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Lenovo lança Moto G5 'bombado' para competir com mercado premium | A Lenovo apresentou a quinta geração da sua família de smartphones da linha G durante o Mobile World Congress, em Barcelona. O Moto G5, que deve chegar ao mercado brasileiro em março, vem em duas versões, G5 e G5 Plus, promete abocanhar uma fatia do mercado pela boa relação entre potência e custo, levando a cabo a estratégia da empresa de "smartphones premium com preços premium". O Moto G é a linha intermediária da Lenovo, que para este modelo investiu em acabamento, câmera e usabilidade, mantendo o preço acessível. Com um processador Snapdragon 625 de oito núcleos e 2 GHz na versão Plus, que tem tela de 5,2 polegadas, o novo modelo traz uma câmera de 12 MP e abertura f1.7 na traseira, com tecnologia Dual Autofocus Pixel, que promete trazer um foco 60% mais rápido do que na geração anterior do dispositivo, utilizando uma densidade de pixels dez vezes maior no sensor. Para o desenvolvimento do família G5, a marca realizou uma entrevista com cerca de 12 mil pessoas em nove países. Segundo o estudo, um em cada quatro entrevistados pagaria até 20% mais em um telefone com maior duração de bateria. A bateria do G5 Plus tem 3.000mAh e promete recarga rápida, com seis horas de uso para 15 minutos na tomada. Outro ponto levantado na pesquisa é o acabamento, 48% prefere metal, que no G5 foi resolvido com alumínio, nas cores prata e dourado, dando o toque premium em um smartphone intermediário. A demanda por um celular "mais esperto" ainda culminou na adição de novas ações no Moto Actions, app que automatiza funções e rotinas no dispositivo. O botão frontal, que também funciona leitor de impressão digital pode virar um mini-touchpad, omitindo a barra padrão de rodapé do Android e executando ações como voltar, avançar e ir para página inicial. Na Europa, o G5 começa a ser vendido por € 199, a versão mais básica, até € 279, a versão Plus com 3GB de RAM e 32GB de armazenamento. O preço no Brasil só deve ser anunciado pela Lenovo durante seu lançamento oficial no país. - JORNALISTAS FALAM SOBRE O MOBILE WORLD CONGRESS Veja o vídeo | tec | Lenovo lança Moto G5 'bombado' para competir com mercado premiumA Lenovo apresentou a quinta geração da sua família de smartphones da linha G durante o Mobile World Congress, em Barcelona. O Moto G5, que deve chegar ao mercado brasileiro em março, vem em duas versões, G5 e G5 Plus, promete abocanhar uma fatia do mercado pela boa relação entre potência e custo, levando a cabo a estratégia da empresa de "smartphones premium com preços premium". O Moto G é a linha intermediária da Lenovo, que para este modelo investiu em acabamento, câmera e usabilidade, mantendo o preço acessível. Com um processador Snapdragon 625 de oito núcleos e 2 GHz na versão Plus, que tem tela de 5,2 polegadas, o novo modelo traz uma câmera de 12 MP e abertura f1.7 na traseira, com tecnologia Dual Autofocus Pixel, que promete trazer um foco 60% mais rápido do que na geração anterior do dispositivo, utilizando uma densidade de pixels dez vezes maior no sensor. Para o desenvolvimento do família G5, a marca realizou uma entrevista com cerca de 12 mil pessoas em nove países. Segundo o estudo, um em cada quatro entrevistados pagaria até 20% mais em um telefone com maior duração de bateria. A bateria do G5 Plus tem 3.000mAh e promete recarga rápida, com seis horas de uso para 15 minutos na tomada. Outro ponto levantado na pesquisa é o acabamento, 48% prefere metal, que no G5 foi resolvido com alumínio, nas cores prata e dourado, dando o toque premium em um smartphone intermediário. A demanda por um celular "mais esperto" ainda culminou na adição de novas ações no Moto Actions, app que automatiza funções e rotinas no dispositivo. O botão frontal, que também funciona leitor de impressão digital pode virar um mini-touchpad, omitindo a barra padrão de rodapé do Android e executando ações como voltar, avançar e ir para página inicial. Na Europa, o G5 começa a ser vendido por € 199, a versão mais básica, até € 279, a versão Plus com 3GB de RAM e 32GB de armazenamento. O preço no Brasil só deve ser anunciado pela Lenovo durante seu lançamento oficial no país. - JORNALISTAS FALAM SOBRE O MOBILE WORLD CONGRESS Veja o vídeo | 10 |
Leitor questiona escolha de foto de black bloc para ilustrar manchete sobre greve | GREVE GERAL A questão não é ser contra ou a favor da greve, mas me causou estranheza a cobertura da Folha. As fotos da Primeira Página (29/4) parecem escolhidas a dedo para dar ênfase a um black bloc. Até entendo que o diário seja favorável às reformas, mas manipular o leitor não é honesto. ANA CLAUDIA G. GALRÃO (São João del-Rei, MG) * São uma grande vergonha para o país as manifestações violentas, as cenas de vandalismo com queima de pneus e ônibus, e o bloqueio de avenidas. Os manifestantes, assim agindo, perderam todo e qualquer respeito da população, demonstrando total descaso com regras de civilidade e democracia. Que se imputem à CUT e demais organizadores os prejuízos advindos de tamanha barbárie. TOYOMI ARAKI (São Paulo, SP) * Ao dizer-se contrário à greve geral que contou com forte adesão dos professores da rede privada de ensino, Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo, ofende toda a categoria docente, chamando-os de baderneiros, vândalos e irresponsáveis ("Reformas, necessidade imperiosa", Tendências/Debates, 28/4). A desqualificação do interlocutor enfraquece o debate. SÔNIA MARIA BARREIRA (São Paulo, SP) * Concordo que uma greve, para ser geral, deva ser feita em um dia normal de trabalho. No entanto, o sucesso da mesma depende da confiabilidade dos organizadores e de uma lista de objetivos sustentáveis. O que vimos na sexta-feira foi uma repressão aos que queriam trabalhar, além de uma total indefinição sobre a melhor resposta a dar às reformas propostas. OSMAR G. LOUREIRO (Cravinhos, SP) - REFORMA DA PREVIDÊNCIA Creio que todos seriam a favor da reforma da Previdência se esta atingisse a todos, sem deixar de fora militares e parlamentares. Do modo que está, a reforma é um tapa na cara de nossa sociedade. GILBERTO ÁLVARES GIUSEPONE (São Paulo, SP) Que o Brasil precisa de reformas, não resta dúvida. Mas um governo querer enfiar goela abaixo dos cidadãos reformas importantes como a trabalhista e a da Previdência,pressionando e ameaçando o Congresso, fazendo barganhas obscenas para conseguir implementá-las, é autoritarismo da pior qualidade. MARIA HELENA RABELO CAMPOS (Nova Lima, MG) - SALÁRIOS DO JUDICIÁRIO É inaceitável que 70% dos juízes do TJ-SP ganhem mais do que R$ 33,7 mil mensais ("70% de juízes do TJ de São Paulo recebem além do teto", "Poder", 29/4). O Judiciário deveria ser o primeiro a dar o exemplo e a cumprir as leis e a Constituição Federal. O corporativismo é uma verdadeira praga. Nosso Judiciário é o mais caro do mundo, consumindo 1,8% do PIB. RENATO KHAIR (São Paulo, SP) - SOLTURA DE EIKE BATISTA O Brasil não vai sair do atoleiro em que está se o Judiciário não começar a funcionar minimamente. Não é possível que a polícia e a Promotoria desmantelem as quadrilhas criminosas que estão roubando o país, e o Judiciário seja incapaz de julgar qualquer coisa e tenha que soltar os criminosos presos preventiva ou provisoriamente ("Ministro do STF manda soltar Eike Batista", "Poder", 29/4). Ninguém quer ver pessoas presas preventivamente por tempo indeterminado, mas não se pode tolerar que presos sejam libertados por falta de julgamento. MÁRIO BARILÁ FILHO (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Concordo com Claudia Costin ("Novos líderes", "Opinião", 28/4). Precisamos incentivar e preparar novos líderes que realmente pensem no Brasil como um todo. É eufemismo dizer que o nosso Congresso tem imperfeições! Precisamos trabalhar para moralizá-lo. MARIZA BACCI ZAGO (Atibaia, SP) * Sobre a coluna de Vladimir Safatle ("Quando é hora de parar", "Ilustrada", 28/4), digo que o povo não é estúpido e faz, acertadamente, uma péssima avaliação do atual governo. O povo que, também acertadamente, rejeitou o péssimo governo Dilma não é burro. MARIA CECÍLIA DE ARRUDA NAVARRO (Bauru, SP) * Ao condenar in limine as práticas integrativas (não alternativas) na medicina, Hélio Schwartsman se esqueceu de incluir a própria relação médico-paciente, que atua como placebo ("SUS dá banana para a ciência", "Opinião", 26/4). A realidade tecnológica indica que, em poucos anos, os médicos humanos poderão ser substituídos por médicos robôs, como o dr. Adam, que já existe e pode fazer diagnósticos e propor terapêuticas sem intervenção humana. ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF) - OMBUDSMAN Parabéns pelarenovação do mandato de Paula Cesarino Costa. Excelente o seu trabalho, com críticas construtivas e amplo descortino de qualquer nova situação. Como estamos no Ano Internacional da Mulher, fica aqui uma sugestão: por que não substituir o nome atual do cargo pela sua versão feminina, em sueco, ombudskvinna? Pensem no assunto, senhoras e senhores da Redação. CARL J. G. SCHULTZE (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br | paineldoleitor | Leitor questiona escolha de foto de black bloc para ilustrar manchete sobre greveGREVE GERAL A questão não é ser contra ou a favor da greve, mas me causou estranheza a cobertura da Folha. As fotos da Primeira Página (29/4) parecem escolhidas a dedo para dar ênfase a um black bloc. Até entendo que o diário seja favorável às reformas, mas manipular o leitor não é honesto. ANA CLAUDIA G. GALRÃO (São João del-Rei, MG) * São uma grande vergonha para o país as manifestações violentas, as cenas de vandalismo com queima de pneus e ônibus, e o bloqueio de avenidas. Os manifestantes, assim agindo, perderam todo e qualquer respeito da população, demonstrando total descaso com regras de civilidade e democracia. Que se imputem à CUT e demais organizadores os prejuízos advindos de tamanha barbárie. TOYOMI ARAKI (São Paulo, SP) * Ao dizer-se contrário à greve geral que contou com forte adesão dos professores da rede privada de ensino, Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo, ofende toda a categoria docente, chamando-os de baderneiros, vândalos e irresponsáveis ("Reformas, necessidade imperiosa", Tendências/Debates, 28/4). A desqualificação do interlocutor enfraquece o debate. SÔNIA MARIA BARREIRA (São Paulo, SP) * Concordo que uma greve, para ser geral, deva ser feita em um dia normal de trabalho. No entanto, o sucesso da mesma depende da confiabilidade dos organizadores e de uma lista de objetivos sustentáveis. O que vimos na sexta-feira foi uma repressão aos que queriam trabalhar, além de uma total indefinição sobre a melhor resposta a dar às reformas propostas. OSMAR G. LOUREIRO (Cravinhos, SP) - REFORMA DA PREVIDÊNCIA Creio que todos seriam a favor da reforma da Previdência se esta atingisse a todos, sem deixar de fora militares e parlamentares. Do modo que está, a reforma é um tapa na cara de nossa sociedade. GILBERTO ÁLVARES GIUSEPONE (São Paulo, SP) Que o Brasil precisa de reformas, não resta dúvida. Mas um governo querer enfiar goela abaixo dos cidadãos reformas importantes como a trabalhista e a da Previdência,pressionando e ameaçando o Congresso, fazendo barganhas obscenas para conseguir implementá-las, é autoritarismo da pior qualidade. MARIA HELENA RABELO CAMPOS (Nova Lima, MG) - SALÁRIOS DO JUDICIÁRIO É inaceitável que 70% dos juízes do TJ-SP ganhem mais do que R$ 33,7 mil mensais ("70% de juízes do TJ de São Paulo recebem além do teto", "Poder", 29/4). O Judiciário deveria ser o primeiro a dar o exemplo e a cumprir as leis e a Constituição Federal. O corporativismo é uma verdadeira praga. Nosso Judiciário é o mais caro do mundo, consumindo 1,8% do PIB. RENATO KHAIR (São Paulo, SP) - SOLTURA DE EIKE BATISTA O Brasil não vai sair do atoleiro em que está se o Judiciário não começar a funcionar minimamente. Não é possível que a polícia e a Promotoria desmantelem as quadrilhas criminosas que estão roubando o país, e o Judiciário seja incapaz de julgar qualquer coisa e tenha que soltar os criminosos presos preventiva ou provisoriamente ("Ministro do STF manda soltar Eike Batista", "Poder", 29/4). Ninguém quer ver pessoas presas preventivamente por tempo indeterminado, mas não se pode tolerar que presos sejam libertados por falta de julgamento. MÁRIO BARILÁ FILHO (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Concordo com Claudia Costin ("Novos líderes", "Opinião", 28/4). Precisamos incentivar e preparar novos líderes que realmente pensem no Brasil como um todo. É eufemismo dizer que o nosso Congresso tem imperfeições! Precisamos trabalhar para moralizá-lo. MARIZA BACCI ZAGO (Atibaia, SP) * Sobre a coluna de Vladimir Safatle ("Quando é hora de parar", "Ilustrada", 28/4), digo que o povo não é estúpido e faz, acertadamente, uma péssima avaliação do atual governo. O povo que, também acertadamente, rejeitou o péssimo governo Dilma não é burro. MARIA CECÍLIA DE ARRUDA NAVARRO (Bauru, SP) * Ao condenar in limine as práticas integrativas (não alternativas) na medicina, Hélio Schwartsman se esqueceu de incluir a própria relação médico-paciente, que atua como placebo ("SUS dá banana para a ciência", "Opinião", 26/4). A realidade tecnológica indica que, em poucos anos, os médicos humanos poderão ser substituídos por médicos robôs, como o dr. Adam, que já existe e pode fazer diagnósticos e propor terapêuticas sem intervenção humana. ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF) - OMBUDSMAN Parabéns pelarenovação do mandato de Paula Cesarino Costa. Excelente o seu trabalho, com críticas construtivas e amplo descortino de qualquer nova situação. Como estamos no Ano Internacional da Mulher, fica aqui uma sugestão: por que não substituir o nome atual do cargo pela sua versão feminina, em sueco, ombudskvinna? Pensem no assunto, senhoras e senhores da Redação. CARL J. G. SCHULTZE (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br | 8 |
Imagem do Brasil melhorou, mas é preciso manter ajuste, diz BC | O Banco Central afirmou que a imagem do Brasil entre os investidores melhorou devido às mudanças na política econômica promovidas pelo governo, que incluem alta de juros e corte de gastos. Para a instituição, é "imprescindível" continuar com esse processo, que ajudará na recuperação do crescimento econômico a partir do segundo semestre. "Apesar de termos melhorado um pouco nossa imagem, de estarmos fazendo nosso dever de casa, temos de estar com nossa macroeconomia em ordem e estabilizada", afirmou o diretor de Política Econômica do BC, Luiz Awazu Pereira da Silva nesta sexta-feira (15). "Para isso, não há milagre. Temos de usar uma receita conhecida, uma receita padrão." Awazu voltou a indicar que o BC não encerrou o ciclo de alta da taxa básica de juros iniciado em 2013 e retomado no final do ano passado. Segundo ele, "a política monetária foi, está e deve manter-se vigilante para assegurar a convergência da inflação à meta de 4,5% no final de 2016". O diretor disse que a instituição cumprirá esse objetivo "com determinação e perseverança" e que os resultados obtidos até o momento não são suficientes. A taxa básica de juros subiu neste período de 7,25% para 13,25% ao ano. A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) está marcada para a primeira semana de junho. RETOMADA Em relação ao efeito dessas mudanças sobre a atividade econômica, o diretor afirmou que o país terá neste ano um desempenho abaixo do seu potencial, mas que se espera, a partir do segundo semestre de 2015, um cenário de retomada da atividade e da confiança. As afirmações foram feitas durante a divulgação do Boletim Regional do BC em São Paulo. No documento, a instituição afirma que a atividade econômica mostrou arrefecimento no início deste ano. Sobretudo, pelos desempenhos da produção industrial, das vendas do comércio e pelo menor crescimento do crédito, com impactos que se refletem sobre o mercado de trabalho. "Prospectivamente, a expansão da atividade agrícola, a redução do risco de restrição hídrica, o crescimento da atividade global e perspectiva de gradual reversão da trajetória declinante dos indicadores de confiança, concorrem para atenuar os impactos decorrentes da redução na demanda doméstica ora observada", diz a instituição no boletim. | mercado | Imagem do Brasil melhorou, mas é preciso manter ajuste, diz BCO Banco Central afirmou que a imagem do Brasil entre os investidores melhorou devido às mudanças na política econômica promovidas pelo governo, que incluem alta de juros e corte de gastos. Para a instituição, é "imprescindível" continuar com esse processo, que ajudará na recuperação do crescimento econômico a partir do segundo semestre. "Apesar de termos melhorado um pouco nossa imagem, de estarmos fazendo nosso dever de casa, temos de estar com nossa macroeconomia em ordem e estabilizada", afirmou o diretor de Política Econômica do BC, Luiz Awazu Pereira da Silva nesta sexta-feira (15). "Para isso, não há milagre. Temos de usar uma receita conhecida, uma receita padrão." Awazu voltou a indicar que o BC não encerrou o ciclo de alta da taxa básica de juros iniciado em 2013 e retomado no final do ano passado. Segundo ele, "a política monetária foi, está e deve manter-se vigilante para assegurar a convergência da inflação à meta de 4,5% no final de 2016". O diretor disse que a instituição cumprirá esse objetivo "com determinação e perseverança" e que os resultados obtidos até o momento não são suficientes. A taxa básica de juros subiu neste período de 7,25% para 13,25% ao ano. A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) está marcada para a primeira semana de junho. RETOMADA Em relação ao efeito dessas mudanças sobre a atividade econômica, o diretor afirmou que o país terá neste ano um desempenho abaixo do seu potencial, mas que se espera, a partir do segundo semestre de 2015, um cenário de retomada da atividade e da confiança. As afirmações foram feitas durante a divulgação do Boletim Regional do BC em São Paulo. No documento, a instituição afirma que a atividade econômica mostrou arrefecimento no início deste ano. Sobretudo, pelos desempenhos da produção industrial, das vendas do comércio e pelo menor crescimento do crédito, com impactos que se refletem sobre o mercado de trabalho. "Prospectivamente, a expansão da atividade agrícola, a redução do risco de restrição hídrica, o crescimento da atividade global e perspectiva de gradual reversão da trajetória declinante dos indicadores de confiança, concorrem para atenuar os impactos decorrentes da redução na demanda doméstica ora observada", diz a instituição no boletim. | 2 |
O ajuste da economia continua forte | As informações mais recentes sobre a economia brasileira mostram que o ajuste recessivo em curso vem ganhando intensidade. O foco principal tem sido o mercado de trabalho, com aumento do desemprego e queda da renda real em razão da aceleração da inflação nos últimos meses. O IBGE divulgou nesta quinta-feira (25) os dados sobre a chamada Renda Real Habitual do brasilei- ro no mês de maio, com uma queda de 6,5% em relação ao nível verificado em maio do ano passado e o ponto mais elevado de sua série histórica. Em abril, essa queda era de 5% em relação ao mesmo período de 2014, o que mostra aceleração de grandes proporções. A grande vilã é, sem dúvida nenhuma, a aceleração da inflação, que está hoje próxima de 9% anualizada. Somente quando a inflação em 12 meses se estabilizar é que sairemos do corredor polonês em que se encontra o assalariado. Talvez isso venha a ocorrer ao longo dos próximos meses. Por outro lado, as taxas de desemprego continuam a aumentar rapidamente, como mostra também o IBGE ao divulgar os dados relativos ao mercado de trabalho nas seis regiões metropolitanas que essa instituição acompanha mensalmente. O desemprego em abril era de 6,4% e subiu em maio para 6,7%. Para medir o estrago, esse número era de 4,9% em maio do ano passado, pico do nível de emprego nos últimos 20 anos. Quando combinamos as duas informações, chegamos à chamada "massa de salários", que é a medida do total de salários recebidos pelo trabalhador brasileiro. O IBGE nos diz que esse número foi 5,8% menor do que o verificado em maio do ano passado. Esse quadro de deterioração da massa de salários deve continuar nos próximos meses, embora em intensidade menor, principalmente em razão da estabilização das taxas anuais de inflação. A volta do crescimento do total de salários pagos só vai ocorrer mais à frente, quando a inflação começar a ceder sob o impacto da recessão e do fim dos ajustes de preços administrados pelo governo. O leitor da Folha pode perguntar por que acredito que a inflação vai começar a ceder nos próximos meses e contrariar as pesquisas de opinião que mostram uma expectativa majoritária de que ela vai continuar a se elevar. Por uma razão simples, respondo eu: porque acredito na teoria econômica em momentos como o que estamos vivendo. Foi o excesso de consumo no primeiro mandato da presidenta Dilma, estimulado pela expansão do crédito e pela segurança do emprego, que iniciou a escalada da inflação. Vivemos agora, em toda a sua plenitude, um processo oposto e que vai levar à sua queda. Medo do desemprego, renda em queda e restrições fortíssimas ao endividamento do consumidor são uma combinação perfeita para a redução da demanda privada na economia. Somada a esse efeito temos também a redução dos investimentos e dos gastos do governo. Não há inflação que resista a esse cenário e por isso vai começar a ceder em poucos meses. Se, e quando, vamos chegar ao famoso centro da meta, perseguida agora com vigor pelo Banco Central, vai depender apenas de fatores não econômicos. | colunas | O ajuste da economia continua forteAs informações mais recentes sobre a economia brasileira mostram que o ajuste recessivo em curso vem ganhando intensidade. O foco principal tem sido o mercado de trabalho, com aumento do desemprego e queda da renda real em razão da aceleração da inflação nos últimos meses. O IBGE divulgou nesta quinta-feira (25) os dados sobre a chamada Renda Real Habitual do brasilei- ro no mês de maio, com uma queda de 6,5% em relação ao nível verificado em maio do ano passado e o ponto mais elevado de sua série histórica. Em abril, essa queda era de 5% em relação ao mesmo período de 2014, o que mostra aceleração de grandes proporções. A grande vilã é, sem dúvida nenhuma, a aceleração da inflação, que está hoje próxima de 9% anualizada. Somente quando a inflação em 12 meses se estabilizar é que sairemos do corredor polonês em que se encontra o assalariado. Talvez isso venha a ocorrer ao longo dos próximos meses. Por outro lado, as taxas de desemprego continuam a aumentar rapidamente, como mostra também o IBGE ao divulgar os dados relativos ao mercado de trabalho nas seis regiões metropolitanas que essa instituição acompanha mensalmente. O desemprego em abril era de 6,4% e subiu em maio para 6,7%. Para medir o estrago, esse número era de 4,9% em maio do ano passado, pico do nível de emprego nos últimos 20 anos. Quando combinamos as duas informações, chegamos à chamada "massa de salários", que é a medida do total de salários recebidos pelo trabalhador brasileiro. O IBGE nos diz que esse número foi 5,8% menor do que o verificado em maio do ano passado. Esse quadro de deterioração da massa de salários deve continuar nos próximos meses, embora em intensidade menor, principalmente em razão da estabilização das taxas anuais de inflação. A volta do crescimento do total de salários pagos só vai ocorrer mais à frente, quando a inflação começar a ceder sob o impacto da recessão e do fim dos ajustes de preços administrados pelo governo. O leitor da Folha pode perguntar por que acredito que a inflação vai começar a ceder nos próximos meses e contrariar as pesquisas de opinião que mostram uma expectativa majoritária de que ela vai continuar a se elevar. Por uma razão simples, respondo eu: porque acredito na teoria econômica em momentos como o que estamos vivendo. Foi o excesso de consumo no primeiro mandato da presidenta Dilma, estimulado pela expansão do crédito e pela segurança do emprego, que iniciou a escalada da inflação. Vivemos agora, em toda a sua plenitude, um processo oposto e que vai levar à sua queda. Medo do desemprego, renda em queda e restrições fortíssimas ao endividamento do consumidor são uma combinação perfeita para a redução da demanda privada na economia. Somada a esse efeito temos também a redução dos investimentos e dos gastos do governo. Não há inflação que resista a esse cenário e por isso vai começar a ceder em poucos meses. Se, e quando, vamos chegar ao famoso centro da meta, perseguida agora com vigor pelo Banco Central, vai depender apenas de fatores não econômicos. | 1 |
Baleia-azul percorre 5.200 km e revela a cientistas rotas de migração | Isabela, uma baleia-azul, ajudou os cientistas a traçar a rota de migração de sua espécie no oceano Pacífico, o que era, até então, um mistério da biologia. Os pesquisadores conseguiram observar a baleia em várias oportunidades. A primeira vez foi nas ilhas Galápagos (Equador), em novembro de 1998. Depois, o mamífero foi observado em 2006 e em 2008 na região do golfo do Corcovado, no sul do Chile (veja no mapa). As observações não foram realizadas pelos mesmos grupos de pesquisadores. Para consolidar os dados, foi feito um convênio entre instituições do Chile e dos Estados Unidos. A análise final, que identificou a mesma baleia, Isabela, nas diversas ocasiões, começou a ser feita em 2010, mas o martelo sobre sua identidade nas duas ocasiões só foi batido em 2014. A pesquisa foi publicada na última semana no periódico científico "Marine Mammal Science". A conclusão é que Isabela nadou pelo menos 5.200 km entre o Equador e o Chile. Ela mostrou aos cientistas para onde, de fato, as baleias-azuis vão para procurar alimento durante o inverno do hemisfério Sul. MISTÉRIO O biólogo marinho venezuelano-colombiano Juan Pablo Torres-Flores, que atualmente é pesquisador na Universidade Federal de São Carlos, é o principal autor do trabalho e diz que, diferentemente do que se sabe a respeito de outras espécies, como a baleia-jubarte ou a baleia-franca, o local de reprodução das baleias-azuis ainda era um mistério. "Conhecer a rota da baleia Isabela é motivo de comemoração. Agora já se sabe para onde direcionar a busca por outros indivíduos dessa população e os esforços de conservação", diz a bióloga e professora da Unicamp Mariana Nery, que não esteve envolvida na pesquisa e já estudou a baleia-azul. Isabela recebeu esse nome em homenagem à filha de Torres-Flores e também por ter sido avistada pela primeira vez perto da ilha Isabela, no arquipélago de Galápagos. As baleias-azuis são os maiores animais que já pisaram ou nadaram na Terra. Podem superar os 30 metros de comprimento e as 180 toneladas de peso –mais que 30 elefantes adultos juntos, ou 2.500 pessoas. Perto das baleias, nem mesmo um tiranossauro impressionaria. "Estudar cetáceos é um desafio muito grande, porque esses animais são difíceis de serem localizados e passam a maior parte do tempo submersos e fora do nosso alcance visual. Muitas ainda são as perguntas que temos sem respostas", afirma Nery. Para "caçar" as baleias-azuis, os cientistas disparavam dardos para coletar amostras da pele do bicho. Ao espetar as baleias –Torres-Flores garante que não machuca e que elas nem sentem–, os cientistas obtiveram uma amostra de DNA e puderam analisá-lo. É quase a mesma coisa que ter o registro de uma "impressão digital" molecular. Outra forma de captura é usar máquinas fotográficas: o padrão de manchas da pele de cada baleia é único. Também é possível identificar e estudar a espécie através do registro acústico do "baleiês" emitido por esses gigantes. AMEAÇAS O corpanzil do animal não é sustentado à base de plantinhas. A alimentação das baleias-azuis é principalmente baseada em algumas toneladas do crustáceo krill. Existem estimativas de que há mais quilos de krill do que de gente no planeta. No entanto, o problema é que o aquecimento global tem ameaçado a quantidade disponível de plataformas de gelo na Antártida, o que interfere negativamente na reprodução do crustáceo. Dessa forma, as águas geladas antárticas, geralmente bastante produtivas no verão, deixariam de sê-lo. Em regiões tropicais não há alimentos suficientes para suportar um grande número de baleias por todo o ano, explica Torres-Flores. Outra ameaça para a conservação, que parece coisa do século passado, é a caça de baleias, afirma o cientista. Alguns países, como a Noruega não fazem parte de acordos internacionais e podem caçá-las em águas próprias. O óleo de baleia já foi usado como base para sabão, margarina e como combustível para lamparinas . Hoje, a carne da baleia, vista como iguaria, é que é cobiçada. Também existem comunidades aborígenes que caçam a baleia para consumo tanto da carne quanto do óleo. | ciencia | Baleia-azul percorre 5.200 km e revela a cientistas rotas de migraçãoIsabela, uma baleia-azul, ajudou os cientistas a traçar a rota de migração de sua espécie no oceano Pacífico, o que era, até então, um mistério da biologia. Os pesquisadores conseguiram observar a baleia em várias oportunidades. A primeira vez foi nas ilhas Galápagos (Equador), em novembro de 1998. Depois, o mamífero foi observado em 2006 e em 2008 na região do golfo do Corcovado, no sul do Chile (veja no mapa). As observações não foram realizadas pelos mesmos grupos de pesquisadores. Para consolidar os dados, foi feito um convênio entre instituições do Chile e dos Estados Unidos. A análise final, que identificou a mesma baleia, Isabela, nas diversas ocasiões, começou a ser feita em 2010, mas o martelo sobre sua identidade nas duas ocasiões só foi batido em 2014. A pesquisa foi publicada na última semana no periódico científico "Marine Mammal Science". A conclusão é que Isabela nadou pelo menos 5.200 km entre o Equador e o Chile. Ela mostrou aos cientistas para onde, de fato, as baleias-azuis vão para procurar alimento durante o inverno do hemisfério Sul. MISTÉRIO O biólogo marinho venezuelano-colombiano Juan Pablo Torres-Flores, que atualmente é pesquisador na Universidade Federal de São Carlos, é o principal autor do trabalho e diz que, diferentemente do que se sabe a respeito de outras espécies, como a baleia-jubarte ou a baleia-franca, o local de reprodução das baleias-azuis ainda era um mistério. "Conhecer a rota da baleia Isabela é motivo de comemoração. Agora já se sabe para onde direcionar a busca por outros indivíduos dessa população e os esforços de conservação", diz a bióloga e professora da Unicamp Mariana Nery, que não esteve envolvida na pesquisa e já estudou a baleia-azul. Isabela recebeu esse nome em homenagem à filha de Torres-Flores e também por ter sido avistada pela primeira vez perto da ilha Isabela, no arquipélago de Galápagos. As baleias-azuis são os maiores animais que já pisaram ou nadaram na Terra. Podem superar os 30 metros de comprimento e as 180 toneladas de peso –mais que 30 elefantes adultos juntos, ou 2.500 pessoas. Perto das baleias, nem mesmo um tiranossauro impressionaria. "Estudar cetáceos é um desafio muito grande, porque esses animais são difíceis de serem localizados e passam a maior parte do tempo submersos e fora do nosso alcance visual. Muitas ainda são as perguntas que temos sem respostas", afirma Nery. Para "caçar" as baleias-azuis, os cientistas disparavam dardos para coletar amostras da pele do bicho. Ao espetar as baleias –Torres-Flores garante que não machuca e que elas nem sentem–, os cientistas obtiveram uma amostra de DNA e puderam analisá-lo. É quase a mesma coisa que ter o registro de uma "impressão digital" molecular. Outra forma de captura é usar máquinas fotográficas: o padrão de manchas da pele de cada baleia é único. Também é possível identificar e estudar a espécie através do registro acústico do "baleiês" emitido por esses gigantes. AMEAÇAS O corpanzil do animal não é sustentado à base de plantinhas. A alimentação das baleias-azuis é principalmente baseada em algumas toneladas do crustáceo krill. Existem estimativas de que há mais quilos de krill do que de gente no planeta. No entanto, o problema é que o aquecimento global tem ameaçado a quantidade disponível de plataformas de gelo na Antártida, o que interfere negativamente na reprodução do crustáceo. Dessa forma, as águas geladas antárticas, geralmente bastante produtivas no verão, deixariam de sê-lo. Em regiões tropicais não há alimentos suficientes para suportar um grande número de baleias por todo o ano, explica Torres-Flores. Outra ameaça para a conservação, que parece coisa do século passado, é a caça de baleias, afirma o cientista. Alguns países, como a Noruega não fazem parte de acordos internacionais e podem caçá-las em águas próprias. O óleo de baleia já foi usado como base para sabão, margarina e como combustível para lamparinas . Hoje, a carne da baleia, vista como iguaria, é que é cobiçada. Também existem comunidades aborígenes que caçam a baleia para consumo tanto da carne quanto do óleo. | 15 |
Mulher nos games não precisa ser sexy, diz diretor de 'Assassin's Creed' | Apresentada oficialmente no começo de outubro, Laura, a nova lutadora de "Street Fighter 5", tem o bumbum mostrado em close quando entra na arena. Lara Croft, estrela de "Tomb Raider", explorava cavernas e ruínas vestindo um top e shorts. Durante muito tempo, personagens femininas nos games eram sinônimo de pouca roupa, decotão e salto alto, mas algumas séries vêm mudando esse perfil. "Assassin's Creed" é uma delas. Para o diretor de arte do jogo, Raphael Lacoste, colocar uma mulher no jogo não significa destacar seus atributos físicos. "Eu pessoalmente gostaria de ter mais jogos com mulheres", diz Lacoste em entrevista por telefone à Folha. "Nós sempre temos homens muito fortes como protagonistas. Acho que podemos ter um equilíbrio maior nos games". "A personagem feminina não precisa sempre ser sexy, podemos trazer outras características para elas", continua. "Assassin's Creed: Syndicate", com lançamento marcado para esta sexta-feira (23), coloca o jogador no controle da assassina Evye Frye, irmã gêmea de Jacob, o outro protagonista do jogo. Enquanto ele é um personagem mais impulsivo e forte, Evie precisa ser mais tática e fazer uso da camuflagem para atingir seus objetivos. "Assassin's Creed" é uma saga que narra a luta entre assassinos e templários durante momentos históricos importantes, muitas vezes trazendo personalidades da história humana para dentro do jogo. "Syndicate" é o título da série que tem a história mais avançada, se passando no ano de 1868, durante a Revolução Industrial. Por essa razão, os protagonistas terão um arsenal mais avançado à disposição, incluindo um gancho, que facilita a escalada dos prédios, tornando o processo menos repetitivo, uma reclamação dos jogadores. No game, Jacob e Evie terão que explorar Londres em uma época de reconstrução por causa dos avanços tecnológicos da época. Nesse momento, por exemplo, o transporte férreo da cidade -que depois deu origem ao metrô- começa a ser montado. Durante o jogo, é possível ver grandes terrenos em obras. "Para mim, o maior desafio é usar todas as ferramentas que você tem e lidar com as gangues do jogo. É uma cidade muito grande, e é muito difícil controlar tudo", diz Lacoste. NÃO É UM JOGO EDUCATIVO Nesta sexta, o "Assassin's Creed: Syndicate" será lançado tanto para Playstation 4 quanto para Xbox One. O Brasil, segundo Lacoste, é um dos principais mercados da série, com cerca de 2 milhões de jogadores. "São pessoas muito apaixonadas". Durante a Brasil Game Show, a maior feira do setor no país e realizada no começo do mês de outubro em São Paulo, executivos de Sony e Microsoft, fabricantes dos dois videogames, concordaram que uma das tendências do mercado é jogos para assistir tanto quanto para jogar. Lacoste concorda que games assim farão sucesso no futuro, já que o público busca por uma imersão cada vez maior. Mas ele alerta que o lançamento da Ubisoft tem um foco maior na jogabilidade. "Uma das coisas mais legais é que podemos imergir em Londres durante a Revolução Industrial. Acho que seria muito bom você chamar sua família para assistir ao jogo enquanto você joga. Mas algumas vezes nos concentramos demais em missões violentas em vez de pensar na educação", diz. | tec | Mulher nos games não precisa ser sexy, diz diretor de 'Assassin's Creed'Apresentada oficialmente no começo de outubro, Laura, a nova lutadora de "Street Fighter 5", tem o bumbum mostrado em close quando entra na arena. Lara Croft, estrela de "Tomb Raider", explorava cavernas e ruínas vestindo um top e shorts. Durante muito tempo, personagens femininas nos games eram sinônimo de pouca roupa, decotão e salto alto, mas algumas séries vêm mudando esse perfil. "Assassin's Creed" é uma delas. Para o diretor de arte do jogo, Raphael Lacoste, colocar uma mulher no jogo não significa destacar seus atributos físicos. "Eu pessoalmente gostaria de ter mais jogos com mulheres", diz Lacoste em entrevista por telefone à Folha. "Nós sempre temos homens muito fortes como protagonistas. Acho que podemos ter um equilíbrio maior nos games". "A personagem feminina não precisa sempre ser sexy, podemos trazer outras características para elas", continua. "Assassin's Creed: Syndicate", com lançamento marcado para esta sexta-feira (23), coloca o jogador no controle da assassina Evye Frye, irmã gêmea de Jacob, o outro protagonista do jogo. Enquanto ele é um personagem mais impulsivo e forte, Evie precisa ser mais tática e fazer uso da camuflagem para atingir seus objetivos. "Assassin's Creed" é uma saga que narra a luta entre assassinos e templários durante momentos históricos importantes, muitas vezes trazendo personalidades da história humana para dentro do jogo. "Syndicate" é o título da série que tem a história mais avançada, se passando no ano de 1868, durante a Revolução Industrial. Por essa razão, os protagonistas terão um arsenal mais avançado à disposição, incluindo um gancho, que facilita a escalada dos prédios, tornando o processo menos repetitivo, uma reclamação dos jogadores. No game, Jacob e Evie terão que explorar Londres em uma época de reconstrução por causa dos avanços tecnológicos da época. Nesse momento, por exemplo, o transporte férreo da cidade -que depois deu origem ao metrô- começa a ser montado. Durante o jogo, é possível ver grandes terrenos em obras. "Para mim, o maior desafio é usar todas as ferramentas que você tem e lidar com as gangues do jogo. É uma cidade muito grande, e é muito difícil controlar tudo", diz Lacoste. NÃO É UM JOGO EDUCATIVO Nesta sexta, o "Assassin's Creed: Syndicate" será lançado tanto para Playstation 4 quanto para Xbox One. O Brasil, segundo Lacoste, é um dos principais mercados da série, com cerca de 2 milhões de jogadores. "São pessoas muito apaixonadas". Durante a Brasil Game Show, a maior feira do setor no país e realizada no começo do mês de outubro em São Paulo, executivos de Sony e Microsoft, fabricantes dos dois videogames, concordaram que uma das tendências do mercado é jogos para assistir tanto quanto para jogar. Lacoste concorda que games assim farão sucesso no futuro, já que o público busca por uma imersão cada vez maior. Mas ele alerta que o lançamento da Ubisoft tem um foco maior na jogabilidade. "Uma das coisas mais legais é que podemos imergir em Londres durante a Revolução Industrial. Acho que seria muito bom você chamar sua família para assistir ao jogo enquanto você joga. Mas algumas vezes nos concentramos demais em missões violentas em vez de pensar na educação", diz. | 10 |
'Este governo é uma esculhambação', afirma leitora | TEMER DENUNCIADO Michel Temer, além de denunciado, é um homem sem palavra. Afirmou que afastaria os ministros que fossem denunciados, mas, agora que as denúncias apareceram, mudou o discurso. Este governo é uma esculhambação. Não podemos aceitar. FABIANA TAMBELLINI (São Paulo, SP) * Uma flecha, para atingir seu alvo, precisa ser leve e proporcional ao arco que a arremessa. Assim sendo, a denúncia contra Temer é totalmente ineficaz, pois é muito pesada, genérica e foi apresentada por uma PGR completamente desmoralizada. Coloca em um mesmo processo fatos e pessoas em circunstâncias totalmente diferenciadas e só servirá para atrasar o andamento de projetos da Câmara dos Deputados. OSVALDO CESAR TAVARES (São Paulo, SP) * Mais uma denúncia contra Michel Temer, que doravante mantém como ministros dois de seus aliados (ou seria cúmplices?) para que mantenham o foro privilegiado e sejam julgados apenas pelo moroso STF. MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP) * Diante do teor da denúncia de Janot, só existe uma conclusão possível: o Brasil é governado pelo quadrilhão do PMDB. MÁRCIA MEIRELES (São Paulo, SP) - DEPOIMENTO DE LULA Lula está sendo acusado pelo MPF. Não é ele quem tem que apresentar os comprovantes de pagamento dos aluguéis e provar sua inocência, mas, sim, o MPF que tem que comprovar que tais aluguéis não foram pagos (ou foram pagos pela Odebrecht) e provar a culpa de Lula. O ônus da prova é de quem acusa! Não há nada nisso que possa dificultar a defesa de Lula. JOSÉ BIZINOTTO (Brasília, DF) * Somente um privilegiado pode se dar ao luxo de negligenciar R$ 4.000 na conta. Por trás de um grande homem existe uma grande mulher, e, nesse caso, sua morte deixa varias perguntas sem resposta, de forma oportuna. Esse teatro da ignorância sobre fatos graves tem data certa para acabar. Aguardamos ansiosos pela apreciação de tudo na Justiça. Segundo o que eu sei, não existe cidadão infalível nem acima da lei. ANTONIO E. MELO DOS SANTOS (São Paulo, SP) - SUCESSÃO NA PGR O Brasil deve a Rodrigo Janot o reconhecimento pelos excelentes serviços prestados às instituições públicas. Nunca na nossa história tivemos um procurador-geral da sua envergadura. Se tivéssemos tido, nossas instituições não teriam chegado ao estado em que chegaram. Ele exerceu com independência e dignidade sua missão constitucional. Enfrentou políticos e empresários poderosos que sempre se julgaram acima da lei e da ordem. O Brasil pós-Janot não é o Brasil pré-Janot. JAYME ROCHA NETTO, advogado (Campinas, SP) - VEREADORES VOLUNTÁRIOS Guilherme Afif Domingos dá receita e espalha sugestões para que a vereança seja exercida voluntariamente, de forma a poupar os exauridos cofres de pequenos municípios. Mereceria crédito e análise, não brotasse a ideia de árvore tão envenenada. Há décadas ocupando funções públicas, nunca voluntariamente, Afif acumulou, em 2013, a vice-governadoria de São Paulo, em governo do PSDB, e um ministério, em governo do PT. Pode aconselhar? ANTONIO CARLOS FENÓLIO (São Paulo, SP) * O salário de vereador deveria ser mantido apenas nas cidades onde há mais de 200 mil eleitores. Nos outros casos, deve-se instituir o jeton, para repor o dia de trabalho que deixem de cumprir em sua profissão. Haveria recursos para a saúde e para a educação em todo o país, e a medida estimularia a população a participar ativamente da política. LUIZ R. COSTA JR. (Campinas, SP) - SECA Ribeirão-pretano, choco-me ao constatar diariamente irresponsáveis "varrendo" ruas e calçadas com a preciosa água do aquífero Guarani. Entendo que passou da hora de a Prefeitura de Ribeirão Preto adotar medidas severas, impondo pesadas multas a esses incautos que desperdiçam criminosamente o "precioso líquido". MAURÍLIO POLIZELLO JUNIOR (Ribeirão Preto, SP) - COLUNISTAS Em seu artigo, Tati Bernardi se excedeu em sabedoria. Brilhante a sua análise, tanto em teor como na consistência! CAETANO ESTELLITA PESSOA (São Paulo, SP) * Tati, não se desespere por ter que decidir entre Doria e Bolsonaro. Você pode optar por Lula (cuja folha corrida fala por si) ou por Ciro (se concordar que o principal papel da mulher é dormir com seu homem). Engraçado que, entre todos os defeitos de Doria e Bolsonaro, você não citou um só caso de corrupção. Mas quem da esquerda se preocupa com isso, não é mesmo? EDGARD SOARES (São Paulo, SP) * Como pude votar a vida inteira para eleger Lula (até 2002, depois não votei mais)? É o mesmo questionamento que me faço em relação a Reinaldo Azevedo. Como pude ser ávido leitor de seus artigos, durante tantos anos, e agora me decepcionar na mesma proporção ao ver em que ele se transformou, igualzinho ao que aconteceu com Lula? Triste figura. O par perfeito para Gilmar Mendes. SÉRGIO SQUILANTI (Indaiatuba, SP) * Bacana ver Janio de Freitas reconhecer que o ministro da Integração Nacional de Lula e vice-presidente da Caixa no governo Dilma é um renomado desonesto. HERMES PESSÔA TINOCO (Niterói, RJ) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br | paineldoleitor | 'Este governo é uma esculhambação', afirma leitoraTEMER DENUNCIADO Michel Temer, além de denunciado, é um homem sem palavra. Afirmou que afastaria os ministros que fossem denunciados, mas, agora que as denúncias apareceram, mudou o discurso. Este governo é uma esculhambação. Não podemos aceitar. FABIANA TAMBELLINI (São Paulo, SP) * Uma flecha, para atingir seu alvo, precisa ser leve e proporcional ao arco que a arremessa. Assim sendo, a denúncia contra Temer é totalmente ineficaz, pois é muito pesada, genérica e foi apresentada por uma PGR completamente desmoralizada. Coloca em um mesmo processo fatos e pessoas em circunstâncias totalmente diferenciadas e só servirá para atrasar o andamento de projetos da Câmara dos Deputados. OSVALDO CESAR TAVARES (São Paulo, SP) * Mais uma denúncia contra Michel Temer, que doravante mantém como ministros dois de seus aliados (ou seria cúmplices?) para que mantenham o foro privilegiado e sejam julgados apenas pelo moroso STF. MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP) * Diante do teor da denúncia de Janot, só existe uma conclusão possível: o Brasil é governado pelo quadrilhão do PMDB. MÁRCIA MEIRELES (São Paulo, SP) - DEPOIMENTO DE LULA Lula está sendo acusado pelo MPF. Não é ele quem tem que apresentar os comprovantes de pagamento dos aluguéis e provar sua inocência, mas, sim, o MPF que tem que comprovar que tais aluguéis não foram pagos (ou foram pagos pela Odebrecht) e provar a culpa de Lula. O ônus da prova é de quem acusa! Não há nada nisso que possa dificultar a defesa de Lula. JOSÉ BIZINOTTO (Brasília, DF) * Somente um privilegiado pode se dar ao luxo de negligenciar R$ 4.000 na conta. Por trás de um grande homem existe uma grande mulher, e, nesse caso, sua morte deixa varias perguntas sem resposta, de forma oportuna. Esse teatro da ignorância sobre fatos graves tem data certa para acabar. Aguardamos ansiosos pela apreciação de tudo na Justiça. Segundo o que eu sei, não existe cidadão infalível nem acima da lei. ANTONIO E. MELO DOS SANTOS (São Paulo, SP) - SUCESSÃO NA PGR O Brasil deve a Rodrigo Janot o reconhecimento pelos excelentes serviços prestados às instituições públicas. Nunca na nossa história tivemos um procurador-geral da sua envergadura. Se tivéssemos tido, nossas instituições não teriam chegado ao estado em que chegaram. Ele exerceu com independência e dignidade sua missão constitucional. Enfrentou políticos e empresários poderosos que sempre se julgaram acima da lei e da ordem. O Brasil pós-Janot não é o Brasil pré-Janot. JAYME ROCHA NETTO, advogado (Campinas, SP) - VEREADORES VOLUNTÁRIOS Guilherme Afif Domingos dá receita e espalha sugestões para que a vereança seja exercida voluntariamente, de forma a poupar os exauridos cofres de pequenos municípios. Mereceria crédito e análise, não brotasse a ideia de árvore tão envenenada. Há décadas ocupando funções públicas, nunca voluntariamente, Afif acumulou, em 2013, a vice-governadoria de São Paulo, em governo do PSDB, e um ministério, em governo do PT. Pode aconselhar? ANTONIO CARLOS FENÓLIO (São Paulo, SP) * O salário de vereador deveria ser mantido apenas nas cidades onde há mais de 200 mil eleitores. Nos outros casos, deve-se instituir o jeton, para repor o dia de trabalho que deixem de cumprir em sua profissão. Haveria recursos para a saúde e para a educação em todo o país, e a medida estimularia a população a participar ativamente da política. LUIZ R. COSTA JR. (Campinas, SP) - SECA Ribeirão-pretano, choco-me ao constatar diariamente irresponsáveis "varrendo" ruas e calçadas com a preciosa água do aquífero Guarani. Entendo que passou da hora de a Prefeitura de Ribeirão Preto adotar medidas severas, impondo pesadas multas a esses incautos que desperdiçam criminosamente o "precioso líquido". MAURÍLIO POLIZELLO JUNIOR (Ribeirão Preto, SP) - COLUNISTAS Em seu artigo, Tati Bernardi se excedeu em sabedoria. Brilhante a sua análise, tanto em teor como na consistência! CAETANO ESTELLITA PESSOA (São Paulo, SP) * Tati, não se desespere por ter que decidir entre Doria e Bolsonaro. Você pode optar por Lula (cuja folha corrida fala por si) ou por Ciro (se concordar que o principal papel da mulher é dormir com seu homem). Engraçado que, entre todos os defeitos de Doria e Bolsonaro, você não citou um só caso de corrupção. Mas quem da esquerda se preocupa com isso, não é mesmo? EDGARD SOARES (São Paulo, SP) * Como pude votar a vida inteira para eleger Lula (até 2002, depois não votei mais)? É o mesmo questionamento que me faço em relação a Reinaldo Azevedo. Como pude ser ávido leitor de seus artigos, durante tantos anos, e agora me decepcionar na mesma proporção ao ver em que ele se transformou, igualzinho ao que aconteceu com Lula? Triste figura. O par perfeito para Gilmar Mendes. SÉRGIO SQUILANTI (Indaiatuba, SP) * Bacana ver Janio de Freitas reconhecer que o ministro da Integração Nacional de Lula e vice-presidente da Caixa no governo Dilma é um renomado desonesto. HERMES PESSÔA TINOCO (Niterói, RJ) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br | 8 |
Bandeirantes tem lentidão após acidente e incêndio no interior de SP | Um carro e um caminhão pegaram fogo após se envolverem em um acidente na rodovia dos Bandeirantes, na tarde desta sexta-feira (27). No final da tarde, a lentidão chegou a 13 km no sentido da capital paulista. Por volta das 19h, no entanto, a rodovia ainda tinha 5 km de retenção, mas a concessionária não apontava mais como reflexo do acidente, e sim devido ao excesso de veículos. O acidente aconteceu por volta das 14h30, no km 58, altura da cidade de Jundiaí (a 58 km de São Paulo). Segundo a Polícia Militar Rodoviária, os dois veículos seguiam no sentido capital, quando bateram lateralmente. Os motoristas saíram sem ferimentos, mas o caminhão acabou se incendiando e as chamas se espalharam para o carro. Todas as faixas no sentido São Paulo precisaram ser interditadas por cerca de uma hora e 20 minutos. Nesse período, os motoristas foram desviados para as rodovias Dom Gabriel e Anhanguera. Mesmo assim, se formaram filas de congestionamento no sentido São Paulo por conta do acidente e no sentido interior por conta da curiosidade dos motoristas. Por volta das 19h, a concessionária responsável pela estrada ainda apontava 5 km de congestionamento no sentido São Paulo, desde o km 63 até o km 58, e mais 4 km de filas no sentido interior, desde o km 53 até o km 61. | cotidiano | Bandeirantes tem lentidão após acidente e incêndio no interior de SPUm carro e um caminhão pegaram fogo após se envolverem em um acidente na rodovia dos Bandeirantes, na tarde desta sexta-feira (27). No final da tarde, a lentidão chegou a 13 km no sentido da capital paulista. Por volta das 19h, no entanto, a rodovia ainda tinha 5 km de retenção, mas a concessionária não apontava mais como reflexo do acidente, e sim devido ao excesso de veículos. O acidente aconteceu por volta das 14h30, no km 58, altura da cidade de Jundiaí (a 58 km de São Paulo). Segundo a Polícia Militar Rodoviária, os dois veículos seguiam no sentido capital, quando bateram lateralmente. Os motoristas saíram sem ferimentos, mas o caminhão acabou se incendiando e as chamas se espalharam para o carro. Todas as faixas no sentido São Paulo precisaram ser interditadas por cerca de uma hora e 20 minutos. Nesse período, os motoristas foram desviados para as rodovias Dom Gabriel e Anhanguera. Mesmo assim, se formaram filas de congestionamento no sentido São Paulo por conta do acidente e no sentido interior por conta da curiosidade dos motoristas. Por volta das 19h, a concessionária responsável pela estrada ainda apontava 5 km de congestionamento no sentido São Paulo, desde o km 63 até o km 58, e mais 4 km de filas no sentido interior, desde o km 53 até o km 61. | 5 |
Fotógrafo flagra furão voando de carona em pica-pau | Esta foto flagra o momento em que um furão pega carona no voo de um pica-pau. A imagem foi feita num parque em Londres pelo fotógrafo amador Martin Le-May. Ele acredita que o mamífero atacou o pássaro, que decolou no susto, levando consigo o passageiro. "O pica-pau estava saltitando estranhamente como se estivesse pisando numa superfície quente... O pássaro voou sobre nós e um pouco em nossa direção; de repente, ficou óbvio que ele tinha um pequeno mamífero nas costas e que essa era uma luta pela vida", disse Le-May. A dupla aterrissou a cerca de 25 metros do fotógrafo, que disse ter temido pelo pica-pau. Mas a sua presença pode ter distraído o mamífero predador, que desapareceu na vegetação. O pássaro escapou com vida. | bbc | Fotógrafo flagra furão voando de carona em pica-pauEsta foto flagra o momento em que um furão pega carona no voo de um pica-pau. A imagem foi feita num parque em Londres pelo fotógrafo amador Martin Le-May. Ele acredita que o mamífero atacou o pássaro, que decolou no susto, levando consigo o passageiro. "O pica-pau estava saltitando estranhamente como se estivesse pisando numa superfície quente... O pássaro voou sobre nós e um pouco em nossa direção; de repente, ficou óbvio que ele tinha um pequeno mamífero nas costas e que essa era uma luta pela vida", disse Le-May. A dupla aterrissou a cerca de 25 metros do fotógrafo, que disse ter temido pelo pica-pau. Mas a sua presença pode ter distraído o mamífero predador, que desapareceu na vegetação. O pássaro escapou com vida. | 18 |
Veja looks escolhidos por seis estilistas para casais paulistanos | POR PEDRO DINIZ FOTOS DE ERICO TOSCANO DE SÃO PAULO Sãopaulo desafiou seis estilistas brasileiros a vestirem quatro casais de namorados na estreia desta seção "para comprar". Os mineiros João Pimenta e Lucas Magalhães, o pernambucano Rafael Nascimento (Another Place), o paranaense Acácio Mendes (Cotton Project), o sul-mato-grossense Renato Ratier e a paulistana Raquel Davidowicz tiveram de misturar criações suas às de outras grifes e peças de redes varejistas, como C&A e Riachuelo. Clique ou toque na foto para ver detalhes do look Denny Sach, fotógrafo, e Amanda Berndt, stylist vitrine * Daniela Reis, especialista em marketing, e Viviane Rizzatti, executiva de hotelaria vitrine2 * Fábio Queiroz e Demian Figueiredo, donos do hotel Guest Urban vitrine3 * Marcelo Cordeiro, comerciante, e Monique Couto, maquiadora vitrine4 C&A 11 2131-0004. cea.com.br. Riachuelo 11 3003-4342. riachuelo.com.br Another Place anotherplace.com.br Cotton project 11 2368-2039. cottonproject.com.br harm h-a-r-m.com Spokes 11 2774-3022. spokes.com.br Puma shop.brasil.puma.com Zara zara.com Uma/Raquel Davidowicz 11 2476-7060. uma.com.br Maria Valentina 44 3351-5000. mariavalentina.com.br Calvin Klein Jeans 11 3817-5704. calvinklein.com.br Marisa 11 4004-2211. marisa.com.br Ray-Ban ray-ban.com Lucas Magalhães 11 3564-4711 ratier 11 3666-9022. ratier.com.br João Pimenta 11 3034-2415 | saopaulo | Veja looks escolhidos por seis estilistas para casais paulistanosPOR PEDRO DINIZ FOTOS DE ERICO TOSCANO DE SÃO PAULO Sãopaulo desafiou seis estilistas brasileiros a vestirem quatro casais de namorados na estreia desta seção "para comprar". Os mineiros João Pimenta e Lucas Magalhães, o pernambucano Rafael Nascimento (Another Place), o paranaense Acácio Mendes (Cotton Project), o sul-mato-grossense Renato Ratier e a paulistana Raquel Davidowicz tiveram de misturar criações suas às de outras grifes e peças de redes varejistas, como C&A e Riachuelo. Clique ou toque na foto para ver detalhes do look Denny Sach, fotógrafo, e Amanda Berndt, stylist vitrine * Daniela Reis, especialista em marketing, e Viviane Rizzatti, executiva de hotelaria vitrine2 * Fábio Queiroz e Demian Figueiredo, donos do hotel Guest Urban vitrine3 * Marcelo Cordeiro, comerciante, e Monique Couto, maquiadora vitrine4 C&A 11 2131-0004. cea.com.br. Riachuelo 11 3003-4342. riachuelo.com.br Another Place anotherplace.com.br Cotton project 11 2368-2039. cottonproject.com.br harm h-a-r-m.com Spokes 11 2774-3022. spokes.com.br Puma shop.brasil.puma.com Zara zara.com Uma/Raquel Davidowicz 11 2476-7060. uma.com.br Maria Valentina 44 3351-5000. mariavalentina.com.br Calvin Klein Jeans 11 3817-5704. calvinklein.com.br Marisa 11 4004-2211. marisa.com.br Ray-Ban ray-ban.com Lucas Magalhães 11 3564-4711 ratier 11 3666-9022. ratier.com.br João Pimenta 11 3034-2415 | 9 |
Ataque com motosserra deixa cinco feridos na Suíça | Um homem armado com uma motosserra feriu pelo menos cinco pessoas, duas delas seriamente, nesta segunda-feira (24) em Schaffhausen, uma pequena cidade do norte da Suíça. As autoridades do país realizam uma operação para tentar capturar o suspeito. Segundo a polícia, o ataque não foi "um ato de terror". As autoridades disseram ter identificado o agressor, mas não informaram o seu nome. O ataque aconteceu dentro de um prédio de escritórios em uma rua comercial Schaffhausen, uma cidade medieval de 36 mil habitantes na fronteira alemã. A polícia isolou a área onde ocorreu o ataque e ordenou que as pessoas saíssem. Testemunhas viram vítimas sangrando sendo tratadas por equipes de resgate, afirmou o jornal suíço Blick. | mundo | Ataque com motosserra deixa cinco feridos na SuíçaUm homem armado com uma motosserra feriu pelo menos cinco pessoas, duas delas seriamente, nesta segunda-feira (24) em Schaffhausen, uma pequena cidade do norte da Suíça. As autoridades do país realizam uma operação para tentar capturar o suspeito. Segundo a polícia, o ataque não foi "um ato de terror". As autoridades disseram ter identificado o agressor, mas não informaram o seu nome. O ataque aconteceu dentro de um prédio de escritórios em uma rua comercial Schaffhausen, uma cidade medieval de 36 mil habitantes na fronteira alemã. A polícia isolou a área onde ocorreu o ataque e ordenou que as pessoas saíssem. Testemunhas viram vítimas sangrando sendo tratadas por equipes de resgate, afirmou o jornal suíço Blick. | 4 |
Veja os cinco maiores entraves a novos tratamentos contra o câncer | Com o envelhecimento da população, morreremos cada vez mais de câncer, e nunca as farmacêuticas estiveram tão voltadas para a oncologia. O problema é que os cientistas esbarram agora em algumas questões difíceis de contornar. Veja abaixo cinco delas, do papel da genética no diagnóstico ao uso do sistema imune do paciente para criar novas drogas. * É possível usar a genética para prevenir o câncer? Talvez o câncer seja uma doença que todo mundo teria se vivesse o suficiente. O problema é que algumas pessoas desenvolvem a doença justamente nos primeiros 100 anos de vida –e cada vez mais pessoas estão chegando lá. O barateamento do sequenciamento genético permite tentar saber quem serão os azarados. A ideia é que os cientistas vejam quais mutações estão associadas a cada tipo de tumor e até mesmo quais drogas funcionam melhor em cada caso, embora apenas uma parcela pequena dos pacientes possa, de fato, se beneficiar desses avanços. Os exames da moda são os painéis genômicos, que pesquisam alguns genes-chave e buscam alterações que podem indicar a propensão a desenvolver um câncer. A eficácia desse tipo de exame, no entanto, ainda está longe de ser alta ou universal. Como o tumor se relaciona com o organismo? Estuda-se cada vez mais o chamado microambiente tumoral. "Além das células que estão se proliferando, outras do organismo colaboram para o desenvolvimento do tumor", diz o oncologista e professor da Universidade Johns Hopkins (EUA) Gilberto Lopes. Outro mecanismo que pode mudar o trajeto de uma célula e transformá-la em um maligna são alterações epigenéticas, isto é, que não alteram a sequência genética, mas que pode aumentar ou diminuir a expressão de uma proteína importante para a proliferação celular, por exemplo. Os estudos ainda buscam entender que hábitos das pessoas levam a isso ou que tipo de drogas poderiam influenciar a expressão dos genes. Qual será o papel da pesquisa em imunologia? Os imunoterápicos são a grande novidade da área. As drogas vêm sendo testadas e aprovadas por agências reguladoras, como o FDA nos EUA, e são a aposta de várias indústrias farmacêuticas para ganhar espaço no crescente mercado de tratamentos contra o câncer. Algumas funcionam "soltando o freio" imposto pelos tumores ao sistema imunológico ou mesmo bloqueando as ações de proteínas que favorecem o desenvolvimento tumoral. Essas drogas funcionam como "agentes infiltrados", que possuem uma missão bastante específica de neutralizar os inimigos-chave. O grande desafio das novas técnicas é ganhar aplicabilidade mais geral: poucos pacientes possuem o perfil em que as drogas têm seu melhor desempenho, o que torna o desenvolvimento de moléculas mais personalizadas um desafio. Estudar câncer em roedores é mesmo útil? Sim, mas o grande problema é que eles nem sempre reproduzem as condições presentes em humanos, como o microambiente tumoral ou mesmo o metabolismo e bioquímica do corpo humano. Outro problema é que, até por uma questão de padronização da pesquisa, os animais de experimentação têm pouquíssima variação genética entre si –os tumores são sempre muito parecidos. Em humanos, porém, com tanta diversidade genética e de influência do ambiente, cada tumor é único, e cada um responde de um jeito aos tratamentos. Os cientistas estão apostando agora em modelos diferentes, como o desenvolvimento do tecido tumoral em um gel, ou mesmo alterando a biologia dos modelos animais para que o progresso da doença nos seus organismos se pareça mais com o que acontece em nossa espécie. Existe chance de uma cura definitiva para a doença? Existe a cura do ponto de vista científico –ausência completa de células tumorais no organismo– ou do ponto de vista do paciente, que se sente "curado" quando a doença está controlada. "Os exames de imagem não mostram alterações, e o paciente está vivendo bem, podendo inclusive falecer outras causas", diz Marcelo Cruz, oncologista do Hospital São José. Para os cânceres de mama e de intestino descobertos precocemente, a chance de cura pode superar os 90%. O problema são as doenças em estágios avançados e alguns tipos de tumor mais agressivos, como o câncer de pâncreas. Uma perspectiva otimista e verossímil é que a o câncer se torne, ao longo do século, a depender da produção de novas drogas, uma doença crônica, como o diabetes e a Aids, diz Mauro Zukin, oncologista do Grupo COI, no Rio. O jornalista viajou para a Conferência Mundial em Câncer de Pulmão, a convite da farmacêutica MSD | equilibrioesaude | Veja os cinco maiores entraves a novos tratamentos contra o câncerCom o envelhecimento da população, morreremos cada vez mais de câncer, e nunca as farmacêuticas estiveram tão voltadas para a oncologia. O problema é que os cientistas esbarram agora em algumas questões difíceis de contornar. Veja abaixo cinco delas, do papel da genética no diagnóstico ao uso do sistema imune do paciente para criar novas drogas. * É possível usar a genética para prevenir o câncer? Talvez o câncer seja uma doença que todo mundo teria se vivesse o suficiente. O problema é que algumas pessoas desenvolvem a doença justamente nos primeiros 100 anos de vida –e cada vez mais pessoas estão chegando lá. O barateamento do sequenciamento genético permite tentar saber quem serão os azarados. A ideia é que os cientistas vejam quais mutações estão associadas a cada tipo de tumor e até mesmo quais drogas funcionam melhor em cada caso, embora apenas uma parcela pequena dos pacientes possa, de fato, se beneficiar desses avanços. Os exames da moda são os painéis genômicos, que pesquisam alguns genes-chave e buscam alterações que podem indicar a propensão a desenvolver um câncer. A eficácia desse tipo de exame, no entanto, ainda está longe de ser alta ou universal. Como o tumor se relaciona com o organismo? Estuda-se cada vez mais o chamado microambiente tumoral. "Além das células que estão se proliferando, outras do organismo colaboram para o desenvolvimento do tumor", diz o oncologista e professor da Universidade Johns Hopkins (EUA) Gilberto Lopes. Outro mecanismo que pode mudar o trajeto de uma célula e transformá-la em um maligna são alterações epigenéticas, isto é, que não alteram a sequência genética, mas que pode aumentar ou diminuir a expressão de uma proteína importante para a proliferação celular, por exemplo. Os estudos ainda buscam entender que hábitos das pessoas levam a isso ou que tipo de drogas poderiam influenciar a expressão dos genes. Qual será o papel da pesquisa em imunologia? Os imunoterápicos são a grande novidade da área. As drogas vêm sendo testadas e aprovadas por agências reguladoras, como o FDA nos EUA, e são a aposta de várias indústrias farmacêuticas para ganhar espaço no crescente mercado de tratamentos contra o câncer. Algumas funcionam "soltando o freio" imposto pelos tumores ao sistema imunológico ou mesmo bloqueando as ações de proteínas que favorecem o desenvolvimento tumoral. Essas drogas funcionam como "agentes infiltrados", que possuem uma missão bastante específica de neutralizar os inimigos-chave. O grande desafio das novas técnicas é ganhar aplicabilidade mais geral: poucos pacientes possuem o perfil em que as drogas têm seu melhor desempenho, o que torna o desenvolvimento de moléculas mais personalizadas um desafio. Estudar câncer em roedores é mesmo útil? Sim, mas o grande problema é que eles nem sempre reproduzem as condições presentes em humanos, como o microambiente tumoral ou mesmo o metabolismo e bioquímica do corpo humano. Outro problema é que, até por uma questão de padronização da pesquisa, os animais de experimentação têm pouquíssima variação genética entre si –os tumores são sempre muito parecidos. Em humanos, porém, com tanta diversidade genética e de influência do ambiente, cada tumor é único, e cada um responde de um jeito aos tratamentos. Os cientistas estão apostando agora em modelos diferentes, como o desenvolvimento do tecido tumoral em um gel, ou mesmo alterando a biologia dos modelos animais para que o progresso da doença nos seus organismos se pareça mais com o que acontece em nossa espécie. Existe chance de uma cura definitiva para a doença? Existe a cura do ponto de vista científico –ausência completa de células tumorais no organismo– ou do ponto de vista do paciente, que se sente "curado" quando a doença está controlada. "Os exames de imagem não mostram alterações, e o paciente está vivendo bem, podendo inclusive falecer outras causas", diz Marcelo Cruz, oncologista do Hospital São José. Para os cânceres de mama e de intestino descobertos precocemente, a chance de cura pode superar os 90%. O problema são as doenças em estágios avançados e alguns tipos de tumor mais agressivos, como o câncer de pâncreas. Uma perspectiva otimista e verossímil é que a o câncer se torne, ao longo do século, a depender da produção de novas drogas, uma doença crônica, como o diabetes e a Aids, diz Mauro Zukin, oncologista do Grupo COI, no Rio. O jornalista viajou para a Conferência Mundial em Câncer de Pulmão, a convite da farmacêutica MSD | 16 |
Google registra recorde de pesquisas por 'ar condicionado' no Brasil | As altas temperaturas do começo do ano fizeram as buscas de brasileiros por "ar condicionado" atingirem um pico sem precedentes no Google em janeiro. Nos últimos sete dias, os paulistas foram os que mais pesquisaram pelo termo. A capital enfrentou um calor de 36,5ºC na segunda-feira (19), sexta maior temperatura da cidade na história. No país, a busca on-line pelos condicionadores de ar atingiu o valor máximo de 100 na escala do Google Trends. O compilador de dados apresenta números normalizados numa escala de 0 a 100 em vez de valores absolutos. Segundo o site, "os números do gráfico indicam quantas pesquisas foram feitas para um termo específico, em relação ao número total de pesquisas feitas no Google ao longo do tempo". Em dezembro, o gráfico indicava 40 pontos para pesquisas pelo termo. Em janeiro de 2014, o resultado foi de 62 pontos. Desde que o monitoramento começou a ser feito, em 2004, as buscas por "ar condicionado" cresceram em quase todos os anos na comparação entre os meses de verão (quando este tipo de pesquisa é mais frequente), mas nunca de maneira tão abrupta quanto agora. APAGÃO Os brasileiros também parecem estar cada vez mais preocupados com a falta de energia, mas pouco pesquisam sobre como economizá-la. Segundo o Trends, a busca por "falta de energia" também atingiu pico recorde neste mês. Pesquisas por "economia de energia", por outro lado, vêm em baixa. Na comparação entre os dois termos, a busca por "falta de energia" foi feita mais do que o triplo de vezes do que "economia de energia" em janeiro. Ontem, por volta das 15h, uma combinação de consumo alto por causa do calor e falha no sistema de transmissão de energia provocou um apagão em dez Estados e no Distrito Federal. | tec | Google registra recorde de pesquisas por 'ar condicionado' no BrasilAs altas temperaturas do começo do ano fizeram as buscas de brasileiros por "ar condicionado" atingirem um pico sem precedentes no Google em janeiro. Nos últimos sete dias, os paulistas foram os que mais pesquisaram pelo termo. A capital enfrentou um calor de 36,5ºC na segunda-feira (19), sexta maior temperatura da cidade na história. No país, a busca on-line pelos condicionadores de ar atingiu o valor máximo de 100 na escala do Google Trends. O compilador de dados apresenta números normalizados numa escala de 0 a 100 em vez de valores absolutos. Segundo o site, "os números do gráfico indicam quantas pesquisas foram feitas para um termo específico, em relação ao número total de pesquisas feitas no Google ao longo do tempo". Em dezembro, o gráfico indicava 40 pontos para pesquisas pelo termo. Em janeiro de 2014, o resultado foi de 62 pontos. Desde que o monitoramento começou a ser feito, em 2004, as buscas por "ar condicionado" cresceram em quase todos os anos na comparação entre os meses de verão (quando este tipo de pesquisa é mais frequente), mas nunca de maneira tão abrupta quanto agora. APAGÃO Os brasileiros também parecem estar cada vez mais preocupados com a falta de energia, mas pouco pesquisam sobre como economizá-la. Segundo o Trends, a busca por "falta de energia" também atingiu pico recorde neste mês. Pesquisas por "economia de energia", por outro lado, vêm em baixa. Na comparação entre os dois termos, a busca por "falta de energia" foi feita mais do que o triplo de vezes do que "economia de energia" em janeiro. Ontem, por volta das 15h, uma combinação de consumo alto por causa do calor e falha no sistema de transmissão de energia provocou um apagão em dez Estados e no Distrito Federal. | 10 |
Seres Urbanos: O vidro como "expressão verdadeira" do sistema construtivo atual | Os edifícios revestidos em vidro são símbolo de grandes corporações desde 1958, quando o prédio da Seagram, projeto do arquiteto Mies Van der Rohe, foi erguido no número 375 da Park Avenue, em Manhattan. Na São Paulo dos anos 1970, os ... Leia post completo no blog | saopaulo | Seres Urbanos: O vidro como "expressão verdadeira" do sistema construtivo atualOs edifícios revestidos em vidro são símbolo de grandes corporações desde 1958, quando o prédio da Seagram, projeto do arquiteto Mies Van der Rohe, foi erguido no número 375 da Park Avenue, em Manhattan. Na São Paulo dos anos 1970, os ... Leia post completo no blog | 9 |
Beach Park, no Ceará, reúne diversão e adrenalina à beira mar | GISELLE HIRATA ENVIADA ESPECIAL A AQUIRAZ (CE) O frio na barriga começa logo na subida das escadas intermináveis. O chão vai ficando distante e, a cada degrau, a vontade de desistir aumenta. Lá em cima, se bater aquele medinho, a dica é: feche os olhos e vai na fé! Vaikuntudo, uma das novas atrações do megaparque Beach Park, entra em um tipo de categoria que poderia ser classificada como "não vou mais!". A sensação é de estar no meio de um tornado, de ser engolido por um ralo gigante a 25 metros de altura, caindo em 20 segundos a uma velocidade que chega a 43 km/h. Ainda bem que por aquelas bandas corre uma brisa gostosa do mar. O brinquedo é uma das 18 atrações do parque aquático, que fica em Aquiraz, cidade litorânea na região metropolitana de Fortaleza. Ali, o inverno tem cara de verão: com sol e calor, temperatura na casa dos 27ºC, o que dá uma forcinha na hora de encarar aquele que é considerado um dos maiores toboáguas do mundo. E é nesse clima tropical que a adrenalina toma conta do corpo de quem enfrenta outro algoz dos corações fracos, o imponente Insano, com seus 41 metros de altura. A dificuldade começa ao ter que subir 14 andares, sem descanso. Em seguida, vem a experiência de queda livre em cinco segundos, que facilmente pode atingir (acredite!) uma velocidade de 105 km/h. Dica importante: ao escorregar, prenda a respiração. A diversidade é uma das estratégias do parque para atrair um público variado: de crianças e vovôs até os que curtem uma aventura com boas doses de coragem. Os brinquedos e os mais de 7,7 milhões de litros de água são divididos em setores: família, que são os mais tranquilos; moderados, com um pouco de emoção; radicais, que são nível "hard" até para os corajosos. Um exemplo para os pequenos é o Acqua Circo, espaço temático com piso emborrachado e lonas de cobertura. Longe das piscinas, também dá para curtir o Porto das Dunas, praia onde o complexo está localizado. Vale a pena experimentar uma boa caranguejada com vista para o mar em um dos vários restaurantes dispostos por ali. Para terminar, fica aqui um registro: olhou para o brinquedo, achou legal, mas não tem coragem de ir, nem comece a subir as escadas. "Amarelar" não combina em nada com o colorido do parque beira-mar. Uma vaia descontraída costuma acompanhar os desistentes, junto com os gritos "arregou, arregou, arregou". Para esses, o melhor consolo talvez seja, simplesmente, pegar uma boia e relaxar nas águas calmas da Correnteza Encantada. * A jornalista viajou a convite do Holiday Inn Fortaleza * NÃO VOLTE SEM... ...tomar um banho de cascata do balde gigante do Acqua Show * QUEM LEVA LITORAL VERDE VIAGENS litoralverde.com.br Tel. 0800 021 2020 A partir de R$ 2.339,85. Inclui aéreo, 4 noites em apto. duplo com café da manhã, jantar e acesso ao Beach Park MASCARO TOUR mascarotour.com.br Tel. 2175-0940 A partir de R$ 1.472. Inclui aéreo, 4 noites em apto duplo com café da manhã no Holiday Inn Fortaleza (www.ihg.com ), traslados e city tour COPASTUR PRIME copasturprime.com.br Tel. 2394-2136 A partir de R$ 7.070. Inclui aéreo, 7 noites em apto duplo com café da manhã e um dia de visita ao Beach Park | saopaulo | Beach Park, no Ceará, reúne diversão e adrenalina à beira marGISELLE HIRATA ENVIADA ESPECIAL A AQUIRAZ (CE) O frio na barriga começa logo na subida das escadas intermináveis. O chão vai ficando distante e, a cada degrau, a vontade de desistir aumenta. Lá em cima, se bater aquele medinho, a dica é: feche os olhos e vai na fé! Vaikuntudo, uma das novas atrações do megaparque Beach Park, entra em um tipo de categoria que poderia ser classificada como "não vou mais!". A sensação é de estar no meio de um tornado, de ser engolido por um ralo gigante a 25 metros de altura, caindo em 20 segundos a uma velocidade que chega a 43 km/h. Ainda bem que por aquelas bandas corre uma brisa gostosa do mar. O brinquedo é uma das 18 atrações do parque aquático, que fica em Aquiraz, cidade litorânea na região metropolitana de Fortaleza. Ali, o inverno tem cara de verão: com sol e calor, temperatura na casa dos 27ºC, o que dá uma forcinha na hora de encarar aquele que é considerado um dos maiores toboáguas do mundo. E é nesse clima tropical que a adrenalina toma conta do corpo de quem enfrenta outro algoz dos corações fracos, o imponente Insano, com seus 41 metros de altura. A dificuldade começa ao ter que subir 14 andares, sem descanso. Em seguida, vem a experiência de queda livre em cinco segundos, que facilmente pode atingir (acredite!) uma velocidade de 105 km/h. Dica importante: ao escorregar, prenda a respiração. A diversidade é uma das estratégias do parque para atrair um público variado: de crianças e vovôs até os que curtem uma aventura com boas doses de coragem. Os brinquedos e os mais de 7,7 milhões de litros de água são divididos em setores: família, que são os mais tranquilos; moderados, com um pouco de emoção; radicais, que são nível "hard" até para os corajosos. Um exemplo para os pequenos é o Acqua Circo, espaço temático com piso emborrachado e lonas de cobertura. Longe das piscinas, também dá para curtir o Porto das Dunas, praia onde o complexo está localizado. Vale a pena experimentar uma boa caranguejada com vista para o mar em um dos vários restaurantes dispostos por ali. Para terminar, fica aqui um registro: olhou para o brinquedo, achou legal, mas não tem coragem de ir, nem comece a subir as escadas. "Amarelar" não combina em nada com o colorido do parque beira-mar. Uma vaia descontraída costuma acompanhar os desistentes, junto com os gritos "arregou, arregou, arregou". Para esses, o melhor consolo talvez seja, simplesmente, pegar uma boia e relaxar nas águas calmas da Correnteza Encantada. * A jornalista viajou a convite do Holiday Inn Fortaleza * NÃO VOLTE SEM... ...tomar um banho de cascata do balde gigante do Acqua Show * QUEM LEVA LITORAL VERDE VIAGENS litoralverde.com.br Tel. 0800 021 2020 A partir de R$ 2.339,85. Inclui aéreo, 4 noites em apto. duplo com café da manhã, jantar e acesso ao Beach Park MASCARO TOUR mascarotour.com.br Tel. 2175-0940 A partir de R$ 1.472. Inclui aéreo, 4 noites em apto duplo com café da manhã no Holiday Inn Fortaleza (www.ihg.com ), traslados e city tour COPASTUR PRIME copasturprime.com.br Tel. 2394-2136 A partir de R$ 7.070. Inclui aéreo, 7 noites em apto duplo com café da manhã e um dia de visita ao Beach Park | 9 |
Brasileiras aderem à moda de deixar crescer e colorir os pelos das axilas | Libertem os "fupos"! A onda iniciada no Instagram por meninas inglesas e americanas que deixaram os pelos das axilas crescerem para pintá-los e exibi-los na rede social chegou ao Brasil. Não com o viés estético que fez a hashtag "dyedpits" (axilas coloridas, em inglês) contabilizar cerca de 400 fotos em poucos meses, mas pela quebra de padrões típica do movimento feminista. Os "fupos", gíria inventada pela montadora de cinema Marina Garcia, 21, para identificar os pelos do sovaco —palavra evitada pelas adeptas brasileiras da prática, que preferem "axilas"–, foram por muito tempo um tabu. "Depilação é um incômodo, mas tinha receio dos olhares das pessoas se deixasse os pelos crescerem", conta ela, que há seis meses deixou, com incentivo da amiga Luiza Ribeiro, 20, os pelos da perna à mostra. Das pernas para as axilas bastou um empurrãozinho. "A relação do pelo com a estética está ligada à aceitação do corpo. Nossas atitudes são moldadas, impostas pela sociedade. As mulheres se depilam para os outros", defende Marina. "Fora isso, é muito divertido ver a reação das pessoas quando você levanta o braço no ônibus." Para além da quebra do padrão de beleza convencional, a maior dificuldade das amigas no processo foi fazer a tinta pegar. O descolorante, peça fundamental para o movimento dos "fupos" coloridos, fez arder a pele na primeira aplicação e foi logo retirado. Talvez a dupla não tivesse dificuldades se tivesse participado da oficina ministrada pelos estudantes Isadora Otoni, 20, Paulo Cesar Saito, 28, e Isabela Gonçalves, 17. No Réveillon deste ano, numa festa realizada na Cachoeira do Pedrão, em Heliodora (MG), eles atraíram dez pessoas entre 16 e 27 anos dispostas a pintar pelos em partes do corpo pouco habituadas a receber tinturas. "Pinto até pentelhos", dizia um cartaz. Segundo os organizadores, verde foi a cor mais pedida pelos inscritos e, sim, houve quem pintasse os pelos pubianos. "Pintamos primeiro em nós mesmos, depois nos outros. Tivemos a ideia ao ver blogueiras e outras meninas pintando", explica Gonçalves. O segredo, diz Paulo Saito, seria deixar o descolorante mais tempo do que a tintura para cabelo. Apenas 30 minutos e a descoloração daria certo. "Percebi que a tinta dura menos que a do cabelo, mas nada que outra demão não resolva." Para Otoni, colorir os pelos tem a ver com "autonomia do corpo feminino", pois as mulheres "sempre estiveram sob o domínio do patriarcado". TRILOGIA DAS CORES A moda ficou mais pop quando a cantora Lady Gaga postou uma foto com os pelos das axilas à mostra. Nada que Madonna não tivesse feito antes, mas, no caso de Gaga, os pelos estavam azuis, assim como os seus cabelos. Antes de Gaga, azul foi a cor usada pela fotógrafa catarinense Jéssica Michels, 24, em sua performance "A Trilogia das Cores", baseada nos filmes "A Liberdade É Azul" (1993), "A Igualdade É Branca" (1994) e "A Fraternidade É Vermelha" (1994), trilogia homônima do cineasta polonês Krzysztof Kie?lowski (1941-1996). "Azul é uma cor masculina. Achei que deixar os pelos das axilas e do púbis crescerem e pintá-los de azul tinha relação com minha obra, que questiona valores e testa limites de aceitação do corpo", conta. Ela também pintou o corpo de vermelho para falar de menstruação e raspou a cabeça e engordou 10 kg para a parte "igualdade é branca". Segundo Jéssica, que há três anos não depila as axilas, os homens ficaram curiosos. "Eles achavam que era um fetiche novo. Rolou até uma transa com um amigo que queria ver lá embaixo", diz. "Alguns homens estão repensando o conceito de beleza." | ilustrada | Brasileiras aderem à moda de deixar crescer e colorir os pelos das axilasLibertem os "fupos"! A onda iniciada no Instagram por meninas inglesas e americanas que deixaram os pelos das axilas crescerem para pintá-los e exibi-los na rede social chegou ao Brasil. Não com o viés estético que fez a hashtag "dyedpits" (axilas coloridas, em inglês) contabilizar cerca de 400 fotos em poucos meses, mas pela quebra de padrões típica do movimento feminista. Os "fupos", gíria inventada pela montadora de cinema Marina Garcia, 21, para identificar os pelos do sovaco —palavra evitada pelas adeptas brasileiras da prática, que preferem "axilas"–, foram por muito tempo um tabu. "Depilação é um incômodo, mas tinha receio dos olhares das pessoas se deixasse os pelos crescerem", conta ela, que há seis meses deixou, com incentivo da amiga Luiza Ribeiro, 20, os pelos da perna à mostra. Das pernas para as axilas bastou um empurrãozinho. "A relação do pelo com a estética está ligada à aceitação do corpo. Nossas atitudes são moldadas, impostas pela sociedade. As mulheres se depilam para os outros", defende Marina. "Fora isso, é muito divertido ver a reação das pessoas quando você levanta o braço no ônibus." Para além da quebra do padrão de beleza convencional, a maior dificuldade das amigas no processo foi fazer a tinta pegar. O descolorante, peça fundamental para o movimento dos "fupos" coloridos, fez arder a pele na primeira aplicação e foi logo retirado. Talvez a dupla não tivesse dificuldades se tivesse participado da oficina ministrada pelos estudantes Isadora Otoni, 20, Paulo Cesar Saito, 28, e Isabela Gonçalves, 17. No Réveillon deste ano, numa festa realizada na Cachoeira do Pedrão, em Heliodora (MG), eles atraíram dez pessoas entre 16 e 27 anos dispostas a pintar pelos em partes do corpo pouco habituadas a receber tinturas. "Pinto até pentelhos", dizia um cartaz. Segundo os organizadores, verde foi a cor mais pedida pelos inscritos e, sim, houve quem pintasse os pelos pubianos. "Pintamos primeiro em nós mesmos, depois nos outros. Tivemos a ideia ao ver blogueiras e outras meninas pintando", explica Gonçalves. O segredo, diz Paulo Saito, seria deixar o descolorante mais tempo do que a tintura para cabelo. Apenas 30 minutos e a descoloração daria certo. "Percebi que a tinta dura menos que a do cabelo, mas nada que outra demão não resolva." Para Otoni, colorir os pelos tem a ver com "autonomia do corpo feminino", pois as mulheres "sempre estiveram sob o domínio do patriarcado". TRILOGIA DAS CORES A moda ficou mais pop quando a cantora Lady Gaga postou uma foto com os pelos das axilas à mostra. Nada que Madonna não tivesse feito antes, mas, no caso de Gaga, os pelos estavam azuis, assim como os seus cabelos. Antes de Gaga, azul foi a cor usada pela fotógrafa catarinense Jéssica Michels, 24, em sua performance "A Trilogia das Cores", baseada nos filmes "A Liberdade É Azul" (1993), "A Igualdade É Branca" (1994) e "A Fraternidade É Vermelha" (1994), trilogia homônima do cineasta polonês Krzysztof Kie?lowski (1941-1996). "Azul é uma cor masculina. Achei que deixar os pelos das axilas e do púbis crescerem e pintá-los de azul tinha relação com minha obra, que questiona valores e testa limites de aceitação do corpo", conta. Ela também pintou o corpo de vermelho para falar de menstruação e raspou a cabeça e engordou 10 kg para a parte "igualdade é branca". Segundo Jéssica, que há três anos não depila as axilas, os homens ficaram curiosos. "Eles achavam que era um fetiche novo. Rolou até uma transa com um amigo que queria ver lá embaixo", diz. "Alguns homens estão repensando o conceito de beleza." | 6 |
Protesto contra o Uber e greve de controladores aéreos param França | A tropa de choque da polícia e os bombeiros franceses foram acionados para liberar um movimentado anel rodoviário de Paris em plena hora do rush, nesta terça-feira (26), após motoristas de táxi irritados com a competição por parte de empresas de transporte em carros particulares, como o Uber, terem bloqueado a via ateando fogo a pneus. O protesto, realizado por taxistas em todo o país, coincidiu com uma paralisação de controladores de tráfego aéreo que causou a interrupção dos voos de e para a França, assim como um outro protesto feito por professores que causou a suspensão das aulas. Imagens de TV feitas no início do dia na zona oeste de Paris mostraram vários manifestantes lançando pneus a partir de um viaduto sobre o anel rodoviário de Paris, uma via de quatro faixas de rolagem. Outras pessoas apareceram queimando pneus que bloqueavam as faixas. A polícia deteve cerca de 20 pessoas, a maioria em decorrência do incidente no oeste de Paris, disse um jornalista da Reuters presente no local. Em outras cidades, como Toulose, no sudoeste francês, motoristas de táxi disseram que estavam preparados para protestar por vários dias se necessário. Eles combatem o que dizem ser a competição injusta por parte de motoristas que trabalham para serviços de viagens privados. Uma paralisação de funcionários públicos que trabalham como controladores de tráfego aéreo e pedem por melhores condições de trabalho provocou o cancelamento de um em cada cinco voos, aproximadamente, de acordo com a autoridade de transporte aéreo DGAC. De modo similar, os professores faltaram ao trabalho a pedido de seus sindicatos, que reivindicam reformas na educação. | mundo | Protesto contra o Uber e greve de controladores aéreos param FrançaA tropa de choque da polícia e os bombeiros franceses foram acionados para liberar um movimentado anel rodoviário de Paris em plena hora do rush, nesta terça-feira (26), após motoristas de táxi irritados com a competição por parte de empresas de transporte em carros particulares, como o Uber, terem bloqueado a via ateando fogo a pneus. O protesto, realizado por taxistas em todo o país, coincidiu com uma paralisação de controladores de tráfego aéreo que causou a interrupção dos voos de e para a França, assim como um outro protesto feito por professores que causou a suspensão das aulas. Imagens de TV feitas no início do dia na zona oeste de Paris mostraram vários manifestantes lançando pneus a partir de um viaduto sobre o anel rodoviário de Paris, uma via de quatro faixas de rolagem. Outras pessoas apareceram queimando pneus que bloqueavam as faixas. A polícia deteve cerca de 20 pessoas, a maioria em decorrência do incidente no oeste de Paris, disse um jornalista da Reuters presente no local. Em outras cidades, como Toulose, no sudoeste francês, motoristas de táxi disseram que estavam preparados para protestar por vários dias se necessário. Eles combatem o que dizem ser a competição injusta por parte de motoristas que trabalham para serviços de viagens privados. Uma paralisação de funcionários públicos que trabalham como controladores de tráfego aéreo e pedem por melhores condições de trabalho provocou o cancelamento de um em cada cinco voos, aproximadamente, de acordo com a autoridade de transporte aéreo DGAC. De modo similar, os professores faltaram ao trabalho a pedido de seus sindicatos, que reivindicam reformas na educação. | 4 |
Muito além da invasão | O Corinthians volta ao Maracanã pela primeira vez desde o confronto com a Polícia Militar, que deixou 40 detidos, no clássico contra o Flamengo, em outubro do ano passado. Nestes últimos nove meses, houve a gestação de um novo período de violência, com tiroteios nos portões de dois estádios cariocas - Engenhão e São Januário - confusão em Goiânia e morte a dois quilômetros do Allianz Parque, em noite de torcida única para Palmeiras x Corinthians. No retorno ao Maracanã, neste domingo, o Corinthians enfrenta o Fluminense. Em 5 de dezembro de 1976, a praia de Copacabana amanheceu com corintianos deitados no calçadão e bandeiras pretas e brancas para fora das janelas dos carros, com placas amarelas em que se lia a inscrição São Paulo-SP. Cinco dias antes do episódio conhecido como invasão corintiana, o Corinthians venceu o Santa Cruz no Recife e classificou-se para a semifinal do Brasileirão contra o Fluminense. No pé de uma matéria sobre a alegria dos torcedores pela vaga entre os quatro melhores times do país, a Folha publicou uma prévia do que aconteceria no fim de semana: "Sensibilizado pela caravana de torcedores que foram ao Recife, Matheus pensa agora em ajudá-los na viagem ao Rio, para levar ao Maracanã um grande público corintiano. Prevê uma caravana de aproximadamente 300 ônibus, além de aviões, e está propenso tanto a colaborar não apenas na divisão das despesas dos ônibus, como até em despesas de hotéis." O Matheus citado era, evidentemente, o histórico dirigente do Corinthians, Vicente Matheus, que já havia levado o presidente da Federação Paulista, Alfredo Metidieri, como convidado ao Recife, para a vitória sobre o Santa Cruz. A invasão foi linda. Foram colocados à venda 170 mil ingressos, dos quais 146 mil foram vendidos. O domingo teve 33 voos de ponte aérea saindo de São Paulo para o Rio, com treze aviões extras. A Vasp tinha outros quatro voos fretados, três por agências de turismo. Depois das 19h, a Central do Brasil disponibilizou dois vagões a mais do que o normal, para permitir a volta tranquila dos corintianos. Uma operação acima dos padrões. Em parte, patrocinada pelo Corinthians. Naquele Brasileirão de 1976, o Maracanã recebeu 39 partidas, com média de 8.453 pagantes por jogo. Você leu certo: oito mil! Foi o ano de maior público médio num Campeonato Estadual em todos os tempos: 19 mil no Campeonato Carioca. No Brasileirão, o número de espectadores por partida foi de 17 mil, igual ao ano passado. Hoje são 15 mil, mas com crescimento em comparação com doze meses atrás. A maior presença de torcedores, com 146 mil na semifinal do Brasileiro, foi calibrada pelo investimento de Vicente Matheus para tirar o Corinthians de uma seca de troféus que durava 22 anos. A chance de ganhar o torneio nacional, a mobilização de torcedores do Corinthians no Recife, contra o Santa Cruz, tudo isso ajudou a levar uma multidão de corintianos para o Rio de Janeiro. A invasão ficou na história, a festa foi linda, mas reler a cobertura da Folha daquela semana de 1976 torna inevitável notar que ali estava o embrião das relações promíscuas entre dirigentes e facções uniformizadas. | colunas | Muito além da invasãoO Corinthians volta ao Maracanã pela primeira vez desde o confronto com a Polícia Militar, que deixou 40 detidos, no clássico contra o Flamengo, em outubro do ano passado. Nestes últimos nove meses, houve a gestação de um novo período de violência, com tiroteios nos portões de dois estádios cariocas - Engenhão e São Januário - confusão em Goiânia e morte a dois quilômetros do Allianz Parque, em noite de torcida única para Palmeiras x Corinthians. No retorno ao Maracanã, neste domingo, o Corinthians enfrenta o Fluminense. Em 5 de dezembro de 1976, a praia de Copacabana amanheceu com corintianos deitados no calçadão e bandeiras pretas e brancas para fora das janelas dos carros, com placas amarelas em que se lia a inscrição São Paulo-SP. Cinco dias antes do episódio conhecido como invasão corintiana, o Corinthians venceu o Santa Cruz no Recife e classificou-se para a semifinal do Brasileirão contra o Fluminense. No pé de uma matéria sobre a alegria dos torcedores pela vaga entre os quatro melhores times do país, a Folha publicou uma prévia do que aconteceria no fim de semana: "Sensibilizado pela caravana de torcedores que foram ao Recife, Matheus pensa agora em ajudá-los na viagem ao Rio, para levar ao Maracanã um grande público corintiano. Prevê uma caravana de aproximadamente 300 ônibus, além de aviões, e está propenso tanto a colaborar não apenas na divisão das despesas dos ônibus, como até em despesas de hotéis." O Matheus citado era, evidentemente, o histórico dirigente do Corinthians, Vicente Matheus, que já havia levado o presidente da Federação Paulista, Alfredo Metidieri, como convidado ao Recife, para a vitória sobre o Santa Cruz. A invasão foi linda. Foram colocados à venda 170 mil ingressos, dos quais 146 mil foram vendidos. O domingo teve 33 voos de ponte aérea saindo de São Paulo para o Rio, com treze aviões extras. A Vasp tinha outros quatro voos fretados, três por agências de turismo. Depois das 19h, a Central do Brasil disponibilizou dois vagões a mais do que o normal, para permitir a volta tranquila dos corintianos. Uma operação acima dos padrões. Em parte, patrocinada pelo Corinthians. Naquele Brasileirão de 1976, o Maracanã recebeu 39 partidas, com média de 8.453 pagantes por jogo. Você leu certo: oito mil! Foi o ano de maior público médio num Campeonato Estadual em todos os tempos: 19 mil no Campeonato Carioca. No Brasileirão, o número de espectadores por partida foi de 17 mil, igual ao ano passado. Hoje são 15 mil, mas com crescimento em comparação com doze meses atrás. A maior presença de torcedores, com 146 mil na semifinal do Brasileiro, foi calibrada pelo investimento de Vicente Matheus para tirar o Corinthians de uma seca de troféus que durava 22 anos. A chance de ganhar o torneio nacional, a mobilização de torcedores do Corinthians no Recife, contra o Santa Cruz, tudo isso ajudou a levar uma multidão de corintianos para o Rio de Janeiro. A invasão ficou na história, a festa foi linda, mas reler a cobertura da Folha daquela semana de 1976 torna inevitável notar que ali estava o embrião das relações promíscuas entre dirigentes e facções uniformizadas. | 1 |
Dois embates reúnem os times mais populares e os de futebol mais franco | O líder invicto, com 12 vitórias e quatro empates, contra o quarto colocado do Campeonato Brasileiro, com sete vitórias, recordista de empates, sete, e duas derrotas. Corinthians e Flamengo, à tarde, estremecem Itaquera com ares de decisão para os cariocas que, se perderem, ficarão a 15 pontos dos paulistas. Em Porto Alegre, decisão para o Santos que, se vencer o favorito Grêmio, o desalojará da vice-liderança e não perderá totalmente contato com o Corinthians, hoje a dez pontos dele. O organizado Timão entra em campo confiante, mesmo sem estrelas além do goleiro Cássio, mas com Jô em ótima fase e Balbuena em busca de ser o novo Gamarra -o zagueiro também paraguaio que brilhou com a camisa alvinegra em 1998/99. No banco, Fábio Carille, que só pode ser comparado ao botafoguense Jair Ventura, capazes de levar seus times muito mais longe do que se supunha. Do lado rubro-negro, as atrações Diego, Éverton Ribeiro e Guerrero (será ingênuo pedir à Fiel que não vaie o autor dos dois gols do bicampeonato Mundial de Clubes da Fifa? Sim, será!), além de outro jovem treinador, Zé Ricardo, difícil dizer se valente ou medroso. Porque audacioso ou temeroso a ponto escalar o inseguro, mas experiente, goleiro Muralha contra o Santos. O clássico brasileiro mais popular do Primeiro Mundo do futebol, o de número 129, mostra vantagem corintiana tanto no geral, 52 vitórias e 49 derrotas, quanto no Brasileirão, 24 a 21. Até que a bola comece a rolar, o Corinthians é favorito. Depois quem sabe é o deus dos estádios. À noite, Grêmio e Santos entram na arena tricolor pressionados pelo resultado em São Paulo. Caso o Corinthians tenha perdido, com a possibilidade de voltar a se aproximar dele. Para os gaúchos a chance de ficar a cinco pontos. Ao contrário, se o líder tiver vencido, ou mesmo só empatado, a pressão será para não perdê-lo de vista. Independentemente disso, os dois times de futebol mais vistoso do país têm tudo para disputar um lindo clássico -o de número 84 na história, com 34 vitórias santistas e 27 gremistas, 25 a 19 no Brasileirão. Se na Pauliceia teremos o primeiro contra o quarto, nos Pampas o embate será entre o segundo e o terceiro colocados, como se fosse um cruzamento em mata-mata dos antigos regulamentos, felizmente encerrados, que misturavam fórmulas de campeonatos com as de copas. Cabe ao Flamengo não apenas lutar por sua sobrevivência, mas manter acesa a luta pelo título, por mais que seus anfitriões repilam a hipótese com todas as forças de quem está invicto há 31 jogos, com 19 vitórias. Pense: vai que o Corinthians ganhe e haja empate no sul; o Grêmio ficará a dez pontos e o Santos a 12 de distância, ainda no primeiro turno e faltando duas rodadas. Será muito, não acontece nem em campeonatos de um time só como quando o Bayern Munique dispara na Alemanha. Se dissesse que no Corinthians joga o trio MRN, sim, o trio Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar, vá lá, mas não. O Alvinegro é um time comum com uma campanha mais que incomum, marciana mesmo. Alguém tem de dar um paradeiro nisso. Será hoje? | colunas | Dois embates reúnem os times mais populares e os de futebol mais francoO líder invicto, com 12 vitórias e quatro empates, contra o quarto colocado do Campeonato Brasileiro, com sete vitórias, recordista de empates, sete, e duas derrotas. Corinthians e Flamengo, à tarde, estremecem Itaquera com ares de decisão para os cariocas que, se perderem, ficarão a 15 pontos dos paulistas. Em Porto Alegre, decisão para o Santos que, se vencer o favorito Grêmio, o desalojará da vice-liderança e não perderá totalmente contato com o Corinthians, hoje a dez pontos dele. O organizado Timão entra em campo confiante, mesmo sem estrelas além do goleiro Cássio, mas com Jô em ótima fase e Balbuena em busca de ser o novo Gamarra -o zagueiro também paraguaio que brilhou com a camisa alvinegra em 1998/99. No banco, Fábio Carille, que só pode ser comparado ao botafoguense Jair Ventura, capazes de levar seus times muito mais longe do que se supunha. Do lado rubro-negro, as atrações Diego, Éverton Ribeiro e Guerrero (será ingênuo pedir à Fiel que não vaie o autor dos dois gols do bicampeonato Mundial de Clubes da Fifa? Sim, será!), além de outro jovem treinador, Zé Ricardo, difícil dizer se valente ou medroso. Porque audacioso ou temeroso a ponto escalar o inseguro, mas experiente, goleiro Muralha contra o Santos. O clássico brasileiro mais popular do Primeiro Mundo do futebol, o de número 129, mostra vantagem corintiana tanto no geral, 52 vitórias e 49 derrotas, quanto no Brasileirão, 24 a 21. Até que a bola comece a rolar, o Corinthians é favorito. Depois quem sabe é o deus dos estádios. À noite, Grêmio e Santos entram na arena tricolor pressionados pelo resultado em São Paulo. Caso o Corinthians tenha perdido, com a possibilidade de voltar a se aproximar dele. Para os gaúchos a chance de ficar a cinco pontos. Ao contrário, se o líder tiver vencido, ou mesmo só empatado, a pressão será para não perdê-lo de vista. Independentemente disso, os dois times de futebol mais vistoso do país têm tudo para disputar um lindo clássico -o de número 84 na história, com 34 vitórias santistas e 27 gremistas, 25 a 19 no Brasileirão. Se na Pauliceia teremos o primeiro contra o quarto, nos Pampas o embate será entre o segundo e o terceiro colocados, como se fosse um cruzamento em mata-mata dos antigos regulamentos, felizmente encerrados, que misturavam fórmulas de campeonatos com as de copas. Cabe ao Flamengo não apenas lutar por sua sobrevivência, mas manter acesa a luta pelo título, por mais que seus anfitriões repilam a hipótese com todas as forças de quem está invicto há 31 jogos, com 19 vitórias. Pense: vai que o Corinthians ganhe e haja empate no sul; o Grêmio ficará a dez pontos e o Santos a 12 de distância, ainda no primeiro turno e faltando duas rodadas. Será muito, não acontece nem em campeonatos de um time só como quando o Bayern Munique dispara na Alemanha. Se dissesse que no Corinthians joga o trio MRN, sim, o trio Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar, vá lá, mas não. O Alvinegro é um time comum com uma campanha mais que incomum, marciana mesmo. Alguém tem de dar um paradeiro nisso. Será hoje? | 1 |
Como colocar cílios postiços (e gigantes) para o Carnaval | Os cílios gigantes, tipo drag queen, fazem um sucesso absurdo no Carnaval. Se no seu roteiro de folia estiverem blocos de rua, prepare-se para ser parada o tempo todo (mulheres perguntando onde compra e como faz para colar) ou então receber alguns "cafunés" nos seus olhos como parte de um xaveco furado. Crianças também curtem e apontam. Na galeria abaixo, o maquiador da Klass Vough, Marcio Oliveira, ensina como colocar os cílios e aguentar até o final do dia. A dica principal é investir na cola. A marca mais conhecida e usada, no Brasil e no mundo, é a Duo. Não é nada barata, custa entre R$ 40 e R$ 70. Para deixar ainda mais resistente, deixe a cola secar um pouco nos cílios postiços (vale dar uma assopradela). Ao contrários dos cílios pretos comuns, os coloridos devem ser colados alguns milímetros acima dos pelos naturais. "A ideia é deixá-los mais em pé. Como são grandes, corre o risco de ficar reto, meio tombado", diz Oliveira. E o rímel também pode ser dispensado. Ao contrário dos postiços pretos, a gente não precisa juntar os falsos com os naturais com a máscara." Veja o passo a passo | colunas | Como colocar cílios postiços (e gigantes) para o CarnavalOs cílios gigantes, tipo drag queen, fazem um sucesso absurdo no Carnaval. Se no seu roteiro de folia estiverem blocos de rua, prepare-se para ser parada o tempo todo (mulheres perguntando onde compra e como faz para colar) ou então receber alguns "cafunés" nos seus olhos como parte de um xaveco furado. Crianças também curtem e apontam. Na galeria abaixo, o maquiador da Klass Vough, Marcio Oliveira, ensina como colocar os cílios e aguentar até o final do dia. A dica principal é investir na cola. A marca mais conhecida e usada, no Brasil e no mundo, é a Duo. Não é nada barata, custa entre R$ 40 e R$ 70. Para deixar ainda mais resistente, deixe a cola secar um pouco nos cílios postiços (vale dar uma assopradela). Ao contrários dos cílios pretos comuns, os coloridos devem ser colados alguns milímetros acima dos pelos naturais. "A ideia é deixá-los mais em pé. Como são grandes, corre o risco de ficar reto, meio tombado", diz Oliveira. E o rímel também pode ser dispensado. Ao contrário dos postiços pretos, a gente não precisa juntar os falsos com os naturais com a máscara." Veja o passo a passo | 1 |
Chega ao fim a carreira de Joey Barton, o jogador da fúria incontrolável | Uma das histórias que Joey Barton, 34, mais gosta de contar aos amigos é sobre seu primeiro dia na prisão de Walton, na Inglaterra. Ele esperava o pior. Era um jogador de futebol famoso, então no Newcastle, da primeira divisão, condenado a passar seis meses na cadeia. Era alvo fácil para os outros detentos. Parecia uma confraria entre amigos. Ele encontrou uma dúzia de ex-colegas da escola. Amigos de longa data do seu pai vieram apresentar-se. A pena se tornou quase uma longa temporada em Huyton, o problemático distrito próximo a Liverpool onde nasceu. "Joey não quer falar neste momento. Não crê que tem nada a ganhar. O melhor é ficar calado. Desculpe", foi a resposta de Eddy Jennings, agente e assessor de Barton para o pedido de entrevista da Folha. Barton decidiu se aposentar após ser suspenso por 18 meses pela Federação Inglesa. Ele quebrou as regras da entidade ao fazer apostas em partidas de futebol profissional. Foram 1.260 entre março de 2006 e maio de 2013. Colocou dinheiro em jogos de seus clubes. Algumas vezes, apostou que estes perderiam. Mas sempre, como fez questão de deixar claro, quando não estava jogando, por suspensão ou lesão. Também foi multado em cerca de R$ 150 mil. Durante duas semanas, a Folha conversou com Jennings, técnicos e jornalistas que acompanharam a trajetória de um dos mais polêmicos nomes da história recente do futebol. Volante com histórico de agressões, uma prisão, suspensões, tratamento contra o vício de apostas e terapia para reduzir a raiva, foi um dos raros jogadores capazes de citar o filósofo alemão Nietzsche, fã da banda de rock britânico The Smiths e com coragem para desafiar qualquer poder estabelecido. "Joey tem uma inteligência acima da média. Ele teve seus problemas, todos bem documentados pela imprensa. Mas não tenho nada a dizer de mau sobre ele. Ajudou-me muito. A suspensão que recebeu foi rigorosa demais", afirma, por meio da assessoria de imprensa do Burnley, o técnico Sean Dyche. Barton estava no clube quando foi suspenso. Na era do Twitter, onde opiniões definitivas sobre qualquer assunto ou pessoa são dadas em 140 caracteres, o jogador ganhou quase três milhões de seguidores. É citado cerca de 200 mil vezes por mês na rede social. Quando o Newcastle o fez treinar sozinho após ter sido expulso em uma partida, ele tuitou: "Em tempos de enganações universais, contar a verdade será um ato revolucionário". A frase é do escritor e jornalista inglês George Orwell, famoso pelos livros "1984" e "A Revolução dos Bichos". "Se você quer um jogador de futebol comum, dentro e fora de campo, Joey Barton não será sua opção. Pena que o talento dele foi ofuscado na maior parte das vezes pelos problemas longe dos gramados", declara o ex-lateral Stuart Pearce, que foi técnico do volante no Manchester City. Ao mesmo tempo que acha o momento certo para dizer que "fama, fama, total fama pode fazer truques odiosos na sua mente", citando a música "Frankly, Mr.Shankly", de "The Smiths", é capaz de apagar um cigarro no olho de Jamie Tandy, companheiro de Manchester City, durante uma festa de Natal do clube, em dezembro de 2004. Ou quase brigar com todo o time do próprio City na última rodada do Campeonato Inglês de 2012, quando atuava pelo Queen's Park Rangers. Teve de ser arrastado para o vestiário. "A violência é estranhamente hipnótica, quase orgânica na sua pureza", ele escreveu em sua autobiografia, "No Nonsense" (algo como "Sem brincadeira", em tradução livre), publicada no ano passado. É uma citação que encontra paralelo na conclusão de Sigmund Freud, pai da psicanálise, ao afirmar que todos os seres humanos carregam dentro de si uma fúria incontrolável. Em maio de 2007, teve discussão com o colega de elenco Ousmane Dabo durante um treino do Manchester City e o nocauteou com um soco. Processado pelo jogador, foi condenado a quatro meses de cadeia. A pena foi suspensa, mas ajudou a mandá-lo para a prisão em Walton quando foi detido pela polícia sete meses depois por causa de briga em uma boate de Liverpool. A mesma fúria que carregou nas opiniões e para escrever (ou dizer), sem filtros, o que pensa, a colocou em apuros. Quando estava no Olympique de Marselha (FRA), ele chamou o zagueiro brasileiro Thiago Silva de "travesti com sobrepeso". Deu várias alfinetadas em Neymar e o definiu como o "Justin Bieber do futebol". Segundo Jennings, Barton está acostumado a situações de conflito e cresceu com elas. Lembra história de quando um circo apareceu em Huyton e o levantador de peso jogou pela janela do pub um homem que havia se engraçado com a trapezista. O agredido fazia parte da Huyton Baddies, a gangue do pai de Joey. Eles botaram fogo no circo e bateram em todos os que não foram espertos o bastante para correr. Um dos membros da gangue achou que seria boa ideia abrir as jaulas dos animais... Sua carreira como jogador foi um grande conflito, uma coleção de inimigos. Jogadores, jornalistas e técnicos. Ele chamou o ex-meia do Liverpool e da seleção alemã, Dietmar Hamman, de "inseto" e "idiota". Disse se vestir melhor e ter mais personalidade que o ex-atacante e comentarista Alan Shearer, da BBC. Ironizou Brendan Rodgers, técnico do Celtic, da Escócia, ao dizer que ele reclamava muito porque passava por "uma crise de meia-idade". "Grande parte da punição, que achei excessiva, foi porque se trata de Joey Barton e todos têm uma opinião sobre ele. Proibir o rapaz de não jogar por 18 meses... Ignora a doença que ele tinha, o vício de apostar. Eu posso falar porque passei por isso", afirma Derek McInnes, técnico do Aberdeeen, da Escócia, que enfrentou Barton na última temporada, pela liga local. As pessoas ligadas ao agora ex-volante sinalizam a possibilidade de uma carreira como comentarista. Ele já teve participações esporádicas em transmissões de jogos do canal BT Sports, do Reino Unido. Saiu-se bem, principalmente por perceber que não pode dizer ao microfone tudo que vem à mente. "Fiz tantas besteiras na vida quanto fossem possíveis, mas nunca roubei ninguém. Não sou um mentiroso. Tenho princípios que são caros para mim. Se pudesse voltar no tempo e mudar algumas coisas, faria isso. Mas não posso. Tudo o que posso fazer é mudar meu mundo para melhor, um dia de cada vez", ele escreveu em sua autobiografia. | esporte | Chega ao fim a carreira de Joey Barton, o jogador da fúria incontrolávelUma das histórias que Joey Barton, 34, mais gosta de contar aos amigos é sobre seu primeiro dia na prisão de Walton, na Inglaterra. Ele esperava o pior. Era um jogador de futebol famoso, então no Newcastle, da primeira divisão, condenado a passar seis meses na cadeia. Era alvo fácil para os outros detentos. Parecia uma confraria entre amigos. Ele encontrou uma dúzia de ex-colegas da escola. Amigos de longa data do seu pai vieram apresentar-se. A pena se tornou quase uma longa temporada em Huyton, o problemático distrito próximo a Liverpool onde nasceu. "Joey não quer falar neste momento. Não crê que tem nada a ganhar. O melhor é ficar calado. Desculpe", foi a resposta de Eddy Jennings, agente e assessor de Barton para o pedido de entrevista da Folha. Barton decidiu se aposentar após ser suspenso por 18 meses pela Federação Inglesa. Ele quebrou as regras da entidade ao fazer apostas em partidas de futebol profissional. Foram 1.260 entre março de 2006 e maio de 2013. Colocou dinheiro em jogos de seus clubes. Algumas vezes, apostou que estes perderiam. Mas sempre, como fez questão de deixar claro, quando não estava jogando, por suspensão ou lesão. Também foi multado em cerca de R$ 150 mil. Durante duas semanas, a Folha conversou com Jennings, técnicos e jornalistas que acompanharam a trajetória de um dos mais polêmicos nomes da história recente do futebol. Volante com histórico de agressões, uma prisão, suspensões, tratamento contra o vício de apostas e terapia para reduzir a raiva, foi um dos raros jogadores capazes de citar o filósofo alemão Nietzsche, fã da banda de rock britânico The Smiths e com coragem para desafiar qualquer poder estabelecido. "Joey tem uma inteligência acima da média. Ele teve seus problemas, todos bem documentados pela imprensa. Mas não tenho nada a dizer de mau sobre ele. Ajudou-me muito. A suspensão que recebeu foi rigorosa demais", afirma, por meio da assessoria de imprensa do Burnley, o técnico Sean Dyche. Barton estava no clube quando foi suspenso. Na era do Twitter, onde opiniões definitivas sobre qualquer assunto ou pessoa são dadas em 140 caracteres, o jogador ganhou quase três milhões de seguidores. É citado cerca de 200 mil vezes por mês na rede social. Quando o Newcastle o fez treinar sozinho após ter sido expulso em uma partida, ele tuitou: "Em tempos de enganações universais, contar a verdade será um ato revolucionário". A frase é do escritor e jornalista inglês George Orwell, famoso pelos livros "1984" e "A Revolução dos Bichos". "Se você quer um jogador de futebol comum, dentro e fora de campo, Joey Barton não será sua opção. Pena que o talento dele foi ofuscado na maior parte das vezes pelos problemas longe dos gramados", declara o ex-lateral Stuart Pearce, que foi técnico do volante no Manchester City. Ao mesmo tempo que acha o momento certo para dizer que "fama, fama, total fama pode fazer truques odiosos na sua mente", citando a música "Frankly, Mr.Shankly", de "The Smiths", é capaz de apagar um cigarro no olho de Jamie Tandy, companheiro de Manchester City, durante uma festa de Natal do clube, em dezembro de 2004. Ou quase brigar com todo o time do próprio City na última rodada do Campeonato Inglês de 2012, quando atuava pelo Queen's Park Rangers. Teve de ser arrastado para o vestiário. "A violência é estranhamente hipnótica, quase orgânica na sua pureza", ele escreveu em sua autobiografia, "No Nonsense" (algo como "Sem brincadeira", em tradução livre), publicada no ano passado. É uma citação que encontra paralelo na conclusão de Sigmund Freud, pai da psicanálise, ao afirmar que todos os seres humanos carregam dentro de si uma fúria incontrolável. Em maio de 2007, teve discussão com o colega de elenco Ousmane Dabo durante um treino do Manchester City e o nocauteou com um soco. Processado pelo jogador, foi condenado a quatro meses de cadeia. A pena foi suspensa, mas ajudou a mandá-lo para a prisão em Walton quando foi detido pela polícia sete meses depois por causa de briga em uma boate de Liverpool. A mesma fúria que carregou nas opiniões e para escrever (ou dizer), sem filtros, o que pensa, a colocou em apuros. Quando estava no Olympique de Marselha (FRA), ele chamou o zagueiro brasileiro Thiago Silva de "travesti com sobrepeso". Deu várias alfinetadas em Neymar e o definiu como o "Justin Bieber do futebol". Segundo Jennings, Barton está acostumado a situações de conflito e cresceu com elas. Lembra história de quando um circo apareceu em Huyton e o levantador de peso jogou pela janela do pub um homem que havia se engraçado com a trapezista. O agredido fazia parte da Huyton Baddies, a gangue do pai de Joey. Eles botaram fogo no circo e bateram em todos os que não foram espertos o bastante para correr. Um dos membros da gangue achou que seria boa ideia abrir as jaulas dos animais... Sua carreira como jogador foi um grande conflito, uma coleção de inimigos. Jogadores, jornalistas e técnicos. Ele chamou o ex-meia do Liverpool e da seleção alemã, Dietmar Hamman, de "inseto" e "idiota". Disse se vestir melhor e ter mais personalidade que o ex-atacante e comentarista Alan Shearer, da BBC. Ironizou Brendan Rodgers, técnico do Celtic, da Escócia, ao dizer que ele reclamava muito porque passava por "uma crise de meia-idade". "Grande parte da punição, que achei excessiva, foi porque se trata de Joey Barton e todos têm uma opinião sobre ele. Proibir o rapaz de não jogar por 18 meses... Ignora a doença que ele tinha, o vício de apostar. Eu posso falar porque passei por isso", afirma Derek McInnes, técnico do Aberdeeen, da Escócia, que enfrentou Barton na última temporada, pela liga local. As pessoas ligadas ao agora ex-volante sinalizam a possibilidade de uma carreira como comentarista. Ele já teve participações esporádicas em transmissões de jogos do canal BT Sports, do Reino Unido. Saiu-se bem, principalmente por perceber que não pode dizer ao microfone tudo que vem à mente. "Fiz tantas besteiras na vida quanto fossem possíveis, mas nunca roubei ninguém. Não sou um mentiroso. Tenho princípios que são caros para mim. Se pudesse voltar no tempo e mudar algumas coisas, faria isso. Mas não posso. Tudo o que posso fazer é mudar meu mundo para melhor, um dia de cada vez", ele escreveu em sua autobiografia. | 3 |
Crítica: Anjos de 'Asas do Desejo' são belo reflexo da solidão divina | Uma bela frase do crítico Roger Ebert define os anjos de "Asas do Desejo" (1987, 14 anos, Arte 1, 21h25): são o reflexo da solidão de Deus. Esses guardiães que nos veem sem ser vistos e pairam, no caso, sobre uma Berlim ainda dividida, carregam a nostalgia do humano, a percepção de que todo poder equivale mais ou menos a não poder nada. Daí a decisão de trocar a eternidade e a invisibilidade pela fragilidade do humano. E se apaixonar por uma humana. Talvez seja este o último momento de talento inequívoco do diretor Wim Wenders, poeta da errância: seus personagens, após muito vagarem pela Terra, aqui passam a outra dimensão sem perderem em nada sua força. Mais cedo, "Reflexões de um Liquidificador" (2010, 16 anos, Canal Brasil, 19h30) surpreenderá pela irônica passagem entre o inanimado e o animado. | ilustrada | Crítica: Anjos de 'Asas do Desejo' são belo reflexo da solidão divinaUma bela frase do crítico Roger Ebert define os anjos de "Asas do Desejo" (1987, 14 anos, Arte 1, 21h25): são o reflexo da solidão de Deus. Esses guardiães que nos veem sem ser vistos e pairam, no caso, sobre uma Berlim ainda dividida, carregam a nostalgia do humano, a percepção de que todo poder equivale mais ou menos a não poder nada. Daí a decisão de trocar a eternidade e a invisibilidade pela fragilidade do humano. E se apaixonar por uma humana. Talvez seja este o último momento de talento inequívoco do diretor Wim Wenders, poeta da errância: seus personagens, após muito vagarem pela Terra, aqui passam a outra dimensão sem perderem em nada sua força. Mais cedo, "Reflexões de um Liquidificador" (2010, 16 anos, Canal Brasil, 19h30) surpreenderá pela irônica passagem entre o inanimado e o animado. | 6 |
FlipSide, versão britânica da Flip, terá Fernanda Torres e Cristovão Tezza | Fernanda Torres e Cristovão Tezza irão representar o Brasil na versão britânica da Festa Literária Internacional de Paraty, a FlipSide. O evento será realizado entre 2 e 4 de outubro em Snape Maltings, cidadezinha do sudoeste da costa britânica. Atriz e colunista da Folha, Fernanda lançou em 2013 seu primeiro romance, "Fim" (Companhia das Letra). Tezza é autor de alguns dos mais elogiados romances brasileiros contemporâneos, como "O Filho Eterno" (Record). Escritores renomados do Reino Unido também estarão no encontro literário. O dramaturgo David Hare, convidado da última edição da Flip, vai apresentar seu novo livro de memórias, "The Blue Touch Paper". Também foram convidados os romancistas Louis de Bernières, Joanna Trollope e Julia Blackburn. Da América Latina há também o mexicano Juan Pablo Villalobos ("Festa no Covil", Companhia das Letras"). O angolano José Eduardo Agualusa irá lançar em solo britânico o romance "Teoria Geral do Esquecimento". A FlipSide foi lançada em 2013 por Liz Calder, também idealizado da Flip, como uma forma de "celebração da riqueza cultural brasileira no coração da Inglaterra". Além da programação literária, há também atrações musicais, como o grupo britânico The Fontanas, que funde o funk brasileiro e ritmos latinos, a cantora cabo-verdiana Mayra Andrade e o cantor argentino de tango Leonardo Suarez Paz. Snape Maltings, a terra da Flip inglesa, é a sede de um dos principais eventos de música clássica do mundo, o Aldeburgh Festival. | ilustrada | FlipSide, versão britânica da Flip, terá Fernanda Torres e Cristovão TezzaFernanda Torres e Cristovão Tezza irão representar o Brasil na versão britânica da Festa Literária Internacional de Paraty, a FlipSide. O evento será realizado entre 2 e 4 de outubro em Snape Maltings, cidadezinha do sudoeste da costa britânica. Atriz e colunista da Folha, Fernanda lançou em 2013 seu primeiro romance, "Fim" (Companhia das Letra). Tezza é autor de alguns dos mais elogiados romances brasileiros contemporâneos, como "O Filho Eterno" (Record). Escritores renomados do Reino Unido também estarão no encontro literário. O dramaturgo David Hare, convidado da última edição da Flip, vai apresentar seu novo livro de memórias, "The Blue Touch Paper". Também foram convidados os romancistas Louis de Bernières, Joanna Trollope e Julia Blackburn. Da América Latina há também o mexicano Juan Pablo Villalobos ("Festa no Covil", Companhia das Letras"). O angolano José Eduardo Agualusa irá lançar em solo britânico o romance "Teoria Geral do Esquecimento". A FlipSide foi lançada em 2013 por Liz Calder, também idealizado da Flip, como uma forma de "celebração da riqueza cultural brasileira no coração da Inglaterra". Além da programação literária, há também atrações musicais, como o grupo britânico The Fontanas, que funde o funk brasileiro e ritmos latinos, a cantora cabo-verdiana Mayra Andrade e o cantor argentino de tango Leonardo Suarez Paz. Snape Maltings, a terra da Flip inglesa, é a sede de um dos principais eventos de música clássica do mundo, o Aldeburgh Festival. | 6 |
MP do Futebol, que propõe o refinanciamento das dívidas dos clubes, deve ser aprovada? Sim | DIDA E JUAN: UMA LEI PELA MELHORIA DO FUTEBOL Depois de décadas de caos na organização do futebol brasileiro e do sufoco financeiro em que estão os nossos clubes, finalmente vemos uma luz no fim do túnel que não seja mais um trem alemão para nos atropelar. Conhecida como MP do Futebol, a medida provisória 671 é um alento aos amantes do esporte, que querem mudanças de verdade na estrutura do nosso futebol. A medida provisória oferece um generoso refinanciamento das dívidas dos clubes com a União, estimada em R$ 4 bilhões, com critérios de responsabilidade fiscal e trabalhista, para que paguem em dia os salários dos atletas, da comissão técnica e dos funcionários, e mantenham em dia seus tributos. Ainda, a MP cria incentivos para a democratização das federações estaduais e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Tudo isso dentro da lei, de acordo com a Constituição Federal, que estabelece em seu artigo 217 a autonomia, e não a soberania da entidade desportiva. O Bom Senso F.C. apoia vigorosamente a medida provisória. Ela contempla medidas concretas de transparência e democracia à gestão do futebol. Justamente o que causa pânico a alguns cartolas que comandam a CBF e os clubes. A "nova" diretoria da CBF promove um alvoroço contra a MP, acusando-a de ser "intervencionista". Amparada na Fifa, faz um terrorismo entre os clubes e a opinião pública, dizendo que a MP leva à proibição das equipes brasileiras na Libertadores da América e da seleção brasileira na Copa do Mundo. Isso é balela, todos sabem que as leis nacionais só têm validade no Brasil. De qualquer maneira, o Bom Senso F.C. irá propor aos parlamentares que tornem isso explícito por escrito na lei, para não haver ninguém que se deixe enganar. As medidas que verdadeiramente incomodam a CBF são estas: a limitação de quatro anos de mandato a seus dirigentes, com direito a apenas uma reeleição, e a garantia de participação de atletas nos colegiados de direção e na eleição para os cargos da entidade. Querem continuar com mandatos ilimitados e que os atletas não tenham direito a voto, ou seja, farão de tudo para se manter no poder, custe o que custar. Mesmo que isso gere 20 mil desempregados no futebol ao ano, vítimas de um calendário irracional, que sobrecarrega as grandes equipes e permite apenas três meses de competição para 80% dos clubes do país. Os clubes estão à beira do colapso financeiro com dívidas bilionárias com a União, com atletas, com técnicos e com profissionais do esporte. A MP é uma sólida e segura saída. Os mecanismos de responsabilidade fiscal são úteis aos clubes, uma prevenção aos péssimos dirigentes, que insistem em seguir a lógica de endividamento dos clubes. Com a nova legislação, quem cometer gestão irregular ou temerária será punido: o clube com sanções desportivas, que vão desde advertências a medidas mais rígidas como rebaixamento. Os dirigentes responderão com seus próprios bens e se tornarão inelegíveis por dez anos ao comando dos clubes. Apoiamos a MP porque ela traz a salvação financeira que os clubes precisam. Em resumo, a medida provisória oxigena o autoritário comando do futebol brasileiro e moderniza a administração dos clubes profissionais de futebol. Trata-se de uma contribuição decisiva dos amantes do futebol ao desenvolvimento do esporte. Será o maior legado esportivo desde os 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo. Uma lei que melhora o futebol sem ferir a Constituição. NELSON DE JESUS SILVA, o Dida, 41, e JUAN SILVEIRA DOS SANTOS, 36, são jogadores do Sport Club Internacional, com passagens pela seleção brasileira, e integrantes do Bom Senso F.C., associação dedicada a promover reformulações no esporte * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | opiniao | MP do Futebol, que propõe o refinanciamento das dívidas dos clubes, deve ser aprovada? SimDIDA E JUAN: UMA LEI PELA MELHORIA DO FUTEBOL Depois de décadas de caos na organização do futebol brasileiro e do sufoco financeiro em que estão os nossos clubes, finalmente vemos uma luz no fim do túnel que não seja mais um trem alemão para nos atropelar. Conhecida como MP do Futebol, a medida provisória 671 é um alento aos amantes do esporte, que querem mudanças de verdade na estrutura do nosso futebol. A medida provisória oferece um generoso refinanciamento das dívidas dos clubes com a União, estimada em R$ 4 bilhões, com critérios de responsabilidade fiscal e trabalhista, para que paguem em dia os salários dos atletas, da comissão técnica e dos funcionários, e mantenham em dia seus tributos. Ainda, a MP cria incentivos para a democratização das federações estaduais e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Tudo isso dentro da lei, de acordo com a Constituição Federal, que estabelece em seu artigo 217 a autonomia, e não a soberania da entidade desportiva. O Bom Senso F.C. apoia vigorosamente a medida provisória. Ela contempla medidas concretas de transparência e democracia à gestão do futebol. Justamente o que causa pânico a alguns cartolas que comandam a CBF e os clubes. A "nova" diretoria da CBF promove um alvoroço contra a MP, acusando-a de ser "intervencionista". Amparada na Fifa, faz um terrorismo entre os clubes e a opinião pública, dizendo que a MP leva à proibição das equipes brasileiras na Libertadores da América e da seleção brasileira na Copa do Mundo. Isso é balela, todos sabem que as leis nacionais só têm validade no Brasil. De qualquer maneira, o Bom Senso F.C. irá propor aos parlamentares que tornem isso explícito por escrito na lei, para não haver ninguém que se deixe enganar. As medidas que verdadeiramente incomodam a CBF são estas: a limitação de quatro anos de mandato a seus dirigentes, com direito a apenas uma reeleição, e a garantia de participação de atletas nos colegiados de direção e na eleição para os cargos da entidade. Querem continuar com mandatos ilimitados e que os atletas não tenham direito a voto, ou seja, farão de tudo para se manter no poder, custe o que custar. Mesmo que isso gere 20 mil desempregados no futebol ao ano, vítimas de um calendário irracional, que sobrecarrega as grandes equipes e permite apenas três meses de competição para 80% dos clubes do país. Os clubes estão à beira do colapso financeiro com dívidas bilionárias com a União, com atletas, com técnicos e com profissionais do esporte. A MP é uma sólida e segura saída. Os mecanismos de responsabilidade fiscal são úteis aos clubes, uma prevenção aos péssimos dirigentes, que insistem em seguir a lógica de endividamento dos clubes. Com a nova legislação, quem cometer gestão irregular ou temerária será punido: o clube com sanções desportivas, que vão desde advertências a medidas mais rígidas como rebaixamento. Os dirigentes responderão com seus próprios bens e se tornarão inelegíveis por dez anos ao comando dos clubes. Apoiamos a MP porque ela traz a salvação financeira que os clubes precisam. Em resumo, a medida provisória oxigena o autoritário comando do futebol brasileiro e moderniza a administração dos clubes profissionais de futebol. Trata-se de uma contribuição decisiva dos amantes do futebol ao desenvolvimento do esporte. Será o maior legado esportivo desde os 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo. Uma lei que melhora o futebol sem ferir a Constituição. NELSON DE JESUS SILVA, o Dida, 41, e JUAN SILVEIRA DOS SANTOS, 36, são jogadores do Sport Club Internacional, com passagens pela seleção brasileira, e integrantes do Bom Senso F.C., associação dedicada a promover reformulações no esporte * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 7 |
Barcelona insinua que Real está por trás de caso judicial sobre Neymar | O presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, insinuou que o principal rival do clube, o Real Madrid, pode estar envolvido no caso judicial sobre a transferência de Neymar. "Não fizemos nada errado e eu vou continuar dizendo a verdade. A contratação de Neymar aconteceu usando os advogados com mais prestígio", disse Bartomeu em entrevista a uma rede de televisão espanhola. "Outros clubes quiseram contratar o Neymar pagando mais dinheiro, mas não conseguiram e não gostaram disso. Agora alguém passou dos limites. Eu não estou dizendo que o Real Madrid está por trás disso, mas o pai de Neymar me contou que eram duas ofertas: Barça e Madrid. O Madrid queria comprá-lo e estava disposto a pagar por ele", acrescentou. Bartomeu também sugeriu que existe uma campanha política contra o clube por conta de seu papel no nacionalismo catalão. "Um ano atrás nós autorizamos o Camp Nou a ser usado para o Concerto da Liberdade, nós jogamos com as cores da bandeira Senyera (bandeira catalã)... talvez não gostem disso", disse. Bartomeu será questionado no dia 13 de fevereiro sobre a eventual fraude fiscal do Barcelona. No total, sua gestão teria deixado de pagar ao fisco espanhol € 2,8 milhões (R$ 8,5 milhões) em impostos devidos pelo Barcelona. O promotor José Perals também pediu a abertura de ações contra o clube e contra o ex-presidente Sandro Rosell, por supostos delitos fiscais e societários. Os pedidos de Perals estão fundamentados em relatório da Agência Tributária do país, que revela que a transferência de Neymar custou ao Barcelona aproximadamente € 83 milhões (R$ 253 milhões). O clube teria deixado de pagar cerca de € 12 milhões (R$ 37 milhões) em impostos, o que elevaria o valor da transferência para cerca de € 95 milhões (R$ 290 milhões). Trata-se de valor superior aos € 57,1 milhões (R$ 174 milhões) que o clube indicou ter gastado. As investigações em torno dos valores não declarados levaram à renúncia de Rosell em janeiro de 2014 (confira ao lado os capítulos anteriores do caso). Há um ano, o clube anunciou que o valor investido era de € 86,2 milhões (R$ 263 milhões), incluindo impostos, ainda abaixo do que agora é calculado pelo promotor. OS PRESIDENTES Sob o comando de Bartomeu, o clube teria deixado de pagar € 2,6 milhões (R$ 7,9 milhões) em impostos referentes à transferência de Neymar. Além disso, o Barcelona também não teria pago cerca de € 250 mil (R$ 763 mil) em impostos relativos aos direitos de imagem do atacante. Com a intenção de agilizar os processos contra o Barcelona e Rosell, Perals pede que seja aberto um processo à parte para Bartomeu. Segundo Perals, Rosell teria ocultado os custos da transferência em 2013, mantendo o valor de € 57,1 milhões na prestação de contas aprovada em assembleia geral do clube, mesmo diante de questionamentos de associados. Para o promotor, Rosell quis se assegurar da transferência do jogador aumentando os valores, mas deixou de informar esse incremento ao fisco de modo que as contas do clube não fossem afetadas. | esporte | Barcelona insinua que Real está por trás de caso judicial sobre NeymarO presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, insinuou que o principal rival do clube, o Real Madrid, pode estar envolvido no caso judicial sobre a transferência de Neymar. "Não fizemos nada errado e eu vou continuar dizendo a verdade. A contratação de Neymar aconteceu usando os advogados com mais prestígio", disse Bartomeu em entrevista a uma rede de televisão espanhola. "Outros clubes quiseram contratar o Neymar pagando mais dinheiro, mas não conseguiram e não gostaram disso. Agora alguém passou dos limites. Eu não estou dizendo que o Real Madrid está por trás disso, mas o pai de Neymar me contou que eram duas ofertas: Barça e Madrid. O Madrid queria comprá-lo e estava disposto a pagar por ele", acrescentou. Bartomeu também sugeriu que existe uma campanha política contra o clube por conta de seu papel no nacionalismo catalão. "Um ano atrás nós autorizamos o Camp Nou a ser usado para o Concerto da Liberdade, nós jogamos com as cores da bandeira Senyera (bandeira catalã)... talvez não gostem disso", disse. Bartomeu será questionado no dia 13 de fevereiro sobre a eventual fraude fiscal do Barcelona. No total, sua gestão teria deixado de pagar ao fisco espanhol € 2,8 milhões (R$ 8,5 milhões) em impostos devidos pelo Barcelona. O promotor José Perals também pediu a abertura de ações contra o clube e contra o ex-presidente Sandro Rosell, por supostos delitos fiscais e societários. Os pedidos de Perals estão fundamentados em relatório da Agência Tributária do país, que revela que a transferência de Neymar custou ao Barcelona aproximadamente € 83 milhões (R$ 253 milhões). O clube teria deixado de pagar cerca de € 12 milhões (R$ 37 milhões) em impostos, o que elevaria o valor da transferência para cerca de € 95 milhões (R$ 290 milhões). Trata-se de valor superior aos € 57,1 milhões (R$ 174 milhões) que o clube indicou ter gastado. As investigações em torno dos valores não declarados levaram à renúncia de Rosell em janeiro de 2014 (confira ao lado os capítulos anteriores do caso). Há um ano, o clube anunciou que o valor investido era de € 86,2 milhões (R$ 263 milhões), incluindo impostos, ainda abaixo do que agora é calculado pelo promotor. OS PRESIDENTES Sob o comando de Bartomeu, o clube teria deixado de pagar € 2,6 milhões (R$ 7,9 milhões) em impostos referentes à transferência de Neymar. Além disso, o Barcelona também não teria pago cerca de € 250 mil (R$ 763 mil) em impostos relativos aos direitos de imagem do atacante. Com a intenção de agilizar os processos contra o Barcelona e Rosell, Perals pede que seja aberto um processo à parte para Bartomeu. Segundo Perals, Rosell teria ocultado os custos da transferência em 2013, mantendo o valor de € 57,1 milhões na prestação de contas aprovada em assembleia geral do clube, mesmo diante de questionamentos de associados. Para o promotor, Rosell quis se assegurar da transferência do jogador aumentando os valores, mas deixou de informar esse incremento ao fisco de modo que as contas do clube não fossem afetadas. | 3 |
Além da lama, agricultores e pescadores buscam reparações em Minas | Para pescadores que vivem na divisa entre Minas Gerais e Espírito Santos, a tarefa mais difícil dos milhares de atingidos pelo desastre ambiental no rio Doce, o que inclui eles próprios, será receber dos responsáveis reparações para as perdas financeiras que tiveram.Reportagem dos enviados especiais Lucas Ferraz e Avener Prado segue o rastro deixado pelo rompimento de barragemem Mariana (MG) e mostra, em textos e vídeo, as consequências ambientais, econômicas e sociais do histórico desastre.Confira completo em: http://temas.folha.uol.com.br/o-caminho-da-lama/ | tv | Além da lama, agricultores e pescadores buscam reparações em MinasPara pescadores que vivem na divisa entre Minas Gerais e Espírito Santos, a tarefa mais difícil dos milhares de atingidos pelo desastre ambiental no rio Doce, o que inclui eles próprios, será receber dos responsáveis reparações para as perdas financeiras que tiveram.Reportagem dos enviados especiais Lucas Ferraz e Avener Prado segue o rastro deixado pelo rompimento de barragemem Mariana (MG) e mostra, em textos e vídeo, as consequências ambientais, econômicas e sociais do histórico desastre.Confira completo em: http://temas.folha.uol.com.br/o-caminho-da-lama/ | 11 |
Sidney Beraldo: Lupa da cidadania | Para comentar a situação da educação no Brasil, Anísio Teixeira costumava dizer: "Tudo legal e tudo muito ruim". Recorro à frase do célebre educador brasileiro para ilustrar o dilema que assola os órgãos de fiscalização e controle externo do poder público, aí incluídos os Tribunais de Contas dos Estados. De que adianta apenas inspecionar se determinado município está com sua situação contábil e orçamentária regular e cumpre a Lei de Responsabilidade Fiscal, enquanto sua população sofre com filas nos postos de saúde ou com a falta de professores? Depois das manifestações de junho de 2013, os administradores públicos serão cada vez mais instados a apresentar não apenas lisura no manejo das contas sob sua responsabilidade, mas, principalmente, resultados positivos à população. Para responder a esses desafios, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) de São Paulo apresenta um novo paradigma de controle externo, gestado com a implantação, a partir deste ano, de uma ferramenta inovadora para mensurar de forma transparente e objetiva a eficácia das políticas públicas municipais. Trata-se do Índice de Efetividade da Gestão Municipal (IEGM), um indicador que irá apurar anualmente o desempenho concreto de sete índices e 150 quesitos da gestão pública dos municípios paulistas: educação, saúde, planejamento, gestão fiscal, meio ambiente, cidades protegidas e governança em tecnologia da informação. Após a coleta e checagem de todos os dados fornecidos pelas prefeituras, o TCE irá divulgar em sua página na internet um ranking anual com o índice de efetividade e a pontuação de cada município. Por meio desse indicador, será possível averiguar a situação de cada cidade e sua respectiva evolução (ou regressão) em itens que fazem parte do cotidiano dos moradores, como destinação do lixo, construção de creches, estímulo ao uso racional da água, bem como medidas preventivas adotadas na área da defesa civil contra desastres naturais, apenas para citar alguns exemplos. Além de estimular uma competição saudável entre as cidades, a divulgação do IEGM garante ao eleitor a possibilidade de monitorar a eficácia da aplicação dos recursos públicos, assegurando uma oportunidade para cobrar dos agentes eleitos e de suas equipes o cumprimento de planos de governo e promessas de campanha. Essa verdadeira lupa da cidadania também permitirá a comparação entre exercícios e gestões distintas, fortalecendo a cidadania e revigorando a democracia. Assim, inspirado em iniciativas adotadas por Tribunais de Contas internacionais, como o da Alemanha e o da União Europeia, o TCE paulista aprofunda a modernização de sua gestão e coloca-se em sintonia com as aspirações da sociedade por serviços públicos dignos, mais transparência e participação. Ao abraçar as potencialidades oferecidas pelos recursos da tecnologia da informação e pelos novos instrumentos de gestão pública, a corte paulista também amplia o seu modelo e escopo de fiscalização. Deixa de comportar-se apenas como um ente de aferição da legalidade da aplicação dos recursos do povo para transformar-se em uma auditoria de resultados. Em resumo, ter as contas aprovadas pela Corte não poderá ser mais exibido indistintamente como um troféu e atestado de uma boa gestão. Aliado a isso, a população vai demandar também uma performance satisfatória de seu município no ranking do IEGM. Ao trilhar esse caminho, o objetivo do TCE é contribuir para que as novas gerações possam reescrever uma nova versão para a frase de Anísio Teixeira: "Tudo legal e tudo muito bom". SIDNEY BERALDO, 64, é conselheiro e corregedor do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | opiniao | Sidney Beraldo: Lupa da cidadaniaPara comentar a situação da educação no Brasil, Anísio Teixeira costumava dizer: "Tudo legal e tudo muito ruim". Recorro à frase do célebre educador brasileiro para ilustrar o dilema que assola os órgãos de fiscalização e controle externo do poder público, aí incluídos os Tribunais de Contas dos Estados. De que adianta apenas inspecionar se determinado município está com sua situação contábil e orçamentária regular e cumpre a Lei de Responsabilidade Fiscal, enquanto sua população sofre com filas nos postos de saúde ou com a falta de professores? Depois das manifestações de junho de 2013, os administradores públicos serão cada vez mais instados a apresentar não apenas lisura no manejo das contas sob sua responsabilidade, mas, principalmente, resultados positivos à população. Para responder a esses desafios, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) de São Paulo apresenta um novo paradigma de controle externo, gestado com a implantação, a partir deste ano, de uma ferramenta inovadora para mensurar de forma transparente e objetiva a eficácia das políticas públicas municipais. Trata-se do Índice de Efetividade da Gestão Municipal (IEGM), um indicador que irá apurar anualmente o desempenho concreto de sete índices e 150 quesitos da gestão pública dos municípios paulistas: educação, saúde, planejamento, gestão fiscal, meio ambiente, cidades protegidas e governança em tecnologia da informação. Após a coleta e checagem de todos os dados fornecidos pelas prefeituras, o TCE irá divulgar em sua página na internet um ranking anual com o índice de efetividade e a pontuação de cada município. Por meio desse indicador, será possível averiguar a situação de cada cidade e sua respectiva evolução (ou regressão) em itens que fazem parte do cotidiano dos moradores, como destinação do lixo, construção de creches, estímulo ao uso racional da água, bem como medidas preventivas adotadas na área da defesa civil contra desastres naturais, apenas para citar alguns exemplos. Além de estimular uma competição saudável entre as cidades, a divulgação do IEGM garante ao eleitor a possibilidade de monitorar a eficácia da aplicação dos recursos públicos, assegurando uma oportunidade para cobrar dos agentes eleitos e de suas equipes o cumprimento de planos de governo e promessas de campanha. Essa verdadeira lupa da cidadania também permitirá a comparação entre exercícios e gestões distintas, fortalecendo a cidadania e revigorando a democracia. Assim, inspirado em iniciativas adotadas por Tribunais de Contas internacionais, como o da Alemanha e o da União Europeia, o TCE paulista aprofunda a modernização de sua gestão e coloca-se em sintonia com as aspirações da sociedade por serviços públicos dignos, mais transparência e participação. Ao abraçar as potencialidades oferecidas pelos recursos da tecnologia da informação e pelos novos instrumentos de gestão pública, a corte paulista também amplia o seu modelo e escopo de fiscalização. Deixa de comportar-se apenas como um ente de aferição da legalidade da aplicação dos recursos do povo para transformar-se em uma auditoria de resultados. Em resumo, ter as contas aprovadas pela Corte não poderá ser mais exibido indistintamente como um troféu e atestado de uma boa gestão. Aliado a isso, a população vai demandar também uma performance satisfatória de seu município no ranking do IEGM. Ao trilhar esse caminho, o objetivo do TCE é contribuir para que as novas gerações possam reescrever uma nova versão para a frase de Anísio Teixeira: "Tudo legal e tudo muito bom". SIDNEY BERALDO, 64, é conselheiro e corregedor do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 7 |
Fotógrafo dos escritores, Daniel Mordzinski lança livro no Brasil | De mãos dadas, o casal vestindo roupas de frio desce correndo uma praia. O foco se arrisca para capturar a alegria infantil em seus rostos. Poderia ser uma cena de filme, mas é um retrato dos escritores mexicanos Álvaro Enrigue e Valeria Luiselli feito por Daniel Mordzinski. Procure uma foto de um escritor posando em sua biblioteca pelas páginas de "A Literatura na Lente de Daniel Mordzinski" e não achará. No seu primeiro livro lançado no Brasil, porém, o fotógrafo argentino, 56, colocou-os em cemitérios, em pedestais, ou dormindo num terraço à beira-mar, tendo por coberta só um céu cinza, caso do poeta Eucanaã Ferraz. As "fotinskis", "foto + Mordzinski", termo que ele próprio emprega e define em entrevista à Folha, "são travessuras visuais, sempre rápidas e respeitosas". "Para que haja uma fotinski, tem de haver intimidade, uma sorte de diálogo, ainda que inaudível, mas não invisível." "O Mordzinski é sobretudo um fotógrafo-encenador", diz Eucanaã Ferraz. "Ele transforma seus fotografados em personagens. Escritores são uma gente que entende disso." O poeta carioca conta que Mordzinski rapidamente cria esses cenários, como no caso de seu retrato no livro. Depois de algumas imagens feitas na saída de um restaurante em Póvoa de Varzim, onde acontecia um encontro de escritores, o fotógrafo perguntou ao poeta o que ele usava para dormir. "Pijama, respondi. Ele pediu que eu vestisse meu pijama e descêssemos para a foto." Era inverno e fazia um frio "insuportável" no norte de Portugal, lembra Ferraz. Mas, diz, "você não pergunta a um fotógrafo com o nível de profissionalismo e a simpatia do Mordzinski o que ele vai fazer. Você simplesmente vai". "Creio que escritores e outros artistas aceitam entrar no jogo dele porque sabem que o resultado ficará ótimo, mas sobretudo porque compreendem que um criador precisa de matérias para criar." "Para mim, a única fronteira clara é o respeito. Os escritores aceitam minhas propostas porque se divertem e sabem que nunca os engano", afirma Mordzinski. Para retratar a tímida Ana Martins Marques, escolheu bambus entre os quais a poeta mineira quase se esconde. A imagem foi feita a convite do Festival Literário Internacional de Belo Horizonte, em 2015, para uma mostra do fotógrafo com imagens de escritores em suas cidades. "Nunca gostei de ser fotografada e estava muito apreensiva. Daniel propôs um encontro no dia anterior e fiquei bastante surpresa ao ver que ele já conhecia bem meus livros", recorda ela, que, como Ferraz, evidencia o lado criador de Mordzinski. "Não é todo dia que se tem a sensação de ver um artista de verdade trabalhar; ver o Daniel fotografar me deu essa sensação. Sendo um 'fotógrafo de escritores', ele parece entender a fotografia como o fragmento de uma narrativa, uma pequena história", diz a poeta. "Tenho a impressão de que ele captou um certo modo de 'mostrar-se escondendo-se' em que reconheço alguma coisa minha, talvez também algo da minha escrita." O próprio Mordzinksi reconhece a característica narrativa de suas imagens. "Desde a adolescência compreendi que eu pertencia ao mundo das ficções. E que, mesmo sem ser poeta ou romancista, não podia deixar o mundo das palavras. Isso me faz ter uma atitude com os autores que não é nem melhor nem pior que a de outros colegas, mas é diferente, uma espécie de sintonia." BORGES A experiência de Mordzinski no mundo literário começa em 1978, com um retrato de Jorge Luis Borges, que abre o livro. É uma imagem formal, em branco e preto. "Demorei alguns anos para encontrar minha própria poética." Mesmo trabalhando como correspondente de guerra em Israel, em meados dos anos 1980, não deixou de retratar escritores –Amós Oz e David Grossman, por exemplo, aparecem em um de seus muitos livros, editado na França pela Gallimard, em 2008. Ambos estão também no volume brasileiro que, com mais de 300 retratos (de prêmios Nobel, como Saramago, Herta Müller e Patrick Modiano; de best-sellers, como Karl Ove Knausgard e Jorge Amado), é o primeiro livro do fotógrafo a reunir imagens de escritores de todo o mundo. A amplitude de seu catálogo, aliás, em parte salvou o trabalho do fotógrafo. Em 2013, o jornal francês "Le Monde" jogou fora por engano os arquivos de Mordzinski, guardados de modo informal na sede do diário em Paris, onde o fotógrafo vivia –ele hoje reside em Madri. Na mostra "Objetivo Mordzinski", em cartaz em Buenos Aires, o fotógrafo expõe pela primeira vez imagens que recuperou depois da perda. "Sempre dei de presente fotos em papel aos escritores que retratei. Agora eles me emprestam essas cópias, e a Audiovideoteca de Buenos Aires as digitaliza. Depois eles recuperam suas cópias. Nunca imaginei que dando uma foto de presente a estava também salvando." * A LITERATURA NA LENTE DE DANIEL MORDZINSKI AUTOR Daniel Mordzinski (textos introdutórios de Adriana Lisboa e Víctor Andresco) EDITORA Sesi-SP QUANTO R$ 110 (412 págs.) | ilustrada | Fotógrafo dos escritores, Daniel Mordzinski lança livro no BrasilDe mãos dadas, o casal vestindo roupas de frio desce correndo uma praia. O foco se arrisca para capturar a alegria infantil em seus rostos. Poderia ser uma cena de filme, mas é um retrato dos escritores mexicanos Álvaro Enrigue e Valeria Luiselli feito por Daniel Mordzinski. Procure uma foto de um escritor posando em sua biblioteca pelas páginas de "A Literatura na Lente de Daniel Mordzinski" e não achará. No seu primeiro livro lançado no Brasil, porém, o fotógrafo argentino, 56, colocou-os em cemitérios, em pedestais, ou dormindo num terraço à beira-mar, tendo por coberta só um céu cinza, caso do poeta Eucanaã Ferraz. As "fotinskis", "foto + Mordzinski", termo que ele próprio emprega e define em entrevista à Folha, "são travessuras visuais, sempre rápidas e respeitosas". "Para que haja uma fotinski, tem de haver intimidade, uma sorte de diálogo, ainda que inaudível, mas não invisível." "O Mordzinski é sobretudo um fotógrafo-encenador", diz Eucanaã Ferraz. "Ele transforma seus fotografados em personagens. Escritores são uma gente que entende disso." O poeta carioca conta que Mordzinski rapidamente cria esses cenários, como no caso de seu retrato no livro. Depois de algumas imagens feitas na saída de um restaurante em Póvoa de Varzim, onde acontecia um encontro de escritores, o fotógrafo perguntou ao poeta o que ele usava para dormir. "Pijama, respondi. Ele pediu que eu vestisse meu pijama e descêssemos para a foto." Era inverno e fazia um frio "insuportável" no norte de Portugal, lembra Ferraz. Mas, diz, "você não pergunta a um fotógrafo com o nível de profissionalismo e a simpatia do Mordzinski o que ele vai fazer. Você simplesmente vai". "Creio que escritores e outros artistas aceitam entrar no jogo dele porque sabem que o resultado ficará ótimo, mas sobretudo porque compreendem que um criador precisa de matérias para criar." "Para mim, a única fronteira clara é o respeito. Os escritores aceitam minhas propostas porque se divertem e sabem que nunca os engano", afirma Mordzinski. Para retratar a tímida Ana Martins Marques, escolheu bambus entre os quais a poeta mineira quase se esconde. A imagem foi feita a convite do Festival Literário Internacional de Belo Horizonte, em 2015, para uma mostra do fotógrafo com imagens de escritores em suas cidades. "Nunca gostei de ser fotografada e estava muito apreensiva. Daniel propôs um encontro no dia anterior e fiquei bastante surpresa ao ver que ele já conhecia bem meus livros", recorda ela, que, como Ferraz, evidencia o lado criador de Mordzinski. "Não é todo dia que se tem a sensação de ver um artista de verdade trabalhar; ver o Daniel fotografar me deu essa sensação. Sendo um 'fotógrafo de escritores', ele parece entender a fotografia como o fragmento de uma narrativa, uma pequena história", diz a poeta. "Tenho a impressão de que ele captou um certo modo de 'mostrar-se escondendo-se' em que reconheço alguma coisa minha, talvez também algo da minha escrita." O próprio Mordzinksi reconhece a característica narrativa de suas imagens. "Desde a adolescência compreendi que eu pertencia ao mundo das ficções. E que, mesmo sem ser poeta ou romancista, não podia deixar o mundo das palavras. Isso me faz ter uma atitude com os autores que não é nem melhor nem pior que a de outros colegas, mas é diferente, uma espécie de sintonia." BORGES A experiência de Mordzinski no mundo literário começa em 1978, com um retrato de Jorge Luis Borges, que abre o livro. É uma imagem formal, em branco e preto. "Demorei alguns anos para encontrar minha própria poética." Mesmo trabalhando como correspondente de guerra em Israel, em meados dos anos 1980, não deixou de retratar escritores –Amós Oz e David Grossman, por exemplo, aparecem em um de seus muitos livros, editado na França pela Gallimard, em 2008. Ambos estão também no volume brasileiro que, com mais de 300 retratos (de prêmios Nobel, como Saramago, Herta Müller e Patrick Modiano; de best-sellers, como Karl Ove Knausgard e Jorge Amado), é o primeiro livro do fotógrafo a reunir imagens de escritores de todo o mundo. A amplitude de seu catálogo, aliás, em parte salvou o trabalho do fotógrafo. Em 2013, o jornal francês "Le Monde" jogou fora por engano os arquivos de Mordzinski, guardados de modo informal na sede do diário em Paris, onde o fotógrafo vivia –ele hoje reside em Madri. Na mostra "Objetivo Mordzinski", em cartaz em Buenos Aires, o fotógrafo expõe pela primeira vez imagens que recuperou depois da perda. "Sempre dei de presente fotos em papel aos escritores que retratei. Agora eles me emprestam essas cópias, e a Audiovideoteca de Buenos Aires as digitaliza. Depois eles recuperam suas cópias. Nunca imaginei que dando uma foto de presente a estava também salvando." * A LITERATURA NA LENTE DE DANIEL MORDZINSKI AUTOR Daniel Mordzinski (textos introdutórios de Adriana Lisboa e Víctor Andresco) EDITORA Sesi-SP QUANTO R$ 110 (412 págs.) | 6 |
Teto de gasto avança 'rapidíssimo', diz Meirelles | O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) respondeu nesta segunda-feira (12) a críticas sobre a lentidão na tramitação da proposta do governo de fixar um teto dos gastos. O objetivo, segundo ele, é aprovar a alteração constitucional ainda neste ano. "Comparado com a ansiedade de todos nós, está devagar. Mas, comparado com o fato de que é a primeira reforma constitucional que endereça e ataca o problema dos gastos desde a Constituinte de 1988, está indo rapidíssimo, numa velocidade estonteante. Mudanças constitucionais não se fazem em semanas em nenhum lugar do mundo, a não ser em países ditatoriais." O ministro participou de evento organizado pelo jornal "Valor Econômico", em São Paulo. Em seu discurso, ele ressaltou que, se aprovado, o teto de crescimento dos gastos públicos fará com que, pela primeira vez desde a Constituição de 1988, um governo termine com despesas como percentual do PIB menores do que quando começou. "O compromisso do governo de que teremos a aprovação dessa PEC [proposta de emenda constitucional] até o fim do ano é de uma velocidade extraordinária em temos históricos." Meirelles apresentou uma estimativa que mostra que, se o teto estivesse em vigor desde 2006, os gastos públicos primários (sem contar juros), hoje ao redor de 20% do PIB, estariam em 10%. "Seria outro país, seria outra economia", disse. Ele sugeriu ainda que o prazo proposto, de dez anos de vigência, pode ser alterado. Parlamentares aliados defendem sete anos. "Dez anos não é um número mágico, mas tem de ser um período longo o suficiente para que os agentes possam fazer previsões e investimentos." A inclusão de gastos com saúde e educação, porém, parece ponto essencial para ele. "O aumento das despesas sem limite leva a uma situação de insolvência, e um país quebrado não vai prover educação para ninguém", afirmou. "Não se vai cortar investimento em educação. Eles serão mantidos em termos reais, assim como na saúde." O ministro também disse que o governo já definiu posição contrária ao reajuste dos servidores do Judiciário. O aumento do teto para os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) depende de votação no Senado. Os reajustes concedidos aos ministros são aplicados aos vencimentos dos demais funcionários do Poder Judiciário. "Agora, evidentemente essa é uma decisão do Congresso que será respeitada." AÇÃO PRIVADA Presente ao mesmo evento, com plateia de empresários, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que o governo Temer está agindo para dar segurança a investidores interessados em atuar na infraestrutura e que conta com a participação do setor privado para superar a crise. Por três vezes, Padilha repetiu que o governo "não pode dar o próximo passo sozinho", convocando os empresários a agir. | mercado | Teto de gasto avança 'rapidíssimo', diz MeirellesO ministro Henrique Meirelles (Fazenda) respondeu nesta segunda-feira (12) a críticas sobre a lentidão na tramitação da proposta do governo de fixar um teto dos gastos. O objetivo, segundo ele, é aprovar a alteração constitucional ainda neste ano. "Comparado com a ansiedade de todos nós, está devagar. Mas, comparado com o fato de que é a primeira reforma constitucional que endereça e ataca o problema dos gastos desde a Constituinte de 1988, está indo rapidíssimo, numa velocidade estonteante. Mudanças constitucionais não se fazem em semanas em nenhum lugar do mundo, a não ser em países ditatoriais." O ministro participou de evento organizado pelo jornal "Valor Econômico", em São Paulo. Em seu discurso, ele ressaltou que, se aprovado, o teto de crescimento dos gastos públicos fará com que, pela primeira vez desde a Constituição de 1988, um governo termine com despesas como percentual do PIB menores do que quando começou. "O compromisso do governo de que teremos a aprovação dessa PEC [proposta de emenda constitucional] até o fim do ano é de uma velocidade extraordinária em temos históricos." Meirelles apresentou uma estimativa que mostra que, se o teto estivesse em vigor desde 2006, os gastos públicos primários (sem contar juros), hoje ao redor de 20% do PIB, estariam em 10%. "Seria outro país, seria outra economia", disse. Ele sugeriu ainda que o prazo proposto, de dez anos de vigência, pode ser alterado. Parlamentares aliados defendem sete anos. "Dez anos não é um número mágico, mas tem de ser um período longo o suficiente para que os agentes possam fazer previsões e investimentos." A inclusão de gastos com saúde e educação, porém, parece ponto essencial para ele. "O aumento das despesas sem limite leva a uma situação de insolvência, e um país quebrado não vai prover educação para ninguém", afirmou. "Não se vai cortar investimento em educação. Eles serão mantidos em termos reais, assim como na saúde." O ministro também disse que o governo já definiu posição contrária ao reajuste dos servidores do Judiciário. O aumento do teto para os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) depende de votação no Senado. Os reajustes concedidos aos ministros são aplicados aos vencimentos dos demais funcionários do Poder Judiciário. "Agora, evidentemente essa é uma decisão do Congresso que será respeitada." AÇÃO PRIVADA Presente ao mesmo evento, com plateia de empresários, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que o governo Temer está agindo para dar segurança a investidores interessados em atuar na infraestrutura e que conta com a participação do setor privado para superar a crise. Por três vezes, Padilha repetiu que o governo "não pode dar o próximo passo sozinho", convocando os empresários a agir. | 2 |
Zika virou ameaça por uma única mutação em 2013, dizem cientistas | Uma única mudança genética ocorrida em 2013 pode ser a explicação para o vírus da zika atacar células nervosas de fetos –e, com isso, causar a microcefalia. A descoberta feita por pesquisadores chineses e americanos foi publicada nesta quinta-feira (28) na revista científica "Science". Os cientistas se perguntavam e tentavam explicar como um vírus como o da zika –descoberto em 1947 e até recentemente relacionado somente a sintomas leves– poderia repentinamente provocar milhares de casos de malformação fetal no Brasil. O surto de microcefalia levou a OMS (Organização Mundial da Saúde) a declarar emergência internacional em 2016 e dar início a pesquisas para determinar se a zika estaria mesmo relacionada à malformação de fetos. Grupos de pesquisas já conseguiram rastrear o vírus que circula em terras brasileiras e em outros países da América do Sul, que seria de uma linhagem que há décadas está presente no Ásia. No estudo, pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências compararam amostras do vírus da América do Sul com outras que haviam sido coletadas em 2010 no Camboja. Eles, então, criaram sete variações do vírus sul-americano –cada uma com um única diferença genética da linhagem do Camboja– e os colocaram em contato com os cérebros de fetos de camundongos. Todas as versões causaram algum grau de dano. Contudo, os cérebros infectados com o vírus com a mutação na estrutura proteica prM desenvolveram microcefalia grave. Essa mesma linhagem se provou a mais letal às células cerebrais. Zika e microcefalia Os pesquisadores estimam que a alteração genética tenha ocorrido em maio de 2013, pouco antes de um surto de zika na Polinésia Francesa –local com os primeiros registros da microcefalia e da síndrome de Guillain-Barré. "Nossas descobertas oferecem uma explicação para o inesperado nexo causal entre a zika e a microcefalia. Isso poderá a ajudar no entendimento de como o vírus evoluiu de algo inócuo para um patógeno com impacto mundial", afirmaram os pesquisadores. Pei-Yong Shi, um dos autores do trabalho, afirmou que outras mutações também foram relevantes para a epidemia. Entre elas, está uma que potencializou a habilidade do vírus de infectar o Aedes aegypti, o vetor da doença. Em novembro de 2016, a OMS declarou que a microcefalia não era mais uma emergência internacional. O órgão, porém, afirmou que continuaria a trabalhar contra o surto com um "programa robusto" e que não estava diminuindo a importância da doença, mas, sim, passando a mensagem de que a condição veio para ficar. Tudo sobre: o mosquito | equilibrioesaude | Zika virou ameaça por uma única mutação em 2013, dizem cientistasUma única mudança genética ocorrida em 2013 pode ser a explicação para o vírus da zika atacar células nervosas de fetos –e, com isso, causar a microcefalia. A descoberta feita por pesquisadores chineses e americanos foi publicada nesta quinta-feira (28) na revista científica "Science". Os cientistas se perguntavam e tentavam explicar como um vírus como o da zika –descoberto em 1947 e até recentemente relacionado somente a sintomas leves– poderia repentinamente provocar milhares de casos de malformação fetal no Brasil. O surto de microcefalia levou a OMS (Organização Mundial da Saúde) a declarar emergência internacional em 2016 e dar início a pesquisas para determinar se a zika estaria mesmo relacionada à malformação de fetos. Grupos de pesquisas já conseguiram rastrear o vírus que circula em terras brasileiras e em outros países da América do Sul, que seria de uma linhagem que há décadas está presente no Ásia. No estudo, pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências compararam amostras do vírus da América do Sul com outras que haviam sido coletadas em 2010 no Camboja. Eles, então, criaram sete variações do vírus sul-americano –cada uma com um única diferença genética da linhagem do Camboja– e os colocaram em contato com os cérebros de fetos de camundongos. Todas as versões causaram algum grau de dano. Contudo, os cérebros infectados com o vírus com a mutação na estrutura proteica prM desenvolveram microcefalia grave. Essa mesma linhagem se provou a mais letal às células cerebrais. Zika e microcefalia Os pesquisadores estimam que a alteração genética tenha ocorrido em maio de 2013, pouco antes de um surto de zika na Polinésia Francesa –local com os primeiros registros da microcefalia e da síndrome de Guillain-Barré. "Nossas descobertas oferecem uma explicação para o inesperado nexo causal entre a zika e a microcefalia. Isso poderá a ajudar no entendimento de como o vírus evoluiu de algo inócuo para um patógeno com impacto mundial", afirmaram os pesquisadores. Pei-Yong Shi, um dos autores do trabalho, afirmou que outras mutações também foram relevantes para a epidemia. Entre elas, está uma que potencializou a habilidade do vírus de infectar o Aedes aegypti, o vetor da doença. Em novembro de 2016, a OMS declarou que a microcefalia não era mais uma emergência internacional. O órgão, porém, afirmou que continuaria a trabalhar contra o surto com um "programa robusto" e que não estava diminuindo a importância da doença, mas, sim, passando a mensagem de que a condição veio para ficar. Tudo sobre: o mosquito | 16 |
Negócios da China e além | Li Keqiang, o premiê chinês, está trazendo um pacotão de cerca de US$ 53 bilhões (R$ 159 bilhões) ao Brasil, na visita que começa nesta terça-feira, 18. Provoca, naturalmente, intenso ruído midiático, inclusive no exterior. Mas, sem ruído, o Brasil está se aproximando também de um parceiro bem mais antigo e mais tradicional, um tal de Estados Unidos da América. Por sinal, no ano passado, esse velho conhecido tornou-se o principal destino para as exportações brasileiras de manufaturados, desbancando a Argentina. Como se sabe -e como se queixa reiteradamente o governo brasileiro-, a China importa do Brasil apenas produtos básicos, naturalmente de menor valor agregado. Por isso mesmo, sem menosprezar o pacote chinês, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro, trabalha no que no Mdic se chama de "agenda pragmática" com os norte-americanos. Pragmática porque não lida com redução de tarifas, o que exigiria acordos de livre comércio, algo que está fora do horizonte. Lida com dois temas centrais, convergência regulatória e facilitação de comércio. Nada emocionante, portanto. Não envolve mudanças de política comercial nem no Brasil nem nos Estados Unidos. Mas, ainda assim, "é redução de custos na veia", como diz Daniel Godinho, o secretário de Comércio Exterior. Quer dizer o seguinte: ao fazer os regulamentos convergirem, eliminam-se etapas que significam custos com, por exemplo, testes de laboratório e o envio de amostras. Facilitação de comércio, por sua vez, é o jargão para a redução da burocracia nas alfândegas, item em que o Mdic se orgulha de estar avançando com o Portal Único. De novo, é mexer com a burocracia, o que pode ser complicado, mas é bem mais simples do que alterar tarifas de importação. O Mdic espera que, na iminente visita de Dilma Rousseff aos Estados Unidos, essas iniciativas de redução de custos recebam um impulso político significativo. Há um segundo evento de que a presidente deve participar e no qual também estará na agenda a questão comercial, esta sim de maneira mais substancial. Trata-se da cúpula União Europeia/Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe, marcada para Bruxelas, nos dias 10 e 11 de junho. O governo brasileiro espera aproveitar o encontro para cobrar da Europa uma data para a troca de ofertas com vistas à liberalização do comércio com o Mercosul. Trata-se de uma negociação lançada em 1999, mas bloqueada há 11 anos. O Mercosul conseguiu, com não poucas dificuldades, fechar uma proposta conjunta, depois de alguma resistência da Argentina. A UE, no entanto, está demorando para se manifestar, em parte porque outra negociação mais suculenta, com os EUA, desvia o foco. Enquanto não se avança nessa área, o Brasil negocia também acordos permitidos pelas regras do Mercosul porque não mexem com tarifas. Acordos, por exemplo, na área de serviços. Tudo somado, tem-se que a China é um grande parceiro, mas há vida em outros planetas também. | colunas | Negócios da China e alémLi Keqiang, o premiê chinês, está trazendo um pacotão de cerca de US$ 53 bilhões (R$ 159 bilhões) ao Brasil, na visita que começa nesta terça-feira, 18. Provoca, naturalmente, intenso ruído midiático, inclusive no exterior. Mas, sem ruído, o Brasil está se aproximando também de um parceiro bem mais antigo e mais tradicional, um tal de Estados Unidos da América. Por sinal, no ano passado, esse velho conhecido tornou-se o principal destino para as exportações brasileiras de manufaturados, desbancando a Argentina. Como se sabe -e como se queixa reiteradamente o governo brasileiro-, a China importa do Brasil apenas produtos básicos, naturalmente de menor valor agregado. Por isso mesmo, sem menosprezar o pacote chinês, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro, trabalha no que no Mdic se chama de "agenda pragmática" com os norte-americanos. Pragmática porque não lida com redução de tarifas, o que exigiria acordos de livre comércio, algo que está fora do horizonte. Lida com dois temas centrais, convergência regulatória e facilitação de comércio. Nada emocionante, portanto. Não envolve mudanças de política comercial nem no Brasil nem nos Estados Unidos. Mas, ainda assim, "é redução de custos na veia", como diz Daniel Godinho, o secretário de Comércio Exterior. Quer dizer o seguinte: ao fazer os regulamentos convergirem, eliminam-se etapas que significam custos com, por exemplo, testes de laboratório e o envio de amostras. Facilitação de comércio, por sua vez, é o jargão para a redução da burocracia nas alfândegas, item em que o Mdic se orgulha de estar avançando com o Portal Único. De novo, é mexer com a burocracia, o que pode ser complicado, mas é bem mais simples do que alterar tarifas de importação. O Mdic espera que, na iminente visita de Dilma Rousseff aos Estados Unidos, essas iniciativas de redução de custos recebam um impulso político significativo. Há um segundo evento de que a presidente deve participar e no qual também estará na agenda a questão comercial, esta sim de maneira mais substancial. Trata-se da cúpula União Europeia/Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe, marcada para Bruxelas, nos dias 10 e 11 de junho. O governo brasileiro espera aproveitar o encontro para cobrar da Europa uma data para a troca de ofertas com vistas à liberalização do comércio com o Mercosul. Trata-se de uma negociação lançada em 1999, mas bloqueada há 11 anos. O Mercosul conseguiu, com não poucas dificuldades, fechar uma proposta conjunta, depois de alguma resistência da Argentina. A UE, no entanto, está demorando para se manifestar, em parte porque outra negociação mais suculenta, com os EUA, desvia o foco. Enquanto não se avança nessa área, o Brasil negocia também acordos permitidos pelas regras do Mercosul porque não mexem com tarifas. Acordos, por exemplo, na área de serviços. Tudo somado, tem-se que a China é um grande parceiro, mas há vida em outros planetas também. | 1 |
CE tem grupos de leitura para manter destaque em rankings de educação | As três cidades com melhores oportunidades de educação –Sobral, Groaíras e Porteiras– estão no interior do Ceará, conforme mostrou o ranking do Ioeb (Índice de Oportunidade da Educação Brasileira). Coincidência ou não, o Ceará também é onde está mais presente o projeto Círculos de Leitura, que organiza e dissemina grupos semanais de discussão de livros em escolas públicas, e é tido por educadores como uma das razões para a boa classificação do Estado em rankings de educação. São 7.000 estudantes no Estado engajados no projeto, divididos por 52 escolas em 31 municípios, de acordo com o Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, que toca o programa. "Trabalhamos com leitura, tendo como objetivo não apenas desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita, mas o desenvolvimento do protagonismo estudantil", explica a coordenadora pedagógica do projeto, Maria Aparecida Lamas. Ranking de oportunidades educacionais "Formamos multiplicadores, jovens que identificamos que tenham o perfil –gosto pela leitura, habilidade de trabalhar em grupo, que seja um bom mediador de entendimento. E esses jovens realizam grupos de leitura semanalmente." Além de autores contemporâneos, como Rubem Alves, Mia Couto e Lygia Fagundes Telles, os estudantes leem obras clássicas, como "Dom Casmurro", de Machado de Assis, e "Hamlet", de Shakespeare. Segundo Lamas, essas obras conseguem dialogar bem com os alunos. "Há um mito na educação de que não se pode trabalhar com o clássico. Tudo depende da forma como você apresenta isso aos jovens. Debatemos os temas desses livros, que dizem respeito às principais inquietações do ser humano e por isso são universais." A principal dificuldade para a expansão do projeto é a qualidade do transporte no interior do país, de acordo com Lamas. "A 30 km de Sobral, está uma cidade chamada Alcântaras. Apesar da proximidade, é bastante isolada porque praticamente não há linha de ônibus que a sirva. Então é difícil levar o Círculos para lá." Além do Ceará, o Círculos de Leitura está presente em escolas de São Paulo e na Bahia, e assessora projetos semelhantes em Pernambuco e em Minas Gerais. | educacao | CE tem grupos de leitura para manter destaque em rankings de educaçãoAs três cidades com melhores oportunidades de educação –Sobral, Groaíras e Porteiras– estão no interior do Ceará, conforme mostrou o ranking do Ioeb (Índice de Oportunidade da Educação Brasileira). Coincidência ou não, o Ceará também é onde está mais presente o projeto Círculos de Leitura, que organiza e dissemina grupos semanais de discussão de livros em escolas públicas, e é tido por educadores como uma das razões para a boa classificação do Estado em rankings de educação. São 7.000 estudantes no Estado engajados no projeto, divididos por 52 escolas em 31 municípios, de acordo com o Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, que toca o programa. "Trabalhamos com leitura, tendo como objetivo não apenas desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita, mas o desenvolvimento do protagonismo estudantil", explica a coordenadora pedagógica do projeto, Maria Aparecida Lamas. Ranking de oportunidades educacionais "Formamos multiplicadores, jovens que identificamos que tenham o perfil –gosto pela leitura, habilidade de trabalhar em grupo, que seja um bom mediador de entendimento. E esses jovens realizam grupos de leitura semanalmente." Além de autores contemporâneos, como Rubem Alves, Mia Couto e Lygia Fagundes Telles, os estudantes leem obras clássicas, como "Dom Casmurro", de Machado de Assis, e "Hamlet", de Shakespeare. Segundo Lamas, essas obras conseguem dialogar bem com os alunos. "Há um mito na educação de que não se pode trabalhar com o clássico. Tudo depende da forma como você apresenta isso aos jovens. Debatemos os temas desses livros, que dizem respeito às principais inquietações do ser humano e por isso são universais." A principal dificuldade para a expansão do projeto é a qualidade do transporte no interior do país, de acordo com Lamas. "A 30 km de Sobral, está uma cidade chamada Alcântaras. Apesar da proximidade, é bastante isolada porque praticamente não há linha de ônibus que a sirva. Então é difícil levar o Círculos para lá." Além do Ceará, o Círculos de Leitura está presente em escolas de São Paulo e na Bahia, e assessora projetos semelhantes em Pernambuco e em Minas Gerais. | 12 |
Mulheres usam óculos no casamento para se sentirem 'mais elas mesmas' | REGIANE TEIXEIRA DE SÃO PAULO Cega de amor e por quatro graus da junção de um astigmatismo com uma hipermetropia, Geórgia Nog, 27, não hesitou ao disparar o "sim" para seu noivo em uma tarde de 2013. Só depois dos votos feitos, ela colocou seus óculos, grandes e de armação grossa, para comemorar na festa com os amigos. "Fiquei com dó de fazer a maquiagem e colocar óculos. Todo mundo dizia para eu não botar. Acabei me arrependendo, deveria ter feito tudo com eles." Afinal, usar a armação é um hábito que Geórgia tem desde os quatro anos. "Meu marido gosta muito mais de mim com ela", diz. "Quando vou a alguma festa, ele pede que eu a coloque." Assessora de casamentos, Geórgia nunca organizou um em que a noiva ficasse o tempo inteiro com a armação. Para muitas mulheres, os óculos fazem parte não só da rotina, mas da personalidade. Mesmo assim, as lentes de contato costumam ser a primeira opção na hora da festa. Apesar da popularidade de casamentos alternativos ou com cara vintage, que valorizam esse tipo de acessório, muitas noivas ainda têm receio de não ficarem bem nas fotos por causa do reflexo das lentes. Sem medo de comentários, a administradora Carla Bardaro, 58, enfrentou o tabu há 30 anos: usou vestido rosa curto e óculos. "Toda vez que eu tirava foto sem óculos saía com o olhar perdido. No álbum do casamento, queria ficar com a minha expressão." Os óculos de armação imperceptível foram feitos por Miguel Giannini, esteta óptico há mais de 40 anos no mercado de óticas. Hoje, ele não fabrica mais armações, mas as vende e faz uma espécie de assessoria, dando orientação aos clientes. A ilustradora Nice Lopes, 44, não teve dúvidas. Ela aparece usando óculos até no desenho que ilustra o convite de seu casamento. Nice não enxerga bem desde os sete anos. Hoje, tem quase nove graus de miopia, além de astigmatismo. "Cheguei a usar lentes de contato na adolescência, porque era chamada de quatro olhos na escola", conta. "Mas aí não podia usar maquiagem, que irritava a minha vista. Quando voltei para os óculos, foi uma libertação." Para ela, usar a armação no dia do casamento era uma forma de ser natural. "Não seria eu sem eles." A única exceção na maquiagem foi não colocar cílios postiços, para que o acessório não batesse nas lentes. De acordo com o maquiador Duda Molinos, uma noiva que queira usar óculos no casamento deve ter uma pele impecável, pois é ela que mais vai aparecer. "Olhos delineados e batom marcante também fazem diferença." Para valorizar o rosto por trás das lentes, a recomendação do maquiador Fernando Torquatto são as sobrancelhas bem feitas e sombras de cores sem muito brilho. "As lentes vão diminuir ou aumentar os olhos", explica. "Nessa ocasião, o olhar tem que se sobrepor aos óculos. É importante realçar a raiz do cílios para não ficar com cara de quem vai todo dia trabalhar. É possível colocar cílios postiços mais curtos. Ou usar um batom bonito, de cor diferente, criar um look só para aquele dia." | saopaulo | Mulheres usam óculos no casamento para se sentirem 'mais elas mesmas'REGIANE TEIXEIRA DE SÃO PAULO Cega de amor e por quatro graus da junção de um astigmatismo com uma hipermetropia, Geórgia Nog, 27, não hesitou ao disparar o "sim" para seu noivo em uma tarde de 2013. Só depois dos votos feitos, ela colocou seus óculos, grandes e de armação grossa, para comemorar na festa com os amigos. "Fiquei com dó de fazer a maquiagem e colocar óculos. Todo mundo dizia para eu não botar. Acabei me arrependendo, deveria ter feito tudo com eles." Afinal, usar a armação é um hábito que Geórgia tem desde os quatro anos. "Meu marido gosta muito mais de mim com ela", diz. "Quando vou a alguma festa, ele pede que eu a coloque." Assessora de casamentos, Geórgia nunca organizou um em que a noiva ficasse o tempo inteiro com a armação. Para muitas mulheres, os óculos fazem parte não só da rotina, mas da personalidade. Mesmo assim, as lentes de contato costumam ser a primeira opção na hora da festa. Apesar da popularidade de casamentos alternativos ou com cara vintage, que valorizam esse tipo de acessório, muitas noivas ainda têm receio de não ficarem bem nas fotos por causa do reflexo das lentes. Sem medo de comentários, a administradora Carla Bardaro, 58, enfrentou o tabu há 30 anos: usou vestido rosa curto e óculos. "Toda vez que eu tirava foto sem óculos saía com o olhar perdido. No álbum do casamento, queria ficar com a minha expressão." Os óculos de armação imperceptível foram feitos por Miguel Giannini, esteta óptico há mais de 40 anos no mercado de óticas. Hoje, ele não fabrica mais armações, mas as vende e faz uma espécie de assessoria, dando orientação aos clientes. A ilustradora Nice Lopes, 44, não teve dúvidas. Ela aparece usando óculos até no desenho que ilustra o convite de seu casamento. Nice não enxerga bem desde os sete anos. Hoje, tem quase nove graus de miopia, além de astigmatismo. "Cheguei a usar lentes de contato na adolescência, porque era chamada de quatro olhos na escola", conta. "Mas aí não podia usar maquiagem, que irritava a minha vista. Quando voltei para os óculos, foi uma libertação." Para ela, usar a armação no dia do casamento era uma forma de ser natural. "Não seria eu sem eles." A única exceção na maquiagem foi não colocar cílios postiços, para que o acessório não batesse nas lentes. De acordo com o maquiador Duda Molinos, uma noiva que queira usar óculos no casamento deve ter uma pele impecável, pois é ela que mais vai aparecer. "Olhos delineados e batom marcante também fazem diferença." Para valorizar o rosto por trás das lentes, a recomendação do maquiador Fernando Torquatto são as sobrancelhas bem feitas e sombras de cores sem muito brilho. "As lentes vão diminuir ou aumentar os olhos", explica. "Nessa ocasião, o olhar tem que se sobrepor aos óculos. É importante realçar a raiz do cílios para não ficar com cara de quem vai todo dia trabalhar. É possível colocar cílios postiços mais curtos. Ou usar um batom bonito, de cor diferente, criar um look só para aquele dia." | 9 |
Brasileiros expõem em números na Inglaterra os vícios do Brasil | Enquanto a plateia de cerca de 150 pessoas aguardou ao longo do dia o "grande duelo" entre José Eduardo Cardozo e Sergio Moro, uma série de dados extremamente críticos em relação ao país foram apresentados em diferentes palestras do Brazil Forum, neste sábado (13), em Londres. Números que deveriam surpreender os brasileiros do outro lado do Atlântico, mas que aqui caíram numa espécie de vazio. Coube ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso abrir os trabalhos. Ele comentou que o Brasil, sozinho, é responsável por 98% dos processos trabalhistas em todo o planeta —o país tem 3% da população mundial. O magistrado citou o caso do Citibank, que desistiu de operar no Brasil quando detectou que obtinha no país 1% de suas receitas, mas sofria 93% das ações trabalhistas. Depois comentou que 4% do PIB brasileiro é gasto com o custo do funcionalismo público, com o que procurou indicar o alto custo do Estado. Barroso defendeu as reformas da Previdência, trabalhista, política e eleitoral. Ao falar da Previdência, disse que a soma dos sistemas público e privado custa o correspondente a 54% do Orçamento brasileiro, mais do que o dobro do que é gasto com educação, saúde e benefícios sociais. Barroso classificou a Previdência como responsável por uma perversa transferência de renda. "Os 32 milhões de aposentados da iniciativa privada custam o mesmo que 1 milhão de aposentados do poder público." Ao dividir dessa forma desigual, meio a meio, toda a arrecadação da Previdência, o resultado é que a maioria pobre dá dinheiro à minoria mais endinheirada. "Quando vejo um pobre ser contra a reforma da Previdência, tenho pena. Ele está sendo enganado." Convidado para o evento na condição de ex-ministro da Educação, Fernando Haddad comentou que os gastos com educação subiram de 3,5% do PIB em 2000 para 5,5% em 2015, sendo que o acréscimo foi concentrado em gastos com educação básica. Apesar desse crescimento, no entanto, o desempenho do país na avaliação mundial, o Pisa, caiu. Carlos Rittl, do Observatório do Clima, informou que o desmatamento da Amazônia cresceu 60% em dois anos —subiu para 8 mil hectares por ano, quase metade da meta prevista para 2020. Em meio à grande crise hídrica do país, disse também que 60% de toda a água consumida é usada para a produção de commodities agropecuárias. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA Claudia Sender, CEO da TAM, referiu-se ao desemprego, que afeta mais de 14 milhões de brasileiros, como o maior problema do país. Mas citou também outros temas de intensa preocupação para uma diretora de empresa. E deu um exemplo de como a legislação trabalhista brasileira é arcaica e reduz a capacidade das empresas darem emprego. Em seu setor, contou que uma equipe de bordo da TAM só pode fazer o voo São Paulo-Londres-São Paulo três vezes por mês, enquanto a British Airways permite quatro viagens por mês a seus funcionários. A lei trabalhista brasileira reduz a produtividade dos trabalhador da TAM em 33% —mesmo que ele quisesse ganhar mais para fazer a viagem, não poderia. A TAM não pode voar de São Paulo para Doha, no Oriente Médio, pois o voo é mais longo do que a jornada permitida a funcionários brasileiros pela lei trabalhista que rege a aviação. As regras foram criadas quando não existiam aviões capazes de voar até Doha. O resultado: diariamente, uma companhia árabe faz esse voo, sem concorrente brasileiro. A presidente da companhia aérea citou também os problemas causados pela política tributária, cara e confusa. Disse que o Brasil é o pais com o mais caro combustível de aviação onde a companhia atua. É mais barato encher o tanque em Miami do que no Brasil, onde o litro custa três vezes mais do que nos EUA. O maior imposto sobre o insumo é o ICMS, estadual. Disse que São Paulo cobra 25% e o Rio cobra 12%. Por isso, a empresa procura encher o tanque no Rio, o que faz com que voe com mais peso a partir daquele Estado e isso faz o avião poluir mais. "O Brasil é o único país do universo que provoca poluição com tributos sobre a aviação", disse. Por sua posição estratégica entre a América Latina e a Europa, os aeroportos do Nordeste brasileiro teriam vocação de grandes hubs (centros de distribuição) de carga internacional. Mas isso não acontece porque a cadeia de produção dessa indústria tem muitas interfaces com o funcionalismo público —alfândegas e Polícia Federal, por exemplo— cujas constantes greves tornam instável e imprevisível o fluxo de mercadorias, especialmente perecíveis. PESO DO ESTADO O senador Armando Monteiro (PTB-PE), que foi ministro do governo Dilma Rousseff até o impeachment, citou um dado revelador da atividade da economia brasileira: as despesas dos governos cresceram 6% ao ano ao longo dos últimos 25 anos, enquanto a economia patinou ou cresceu pouco na maior parte desse período. "O país iria quebrar mais cedo ou mais tarde." A produtividade do trabalho também patinou, contou ele: nos últimos 20 anos, cresceu à razão de 0,68% por ano. Enquanto isso, nossos concorrentes cresciam reduzindo preço e aumentando a competitividade de seus produtos (as empresas por isso vão embora do Brasil). Monteiro mostrou ainda que, de todas as riquezas produzidas no país, o PIB —de R$ 6,3 trilhões em 2016—, um terço (33%) é apropriado como custo do Estado. E embora os cidadãos recebam mais atendimento de municípios e de Estados, é a União que fica com a parte do Leão —65%, ou R$ 1,3 trilhão; Estados arrecadam R$ 500 bilhões e municípios, R$ 200 bilhões. Ou seja: a economia brasileira trabalha um terço do tempo para gerar receitas para o Estado gastar com sua máquina, e o dinheiro fica em Brasília, longe da cidadania. O mais grave sobre isso, no entanto, disse, nem é trabalhar tanto para o governo, mas atender a difícil e confusa carga tributária: as empresas gastam 2.300 mil horas por ano com a burocracia tributária. São números impressionantes que foram mostrados a uma palestra predominantemente formada por brasileiros morando em Londres, cuja capacidade de influenciar as decisões sobre o Brasil é nula. E cuja maioria estava mais interessada em assistir ao possível duelo de José Eduardo Cardozo e Sérgio Moro – que não se realizou. Ambos divergiram educadamente e trocaram mesuras. | poder | Brasileiros expõem em números na Inglaterra os vícios do BrasilEnquanto a plateia de cerca de 150 pessoas aguardou ao longo do dia o "grande duelo" entre José Eduardo Cardozo e Sergio Moro, uma série de dados extremamente críticos em relação ao país foram apresentados em diferentes palestras do Brazil Forum, neste sábado (13), em Londres. Números que deveriam surpreender os brasileiros do outro lado do Atlântico, mas que aqui caíram numa espécie de vazio. Coube ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso abrir os trabalhos. Ele comentou que o Brasil, sozinho, é responsável por 98% dos processos trabalhistas em todo o planeta —o país tem 3% da população mundial. O magistrado citou o caso do Citibank, que desistiu de operar no Brasil quando detectou que obtinha no país 1% de suas receitas, mas sofria 93% das ações trabalhistas. Depois comentou que 4% do PIB brasileiro é gasto com o custo do funcionalismo público, com o que procurou indicar o alto custo do Estado. Barroso defendeu as reformas da Previdência, trabalhista, política e eleitoral. Ao falar da Previdência, disse que a soma dos sistemas público e privado custa o correspondente a 54% do Orçamento brasileiro, mais do que o dobro do que é gasto com educação, saúde e benefícios sociais. Barroso classificou a Previdência como responsável por uma perversa transferência de renda. "Os 32 milhões de aposentados da iniciativa privada custam o mesmo que 1 milhão de aposentados do poder público." Ao dividir dessa forma desigual, meio a meio, toda a arrecadação da Previdência, o resultado é que a maioria pobre dá dinheiro à minoria mais endinheirada. "Quando vejo um pobre ser contra a reforma da Previdência, tenho pena. Ele está sendo enganado." Convidado para o evento na condição de ex-ministro da Educação, Fernando Haddad comentou que os gastos com educação subiram de 3,5% do PIB em 2000 para 5,5% em 2015, sendo que o acréscimo foi concentrado em gastos com educação básica. Apesar desse crescimento, no entanto, o desempenho do país na avaliação mundial, o Pisa, caiu. Carlos Rittl, do Observatório do Clima, informou que o desmatamento da Amazônia cresceu 60% em dois anos —subiu para 8 mil hectares por ano, quase metade da meta prevista para 2020. Em meio à grande crise hídrica do país, disse também que 60% de toda a água consumida é usada para a produção de commodities agropecuárias. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA Claudia Sender, CEO da TAM, referiu-se ao desemprego, que afeta mais de 14 milhões de brasileiros, como o maior problema do país. Mas citou também outros temas de intensa preocupação para uma diretora de empresa. E deu um exemplo de como a legislação trabalhista brasileira é arcaica e reduz a capacidade das empresas darem emprego. Em seu setor, contou que uma equipe de bordo da TAM só pode fazer o voo São Paulo-Londres-São Paulo três vezes por mês, enquanto a British Airways permite quatro viagens por mês a seus funcionários. A lei trabalhista brasileira reduz a produtividade dos trabalhador da TAM em 33% —mesmo que ele quisesse ganhar mais para fazer a viagem, não poderia. A TAM não pode voar de São Paulo para Doha, no Oriente Médio, pois o voo é mais longo do que a jornada permitida a funcionários brasileiros pela lei trabalhista que rege a aviação. As regras foram criadas quando não existiam aviões capazes de voar até Doha. O resultado: diariamente, uma companhia árabe faz esse voo, sem concorrente brasileiro. A presidente da companhia aérea citou também os problemas causados pela política tributária, cara e confusa. Disse que o Brasil é o pais com o mais caro combustível de aviação onde a companhia atua. É mais barato encher o tanque em Miami do que no Brasil, onde o litro custa três vezes mais do que nos EUA. O maior imposto sobre o insumo é o ICMS, estadual. Disse que São Paulo cobra 25% e o Rio cobra 12%. Por isso, a empresa procura encher o tanque no Rio, o que faz com que voe com mais peso a partir daquele Estado e isso faz o avião poluir mais. "O Brasil é o único país do universo que provoca poluição com tributos sobre a aviação", disse. Por sua posição estratégica entre a América Latina e a Europa, os aeroportos do Nordeste brasileiro teriam vocação de grandes hubs (centros de distribuição) de carga internacional. Mas isso não acontece porque a cadeia de produção dessa indústria tem muitas interfaces com o funcionalismo público —alfândegas e Polícia Federal, por exemplo— cujas constantes greves tornam instável e imprevisível o fluxo de mercadorias, especialmente perecíveis. PESO DO ESTADO O senador Armando Monteiro (PTB-PE), que foi ministro do governo Dilma Rousseff até o impeachment, citou um dado revelador da atividade da economia brasileira: as despesas dos governos cresceram 6% ao ano ao longo dos últimos 25 anos, enquanto a economia patinou ou cresceu pouco na maior parte desse período. "O país iria quebrar mais cedo ou mais tarde." A produtividade do trabalho também patinou, contou ele: nos últimos 20 anos, cresceu à razão de 0,68% por ano. Enquanto isso, nossos concorrentes cresciam reduzindo preço e aumentando a competitividade de seus produtos (as empresas por isso vão embora do Brasil). Monteiro mostrou ainda que, de todas as riquezas produzidas no país, o PIB —de R$ 6,3 trilhões em 2016—, um terço (33%) é apropriado como custo do Estado. E embora os cidadãos recebam mais atendimento de municípios e de Estados, é a União que fica com a parte do Leão —65%, ou R$ 1,3 trilhão; Estados arrecadam R$ 500 bilhões e municípios, R$ 200 bilhões. Ou seja: a economia brasileira trabalha um terço do tempo para gerar receitas para o Estado gastar com sua máquina, e o dinheiro fica em Brasília, longe da cidadania. O mais grave sobre isso, no entanto, disse, nem é trabalhar tanto para o governo, mas atender a difícil e confusa carga tributária: as empresas gastam 2.300 mil horas por ano com a burocracia tributária. São números impressionantes que foram mostrados a uma palestra predominantemente formada por brasileiros morando em Londres, cuja capacidade de influenciar as decisões sobre o Brasil é nula. E cuja maioria estava mais interessada em assistir ao possível duelo de José Eduardo Cardozo e Sérgio Moro – que não se realizou. Ambos divergiram educadamente e trocaram mesuras. | 0 |
Futebol feminino e Rafaela Silva são tapa na cara do machismo, diz leitor | OLIMPÍADA O ouro de Rafaela Silva e a magnífica apresentação das meninas da seleção brasileira de futebol representam um tapa na cara do exército de racistas e machistas que ainda temos no Brasil e que se manifesta monstruosamente nas redes sociais. Nossa solidariedade a Joanna Maranhão, que foi duramente maltratada também nas redes sociais –houve quem dissesse que ela deveria ser estuprada. Nós, brasileiros, não ganhamos ainda a medalha da dignidade humana e do respeito. PEDRO VALENTIM (Bauru, SP) * Nunca é demais repetir que educação de qualidade e esporte são os melhores meios para a inclusão social da juventude no país. O exemplo de Rafaela Silva, medalhista de ouro judô, prova essa assertiva. JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA (Rio de Janeiro, RJ) * Não entendi o porquê de a militar Rafaela Silva, campeã olímpica, não ter prestado continência durante a premiação. Entendi menos ainda o fato de a Folha ter mostrado a formação da atleta (destacando todos que a ajudaram) e ter omitido a sua passagem pela Marinha do Brasil, bem como o apoio recebido. LUIZ ALBERTO BARROS (Guaratinguetá, SP) * Fiquei feliz ao saber que ainda tem juiz que se importa com a Constituição e com a democracia. Tomara que a liminar que proíbe proibir cartazes e manifestações políticas pacíficas dentro das arenas do Parque Olímpico se amplie para valer permanentemente em todo o território brasileiro. RUTE BEVILAQUA (São Paulo, SP) * A "Mordaça olímpica" mostrada por Bernardo Mello Franco é apenas a parte mais visível da blindagem golpista que tenta justificar o interino Michel Temer no cargo. Cala-se o povo para impor, na sequência, um projeto político refutado nas urnas, com retrocessos sociais, trabalhistas e culturais. É o golpe gradual, lento e seguro. ADILSON GONÇALVES (Campinas, SP) * O colunista Bernardo Mello Franco se equivoca ao colocar as áreas da Olimpíada como espaços públicos. Por mais que a maioria dos locais e da segurança seja pública, está à disposição de uma entidade privada, o COI. Essa entidade tem o direito de estabelecer o que pode ou não ser feito nas áreas de concessão. O COI não quer misturar esporte com política. Isso se chama respeito ao direito privado. RODRIGO ENS (Curitiba, PR) - OPERAÇÃO LAVA JATO Gostaria de saber qual foi a mágica que fez com que a denúncia contra José Serra desaparecesse misteriosamente do jornal. ALBERTO VILLAS (São Paulo, SP) - CORRUPÇÃO Bem interessante o paralelo que Ricardo Viveiros faz em seu artigo "Corrupção versus Brasil" entre futebol e corrupção. Ambos estão no DNA do povo brasileiro. Mas, até quando aguentaremos a corrupção? A esperança é de que a nova geração mude isso. Há muitos movimentos mostrando que o jovem deixou de ser alienado. Tomara! MARCIA RODRIGUES NUNES (São Paulo, SP) - IMPEACHMENT Ruy Castro, em sua coluna "Fica o 'fora', cai o 'fica'", como em outras oportunidades, empresta seu prestígio para fazer a defesa indireta do interino ilegítimo. Esse samba de uma nota só traz cansaço, e o governismo do formador de opinião, descrédito. GILMAIR RIBEIRO DA SILVA (Piracicaba, SP) * Não queremos Temer, mas com toda a certeza não queremos a volta de Dilma Rousseff. Estamos cansados dessa classe política e dos seus partidos. São péssimos administradores e desqualificados para cargos públicos. Pagamos todos os erros e abusos desses senhores e senhoras. Em nome do povo, focam somente seus projetos pessoais. Enquanto isso, o Brasil afunda num mar de incompetência. VLAMIR ORANTES DE MATTEO (Campinas, SP) - HIDRELÉTRICA DE TAPAJÓS Ainda bem que o Ibama adotou uma medida de prudência com relação ao iminente desastre ambiental no amazônico rio Tapajós. DORALICE ARAÚJO, professora (Curitiba, PR) * O editorial "Reversão no Tapajós" desinforma o leitor e não traz o necessário convite para o debate informado sobre qual deve ser o modelo de desenvolvimento da nossa matriz energética. A potência de 11 mil MW de Belo Monte é nominal. Ela entrega efetivamente 4.500 MW em média (39% da capacidade). Estima-se que São Luiz do Tapajós geraria apenas metade dos 8.000 MW. O Brasil já contratou cerca de 16 mil MW de energia eólica dos 24 mil previstos até 2024, sendo que 7,8 mil já estão em operação –e isso sem nem falar de energia solar. O texto ficou raso e desconectado do debate atual. ANDRÉ PREVIATO (São Paulo, SP) - ACUPUNTURA Conforme a base científica, a aplicação de ventosa oferece analgesia e relaxamento muscular, melhora de circulação de sangue no tecido lesado e pode acalmar o atleta, diminuindo a ansiedade, a insônia e a palpitação. Pode até melhorar a respiração, porque a acupuntura libera neurotransmissores de endorfina e serotonina, estimulando os nervos da região cervical. Por isso, é importante seu uso em situação de estresse físico e mental. HONG JIN PAI, médico (São Paulo, SP) - CRISE HÍDRICA Em relação à reportagem "SP não fez toda a lição de casa após seca", a Folha cometeu uma omissão grave. Ao afirmarem que "São Paulo deixou de aproveitar a crise hídrica para promover algumas mudanças estruturais na gestão da água e saneamento", os especialistas ignoraram o investimento em três obras estruturantes que aumentarão a segurança hídrica. São elas: a PPP São Lourenço, a interligação Atibainha-Jaguari e a captação do rio Itapanhaú. São mais 13,5 mil litros por segundo, volume suficiente para abastecer 4 milhões de pessoas. MANOEL SCHLINDWEIN, assessor de imprensa da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br | paineldoleitor | Futebol feminino e Rafaela Silva são tapa na cara do machismo, diz leitorOLIMPÍADA O ouro de Rafaela Silva e a magnífica apresentação das meninas da seleção brasileira de futebol representam um tapa na cara do exército de racistas e machistas que ainda temos no Brasil e que se manifesta monstruosamente nas redes sociais. Nossa solidariedade a Joanna Maranhão, que foi duramente maltratada também nas redes sociais –houve quem dissesse que ela deveria ser estuprada. Nós, brasileiros, não ganhamos ainda a medalha da dignidade humana e do respeito. PEDRO VALENTIM (Bauru, SP) * Nunca é demais repetir que educação de qualidade e esporte são os melhores meios para a inclusão social da juventude no país. O exemplo de Rafaela Silva, medalhista de ouro judô, prova essa assertiva. JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA (Rio de Janeiro, RJ) * Não entendi o porquê de a militar Rafaela Silva, campeã olímpica, não ter prestado continência durante a premiação. Entendi menos ainda o fato de a Folha ter mostrado a formação da atleta (destacando todos que a ajudaram) e ter omitido a sua passagem pela Marinha do Brasil, bem como o apoio recebido. LUIZ ALBERTO BARROS (Guaratinguetá, SP) * Fiquei feliz ao saber que ainda tem juiz que se importa com a Constituição e com a democracia. Tomara que a liminar que proíbe proibir cartazes e manifestações políticas pacíficas dentro das arenas do Parque Olímpico se amplie para valer permanentemente em todo o território brasileiro. RUTE BEVILAQUA (São Paulo, SP) * A "Mordaça olímpica" mostrada por Bernardo Mello Franco é apenas a parte mais visível da blindagem golpista que tenta justificar o interino Michel Temer no cargo. Cala-se o povo para impor, na sequência, um projeto político refutado nas urnas, com retrocessos sociais, trabalhistas e culturais. É o golpe gradual, lento e seguro. ADILSON GONÇALVES (Campinas, SP) * O colunista Bernardo Mello Franco se equivoca ao colocar as áreas da Olimpíada como espaços públicos. Por mais que a maioria dos locais e da segurança seja pública, está à disposição de uma entidade privada, o COI. Essa entidade tem o direito de estabelecer o que pode ou não ser feito nas áreas de concessão. O COI não quer misturar esporte com política. Isso se chama respeito ao direito privado. RODRIGO ENS (Curitiba, PR) - OPERAÇÃO LAVA JATO Gostaria de saber qual foi a mágica que fez com que a denúncia contra José Serra desaparecesse misteriosamente do jornal. ALBERTO VILLAS (São Paulo, SP) - CORRUPÇÃO Bem interessante o paralelo que Ricardo Viveiros faz em seu artigo "Corrupção versus Brasil" entre futebol e corrupção. Ambos estão no DNA do povo brasileiro. Mas, até quando aguentaremos a corrupção? A esperança é de que a nova geração mude isso. Há muitos movimentos mostrando que o jovem deixou de ser alienado. Tomara! MARCIA RODRIGUES NUNES (São Paulo, SP) - IMPEACHMENT Ruy Castro, em sua coluna "Fica o 'fora', cai o 'fica'", como em outras oportunidades, empresta seu prestígio para fazer a defesa indireta do interino ilegítimo. Esse samba de uma nota só traz cansaço, e o governismo do formador de opinião, descrédito. GILMAIR RIBEIRO DA SILVA (Piracicaba, SP) * Não queremos Temer, mas com toda a certeza não queremos a volta de Dilma Rousseff. Estamos cansados dessa classe política e dos seus partidos. São péssimos administradores e desqualificados para cargos públicos. Pagamos todos os erros e abusos desses senhores e senhoras. Em nome do povo, focam somente seus projetos pessoais. Enquanto isso, o Brasil afunda num mar de incompetência. VLAMIR ORANTES DE MATTEO (Campinas, SP) - HIDRELÉTRICA DE TAPAJÓS Ainda bem que o Ibama adotou uma medida de prudência com relação ao iminente desastre ambiental no amazônico rio Tapajós. DORALICE ARAÚJO, professora (Curitiba, PR) * O editorial "Reversão no Tapajós" desinforma o leitor e não traz o necessário convite para o debate informado sobre qual deve ser o modelo de desenvolvimento da nossa matriz energética. A potência de 11 mil MW de Belo Monte é nominal. Ela entrega efetivamente 4.500 MW em média (39% da capacidade). Estima-se que São Luiz do Tapajós geraria apenas metade dos 8.000 MW. O Brasil já contratou cerca de 16 mil MW de energia eólica dos 24 mil previstos até 2024, sendo que 7,8 mil já estão em operação –e isso sem nem falar de energia solar. O texto ficou raso e desconectado do debate atual. ANDRÉ PREVIATO (São Paulo, SP) - ACUPUNTURA Conforme a base científica, a aplicação de ventosa oferece analgesia e relaxamento muscular, melhora de circulação de sangue no tecido lesado e pode acalmar o atleta, diminuindo a ansiedade, a insônia e a palpitação. Pode até melhorar a respiração, porque a acupuntura libera neurotransmissores de endorfina e serotonina, estimulando os nervos da região cervical. Por isso, é importante seu uso em situação de estresse físico e mental. HONG JIN PAI, médico (São Paulo, SP) - CRISE HÍDRICA Em relação à reportagem "SP não fez toda a lição de casa após seca", a Folha cometeu uma omissão grave. Ao afirmarem que "São Paulo deixou de aproveitar a crise hídrica para promover algumas mudanças estruturais na gestão da água e saneamento", os especialistas ignoraram o investimento em três obras estruturantes que aumentarão a segurança hídrica. São elas: a PPP São Lourenço, a interligação Atibainha-Jaguari e a captação do rio Itapanhaú. São mais 13,5 mil litros por segundo, volume suficiente para abastecer 4 milhões de pessoas. MANOEL SCHLINDWEIN, assessor de imprensa da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br | 8 |
Nove procuradores compõem força-tarefa que destrincha a Lava Jato | Um carro de luxo dado como presente desencadeou a investigação que já levou à cadeia três ex-diretores da Petrobras e executivos das maiores empreiteiras do país e à abertura de inquéritos contra três dezenas de congressistas da base aliada do governo Dilma Rousseff. A Land Rover que Alberto Youssef deu ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi descoberta em uma interceptação telefônica, em 2013, no curso de uma investigação sobre doleiros no Paraná. "Os americanos se vangloriam de terem prendido o Al Capone por causa do Imposto de Renda. Para mim, é de uma incompetência enorme só terem provado a sonegação. Da Land Rover puxamos um fio, com cuidado, que deu nisso tudo", disse o procurador Carlos Fernando Lima, 50. "Isso tudo" é a Operação Lava Jato : quase 500 pessoas e empresas sob investigação por crimes que envolvem ao menos R$ 2,1 bilhões e que escancarou suspeitas de corrupção na Petrobras. Já foram recuperados R$ 500 milhões, principalmente de contas secretas no exterior, e um valor ainda não calculado de bens foi bloqueado: imóveis, hotéis, carros de luxo, helicóptero, aviões e obras de arte. Com especializações e idades distintas, nove procuradores compõem a força-tarefa do Ministério Público Federal que há um ano destrincha o escândalo. O núcleo duro é formado pelo coordenador Deltan Dallagnol, 34, Orlando Martello Jr., 45, Januário Paludo, 49, e Lima. São todos oriundos do chamado grupo dos "tuiuiús", a oposição ao então procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, no governo FHC. A ave pantaneira é conhecida pela dificuldade para decolar. Brindeiro, à época, era chamado de engavetador-geral da República. Os quatro são veteranos do caso Banestado, investigação sobre lavagem de dinheiro e evasão de divisas que movimentou R$ 30 bilhões nos anos 1990. Do Banestado, que tramitou na Justiça por mais de uma década, saiu o DNA do atual modelo de delação premiada (15 até agora). O cérebro por trás da estratégia é Lima. Bom negociador, ele tem sangue frio para blefar, dizem advogados. "No começo, lançamos um grande 171: espalhar que já tinha gente na fila para colaborar, deixamos as pessoas saberem que já tinha uma pessoa ou empresa interessada, mas a gente ainda não tinha nada. Aí começaram a bater na nossa porta", contou. Advogados criticam a manutenção das prisões, segundo eles um meio de induzir os suspeitos à delação premiada. E dizem que ministros de tribunais superiores rejeitaram habeas corpus devido à pressão da opinião pública. O bunker do Ministério Público ocupa o 7º e o 8º andar do edifício Patriarca, no centro de Curitiba, em frente à sede da Procuradoria. Os dois pisos foram alugados por causa da imensa massa de documentos da investigação. Ao todo, cerca de 40 pessoas trabalham por lá. Há um assessor e um estagiário para cada procurador e peritos e seguranças que controlam o acesso ao bunker. Procuradores trabalham em duplas. Às vésperas da Semana Santa, os dois andares do Patriarca ferviam de atividade. Um dos procuradores dava expediente mesmo em licença-paternidade. Os procuradores revelam dois grandes temores. "Se houver a soltura de réus agora, muitos deles com dinheiro sujo escondido no exterior, esses processos podem ser atrasados por dez, quinze anos", disse Dallagnol, expressando um deles. Outro foco de desconfiança são os acordos de leniência negociados entre empreiteiras e a CGU (Controladoria-Geral da União). O governo afirma querer evitar a paralisação das obras. Mas o temor é que esses acordos sirvam para silenciar delatores. "A CGU foi feita para controlar corrupção de funcionários públicos, não para ser a salvadora do emprego. Se o governo quer criar um Proer, que faça no lugar certo, que é o Congresso", afirmou Lima. | poder | Nove procuradores compõem força-tarefa que destrincha a Lava JatoUm carro de luxo dado como presente desencadeou a investigação que já levou à cadeia três ex-diretores da Petrobras e executivos das maiores empreiteiras do país e à abertura de inquéritos contra três dezenas de congressistas da base aliada do governo Dilma Rousseff. A Land Rover que Alberto Youssef deu ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi descoberta em uma interceptação telefônica, em 2013, no curso de uma investigação sobre doleiros no Paraná. "Os americanos se vangloriam de terem prendido o Al Capone por causa do Imposto de Renda. Para mim, é de uma incompetência enorme só terem provado a sonegação. Da Land Rover puxamos um fio, com cuidado, que deu nisso tudo", disse o procurador Carlos Fernando Lima, 50. "Isso tudo" é a Operação Lava Jato : quase 500 pessoas e empresas sob investigação por crimes que envolvem ao menos R$ 2,1 bilhões e que escancarou suspeitas de corrupção na Petrobras. Já foram recuperados R$ 500 milhões, principalmente de contas secretas no exterior, e um valor ainda não calculado de bens foi bloqueado: imóveis, hotéis, carros de luxo, helicóptero, aviões e obras de arte. Com especializações e idades distintas, nove procuradores compõem a força-tarefa do Ministério Público Federal que há um ano destrincha o escândalo. O núcleo duro é formado pelo coordenador Deltan Dallagnol, 34, Orlando Martello Jr., 45, Januário Paludo, 49, e Lima. São todos oriundos do chamado grupo dos "tuiuiús", a oposição ao então procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, no governo FHC. A ave pantaneira é conhecida pela dificuldade para decolar. Brindeiro, à época, era chamado de engavetador-geral da República. Os quatro são veteranos do caso Banestado, investigação sobre lavagem de dinheiro e evasão de divisas que movimentou R$ 30 bilhões nos anos 1990. Do Banestado, que tramitou na Justiça por mais de uma década, saiu o DNA do atual modelo de delação premiada (15 até agora). O cérebro por trás da estratégia é Lima. Bom negociador, ele tem sangue frio para blefar, dizem advogados. "No começo, lançamos um grande 171: espalhar que já tinha gente na fila para colaborar, deixamos as pessoas saberem que já tinha uma pessoa ou empresa interessada, mas a gente ainda não tinha nada. Aí começaram a bater na nossa porta", contou. Advogados criticam a manutenção das prisões, segundo eles um meio de induzir os suspeitos à delação premiada. E dizem que ministros de tribunais superiores rejeitaram habeas corpus devido à pressão da opinião pública. O bunker do Ministério Público ocupa o 7º e o 8º andar do edifício Patriarca, no centro de Curitiba, em frente à sede da Procuradoria. Os dois pisos foram alugados por causa da imensa massa de documentos da investigação. Ao todo, cerca de 40 pessoas trabalham por lá. Há um assessor e um estagiário para cada procurador e peritos e seguranças que controlam o acesso ao bunker. Procuradores trabalham em duplas. Às vésperas da Semana Santa, os dois andares do Patriarca ferviam de atividade. Um dos procuradores dava expediente mesmo em licença-paternidade. Os procuradores revelam dois grandes temores. "Se houver a soltura de réus agora, muitos deles com dinheiro sujo escondido no exterior, esses processos podem ser atrasados por dez, quinze anos", disse Dallagnol, expressando um deles. Outro foco de desconfiança são os acordos de leniência negociados entre empreiteiras e a CGU (Controladoria-Geral da União). O governo afirma querer evitar a paralisação das obras. Mas o temor é que esses acordos sirvam para silenciar delatores. "A CGU foi feita para controlar corrupção de funcionários públicos, não para ser a salvadora do emprego. Se o governo quer criar um Proer, que faça no lugar certo, que é o Congresso", afirmou Lima. | 0 |
Premiê chinês vem ao Brasil com pacote de US$ 53 bilhões | Li Keqiang, o premiê chinês, desembarca no Brasil na terça-feira (19) trazendo na bagagem um suculento pacote de projetos de cooperação, no valor total de US$ 53 bilhões (R$ 160 bilhões). A cereja do bolo é a participação chinesa na chamada Ferrovia Transoceânica, que ligará a brasileira Ferrovia Norte-Sul à costa do Pacífico, no Peru. É um projeto de custo estimado entre US$ 4,5 bilhões (R$ 13,5 bilhões) e US$ 10 bilhões (R$ 30 bilhões). O jornal britânico "Financial Times" informa que esse seria o custo se a ferrovia cortasse a Amazônia –o que, inevitavelmente, enfrentaria forte oposição de ambientalistas e grupos indígenas. Por isso, há uma segunda rota, alternativa, através dos desertos do sul do Peru, o que obrigaria a envolver a Bolívia no projeto. Por enquanto, o que está sendo negociado é uma cooperação apenas trilateral (Brasil/China/Peru). A Transoceânica permitirá que o Brasil exporte pelo Pacífico soja e minério de ferro, dois dos seus principais produtos no comércio com a China, barateando o custo. Mas a ferrovia não é nem remotamente o único projeto na bagagem de Li Keqiang. O que vai ser assinado em Brasília, na semana que vem, é um conjunto de 34 atos envolvendo principalmente investimentos em infraestrutura e no aumento da capacidade produtiva do Brasil. Levaria a cooperação entre os dois parceiros a um outro plano, além do comércio, que é o grande componente hoje. Aumentar a capacidade produtiva do Brasil permitirá que o país "exporte mais aço e menos minério de ferro", como sonha o embaixador José Alfredo Graça Lima, subsecretário-geral de Política 2 —no organograma do Itamaraty, responsável pelas relações com a Ásia. É uma alusão ao fato de que o comércio com a China incomoda o governo, por mais que tenha havido saldo sistemático, exceto nos últimos cinco ou seis meses. Ocorre que o Brasil exporta basicamente produtos primários e importa produtos industriais. É uma relação semicolonial, da qual a própria presidente Dilma Rousseff se queixou na sua visita à China, em 2011. De lá para cá nada mudou, a não ser o fato de que o fluxo comercial se enfraqueceu, em consequência da relativa desaceleração chinesa e da retração no Brasil. GIRO CHINÊS Li Keqiang visitará também Chile, Peru e Colômbia, os três países com políticas mais liberais na América do Sul –caminho que o Brasil começa a trilhar com o ministro Joaquim Levy. O "Financial Times" especula que a viagem seja um reflexo do receio da China quanto à solvência dos parceiros sul-americanos mais à esquerda, casos de Argentina e, principalmente, Venezuela. A China emprestou quase US$ 60 bilhões a Caracas, praticamente o dobro dos créditos a um Brasil de economia muitíssimo maior. | mundo | Premiê chinês vem ao Brasil com pacote de US$ 53 bilhõesLi Keqiang, o premiê chinês, desembarca no Brasil na terça-feira (19) trazendo na bagagem um suculento pacote de projetos de cooperação, no valor total de US$ 53 bilhões (R$ 160 bilhões). A cereja do bolo é a participação chinesa na chamada Ferrovia Transoceânica, que ligará a brasileira Ferrovia Norte-Sul à costa do Pacífico, no Peru. É um projeto de custo estimado entre US$ 4,5 bilhões (R$ 13,5 bilhões) e US$ 10 bilhões (R$ 30 bilhões). O jornal britânico "Financial Times" informa que esse seria o custo se a ferrovia cortasse a Amazônia –o que, inevitavelmente, enfrentaria forte oposição de ambientalistas e grupos indígenas. Por isso, há uma segunda rota, alternativa, através dos desertos do sul do Peru, o que obrigaria a envolver a Bolívia no projeto. Por enquanto, o que está sendo negociado é uma cooperação apenas trilateral (Brasil/China/Peru). A Transoceânica permitirá que o Brasil exporte pelo Pacífico soja e minério de ferro, dois dos seus principais produtos no comércio com a China, barateando o custo. Mas a ferrovia não é nem remotamente o único projeto na bagagem de Li Keqiang. O que vai ser assinado em Brasília, na semana que vem, é um conjunto de 34 atos envolvendo principalmente investimentos em infraestrutura e no aumento da capacidade produtiva do Brasil. Levaria a cooperação entre os dois parceiros a um outro plano, além do comércio, que é o grande componente hoje. Aumentar a capacidade produtiva do Brasil permitirá que o país "exporte mais aço e menos minério de ferro", como sonha o embaixador José Alfredo Graça Lima, subsecretário-geral de Política 2 —no organograma do Itamaraty, responsável pelas relações com a Ásia. É uma alusão ao fato de que o comércio com a China incomoda o governo, por mais que tenha havido saldo sistemático, exceto nos últimos cinco ou seis meses. Ocorre que o Brasil exporta basicamente produtos primários e importa produtos industriais. É uma relação semicolonial, da qual a própria presidente Dilma Rousseff se queixou na sua visita à China, em 2011. De lá para cá nada mudou, a não ser o fato de que o fluxo comercial se enfraqueceu, em consequência da relativa desaceleração chinesa e da retração no Brasil. GIRO CHINÊS Li Keqiang visitará também Chile, Peru e Colômbia, os três países com políticas mais liberais na América do Sul –caminho que o Brasil começa a trilhar com o ministro Joaquim Levy. O "Financial Times" especula que a viagem seja um reflexo do receio da China quanto à solvência dos parceiros sul-americanos mais à esquerda, casos de Argentina e, principalmente, Venezuela. A China emprestou quase US$ 60 bilhões a Caracas, praticamente o dobro dos créditos a um Brasil de economia muitíssimo maior. | 4 |
Repleto de praias paradisíacas, Nordeste é eleito o melhor destino para férias em família | ROBERTO DE OLIVEIRA EDITOR DA sãopaulo É praticamente impossível dissociar o Nordeste das suas praias paradisíacas, mesmo sabendo que a região brasileira oferece muito mais que a já tradicional combinação de mar de água quentinha com areia e coqueiral. A propósito, duas das mais lindas e ricas chapadas do Brasil, a Diamantina e a das Mesas, ficam naquele pedaço do mapa, respectivamente na Bahia e no Maranhão. Como o frio já está se despedindo e todo o mundo já está pensando em botar a cara no sol, esta edição especial da "Viaja sãopaulo" resolveu dar uma ajudinha aos viajantes e pinçar, entre um sem-número de opções, ao menos uma praia em cada um dos nove Estados nordestinos. Cerca de 3.000 km de litoral emolduram um pedaço abençoada pelo sol durante o ano todo. São praias para todos os gostos, com dunas, falésias, arrecifes, lagoas —e dá-lhe água de coco! Quem se dispuser a fugir de roteiros massificados, prontos para o consumo, vai encontrar nesta edição um convite à descoberta de refúgios que, sim, oferecem infraestrutura, mas que ainda não foram abocanhados pela indústria do turismo predatório. São lugares especialmente indicados a quem pretende dar um tempo na mordomia "all inclusive" dos resorts e se abandonar numa preguiça gostosa, à maneira de Dorival Caymmi: "Quem vem para beira do mar, ai, nunca mais quer voltar, ai". * O povo, a comida, as praias, a Paraíba é páreo forte. No extremo norte do litoral, a praia da Baía da Traição é um dos locais que mais sofrem com o avanço do mar. Tanto no lado norte quanto no sul, casas foram destruídas pela força constante das marés. Não se deixe abater pelo visual e siga mais um bocadinho ao norte, onde falésias coloridas são a prova de que a beleza da natureza se faz ali soberana. * Pense numa praia deserta de água morna e mar verdinho. Acrescente a esse visual falésias avermelhadas. Sobre elas, dunas. Em alguns pontos, vegetação de restinga. Coloque uma jangadinha aqui, outra lá onde a areia faz a curva. É mais ou menos esse o cenário de uma das praias mais bonitas do litoral leste cearense, que fica no município de Icapuí, dono também da Praia da Redonda, outra beleza que segue o fluxo do vento e, é claro, da maré. * Ok, sejamos sinceros: Porto de Galinhas está tão dominada que é praticamente impossível se sentar frente à praia sem "pedágio", ou seja, pagar pelo guarda-sol e pela cadeira de praia, sem falar na taxa de consumo mínimo. Melhor, então, que você pague um barqueiro que te leve até a ilha de Santo Aleixo, um lugar de águas transparentes comparadas às da Polinésia. Além de apreciar a natureza preservada, outro ponto para ilha: poucos turistas se aventuram por lá. Sol, praia e muito sossego! * O Nordeste está repleto de piscinas naturais, sejam as muvucadas de Maragogi, sejam as translúcidas de São Miguel dos Milagres. Pois saiba que a pouco mais de uma hora de carro, saindo de Natal, sentido norte, até bem perto do nascimento da BR-101, no município de Touros, há um piscinão no meio do mar ainda pouco explorado. Da estrada, cruza-se a cidade de Touros até alcançar um vilarejo rústico, onde todo mundo parece ser parente de todo mundo. Estamos em Perobas. Uma praia, calma, onde crianças e adolescentes batem uma bolinha na areia e alguns barcos saem rumo às piscinas naturais, onde ainda é possível avistar um rica fauna marinha. Aqui não dá para evitar o clichê: vá enquanto é tempo. * Para chegar à praia do Morro é preciso atravessar o rio Camaragibe, pertinho de São Miguel dos Milagres. Depois, a gente segue por uma trilha de areia que corre serpenteando um jardim de coqueiros. Por dentro dele, caminha-se por cerca de 20 minutos sob flashes de luz solar, filtrados pela folhagem. Na beira da praia, avista-se um corredor de verde intenso, formado pela linha de coqueiros, bem diante de uma longa faixa de areia solitária. É você e o mar. * No caminho, dunas e coqueirais antes de chegar até a pequena enseada de areia fina. Para conhecer cada pedacinho, uma boa dica é alugar um bugue. A imensidão de areia desenhada pelo vento é um dos pontos mais atrativos da praia do Saco. Na maré baixa, piscinas naturais se formam, convidando o forasteiro para aquele banho morninho. Dali é possível esticar um bocadinho: fazer um passeio de catamarã pelo rio Sergipe, que parte de Aracaju, passa pela Ilha de Santa Luzia e chega à famosa praia de Mangue Seco, já na Bahia. * Quem se contenta com Barreirinhas não sabe o que está perdendo. Seguindo o movimento do rio Preguiças em direção ao mar chega-se à pequenina vila de pescadores. De um lado, ela é banhada pelo Atlântico. Do outro, pelo rio Preguiças. Atins é a porta de entrada do lado leste do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. É ainda um lugar rústica, mas que, a cada temporada, ganha uma nova pousada aqui, um restaurantinho acolá. Digamos que Atins é para quem busca um contato mais direto com às belas paisagens daquela região. * Diz a lenda que o mar dali era tão perfeito que os índios pataxós a comparavam com o reflexo de um espelho. Daí o nome. Em noite de lua cheia, não precisa de explicação: está ali, refletido na água. Pertinho da dominada Porto Seguro e da pretensiosa Trancoso, a Praia do Espelho oferece boas pousadas. Poucos brasileiros sabem, mas os gringos já fazem o trekking pela costa (em alguns trechos será necessário ir pela trilha da mata) de Espelho até Caraíva, um dos pedaços mais encantadores de todo o litoral brasileiro. * Você já ouviu falar de Barra Grande? Não, não se trata da famosa Barra Grande da Península de Maraú, na Bahia. Estamos falando aqui da sua homônima piauiense. Reduto de kitesurfistas do mundo todo, Barra Grande é uma espécie de Jeri de 30 anos atrás. O vilarejo pertence ao município de Cajueiro da Praia, na divisa com o Ceará, outra pérola ainda a ser lapidada, repleta de praias paradisíacas e desertas. Vá antes que os turistas as desbravem. * QUEM LEVA MARANHÃO RCA Quatro noites em apto. duplo em São Luís, Barreirinhas e Atins. Sem aéreo. A partir de R$ 1.633. rcaturismo.com.br; tel. 3017-8700. NEW AGE Lençóis Maranhenses, delta do Parnaíba e praias estão nesse pacote de oito noites pelo Maranhão, Piauí e Ceará. Sem aéreo, em apto. duplo. A partir de R$ 5.817. newage.tur.br; tel. 3138-4888. - SERGIPE RCA Com passeio à praia do Saco, inclui quatro noites em apto. duplo e aéreo. A partir de R$ 1.637. rcaturismo.com.br; tel. 3017-8700. NEW AGE Quatro noites em apartamento duplo com visita panorâmica, city tour na capital e passeio na praia do Saco. Inclui aéreo e traslados. A partir de R$ 1.009. newage.tur.br; tel. 3138-4888. | saopaulo | Repleto de praias paradisíacas, Nordeste é eleito o melhor destino para férias em famíliaROBERTO DE OLIVEIRA EDITOR DA sãopaulo É praticamente impossível dissociar o Nordeste das suas praias paradisíacas, mesmo sabendo que a região brasileira oferece muito mais que a já tradicional combinação de mar de água quentinha com areia e coqueiral. A propósito, duas das mais lindas e ricas chapadas do Brasil, a Diamantina e a das Mesas, ficam naquele pedaço do mapa, respectivamente na Bahia e no Maranhão. Como o frio já está se despedindo e todo o mundo já está pensando em botar a cara no sol, esta edição especial da "Viaja sãopaulo" resolveu dar uma ajudinha aos viajantes e pinçar, entre um sem-número de opções, ao menos uma praia em cada um dos nove Estados nordestinos. Cerca de 3.000 km de litoral emolduram um pedaço abençoada pelo sol durante o ano todo. São praias para todos os gostos, com dunas, falésias, arrecifes, lagoas —e dá-lhe água de coco! Quem se dispuser a fugir de roteiros massificados, prontos para o consumo, vai encontrar nesta edição um convite à descoberta de refúgios que, sim, oferecem infraestrutura, mas que ainda não foram abocanhados pela indústria do turismo predatório. São lugares especialmente indicados a quem pretende dar um tempo na mordomia "all inclusive" dos resorts e se abandonar numa preguiça gostosa, à maneira de Dorival Caymmi: "Quem vem para beira do mar, ai, nunca mais quer voltar, ai". * O povo, a comida, as praias, a Paraíba é páreo forte. No extremo norte do litoral, a praia da Baía da Traição é um dos locais que mais sofrem com o avanço do mar. Tanto no lado norte quanto no sul, casas foram destruídas pela força constante das marés. Não se deixe abater pelo visual e siga mais um bocadinho ao norte, onde falésias coloridas são a prova de que a beleza da natureza se faz ali soberana. * Pense numa praia deserta de água morna e mar verdinho. Acrescente a esse visual falésias avermelhadas. Sobre elas, dunas. Em alguns pontos, vegetação de restinga. Coloque uma jangadinha aqui, outra lá onde a areia faz a curva. É mais ou menos esse o cenário de uma das praias mais bonitas do litoral leste cearense, que fica no município de Icapuí, dono também da Praia da Redonda, outra beleza que segue o fluxo do vento e, é claro, da maré. * Ok, sejamos sinceros: Porto de Galinhas está tão dominada que é praticamente impossível se sentar frente à praia sem "pedágio", ou seja, pagar pelo guarda-sol e pela cadeira de praia, sem falar na taxa de consumo mínimo. Melhor, então, que você pague um barqueiro que te leve até a ilha de Santo Aleixo, um lugar de águas transparentes comparadas às da Polinésia. Além de apreciar a natureza preservada, outro ponto para ilha: poucos turistas se aventuram por lá. Sol, praia e muito sossego! * O Nordeste está repleto de piscinas naturais, sejam as muvucadas de Maragogi, sejam as translúcidas de São Miguel dos Milagres. Pois saiba que a pouco mais de uma hora de carro, saindo de Natal, sentido norte, até bem perto do nascimento da BR-101, no município de Touros, há um piscinão no meio do mar ainda pouco explorado. Da estrada, cruza-se a cidade de Touros até alcançar um vilarejo rústico, onde todo mundo parece ser parente de todo mundo. Estamos em Perobas. Uma praia, calma, onde crianças e adolescentes batem uma bolinha na areia e alguns barcos saem rumo às piscinas naturais, onde ainda é possível avistar um rica fauna marinha. Aqui não dá para evitar o clichê: vá enquanto é tempo. * Para chegar à praia do Morro é preciso atravessar o rio Camaragibe, pertinho de São Miguel dos Milagres. Depois, a gente segue por uma trilha de areia que corre serpenteando um jardim de coqueiros. Por dentro dele, caminha-se por cerca de 20 minutos sob flashes de luz solar, filtrados pela folhagem. Na beira da praia, avista-se um corredor de verde intenso, formado pela linha de coqueiros, bem diante de uma longa faixa de areia solitária. É você e o mar. * No caminho, dunas e coqueirais antes de chegar até a pequena enseada de areia fina. Para conhecer cada pedacinho, uma boa dica é alugar um bugue. A imensidão de areia desenhada pelo vento é um dos pontos mais atrativos da praia do Saco. Na maré baixa, piscinas naturais se formam, convidando o forasteiro para aquele banho morninho. Dali é possível esticar um bocadinho: fazer um passeio de catamarã pelo rio Sergipe, que parte de Aracaju, passa pela Ilha de Santa Luzia e chega à famosa praia de Mangue Seco, já na Bahia. * Quem se contenta com Barreirinhas não sabe o que está perdendo. Seguindo o movimento do rio Preguiças em direção ao mar chega-se à pequenina vila de pescadores. De um lado, ela é banhada pelo Atlântico. Do outro, pelo rio Preguiças. Atins é a porta de entrada do lado leste do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. É ainda um lugar rústica, mas que, a cada temporada, ganha uma nova pousada aqui, um restaurantinho acolá. Digamos que Atins é para quem busca um contato mais direto com às belas paisagens daquela região. * Diz a lenda que o mar dali era tão perfeito que os índios pataxós a comparavam com o reflexo de um espelho. Daí o nome. Em noite de lua cheia, não precisa de explicação: está ali, refletido na água. Pertinho da dominada Porto Seguro e da pretensiosa Trancoso, a Praia do Espelho oferece boas pousadas. Poucos brasileiros sabem, mas os gringos já fazem o trekking pela costa (em alguns trechos será necessário ir pela trilha da mata) de Espelho até Caraíva, um dos pedaços mais encantadores de todo o litoral brasileiro. * Você já ouviu falar de Barra Grande? Não, não se trata da famosa Barra Grande da Península de Maraú, na Bahia. Estamos falando aqui da sua homônima piauiense. Reduto de kitesurfistas do mundo todo, Barra Grande é uma espécie de Jeri de 30 anos atrás. O vilarejo pertence ao município de Cajueiro da Praia, na divisa com o Ceará, outra pérola ainda a ser lapidada, repleta de praias paradisíacas e desertas. Vá antes que os turistas as desbravem. * QUEM LEVA MARANHÃO RCA Quatro noites em apto. duplo em São Luís, Barreirinhas e Atins. Sem aéreo. A partir de R$ 1.633. rcaturismo.com.br; tel. 3017-8700. NEW AGE Lençóis Maranhenses, delta do Parnaíba e praias estão nesse pacote de oito noites pelo Maranhão, Piauí e Ceará. Sem aéreo, em apto. duplo. A partir de R$ 5.817. newage.tur.br; tel. 3138-4888. - SERGIPE RCA Com passeio à praia do Saco, inclui quatro noites em apto. duplo e aéreo. A partir de R$ 1.637. rcaturismo.com.br; tel. 3017-8700. NEW AGE Quatro noites em apartamento duplo com visita panorâmica, city tour na capital e passeio na praia do Saco. Inclui aéreo e traslados. A partir de R$ 1.009. newage.tur.br; tel. 3138-4888. | 9 |
Comitê Olímpico retira candidatura de Roma para Jogos de 2024 | O Comitê Olímpico da Itália retirou oficialmente a candidatura de Roma para sediar os Jogos de 2024 depois que o conselho da cidade se opôs ao projeto em uma votação, informou o presidente do comitê, Giovanni Malago, nesta terça-feira (11). "Hoje escrevi uma carta ao Comitê Olímpico Internacional (COI) na qual retiramos nossa candidatura para os Jogos Olímpicos de 2024", disse Malago a repórteres, acabando com a especulação de que poderia tentar levar a iniciativa adiante de qualquer maneira. No mês passado, a prefeita de Roma, Virginia Raggi, anunciou que não iria apoiar os esforços de Malago para realizar o evento esportivo, dizendo que sediar a Olimpíada iria deixar a capital italiana enterrada em dívidas e toneladas de cimento. O partido anti-establishment de Raggi, o Movimento 5 Estrelas, obteve uma vitória esmagadora na eleição de Roma em junho e vem insistindo em sua oposição aos Jogos, argumentando que a cidade caótica tem problemas mais prementes. Mas o governo do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, endossou a candidatura com firmeza, e a mais abrangente municipalidade de Roma, que inclui uma gama de conselhos de pequenas cidades, indicou que estava disposta a dar seu nome ao projeto na tentativa de contornar o veto do Movimento 5 Estrelas. Mas Malago, que se reuniu com autoridades olímpicas na semana passada, convocou uma coletiva de imprensa nesta terça-feira para deixar claro que não há como prosseguir. Em consequência de seu anúncio, só Paris, Los Angeles e Budapeste continuam na disputa para sediar os Jogos Olímpicos de 2024. | esporte | Comitê Olímpico retira candidatura de Roma para Jogos de 2024O Comitê Olímpico da Itália retirou oficialmente a candidatura de Roma para sediar os Jogos de 2024 depois que o conselho da cidade se opôs ao projeto em uma votação, informou o presidente do comitê, Giovanni Malago, nesta terça-feira (11). "Hoje escrevi uma carta ao Comitê Olímpico Internacional (COI) na qual retiramos nossa candidatura para os Jogos Olímpicos de 2024", disse Malago a repórteres, acabando com a especulação de que poderia tentar levar a iniciativa adiante de qualquer maneira. No mês passado, a prefeita de Roma, Virginia Raggi, anunciou que não iria apoiar os esforços de Malago para realizar o evento esportivo, dizendo que sediar a Olimpíada iria deixar a capital italiana enterrada em dívidas e toneladas de cimento. O partido anti-establishment de Raggi, o Movimento 5 Estrelas, obteve uma vitória esmagadora na eleição de Roma em junho e vem insistindo em sua oposição aos Jogos, argumentando que a cidade caótica tem problemas mais prementes. Mas o governo do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, endossou a candidatura com firmeza, e a mais abrangente municipalidade de Roma, que inclui uma gama de conselhos de pequenas cidades, indicou que estava disposta a dar seu nome ao projeto na tentativa de contornar o veto do Movimento 5 Estrelas. Mas Malago, que se reuniu com autoridades olímpicas na semana passada, convocou uma coletiva de imprensa nesta terça-feira para deixar claro que não há como prosseguir. Em consequência de seu anúncio, só Paris, Los Angeles e Budapeste continuam na disputa para sediar os Jogos Olímpicos de 2024. | 3 |
Mortes: Construiu importantes estradas em São Paulo | "O Pedro é o homem que transforma água em estrada." A frase, dita na inauguração da estrada Piaçaguara-Guarujá, no começo dos anos 1970, resume a trajetória do engenheiro Pedro Motta de Oliveira Castro, um dos responsáveis pela rodovia. O caminho entre Santos e Guarujá era feito até então apenas por balsa e a rodovia foi uma das primeiras erguidas sobre área de mangue, em uma empreitada que demorou anos e envolveu mil e uma dificuldades técnicas, conta Hilda, filha do engenheiro. Especializado em pavimentação, participou também da construção da avenida Brigadeiro Faria Lima, na capital paulista, e também da rodovia Fernão Dias. Apaixonado por navegação, tinha um barco chamado Quietude, que, apesar do nome, lhe rendeu alguns sustos. Entre eles, a vez que a embarcação parou de funcionar em um canal em Santos enquanto um navio se aproximava por trás -por sorte, conseguiu desviar da nau. A mulher, Maria Cecília, o conheceu esperando o bonde na rua Augusta. Com ela, gostava de viajar o país de carro. Leitor ávido, tinha predileção por biografias, em especial de Napoleão Bonaparte e d. Pedro 1º, personagens que admirava. Mais velho, foi à Europa conhecer sua família paterna, portuguesa, e aproveitou para visitar monumentos históricos importantes na trajetória dos ídolos. Depois de dois meses internado, morreu no dia 3, aos 89, deixando a mulher, seis filhos, netos e bisnetos. Uma missa em sua homenagem acontece nesta segunda (13), às 12h45, na Igreja N. Sra. do Brasil, em São Paulo. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas | cotidiano | Mortes: Construiu importantes estradas em São Paulo"O Pedro é o homem que transforma água em estrada." A frase, dita na inauguração da estrada Piaçaguara-Guarujá, no começo dos anos 1970, resume a trajetória do engenheiro Pedro Motta de Oliveira Castro, um dos responsáveis pela rodovia. O caminho entre Santos e Guarujá era feito até então apenas por balsa e a rodovia foi uma das primeiras erguidas sobre área de mangue, em uma empreitada que demorou anos e envolveu mil e uma dificuldades técnicas, conta Hilda, filha do engenheiro. Especializado em pavimentação, participou também da construção da avenida Brigadeiro Faria Lima, na capital paulista, e também da rodovia Fernão Dias. Apaixonado por navegação, tinha um barco chamado Quietude, que, apesar do nome, lhe rendeu alguns sustos. Entre eles, a vez que a embarcação parou de funcionar em um canal em Santos enquanto um navio se aproximava por trás -por sorte, conseguiu desviar da nau. A mulher, Maria Cecília, o conheceu esperando o bonde na rua Augusta. Com ela, gostava de viajar o país de carro. Leitor ávido, tinha predileção por biografias, em especial de Napoleão Bonaparte e d. Pedro 1º, personagens que admirava. Mais velho, foi à Europa conhecer sua família paterna, portuguesa, e aproveitou para visitar monumentos históricos importantes na trajetória dos ídolos. Depois de dois meses internado, morreu no dia 3, aos 89, deixando a mulher, seis filhos, netos e bisnetos. Uma missa em sua homenagem acontece nesta segunda (13), às 12h45, na Igreja N. Sra. do Brasil, em São Paulo. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas | 5 |
Por que você deveria lavar as toalhas de banho com mais frequência | Não há dúvida que todo mundo adora sair do banho e se secar com uma toalha macia, felpuda e, principalmente, limpa. Mas, além do prazer de uma toalha perfumada, existe mais uma razão para se preocupar com a questão da limpeza: os fungos e bactérias. Cientistas afirmam que as toalhas que usamos diariamente para secar mãos, rosto ou todo o corpo são locais de cultivo de todo tipo de bactérias e fungos, além de acumularem células de pele morta e secreções salivares, anais e urinárias. Para piorar, as toalhas também podem acumular ácaros e outros agentes prejudiciais à saúde. Esses pedaços de tecido são ambientes ideais para a proliferação de tudo isso, pois têm muitas das condições indispensáveis para garantir a vida dos micróbios, entre elas água, temperatura alta e oxigênio. NA TOALHA E NO CORPO Nosso corpo também apresenta estas condições ideais para bactérias e fungos –nós estamos cobertos de micro-organismos dos pés à cabeça. Desta forma, quando você se seca com a toalha, os micróbios e secreções de nosso próprio corpo ficam depositados no tecido. Os resíduos celulares, junto ao oxigênio do ambiente, servem de alimento para os micróbios. E a umidade constante do banheiro favorece sua sobrevivência e reprodução. A maioria dos micróbios provavelmente não vai causar nenhum problema, já que eles estão saindo de nosso próprio corpo. Mas eles estão ali, na toalha, se multiplicando rapidamente... E tudo muda se você compartilha toalhas: neste caso, o corpo fica exposto aos micróbios do outro. E o pior é que as toalhas também podem acumular micróbios que estão presentes no próprio banheiro. CAMA E MESA Estudos realizados em hospitais confirmam que as toalhas e os lençóis são veículos para a disseminação de vírus e bactérias. Apesar de, comparativamente, residências não serem ambientes de alto risco, é certo que as toalhas podem se transformar em um problema. Uma pesquisa realizada pela revista "Women's Health" em 2015 sugeriu que 44% das mulheres ouvidas trocavam os lençóis e toalhas uma vez por semana. Mas 47% faziam isso duas vezes por mês ou menos. "Não há dados científicos para determinar com exatidão com qual frequência devemos trocar lençóis e toalhas", disse à BBC a cientista Sally Bloomsfield, especialista em doenças infecciosas e consultora do Fórum Científico Internacional de Higiene do Lar. Porém, acrescenta a especialista, há provas de que existem riscos de infecção dentro de casa. São desde infecções na pele até uma variedade de doenças como as causadas por bactérias Escherichia coli ou Staphylococcus aureus. E aí surgem as dúvidas de como minimizar estes riscos. Em primeiro lugar Bloomsfield desaconselha o compartilhamento de toalhas, especialmente as toalhas de mão, assim como outros objetos relacionados à higiene pessoal. "Os tecidos úmidos são um refúgio especial para organismos prejudiciais", alertou a pesquisadora. Quanto ao intervalo para substituir as toalhas, durante muito tempo o conselho foi de trocas semanais como uma forma de evitar infecções. Mas agora os cientistas acreditam que até uma semana é tempo demais para usar uma toalha. "Se você consegue secá-las completamente, não deve usá-las mais do que três vezes. Este é o máximo", aconselha Philip Tierno, microbiólogo e patologista da Escola de Medicina da Universidade de Nova York em uma entrevista para o Business Insider. TUDO SECO A chave, segundo os especialistas, é que entre um uso e outro a pessoa consiga secar a toalha completamente. Algo que nem sempre acontece em espaços sem janelas ou com pouca ventilação –por exemplo, se a porta do banheiro onde a toalha fica pendurada fica fechada. "Bactérias e mofo começam a se acumular, mas seu crescimento é freado à medida que a toalha seca", explicou Kelly Reynolds, professor de saúde ambiental da Universidade do Arizona. Bloomsfield, por sua vez, é mais radical: acredita que, em uma situação ideal, as pessoas deveriam lavar as toalhas depois de cada uso. Se isso não for possível, "é preciso enxaguá-las imediatamente depois do uso e secar muito bem a toalha". Para acabar com os micro-organismo, é preciso enxaguar a toalha com água a 60 graus. Ou, caso a água esteja em uma temperatura mais baixa que esta, usar detergentes que incluam agentes branqueadores que tenham como base o oxigênio. Também ajuda usar uma pequena dose de vinagre branco para evitar o cheiro de umidade e, em seguida, lavar a toalha com o sabão que geralmente é usado na casa. E, se possível, o melhor é secar as toalhas ao ao livre. Bloomsfield afirma que, na dúvida, é melhor lavar demais do que de menos. Os especialistas também apontam para um sinal de alerta: o cheiro de umidade na toalha é sinal de que os micróbios estão se multiplicando no tecido –é preciso jogá-la na máquina de lavar roupas o mais rápido possível. | equilibrioesaude | Por que você deveria lavar as toalhas de banho com mais frequênciaNão há dúvida que todo mundo adora sair do banho e se secar com uma toalha macia, felpuda e, principalmente, limpa. Mas, além do prazer de uma toalha perfumada, existe mais uma razão para se preocupar com a questão da limpeza: os fungos e bactérias. Cientistas afirmam que as toalhas que usamos diariamente para secar mãos, rosto ou todo o corpo são locais de cultivo de todo tipo de bactérias e fungos, além de acumularem células de pele morta e secreções salivares, anais e urinárias. Para piorar, as toalhas também podem acumular ácaros e outros agentes prejudiciais à saúde. Esses pedaços de tecido são ambientes ideais para a proliferação de tudo isso, pois têm muitas das condições indispensáveis para garantir a vida dos micróbios, entre elas água, temperatura alta e oxigênio. NA TOALHA E NO CORPO Nosso corpo também apresenta estas condições ideais para bactérias e fungos –nós estamos cobertos de micro-organismos dos pés à cabeça. Desta forma, quando você se seca com a toalha, os micróbios e secreções de nosso próprio corpo ficam depositados no tecido. Os resíduos celulares, junto ao oxigênio do ambiente, servem de alimento para os micróbios. E a umidade constante do banheiro favorece sua sobrevivência e reprodução. A maioria dos micróbios provavelmente não vai causar nenhum problema, já que eles estão saindo de nosso próprio corpo. Mas eles estão ali, na toalha, se multiplicando rapidamente... E tudo muda se você compartilha toalhas: neste caso, o corpo fica exposto aos micróbios do outro. E o pior é que as toalhas também podem acumular micróbios que estão presentes no próprio banheiro. CAMA E MESA Estudos realizados em hospitais confirmam que as toalhas e os lençóis são veículos para a disseminação de vírus e bactérias. Apesar de, comparativamente, residências não serem ambientes de alto risco, é certo que as toalhas podem se transformar em um problema. Uma pesquisa realizada pela revista "Women's Health" em 2015 sugeriu que 44% das mulheres ouvidas trocavam os lençóis e toalhas uma vez por semana. Mas 47% faziam isso duas vezes por mês ou menos. "Não há dados científicos para determinar com exatidão com qual frequência devemos trocar lençóis e toalhas", disse à BBC a cientista Sally Bloomsfield, especialista em doenças infecciosas e consultora do Fórum Científico Internacional de Higiene do Lar. Porém, acrescenta a especialista, há provas de que existem riscos de infecção dentro de casa. São desde infecções na pele até uma variedade de doenças como as causadas por bactérias Escherichia coli ou Staphylococcus aureus. E aí surgem as dúvidas de como minimizar estes riscos. Em primeiro lugar Bloomsfield desaconselha o compartilhamento de toalhas, especialmente as toalhas de mão, assim como outros objetos relacionados à higiene pessoal. "Os tecidos úmidos são um refúgio especial para organismos prejudiciais", alertou a pesquisadora. Quanto ao intervalo para substituir as toalhas, durante muito tempo o conselho foi de trocas semanais como uma forma de evitar infecções. Mas agora os cientistas acreditam que até uma semana é tempo demais para usar uma toalha. "Se você consegue secá-las completamente, não deve usá-las mais do que três vezes. Este é o máximo", aconselha Philip Tierno, microbiólogo e patologista da Escola de Medicina da Universidade de Nova York em uma entrevista para o Business Insider. TUDO SECO A chave, segundo os especialistas, é que entre um uso e outro a pessoa consiga secar a toalha completamente. Algo que nem sempre acontece em espaços sem janelas ou com pouca ventilação –por exemplo, se a porta do banheiro onde a toalha fica pendurada fica fechada. "Bactérias e mofo começam a se acumular, mas seu crescimento é freado à medida que a toalha seca", explicou Kelly Reynolds, professor de saúde ambiental da Universidade do Arizona. Bloomsfield, por sua vez, é mais radical: acredita que, em uma situação ideal, as pessoas deveriam lavar as toalhas depois de cada uso. Se isso não for possível, "é preciso enxaguá-las imediatamente depois do uso e secar muito bem a toalha". Para acabar com os micro-organismo, é preciso enxaguar a toalha com água a 60 graus. Ou, caso a água esteja em uma temperatura mais baixa que esta, usar detergentes que incluam agentes branqueadores que tenham como base o oxigênio. Também ajuda usar uma pequena dose de vinagre branco para evitar o cheiro de umidade e, em seguida, lavar a toalha com o sabão que geralmente é usado na casa. E, se possível, o melhor é secar as toalhas ao ao livre. Bloomsfield afirma que, na dúvida, é melhor lavar demais do que de menos. Os especialistas também apontam para um sinal de alerta: o cheiro de umidade na toalha é sinal de que os micróbios estão se multiplicando no tecido –é preciso jogá-la na máquina de lavar roupas o mais rápido possível. | 16 |
'Multitela': série inspirada em desenho, 'Riverdale' estreia na Warner | Inspirada no desenho "A Turma do Archie", da década de 1960, "Riverdale" explora dramas adolescentes em uma trama que também envolve mistérios, assassinatos e traições na cidade que dá nome à atração. A história começa com a trágica morte do jovem Jason Blossom e como todos em sua volta tentam retomar suas vidas. O elenco também conta com Camila Mendes, atriz filha de brasileiros e que vive Veronica. Ela retorna à cidade para bagunçar a vida dos personagens. Warner, 21h40, 12 anos * VEJA TAMBÉM Cidade Cinza Com depoimentos de Osgêmeos, Finok e Nina, entre outros, este documentário debate o grafite na cidade de São Paulo. MAX, 16h, Livre * E AINDA Roda Viva Psicanalista, escritor e colunista da Folha, Contardo Calligaris é o convidado do programa de debates. Cultura, 22h, Livre | ilustrada | 'Multitela': série inspirada em desenho, 'Riverdale' estreia na WarnerInspirada no desenho "A Turma do Archie", da década de 1960, "Riverdale" explora dramas adolescentes em uma trama que também envolve mistérios, assassinatos e traições na cidade que dá nome à atração. A história começa com a trágica morte do jovem Jason Blossom e como todos em sua volta tentam retomar suas vidas. O elenco também conta com Camila Mendes, atriz filha de brasileiros e que vive Veronica. Ela retorna à cidade para bagunçar a vida dos personagens. Warner, 21h40, 12 anos * VEJA TAMBÉM Cidade Cinza Com depoimentos de Osgêmeos, Finok e Nina, entre outros, este documentário debate o grafite na cidade de São Paulo. MAX, 16h, Livre * E AINDA Roda Viva Psicanalista, escritor e colunista da Folha, Contardo Calligaris é o convidado do programa de debates. Cultura, 22h, Livre | 6 |
Farsantes das artes marciais: Uma história de imitadores e óleo de cobra | O "tio estranho" do UFC e astro de ação Steven Seagal reapareceu do lado do octógono quando ele ensinou ao desafiante Daniel Cormier alguns truques mortais que o ajudariam a garantir sua vitória sobre o campeão meio-pesado Jon Jones. Ele também se exibiu, vestindo suas melhores roupas e peruca de John Travolta, como parte da comitiva de Cormier no UFC 182 em Janeiro deste ano. A insistência do Seagal em fingir que ele é um especialista em artes marciais supersério e totalmente legítimo, especialmente quando é quase dolorosamente claro que ninguém o leva a sério, nos deixou com muitas perguntas: Como é que um ser humano consegue se parecer tanto com o Frylock de Aqua Teen Hunger Force? O que Seagal ganha com essa pantomima bizarra? O que os lutadores ganham com isso? Como é que alguém que, pelo que tudo indica, parece realmente se preocupar com as artes marciais, acaba se envolvendo em comportamentos que fazem paródia da disciplina? As artes marciais tem a ver com honra, o que faz mentir sobre a própria educação, talento e realizações, um pecado imperdoável. Artistas marciais verdadeiros detestam esse tipo de comportamento, e inclusive o condenam ativamente. Então, o que motiva alguém a fazê-lo? Especialmente em nossos tempos capacitados por Google? Com isto em mente, nós demos uma olhada em alguns dos mais famosos exagerados, fraudes e malucos na história das artes marciais. Isto não nos deu muitas respostas, mas, pelo menos, nos ofereceu uma abundância de histórias de nocautes sem contato, de faixas-pretas pedidas pelo correio, falsificação de lutas de boxe na Russia, e bebês que derretem. SIN THE' Realmente não há nenhuma maneira fácil de resumir as façanhas polarizadoras de Sin Kwang The', um Shaolin Grandmaster (?) que ensinou uma arte marcial altamente duvidada, chamada Shaolin Do, em Kentucky, desde o final dos anos 60. Ele afirma ter dominado mais de 900 formas em mais de 100 sistemas de combate e que sua arte marcial tem uma linhagem direta ao Templo Fukien. Ele tem um irmão distante, Hiang A, que também é um Grandmaster e conta uma versão muito diferente sobre a sua história. Alguns dizem que seu mestre derreteu um bebê durante um treinamento de sandburn que deu errado. Sin The' tem defensores intransigentes até hoje, mas o caso contra ele é difícil de ignorar. De acordo com estes posts sobre Bullshido, The' tem falsificado suas credenciais, a linhagem de sua arte marcial, e o número de formas que ele domina. E essa história de fusão de bebê é apenas um boato que ele ouviu que ele começou a contar a seus alunos porque, bem, por que você não passaria merda sobre um bebê derretido quando você essencialmente inventou uma arte marcial de técnicas de várias outras artes? DAVID LANG Indiscutivelmente o segundo fraude de BJJ mais notório de todos os tempos, David Lang fez as seguintes reivindicações ao longo dos anos: ele é um americano brasileiro que se mudou para os EUA aos 19 anos com uma faixa-marrom de Jiu-Jitsu, ele serviu duas vezes no Afeganistão com a Infantaria da 101 divisão, e ele recebeu a faixa-preta de Jiu-Jitsu sob a lenda do vale tudo Wallid Ismail. Lang foi exposto pela primeira vez em 2010, quando uma discussão no Underground começou a escavar o seu passado e descobriu que Lang não tinha ligações para o Brasil, havia crescido como um cristão estudando em casa em os EUA, e nunca tinha servido nas forças armadas. Wallid Ismail nunca tinha ouvido falar dele, e prontamente emitiu uma declaração em vídeo sobre o assunto. Veja vídeo Em vez de se defender, admitindo a culpa e/ou desaparecendo, Lang dobrou-se e começou uma campanha de cartas para limpar seu nome que de alguma forma resultou em ele, entre outras coisas, tornando-se amigo de carta com o faixa-preta de Jiu-Jitsu preso Hermes Franca, e do respeitado faixa-preta Carlos David Oliveira. E ele ainda está nessa. GEORGE DILLMAN O mestre norte-americano ryuku de karatê kempo George Dillman tem sido uma figura de sucesso na cena das artes marciais norte-americanas desde os anos 60. Ele ensinou Muhammad Ali (ou, pelo menos, partilhados alguns ops de fotografias embaraçosas com Ali) e entrou no Hall of Fame da revista Black como Instrutor do Ano em 1997. Veja vídeo Sua reivindicação à fama, os nocautes sem toque, é essencialmente a homeopatia do mundo das artes marciais. Parece que ele não consegue fornecer qualquer prova científica de que os seus métodos de trabalho, mas pelo menos ele entretém o resto de nós, enquanto ele tenta oferecer prova e desculpas. Seu protegido Harry Thomas Cameron, também conhecido como O Stun Gun Humano, foi continuar esta tradição de envergonhar a si mesmo e sua arte na TV. Acima está um vídeo dele fazendo nada para Stephan Bonnar. COUNT DANTE John Timothy Keehan boxeou como adolescente, aprendeu técnicas de jiu-jitsu no exército, e recebeu sua faixa preta em caratê como um adulto. Aparentemente, nenhuma dessas realizações da vida real foram o suficiente para Keehan, que mudou seu nome para Dount Jerjer Raphael Dante, inventou uma linhagem nobre para sua família, e fez o seu próprio sistema de artes marciais chamado Dan-te, e fundou o Black Dragon Fighting Society. Ele anunciou o Dan-te ("... a arte MORTAL e mais aterrorizante luta conhecida pelo homem") e ele próprio ("o mais mortífero homem que já viveu") em histórias em quadrinhos. Na realidade, a pior coisa que ele fez foi instigar uma briga com um dojo rival que levou ao assassinato de um de seus alunos. ASHIDA KIM Ashida Kim, autor ninja e personalidade do YouTube, tem uma história completamente indetectável nas artes marciais. Não há registro de onde ele treinou, ou quem o treinou. Mas ele diz ao The Believer que ele treinou primeiro com Conde Dante em 1968 e se envolveu com Black Dragon Fighting Society de Dante, o que potencialmente faz dele uma segunda geração de fraudes das artes marciais. Ashida Kim também oferece a venda de faixas-pretas pelo correio. Veja vídeo FRANK DUX Frank Dux ganhou fama como a inspiração da vida real (e coreógrafo) para o clássico Bloodsport com Jean-Claude Van Damme, mas uma história que o Los Angeles Times publicou, em 1988, revelou que o filme não era exatamente baseado em uma história verdadeira. Dux nunca chegou no Sudeste Asiático enquanto estava no serviço militar, e o mais próximo que ele chegou a ser ferido no cumprimento do dever foi cair de um caminhão que ele estava pintando no momento. O Ministério do Esporte nas Bahamas, onde o torneio imortalizado em Bloodsport alegadamente aconteceu, não tem registro de qualquer tipo de concorrência. E, pelo menos, um de seus muitos troféus de artes marciais foi comprado por ele em uma loja de troféus na Califórnia. O dono da loja tem o recibo para provar isso, mas Dux afirma que é uma falsificação. RAFIEL TORRE Como você chega a passar o topo das façanhas do mais odiado fingidor David Lang para se tornar o fraude mais odiado na história do Jiu-Jitsu e MMA? Você perde uma luta de propósito. E aí você assassina alguém. Rafiel Torre, um repórter que virou lutador, era uma figura bastante amada nos anos formativos do MMA e, no começo, ninguém desconfiou das alegações de que ele era um especialista em Jiu-Jitsu brasileiro. As coisas começaram a se desmoronar quando ele decidiu "sair da aposentadoria" para uma luta no King of the Cage 7 no 24 de fevereiro de 2001. Ele venceu a luta com uma chave de joelho mal-executada e a teatralidade do pro-wrestling que imediatamente fez seus amigos e defensores suspeitarem que luta foi falsa. A verdade veio à tona: o seu passado e realizações no esporte eram tão fictícios quanto a sua luta. Em uma ironia trágica, o único movimento de combate legítimo que ele executou era o mata-leão que ele usou para matar o marido de sua amante, Bryan Richards, em dezembro de 2001. Torre foi condenado por assassinato em primeiro grau em 2011 e atualmente está servindo uma sentença de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. ELVIS PRESLEY Nós já cobrimos questões bizarras sobre o karatê do Elvis detalhadamente aqui no Fightland, mas aqui está a versão curta: Elvis descobriu o karatê enquanto ele estava no exército. Depois disso, ele embarcou em uma carreira quase legítima, e meio questionável na qual ele ganhou uma faixa preta duvidosa, realizando movimentos de karatê durante os shows, e rasgando suas calças durante o treinamento. Seu karatê ficou assim: Veja vídeo MICKEY ROURKE Ator Mickey Rourke causou um rebuliço enorme em novembro do ano passado, quando ele "bateu" Elliot Seymour (que tinha um registro 1-9) em uma luta de exibição na Rússia, porque, bem, a luta parecia como este e Seymour posteriormente admitiu tomar um mergulho por um dinheiro muito necessário. Mas o seu passado histórico como um pugilista amador estava sob disputa muito antes disso. Nem a organização Luvas de Ouro nem o seu padrasto acham que ele lutou. Este caso é particularmente triste, porque, se você ouvir Rourke no podcast do Chael Sonen, é claro que ele realmente ama o esporte e se preocupa com a sua história. Então, o que diabos leva a fazer tal farsa dele? STEVEN SEAGAL Antes de se tornar uma das maiores estrelas de ação dos anos 80 e 90, Steven Seagal foi um instrutor de Aikido - e o primeiro instrutor norte-americano no Japão. Tudo isso é verificável, mas o seu próprio treinamento está sob uma certa quantidade de debate. Suas mais questionáveis ações ligadas às artes marciais, porém, tem sido sua associação com vários lutadores do UFC, como Anderson Silva, Lyoto Machida, e Daniel Cormier. (Ele também tentou ficar ao redor com Jon Jones e dar-lhe dicas, mas o campeão recusou). Este tornou-se claramente uma das melhores piadas do UFC. O Anderson aceitou os conselhos, mas começou a se distanciar de Seagal quando o herói de ação começou a tomar muito crédito para ensinar-lhe o pontapé que nocauteou Vitor Belfort e Cormier certamente tirou sarro quando ele disse que aprendeu algumas coisas com o mestre antes de sua luta contar Jon Jones em janeiro. Mas o próprio Seagal acredita que ele realmente ensina pra essa garotada do UFC algo novo, ou ele acredita que todos nós acreditamos nele. E ambas as opções são desconfortavelmente tristes neste momento. Ele também nega que Judo Gene Lebell nunca o submeteu, apesar de todas as evidências em contrário. | vice | Farsantes das artes marciais: Uma história de imitadores e óleo de cobraO "tio estranho" do UFC e astro de ação Steven Seagal reapareceu do lado do octógono quando ele ensinou ao desafiante Daniel Cormier alguns truques mortais que o ajudariam a garantir sua vitória sobre o campeão meio-pesado Jon Jones. Ele também se exibiu, vestindo suas melhores roupas e peruca de John Travolta, como parte da comitiva de Cormier no UFC 182 em Janeiro deste ano. A insistência do Seagal em fingir que ele é um especialista em artes marciais supersério e totalmente legítimo, especialmente quando é quase dolorosamente claro que ninguém o leva a sério, nos deixou com muitas perguntas: Como é que um ser humano consegue se parecer tanto com o Frylock de Aqua Teen Hunger Force? O que Seagal ganha com essa pantomima bizarra? O que os lutadores ganham com isso? Como é que alguém que, pelo que tudo indica, parece realmente se preocupar com as artes marciais, acaba se envolvendo em comportamentos que fazem paródia da disciplina? As artes marciais tem a ver com honra, o que faz mentir sobre a própria educação, talento e realizações, um pecado imperdoável. Artistas marciais verdadeiros detestam esse tipo de comportamento, e inclusive o condenam ativamente. Então, o que motiva alguém a fazê-lo? Especialmente em nossos tempos capacitados por Google? Com isto em mente, nós demos uma olhada em alguns dos mais famosos exagerados, fraudes e malucos na história das artes marciais. Isto não nos deu muitas respostas, mas, pelo menos, nos ofereceu uma abundância de histórias de nocautes sem contato, de faixas-pretas pedidas pelo correio, falsificação de lutas de boxe na Russia, e bebês que derretem. SIN THE' Realmente não há nenhuma maneira fácil de resumir as façanhas polarizadoras de Sin Kwang The', um Shaolin Grandmaster (?) que ensinou uma arte marcial altamente duvidada, chamada Shaolin Do, em Kentucky, desde o final dos anos 60. Ele afirma ter dominado mais de 900 formas em mais de 100 sistemas de combate e que sua arte marcial tem uma linhagem direta ao Templo Fukien. Ele tem um irmão distante, Hiang A, que também é um Grandmaster e conta uma versão muito diferente sobre a sua história. Alguns dizem que seu mestre derreteu um bebê durante um treinamento de sandburn que deu errado. Sin The' tem defensores intransigentes até hoje, mas o caso contra ele é difícil de ignorar. De acordo com estes posts sobre Bullshido, The' tem falsificado suas credenciais, a linhagem de sua arte marcial, e o número de formas que ele domina. E essa história de fusão de bebê é apenas um boato que ele ouviu que ele começou a contar a seus alunos porque, bem, por que você não passaria merda sobre um bebê derretido quando você essencialmente inventou uma arte marcial de técnicas de várias outras artes? DAVID LANG Indiscutivelmente o segundo fraude de BJJ mais notório de todos os tempos, David Lang fez as seguintes reivindicações ao longo dos anos: ele é um americano brasileiro que se mudou para os EUA aos 19 anos com uma faixa-marrom de Jiu-Jitsu, ele serviu duas vezes no Afeganistão com a Infantaria da 101 divisão, e ele recebeu a faixa-preta de Jiu-Jitsu sob a lenda do vale tudo Wallid Ismail. Lang foi exposto pela primeira vez em 2010, quando uma discussão no Underground começou a escavar o seu passado e descobriu que Lang não tinha ligações para o Brasil, havia crescido como um cristão estudando em casa em os EUA, e nunca tinha servido nas forças armadas. Wallid Ismail nunca tinha ouvido falar dele, e prontamente emitiu uma declaração em vídeo sobre o assunto. Veja vídeo Em vez de se defender, admitindo a culpa e/ou desaparecendo, Lang dobrou-se e começou uma campanha de cartas para limpar seu nome que de alguma forma resultou em ele, entre outras coisas, tornando-se amigo de carta com o faixa-preta de Jiu-Jitsu preso Hermes Franca, e do respeitado faixa-preta Carlos David Oliveira. E ele ainda está nessa. GEORGE DILLMAN O mestre norte-americano ryuku de karatê kempo George Dillman tem sido uma figura de sucesso na cena das artes marciais norte-americanas desde os anos 60. Ele ensinou Muhammad Ali (ou, pelo menos, partilhados alguns ops de fotografias embaraçosas com Ali) e entrou no Hall of Fame da revista Black como Instrutor do Ano em 1997. Veja vídeo Sua reivindicação à fama, os nocautes sem toque, é essencialmente a homeopatia do mundo das artes marciais. Parece que ele não consegue fornecer qualquer prova científica de que os seus métodos de trabalho, mas pelo menos ele entretém o resto de nós, enquanto ele tenta oferecer prova e desculpas. Seu protegido Harry Thomas Cameron, também conhecido como O Stun Gun Humano, foi continuar esta tradição de envergonhar a si mesmo e sua arte na TV. Acima está um vídeo dele fazendo nada para Stephan Bonnar. COUNT DANTE John Timothy Keehan boxeou como adolescente, aprendeu técnicas de jiu-jitsu no exército, e recebeu sua faixa preta em caratê como um adulto. Aparentemente, nenhuma dessas realizações da vida real foram o suficiente para Keehan, que mudou seu nome para Dount Jerjer Raphael Dante, inventou uma linhagem nobre para sua família, e fez o seu próprio sistema de artes marciais chamado Dan-te, e fundou o Black Dragon Fighting Society. Ele anunciou o Dan-te ("... a arte MORTAL e mais aterrorizante luta conhecida pelo homem") e ele próprio ("o mais mortífero homem que já viveu") em histórias em quadrinhos. Na realidade, a pior coisa que ele fez foi instigar uma briga com um dojo rival que levou ao assassinato de um de seus alunos. ASHIDA KIM Ashida Kim, autor ninja e personalidade do YouTube, tem uma história completamente indetectável nas artes marciais. Não há registro de onde ele treinou, ou quem o treinou. Mas ele diz ao The Believer que ele treinou primeiro com Conde Dante em 1968 e se envolveu com Black Dragon Fighting Society de Dante, o que potencialmente faz dele uma segunda geração de fraudes das artes marciais. Ashida Kim também oferece a venda de faixas-pretas pelo correio. Veja vídeo FRANK DUX Frank Dux ganhou fama como a inspiração da vida real (e coreógrafo) para o clássico Bloodsport com Jean-Claude Van Damme, mas uma história que o Los Angeles Times publicou, em 1988, revelou que o filme não era exatamente baseado em uma história verdadeira. Dux nunca chegou no Sudeste Asiático enquanto estava no serviço militar, e o mais próximo que ele chegou a ser ferido no cumprimento do dever foi cair de um caminhão que ele estava pintando no momento. O Ministério do Esporte nas Bahamas, onde o torneio imortalizado em Bloodsport alegadamente aconteceu, não tem registro de qualquer tipo de concorrência. E, pelo menos, um de seus muitos troféus de artes marciais foi comprado por ele em uma loja de troféus na Califórnia. O dono da loja tem o recibo para provar isso, mas Dux afirma que é uma falsificação. RAFIEL TORRE Como você chega a passar o topo das façanhas do mais odiado fingidor David Lang para se tornar o fraude mais odiado na história do Jiu-Jitsu e MMA? Você perde uma luta de propósito. E aí você assassina alguém. Rafiel Torre, um repórter que virou lutador, era uma figura bastante amada nos anos formativos do MMA e, no começo, ninguém desconfiou das alegações de que ele era um especialista em Jiu-Jitsu brasileiro. As coisas começaram a se desmoronar quando ele decidiu "sair da aposentadoria" para uma luta no King of the Cage 7 no 24 de fevereiro de 2001. Ele venceu a luta com uma chave de joelho mal-executada e a teatralidade do pro-wrestling que imediatamente fez seus amigos e defensores suspeitarem que luta foi falsa. A verdade veio à tona: o seu passado e realizações no esporte eram tão fictícios quanto a sua luta. Em uma ironia trágica, o único movimento de combate legítimo que ele executou era o mata-leão que ele usou para matar o marido de sua amante, Bryan Richards, em dezembro de 2001. Torre foi condenado por assassinato em primeiro grau em 2011 e atualmente está servindo uma sentença de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. ELVIS PRESLEY Nós já cobrimos questões bizarras sobre o karatê do Elvis detalhadamente aqui no Fightland, mas aqui está a versão curta: Elvis descobriu o karatê enquanto ele estava no exército. Depois disso, ele embarcou em uma carreira quase legítima, e meio questionável na qual ele ganhou uma faixa preta duvidosa, realizando movimentos de karatê durante os shows, e rasgando suas calças durante o treinamento. Seu karatê ficou assim: Veja vídeo MICKEY ROURKE Ator Mickey Rourke causou um rebuliço enorme em novembro do ano passado, quando ele "bateu" Elliot Seymour (que tinha um registro 1-9) em uma luta de exibição na Rússia, porque, bem, a luta parecia como este e Seymour posteriormente admitiu tomar um mergulho por um dinheiro muito necessário. Mas o seu passado histórico como um pugilista amador estava sob disputa muito antes disso. Nem a organização Luvas de Ouro nem o seu padrasto acham que ele lutou. Este caso é particularmente triste, porque, se você ouvir Rourke no podcast do Chael Sonen, é claro que ele realmente ama o esporte e se preocupa com a sua história. Então, o que diabos leva a fazer tal farsa dele? STEVEN SEAGAL Antes de se tornar uma das maiores estrelas de ação dos anos 80 e 90, Steven Seagal foi um instrutor de Aikido - e o primeiro instrutor norte-americano no Japão. Tudo isso é verificável, mas o seu próprio treinamento está sob uma certa quantidade de debate. Suas mais questionáveis ações ligadas às artes marciais, porém, tem sido sua associação com vários lutadores do UFC, como Anderson Silva, Lyoto Machida, e Daniel Cormier. (Ele também tentou ficar ao redor com Jon Jones e dar-lhe dicas, mas o campeão recusou). Este tornou-se claramente uma das melhores piadas do UFC. O Anderson aceitou os conselhos, mas começou a se distanciar de Seagal quando o herói de ação começou a tomar muito crédito para ensinar-lhe o pontapé que nocauteou Vitor Belfort e Cormier certamente tirou sarro quando ele disse que aprendeu algumas coisas com o mestre antes de sua luta contar Jon Jones em janeiro. Mas o próprio Seagal acredita que ele realmente ensina pra essa garotada do UFC algo novo, ou ele acredita que todos nós acreditamos nele. E ambas as opções são desconfortavelmente tristes neste momento. Ele também nega que Judo Gene Lebell nunca o submeteu, apesar de todas as evidências em contrário. | 27 |
Romances de Elena Ferrante guiam passeio por becos e praias de Nápoles | Descobrir Nápoles seguindo os passos da escritora Elena Ferrante ou de suas personagens é uma aventura proveitosa até para quem ainda não leu os livros de sua elogiada série napolitana. Os quatro romances ("A Amiga Genial, "História do Novo Sobrenome, "História de Quem Foge e de Quem Fica" e "História da Menina Perdida, publicados no Brasil pela Biblioteca Azul) acompanham a vida das amigas Lenu e Lila, nascidas no fim da Segunda Guerra em um bairro da periferia de Nápoles. Lenu, a narradora, tenta superar os limites impostos pela pobreza do bairro e se tornar uma escritora -enquanto Lila, a amiga audaciosa, manipula a vida de Lenu e de todos os vizinhos. No meio disso, o leitor mergulha na história de Nápoles, da Itália e de acontecimentos que definiram o mundo de hoje, como o feminismo, a luta de classes e o crime organizado. Segui-las por ruas e becos de Nápoles é a melhor forma de perceber a marca da cidade, o contraste entre periferia e centro, interior e mar, riqueza e miséria. Ao mesmo tempo, é uma viagem genial caminhar com as amigas pelo caos napolitano e os marcos turísticos da capital de Campânia, no sul da Itália. Não à toa os livros se tornaram um fenômeno mundial de vendas, e o primeiro volume já está sendo adaptado para a televisão pela HBO, que deve estrear uma minissérie em 2018. O nome verdadeiro da autora, porém, continua um mistério: Elena Ferrante é um pseudônimo, a autora se recusa a aparecer e só concede raras entrevistas por e-mail. ONDE O TURISTA NÃO VAI O melhor jeito de entrar na Nápoles de Ferrante é por trem. Da janela, você busca avistar a estação central, mas tudo que vê é a periferia, a mesma de qualquer cidade, com seus prédios cinzentos, torres elétricas e muros de pedra, como descreve a autora. Gianturco, um ponto antes da estação central de Nápoles, é a parada no cenário onde as protagonistas Lila e Lenu nasceram, cresceram, fugiram ou ficaram. Saindo, à direita, chega-se ao túnel que as amigas percorreram quando, pela primeira vez, tentaram passar os limites do bairro. Uma das bocas do túnel está fechada para carros. Há alguns anos era usado para festas e shows alternativos, mas os eventos foram proibidos pela prefeitura. Hoje, só há escuridão, umidade e grafites. Na saída estende-se a avenida Emanuele Gianturco, o estradão. Pouco depois de se passar por um posto de gasolina (será ainda o mesmo em que o personagem Antonio Cappuccio, filho da viúva louca, trabalhava?), vira-se à direita, para entrar no coração do bairro: Rione Luzzatti, tão difícil de chegar (para os turistas) quanto de sair (para os personagens). Os prédios de quatro andares de Luzzatti foram construídos para a população sem recursos desabrigada após a Segunda Guerra. Das fábricas erguidas por lá só restam os muros semiarruinados e, no hoje bairro-dormitório, ruas praticamente desertas. Um dos seres vivos encontrados pela reportagem é o carroceiro Enzo. Nos primeiros livros da série, o também carroceiro Enzo Scanno vendia verduras. O Enzo real vende peixes e frutos do mar, mas só parou para descansar em frente à igreja da Sagrada Família, onde Lila se casou. Não há para quem vender seus pescados. Ele nunca ouviu falar em Ferrante ou nos seus livros. "Não sou uma pessoa que lê", desculpa-se, como provavelmente faria qualquer personagem do bairro da ficção. Os caminhos de Elena Ferrante Quando a narradora Lenu já é uma escritora consagrada e encontra Lila pela última vez, em 2005, percebe que o bairro permanecera idêntico e, no entanto, a paisagem em torno tinha mudado: "No lugar dos pântanos e da velha fábrica de conservas, há o brilho de espigões de vidro". É mesmo o que se vê agora para além dos muros da igreja. Rione Luzzatti satisfaz o fetiche de ver "a casa" dos personagens e permite ao leitor mais aficionado passar pelo túnel de volta ao estradão da Emanuele Gianturco que levaria as amigas ao mar. Mas, como na discussão sobre a verdadeira identidade de Elena Ferrante, talvez aqui seja mais importante a ficção do que a realidade. BECOS E VIELAS Para completar a imagem do bairro arquetípico descrito nos livros, o melhor é pegar de volta o trem na linha 2 da rede metropolitana até a estação Cavour, duas paradas após a Gianturco. Dali chega-se a Sanità, bairro popular onde artesãos, comerciantes, estudantes, artistas e camorristas convivem em ruas estreitas e caóticas. Ao entrar pela rua Vergini, ocupada por uma feira livre diária, o primeiro impulso dos leitores da série napolitana é buscar uma criança perdida entre as barracas de frutas, verduras, panelas, roupas e sapatos. É fácil se perder em Sanità –e isso faz parte do jogo. Ao perambular sem destino pelas ruas, cruza-se com marceneiros ou sapateiros conversando em frente a pequenos negócios, com moradoras que estendem seus varais até a janela da vizinha da frente e com o som incompreensível do dialeto napolitano. Ao final da via Vergini, um desvio à direita leva à praça Miracoli, de onde se avista do alto o emaranhado de becos e vielas do bairro. Descendo por um desses "vicos", em direção a via Sanità, chega-se à igreja San Vicenzo. Ao contrário da fechada e vazia Sagrada Família, em Rione Luzzatti, esta está sempre aberta e cheia, e não é difícil topar com um casamento. A visão dos convidados em trajes de festa sob um calor de 40 graus remete à cerimônia de casamento do livro. A impressão é mais forte quando se percebe, na praça da igreja, um monumento a um jovem morto em uma disputa da Camorra (máfia napolitana). Quando Lenu volta ao bairro, em 2005, encontra o cadáver de Gigliola Spagnuolo, mulher do camorrista Michele Solara, no canteiro ao lado da igreja. O bar-confeitaria da família Solara talvez não exista, mas dá para sentir o gosto de sfogliatelles e canolis apreciados pelos personagens de Ferrante (e por toda a torcida do Napoli) na Poppella. Hoje em uma pequena loja moderna na via Arena Sanità, a Poppella foi inaugurada no bairro na década de 1920 e era frequentada pelo comediante napolitano Totó (1898-1967), uma das três figuras mais cultuadas da cidade (as outras são San Gennaro e Diego Maradona, que jogou no clube local). No início deste ano, dois motociclistas encapuzados atiraram na vitrine da confeitaria. Não se sabe se foi coisa dos Solara. | turismo | Romances de Elena Ferrante guiam passeio por becos e praias de NápolesDescobrir Nápoles seguindo os passos da escritora Elena Ferrante ou de suas personagens é uma aventura proveitosa até para quem ainda não leu os livros de sua elogiada série napolitana. Os quatro romances ("A Amiga Genial, "História do Novo Sobrenome, "História de Quem Foge e de Quem Fica" e "História da Menina Perdida, publicados no Brasil pela Biblioteca Azul) acompanham a vida das amigas Lenu e Lila, nascidas no fim da Segunda Guerra em um bairro da periferia de Nápoles. Lenu, a narradora, tenta superar os limites impostos pela pobreza do bairro e se tornar uma escritora -enquanto Lila, a amiga audaciosa, manipula a vida de Lenu e de todos os vizinhos. No meio disso, o leitor mergulha na história de Nápoles, da Itália e de acontecimentos que definiram o mundo de hoje, como o feminismo, a luta de classes e o crime organizado. Segui-las por ruas e becos de Nápoles é a melhor forma de perceber a marca da cidade, o contraste entre periferia e centro, interior e mar, riqueza e miséria. Ao mesmo tempo, é uma viagem genial caminhar com as amigas pelo caos napolitano e os marcos turísticos da capital de Campânia, no sul da Itália. Não à toa os livros se tornaram um fenômeno mundial de vendas, e o primeiro volume já está sendo adaptado para a televisão pela HBO, que deve estrear uma minissérie em 2018. O nome verdadeiro da autora, porém, continua um mistério: Elena Ferrante é um pseudônimo, a autora se recusa a aparecer e só concede raras entrevistas por e-mail. ONDE O TURISTA NÃO VAI O melhor jeito de entrar na Nápoles de Ferrante é por trem. Da janela, você busca avistar a estação central, mas tudo que vê é a periferia, a mesma de qualquer cidade, com seus prédios cinzentos, torres elétricas e muros de pedra, como descreve a autora. Gianturco, um ponto antes da estação central de Nápoles, é a parada no cenário onde as protagonistas Lila e Lenu nasceram, cresceram, fugiram ou ficaram. Saindo, à direita, chega-se ao túnel que as amigas percorreram quando, pela primeira vez, tentaram passar os limites do bairro. Uma das bocas do túnel está fechada para carros. Há alguns anos era usado para festas e shows alternativos, mas os eventos foram proibidos pela prefeitura. Hoje, só há escuridão, umidade e grafites. Na saída estende-se a avenida Emanuele Gianturco, o estradão. Pouco depois de se passar por um posto de gasolina (será ainda o mesmo em que o personagem Antonio Cappuccio, filho da viúva louca, trabalhava?), vira-se à direita, para entrar no coração do bairro: Rione Luzzatti, tão difícil de chegar (para os turistas) quanto de sair (para os personagens). Os prédios de quatro andares de Luzzatti foram construídos para a população sem recursos desabrigada após a Segunda Guerra. Das fábricas erguidas por lá só restam os muros semiarruinados e, no hoje bairro-dormitório, ruas praticamente desertas. Um dos seres vivos encontrados pela reportagem é o carroceiro Enzo. Nos primeiros livros da série, o também carroceiro Enzo Scanno vendia verduras. O Enzo real vende peixes e frutos do mar, mas só parou para descansar em frente à igreja da Sagrada Família, onde Lila se casou. Não há para quem vender seus pescados. Ele nunca ouviu falar em Ferrante ou nos seus livros. "Não sou uma pessoa que lê", desculpa-se, como provavelmente faria qualquer personagem do bairro da ficção. Os caminhos de Elena Ferrante Quando a narradora Lenu já é uma escritora consagrada e encontra Lila pela última vez, em 2005, percebe que o bairro permanecera idêntico e, no entanto, a paisagem em torno tinha mudado: "No lugar dos pântanos e da velha fábrica de conservas, há o brilho de espigões de vidro". É mesmo o que se vê agora para além dos muros da igreja. Rione Luzzatti satisfaz o fetiche de ver "a casa" dos personagens e permite ao leitor mais aficionado passar pelo túnel de volta ao estradão da Emanuele Gianturco que levaria as amigas ao mar. Mas, como na discussão sobre a verdadeira identidade de Elena Ferrante, talvez aqui seja mais importante a ficção do que a realidade. BECOS E VIELAS Para completar a imagem do bairro arquetípico descrito nos livros, o melhor é pegar de volta o trem na linha 2 da rede metropolitana até a estação Cavour, duas paradas após a Gianturco. Dali chega-se a Sanità, bairro popular onde artesãos, comerciantes, estudantes, artistas e camorristas convivem em ruas estreitas e caóticas. Ao entrar pela rua Vergini, ocupada por uma feira livre diária, o primeiro impulso dos leitores da série napolitana é buscar uma criança perdida entre as barracas de frutas, verduras, panelas, roupas e sapatos. É fácil se perder em Sanità –e isso faz parte do jogo. Ao perambular sem destino pelas ruas, cruza-se com marceneiros ou sapateiros conversando em frente a pequenos negócios, com moradoras que estendem seus varais até a janela da vizinha da frente e com o som incompreensível do dialeto napolitano. Ao final da via Vergini, um desvio à direita leva à praça Miracoli, de onde se avista do alto o emaranhado de becos e vielas do bairro. Descendo por um desses "vicos", em direção a via Sanità, chega-se à igreja San Vicenzo. Ao contrário da fechada e vazia Sagrada Família, em Rione Luzzatti, esta está sempre aberta e cheia, e não é difícil topar com um casamento. A visão dos convidados em trajes de festa sob um calor de 40 graus remete à cerimônia de casamento do livro. A impressão é mais forte quando se percebe, na praça da igreja, um monumento a um jovem morto em uma disputa da Camorra (máfia napolitana). Quando Lenu volta ao bairro, em 2005, encontra o cadáver de Gigliola Spagnuolo, mulher do camorrista Michele Solara, no canteiro ao lado da igreja. O bar-confeitaria da família Solara talvez não exista, mas dá para sentir o gosto de sfogliatelles e canolis apreciados pelos personagens de Ferrante (e por toda a torcida do Napoli) na Poppella. Hoje em uma pequena loja moderna na via Arena Sanità, a Poppella foi inaugurada no bairro na década de 1920 e era frequentada pelo comediante napolitano Totó (1898-1967), uma das três figuras mais cultuadas da cidade (as outras são San Gennaro e Diego Maradona, que jogou no clube local). No início deste ano, dois motociclistas encapuzados atiraram na vitrine da confeitaria. Não se sabe se foi coisa dos Solara. | 13 |
Ponte Preta vence e encosta no G4 do Campeonato Brasileiro | Após ser derrotada pelo Atlético-MG na última rodada, a Ponte Preta se recuperou e venceu o Joinville por 1 a 0, neste sábado (31), pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado coloca os ponte-pretanos na sétima colocação, com 50 pontos, três a menos que o São Paulo, primeiro time dentro do G4 da competição. Em contrapartida, os catarinenses permanecem na penúltima posição, com 30 pontos ganhos. O único gol da partida saiu dos pés de Rodinei. Aos 9 min da etapa final, o lateral cruzou na área e a bola desviou no zagueiro Guti e entrou para o gol. Na próxima rodada, a Ponte Preta visita o Internacional, no sábado (7). No domingo (8), o Joinville recebe o Santos. | esporte | Ponte Preta vence e encosta no G4 do Campeonato BrasileiroApós ser derrotada pelo Atlético-MG na última rodada, a Ponte Preta se recuperou e venceu o Joinville por 1 a 0, neste sábado (31), pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado coloca os ponte-pretanos na sétima colocação, com 50 pontos, três a menos que o São Paulo, primeiro time dentro do G4 da competição. Em contrapartida, os catarinenses permanecem na penúltima posição, com 30 pontos ganhos. O único gol da partida saiu dos pés de Rodinei. Aos 9 min da etapa final, o lateral cruzou na área e a bola desviou no zagueiro Guti e entrou para o gol. Na próxima rodada, a Ponte Preta visita o Internacional, no sábado (7). No domingo (8), o Joinville recebe o Santos. | 3 |
Confira a receita de afogado de carne, prato com sabor e 'sustança' para o dia todo | DE SÃO PAULO Aprenda a fazer com a chef Heloisa Bacellar, do Lá da Venda, um afogado de carne no capricho. Serve seis porções, leva três horas para fazer, além de mais 12 horas na geladeira. * INGREDIENTES * Óleo vegetal * 200 g de bacon em cubos pequenos * 1 cebola grande em cubos pequenos * 2 dentes de alho bem picados * 1 pimentão vermelho em cubos pequenos * 4 tomates (sem pele e sem sementes) em cubos pequenos * 1,5 kg de maminha limpa em cubos de 2 cm * 3 l de água fervente * 1 folha de louro * Sal a gosto * Pimenta-do-reino a gosto * ½ xícara (chá) de uma mistura de folhas de hortelã, manjericão, salsinha e cebolinha * 6 bananas-nanicas maduras * 3 xícaras (chá) de farinha de mandioca crua * molho de pimenta-vermelha para servir * PREPARO Regue o fundo de uma panela grande com óleo e doure o bacon. Junte a cebola, o alho, o pimentão e o tomate e refogue até murchar Acrescente a carne, mexa até que os pedaços mudem de cor de todos os lados e adicione a água, o louro, o sal e a pimenta Quando ferver, retire com uma escumadeira toda a espuma que se formar na superfície Abaixe o fogo e cozinhe por 3h com a panela semitampada. Espere amornar e leve à geladeira por no máximo 12h Na hora de servir, retire da geladeira e descarte a camada de gordura da superfície. Volte ao fogo e deixe ferver por 5 min. Acerte o sal, a pimenta e coloque as ervas Corte no sentido do comprimento a casca das bananas e asse no forno alto por 30 min. Sirva com farinha de mandioca e banana | o-melhor-de-sao-paulo | Confira a receita de afogado de carne, prato com sabor e 'sustança' para o dia todoDE SÃO PAULO Aprenda a fazer com a chef Heloisa Bacellar, do Lá da Venda, um afogado de carne no capricho. Serve seis porções, leva três horas para fazer, além de mais 12 horas na geladeira. * INGREDIENTES * Óleo vegetal * 200 g de bacon em cubos pequenos * 1 cebola grande em cubos pequenos * 2 dentes de alho bem picados * 1 pimentão vermelho em cubos pequenos * 4 tomates (sem pele e sem sementes) em cubos pequenos * 1,5 kg de maminha limpa em cubos de 2 cm * 3 l de água fervente * 1 folha de louro * Sal a gosto * Pimenta-do-reino a gosto * ½ xícara (chá) de uma mistura de folhas de hortelã, manjericão, salsinha e cebolinha * 6 bananas-nanicas maduras * 3 xícaras (chá) de farinha de mandioca crua * molho de pimenta-vermelha para servir * PREPARO Regue o fundo de uma panela grande com óleo e doure o bacon. Junte a cebola, o alho, o pimentão e o tomate e refogue até murchar Acrescente a carne, mexa até que os pedaços mudem de cor de todos os lados e adicione a água, o louro, o sal e a pimenta Quando ferver, retire com uma escumadeira toda a espuma que se formar na superfície Abaixe o fogo e cozinhe por 3h com a panela semitampada. Espere amornar e leve à geladeira por no máximo 12h Na hora de servir, retire da geladeira e descarte a camada de gordura da superfície. Volte ao fogo e deixe ferver por 5 min. Acerte o sal, a pimenta e coloque as ervas Corte no sentido do comprimento a casca das bananas e asse no forno alto por 30 min. Sirva com farinha de mandioca e banana | 26 |
Chapecoense terá que usar categoria base para encerrar o ano | Após perder 19 jogadores dos 22 que embarcaram no voo que levava a Chapecoense à Colômbia para o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, o clube terá que e recorrer à categoria de base para cumprir os três jogos que ainda pode disputar no término da temporada 2016. Pelo Campeonato Brasileiro, o time ainda enfrenta o Atlético-MG no dia 11 de dezembro pela última rodada. Já pela Copa Sul-Americana, tem previsto os duelos diante do Atlético Nacional (COL). A Conmebol suspendeu provisoriamente as duas partidas que definem o torneio sul-americano. O time colombiano solicitou que o título seja entregue aos brasileiros, mas ainda não obteve uma resposta. Do elenco profissional, onze atletas não viajaram, dos quais dois estão se recuperando de lesão -Hyoran e Martinuccio - e o goleiro Nivaldo anunciou a aposentadoria nesta quarta-feira (30). Os oito restantes até poderiam entrar em campo para defender as cores da equipe de Chapecó, já que a regra permite que um jogo inicie com no mínimo sete jogadores, mas a inferioridade para o adversário seria enorme. "O presidente [da CBF] Del Nero me ligou e disse que vamos fazer um grande evento em Chapecó no último jogo do Brasileiro, para ficar marcado", disse o presidente em exercício da Chapecoense, Ivan Tozzo, em entrevista coletiva na tarde desta quarta. "Falei para ele que eu não teria time para entrar em campo e ele [Del Nero] disse para a gente utilizar a categoria de base, recuperar os lesionados", completou. O Regulamento Geral de Competições da CBF permite que essa medida seja adotada. De acordo com o seu artigo 38, "ocorrendo a profissionalização de atleta que já esteja registrado pelo mesmo clube na condição de não profissional sua condição de jogo é imediata". Ou seja, basta o clube assinar a carteira de trabalho do jovem atleta para ele atuar na equipe principal. Já no caso da Copa Sul-Americana, inicialmente é permitido apenas a substituição de cinco dos 30 jogadores na segunda fase, mas em um dos artigos há uma brecha que fala em "exceção em casos excepcionais desde que o jogador não tenha atuado por outra equipe na edição do torneio". Caso isso venha a acontecer, a Chapecoense estará bem respaldada. O time Sub-20 está na final do Campeonato Catarinense da categoria e venceu o primeiro confronto diante do Criciúma por 1 a 0 na segunda-feira (28). O segundo jogo da decisão, no entanto, foi suspendido devido ao luto oficial decretado pela Federação Catarinense de Futebol e ainda não tem data definida para ser disputado. Veja TORINO Um caso semelhante ao da Chapecoense ocorreu em 1949, na Itália. O avião que transportava a delegação do Torino (ITA) bateu nos muros da basílica de Superga, nos arredores de Turim, e matou 18 jogadores do time. O clube usou as categorias de base para seguir em atividade. Para concluir as quatro rodadas finais do Campeonato Italiano daquele ano, o Torino colocou em campo apenas os juvenis. Em solidariedade, os outros clubes também foram a campo com os times de base. O time de Turim foi o campeão do torneio. Acidente em voo da Chapecoense | esporte | Chapecoense terá que usar categoria base para encerrar o anoApós perder 19 jogadores dos 22 que embarcaram no voo que levava a Chapecoense à Colômbia para o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, o clube terá que e recorrer à categoria de base para cumprir os três jogos que ainda pode disputar no término da temporada 2016. Pelo Campeonato Brasileiro, o time ainda enfrenta o Atlético-MG no dia 11 de dezembro pela última rodada. Já pela Copa Sul-Americana, tem previsto os duelos diante do Atlético Nacional (COL). A Conmebol suspendeu provisoriamente as duas partidas que definem o torneio sul-americano. O time colombiano solicitou que o título seja entregue aos brasileiros, mas ainda não obteve uma resposta. Do elenco profissional, onze atletas não viajaram, dos quais dois estão se recuperando de lesão -Hyoran e Martinuccio - e o goleiro Nivaldo anunciou a aposentadoria nesta quarta-feira (30). Os oito restantes até poderiam entrar em campo para defender as cores da equipe de Chapecó, já que a regra permite que um jogo inicie com no mínimo sete jogadores, mas a inferioridade para o adversário seria enorme. "O presidente [da CBF] Del Nero me ligou e disse que vamos fazer um grande evento em Chapecó no último jogo do Brasileiro, para ficar marcado", disse o presidente em exercício da Chapecoense, Ivan Tozzo, em entrevista coletiva na tarde desta quarta. "Falei para ele que eu não teria time para entrar em campo e ele [Del Nero] disse para a gente utilizar a categoria de base, recuperar os lesionados", completou. O Regulamento Geral de Competições da CBF permite que essa medida seja adotada. De acordo com o seu artigo 38, "ocorrendo a profissionalização de atleta que já esteja registrado pelo mesmo clube na condição de não profissional sua condição de jogo é imediata". Ou seja, basta o clube assinar a carteira de trabalho do jovem atleta para ele atuar na equipe principal. Já no caso da Copa Sul-Americana, inicialmente é permitido apenas a substituição de cinco dos 30 jogadores na segunda fase, mas em um dos artigos há uma brecha que fala em "exceção em casos excepcionais desde que o jogador não tenha atuado por outra equipe na edição do torneio". Caso isso venha a acontecer, a Chapecoense estará bem respaldada. O time Sub-20 está na final do Campeonato Catarinense da categoria e venceu o primeiro confronto diante do Criciúma por 1 a 0 na segunda-feira (28). O segundo jogo da decisão, no entanto, foi suspendido devido ao luto oficial decretado pela Federação Catarinense de Futebol e ainda não tem data definida para ser disputado. Veja TORINO Um caso semelhante ao da Chapecoense ocorreu em 1949, na Itália. O avião que transportava a delegação do Torino (ITA) bateu nos muros da basílica de Superga, nos arredores de Turim, e matou 18 jogadores do time. O clube usou as categorias de base para seguir em atividade. Para concluir as quatro rodadas finais do Campeonato Italiano daquele ano, o Torino colocou em campo apenas os juvenis. Em solidariedade, os outros clubes também foram a campo com os times de base. O time de Turim foi o campeão do torneio. Acidente em voo da Chapecoense | 3 |
Espanha é principal refúgio europeu de quem sai da Venezuela e pede asilo | Com a piora da crise na Venezuela, quadruplicaram no primeiro semestre deste ano os pedidos de asilo de seus cidadãos à Espanha, seu principal refúgio na Europa. Os números atualizados nesta semana pelo Eurostat, o escritório de estatística da União Europeia, mostram que houve 5.015 dessas petições nos primeiros seis meses do ano. Durante o mesmo período de 2016, tinham sido apenas 1.275. Venezuelanos deixaram seu país afugentados pela violência ou pela perseguição política do ditador Nicolás Maduro, que tem recrudescido seu regime. Há crescente desabastecimento em mercados e farmácias. O FMI (Fundo Monetário Internacional) estima para este ano na Venezuela uma inflação de 720%. A economia deve encolher 7,4%. A Espanha serve de destino natural —esses dois países compartilham a língua e estreitos laços históricos. Quase não há busca por outras alternativas europeias. O país mais procurado nesse bloco econômico depois da Espanha é a Itália, com apenas 160 petições no primeiro semestre do ano. Mas a proteção buscada se choca contra a lenta burocracia espanhola. Havia 28.250 petições pendentes em junho de 2017. O jornal "El País" relata que apenas quatro pedidos foram alvo de alguma decisão em 2016 –foram aceitos. O mesmo diário relata que, ao pedir o asilo, pessoas podem ter que esperar até dez dias no aeroporto para uma resposta sobre o trâmite. Quando começa, o processo dura dois anos. No caso dos venezuelanos, é menos provável que sejam aceitos, já que seus pedidos são analisados ao lado daqueles vindos de países em guerra, como a Síria, aos quais a Europa tem demonstrado sua predileção. Os números de petições de asilo compilados pelo Eurostat se referem às primeiras tentativas. Se uma pessoa pede asilo uma segunda vez, não entra para a estatística. As contas tampouco incluem aqueles que deixaram o país sem pedir asilo —algumas das saídas não exigem visto, por exemplo, e parte dos casos é ilegal. O Observatório da Voz da Diáspora Venezuelana estima que mais de 2 milhões de pessoas deixaram o país desde que Hugo Chávez (1954-2013) chegou ao poder, em 1999. ÊXODO O crescente asilo de venezuelanos não é um fenômeno espanhol. A ONU calcula que quase 50 mil pessoas deixaram o país no primeiro semestre de 2017. Em comparação, 27 mil o haviam feito durante todo o ano de 2016. Dos pedidos feitos nesses seis meses, 18,3 mil foram aos EUA, 12,9 mil foram ao Brasil e 4.400 ao Peru. A vinda de venezuelanos à Espanha inchou o número de pedidos de asilos de toda a América Latina, que totalizaram 7.600 no semestre. Latino-americanos são mais de metade de todos os que buscaram asilo na Espanha. A cifra total é de 13.730. Há aumento também em diversos outros grupos, fazendo com que em só seis meses de 2017 a Espanha já esteja próxima de sua cifra de todo o ano de 2016, quando houve 15.755 pedidos. Os venezuelanos são os mais numerosos, seguidos por colombianos (1.085), salvadorenhos (620) e hondurenhos (510), nas contas do primeiro semestre. Mas colombianos deram um salto também. O número quintuplicou em relação aos seis primeiros meses de 2016. | mundo | Espanha é principal refúgio europeu de quem sai da Venezuela e pede asiloCom a piora da crise na Venezuela, quadruplicaram no primeiro semestre deste ano os pedidos de asilo de seus cidadãos à Espanha, seu principal refúgio na Europa. Os números atualizados nesta semana pelo Eurostat, o escritório de estatística da União Europeia, mostram que houve 5.015 dessas petições nos primeiros seis meses do ano. Durante o mesmo período de 2016, tinham sido apenas 1.275. Venezuelanos deixaram seu país afugentados pela violência ou pela perseguição política do ditador Nicolás Maduro, que tem recrudescido seu regime. Há crescente desabastecimento em mercados e farmácias. O FMI (Fundo Monetário Internacional) estima para este ano na Venezuela uma inflação de 720%. A economia deve encolher 7,4%. A Espanha serve de destino natural —esses dois países compartilham a língua e estreitos laços históricos. Quase não há busca por outras alternativas europeias. O país mais procurado nesse bloco econômico depois da Espanha é a Itália, com apenas 160 petições no primeiro semestre do ano. Mas a proteção buscada se choca contra a lenta burocracia espanhola. Havia 28.250 petições pendentes em junho de 2017. O jornal "El País" relata que apenas quatro pedidos foram alvo de alguma decisão em 2016 –foram aceitos. O mesmo diário relata que, ao pedir o asilo, pessoas podem ter que esperar até dez dias no aeroporto para uma resposta sobre o trâmite. Quando começa, o processo dura dois anos. No caso dos venezuelanos, é menos provável que sejam aceitos, já que seus pedidos são analisados ao lado daqueles vindos de países em guerra, como a Síria, aos quais a Europa tem demonstrado sua predileção. Os números de petições de asilo compilados pelo Eurostat se referem às primeiras tentativas. Se uma pessoa pede asilo uma segunda vez, não entra para a estatística. As contas tampouco incluem aqueles que deixaram o país sem pedir asilo —algumas das saídas não exigem visto, por exemplo, e parte dos casos é ilegal. O Observatório da Voz da Diáspora Venezuelana estima que mais de 2 milhões de pessoas deixaram o país desde que Hugo Chávez (1954-2013) chegou ao poder, em 1999. ÊXODO O crescente asilo de venezuelanos não é um fenômeno espanhol. A ONU calcula que quase 50 mil pessoas deixaram o país no primeiro semestre de 2017. Em comparação, 27 mil o haviam feito durante todo o ano de 2016. Dos pedidos feitos nesses seis meses, 18,3 mil foram aos EUA, 12,9 mil foram ao Brasil e 4.400 ao Peru. A vinda de venezuelanos à Espanha inchou o número de pedidos de asilos de toda a América Latina, que totalizaram 7.600 no semestre. Latino-americanos são mais de metade de todos os que buscaram asilo na Espanha. A cifra total é de 13.730. Há aumento também em diversos outros grupos, fazendo com que em só seis meses de 2017 a Espanha já esteja próxima de sua cifra de todo o ano de 2016, quando houve 15.755 pedidos. Os venezuelanos são os mais numerosos, seguidos por colombianos (1.085), salvadorenhos (620) e hondurenhos (510), nas contas do primeiro semestre. Mas colombianos deram um salto também. O número quintuplicou em relação aos seis primeiros meses de 2016. | 4 |
Audiência sobre Mais Médicos tem protesto contra ministro da Saúde | Uma audiência marcada para discutir a medida provisória que prorroga a participação de estrangeiros no Mais Médicos registrou protestos e tumulto nesta terça-feira (5).Seguranças do Senado retiraram cartazes de manifestantes que faziam um discurso no local contra o ministro da Saúde, Ricardo Barros. Um manifestante foi retirado à força por dois seguranças.A confusão ocorreu pouco antes do início da audiência, por volta das 15h. Ao ver que o ministro chegara à comissão, cerca de dez manifestantes levantaram cartazes em prol do Mais Médicos e iniciaram um discurso conjunto contra mudanças nas políticas do SUS.Leia a reportagem | tv | Audiência sobre Mais Médicos tem protesto contra ministro da SaúdeUma audiência marcada para discutir a medida provisória que prorroga a participação de estrangeiros no Mais Médicos registrou protestos e tumulto nesta terça-feira (5).Seguranças do Senado retiraram cartazes de manifestantes que faziam um discurso no local contra o ministro da Saúde, Ricardo Barros. Um manifestante foi retirado à força por dois seguranças.A confusão ocorreu pouco antes do início da audiência, por volta das 15h. Ao ver que o ministro chegara à comissão, cerca de dez manifestantes levantaram cartazes em prol do Mais Médicos e iniciaram um discurso conjunto contra mudanças nas políticas do SUS.Leia a reportagem | 11 |
O bom incentivo | Aspecto alarmante da dupla crise política e econômica é a queda da produtividade e da qualidade dos serviços do país. Quando falamos da retomada do crescimento, falamos em como produzir mais com o mesmo número de pessoas. Isso passa pelo ambiente econômico, a estabilidade, o nível de confiança e de investimentos em geral e em tecnologia, mas também por algo mais simples -o nível de produtividade de cada cidadão. Nesta área, a qualidade da educação é fundamental, mas a motivação para fazer um bom trabalho é fator decisivo. A deterioração do nível de produtividade, da qualidade dos serviços e do empenho em fazer um bom trabalho é pronunciada nos últimos anos e visível a olho nu. Uma razão evidente está no que a população percebe como mau exemplo dos altos escalões públicos e privados. Os exemplos revelados no noticiário afetam o comportamento e o desempenho das pessoas. Há muitos anos, eu trouxe ao Brasil um especialista em motivação e produtividade. Na visão dele, o que motiva o americano, por exemplo, a executar um bom trabalho é a competição e a vontade de ganhar mais dinheiro e prestígio, de chegar à frente. Toda a estrutura de trabalho americana é voltada para essa competição pessoal. Para o japonês, a motivação maior vem do trabalho em grupo, que cobra excelência de cada um para que, juntos, ganhem a competição com os outros grupos. Já em países latino-americanos que ele estivera, viu como real motivador o medo da redução salarial e da perda do emprego. Analisando o Brasil pela primeira vez, identificou o brasileiro como afetivo, gregário por natureza, que pode se motivar com os colegas para trabalhar melhor, mas também trabalhar menos. O grupo pode servir como motivador para um melhor resultado, mas pode ter efeito contrário, funcionando como proteção ao trabalho de pior qualidade. É muito importante, portanto, criar as motivações corretas e fazer com que o grupo influencie da melhor forma as pessoas, levando-as a produzir mais e melhor. Os resultados podem ser excepcionais. Em minha experiência no setor público, tivemos excepcional resultado com a percepção pelos servidores da importância do resultado do trabalho para o país, os seus vizinhos e a sua família. Em resumo, o efeito do seu trabalho foi o grande motivador. O mesmo é verdade no setor privado. O mau exemplo pode reduzir o desempenho pessoal, com graves consequências de longo prazo. Por isso é fundamental que os exemplos possam ser positivos e motivadores. Muitas experiências e lideranças mostram que é possível transformar o Brasil num dos países mais produtivos do mundo, desde que os incentivos sejam os corretos. | colunas | O bom incentivoAspecto alarmante da dupla crise política e econômica é a queda da produtividade e da qualidade dos serviços do país. Quando falamos da retomada do crescimento, falamos em como produzir mais com o mesmo número de pessoas. Isso passa pelo ambiente econômico, a estabilidade, o nível de confiança e de investimentos em geral e em tecnologia, mas também por algo mais simples -o nível de produtividade de cada cidadão. Nesta área, a qualidade da educação é fundamental, mas a motivação para fazer um bom trabalho é fator decisivo. A deterioração do nível de produtividade, da qualidade dos serviços e do empenho em fazer um bom trabalho é pronunciada nos últimos anos e visível a olho nu. Uma razão evidente está no que a população percebe como mau exemplo dos altos escalões públicos e privados. Os exemplos revelados no noticiário afetam o comportamento e o desempenho das pessoas. Há muitos anos, eu trouxe ao Brasil um especialista em motivação e produtividade. Na visão dele, o que motiva o americano, por exemplo, a executar um bom trabalho é a competição e a vontade de ganhar mais dinheiro e prestígio, de chegar à frente. Toda a estrutura de trabalho americana é voltada para essa competição pessoal. Para o japonês, a motivação maior vem do trabalho em grupo, que cobra excelência de cada um para que, juntos, ganhem a competição com os outros grupos. Já em países latino-americanos que ele estivera, viu como real motivador o medo da redução salarial e da perda do emprego. Analisando o Brasil pela primeira vez, identificou o brasileiro como afetivo, gregário por natureza, que pode se motivar com os colegas para trabalhar melhor, mas também trabalhar menos. O grupo pode servir como motivador para um melhor resultado, mas pode ter efeito contrário, funcionando como proteção ao trabalho de pior qualidade. É muito importante, portanto, criar as motivações corretas e fazer com que o grupo influencie da melhor forma as pessoas, levando-as a produzir mais e melhor. Os resultados podem ser excepcionais. Em minha experiência no setor público, tivemos excepcional resultado com a percepção pelos servidores da importância do resultado do trabalho para o país, os seus vizinhos e a sua família. Em resumo, o efeito do seu trabalho foi o grande motivador. O mesmo é verdade no setor privado. O mau exemplo pode reduzir o desempenho pessoal, com graves consequências de longo prazo. Por isso é fundamental que os exemplos possam ser positivos e motivadores. Muitas experiências e lideranças mostram que é possível transformar o Brasil num dos países mais produtivos do mundo, desde que os incentivos sejam os corretos. | 1 |
Candidato do PSDB vence eleição em Jundiaí, diz Datafolha | FERNANDA PERRIN DE SÃO PAULO Luiz Fernando Machado (PSDB) venceu a disputa pela prefeitura de Jundiaí (SP), projeta o Datafolha. Com esse resultado, Pedro Bigardi (PSD), atual prefeito da cidade saiu derrotado nas urnas, segundo o instituto. O tucano não se elegeu por pouco no primeiro turno, quando teve 47,02% dos votos, e Bigardi, 26,69%. Machado, 39, é deputado estadual. Os focos de sua campanha foi a saúde. Em entrevista à Folha, ele disse que esse é problema mais grave da cidade. O novo prefeito também explorou a ligação entre Bigardi e o PT para criticar seu opositor. É a segunda vez que Machado disputa o comando da cidade. Em 2012, ele perdeu para Bigardi. Após ter ficado em segundo lugar no primeiro turno, o atual prefeito atribuiu o desempenho ruim à dedicação ao governo municipal, o que teria feito com que ele deixasse a campanha em segundo plano. "Achamos que o que fazíamos no governo daria para atrair votos, mas não deu", disse Bigardi em entrevista à Folha. Sem uma gerado de TV local, a disputa em Jundiaí foi travada em debates organizados em locais como escolas, faculdades e lojas maçônicas. A vitória amplia a força do PSDB no interior do Estado. O partido foi o que mais venceu no primeiro turno, quando levou 25% das prefeituras paulistas. A coligação de apoio a Machado é formada por oito partidos (PSDB, DEM, PR, PRP, PSB, PTB, PTN e PV). O vice Dr. Pacheco (PV) completa a chapa. | poder | Candidato do PSDB vence eleição em Jundiaí, diz DatafolhaFERNANDA PERRIN DE SÃO PAULO Luiz Fernando Machado (PSDB) venceu a disputa pela prefeitura de Jundiaí (SP), projeta o Datafolha. Com esse resultado, Pedro Bigardi (PSD), atual prefeito da cidade saiu derrotado nas urnas, segundo o instituto. O tucano não se elegeu por pouco no primeiro turno, quando teve 47,02% dos votos, e Bigardi, 26,69%. Machado, 39, é deputado estadual. Os focos de sua campanha foi a saúde. Em entrevista à Folha, ele disse que esse é problema mais grave da cidade. O novo prefeito também explorou a ligação entre Bigardi e o PT para criticar seu opositor. É a segunda vez que Machado disputa o comando da cidade. Em 2012, ele perdeu para Bigardi. Após ter ficado em segundo lugar no primeiro turno, o atual prefeito atribuiu o desempenho ruim à dedicação ao governo municipal, o que teria feito com que ele deixasse a campanha em segundo plano. "Achamos que o que fazíamos no governo daria para atrair votos, mas não deu", disse Bigardi em entrevista à Folha. Sem uma gerado de TV local, a disputa em Jundiaí foi travada em debates organizados em locais como escolas, faculdades e lojas maçônicas. A vitória amplia a força do PSDB no interior do Estado. O partido foi o que mais venceu no primeiro turno, quando levou 25% das prefeituras paulistas. A coligação de apoio a Machado é formada por oito partidos (PSDB, DEM, PR, PRP, PSB, PTB, PTN e PV). O vice Dr. Pacheco (PV) completa a chapa. | 0 |
Foto de lesma 'possuída' por vermes é finalista de prêmio global | A Real Sociedade de Biologia do Reino Unido anunciou os finalistas de seu prêmio anual de fotografia. A prestigiosa organização convida fotógrafos amadores a enviarem seus trabalhos para a competição. Entre os dez concorrentes a 'Fotógrafo do Ano' estão três menores de idade. Neste ano, o tema foi 'Conflito e Sobrevivência'. Os vencedores serão anunciados no dia 15 de outubro. | bbc | Foto de lesma 'possuída' por vermes é finalista de prêmio globalA Real Sociedade de Biologia do Reino Unido anunciou os finalistas de seu prêmio anual de fotografia. A prestigiosa organização convida fotógrafos amadores a enviarem seus trabalhos para a competição. Entre os dez concorrentes a 'Fotógrafo do Ano' estão três menores de idade. Neste ano, o tema foi 'Conflito e Sobrevivência'. Os vencedores serão anunciados no dia 15 de outubro. | 18 |
Masculinistas atacam "feminazis" | Veja o caso de Nemo, o peixinho da Disney que se perdeu no mar. "Se fosse a mãe procurando, o filme teria menos de cinco minutos", diz uma publicação popular no Facebook. Mas era o pai. E como todos os machos, seja na terra, seja no mar, foi incapaz de cuidar direito da prole. Para os masculinistas, essa piada aparentemente inocente revela o quão sexista a sociedade é... com os homens. "Ao contrário do preconceito contra as mulheres, visto como algo ruim, o contra os homens é ignorado e, ainda pior, muitas vezes ridicularizado", diz uma das fundadoras do site Masculinismo.org. Veridiana Wassen, 32, é uma bem-sucedida executiva de empresa farmacêutica nos Estados Unidos. Decidiu lutar pelos direitos do homem porque, ora bolas, ninguém estava pensando neles. Quando o filho tinha sete anos, perguntou-lhe "por que os meninos são estúpidos?". Um amiguinho usava uma camiseta onde se lia "garotos são estúpidos, joguem pedra neles". Wassen foi tirar satisfação com a mãe. "Para minha surpresa, ela disse que sabia e que achava tudo muito engraçado." Wassen não riu. Também não achou graça quando uma personagem da série "As Brasileiras", da Globo, castrou o namorado. "Dá para imaginar um programa em que a mulher é mutilada e isso é visto como piada?" Em dezembro, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que dá preferência à guarda compartilhada a pais separados em vez de privilegiar a mãe. Uma batalha ganha, mas a luta continua, segundo Aldir Gracindo, 43, editor do braço brasileiro do portal "A Voice for Men". A "voz para os homens" tem diretrizes como antifeminismo ("ideologia de ódio, baseada em elitismo feminino"), anticavalheirismo ("sexismo que funciona tanto contra o bem-estar dos homens quanto a credibilidade das mulheres") e "pró-direitos reprodutivos dos homens". Essa última prega que, em países onde o aborto é legalizado, o homem tenha o direito de "renunciar juridicamente" à paternidade dentro do prazo dado para a mulher decidir se quer ser mãe (geralmente, 12 semanas). Trocando em miúdos: ficar de fora da certidão de nascimento e não pagar pensão. Enquanto serve suco e bolinhos na casa que divide com a mãe em São Paulo, Gracindo expõe suas teses sobre as "feminazis", que teriam uma "visão dos homens pior do que nazistas têm dos judeus". Muitos masculinistas veem a Lei Maria da Penha como inconstitucional por só contemplar um sexo: "Os homens que passam por violência doméstica sofrem um estigma social. Eles crescem aprendendo que, se tomar soco, deve levar na esportiva. Se uma menina disser que o tio na escola a bolinou, é um justo escarcéu. Quando é o menino que fala da professora que o seduziu, ganha tapinha nas costas", diz Gracindo. Mesmo adultos podem ser vítimas, lembra ele. "Mas se eu falar que acontece, os próprios homens me dizem: ei, eu quero ser estuprado, é só me chamar!" O vendedor ambulante Felipe Stancioli, 24, investe no Facebook contra o que julga serem "demonizações" do feminismo. Compartilhou, por exemplo, uma montagem em que feministas nuas criticam o "maníaco" Julien Blanc, enquanto uma mocinha sorridente come pipoca no cinema. "Agora podemos ver em paz 'Cinquenta Tons de Cinza'. Vem com tudo, Christian!" Blanc, para quem não lembra, é o "instrutor de paquera" barrado em alguns países por causa de técnicas polêmicas -um truque é puxar a "fêmea" pelos cabelos até a virilha do conquistador. Stancioli diz não ter "qualquer simpatia" pelo suíço. Mas sua fúria volta-se contra as feministas e sua "politiquice sem sentido". "É a típica falsa-política-marqueteira que diz por aí que há uma 'cultura do estupro', quando no fundo querem é regular o comportamento normal das pessoas. Blanc não foi julgado por crime algum nem faz apologia do estupro. Ele crê que mulheres se sentem atraídas por um arquétipo de 'macho-alfa-dominador'." Falar a favor de seu gênero, para ele, "não é reafirmar o jargão de que lugar das mulheres é na cozinha, e sim perceber que o homem que dizia isso, na época dele, tinha obrigação de sustentar uma mulher, mas não podia ser sustentado por ela. É uma forma mais pluridimensional de ver a situação". ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER, 28, é jornalista da Folha e assina o blog Religiosamente no site do jornal. | ilustrissima | Masculinistas atacam "feminazis"Veja o caso de Nemo, o peixinho da Disney que se perdeu no mar. "Se fosse a mãe procurando, o filme teria menos de cinco minutos", diz uma publicação popular no Facebook. Mas era o pai. E como todos os machos, seja na terra, seja no mar, foi incapaz de cuidar direito da prole. Para os masculinistas, essa piada aparentemente inocente revela o quão sexista a sociedade é... com os homens. "Ao contrário do preconceito contra as mulheres, visto como algo ruim, o contra os homens é ignorado e, ainda pior, muitas vezes ridicularizado", diz uma das fundadoras do site Masculinismo.org. Veridiana Wassen, 32, é uma bem-sucedida executiva de empresa farmacêutica nos Estados Unidos. Decidiu lutar pelos direitos do homem porque, ora bolas, ninguém estava pensando neles. Quando o filho tinha sete anos, perguntou-lhe "por que os meninos são estúpidos?". Um amiguinho usava uma camiseta onde se lia "garotos são estúpidos, joguem pedra neles". Wassen foi tirar satisfação com a mãe. "Para minha surpresa, ela disse que sabia e que achava tudo muito engraçado." Wassen não riu. Também não achou graça quando uma personagem da série "As Brasileiras", da Globo, castrou o namorado. "Dá para imaginar um programa em que a mulher é mutilada e isso é visto como piada?" Em dezembro, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que dá preferência à guarda compartilhada a pais separados em vez de privilegiar a mãe. Uma batalha ganha, mas a luta continua, segundo Aldir Gracindo, 43, editor do braço brasileiro do portal "A Voice for Men". A "voz para os homens" tem diretrizes como antifeminismo ("ideologia de ódio, baseada em elitismo feminino"), anticavalheirismo ("sexismo que funciona tanto contra o bem-estar dos homens quanto a credibilidade das mulheres") e "pró-direitos reprodutivos dos homens". Essa última prega que, em países onde o aborto é legalizado, o homem tenha o direito de "renunciar juridicamente" à paternidade dentro do prazo dado para a mulher decidir se quer ser mãe (geralmente, 12 semanas). Trocando em miúdos: ficar de fora da certidão de nascimento e não pagar pensão. Enquanto serve suco e bolinhos na casa que divide com a mãe em São Paulo, Gracindo expõe suas teses sobre as "feminazis", que teriam uma "visão dos homens pior do que nazistas têm dos judeus". Muitos masculinistas veem a Lei Maria da Penha como inconstitucional por só contemplar um sexo: "Os homens que passam por violência doméstica sofrem um estigma social. Eles crescem aprendendo que, se tomar soco, deve levar na esportiva. Se uma menina disser que o tio na escola a bolinou, é um justo escarcéu. Quando é o menino que fala da professora que o seduziu, ganha tapinha nas costas", diz Gracindo. Mesmo adultos podem ser vítimas, lembra ele. "Mas se eu falar que acontece, os próprios homens me dizem: ei, eu quero ser estuprado, é só me chamar!" O vendedor ambulante Felipe Stancioli, 24, investe no Facebook contra o que julga serem "demonizações" do feminismo. Compartilhou, por exemplo, uma montagem em que feministas nuas criticam o "maníaco" Julien Blanc, enquanto uma mocinha sorridente come pipoca no cinema. "Agora podemos ver em paz 'Cinquenta Tons de Cinza'. Vem com tudo, Christian!" Blanc, para quem não lembra, é o "instrutor de paquera" barrado em alguns países por causa de técnicas polêmicas -um truque é puxar a "fêmea" pelos cabelos até a virilha do conquistador. Stancioli diz não ter "qualquer simpatia" pelo suíço. Mas sua fúria volta-se contra as feministas e sua "politiquice sem sentido". "É a típica falsa-política-marqueteira que diz por aí que há uma 'cultura do estupro', quando no fundo querem é regular o comportamento normal das pessoas. Blanc não foi julgado por crime algum nem faz apologia do estupro. Ele crê que mulheres se sentem atraídas por um arquétipo de 'macho-alfa-dominador'." Falar a favor de seu gênero, para ele, "não é reafirmar o jargão de que lugar das mulheres é na cozinha, e sim perceber que o homem que dizia isso, na época dele, tinha obrigação de sustentar uma mulher, mas não podia ser sustentado por ela. É uma forma mais pluridimensional de ver a situação". ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER, 28, é jornalista da Folha e assina o blog Religiosamente no site do jornal. | 14 |
Ponto Crítico - Livro - Uma biografia da perda | "On Elizabeth Bishop" (sobre Elizabeth Bishop, Princeton University Press, 2015) é um estudo acerca da vida e da obra da poeta americana (1911-79) feito pelo escritor irlandês Colm Tóibín –autor que participa de mesa na 13ª Flip, nesta quinta-feira (2). O livro –ainda sem previsão de lançamento no Brasil– faz parte de uma coleção em que escritores escrevem sobre escritores, e é isso que torna singular o retrato de Bishop pintado por Tóibín. Em relação a seu objeto, Tóibín às vezes se apresenta como biógrafo; às vezes, "racconteur"; outras, crítico literário –e essa variação de estilos e visões funciona em favor do leitor. O livro é uma delícia. Colm Tóibín travou conhecimento com a poesia de Elizabeth Bishop num feriado de Páscoa em Londres, no ano de 1975, quando tinha 19 anos. Gostou do tom sóbrio da linguagem e identificou-se com a geografia que ela descrevia. Além disso, eram ambos homossexuais e gostavam de viajar. Tinham em comum, também, nas palavras de Tóibín, uma longa prática de reter palavras, de não dizer coisas. Nos 40 anos de sua relação com a obra de Bishop, Tóibín parece ter consolidado o entendimento de que o núcleo da identificação que os une deriva da experiência da perda e da dificuldade de falar sobre essa experiência. Bishop perdeu o pai aos oito meses de idade. Sua mãe foi internada em um asilo psiquiátrico quando ela tinha cinco anos, e ela jamais voltou a vê-la. Tóibín, aos oito anos, em razão de uma doença paterna, foi mandado para a casa de parentes e ficou cinco meses sem notícias dos pais. Aos 12, perdeu o pai. Para os dois, a noção de perda era reforçada pela própria geografia. Deixaram paisagens setentrionais semelhantes (Nova Escócia, no caso de Bishop; sudeste da Irlanda, no de Tóibín) para viver em exílio, sempre perto do mar. Dessa geografia, aprenderam que não existe garantia de bom tempo. A qualquer momento, tudo pode mudar. O livro de Tóibín deixa claro como, nesse mundo de incertezas, Bishop quer fixar a experiência pela palavra. Para isso, a palavra não pode ser algo fácil, impensado, tem de ser precisa e fiel, porque define e transfere a experiência do mundo. Tóibín aponta para o fato de que Bishop se comporta como se o universo íntimo do poeta não fizesse parte do poema. Ela fala sobre a paisagem (Rio de Janeiro, Nova Escócia, Key West) e descreve com fidelidade o circundante (um alce, um tatu, o jardineiro, o consultório de um dentista, uma viagem de ônibus, o mar). Não há menção ao poeta, mas ele está lá, oculto. Ele é o que falta. É como se a dramaticidade dos poemas de Bishop fosse visível em negativo. A emoção está na contenção: nas vírgulas, nos silêncios e no espaço entre as palavras. Ela dá os contornos da perda pelo que está em volta. Embora fale de si próprio e de autores como Thom Gunn e James Joyce, o foco de Colm Tóibín está sempre sobre Elizabeth Bishop. Para analisar seu objeto, ele viaja aos lugares em que Bishop viveu e comenta aspectos significativos de sua relação com mentores como os poetas Marianne Moore e Robert Lowell –seu melhor amigo– e de sua vida amorosa com a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares, com quem Bishop viveu "os 12 ou 13 anos mais felizes da vida". Em seu estudo, Tóibín parece falar de uma irmã mais velha, que passou pelas mesmas agruras que ele e que, portanto, entende seu ponto de vista. Nossas visões coincidem, ele cita um poema de Bishop. É como se ambos assumissem um mesmo ponto de vista diante do pouco que a vida nos dá de seguro. Tóibín oferece uma visão sobre como, para ele, a leitura de Bishop funcionou como afirmação e encorajamento tácito em sua formação como literato, e um dos pontos mais interessantes do livro é, justamente, permitir essa observação do escritor como leitor. O livro de Tóibín é uma excelente introdução à poética de Elizabeth Bishop, que fala sobre poesia, mas que também fala da perda como catalisador da criação artística. Ao fazer isso e ao explorar a identificação de sensibilidades, Tóibín faz o que a poesia deve fazer: mostrar que somos únicos, mas que temos uma humanidade em comum. ALEXANDRE VIDAL PORTO, 50, é colunista do site da Folha, diplomata e autor do romance "Matias na Cidade" (Record). | ilustrissima | Ponto Crítico - Livro - Uma biografia da perda"On Elizabeth Bishop" (sobre Elizabeth Bishop, Princeton University Press, 2015) é um estudo acerca da vida e da obra da poeta americana (1911-79) feito pelo escritor irlandês Colm Tóibín –autor que participa de mesa na 13ª Flip, nesta quinta-feira (2). O livro –ainda sem previsão de lançamento no Brasil– faz parte de uma coleção em que escritores escrevem sobre escritores, e é isso que torna singular o retrato de Bishop pintado por Tóibín. Em relação a seu objeto, Tóibín às vezes se apresenta como biógrafo; às vezes, "racconteur"; outras, crítico literário –e essa variação de estilos e visões funciona em favor do leitor. O livro é uma delícia. Colm Tóibín travou conhecimento com a poesia de Elizabeth Bishop num feriado de Páscoa em Londres, no ano de 1975, quando tinha 19 anos. Gostou do tom sóbrio da linguagem e identificou-se com a geografia que ela descrevia. Além disso, eram ambos homossexuais e gostavam de viajar. Tinham em comum, também, nas palavras de Tóibín, uma longa prática de reter palavras, de não dizer coisas. Nos 40 anos de sua relação com a obra de Bishop, Tóibín parece ter consolidado o entendimento de que o núcleo da identificação que os une deriva da experiência da perda e da dificuldade de falar sobre essa experiência. Bishop perdeu o pai aos oito meses de idade. Sua mãe foi internada em um asilo psiquiátrico quando ela tinha cinco anos, e ela jamais voltou a vê-la. Tóibín, aos oito anos, em razão de uma doença paterna, foi mandado para a casa de parentes e ficou cinco meses sem notícias dos pais. Aos 12, perdeu o pai. Para os dois, a noção de perda era reforçada pela própria geografia. Deixaram paisagens setentrionais semelhantes (Nova Escócia, no caso de Bishop; sudeste da Irlanda, no de Tóibín) para viver em exílio, sempre perto do mar. Dessa geografia, aprenderam que não existe garantia de bom tempo. A qualquer momento, tudo pode mudar. O livro de Tóibín deixa claro como, nesse mundo de incertezas, Bishop quer fixar a experiência pela palavra. Para isso, a palavra não pode ser algo fácil, impensado, tem de ser precisa e fiel, porque define e transfere a experiência do mundo. Tóibín aponta para o fato de que Bishop se comporta como se o universo íntimo do poeta não fizesse parte do poema. Ela fala sobre a paisagem (Rio de Janeiro, Nova Escócia, Key West) e descreve com fidelidade o circundante (um alce, um tatu, o jardineiro, o consultório de um dentista, uma viagem de ônibus, o mar). Não há menção ao poeta, mas ele está lá, oculto. Ele é o que falta. É como se a dramaticidade dos poemas de Bishop fosse visível em negativo. A emoção está na contenção: nas vírgulas, nos silêncios e no espaço entre as palavras. Ela dá os contornos da perda pelo que está em volta. Embora fale de si próprio e de autores como Thom Gunn e James Joyce, o foco de Colm Tóibín está sempre sobre Elizabeth Bishop. Para analisar seu objeto, ele viaja aos lugares em que Bishop viveu e comenta aspectos significativos de sua relação com mentores como os poetas Marianne Moore e Robert Lowell –seu melhor amigo– e de sua vida amorosa com a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares, com quem Bishop viveu "os 12 ou 13 anos mais felizes da vida". Em seu estudo, Tóibín parece falar de uma irmã mais velha, que passou pelas mesmas agruras que ele e que, portanto, entende seu ponto de vista. Nossas visões coincidem, ele cita um poema de Bishop. É como se ambos assumissem um mesmo ponto de vista diante do pouco que a vida nos dá de seguro. Tóibín oferece uma visão sobre como, para ele, a leitura de Bishop funcionou como afirmação e encorajamento tácito em sua formação como literato, e um dos pontos mais interessantes do livro é, justamente, permitir essa observação do escritor como leitor. O livro de Tóibín é uma excelente introdução à poética de Elizabeth Bishop, que fala sobre poesia, mas que também fala da perda como catalisador da criação artística. Ao fazer isso e ao explorar a identificação de sensibilidades, Tóibín faz o que a poesia deve fazer: mostrar que somos únicos, mas que temos uma humanidade em comum. ALEXANDRE VIDAL PORTO, 50, é colunista do site da Folha, diplomata e autor do romance "Matias na Cidade" (Record). | 14 |
Facebook enfrenta investigação sobre uso de dados de usuários na Alemanha | O Facebook virou alvo, nesta quarta-feira (2), de uma investigação antitruste na Alemanha, que apura se a companhia abusou da posição dominante de que desfruta. Outras empresas de tecnologia como Google e Microsoft também enfrentaram escrutínios do mesmo tipo na região. Oficiais europeus assumiram uma posição rigorosa sobre como as gigantes tecnológicas norte-americanas operam no bloco de 28 países, face à preocupação de vários políticos de que essas empresas frequentemente dominem aspectos da vida digital, incluindo redes sociais, buscas on-line e e-commerce. Como parte da investigação, autoridades alemãs disseram que estavam apurando se o Facebook usou sua posição privilegiada para coletar informações digitais da população. A apuração inclui o documento de termos e compromissos que usuários têm de assinar para usar a rede social, e se esse documento coloca condições injustas sobre eles. "Empresas dominantes estão sujeitas a obrigações especiais", disse Andreas Mundt, presidente da autoridade alemã de competitividade. "Para serviços de internet financiados por anúncios como o Facebook, dados de usuários são imensamente importantes." Em resposta, o Facebook disse estar confiante de que cumpre as leis alemãs. "Nós esperamos trabalhar com o Escritório Federal de Cartéis para responder suas perguntas", afirmou a companhia em nota. Autoridades da Alemanha há tempos vêm enfrentando o Facebook e outras empresas norte-americanas em relação a divergências sobre o que constituiria violação de privacidade na era digital. Há cinco anos, oficiais alemães questionaram a rede social sobre a implementação de reconhecimento facial. Enquanto a investigação vai apurar as práticas do Facebook, ainda não está claro se autoridades europeias –incluindo a Comissão Europeia, o braço executivo da União Europeia– também vão abrir inquéritos antitruste sobre a rede social. O anúncio desta quarta, no entanto, representa o último desafio de uma série que o Facebook vem enfrentando no bloco europeu, uma das áreas mais importantes em que a rede social opera. | tec | Facebook enfrenta investigação sobre uso de dados de usuários na AlemanhaO Facebook virou alvo, nesta quarta-feira (2), de uma investigação antitruste na Alemanha, que apura se a companhia abusou da posição dominante de que desfruta. Outras empresas de tecnologia como Google e Microsoft também enfrentaram escrutínios do mesmo tipo na região. Oficiais europeus assumiram uma posição rigorosa sobre como as gigantes tecnológicas norte-americanas operam no bloco de 28 países, face à preocupação de vários políticos de que essas empresas frequentemente dominem aspectos da vida digital, incluindo redes sociais, buscas on-line e e-commerce. Como parte da investigação, autoridades alemãs disseram que estavam apurando se o Facebook usou sua posição privilegiada para coletar informações digitais da população. A apuração inclui o documento de termos e compromissos que usuários têm de assinar para usar a rede social, e se esse documento coloca condições injustas sobre eles. "Empresas dominantes estão sujeitas a obrigações especiais", disse Andreas Mundt, presidente da autoridade alemã de competitividade. "Para serviços de internet financiados por anúncios como o Facebook, dados de usuários são imensamente importantes." Em resposta, o Facebook disse estar confiante de que cumpre as leis alemãs. "Nós esperamos trabalhar com o Escritório Federal de Cartéis para responder suas perguntas", afirmou a companhia em nota. Autoridades da Alemanha há tempos vêm enfrentando o Facebook e outras empresas norte-americanas em relação a divergências sobre o que constituiria violação de privacidade na era digital. Há cinco anos, oficiais alemães questionaram a rede social sobre a implementação de reconhecimento facial. Enquanto a investigação vai apurar as práticas do Facebook, ainda não está claro se autoridades europeias –incluindo a Comissão Europeia, o braço executivo da União Europeia– também vão abrir inquéritos antitruste sobre a rede social. O anúncio desta quarta, no entanto, representa o último desafio de uma série que o Facebook vem enfrentando no bloco europeu, uma das áreas mais importantes em que a rede social opera. | 10 |
O folgado e o ilunga | Cada língua tem sua dúzia de palavras intraduzíveis. A palavra ilunga, do banto, está no topo de qualquer lista. Significa: "pessoa disposta a perdoar quaisquer maus-tratos pela primeira vez, a perdoar pela segunda vez, mas nunca pela terceira". Pode não parecer, mas a palavra é sábia -e útil. Perdoar é fundamental, dar uma segunda chance também, mas a terceira é idiotice. #JeSuisIlunga Outro dia me vi tentando explicar a um amigo gringo o significado da palavra folgado. "O folgado é um malandro?", perguntou o gringo. Sim, mas não. (Lembro do Noel: "Proponho ao povo civilizado/ não te chamar de malandro/ e sim de rapaz folgado".) A palavra malandro está entranhada de um certo carisma, graças aos sambas do Moreira da Silva e aos filmes do Carvana. O folgado não tem samba: é o esperto sem malandragem, o malandro sem carisma -mas tampouco é o mal educado. Não tente reduzir, ao explicar para o gringo, o folgado a uma pessoa sem educação. O mal educado erra por ignorância, enquanto o folgado sabe exatamente o que está fazendo, e não está nem aí. O malandro também sabe, mas faz para se dar bem. O folgado não: folga porque acha que tem direitos. O mundo se divide em dois: os que acham que nasceram devendo algo ao mundo e os que acham que o mundo lhes deve algo. O folgado se encaixa na segunda categoria. Mais do que isso: o que o define como ser humano é a certeza de que a vida lhe deve mundos e fundos. Junte a dívida da Grécia com a do Eike: isso é quanto você deve ao folgado. E ele vai cobrar com juros. Não tem moratória, não tem oxi, não tem Syriza. Você marca uma festa às 9h. O folgado liga às 11h. Você atende o celular, equilibrando cinco quilos de gelo numa mão e 12 latas de cerveja na outra. O folgado quer saber onde é que ele estaciona o carro. Você, que se encaixa na primeira categoria, desce de elevador, ajuda o folgado a encontrar uma vaga, enquanto ele pergunta: "Como é que tá a festa? Quem já chegou?" -o folgado adora perguntar quem está, quem já chegou, e quando você vê já entrou no jogo dele: começa a dizer que ele vai gostar da festa, pede desculpas por qualquer coisa, tira o seu celular do carregador para colocar o dele, faz a cama para o folgado porque ele bebeu demais, no dia seguinte faz tapioca para o folgado, do jeitinho que ele gosta. Nesses horas temos que ser Grécia. Oxi, folgado. Essa dívida não é minha. Sai pra lá, Angela Merkel. Temos muito a aprender com o ilunga. | colunas | O folgado e o ilungaCada língua tem sua dúzia de palavras intraduzíveis. A palavra ilunga, do banto, está no topo de qualquer lista. Significa: "pessoa disposta a perdoar quaisquer maus-tratos pela primeira vez, a perdoar pela segunda vez, mas nunca pela terceira". Pode não parecer, mas a palavra é sábia -e útil. Perdoar é fundamental, dar uma segunda chance também, mas a terceira é idiotice. #JeSuisIlunga Outro dia me vi tentando explicar a um amigo gringo o significado da palavra folgado. "O folgado é um malandro?", perguntou o gringo. Sim, mas não. (Lembro do Noel: "Proponho ao povo civilizado/ não te chamar de malandro/ e sim de rapaz folgado".) A palavra malandro está entranhada de um certo carisma, graças aos sambas do Moreira da Silva e aos filmes do Carvana. O folgado não tem samba: é o esperto sem malandragem, o malandro sem carisma -mas tampouco é o mal educado. Não tente reduzir, ao explicar para o gringo, o folgado a uma pessoa sem educação. O mal educado erra por ignorância, enquanto o folgado sabe exatamente o que está fazendo, e não está nem aí. O malandro também sabe, mas faz para se dar bem. O folgado não: folga porque acha que tem direitos. O mundo se divide em dois: os que acham que nasceram devendo algo ao mundo e os que acham que o mundo lhes deve algo. O folgado se encaixa na segunda categoria. Mais do que isso: o que o define como ser humano é a certeza de que a vida lhe deve mundos e fundos. Junte a dívida da Grécia com a do Eike: isso é quanto você deve ao folgado. E ele vai cobrar com juros. Não tem moratória, não tem oxi, não tem Syriza. Você marca uma festa às 9h. O folgado liga às 11h. Você atende o celular, equilibrando cinco quilos de gelo numa mão e 12 latas de cerveja na outra. O folgado quer saber onde é que ele estaciona o carro. Você, que se encaixa na primeira categoria, desce de elevador, ajuda o folgado a encontrar uma vaga, enquanto ele pergunta: "Como é que tá a festa? Quem já chegou?" -o folgado adora perguntar quem está, quem já chegou, e quando você vê já entrou no jogo dele: começa a dizer que ele vai gostar da festa, pede desculpas por qualquer coisa, tira o seu celular do carregador para colocar o dele, faz a cama para o folgado porque ele bebeu demais, no dia seguinte faz tapioca para o folgado, do jeitinho que ele gosta. Nesses horas temos que ser Grécia. Oxi, folgado. Essa dívida não é minha. Sai pra lá, Angela Merkel. Temos muito a aprender com o ilunga. | 1 |
Amigos e ideias | RIO DE JANEIRO - Um pesquisador carioca, Bruno Gomide, encontrou semelhanças entre um texto de 1936 do ensaísta alemão Walter Benjamin (1892-1940) e outro, de 1942, do austríaco-brasileiro Otto Maria Carpeaux (1900-1978), a respeito de certo escritor russo. Ainda que a contragosto, Gomide arrisca que Carpeaux —que veio para o Brasil em 1939, fugindo do nazismo— teria plagiado Benjamin, então desconhecido por aqui. E que isso pode pôr sob suspeita toda a monumental obra crítica de Carpeaux. Será? Há tempos, revirando velhas pastas de recortes, saiu-me uma crônica de Carlos Heitor Cony, de 1962 ou 63, no "Correio da Manhã", intitulada "Eruditos & eruditos". Nela, Cony fala de dois colegas do "Correio": Carpeaux, então articulista do jornal, e o poeta e editorialista José Lino Grünewald. Cony conta como José Lino, todos os dias, antes de ir trabalhar, varejava os sebos da rua São José e sempre chegava ao jornal com um livro de autor desconhecido, de qualquer época e em qualquer língua. Ao mostrá-lo a Carpeaux, este dizia que já o conhecia, resumia o seu conteúdo e derramava erudição sobre o autor. E, quando José Lino ia conferir, batia com tudo que Carpeaux dizia. Até que José Lino descobriu uma preciosidade: um livrinho em francês, "Pages Choisies", de um ensaísta alemão de quem ele nunca ouvira falar: Walter Benjamin. Folheou-o, impressionou-se e levou o livro para o jornal. Logo ao chegar, disparou: "Carpeaux, você conhece Walter Benjamin?". Carpeaux respondeu: "Conheço. Era meu amigo". E deu-lhe mais uma aula. Não sei se Carpeaux plagiou Benjamin. Só sei que foram contemporâneos e dividiam as mesmas rodas na Berlim e na Paris dos anos 30. E, se eram amigos, quem sabe não dividiam também as mesmas admirações, os mesmos conceitos e até as mesmas palavras? | colunas | Amigos e ideiasRIO DE JANEIRO - Um pesquisador carioca, Bruno Gomide, encontrou semelhanças entre um texto de 1936 do ensaísta alemão Walter Benjamin (1892-1940) e outro, de 1942, do austríaco-brasileiro Otto Maria Carpeaux (1900-1978), a respeito de certo escritor russo. Ainda que a contragosto, Gomide arrisca que Carpeaux —que veio para o Brasil em 1939, fugindo do nazismo— teria plagiado Benjamin, então desconhecido por aqui. E que isso pode pôr sob suspeita toda a monumental obra crítica de Carpeaux. Será? Há tempos, revirando velhas pastas de recortes, saiu-me uma crônica de Carlos Heitor Cony, de 1962 ou 63, no "Correio da Manhã", intitulada "Eruditos & eruditos". Nela, Cony fala de dois colegas do "Correio": Carpeaux, então articulista do jornal, e o poeta e editorialista José Lino Grünewald. Cony conta como José Lino, todos os dias, antes de ir trabalhar, varejava os sebos da rua São José e sempre chegava ao jornal com um livro de autor desconhecido, de qualquer época e em qualquer língua. Ao mostrá-lo a Carpeaux, este dizia que já o conhecia, resumia o seu conteúdo e derramava erudição sobre o autor. E, quando José Lino ia conferir, batia com tudo que Carpeaux dizia. Até que José Lino descobriu uma preciosidade: um livrinho em francês, "Pages Choisies", de um ensaísta alemão de quem ele nunca ouvira falar: Walter Benjamin. Folheou-o, impressionou-se e levou o livro para o jornal. Logo ao chegar, disparou: "Carpeaux, você conhece Walter Benjamin?". Carpeaux respondeu: "Conheço. Era meu amigo". E deu-lhe mais uma aula. Não sei se Carpeaux plagiou Benjamin. Só sei que foram contemporâneos e dividiam as mesmas rodas na Berlim e na Paris dos anos 30. E, se eram amigos, quem sabe não dividiam também as mesmas admirações, os mesmos conceitos e até as mesmas palavras? | 1 |
Diária de apartamento no Rio durante a Olimpíada pode chegar a R$ 20 mil | Com hotéis praticamente lotados no Rio de Janeiro para a Olimpíada, em agosto, o aluguel de imóveis ou quartos por temporada passa a ser a principal alternativa aos turistas que ainda não têm acomodação –com isso, os preços podem chegar a R$ 20 mil por dia em sites especializados. As opções vão de aluguel de quarto em favelas a mansões de luxo em bairros de alto padrão na cidade. Mas também há quem aproveite para supervalorizar seu imóvel no momento em que todas as atenções estarão voltadas para o Rio de Janeiro. Filipe Passos, bancário, pretende embolsar R$ 20 mil durante a Olimpíada com seu apartamento em Ramos, bairro da zona norte próximo ao aeroporto internacional, mas distante dos pontos turísticos e dos locais onde acontecerão as competições dos Jogos. Passos, que vai morar com a mãe caso consiga alugar seu apartamento, acredita que é um valor razoável para acomodar oito pessoas durante as duas semanas de jogos, mas ainda não houve procura, um mês após ter publicado o anúncio no site Airbnb. Pelo mesmo preço, Marcelo Tepedino Hernández já alugou um apartamento no Arpoador, na zona sul, região mais valorizada da cidade, para um grupo da Nova Zelândia. "A diária do Carnaval e do Réveillon é rigorosamente igual à das Olimpíadas. A diferença é que agora será por um período mais longo", afirmou Hernández. Ele também anunciou uma casa de alto padrão no Leblon, um dos bairros mais caros do Brasil, com diária de R$ 20 mil, mas não teve procura depois que um norte-americano com quem faria negócio desistiu em fevereiro por causa do surto do vírus da zika na cidade. Gustavo Falcão, que anunciou 16 imóveis no Rio de Janeiro no Airbnb, afirmou que 30% deles já estão alugados, a um preço até quatro vezes mais alto do que o normal. "Vou alugar tudo, mesmo que tenha que regular o preço", fala. Caso reveja os valores, Falcão acredita que vão ficar pelo menos três vezes mais caros do que o normal. Para ele, o crescimento da zika e a crise econômica brasileira espantaram um pouco os interessados, que sumiram entre fevereiro e o início de junho. Agora, segundo ele, a procura voltou a se intensificar. A alta dos preços dos imóveis por temporada ocorre no momento em que o valor do aluguel residencial no Rio tem queda acumulada de 10% nos 12 meses encerrados em maio, de acordo com o índice FipeZap. ONDE SE HOSPEDAR Os hotéis no Rio de Janeiro estão perto da ocupação total, chegando a 97,3% no período da Olimpíada, segundo dados do Trivago, site que compara preços de hotéis. Os preços médios dos quartos vão de R$ 870 a R$ 2.700 por dia, até três vezes mais caros do que a média durante o Carnaval deste ano, quando foi de R$ 718, segundo o site. O Rio passou de 30 mil quartos de hotéis em 2009 para 58 mil em 2016, abaixo dos 62 mil inicialmente previstos, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro, Alfredo Lopes de Souza Júnior. "O Airbnb e os outros sites caíram de paraquedas no meio do olho do furacão. É a maior demanda da cidade de todos os tempos, com maior número de turistas. Neste momento, eles vão auxiliar a ocupação", disse Júnior. O site, que tem um contrato oficial para fornecer quartos para as Olimpíadas 2016, disse que já são mais de 30 mil hóspedes durante os jogos, de um total de 25 mil anúncios de imóveis na cidade. Segundo a empresa, a média das reservas é de 7,6 noites para três pessoas. "O Airbnb não controla o preço estipulado pelos anfitriões para as suas propriedades, mas, para a duração do evento, o preço médio por noite efetivamente reservada na cidade do Rio de Janeiro é de US$ 165 [R$ 572]. Considerando que cada acomodação receberá uma média de três visitantes, o preço médio por noite, per capita, está em US$ 55 [R$ 190,50]", disse o site em comunicado. O Rio é a quarta cidade com mais anúncios de imóveis na página da empresa em todo o mundo, atrás de Paris, Nova York e Londres. Segundo o concorrente brasileiro do Airbnb, Voltem.com, a taxa de ocupação para o período olímpico, chegou a 70% dos 15 mil imóveis anunciados no Rio. O preço médio cobrado é de R$ 850 a R$ 1.000 reais por dia, de acordo com o presidente e fundador do site, Eduardo Serrado. Quando os preços são considerados muito mais altos do que a média do mercado, os proprietários são orientados pelo site a ajustar os valores do aluguel. "Alguns não entendem, mas a maioria agradece o favor", disse Serrado. | turismo | Diária de apartamento no Rio durante a Olimpíada pode chegar a R$ 20 milCom hotéis praticamente lotados no Rio de Janeiro para a Olimpíada, em agosto, o aluguel de imóveis ou quartos por temporada passa a ser a principal alternativa aos turistas que ainda não têm acomodação –com isso, os preços podem chegar a R$ 20 mil por dia em sites especializados. As opções vão de aluguel de quarto em favelas a mansões de luxo em bairros de alto padrão na cidade. Mas também há quem aproveite para supervalorizar seu imóvel no momento em que todas as atenções estarão voltadas para o Rio de Janeiro. Filipe Passos, bancário, pretende embolsar R$ 20 mil durante a Olimpíada com seu apartamento em Ramos, bairro da zona norte próximo ao aeroporto internacional, mas distante dos pontos turísticos e dos locais onde acontecerão as competições dos Jogos. Passos, que vai morar com a mãe caso consiga alugar seu apartamento, acredita que é um valor razoável para acomodar oito pessoas durante as duas semanas de jogos, mas ainda não houve procura, um mês após ter publicado o anúncio no site Airbnb. Pelo mesmo preço, Marcelo Tepedino Hernández já alugou um apartamento no Arpoador, na zona sul, região mais valorizada da cidade, para um grupo da Nova Zelândia. "A diária do Carnaval e do Réveillon é rigorosamente igual à das Olimpíadas. A diferença é que agora será por um período mais longo", afirmou Hernández. Ele também anunciou uma casa de alto padrão no Leblon, um dos bairros mais caros do Brasil, com diária de R$ 20 mil, mas não teve procura depois que um norte-americano com quem faria negócio desistiu em fevereiro por causa do surto do vírus da zika na cidade. Gustavo Falcão, que anunciou 16 imóveis no Rio de Janeiro no Airbnb, afirmou que 30% deles já estão alugados, a um preço até quatro vezes mais alto do que o normal. "Vou alugar tudo, mesmo que tenha que regular o preço", fala. Caso reveja os valores, Falcão acredita que vão ficar pelo menos três vezes mais caros do que o normal. Para ele, o crescimento da zika e a crise econômica brasileira espantaram um pouco os interessados, que sumiram entre fevereiro e o início de junho. Agora, segundo ele, a procura voltou a se intensificar. A alta dos preços dos imóveis por temporada ocorre no momento em que o valor do aluguel residencial no Rio tem queda acumulada de 10% nos 12 meses encerrados em maio, de acordo com o índice FipeZap. ONDE SE HOSPEDAR Os hotéis no Rio de Janeiro estão perto da ocupação total, chegando a 97,3% no período da Olimpíada, segundo dados do Trivago, site que compara preços de hotéis. Os preços médios dos quartos vão de R$ 870 a R$ 2.700 por dia, até três vezes mais caros do que a média durante o Carnaval deste ano, quando foi de R$ 718, segundo o site. O Rio passou de 30 mil quartos de hotéis em 2009 para 58 mil em 2016, abaixo dos 62 mil inicialmente previstos, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro, Alfredo Lopes de Souza Júnior. "O Airbnb e os outros sites caíram de paraquedas no meio do olho do furacão. É a maior demanda da cidade de todos os tempos, com maior número de turistas. Neste momento, eles vão auxiliar a ocupação", disse Júnior. O site, que tem um contrato oficial para fornecer quartos para as Olimpíadas 2016, disse que já são mais de 30 mil hóspedes durante os jogos, de um total de 25 mil anúncios de imóveis na cidade. Segundo a empresa, a média das reservas é de 7,6 noites para três pessoas. "O Airbnb não controla o preço estipulado pelos anfitriões para as suas propriedades, mas, para a duração do evento, o preço médio por noite efetivamente reservada na cidade do Rio de Janeiro é de US$ 165 [R$ 572]. Considerando que cada acomodação receberá uma média de três visitantes, o preço médio por noite, per capita, está em US$ 55 [R$ 190,50]", disse o site em comunicado. O Rio é a quarta cidade com mais anúncios de imóveis na página da empresa em todo o mundo, atrás de Paris, Nova York e Londres. Segundo o concorrente brasileiro do Airbnb, Voltem.com, a taxa de ocupação para o período olímpico, chegou a 70% dos 15 mil imóveis anunciados no Rio. O preço médio cobrado é de R$ 850 a R$ 1.000 reais por dia, de acordo com o presidente e fundador do site, Eduardo Serrado. Quando os preços são considerados muito mais altos do que a média do mercado, os proprietários são orientados pelo site a ajustar os valores do aluguel. "Alguns não entendem, mas a maioria agradece o favor", disse Serrado. | 13 |
Bauducco é a marca queridinha de torradas e biscoitos em São Paulo | ANA ELISA FARIA DE SÃO PAULO Carlo viajou da Itália para o Brasil em 1948, trazendo na mala uma preciosa receita. Assim de supetão, pelo primeiro nome, você pode pensar que não o conhece. Mas, principalmente no mês de dezembro, suas histórias —contadas em reclames natalinos emotivos— não saem da TV. Ele é Carlo Bauducco (1906-1972), um representante comercial natural de Turim que veio ao país cobrar uma dívida e viu aqui a possibilidade de fazer negócios vendendo o tradicional panetone italiano. Em 1952, ao lado da mulher, dona Margherita, e do filho, Luigi, abriu a primeira loja da família —a Bauducco—, no Brás. O pão doce com frutas cristalizadas e uvas-passas fez um sucesso tão grande que serviu de abre-alas para um sem-número de produtos da marca, reconhecidos pelas embalagens amarelinhas com um detalhe em vermelho. Fora do pacote, é o sabor de aconchego —de lanche da escola, das tardes de férias ou de um café da manhã caprichado— que não sai da memória do consumidor. Tanto que a marca foi a mais citada como a melhor nas categorias de torradas e biscoitos em pesquisa realizada pelo Datafolha. A trajetória da empresa é contada em filmes publicitários desde 1997 pelo mesmo ator, Carlo Briani, xará e conterrâneo do fundador da companhia. Ele, que vive nas telas o senhor Bauducco, brinca que não é mais o garoto de antes. "Já virei o tio-propaganda", conta. | o-melhor-de-sao-paulo | Bauducco é a marca queridinha de torradas e biscoitos em São PauloANA ELISA FARIA DE SÃO PAULO Carlo viajou da Itália para o Brasil em 1948, trazendo na mala uma preciosa receita. Assim de supetão, pelo primeiro nome, você pode pensar que não o conhece. Mas, principalmente no mês de dezembro, suas histórias —contadas em reclames natalinos emotivos— não saem da TV. Ele é Carlo Bauducco (1906-1972), um representante comercial natural de Turim que veio ao país cobrar uma dívida e viu aqui a possibilidade de fazer negócios vendendo o tradicional panetone italiano. Em 1952, ao lado da mulher, dona Margherita, e do filho, Luigi, abriu a primeira loja da família —a Bauducco—, no Brás. O pão doce com frutas cristalizadas e uvas-passas fez um sucesso tão grande que serviu de abre-alas para um sem-número de produtos da marca, reconhecidos pelas embalagens amarelinhas com um detalhe em vermelho. Fora do pacote, é o sabor de aconchego —de lanche da escola, das tardes de férias ou de um café da manhã caprichado— que não sai da memória do consumidor. Tanto que a marca foi a mais citada como a melhor nas categorias de torradas e biscoitos em pesquisa realizada pelo Datafolha. A trajetória da empresa é contada em filmes publicitários desde 1997 pelo mesmo ator, Carlo Briani, xará e conterrâneo do fundador da companhia. Ele, que vive nas telas o senhor Bauducco, brinca que não é mais o garoto de antes. "Já virei o tio-propaganda", conta. | 26 |
USP aprova mais alunos de escolas públicas, mas fica abaixo da meta | A proporção de estudantes de escolas públicas aprovada no vestibular da USP subiu de 32,3% para 35,1% em relação ao ano passado. As informações foram divulgadas nesta quarta (22) pela universidade. A estimativa da instituição, porém, era que o percentual chegasse a 38%, após mudanças no vestibular. Cerca de 85% dos estudantes do ensino médio saem de escolas públicas. Até o exame anterior, o estudante da rede pública recebia bônus na nota do vestibular proporcionalmente ao seu desempenho no vestibular. Para 2015, a universidade decidiu conceder a bonificação "cheia", independentemente do desempenho do aluno. O benefício podia chegar a 20%, caso dos candidatos que estudaram em escolas públicas desde o ensino fundamental. Quem se declarar preto, pardo ou indígena pode receber outros 5% de bônus. A proporção de aprovados provenientes desse grupo subiu de 30,3% para 32,1%. Considerada elitista, a universidade busca aumentar a entrada de estudantes de grupos que até então tinham pouco acesso à instituição. | educacao | USP aprova mais alunos de escolas públicas, mas fica abaixo da metaA proporção de estudantes de escolas públicas aprovada no vestibular da USP subiu de 32,3% para 35,1% em relação ao ano passado. As informações foram divulgadas nesta quarta (22) pela universidade. A estimativa da instituição, porém, era que o percentual chegasse a 38%, após mudanças no vestibular. Cerca de 85% dos estudantes do ensino médio saem de escolas públicas. Até o exame anterior, o estudante da rede pública recebia bônus na nota do vestibular proporcionalmente ao seu desempenho no vestibular. Para 2015, a universidade decidiu conceder a bonificação "cheia", independentemente do desempenho do aluno. O benefício podia chegar a 20%, caso dos candidatos que estudaram em escolas públicas desde o ensino fundamental. Quem se declarar preto, pardo ou indígena pode receber outros 5% de bônus. A proporção de aprovados provenientes desse grupo subiu de 30,3% para 32,1%. Considerada elitista, a universidade busca aumentar a entrada de estudantes de grupos que até então tinham pouco acesso à instituição. | 12 |
Casa da Barra Funda tem clima roceiro e receitas saborosas | No Quem Quer Pão 75, casa de clima roceiro em uma rua tranquila da Barra Funda, o final é um bom começo. O café coado é de um lote limitado, de grãos de uma microrregião mineira, de solo de origem vulcânica, com delicado sabor herbáceo. Se é final da tarde, um pão de queijo robusto (R$ 4,20 o tradicional), com dose respeitável de queijo, do Vale do Jequitinhonha, em Minas, pode ser boa companhia. Se é para encerrar o almoço, vai bem o brigadeiro (R$ 3,50), aquele "puxa", como os da infância, com leite condensado e Nescau. É tentador também sugerir uma fatia dos bolos caseiros (R$ 5,90) –imagina: fubá com goiabada; banana-passa, açúcar mascavo e aveia, coberto com doce de leite; cenoura, em pratinhos de antigamente. Meu palpite, porém, é que ainda falta para que os bolos sejam irresistíveis: em todas as visitas, estavam secos. A pequena casa é embalada por música popular brasileira, tem poucas mesas adornadas com crochê e lembra o acolhimento das avós, reforçado pela presença de uma moringa com água da qual os clientes podem se servir, no minúsculo quintal. O tom hospitaleiro avança para a cozinha, orquestrada pela mineira Manuelle Ferraz, 32, formada em gastronomia e com experiência em um restaurante de carnes em Nova York. Suas receitas são caseiras e, no balanço, saborosas. Exemplo: a coxa e a sobrecoxa de frango (R$ 19,90), servidas em uma peça vistosa, dourada e úmida. A pele, crocante, ganha graça com o incremento de temperos (surge um sabor discreto e suave de coentro) e mel. Também se sai bem a tilápia, carnuda e suculenta, grelhada com delicadeza (R$ 22,90). Para acompanhar, arroz cremoso, com leve toque de dendê, nata e tomate. Pode-se passar batido pelo filé-mignon (R$ 21,90) –pálido, fino e seco, se salva pela presença de um creme de batata, pastoso, e de chips de alho-poró, cortado em tiras finíssimas e crocantes. Mais o arroz e feijão nosso de cada dia. QUEM QUER PÃO 75 QUANDO: DE SEG. A SEX., DAS 8H ÀS 18H ONDE: R. DONA ELISA, 117, BARRA FUNDA, TEL. (11) 2538-0844 | comida | Casa da Barra Funda tem clima roceiro e receitas saborosasNo Quem Quer Pão 75, casa de clima roceiro em uma rua tranquila da Barra Funda, o final é um bom começo. O café coado é de um lote limitado, de grãos de uma microrregião mineira, de solo de origem vulcânica, com delicado sabor herbáceo. Se é final da tarde, um pão de queijo robusto (R$ 4,20 o tradicional), com dose respeitável de queijo, do Vale do Jequitinhonha, em Minas, pode ser boa companhia. Se é para encerrar o almoço, vai bem o brigadeiro (R$ 3,50), aquele "puxa", como os da infância, com leite condensado e Nescau. É tentador também sugerir uma fatia dos bolos caseiros (R$ 5,90) –imagina: fubá com goiabada; banana-passa, açúcar mascavo e aveia, coberto com doce de leite; cenoura, em pratinhos de antigamente. Meu palpite, porém, é que ainda falta para que os bolos sejam irresistíveis: em todas as visitas, estavam secos. A pequena casa é embalada por música popular brasileira, tem poucas mesas adornadas com crochê e lembra o acolhimento das avós, reforçado pela presença de uma moringa com água da qual os clientes podem se servir, no minúsculo quintal. O tom hospitaleiro avança para a cozinha, orquestrada pela mineira Manuelle Ferraz, 32, formada em gastronomia e com experiência em um restaurante de carnes em Nova York. Suas receitas são caseiras e, no balanço, saborosas. Exemplo: a coxa e a sobrecoxa de frango (R$ 19,90), servidas em uma peça vistosa, dourada e úmida. A pele, crocante, ganha graça com o incremento de temperos (surge um sabor discreto e suave de coentro) e mel. Também se sai bem a tilápia, carnuda e suculenta, grelhada com delicadeza (R$ 22,90). Para acompanhar, arroz cremoso, com leve toque de dendê, nata e tomate. Pode-se passar batido pelo filé-mignon (R$ 21,90) –pálido, fino e seco, se salva pela presença de um creme de batata, pastoso, e de chips de alho-poró, cortado em tiras finíssimas e crocantes. Mais o arroz e feijão nosso de cada dia. QUEM QUER PÃO 75 QUANDO: DE SEG. A SEX., DAS 8H ÀS 18H ONDE: R. DONA ELISA, 117, BARRA FUNDA, TEL. (11) 2538-0844 | 21 |
Temer perde o sexto ministro em seis meses no cargo | Com pouco mais de seis meses no cargo, o presidente Michel Temer já perdeu seis ministros da equipe que assumiu a Esplanada, em maio. Geddel Vieira Lima pediu demissão nesta sexta-feira (25) da Secretaria de Governo. O primeiro a deixar o cargo foi Romero Jucá (Planejamento), apenas 12 dias depois de Temer assumir a Presidência, ainda como interino. Ministros caídos do Governo Temer | poder | Temer perde o sexto ministro em seis meses no cargoCom pouco mais de seis meses no cargo, o presidente Michel Temer já perdeu seis ministros da equipe que assumiu a Esplanada, em maio. Geddel Vieira Lima pediu demissão nesta sexta-feira (25) da Secretaria de Governo. O primeiro a deixar o cargo foi Romero Jucá (Planejamento), apenas 12 dias depois de Temer assumir a Presidência, ainda como interino. Ministros caídos do Governo Temer | 0 |
Marcelo Calero pode ter que voltar a depor na CPI da Lei Rouanet | O ex-ministro Marcelo Calero pode ter que voltar à CPI da Lei Rouanet. O deputado Edson Moreira (PR-MG) propôs uma nova convocação do ex-titular da Cultura, que já depôs em outubro. A justificativa do parlamentar é que Calero "declarou que era contra a CPI" e "na sua fala não ficou claro seu posicionamento sobre o processo de fiscalização dos projetos aprovados na Rouanet". O ex-ministro dizia temer que a comissão "criminalizasse" o setor cultural. Leia a coluna completa aqui. | colunas | Marcelo Calero pode ter que voltar a depor na CPI da Lei RouanetO ex-ministro Marcelo Calero pode ter que voltar à CPI da Lei Rouanet. O deputado Edson Moreira (PR-MG) propôs uma nova convocação do ex-titular da Cultura, que já depôs em outubro. A justificativa do parlamentar é que Calero "declarou que era contra a CPI" e "na sua fala não ficou claro seu posicionamento sobre o processo de fiscalização dos projetos aprovados na Rouanet". O ex-ministro dizia temer que a comissão "criminalizasse" o setor cultural. Leia a coluna completa aqui. | 1 |
Dubai, terra de superlativos, também ensina costumes e tradições do islã | No terraço ao qual os turistas têm acesso no alto do arranha-céu Burj Khalifa, em Dubai, foram colocados binóculos acoplados a um computador. Neles, é possível visualizar pontos da cidade e, ao apertar um botão, "ver" a mesma paisagem há 15 anos. Era quase tudo deserto. Hoje, há prédios modernos com fachada de vidro, pistas largas para carros, ilhas artificiais e hotéis de luxo. Dubai, um dos sete Emirados Árabes Unidos, se modernizou a toque de caixa. A velocidade e os exageros que isso trouxe são o traço mais marcante –não só nas ruas, mas também nos costumes. Mas o lugar, originalmente uma vila de pescadores, mantém alguns resquícios do passado. Na parte antiga da cidade, ao redor dos mercados de especiarias, tecidos e bugigangas de ouro, há ruas estreitas, lojinhas, cafés e –algo que quase não se vê nas regiões modernas–, gente nas calçadas (principalmente nas áreas protegidas do sol). Vale a pena se perder por esses cantos. Dá para topar, por exemplo, com a mesquita Ali Bin Abi Talib, de fachada feita de ladrilhos azul-turquesa. É um raro centro xiita na cidade, já que o país é de maioria sunita. Outra atração são os barcos que servem como "táxi" para a travessia do canal, o "Dubai creek". Nessa região também há um centro cultural para turistas, o Sheikh Mohammed Centre for Cultural Understanding –Mohammed, figura quase onipresente no país, é o emir e primeiro-ministro. Ao chegar, o turista tem uma aula dos costumes locais. É explicado, por exemplo, que as mulheres usam o chador (veste que cobre todo o corpo, menos o rosto) para serem modestas e não entrarem em uma espiral de competição. As paqueras são em público, duram mais de ano. Também é explicado o jeito correto de cumprimentar –nunca com a mão, que é suja. Homens tocam as pontas do nariz; as mulheres, as bochechas. Cumprimentar o gênero oposto é diferente: coloca-se a mão no próprio colo em um aceno. SEM RIGIDEZ Embora esses costumes pareçam naturais, Dubai é uma mistura. Praias perto dos hotéis estão cheias de estrangeiros em trajes de banho. Os turistas, muitos europeus, vão à cidade também pela areia, pelo mar e pelo sol. Os shoppings, que concentram a vida social, não diferem muito dos brasileiros. O respeito à religião convive com a maneira ocidental de se divertir –compreensivelmente, a cidade virou destino para árabes que querem escapar das regras rígidas. E, especialmente, desfrutar do consumo e do luxo. Isso fez com que Dubai se esforçasse para ganhar um verniz de esplendor e conseguisse títulos de maior isso ou aquilo do mundo. O Burj Khalifa é hoje a construção mais alta do mundo (e um prédio mais alto ainda já foi anunciado). O shopping vizinho tem fontes que espirram água a alturas que nenhuma outra alcança. O Burj Al Arab é considerado um dos hotéis mais luxuosos. É um lugar com uma abastança sem paralelos, pelo menos se comparado aos ricos destinos abertos à visitação. * RESTAURANTES TÊM ATÉ DRINQUES COM OURO Os Emirados Árabes Unidos são um país oficialmente muçulmano, mas os costumes da religião não são reforçados com tanta ênfase como nos vizinhos. Isso fica nítido ao ir a um restaurante em Dubai. Alguns deles, por exemplo, funcionam durante o Ramadã (com uma cortina baixada, é verdade, mas ainda assim abertos). O período é considerado sagrado para o islamismo, quando muitos fiéis praticam jejum e não podem nem beber água durante o dia. Mesmo estabelecimentos que atendem a um número grande de locais e de outros muçulmanos têm cardápios com bebidas alcoólicas à disposição –artigo proibido pela lei islâmica. Outro hábito que hoje causa estranhamento, principalmente para brasileiros que vivem em grandes centros, é ver comensais fumando –narguilé, sobretudo. Em Dubai, isso não só é permitido como se dá com frequência. HOMUS E LENTILHA Muitos dos pratos nos restaurantes típicos são iguais ao que se entende por comida árabe no Brasil: homus, lentilha, quibe etc. Mas há outras comidas menos familiares, como é o caso do machboo (arroz servido com frango) e o luqaimat (sobremesa que lembra o nosso bolinho de chuva, servido com calda doce). Ambos podem ser provados na "aula" do centro cultural Sheikh Mohammed. No fim da refeição, o café é ralo, se comparado ao que se costuma tomar no Brasil, e leva cardamomo. Os restaurantes mais caros também buscam um brilho de luxo na gastronomia –o que não destoa do resto dos serviços do país, onde a preocupação em ser considerado exclusivo, cinco-estrelas, é onipresente. Às vezes, essa característica pode soar exagerada. No restaurante Qbara (qbara.ae), que tem versões modernizadas de pratos árabes tradicionais, um dos drinques do menu leva flocos de ouro como ingrediente. A região, porém, nem sempre teve essa suntuosidade. Um passeio para estrangeiros pelo deserto, a poucos quilômetros da cidade, emula as refeições dos antepassados que moravam no lugar. Mesmo sabendo que é uma versão turística de um jantar tradicional, ele serve como contraponto. Os pratos são preparados em panelões esquentados por lenha. Há sopa de lentilha como entrada, carne de cordeiro, arroz e quibe. Os turistas fazem fila com o prato na mão e depois se espalham entre tapetes sobre a areia, mesas rústicas e cadeiras bambas. * O QUE SABER SOBRE OS EMIRADOS ÁRABES E COMO IR PARA LÁ R$ 2.530 Quatro noites em Dubai (EAU), com café e passeios. Sem aéreo, por pessoa. Na Agaxtur: (11) 3067-0900; agaxturviagens.com.br R$ 2.958 Cinco noites nos Emirados Árabes, com café e passeios em Dubai, Abu Dhabi e Charjah. Por pessoa. Na Flytour: (11) 4004-0008; flytour.com.br US$ 953 (R$ 3.389) Seis noites entre Emirados Árabes e Omã, com café, city tour em Dubai e safári no deserto. Sem aéreo. Na Flot: (11) 4504-4544; flot.com.br US$ 1.038 (R$ 3.691) Valor por pessoa, com aéreo e traslados, para quatro noites em Dubai. Inclui café e city tour. Na Viaje Bem: (11) 3266-3070; viajebem.tur.br € 1.560 (R$ 6.241) Seis noites em Dubai, com café, passeio em Abu Dhabi, ingresso ao Burj Khalifa e safári no deserto. Sem aéreo, por pessoa. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br US$ 1.799 (R$ 6.398) Valor por pessoa para oito noites entre Dubai e Mascate, com café. Sem aéreo, inclui café, passeios e traslados. Na Viaje Bem: (11) 3266-3070; viajebem.tur.br US$ 2.580 (R$ 9.176) Valor por pessoa para sete noites entre Dubai e Abu Dhabi, com passeios. Sem aéreo. Na Queensberry: (11) 3217-7100; queensberry.com.br US$ 2.613 (R$ 9.293) Pacote de sete noites entre Dubai e Abu Dhabi, com tours nas duas cidades. Inclui passagens aéreas, traslados e café. Na Venice: (11) 3087-4747; veniceturismo.com.br O jornalista viajou a convite do Departamento de Turismo, Comércio e Marketing de Dubai | turismo | Dubai, terra de superlativos, também ensina costumes e tradições do islãNo terraço ao qual os turistas têm acesso no alto do arranha-céu Burj Khalifa, em Dubai, foram colocados binóculos acoplados a um computador. Neles, é possível visualizar pontos da cidade e, ao apertar um botão, "ver" a mesma paisagem há 15 anos. Era quase tudo deserto. Hoje, há prédios modernos com fachada de vidro, pistas largas para carros, ilhas artificiais e hotéis de luxo. Dubai, um dos sete Emirados Árabes Unidos, se modernizou a toque de caixa. A velocidade e os exageros que isso trouxe são o traço mais marcante –não só nas ruas, mas também nos costumes. Mas o lugar, originalmente uma vila de pescadores, mantém alguns resquícios do passado. Na parte antiga da cidade, ao redor dos mercados de especiarias, tecidos e bugigangas de ouro, há ruas estreitas, lojinhas, cafés e –algo que quase não se vê nas regiões modernas–, gente nas calçadas (principalmente nas áreas protegidas do sol). Vale a pena se perder por esses cantos. Dá para topar, por exemplo, com a mesquita Ali Bin Abi Talib, de fachada feita de ladrilhos azul-turquesa. É um raro centro xiita na cidade, já que o país é de maioria sunita. Outra atração são os barcos que servem como "táxi" para a travessia do canal, o "Dubai creek". Nessa região também há um centro cultural para turistas, o Sheikh Mohammed Centre for Cultural Understanding –Mohammed, figura quase onipresente no país, é o emir e primeiro-ministro. Ao chegar, o turista tem uma aula dos costumes locais. É explicado, por exemplo, que as mulheres usam o chador (veste que cobre todo o corpo, menos o rosto) para serem modestas e não entrarem em uma espiral de competição. As paqueras são em público, duram mais de ano. Também é explicado o jeito correto de cumprimentar –nunca com a mão, que é suja. Homens tocam as pontas do nariz; as mulheres, as bochechas. Cumprimentar o gênero oposto é diferente: coloca-se a mão no próprio colo em um aceno. SEM RIGIDEZ Embora esses costumes pareçam naturais, Dubai é uma mistura. Praias perto dos hotéis estão cheias de estrangeiros em trajes de banho. Os turistas, muitos europeus, vão à cidade também pela areia, pelo mar e pelo sol. Os shoppings, que concentram a vida social, não diferem muito dos brasileiros. O respeito à religião convive com a maneira ocidental de se divertir –compreensivelmente, a cidade virou destino para árabes que querem escapar das regras rígidas. E, especialmente, desfrutar do consumo e do luxo. Isso fez com que Dubai se esforçasse para ganhar um verniz de esplendor e conseguisse títulos de maior isso ou aquilo do mundo. O Burj Khalifa é hoje a construção mais alta do mundo (e um prédio mais alto ainda já foi anunciado). O shopping vizinho tem fontes que espirram água a alturas que nenhuma outra alcança. O Burj Al Arab é considerado um dos hotéis mais luxuosos. É um lugar com uma abastança sem paralelos, pelo menos se comparado aos ricos destinos abertos à visitação. * RESTAURANTES TÊM ATÉ DRINQUES COM OURO Os Emirados Árabes Unidos são um país oficialmente muçulmano, mas os costumes da religião não são reforçados com tanta ênfase como nos vizinhos. Isso fica nítido ao ir a um restaurante em Dubai. Alguns deles, por exemplo, funcionam durante o Ramadã (com uma cortina baixada, é verdade, mas ainda assim abertos). O período é considerado sagrado para o islamismo, quando muitos fiéis praticam jejum e não podem nem beber água durante o dia. Mesmo estabelecimentos que atendem a um número grande de locais e de outros muçulmanos têm cardápios com bebidas alcoólicas à disposição –artigo proibido pela lei islâmica. Outro hábito que hoje causa estranhamento, principalmente para brasileiros que vivem em grandes centros, é ver comensais fumando –narguilé, sobretudo. Em Dubai, isso não só é permitido como se dá com frequência. HOMUS E LENTILHA Muitos dos pratos nos restaurantes típicos são iguais ao que se entende por comida árabe no Brasil: homus, lentilha, quibe etc. Mas há outras comidas menos familiares, como é o caso do machboo (arroz servido com frango) e o luqaimat (sobremesa que lembra o nosso bolinho de chuva, servido com calda doce). Ambos podem ser provados na "aula" do centro cultural Sheikh Mohammed. No fim da refeição, o café é ralo, se comparado ao que se costuma tomar no Brasil, e leva cardamomo. Os restaurantes mais caros também buscam um brilho de luxo na gastronomia –o que não destoa do resto dos serviços do país, onde a preocupação em ser considerado exclusivo, cinco-estrelas, é onipresente. Às vezes, essa característica pode soar exagerada. No restaurante Qbara (qbara.ae), que tem versões modernizadas de pratos árabes tradicionais, um dos drinques do menu leva flocos de ouro como ingrediente. A região, porém, nem sempre teve essa suntuosidade. Um passeio para estrangeiros pelo deserto, a poucos quilômetros da cidade, emula as refeições dos antepassados que moravam no lugar. Mesmo sabendo que é uma versão turística de um jantar tradicional, ele serve como contraponto. Os pratos são preparados em panelões esquentados por lenha. Há sopa de lentilha como entrada, carne de cordeiro, arroz e quibe. Os turistas fazem fila com o prato na mão e depois se espalham entre tapetes sobre a areia, mesas rústicas e cadeiras bambas. * O QUE SABER SOBRE OS EMIRADOS ÁRABES E COMO IR PARA LÁ R$ 2.530 Quatro noites em Dubai (EAU), com café e passeios. Sem aéreo, por pessoa. Na Agaxtur: (11) 3067-0900; agaxturviagens.com.br R$ 2.958 Cinco noites nos Emirados Árabes, com café e passeios em Dubai, Abu Dhabi e Charjah. Por pessoa. Na Flytour: (11) 4004-0008; flytour.com.br US$ 953 (R$ 3.389) Seis noites entre Emirados Árabes e Omã, com café, city tour em Dubai e safári no deserto. Sem aéreo. Na Flot: (11) 4504-4544; flot.com.br US$ 1.038 (R$ 3.691) Valor por pessoa, com aéreo e traslados, para quatro noites em Dubai. Inclui café e city tour. Na Viaje Bem: (11) 3266-3070; viajebem.tur.br € 1.560 (R$ 6.241) Seis noites em Dubai, com café, passeio em Abu Dhabi, ingresso ao Burj Khalifa e safári no deserto. Sem aéreo, por pessoa. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br US$ 1.799 (R$ 6.398) Valor por pessoa para oito noites entre Dubai e Mascate, com café. Sem aéreo, inclui café, passeios e traslados. Na Viaje Bem: (11) 3266-3070; viajebem.tur.br US$ 2.580 (R$ 9.176) Valor por pessoa para sete noites entre Dubai e Abu Dhabi, com passeios. Sem aéreo. Na Queensberry: (11) 3217-7100; queensberry.com.br US$ 2.613 (R$ 9.293) Pacote de sete noites entre Dubai e Abu Dhabi, com tours nas duas cidades. Inclui passagens aéreas, traslados e café. Na Venice: (11) 3087-4747; veniceturismo.com.br O jornalista viajou a convite do Departamento de Turismo, Comércio e Marketing de Dubai | 13 |
Tenho vergonha da educação de SP, afirma secretário da gestão Alckmin | O secretário paulista de Educação, Herman Voorwald, afirmou nesta quarta-feira (25) que tem "vergonha dos resultados [de educação] de SP". A declaração foi dada em entrevista à rádio CBN, em meio à sua defesa do processo de reorganização dos ciclos da rede estadual, medida do governo Geraldo Alckmin (PSDB) que irá concentrar alunos de séries semelhantes em colégios e fechar 92 escolas. Ao negar que a reestruturação tenha objetivo financeiro, ele disse: "A minha única preocupação é que esses jovens tenham uma melhor educação. Eu tenho vergonha, enquanto secretário do Estado da Educação, dos resultados que o Estado de São Paulo, que esse país apresenta, e que o Estado de São Paulo apresenta. Não é possível que a sociedade se conforme com isso". A proposta foi anunciada em setembro e deve ser aplicada no ano letivo de 2016. Há três semanas, estudantes ocupam escolas em São Paulo em protesto contra a medida. Segundo a Secretaria de Educação do Estado, há ao menos 151 escolas ocupadas –a ocupação subiu 40% no dia da aplicação do Saresp, exame estadual de avaliação do ensino. O secretário também admitiu que pode ter havido "uma deficiência na questão da comunicação para entender o que é a reorganização". "Entendo que, por conta de uma rede extremamente complexa, elas [as informações] não chegam da maneira que deveriam chegar, ou porque são contaminadas ou pela incompetência de nós nos comunicarmos com os pais." "Mas não há a menor dúvida que o movimento [a reorganização] é importante. Por que nosso aluno não tem o direito de ter uma escola melhor?" Essas ocupações são um protesto contra a intenção do governo estadual de dividir parte das unidades por ciclos únicos (anos iniciais e finais do fundamental e o médio). Para isso, a gestão tucana deve viabilizar em 2016 o fechamento de 92 escolas e o remanejamento de cerca de 300 mil alunos -a rede tem 5.147 escolas e 3,8 milhões de estudantes. Ao todo, 754 unidades terão só um ciclo no Estado. Infográfico: Mudanças na educação SARESP As notas dos alunos do 5º ano do ensino fundamental subiram no ano passado nas escolas estaduais paulistas. Já as do ensino médio praticamente estacionaram em patamar abaixo do adequado. Os dados fazem parte dos resultados do Saresp de 2014, que teve participação de 1,3 milhão de alunos. A melhoria mais acentuada apareceu entre os estudantes do 5º ano em matemática –média subiu 6,9 pontos em um ano (de 209,6 para 216,5). Já entre formandos do ensino médio, subiu apenas 1,7 ponto e chegou a 270,4. Com o desempenho, o aluno da rede, na média, conclui o ensino médio com nível inferior ao adequado para alunos três anos mais jovens. Para o 9º ano do ensino fundamental, o adequado são 300 pontos. Ou seja, o formando no ensino médio não sabe, por exemplo, identificar a tendência de crescimento apresentada num gráfico. A média em matemática no ensino médio é praticamente a mesma desde 2009. Já a do 5º ano sobe desde aquele ano. Em português, também houve avanço maior no 5º ano do que no ensino médio. DESEMPENHO NO IDEB A rede estadual de São Paulo teve a segunda melhor nota no ensino médio na avaliação nacional, o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) 2013 –ainda que apenas cerca de 10% dos alunos apresentem o conhecimento adequado em matemática, segundo tabulação da ONG Todos pela Educação. No ensino fundamental (anos iniciais), São Paulo teve aumento em seu desempenho –passando de 5,4, em 2011, para 5,7, em 2013. O Estado ficou em quarto lugar empatado com Santa Catarina. Já nos anos finais do ensino fundamental, teve uma ligeira melhora: 4,3 (2011) para 4,4 (2013). O Ideb é um índice criado em 2007 pelo MEC (Ministério da Educação) para avaliar a qualidade das escolas e das redes de ensino. O resultado combina a taxa de aprovação escolar com o desempenho de estudantes em matemática e língua portuguesa. A partir dos resultados, o governo estabelece metas de qualidade e acompanha o desenvolvimento das escolas, municípios e Estados em educação. O índice é divulgado a cada dois anos. O Ideb usa os resultados de duas avaliações do governo federal: o Saeb e a Prova Brasil. São exames complementares aplicados para estudantes do 5° ao 9° ano do ensino fundamental e do 3° ano do ensino médio de todo o país. Ideb FUGA DE DOCENTES A rede estadual de ensino de São Paulo também vive neste ano uma saída recorde de professores. O corpo docente para as escolas públicas encolheu 11% em relação a 2014. A redução ocorreu tanto entre concursados (-6%) como entre não efetivos (-16%), segundo dados da Secretaria de Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB). O Estado tem a maior rede de ensino do país, com 3,8 milhões de estudantes. A redução no número de professores é a maior pelo menos desde 1999, primeiro ano com dados disponíveis, tanto para o total de docentes quanto para os efetivos. As informações foram tabuladas pela Folha com base em boletins da Secretaria da Educação e no portal da transparência estadual. Infográfico: Saída de docentes | educacao | Tenho vergonha da educação de SP, afirma secretário da gestão AlckminO secretário paulista de Educação, Herman Voorwald, afirmou nesta quarta-feira (25) que tem "vergonha dos resultados [de educação] de SP". A declaração foi dada em entrevista à rádio CBN, em meio à sua defesa do processo de reorganização dos ciclos da rede estadual, medida do governo Geraldo Alckmin (PSDB) que irá concentrar alunos de séries semelhantes em colégios e fechar 92 escolas. Ao negar que a reestruturação tenha objetivo financeiro, ele disse: "A minha única preocupação é que esses jovens tenham uma melhor educação. Eu tenho vergonha, enquanto secretário do Estado da Educação, dos resultados que o Estado de São Paulo, que esse país apresenta, e que o Estado de São Paulo apresenta. Não é possível que a sociedade se conforme com isso". A proposta foi anunciada em setembro e deve ser aplicada no ano letivo de 2016. Há três semanas, estudantes ocupam escolas em São Paulo em protesto contra a medida. Segundo a Secretaria de Educação do Estado, há ao menos 151 escolas ocupadas –a ocupação subiu 40% no dia da aplicação do Saresp, exame estadual de avaliação do ensino. O secretário também admitiu que pode ter havido "uma deficiência na questão da comunicação para entender o que é a reorganização". "Entendo que, por conta de uma rede extremamente complexa, elas [as informações] não chegam da maneira que deveriam chegar, ou porque são contaminadas ou pela incompetência de nós nos comunicarmos com os pais." "Mas não há a menor dúvida que o movimento [a reorganização] é importante. Por que nosso aluno não tem o direito de ter uma escola melhor?" Essas ocupações são um protesto contra a intenção do governo estadual de dividir parte das unidades por ciclos únicos (anos iniciais e finais do fundamental e o médio). Para isso, a gestão tucana deve viabilizar em 2016 o fechamento de 92 escolas e o remanejamento de cerca de 300 mil alunos -a rede tem 5.147 escolas e 3,8 milhões de estudantes. Ao todo, 754 unidades terão só um ciclo no Estado. Infográfico: Mudanças na educação SARESP As notas dos alunos do 5º ano do ensino fundamental subiram no ano passado nas escolas estaduais paulistas. Já as do ensino médio praticamente estacionaram em patamar abaixo do adequado. Os dados fazem parte dos resultados do Saresp de 2014, que teve participação de 1,3 milhão de alunos. A melhoria mais acentuada apareceu entre os estudantes do 5º ano em matemática –média subiu 6,9 pontos em um ano (de 209,6 para 216,5). Já entre formandos do ensino médio, subiu apenas 1,7 ponto e chegou a 270,4. Com o desempenho, o aluno da rede, na média, conclui o ensino médio com nível inferior ao adequado para alunos três anos mais jovens. Para o 9º ano do ensino fundamental, o adequado são 300 pontos. Ou seja, o formando no ensino médio não sabe, por exemplo, identificar a tendência de crescimento apresentada num gráfico. A média em matemática no ensino médio é praticamente a mesma desde 2009. Já a do 5º ano sobe desde aquele ano. Em português, também houve avanço maior no 5º ano do que no ensino médio. DESEMPENHO NO IDEB A rede estadual de São Paulo teve a segunda melhor nota no ensino médio na avaliação nacional, o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) 2013 –ainda que apenas cerca de 10% dos alunos apresentem o conhecimento adequado em matemática, segundo tabulação da ONG Todos pela Educação. No ensino fundamental (anos iniciais), São Paulo teve aumento em seu desempenho –passando de 5,4, em 2011, para 5,7, em 2013. O Estado ficou em quarto lugar empatado com Santa Catarina. Já nos anos finais do ensino fundamental, teve uma ligeira melhora: 4,3 (2011) para 4,4 (2013). O Ideb é um índice criado em 2007 pelo MEC (Ministério da Educação) para avaliar a qualidade das escolas e das redes de ensino. O resultado combina a taxa de aprovação escolar com o desempenho de estudantes em matemática e língua portuguesa. A partir dos resultados, o governo estabelece metas de qualidade e acompanha o desenvolvimento das escolas, municípios e Estados em educação. O índice é divulgado a cada dois anos. O Ideb usa os resultados de duas avaliações do governo federal: o Saeb e a Prova Brasil. São exames complementares aplicados para estudantes do 5° ao 9° ano do ensino fundamental e do 3° ano do ensino médio de todo o país. Ideb FUGA DE DOCENTES A rede estadual de ensino de São Paulo também vive neste ano uma saída recorde de professores. O corpo docente para as escolas públicas encolheu 11% em relação a 2014. A redução ocorreu tanto entre concursados (-6%) como entre não efetivos (-16%), segundo dados da Secretaria de Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB). O Estado tem a maior rede de ensino do país, com 3,8 milhões de estudantes. A redução no número de professores é a maior pelo menos desde 1999, primeiro ano com dados disponíveis, tanto para o total de docentes quanto para os efetivos. As informações foram tabuladas pela Folha com base em boletins da Secretaria da Educação e no portal da transparência estadual. Infográfico: Saída de docentes | 12 |
Salva-vidas faz transplante facial após acidente como voluntário nos EUA | Um salva-vidas de 41 anos que ficou totalmente desfigurado em 2001 foi submetido ao transplante de face mais amplo e mais complexo praticado até agora - anunciou nesta segunda-feira um centro médico em Nova York. Mais de 100 médicos, enfermeiros e técnicos participaram da cirurgia de 26 horas –realizada em meados de agosto no Centro Médico NYU Langone, anunciou a instituição. O paciente foi Patrick Hardison, de Senatobia, Missisippi (sul dos EUA), que sofreu graves feridas faciais quando trabalhava como bombeiro voluntário justo uns dias antes dos ataques de 11 de setembro. Hardison ficou severamente desfigurado quando o teto de uma casa em chamas caiu sobre ele durante uma missão de resgate. Perdeu as pálpebras, as orelhas, os lábios, a maior parte do nariz, o cabelo e as sobrancelhas. Eduardo Rodriguez, chefe do departamento de cirurgia plástica, liderou a operação após um ano de preparativos, disse o centro médico. A cirurgia deu a Hardison um novo rosto com outro couro cabeludo, orelhas, canais auditivos e algumas porções de ossos do queixo, bochechas e nariz. Ele também ganhou novas pálpebras e músculos que controlam o piscar. Antes Hardison não conseguia fechar os olhos completamente. Ao chegar até Rodríguez, Hardison já havia enfrentado mais de 70 cirurgias. Os transplantes de rosto se tornaram cada vez mais frequentes nos últimos anos. Em março, um hospital espanhol informou que havia realizado com sucesso o que chamou então de o transplante facial mais complexo até hoje: consistiu na reconstrução da parte baixa do rosto, queixo, boca, língua e garganta de um homem anônimo terrivelmente desfigurado por uma doença. O hospital universitário Vall d'Hebrón de Barcelona informou que a operação reconstruiu dois terços do rosto do homem de 45 anos. Em 2010, o mesmo hospital praticou o primeiro transplante facial total em um homem que sofreu um acidente que o deixou sem nariz e deformou sua mandíbula e maçãs do rosto. O primeiro transplante facial parcial do mundo foi praticado por médicos franceses em 2005, numa mulher que foi atacada pelo cachorro. | ciencia | Salva-vidas faz transplante facial após acidente como voluntário nos EUAUm salva-vidas de 41 anos que ficou totalmente desfigurado em 2001 foi submetido ao transplante de face mais amplo e mais complexo praticado até agora - anunciou nesta segunda-feira um centro médico em Nova York. Mais de 100 médicos, enfermeiros e técnicos participaram da cirurgia de 26 horas –realizada em meados de agosto no Centro Médico NYU Langone, anunciou a instituição. O paciente foi Patrick Hardison, de Senatobia, Missisippi (sul dos EUA), que sofreu graves feridas faciais quando trabalhava como bombeiro voluntário justo uns dias antes dos ataques de 11 de setembro. Hardison ficou severamente desfigurado quando o teto de uma casa em chamas caiu sobre ele durante uma missão de resgate. Perdeu as pálpebras, as orelhas, os lábios, a maior parte do nariz, o cabelo e as sobrancelhas. Eduardo Rodriguez, chefe do departamento de cirurgia plástica, liderou a operação após um ano de preparativos, disse o centro médico. A cirurgia deu a Hardison um novo rosto com outro couro cabeludo, orelhas, canais auditivos e algumas porções de ossos do queixo, bochechas e nariz. Ele também ganhou novas pálpebras e músculos que controlam o piscar. Antes Hardison não conseguia fechar os olhos completamente. Ao chegar até Rodríguez, Hardison já havia enfrentado mais de 70 cirurgias. Os transplantes de rosto se tornaram cada vez mais frequentes nos últimos anos. Em março, um hospital espanhol informou que havia realizado com sucesso o que chamou então de o transplante facial mais complexo até hoje: consistiu na reconstrução da parte baixa do rosto, queixo, boca, língua e garganta de um homem anônimo terrivelmente desfigurado por uma doença. O hospital universitário Vall d'Hebrón de Barcelona informou que a operação reconstruiu dois terços do rosto do homem de 45 anos. Em 2010, o mesmo hospital praticou o primeiro transplante facial total em um homem que sofreu um acidente que o deixou sem nariz e deformou sua mandíbula e maçãs do rosto. O primeiro transplante facial parcial do mundo foi praticado por médicos franceses em 2005, numa mulher que foi atacada pelo cachorro. | 15 |
Consultor tira dúvidas sobre IR; prazo para declarar termina na sexta | O consultor Antônio Teixeira, da IOB Sage do Brasil, respondeu nesta segunda (25) às últimas dúvidas dos leitores e internautas sobre a declaração do Imposto de Renda 2016, cujo prazo de entrega termina na próxima sexta (29) às 23h59 (horário de Brasília). No programa, Texeira falou sobre os pontos que mais dúvidas geraram entre os leitores como declaração de dependentes, previdência privada, gastos com saúde, venda de imóveis, indenizações trabalhistas, entre outros assuntos. O consultor também deu dicas sobre como o MEI (Microempreededor Individual) deve proceder com a declaração de pessoa física. A IOB responde às dúvidas de leitores do jornal desde 1995. Segundo a Receita, metade dos 28 milhões de contribuintes ainda não prestaram contas ao fisco. Leia mais aqui | tv | Consultor tira dúvidas sobre IR; prazo para declarar termina na sextaO consultor Antônio Teixeira, da IOB Sage do Brasil, respondeu nesta segunda (25) às últimas dúvidas dos leitores e internautas sobre a declaração do Imposto de Renda 2016, cujo prazo de entrega termina na próxima sexta (29) às 23h59 (horário de Brasília). No programa, Texeira falou sobre os pontos que mais dúvidas geraram entre os leitores como declaração de dependentes, previdência privada, gastos com saúde, venda de imóveis, indenizações trabalhistas, entre outros assuntos. O consultor também deu dicas sobre como o MEI (Microempreededor Individual) deve proceder com a declaração de pessoa física. A IOB responde às dúvidas de leitores do jornal desde 1995. Segundo a Receita, metade dos 28 milhões de contribuintes ainda não prestaram contas ao fisco. Leia mais aqui | 11 |
Coreia do Sul registra quinta morte por coronavírus; há 64 infectados | Autoridades sul-coreanas divulgaram neste domingo (7) a morte de outra pessoa infectada pela Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV), o novo coronavírus. A nova perda aumenta para cinco o número de mortos pela doença De acordo com o Ministério de Saúde da Coreia do Sul, um homem de 75 anos morreu no sábado (6) —e a doença só foi detectada após o seu falecimento. Também foram anunciados 14 novos contágios. Dez dos novos infectados foram expostos ao vírus em visita ao Centro Médico Samsung de Seul, onde um médico foi recentemente diagnosticado com a doença. "É possível que haja mais casos relacionados a este centro médico, mas prevemos que o raio de contágios diminua depois deste fim de semana", afirmou um porta-voz do Ministério em declarações publicadas pela agência local "Yonhap". Os quatro novos casos restantes —que elevam para 64 o total de doentes de MERS no país asiático— contraíram a doença em outros hospitais de Seul, acrescentou a mesma fonte. Grande parte dos contágios aconteceu no Saint Mary Hospital de Pyeongtaek (sul de Seul), onde foi registrado o primeiro caso de MERS no país em 20 de maio: o homem de 68 anos que tinha viajado para o Oriente Médio. O surto na Coreia do Sul atraiu a atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS), que anunciou na sexta-feira (5) o envio à Coreia do Sul do diretor-geral adjunto para Segurança Sanitária, Keiji Fukuda, e um grupo de especialistas para analisar a situação. | mundo | Coreia do Sul registra quinta morte por coronavírus; há 64 infectadosAutoridades sul-coreanas divulgaram neste domingo (7) a morte de outra pessoa infectada pela Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV), o novo coronavírus. A nova perda aumenta para cinco o número de mortos pela doença De acordo com o Ministério de Saúde da Coreia do Sul, um homem de 75 anos morreu no sábado (6) —e a doença só foi detectada após o seu falecimento. Também foram anunciados 14 novos contágios. Dez dos novos infectados foram expostos ao vírus em visita ao Centro Médico Samsung de Seul, onde um médico foi recentemente diagnosticado com a doença. "É possível que haja mais casos relacionados a este centro médico, mas prevemos que o raio de contágios diminua depois deste fim de semana", afirmou um porta-voz do Ministério em declarações publicadas pela agência local "Yonhap". Os quatro novos casos restantes —que elevam para 64 o total de doentes de MERS no país asiático— contraíram a doença em outros hospitais de Seul, acrescentou a mesma fonte. Grande parte dos contágios aconteceu no Saint Mary Hospital de Pyeongtaek (sul de Seul), onde foi registrado o primeiro caso de MERS no país em 20 de maio: o homem de 68 anos que tinha viajado para o Oriente Médio. O surto na Coreia do Sul atraiu a atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS), que anunciou na sexta-feira (5) o envio à Coreia do Sul do diretor-geral adjunto para Segurança Sanitária, Keiji Fukuda, e um grupo de especialistas para analisar a situação. | 4 |
Cientistas fazem alerta ético sobre ascensão de robôs e 'apego' a eles | O rápido movimento dos robôs "das fábricas rumo à automação de todos os aspectos de nossas vidas" levou um grupo internacional de cientistas, engenheiros e especialistas em ética a criar a Fundação por uma Robótica Responsável. A organização, lançada em Londres, encorajará governos e a indústria a considerar o impacto dos robôs sobre a sociedade, variando do potencial de desemprego em massa a violações de direitos humanos. Os pesquisadores e as autoridades vêm ignorando esse campo, até o momento, segundo os organizadores do novo grupo. "Estamos correndo freneticamente rumo à revolução da robótica, mas não estamos levando em consideração os muitos problemas imprevistos que nos aguardam", disse Noel Sharkey, professor de robótica na Universidade de Sheffield e presidente do conselho da nova fundação. "É hora de darmos um passo para trás e pensarmos seriamente sobre o futuro da tecnologia antes que ele se manifeste sem aviso e nos fira." Ainda que robôs industriais empregados em fábricas dominem a robótica no momento, o equilíbrio do mercado está mudando rapidamente, com a automação do setor de serviços. Há 12 milhões de robôs de serviços em operação no planeta, ante 1,5 milhão de robôs industriais, de acordo com o professor Sharkey. A Federação Internacional de Robótica prevê que o número de robôs de serviços subirá a 31 milhões até 2018. Os robôs estão começando a operar em ramos como o entretenimento, assistência a crianças e idosos, limpeza de casas, ordenha de vacas, e ação letal em conflitos armados –o setor de defesa é o maior usuário de robôs, fora da indústria. EMPATIA A professora Johanna Seibt, da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, uma das cofundadoras da fundação, disse que robôs sociais são mais do que ferramentas. "Eles mudam a maneira pela qual nos comportamos, como seres humanos". A natureza do cérebro humano faz com que não consigamos resistir a tratar os robôs como tratamos a outras pessoas –ou pelos menos como tratamos os animais–, e isso gera apego rapidamente, diz a professora Seibt. Esse "antropomorfismo" faz com que as pessoas protejam seus robôs favoritos caso eles estejam sendo ameaçados, mesmo que em detrimento de outros seres humanos. "Há soldados dispostos a arriscar suas vidas para proteger um robô", ela disse. Animais robotizados como o Paro, bebê foca eletrônico produzido no Japão, vêm sendo rapidamente adotados em casas de repouso, para servir como companhia a pacientes de demência senil. "Embora isso possa ter efeitos benéficos, pelo menos no curto prazo precisamos nos preocupar com a ilusão que está sendo praticada e com a perda de dignidade que ela acarreta", disse Amanda Sharkey, do departamento de ciência da computação da Universidade de Sheffield. "Os robôs não são capazes de oferecer contato significativo. Não queremos que as famílias comecem a sentir que não é preciso se preocupar com a vovó porque os robôs cuidarão dela", ela afirma. Há preocupações semelhantes quanto ao impacto de companheiros robotizados na ponta oposta da vida: como eles afetarão a capacidade de crianças pequenas para interagir e fazer amizades com pessoas reais. O problema para responder a essas perguntas é a ausência de pesquisas sobre os efeitos em longo prazo da exposição a robôs sociais, disse a professora Seibt. "Houve apenas estudos de prazo muito curto, com algumas semanas de duração, mas precisamos de estudos com prazo de pelo menos dois anos para determinar o que esse convívio está causando aos nossos filhos." Todos os fundadores insistem em que, longe de serem inimigos da tecnologia, são entusiastas dos robôs. "O desafio é usar os aspectos positivos da robótica e evitar os negativos", disse Amanda Sharkey. Ela acusou o governo do Reino Unido e os de outros países de promover a robótica apenas por seus benefícios econômicos, "sem menção a qualquer pensamento correlato quanto ao impacto social ou os potenciais perigos da robotização para os direitos fundamentais dos cidadãos". A Fundação por uma Robótica Responsável conta com apoio inicial do Centro 3TU de Ética e Tecnologia, da Holanda, enquanto busca verbas de longo prazo do programa de pesquisa Horizon 2020, da União Europeia, e de outras fontes. O grupo também recrutará individualmente profissionais de robótica e de campos relacionados de trabalho. "Ainda temos a chance de determinar a forma que as coisas tomarão, de promover responsabilidade quanto aos robôs integrados à nossa sociedade", disse a presidente da fundação, Aimee van Wynsberghe, da Universidade de Twente e do 3TU. "Precisamos garantir que a prática futura da robótica seja para o benefício da humanidade, e não para ganhos de curto prazo". Tradução de PAULO MIGLIACCI | tec | Cientistas fazem alerta ético sobre ascensão de robôs e 'apego' a elesO rápido movimento dos robôs "das fábricas rumo à automação de todos os aspectos de nossas vidas" levou um grupo internacional de cientistas, engenheiros e especialistas em ética a criar a Fundação por uma Robótica Responsável. A organização, lançada em Londres, encorajará governos e a indústria a considerar o impacto dos robôs sobre a sociedade, variando do potencial de desemprego em massa a violações de direitos humanos. Os pesquisadores e as autoridades vêm ignorando esse campo, até o momento, segundo os organizadores do novo grupo. "Estamos correndo freneticamente rumo à revolução da robótica, mas não estamos levando em consideração os muitos problemas imprevistos que nos aguardam", disse Noel Sharkey, professor de robótica na Universidade de Sheffield e presidente do conselho da nova fundação. "É hora de darmos um passo para trás e pensarmos seriamente sobre o futuro da tecnologia antes que ele se manifeste sem aviso e nos fira." Ainda que robôs industriais empregados em fábricas dominem a robótica no momento, o equilíbrio do mercado está mudando rapidamente, com a automação do setor de serviços. Há 12 milhões de robôs de serviços em operação no planeta, ante 1,5 milhão de robôs industriais, de acordo com o professor Sharkey. A Federação Internacional de Robótica prevê que o número de robôs de serviços subirá a 31 milhões até 2018. Os robôs estão começando a operar em ramos como o entretenimento, assistência a crianças e idosos, limpeza de casas, ordenha de vacas, e ação letal em conflitos armados –o setor de defesa é o maior usuário de robôs, fora da indústria. EMPATIA A professora Johanna Seibt, da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, uma das cofundadoras da fundação, disse que robôs sociais são mais do que ferramentas. "Eles mudam a maneira pela qual nos comportamos, como seres humanos". A natureza do cérebro humano faz com que não consigamos resistir a tratar os robôs como tratamos a outras pessoas –ou pelos menos como tratamos os animais–, e isso gera apego rapidamente, diz a professora Seibt. Esse "antropomorfismo" faz com que as pessoas protejam seus robôs favoritos caso eles estejam sendo ameaçados, mesmo que em detrimento de outros seres humanos. "Há soldados dispostos a arriscar suas vidas para proteger um robô", ela disse. Animais robotizados como o Paro, bebê foca eletrônico produzido no Japão, vêm sendo rapidamente adotados em casas de repouso, para servir como companhia a pacientes de demência senil. "Embora isso possa ter efeitos benéficos, pelo menos no curto prazo precisamos nos preocupar com a ilusão que está sendo praticada e com a perda de dignidade que ela acarreta", disse Amanda Sharkey, do departamento de ciência da computação da Universidade de Sheffield. "Os robôs não são capazes de oferecer contato significativo. Não queremos que as famílias comecem a sentir que não é preciso se preocupar com a vovó porque os robôs cuidarão dela", ela afirma. Há preocupações semelhantes quanto ao impacto de companheiros robotizados na ponta oposta da vida: como eles afetarão a capacidade de crianças pequenas para interagir e fazer amizades com pessoas reais. O problema para responder a essas perguntas é a ausência de pesquisas sobre os efeitos em longo prazo da exposição a robôs sociais, disse a professora Seibt. "Houve apenas estudos de prazo muito curto, com algumas semanas de duração, mas precisamos de estudos com prazo de pelo menos dois anos para determinar o que esse convívio está causando aos nossos filhos." Todos os fundadores insistem em que, longe de serem inimigos da tecnologia, são entusiastas dos robôs. "O desafio é usar os aspectos positivos da robótica e evitar os negativos", disse Amanda Sharkey. Ela acusou o governo do Reino Unido e os de outros países de promover a robótica apenas por seus benefícios econômicos, "sem menção a qualquer pensamento correlato quanto ao impacto social ou os potenciais perigos da robotização para os direitos fundamentais dos cidadãos". A Fundação por uma Robótica Responsável conta com apoio inicial do Centro 3TU de Ética e Tecnologia, da Holanda, enquanto busca verbas de longo prazo do programa de pesquisa Horizon 2020, da União Europeia, e de outras fontes. O grupo também recrutará individualmente profissionais de robótica e de campos relacionados de trabalho. "Ainda temos a chance de determinar a forma que as coisas tomarão, de promover responsabilidade quanto aos robôs integrados à nossa sociedade", disse a presidente da fundação, Aimee van Wynsberghe, da Universidade de Twente e do 3TU. "Precisamos garantir que a prática futura da robótica seja para o benefício da humanidade, e não para ganhos de curto prazo". Tradução de PAULO MIGLIACCI | 10 |
Festival Glastonbury é multado em R$ 62 mil por vazamento de esgoto em rio | Glastonbury, um dos maiores e mais importantes festivais de música do mundo, foi multado por um tribunal britânico nesta terça-feira (24) após dejetos humanos de seu público poluírem um rio e provocarem a morte de peixes. Cerca de 90 mil litros de esgoto vazaram para o rio durante a edição de 2014 do festival, que teve na programação as bandas Metallica, Arcade Fire, entre outras. Em uma audiência na corte de Magistrados de Bristol, o festival foi multado em 12 mil libras (R$ 62 mil) e deverá pagar mais 19 mil (R$ 98 mil) para cobrir os custos do processo. Organizadores do evento —que é realizado anualmente em Somerset, sudoeste da Inglaterra, e ao qual compareceram mais de 170 mil pessoas em 2014— admitiram em janeiro terem infringido normas ambientais. Ao menos 42 peixes morreram em consequência do vazamento, segundo promotores. Mas o juiz Simon Cooper disse que os organizadores do festival não foram totalmente responsabilizados pelo incidente, acrescentando que houve um "planejamento adequado" para o evento. "O festival acontece em um local lindo no campo de Somerset, e queremos que ele continue desse jeito", disse Ian Withers, da Agência Ambiental, o órgão oficial que fez a acusação. Michael Eavis, fundador do festival, afirmou que fez investimentos para prevenir vazamentos similares no futuro. "Fizemos o nosso melhor quando encontramos o vazamento, nós realmente fizemos tudo o que tínhamos que fazer dentro do prazo", disse Eavis. "Estamos montando o maior show do mundo, que vai acontecer dentro de quatro semanas", acrescentou, referindo-se à edição do Glastonbury deste ano, entre 22 e 26 de junho, que terá shows da cantora Adele e da banda Coldplay, entre outros. | ilustrada | Festival Glastonbury é multado em R$ 62 mil por vazamento de esgoto em rioGlastonbury, um dos maiores e mais importantes festivais de música do mundo, foi multado por um tribunal britânico nesta terça-feira (24) após dejetos humanos de seu público poluírem um rio e provocarem a morte de peixes. Cerca de 90 mil litros de esgoto vazaram para o rio durante a edição de 2014 do festival, que teve na programação as bandas Metallica, Arcade Fire, entre outras. Em uma audiência na corte de Magistrados de Bristol, o festival foi multado em 12 mil libras (R$ 62 mil) e deverá pagar mais 19 mil (R$ 98 mil) para cobrir os custos do processo. Organizadores do evento —que é realizado anualmente em Somerset, sudoeste da Inglaterra, e ao qual compareceram mais de 170 mil pessoas em 2014— admitiram em janeiro terem infringido normas ambientais. Ao menos 42 peixes morreram em consequência do vazamento, segundo promotores. Mas o juiz Simon Cooper disse que os organizadores do festival não foram totalmente responsabilizados pelo incidente, acrescentando que houve um "planejamento adequado" para o evento. "O festival acontece em um local lindo no campo de Somerset, e queremos que ele continue desse jeito", disse Ian Withers, da Agência Ambiental, o órgão oficial que fez a acusação. Michael Eavis, fundador do festival, afirmou que fez investimentos para prevenir vazamentos similares no futuro. "Fizemos o nosso melhor quando encontramos o vazamento, nós realmente fizemos tudo o que tínhamos que fazer dentro do prazo", disse Eavis. "Estamos montando o maior show do mundo, que vai acontecer dentro de quatro semanas", acrescentou, referindo-se à edição do Glastonbury deste ano, entre 22 e 26 de junho, que terá shows da cantora Adele e da banda Coldplay, entre outros. | 6 |
PM é vítima de preconceito, diz secretário da Segurança de Alckmin | Secretário da Segurança Pública do governo Geraldo Alckmin (PSDB), Mágino Alves Barbosa Filho afirma que não há nem sequer um nome de PM sob investigação devido à chacina de cinco jovens da zona leste, que ficaram mais de duas semanas desaparecidos e cujos corpos foram encontrados no domingo (6) em Mogi das Cruzes (Grande São Paulo). Para ele, policiais são citados como suspeitos em casos do tipo devido ao "preconceito" contra a corporação. No dia 21, cinco rapazes, com idades entre 16 a 30 anos, saíram de carro com destino a uma festa e desapareceram. Foram achados enterrados em uma área rural. Um áudio enviado por um dos jovens citava uma abordagem policial. Cápsulas de pistola.40 compradas pelas polícias Militar e Civil de São Paulo foram encontradas próximo aos corpos. Além disso, PMs chegaram a consultar os antecedentes criminais de dois dos rapazes, dias antes da chacina. Em entrevista à Folha, porém, o secretário afirma que "as investigações estão avançando e demonstrando que não há evidência concreta da participação de polícias". * Folha - Quando ocorre uma chacina, PMs são os primeiros suspeitos. Não é preocupante? Mágino Alves Barbosa Alves - Em primeiro lugar, vejo essa suspeita como um pouco de preconceito em relação ao policial. Em segundo lugar, só posso imaginar que isso tenha alguma relação com o fato ocorrido no ano passado, quando tivemos aquela chacina que, infelizmente, envolvia policial militar. A de Osasco e Barueri? Isso. Agora, de concreto mesmo, não tem nada que ligue a morte desses jovens [encontrados mortos nesta semana em Mogi das Cruzes] a organismos policiais. Mas os primeiros investigados são policiais. Primeiro, surgiu aquela história do áudio. Até hoje não se conseguiu nem sequer demonstrar em qual data foi gravado o áudio. Aquilo fez com que a primeira notícia já provocasse uma tensão em relação à atuação de policiais. Depois, o encontro de estojo de policial, de calibre 0.40, no local onde foram encontrados os corpos. Isso levou que se instaurasse um IPM [Inquérito Policial Militar] a partir desse momento. Só que agora as investigações estão avançando e estão demonstrando que não há uma evidência concreta da participação de policiais. Isso, por enquanto. As linhas de investigação continuam, e tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Civil e a Secretaria da Segurança têm o compromisso de buscar a verdade. Se tiver policial envolvido, nós vamos apurar. No começo das investigações, após os corpos serem localizados, o sr. descartou o envolvimento de policiais. Não foi prematuro? Não descartei. Vocês que entenderam isso. Eu disse que não havia indícios. Se tivéssemos descartado, a gente relatava o inquérito e mandava para a Justiça. A investigação continua. O que é prematuro é acusar o policial. Não tem um indício concreto da participação de policiais. Há algum PM sendo investigado neste caso? Não tem. Não tem. Não tem. Os PMs ouvidos até agora foram ouvidos na qualidade de testemunhas. INDÍCIOS DE SUPOSTA PARTICIPAÇÃO DA PM Eles explicaram por que pesquisaram os antecedentes de alguns desses jovens? As pesquisas foram realizadas muito tempo antes. Foram feitas nos dias 2 e 9 de outubro. Pesquisas rotineiras, o que é comum. Não tem nada que indique que havia uma armação. Então quais são as outras possibilidades para o crime? Isso envolve circunstâncias da vida das vítimas. Só a investigação mesmo é que poderá determinar. As vítimas tinham alguns problemas na vida delas e isso pode ter gerado algum tipo de situação que pudesse provocar esse desfecho. Mas essa é, eu repito, uma linha de investigação conduzida com muito cuidado, assim como a outra. Por que o governo negou que uma perícia independente acompanhasse os trabalhos? Eles [entidades de defesa de direitos humanos] pediram, sem explicar o motivo. Sem apontar qualquer falha de perícia ou suspeita. É óbvio que não vão acompanhar. Não há a menor necessidade. Temos a polícia científica mais moderna do país. Há críticas sobre a demora na busca desses rapazes desaparecidos, por serem pobres e com antecedentes criminais. Imagina. Nós tivemos muita dificuldade para obter acesso aos celulares [para rastrear ligações]. Desde o primeiro momento estavam sendo realizadas diligências. Quando tivemos noção de que seria em determinada região, conversei com o DHPP [departamento de homicídios]. Eles disseram da necessidade da ajuda do COE [grupo de operações especiais da PM]. 'O senhor autoriza? Lógico. E mais, vamos usar o Águia [helicóptero]'. Fizemos dois dias de sobrevoo. Não houve qualquer descaso. | cotidiano | PM é vítima de preconceito, diz secretário da Segurança de AlckminSecretário da Segurança Pública do governo Geraldo Alckmin (PSDB), Mágino Alves Barbosa Filho afirma que não há nem sequer um nome de PM sob investigação devido à chacina de cinco jovens da zona leste, que ficaram mais de duas semanas desaparecidos e cujos corpos foram encontrados no domingo (6) em Mogi das Cruzes (Grande São Paulo). Para ele, policiais são citados como suspeitos em casos do tipo devido ao "preconceito" contra a corporação. No dia 21, cinco rapazes, com idades entre 16 a 30 anos, saíram de carro com destino a uma festa e desapareceram. Foram achados enterrados em uma área rural. Um áudio enviado por um dos jovens citava uma abordagem policial. Cápsulas de pistola.40 compradas pelas polícias Militar e Civil de São Paulo foram encontradas próximo aos corpos. Além disso, PMs chegaram a consultar os antecedentes criminais de dois dos rapazes, dias antes da chacina. Em entrevista à Folha, porém, o secretário afirma que "as investigações estão avançando e demonstrando que não há evidência concreta da participação de polícias". * Folha - Quando ocorre uma chacina, PMs são os primeiros suspeitos. Não é preocupante? Mágino Alves Barbosa Alves - Em primeiro lugar, vejo essa suspeita como um pouco de preconceito em relação ao policial. Em segundo lugar, só posso imaginar que isso tenha alguma relação com o fato ocorrido no ano passado, quando tivemos aquela chacina que, infelizmente, envolvia policial militar. A de Osasco e Barueri? Isso. Agora, de concreto mesmo, não tem nada que ligue a morte desses jovens [encontrados mortos nesta semana em Mogi das Cruzes] a organismos policiais. Mas os primeiros investigados são policiais. Primeiro, surgiu aquela história do áudio. Até hoje não se conseguiu nem sequer demonstrar em qual data foi gravado o áudio. Aquilo fez com que a primeira notícia já provocasse uma tensão em relação à atuação de policiais. Depois, o encontro de estojo de policial, de calibre 0.40, no local onde foram encontrados os corpos. Isso levou que se instaurasse um IPM [Inquérito Policial Militar] a partir desse momento. Só que agora as investigações estão avançando e estão demonstrando que não há uma evidência concreta da participação de policiais. Isso, por enquanto. As linhas de investigação continuam, e tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Civil e a Secretaria da Segurança têm o compromisso de buscar a verdade. Se tiver policial envolvido, nós vamos apurar. No começo das investigações, após os corpos serem localizados, o sr. descartou o envolvimento de policiais. Não foi prematuro? Não descartei. Vocês que entenderam isso. Eu disse que não havia indícios. Se tivéssemos descartado, a gente relatava o inquérito e mandava para a Justiça. A investigação continua. O que é prematuro é acusar o policial. Não tem um indício concreto da participação de policiais. Há algum PM sendo investigado neste caso? Não tem. Não tem. Não tem. Os PMs ouvidos até agora foram ouvidos na qualidade de testemunhas. INDÍCIOS DE SUPOSTA PARTICIPAÇÃO DA PM Eles explicaram por que pesquisaram os antecedentes de alguns desses jovens? As pesquisas foram realizadas muito tempo antes. Foram feitas nos dias 2 e 9 de outubro. Pesquisas rotineiras, o que é comum. Não tem nada que indique que havia uma armação. Então quais são as outras possibilidades para o crime? Isso envolve circunstâncias da vida das vítimas. Só a investigação mesmo é que poderá determinar. As vítimas tinham alguns problemas na vida delas e isso pode ter gerado algum tipo de situação que pudesse provocar esse desfecho. Mas essa é, eu repito, uma linha de investigação conduzida com muito cuidado, assim como a outra. Por que o governo negou que uma perícia independente acompanhasse os trabalhos? Eles [entidades de defesa de direitos humanos] pediram, sem explicar o motivo. Sem apontar qualquer falha de perícia ou suspeita. É óbvio que não vão acompanhar. Não há a menor necessidade. Temos a polícia científica mais moderna do país. Há críticas sobre a demora na busca desses rapazes desaparecidos, por serem pobres e com antecedentes criminais. Imagina. Nós tivemos muita dificuldade para obter acesso aos celulares [para rastrear ligações]. Desde o primeiro momento estavam sendo realizadas diligências. Quando tivemos noção de que seria em determinada região, conversei com o DHPP [departamento de homicídios]. Eles disseram da necessidade da ajuda do COE [grupo de operações especiais da PM]. 'O senhor autoriza? Lógico. E mais, vamos usar o Águia [helicóptero]'. Fizemos dois dias de sobrevoo. Não houve qualquer descaso. | 5 |
Peritos do impeachment terão de responder a 99 perguntas | A junta pericial irá analisar as questões contábeis sobre os fatos que motivam o pedido de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff terão que responder a 99 perguntas feitas pela defesa da petista, pela acusação contra ela, pelo relator do processo, Antonio Anastasia (PSDB-MG) e pela senadora Ana Amélia (PP-RS). O grupo tem até o dia 27 deste mês para finalizar a perícia. No total, foram apresentados 114 questionamentos. A defesa apresentou 73, sendo que dez foram negados. Já a acusação protocolou 30 perguntas, das quais quatro foram indeferidas. Dos quatro questionamentos que Ana Amélia apresentou, três foram acatados e o relator fez sete perguntas. No total, 15 questionamentos foram negados, a maioria por tratar de questões não pertinentes aos objetos do processo. O presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB), também afirmou que irá fazer uma reconsideração sobre a composição do grupo de consultores técnicos do Senado responsáveis pela perícia. Nesta quarta (15), a defesa pediu a impugnação do coordenador da junta, Diego Brandino Alves, por ele ter publicado em uma rede social mensagens críticas a Dilma. Os parlamentares ressaltaram a competência profissional de Brandino, mas alegaram que, nesse caso, ele não poderia atuar na perícia por não ter isenção. O peemedebista garantiu sua permanência na equipe pericial, mas afirmou que irá decidir se mantém Brandino na coordenação do grupo. Os outros dois integrantes da junta são: João Henrique Pederiva e Fernando Álvaro Leão Rincón. Para acompanhar a perícia, a defesa indicou o pesquisador do Ipea, Rodrigo Octávio Orair, e o diretor da faculdade de Direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Ricardo Lodi Ribeiro. Já a acusação indicou a economista Selena Péres Péres Nunes. No ofício em que encaminhou o nome da assistente técnica, Janaína Paschoal, uma das autoras da denúncia, registrou sua inconformidade com a decisão tomada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski, que autorizou a perícia. Inicialmente, o plenário da comissão havia rejeitado o pedido feito pela defesa. Após a conclusão da perícia, os senadores terão 24 horas para pedir esclarecimentos aos consultores sobre o conteúdo da perícia. Em seguida, os assistentes técnicos da defesa e da acusação terão 48 horas para apresentar um laudo, cada um, sobre o resultado. Depois disso, será marcada uma oitiva com o perito coordenador e um assistente de cada parte. Eles deverão falar no mesmo dia. | poder | Peritos do impeachment terão de responder a 99 perguntasA junta pericial irá analisar as questões contábeis sobre os fatos que motivam o pedido de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff terão que responder a 99 perguntas feitas pela defesa da petista, pela acusação contra ela, pelo relator do processo, Antonio Anastasia (PSDB-MG) e pela senadora Ana Amélia (PP-RS). O grupo tem até o dia 27 deste mês para finalizar a perícia. No total, foram apresentados 114 questionamentos. A defesa apresentou 73, sendo que dez foram negados. Já a acusação protocolou 30 perguntas, das quais quatro foram indeferidas. Dos quatro questionamentos que Ana Amélia apresentou, três foram acatados e o relator fez sete perguntas. No total, 15 questionamentos foram negados, a maioria por tratar de questões não pertinentes aos objetos do processo. O presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB), também afirmou que irá fazer uma reconsideração sobre a composição do grupo de consultores técnicos do Senado responsáveis pela perícia. Nesta quarta (15), a defesa pediu a impugnação do coordenador da junta, Diego Brandino Alves, por ele ter publicado em uma rede social mensagens críticas a Dilma. Os parlamentares ressaltaram a competência profissional de Brandino, mas alegaram que, nesse caso, ele não poderia atuar na perícia por não ter isenção. O peemedebista garantiu sua permanência na equipe pericial, mas afirmou que irá decidir se mantém Brandino na coordenação do grupo. Os outros dois integrantes da junta são: João Henrique Pederiva e Fernando Álvaro Leão Rincón. Para acompanhar a perícia, a defesa indicou o pesquisador do Ipea, Rodrigo Octávio Orair, e o diretor da faculdade de Direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Ricardo Lodi Ribeiro. Já a acusação indicou a economista Selena Péres Péres Nunes. No ofício em que encaminhou o nome da assistente técnica, Janaína Paschoal, uma das autoras da denúncia, registrou sua inconformidade com a decisão tomada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski, que autorizou a perícia. Inicialmente, o plenário da comissão havia rejeitado o pedido feito pela defesa. Após a conclusão da perícia, os senadores terão 24 horas para pedir esclarecimentos aos consultores sobre o conteúdo da perícia. Em seguida, os assistentes técnicos da defesa e da acusação terão 48 horas para apresentar um laudo, cada um, sobre o resultado. Depois disso, será marcada uma oitiva com o perito coordenador e um assistente de cada parte. Eles deverão falar no mesmo dia. | 0 |
Prefeito do Rio leva filho a hospital público e ouve queixas de pacientes | O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), precisou de um hospital público na noite deste domingo (13) por conta de uma emergência familiar e não gostou do que viu. Segundo ele, seu filho de 11 anos teve um acidente– uma queda durante uma partida de hóquei– e precisou de atendimento. Inicialmente, o menino foi levado pela mãe a um hospital particular, mas a emergência estava muito cheia. O prefeito, então, levou-o ao hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra, zona oeste do Rio. Paes afirmou que foi bem atendido, ainda que tenha lembrado que sempre que visita um hospital há um esforço de administração para tratá-lo bem. O prefeito disse, no entanto, que ouviu queixas de pacientes que aguardavam atendimento no hospital. Eles teriam dito que faltava sensibilidade e atenção na postura dos médicos e funcionários da unidade. Paes teria cobrado da equipe mais atenção aos pacientes. Funcionários teriam dito a emissoras de rádio que uma das médicas envolvidas no atendimento ao filho do prefeito teria pedido demissão após as críticas recebidas. Paes negou que solicitou a demissão. Disse, porém, que a médica teria se demitido. Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde não se pronunciou até o momento. "Eu não pedi a demissão de ninguém. Quando eu tenho um caso de emergência com meu filho eu o levo no hospital público. E lá fui conversando com pacientes e tive reclamações. Não faltava médico, não faltava estrutura, a coisa estava funcionando bem, de maneira organizada. Meu filho foi bem atendido, mas tem uma certa coisa de procedimento, de postura, de atenção, que é muito importante", disse. | cotidiano | Prefeito do Rio leva filho a hospital público e ouve queixas de pacientesO prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), precisou de um hospital público na noite deste domingo (13) por conta de uma emergência familiar e não gostou do que viu. Segundo ele, seu filho de 11 anos teve um acidente– uma queda durante uma partida de hóquei– e precisou de atendimento. Inicialmente, o menino foi levado pela mãe a um hospital particular, mas a emergência estava muito cheia. O prefeito, então, levou-o ao hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra, zona oeste do Rio. Paes afirmou que foi bem atendido, ainda que tenha lembrado que sempre que visita um hospital há um esforço de administração para tratá-lo bem. O prefeito disse, no entanto, que ouviu queixas de pacientes que aguardavam atendimento no hospital. Eles teriam dito que faltava sensibilidade e atenção na postura dos médicos e funcionários da unidade. Paes teria cobrado da equipe mais atenção aos pacientes. Funcionários teriam dito a emissoras de rádio que uma das médicas envolvidas no atendimento ao filho do prefeito teria pedido demissão após as críticas recebidas. Paes negou que solicitou a demissão. Disse, porém, que a médica teria se demitido. Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde não se pronunciou até o momento. "Eu não pedi a demissão de ninguém. Quando eu tenho um caso de emergência com meu filho eu o levo no hospital público. E lá fui conversando com pacientes e tive reclamações. Não faltava médico, não faltava estrutura, a coisa estava funcionando bem, de maneira organizada. Meu filho foi bem atendido, mas tem uma certa coisa de procedimento, de postura, de atenção, que é muito importante", disse. | 5 |
Após pressão, formação de professor terá menos teoria e mais aula prática | Um dos principais pedidos de ministros e secretários de Educação começa a ser atendido por USP, Unesp e Unicamp: cursos que formam professores para o ensino básico estão em reformulação, com aumento da carga horária para atividades práticas. O ministro Aloizio Mercadante e o secretário de Educação de SP, Herman Voorwald, já reclamaram publicamente que os estudantes de pedagogia e de licenciatura se formam sem saber ensinar, pois tiveram excesso de teoria. Os formados em pedagogia atuam como professores do ensino infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental; os de licenciatura, nas demais séries. As alterações nas instituições paulistas só começaram, porém, após o Conselho Estadual de Educação intervir no processo. O órgão normativo determinou que currículos de licenciatura devem ter ao menos 30% da carga horária destinada a atividades didático-pedagógicas. Segundo a conselheira Rose Neubauer, uma das autoras da norma, havia cursos em que esse índice era de 10% (ela não quis citar quais). Pesquisa feita pela também conselheira Bernardete Gatti apontou que, no país, a média da carga para atividades práticas chega a apenas 10% em algumas áreas de formação de docentes, como a de ciências biológicas. "Os cursos se preocupam mais em formar um físico, um químico, um matemático, do que um professor", afirmou Neubauer. Num primeiro momento, as universidades contestaram a regra, de 2012. Pediram a revogação e ameaçaram entrar na Justiça. O conselho manteve a decisão e passou a ameaçar não conceder a renovação para funcionamento dos cursos, conforme a Folha revelou ano passado. Sem isso, não poderiam emitir diplomas. Pressionadas, as universidades decidiram concordar com a regra. A adaptação começou neste ano e já abrangeu 44 (60%) dos cursos analisados pelo conselho. Os demais estão em processo de revisão ou sob análise. A norma exige ainda que 50% do estágio obrigatório seja cumprido em salas de aula das escolas. Também passaram a ser obrigatórias aulas de português na graduação. As medidas valem para pedagogia e licenciatura. Infográfico: Mudanças na licenciatura ADAPTAÇÃO Entre os cursos que já se adaptaram está o de química, do campus central da USP. Para aumentar a carga horária de disciplinas relacionadas ao ensino, foram reduzidas as que tratam de química especificamente, o que causou reclamações do coordenador do curso (leia mais ao lado). Para o presidente do Consed (representante de secretários estaduais de Educação), Eduardo Deschamps, "a formação dos professores tem sido muito conceitual e teórica. A norma do conselho parece bem equilibrada". Já o pesquisador Ocimar Alavarse, da Faculdade de Educação da USP, afirma que a regra tem alcance limitado. "Nem nos melhores [cursos] do mundo o estudante sai da universidade já preparado para lecionar. O que é fundamental é o acompanhamento desses jovens professores nas redes", disse. Apesar de ter apenas 1,5% das matrículas dos cursos de licenciatura do país, as três universidades paulistas são consideradas guias para as demais instituições. EXIGÊNCIAS Coordenador dos cursos de licenciatura do Instituto de Química, do campus central da USP, Flavio Maximiano reclama das exigências e do processo posto pelo Conselho Estadual de Educação paulista. O curso possuía 26% da carga para atividades didático-pedagógicas. Para chegar aos 30% exigidos, mudou diversas matérias. As eletivas de química (8,8% do currículo antigo) e história da ciência (2%), por exemplo, desapareceram. Subiram as didático-pedagógicas e optativas. * Folha - Como foi se adaptar? Flavio Maximiano - Foram mudanças importantes. E nosso curso nem estava tão longe, já tínhamos 26%. Outros cursos estão sofrendo mais. As mudanças são positivas? O conselho não nos ouviu, desconsiderou quem acumula conhecimentos na área. Por que 30% e não outro percentual? Não sabemos. Não nego a importância da formação pedagógica, mas, no nosso caso, tivemos de diminuir a carga de química. Um professor de química tem de ter bom conhecimento de química para ensinar. Deixar o curso mais prático não é positivo? É. Mas muitos entram querendo trabalhar na indústria, não em escola. Se não for dada essa possibilidade, eles nem prestam. - O PROCESSO Até agora, 60% dos cursos analisados já se enquadraram Fev.2012 Conselho Estadual de Educação estabelece novas regras para cursos que formam professores para a educação básica em SP (vale para as estaduais e municipais) Jun.2012 USP, Unesp e Unicamp encaminham ofício ao conselho pedindo a revogação da norma, que é mantida Jun.2013 Reitores das universidades voltam a pedir a revogação da norma, que é mantida 2014 Conselho passa a impor restrições a cursos que não atendem à norma e que precisam pedir renovação de autorização (sem a renovação, não podem emitir diplomas) 2015 Universidades passam a adotar a nova regra | educacao | Após pressão, formação de professor terá menos teoria e mais aula práticaUm dos principais pedidos de ministros e secretários de Educação começa a ser atendido por USP, Unesp e Unicamp: cursos que formam professores para o ensino básico estão em reformulação, com aumento da carga horária para atividades práticas. O ministro Aloizio Mercadante e o secretário de Educação de SP, Herman Voorwald, já reclamaram publicamente que os estudantes de pedagogia e de licenciatura se formam sem saber ensinar, pois tiveram excesso de teoria. Os formados em pedagogia atuam como professores do ensino infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental; os de licenciatura, nas demais séries. As alterações nas instituições paulistas só começaram, porém, após o Conselho Estadual de Educação intervir no processo. O órgão normativo determinou que currículos de licenciatura devem ter ao menos 30% da carga horária destinada a atividades didático-pedagógicas. Segundo a conselheira Rose Neubauer, uma das autoras da norma, havia cursos em que esse índice era de 10% (ela não quis citar quais). Pesquisa feita pela também conselheira Bernardete Gatti apontou que, no país, a média da carga para atividades práticas chega a apenas 10% em algumas áreas de formação de docentes, como a de ciências biológicas. "Os cursos se preocupam mais em formar um físico, um químico, um matemático, do que um professor", afirmou Neubauer. Num primeiro momento, as universidades contestaram a regra, de 2012. Pediram a revogação e ameaçaram entrar na Justiça. O conselho manteve a decisão e passou a ameaçar não conceder a renovação para funcionamento dos cursos, conforme a Folha revelou ano passado. Sem isso, não poderiam emitir diplomas. Pressionadas, as universidades decidiram concordar com a regra. A adaptação começou neste ano e já abrangeu 44 (60%) dos cursos analisados pelo conselho. Os demais estão em processo de revisão ou sob análise. A norma exige ainda que 50% do estágio obrigatório seja cumprido em salas de aula das escolas. Também passaram a ser obrigatórias aulas de português na graduação. As medidas valem para pedagogia e licenciatura. Infográfico: Mudanças na licenciatura ADAPTAÇÃO Entre os cursos que já se adaptaram está o de química, do campus central da USP. Para aumentar a carga horária de disciplinas relacionadas ao ensino, foram reduzidas as que tratam de química especificamente, o que causou reclamações do coordenador do curso (leia mais ao lado). Para o presidente do Consed (representante de secretários estaduais de Educação), Eduardo Deschamps, "a formação dos professores tem sido muito conceitual e teórica. A norma do conselho parece bem equilibrada". Já o pesquisador Ocimar Alavarse, da Faculdade de Educação da USP, afirma que a regra tem alcance limitado. "Nem nos melhores [cursos] do mundo o estudante sai da universidade já preparado para lecionar. O que é fundamental é o acompanhamento desses jovens professores nas redes", disse. Apesar de ter apenas 1,5% das matrículas dos cursos de licenciatura do país, as três universidades paulistas são consideradas guias para as demais instituições. EXIGÊNCIAS Coordenador dos cursos de licenciatura do Instituto de Química, do campus central da USP, Flavio Maximiano reclama das exigências e do processo posto pelo Conselho Estadual de Educação paulista. O curso possuía 26% da carga para atividades didático-pedagógicas. Para chegar aos 30% exigidos, mudou diversas matérias. As eletivas de química (8,8% do currículo antigo) e história da ciência (2%), por exemplo, desapareceram. Subiram as didático-pedagógicas e optativas. * Folha - Como foi se adaptar? Flavio Maximiano - Foram mudanças importantes. E nosso curso nem estava tão longe, já tínhamos 26%. Outros cursos estão sofrendo mais. As mudanças são positivas? O conselho não nos ouviu, desconsiderou quem acumula conhecimentos na área. Por que 30% e não outro percentual? Não sabemos. Não nego a importância da formação pedagógica, mas, no nosso caso, tivemos de diminuir a carga de química. Um professor de química tem de ter bom conhecimento de química para ensinar. Deixar o curso mais prático não é positivo? É. Mas muitos entram querendo trabalhar na indústria, não em escola. Se não for dada essa possibilidade, eles nem prestam. - O PROCESSO Até agora, 60% dos cursos analisados já se enquadraram Fev.2012 Conselho Estadual de Educação estabelece novas regras para cursos que formam professores para a educação básica em SP (vale para as estaduais e municipais) Jun.2012 USP, Unesp e Unicamp encaminham ofício ao conselho pedindo a revogação da norma, que é mantida Jun.2013 Reitores das universidades voltam a pedir a revogação da norma, que é mantida 2014 Conselho passa a impor restrições a cursos que não atendem à norma e que precisam pedir renovação de autorização (sem a renovação, não podem emitir diplomas) 2015 Universidades passam a adotar a nova regra | 12 |
OAB sem partidos | A estrutura da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tem todas as vantagens e defeitos apresentados pela democracia em qualquer organismo ao qual ela seja aplicada. A vantagem mais clara é a ampla representação de todos os integrantes da advocacia brasileira (quase um milhão de indivíduos) nas decisões tomadas pela entidade, dos julgamentos ético-disciplinares aos posicionamentos sobre as grandes questões da sociedade. A desvantagem mais evidente, existente qualquer democracia, é a impossibilidade de todos os seus membros serem pessoalmente ouvidos em cada matéria sobre a qual seja necessária uma decisão. Nem por isso, deixa de ser democrática. Maior entidade da sociedade civil brasileira, com larga folha de serviços prestados à nação, mais uma vez demonstrando desvinculação do Estado, dos partidos políticos e dos governos, a OAB promoveu longa e cuidadosa análise dos fatos que motivam parte substancial da população a cobrar o impeachment ou a renúncia da presidente da República. No fim, os representantes da advocacia concluíram que há motivos jurídicos para o impedimento. Acompanhei esse processo como ex-presidente da Ordem, ao lado de colegas que também exerceram essa função e que, como eu, levaram sua experiência ao debate interno, usando os espaços legítimos e isonômicos dado a todos, independentemente do entendimento de cada um. Nenhum argumento técnico é usado para desconstruir a denúncia feita pela OAB. O que se vê são ataques políticos à instituição, afirmando que sua estrutura não é democrática e que seria preciso perguntar a cada advogado do país o que pensa sobre o impeachment. Trata-se de uma estratégia partidária para desmerecer o parecer de uma entidade séria que aponta, com a credibilidade e o peso da classe que representa, onde residem os ilícitos atribuídos à Presidente. Os representantes eleitos pelo voto direto dos advogados foram consultados nos Estados, no Distrito Federal e, depois, na instância nacional. O resultado a favor do impeachment foi quase unânime. Ao longo dos anos, a advocacia rejeitou que os partidos políticos se infiltrassem na Ordem dos Advogados do Brasil para influenciar suas decisões. Dessa vez não é diferente. Para evitar que a decisão final fosse contaminada pelos anseios partidários favoráveis ou contrários ao governo, a OAB usou todos os filtros democráticos disponíveis em sua estrutura. Sou testemunha disso. Esses filtros são os mesmos que permitem um dinâmico rodízio nas instâncias de comando da Ordem. Os presidentes nacionais da entidade, eleitos por esse mesmo sistema, são brasileiros oriundos de todas as Unidades Federativas, não há concentração de poder nas mãos de nenhum grupo. É assim que a OAB, ao longo de seus 85 anos, aprimorou sua democracia interna e prestou grandes serviços para a consolidação da democracia no país. A OAB não é de partidos. Seus trunfos são a sua história e a sua independência. Ela representa a advocacia e está a serviço da sociedade. A Constituição de 1988 dá destaque e, ao mesmo tempo, impõe obrigações à Ordem dos Advogados. Cabe a ela defender a Carta e os direitos e garantias individuais. É isso que faz a OAB ao dar um parecer técnico e não silenciar perante os crimes de responsabilidade que ensejam o impeachment, todos descritos no artigo 85 da Constituição (incisos II, V, VI e VII) e nos artigos 9, 10 e 12 da Lei 1.079/50. Como ex-presidente, saúdo essa postura da Ordem. O amadurecimento democrático, que presenciei ao longo de minha história na OAB, pressupõe que decisões legítimas sejam respeitadas. Os ataques frustrados de uma minoria ligada a partidos contra a decisão técnica da quase unanimidade (26 Estados contra um) mostram que as legendas fracassam ao tentar se infiltrar na maior entidade da sociedade civil do Brasil. OPHIR CAVALCANTE, 55, é advogado. Foi presidente nacional da OAB (2010 a 2013) | opiniao | OAB sem partidosA estrutura da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tem todas as vantagens e defeitos apresentados pela democracia em qualquer organismo ao qual ela seja aplicada. A vantagem mais clara é a ampla representação de todos os integrantes da advocacia brasileira (quase um milhão de indivíduos) nas decisões tomadas pela entidade, dos julgamentos ético-disciplinares aos posicionamentos sobre as grandes questões da sociedade. A desvantagem mais evidente, existente qualquer democracia, é a impossibilidade de todos os seus membros serem pessoalmente ouvidos em cada matéria sobre a qual seja necessária uma decisão. Nem por isso, deixa de ser democrática. Maior entidade da sociedade civil brasileira, com larga folha de serviços prestados à nação, mais uma vez demonstrando desvinculação do Estado, dos partidos políticos e dos governos, a OAB promoveu longa e cuidadosa análise dos fatos que motivam parte substancial da população a cobrar o impeachment ou a renúncia da presidente da República. No fim, os representantes da advocacia concluíram que há motivos jurídicos para o impedimento. Acompanhei esse processo como ex-presidente da Ordem, ao lado de colegas que também exerceram essa função e que, como eu, levaram sua experiência ao debate interno, usando os espaços legítimos e isonômicos dado a todos, independentemente do entendimento de cada um. Nenhum argumento técnico é usado para desconstruir a denúncia feita pela OAB. O que se vê são ataques políticos à instituição, afirmando que sua estrutura não é democrática e que seria preciso perguntar a cada advogado do país o que pensa sobre o impeachment. Trata-se de uma estratégia partidária para desmerecer o parecer de uma entidade séria que aponta, com a credibilidade e o peso da classe que representa, onde residem os ilícitos atribuídos à Presidente. Os representantes eleitos pelo voto direto dos advogados foram consultados nos Estados, no Distrito Federal e, depois, na instância nacional. O resultado a favor do impeachment foi quase unânime. Ao longo dos anos, a advocacia rejeitou que os partidos políticos se infiltrassem na Ordem dos Advogados do Brasil para influenciar suas decisões. Dessa vez não é diferente. Para evitar que a decisão final fosse contaminada pelos anseios partidários favoráveis ou contrários ao governo, a OAB usou todos os filtros democráticos disponíveis em sua estrutura. Sou testemunha disso. Esses filtros são os mesmos que permitem um dinâmico rodízio nas instâncias de comando da Ordem. Os presidentes nacionais da entidade, eleitos por esse mesmo sistema, são brasileiros oriundos de todas as Unidades Federativas, não há concentração de poder nas mãos de nenhum grupo. É assim que a OAB, ao longo de seus 85 anos, aprimorou sua democracia interna e prestou grandes serviços para a consolidação da democracia no país. A OAB não é de partidos. Seus trunfos são a sua história e a sua independência. Ela representa a advocacia e está a serviço da sociedade. A Constituição de 1988 dá destaque e, ao mesmo tempo, impõe obrigações à Ordem dos Advogados. Cabe a ela defender a Carta e os direitos e garantias individuais. É isso que faz a OAB ao dar um parecer técnico e não silenciar perante os crimes de responsabilidade que ensejam o impeachment, todos descritos no artigo 85 da Constituição (incisos II, V, VI e VII) e nos artigos 9, 10 e 12 da Lei 1.079/50. Como ex-presidente, saúdo essa postura da Ordem. O amadurecimento democrático, que presenciei ao longo de minha história na OAB, pressupõe que decisões legítimas sejam respeitadas. Os ataques frustrados de uma minoria ligada a partidos contra a decisão técnica da quase unanimidade (26 Estados contra um) mostram que as legendas fracassam ao tentar se infiltrar na maior entidade da sociedade civil do Brasil. OPHIR CAVALCANTE, 55, é advogado. Foi presidente nacional da OAB (2010 a 2013) | 7 |
Metrô de Moscou ilustra mudanças na narrativa oficial da Revolução Russa | RESUMO Iconografia das estações do metrô moscovita revela mudanças da narrativa oficial até a tentativa de configurar uma identidade nacional. Inaugurada em 1935, a rede metroviária foi do tema épico da revolução às paisagens serenas de 2010, passando pela fase da potência militar e do resgate de um passado mítico. * Nações são "comunidades imaginadas", diz Benedict Anderson. As identidades nacionais são esculpidas pelas narrativas do nacionalismo, que "inventam tradições", segundo Terence Ranger, revolvendo o solo do passado. Mas como produzir uma identidade para a União Soviética, que não era, nem pretendia ser, uma nação e, ainda por cima, surgira por um ato revolucionário de negação radical do passado? Tal como os impérios, a URSS nasceu com vocação universal. O nome já diz: na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, cabem todas as nações que, rompendo com o capitalismo, adotem o sistema socialista. O Império Russo não se definia por uma identidade nacional, mas pela lealdade ao czar. A URSS, sua sucessora, Império Vermelho, definia-se pela adesão a uma doutrina política. Uma iconografia do metrô de Moscou ilumina as mudanças na definição da natureza da URSS, até a tentativa de configuração de uma identidade nacional. O metrô da capital russa foi inaugurado em 1935, entre o Congresso dos Vencedores (1934) e o primeiro Processo de Moscou (1936), marcos da absolutização do poder de Josef Stálin. Suas estações, alcunhadas "palácios do povo", iluminadas por imensos lustres decorativos, revestidas por duas dezenas de variedades de mármore, adornadas por esculturas e mosaicos, são monumentos subterrâneos. Por meio delas, Stálin pretendia mostrar a apreciação que o poder devotava ao povo –e contar uma história sobre a pátria socialista. No início, a identidade soviética era pós-nacional, moldada pelo tema épico da revolução proletária. A estação Ploshchad Revolyutsii, com suas 76 esculturas de bronze de figuras anônimas do povo revolucionário, uma ode a 1917, é a melhor, mas não a única, figuração do "assalto ao Céu". A identidade revolucionária, impressa nas estações dos anos 1930, dá lugar a uma segunda narrativa, elaborada nas estações da Segunda Guerra Mundial (a Grande Guerra Patriótica, na linguagem soviética), que descrevem a URSS como gloriosa potência militar e econômica. O "povo em armas" está representado nas estátuas militares da Baumanskaya e, sob outra forma, nos mosaicos da Novokuznetskaya e baixos-relevos da Elektrozavodskaya, que enaltecem o esforço industrial de guerra. Nessa camada intermediária da narrativa, a pátria já não é idêntica à revolução, mas ainda não deita raízes nas rochas da tradição. O fim da guerra assinala o giro decisivo. Na Komsomolskaya, projetada sob inspiração de um discurso de Stálin de 1941, repetem-se imagens celebratórias do trabalho industrial, mas surgem figuras míticas do passado, como os santificados Alexander Nevsky (1221-63) e Dmitry Donskoy (1350-89). A Kiyevskaya, com murais alusivos à unidade russo-ucraniana, marca o fecho do percurso. O apelo folclórico e o idílio do campo envelopam a URSS na Rússia eterna: a Mãe-Rússia da literatura nacional do século 19. Bem antes da implosão da URSS, o discurso nacional triunfou. Hoje, a rede metroviária tem o dobro das estações existentes há meio século. Muitas das recentes são despojadas, mas se ergueram alguns novos "palácios do povo". A narrativa revolucionária desapareceu. Dos anos 1960 para cá, mesclam-se as representações da pátria guerreira e da potência industrial com as evocações da alma russa imemorial. A Park Pobedy (2003) exalta as vitórias sobre Napoleão e Hitler, enquanto a Mariina Roscha (2010) incrusta a Rússia em serenas paisagens naturais. O tumulto terminou. LEIA MAIS SOBRE AS ESTAÇÕES DE METRÔ Camponesa, na estação Ploshchad Revolyutsii. A Ploshchad Revolyutsii foi inaugurada em março de 1938, mês do último dos grandes Processos de Moscou, a série de farsas judiciais destinadas a exterminar os líderes bolcheviques de 1917. A ideia-força da revolução internacional desapareceu da cena soviética desde a ascensão de Stálin, na segunda metade da década de 1920. Substituiu-a o dogma paradoxal do "socialismo num só país", fundamento da coexistência permanente da URSS com o mundo capitalista. A revolução deixava de ser um imperativo político, petrificando-se como símbolo identitário exclusivo do Estado Soviético Soldado da revolução. A estação Ploshchad Revolyutsii (praça da Revolução), nas cercanias da praça Vermelha, foi inaugurada em 1938, quando os Processos de Moscou dizimavam a "velha guarda" bolchevique. Sob seus arcos de mármore vermelho e amarelo repousam as estátuas do escultor Matvey Manizer, autor de monumentos a Lênin, três vezes agraciado com o Prêmio Stálin. Entre as estátuas de bronze, aparecem intelectuais, operários, aviadores, caçadores, atletas, crianças, mulheres bolcheviques armadas, camponesas, mães e cães: o povo todo, unido sob o estandarte vermelho de 1917 A indústria da guerra. A estação Elektrozavodskaya, aberta em 1944, no penúltimo ano da Segunda Guerra, exibe no vestíbulo seis emblemas em homenagem aos pioneiros da eletricidade. Seus pilares retangulares, adornados por grelhas douradas com o símbolo da foice e do martelo, completam-se com 12 baixos-relevos em mármore branco. São imagens dedicadas ao fronte de combate interno –isto é, ao trabalho dos profissionais, técnicos, operários, agricultores e pastores que sustentavam o esforço de guerra. Nessa etapa da narrativa, a identidade proletária original sofria uma sutil, mas crucial metamorfose. Nascia a pátria armada, potência duas vezes: nas artes da produção e da destruição O Lênin da Baumanskaya. Inaugurada em 1944, a estação Baumanskaya, em estilo art déco, também celebra o esforço de guerra, exibindo esculturas de soldados e operários. O líder bolchevique aparece representado em diversas estações, mas nesse mosaico, acrescentado anos mais tarde, há algo singular: uma proposta cronológica. 1905 é o ano do primeiro levante anti-czarista, o "ensaio-geral" da revolução. 1917 evoca a própria Revolução Russa. Já 1945, em meio a peças de artilharia pesada, assinala a vitória na Grande Guerra Patriótica. Lênin morreu em 1924 e, em princípio, nada tem a ver com isso. O "pai-fundador" da pátria revolucionária transfigura-se em "pai-fundador" da potência guerreira A estação Novokuznetskaya, de 1943, foi totalmente consagrada ao tema da Grande Guerra Patriótica. Sete mosaicos octogonais no teto representam soldados soviéticos em combate. Nos pilares de mármore branco e rosa destacam-se retratos em bronze de heróis guerreiros russos, entre eles o inevitável Alexandre Nevsky e o marechal czarista Mikhail Kutuzov (1745-1813), que se destacou nas guerras contra a Turquia e a França napoleônica. O Lênin do mural do vestíbulo, pairando acima de combatentes e blindados, emerge não mais como líder revolucionário, mas como sucessor dos comandantes militares do passado Camponesas ucranianas, em trajes típicos, na colheita, num dos mosaicos "étnicos" da Kiyevskaya. Um decreto do governo soviético transferiu a Crimeia da Rússia para a Ucrânia em fevereiro de 1954, um mês antes da inauguração da Kiyevskaya. O "presente" tinha a finalidade geopolítica de soldar para sempre o destino da Ucrânia ao da Mãe Rússia. Dois anos mais tarde, Nikita Kruschev, novo líder soviético, pronunciou perante o 20º Congresso do Partido Comunista seu célebre "discurso secreto" de denúncia dos crimes de Stálin. A tentativa de produção de uma identidade nacional para o Estado Soviético acompanhou a "desestalinização" Segundo a mitologia nacional russa, o Principado de Kiev, na atual Ucrânia, é o berço original da "Mãe-Rússia". Os mosaicos da estação Kiyevskaya enaltecem a supostamente indissolúvel unidade russo-ucraniana. Inaugurada em 1954, ano seguinte ao da morte de Stálin, a Kiyevskaya contrasta com as estações construída durante a guerra mundial. Como em outras da mesma década, o soldado, o operário, a indústria e as máquinas de guerra cedem lugar a evocações da vida rural, das particularidades regionais e da diversidade étnica dos povos da Grande Rússia. Lênin já não surge entre ícones da revolução ou da guerra, mas em bandeiras desfraldadas numa festa popular DEMÉTRIO MAGNOLI, 58, sociólogo e doutor em geografia humana, é colunista da Folha. | ilustrissima | Metrô de Moscou ilustra mudanças na narrativa oficial da Revolução RussaRESUMO Iconografia das estações do metrô moscovita revela mudanças da narrativa oficial até a tentativa de configurar uma identidade nacional. Inaugurada em 1935, a rede metroviária foi do tema épico da revolução às paisagens serenas de 2010, passando pela fase da potência militar e do resgate de um passado mítico. * Nações são "comunidades imaginadas", diz Benedict Anderson. As identidades nacionais são esculpidas pelas narrativas do nacionalismo, que "inventam tradições", segundo Terence Ranger, revolvendo o solo do passado. Mas como produzir uma identidade para a União Soviética, que não era, nem pretendia ser, uma nação e, ainda por cima, surgira por um ato revolucionário de negação radical do passado? Tal como os impérios, a URSS nasceu com vocação universal. O nome já diz: na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, cabem todas as nações que, rompendo com o capitalismo, adotem o sistema socialista. O Império Russo não se definia por uma identidade nacional, mas pela lealdade ao czar. A URSS, sua sucessora, Império Vermelho, definia-se pela adesão a uma doutrina política. Uma iconografia do metrô de Moscou ilumina as mudanças na definição da natureza da URSS, até a tentativa de configuração de uma identidade nacional. O metrô da capital russa foi inaugurado em 1935, entre o Congresso dos Vencedores (1934) e o primeiro Processo de Moscou (1936), marcos da absolutização do poder de Josef Stálin. Suas estações, alcunhadas "palácios do povo", iluminadas por imensos lustres decorativos, revestidas por duas dezenas de variedades de mármore, adornadas por esculturas e mosaicos, são monumentos subterrâneos. Por meio delas, Stálin pretendia mostrar a apreciação que o poder devotava ao povo –e contar uma história sobre a pátria socialista. No início, a identidade soviética era pós-nacional, moldada pelo tema épico da revolução proletária. A estação Ploshchad Revolyutsii, com suas 76 esculturas de bronze de figuras anônimas do povo revolucionário, uma ode a 1917, é a melhor, mas não a única, figuração do "assalto ao Céu". A identidade revolucionária, impressa nas estações dos anos 1930, dá lugar a uma segunda narrativa, elaborada nas estações da Segunda Guerra Mundial (a Grande Guerra Patriótica, na linguagem soviética), que descrevem a URSS como gloriosa potência militar e econômica. O "povo em armas" está representado nas estátuas militares da Baumanskaya e, sob outra forma, nos mosaicos da Novokuznetskaya e baixos-relevos da Elektrozavodskaya, que enaltecem o esforço industrial de guerra. Nessa camada intermediária da narrativa, a pátria já não é idêntica à revolução, mas ainda não deita raízes nas rochas da tradição. O fim da guerra assinala o giro decisivo. Na Komsomolskaya, projetada sob inspiração de um discurso de Stálin de 1941, repetem-se imagens celebratórias do trabalho industrial, mas surgem figuras míticas do passado, como os santificados Alexander Nevsky (1221-63) e Dmitry Donskoy (1350-89). A Kiyevskaya, com murais alusivos à unidade russo-ucraniana, marca o fecho do percurso. O apelo folclórico e o idílio do campo envelopam a URSS na Rússia eterna: a Mãe-Rússia da literatura nacional do século 19. Bem antes da implosão da URSS, o discurso nacional triunfou. Hoje, a rede metroviária tem o dobro das estações existentes há meio século. Muitas das recentes são despojadas, mas se ergueram alguns novos "palácios do povo". A narrativa revolucionária desapareceu. Dos anos 1960 para cá, mesclam-se as representações da pátria guerreira e da potência industrial com as evocações da alma russa imemorial. A Park Pobedy (2003) exalta as vitórias sobre Napoleão e Hitler, enquanto a Mariina Roscha (2010) incrusta a Rússia em serenas paisagens naturais. O tumulto terminou. LEIA MAIS SOBRE AS ESTAÇÕES DE METRÔ Camponesa, na estação Ploshchad Revolyutsii. A Ploshchad Revolyutsii foi inaugurada em março de 1938, mês do último dos grandes Processos de Moscou, a série de farsas judiciais destinadas a exterminar os líderes bolcheviques de 1917. A ideia-força da revolução internacional desapareceu da cena soviética desde a ascensão de Stálin, na segunda metade da década de 1920. Substituiu-a o dogma paradoxal do "socialismo num só país", fundamento da coexistência permanente da URSS com o mundo capitalista. A revolução deixava de ser um imperativo político, petrificando-se como símbolo identitário exclusivo do Estado Soviético Soldado da revolução. A estação Ploshchad Revolyutsii (praça da Revolução), nas cercanias da praça Vermelha, foi inaugurada em 1938, quando os Processos de Moscou dizimavam a "velha guarda" bolchevique. Sob seus arcos de mármore vermelho e amarelo repousam as estátuas do escultor Matvey Manizer, autor de monumentos a Lênin, três vezes agraciado com o Prêmio Stálin. Entre as estátuas de bronze, aparecem intelectuais, operários, aviadores, caçadores, atletas, crianças, mulheres bolcheviques armadas, camponesas, mães e cães: o povo todo, unido sob o estandarte vermelho de 1917 A indústria da guerra. A estação Elektrozavodskaya, aberta em 1944, no penúltimo ano da Segunda Guerra, exibe no vestíbulo seis emblemas em homenagem aos pioneiros da eletricidade. Seus pilares retangulares, adornados por grelhas douradas com o símbolo da foice e do martelo, completam-se com 12 baixos-relevos em mármore branco. São imagens dedicadas ao fronte de combate interno –isto é, ao trabalho dos profissionais, técnicos, operários, agricultores e pastores que sustentavam o esforço de guerra. Nessa etapa da narrativa, a identidade proletária original sofria uma sutil, mas crucial metamorfose. Nascia a pátria armada, potência duas vezes: nas artes da produção e da destruição O Lênin da Baumanskaya. Inaugurada em 1944, a estação Baumanskaya, em estilo art déco, também celebra o esforço de guerra, exibindo esculturas de soldados e operários. O líder bolchevique aparece representado em diversas estações, mas nesse mosaico, acrescentado anos mais tarde, há algo singular: uma proposta cronológica. 1905 é o ano do primeiro levante anti-czarista, o "ensaio-geral" da revolução. 1917 evoca a própria Revolução Russa. Já 1945, em meio a peças de artilharia pesada, assinala a vitória na Grande Guerra Patriótica. Lênin morreu em 1924 e, em princípio, nada tem a ver com isso. O "pai-fundador" da pátria revolucionária transfigura-se em "pai-fundador" da potência guerreira A estação Novokuznetskaya, de 1943, foi totalmente consagrada ao tema da Grande Guerra Patriótica. Sete mosaicos octogonais no teto representam soldados soviéticos em combate. Nos pilares de mármore branco e rosa destacam-se retratos em bronze de heróis guerreiros russos, entre eles o inevitável Alexandre Nevsky e o marechal czarista Mikhail Kutuzov (1745-1813), que se destacou nas guerras contra a Turquia e a França napoleônica. O Lênin do mural do vestíbulo, pairando acima de combatentes e blindados, emerge não mais como líder revolucionário, mas como sucessor dos comandantes militares do passado Camponesas ucranianas, em trajes típicos, na colheita, num dos mosaicos "étnicos" da Kiyevskaya. Um decreto do governo soviético transferiu a Crimeia da Rússia para a Ucrânia em fevereiro de 1954, um mês antes da inauguração da Kiyevskaya. 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Conheça empresas que fazem limpeza de caixa d'água no Estado de São Paulo
| DE SÃO PAULO Conheça empresas que fazem limpeza da caixa d'água na Grande São Paulo e interior * ACQUATRAT SANEAMENTO Faz limpeza de caixas d'água em casas, empresas e condomínios. O serviço custa entre R$ 500 e R$ 3.000, de acordo com o tamanho. Atende todo o Estado de SP. Tel.: (11) 3931-6583; acquatratsaneamento.com.br AQUARELLA Limpeza de reservatórios em casas e empresas de São Paulo e algumas cidades do interior. A limpeza de uma caixa de 1.000 litros custa a partir de R$ 400. Tel.: 0800-774-6006; aquarelladesentupidora.com.br MICRO AMBIENTAL Faz limpeza em caixas d'água com produtos biodegradáveis e sem cloro. Atende Grande São Paulo e interior (com taxa extra). O serviço em uma caixa de 1.000 litros sai a partir de R$ 400. Tel.: (11) 4228-1351; microambiental.com.br HIDROMIX Higienização e desbacterização em caixas d'água de residências e empresas na Grande São Paulo. A limpeza de uma caixa de 1.000 litros custa R$ 480. Tel.: (11) 4115-7916; hidromixdesentupidora.com.br | sobretudo |
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Manifestantes xingam deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) na Av. Paulista | No vídeo acima, Manifestantes xingam deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) na Av. Paulista.A Câmara dos Deputados decide neste domingo (17) o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Se ao menos 342 parlamentares, entre os 513 da Casa, votarem a favor, o processo seguirá seu rito.Uma derrota na Câmara não leva imediatamente ao afastamento temporário de Dilma, pois os senadores precisariam referendar a decisão. Só então ela deixaria o cargo até o julgamento definitivo pelo Senado, em até 180 dias. Neste intervalo, o vice-presidente Michel Temer assumiria. | tv | Manifestantes xingam deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) na Av. PaulistaNo vídeo acima, Manifestantes xingam deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) na Av. Paulista.A Câmara dos Deputados decide neste domingo (17) o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Se ao menos 342 parlamentares, entre os 513 da Casa, votarem a favor, o processo seguirá seu rito.Uma derrota na Câmara não leva imediatamente ao afastamento temporário de Dilma, pois os senadores precisariam referendar a decisão. Só então ela deixaria o cargo até o julgamento definitivo pelo Senado, em até 180 dias. Neste intervalo, o vice-presidente Michel Temer assumiria. | 11 |
Morre o compositor Orlandivo, ícone do Sambalanço, aos 79 anos | Morreu na madrugada desta quarta-feira (8) o cantor, compositor e percussionista Orlandivo, aos 79 anos. Segundo seu filho, o cantou morreu devido a uma pneumonia. Ele era um dos nomes mais conhecidos do sambalanço, subgênero pouco estudado do samba, mas muito famoso nas décadas de 1950 e 1960 pelas atuações de Elza Soares, Pedrinho Rodrigues e Ed Lincoln, do qual foi crooner, entre outros. Para marcar o ritmo, Orlandivo usa um chaveiro com sete chaves. Seus discos passaram a ser cultuados e pirateados na Inglaterra, no Japão e em outros países. Nascido em Itajaí (SC), em 1937, Orlandivo Honório de Souza se mudou com a família aos 9 anos para o Rio de Janeiro, onde constituiu sua carreira. Orlandivo é o personagem principal do livro "Sambalanço - A Bossa que Dança", lançado em dezembro de 2016 pelo crítico e pesquisador musical Tárik de Souza. "Com poucos recursos técnicos, apoiado apenas em conhecimento empíricos de gaita, o catarinense Orlandivo criou um tipo de samba inovador, coloquial, à parte da bossa nova, cujo ritmo ele marcava com a batida ritmada de um chaveiro", diz Souza sobre o músico. O jornalista lembra que Orlandivo foi um "dos artífices do sambalanço", ao usar onomatopeias ("Samba tof", "tuplec tuplin", "samba blim blim blao") "que transportavam para as letras o groove que agitou muitos bailes movidos a orgão Hammond de seu parceiro Ed Lincoln". "Sem ele, o centenário do gênero perde a leveza de quem dizia numa das composições, 'eu faço samba pra brincar'", afirma Souza. O velório será nesta quinta (9), às 13h, na Capela 3 do Memorial do Carro, no bairro carioca do Cajú. | ilustrada | Morre o compositor Orlandivo, ícone do Sambalanço, aos 79 anosMorreu na madrugada desta quarta-feira (8) o cantor, compositor e percussionista Orlandivo, aos 79 anos. Segundo seu filho, o cantou morreu devido a uma pneumonia. Ele era um dos nomes mais conhecidos do sambalanço, subgênero pouco estudado do samba, mas muito famoso nas décadas de 1950 e 1960 pelas atuações de Elza Soares, Pedrinho Rodrigues e Ed Lincoln, do qual foi crooner, entre outros. Para marcar o ritmo, Orlandivo usa um chaveiro com sete chaves. Seus discos passaram a ser cultuados e pirateados na Inglaterra, no Japão e em outros países. Nascido em Itajaí (SC), em 1937, Orlandivo Honório de Souza se mudou com a família aos 9 anos para o Rio de Janeiro, onde constituiu sua carreira. Orlandivo é o personagem principal do livro "Sambalanço - A Bossa que Dança", lançado em dezembro de 2016 pelo crítico e pesquisador musical Tárik de Souza. "Com poucos recursos técnicos, apoiado apenas em conhecimento empíricos de gaita, o catarinense Orlandivo criou um tipo de samba inovador, coloquial, à parte da bossa nova, cujo ritmo ele marcava com a batida ritmada de um chaveiro", diz Souza sobre o músico. O jornalista lembra que Orlandivo foi um "dos artífices do sambalanço", ao usar onomatopeias ("Samba tof", "tuplec tuplin", "samba blim blim blao") "que transportavam para as letras o groove que agitou muitos bailes movidos a orgão Hammond de seu parceiro Ed Lincoln". "Sem ele, o centenário do gênero perde a leveza de quem dizia numa das composições, 'eu faço samba pra brincar'", afirma Souza. O velório será nesta quinta (9), às 13h, na Capela 3 do Memorial do Carro, no bairro carioca do Cajú. | 6 |
'Centrão vai com todo mundo', diz aliado que aposta na volta de Dilma | Um dos principais defensores de Dilma Rousseff na Câmara, o deputado Silvio Costa (PT do B-PE) afirma que há uma crescente insatisfação dos partidos com Michel Temer, o que fará o Senado barrar o afastamento definitivo da petista. Personagem de vários bate-bocas e polêmicas no plenário da Câmara, ele tem se encontrado com Dilma regularmente e diz que eventual volta dela ao poder resultará em um governo de pacificação. E minimiza a oposição a ela patrocinada pelo "centrão", que reúne cerca de 250 votos na Câmara. "Se mudar o governo o 'centrão' vem também. A intimidade que eles têm com a oposição é mesma que eu tenho com a Claudia Raia, nenhuma, zero." * Folha - O que o leva a acreditar que Dilma irá votar depois de receber o volume de votos contra na Câmara e no Senado? O sr. acha que ela tem condição mínima de voltar a presidir o país? Silvio Costa - Não tenho dúvida de que todos os movimentos iniciais do governo provisório de Michel Temer têm ajudado a grande parte dos senadores a fazer reflexão. Muitos senadores com quem a gente tem conversado estão firmando a convicção de que a presidente não cometeu crime de responsabilidade. Uma outra questão que ficou muito clara é que essas gravações [do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado com caciques do PMDB] são a comprovação de que uma parcela dos parlamentares queria tirar a presidente Dilma para tentar estancar a Lava Jato. Mesmo que ela volte, você acha que ela tem condições de percorrer mais de dois de governo com essa fragilidade congressual? Eu não tenho a menor dúvida de que a presidente vai voltar e vai fazer um novo governo, um governo de pacificação nacional. Porque os movimentos do governo Michel Temer provocaram efeitos colaterais na Câmara. Em todos os partidos há insatisfeitos. Eles podem até não admitir, mas e vi a bancada do PMDB de Minas junto com Newton Cardoso pai comemorando no restaurante Dom Francisco a nomeação do filho [o deputado Newton Cardoso Jr.] para o Ministério da Defesa. Duas horas depois eles foram colocados em segundo plano. Eu sei que o deputado Leonardo Quintão [PMDB-MG] queria ser líder da bancada na Câmara. Colocaram Baleia Rossi (SP). Eu sei que o deputado Saraiva Felipe [PMDB-MG] queria voltar para o Ministério da Saúde. Colocaram o PP. Mesmo assim, insisto, em eventual volta Dilma não parte de um patamar muito pequeno, de 137 votos [dados na Câmara contra o impeachment]? Nós vamos voltar para o governo e vamos repensar essa cultura de líderes [das bancadas, tradicionais interlocutores do Palácio do Planalto]. Esse Congresso que tá aí que aprovou essa pauta-bomba [reajuste do funcionalismo, com impacto de mais de R$ 50 bilhões até 2019], tá muito claro que não tem compromisso com o país. E o pior, esse Michel Temer está provando que não tem compromisso. Porque ao mesmo tempo que diz que quer o ajuste fiscal, ele autoriza a pauta-bomba, isso é uma irresponsabilidade. Mas esses projetos foram negociados pelo governo Dilma e têm o apoio do PT. A maior prova de que não foram negociados é que eles foram enviados, mas nós não votamos, ficando dialogando o tempo todo. Evidentemente que uma parte do PT, tenho que ser bem claro, em algum momento complicou a governabilidade da presidente, eu não posso negar isso. Agora, voltando à questão da governabilidade, quero deixar bem claro que tenho consciência também que o nosso governo, sem fulanizar, cometeu muitos erros na articulação política. Mas acontece é que a dor que ensina a parir. Ela vai voltar e nós vamos fazer um novo tipo de repactuação com a Câmara. O primeiro governo valorizou muito a cultura dos líderes que não lideravam. Exemplo, [Leonardo] Picciani [PMDB-RJ] nunca liderou o PMDB. Com 60 deputados, o PMDB nunca entregou mais do que 25 votos à presidente Dilma. Então temos que resolver as questões por Estado. Até conversa com líder, mas não pode bater o martelo com ele. Tem que bater o martelo por Estado, por bancada. O que ela tem dito para você, ele acredita mesmo que vá voltar? Ela tem certeza que vai voltar. Ela tem conversado com senadores, toda semana ela conversa. Esse governo provisório abriu um shopping center, colocou um bocado de vendedor, prometeu muita coisa, tanto no Senado quanto na Câmara e não tá honrando o compromisso. Mas ele tem tempo para tentar honrar. Mas chegou a conta. Eles não tão evidentemente pagando a conta que criaram. Mesmo que ela volte, não seria apenas para promover novas eleições, na linha "nem Dilma nem Temer"? Eu fico indignado como um parlamentar de uma das maiores democracias do mundo vem propor um tipo de proposta dessa, bizarra. Isso é, do ponto de vista jurídico, natimorto. Você não pode fazer uma PEC [proposta de emenda à Constituição] para encurtar o mandato de ninguém. Só tinha uma possibilidade de fazer nova eleição, se o TSE cassar a chapa [Dilma-Temer], e não vai cassar porque a presidente não cometeu crime eleitoral, ou se a presidente e o Temer renunciarem, coisa que jamais a presidente vai fazer. É impossível a presidente dialogar nesse sentido, zero. Mas tem muitos aliados dela que admitem essa saída? Tem aliados e pseudoaliados. Eu sou aliado. Por conta de pseudoaliados chegamos a essa situação. Quem é aliado e conhece a presidente não vem com esse tipo de papo. Como vocês conseguiriam governar com a oposição do "centrão", que hoje tem um poder muito grande na Câmara e é influenciado por Eduardo cunha? Primeiro, o Eduardo Cunha está com os dias contado, inclusive com os dias de liberdade contados. Porque se essa Casa tiver vergonha na cara vai cassar Eduardo Cunha, esse é o primeiro ponto. Segundo, esse "centrão" é muito volúvel. Esse centrão é da tese de quem muda é o governo, nós não mudamos. Eles querem cargos. Então, se mudar o governo o "centrão" vem também. Tu achas que PTB, PSD, PP, esses partidos, têm vocação de oposição? Zero. A intimidade que eles têm com a oposição é mesma que eu tenho com a Claudia Raia, nenhuma, zero. | poder | 'Centrão vai com todo mundo', diz aliado que aposta na volta de DilmaUm dos principais defensores de Dilma Rousseff na Câmara, o deputado Silvio Costa (PT do B-PE) afirma que há uma crescente insatisfação dos partidos com Michel Temer, o que fará o Senado barrar o afastamento definitivo da petista. Personagem de vários bate-bocas e polêmicas no plenário da Câmara, ele tem se encontrado com Dilma regularmente e diz que eventual volta dela ao poder resultará em um governo de pacificação. E minimiza a oposição a ela patrocinada pelo "centrão", que reúne cerca de 250 votos na Câmara. "Se mudar o governo o 'centrão' vem também. A intimidade que eles têm com a oposição é mesma que eu tenho com a Claudia Raia, nenhuma, zero." * Folha - O que o leva a acreditar que Dilma irá votar depois de receber o volume de votos contra na Câmara e no Senado? O sr. acha que ela tem condição mínima de voltar a presidir o país? Silvio Costa - Não tenho dúvida de que todos os movimentos iniciais do governo provisório de Michel Temer têm ajudado a grande parte dos senadores a fazer reflexão. Muitos senadores com quem a gente tem conversado estão firmando a convicção de que a presidente não cometeu crime de responsabilidade. Uma outra questão que ficou muito clara é que essas gravações [do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado com caciques do PMDB] são a comprovação de que uma parcela dos parlamentares queria tirar a presidente Dilma para tentar estancar a Lava Jato. Mesmo que ela volte, você acha que ela tem condições de percorrer mais de dois de governo com essa fragilidade congressual? Eu não tenho a menor dúvida de que a presidente vai voltar e vai fazer um novo governo, um governo de pacificação nacional. Porque os movimentos do governo Michel Temer provocaram efeitos colaterais na Câmara. Em todos os partidos há insatisfeitos. Eles podem até não admitir, mas e vi a bancada do PMDB de Minas junto com Newton Cardoso pai comemorando no restaurante Dom Francisco a nomeação do filho [o deputado Newton Cardoso Jr.] para o Ministério da Defesa. Duas horas depois eles foram colocados em segundo plano. Eu sei que o deputado Leonardo Quintão [PMDB-MG] queria ser líder da bancada na Câmara. Colocaram Baleia Rossi (SP). Eu sei que o deputado Saraiva Felipe [PMDB-MG] queria voltar para o Ministério da Saúde. Colocaram o PP. Mesmo assim, insisto, em eventual volta Dilma não parte de um patamar muito pequeno, de 137 votos [dados na Câmara contra o impeachment]? Nós vamos voltar para o governo e vamos repensar essa cultura de líderes [das bancadas, tradicionais interlocutores do Palácio do Planalto]. Esse Congresso que tá aí que aprovou essa pauta-bomba [reajuste do funcionalismo, com impacto de mais de R$ 50 bilhões até 2019], tá muito claro que não tem compromisso com o país. E o pior, esse Michel Temer está provando que não tem compromisso. Porque ao mesmo tempo que diz que quer o ajuste fiscal, ele autoriza a pauta-bomba, isso é uma irresponsabilidade. Mas esses projetos foram negociados pelo governo Dilma e têm o apoio do PT. A maior prova de que não foram negociados é que eles foram enviados, mas nós não votamos, ficando dialogando o tempo todo. Evidentemente que uma parte do PT, tenho que ser bem claro, em algum momento complicou a governabilidade da presidente, eu não posso negar isso. Agora, voltando à questão da governabilidade, quero deixar bem claro que tenho consciência também que o nosso governo, sem fulanizar, cometeu muitos erros na articulação política. Mas acontece é que a dor que ensina a parir. Ela vai voltar e nós vamos fazer um novo tipo de repactuação com a Câmara. O primeiro governo valorizou muito a cultura dos líderes que não lideravam. Exemplo, [Leonardo] Picciani [PMDB-RJ] nunca liderou o PMDB. Com 60 deputados, o PMDB nunca entregou mais do que 25 votos à presidente Dilma. Então temos que resolver as questões por Estado. Até conversa com líder, mas não pode bater o martelo com ele. Tem que bater o martelo por Estado, por bancada. O que ela tem dito para você, ele acredita mesmo que vá voltar? Ela tem certeza que vai voltar. Ela tem conversado com senadores, toda semana ela conversa. Esse governo provisório abriu um shopping center, colocou um bocado de vendedor, prometeu muita coisa, tanto no Senado quanto na Câmara e não tá honrando o compromisso. Mas ele tem tempo para tentar honrar. Mas chegou a conta. Eles não tão evidentemente pagando a conta que criaram. Mesmo que ela volte, não seria apenas para promover novas eleições, na linha "nem Dilma nem Temer"? Eu fico indignado como um parlamentar de uma das maiores democracias do mundo vem propor um tipo de proposta dessa, bizarra. Isso é, do ponto de vista jurídico, natimorto. Você não pode fazer uma PEC [proposta de emenda à Constituição] para encurtar o mandato de ninguém. Só tinha uma possibilidade de fazer nova eleição, se o TSE cassar a chapa [Dilma-Temer], e não vai cassar porque a presidente não cometeu crime eleitoral, ou se a presidente e o Temer renunciarem, coisa que jamais a presidente vai fazer. É impossível a presidente dialogar nesse sentido, zero. Mas tem muitos aliados dela que admitem essa saída? Tem aliados e pseudoaliados. Eu sou aliado. Por conta de pseudoaliados chegamos a essa situação. Quem é aliado e conhece a presidente não vem com esse tipo de papo. Como vocês conseguiriam governar com a oposição do "centrão", que hoje tem um poder muito grande na Câmara e é influenciado por Eduardo cunha? Primeiro, o Eduardo Cunha está com os dias contado, inclusive com os dias de liberdade contados. Porque se essa Casa tiver vergonha na cara vai cassar Eduardo Cunha, esse é o primeiro ponto. Segundo, esse "centrão" é muito volúvel. Esse centrão é da tese de quem muda é o governo, nós não mudamos. Eles querem cargos. Então, se mudar o governo o "centrão" vem também. Tu achas que PTB, PSD, PP, esses partidos, têm vocação de oposição? Zero. A intimidade que eles têm com a oposição é mesma que eu tenho com a Claudia Raia, nenhuma, zero. | 0 |
Última chance | Em meio à agenda de reformas fundamentais para recolocar o país nos trilhos, uma é premente, pois tem data-limite para acontecer. Até início de outubro, precisamos aprovar novas regras que vigorarão nas eleições gerais do ano que vem. Todo esforço deve ser empreendido para reaproximar a política das pessoas, antes que seja tarde. Nas últimas semanas, o debate em torno da reforma política acabou sendo desvirtuado em função de propostas distantes, ou mesmo contrárias, do que a população almeja. É o caso da adoção do sistema eleitoral conhecido como distritão e da criação de um fundo público de financiamento de campanhas, para suprir o buraco deixado pela proibição das doações de fontes privadas. Que a democracia tem custos, ninguém discute. Mas envolver mais dinheiro do contribuinte numa hora em que o Estado brasileiro beira a falência, em razão da malversação que marcou a gestão afastada em 2016, não parece ser uma saída. O ideal seria voltar a permitir o financiamento privado, sob regras e fiscalização rigorosas. Já o distritão só se justificaria como transição para o voto distrital misto. Todavia, em ambos os casos, não há mais tempo para mudanças com vistas a 2018. Distante da polêmica, há propostas prontas a serem apreciadas pelo Congresso e que, se aprovadas, resultarão num sistema político e eleitoral muito melhor para o país. E já com vigência no próximo pleito. Refiro-me especificamente à proposta de emenda à Constituição (PEC) nº 282, relatada na Câmara pela deputada Shéridan (PSDB-RR). O texto ora em discussão tem origem na PEC 36, apresentada pelo senador Ricardo Ferraço e por mim, ano passado, e já aprovada pelo Senado. Seus objetivos são: proibir as coligações entre partidos nas eleições proporcionais -ou seja, para deputados federais, estaduais e vereadores- e estabelecer uma cláusula de desempenho mínimo para que as legendas possam ter acesso a dinheiro público, tempo de rádio e TV e funcionamento parlamentar. O que se pretende com a iniciativa? Atacar algumas das piores distorções da nossa democracia representativa. As coligações, tal como são hoje, acabam elegendo representantes alheios à vontade do eleitor. Já a adoção da cláusula de desempenho visa impedir a proliferação de partidos interessados unicamente em negócios movidos a dinheiro público. O texto original prevê que as coligações ficarão proibidas a partir de 2020, quando serão eleitos os próximos vereadores. A vedação se estenderá à escolha de deputados a partir de 2022. A medida força os partidos a preservarem alguma identidade com o eleitor e ajudará a pôr fim aos que representam a si próprios: dos 25 hoje presentes no Congresso, é possível que metade sobreviva. Assim também deverá ocorrer com a imposição de percentuais mínimos de votos (que começam em 1,5% em 2018 até chegar a 3%, distribuídos por pelo menos nove unidades da federação) para acessar o fundo partidário e dispor de tempo de rádio e TV. Partidos que não atingirem tais patamares poderão se organizar em federações, com um mínimo de afinidade ideológica e programática. A PEC 282 está pronta para votação. Para tanto, é imperativo que as lideranças partidárias na Câmara se entendam e levem o texto imediatamente ao plenário. Também na política o ótimo é inimigo do bom. Não adianta protelarmos a reforma em busca de uma solução que resolva todos os problemas da democracia brasileira, uma vez que ela pode não vir. E certamente não virá no tempo e na premência que a crise atual demanda. Os avanços contidos na PEC 282 abrem caminho para, passo seguinte, adotarmos o voto distrital misto, aproximando de vez representantes de representados. Ato contínuo, o país poderá estar pronto para a reforma definitiva, com a adoção, sob condição de referendo da população, do sistema parlamentarista de governo. Não temos o direito de perder esta chance. PARTICIPAÇÃO AÉCIO NEVES é senador (PSDB-MG). Foi candidato à Presidência em 2014 e governador de Minas Gerais de 2003 a 2010 PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo. | opiniao | Última chanceEm meio à agenda de reformas fundamentais para recolocar o país nos trilhos, uma é premente, pois tem data-limite para acontecer. Até início de outubro, precisamos aprovar novas regras que vigorarão nas eleições gerais do ano que vem. Todo esforço deve ser empreendido para reaproximar a política das pessoas, antes que seja tarde. Nas últimas semanas, o debate em torno da reforma política acabou sendo desvirtuado em função de propostas distantes, ou mesmo contrárias, do que a população almeja. É o caso da adoção do sistema eleitoral conhecido como distritão e da criação de um fundo público de financiamento de campanhas, para suprir o buraco deixado pela proibição das doações de fontes privadas. Que a democracia tem custos, ninguém discute. Mas envolver mais dinheiro do contribuinte numa hora em que o Estado brasileiro beira a falência, em razão da malversação que marcou a gestão afastada em 2016, não parece ser uma saída. O ideal seria voltar a permitir o financiamento privado, sob regras e fiscalização rigorosas. Já o distritão só se justificaria como transição para o voto distrital misto. Todavia, em ambos os casos, não há mais tempo para mudanças com vistas a 2018. Distante da polêmica, há propostas prontas a serem apreciadas pelo Congresso e que, se aprovadas, resultarão num sistema político e eleitoral muito melhor para o país. E já com vigência no próximo pleito. Refiro-me especificamente à proposta de emenda à Constituição (PEC) nº 282, relatada na Câmara pela deputada Shéridan (PSDB-RR). O texto ora em discussão tem origem na PEC 36, apresentada pelo senador Ricardo Ferraço e por mim, ano passado, e já aprovada pelo Senado. Seus objetivos são: proibir as coligações entre partidos nas eleições proporcionais -ou seja, para deputados federais, estaduais e vereadores- e estabelecer uma cláusula de desempenho mínimo para que as legendas possam ter acesso a dinheiro público, tempo de rádio e TV e funcionamento parlamentar. O que se pretende com a iniciativa? Atacar algumas das piores distorções da nossa democracia representativa. As coligações, tal como são hoje, acabam elegendo representantes alheios à vontade do eleitor. Já a adoção da cláusula de desempenho visa impedir a proliferação de partidos interessados unicamente em negócios movidos a dinheiro público. O texto original prevê que as coligações ficarão proibidas a partir de 2020, quando serão eleitos os próximos vereadores. A vedação se estenderá à escolha de deputados a partir de 2022. A medida força os partidos a preservarem alguma identidade com o eleitor e ajudará a pôr fim aos que representam a si próprios: dos 25 hoje presentes no Congresso, é possível que metade sobreviva. Assim também deverá ocorrer com a imposição de percentuais mínimos de votos (que começam em 1,5% em 2018 até chegar a 3%, distribuídos por pelo menos nove unidades da federação) para acessar o fundo partidário e dispor de tempo de rádio e TV. Partidos que não atingirem tais patamares poderão se organizar em federações, com um mínimo de afinidade ideológica e programática. A PEC 282 está pronta para votação. Para tanto, é imperativo que as lideranças partidárias na Câmara se entendam e levem o texto imediatamente ao plenário. Também na política o ótimo é inimigo do bom. Não adianta protelarmos a reforma em busca de uma solução que resolva todos os problemas da democracia brasileira, uma vez que ela pode não vir. E certamente não virá no tempo e na premência que a crise atual demanda. Os avanços contidos na PEC 282 abrem caminho para, passo seguinte, adotarmos o voto distrital misto, aproximando de vez representantes de representados. Ato contínuo, o país poderá estar pronto para a reforma definitiva, com a adoção, sob condição de referendo da população, do sistema parlamentarista de governo. Não temos o direito de perder esta chance. PARTICIPAÇÃO AÉCIO NEVES é senador (PSDB-MG). Foi candidato à Presidência em 2014 e governador de Minas Gerais de 2003 a 2010 PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo. | 7 |
Antena de TV vira cachorro em exposição de arte com sucata no Villa-Lobos | JÚLIA GOUVEIA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Enxergar um jacaré em um amontoado de peças antigas de carros, uma favela em uma porção de folhas de papelão ou um simpático cachorrinho em uma antena de TV. O que à primeira vista poderia ser considerado apenas lixo ganha contornos de arte em "#Reciclos - A Arte da Reinvenção", exposição que fica em cartaz até 30/10 no segundo piso do shopping Villa-Lobos. A partir de 13 esculturas criadas a partir de materiais descartados e sucatas, a ideia é suscitar reflexões. O público será instado a pensar sobre a importância da preservação do meio ambiente, a necessidade da reciclagem e um consumo mais consciente que leve à redução na geração de resíduos. Entre as obras expostas, "O Golpe na Mão Esquerda", do artista Ever, ganhou uma forma humana com a combinação de papel jornal, cola vegetal, base em madeira e verniz. Já a artista Katia Suzue usou garrafas de vidro, tecido, porcelana fria, tinta acrílica e outros materiais inusitados para criar as bonecas intituladas "Deusas". A curadoria das obras ficou a cargo do ativista e grafiteiro Mundano, idealizador do bem-sucedido projeto "Pimp My Carroça", ação que embeleza com pinturas as carrocinhas de catadores de lixo com o objetivo de dar mais visibilidade a esses trabalhadores. O mix de artistas traz de profissionais ativistas, como Sérgio Bispo, a nomes já conhecidos, a exemplo de Alexandre Orion -que faz intervenções urbanas usando pigmentos obtidos na poluição— e de Vermelho Steam, desenhista e artista plástico. A ação é uma parceria entre o Instituto Akatu e a Rede Educare. Shopping Villa-Lobos. Av. das Nações Unidas, 4.777, Jd. Universidade Pinheiros, região oeste, tel. 3024-3738. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom. e feriado.: 13h às 21h. Livre. Estac. a partir de R$ 13. Grátis. | saopaulo | Antena de TV vira cachorro em exposição de arte com sucata no Villa-LobosJÚLIA GOUVEIA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Enxergar um jacaré em um amontoado de peças antigas de carros, uma favela em uma porção de folhas de papelão ou um simpático cachorrinho em uma antena de TV. O que à primeira vista poderia ser considerado apenas lixo ganha contornos de arte em "#Reciclos - A Arte da Reinvenção", exposição que fica em cartaz até 30/10 no segundo piso do shopping Villa-Lobos. A partir de 13 esculturas criadas a partir de materiais descartados e sucatas, a ideia é suscitar reflexões. O público será instado a pensar sobre a importância da preservação do meio ambiente, a necessidade da reciclagem e um consumo mais consciente que leve à redução na geração de resíduos. Entre as obras expostas, "O Golpe na Mão Esquerda", do artista Ever, ganhou uma forma humana com a combinação de papel jornal, cola vegetal, base em madeira e verniz. Já a artista Katia Suzue usou garrafas de vidro, tecido, porcelana fria, tinta acrílica e outros materiais inusitados para criar as bonecas intituladas "Deusas". A curadoria das obras ficou a cargo do ativista e grafiteiro Mundano, idealizador do bem-sucedido projeto "Pimp My Carroça", ação que embeleza com pinturas as carrocinhas de catadores de lixo com o objetivo de dar mais visibilidade a esses trabalhadores. O mix de artistas traz de profissionais ativistas, como Sérgio Bispo, a nomes já conhecidos, a exemplo de Alexandre Orion -que faz intervenções urbanas usando pigmentos obtidos na poluição— e de Vermelho Steam, desenhista e artista plástico. A ação é uma parceria entre o Instituto Akatu e a Rede Educare. Shopping Villa-Lobos. Av. das Nações Unidas, 4.777, Jd. Universidade Pinheiros, região oeste, tel. 3024-3738. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom. e feriado.: 13h às 21h. Livre. Estac. a partir de R$ 13. Grátis. | 9 |
Tag Heuer fará relógios de luxo com o Google para concorrer com a Apple | A Tag Heuer, maior fabricante de relógios do grupo francês de artigos de luxo LVMH, anunciou nesta quinta-feira (19) uma parceria com o Google e a Intel para criar um relógio inteligente de luxo para concorrer diretamente com a Apple. A Tag Heuer disse que a parceria tem como objetivo levar ao mercado o primeiro relógio de luxo que usa o sistema operacional Android, do Google. A companhia planeja lançar o relógio no último trimestre deste ano. O presidente-executivo da Tag Heuer, Jean-Claude Biver, não quis dar detalhes sobre preços, funcionalidades ou design. O vice-presidente da unidade de novos dispositivos da Intel, Michael Bell, disse: "Acreditamos que a tecnologia vestível vai decolar pois representa quem você é e como deseja ser visto". A LVMH é proprietária também das marcas Bulgari, Louis Vuitton, Kenzo, Ghivenchy, Dior, Givenchy, Marc Jacobs, entre outras, além da loja Sephora e da fabricante de bebidas Moët & Chandon. Também nesta quinta, a grife Gucci anunciou que está desenvolvendo uma pulseira inteligente com em parceria com o músico Will.i.am, que lançou no ano passado o smartwatch Puls. Outras fabricantes de relógios que expuseram modelos conectados foram a Breitling, com seu B55 Connected, e a Swatch, com o Touch Zero One. OUTROS MODELOS A grife Guess já exibiu, durante as feiras tecnológicas CES e MWC deste ano, sua linha Connect, desenvolvida em parceria com a empresa de software americana Martian. O dispositivo, contudo, não tem tela sensível ao toque. Ele faz chamadas e exibe notificações de mensagens, além de controlar a câmera do celular a que está conectado remotamente. Chegará ao mercado entre setembro e dezembro nos EUA. Outras empresas que fazem smartwatches tidos como elegantes são a Withings (com seu Activité, com função de pedômetro) e a LG, com seu G Watch R, este também equipado com Android Wear. Outros modelos são o Pebble Steel e o Moto 360. | tec | Tag Heuer fará relógios de luxo com o Google para concorrer com a AppleA Tag Heuer, maior fabricante de relógios do grupo francês de artigos de luxo LVMH, anunciou nesta quinta-feira (19) uma parceria com o Google e a Intel para criar um relógio inteligente de luxo para concorrer diretamente com a Apple. A Tag Heuer disse que a parceria tem como objetivo levar ao mercado o primeiro relógio de luxo que usa o sistema operacional Android, do Google. A companhia planeja lançar o relógio no último trimestre deste ano. O presidente-executivo da Tag Heuer, Jean-Claude Biver, não quis dar detalhes sobre preços, funcionalidades ou design. O vice-presidente da unidade de novos dispositivos da Intel, Michael Bell, disse: "Acreditamos que a tecnologia vestível vai decolar pois representa quem você é e como deseja ser visto". A LVMH é proprietária também das marcas Bulgari, Louis Vuitton, Kenzo, Ghivenchy, Dior, Givenchy, Marc Jacobs, entre outras, além da loja Sephora e da fabricante de bebidas Moët & Chandon. Também nesta quinta, a grife Gucci anunciou que está desenvolvendo uma pulseira inteligente com em parceria com o músico Will.i.am, que lançou no ano passado o smartwatch Puls. Outras fabricantes de relógios que expuseram modelos conectados foram a Breitling, com seu B55 Connected, e a Swatch, com o Touch Zero One. OUTROS MODELOS A grife Guess já exibiu, durante as feiras tecnológicas CES e MWC deste ano, sua linha Connect, desenvolvida em parceria com a empresa de software americana Martian. O dispositivo, contudo, não tem tela sensível ao toque. Ele faz chamadas e exibe notificações de mensagens, além de controlar a câmera do celular a que está conectado remotamente. Chegará ao mercado entre setembro e dezembro nos EUA. Outras empresas que fazem smartwatches tidos como elegantes são a Withings (com seu Activité, com função de pedômetro) e a LG, com seu G Watch R, este também equipado com Android Wear. Outros modelos são o Pebble Steel e o Moto 360. | 10 |
Atração nos EUA, 'árvore-túnel' de mil anos é derrubada por tempestade | A famosa árvore "Pioneer Cabin", uma das mais antigas atrações turísticas da Califórnia, foi derrubada pelas tempestades que atingiram o Estado norte-americano neste mês. A sequoia gigante, que ficava dentro do parque das Árvores Grandes de Calaveras, tinha mais de mil anos e era conhecida por abrigar um túnel em seu tronco. Segundo o departamento responsável pelos parques estaduais da Califórnia, a razão da queda foi o apodrecimento do tronco e das raízes, que não resistiram à força da chuva. A "Pioneer Cabin" foi ao chão na tarde do dia 8 e se partiu com o impacto. Ninguém ficou ferido. Foram raios que cortaram a base da árvore no início dos anos 1800. Em 1881, um túnel foi escavado em seu tronco para atrair mais turistas à região. Por décadas, eles o atravessaram em cavalos e carruagens. Nos anos 1920, automóveis também passaram por ele. Milhares de visitantes já posaram embaixo da "Pioneer Cabin", que tinha cerca de 30 metros de altura e 7 de diâmetro. A sequoia estava localizada no bosque norte do parque, que reúne mais de 150 exemplares com cerca de 2.000 anos. | turismo | Atração nos EUA, 'árvore-túnel' de mil anos é derrubada por tempestadeA famosa árvore "Pioneer Cabin", uma das mais antigas atrações turísticas da Califórnia, foi derrubada pelas tempestades que atingiram o Estado norte-americano neste mês. A sequoia gigante, que ficava dentro do parque das Árvores Grandes de Calaveras, tinha mais de mil anos e era conhecida por abrigar um túnel em seu tronco. Segundo o departamento responsável pelos parques estaduais da Califórnia, a razão da queda foi o apodrecimento do tronco e das raízes, que não resistiram à força da chuva. A "Pioneer Cabin" foi ao chão na tarde do dia 8 e se partiu com o impacto. Ninguém ficou ferido. Foram raios que cortaram a base da árvore no início dos anos 1800. Em 1881, um túnel foi escavado em seu tronco para atrair mais turistas à região. Por décadas, eles o atravessaram em cavalos e carruagens. Nos anos 1920, automóveis também passaram por ele. Milhares de visitantes já posaram embaixo da "Pioneer Cabin", que tinha cerca de 30 metros de altura e 7 de diâmetro. A sequoia estava localizada no bosque norte do parque, que reúne mais de 150 exemplares com cerca de 2.000 anos. | 13 |
Governo pode apresentar alternativa a fator previdenciário em 15 dias | Articulador político do governo Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (27) que o Palácio do Planalto pode apresentar em até 15 dias uma proposta alternativa ao fator previdenciário. O Senado aprovou nesta quarta a MP 664, que inclui uma flexibilização ao fator, a medida 85/95 -a soma, para mulheres e homens, respectivamente, da idade mais o tempo de contribuição. Caso o trabalhador decida se aposentar antes de atingir essa marca, a emenda determina que a aposentadoria continue sendo reduzida pelo fator previdenciário. A MP segue para sanção da presidente, que tem 15 dias úteis para avaliar e assinar o texto. "Pode ser que isso venha a acontecer [apresentação de uma alternativa do governo ao fator previdenciário em até 15 dias]. É uma revelação da preocupação do governo com o fator e com os aposentados", disse Temer. O governo é contra a fórmula 85/95 e criou uma comissão técnica de ministros para elaborar uma alternativa ao método. "A comissão técnica está trabalhando ativamente para isso", afirmou o vice-presidente. Presidente em exercício em razão da visita de Dilma ao México, Temer disse ainda que a presidente "não discutiu" possibilidade de veto à medida que flexibiliza o fator previdenciário e está concentrada em apresentar uma nova proposta ao Congresso. OTIMISMO O vice-presidente se disse otimista com a votação no Senado das últimas medidas do pacote e brincou com a declaração da presidente Dilma, no México, sobre tomar uma caipirinha "de vez em quando" fazer bem à saúde. "Acho que já pode começar a tomar", brincou Temer. | mercado | Governo pode apresentar alternativa a fator previdenciário em 15 diasArticulador político do governo Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (27) que o Palácio do Planalto pode apresentar em até 15 dias uma proposta alternativa ao fator previdenciário. O Senado aprovou nesta quarta a MP 664, que inclui uma flexibilização ao fator, a medida 85/95 -a soma, para mulheres e homens, respectivamente, da idade mais o tempo de contribuição. Caso o trabalhador decida se aposentar antes de atingir essa marca, a emenda determina que a aposentadoria continue sendo reduzida pelo fator previdenciário. A MP segue para sanção da presidente, que tem 15 dias úteis para avaliar e assinar o texto. "Pode ser que isso venha a acontecer [apresentação de uma alternativa do governo ao fator previdenciário em até 15 dias]. É uma revelação da preocupação do governo com o fator e com os aposentados", disse Temer. O governo é contra a fórmula 85/95 e criou uma comissão técnica de ministros para elaborar uma alternativa ao método. "A comissão técnica está trabalhando ativamente para isso", afirmou o vice-presidente. Presidente em exercício em razão da visita de Dilma ao México, Temer disse ainda que a presidente "não discutiu" possibilidade de veto à medida que flexibiliza o fator previdenciário e está concentrada em apresentar uma nova proposta ao Congresso. OTIMISMO O vice-presidente se disse otimista com a votação no Senado das últimas medidas do pacote e brincou com a declaração da presidente Dilma, no México, sobre tomar uma caipirinha "de vez em quando" fazer bem à saúde. "Acho que já pode começar a tomar", brincou Temer. | 2 |
Para analistas, PIB recua até 6% com Dilma; sem ela, país ensaia retomada | De modesta retomada a aprofundamento da recessão, os cenários traçados pela maioria dos analistas variam de forma significativa de acordo com o possível desfecho da crise política. Para economistas, se a presidente Dilma Rousseff permanecer à frente do governo, a derrocada econômica poderá se acentuar, com contração de até 6% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano. Já uma mudança de governo não tiraria o país do atoleiro num passe de mágica, mas poderia trazer um pequeno crescimento, de 1,2%, em 2017 e aceleração vagarosa a partir de 2018. Ainda assim, isso só ocorrerá se reformas difíceis, que ataquem os problemas que contribuíram para a recessão atual –a pior já vivida pelo Brasil–, forem adotadas. COM DILMA A continuação de Dilma Rousseff é vista como porta para o agravamento dos principais problemas econômicos que o país enfrenta: o descontrole das contas públicas e a paralisia dos investimentos. A avaliação é que, sem apoio parlamentar, dado o impasse político, a presidente não conseguiria aprovar as medidas duras que darão sustentabilidade às contas do governo no longo prazo. Isso leva a uma percepção maior de risco, que se traduz no congelamento dos investimentos e na alta das taxas de juros (o que prejudica empresas e consumidores). Para Alessandra Ribeiro, analista da consultoria Tendências, esse quadro levaria a recessão a se aprofundar para 6% em 2016. "O que está por trás disso é que, se ela sobreviver, sairá politicamente mais frágil e terá que responder à sua base de apoio com aumento de gastos", diz Ribeiro. Segundo Robert Wood, analista de Brasil da Economist Intelligence Unit, as perspectivas econômicas em um cenário de permanência de Dilma hoje são ainda piores do que há um mês. O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, trabalha com dois conjuntos de projeções completamente diferentes que chama de "realista" (sem Dilma) e "pessimista" (com Dilma). Na semana passada, ele revisou para baixo as projeções de PIB em 2017 no cenário com Dilma. Antes, achava que o PIB em 2017 cairia 1,1%, caso a presidente permaneça. Agora, prevê contração de 2,5% no próximo ano. Para 2016, ainda nesse cenário, manteve retração de 4,9%. "Os sinais que vêm do Congresso são os piores possíveis. Isso impediria qualquer conversa mínima de Dilma com o Legislativo", diz Vale. | mercado | Para analistas, PIB recua até 6% com Dilma; sem ela, país ensaia retomadaDe modesta retomada a aprofundamento da recessão, os cenários traçados pela maioria dos analistas variam de forma significativa de acordo com o possível desfecho da crise política. Para economistas, se a presidente Dilma Rousseff permanecer à frente do governo, a derrocada econômica poderá se acentuar, com contração de até 6% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano. Já uma mudança de governo não tiraria o país do atoleiro num passe de mágica, mas poderia trazer um pequeno crescimento, de 1,2%, em 2017 e aceleração vagarosa a partir de 2018. Ainda assim, isso só ocorrerá se reformas difíceis, que ataquem os problemas que contribuíram para a recessão atual –a pior já vivida pelo Brasil–, forem adotadas. COM DILMA A continuação de Dilma Rousseff é vista como porta para o agravamento dos principais problemas econômicos que o país enfrenta: o descontrole das contas públicas e a paralisia dos investimentos. A avaliação é que, sem apoio parlamentar, dado o impasse político, a presidente não conseguiria aprovar as medidas duras que darão sustentabilidade às contas do governo no longo prazo. Isso leva a uma percepção maior de risco, que se traduz no congelamento dos investimentos e na alta das taxas de juros (o que prejudica empresas e consumidores). Para Alessandra Ribeiro, analista da consultoria Tendências, esse quadro levaria a recessão a se aprofundar para 6% em 2016. "O que está por trás disso é que, se ela sobreviver, sairá politicamente mais frágil e terá que responder à sua base de apoio com aumento de gastos", diz Ribeiro. Segundo Robert Wood, analista de Brasil da Economist Intelligence Unit, as perspectivas econômicas em um cenário de permanência de Dilma hoje são ainda piores do que há um mês. O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, trabalha com dois conjuntos de projeções completamente diferentes que chama de "realista" (sem Dilma) e "pessimista" (com Dilma). Na semana passada, ele revisou para baixo as projeções de PIB em 2017 no cenário com Dilma. Antes, achava que o PIB em 2017 cairia 1,1%, caso a presidente permaneça. Agora, prevê contração de 2,5% no próximo ano. Para 2016, ainda nesse cenário, manteve retração de 4,9%. "Os sinais que vêm do Congresso são os piores possíveis. Isso impediria qualquer conversa mínima de Dilma com o Legislativo", diz Vale. | 2 |
Mensageiro Sideral: O ataque dos alienígenas requentados | A internet foi tomada por um furor viral alienígena no fim de semana. Por alguma razão ainda pouco compreendida pela ciência, alguns tabloides britânicos, dentre eles o "Daily Mail", resolveram requentar um estudo controverso de 2013 em que um grupo ... Leia post completo no blog | ciencia | Mensageiro Sideral: O ataque dos alienígenas requentadosA internet foi tomada por um furor viral alienígena no fim de semana. Por alguma razão ainda pouco compreendida pela ciência, alguns tabloides britânicos, dentre eles o "Daily Mail", resolveram requentar um estudo controverso de 2013 em que um grupo ... Leia post completo no blog | 15 |
Anvisa aprova proibição a termômetro e aparelho de pressão com mercúrio | A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta terça-feira (7) uma resolução que proíbe a fabricação, importação e venda no país de termômetros e aparelhos de pressão com mercúrio a partir de 2019. Também fica proibido o uso desses equipamentos nos serviços de saúde. A decisão atende ao acordo da Convenção de Minamata, assinado em 2013 por 140 países, entre eles o Brasil. O acordo prevê que esses equipamentos deixem de ser utilizados até 2020. O objetivo é evitar danos à saúde e ao ambiente. O nome da convenção remete aos problemas causados pela contaminação por mercúrio na cidade de Minamata, no Japão, quando houve aumento no atendimento de crianças e adultos com problemas no sistema nervoso, situação depois associada ao descarte irregular de mercúrio em uma baía por uma indústria da região. Em geral, os termômetros e aparelhos com mercúrio possuem uma coluna transparente, onde fica o metal líquido –usado para indicar a temperatura do corpo ou a pressão arterial. O uso desses equipamentos, no entanto, tem sido substituído nos últimos anos por produtos digitais que possuem a mesma precisão, daí a possibilidade de substituí-los, segundo a Anvisa. Hoje, há apenas uma empresa que possui registro no Brasil para venda de um aparelho de pressão com mercúrio, e outras duas com registro de termômetros com mercúrio importados. Em contrapartida, há 63 registros de termômetros e 42 de aparelhos de pressão digitais. Essa não é a primeira vez que a proibição dos termômetros e esfigmamômetros com mercúrio entra em discussão no país. Em São Paulo, uma lei de 2014 já havia proibido o uso de aparelhos com mercúrio no Estado. A Anvisa também já havia apresentado uma proposta, no ano passado, para proibição desses equipamentos, por meio de consulta pública. Agora, a resolução prevê o prazo de até 1º de janeiro de 2019 para que o uso desses equipamentos seja substituído nos serviços de saúde de todo o país. | equilibrioesaude | Anvisa aprova proibição a termômetro e aparelho de pressão com mercúrioA Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta terça-feira (7) uma resolução que proíbe a fabricação, importação e venda no país de termômetros e aparelhos de pressão com mercúrio a partir de 2019. Também fica proibido o uso desses equipamentos nos serviços de saúde. A decisão atende ao acordo da Convenção de Minamata, assinado em 2013 por 140 países, entre eles o Brasil. O acordo prevê que esses equipamentos deixem de ser utilizados até 2020. O objetivo é evitar danos à saúde e ao ambiente. O nome da convenção remete aos problemas causados pela contaminação por mercúrio na cidade de Minamata, no Japão, quando houve aumento no atendimento de crianças e adultos com problemas no sistema nervoso, situação depois associada ao descarte irregular de mercúrio em uma baía por uma indústria da região. Em geral, os termômetros e aparelhos com mercúrio possuem uma coluna transparente, onde fica o metal líquido –usado para indicar a temperatura do corpo ou a pressão arterial. O uso desses equipamentos, no entanto, tem sido substituído nos últimos anos por produtos digitais que possuem a mesma precisão, daí a possibilidade de substituí-los, segundo a Anvisa. Hoje, há apenas uma empresa que possui registro no Brasil para venda de um aparelho de pressão com mercúrio, e outras duas com registro de termômetros com mercúrio importados. Em contrapartida, há 63 registros de termômetros e 42 de aparelhos de pressão digitais. Essa não é a primeira vez que a proibição dos termômetros e esfigmamômetros com mercúrio entra em discussão no país. Em São Paulo, uma lei de 2014 já havia proibido o uso de aparelhos com mercúrio no Estado. A Anvisa também já havia apresentado uma proposta, no ano passado, para proibição desses equipamentos, por meio de consulta pública. Agora, a resolução prevê o prazo de até 1º de janeiro de 2019 para que o uso desses equipamentos seja substituído nos serviços de saúde de todo o país. | 16 |
Alteração hormonal da gravidez agrava infecção pelo vírus H1N1 | A presença do vírus H1N1 potencializa uma desregulação do sistema imunológico causada pelas mudanças hormonais em mulheres grávidas, aponta estudo conduzido por cientistas da Índia, Estados Unidos e Brasil. A pesquisa, publicada recentemente no periódico de medicina "International Journal of Health & Allied Sciences", foi realizada com amostras de sangue de mulheres grávidas infectadas pelo H1N1, voluntárias grávidas saudáveis e outras não grávidas e saudáveis. O aumento no número de anticorpos –consequência do aumento hormonal– já era esperado em mulheres que estão esperando um bebê. A novidade no estudo, segundo Marcello Bossois, imunologista e um dos autores da pesquisa, foi o número ainda maior de anticorpos encontrado nas grávidas infectadas pelo H1N1. De acordo com o médico, o aumento dos anticorpos faz o sistema imunológico funcionar de forma errada e causa um desequilíbrio: aumenta a quantidade de células responsáveis pelo processo alérgico e as células responsáveis pela defesa do nosso organismo têm seu número reduzido. Essas células, em situações ideais, precisam existir em números parecidos. Para Bossois, os resultados indicam não só a capacidade de a gravidez em bagunçar o sistema imune, mas também de agravar a ação viral, permitindo o agravamento das complicações respiratórias. Com o sistema imunológico ainda mais debilitado pela desajuste durante a infecção, as grávidas ficam mais susceptíveis às complicações alérgicas que desencadeiam problemas como asma, bronquite, sinusites, entre outros. Bossois diz que não há impactos imediatos no tratamento, mas que processos alérgicos precisam ser tratados ainda antes da gravidez para evitar maiores transtornos. "Agora que já conhecemos o mecanismo que agrava a infecção, o caminho está aberto para descobrirmos formas de controlar a desregulação do sistema imunológico em grávidas infectadas pelo H1N1", conclui o médico. Até o dia 11 de abril (data do último boletim epidemiológico disponível) havia registro de mais de mil casos e de 152 óbitos causados pelo subtipo H1N1 do vírus da influenza no Brasil. | equilibrioesaude | Alteração hormonal da gravidez agrava infecção pelo vírus H1N1A presença do vírus H1N1 potencializa uma desregulação do sistema imunológico causada pelas mudanças hormonais em mulheres grávidas, aponta estudo conduzido por cientistas da Índia, Estados Unidos e Brasil. A pesquisa, publicada recentemente no periódico de medicina "International Journal of Health & Allied Sciences", foi realizada com amostras de sangue de mulheres grávidas infectadas pelo H1N1, voluntárias grávidas saudáveis e outras não grávidas e saudáveis. O aumento no número de anticorpos –consequência do aumento hormonal– já era esperado em mulheres que estão esperando um bebê. A novidade no estudo, segundo Marcello Bossois, imunologista e um dos autores da pesquisa, foi o número ainda maior de anticorpos encontrado nas grávidas infectadas pelo H1N1. De acordo com o médico, o aumento dos anticorpos faz o sistema imunológico funcionar de forma errada e causa um desequilíbrio: aumenta a quantidade de células responsáveis pelo processo alérgico e as células responsáveis pela defesa do nosso organismo têm seu número reduzido. Essas células, em situações ideais, precisam existir em números parecidos. Para Bossois, os resultados indicam não só a capacidade de a gravidez em bagunçar o sistema imune, mas também de agravar a ação viral, permitindo o agravamento das complicações respiratórias. Com o sistema imunológico ainda mais debilitado pela desajuste durante a infecção, as grávidas ficam mais susceptíveis às complicações alérgicas que desencadeiam problemas como asma, bronquite, sinusites, entre outros. Bossois diz que não há impactos imediatos no tratamento, mas que processos alérgicos precisam ser tratados ainda antes da gravidez para evitar maiores transtornos. "Agora que já conhecemos o mecanismo que agrava a infecção, o caminho está aberto para descobrirmos formas de controlar a desregulação do sistema imunológico em grávidas infectadas pelo H1N1", conclui o médico. Até o dia 11 de abril (data do último boletim epidemiológico disponível) havia registro de mais de mil casos e de 152 óbitos causados pelo subtipo H1N1 do vírus da influenza no Brasil. | 16 |
População perde se Datena for candidato a prefeito, diz leitor | José Luiz Datena está sendo "trabalhado" por alguns partidos que imaginam terem o apresentador como candidato à Prefeitura de São Paulo ("Três siglas querem Datena candidato a prefeito de SP", "Poder", 22/7). Como apreciador do "Brasil Urgente", envio-lhe um recado: sairemos perdendo se isso se concretizar, você irá ganhar menos, irá trabalhar mais, não conseguirá realizar nenhum de seus propósitos e ainda estará fora do ar, prejudicando o povo em geral, que não mais poderá contar com suas avaliações e críticas sobre o comportamento de inúmeros políticos. Abra os olhos, Datena. Acho que o objetivo deles é tirá-lo do ar. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | paineldoleitor | População perde se Datena for candidato a prefeito, diz leitorJosé Luiz Datena está sendo "trabalhado" por alguns partidos que imaginam terem o apresentador como candidato à Prefeitura de São Paulo ("Três siglas querem Datena candidato a prefeito de SP", "Poder", 22/7). Como apreciador do "Brasil Urgente", envio-lhe um recado: sairemos perdendo se isso se concretizar, você irá ganhar menos, irá trabalhar mais, não conseguirá realizar nenhum de seus propósitos e ainda estará fora do ar, prejudicando o povo em geral, que não mais poderá contar com suas avaliações e críticas sobre o comportamento de inúmeros políticos. Abra os olhos, Datena. Acho que o objetivo deles é tirá-lo do ar. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | 8 |
Contra a evidência | Uma coisa evidente, como sugere a própria etimologia do termo, é algo que salta à vista, que surge à frente de todos claramente. Parecerá evidente a qualquer cidadão que o posto de presidente da República é incompatível com a posição de réu numa ação criminal. É com base nesse princípio que a Constituição determina que o chefe do Executivo termine suspenso de suas funções caso uma denúncia contra si seja recebida pelo Supremo Tribunal Federal, dando início a um processo penal, ou na hipótese de se instaurar processo de impeachment no Senado. Parece fácil concluir que a condição de réu no STF também é inconciliável com os cargos de presidente da Câmara dos Deputados e do Senado, que se encontram na linha de sucessão da Presidência. Mesmo para as situações mais simples, porém, o universo jurídico admite torneios de interpretação. Foi assim que o ministro Dias Toffoli pediu vistas para analisar melhor um processo cuja pertinência e evidência, sem trocadilho, salta aos olhos de qualquer observador. Trata-se de uma ação movida no Supremo pela Rede Sustentabilidade, ainda nos tempos em que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se aferrava ao comando da Câmara, mesmo sendo réu acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. A cassação do mandato de Cunha e posteriormente sua prisão não tornaram extemporânea a iniciativa da Rede. Importa inviabilizar as brechas de interpretação que permitem a um réu desfrutar de poderes políticos capazes, no mínimo, de jogar sobre seu próprio julgamento as sombras da barganha, da influência e da suspeição. Para o ministro Marco Aurélio Mello, relator do caso no Supremo, não há dúvidas de que um réu não está apto a ocupar a presidência de uma das Casas do Legislativo. A maioria de seus pares o acompanhou na decisão. Praticamente resolvida, a ação tinha especial repercussão para o futuro político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo de nada menos do que 11 inquéritos no Supremo. Eis que o ministro Dias Toffoli pede vistas do processo –o que pode significar, na absurda prática vigente, engavetá-lo por tanto tempo quanto achar necessário. No mínimo, pode-se supor, até fevereiro, quando terminará o biênio de Renan no comando do Senado. Por mais legítimas que sejam as dúvidas doutrinárias do ministro, a maioria do STF já tinha tomado sua decisão. A atitude de Toffoli só a procrastina; conflui, por certo, para os interesses de Renan e os do próprio governo de Michel Temer (PMDB), que o prefere na condução dos debates sobre as próximas medidas econômicas. Mas conflui, sobretudo, para reforçar a impressão de que a chicana, o arranjo de bastidores e a sobrevivência política de algumas figuras valem mais do que o bom senso, a lei e a justiça. editoriais@grupofolha.com.br | opiniao | Contra a evidênciaUma coisa evidente, como sugere a própria etimologia do termo, é algo que salta à vista, que surge à frente de todos claramente. Parecerá evidente a qualquer cidadão que o posto de presidente da República é incompatível com a posição de réu numa ação criminal. É com base nesse princípio que a Constituição determina que o chefe do Executivo termine suspenso de suas funções caso uma denúncia contra si seja recebida pelo Supremo Tribunal Federal, dando início a um processo penal, ou na hipótese de se instaurar processo de impeachment no Senado. Parece fácil concluir que a condição de réu no STF também é inconciliável com os cargos de presidente da Câmara dos Deputados e do Senado, que se encontram na linha de sucessão da Presidência. Mesmo para as situações mais simples, porém, o universo jurídico admite torneios de interpretação. Foi assim que o ministro Dias Toffoli pediu vistas para analisar melhor um processo cuja pertinência e evidência, sem trocadilho, salta aos olhos de qualquer observador. Trata-se de uma ação movida no Supremo pela Rede Sustentabilidade, ainda nos tempos em que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se aferrava ao comando da Câmara, mesmo sendo réu acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. A cassação do mandato de Cunha e posteriormente sua prisão não tornaram extemporânea a iniciativa da Rede. Importa inviabilizar as brechas de interpretação que permitem a um réu desfrutar de poderes políticos capazes, no mínimo, de jogar sobre seu próprio julgamento as sombras da barganha, da influência e da suspeição. Para o ministro Marco Aurélio Mello, relator do caso no Supremo, não há dúvidas de que um réu não está apto a ocupar a presidência de uma das Casas do Legislativo. A maioria de seus pares o acompanhou na decisão. Praticamente resolvida, a ação tinha especial repercussão para o futuro político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo de nada menos do que 11 inquéritos no Supremo. Eis que o ministro Dias Toffoli pede vistas do processo –o que pode significar, na absurda prática vigente, engavetá-lo por tanto tempo quanto achar necessário. No mínimo, pode-se supor, até fevereiro, quando terminará o biênio de Renan no comando do Senado. Por mais legítimas que sejam as dúvidas doutrinárias do ministro, a maioria do STF já tinha tomado sua decisão. A atitude de Toffoli só a procrastina; conflui, por certo, para os interesses de Renan e os do próprio governo de Michel Temer (PMDB), que o prefere na condução dos debates sobre as próximas medidas econômicas. Mas conflui, sobretudo, para reforçar a impressão de que a chicana, o arranjo de bastidores e a sobrevivência política de algumas figuras valem mais do que o bom senso, a lei e a justiça. editoriais@grupofolha.com.br | 7 |
Panda oferece caixa de rosquinhas a amigos mas torce para não aceitarem | Você acha o urso panda um bicho fofo? Pois esse sr. Panda do livro não é lá muito amigável... Ele carrega uma caixa com lindas e coloridas rosquinhas e, num lance de bom humor, até oferece a colegas, como o pinguim e a baleia. Mas experimentar a guloseima não vai ser tão fácil para os outros animais. Sabe quando a gente ganha uma caixa de chocolates e oferece para alguém, por educação, torcendo para a pessoa recusar? Só que ela aceita... POR FAVOR, SR. PANDA Autor Steve Antony (tradução Marília Garcia) Editora Paz & Terra Preço R$ 35 Indicação a partir de 3 anos | folhinha | Panda oferece caixa de rosquinhas a amigos mas torce para não aceitaremVocê acha o urso panda um bicho fofo? Pois esse sr. Panda do livro não é lá muito amigável... Ele carrega uma caixa com lindas e coloridas rosquinhas e, num lance de bom humor, até oferece a colegas, como o pinguim e a baleia. Mas experimentar a guloseima não vai ser tão fácil para os outros animais. Sabe quando a gente ganha uma caixa de chocolates e oferece para alguém, por educação, torcendo para a pessoa recusar? Só que ela aceita... POR FAVOR, SR. PANDA Autor Steve Antony (tradução Marília Garcia) Editora Paz & Terra Preço R$ 35 Indicação a partir de 3 anos | 19 |
Educação fora da caixa | Chega a ser aflitivo contemplar o desfiladeiro que separa o que é preciso fazer pela educação brasileira daquilo que na prática se está fazendo. Precisamos de uma revolução, mas não logramos nem mesmo conceber uma reforma decente. O último ato da tragédia de erros se materializa na mal conduzida Base Nacional Comum Curricular. A versão preliminar proposta por 116 especialistas reunidos pelo MEC carrega tantos problemas que nem parece possível, à primeira vista, chegar a um guia confiável para que pais, professores e gestores possam avaliar –em cada classe, em cada escola, em cada cidade– se os objetivos do ensino estão sendo cumpridos. A falta de foco e de alvos prioritários bem definidos marca esse documento, assim como tudo o mais que o precedeu. Basta mencionar o Plano Nacional de Educação (PNE), de 2014, que se esparrama em 20 metas e desdobra cada uma em numerosas estratégias; há 36 delas só para a sétima meta. - CINCO IDEIAS PARA DEBATE 1. Enfatizar o gasto com o ensino básico, e não com o universitário 2. Garantir seis horas efetivas de aula por dia 3. Pôr ênfase em português e matemática no currículo nacional 4. Dar autonomia a mestres e diretores e facilitar demissão dos piores 5. Fechar escolas ruins ou entregar sua gestão a organizações sociais - Não será com tamanha verbosidade e com a multiplicação de intenções tão generosas quanto aéreas que se vencerá a guerra por uma educação melhor. Isso só será alcançado com um recuo ao básico: dar aulas de verdade, que utilizem o tempo disponível para explicar o conteúdo definido e sua utilidade; propor exercícios sobre o que foi ensinado; corrigir os erros cometidos e explicar por que são erros. Usar tecnologia? Sim, tanto quanto possível, e sem fetichismo. Qualificar, valorizar e pagar melhor os professores? Por certo, mas sobretudo os que demonstrarem mais empenho e desempenho. Adotar currículo único? Claro, desde que seja para tirar professores de sua zona de conforto e lhes dar clareza sobre qual é a missão, além de reorientar o que se ensina nas escolas de pedagogia. Entretanto, nenhuma dessas iniciativas obterá eficácia isoladamente ou sem um choque de gestão nas escolas públicas. Esse diagnóstico parte de especialistas –no que conviria chamar de educação baseada em evidências– do gabarito de Naercio Menezes Filho e Ricardo Paes de Barros. Nenhum deles se opõe a aumentar recursos para a educação. Mas, sem um plano mais concreto, observam, seria imprudente dobrá-los dos atuais 5,2% do PIB para 10%, como estipula o PNE. Não basta dinheiro para recuperar o tempo perdido e alcançar níveis de qualidade já obtidos por países como Chile e Coreia do Sul, mencionados por Menezes Filho em ensaio recente (bit.ly/1PkE6D9). Coreia e Brasil partiram de patamares semelhantes nos anos 1960: média de menos de três anos de estudo por pessoa. Meio século depois, o país asiático alcançou 12 anos; o Brasil nem chegou a oito. Para piorar, a escolaridade aumentou, mas não a produtividade média do trabalhador brasileiro. Por aqui, houve muita ênfase em inclusão na escola e pouca em qualidade do ensino. Nossos estudantes continuam apresentando péssimo desempenho em provas padronizadas nacionais e estrangeiras. Regional e localmente, contudo, algumas redes públicas obtiveram avanços notáveis. Entre os Estados, destacam-se Pernambuco, Goiás e Rio de Janeiro. O caso que mais tem chamado a atenção, por outro lado, é o do município cearense de Sobral. De 2005 para 2013, a cidade foi capaz de quase dobrar o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de seus alunos, de nota 4 para perto de 8 –melhor que o índice alcançado pela média das escola particulares de São Paulo. Algo de muito acertado se praticou ali. Não há por que não se debruçar sobre a experiência para tentar replicar o feito sobralense noutras partes do país. Segundo Menezes Filho, o sucesso de Sobral pode ser resumido numa palavra: gestão. Entre as medidas adotadas figuram prioridade para a alfabetização na idade certa, com currículo bem definido; produção de material didático próprio com treinamento pragmático para docentes aprenderem a utilizá-lo com eficácia; avaliação externa com bônus financeiro para mestres e escolas com bom desempenho. Outro componente do sucesso é a autonomia para diretores e professores escolherem os meios de alcançar metas claras e mensuráveis. Também há que vencer o preconceito ideológico e realizar experimentos como entregar a gestão de escolas da rede oficial a organizações sociais. Paes de Barros investe ainda contra outro tabu, que barra a solução de cobrar mensalidades do aluno de universidade pública que possa pagar para eliminar distorção no investimento público: despender muito mais com estudantes do ensino superior (R$ 21 mil por ano) do que com os de pré-escola e ensino fundamental (R$ 5.500). Não se romperá o nó górdio da educação sem abandonar as ideias feitas e sem pensar fora da caixa. editoriais@grupofolha.com.br | opiniao | Educação fora da caixaChega a ser aflitivo contemplar o desfiladeiro que separa o que é preciso fazer pela educação brasileira daquilo que na prática se está fazendo. Precisamos de uma revolução, mas não logramos nem mesmo conceber uma reforma decente. O último ato da tragédia de erros se materializa na mal conduzida Base Nacional Comum Curricular. A versão preliminar proposta por 116 especialistas reunidos pelo MEC carrega tantos problemas que nem parece possível, à primeira vista, chegar a um guia confiável para que pais, professores e gestores possam avaliar –em cada classe, em cada escola, em cada cidade– se os objetivos do ensino estão sendo cumpridos. A falta de foco e de alvos prioritários bem definidos marca esse documento, assim como tudo o mais que o precedeu. Basta mencionar o Plano Nacional de Educação (PNE), de 2014, que se esparrama em 20 metas e desdobra cada uma em numerosas estratégias; há 36 delas só para a sétima meta. - CINCO IDEIAS PARA DEBATE 1. Enfatizar o gasto com o ensino básico, e não com o universitário 2. Garantir seis horas efetivas de aula por dia 3. Pôr ênfase em português e matemática no currículo nacional 4. Dar autonomia a mestres e diretores e facilitar demissão dos piores 5. Fechar escolas ruins ou entregar sua gestão a organizações sociais - Não será com tamanha verbosidade e com a multiplicação de intenções tão generosas quanto aéreas que se vencerá a guerra por uma educação melhor. Isso só será alcançado com um recuo ao básico: dar aulas de verdade, que utilizem o tempo disponível para explicar o conteúdo definido e sua utilidade; propor exercícios sobre o que foi ensinado; corrigir os erros cometidos e explicar por que são erros. Usar tecnologia? Sim, tanto quanto possível, e sem fetichismo. Qualificar, valorizar e pagar melhor os professores? Por certo, mas sobretudo os que demonstrarem mais empenho e desempenho. Adotar currículo único? Claro, desde que seja para tirar professores de sua zona de conforto e lhes dar clareza sobre qual é a missão, além de reorientar o que se ensina nas escolas de pedagogia. Entretanto, nenhuma dessas iniciativas obterá eficácia isoladamente ou sem um choque de gestão nas escolas públicas. Esse diagnóstico parte de especialistas –no que conviria chamar de educação baseada em evidências– do gabarito de Naercio Menezes Filho e Ricardo Paes de Barros. Nenhum deles se opõe a aumentar recursos para a educação. Mas, sem um plano mais concreto, observam, seria imprudente dobrá-los dos atuais 5,2% do PIB para 10%, como estipula o PNE. Não basta dinheiro para recuperar o tempo perdido e alcançar níveis de qualidade já obtidos por países como Chile e Coreia do Sul, mencionados por Menezes Filho em ensaio recente (bit.ly/1PkE6D9). Coreia e Brasil partiram de patamares semelhantes nos anos 1960: média de menos de três anos de estudo por pessoa. Meio século depois, o país asiático alcançou 12 anos; o Brasil nem chegou a oito. Para piorar, a escolaridade aumentou, mas não a produtividade média do trabalhador brasileiro. Por aqui, houve muita ênfase em inclusão na escola e pouca em qualidade do ensino. Nossos estudantes continuam apresentando péssimo desempenho em provas padronizadas nacionais e estrangeiras. Regional e localmente, contudo, algumas redes públicas obtiveram avanços notáveis. Entre os Estados, destacam-se Pernambuco, Goiás e Rio de Janeiro. O caso que mais tem chamado a atenção, por outro lado, é o do município cearense de Sobral. De 2005 para 2013, a cidade foi capaz de quase dobrar o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de seus alunos, de nota 4 para perto de 8 –melhor que o índice alcançado pela média das escola particulares de São Paulo. Algo de muito acertado se praticou ali. Não há por que não se debruçar sobre a experiência para tentar replicar o feito sobralense noutras partes do país. Segundo Menezes Filho, o sucesso de Sobral pode ser resumido numa palavra: gestão. Entre as medidas adotadas figuram prioridade para a alfabetização na idade certa, com currículo bem definido; produção de material didático próprio com treinamento pragmático para docentes aprenderem a utilizá-lo com eficácia; avaliação externa com bônus financeiro para mestres e escolas com bom desempenho. Outro componente do sucesso é a autonomia para diretores e professores escolherem os meios de alcançar metas claras e mensuráveis. Também há que vencer o preconceito ideológico e realizar experimentos como entregar a gestão de escolas da rede oficial a organizações sociais. Paes de Barros investe ainda contra outro tabu, que barra a solução de cobrar mensalidades do aluno de universidade pública que possa pagar para eliminar distorção no investimento público: despender muito mais com estudantes do ensino superior (R$ 21 mil por ano) do que com os de pré-escola e ensino fundamental (R$ 5.500). Não se romperá o nó górdio da educação sem abandonar as ideias feitas e sem pensar fora da caixa. editoriais@grupofolha.com.br | 7 |
Praga da criatividade compulsória pode estar se extinguindo | Não sou criativa. E o mesmo se aplica à maioria dos meus colegas. O "Financial Times" emprega pessoas inteligentes que sabem como identificar assuntos para reportagens, escrevê-las elegantemente e oferecer aos leitores a combinação certa de familiaridade e surpresa. Experiência, conhecimento, prática, julgamento, técnica e inteligência influenciam o processo. Capacidade de escrever também. E de pensar. Criatividade é quase irrelevante. E não digo isso para insultar o "Financial Times", mas para elogiá-lo. Por duas décadas, o pessoal dos negócios vem falando asneiras sobre o que significa ser criativo. A interpretação predominante é de que mais criatividade é melhor do que menos criatividade —e "criatividade demais" é uma ideia inconcebível. No LinkedIn, existem cerca de dois milhões de pessoas com o termo "criação" ou "criatividade" na descrição de seu cargo. No site de empregos Indeed, há 32 mil vagas especificando que é preciso criatividade só em Londres, ante apenas 2.700 que requerem polidez e míseras 300 que pedem cooperação. É intrigante, se você levar em conta que polidez e cooperação são traços vitais para todos os empregos que conheço, enquanto a maioria das empresas têm uso zero para verdadeira criatividade. A praga da criatividade se espalhou tanto que chegou até um departamento onde no passado era vista como tabu —a contabilidade. A AstraZeneca, que está em busca de alguém para planejar seus fluxos de caixa, se vangloria no anúncio de emprego sobre uma atmosfera na qual as pessoas são "recompensadas por suas ideias e criatividade". Os especialistas em gestão jogam lenha na fogueira por meio de pesquisas cada vez mais idiotas. A mais cretina foi publicada pela "Harvard Business Review" e recomenda que as empresas deem aos seus empregados títulos absurdos como "imagineiros" para torná-los mais criativos. O mais preocupante é que o artigo destaca como especialmente louvável a descrição "artistas do sanduíche", para o pessoal da rede Subway que coloca peito de peru e queijo no meio de duas fatias de pão. Não só é condescendente esperar que esses azarados trabalhadores se sintam entusiasmados por causa de um nome assim estúpido como criatividade claramente não é aquilo que a empresa está buscando. Se você é uma máquina mundial que produz 4.800 sanduíches Subway por minuto, criatividade na linha de produção não é recomendado. Na semana passada, encontrei o primeiro sinal de que o culto à criatividade pode ter chegado ao seu pico e começado a decair. O site Fast Company publicou um artigo intitulado "como ser menos criativo no trabalho, e por que você às vezes deveria seguir essa recomendação". O argumento era o de que excesso de criatividade pode tornar o trabalhador irritante aos olhos do chefe, e que muitas vezes a coisa inteligente a fazer, para uma empresa, é esquecer ideias novas e seguir fazendo o que faz. Existem duas coisas extraordinárias na recomendação. Para começar, ela está certa. Segundo, foi publicada por uma organização que fez mais do que qualquer outra para promover essa tendência insensata. A dúbia missão da Fast Company é inspirar "uma nova safra de líderes de pensamento criativos e inovadores que inventem ativamente o futuro dos negócios". Pode ser que os trabalhadores comuns tenham começado a se irritar, depois de duas décadas de criatividade compulsória. Na semana passada, a Kantar Media, do grupo WPP, convidou todo o seu pessoal a se reunir em salas de diferentes continentes e brincar com blocos Lego, construindo versões pessoais de um "mundo extraordinário". Será que eles achavam que adultos fingindo ser crianças e brincando com bloquinhos coloridos deflagrariam uma imensa onda de criatividade? Bem, nem todos os participantes concordariam. Um funcionário me mandou um e-mail depois daquele dia deprimente, e como tema escreveu "a coisa mais absurda que já aconteceu no meu lugar de trabalho". O dicionário Merriam-Webster define criatividade como "a capacidade de fazer coisas novas ou pensar em ideias novas". Não restam muitas ideias novas, e a maioria das que restam são ou muito ruins ou tão novas que as pessoas comuns não conseguem reconhecê-las como boas. Van Gogh, afinal, só vendeu um quadro em vida. Há raríssimas pessoas capazes de ideias genuinamente novas. Conheço apenas duas: um é poeta e o outro é inventor. Os dois fazem as coisas completamente ao seu modo. Nenhum deles tem muito dinheiro; nenhum duraria cinco minutos em um emprego empresarial —odiariam seu trabalho, e seu trabalho os odiaria. Para sobreviver, empresas precisam mudar, de vez em quando. Precisam fazer as coisas de maneira ligeiramente diferente da maneira pela qual eram feitas antes - mas para isso não necessitam de criatividade. Precisam de pessoas com inteligência e julgamento, para selecionar as variações corretas de ideias existentes. Mais que isso, precisam de pessoas com a determinação necessária a testar essas ideias, alterá-las da maneira necessária e transformá-las em vendas. Tradução de PAULO MIGLIACCI | colunas | Praga da criatividade compulsória pode estar se extinguindoNão sou criativa. E o mesmo se aplica à maioria dos meus colegas. O "Financial Times" emprega pessoas inteligentes que sabem como identificar assuntos para reportagens, escrevê-las elegantemente e oferecer aos leitores a combinação certa de familiaridade e surpresa. Experiência, conhecimento, prática, julgamento, técnica e inteligência influenciam o processo. Capacidade de escrever também. E de pensar. Criatividade é quase irrelevante. E não digo isso para insultar o "Financial Times", mas para elogiá-lo. Por duas décadas, o pessoal dos negócios vem falando asneiras sobre o que significa ser criativo. A interpretação predominante é de que mais criatividade é melhor do que menos criatividade —e "criatividade demais" é uma ideia inconcebível. No LinkedIn, existem cerca de dois milhões de pessoas com o termo "criação" ou "criatividade" na descrição de seu cargo. No site de empregos Indeed, há 32 mil vagas especificando que é preciso criatividade só em Londres, ante apenas 2.700 que requerem polidez e míseras 300 que pedem cooperação. É intrigante, se você levar em conta que polidez e cooperação são traços vitais para todos os empregos que conheço, enquanto a maioria das empresas têm uso zero para verdadeira criatividade. A praga da criatividade se espalhou tanto que chegou até um departamento onde no passado era vista como tabu —a contabilidade. A AstraZeneca, que está em busca de alguém para planejar seus fluxos de caixa, se vangloria no anúncio de emprego sobre uma atmosfera na qual as pessoas são "recompensadas por suas ideias e criatividade". Os especialistas em gestão jogam lenha na fogueira por meio de pesquisas cada vez mais idiotas. A mais cretina foi publicada pela "Harvard Business Review" e recomenda que as empresas deem aos seus empregados títulos absurdos como "imagineiros" para torná-los mais criativos. O mais preocupante é que o artigo destaca como especialmente louvável a descrição "artistas do sanduíche", para o pessoal da rede Subway que coloca peito de peru e queijo no meio de duas fatias de pão. Não só é condescendente esperar que esses azarados trabalhadores se sintam entusiasmados por causa de um nome assim estúpido como criatividade claramente não é aquilo que a empresa está buscando. Se você é uma máquina mundial que produz 4.800 sanduíches Subway por minuto, criatividade na linha de produção não é recomendado. Na semana passada, encontrei o primeiro sinal de que o culto à criatividade pode ter chegado ao seu pico e começado a decair. O site Fast Company publicou um artigo intitulado "como ser menos criativo no trabalho, e por que você às vezes deveria seguir essa recomendação". O argumento era o de que excesso de criatividade pode tornar o trabalhador irritante aos olhos do chefe, e que muitas vezes a coisa inteligente a fazer, para uma empresa, é esquecer ideias novas e seguir fazendo o que faz. Existem duas coisas extraordinárias na recomendação. Para começar, ela está certa. Segundo, foi publicada por uma organização que fez mais do que qualquer outra para promover essa tendência insensata. A dúbia missão da Fast Company é inspirar "uma nova safra de líderes de pensamento criativos e inovadores que inventem ativamente o futuro dos negócios". Pode ser que os trabalhadores comuns tenham começado a se irritar, depois de duas décadas de criatividade compulsória. Na semana passada, a Kantar Media, do grupo WPP, convidou todo o seu pessoal a se reunir em salas de diferentes continentes e brincar com blocos Lego, construindo versões pessoais de um "mundo extraordinário". Será que eles achavam que adultos fingindo ser crianças e brincando com bloquinhos coloridos deflagrariam uma imensa onda de criatividade? Bem, nem todos os participantes concordariam. Um funcionário me mandou um e-mail depois daquele dia deprimente, e como tema escreveu "a coisa mais absurda que já aconteceu no meu lugar de trabalho". O dicionário Merriam-Webster define criatividade como "a capacidade de fazer coisas novas ou pensar em ideias novas". Não restam muitas ideias novas, e a maioria das que restam são ou muito ruins ou tão novas que as pessoas comuns não conseguem reconhecê-las como boas. Van Gogh, afinal, só vendeu um quadro em vida. Há raríssimas pessoas capazes de ideias genuinamente novas. Conheço apenas duas: um é poeta e o outro é inventor. Os dois fazem as coisas completamente ao seu modo. Nenhum deles tem muito dinheiro; nenhum duraria cinco minutos em um emprego empresarial —odiariam seu trabalho, e seu trabalho os odiaria. Para sobreviver, empresas precisam mudar, de vez em quando. Precisam fazer as coisas de maneira ligeiramente diferente da maneira pela qual eram feitas antes - mas para isso não necessitam de criatividade. Precisam de pessoas com inteligência e julgamento, para selecionar as variações corretas de ideias existentes. Mais que isso, precisam de pessoas com a determinação necessária a testar essas ideias, alterá-las da maneira necessária e transformá-las em vendas. Tradução de PAULO MIGLIACCI | 1 |
Diego Dutra Goulart: Audiência de custódia à brasileira | Após iniciativa do TJSP iniciou-se na semana passada em São Paulo a audiência de custódia. Referida iniciativa tem por alegado escopo disciplinar tratado internacional, mas é incompatível com o nosso ordenamento jurídico. O tratado internacional em questão é a Convenção Americana de Direitos Humanos. Ela diz que "toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais (...)". O texto não fala em audiência, em prazo de 24 horas e, muito menos, em encaminhamento necessário ao juiz. Atualmente, a pessoa ao ser presa em flagrante tem sua detenção comunicada imediatamente ao juiz, ao Ministério Público, bem como à família e, em até 24 horas após a realização da prisão, é encaminhado ao juiz o auto de prisão em flagrante, seguindo cópia à Defensoria Pública, caso não seja indicado advogado (art. 306, CPP). Portanto, qualquer violação a direito do preso já é verificada pelo defensor e pelo delegado de polícia, a quem o preso apresenta a sua versão sobre os fatos. Ademais, em até 24 horas, o juiz já avalia não só a versão do preso, mas também todos os pedidos da defesa, decidindo se a pessoa detida deve ficar presa ou se pode ser solta aplicando-se medidas alternativas. Então, o que muda com a audiência de custódia? O provimento do TJSP diz que o preso deve ser apresentado ao juiz para tratar de "circunstâncias objetivas" (não relacionadas ao mérito). Desse modo, passaremos a ter um interrogatório feito pela autoridade policial no qual o custodiado apresenta a sua versão para os fatos. Na sequência, ainda no prazo de 24 horas, o preso segue para audiência com o juiz para tratar de questões "objetivas" (por exemplo, para dizer se foi agredido ao confessar). Nos países em que se adota a audiência de custódia (ou o equivalente) há duas grandes diferenças: não há interrogatório policial nos moldes que nós temos e o preso deve ser apresentado ao juiz para apresentar a ele a sua versão dos fatos (e não apenas para falar de questões objetivas). Ademais, nos outros países o preso não é encaminhado ao juiz do caso, mas sim a um "outro juiz", que atua apenas na fase de investigação. A existência desse "outro juiz" (de instrução ou de garantia) é essencial. Isso porque tudo o que preso em flagrante disser, caso se dirija ao seu julgador, sem conhecer as provas que servirão de base à acusação, poderá resultar em seu prejuízo. Agora, em São Paulo, o preso dará a sua versão dos fatos ao delegado de polícia e será deslocado ao fórum (com destacamento de viaturas e policiais) para, na presença do juiz, falar apenas sobre "questões objetivas" de sua prisão. O Brasil talvez seja caso único em que se tem a figura do delegado de polícia. Nos outros países, é o Ministério Público que realiza a investigação e o preso é encaminhado somente ao juiz, apresentando a ele toda a versão dos fatos. É isso que precisamos decidir. Ou se aceita este modelo com interrogatório e demais atos judicias praticados pelo delegado de polícia (como a previsão legal para a concessão de liberdade provisória) ou dever-se-ia iniciar debate para a modificação do nosso sistema pré-processual penal (seguindo-se a regra mundial, com a extinção do inquérito policial, a investigação criminal presidida pelo Ministério Público e controle realizado pelo juiz). O que não pode é continuarmos com constante desconfiança do Estado ao trabalho da polícia e com "remendos" a um sistema que aparentemente não é bem aceito. A audiência do preso em flagrante com o juiz da causa (embora, na fase de implantação da audiência, o TJSP estabeleça que ela será feita por juízes "designados" e não pelo juiz da causa), resulta em modificação tópica sem efetividade, inclusive ao controle da legalidade da prisão. Vê-se, assim, que a audiência de custódia à brasileira é, em verdade, mais uma tentativa de controle da atividade policial que apenas nos conduz a um ordenamento burocrático, moroso e disfuncional. DIEGO DUTRA GOULART é promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo e bacharel em direito pela PUC-SP * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | opiniao | Diego Dutra Goulart: Audiência de custódia à brasileiraApós iniciativa do TJSP iniciou-se na semana passada em São Paulo a audiência de custódia. Referida iniciativa tem por alegado escopo disciplinar tratado internacional, mas é incompatível com o nosso ordenamento jurídico. O tratado internacional em questão é a Convenção Americana de Direitos Humanos. Ela diz que "toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais (...)". O texto não fala em audiência, em prazo de 24 horas e, muito menos, em encaminhamento necessário ao juiz. Atualmente, a pessoa ao ser presa em flagrante tem sua detenção comunicada imediatamente ao juiz, ao Ministério Público, bem como à família e, em até 24 horas após a realização da prisão, é encaminhado ao juiz o auto de prisão em flagrante, seguindo cópia à Defensoria Pública, caso não seja indicado advogado (art. 306, CPP). Portanto, qualquer violação a direito do preso já é verificada pelo defensor e pelo delegado de polícia, a quem o preso apresenta a sua versão sobre os fatos. Ademais, em até 24 horas, o juiz já avalia não só a versão do preso, mas também todos os pedidos da defesa, decidindo se a pessoa detida deve ficar presa ou se pode ser solta aplicando-se medidas alternativas. Então, o que muda com a audiência de custódia? O provimento do TJSP diz que o preso deve ser apresentado ao juiz para tratar de "circunstâncias objetivas" (não relacionadas ao mérito). Desse modo, passaremos a ter um interrogatório feito pela autoridade policial no qual o custodiado apresenta a sua versão para os fatos. Na sequência, ainda no prazo de 24 horas, o preso segue para audiência com o juiz para tratar de questões "objetivas" (por exemplo, para dizer se foi agredido ao confessar). Nos países em que se adota a audiência de custódia (ou o equivalente) há duas grandes diferenças: não há interrogatório policial nos moldes que nós temos e o preso deve ser apresentado ao juiz para apresentar a ele a sua versão dos fatos (e não apenas para falar de questões objetivas). Ademais, nos outros países o preso não é encaminhado ao juiz do caso, mas sim a um "outro juiz", que atua apenas na fase de investigação. A existência desse "outro juiz" (de instrução ou de garantia) é essencial. Isso porque tudo o que preso em flagrante disser, caso se dirija ao seu julgador, sem conhecer as provas que servirão de base à acusação, poderá resultar em seu prejuízo. Agora, em São Paulo, o preso dará a sua versão dos fatos ao delegado de polícia e será deslocado ao fórum (com destacamento de viaturas e policiais) para, na presença do juiz, falar apenas sobre "questões objetivas" de sua prisão. O Brasil talvez seja caso único em que se tem a figura do delegado de polícia. Nos outros países, é o Ministério Público que realiza a investigação e o preso é encaminhado somente ao juiz, apresentando a ele toda a versão dos fatos. É isso que precisamos decidir. Ou se aceita este modelo com interrogatório e demais atos judicias praticados pelo delegado de polícia (como a previsão legal para a concessão de liberdade provisória) ou dever-se-ia iniciar debate para a modificação do nosso sistema pré-processual penal (seguindo-se a regra mundial, com a extinção do inquérito policial, a investigação criminal presidida pelo Ministério Público e controle realizado pelo juiz). O que não pode é continuarmos com constante desconfiança do Estado ao trabalho da polícia e com "remendos" a um sistema que aparentemente não é bem aceito. A audiência do preso em flagrante com o juiz da causa (embora, na fase de implantação da audiência, o TJSP estabeleça que ela será feita por juízes "designados" e não pelo juiz da causa), resulta em modificação tópica sem efetividade, inclusive ao controle da legalidade da prisão. Vê-se, assim, que a audiência de custódia à brasileira é, em verdade, mais uma tentativa de controle da atividade policial que apenas nos conduz a um ordenamento burocrático, moroso e disfuncional. DIEGO DUTRA GOULART é promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo e bacharel em direito pela PUC-SP * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 7 |
Walter Feldman: Paixão e rancor | No domingo passado (10), o jornalista Juca Kfouri, como de praxe, publicou mais uma coluna rancorosa nesta Folha. Dessa vez, em relação a mim e à CBF. Quero, de início, dar meu testemunho sobre os diretores, funcionários e colaboradores da confederação, que são profissionais bem formados, dedicados, comprometidos, enfim, homens e mulheres de bem que não merecem ter sua honra atingida. Aqueles que me conhecem sabem que o ódio não é meu forte, que tenho aversão à intolerância. Ao longo dos últimos 40 anos na vida pública, dediquei-me à construção de pontes, levando o diálogo à exaustão em momentos em que as barreiras pareciam insuperáveis. Não compactuo com a ideia de destruir por destruir e acredito que visões radicais são caminho para o atraso. Vou deixar de lado as ofensas pessoais que Juca Kfouri pratica. Vamos ao que ele diz, como um colunista que teria, supostamente, a função de informar seus leitores. Juca afirma "que a nova direção [da CBF] de nova só tem a maquiagem". Não é verdade. Juca é contra o "fair play", como é contra tudo o que acontece no futebol. Dentro e fora de campo, desmerece vitórias e comemora insucessos com mais vigor do que qualquer adversário. Mas na esfera administrativa, nos regulamentos de competição, clubes e CBF dão passos decisivos de avanço. Não se importam com as críticas e realizam "fair play", o trabalhista, por exemplo, por unanimidade de votos das séries A, B e C. Se atrasar salário, perde pontos. O presidente Marco Polo Del Nero assumiu em 16 de abril pronto para dar uma arrancada modernizadora para o futebol brasileiro. O primeiro Congresso do Futebol Brasileiro vem aí, aberto a todos. A todos. A nova direção da entidade tem mais do que projetos, tem determinação. A pleno vapor está o planejamento para os próximos 20 anos do futebol nacional. A CBF não trabalha só. Ouve os clubes, as federações, edita regulamentos a várias mãos, convida a participar. Só nesses poucos dias de gestão reunimos em seminários treinadores, médicos e gestores de clubes. Foi criada a área de planejamento estratégico com a missão de coordenar as novas práticas: cursos de capacitação e reciclagem, certificação pelo ISO 9001 das áreas-fim, sustentabilidade, novo modelo organizacional, nova identidade de marca, pesquisas de opinião, regras de governança, "compliance", orçamento base zero, só para começar. Caminham em paralelo a comissão de clubes e o grupo de trabalho para discussão da relação entre clubes e atletas, com larga participação dos artistas da bola. Terão ênfase temas como calendário e previdência. Com tantas inovações, pode-se prever muita irritação nas colunas de Juca Kfouri, que já tem a verdade definitiva assentada em sua cabeça, que parte do pressuposto de que tudo no futebol brasileiro é ruim, que nossos jogadores são barnabés e que tudo que o futebol faz é desprezível. Gostamos do desafio de elevar nosso popular esporte a um patamar cada vez mais formador, competitivo, justo e social. Felizmente, Juca e eu estamos em campos opostos. Ele gosta de medida arbitrária. Eu, do debate democrático. Ele coloca a certeza empedernida adiante dos fatos. Eu, não. Eu vejo magia nos campos. Ele vê bruxarias. Eu acho que futebol é paixão. Ele acha que é rancor. Eu amo futebol. Ele, talvez, simplesmente, não ame. WALTER FELDMAN, 61, médico, é secretário-geral da CBF - Confederação Brasileira de Futebol. Foi deputado federal pelo PSB-SP * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | opiniao | Walter Feldman: Paixão e rancorNo domingo passado (10), o jornalista Juca Kfouri, como de praxe, publicou mais uma coluna rancorosa nesta Folha. Dessa vez, em relação a mim e à CBF. Quero, de início, dar meu testemunho sobre os diretores, funcionários e colaboradores da confederação, que são profissionais bem formados, dedicados, comprometidos, enfim, homens e mulheres de bem que não merecem ter sua honra atingida. Aqueles que me conhecem sabem que o ódio não é meu forte, que tenho aversão à intolerância. Ao longo dos últimos 40 anos na vida pública, dediquei-me à construção de pontes, levando o diálogo à exaustão em momentos em que as barreiras pareciam insuperáveis. Não compactuo com a ideia de destruir por destruir e acredito que visões radicais são caminho para o atraso. Vou deixar de lado as ofensas pessoais que Juca Kfouri pratica. Vamos ao que ele diz, como um colunista que teria, supostamente, a função de informar seus leitores. Juca afirma "que a nova direção [da CBF] de nova só tem a maquiagem". Não é verdade. Juca é contra o "fair play", como é contra tudo o que acontece no futebol. Dentro e fora de campo, desmerece vitórias e comemora insucessos com mais vigor do que qualquer adversário. Mas na esfera administrativa, nos regulamentos de competição, clubes e CBF dão passos decisivos de avanço. Não se importam com as críticas e realizam "fair play", o trabalhista, por exemplo, por unanimidade de votos das séries A, B e C. Se atrasar salário, perde pontos. O presidente Marco Polo Del Nero assumiu em 16 de abril pronto para dar uma arrancada modernizadora para o futebol brasileiro. O primeiro Congresso do Futebol Brasileiro vem aí, aberto a todos. A todos. A nova direção da entidade tem mais do que projetos, tem determinação. A pleno vapor está o planejamento para os próximos 20 anos do futebol nacional. A CBF não trabalha só. Ouve os clubes, as federações, edita regulamentos a várias mãos, convida a participar. Só nesses poucos dias de gestão reunimos em seminários treinadores, médicos e gestores de clubes. Foi criada a área de planejamento estratégico com a missão de coordenar as novas práticas: cursos de capacitação e reciclagem, certificação pelo ISO 9001 das áreas-fim, sustentabilidade, novo modelo organizacional, nova identidade de marca, pesquisas de opinião, regras de governança, "compliance", orçamento base zero, só para começar. Caminham em paralelo a comissão de clubes e o grupo de trabalho para discussão da relação entre clubes e atletas, com larga participação dos artistas da bola. Terão ênfase temas como calendário e previdência. Com tantas inovações, pode-se prever muita irritação nas colunas de Juca Kfouri, que já tem a verdade definitiva assentada em sua cabeça, que parte do pressuposto de que tudo no futebol brasileiro é ruim, que nossos jogadores são barnabés e que tudo que o futebol faz é desprezível. Gostamos do desafio de elevar nosso popular esporte a um patamar cada vez mais formador, competitivo, justo e social. Felizmente, Juca e eu estamos em campos opostos. Ele gosta de medida arbitrária. Eu, do debate democrático. Ele coloca a certeza empedernida adiante dos fatos. Eu, não. Eu vejo magia nos campos. Ele vê bruxarias. Eu acho que futebol é paixão. Ele acha que é rancor. Eu amo futebol. Ele, talvez, simplesmente, não ame. WALTER FELDMAN, 61, médico, é secretário-geral da CBF - Confederação Brasileira de Futebol. Foi deputado federal pelo PSB-SP * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 7 |
Os trechos mais constrangedores da obra de Paulo Freire | Paulo Freire morreu há 20 anos, mas ainda é um dos autores mais lidos e citados nas aulas de pedagogia do Brasil. Eis um bom momento para lembrar alguns trechos não exatamente louváveis de seus livros. "Pedagogia do Oprimido" foi publicado em 1968. É um livro datado, escrito no calor da militância comunista contra a ditadura militar. Tudo ali gira em torno de "elites opressoras" e "povo oprimido" —um marxismo grosseiro que mesmo naquela época já estava obsoleto. Alguns trechos de "Pedagogia do Oprimido" dão a impressão de que Paulo Freire foi professor de Dilma Rousseff. São tão incompreensíveis quanto os discursos da ex-presidente: Na verdade, não há eu que se constitua sem um não-eu. Por sua vez, o não-eu constituinte do eu se constitui na constituição do eu constituído. Desta forma, o mundo constituinte da consciência se torna mundo da consciência, um percebido objetivo seu, ao qual se intenciona. Daí a afirmação de Sartre, anteriormente citada: "consciência e mundo se dão ao mesmo tempo". Paulo Freire tinha um gosto especial por transformar ditadores e assassinos em mestres da educação. Fidel Castro, Che Guevara, Lênin e Mao Tsé-Tung são referências frequentes em "Pedagogia do Oprimido". Fidel aparece como exemplo da liderança baseada "num diálogo com as massas que dificilmente se rompe" e numa "empatia quase imediata entre as massas e a liderança revolucionária". Che Guevara, guerrilheiro e carrasco de dissidentes no presídio de La Cabaña, ganha algumas páginas de pura adulação, como neste trecho: Foi assim, no seu diálogo com as massas camponesas, que sua práxis revolucionária tomou um sentido definitivo. Mas, o que não expressou Guevara, talvez por sua humildade, é que foram exatamente esta humildade e a sua capacidade de amar, que possibilitaram a sua "comunhão" com o povo. E esta comunhão, indubitavelmente dialógica, se fez co-laboração (sic). Paulo Freire faz um certo contorcionismo verbal para defender a violência revolucionária. Cita um médico cubano para quem "a revolução implica em três 'P' —Palavra, Povo e Pólvora". E abusa da poesia para concluir que a violência dos guerrilheiros na verdade não é violência, mas amor: Inauguram a violência os que oprimem, os que exploram, os que não se reconhecem nos outros; não os oprimidos, os explorados, os que não são reconhecidos pelos que os oprimem como outro. (...) Na verdade, porém, por paradoxal que possa parecer, na resposta dos oprimidos à violência dos opressores é que vamos encontrar o gesto de amor. Consciente ou inconscientemente, o ato de rebelião dos oprimidos, que é sempre tão ou quase tão violento quanto a violência que os cria, este ato dos oprimidos, sim, pode inaugurar o amor. Um ano antes de sua morte, em 1996, Paulo Freire publicou "Pedagogia da Autonomia". O livro tem menos citações a líderes comunistas, mas reproduz as mesmas teses de "Pedagogia do Oprimido". Como é comum hoje em dia, especialmente entre professores de história, Freire não vê diferença entre doutrinação e educação. Diz com todas as letras que seu objetivo é criar um exército de revolucionários: Uma das questões centrais com que temos de lidar é a promoção de posturas rebeldes em posturas revolucionárias que nos engajam no processo radical de transformação do mundo. A rebeldia é ponto de partida indispensável, é deflagração da justa ira, mas não é suficiente. A rebeldia enquanto denúncia precisa se alongar até uma posição mais radical e crítica, a revolucionária, fundamentalmente anunciadora. Em resumo, o que o pedagogo recomendava era muita doutrinação e pouquíssimo conteúdo. De fato, Paulo Freire tem todo o mérito em ser considerado o patrono da atual situação da educação brasileira. | colunas | Os trechos mais constrangedores da obra de Paulo FreirePaulo Freire morreu há 20 anos, mas ainda é um dos autores mais lidos e citados nas aulas de pedagogia do Brasil. Eis um bom momento para lembrar alguns trechos não exatamente louváveis de seus livros. "Pedagogia do Oprimido" foi publicado em 1968. É um livro datado, escrito no calor da militância comunista contra a ditadura militar. Tudo ali gira em torno de "elites opressoras" e "povo oprimido" —um marxismo grosseiro que mesmo naquela época já estava obsoleto. Alguns trechos de "Pedagogia do Oprimido" dão a impressão de que Paulo Freire foi professor de Dilma Rousseff. São tão incompreensíveis quanto os discursos da ex-presidente: Na verdade, não há eu que se constitua sem um não-eu. Por sua vez, o não-eu constituinte do eu se constitui na constituição do eu constituído. Desta forma, o mundo constituinte da consciência se torna mundo da consciência, um percebido objetivo seu, ao qual se intenciona. Daí a afirmação de Sartre, anteriormente citada: "consciência e mundo se dão ao mesmo tempo". Paulo Freire tinha um gosto especial por transformar ditadores e assassinos em mestres da educação. Fidel Castro, Che Guevara, Lênin e Mao Tsé-Tung são referências frequentes em "Pedagogia do Oprimido". Fidel aparece como exemplo da liderança baseada "num diálogo com as massas que dificilmente se rompe" e numa "empatia quase imediata entre as massas e a liderança revolucionária". Che Guevara, guerrilheiro e carrasco de dissidentes no presídio de La Cabaña, ganha algumas páginas de pura adulação, como neste trecho: Foi assim, no seu diálogo com as massas camponesas, que sua práxis revolucionária tomou um sentido definitivo. Mas, o que não expressou Guevara, talvez por sua humildade, é que foram exatamente esta humildade e a sua capacidade de amar, que possibilitaram a sua "comunhão" com o povo. E esta comunhão, indubitavelmente dialógica, se fez co-laboração (sic). Paulo Freire faz um certo contorcionismo verbal para defender a violência revolucionária. Cita um médico cubano para quem "a revolução implica em três 'P' —Palavra, Povo e Pólvora". E abusa da poesia para concluir que a violência dos guerrilheiros na verdade não é violência, mas amor: Inauguram a violência os que oprimem, os que exploram, os que não se reconhecem nos outros; não os oprimidos, os explorados, os que não são reconhecidos pelos que os oprimem como outro. (...) Na verdade, porém, por paradoxal que possa parecer, na resposta dos oprimidos à violência dos opressores é que vamos encontrar o gesto de amor. Consciente ou inconscientemente, o ato de rebelião dos oprimidos, que é sempre tão ou quase tão violento quanto a violência que os cria, este ato dos oprimidos, sim, pode inaugurar o amor. Um ano antes de sua morte, em 1996, Paulo Freire publicou "Pedagogia da Autonomia". O livro tem menos citações a líderes comunistas, mas reproduz as mesmas teses de "Pedagogia do Oprimido". Como é comum hoje em dia, especialmente entre professores de história, Freire não vê diferença entre doutrinação e educação. Diz com todas as letras que seu objetivo é criar um exército de revolucionários: Uma das questões centrais com que temos de lidar é a promoção de posturas rebeldes em posturas revolucionárias que nos engajam no processo radical de transformação do mundo. A rebeldia é ponto de partida indispensável, é deflagração da justa ira, mas não é suficiente. A rebeldia enquanto denúncia precisa se alongar até uma posição mais radical e crítica, a revolucionária, fundamentalmente anunciadora. Em resumo, o que o pedagogo recomendava era muita doutrinação e pouquíssimo conteúdo. De fato, Paulo Freire tem todo o mérito em ser considerado o patrono da atual situação da educação brasileira. | 1 |
Mulher de foto icônica dos ataques do 11 de Setembro morre de câncer | Marcy Borders, que aparece em uma foto icônica dos ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova York, morreu de câncer de estômago na segunda-feira (24) aos 42 anos, anunciou sua família nesta quarta (26). Ela tinha 28 anos no momento dos ataques e trabalhava há apenas um mês no Bank of America, localizado em uma das torres gêmeas do World Trade Center, quando os atentados ocorreram. Quando uma das torres desabou, ela correu para se proteger em um edifício de escritórios próximo, onde o fotógrafo da AFP Stan Honda fez uma foto que a mostrava completamente coberta com uma grande camada de poeira, tornando-a conhecida como "a mulher da poeira". Na foto, o ar aparentava estar pesado e Marcy, que demonstrava estar chocada, estava coberta de poeira, cercada por uma luz amarelada. Uma parte de Marcy morreu naquele dia fatídico, segundo a família. "Não consigo acreditar que minha irmã se foi", escreveu seu irmão Michael Borders no Facebook, pedindo orações das pessoas. Marcy atribuía seu câncer à inalação de poeira durante o atentado. Após os ataques, Marcy entrou em depressão profunda com abuso de álcool e drogas, da qual eventualmente conseguiu se recuperar. Ela perdeu seu emprego no Bank of America depois de ter ignorado várias ofertas de transferência. Marcy passou muito tempo reclusa em seu apartamento de dois quartos em uma das áreas mais pobres de Bayonne, em Nova Jersey. "Ainda vivo com medo. Não consigo pensar estar lá, naqueles alvos, nas pontes, nos túneis, nas estações (de metrô)", disse à AFP em uma entrevista concedida em março de 2012. tweet | mundo | Mulher de foto icônica dos ataques do 11 de Setembro morre de câncerMarcy Borders, que aparece em uma foto icônica dos ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova York, morreu de câncer de estômago na segunda-feira (24) aos 42 anos, anunciou sua família nesta quarta (26). Ela tinha 28 anos no momento dos ataques e trabalhava há apenas um mês no Bank of America, localizado em uma das torres gêmeas do World Trade Center, quando os atentados ocorreram. Quando uma das torres desabou, ela correu para se proteger em um edifício de escritórios próximo, onde o fotógrafo da AFP Stan Honda fez uma foto que a mostrava completamente coberta com uma grande camada de poeira, tornando-a conhecida como "a mulher da poeira". Na foto, o ar aparentava estar pesado e Marcy, que demonstrava estar chocada, estava coberta de poeira, cercada por uma luz amarelada. Uma parte de Marcy morreu naquele dia fatídico, segundo a família. "Não consigo acreditar que minha irmã se foi", escreveu seu irmão Michael Borders no Facebook, pedindo orações das pessoas. Marcy atribuía seu câncer à inalação de poeira durante o atentado. Após os ataques, Marcy entrou em depressão profunda com abuso de álcool e drogas, da qual eventualmente conseguiu se recuperar. Ela perdeu seu emprego no Bank of America depois de ter ignorado várias ofertas de transferência. Marcy passou muito tempo reclusa em seu apartamento de dois quartos em uma das áreas mais pobres de Bayonne, em Nova Jersey. "Ainda vivo com medo. Não consigo pensar estar lá, naqueles alvos, nas pontes, nos túneis, nas estações (de metrô)", disse à AFP em uma entrevista concedida em março de 2012. tweet | 4 |
Trapaça da Volkswagen abala montadoras europeias de automóveis | O setor automobilístico europeu sofreu um abalo nesta segunda-feira (21) depois que as ações da Volkswagen caíram em 20% quando a companhia admitiu ter trapaceado em testes de emissões nos Estados Unidos, o que causou apelos por investigação mais ampla do setor. A capitalização de mercado da Volkswagen caiu em mais de 13 bilhões de euros, deflagrando uma onda de baixa nas ações de montadoras, depois que o presidente-executivo do grupo, Martin Winterkorn, se desculpou e ordenou a realização de uma investigação sobre o assunto por especialistas externos. O governo alemão pediu uma investigação rápida sobre a possibilidade de que a Volkswagen e outras montadoras tenham manipulado testes de emissões também na Alemanha. Sigmar Gabriel, primeiro-ministro assistente do país, disse que se tratava de "um mau episódio" para o setor automobilístico. A segunda maior montadora de automóveis do planeta foi instruída na sexta-feira a ordenar o recall de meio milhão de automóveis nos Estados Unidos, depois de ter admitido à Agência de Proteção Ambiental (EPA) norte-americana que havia instalado "dispositivos manipuladores" que permitem que seus carros contornem os padrões ambientais. A EPA e o Conselho de Recursos do Ar da Califórnia agora estão obtendo veículos de outros fabricantes para testar o possível uso de trapaças semelhantes, enquanto Berlim planeja averiguar se os dados sobre emissões foram manipulados. A notícia provocou queda nas ações das montadoras. Daimler, BMW, Renault e PSA-Peugeot Citroën registraram forte onda de vendas devido a preocupações dos investidores quanto à potencial escala do custo em que o setor como um todo terá que incorrer. A Volkswagen enfrenta bilhões de dólares em multas e custos de garantia, possíveis acusações criminais contra seus executivos e processos judiciais coletivos da parte dos motoristas dos Estados Unidos. Stuart Pearson, analista do Exane BNP Paribas, disse que era improvável que a Volkswagen tenha sido a única empresa a manipular o sistema, em todo o mundo. "A manipulação de resultados de testes de emissão parece ter se tornado o momento Libor do setor automobilístico". A Comissão Europeia anunciou que estava encarando o assunto "com muita seriedade" e que estava em contato tanto com a Volkswagen quanto com a EPA. Um dos 10 maiores acionistas da Volkswagen disse que o incidente seria muito custoso para a reputação da companhia. "Existe escopo para ampla gama de processos, em muitas jurisdições. A questão a perguntar é: o problema é setorial? Outros grupos automobilísticos admitirão trapaças semelhantes?", disse o acionista. Jochen Flashbart, ministro assistente do Meio Ambiente na Alemanha, disse que "estamos diante de um caso de gritante fraude contra o consumidor e de dano ao meio ambiente. Espero que a Volkswagen revele, na íntegra, como e em que escala esse tipo de manipulação aconteceu". Grupos de ativistas há muito suspeitavam que as montadoras usassem "dispositivos manipuladores", e descobriram exemplos de veículos cujo consumo de combustível em uso prático era muito pior que o anunciado, e de emissões de óxido de nitrogênio muito superiores às alardeadas. O algoritmo de software nos "dispositivos manipuladores" é parte, eles afirmam, de um conjunto mais amplo de truques usados para contornar os testes de laboratório em uso, vistos em geral como completamente obsoletos. A agência de classificação de crédito Fitch alertou que a Volkswagen, que tem classificação de crédito A, pode ser rebaixada se o escândalo avançar. Max Warburton, analista da corretora Bernstein, disse que o caso teria consequências para o setor de automóveis como um todo. Montadoras europeias como a Fiat Chrysler vendem proporção muito mais alta de veículos a diesel nos Estados Unidos do que as montadoras norte-americanas ou asiáticas. Tradução de PAULO MIGLIACCI | mercado | Trapaça da Volkswagen abala montadoras europeias de automóveisO setor automobilístico europeu sofreu um abalo nesta segunda-feira (21) depois que as ações da Volkswagen caíram em 20% quando a companhia admitiu ter trapaceado em testes de emissões nos Estados Unidos, o que causou apelos por investigação mais ampla do setor. A capitalização de mercado da Volkswagen caiu em mais de 13 bilhões de euros, deflagrando uma onda de baixa nas ações de montadoras, depois que o presidente-executivo do grupo, Martin Winterkorn, se desculpou e ordenou a realização de uma investigação sobre o assunto por especialistas externos. O governo alemão pediu uma investigação rápida sobre a possibilidade de que a Volkswagen e outras montadoras tenham manipulado testes de emissões também na Alemanha. Sigmar Gabriel, primeiro-ministro assistente do país, disse que se tratava de "um mau episódio" para o setor automobilístico. A segunda maior montadora de automóveis do planeta foi instruída na sexta-feira a ordenar o recall de meio milhão de automóveis nos Estados Unidos, depois de ter admitido à Agência de Proteção Ambiental (EPA) norte-americana que havia instalado "dispositivos manipuladores" que permitem que seus carros contornem os padrões ambientais. A EPA e o Conselho de Recursos do Ar da Califórnia agora estão obtendo veículos de outros fabricantes para testar o possível uso de trapaças semelhantes, enquanto Berlim planeja averiguar se os dados sobre emissões foram manipulados. A notícia provocou queda nas ações das montadoras. Daimler, BMW, Renault e PSA-Peugeot Citroën registraram forte onda de vendas devido a preocupações dos investidores quanto à potencial escala do custo em que o setor como um todo terá que incorrer. A Volkswagen enfrenta bilhões de dólares em multas e custos de garantia, possíveis acusações criminais contra seus executivos e processos judiciais coletivos da parte dos motoristas dos Estados Unidos. Stuart Pearson, analista do Exane BNP Paribas, disse que era improvável que a Volkswagen tenha sido a única empresa a manipular o sistema, em todo o mundo. "A manipulação de resultados de testes de emissão parece ter se tornado o momento Libor do setor automobilístico". A Comissão Europeia anunciou que estava encarando o assunto "com muita seriedade" e que estava em contato tanto com a Volkswagen quanto com a EPA. Um dos 10 maiores acionistas da Volkswagen disse que o incidente seria muito custoso para a reputação da companhia. "Existe escopo para ampla gama de processos, em muitas jurisdições. A questão a perguntar é: o problema é setorial? Outros grupos automobilísticos admitirão trapaças semelhantes?", disse o acionista. Jochen Flashbart, ministro assistente do Meio Ambiente na Alemanha, disse que "estamos diante de um caso de gritante fraude contra o consumidor e de dano ao meio ambiente. Espero que a Volkswagen revele, na íntegra, como e em que escala esse tipo de manipulação aconteceu". Grupos de ativistas há muito suspeitavam que as montadoras usassem "dispositivos manipuladores", e descobriram exemplos de veículos cujo consumo de combustível em uso prático era muito pior que o anunciado, e de emissões de óxido de nitrogênio muito superiores às alardeadas. O algoritmo de software nos "dispositivos manipuladores" é parte, eles afirmam, de um conjunto mais amplo de truques usados para contornar os testes de laboratório em uso, vistos em geral como completamente obsoletos. A agência de classificação de crédito Fitch alertou que a Volkswagen, que tem classificação de crédito A, pode ser rebaixada se o escândalo avançar. Max Warburton, analista da corretora Bernstein, disse que o caso teria consequências para o setor de automóveis como um todo. Montadoras europeias como a Fiat Chrysler vendem proporção muito mais alta de veículos a diesel nos Estados Unidos do que as montadoras norte-americanas ou asiáticas. Tradução de PAULO MIGLIACCI | 2 |
YouTube lança plataforma para transmissão de games ao vivo | O Google está investindo cada vez mais para o YouTube deixar de ser apenas um grande arquivo de vídeos para se tornar uma plataforma on-line de transmissão ao vivo. Nesta quarta-feira (26), a gigante americana lançou o Gaming, um novo serviço para exibir partidas de jogos de videogame em tempo real. Ao acessar a nova ferramenta, o usuário poderá selecionar "youtubers" que estejam fazendo alguma transmissão ao vivo e pesquisar por algum game específico -25 mil títulos, como "The Legend of Zelda" e "Asteroids" terão páginas próprias- ou por canal. Também será possível configurar um lembrete para quando uma "live", como as transmissões ao vivo de games são chamadas, estiver começando. "No YouTube, os games criaram novos gêneros de vídeos, de detonados, críticas e maratonas a demonstrações de jogos musicais e de fazer comida. Agora é a nossa vez de retribuir o favor com algo criado apenas para os jogadores", disse Alan Joyce, gerente de produtos do YouTube, no anúncio da criação do Gaming, em junho. Para quem estiver transmitindo, o YouTube oferecerá algumas vantagens. A primeira é armazenar os vídeos para serem assistidos por qualquer usuário quando quiser, como já acontece no serviço tradicional. A outra opção é que, caso o espectador perca o começo da transmissão, ele poderá assistir desde o inicio, não apenas do ponto em que a "live" está. Também será possível disponibilizar um link único para todas as transmissões. O Gaming estará disponível nos computadores e por aplicativos, para celulares com Android e iOS. Em um primeiro momento foi lançado apenas nos Estados Unidos e Reino Unido, mas já é possível acessá-lo do Brasil. Antes de lançar o YouTube Gaming, o Google já tinha demonstrado interesse nas transmissões de games. A empresa americana chegou a negociar a compra do Twitch, plataforma líder no ramo, mas a perdeu para a Amazon. Embora o Gaming tenha estreado nesta quarta-feira, o YouTube já estava transmitindo partida de games em seu serviço, como, por exemplo, o mundial do jogo "Dota 2", que aconteceu no começo do mês de agosto, em Seattle, nos Estados Unidos, e distribuiu mais de US$ 18 milhões em prêmios. | tec | YouTube lança plataforma para transmissão de games ao vivoO Google está investindo cada vez mais para o YouTube deixar de ser apenas um grande arquivo de vídeos para se tornar uma plataforma on-line de transmissão ao vivo. Nesta quarta-feira (26), a gigante americana lançou o Gaming, um novo serviço para exibir partidas de jogos de videogame em tempo real. Ao acessar a nova ferramenta, o usuário poderá selecionar "youtubers" que estejam fazendo alguma transmissão ao vivo e pesquisar por algum game específico -25 mil títulos, como "The Legend of Zelda" e "Asteroids" terão páginas próprias- ou por canal. Também será possível configurar um lembrete para quando uma "live", como as transmissões ao vivo de games são chamadas, estiver começando. "No YouTube, os games criaram novos gêneros de vídeos, de detonados, críticas e maratonas a demonstrações de jogos musicais e de fazer comida. Agora é a nossa vez de retribuir o favor com algo criado apenas para os jogadores", disse Alan Joyce, gerente de produtos do YouTube, no anúncio da criação do Gaming, em junho. Para quem estiver transmitindo, o YouTube oferecerá algumas vantagens. A primeira é armazenar os vídeos para serem assistidos por qualquer usuário quando quiser, como já acontece no serviço tradicional. A outra opção é que, caso o espectador perca o começo da transmissão, ele poderá assistir desde o inicio, não apenas do ponto em que a "live" está. Também será possível disponibilizar um link único para todas as transmissões. O Gaming estará disponível nos computadores e por aplicativos, para celulares com Android e iOS. Em um primeiro momento foi lançado apenas nos Estados Unidos e Reino Unido, mas já é possível acessá-lo do Brasil. Antes de lançar o YouTube Gaming, o Google já tinha demonstrado interesse nas transmissões de games. A empresa americana chegou a negociar a compra do Twitch, plataforma líder no ramo, mas a perdeu para a Amazon. Embora o Gaming tenha estreado nesta quarta-feira, o YouTube já estava transmitindo partida de games em seu serviço, como, por exemplo, o mundial do jogo "Dota 2", que aconteceu no começo do mês de agosto, em Seattle, nos Estados Unidos, e distribuiu mais de US$ 18 milhões em prêmios. | 10 |