e demais depredadores? FELIPE LUIZ G. E SILVA (São Carlos, SP) - OBITUÁRIO Não conheci Alberto, o Tio Bel, mas, pelo texto de Luisa Leite, gostaria de ter tido o prazer. Boa viagem, Tio Bel. Acelere muitos quilômetros de felicidade lá em cima! RENZO QUERZOLI (Boituva, SP) - INDEPENDÊNCIA O verdadeiro índice da independência de um país é o seu grau de industrialização. Quanto maior a indústria, menor a dependência científica e tecnológica. Honra ao mérito, portanto, aos nossos três maiores presidentes: Getulio Vargas (criou a CSN, a Petrobras e a CLT); Juscelino Kubitschek (indústrias automobilística e naval, criou Brasília) e o general Ernesto Geisel (implantou a indústria de base, pró-alcool e Itaipu e iniciação da abertura democrática). Esses presidentes fizeram com que o Brasil deixasse de ser mero exportador de commodities. E agora? MARLI MIRA HOELTGEBAUM (São Paulo, SP) - LITERATURA A depender da cobertura literária dos últimos meses do caderno "Ilustrada", a lista dos livros "mais lidos" continuará fraca. HELENA KESSEL (Curitiba, PR) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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'Quando a esmola é muita, a gente desconfia', diz leitor sobre doaçõesFUNDOS DE PENSÃO Causou-me estranheza a Folha ter publicado notícias sobre o escândalo dos fundos de pensão no caderno "Mercado", não em "Poder", como de costume. As monumentais fraudes não existiriam sem a participação dos mais altos mandatários do país, que nomeiam presidentes e diretores de estatais conforme sua conveniência. OSVALDO CESAR TAVARES (São Paulo, SP) - ELEIÇÕES MUNICIPAIS Tem aquele ditado famoso: quando a esmola é muita, o santo (do pau oco) desconfia. E a gente também desconfia. Corram atrás do dinheiro, esse é o caminho ("Servidores dão a vereadores de SP mais do que recebem ). FÁBIO NOGUEIRA (Itajubá, MG) * Com a aproximação das eleições municipais, nunca é demais lembrar o quanto é necessária a valorização do voto. O exercício da "vereança" não pode mais se limitar a dar nomes a ruas e praças. Vereador eleito tem por obrigação fiscalizar atos e ações do prefeito, mas também pode e deve fiscalizar a situação das escolas, hospitais, creches etc. Afinal, é o representante da população na Câmara Municipal. MARCELO FRICK (Rio de Janeiro, RJ) - ERA PT A Folha me surpreende. O editorial "Balanço de uma época" merece loas. Um belo texto, condensado e explicativo. Sugiro (em vão) a leitura para todos os petistas. FRANCISCO MÁRCIO DA SILVA (Belem, PA) - ENCARCERAMENTO Genial o artigo de Davi Depiné. Encarceramento não resolve nada. Se resolvesse, não haveria mais crime no mundo. Se pena fosse solução, não teria esse nome. É preciso buscar soluções com amor. JÚLIO FERREIRA DE OLIVEIRA (Belo Horizonte, BH) * Depiné insiste na meia verdade de que o Brasil tem a "quarta posição mundial em número de pessoas presas". Essa informação só tem sentido se relacionada à população. Segundo o International Centre for Prison Studies, o Brasil ocupa a 30ª posição, com 307 presos por 100 mil habitantes — bem longe de Cuba, com 510 presos por 100 mil habitantes. Prisão tem efeito no controle da violência, ainda que se deva modernizar nosso sistema de penas e investir em vagas nos presídios. O custo do preso é alto, mas o custo do bandido solto é maior. JOSÉ VICENTE DA SILVA FILHO, ex-secretário nacional de Segurança Pública (São Paulo, SP) - FAROL NAS ESTRADAS Sobre a lei que obriga o farol baixo nas estradas, gostaria de dizer que segue a mesma linha daquela que nos obrigou a utilizar o cinto de segurança, criticado no início, mas que, desde então, já salvou milhares de vidas. É mais do que sabido que se vê primeiro a luz e, depois, o veículo. A lei aumenta a segurança nas estradas. ANTONIO PEDRO DA SILVA NETO (São Paulo, SP) - EDUCAÇÃO O "perfil do nosso professorado" publicado pela Unesco e MEC resulta de pesquisa de 2002. No afã de defender uma escola sem partido, nosso "cientista político" Gustavo Ioschpe achaca o que considera orientações doutrinárias, como incentivar a ação pedagógica voltada para o respeito às minorias e aos conceitos de sustentabilidade, e esquece que "países de ponta" têm uma sociedade mais justa e menos desigual. Rasa, a argumentação presta um desserviço à causa. ELAINE CALUX (São Paulo, SP) * Rosely Sayão afirma que a escola precisa prestar contas à comunidade sobre o trabalho que realiza e que as famílias têm o direito de questionar e problematizar. Por que essas mesmas famílias, quando levam seus filhos aos médicos, dentistas, terapeutas etc., não questionam e nem problematizam os procedimentos realizados por esses profissionais? Por acaso esses procedimentos não poderão fracassar? Por que cobrar apenas das escolas e dos professores? ÁUREA ROBERTO DE LIMA (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Não deixa de ser irônica a coincidência dos títulos nas colunas na página A2. Vanessa Grazziotin pede "Diretas Já". Ao seu lado, Hélio Schwartsman pergunta "Diretas já?". E conclui: "Desconfie, portanto, se o seu partido diz que quer diretas já". Hélio, de novo, acertou na mosca. GILSON DE PAULA PACHECO (Belo Horizonte, MG) * Muito lúcida a reflexão de Mario Sergio Conti no texto "Contestação e quebra-quebra". Eu pergunto: é muito difícil isolar e punir os blacks blocs e demais depredadores? FELIPE LUIZ G. E SILVA (São Carlos, SP) - OBITUÁRIO Não conheci Alberto, o Tio Bel, mas, pelo texto de Luisa Leite, gostaria de ter tido o prazer. Boa viagem, Tio Bel. Acelere muitos quilômetros de felicidade lá em cima! RENZO QUERZOLI (Boituva, SP) - INDEPENDÊNCIA O verdadeiro índice da independência de um país é o seu grau de industrialização. Quanto maior a indústria, menor a dependência científica e tecnológica. Honra ao mérito, portanto, aos nossos três maiores presidentes: Getulio Vargas (criou a CSN, a Petrobras e a CLT); Juscelino Kubitschek (indústrias automobilística e naval, criou Brasília) e o general Ernesto Geisel (implantou a indústria de base, pró-alcool e Itaipu e iniciação da abertura democrática). Esses presidentes fizeram com que o Brasil deixasse de ser mero exportador de commodities. E agora? MARLI MIRA HOELTGEBAUM (São Paulo, SP) - LITERATURA A depender da cobertura literária dos últimos meses do caderno "Ilustrada", a lista dos livros "mais lidos" continuará fraca. HELENA KESSEL (Curitiba, PR) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Macri diz concordar com fim de barreiras comerciais, mas pede prazo
O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, disse ao governo do Brasil ter ciência de que as barreiras aos produtos brasileiros "precisam terminar", mas solicitou um "período" de transição. O comentário foi feito durante reunião privada com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, na sexta-feira (4). Também participaram do encontro o futuro chefe de gabinete de Macri, Marcos Peña, e os ministros brasileiros Armando Monteiro (Desenvolvimento) e Mauro Vieira (Relações Exteriores). As barreiras a que Macri se refere são as DJAIS –declaração juramentada de autorização de importação–, que há anos dificultam o comércio entre os dois países, apesar da parceria no Mercosul. A exigência da documentação ajuda o governo argentino a controlar o volume de produtos que chega ao país. Os empresários brasileiros reclamam de meses de atraso na liberação das licenças. Entre os setores atingidos estão têxteis, móveis e calçados. As barreiras e a crise econômica no país vizinho prejudicam as exportações brasileiras num momento em que o Brasil tenta sair da recessão. De janeiro a novembro, as exportações para a Argentina caíram 10,5%, para US$ 11,9 bilhões. Macri, que assume a Presidência da Argentina nesta quinta (10), está pedindo mais prazo para acabar com as licenças de importação, porque a Argentina não tem dólares suficientes para pagar por tudo aquilo que precisa. As reservas internacionais do país somam cerca de US$ 25 bilhões atualmente. As DJAIS já foram condenadas pela OMC (Organização Mundial do Comércio), que havia determinado sua eliminação até janeiro. Segundo a imprensa local, Macri enviou emissários a Genebra, sede do órgão, para pedir extensão do prazo até março. Assessores de Macri para assuntos externos dizem desconhecer a informação sobre o envio de uma comissão negociadora a Genebra. A atual representação argentina no organismo ainda não recebeu instruções de Macri sobre o assunto e espera por sua posse. COMEMORAÇÃO A posição menos protecionista e mais empresarial do novo governo argentino –quase o oposto da gestão Cristina Kirchner– foi comemorada pela equipe técnica de comércio exterior do segundo mandato de Dilma. Segundo apurou a Folha, Macri deu outros sinais positivos na reunião com Dilma, como o apoio à negociação de um acordo de livre comércio com a União Europeia, a aproximação com os países da Aliança do Pacífico e a retomada de um fórum bilateral de discussões dos problemas comerciais. Dilma e Macri combinaram de discutir mais sobre o acordo com os europeus na próxima cúpula do Mercosul, dia 21 de dezembro em Assunção.
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Macri diz concordar com fim de barreiras comerciais, mas pede prazoO presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, disse ao governo do Brasil ter ciência de que as barreiras aos produtos brasileiros "precisam terminar", mas solicitou um "período" de transição. O comentário foi feito durante reunião privada com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, na sexta-feira (4). Também participaram do encontro o futuro chefe de gabinete de Macri, Marcos Peña, e os ministros brasileiros Armando Monteiro (Desenvolvimento) e Mauro Vieira (Relações Exteriores). As barreiras a que Macri se refere são as DJAIS –declaração juramentada de autorização de importação–, que há anos dificultam o comércio entre os dois países, apesar da parceria no Mercosul. A exigência da documentação ajuda o governo argentino a controlar o volume de produtos que chega ao país. Os empresários brasileiros reclamam de meses de atraso na liberação das licenças. Entre os setores atingidos estão têxteis, móveis e calçados. As barreiras e a crise econômica no país vizinho prejudicam as exportações brasileiras num momento em que o Brasil tenta sair da recessão. De janeiro a novembro, as exportações para a Argentina caíram 10,5%, para US$ 11,9 bilhões. Macri, que assume a Presidência da Argentina nesta quinta (10), está pedindo mais prazo para acabar com as licenças de importação, porque a Argentina não tem dólares suficientes para pagar por tudo aquilo que precisa. As reservas internacionais do país somam cerca de US$ 25 bilhões atualmente. As DJAIS já foram condenadas pela OMC (Organização Mundial do Comércio), que havia determinado sua eliminação até janeiro. Segundo a imprensa local, Macri enviou emissários a Genebra, sede do órgão, para pedir extensão do prazo até março. Assessores de Macri para assuntos externos dizem desconhecer a informação sobre o envio de uma comissão negociadora a Genebra. A atual representação argentina no organismo ainda não recebeu instruções de Macri sobre o assunto e espera por sua posse. COMEMORAÇÃO A posição menos protecionista e mais empresarial do novo governo argentino –quase o oposto da gestão Cristina Kirchner– foi comemorada pela equipe técnica de comércio exterior do segundo mandato de Dilma. Segundo apurou a Folha, Macri deu outros sinais positivos na reunião com Dilma, como o apoio à negociação de um acordo de livre comércio com a União Europeia, a aproximação com os países da Aliança do Pacífico e a retomada de um fórum bilateral de discussões dos problemas comerciais. Dilma e Macri combinaram de discutir mais sobre o acordo com os europeus na próxima cúpula do Mercosul, dia 21 de dezembro em Assunção.
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Museu de História Natural de Londres diz adeus a seu famoso dinossauro
A cópia do esqueleto de um dinossauro que está há mais de cem anos no Museu de História Natural de Londres, conhecida popularmente como "Dippy", foi exposta pela última vez nesta quarta-feira (4). O esqueleto do diplodocus montado com 292 ossos de gesso será substituído pelo de uma baleia que morreu em uma praia irlandesa em 1891. Mais de 90 milhões de pessoas visitaram "Dippy" desde que o empresário Andrew Carnegie o presenteou ao museu, em 1905. O dinossauro de gesso é uma réplica de um achado nos Estados Unidos em 1898. Com 21,3 metros de extensão e 4,25 de altura, "Dippy" empreenderá uma turnê de dois anos pelo Reino Unido antes de virar estátua de bronze, que ficará exposta nos jardins do famoso museu da avenida Cromwell.
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Museu de História Natural de Londres diz adeus a seu famoso dinossauroA cópia do esqueleto de um dinossauro que está há mais de cem anos no Museu de História Natural de Londres, conhecida popularmente como "Dippy", foi exposta pela última vez nesta quarta-feira (4). O esqueleto do diplodocus montado com 292 ossos de gesso será substituído pelo de uma baleia que morreu em uma praia irlandesa em 1891. Mais de 90 milhões de pessoas visitaram "Dippy" desde que o empresário Andrew Carnegie o presenteou ao museu, em 1905. O dinossauro de gesso é uma réplica de um achado nos Estados Unidos em 1898. Com 21,3 metros de extensão e 4,25 de altura, "Dippy" empreenderá uma turnê de dois anos pelo Reino Unido antes de virar estátua de bronze, que ficará exposta nos jardins do famoso museu da avenida Cromwell.
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Com delação suspensa, dono da OAS fica em silêncio no depoimento
Após ver suspensa a negociação de sua delação premiada, o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, ficou em silêncio durante depoimento à Justiça, nesta quarta-feira (24). O empreiteiro, que já foi preso na Operação Lava Jato e responde a quatro ações por corrupção e lavagem de dinheiro, tentava um acordo de colaboração, mas a PGR (Procuradoria-Geral da República) rompeu a negociação após o vazamento de termos da delação. Nesta quarta, ele foi interrogado como réu de uma ação sobre o pagamento de propina na CPI da Petrobras, em 2014. Ao juiz Sergio Moro, declarou apenas que, "por orientação dos advogados", iria permanecer em silêncio. Pinheiro, que ficou cinco meses preso, já foi condenado a 16 anos e 4 meses de prisão, por corrupção ativa e lavagem de dinheiro em obras da Petrobras. Ele recorre em liberdade. PAGAMENTO EM PARCELAS A ação a que responde Pinheiro e outras oito pessoas diz respeito ao pagamento de vantagens indevidas ao ex-senador Gim Argello (ex-PTB-DF), que foi vice-presidente da CPI da Petrobras. Um dos réus, o empreiteiro e delator Ricardo Pessoa, da UTC, admitiu em depoimento nesta quarta (24) que realizou o pagamento de R$ 5 milhões em doações eleitorais para Argello e outros partidos políticos do Distrito Federal, em 2014, para evitar sua convocação na CPI. Pessoa disse que achou o valor "muito alto", mas aceitou para "fechar o assunto". "Era um risco para o sistema empresarial, para a imagem da empresa, a continuidade dos negócios, a minha imagem pessoal. Eu tinha uma reputação a ser preservada, e o que eu menos queria era essa exposição", disse Pessoa. Ele parcelou as doações em seis vezes. O empresário ainda afirmou que procurou Argello por sugestão de Léo Pinheiro, durante uma conversa corriqueira. "Ele trouxe o assunto. Para mim, foi como se uma luz aparecesse", afirmou Pessoa. O empreiteiro acabou não sendo chamado a depor na CPI. "Cheguei a perguntar se ele [Gim Argello] garantiria 100%, e ele disse: 'Garantir 100% ninguém garante, mas 90% eu garanto'", declarou. OUTRO LADO A defesa de Gim Argello, preso pela Lava Jato desde abril, nega as acusações e diz que os fatos relatados pelos delatores são "inverídicos ou, no mínimo, distorcidos da realidade". Segundo o advogado Marcelo Bessa, o que o ex-senador fez foi solicitar doações eleitorais, jamais propina, "assim como todos os demais concorrentes [das eleições de 2014]". As doações, de acordo com a defesa, não tinham "qualquer relação com eventual atuação ilícita do então senador na condução dos trabalhos da CPI". Já a defesa de Léo Pinheiro, no processo, argumentou que a denúncia é "incorreta" e pediu a absolvição do empresário. Pinheiro, antes de iniciar a negociação da delação, sempre negou irregularidades.
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Com delação suspensa, dono da OAS fica em silêncio no depoimentoApós ver suspensa a negociação de sua delação premiada, o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, ficou em silêncio durante depoimento à Justiça, nesta quarta-feira (24). O empreiteiro, que já foi preso na Operação Lava Jato e responde a quatro ações por corrupção e lavagem de dinheiro, tentava um acordo de colaboração, mas a PGR (Procuradoria-Geral da República) rompeu a negociação após o vazamento de termos da delação. Nesta quarta, ele foi interrogado como réu de uma ação sobre o pagamento de propina na CPI da Petrobras, em 2014. Ao juiz Sergio Moro, declarou apenas que, "por orientação dos advogados", iria permanecer em silêncio. Pinheiro, que ficou cinco meses preso, já foi condenado a 16 anos e 4 meses de prisão, por corrupção ativa e lavagem de dinheiro em obras da Petrobras. Ele recorre em liberdade. PAGAMENTO EM PARCELAS A ação a que responde Pinheiro e outras oito pessoas diz respeito ao pagamento de vantagens indevidas ao ex-senador Gim Argello (ex-PTB-DF), que foi vice-presidente da CPI da Petrobras. Um dos réus, o empreiteiro e delator Ricardo Pessoa, da UTC, admitiu em depoimento nesta quarta (24) que realizou o pagamento de R$ 5 milhões em doações eleitorais para Argello e outros partidos políticos do Distrito Federal, em 2014, para evitar sua convocação na CPI. Pessoa disse que achou o valor "muito alto", mas aceitou para "fechar o assunto". "Era um risco para o sistema empresarial, para a imagem da empresa, a continuidade dos negócios, a minha imagem pessoal. Eu tinha uma reputação a ser preservada, e o que eu menos queria era essa exposição", disse Pessoa. Ele parcelou as doações em seis vezes. O empresário ainda afirmou que procurou Argello por sugestão de Léo Pinheiro, durante uma conversa corriqueira. "Ele trouxe o assunto. Para mim, foi como se uma luz aparecesse", afirmou Pessoa. O empreiteiro acabou não sendo chamado a depor na CPI. "Cheguei a perguntar se ele [Gim Argello] garantiria 100%, e ele disse: 'Garantir 100% ninguém garante, mas 90% eu garanto'", declarou. OUTRO LADO A defesa de Gim Argello, preso pela Lava Jato desde abril, nega as acusações e diz que os fatos relatados pelos delatores são "inverídicos ou, no mínimo, distorcidos da realidade". Segundo o advogado Marcelo Bessa, o que o ex-senador fez foi solicitar doações eleitorais, jamais propina, "assim como todos os demais concorrentes [das eleições de 2014]". As doações, de acordo com a defesa, não tinham "qualquer relação com eventual atuação ilícita do então senador na condução dos trabalhos da CPI". Já a defesa de Léo Pinheiro, no processo, argumentou que a denúncia é "incorreta" e pediu a absolvição do empresário. Pinheiro, antes de iniciar a negociação da delação, sempre negou irregularidades.
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Conheça jaqueta e calça hi-tech feitas especialmente para turistas
Qualquer pessoa que viaja de avião pode carregar uma série de coisas: celular no bolso da calça, documentos e um casaco às mãos, óculos e máscara para dormir em uma bolsa, tablet... Mas que tal ter um casaco leve com bolsos pensados para todos esses itens? Foi essa necessidade que motivou o indiano Hiral Sanghavi a criar o que ele mesmo definiu como "canivete suíço dos casacos de viagem". No dia 7, ele colocou a peça, batizada de Baubax, em um projeto de financiamento coletivo no site Kickstarter. Até a última terça-feira (28), o projeto já havia angariado US$ 2,9 milhões -a pedida inicial era de US$ 20 mil; segundo a empresa, é o projeto de vestuário mais bem-sucedido da história do site. Em quatro versões -moletom, quebra-vento, jaqueta e blazer-, o Baubax tem 15 "segredos", pensados para quem viaja de avião. Na parte da frente, bolsos específicos para passaporte, óculos, iPad e celular, além de um compartimento para fones de ouvido. Casaco 007 Também foram desenhados bolsos para carregar o cobertor da marca (vendido por US$ 25), e um só para bebidas, para quando a mesinha do avião estiver ocupada; de neoprene, ele promete manter a temperatura do líquido. As mangas ainda "escondem" luvas retráteis e o capuz traz consigo um travesseiro inflável e uma máscara. Último truque "007", o zíper é, na verdade, uma caneta. O projeto teve mais de 16 mil apoiadores -com doações de ao menos US$ 89, eles ganhavam um moletom (que deve custar US$ 160). CALÇA QUE NÃO AMASSA Outro bem-sucedido projeto de arrecadação no site de "crowdfunding", encerrado no começo da semana, também envolveu um item de vestuário para turismo. A Bluff Works, que há três anos havia viabilizado pela plataforma um projeto de calça, desenvolveu um novo modelo, específico para viagens. "Calças masculinas ou são feitas de um belo algodão, mas ficam enrugadas o tempo todo, ou não enrugam porque são de tecido sintético e desconfortável", explica o dono da empresa, Stefan Loble. Desta vez, ele desenvolveu um tecido que não amassa, estica e é confortável como algodão e pode secar em uma hora no varal -sem deixar vincos. Por essa capacidade, Loble a batizou de "calça de viagem". O modelo ainda tem bolsos "secretos", com zíper, para o passaporte e um smartphone. O projeto pedia US$ 15 mil, mas conseguiu arrecadar, em 30 dias, US$ 118 mil. A expectativa é que todos os produtos sejam vendidos pela web após o lançamento.
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Conheça jaqueta e calça hi-tech feitas especialmente para turistasQualquer pessoa que viaja de avião pode carregar uma série de coisas: celular no bolso da calça, documentos e um casaco às mãos, óculos e máscara para dormir em uma bolsa, tablet... Mas que tal ter um casaco leve com bolsos pensados para todos esses itens? Foi essa necessidade que motivou o indiano Hiral Sanghavi a criar o que ele mesmo definiu como "canivete suíço dos casacos de viagem". No dia 7, ele colocou a peça, batizada de Baubax, em um projeto de financiamento coletivo no site Kickstarter. Até a última terça-feira (28), o projeto já havia angariado US$ 2,9 milhões -a pedida inicial era de US$ 20 mil; segundo a empresa, é o projeto de vestuário mais bem-sucedido da história do site. Em quatro versões -moletom, quebra-vento, jaqueta e blazer-, o Baubax tem 15 "segredos", pensados para quem viaja de avião. Na parte da frente, bolsos específicos para passaporte, óculos, iPad e celular, além de um compartimento para fones de ouvido. Casaco 007 Também foram desenhados bolsos para carregar o cobertor da marca (vendido por US$ 25), e um só para bebidas, para quando a mesinha do avião estiver ocupada; de neoprene, ele promete manter a temperatura do líquido. As mangas ainda "escondem" luvas retráteis e o capuz traz consigo um travesseiro inflável e uma máscara. Último truque "007", o zíper é, na verdade, uma caneta. O projeto teve mais de 16 mil apoiadores -com doações de ao menos US$ 89, eles ganhavam um moletom (que deve custar US$ 160). CALÇA QUE NÃO AMASSA Outro bem-sucedido projeto de arrecadação no site de "crowdfunding", encerrado no começo da semana, também envolveu um item de vestuário para turismo. A Bluff Works, que há três anos havia viabilizado pela plataforma um projeto de calça, desenvolveu um novo modelo, específico para viagens. "Calças masculinas ou são feitas de um belo algodão, mas ficam enrugadas o tempo todo, ou não enrugam porque são de tecido sintético e desconfortável", explica o dono da empresa, Stefan Loble. Desta vez, ele desenvolveu um tecido que não amassa, estica e é confortável como algodão e pode secar em uma hora no varal -sem deixar vincos. Por essa capacidade, Loble a batizou de "calça de viagem". O modelo ainda tem bolsos "secretos", com zíper, para o passaporte e um smartphone. O projeto pedia US$ 15 mil, mas conseguiu arrecadar, em 30 dias, US$ 118 mil. A expectativa é que todos os produtos sejam vendidos pela web após o lançamento.
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Nova detenta de série 'Orange is the New Black' é australiana; veja outras cinco atrizes que nasceram no país
As atrizes australianas estão por toda a parte —embora, às vezes, com seus sotaques disfarçados, se passem por americanas, inglesas e até seres mitológicos. A nova detenta de "Orange is the New Black", por exemplo, é a australiana Ruby Rose, segundo o site. Elas estão em filmes como "O Curioso Caso de Benjamin Button", "O Sexto Sentido" e "Alice no País das Maravilhas" e frequentam os red carpets de Hollywood. Veja quem são as atrizes "from down under" -apelido carinhoso usado para se referir à Austrália, que tem todo o território no hemisfério Sul: 1. Ruby Rose Aos 28 anos, a atriz australiana Ruby Rose será a nova detenta de Lichtfield, a penitenciária fictícia da série "Orange is The New Black". Ex-modelo e VJ da MTV em seu país, ela viverá Stella Carling na terceira temporada do seriado, com estreia programada para junho ou julho deste ano no Netflix A personagem, sarcástica, deve causar na cadeia: vai chamar a atenção tanto de Piper (Taylor Schilling) como de Alex (Laura Prepon), que tinham um relacionamento nas temporadas anteriores. 2. Cate Blanchett A atriz, nascida em 1969 em Melbourne, já foi inglesa, americana e até elfa: está na trilogia "O Hobbit" e também em filmes como "O Curioso Caso de Benjamin Button", em que contracena com Brad Pitt, "O Aviador", com Leonardo DiCaprio -pelo qual ganhou um Oscar- e "Elizabeth", em que faz a rainha Elizabeth I. 3. Toni Collete A atriz de 42 anos é natural de Sydney e tem algo como uma "vocação maternal": tanto em "O Sexto Sentido" -pelo qual recebeu uma indicação ao Oscar- e "Pequena Miss Sunshine", ela interpreta a mãe dos protagonistas, um menino que vê mortos e uma menina que quer vencer um concurso de beleza. 4. Rose Byrne Também de Sydney, Byrne já foi a Dr. Moira de "X-Men: Primeira Classe" e participou do musical "Annie" -um dos filmes vazados por hackers no escândalo da Sony, em dezembro de 2014. A atriz recebeu duas indicações ao Globo de Ouro por seu papel na série "Damages". 5. Abbie Cornish Falando em sotaques: Aos 32 anos, a australiana natural de Lochinvar, interpretou uma jovem mãe texana que passa a contrabandear mexicanos pela fronteira depois de perder a guarda da filha em "The Girl", de 2012. 6. Mia Wasikowska A Alice de "Alice no País das Maravilhas", do diretor Tim Burton -papel de que deve repetir em 2016- a atriz nasceu na capital da Austrália, Canberra. Foi também Emma Bovary na adaptação do livro de Flaubert "Madame Bovary", de 2014. * BÔNUS Duas atrizes que, na verdade, não nasceram na Austrália. Você sabia? 7. Nicole Kidman Recebeu um Oscar de Melhor Atriz por seu papel como Virginia Woolf em "As Horas" e, recentemente, disse ao comediante Jimmy Fallon que se sentiu esnobada por ele no passado. Que vacilo, Fallon! 8. Naomi Watts Você sabia que a atriz Naomi Watts nasceu, na verdade, na Inglaterra? Mais precisamente, na cidade de Shoreham, um ano depois de Nicole, e mudou-se para a Austrália aos quatorze anos. Recebeu duas indicações ao Oscar por "O Impossível" e "21 Gramas", além de estrelar filmes como a refilmagem americana do filme de terror japonês "O Chamado" e do clássico "King Kong" -aliás, o site "IMDB" lista seu apelido como "Rainha das Refilmagens". Apesar disso, participa do novo filme (inédito) de Iñarritu, "Birdman", líder emindicações ao Globo de Ouro de 2015 e vive Lady Di na cinebiografia "Diana".
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Nova detenta de série 'Orange is the New Black' é australiana; veja outras cinco atrizes que nasceram no paísAs atrizes australianas estão por toda a parte —embora, às vezes, com seus sotaques disfarçados, se passem por americanas, inglesas e até seres mitológicos. A nova detenta de "Orange is the New Black", por exemplo, é a australiana Ruby Rose, segundo o site. Elas estão em filmes como "O Curioso Caso de Benjamin Button", "O Sexto Sentido" e "Alice no País das Maravilhas" e frequentam os red carpets de Hollywood. Veja quem são as atrizes "from down under" -apelido carinhoso usado para se referir à Austrália, que tem todo o território no hemisfério Sul: 1. Ruby Rose Aos 28 anos, a atriz australiana Ruby Rose será a nova detenta de Lichtfield, a penitenciária fictícia da série "Orange is The New Black". Ex-modelo e VJ da MTV em seu país, ela viverá Stella Carling na terceira temporada do seriado, com estreia programada para junho ou julho deste ano no Netflix A personagem, sarcástica, deve causar na cadeia: vai chamar a atenção tanto de Piper (Taylor Schilling) como de Alex (Laura Prepon), que tinham um relacionamento nas temporadas anteriores. 2. Cate Blanchett A atriz, nascida em 1969 em Melbourne, já foi inglesa, americana e até elfa: está na trilogia "O Hobbit" e também em filmes como "O Curioso Caso de Benjamin Button", em que contracena com Brad Pitt, "O Aviador", com Leonardo DiCaprio -pelo qual ganhou um Oscar- e "Elizabeth", em que faz a rainha Elizabeth I. 3. Toni Collete A atriz de 42 anos é natural de Sydney e tem algo como uma "vocação maternal": tanto em "O Sexto Sentido" -pelo qual recebeu uma indicação ao Oscar- e "Pequena Miss Sunshine", ela interpreta a mãe dos protagonistas, um menino que vê mortos e uma menina que quer vencer um concurso de beleza. 4. Rose Byrne Também de Sydney, Byrne já foi a Dr. Moira de "X-Men: Primeira Classe" e participou do musical "Annie" -um dos filmes vazados por hackers no escândalo da Sony, em dezembro de 2014. A atriz recebeu duas indicações ao Globo de Ouro por seu papel na série "Damages". 5. Abbie Cornish Falando em sotaques: Aos 32 anos, a australiana natural de Lochinvar, interpretou uma jovem mãe texana que passa a contrabandear mexicanos pela fronteira depois de perder a guarda da filha em "The Girl", de 2012. 6. Mia Wasikowska A Alice de "Alice no País das Maravilhas", do diretor Tim Burton -papel de que deve repetir em 2016- a atriz nasceu na capital da Austrália, Canberra. Foi também Emma Bovary na adaptação do livro de Flaubert "Madame Bovary", de 2014. * BÔNUS Duas atrizes que, na verdade, não nasceram na Austrália. Você sabia? 7. Nicole Kidman Recebeu um Oscar de Melhor Atriz por seu papel como Virginia Woolf em "As Horas" e, recentemente, disse ao comediante Jimmy Fallon que se sentiu esnobada por ele no passado. Que vacilo, Fallon! 8. Naomi Watts Você sabia que a atriz Naomi Watts nasceu, na verdade, na Inglaterra? Mais precisamente, na cidade de Shoreham, um ano depois de Nicole, e mudou-se para a Austrália aos quatorze anos. Recebeu duas indicações ao Oscar por "O Impossível" e "21 Gramas", além de estrelar filmes como a refilmagem americana do filme de terror japonês "O Chamado" e do clássico "King Kong" -aliás, o site "IMDB" lista seu apelido como "Rainha das Refilmagens". Apesar disso, participa do novo filme (inédito) de Iñarritu, "Birdman", líder emindicações ao Globo de Ouro de 2015 e vive Lady Di na cinebiografia "Diana".
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5 ideias sobre como conversar com seu filho pequeno para 'construir' seu cérebro
Como o acesso à linguagem afeta o desenvolvimento e o aprendizado de bebês e crianças pequenas? A cirurgiã pediátrica americana Dana Suskind passou a investigar a fundo essa questão ao operar bebês com problemas auditivos. Ela percebeu que, entre os bebês que recebiam implantes cocleares (implantes para casos de surdez profunda), os que melhor desenvolviam a habilidade de se comunicar eram os que moravam em lares onde havia mais diálogo, mais interação e mais variedade de vocabulário. Suas percepções foram reforçadas por um estudo de 1995 que havia identificado que crianças com menos acesso à linguagem (muitas delas em situações de pobreza) chegavam a ouvir 30 milhões a menos de palavras acumuladas até os quatro anos de idade em comparação a outras em situação mais favorável –e essas últimas se mostravam mais preparadas ao entrar na escola, tinham vocabulário mais rico, mais fluência na leitura e, por consequência, conseguiam notas mais altas. Como uma grande parte do crescimento do cérebro é concluída justamente aos quatro anos, "as crianças que largavam na frente [em termos de linguagem] continuavam à frente; as que começavam com defasagens ficavam para trás", apontou o estudo. Para diminuir essas disparidades de linguagem em crianças de famílias carentes, Suskind criou em Chicago, nos Estados Unidos, a Iniciativa Trinta Milhões de Palavras, programa que, desde a maternidade e nas visitas pediátricas, ensina pais e mães a respeito da importância de conversar e interagir com os bebês desde seu primeiro dia de vida, para estimular a construção de novas conexões neurais no pequeno cérebro que se forma. "Temos aprendido que os cérebros podem ser construídos –ele se alimenta de linguagem e de um ambiente enriquecedor provido pelos adultos nos primeiros anos de vida", explica Suskind à BBC Brasil. "Mesmo que o bebê não entenda o que está sendo falado, a linguagem estará formando a arquitetura do cérebro para o pensamento e a aprendizagem. Pais e cuidadores são a força mais poderosa em construir o cérebro das crianças e prepará-las para a escola", acrescenta. O programa agora tem sido expandido para outras áreas dos Estados Unidos, e Suskind –que também é professora da Universidade de Chicago– escreveu um livro com base na experiência: Thirty Million Words - Building a Child's Brain (Trinta milhões de palavras - construindo o cérebro infantil, em tradução livre). Em entrevista à BBC Brasil, ela ensina ideias sobre como usar a linguagem de forma produtiva para estimular o cérebro infantil. 1. Ter seu filho como um 'parceiro de conversas' Uma das primeiras lições do "Trinta Milhões de Palavras" é algo já intuitivo para os pais: reagir aos sons, olhares e gestos do bebê desde o nascimento, de forma natural e integrada ao cotidiano. "Se você estiver trocando a fralda dele ou pegando um ônibus, explique isso ao bebê. É uma oportunidade de enriquecer o vocabulário dele e de mostrar a relação entre um determinado som e o ato a que ele pertence." Suskind cita pesquisas que mostram que ir além da conversa básica –"vem cá", "coloque seus sapatos", "coma sua comida"– é um ponto crucial para desenvolver a linguagem das crianças. É o que ela chama de "conversa extra", ou seja, dialogar com a criança e o ambiente ao seu redor e estimular as conversas: "que árvore grande!"; "quem é o menino que está com a fralda suja?"; "qual é o gosto dessa comida?"; "o que você acha que aconteceu com o personagem daquele livro?". "A quantidade [de palavras] é apenas uma parte da equação. A qualidade da conversa é tão ou mais importante –a riqueza do vocabulário, as idas e vindas da conversa, a forma como você fala", enumera ela à BBC Brasil. "É importante enxergar o seu bebê como um parceiro de conversas desde seu primeiro dia de vida", completa. 2. Ajudar a desenvolver habilidades matemáticas Pais podem ajudar a desenvolver o senso espacial dos filhos e suas habilidades matemáticas simplesmente ao falarem a respeito disso. "Se você usar conceitos matemáticos e espaciais –ao, por exemplo, contar os dedos dos pés e mãos, comparar o tamanho de um triângulo, usar palavras que se refiram aos diferentes formatos dos objetos– ajudará a preparar as crianças para aprender matemática", explica Suskind. Um estudo da Universidade de Chicago pediu a crianças de quatro anos que pegassem cartões com pontos desenhados neles de forma a corresponder a um número (por exemplo: ao ouvir o número cinco, pegar o cartão com cinco pontos desenhados). E descobriu que as crianças que haviam sido expostas a mais vocabulário matemático e a noções espaciais conseguiram fazer mais correspondências corretas. Além disso, argumenta Suskind, é justamente nas "conversas matemáticas" que uma importante disparidade de gênero ocorre. "Um estudo com mães de classe média e alta mostrou que filhas de até dois anos ouviam a metade das conversas matemáticas do que os filhos", escreve a cirurgiã. "Isso pode afastar as meninas de campos que podem interessá-las. (...) Meninas que escutam que a matemática 'não é seu forte' muitas vezes não vão bem em matemática." 3. Falar positivamente, mas elogiar mais o esforço do que a criança Segundo Suskind, crianças em famílias carentes chegam a ouvir mais do dobro de comentários negativos –"você está sendo malcriado"; "você está errado"– por hora do que crianças em famílias em melhor situação socioeconômica. Também ouvem menos elogios. E, como essas crianças já tendem a escutar menos palavras em geral, essas expressões negativas acabam tendo um peso maior no desenvolvimento cognitivo delas. "Como será escutar, repetidamente, que você nunca faz nada certo? É um ambiente infantil difícil de ser superado", diz Suskind. "É grande a diferença entre palavras de proibição ('não faça isso', 'pare') e de encorajamento ('muito bem'). Causa estresse no cérebro ouvi-las repetidamente. É importante tentar mudar ordens para uma conversa mais produtiva." Mas se a linguagem negativa e proibitiva pode ser uma barreira ao desenvolvimento e ao aprendizado, será que a resposta é elogiar sempre –e dizer constantemente que seu filho é incrível e inteligente? "Não", explica Suskind. Em seu livro, a médica cita pesquisas mostrando que esse tipo de elogio pode, em vez de fortalecer futuros adultos, apenas deixá-los passivos e dependentes da opinião alheia. "O que buscamos não são os olhos [das crianças] voltados para si, felizes de autossatisfação, mas sim crianças que vejam uma tarefa e, independentemente de quão desafiadora ela seja, consigam quase imediatamente pensar em como ela pode ser cumprida", diz a autora. "É o que os pais desejam: adultos estáveis, construtivos, motivados", acrescenta. O caminho para isso, segundo os estudos analisados por Suskind, é reconhecer e elogiar não só a criança, mas o esforço e o empenho dela em suas atividades diárias. Ou seja, em vez de apenas dizer "você é muito esperta" a uma menina que completou um quebra-cabeça difícil, vá além: "vi que você se esforçou para terminar, e conseguiu. Muito bem!" Suskind sugere buscar no dia a dia momentos em que a criança tenha se destacado. "A criança ainda está aprendendo o que é se comportar bem. Apontar esses momentos a ela reforça a ideia de o que isso significa", explica. 4. Estimular a autonomia, em vez de apenas a obediência Suskind cita duas frases que podem ser ditas a uma criança em um mesmo contexto: "Agora guarde seus brinquedos." "O que devemos fazer com os brinquedos depois que terminamos de brincar?" "A primeira frase é uma ordem que deve ser cumprida, sem ser questionada. A segunda frase, no entanto, apoia a autonomia da criança. (...) Bebês de um ano cujas mães calmamente sugerem, em vez de ordenarem, regras de comportamento ganharam, aos quatro anos, mais funções executivas e autorregulação" –que são nossa capacidade de nos mantermos centrados diante de um problema, em vez de reagir de forma explosiva e violenta. "Pais que usam a pressão e a autoridade para restringir o comportamento do filho podem obter a obediência no curto prazo, mas, no longo, estão criando condições para baixa autorregulação [da criança], produzindo adultos que podem ter sérios problemas de autocontrole", diz a médica. Além disso, ordens diretas e curtas como "sente", "fique quieto" e "não faça isso" são, segundo Suskind, "o método menos eficiente de construir conexões cerebrais, porque exigem nenhuma ou pouca resposta de linguagem". Talvez seja mais eficiente, em vez de dizer apenas "coloque seus sapatos", explicar o que está por trás do pedido e a relação entre causa e efeito das coisas: "É hora de ir à escola, então é bom colocar os sapatos para manter os pés secos e quentinhos. Por favor, vá buscá-los". 5. Sintonizar-se com a criança –e entregar-se à "vozinha de bebê" Suskind recomenda prestar atenção ao que está despertando o interesse da criança –uma brincadeira, um objeto– e transformar isso em tema de conversa. Mais um exemplo: O pai ou a mãe, com as melhores das intenções, senta no chão ao lado da criança com um livro infantil nas mãos. Mas a criança não presta atenção e continua a brincar com seu brinquedo, esnobando o adulto. Que tal então, em vez de impor a leitura do livro, entrar na brincadeira da criança e conversar a respeito dela? "Os pais aprendem a tomar consciência do que o que os filhos estão fazendo e se tornam parte disso, ajudando a desenvolver a habilidade praticada na brincadeira e, por meio da interação verbal, o cérebro infantil", escreve a médica. Entrar em sintonia também envolve, segundo ela, aproveitar todas as oportunidades para ler e cantar com a criança –ou mesmo falar com aquela voz infantilizada que muitos de nós usamos com bebês. "Aquela voz em tom cantado é um rico nutriente para o cérebro do bebê, porque ajuda-o a entender os sons das palavras", explica Suskind. Aqui, mais um alerta: um jeito fácil de perder essa sintonia com crianças e bebês é deixar-se distrair pelo celular durante a brincadeira. "Smartphones estão tomando o lugar da interação pessoal com os bebês e as crianças", critica a médica. "Só quando a criança é o foco principal dos pais que ocorrerá a atenção necessária para o desenvolvimento cerebral ideal", conclui.
equilibrioesaude
5 ideias sobre como conversar com seu filho pequeno para 'construir' seu cérebroComo o acesso à linguagem afeta o desenvolvimento e o aprendizado de bebês e crianças pequenas? A cirurgiã pediátrica americana Dana Suskind passou a investigar a fundo essa questão ao operar bebês com problemas auditivos. Ela percebeu que, entre os bebês que recebiam implantes cocleares (implantes para casos de surdez profunda), os que melhor desenvolviam a habilidade de se comunicar eram os que moravam em lares onde havia mais diálogo, mais interação e mais variedade de vocabulário. Suas percepções foram reforçadas por um estudo de 1995 que havia identificado que crianças com menos acesso à linguagem (muitas delas em situações de pobreza) chegavam a ouvir 30 milhões a menos de palavras acumuladas até os quatro anos de idade em comparação a outras em situação mais favorável –e essas últimas se mostravam mais preparadas ao entrar na escola, tinham vocabulário mais rico, mais fluência na leitura e, por consequência, conseguiam notas mais altas. Como uma grande parte do crescimento do cérebro é concluída justamente aos quatro anos, "as crianças que largavam na frente [em termos de linguagem] continuavam à frente; as que começavam com defasagens ficavam para trás", apontou o estudo. Para diminuir essas disparidades de linguagem em crianças de famílias carentes, Suskind criou em Chicago, nos Estados Unidos, a Iniciativa Trinta Milhões de Palavras, programa que, desde a maternidade e nas visitas pediátricas, ensina pais e mães a respeito da importância de conversar e interagir com os bebês desde seu primeiro dia de vida, para estimular a construção de novas conexões neurais no pequeno cérebro que se forma. "Temos aprendido que os cérebros podem ser construídos –ele se alimenta de linguagem e de um ambiente enriquecedor provido pelos adultos nos primeiros anos de vida", explica Suskind à BBC Brasil. "Mesmo que o bebê não entenda o que está sendo falado, a linguagem estará formando a arquitetura do cérebro para o pensamento e a aprendizagem. Pais e cuidadores são a força mais poderosa em construir o cérebro das crianças e prepará-las para a escola", acrescenta. O programa agora tem sido expandido para outras áreas dos Estados Unidos, e Suskind –que também é professora da Universidade de Chicago– escreveu um livro com base na experiência: Thirty Million Words - Building a Child's Brain (Trinta milhões de palavras - construindo o cérebro infantil, em tradução livre). Em entrevista à BBC Brasil, ela ensina ideias sobre como usar a linguagem de forma produtiva para estimular o cérebro infantil. 1. Ter seu filho como um 'parceiro de conversas' Uma das primeiras lições do "Trinta Milhões de Palavras" é algo já intuitivo para os pais: reagir aos sons, olhares e gestos do bebê desde o nascimento, de forma natural e integrada ao cotidiano. "Se você estiver trocando a fralda dele ou pegando um ônibus, explique isso ao bebê. É uma oportunidade de enriquecer o vocabulário dele e de mostrar a relação entre um determinado som e o ato a que ele pertence." Suskind cita pesquisas que mostram que ir além da conversa básica –"vem cá", "coloque seus sapatos", "coma sua comida"– é um ponto crucial para desenvolver a linguagem das crianças. É o que ela chama de "conversa extra", ou seja, dialogar com a criança e o ambiente ao seu redor e estimular as conversas: "que árvore grande!"; "quem é o menino que está com a fralda suja?"; "qual é o gosto dessa comida?"; "o que você acha que aconteceu com o personagem daquele livro?". "A quantidade [de palavras] é apenas uma parte da equação. A qualidade da conversa é tão ou mais importante –a riqueza do vocabulário, as idas e vindas da conversa, a forma como você fala", enumera ela à BBC Brasil. "É importante enxergar o seu bebê como um parceiro de conversas desde seu primeiro dia de vida", completa. 2. Ajudar a desenvolver habilidades matemáticas Pais podem ajudar a desenvolver o senso espacial dos filhos e suas habilidades matemáticas simplesmente ao falarem a respeito disso. "Se você usar conceitos matemáticos e espaciais –ao, por exemplo, contar os dedos dos pés e mãos, comparar o tamanho de um triângulo, usar palavras que se refiram aos diferentes formatos dos objetos– ajudará a preparar as crianças para aprender matemática", explica Suskind. Um estudo da Universidade de Chicago pediu a crianças de quatro anos que pegassem cartões com pontos desenhados neles de forma a corresponder a um número (por exemplo: ao ouvir o número cinco, pegar o cartão com cinco pontos desenhados). E descobriu que as crianças que haviam sido expostas a mais vocabulário matemático e a noções espaciais conseguiram fazer mais correspondências corretas. Além disso, argumenta Suskind, é justamente nas "conversas matemáticas" que uma importante disparidade de gênero ocorre. "Um estudo com mães de classe média e alta mostrou que filhas de até dois anos ouviam a metade das conversas matemáticas do que os filhos", escreve a cirurgiã. "Isso pode afastar as meninas de campos que podem interessá-las. (...) Meninas que escutam que a matemática 'não é seu forte' muitas vezes não vão bem em matemática." 3. Falar positivamente, mas elogiar mais o esforço do que a criança Segundo Suskind, crianças em famílias carentes chegam a ouvir mais do dobro de comentários negativos –"você está sendo malcriado"; "você está errado"– por hora do que crianças em famílias em melhor situação socioeconômica. Também ouvem menos elogios. E, como essas crianças já tendem a escutar menos palavras em geral, essas expressões negativas acabam tendo um peso maior no desenvolvimento cognitivo delas. "Como será escutar, repetidamente, que você nunca faz nada certo? É um ambiente infantil difícil de ser superado", diz Suskind. "É grande a diferença entre palavras de proibição ('não faça isso', 'pare') e de encorajamento ('muito bem'). Causa estresse no cérebro ouvi-las repetidamente. É importante tentar mudar ordens para uma conversa mais produtiva." Mas se a linguagem negativa e proibitiva pode ser uma barreira ao desenvolvimento e ao aprendizado, será que a resposta é elogiar sempre –e dizer constantemente que seu filho é incrível e inteligente? "Não", explica Suskind. Em seu livro, a médica cita pesquisas mostrando que esse tipo de elogio pode, em vez de fortalecer futuros adultos, apenas deixá-los passivos e dependentes da opinião alheia. "O que buscamos não são os olhos [das crianças] voltados para si, felizes de autossatisfação, mas sim crianças que vejam uma tarefa e, independentemente de quão desafiadora ela seja, consigam quase imediatamente pensar em como ela pode ser cumprida", diz a autora. "É o que os pais desejam: adultos estáveis, construtivos, motivados", acrescenta. O caminho para isso, segundo os estudos analisados por Suskind, é reconhecer e elogiar não só a criança, mas o esforço e o empenho dela em suas atividades diárias. Ou seja, em vez de apenas dizer "você é muito esperta" a uma menina que completou um quebra-cabeça difícil, vá além: "vi que você se esforçou para terminar, e conseguiu. Muito bem!" Suskind sugere buscar no dia a dia momentos em que a criança tenha se destacado. "A criança ainda está aprendendo o que é se comportar bem. Apontar esses momentos a ela reforça a ideia de o que isso significa", explica. 4. Estimular a autonomia, em vez de apenas a obediência Suskind cita duas frases que podem ser ditas a uma criança em um mesmo contexto: "Agora guarde seus brinquedos." "O que devemos fazer com os brinquedos depois que terminamos de brincar?" "A primeira frase é uma ordem que deve ser cumprida, sem ser questionada. A segunda frase, no entanto, apoia a autonomia da criança. (...) Bebês de um ano cujas mães calmamente sugerem, em vez de ordenarem, regras de comportamento ganharam, aos quatro anos, mais funções executivas e autorregulação" –que são nossa capacidade de nos mantermos centrados diante de um problema, em vez de reagir de forma explosiva e violenta. "Pais que usam a pressão e a autoridade para restringir o comportamento do filho podem obter a obediência no curto prazo, mas, no longo, estão criando condições para baixa autorregulação [da criança], produzindo adultos que podem ter sérios problemas de autocontrole", diz a médica. Além disso, ordens diretas e curtas como "sente", "fique quieto" e "não faça isso" são, segundo Suskind, "o método menos eficiente de construir conexões cerebrais, porque exigem nenhuma ou pouca resposta de linguagem". Talvez seja mais eficiente, em vez de dizer apenas "coloque seus sapatos", explicar o que está por trás do pedido e a relação entre causa e efeito das coisas: "É hora de ir à escola, então é bom colocar os sapatos para manter os pés secos e quentinhos. Por favor, vá buscá-los". 5. Sintonizar-se com a criança –e entregar-se à "vozinha de bebê" Suskind recomenda prestar atenção ao que está despertando o interesse da criança –uma brincadeira, um objeto– e transformar isso em tema de conversa. Mais um exemplo: O pai ou a mãe, com as melhores das intenções, senta no chão ao lado da criança com um livro infantil nas mãos. Mas a criança não presta atenção e continua a brincar com seu brinquedo, esnobando o adulto. Que tal então, em vez de impor a leitura do livro, entrar na brincadeira da criança e conversar a respeito dela? "Os pais aprendem a tomar consciência do que o que os filhos estão fazendo e se tornam parte disso, ajudando a desenvolver a habilidade praticada na brincadeira e, por meio da interação verbal, o cérebro infantil", escreve a médica. Entrar em sintonia também envolve, segundo ela, aproveitar todas as oportunidades para ler e cantar com a criança –ou mesmo falar com aquela voz infantilizada que muitos de nós usamos com bebês. "Aquela voz em tom cantado é um rico nutriente para o cérebro do bebê, porque ajuda-o a entender os sons das palavras", explica Suskind. Aqui, mais um alerta: um jeito fácil de perder essa sintonia com crianças e bebês é deixar-se distrair pelo celular durante a brincadeira. "Smartphones estão tomando o lugar da interação pessoal com os bebês e as crianças", critica a médica. "Só quando a criança é o foco principal dos pais que ocorrerá a atenção necessária para o desenvolvimento cerebral ideal", conclui.
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O último dos Fluxus
Conheci Ben Patterson em 1983 quando ele veio a São Paulo, com uma delegação do grupo Fluxus, para a 17ª Bienal. Ocuparam o térreo com desenhos, fotos, objetos e esculturas. Era um ótimo conjunto de peças que ilustravam bem o espírito brincalhão e transgressor deste emblemático grupo internacional de artistas. Em uma segunda visita àquela Bienal, fui surpreendido por três apresentações de performances que pareciam ter aguardado minha chegada para iniciarem. Na primeira, Ben Vautier de joelhos, mergulhava seus cabelos crespos em uma tigela com tinta preta e depois os passava em um longo rolo de papel branco que ia desenrolando com os pés. No final o resultado era um longo e expressivo desenho acidental em um tapete de papel. Dizia que esta performance era uma criação de Nam June Paik, um dos mais conhecidos artista do grupo. Em seguida, dirigia-se a um piano de armário já bem detonado. Com um martelo, iniciava o pregar das teclas. Repetia a ação tecla por tecla, deixando expostas as cabeças dos pregos e, de vez em quando, dizia: "This is not a good hammer!" (esse não é um bom martelo). Jogando o martelo de lado, trocava-o por outro melhor. No final todo o teclado estava pregado! Um intrigante objeto, um desconcertante concerto. Em outro canto, Wolf Vostell tomava, de um grande saco cheio, lâmpadas incandescentes leitosas queimadas, atirando-as uma a uma sobre um vidro Blindex, encostado, meio inclinado, em um dos pilares do prédio. Cada lâmpada explodia, produzindo uma pequena fumaça branca, enquanto os estilhaços se acumulavam no chão perto do vidro. Um lindo e criativo uso para lâmpadas queimadas. Essas três performances foram três agradáveis surpresas e três importantes aulas sobre o que, afinal, eram as performances. Em todas estavam presentes objetos: tigela, tinta, papel, piano, martelo, pregos, saco, lâmpadas e vidro blindex. Em todas havia um uso cênico inusitado desses objetos conhecidos. Já havia visto José Roberto Aguilar tocar piano com luvas de boxe em 1979 numa arena na Pinacoteca, Hudinilson Jr. transar com uma copiadora em funcionamento, além da videocriatura de Otavio Donasci. As performances do Fluxus potencializaram o conceito e apontavam na direção que já seguíamos: a de criar cenas inusitadas e "nonsense" com objetos conhecidos ou construídos. Havia uma pauta, mas não necessariamente texto. Dias depois, minha amiga Helena Hungria, que fazia a tradução simultânea para o grupo, contou-me que havia iniciado namoro com um dos artistas –Ben Patterson. Fiquei curioso em conhecê-lo e combinamos um encontro em meu ateliê na rua Pamplona. Bonachão, Ben me presenteou com o jogo "O Lago" –uma caixa com oito sapos pequenos de brinquedo movidos a corda e um diagrama impresso em A4. Ben reproduziu o diagrama no piso com fita crepe e orientou cada um de nós a ocupar um lugar no diagrama. Para cada um, deu um sapo. Na casa aonde cada sapo ia parar aleatoriamente, tínhamos de fazer uma onomatopeia ou realizar uma atividade. Muito divertido. Em 1988, fui pela primeira vez a Nova York, e lá o casal já estabelecido me recebeu em sua residência. Na ocasião, ganhei um novo presente –um boneco elétrico todo desengonçado que Ben disse tratar-se de meu retrato. Ri e agradeci a lembrança. Fomos visitar dois artistas do grupo. Para um dei meu cartão e ele o colocou na boca e me perguntou se era para comer? Achei meio forçado, mas achei Fluxus. Durante o passeio, Helena ia me contando a história dos artistas e suas ligações com o grupo. Hoje, Ben Patterson está novamente entre nós, para provocar e para ser homenageado por seus Brazilian friends. NOTA: A mostra "Jogando com Ben Patterson" fica na galeria Bolsa de Arte, em São Paulo, até quarta (23), da qual participam Guto Lacaz, Paulo Bruscky, Cristina Barroso, Dudi Maia Rosa e Francisco Klinger Carvalho. GUTO LACAZ, 67, arquiteto e artista plástico, apresenta performance dia 25/1 no lago do parque do Ibirapuera.
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O último dos FluxusConheci Ben Patterson em 1983 quando ele veio a São Paulo, com uma delegação do grupo Fluxus, para a 17ª Bienal. Ocuparam o térreo com desenhos, fotos, objetos e esculturas. Era um ótimo conjunto de peças que ilustravam bem o espírito brincalhão e transgressor deste emblemático grupo internacional de artistas. Em uma segunda visita àquela Bienal, fui surpreendido por três apresentações de performances que pareciam ter aguardado minha chegada para iniciarem. Na primeira, Ben Vautier de joelhos, mergulhava seus cabelos crespos em uma tigela com tinta preta e depois os passava em um longo rolo de papel branco que ia desenrolando com os pés. No final o resultado era um longo e expressivo desenho acidental em um tapete de papel. Dizia que esta performance era uma criação de Nam June Paik, um dos mais conhecidos artista do grupo. Em seguida, dirigia-se a um piano de armário já bem detonado. Com um martelo, iniciava o pregar das teclas. Repetia a ação tecla por tecla, deixando expostas as cabeças dos pregos e, de vez em quando, dizia: "This is not a good hammer!" (esse não é um bom martelo). Jogando o martelo de lado, trocava-o por outro melhor. No final todo o teclado estava pregado! Um intrigante objeto, um desconcertante concerto. Em outro canto, Wolf Vostell tomava, de um grande saco cheio, lâmpadas incandescentes leitosas queimadas, atirando-as uma a uma sobre um vidro Blindex, encostado, meio inclinado, em um dos pilares do prédio. Cada lâmpada explodia, produzindo uma pequena fumaça branca, enquanto os estilhaços se acumulavam no chão perto do vidro. Um lindo e criativo uso para lâmpadas queimadas. Essas três performances foram três agradáveis surpresas e três importantes aulas sobre o que, afinal, eram as performances. Em todas estavam presentes objetos: tigela, tinta, papel, piano, martelo, pregos, saco, lâmpadas e vidro blindex. Em todas havia um uso cênico inusitado desses objetos conhecidos. Já havia visto José Roberto Aguilar tocar piano com luvas de boxe em 1979 numa arena na Pinacoteca, Hudinilson Jr. transar com uma copiadora em funcionamento, além da videocriatura de Otavio Donasci. As performances do Fluxus potencializaram o conceito e apontavam na direção que já seguíamos: a de criar cenas inusitadas e "nonsense" com objetos conhecidos ou construídos. Havia uma pauta, mas não necessariamente texto. Dias depois, minha amiga Helena Hungria, que fazia a tradução simultânea para o grupo, contou-me que havia iniciado namoro com um dos artistas –Ben Patterson. Fiquei curioso em conhecê-lo e combinamos um encontro em meu ateliê na rua Pamplona. Bonachão, Ben me presenteou com o jogo "O Lago" –uma caixa com oito sapos pequenos de brinquedo movidos a corda e um diagrama impresso em A4. Ben reproduziu o diagrama no piso com fita crepe e orientou cada um de nós a ocupar um lugar no diagrama. Para cada um, deu um sapo. Na casa aonde cada sapo ia parar aleatoriamente, tínhamos de fazer uma onomatopeia ou realizar uma atividade. Muito divertido. Em 1988, fui pela primeira vez a Nova York, e lá o casal já estabelecido me recebeu em sua residência. Na ocasião, ganhei um novo presente –um boneco elétrico todo desengonçado que Ben disse tratar-se de meu retrato. Ri e agradeci a lembrança. Fomos visitar dois artistas do grupo. Para um dei meu cartão e ele o colocou na boca e me perguntou se era para comer? Achei meio forçado, mas achei Fluxus. Durante o passeio, Helena ia me contando a história dos artistas e suas ligações com o grupo. Hoje, Ben Patterson está novamente entre nós, para provocar e para ser homenageado por seus Brazilian friends. NOTA: A mostra "Jogando com Ben Patterson" fica na galeria Bolsa de Arte, em São Paulo, até quarta (23), da qual participam Guto Lacaz, Paulo Bruscky, Cristina Barroso, Dudi Maia Rosa e Francisco Klinger Carvalho. GUTO LACAZ, 67, arquiteto e artista plástico, apresenta performance dia 25/1 no lago do parque do Ibirapuera.
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Mr. Trump vai à ONU
Enfim, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou na tribuna das Nações Unidas, a instituição uma vez definida por ele, ainda candidato, como um clube no qual pessoas conversavam para passar o tempo. Agora na condição de chefe de Estado do país que abriga a sede da ONU, o republicano portou-se dentro do protocolo e, de início, até fez parecer aos líderes ouvintes que adotaria tom mais comedido. O desenrolar de sua fala, porém, desfez tal impressão. Embora de maneira mais polida que a habitual, Trump voltou a expor sua descrença no princípio de que uma entidade possa promover entendimentos multilaterais sem prejuízo da soberania e autodeterminação das nações –em suma, a razão de existir da ONU. Os termos "soberania" e "soberano", aliás, foram usados 22 vezes pelo presidente em seu discurso de 42 minutos. Houve ocasião até para relembrar o eficiente slogan da campanha eleitoral, ao afirmar que sempre colocará a "América em primeiro lugar". "Assim como vocês, líderes de seus países, devem sempre colocar suas nações à frente." Com esse método, seria reduzida a possibilidade de a comunidade internacional encontrar soluções em cenários de múltiplos interesses, dado que todos deveriam cuidar antes de si próprios e, se possível, não ceder em nada. Exemplo desse raciocínio foi a ameaça de Trump de "destruir totalmente" a Coreia do Norte, caso a diplomacia fracasse em conter o programa nuclear da ditadura instalada em Pyongyang. O líder americano disse estar pronto para tanto, mas esperar que não seja necessário. "É para isto que servem as Nações Unidas. Vamos ver como vão fazer." O tom implícito de cobrança, quase de ultimato, demonstra a pouca confiança de Trump na instituição como mediadora de conflitos. Semelhante visão se revela na crítica feita ao pacto com o Irã, costurado por Barack Obama em 2015 e que suspendeu as ambições atômicas de Teerã em troca do fim das sanções internacionais. Nas palavras do republicano, trata-se de "um dos piores acordos em que os EUA já entraram". Oportuno lembrar que a negociação envolveu outras cinco potências e teve o aval do Conselho de Segurança da ONU. Quase ao fim do discurso, Trump lançou o que lhe parece a atual "verdadeira questão" à ONU. "Ainda somos patriotas? Amamos nossas nações o bastante para proteger sua soberania?" A argumentação traz uma lógica perigosa. Se os EUA entendem que devem invocar o amor à pátria ao lidar com problemas transnacionais, correm o risco de legitimar a mesma retórica da qual se valem os regimes autoritários para lançar suas ameaças ao mundo. editoriais@grupofolha.com.br
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Mr. Trump vai à ONUEnfim, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou na tribuna das Nações Unidas, a instituição uma vez definida por ele, ainda candidato, como um clube no qual pessoas conversavam para passar o tempo. Agora na condição de chefe de Estado do país que abriga a sede da ONU, o republicano portou-se dentro do protocolo e, de início, até fez parecer aos líderes ouvintes que adotaria tom mais comedido. O desenrolar de sua fala, porém, desfez tal impressão. Embora de maneira mais polida que a habitual, Trump voltou a expor sua descrença no princípio de que uma entidade possa promover entendimentos multilaterais sem prejuízo da soberania e autodeterminação das nações –em suma, a razão de existir da ONU. Os termos "soberania" e "soberano", aliás, foram usados 22 vezes pelo presidente em seu discurso de 42 minutos. Houve ocasião até para relembrar o eficiente slogan da campanha eleitoral, ao afirmar que sempre colocará a "América em primeiro lugar". "Assim como vocês, líderes de seus países, devem sempre colocar suas nações à frente." Com esse método, seria reduzida a possibilidade de a comunidade internacional encontrar soluções em cenários de múltiplos interesses, dado que todos deveriam cuidar antes de si próprios e, se possível, não ceder em nada. Exemplo desse raciocínio foi a ameaça de Trump de "destruir totalmente" a Coreia do Norte, caso a diplomacia fracasse em conter o programa nuclear da ditadura instalada em Pyongyang. O líder americano disse estar pronto para tanto, mas esperar que não seja necessário. "É para isto que servem as Nações Unidas. Vamos ver como vão fazer." O tom implícito de cobrança, quase de ultimato, demonstra a pouca confiança de Trump na instituição como mediadora de conflitos. Semelhante visão se revela na crítica feita ao pacto com o Irã, costurado por Barack Obama em 2015 e que suspendeu as ambições atômicas de Teerã em troca do fim das sanções internacionais. Nas palavras do republicano, trata-se de "um dos piores acordos em que os EUA já entraram". Oportuno lembrar que a negociação envolveu outras cinco potências e teve o aval do Conselho de Segurança da ONU. Quase ao fim do discurso, Trump lançou o que lhe parece a atual "verdadeira questão" à ONU. "Ainda somos patriotas? Amamos nossas nações o bastante para proteger sua soberania?" A argumentação traz uma lógica perigosa. Se os EUA entendem que devem invocar o amor à pátria ao lidar com problemas transnacionais, correm o risco de legitimar a mesma retórica da qual se valem os regimes autoritários para lançar suas ameaças ao mundo. editoriais@grupofolha.com.br
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Mercosul passa por uma crise muito séria, diz ex-subsecretário dos EUA
O ex-subsecretário de Estado dos EUA para a América Latina Arturo Valenzuela disse nesta quinta-feira (20) que o Mercosul passa por uma crise muito séria. O professor da Univesidade Georgetown e funcionário dos governos Bill Clinton (1993-2001) e Barack Obama participou de palestra no Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo. Para ele, o bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela passa por relações internas e brigas entre os participantes que inviabilizam as relações comerciais e os acordos financeiros com outros parceiros. "As relações internas entre os participantes são muito diferentes e as brigas internas prejudicam seu funcionamento. Dificilmente se avança [em uma integração] nestas condições." O ex-subsecretário defendeu a retomada das relações dos Estados Unidos com Cuba, em dezembro último, como o fim de um dos últimos resquícios da Guerra Fria. Ele afirmou que a discussão sobre a reabertura foi iniciada na década de 1990, durante o governo Bill Clinton, mas foi interrompida pela derrubada dos aviões da dissidência cubana pelo regime da ilha comunista, em 1996. "Não era este o desejo do governo cubano. Na época, os radicais de Havana tinham uma simbiose com os mais radicais de Miami", disse, em referência à dissidência cubana que mora na cidade americana. Sobre o Brasil, ele afirma que a relação com os EUA deveria ser mais próxima. "Nosso interesse é que o Brasil seja um país bem sucedido. Somos países muito afins, com valores muito compartilhados." VENEZUELA Assim como feito em entrevista para a Folha, Valenzuela voltou a defender a atuação de observadores internacionais nas eleições parlamentares na Venezuela, em 6 de dezembro. Como exemplo, citou a eleição mexicana de 1994. "O México passou por oito recontagens, sendo três do IFE [Instituto Federal Eleitoral], mas o processo permitiu que o governo formado tivesse legitimidade e um reconhecimento mais sólido pela comunidade internacional." Para Valenzuela, a mediação poderia ser feita por missões organizadas pela ONU (Organização das Nações Unidas) ou pela OEA (Organização dos Estados Americanos). Na sua opinião, esta deveria ser fortalecida pelos países-membros. A participação do órgão panamericano em qualquer aspecto da crise venezuelana é rejeitada pelo presidente Nicolás Maduro. Em julho, o mandatário disse que a única função da OEA "é fazer golpes de Estado na região". O venezuelano e seus aliados, como o equatoriano Rafael Correa e o boliviano Evo Morales, consideram a organização um grupo a serviço dos interesses de Washington. Para Valenzuela, porém, esta discussão está superada. "Acabou a ideia de que a OEA seja o ministério de Colônias dos Estados Unidos. Ela concentra todos os tratados que existem na América e deveria ser fortalecida por seus países-membros." Ainda sobre Venezuela, o ex-subsecretário considera que o governo Bush errou ao defender o golpe de Estado contra o presidente Hugo Chávez, em 2002. Isso, segundo ele, aumentou o sentimento antiamericano na região.
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Mercosul passa por uma crise muito séria, diz ex-subsecretário dos EUAO ex-subsecretário de Estado dos EUA para a América Latina Arturo Valenzuela disse nesta quinta-feira (20) que o Mercosul passa por uma crise muito séria. O professor da Univesidade Georgetown e funcionário dos governos Bill Clinton (1993-2001) e Barack Obama participou de palestra no Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo. Para ele, o bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela passa por relações internas e brigas entre os participantes que inviabilizam as relações comerciais e os acordos financeiros com outros parceiros. "As relações internas entre os participantes são muito diferentes e as brigas internas prejudicam seu funcionamento. Dificilmente se avança [em uma integração] nestas condições." O ex-subsecretário defendeu a retomada das relações dos Estados Unidos com Cuba, em dezembro último, como o fim de um dos últimos resquícios da Guerra Fria. Ele afirmou que a discussão sobre a reabertura foi iniciada na década de 1990, durante o governo Bill Clinton, mas foi interrompida pela derrubada dos aviões da dissidência cubana pelo regime da ilha comunista, em 1996. "Não era este o desejo do governo cubano. Na época, os radicais de Havana tinham uma simbiose com os mais radicais de Miami", disse, em referência à dissidência cubana que mora na cidade americana. Sobre o Brasil, ele afirma que a relação com os EUA deveria ser mais próxima. "Nosso interesse é que o Brasil seja um país bem sucedido. Somos países muito afins, com valores muito compartilhados." VENEZUELA Assim como feito em entrevista para a Folha, Valenzuela voltou a defender a atuação de observadores internacionais nas eleições parlamentares na Venezuela, em 6 de dezembro. Como exemplo, citou a eleição mexicana de 1994. "O México passou por oito recontagens, sendo três do IFE [Instituto Federal Eleitoral], mas o processo permitiu que o governo formado tivesse legitimidade e um reconhecimento mais sólido pela comunidade internacional." Para Valenzuela, a mediação poderia ser feita por missões organizadas pela ONU (Organização das Nações Unidas) ou pela OEA (Organização dos Estados Americanos). Na sua opinião, esta deveria ser fortalecida pelos países-membros. A participação do órgão panamericano em qualquer aspecto da crise venezuelana é rejeitada pelo presidente Nicolás Maduro. Em julho, o mandatário disse que a única função da OEA "é fazer golpes de Estado na região". O venezuelano e seus aliados, como o equatoriano Rafael Correa e o boliviano Evo Morales, consideram a organização um grupo a serviço dos interesses de Washington. Para Valenzuela, porém, esta discussão está superada. "Acabou a ideia de que a OEA seja o ministério de Colônias dos Estados Unidos. Ela concentra todos os tratados que existem na América e deveria ser fortalecida por seus países-membros." Ainda sobre Venezuela, o ex-subsecretário considera que o governo Bush errou ao defender o golpe de Estado contra o presidente Hugo Chávez, em 2002. Isso, segundo ele, aumentou o sentimento antiamericano na região.
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Previdência Social precisa ser de regime capitalizado, afirma contador
Tanto a fórmula do fator previdenciário quanto a fórmula 85/95 ou 90/100 do INSS são artificiais (Nova regra para aposentadoria será revista até 2022). Elas não têm lastro econômico, ou seja, não há a capitalização das contribuições. A Previdência Social pública brasileira necessita ser de regime capitalizado e reunir num só regime toda a população brasileira contribuinte. Sem exceção. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Previdência Social precisa ser de regime capitalizado, afirma contadorTanto a fórmula do fator previdenciário quanto a fórmula 85/95 ou 90/100 do INSS são artificiais (Nova regra para aposentadoria será revista até 2022). Elas não têm lastro econômico, ou seja, não há a capitalização das contribuições. A Previdência Social pública brasileira necessita ser de regime capitalizado e reunir num só regime toda a população brasileira contribuinte. Sem exceção. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Prepare-se: quinta com estreia de documentário sobre Sebastião Salgado
DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Meu irmão tem um amigo cujo apelido é 'satanás'. A gente se perdeu num show e, pra gritar por ele, foi meio estranho: 'Satanás, Satanás? Cade você, Satanááááás?' Tudo bem que foi no show do Black Sabbath,né?!" Karina Ito, 28, produtora de moda, Jardins * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
saopaulo
Prepare-se: quinta com estreia de documentário sobre Sebastião SalgadoDE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Meu irmão tem um amigo cujo apelido é 'satanás'. A gente se perdeu num show e, pra gritar por ele, foi meio estranho: 'Satanás, Satanás? Cade você, Satanááááás?' Tudo bem que foi no show do Black Sabbath,né?!" Karina Ito, 28, produtora de moda, Jardins * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Nina Horta: Amyr Klink me deu uma faca
Boas coisas podem acontecer quando você menos espera. Fui abrir a porta para o Tahan, editor santista, e ele chegou na hora certa com um presente. Presente, por que? -Ah, passei antes no escritório do Amyr Klink e ele te ... Leia post completo no blog
comida
Nina Horta: Amyr Klink me deu uma facaBoas coisas podem acontecer quando você menos espera. Fui abrir a porta para o Tahan, editor santista, e ele chegou na hora certa com um presente. Presente, por que? -Ah, passei antes no escritório do Amyr Klink e ele te ... Leia post completo no blog
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Revestimentos de piso e parede marcam épocas; identifique-se
Os revestimentos de piso e parede acompanham movimentos da moda e da arte e criam tendências que definem a decoração de décadas inteiras. Texturas marcaram os anos 1970 e o listelo –peça de revestimento que forma uma faixa– dividia tons contrastantes em uma mesma parede nos anos 1990. Para 2015, as apostas do setor serão apresentadas a partir do dia 3 de março, em São Paulo, na feira Expo Revestir. Antes de conhecer as novidades, saiba um pouco sobre a história e o desenvolvimento dos revestimentos cerâmicos no Brasil. Há controvérsias sobre a nacionalidade dos primeiros revestimentos cerâmicos que chegaram ao Brasil. Sabe-se que, no século 18, azulejos de estilo barroco começaram a ser encomendados de Lisboa (Portugal). Eles eram trazidos em forma de painéis e serviam apenas como material decorativo, retratando cenas da paisagem, do cotidiano lisboeta, divulgando o modo de vida dos portugueses ou cenas bíblicas, para ajudar nas aulas de catequese. Assim como em Portugal, no Brasil o revestimento cerâmico tinha um alto custo de produção e, por isso, era aplicado, em geral, nos interiores. Aos poucos o material começa a ser utilizado em pátios, jardins e, por fim, no final do século 18, se expande para as fachadas. A cerâmica se mostra bem adaptada ao clima brasileiro e seu uso como revestimento se difunde no Brasil independente. Os azulejos decorados marcaram a época. Os revestimentos apostavam em superfícies mais texturizadas. O tijolo e seus efeitos são explorados em diversos estilos, texturas e formatos. O listelo –peça de revestimento que "divide" a parede– também era popular e marcava a separação entre duas cores contrastantes na parede. A composição dos revestimentos utilizava com frequência tozetos –pequenas peças de cerâmica quadradas que se encaixam em outras maiores para criar um efeito decorativo. Os anos 1990 marcam também a chegada do porcelanato no Brasil, primeiro importado da Itália e, depois, com fabricação nacional. Com a impressão digital em alta resolução, fabricantes conseguem estampar quase tudo em cerâmicas e porcelanatos, que ficam cada vez mais parecidos com madeira, mármore e cimento queimado, por exemplo. Fontes: fabricantes do setor, Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres) e Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP
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Revestimentos de piso e parede marcam épocas; identifique-seOs revestimentos de piso e parede acompanham movimentos da moda e da arte e criam tendências que definem a decoração de décadas inteiras. Texturas marcaram os anos 1970 e o listelo –peça de revestimento que forma uma faixa– dividia tons contrastantes em uma mesma parede nos anos 1990. Para 2015, as apostas do setor serão apresentadas a partir do dia 3 de março, em São Paulo, na feira Expo Revestir. Antes de conhecer as novidades, saiba um pouco sobre a história e o desenvolvimento dos revestimentos cerâmicos no Brasil. Há controvérsias sobre a nacionalidade dos primeiros revestimentos cerâmicos que chegaram ao Brasil. Sabe-se que, no século 18, azulejos de estilo barroco começaram a ser encomendados de Lisboa (Portugal). Eles eram trazidos em forma de painéis e serviam apenas como material decorativo, retratando cenas da paisagem, do cotidiano lisboeta, divulgando o modo de vida dos portugueses ou cenas bíblicas, para ajudar nas aulas de catequese. Assim como em Portugal, no Brasil o revestimento cerâmico tinha um alto custo de produção e, por isso, era aplicado, em geral, nos interiores. Aos poucos o material começa a ser utilizado em pátios, jardins e, por fim, no final do século 18, se expande para as fachadas. A cerâmica se mostra bem adaptada ao clima brasileiro e seu uso como revestimento se difunde no Brasil independente. Os azulejos decorados marcaram a época. Os revestimentos apostavam em superfícies mais texturizadas. O tijolo e seus efeitos são explorados em diversos estilos, texturas e formatos. O listelo –peça de revestimento que "divide" a parede– também era popular e marcava a separação entre duas cores contrastantes na parede. A composição dos revestimentos utilizava com frequência tozetos –pequenas peças de cerâmica quadradas que se encaixam em outras maiores para criar um efeito decorativo. Os anos 1990 marcam também a chegada do porcelanato no Brasil, primeiro importado da Itália e, depois, com fabricação nacional. Com a impressão digital em alta resolução, fabricantes conseguem estampar quase tudo em cerâmicas e porcelanatos, que ficam cada vez mais parecidos com madeira, mármore e cimento queimado, por exemplo. Fontes: fabricantes do setor, Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres) e Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP
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Cérebro ansioso é transmitido de pai para filho, mostra estudo
Pais que sofrem de transtornos de ansiedade têm mais chances de ter filhos com temperamento extremamente ansioso. Uma pesquisa publicada no periódico científico "PNAS" revelou ainda as regiões do cérebro que estão relacionadas à transmissão do distúrbio. Os médicos estimam em aproximadamente 35% a contribuição genética na probabilidade de uma criança desenvolver um transtorno do tipo. O novo estudo mostrou que existe uma correlação entre a herança genética e o metabolismo de um circuito presente no cérebro, que possivelmente interfere nos riscos para o desenvolvimento da doença. O experimento foi conduzido em uma linhagem de 592 macacos juvenis da espécie Macaca mulatta, mais conhecidos como rhesus. Eles são frequentemente usados em pesquisas devido à proximidade entre a sua linhagem e a dos humanos. O fator Rh, por exemplo, que define se o tipo sanguíneo é "positivo" ou "negativo", foi identificado primeiramente nesses primatas e, por isso, leva uma abreviação do nome da espécie. Liderado por Andrew Fox, da Universidade de Wisconsin (EUA), o grupo de pesquisadores acompanhou o comportamento e as imagens do cérebro dos animais em situação de perigo, além de medir reações fisiológicas, como a liberação de substâncias ligadas ao estresse. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), distúrbios de ansiedade afetam centenas de milhões de pessoas no mundo. As crianças que herdam o temperamento excessivamente ansioso são mais propícias a desenvolverem outros problemas graves na vida adulta, como depressão e dependência química. AMANDA NOGUEIRA e NAÍLA COSTA fizeram o 3º Programa de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde da Folha, patrocinado pela Pfizer
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Cérebro ansioso é transmitido de pai para filho, mostra estudoPais que sofrem de transtornos de ansiedade têm mais chances de ter filhos com temperamento extremamente ansioso. Uma pesquisa publicada no periódico científico "PNAS" revelou ainda as regiões do cérebro que estão relacionadas à transmissão do distúrbio. Os médicos estimam em aproximadamente 35% a contribuição genética na probabilidade de uma criança desenvolver um transtorno do tipo. O novo estudo mostrou que existe uma correlação entre a herança genética e o metabolismo de um circuito presente no cérebro, que possivelmente interfere nos riscos para o desenvolvimento da doença. O experimento foi conduzido em uma linhagem de 592 macacos juvenis da espécie Macaca mulatta, mais conhecidos como rhesus. Eles são frequentemente usados em pesquisas devido à proximidade entre a sua linhagem e a dos humanos. O fator Rh, por exemplo, que define se o tipo sanguíneo é "positivo" ou "negativo", foi identificado primeiramente nesses primatas e, por isso, leva uma abreviação do nome da espécie. Liderado por Andrew Fox, da Universidade de Wisconsin (EUA), o grupo de pesquisadores acompanhou o comportamento e as imagens do cérebro dos animais em situação de perigo, além de medir reações fisiológicas, como a liberação de substâncias ligadas ao estresse. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), distúrbios de ansiedade afetam centenas de milhões de pessoas no mundo. As crianças que herdam o temperamento excessivamente ansioso são mais propícias a desenvolverem outros problemas graves na vida adulta, como depressão e dependência química. AMANDA NOGUEIRA e NAÍLA COSTA fizeram o 3º Programa de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde da Folha, patrocinado pela Pfizer
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Craque sem ter sido
Hoje, o Brasil de Pelotas recebe o Flamengo, pela Copa do Brasil. O centroavante Marcelo Cirino me lembra Dario, Dadá Maravilha, pela altura, velocidade e pernas compridas. Falta a ele, entre outras coisas, diante do goleiro, o toque sutil no canto, como Dario gosta de dizer. Marcelo precisa também aprender com Dario a se posicionar com o corpo virado para o gol, com um olho no companheiro do passe e outro nos movimentos do zagueiro, para receber a bola nas costas dos defensores. O Cruzeiro estreia na Libertadores. O time não tem a qualidade do ano passado, mas há esperanças de que, durante a competição, evolua e se torne também candidato ao título. Parabéns ao Cruzeiro pela coragem de contratar Paulo André. Temia-se que ninguém o contratasse, por influência da CBF e de dirigentes. Paulo André é líder do Bom Senso F. C. e um crítico, com amplos conhecimentos, da desorganização do futebol brasileiro. Além disso, é um bom zagueiro. O Atlético, como nas duas Libertadores anteriores, mesmo na que venceu, não foi bem fora de casa. Há uma dependência afetiva de sua torcida. Além disso, Pratto, Douglas Santos e Marcos Rocha fazem muita falta. Os três também não jogam hoje. O Corinthians folga hoje na Libertadores. Após a vitória sobre o São Paulo, os apressados, a turma do oba-oba e os que pensam mais na audiência já elegeram o Corinthians como o grande favorito. Ainda é muito cedo. Fábio Santos e Jadson farão falta. Já falam que o time é melhor sem Guerrero. Essa visão imediatista e de excessiva valorização de um ou de poucos resultados tem a ver também com o 7 a 1. Tite, ótimo treinador, em seu ano de estudos, certamente incorporou detalhes a seus conhecimentos. Será ainda melhor. Mas dizer que ele trouxe novas e revolucionárias ideias é não ter senso crítico. O futebol evoluiu nos últimos dez anos, mas não houve mudanças nos dois últimos. A estratégia atual do Corinthians é usada há muitos anos pelas grandes equipes e foi utilizada na conquista do Mundial de Clubes. Elias marca e avança como um meia, um atacante, como fazia Paulinho. Podem chamar de 4-2-3-1 ou de 4-1-4-1, a nova moda. Não faz nenhuma diferença. O Inter, que joga amanhã, pela Libertadores, continua indefinido. Como nos outros anos, falam que o elenco é muito bom, mas que falta conjunto. Não é bem assim. Jogadores, como Nilmar, Anderson e Alex, são tratados como craques, sem nunca terem sido. Ganham como craques. O mesmo ocorre em várias equipes brasileiras. O São Paulo precisa vencer hoje. O elenco é melhor que o do Inter, mas ocorre algo parecido, como se fosse um time de craques. Luis Fabiano ainda é um bom centroavante, mas não é mais o jogador que foi. Pato teve alguns momentos brilhantes na carreira, porém, é outro craque sem ter sido. Nunca entendi tantos elogios a Kardec, ainda mais quando ele joga recuado. Continua a indefinição sobre o tamanho do talento de Ganso. Oscilam as críticas e os elogios. Seu jogo está aí. Não há nada de oculto nem de mistério. Nós é que temos de aprender a ver. A dificuldade é de quem avalia, não dele.
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Craque sem ter sidoHoje, o Brasil de Pelotas recebe o Flamengo, pela Copa do Brasil. O centroavante Marcelo Cirino me lembra Dario, Dadá Maravilha, pela altura, velocidade e pernas compridas. Falta a ele, entre outras coisas, diante do goleiro, o toque sutil no canto, como Dario gosta de dizer. Marcelo precisa também aprender com Dario a se posicionar com o corpo virado para o gol, com um olho no companheiro do passe e outro nos movimentos do zagueiro, para receber a bola nas costas dos defensores. O Cruzeiro estreia na Libertadores. O time não tem a qualidade do ano passado, mas há esperanças de que, durante a competição, evolua e se torne também candidato ao título. Parabéns ao Cruzeiro pela coragem de contratar Paulo André. Temia-se que ninguém o contratasse, por influência da CBF e de dirigentes. Paulo André é líder do Bom Senso F. C. e um crítico, com amplos conhecimentos, da desorganização do futebol brasileiro. Além disso, é um bom zagueiro. O Atlético, como nas duas Libertadores anteriores, mesmo na que venceu, não foi bem fora de casa. Há uma dependência afetiva de sua torcida. Além disso, Pratto, Douglas Santos e Marcos Rocha fazem muita falta. Os três também não jogam hoje. O Corinthians folga hoje na Libertadores. Após a vitória sobre o São Paulo, os apressados, a turma do oba-oba e os que pensam mais na audiência já elegeram o Corinthians como o grande favorito. Ainda é muito cedo. Fábio Santos e Jadson farão falta. Já falam que o time é melhor sem Guerrero. Essa visão imediatista e de excessiva valorização de um ou de poucos resultados tem a ver também com o 7 a 1. Tite, ótimo treinador, em seu ano de estudos, certamente incorporou detalhes a seus conhecimentos. Será ainda melhor. Mas dizer que ele trouxe novas e revolucionárias ideias é não ter senso crítico. O futebol evoluiu nos últimos dez anos, mas não houve mudanças nos dois últimos. A estratégia atual do Corinthians é usada há muitos anos pelas grandes equipes e foi utilizada na conquista do Mundial de Clubes. Elias marca e avança como um meia, um atacante, como fazia Paulinho. Podem chamar de 4-2-3-1 ou de 4-1-4-1, a nova moda. Não faz nenhuma diferença. O Inter, que joga amanhã, pela Libertadores, continua indefinido. Como nos outros anos, falam que o elenco é muito bom, mas que falta conjunto. Não é bem assim. Jogadores, como Nilmar, Anderson e Alex, são tratados como craques, sem nunca terem sido. Ganham como craques. O mesmo ocorre em várias equipes brasileiras. O São Paulo precisa vencer hoje. O elenco é melhor que o do Inter, mas ocorre algo parecido, como se fosse um time de craques. Luis Fabiano ainda é um bom centroavante, mas não é mais o jogador que foi. Pato teve alguns momentos brilhantes na carreira, porém, é outro craque sem ter sido. Nunca entendi tantos elogios a Kardec, ainda mais quando ele joga recuado. Continua a indefinição sobre o tamanho do talento de Ganso. Oscilam as críticas e os elogios. Seu jogo está aí. Não há nada de oculto nem de mistério. Nós é que temos de aprender a ver. A dificuldade é de quem avalia, não dele.
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'Melhor que ser famoso é ter amigos famosos', diz blogueiro Hugo Gloss
Para o blogueiro e apresentador Bruno Rocha, o Hugo Gloss, melhor que ser famoso é ter amigos famosos. E justifica a frase: "você sai com o amigo e faz o que quiser, pois a notinha que vai sair no dia seguinte é sobre ele". Convidado desta semana do "Pensando Alto", programa da "TV Folha" que traz conversas com artistas e personalidades sobre a subjetividade do dia a dia, Hugo Gloss surgiu na internet em 2006, quando comentava a vida de celebridades no Twitter.
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'Melhor que ser famoso é ter amigos famosos', diz blogueiro Hugo GlossPara o blogueiro e apresentador Bruno Rocha, o Hugo Gloss, melhor que ser famoso é ter amigos famosos. E justifica a frase: "você sai com o amigo e faz o que quiser, pois a notinha que vai sair no dia seguinte é sobre ele". Convidado desta semana do "Pensando Alto", programa da "TV Folha" que traz conversas com artistas e personalidades sobre a subjetividade do dia a dia, Hugo Gloss surgiu na internet em 2006, quando comentava a vida de celebridades no Twitter.
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Cerveja preferida de Homer Simpson será fabricada no mundo real
A Duff Beer, cerveja preferida de Homer Simpson, é quase mascote na série de animação adulta. Durante décadas, produtores de cerveja australianos e alemães têm tentado capitalizar isso, produzindo rótulos e colocando versões da Duff Beer no mercado (temporariamente) –os exemplares eram proibidos depois das reclamações de advogados do grupo de comunicação "21st Century Fox". Mas, na sexta-feira (10), a gigante da comunicação anunciou sua entrada neste mercado, informou o "The Wall Street Journal". "Acredito que há potencial para que a Duff esteja em todos os lugares do mundo", disse Jeffrey Godsick, presidente da divisão de produtos da Fox. O rótulo não terá referências à série Os Simpsons: imitará fielmente as embalagens que aparecem na série. A marca será lançada no Chile. Isso porque já existe um grande mercado de cópias não autorizadas de Duff Beer. A cerveja será uma "premium lager", dourada, com aromas de frutas e um pouco de caramelo.
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Cerveja preferida de Homer Simpson será fabricada no mundo realA Duff Beer, cerveja preferida de Homer Simpson, é quase mascote na série de animação adulta. Durante décadas, produtores de cerveja australianos e alemães têm tentado capitalizar isso, produzindo rótulos e colocando versões da Duff Beer no mercado (temporariamente) –os exemplares eram proibidos depois das reclamações de advogados do grupo de comunicação "21st Century Fox". Mas, na sexta-feira (10), a gigante da comunicação anunciou sua entrada neste mercado, informou o "The Wall Street Journal". "Acredito que há potencial para que a Duff esteja em todos os lugares do mundo", disse Jeffrey Godsick, presidente da divisão de produtos da Fox. O rótulo não terá referências à série Os Simpsons: imitará fielmente as embalagens que aparecem na série. A marca será lançada no Chile. Isso porque já existe um grande mercado de cópias não autorizadas de Duff Beer. A cerveja será uma "premium lager", dourada, com aromas de frutas e um pouco de caramelo.
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'Tínhamos uma relação quase amorosa', diz Falabella em velório
Amigos e parentes se despediram da atriz Marília Pêra neste sábado (5), no Teatro Leblon, na zona sul do Rio. Um dos amigos mais próximos e grande parceiro de trabalho da atriz, Miguel Falabella, 59, chegou muito abalado ao velório. Marília Pêra foi a mais completa atriz brasileira 'Ela era um luxo', diz Ney Latorraca; artistas lamentam morte Há cerca de três semanas, ele alimentou os rumores sobre o estado de saúde da atriz com uma postagem em seu perfil no Instagram, que mostrava os dois rezando em uma cena de "Pé Na Cova", série de humor da Globo em que assina a autoria e contracena com Marília. "Não desista de nós! Por favor! Não desista de nós!", dizia na postagem. "Nós tínhamos uma relação quase amorosa. Ter o prazer de estar com ela no palco foi uma das maiores honras da minha vida", se emocionou Falabella. "É devastador saber que não vou poder mais ir para a Globo e encontrar com ela, aprender com ela." Na série, que continua no ar, os dois interpretam ex-marido e ex-mulher. Ruço e Darlene são sócios de uma funerária e vivem uma relação de amor e ódio. A dupla também fez um divertido par romântico no musical "Hello, Dolly!" (2013). Arlete Salles foi uma das primeiras a chegar ao local. Ela contracenou com Pêra em "Lua Cheia de Amor" novela das 19h da Globo exibida entre 1990 e 1991. Arlete, 73, também chegou a enfrentar um câncer, doença contra a qual Marília Pêra lutou nos dois últimos anos de vida. A atriz conta que, durante o período de seu tratamento, recebeu apoio da amiga Marília, que costumava repetir: "O palco salva tudo". Herson Capri, 64, mencionou o esforço de Marília para continuar trabalhando, apesar dos problemas de saúde. "Ela já sabia da doença há dois anos. E pelo amor e carinho enorme pelo público, continuou a trabalhar o quanto pôde", elogiou Capri, que esteve ao lado de Marília na novela das 19h "Cobras e Lagartos" (2006). Outra atriz presente no velório foi Cássia Kis Magro, 57, que falou sobre o talento de Marília. As duas fizeram parte do elenco de "Brega & Chique" (1987). "A dor, a gente resolve. Agora temos de agradecer à linhagem rara e ao sangue azul que tivemos no palco. Ela deu conta do recado como ninguém. Era uma dama com 'd' maiúsculo", elogiou Cássia. "Era uma referência. Sofreu, mas agora descansou. Nossa função agora é aplaudir", acrescentou a atriz Claudia Jimenez, que esteve ao lado de Marília na série "A Vida Alheia", criada por Miguel Falabella e exibida na Globo em 2010. Andréa Beltrão, que trabalhou com Pêra na novela "Rainha da Sucata" (1990) e no filme "Jogo de Cena" (2007), de Eduardo Coutinho, compareceu ao velório. "Marília era uma mulher das artes. Uma grande diretora, uma grande atriz. É uma perda muito grande para o país. Ou melhor, não estamos perdendo, ela ficará sempre nas nossas lembranças". Já Nicette Bruno, 82, afirmou conhecer Marília desde pequena. "Era como uma filha. Fez diversos trabalhos com o Paulo [Goulart, morto em 2014]. Vai ficar um vazio". As atrizes trabalharam juntas na minissérie "Incidente em Antares" (1994). Entre outros trabalhos que Pêra fez com Goulart está o par romântico na novela "Uma Rosa Com Amor" (1973). A atriz foi sepultada por volta das 17h20 no Cemitério São João Batista, em Botafogo, em cerimônia restrita a familiares. Marília morreu na manhã deste sábado (5) aos 72 anos, em sua casa em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro. Ela enfrentava um câncer havia dois anos. Marília permanece no ar na Globo com a série "Pé na Cova".
ilustrada
'Tínhamos uma relação quase amorosa', diz Falabella em velórioAmigos e parentes se despediram da atriz Marília Pêra neste sábado (5), no Teatro Leblon, na zona sul do Rio. Um dos amigos mais próximos e grande parceiro de trabalho da atriz, Miguel Falabella, 59, chegou muito abalado ao velório. Marília Pêra foi a mais completa atriz brasileira 'Ela era um luxo', diz Ney Latorraca; artistas lamentam morte Há cerca de três semanas, ele alimentou os rumores sobre o estado de saúde da atriz com uma postagem em seu perfil no Instagram, que mostrava os dois rezando em uma cena de "Pé Na Cova", série de humor da Globo em que assina a autoria e contracena com Marília. "Não desista de nós! Por favor! Não desista de nós!", dizia na postagem. "Nós tínhamos uma relação quase amorosa. Ter o prazer de estar com ela no palco foi uma das maiores honras da minha vida", se emocionou Falabella. "É devastador saber que não vou poder mais ir para a Globo e encontrar com ela, aprender com ela." Na série, que continua no ar, os dois interpretam ex-marido e ex-mulher. Ruço e Darlene são sócios de uma funerária e vivem uma relação de amor e ódio. A dupla também fez um divertido par romântico no musical "Hello, Dolly!" (2013). Arlete Salles foi uma das primeiras a chegar ao local. Ela contracenou com Pêra em "Lua Cheia de Amor" novela das 19h da Globo exibida entre 1990 e 1991. Arlete, 73, também chegou a enfrentar um câncer, doença contra a qual Marília Pêra lutou nos dois últimos anos de vida. A atriz conta que, durante o período de seu tratamento, recebeu apoio da amiga Marília, que costumava repetir: "O palco salva tudo". Herson Capri, 64, mencionou o esforço de Marília para continuar trabalhando, apesar dos problemas de saúde. "Ela já sabia da doença há dois anos. E pelo amor e carinho enorme pelo público, continuou a trabalhar o quanto pôde", elogiou Capri, que esteve ao lado de Marília na novela das 19h "Cobras e Lagartos" (2006). Outra atriz presente no velório foi Cássia Kis Magro, 57, que falou sobre o talento de Marília. As duas fizeram parte do elenco de "Brega & Chique" (1987). "A dor, a gente resolve. Agora temos de agradecer à linhagem rara e ao sangue azul que tivemos no palco. Ela deu conta do recado como ninguém. Era uma dama com 'd' maiúsculo", elogiou Cássia. "Era uma referência. Sofreu, mas agora descansou. Nossa função agora é aplaudir", acrescentou a atriz Claudia Jimenez, que esteve ao lado de Marília na série "A Vida Alheia", criada por Miguel Falabella e exibida na Globo em 2010. Andréa Beltrão, que trabalhou com Pêra na novela "Rainha da Sucata" (1990) e no filme "Jogo de Cena" (2007), de Eduardo Coutinho, compareceu ao velório. "Marília era uma mulher das artes. Uma grande diretora, uma grande atriz. É uma perda muito grande para o país. Ou melhor, não estamos perdendo, ela ficará sempre nas nossas lembranças". Já Nicette Bruno, 82, afirmou conhecer Marília desde pequena. "Era como uma filha. Fez diversos trabalhos com o Paulo [Goulart, morto em 2014]. Vai ficar um vazio". As atrizes trabalharam juntas na minissérie "Incidente em Antares" (1994). Entre outros trabalhos que Pêra fez com Goulart está o par romântico na novela "Uma Rosa Com Amor" (1973). A atriz foi sepultada por volta das 17h20 no Cemitério São João Batista, em Botafogo, em cerimônia restrita a familiares. Marília morreu na manhã deste sábado (5) aos 72 anos, em sua casa em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro. Ela enfrentava um câncer havia dois anos. Marília permanece no ar na Globo com a série "Pé na Cova".
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Criminalidade cria desafios para ação humanitária na América Latina
Em qualquer esquina dos bairros pobres da capital de El Salvador, é comum ver um adolescente, membro de uma gangue, controlando o território: montando guarda, com celular na mão, checando as pessoas e os carros que entram e saem. A violência de gangues é uma praga que assola El Salvador há décadas. Distritos inteiros da cidade estão sob o controle das duas gangues mais poderosas, Barrio 18 e sua rival Mara Salvatrucha, que utilizam violência sexual, extorsão e ameaças de morte para consolidar seu domínio das comunidades. As guerras entre gangues, incluindo tiroteios, e a violência que as acompanha já são o maior desafio enfrentado pelas agências humanitárias que trabalham em favelas em partes da América Latina. O Centro de Monitoramento de Deslocamentos Internos divulgou este mês que até dezembro de 2015 a violência criminal ligada ao narcotráfico e à atividade de gangues já tinha provocado o deslocamento de pelo menos 1 milhão de pessoas em El Salvador, Guatemala, Honduras e México. "Vivemos uma crise humanitária que é fruto da violência. As gangues criam o terror e vivem em comunidades paralisadas pelo medo", disse à Thomson Reuters Foundation o diretor em El Salvador do grupo de defesa dos direitos das crianças Plan International, Rodrigo Bustos. "Nossos programas não podem seguir adiante como se estivesse tudo normal." DESAFIOS URBANOS Uma questão chave a ser discutida na primeira Cúpula Humanitária Mundial, nesta semana, será a necessidade de as organizações humanitárias se adaptarem às realidades sempre em transformação das cidades crescentes do mundo em desenvolvimento. Para encontrar maneiras melhores de responder a enchentes, terremotos, violência armada, migrações e outros problemas nas cidades, será lançada na cúpula a Aliança Global para as Crises Urbanas, reunindo órgãos da ONU, grupos humanitários internacionais, o setor privado e pesquisadores. Em El Salvador, por exemplo, algumas entidades estão sendo forçadas a reduzir seu trabalho em áreas controladas por gangues. Outras, como a entidade americana Peace Corps, suspenderam seus trabalhos por completo. "Damos atendimento médico a todos, e sabemos que é possível que estejamos atendendo uma esposa ou namorada de um 'mara' (membro de gangue)", disse Henry Rodriguez, que dirige a missão da organização Médicos Sem Fronteiras em Honduras e no México. "Quando o ambiente em um bairro está muito tenso, nós nos afastamos por alguns dias. Quando a situação se acalma, voltamos." Conquistar a confiança e aceitação dos moradores locais, que envolve dialogar com líderes religiosos e comunitários, é crucial, mas pode levar anos. A maioria das organizações humanitárias precisa negociar com as gangues para receber autorização de entrar e trabalhar nas áreas sob o controle delas. SEM PREPARO Dar atendimento médico e prestar outros serviços essenciais a comunidades faveladas em condições urbanas de risco é um desafio que, segundo especialistas, muitas entidades humanitárias -que tradicionalmente sempre atuaram na zona rural-ainda não estão equipadas para enfrentar. Mas é cada vez mais urgente fazê-lo, disse John de Boer, assessor sênior do Centro de Pesquisas de Políticas da Universidade das Nações Unidas. O problema não se limita à América Latina: afeta cidades da República Centro-Africana à Jamaica e ao Iraque. "Existem vários lugares onde esse tipo de forma alternativa de governança criminal deitou raízes, criando problemas humanitários tremendos -e, em alguns casos, lucrando com eles", disse De Boer. As quadrilhas do crime organizado também podem exercer efeitos ocultos sobre o trabalho humanitário -por exemplo, fornecendo materiais de construção para diques contra enchentes ou pressionando as pessoas a apoiar determinados projetos. "Muito de nosso trabalho não é a prova da criminalidade", falou De Boer. "Se você não entra nesses contextos já tendo uma ideia muito boa de como funciona o impacto dos grupos ilícitos, pode suscitar problemas enormes mais para frente." Ele disse que as cidades mais frágeis são as que sofrem o efeito de um misto nocivo de violência, desigualdade, desastres naturais e pobreza. Muitas delas não têm governos municipais capazes de resolver esses problemas. Estima-se que 95% da expansão urbana futura - boa parte dela rápida e não planejada-se dará em países de baixa e média renda. Para Pamela Sitko, assessora técnica de controle de desastres urbanos junto à entidade World Vision International, as agências humanitárias terão, cada vez mais, que reagir a crises em cidades. "Já é tarde demais para o setor humanitário se adiantar à curva da urbanização, mas podemos alcançá-la", disse Sitko. "Precisamos adaptar nossas ferramentas, abordagens e modos de formar parcerias." GOVERNOS LOCAIS Uma das principais diferenças é que os humanitaristas terão que cooperar muito mais estreitamente com os administradores urbanos -prefeitos, urbanistas, arquitetos e empresas de água e luz. Em áreas urbanas atingidas por desastres, a melhor abordagem muitas vezes consiste em não levar suprimentos emergenciais. "Nas cidades, não levamos ajuda à população. O que precisamos fazer é facilitar o acesso à ajuda. Por exemplo, não temos que transportar caminhões de alimentos para a população, mas ajudar a colocar os mercados e feiras em funcionamento", disse Sitko. Dan Lewis, diretor da unidade de redução de riscos urbanos da UM-Habitat, disse que o sistema humanitário está aprendendo pouco a pouco com os erros cometidos em desastres anteriores que atingiram cidades. Um exemplo desse tipo de desastre foi o terremoto de 2010 no Haiti, quando milhares de moradores de Porto Príncipe que ficaram sem-teto foram transferidos para um acampamento fora da capital, com poucos serviços e sem acesso a trabalho. NOVA ALIANÇA Em muitas crises -desde o tsunami no oceano Índico até o tufão Haiyan, que achatou a cidade filipina de Tacloban–, as entidades humanitárias correram para ajudar, sem consultar os governos locais. A nova aliança global quer retificar essa falha. Especialistas em trabalho humanitário dizem que a cooperação com autoridades municipais e empresas é cada vez mais importante para responder a crises de refugiados como a do Oriente Médio, onde a maioria dos 5 milhões de sírios que fugiram de seu país em guerra estão vivendo em cidades do Líbano, Jordânia e Turquia. O fato de eles terem se dispersado entre as comunidades de acolhida faz com que seja mais difícil para as agências humanitárias chegar até as famílias e lhes oferecer o apoio de que precisam para pagar aluguel, comprar alimentos e acessar escolas e saúde. Isso requer inovação. A World Vision, por exemplo, tem um projeto no vale do Bekaa, no Líbano, que dá a jovens sírios e libaneses experiência na gestão de dejetos sólidos e na reciclagem de materiais. O projeto promove a aproximação entre os jovens e lhes ensina habilidades, além de beneficiar a saúde pública local e a infraestrutura municipal. "É preciso atender todos os grupos diferentes", disse Aline Rahbany, assessora de programação urbana da World Vision. "Se você só ajudar um grupo, isso pode acabar sendo prejudicial, por gerar mais tensões sociais e conflitos na cidade." Tradução de CLARA ALLAIN
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Criminalidade cria desafios para ação humanitária na América LatinaEm qualquer esquina dos bairros pobres da capital de El Salvador, é comum ver um adolescente, membro de uma gangue, controlando o território: montando guarda, com celular na mão, checando as pessoas e os carros que entram e saem. A violência de gangues é uma praga que assola El Salvador há décadas. Distritos inteiros da cidade estão sob o controle das duas gangues mais poderosas, Barrio 18 e sua rival Mara Salvatrucha, que utilizam violência sexual, extorsão e ameaças de morte para consolidar seu domínio das comunidades. As guerras entre gangues, incluindo tiroteios, e a violência que as acompanha já são o maior desafio enfrentado pelas agências humanitárias que trabalham em favelas em partes da América Latina. O Centro de Monitoramento de Deslocamentos Internos divulgou este mês que até dezembro de 2015 a violência criminal ligada ao narcotráfico e à atividade de gangues já tinha provocado o deslocamento de pelo menos 1 milhão de pessoas em El Salvador, Guatemala, Honduras e México. "Vivemos uma crise humanitária que é fruto da violência. As gangues criam o terror e vivem em comunidades paralisadas pelo medo", disse à Thomson Reuters Foundation o diretor em El Salvador do grupo de defesa dos direitos das crianças Plan International, Rodrigo Bustos. "Nossos programas não podem seguir adiante como se estivesse tudo normal." DESAFIOS URBANOS Uma questão chave a ser discutida na primeira Cúpula Humanitária Mundial, nesta semana, será a necessidade de as organizações humanitárias se adaptarem às realidades sempre em transformação das cidades crescentes do mundo em desenvolvimento. Para encontrar maneiras melhores de responder a enchentes, terremotos, violência armada, migrações e outros problemas nas cidades, será lançada na cúpula a Aliança Global para as Crises Urbanas, reunindo órgãos da ONU, grupos humanitários internacionais, o setor privado e pesquisadores. Em El Salvador, por exemplo, algumas entidades estão sendo forçadas a reduzir seu trabalho em áreas controladas por gangues. Outras, como a entidade americana Peace Corps, suspenderam seus trabalhos por completo. "Damos atendimento médico a todos, e sabemos que é possível que estejamos atendendo uma esposa ou namorada de um 'mara' (membro de gangue)", disse Henry Rodriguez, que dirige a missão da organização Médicos Sem Fronteiras em Honduras e no México. "Quando o ambiente em um bairro está muito tenso, nós nos afastamos por alguns dias. Quando a situação se acalma, voltamos." Conquistar a confiança e aceitação dos moradores locais, que envolve dialogar com líderes religiosos e comunitários, é crucial, mas pode levar anos. A maioria das organizações humanitárias precisa negociar com as gangues para receber autorização de entrar e trabalhar nas áreas sob o controle delas. SEM PREPARO Dar atendimento médico e prestar outros serviços essenciais a comunidades faveladas em condições urbanas de risco é um desafio que, segundo especialistas, muitas entidades humanitárias -que tradicionalmente sempre atuaram na zona rural-ainda não estão equipadas para enfrentar. Mas é cada vez mais urgente fazê-lo, disse John de Boer, assessor sênior do Centro de Pesquisas de Políticas da Universidade das Nações Unidas. O problema não se limita à América Latina: afeta cidades da República Centro-Africana à Jamaica e ao Iraque. "Existem vários lugares onde esse tipo de forma alternativa de governança criminal deitou raízes, criando problemas humanitários tremendos -e, em alguns casos, lucrando com eles", disse De Boer. As quadrilhas do crime organizado também podem exercer efeitos ocultos sobre o trabalho humanitário -por exemplo, fornecendo materiais de construção para diques contra enchentes ou pressionando as pessoas a apoiar determinados projetos. "Muito de nosso trabalho não é a prova da criminalidade", falou De Boer. "Se você não entra nesses contextos já tendo uma ideia muito boa de como funciona o impacto dos grupos ilícitos, pode suscitar problemas enormes mais para frente." Ele disse que as cidades mais frágeis são as que sofrem o efeito de um misto nocivo de violência, desigualdade, desastres naturais e pobreza. Muitas delas não têm governos municipais capazes de resolver esses problemas. Estima-se que 95% da expansão urbana futura - boa parte dela rápida e não planejada-se dará em países de baixa e média renda. Para Pamela Sitko, assessora técnica de controle de desastres urbanos junto à entidade World Vision International, as agências humanitárias terão, cada vez mais, que reagir a crises em cidades. "Já é tarde demais para o setor humanitário se adiantar à curva da urbanização, mas podemos alcançá-la", disse Sitko. "Precisamos adaptar nossas ferramentas, abordagens e modos de formar parcerias." GOVERNOS LOCAIS Uma das principais diferenças é que os humanitaristas terão que cooperar muito mais estreitamente com os administradores urbanos -prefeitos, urbanistas, arquitetos e empresas de água e luz. Em áreas urbanas atingidas por desastres, a melhor abordagem muitas vezes consiste em não levar suprimentos emergenciais. "Nas cidades, não levamos ajuda à população. O que precisamos fazer é facilitar o acesso à ajuda. Por exemplo, não temos que transportar caminhões de alimentos para a população, mas ajudar a colocar os mercados e feiras em funcionamento", disse Sitko. Dan Lewis, diretor da unidade de redução de riscos urbanos da UM-Habitat, disse que o sistema humanitário está aprendendo pouco a pouco com os erros cometidos em desastres anteriores que atingiram cidades. Um exemplo desse tipo de desastre foi o terremoto de 2010 no Haiti, quando milhares de moradores de Porto Príncipe que ficaram sem-teto foram transferidos para um acampamento fora da capital, com poucos serviços e sem acesso a trabalho. NOVA ALIANÇA Em muitas crises -desde o tsunami no oceano Índico até o tufão Haiyan, que achatou a cidade filipina de Tacloban–, as entidades humanitárias correram para ajudar, sem consultar os governos locais. A nova aliança global quer retificar essa falha. Especialistas em trabalho humanitário dizem que a cooperação com autoridades municipais e empresas é cada vez mais importante para responder a crises de refugiados como a do Oriente Médio, onde a maioria dos 5 milhões de sírios que fugiram de seu país em guerra estão vivendo em cidades do Líbano, Jordânia e Turquia. O fato de eles terem se dispersado entre as comunidades de acolhida faz com que seja mais difícil para as agências humanitárias chegar até as famílias e lhes oferecer o apoio de que precisam para pagar aluguel, comprar alimentos e acessar escolas e saúde. Isso requer inovação. A World Vision, por exemplo, tem um projeto no vale do Bekaa, no Líbano, que dá a jovens sírios e libaneses experiência na gestão de dejetos sólidos e na reciclagem de materiais. O projeto promove a aproximação entre os jovens e lhes ensina habilidades, além de beneficiar a saúde pública local e a infraestrutura municipal. "É preciso atender todos os grupos diferentes", disse Aline Rahbany, assessora de programação urbana da World Vision. "Se você só ajudar um grupo, isso pode acabar sendo prejudicial, por gerar mais tensões sociais e conflitos na cidade." Tradução de CLARA ALLAIN
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'Honourable Woman' consagra anti-heroína
Você não vai encontrar em "The Honourable Woman", o thriller em oito episódios que deu a Maggie Gyllenhaal o Globo de Ouro de atriz em telefilme ou minissérie, a profusão de explosões de "24 Horas" ou "Homeland". Tampouco explicações didáticas sobre o Oriente Médio na boca de um personagem aleatório. Isso não impede que a minissérie produzida pela rede britânica BBC, por vezes árida e difícil de digerir, seja envolvente para o espectador comum (que pouco lê sobre o conflito israelo-palestino) e para o consumidor voraz de notícias da região. Essa dificuldade e esse apelo não vêm do tema espinhoso, alvo de uma leva de produções recentes, mas da forma como ele é abordado: sem concessões ou mocinhos e com muitas nuances entre certo e errado. "The Honourable Woman" acompanha, em diferentes momentos, a história de Nessa Stein, herdeira rica de uma fábrica de armas israelense que tenta converter o negócio do pai em uma empresa de infraestrutura para comunicação operando nos territórios palestinos. Além de navegar na complexa política local, o que inclui corrupção e interesses pouco nobres de ambas as partes, Nessa precisa lidar com demônios internos e uma delicada órbita familiar, ambos marcados pelo assassinato do pai diante dela e do irmão ainda meninos. Tudo sob o radar do MI-6, o serviço secreto britânico, e a politicagem inglesa. A descrição parece complexa demais, mas "The Honourable Woman" é, antes de drama político, um tenso drama familiar sobre identidade, interesses e o que une as pessoas. Nos melhores momentos, chega a lembrar "O Poderoso Chefão". O contexto singular da família de Nessa –seu irmão, Ephra (Andrew Buchan), a cunhada, Rachel (Katherine Parkinson), a governanta palestina do casal, Atka (Lubna Azabal, incrível), e o filho dela (o menino Oliver Bodur)– não fica a dever nem para romances consagrados nem para boas novelas. E o núcleo do MI-6, com o inspetor vivido por Stephen Rea à frente, faz as tramas da CIA em séries americanas parecerem ingênuas, aproximando-o de "House of Cards" (cuja versão original é britânica). O produtor/criador Hugo Blick, que se inspirou na tentativa histórica de assassinato de um embaixador israelense em Londres por um grupo terrorista palestino em 1982, quis fazer uma crítica a seu país. Durante o lançamento britânico, Gyllenhaal ressaltou, em entrevistas à imprensa local, que preferia manter suas opiniões sobre o tema inéditas para não contaminar a forma como o espectador vê a série (nem precisava, já que é difícil ali ignorar o choque e assumir lados). Blick conseguiu também, intencionalmente, fazer uma minissérie em que a relação entre os sexos tradicionalmente exposta no cinema e na TV se inverte e as mulheres ocupam os papeis mais poderosos. Sua atriz principal ressaltou esse aspecto ao receber o Globo de Ouro, festejando a "riqueza de papeis de mulheres reais", poderosas ou não, heroicas ou não, nas telas. Depois de tantos antiheróis, podemos estar vendo surgir com Nessa, a Claire Underwood de Robin Wright em "House of Cards" e a Carrie Mathison de Claire Danes em "Homeland" uma geração gloriosa de anti-heroínas. "The Honourable Woman" está à venda no iTunes.
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'Honourable Woman' consagra anti-heroínaVocê não vai encontrar em "The Honourable Woman", o thriller em oito episódios que deu a Maggie Gyllenhaal o Globo de Ouro de atriz em telefilme ou minissérie, a profusão de explosões de "24 Horas" ou "Homeland". Tampouco explicações didáticas sobre o Oriente Médio na boca de um personagem aleatório. Isso não impede que a minissérie produzida pela rede britânica BBC, por vezes árida e difícil de digerir, seja envolvente para o espectador comum (que pouco lê sobre o conflito israelo-palestino) e para o consumidor voraz de notícias da região. Essa dificuldade e esse apelo não vêm do tema espinhoso, alvo de uma leva de produções recentes, mas da forma como ele é abordado: sem concessões ou mocinhos e com muitas nuances entre certo e errado. "The Honourable Woman" acompanha, em diferentes momentos, a história de Nessa Stein, herdeira rica de uma fábrica de armas israelense que tenta converter o negócio do pai em uma empresa de infraestrutura para comunicação operando nos territórios palestinos. Além de navegar na complexa política local, o que inclui corrupção e interesses pouco nobres de ambas as partes, Nessa precisa lidar com demônios internos e uma delicada órbita familiar, ambos marcados pelo assassinato do pai diante dela e do irmão ainda meninos. Tudo sob o radar do MI-6, o serviço secreto britânico, e a politicagem inglesa. A descrição parece complexa demais, mas "The Honourable Woman" é, antes de drama político, um tenso drama familiar sobre identidade, interesses e o que une as pessoas. Nos melhores momentos, chega a lembrar "O Poderoso Chefão". O contexto singular da família de Nessa –seu irmão, Ephra (Andrew Buchan), a cunhada, Rachel (Katherine Parkinson), a governanta palestina do casal, Atka (Lubna Azabal, incrível), e o filho dela (o menino Oliver Bodur)– não fica a dever nem para romances consagrados nem para boas novelas. E o núcleo do MI-6, com o inspetor vivido por Stephen Rea à frente, faz as tramas da CIA em séries americanas parecerem ingênuas, aproximando-o de "House of Cards" (cuja versão original é britânica). O produtor/criador Hugo Blick, que se inspirou na tentativa histórica de assassinato de um embaixador israelense em Londres por um grupo terrorista palestino em 1982, quis fazer uma crítica a seu país. Durante o lançamento britânico, Gyllenhaal ressaltou, em entrevistas à imprensa local, que preferia manter suas opiniões sobre o tema inéditas para não contaminar a forma como o espectador vê a série (nem precisava, já que é difícil ali ignorar o choque e assumir lados). Blick conseguiu também, intencionalmente, fazer uma minissérie em que a relação entre os sexos tradicionalmente exposta no cinema e na TV se inverte e as mulheres ocupam os papeis mais poderosos. Sua atriz principal ressaltou esse aspecto ao receber o Globo de Ouro, festejando a "riqueza de papeis de mulheres reais", poderosas ou não, heroicas ou não, nas telas. Depois de tantos antiheróis, podemos estar vendo surgir com Nessa, a Claire Underwood de Robin Wright em "House of Cards" e a Carrie Mathison de Claire Danes em "Homeland" uma geração gloriosa de anti-heroínas. "The Honourable Woman" está à venda no iTunes.
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Pouco habituado a lavanderias, paulistano escolhe 5àsec
MARIANA MARINHO DE SÃO PAULO O nome francês 5àsec pode até dificultar a pronúncia ("sanque à sec"). Porém, isso não impede que a rede seja citada como a melhor lavanderia de São Paulo pelos paulistanos das classes A e B, segundo o Datafolha. Apesar de desbancar a concorrência —a menção a outras marcas atinge, no máximo, 1%— é alto o número de pessoas que não sabem ou não se lembram de nenhuma marca de lavanderia. Chega a 73%. Para o diretor administrativo e financeiro da 5àsec, Gregory Meteil, o índice reflete a falta de espaço da lavanderia no cotidiano do brasileiro. Na maioria das vezes, o serviço é solicitado para peças especiais, como vestidos de gala. Segundo Meteil, dois fatores podem gerar mudanças no cenário: o fato de as pessoas usarem cada vez mais roupas sociais e o de não poderem mais arcar com o custo de manter uma empregada a semana toda. "Essas pessoas estão cada vez mais sujeitas a usar o serviço de lavanderia, que tem um potencial de crescimento enorme no Brasil em comparação com outros lugares da Europa", acredita Meteil. Há 20 anos no país, a marca francesa, nascida na cidade de Marselha em 1968, opera aqui com 430 lojas. Em 2015, elas geraram mais de R$ 183 milhões —a meta para 2016 é que o faturamento seja 5% maior. No mundo, a 5àsec contabiliza 2.000 lojas em 30 países. O número deve aumentar neste ano. A marca se prepara para desembarcar no Uruguai e deve abrir uma nova loja paulistana na região sul, no Jabaquara, ainda neste mês. Ao todo, a rede planeja inaugurar 30 lojas no Brasil nos próximos dois anos. * Para saber + * Gregory Meteil, diretor administrativo e financeiro da 5àsec Por que o "cinco" no nome? "Sec" vem de seco, em francês. Cinco é porque, quando foi criada, na França, havia apenas cinco preços para qualquer peça que fosse lavada. Hoje, o sistema é diferente [os valores variam de R$ 9, a lavagem de uma camiseta, até R$ 400 a de um vestido de noiva]. O volume de atendimento é maior em shopping ou em rua? Em rua, mas isso pode mudar. Estamos investindo em lojas com um formato menor, o que diminui o valor do aluguel e nos permite estar em centros comerciais como os shoppings de São Paulo. O paulistano tem demandas diferentes dos outros clientes? Sim. É um público bem mais exigente na qualidade e, mais do que tudo, no tempo de entrega da peça.
saopaulo
Pouco habituado a lavanderias, paulistano escolhe 5àsecMARIANA MARINHO DE SÃO PAULO O nome francês 5àsec pode até dificultar a pronúncia ("sanque à sec"). Porém, isso não impede que a rede seja citada como a melhor lavanderia de São Paulo pelos paulistanos das classes A e B, segundo o Datafolha. Apesar de desbancar a concorrência —a menção a outras marcas atinge, no máximo, 1%— é alto o número de pessoas que não sabem ou não se lembram de nenhuma marca de lavanderia. Chega a 73%. Para o diretor administrativo e financeiro da 5àsec, Gregory Meteil, o índice reflete a falta de espaço da lavanderia no cotidiano do brasileiro. Na maioria das vezes, o serviço é solicitado para peças especiais, como vestidos de gala. Segundo Meteil, dois fatores podem gerar mudanças no cenário: o fato de as pessoas usarem cada vez mais roupas sociais e o de não poderem mais arcar com o custo de manter uma empregada a semana toda. "Essas pessoas estão cada vez mais sujeitas a usar o serviço de lavanderia, que tem um potencial de crescimento enorme no Brasil em comparação com outros lugares da Europa", acredita Meteil. Há 20 anos no país, a marca francesa, nascida na cidade de Marselha em 1968, opera aqui com 430 lojas. Em 2015, elas geraram mais de R$ 183 milhões —a meta para 2016 é que o faturamento seja 5% maior. No mundo, a 5àsec contabiliza 2.000 lojas em 30 países. O número deve aumentar neste ano. A marca se prepara para desembarcar no Uruguai e deve abrir uma nova loja paulistana na região sul, no Jabaquara, ainda neste mês. Ao todo, a rede planeja inaugurar 30 lojas no Brasil nos próximos dois anos. * Para saber + * Gregory Meteil, diretor administrativo e financeiro da 5àsec Por que o "cinco" no nome? "Sec" vem de seco, em francês. Cinco é porque, quando foi criada, na França, havia apenas cinco preços para qualquer peça que fosse lavada. Hoje, o sistema é diferente [os valores variam de R$ 9, a lavagem de uma camiseta, até R$ 400 a de um vestido de noiva]. O volume de atendimento é maior em shopping ou em rua? Em rua, mas isso pode mudar. Estamos investindo em lojas com um formato menor, o que diminui o valor do aluguel e nos permite estar em centros comerciais como os shoppings de São Paulo. O paulistano tem demandas diferentes dos outros clientes? Sim. É um público bem mais exigente na qualidade e, mais do que tudo, no tempo de entrega da peça.
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Darei apoio a plebiscito, diz Dilma sobre carta que prepara ao país
Dilma Rousseff abre o computador e diz, baixinho: "Gente do céu, esse povo é complicado". Na tela do laptop, a presidente afastada se depara com a quarta, "ou quinta ou sexta" versão da carta que pretende entregar aos 81 senadores até a quarta-feira da semana que vem (10). A exclamação da petista sobre as versões do documento tem razão de ser: aliados de diferentes matizes ideológicas e interesses conflitantes continuavam dando muitos pitacos no teor da mensagem. Durante encontro com a petista no Palácio da Alvorada, na manhã desta quinta-feira (4), a Folha teve acesso a alguns dos trechos da "mensagem às senadoras, aos senadores e ao povo brasileiro". A defesa do plebiscito é o argumento central do discurso, talvez um dos derradeiros na condição de presidente. "Darei apoio integral à iniciativa de convocação de um plebiscito, com o objetivo de definir a realização de novas eleições e a reforma política no país", diz a missiva. Poucas horas depois de ler, diante da reportagem, a parte do documento já fechada, o presidente do PT, Rui Falcão, divulgava seu posicionamento sobre a proposta: ser contra o plano de consulta popular. Foi apenas mais um de tantos desacertos protagonizados entre Dilma e seu partido. "Que o povo se manifeste, não só através de pesquisas de opinião, mas por meio do voto popular sobre a antecipação das eleições e reforma política", afirmou ela, em entrevista à Folha. A presidente afastada continuou: "Estão tratando o presidencialismo como se parlamentarismo fosse. O parlamentarismo permite o voto de desconfiança. No presidencialismo, o impeachment, sem crime, é golpe". Mas há lógica em querer voltar para então sair, como diz Michel Temer, indagou a reportagem. "A lógica? É ele não ter 54,5 milhões de votos. Eu sou legítima. Ninguém, nem o impeachment, transformará Temer num presidente legítimo. E ele vai carregar essa pecha até o fim", alfineta. Dilma justificou sua declaração, dada na terça (2) à revista "Fórum", sobre o PT precisar passar por "grande transformação em que se reconheça todos os erros". A petista disse que a declaração tinha o intuito de defender a legenda ao ser questionada sobre o fim da sigla. À Folha, porém, repetiu a tese da autocrítica partidária. "É um processo. O PT foi muito demonizado. [Mas] vai ter de fazer, é simples assim, acaba fazendo." Questionada sobre a acusação de caixa dois na disputa presidencial de 2010, reiterou que as dívidas daquela campanha com o marqueteiro João Santana foram assumidas pelo PT. Nesse momento, Dilma saca uma folha impressa e mostra à reportagem uma nota escrita pelo então tesoureiro José de Filippi isentando-a de responsabilidade no caso. 'TENTÁCULOS' Enquanto fala, pede mais um café ao garçom do Alvorada. "Um café para as massas oprimidas", brinca. Apesar dos esforços para voltar, ela não esconde ter tirado um peso das costas. O jeito é o durão de sempre, mas um tanto menos tenso. Sem ser perguntada, Dilma fala no deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável pela admissibilidade do pedido de impeachment, embora também com menos agressividade do que das vezes anteriores. A petista parece ter tomado algum distanciamento do próprio caso. Chega até a falar da inteligência de algozes como Cunha, o maior deles, indica ela, e o senador Romero Jucá (RR), ambos do PMDB. Sobre o primeiro, afirma: "Chego a sentir pena, de certa forma. Como gente. Porque a pessoa que acha que o mal é banal vive num total desalento. Como o cara de [descrito pela escritora alemã] Hannah Arendt, que trabalha na câmara de gás, num campo de concentração, e volta pra casa, uma casa florida, e beija seus filhos". Mas, ainda assim, golpeia o deputado afastado. Cunha tem "tentáculos" na Câmara, palpita. Sabe muito sobre a cúpula dos novos condôminos do Planalto. "Teria de tirar muito ele de cena para tirar a influência dele." E segue, desta vez sem citá-lo diretamente: "Parece aquelas versões dos filmes americanos em que o poderoso chefão controlava tudo de dentro da prisão". Dilma faz digressões políticas para explicar a crise. Fala da fragmentação partidária e do deslocamento ideológico do "centro democrático" dominado pelo PMDB em 1988 –agrupamento bem mais progressista, diz ela– para o chamado "centrão" de hoje, resultado da multiplicação de partidos. "O centro político se desloca para direita com Eduardo Cunha", diz. "Não está valorizando muito o poder do rival?", pergunta a Folha. "Temer nunca controlou nada, é o Cunha." AJUSTE FISCAL Muito mais tranquila do que nos tempos de Planalto, Dilma é hoje menos defensiva do que nos tempos do exercício do cargo. "Qual foi nosso erro? Acharmos que era possível fazer um ajuste fiscal rápido. Não dava, pois a crise política se sobrepunha. Eles inventaram a pauta-bomba". Curioso não mencionar os tempos de Arno Augustin –secretário do Tesouro no primeiro mandato e apontado como executor da chamada contabilidade criativa– como causa da crise fiscal, questiona a reportagem. "Quero te lembrar de uma coisa: não estou sendo julgada pelo Arno. Meu pedido de impeachment é no Joaquim Levy", disse, em referência ao ministro da Fazenda do início de seu segundo mandato. E continua. "Quem era o secretário do Tesouro [quando surgiram as acusações que deram base à denúncia das pedaladas]? Tarcísio Godoy. Vivem dizendo que eu tinha uma ligação próxima com Arno. Só tem um problema, tem erro de pessoa." E Henrique Meirelles, estará na carta aberta ao Senado? Prometerá mantê-lo no cargo para retomar o comando do país, como defendeu o senador Cristovam Buarque? Dilma sai-se pela tangente. "Não vou fulanizar na carta." A carta, a propósito, terá cerca quatro páginas, diz ela. Sua equipe diz que o teor do documento sobre o plebiscito será mantido mesmo sem o apoio do PT. "O grande centro da carta é isso", comentou ela, horas antes de seus companheiros baterem em retirada. "Nós queremos vencer no Senado e na história. A carta dá um caminho de uma transição, de uma saída para o país."
poder
Darei apoio a plebiscito, diz Dilma sobre carta que prepara ao paísDilma Rousseff abre o computador e diz, baixinho: "Gente do céu, esse povo é complicado". Na tela do laptop, a presidente afastada se depara com a quarta, "ou quinta ou sexta" versão da carta que pretende entregar aos 81 senadores até a quarta-feira da semana que vem (10). A exclamação da petista sobre as versões do documento tem razão de ser: aliados de diferentes matizes ideológicas e interesses conflitantes continuavam dando muitos pitacos no teor da mensagem. Durante encontro com a petista no Palácio da Alvorada, na manhã desta quinta-feira (4), a Folha teve acesso a alguns dos trechos da "mensagem às senadoras, aos senadores e ao povo brasileiro". A defesa do plebiscito é o argumento central do discurso, talvez um dos derradeiros na condição de presidente. "Darei apoio integral à iniciativa de convocação de um plebiscito, com o objetivo de definir a realização de novas eleições e a reforma política no país", diz a missiva. Poucas horas depois de ler, diante da reportagem, a parte do documento já fechada, o presidente do PT, Rui Falcão, divulgava seu posicionamento sobre a proposta: ser contra o plano de consulta popular. Foi apenas mais um de tantos desacertos protagonizados entre Dilma e seu partido. "Que o povo se manifeste, não só através de pesquisas de opinião, mas por meio do voto popular sobre a antecipação das eleições e reforma política", afirmou ela, em entrevista à Folha. A presidente afastada continuou: "Estão tratando o presidencialismo como se parlamentarismo fosse. O parlamentarismo permite o voto de desconfiança. No presidencialismo, o impeachment, sem crime, é golpe". Mas há lógica em querer voltar para então sair, como diz Michel Temer, indagou a reportagem. "A lógica? É ele não ter 54,5 milhões de votos. Eu sou legítima. Ninguém, nem o impeachment, transformará Temer num presidente legítimo. E ele vai carregar essa pecha até o fim", alfineta. Dilma justificou sua declaração, dada na terça (2) à revista "Fórum", sobre o PT precisar passar por "grande transformação em que se reconheça todos os erros". A petista disse que a declaração tinha o intuito de defender a legenda ao ser questionada sobre o fim da sigla. À Folha, porém, repetiu a tese da autocrítica partidária. "É um processo. O PT foi muito demonizado. [Mas] vai ter de fazer, é simples assim, acaba fazendo." Questionada sobre a acusação de caixa dois na disputa presidencial de 2010, reiterou que as dívidas daquela campanha com o marqueteiro João Santana foram assumidas pelo PT. Nesse momento, Dilma saca uma folha impressa e mostra à reportagem uma nota escrita pelo então tesoureiro José de Filippi isentando-a de responsabilidade no caso. 'TENTÁCULOS' Enquanto fala, pede mais um café ao garçom do Alvorada. "Um café para as massas oprimidas", brinca. Apesar dos esforços para voltar, ela não esconde ter tirado um peso das costas. O jeito é o durão de sempre, mas um tanto menos tenso. Sem ser perguntada, Dilma fala no deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável pela admissibilidade do pedido de impeachment, embora também com menos agressividade do que das vezes anteriores. A petista parece ter tomado algum distanciamento do próprio caso. Chega até a falar da inteligência de algozes como Cunha, o maior deles, indica ela, e o senador Romero Jucá (RR), ambos do PMDB. Sobre o primeiro, afirma: "Chego a sentir pena, de certa forma. Como gente. Porque a pessoa que acha que o mal é banal vive num total desalento. Como o cara de [descrito pela escritora alemã] Hannah Arendt, que trabalha na câmara de gás, num campo de concentração, e volta pra casa, uma casa florida, e beija seus filhos". Mas, ainda assim, golpeia o deputado afastado. Cunha tem "tentáculos" na Câmara, palpita. Sabe muito sobre a cúpula dos novos condôminos do Planalto. "Teria de tirar muito ele de cena para tirar a influência dele." E segue, desta vez sem citá-lo diretamente: "Parece aquelas versões dos filmes americanos em que o poderoso chefão controlava tudo de dentro da prisão". Dilma faz digressões políticas para explicar a crise. Fala da fragmentação partidária e do deslocamento ideológico do "centro democrático" dominado pelo PMDB em 1988 –agrupamento bem mais progressista, diz ela– para o chamado "centrão" de hoje, resultado da multiplicação de partidos. "O centro político se desloca para direita com Eduardo Cunha", diz. "Não está valorizando muito o poder do rival?", pergunta a Folha. "Temer nunca controlou nada, é o Cunha." AJUSTE FISCAL Muito mais tranquila do que nos tempos de Planalto, Dilma é hoje menos defensiva do que nos tempos do exercício do cargo. "Qual foi nosso erro? Acharmos que era possível fazer um ajuste fiscal rápido. Não dava, pois a crise política se sobrepunha. Eles inventaram a pauta-bomba". Curioso não mencionar os tempos de Arno Augustin –secretário do Tesouro no primeiro mandato e apontado como executor da chamada contabilidade criativa– como causa da crise fiscal, questiona a reportagem. "Quero te lembrar de uma coisa: não estou sendo julgada pelo Arno. Meu pedido de impeachment é no Joaquim Levy", disse, em referência ao ministro da Fazenda do início de seu segundo mandato. E continua. "Quem era o secretário do Tesouro [quando surgiram as acusações que deram base à denúncia das pedaladas]? Tarcísio Godoy. Vivem dizendo que eu tinha uma ligação próxima com Arno. Só tem um problema, tem erro de pessoa." E Henrique Meirelles, estará na carta aberta ao Senado? Prometerá mantê-lo no cargo para retomar o comando do país, como defendeu o senador Cristovam Buarque? Dilma sai-se pela tangente. "Não vou fulanizar na carta." A carta, a propósito, terá cerca quatro páginas, diz ela. Sua equipe diz que o teor do documento sobre o plebiscito será mantido mesmo sem o apoio do PT. "O grande centro da carta é isso", comentou ela, horas antes de seus companheiros baterem em retirada. "Nós queremos vencer no Senado e na história. A carta dá um caminho de uma transição, de uma saída para o país."
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Arquiteta indica passeios em ilha na zona sul e no largo da Batata para curtir SP
DE SÃO PAULO Sem planos para os próximos dias? A arquiteta e urbanista Laura Sobral, 31, indica cinco passeios em São Paulo. Entre eles estão a avenida Paulista, aberta para os pedestres aos domingos, e a ilha do Bororé, na zona sul. Confira as dicas e curta a cidade. * 1. Extremo sul de SP De muitas margens encantadoras da capital, a primeira do meu coração —talvez a segunda, já que cresci perto de Osasco e o cachorro-quente de lá é imbatível— é o extremo sul, onde a cidade compacta acaba e natureza e pessoas se misturam melhor. Na primeira vez que fui, tive a sorte de amigos de lá me apresentarem a lugares especiais, como a singular Ilha do Bororé. Balsa p/ a ilha do Bororé. Av. Dona Belmira Marin, 6.548, Pq. Brasill. Seg. a dom.: 24 horas. Grátis * 2. Largo da Batata Com camadas de memória que vão dos restos arqueológicos encontrados até o fervo nordestino misturado com a cultura japonesa das últimas décadas, tem preciosidades como a tapioca feita com amor nas madrugadas pelo Seu Antonio, ambulante na região há mais de 15 anos. Largo da Batata, Pinheiros, s/n. * 3. Paulista aberta Curtir a avenida e cruzá-la a pé ou de bicicleta é uma experiência cultural e de lazer como poucas. É uma ótima para encontrar amigos, ouvir vários tipos de música e comer algo diferente. Desfrutar de outras vias do programa Ruas Abertas também é uma oportunidade de viver os espaços de outra maneira, mais livre, lúdica e comunitária. Av. Paulista, dom.: 10h às 19h, e outros endereços * 4. Sesc Pompeia Ainda pequena já era um dos meus lugares preferidos na cidade pela liberdade de brincar, pôr o pé na água e ver os espetáculos infantis aos fins de semana de manhã. Conhecer sua história e como Lina Bo Bardi (1914-1992) optou por manter os galpões da antiga fábrica de tambores para dar a luz a esse Sesc dá um gosto especial ao passeio. O lugar é um deslumbre por sua arquitetura e a programação cultural é cuidadosa e variada. Rua Clélia, 93, Água Branca. Tel. 3871-7700 * 5. CCSP Além da ótima arquitetura, o Centro Cultural é muito vivo. É o que um centro cultural público deve ser: acessível, diverso, inclusivo, com uma atmosfera informal. Soma-se a isso a ótima programação das exposições e outros eventos. A folhetaria é um espaço especial, assim como a horta comunitária e a biblioteca. R. Vergueiro, 1.000. Liberdade. Tel. 3397-4002
saopaulo
Arquiteta indica passeios em ilha na zona sul e no largo da Batata para curtir SPDE SÃO PAULO Sem planos para os próximos dias? A arquiteta e urbanista Laura Sobral, 31, indica cinco passeios em São Paulo. Entre eles estão a avenida Paulista, aberta para os pedestres aos domingos, e a ilha do Bororé, na zona sul. Confira as dicas e curta a cidade. * 1. Extremo sul de SP De muitas margens encantadoras da capital, a primeira do meu coração —talvez a segunda, já que cresci perto de Osasco e o cachorro-quente de lá é imbatível— é o extremo sul, onde a cidade compacta acaba e natureza e pessoas se misturam melhor. Na primeira vez que fui, tive a sorte de amigos de lá me apresentarem a lugares especiais, como a singular Ilha do Bororé. Balsa p/ a ilha do Bororé. Av. Dona Belmira Marin, 6.548, Pq. Brasill. Seg. a dom.: 24 horas. Grátis * 2. Largo da Batata Com camadas de memória que vão dos restos arqueológicos encontrados até o fervo nordestino misturado com a cultura japonesa das últimas décadas, tem preciosidades como a tapioca feita com amor nas madrugadas pelo Seu Antonio, ambulante na região há mais de 15 anos. Largo da Batata, Pinheiros, s/n. * 3. Paulista aberta Curtir a avenida e cruzá-la a pé ou de bicicleta é uma experiência cultural e de lazer como poucas. É uma ótima para encontrar amigos, ouvir vários tipos de música e comer algo diferente. Desfrutar de outras vias do programa Ruas Abertas também é uma oportunidade de viver os espaços de outra maneira, mais livre, lúdica e comunitária. Av. Paulista, dom.: 10h às 19h, e outros endereços * 4. Sesc Pompeia Ainda pequena já era um dos meus lugares preferidos na cidade pela liberdade de brincar, pôr o pé na água e ver os espetáculos infantis aos fins de semana de manhã. Conhecer sua história e como Lina Bo Bardi (1914-1992) optou por manter os galpões da antiga fábrica de tambores para dar a luz a esse Sesc dá um gosto especial ao passeio. O lugar é um deslumbre por sua arquitetura e a programação cultural é cuidadosa e variada. Rua Clélia, 93, Água Branca. Tel. 3871-7700 * 5. CCSP Além da ótima arquitetura, o Centro Cultural é muito vivo. É o que um centro cultural público deve ser: acessível, diverso, inclusivo, com uma atmosfera informal. Soma-se a isso a ótima programação das exposições e outros eventos. A folhetaria é um espaço especial, assim como a horta comunitária e a biblioteca. R. Vergueiro, 1.000. Liberdade. Tel. 3397-4002
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Com o fim do horário de verão, atualize as horas em relógios que são puro design
MICHELE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Confira opções de relógios para espalhar pela casa. Relógio de parede Ball Clock, por George Nelson,. Vitra. micasa.com.br Relógio de parede Balsa, de madeira, R$ 149. Oppa. oppa.com.br Relógio de parede Time Flow, de madeira, por Jong Su Kim, R$ 190. Umbra. lojamod.com.br Relógio de parede Ribbon, de aço, por Michelle Ivankovic, R$ 225. Muma. muma.com.br Relógio de parede Chic Sticks, de vidro, R$ 199,90. Etna. etna.com.br Relógio de mesa Tack, de madeira, R$ 59. Meu Móvel de Madeira. meumoveldemadeira.com.br * LUCIA SUSUKI diretora da Vitra no Brasil O Ball Clock, de George Nelson (1908-1986), é um ícone dos anos 50. Por que o relógio faz sucesso até hoje? É uma peça de design atemporal. Além de ser um relógio, que atende a uma função, é um objeto de arte e de desejo. A parede vazia ganha vida, e o ambiente fica mais mais alegre e aconchegante. O que faz um móvel ou um acessório ser atemporal? Em geral, eles têm funcionalidade e desenhos simples. Como dizia George Nelson, design é processo: começa com uma necessidade, um problema e acaba com o design para alguma coisa.
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Com o fim do horário de verão, atualize as horas em relógios que são puro designMICHELE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Confira opções de relógios para espalhar pela casa. Relógio de parede Ball Clock, por George Nelson,. Vitra. micasa.com.br Relógio de parede Balsa, de madeira, R$ 149. Oppa. oppa.com.br Relógio de parede Time Flow, de madeira, por Jong Su Kim, R$ 190. Umbra. lojamod.com.br Relógio de parede Ribbon, de aço, por Michelle Ivankovic, R$ 225. Muma. muma.com.br Relógio de parede Chic Sticks, de vidro, R$ 199,90. Etna. etna.com.br Relógio de mesa Tack, de madeira, R$ 59. Meu Móvel de Madeira. meumoveldemadeira.com.br * LUCIA SUSUKI diretora da Vitra no Brasil O Ball Clock, de George Nelson (1908-1986), é um ícone dos anos 50. Por que o relógio faz sucesso até hoje? É uma peça de design atemporal. Além de ser um relógio, que atende a uma função, é um objeto de arte e de desejo. A parede vazia ganha vida, e o ambiente fica mais mais alegre e aconchegante. O que faz um móvel ou um acessório ser atemporal? Em geral, eles têm funcionalidade e desenhos simples. Como dizia George Nelson, design é processo: começa com uma necessidade, um problema e acaba com o design para alguma coisa.
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SP é Estado com maior número de projetos inscritos no Prêmio FBB
São Paulo foi o Estado com o maior número de projetos de tecnologia social inscritos na oitava edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil. As 169 iniciativas paulistas concorrem com mais 697 projetos. O prêmio de R$ 600 mil será dividido entre 18 ganhadores. No total, foram 866 projetos inscritos em todo o Brasil. Outros Estados que também tiveram grande número de inscrições foram Minas Gerais, em segundo lugar com 72 propostas, e Rio Grande do Sul, em terceiro com 64. As iniciativas seguem agora para análise de certificação de tecnologia social e depois para seleção, julgamento e premiação. Entre as seis categorias do prêmio, a que mais despertou interesse foi a de tecnologias sociais para o meio urbano, com 229 propostas inscritas. Em seguida vieram juventude, com 196; comunidades tradicionais, agricultores familiares e assentados da reforma agrária, com 172; e mulheres, com 103. Ainda que não sejam vencedores, todos os projetos certificados passam a integrar o Banco de Tecnologias Sociais da FBB. Nele, instituições interessadas em conhecer a iniciativa ou em reaplicá-la podem entrar em contato direto com os desenvolvedores. Em 14 anos de prêmio, houve iniciativas que se destacaram e se transformaram em políticas públicas. Entre elas está a "Cisterna de Placas", para captação de água da chuva replicada no semiárido brasileiro.
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SP é Estado com maior número de projetos inscritos no Prêmio FBBSão Paulo foi o Estado com o maior número de projetos de tecnologia social inscritos na oitava edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil. As 169 iniciativas paulistas concorrem com mais 697 projetos. O prêmio de R$ 600 mil será dividido entre 18 ganhadores. No total, foram 866 projetos inscritos em todo o Brasil. Outros Estados que também tiveram grande número de inscrições foram Minas Gerais, em segundo lugar com 72 propostas, e Rio Grande do Sul, em terceiro com 64. As iniciativas seguem agora para análise de certificação de tecnologia social e depois para seleção, julgamento e premiação. Entre as seis categorias do prêmio, a que mais despertou interesse foi a de tecnologias sociais para o meio urbano, com 229 propostas inscritas. Em seguida vieram juventude, com 196; comunidades tradicionais, agricultores familiares e assentados da reforma agrária, com 172; e mulheres, com 103. Ainda que não sejam vencedores, todos os projetos certificados passam a integrar o Banco de Tecnologias Sociais da FBB. Nele, instituições interessadas em conhecer a iniciativa ou em reaplicá-la podem entrar em contato direto com os desenvolvedores. Em 14 anos de prêmio, houve iniciativas que se destacaram e se transformaram em políticas públicas. Entre elas está a "Cisterna de Placas", para captação de água da chuva replicada no semiárido brasileiro.
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Bolsa tem dia de realização de lucros, mas fecha semana no azul; dólar sobe
A Bolsa brasileira devolveu nesta sexta (6) parte dos ganhos obtidos em sessões anteriores, quando bateu recordes nominais, mas ainda assim teve fôlego para fechar a semana no azul. O dólar ganhou força em relação à maioria das moedas do mundo, mas acumulou queda na semana. O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, recuou 0,73%, para 76.054 pontos, em dia de volume um pouco menor –o giro financeiro foi de R$ 7,75 bilhões, ante média diária de R$ 8,3 bilhões. Na semana, a Bolsa acumulou valorização de 2,37%. O dólar comercial fechou em alta de 0,22%, para R$ 3,160. O dólar à vista subiu 0,73%, também a R$ 3,160. Na semana, porém, ambos registraram queda: 0,25% e 0,10%, respectivamente. No mercado acionário, a Bolsa testou novos recordes nesta semana e chegou a superar levemente os 78 mil pontos, mas não sustentou o novo patamar. Nesta sexta, os investidores preferiram embolsar ganhos, de olho em dados de inflação aqui e de mercado de trabalho nos Estados Unidos. O IPCA, índice oficial de inflação, subiu 0,16% em setembro, mais que o avanço de 0,09% esperado por economistas e consultorias ouvidos pela agência internacional de notícias Bloomberg. A alta foi puxada pelo aumento do preço de combustíveis, e é considerada pontual pelos analistas. "Não vejo uma tendência de alta na inflação. Mas estamos num nível confortável de IPCA, abaixo do piso. Se subir um pouco mais, não incomoda, a não ser que vire tendência", avalia Mario Roberto Mariante, analista-chefe da Planner Corretora. Foi a primeira alta do IPCA acumulado em 12 meses desde agosto do ano passado. Mas não é motivo suficiente para que o Banco Central reavalie sua política monetária, diz Alvaro Bandeira, economista-chefe do home broker Modalmais. "Acho que só muda mesmo o piso para a taxa de juros do mercado. A Selic deve terminar o ano entre 6,5% e 7%", diz. AÇÕES Nesta sexta, 48 das 59 ações do Ibovespa fecharam em baixa. As 11 restantes conseguiram subir. Os papéis da Eletrobras lideraram as quedas do índice, ainda sob impacto da decisão do governo de adiar a entrada da empresa no segmento de Novo Mercado da Bolsa, que tem governança mais rígida. As ações preferenciais caíram 3,71%, e as ordinárias se desvalorizaram 3,07%. As ações da Petrobras caíram mais de 1%, por causa da queda dos preços do petróleo no exterior devido à preocupação em torno da demanda pela commodity. As ações preferenciais da estatal caíram 1,32%, para R$ 15,69. As ordinárias caíram 1,21%, para R$ 16,37. "O último dado de estoque nos EUA veio um pouco acima do esperado e levou a uma realização do petróleo. Há ainda preocupação com uma tempestade que pode chegar ao país, o que contribuiu para esse cenário", diz Sandra Peres, analista-chefe da Coinvalores. As ações de siderúrgicas também sofreram nesta sessão. Nesta sexta, a União Europeia decidiu sobretaxar o aço laminado a quente do Brasil, Irã, Rússia e Ucrânia. As ações da Gerdau caíram 2,89%, e as da CSN se desvalorizaram 2,66%. A mineradora Vale teve baixa nesta sessão. Os papéis ordinários caíram 0,40%, para R$ 32,14. Os preferenciais recuaram 0,54%, para R$ 29,64. Os papéis do Itaú Unibanco recuaram 1,17%. As ações preferenciais do Bradesco perderam 1,04%, e as ordinárias tiveram baixa de 0,60%. O Banco do Brasil teve valorização de 0,57%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil ganharam 1,34%. DÓLAR O dado de emprego nos Estados Unidos foi a principal notícia do dia. A expectativa dos economistas era de que fossem criados 80 mil postos de trabalho em setembro, mas o resultado mostrou destruição de 33 mil vagas. A contração foi atribuída aos furacões Harvey e Irma, que atingiram o país. A queda, no entanto, não foi vista como fator de preocupação. Isso porque os salários tiveram crescimento anual de 2,9%, enquanto a taxa de desemprego recuou para 4,2%. A expectativa de que a alta dos salários vá impactar a inflação fez com que a probabilidade de um terceiro aumento de juros nos EUA aumentasse. Agora, está em 76,5%. O dólar se fortaleceu entre 20 das 31 principais moedas do mundo. O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) subiu nesta sexta, após oito sessões de queda. O CDS teve alta de 0,41%, para 185,6 pontos. No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam em baixa. O DI para janeiro de 2018 recuou de 7,460% para 7,440%. A taxa para janeiro de 2019 se manteve estável em 7,350%.
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Bolsa tem dia de realização de lucros, mas fecha semana no azul; dólar sobeA Bolsa brasileira devolveu nesta sexta (6) parte dos ganhos obtidos em sessões anteriores, quando bateu recordes nominais, mas ainda assim teve fôlego para fechar a semana no azul. O dólar ganhou força em relação à maioria das moedas do mundo, mas acumulou queda na semana. O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, recuou 0,73%, para 76.054 pontos, em dia de volume um pouco menor –o giro financeiro foi de R$ 7,75 bilhões, ante média diária de R$ 8,3 bilhões. Na semana, a Bolsa acumulou valorização de 2,37%. O dólar comercial fechou em alta de 0,22%, para R$ 3,160. O dólar à vista subiu 0,73%, também a R$ 3,160. Na semana, porém, ambos registraram queda: 0,25% e 0,10%, respectivamente. No mercado acionário, a Bolsa testou novos recordes nesta semana e chegou a superar levemente os 78 mil pontos, mas não sustentou o novo patamar. Nesta sexta, os investidores preferiram embolsar ganhos, de olho em dados de inflação aqui e de mercado de trabalho nos Estados Unidos. O IPCA, índice oficial de inflação, subiu 0,16% em setembro, mais que o avanço de 0,09% esperado por economistas e consultorias ouvidos pela agência internacional de notícias Bloomberg. A alta foi puxada pelo aumento do preço de combustíveis, e é considerada pontual pelos analistas. "Não vejo uma tendência de alta na inflação. Mas estamos num nível confortável de IPCA, abaixo do piso. Se subir um pouco mais, não incomoda, a não ser que vire tendência", avalia Mario Roberto Mariante, analista-chefe da Planner Corretora. Foi a primeira alta do IPCA acumulado em 12 meses desde agosto do ano passado. Mas não é motivo suficiente para que o Banco Central reavalie sua política monetária, diz Alvaro Bandeira, economista-chefe do home broker Modalmais. "Acho que só muda mesmo o piso para a taxa de juros do mercado. A Selic deve terminar o ano entre 6,5% e 7%", diz. AÇÕES Nesta sexta, 48 das 59 ações do Ibovespa fecharam em baixa. As 11 restantes conseguiram subir. Os papéis da Eletrobras lideraram as quedas do índice, ainda sob impacto da decisão do governo de adiar a entrada da empresa no segmento de Novo Mercado da Bolsa, que tem governança mais rígida. As ações preferenciais caíram 3,71%, e as ordinárias se desvalorizaram 3,07%. As ações da Petrobras caíram mais de 1%, por causa da queda dos preços do petróleo no exterior devido à preocupação em torno da demanda pela commodity. As ações preferenciais da estatal caíram 1,32%, para R$ 15,69. As ordinárias caíram 1,21%, para R$ 16,37. "O último dado de estoque nos EUA veio um pouco acima do esperado e levou a uma realização do petróleo. Há ainda preocupação com uma tempestade que pode chegar ao país, o que contribuiu para esse cenário", diz Sandra Peres, analista-chefe da Coinvalores. As ações de siderúrgicas também sofreram nesta sessão. Nesta sexta, a União Europeia decidiu sobretaxar o aço laminado a quente do Brasil, Irã, Rússia e Ucrânia. As ações da Gerdau caíram 2,89%, e as da CSN se desvalorizaram 2,66%. A mineradora Vale teve baixa nesta sessão. Os papéis ordinários caíram 0,40%, para R$ 32,14. Os preferenciais recuaram 0,54%, para R$ 29,64. Os papéis do Itaú Unibanco recuaram 1,17%. As ações preferenciais do Bradesco perderam 1,04%, e as ordinárias tiveram baixa de 0,60%. O Banco do Brasil teve valorização de 0,57%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil ganharam 1,34%. DÓLAR O dado de emprego nos Estados Unidos foi a principal notícia do dia. A expectativa dos economistas era de que fossem criados 80 mil postos de trabalho em setembro, mas o resultado mostrou destruição de 33 mil vagas. A contração foi atribuída aos furacões Harvey e Irma, que atingiram o país. A queda, no entanto, não foi vista como fator de preocupação. Isso porque os salários tiveram crescimento anual de 2,9%, enquanto a taxa de desemprego recuou para 4,2%. A expectativa de que a alta dos salários vá impactar a inflação fez com que a probabilidade de um terceiro aumento de juros nos EUA aumentasse. Agora, está em 76,5%. O dólar se fortaleceu entre 20 das 31 principais moedas do mundo. O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) subiu nesta sexta, após oito sessões de queda. O CDS teve alta de 0,41%, para 185,6 pontos. No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam em baixa. O DI para janeiro de 2018 recuou de 7,460% para 7,440%. A taxa para janeiro de 2019 se manteve estável em 7,350%.
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Licenciamento ambiental e incertezas
A legislação ambiental brasileira é uma das mais robustas do mundo e trouxe ganhos importantes para o país. Na prática, ainda há muitas queixas quanto ao tempo gasto para se obter uma licença ambiental. Neste momento em que o Brasil tenta ser mais atrativo para os investidores, o Congresso debate cerca de 20 propostas de revisões da lei de licenciamento ambiental, aparentemente para tornar o processo menos burocrático e mais previsível. Infelizmente, as propostas em discussão não são suscetíveis de alcançar tais objetivos, como explicado em dois estudos recentes elaborados pelo grupo Banco Mundial. Ambos mostram que as principais deficiências do processo estão na seleção e preparação de projetos, com grandes lacunas no planejamento setorial e no monitoramento de seus impactos e condicionantes. Há preocupação de que algumas das revisões tornem o licenciamento ambiental ainda mais incerto e, consequentemente, mais dispendioso. A aprovação de propostas que flexibilizam sobremaneira as normas existentes e se afastam de padrões internacionais de avaliação de impactos ambientais e responsabilidade social pode não somente colocar em risco um sólido patrimônio legislativo, como também implicar incertezas regulatórias e jurídicas. O novo conjunto de Padrões Ambientais e Sociais do grupo Banco Mundial, aprovado em agosto de 2016, dá maior ênfase ao uso de estruturas nacionais, com o objetivo de fortalecer as instituições. Se a legislação ambiental do país estiver enfraquecida, ou apartada de padrões internacionais, haverá grandes dificuldades práticas de implementação. Outro aspecto relevante é a formulação de termos de referência adequados para a elaboração dos estudos de impacto e a articulação com políticas de ordenamento territorial. A existência de normas mais claras para os grandes setores de infraestrutura também tornará o processo mais previsível e transparente, trazendo as contribuições da sociedade civil para o debate. Por fim, os bancos nacionais de desenvolvimento têm também papel importante, como indutores de um padrão de qualidade mais elevado. Hoje grande parcela dos bancos é signatária dos "Princípios do Equador", que estabelecem critérios para concessão de crédito que visam garantir a segurança do investimento em projetos responsáveis do ponto de vista econômico, social e ambiental. No Brasil, a IFC (Cooperação Financeira Internacional) assinou recentemente um memorando de entendimento com o BNDES para que a instituição possa adotar seus padrões de desempenho da, que estabelecem critérios para análise e acompanhamento socioambiental de operações de crédito de clientes. A legislação brasileira sobre licenciamento já atende a muitas dessas normas internacionais. Embora sempre haja margem para aprimoramento, o foco agora deve ser a superação de problemas ligados à capacidade limitada e ao mau planejamento e seleção de projetos. O Banco Mundial continuará a apoiar o Brasil no desenvolvimento de um sistema em que os investidores possam confiar e que atenda aos mais altos padrões internacionais. Essa é a melhor maneira de garantir o desenvolvimento sustentável para que o Brasil confirme sua posição como líder mundial da nova economia verde. MARTIN RAISER, doutor em economia pela Universidade de Kiel (Alemanha), é diretor do Banco Mundial para o Brasil PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Licenciamento ambiental e incertezasA legislação ambiental brasileira é uma das mais robustas do mundo e trouxe ganhos importantes para o país. Na prática, ainda há muitas queixas quanto ao tempo gasto para se obter uma licença ambiental. Neste momento em que o Brasil tenta ser mais atrativo para os investidores, o Congresso debate cerca de 20 propostas de revisões da lei de licenciamento ambiental, aparentemente para tornar o processo menos burocrático e mais previsível. Infelizmente, as propostas em discussão não são suscetíveis de alcançar tais objetivos, como explicado em dois estudos recentes elaborados pelo grupo Banco Mundial. Ambos mostram que as principais deficiências do processo estão na seleção e preparação de projetos, com grandes lacunas no planejamento setorial e no monitoramento de seus impactos e condicionantes. Há preocupação de que algumas das revisões tornem o licenciamento ambiental ainda mais incerto e, consequentemente, mais dispendioso. A aprovação de propostas que flexibilizam sobremaneira as normas existentes e se afastam de padrões internacionais de avaliação de impactos ambientais e responsabilidade social pode não somente colocar em risco um sólido patrimônio legislativo, como também implicar incertezas regulatórias e jurídicas. O novo conjunto de Padrões Ambientais e Sociais do grupo Banco Mundial, aprovado em agosto de 2016, dá maior ênfase ao uso de estruturas nacionais, com o objetivo de fortalecer as instituições. Se a legislação ambiental do país estiver enfraquecida, ou apartada de padrões internacionais, haverá grandes dificuldades práticas de implementação. Outro aspecto relevante é a formulação de termos de referência adequados para a elaboração dos estudos de impacto e a articulação com políticas de ordenamento territorial. A existência de normas mais claras para os grandes setores de infraestrutura também tornará o processo mais previsível e transparente, trazendo as contribuições da sociedade civil para o debate. Por fim, os bancos nacionais de desenvolvimento têm também papel importante, como indutores de um padrão de qualidade mais elevado. Hoje grande parcela dos bancos é signatária dos "Princípios do Equador", que estabelecem critérios para concessão de crédito que visam garantir a segurança do investimento em projetos responsáveis do ponto de vista econômico, social e ambiental. No Brasil, a IFC (Cooperação Financeira Internacional) assinou recentemente um memorando de entendimento com o BNDES para que a instituição possa adotar seus padrões de desempenho da, que estabelecem critérios para análise e acompanhamento socioambiental de operações de crédito de clientes. A legislação brasileira sobre licenciamento já atende a muitas dessas normas internacionais. Embora sempre haja margem para aprimoramento, o foco agora deve ser a superação de problemas ligados à capacidade limitada e ao mau planejamento e seleção de projetos. O Banco Mundial continuará a apoiar o Brasil no desenvolvimento de um sistema em que os investidores possam confiar e que atenda aos mais altos padrões internacionais. Essa é a melhor maneira de garantir o desenvolvimento sustentável para que o Brasil confirme sua posição como líder mundial da nova economia verde. MARTIN RAISER, doutor em economia pela Universidade de Kiel (Alemanha), é diretor do Banco Mundial para o Brasil PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Você conhece a história da esfinge? Veja o que conta colunista de 8 anos
A esfinge é uma criatura com o corpo de leão e cabeça de humano, de falcão ou de gato. As esfinges são traiçoeiras e impiedosas. Quem não acerta seu enigma, sofre um destino típico dos contos mitológicos, sendo morto e devorado por esses monstros. Existe uma diferença entre a esfinge grega e a egípcia: a egípcia é boa e é representada por grandes estátuas, diferente da grega, que é má. Leia a coluna completa clicando aqui.
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Você conhece a história da esfinge? Veja o que conta colunista de 8 anosA esfinge é uma criatura com o corpo de leão e cabeça de humano, de falcão ou de gato. As esfinges são traiçoeiras e impiedosas. Quem não acerta seu enigma, sofre um destino típico dos contos mitológicos, sendo morto e devorado por esses monstros. Existe uma diferença entre a esfinge grega e a egípcia: a egípcia é boa e é representada por grandes estátuas, diferente da grega, que é má. Leia a coluna completa clicando aqui.
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Com gol e assistência de Luiz Adriano, Milan ganha o 1º jogo no Italiano
O Milan conquistou neste sábado (29) a primeira vitória no Campeonato Italiano. Em partida contra o Empoli, a equipe rubro-negra venceu o rival por 2 a 1, no San Siro. Destaque para a atuação do brasileiro Luiz Adriano, que deu assistência ao colombiano Carlos Bacca e ainda garantiu a virada. O placar foi aberto aos 17 min do primeiro tempo. Com o auxílio de Luiz Adriano, Bacca invadiu a área, passou pelo goleiro e mandou para as redes. O Empoli deixou tudo igual aos 21 min, com Saponara. Na segunda etapa, Luiz Adriano garantiu a vitória após cobrança de escanteio. O brasileiro marcou de cabeça. O italiano Mario Balotelli, que teve seu retorno ao Milan anunciado na última terça-feira (25), não saiu do banco de reservas. O jogador foi emprestado por uma temporada pelo Liverpool. Na próxima rodada do Campeonato Italiano, o Milan joga contra a Inter de Milão, no dia 13 de setembro. O Empoli encontra o Napoli, no mesmo dia. CAMPEONATO ITALIANO - 2ª RODADA Sábado (29) Bologna 0x1 Sassuolo Milan 2x1 Empoli Domingo (30) Roma x Juventus Atalanta x Frosinone Carpi x Inter de Milão Chievo x Lazio Genoa x Hellas Verona Napoli x Sampdoria Torino x Fiorentina Udinese x Palermo
esporte
Com gol e assistência de Luiz Adriano, Milan ganha o 1º jogo no ItalianoO Milan conquistou neste sábado (29) a primeira vitória no Campeonato Italiano. Em partida contra o Empoli, a equipe rubro-negra venceu o rival por 2 a 1, no San Siro. Destaque para a atuação do brasileiro Luiz Adriano, que deu assistência ao colombiano Carlos Bacca e ainda garantiu a virada. O placar foi aberto aos 17 min do primeiro tempo. Com o auxílio de Luiz Adriano, Bacca invadiu a área, passou pelo goleiro e mandou para as redes. O Empoli deixou tudo igual aos 21 min, com Saponara. Na segunda etapa, Luiz Adriano garantiu a vitória após cobrança de escanteio. O brasileiro marcou de cabeça. O italiano Mario Balotelli, que teve seu retorno ao Milan anunciado na última terça-feira (25), não saiu do banco de reservas. O jogador foi emprestado por uma temporada pelo Liverpool. Na próxima rodada do Campeonato Italiano, o Milan joga contra a Inter de Milão, no dia 13 de setembro. O Empoli encontra o Napoli, no mesmo dia. CAMPEONATO ITALIANO - 2ª RODADA Sábado (29) Bologna 0x1 Sassuolo Milan 2x1 Empoli Domingo (30) Roma x Juventus Atalanta x Frosinone Carpi x Inter de Milão Chievo x Lazio Genoa x Hellas Verona Napoli x Sampdoria Torino x Fiorentina Udinese x Palermo
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Ronaldinho vai estrear pelo Fluminense no sábado
O Fluminense anunciou nesta quinta-feira (30) que o meia-atacante Ronaldinho Gaúcho fará a sua estreia pelo clube no sábado (1º), às 18h30, no Maracanã, contra o Grêmio. "Esperamos que a nossa torcida lote o Maracanã para prestigiar a estreia do Ronaldinho e também a excelente campanha que a equipe faz no Campeonato Brasileiro", disse Mário Bittencourt, vice-presidente de futebol do clube. "Precisamos demais desse apoio e temos certeza que nosso torcedor estará presente nos empurrando para mais uma vitória", afirmou. Ronaldinho fez o seu primeiro treino pelo time na segunda-feira (27), nas Laranjeiras. Desde então, intensificou a sua preparação para estar pronto para jogar contra o Grêmio. O Fluminense está na sétima colocação do Campeonato Brasileiro, com 27 pontos.
esporte
Ronaldinho vai estrear pelo Fluminense no sábadoO Fluminense anunciou nesta quinta-feira (30) que o meia-atacante Ronaldinho Gaúcho fará a sua estreia pelo clube no sábado (1º), às 18h30, no Maracanã, contra o Grêmio. "Esperamos que a nossa torcida lote o Maracanã para prestigiar a estreia do Ronaldinho e também a excelente campanha que a equipe faz no Campeonato Brasileiro", disse Mário Bittencourt, vice-presidente de futebol do clube. "Precisamos demais desse apoio e temos certeza que nosso torcedor estará presente nos empurrando para mais uma vitória", afirmou. Ronaldinho fez o seu primeiro treino pelo time na segunda-feira (27), nas Laranjeiras. Desde então, intensificou a sua preparação para estar pronto para jogar contra o Grêmio. O Fluminense está na sétima colocação do Campeonato Brasileiro, com 27 pontos.
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Evasão de divisas: angústia e solução
No passado, com o intuito de proteger seu patrimônio da inflação e da instabilidade econômica, milhares de brasileiros enviaram dinheiro e abriram contas no exterior sem comunicar as autoridades nacionais. Salários, honorários, frutos de atividades lícitas, foram deslocados para contas na Suíça, no Uruguai, no Panamá, dentre outros países. O problema é que tais operações não eram, e não são, permitidas pela lei brasileira. São consideradas crime. Além do delito fiscal ao omitir informações à Fazenda, caracterizam evasão de divisas por manter depósitos no exterior não declarados ao Banco Central. A pena para essa última infração é de dois a oito anos de prisão, mais multa. A despeito disso, um sem-número de nacionais possuem contas no exterior não declaradas. Há quem estime que são US$ 100 bilhões em divisas nacionais que rodam pelo mundo, ariscos à fiscalização. Cientes da gravidade da situação, muitos querem regularizar seu capital, repatriá-lo, trazê-lo de volta ao Brasil. Concordam em pagar os tributos incidentes e em demonstrar sua origem lícita. Mas não podem porque, ao revelar contas não declaradas, acabam por confessar a prática da evasão de divisas e, mesmo que recolham os tributos devidos, não estão livres da pena. Em suma, não há como regularizar o retorno do capital sem algum risco penal. Diante dessa difícil realidade, alguns buscam estruturar sofisticadas operações financeiras –como a criação de trustes, de offshores, a simulação de exportações– para repatriar os valores sob o manto de aparente legalidade. Em alguns casos, porém, aquele que usa de tais estratégias pode piorar sua situação, uma vez que agrega à evasão de divisas a prática de lavagem de dinheiro, cuja pena varia de três a dez anos de prisão. Outros optam por sair do Brasil, adquirem cidadania estrangeira em país onde a evasão de divisas não é crime. Por fim, existem aqueles que desistem de rever tais valores, organizando esquemas para que ao menos seus filhos possam usufruir do dinheiro após sua morte. Para isso, precisam rezar para que o Brasil não firme acordos de troca de informações fiscais com o país no qual depositaram os recursos. Há uma opção, no entanto. Tramitam no Congresso propostas de anistia do crime de evasão de divisas, como o Projeto de Lei do Senado nº 298/15. Por elas, quem mantém valores comprovadamente de origem lícita no exterior não declarados teria a opção de regularizar o capital, desde que pagando os tributos incidentes e uma multa. Parte desses US$ 100 bilhões retornaria ao país e poderia ser reinvestida, reaquecendo a economia. Há quem diga que essa anistia seria um prêmio aos criminosos e regularizaria capitais de traficantes, corruptos e doleiros. Não é verdade. Só serão anistiados aqueles que detêm capitais de origem legal. A atividade do doleiro e de outros criminosos continuaria vedada, pois consiste em delito autônomo previsto na lei de crimes financeiros. Em suma, a anistia resolveria o problema de milhares de brasileiros que buscam repatriar seus bens lícitos. Resultaria na atração de ativos para investimentos, e ajudariam muito na organização das contas públicas. Parece uma boa proposta em diversos aspectos e merece ser levada seriamente em consideração pelos poderes constituídos. PIERPAOLO CRUZ BOTTINI, 38, advogado, é professor de direito penal da Faculdade de Direito da USP JORGE NEMR, 50, advogado, é especialista em Direito internacional. É cônsul honorário de Barbados * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Evasão de divisas: angústia e soluçãoNo passado, com o intuito de proteger seu patrimônio da inflação e da instabilidade econômica, milhares de brasileiros enviaram dinheiro e abriram contas no exterior sem comunicar as autoridades nacionais. Salários, honorários, frutos de atividades lícitas, foram deslocados para contas na Suíça, no Uruguai, no Panamá, dentre outros países. O problema é que tais operações não eram, e não são, permitidas pela lei brasileira. São consideradas crime. Além do delito fiscal ao omitir informações à Fazenda, caracterizam evasão de divisas por manter depósitos no exterior não declarados ao Banco Central. A pena para essa última infração é de dois a oito anos de prisão, mais multa. A despeito disso, um sem-número de nacionais possuem contas no exterior não declaradas. Há quem estime que são US$ 100 bilhões em divisas nacionais que rodam pelo mundo, ariscos à fiscalização. Cientes da gravidade da situação, muitos querem regularizar seu capital, repatriá-lo, trazê-lo de volta ao Brasil. Concordam em pagar os tributos incidentes e em demonstrar sua origem lícita. Mas não podem porque, ao revelar contas não declaradas, acabam por confessar a prática da evasão de divisas e, mesmo que recolham os tributos devidos, não estão livres da pena. Em suma, não há como regularizar o retorno do capital sem algum risco penal. Diante dessa difícil realidade, alguns buscam estruturar sofisticadas operações financeiras –como a criação de trustes, de offshores, a simulação de exportações– para repatriar os valores sob o manto de aparente legalidade. Em alguns casos, porém, aquele que usa de tais estratégias pode piorar sua situação, uma vez que agrega à evasão de divisas a prática de lavagem de dinheiro, cuja pena varia de três a dez anos de prisão. Outros optam por sair do Brasil, adquirem cidadania estrangeira em país onde a evasão de divisas não é crime. Por fim, existem aqueles que desistem de rever tais valores, organizando esquemas para que ao menos seus filhos possam usufruir do dinheiro após sua morte. Para isso, precisam rezar para que o Brasil não firme acordos de troca de informações fiscais com o país no qual depositaram os recursos. Há uma opção, no entanto. Tramitam no Congresso propostas de anistia do crime de evasão de divisas, como o Projeto de Lei do Senado nº 298/15. Por elas, quem mantém valores comprovadamente de origem lícita no exterior não declarados teria a opção de regularizar o capital, desde que pagando os tributos incidentes e uma multa. Parte desses US$ 100 bilhões retornaria ao país e poderia ser reinvestida, reaquecendo a economia. Há quem diga que essa anistia seria um prêmio aos criminosos e regularizaria capitais de traficantes, corruptos e doleiros. Não é verdade. Só serão anistiados aqueles que detêm capitais de origem legal. A atividade do doleiro e de outros criminosos continuaria vedada, pois consiste em delito autônomo previsto na lei de crimes financeiros. Em suma, a anistia resolveria o problema de milhares de brasileiros que buscam repatriar seus bens lícitos. Resultaria na atração de ativos para investimentos, e ajudariam muito na organização das contas públicas. Parece uma boa proposta em diversos aspectos e merece ser levada seriamente em consideração pelos poderes constituídos. PIERPAOLO CRUZ BOTTINI, 38, advogado, é professor de direito penal da Faculdade de Direito da USP JORGE NEMR, 50, advogado, é especialista em Direito internacional. É cônsul honorário de Barbados * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Oposição deve apostar em pedido de impeachment feito por Bicudo
A oposição na Câmara escolherá o pedido de impeachment apresentado por Hélio Bicudo, fundador do PT, para dar sequência à tramitação do processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff. Como a Folha revelou no sábado (12), a Casa deve tratar formalmente da deposição da petista nesta semana. A oposição vai requerer ao presidente Eduardo Cunha que se posicione sobre pedidos de impeachment à espera de análise; ele deve negar boa parte das ações. Os oposicionistas questionarão, então, a recusa ao pedido de Bicudo –se o recurso for aprovado em plenário, uma comissão para dar sequência à tramitação poderá ser criada. A peça foi escolhida por ser simbólica (apresentada por um fundador do partido do governo) e mais bem embasada juridicamente. Cunha já pediu a Bicudo para adequar o pedido aos requisitos exigidos pela Câmara. IMPEACHMENT
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Oposição deve apostar em pedido de impeachment feito por BicudoA oposição na Câmara escolherá o pedido de impeachment apresentado por Hélio Bicudo, fundador do PT, para dar sequência à tramitação do processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff. Como a Folha revelou no sábado (12), a Casa deve tratar formalmente da deposição da petista nesta semana. A oposição vai requerer ao presidente Eduardo Cunha que se posicione sobre pedidos de impeachment à espera de análise; ele deve negar boa parte das ações. Os oposicionistas questionarão, então, a recusa ao pedido de Bicudo –se o recurso for aprovado em plenário, uma comissão para dar sequência à tramitação poderá ser criada. A peça foi escolhida por ser simbólica (apresentada por um fundador do partido do governo) e mais bem embasada juridicamente. Cunha já pediu a Bicudo para adequar o pedido aos requisitos exigidos pela Câmara. IMPEACHMENT
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De boas intenções o inferno está cheio
Diversas decisões judiciais recentes comprometem o acesso ao crédito. O resultado pode ser o retorno aos anos 1990, quando os empréstimos eram bem mais escassos, e as taxas de juros, ainda maiores do que na última década. Um exemplo é o financiamento de novos imóveis. O termo distrato tem sido utilizado para qualificar a desistência de compra de um imóvel ainda em construção. A denominação, porém, é inadequada. Distrato se refere à revisão consensual de um acordo, e não é isso o que ocorre. Antes de o prédio estar concluído, alguns se arrependem da compra e pedem para receber todo o dinheiro já pago. Algo como encomendar um terno, pagar a primeira parcela e, pouco antes de recebê-lo, desistir da compra e pedir o dinheiro de volta, para prejuízo do alfaiate. O Judiciário tem concedido ganho de causa aos compradores e ordenado o seu pagamento imediato. Os recursos, no entanto, em grande medida, já foram gastos na obra, e muitas construtoras têm que vender os apartamentos rapidamente para arcar com as obrigações, algumas perdendo a maior parte do seu patrimônio líquido. Além disso, muitos prédios foram financiados com taxas de juros mais baixas, porque a venda prévia de muitos apartamentos reduzia o risco de inadimplência. A disseminação do distrato significa que essa expectativa estava errada. Algo similar ocorre nos empréstimos para empresas que oferecem seus equipamentos como garantia, que poderiam ser retomados e vendidos em caso de inadimplência, reduzindo o risco de crédito e a taxa de juros. Decisões judiciais, porém, têm impedido a retomada dos equipamentos, pois seriam essenciais para a produção. A suspensão do pagamento das dívidas e da execução das garantias também foi concedida a alguns governos estaduais. Essas decisões resultam em maiores perdas esperadas nas operações de crédito. O seu desdobramento é a redução dos novos empréstimos, onerados por maiores custos, o que termina por prejudicar as famílias que desejam comprar seus imóveis na planta, assim como as empresas e os Estados que desejam financiar seus investimentos. Os clientes pagam muito pelos seus empréstimos e, apesar disso, alguns bancos deixaram o Brasil nos últimos anos, enquanto os que ficaram optam, cada vez mais, por oferecer outros produtos como seguros, previdência e gestão de ativos. As novas regras pioram o mercado de crédito para todos os participantes, bancos e clientes. Mefistófeles se apresenta a Fausto, no poema trágico de Goethe, como parte daquele poder que quer fazer o mal, mas termina por fazer o bem. No país de ponta-cabeça, alguns querem fazer o bem, mas terminam por fazer o mal.
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De boas intenções o inferno está cheioDiversas decisões judiciais recentes comprometem o acesso ao crédito. O resultado pode ser o retorno aos anos 1990, quando os empréstimos eram bem mais escassos, e as taxas de juros, ainda maiores do que na última década. Um exemplo é o financiamento de novos imóveis. O termo distrato tem sido utilizado para qualificar a desistência de compra de um imóvel ainda em construção. A denominação, porém, é inadequada. Distrato se refere à revisão consensual de um acordo, e não é isso o que ocorre. Antes de o prédio estar concluído, alguns se arrependem da compra e pedem para receber todo o dinheiro já pago. Algo como encomendar um terno, pagar a primeira parcela e, pouco antes de recebê-lo, desistir da compra e pedir o dinheiro de volta, para prejuízo do alfaiate. O Judiciário tem concedido ganho de causa aos compradores e ordenado o seu pagamento imediato. Os recursos, no entanto, em grande medida, já foram gastos na obra, e muitas construtoras têm que vender os apartamentos rapidamente para arcar com as obrigações, algumas perdendo a maior parte do seu patrimônio líquido. Além disso, muitos prédios foram financiados com taxas de juros mais baixas, porque a venda prévia de muitos apartamentos reduzia o risco de inadimplência. A disseminação do distrato significa que essa expectativa estava errada. Algo similar ocorre nos empréstimos para empresas que oferecem seus equipamentos como garantia, que poderiam ser retomados e vendidos em caso de inadimplência, reduzindo o risco de crédito e a taxa de juros. Decisões judiciais, porém, têm impedido a retomada dos equipamentos, pois seriam essenciais para a produção. A suspensão do pagamento das dívidas e da execução das garantias também foi concedida a alguns governos estaduais. Essas decisões resultam em maiores perdas esperadas nas operações de crédito. O seu desdobramento é a redução dos novos empréstimos, onerados por maiores custos, o que termina por prejudicar as famílias que desejam comprar seus imóveis na planta, assim como as empresas e os Estados que desejam financiar seus investimentos. Os clientes pagam muito pelos seus empréstimos e, apesar disso, alguns bancos deixaram o Brasil nos últimos anos, enquanto os que ficaram optam, cada vez mais, por oferecer outros produtos como seguros, previdência e gestão de ativos. As novas regras pioram o mercado de crédito para todos os participantes, bancos e clientes. Mefistófeles se apresenta a Fausto, no poema trágico de Goethe, como parte daquele poder que quer fazer o mal, mas termina por fazer o bem. No país de ponta-cabeça, alguns querem fazer o bem, mas terminam por fazer o mal.
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Nível do Cantareira fica estável pelo segundo dia consecutivo
Com a forte chuva que atingiu a região metropolitana de São Paulo, o nível do sistema Cantareira permaneceu estável nesta terça-feira (27) pelo segundo dia consecutivo. Apenas os reservatórios de Alto de Cotia e Rio Claro registraram queda em sua capacidade em relação ao dia anterior. De acordo com o boletim divulgado pela Sabesp, o Cantareira opera com 5,1% de sua capacidade –o mesmo índice registrado no dia anterior. O sistema abastece 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo e já funciona com a segunda cota do volume morto (água do fundo do reservatório que não era contabilizada). Com a chuva desta segunda, o sistema acumulou 21 mm de água. Até agora, o manancial acumula quase a metade do volume esperado para todo o mês de janeiro: 134,2 mm de água –o que equivale a 49,5% da média histórica para o mês (271,1 mm). Rubens Fernando Alencar e Pilker/Folhapress Com a grave estiagem, a Sabesp começou a reduzir a pressão nas tubulações para economizar água. Ao reduzir a pressão na rede de abastecimento, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) "empurra" menos água pelos canos. Por um lado, reduz os vazamentos no sistema. Por outro, deixa casas sem água, em especial aquelas localizadas em pontos altos. Com a ampliação dos cortes de água e com o aumento das reclamações, a Sabesp criou uma página em seu site na qual informa aos clientes da Grande São Paulo e da capital paulista os dias e os horários em que a pressão na rede de distribuição de água será reduzida. O governador de São Paulo já discute novo aumento na tarifa de água a partir de abril, quatro meses após o último reajuste. Outra hipótese estudada é o endurecimento da cobrança de sobretaxa para quem gastar mais água. Além disso, o governo paulista já considera utilizar a terceira cota do volume morto do Cantareira. Como saída para amenizar a crise da água, Alckmin quer usar a água da represa Billings para reduzir os impactos da crise que atinge a Grande São Paulo. Contudo, a represa Billings tem lixo acumulado em diversos pontos e água esverdeada pela proliferação de bactérias. "Isso aqui é um horror, só piorou nos últimos anos", diz a empresária Cornélia Juchem, de Diadema. A Sabesp diz ser possível transformar a água em potável, mas não detalha o que fará. ALTO TIETÊ Já o nível do reservatório Alto Tietê, que também sofre as consequências da seca, opera com 10,4% de sua capacidade após subir 0,1 ponto percentual em relação ao dia anterior. Com o temporal de segunda, o sistema acumula 85,9 mm de água –o que corresponde a 34,15% da média histórica para janeiro (251,5 mm). O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). DEMAIS SISTEMAS A represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 46% de sua capacidade após o nível subir 2,3 pontos percentuais em relação ao índice anterior. O sistema foi o que mais se beneficiou com a forte chuva desta segunda: 29,8 mm de água acumulado no reservatório. O Guarapiranga deve ser o único sistema a atingir o volume esperado para o mês de janeiro. Até agora, o manancial acumula 218,2 – o que equivale a 95,1% da média histórica para o mês (229,3 mm). O nível do reservatório Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, caiu 0,1 ponto percentual e opera nesta terça com 28,4% de sua capacidade. Já o sistema Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 74,1% de sua capacidade após subir 0,1 ponto percentual em relação ao índice anterior. O reservatório de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 27,1% de sua capacidade após baixar 0,3 ponto percentual em relação ao dia anterior. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.
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Nível do Cantareira fica estável pelo segundo dia consecutivoCom a forte chuva que atingiu a região metropolitana de São Paulo, o nível do sistema Cantareira permaneceu estável nesta terça-feira (27) pelo segundo dia consecutivo. Apenas os reservatórios de Alto de Cotia e Rio Claro registraram queda em sua capacidade em relação ao dia anterior. De acordo com o boletim divulgado pela Sabesp, o Cantareira opera com 5,1% de sua capacidade –o mesmo índice registrado no dia anterior. O sistema abastece 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo e já funciona com a segunda cota do volume morto (água do fundo do reservatório que não era contabilizada). Com a chuva desta segunda, o sistema acumulou 21 mm de água. Até agora, o manancial acumula quase a metade do volume esperado para todo o mês de janeiro: 134,2 mm de água –o que equivale a 49,5% da média histórica para o mês (271,1 mm). Rubens Fernando Alencar e Pilker/Folhapress Com a grave estiagem, a Sabesp começou a reduzir a pressão nas tubulações para economizar água. Ao reduzir a pressão na rede de abastecimento, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) "empurra" menos água pelos canos. Por um lado, reduz os vazamentos no sistema. Por outro, deixa casas sem água, em especial aquelas localizadas em pontos altos. Com a ampliação dos cortes de água e com o aumento das reclamações, a Sabesp criou uma página em seu site na qual informa aos clientes da Grande São Paulo e da capital paulista os dias e os horários em que a pressão na rede de distribuição de água será reduzida. O governador de São Paulo já discute novo aumento na tarifa de água a partir de abril, quatro meses após o último reajuste. Outra hipótese estudada é o endurecimento da cobrança de sobretaxa para quem gastar mais água. Além disso, o governo paulista já considera utilizar a terceira cota do volume morto do Cantareira. Como saída para amenizar a crise da água, Alckmin quer usar a água da represa Billings para reduzir os impactos da crise que atinge a Grande São Paulo. Contudo, a represa Billings tem lixo acumulado em diversos pontos e água esverdeada pela proliferação de bactérias. "Isso aqui é um horror, só piorou nos últimos anos", diz a empresária Cornélia Juchem, de Diadema. A Sabesp diz ser possível transformar a água em potável, mas não detalha o que fará. ALTO TIETÊ Já o nível do reservatório Alto Tietê, que também sofre as consequências da seca, opera com 10,4% de sua capacidade após subir 0,1 ponto percentual em relação ao dia anterior. Com o temporal de segunda, o sistema acumula 85,9 mm de água –o que corresponde a 34,15% da média histórica para janeiro (251,5 mm). O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). DEMAIS SISTEMAS A represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 46% de sua capacidade após o nível subir 2,3 pontos percentuais em relação ao índice anterior. O sistema foi o que mais se beneficiou com a forte chuva desta segunda: 29,8 mm de água acumulado no reservatório. O Guarapiranga deve ser o único sistema a atingir o volume esperado para o mês de janeiro. Até agora, o manancial acumula 218,2 – o que equivale a 95,1% da média histórica para o mês (229,3 mm). O nível do reservatório Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, caiu 0,1 ponto percentual e opera nesta terça com 28,4% de sua capacidade. Já o sistema Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 74,1% de sua capacidade após subir 0,1 ponto percentual em relação ao índice anterior. O reservatório de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 27,1% de sua capacidade após baixar 0,3 ponto percentual em relação ao dia anterior. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.
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Tulipa Ruiz e Marcelo Jeneci se apresentam juntos; confira agenda
DE SÃO PAULO Expoentes da nova geração da MPB, os músicos Marcelo Jeneci e Tulipa Ruiz fazem série de shows -sexta (24), sábado (25) e domingo (26)- no Sesc Pinheiros, na turnê "Dia a Dia, Lado a Lado". Nas apresentações, os artistas celebram a parceria entre eles e Gustavo Ruiz, irmão da cantora, firmada há seis anos e que resultou em uma canção de mesmo nome da turnê, lançada no final de 2015. No repertório também estão temas de cada um dos artistas. Sesc Pinheiros - teatro Paulo Autran. R. Paes Leme, 195, Pinheiros, tel. 3095-9400. Sex. (24) e sáb. (25): 21h. Dom. (26): 18h. 90 min. 10 anos. Ingr.: R$ 12 a R$ 40. Estac. (R$ 7,50 e R$ 10 p/ 3 h). Ingr. p/ sescsp.org.br. * SHOWS BIXIGA 70 A big band faz show de lançamento de seu disco mais recente, "The Copan Connection", resultado de experimentações desenvolvidas pelos músicos durante a fase de mixagem de "III", lançado em 2015 -com versões que têm roupagem do dub. Sesc Vila Mariana - teatro. R. Pelotas, 141, Vila Mariana, região sul, tel. 5080-3000. 620 lugares. Dom. (19): 18h. 90 min. 12 anos. Ingr.: R$ 9 a R$ 30. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h). Ingr. p/ sescsp.org.br. CAMARONES ORQUESTRA GUITARRÍSTICA + WATER RATS A banda nordestina de rock instrumental Camarones Orquestra Guitarrística faz lançamento no formato LP de "Rytmus Alucynantis" (2015). Para o evento, convida o conjunto paraense Water Rats, cuja sonoridade segue influências do rock alternativo dos anos 1990. Sesc Pompeia - comedoria. R. Clélia, 93, Água Branca, região oeste, tel. 3871-7700. 800 pessoas. Qui. (23): 21h30. 90 min. 18 anos. Ingr.: R$ 6 a R$ 20. Ingr. p/ sescsp.org.br. DREAM THEATER Formada na década de 1980, nos Estados Unidos, a banda de metal progressivo faz show com repertório baseado em seu disco mais recente, "The Astonishing", lançado no começo deste ano. Espaço das Américas. R. Tagipuru, 795, Barra Funda, região oeste, tel. 3864-5566. 3.630 lugares. Qua. (22): A partir das 21h. 180 min. 16 anos. Ingr.: R$ 350 a R$ 600. CC: todos. Ingr. p/ ticket360.com.br. ED MOTTA O músico apresenta "Perpetual Gateways", o 12º disco da carreira, lançado em fevereiro de 2016. Na apresentação, ainda inédita no Brasil, o artista une soul e jazz. Sesc Pinheiros - teatro Paulo Autran. R. Paes Leme, 195, Pinheiros, tel. 3095-9400. Dom. (19): 18h. 10 anos. Ingr.: R$ 12 a R$ 40. Estac. (R$ 7,50 e R$ 10 p/ 3 h). LUIZA LIAN A cantora Luiza Lian interpreta faixas de seu disco homônimo, cujos sons aproximam rock, MPB e a música negra africana. Na ocasião, apresenta-se também o multi-instrumentista Murilo Sá. Z Carniceria. Av. Brig. Faria Lima, 724, Pinheiros, tel. 2936-0934. Sex. (24): 24h. 18 anos. Ingr.: R$ 15. MARINA MELO E GALEGO A paulistana Marina Melo apresenta neste domingo (19) seu primeiro disco, "Soft Apocalipse". Na mesma noite, Galego mostra o seu segundo álbum, "The Man of Tomorrow", com músicas em inglês. Centro Cultural Rio Verde - teatro. R. Belmiro Braga, 181, Pinheiros, região oeste, tel. 3034-5703. 300 lugares. Dom. (19): 19h e 21h. 180 min. 18 anos. Ingr.: R$ 20. ROLANDO BOLDRIN O veterano Rolando Boldrin -o "Senhor Brasil"- lança o disco "Lambendo a Colher", que celebra seus 80 anos de vida. Com composições de nomes como Noel Rosa e Tom Jobim, assim como faixas autorais, este é o 29º álbum de sua carreira. Sesc Santana - teatro. Av. Luiz Dumont Villares, 579, Jardim São Paulo, região norte, tel. 2971-8700. 330 lugares. Sáb. (25): 21h e dom. (26): 18h. 90 min. Livre. Ingr.: R$ 7,50 a R$ 25. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10a 1ª h; shows e espetáculos: R$ 5,50 e R$ 11). Ingr. p/ sescsp.org.br. SALA ESPACIAL Formado por oito pessoas, o conjunto, que mistura ritmos e influências como o jazz, o reggae e o xote, faz show de lançamento do álbum "Casa Moxei". Cine Joia. Pça. Carlos Gomes, 82, Sé, tel. 3101-1305. 992 pessoas. Dom. (19): 19h. 90 min. 14 anos. Ingr.: R$ 30 e R$ 50. Valet (R$ 30). Ingr. p/ livepass.com.br. TOM ZÉ No show, com entrada franca, o cantor e compositor baiano interpreta temas de sua trajetória, como "Augusta, Angélica e Consolação", "Tô" e "Jimi Renda-se". Centro Cultural da Penha - teatro Martins Penna. Lgo. do Rosário, 20, Penha de França, tel. 2295-0401. 200 lugares. Sex. (24): 20h. 90 min. Livre. Retirar ingr. uma hora antes. GRÁTIS * CONCERTOS CULTURA ARTÍSTICA APRESENTA JERUSALEM FESTIVAL CHAMBER ENSEMBLE A Cultura Artística apresenta o quarteto Jerusalem Festival Chamber Ensemble. Liderado pela pianista russa Elena Bashkirova, o conjunto interpreta peças de Beethoven, Hindemith, Bartók e Schubert. Sala São Paulo. Pça. Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos, tel. 3223-3966. 1.400 lugares. Dom. (19): 21h. 75 min. Livre. Ingr.: R$ 50 a R$ 235. Estac. (R$ 25, na r. Mauá, 51). Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br. NESCHLING E OSM Sob a batuta de John Neschling, a Orquestra Sinfônica Municipal toca composições de Leonard Bernstein, George Gershwin, Johann Strauss II e Richard Strauss. Theatro Municipal de São Paulo. Pça. Ramos de Azevedo, s/nº, República, região central, tel. 3053-2090. 1.500 lugares. Dom. (19): 17h. 90 min. 10 anos. Ingr.: R$ 25 a R$ 90. Estac. (R$ 25 a 1ª h, na r. Cons. Crispiniano, 354 - convênio). Ingr. p/ 2626-0857 ou compreingressos.com/theatromunicipaldesaopaulo. ALBERT HERRING A Academia de Ópera Theatro São Pedro apresenta o título "Albert Herring", do compositor inglês Benjamin Britten (1913-1976), baseado no libreto de Eric Crozier (1914-1994). Dividida em três atos, a ópera cômica tem regência e direção musical do maestro André dos Santos. Theatro São Pedro. R. Dr. Albuquerque Lins, 207, Santa Cecília, tel. 3667-0499. 636 lugares. Dom. (19): 17h. 180 min. 8 anos. Ingr.: R$ 10 a R$ 30. Valet (R$ 25). Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br.
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Tulipa Ruiz e Marcelo Jeneci se apresentam juntos; confira agendaDE SÃO PAULO Expoentes da nova geração da MPB, os músicos Marcelo Jeneci e Tulipa Ruiz fazem série de shows -sexta (24), sábado (25) e domingo (26)- no Sesc Pinheiros, na turnê "Dia a Dia, Lado a Lado". Nas apresentações, os artistas celebram a parceria entre eles e Gustavo Ruiz, irmão da cantora, firmada há seis anos e que resultou em uma canção de mesmo nome da turnê, lançada no final de 2015. No repertório também estão temas de cada um dos artistas. Sesc Pinheiros - teatro Paulo Autran. R. Paes Leme, 195, Pinheiros, tel. 3095-9400. Sex. (24) e sáb. (25): 21h. Dom. (26): 18h. 90 min. 10 anos. Ingr.: R$ 12 a R$ 40. Estac. (R$ 7,50 e R$ 10 p/ 3 h). Ingr. p/ sescsp.org.br. * SHOWS BIXIGA 70 A big band faz show de lançamento de seu disco mais recente, "The Copan Connection", resultado de experimentações desenvolvidas pelos músicos durante a fase de mixagem de "III", lançado em 2015 -com versões que têm roupagem do dub. Sesc Vila Mariana - teatro. R. Pelotas, 141, Vila Mariana, região sul, tel. 5080-3000. 620 lugares. Dom. (19): 18h. 90 min. 12 anos. Ingr.: R$ 9 a R$ 30. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h). Ingr. p/ sescsp.org.br. CAMARONES ORQUESTRA GUITARRÍSTICA + WATER RATS A banda nordestina de rock instrumental Camarones Orquestra Guitarrística faz lançamento no formato LP de "Rytmus Alucynantis" (2015). Para o evento, convida o conjunto paraense Water Rats, cuja sonoridade segue influências do rock alternativo dos anos 1990. Sesc Pompeia - comedoria. R. Clélia, 93, Água Branca, região oeste, tel. 3871-7700. 800 pessoas. Qui. (23): 21h30. 90 min. 18 anos. Ingr.: R$ 6 a R$ 20. Ingr. p/ sescsp.org.br. DREAM THEATER Formada na década de 1980, nos Estados Unidos, a banda de metal progressivo faz show com repertório baseado em seu disco mais recente, "The Astonishing", lançado no começo deste ano. Espaço das Américas. R. Tagipuru, 795, Barra Funda, região oeste, tel. 3864-5566. 3.630 lugares. Qua. (22): A partir das 21h. 180 min. 16 anos. Ingr.: R$ 350 a R$ 600. CC: todos. Ingr. p/ ticket360.com.br. ED MOTTA O músico apresenta "Perpetual Gateways", o 12º disco da carreira, lançado em fevereiro de 2016. Na apresentação, ainda inédita no Brasil, o artista une soul e jazz. Sesc Pinheiros - teatro Paulo Autran. R. Paes Leme, 195, Pinheiros, tel. 3095-9400. Dom. (19): 18h. 10 anos. Ingr.: R$ 12 a R$ 40. Estac. (R$ 7,50 e R$ 10 p/ 3 h). LUIZA LIAN A cantora Luiza Lian interpreta faixas de seu disco homônimo, cujos sons aproximam rock, MPB e a música negra africana. Na ocasião, apresenta-se também o multi-instrumentista Murilo Sá. Z Carniceria. Av. Brig. Faria Lima, 724, Pinheiros, tel. 2936-0934. Sex. (24): 24h. 18 anos. Ingr.: R$ 15. MARINA MELO E GALEGO A paulistana Marina Melo apresenta neste domingo (19) seu primeiro disco, "Soft Apocalipse". Na mesma noite, Galego mostra o seu segundo álbum, "The Man of Tomorrow", com músicas em inglês. Centro Cultural Rio Verde - teatro. R. Belmiro Braga, 181, Pinheiros, região oeste, tel. 3034-5703. 300 lugares. Dom. (19): 19h e 21h. 180 min. 18 anos. Ingr.: R$ 20. ROLANDO BOLDRIN O veterano Rolando Boldrin -o "Senhor Brasil"- lança o disco "Lambendo a Colher", que celebra seus 80 anos de vida. Com composições de nomes como Noel Rosa e Tom Jobim, assim como faixas autorais, este é o 29º álbum de sua carreira. Sesc Santana - teatro. Av. Luiz Dumont Villares, 579, Jardim São Paulo, região norte, tel. 2971-8700. 330 lugares. Sáb. (25): 21h e dom. (26): 18h. 90 min. Livre. Ingr.: R$ 7,50 a R$ 25. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10a 1ª h; shows e espetáculos: R$ 5,50 e R$ 11). Ingr. p/ sescsp.org.br. SALA ESPACIAL Formado por oito pessoas, o conjunto, que mistura ritmos e influências como o jazz, o reggae e o xote, faz show de lançamento do álbum "Casa Moxei". Cine Joia. Pça. Carlos Gomes, 82, Sé, tel. 3101-1305. 992 pessoas. Dom. (19): 19h. 90 min. 14 anos. Ingr.: R$ 30 e R$ 50. Valet (R$ 30). Ingr. p/ livepass.com.br. TOM ZÉ No show, com entrada franca, o cantor e compositor baiano interpreta temas de sua trajetória, como "Augusta, Angélica e Consolação", "Tô" e "Jimi Renda-se". Centro Cultural da Penha - teatro Martins Penna. Lgo. do Rosário, 20, Penha de França, tel. 2295-0401. 200 lugares. Sex. (24): 20h. 90 min. Livre. Retirar ingr. uma hora antes. GRÁTIS * CONCERTOS CULTURA ARTÍSTICA APRESENTA JERUSALEM FESTIVAL CHAMBER ENSEMBLE A Cultura Artística apresenta o quarteto Jerusalem Festival Chamber Ensemble. Liderado pela pianista russa Elena Bashkirova, o conjunto interpreta peças de Beethoven, Hindemith, Bartók e Schubert. Sala São Paulo. Pça. Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos, tel. 3223-3966. 1.400 lugares. Dom. (19): 21h. 75 min. Livre. Ingr.: R$ 50 a R$ 235. Estac. (R$ 25, na r. Mauá, 51). Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br. NESCHLING E OSM Sob a batuta de John Neschling, a Orquestra Sinfônica Municipal toca composições de Leonard Bernstein, George Gershwin, Johann Strauss II e Richard Strauss. Theatro Municipal de São Paulo. Pça. Ramos de Azevedo, s/nº, República, região central, tel. 3053-2090. 1.500 lugares. Dom. (19): 17h. 90 min. 10 anos. Ingr.: R$ 25 a R$ 90. Estac. (R$ 25 a 1ª h, na r. Cons. Crispiniano, 354 - convênio). Ingr. p/ 2626-0857 ou compreingressos.com/theatromunicipaldesaopaulo. ALBERT HERRING A Academia de Ópera Theatro São Pedro apresenta o título "Albert Herring", do compositor inglês Benjamin Britten (1913-1976), baseado no libreto de Eric Crozier (1914-1994). Dividida em três atos, a ópera cômica tem regência e direção musical do maestro André dos Santos. Theatro São Pedro. R. Dr. Albuquerque Lins, 207, Santa Cecília, tel. 3667-0499. 636 lugares. Dom. (19): 17h. 180 min. 8 anos. Ingr.: R$ 10 a R$ 30. Valet (R$ 25). Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br.
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Diretor-geral da maior petrolífera da China é investigado por corrupção
As autoridades chinesas estão investigando por corrupção o diretor-geral da maior petrolífera do país, a estatal Corporação Nacional de Petróleo da China (PetroChina), Liao Yongyuan. O órgão anticorrupção do Partido Comunista da China (PCCh), a Comissão Central de Inspeção e Disciplina, disse que Liao é suspeito de cometer "violações da disciplina do PCCh", eufemismo com o qual o regime se refere aos casos de corrupção, informou a agência oficial de notícias Xinhua na última hora de segunda-feira. Liao, engenheiro de formação e nascido em 1962, ocupava o segundo cargo de maior responsabilidade na PetroChina há quase dois anos e quando foi nomeado, em maio de 2013, chegou a se especular que poderia acabar na presidência da estatal. O governo chinês, que fez da luta contra a corrupção uma das prioridades de sua política doméstica, explicou recentemente que sua campanha contra este tipo de delito se dirigiria também a dirigentes políticos, empresas estatais e até mesmo ao exército. A China também anunciou ontem a detenção de Xu Jianyi, presidente do fabricante automobilístico chinês FAW, sócio local de multinacionais como Volkswagen, Toyota e General Motors, acusado de práticas corruptas, e de Qiu Eis, um alto funcionário da província meridional de Yunnan.
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Diretor-geral da maior petrolífera da China é investigado por corrupçãoAs autoridades chinesas estão investigando por corrupção o diretor-geral da maior petrolífera do país, a estatal Corporação Nacional de Petróleo da China (PetroChina), Liao Yongyuan. O órgão anticorrupção do Partido Comunista da China (PCCh), a Comissão Central de Inspeção e Disciplina, disse que Liao é suspeito de cometer "violações da disciplina do PCCh", eufemismo com o qual o regime se refere aos casos de corrupção, informou a agência oficial de notícias Xinhua na última hora de segunda-feira. Liao, engenheiro de formação e nascido em 1962, ocupava o segundo cargo de maior responsabilidade na PetroChina há quase dois anos e quando foi nomeado, em maio de 2013, chegou a se especular que poderia acabar na presidência da estatal. O governo chinês, que fez da luta contra a corrupção uma das prioridades de sua política doméstica, explicou recentemente que sua campanha contra este tipo de delito se dirigiria também a dirigentes políticos, empresas estatais e até mesmo ao exército. A China também anunciou ontem a detenção de Xu Jianyi, presidente do fabricante automobilístico chinês FAW, sócio local de multinacionais como Volkswagen, Toyota e General Motors, acusado de práticas corruptas, e de Qiu Eis, um alto funcionário da província meridional de Yunnan.
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Mulheres teimosas estrelam os destaques da programação
Hoje, Gregory La Cava é meio esquecido. Mas ele foi um cineasta importante, sobretudo entre os anos 1920 e 1940, e seu "Irene, a Teimosa" (1936, TC Cult, 18h20) figura entre as comédias marcantes do período. Trata-se de um filme de William Powell e Carole Lombard. O primeiro faz o sem-teto Godfrey, enquanto ela é Irene. Estamos em Hollywood: a aproximação entre os dois é inevitável. O classudo Godfrey cai nas graças da milionária, simpática e, em princípio, amalucada Irene, que decide casar com ele. Se com "Irene" se ri, em "Menina de Ouro" (2004, TC Touch, 20h15) o andamento é outro. O drama de Clint Eastwood nos introduz no mundo do boxe feminino. É ali que a jovem Maggie busca se realizar, ainda que chegue tardiamente. Teimosa como Irene (ou mais), ela terá que dobrar o técnico para mostrar que tem valor.
ilustrada
Mulheres teimosas estrelam os destaques da programaçãoHoje, Gregory La Cava é meio esquecido. Mas ele foi um cineasta importante, sobretudo entre os anos 1920 e 1940, e seu "Irene, a Teimosa" (1936, TC Cult, 18h20) figura entre as comédias marcantes do período. Trata-se de um filme de William Powell e Carole Lombard. O primeiro faz o sem-teto Godfrey, enquanto ela é Irene. Estamos em Hollywood: a aproximação entre os dois é inevitável. O classudo Godfrey cai nas graças da milionária, simpática e, em princípio, amalucada Irene, que decide casar com ele. Se com "Irene" se ri, em "Menina de Ouro" (2004, TC Touch, 20h15) o andamento é outro. O drama de Clint Eastwood nos introduz no mundo do boxe feminino. É ali que a jovem Maggie busca se realizar, ainda que chegue tardiamente. Teimosa como Irene (ou mais), ela terá que dobrar o técnico para mostrar que tem valor.
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Filme argentino 'O Décimo Homem' explora religião e família
LUIZA WOLF DE SÃO PAULO O cineasta argentino Daniel Burman caminha sobre solo bastante conhecido por ele em "O Décimo Homem", estreia desta semana. Assim como em "O Abraço Partido" (2004), o filme aborda a comunidade e os costumes judaicos e, a exemplo de "Dois Irmãos" (2010) e de "A Sorte em Suas Mãos" (2012), mostra uma relação familiar, fio condutor para uma comédia dramática. Na trama, Ariel (Alan Sabbagh) é um economista que vive em Nova York. Ele aceita o convite do pai, Usher (Usher Barilka), para voltar à cidade natal, Buenos Aires, e apresentar-lhe a namorada. Nada disso, porém, dá muito certo: a amada de Ariel não pode embarcar para a Argentina, e ele demora a encontrar pessoalmente o pai, com quem fala sempre ao telefone. Em vez de seguir o plano, o homem é obrigado a ajudar as tias em um negócio tocado pelo pai: a família judia possui um centro de caridade, no qual distribui remédios, roupas e alimentos para pessoas necessitadas do bairro Once, onde mora. Depois de tanto tempo longe, o protagonista é obrigado a se acostumar novamente com o agitado dia a dia na associação do pai e com os costumes familiares e religiosos. Personagens secundárias ajudam Ariel a se encaixar e dão sabor à trama, como Marcelito (Uriel Rubin), ajudado por Usher, e Eva (Julieta Zylberberg), uma mulher silenciosa que trabalha no centro de caridade. Veja salas e horários ASSISTA AO TRAILER Trailer
saopaulo
Filme argentino 'O Décimo Homem' explora religião e famíliaLUIZA WOLF DE SÃO PAULO O cineasta argentino Daniel Burman caminha sobre solo bastante conhecido por ele em "O Décimo Homem", estreia desta semana. Assim como em "O Abraço Partido" (2004), o filme aborda a comunidade e os costumes judaicos e, a exemplo de "Dois Irmãos" (2010) e de "A Sorte em Suas Mãos" (2012), mostra uma relação familiar, fio condutor para uma comédia dramática. Na trama, Ariel (Alan Sabbagh) é um economista que vive em Nova York. Ele aceita o convite do pai, Usher (Usher Barilka), para voltar à cidade natal, Buenos Aires, e apresentar-lhe a namorada. Nada disso, porém, dá muito certo: a amada de Ariel não pode embarcar para a Argentina, e ele demora a encontrar pessoalmente o pai, com quem fala sempre ao telefone. Em vez de seguir o plano, o homem é obrigado a ajudar as tias em um negócio tocado pelo pai: a família judia possui um centro de caridade, no qual distribui remédios, roupas e alimentos para pessoas necessitadas do bairro Once, onde mora. Depois de tanto tempo longe, o protagonista é obrigado a se acostumar novamente com o agitado dia a dia na associação do pai e com os costumes familiares e religiosos. Personagens secundárias ajudam Ariel a se encaixar e dão sabor à trama, como Marcelito (Uriel Rubin), ajudado por Usher, e Eva (Julieta Zylberberg), uma mulher silenciosa que trabalha no centro de caridade. Veja salas e horários ASSISTA AO TRAILER Trailer
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Semana tem volta de Dzi Croquettes aos palcos e peça surrealista de Arrabal
DE SÃO PAULO Com direção de Luiz Campos, a Cia. Los Puercos volta a explorar o universo surrealista e irreverente do dramaturgo espanhol Fernando Arrabal. O grupo estreia nesta segunda (16) a montagem "A Oração", com base no texto escrito em 1957. Na peça, a descoberta da Bíblia por dois personagens (vividos por Giovanna Marcomini e Nathalia Nigro) é o ponto de partida para discutir decisões políticas e a laicidade do Estado –para o grupo, temas ligados também aos tempos atuais. Oficina Cultural Oswald de Andrade - teatro. R. Três Rios, 363, Bom Retiro, tel. 3222-2662. 30 lugares. Seg. e ter.: 20h. Até 14/2. GRÁTIS. Retirar ingresso com antecedência de uma hora. * DZI CROQUETTES Depois de curta temporada em 2016, a trupe Dzi Croquettes volta ao teatro Augusta na quarta (18) para novas sessões do espetáculo que celebra 45 anos do grupo; até 16/2. Ingr.: R$ 40 a R$ 80; ingressorapido.com.br - ELA É O CARA! Escrita especialmente para a atriz Vera Fischer, a comédia conta a história de um terapeuta que tem a carreira ameaçada após um incidente com um paciente famoso e tenta se redimir atendendo a própria Vera. Teatro Folha. Av. Higienópolis, 618, terraço, Higienópolis, tel. 3823-2323. 305 lugares. Sex.: 21h30. Sáb.: 20h e 22h. Dom.: 20h. Até 26/2. CC: V, M, AE. Estac. a partir de R$ 15. Ingresso: R$ 50 a R$ 70, p/ ingresso.com. Texto: Marcio Araújo e Andrea Batitucci. Direção: Ary Coslov. Com: Vera Fischer e Edson Fieschi. 60 min. 12 anos. NEURA Esta comédia com oito esquetes mostra personagens que vivem em grandes cidades e estão estressados, solitários, violentos e carentes. Teatro Gazeta. Av. Paulista, 900, Bela Vista, tel. 3253-4102. 650 lugares. Sex.: 21h. Sáb.: 21h30. Dom.: 20h. Até 19/2. CC: V, M, E, D. Estac. a partir de R$ 20 (r. S. Carlos do Pinhal, 303). Ingresso: R$ 70 a R$ 80, p/ teatrogazeta.com.br. Texto e dir.: Regiana Antonini. Com: Brenno Leone, Josie Pessoa, Thaissa Carvalho, Marcio Lima e Léo Castro. 80 min. 14 anos. O MISANTROPO Escrita em 1666, a comédia de Molière questiona o comportamento social na Versalhes do rei Luís 14, ditado por convenções vazias de sentido, moral e ética. Aliança Francesa - teatro. R. Gen. Jardim, 182, Vila Buarque, tel. 3572-2379. 226 lugares. Sex. e sáb.: 20h30. Dom.: 19h. Até 19/2. CC: V, M, AE, Au, E, D, H. Ingresso: R$ 40 a R$ 50, p/ ingressorapido.com.br. Texto: Molière. Direção: Marcio Aurelio. Com: Alexandre Bacci, Eduardo Reyes, Paula Burlamaqui e Paulo Marcello, Regina França, Renata Maia e Washington Luiz. 90 min. 12 anos. O MUSICAL MAMONAS O espetáculo faz uma homenagem aos cinco garotos de Guarulhos que, 20 anos atrás, sacudiram o mundo da música com seu pop/rock cômico. A montagem relembra sucessos como "Pelados em Santos" e "Robocop Gay" e mostra a participação do grupo em programas de TV. Procópio Ferreira. R. Augusta, 2.823, Cerqueira César, tel. 3083-4475. 624 lugares. Ter. a qui.: 21h. Até 25/1. CC: V, M, AE, E, D. Ingresso: R$ 50, p/ ingressorapido.com.br. Texto: Walter Daguerre. Direção: José Possi Neto. Dir. musical: Miguel Briamonte. Com: Ruy Brissac, Adriano Tunes, Yudi Tamashiro, Elcio Bonazzi, Arthur Ienzura e Patrick Amstalden. 120 min. 12 anos. O ORGULHO DA RUA PARNELL A peça aborda a violência contra a mulher a partir de monólogos interconectados. A história perpassa dez anos na relação de um casal que precisa lidar com as consequências de um ato de brutalidade do marido. Verniz Galeria. R. Álvaro de Carvalho, 318, Centro, tel. 91584-8921. Seg. e sáb.: 20h. Dom.: 19h. Até 19/2. CC: V, M. Ingresso: R$ 60, p/ compreingressos.com. Texto: Sebastian Barry. Direção: Darson Ribeiro. Com: Alexandre Tigano e Claudiane Carvalho. 75 min. 12 anos. OSMO O espetáculo mostra um assassino egocêntrico que tenta relatar a história de sua vida. Donizeti Mazonas encena a peça pelado, dentro de um cubo acrílico transparente com água. Oficina Cultural Oswald de Andrade - teatro. R. Três Rios, 363, Bom Retiro, tel. 3222-2662. 30 lugares. Qui. e sex.: 20h. Sáb.: 18h. Até 11/2. GRÁTIS Retirar ingresso com antecedência de uma hora. Texto: Hilda Hilst. Direção: Susan Damasceno. Com: Donizeti Mazonas e Érica Knapp. 70 min. 18 anos. SE EU FOSSE IRACEMA O monólogo com Adassa Martins propõe um olhar sobre o universo indígena brasileiro, transitando entre o passado e sua situação atual. A peça é apresentada em uma espécie de dialeto que mescla o português com línguas indígenas. Sesc Ipiranga - auditório. R. Bom Pastor, 822, Ipiranga, tel. 3340-2000. 30 lugares. Sex.: 21h30. Sáb.: 19h30. Dom.: 18h30. Até 12/2. CC: V, M. Ingresso: R$ 6 a R$ 20, p/ sescsp.org.br. Texto: Fernando Marques. Direção: Fernando Nicolau. Com: Adassa Martins. 60 min. 16 anos. UMA SHIRLEY QUALQUER Susana Vieira interpreta esta comédia dramática, adaptação do clássico "Shirley Valentine". Quando a melhor amiga de Shirley a presenteia com uma viagem à Grécia, ela embarca escondida da família. Renaissance. Al. Santos, 2.233, Cerqueira César, tel. 3069-2286. 420 lugares. Sex.: 21h30. Sáb.: 21h. Dom.: 18h30. Até 26/3. CC: V, M, E. Valet a partir de R$ 30. Ingresso: R$ 100, p/ compreingressos.com. Texto: Willy Russel. Versão brasileira e direção: Miguel Falabella. Com: Susana Vieira. 70 min. 12 anos. VAGA CARNE O espetáculo solo de Grace Passô promove um jogo entre palavra e movimento. Em cena, uma mulher em busca de sua identidade narra o que sente e o que finge sentir, além de refletir sobre o que sua imagem realmente significa para os outros. Sesc Pompeia - espaço cênico. R. Clélia, 93, Água Branca, tel. 3871-7700. 50 pessoas. Qui. a sáb.: 21h. Dom.: 19h. Até 5/2. CC: V, M, D. Ingresso: R$ 7,50 a R$ 25, p/ sescsp.org.br. Texto e interpretação: Grace Passô. 50 min. 14 anos.
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Semana tem volta de Dzi Croquettes aos palcos e peça surrealista de ArrabalDE SÃO PAULO Com direção de Luiz Campos, a Cia. Los Puercos volta a explorar o universo surrealista e irreverente do dramaturgo espanhol Fernando Arrabal. O grupo estreia nesta segunda (16) a montagem "A Oração", com base no texto escrito em 1957. Na peça, a descoberta da Bíblia por dois personagens (vividos por Giovanna Marcomini e Nathalia Nigro) é o ponto de partida para discutir decisões políticas e a laicidade do Estado –para o grupo, temas ligados também aos tempos atuais. Oficina Cultural Oswald de Andrade - teatro. R. Três Rios, 363, Bom Retiro, tel. 3222-2662. 30 lugares. Seg. e ter.: 20h. Até 14/2. GRÁTIS. Retirar ingresso com antecedência de uma hora. * DZI CROQUETTES Depois de curta temporada em 2016, a trupe Dzi Croquettes volta ao teatro Augusta na quarta (18) para novas sessões do espetáculo que celebra 45 anos do grupo; até 16/2. Ingr.: R$ 40 a R$ 80; ingressorapido.com.br - ELA É O CARA! Escrita especialmente para a atriz Vera Fischer, a comédia conta a história de um terapeuta que tem a carreira ameaçada após um incidente com um paciente famoso e tenta se redimir atendendo a própria Vera. Teatro Folha. Av. Higienópolis, 618, terraço, Higienópolis, tel. 3823-2323. 305 lugares. Sex.: 21h30. Sáb.: 20h e 22h. Dom.: 20h. Até 26/2. CC: V, M, AE. Estac. a partir de R$ 15. Ingresso: R$ 50 a R$ 70, p/ ingresso.com. Texto: Marcio Araújo e Andrea Batitucci. Direção: Ary Coslov. Com: Vera Fischer e Edson Fieschi. 60 min. 12 anos. NEURA Esta comédia com oito esquetes mostra personagens que vivem em grandes cidades e estão estressados, solitários, violentos e carentes. Teatro Gazeta. Av. Paulista, 900, Bela Vista, tel. 3253-4102. 650 lugares. Sex.: 21h. Sáb.: 21h30. Dom.: 20h. Até 19/2. CC: V, M, E, D. Estac. a partir de R$ 20 (r. S. Carlos do Pinhal, 303). Ingresso: R$ 70 a R$ 80, p/ teatrogazeta.com.br. Texto e dir.: Regiana Antonini. Com: Brenno Leone, Josie Pessoa, Thaissa Carvalho, Marcio Lima e Léo Castro. 80 min. 14 anos. O MISANTROPO Escrita em 1666, a comédia de Molière questiona o comportamento social na Versalhes do rei Luís 14, ditado por convenções vazias de sentido, moral e ética. Aliança Francesa - teatro. R. Gen. Jardim, 182, Vila Buarque, tel. 3572-2379. 226 lugares. Sex. e sáb.: 20h30. Dom.: 19h. Até 19/2. CC: V, M, AE, Au, E, D, H. Ingresso: R$ 40 a R$ 50, p/ ingressorapido.com.br. Texto: Molière. Direção: Marcio Aurelio. Com: Alexandre Bacci, Eduardo Reyes, Paula Burlamaqui e Paulo Marcello, Regina França, Renata Maia e Washington Luiz. 90 min. 12 anos. O MUSICAL MAMONAS O espetáculo faz uma homenagem aos cinco garotos de Guarulhos que, 20 anos atrás, sacudiram o mundo da música com seu pop/rock cômico. A montagem relembra sucessos como "Pelados em Santos" e "Robocop Gay" e mostra a participação do grupo em programas de TV. Procópio Ferreira. R. Augusta, 2.823, Cerqueira César, tel. 3083-4475. 624 lugares. Ter. a qui.: 21h. Até 25/1. CC: V, M, AE, E, D. Ingresso: R$ 50, p/ ingressorapido.com.br. Texto: Walter Daguerre. Direção: José Possi Neto. Dir. musical: Miguel Briamonte. Com: Ruy Brissac, Adriano Tunes, Yudi Tamashiro, Elcio Bonazzi, Arthur Ienzura e Patrick Amstalden. 120 min. 12 anos. O ORGULHO DA RUA PARNELL A peça aborda a violência contra a mulher a partir de monólogos interconectados. A história perpassa dez anos na relação de um casal que precisa lidar com as consequências de um ato de brutalidade do marido. Verniz Galeria. R. Álvaro de Carvalho, 318, Centro, tel. 91584-8921. Seg. e sáb.: 20h. Dom.: 19h. Até 19/2. CC: V, M. Ingresso: R$ 60, p/ compreingressos.com. Texto: Sebastian Barry. Direção: Darson Ribeiro. Com: Alexandre Tigano e Claudiane Carvalho. 75 min. 12 anos. OSMO O espetáculo mostra um assassino egocêntrico que tenta relatar a história de sua vida. Donizeti Mazonas encena a peça pelado, dentro de um cubo acrílico transparente com água. Oficina Cultural Oswald de Andrade - teatro. R. Três Rios, 363, Bom Retiro, tel. 3222-2662. 30 lugares. Qui. e sex.: 20h. Sáb.: 18h. Até 11/2. GRÁTIS Retirar ingresso com antecedência de uma hora. Texto: Hilda Hilst. Direção: Susan Damasceno. Com: Donizeti Mazonas e Érica Knapp. 70 min. 18 anos. SE EU FOSSE IRACEMA O monólogo com Adassa Martins propõe um olhar sobre o universo indígena brasileiro, transitando entre o passado e sua situação atual. A peça é apresentada em uma espécie de dialeto que mescla o português com línguas indígenas. Sesc Ipiranga - auditório. R. Bom Pastor, 822, Ipiranga, tel. 3340-2000. 30 lugares. Sex.: 21h30. Sáb.: 19h30. Dom.: 18h30. Até 12/2. CC: V, M. Ingresso: R$ 6 a R$ 20, p/ sescsp.org.br. Texto: Fernando Marques. Direção: Fernando Nicolau. Com: Adassa Martins. 60 min. 16 anos. UMA SHIRLEY QUALQUER Susana Vieira interpreta esta comédia dramática, adaptação do clássico "Shirley Valentine". Quando a melhor amiga de Shirley a presenteia com uma viagem à Grécia, ela embarca escondida da família. Renaissance. Al. Santos, 2.233, Cerqueira César, tel. 3069-2286. 420 lugares. Sex.: 21h30. Sáb.: 21h. Dom.: 18h30. Até 26/3. CC: V, M, E. Valet a partir de R$ 30. Ingresso: R$ 100, p/ compreingressos.com. Texto: Willy Russel. Versão brasileira e direção: Miguel Falabella. Com: Susana Vieira. 70 min. 12 anos. VAGA CARNE O espetáculo solo de Grace Passô promove um jogo entre palavra e movimento. Em cena, uma mulher em busca de sua identidade narra o que sente e o que finge sentir, além de refletir sobre o que sua imagem realmente significa para os outros. Sesc Pompeia - espaço cênico. R. Clélia, 93, Água Branca, tel. 3871-7700. 50 pessoas. Qui. a sáb.: 21h. Dom.: 19h. Até 5/2. CC: V, M, D. Ingresso: R$ 7,50 a R$ 25, p/ sescsp.org.br. Texto e interpretação: Grace Passô. 50 min. 14 anos.
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