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Entretempos: World Press Photo retira prêmio dado ao fotógrafo italiano Giovanni Troilo | O júri da 58ª edição do World Press Photo, maior competição dedicada ao fotojornalismo no mundo, decidiu retirar o prêmio dado ao italiano Giovanni Troilo em fevereiro. O fotógrafo havia vencido na categoria de ensaios contemporâneos com o trabalho "La ... Leia post completo no blog | ilustrada | Entretempos: World Press Photo retira prêmio dado ao fotógrafo italiano Giovanni TroiloO júri da 58ª edição do World Press Photo, maior competição dedicada ao fotojornalismo no mundo, decidiu retirar o prêmio dado ao italiano Giovanni Troilo em fevereiro. O fotógrafo havia vencido na categoria de ensaios contemporâneos com o trabalho "La ... Leia post completo no blog | 6 |
SP terá protesto contra alta nas tarifas de transporte nesta sexta-feira | Um protesto contra o aumento da tarifa nos transportes organizado pelo MPL (Movimento Passe Livre) terá início às 17h desta sexta-feira no centro de São Paulo. As passagens dos ônibus municipais, do metrô e de trens estão mais caras desde terça-feira (6), quando passaram de R$ 3 para R$ 3,50. As tarifas não subiam desde 2011 nos ônibus e desde 2012 no caso dos trens e metrô. A concentração será em frente ao Theatro Municipal, às 17h, onde os manifestantes planejam fazer uma assembleia. Só ali será definido o percurso da passeata. Para o ato desta sexta, a PM diz que fará cordões humanos para isolar os manifestantes, numa técnica chamada de "envelopamento". Segundo o movimento, protestos semelhantes estão marcadas em outros Estados nos próximos dias, como ocorreu em junho de 2013. Naquele ano, após os atos, os preços das tarifas baixaram. | cotidiano | SP terá protesto contra alta nas tarifas de transporte nesta sexta-feiraUm protesto contra o aumento da tarifa nos transportes organizado pelo MPL (Movimento Passe Livre) terá início às 17h desta sexta-feira no centro de São Paulo. As passagens dos ônibus municipais, do metrô e de trens estão mais caras desde terça-feira (6), quando passaram de R$ 3 para R$ 3,50. As tarifas não subiam desde 2011 nos ônibus e desde 2012 no caso dos trens e metrô. A concentração será em frente ao Theatro Municipal, às 17h, onde os manifestantes planejam fazer uma assembleia. Só ali será definido o percurso da passeata. Para o ato desta sexta, a PM diz que fará cordões humanos para isolar os manifestantes, numa técnica chamada de "envelopamento". Segundo o movimento, protestos semelhantes estão marcadas em outros Estados nos próximos dias, como ocorreu em junho de 2013. Naquele ano, após os atos, os preços das tarifas baixaram. | 5 |
Três espetáculos abordam racismo sob provocações reflexivas | A consciência histórica do racismo, herança de três séculos e meio de escravidão, e o quanto a prática desse crime afeta a vida em sociedade ganham abordagens reflexivas e provocadoras em três espetáculos de distintas poéticas. Em "Race", a companhia carioca Teatro Epigenia traduz para a cena a ambiguidade do título inglês (corrida, raça) e formaliza uma atuação que pulsa ao ritmo dos diálogos curtos e faiscantes de David Mamet. Nos bastidores de um drama de tribunal –que não se passa no interior de um, mas num escritório de advocacia–, o estadunidense escrutina como é construída a defesa de um branco milionário acusado de estuprar uma jovem negra. Em princípio, a banca não assumiria o caso, mas a advogada, também ela jovem e negra, assente em conversa reservada com o cliente, para espanto dos seus superiores. Sucedem-se senões e assertivas de parte a parte. Antecedentes e arguições dos quatro refletem o inconsciente coletivo. São entrelaçadas questões da cor da pele e da mulher. Na segunda obra da trilogia em torno de Mamet, o diretor Gustavo Paso expõe como a incisão da palavra serve a ambas as artes –a de representar e a de advogar. Não iria muito longe sem atores cirúrgicos na arena sob a vigília da plateia-júri. Um sentido de urgência move "A Missão em Fragmentos: 12 Cenas de Descolonização em Legítima Defesa". A peça alia cultura urbana e ancestralidade africana, DNA da trajetória do seu idealizador, o DJ, ator e diretor Eugênio Lima, aqui com o recém-criado grupo Legítima Defesa. Lima é cofundador do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, referência na fusão do teatro com a estética hip-hop. O ponto de partida é "A Missão, Lembrança de Uma Revolução", do alemão Heiner Müller, texto por si só sampleador de ideias e estruturas estilhaçadas. Sob intervenção da dramaturga Claudia Schapira, a peça vira pretexto para veicular a voz de pensadores pouco conhecidos, mas seminais na crítica a formas explícitas e dissimuladas de discriminação racial. O problema é que as citações excedem o campo do discurso, intermitente, e tornam confusa a narrativa de Müller nas idas e vindas. No enredo central, três emissários do poder popular instituído na França após a revolução de 1789 são enviados à Jamaica para incitar escravos à revolta ante a Coroa britânica (como ocorrera no Haiti). O trio contorna as próprias diferenças de classe e de raça até a tarefa ser abortada com a ascensão de Napoleão. A turva travessia do roteiro é compensada pela musicalidade. Evoluções rítmicas e corporais de mulheres e homens negros mostram apropriação e autoafirmação. A narrativa fragmentária também dá o tom em "Branco - O Cheiro do Lírio e do Formol", texto de Alexandre Dal Farra que assina a direção ao lado da atriz Janaina Leite. Não se trata de abordar o racismo de modo frontal, mas sondar no ventre de uma família de classe média e branca os modos de doutrinação e naturalização de atitudes violentas e autodestrutivas. As figuras do pai, do filho e da tia apresentam falas pastosas. Os corpos são largados. Há um alheamento gritante sobre o que ocorre ao redor de casa ou dentro dela. Sendo toda a equipe branca, a autocrítica traz implicações éticas aos artistas. A precariedade aparece desde as primeiras leituras e discussões de encaminhamento da obra, que bordeja ficção e realidade. Moram aí as lacunas para que o espectador reaja. A "branquitude" está na berlinda. * RACE QUANDO seg., ter. e qua., às 21h; até 31/5 ONDE Viga Espaço Cênico (r. Capote Valente, 1323); tel. 3801-1843 QUANTO R$ 30; 16 anos * BRANCO – O CHEIRO DO LÍRIO E DO FORMOL QUANDO sex. e sáb., às 21h; dom., às 20h; até 21/5 ONDE Centro Cultural São Paulo (r. Vergueiro, 1000); tel. 3397-4002 QUANTO R$ 1 a R$ 20; 16 anos * A MISSÃO EM FRAGMENTOS.. QUANDO ter. e qua., às 20h; até 17/5 ONDE Centro Cultural São Paulo QUANTO R$ 1 a R$ 30; 16 anos | ilustrada | Três espetáculos abordam racismo sob provocações reflexivasA consciência histórica do racismo, herança de três séculos e meio de escravidão, e o quanto a prática desse crime afeta a vida em sociedade ganham abordagens reflexivas e provocadoras em três espetáculos de distintas poéticas. Em "Race", a companhia carioca Teatro Epigenia traduz para a cena a ambiguidade do título inglês (corrida, raça) e formaliza uma atuação que pulsa ao ritmo dos diálogos curtos e faiscantes de David Mamet. Nos bastidores de um drama de tribunal –que não se passa no interior de um, mas num escritório de advocacia–, o estadunidense escrutina como é construída a defesa de um branco milionário acusado de estuprar uma jovem negra. Em princípio, a banca não assumiria o caso, mas a advogada, também ela jovem e negra, assente em conversa reservada com o cliente, para espanto dos seus superiores. Sucedem-se senões e assertivas de parte a parte. Antecedentes e arguições dos quatro refletem o inconsciente coletivo. São entrelaçadas questões da cor da pele e da mulher. Na segunda obra da trilogia em torno de Mamet, o diretor Gustavo Paso expõe como a incisão da palavra serve a ambas as artes –a de representar e a de advogar. Não iria muito longe sem atores cirúrgicos na arena sob a vigília da plateia-júri. Um sentido de urgência move "A Missão em Fragmentos: 12 Cenas de Descolonização em Legítima Defesa". A peça alia cultura urbana e ancestralidade africana, DNA da trajetória do seu idealizador, o DJ, ator e diretor Eugênio Lima, aqui com o recém-criado grupo Legítima Defesa. Lima é cofundador do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, referência na fusão do teatro com a estética hip-hop. O ponto de partida é "A Missão, Lembrança de Uma Revolução", do alemão Heiner Müller, texto por si só sampleador de ideias e estruturas estilhaçadas. Sob intervenção da dramaturga Claudia Schapira, a peça vira pretexto para veicular a voz de pensadores pouco conhecidos, mas seminais na crítica a formas explícitas e dissimuladas de discriminação racial. O problema é que as citações excedem o campo do discurso, intermitente, e tornam confusa a narrativa de Müller nas idas e vindas. No enredo central, três emissários do poder popular instituído na França após a revolução de 1789 são enviados à Jamaica para incitar escravos à revolta ante a Coroa britânica (como ocorrera no Haiti). O trio contorna as próprias diferenças de classe e de raça até a tarefa ser abortada com a ascensão de Napoleão. A turva travessia do roteiro é compensada pela musicalidade. Evoluções rítmicas e corporais de mulheres e homens negros mostram apropriação e autoafirmação. A narrativa fragmentária também dá o tom em "Branco - O Cheiro do Lírio e do Formol", texto de Alexandre Dal Farra que assina a direção ao lado da atriz Janaina Leite. Não se trata de abordar o racismo de modo frontal, mas sondar no ventre de uma família de classe média e branca os modos de doutrinação e naturalização de atitudes violentas e autodestrutivas. As figuras do pai, do filho e da tia apresentam falas pastosas. Os corpos são largados. Há um alheamento gritante sobre o que ocorre ao redor de casa ou dentro dela. Sendo toda a equipe branca, a autocrítica traz implicações éticas aos artistas. A precariedade aparece desde as primeiras leituras e discussões de encaminhamento da obra, que bordeja ficção e realidade. Moram aí as lacunas para que o espectador reaja. A "branquitude" está na berlinda. * RACE QUANDO seg., ter. e qua., às 21h; até 31/5 ONDE Viga Espaço Cênico (r. Capote Valente, 1323); tel. 3801-1843 QUANTO R$ 30; 16 anos * BRANCO – O CHEIRO DO LÍRIO E DO FORMOL QUANDO sex. e sáb., às 21h; dom., às 20h; até 21/5 ONDE Centro Cultural São Paulo (r. Vergueiro, 1000); tel. 3397-4002 QUANTO R$ 1 a R$ 20; 16 anos * A MISSÃO EM FRAGMENTOS.. QUANDO ter. e qua., às 20h; até 17/5 ONDE Centro Cultural São Paulo QUANTO R$ 1 a R$ 30; 16 anos | 6 |
O negócio do ano | O diretor-executivo do Fluminense, Fernando Simoni, garante não ter tido contato com o Corinthians, nem para receber proposta por Conca, nem para autorizar Edu Gaspar a negociar com o meia argentino. No sábado, gente importante no Parque São Jorge garantia que o salário estava acertado e que o diálogo com Conca teve autorização do Flu. O aval para conversar não parece ser verdadeiro. O discurso do Fluminense é taxativo. Não aceitar liberar Conca e o único caminho dos interessados é pagar a multa de rescisão –cem vezes o valor do salário anual. A outra hipótese é Conca forçar a barra para sair, o que dificilmente acontecerá agora, em janeiro. Se o caminho for esse, mais provável será quando a Unimed atrasar a parte que lhe cabe dos salários. A irritação do argentino poderá significar a chance maior de negócio, quem sabe para o início do Brasileirão. Que o Corinthians gostaria de ter Conca, é evidente. Conversou com a Unimed, como também fizeram São Paulo e Flamengo –o único a fazer oferta ao Fluminense, na faixa de R$ 4 milhões. Há duas razões para o desejo corintiano. O primeiro, Conca é o jogador de melhor custo-benefício do Brasil. O Fluminense gasta mensalmente R$ 250 mil –o total do salário com o investimento da Unimed é de R$ 750 mil. Em 2010, Conca disputou as 38 rodadas do Brasileirão e foi campeão. Voltou em 2014 e só ficou fora de um jogo, por suspensão. Disputou 37 partidas, deu dez assistências, marcou nove gols. Nem com Ganso ou Kaká, nem com Everton Ribeiro ou Ricardo Goulart, nenhum clube teve restituído de maneira tão integral cada centavo que pagou por um jogador. O Flu paga pouco e tem tudo de volta. A outra razão para o desejo do Corinthians é ajudar na eleição de fevereiro. Esse ponto alimenta duas perguntas: Quanto é viável contratar Conca agora? E quanto é espuma eleitoral? Os dois fatores se misturam. O São Paulo e o Flamengo já deixaram claro que Conca não é para seus bicos. Não por enquanto, mas vão acompanhar de perto e entender se a Unimed cumprirá ou não o que prometeu ao Fluminense. Se o plano de saúde não cumprir e atrasar um, dois... três meses do que tem a pagar, será mais difícil para o Flu segurar o jogador feliz no Rio de Janeiro. Nesse caso, o negócio que hoje é difícil pode ficar mais fácil às vésperas do Brasileirão. Conca é o negócio do ano, para quem conseguir ficar com o jogador. E isso vale para o Fluminense, que pretende amadurecer sua geração de garotos com a companhia de Diego Cavalieri, Gum, Wagner, Conca e, se possível, Fred também. Se não for em janeiro, vai ter muita gente querendo namorar com Conca daqui até o meio do ano. E não vai ser só Corinthians, Flamengo e São Paulo. COMO ELE JOGARIA Renato Augusto declarou ao "Lance!" que este será o seu ano. O tempo vai dizer, mas a carta de intenções é igual à que Raí fez no início de 1991, ano em que explodiu. Com ele, Cristian, Elias e Malcom bem, Tite pode fazer um bom time. Para a Libertadores, falta um elenco maior e homogêneo. O MAIS DIFÍCIL O empate do Santos na estreia da Copa São Paulo não anima. O clube vai precisar das revelações, por causa da falta de dinheiro, e a geração não tem nenhum Neymar. Mas tem jogadores do título de 2014. Diego Cardozo, Stéfano Yuri, Gabriel... Confirmado no cargo, Enderson Moreira vai ter trabalho. | colunas | O negócio do anoO diretor-executivo do Fluminense, Fernando Simoni, garante não ter tido contato com o Corinthians, nem para receber proposta por Conca, nem para autorizar Edu Gaspar a negociar com o meia argentino. No sábado, gente importante no Parque São Jorge garantia que o salário estava acertado e que o diálogo com Conca teve autorização do Flu. O aval para conversar não parece ser verdadeiro. O discurso do Fluminense é taxativo. Não aceitar liberar Conca e o único caminho dos interessados é pagar a multa de rescisão –cem vezes o valor do salário anual. A outra hipótese é Conca forçar a barra para sair, o que dificilmente acontecerá agora, em janeiro. Se o caminho for esse, mais provável será quando a Unimed atrasar a parte que lhe cabe dos salários. A irritação do argentino poderá significar a chance maior de negócio, quem sabe para o início do Brasileirão. Que o Corinthians gostaria de ter Conca, é evidente. Conversou com a Unimed, como também fizeram São Paulo e Flamengo –o único a fazer oferta ao Fluminense, na faixa de R$ 4 milhões. Há duas razões para o desejo corintiano. O primeiro, Conca é o jogador de melhor custo-benefício do Brasil. O Fluminense gasta mensalmente R$ 250 mil –o total do salário com o investimento da Unimed é de R$ 750 mil. Em 2010, Conca disputou as 38 rodadas do Brasileirão e foi campeão. Voltou em 2014 e só ficou fora de um jogo, por suspensão. Disputou 37 partidas, deu dez assistências, marcou nove gols. Nem com Ganso ou Kaká, nem com Everton Ribeiro ou Ricardo Goulart, nenhum clube teve restituído de maneira tão integral cada centavo que pagou por um jogador. O Flu paga pouco e tem tudo de volta. A outra razão para o desejo do Corinthians é ajudar na eleição de fevereiro. Esse ponto alimenta duas perguntas: Quanto é viável contratar Conca agora? E quanto é espuma eleitoral? Os dois fatores se misturam. O São Paulo e o Flamengo já deixaram claro que Conca não é para seus bicos. Não por enquanto, mas vão acompanhar de perto e entender se a Unimed cumprirá ou não o que prometeu ao Fluminense. Se o plano de saúde não cumprir e atrasar um, dois... três meses do que tem a pagar, será mais difícil para o Flu segurar o jogador feliz no Rio de Janeiro. Nesse caso, o negócio que hoje é difícil pode ficar mais fácil às vésperas do Brasileirão. Conca é o negócio do ano, para quem conseguir ficar com o jogador. E isso vale para o Fluminense, que pretende amadurecer sua geração de garotos com a companhia de Diego Cavalieri, Gum, Wagner, Conca e, se possível, Fred também. Se não for em janeiro, vai ter muita gente querendo namorar com Conca daqui até o meio do ano. E não vai ser só Corinthians, Flamengo e São Paulo. COMO ELE JOGARIA Renato Augusto declarou ao "Lance!" que este será o seu ano. O tempo vai dizer, mas a carta de intenções é igual à que Raí fez no início de 1991, ano em que explodiu. Com ele, Cristian, Elias e Malcom bem, Tite pode fazer um bom time. Para a Libertadores, falta um elenco maior e homogêneo. O MAIS DIFÍCIL O empate do Santos na estreia da Copa São Paulo não anima. O clube vai precisar das revelações, por causa da falta de dinheiro, e a geração não tem nenhum Neymar. Mas tem jogadores do título de 2014. Diego Cardozo, Stéfano Yuri, Gabriel... Confirmado no cargo, Enderson Moreira vai ter trabalho. | 1 |
Parto de alto padrão na Inglaterra tem intervenção mínima, diz leitora | César Fernandes afirma que "na Inglaterra, a princesa deu à luz no hospital e o médico era o que estava de plantão" (Criou-se a ideia de médico bandido e doula guardiã). Naquele país, o parto espontâneo, com parteiras e com um mínimo ou nenhuma intervenção, é o "padrão ouro" da assistência para mulheres saudáveis, exemplo que poderia ser seguido no Brasil. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | paineldoleitor | Parto de alto padrão na Inglaterra tem intervenção mínima, diz leitoraCésar Fernandes afirma que "na Inglaterra, a princesa deu à luz no hospital e o médico era o que estava de plantão" (Criou-se a ideia de médico bandido e doula guardiã). Naquele país, o parto espontâneo, com parteiras e com um mínimo ou nenhuma intervenção, é o "padrão ouro" da assistência para mulheres saudáveis, exemplo que poderia ser seguido no Brasil. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | 8 |
'Desemprego de patrões' cresce em ritmo maior que o de empregados | Desde que Nauri Carvalho Martins, 71, precisou dispensar sua única funcionária, passou a trabalhar dobrado para manter a Mauriti, sua lojinha de roupas, num mercado popular no centro do Rio. No box de 2 m², entre cuecas (três por R$ 10) e camisetas de escolas de samba (R$ 30), ela se desdobra para atender clientes, fazer compras e ir ao médico. "Eu mantive a ajudante o tempo que pude e que não pude. Precisei demitir em meados do ano. Agora, dependo de outros comerciantes para olhar a loja quando eu preciso sair", afirma. Nauri é uma entre cerca de 60 mil pessoas que perderam o status de empregador no ano passado em seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE –São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e Salvador. Segundo dados do IBGE, havia 1,02 milhão de empregadores nas metrópoles em dezembro de 2014. No final de 2015, eram 960 mil, uma queda de 5,7%. É o menor número registrado em dezembro desde 2002 (863 mil). Os efeitos da crise sobre os empregadores foi proporcionalmente maior do que na população ocupada em geral. A população ocupada nas metrópoles recuou 2,7% em dezembro de 2015 em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 23,2 milhões. São 641 mil pessoas a menos. QUEDA DE EMPREGADORES - Em 1.000, para meses de dezembro PERFIL O contingente de empregadores é formado sobretudo por comerciantes, prestadores de serviços e profissionais liberais. Basta ter um empregado, com carteira assinada ou não –domésticos não entram nessa estatística. A pesquisa não detalha o motivo da perda de status de empregador, mas isso pode ocorrer por diferentes razões. "O negócio pode ter fechado ou o empregador demitiu seus empregados e ficou trabalhando sozinho", afirma Adriana Beringuy, técnica da coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. Para João Sabóia, professor do Instituto de Economia da UFRJ, os donos de pequenos negócios são maioria e contribuíram para a queda do emprego no país. "Eles empregam individualmente pouco, mas são muitos microempreendedores. Como a crise foi dura e a renda caiu, ficou difícil manter um empregado. O negócio ficou pequeno o suficiente para ele se virar sozinho." Desde que migrou do sertão do Ceará para o Rio, nos anos 1960, Nauri diz que nunca viu uma queda tão brusca nas suas vendas. Ela não sabe bem por que as pessoas estão gastando menos, mas encontrou uma culpada. "Eu votei na Dilma. Não deu muito certo, as coisas pioraram muito. Minha renda caiu em R$ 49 mil em 2015." Na média, o rendimento real (descontada a inflação) dos empregadores recuou 10,7% ante dezembro de 2014, para R$ 5.565,50 por mês. No mesmo período, o rendimento dos ocupados teve queda de 5,8%, para R$ 2.235,50. Com empresas demitindo e menos empregadores, as estatísticas do mercado de trabalho pioraram em 2015. A taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas foi de 6,9% em dezembro, acima dos 4,3% um ano antes. Sem funcionários, os pequenos comerciantes tornam-se trabalhadores por conta própria –pessoas que têm seu pequeno negócio sem auxílio de funcionário. Segundo o IBGE, o número de trabalhadores por conta própria chegou a 4,6 milhões em dezembro, alta de 4,6% ante dezembro de 2014. "Isso pode estar também relacionado à perda do emprego formal. O trabalhador cria o próprio negócio", afirma a técnica do IBGE. | mercado | 'Desemprego de patrões' cresce em ritmo maior que o de empregadosDesde que Nauri Carvalho Martins, 71, precisou dispensar sua única funcionária, passou a trabalhar dobrado para manter a Mauriti, sua lojinha de roupas, num mercado popular no centro do Rio. No box de 2 m², entre cuecas (três por R$ 10) e camisetas de escolas de samba (R$ 30), ela se desdobra para atender clientes, fazer compras e ir ao médico. "Eu mantive a ajudante o tempo que pude e que não pude. Precisei demitir em meados do ano. Agora, dependo de outros comerciantes para olhar a loja quando eu preciso sair", afirma. Nauri é uma entre cerca de 60 mil pessoas que perderam o status de empregador no ano passado em seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE –São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e Salvador. Segundo dados do IBGE, havia 1,02 milhão de empregadores nas metrópoles em dezembro de 2014. No final de 2015, eram 960 mil, uma queda de 5,7%. É o menor número registrado em dezembro desde 2002 (863 mil). Os efeitos da crise sobre os empregadores foi proporcionalmente maior do que na população ocupada em geral. A população ocupada nas metrópoles recuou 2,7% em dezembro de 2015 em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 23,2 milhões. São 641 mil pessoas a menos. QUEDA DE EMPREGADORES - Em 1.000, para meses de dezembro PERFIL O contingente de empregadores é formado sobretudo por comerciantes, prestadores de serviços e profissionais liberais. Basta ter um empregado, com carteira assinada ou não –domésticos não entram nessa estatística. A pesquisa não detalha o motivo da perda de status de empregador, mas isso pode ocorrer por diferentes razões. "O negócio pode ter fechado ou o empregador demitiu seus empregados e ficou trabalhando sozinho", afirma Adriana Beringuy, técnica da coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. Para João Sabóia, professor do Instituto de Economia da UFRJ, os donos de pequenos negócios são maioria e contribuíram para a queda do emprego no país. "Eles empregam individualmente pouco, mas são muitos microempreendedores. Como a crise foi dura e a renda caiu, ficou difícil manter um empregado. O negócio ficou pequeno o suficiente para ele se virar sozinho." Desde que migrou do sertão do Ceará para o Rio, nos anos 1960, Nauri diz que nunca viu uma queda tão brusca nas suas vendas. Ela não sabe bem por que as pessoas estão gastando menos, mas encontrou uma culpada. "Eu votei na Dilma. Não deu muito certo, as coisas pioraram muito. Minha renda caiu em R$ 49 mil em 2015." Na média, o rendimento real (descontada a inflação) dos empregadores recuou 10,7% ante dezembro de 2014, para R$ 5.565,50 por mês. No mesmo período, o rendimento dos ocupados teve queda de 5,8%, para R$ 2.235,50. Com empresas demitindo e menos empregadores, as estatísticas do mercado de trabalho pioraram em 2015. A taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas foi de 6,9% em dezembro, acima dos 4,3% um ano antes. Sem funcionários, os pequenos comerciantes tornam-se trabalhadores por conta própria –pessoas que têm seu pequeno negócio sem auxílio de funcionário. Segundo o IBGE, o número de trabalhadores por conta própria chegou a 4,6 milhões em dezembro, alta de 4,6% ante dezembro de 2014. "Isso pode estar também relacionado à perda do emprego formal. O trabalhador cria o próprio negócio", afirma a técnica do IBGE. | 2 |
Egito prende três acusados de incitar população contra Estado pela internet | O ministro do Interior do Egito afirmou neste sábado (2) que três pessoas foram presas acusadas de administrar 23 páginas do Facebook que incitam a população contra instituições do Estado. Segundo o político, os presos, dois homens de 27 anos e uma mulher de 25, seriam membros da Irmandade Muçulmana.O grupo é considerado fora da lei desde 2013, quando o presidente eleito Mohammed Mursi, ligado à Irmandade, foi deposto por um golpe dos militares que hoje governam o país. As autoridades egípcias têm demonstrado preocupação por conta de protestos organizados nas redes sociais para o dia 25 de janeiro, data em que se completa o quinto aniversário do movimento que tirou do poder o ditador Hosni Mubarak, antecessor de Mursi. Na ocasião, durante a chamada Primavera Árabe, as redes sociais foram importantes para organizar manifestações. Na última semana, o presidente Abdel-Fattah el-Sissi alertou que os protestos agendados poderiam resultar em caos. | mundo | Egito prende três acusados de incitar população contra Estado pela internetO ministro do Interior do Egito afirmou neste sábado (2) que três pessoas foram presas acusadas de administrar 23 páginas do Facebook que incitam a população contra instituições do Estado. Segundo o político, os presos, dois homens de 27 anos e uma mulher de 25, seriam membros da Irmandade Muçulmana.O grupo é considerado fora da lei desde 2013, quando o presidente eleito Mohammed Mursi, ligado à Irmandade, foi deposto por um golpe dos militares que hoje governam o país. As autoridades egípcias têm demonstrado preocupação por conta de protestos organizados nas redes sociais para o dia 25 de janeiro, data em que se completa o quinto aniversário do movimento que tirou do poder o ditador Hosni Mubarak, antecessor de Mursi. Na ocasião, durante a chamada Primavera Árabe, as redes sociais foram importantes para organizar manifestações. Na última semana, o presidente Abdel-Fattah el-Sissi alertou que os protestos agendados poderiam resultar em caos. | 4 |
Região de Toulouse, terra de pintores e do queijo roquefort, honra as tradições | Como Toulouse, a cidadezinha de Albi, a uma hora de distância, tem certo ar de sonho, com casinhas avermelhadas ao pôr do sol, às margens do rio Tarn. Antiga cidade episcopal, residência de bispos a partir do século 13, o lugar guarda um impressionante conjunto arquitetônico de tijolos no centro histórico. Entre elas, a igreja de santa Cecília, maior construção do tipo do mundo -de 1480, ela levou 200 anos para ser erguida. No altar, uma pintura medieval retrata o Juízo Final. No teto, os desenhos são os mais extensos da renascença na França; todos com um marcante tom de azul que lembra o corante de uma planta que fez a riqueza da região, o "pastel". Outro prédio do centro histórico que atrai muitos visitantes é o palácio Berbie, antiga sede episcopal hoje transformada no museu Toulouse-Lautrec. O lugar tem a maior coleção de obras do pintor pós-impressionista, nascido em Albi e mundialmente conhecido por seus retratos da boemia parisiense da virada do século 19 para o 20. O palácio conta com um espetacular jardim com vista para o rio e para a ponte mais antiga da cidade ainda de pé. QUEIJOS E CAIAQUE Ao percorrer os campos do sudoeste francês é possível visitar ainda os vinhedos ancestrais de Gaillac, uma das regiões mais antigas de cultivo de uvas do país. A "loin de l'oeil" (longe do olho, porque o cacho da uva cresce distante do tronco), por exemplo, é bastante comum por ali e dá origem a um vinho branco fresco. Na proximidades, no alto de uma montanha, está Roquefort-sur-Soulzon, de onde –o nome já entrega– saem os verdadeiros queijos roquefort. Só na formação geológica dali, em buracos nos morros (as "fleurines"), sopra o vento capaz de manter a umidade ideal para o desenvolvimento dos fungos que são a marca do laticínio. Por volta de 750 mil cabras criadas no entorno são responsáveis pelo leite usado na fabricação do queijo; os sete laticínios locais recebem turistas para visitas guiadas, com degustação no final. Saindo dos prazeres da mesa, mas ainda na estrada, Millau é sede do viaduto mais alto do mundo –parte da via que liga Paris a Barcelona. Sobre o rio Tarn, ela envolve atrações como saltos de paraglider, escalada, caiaque, pesca e rotas a cavalo e por cavernas. A jornalista viajou a convite da Agência de Desenvolvimento Turístico da França | turismo | Região de Toulouse, terra de pintores e do queijo roquefort, honra as tradiçõesComo Toulouse, a cidadezinha de Albi, a uma hora de distância, tem certo ar de sonho, com casinhas avermelhadas ao pôr do sol, às margens do rio Tarn. Antiga cidade episcopal, residência de bispos a partir do século 13, o lugar guarda um impressionante conjunto arquitetônico de tijolos no centro histórico. Entre elas, a igreja de santa Cecília, maior construção do tipo do mundo -de 1480, ela levou 200 anos para ser erguida. No altar, uma pintura medieval retrata o Juízo Final. No teto, os desenhos são os mais extensos da renascença na França; todos com um marcante tom de azul que lembra o corante de uma planta que fez a riqueza da região, o "pastel". Outro prédio do centro histórico que atrai muitos visitantes é o palácio Berbie, antiga sede episcopal hoje transformada no museu Toulouse-Lautrec. O lugar tem a maior coleção de obras do pintor pós-impressionista, nascido em Albi e mundialmente conhecido por seus retratos da boemia parisiense da virada do século 19 para o 20. O palácio conta com um espetacular jardim com vista para o rio e para a ponte mais antiga da cidade ainda de pé. QUEIJOS E CAIAQUE Ao percorrer os campos do sudoeste francês é possível visitar ainda os vinhedos ancestrais de Gaillac, uma das regiões mais antigas de cultivo de uvas do país. A "loin de l'oeil" (longe do olho, porque o cacho da uva cresce distante do tronco), por exemplo, é bastante comum por ali e dá origem a um vinho branco fresco. Na proximidades, no alto de uma montanha, está Roquefort-sur-Soulzon, de onde –o nome já entrega– saem os verdadeiros queijos roquefort. Só na formação geológica dali, em buracos nos morros (as "fleurines"), sopra o vento capaz de manter a umidade ideal para o desenvolvimento dos fungos que são a marca do laticínio. Por volta de 750 mil cabras criadas no entorno são responsáveis pelo leite usado na fabricação do queijo; os sete laticínios locais recebem turistas para visitas guiadas, com degustação no final. Saindo dos prazeres da mesa, mas ainda na estrada, Millau é sede do viaduto mais alto do mundo –parte da via que liga Paris a Barcelona. Sobre o rio Tarn, ela envolve atrações como saltos de paraglider, escalada, caiaque, pesca e rotas a cavalo e por cavernas. A jornalista viajou a convite da Agência de Desenvolvimento Turístico da França | 13 |
Leitor critica escolas que proibiram alunos de escovar os dentes | A notícia sobre a proibição de escovar os dentes para estudantes da escola municipal mostra o despreparo da máquina estatal –prefeitura e Estado– para a falta de água. Em vez de implantar um programa de educação para o uso racional da água, o poder público usa estratagemas antipedagógicos, como o corte de água, que estimula o estoque desenfreado, e a diminuição do uso de água nas escolas, que agrava o desencanto com o governo e a crença de que estamos abandonados. Péssima atitude, que não resultará na educação ambiental da população. PATRICIA MORAES AUDE (São Paulo, SP) * Em relação ao comentário da leitora Suely Rezende Penha, a Sabesp lembra que a tecnologia permite a transformação de água poluída em água potável por meio de tratamento. Por essa razão, há quase 60 anos a companhia utiliza água da represa Billings por meio do rio Grande e do Taquacetuba, dois dos seus braços. Do rio Grande são captados 5,5 m³/s e do braço do Taquacetuba (também contribuinte da Billings e cuja água vai para o Guarapiranga) são 2,19 m³/s. Somando-se sistema Rio Grande e Taquacetuba, a água fornecida pela Billings é de 7,69 m³/s, o que dá para atender cerca de 2,3 milhões de pessoas. CARLOS ALENCAR, assessor de Comunicação da Sabesp (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | paineldoleitor | Leitor critica escolas que proibiram alunos de escovar os dentesA notícia sobre a proibição de escovar os dentes para estudantes da escola municipal mostra o despreparo da máquina estatal –prefeitura e Estado– para a falta de água. Em vez de implantar um programa de educação para o uso racional da água, o poder público usa estratagemas antipedagógicos, como o corte de água, que estimula o estoque desenfreado, e a diminuição do uso de água nas escolas, que agrava o desencanto com o governo e a crença de que estamos abandonados. Péssima atitude, que não resultará na educação ambiental da população. PATRICIA MORAES AUDE (São Paulo, SP) * Em relação ao comentário da leitora Suely Rezende Penha, a Sabesp lembra que a tecnologia permite a transformação de água poluída em água potável por meio de tratamento. Por essa razão, há quase 60 anos a companhia utiliza água da represa Billings por meio do rio Grande e do Taquacetuba, dois dos seus braços. Do rio Grande são captados 5,5 m³/s e do braço do Taquacetuba (também contribuinte da Billings e cuja água vai para o Guarapiranga) são 2,19 m³/s. Somando-se sistema Rio Grande e Taquacetuba, a água fornecida pela Billings é de 7,69 m³/s, o que dá para atender cerca de 2,3 milhões de pessoas. CARLOS ALENCAR, assessor de Comunicação da Sabesp (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | 8 |
'Alice no País das Maravilhas' é contado para crianças de até 5 anos | A história de Alice, aquela menina que vê um coelho apressado, cai em um buraco e entra em um mundo de sonhos, comemora 150 anos. Neste livro, ela é recontada para os mais novos. O autor, logo no começo, diz que gostaria que as aventuras chegassem aos ouvidos de crianças de até cinco anos. Para isso, reconta a trama com linguagem simples, sempre conversando com o leitor e com as ilustrações. "A PEQUENA ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS" AUTOR Lewis Carroll (tradução Marina Colasanti) EDITORA Galerinha PREÇO R$ 49 INDICAÇÃO a partir de 4 anos | folhinha | 'Alice no País das Maravilhas' é contado para crianças de até 5 anosA história de Alice, aquela menina que vê um coelho apressado, cai em um buraco e entra em um mundo de sonhos, comemora 150 anos. Neste livro, ela é recontada para os mais novos. O autor, logo no começo, diz que gostaria que as aventuras chegassem aos ouvidos de crianças de até cinco anos. Para isso, reconta a trama com linguagem simples, sempre conversando com o leitor e com as ilustrações. "A PEQUENA ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS" AUTOR Lewis Carroll (tradução Marina Colasanti) EDITORA Galerinha PREÇO R$ 49 INDICAÇÃO a partir de 4 anos | 19 |
Garrafa de 120 anos é encontrada com cerveja ainda própria para o consumo | Uma garrafa de pelo menos 120 anos de idade foi descoberta na baía de Halifax, no leste do Canadá, contendo cerveja ainda própria para consumo –anunciou nesta quinta-feira (7) o pesquisador que degustou a bebida. A garrafa, recuperada em novembro do ano passado por um mergulhador amador, foi elaborada em Halifax entre 1872 e 1890, alguns anos após o nascimento da Confederação canadense em 1867, segundo a equipe que fez o estudo. "Para determinar a idade fizemos provas da estrutura e nos baseamos no que estava no rótulo", disse à AFP o professor Andrew MacIntosh, especialista em fermentação, que dirigiu os testes com colegas da universidade de Dalhousie, em Halifax. Os exames determinaram que o pH da cerveja ainda era baixo, continha álcool e não era tóxica, explicou. Apesar de ainda ser própria para o consumo, a cerveja não tinha um gosto bom, mas era "uma oportunidade que só surge uma vez na vida", disse MacIntosh, que foi o degustador da bebida. Conforme descreveu o pesquisador, o gosto era de enxofre e o cheio de queimado. "Tinha um aroma de barris de madeira. Na boca, deixou um gosto de menta que deve vir do nitrogênio, e um sabor salgado e um pouco amargo." Análises complementares da cerveja serão enviadas para um laboratório especializado em Dalhousie, na Escócia. | comida | Garrafa de 120 anos é encontrada com cerveja ainda própria para o consumoUma garrafa de pelo menos 120 anos de idade foi descoberta na baía de Halifax, no leste do Canadá, contendo cerveja ainda própria para consumo –anunciou nesta quinta-feira (7) o pesquisador que degustou a bebida. A garrafa, recuperada em novembro do ano passado por um mergulhador amador, foi elaborada em Halifax entre 1872 e 1890, alguns anos após o nascimento da Confederação canadense em 1867, segundo a equipe que fez o estudo. "Para determinar a idade fizemos provas da estrutura e nos baseamos no que estava no rótulo", disse à AFP o professor Andrew MacIntosh, especialista em fermentação, que dirigiu os testes com colegas da universidade de Dalhousie, em Halifax. Os exames determinaram que o pH da cerveja ainda era baixo, continha álcool e não era tóxica, explicou. Apesar de ainda ser própria para o consumo, a cerveja não tinha um gosto bom, mas era "uma oportunidade que só surge uma vez na vida", disse MacIntosh, que foi o degustador da bebida. Conforme descreveu o pesquisador, o gosto era de enxofre e o cheio de queimado. "Tinha um aroma de barris de madeira. Na boca, deixou um gosto de menta que deve vir do nitrogênio, e um sabor salgado e um pouco amargo." Análises complementares da cerveja serão enviadas para um laboratório especializado em Dalhousie, na Escócia. | 21 |
Kia Rio chega ao país no início de 2018 com preços a partir de R$ 50 mil
| FERNANDO VALEIKA DE BARROS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA O Kia Rio, enfim, chegará ao Brasil. Após seguidas revisões nos planos, o compacto estará nas lojas no início de 2018, importado do México. A montadora sul-coreana planeja oferecer versões hatch e sedã com motor 1.6 flex, algo característico em seu segmento. "Traremos modelos com três níveis de acabamento, em condição de brigar com concorrentes", diz José Luiz Gandini, presidente da Kia Motors no Brasil. A marca afirma que ainda é cedo para falar de preços, mas é possível calcular que o modelo custará entre R$ 50 mil e R$ 65 mil, faixa de valores em que estão rivais como as versões 1.6 do Ford Fiesta (a partir de R$ 53,7 mil) e do Peugeot 208 (R$ 64,2 mil). Os valores serão possíveis graças à nova origem do carro, o México, o que permite a chegada de lotes ao Brasil sem cobrança do imposto de importação. A empresa também aguarda o fim da etapa atual do programa Inovar-Auto, que estabelece uma sobretaxa de 30 pontos percentuais no IPI (imposto sobre produtos industrializados) às importadoras que extrapolam a cota anual de 4.800 carros. "Se tivéssemos de pagar o IPI adicional, teríamos um belo prejuízo. A cota foi ultrapassada em 2016, e tivemos de pagar R$ 12 mil a mais por unidade do sedã Cerato vendida além do limite", afirma Gandini. NAS RUAS Duas unidades do Rio hatch já estão rodando pelo país, em etapa final dos testes de homologação. A versão avaliada em Itu (a 101 km de São Paulo) tem câmbio automático com seis marchas. A primeira geração foi lançada em 2000, já com o nome que homenageia a capital fluminense. O compacto chega agora à sua quarta atualização, que traz a grade dianteira apelidada de "focinho de tigre", que caracteriza os modelos da Kia. Os faróis do modelo têm contornos em LED, que funcionam como luz diurna. O novo Rio tem 4,06 metros de comprimento e espaço suficiente para que quatro adultos se acomodem sem aperto. É 14 cm mais comprido e 4 cm mais largo do que o Hyundai HB20, com quem o compacto da Kia compartilha a plataforma. O modelo é bem equipado, mas não luxuoso. Painel e forrações laterais são feitas de plástico preto, com boa aparência. O quadro de instrumentos é de fácil leitura, e há sistema de som acionado por meio de teclas no volante. Todos os modelos serão equipados com ar-condicionado e direção com assistência elétrica. As versões mais caras deverão ter sistema de partida por botão. Exclusivos deste nível de acabamento topo de linha, há rodas de liga-leve com 16 polegadas, câmera de recuo, abertura de portas sem chave e pedais de alumínio. BOM DESEMPENHO As versões do Kia que serão vendidas no Brasil terão motor 1.6 flex (128 cv), o mesmo usado no Hyundai HB20. O desempenho agrada, principalmente na estrada. O Rio tem aceleração linear, que combina com a suspensão firme, com uma pegada mais esportiva. As versões importadas para o Brasil deverão ter controle eletrônico de estabilidade e seis airbags. Se o importador conseguir realmente trazê-lo por um preço competitivo, terá chances de fazer frente aos modelos nacionais. MODELO SEDÃ De olho no segmento dos sedãs compactos, que tem boa participação nos mercados das Américas e também no Leste Europeu, a Kia acaba de apresentar a versão três volumes do compacto Rio. O carro foi mostrado pela primeira vez na semana passada, durante a abertura do Salão do Automóvel de Nova York. O evento está aberto ao público até este domingo (23). O modelo tem o mesmo espaço para ocupantes que a opção curta, mas o porta-malas é cerca de 50% maior: são 500 litros de capacidade. Enquanto o hatch está confirmado para o início do ano, a versão sedã ainda não tem data definida de lançamento. O mais provável é que as vendas comecem no segundo semestre de 2018. A lista de concorrentes no país inclui as configurações mais equipadas do Nissan Versa 1.6 (R$ 61,5 mil) e Chevrolet Cobalt 1.8 (R$ 63 mil), além das opções mais em conta do Honda City 1.5 (a partir de R$ 60,9 mil). O sedã compacto da Kia terá também a concorrência do futuro Volkswagen Virtus. O modelo foi antecipado em uma projeção exibida no Salão do Automóvel de Genebra, há um mês. A montadora alemã já confirmou sua chegada ao Brasil, que deve ocorrer no próximo ano. | sobretudo |
Kia Rio chega ao país no início de 2018 com preços a partir de R$ 50 mil
FERNANDO VALEIKA DE BARROS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA O Kia Rio, enfim, chegará ao Brasil. Após seguidas revisões nos planos, o compacto estará nas lojas no início de 2018, importado do México. A montadora sul-coreana planeja oferecer versões hatch e sedã com motor 1.6 flex, algo característico em seu segmento. "Traremos modelos com três níveis de acabamento, em condição de brigar com concorrentes", diz José Luiz Gandini, presidente da Kia Motors no Brasil. A marca afirma que ainda é cedo para falar de preços, mas é possível calcular que o modelo custará entre R$ 50 mil e R$ 65 mil, faixa de valores em que estão rivais como as versões 1.6 do Ford Fiesta (a partir de R$ 53,7 mil) e do Peugeot 208 (R$ 64,2 mil). Os valores serão possíveis graças à nova origem do carro, o México, o que permite a chegada de lotes ao Brasil sem cobrança do imposto de importação. A empresa também aguarda o fim da etapa atual do programa Inovar-Auto, que estabelece uma sobretaxa de 30 pontos percentuais no IPI (imposto sobre produtos industrializados) às importadoras que extrapolam a cota anual de 4.800 carros. "Se tivéssemos de pagar o IPI adicional, teríamos um belo prejuízo. A cota foi ultrapassada em 2016, e tivemos de pagar R$ 12 mil a mais por unidade do sedã Cerato vendida além do limite", afirma Gandini. NAS RUAS Duas unidades do Rio hatch já estão rodando pelo país, em etapa final dos testes de homologação. A versão avaliada em Itu (a 101 km de São Paulo) tem câmbio automático com seis marchas. A primeira geração foi lançada em 2000, já com o nome que homenageia a capital fluminense. O compacto chega agora à sua quarta atualização, que traz a grade dianteira apelidada de "focinho de tigre", que caracteriza os modelos da Kia. Os faróis do modelo têm contornos em LED, que funcionam como luz diurna. O novo Rio tem 4,06 metros de comprimento e espaço suficiente para que quatro adultos se acomodem sem aperto. É 14 cm mais comprido e 4 cm mais largo do que o Hyundai HB20, com quem o compacto da Kia compartilha a plataforma. O modelo é bem equipado, mas não luxuoso. Painel e forrações laterais são feitas de plástico preto, com boa aparência. O quadro de instrumentos é de fácil leitura, e há sistema de som acionado por meio de teclas no volante. Todos os modelos serão equipados com ar-condicionado e direção com assistência elétrica. As versões mais caras deverão ter sistema de partida por botão. Exclusivos deste nível de acabamento topo de linha, há rodas de liga-leve com 16 polegadas, câmera de recuo, abertura de portas sem chave e pedais de alumínio. BOM DESEMPENHO As versões do Kia que serão vendidas no Brasil terão motor 1.6 flex (128 cv), o mesmo usado no Hyundai HB20. O desempenho agrada, principalmente na estrada. O Rio tem aceleração linear, que combina com a suspensão firme, com uma pegada mais esportiva. As versões importadas para o Brasil deverão ter controle eletrônico de estabilidade e seis airbags. Se o importador conseguir realmente trazê-lo por um preço competitivo, terá chances de fazer frente aos modelos nacionais. MODELO SEDÃ De olho no segmento dos sedãs compactos, que tem boa participação nos mercados das Américas e também no Leste Europeu, a Kia acaba de apresentar a versão três volumes do compacto Rio. O carro foi mostrado pela primeira vez na semana passada, durante a abertura do Salão do Automóvel de Nova York. O evento está aberto ao público até este domingo (23). O modelo tem o mesmo espaço para ocupantes que a opção curta, mas o porta-malas é cerca de 50% maior: são 500 litros de capacidade. Enquanto o hatch está confirmado para o início do ano, a versão sedã ainda não tem data definida de lançamento. O mais provável é que as vendas comecem no segundo semestre de 2018. A lista de concorrentes no país inclui as configurações mais equipadas do Nissan Versa 1.6 (R$ 61,5 mil) e Chevrolet Cobalt 1.8 (R$ 63 mil), além das opções mais em conta do Honda City 1.5 (a partir de R$ 60,9 mil). O sedã compacto da Kia terá também a concorrência do futuro Volkswagen Virtus. O modelo foi antecipado em uma projeção exibida no Salão do Automóvel de Genebra, há um mês. A montadora alemã já confirmou sua chegada ao Brasil, que deve ocorrer no próximo ano. | 17 |
Prefeitos da região de Ribeirão não veem trânsito como prioridade | Trânsito, transporte e urbanismo não são temas considerados prioritários pelos prefeitos da região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) para projetos implantados até o fim do mandato, em 2016, segundo pesquisa realizada pelo governo do Estado de São Paulo. O levantamento, feito pela Secretaria de Estado do Planejamento e Desenvolvimento Regional, apontou que apenas três de 53 prefeitos da região citaram as questões como prioridades de gestão. A pesquisa foi realizada com prefeitos de 368 municípios paulistas. Na região, as três áreas mais citadas foram saúde, educação e habitação. No Estado, trânsito só foi mais citado do que cultura. Para Valdemir Pires, especialista em gestão pública da Unesp, questões ligadas à infraestrutura e urbanismo deveriam ser as principais áreas de atuação dos prefeitos. Pires afirmou que saúde, educação e habitação não deveriam ser preocupação exclusiva dos prefeitos e que o federalismo (distribuição de funções entre os poderes) deveria ser mais claro sobre o que compete a qual esfera. Para o especialista, as questões voltadas à manutenção da cidade, como coleta de lixo e melhoria do trânsito, deveriam ser prioridade. "O prefeito hoje acaba sendo um 'gerentão'", afirmou Pires. "É apenas executor do recurso, sem poder atuar nas políticas públicas." Na região de Ribeirão Preto, Matão (a 305 km de São Paulo) é a cidade mais populosa entre as consultadas, com 80,9 mil habitantes. O prefeito do município, Francisco Dumont (PT), disse que urbanismo e trânsito têm espaço, mas áreas como educação e saúde têm prioridade em sua administração. "Os municípios têm cada vez mais encargos e o Orçamento não acompanha", afirmou Dumont. "Os esforços na saúde, que deveriam ter ajuda dos outros poderes, atrapalham um pouco." O prefeito disse que, por serem apontados como culpados de todos os problemas na cidade, os prefeitos se preocupam com obrigações que não são só do município. Para a técnica do Cepam (Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal) que executou a pesquisa, Maria do Carmo Toledo Cruz, o trânsito não é problema para a maioria das cidades do Estado e por isso acaba tendo poucas citações. "No Estado inteiro, só 21 municípios têm mais de 300 mil habitantes. Mais de 70% das cidades têm menos de 30 mil", disse Maria do Carmo. "Nesses casos, o trânsito só é preocupação quando há estradas rurais." | cotidiano | Prefeitos da região de Ribeirão não veem trânsito como prioridadeTrânsito, transporte e urbanismo não são temas considerados prioritários pelos prefeitos da região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) para projetos implantados até o fim do mandato, em 2016, segundo pesquisa realizada pelo governo do Estado de São Paulo. O levantamento, feito pela Secretaria de Estado do Planejamento e Desenvolvimento Regional, apontou que apenas três de 53 prefeitos da região citaram as questões como prioridades de gestão. A pesquisa foi realizada com prefeitos de 368 municípios paulistas. Na região, as três áreas mais citadas foram saúde, educação e habitação. No Estado, trânsito só foi mais citado do que cultura. Para Valdemir Pires, especialista em gestão pública da Unesp, questões ligadas à infraestrutura e urbanismo deveriam ser as principais áreas de atuação dos prefeitos. Pires afirmou que saúde, educação e habitação não deveriam ser preocupação exclusiva dos prefeitos e que o federalismo (distribuição de funções entre os poderes) deveria ser mais claro sobre o que compete a qual esfera. Para o especialista, as questões voltadas à manutenção da cidade, como coleta de lixo e melhoria do trânsito, deveriam ser prioridade. "O prefeito hoje acaba sendo um 'gerentão'", afirmou Pires. "É apenas executor do recurso, sem poder atuar nas políticas públicas." Na região de Ribeirão Preto, Matão (a 305 km de São Paulo) é a cidade mais populosa entre as consultadas, com 80,9 mil habitantes. O prefeito do município, Francisco Dumont (PT), disse que urbanismo e trânsito têm espaço, mas áreas como educação e saúde têm prioridade em sua administração. "Os municípios têm cada vez mais encargos e o Orçamento não acompanha", afirmou Dumont. "Os esforços na saúde, que deveriam ter ajuda dos outros poderes, atrapalham um pouco." O prefeito disse que, por serem apontados como culpados de todos os problemas na cidade, os prefeitos se preocupam com obrigações que não são só do município. Para a técnica do Cepam (Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal) que executou a pesquisa, Maria do Carmo Toledo Cruz, o trânsito não é problema para a maioria das cidades do Estado e por isso acaba tendo poucas citações. "No Estado inteiro, só 21 municípios têm mais de 300 mil habitantes. Mais de 70% das cidades têm menos de 30 mil", disse Maria do Carmo. "Nesses casos, o trânsito só é preocupação quando há estradas rurais." | 5 |
Estudos não comprovam eficácia das ventosas de Phelps | Os ouros e os recordes de Michael Phelps não são mais novidade em Jogos Olímpicos, mas as manchas roxas que ele exibe no corpo, sim. A técnica que produz as chamativas marcas, porém, está longe de ser nova. O nadador americano é adepto da ventosaterapia, terapia da medicina chinesa indicada para alívio de dor e estresse. Segundo o jornal "New York Times", Phelps já tinha usado a técnica em outras provas. No domingo, pediu o tratamento porque estava dolorido. "Meu preparador pegou pesado e deixou um par de manchas", disse. Os médicos que a aplicam garantem que funciona, mas estudos ainda não foram conclusivos quanto à sua eficácia. Um estudo alemão de 2012 testou a eficácia do procedimento em 61 pacientes com dores crônicas no pescoço. Não foram encontradas evidências significativas de eficácia, mas os que foram tratados com ventosas apresentavam maiores níveis de bem-estar e sentiam menos dor quando pressão era aplicada na área afetada. Cientistas da Universidade de Beijing e da Universidade do Oeste de Sydney, em uma revisão baseada em 135 estudos sobre o tema, encontraram resultados positivos na ventosaterapia como terapia complementar. Contudo, a maior parte das pesquisas não havia sido bem estruturada e apresentava alto risco de ser tendenciosa. O que acontece, segundo Alexandra Raffaini, médica intervencionista da dor do Hospital das Clínicas da USP, é que as ventosas sugam a pele e o sangue sai dos vasos. Isso aumenta a circulação local e o ácido lático –substância associada a dores musculares–, é retirado. Há explicação para o alívio, mas não provas. "Não tem nenhum embasamento científico", diz a médica. O efeito placebo pode causar a sensação de bem-estar. Raffaini afirma que o efeito está presente em toda prática médica e que, de toda forma, a eficácia das ventosas é vista na prática clínica. A falta de evidências não prejudica melhoras na autoconfiança dos atletas. "Se ajuda o psicológico, você vai potencializar o desempenho", afirma Gilberto Coelho, especialista, pelo NAR (Núcleo de Alto Rendimento de São Paulo), em metodologia do treinamento. O fato é que as manchas de Phelps tornaram a prática mais popular. Valéria Kim, coordenadora de pós-graduação da Escola de Terapias Orientais de São Paulo, afirma que a procura aumentou. No local, em sessões de 1h30, por R$ 35, os pacientes são analisados e, em seguida, podem realizar acupuntura e aplicação de ventosas. Sessões específicas da ventosaterapia em diferentes clínicas variam entre R$ 60 e R$ 250, segundo especialistas. Na técnica tradicional, copos de vidro são aquecidos por algodão em chamas. O ar é consumido pelo fogo e forma-se um vácuo no recipiente, o que cria a sucção. Também podem ser usadas pistolas para retirar o ar do interior de copos de acrílico. Há ainda uma controversa técnica, por questões de biossegurança, que pode ou não envolver ventosas: a sangria. Nela um pequeno corte é feito para que o sangue saia do corpo. Fora os problemas e polêmicas na realização, a prática da ventosaterapia também não é indicada para diabéticos, pessoas com problemas de cicatrização e pacientes com dores relacionadas a lesões de nervo. Além disso, as ventosas não podem ser colocadas sobre feridas abertas. Mesmo com a promessa de deixar, no máximo, um "chupão", a utilização da técnica requer alguns cuidados. "Tive uma paciente que teve parte da pele arrancada.", diz Raffaini. O risco de queimaduras com a ventosa de fogo, de formação de bolhas e necroses também não é descartado. Especialistas da área jogam acidentes do tipo na conta de médicos com pouca habilidade. "É como dar um carro para alguém. É um perigo se a pessoa não sabe dirigir", diz Hong Pai, coordenador do centro de acupuntura do Hospital das Clínicas da USP. Chamada - Rio 2016 | equilibrioesaude | Estudos não comprovam eficácia das ventosas de PhelpsOs ouros e os recordes de Michael Phelps não são mais novidade em Jogos Olímpicos, mas as manchas roxas que ele exibe no corpo, sim. A técnica que produz as chamativas marcas, porém, está longe de ser nova. O nadador americano é adepto da ventosaterapia, terapia da medicina chinesa indicada para alívio de dor e estresse. Segundo o jornal "New York Times", Phelps já tinha usado a técnica em outras provas. No domingo, pediu o tratamento porque estava dolorido. "Meu preparador pegou pesado e deixou um par de manchas", disse. Os médicos que a aplicam garantem que funciona, mas estudos ainda não foram conclusivos quanto à sua eficácia. Um estudo alemão de 2012 testou a eficácia do procedimento em 61 pacientes com dores crônicas no pescoço. Não foram encontradas evidências significativas de eficácia, mas os que foram tratados com ventosas apresentavam maiores níveis de bem-estar e sentiam menos dor quando pressão era aplicada na área afetada. Cientistas da Universidade de Beijing e da Universidade do Oeste de Sydney, em uma revisão baseada em 135 estudos sobre o tema, encontraram resultados positivos na ventosaterapia como terapia complementar. Contudo, a maior parte das pesquisas não havia sido bem estruturada e apresentava alto risco de ser tendenciosa. O que acontece, segundo Alexandra Raffaini, médica intervencionista da dor do Hospital das Clínicas da USP, é que as ventosas sugam a pele e o sangue sai dos vasos. Isso aumenta a circulação local e o ácido lático –substância associada a dores musculares–, é retirado. Há explicação para o alívio, mas não provas. "Não tem nenhum embasamento científico", diz a médica. O efeito placebo pode causar a sensação de bem-estar. Raffaini afirma que o efeito está presente em toda prática médica e que, de toda forma, a eficácia das ventosas é vista na prática clínica. A falta de evidências não prejudica melhoras na autoconfiança dos atletas. "Se ajuda o psicológico, você vai potencializar o desempenho", afirma Gilberto Coelho, especialista, pelo NAR (Núcleo de Alto Rendimento de São Paulo), em metodologia do treinamento. O fato é que as manchas de Phelps tornaram a prática mais popular. Valéria Kim, coordenadora de pós-graduação da Escola de Terapias Orientais de São Paulo, afirma que a procura aumentou. No local, em sessões de 1h30, por R$ 35, os pacientes são analisados e, em seguida, podem realizar acupuntura e aplicação de ventosas. Sessões específicas da ventosaterapia em diferentes clínicas variam entre R$ 60 e R$ 250, segundo especialistas. Na técnica tradicional, copos de vidro são aquecidos por algodão em chamas. O ar é consumido pelo fogo e forma-se um vácuo no recipiente, o que cria a sucção. Também podem ser usadas pistolas para retirar o ar do interior de copos de acrílico. Há ainda uma controversa técnica, por questões de biossegurança, que pode ou não envolver ventosas: a sangria. Nela um pequeno corte é feito para que o sangue saia do corpo. Fora os problemas e polêmicas na realização, a prática da ventosaterapia também não é indicada para diabéticos, pessoas com problemas de cicatrização e pacientes com dores relacionadas a lesões de nervo. Além disso, as ventosas não podem ser colocadas sobre feridas abertas. Mesmo com a promessa de deixar, no máximo, um "chupão", a utilização da técnica requer alguns cuidados. "Tive uma paciente que teve parte da pele arrancada.", diz Raffaini. O risco de queimaduras com a ventosa de fogo, de formação de bolhas e necroses também não é descartado. Especialistas da área jogam acidentes do tipo na conta de médicos com pouca habilidade. "É como dar um carro para alguém. É um perigo se a pessoa não sabe dirigir", diz Hong Pai, coordenador do centro de acupuntura do Hospital das Clínicas da USP. Chamada - Rio 2016 | 16 |
Acordo da Andrade deve prejudicar concorrente Odebrecht | A Odebrecht será a empresa mais prejudicada pela decisão da Andrade Gutierrez fazer acordos com os procuradores da Operação Lava Jato para obter uma punição menor para a empresa e seus executivos, de acordo com investigadores que atuam nas negociações. A razão é que elas são parceiras em algumas das maiores obras investigadas na Lava Jato e fora da operação, como o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), a usinas Angra 3 e Belo Monte e a reforma do estádio do Maracanã. Em todas elas há indícios ou confissão de pagamento de suborno. A Folha revelou na última sexta (27) que a Andrade e os procuradores haviam chegado a um acordo, segundo o qual a empresa aceitou pagar uma multa de R$ 1 bilhão, a maior da Lava Jato, e revelar crimes em obras da Petrobras e em outros setores públicos. Foram acertados dois acordos, um de leniência, no qual a empresa contará os crimes dos quais participou em troca de uma punição menor, e outro de delação premiada. A delação será feita por três executivos da Andrade que estão presos (Otávio Azevedo, Elton Negrão e Flávio Barra), também em troca de penas menores. A Odebrecht é a maior empreiteira do país, e a Andrade Gutierrez, a segunda. A Andrade vai revelar detalhes sobre como ela dividiu obras com a Odebrecht, o que pode caracterizar o crime de cartel, e como o pagamento de propina era repartido pelas empreiteiras em grandes contratos. No caso do Comperj, Andrade e Odebrecht foram contratadas junto com a Queiroz Galvão para fazer a terraplenagem, uma obra cujo valor final chegou a R$ 1,2 bilhão. O TCU (Tribunal de Contas da União) encontrou provas de superfaturamento e determinou em maio deste ano, em decisão unânime, que houve um superfaturamento de R$ 76,5 milhões. A corte mandou a Petrobras cobrar esse montante do consórcio, executando as garantias oferecidas pelas empreiteiras. Na reforma do Maracanã para a Copa de 2014, foi o TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio que apurou um sobrepreço de R$ 67 milhões na obra feita pela Andrade e Odebrecht. Orçada em R$ 705 milhões, a reforma do estádio consumiu R$ 1,2 bilhão. Os executivos da Andrade já contaram a investigadores que as propinas acertadas na construção de Belo Monte, um contrato de R$ 13,8 bilhões só em obras civis, ultrapassaram a casa dos R$ 100 milhões. A usina no Pará está sendo construída por um consórcio do 11 empreiteiras, do qual a Andrade é líder e a Odebrecht faz parte. Um ex-executivo da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, já disse em acordo de delação que a empresa havia acertado a promessa de pagar R$ 20 milhões em propina na obra de Belo Monte para políticos do PMDB, que controlavam o Ministério de Minas e Energia, e para o PT. A Andrade deve revelar o quanto ela pagou e o qual foi o valor que a Odebrecht deveria quitar no acordo feito pelas empreiteiras. O caso de Belo Monte é similar ao de Angra 3. Dois executivos da Camargo Corrêa já admitiram o pagamento de suborno, mas só contaram uma parte da história, que será complementada pela Andrade Gutierrez. OUTRO LADO Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão não quiseram se pronunciar. Em nota, a Odebrecht disse que todos os contratos da construtora do grupo "foram pautados pelas normas e leis vigentes", entre os quais os do Comperj e do Maracanã. Sobre a decisão do TCU no Comperj, que apontou um superfaturamento de R% 76,5 milhões, a Odebrecht afirma que o consórcio do qual faz parte pediu um reexame da decisão, medida que suspendeu a execução de garantias. O pedido ainda não foi julgado pelos ministros. Sobre a acusação de sobrepreço no Maracanã, o grupo diz que "não pôde acompanhar a inspeção realizada pelos auditores" nem teve "oportunidade de se manifestar sobre o mérito dos apontamentos". A Odebrecht diz que irá refutar as supostas irregularidades no processo. | poder | Acordo da Andrade deve prejudicar concorrente OdebrechtA Odebrecht será a empresa mais prejudicada pela decisão da Andrade Gutierrez fazer acordos com os procuradores da Operação Lava Jato para obter uma punição menor para a empresa e seus executivos, de acordo com investigadores que atuam nas negociações. A razão é que elas são parceiras em algumas das maiores obras investigadas na Lava Jato e fora da operação, como o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), a usinas Angra 3 e Belo Monte e a reforma do estádio do Maracanã. Em todas elas há indícios ou confissão de pagamento de suborno. A Folha revelou na última sexta (27) que a Andrade e os procuradores haviam chegado a um acordo, segundo o qual a empresa aceitou pagar uma multa de R$ 1 bilhão, a maior da Lava Jato, e revelar crimes em obras da Petrobras e em outros setores públicos. Foram acertados dois acordos, um de leniência, no qual a empresa contará os crimes dos quais participou em troca de uma punição menor, e outro de delação premiada. A delação será feita por três executivos da Andrade que estão presos (Otávio Azevedo, Elton Negrão e Flávio Barra), também em troca de penas menores. A Odebrecht é a maior empreiteira do país, e a Andrade Gutierrez, a segunda. A Andrade vai revelar detalhes sobre como ela dividiu obras com a Odebrecht, o que pode caracterizar o crime de cartel, e como o pagamento de propina era repartido pelas empreiteiras em grandes contratos. No caso do Comperj, Andrade e Odebrecht foram contratadas junto com a Queiroz Galvão para fazer a terraplenagem, uma obra cujo valor final chegou a R$ 1,2 bilhão. O TCU (Tribunal de Contas da União) encontrou provas de superfaturamento e determinou em maio deste ano, em decisão unânime, que houve um superfaturamento de R$ 76,5 milhões. A corte mandou a Petrobras cobrar esse montante do consórcio, executando as garantias oferecidas pelas empreiteiras. Na reforma do Maracanã para a Copa de 2014, foi o TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio que apurou um sobrepreço de R$ 67 milhões na obra feita pela Andrade e Odebrecht. Orçada em R$ 705 milhões, a reforma do estádio consumiu R$ 1,2 bilhão. Os executivos da Andrade já contaram a investigadores que as propinas acertadas na construção de Belo Monte, um contrato de R$ 13,8 bilhões só em obras civis, ultrapassaram a casa dos R$ 100 milhões. A usina no Pará está sendo construída por um consórcio do 11 empreiteiras, do qual a Andrade é líder e a Odebrecht faz parte. Um ex-executivo da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, já disse em acordo de delação que a empresa havia acertado a promessa de pagar R$ 20 milhões em propina na obra de Belo Monte para políticos do PMDB, que controlavam o Ministério de Minas e Energia, e para o PT. A Andrade deve revelar o quanto ela pagou e o qual foi o valor que a Odebrecht deveria quitar no acordo feito pelas empreiteiras. O caso de Belo Monte é similar ao de Angra 3. Dois executivos da Camargo Corrêa já admitiram o pagamento de suborno, mas só contaram uma parte da história, que será complementada pela Andrade Gutierrez. OUTRO LADO Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão não quiseram se pronunciar. Em nota, a Odebrecht disse que todos os contratos da construtora do grupo "foram pautados pelas normas e leis vigentes", entre os quais os do Comperj e do Maracanã. Sobre a decisão do TCU no Comperj, que apontou um superfaturamento de R% 76,5 milhões, a Odebrecht afirma que o consórcio do qual faz parte pediu um reexame da decisão, medida que suspendeu a execução de garantias. O pedido ainda não foi julgado pelos ministros. Sobre a acusação de sobrepreço no Maracanã, o grupo diz que "não pôde acompanhar a inspeção realizada pelos auditores" nem teve "oportunidade de se manifestar sobre o mérito dos apontamentos". A Odebrecht diz que irá refutar as supostas irregularidades no processo. | 0 |
Particulares e governo são cúmplices na explosão no Rio, diz advogado | A impressionante explosão, possivelmente por uso inadequado de botijões de gás, no Rio revela a cumplicidade de inércia entre particulares e a gestão pública (Explosão fere 8 e destrói 13 imóveis no Rio ). Urge que pressionemos as autoridades fiscalizadoras para que ponham fim a essa abulia. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br | paineldoleitor | Particulares e governo são cúmplices na explosão no Rio, diz advogadoA impressionante explosão, possivelmente por uso inadequado de botijões de gás, no Rio revela a cumplicidade de inércia entre particulares e a gestão pública (Explosão fere 8 e destrói 13 imóveis no Rio ). Urge que pressionemos as autoridades fiscalizadoras para que ponham fim a essa abulia. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br | 8 |
Trio de cozinheiras organiza jantar mexicano nesta sexta (12) em SP | DE SÃO PAULO O trio de cozinheiras As Lourdetes, discípulas da mexicana Lourdes Hernández —que organizou, por anos, concorridos jantares em sua casa em São Paulo, antes de retornar ao México, há dois anos—, vão fazer um jantar em uma casa no Butantã, na sexta-feira (12). Serão servidos chilpachole de jaiba (um caldo de siri picante, originário de Veracruz), fettuccine com molho de pimenta jalapeño e lagostim, filé de peixe com molho de tamarindo e berinjela e torta de milho com creme de limão-siciliano e peras. Para beber, haverá novos mezcales, drinques como michelada e margarita (à parte do menu) e duas opções de vinhos. O jantar, que começa às 19h e vai até as 23h30, custará R$ 85 (mais 10% de serviço) por pessoa. As reservas podem ser feitas pelo e-mail aslourdetes@gmail.com. De acordo com o trio, esse deve ser o último evento culinário organizado por elas antes de dar uma pausa nas Lourdetes para resolver questões pessoais e planejar mudanças. A expectativa das três é estar de volta em outubro. * Jantar na casa de Rodrigo e Jana Quando sexta (12), das 19h às 23h30 Quanto R$ 85 + 10%; reservas pelo e-mail aslourdetes@gmail.com | saopaulo | Trio de cozinheiras organiza jantar mexicano nesta sexta (12) em SPDE SÃO PAULO O trio de cozinheiras As Lourdetes, discípulas da mexicana Lourdes Hernández —que organizou, por anos, concorridos jantares em sua casa em São Paulo, antes de retornar ao México, há dois anos—, vão fazer um jantar em uma casa no Butantã, na sexta-feira (12). Serão servidos chilpachole de jaiba (um caldo de siri picante, originário de Veracruz), fettuccine com molho de pimenta jalapeño e lagostim, filé de peixe com molho de tamarindo e berinjela e torta de milho com creme de limão-siciliano e peras. Para beber, haverá novos mezcales, drinques como michelada e margarita (à parte do menu) e duas opções de vinhos. O jantar, que começa às 19h e vai até as 23h30, custará R$ 85 (mais 10% de serviço) por pessoa. As reservas podem ser feitas pelo e-mail aslourdetes@gmail.com. De acordo com o trio, esse deve ser o último evento culinário organizado por elas antes de dar uma pausa nas Lourdetes para resolver questões pessoais e planejar mudanças. A expectativa das três é estar de volta em outubro. * Jantar na casa de Rodrigo e Jana Quando sexta (12), das 19h às 23h30 Quanto R$ 85 + 10%; reservas pelo e-mail aslourdetes@gmail.com | 9 |
Grupo pró-impeachment infla boneco de ministro do STF na av. Paulista | O movimento pró-impeachment NasRuas ergueu na av. Paulista, neste domingo (27), um boneco que representa o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki. O inflável mostra o magistrado usando uma estrela do PT no peito e 'protegendo' a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Batizado de "Teoreco" e "Teoridra", em referência às suas múltiplas cabeças, o boneco tem 13 metros de altura e custou R$ 12 mil —arrecadados por meio doações, segundo a coordenadora do movimento, Carla Zambelli. Ele ficou na avenida, na altura da Al. Pamplona, até o fim desta tarde. A iniciativa é uma crítica à decisão do ministro que, na última semana, obrigou o juiz Sergio Moro a encaminhar todas as investigações na Lava Jato envolvendo o ex-presidente à suprema corte. Nos autos, Teori ainda criticou o juiz de primeira instância por tornar públicos grampos de conversas entre Lula e Dilma, a qual tem foro privilegiado. Na visão do NasRuas, o objetivo do ministro do STF foi de proteger o petista de Moro. "Entendemos que o acolhimento da medida cautelar da AGU foi uma decisão inoportuna, tomada em um momento em que o Brasil aposta em um judiciário escorreito, sem manobras. E que tal decisão, tal como posta, desautorizou o juiz Sérgio Moro, fazendo com que a população interprete que essa decisão monocrática simboliza a impunidade", diz em nota Zambelli. Desde que tomou a decisão, Teori vem sendo criticado por grupos favoráveis ao impeachment da presidente Dilma. Na quarta (22), manifestantes do grupo Banda Loka Liberal, ligados ao MBL (Movimento Brasil Livre, penduraram faixas com os dizeres "pelego do PT", "Teori traidor" e "deixa o Moro trabalhar" na fachada do prédio onde o ministro mora, em Porto Alegre. Após os protestos contra Teori, o STF informou nesta quarta que decidiu reforçar a segurança pessoal do ministro. A segurança, no entanto, vai continuar sob responsabilidade do tribunal. A Polícia Federal não foi acionada para o caso. MAIS PROTESTOS No fim da tarde de sábado (26), cerca de 15 manifestantes protestaram em frente ao hotel onde acontecia a cerimônia de casamento de Anderson Dorneles, ex-assessor e braço-direito da presidente Dilma Rousseff, na estrada ERS-444, próximo a Bento Gonçalves (RS), de acordo com o Comando Rodoviário da Brigada Militar. Havia a expectativa de que Dilma fosse ao evento, uma vez que ela foi passar o feriado da Páscoa com a família em Porto Alegre. A presidente, contudo, não apareceu. De acordo com os militares, o protesto foi pacífico e não houve confusão com os convidados. Em nota divulgada na manhã de sábado, antes do protesto, o Hotel & Spa do Vinho, onde aconteceu a cerimônia, disse que "providenciou a segurança necessária" para evitar tumultos, "preservando sempre a privacidade dos hóspedes". A nota também diz que o hotel "defende a liberdade de expressão e voz das ruas". | poder | Grupo pró-impeachment infla boneco de ministro do STF na av. PaulistaO movimento pró-impeachment NasRuas ergueu na av. Paulista, neste domingo (27), um boneco que representa o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki. O inflável mostra o magistrado usando uma estrela do PT no peito e 'protegendo' a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Batizado de "Teoreco" e "Teoridra", em referência às suas múltiplas cabeças, o boneco tem 13 metros de altura e custou R$ 12 mil —arrecadados por meio doações, segundo a coordenadora do movimento, Carla Zambelli. Ele ficou na avenida, na altura da Al. Pamplona, até o fim desta tarde. A iniciativa é uma crítica à decisão do ministro que, na última semana, obrigou o juiz Sergio Moro a encaminhar todas as investigações na Lava Jato envolvendo o ex-presidente à suprema corte. Nos autos, Teori ainda criticou o juiz de primeira instância por tornar públicos grampos de conversas entre Lula e Dilma, a qual tem foro privilegiado. Na visão do NasRuas, o objetivo do ministro do STF foi de proteger o petista de Moro. "Entendemos que o acolhimento da medida cautelar da AGU foi uma decisão inoportuna, tomada em um momento em que o Brasil aposta em um judiciário escorreito, sem manobras. E que tal decisão, tal como posta, desautorizou o juiz Sérgio Moro, fazendo com que a população interprete que essa decisão monocrática simboliza a impunidade", diz em nota Zambelli. Desde que tomou a decisão, Teori vem sendo criticado por grupos favoráveis ao impeachment da presidente Dilma. Na quarta (22), manifestantes do grupo Banda Loka Liberal, ligados ao MBL (Movimento Brasil Livre, penduraram faixas com os dizeres "pelego do PT", "Teori traidor" e "deixa o Moro trabalhar" na fachada do prédio onde o ministro mora, em Porto Alegre. Após os protestos contra Teori, o STF informou nesta quarta que decidiu reforçar a segurança pessoal do ministro. A segurança, no entanto, vai continuar sob responsabilidade do tribunal. A Polícia Federal não foi acionada para o caso. MAIS PROTESTOS No fim da tarde de sábado (26), cerca de 15 manifestantes protestaram em frente ao hotel onde acontecia a cerimônia de casamento de Anderson Dorneles, ex-assessor e braço-direito da presidente Dilma Rousseff, na estrada ERS-444, próximo a Bento Gonçalves (RS), de acordo com o Comando Rodoviário da Brigada Militar. Havia a expectativa de que Dilma fosse ao evento, uma vez que ela foi passar o feriado da Páscoa com a família em Porto Alegre. A presidente, contudo, não apareceu. De acordo com os militares, o protesto foi pacífico e não houve confusão com os convidados. Em nota divulgada na manhã de sábado, antes do protesto, o Hotel & Spa do Vinho, onde aconteceu a cerimônia, disse que "providenciou a segurança necessária" para evitar tumultos, "preservando sempre a privacidade dos hóspedes". A nota também diz que o hotel "defende a liberdade de expressão e voz das ruas". | 0 |
Ana C. teria herdeiros, entre os quais poetas gays da geração jovem | Como dizia Bernard Shaw, o problema com a comunicação é acreditar que ela tenha ocorrido. Suponho que Felipe Fortuna esteja esperando que eu dê continuidade à discussão sobre o valor literário da produção de Ana Cristina Cesar. Suponho também que tenha preferido contar o número de caracteres de minha resposta a refletir sobre o que ali foi exposto. Não deveria haver grande comoção diante de um texto que descreve um evento como a Flip afirmando sua dimensão comercial. Não há novidade na afirmação de que se trata de evento voltado para a diversão, divulgação de autores e venda de livros. Ou na de que seu público majoritário tende à frivolidade da elite brasileira em geral. Tampouco deveria ser ofensivo ou particularmente irritante ler a festa a partir de uma perspectiva mais ampla, a de um evento entre tantos outros –nacionais e internacionais– alinhados à lógica espetacular da indústria cultural e do turismo. Uma cultura contemporânea que contribui para a transformação do escritor –autor de poesia, de ficção, crítico, biógrafo etc.– em performer de suas crenças éticas e estéticas, ou, no pior dos casos, animador de festas e feiras. No campo das artes, a deriva turística dos museus é uma discussão que já existe há décadas e não nos fez abandonar as grandes instituições museológicas nem pedir sua explosão. É desejável conviver com essa cultura sem sacralizá-la, ou frequentá-la com olhar menos rendido. O poeta e diplomata Felipe Fortuna, em sua resposta, não levou em conta minha crítica à aliança entre o jornalismo decadente e a espetacularização da literatura, um processo de dupla redenção que merecia ser notado. Creio ser mais produtivo para o debate atual repensar o papel e o alcance da curadoria e do jornalismo não a partir de um suposto ou ingênuo critério de pureza, mas em função de suas reais autonomia e potência crítica. No caso da homenageada, era necessário pensar cuidadosamente a questão da herança e a possibilidade que ela oferece de propor leitura menos viciada do problema da influência, uma vez que Ana C. teria também herdeiros, entre os quais poetas gays da geração jovem. Ou incorporar de modo coerente o atual debate feminista e seus impactos na abordagem da literatura, para além do mote "Flip das mulheres". Se hoje o contrário da crítica são o amor e a amizade, e se as opções de um crítico, vistas de fora, se resumem a enaltecer ou arruinar, se tudo pode ser dito mas toda crítica é compreendida como conchavo ou leviandade, então não há debate, mas diálogo de surdos e alguma blindagem. O fato de a festa literária envolver profissionais sérios não faz dela um objeto impermeável. Creio que um exercício de descrição dos modos de mediação da literatura seria mais necessário do que levantar a estranha lebre da "insuficiência" ou "magreza" dos livros de uma poeta. Diante desses curiosos argumentos, de fato, a motivação para redigir uma réplica stricto senso é pequena. Por fim, devolvo sua misteriosa afirmação: "Não neguei relevância à poeta homenageada; apontei, sim, a 'escassa relevância literária internacional' do Brasil". LAURA ERBER é escritora e professora do departamento de teoria do teatro da Unirio | ilustrada | Ana C. teria herdeiros, entre os quais poetas gays da geração jovemComo dizia Bernard Shaw, o problema com a comunicação é acreditar que ela tenha ocorrido. Suponho que Felipe Fortuna esteja esperando que eu dê continuidade à discussão sobre o valor literário da produção de Ana Cristina Cesar. Suponho também que tenha preferido contar o número de caracteres de minha resposta a refletir sobre o que ali foi exposto. Não deveria haver grande comoção diante de um texto que descreve um evento como a Flip afirmando sua dimensão comercial. Não há novidade na afirmação de que se trata de evento voltado para a diversão, divulgação de autores e venda de livros. Ou na de que seu público majoritário tende à frivolidade da elite brasileira em geral. Tampouco deveria ser ofensivo ou particularmente irritante ler a festa a partir de uma perspectiva mais ampla, a de um evento entre tantos outros –nacionais e internacionais– alinhados à lógica espetacular da indústria cultural e do turismo. Uma cultura contemporânea que contribui para a transformação do escritor –autor de poesia, de ficção, crítico, biógrafo etc.– em performer de suas crenças éticas e estéticas, ou, no pior dos casos, animador de festas e feiras. No campo das artes, a deriva turística dos museus é uma discussão que já existe há décadas e não nos fez abandonar as grandes instituições museológicas nem pedir sua explosão. É desejável conviver com essa cultura sem sacralizá-la, ou frequentá-la com olhar menos rendido. O poeta e diplomata Felipe Fortuna, em sua resposta, não levou em conta minha crítica à aliança entre o jornalismo decadente e a espetacularização da literatura, um processo de dupla redenção que merecia ser notado. Creio ser mais produtivo para o debate atual repensar o papel e o alcance da curadoria e do jornalismo não a partir de um suposto ou ingênuo critério de pureza, mas em função de suas reais autonomia e potência crítica. No caso da homenageada, era necessário pensar cuidadosamente a questão da herança e a possibilidade que ela oferece de propor leitura menos viciada do problema da influência, uma vez que Ana C. teria também herdeiros, entre os quais poetas gays da geração jovem. Ou incorporar de modo coerente o atual debate feminista e seus impactos na abordagem da literatura, para além do mote "Flip das mulheres". Se hoje o contrário da crítica são o amor e a amizade, e se as opções de um crítico, vistas de fora, se resumem a enaltecer ou arruinar, se tudo pode ser dito mas toda crítica é compreendida como conchavo ou leviandade, então não há debate, mas diálogo de surdos e alguma blindagem. O fato de a festa literária envolver profissionais sérios não faz dela um objeto impermeável. Creio que um exercício de descrição dos modos de mediação da literatura seria mais necessário do que levantar a estranha lebre da "insuficiência" ou "magreza" dos livros de uma poeta. Diante desses curiosos argumentos, de fato, a motivação para redigir uma réplica stricto senso é pequena. Por fim, devolvo sua misteriosa afirmação: "Não neguei relevância à poeta homenageada; apontei, sim, a 'escassa relevância literária internacional' do Brasil". LAURA ERBER é escritora e professora do departamento de teoria do teatro da Unirio | 6 |
Cientistas 'caçadores de dinossauros' pedem mais verba ao governo federal | Um dos maiores caçadores de fósseis do Brasil decidiu capitanear um movimento por mais verbas para cientistas que estudam seres extintos. "A gente chamou de SOS Dinossauros porque, se fosse SOS Paleontologia, ninguém ia entender", brinca Alexander Kellner, do Museu Nacional da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Kellner diz que o principal órgão federal de fomento à pesquisa, o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), não dá a atenção devida à área. Com 150 colegas, enviou um abaixo-assinado questionando o fato de paleontólogos não terem representante no comitê de zoologia do órgão. "Falta o conhecimento específico. Avaliadores já chegaram a dizer que projetos eram porcaria porque o animal nem estava completo", diz –a regra é que paleontólogos estudem só fragmentos. A pedido da Folha, Rogério Meneghini, especialista em estatísticas de publicação científica, fez um levantamento com seu doutorando Estêvão Cabestré Gamba. Com dados da base Scimago/Scopus, descobriram que o número de artigos científicos de paleontólogos brasileiros foi de 31 em 1996 para 135 em 2013, um aumento de 4,35 vezes. No período, porém, o número de artigos brasileiros em geral aumentou 6,77 vezes, e o de pesquisas em zoologia aumentou 8,36 vezes. O CNPq disse à Folha que a demanda dos paleozoólogos, de 2009 a 2013, correspondeu a no máximo 3% dos pedidos da área de zoologia. "Não tem projetos porque já se sabe que não emplacam", rebate Kellner. "Amigos brincam que já viraram 'hexa' –hexacampeões em projetos recusados". | ciencia | Cientistas 'caçadores de dinossauros' pedem mais verba ao governo federalUm dos maiores caçadores de fósseis do Brasil decidiu capitanear um movimento por mais verbas para cientistas que estudam seres extintos. "A gente chamou de SOS Dinossauros porque, se fosse SOS Paleontologia, ninguém ia entender", brinca Alexander Kellner, do Museu Nacional da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Kellner diz que o principal órgão federal de fomento à pesquisa, o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), não dá a atenção devida à área. Com 150 colegas, enviou um abaixo-assinado questionando o fato de paleontólogos não terem representante no comitê de zoologia do órgão. "Falta o conhecimento específico. Avaliadores já chegaram a dizer que projetos eram porcaria porque o animal nem estava completo", diz –a regra é que paleontólogos estudem só fragmentos. A pedido da Folha, Rogério Meneghini, especialista em estatísticas de publicação científica, fez um levantamento com seu doutorando Estêvão Cabestré Gamba. Com dados da base Scimago/Scopus, descobriram que o número de artigos científicos de paleontólogos brasileiros foi de 31 em 1996 para 135 em 2013, um aumento de 4,35 vezes. No período, porém, o número de artigos brasileiros em geral aumentou 6,77 vezes, e o de pesquisas em zoologia aumentou 8,36 vezes. O CNPq disse à Folha que a demanda dos paleozoólogos, de 2009 a 2013, correspondeu a no máximo 3% dos pedidos da área de zoologia. "Não tem projetos porque já se sabe que não emplacam", rebate Kellner. "Amigos brincam que já viraram 'hexa' –hexacampeões em projetos recusados". | 15 |
Doria não receia adotar medidas de austeridade, afirma leitor | JOÃO DORIA Fico cada vez mais bem impressionado com o prefeito João Doria. Não receia adotar medidas de austeridade, mesmo que a população possa não reagir bem no começo. Espero que se confirme essa boa impressão inicial, e que ele seja o primeiro de uma grande safra de novos administradores públicos de que o país tanto precisa. RICARDO FERREIRA (São Paulo, SP) * É lógico que cortará dos mais fracos. É assim que essa turma age. "Mexe" na merenda, corta o leite e aumenta bruscamente a integração do transporte. JOSE GUILHERME SOARES SILVA (Uberaba, MG) * O secretário Alexandre Schneider disse que todos os contratos serão revisados, e os senhores fazem uma chamada dizendo que "Doria deve cortar entrega de leite". Ao abrir a matéria, informam que vai rever material escolar, entrega de leite e transporte. Que falta de compromisso com a verdade. Os senhores usam a prerrogativa que têm para manifestarem esquerdismo, e nós pagamos uma assinatura para lermos isso. JOSÉ ANTONIO CURI (Brasília, DF) - MASSACRES EM PRESÍDIOS Sensibilizou-me profundamente a foto da capa desta sexta (13) da Folha, de Marlene Bergamo. Não só pelo tocante discurso do profundo sofrimento e desamparo das mulheres retratadas, mas também pelas cores, jogo de luz e sombras, posturas e texturas. Arte plena em discurso e estética. Ainda que dolorosa demais, belíssima imagem. YARA ROCHA GUIMARÃES DE BARROS (Campinas, SP) * Caro professor Alexandre de Moraes, como grande admirador do brilhante constitucionalista que é, peço que aceite minha modesta sugestão: volte a dar suas notáveis aulas na USP. Para que ficar se desgastando com um problema gigantesco, que existe praticamente desde o Brasil Colônia e que nenhum governo se dispôs a enfrentar de verdade? Se houver solução para o problema carcerário (o que duvido muito), serão necessários uns 30 anos de trabalho social e político sério. JOSÉ CRETELLA NETO, advogado (São Paulo, SP) * Que tal as empreiteiras culpadas de corrupção terem entre suas punições a obrigação de construir rapidamente prisões nas regiões do país onde há superlotação? Elas são muito rápidas na construção de prédios e shoppings e poderiam rapidamente resolver parte do problema. BEATRIZ GALLONI (São Paulo, SP) - EDITORIAL O editorial "Bilhete demagógico" desconsidera que a rede pública estadual de São Paulo conquistou, de forma inédita, a primeira posição nos três ciclos educacionais avaliados pelo governo federal no Ideb. SP é um dos poucos Estados brasileiros a investir mais de 30% em educação, área prioritária para o governo Geraldo Alckmin. RONALDO TENÓRIO, coordenador de comunicação da Secretaria da Educação do Estado de SP - TAXA DE JUROS O governo federal comemora entusiasticamente a diminuição da taxa de juros em 0,75 ponto percentual. Faltou dizer que era a única decisão possível, já que vivemos um pavoroso cenário de estagflação. Não seria necessária uma pomposa reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, bastava perguntar ao camelô na esquina. Seria mais barato. MARCELO FRICK (Rio de Janeiro, RJ) - COLUNISTAS O colunista Bernardo Mello Franco, em seu artigo "Lula na estrada", enfatiza a possibilidade de o ex-presidente Lula vestir o figurino de presidenciável em 2018. Ledo engano. Acima de tudo, ele está vestindo o manto de injustiçado, com o intuito de se defender do desfecho das atuais cinco ações penais. OSMAR G. LOUREIRO (Cravinhos, SP) * O alerta que falta no artigo de Pedro Luiz Passos é que a Previdência Social é um sistema de equações, onde emprego e renda dos trabalhadores são duas variáveis de peso. A inteligência artificial e as demais técnicas sobre as quais discorre eliminarão postos de trabalho, sem a perspectiva de reposição. Então, quem manterá a Previdência? AILTON CLÁUDIO RIBEIRO (Santos, SP) - PROTESTO EM CANNES Fiz parte da equipe de "Aquarius" e participei do ato contra o governo golpista em Cannes. Não fomos pagos para isso, não combinamos com partido algum, não visamos uma jogada de marketing, só exercemos o nosso direito de expor uma opinião. Se formos seguir a visão cheia de cinismo do leitor Douglas de Paula e Silva, o discurso de Meryl Streep pode ter sido uma forma de alavancar sua candidatura ao Oscar. Prefiro acreditar que ela, assim como nós, apenas expôs seu sentimento de forma verdadeira. FÁBIO LEAL (Recife, PE) - SAMARCO A matéria "Samarco divulga para outros veículos dados pedidos pela Folha" nos causou estranheza. Nunca houve compromisso da Samarco com o acesso exclusivo da Folha ou de qualquer veículo de imprensa a informações de relevância pública. O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) de Fundão é um documento público, e outros veículos também solicitaram informações. No caso específico em pauta, a Folha direcionou duas perguntas à empresa, que foram devidamente respondidas. FERNANDA VALENTE, gerente de comunicação corporativa da Samarco (Belo Horizonte, MG) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br | paineldoleitor | Doria não receia adotar medidas de austeridade, afirma leitorJOÃO DORIA Fico cada vez mais bem impressionado com o prefeito João Doria. Não receia adotar medidas de austeridade, mesmo que a população possa não reagir bem no começo. Espero que se confirme essa boa impressão inicial, e que ele seja o primeiro de uma grande safra de novos administradores públicos de que o país tanto precisa. RICARDO FERREIRA (São Paulo, SP) * É lógico que cortará dos mais fracos. É assim que essa turma age. "Mexe" na merenda, corta o leite e aumenta bruscamente a integração do transporte. JOSE GUILHERME SOARES SILVA (Uberaba, MG) * O secretário Alexandre Schneider disse que todos os contratos serão revisados, e os senhores fazem uma chamada dizendo que "Doria deve cortar entrega de leite". Ao abrir a matéria, informam que vai rever material escolar, entrega de leite e transporte. Que falta de compromisso com a verdade. Os senhores usam a prerrogativa que têm para manifestarem esquerdismo, e nós pagamos uma assinatura para lermos isso. JOSÉ ANTONIO CURI (Brasília, DF) - MASSACRES EM PRESÍDIOS Sensibilizou-me profundamente a foto da capa desta sexta (13) da Folha, de Marlene Bergamo. Não só pelo tocante discurso do profundo sofrimento e desamparo das mulheres retratadas, mas também pelas cores, jogo de luz e sombras, posturas e texturas. Arte plena em discurso e estética. Ainda que dolorosa demais, belíssima imagem. YARA ROCHA GUIMARÃES DE BARROS (Campinas, SP) * Caro professor Alexandre de Moraes, como grande admirador do brilhante constitucionalista que é, peço que aceite minha modesta sugestão: volte a dar suas notáveis aulas na USP. Para que ficar se desgastando com um problema gigantesco, que existe praticamente desde o Brasil Colônia e que nenhum governo se dispôs a enfrentar de verdade? Se houver solução para o problema carcerário (o que duvido muito), serão necessários uns 30 anos de trabalho social e político sério. JOSÉ CRETELLA NETO, advogado (São Paulo, SP) * Que tal as empreiteiras culpadas de corrupção terem entre suas punições a obrigação de construir rapidamente prisões nas regiões do país onde há superlotação? Elas são muito rápidas na construção de prédios e shoppings e poderiam rapidamente resolver parte do problema. BEATRIZ GALLONI (São Paulo, SP) - EDITORIAL O editorial "Bilhete demagógico" desconsidera que a rede pública estadual de São Paulo conquistou, de forma inédita, a primeira posição nos três ciclos educacionais avaliados pelo governo federal no Ideb. SP é um dos poucos Estados brasileiros a investir mais de 30% em educação, área prioritária para o governo Geraldo Alckmin. RONALDO TENÓRIO, coordenador de comunicação da Secretaria da Educação do Estado de SP - TAXA DE JUROS O governo federal comemora entusiasticamente a diminuição da taxa de juros em 0,75 ponto percentual. Faltou dizer que era a única decisão possível, já que vivemos um pavoroso cenário de estagflação. Não seria necessária uma pomposa reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, bastava perguntar ao camelô na esquina. Seria mais barato. MARCELO FRICK (Rio de Janeiro, RJ) - COLUNISTAS O colunista Bernardo Mello Franco, em seu artigo "Lula na estrada", enfatiza a possibilidade de o ex-presidente Lula vestir o figurino de presidenciável em 2018. Ledo engano. Acima de tudo, ele está vestindo o manto de injustiçado, com o intuito de se defender do desfecho das atuais cinco ações penais. OSMAR G. LOUREIRO (Cravinhos, SP) * O alerta que falta no artigo de Pedro Luiz Passos é que a Previdência Social é um sistema de equações, onde emprego e renda dos trabalhadores são duas variáveis de peso. A inteligência artificial e as demais técnicas sobre as quais discorre eliminarão postos de trabalho, sem a perspectiva de reposição. Então, quem manterá a Previdência? AILTON CLÁUDIO RIBEIRO (Santos, SP) - PROTESTO EM CANNES Fiz parte da equipe de "Aquarius" e participei do ato contra o governo golpista em Cannes. Não fomos pagos para isso, não combinamos com partido algum, não visamos uma jogada de marketing, só exercemos o nosso direito de expor uma opinião. Se formos seguir a visão cheia de cinismo do leitor Douglas de Paula e Silva, o discurso de Meryl Streep pode ter sido uma forma de alavancar sua candidatura ao Oscar. Prefiro acreditar que ela, assim como nós, apenas expôs seu sentimento de forma verdadeira. FÁBIO LEAL (Recife, PE) - SAMARCO A matéria "Samarco divulga para outros veículos dados pedidos pela Folha" nos causou estranheza. Nunca houve compromisso da Samarco com o acesso exclusivo da Folha ou de qualquer veículo de imprensa a informações de relevância pública. O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) de Fundão é um documento público, e outros veículos também solicitaram informações. No caso específico em pauta, a Folha direcionou duas perguntas à empresa, que foram devidamente respondidas. FERNANDA VALENTE, gerente de comunicação corporativa da Samarco (Belo Horizonte, MG) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br | 8 |
Manuscrito de música de Bob Dylan pode arrecadar até R$ 1,12 mi | O manuscrito de uma das músicas mais influentes do início da carreira de Bob Dylan irá a leilão no próximo mês. A casa de leilões Sotheby's anunciou nesta terça-feira (25) que espera que o manuscrito de "A Hard Rain's A-Gonna Fall" arrecade entre US$ 150 mil (cerca de R$ 537,3 mil) e US$ 314 mil (R$ 1,12 milhões) em uma venda em 29 de setembro, em Londres. A casa diz que Dylan datilografou a letra da canção e fez algumas emendas à mão, em 162, num quarto sobre o clube de folk Gaslight, em Nova York, no bairro Greenwich Village. Segundo a Sotheby's, as ressalvas do compositor nos originais mostram o processo criativo por trás da canção icônica, que prenuncia uma revolução cataclísmica. No ano passado, a versão final da mesma música, escrita à mão, foi vendida por US$ 485 mil em Nova York. No mesmo leilão, o rascunho de "Like a Rolling Stone" foi arrematado por US$ 2 milhões. Ouça, abaixo, "A Hard Rain's A-Gonna Fall": Bob Dylan | ilustrada | Manuscrito de música de Bob Dylan pode arrecadar até R$ 1,12 miO manuscrito de uma das músicas mais influentes do início da carreira de Bob Dylan irá a leilão no próximo mês. A casa de leilões Sotheby's anunciou nesta terça-feira (25) que espera que o manuscrito de "A Hard Rain's A-Gonna Fall" arrecade entre US$ 150 mil (cerca de R$ 537,3 mil) e US$ 314 mil (R$ 1,12 milhões) em uma venda em 29 de setembro, em Londres. A casa diz que Dylan datilografou a letra da canção e fez algumas emendas à mão, em 162, num quarto sobre o clube de folk Gaslight, em Nova York, no bairro Greenwich Village. Segundo a Sotheby's, as ressalvas do compositor nos originais mostram o processo criativo por trás da canção icônica, que prenuncia uma revolução cataclísmica. No ano passado, a versão final da mesma música, escrita à mão, foi vendida por US$ 485 mil em Nova York. No mesmo leilão, o rascunho de "Like a Rolling Stone" foi arrematado por US$ 2 milhões. Ouça, abaixo, "A Hard Rain's A-Gonna Fall": Bob Dylan | 6 |
Leitor elogia obituário sobre tia-avó | A Folha lembrou em sua seção sobre os que já foram Consuelo Pondé de Sena (Historiadora baiana que amava Castro Alves). Uma mulher que fará tanta falta à nossa Bahia, grande historiadora, professora, presidente do IGHB e sobretudo um ser humano dotado de alma ímpar. Os baianos sofrem com a sua ausência, tristes com a partida da "Senhora História". Justa lembrança. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | paineldoleitor | Leitor elogia obituário sobre tia-avóA Folha lembrou em sua seção sobre os que já foram Consuelo Pondé de Sena (Historiadora baiana que amava Castro Alves). Uma mulher que fará tanta falta à nossa Bahia, grande historiadora, professora, presidente do IGHB e sobretudo um ser humano dotado de alma ímpar. Os baianos sofrem com a sua ausência, tristes com a partida da "Senhora História". Justa lembrança. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | 8 |
'Estão falando que ela é trapaceira', diz tenista francesa sobre Sharapova | Tenista número 29 do mundo no ranking da ATP (Associação Mundial de Tênis), a francesa Kristina Mladenovic bateu forte em Maria Sharapova ao comentar o recente caso de doping da russa. Em entrevista ao jornal "The Guardian", a jogadora contou como as colegas estão tratando o assunto entre elas. "Todas as outras jogadoras estão dizendo que ele é trapaceira. Você com certeza duvida e pensa se ela mereceu tudo que ganhou até hoje. É terrível, mas é bom que finalmente tenha aparecido", disse Mladenovic. Sharapova foi pega com o medicamento Meldonium, que é usado para melhorar o fluxo de sangue no corpo. Na prática, ele dá ao atleta mais disposição e capacidade de recuperação. Até o fim do ano passado, no entanto, ele não estava na lista de substância proibidas pela Wada (Agência Mundial de Controle Antidopagem). A russa admitiu que faz uso do Meldonium há dez anos e disse ter cometido um erro ao não checar a mudança de regra no começo de 2016. "Se eu tomo uma aspirina eu preciso pensar dez vezes se eu realmente posso fazer isso. Ela vem tomando essa droga há dez anos e é uma droga séria. Ela jogou com as regras e pensou: 'Se não está banida, eu posso usar'. Para mim é desapontador. Eu não gosto da mentalidade de ser a melhor usando as regras assim", disse Mladenovic. Além de Sharapova, outros 99 casos de uso de Meldonium foram identificados pela Wada no começo deste ano. Até agora, a agência só divulgou 16 nomes, sete deles da Rússia. Pela repercussão do caso, a tenista perdeu dois patrocinadores de peso: Porsche e Nike. | esporte | 'Estão falando que ela é trapaceira', diz tenista francesa sobre SharapovaTenista número 29 do mundo no ranking da ATP (Associação Mundial de Tênis), a francesa Kristina Mladenovic bateu forte em Maria Sharapova ao comentar o recente caso de doping da russa. Em entrevista ao jornal "The Guardian", a jogadora contou como as colegas estão tratando o assunto entre elas. "Todas as outras jogadoras estão dizendo que ele é trapaceira. Você com certeza duvida e pensa se ela mereceu tudo que ganhou até hoje. É terrível, mas é bom que finalmente tenha aparecido", disse Mladenovic. Sharapova foi pega com o medicamento Meldonium, que é usado para melhorar o fluxo de sangue no corpo. Na prática, ele dá ao atleta mais disposição e capacidade de recuperação. Até o fim do ano passado, no entanto, ele não estava na lista de substância proibidas pela Wada (Agência Mundial de Controle Antidopagem). A russa admitiu que faz uso do Meldonium há dez anos e disse ter cometido um erro ao não checar a mudança de regra no começo de 2016. "Se eu tomo uma aspirina eu preciso pensar dez vezes se eu realmente posso fazer isso. Ela vem tomando essa droga há dez anos e é uma droga séria. Ela jogou com as regras e pensou: 'Se não está banida, eu posso usar'. Para mim é desapontador. Eu não gosto da mentalidade de ser a melhor usando as regras assim", disse Mladenovic. Além de Sharapova, outros 99 casos de uso de Meldonium foram identificados pela Wada no começo deste ano. Até agora, a agência só divulgou 16 nomes, sete deles da Rússia. Pela repercussão do caso, a tenista perdeu dois patrocinadores de peso: Porsche e Nike. | 3 |
Rubens Villela, Fausto de Campos e Maria Emilia Serra: Semeando nuvens, coletando chuvas | "Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo." José Saramago A crise de água em São Paulo requer um conjunto de providências técnicas e de políticas públicas. Entre elas, realizar experimentos para determinar a efetividade da "Semeadura de Nuvens" (cloud seeding) com gelo seco. Este conceito surgiu em 13 de novembro de 1946 quando, aos 40 anos de idade, Vincent Schaefer, químico, meteorologista e pesquisador da General Electric, despejou gelo seco sobre nuvens na costa leste dos Estados Unidos, com objetivo de fazer chover e funcionou! Na década de 1960, em São Paulo, foram realizadas experiências pelo cientista Janot Pacheco e pela FAB. Com grande habilidade dos operadores em terra, a pluma de vapores de iodeto de prata foi ingerida pela nuvem cumulus que, de repente, em caráter visivelmente artificial, sofreu súbito crescimento e precipitou, após produzir estranhos e anômalos "mini-cumulus nimbus". Na década de 1980, o piloto de avião Otto Gadelha, com 40 anos de experiência na Amazônia e Nordeste, "bombardeou" nuvens em Fortaleza com duas toneladas de gelo seco e foi preciso "fechar" o aeroporto da cidade em função do volume de água e redução da visibilidade. Este processo, repetido por ele em muitas outras ocasiões, é muito simples: procurar nuvens mais altas (altus cumulus), entrar na nuvem, reduzir a potência do avião e despejar gelo seco. E abrir o guarda-chuva! A "semeadura de nuvens" emprega técnicas que apresentam, há muitos anos, índices de aumento da precipitação da ordem de 10 a 30%. Nos Emirados Árabes Unidos, um projeto conduzido pelas autoridades meteorológicas, iniciado em julho de 2010, tem sido bem sucedido na criação de tempestades de chuva nos desertos de Dubai e Abu Dhabi. Vários outros países, como Austrália, China, Tailândia, Indonésia, Índia, países da África, França, Espanha, Itália, Rússia, Arábia Saudita, México, Argentina, EUA e Canadá também apresentam experiências bem sucedidas com objetivos variados: fazer chover ou nevar, diminuir granizos e remover poluentes ou radiação da atmosfera. As nuvens são constituídas por gotículas de água condensada, oriunda da evaporação da água na superfície do planeta, ou por cristais de gelo em suspensão que se formam em torno de núcleos microscópicos, geralmente de poeira suspensa na atmosfera. Saturadas, as nuvens desencadeiam a chuva. A semeadura de nuvens auxilia e acelera esse processo, fornecendo "núcleos" adicionais em torno dos quais a água se condensa, iniciando uma reação em cadeia que se espalha por toda a nuvem, causando precipitação. O gelo seco funciona muito bem para esta função. E como passa a vapor em contato com a água, não há perigo de "chover" gelo. No Sudeste se faz necessário um conjunto de medidas para resolver a questão da água: construção de represas, ligação de bacias e educação e bônus contra o desperdício e racionamento, além de ações para preservar e manter a função protetora das florestas. São Paulo deveria decretar o "Desmatamento Zero" propugnado pela ONU. Principalmente e com total urgência, monitorar e no mínimo estancar os desmatamentos nas vertentes das bacias do Sistema Cantareira. E, ao invés da difusa delimitação da Área de Proteção Ambiental (APA) federal da Bacia do Rio Paraíba do Sul, criar Unidades de Conservação (UC) de proteção integral. Enquanto isso, podemos fazer chover em São Paulo a título de experimento para determinar a viabilidade do processo, consubstanciada em dados de elevação dos níveis das represas, da relação gelo seco X índice pluviométrico e custos reais. Pretende-se aliviar a gravíssima estiagem que nos ameaça com expectativa de "100 dias de água". Temos avião e piloto. Falta comprar gelo seco e decisão política. RUBENS JUNQUEIRA VILLELA é meteorologista pela Florida State University (1957), cientista e pesquisador, professor aposentado do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciencias Atmosféricas da USP FAUSTO PIRES DE CAMPOS é biólogo, analista ambiental da Fundação Florestal / SMA MARIA EMILIA GADELHA SERRA é médica, ambientalista, fundadora do Instituto Recicle, presidente da Associação Brasileira de Ozonioterapia e diretora médica do Instituto Alpha de Saúde Integral * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | opiniao | Rubens Villela, Fausto de Campos e Maria Emilia Serra: Semeando nuvens, coletando chuvas"Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo." José Saramago A crise de água em São Paulo requer um conjunto de providências técnicas e de políticas públicas. Entre elas, realizar experimentos para determinar a efetividade da "Semeadura de Nuvens" (cloud seeding) com gelo seco. Este conceito surgiu em 13 de novembro de 1946 quando, aos 40 anos de idade, Vincent Schaefer, químico, meteorologista e pesquisador da General Electric, despejou gelo seco sobre nuvens na costa leste dos Estados Unidos, com objetivo de fazer chover e funcionou! Na década de 1960, em São Paulo, foram realizadas experiências pelo cientista Janot Pacheco e pela FAB. Com grande habilidade dos operadores em terra, a pluma de vapores de iodeto de prata foi ingerida pela nuvem cumulus que, de repente, em caráter visivelmente artificial, sofreu súbito crescimento e precipitou, após produzir estranhos e anômalos "mini-cumulus nimbus". Na década de 1980, o piloto de avião Otto Gadelha, com 40 anos de experiência na Amazônia e Nordeste, "bombardeou" nuvens em Fortaleza com duas toneladas de gelo seco e foi preciso "fechar" o aeroporto da cidade em função do volume de água e redução da visibilidade. Este processo, repetido por ele em muitas outras ocasiões, é muito simples: procurar nuvens mais altas (altus cumulus), entrar na nuvem, reduzir a potência do avião e despejar gelo seco. E abrir o guarda-chuva! A "semeadura de nuvens" emprega técnicas que apresentam, há muitos anos, índices de aumento da precipitação da ordem de 10 a 30%. Nos Emirados Árabes Unidos, um projeto conduzido pelas autoridades meteorológicas, iniciado em julho de 2010, tem sido bem sucedido na criação de tempestades de chuva nos desertos de Dubai e Abu Dhabi. Vários outros países, como Austrália, China, Tailândia, Indonésia, Índia, países da África, França, Espanha, Itália, Rússia, Arábia Saudita, México, Argentina, EUA e Canadá também apresentam experiências bem sucedidas com objetivos variados: fazer chover ou nevar, diminuir granizos e remover poluentes ou radiação da atmosfera. As nuvens são constituídas por gotículas de água condensada, oriunda da evaporação da água na superfície do planeta, ou por cristais de gelo em suspensão que se formam em torno de núcleos microscópicos, geralmente de poeira suspensa na atmosfera. Saturadas, as nuvens desencadeiam a chuva. A semeadura de nuvens auxilia e acelera esse processo, fornecendo "núcleos" adicionais em torno dos quais a água se condensa, iniciando uma reação em cadeia que se espalha por toda a nuvem, causando precipitação. O gelo seco funciona muito bem para esta função. E como passa a vapor em contato com a água, não há perigo de "chover" gelo. No Sudeste se faz necessário um conjunto de medidas para resolver a questão da água: construção de represas, ligação de bacias e educação e bônus contra o desperdício e racionamento, além de ações para preservar e manter a função protetora das florestas. São Paulo deveria decretar o "Desmatamento Zero" propugnado pela ONU. Principalmente e com total urgência, monitorar e no mínimo estancar os desmatamentos nas vertentes das bacias do Sistema Cantareira. E, ao invés da difusa delimitação da Área de Proteção Ambiental (APA) federal da Bacia do Rio Paraíba do Sul, criar Unidades de Conservação (UC) de proteção integral. Enquanto isso, podemos fazer chover em São Paulo a título de experimento para determinar a viabilidade do processo, consubstanciada em dados de elevação dos níveis das represas, da relação gelo seco X índice pluviométrico e custos reais. Pretende-se aliviar a gravíssima estiagem que nos ameaça com expectativa de "100 dias de água". Temos avião e piloto. Falta comprar gelo seco e decisão política. RUBENS JUNQUEIRA VILLELA é meteorologista pela Florida State University (1957), cientista e pesquisador, professor aposentado do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciencias Atmosféricas da USP FAUSTO PIRES DE CAMPOS é biólogo, analista ambiental da Fundação Florestal / SMA MARIA EMILIA GADELHA SERRA é médica, ambientalista, fundadora do Instituto Recicle, presidente da Associação Brasileira de Ozonioterapia e diretora médica do Instituto Alpha de Saúde Integral * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 7 |
Adultos têm em média só uma gripe de verdade a cada 5 anos, diz estudo | Um novo estudo sugere que adultos só têm uma gripe de verdade a cada cinco anos. Apesar de muitos ficarem doentes com uma frequência maior do que essa, infecções parecidas à gripe geralmente são as responsáveis por esses episódios, segundo a equipe internacional de cientistas. Em um estudo feito na China, os cientistas examinaram amostras de sangue de 151 voluntários com idades entre 7 e 81 anos para analisar a frequência da ocorrência de gripe. A pesquisa, publicada na revista especializada "Plos Biology", analisou as nove principais variedades de gripe conhecidas e em circulação no mundo entre os anos de 1968 e 2009. Todas estas variedades eram do vírus da influenza A (H3N2). De acordo com os pesquisadores, esta é a primeira vez que são reunidos dados relativos a um período de vida tão longo. Esses dados devem ajudar os especialistas a entender melhor quem corre mais risco de pegar gripe e qual a frequência, além de ajudar na compreensão de como a doença se espalha em comunidades. NO SANGUE Os pesquisadores, do Imperial College de Londres e de institutos nos Estados Unidos e China, procuraram anticorpos no sangue dos voluntários para tentar descobrir se eles realmente tinham sido infectados com os vírus da gripe e com qual frequência. Eles descobriram que, enquanto as crianças pegaram gripe a cada dois anos aproximadamente, as infecções ficavam menos frequentes com o passar dos anos. A partir dos 30 anos, as infecções por gripe tendem a ocorrer a uma taxa estável de cerca de duas vezes por década entre os voluntários pesquisados. Steven Riley, um dos autores do estudo, do Centro de Pesquisa Médica para Análise de Epidemias, do Imperial College, a frequência exata dessas infecções está sujeita a variantes como os níveis de vacinação contra a doença. Riley afirmou que a gripe estudada incluía variedades que se espalharam rapidamente pelo mundo, incluindo Europa e Estados Unidos. "Para adultos, descobrimos que a infecção por influenza é, na verdade, menos comum do que alguns pensam. Na infância e adolescência, é mais comum, possivelmente pelo fato de crianças terem mais contato com outras pessoas", acrescentou. Para Ron Eccles, do Centro de Resfriado Comum da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, afirmou que o estudo é "interessante". "Existe muita confusão entre resfriados e gripe", acrescentou. Eccles também alertou para o fato de que muitas infecções são silenciosas e são detectadas apenas se o sangue do paciente for analisado. RESFRIADO OU GRIPE? Vírus de resfriado gripe se espalha através de gotículas expelidas em espirros e tosse Resfriados e gripes são causados por vírus, mas pode ser difícil diferenciar as duas doenças levando em conta apenas os sintomas. As duas doenças podem causar febre e dor de garganta, além de tosse e espirros. Aliás, ambas são transmitidas de pessoa para pessoa através de espirros e tosse. O que uma pessoa considera gripe, outra pode chamar de um resfriado forte, por exemplo. No caso do resfriado comum, os sintomas chegam de forma gradual e, geralmente, são mais suaves e afetam principalmente o nariz e a garganta. A gripe é mais grave e normalmente faz com que a pessoa queira ficar na cama. Os sintomas incluem dores, nariz entupido ou escorrendo. A gripe é desagradável, mas não é uma ameaça para a maioria dos adultos saudáveis. No entanto, pode trazer consequências graves para idosos e pessoas com outros problemas crônicos de saúde, como asma. Por isso os médicos recomendam que os grupos da população que correm mais riscos se vacinem contra a gripe todos os anos. O problema é que o vírus da gripe está em constante mutação, o que torna mais difícil a previsão de qual variedade deva ser usada na vacina. | bbc | Adultos têm em média só uma gripe de verdade a cada 5 anos, diz estudoUm novo estudo sugere que adultos só têm uma gripe de verdade a cada cinco anos. Apesar de muitos ficarem doentes com uma frequência maior do que essa, infecções parecidas à gripe geralmente são as responsáveis por esses episódios, segundo a equipe internacional de cientistas. Em um estudo feito na China, os cientistas examinaram amostras de sangue de 151 voluntários com idades entre 7 e 81 anos para analisar a frequência da ocorrência de gripe. A pesquisa, publicada na revista especializada "Plos Biology", analisou as nove principais variedades de gripe conhecidas e em circulação no mundo entre os anos de 1968 e 2009. Todas estas variedades eram do vírus da influenza A (H3N2). De acordo com os pesquisadores, esta é a primeira vez que são reunidos dados relativos a um período de vida tão longo. Esses dados devem ajudar os especialistas a entender melhor quem corre mais risco de pegar gripe e qual a frequência, além de ajudar na compreensão de como a doença se espalha em comunidades. NO SANGUE Os pesquisadores, do Imperial College de Londres e de institutos nos Estados Unidos e China, procuraram anticorpos no sangue dos voluntários para tentar descobrir se eles realmente tinham sido infectados com os vírus da gripe e com qual frequência. Eles descobriram que, enquanto as crianças pegaram gripe a cada dois anos aproximadamente, as infecções ficavam menos frequentes com o passar dos anos. A partir dos 30 anos, as infecções por gripe tendem a ocorrer a uma taxa estável de cerca de duas vezes por década entre os voluntários pesquisados. Steven Riley, um dos autores do estudo, do Centro de Pesquisa Médica para Análise de Epidemias, do Imperial College, a frequência exata dessas infecções está sujeita a variantes como os níveis de vacinação contra a doença. Riley afirmou que a gripe estudada incluía variedades que se espalharam rapidamente pelo mundo, incluindo Europa e Estados Unidos. "Para adultos, descobrimos que a infecção por influenza é, na verdade, menos comum do que alguns pensam. Na infância e adolescência, é mais comum, possivelmente pelo fato de crianças terem mais contato com outras pessoas", acrescentou. Para Ron Eccles, do Centro de Resfriado Comum da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, afirmou que o estudo é "interessante". "Existe muita confusão entre resfriados e gripe", acrescentou. Eccles também alertou para o fato de que muitas infecções são silenciosas e são detectadas apenas se o sangue do paciente for analisado. RESFRIADO OU GRIPE? Vírus de resfriado gripe se espalha através de gotículas expelidas em espirros e tosse Resfriados e gripes são causados por vírus, mas pode ser difícil diferenciar as duas doenças levando em conta apenas os sintomas. As duas doenças podem causar febre e dor de garganta, além de tosse e espirros. Aliás, ambas são transmitidas de pessoa para pessoa através de espirros e tosse. O que uma pessoa considera gripe, outra pode chamar de um resfriado forte, por exemplo. No caso do resfriado comum, os sintomas chegam de forma gradual e, geralmente, são mais suaves e afetam principalmente o nariz e a garganta. A gripe é mais grave e normalmente faz com que a pessoa queira ficar na cama. Os sintomas incluem dores, nariz entupido ou escorrendo. A gripe é desagradável, mas não é uma ameaça para a maioria dos adultos saudáveis. No entanto, pode trazer consequências graves para idosos e pessoas com outros problemas crônicos de saúde, como asma. Por isso os médicos recomendam que os grupos da população que correm mais riscos se vacinem contra a gripe todos os anos. O problema é que o vírus da gripe está em constante mutação, o que torna mais difícil a previsão de qual variedade deva ser usada na vacina. | 18 |
Rota da cerveja vai até a 'alemã' Pomerode | Pomerode, vizinha de Blumenau, faz jus ao apelido de "cidade mais alemã do Brasil" —não é raro ver gente conversando nesse idioma pelas ruas cercadas por casas de telhados pontiagudos e jardins bem cuidados. O município catarinense preserva mais de 200 construções em estilo enxaimel. A cidade é também a terra natal de uma das principais cervejarias da região, a Schornstein, e das porcelanas Schmidt, que tem loja de fábrica (itens com pequenos defeitos têm desconto) e um museu próprio. Aberta em 2006, a fábrica de bebidas nasceu pequena, ocupando uma edificação tombada que abrigava a casa de caldeiras das indústrias da família Weege, importante na formação econômica do lugar. A grande chaminé (schornstein, em alemão), de 1940, continua ali. Hoje, o imóvel é endereço do bar de fábrica, onde a régua de degustação, com sete copos de 50 mililitros, custa R$ 20 e pode ser acompanhada da porção de linguiça na chapa e pão de cerveja (R$ 44). As bebidas são servidas em uma sequência que vai das mais suaves para as mais encorpadas e de sabor pronunciado. O ideal é seguir a ordem proposta para que nenhuma seja ofuscada. No galpão ao lado, desde junho de 2016 funciona uma nova fábrica da Schornstein, que produziu por um tempo em Holambra, no interior paulista. Além de visitar a loja, dá para fazer um tour guiado pelos tanques (R$ 30 por pessoa). O passeio, agendado por telefone, começa com um vídeo de apresentação e é orientado por um sommelier, que também acompanha a degustação no final. Na cidade de Gaspar, que tem pouco mais de 66 mil habitantes, fica a Das Bier, cervejaria instalada numa propriedade onde também funciona um pesqueiro. De lá sai a tilápia, carro-chefe do restaurante no local e servida em cubos empanados (R$ 53 a porção). Na seleção etílica, há 11 cervejas, também oferecidas na régua com oito chopes de 50 mililitros (R$ 12,50). Para a visita à produção (R$ 15 por pessoa), é preciso agendar com antecedência. * ONDE COMER E BEBER BLUMENAU ABENDBROTHAUS ENDEREÇO r. Henrique Conrad, 1194, Vila Itoupava TELEFONE (47) 3378-1157 BIERLAND ENDEREÇO r. Gustavo Zimmermann, 5361, Itoupava Central TELEFONE (47) 3337-3100 BIER VILA ENDEREÇO r. Alberto Stein, 199, Velha TELEFONE (47) 3329-0808 CERVEJA BLUMENAU ENDEREÇO r. Arno Deling, 388, Itoupavazinha TELEFONE (47) 3338-5000 CONTAINER ENDEREÇO r. Gustavo Zimmermann, 4764, Itoupava Central TELEFONE (47) 3285-7185 ESTAÇÃO EISENBAHN ENDEREÇO r. Bahia, 5181, Salto Weissbach TELEFONE (47) 3488-7307 MUSEU DA CERVEJA ENDEREÇO pça. Hercílio Luz, s/n, Boa Vista TELEFONE (47) 3326-6791 POMERODE PORCELANA SCHMIDT ENDEREÇO r. Luiz Abry, 849, Centro TELEFONE (47) 3387-2070 SCHORNSTEIN ENDEREÇO r. Hermann Weege, 60, Centro TELEFONE (47) 3306-6262 GASPAR DAS BIER ENDEREÇO r. Bonifácio Haendchen, 5311, Belchior Alto TELEFONE (47) 3397-8600 * PACOTES PARA BLUMENAU E POMERODE R$ 698 Duas noites em Blumenau, com city tour, passeio para Balneário Camboriú e dois ingressos para os pavilhões da Oktoberfest. Sem áereo. Na CVC: cvc.com.br R$ 732 Valor para três noites de hospedagem em Camboriú, com ingresso para um dia da Oktoberfest, em Blumenau. Não inclui o trajeto até Blumenau nem aéreo. Na Ahoba Viagens: ahobaviagens.com.br R$ 835 Pacote de quatro noites com hospedagem em Balneário Camboriú. Inclui passeios em Blumenau e Pomerode, com visita a cervejarias artesanais e degustação de chope. Tem ainda tour por Balneário Camboriú. Sem aéreo. Na Agaxtur: agaxtur.com.br R$ 1.183 Preço para quatro noites em Blumenau, com city tour e passeio pela Rota Vale da Cerveja. Com traslados, mas sem aéreo. Na RCA: rcaturismo.com.br R$ 1.368 Quatro noites em Blumenau, incluindo visitas às cervejarias Borck, Schornstein e Das Bier, as duas últimas com degustação, além de passeio ao Museu da Cerveja, minicurso de degustação e visita ao Museu Casa do Imigrante Carl Weege, em Pomerode. Com aéreo. Na 55 Destinos: 55destinos.com R$ 1.501 Valor para duas noites em Blumenau, com passeio para a Rota Vale da Cerveja, minicurso de degustação e provas de chope da Cervejaria Container. Sem aéreo. Na Litoral Verde: litoralverde.com.br R$ 2.790 Valor para três noites em Pomerode. A hospedagem no Timbó Park Hotel tem pensão completa. Inclui passeio pela Rota Enxaimel, visita a vila de imigrantes italianos e alemães, cachoeira e passeio ao Vale dos Ventos. Com aéreo. Na Pisa Trekking: pisa.tur.br | turismo | Rota da cerveja vai até a 'alemã' PomerodePomerode, vizinha de Blumenau, faz jus ao apelido de "cidade mais alemã do Brasil" —não é raro ver gente conversando nesse idioma pelas ruas cercadas por casas de telhados pontiagudos e jardins bem cuidados. O município catarinense preserva mais de 200 construções em estilo enxaimel. A cidade é também a terra natal de uma das principais cervejarias da região, a Schornstein, e das porcelanas Schmidt, que tem loja de fábrica (itens com pequenos defeitos têm desconto) e um museu próprio. Aberta em 2006, a fábrica de bebidas nasceu pequena, ocupando uma edificação tombada que abrigava a casa de caldeiras das indústrias da família Weege, importante na formação econômica do lugar. A grande chaminé (schornstein, em alemão), de 1940, continua ali. Hoje, o imóvel é endereço do bar de fábrica, onde a régua de degustação, com sete copos de 50 mililitros, custa R$ 20 e pode ser acompanhada da porção de linguiça na chapa e pão de cerveja (R$ 44). As bebidas são servidas em uma sequência que vai das mais suaves para as mais encorpadas e de sabor pronunciado. O ideal é seguir a ordem proposta para que nenhuma seja ofuscada. No galpão ao lado, desde junho de 2016 funciona uma nova fábrica da Schornstein, que produziu por um tempo em Holambra, no interior paulista. Além de visitar a loja, dá para fazer um tour guiado pelos tanques (R$ 30 por pessoa). O passeio, agendado por telefone, começa com um vídeo de apresentação e é orientado por um sommelier, que também acompanha a degustação no final. Na cidade de Gaspar, que tem pouco mais de 66 mil habitantes, fica a Das Bier, cervejaria instalada numa propriedade onde também funciona um pesqueiro. De lá sai a tilápia, carro-chefe do restaurante no local e servida em cubos empanados (R$ 53 a porção). Na seleção etílica, há 11 cervejas, também oferecidas na régua com oito chopes de 50 mililitros (R$ 12,50). Para a visita à produção (R$ 15 por pessoa), é preciso agendar com antecedência. * ONDE COMER E BEBER BLUMENAU ABENDBROTHAUS ENDEREÇO r. Henrique Conrad, 1194, Vila Itoupava TELEFONE (47) 3378-1157 BIERLAND ENDEREÇO r. Gustavo Zimmermann, 5361, Itoupava Central TELEFONE (47) 3337-3100 BIER VILA ENDEREÇO r. Alberto Stein, 199, Velha TELEFONE (47) 3329-0808 CERVEJA BLUMENAU ENDEREÇO r. Arno Deling, 388, Itoupavazinha TELEFONE (47) 3338-5000 CONTAINER ENDEREÇO r. Gustavo Zimmermann, 4764, Itoupava Central TELEFONE (47) 3285-7185 ESTAÇÃO EISENBAHN ENDEREÇO r. Bahia, 5181, Salto Weissbach TELEFONE (47) 3488-7307 MUSEU DA CERVEJA ENDEREÇO pça. Hercílio Luz, s/n, Boa Vista TELEFONE (47) 3326-6791 POMERODE PORCELANA SCHMIDT ENDEREÇO r. Luiz Abry, 849, Centro TELEFONE (47) 3387-2070 SCHORNSTEIN ENDEREÇO r. Hermann Weege, 60, Centro TELEFONE (47) 3306-6262 GASPAR DAS BIER ENDEREÇO r. Bonifácio Haendchen, 5311, Belchior Alto TELEFONE (47) 3397-8600 * PACOTES PARA BLUMENAU E POMERODE R$ 698 Duas noites em Blumenau, com city tour, passeio para Balneário Camboriú e dois ingressos para os pavilhões da Oktoberfest. Sem áereo. Na CVC: cvc.com.br R$ 732 Valor para três noites de hospedagem em Camboriú, com ingresso para um dia da Oktoberfest, em Blumenau. Não inclui o trajeto até Blumenau nem aéreo. Na Ahoba Viagens: ahobaviagens.com.br R$ 835 Pacote de quatro noites com hospedagem em Balneário Camboriú. Inclui passeios em Blumenau e Pomerode, com visita a cervejarias artesanais e degustação de chope. Tem ainda tour por Balneário Camboriú. Sem aéreo. Na Agaxtur: agaxtur.com.br R$ 1.183 Preço para quatro noites em Blumenau, com city tour e passeio pela Rota Vale da Cerveja. Com traslados, mas sem aéreo. Na RCA: rcaturismo.com.br R$ 1.368 Quatro noites em Blumenau, incluindo visitas às cervejarias Borck, Schornstein e Das Bier, as duas últimas com degustação, além de passeio ao Museu da Cerveja, minicurso de degustação e visita ao Museu Casa do Imigrante Carl Weege, em Pomerode. Com aéreo. Na 55 Destinos: 55destinos.com R$ 1.501 Valor para duas noites em Blumenau, com passeio para a Rota Vale da Cerveja, minicurso de degustação e provas de chope da Cervejaria Container. Sem aéreo. Na Litoral Verde: litoralverde.com.br R$ 2.790 Valor para três noites em Pomerode. A hospedagem no Timbó Park Hotel tem pensão completa. Inclui passeio pela Rota Enxaimel, visita a vila de imigrantes italianos e alemães, cachoeira e passeio ao Vale dos Ventos. Com aéreo. Na Pisa Trekking: pisa.tur.br | 13 |
Transmissão local de zika na Flórida chega à costa oeste do Estado | Autoridades sanitárias americanas detectaram o primeiro caso autóctone de zika perto da cidade portuária de Tampa, o que sugere que a transmissão local deste vírus na Flórida pode ter se propagado de Miami para a Costa do Golfo dos EUA, no oeste do Estado, disse o governador na terça (23). "O Departamento de Saúde está investigando cinco novos casos de zika não relacionados a viagens" ao exterior, disse o governador da Flórida, Rick Scott, em um comunicado. Um desses casos foi registrado no condado de Pinellas, ao oeste de Tampa e na Costa do Golfo dos EUA, que se situa cerca de 480 km ao noroeste de Miami e que conta com balneários turísticos como Clearwater e St. Petersburg. A Costa do Golfo dos EUA compreende os Estados americanos cujo litoral está no Golfo do México —Flórida, Alabama, Mississippi, Louisiana e Texas. Os outros quatro casos foram registrados no bairro de Wynwood, no norte de Miami, que no final de julho se tornou a primeira área dos EUA continental a detectar casos de transmissão local do vírus. Apesar do aparecimento da infecção pelo zika na costa oeste da Flórida, as autoridades sanitárias "ainda acreditam que a transmissão ativa do vírus está ocorrendo apenas nas pequenas áreas identificadas de Wynwood e Miami Beach, no condado de Miami-Dade", segundo o comunicado do governador. Os cinco novos casos aumentam para 42 o total de infecções pelo zika transmitidas localmente na Flórida. Na sexta passada, os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) pediram às mulheres grávidas que evitem as áreas de Wynwood e Miami Beach. O diretor dos CDC, Tom Frieden, disse que as mulheres grávidas e seus parceiros devem considerar também evitar visitar todo o condado de Miami-Dade. O vírus da zika é transmitido principalmente através da picada do mosquito Aedes aegypti, mas também por contato sexual. Na maioria dos casos, a infecção provoca apenas sintomas brandos, mas é particularmente perigosa para as mulheres grávidas, visto que pode causar malformações congênitas em fetos em desenvolvimento, como a microcefalia. O vírus também é associado a transtornos neurológicos em adultos, como a síndrome de Guillain-Barré, que pode causar paralisia. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti | equilibrioesaude | Transmissão local de zika na Flórida chega à costa oeste do EstadoAutoridades sanitárias americanas detectaram o primeiro caso autóctone de zika perto da cidade portuária de Tampa, o que sugere que a transmissão local deste vírus na Flórida pode ter se propagado de Miami para a Costa do Golfo dos EUA, no oeste do Estado, disse o governador na terça (23). "O Departamento de Saúde está investigando cinco novos casos de zika não relacionados a viagens" ao exterior, disse o governador da Flórida, Rick Scott, em um comunicado. Um desses casos foi registrado no condado de Pinellas, ao oeste de Tampa e na Costa do Golfo dos EUA, que se situa cerca de 480 km ao noroeste de Miami e que conta com balneários turísticos como Clearwater e St. Petersburg. A Costa do Golfo dos EUA compreende os Estados americanos cujo litoral está no Golfo do México —Flórida, Alabama, Mississippi, Louisiana e Texas. Os outros quatro casos foram registrados no bairro de Wynwood, no norte de Miami, que no final de julho se tornou a primeira área dos EUA continental a detectar casos de transmissão local do vírus. Apesar do aparecimento da infecção pelo zika na costa oeste da Flórida, as autoridades sanitárias "ainda acreditam que a transmissão ativa do vírus está ocorrendo apenas nas pequenas áreas identificadas de Wynwood e Miami Beach, no condado de Miami-Dade", segundo o comunicado do governador. Os cinco novos casos aumentam para 42 o total de infecções pelo zika transmitidas localmente na Flórida. Na sexta passada, os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) pediram às mulheres grávidas que evitem as áreas de Wynwood e Miami Beach. O diretor dos CDC, Tom Frieden, disse que as mulheres grávidas e seus parceiros devem considerar também evitar visitar todo o condado de Miami-Dade. O vírus da zika é transmitido principalmente através da picada do mosquito Aedes aegypti, mas também por contato sexual. Na maioria dos casos, a infecção provoca apenas sintomas brandos, mas é particularmente perigosa para as mulheres grávidas, visto que pode causar malformações congênitas em fetos em desenvolvimento, como a microcefalia. O vírus também é associado a transtornos neurológicos em adultos, como a síndrome de Guillain-Barré, que pode causar paralisia. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti | 16 |
Discurso de Temer na ONU é uma nova largada para o Brasil | A abertura da Assembleia Geral da ONU é um dos episódios mais relevantes da prática diplomática moderna, papel que, por tradição, cabe ao Brasil desde 1949. Para além do mero simbolismo, a honraria se converteu em trunfo estratégico do país para demarcar sua posição e avançar seus interesses externos. Nos últimos anos, contudo, os discursos sem substância do Brasil foram marcados por uma visão desequilibrada do sistema internacional e guiados por retórica esquálida. Sua tônica consistia em realçar peças propagandísticas de programas governamentais domésticos de duvidosa aderência aos interesses estratégicos internacionais do país. O Brasil desperdiçou seguidas oportunidades de aumentar seu capital diplomático ao não ser capaz de formular uma grande estratégia de atuação exterior que identificasse com precisão seus principais objetivos comerciais, econômicos e políticos e a forma de obtê-los. A dificuldade em articular uma grande estratégia levou o Brasil a implementar políticas ineficientes e contraditórias e a reagir passivamente às incertezas da ordem internacional. O processo decisório em política externa foi burocraticamente administrado em bases diárias, ad hoc, que revelou ausência de paradigmas e acentuado empirismo. O discurso de Michel Temer será, por isso, um dos mais aguardados, em vista da expectativa quanto aos novos eixos da política externa. Uma ruptura na abordagem é necessária. O discurso presidencial precisa contemplar quatro linhas fundamentais, que permitam ao Brasil voltar a sonhar com o status de ator global: resgatar a importância do papel geopolítico do país, sublinhar o potencial econômico-comercial nacional, reorientar pragmaticamente seu sistema global de alianças e parcerias estratégicas, sem submissão nem alinhamentos automáticos, e realçar a segurança jurídica das instituições brasileiras. O novo governo também precisa formular nova doutrina de política externa, bem articulada com outras instituições estatais, com o setor privado e com a sociedade civil, que alavanque os valiosos recursos estratégicos e instrumentos de poder do país. É preciso evitar, por exemplo, a armadilha de uma atuação externa focada somente em práticas e negociações comerciais obsoletas. Essa nova doutrina deveria ser erigida sob dois pilares: alianças necessárias e engajamento resolutivo. O discurso do presidente pode vir a ser um divisor de águas, devolvendo a política externa ao epicentro da agenda nacional. Temer parece demonstrar gosto pela diplomacia, além de compreender a dimensão política de seu engajamento para além de imediatos resultados matemáticos nas relações internacionais. É importante que o presidente projete em sua fala o Brasil do futuro, abandonando a atrofia política dos últimos discursos e resgatando a capacidade de formular uma agenda internacional pró-ativa. A construção dessa nova narrativa, fundada em revigorado modelo de inserção internacional, é fundamental para assegurar a defesa do interesse nacional e auxiliar na missão de retomada do crescimento, contribuindo para resgatar a identidade da política externa brasileira. | colunas | Discurso de Temer na ONU é uma nova largada para o BrasilA abertura da Assembleia Geral da ONU é um dos episódios mais relevantes da prática diplomática moderna, papel que, por tradição, cabe ao Brasil desde 1949. Para além do mero simbolismo, a honraria se converteu em trunfo estratégico do país para demarcar sua posição e avançar seus interesses externos. Nos últimos anos, contudo, os discursos sem substância do Brasil foram marcados por uma visão desequilibrada do sistema internacional e guiados por retórica esquálida. Sua tônica consistia em realçar peças propagandísticas de programas governamentais domésticos de duvidosa aderência aos interesses estratégicos internacionais do país. O Brasil desperdiçou seguidas oportunidades de aumentar seu capital diplomático ao não ser capaz de formular uma grande estratégia de atuação exterior que identificasse com precisão seus principais objetivos comerciais, econômicos e políticos e a forma de obtê-los. A dificuldade em articular uma grande estratégia levou o Brasil a implementar políticas ineficientes e contraditórias e a reagir passivamente às incertezas da ordem internacional. O processo decisório em política externa foi burocraticamente administrado em bases diárias, ad hoc, que revelou ausência de paradigmas e acentuado empirismo. O discurso de Michel Temer será, por isso, um dos mais aguardados, em vista da expectativa quanto aos novos eixos da política externa. Uma ruptura na abordagem é necessária. O discurso presidencial precisa contemplar quatro linhas fundamentais, que permitam ao Brasil voltar a sonhar com o status de ator global: resgatar a importância do papel geopolítico do país, sublinhar o potencial econômico-comercial nacional, reorientar pragmaticamente seu sistema global de alianças e parcerias estratégicas, sem submissão nem alinhamentos automáticos, e realçar a segurança jurídica das instituições brasileiras. O novo governo também precisa formular nova doutrina de política externa, bem articulada com outras instituições estatais, com o setor privado e com a sociedade civil, que alavanque os valiosos recursos estratégicos e instrumentos de poder do país. É preciso evitar, por exemplo, a armadilha de uma atuação externa focada somente em práticas e negociações comerciais obsoletas. Essa nova doutrina deveria ser erigida sob dois pilares: alianças necessárias e engajamento resolutivo. O discurso do presidente pode vir a ser um divisor de águas, devolvendo a política externa ao epicentro da agenda nacional. Temer parece demonstrar gosto pela diplomacia, além de compreender a dimensão política de seu engajamento para além de imediatos resultados matemáticos nas relações internacionais. É importante que o presidente projete em sua fala o Brasil do futuro, abandonando a atrofia política dos últimos discursos e resgatando a capacidade de formular uma agenda internacional pró-ativa. A construção dessa nova narrativa, fundada em revigorado modelo de inserção internacional, é fundamental para assegurar a defesa do interesse nacional e auxiliar na missão de retomada do crescimento, contribuindo para resgatar a identidade da política externa brasileira. | 1 |
Argentina acha suposto refúgio que seria usado por nazistas na 2ª Guerra | Uma descoberta feita por pesquisadores da Argentina reforça a versão de que o país latino-americano teria sido uma espécie de plano B para os nazistas alemães nos anos 30 e 40. Uma equipe do Centro de Arqueologia Urbana, da Universidade de Buenos Aires, investiga se ruínas encontradas na província de Misiones, na fronteira com o Brasil e com o Paraguai, seriam os restos de uma construção erguida para servir de refúgio a oficiais nazistas. Os pesquisadores encontraram no local moedas do governo nazista cunhadas entre 1938 e 1941 e louças de fabricação alemã. A construção fica dentro do parque Teyú Cuaré, numa área afastada dos centros urbanos e de difícil acesso. A descoberta foi revelada no fim de semana pelo jornal "Clarín". O pesquisador Daniel Schávelzon disse ao jornal acreditar que, durante a Segunda Guerra, militares nazistas tenham construído em segredo o refúgio para esconder oficiais em caso de derrota da Alemanha. O abrigo seria composto de três construções, uma para moradia, outra para depósito e uma terceira para observação. Um muro de três metros protegia os edifícios. A localização, na fronteira com o Paraguai, também poderia ser útil para uma fuga. Segundo Schálvezon, ninguém chegou a viver no local, pois os alemães que fugiram para o país conseguiram se esconder misturando-se à população. Uma comissão formada por estudiosos argentinos, no fim dos anos 90, concluiu que 180 nazistas fugiram da Alemanha e se refugiaram na Argentina. Dois deles foram capturados décadas mais tarde e julgados. Erich Priebke, que foi responsabilizado pela morte de 355 italianos, foi localizado em Bariloche em 1994 e levado ao tribunal na Itália. Condenado, morreu aos 100 anos em prisão domiciliar. Adolf Eichmann, outro oficial nazista que morava na Argentina, foi sequestrado pelo Exército israelense nos anos 60 e levado para julgamento em Israel. O médico Joseph Mengele, responsável por fazer experiências científicas em judeus presos no campo de concentração de Auschwitz, também teria passado pela Argentina antes de fugir para o Brasil, onde morreu nos anos 70. Sua identidade só foi confirmada em 1992. A descoberta pegou de surpresa lideranças judaicas na Argentina, que desconheciam a existência do refúgio. | mundo | Argentina acha suposto refúgio que seria usado por nazistas na 2ª GuerraUma descoberta feita por pesquisadores da Argentina reforça a versão de que o país latino-americano teria sido uma espécie de plano B para os nazistas alemães nos anos 30 e 40. Uma equipe do Centro de Arqueologia Urbana, da Universidade de Buenos Aires, investiga se ruínas encontradas na província de Misiones, na fronteira com o Brasil e com o Paraguai, seriam os restos de uma construção erguida para servir de refúgio a oficiais nazistas. Os pesquisadores encontraram no local moedas do governo nazista cunhadas entre 1938 e 1941 e louças de fabricação alemã. A construção fica dentro do parque Teyú Cuaré, numa área afastada dos centros urbanos e de difícil acesso. A descoberta foi revelada no fim de semana pelo jornal "Clarín". O pesquisador Daniel Schávelzon disse ao jornal acreditar que, durante a Segunda Guerra, militares nazistas tenham construído em segredo o refúgio para esconder oficiais em caso de derrota da Alemanha. O abrigo seria composto de três construções, uma para moradia, outra para depósito e uma terceira para observação. Um muro de três metros protegia os edifícios. A localização, na fronteira com o Paraguai, também poderia ser útil para uma fuga. Segundo Schálvezon, ninguém chegou a viver no local, pois os alemães que fugiram para o país conseguiram se esconder misturando-se à população. Uma comissão formada por estudiosos argentinos, no fim dos anos 90, concluiu que 180 nazistas fugiram da Alemanha e se refugiaram na Argentina. Dois deles foram capturados décadas mais tarde e julgados. Erich Priebke, que foi responsabilizado pela morte de 355 italianos, foi localizado em Bariloche em 1994 e levado ao tribunal na Itália. Condenado, morreu aos 100 anos em prisão domiciliar. Adolf Eichmann, outro oficial nazista que morava na Argentina, foi sequestrado pelo Exército israelense nos anos 60 e levado para julgamento em Israel. O médico Joseph Mengele, responsável por fazer experiências científicas em judeus presos no campo de concentração de Auschwitz, também teria passado pela Argentina antes de fugir para o Brasil, onde morreu nos anos 70. Sua identidade só foi confirmada em 1992. A descoberta pegou de surpresa lideranças judaicas na Argentina, que desconheciam a existência do refúgio. | 4 |
Barbie hi-tech conversa 'de verdade' com crianças e envia e-mail para pais | Brinquedos que "conversam" com a criança não são novidade –há anos, bonecas emitem palavras como "mamãe" e mesmo frases pré-gravadas. A Mattel, contudo, pretende dar um novo sentido ao conceito com a "Hello Barbie", modelo capaz de ouvir a criança, processar a informação na internet por meio de uma conexão wi-fi e dar uma resposta lógica. A boneca ainda envia trechos com os melhores momentos da conversa por e-mail para os pais e pode ser personalizada com informações como o nome do animal de estimação da família. Os pais também podem definir assuntos proibidos, sobre os quais a Barbie não deve conversar com a criança. Prevista para chegar ao mercado no Natal deste ano a US$ 75 (R$ 215), o brinquedo inclui um computador embutido, conexão wi-fi, microfone, alto-falante e bateria. As conversas ficam gravadas no sistema dos fabricantes –ainda não se sabe por quanto tempo– para aprimorar o software do brinquedo. Como o vocabulário e a gramática ainda estão em desenvolvimento nas crianças, o reconhecimento por voz é muito mais difícil. O modelo foi desenvolvido por uma parceria entre a Mattel e a start-up ToyTalk, fundada por Oren Jacob, antigo diretor técnico da Pixar. É uma tentativa de recuperar o volume de vendas da boneca, após três anos seguidos de declínio. | tec | Barbie hi-tech conversa 'de verdade' com crianças e envia e-mail para paisBrinquedos que "conversam" com a criança não são novidade –há anos, bonecas emitem palavras como "mamãe" e mesmo frases pré-gravadas. A Mattel, contudo, pretende dar um novo sentido ao conceito com a "Hello Barbie", modelo capaz de ouvir a criança, processar a informação na internet por meio de uma conexão wi-fi e dar uma resposta lógica. A boneca ainda envia trechos com os melhores momentos da conversa por e-mail para os pais e pode ser personalizada com informações como o nome do animal de estimação da família. Os pais também podem definir assuntos proibidos, sobre os quais a Barbie não deve conversar com a criança. Prevista para chegar ao mercado no Natal deste ano a US$ 75 (R$ 215), o brinquedo inclui um computador embutido, conexão wi-fi, microfone, alto-falante e bateria. As conversas ficam gravadas no sistema dos fabricantes –ainda não se sabe por quanto tempo– para aprimorar o software do brinquedo. Como o vocabulário e a gramática ainda estão em desenvolvimento nas crianças, o reconhecimento por voz é muito mais difícil. O modelo foi desenvolvido por uma parceria entre a Mattel e a start-up ToyTalk, fundada por Oren Jacob, antigo diretor técnico da Pixar. É uma tentativa de recuperar o volume de vendas da boneca, após três anos seguidos de declínio. | 10 |
'A experiência deve ser satisfatória', diz executivo sobre a Shell | FABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO Teofilo Lacroze, vice-presidente executivo-comercial da Raízen, que é a licenciada da Shell no Brasil e responsável pela administração dos postos no país, diz que a experiência no local "deve ser satisfatória". A Shell foi a mais citada, ao lado da Ipiranga, na categoria posto de gasolina, em pesquisa realizada pelo Datafolha com paulistanos das classes A e B. * sãopaulo - Como os postos se reinventam? Teofilo Lacroze - A marca Shell acompanhou as mudanças nas demandas de produtos e serviços. Como resultado, lançamos novos produtos, como o etanol aditivado e a gasolina que melhora o desempenho do motor do carro. E quais foram as últimas ações? Fechamos parceria com o Sem Parar e, nas lojas de conveniência Shell Select, passamos a oferecer sanduíches quentes. Você vê mudança na classe social dos frequentadores dos postos? Temos acompanhado o crescimento do poder de compra da população, mas não fazemos essa distinção. Como ouvir os clientes? Além dos canais de atendimento, estamos nas redes sociais e fazemos pesquisas para garantir o caminho certo. Estar entre as empresas preferidas significa um reconhecimento da qualidade e do perfil inovador. | saopaulo | 'A experiência deve ser satisfatória', diz executivo sobre a ShellFABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO Teofilo Lacroze, vice-presidente executivo-comercial da Raízen, que é a licenciada da Shell no Brasil e responsável pela administração dos postos no país, diz que a experiência no local "deve ser satisfatória". A Shell foi a mais citada, ao lado da Ipiranga, na categoria posto de gasolina, em pesquisa realizada pelo Datafolha com paulistanos das classes A e B. * sãopaulo - Como os postos se reinventam? Teofilo Lacroze - A marca Shell acompanhou as mudanças nas demandas de produtos e serviços. Como resultado, lançamos novos produtos, como o etanol aditivado e a gasolina que melhora o desempenho do motor do carro. E quais foram as últimas ações? Fechamos parceria com o Sem Parar e, nas lojas de conveniência Shell Select, passamos a oferecer sanduíches quentes. Você vê mudança na classe social dos frequentadores dos postos? Temos acompanhado o crescimento do poder de compra da população, mas não fazemos essa distinção. Como ouvir os clientes? Além dos canais de atendimento, estamos nas redes sociais e fazemos pesquisas para garantir o caminho certo. Estar entre as empresas preferidas significa um reconhecimento da qualidade e do perfil inovador. | 9 |
Após criticar Barcelona, Daniel Alves tem contrato renovado até 2017 | O Barcelona anunciou nesta terça-feira (9) a renovação de contrato com o lateral direito Daniel Alves, 32. De acordo com o clube catalão, o novo contrato terá "vigência por mais duas temporadas, além de mais uma opcional". Daniel Alves foi contratado pelo Barcelona em 2008. Neste período, o lateral foi tricampeão da Liga dos Campeões, pentacampeão do Campeonato Espanhol e bicampeão do Mundial de Clubes. Ele ainda tem no currículo com o clube três Copas do Rei, duas Supercopas da Europa e quatro Supercopas da Espanha. Nesta terça-feira, Daniel Alves usou o Instagram para comentar sua renovação com o Barcelona. "Seguindo o meu coração", escreveu o lateral junto a um vídeo da festa do elenco após a conquista da Liga dos Campeões no último sábado (6). A permanência de Daniel Alves no Barcelona foi colocada em xeque em razão da demora na negociação. Há 15 dias, o lateral criticou o clube em uma entrevista antes da final da Copa do Rei. "O clube não me valoriza. Sempre disse que gostaria de ficar no Barça, mas não a qualquer preço. E não é por dinheiro. Mas penso que mereço respeito, porque o que fiz nesta posição ninguém fez. Para mim, não é questão de dinheiro. Creio muito no meu profissionalismo. Não sinto que estou chantageando o clube. Apenas defendo o que é meu", disse. "Fui desrespeitado! Estou 200% com o time, e menos de 10% com o clube. Um pé, um corpo e a cabeça fora do Barcelona", acrescentou. | esporte | Após criticar Barcelona, Daniel Alves tem contrato renovado até 2017O Barcelona anunciou nesta terça-feira (9) a renovação de contrato com o lateral direito Daniel Alves, 32. De acordo com o clube catalão, o novo contrato terá "vigência por mais duas temporadas, além de mais uma opcional". Daniel Alves foi contratado pelo Barcelona em 2008. Neste período, o lateral foi tricampeão da Liga dos Campeões, pentacampeão do Campeonato Espanhol e bicampeão do Mundial de Clubes. Ele ainda tem no currículo com o clube três Copas do Rei, duas Supercopas da Europa e quatro Supercopas da Espanha. Nesta terça-feira, Daniel Alves usou o Instagram para comentar sua renovação com o Barcelona. "Seguindo o meu coração", escreveu o lateral junto a um vídeo da festa do elenco após a conquista da Liga dos Campeões no último sábado (6). A permanência de Daniel Alves no Barcelona foi colocada em xeque em razão da demora na negociação. Há 15 dias, o lateral criticou o clube em uma entrevista antes da final da Copa do Rei. "O clube não me valoriza. Sempre disse que gostaria de ficar no Barça, mas não a qualquer preço. E não é por dinheiro. Mas penso que mereço respeito, porque o que fiz nesta posição ninguém fez. Para mim, não é questão de dinheiro. Creio muito no meu profissionalismo. Não sinto que estou chantageando o clube. Apenas defendo o que é meu", disse. "Fui desrespeitado! Estou 200% com o time, e menos de 10% com o clube. Um pé, um corpo e a cabeça fora do Barcelona", acrescentou. | 3 |
Operários e 'neymarzetes' se opõem em torcida pela seleção no Itaquerão | O técnico Dunga optou por fechar ao público e à imprensa a maior parte do treino da seleção brasileira nesta quarta-feira (11), antes de enfrentar a Argentina pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. No entanto, ele deu acesso aos últimos 20 minutos de treino no Itaquerão, estádio do Corinthians. Nesse tempo, operários que trabalhavam em obras no estádio e os cerca de 250 torcedores que entraram no estádio fizeram escolhas diferentes de torcida. Nas arquibancadas, as 'neymarzetes', fãs do atacante do Barcelona, tomaram conta com gritos agudos e entusiasmados, especialmente quando o jogador pegava na bola e ainda mais quando marcava gols durante o descontraído "rachão" organizado pelo treinador. Isis Vieira e Ingrid Souza, ambas com 13 anos, "mataram" aulas na escola e chegaram aos portões do Itaquerão às 7 da manhã, sendo que só conseguiram entrar perto das 11 horas. Ficaram sem beber nem comer nada durante todo esse período. Tudo para ver Neymar. "Não consigo nem dizer o que gosto nele. Gosto de tudo. É a minha primeira vez no estádio", diz Isis, palmeirense, com a voz rouca de tanto gritar o nome de Neymar. "Não perco um jogo do Barcelona. Vejo todos, choro se perder. Vou até na casa da vizinha assistir", completa. Também "neymarzete", Ingrid diz que não torce para nenhum time, só gosta do jogador. "Ele não deu nem um tchauzinho, achei falta de consideração. O David Luiz foi mais humilde, acenou para a gente", afirma, para lamento complementar da amiga. "Queria que ele [Neymar] tivesse vindo aqui perto." Acima das cadeiras numeradas, no setor VIP, os operários tiravam fotos com seus celulares e não davam muita bola para Neymar. Os favoritos eram os jogadores do Corinthians: Cássio, Elias e Renato Augusto ("esse é craque!"). O nome do goleiro foi gritado efusivamente após defesa em chute do atacante do Barcelona. "Me engravida, Neymar", diziam, aos risos, provocando as "neymarzetes". Carlos "Mineiro", 28, era um dos corintianos que deram uma pausa nas obras para prestigiar os atletas de seu time do coração. Ele disse ter chamado o nome dos jogadores do Corinthians, especialmente o do volante Elias, para ele o mais importante na campanha do provável título brasileiro. Gritou Neymar? "Aí não", responde, rindo, o mineiro de Olhos-d'Água. Foi a primeira vez que ele viu uma equipe jogar no Itaquerão. "Tá um pouco caro o ingresso, né?", disse. "Gostei muito. Eles são todos muito bons", concluiu o operário que trabalha há três meses no local. | esporte | Operários e 'neymarzetes' se opõem em torcida pela seleção no ItaquerãoO técnico Dunga optou por fechar ao público e à imprensa a maior parte do treino da seleção brasileira nesta quarta-feira (11), antes de enfrentar a Argentina pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. No entanto, ele deu acesso aos últimos 20 minutos de treino no Itaquerão, estádio do Corinthians. Nesse tempo, operários que trabalhavam em obras no estádio e os cerca de 250 torcedores que entraram no estádio fizeram escolhas diferentes de torcida. Nas arquibancadas, as 'neymarzetes', fãs do atacante do Barcelona, tomaram conta com gritos agudos e entusiasmados, especialmente quando o jogador pegava na bola e ainda mais quando marcava gols durante o descontraído "rachão" organizado pelo treinador. Isis Vieira e Ingrid Souza, ambas com 13 anos, "mataram" aulas na escola e chegaram aos portões do Itaquerão às 7 da manhã, sendo que só conseguiram entrar perto das 11 horas. Ficaram sem beber nem comer nada durante todo esse período. Tudo para ver Neymar. "Não consigo nem dizer o que gosto nele. Gosto de tudo. É a minha primeira vez no estádio", diz Isis, palmeirense, com a voz rouca de tanto gritar o nome de Neymar. "Não perco um jogo do Barcelona. Vejo todos, choro se perder. Vou até na casa da vizinha assistir", completa. Também "neymarzete", Ingrid diz que não torce para nenhum time, só gosta do jogador. "Ele não deu nem um tchauzinho, achei falta de consideração. O David Luiz foi mais humilde, acenou para a gente", afirma, para lamento complementar da amiga. "Queria que ele [Neymar] tivesse vindo aqui perto." Acima das cadeiras numeradas, no setor VIP, os operários tiravam fotos com seus celulares e não davam muita bola para Neymar. Os favoritos eram os jogadores do Corinthians: Cássio, Elias e Renato Augusto ("esse é craque!"). O nome do goleiro foi gritado efusivamente após defesa em chute do atacante do Barcelona. "Me engravida, Neymar", diziam, aos risos, provocando as "neymarzetes". Carlos "Mineiro", 28, era um dos corintianos que deram uma pausa nas obras para prestigiar os atletas de seu time do coração. Ele disse ter chamado o nome dos jogadores do Corinthians, especialmente o do volante Elias, para ele o mais importante na campanha do provável título brasileiro. Gritou Neymar? "Aí não", responde, rindo, o mineiro de Olhos-d'Água. Foi a primeira vez que ele viu uma equipe jogar no Itaquerão. "Tá um pouco caro o ingresso, né?", disse. "Gostei muito. Eles são todos muito bons", concluiu o operário que trabalha há três meses no local. | 3 |
Ensino mais flexível | SÃO PAULO - Pareceu-me correta a linha geral da reforma do ensino médio proposta pelo governo Temer. A medida provisória aposta na flexibilização das disciplinas, com o objetivo de reduzir os absurdos níveis de evasão registrados nessa etapa, e na ampliação da carga horária, o que tende a ter impacto positivo sobre a qualidade, hoje estacionada em níveis muito abaixo dos aceitáveis. Há, porém, várias dúvidas e uma série de problemas. O primeiro diz respeito ao método escolhido para introduzir a reforma. É esquisito fazer uma remodelação dessa magnitude e importância através de uma medida provisória e não de um projeto de lei, mais democrático e aberto a aprimoramentos. Se o governo não é capaz de mobilizar sua ampla base parlamentar para votar com rapidez uma proposta tão fundamental para a educação, então não tem muito a oferecer ao país. Também me parece estranho propor, neste momento, um grande aumento da carga horária, que passaria das 800 horas anuais para 1.400. Mesmo considerando que a ampliação seria gradual, isto é, distribuída ao longo de vários anos, estamos, numa conta de guardanapo, falando de uma majoração de custos operacionais da ordem de 75%. Não é crível que isso possa ocorrer num contexto em que muitos Estados estão quebrados e as verbas federais para a educação também deverão experimentar um longo período de restrições. Teria sido mais honesto deixar o projeto de ensino médio em tempo integral para outra hora. Para não ficar apenas em aspectos negativos, achei muito bacana eliminar a obrigatoriedade de quase todas as matérias. É claro que a própria flexibilização seria impossível se as 13 disciplinas hoje obrigatórias permanecessem nessa condição, mas gostei de ver alguém finalmente colocar a autonomia dos alunos à frente dos interesses corporativos. Vamos ver se essa mudança vai resistir à força dos lobbies. | colunas | Ensino mais flexívelSÃO PAULO - Pareceu-me correta a linha geral da reforma do ensino médio proposta pelo governo Temer. A medida provisória aposta na flexibilização das disciplinas, com o objetivo de reduzir os absurdos níveis de evasão registrados nessa etapa, e na ampliação da carga horária, o que tende a ter impacto positivo sobre a qualidade, hoje estacionada em níveis muito abaixo dos aceitáveis. Há, porém, várias dúvidas e uma série de problemas. O primeiro diz respeito ao método escolhido para introduzir a reforma. É esquisito fazer uma remodelação dessa magnitude e importância através de uma medida provisória e não de um projeto de lei, mais democrático e aberto a aprimoramentos. Se o governo não é capaz de mobilizar sua ampla base parlamentar para votar com rapidez uma proposta tão fundamental para a educação, então não tem muito a oferecer ao país. Também me parece estranho propor, neste momento, um grande aumento da carga horária, que passaria das 800 horas anuais para 1.400. Mesmo considerando que a ampliação seria gradual, isto é, distribuída ao longo de vários anos, estamos, numa conta de guardanapo, falando de uma majoração de custos operacionais da ordem de 75%. Não é crível que isso possa ocorrer num contexto em que muitos Estados estão quebrados e as verbas federais para a educação também deverão experimentar um longo período de restrições. Teria sido mais honesto deixar o projeto de ensino médio em tempo integral para outra hora. Para não ficar apenas em aspectos negativos, achei muito bacana eliminar a obrigatoriedade de quase todas as matérias. É claro que a própria flexibilização seria impossível se as 13 disciplinas hoje obrigatórias permanecessem nessa condição, mas gostei de ver alguém finalmente colocar a autonomia dos alunos à frente dos interesses corporativos. Vamos ver se essa mudança vai resistir à força dos lobbies. | 1 |
Soma dos salários volta a nível pré-crise só em 2018 | A economia deve levar pelo menos mais dois anos para que a massa salarial real –a soma dos rendimentos recebidos pelos trabalhadores descontada a inflação– volte ao nível anterior à recessão, calculam economistas. O indicador já encolheu quase R$ 10 bilhões desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014, quando a massa total atingiu o recorde de R$ 185,24 bilhões, de acordo com dados do IBGE com ajuste sazonal do Bradesco. Octavio de Barros, economista-chefe do banco, projeta que o valor deve ser alcançado novamente somente no terceiro trimestre de 2018. Na avaliação do Santander, isso acontecerá apenas em 2019. A massa salarial real deve demorar mais para superar a recessão porque o mercado de trabalho reage devagar a mudanças na economia. Por serem custosas ao empregador, decisões de contratação e demissão levam mais tempo para serem tomadas. Essa recuperação lenta do indicador freia uma retomada mais vigorosa do crescimento econômico porque prejudica o poder de compra dos trabalhadores. Com menos dinheiro para gastar, eles consomem menos, diminuindo a demanda interna –principal motor da economia brasileira. CAUSAS A variação negativa decorre tanto do aumento do desemprego quanto da diminuição dos valores pagos a quem segue ocupado. Do lado da renda, a piora resulta da disparada da inflação, que corrói o valor real dos salários, e da falta de reajustes, uma vez que o número elevado de trabalhadores em busca de emprego enfraquece seu poder de barganha. Desemprego x salários - Por ano, em % De acordo com levantamento do Dieese, 39% dos reajustes salariais negociados no primeiro semestre ficaram abaixo da inflação, enquanto 37% conseguiram apenas corrigi-la. Até 2014, mais da metade das negociações resultava em ganhos reais acima da inflação. Outro problema é a rotatividade. "Os salários das pessoas recentemente admitidas vem mostrando uma variação negativa, enquanto salários de quem foi recentemente demitido têm variação positiva. É a substituição de mão de obra mais cara pela mais barata", diz Rodolfo Margato, economista do Santander. Essa troca deve dificultar a melhora da renda da população, diz Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese. "A inflação em queda tende a diminuir a pressão de perda salarial, mas não consegue compensar o desemprego e a rotatividade. Você perde intensidade na queda, mas ela continua", afirma. Do ponto de vista da ocupação, ainda que a atividade econômica cresça no início de 2017, como esperam analistas, a taxa de desemprego deve ficar estável em nível elevado no próximo ano. "O mercado de trabalho vai conseguir absorver novos entrantes, mas não será suficiente para reduzir a taxa de desemprego", afirma o economista e pesquisador da FGV Bruno Ottoni. DESIGUALDADE A diminuição nos salários e o aumento do desemprego atingem de modo diferente informais e formais, do setor privado e do setor público. "A destruição de postos formais é mais difícil em razão dos custos de demissão e admissão. São categorias mais resilientes", diz Margato, do banco Santander. Entre aqueles com carteira assinada, porém, a desigualdade pode diminuir. "Vemos uma tendência nas negociações sindicais de reajuste menor entre os salários mais altos em comparação com os mais baixos. Mas isso não é uma redução virtuosa da desigualdade, porque você está achatando os salários do topo", diz Lúcio, do Dieese. | mercado | Soma dos salários volta a nível pré-crise só em 2018A economia deve levar pelo menos mais dois anos para que a massa salarial real –a soma dos rendimentos recebidos pelos trabalhadores descontada a inflação– volte ao nível anterior à recessão, calculam economistas. O indicador já encolheu quase R$ 10 bilhões desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014, quando a massa total atingiu o recorde de R$ 185,24 bilhões, de acordo com dados do IBGE com ajuste sazonal do Bradesco. Octavio de Barros, economista-chefe do banco, projeta que o valor deve ser alcançado novamente somente no terceiro trimestre de 2018. Na avaliação do Santander, isso acontecerá apenas em 2019. A massa salarial real deve demorar mais para superar a recessão porque o mercado de trabalho reage devagar a mudanças na economia. Por serem custosas ao empregador, decisões de contratação e demissão levam mais tempo para serem tomadas. Essa recuperação lenta do indicador freia uma retomada mais vigorosa do crescimento econômico porque prejudica o poder de compra dos trabalhadores. Com menos dinheiro para gastar, eles consomem menos, diminuindo a demanda interna –principal motor da economia brasileira. CAUSAS A variação negativa decorre tanto do aumento do desemprego quanto da diminuição dos valores pagos a quem segue ocupado. Do lado da renda, a piora resulta da disparada da inflação, que corrói o valor real dos salários, e da falta de reajustes, uma vez que o número elevado de trabalhadores em busca de emprego enfraquece seu poder de barganha. Desemprego x salários - Por ano, em % De acordo com levantamento do Dieese, 39% dos reajustes salariais negociados no primeiro semestre ficaram abaixo da inflação, enquanto 37% conseguiram apenas corrigi-la. Até 2014, mais da metade das negociações resultava em ganhos reais acima da inflação. Outro problema é a rotatividade. "Os salários das pessoas recentemente admitidas vem mostrando uma variação negativa, enquanto salários de quem foi recentemente demitido têm variação positiva. É a substituição de mão de obra mais cara pela mais barata", diz Rodolfo Margato, economista do Santander. Essa troca deve dificultar a melhora da renda da população, diz Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese. "A inflação em queda tende a diminuir a pressão de perda salarial, mas não consegue compensar o desemprego e a rotatividade. Você perde intensidade na queda, mas ela continua", afirma. Do ponto de vista da ocupação, ainda que a atividade econômica cresça no início de 2017, como esperam analistas, a taxa de desemprego deve ficar estável em nível elevado no próximo ano. "O mercado de trabalho vai conseguir absorver novos entrantes, mas não será suficiente para reduzir a taxa de desemprego", afirma o economista e pesquisador da FGV Bruno Ottoni. DESIGUALDADE A diminuição nos salários e o aumento do desemprego atingem de modo diferente informais e formais, do setor privado e do setor público. "A destruição de postos formais é mais difícil em razão dos custos de demissão e admissão. São categorias mais resilientes", diz Margato, do banco Santander. Entre aqueles com carteira assinada, porém, a desigualdade pode diminuir. "Vemos uma tendência nas negociações sindicais de reajuste menor entre os salários mais altos em comparação com os mais baixos. Mas isso não é uma redução virtuosa da desigualdade, porque você está achatando os salários do topo", diz Lúcio, do Dieese. | 2 |
Morre Talus Taylor, um dos criadores da família 'Barbapapa' | O jornal francês "Le Figaro" divulgou nesta segunda (2) a morte do americano Talus Taylor, um dos criadores da série de livros que inspirou o desenho animado "Barbapapa". Taylor, 82, que morava em Paris, morreu em 19 de fevereiro, mas sua morte ficou conhecida apenas no domingo (1). O americano criou os personagens no início da década de 1970, junto com sua mulher, Annette Tison. Adaptado em desenho, tornou-se um sucesso e foi traduzido para mais de trinta línguas —o português foi uma delas. No Brasil, a série foi exibida pela Globo, no fim dos anos 1970. Assista à abertura de "Barbapapa" na versão brasileira: Barbapapa | ilustrada | Morre Talus Taylor, um dos criadores da família 'Barbapapa'O jornal francês "Le Figaro" divulgou nesta segunda (2) a morte do americano Talus Taylor, um dos criadores da série de livros que inspirou o desenho animado "Barbapapa". Taylor, 82, que morava em Paris, morreu em 19 de fevereiro, mas sua morte ficou conhecida apenas no domingo (1). O americano criou os personagens no início da década de 1970, junto com sua mulher, Annette Tison. Adaptado em desenho, tornou-se um sucesso e foi traduzido para mais de trinta línguas —o português foi uma delas. No Brasil, a série foi exibida pela Globo, no fim dos anos 1970. Assista à abertura de "Barbapapa" na versão brasileira: Barbapapa | 6 |
Policial dos EUA é indiciado por morte de homem negro no trânsito | A Promotoria do condado de Hamilton, em Ohio (região nordeste dos EUA), indiciou nesta quarta-feira (29) o policial Ray Tensing, 25, por ter matado com um tiro Samuel DuBose, 43, em uma barreira de trânsito dez dias atrás. O caso se soma a outros homicídios de negros por parte de homens brancos, que provocam protestos nos EUA desde o ano passado –Tensing é branco; DuBose, que era negro, estava desarmado. O policial, que trabalha para a Universidade de Cincinnati, alegou num primeiro momento que havia disparado contra DuBose depois que ele tentou furar o bloqueio levando o agente junto. Imagens feitas pela câmera que o próprio policial carregava, porém, mostram que a vida de Tensing não esteve em perigo em qualquer momento. "Ele [o policial] não estava lidando com alguém que era procurado por assassinato, e sim com alguém que estava sem o documento [do carro]", declarou à imprensa o promotor Joseph Deters. "Não dá para acreditar quão rapidamente ele saca sua arma e atira na cabeça da vítima. Ocorre talvez em um segundo. É absurdo", acrescentou o promotor. No vídeo, Tensing se aproxima do veículo e pede os documentos de Dubose, que questiona o motivo de ter sido parado e diz ter deixado a carteira em casa. Em seguida, o carro começa a se afastar lentamente. Logo depois, a arma aparece no campo visual e a imagem se torna muito instável, mostrando como o policial correu atrás do veículo enquanto ele continuava rodando. A Universidade de Cincinnati não abriu nesta quarta-feira e colocou obstáculos nas entradas, para evitar protestos ou reações violentas. Houve uma manifestação, porém, diante do tribunal de Hamilton, pedindo justiça no caso de DuBose. | mundo | Policial dos EUA é indiciado por morte de homem negro no trânsitoA Promotoria do condado de Hamilton, em Ohio (região nordeste dos EUA), indiciou nesta quarta-feira (29) o policial Ray Tensing, 25, por ter matado com um tiro Samuel DuBose, 43, em uma barreira de trânsito dez dias atrás. O caso se soma a outros homicídios de negros por parte de homens brancos, que provocam protestos nos EUA desde o ano passado –Tensing é branco; DuBose, que era negro, estava desarmado. O policial, que trabalha para a Universidade de Cincinnati, alegou num primeiro momento que havia disparado contra DuBose depois que ele tentou furar o bloqueio levando o agente junto. Imagens feitas pela câmera que o próprio policial carregava, porém, mostram que a vida de Tensing não esteve em perigo em qualquer momento. "Ele [o policial] não estava lidando com alguém que era procurado por assassinato, e sim com alguém que estava sem o documento [do carro]", declarou à imprensa o promotor Joseph Deters. "Não dá para acreditar quão rapidamente ele saca sua arma e atira na cabeça da vítima. Ocorre talvez em um segundo. É absurdo", acrescentou o promotor. No vídeo, Tensing se aproxima do veículo e pede os documentos de Dubose, que questiona o motivo de ter sido parado e diz ter deixado a carteira em casa. Em seguida, o carro começa a se afastar lentamente. Logo depois, a arma aparece no campo visual e a imagem se torna muito instável, mostrando como o policial correu atrás do veículo enquanto ele continuava rodando. A Universidade de Cincinnati não abriu nesta quarta-feira e colocou obstáculos nas entradas, para evitar protestos ou reações violentas. Houve uma manifestação, porém, diante do tribunal de Hamilton, pedindo justiça no caso de DuBose. | 4 |
Após ataques, ônibus circulam com restrição em Porto Alegre (RS) | No dia seguinte a uma série de ataques a ônibus em Porto Alegre, o sistema de transporte coletivo funciona nesta quarta-feira (2) com restrições na capital gaúcha e o governo estadual estuda um pedido de convocação da Força Nacional de Segurança para atuar nos presídios. Empresas decidiram mudar os itinerários de linhas para evitar novas ações de criminosos, e policiais militares foram destacados para escoltar os veículos. Na zona sul, onde ocorreram os ataques, apenas as avenidas principais estão sendo atendidas. A circulação de ônibus foi totalmente suspensa na região entre o fim da noite desta terça (1º) e a madrugada desta quarta. Na noite desta terça, cinco ônibus e um micro-ônibus foram incendiados por criminosos. A Empresa Pública de Transporte, ligada à prefeitura, estimou prejuízo em R$ 3 milhões. Motoristas de micro-ônibus fizeram uma carreata em protesto contra a insegurança e levaram um coletivo queimado anteriormente ao palácio da Polícia Civil. A Brigada Militar informou que prendeu no bairro Restinga um suspeito de participar de um dos ataques. Pela manhã, os policiais militares reforçaram a segurança também em frente às garagens das empresas de ônibus. FORÇA NACIONAL Os ataques começaram pouco depois da morte de um suspeito de tráfico por policiais no bairro Cascata, na noite desta terça. Após a onda de ataques, a Secretaria da Segurança do Estado afirmou que vai estudar um pedido de convocação da Força Nacional de Segurança. Os agentes federais, porém, atuariam só nos presídios, e não participariam do policiamento nas ruas. O prefeito José Fortunati (PDT) defende a convocação da Força Nacional desde agosto, quando policiais do Estado reduziram atividades em protesto contra o atraso no pagamento dos salários e houve um aumento de ações criminosas. Ele considera que os ataques de terça foram planejados de dentro dos presídios. O governador José Ivo Sartori (PMDB) se manifestou apenas por meio do Twitter –disse que o governo "não está de braços cruzados" diante da violência. | cotidiano | Após ataques, ônibus circulam com restrição em Porto Alegre (RS)No dia seguinte a uma série de ataques a ônibus em Porto Alegre, o sistema de transporte coletivo funciona nesta quarta-feira (2) com restrições na capital gaúcha e o governo estadual estuda um pedido de convocação da Força Nacional de Segurança para atuar nos presídios. Empresas decidiram mudar os itinerários de linhas para evitar novas ações de criminosos, e policiais militares foram destacados para escoltar os veículos. Na zona sul, onde ocorreram os ataques, apenas as avenidas principais estão sendo atendidas. A circulação de ônibus foi totalmente suspensa na região entre o fim da noite desta terça (1º) e a madrugada desta quarta. Na noite desta terça, cinco ônibus e um micro-ônibus foram incendiados por criminosos. A Empresa Pública de Transporte, ligada à prefeitura, estimou prejuízo em R$ 3 milhões. Motoristas de micro-ônibus fizeram uma carreata em protesto contra a insegurança e levaram um coletivo queimado anteriormente ao palácio da Polícia Civil. A Brigada Militar informou que prendeu no bairro Restinga um suspeito de participar de um dos ataques. Pela manhã, os policiais militares reforçaram a segurança também em frente às garagens das empresas de ônibus. FORÇA NACIONAL Os ataques começaram pouco depois da morte de um suspeito de tráfico por policiais no bairro Cascata, na noite desta terça. Após a onda de ataques, a Secretaria da Segurança do Estado afirmou que vai estudar um pedido de convocação da Força Nacional de Segurança. Os agentes federais, porém, atuariam só nos presídios, e não participariam do policiamento nas ruas. O prefeito José Fortunati (PDT) defende a convocação da Força Nacional desde agosto, quando policiais do Estado reduziram atividades em protesto contra o atraso no pagamento dos salários e houve um aumento de ações criminosas. Ele considera que os ataques de terça foram planejados de dentro dos presídios. O governador José Ivo Sartori (PMDB) se manifestou apenas por meio do Twitter –disse que o governo "não está de braços cruzados" diante da violência. | 5 |
Derretimento de geleira na Antártida pode elevar oceanos em até 2 metros | A geleira Totten, que derrete rapidamente no lado leste da Antártida, poderá elevar os oceanos em até dois metros e é possível que ultrapasse, em breve, um "ponto crítico" sem retorno, alertaram pesquisadores nesta quarta-feira (18). Até agora, os cientistas se preocupavam, principalmente, com as plataformas de gelo da Groenlândia e do oeste da Antártida como perigosos gatilhos da elevação do nível dos oceanos. Esse novo estudo, que se segue a outro já feito pela mesma equipe, identificou uma terceira grande ameaça a centenas de milhões de pessoas que vivem em áreas costeiras ao redor do mundo. "Eu prevejo que, antes do final do século, as grandes cidades globais do nosso planeta perto do mar terão proteção contra o mar de 2 a 3 metros de altura a seu redor", afirmou o codiretor do Grantham Institute e do Departamento de Engenharia e Ciências da Terra na Imperial College London, Martin Siegert, autor sênior do estudo. No último ano, Siegert e seus colegas revelaram que uma parte da geleira Totten está sendo erodida pela aquecida água do mar, que chega ao local após percorrer centenas de quilômetros. Publicado na "Nature", esse novo estudo usou dados de satélite para mapear contornos geológicos escondidos da região. Os especialistas encontraram evidências de que a Totten também derreteu em um outro período de aquecimento global natural há alguns milhões de anos –um possível teste para o que está acontecendo hoje. "No Plioceno, as temperaturas eram 2ºC mais altas do que são agora, e os níveis de CO2 na atmosfera eram de 400 ppm (partes por milhão)", lembrou Siegert. Nesse período, os níveis do mar atingiram picos de mais de 20 metros de elevação, em relação aos dias atuais. "Estamos em 400 ppm agora e, se não fizermos nada sobre a mudança climática, também vamos ter um aquecimento de mais 2ºC também", acrescentou. "Essas são questões que temos de resolver na nossa sociedade hoje", declarou Siegert por telefone, insistindo em que "elas são urgentes agora". Infográfico: Neve na Antártida | ambiente | Derretimento de geleira na Antártida pode elevar oceanos em até 2 metrosA geleira Totten, que derrete rapidamente no lado leste da Antártida, poderá elevar os oceanos em até dois metros e é possível que ultrapasse, em breve, um "ponto crítico" sem retorno, alertaram pesquisadores nesta quarta-feira (18). Até agora, os cientistas se preocupavam, principalmente, com as plataformas de gelo da Groenlândia e do oeste da Antártida como perigosos gatilhos da elevação do nível dos oceanos. Esse novo estudo, que se segue a outro já feito pela mesma equipe, identificou uma terceira grande ameaça a centenas de milhões de pessoas que vivem em áreas costeiras ao redor do mundo. "Eu prevejo que, antes do final do século, as grandes cidades globais do nosso planeta perto do mar terão proteção contra o mar de 2 a 3 metros de altura a seu redor", afirmou o codiretor do Grantham Institute e do Departamento de Engenharia e Ciências da Terra na Imperial College London, Martin Siegert, autor sênior do estudo. No último ano, Siegert e seus colegas revelaram que uma parte da geleira Totten está sendo erodida pela aquecida água do mar, que chega ao local após percorrer centenas de quilômetros. Publicado na "Nature", esse novo estudo usou dados de satélite para mapear contornos geológicos escondidos da região. Os especialistas encontraram evidências de que a Totten também derreteu em um outro período de aquecimento global natural há alguns milhões de anos –um possível teste para o que está acontecendo hoje. "No Plioceno, as temperaturas eram 2ºC mais altas do que são agora, e os níveis de CO2 na atmosfera eram de 400 ppm (partes por milhão)", lembrou Siegert. Nesse período, os níveis do mar atingiram picos de mais de 20 metros de elevação, em relação aos dias atuais. "Estamos em 400 ppm agora e, se não fizermos nada sobre a mudança climática, também vamos ter um aquecimento de mais 2ºC também", acrescentou. "Essas são questões que temos de resolver na nossa sociedade hoje", declarou Siegert por telefone, insistindo em que "elas são urgentes agora". Infográfico: Neve na Antártida | 23 |
Bairros da Zona Leste concentram escolas técnicas de ponta
| EVERTON LOPES BATISTA DE SÃO PAULO A zona leste, área mais populosa de São Paulo, tem a maior concentração de Etecs (escolas técnicas mantidas pelo Estado) do município e também os cursos mais procurados nessas instituições. Das 44 escolas do tipo na cidade, que oferecem cursos de nível técnico e médio gratuitamente, 17, ou 40%, estão na região, que concentra 30% da população paulistana. No total, são cerca de 17 mil estudantes matriculados. "A presença das Etecs é justificada pelo grande volume populacional e pela necessidade de formar mão de obra qualificada para empresas da área", diz Aguinaldo Silva Garcez, assessor técnico do Centro Paula Souza, que administra as escolas. Nos últimos anos, o número de Etecs na zona leste mais que dobrou: eram apenas sete unidades em 2007. A demanda, porém, continua alta. O curso de mecatrônica integrado ao ensino médio da Etec Martin Luther King, no Tatuapé, foi o mais concorrido entre todos os cursos das Etecs da cidade no último processo seletivo, no início de 2016, com 24 candidatos para cada vaga. Em segundo, ficou o curso de informática da Etec Zona Leste, no bairro Cidade Antonio Estevão de Carvalho, com 19 candidatos por vaga. O desempenho das Etecs da zona leste também colabora para aumentar a procura: sete delas estão entre as 20 melhores escolas públicas da cidade, de acordo com dados do Enem de 2015. Sobre a abertura de novas escolas na região, Garcez diz que estão em andamento estudos de viabilidade técnica para criação de mais duas unidades, uma no Jardim Pantanal e outra no Itaim Paulista. DESENVOLVIMENTO O Senac está na zona leste com quatro unidades que oferecem cursos de nível técnico e de formação profissional. A unidade do Tatuapé sozinha tem mais de mil cursos de curta a longa duração durante o ano, e cerca de 40 de nível técnico. "Esses cursos promovem o desenvolvimento da região, elevando o índice de empregabilidade e a capacidade de empreender dos alunos", diz Guilherme Vilella, gerente do Senac Tatuapé. A empresária Laine Gimenez, 42, acabara de abrir uma cafeteria no Shopping Center Penha quando decidiu fazer o curso de barista no Senac do bairro, a menos de 1 km do estabelecimento. "O curso me deu conhecimento técnico, me preparou para oferecer um serviço melhor", afirma. | sobretudo |
Bairros da Zona Leste concentram escolas técnicas de ponta
EVERTON LOPES BATISTA DE SÃO PAULO A zona leste, área mais populosa de São Paulo, tem a maior concentração de Etecs (escolas técnicas mantidas pelo Estado) do município e também os cursos mais procurados nessas instituições. Das 44 escolas do tipo na cidade, que oferecem cursos de nível técnico e médio gratuitamente, 17, ou 40%, estão na região, que concentra 30% da população paulistana. No total, são cerca de 17 mil estudantes matriculados. "A presença das Etecs é justificada pelo grande volume populacional e pela necessidade de formar mão de obra qualificada para empresas da área", diz Aguinaldo Silva Garcez, assessor técnico do Centro Paula Souza, que administra as escolas. Nos últimos anos, o número de Etecs na zona leste mais que dobrou: eram apenas sete unidades em 2007. A demanda, porém, continua alta. O curso de mecatrônica integrado ao ensino médio da Etec Martin Luther King, no Tatuapé, foi o mais concorrido entre todos os cursos das Etecs da cidade no último processo seletivo, no início de 2016, com 24 candidatos para cada vaga. Em segundo, ficou o curso de informática da Etec Zona Leste, no bairro Cidade Antonio Estevão de Carvalho, com 19 candidatos por vaga. O desempenho das Etecs da zona leste também colabora para aumentar a procura: sete delas estão entre as 20 melhores escolas públicas da cidade, de acordo com dados do Enem de 2015. Sobre a abertura de novas escolas na região, Garcez diz que estão em andamento estudos de viabilidade técnica para criação de mais duas unidades, uma no Jardim Pantanal e outra no Itaim Paulista. DESENVOLVIMENTO O Senac está na zona leste com quatro unidades que oferecem cursos de nível técnico e de formação profissional. A unidade do Tatuapé sozinha tem mais de mil cursos de curta a longa duração durante o ano, e cerca de 40 de nível técnico. "Esses cursos promovem o desenvolvimento da região, elevando o índice de empregabilidade e a capacidade de empreender dos alunos", diz Guilherme Vilella, gerente do Senac Tatuapé. A empresária Laine Gimenez, 42, acabara de abrir uma cafeteria no Shopping Center Penha quando decidiu fazer o curso de barista no Senac do bairro, a menos de 1 km do estabelecimento. "O curso me deu conhecimento técnico, me preparou para oferecer um serviço melhor", afirma. | 17 |
Ataque mata pelo menos 21 na República Centro-Africana | Pelo menos 21 pessoas foram mortas em Bangui, capital da República Centro-Africana, neste sábado (26), em ataque de muçulmanos a um bairro de maioria cristão na cidade. Outras cem pessoas ficaram feridas, segundo relatos de funcionários de hospitais e testemunhas à agência de notícias Reuters. O ataque ocorreu depois que um homem muçulmano foi morto e seu corpo encontrado jogado na rua, disseram testemunhas. É o ataque com maior número de mortos em Bangui, cidade protegida por forças de paz francesas e das Nações Unidas, neste ano. A atual onda de violência na República Centro-Africana eclodiu em 2013, quando os rebeldes da milícia muçulmana Seleka tomaram o poder no país, que é majoritariamente cristão. A milícia matou milhares de pessoas e fez centenas de milhares abandonarem suas casas –o país tem 4,7 milhões de habitantes. Com os combates e a expulsão dos muçulmanos da região sul, a República Centro-Africana ficou, na prática, dividida. Nos últimos meses, Bangui vinha escapando incólume de atentados graças à proteção da França e da ONU, mas em setembro um ataque com granadas matou ao menos duas pessoas na capital. Neste sábado, após encontrarem o cadáver do homem muçulmano, moradores furiosos do 3º distrito de Bangui atacaram o 5º distrito, de maioria cristã, usando armas automáticas. Eles queimaram casas e carros, e moradores do bairro fugiram para outras regiões da cidade. | mundo | Ataque mata pelo menos 21 na República Centro-AfricanaPelo menos 21 pessoas foram mortas em Bangui, capital da República Centro-Africana, neste sábado (26), em ataque de muçulmanos a um bairro de maioria cristão na cidade. Outras cem pessoas ficaram feridas, segundo relatos de funcionários de hospitais e testemunhas à agência de notícias Reuters. O ataque ocorreu depois que um homem muçulmano foi morto e seu corpo encontrado jogado na rua, disseram testemunhas. É o ataque com maior número de mortos em Bangui, cidade protegida por forças de paz francesas e das Nações Unidas, neste ano. A atual onda de violência na República Centro-Africana eclodiu em 2013, quando os rebeldes da milícia muçulmana Seleka tomaram o poder no país, que é majoritariamente cristão. A milícia matou milhares de pessoas e fez centenas de milhares abandonarem suas casas –o país tem 4,7 milhões de habitantes. Com os combates e a expulsão dos muçulmanos da região sul, a República Centro-Africana ficou, na prática, dividida. Nos últimos meses, Bangui vinha escapando incólume de atentados graças à proteção da França e da ONU, mas em setembro um ataque com granadas matou ao menos duas pessoas na capital. Neste sábado, após encontrarem o cadáver do homem muçulmano, moradores furiosos do 3º distrito de Bangui atacaram o 5º distrito, de maioria cristã, usando armas automáticas. Eles queimaram casas e carros, e moradores do bairro fugiram para outras regiões da cidade. | 4 |
Maurício Tuffani: Conheça as 116 conferências científicas 'caça-níqueis' | A Folha publicou nesta terça-feira minha reportagem "Eventos científicos 'caça-níqueis' preocupam cientistas brasileiros", que fala sobre o agendamento de 116 reuniões científicas simultâneas em fevereiro de 2016 no Rio de Janeiro. A organizadora desses 116 eventos é a editora Waset (World ... Leia post completo no blog | ciencia | Maurício Tuffani: Conheça as 116 conferências científicas 'caça-níqueis'A Folha publicou nesta terça-feira minha reportagem "Eventos científicos 'caça-níqueis' preocupam cientistas brasileiros", que fala sobre o agendamento de 116 reuniões científicas simultâneas em fevereiro de 2016 no Rio de Janeiro. A organizadora desses 116 eventos é a editora Waset (World ... Leia post completo no blog | 15 |
Tony Bennett cantará no casamento de Lady Gaga | Parceiros no álbum "Cheek to Cheek", Lady Gaga e Tony Bennett deram um passo a mais em sua amizade: o cantor foi convidado para se apresentar no casamento de Gaga com o ator Taylor Kinney, no final do ano. Bennett confirmou ao jornal "NY Post" que aceitou o convite do casal: "Eles me convidaram para cantar e, claro, eu aceitei". Ele não deu mais detalhes sobre a cerimônia. Lançado em 2014, "Cheek to Cheek" traz Bennett e Lady Gaga cantando clássicos do jazz. O álbum chegou ao topo das paradas da Billboard na primeira semana de vendas, com 131 mil cópias vendidas. | ilustrada | Tony Bennett cantará no casamento de Lady GagaParceiros no álbum "Cheek to Cheek", Lady Gaga e Tony Bennett deram um passo a mais em sua amizade: o cantor foi convidado para se apresentar no casamento de Gaga com o ator Taylor Kinney, no final do ano. Bennett confirmou ao jornal "NY Post" que aceitou o convite do casal: "Eles me convidaram para cantar e, claro, eu aceitei". Ele não deu mais detalhes sobre a cerimônia. Lançado em 2014, "Cheek to Cheek" traz Bennett e Lady Gaga cantando clássicos do jazz. O álbum chegou ao topo das paradas da Billboard na primeira semana de vendas, com 131 mil cópias vendidas. | 6 |
Brasileiro é vizinho de mesquita atacada em Londres | Depois de perder um casal de alunos italianos no incêndio do prédio Grenfell Tower no último dia 14, o professor paulista Douglas Nakaya, 34, acompanhou de perto mais uma tragédia em Londres. No início da madrugada desta segunda (19), ele acordou assustado com o som do helicóptero da polícia que rondava Finsbury Park, na região norte da cidade, após um homem atropelar um grupo de fieis que deixava uma mesquita no bairro, matando um e ferindo ao menos dez. Numa noite de sono interrompido pela tensão, o brasileiro acordou às 6 da manhã para seguir para o trabalho. Desconfiado de um novo ataque pelo voo incomum do helicóptero na região, confirmou o episódio pela internet e quando saiu de casa viu parte da rua principal bloqueada pela polícia. "Quando esses ataques acontecem o meu mecanismo de defesa é não ler [sobre o assunto] pra evitar a sombra do medo. Se você acompanha você vive esse jogo, mas quando você vê tudo muito próximo– primeiro os meus alunos, agora esse ataque do lado de casa!– por mais que a gente queira evitar, a situação vai ficando cada vez mais assustadora", disse o professor à Folha. Há um ano e meio morando em Londres, Nakaya dava aulas de inglês ao casal de italianos Glória Trevisan e Marco Gottardi, ambos de 27 anos, em um curso, numa turma noturna voltada para estudantes que trabalham. "Dei aula pra eles quase dois meses. Quando eu soube no sábado (17) o que aconteceu através de outra aluna eu fiquei em choque." Os dois eram arquitetos e viajaram para Londres com o objetivo de melhorar o inglês e trabalhar na cidade num momento de crise econômica na Itália. "Soube que eles ligaram para os pais e disseram que estavam vendo o fogo subindo pelas escadas e não tinha como sair", disse. "A menina falou para o pai que sentia muito e nunca poderia abraçá-lo de novo." Em uma das conversas com o pai, divulgada por jornais italianos, ela lamentou não poder retribuir à família a ajuda para viver em Londres. "Eu tinha toda a minha vida pela frente. Eu não queria morrer. Mas obrigada por tudo o que você fez por mim. Agora eu estou indo pro céu e vou te ajudar de lá", disse ao pai a arquiteta até a ligação ser cortada por volta das 3h do último dia 14. Nakaya afirmou que o casal chegou a ver a transmissão do incêndio pela TV sem saber como escapar. "Quando recebi a notícia, não conseguia falar. Você tem duas pessoas vivas na sua lembrança. Eles eram muito inteligentes", contou. "Um dia um deles fez um desenho maravilhoso na aula. Apagar a história de dois jovens talentosos em um suposto acidente é muito chocante." | mundo | Brasileiro é vizinho de mesquita atacada em LondresDepois de perder um casal de alunos italianos no incêndio do prédio Grenfell Tower no último dia 14, o professor paulista Douglas Nakaya, 34, acompanhou de perto mais uma tragédia em Londres. No início da madrugada desta segunda (19), ele acordou assustado com o som do helicóptero da polícia que rondava Finsbury Park, na região norte da cidade, após um homem atropelar um grupo de fieis que deixava uma mesquita no bairro, matando um e ferindo ao menos dez. Numa noite de sono interrompido pela tensão, o brasileiro acordou às 6 da manhã para seguir para o trabalho. Desconfiado de um novo ataque pelo voo incomum do helicóptero na região, confirmou o episódio pela internet e quando saiu de casa viu parte da rua principal bloqueada pela polícia. "Quando esses ataques acontecem o meu mecanismo de defesa é não ler [sobre o assunto] pra evitar a sombra do medo. Se você acompanha você vive esse jogo, mas quando você vê tudo muito próximo– primeiro os meus alunos, agora esse ataque do lado de casa!– por mais que a gente queira evitar, a situação vai ficando cada vez mais assustadora", disse o professor à Folha. Há um ano e meio morando em Londres, Nakaya dava aulas de inglês ao casal de italianos Glória Trevisan e Marco Gottardi, ambos de 27 anos, em um curso, numa turma noturna voltada para estudantes que trabalham. "Dei aula pra eles quase dois meses. Quando eu soube no sábado (17) o que aconteceu através de outra aluna eu fiquei em choque." Os dois eram arquitetos e viajaram para Londres com o objetivo de melhorar o inglês e trabalhar na cidade num momento de crise econômica na Itália. "Soube que eles ligaram para os pais e disseram que estavam vendo o fogo subindo pelas escadas e não tinha como sair", disse. "A menina falou para o pai que sentia muito e nunca poderia abraçá-lo de novo." Em uma das conversas com o pai, divulgada por jornais italianos, ela lamentou não poder retribuir à família a ajuda para viver em Londres. "Eu tinha toda a minha vida pela frente. Eu não queria morrer. Mas obrigada por tudo o que você fez por mim. Agora eu estou indo pro céu e vou te ajudar de lá", disse ao pai a arquiteta até a ligação ser cortada por volta das 3h do último dia 14. Nakaya afirmou que o casal chegou a ver a transmissão do incêndio pela TV sem saber como escapar. "Quando recebi a notícia, não conseguia falar. Você tem duas pessoas vivas na sua lembrança. Eles eram muito inteligentes", contou. "Um dia um deles fez um desenho maravilhoso na aula. Apagar a história de dois jovens talentosos em um suposto acidente é muito chocante." | 4 |
Jornalista de 9 anos rebate críticos e se torna estrela da mídia | Uma jornalista de 9 anos de idade se tornou sensação na mídia esta semana, quando foi tema de artigos nos jornais "Washington Post" e "Guardian" e entrevista ao programa de TV "Good Morning America". Novas entrevistas virão. Tudo começou quando Hilde Kate Lysiak, editora responsável e repórter do "Orange Street News", um jornal mensal com circulação de 200 exemplares, publicou a primeira reportagem sobre um homicídio em seu bairro, no sábado. A manchete: "Exclusivo: assassinato na rua 9!" Usualmente, o site de Hilde contém notícias locais sobre a comunidade, com algumas reportagens sinalizadas como destaque por meio de um luminoso de polícia, em vermelho e azul: "Urgente: Gambá Morto a Tiros na rua Grove! Talvez Raivoso!", diz uma das manchetes. Mas foi o homicídio e a resposta seca da repórter aos críticos que a lançaram ao estrelato na mídia e conquistaram jornalistas do mundo inteiro. No dia do homicídio, Hilde foi ao local do crime, entrevistou vizinhos e postou um artigo, uma foto e um vídeo. "Um homem é suspeito de ter assassinado sua mulher a marteladas", ela escreveu, acrescendo que "moradores reportaram ter visto uma pessoa transportada em uma padiola, mas foram instruídos pela polícia a não falar com a mídia". Quando o artigo dela foi postado, surgiram muitos comentários e críticas na página de Facebook do "Orange Street News". Algumas pessoas questionaram se era apropriado que uma menina de 9 anos cobrisse um homicídio. Houve quem sugerisse, até, que ela deveria estar brincando de boneca. O que Lysiak fez? Ela gravou um vídeo. Usando um broche que dizia "amo a liberdade de expressão" e uma fita vermelha nos cabelos, ela encarou a câmera e leu alguns dos comentários negativos sobre ela –mais ou menos como fazem as celebridades que leem diante as câmeras do programa "Jimmy Kimmel Live" tweets desairosos sobre elas. Veja abaixo. OSN Responds To Critics "Acho repulsivo que essa menininha bonitinha acredite ser uma jornalista de verdade", ela leu, citando um comentário. "Por que as crianças não querem mais fazer chá para suas bonecas?" Lysiak ofereceu sua resposta, em seguida. "Sei que alguns de vocês prefeririam que eu me sentasse e ficasse quieta porque tenho 9 anos", ela disse. "Se vocês querem que eu deixe de cobrir as notícias, saiam da frente de seus computadores e façam alguma coisa quanto a elas". E depois, aproximando o rosto da câmera: "E aí, bonitinha o suficiente para vocês?" Lysiak postou o vídeo no domingo. Em poucos dias, ele se tornou sensação, e numerosos veículos noticiosos escreveram ou gravaram vídeos sobre ela. O pai de Hilde, Matthew Lysiak, disse que a família recebeu tantos telefonemas que ele teve de desligar o telefone. Mas mais tarde eles começaram a conversar com as agências de notícias. Na quinta-feira, Hilde e a mãe, Bridget Reddan, 38, foram entrevistadas no "Good Morning America". Mais tarde naquele dia, a menina e sua família foram levados a uma visita improvisada à redação do "New York Times". Matthew Lysiak, que no passado foi repórter policial do "Daily News", disse que o trabalho dele expôs sua filha ao jornalismo, e que ela era "obcecada" por reportar casos de vandalismo em seu bairro. A menina começou a desenvolver fontes na área e conquistou a confiança das pessoas –e foi assim que ela conseguiu furar todos os demais veículos quanto ao homicídio na rua 9. Matthew disse que ele e a mulher estavam orgulhosos da maneira pela qual Hilde encarou as críticas. "Uma coisa é conseguir um grande furo, mas na vida você terá de enfrentar muitas adversidades desse tipo", disse Matthew, que edita "levemente" os artigos da filha e a ajuda a editar as manchetes. A família morava em Brooklyn antes de se mudar em 2014 para Selinsgrove, uma cidade de 5,8 mil pessoas na Pensilvânia, cerca de 80 quilômetros ao norte de Harrisburg. Lysiak disse que a filha acompanhava o seu trabalho quando ele fazia reportagens em Nova York. Hilde e a irmã Isabel, 12, estudam em casa; as duas outras filhas do casal tem 4 anos e 18 meses de idade, respectivamente. Os pais disseram ter dado liberdade às filhas para que sigam suas paixões, sob a teoria de que o envolvimento as fará aprender. "Eu entendo", disse Matthew Lysiak. "É compreensível que alguém questione por que uma menina de nove anos está cobrindo uma cena de crime". Mas ele disse que os pais atuais vivem tão preocupados com sequestros de crianças e outros crimes que se tornam superprotetores. A despeito das críticas, ele diz, os moradores do bairro vêm sendo muito prestativos com Hilde, que percorre as ruas locais de bicicleta mesmo no inverno. Os admiradores do trabalho da menina vão além da família. Marvin Rudnitsky, presidente do Legislativo municipal de Selinsgrove, disse acreditar que os moradores apreciem os "esforços" de Hilde. "É claro que todo mundo sorri quando ela não consegue alcançar o microfone nas reuniões do Legislativo a que presido", ele disse, por e-mail. Mas ainda assim, revelou, ele a chama de "Sra. Lysiak" e trata suas perguntas com seriedade. Mesmo profissionais da mídia noticiosa expressaram admiração por seu trabalho. "Creio que Hilde Lysiak seja uma jovem impressionante e ambiciosa", disse Teri Henning, presidente da Pennsylvania NewsMedia Association, por e-mail. "Ser curiosa –e disposta a andar atrás da notícia– são qualidades essenciais para o bom jornalismo, e ela certamente demonstrou as duas coisas". Jornalistas e cinéfilos provavelmente verão motivo para curiosidade na semelhança entre o nome da menina e o do personagem interpretado por Rosalind Russell em "Jejum de Amor", comédia romântica de 1940 em que a atriz contracena com Cary Grant. A personagem de Russell, Hildy Johnson, é uma repórter engraçada e loquaz. A família só veio a descobrir o filme cerca de um ano atrás, quando um amigo o mencionou. "Hilde amou o personagem", o pai da menina disse. Ele comprou um pôster do filme para ela, e o cartaz está pendurado em seu quarto. A menina parece pouco impressionada com a fama que ganhou como repórter que virou notícia. "Sinto que a atenção tem a ver com minha idade e não com o meu trabalho", ela disse. Em um café da manhã em um restaurante Applebee's perto de sua casa, recentemente, Matthew Lysiak tentou avaliar os sentimentos da filha sobre a atenção feroz da mídia. Mas ela não estava prestando muita atenção, porque estava esperando o retorno de um telefonema à polícia sobre uma série de casos de vandalismo que cobriu. Mais cedo, ela havia passado 45 minutos rondando a delegacia de polícia, apesar do frio. Adotando o lema dos bons repórteres, o de que a qualidade de seu trabalho é sempre medida pela qualidade de sua reportagem mais recente, ela voltou a Selinsgrove um dia depois da rápida passagem por Nova York e foi direto para a delegacia, de novo em busca de detalhes sobre uma detenção no caso de vandalismo. Ela esperou por uma hora, e voltou de mãos vazias –dessa vez. Tradução: PAULO MIGLIACCI | folhinha | Jornalista de 9 anos rebate críticos e se torna estrela da mídiaUma jornalista de 9 anos de idade se tornou sensação na mídia esta semana, quando foi tema de artigos nos jornais "Washington Post" e "Guardian" e entrevista ao programa de TV "Good Morning America". Novas entrevistas virão. Tudo começou quando Hilde Kate Lysiak, editora responsável e repórter do "Orange Street News", um jornal mensal com circulação de 200 exemplares, publicou a primeira reportagem sobre um homicídio em seu bairro, no sábado. A manchete: "Exclusivo: assassinato na rua 9!" Usualmente, o site de Hilde contém notícias locais sobre a comunidade, com algumas reportagens sinalizadas como destaque por meio de um luminoso de polícia, em vermelho e azul: "Urgente: Gambá Morto a Tiros na rua Grove! Talvez Raivoso!", diz uma das manchetes. Mas foi o homicídio e a resposta seca da repórter aos críticos que a lançaram ao estrelato na mídia e conquistaram jornalistas do mundo inteiro. No dia do homicídio, Hilde foi ao local do crime, entrevistou vizinhos e postou um artigo, uma foto e um vídeo. "Um homem é suspeito de ter assassinado sua mulher a marteladas", ela escreveu, acrescendo que "moradores reportaram ter visto uma pessoa transportada em uma padiola, mas foram instruídos pela polícia a não falar com a mídia". Quando o artigo dela foi postado, surgiram muitos comentários e críticas na página de Facebook do "Orange Street News". Algumas pessoas questionaram se era apropriado que uma menina de 9 anos cobrisse um homicídio. Houve quem sugerisse, até, que ela deveria estar brincando de boneca. O que Lysiak fez? Ela gravou um vídeo. Usando um broche que dizia "amo a liberdade de expressão" e uma fita vermelha nos cabelos, ela encarou a câmera e leu alguns dos comentários negativos sobre ela –mais ou menos como fazem as celebridades que leem diante as câmeras do programa "Jimmy Kimmel Live" tweets desairosos sobre elas. Veja abaixo. OSN Responds To Critics "Acho repulsivo que essa menininha bonitinha acredite ser uma jornalista de verdade", ela leu, citando um comentário. "Por que as crianças não querem mais fazer chá para suas bonecas?" Lysiak ofereceu sua resposta, em seguida. "Sei que alguns de vocês prefeririam que eu me sentasse e ficasse quieta porque tenho 9 anos", ela disse. "Se vocês querem que eu deixe de cobrir as notícias, saiam da frente de seus computadores e façam alguma coisa quanto a elas". E depois, aproximando o rosto da câmera: "E aí, bonitinha o suficiente para vocês?" Lysiak postou o vídeo no domingo. Em poucos dias, ele se tornou sensação, e numerosos veículos noticiosos escreveram ou gravaram vídeos sobre ela. O pai de Hilde, Matthew Lysiak, disse que a família recebeu tantos telefonemas que ele teve de desligar o telefone. Mas mais tarde eles começaram a conversar com as agências de notícias. Na quinta-feira, Hilde e a mãe, Bridget Reddan, 38, foram entrevistadas no "Good Morning America". Mais tarde naquele dia, a menina e sua família foram levados a uma visita improvisada à redação do "New York Times". Matthew Lysiak, que no passado foi repórter policial do "Daily News", disse que o trabalho dele expôs sua filha ao jornalismo, e que ela era "obcecada" por reportar casos de vandalismo em seu bairro. A menina começou a desenvolver fontes na área e conquistou a confiança das pessoas –e foi assim que ela conseguiu furar todos os demais veículos quanto ao homicídio na rua 9. Matthew disse que ele e a mulher estavam orgulhosos da maneira pela qual Hilde encarou as críticas. "Uma coisa é conseguir um grande furo, mas na vida você terá de enfrentar muitas adversidades desse tipo", disse Matthew, que edita "levemente" os artigos da filha e a ajuda a editar as manchetes. A família morava em Brooklyn antes de se mudar em 2014 para Selinsgrove, uma cidade de 5,8 mil pessoas na Pensilvânia, cerca de 80 quilômetros ao norte de Harrisburg. Lysiak disse que a filha acompanhava o seu trabalho quando ele fazia reportagens em Nova York. Hilde e a irmã Isabel, 12, estudam em casa; as duas outras filhas do casal tem 4 anos e 18 meses de idade, respectivamente. Os pais disseram ter dado liberdade às filhas para que sigam suas paixões, sob a teoria de que o envolvimento as fará aprender. "Eu entendo", disse Matthew Lysiak. "É compreensível que alguém questione por que uma menina de nove anos está cobrindo uma cena de crime". Mas ele disse que os pais atuais vivem tão preocupados com sequestros de crianças e outros crimes que se tornam superprotetores. A despeito das críticas, ele diz, os moradores do bairro vêm sendo muito prestativos com Hilde, que percorre as ruas locais de bicicleta mesmo no inverno. Os admiradores do trabalho da menina vão além da família. Marvin Rudnitsky, presidente do Legislativo municipal de Selinsgrove, disse acreditar que os moradores apreciem os "esforços" de Hilde. "É claro que todo mundo sorri quando ela não consegue alcançar o microfone nas reuniões do Legislativo a que presido", ele disse, por e-mail. Mas ainda assim, revelou, ele a chama de "Sra. Lysiak" e trata suas perguntas com seriedade. Mesmo profissionais da mídia noticiosa expressaram admiração por seu trabalho. "Creio que Hilde Lysiak seja uma jovem impressionante e ambiciosa", disse Teri Henning, presidente da Pennsylvania NewsMedia Association, por e-mail. "Ser curiosa –e disposta a andar atrás da notícia– são qualidades essenciais para o bom jornalismo, e ela certamente demonstrou as duas coisas". Jornalistas e cinéfilos provavelmente verão motivo para curiosidade na semelhança entre o nome da menina e o do personagem interpretado por Rosalind Russell em "Jejum de Amor", comédia romântica de 1940 em que a atriz contracena com Cary Grant. A personagem de Russell, Hildy Johnson, é uma repórter engraçada e loquaz. A família só veio a descobrir o filme cerca de um ano atrás, quando um amigo o mencionou. "Hilde amou o personagem", o pai da menina disse. Ele comprou um pôster do filme para ela, e o cartaz está pendurado em seu quarto. A menina parece pouco impressionada com a fama que ganhou como repórter que virou notícia. "Sinto que a atenção tem a ver com minha idade e não com o meu trabalho", ela disse. Em um café da manhã em um restaurante Applebee's perto de sua casa, recentemente, Matthew Lysiak tentou avaliar os sentimentos da filha sobre a atenção feroz da mídia. Mas ela não estava prestando muita atenção, porque estava esperando o retorno de um telefonema à polícia sobre uma série de casos de vandalismo que cobriu. Mais cedo, ela havia passado 45 minutos rondando a delegacia de polícia, apesar do frio. Adotando o lema dos bons repórteres, o de que a qualidade de seu trabalho é sempre medida pela qualidade de sua reportagem mais recente, ela voltou a Selinsgrove um dia depois da rápida passagem por Nova York e foi direto para a delegacia, de novo em busca de detalhes sobre uma detenção no caso de vandalismo. Ela esperou por uma hora, e voltou de mãos vazias –dessa vez. Tradução: PAULO MIGLIACCI | 19 |
É hoje! Kinder Ovo no Senado! | Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Atenção! Faltam cinco dias inúteis pro Carnaval! E hoje ainda acordei sem noção: ressaca do Baixo Augusta com horário de verão! Todo mundo sem noção! Que horas é hoje? Meio-dia pras quatro! O Frankstemer acordou eufórico: ganhou mais uma hora de mandato! Ô sofrência! Rarará! E essa: "Odebrecht pagou treinamento empresarial pro filho do Lula". Eu quero esse curso: como ficar rico e famoso em um milésimo de segundo! E qual filho do Lula? Tanto faz! O filho do Lula é o filho mais famoso do mundo. E a Odebrecht parece Deus, onipresente! Rarará! E hoje é a sabatina do Kinder Ovo no Senado! E os senadores vão receber o careca com uma marchinha de Carnaval: "A tua careca não nega, Moraes/ Pois tua careca é um horror/ Mas como a careca não nega, Moraes/ Eu quero um favor". O favor é "Me livra da cadeia!". Rarará! E os Acadêmicos da USP fizeram outra marchinha pro Moraes: "Olha a careca do Moraes/ Será que ele fez/ Será que ele fez/ PLÁGIO. Rarará! E os senadores só tem uma única pergunta pro Moraes: "O senhor vai livrar a nossa cara? Seremos absolvidos?". SIM! Rarará! E o Moraes de capa preta vai ficar parecendo o Tio Funéreo! Rarará! E domingo no bloco eu não gritei "Fora, Temer", gritei "Dá uma dentro, Temer". Rarará! É mole? É mole, mas sobe! E os blocos? Em Olinda, o bloco: Cumero Mãe! Agora Eu Tô Aqui. Mas essa é a história da humanidade! Rarará! E em Búzios uns coroas se juntaram e criaram o bloco Os Tremendo. Oba. Vamo tremendo mesmo! É Carnaval! E no Rio um grupo de alpinistas criou o bloco Só o Cume Interessa. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! | colunas | É hoje! Kinder Ovo no Senado!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Atenção! Faltam cinco dias inúteis pro Carnaval! E hoje ainda acordei sem noção: ressaca do Baixo Augusta com horário de verão! Todo mundo sem noção! Que horas é hoje? Meio-dia pras quatro! O Frankstemer acordou eufórico: ganhou mais uma hora de mandato! Ô sofrência! Rarará! E essa: "Odebrecht pagou treinamento empresarial pro filho do Lula". Eu quero esse curso: como ficar rico e famoso em um milésimo de segundo! E qual filho do Lula? Tanto faz! O filho do Lula é o filho mais famoso do mundo. E a Odebrecht parece Deus, onipresente! Rarará! E hoje é a sabatina do Kinder Ovo no Senado! E os senadores vão receber o careca com uma marchinha de Carnaval: "A tua careca não nega, Moraes/ Pois tua careca é um horror/ Mas como a careca não nega, Moraes/ Eu quero um favor". O favor é "Me livra da cadeia!". Rarará! E os Acadêmicos da USP fizeram outra marchinha pro Moraes: "Olha a careca do Moraes/ Será que ele fez/ Será que ele fez/ PLÁGIO. Rarará! E os senadores só tem uma única pergunta pro Moraes: "O senhor vai livrar a nossa cara? Seremos absolvidos?". SIM! Rarará! E o Moraes de capa preta vai ficar parecendo o Tio Funéreo! Rarará! E domingo no bloco eu não gritei "Fora, Temer", gritei "Dá uma dentro, Temer". Rarará! É mole? É mole, mas sobe! E os blocos? Em Olinda, o bloco: Cumero Mãe! Agora Eu Tô Aqui. Mas essa é a história da humanidade! Rarará! E em Búzios uns coroas se juntaram e criaram o bloco Os Tremendo. Oba. Vamo tremendo mesmo! É Carnaval! E no Rio um grupo de alpinistas criou o bloco Só o Cume Interessa. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! | 1 |
Crianças aprendem a jogar beisebol gratuitamente em SP | Crianças de São Paulo podem conhecer mais sobre beisebol até este domingo (24), na Ocupação Sesc Parque Dom Pedro II. Uma equipe de monitores da Little League Brasil realizará atividades com equipamentos infláveis e materiais típicos da modalidade, como luvas, bolas, tacos e bases. O evento acontece todos os dias, das 10h às 17h, como parte das atividades do Sesc Verão 2016. No sábado (23), o jogador Paulo Orlando, da Major League Baseball (principal campeonato de beisebol dos Estados Unidos) fará também uma demonstração da modalidade. A Little League organiza ao redor do mundo atividades e competições de beisebol para crianças. No Brasil, o grupo é responsável por eventos de divulgação da modalidade, campeonatos e cursos para atletas, técnicos, juízes e administradores. Popular em países como Estados Unidos, Coréia do Sul, Canadá, Japão, México e Cuba, o beisebol foi criado nos Estados Unidos em 1839 e acumula mais 18 milhões de praticantes no país. O esporte começou a ser praticado no Brasil no início do século 20. De acordo com a Confederação Brasileira de Beisebol e Softbal (CBBS), já são mais de 30 mil praticantes das duas modalidades no país, com 120 times e cerca de 55 campeonatos nacionais e internacionais por ano. Em São Paulo, o bairro do Bom Retiro abriga um estádio voltado ao treinamento da modalidade. Para as Olimpíadas de Tóquio, em 2020, o beisebol é candidato a voltar a fazer parte do programa olímpico. Embora já tenha sido disputado nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992, o esporte foi excluído do programa depois dos jogos de Pequim, em 2008. PARA CONFERIR Vivência de Beisebol ONDE Ocupação Sesc Parque Dom Pedro II - pça. São Vito, s/nº (próximo ao Mercado Municipal) QUANDO até 24/1, quarta a domingo, das 10h às 17h; no dia 23, das 14h às 16h, há a apresentação do jogador Paulo Orlando QUANTO grátis | folhinha | Crianças aprendem a jogar beisebol gratuitamente em SPCrianças de São Paulo podem conhecer mais sobre beisebol até este domingo (24), na Ocupação Sesc Parque Dom Pedro II. Uma equipe de monitores da Little League Brasil realizará atividades com equipamentos infláveis e materiais típicos da modalidade, como luvas, bolas, tacos e bases. O evento acontece todos os dias, das 10h às 17h, como parte das atividades do Sesc Verão 2016. No sábado (23), o jogador Paulo Orlando, da Major League Baseball (principal campeonato de beisebol dos Estados Unidos) fará também uma demonstração da modalidade. A Little League organiza ao redor do mundo atividades e competições de beisebol para crianças. No Brasil, o grupo é responsável por eventos de divulgação da modalidade, campeonatos e cursos para atletas, técnicos, juízes e administradores. Popular em países como Estados Unidos, Coréia do Sul, Canadá, Japão, México e Cuba, o beisebol foi criado nos Estados Unidos em 1839 e acumula mais 18 milhões de praticantes no país. O esporte começou a ser praticado no Brasil no início do século 20. De acordo com a Confederação Brasileira de Beisebol e Softbal (CBBS), já são mais de 30 mil praticantes das duas modalidades no país, com 120 times e cerca de 55 campeonatos nacionais e internacionais por ano. Em São Paulo, o bairro do Bom Retiro abriga um estádio voltado ao treinamento da modalidade. Para as Olimpíadas de Tóquio, em 2020, o beisebol é candidato a voltar a fazer parte do programa olímpico. Embora já tenha sido disputado nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992, o esporte foi excluído do programa depois dos jogos de Pequim, em 2008. PARA CONFERIR Vivência de Beisebol ONDE Ocupação Sesc Parque Dom Pedro II - pça. São Vito, s/nº (próximo ao Mercado Municipal) QUANDO até 24/1, quarta a domingo, das 10h às 17h; no dia 23, das 14h às 16h, há a apresentação do jogador Paulo Orlando QUANTO grátis | 19 |
Aconselhada a demitir ministro, Dilma chama Cid Gomes para conversa | Aconselhada por assessores a demitir Cid Gomes, a presidente Dilma Rousseff chamou seu ministro da Educação para uma conversa, que pode acontecer ainda nesta quarta-feira (18). Cid deixou intempestivamente a sessão da Câmara em que iria explicar sua frase sobre a existência de "300 ou 400 achacadores" na Casa –a qual descambou para trocas de acusações diretas sobre o que o ministro chamou de intenção do PMDB de tomar a sua pasta. O ministro fez novas acusações e deixou o plenário quando foi acusado de fazer "papel de palhaço" por um deputado do PSD, partido da base aliada. Foi duramente criticado por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, com quem já havia discutido. Durante sua fala, o ministro criticou Cunha, alvo de inquérito na Operação Lava Jato, ao dizer que é melhor ser "acusado de mal-educado" do que "acusado de achaque". "Eu fui acusado de mal-educado [por Eduardo Cunha]. O ministro da Educação é mal-educado. Pois muito bem: prefiro ser acusado por ele [Cunha] de mal educado, do que ser como ele acusado de achaque", afirmou, apontando para o presidente da Câmara. A frase é uma referência à delação do doleiro Alberto Youssef, que acusou Cunha de, por meio de aliados, apresentar requerimentos para pressionar uma empresa a pagar propina. Cunha encerrou a sessão antes do previsto. "Está claro e nítido que não há clima para continuidade de sessão. (...)Peço desculpas aos 71 parlamentares inscritos, porque vamos perder nosso dia de trabalho com quem parece que não esta merecendo", disse o presidente da Casa. Ele afirmou que Gomes será não apenas interpelado pelo procurador da Câmara como também deverá ser alvo de processo pela Casa. Disse ainda que, como pessoa física, pretende processar Gomes, diante de menção do ministro a seu envolvimento em denúncias de corrupção apuradas na operação Lava Jato. "Não vou admitir que alguém que seja representante do poder Executivo não só agrida essa Casa como agrediu (...) e venha aqui e reafirme agressão". 'LARGAR O OSSO' Em sua fala, Gomes ainda fez críticas à falta de lealdade da base aliada em votações no Congresso e ressaltou que, caso queiram manter essa postura, que "larguem o osso" e, assim, deixem os cargos no governo da presidente Dilma Rousseff. Autor do requerimento da convocação, o líder do DEM Mendonça Filho (PE) ironizou: "Criou-se uma situação tão desmoralizante para a base do governo que é literalmente inacreditável. Não precisamos de oposição nesta Casa. Este governo produz uma crise por dia." A fala de Cid Gomes ocorre em um momento delicado quando o governo tenta reduzir as tensões com o Congresso para aprovar o ajuste fiscal, que é criticado tanto por parlamentares da base quanto da oposição. DEMISSÃO O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), condicionou o apoio do partido ao governo à demissão de Cid. Ele afirmou que a legenda "não estará no mesmo governo que o ministro Cid Gomes". A expectativa de Dilma é de que Cid fosse se desculpar, mas assessores seus agora consideram que sua posição ficou indefensável. Diante do mal-estar, Cid foi questionado se deixaria o governo. "Se eu fosse pedir demissão eu não poderia, por dever de ética, antecipar essa possibilidade. Seria uma descortesia com quem me convidou", afirmou. | poder | Aconselhada a demitir ministro, Dilma chama Cid Gomes para conversaAconselhada por assessores a demitir Cid Gomes, a presidente Dilma Rousseff chamou seu ministro da Educação para uma conversa, que pode acontecer ainda nesta quarta-feira (18). Cid deixou intempestivamente a sessão da Câmara em que iria explicar sua frase sobre a existência de "300 ou 400 achacadores" na Casa –a qual descambou para trocas de acusações diretas sobre o que o ministro chamou de intenção do PMDB de tomar a sua pasta. O ministro fez novas acusações e deixou o plenário quando foi acusado de fazer "papel de palhaço" por um deputado do PSD, partido da base aliada. Foi duramente criticado por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, com quem já havia discutido. Durante sua fala, o ministro criticou Cunha, alvo de inquérito na Operação Lava Jato, ao dizer que é melhor ser "acusado de mal-educado" do que "acusado de achaque". "Eu fui acusado de mal-educado [por Eduardo Cunha]. O ministro da Educação é mal-educado. Pois muito bem: prefiro ser acusado por ele [Cunha] de mal educado, do que ser como ele acusado de achaque", afirmou, apontando para o presidente da Câmara. A frase é uma referência à delação do doleiro Alberto Youssef, que acusou Cunha de, por meio de aliados, apresentar requerimentos para pressionar uma empresa a pagar propina. Cunha encerrou a sessão antes do previsto. "Está claro e nítido que não há clima para continuidade de sessão. (...)Peço desculpas aos 71 parlamentares inscritos, porque vamos perder nosso dia de trabalho com quem parece que não esta merecendo", disse o presidente da Casa. Ele afirmou que Gomes será não apenas interpelado pelo procurador da Câmara como também deverá ser alvo de processo pela Casa. Disse ainda que, como pessoa física, pretende processar Gomes, diante de menção do ministro a seu envolvimento em denúncias de corrupção apuradas na operação Lava Jato. "Não vou admitir que alguém que seja representante do poder Executivo não só agrida essa Casa como agrediu (...) e venha aqui e reafirme agressão". 'LARGAR O OSSO' Em sua fala, Gomes ainda fez críticas à falta de lealdade da base aliada em votações no Congresso e ressaltou que, caso queiram manter essa postura, que "larguem o osso" e, assim, deixem os cargos no governo da presidente Dilma Rousseff. Autor do requerimento da convocação, o líder do DEM Mendonça Filho (PE) ironizou: "Criou-se uma situação tão desmoralizante para a base do governo que é literalmente inacreditável. Não precisamos de oposição nesta Casa. Este governo produz uma crise por dia." A fala de Cid Gomes ocorre em um momento delicado quando o governo tenta reduzir as tensões com o Congresso para aprovar o ajuste fiscal, que é criticado tanto por parlamentares da base quanto da oposição. DEMISSÃO O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), condicionou o apoio do partido ao governo à demissão de Cid. Ele afirmou que a legenda "não estará no mesmo governo que o ministro Cid Gomes". A expectativa de Dilma é de que Cid fosse se desculpar, mas assessores seus agora consideram que sua posição ficou indefensável. Diante do mal-estar, Cid foi questionado se deixaria o governo. "Se eu fosse pedir demissão eu não poderia, por dever de ética, antecipar essa possibilidade. Seria uma descortesia com quem me convidou", afirmou. | 0 |
Ocupações de escolas continuam em 2017, dizem lideranças estudantis | Mudanças no ensino médio tocadas pelo governo Michel Temer, sem discussão com estudantes, e os prováveis impactos negativos da PEC do teto provocaram uma enorme onda de ocupações de escolas em 2016. Cerca de mil escolas e prédios de universidades foram tomados por estudantes em todo Brasil. Estudantes preveem mais um ano "de luta", mas ainda é difícil definir o que pode ser o estopim de mobilizações. Para João Vitor Seixas, 18, presente em inúmeras ações estudantis, os desdobramentos políticos terão bastante influência no movimento. "A mobilização vai acontecer com certeza, só não sei as forças que temos por enquanto", diz, citando os impactos de cortes na educação e greves de professores como prováveis motivações. As ocupações viraram uma marca do movimento estudantil em 2015, quando quase 200 unidades foram tomadas em São Paulo contra um projeto de reorganização da rede estadual de educação. Em 2016, a tática se espalhou para vários Estados do Brasil. A Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) realiza no início de 2017 um encontro nacional de grêmios escolares, de onde sairá um "calendário de lutas". "Vamos, sim, voltar a ocupar se for preciso para garantir nosso futuro", diz a presidente da Ubes, Camila Lanes. | cenarios-2017 | Ocupações de escolas continuam em 2017, dizem lideranças estudantisMudanças no ensino médio tocadas pelo governo Michel Temer, sem discussão com estudantes, e os prováveis impactos negativos da PEC do teto provocaram uma enorme onda de ocupações de escolas em 2016. Cerca de mil escolas e prédios de universidades foram tomados por estudantes em todo Brasil. Estudantes preveem mais um ano "de luta", mas ainda é difícil definir o que pode ser o estopim de mobilizações. Para João Vitor Seixas, 18, presente em inúmeras ações estudantis, os desdobramentos políticos terão bastante influência no movimento. "A mobilização vai acontecer com certeza, só não sei as forças que temos por enquanto", diz, citando os impactos de cortes na educação e greves de professores como prováveis motivações. As ocupações viraram uma marca do movimento estudantil em 2015, quando quase 200 unidades foram tomadas em São Paulo contra um projeto de reorganização da rede estadual de educação. Em 2016, a tática se espalhou para vários Estados do Brasil. A Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) realiza no início de 2017 um encontro nacional de grêmios escolares, de onde sairá um "calendário de lutas". "Vamos, sim, voltar a ocupar se for preciso para garantir nosso futuro", diz a presidente da Ubes, Camila Lanes. | 33 |
Procura-se profissional flexível: veja quais carreiras vão 'bombar' em 2017
| DHIEGO MAIA DE SÃO PAULO Há vagas para hacker em 2017. E não é para vasculhar a privacidade alheia e nem devassar dados sigilosos de governos. A missão desse profissional é fazer a empresa crescer mais. No ano que começa hoje, o mercado de trabalho aponta para carreiras que integram departamentos, usam tecnologia para desburocratizar tarefas e produzem mais com menos dinheiro em caixa. A tendência foi apontada por cinco das maiores consultorias de recrutamento do país. "A crise mostrou que é preciso abrir novas frentes de trabalho e produtos", afirma Lúcia Costa, especialista em transição de carreira, da consultoria Stato. É esse o ecossistema ideal para um growth hacker (hacker de crescimento). A função, que surgiu em start-ups de tecnologia, cria estratégias para atrair consumidores. Giovanni Lucas, 32, é growth hacker da empresa Superlogica. Sua missão é fazer crescer o número de usuários de um aplicativo que integra um sistema de pagamentos de condomínios. Lucas analisa dados digitais e aplica testes de aceitação da ferramenta nas redes sociais. "Conseguimos inovar num segmento rígido. Com o aplicativo, as administradoras têm levado novos produtos e serviços aos condôminos." Fazer as pessoas gastarem e ainda se sentirem felizes por isso, tarefa quase impossível em tempo de crise, é a função da designer Andressa Curvelo, 29, desenvolvedora UX (de experiência do usuário). Ela analisa o comportamento do cliente. "Se a gente resolve o problema de quem está pagando por um serviço ou produto, a empresa lucra." A área exige um profissional híbrido. Não basta só dominar a tecnologia, diz Curvelo. "O profissional também terá que desenvolver os layouts dos produtos." Por isso, a competência da vez será a flexibilidade, diz Felipe Brunieri, gerente da consultoria Talenses. "Quem tem uma visão holística da empresa e lida com diferentes áreas ao mesmo tempo será mais bem-sucedido", afirma Brunieri. Luiz Guglielmi, diretor do centro de serviços compartilhados, trabalha com a integração do sistema de TI dos supermercados do grupo Makro na América do Sul. Essa função, uma das mais aquecidas para o novo ano, tem ganhos de até R$ 40 mil para quem é experiente. Até 2019, a meta de Guglielmi é criar novos softwares para melhorar os serviços de compra. "Com isso, vamos enxugar em até 40% o total de profissionais de TI." Primeiros passos INGLÊS A exigência de um bom conhecimento de inglês também só aumenta. "Não basta mais só o conhecimento técnico", afirma Rudney Júnior, da consultoria BR Talent. Nem os profissionais da área contábil escapam: quem comprova fluência aumenta o ganho em até 35%. Para o economista Marcelo Neri, professor da FGV, é a boa formação que vai habilitar o trabalhador a se manter empregado num cenário com pouco poder de barganha. "Cada ano de ensino superior representa, em média, um aumento de 21% na renda do trabalhador", diz Neri. AUTOAVALIAÇÃO Para onde está indo a minha carreira? Essa é a pergunta que todo profissional precisa fazer para não se perder diante das novas áreas de atuação que estão surgindo, segundo especialistas. "As mudanças são lentas. O problema é que o brasileiro trabalha para pagar contas e não tem estratégias a médio e longo prazo para se reposicionar no mercado de trabalho", diz a gestora empresarial Andreia Deis. Nova direção Psicólogos trocaram as clínicas pelo RH das empresas. Advogados têm deixado de "apagar incêndios" jurídicos para assumir posições mais preventivas, como a de compliance. "Tudo isso aconteceu de repente? Não. O que houve foi uma mudança na empregabilidade, e quem enxergou isso está bem posicionado", afirma Deis. Para seguir as tendências no campo do trabalho, é preciso avaliar a bagagem de conhecimento, segundo o administrador de empresas Reinaldo Passadori, especialista em educação corporativa. "O profissional deve observar se o que ele sabe hoje fará sentido nos próximos cinco anos", afirma Passadori. Olhar para frente exige planejamento. "Se o trabalhador quer estabilidade no futuro, não faz sentido ir para o setor financeiro, que é agressivo e instável", diz Elisabete Adami, professora de administração da PUC-SP. | sobretudo |
Procura-se profissional flexível: veja quais carreiras vão 'bombar' em 2017
DHIEGO MAIA DE SÃO PAULO Há vagas para hacker em 2017. E não é para vasculhar a privacidade alheia e nem devassar dados sigilosos de governos. A missão desse profissional é fazer a empresa crescer mais. No ano que começa hoje, o mercado de trabalho aponta para carreiras que integram departamentos, usam tecnologia para desburocratizar tarefas e produzem mais com menos dinheiro em caixa. A tendência foi apontada por cinco das maiores consultorias de recrutamento do país. "A crise mostrou que é preciso abrir novas frentes de trabalho e produtos", afirma Lúcia Costa, especialista em transição de carreira, da consultoria Stato. É esse o ecossistema ideal para um growth hacker (hacker de crescimento). A função, que surgiu em start-ups de tecnologia, cria estratégias para atrair consumidores. Giovanni Lucas, 32, é growth hacker da empresa Superlogica. Sua missão é fazer crescer o número de usuários de um aplicativo que integra um sistema de pagamentos de condomínios. Lucas analisa dados digitais e aplica testes de aceitação da ferramenta nas redes sociais. "Conseguimos inovar num segmento rígido. Com o aplicativo, as administradoras têm levado novos produtos e serviços aos condôminos." Fazer as pessoas gastarem e ainda se sentirem felizes por isso, tarefa quase impossível em tempo de crise, é a função da designer Andressa Curvelo, 29, desenvolvedora UX (de experiência do usuário). Ela analisa o comportamento do cliente. "Se a gente resolve o problema de quem está pagando por um serviço ou produto, a empresa lucra." A área exige um profissional híbrido. Não basta só dominar a tecnologia, diz Curvelo. "O profissional também terá que desenvolver os layouts dos produtos." Por isso, a competência da vez será a flexibilidade, diz Felipe Brunieri, gerente da consultoria Talenses. "Quem tem uma visão holística da empresa e lida com diferentes áreas ao mesmo tempo será mais bem-sucedido", afirma Brunieri. Luiz Guglielmi, diretor do centro de serviços compartilhados, trabalha com a integração do sistema de TI dos supermercados do grupo Makro na América do Sul. Essa função, uma das mais aquecidas para o novo ano, tem ganhos de até R$ 40 mil para quem é experiente. Até 2019, a meta de Guglielmi é criar novos softwares para melhorar os serviços de compra. "Com isso, vamos enxugar em até 40% o total de profissionais de TI." Primeiros passos INGLÊS A exigência de um bom conhecimento de inglês também só aumenta. "Não basta mais só o conhecimento técnico", afirma Rudney Júnior, da consultoria BR Talent. Nem os profissionais da área contábil escapam: quem comprova fluência aumenta o ganho em até 35%. Para o economista Marcelo Neri, professor da FGV, é a boa formação que vai habilitar o trabalhador a se manter empregado num cenário com pouco poder de barganha. "Cada ano de ensino superior representa, em média, um aumento de 21% na renda do trabalhador", diz Neri. AUTOAVALIAÇÃO Para onde está indo a minha carreira? Essa é a pergunta que todo profissional precisa fazer para não se perder diante das novas áreas de atuação que estão surgindo, segundo especialistas. "As mudanças são lentas. O problema é que o brasileiro trabalha para pagar contas e não tem estratégias a médio e longo prazo para se reposicionar no mercado de trabalho", diz a gestora empresarial Andreia Deis. Nova direção Psicólogos trocaram as clínicas pelo RH das empresas. Advogados têm deixado de "apagar incêndios" jurídicos para assumir posições mais preventivas, como a de compliance. "Tudo isso aconteceu de repente? Não. O que houve foi uma mudança na empregabilidade, e quem enxergou isso está bem posicionado", afirma Deis. Para seguir as tendências no campo do trabalho, é preciso avaliar a bagagem de conhecimento, segundo o administrador de empresas Reinaldo Passadori, especialista em educação corporativa. "O profissional deve observar se o que ele sabe hoje fará sentido nos próximos cinco anos", afirma Passadori. Olhar para frente exige planejamento. "Se o trabalhador quer estabilidade no futuro, não faz sentido ir para o setor financeiro, que é agressivo e instável", diz Elisabete Adami, professora de administração da PUC-SP. | 17 |
Prêmio internacional para tecnologias sociais prorroga prazo de inscrição | A nona edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, que reconhecerá pela primeira vez também iniciativas internacionais, estendeu o prazo de inscrição para 19 de junho. Experiências de sucesso podem se inscrever em seis categorias: Água e Meio Ambiente; Agroecologia; Economia Solidária; Educação; Saúde e Bem-Estar e Cidades Sustentáveis e Inovação Digital. O vencedor de cada uma receberá R$ 50 mil. Já os 18 finalistas recebem troféu e videodocumentário, passam a integrar o Banco de Tecnologias Sociais e são convidados para o Fórum Internacional de Tecnologia Social, em Brasília, em novembro. Para serem certificadas, as experiências precisam ser reconhecidas como soluções capazes de causar impacto positivo e efetivo na vida das pessoas, já implementadas em âmbito local, regional ou nacional e passíveis de serem reaplicadas. O prêmio, realizado a cada dois anos, é considerado um dos principais do terceiro setor no país. Este ano, o concurso tem como parceiros Unesco, CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), Banco Mundial, FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Para acessar o regulamento e se inscrever, acesse o site. | empreendedorsocial | Prêmio internacional para tecnologias sociais prorroga prazo de inscriçãoA nona edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, que reconhecerá pela primeira vez também iniciativas internacionais, estendeu o prazo de inscrição para 19 de junho. Experiências de sucesso podem se inscrever em seis categorias: Água e Meio Ambiente; Agroecologia; Economia Solidária; Educação; Saúde e Bem-Estar e Cidades Sustentáveis e Inovação Digital. O vencedor de cada uma receberá R$ 50 mil. Já os 18 finalistas recebem troféu e videodocumentário, passam a integrar o Banco de Tecnologias Sociais e são convidados para o Fórum Internacional de Tecnologia Social, em Brasília, em novembro. Para serem certificadas, as experiências precisam ser reconhecidas como soluções capazes de causar impacto positivo e efetivo na vida das pessoas, já implementadas em âmbito local, regional ou nacional e passíveis de serem reaplicadas. O prêmio, realizado a cada dois anos, é considerado um dos principais do terceiro setor no país. Este ano, o concurso tem como parceiros Unesco, CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), Banco Mundial, FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Para acessar o regulamento e se inscrever, acesse o site. | 20 |
Melhor chocolate de São Paulo, Amma surpreende com texturas e leveza | LUCIANA COELHO EDITORA DE "MUNDO" É o amargor, não a doçura, a alma do chocolate da Amma. Um apelo nada óbvio mas que pode, justamente, conquistar papilas gustativas não adeptas da chocolatria. O louvor nessa marca baiana nascida em 2007 das cabeças de Luiza Olivetto e Diego Badaró é ao cacau. Reivindica-se como nosso um ingrediente essencialmente sul-americano que, só após viajar à América Central (primeiro) e à Europa (depois), ganhou importância e renome sob forma de doce. Chocolate bom, afinal, é belga, suíço, talvez francês. Não? Pois a Amma dá a um produto brasileiro um lugar nesse panteão —e, melhor ainda, vendendo com alguma escala, já que seus produtos estão não só nas duas (lindas) lojas em São Paulo e no Rio, mas também nos supermercados, embora a preço salgado. Lança mão para isso de um "storytelling" poderoso, essa fórmula marqueteira tão indiscriminadamente usada hoje: é o cacau da floresta; é nosso; é orgânico; é um superalimento; é "fair trade" (cultivado e colhido com respeito àqueles que o fazem). O final feliz, nesse caso, é que o produto supera a expectativa criada pela narrativa, seja na forma de suas barras intensas, com 60%, 75%, 85% e 100% (totalmente amargo), seja na de guloseimas e bebidas produzidas com seu cacau, seja na de chocolate em pó. Não há pirotecnia em ingredientes, apenas cuidado extremo. A barra crocante em que o contraponto de textura cabe aos nibs (farelos de amêndoas de cacau) é uma ideia especialmente feliz. Aveludado, leve e sobretudo instigante, o chocolate da Amma é para quem idolatra boa comida. Quem diria que algo tão prosaico, que é febre há mais de 500 anos, poderia ainda nos surpreender? * Casa do Sabor Amma. Al. Min. Rocha Azevedo, 1.052, Cerqueira César, tel. 3068-0240. | o-melhor-de-sao-paulo | Melhor chocolate de São Paulo, Amma surpreende com texturas e levezaLUCIANA COELHO EDITORA DE "MUNDO" É o amargor, não a doçura, a alma do chocolate da Amma. Um apelo nada óbvio mas que pode, justamente, conquistar papilas gustativas não adeptas da chocolatria. O louvor nessa marca baiana nascida em 2007 das cabeças de Luiza Olivetto e Diego Badaró é ao cacau. Reivindica-se como nosso um ingrediente essencialmente sul-americano que, só após viajar à América Central (primeiro) e à Europa (depois), ganhou importância e renome sob forma de doce. Chocolate bom, afinal, é belga, suíço, talvez francês. Não? Pois a Amma dá a um produto brasileiro um lugar nesse panteão —e, melhor ainda, vendendo com alguma escala, já que seus produtos estão não só nas duas (lindas) lojas em São Paulo e no Rio, mas também nos supermercados, embora a preço salgado. Lança mão para isso de um "storytelling" poderoso, essa fórmula marqueteira tão indiscriminadamente usada hoje: é o cacau da floresta; é nosso; é orgânico; é um superalimento; é "fair trade" (cultivado e colhido com respeito àqueles que o fazem). O final feliz, nesse caso, é que o produto supera a expectativa criada pela narrativa, seja na forma de suas barras intensas, com 60%, 75%, 85% e 100% (totalmente amargo), seja na de guloseimas e bebidas produzidas com seu cacau, seja na de chocolate em pó. Não há pirotecnia em ingredientes, apenas cuidado extremo. A barra crocante em que o contraponto de textura cabe aos nibs (farelos de amêndoas de cacau) é uma ideia especialmente feliz. Aveludado, leve e sobretudo instigante, o chocolate da Amma é para quem idolatra boa comida. Quem diria que algo tão prosaico, que é febre há mais de 500 anos, poderia ainda nos surpreender? * Casa do Sabor Amma. Al. Min. Rocha Azevedo, 1.052, Cerqueira César, tel. 3068-0240. | 26 |
Peças internacionais do festival Mirada chegam a São Paulo | FABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO Vários espetáculos internacionais escalados para o Mirada - Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, que termina neste domingo (18), em Santos, vão dar uma esticadinha e se apresentar em São Paulo nas próximas semanas. Da Espanha, que é o país homenageado nesta quarta edição do evento, vem a montagem "Que Haré Yo con Esta Espada?". Com texto e direção de Angélica Liddell, a trama parte de dois crimes transcorridos em Paris (um canibalismo e um atentado) para falar sobre nostalgia do infinito e sobre o sagrado. A última sessão está marcada para este domingo (18), no Sesc Pinheiros. Outra atração é a uruguaia "No Daré Hijos, Daré Versos", escrita e dirigida por Marianella Morena. O drama mescla prosa e canções para contar a história da poeta Delmira Agustini, que foi assassinada aos 27 anos pelo marido, em 1914. Serão duas sessões no Sesc Ipiranga, na terça (20) e na quarta (21). A chilena "La Contadora de Películas", do grupo TeatroCinema, fala sobre uma mulher que passa a contar ao pai, inválido, detalhes das aventuras e comédias que via nas telonas do cinema. O Sesc Vila Mariana recebe a peça nas próximas quarta (21) e quinta (22). A companhia argentina Teatro Timbre 4 marca presença com "Dínamo". No próximo fim de semana, ela encena a história de três mulheres que compartilham um trailer perdido em uma estrada qualquer —e que, a princípio, não sabem da presença das demais. Sesc Pinheiros. R. Paes Leme, 195, Pinheiros, região oeste, tel. 3095-9400. Teatro Paulo Autran: Que Haré Yo con Esta Espada?, 270 min., 18 anos, dom. (18): 18h. Ingr.: R$ 12 a R$ 40. Estac. a partir de R$ 7,50. Sesc Ipiranga. R. Bom Pastor, 822, Ipiranga, região sul, tel. 3340-2000. Teatro: No Daré Hijos, Daré Versos, 75 min., 14 anos, ter. (20) e qua. (21): 20h. Ingr.: R$ 12 a R$ 40. Sesc Vila Mariana. R. Pelotas, 141, Vila Mariana, tel. 5080-3000. Teatro: La Contadora de Películas, 90 min., 10 anos, qua. (21) e qui. (22): 21h. Ingr.: R$ 12 a R$ 40. Sesc Bom Retiro. Al. Nothmann, 185, Campos Elíseos, região central, tel. 3332-3600. Teatro: Dínamo, 70 min., livre, sáb. (24): 21h. Dom. (25): 18h. Ingr.: R$ 12 a R$ 40. | saopaulo | Peças internacionais do festival Mirada chegam a São PauloFABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO Vários espetáculos internacionais escalados para o Mirada - Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, que termina neste domingo (18), em Santos, vão dar uma esticadinha e se apresentar em São Paulo nas próximas semanas. Da Espanha, que é o país homenageado nesta quarta edição do evento, vem a montagem "Que Haré Yo con Esta Espada?". Com texto e direção de Angélica Liddell, a trama parte de dois crimes transcorridos em Paris (um canibalismo e um atentado) para falar sobre nostalgia do infinito e sobre o sagrado. A última sessão está marcada para este domingo (18), no Sesc Pinheiros. Outra atração é a uruguaia "No Daré Hijos, Daré Versos", escrita e dirigida por Marianella Morena. O drama mescla prosa e canções para contar a história da poeta Delmira Agustini, que foi assassinada aos 27 anos pelo marido, em 1914. Serão duas sessões no Sesc Ipiranga, na terça (20) e na quarta (21). A chilena "La Contadora de Películas", do grupo TeatroCinema, fala sobre uma mulher que passa a contar ao pai, inválido, detalhes das aventuras e comédias que via nas telonas do cinema. O Sesc Vila Mariana recebe a peça nas próximas quarta (21) e quinta (22). A companhia argentina Teatro Timbre 4 marca presença com "Dínamo". No próximo fim de semana, ela encena a história de três mulheres que compartilham um trailer perdido em uma estrada qualquer —e que, a princípio, não sabem da presença das demais. Sesc Pinheiros. R. Paes Leme, 195, Pinheiros, região oeste, tel. 3095-9400. Teatro Paulo Autran: Que Haré Yo con Esta Espada?, 270 min., 18 anos, dom. (18): 18h. Ingr.: R$ 12 a R$ 40. Estac. a partir de R$ 7,50. Sesc Ipiranga. R. Bom Pastor, 822, Ipiranga, região sul, tel. 3340-2000. Teatro: No Daré Hijos, Daré Versos, 75 min., 14 anos, ter. (20) e qua. (21): 20h. Ingr.: R$ 12 a R$ 40. Sesc Vila Mariana. R. Pelotas, 141, Vila Mariana, tel. 5080-3000. Teatro: La Contadora de Películas, 90 min., 10 anos, qua. (21) e qui. (22): 21h. Ingr.: R$ 12 a R$ 40. Sesc Bom Retiro. Al. Nothmann, 185, Campos Elíseos, região central, tel. 3332-3600. Teatro: Dínamo, 70 min., livre, sáb. (24): 21h. Dom. (25): 18h. Ingr.: R$ 12 a R$ 40. | 9 |
Mortes: Bancário, amava discos e ajudava familiares | Alyrio Monteiro pode nunca ter se casado nem ter tido filhos, mas era considerado um verdadeiro pai por todos os familiares que teve. Nascido em Matias Barbosa, a 280 km de Belo Horizonte, perdeu o pai aos dois anos. Aos nove, já trabalhava no comércio de Juiz de Fora (MG), onde cresceu, para ajudar a mãe, que, sozinha, cuidava dos quatro filhos. Aprovado em concurso do Banco do Brasil aos 18, trabalhou em municípios do interior de São Paulo até ser transferido para o Rio de Janeiro, cidade pela qual se apaixonou e onde viveu até o fim da vida. Visitava a mãe todos os fins de semana em Juiz de Fora e aproveitava para ver do que a família precisava: pagava contas e comprava remédios, entre outras coisas. Bancou o curso superior de todos os sobrinhos e comprou apartamentos para alguns deles. "O que ele pôde fazer para ajudar a gente, ele fez. E sempre sem cobrar retorno de nada, por puro amor mesmo", conta a sobrinha Leila. Da capital fluminense, o que mais admirava era a agitada vida cultural e a grande oferta de peças, cinema e shows –tinha uma coleção de mais de 3.000 discos e mais de mil filmes, afirma Leila. Muito ativo (limpava sozinho a própria casa mesmo depois dos 80), levou um tombo em dezembro e, imobilizado, começou a adoecer. Vivia no Rio só com um cuidador (a quem também ajudou financeiramente, soube-se depois), e foi levado para Minas há dez dias para ficar próximo da família. Morreu na última segunda, aos 85, em Juiz de Fora, após uma parada cardíaca. Deixa órfãos dezenas de familiares. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas | cotidiano | Mortes: Bancário, amava discos e ajudava familiaresAlyrio Monteiro pode nunca ter se casado nem ter tido filhos, mas era considerado um verdadeiro pai por todos os familiares que teve. Nascido em Matias Barbosa, a 280 km de Belo Horizonte, perdeu o pai aos dois anos. Aos nove, já trabalhava no comércio de Juiz de Fora (MG), onde cresceu, para ajudar a mãe, que, sozinha, cuidava dos quatro filhos. Aprovado em concurso do Banco do Brasil aos 18, trabalhou em municípios do interior de São Paulo até ser transferido para o Rio de Janeiro, cidade pela qual se apaixonou e onde viveu até o fim da vida. Visitava a mãe todos os fins de semana em Juiz de Fora e aproveitava para ver do que a família precisava: pagava contas e comprava remédios, entre outras coisas. Bancou o curso superior de todos os sobrinhos e comprou apartamentos para alguns deles. "O que ele pôde fazer para ajudar a gente, ele fez. E sempre sem cobrar retorno de nada, por puro amor mesmo", conta a sobrinha Leila. Da capital fluminense, o que mais admirava era a agitada vida cultural e a grande oferta de peças, cinema e shows –tinha uma coleção de mais de 3.000 discos e mais de mil filmes, afirma Leila. Muito ativo (limpava sozinho a própria casa mesmo depois dos 80), levou um tombo em dezembro e, imobilizado, começou a adoecer. Vivia no Rio só com um cuidador (a quem também ajudou financeiramente, soube-se depois), e foi levado para Minas há dez dias para ficar próximo da família. Morreu na última segunda, aos 85, em Juiz de Fora, após uma parada cardíaca. Deixa órfãos dezenas de familiares. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas | 5 |
Indicadores mostram que economia brasileira está em recuperação, diz Meirelles | O ministro Henrique Meirelles, da Fazenda, disse nesta segunda-feira (16) em Davos que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro estará crescendo 2% anualizados no último trimestre de 2017, e que o primeiro trimestre deste ano já será positivo. Ao comentar a redução feita pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) de projeções para a economia do Brasil, Meirelles afirmou que o FMI é "conservador". Para ele, as estimativas da instituição refletem uma média para o ano, com efeito estatístico da crise de 2016. "Quando os números do primeiro trimestre forem divulgados, já vamos verificar crescimento", afirmou em conversa com jornalistas na véspera do início das sessões do Fórum Econômico Mundial, que se realiza nos Alpes suíços. "O importante é o crescimento na ponta, não na média. Saiu de uma recessão muito forte, a pior." A formalização do acordo da União com o Estado do Rio de Janeiro será concluída na próxima segunda-feira (23), e não na quinta-feira, como anteriormente se esperava. O ministro inclusive havia programado a sua volta ao país na quarta-feira (18) à noite para negociar os últimos detalhes. "Se outros Estados tiverem a mesma necessidade e estiverem dispostos a fazer o mesmo acordo que o Rio está disposto a fazer poderemos fazer outros acordos", declarou o ministro. "Mas não há fila de Estados querendo fazer, justamente porque é um acordo duro, difícil." O ministro não quis se manifestar sobre a aceleração da queda de juros, que recuou 0,75 ponto percentual na semana passada. Ele afirmou que não considera correto que o ministro da Fazenda comente decisões do Banco Central. | mercado | Indicadores mostram que economia brasileira está em recuperação, diz MeirellesO ministro Henrique Meirelles, da Fazenda, disse nesta segunda-feira (16) em Davos que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro estará crescendo 2% anualizados no último trimestre de 2017, e que o primeiro trimestre deste ano já será positivo. Ao comentar a redução feita pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) de projeções para a economia do Brasil, Meirelles afirmou que o FMI é "conservador". Para ele, as estimativas da instituição refletem uma média para o ano, com efeito estatístico da crise de 2016. "Quando os números do primeiro trimestre forem divulgados, já vamos verificar crescimento", afirmou em conversa com jornalistas na véspera do início das sessões do Fórum Econômico Mundial, que se realiza nos Alpes suíços. "O importante é o crescimento na ponta, não na média. Saiu de uma recessão muito forte, a pior." A formalização do acordo da União com o Estado do Rio de Janeiro será concluída na próxima segunda-feira (23), e não na quinta-feira, como anteriormente se esperava. O ministro inclusive havia programado a sua volta ao país na quarta-feira (18) à noite para negociar os últimos detalhes. "Se outros Estados tiverem a mesma necessidade e estiverem dispostos a fazer o mesmo acordo que o Rio está disposto a fazer poderemos fazer outros acordos", declarou o ministro. "Mas não há fila de Estados querendo fazer, justamente porque é um acordo duro, difícil." O ministro não quis se manifestar sobre a aceleração da queda de juros, que recuou 0,75 ponto percentual na semana passada. Ele afirmou que não considera correto que o ministro da Fazenda comente decisões do Banco Central. | 2 |
Novo Rinconcito alegra o centro com cozinha peruana vibrante | O peruano Edgard Villar hoje cuida de quatro restaurantes típicos de seu país em São Paulo, nos quais serve pratos fartos, intensos e vibrantes a bons preços. Vivem apinhados de gente. Rebobine, por favor. Bem, o cozinheiro abriu a matriz de seu Rinconcito Peruano há 11 anos, no centro. Acessado por uma escada estreita, fica nas bandas da cracolândia, na rua Aurora. Pois antes, vendeu marmita na rua e foi camelô de bijuterias –estas, apreendidas pela polícia. Rebobine, por favor. Edgard passou oito dias no ônibus para chegar em São Paulo, onde teve de trabalhar, nos primórdios, por cama e comida. Decerto, essa história romanesca, cheia de percalços, renderia uns escritos e tanto. Mas, vamos à comida provada na unidade recém-aberta, na República. Brilham os ceviches: nacos de peixe mais frutos do mar são embebidos em uma marinada de sabor potente, feita à base de limão, com reforço bem-vindo de pimenta, coentro e um pouquinho de leite, como conta o garçom (quase toda a trupe é peruana). Ganham incremento com a presença de batatas, camote (este, outro tubérculo comestível) e milhos graúdos fritos, croc-croc –as folhas de alface são bem Amália Lucy, só fazem cena. Uma ala dedica-se aos empanados fritos, secos e crocantes –o chicharrón misto, com pescado e frutos do mar (cuja suculência e textura são bem conservadas) sai por R$ 41,90 a menor porção (que, fique o registro, é enorme). As frituras podem ser besuntadas em um creme de pimenta feito na casa, amarelo, com a picância da pimenta-dedo-de-moça tinindo mais o característico sabor do coentro (ame ou odeie). Os talharins ficam devendo em ponto (molengo) e sabor (insosso diante da potência que a casa é capaz de alcançar). Já o arroz chaufa (R$ 21,90), um misturadão com ovo mexido, tiras de carne (esta, um pouco borrachenta) e shoyu, recupera força. Para beber, a chicha morada, feita à base de milho-roxo e especiarias, é refrescante (mas ultradoce) e servida em jarra. Arremate com o suspiro limeño (R$ 6,90), típico de Lima. Combina-se doce de leite com o alcóolico pisco (aguardente de uva) e, sobre o creme, claras batidas em ponto de suspiro polvilhadas com canela (que rouba um pouco a cena, mas está harmônica ali). Rinconcito Peruano QUANDO: TER. A SEX., DAS 12H ÀS 15H E DAS 19H ÀS 23H; SÁB., DAS 12H ÀS 23H; DOM., DAS 12H ÀS 21H ONDE: AV. VIEIRA DE CARVALHO, 86, REPÚBLICA; TEL. (11) 3361-2400 | comida | Novo Rinconcito alegra o centro com cozinha peruana vibranteO peruano Edgard Villar hoje cuida de quatro restaurantes típicos de seu país em São Paulo, nos quais serve pratos fartos, intensos e vibrantes a bons preços. Vivem apinhados de gente. Rebobine, por favor. Bem, o cozinheiro abriu a matriz de seu Rinconcito Peruano há 11 anos, no centro. Acessado por uma escada estreita, fica nas bandas da cracolândia, na rua Aurora. Pois antes, vendeu marmita na rua e foi camelô de bijuterias –estas, apreendidas pela polícia. Rebobine, por favor. Edgard passou oito dias no ônibus para chegar em São Paulo, onde teve de trabalhar, nos primórdios, por cama e comida. Decerto, essa história romanesca, cheia de percalços, renderia uns escritos e tanto. Mas, vamos à comida provada na unidade recém-aberta, na República. Brilham os ceviches: nacos de peixe mais frutos do mar são embebidos em uma marinada de sabor potente, feita à base de limão, com reforço bem-vindo de pimenta, coentro e um pouquinho de leite, como conta o garçom (quase toda a trupe é peruana). Ganham incremento com a presença de batatas, camote (este, outro tubérculo comestível) e milhos graúdos fritos, croc-croc –as folhas de alface são bem Amália Lucy, só fazem cena. Uma ala dedica-se aos empanados fritos, secos e crocantes –o chicharrón misto, com pescado e frutos do mar (cuja suculência e textura são bem conservadas) sai por R$ 41,90 a menor porção (que, fique o registro, é enorme). As frituras podem ser besuntadas em um creme de pimenta feito na casa, amarelo, com a picância da pimenta-dedo-de-moça tinindo mais o característico sabor do coentro (ame ou odeie). Os talharins ficam devendo em ponto (molengo) e sabor (insosso diante da potência que a casa é capaz de alcançar). Já o arroz chaufa (R$ 21,90), um misturadão com ovo mexido, tiras de carne (esta, um pouco borrachenta) e shoyu, recupera força. Para beber, a chicha morada, feita à base de milho-roxo e especiarias, é refrescante (mas ultradoce) e servida em jarra. Arremate com o suspiro limeño (R$ 6,90), típico de Lima. Combina-se doce de leite com o alcóolico pisco (aguardente de uva) e, sobre o creme, claras batidas em ponto de suspiro polvilhadas com canela (que rouba um pouco a cena, mas está harmônica ali). Rinconcito Peruano QUANDO: TER. A SEX., DAS 12H ÀS 15H E DAS 19H ÀS 23H; SÁB., DAS 12H ÀS 23H; DOM., DAS 12H ÀS 21H ONDE: AV. VIEIRA DE CARVALHO, 86, REPÚBLICA; TEL. (11) 3361-2400 | 21 |
No Senado, aliados de Dilma querem ganhar tempo, dizem jornalistas | O Senado retomou nesta sexta-feira (26) o julgamento de Dilma Rousseff no processo de impeachment após mais de 15 horas de sessão no dia anterior. Desde então, a estratégia principal dos aliados da presidente afastada "é ganhar tempo". É o que diz a repórter da sucursal da Folha em Brasília Daniela Lima, que participou de transmissão ao vivo da "TV Folha". A mesa foi mediada pela repórter especial Ana Estela de Sousa Pinto. Também fizeram parte do programa (veja vídeo acima) a repórter Mariana Haubert, também da sucursal, e o colunista Alexandre Schwartsman. "[Aliados de Dilma] estão procrastinando ao máximo o processo. Todas as testemunhas estão sendo questionadasà exaustão. Fazem um debate mais político, diz Daniela. O julgamento final acontece nove meses após o ex-presidente da Câmara e hoje deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ter acolhido o pedido de afastamento da petista. Dilma está afastada do cargo há quase quatro meses, desde que o Senado aceitou o processo e Michel Temer assumiu interinamente a Presidência. Ele diz já ter os 54 votos mínimos necessários para ser confirmado no cargo. No programa, Schwartsman aponta o que a possível saída da presidente deve gerar na economia do país. Já Mariana comenta o bate-boca do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), considerada uma das maiores defensoras da presidente afastada, ocorrido nesta sexta. Sob pressão do Palácio do Planalto para votar a favor do afastamento da petista, o peemedebista vinha mantendo postura de neutralidade. "Alguns interpretaram isso como um sinal de que ele vai se manifestar a favor do impeachment na votação final. Seria a senha de que ele estaria rompendo com a presidente afastada", comenta Mariana. | tv | No Senado, aliados de Dilma querem ganhar tempo, dizem jornalistasO Senado retomou nesta sexta-feira (26) o julgamento de Dilma Rousseff no processo de impeachment após mais de 15 horas de sessão no dia anterior. Desde então, a estratégia principal dos aliados da presidente afastada "é ganhar tempo". É o que diz a repórter da sucursal da Folha em Brasília Daniela Lima, que participou de transmissão ao vivo da "TV Folha". A mesa foi mediada pela repórter especial Ana Estela de Sousa Pinto. Também fizeram parte do programa (veja vídeo acima) a repórter Mariana Haubert, também da sucursal, e o colunista Alexandre Schwartsman. "[Aliados de Dilma] estão procrastinando ao máximo o processo. Todas as testemunhas estão sendo questionadasà exaustão. Fazem um debate mais político, diz Daniela. O julgamento final acontece nove meses após o ex-presidente da Câmara e hoje deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ter acolhido o pedido de afastamento da petista. Dilma está afastada do cargo há quase quatro meses, desde que o Senado aceitou o processo e Michel Temer assumiu interinamente a Presidência. Ele diz já ter os 54 votos mínimos necessários para ser confirmado no cargo. No programa, Schwartsman aponta o que a possível saída da presidente deve gerar na economia do país. Já Mariana comenta o bate-boca do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), considerada uma das maiores defensoras da presidente afastada, ocorrido nesta sexta. Sob pressão do Palácio do Planalto para votar a favor do afastamento da petista, o peemedebista vinha mantendo postura de neutralidade. "Alguns interpretaram isso como um sinal de que ele vai se manifestar a favor do impeachment na votação final. Seria a senha de que ele estaria rompendo com a presidente afastada", comenta Mariana. | 11 |
Hospital universitário da UFRJ suspende cirurgias por falta de verba | Em grave crise financeira, a direção do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), da UFRJ, suspendeu nesta terça-feira (15), por período indeterminado, parte das atividades. Aproximadamente 115 cirurgias eletivas foram canceladas desde o dia 30 de novembro. O hospital vai realizar apenas as cirurgias que forem consideradas de absoluta emergência. "O contingenciamento de serviços é a única forma encontrada pela direção geral para garantir que os insumos para o tratamento de pacientes graves não acabe", diz a nota. A direção, por meio de nota, afirma que o hospital acumula dívidas milionárias com fornecedores, o que resulta na falta de materiais para a realização das atividades. O déficit da instituição é superior a R$ 7, 75 milhões. Sem poder receber novos pacientes, a direção do hospital pede ainda que os necessitados de atendimento deixem de buscar assistência no HUCFF e procurem outras unidades de saúde. Em nota, a direção afirma que haverá "novo contingenciamento de cirurgias, sendo realizadas somente as que são de absoluta emergência; suspensão e remarcação de consultas; formação de equipes de triagem para avaliação de pacientes que possam ser transferidos para outras unidades de saúde, ou, quando possível, alta hospitalar". O Ministério da Saúde afirmou que os repasses de recursos para pagamento de serviços do hospital estão sendo feitos regularmente. O Ministério da Educação afirmou que não administra o HUCFF, mas que ainda assim repassou, por meio do Rehuf (Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais), R$ 5,9 milhões ao hospital. | cotidiano | Hospital universitário da UFRJ suspende cirurgias por falta de verbaEm grave crise financeira, a direção do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), da UFRJ, suspendeu nesta terça-feira (15), por período indeterminado, parte das atividades. Aproximadamente 115 cirurgias eletivas foram canceladas desde o dia 30 de novembro. O hospital vai realizar apenas as cirurgias que forem consideradas de absoluta emergência. "O contingenciamento de serviços é a única forma encontrada pela direção geral para garantir que os insumos para o tratamento de pacientes graves não acabe", diz a nota. A direção, por meio de nota, afirma que o hospital acumula dívidas milionárias com fornecedores, o que resulta na falta de materiais para a realização das atividades. O déficit da instituição é superior a R$ 7, 75 milhões. Sem poder receber novos pacientes, a direção do hospital pede ainda que os necessitados de atendimento deixem de buscar assistência no HUCFF e procurem outras unidades de saúde. Em nota, a direção afirma que haverá "novo contingenciamento de cirurgias, sendo realizadas somente as que são de absoluta emergência; suspensão e remarcação de consultas; formação de equipes de triagem para avaliação de pacientes que possam ser transferidos para outras unidades de saúde, ou, quando possível, alta hospitalar". O Ministério da Saúde afirmou que os repasses de recursos para pagamento de serviços do hospital estão sendo feitos regularmente. O Ministério da Educação afirmou que não administra o HUCFF, mas que ainda assim repassou, por meio do Rehuf (Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais), R$ 5,9 milhões ao hospital. | 5 |
Quente e frio | O acordo alcançado no sábado (15) por mais de 170 países em Kigali (Ruanda) sobre gases de refrigeração poluidores representa um avanço significativo para mitigar a mudança climática em curso. Há que precaver-se, no entanto, contra o otimismo exagerado. Em pauta estavam os compostos HFCs, usados em refrigeração (geladeiras e aparelhos de ar condicionado, por exemplo). Eles se tornaram muito comuns após o Protocolo de Montreal (1987) banir os CFCs destruidores da camada de ozônio que nos protege do efeito cancerígeno dos raios ultravioleta. Em Kigali se acordou eliminar os HFCs da indústria até meados do século, com cronogramas separados para três grupos de nações. Os países ricos começam antes, em 2018; Índia e outras nações tão pobres quanto quentes, só em 2028. O perigo dos HFCs não diz respeito ao ozônio, mas a sua capacidade de reter radiação solar na atmosfera e assim aquecê-la ""em média 1.600 vezes maior que a do dióxido de carbono (CO2). Como já existem substitutos para refrigeração, caso da amônia e do próprio CO2, era consensual que se livrar dos HFCs constituía o modo mais fácil de frear o aquecimento global. Um estudo de 2013, do Instituto Nacional para a Saúde Pública e o Ambiente da Holanda, estimou que uma redução como a acordada em Ruanda evitaria entre 0,3°C e 0,5°C de aquecimento da atmosfera. Uma contribuição significativa, vez que o Acordo de Paris (2015) almeja que a temperatura média não aumente mais que 2°C. Negociações internacionais sobre mudança do clima, entretanto, sempre contêm algo de propagandístico. Neste caso, os defensores da emenda ao Protocolo de Montreal se fixaram no limite superior da banda (0,5°C), chamativo, mas que tem a desvantagem de transmitir a impressão de que há exatidão nessas predições. Não há, claro. A química da atmosfera é dos fenômenos mais complexos, para nada dizer do efeito de cada composto na mudança climática e das incertezas aí envolvidas. Tanto é assim que o instituto alemão Climate Analytics calcula o ganho com banimento de HFCs em apenas 0,2°C. Projeta-se que as metas voluntárias até aqui anunciadas pelos países signatários de Paris ainda levem a 2,7°C de aquecimento sobre os níveis pré-industriais. O refrigério dos HFCs, em qualquer das estimativas, ainda deixaria o mundo distante do objetivo. A emenda negociada em Kigali é bem-vinda, mas não deve ser vista como uma bala de prata para reverter a alta da coluna de mercúrio. editoriais@grupofolha.com.br | opiniao | Quente e frioO acordo alcançado no sábado (15) por mais de 170 países em Kigali (Ruanda) sobre gases de refrigeração poluidores representa um avanço significativo para mitigar a mudança climática em curso. Há que precaver-se, no entanto, contra o otimismo exagerado. Em pauta estavam os compostos HFCs, usados em refrigeração (geladeiras e aparelhos de ar condicionado, por exemplo). Eles se tornaram muito comuns após o Protocolo de Montreal (1987) banir os CFCs destruidores da camada de ozônio que nos protege do efeito cancerígeno dos raios ultravioleta. Em Kigali se acordou eliminar os HFCs da indústria até meados do século, com cronogramas separados para três grupos de nações. Os países ricos começam antes, em 2018; Índia e outras nações tão pobres quanto quentes, só em 2028. O perigo dos HFCs não diz respeito ao ozônio, mas a sua capacidade de reter radiação solar na atmosfera e assim aquecê-la ""em média 1.600 vezes maior que a do dióxido de carbono (CO2). Como já existem substitutos para refrigeração, caso da amônia e do próprio CO2, era consensual que se livrar dos HFCs constituía o modo mais fácil de frear o aquecimento global. Um estudo de 2013, do Instituto Nacional para a Saúde Pública e o Ambiente da Holanda, estimou que uma redução como a acordada em Ruanda evitaria entre 0,3°C e 0,5°C de aquecimento da atmosfera. Uma contribuição significativa, vez que o Acordo de Paris (2015) almeja que a temperatura média não aumente mais que 2°C. Negociações internacionais sobre mudança do clima, entretanto, sempre contêm algo de propagandístico. Neste caso, os defensores da emenda ao Protocolo de Montreal se fixaram no limite superior da banda (0,5°C), chamativo, mas que tem a desvantagem de transmitir a impressão de que há exatidão nessas predições. Não há, claro. A química da atmosfera é dos fenômenos mais complexos, para nada dizer do efeito de cada composto na mudança climática e das incertezas aí envolvidas. Tanto é assim que o instituto alemão Climate Analytics calcula o ganho com banimento de HFCs em apenas 0,2°C. Projeta-se que as metas voluntárias até aqui anunciadas pelos países signatários de Paris ainda levem a 2,7°C de aquecimento sobre os níveis pré-industriais. O refrigério dos HFCs, em qualquer das estimativas, ainda deixaria o mundo distante do objetivo. A emenda negociada em Kigali é bem-vinda, mas não deve ser vista como uma bala de prata para reverter a alta da coluna de mercúrio. editoriais@grupofolha.com.br | 7 |
Quem é 'antenado' tem uma antena na cabeça? Livro traz expressões curiosas | Algumas expressões que nós usamos no dia a dia são bem esquisitas, já reparou? Por que uma mulher que diz o que pensa é uma "desbocada"? Ela não tem boca? E por que uma mesa bem grande é uma "senhora mesa"? Será que ela é mesmo uma senhora? Alguém que sabe de tudo é "antenado" porque tem uma antena presa ao corpo? O ilustrador Marcelo Cipis reúne algumas dessas expressões curiosas e inventa outras tantas em seu novo livro. Para cada uma delas, cria um desenho sobre o significado da frase bem ao pé da letra. A "mulher enrolada" ganha o corpo todo torcido. Já a expressão "cabeça de vento" eu deixo para você imaginar como foi desenhada. No fim do livro, o autor deixa três páginas em branco para os leitores desenharem seus próprios personagens. Qual você faria? 'MEUS TIPOS ESQUECÍVEIS' AUTOR Marcelo Cipis EDITORA MOV Palavras PREÇO R$ 39 INDICAÇÃO a partir de 6 anos | folhinha | Quem é 'antenado' tem uma antena na cabeça? Livro traz expressões curiosasAlgumas expressões que nós usamos no dia a dia são bem esquisitas, já reparou? Por que uma mulher que diz o que pensa é uma "desbocada"? Ela não tem boca? E por que uma mesa bem grande é uma "senhora mesa"? Será que ela é mesmo uma senhora? Alguém que sabe de tudo é "antenado" porque tem uma antena presa ao corpo? O ilustrador Marcelo Cipis reúne algumas dessas expressões curiosas e inventa outras tantas em seu novo livro. Para cada uma delas, cria um desenho sobre o significado da frase bem ao pé da letra. A "mulher enrolada" ganha o corpo todo torcido. Já a expressão "cabeça de vento" eu deixo para você imaginar como foi desenhada. No fim do livro, o autor deixa três páginas em branco para os leitores desenharem seus próprios personagens. Qual você faria? 'MEUS TIPOS ESQUECÍVEIS' AUTOR Marcelo Cipis EDITORA MOV Palavras PREÇO R$ 39 INDICAÇÃO a partir de 6 anos | 19 |
Proposta de teto de gastos precisa de ajustes? SIM | PRAZO LONGO DEMAIS A polêmica PEC 241, que estabelece um teto para os gastos públicos, ainda precisa passar por mais três votações antes de entrar em vigor -uma segunda votação na Câmara e mais duas no Senado. Oportunidade, portanto, para propor ajustes importantes. A ideia original é muito simples: as despesas primárias líquidas da União, corrigidas por alguns pontos que ficam fora do teto, não poderão ultrapassar algo em torno de R$ 1,2 trilhão por ano. Com a retomada do crescimento do PIB prevista a partir de 2017, projeções indicam que o deficit primário logo seria transformado em um superavit. Os juros que o governo deve às famílias brasileiras poderiam ser pagos com receitas fiscais correntes, ao invés de aumento da dívida pública -que, por sua vez, começaria a cair. Isso resultaria em uma queda da taxa de juros real, e o governo voltaria a estar em uma situação fiscal sustentável. Estamos à beira de uma crise fiscal -impor um teto aos gastos é uma forma inteligente de revertê-la, sem agravar a atual situação econômica. Então, o que há de errado na proposta? Primeiro, o prazo. Vinte anos? Com isso, o governo está querendo ser "mais realista que o rei". Vários governos no mundo já estabeleceram tetos para seus gastos, mas nenhum deles adotou um prazo tão longo, e com razão. Os tetos dos gastos públicos na Suécia são revistos a cada três anos. Em países como Finlândia e Holanda, o ajuste é feito a cada quatro anos, como parte do processo de eleição e escolha do novo governo. Se o objetivo for a sustentabilidade fiscal, 20 anos é um exagero total. Na atual conjuntura, em menos de quatro anos de congelamento de gastos já seria possível gerar superavit primário e dívida pública sustentáveis. O segundo erro foi desconsiderar que o Brasil está em uma fase de desenvolvimento muito diferente da dos países citados anteriormente, Estados de bem-estar social altamente evoluídos. O governo holandês, por exemplo, gastará 29% do Orçamento público com saúde e 30% com seguro social e mercado de trabalho em 2017. Quem perde o emprego ou fica doente naquele país está protegido. No Brasil ainda não chegamos nem perto disso. Quantos de nossos desempregados recebem de fato o seguro-desemprego? Como isso ficará no ano que vem, quando a falta de vagas no mercado ainda deverá aumentar? O melhor seria não fazer um teto genérico, mas sim um teto para cada área, com escolhas explícitas para educação, saúde e seguros sociais, cujos gastos não podem ser tratados da mesma forma que os do aparelho burocrático. A proposta deveria priorizar algumas áreas, com base em escolhas de eleitores, e não apenas por decisão dos governantes. Quais ajustes deveriam ser feitos, além de reduzir o prazo para quatro anos e debater com a sociedade a evolução do espaço fiscal para a política social? Um bom começo seria criar um Comitê do Orçamento Público, cuja avaliação independente daria credibilidade a propostas sustentáveis. Outro ponto crucial seria dar mais visibilidade ao impacto que as propostas orçamentárias trarão para a sociedade, em termos de evolução da renda per capita. A sociedade precisa saber quanto a renda de famílias de diferentes perfis socioeconômicos aumentará ou cairá sob diferentes cenários de gastos públicos, cobrança de impostos e contribuições sociais. Essas projeções ficariam a cargo de instituições de pesquisa independentes, tanto na fase de elaboração da proposta de lei orçamentária como na época das eleições, quando o tetos de gastos deveria ser elaborado para o próximo mandato. Medidas assim aumentariam a transparência da discussão e protegeriam os eleitores de candidatos com propostas fiscais insustentáveis. JOLANDA ELINE YGOSSE BATTISTI é economista e professora de macroeconomia e economia brasileira na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas. Também lecionou economia internacional na Universidade de Amsterdã PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br | opiniao | Proposta de teto de gastos precisa de ajustes? SIMPRAZO LONGO DEMAIS A polêmica PEC 241, que estabelece um teto para os gastos públicos, ainda precisa passar por mais três votações antes de entrar em vigor -uma segunda votação na Câmara e mais duas no Senado. Oportunidade, portanto, para propor ajustes importantes. A ideia original é muito simples: as despesas primárias líquidas da União, corrigidas por alguns pontos que ficam fora do teto, não poderão ultrapassar algo em torno de R$ 1,2 trilhão por ano. Com a retomada do crescimento do PIB prevista a partir de 2017, projeções indicam que o deficit primário logo seria transformado em um superavit. Os juros que o governo deve às famílias brasileiras poderiam ser pagos com receitas fiscais correntes, ao invés de aumento da dívida pública -que, por sua vez, começaria a cair. Isso resultaria em uma queda da taxa de juros real, e o governo voltaria a estar em uma situação fiscal sustentável. Estamos à beira de uma crise fiscal -impor um teto aos gastos é uma forma inteligente de revertê-la, sem agravar a atual situação econômica. Então, o que há de errado na proposta? Primeiro, o prazo. Vinte anos? Com isso, o governo está querendo ser "mais realista que o rei". Vários governos no mundo já estabeleceram tetos para seus gastos, mas nenhum deles adotou um prazo tão longo, e com razão. Os tetos dos gastos públicos na Suécia são revistos a cada três anos. Em países como Finlândia e Holanda, o ajuste é feito a cada quatro anos, como parte do processo de eleição e escolha do novo governo. Se o objetivo for a sustentabilidade fiscal, 20 anos é um exagero total. Na atual conjuntura, em menos de quatro anos de congelamento de gastos já seria possível gerar superavit primário e dívida pública sustentáveis. O segundo erro foi desconsiderar que o Brasil está em uma fase de desenvolvimento muito diferente da dos países citados anteriormente, Estados de bem-estar social altamente evoluídos. O governo holandês, por exemplo, gastará 29% do Orçamento público com saúde e 30% com seguro social e mercado de trabalho em 2017. Quem perde o emprego ou fica doente naquele país está protegido. No Brasil ainda não chegamos nem perto disso. Quantos de nossos desempregados recebem de fato o seguro-desemprego? Como isso ficará no ano que vem, quando a falta de vagas no mercado ainda deverá aumentar? O melhor seria não fazer um teto genérico, mas sim um teto para cada área, com escolhas explícitas para educação, saúde e seguros sociais, cujos gastos não podem ser tratados da mesma forma que os do aparelho burocrático. A proposta deveria priorizar algumas áreas, com base em escolhas de eleitores, e não apenas por decisão dos governantes. Quais ajustes deveriam ser feitos, além de reduzir o prazo para quatro anos e debater com a sociedade a evolução do espaço fiscal para a política social? Um bom começo seria criar um Comitê do Orçamento Público, cuja avaliação independente daria credibilidade a propostas sustentáveis. Outro ponto crucial seria dar mais visibilidade ao impacto que as propostas orçamentárias trarão para a sociedade, em termos de evolução da renda per capita. A sociedade precisa saber quanto a renda de famílias de diferentes perfis socioeconômicos aumentará ou cairá sob diferentes cenários de gastos públicos, cobrança de impostos e contribuições sociais. Essas projeções ficariam a cargo de instituições de pesquisa independentes, tanto na fase de elaboração da proposta de lei orçamentária como na época das eleições, quando o tetos de gastos deveria ser elaborado para o próximo mandato. Medidas assim aumentariam a transparência da discussão e protegeriam os eleitores de candidatos com propostas fiscais insustentáveis. JOLANDA ELINE YGOSSE BATTISTI é economista e professora de macroeconomia e economia brasileira na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas. Também lecionou economia internacional na Universidade de Amsterdã PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br | 7 |
Ações do Bradesco caem 5% com indiciamento de presidente pela PF | As ações do Bradesco, que já operavam em baixa nesta terça-feira (31), ampliaram a queda para 5% com a notícia de que a Polícia Federal indiciou o presidente do banco, Luiz Trabuco, e outras nove pessoas no âmbito da Operação Zelotes. A operação investiga a venda de sentenças do Carf (conselho administrativo de recursos fiscais). Há pouco, a ação PN (preferencial) do Bradesco perdia 5%, a R$ 22,80; a ação ON (ordinária) recuava 3,65%, para R$ 24,52. O indiciamento da PF aponta os crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O Ministério Público ainda avalia o relatório e deve solicitar novas diligências antes de decidir se apresenta ou não denúncia à Justiça por corrupção ativa contra o presidente do banco. A Zelotes suspeita que o banco tenha negociado a contratação de serviços de um escritório que atuava para corromper conselheiros do Carf e livrar ou atenuar multas no órgão. Em nota, o Bradesco informa que não houve contratação dos serviços oferecido pelo grupo investigado e acrescenta que foi derrotado por 6 votos a 0 no julgamento do Carf. O Bradesco esclarece ainda que Trabuco não participou de qualquer reunião com o grupo citado. | mercado | Ações do Bradesco caem 5% com indiciamento de presidente pela PFAs ações do Bradesco, que já operavam em baixa nesta terça-feira (31), ampliaram a queda para 5% com a notícia de que a Polícia Federal indiciou o presidente do banco, Luiz Trabuco, e outras nove pessoas no âmbito da Operação Zelotes. A operação investiga a venda de sentenças do Carf (conselho administrativo de recursos fiscais). Há pouco, a ação PN (preferencial) do Bradesco perdia 5%, a R$ 22,80; a ação ON (ordinária) recuava 3,65%, para R$ 24,52. O indiciamento da PF aponta os crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O Ministério Público ainda avalia o relatório e deve solicitar novas diligências antes de decidir se apresenta ou não denúncia à Justiça por corrupção ativa contra o presidente do banco. A Zelotes suspeita que o banco tenha negociado a contratação de serviços de um escritório que atuava para corromper conselheiros do Carf e livrar ou atenuar multas no órgão. Em nota, o Bradesco informa que não houve contratação dos serviços oferecido pelo grupo investigado e acrescenta que foi derrotado por 6 votos a 0 no julgamento do Carf. O Bradesco esclarece ainda que Trabuco não participou de qualquer reunião com o grupo citado. | 2 |
Especialistas indicam cinco aplicativos que ajudam na hora da reforma | CAROLINA DANTAS DE SÃO PAULO São três as dicas principais recomendadas por engenheiros e arquitetos para quem quer reformar ou construir sua casa com ajuda de aplicativos: fique muito atento às medidas e ângulos; veja a previsão do tempo -quase sempre a chuva atrapalha; saiba inglês básico, ou use um tradutor on-line, já que a maioria das boas ferramentas não tem tradução. Outra informação importante: empresas, como a Deca, Bosch e Sika, criam os próprios aplicativos para gerenciar as obras e reformas dos produtos que vendem. Caso o consumidor já tenha uma marca de preferência, vale checar se não há uma ferramenta disponível para o celular ou tablet. Após conversar com profissionais da área, a sãopaulo trouxe os cinco apps favoritos para instalar no celular e colocar a mão na massa. Climatempo É utilizado para prever as chuvas no cronograma de obras. Vale checá-lo também quando for realizar uma pintura nova na casa ou no apartamento. O diferente é que há a possibilidade de ver onde há chuva em tempo real e com divisão por bairros das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. A previsão por cidades é disponível para 5.000 municípios. GRÁTIS Disponível para iPhone, Blackberry, Android e Windows Phone, em português AutoCAD 360 Este é o app oficial do AutoCAD, o conhecido software para desenhar projetos de construção, já existente para PC. Pelo celular ou tablet, além de permitir a criação do espaço, é possível validar as medidas com fotografias do ambiente, rotacionar e mover os objetos previstos. Outra função permite que a ideia seja compartilhada por e-mail ou redes sociais. GRÁTIS Disponível para iPhone e Android, em inglês iHandy Carpenter Como o nome supõe, é uma ferramenta de carpinteiro. É o aplicativo mestre das medidas e ângulos. As principais funções são: um fio ajuda a verificar a verticalidade das linhas ou paredes; nivela qualquer superfície plana; tem um transferidor que mede ângulos de zero a 180 graus e, também, uma régua que mostra polegadas e centímetros. CERCA DE R$ 6 (u$1,99) Disponível para iPhone e Android, em alemão, espanhol, inglês, italiano e outras cinco línguas Colorix.com Testa como ficará o local com uma nova tinta. Primeiro, basta tirar uma foto do ambiente que deverá ser pintado -é interessante fazer a foto com os móveis para prever como eles ficariam com a parede diferente. Depois, escolha uma das cores, já que o app possui opções baseadas nas escalas das marcas atuais. Por último, é só aplicar na imagem para saber como ficará o ambiente. R$ 5,26 Disponível para iPhone e Android, em inglês, francês e alemão iEngineer É o banco de dados dos parafusos e brocas. São nove estilos de cabeça padrão observados em 3D. É uma espécie de catálogo, com opções de materiais e métricas de acordo com a utilidade dos parafusos. Também é possível fazer conversão de medidas e ver a compatibilidade de acordo com o tamanho do buraco e das brocas. CERCA DE R$ 6 (uS$ 1,99) Disponível para iPhone, em inglês | saopaulo | Especialistas indicam cinco aplicativos que ajudam na hora da reformaCAROLINA DANTAS DE SÃO PAULO São três as dicas principais recomendadas por engenheiros e arquitetos para quem quer reformar ou construir sua casa com ajuda de aplicativos: fique muito atento às medidas e ângulos; veja a previsão do tempo -quase sempre a chuva atrapalha; saiba inglês básico, ou use um tradutor on-line, já que a maioria das boas ferramentas não tem tradução. Outra informação importante: empresas, como a Deca, Bosch e Sika, criam os próprios aplicativos para gerenciar as obras e reformas dos produtos que vendem. Caso o consumidor já tenha uma marca de preferência, vale checar se não há uma ferramenta disponível para o celular ou tablet. Após conversar com profissionais da área, a sãopaulo trouxe os cinco apps favoritos para instalar no celular e colocar a mão na massa. Climatempo É utilizado para prever as chuvas no cronograma de obras. Vale checá-lo também quando for realizar uma pintura nova na casa ou no apartamento. O diferente é que há a possibilidade de ver onde há chuva em tempo real e com divisão por bairros das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. A previsão por cidades é disponível para 5.000 municípios. GRÁTIS Disponível para iPhone, Blackberry, Android e Windows Phone, em português AutoCAD 360 Este é o app oficial do AutoCAD, o conhecido software para desenhar projetos de construção, já existente para PC. Pelo celular ou tablet, além de permitir a criação do espaço, é possível validar as medidas com fotografias do ambiente, rotacionar e mover os objetos previstos. Outra função permite que a ideia seja compartilhada por e-mail ou redes sociais. GRÁTIS Disponível para iPhone e Android, em inglês iHandy Carpenter Como o nome supõe, é uma ferramenta de carpinteiro. É o aplicativo mestre das medidas e ângulos. As principais funções são: um fio ajuda a verificar a verticalidade das linhas ou paredes; nivela qualquer superfície plana; tem um transferidor que mede ângulos de zero a 180 graus e, também, uma régua que mostra polegadas e centímetros. CERCA DE R$ 6 (u$1,99) Disponível para iPhone e Android, em alemão, espanhol, inglês, italiano e outras cinco línguas Colorix.com Testa como ficará o local com uma nova tinta. Primeiro, basta tirar uma foto do ambiente que deverá ser pintado -é interessante fazer a foto com os móveis para prever como eles ficariam com a parede diferente. Depois, escolha uma das cores, já que o app possui opções baseadas nas escalas das marcas atuais. Por último, é só aplicar na imagem para saber como ficará o ambiente. R$ 5,26 Disponível para iPhone e Android, em inglês, francês e alemão iEngineer É o banco de dados dos parafusos e brocas. São nove estilos de cabeça padrão observados em 3D. É uma espécie de catálogo, com opções de materiais e métricas de acordo com a utilidade dos parafusos. Também é possível fazer conversão de medidas e ver a compatibilidade de acordo com o tamanho do buraco e das brocas. CERCA DE R$ 6 (uS$ 1,99) Disponível para iPhone, em inglês | 9 |
Benefícios para poucos | Com frequência, avalia-se o papel do governo na distribuição da renda pelas dimensões do gasto em programas sociais. O impacto do setor público na desigualdade do país é, entretanto, mais amplo. A tributação, por exemplo, será danosa aos pobres quando incidir de forma mais acentuada sobre o consumo de bens e serviços, em vez de concentrar-se em lucros, salários e ganhos financeiros. É o caso do sistema brasileiro. Subsídios e desonerações de impostos obtidos por alguns setores, não raro de forma pouco transparente, são outros fatores de transferência de riqueza aos estratos mais abonados da sociedade. Sem contrapartidas claras e mensuráveis, tais dispêndios se convertem em privilégios injustificáveis. Também nesse quesito, o país deixa muito a desejar. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), no ano passado foram concedidos R$ 107 bilhões em subsídios de diversas modalidades ao setor privado. Os maiores volumes decorrem de empréstimos do BNDES com juros abaixo das taxas de mercado. A diferença é coberta pelo Tesouro Nacional —ou seja, pelo contribuinte. Apenas em 2016, o custo foi de R$ 29 bilhões, alta de R$ 10 bilhões em relação ao ano anterior. O caso do Fies (programa voltado ao financiamento do ensino superior) também merece atenção. As transferências do Tesouro ao fundo somaram R$ 19 bilhões no ano passado, sendo mais da metade na forma de subvenção. Bandeira do governo Dilma Rousseff (PT), o Fies chegou a financiar 700 mil estudantes entre 2013 e 2014. Com inadimplência próxima a 50% e rombos crescentes, passou por cortes drásticos nos últimos dois anos. Segundo análise do TCU, o programa distribuiu bolsas de forma pouco criteriosa, contemplando alunos que poderiam arcar com as mensalidades, e favoreceu em demasia as empresas do setor. Outros levantamentos do tribunal constataram que os principais programas de estímulo à indústria não trouxeram vantagens relevantes para a coletividade. A Lei de Informática custou R$ 25 bilhões, entre 2006 e 2014, na forma de descontos no Imposto sobre Produtos Industrializados. As empresas beneficiadas deveriam ter investido 5% desse montante em pesquisa, mas apenas metade delas honrou o compromisso. Como se vê, são falhas ou inexistentes as análises de custo-benefício que deveriam nortear qualquer política pública. Sem controle adequado, interesses particulares continuam a desfrutar de acesso relativamente fácil ao Orçamento. Acabar com tal permissividade é passo essencial para superar nossa intolerável desigualdade. editoriais@grupofolha.com.br | opiniao | Benefícios para poucosCom frequência, avalia-se o papel do governo na distribuição da renda pelas dimensões do gasto em programas sociais. O impacto do setor público na desigualdade do país é, entretanto, mais amplo. A tributação, por exemplo, será danosa aos pobres quando incidir de forma mais acentuada sobre o consumo de bens e serviços, em vez de concentrar-se em lucros, salários e ganhos financeiros. É o caso do sistema brasileiro. Subsídios e desonerações de impostos obtidos por alguns setores, não raro de forma pouco transparente, são outros fatores de transferência de riqueza aos estratos mais abonados da sociedade. Sem contrapartidas claras e mensuráveis, tais dispêndios se convertem em privilégios injustificáveis. Também nesse quesito, o país deixa muito a desejar. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), no ano passado foram concedidos R$ 107 bilhões em subsídios de diversas modalidades ao setor privado. Os maiores volumes decorrem de empréstimos do BNDES com juros abaixo das taxas de mercado. A diferença é coberta pelo Tesouro Nacional —ou seja, pelo contribuinte. Apenas em 2016, o custo foi de R$ 29 bilhões, alta de R$ 10 bilhões em relação ao ano anterior. O caso do Fies (programa voltado ao financiamento do ensino superior) também merece atenção. As transferências do Tesouro ao fundo somaram R$ 19 bilhões no ano passado, sendo mais da metade na forma de subvenção. Bandeira do governo Dilma Rousseff (PT), o Fies chegou a financiar 700 mil estudantes entre 2013 e 2014. Com inadimplência próxima a 50% e rombos crescentes, passou por cortes drásticos nos últimos dois anos. Segundo análise do TCU, o programa distribuiu bolsas de forma pouco criteriosa, contemplando alunos que poderiam arcar com as mensalidades, e favoreceu em demasia as empresas do setor. Outros levantamentos do tribunal constataram que os principais programas de estímulo à indústria não trouxeram vantagens relevantes para a coletividade. A Lei de Informática custou R$ 25 bilhões, entre 2006 e 2014, na forma de descontos no Imposto sobre Produtos Industrializados. As empresas beneficiadas deveriam ter investido 5% desse montante em pesquisa, mas apenas metade delas honrou o compromisso. Como se vê, são falhas ou inexistentes as análises de custo-benefício que deveriam nortear qualquer política pública. Sem controle adequado, interesses particulares continuam a desfrutar de acesso relativamente fácil ao Orçamento. Acabar com tal permissividade é passo essencial para superar nossa intolerável desigualdade. editoriais@grupofolha.com.br | 7 |
Ator italiano está em coma após ser enforcado por acidente durante peça | Um ator italiano de 27 anos está em coma, depois de ter sido acidentalmente estrangulado durante a encenação de uma peça em Pisa, na Toscana, no último fim de semana, informou a BBC. Raphael Schumacher foi levado às pressas para um hospital por um membro da plateia, que percebeu algo errado e correu até o palco para ajudá-lo. O acidente aconteceu durante a performance experimental "Mirages", no Teatro Lux. A polícia ainda investiga as causas. Segundo o jornal italiano "Il Giorno", um outro integrante do elenco disse que houve falhas no procedimento de segurança do espetáculo. O nó da corda usada em cena deveria ser falso e o ator tinha que estar com cinto de segurança, ele afirmou. Schumacher tinha um saco sobre o rosto no momento do acidente. O espectador que o levou ao hospital —que acredita-se ser um médico recém-formado— percebeu que sua reação não era encenação ao vê-lo tremer. Ainda de acordo com a publicação italiana, a polícia não descarta a hipótese de suicídio. A mãe do ator, porém, disse que o filho estava tranquilo e feliz com seu trabalho. | ilustrada | Ator italiano está em coma após ser enforcado por acidente durante peçaUm ator italiano de 27 anos está em coma, depois de ter sido acidentalmente estrangulado durante a encenação de uma peça em Pisa, na Toscana, no último fim de semana, informou a BBC. Raphael Schumacher foi levado às pressas para um hospital por um membro da plateia, que percebeu algo errado e correu até o palco para ajudá-lo. O acidente aconteceu durante a performance experimental "Mirages", no Teatro Lux. A polícia ainda investiga as causas. Segundo o jornal italiano "Il Giorno", um outro integrante do elenco disse que houve falhas no procedimento de segurança do espetáculo. O nó da corda usada em cena deveria ser falso e o ator tinha que estar com cinto de segurança, ele afirmou. Schumacher tinha um saco sobre o rosto no momento do acidente. O espectador que o levou ao hospital —que acredita-se ser um médico recém-formado— percebeu que sua reação não era encenação ao vê-lo tremer. Ainda de acordo com a publicação italiana, a polícia não descarta a hipótese de suicídio. A mãe do ator, porém, disse que o filho estava tranquilo e feliz com seu trabalho. | 6 |
Equipes de resgate recuperam segunda caixa-preta de avião da AirAsia | As duas caixas-pretas do avião da AirAsia que caiu no mar de Java no dia 28 de dezembro, com 162 pessoas a bordo, já estão em poder dos investigadores, anunciou nesta terça-feira um oficial indonésio. "O CVR (Cockpit Voice Recorder) foi encontrado e retirado do fundo do mar", declarou um responsável pelas buscas que pediu para não ser identificado. A caixa-preta com os dados de voo já havia sido resgatada na segunda-feira. As caixas-pretas foram detectadas no domingo (11) a uma profundidade de entre 30 e 32 metros, mas não puderam ser recuperadas por estarem presas entre os destroços da aeronave. Os dois dispositivos são fundamentais para entender o que se passou durante o voo e o que exatamente derrubou o avião. QUEDA O voo QZ8501 decolou da cidade de Surabaia às 5h20 locais do dia 28 de dezembro e deveria chegar a Cingapura duas horas depois, mas caiu no mar de Java após 40 minutos de voo. O avião transportava 162 passageiros, em sua maioria indonésios. 48 corpos já foram encontrados. No dia do acidente havia formações de 'cumulus nimbus', nuvens em forma de espiral com ar quente e úmido que geram fortes chuvas e raios. O piloto chamou a torre de controle na Indonésia quando sobrevoava o mar de Java pelo sul de Bornéu e solicitou permissão para virar à esquerda e subir desde 32 mil pés de altitude até os 38 mil para fugir de uma tempestade. A permissão foi negada, já que havia outra aeronave nas coordenadas pedidas pelo piloto. Entretanto, a torre autorizou que o voo subisse para os 34 mil pés instantes depois, mas não conseguiu mais contato com a aeronave. ESTOL De acordo com uma fonte próxima às investigações, dados do radar da aeronave aparentemente mostram que o avião fez uma subida brusca para evitar as tempestades que assolavam a região e ficou num ângulo "inacreditavelmente" inclinado antes da queda. Possivelmente, a manobra foi além dos limites do Airbus 320. "Até agora, os números mostrados pelo radar são inacreditavelmente altos. Foi uma subida brusca, muito brusca. Parece estar além dos limites de performance da aeronave", disse. Fóruns de discussão online entre pilotos discutem sobre supostos dados de um segundo radar, que sugeriria que o avião estaria voando 100 nós abaixo do recomendado e que, por isso, pode ter entrado em estol -situação de perda de sustentação aerodinâmica- | mundo | Equipes de resgate recuperam segunda caixa-preta de avião da AirAsiaAs duas caixas-pretas do avião da AirAsia que caiu no mar de Java no dia 28 de dezembro, com 162 pessoas a bordo, já estão em poder dos investigadores, anunciou nesta terça-feira um oficial indonésio. "O CVR (Cockpit Voice Recorder) foi encontrado e retirado do fundo do mar", declarou um responsável pelas buscas que pediu para não ser identificado. A caixa-preta com os dados de voo já havia sido resgatada na segunda-feira. As caixas-pretas foram detectadas no domingo (11) a uma profundidade de entre 30 e 32 metros, mas não puderam ser recuperadas por estarem presas entre os destroços da aeronave. Os dois dispositivos são fundamentais para entender o que se passou durante o voo e o que exatamente derrubou o avião. QUEDA O voo QZ8501 decolou da cidade de Surabaia às 5h20 locais do dia 28 de dezembro e deveria chegar a Cingapura duas horas depois, mas caiu no mar de Java após 40 minutos de voo. O avião transportava 162 passageiros, em sua maioria indonésios. 48 corpos já foram encontrados. No dia do acidente havia formações de 'cumulus nimbus', nuvens em forma de espiral com ar quente e úmido que geram fortes chuvas e raios. O piloto chamou a torre de controle na Indonésia quando sobrevoava o mar de Java pelo sul de Bornéu e solicitou permissão para virar à esquerda e subir desde 32 mil pés de altitude até os 38 mil para fugir de uma tempestade. A permissão foi negada, já que havia outra aeronave nas coordenadas pedidas pelo piloto. Entretanto, a torre autorizou que o voo subisse para os 34 mil pés instantes depois, mas não conseguiu mais contato com a aeronave. ESTOL De acordo com uma fonte próxima às investigações, dados do radar da aeronave aparentemente mostram que o avião fez uma subida brusca para evitar as tempestades que assolavam a região e ficou num ângulo "inacreditavelmente" inclinado antes da queda. Possivelmente, a manobra foi além dos limites do Airbus 320. "Até agora, os números mostrados pelo radar são inacreditavelmente altos. Foi uma subida brusca, muito brusca. Parece estar além dos limites de performance da aeronave", disse. Fóruns de discussão online entre pilotos discutem sobre supostos dados de um segundo radar, que sugeriria que o avião estaria voando 100 nós abaixo do recomendado e que, por isso, pode ter entrado em estol -situação de perda de sustentação aerodinâmica- | 4 |
Fuvest divulga 2ª lista de aprovados na USP e na Santa Casa; confira | A segunda lista de aprovados no vestibular daFuvest foi divulgada nesta quinta-feira (9) no site da instituição –confira aqui a relação dos aprovados. A Fuvest realiza o exame de ingresso para a USP (Universidade de São Paulo) e para Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP. Os candidatos que tiverem interesse em estudar em uma dessas duas instituições podem verificar o nome na página do vestibular na internet. Os aprovados na segunda lista devem comparecer, entre os dias 13 e 14 de fevereiro, no serviço de graduação das escolas para fazer a matrícula presencial. Nesses dias, os estudantes precisam assinar seu nome e entregar os documentos requisitados. A Fuvest informa que aqueles que não comparecerem serão automaticamente desclassificados. Quem não foi aprovado na primeira ou na segunda lista poderá aguardar as próximas chamadas que acontecerão nos dias 17 e 23 de fevereiro (terceira e quarta, respectivamente) e nos dias 6 e 10 de março (quinta e sexta chamadas). Para os aprovados nessas listas posteriores também será necessária a matrícula presencial. O dia 21 de fevereiro é da matrícula presencial para aprovados na terceira chamada, enquanto os aprovados na quarta, quinta e sexta listas devem comparecer para se inscrever nas escolas, respectivamente, nos dias 2, 7 e 8 e 13 de março. Depois desse período, a Fuvest anunciará o número de vagas não preenchidas e a lista de candidatos habilitados para participar da primeira etapa de reescolha do curso, que acontecerá nos dias 15 e 16 de março de 2017 na internet. A sétima e oitava listas serão divulgadas nos dias 17 e 24 de março cada uma. CONCORRÊNCIA A Fuvest recebeu 136.736 inscritos para a edição de 2017 -é o menor volume de inscrições desde 2011. Na última edição foram 142.721 inscritos. O curso mais concorrido foi o de medicina em Ribeirão Preto, com 75,58 candidatos por vaga, seguido pelo de medicina na capital, com 63,04. Os outros cursos mais disputados no vestibular foram Psicologia, Relações Internacionais, Publicidade e Propaganda, Jornalismo, Curso Superior do Audiovisual, Psicologia em Ribeirão Preto, Design, Arquitetura em São Carlos e Arquitetura em São Paulo. Na segunda fase do vestibular, que teve 20.741 candidatos convocados, 9% dos vestibulandos não compareceram ao final dos três dias de provas. | educacao | Fuvest divulga 2ª lista de aprovados na USP e na Santa Casa; confiraA segunda lista de aprovados no vestibular daFuvest foi divulgada nesta quinta-feira (9) no site da instituição –confira aqui a relação dos aprovados. A Fuvest realiza o exame de ingresso para a USP (Universidade de São Paulo) e para Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP. Os candidatos que tiverem interesse em estudar em uma dessas duas instituições podem verificar o nome na página do vestibular na internet. Os aprovados na segunda lista devem comparecer, entre os dias 13 e 14 de fevereiro, no serviço de graduação das escolas para fazer a matrícula presencial. Nesses dias, os estudantes precisam assinar seu nome e entregar os documentos requisitados. A Fuvest informa que aqueles que não comparecerem serão automaticamente desclassificados. Quem não foi aprovado na primeira ou na segunda lista poderá aguardar as próximas chamadas que acontecerão nos dias 17 e 23 de fevereiro (terceira e quarta, respectivamente) e nos dias 6 e 10 de março (quinta e sexta chamadas). Para os aprovados nessas listas posteriores também será necessária a matrícula presencial. O dia 21 de fevereiro é da matrícula presencial para aprovados na terceira chamada, enquanto os aprovados na quarta, quinta e sexta listas devem comparecer para se inscrever nas escolas, respectivamente, nos dias 2, 7 e 8 e 13 de março. Depois desse período, a Fuvest anunciará o número de vagas não preenchidas e a lista de candidatos habilitados para participar da primeira etapa de reescolha do curso, que acontecerá nos dias 15 e 16 de março de 2017 na internet. A sétima e oitava listas serão divulgadas nos dias 17 e 24 de março cada uma. CONCORRÊNCIA A Fuvest recebeu 136.736 inscritos para a edição de 2017 -é o menor volume de inscrições desde 2011. Na última edição foram 142.721 inscritos. O curso mais concorrido foi o de medicina em Ribeirão Preto, com 75,58 candidatos por vaga, seguido pelo de medicina na capital, com 63,04. Os outros cursos mais disputados no vestibular foram Psicologia, Relações Internacionais, Publicidade e Propaganda, Jornalismo, Curso Superior do Audiovisual, Psicologia em Ribeirão Preto, Design, Arquitetura em São Carlos e Arquitetura em São Paulo. Na segunda fase do vestibular, que teve 20.741 candidatos convocados, 9% dos vestibulandos não compareceram ao final dos três dias de provas. | 12 |
Livro revê conquista do mundo pelo neoliberalismo nos anos 80 | "A Economia é o método. O objetivo é mudar o coração e a alma". Assim terminou uma famosa entrevista com Margareth Thatcher, protagonista central da "grande virada" neoliberal dos anos 1980 ao lado do presidente americano Ronald Reagan. O entrevistador a pressionava por conta da enorme crise de desemprego que sua política econômica gerava (que chamaríamos hoje de neoliberal) dois anos depois de conquistar o poder no Reino Unido. Essa talvez seja a melhor maneira de encapsular, em duas curtas frases, a tese central dos professores franceses Pierre Dardot e Christian Laval em seu denso livro A Nova Razão do Mundo. Ensaio Sobre a Sociedade Neoliberal. Segundo eles, e inspirados pela obra de Michel Foucault (O Nascimento da Biopolítica) enxergar o neoliberalismo como uma mera ideologia econômica, imposta pela força e de forma conspiratória pelos que dela se beneficiam é equivocado e contra-producente. Impede-nos não apenas de entendê-lo como também de formular uma resposta viável ao mesmo (para aqueles, é claro, que buscam esta resposta, como é o caso do que os autores chamam de "as esquerdas", ao mesmo tempo audiência e alvo crítico principais do livro). O grande trunfo do neoliberalismo, e que explica seu persistente sucesso apesar das recorrentes crises que a economia das sociedades capitalistas que o seguem periodicamente enfrentam, foi ter logrado se introjetar em todas as relações sociais ao penetrar no coração e na alma das pessoas, criando o que os autores chamam de "sujeito neoliberal". O sujeito neoliberal, ou "neosujeito", enxerga-se e organiza sua vida em todas as esferas sociais (família, trabalho, política) à luz da racionalidade neoliberal, isto é, como se fosse uma empresa ("a empresa de si mesmo"). É um verdadeiro produto de si mesmo que concorre a todo o tempo com os outros indivíduos e, portanto, precisa sempre desempenhar melhor para vencer o concorrente. Seus julgamentos são pautados pelo valor empresarial da eficiência, pelo cálculo da relação de custo-benefício, sempre em função de seu interesse pessoal, e não do interesse da comunidade em que vive. Até mesmo o voto, tradicionalmente expressão de uma virtude cívica, transforma-se em investimento em busca de um "retorno" individual. Não há necessidade, desse modo, de imposição forçada do neoliberalismo. Os indivíduos se auto-policiam. ÉTICA Essa visão um tanto totalizante e unidimensional do "neosujeito" como o "sujeito-empresa" soa em princípio exagerada e artificial. Mas o argumento de Dardot e Laval não parece ser o de que todas as pessoas são assim, e o tempo todo assim, mas simplesmente que essa é a tônica dominante, o "ethos", de nossa era neoliberal, o que me parece plausível. O desafio é explicar o porque da adesão e fidelidade das pessoas à racionalidade neoliberal ao mesmo tempo em que enxergam as consequências maléficas a que leva, sobretudo nos momentos de crise econômica como o atual. Aqui esteja talvez o ponto mais interessante e original da análise dos autores. Ao contrário de grande parte da crítica, que atribuem tal aceitação, e suas manifestações patológicas ( o "individualismo hedonista"; o "narcisismo de massa") à manipulação conspiratória dos poderosos com auxilio da "injunção publicitária ao gozo", Dardot e Laval chamam atenção também para a fundamentação moral (para muitos convincente) da racionalidade neoliberal, qual seja, a ética da responsabilidade individual. A competição exacerbada e seus resultados, potencialmente devastadores ao perdedor no ambiente neoliberal, encorajariam o esforço, o progresso e a prudência individuais, sendo ao mesmo tempo benéfica à sociedade e justa ao indivíduo, que é livre mas também responsável tanto pelos ganhos como pelas perdas resultantes de sua conduta. Para os autores, a essência do neoliberalismo não está, portanto, na defesa intransigente e conspiratória do livre mercado, isto é, da não interferência do Estado no âmbito econômico pelo poderio econômico (um equívoco comum daqueles que o enxergam como mera extensão do liberalismo clássico), mas sim na construção, com a participação ativa do Estado e das pessoas, de um ambiente de competição e concorrência exacerbadas que abarca todas as esferas da existência humana. É isso, para os autores, o que fez da razão neoliberal uma verdadeira "razão-mundo", explicando o título do livro. Seria portanto fútil, segundo os autores, tentar vencer o neoliberalismo com a mera demonstração do evidente fracasso das políticas econômicas nele inspiradas e apregoando a volta das políticas do Estado de Bem Estar Social do pós-guerra (e aqui está outra crítica deles à esquerda). O que é preciso é fomentar uma racionalidade alternativa, fundada na cooperação e na solidariedade, para substituir a racionalidade neoliberal fundada no individualismo e na competição exacerbados. Aqui está, talvez não surpreendentemente, o aspecto menos desenvolvido do livro. Não fica claro nem como a racionalidade neoliberal se formou, nem como pode ser revertida. A julgar pela análise de outro importante livro a sair da França nos últimos anos, O Capital no Século XXI, de Thomas Piketty, não há razão para muito otimismo, pois o que gerou a onda de solidariedade que impulsionou as políticas dos "trinta anos gloriosos" que precederam a era neoliberal foi nada menos que uma guerra mundial. Octávio LUIZ MOTTA FERRAZ ESPECIAL PARA A FOLHA OCTÁVIO LUIZ MOTTA FERRAZ, 44, é professor da faculdade de direito Dickson Poon e afiliado do Brazil Institute, ambos do King's College de Londres. A Nova Razão do Mundo – Ensaio Sobre a Sociedade Neoliberal AUTORES Christian Laval e Pierre Dardot TRADUÇÃO Mariana Echalar EDITORA Boitempo Quanto R$ 73 (416 págs.) AVALIAÇÃO muito bom | mercado | Livro revê conquista do mundo pelo neoliberalismo nos anos 80"A Economia é o método. O objetivo é mudar o coração e a alma". Assim terminou uma famosa entrevista com Margareth Thatcher, protagonista central da "grande virada" neoliberal dos anos 1980 ao lado do presidente americano Ronald Reagan. O entrevistador a pressionava por conta da enorme crise de desemprego que sua política econômica gerava (que chamaríamos hoje de neoliberal) dois anos depois de conquistar o poder no Reino Unido. Essa talvez seja a melhor maneira de encapsular, em duas curtas frases, a tese central dos professores franceses Pierre Dardot e Christian Laval em seu denso livro A Nova Razão do Mundo. Ensaio Sobre a Sociedade Neoliberal. Segundo eles, e inspirados pela obra de Michel Foucault (O Nascimento da Biopolítica) enxergar o neoliberalismo como uma mera ideologia econômica, imposta pela força e de forma conspiratória pelos que dela se beneficiam é equivocado e contra-producente. Impede-nos não apenas de entendê-lo como também de formular uma resposta viável ao mesmo (para aqueles, é claro, que buscam esta resposta, como é o caso do que os autores chamam de "as esquerdas", ao mesmo tempo audiência e alvo crítico principais do livro). O grande trunfo do neoliberalismo, e que explica seu persistente sucesso apesar das recorrentes crises que a economia das sociedades capitalistas que o seguem periodicamente enfrentam, foi ter logrado se introjetar em todas as relações sociais ao penetrar no coração e na alma das pessoas, criando o que os autores chamam de "sujeito neoliberal". O sujeito neoliberal, ou "neosujeito", enxerga-se e organiza sua vida em todas as esferas sociais (família, trabalho, política) à luz da racionalidade neoliberal, isto é, como se fosse uma empresa ("a empresa de si mesmo"). É um verdadeiro produto de si mesmo que concorre a todo o tempo com os outros indivíduos e, portanto, precisa sempre desempenhar melhor para vencer o concorrente. Seus julgamentos são pautados pelo valor empresarial da eficiência, pelo cálculo da relação de custo-benefício, sempre em função de seu interesse pessoal, e não do interesse da comunidade em que vive. Até mesmo o voto, tradicionalmente expressão de uma virtude cívica, transforma-se em investimento em busca de um "retorno" individual. Não há necessidade, desse modo, de imposição forçada do neoliberalismo. Os indivíduos se auto-policiam. ÉTICA Essa visão um tanto totalizante e unidimensional do "neosujeito" como o "sujeito-empresa" soa em princípio exagerada e artificial. Mas o argumento de Dardot e Laval não parece ser o de que todas as pessoas são assim, e o tempo todo assim, mas simplesmente que essa é a tônica dominante, o "ethos", de nossa era neoliberal, o que me parece plausível. O desafio é explicar o porque da adesão e fidelidade das pessoas à racionalidade neoliberal ao mesmo tempo em que enxergam as consequências maléficas a que leva, sobretudo nos momentos de crise econômica como o atual. Aqui esteja talvez o ponto mais interessante e original da análise dos autores. Ao contrário de grande parte da crítica, que atribuem tal aceitação, e suas manifestações patológicas ( o "individualismo hedonista"; o "narcisismo de massa") à manipulação conspiratória dos poderosos com auxilio da "injunção publicitária ao gozo", Dardot e Laval chamam atenção também para a fundamentação moral (para muitos convincente) da racionalidade neoliberal, qual seja, a ética da responsabilidade individual. A competição exacerbada e seus resultados, potencialmente devastadores ao perdedor no ambiente neoliberal, encorajariam o esforço, o progresso e a prudência individuais, sendo ao mesmo tempo benéfica à sociedade e justa ao indivíduo, que é livre mas também responsável tanto pelos ganhos como pelas perdas resultantes de sua conduta. Para os autores, a essência do neoliberalismo não está, portanto, na defesa intransigente e conspiratória do livre mercado, isto é, da não interferência do Estado no âmbito econômico pelo poderio econômico (um equívoco comum daqueles que o enxergam como mera extensão do liberalismo clássico), mas sim na construção, com a participação ativa do Estado e das pessoas, de um ambiente de competição e concorrência exacerbadas que abarca todas as esferas da existência humana. É isso, para os autores, o que fez da razão neoliberal uma verdadeira "razão-mundo", explicando o título do livro. Seria portanto fútil, segundo os autores, tentar vencer o neoliberalismo com a mera demonstração do evidente fracasso das políticas econômicas nele inspiradas e apregoando a volta das políticas do Estado de Bem Estar Social do pós-guerra (e aqui está outra crítica deles à esquerda). O que é preciso é fomentar uma racionalidade alternativa, fundada na cooperação e na solidariedade, para substituir a racionalidade neoliberal fundada no individualismo e na competição exacerbados. Aqui está, talvez não surpreendentemente, o aspecto menos desenvolvido do livro. Não fica claro nem como a racionalidade neoliberal se formou, nem como pode ser revertida. A julgar pela análise de outro importante livro a sair da França nos últimos anos, O Capital no Século XXI, de Thomas Piketty, não há razão para muito otimismo, pois o que gerou a onda de solidariedade que impulsionou as políticas dos "trinta anos gloriosos" que precederam a era neoliberal foi nada menos que uma guerra mundial. Octávio LUIZ MOTTA FERRAZ ESPECIAL PARA A FOLHA OCTÁVIO LUIZ MOTTA FERRAZ, 44, é professor da faculdade de direito Dickson Poon e afiliado do Brazil Institute, ambos do King's College de Londres. A Nova Razão do Mundo – Ensaio Sobre a Sociedade Neoliberal AUTORES Christian Laval e Pierre Dardot TRADUÇÃO Mariana Echalar EDITORA Boitempo Quanto R$ 73 (416 págs.) AVALIAÇÃO muito bom | 2 |
Contra câncer de pâncreas, cientistas apostam em esponja verde do Alasca | Uma pequena esponja verde, descoberta nas águas do oceano Pacífico no Alasca, pode ser a primeira arma efetiva contra o câncer de pâncreas, revelaram nesta quarta-feira (26) pesquisadores americanos. O câncer de pâncreas, um tumor particularmente agressivo, é especialmente difícil de tratar. "Ninguém imaginaria encontrar esta esponja que pode ser milagrosa", disse em entrevista por telefone Bob Stone, pesquisador do Alaska Fisheries Science Center. Stone descobriu a esponja, a Latrunculia austini, em 2005, quando explorava o fundo do oceano durante uma expedição no Alasca. A esponja vive em rochas a uma profundidade entre 70 e 219 metros. Testes de laboratório revelaram que várias moléculas desta esponja destroem de maneira seletiva as células do câncer de pâncreas, revelou Mark Hamann, pesquisador da Universidade do Sul da Califórnia. "Sem dúvida é o maior ativo molecular contra o câncer de pâncreas que já observamos", disse Hamann. "Ainda há muito trabalho a fazer, mas é o primeiro passo no processo de desenvolvimento de um tratamento". O câncer de pâncreas avança lentamente, uma circunstância que leva ao diagnóstico tardio dos pacientes, com poucas possibilidades de sucesso no tratamento. Apenas 14% dos pacientes sobrevivem após cinco anos com um tumor deste tipo, segundo a American Cancer Society. "Já identificamos 5.000 extratos de esponjas nas últimas duas décadas", disse Fred Valeriote, do Henry Ford Cancer Institute em Detroit. "Em termos deste padrão particular de atividade seletiva contra o câncer de pâncreas e de ovários, vimos apenas uma [outra] esponja com tal atividade, que foi coletada há muitos anos na Indonésia." Nos Estados Unidos, cerca de 53 mil novos casos de câncer de pâncreas serão diagnosticados em 2017, e mais de 43 mil pessoas morrerão por esta causa. | ciencia | Contra câncer de pâncreas, cientistas apostam em esponja verde do AlascaUma pequena esponja verde, descoberta nas águas do oceano Pacífico no Alasca, pode ser a primeira arma efetiva contra o câncer de pâncreas, revelaram nesta quarta-feira (26) pesquisadores americanos. O câncer de pâncreas, um tumor particularmente agressivo, é especialmente difícil de tratar. "Ninguém imaginaria encontrar esta esponja que pode ser milagrosa", disse em entrevista por telefone Bob Stone, pesquisador do Alaska Fisheries Science Center. Stone descobriu a esponja, a Latrunculia austini, em 2005, quando explorava o fundo do oceano durante uma expedição no Alasca. A esponja vive em rochas a uma profundidade entre 70 e 219 metros. Testes de laboratório revelaram que várias moléculas desta esponja destroem de maneira seletiva as células do câncer de pâncreas, revelou Mark Hamann, pesquisador da Universidade do Sul da Califórnia. "Sem dúvida é o maior ativo molecular contra o câncer de pâncreas que já observamos", disse Hamann. "Ainda há muito trabalho a fazer, mas é o primeiro passo no processo de desenvolvimento de um tratamento". O câncer de pâncreas avança lentamente, uma circunstância que leva ao diagnóstico tardio dos pacientes, com poucas possibilidades de sucesso no tratamento. Apenas 14% dos pacientes sobrevivem após cinco anos com um tumor deste tipo, segundo a American Cancer Society. "Já identificamos 5.000 extratos de esponjas nas últimas duas décadas", disse Fred Valeriote, do Henry Ford Cancer Institute em Detroit. "Em termos deste padrão particular de atividade seletiva contra o câncer de pâncreas e de ovários, vimos apenas uma [outra] esponja com tal atividade, que foi coletada há muitos anos na Indonésia." Nos Estados Unidos, cerca de 53 mil novos casos de câncer de pâncreas serão diagnosticados em 2017, e mais de 43 mil pessoas morrerão por esta causa. | 15 |
A história indica que o Palmeiras será campeão | Foi o 11º clássico seguido entre Santos x Palmeiras na Vila Belmiro sem derrota santista. A história dá noção de como era difícil para o líder do campeonato sair ileso da viagem de ontem. O Palmeiras estava pronto para marcar num contra-ataque quando Copete fez o gol da vitória. Mexeu na tabela, mas não tanto. Agora, são cinco pontos de vantagem para o Flamengo. Esta distância não foi retirada por nenhum campeonato nos pontos corridos. Nem pelo Flamengo de 2009, que estava quatro pontos atrás e foi campeão. A história indica que o Palmeiras será campeão. A SAÚVA DO FUTEBOL A boa vontade do presidente do STJD, Ronaldo Piacente, é tão comovente quanto sua desinformação. Depois de definir o fechamento do setor norte de Itaquera e proibir a entrada das torcidas uniformizadas do Corinthians, Piacente declarou tratar-se de decisão inédita. É tão velho quanto tirar merenda da boca de criança. Em 1995, um antigo promotor público decretou a extinção da Mancha Verde e da Independente. A Mancha seguiu sentando-se no mesmo lugar das arquibancadas e a Independente continuou cobrando para associar torcedores. É justo separar as coisas. O STJD faz a punição esportiva. Não pode pôr ninguém na cadeia. Ronaldo Piacente faz o esforço que lhe cabe, mas não é suficiente. Enquanto só os clubes forem punidos, fechando portões ou setores de estádios, nada vai mudar. Só a esfera criminal pode terminar com a sensação de impunidade. Há assassinos à solta nos bairros, mais do que nos estádios. A necessidade é de combinar ações dos auditores do STJD com as dos juízes e desembargadores. Não é missão do presidente do STJD. Mas pode ser. Ronaldo Piacente defende que os clubes colaborem a tirar os vândalos dos estádios. Nesta semana, o West Ham identificou e proibiu 200 fãs de entrarem em seu estádio. Aqui, há diferenças. Com o gol norte bloqueado, a Mancha Verde convocou pela internet seus sócios a comprarem bilhetes do gol sul. Há, na Federação Paulista, uma lista de 64 torcedores proibidos de entrar nos estádios. Nem os clubes nem a federação conseguem identificar todos nas catracas. Uma das chances é conversar com os juízes que deram as sentenças para informar essa dificuldade. A próxima condenação precisa obrigar o torcedor punido a se apresentar na delegacia de seu bairro. Não exigir do clube descobrir quem fura sua punição numa multidão de 30 mil torcedores. É ingênuo, mesmo quando viável. Outra chance é pedir à prefeitura que cancele a verba de R$ 2 milhões que Gaviões, Mancha e Dragões da Real recebem por serem escolas de samba do grupo especial. O trabalho para terminar com a violência esbarra na repetição de experiências fracassadas. Federações, CBF, STJD, clubes... A chance de acabar com os violentos é todos cobrarem que a polícia prenda e a Justiça os mantenha presos. Veja o esforço dos policiais do Rio de Janeiro depois das cenas de pancadaria em Flamengo x Corinthians. Incrível como funcionou quando o agredido foi um policial. Mas não importa nem se for por corporativismo da polícia. Ou o futebol acaba com a violência ou a violência acaba com o futebol. | colunas | A história indica que o Palmeiras será campeãoFoi o 11º clássico seguido entre Santos x Palmeiras na Vila Belmiro sem derrota santista. A história dá noção de como era difícil para o líder do campeonato sair ileso da viagem de ontem. O Palmeiras estava pronto para marcar num contra-ataque quando Copete fez o gol da vitória. Mexeu na tabela, mas não tanto. Agora, são cinco pontos de vantagem para o Flamengo. Esta distância não foi retirada por nenhum campeonato nos pontos corridos. Nem pelo Flamengo de 2009, que estava quatro pontos atrás e foi campeão. A história indica que o Palmeiras será campeão. A SAÚVA DO FUTEBOL A boa vontade do presidente do STJD, Ronaldo Piacente, é tão comovente quanto sua desinformação. Depois de definir o fechamento do setor norte de Itaquera e proibir a entrada das torcidas uniformizadas do Corinthians, Piacente declarou tratar-se de decisão inédita. É tão velho quanto tirar merenda da boca de criança. Em 1995, um antigo promotor público decretou a extinção da Mancha Verde e da Independente. A Mancha seguiu sentando-se no mesmo lugar das arquibancadas e a Independente continuou cobrando para associar torcedores. É justo separar as coisas. O STJD faz a punição esportiva. Não pode pôr ninguém na cadeia. Ronaldo Piacente faz o esforço que lhe cabe, mas não é suficiente. Enquanto só os clubes forem punidos, fechando portões ou setores de estádios, nada vai mudar. Só a esfera criminal pode terminar com a sensação de impunidade. Há assassinos à solta nos bairros, mais do que nos estádios. A necessidade é de combinar ações dos auditores do STJD com as dos juízes e desembargadores. Não é missão do presidente do STJD. Mas pode ser. Ronaldo Piacente defende que os clubes colaborem a tirar os vândalos dos estádios. Nesta semana, o West Ham identificou e proibiu 200 fãs de entrarem em seu estádio. Aqui, há diferenças. Com o gol norte bloqueado, a Mancha Verde convocou pela internet seus sócios a comprarem bilhetes do gol sul. Há, na Federação Paulista, uma lista de 64 torcedores proibidos de entrar nos estádios. Nem os clubes nem a federação conseguem identificar todos nas catracas. Uma das chances é conversar com os juízes que deram as sentenças para informar essa dificuldade. A próxima condenação precisa obrigar o torcedor punido a se apresentar na delegacia de seu bairro. Não exigir do clube descobrir quem fura sua punição numa multidão de 30 mil torcedores. É ingênuo, mesmo quando viável. Outra chance é pedir à prefeitura que cancele a verba de R$ 2 milhões que Gaviões, Mancha e Dragões da Real recebem por serem escolas de samba do grupo especial. O trabalho para terminar com a violência esbarra na repetição de experiências fracassadas. Federações, CBF, STJD, clubes... A chance de acabar com os violentos é todos cobrarem que a polícia prenda e a Justiça os mantenha presos. Veja o esforço dos policiais do Rio de Janeiro depois das cenas de pancadaria em Flamengo x Corinthians. Incrível como funcionou quando o agredido foi um policial. Mas não importa nem se for por corporativismo da polícia. Ou o futebol acaba com a violência ou a violência acaba com o futebol. | 1 |
Plástico: Mais do que cenário, arte rouba a cena na minissérie 'Felizes para Sempre?' | À primeira vista, "Felizes para Sempre?", minissérie de Fernando Meirelles no ar agora na Globo, seduz com imagens estonteantes de Brasília, a maior parte delas filmadas com drones que sobrevoam a cidade como olhos livres e desimpedidos. Mas outra dimensão da ... Leia post completo no blog | ilustrada | Plástico: Mais do que cenário, arte rouba a cena na minissérie 'Felizes para Sempre?'À primeira vista, "Felizes para Sempre?", minissérie de Fernando Meirelles no ar agora na Globo, seduz com imagens estonteantes de Brasília, a maior parte delas filmadas com drones que sobrevoam a cidade como olhos livres e desimpedidos. Mas outra dimensão da ... Leia post completo no blog | 6 |
Arquivo Aberto - Cartas de meu avô | Sempre gostei muito deste poema do Manuel Bandeira (1886-1968), "Cartas de Meu Avô": "A tarde cai, por demais/ Erma, úmida e silente.../ A chuva, em gotas glaciais,/ Chora monotonamente.// E enquanto anoitece, vou/ Lendo, sossegado e só,/ As cartas que meu avô/ Escrevia a minha avó". Pois não é que meu avô, Paul Garfunkel (1900-81), que chegou ao porto de Santos em 1927 a bordo do navio Massilia, com sua mulher Hélène, trazendo na bagagem um bebê de seis meses (meu pai), deixou-nos um legado inestimável de "cartas de amor ao Brasil"? Explico: em 1926 esse engenheiro francês, formado pela Sorbonne, casa-se com sua colega de classe –que, segundo dizem, era melhor aluna que ele– e recebe uma proposta da Fichet, fábrica de cofres francesa, para trabalhar no Brasil. Seu espírito "flâneur" e aventureiro jamais deixaria de agarrar essa oportunidade ("très exotique"). Na década de 30, devido a turbulências políticas e a certas amizades suspeitas, como Monteiro Lobato, com quem haveria de inventar uma fábrica de óleo de banana movida pelo motor da geladeira da minha avó, Garfunkel é solenemente dispensado da Fichet e passa a se dedicar a vários empreendimentos progressistas que fatalmente haveriam de falir. Com certeza herdamos dele nosso infalível tino comercial. Segundo meu irmão, que tem o mesmo nome do avô, nosso lema familiar é: "Perder se preciso for, ganhar nunca". Mas, para compensar essa inaptidão congênita para os negócios, a natureza lhe deu talento para pintura e uma rara visão poética. A respeito de seu trabalho, disse certa vez: "Não entendo por que se criam tantos tabus em relação à arte. Ela é em essência tão simples! Está nas ruas, na gente que passa; é apenas uma questão de sensibilidade, de transmissão de sentimentos, de diálogo de amor". Viajante, cuidadoso observador, registrava com precisão impressionista tudo o que seu olho azul emocionado distinguia. Seus cadernos de croquis eram uma espécie de diário de viagem. No começo dos anos 50, instalado em Curitiba, desiste dos negócios (para alívio geral) e dedica todo seu tempo à pintura. Por sugestão do embaixador da França no Brasil na época, Bernard Hardion, produziu e editou artesanalmente 275 exemplares do álbum "Imagens do Brasil": 20 litografias assinadas e retocadas à mão, acompanhadas de comentários. Em 1962, o velho Garfunkel lança "Novas Imagens do Brasil", com mais 20 gravuras (desta vez serigrafias) igualmente assinadas, retocadas à mão e comentadas pelo autor, com tiragem de 250 exemplares. No primeiro álbum, imagens de Santos, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. No segundo, as cores, os cheiros e os sabores do norte e do nordeste do país. Em 1983, o crítico Pietro Maria Bardi organizou uma exposição de Paul Garfunkel no Masp. Ousou chamá-lo de Debret do século 20 e, num artigo para revista "Senhor", escreveu sobre os álbuns: "Um conjunto de trabalhos a ser definido patrimônio, sem precedentes de anotações, em que se notam, além da bravura excepcional do traço, a compreensão e o amor que conseguiu representar". Hoje leio as "cartas de meu avô" publicadas na bela edição impressa de "Imagens do Brasil" [Id Cultural, 120 págs., R$ 60] que outro neto seu, meu primo Luca Rischbieter, heroicamente conseguiu editar, em colaboração com o designer gráfico Maurício Vieira. É estranho sentir saudade e orgulho ao mesmo tempo. No cine da memória dos anos 60, me vejo com 8 anos, sentado irrequieto no seu ateliê em Curitiba, posando para um retrato a óleo, nunca terminado. Aquela bagunça, aquele cheiro de tinta, aqueles esboços de nu feminino que me interessavam profundamente, embora eu me esforçasse para não demonstrar, e o mau humor tipicamente francês de meu avô, que preferia viajar pelas paisagens brasileiras a tentar captar em vão a expressão desatenta do netinho mimado. No meu DNA, nenhuma aptidão para a pintura. Talvez a mesma paixão ancestral pelas palavras e, sem dúvida, esse irredutível amor pelo Brasil, que ainda tento traduzir do meu jeito em poemas e canções. "O Massilia não existe mais, nossas ilusões estão mortas. Mas o Brasil nos agarrou e nos segurou; estranho e belo país, irritante e envolvente como uma amante por demais amada.'' JEAN GARFUNKEL, 61, poeta, cantor e compositor, acaba de lançar o álbum "13 Pares e Um Fado Solitário". | ilustrissima | Arquivo Aberto - Cartas de meu avôSempre gostei muito deste poema do Manuel Bandeira (1886-1968), "Cartas de Meu Avô": "A tarde cai, por demais/ Erma, úmida e silente.../ A chuva, em gotas glaciais,/ Chora monotonamente.// E enquanto anoitece, vou/ Lendo, sossegado e só,/ As cartas que meu avô/ Escrevia a minha avó". Pois não é que meu avô, Paul Garfunkel (1900-81), que chegou ao porto de Santos em 1927 a bordo do navio Massilia, com sua mulher Hélène, trazendo na bagagem um bebê de seis meses (meu pai), deixou-nos um legado inestimável de "cartas de amor ao Brasil"? Explico: em 1926 esse engenheiro francês, formado pela Sorbonne, casa-se com sua colega de classe –que, segundo dizem, era melhor aluna que ele– e recebe uma proposta da Fichet, fábrica de cofres francesa, para trabalhar no Brasil. Seu espírito "flâneur" e aventureiro jamais deixaria de agarrar essa oportunidade ("très exotique"). Na década de 30, devido a turbulências políticas e a certas amizades suspeitas, como Monteiro Lobato, com quem haveria de inventar uma fábrica de óleo de banana movida pelo motor da geladeira da minha avó, Garfunkel é solenemente dispensado da Fichet e passa a se dedicar a vários empreendimentos progressistas que fatalmente haveriam de falir. Com certeza herdamos dele nosso infalível tino comercial. Segundo meu irmão, que tem o mesmo nome do avô, nosso lema familiar é: "Perder se preciso for, ganhar nunca". Mas, para compensar essa inaptidão congênita para os negócios, a natureza lhe deu talento para pintura e uma rara visão poética. A respeito de seu trabalho, disse certa vez: "Não entendo por que se criam tantos tabus em relação à arte. Ela é em essência tão simples! Está nas ruas, na gente que passa; é apenas uma questão de sensibilidade, de transmissão de sentimentos, de diálogo de amor". Viajante, cuidadoso observador, registrava com precisão impressionista tudo o que seu olho azul emocionado distinguia. Seus cadernos de croquis eram uma espécie de diário de viagem. No começo dos anos 50, instalado em Curitiba, desiste dos negócios (para alívio geral) e dedica todo seu tempo à pintura. Por sugestão do embaixador da França no Brasil na época, Bernard Hardion, produziu e editou artesanalmente 275 exemplares do álbum "Imagens do Brasil": 20 litografias assinadas e retocadas à mão, acompanhadas de comentários. Em 1962, o velho Garfunkel lança "Novas Imagens do Brasil", com mais 20 gravuras (desta vez serigrafias) igualmente assinadas, retocadas à mão e comentadas pelo autor, com tiragem de 250 exemplares. No primeiro álbum, imagens de Santos, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. No segundo, as cores, os cheiros e os sabores do norte e do nordeste do país. Em 1983, o crítico Pietro Maria Bardi organizou uma exposição de Paul Garfunkel no Masp. Ousou chamá-lo de Debret do século 20 e, num artigo para revista "Senhor", escreveu sobre os álbuns: "Um conjunto de trabalhos a ser definido patrimônio, sem precedentes de anotações, em que se notam, além da bravura excepcional do traço, a compreensão e o amor que conseguiu representar". Hoje leio as "cartas de meu avô" publicadas na bela edição impressa de "Imagens do Brasil" [Id Cultural, 120 págs., R$ 60] que outro neto seu, meu primo Luca Rischbieter, heroicamente conseguiu editar, em colaboração com o designer gráfico Maurício Vieira. É estranho sentir saudade e orgulho ao mesmo tempo. No cine da memória dos anos 60, me vejo com 8 anos, sentado irrequieto no seu ateliê em Curitiba, posando para um retrato a óleo, nunca terminado. Aquela bagunça, aquele cheiro de tinta, aqueles esboços de nu feminino que me interessavam profundamente, embora eu me esforçasse para não demonstrar, e o mau humor tipicamente francês de meu avô, que preferia viajar pelas paisagens brasileiras a tentar captar em vão a expressão desatenta do netinho mimado. No meu DNA, nenhuma aptidão para a pintura. Talvez a mesma paixão ancestral pelas palavras e, sem dúvida, esse irredutível amor pelo Brasil, que ainda tento traduzir do meu jeito em poemas e canções. "O Massilia não existe mais, nossas ilusões estão mortas. Mas o Brasil nos agarrou e nos segurou; estranho e belo país, irritante e envolvente como uma amante por demais amada.'' JEAN GARFUNKEL, 61, poeta, cantor e compositor, acaba de lançar o álbum "13 Pares e Um Fado Solitário". | 14 |
Em cerimônia no Rio, Serra afirma que Venezuela não presidirá o Mercosul | Em cerimônia de homenagem aos 11 atletas e técnicos israelenses assassinados na olimpíada de Munique em 1972, neste domingo (14), o ministro das Relações Exteriores, José Serra, afirmou enfaticamente que a Venezuela não vai presidir o Mercosul. "A Venezuela –o presidente Nicolás Maduro– não vai presidir o Mercosul. Essa certeza todos podem ter", disse. O Mercosul está sem presidente desde o dia 1º de agosto, depois que o Uruguai deixou a presidência rotativa, mas Paraguai e Brasil apresentaram resistência para que a Venezuela assumisse. O governo venezuelano seria o próximo a assumir o posto, por seis meses, na sequência estabelecida, que é a ordem alfabética dos países. Caracas já esteve à frente do bloco de julho de 2013 a julho de 2014, mas agora o argumento do Brasil, do Paraguai e da Argentina é que o país não cumpriu todas as exigências para se tornar membro permanente do bloco até o prazo do último dia 12. Serra também lamentou as manifestações de antissemitismo na Rio 2016, que chamou de "deploráveis". Um judoca egípcio se recusou, na última semana, a apertar a mão de um judoca israelense. Pela primeira vez, o COI (Comitê Olímpico Internacional) fez uma homenagem oficial aos atletas israelenses mortos por terroristas palestinos em 1972, com cerimônia na vila dos atletas na semana passada. Neste domingo, a Prefeitura do Rio fez uma homenagem no palácio da cidade. "É um avanço do COI, que se omitiu de alguma forma desde 1972. É a primeira vez que faz um reconhecimento dentro da própria Olimpíada. Vejo com alegria a homenagem a essas pessoas que foram assassinadas pelo fanatismo, pelo terrorismo." Em relação à preocupação com o terrorismo nos jogos do Rio, Serra afirmou: "Havia um certo exagero, mas de todo modo precisamos ficar bastante vigilantes". | mundo | Em cerimônia no Rio, Serra afirma que Venezuela não presidirá o MercosulEm cerimônia de homenagem aos 11 atletas e técnicos israelenses assassinados na olimpíada de Munique em 1972, neste domingo (14), o ministro das Relações Exteriores, José Serra, afirmou enfaticamente que a Venezuela não vai presidir o Mercosul. "A Venezuela –o presidente Nicolás Maduro– não vai presidir o Mercosul. Essa certeza todos podem ter", disse. O Mercosul está sem presidente desde o dia 1º de agosto, depois que o Uruguai deixou a presidência rotativa, mas Paraguai e Brasil apresentaram resistência para que a Venezuela assumisse. O governo venezuelano seria o próximo a assumir o posto, por seis meses, na sequência estabelecida, que é a ordem alfabética dos países. Caracas já esteve à frente do bloco de julho de 2013 a julho de 2014, mas agora o argumento do Brasil, do Paraguai e da Argentina é que o país não cumpriu todas as exigências para se tornar membro permanente do bloco até o prazo do último dia 12. Serra também lamentou as manifestações de antissemitismo na Rio 2016, que chamou de "deploráveis". Um judoca egípcio se recusou, na última semana, a apertar a mão de um judoca israelense. Pela primeira vez, o COI (Comitê Olímpico Internacional) fez uma homenagem oficial aos atletas israelenses mortos por terroristas palestinos em 1972, com cerimônia na vila dos atletas na semana passada. Neste domingo, a Prefeitura do Rio fez uma homenagem no palácio da cidade. "É um avanço do COI, que se omitiu de alguma forma desde 1972. É a primeira vez que faz um reconhecimento dentro da própria Olimpíada. Vejo com alegria a homenagem a essas pessoas que foram assassinadas pelo fanatismo, pelo terrorismo." Em relação à preocupação com o terrorismo nos jogos do Rio, Serra afirmou: "Havia um certo exagero, mas de todo modo precisamos ficar bastante vigilantes". | 4 |
Empreendedores e gerentes são diferentes, afirma dono da WPP | Um assunto é especialmente sensível para Martin Sorrell: o questionamento ao que recebe como principal executivo da WPP, maior grupo de publicidade do mundo. No ano passado, foram US$ 103 milhões (R$ 328 milhões), um dos pagamentos mais altos do mundo corporativo, valor que desagradou a uma parte dos acionistas da empresa. Ao rebater as críticas, Sorrell aponta a diferença que enxerga entre empreendedores e gerentes. * Folha - O sr. foi questionado pelo que recebeu como executivo. O que pensou sobre isso? Martin Sorrell - Eu comecei a WPP com duas pessoas, eu e mais uma, em 1985, num porão de Londres. Era uma negócio de manufatura na Bolsa de Valores, que valia US$ 1,5 milhão e hoje vale US$ 30 bilhões. Eu não vou pedir desculpas por isso. Toda a minha riqueza está na empresa. Investi dinheiro no negócio, fiz isso no começo e diversas vezes. Eu me divorciei cerca de dez anos atrás e tive que vender ações, mas foi isso em 31 anos. Estou totalmente comprometido com o negócio, todo o meu dinheiro. Tenho uma pequena casa em José Ignacio, no Uruguai, é verdade. Nada esbanjador, uma pequena casa. Não tenho um museu ou uma grande coleção de arte. 95% do meu dinheiro está na empresa e tem estado lá por 31 anos. Outra coisa é que empregamos 190 mil pessoas. Vamos dizer que sejam 200 mil e vamos assumir que cada unidade familiar tem três pessoas. Isso significa que 600 mil pessoas dependem da empresa. Isso é bom. No Reino Unido, nos últimos quatro anos, fomos de 12 mil para 16.500 pessoas, num momento em que a economia britânica esteve ok, mas não brilhante. Então não vou pedir nenhuma desculpa por isso. Esse tipo de crítica a empreendedores, isso lhe surpreende? Em alguns países, eles gostam de jogar você para baixo. É inveja, ou como quiser chamar. Nos EUA creio que é verdadeiro que as pessoas celebram o sucesso. Em certa medida, é isso que Donald Trump [empresário candidato à presidência dos EUA] representa. Você pode argumentar se Trump tem tanto sucesso quanto ele diz que tem. Ele afirma que é ótimo, fabuloso, fantástico etc. Podemos discutir se ele é tão fantástico assim. Mas o fato é que nos EUA as pessoas festejam o sucesso. Quando você falha nos EUA você não é rotulado. Donald Trump quebrou quatro vezes e deu a volta por cima. Mas em alguns países, se você falha, você é rotulado, marcado como gado. Creio que há uma diferença muito grande aí. Há pessoas que começam negócios, que você chama de empreendedores, o que significa tomar risco, e gerentes. Não estou dizendo que gerentes são uma coisa ruim, eles são uma coisa boa. Mas são diferentes. Nosso negócio funciona 24/7. Com clientes você não pode ir dormir. Não há Natal. Você está sempre de pé. Isso é uma coisa. A outra coisa, havia um técnico famoso na Inglaterra chamado Bill Shankly. Era treinador do Liverpool, nos tempos em que o Liverpool era realmente bom. Era como um Alex Ferguson dos anos 1970. Ele dizia –isso é bom para o Brasil– o futebol não é uma questão de vida ou morte, é mais importante do que isso. Então a WPP não é uma questão de vida ou morte, é mais importante do que isso. É uma atitude diferente. Gerentes não são ruins, não estou dizendo que são ruins, são apenas diferentes. Se você começa um negócio, essa é outra analogia, isso é o mais próximo que você pode chegar de ter um bebê. Não fisicamente, mas mentalmente. Porque se você começa algo, você está totalmente comprometido com isso. Voltando à questão da compensação: as pessoas têm que entender essa diferença. Se não entenderem isso, é usar as regras dos gerentes, você destrói os empreendedores. Ou vocês os destrói ou eles vão para outro lugar. Eu realmente acho que esse é um grande risco, um problema real. Você não pode aplicar as mesmas regras para todas as situações. Se fizer isso, fica com o mínimo denominador comum, não com o máximo múltiplo comum. O que você deveria estar buscando é o máximo múltiplo comum. Eu me sinto realmente obcecado por isso. Faço isso há 31 anos. A vida média de um presidente-executivo é de seis ou sete anos, nos EUA e no Reino Unido. Eu assumi um compromisso de longo prazo. Não é que estou chegando, tomando opções [de ações] e vendendo em dois anos por um lucro gordo. Se as ações sobem, eu me dou bem. Se caem, eu morro. A coisa ruim é que você não recebe crédito por isso. Warren Buffet escreveu 20 anos atrás: você não daria uma opção a uma instituição a custo zero, então por que faz isso com os gerentes? Por que quando você dá opções aos gerentes, o tempo para exercê-las é usualmente de dez anos, com custo zero. Você não faria isso com uma instituição a menos que cobrasse pelo dinheiro, então por que faz isso com os gerentes? Eu comecei isso há 31 anos, tivemos altos e baixos. Tivemos três recessões. Claro que fico sensível em relação a isso, provavelmente falei mais aqui do que jamais havia dito a qualquer pessoa. Mas estou muito seguro nesse aspecto. O problema é que você é levado ao menor denominador comum. E o que isso significa? Vai levar as pessoas a negócios privados, para o private equity [gestoras de fundos que compram participações em empresas]. É isso o que vai acontecer. O que não é bom para a sociedade. O que o private equity faz é tirar o negócio do mercado, comprar as empresas para fora dele, gastar cinco anos consertando-o, usualmente com muito corte de pessoal, para então vendê-lo de volta, cinco anos depois pelo valor que foi pago. É uma loucura. | mercado | Empreendedores e gerentes são diferentes, afirma dono da WPPUm assunto é especialmente sensível para Martin Sorrell: o questionamento ao que recebe como principal executivo da WPP, maior grupo de publicidade do mundo. No ano passado, foram US$ 103 milhões (R$ 328 milhões), um dos pagamentos mais altos do mundo corporativo, valor que desagradou a uma parte dos acionistas da empresa. Ao rebater as críticas, Sorrell aponta a diferença que enxerga entre empreendedores e gerentes. * Folha - O sr. foi questionado pelo que recebeu como executivo. O que pensou sobre isso? Martin Sorrell - Eu comecei a WPP com duas pessoas, eu e mais uma, em 1985, num porão de Londres. Era uma negócio de manufatura na Bolsa de Valores, que valia US$ 1,5 milhão e hoje vale US$ 30 bilhões. Eu não vou pedir desculpas por isso. Toda a minha riqueza está na empresa. Investi dinheiro no negócio, fiz isso no começo e diversas vezes. Eu me divorciei cerca de dez anos atrás e tive que vender ações, mas foi isso em 31 anos. Estou totalmente comprometido com o negócio, todo o meu dinheiro. Tenho uma pequena casa em José Ignacio, no Uruguai, é verdade. Nada esbanjador, uma pequena casa. Não tenho um museu ou uma grande coleção de arte. 95% do meu dinheiro está na empresa e tem estado lá por 31 anos. Outra coisa é que empregamos 190 mil pessoas. Vamos dizer que sejam 200 mil e vamos assumir que cada unidade familiar tem três pessoas. Isso significa que 600 mil pessoas dependem da empresa. Isso é bom. No Reino Unido, nos últimos quatro anos, fomos de 12 mil para 16.500 pessoas, num momento em que a economia britânica esteve ok, mas não brilhante. Então não vou pedir nenhuma desculpa por isso. Esse tipo de crítica a empreendedores, isso lhe surpreende? Em alguns países, eles gostam de jogar você para baixo. É inveja, ou como quiser chamar. Nos EUA creio que é verdadeiro que as pessoas celebram o sucesso. Em certa medida, é isso que Donald Trump [empresário candidato à presidência dos EUA] representa. Você pode argumentar se Trump tem tanto sucesso quanto ele diz que tem. Ele afirma que é ótimo, fabuloso, fantástico etc. Podemos discutir se ele é tão fantástico assim. Mas o fato é que nos EUA as pessoas festejam o sucesso. Quando você falha nos EUA você não é rotulado. Donald Trump quebrou quatro vezes e deu a volta por cima. Mas em alguns países, se você falha, você é rotulado, marcado como gado. Creio que há uma diferença muito grande aí. Há pessoas que começam negócios, que você chama de empreendedores, o que significa tomar risco, e gerentes. Não estou dizendo que gerentes são uma coisa ruim, eles são uma coisa boa. Mas são diferentes. Nosso negócio funciona 24/7. Com clientes você não pode ir dormir. Não há Natal. Você está sempre de pé. Isso é uma coisa. A outra coisa, havia um técnico famoso na Inglaterra chamado Bill Shankly. Era treinador do Liverpool, nos tempos em que o Liverpool era realmente bom. Era como um Alex Ferguson dos anos 1970. Ele dizia –isso é bom para o Brasil– o futebol não é uma questão de vida ou morte, é mais importante do que isso. Então a WPP não é uma questão de vida ou morte, é mais importante do que isso. É uma atitude diferente. Gerentes não são ruins, não estou dizendo que são ruins, são apenas diferentes. Se você começa um negócio, essa é outra analogia, isso é o mais próximo que você pode chegar de ter um bebê. Não fisicamente, mas mentalmente. Porque se você começa algo, você está totalmente comprometido com isso. Voltando à questão da compensação: as pessoas têm que entender essa diferença. Se não entenderem isso, é usar as regras dos gerentes, você destrói os empreendedores. Ou vocês os destrói ou eles vão para outro lugar. Eu realmente acho que esse é um grande risco, um problema real. Você não pode aplicar as mesmas regras para todas as situações. Se fizer isso, fica com o mínimo denominador comum, não com o máximo múltiplo comum. O que você deveria estar buscando é o máximo múltiplo comum. Eu me sinto realmente obcecado por isso. Faço isso há 31 anos. A vida média de um presidente-executivo é de seis ou sete anos, nos EUA e no Reino Unido. Eu assumi um compromisso de longo prazo. Não é que estou chegando, tomando opções [de ações] e vendendo em dois anos por um lucro gordo. Se as ações sobem, eu me dou bem. Se caem, eu morro. A coisa ruim é que você não recebe crédito por isso. Warren Buffet escreveu 20 anos atrás: você não daria uma opção a uma instituição a custo zero, então por que faz isso com os gerentes? Por que quando você dá opções aos gerentes, o tempo para exercê-las é usualmente de dez anos, com custo zero. Você não faria isso com uma instituição a menos que cobrasse pelo dinheiro, então por que faz isso com os gerentes? Eu comecei isso há 31 anos, tivemos altos e baixos. Tivemos três recessões. Claro que fico sensível em relação a isso, provavelmente falei mais aqui do que jamais havia dito a qualquer pessoa. Mas estou muito seguro nesse aspecto. O problema é que você é levado ao menor denominador comum. E o que isso significa? Vai levar as pessoas a negócios privados, para o private equity [gestoras de fundos que compram participações em empresas]. É isso o que vai acontecer. O que não é bom para a sociedade. O que o private equity faz é tirar o negócio do mercado, comprar as empresas para fora dele, gastar cinco anos consertando-o, usualmente com muito corte de pessoal, para então vendê-lo de volta, cinco anos depois pelo valor que foi pago. É uma loucura. | 2 |
Informar, não proibir | Um julgamento marcado para agosto deverá moldar o futuro da indústria do tabaco no Brasil. O Supremo Tribunal Federal decidirá se a Anvisa —agência de vigilância sanitária— pode impedir fabricantes de usar aromatizantes e flavorizantes nos cigarros. Embora ainda gere lucros substanciais, a indústria fumígena não dispõe de boas perspectivas de longo prazo. Derivados do tabaco são cada vez mais rejeitados; os consumidores que se mantêm fiéis ao vício tendem a morrer mais cedo. Diante do quadro, buscam-se mercados em países menos desenvolvidos, onde os cidadãos têm menos acesso a informações e a regulação estatal é mais frágil. Outra estratégia é a diversificação dos produtos para atrair o público jovem. Nessa seara estão aparelhos que prometem doses de nicotina com menos danos à saúde (benefício sem amparo em evidências científicas) e cigarros com sabor, para atenuar o estranhamento de quem se arrisca nas primeiras baforadas. A primeira tentativa da Anvisa de proibir aditivos que tornem os cigarros mais tragáveis data de 2012. Como a segurança jurídica é um conceito vaporoso no Brasil, a indústria vem conseguindo contornar o veto com liminares. Após anos de incerteza, o STF finalmente deve julgar o mérito da questão. Não há dúvida de que a regulação é necessária e resulta em ganhos para a saúde pública. Parte da impactante queda na proporção de fumantes no país —de 35% dos brasileiros adultos, em 1989, para cerca de 10% atualmente— pode ser atribuída à exigência de que as embalagens estampem informações sobre as consequências do tabagismo. A Anvisa, contudo, parece dar um passo temerário ao deliberar sobre o sabor dos cigarros. Não se cogita, por exemplo, forçar fabricantes a produzir vinhos e cervejas menos agradáveis ao paladar, embora o uso abusivo do álcool também cause enorme dano social. Exceto por uma efêmera sensação de prazer, fumo e bebida não trazem benefícios palpáveis e implicam riscos à saúde. Proibi-los, porém, seria equipará-los a drogas ilícitas que não deixam de ser consumidas pela proscrição. Uma das marcas da civilização ocidental é a busca por um equilíbrio entre liberdade e objetivos sociais, que pressuponha a responsabilidade individual. Será sempre melhor que a regulação se dê por meio do esclarecimento consciente, em vez da mera proibição. editoriais@grupofolha.com.br | opiniao | Informar, não proibirUm julgamento marcado para agosto deverá moldar o futuro da indústria do tabaco no Brasil. O Supremo Tribunal Federal decidirá se a Anvisa —agência de vigilância sanitária— pode impedir fabricantes de usar aromatizantes e flavorizantes nos cigarros. Embora ainda gere lucros substanciais, a indústria fumígena não dispõe de boas perspectivas de longo prazo. Derivados do tabaco são cada vez mais rejeitados; os consumidores que se mantêm fiéis ao vício tendem a morrer mais cedo. Diante do quadro, buscam-se mercados em países menos desenvolvidos, onde os cidadãos têm menos acesso a informações e a regulação estatal é mais frágil. Outra estratégia é a diversificação dos produtos para atrair o público jovem. Nessa seara estão aparelhos que prometem doses de nicotina com menos danos à saúde (benefício sem amparo em evidências científicas) e cigarros com sabor, para atenuar o estranhamento de quem se arrisca nas primeiras baforadas. A primeira tentativa da Anvisa de proibir aditivos que tornem os cigarros mais tragáveis data de 2012. Como a segurança jurídica é um conceito vaporoso no Brasil, a indústria vem conseguindo contornar o veto com liminares. Após anos de incerteza, o STF finalmente deve julgar o mérito da questão. Não há dúvida de que a regulação é necessária e resulta em ganhos para a saúde pública. Parte da impactante queda na proporção de fumantes no país —de 35% dos brasileiros adultos, em 1989, para cerca de 10% atualmente— pode ser atribuída à exigência de que as embalagens estampem informações sobre as consequências do tabagismo. A Anvisa, contudo, parece dar um passo temerário ao deliberar sobre o sabor dos cigarros. Não se cogita, por exemplo, forçar fabricantes a produzir vinhos e cervejas menos agradáveis ao paladar, embora o uso abusivo do álcool também cause enorme dano social. Exceto por uma efêmera sensação de prazer, fumo e bebida não trazem benefícios palpáveis e implicam riscos à saúde. Proibi-los, porém, seria equipará-los a drogas ilícitas que não deixam de ser consumidas pela proscrição. Uma das marcas da civilização ocidental é a busca por um equilíbrio entre liberdade e objetivos sociais, que pressuponha a responsabilidade individual. Será sempre melhor que a regulação se dê por meio do esclarecimento consciente, em vez da mera proibição. editoriais@grupofolha.com.br | 7 |
Fotografar é quase tão importante quanto falar, diz chefe do Flickr | A revolução digital mudou a alma de uma invenção do século 19: a fotografia. É o que veem executivos que trabalham com imagens em diferentes plataformas da internet. "A essência da fotografia está sendo alterada. Ela foi criada como um meio de capturar a memória. Agora usamos a fotografia como um meio de comunicação", afirma Bernardo Hernández, principal executivo do Flickr, plataforma onde são compartilhadas mais de 1 milhão de imagens por dia. "Aprender a tirar uma fotografia ficou quase tão importante quanto escrever ou falar." A concordar com ele está Dan Rubin, fundador da publicação "Photographic Journal". Ele exemplifica essa mudança apontando um dos aplicativos que mais ganharam popularidade nos últimos tempos: "No Snapchat, a comunicação está toda concentrada em imagem". Samuli Hanninen, especialista no assunto dentro da Microsoft, enxerga a mesma transição: "As imagens antes eram mais de registro. E começamos a ver que ela se tornou parte da comunicação". O que impulsionou isso, argumenta Hernández, do Flickr, é que a foto se tornou um meio de gratificação imediata. "É difícil conseguir brilhar no Twitter, mas é fácil tirar uma foto e fazer com que elas se destaque." ENTRAVES Mas há obstáculos pelo caminho da evolução da foto. Um deles é técnico. Como explica John van Derlofske, cientista da 3M, apesar de toda a evolução, as lentes dos celulares atuais ainda têm limites importantes, e alguns deles guardam relação com a capacidade da bateria, um dos mais aspectos em que a indústria mais tem dificuldade em evoluir. "Quando as pessoas tiram selfies, têm que fazer várias até conseguir a selfie certa. Esse é um exemplo em que o problema da qualidade não está resolvido", diz Hanninen, da Microsoft. Outros dos obstáculos diz respeito à privacidade –e não só em relação a outras pessoas e aos governos de cada país, mas também no uso das imagens por empresas de tecnologia. "Estamos acostumados com computadores entendendo textos. Mas computadores agora podem entender fotos", afirma Hernández, do Flickr. "Se veem algo marrom e verde em certa disposição, podem entender que aquilo é uma arvore." Da mesma forma, a tecnologia tem conseguido mudar a percepção das fotos. Uma tecnologia mostrada pela Intel no Mobile World Congress, em Barcelona, faz com que seja possível medir a distância entre objetos dentro de uma imagem. Nessa evolução, a fotografia leva uma vantagem sobre o vídeo. "As pessoas compartilham muito mais foto do que vídeo. Tem a ver com o esforço e tempo requeridos", diz Sokratis Papafloratos, da Toghetera, aplicativo de imagens. Para Hernández, do Flickr, a explosão da comunicação de imagens ainda está no começo. Ele afirma que volume de fotos enviadas será multiplicado dezenas de vezes nos próximos anos. "O maior fotógrafo da história ainda está por aparecer." | tec | Fotografar é quase tão importante quanto falar, diz chefe do FlickrA revolução digital mudou a alma de uma invenção do século 19: a fotografia. É o que veem executivos que trabalham com imagens em diferentes plataformas da internet. "A essência da fotografia está sendo alterada. Ela foi criada como um meio de capturar a memória. Agora usamos a fotografia como um meio de comunicação", afirma Bernardo Hernández, principal executivo do Flickr, plataforma onde são compartilhadas mais de 1 milhão de imagens por dia. "Aprender a tirar uma fotografia ficou quase tão importante quanto escrever ou falar." A concordar com ele está Dan Rubin, fundador da publicação "Photographic Journal". Ele exemplifica essa mudança apontando um dos aplicativos que mais ganharam popularidade nos últimos tempos: "No Snapchat, a comunicação está toda concentrada em imagem". Samuli Hanninen, especialista no assunto dentro da Microsoft, enxerga a mesma transição: "As imagens antes eram mais de registro. E começamos a ver que ela se tornou parte da comunicação". O que impulsionou isso, argumenta Hernández, do Flickr, é que a foto se tornou um meio de gratificação imediata. "É difícil conseguir brilhar no Twitter, mas é fácil tirar uma foto e fazer com que elas se destaque." ENTRAVES Mas há obstáculos pelo caminho da evolução da foto. Um deles é técnico. Como explica John van Derlofske, cientista da 3M, apesar de toda a evolução, as lentes dos celulares atuais ainda têm limites importantes, e alguns deles guardam relação com a capacidade da bateria, um dos mais aspectos em que a indústria mais tem dificuldade em evoluir. "Quando as pessoas tiram selfies, têm que fazer várias até conseguir a selfie certa. Esse é um exemplo em que o problema da qualidade não está resolvido", diz Hanninen, da Microsoft. Outros dos obstáculos diz respeito à privacidade –e não só em relação a outras pessoas e aos governos de cada país, mas também no uso das imagens por empresas de tecnologia. "Estamos acostumados com computadores entendendo textos. Mas computadores agora podem entender fotos", afirma Hernández, do Flickr. "Se veem algo marrom e verde em certa disposição, podem entender que aquilo é uma arvore." Da mesma forma, a tecnologia tem conseguido mudar a percepção das fotos. Uma tecnologia mostrada pela Intel no Mobile World Congress, em Barcelona, faz com que seja possível medir a distância entre objetos dentro de uma imagem. Nessa evolução, a fotografia leva uma vantagem sobre o vídeo. "As pessoas compartilham muito mais foto do que vídeo. Tem a ver com o esforço e tempo requeridos", diz Sokratis Papafloratos, da Toghetera, aplicativo de imagens. Para Hernández, do Flickr, a explosão da comunicação de imagens ainda está no começo. Ele afirma que volume de fotos enviadas será multiplicado dezenas de vezes nos próximos anos. "O maior fotógrafo da história ainda está por aparecer." | 10 |
Brasil já colheu 1/3 da soja, e atoleiros impedem escoamento da safra | A colheita de soja no Brasil atingiu 34,3% da área estimada para a temporada 2016/17, com as atividades mantendo-se em ritmo mais acelerado que a média histórica para esta época, informou a consultoria Safras & Mercado nesta quarta-feira (1º). Houve um avanço de quase 10 pontos percentuais ante a semana anterior. Os trabalhos de colheita no país, maior exportador global de soja, estão levemente adiantados em relação ao mesmo período do ano passado (33,3%) e avançados em relação à média histórica dos últimos cinco anos (25,5%), segundo a consultoria. Atoleiros e bloqueio a caminhões carregados de soja na rodovia BR-163, no interior do Pará, vêm atrapalhando o escoamento da safra. Chuvas fortes e atoleiros no trecho não asfaltado da BR-163 impedem que a soja chegue aos portos do Norte do país, o que resulta em prejuízos de US$ 400 mil ao dia, com a impossibilidade de embarcar o produto, informou na sexta-feira (24) a associação que representa as indústrias da oleaginosa no Brasil, Abiove. Obras e serviços realizados nos últimos dias ainda não foram ainda suficientes para liberar o fluxo de milhares de caminhões carregados com soja e de outros veículos, informou nesta quarta a Polícia Rodoviária Federal. Embora alguns veículos tenham sido liberados, por meio do uso de máquinas, ainda são cerca de 3.000 carretas que não podem seguir viagem, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal de Santarém (PA). "A situação ainda está crítica... Deu amenizada porque o pessoal está trabalhando. Só que a chuva realmente complica", disse o policial rodoviário Bruno Bittencourt. O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) informou nesta terça-feira (28) que homens do Exército e da Polícia Rodoviária Federal chegaram no fim de semana aos pontos de retenção verificados na BR-163 e na BR-230 no Pará para a execução dos serviços de manutenção. "Desde a madrugada desta terça-feira, parte do tráfego foi liberada na BR-163 sentido Sul (para Mato Grosso). Caso as condições meteorológicas sejam favoráveis, a expectativa é de liberação total do tráfego até esta sexta-feira (3), com a recuperação de pontos isolados em um segmento de aproximadamente 37 quilômetros", disse o Dnit em nota. PREVISÃO DO TEMPO Dados do serviço Agriculture Weather Dashboard, da Thomson Reuters, apontam, no entanto, que as chuvas devem continuar intensas nos próximos 15 dias, sem nenhuma trégua. Os acumulados até 16 de março na região do sudoeste do Pará, onde estão concentrados os problemas, devem atingir 161 milímetros. O Dnit disse que suas equipes estão trabalhando em duas frentes simultaneamente, nas proximidades da Comunidade Jamanxim e próximo à Vila Santa Luzia, ao longo da BR-163. Dos 1.006 quilômetros da BR-163 no Pará, faltam 100 quilômetros para serem asfaltados, destacou o departamento. "O trecho da BR-163 onde se verificaram os pontos críticos devido às chuvas será pavimentado este ano. A meta do Dnit é asfaltar 60 quilômetros da rodovia em 2017", afirmou o órgão. A previsão de conclusão do asfaltamento de toda a BR-163 no Pará é 2018. A rodovia é um importante canal de escoamento da safra brasileira de grãos, ao fazer a ligação das regiões produtoras de Mato Grosso com terminais fluviais localizados às margens do rio Tapajós, no município de Itaituba (distrito de Miritituba). Importantes empresas do agronegócio, como Bunge, Hidrovias do Brasil e Cargill, operam terminais na região Norte, servindo-se do carregamento de barcaças na bacia amazônica e da exportação por meio de terminais localizados principalmente na região Barcarena, perto de Belém (PA). Em Miritituba, as empresas não recebem soja desde o dia 18 de fevereiro, informou na sexta o gerente de economia da Abiove, Daniel Furlan Amaral. Segundo o Dnit, o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, irá se reunir com representantes de empresas exportadoras para definir uma estratégia logística que "garanta a manutenção da trafegabilidade ao longo da rodovia durante o chamado inverno amazônico e o consequente escoamento da produção agrícola". Procuradas, Cargill, Bunge e Hidrovias do Brasil não comentaram imediatamente o assunto. | mercado | Brasil já colheu 1/3 da soja, e atoleiros impedem escoamento da safraA colheita de soja no Brasil atingiu 34,3% da área estimada para a temporada 2016/17, com as atividades mantendo-se em ritmo mais acelerado que a média histórica para esta época, informou a consultoria Safras & Mercado nesta quarta-feira (1º). Houve um avanço de quase 10 pontos percentuais ante a semana anterior. Os trabalhos de colheita no país, maior exportador global de soja, estão levemente adiantados em relação ao mesmo período do ano passado (33,3%) e avançados em relação à média histórica dos últimos cinco anos (25,5%), segundo a consultoria. Atoleiros e bloqueio a caminhões carregados de soja na rodovia BR-163, no interior do Pará, vêm atrapalhando o escoamento da safra. Chuvas fortes e atoleiros no trecho não asfaltado da BR-163 impedem que a soja chegue aos portos do Norte do país, o que resulta em prejuízos de US$ 400 mil ao dia, com a impossibilidade de embarcar o produto, informou na sexta-feira (24) a associação que representa as indústrias da oleaginosa no Brasil, Abiove. Obras e serviços realizados nos últimos dias ainda não foram ainda suficientes para liberar o fluxo de milhares de caminhões carregados com soja e de outros veículos, informou nesta quarta a Polícia Rodoviária Federal. Embora alguns veículos tenham sido liberados, por meio do uso de máquinas, ainda são cerca de 3.000 carretas que não podem seguir viagem, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal de Santarém (PA). "A situação ainda está crítica... Deu amenizada porque o pessoal está trabalhando. Só que a chuva realmente complica", disse o policial rodoviário Bruno Bittencourt. O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) informou nesta terça-feira (28) que homens do Exército e da Polícia Rodoviária Federal chegaram no fim de semana aos pontos de retenção verificados na BR-163 e na BR-230 no Pará para a execução dos serviços de manutenção. "Desde a madrugada desta terça-feira, parte do tráfego foi liberada na BR-163 sentido Sul (para Mato Grosso). Caso as condições meteorológicas sejam favoráveis, a expectativa é de liberação total do tráfego até esta sexta-feira (3), com a recuperação de pontos isolados em um segmento de aproximadamente 37 quilômetros", disse o Dnit em nota. PREVISÃO DO TEMPO Dados do serviço Agriculture Weather Dashboard, da Thomson Reuters, apontam, no entanto, que as chuvas devem continuar intensas nos próximos 15 dias, sem nenhuma trégua. Os acumulados até 16 de março na região do sudoeste do Pará, onde estão concentrados os problemas, devem atingir 161 milímetros. O Dnit disse que suas equipes estão trabalhando em duas frentes simultaneamente, nas proximidades da Comunidade Jamanxim e próximo à Vila Santa Luzia, ao longo da BR-163. Dos 1.006 quilômetros da BR-163 no Pará, faltam 100 quilômetros para serem asfaltados, destacou o departamento. "O trecho da BR-163 onde se verificaram os pontos críticos devido às chuvas será pavimentado este ano. A meta do Dnit é asfaltar 60 quilômetros da rodovia em 2017", afirmou o órgão. A previsão de conclusão do asfaltamento de toda a BR-163 no Pará é 2018. A rodovia é um importante canal de escoamento da safra brasileira de grãos, ao fazer a ligação das regiões produtoras de Mato Grosso com terminais fluviais localizados às margens do rio Tapajós, no município de Itaituba (distrito de Miritituba). Importantes empresas do agronegócio, como Bunge, Hidrovias do Brasil e Cargill, operam terminais na região Norte, servindo-se do carregamento de barcaças na bacia amazônica e da exportação por meio de terminais localizados principalmente na região Barcarena, perto de Belém (PA). Em Miritituba, as empresas não recebem soja desde o dia 18 de fevereiro, informou na sexta o gerente de economia da Abiove, Daniel Furlan Amaral. Segundo o Dnit, o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, irá se reunir com representantes de empresas exportadoras para definir uma estratégia logística que "garanta a manutenção da trafegabilidade ao longo da rodovia durante o chamado inverno amazônico e o consequente escoamento da produção agrícola". Procuradas, Cargill, Bunge e Hidrovias do Brasil não comentaram imediatamente o assunto. | 2 |
Expectativas | Os investidores do mercado financeiro comportam-se como se antevissem mudança próxima nos rumos da economia. Desde fevereiro, baixam as taxas de juros de mercado e as medidas do risco de investir no país. A moeda brasileira valoriza-se, assim como sobe o preço das ações. Em parte, tal mudança se deve à melhoria das condições externas. Em parte, o relativo otimismo expresso pela valorização dos ativos financeiros foi provocado pela probabilidade maior de reformas e ajustes. Em português claro, espera-se um governo comprometido com a reconstrução econômica. Na vida real do trabalho, das empresas, do crédito e das contas públicas, no entanto, verifica-se degradação contínua, quando não acelerada. A receita federal de impostos diminui; dívida e deficit públicos crescem sem limite, deterioração acentuada pela decisão recente do governo de gastar mais. A quantidade de empréstimos bancários encolhe em ritmo acelerado, assim como o número de pessoas empregadas e seus rendimentos médios. O nível de confiança de empresários e consumidores praticamente se estabilizou, mas em patamar de colapso. Um sinal de luz tênue apareceu, ainda bruxuleante, nas expectativas de inflação, que recuam há algumas semanas. A recessão profunda das vendas contém reajustes de alguns preços e salários. O dólar mais barato contribui para segurar os índices. Torna-se possível que o Banco Central reduza os juros a partir do segundo semestre. Não houve, todavia, alteração no cenário para a economia real. Estima-se que o país padecerá de uma recessão tão grande quanto a do ano passado, em torno de 4%. A expectativa positiva vista na finança decerto tem efeitos positivos imediatos, embora menores: na taxa de câmbio, na inflação, talvez nos juros. A confirmação dessas esperanças pode fazer com que se antecipe também a retomada dos investimentos produtivos. O cenário virtuoso, porém, depende da existência de um governo estável, que não venha a ser colhido pela avalanche judicial, capaz de formar uma coalizão comprometida com reformas econômicas, de dosar socialmente a mudança e de apaziguar ânimos políticos. Essas são precondições apenas para a estabilização, não para a retomada do crescimento. A reversão das esperanças de transformação, contudo -seja qual for o governo-, vai desfazer os tênues fatores de alívio, deteriorando outra vez as condições financeiras, atrasando ainda mais a recuperação e contaminando 2017. Em vez de estabilidade, haveria o mergulho perigoso e sombrio em um terceiro ano de recessão. editoriais@grupofolha.com.br | opiniao | ExpectativasOs investidores do mercado financeiro comportam-se como se antevissem mudança próxima nos rumos da economia. Desde fevereiro, baixam as taxas de juros de mercado e as medidas do risco de investir no país. A moeda brasileira valoriza-se, assim como sobe o preço das ações. Em parte, tal mudança se deve à melhoria das condições externas. Em parte, o relativo otimismo expresso pela valorização dos ativos financeiros foi provocado pela probabilidade maior de reformas e ajustes. Em português claro, espera-se um governo comprometido com a reconstrução econômica. Na vida real do trabalho, das empresas, do crédito e das contas públicas, no entanto, verifica-se degradação contínua, quando não acelerada. A receita federal de impostos diminui; dívida e deficit públicos crescem sem limite, deterioração acentuada pela decisão recente do governo de gastar mais. A quantidade de empréstimos bancários encolhe em ritmo acelerado, assim como o número de pessoas empregadas e seus rendimentos médios. O nível de confiança de empresários e consumidores praticamente se estabilizou, mas em patamar de colapso. Um sinal de luz tênue apareceu, ainda bruxuleante, nas expectativas de inflação, que recuam há algumas semanas. A recessão profunda das vendas contém reajustes de alguns preços e salários. O dólar mais barato contribui para segurar os índices. Torna-se possível que o Banco Central reduza os juros a partir do segundo semestre. Não houve, todavia, alteração no cenário para a economia real. Estima-se que o país padecerá de uma recessão tão grande quanto a do ano passado, em torno de 4%. A expectativa positiva vista na finança decerto tem efeitos positivos imediatos, embora menores: na taxa de câmbio, na inflação, talvez nos juros. A confirmação dessas esperanças pode fazer com que se antecipe também a retomada dos investimentos produtivos. O cenário virtuoso, porém, depende da existência de um governo estável, que não venha a ser colhido pela avalanche judicial, capaz de formar uma coalizão comprometida com reformas econômicas, de dosar socialmente a mudança e de apaziguar ânimos políticos. Essas são precondições apenas para a estabilização, não para a retomada do crescimento. A reversão das esperanças de transformação, contudo -seja qual for o governo-, vai desfazer os tênues fatores de alívio, deteriorando outra vez as condições financeiras, atrasando ainda mais a recuperação e contaminando 2017. Em vez de estabilidade, haveria o mergulho perigoso e sombrio em um terceiro ano de recessão. editoriais@grupofolha.com.br | 7 |
Governo de SP aposta em desgaste de ocupações, e alunos radicalizam | Após a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) indicar que aposta no desgaste do movimento contra a reorganização do ensino em São Paulo, os manifestantes que ocupam os colégios estaduais decidiram radicalizar a estratégia. A nova diretriz de fechar vias ao trânsito de veículos, iniciada nesta semana, deve ser intensificada na capital paulista hoje (03/12), apesar de a Polícia Militar ter agido com força para desbloquear ruas nos últimos dois dias. Os estudantes ameaçavam fazer "travamentos" -nome dado por eles ao bloqueio de ruas e avenidas- simultâneos nesta quinta-feira. Nesta quarta (2), eles fecharam a av. Doutor Arnaldo de manhã e um trecho da rua Teodoro Sampaio, no cruzamento com a Henrique Schaumann, à tarde. Nos dois casos a PM interveio e retirou os manifestantes, que espalham carteiras escolares pelas ruas. No protesto da tarde, a polícia chegou a jogar bombas de efeito moral. A ação dividiu quem assistia à cena. Enquanto alguns motoristas ajudavam policiais a retirar as cadeiras, outros gritavam "vergonha" para os PMs. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que há motivação política na ação dos estudantes. "Não é razoável a obstrução de via pública. É nítida que há uma ação política do movimento." Os manifestantes (que incluem alunos, sindicalistas e integrantes de outros movimentos, como Passe Livre) decidiram no domingo (29) radicalizar os protestos após a indicação do governo de que não recuará da reorganização. Até então, os protestos priorizavam ocupação de escolas. Na última contagem do governo, eram 191, de um total de 5.100 no Estado inteiro. A reorganização prevê aumentar a quantidade de colégios com ciclos únicos de ensino (anos iniciais e finais do fundamental e médio). Para isso, haverá em 2016 a transferência de 311 mil dos 3,8 milhões de alunos da rede, além do fechamento de 92 escolas. Em reunião com dirigentes de ensino, a Secretaria da Educação indicou que buscará dissuadir os manifestantes nas unidades menos organizadas, por meio de conversas, e tentará convencer a sociedade que nas demais há movimento político, pró-Dilma. Se por um lado a interdição de vias faz os protestos terem mais visibilidade, por outro causa antipatia -como no caso do instalador de TV a cabo Ronaldo Giorgetta, 42, que ficou parado na região da Henrique Schaumann. "Tem de haver outro jeito de protestar. Já perdi três trabalhos por causa disso", disse ele, que apoia a causa dos alunos. O corretor de imóveis Luis Braga, 58, cujo filho foi detido no protesto da Doutor Arnaldo, disse que só "seria contra" se seu filho "tivesse cometido crime, se fosse racista, machista ou violento". "Mas ele estava no direito democrático dele de protestar e foi impedido pela polícia." Alguns pais se preocupam com a interrupção das aulas. Claudia de Moura, 49, tentou convencer os estudantes da escola da filha, na Vila Sônia (zona oeste), a desocupá-la. "Eles não queriam diálogo", diz ela, que é professora estadual em outro colégio. "Um grupo de 30 alunos acha que tem direito de impedir que outros 600 entrem na escola para estudar. Isso não está certo", reclama. DETENÇÕES O perfil dos manifestantes detidos desde terça-feira (1º) durante protestos contra a reforma do ensino anunciada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) revela a participação de grupos de fora da rede estadual paulista. De oito pessoas levadas para delegacias até a tarde de quarta (3), quatro eram maiores de idade. Outras duas foram detidas à noite, mas a PM não informou suas idades. Na terça, o casal Tatiana Tavares de Lima, 32, roteirista, e Raul Nerici, 29, editor de imagem, chegava em casa, na av. Nove de Julho, quando viu a concentração de estudantes que bloqueavam a via. Para dispersar a manifestação, que durava mais de cinco horas, a Polícia Militar usou bombas de gás. Alguns estudantes revidaram atirando pedras nos policiais. "Por achar um absurdo a polícia estar atirando bombas em alunos, a gente começou a filmar e a dizer palavras de apoio", conta Tatiana. Ela diz que, pouco depois, recebeu voz de prisão de um policial. "Quando meu namorado foi me defender, ele apanhou. Quando fomos para a delegacia, eles continuaram nos batendo", relata. A PM afirmou na delegacia que ambos foram detidos por terem incitado os jovens. Eles foram liberados horas depois. No mesmo protesto, dois adolescentes, de 15 e 17 anos, foram apreendidos. Na manhã desta quarta, quando policiais usaram a força novamente para retirar cerca de 30 manifestantes que interditavam a avenida Doutor Arnaldo, mais quatro pessoas foram detidas. "Levei chute por trás, me enforcaram e ainda assinei um ato infracional por desacato e resistência", afirmou um adolescente de 16 anos, um dos dois menores de idade apreendidos no dia. Aluno de uma Etec (escola técnica estadual), que não faz parte da restruturação do ensino, ele foi ao local para apoiar o ato. Já participou de diversos protestos, como os promovidos pelo MPL (Movimento Passe Livre). "Se o governo continuar usando a repressão contra os estudantes, o movimento vai ficar ainda mais forte", diz o jovem, que foi liberado com os outros manifestantes. Em nota após a ação na Doutor Arnaldo, a PM declarou que age para impedir "tumultos e badernas nas ruas, que prejudicam o acesso de milhões de paulistas ao trabalho, estudo e hospitais". A corporação afirmou ainda que foi necessário o "uso progressivo da força para dispersar os manifestantes". CRISE DA EDUCAÇÃO EM SP - Reorganização dos ciclos de ensino gera protestos e ocupações Números da crise na educação - Mudanças na educação | educacao | Governo de SP aposta em desgaste de ocupações, e alunos radicalizamApós a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) indicar que aposta no desgaste do movimento contra a reorganização do ensino em São Paulo, os manifestantes que ocupam os colégios estaduais decidiram radicalizar a estratégia. A nova diretriz de fechar vias ao trânsito de veículos, iniciada nesta semana, deve ser intensificada na capital paulista hoje (03/12), apesar de a Polícia Militar ter agido com força para desbloquear ruas nos últimos dois dias. Os estudantes ameaçavam fazer "travamentos" -nome dado por eles ao bloqueio de ruas e avenidas- simultâneos nesta quinta-feira. Nesta quarta (2), eles fecharam a av. Doutor Arnaldo de manhã e um trecho da rua Teodoro Sampaio, no cruzamento com a Henrique Schaumann, à tarde. Nos dois casos a PM interveio e retirou os manifestantes, que espalham carteiras escolares pelas ruas. No protesto da tarde, a polícia chegou a jogar bombas de efeito moral. A ação dividiu quem assistia à cena. Enquanto alguns motoristas ajudavam policiais a retirar as cadeiras, outros gritavam "vergonha" para os PMs. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que há motivação política na ação dos estudantes. "Não é razoável a obstrução de via pública. É nítida que há uma ação política do movimento." Os manifestantes (que incluem alunos, sindicalistas e integrantes de outros movimentos, como Passe Livre) decidiram no domingo (29) radicalizar os protestos após a indicação do governo de que não recuará da reorganização. Até então, os protestos priorizavam ocupação de escolas. Na última contagem do governo, eram 191, de um total de 5.100 no Estado inteiro. A reorganização prevê aumentar a quantidade de colégios com ciclos únicos de ensino (anos iniciais e finais do fundamental e médio). Para isso, haverá em 2016 a transferência de 311 mil dos 3,8 milhões de alunos da rede, além do fechamento de 92 escolas. Em reunião com dirigentes de ensino, a Secretaria da Educação indicou que buscará dissuadir os manifestantes nas unidades menos organizadas, por meio de conversas, e tentará convencer a sociedade que nas demais há movimento político, pró-Dilma. Se por um lado a interdição de vias faz os protestos terem mais visibilidade, por outro causa antipatia -como no caso do instalador de TV a cabo Ronaldo Giorgetta, 42, que ficou parado na região da Henrique Schaumann. "Tem de haver outro jeito de protestar. Já perdi três trabalhos por causa disso", disse ele, que apoia a causa dos alunos. O corretor de imóveis Luis Braga, 58, cujo filho foi detido no protesto da Doutor Arnaldo, disse que só "seria contra" se seu filho "tivesse cometido crime, se fosse racista, machista ou violento". "Mas ele estava no direito democrático dele de protestar e foi impedido pela polícia." Alguns pais se preocupam com a interrupção das aulas. Claudia de Moura, 49, tentou convencer os estudantes da escola da filha, na Vila Sônia (zona oeste), a desocupá-la. "Eles não queriam diálogo", diz ela, que é professora estadual em outro colégio. "Um grupo de 30 alunos acha que tem direito de impedir que outros 600 entrem na escola para estudar. Isso não está certo", reclama. DETENÇÕES O perfil dos manifestantes detidos desde terça-feira (1º) durante protestos contra a reforma do ensino anunciada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) revela a participação de grupos de fora da rede estadual paulista. De oito pessoas levadas para delegacias até a tarde de quarta (3), quatro eram maiores de idade. Outras duas foram detidas à noite, mas a PM não informou suas idades. Na terça, o casal Tatiana Tavares de Lima, 32, roteirista, e Raul Nerici, 29, editor de imagem, chegava em casa, na av. Nove de Julho, quando viu a concentração de estudantes que bloqueavam a via. Para dispersar a manifestação, que durava mais de cinco horas, a Polícia Militar usou bombas de gás. Alguns estudantes revidaram atirando pedras nos policiais. "Por achar um absurdo a polícia estar atirando bombas em alunos, a gente começou a filmar e a dizer palavras de apoio", conta Tatiana. Ela diz que, pouco depois, recebeu voz de prisão de um policial. "Quando meu namorado foi me defender, ele apanhou. Quando fomos para a delegacia, eles continuaram nos batendo", relata. A PM afirmou na delegacia que ambos foram detidos por terem incitado os jovens. Eles foram liberados horas depois. No mesmo protesto, dois adolescentes, de 15 e 17 anos, foram apreendidos. Na manhã desta quarta, quando policiais usaram a força novamente para retirar cerca de 30 manifestantes que interditavam a avenida Doutor Arnaldo, mais quatro pessoas foram detidas. "Levei chute por trás, me enforcaram e ainda assinei um ato infracional por desacato e resistência", afirmou um adolescente de 16 anos, um dos dois menores de idade apreendidos no dia. Aluno de uma Etec (escola técnica estadual), que não faz parte da restruturação do ensino, ele foi ao local para apoiar o ato. Já participou de diversos protestos, como os promovidos pelo MPL (Movimento Passe Livre). "Se o governo continuar usando a repressão contra os estudantes, o movimento vai ficar ainda mais forte", diz o jovem, que foi liberado com os outros manifestantes. Em nota após a ação na Doutor Arnaldo, a PM declarou que age para impedir "tumultos e badernas nas ruas, que prejudicam o acesso de milhões de paulistas ao trabalho, estudo e hospitais". A corporação afirmou ainda que foi necessário o "uso progressivo da força para dispersar os manifestantes". CRISE DA EDUCAÇÃO EM SP - Reorganização dos ciclos de ensino gera protestos e ocupações Números da crise na educação - Mudanças na educação | 12 |
Aniversário do Rio é em 20 de janeiro ou 1º de março? Entenda | Se perguntar para qualquer carioca quando é o aniversário da cidade do Rio de Janeiro, que em 2017 completa 452 anos, é possível ouvir duas respostas diferentes: 20 de janeiro e 1º de março. Mas, afinal, qual das datas é a correta? Até 1956, celebrava-se a fundação da capital fluminense em 20 de janeiro, aniversário do padroeiro São Sebastião e feriado popular na cidade. De lá para cá, a outra data passou a ser considerada a oficial. A mudança tem razão histórica e política. Enquanto o 1º de março faz referência ao momento em que Estácio de Sá chegou à Baía de Guanabara, em 1565, o dia em janeiro lembra a Batalha de Uruçumirim, dois anos depois, quando o domínio português no Rio foi consolidado. Para isso, no entanto, centenas de tamoios (entre eles o líder Aimberê) e cinco franceses foram mortos na região que hoje abriga o Outeiro da Glória. A guerra tirou ainda a vida do próprio Estácio, ferido por uma flecha. "O 20 de janeiro também é um marco importante do ponto de visto político. Agora, é uma data bélica. No século 19 ela foi celebrada. A alteração reflete uma mudança de pensamento: substitui-se um feito militar por um momento de construção da civilização. Há claramente uma inflexão na forma de pensar a fundação da cidade, uma nova leitura do passado", aponta Paulo Knauss, diretor do Arquivo Público do Rio. Para o historiador, todo o período que vai da chegada de Estácio até a criação de um núcleo urbano, com a transferência da sede do Morro Cara de Cão (onde o português aportou) para o Morro do Castelo, constitui a formação do Rio. "A história da fundação da cidade certamente não se faz em um dia, trata-se de um processo. Essa cronologia caracteriza um processo", diz Knauss. Já o "janeiro" do nome da capital se refere ao primeiro contato dos portugueses, em 1504, com a Baía de Guanabara, a qual pensaram se tratar da foz de um rio. Hoje, o dia 20 oficialmente é só de São Sebastião, padroeiro do Rio e de muitas outras cidades brasileiras (a paulista Ribeirão Preto, por exemplo). PASSEIO HISTÓRICO Para quem ficou curioso em relação aos lugares que marcam a memória do Rio, o Morro Cara de Cão fica entre o Pão de Açúcar e o Morro da Urca, e nele está a Fortaleza de São João, muralha erguida no século 16 que atrai turistas não só pelo valor histórico, mas pela vista que proporciona da baía. Há ainda um museu no local. As visitas são feitas acompanhadas de guias, mediante agendamento (21 2543-3323). | cotidiano | Aniversário do Rio é em 20 de janeiro ou 1º de março? EntendaSe perguntar para qualquer carioca quando é o aniversário da cidade do Rio de Janeiro, que em 2017 completa 452 anos, é possível ouvir duas respostas diferentes: 20 de janeiro e 1º de março. Mas, afinal, qual das datas é a correta? Até 1956, celebrava-se a fundação da capital fluminense em 20 de janeiro, aniversário do padroeiro São Sebastião e feriado popular na cidade. De lá para cá, a outra data passou a ser considerada a oficial. A mudança tem razão histórica e política. Enquanto o 1º de março faz referência ao momento em que Estácio de Sá chegou à Baía de Guanabara, em 1565, o dia em janeiro lembra a Batalha de Uruçumirim, dois anos depois, quando o domínio português no Rio foi consolidado. Para isso, no entanto, centenas de tamoios (entre eles o líder Aimberê) e cinco franceses foram mortos na região que hoje abriga o Outeiro da Glória. A guerra tirou ainda a vida do próprio Estácio, ferido por uma flecha. "O 20 de janeiro também é um marco importante do ponto de visto político. Agora, é uma data bélica. No século 19 ela foi celebrada. A alteração reflete uma mudança de pensamento: substitui-se um feito militar por um momento de construção da civilização. Há claramente uma inflexão na forma de pensar a fundação da cidade, uma nova leitura do passado", aponta Paulo Knauss, diretor do Arquivo Público do Rio. Para o historiador, todo o período que vai da chegada de Estácio até a criação de um núcleo urbano, com a transferência da sede do Morro Cara de Cão (onde o português aportou) para o Morro do Castelo, constitui a formação do Rio. "A história da fundação da cidade certamente não se faz em um dia, trata-se de um processo. Essa cronologia caracteriza um processo", diz Knauss. Já o "janeiro" do nome da capital se refere ao primeiro contato dos portugueses, em 1504, com a Baía de Guanabara, a qual pensaram se tratar da foz de um rio. Hoje, o dia 20 oficialmente é só de São Sebastião, padroeiro do Rio e de muitas outras cidades brasileiras (a paulista Ribeirão Preto, por exemplo). PASSEIO HISTÓRICO Para quem ficou curioso em relação aos lugares que marcam a memória do Rio, o Morro Cara de Cão fica entre o Pão de Açúcar e o Morro da Urca, e nele está a Fortaleza de São João, muralha erguida no século 16 que atrai turistas não só pelo valor histórico, mas pela vista que proporciona da baía. Há ainda um museu no local. As visitas são feitas acompanhadas de guias, mediante agendamento (21 2543-3323). | 5 |
FHC e Serra viram personagens de thriller sobre criação do Plano Real | "E aí, nego, pronto para trabalhar?", pergunta José Serra a Fernando Henrique Cardoso. "Fazer o quê? Vamos nessa", responde o ex-presidente ao atual chanceler brasileiro. A cena, vista numa noite recente em um salão de festas da Lapa, zona oeste paulistana, poderia injetar adrenalina na corrente sanguínea de qualquer repórter político do Brasil, não fosse um simulacro: se deu nas filmagens de um longa que narra o processo de elaboração do Plano Real. Os tucanos eram os personagens incorporados por Arthur Kohl, 67, e Norival Rizzo, 57, respectivamente. "3.000 Dias no Bunker" é a adaptação cinematográfica do livro-reportagem de mesmo nome, em que o jornalista Guilherme Fiuza relata os 3.000 dias de duração da equipe econômica que criou o Plano Real –o grupo existiu de 1993, quando FHC se tornou ministro da Fazenda, até a chegada de Lula ao poder, em 2003. O protagonista, tanto da obra escrita quanto filmada, é Gustavo Franco, economista que chegou a Brasília como um acadêmico com passagem por Harvard e terminou sendo um dos presidentes mais fortes que o Banco Central já teve. Eis que ele surge no set. Cabelos penteados com gel para trás, óculos redondos e gestos milimetricamente contidos. É o ator Emilio Orciollo Netto, 42, que afirma que a meditação transcendental, da qual é adepto, o ajudou a se aproximar do personagem. "Virar ele é um processo. Gosto de me vestir muito antes e respeitar o tempo. Pedi até que bordassem o nome dele aqui", diz Netto, apontando para a lapela do terno preto que o cobre na noite fria. O ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, ou seu intérprete, Tato Gabus Mendes, opõe-se a tanto método. "Ah, a gente tenta incorporar o personagem. Tem dia que ele vem, tem dia que não vem", diz o ator, 55, enquanto dá de ombros. "Independentemente do fato histórico, é uma aventura. Um filme de 'acting' (atuação)." Mas de uma atuação sem arroubos, dizem. "Procurei não imitar trejeitos ou maneirismos. O momento histórico é mais importante que os personagens", diz Norival Rizzo, o FHC das telas –minutos depois, ele imita a voz do estadista, deixando a boca solta e oscilando um registro profundo com picos desafinados. Mesmo antes de saber quem o interpretaria, FHC deu sua bênção ao projeto num jantar. Nem pediu para ler o roteiro antes, afirma o produtor Ricardo Fadel Rihan, que trabalhou no grupo Globo antes de abraçar a empreitada. Arthur Kohl, mais conhecido por antigos comerciais da Brastemp, teve de transpor dois obstáculos para virar José Serra. O primeiro era se livrar da barba que o acompanha desde a década de 1990, quando contava histórias no infantil "Rá-Tim-Bum". O segundo era acreditar que um filme sobre a criação de um plano econômico poderia render. "Paguei a língua nos dois casos, porque é um texto afiadíssimo e até meu pai, que tem 90 anos e tinha dito que eu não tinha nada a ver com ele, ficou surpreso quando apareci caracterizado." SERGIO MORO A crise política corrente, entretanto, deixou marcas no filme. Dias antes de filmar, membros da equipe descobriram que o juiz que conduziu a investigação do caso Banestado, que seria mencionada no filme, atendia por Sergio Moro –que hoje encabeça os processos da operação Lava Jato. O nome de Moro foi então incluído nos diálogos. A dinâmica do texto, a cargo de Mikael Faleiros de Albuquerque, é inspirada em séries políticas como "House of Cards" e "Veep", em que o cotidiano dos homens (e poucas mulheres) do poder pode ser trágico, cômico ou as duas coisas ao mesmo tempo. "A gente optou por abrir algumas sequências", diz o diretor Rodrigo Bittencourt, que dirigiu a comédia "Totalmente Inocentes", de 2012. "Em vez de tudo se passar numa sala, levamos algumas cenas para dentro de carros ou para lugares mais amplos." "Não tem um centavo de empresas estatais, seja do âmbito municipal, estadual ou federal", orgulha-se Rihan. O longa custou R$ 8 milhões, valor que levou quatro anos para ser captado via leis de incentivo –a produção ainda tentou levantar R$ 2,5 milhões com uma vaquinha virtual, mas o projeto foi frustrado. Está previsto para o fim do ano ou primeiro semestre de 2017. "A decisão de quando ele será lançado é técnica. Queremos o maior público possível", admite o produtor. São 23h quando dezenas de homens de idade comemoram, num jantar, a posse cenográfica de FHC. São tucanos e seus aliados. Uma técnica de produção que acompanha o desempenho por trás das câmeras confidencia ao repórter: "Tá ótimo! Quem vê nem percebe que tem muitos petistas e 'marineiro' aí". | ilustrada | FHC e Serra viram personagens de thriller sobre criação do Plano Real"E aí, nego, pronto para trabalhar?", pergunta José Serra a Fernando Henrique Cardoso. "Fazer o quê? Vamos nessa", responde o ex-presidente ao atual chanceler brasileiro. A cena, vista numa noite recente em um salão de festas da Lapa, zona oeste paulistana, poderia injetar adrenalina na corrente sanguínea de qualquer repórter político do Brasil, não fosse um simulacro: se deu nas filmagens de um longa que narra o processo de elaboração do Plano Real. Os tucanos eram os personagens incorporados por Arthur Kohl, 67, e Norival Rizzo, 57, respectivamente. "3.000 Dias no Bunker" é a adaptação cinematográfica do livro-reportagem de mesmo nome, em que o jornalista Guilherme Fiuza relata os 3.000 dias de duração da equipe econômica que criou o Plano Real –o grupo existiu de 1993, quando FHC se tornou ministro da Fazenda, até a chegada de Lula ao poder, em 2003. O protagonista, tanto da obra escrita quanto filmada, é Gustavo Franco, economista que chegou a Brasília como um acadêmico com passagem por Harvard e terminou sendo um dos presidentes mais fortes que o Banco Central já teve. Eis que ele surge no set. Cabelos penteados com gel para trás, óculos redondos e gestos milimetricamente contidos. É o ator Emilio Orciollo Netto, 42, que afirma que a meditação transcendental, da qual é adepto, o ajudou a se aproximar do personagem. "Virar ele é um processo. Gosto de me vestir muito antes e respeitar o tempo. Pedi até que bordassem o nome dele aqui", diz Netto, apontando para a lapela do terno preto que o cobre na noite fria. O ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, ou seu intérprete, Tato Gabus Mendes, opõe-se a tanto método. "Ah, a gente tenta incorporar o personagem. Tem dia que ele vem, tem dia que não vem", diz o ator, 55, enquanto dá de ombros. "Independentemente do fato histórico, é uma aventura. Um filme de 'acting' (atuação)." Mas de uma atuação sem arroubos, dizem. "Procurei não imitar trejeitos ou maneirismos. O momento histórico é mais importante que os personagens", diz Norival Rizzo, o FHC das telas –minutos depois, ele imita a voz do estadista, deixando a boca solta e oscilando um registro profundo com picos desafinados. Mesmo antes de saber quem o interpretaria, FHC deu sua bênção ao projeto num jantar. Nem pediu para ler o roteiro antes, afirma o produtor Ricardo Fadel Rihan, que trabalhou no grupo Globo antes de abraçar a empreitada. Arthur Kohl, mais conhecido por antigos comerciais da Brastemp, teve de transpor dois obstáculos para virar José Serra. O primeiro era se livrar da barba que o acompanha desde a década de 1990, quando contava histórias no infantil "Rá-Tim-Bum". O segundo era acreditar que um filme sobre a criação de um plano econômico poderia render. "Paguei a língua nos dois casos, porque é um texto afiadíssimo e até meu pai, que tem 90 anos e tinha dito que eu não tinha nada a ver com ele, ficou surpreso quando apareci caracterizado." SERGIO MORO A crise política corrente, entretanto, deixou marcas no filme. Dias antes de filmar, membros da equipe descobriram que o juiz que conduziu a investigação do caso Banestado, que seria mencionada no filme, atendia por Sergio Moro –que hoje encabeça os processos da operação Lava Jato. O nome de Moro foi então incluído nos diálogos. A dinâmica do texto, a cargo de Mikael Faleiros de Albuquerque, é inspirada em séries políticas como "House of Cards" e "Veep", em que o cotidiano dos homens (e poucas mulheres) do poder pode ser trágico, cômico ou as duas coisas ao mesmo tempo. "A gente optou por abrir algumas sequências", diz o diretor Rodrigo Bittencourt, que dirigiu a comédia "Totalmente Inocentes", de 2012. "Em vez de tudo se passar numa sala, levamos algumas cenas para dentro de carros ou para lugares mais amplos." "Não tem um centavo de empresas estatais, seja do âmbito municipal, estadual ou federal", orgulha-se Rihan. O longa custou R$ 8 milhões, valor que levou quatro anos para ser captado via leis de incentivo –a produção ainda tentou levantar R$ 2,5 milhões com uma vaquinha virtual, mas o projeto foi frustrado. Está previsto para o fim do ano ou primeiro semestre de 2017. "A decisão de quando ele será lançado é técnica. Queremos o maior público possível", admite o produtor. São 23h quando dezenas de homens de idade comemoram, num jantar, a posse cenográfica de FHC. São tucanos e seus aliados. Uma técnica de produção que acompanha o desempenho por trás das câmeras confidencia ao repórter: "Tá ótimo! Quem vê nem percebe que tem muitos petistas e 'marineiro' aí". | 6 |
É preciso analisar a mídia, diz representante do Mercosul | Se o Mercosul for analisar uma possível ruptura da ordem democrática na Venezuela, após as prisões de opositores do governo, será preciso também avaliar se a mídia no Brasil está se "comportando democraticamente". A opinião é de Florisvaldo Fier, o Dr. Rosinha, que assumiu na quarta (25) como representante-geral do Mercosul, espécie de coordenador do bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. Até janeiro, era deputado federal pelo PT-PR. Ele diz que é a Unasul, entidade que reúne os países sul-americanos, que tem que se posicionar politicamente. Isso apesar de o Mercosul ter atuado em 2012 para suspender o Paraguai invocando a "cláusula democrática" do bloco, por ruptura democrática. O motivo foi o impeachment que tirou o presidente Fernando Lugo do poder em menos de dois dias. * Folha - Quando houve processo de impeachment no Paraguai, o Mercosul suspendeu o país do bloco por ruptura da ordem democrática. Isso não se aplica à Venezuela agora? Dr. Rosinha - A minha posição é que a Unasul tem que se reunir e se debruçar sobre esse debate. Por que não o Mercosul? Porque na Unasul estão todos os países da América do Sul. Eu não acho que cada país tenha que tomar posições em relação à Venezuela, tampouco o Mercosul. À Unasul, sim, cabe esse papel político. Ela se manifestou sobre Paraguai, Honduras, Bolívia, a crise Equador-Colômbia. Mas o Mercosul suspendeu o Paraguai em 2012. Apesar de estar representando os países, não tive nenhuma reunião com o grupo dos chanceleres, não posso falar por eles. O sr. acredita que os chanceleres devem se reunir para avaliar se houve ruptura? Desculpe, mas agora eu vou falar a minha posição pessoal: então teria que ser avaliada a mídia no Brasil também. Vamos avaliar a mídia no Brasil, se ela está se comportando democraticamente? E é o ex-deputado Dr. Rosinha que está falando agora. Teria que ser discutida também então a [situação] do Brasil, do Paraguai, da Argentina, a do Uruguai. O presidente uruguaio José Mujica criticou países do bloco por não estarem empenhados na integração. Há falta de comprometimento? Meu objetivo é fazer a construção do Mercosul e, se existir dificuldade interna ou na relação bilateral entre países, trabalhar para superá-la. O recente acordo comercial entre Argentina e China é uma ameaça às relações comerciais no bloco? Pedi um estudo sobre relações comerciais dos países com a China, mas boa parte da importação e da exportação dentro do bloco se mantém alta. | mundo | É preciso analisar a mídia, diz representante do MercosulSe o Mercosul for analisar uma possível ruptura da ordem democrática na Venezuela, após as prisões de opositores do governo, será preciso também avaliar se a mídia no Brasil está se "comportando democraticamente". A opinião é de Florisvaldo Fier, o Dr. Rosinha, que assumiu na quarta (25) como representante-geral do Mercosul, espécie de coordenador do bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. Até janeiro, era deputado federal pelo PT-PR. Ele diz que é a Unasul, entidade que reúne os países sul-americanos, que tem que se posicionar politicamente. Isso apesar de o Mercosul ter atuado em 2012 para suspender o Paraguai invocando a "cláusula democrática" do bloco, por ruptura democrática. O motivo foi o impeachment que tirou o presidente Fernando Lugo do poder em menos de dois dias. * Folha - Quando houve processo de impeachment no Paraguai, o Mercosul suspendeu o país do bloco por ruptura da ordem democrática. Isso não se aplica à Venezuela agora? Dr. Rosinha - A minha posição é que a Unasul tem que se reunir e se debruçar sobre esse debate. Por que não o Mercosul? Porque na Unasul estão todos os países da América do Sul. Eu não acho que cada país tenha que tomar posições em relação à Venezuela, tampouco o Mercosul. À Unasul, sim, cabe esse papel político. Ela se manifestou sobre Paraguai, Honduras, Bolívia, a crise Equador-Colômbia. Mas o Mercosul suspendeu o Paraguai em 2012. Apesar de estar representando os países, não tive nenhuma reunião com o grupo dos chanceleres, não posso falar por eles. O sr. acredita que os chanceleres devem se reunir para avaliar se houve ruptura? Desculpe, mas agora eu vou falar a minha posição pessoal: então teria que ser avaliada a mídia no Brasil também. Vamos avaliar a mídia no Brasil, se ela está se comportando democraticamente? E é o ex-deputado Dr. Rosinha que está falando agora. Teria que ser discutida também então a [situação] do Brasil, do Paraguai, da Argentina, a do Uruguai. O presidente uruguaio José Mujica criticou países do bloco por não estarem empenhados na integração. Há falta de comprometimento? Meu objetivo é fazer a construção do Mercosul e, se existir dificuldade interna ou na relação bilateral entre países, trabalhar para superá-la. O recente acordo comercial entre Argentina e China é uma ameaça às relações comerciais no bloco? Pedi um estudo sobre relações comerciais dos países com a China, mas boa parte da importação e da exportação dentro do bloco se mantém alta. | 4 |
Pacto esquecido | Falta ainda a totalização dos dados estatísticos, mas o ano de 2015 não terá por que ser diferente dos anteriores num aspecto que se inscreve entre os mais trágicos e deprimentes do cotidiano nacional. Mantém-se perto de 60 mil por ano o número de homicídios cometidos no Brasil. Segundo estudos da ONU, a cada dez assassinatos no mundo, um ocorre em nosso país. Vêm a propósito, portanto, as observações da coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, Julita Lemgruber, em artigo publicado na seção "Tendências/Debates" do último dia 27. A especialista lembra que, há pouco mais de um ano, o governo Dilma Rousseff (PT) anunciava o propósito de empreender um pacto nacional para mudar essa inaceitável realidade. Nada se fez, todavia. Verdade que o pacto pressupõe a colaboração das autoridades estaduais, responsáveis diretas pela área da segurança pública. Em outubro de 2015, o Executivo federal revelou que solicitara a todos os Estados informações sobre quais políticas implementavam pela redução desse tipo de criminalidade e o quanto do Orçamento aplicavam em segurança pública. Já é de estranhar que o acesso a tais dados tenha de depender de solicitação especial. Apenas 11 Estados, de todo modo, deram-se ao trabalho de responder à questão sobre suas despesas no setor. Os contrastes, aliás, são gritantes: enquanto a Bahia dedica 10% de suas verbas à segurança, no Rio de Janeiro os gastos se reduzem a 2%. Diferenças econômicas regionais –e a conhecida disparidade de salários entre as polícias de cada Estado– relativizam a possível atribuição de responsabilidades diretas a cada governante nesse ponto. Comprovam, porém, a inexistência de uma estratégia nacional para o enfrentamento do problema. Isso se reflete, de resto, nas oscilações que conhece a taxa de homicídios conforme os Estados e as regiões. Vão dos 55 por 100 mil habitantes em Alagoas, recordista nesse ponto, aos números de São Paulo, inferiores a 10 em 2015 –e melhor exemplo nesse quesito. Em qualquer parte do Brasil, contudo, parece persistir uma mentalidade que vai em sentido inverso aos esforços, esparsos ou inexistentes, de modificar a situação. Fortalecem-se os grupos favoráveis a rever o Estatuto do Desarmamento; num país em que a cada três horas alguém é morto pela polícia, prevalecem os elogios à truculência das forças de segurança. O pacto pela redução dos homicídios, enquanto isso, parece também ter sido esquecido no vasto cemitério das promessas federais. editoriais@uol.com.br | opiniao | Pacto esquecidoFalta ainda a totalização dos dados estatísticos, mas o ano de 2015 não terá por que ser diferente dos anteriores num aspecto que se inscreve entre os mais trágicos e deprimentes do cotidiano nacional. Mantém-se perto de 60 mil por ano o número de homicídios cometidos no Brasil. Segundo estudos da ONU, a cada dez assassinatos no mundo, um ocorre em nosso país. Vêm a propósito, portanto, as observações da coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, Julita Lemgruber, em artigo publicado na seção "Tendências/Debates" do último dia 27. A especialista lembra que, há pouco mais de um ano, o governo Dilma Rousseff (PT) anunciava o propósito de empreender um pacto nacional para mudar essa inaceitável realidade. Nada se fez, todavia. Verdade que o pacto pressupõe a colaboração das autoridades estaduais, responsáveis diretas pela área da segurança pública. Em outubro de 2015, o Executivo federal revelou que solicitara a todos os Estados informações sobre quais políticas implementavam pela redução desse tipo de criminalidade e o quanto do Orçamento aplicavam em segurança pública. Já é de estranhar que o acesso a tais dados tenha de depender de solicitação especial. Apenas 11 Estados, de todo modo, deram-se ao trabalho de responder à questão sobre suas despesas no setor. Os contrastes, aliás, são gritantes: enquanto a Bahia dedica 10% de suas verbas à segurança, no Rio de Janeiro os gastos se reduzem a 2%. Diferenças econômicas regionais –e a conhecida disparidade de salários entre as polícias de cada Estado– relativizam a possível atribuição de responsabilidades diretas a cada governante nesse ponto. Comprovam, porém, a inexistência de uma estratégia nacional para o enfrentamento do problema. Isso se reflete, de resto, nas oscilações que conhece a taxa de homicídios conforme os Estados e as regiões. Vão dos 55 por 100 mil habitantes em Alagoas, recordista nesse ponto, aos números de São Paulo, inferiores a 10 em 2015 –e melhor exemplo nesse quesito. Em qualquer parte do Brasil, contudo, parece persistir uma mentalidade que vai em sentido inverso aos esforços, esparsos ou inexistentes, de modificar a situação. Fortalecem-se os grupos favoráveis a rever o Estatuto do Desarmamento; num país em que a cada três horas alguém é morto pela polícia, prevalecem os elogios à truculência das forças de segurança. O pacto pela redução dos homicídios, enquanto isso, parece também ter sido esquecido no vasto cemitério das promessas federais. editoriais@uol.com.br | 7 |
Reformas sem parar | Em qualquer momento da história contemporânea do Brasil, um presidente que conseguisse aprovar leis que limitassem o aumento da despesa do governo federal seria autor de um feito notável. Fazê-lo durante uma das maiores crises econômicas, sob rejeição maciça, seria ainda mais impressionante. Michel Temer (PMDB) está a meio caminho de ter êxito na empreitada, que depende de uma dura reforma da Previdência, sem o que o teto de gastos se torna inviável ou disfuncional. Temer, porém, pretende ir além. Quanto mais abaladas suas bases políticas, mais reformas propõe. Decidido a reforçar seus laços com os setores sociais restantes que o apoiam, o peemedebista redobra suas apostas de reformas econômicas. É um comportamento inverso ao do padrão dos governos, que em momentos de dificuldades em geral revertem populismo. O presidente anunciou no final do ano a mudança nas leis do trabalho. Trata-se de alterações no âmago das relações sociais: as que definem rendimentos, distribuição de renda, poupança nacional e interações entre gerações. Ademais, anunciou que mexerá no sempre relegado entulho tributário e que vai apoiar a reforma política. Temer resolveu se tornar imprescindível para quem acredita na necessidade urgente de refazer a regulação econômica do país —para grupos políticos que demandam a limpeza do terreno arruinado da economia a fim de governar um país mais ordenado e liberal a partir de 2019. Faria todos os "males", em posição de sacrifício ou de bode expiatório. Recorde-se que o governo não fez aprovar apenas o teto. Com ainda maior rapidez, levou a cabo mudanças nas leis de estatais, do petróleo, de energia e tantas outras. Cumpre assim todas as promessas do núcleo do seu plano de governo. Ocorre que tal programa, de vários méritos, não foi aprovado nas urnas. Temer sofre de grande desprestígio popular; quase dois terços dos cidadãos gostariam de eleger já outro mandatário. A atividade econômica continuará a regredir até meados de 2017. Há mais. O governo federal adentrará o ano com a tarefa de administrar a catástrofe das contas de Estados e municípios, que absorverá recursos políticos e econômicos por meses a fio. É quase certo que as delações de tantas operações anticorrupção vão desmantelar o restante do núcleo original do comando de Temer, se não causarem desarranjo ainda maior em Brasília. A história de generais que abriram excessivas frentes de combate não costuma terminar bem. Não há como prejulgar o sucesso da estratégia nem como negar seu mérito, em tese. A princípio, no entanto, o ímpeto parece imprudente. | opiniao | Reformas sem pararEm qualquer momento da história contemporânea do Brasil, um presidente que conseguisse aprovar leis que limitassem o aumento da despesa do governo federal seria autor de um feito notável. Fazê-lo durante uma das maiores crises econômicas, sob rejeição maciça, seria ainda mais impressionante. Michel Temer (PMDB) está a meio caminho de ter êxito na empreitada, que depende de uma dura reforma da Previdência, sem o que o teto de gastos se torna inviável ou disfuncional. Temer, porém, pretende ir além. Quanto mais abaladas suas bases políticas, mais reformas propõe. Decidido a reforçar seus laços com os setores sociais restantes que o apoiam, o peemedebista redobra suas apostas de reformas econômicas. É um comportamento inverso ao do padrão dos governos, que em momentos de dificuldades em geral revertem populismo. O presidente anunciou no final do ano a mudança nas leis do trabalho. Trata-se de alterações no âmago das relações sociais: as que definem rendimentos, distribuição de renda, poupança nacional e interações entre gerações. Ademais, anunciou que mexerá no sempre relegado entulho tributário e que vai apoiar a reforma política. Temer resolveu se tornar imprescindível para quem acredita na necessidade urgente de refazer a regulação econômica do país —para grupos políticos que demandam a limpeza do terreno arruinado da economia a fim de governar um país mais ordenado e liberal a partir de 2019. Faria todos os "males", em posição de sacrifício ou de bode expiatório. Recorde-se que o governo não fez aprovar apenas o teto. Com ainda maior rapidez, levou a cabo mudanças nas leis de estatais, do petróleo, de energia e tantas outras. Cumpre assim todas as promessas do núcleo do seu plano de governo. Ocorre que tal programa, de vários méritos, não foi aprovado nas urnas. Temer sofre de grande desprestígio popular; quase dois terços dos cidadãos gostariam de eleger já outro mandatário. A atividade econômica continuará a regredir até meados de 2017. Há mais. O governo federal adentrará o ano com a tarefa de administrar a catástrofe das contas de Estados e municípios, que absorverá recursos políticos e econômicos por meses a fio. É quase certo que as delações de tantas operações anticorrupção vão desmantelar o restante do núcleo original do comando de Temer, se não causarem desarranjo ainda maior em Brasília. A história de generais que abriram excessivas frentes de combate não costuma terminar bem. Não há como prejulgar o sucesso da estratégia nem como negar seu mérito, em tese. A princípio, no entanto, o ímpeto parece imprudente. | 7 |
Para frear Picciani, PMDB proibirá filiações que não passem por executiva | Na tentativa de inviabilizar o retorno de Leonardo Picciani (RJ) à liderança do partido na Câmara dos Deputados, a Executiva Nacional do PMDB publicará nesta quarta-feira (16) resolução que obrigará que novas filiações de deputados e senadores sejam aprovadas anteriormente pelo comando nacional do partido. A mudança, que será realizada por ordem do vice-presidente Michel Temer, terá como objetivo impedir que ingressem na legenda deputados federais de outros partidos com o objetivo de fortalecer a base de apoio do parlamentar carioca, permitindo sua reabilitação ao comando da bancada peemedebista. A resolução será aprovada em reunião da Executiva Nacional do PMDB marcada para esta quarta-feira (16). O primeiro afetado pela iniciativa será o deputado federal Altineu Côrtes (PR-RJ), que terá sua filiação impugnada. Côrtes registrou-se na segunda-feira (14) no diretório do PMDB do Rio de Janeiro e tentou se inscrever como integrante da bancada peemedebista. A filiação teve a participação do ministro Antonio Carlos Rodrigues (Transportes), que negociou com o PR para que a sigla não peça à Justiça Eleitoral o mandato dele por infidelidade partidária. Na semana passada, Temer orientou a cúpula do partido a proibir a filiação de parlamentares que tenha como propósito fortalecer a tentativa de recondução de Picciani. A estratégia é blindar a bancada federal e o novo líder do partido, Leonardo Quintão (MG), que conta com o apoio do vice-presidente. Aliado da presidente Dilma Rousseff, Picciani foi destituído na semana passada, quando 35 dos 66 integrantes da bancada federal assinaram documento pedindo sua saída. O parlamentar carioca tenta agora recuperar apoios e quer apresentar até o final da semana nova lista com a assinatura de mais da metade da bancada do partido. GOVERNO Com dificuldades de conseguir reverter apoios, o Palácio do Planalto iniciou movimento para enfraquecer a legitimidade do atual líder à frente do PMDB na Casa Legislativa. A pedido do governo federal, os ministros Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) atuam para convencer deputados a retirarem assinatura do abaixo-assinado que levou o mineiro ao posto, mesmo que eles não declarem apoio ao carioca. A estratégia é torná-los neutros na disputa interna, diminuindo a base de apoio de Quintão e, assim, estimulando traições que fortaleçam o retorno de Picciani. Na tentativa de enfraquecer o novo líder, o governo também tem trabalhado para isolá-lo. A reunião da Executiva Nacional do PMDB deve também discutir a antecipação da convenção do partido de março para janeiro que discutirá o desembarque da legenda do governo federal. O movimento pela agilização do processo vem ganhando força na cúpula nacional da sigla, a qual avalia que a nova fase da Operação da Lava Jato, deflagrada nesta terça-feira (15), foi uma retaliação do governo federal ao PMDB por causa do acolhimento do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e o afastamento do partido do Palácio do Planalto. O grupo favorável ao impeachment na sigla ameaça apresentar à Executiva Nacional do PMDB uma lista com o apoio de dez diretórios estaduais da legenda para convocar uma convenção extraordinária que delibere o desembarque imediato. | poder | Para frear Picciani, PMDB proibirá filiações que não passem por executivaNa tentativa de inviabilizar o retorno de Leonardo Picciani (RJ) à liderança do partido na Câmara dos Deputados, a Executiva Nacional do PMDB publicará nesta quarta-feira (16) resolução que obrigará que novas filiações de deputados e senadores sejam aprovadas anteriormente pelo comando nacional do partido. A mudança, que será realizada por ordem do vice-presidente Michel Temer, terá como objetivo impedir que ingressem na legenda deputados federais de outros partidos com o objetivo de fortalecer a base de apoio do parlamentar carioca, permitindo sua reabilitação ao comando da bancada peemedebista. A resolução será aprovada em reunião da Executiva Nacional do PMDB marcada para esta quarta-feira (16). O primeiro afetado pela iniciativa será o deputado federal Altineu Côrtes (PR-RJ), que terá sua filiação impugnada. Côrtes registrou-se na segunda-feira (14) no diretório do PMDB do Rio de Janeiro e tentou se inscrever como integrante da bancada peemedebista. A filiação teve a participação do ministro Antonio Carlos Rodrigues (Transportes), que negociou com o PR para que a sigla não peça à Justiça Eleitoral o mandato dele por infidelidade partidária. Na semana passada, Temer orientou a cúpula do partido a proibir a filiação de parlamentares que tenha como propósito fortalecer a tentativa de recondução de Picciani. A estratégia é blindar a bancada federal e o novo líder do partido, Leonardo Quintão (MG), que conta com o apoio do vice-presidente. Aliado da presidente Dilma Rousseff, Picciani foi destituído na semana passada, quando 35 dos 66 integrantes da bancada federal assinaram documento pedindo sua saída. O parlamentar carioca tenta agora recuperar apoios e quer apresentar até o final da semana nova lista com a assinatura de mais da metade da bancada do partido. GOVERNO Com dificuldades de conseguir reverter apoios, o Palácio do Planalto iniciou movimento para enfraquecer a legitimidade do atual líder à frente do PMDB na Casa Legislativa. A pedido do governo federal, os ministros Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) atuam para convencer deputados a retirarem assinatura do abaixo-assinado que levou o mineiro ao posto, mesmo que eles não declarem apoio ao carioca. A estratégia é torná-los neutros na disputa interna, diminuindo a base de apoio de Quintão e, assim, estimulando traições que fortaleçam o retorno de Picciani. Na tentativa de enfraquecer o novo líder, o governo também tem trabalhado para isolá-lo. A reunião da Executiva Nacional do PMDB deve também discutir a antecipação da convenção do partido de março para janeiro que discutirá o desembarque da legenda do governo federal. O movimento pela agilização do processo vem ganhando força na cúpula nacional da sigla, a qual avalia que a nova fase da Operação da Lava Jato, deflagrada nesta terça-feira (15), foi uma retaliação do governo federal ao PMDB por causa do acolhimento do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e o afastamento do partido do Palácio do Planalto. O grupo favorável ao impeachment na sigla ameaça apresentar à Executiva Nacional do PMDB uma lista com o apoio de dez diretórios estaduais da legenda para convocar uma convenção extraordinária que delibere o desembarque imediato. | 0 |
Três razões que explicam o sucesso do Snapchat entre o público jovem | O aplicativo Snapchat, criado em 2011 pelo americano Evan Spiegel quando tinha apenas 21 anos, ficou conhecido inicialmente pela preocupação que causou em pais de crianças e adolescentes. Sua popularidade entre estudantes ocorreu principalmente pelo uso da ferramenta para trocas de imagens sexuais. Mas Spiegel, em uma entrevista à BBC em 2013, disse que a controvérsia não impediria o Snapchat de ser um sucesso. E ele não estava errado. O aplicativo tem mais de 700 milhões de usuários em torno do mundo, mas chama a atenção por seu poder de fogo nos EUA: cerca de 100 milhões de pessoas usam o aplicativo diariamente no país. E 86% delas têm menos de 35 anos. Por isso, o Snapchat ficou conhecido com o "aplicativo dos millenials". E se transformou em uma plataforma estratégica para empresas e até políticos –na corrida presidencial, por exemplo, ambos os pré-candidatos do Partido Democrata, Bernie Sanders e Hillary Clinton, fazem uso do Snapchat em suas campanhas. Mas por que o Snapchat faz tanto sucesso entre os jovens? Além de ser gratuito, claro. 1. Privacidade "Nós complicamos a tarefa dos pais de envergonharem seus filhos", disse Spiegel durante uma conferência no ano passado. Para alguém se registrar no Snapchat, somente é preciso um número de telefone e um apelido. E a única maneira de se encontrar um usuário é conhecendo este apelido. Segundo a especialista em redes sociais da Universidade Princeton, Ryan Maguire, uma era digital carregada de informações que vão se acumulando ao longo do tempo, como acontece no Facebook, fez com que jovens se preocupassem mais em se comunicar com amigos mais próximos do que contar suas histórias para o mundo. "Os usuários querem compartilhar experiências com pessoas que escolhem e sem a necessidade de que esse conteúdo seja armazenado", disse uma usuária de Snapchat ao portal de notícias Business Insider. 2. Efêmero Ao contrário do Facebook, que é capaz de armazenar fotografias e vídeos desde a data em que o usuário abriu seu perfil, o Snapchat apaga seu conteúdo a cada 24 horas. Analistas de mídias sociais afirmam que o fato de nenhum conteúdo prevalecer oferece mais liberdade e faz com que histórias e comentários sejam mais naturais e divertidos. Se um usuário envia um snap a outra pessoa, a mensagem só poderá ser vista duas vezes. E se o receptor esquecer-se de clicar, a mensagem será destruída em 30 dias. Para empresas e veículos de mídia, essas condições apresentam uma oportunidade de interação, mas ela é desafiadora, já que o conteúdo precisa captar rapidamente a atenção dos usuários. 3. Não é uma rede social Os usuários do Snapchat não têm por que interagir com outras pessoas ou sequer criar conteúdo próprio. E a empresa por trás do aplicativo diversificou seu uso a partir de janeiro do ano passado ao lançar a seção discover –um carrossel de histórias oferecidas por uma série de veículos de mídia. "Não somos uma rede social. Temos uma colaboração com alguns meios de comunicação para criar um formato que priorize contar histórias", disse o Snapchat, em um comunicado oficial. Assim é possível entrar nos perfis de meios como BBC, CNN, "Wall Street Journal" e outros, que devem sempre atualizar seu conteúdo a cada 24 horas. Mas a companhia também estimula a produção de conteúdo gerado por usuários, incluindo em eventos de grande porte, como o Oscar. Diariamente, os usuários do Snacphat assistem a 8 bilhões de vídeos, segundo dados da empresa. O instituto de pesquisas Nielsen estima que 41% dos adultos americanos com menos de 35 anos usam o aplicativo. | tec | Três razões que explicam o sucesso do Snapchat entre o público jovemO aplicativo Snapchat, criado em 2011 pelo americano Evan Spiegel quando tinha apenas 21 anos, ficou conhecido inicialmente pela preocupação que causou em pais de crianças e adolescentes. Sua popularidade entre estudantes ocorreu principalmente pelo uso da ferramenta para trocas de imagens sexuais. Mas Spiegel, em uma entrevista à BBC em 2013, disse que a controvérsia não impediria o Snapchat de ser um sucesso. E ele não estava errado. O aplicativo tem mais de 700 milhões de usuários em torno do mundo, mas chama a atenção por seu poder de fogo nos EUA: cerca de 100 milhões de pessoas usam o aplicativo diariamente no país. E 86% delas têm menos de 35 anos. Por isso, o Snapchat ficou conhecido com o "aplicativo dos millenials". E se transformou em uma plataforma estratégica para empresas e até políticos –na corrida presidencial, por exemplo, ambos os pré-candidatos do Partido Democrata, Bernie Sanders e Hillary Clinton, fazem uso do Snapchat em suas campanhas. Mas por que o Snapchat faz tanto sucesso entre os jovens? Além de ser gratuito, claro. 1. Privacidade "Nós complicamos a tarefa dos pais de envergonharem seus filhos", disse Spiegel durante uma conferência no ano passado. Para alguém se registrar no Snapchat, somente é preciso um número de telefone e um apelido. E a única maneira de se encontrar um usuário é conhecendo este apelido. Segundo a especialista em redes sociais da Universidade Princeton, Ryan Maguire, uma era digital carregada de informações que vão se acumulando ao longo do tempo, como acontece no Facebook, fez com que jovens se preocupassem mais em se comunicar com amigos mais próximos do que contar suas histórias para o mundo. "Os usuários querem compartilhar experiências com pessoas que escolhem e sem a necessidade de que esse conteúdo seja armazenado", disse uma usuária de Snapchat ao portal de notícias Business Insider. 2. Efêmero Ao contrário do Facebook, que é capaz de armazenar fotografias e vídeos desde a data em que o usuário abriu seu perfil, o Snapchat apaga seu conteúdo a cada 24 horas. Analistas de mídias sociais afirmam que o fato de nenhum conteúdo prevalecer oferece mais liberdade e faz com que histórias e comentários sejam mais naturais e divertidos. Se um usuário envia um snap a outra pessoa, a mensagem só poderá ser vista duas vezes. E se o receptor esquecer-se de clicar, a mensagem será destruída em 30 dias. Para empresas e veículos de mídia, essas condições apresentam uma oportunidade de interação, mas ela é desafiadora, já que o conteúdo precisa captar rapidamente a atenção dos usuários. 3. Não é uma rede social Os usuários do Snapchat não têm por que interagir com outras pessoas ou sequer criar conteúdo próprio. E a empresa por trás do aplicativo diversificou seu uso a partir de janeiro do ano passado ao lançar a seção discover –um carrossel de histórias oferecidas por uma série de veículos de mídia. "Não somos uma rede social. Temos uma colaboração com alguns meios de comunicação para criar um formato que priorize contar histórias", disse o Snapchat, em um comunicado oficial. Assim é possível entrar nos perfis de meios como BBC, CNN, "Wall Street Journal" e outros, que devem sempre atualizar seu conteúdo a cada 24 horas. Mas a companhia também estimula a produção de conteúdo gerado por usuários, incluindo em eventos de grande porte, como o Oscar. Diariamente, os usuários do Snacphat assistem a 8 bilhões de vídeos, segundo dados da empresa. O instituto de pesquisas Nielsen estima que 41% dos adultos americanos com menos de 35 anos usam o aplicativo. | 10 |
Antigamente chamavam isso de 'golpe branco', diz leitor sobre impeachment | Um rosto envelhecido e cansado, um discurso monocórdio, sem muita convicção, evidenciando a sensação de final de mandato e a certeza da última fala como presidente à ONU. Se o Brasil fará verdadeiras suas palavras o tempo dirá. Só faltou, quando se referiu ao "grave momento que vive o Brasil", assumir suas reais responsabilidades pela crise. LUIZ NUSBAUM, médico (São Paulo, SP) * Embora juízes e ministros do STF declarem que não há nada contra a presidente Dilma, a mídia torna públicas declarações ofensivas à sua honra. Depois de tanta agressão, ainda querem amordaçá-la na tribuna da ONU. Ela tem o dever de dizer que está sendo destituída por um Congresso minado por fichas-sujas. Antigamente, chamavam isso de "golpe branco". BENTO COELHO (São Paulo, SP) * O colunista Ruy Castro que me perdoe, mas e o "tchau, querida"? Um típico cacoete machista no circo da Câmara dos Deputados. ROSOLÉA MIRANDA FOLGOSI (São Paulo, SP) * O autor do artigo "Deu no New York Times", Carlos Adreazza, comete um grande equívoco ao afirmar que os petistas "cevaram" e "empoderaram" o presidente da Câmara. Se conhecesse a história recente do Estado, saberia que o parlamentar vem sendo citado em ações suspeitas desde 1990 no Rio de Janeiro. Portanto ele foi cevado e empoderado por seu partido e pela população daquele Estado, que sempre lhe deu acolhida. CLAUDEMIR D. DE ANDRADE (São Paulo, SP) * Carlos Andreazza foi muito infeliz ao afirmar que o deputado Eduardo Cunha é problema ou última esperança do PT. Deveria ter conhecimento de que o PT lançou candidato próprio para a presidência da Câmara e seus deputados votaram pela cassação do deputado Eduardo Cunha na Comissão de Ética da Casa. Em vez de ser irônico, deveria procurar se informar mais a respeito dos fatos. JOSÉ CLÁUDIO MOSCATELLI (Sertãozinho, SP) * Em seu artigo, Carlos Andreazza disse tudo. Irreparável. Certeiro. Claro. Não há como contestar. NEWTON OLIVEIRA (São Paulo, SP) * Vigoroso e contundente, o editorial "A última de Cunha" reflete o meu sentimento em relação à presença de Eduardo Cunha à frente da Câmara dos Deputados. Sinto-me envergonhado, indignado, insultado e desrespeitado com suas repetidas manobras para escapar da cassação. Se tivéssemos um mínimo de capacidade de indignação, esse indivíduo já estaria fora do cargo que ocupa. Até quando o Brasil vai aceitar ser objeto da malfeitoria de Eduardo Cunha, um Zé Carioca repaginado e piorado? JOSÉ ELIAS AIEX NETO (Foz do Iguaçu, PR) * Venda de imóveis Diferentemente do que afirma o leitor Adilson Gonçalves (Painel do Leitor, 22/4), no projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa o governo de São Paulo propõe alienar apenas imóveis ociosos no Estado. Os recursos arrecadados com essa medida serão utilizados na recuperação e modernização de institutos de pesquisas. São Paulo investe 1% de suas receitas de ICMS diretamente em pesquisa na Fapesp e promove ações importantes no campo das ciências, como os estudos para a vacina contra a dengue. EDUARDO GUEDES, coordenador de comunicação do Governo do Estado (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br | paineldoleitor | Antigamente chamavam isso de 'golpe branco', diz leitor sobre impeachmentUm rosto envelhecido e cansado, um discurso monocórdio, sem muita convicção, evidenciando a sensação de final de mandato e a certeza da última fala como presidente à ONU. Se o Brasil fará verdadeiras suas palavras o tempo dirá. Só faltou, quando se referiu ao "grave momento que vive o Brasil", assumir suas reais responsabilidades pela crise. LUIZ NUSBAUM, médico (São Paulo, SP) * Embora juízes e ministros do STF declarem que não há nada contra a presidente Dilma, a mídia torna públicas declarações ofensivas à sua honra. Depois de tanta agressão, ainda querem amordaçá-la na tribuna da ONU. Ela tem o dever de dizer que está sendo destituída por um Congresso minado por fichas-sujas. Antigamente, chamavam isso de "golpe branco". BENTO COELHO (São Paulo, SP) * O colunista Ruy Castro que me perdoe, mas e o "tchau, querida"? Um típico cacoete machista no circo da Câmara dos Deputados. ROSOLÉA MIRANDA FOLGOSI (São Paulo, SP) * O autor do artigo "Deu no New York Times", Carlos Adreazza, comete um grande equívoco ao afirmar que os petistas "cevaram" e "empoderaram" o presidente da Câmara. Se conhecesse a história recente do Estado, saberia que o parlamentar vem sendo citado em ações suspeitas desde 1990 no Rio de Janeiro. Portanto ele foi cevado e empoderado por seu partido e pela população daquele Estado, que sempre lhe deu acolhida. CLAUDEMIR D. DE ANDRADE (São Paulo, SP) * Carlos Andreazza foi muito infeliz ao afirmar que o deputado Eduardo Cunha é problema ou última esperança do PT. Deveria ter conhecimento de que o PT lançou candidato próprio para a presidência da Câmara e seus deputados votaram pela cassação do deputado Eduardo Cunha na Comissão de Ética da Casa. Em vez de ser irônico, deveria procurar se informar mais a respeito dos fatos. JOSÉ CLÁUDIO MOSCATELLI (Sertãozinho, SP) * Em seu artigo, Carlos Andreazza disse tudo. Irreparável. Certeiro. Claro. Não há como contestar. NEWTON OLIVEIRA (São Paulo, SP) * Vigoroso e contundente, o editorial "A última de Cunha" reflete o meu sentimento em relação à presença de Eduardo Cunha à frente da Câmara dos Deputados. Sinto-me envergonhado, indignado, insultado e desrespeitado com suas repetidas manobras para escapar da cassação. Se tivéssemos um mínimo de capacidade de indignação, esse indivíduo já estaria fora do cargo que ocupa. Até quando o Brasil vai aceitar ser objeto da malfeitoria de Eduardo Cunha, um Zé Carioca repaginado e piorado? JOSÉ ELIAS AIEX NETO (Foz do Iguaçu, PR) * Venda de imóveis Diferentemente do que afirma o leitor Adilson Gonçalves (Painel do Leitor, 22/4), no projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa o governo de São Paulo propõe alienar apenas imóveis ociosos no Estado. Os recursos arrecadados com essa medida serão utilizados na recuperação e modernização de institutos de pesquisas. São Paulo investe 1% de suas receitas de ICMS diretamente em pesquisa na Fapesp e promove ações importantes no campo das ciências, como os estudos para a vacina contra a dengue. EDUARDO GUEDES, coordenador de comunicação do Governo do Estado (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br | 8 |
Imposto sindical deveria ser extinto? SIM | MUDAR REGRAS PARA FORTALECER ASSOCIAÇÕES Relações de trabalho entre empregadores e empregados são naturalmente conflituosas. Isso ocorre por conta das metas distintas das duas partes: de um lado, o empregador prioriza os interesses de sua empresa (lucro e valor de mercado, por exemplo); de outro, o trabalhador busca a maior remuneração, as melhores condições e o maior tempo livre possíveis. É importante reconhecer a legitimidade desses conflitos. Dessa forma, entendemos que qualquer relação de trabalho será fruto de uma negociação entre as partes que determinará as obrigações e os direitos de cada lado. Evidentemente, o mercado de trabalho só funcionará bem se esses conflitos forem resolvidos de forma equilibrada e justa. Sabemos, no entanto, que, sozinho, o mercado não produz soluções com essas características. Nesse caso, alguma intervenção do Estado precisa ocorrer. Um mecanismo consagrado no mundo todo para nivelar condições de negociação é o sindicato, que fortalece a posição do trabalhador (normalmente mais fraco quando tem que negociar sozinho). Por isso, as regras que normatizam as atividades sindicais são muito importantes. Idealmente, os sindicatos, para serem efetivos e competentes, devem também ser representativos. Infelizmente, essas características são raras no Brasil -e não nos faltam candidatos, já que há aqui dezenas de milhares deles. Por que é assim? A resposta é simples. Cada sindicato tem, no Brasil, aquilo com que todo empreendedor sonha: nenhuma concorrência e demanda cativa. A demanda é cativa porque os "clientes" (os empregados da categoria) são obrigados a pagar pelo menos um dia de trabalho pelos serviços a eles prestados. O monopólio existe por conta da unicidade sindical, isto é, a existência, garantida por lei, de somente um sindicato por categoria. Sem concorrência e sem a necessidade de prestar contas, o sindicato não possui nenhum incentivo para fazer o melhor pelos trabalhadores que deveria representar. Por conta do deficiente serviço prestado e da falta de alternativas, muitos trabalhadores nem cogitam se envolver com as atividades sindicais. Forma-se, assim, um ciclo vicioso e perverso. Poderia ser diferente. Sem o monopólio da representação ou sem a receita garantida, essas associações se veriam obrigadas a ser mais importantes para seus representados. Só assim conseguiriam mais filiados e mais receita. Há que se mudar, portanto, as regras. Uma possibilidade é acabar com a contribuição compulsória. Apenas os filiados contribuiriam ao sindicato. Teriam, portanto, de perceber valor nos serviços prestados. Alguns sindicalistas, inclusive, se mostram favoráveis a essa medida. Mas a alternativa tem um problema: como as conquistas do sindicato atingem toda a categoria, independentemente da filiação sindical, trabalhadores não teriam grande incentivo em contribuir. Outro caminho seria o fim da unicidade sindical. Mantida a contribuição compulsória, os trabalhadores poderiam escolher a quem destiná-la. Com mais competição, os sindicatos se veriam obrigados a prestar melhores serviços para atrair mais filiados. A desvantagem nesse caso está na viabilidade da mudança da regra, que requer alteração da Constituição. Felizmente, a questão sindical voltou à pauta. O fortalecimento dos sindicatos é ainda mais importante no contexto da reforma trabalhista que se discute no Congresso, pois, uma vez aprovada, daria mais relevância à negociação coletiva. EDUARDO ZYLBERSTAJN, doutor em economia pela Fundação Getulio Vargas, é professor de microeconomia e economia do trabalho na mesma instituição PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br | opiniao | Imposto sindical deveria ser extinto? SIMMUDAR REGRAS PARA FORTALECER ASSOCIAÇÕES Relações de trabalho entre empregadores e empregados são naturalmente conflituosas. Isso ocorre por conta das metas distintas das duas partes: de um lado, o empregador prioriza os interesses de sua empresa (lucro e valor de mercado, por exemplo); de outro, o trabalhador busca a maior remuneração, as melhores condições e o maior tempo livre possíveis. É importante reconhecer a legitimidade desses conflitos. Dessa forma, entendemos que qualquer relação de trabalho será fruto de uma negociação entre as partes que determinará as obrigações e os direitos de cada lado. Evidentemente, o mercado de trabalho só funcionará bem se esses conflitos forem resolvidos de forma equilibrada e justa. Sabemos, no entanto, que, sozinho, o mercado não produz soluções com essas características. Nesse caso, alguma intervenção do Estado precisa ocorrer. Um mecanismo consagrado no mundo todo para nivelar condições de negociação é o sindicato, que fortalece a posição do trabalhador (normalmente mais fraco quando tem que negociar sozinho). Por isso, as regras que normatizam as atividades sindicais são muito importantes. Idealmente, os sindicatos, para serem efetivos e competentes, devem também ser representativos. Infelizmente, essas características são raras no Brasil -e não nos faltam candidatos, já que há aqui dezenas de milhares deles. Por que é assim? A resposta é simples. Cada sindicato tem, no Brasil, aquilo com que todo empreendedor sonha: nenhuma concorrência e demanda cativa. A demanda é cativa porque os "clientes" (os empregados da categoria) são obrigados a pagar pelo menos um dia de trabalho pelos serviços a eles prestados. O monopólio existe por conta da unicidade sindical, isto é, a existência, garantida por lei, de somente um sindicato por categoria. Sem concorrência e sem a necessidade de prestar contas, o sindicato não possui nenhum incentivo para fazer o melhor pelos trabalhadores que deveria representar. Por conta do deficiente serviço prestado e da falta de alternativas, muitos trabalhadores nem cogitam se envolver com as atividades sindicais. Forma-se, assim, um ciclo vicioso e perverso. Poderia ser diferente. Sem o monopólio da representação ou sem a receita garantida, essas associações se veriam obrigadas a ser mais importantes para seus representados. Só assim conseguiriam mais filiados e mais receita. Há que se mudar, portanto, as regras. Uma possibilidade é acabar com a contribuição compulsória. Apenas os filiados contribuiriam ao sindicato. Teriam, portanto, de perceber valor nos serviços prestados. Alguns sindicalistas, inclusive, se mostram favoráveis a essa medida. Mas a alternativa tem um problema: como as conquistas do sindicato atingem toda a categoria, independentemente da filiação sindical, trabalhadores não teriam grande incentivo em contribuir. Outro caminho seria o fim da unicidade sindical. Mantida a contribuição compulsória, os trabalhadores poderiam escolher a quem destiná-la. Com mais competição, os sindicatos se veriam obrigados a prestar melhores serviços para atrair mais filiados. A desvantagem nesse caso está na viabilidade da mudança da regra, que requer alteração da Constituição. Felizmente, a questão sindical voltou à pauta. O fortalecimento dos sindicatos é ainda mais importante no contexto da reforma trabalhista que se discute no Congresso, pois, uma vez aprovada, daria mais relevância à negociação coletiva. EDUARDO ZYLBERSTAJN, doutor em economia pela Fundação Getulio Vargas, é professor de microeconomia e economia do trabalho na mesma instituição PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br | 7 |
Fernando Baiano fala sobre a compra da refinaria da Pasadena pela Petrobras | O lobista Fernando Baiano, preso pela Operação Lava Jato sob acusação de pagar propinas a diretores da Petrobras e políticos, fez um acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República).Fernando Baiano fala sobre a compra da refinaria da Pasadena pela Petrobras, negócio fechado quando a presidente Dilma Rousseff era ministra-chefe da Casa Civil (governo Lula) e presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Em 2014, Dilma falou que o conselho aprovou a compra com base em um "parecer falho" -documento que havia sido feito pelo então diretor da área Internacional, Nestor Cerveró, preso e delator na Lava Jato.Leia a reportagem | tv | Fernando Baiano fala sobre a compra da refinaria da Pasadena pela PetrobrasO lobista Fernando Baiano, preso pela Operação Lava Jato sob acusação de pagar propinas a diretores da Petrobras e políticos, fez um acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República).Fernando Baiano fala sobre a compra da refinaria da Pasadena pela Petrobras, negócio fechado quando a presidente Dilma Rousseff era ministra-chefe da Casa Civil (governo Lula) e presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Em 2014, Dilma falou que o conselho aprovou a compra com base em um "parecer falho" -documento que havia sido feito pelo então diretor da área Internacional, Nestor Cerveró, preso e delator na Lava Jato.Leia a reportagem | 11 |
Delator cita pagamento de R$ 765 mil para presidente da Eletronuclear | Um depoimento de delação envolvendo o dono de uma empresa de engenharia aponta que o presidente licenciado da Eletronuclear, o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, recebeu pagamentos indiretos da empreiteira Engevix que somaram R$ 765 mil. Victor Sergio Colavitti, administrador da Link Projetos e Participações, disse que sua empresa foi usada como intermediária de repasses da Engevix para a companhia Aratec, que pertence à família do militar. A declaração de Colavitti foi um dos argumentos usados pelo juiz federal Sergio Moro para converter a prisão do militar de temporária para preventiva na quinta-feira (6). O almirante tinha sido detido na 16ª fase da Operação Lava Jato, na semana passada. O delator disse em depoimento à Polícia Federal na última terça-feira (4) que fazia trabalhos de engenharia e projetos para a Engevix e que foi pressionado pela empreiteira a partir de 2010 a fazer pagamentos à Aratec. Colavitti, que firmou um acordo de colaboração com os investigadores, disse que aceitou fazer os repasses sem maiores questionamentos para "preservar seu bom relacionamento" com a empreiteira. Ele diz que não sabia que o beneficiário era o presidente da Eletronuclear. Contratos e notas fiscais foram feitos, mas não havia nenhuma prestação de serviço entre as duas empresas, de acordo com a investigação. A filha do militar, Ana Cristina, é a responsável pela Aratec. Para o Ministério Público Federal, a Link Projetos e Participações foi usada pela Engevix para repassar "vantagens indevidas" a Othon Luiz. Os procuradores mencionam que a empreiteira recebeu R$ 136,9 milhões da Eletronuclear entre os anos de 2011 e 2013, em contratos envolvendo as usinas de Angra dos Reis. "A fraude que já estava indicada pelas provas documentais foi agora objeto de confissão", escreveu o juiz em despacho na quinta-feira. A defesa do militar e da família dele negou as acusações. À Justiça a defesa da filha afirmou que a Aratec é uma "empresa renomada" e desenvolve pesquisas "na área de engenharia naval e mecânica". Afirmou ainda que fez serviços de tradução e que Othon não tem qualquer tipo de ligação com essas atividades. Procurada, a Engevix, por meio de sua assessoria, disse apenas que "está prestando os esclarecimentos" necessários à Justiça. | poder | Delator cita pagamento de R$ 765 mil para presidente da EletronuclearUm depoimento de delação envolvendo o dono de uma empresa de engenharia aponta que o presidente licenciado da Eletronuclear, o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, recebeu pagamentos indiretos da empreiteira Engevix que somaram R$ 765 mil. Victor Sergio Colavitti, administrador da Link Projetos e Participações, disse que sua empresa foi usada como intermediária de repasses da Engevix para a companhia Aratec, que pertence à família do militar. A declaração de Colavitti foi um dos argumentos usados pelo juiz federal Sergio Moro para converter a prisão do militar de temporária para preventiva na quinta-feira (6). O almirante tinha sido detido na 16ª fase da Operação Lava Jato, na semana passada. O delator disse em depoimento à Polícia Federal na última terça-feira (4) que fazia trabalhos de engenharia e projetos para a Engevix e que foi pressionado pela empreiteira a partir de 2010 a fazer pagamentos à Aratec. Colavitti, que firmou um acordo de colaboração com os investigadores, disse que aceitou fazer os repasses sem maiores questionamentos para "preservar seu bom relacionamento" com a empreiteira. Ele diz que não sabia que o beneficiário era o presidente da Eletronuclear. Contratos e notas fiscais foram feitos, mas não havia nenhuma prestação de serviço entre as duas empresas, de acordo com a investigação. A filha do militar, Ana Cristina, é a responsável pela Aratec. Para o Ministério Público Federal, a Link Projetos e Participações foi usada pela Engevix para repassar "vantagens indevidas" a Othon Luiz. Os procuradores mencionam que a empreiteira recebeu R$ 136,9 milhões da Eletronuclear entre os anos de 2011 e 2013, em contratos envolvendo as usinas de Angra dos Reis. "A fraude que já estava indicada pelas provas documentais foi agora objeto de confissão", escreveu o juiz em despacho na quinta-feira. A defesa do militar e da família dele negou as acusações. À Justiça a defesa da filha afirmou que a Aratec é uma "empresa renomada" e desenvolve pesquisas "na área de engenharia naval e mecânica". Afirmou ainda que fez serviços de tradução e que Othon não tem qualquer tipo de ligação com essas atividades. Procurada, a Engevix, por meio de sua assessoria, disse apenas que "está prestando os esclarecimentos" necessários à Justiça. | 0 |
Cientistas descobrem aranha que parece voar | Esta pode não ser uma boa notícia para quem tem medo de aranhas, mas trata-se de uma grande descoberta para a ciência. Pesquisadores identificaram uma espécie de aranha capaz de "voar". Segundo estudo publicado no periódico científico The Royal Society Interface, as aranhas Selenop banksi podem planar e orientar sua trajetória. Foi um achado inesperado, segundo os autores do estudo, porque não havia até então registros desse comportamento em aranhas. "Não existem aranhas com asas. Aranhas não podem voar", escreve o cientista-chefe da pesquisa, Steve Yanoviak, da Universidade de Louisville, nos Estados Unidos. "Estas aranhas representam uma impressionante aventura evolucionária na conquista do ar pelos animais." HABILIDADE Os cientistas acreditam que a espécie Selenop banksi adquiriu essa habilidade por habitar os troncos de árvores de florestas tropicais da América do Sul, locais mais seguros do que o solo da floresta, onde animais buscam se alimentar. Dessa forma, ao cair de uma árvore, essas aranhas conseguem planar e controlar sua trajetória para chegar a outro tronco em vez de cair no chão. Yanoviak e sua equipe se dedicaram, na última década, à busca de insetos e artrópodes capazes de planar. Para isso, coletavam espécimes e os jogavam de uma grande altura. Por meio deste método, Yanoviak já havia identificado espécies de formigas que planam e controlam sua trajetória rumo ao solo. No entanto, nenhuma espécie de aranha havia demonstrado a mesma capacidade, até que os pesquisadores testaram as Selenop banksi. Espécie de aranha 'voadora' habita florestas tropicais da América do Sul POSTURA CORPORAL Essas aranhas têm um corpo achatado, com uma espessura equivalente à de uma moeda. Não é fácil encontrá-las, pois se camuflam quase perfeitamente nos troncos onde vivem. Os 59 espécimes testados foram coletados nas florestas do Peru e do Panamá. Do total, 93% foram capazes de planar e controlar seu voo e 86% aparentemente estabeleceram uma trajetória direta até o local onde pousaram. Para isso, logo após serem jogadas de uma altura entre 20 e 25 metros, estas aranhas assumiram uma postura corporal característica, virando seu corpo para cima com grande agilidade e planando na direção apontada por suas cabeças. Para controlar sua trajetória, essas aranhas usaram suas pernas dianteiras. Caso quisessem ir para a direita, mudavam o ângulo de sua perna dianteira esquerda, por exemplo. Aranhas controlam sua trajetória de voo com ajuda das pernas dianteiras Veja vídeo da aranha planadora. NOVAS PERGUNTAS Segundo Yanoviak, a descoberta desperta outras perguntas sobre as aranhas. "Por exemplo, quão precisa é a visão delas? Como elas miram em uma árvore? Qual é o papel de seus pelos e coluna na performance aerodinâmica?". No entanto, antes mesmo que essas questões sejam respondidas, o cientista acredita que a habilidade dessas aranhas será de incrível valia para a ciência. "A forma como elas mudam a posição do seu corpo em pleno ar e controlam sua trajetória apontam para novos mecanismos de movimentos corporais que podem ser relevantes para a robótica." | bbc | Cientistas descobrem aranha que parece voarEsta pode não ser uma boa notícia para quem tem medo de aranhas, mas trata-se de uma grande descoberta para a ciência. Pesquisadores identificaram uma espécie de aranha capaz de "voar". Segundo estudo publicado no periódico científico The Royal Society Interface, as aranhas Selenop banksi podem planar e orientar sua trajetória. Foi um achado inesperado, segundo os autores do estudo, porque não havia até então registros desse comportamento em aranhas. "Não existem aranhas com asas. Aranhas não podem voar", escreve o cientista-chefe da pesquisa, Steve Yanoviak, da Universidade de Louisville, nos Estados Unidos. "Estas aranhas representam uma impressionante aventura evolucionária na conquista do ar pelos animais." HABILIDADE Os cientistas acreditam que a espécie Selenop banksi adquiriu essa habilidade por habitar os troncos de árvores de florestas tropicais da América do Sul, locais mais seguros do que o solo da floresta, onde animais buscam se alimentar. Dessa forma, ao cair de uma árvore, essas aranhas conseguem planar e controlar sua trajetória para chegar a outro tronco em vez de cair no chão. Yanoviak e sua equipe se dedicaram, na última década, à busca de insetos e artrópodes capazes de planar. Para isso, coletavam espécimes e os jogavam de uma grande altura. Por meio deste método, Yanoviak já havia identificado espécies de formigas que planam e controlam sua trajetória rumo ao solo. No entanto, nenhuma espécie de aranha havia demonstrado a mesma capacidade, até que os pesquisadores testaram as Selenop banksi. Espécie de aranha 'voadora' habita florestas tropicais da América do Sul POSTURA CORPORAL Essas aranhas têm um corpo achatado, com uma espessura equivalente à de uma moeda. Não é fácil encontrá-las, pois se camuflam quase perfeitamente nos troncos onde vivem. Os 59 espécimes testados foram coletados nas florestas do Peru e do Panamá. Do total, 93% foram capazes de planar e controlar seu voo e 86% aparentemente estabeleceram uma trajetória direta até o local onde pousaram. Para isso, logo após serem jogadas de uma altura entre 20 e 25 metros, estas aranhas assumiram uma postura corporal característica, virando seu corpo para cima com grande agilidade e planando na direção apontada por suas cabeças. Para controlar sua trajetória, essas aranhas usaram suas pernas dianteiras. Caso quisessem ir para a direita, mudavam o ângulo de sua perna dianteira esquerda, por exemplo. Aranhas controlam sua trajetória de voo com ajuda das pernas dianteiras Veja vídeo da aranha planadora. NOVAS PERGUNTAS Segundo Yanoviak, a descoberta desperta outras perguntas sobre as aranhas. "Por exemplo, quão precisa é a visão delas? Como elas miram em uma árvore? Qual é o papel de seus pelos e coluna na performance aerodinâmica?". No entanto, antes mesmo que essas questões sejam respondidas, o cientista acredita que a habilidade dessas aranhas será de incrível valia para a ciência. "A forma como elas mudam a posição do seu corpo em pleno ar e controlam sua trajetória apontam para novos mecanismos de movimentos corporais que podem ser relevantes para a robótica." | 18 |
Epidemia cruel | O governo federal anunciou na segunda-feira (23) a criação de uma força-tarefa para tentar conter o surto de microcefalia que já atinge 160 municípios de nove Estados. Até agora o país contabiliza 739 registros de episódios suspeitos, um aumento assustador em relação ao último quinquênio. De 2010 a 2014, a média anual ficou em 156 casos. Embora as autoridades sanitárias ainda mantenham como hipótese a explicação para esse fenômeno, tudo leva a crer que o aumento de ocorrências de malformação do crânio esteja ligado à propagação do vírus zika, identificado no Brasil pela primeira vez em junho. Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti –também responsável pela difusão da dengue–, o zika produz uma infecção mais branda e menos prolongada; 80% dos infectados nem sequer têm sintomas. Há grande preocupação, porém, com seu até então desconhecido potencial teratogênico. Não se ignorava que certos vírus (o causador da rubéola, por exemplo) podem afetar o desenvolvimento cerebral de um feto, mas tal conexão não fora estabelecida para o zika. Trata-se, afinal, de agente infeccioso algo discreto. Isolado em 1952, na África, só veio a provocar uma epidemia em 2007, numa ilha do Pacífico (Yap). No ano passado, durante surto na mesma região (Nova Caledônia), suspeitou-se que o zika pudesse estar associado à síndrome de Guillain-Barré, que leva o sistema imunológico a atacar o sistema nervoso por engano. A possibilidade de esse vírus provocar microcefalia é ora aventada pela coincidência temporal entre o aparecimento do zika e a súbita disparada de casos da anomalia em recém-nascidos. Tal desconfiança viu-se reforçada quando mães de bebês microcéfalos afirmaram que, na gestação, exibiram sintomas de zika, como manchas vermelhas na pele. Agora, os resultados de exames de duas gestantes confirmaram a contaminação dos fetos pelo vírus. Além disso, a explosão do número de registros aponta para uma doença transmitida por um vetor. É crucial identificar a causa de um surto para melhor enfrentá-lo, mas, no contexto brasileiro, as notícias são pouco alvissareiras. Até o último dia 14, assinalaram-se 1,5 milhão de casos prováveis de dengue no país; no mesmo período de 2014, a conta parava em 555 mil. Em outras palavras, o combate ao Aedes aegypti, transmissor da dengue e do zika, tem-se revelado dos mais precários. Ainda que persistam dúvidas sobre a relação entre o vírus e a microcefalia, o poder público, nas três esferas de governo, não pode tardar a agir. editoriais@grupofolha.com.br | opiniao | Epidemia cruelO governo federal anunciou na segunda-feira (23) a criação de uma força-tarefa para tentar conter o surto de microcefalia que já atinge 160 municípios de nove Estados. Até agora o país contabiliza 739 registros de episódios suspeitos, um aumento assustador em relação ao último quinquênio. De 2010 a 2014, a média anual ficou em 156 casos. Embora as autoridades sanitárias ainda mantenham como hipótese a explicação para esse fenômeno, tudo leva a crer que o aumento de ocorrências de malformação do crânio esteja ligado à propagação do vírus zika, identificado no Brasil pela primeira vez em junho. Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti –também responsável pela difusão da dengue–, o zika produz uma infecção mais branda e menos prolongada; 80% dos infectados nem sequer têm sintomas. Há grande preocupação, porém, com seu até então desconhecido potencial teratogênico. Não se ignorava que certos vírus (o causador da rubéola, por exemplo) podem afetar o desenvolvimento cerebral de um feto, mas tal conexão não fora estabelecida para o zika. Trata-se, afinal, de agente infeccioso algo discreto. Isolado em 1952, na África, só veio a provocar uma epidemia em 2007, numa ilha do Pacífico (Yap). No ano passado, durante surto na mesma região (Nova Caledônia), suspeitou-se que o zika pudesse estar associado à síndrome de Guillain-Barré, que leva o sistema imunológico a atacar o sistema nervoso por engano. A possibilidade de esse vírus provocar microcefalia é ora aventada pela coincidência temporal entre o aparecimento do zika e a súbita disparada de casos da anomalia em recém-nascidos. Tal desconfiança viu-se reforçada quando mães de bebês microcéfalos afirmaram que, na gestação, exibiram sintomas de zika, como manchas vermelhas na pele. Agora, os resultados de exames de duas gestantes confirmaram a contaminação dos fetos pelo vírus. Além disso, a explosão do número de registros aponta para uma doença transmitida por um vetor. É crucial identificar a causa de um surto para melhor enfrentá-lo, mas, no contexto brasileiro, as notícias são pouco alvissareiras. Até o último dia 14, assinalaram-se 1,5 milhão de casos prováveis de dengue no país; no mesmo período de 2014, a conta parava em 555 mil. Em outras palavras, o combate ao Aedes aegypti, transmissor da dengue e do zika, tem-se revelado dos mais precários. Ainda que persistam dúvidas sobre a relação entre o vírus e a microcefalia, o poder público, nas três esferas de governo, não pode tardar a agir. editoriais@grupofolha.com.br | 7 |
O mercado da ética crescerá, e juízes e advogados farão rios de dinheiro | Muito se discute sobre ética nos últimos tempos. Da escola à política, do mundo corporativo à arte. Não pretendo aqui resolver esse debate, mas há uma questão nele que me parece essencial apontar: o futuro da ética é a judicialização da vida. A ética "real", pouco a pouco, se torna um "mercado da ética", que enriquece advogados, juízes, procuradores, promotores e "assessores". Com a modernização, o modo de contenção do comportamento via "pressão local do grupo", cedeu aos vínculos distantes e instrumentais. A vida produtiva moderna, associada à arrancada "progressista" em direção a um mundo redefinido por propostas sociais, políticas e, muitas vezes, psicológicas, arruinaram o valor da tradição moral como contenção de comportamentos. A própria expressão, tão comum na boca dos jovens, "a moral imposta pela sociedade", sinaliza para a ruína dessa moral, uma vez que é sentida como "imposta". Ou a moral é internalizada ou ela é um nada. Uma "segunda natureza", como diria Aristóteles (384-322 a.C.). A ideia aristotélica de uma ética prática das virtudes, elegante, mas inviável numa sociedade de vínculos impessoais, distantes e instrumentais, sofre com a indiferença concreta que temos pela opinião dos outros -afora parentes muito importantes pra nós ou pessoas que podem nos causar danos muito imediatos. Essa é, exatamente, a "liberdade" sobre a qual tanto se fala que ganhamos com a modernidade: a ilusão de que podemos mandar o mundo pra aquele lugar... A posição kantiana de imperativos categóricos morais do tipo "aja de modo tal que sua ação possa ser erguida em norma universal de comportamento", na prática, pavimenta a estrada para a judicialização. Basta ver os manuais de "compliance" que florescem pelo mundo corporativo -voltaremos a isso logo. O utilitarismo e seu império do bem-estar, seguramente, funcionam como "ethos" de um mundo pautado pela busca da felicidade material em todos os níveis, inclusive no da matéria do corpo e sua saúde. O utilitarismo pauta políticas públicas e corporativas, mas não me parece ser ele a base da judicialização. Esta base vem dos imperativos de Immanuel Kant (1724-1804). Vejamos. Kant percebeu a dissolução dos modos tradicionais de contenção do comportamento em curso em sua época, em finais do século 18. Tentou encontrar um modo "racional" e, portanto, universal, para a ética. Mas, este modo "deontológico" (dever ser) se revelou não como uma maioridade racional introjetada da norma, como ele pensava, mas sim como o crescimento do aparelho jurídico de constrangimento do comportamento. Dito de forma direta: desde manuais de "compliance" contra passivos éticos no mundo corporativo até o aumento da indústria dos processos. Enfim, a judicialização do cotidiano. Essa judicialização significa que a única forma eficaz de constranger os comportamentos é via a força da lei. Esta é, sempre, encarceramento ou pagamentos de somas financeiras como consequência de processos abertos. Juízes arrancam seu dinheiro num clique. A indústria de sentenças cresce. Como mandamos o mundo pra aquele lugar, resta o mercado da ética. Este mercado crescerá cada vez mais. Advogados farão rios de dinheiro. A máquina judiciária estatal crescerá junto com isso. Concursos para juízes e para o Ministério Público (cuidando de nós, cidadãos "hipossuficientes") garantirá inúmeras vidas financeiramente. À medida que a sociedade se torna cada vez mais impessoal (apesar da baboseira de "capitalismo consciente" que falam por aí), a única forma restante será o mercado ético associado à ampliação das vagas no poder Judiciário. Um dos efeitos nefastos desse mercado é a paranoia que segue toda sociedade judicializada. O medo do risco de ser processado faz o trabalho sujo da prevenção contra o passivo ético que tende a crescer. As empresas serão obrigadas a redefinir suas culturas internas, as escolas a inviabilizar qualquer forma de "sofrimento" dos alunos, enfim, o medo, alimento ancestral da norma, reinará livre sobre os cidadãos "livres" da modernidade tardia. | colunas | O mercado da ética crescerá, e juízes e advogados farão rios de dinheiroMuito se discute sobre ética nos últimos tempos. Da escola à política, do mundo corporativo à arte. Não pretendo aqui resolver esse debate, mas há uma questão nele que me parece essencial apontar: o futuro da ética é a judicialização da vida. A ética "real", pouco a pouco, se torna um "mercado da ética", que enriquece advogados, juízes, procuradores, promotores e "assessores". Com a modernização, o modo de contenção do comportamento via "pressão local do grupo", cedeu aos vínculos distantes e instrumentais. A vida produtiva moderna, associada à arrancada "progressista" em direção a um mundo redefinido por propostas sociais, políticas e, muitas vezes, psicológicas, arruinaram o valor da tradição moral como contenção de comportamentos. A própria expressão, tão comum na boca dos jovens, "a moral imposta pela sociedade", sinaliza para a ruína dessa moral, uma vez que é sentida como "imposta". Ou a moral é internalizada ou ela é um nada. Uma "segunda natureza", como diria Aristóteles (384-322 a.C.). A ideia aristotélica de uma ética prática das virtudes, elegante, mas inviável numa sociedade de vínculos impessoais, distantes e instrumentais, sofre com a indiferença concreta que temos pela opinião dos outros -afora parentes muito importantes pra nós ou pessoas que podem nos causar danos muito imediatos. Essa é, exatamente, a "liberdade" sobre a qual tanto se fala que ganhamos com a modernidade: a ilusão de que podemos mandar o mundo pra aquele lugar... A posição kantiana de imperativos categóricos morais do tipo "aja de modo tal que sua ação possa ser erguida em norma universal de comportamento", na prática, pavimenta a estrada para a judicialização. Basta ver os manuais de "compliance" que florescem pelo mundo corporativo -voltaremos a isso logo. O utilitarismo e seu império do bem-estar, seguramente, funcionam como "ethos" de um mundo pautado pela busca da felicidade material em todos os níveis, inclusive no da matéria do corpo e sua saúde. O utilitarismo pauta políticas públicas e corporativas, mas não me parece ser ele a base da judicialização. Esta base vem dos imperativos de Immanuel Kant (1724-1804). Vejamos. Kant percebeu a dissolução dos modos tradicionais de contenção do comportamento em curso em sua época, em finais do século 18. Tentou encontrar um modo "racional" e, portanto, universal, para a ética. Mas, este modo "deontológico" (dever ser) se revelou não como uma maioridade racional introjetada da norma, como ele pensava, mas sim como o crescimento do aparelho jurídico de constrangimento do comportamento. Dito de forma direta: desde manuais de "compliance" contra passivos éticos no mundo corporativo até o aumento da indústria dos processos. Enfim, a judicialização do cotidiano. Essa judicialização significa que a única forma eficaz de constranger os comportamentos é via a força da lei. Esta é, sempre, encarceramento ou pagamentos de somas financeiras como consequência de processos abertos. Juízes arrancam seu dinheiro num clique. A indústria de sentenças cresce. Como mandamos o mundo pra aquele lugar, resta o mercado da ética. Este mercado crescerá cada vez mais. Advogados farão rios de dinheiro. A máquina judiciária estatal crescerá junto com isso. Concursos para juízes e para o Ministério Público (cuidando de nós, cidadãos "hipossuficientes") garantirá inúmeras vidas financeiramente. À medida que a sociedade se torna cada vez mais impessoal (apesar da baboseira de "capitalismo consciente" que falam por aí), a única forma restante será o mercado ético associado à ampliação das vagas no poder Judiciário. Um dos efeitos nefastos desse mercado é a paranoia que segue toda sociedade judicializada. O medo do risco de ser processado faz o trabalho sujo da prevenção contra o passivo ético que tende a crescer. As empresas serão obrigadas a redefinir suas culturas internas, as escolas a inviabilizar qualquer forma de "sofrimento" dos alunos, enfim, o medo, alimento ancestral da norma, reinará livre sobre os cidadãos "livres" da modernidade tardia. | 1 |
Medalhões do país têm queda de rendimento em ano pré-olímpico | O 2015 ruim de alguns dos principais atletas do país candidatos a medalha nos Jogos do Rio acende o alerta em relação à meta estabelecida pelo Comitê Olímpico do Brasil de obtenção de 27 a 30 pódios e um lugar entre as dez nações com mais conquistas. Estrelas como Arthur Zanetti, Cesar Cielo, Mayra Aguiar —expoente de uma temporada fraca do judô— e o vôlei não tiveram bons resultados em seus respectivos Mundiais ou equivalentes. Outras modalidades, como vôlei de praia e canoagem, por exemplo, tiveram um ano com títulos mundiais e estão cotados a pódios em 2016. DESEMPENHO EM OLIMPÍADA E MUNDIAIS - Como alguns dos principais atletas do Brasil estão no ciclo até a Rio-2016 As oscilações preocupam. Medalhistas olímpicos em Londres, Cielo, 28, e Zanetti, 25, começaram o ciclo rumo ao Rio, em 2013, com títulos mundiais em suas principais provas –o nadador nos 50 m livre e o ginasta, nas argolas. A quase oito meses do megaevento, a situação se inverteu. Cielo teve a pior temporada em oito anos. Longe dos melhores tempos, abandonou o Mundial de Kazan, com lesão no ombro esquerdo. Ele voltou a treinar no início do mês passado e sua recuperação será posta à prova de 16 a 19 de dezembro, na primeira seletiva olímpica da natação, em Palhoça (SC). Zanetti, que desde 2011 havia perdido só um grande evento –o Mundial de Nanning, em 2014–]"http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2014/10/1531050-brasil-conquista-duas-medalhas-no-mundial-de-ginastica-artistica.shtml:, "[nem avançou à final das argolas no Mundial de Glasgow, no mês passado. Por outro lado, obteve com a equipe masculina classificação para a Rio-2016. O judô já foi apontado nominalmente pelo COB como carro-chefe para os Jogos do Rio. A modalidade já deu 19 pódios olímpicos ao país, mas eve um 2015 fraco. De quatro medalhas conquistadas no Mundial de 2014, das quais uma de ouro com Mayra Aguiar, teve só dois bronzes na edição deste ano, no Cazaquistão. Mayra, 24, caiu nas oitavas de final. Para a gaúcha, porém, o resultado deve ser visto por outro ângulo. "Caímos em chaves bem pesadas neste Mundial. Não foi o que esperávamos, queríamos mais, mas o foco está na Olimpíada", argumentou a judoca. Além da frustração em Astana, o Brasil viu os atletas despencarem no ranking –apenas Érika Miranda, Mayra e Victor Penalber estavam no top 10 de seus pesos. Mayra, que foi bronze em Londres-2012, também acha que é salutar tirar um pouco o pé antes do objetivo principal. "Não tem que desgastar o atleta em muitas competições, porque é até perigoso." Outro "ganha-pão" brasileiro, o vôlei não teve melhor sorte. A seleção masculina não chegou às semifinais da Liga Mundial, no Rio, e foi prata no Pan de Toronto. A feminina, bicampeã olímpica, foi terceira no Grand Prix e também vice no Pan. "O ano foi bom para observar as jogadoras. A missão foi cumprida. Foi importante como ano estratégico", disse José Roberto Guimarães, técnico da seleção feminina. "Não ter ido mais longe na Liga Mundial foi frustrante", disse Bernardinho, treinador do time masculino. Outro esporte que ficou aquém do esperado foi a vela. Martine Grael e Kahena Kunze à parte, o país teve em Toronto seu pior Pan neste século, com seis pódios, dos quais dois ouros. Nem mesmo o bicampeão olímpico Robert Scheidt se salvou. HANDEBOL A seleção feminina de handebol inicia no próximo sábado (5), na Dinamarca, a defesa do título Mundial. Por haver campeonatos como esse em disputa, COB e Ministério do Esporte não quiseram avaliar o ano olímpico brasileiro. | esporte | Medalhões do país têm queda de rendimento em ano pré-olímpicoO 2015 ruim de alguns dos principais atletas do país candidatos a medalha nos Jogos do Rio acende o alerta em relação à meta estabelecida pelo Comitê Olímpico do Brasil de obtenção de 27 a 30 pódios e um lugar entre as dez nações com mais conquistas. Estrelas como Arthur Zanetti, Cesar Cielo, Mayra Aguiar —expoente de uma temporada fraca do judô— e o vôlei não tiveram bons resultados em seus respectivos Mundiais ou equivalentes. Outras modalidades, como vôlei de praia e canoagem, por exemplo, tiveram um ano com títulos mundiais e estão cotados a pódios em 2016. DESEMPENHO EM OLIMPÍADA E MUNDIAIS - Como alguns dos principais atletas do Brasil estão no ciclo até a Rio-2016 As oscilações preocupam. Medalhistas olímpicos em Londres, Cielo, 28, e Zanetti, 25, começaram o ciclo rumo ao Rio, em 2013, com títulos mundiais em suas principais provas –o nadador nos 50 m livre e o ginasta, nas argolas. A quase oito meses do megaevento, a situação se inverteu. Cielo teve a pior temporada em oito anos. Longe dos melhores tempos, abandonou o Mundial de Kazan, com lesão no ombro esquerdo. Ele voltou a treinar no início do mês passado e sua recuperação será posta à prova de 16 a 19 de dezembro, na primeira seletiva olímpica da natação, em Palhoça (SC). Zanetti, que desde 2011 havia perdido só um grande evento –o Mundial de Nanning, em 2014–]"http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2014/10/1531050-brasil-conquista-duas-medalhas-no-mundial-de-ginastica-artistica.shtml:, "[nem avançou à final das argolas no Mundial de Glasgow, no mês passado. Por outro lado, obteve com a equipe masculina classificação para a Rio-2016. O judô já foi apontado nominalmente pelo COB como carro-chefe para os Jogos do Rio. A modalidade já deu 19 pódios olímpicos ao país, mas eve um 2015 fraco. De quatro medalhas conquistadas no Mundial de 2014, das quais uma de ouro com Mayra Aguiar, teve só dois bronzes na edição deste ano, no Cazaquistão. Mayra, 24, caiu nas oitavas de final. Para a gaúcha, porém, o resultado deve ser visto por outro ângulo. "Caímos em chaves bem pesadas neste Mundial. Não foi o que esperávamos, queríamos mais, mas o foco está na Olimpíada", argumentou a judoca. Além da frustração em Astana, o Brasil viu os atletas despencarem no ranking –apenas Érika Miranda, Mayra e Victor Penalber estavam no top 10 de seus pesos. Mayra, que foi bronze em Londres-2012, também acha que é salutar tirar um pouco o pé antes do objetivo principal. "Não tem que desgastar o atleta em muitas competições, porque é até perigoso." Outro "ganha-pão" brasileiro, o vôlei não teve melhor sorte. A seleção masculina não chegou às semifinais da Liga Mundial, no Rio, e foi prata no Pan de Toronto. A feminina, bicampeã olímpica, foi terceira no Grand Prix e também vice no Pan. "O ano foi bom para observar as jogadoras. A missão foi cumprida. Foi importante como ano estratégico", disse José Roberto Guimarães, técnico da seleção feminina. "Não ter ido mais longe na Liga Mundial foi frustrante", disse Bernardinho, treinador do time masculino. Outro esporte que ficou aquém do esperado foi a vela. Martine Grael e Kahena Kunze à parte, o país teve em Toronto seu pior Pan neste século, com seis pódios, dos quais dois ouros. Nem mesmo o bicampeão olímpico Robert Scheidt se salvou. HANDEBOL A seleção feminina de handebol inicia no próximo sábado (5), na Dinamarca, a defesa do título Mundial. Por haver campeonatos como esse em disputa, COB e Ministério do Esporte não quiseram avaliar o ano olímpico brasileiro. | 3 |
A barbárie da execução penal | O atual estágio de barbárie do sistema prisional brasileiro produziu mais uma atrocidade no campo dos direitos humanos. Em resumo, uma mulher, supostamente doente mental, estava grávida, em uma prisão comum, numa cela de isolamento, na qual teve sozinha sua filha. Posteriormente foi levada ao hospital com o cordão umbilical ainda preso à criança, a qual foi encaminhada a um abrigo. Sob o argumento de que se tratava de uma usuária de crack com crise de abstinência, a presa foi novamente colocada no isolamento. Os fatos foram comprovados e a documentação demonstra que não se trata de nenhuma presa de alta periculosidade. A diretora do presídio feminino no Rio de Janeiro foi temporariamente afastada, porém não há notícias do encaminhamento da mulher presa para tratamento de saúde. Foi descumprida a Portaria que institui o serviço de avaliação e acompanhamento de medidas terapêuticas no SUS à pessoa com transtorno mental em conflito com a Lei, bem como a lei da Reforma Psiquiátrica, que garante direitos às pessoas portadoras de transtornos mentais. Os direitos humanos das mulheres presas estão previstos nas Regras de Bancoc, definidas pelas Nações Unidas em 2010 e ratificadas pelo Brasil. Seguindo os princípios norteadores das Regras Mínimas para Tratamento de Reclusos (ONU, 1955) e das Regras Mínimas das Nações Unidas para Elaboração de Medidas Não Privativas de Liberdade (Regras de Tóquio) (ONU, 1990), as normas de Bancoc reconhecem que uma parcela das mulheres infratoras não representa risco à sociedade e seu encarceramento pode dificultar sua reinserção social. A Regra é clara ao determinar que não se aplicarão sanções de isolamento, instrumentos de coerção ou segregação disciplinar a mulheres grávidas, nem a mulheres com filhos ou em período de amamentação. Não são permitidas sanções disciplinares para mulheres presas em geral que correspondam à proibição de contato com a família, especialmente com as crianças. Mulheres não deverão ser separadas de suas famílias e comunidades sem a devida atenção ao seu contexto e laços familiares. A análise caso a caso deve ser conduzida com delicadeza e fundada no melhor interesse da criança, nos direitos de proteção à mulher contra qualquer forma de violência e no direito aos vínculos familiares. O Brasil instituiu, em janeiro de 2014, a Política Nacional Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). No mesmo mês, foi publicada a Política Nacional de Atenção às Mulheres em Situação de Privação de Liberdade e Egressas do Sistema Prisional (PNAMPE), a partir de um enfoque de gênero. Porém, a letra da lei de nada valerá se não houver interesse sócio-político para aplicá-la. O alto estigma que cerca a população carcerária, ainda mais a usuária de crack, etiqueta um grupo de "indesejáveis". Ao mesmo tempo em que o Estado exige que a presa se insira nas regras uma comunidade moral, pela suposta ressocialização, reiteradamente não são aplicadas essas mesmas normas morais para esse grupo extremamente vulnerável. Portanto, a questão ética da efetividade dos direitos da mulher presa e seus filhos representa atualmente um enorme desafio na implementação das políticas públicas. Identificar a responsabilidade institucional pelos danos causados e evitar outras atrocidades dirigidas àqueles que estão sob custódia do Estado é mais do que um imperativo moral; é uma exigência por justiça. LUCIANA SIMAS e MIRIAM VENTURA são advogadas e professoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | opiniao | A barbárie da execução penalO atual estágio de barbárie do sistema prisional brasileiro produziu mais uma atrocidade no campo dos direitos humanos. Em resumo, uma mulher, supostamente doente mental, estava grávida, em uma prisão comum, numa cela de isolamento, na qual teve sozinha sua filha. Posteriormente foi levada ao hospital com o cordão umbilical ainda preso à criança, a qual foi encaminhada a um abrigo. Sob o argumento de que se tratava de uma usuária de crack com crise de abstinência, a presa foi novamente colocada no isolamento. Os fatos foram comprovados e a documentação demonstra que não se trata de nenhuma presa de alta periculosidade. A diretora do presídio feminino no Rio de Janeiro foi temporariamente afastada, porém não há notícias do encaminhamento da mulher presa para tratamento de saúde. Foi descumprida a Portaria que institui o serviço de avaliação e acompanhamento de medidas terapêuticas no SUS à pessoa com transtorno mental em conflito com a Lei, bem como a lei da Reforma Psiquiátrica, que garante direitos às pessoas portadoras de transtornos mentais. Os direitos humanos das mulheres presas estão previstos nas Regras de Bancoc, definidas pelas Nações Unidas em 2010 e ratificadas pelo Brasil. Seguindo os princípios norteadores das Regras Mínimas para Tratamento de Reclusos (ONU, 1955) e das Regras Mínimas das Nações Unidas para Elaboração de Medidas Não Privativas de Liberdade (Regras de Tóquio) (ONU, 1990), as normas de Bancoc reconhecem que uma parcela das mulheres infratoras não representa risco à sociedade e seu encarceramento pode dificultar sua reinserção social. A Regra é clara ao determinar que não se aplicarão sanções de isolamento, instrumentos de coerção ou segregação disciplinar a mulheres grávidas, nem a mulheres com filhos ou em período de amamentação. Não são permitidas sanções disciplinares para mulheres presas em geral que correspondam à proibição de contato com a família, especialmente com as crianças. Mulheres não deverão ser separadas de suas famílias e comunidades sem a devida atenção ao seu contexto e laços familiares. A análise caso a caso deve ser conduzida com delicadeza e fundada no melhor interesse da criança, nos direitos de proteção à mulher contra qualquer forma de violência e no direito aos vínculos familiares. O Brasil instituiu, em janeiro de 2014, a Política Nacional Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). No mesmo mês, foi publicada a Política Nacional de Atenção às Mulheres em Situação de Privação de Liberdade e Egressas do Sistema Prisional (PNAMPE), a partir de um enfoque de gênero. Porém, a letra da lei de nada valerá se não houver interesse sócio-político para aplicá-la. O alto estigma que cerca a população carcerária, ainda mais a usuária de crack, etiqueta um grupo de "indesejáveis". Ao mesmo tempo em que o Estado exige que a presa se insira nas regras uma comunidade moral, pela suposta ressocialização, reiteradamente não são aplicadas essas mesmas normas morais para esse grupo extremamente vulnerável. Portanto, a questão ética da efetividade dos direitos da mulher presa e seus filhos representa atualmente um enorme desafio na implementação das políticas públicas. Identificar a responsabilidade institucional pelos danos causados e evitar outras atrocidades dirigidas àqueles que estão sob custódia do Estado é mais do que um imperativo moral; é uma exigência por justiça. LUCIANA SIMAS e MIRIAM VENTURA são advogadas e professoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 7 |
Ministra de Dilma critica demora da reação do governo Temer a estupro | Ministra de Políticas para as Mulheres de Dilma Rousseff, Eleonora Menicucci critica a "demora" na reação do governo Michel Temer ao caso do estupro coletivo de uma jovem no Rio. O presidente interino e o Ministério da Justiça manifestaram repúdio ao crime e anunciaram medidas nesta sexta (27), um dia após a repercussão do caso. REAÇÃO Eleonora relaciona o que considera "retrocesso do combate à violência contra a mulher com o governo golpista" com a reunião do ministro da Educação, Mendonça Filho, com o ator Alexandre Frota, na semana do crime. "Receber esse senhor, que não só já assumiu ter estuprado [em 2014, em um programa da Band], mas também faz apologia do estupro, me passa uma credencial péssima de quem está dirigindo a educação", diz. REAÇÃO 2 Frota diz que a afirmação da ex-ministra é "leviana e covarde". "Nunca compactuei com estupro. No Rio foi uma carnificina, no programa foi uma história fictícia que eu contei", afirma. "Qualquer acusação precisa de provas. Não será ela [Eleonora] que vai achar que vou me calar. A gestão dela foi um desastre." REAÇÃO 3 O ministro afirmou, em nota após as críticas pelo encontro com Frota, que foi uma "visita de cortesia" e que "tem como prática atender às solicitações de audiência". "Não discrimino ninguém, porque respeito a liberdade de cada pessoa fazer suas escolhas de vida. Conheci Frota no movimento pró-impeachment, assim como o pessoal do Revoltados Online. Não vejo problema em recebê-los para uma visita", disse. NOVA TEMPORADA A reestreia do Baile do Abrava, de Tiago Abravanel, foi na quarta (25), com participação de Wanessa Camargo. O cantor Di Ferrero, que também subiu ao palco da Audio Club, estava com a namorada, a modelo Isabeli Fontana. Também passaram por lá o chef Carlos Bertolazzi, o cantor Falcão com a mulher, Lilian Huertas, a modelo Jaqueline Oliveira e a atriz Laryssa Dias. A mãe de Tiago, Cintia Abravanel, assistiu à apresentação com o neto Mateus. INTERCÂMBIO O diretor chileno Pablo Larraín, do filme "No", indicado ao Oscar em 2013, vai trazer ao Brasil sua estreia na direção teatral. O monólogo "Acesso" será encenado no Festival Cena Brasil Internacional, de 1º a 12 de junho, no CCBB do Rio de Janeiro. PAÍS DO FUTEBOL Levantamento da revista "Forbes" mostra que quatro jogadores de futebol estão na lista das 30 celebridades brasileiras mais seguidas em redes sociais. Neymar lidera, com 128 milhões de fãs, seguido por Kaká (65 milhões), Ronaldinho Gaúcho (61 milhões) e David Luiz (45 milhões). RUÍDO O programa "O Samba Pede Passagem" foi reduzido pela rádio USP. Com a reformulação na grade da emissora, a atração apresentada por Moisés da Rocha desde 1978 perdeu os domingos e agora só vai ao ar aos sábados, o que gerou o rumor de que ela poderia ser extinta. RUÍDO 2 O Conselho de Participação da Comunidade Negra do Estado foi um dos que reagiram. O presidente do órgão, Ivan Lima, mandou carta à universidade pedindo explicações. A USP diz, em nota, que o fim do programa é "um boato infundado". CURTO-CIRCUITO O Miss São Paulo é neste sábado (28), Citibank Hall, com transmissão pela Band, às 22h. O Soul Sports Bar, que abre no dia 13 de junho, terá inauguração neste sábado (28) para convidados, no Itaim Bibi. A edição japonesa de "Haruo Ohara: Luz Brasileira, Cenas Familiares", publicada pelo Instituto Moreira Salles, está na lista de mais vendidos na Amazon Japão. A Casa de Vidro abre neste sábado (28) exposição com mobiliário de Lina Bo Bardi, às 11h. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI | colunas | Ministra de Dilma critica demora da reação do governo Temer a estuproMinistra de Políticas para as Mulheres de Dilma Rousseff, Eleonora Menicucci critica a "demora" na reação do governo Michel Temer ao caso do estupro coletivo de uma jovem no Rio. O presidente interino e o Ministério da Justiça manifestaram repúdio ao crime e anunciaram medidas nesta sexta (27), um dia após a repercussão do caso. REAÇÃO Eleonora relaciona o que considera "retrocesso do combate à violência contra a mulher com o governo golpista" com a reunião do ministro da Educação, Mendonça Filho, com o ator Alexandre Frota, na semana do crime. "Receber esse senhor, que não só já assumiu ter estuprado [em 2014, em um programa da Band], mas também faz apologia do estupro, me passa uma credencial péssima de quem está dirigindo a educação", diz. REAÇÃO 2 Frota diz que a afirmação da ex-ministra é "leviana e covarde". "Nunca compactuei com estupro. No Rio foi uma carnificina, no programa foi uma história fictícia que eu contei", afirma. "Qualquer acusação precisa de provas. Não será ela [Eleonora] que vai achar que vou me calar. A gestão dela foi um desastre." REAÇÃO 3 O ministro afirmou, em nota após as críticas pelo encontro com Frota, que foi uma "visita de cortesia" e que "tem como prática atender às solicitações de audiência". "Não discrimino ninguém, porque respeito a liberdade de cada pessoa fazer suas escolhas de vida. Conheci Frota no movimento pró-impeachment, assim como o pessoal do Revoltados Online. Não vejo problema em recebê-los para uma visita", disse. NOVA TEMPORADA A reestreia do Baile do Abrava, de Tiago Abravanel, foi na quarta (25), com participação de Wanessa Camargo. O cantor Di Ferrero, que também subiu ao palco da Audio Club, estava com a namorada, a modelo Isabeli Fontana. Também passaram por lá o chef Carlos Bertolazzi, o cantor Falcão com a mulher, Lilian Huertas, a modelo Jaqueline Oliveira e a atriz Laryssa Dias. A mãe de Tiago, Cintia Abravanel, assistiu à apresentação com o neto Mateus. INTERCÂMBIO O diretor chileno Pablo Larraín, do filme "No", indicado ao Oscar em 2013, vai trazer ao Brasil sua estreia na direção teatral. O monólogo "Acesso" será encenado no Festival Cena Brasil Internacional, de 1º a 12 de junho, no CCBB do Rio de Janeiro. PAÍS DO FUTEBOL Levantamento da revista "Forbes" mostra que quatro jogadores de futebol estão na lista das 30 celebridades brasileiras mais seguidas em redes sociais. Neymar lidera, com 128 milhões de fãs, seguido por Kaká (65 milhões), Ronaldinho Gaúcho (61 milhões) e David Luiz (45 milhões). RUÍDO O programa "O Samba Pede Passagem" foi reduzido pela rádio USP. Com a reformulação na grade da emissora, a atração apresentada por Moisés da Rocha desde 1978 perdeu os domingos e agora só vai ao ar aos sábados, o que gerou o rumor de que ela poderia ser extinta. RUÍDO 2 O Conselho de Participação da Comunidade Negra do Estado foi um dos que reagiram. O presidente do órgão, Ivan Lima, mandou carta à universidade pedindo explicações. A USP diz, em nota, que o fim do programa é "um boato infundado". CURTO-CIRCUITO O Miss São Paulo é neste sábado (28), Citibank Hall, com transmissão pela Band, às 22h. O Soul Sports Bar, que abre no dia 13 de junho, terá inauguração neste sábado (28) para convidados, no Itaim Bibi. A edição japonesa de "Haruo Ohara: Luz Brasileira, Cenas Familiares", publicada pelo Instituto Moreira Salles, está na lista de mais vendidos na Amazon Japão. A Casa de Vidro abre neste sábado (28) exposição com mobiliário de Lina Bo Bardi, às 11h. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI | 1 |
Chef do Mocotó planeja casa no futuro Instituto Moreira Salles, na Paulista | MARÍLIA MIRAGAIA DE SÃO PAULO As longas filas que se formam nas calçadas do Mocotó e do Esquina Mocotó, restaurantes comandados pelo chef Rodrigo Oliveira na Vila Medeiros, zona norte da cidade, devem chegar também à avenida Paulista. Ele planeja inaugurar um restaurante, ainda sem nome definido, na nova sede do Instituto Moreira Salles, programada para abrir ali no início de 2017. "Foi um convite muito carinhoso do próprio Pedro Moreira Salles, que é frequentador do Mocotó. O primeiro desejo era levar inclusão. Conversamos por muito tempo dentro desse contexto e vimos que a gente tem uma grande afinidade", explica Oliveira, que completa dizendo que o projeto "deve ser oficializado em breve, em alguns meses". O restaurante vai ficar no térreo do prédio, projetado pelo escritório Andrade Morettin e revestido de vidro, entre as ruas da Consolação e Bela Cintra. O espaço é um complexo que reúne três salas de pé-direito elevado em que devem acontecer exposições, um cinema, uma biblioteca e também uma livraria. EMPÓRIO CAFÉ E PRACINHA SÃO OUTROS PROJETOS Diferentemente do Mocotó, dedicado à cozinha sertaneja, e do Esquina, de referências paulistas, a nova casa vai ter "o país de forma mais plural como inspiração", explica o chef. "Não há cardápio definido ainda, mas a linha condutora são as grandes cozinhas brasileiras com abordagem contemporânea". O bar deve ter "bastante protagonismo", com drinques feitos à base de cachaça, mas com espaço para outras bebidas. O projeto prevê também um café, que terá comidinhas com a mesma proposta do restaurante. É a primeira vez que Oliveira estuda abrir um negócio longe da zona norte, onde começou. "Na verdade, eu nunca disse nunca. Mas esse é um projeto de grande valor para a cidade." Procurado, o instituto afirma que ainda não há contrato assinado, mas confirma a negociação. Era um desejo antigo do chef Rodrigo Oliveira: resgatar comidinhas de um tradicional café da manhã nordestino, como aqueles realizados na casa de sua família, de origem pernambucana. Fazem parte dessa mesa, além de tapiocas, itens como cuscuz de milho para comer com leite. Receitas como essas serão servidas no Mercado de Pinheiros, onde o chef vai abrir até o fim do ano um café que divide a vocação com um empório de produtos do sertão nordestino. O espaço é parte de um projeto do instituto Atá, do chef Alex Atala, do D.O.M., que vai administrar boxes dentro do mercado com a intenção de promover ingredientes de biomas brasileiros —além do sertão nordestino, também outros como o cerrado. Mais um plano do chef que deve sair do papel até o fim do ano é o que ele chama de pracinha. O espaço, em obras há seis meses no terreno ao lado direito do Mocotó, vai se converter na área de espera do restaurante e terá pé-direito de sete metros de altura. "A sensação será quase a de estar ao ar livre", diz o chef. "É um lugar para acomodar melhor os clientes que vêm nos visitar aqui na Vila Medeiros", afirma Oliveira. A pracinha terá um bar com balcão e mesas altas espalhadas pelo salão aberto, onde serão servidas algumas receitas e petiscos exclusivos, só encontradas ali na espera. No topo, a estrutura ainda vai receber uma horta urbana. | saopaulo | Chef do Mocotó planeja casa no futuro Instituto Moreira Salles, na PaulistaMARÍLIA MIRAGAIA DE SÃO PAULO As longas filas que se formam nas calçadas do Mocotó e do Esquina Mocotó, restaurantes comandados pelo chef Rodrigo Oliveira na Vila Medeiros, zona norte da cidade, devem chegar também à avenida Paulista. Ele planeja inaugurar um restaurante, ainda sem nome definido, na nova sede do Instituto Moreira Salles, programada para abrir ali no início de 2017. "Foi um convite muito carinhoso do próprio Pedro Moreira Salles, que é frequentador do Mocotó. O primeiro desejo era levar inclusão. Conversamos por muito tempo dentro desse contexto e vimos que a gente tem uma grande afinidade", explica Oliveira, que completa dizendo que o projeto "deve ser oficializado em breve, em alguns meses". O restaurante vai ficar no térreo do prédio, projetado pelo escritório Andrade Morettin e revestido de vidro, entre as ruas da Consolação e Bela Cintra. O espaço é um complexo que reúne três salas de pé-direito elevado em que devem acontecer exposições, um cinema, uma biblioteca e também uma livraria. EMPÓRIO CAFÉ E PRACINHA SÃO OUTROS PROJETOS Diferentemente do Mocotó, dedicado à cozinha sertaneja, e do Esquina, de referências paulistas, a nova casa vai ter "o país de forma mais plural como inspiração", explica o chef. "Não há cardápio definido ainda, mas a linha condutora são as grandes cozinhas brasileiras com abordagem contemporânea". O bar deve ter "bastante protagonismo", com drinques feitos à base de cachaça, mas com espaço para outras bebidas. O projeto prevê também um café, que terá comidinhas com a mesma proposta do restaurante. É a primeira vez que Oliveira estuda abrir um negócio longe da zona norte, onde começou. "Na verdade, eu nunca disse nunca. Mas esse é um projeto de grande valor para a cidade." Procurado, o instituto afirma que ainda não há contrato assinado, mas confirma a negociação. Era um desejo antigo do chef Rodrigo Oliveira: resgatar comidinhas de um tradicional café da manhã nordestino, como aqueles realizados na casa de sua família, de origem pernambucana. Fazem parte dessa mesa, além de tapiocas, itens como cuscuz de milho para comer com leite. Receitas como essas serão servidas no Mercado de Pinheiros, onde o chef vai abrir até o fim do ano um café que divide a vocação com um empório de produtos do sertão nordestino. O espaço é parte de um projeto do instituto Atá, do chef Alex Atala, do D.O.M., que vai administrar boxes dentro do mercado com a intenção de promover ingredientes de biomas brasileiros —além do sertão nordestino, também outros como o cerrado. Mais um plano do chef que deve sair do papel até o fim do ano é o que ele chama de pracinha. O espaço, em obras há seis meses no terreno ao lado direito do Mocotó, vai se converter na área de espera do restaurante e terá pé-direito de sete metros de altura. "A sensação será quase a de estar ao ar livre", diz o chef. "É um lugar para acomodar melhor os clientes que vêm nos visitar aqui na Vila Medeiros", afirma Oliveira. A pracinha terá um bar com balcão e mesas altas espalhadas pelo salão aberto, onde serão servidas algumas receitas e petiscos exclusivos, só encontradas ali na espera. No topo, a estrutura ainda vai receber uma horta urbana. | 9 |
Homem salva mulher e morre levado por enxurrada em São Paulo | Os bombeiros localizaram nesta terça-feira (16) o corpo do homem que tinha sido levado pela enxurrada no córrego Ribeirão dos Meninos, no limite entre São Paulo e São Caetano (ABC), no temporal de anteontem. O comerciante Amadeu Gomes Moura, 55 anos, tentava salvar uma mulher que havia caído no córrego, mas não suportou a força da água. Segundo familiares que não quiseram se identificar, Moura tinha fama de socorrer vítimas de afogamento. Por isso, foi chamado por vizinhos para tentar socorrer a mulher no córrego. "Não foi primeira vez que o Amadeu [Moura] tentou salvar alguém de afogamento. Nadava muito bem. Só que desta vez ele não resistiu. Não sabemos o que houve", disse um familiar. Testemunhas disseram que Moura estava trabalhando em seu comércio de sucata próximo à avenida Guido Aliberti, em São Caetano, quando foi avisado que a mulher estava se afogando, por volta das 16h30. Ele foi até o local de carro, para chegar mais rápido. Ao avistar a mulher, Moura se jogou no córrego e amarrou duas cordas no corpo dela. Uma terceira corda foi jogada, mas ele preferiu também amarrá-la na mulher, que se segurava em capins na margem do córrego. Com a ajuda de dois homens, conseguiu retirá-la da água. Em seguida, foi levado pela enxurrada. "Eu vi quando retiraram a mulher. Mas quando olhei de novo para água, não vi mais o homem. Foi muito rápido", disse uma testemunha, que também preferiu não se identificar. Segundo a Prefeitura de São Caetano, a mulher foi identificada como Marisa Batista, 38 anos. Ela deu entrada no Hospital Municipal Albert Sabin anteontem às 18h36 com hipotermia. Medicada, foi liberada no mesmo dia, às 20h10. A reportagem não conseguiu localizar Marisa.</aassin>(Regiane Soares) CASAS 18 HORAS SEM LUZ Após o temporal, moradores das zonas norte e oeste da capital ficaram até 18 horas sem luz. Segundo a AES Eletropaulo, concessionária de energia elétrica na capital, disse que queda de galhos de árvores danificaram a rede. Anteontem, os bombeiros receberam 49 chamados de quedas de árvores. O comerciante Paulo Muro, 45 anos, disse que ficou sem luz das 19h40 de anteontem até as 14h10 de ontem e perdeu tudo que tinha na geladeira e no freezer. Segundo Muro, por volta das 21h, um carro da Eletropaulo foi até a rua Doutor Miranda de Azevedo, na Pompeia (zona oeste), onde mora há cinco anos com a família. Mas ele disse que energia foi restabelecida somente em metade da rua. "É sempre assim aqui. É só cair um pingo de água que já acaba a luz. Perdi tudo o que tinha na geladeira e no freezer", afirmou. Dono de uma peixaria na mesma rua, o comerciante Matteo Burla disse que também ficou sem energia até as 13h30 de ontem. "Ainda não sei o meu prejuízo", afirmou. Moradora da rua Salim Izar, no Morumbi (zona oeste), a dona de casa Patrícia Correa, 35 anos, também sofreu com a falta de luz, das 15h30 de anteontem até as 10h30 de ontem. "Estou até com medo de abrir meu freezer", disse. Em nota, a AES Eletropaulo disse que a energia já foi restabelecida nos endereços citados pela reportagem. Porém, não explicou o motivo da demora para atender aos chamados e religar a energia dos clientes. NUNCA PULE NA ÁGUA, ALERTAM BOMBEIROS Apesar do ato de heroísmo do comerciante Amadeu Gomes Moura, os bombeiros recomendam que salvamentos aquáticos sejam feitos apenas por pessoas treinadas. Segundo os bombeiros, a primeira atitude ao ver alguém se afogando é ligar para o 193. Depois, jogar algum objeto que flutue. Mas nunca se jogar na água | cotidiano | Homem salva mulher e morre levado por enxurrada em São PauloOs bombeiros localizaram nesta terça-feira (16) o corpo do homem que tinha sido levado pela enxurrada no córrego Ribeirão dos Meninos, no limite entre São Paulo e São Caetano (ABC), no temporal de anteontem. O comerciante Amadeu Gomes Moura, 55 anos, tentava salvar uma mulher que havia caído no córrego, mas não suportou a força da água. Segundo familiares que não quiseram se identificar, Moura tinha fama de socorrer vítimas de afogamento. Por isso, foi chamado por vizinhos para tentar socorrer a mulher no córrego. "Não foi primeira vez que o Amadeu [Moura] tentou salvar alguém de afogamento. Nadava muito bem. Só que desta vez ele não resistiu. Não sabemos o que houve", disse um familiar. Testemunhas disseram que Moura estava trabalhando em seu comércio de sucata próximo à avenida Guido Aliberti, em São Caetano, quando foi avisado que a mulher estava se afogando, por volta das 16h30. Ele foi até o local de carro, para chegar mais rápido. Ao avistar a mulher, Moura se jogou no córrego e amarrou duas cordas no corpo dela. Uma terceira corda foi jogada, mas ele preferiu também amarrá-la na mulher, que se segurava em capins na margem do córrego. Com a ajuda de dois homens, conseguiu retirá-la da água. Em seguida, foi levado pela enxurrada. "Eu vi quando retiraram a mulher. Mas quando olhei de novo para água, não vi mais o homem. Foi muito rápido", disse uma testemunha, que também preferiu não se identificar. Segundo a Prefeitura de São Caetano, a mulher foi identificada como Marisa Batista, 38 anos. Ela deu entrada no Hospital Municipal Albert Sabin anteontem às 18h36 com hipotermia. Medicada, foi liberada no mesmo dia, às 20h10. A reportagem não conseguiu localizar Marisa.</aassin>(Regiane Soares) CASAS 18 HORAS SEM LUZ Após o temporal, moradores das zonas norte e oeste da capital ficaram até 18 horas sem luz. Segundo a AES Eletropaulo, concessionária de energia elétrica na capital, disse que queda de galhos de árvores danificaram a rede. Anteontem, os bombeiros receberam 49 chamados de quedas de árvores. O comerciante Paulo Muro, 45 anos, disse que ficou sem luz das 19h40 de anteontem até as 14h10 de ontem e perdeu tudo que tinha na geladeira e no freezer. Segundo Muro, por volta das 21h, um carro da Eletropaulo foi até a rua Doutor Miranda de Azevedo, na Pompeia (zona oeste), onde mora há cinco anos com a família. Mas ele disse que energia foi restabelecida somente em metade da rua. "É sempre assim aqui. É só cair um pingo de água que já acaba a luz. Perdi tudo o que tinha na geladeira e no freezer", afirmou. Dono de uma peixaria na mesma rua, o comerciante Matteo Burla disse que também ficou sem energia até as 13h30 de ontem. "Ainda não sei o meu prejuízo", afirmou. Moradora da rua Salim Izar, no Morumbi (zona oeste), a dona de casa Patrícia Correa, 35 anos, também sofreu com a falta de luz, das 15h30 de anteontem até as 10h30 de ontem. "Estou até com medo de abrir meu freezer", disse. Em nota, a AES Eletropaulo disse que a energia já foi restabelecida nos endereços citados pela reportagem. Porém, não explicou o motivo da demora para atender aos chamados e religar a energia dos clientes. NUNCA PULE NA ÁGUA, ALERTAM BOMBEIROS Apesar do ato de heroísmo do comerciante Amadeu Gomes Moura, os bombeiros recomendam que salvamentos aquáticos sejam feitos apenas por pessoas treinadas. Segundo os bombeiros, a primeira atitude ao ver alguém se afogando é ligar para o 193. Depois, jogar algum objeto que flutue. Mas nunca se jogar na água | 5 |
'O PT sempre insiste em buscar agressões', diz Cunha | Em franco ataque ao PT desde a semana passada, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a criticar o partido ao responder sobre as vaias direcionadas a ele durante o 5º congresso petista, realizado na semana passada. Para o peemedebista, o Partido dos Trabalhadores "insiste em buscar agressões" e mantém um modelo de "ataque continuado" contra ele. "O PT sempre insiste em buscar agressões. E não foi só o movimento que foi fazer coro. Ali teve pessoas que defenderam a manutenção da aliança atacando. Então, mostra que é um ataque continuado", afirmou ao chegar na Câmara dos Deputados na tarde desta segunda-feira (15). Para exemplificar, Cunha afirmou que no início do ano passado, a formação do chamado "blocão", grupo de partidos da base aliada que se uniu para derrotar o governo, foi motivado por ataques feitos contra ele pelo presidente do PT, Rui Falcão. "Vocês não podem esquecer, que em 2014, no início do ano quando eu era líder [do PMDB], o atrito que se teve aqui e, na época que se gerou o chamado blocão, foi o presidente do PT me atacando. Então, já é um continuado deles e isso é muito preocupante", disse. Incomodado com ataques de setores do PT e movimentações de ministros para mudar a articulação política do governo, Cunha afirmou durante o fim de semana que a aliança entre o PT e o PMDB pode ser rompida caso os desentendimentos entre os dois partidos se agravem. A fala foi uma referência às indicações de que o núcleo mais próximo da presidente Dilma Rousseff estaria atuando para esvaziar as atribuições do vice-presidente, Michel Temer, na coordenação política do governo federal. "O que eu disse é que se o processo de sabotagem ao Michel for levado a curso, se o Michel sair da articulação a qual ele não pediu para entrar, aí é inevitável um rompimento com o PMDB", afirmou Cunha. Para o peemedebista, a aliança entre os dois partidos está esgotada e não deve se repetir nas eleições de 2018. "Isso não contribui nem para manter o clima de se tentar ter uma convivência até o processo eleitoral porque 2018 está realmente muito longe. É óbvio que ninguém vai discutir 2018 agora, mas o que eu antecipei é a falta de vontade que eu vejo no meu partido de continuar com essa aliança", disse. "Agora, agressão ninguém vai aceitar. Eu não vou aceitar que o PMDB continue sendo agredido todo tempo pelo PT. Se o PT quer ou queria votar para sair da aliança, não tinha nenhum problema", completou. Cunha ressaltou, no entanto, que a sua posição em relação ao PT não irá alterar a forma como conduz os trabalhos na Câmara. "Eu não falei com ninguém do PMDB então, eu falei por mim, como militante, como dirigente partidário. Efetivamente, como presidente da Casa, não altera a minha posição. A minha pauta é a mesma e vai continuar sendo a mesma", disse. | poder | 'O PT sempre insiste em buscar agressões', diz CunhaEm franco ataque ao PT desde a semana passada, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a criticar o partido ao responder sobre as vaias direcionadas a ele durante o 5º congresso petista, realizado na semana passada. Para o peemedebista, o Partido dos Trabalhadores "insiste em buscar agressões" e mantém um modelo de "ataque continuado" contra ele. "O PT sempre insiste em buscar agressões. E não foi só o movimento que foi fazer coro. Ali teve pessoas que defenderam a manutenção da aliança atacando. Então, mostra que é um ataque continuado", afirmou ao chegar na Câmara dos Deputados na tarde desta segunda-feira (15). Para exemplificar, Cunha afirmou que no início do ano passado, a formação do chamado "blocão", grupo de partidos da base aliada que se uniu para derrotar o governo, foi motivado por ataques feitos contra ele pelo presidente do PT, Rui Falcão. "Vocês não podem esquecer, que em 2014, no início do ano quando eu era líder [do PMDB], o atrito que se teve aqui e, na época que se gerou o chamado blocão, foi o presidente do PT me atacando. Então, já é um continuado deles e isso é muito preocupante", disse. Incomodado com ataques de setores do PT e movimentações de ministros para mudar a articulação política do governo, Cunha afirmou durante o fim de semana que a aliança entre o PT e o PMDB pode ser rompida caso os desentendimentos entre os dois partidos se agravem. A fala foi uma referência às indicações de que o núcleo mais próximo da presidente Dilma Rousseff estaria atuando para esvaziar as atribuições do vice-presidente, Michel Temer, na coordenação política do governo federal. "O que eu disse é que se o processo de sabotagem ao Michel for levado a curso, se o Michel sair da articulação a qual ele não pediu para entrar, aí é inevitável um rompimento com o PMDB", afirmou Cunha. Para o peemedebista, a aliança entre os dois partidos está esgotada e não deve se repetir nas eleições de 2018. "Isso não contribui nem para manter o clima de se tentar ter uma convivência até o processo eleitoral porque 2018 está realmente muito longe. É óbvio que ninguém vai discutir 2018 agora, mas o que eu antecipei é a falta de vontade que eu vejo no meu partido de continuar com essa aliança", disse. "Agora, agressão ninguém vai aceitar. Eu não vou aceitar que o PMDB continue sendo agredido todo tempo pelo PT. Se o PT quer ou queria votar para sair da aliança, não tinha nenhum problema", completou. Cunha ressaltou, no entanto, que a sua posição em relação ao PT não irá alterar a forma como conduz os trabalhos na Câmara. "Eu não falei com ninguém do PMDB então, eu falei por mim, como militante, como dirigente partidário. Efetivamente, como presidente da Casa, não altera a minha posição. A minha pauta é a mesma e vai continuar sendo a mesma", disse. | 0 |