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Raridade no Brasil, 'naming rights' batiza 26 dos 31 estádios da NFL
No Brasil, a negociação dos "naming rights" –direito de dar nome a arenas esportivas–, ainda é algo pouco palpável. Já na liga profissional de futebol americano, um estádio que não seja batizado com um nome de empresa é quase uma aberração. Na NFL, dos 31 estádios homologados para jogos, apenas cinco não lucram com nomes patrocinados, realidade semelhante à registrada em ligas de outros esportes, como basquete e beisebol (veja os valores dos maiores contratos abaixo) O estádio que vai receber a final do campeonato nacional, o Super Bowl, no próximo domingo (7) é um exemplo. Localizado em Santa Clara, na Califórnia, é a casa do tradicional San Francisco 49ers, mas carrega o nome de uma marca de vestuário: Levi's Stadium. Dos clubes da Série A brasileira com estádios próprios, apenas o Palmeiras, quarta maior torcida do Brasil, segundo o Datafolha, recebe algo pelo permissão de batismo de seu estádio, por meio da atual proprietária de sua arena, a WTorre. O contrato com a seguradora Allianz prevê pagamento de R$ 300 milhões em um contrato de 20 anos (média anual de R$ 15 milhões). Deste montante, por força de contrato, o Palmeiras só vai receber 37,5 milhões. A cervejaria Petrópolis patrocina a Arena Pernambuco e a Fonte Nova, na Bahia, estádios públicos, com a marca Itaipava. Paga aos dois estádios R$ 100 milhões por contratos de 10 anos. Na NFL, até o Jacksonville Jaguars, time menos popular entre os 32 participantes da NFL, segundo a tradicional pesquisa do instituto norte-americano Harris Interactive, conseguiu fazer negócio. O banco EverBank renovou, em 2014, por US$ 43,3 milhões (cerca de R$ 173 milhões, R$ 17,3 milhões por ano), o contrato de dez anos para dar nome ao estádio onde o time exerce seus mandos de jogo, no Estado norte-americano da Florida. Naming Rights Maior contrato entre os times da NFL, a seguradora MetLife paga aos dois times de Nova York, Giants e Jets, US$ 400 milhões (R$ 1,6 bilhão) para dar nome a arena co-administrada pela dupla em um contrato de 20 anos. A disparidade de valores pode ser explicada pelo tamanho das duas economias no cenário mundial. Mas o fato de haver tão poucos acordos de "naming rights" no Brasil é consequência de outros fatores. Por aqui, o Corinthians, clube mais popular do Brasil dentre aqueles que possuem estádio, tenta há dois anos negociar, sem sucesso, os "naming rights" de sua arena. "É apenas uma amostra da falta de profissionalização do esporte e da falta de consciência no Brasil do tamanho do PIB que o esporte pode gerar", avalia Clarisse Setyon, professora do MBA de gestão de esporte da ESPM. O diretor executivo da Allianz no Brasil, Felipe Gomes, vai além: "Essa situação não vai mudar enquanto os estádios aqui se prestarem apenas aos jogos de futebol e não se transformarem em locais multiuso", afirma. "Jamais teríamos o mesmo sucesso que temos com equipamentos defasados como o Morumbi e o Pacaembu", completa. Para o executivo, mais empresas vão se interessar em batizar as arenas quando todos os estádios oferecerem outro tipo de opções de exposição da marca. "Um estádio recebe cerca de 35 jogos por ano. Mas no Allianz Parque há shows, convenções de venda, eventos de música eletrônica, viedeogame, encontros corporativos, como acontece nos estádios dos EUA. Isso é o que seduz as empresas. Eu não falo só com palmeirenses, falo com todo tipo de público", avalia. VETO DA GLOBO Para a professora Clarisse Setyon, outra questão importante para haver poucos acordos de "naming rights", é o fato de a Rede Globo, empresa detentora dos direitos de transmissão do Brasileiro para a TV aberta, não mencionar as marcas durante as partidas. A Band, que transmite os jogos do Brasileiro em parceria com a Globo, menciona os patrocinadores. "Essa espécie de boicote da Globo é prejudicial a todos", diz Clarisse. Felipe Gomes, da Allianz, minimiza o impacto da narração da Globo não mencionar a marca e diz acreditar que isso deve mudar com o tempo. "Será inevitável que essa restrição acabe caindo ao longo dos 20 anos de contrato que temos com o Allianz Parque. E, ainda que não fale, a transmissão pela TV não tem como não mostrar nossa marca", diz ele. Em represália ao fato de a Globo não mencionar o nome da Allianz nas transmissões, por entenderem que isso prejudica o clube, muitos torcedores do Palmeiras, em fóruns e redes sociais, referem-se à emissora como RGT (Rede Globo de Televisão). A Folha fez contato com a assessoria de imprensa da TV Globo, mas a emissora não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta reportagem. HOMENAGENS Dos estádios sem nome de empresas na NFL, três fazem homenagens a donos ou fundadores dos clubes. Ralph Wilson, que empresta seu nome ao estádio do Buffalo Bills, do Estado de Nova York, desde 1998, foi proprietário da franquia por 54 anos, até 2014, quando morreu. Curiosamente, o estádio antes tinha negociação de "naming rights". Em 1972, a empresa de alimentos Rich assinou acordo para dar nome ao estádio por 25 anos, pagando US$ 60.000 por ano (R$ 240.000 pela conversão atual). Inaugurado em 2000, o Paul Brown Stadium, do Cincinnati Bengals, do Estado de Ohio, faz homenagem ao fundador do clube, em 1968. Brown também fundou a franquia Cleveland Browns, assim nomeada em homenagem a ele, em 1945. O estádios dos Browns, porém, chama-se First Energy Stadium, patrocinado pela empresa do setor de energia elétrica. O Lambeau Field, do Green Bay Packers, de Wisconsin, homenageia o fundador do time Earl Lambeau, morto em 1965. Inaugurado em 1956, o estádio antes se chamava City Stadium. Já o estádio do Chicago Bears chama-se Soldier Field em homenagem aos veteranos de guerras dos EUA. E o Arrowhead Stadium, do Kansas City Chiefs, faz referência ao nome da rua em que está localizado, no condado de Jackson, no Estado de Missouri.
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Raridade no Brasil, 'naming rights' batiza 26 dos 31 estádios da NFLNo Brasil, a negociação dos "naming rights" –direito de dar nome a arenas esportivas–, ainda é algo pouco palpável. Já na liga profissional de futebol americano, um estádio que não seja batizado com um nome de empresa é quase uma aberração. Na NFL, dos 31 estádios homologados para jogos, apenas cinco não lucram com nomes patrocinados, realidade semelhante à registrada em ligas de outros esportes, como basquete e beisebol (veja os valores dos maiores contratos abaixo) O estádio que vai receber a final do campeonato nacional, o Super Bowl, no próximo domingo (7) é um exemplo. Localizado em Santa Clara, na Califórnia, é a casa do tradicional San Francisco 49ers, mas carrega o nome de uma marca de vestuário: Levi's Stadium. Dos clubes da Série A brasileira com estádios próprios, apenas o Palmeiras, quarta maior torcida do Brasil, segundo o Datafolha, recebe algo pelo permissão de batismo de seu estádio, por meio da atual proprietária de sua arena, a WTorre. O contrato com a seguradora Allianz prevê pagamento de R$ 300 milhões em um contrato de 20 anos (média anual de R$ 15 milhões). Deste montante, por força de contrato, o Palmeiras só vai receber 37,5 milhões. A cervejaria Petrópolis patrocina a Arena Pernambuco e a Fonte Nova, na Bahia, estádios públicos, com a marca Itaipava. Paga aos dois estádios R$ 100 milhões por contratos de 10 anos. Na NFL, até o Jacksonville Jaguars, time menos popular entre os 32 participantes da NFL, segundo a tradicional pesquisa do instituto norte-americano Harris Interactive, conseguiu fazer negócio. O banco EverBank renovou, em 2014, por US$ 43,3 milhões (cerca de R$ 173 milhões, R$ 17,3 milhões por ano), o contrato de dez anos para dar nome ao estádio onde o time exerce seus mandos de jogo, no Estado norte-americano da Florida. Naming Rights Maior contrato entre os times da NFL, a seguradora MetLife paga aos dois times de Nova York, Giants e Jets, US$ 400 milhões (R$ 1,6 bilhão) para dar nome a arena co-administrada pela dupla em um contrato de 20 anos. A disparidade de valores pode ser explicada pelo tamanho das duas economias no cenário mundial. Mas o fato de haver tão poucos acordos de "naming rights" no Brasil é consequência de outros fatores. Por aqui, o Corinthians, clube mais popular do Brasil dentre aqueles que possuem estádio, tenta há dois anos negociar, sem sucesso, os "naming rights" de sua arena. "É apenas uma amostra da falta de profissionalização do esporte e da falta de consciência no Brasil do tamanho do PIB que o esporte pode gerar", avalia Clarisse Setyon, professora do MBA de gestão de esporte da ESPM. O diretor executivo da Allianz no Brasil, Felipe Gomes, vai além: "Essa situação não vai mudar enquanto os estádios aqui se prestarem apenas aos jogos de futebol e não se transformarem em locais multiuso", afirma. "Jamais teríamos o mesmo sucesso que temos com equipamentos defasados como o Morumbi e o Pacaembu", completa. Para o executivo, mais empresas vão se interessar em batizar as arenas quando todos os estádios oferecerem outro tipo de opções de exposição da marca. "Um estádio recebe cerca de 35 jogos por ano. Mas no Allianz Parque há shows, convenções de venda, eventos de música eletrônica, viedeogame, encontros corporativos, como acontece nos estádios dos EUA. Isso é o que seduz as empresas. Eu não falo só com palmeirenses, falo com todo tipo de público", avalia. VETO DA GLOBO Para a professora Clarisse Setyon, outra questão importante para haver poucos acordos de "naming rights", é o fato de a Rede Globo, empresa detentora dos direitos de transmissão do Brasileiro para a TV aberta, não mencionar as marcas durante as partidas. A Band, que transmite os jogos do Brasileiro em parceria com a Globo, menciona os patrocinadores. "Essa espécie de boicote da Globo é prejudicial a todos", diz Clarisse. Felipe Gomes, da Allianz, minimiza o impacto da narração da Globo não mencionar a marca e diz acreditar que isso deve mudar com o tempo. "Será inevitável que essa restrição acabe caindo ao longo dos 20 anos de contrato que temos com o Allianz Parque. E, ainda que não fale, a transmissão pela TV não tem como não mostrar nossa marca", diz ele. Em represália ao fato de a Globo não mencionar o nome da Allianz nas transmissões, por entenderem que isso prejudica o clube, muitos torcedores do Palmeiras, em fóruns e redes sociais, referem-se à emissora como RGT (Rede Globo de Televisão). A Folha fez contato com a assessoria de imprensa da TV Globo, mas a emissora não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta reportagem. HOMENAGENS Dos estádios sem nome de empresas na NFL, três fazem homenagens a donos ou fundadores dos clubes. Ralph Wilson, que empresta seu nome ao estádio do Buffalo Bills, do Estado de Nova York, desde 1998, foi proprietário da franquia por 54 anos, até 2014, quando morreu. Curiosamente, o estádio antes tinha negociação de "naming rights". Em 1972, a empresa de alimentos Rich assinou acordo para dar nome ao estádio por 25 anos, pagando US$ 60.000 por ano (R$ 240.000 pela conversão atual). Inaugurado em 2000, o Paul Brown Stadium, do Cincinnati Bengals, do Estado de Ohio, faz homenagem ao fundador do clube, em 1968. Brown também fundou a franquia Cleveland Browns, assim nomeada em homenagem a ele, em 1945. O estádios dos Browns, porém, chama-se First Energy Stadium, patrocinado pela empresa do setor de energia elétrica. O Lambeau Field, do Green Bay Packers, de Wisconsin, homenageia o fundador do time Earl Lambeau, morto em 1965. Inaugurado em 1956, o estádio antes se chamava City Stadium. Já o estádio do Chicago Bears chama-se Soldier Field em homenagem aos veteranos de guerras dos EUA. E o Arrowhead Stadium, do Kansas City Chiefs, faz referência ao nome da rua em que está localizado, no condado de Jackson, no Estado de Missouri.
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Alexandra Forbes: Em risco de extinção
Vai parecendo cada vez mais antiga a ideia de um restaurante gastronômico com garçons de branco e preto, longas toalhas de mesa e arranjos de flores. Para a maioria dos chefs pluriestrelados, o legal é despir a sala de jantar. ... Leia post completo no blog
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Alexandra Forbes: Em risco de extinçãoVai parecendo cada vez mais antiga a ideia de um restaurante gastronômico com garçons de branco e preto, longas toalhas de mesa e arranjos de flores. Para a maioria dos chefs pluriestrelados, o legal é despir a sala de jantar. ... Leia post completo no blog
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Chef faz versão de prato indígena usando formigas amazônicas
Chibé, mistura de farinha e água, é alimento de subsistência indígena. Em uma cozinha de São Paulo, ganhou uma versão nas mãos de um chef de olhos claros e sobrenome alemão?com abacaxi, pimenta e formigas. Quer saber mais? Clique aqui
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Chef faz versão de prato indígena usando formigas amazônicasChibé, mistura de farinha e água, é alimento de subsistência indígena. Em uma cozinha de São Paulo, ganhou uma versão nas mãos de um chef de olhos claros e sobrenome alemão?com abacaxi, pimenta e formigas. Quer saber mais? Clique aqui
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Após derrota, social-democracia alemã precisa se reinventar
Um dia duro e amargo. Assim o socialista Martin Schulz definiu a eleição de 2017 na Alemanha. Mesmo sendo o segundo mais votado (20%), o Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) obteve seu pior resultado nas urnas desde 1949. A derrota de Schulz para Angela Merkel, líder democrata-cristã, só não teve sabor pior do que a mirrada vantagem do SPD sobre o terceiro colocado. Com mais de 12% dos votos, a Alternativa para Alemanha (AfD) coloca a extrema-direita no Parlamento pela primeira vez desde o fim do nazismo. Na condição de presidente do SPD, Schulz anunciou que não formará coalizão com Merkel. O social-democrata promete voltar à oposição. Bom para o partido, arriscado para a estabilidade política. É incerto que Schulz mantenha a presidência do partido. Sua capacidade de energizar a legenda também suscita dúvidas. Ausente da política doméstica por 13 anos (tempo em que atuou no Parlamento Europeu ), o socialista precisa se reconectar com os eleitores. Mais antiga sigla do país, o SPD teve grandes nomes nos seus quadros —como Friedrich Ebert, Kurt Schumacher e Willy Brandt, para citar apenas três. Não há como contar a história do país sem passar pelo papel da Social-Democracia na construção do Estado de Bem-Estar Social e na normalização das relações externas no pós-guerra. Nos anos 2000, o SPD se distanciou de seus valores centrais. No governo de Gerhard Schröder, o Parlamento aprovou reformas que reduziram o desemprego, mas achataram salários e geraram desigualdade social. Europeísmo e direitos humanos, outras bandeiras da legenda, não parecem ter apelo em tempos de "brexit" e xenofobia. O SPD tem de reconquistar trabalhadores urbanos e abrir frente nas zonas rurais, onde a AfD mais cresce. Muitos eleitores o veem como parte do "centrão" alemão. Ignorar o canto da sereia e recusar a grande coalizão governista é o primeiro passo para resgatar as raízes. O segundo é projetar novas lideranças. A escolha de Andrea Nahles, atualmente ministra do Trabalho, para liderar os 153 assentos ganhos no Parlamento confirma essa tendência.
mundo
Após derrota, social-democracia alemã precisa se reinventarUm dia duro e amargo. Assim o socialista Martin Schulz definiu a eleição de 2017 na Alemanha. Mesmo sendo o segundo mais votado (20%), o Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) obteve seu pior resultado nas urnas desde 1949. A derrota de Schulz para Angela Merkel, líder democrata-cristã, só não teve sabor pior do que a mirrada vantagem do SPD sobre o terceiro colocado. Com mais de 12% dos votos, a Alternativa para Alemanha (AfD) coloca a extrema-direita no Parlamento pela primeira vez desde o fim do nazismo. Na condição de presidente do SPD, Schulz anunciou que não formará coalizão com Merkel. O social-democrata promete voltar à oposição. Bom para o partido, arriscado para a estabilidade política. É incerto que Schulz mantenha a presidência do partido. Sua capacidade de energizar a legenda também suscita dúvidas. Ausente da política doméstica por 13 anos (tempo em que atuou no Parlamento Europeu ), o socialista precisa se reconectar com os eleitores. Mais antiga sigla do país, o SPD teve grandes nomes nos seus quadros —como Friedrich Ebert, Kurt Schumacher e Willy Brandt, para citar apenas três. Não há como contar a história do país sem passar pelo papel da Social-Democracia na construção do Estado de Bem-Estar Social e na normalização das relações externas no pós-guerra. Nos anos 2000, o SPD se distanciou de seus valores centrais. No governo de Gerhard Schröder, o Parlamento aprovou reformas que reduziram o desemprego, mas achataram salários e geraram desigualdade social. Europeísmo e direitos humanos, outras bandeiras da legenda, não parecem ter apelo em tempos de "brexit" e xenofobia. O SPD tem de reconquistar trabalhadores urbanos e abrir frente nas zonas rurais, onde a AfD mais cresce. Muitos eleitores o veem como parte do "centrão" alemão. Ignorar o canto da sereia e recusar a grande coalizão governista é o primeiro passo para resgatar as raízes. O segundo é projetar novas lideranças. A escolha de Andrea Nahles, atualmente ministra do Trabalho, para liderar os 153 assentos ganhos no Parlamento confirma essa tendência.
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Anel com diamante rosa raro é vendido por R$ 105 milhões em leilão
Pedra, de 16 quilates, é a maior do tipo já leiloada; ela foi arrematada por comprador anônimo de Hong Kong Um anel com um diamante rosa pesando mais de 16 quilates foi vendido em um leilão em Genebra, na Suíça, por mais de US$ 28 milhões (R$ 105 milhões). É a maior pedra do tipo já colocada à venda. Ela foi arrematada por um comprador de Hong Kong, que não se identificou. Ele a teria batizado de "Sweet Josephine" ("Doce Josefina"). O diamante foi a principal estrela do lote de joias leiloado pela famosa casa de leilões britânica Christie's na cidade suíça. Segundo a Christie's, somente três pedras rosas dessa categoria foram colocadas à venda nos últimos 250 anos. Leia também: Conheça o 1º supercarro árabe, com faróis de diamante e ouro nos assentos
bbc
Anel com diamante rosa raro é vendido por R$ 105 milhões em leilãoPedra, de 16 quilates, é a maior do tipo já leiloada; ela foi arrematada por comprador anônimo de Hong Kong Um anel com um diamante rosa pesando mais de 16 quilates foi vendido em um leilão em Genebra, na Suíça, por mais de US$ 28 milhões (R$ 105 milhões). É a maior pedra do tipo já colocada à venda. Ela foi arrematada por um comprador de Hong Kong, que não se identificou. Ele a teria batizado de "Sweet Josephine" ("Doce Josefina"). O diamante foi a principal estrela do lote de joias leiloado pela famosa casa de leilões britânica Christie's na cidade suíça. Segundo a Christie's, somente três pedras rosas dessa categoria foram colocadas à venda nos últimos 250 anos. Leia também: Conheça o 1º supercarro árabe, com faróis de diamante e ouro nos assentos
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Caminhão frigorífico que levava 130 imigrantes é apreendido na Bulgária
Quase 130 imigrantes, a maioria crianças, foram descobertos em um caminhão frigorífico no principal posto da fronteira entre Bulgária e Turquia neste sábado (31).O veículo teria como destino a Romênia. Os imigrantes —30 homens, 33 mulheres e 58 crianças—, que se identificaram como sírios, estavam escondidos atrás de garrafas com água quente. Segundo as autoridades búlgaras, todos passam bem. O motorista, de nacionalidade turca, foi detido. Em agosto, 71 corpos em decomposição foram encontrados em um caminhão similar abandonado em uma estrada da Áustria. As vítimas, refugiados sírios, haviam morrido sufocadas. PROTESTO CONTRA IMIGRANTES Neste sábado (31), dezenas de austríacos protestaram na região fronteiriça de Spielfeld contra a onda migratória que trouxe milhares de refugiados à Europa. Thomas Kirchner, líder de direita que participava da manifestação, disse que o país deve dar boas-vindas "aos refugiados que realmente necessitam de ajuda, mas não sem controle". Segundo ele, a Áustria está em perigo, "pois ninguém sabe quem está entrando no país". Um grupo menor realizava um contra-protesto, segurando cartazes com os dizeres: "Refugiados, sejam bem-vindos".
mundo
Caminhão frigorífico que levava 130 imigrantes é apreendido na BulgáriaQuase 130 imigrantes, a maioria crianças, foram descobertos em um caminhão frigorífico no principal posto da fronteira entre Bulgária e Turquia neste sábado (31).O veículo teria como destino a Romênia. Os imigrantes —30 homens, 33 mulheres e 58 crianças—, que se identificaram como sírios, estavam escondidos atrás de garrafas com água quente. Segundo as autoridades búlgaras, todos passam bem. O motorista, de nacionalidade turca, foi detido. Em agosto, 71 corpos em decomposição foram encontrados em um caminhão similar abandonado em uma estrada da Áustria. As vítimas, refugiados sírios, haviam morrido sufocadas. PROTESTO CONTRA IMIGRANTES Neste sábado (31), dezenas de austríacos protestaram na região fronteiriça de Spielfeld contra a onda migratória que trouxe milhares de refugiados à Europa. Thomas Kirchner, líder de direita que participava da manifestação, disse que o país deve dar boas-vindas "aos refugiados que realmente necessitam de ajuda, mas não sem controle". Segundo ele, a Áustria está em perigo, "pois ninguém sabe quem está entrando no país". Um grupo menor realizava um contra-protesto, segurando cartazes com os dizeres: "Refugiados, sejam bem-vindos".
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Não me deixe morrer, disse jogador a policial colombiano
Dois dias depois da queda do avião da Chapecoense, que deixou 71 mortos, a reportagem da Folha esteve no local do desastre, na tarde desta quinta-feira (1º), entre as montanhas de Cerro Gordo, município de La Unión, a 50 km de Medellín, na Colômbia. Para chegar ao local, são 8 km de estrada de terra a partir de La Unión, percorridos somente com carros 4x4 em cerca de meia hora. O caminho é salpicado por plantações de hortênsias, morango, feijão, batata e cenoura. Cruza-se com uma capela que exibe uma imagem de Nossa Senhora de Guadalupe ao lado de um cartaz com escudos da Chapecoense e do Atlético Nacional e mensagens de luto. Neste vídeo, Nelson Henrique Castrillón, superintendente da Polícia Nacional colombiana, um dos primeiros a fazerem o resgate, relata o que viu quando chegou no local. Leia mais
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Não me deixe morrer, disse jogador a policial colombianoDois dias depois da queda do avião da Chapecoense, que deixou 71 mortos, a reportagem da Folha esteve no local do desastre, na tarde desta quinta-feira (1º), entre as montanhas de Cerro Gordo, município de La Unión, a 50 km de Medellín, na Colômbia. Para chegar ao local, são 8 km de estrada de terra a partir de La Unión, percorridos somente com carros 4x4 em cerca de meia hora. O caminho é salpicado por plantações de hortênsias, morango, feijão, batata e cenoura. Cruza-se com uma capela que exibe uma imagem de Nossa Senhora de Guadalupe ao lado de um cartaz com escudos da Chapecoense e do Atlético Nacional e mensagens de luto. Neste vídeo, Nelson Henrique Castrillón, superintendente da Polícia Nacional colombiana, um dos primeiros a fazerem o resgate, relata o que viu quando chegou no local. Leia mais
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Fotos mostram crianças comemorando o Ano-Novo chinês pelo mundo
Você sabia que o feriado do Ano-Novo chinês dura oito dias? A data é comemorada pelo mundo todo, com muita festa, dança e fogos de artifício. Também chamada de Festival da Primavera, é uma das celebrações mais importantes do país e provoca uma grande movimentação, porque as pessoas voltam das cidades onde trabalham para passar a data com a família. Pelo horóscopo chinês, cada ano é simbolizado por um animal, seguindo um ciclo de 12 anos. Este ano será representado pelo carneiro, figura relacionada à paz, serenidade e criatividade. Seguindo o calendário lunar, 2015 começou na última quinta-feira, dia 19 de fevereiro, e vai até 7 de fevereiro de 2016. No quinto dia da festa, veja como as crianças estão comemorando pelo mundo.
folhinha
Fotos mostram crianças comemorando o Ano-Novo chinês pelo mundoVocê sabia que o feriado do Ano-Novo chinês dura oito dias? A data é comemorada pelo mundo todo, com muita festa, dança e fogos de artifício. Também chamada de Festival da Primavera, é uma das celebrações mais importantes do país e provoca uma grande movimentação, porque as pessoas voltam das cidades onde trabalham para passar a data com a família. Pelo horóscopo chinês, cada ano é simbolizado por um animal, seguindo um ciclo de 12 anos. Este ano será representado pelo carneiro, figura relacionada à paz, serenidade e criatividade. Seguindo o calendário lunar, 2015 começou na última quinta-feira, dia 19 de fevereiro, e vai até 7 de fevereiro de 2016. No quinto dia da festa, veja como as crianças estão comemorando pelo mundo.
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Cientistas veem provável texto de acordo climático como insuficiente
Sob críticas de cientistas em relação ao seu provável conteúdo, a COP21 (Conferência do Clima) tenta neste sábado (12), enfim, chegar a um acordo internacional depois de 12 dias de negociação em Paris. Para especialistas que acompanham o encontro, o texto negociado até sexta (11), quando a reunião deveria ter terminado, é bem ambicioso em termos de alvos para o aumento tolerável de temperatura –com o reconhecimento da importância de se manter no limite de 1,5ºC, mas não delineia caminhos claros para atingir esse patamar. Um documento final deveria ser apresentado às 9h (6h em Brasília) deste sábado para ser avaliado pelos países. A expectativa é que seu conteúdo mantenha a análise de metas a cada cinco anos, ponto considerado positivo por líderes políticos. O impasse sobre o financiamento dos mais pobres continuava até a noite desta sexta: os ricos resistiam à menção de que terão de montar um fundo de US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020. É certo que o cumprimento das metas de cada país para redução de poluentes, as chamadas INDCs, não serão obrigatórias. O presidente da conferência, o chanceler francês Laurent Fabius, busca consenso para evitar que a COP21 repita o fracasso de Copenhague, em 2009. O chamado Acordo de Paris seria o primeiro climático desde o Protocolo do Kyoto (1997). Para o pesquisador Kevin Anderson, do Centro Tyndall para Pesquisa de Mudança do Clima (Reino Unido), os termos em negociação ficam "entre o perigoso e o mortal". "O texto pode ser prático para quem está aqui, brancos e ricos do hemisfério Norte. Para os tipicamente não brancos no hemisfério Sul, o presente texto está em algum ponto entre o perigoso e o mortal", disse, sob aplausos. Na mesa com Anderson estavam Hans Joachim Schellnhuber, do Instituto Potsdam; Steffen Kallbekken, do Centro para Políticas Internacionais de Clima e Energia; Johan Rockström, do Centro de Resiliência de Estocolmo; e Jori Rogelj, do Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicada. Houve consenso entre eles de que foi um avanço incluir a referência ao alvo de 1,5ºC de aquecimento da atmosfera, partindo de um patamar bem abaixo de 2ºC. "Com 1,5ºC podemos estar bem certos de que não iremos provocar um derretimento irreversível da calota de gelo da Groenlândia, o que pode acontecer se ultrapassarmos 2ºC", disse Schellnhuber. O problema é que, para ter 1,5ºC, as emissões mundiais de gases do efeito estufa têm de alcançar um pico em 2020 e em seguida cair a zero até 2050, algo que a soma das atuais INDCs de cada país não permite atingir. Desapareceram no texto quaisquer referências à descarbonização e não havia expectativa de que isso voltasse ao documento. Na versão em discussão, só de fala de pico de carbono "tão cedo quanto possível" e de "empreender reduções rápidas depois disso para alcançar neutralidade em emissões de gases do efeito estufa na segunda metade do século". Para os pesquisadores, vai ficando claro que o Acordo de Paris dependerá de modo crucial de emissões negativas para não estourar o orçamento de carbono que lhe resta. Ou seja, de tecnologias ainda não comprovadas para retirar CO2 da atmosfera. A ministra brasileira do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, estava otimista. Disse que as divergências na reta final eram esperadas. "Não adianta ter um acordo em que os grandes emissores não estejam a bordo. Não acredito em um acordo em Paris sem os Estados Unidos, a China, a União Europeia a bordo. Então tem de entender as condições que eles colocam."
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Cientistas veem provável texto de acordo climático como insuficienteSob críticas de cientistas em relação ao seu provável conteúdo, a COP21 (Conferência do Clima) tenta neste sábado (12), enfim, chegar a um acordo internacional depois de 12 dias de negociação em Paris. Para especialistas que acompanham o encontro, o texto negociado até sexta (11), quando a reunião deveria ter terminado, é bem ambicioso em termos de alvos para o aumento tolerável de temperatura –com o reconhecimento da importância de se manter no limite de 1,5ºC, mas não delineia caminhos claros para atingir esse patamar. Um documento final deveria ser apresentado às 9h (6h em Brasília) deste sábado para ser avaliado pelos países. A expectativa é que seu conteúdo mantenha a análise de metas a cada cinco anos, ponto considerado positivo por líderes políticos. O impasse sobre o financiamento dos mais pobres continuava até a noite desta sexta: os ricos resistiam à menção de que terão de montar um fundo de US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020. É certo que o cumprimento das metas de cada país para redução de poluentes, as chamadas INDCs, não serão obrigatórias. O presidente da conferência, o chanceler francês Laurent Fabius, busca consenso para evitar que a COP21 repita o fracasso de Copenhague, em 2009. O chamado Acordo de Paris seria o primeiro climático desde o Protocolo do Kyoto (1997). Para o pesquisador Kevin Anderson, do Centro Tyndall para Pesquisa de Mudança do Clima (Reino Unido), os termos em negociação ficam "entre o perigoso e o mortal". "O texto pode ser prático para quem está aqui, brancos e ricos do hemisfério Norte. Para os tipicamente não brancos no hemisfério Sul, o presente texto está em algum ponto entre o perigoso e o mortal", disse, sob aplausos. Na mesa com Anderson estavam Hans Joachim Schellnhuber, do Instituto Potsdam; Steffen Kallbekken, do Centro para Políticas Internacionais de Clima e Energia; Johan Rockström, do Centro de Resiliência de Estocolmo; e Jori Rogelj, do Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicada. Houve consenso entre eles de que foi um avanço incluir a referência ao alvo de 1,5ºC de aquecimento da atmosfera, partindo de um patamar bem abaixo de 2ºC. "Com 1,5ºC podemos estar bem certos de que não iremos provocar um derretimento irreversível da calota de gelo da Groenlândia, o que pode acontecer se ultrapassarmos 2ºC", disse Schellnhuber. O problema é que, para ter 1,5ºC, as emissões mundiais de gases do efeito estufa têm de alcançar um pico em 2020 e em seguida cair a zero até 2050, algo que a soma das atuais INDCs de cada país não permite atingir. Desapareceram no texto quaisquer referências à descarbonização e não havia expectativa de que isso voltasse ao documento. Na versão em discussão, só de fala de pico de carbono "tão cedo quanto possível" e de "empreender reduções rápidas depois disso para alcançar neutralidade em emissões de gases do efeito estufa na segunda metade do século". Para os pesquisadores, vai ficando claro que o Acordo de Paris dependerá de modo crucial de emissões negativas para não estourar o orçamento de carbono que lhe resta. Ou seja, de tecnologias ainda não comprovadas para retirar CO2 da atmosfera. A ministra brasileira do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, estava otimista. Disse que as divergências na reta final eram esperadas. "Não adianta ter um acordo em que os grandes emissores não estejam a bordo. Não acredito em um acordo em Paris sem os Estados Unidos, a China, a União Europeia a bordo. Então tem de entender as condições que eles colocam."
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Waze lança recurso para definir horário ideal para sair de casa
O Waze, aplicativo que ajuda motoristas no trânsito, lançou nesta quarta-feira (16), no iOS, sistema operacional da Apple, uma nova ferramenta que promete ajudar os usuários a decidir qual o horário ideal para sair de casa. Chamado de "Recursos Planejados", o acessório vai recomendar um horário de saída a partir da data e hora de chegada definidas pelo usuário. A atualização da estimativa é feita em tempo real, e, próximo ao dia do compromisso, o aplicativo irá enviar um lembrete com o horário de saída atualizado de acordo com as condições de trânsito. Para ativar o recurso, o usuário deve abrir o Waze e colocar um destino. Em seguida, no painel que indica o tempo de chegada, basta clicar no ícone Percursos Planejados, que fica no canto inferior esquerdo. O recurso também permite sincronizar o calendário do celular ou do Facebook ao aplicativo, e assim programar os eventos automaticamente. Outra opção é enviar o horário estimado de chegada para amigos ou familiares.
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Waze lança recurso para definir horário ideal para sair de casaO Waze, aplicativo que ajuda motoristas no trânsito, lançou nesta quarta-feira (16), no iOS, sistema operacional da Apple, uma nova ferramenta que promete ajudar os usuários a decidir qual o horário ideal para sair de casa. Chamado de "Recursos Planejados", o acessório vai recomendar um horário de saída a partir da data e hora de chegada definidas pelo usuário. A atualização da estimativa é feita em tempo real, e, próximo ao dia do compromisso, o aplicativo irá enviar um lembrete com o horário de saída atualizado de acordo com as condições de trânsito. Para ativar o recurso, o usuário deve abrir o Waze e colocar um destino. Em seguida, no painel que indica o tempo de chegada, basta clicar no ícone Percursos Planejados, que fica no canto inferior esquerdo. O recurso também permite sincronizar o calendário do celular ou do Facebook ao aplicativo, e assim programar os eventos automaticamente. Outra opção é enviar o horário estimado de chegada para amigos ou familiares.
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Judô masculino é 7º no Mundial por equipe; seleção feminina cai na estreia
O Brasil encerrou a participação no Mundial de judô em Astana, no Cazaquistão, sem nenhuma medalha por equipes. Na madrugada deste domingo (30), as seleções masculina e feminina foram eliminadas por Cazaquistão e Japão, respectivamente. O desempenho masculino foi melhor, encerrando a disputa em sétimo lugar. A equipe estreou nas oitavas de final contra o Uzbequistão com vitória por 3 a 2. No confronto contra a Alemanha, porém, o time foi derrotado pelo mesmo placar. Se passasse pelo Cazaquistão na repescagem, a equipe poderia disputar o bronze. Apoiado pela torcida, a seleção local derrotou os brasileiros por 4 a 1, encerrando o sonho de medalha do time. A baixa do Brasil ficou por conta de Tiago Camilo, que sentiu o braço ainda na primeira luta e não disputou os outros confrontos. FEMININO A equipe feminina foi eliminada logo na primeira disputa, contra o Japão. Elas se despediram sem vencer nenhum confronto. O próximo compromisso da seleção brasileira é o Grand Slam de Paris, de 16 a 18 de outubro. DE OLHO EM 2016 O Brasil encerrou a participação em Astana com apenas duas medalhas –ambas de bronze, com Érika Miranda e Victor Penalber, nas disputas individuais. No sábado (29), o país ficou de fora das finais. A meta estabelecida pela Confederação Brasileira de Judô era de ao menos cinco pódios, um a mais do que o mundial de 2014, em Cheliabinsk, na Rússia. Na Olimpíada do Rio-2016, a modalidade é tida como potencial fonte de conquistas para o Brasil, cuja meta é ter de 27 a 30 medalhas e ficar entre as dez melhores nações no quadro geral dos Jogos.
esporte
Judô masculino é 7º no Mundial por equipe; seleção feminina cai na estreiaO Brasil encerrou a participação no Mundial de judô em Astana, no Cazaquistão, sem nenhuma medalha por equipes. Na madrugada deste domingo (30), as seleções masculina e feminina foram eliminadas por Cazaquistão e Japão, respectivamente. O desempenho masculino foi melhor, encerrando a disputa em sétimo lugar. A equipe estreou nas oitavas de final contra o Uzbequistão com vitória por 3 a 2. No confronto contra a Alemanha, porém, o time foi derrotado pelo mesmo placar. Se passasse pelo Cazaquistão na repescagem, a equipe poderia disputar o bronze. Apoiado pela torcida, a seleção local derrotou os brasileiros por 4 a 1, encerrando o sonho de medalha do time. A baixa do Brasil ficou por conta de Tiago Camilo, que sentiu o braço ainda na primeira luta e não disputou os outros confrontos. FEMININO A equipe feminina foi eliminada logo na primeira disputa, contra o Japão. Elas se despediram sem vencer nenhum confronto. O próximo compromisso da seleção brasileira é o Grand Slam de Paris, de 16 a 18 de outubro. DE OLHO EM 2016 O Brasil encerrou a participação em Astana com apenas duas medalhas –ambas de bronze, com Érika Miranda e Victor Penalber, nas disputas individuais. No sábado (29), o país ficou de fora das finais. A meta estabelecida pela Confederação Brasileira de Judô era de ao menos cinco pódios, um a mais do que o mundial de 2014, em Cheliabinsk, na Rússia. Na Olimpíada do Rio-2016, a modalidade é tida como potencial fonte de conquistas para o Brasil, cuja meta é ter de 27 a 30 medalhas e ficar entre as dez melhores nações no quadro geral dos Jogos.
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Artes da resistência
Se a palavra "abuso" virou moeda corrente em atos e declarações dos poderosos de plantão, não surpreende que a aula inaugural de uma das principais filósofas e intelectuais públicas da atualidade possa ser resumida na frase "resistir é preciso". A conferência da americana Martha Nussbaum, 69, proferida no Centro de Estudos Políticos, Filosóficos e Jurídicos do King's College londrino, incluiu ainda um testemunho pessoal. Entre os episódios marcantes de sua rica biografia, um em particular veio à tona recentemente e parece ter renovado o ímpeto de Nussbaum para o debate sobre a violência sexual –em especial quando perpetrada por celebridades, tema da conferência. Nussbaum contou que, ainda estudante universitária, viu-se na zona cinzenta entre o sexo consentido e o estupro. Não denunciou o episódio porque o agressor, que ela convidara a seu apartamento no "espírito de liberação" dos anos 1960, era um ator já de alguma fama e prestes a se tornar um queridinho da TV e mais tarde candidato ao Congresso americano. A filósofa preferiu não revelar o nome da celebridade. Em seu apelo contra a noção de homens acima da lei, Nussbaum, uma figura cativante e um pouco intimidadora, alta, de cabelos loiros vivos e voz potente, grave, perfeita para suas breves imitações da fala empostada de certos machões cheios de si, preferiu se concentrar em casos envolvendo outro tipo de figura pública quase intocável: astros do esporte. Não deixou de mencionar os políticos, mas acrescentou, bem-humorada, que estes são mais fáceis de vigiar e punir pois mais descartáveis, ao contrário de esportistas, "indivíduos cujos talentos valem muita grana para muita gente". EFEMÉRIDE GAY Londres resiste também em outras frentes à onda de ameaças a minorias. Em 2017, completam-se 50 anos da lei que descriminalizou a homossexualidade na Inglaterra. Na programação comemorativa há a reconstituição em detalhes, a partir da planta e de fotografias, de um clube gay clandestino perto de Covent Garden –fechado numa batida policial que resultou em mais de uma centena de prisões, nos anos 1930– e a aparição, pela primeira vez em solo britânico, de um retrato de corpo inteiro do jovem Oscar Wilde (1854-1900). O retrato é parte de uma exposição inédita intitulada "Queer British Art 1861-1967", que a Tate Britain inaugura dia 5 de abril. Cobre mais de um século do trabalho de artistas como Francis Bacon (1909-92), David Hockney –em cartaz na mesma galeria com uma extensa retrospectiva– e Duncan Grant (1885-1978), o extravagante pintor do grupo de Bloomsbury. PIONEIROS DA TOLERÂNCIA Imperdível ainda é a primeira e histórica retrospectiva de outro expoente de Bloomsbury, a pintora Vanessa Bell (1879-1961), na Dulwich Picture Gallery. Irmã de Virginia Woolf (1882-1941), Bell foi uma espécie de anfitriã permanente do grupo de intelectuais e artistas mais influente do início do século 20 na Inglaterra. Era em torno dela que gravitavam, além do marido, o crítico Clive Bell (1881-1964), o economista John Maynard Keynes (1883-1946), o biógrafo Lytton Strachey (1880-1932) e o pintor Roger Fry (1866-1934). Sem esquecer o próprio Duncan Grant, que se notabilizou (como o grupo todo, aliás) pela atitude favorável ao sexo livre. O passeio à vila no sul de Londres onde fica a galeria é também uma viagem pela intimidade desses pioneiros da tolerância. HUMANIDADE COMUM Quem preferir uma viagem pela intimidade de gente comum, e de um tempo ainda mais distante, tem a oportunidade perfeita com The Casebooks Project (bit.ly/1LngE3C). O projeto digitaliza prontuários redigidos por dois "astrólogos", híbridos de médicos generalistas e psicólogos, na virada do século 16 para o 17. As histórias ali contadas agora inspiram obras de seis artistas (entre eles o brasileiro Tunga, morto no ano passado), expostas até 23/4 na Universidade de Westminster. Os males da época podiam ser outros –os londrinos de então não se queixariam de ansiedade por atentados como o da semana que passou–, mas o que essa combinação de arte e ciência revela é, sobretudo, nossa humanidade comum através dos séculos. CHRISTIAN SCHWARTZ, 41, pesquisador visitante na FGV e em Cambridge, é jornalista e tradutor
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Artes da resistênciaSe a palavra "abuso" virou moeda corrente em atos e declarações dos poderosos de plantão, não surpreende que a aula inaugural de uma das principais filósofas e intelectuais públicas da atualidade possa ser resumida na frase "resistir é preciso". A conferência da americana Martha Nussbaum, 69, proferida no Centro de Estudos Políticos, Filosóficos e Jurídicos do King's College londrino, incluiu ainda um testemunho pessoal. Entre os episódios marcantes de sua rica biografia, um em particular veio à tona recentemente e parece ter renovado o ímpeto de Nussbaum para o debate sobre a violência sexual –em especial quando perpetrada por celebridades, tema da conferência. Nussbaum contou que, ainda estudante universitária, viu-se na zona cinzenta entre o sexo consentido e o estupro. Não denunciou o episódio porque o agressor, que ela convidara a seu apartamento no "espírito de liberação" dos anos 1960, era um ator já de alguma fama e prestes a se tornar um queridinho da TV e mais tarde candidato ao Congresso americano. A filósofa preferiu não revelar o nome da celebridade. Em seu apelo contra a noção de homens acima da lei, Nussbaum, uma figura cativante e um pouco intimidadora, alta, de cabelos loiros vivos e voz potente, grave, perfeita para suas breves imitações da fala empostada de certos machões cheios de si, preferiu se concentrar em casos envolvendo outro tipo de figura pública quase intocável: astros do esporte. Não deixou de mencionar os políticos, mas acrescentou, bem-humorada, que estes são mais fáceis de vigiar e punir pois mais descartáveis, ao contrário de esportistas, "indivíduos cujos talentos valem muita grana para muita gente". EFEMÉRIDE GAY Londres resiste também em outras frentes à onda de ameaças a minorias. Em 2017, completam-se 50 anos da lei que descriminalizou a homossexualidade na Inglaterra. Na programação comemorativa há a reconstituição em detalhes, a partir da planta e de fotografias, de um clube gay clandestino perto de Covent Garden –fechado numa batida policial que resultou em mais de uma centena de prisões, nos anos 1930– e a aparição, pela primeira vez em solo britânico, de um retrato de corpo inteiro do jovem Oscar Wilde (1854-1900). O retrato é parte de uma exposição inédita intitulada "Queer British Art 1861-1967", que a Tate Britain inaugura dia 5 de abril. Cobre mais de um século do trabalho de artistas como Francis Bacon (1909-92), David Hockney –em cartaz na mesma galeria com uma extensa retrospectiva– e Duncan Grant (1885-1978), o extravagante pintor do grupo de Bloomsbury. PIONEIROS DA TOLERÂNCIA Imperdível ainda é a primeira e histórica retrospectiva de outro expoente de Bloomsbury, a pintora Vanessa Bell (1879-1961), na Dulwich Picture Gallery. Irmã de Virginia Woolf (1882-1941), Bell foi uma espécie de anfitriã permanente do grupo de intelectuais e artistas mais influente do início do século 20 na Inglaterra. Era em torno dela que gravitavam, além do marido, o crítico Clive Bell (1881-1964), o economista John Maynard Keynes (1883-1946), o biógrafo Lytton Strachey (1880-1932) e o pintor Roger Fry (1866-1934). Sem esquecer o próprio Duncan Grant, que se notabilizou (como o grupo todo, aliás) pela atitude favorável ao sexo livre. O passeio à vila no sul de Londres onde fica a galeria é também uma viagem pela intimidade desses pioneiros da tolerância. HUMANIDADE COMUM Quem preferir uma viagem pela intimidade de gente comum, e de um tempo ainda mais distante, tem a oportunidade perfeita com The Casebooks Project (bit.ly/1LngE3C). O projeto digitaliza prontuários redigidos por dois "astrólogos", híbridos de médicos generalistas e psicólogos, na virada do século 16 para o 17. As histórias ali contadas agora inspiram obras de seis artistas (entre eles o brasileiro Tunga, morto no ano passado), expostas até 23/4 na Universidade de Westminster. Os males da época podiam ser outros –os londrinos de então não se queixariam de ansiedade por atentados como o da semana que passou–, mas o que essa combinação de arte e ciência revela é, sobretudo, nossa humanidade comum através dos séculos. CHRISTIAN SCHWARTZ, 41, pesquisador visitante na FGV e em Cambridge, é jornalista e tradutor
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Tite versão 2015 criou arsenal variado para levar o time ao ataque
Pressão, contra-ataque, troca de passes, triangulações e infiltrações: este é o arsenal do Corinthians de Tite, versão 2015, para chegar ao gol rival -foram 64 vezes, o melhor ataque do torneio. Das armas, a mais plástica talvez sejam as triangulações, uma variante da troca de passes, novidade de Tite em relação ao time que ele levou ao título brasileiro em 2011. Há vários exemplos na temporada, mas, para lembrar do velho rival, um dos principais ocorreu no 3 a 3 no Allianz Parque, em setembro. O lateral Guilherme Arana invadiu a área para empatar após triangulação bem-sucedida com Malcom e Renato Augusto. O trio, ora com Uendel no lugar de Arana, fez isso várias vezes no torneio. Do outro lado, as triangulações aconteceram com Fagner (ou Edilson), Elias e Jadson. Outros pontos, interligados, envolvem pressão, contra-ataque e infiltrações. O time marca o rival com intensidade, sempre em busca do contragolpe rápido, o que, em boa parte dos casos, inclui infiltrações na área de jogadores do meio, como Elias (o principal) e Jadson. CAMINHO DO GOL Dos 64 gols que o time fez, 48 (ou 75%) foram de dentro da área rival, com bola rolando. Como contraponto, houve em todo o torneio dois gols de falta e cinco de pênalti. Troca de passes, triangulações e infiltrações são armas letais se executadas com eficiência, o que não falta ao time de Tite. Em média, a equipe acerta 380 passes por jogo e erra 45, de acordo com o site de estatísticas Footstats. A versão 2011 trocava 292,6 passes por jogo. O time atual passa mais que a média do torneio (320 por time). No jogo contra o Coritiba, o último no Itaquerão, foram 579. O time também é bom de alvo -é o segundo em finalizações certas por jogo (5,56). Com todas essas armas, o Corinthians ostenta 1,85 gol por partida, muito melhor que a média de 1,39 que o time do outro Tite, o "retranqueiro", conseguiu em 2011.
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Tite versão 2015 criou arsenal variado para levar o time ao ataquePressão, contra-ataque, troca de passes, triangulações e infiltrações: este é o arsenal do Corinthians de Tite, versão 2015, para chegar ao gol rival -foram 64 vezes, o melhor ataque do torneio. Das armas, a mais plástica talvez sejam as triangulações, uma variante da troca de passes, novidade de Tite em relação ao time que ele levou ao título brasileiro em 2011. Há vários exemplos na temporada, mas, para lembrar do velho rival, um dos principais ocorreu no 3 a 3 no Allianz Parque, em setembro. O lateral Guilherme Arana invadiu a área para empatar após triangulação bem-sucedida com Malcom e Renato Augusto. O trio, ora com Uendel no lugar de Arana, fez isso várias vezes no torneio. Do outro lado, as triangulações aconteceram com Fagner (ou Edilson), Elias e Jadson. Outros pontos, interligados, envolvem pressão, contra-ataque e infiltrações. O time marca o rival com intensidade, sempre em busca do contragolpe rápido, o que, em boa parte dos casos, inclui infiltrações na área de jogadores do meio, como Elias (o principal) e Jadson. CAMINHO DO GOL Dos 64 gols que o time fez, 48 (ou 75%) foram de dentro da área rival, com bola rolando. Como contraponto, houve em todo o torneio dois gols de falta e cinco de pênalti. Troca de passes, triangulações e infiltrações são armas letais se executadas com eficiência, o que não falta ao time de Tite. Em média, a equipe acerta 380 passes por jogo e erra 45, de acordo com o site de estatísticas Footstats. A versão 2011 trocava 292,6 passes por jogo. O time atual passa mais que a média do torneio (320 por time). No jogo contra o Coritiba, o último no Itaquerão, foram 579. O time também é bom de alvo -é o segundo em finalizações certas por jogo (5,56). Com todas essas armas, o Corinthians ostenta 1,85 gol por partida, muito melhor que a média de 1,39 que o time do outro Tite, o "retranqueiro", conseguiu em 2011.
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Casal que se conheceu na Virada de 2011 vai ao evento com filho de 3 anos
Foi na Virada Cultural de 2011 que a analista de comércio exterior Milena Araújo, 31, e o empresário Ra Ygor Karpstein, 32, se conheceram. Cinco anos depois, eles levam o filho, Ygor, 3, ao evento onde tudo começou. Naquela ocasião, ambos estavam na praça da República, mas por motivos bem diferentes –Milena foi assistir a um show de black music, enquanto Ra Ygor foi ver a banda de metal Sepultura. Assim que os olhares se cruzaram, foi amor à primeira vista e, oito meses depois, estavam casados. Desde então, o casal não perdeu uma Virada. Nesta sexta (20), estiveram no show do grupo Samba da Vela, na praça Dom José Gaspar. "Eu amo a Virada, tem um clima diferente, as pessoas vêm para curtir, trocar ideias", afirma Milena. Para ela, moradora do centro, trazer eventos para a região é muito positivo: "Desmistifica a ideia de que só tem crackeiro. Tem muito mais coisa boa do que ruim por aqui". Ra Ygor, no entanto, destaca que é preciso ficar atento com a segurança durante o evento, embora tenha notado um número maior de policiais nesta sexta. "O clima está tranquilo, mas temos que tomar cuidado. Com criança, temos que ficar de olho", diz. Esta é a primeira vez que o garoto Ygor vai à programação principal da Virada Cultural. No ano passado, ele participou da Viradinha, que reúne atividades infantis, atração que pretende ir nesta sábado (21) com os pais.
ilustrada
Casal que se conheceu na Virada de 2011 vai ao evento com filho de 3 anosFoi na Virada Cultural de 2011 que a analista de comércio exterior Milena Araújo, 31, e o empresário Ra Ygor Karpstein, 32, se conheceram. Cinco anos depois, eles levam o filho, Ygor, 3, ao evento onde tudo começou. Naquela ocasião, ambos estavam na praça da República, mas por motivos bem diferentes –Milena foi assistir a um show de black music, enquanto Ra Ygor foi ver a banda de metal Sepultura. Assim que os olhares se cruzaram, foi amor à primeira vista e, oito meses depois, estavam casados. Desde então, o casal não perdeu uma Virada. Nesta sexta (20), estiveram no show do grupo Samba da Vela, na praça Dom José Gaspar. "Eu amo a Virada, tem um clima diferente, as pessoas vêm para curtir, trocar ideias", afirma Milena. Para ela, moradora do centro, trazer eventos para a região é muito positivo: "Desmistifica a ideia de que só tem crackeiro. Tem muito mais coisa boa do que ruim por aqui". Ra Ygor, no entanto, destaca que é preciso ficar atento com a segurança durante o evento, embora tenha notado um número maior de policiais nesta sexta. "O clima está tranquilo, mas temos que tomar cuidado. Com criança, temos que ficar de olho", diz. Esta é a primeira vez que o garoto Ygor vai à programação principal da Virada Cultural. No ano passado, ele participou da Viradinha, que reúne atividades infantis, atração que pretende ir nesta sábado (21) com os pais.
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Começa no Japão a 3ª Conferência de Prevenção de Desastres da ONU
A 3ª Conferência Mundial das Nações Unidas sobre a Redução do Risco de Desastres começou neste sábado na cidade japonesa de Sendai com a presença de líderes e ministros de mais de 150 países. Mais de cinco mil dirigentes participam do encontro, que acontece até a próxima quarta-feira, que procura estabelecer um novo plano de atuação para diminuir o impacto dos desastres naturais. Os objetivos principais são reduzir o prejuízo nas infraestruturas, aumentar o número de países com estratégias focadas em atenuar os efeitos destes fenômenos e melhorar as ajudas econômicas para os países em desenvolvimento, segundo a organização. Para que a proteção seja efetiva, devemos "ajudar os mais pobres a terem acesso a esses meios", disse hoje o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, durante a cerimônia de abertura, que contou com a presença do imperador Akihito e da imperatriz Michiko. A expectativa é que novo plano, cujas conclusões serão expostas dia 18, estabeleça objetivos numéricos pela primeira vez para reduzir o número de vítimas e as perdas econômicas, para que os progressos possam ser avaliados de forma mais eficaz. O Japão, país anfitrião, sofre com desastres frequentes, e por isso "gastamos muito tempo trabalhando na prevenção de riscos", disse o primeiro-ministro, Shinzo Abe. Durante os cinco dias da conferência, paralelamente às sessões plenárias, haverá mais de 30 sessões de trabalho, e reuniões de alto nível que cobrirão uma ampla gama de temas sobre desastres, e cerca de 350 simpósios e seminários promovidos por organizações não-governamentais. O Japão recebeu as três conferências sobre desastres realizadas pela ONU. A primeira aconteceu em Yokohama em 1994, a segunda em Kobe em 2005 e agora em Sendai, uma das cidades afetadas pelo terremoto e pelo tsunami de 2011.
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Começa no Japão a 3ª Conferência de Prevenção de Desastres da ONUA 3ª Conferência Mundial das Nações Unidas sobre a Redução do Risco de Desastres começou neste sábado na cidade japonesa de Sendai com a presença de líderes e ministros de mais de 150 países. Mais de cinco mil dirigentes participam do encontro, que acontece até a próxima quarta-feira, que procura estabelecer um novo plano de atuação para diminuir o impacto dos desastres naturais. Os objetivos principais são reduzir o prejuízo nas infraestruturas, aumentar o número de países com estratégias focadas em atenuar os efeitos destes fenômenos e melhorar as ajudas econômicas para os países em desenvolvimento, segundo a organização. Para que a proteção seja efetiva, devemos "ajudar os mais pobres a terem acesso a esses meios", disse hoje o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, durante a cerimônia de abertura, que contou com a presença do imperador Akihito e da imperatriz Michiko. A expectativa é que novo plano, cujas conclusões serão expostas dia 18, estabeleça objetivos numéricos pela primeira vez para reduzir o número de vítimas e as perdas econômicas, para que os progressos possam ser avaliados de forma mais eficaz. O Japão, país anfitrião, sofre com desastres frequentes, e por isso "gastamos muito tempo trabalhando na prevenção de riscos", disse o primeiro-ministro, Shinzo Abe. Durante os cinco dias da conferência, paralelamente às sessões plenárias, haverá mais de 30 sessões de trabalho, e reuniões de alto nível que cobrirão uma ampla gama de temas sobre desastres, e cerca de 350 simpósios e seminários promovidos por organizações não-governamentais. O Japão recebeu as três conferências sobre desastres realizadas pela ONU. A primeira aconteceu em Yokohama em 1994, a segunda em Kobe em 2005 e agora em Sendai, uma das cidades afetadas pelo terremoto e pelo tsunami de 2011.
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Homem recebe primeiro transplante de pênis dos Estados Unidos
Um homem cujo pênis foi removido em decorrência de um câncer recebeu o primeiro transplante de pênis dos Estados Unidos, realizado no Massachusetts General Hospital, em Boston. Thomas Manning, 64, era entregador de um banco em Halifax, no estado de Massachusetts, e passou pela cirurgia de 15 horas nos dias 8 e 9 de maio. O órgão veio de um doador morto. "Quero voltar a ser quem eu era", disse Manning em entrevista feita em seu quarto de hospital. Sentado em uma cadeira, feliz por estar fora da cama pela primeira vez desde a operação, ele disse que se sentia bem e que não tinha sentido quase nenhuma dor. Segundo cirurgião reconstrutivo Curtis L. Cetrulo, os médicos estão "cautelosamente otimistas". Cetrulo, que liderou a equipe cirúrgica, diz que essae é um "território novo" para os médicos. A cirurgia é experimental e faz parte de um programa de pesquisa cujo objetivo final é ajudar veteranos de guerra com graves lesões pélvicas, bem como pacientes com câncer e vítimas de acidentes. Se tudo correr como planejado, Manning vai poder fazer xixi normalmente dentro de algumas semanas e a função sexual estará normalizadas no máximo dentro de alguns meses, afirma Cetrulo. Manning fez questão de responder perguntas sobre o procedimento e disse que queria falar sobre o assunto para dissipar a vergonha e o estigma associados aos cânceres e lesões genitais e para fazer com que outros homens soubessem que há esperança de restauração. "Não se escondam do mundo", diz ele. Recém-operado, ele disse que ainda não se sentia pronto para olhar o resultado do transplante. Manning terá que tomar vários medicamentos anti-rejeição para o resto da vida. Um deles, o tacrolimus, parece acelerar a regeneração do nervo e pode ajudar a restaurar a funcionalidade do órgão transplantado, afirma Cetrulo. Um outro paciente, que teve o pênis destruído em um acidente de carro, vai fazer a mesma cirurgia assim que houver um doador compatível, informou o médico. Cirurgiões do hospital da Universidade de Medicina Johns Hopkins também planejam realizar transplantes de pênis e estão com um veterano de combate ferido no Afeganistão na lista de espera há vários meses. Cetrulo estimou o custo do procedimento em cerca de U$S 50.000 a U$S 75.000. Ambos os hospitais estão arcando com as despesas e os médicos envolvidos estão trabalhando de modo voluntário. Em todo o mundo, só foram feitos outros dois transplantes penianos: um malsucedido na China, em 2006, e um bem-sucedido na África do Sul, em 2014. No caso desse último procedimento, o paciente posteriormente conseguiu ser pai. Veteranos de guerra são um foco importante desses programa de transplante porque as taxas de suicídio entre soldados com danos graves nos órgãos genitais e no trato urinário são excepcionalmente altas. "São homens de 18, 20 anos de idade com pouca esperança de voltarem a ter uma vida sexual. Eles não podem sequer ir ao banheiro de pé", diz Cetrulo. "Com o devido acompanhamento psicológico, um transplante desses pode salvar uma vida". Os médicos pretendem aperfeiçoar as técnicas de transplante em pacientes civis antes de começarem a operar veteranos feridos. Eles também pretendem treinar cirurgiões militares para que eles possam realizar o procedimento. Por e-mail, o Departamento de Defesa dos EUA disse que "não gostaria de ter soldados feridos submetidos a técnicas não comprovadas porque não seria justo usar como 'cobaias' pessoas que já se sacrificaram tanto". A equipe de Cetrulo está pesquisando formas de reduzir ou até eliminar a necessidade dos medicamentos anti-rejeição que os pacientes transplantados costumam tomar. Segundo o médico, essa pesquisa é fundamental sobretudo para os veteranos já que muitos são homens jovens que podem ter efeitos colaterais sérios, como câncer e doenças renais, se tomarem esses remédios por décadas. Entre 2001 e 2013, 1.360 homens americanos sofreram lesões genitais no Iraque e no Afeganistão, segundo registros do Departamento de Defesa dos EUA. Quase todos tinham menos de 35 anos e foram atingidos por bombas caseiras, comumente chamados de dispositivos explosivos improvisados, ou IEDs, na sigla em inglês. Alguns perderam parte ou mesmo a totalidade de seus pênis. A equipe do Massachusetts General Hospital passou três anos se preparando para esses transplantes. Os médicos fizeram dissecções meticulosas em um cadáver para mapear a anatomia e operaram cinco doadores mortos para testar a prática de remoção do tecido necessária para os transplantes. A operação de Manning envolveu seis cirurgiões e outros 30 profissionais de saúde. Segundo Dicken Ko, diretor do hospital, a equipe não tem um número fixo de quantas cirurgias fará. Em vez disso, cada candidato será avaliado individualmente antes que o procedimento seja autorizado. Por enquanto, o transplante será restrito a pacientes vítimas de câncer e traumas, não será usado para operar pessoas transsexuais. Um acidente de trabalho em 2012 levou Manning ao hospital e, consequentemente, ao transplante. Um equipamento pesado caiu em cima dele, causando diversos ferimentos. Ao examiná-lo, os médicos notaram um crescimento anormal do pênis que ele próprio não havia percebido. Os testes relevaram que se tratava de um câncer agressivo e potencialmente fatal. Lesões cancerígenas no pênis são raras, com cerca de 2.030 casos registrados em 2016 nos Estados Unidos e expectativa de outros 340 até o fim do ano. "Se não fosse por esse acidente, eu teria morrido há dois anos", diz Manning Para salvar sua vida, os médicos tiveram que remover a maior parte do pênis em uma operação chamada penectomia parcial. O oncologista urológico de Manning, Adam S. Feldman, estima que, por ano, algumas centenas de homens tenham de se submeter a pnectomias totais ou parciais por conta de cânceres. Manning ficou com um toco de cerca de uma polegada de comprimento. Ele tinha que se sentar para urinar. Sexo estava fora de cogitação. Ele era solteiro e não estava saindo com ninguém quando o câncer foi encontrado. Após a amputação, novas relações eram impensáveis. "Eu não chegava perto ninguém", disse. "Você não vira para uma mulher e diz 'eu tenho um pênis amputado'". Algumas pessoas próximas a ele pediram que ele mantivesse a operação em segredo, mas ele se recusou dizendo que seria quase uma mentira e que não tinha do que se envergonhar. "Não fiz um pronunciamento público a respeito, mas se alguém me perguntava o que eu tinha, dizia a verdade", diz. Alguns amigos homens fizeram piada à sua custa, mas ele diz que não se abalou. "Homens acham que a masculinidade está no corpo", diz. Antes mesmo de deixar o hospital após a amputação, Manning começou a sondar Feldman sobre a possibilidade de um transplante. Ninguém no hospital estava considerando a ideia ainda, e Feldman admite que achou um pouco estranha. Mas Manning nunca perdeu as esperançsa. "Eu mantive meus olhos no prêmio", disse ele. Logo Cetrulo e Ko começou a falar sobre transplantes. Cerca de três anos depois, Feldman convocou Manning para perguntar se ele ainda queria a operação. Após uma bateria de exames médicos, entrevistas e exames psicológicas –feitos com todo paciente candidato a um transplante para se certificar de que ele compreende os riscos e tomará a medicação necessária– Manning entrou na lista de espera. Duas semanas depois, um doador com o tipo de sangue e tom de pele necessários estava disponível. Manning estava atordoado com a rapidez com que tudo aconteceu. Cetrulo creditou essa agilidade ao banco de órgãos local, que consulta famílias de pacientes terminais sobre a possibilidade de eles se tornarem doadores. O banco disse que a família do doador de Manning preferia manter o anonimato, mas que se sentia abençoada e estava feliz com sua recuperação. Bancos de órgão não pressupõem que famílias dispostas a doar órgãos internos como rins e fígados também estarão dispostas a doar partes íntimas ou visíveis como um rosto, mão ou pênis. Requisições dessa espécie são feitas separadamente. Mas segundo Jill Stinebring, diretor do New England Organ Bank, várias famílias foram consultadas sobre a extração do pênis e nenhuma delas negou o pedido. Um dia depois da operação, Manning teve uma hemorragia séria e foi levado às pressas de volta à sala de cirurgia. Desde então, sua recuperação tem sido mais suave, disse ele. Manning não se arrepende. Ele olha espera poder voltar ao trabalho e, quem sabe, a ter uma vida sexual. "Com alguma sorte, terei 75% do que tinha", diz ele. "Antes da cirurgia, eu tinha 10%. Não me prometeram nada, isso era parte do trato". ". Tradução: Juliana Cunha
equilibrioesaude
Homem recebe primeiro transplante de pênis dos Estados UnidosUm homem cujo pênis foi removido em decorrência de um câncer recebeu o primeiro transplante de pênis dos Estados Unidos, realizado no Massachusetts General Hospital, em Boston. Thomas Manning, 64, era entregador de um banco em Halifax, no estado de Massachusetts, e passou pela cirurgia de 15 horas nos dias 8 e 9 de maio. O órgão veio de um doador morto. "Quero voltar a ser quem eu era", disse Manning em entrevista feita em seu quarto de hospital. Sentado em uma cadeira, feliz por estar fora da cama pela primeira vez desde a operação, ele disse que se sentia bem e que não tinha sentido quase nenhuma dor. Segundo cirurgião reconstrutivo Curtis L. Cetrulo, os médicos estão "cautelosamente otimistas". Cetrulo, que liderou a equipe cirúrgica, diz que essae é um "território novo" para os médicos. A cirurgia é experimental e faz parte de um programa de pesquisa cujo objetivo final é ajudar veteranos de guerra com graves lesões pélvicas, bem como pacientes com câncer e vítimas de acidentes. Se tudo correr como planejado, Manning vai poder fazer xixi normalmente dentro de algumas semanas e a função sexual estará normalizadas no máximo dentro de alguns meses, afirma Cetrulo. Manning fez questão de responder perguntas sobre o procedimento e disse que queria falar sobre o assunto para dissipar a vergonha e o estigma associados aos cânceres e lesões genitais e para fazer com que outros homens soubessem que há esperança de restauração. "Não se escondam do mundo", diz ele. Recém-operado, ele disse que ainda não se sentia pronto para olhar o resultado do transplante. Manning terá que tomar vários medicamentos anti-rejeição para o resto da vida. Um deles, o tacrolimus, parece acelerar a regeneração do nervo e pode ajudar a restaurar a funcionalidade do órgão transplantado, afirma Cetrulo. Um outro paciente, que teve o pênis destruído em um acidente de carro, vai fazer a mesma cirurgia assim que houver um doador compatível, informou o médico. Cirurgiões do hospital da Universidade de Medicina Johns Hopkins também planejam realizar transplantes de pênis e estão com um veterano de combate ferido no Afeganistão na lista de espera há vários meses. Cetrulo estimou o custo do procedimento em cerca de U$S 50.000 a U$S 75.000. Ambos os hospitais estão arcando com as despesas e os médicos envolvidos estão trabalhando de modo voluntário. Em todo o mundo, só foram feitos outros dois transplantes penianos: um malsucedido na China, em 2006, e um bem-sucedido na África do Sul, em 2014. No caso desse último procedimento, o paciente posteriormente conseguiu ser pai. Veteranos de guerra são um foco importante desses programa de transplante porque as taxas de suicídio entre soldados com danos graves nos órgãos genitais e no trato urinário são excepcionalmente altas. "São homens de 18, 20 anos de idade com pouca esperança de voltarem a ter uma vida sexual. Eles não podem sequer ir ao banheiro de pé", diz Cetrulo. "Com o devido acompanhamento psicológico, um transplante desses pode salvar uma vida". Os médicos pretendem aperfeiçoar as técnicas de transplante em pacientes civis antes de começarem a operar veteranos feridos. Eles também pretendem treinar cirurgiões militares para que eles possam realizar o procedimento. Por e-mail, o Departamento de Defesa dos EUA disse que "não gostaria de ter soldados feridos submetidos a técnicas não comprovadas porque não seria justo usar como 'cobaias' pessoas que já se sacrificaram tanto". A equipe de Cetrulo está pesquisando formas de reduzir ou até eliminar a necessidade dos medicamentos anti-rejeição que os pacientes transplantados costumam tomar. Segundo o médico, essa pesquisa é fundamental sobretudo para os veteranos já que muitos são homens jovens que podem ter efeitos colaterais sérios, como câncer e doenças renais, se tomarem esses remédios por décadas. Entre 2001 e 2013, 1.360 homens americanos sofreram lesões genitais no Iraque e no Afeganistão, segundo registros do Departamento de Defesa dos EUA. Quase todos tinham menos de 35 anos e foram atingidos por bombas caseiras, comumente chamados de dispositivos explosivos improvisados, ou IEDs, na sigla em inglês. Alguns perderam parte ou mesmo a totalidade de seus pênis. A equipe do Massachusetts General Hospital passou três anos se preparando para esses transplantes. Os médicos fizeram dissecções meticulosas em um cadáver para mapear a anatomia e operaram cinco doadores mortos para testar a prática de remoção do tecido necessária para os transplantes. A operação de Manning envolveu seis cirurgiões e outros 30 profissionais de saúde. Segundo Dicken Ko, diretor do hospital, a equipe não tem um número fixo de quantas cirurgias fará. Em vez disso, cada candidato será avaliado individualmente antes que o procedimento seja autorizado. Por enquanto, o transplante será restrito a pacientes vítimas de câncer e traumas, não será usado para operar pessoas transsexuais. Um acidente de trabalho em 2012 levou Manning ao hospital e, consequentemente, ao transplante. Um equipamento pesado caiu em cima dele, causando diversos ferimentos. Ao examiná-lo, os médicos notaram um crescimento anormal do pênis que ele próprio não havia percebido. Os testes relevaram que se tratava de um câncer agressivo e potencialmente fatal. Lesões cancerígenas no pênis são raras, com cerca de 2.030 casos registrados em 2016 nos Estados Unidos e expectativa de outros 340 até o fim do ano. "Se não fosse por esse acidente, eu teria morrido há dois anos", diz Manning Para salvar sua vida, os médicos tiveram que remover a maior parte do pênis em uma operação chamada penectomia parcial. O oncologista urológico de Manning, Adam S. Feldman, estima que, por ano, algumas centenas de homens tenham de se submeter a pnectomias totais ou parciais por conta de cânceres. Manning ficou com um toco de cerca de uma polegada de comprimento. Ele tinha que se sentar para urinar. Sexo estava fora de cogitação. Ele era solteiro e não estava saindo com ninguém quando o câncer foi encontrado. Após a amputação, novas relações eram impensáveis. "Eu não chegava perto ninguém", disse. "Você não vira para uma mulher e diz 'eu tenho um pênis amputado'". Algumas pessoas próximas a ele pediram que ele mantivesse a operação em segredo, mas ele se recusou dizendo que seria quase uma mentira e que não tinha do que se envergonhar. "Não fiz um pronunciamento público a respeito, mas se alguém me perguntava o que eu tinha, dizia a verdade", diz. Alguns amigos homens fizeram piada à sua custa, mas ele diz que não se abalou. "Homens acham que a masculinidade está no corpo", diz. Antes mesmo de deixar o hospital após a amputação, Manning começou a sondar Feldman sobre a possibilidade de um transplante. Ninguém no hospital estava considerando a ideia ainda, e Feldman admite que achou um pouco estranha. Mas Manning nunca perdeu as esperançsa. "Eu mantive meus olhos no prêmio", disse ele. Logo Cetrulo e Ko começou a falar sobre transplantes. Cerca de três anos depois, Feldman convocou Manning para perguntar se ele ainda queria a operação. Após uma bateria de exames médicos, entrevistas e exames psicológicas –feitos com todo paciente candidato a um transplante para se certificar de que ele compreende os riscos e tomará a medicação necessária– Manning entrou na lista de espera. Duas semanas depois, um doador com o tipo de sangue e tom de pele necessários estava disponível. Manning estava atordoado com a rapidez com que tudo aconteceu. Cetrulo creditou essa agilidade ao banco de órgãos local, que consulta famílias de pacientes terminais sobre a possibilidade de eles se tornarem doadores. O banco disse que a família do doador de Manning preferia manter o anonimato, mas que se sentia abençoada e estava feliz com sua recuperação. Bancos de órgão não pressupõem que famílias dispostas a doar órgãos internos como rins e fígados também estarão dispostas a doar partes íntimas ou visíveis como um rosto, mão ou pênis. Requisições dessa espécie são feitas separadamente. Mas segundo Jill Stinebring, diretor do New England Organ Bank, várias famílias foram consultadas sobre a extração do pênis e nenhuma delas negou o pedido. Um dia depois da operação, Manning teve uma hemorragia séria e foi levado às pressas de volta à sala de cirurgia. Desde então, sua recuperação tem sido mais suave, disse ele. Manning não se arrepende. Ele olha espera poder voltar ao trabalho e, quem sabe, a ter uma vida sexual. "Com alguma sorte, terei 75% do que tinha", diz ele. "Antes da cirurgia, eu tinha 10%. Não me prometeram nada, isso era parte do trato". ". Tradução: Juliana Cunha
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Murray vence Goffin, e Reino Unido fatura o título da Davis após 79 anos
Liderado por Andy Murray, o Reino Unido faturou o título da Copa Davis neste domingo (29) após 79 anos. Na quarta partida do confronto contra a Bélgica, Murray, o número dois do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), venceu David Goffin por 3 sets a 0, com parciais de 6/3, 7/5 e 6/3, em Ghent, a 56 km de Bruxelas. Com o resultado, o Reino Unido fechou o confronto em 3 a 1 e conquistou seu décimo título do torneio. A última taça havia sido conquistada em 1936. Já a Bélgica buscava o primeiro título da competição. Murray participou dos três pontos do Reino Unido. Na sexta-feira, o tenista venceu Ruben Bemelmans por 3 sets a 0, com parciais de 6/3, 6/2 e 7/5 em duas horas e 24 minutos. No sábado, o tenista e seu irmão, Jamie Murray, venceram a dupla David Goffin e Steve Darcis por 3 sets a 1, com parciais de 6/4, 4/6, 6/3 e 6/2. O único ponto belga foi marcado por Goffin na vitória sobre Kyle Edmund, que estreava na competição, por 3 sets a 2, com parciais de 3/6, 1/6, 6/2, 6/1 e 6/0. Devido às ameaças de ataque na capital Bruxelas, que está em alerta máximo de segurança, a segurança do evento foi reforçada.
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Murray vence Goffin, e Reino Unido fatura o título da Davis após 79 anosLiderado por Andy Murray, o Reino Unido faturou o título da Copa Davis neste domingo (29) após 79 anos. Na quarta partida do confronto contra a Bélgica, Murray, o número dois do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), venceu David Goffin por 3 sets a 0, com parciais de 6/3, 7/5 e 6/3, em Ghent, a 56 km de Bruxelas. Com o resultado, o Reino Unido fechou o confronto em 3 a 1 e conquistou seu décimo título do torneio. A última taça havia sido conquistada em 1936. Já a Bélgica buscava o primeiro título da competição. Murray participou dos três pontos do Reino Unido. Na sexta-feira, o tenista venceu Ruben Bemelmans por 3 sets a 0, com parciais de 6/3, 6/2 e 7/5 em duas horas e 24 minutos. No sábado, o tenista e seu irmão, Jamie Murray, venceram a dupla David Goffin e Steve Darcis por 3 sets a 1, com parciais de 6/4, 4/6, 6/3 e 6/2. O único ponto belga foi marcado por Goffin na vitória sobre Kyle Edmund, que estreava na competição, por 3 sets a 2, com parciais de 3/6, 1/6, 6/2, 6/1 e 6/0. Devido às ameaças de ataque na capital Bruxelas, que está em alerta máximo de segurança, a segurança do evento foi reforçada.
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Quarteto Samba Noir dá tom sombrio a sambas de fossa
Um quarteto que pega sambas de fossa, sambas-canção pré-bossa nova, e cria novas construções harmônicas, ressaltando a densidade sombria das letras, como tramas de mistério do cinema noir. Este é o resultado, entre o moderno e a tradição, que será mostrado a partir desta quarta (15), no Centro Cultural Banco do Brasil (São Paulo). O Coletivo Samba Noir veio da cantora Katia B e do violonista e produtor Luís Filipe de Lima. Resolveram unir a linguagem do samba, familiar a ele, com a maneira dela de fazer música, flertando com o eletrônico, gravando sons em camadas, em texturas. Os dois começaram a conversar há dois anos. "Teríamos que trazer nossos universos a lugar interessante, em que pudéssemos achar uma linguagem para nós dois", conta Katia à Folha. O percussionista Marcos Suzano, parceiro antigo na carreira de quatro álbuns de Katia, entrou na turma "porque sabe muito de samba e manipula sons como ninguém", diz a cantora. Ela acrescenta que o tecladista Guilherme Gê apareceu logo como o cara certo para "formar a quadrilha". O grupo passou a se encontrar. "Tenho um espaço muito legal em casa. A gente tocava, conversava e cozinhava. O Luís é um baita cozinheiro." Eles ganharam um edital de Petrobras para um disco, que previa uma fase inicial de shows. Fizeram 12, no Rio. Depois, a partir de uma lista de mais de 50 músicas selecionadas por Lima, chegaram às dez incluídas no álbum recém-lançado, "Samba Noir". São sambas de tristeza, de autores como Noel Rosa, Ary Barroso, Lupicínio Rodrigues e Dorival Caymmi. A exceção é "Só Deixo Meu Coração na Mão de Quem Pode", da carreira solo de Katia. "Essa foi uma encomenda que fiz a Fausto Fawcett. Queria uma música sobre ciúme, e o tema conversa com os sambas do disco", explica. O coletivo vai gravar um segundo disco. Antes, esta turnê passará por Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre e Rio. COLETIVO SAMBA NOIR QUANDO quarta. (15), quinta (16) e sexta (17), às 20h ONDE CCBB São Paulo, r. Álvares de Azevedo, 112, tel. (11) 3113-3651 QUANTO R$ 10
ilustrada
Quarteto Samba Noir dá tom sombrio a sambas de fossaUm quarteto que pega sambas de fossa, sambas-canção pré-bossa nova, e cria novas construções harmônicas, ressaltando a densidade sombria das letras, como tramas de mistério do cinema noir. Este é o resultado, entre o moderno e a tradição, que será mostrado a partir desta quarta (15), no Centro Cultural Banco do Brasil (São Paulo). O Coletivo Samba Noir veio da cantora Katia B e do violonista e produtor Luís Filipe de Lima. Resolveram unir a linguagem do samba, familiar a ele, com a maneira dela de fazer música, flertando com o eletrônico, gravando sons em camadas, em texturas. Os dois começaram a conversar há dois anos. "Teríamos que trazer nossos universos a lugar interessante, em que pudéssemos achar uma linguagem para nós dois", conta Katia à Folha. O percussionista Marcos Suzano, parceiro antigo na carreira de quatro álbuns de Katia, entrou na turma "porque sabe muito de samba e manipula sons como ninguém", diz a cantora. Ela acrescenta que o tecladista Guilherme Gê apareceu logo como o cara certo para "formar a quadrilha". O grupo passou a se encontrar. "Tenho um espaço muito legal em casa. A gente tocava, conversava e cozinhava. O Luís é um baita cozinheiro." Eles ganharam um edital de Petrobras para um disco, que previa uma fase inicial de shows. Fizeram 12, no Rio. Depois, a partir de uma lista de mais de 50 músicas selecionadas por Lima, chegaram às dez incluídas no álbum recém-lançado, "Samba Noir". São sambas de tristeza, de autores como Noel Rosa, Ary Barroso, Lupicínio Rodrigues e Dorival Caymmi. A exceção é "Só Deixo Meu Coração na Mão de Quem Pode", da carreira solo de Katia. "Essa foi uma encomenda que fiz a Fausto Fawcett. Queria uma música sobre ciúme, e o tema conversa com os sambas do disco", explica. O coletivo vai gravar um segundo disco. Antes, esta turnê passará por Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre e Rio. COLETIVO SAMBA NOIR QUANDO quarta. (15), quinta (16) e sexta (17), às 20h ONDE CCBB São Paulo, r. Álvares de Azevedo, 112, tel. (11) 3113-3651 QUANTO R$ 10
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Caça da Força Aérea cai em base na zona oeste do Rio; pilotos sobrevivem
Um caça F5 da Força Aérea Brasileira (FAB) caiu no início da noite desta terça-feira na Base Aérea de Santa Cruz, na zona oeste do Rio. Os pilotos conseguiram se ejetar e direcionaram a aeronave para uma área desabitada. O acidente ocorreu por volta das 18h40. De acordo com a FAB, a tripulação realizava um voo de treinamento quando detectou uma falha no trem de pouso da aeronave, que não permitiria o pouso em segurança. "A ejeção era mandatória nesse caso e ocorreu de forma controlada, com a aeronave direcionada a uma região desabitada, não ocorrendo danos pessoais ou materiais no solo", informou a FAB, em nota. Equipes de investigação da Aeronáutica estão no local para apurar as causas do acidente. O caça não é produzido desde o final da década de 1980. De acordo com o site Aircraft Compare, que reúne especificações técnicas de aeronaves, seu valor de venda estimado para os dias de hoje seria entre 20 e 25 milhões de dólares (entre R$ 66 milhões e R$ 83 milhões).
cotidiano
Caça da Força Aérea cai em base na zona oeste do Rio; pilotos sobrevivemUm caça F5 da Força Aérea Brasileira (FAB) caiu no início da noite desta terça-feira na Base Aérea de Santa Cruz, na zona oeste do Rio. Os pilotos conseguiram se ejetar e direcionaram a aeronave para uma área desabitada. O acidente ocorreu por volta das 18h40. De acordo com a FAB, a tripulação realizava um voo de treinamento quando detectou uma falha no trem de pouso da aeronave, que não permitiria o pouso em segurança. "A ejeção era mandatória nesse caso e ocorreu de forma controlada, com a aeronave direcionada a uma região desabitada, não ocorrendo danos pessoais ou materiais no solo", informou a FAB, em nota. Equipes de investigação da Aeronáutica estão no local para apurar as causas do acidente. O caça não é produzido desde o final da década de 1980. De acordo com o site Aircraft Compare, que reúne especificações técnicas de aeronaves, seu valor de venda estimado para os dias de hoje seria entre 20 e 25 milhões de dólares (entre R$ 66 milhões e R$ 83 milhões).
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Trump pede que polícia aja contra muçulmanos e é criticado por Hillary
O candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu mais uma vez que a polícia se concentre em suspeitos de origem muçulmana para evitar atos de terrorismo. Os comentários do republicano vêm após ataques a bomba em Nova York e Nova Jersey no sábado (17). O afegão naturalizado americano Ahmad Khan Rahami, 28, foi preso nesta segunda (19), suspeito de ser o autor dos atentados. Em entrevista à rede de televisão conservadora Fox News, Trump disse que a polícia deixa de agir contra suspeitos devido a preocupações com o politicamente correto. Ele também disse que havia "conexões estrangeiras" por trás dos ataques do último final de semana. A polícia não para alguém que "parece ter uma enorme bomba nas costas", afirmou Trump. "Se ele parece ser daquela parte do mundo, não podemos agir", disse ele. No passado, o candidato já havia defendido limites à imigração de muçulmanos aos EUA. As declarações foram criticadas por sua rival democrata Hillary Clinton, que afirmou que o discurso de Trump ajuda grupos terroristas. "Eles [terroristas] querem fazer com que isso seja uma guerra contra o Islã, em vez de uma guerra contra jihadistas e terroristas violentos. A retórica e a linguagem que Trump tem usado ajuda e dá conforto a nossos adversários", disse ela. Hillary também chamou o republicano de "sargento recrutador para os terroristas" e disse que os americanos deveriam mostrar "coragem e vigilância" e não demonizar muçulmanos ou estrangeiros após os ataques. Em comício após as críticas de Hillary, Trump não deu sinais de voltar atrás. Ele afirmou que os EUA deveriam usar "todos os métodos disponíveis legalmente" para obter informações de Rahami, enquanto a plateia na Flórida gritava "enforquem-no". "Temos que entregar punições justas e duras a essas pessoas. São nossos inimigos, são combatentes e temos que ser duros, temos que ser fortes", disse o republicano.
mundo
Trump pede que polícia aja contra muçulmanos e é criticado por HillaryO candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu mais uma vez que a polícia se concentre em suspeitos de origem muçulmana para evitar atos de terrorismo. Os comentários do republicano vêm após ataques a bomba em Nova York e Nova Jersey no sábado (17). O afegão naturalizado americano Ahmad Khan Rahami, 28, foi preso nesta segunda (19), suspeito de ser o autor dos atentados. Em entrevista à rede de televisão conservadora Fox News, Trump disse que a polícia deixa de agir contra suspeitos devido a preocupações com o politicamente correto. Ele também disse que havia "conexões estrangeiras" por trás dos ataques do último final de semana. A polícia não para alguém que "parece ter uma enorme bomba nas costas", afirmou Trump. "Se ele parece ser daquela parte do mundo, não podemos agir", disse ele. No passado, o candidato já havia defendido limites à imigração de muçulmanos aos EUA. As declarações foram criticadas por sua rival democrata Hillary Clinton, que afirmou que o discurso de Trump ajuda grupos terroristas. "Eles [terroristas] querem fazer com que isso seja uma guerra contra o Islã, em vez de uma guerra contra jihadistas e terroristas violentos. A retórica e a linguagem que Trump tem usado ajuda e dá conforto a nossos adversários", disse ela. Hillary também chamou o republicano de "sargento recrutador para os terroristas" e disse que os americanos deveriam mostrar "coragem e vigilância" e não demonizar muçulmanos ou estrangeiros após os ataques. Em comício após as críticas de Hillary, Trump não deu sinais de voltar atrás. Ele afirmou que os EUA deveriam usar "todos os métodos disponíveis legalmente" para obter informações de Rahami, enquanto a plateia na Flórida gritava "enforquem-no". "Temos que entregar punições justas e duras a essas pessoas. São nossos inimigos, são combatentes e temos que ser duros, temos que ser fortes", disse o republicano.
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Rapper paulistano lança música em homenagem à Vai-Vai, que faz 85 anos
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO Assim que chegou 2015, o grêmio recreativo Vai-Vai comemorou a chegada de seu 85º ano. Fundada em 1930, a tradicional escola de samba paulistana faz aniversário no dia 1º de janeiro. Naquela mesma data, o rapper Max B.O., 35, atual apresentador do programa "Manos e Minas" na TV Cultura, lançou a música "Samba na Quebrada", que homenageia a efeméride celebrada pelo grupo alvinegro. "A música surgiu por causa do 'beat' [batida] que o [produtor musical] Wzy fez com instrumentos de samba. A partir daí, achei justo fazer essa homenagem à maior campeã do carnaval paulistano", explica o MC paulistano batizado Marcelo Silva. Criado na Cohab Jardim Antártica, na zona norte da capital paulista —e atual morador da Lapa—, o músico, que já morou na Bela Vista, se diz Vai-Vai desde que começou a "curtir carnaval, em 1995". "Desde então, nunca me desliguei da comunidade, sempre estou lá, sempre tenho algum show que tenho amigos do [grêmio] Vai-Vai tocando junto... São 20 anos de amor por essa escola", conta. Ele tem o símbolo da Vai-Vai tatuado no braço. Leia abaixo entrevista com o rapper Max B.O. sobre a faixa "Samba Quebrada". Ainda no primeiro semestre deste ano ele deve lançar a mixtape "FumaSom vol. 1". * Vídeo sãopaulo - Qual a influência e importância do samba na sua criação musical? Max B.O. - Ele tem influência na minha criação de sambas. Já tenho uns 20 [sambas] mais ou menos, uns 12 que já penso em botar pra jogo. Mais a coisa do partido alto, versatilidade. Nada contra os outros, mas não faço hip-hop com samba nem samba com hip-hop. Sempre fiz rap. "Samba Quebrada" fala do Vai-Vai, os instrumentos são de samba, mas a composição –do beat e letra– são rap. E no meu samba é a mesma coisa: tem repique, tantã, pandeiro, cuíca e violão Você frequenta a sede da Vai-Vai? Já chegou a tentar escrever algum samba para a escola? Vou ao Vai-Vai sempre que posso. Vou aos ensaios, ao ensaio técnico e desfile. Já possuo uma boa pasta de sambas, mas ainda não tive essa honra. Participei do disco do Zeca do Cavaco, que é compositor de sambas campeões, e sempre sinto essa energia, vontade de fazer o enredo. Às vezes falam que eu devia desfilar na ala dos compositores. São dois sonhos que espero realizar: pisar no sambódromo na ala de compositores do Vai-Vai, servindo a minha escola com o que faço de melhor –usando minha voz. Se for cantando um samba meu, melhor ainda. Mas, mesmo que não vencesse a escolha do enredo, só de entrar nessa disputa, já é uma grande honra. Na música "Samba Quebrada" você cita nomes de sambistas importantes de São Paulo, como Pato N'Água, Pé Rachado, Thobias da Vai-Vai, Osvaldinho da Cuíca... Qual a sua relação com os trabalhos dessas pessoas? Conheço o Thobias desde 1993, porque estudei com uma filha dele nesta época. Sempre que nos vemos é lá no Vai-Vai mesmo. Minha aproximação maior é com o Osvaldinho da Cuíca, que, para mim, é um dos maiores nomes que o samba já conheceu, um mestre. Artista ímpar, pessoa que tive a oportunidade de já trabalhar junto e de trocar sempre uma boa ideia e um forte abraço quando nos encontramos. Os demais, conheço de minhas pesquisas pelo samba e das conversas que rolam no entorno da rua São Vicente [rua da Bela Vista onde fica a sede da Vai-Vai]. Você chegou a conhecer pessoalmente o Geraldo Filme [sambista importante ligado à escola]? Não o conheci pessoalmente, infelizmente. Mas Geraldo Filme representa muita coisa pra mim, a alma do samba paulista, a pegada do nosso sotaque no samba do Bixiga, o samba com histórias, pesquisa histórica, influências e referências. Coisas que hoje em dia não existem mais. Em 2010, quando lancei meu primeiro álbum solo, "Ensaio, O Disco", esse nome foi uma homenagem ao programa "Ensaio", da TV Cultura, com Geraldo Filme, que mudou meu jeito de ver o samba. E esse trabalho foi dedicado ao Geraldo Filme e ao Wilson Simonal.
saopaulo
Rapper paulistano lança música em homenagem à Vai-Vai, que faz 85 anosBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO Assim que chegou 2015, o grêmio recreativo Vai-Vai comemorou a chegada de seu 85º ano. Fundada em 1930, a tradicional escola de samba paulistana faz aniversário no dia 1º de janeiro. Naquela mesma data, o rapper Max B.O., 35, atual apresentador do programa "Manos e Minas" na TV Cultura, lançou a música "Samba na Quebrada", que homenageia a efeméride celebrada pelo grupo alvinegro. "A música surgiu por causa do 'beat' [batida] que o [produtor musical] Wzy fez com instrumentos de samba. A partir daí, achei justo fazer essa homenagem à maior campeã do carnaval paulistano", explica o MC paulistano batizado Marcelo Silva. Criado na Cohab Jardim Antártica, na zona norte da capital paulista —e atual morador da Lapa—, o músico, que já morou na Bela Vista, se diz Vai-Vai desde que começou a "curtir carnaval, em 1995". "Desde então, nunca me desliguei da comunidade, sempre estou lá, sempre tenho algum show que tenho amigos do [grêmio] Vai-Vai tocando junto... São 20 anos de amor por essa escola", conta. Ele tem o símbolo da Vai-Vai tatuado no braço. Leia abaixo entrevista com o rapper Max B.O. sobre a faixa "Samba Quebrada". Ainda no primeiro semestre deste ano ele deve lançar a mixtape "FumaSom vol. 1". * Vídeo sãopaulo - Qual a influência e importância do samba na sua criação musical? Max B.O. - Ele tem influência na minha criação de sambas. Já tenho uns 20 [sambas] mais ou menos, uns 12 que já penso em botar pra jogo. Mais a coisa do partido alto, versatilidade. Nada contra os outros, mas não faço hip-hop com samba nem samba com hip-hop. Sempre fiz rap. "Samba Quebrada" fala do Vai-Vai, os instrumentos são de samba, mas a composição –do beat e letra– são rap. E no meu samba é a mesma coisa: tem repique, tantã, pandeiro, cuíca e violão Você frequenta a sede da Vai-Vai? Já chegou a tentar escrever algum samba para a escola? Vou ao Vai-Vai sempre que posso. Vou aos ensaios, ao ensaio técnico e desfile. Já possuo uma boa pasta de sambas, mas ainda não tive essa honra. Participei do disco do Zeca do Cavaco, que é compositor de sambas campeões, e sempre sinto essa energia, vontade de fazer o enredo. Às vezes falam que eu devia desfilar na ala dos compositores. São dois sonhos que espero realizar: pisar no sambódromo na ala de compositores do Vai-Vai, servindo a minha escola com o que faço de melhor –usando minha voz. Se for cantando um samba meu, melhor ainda. Mas, mesmo que não vencesse a escolha do enredo, só de entrar nessa disputa, já é uma grande honra. Na música "Samba Quebrada" você cita nomes de sambistas importantes de São Paulo, como Pato N'Água, Pé Rachado, Thobias da Vai-Vai, Osvaldinho da Cuíca... Qual a sua relação com os trabalhos dessas pessoas? Conheço o Thobias desde 1993, porque estudei com uma filha dele nesta época. Sempre que nos vemos é lá no Vai-Vai mesmo. Minha aproximação maior é com o Osvaldinho da Cuíca, que, para mim, é um dos maiores nomes que o samba já conheceu, um mestre. Artista ímpar, pessoa que tive a oportunidade de já trabalhar junto e de trocar sempre uma boa ideia e um forte abraço quando nos encontramos. Os demais, conheço de minhas pesquisas pelo samba e das conversas que rolam no entorno da rua São Vicente [rua da Bela Vista onde fica a sede da Vai-Vai]. Você chegou a conhecer pessoalmente o Geraldo Filme [sambista importante ligado à escola]? Não o conheci pessoalmente, infelizmente. Mas Geraldo Filme representa muita coisa pra mim, a alma do samba paulista, a pegada do nosso sotaque no samba do Bixiga, o samba com histórias, pesquisa histórica, influências e referências. Coisas que hoje em dia não existem mais. Em 2010, quando lancei meu primeiro álbum solo, "Ensaio, O Disco", esse nome foi uma homenagem ao programa "Ensaio", da TV Cultura, com Geraldo Filme, que mudou meu jeito de ver o samba. E esse trabalho foi dedicado ao Geraldo Filme e ao Wilson Simonal.
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Gastar bem
Seja qual for o rumo que o governo federal adotará nos próximos meses, sob o comando do vice-presidente Michel Temer (PMDB), duas emergências assomarão ao horizonte: a penúria dos Estados e o desequilíbrio das contas públicas. Resolver o problema no nível estadual será crucial para evitar um colapso na prestação dos serviços. A solução provavelmente envolverá uma mistura de alívio financeiro de curto prazo em troca de contrapartidas de melhorias gerenciais e, assim se espera, negociações para dar cabo da guerra fiscal. Quanto às contas públicas, é preciso, de início, encaminhar reformas para tapar rombos no longo prazo, como o da Previdência. Isso não basta, porém; é necessário mexer na rigidez do Orçamento, que faz o impacto negativo do ajuste recair quase exclusivamente sobre investimentos e atendimento à população. Eis um cálculo simples: como quase 90% dos gastos são obrigatórios por lei (aposentadorias, funcionalismo e dotações constitucionais para saúde e educação), o restante sofre reduções desproporcionais. Em 2015, a despesa federal em investimentos caiu 34%, mas itens mandatórios cresceram 7,5% (ambos ajustados pela inflação). O problema também atinge os Estados. Em anos de bonança, gastos obrigatórios aumentam na mesma proporção que as receitas, sem que sejam feitas análises de custo-benefício. Ou seja, recursos são desembolsados apenas por força de lei, em detrimento da eficiência. A ninguém escapa que o setor público brasileiro gasta muito mal. Não é preciso ser especialista para constatar quão precários são os serviços oferecidos, mesmo sem considerar que os impostos chegam a 35% do PIB, nível muito superior ao de países com renda similar. Um estudo do banco Credit Suisse confirmou essa impressão generalizada. Posicionou o Brasil na 28º colocação entre 39 países em eficiência do gasto público. Os desequilíbrios dessa situação vão além da questão da qualidade. Não são raros os casos em que o desembolso público irrefletido leva proporcionalmente mais benefícios aos mais ricos. Segundo dados da equipe do economista Ricardo Paes de Barros, do Insper, o aumento da frequência em creches públicas de 2001 a 2014 foi maior na classe alta e média do que na baixa, num problema de focalização. Ampliar ao máximo o número de vagas ajuda a propaganda, mas não necessariamente constitui boa alocação de recursos. Passou da hora de os muitos grupos de pressão aceitarem que aumentar despesas nem sempre representa boa opção —aperfeiçoar a eficiência dos gastos, contudo, sempre será um caminho desejável. editoriais@uol.com.br
opiniao
Gastar bemSeja qual for o rumo que o governo federal adotará nos próximos meses, sob o comando do vice-presidente Michel Temer (PMDB), duas emergências assomarão ao horizonte: a penúria dos Estados e o desequilíbrio das contas públicas. Resolver o problema no nível estadual será crucial para evitar um colapso na prestação dos serviços. A solução provavelmente envolverá uma mistura de alívio financeiro de curto prazo em troca de contrapartidas de melhorias gerenciais e, assim se espera, negociações para dar cabo da guerra fiscal. Quanto às contas públicas, é preciso, de início, encaminhar reformas para tapar rombos no longo prazo, como o da Previdência. Isso não basta, porém; é necessário mexer na rigidez do Orçamento, que faz o impacto negativo do ajuste recair quase exclusivamente sobre investimentos e atendimento à população. Eis um cálculo simples: como quase 90% dos gastos são obrigatórios por lei (aposentadorias, funcionalismo e dotações constitucionais para saúde e educação), o restante sofre reduções desproporcionais. Em 2015, a despesa federal em investimentos caiu 34%, mas itens mandatórios cresceram 7,5% (ambos ajustados pela inflação). O problema também atinge os Estados. Em anos de bonança, gastos obrigatórios aumentam na mesma proporção que as receitas, sem que sejam feitas análises de custo-benefício. Ou seja, recursos são desembolsados apenas por força de lei, em detrimento da eficiência. A ninguém escapa que o setor público brasileiro gasta muito mal. Não é preciso ser especialista para constatar quão precários são os serviços oferecidos, mesmo sem considerar que os impostos chegam a 35% do PIB, nível muito superior ao de países com renda similar. Um estudo do banco Credit Suisse confirmou essa impressão generalizada. Posicionou o Brasil na 28º colocação entre 39 países em eficiência do gasto público. Os desequilíbrios dessa situação vão além da questão da qualidade. Não são raros os casos em que o desembolso público irrefletido leva proporcionalmente mais benefícios aos mais ricos. Segundo dados da equipe do economista Ricardo Paes de Barros, do Insper, o aumento da frequência em creches públicas de 2001 a 2014 foi maior na classe alta e média do que na baixa, num problema de focalização. Ampliar ao máximo o número de vagas ajuda a propaganda, mas não necessariamente constitui boa alocação de recursos. Passou da hora de os muitos grupos de pressão aceitarem que aumentar despesas nem sempre representa boa opção —aperfeiçoar a eficiência dos gastos, contudo, sempre será um caminho desejável. editoriais@uol.com.br
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Odebrecht deve incluir mais 30 funcionários em acordo de delação
A Odebrecht deve incluir mais 30 funcionários no acordo de delação premiada que negocia com o Ministério Público Federal. Se isso acontecer, a empresa pode ter ao todo mais de 80 delatores na Operação Lava Jato. Os novos nomes passaram a fazer parte das negociações há cerca de duas semanas, quando foi fechado o escopo do que a empresa irá relatar. Inicialmente, a empreiteira negociava um acordo para 53 executivos, entre eles o ex-presidente e herdeiro do grupo baiano, Marcelo Odebrecht, preso há um ano e quatro meses em Curitiba. No decorrer das conversas, eles trouxeram informações que incluíram outros funcionários do grupo. Os procuradores sugeriram, então, que esses citados relatassem os fatos dos quais participaram. Se forem contemplados no acordo, parte deles entrará na categoria de lenientes, ou seja, sem sanções penais ou multas. A questão deve ser decidida na próxima semana, a partir da análise dos relatos. Já os demais 53 terão pela frente cenário mais difícil. Só de multa, terão que pagar, segundo a Folha apurou, 30% dos últimos dez anos de salário que receberam da empresa. Aqueles com cargos mais altos perderão ainda os bônus que receberam em contas no exterior. No entanto, muitos devem se livrar da prisão, sobretudo os que já cumpriram preventiva –com exceção de Marcelo Odebrecht. Eles iniciarão as penas acordadas em regime domiciliar. Até o momento, os procuradores bateram o martelo nos acordos de mais de 40 executivos da companhia. Penas, multas e o escopo do que será falado foram definidos, faltando assinar o documento, fato que deve acontecer no próximo mês, segundo envolvidos nas tratativas. Entre os acordos está o que envolve Marcelo Odebrecht. O herdeiro queria sair da prisão logo após fechar delação, mas os procuradores insistiam que ele completasse quatro anos em regime fechado. Segundo a reportagem apurou, as conversas avançaram e a pena diminuiu em relação ao inicialmente desejado pela força-tarefa, mas o tempo que ele continuará preso ainda é mantido em segredo. Marcelo externou muita irritação com o fato de ter que permanecer mais tempo preso após a homologação de sua colaboração. Pessoas que tiveram contato com ele disseram que o empreiteiro chegou a reagir com gritos na carceragem ao receber a notícia. CONTEÚDO A delação da Odebrecht é uma das mais aguardadas pela força-tarefa da Lava Jato. Nas conversas preliminares, políticos de vários partidos foram mencionados, entre eles o presidente Michel Temer, os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, o ministro tucano José Serra (Relações Exteriores), governadores e parlamentares. Todos negam irregularidades. Há executivos que ainda não conseguiram fechar acordo com os procuradores, entre eles o ex-diretor Alexandrino Alencar, que chegou a ficar quatro meses preso em 2015. Os procuradores acreditam que Alencar esconde informações, boa parte referentes a Lula, com quem tinha relação de proximidade. Outro funcionário do grupo que teve o acordo rejeitado recentemente foi o vice-presidente de relações institucionais da Odebrecht em Brasília, Claudio Melo Filho. Assim como Alencar, ele estaria preservando políticos, segundo envolvidos na negociação. Pessoas próximas de Alencar e Melo, porém, dizem que nas últimas horas da sexta-feira (14) as conversas avançaram e os dois podem fechar o acordo. Procurada, a Odebrecht não quis se manifestar.
poder
Odebrecht deve incluir mais 30 funcionários em acordo de delaçãoA Odebrecht deve incluir mais 30 funcionários no acordo de delação premiada que negocia com o Ministério Público Federal. Se isso acontecer, a empresa pode ter ao todo mais de 80 delatores na Operação Lava Jato. Os novos nomes passaram a fazer parte das negociações há cerca de duas semanas, quando foi fechado o escopo do que a empresa irá relatar. Inicialmente, a empreiteira negociava um acordo para 53 executivos, entre eles o ex-presidente e herdeiro do grupo baiano, Marcelo Odebrecht, preso há um ano e quatro meses em Curitiba. No decorrer das conversas, eles trouxeram informações que incluíram outros funcionários do grupo. Os procuradores sugeriram, então, que esses citados relatassem os fatos dos quais participaram. Se forem contemplados no acordo, parte deles entrará na categoria de lenientes, ou seja, sem sanções penais ou multas. A questão deve ser decidida na próxima semana, a partir da análise dos relatos. Já os demais 53 terão pela frente cenário mais difícil. Só de multa, terão que pagar, segundo a Folha apurou, 30% dos últimos dez anos de salário que receberam da empresa. Aqueles com cargos mais altos perderão ainda os bônus que receberam em contas no exterior. No entanto, muitos devem se livrar da prisão, sobretudo os que já cumpriram preventiva –com exceção de Marcelo Odebrecht. Eles iniciarão as penas acordadas em regime domiciliar. Até o momento, os procuradores bateram o martelo nos acordos de mais de 40 executivos da companhia. Penas, multas e o escopo do que será falado foram definidos, faltando assinar o documento, fato que deve acontecer no próximo mês, segundo envolvidos nas tratativas. Entre os acordos está o que envolve Marcelo Odebrecht. O herdeiro queria sair da prisão logo após fechar delação, mas os procuradores insistiam que ele completasse quatro anos em regime fechado. Segundo a reportagem apurou, as conversas avançaram e a pena diminuiu em relação ao inicialmente desejado pela força-tarefa, mas o tempo que ele continuará preso ainda é mantido em segredo. Marcelo externou muita irritação com o fato de ter que permanecer mais tempo preso após a homologação de sua colaboração. Pessoas que tiveram contato com ele disseram que o empreiteiro chegou a reagir com gritos na carceragem ao receber a notícia. CONTEÚDO A delação da Odebrecht é uma das mais aguardadas pela força-tarefa da Lava Jato. Nas conversas preliminares, políticos de vários partidos foram mencionados, entre eles o presidente Michel Temer, os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, o ministro tucano José Serra (Relações Exteriores), governadores e parlamentares. Todos negam irregularidades. Há executivos que ainda não conseguiram fechar acordo com os procuradores, entre eles o ex-diretor Alexandrino Alencar, que chegou a ficar quatro meses preso em 2015. Os procuradores acreditam que Alencar esconde informações, boa parte referentes a Lula, com quem tinha relação de proximidade. Outro funcionário do grupo que teve o acordo rejeitado recentemente foi o vice-presidente de relações institucionais da Odebrecht em Brasília, Claudio Melo Filho. Assim como Alencar, ele estaria preservando políticos, segundo envolvidos na negociação. Pessoas próximas de Alencar e Melo, porém, dizem que nas últimas horas da sexta-feira (14) as conversas avançaram e os dois podem fechar o acordo. Procurada, a Odebrecht não quis se manifestar.
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Documentário 'O Futebol' mostra relação entre pai e filho na Copa
LUIZA WOLF DE SÃO PAULO É em São Paulo, durante a Copa-2014, no Brasil, que o cineasta Sergio Oksman, radicado na Espanha, e seu pai, Simão, decidem se reencontrar depois de cerca de 20 anos sem se verem. Oksman, então, combina com Simão de filmar os momentos que passariam juntos durante o evento. O resultado é "O Futebol", documentário vencedor da Mostra Competitiva Brasileira do festival É Tudo Verdade, que ocorreu neste mês. Na maior parte das cenas, Simão aparece sozinho -em casa, no bar. O esporte, por outro lado, é pouco mostrado, servindo apenas de pano de fundo para comprovar a falta de intimidade entre ambos. O mais perto que chegam de uma partida é quando estacionam perto do estádio de Itaquera. A cena, por sinal, é uma das poucas que mostram o diretor. Ele aparece no banco do carona, enquanto o pai dirige. É quando a falta de assunto ganha a forma de um silêncio constrangedor. À Folha, o diretor disse não haver metáfora entre o futebol e a relação com o pai. Porém, há imagens com múltiplos significados: o 7x1 contra a Alemanha, por exemplo, é visto na TV de um hospital. Veja salas e horários ASSISTA AO TRAILER Trailer
saopaulo
Documentário 'O Futebol' mostra relação entre pai e filho na CopaLUIZA WOLF DE SÃO PAULO É em São Paulo, durante a Copa-2014, no Brasil, que o cineasta Sergio Oksman, radicado na Espanha, e seu pai, Simão, decidem se reencontrar depois de cerca de 20 anos sem se verem. Oksman, então, combina com Simão de filmar os momentos que passariam juntos durante o evento. O resultado é "O Futebol", documentário vencedor da Mostra Competitiva Brasileira do festival É Tudo Verdade, que ocorreu neste mês. Na maior parte das cenas, Simão aparece sozinho -em casa, no bar. O esporte, por outro lado, é pouco mostrado, servindo apenas de pano de fundo para comprovar a falta de intimidade entre ambos. O mais perto que chegam de uma partida é quando estacionam perto do estádio de Itaquera. A cena, por sinal, é uma das poucas que mostram o diretor. Ele aparece no banco do carona, enquanto o pai dirige. É quando a falta de assunto ganha a forma de um silêncio constrangedor. À Folha, o diretor disse não haver metáfora entre o futebol e a relação com o pai. Porém, há imagens com múltiplos significados: o 7x1 contra a Alemanha, por exemplo, é visto na TV de um hospital. Veja salas e horários ASSISTA AO TRAILER Trailer
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A revolução do dinheiro eletrônico por meio dos bancos comunitários
O Brasil possui 200 milhões de pessoas e 270 milhões de linhas de celulares. Neste mesmo país, 48% da população não tem conta-corrente. Fazendo uma salada com os números, fica fácil concluir que os celulares podem se apresentar como uma boa solução para os "desbancarizados". Foi essa a perspectiva da Lei 12.865, de 9 de outubro de 2013, que regulamentou os arranjos e as instituições de pagamento eletrônico, entre eles, os pagamentos móveis. A inclusão financeira, via celular, tem um impacto social e uma capilaridade bem mais abrangente do que o tradicional sistema de correspondentes não bancários. Chega aos locais mais longínquos porque é mais simples. É uma solução mais barata e mais ecológica, dispensa uma parafernália de máquinas e equipamentos. O Instituto Banco Palmas criou, com seus parceiros, uma plataforma eletrônica chamada "e-dinheiro", que em breve vai se espalhar por todo o Brasil através da Rede Brasileira de Bancos Comunitários: dos ribeirinhos da Amazônia às periferias de São Paulo, das quebradeiras de coco no Piauí aos quilombolas de Alcântara (MA), dos índios Tremembés no Ceará aos morros do Rio de Janeiro. Onde tiver Banco Comunitário lá estará o "e-dinheiro", independe de acesso a internet. Com o aplicativo "e-dinheiro" pode ser feito depósitos, transferências, pagamentos, recebimentos, sem precisar da intermediação de um banco tradicional. O custo para os usuários e comerciantes é bem menor que qualquer alternativa. Como a gestão é do Banco Comunitário, a plataforma permite a criação de circuitos econômicos locais ao se organizar uma rede de grandes e pequenos comércios na região/município por onde circulará o dinheiro eletrônico. Além dos ativos circularem na própria região gerando trabalho localmente, o rendimento destas operações ficam para o Banco Comunitário reinvestir na comunidade. É um caminho sem volta. As soluções via celular chegaram para ficar. Como toda tecnologia, ela pode ser apropriada por grandes empresas para simplesmente acumular fortuna ou servir como uma ferramenta de distribuição de riqueza e redução das desigualdades. Essa última é a perspectiva dos Bancos Comunitários. Só resta uma pergunta: as classes C, D, E estão preparadas para utilizar o celular como meio de pagamento/recebimento? Avaliamos que não. Pelo contrário. Existe um enorme desconhecimento dos setores populares quanto à praticidade, efetividade e segurança dos celulares para operações financeiras. Diante desse desafio, os Bancos Comunitários estão se organizando para chegar a 2 milhões de brasileiros com uma campanha de educação financeira voltada para a utilização do celular como meio de pagamento/recebimento. Está em curso uma revolução no campo das finanças. Joaquim Melo, teólogo e educador, é coordenador-geral do Instituto Banco Palmas e integrante da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais
empreendedorsocial
A revolução do dinheiro eletrônico por meio dos bancos comunitáriosO Brasil possui 200 milhões de pessoas e 270 milhões de linhas de celulares. Neste mesmo país, 48% da população não tem conta-corrente. Fazendo uma salada com os números, fica fácil concluir que os celulares podem se apresentar como uma boa solução para os "desbancarizados". Foi essa a perspectiva da Lei 12.865, de 9 de outubro de 2013, que regulamentou os arranjos e as instituições de pagamento eletrônico, entre eles, os pagamentos móveis. A inclusão financeira, via celular, tem um impacto social e uma capilaridade bem mais abrangente do que o tradicional sistema de correspondentes não bancários. Chega aos locais mais longínquos porque é mais simples. É uma solução mais barata e mais ecológica, dispensa uma parafernália de máquinas e equipamentos. O Instituto Banco Palmas criou, com seus parceiros, uma plataforma eletrônica chamada "e-dinheiro", que em breve vai se espalhar por todo o Brasil através da Rede Brasileira de Bancos Comunitários: dos ribeirinhos da Amazônia às periferias de São Paulo, das quebradeiras de coco no Piauí aos quilombolas de Alcântara (MA), dos índios Tremembés no Ceará aos morros do Rio de Janeiro. Onde tiver Banco Comunitário lá estará o "e-dinheiro", independe de acesso a internet. Com o aplicativo "e-dinheiro" pode ser feito depósitos, transferências, pagamentos, recebimentos, sem precisar da intermediação de um banco tradicional. O custo para os usuários e comerciantes é bem menor que qualquer alternativa. Como a gestão é do Banco Comunitário, a plataforma permite a criação de circuitos econômicos locais ao se organizar uma rede de grandes e pequenos comércios na região/município por onde circulará o dinheiro eletrônico. Além dos ativos circularem na própria região gerando trabalho localmente, o rendimento destas operações ficam para o Banco Comunitário reinvestir na comunidade. É um caminho sem volta. As soluções via celular chegaram para ficar. Como toda tecnologia, ela pode ser apropriada por grandes empresas para simplesmente acumular fortuna ou servir como uma ferramenta de distribuição de riqueza e redução das desigualdades. Essa última é a perspectiva dos Bancos Comunitários. Só resta uma pergunta: as classes C, D, E estão preparadas para utilizar o celular como meio de pagamento/recebimento? Avaliamos que não. Pelo contrário. Existe um enorme desconhecimento dos setores populares quanto à praticidade, efetividade e segurança dos celulares para operações financeiras. Diante desse desafio, os Bancos Comunitários estão se organizando para chegar a 2 milhões de brasileiros com uma campanha de educação financeira voltada para a utilização do celular como meio de pagamento/recebimento. Está em curso uma revolução no campo das finanças. Joaquim Melo, teólogo e educador, é coordenador-geral do Instituto Banco Palmas e integrante da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais
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Neto respira sem aparelhos, e outros sobreviventes podem voltar ao Brasil
O zagueiro Neto voltou a respirar sem a ajuda de aparelhos depois de nove dias dependendo de ventilação mecânica. Segundo a equipe médica que está em Medellín, o jogador da Chapecoense, um dos seis sobreviventes do acidente com o avião do time catarinense, evoluiu bem nas últimas horas. "Conseguimos tirar ele da ventilação mecânica. Ele ainda é o paciente de UTI, que precisa de acompanhamento de hora em hora. As próximas 48 horas serão importantes para o Neto. Ele está a nove dias dependendo do ventilador. O pulmão dele precisa aprender a respirar sozinho. O pulmão desarmou. Ele evoluiu bem", disse o médico Edson Stakonski. O goleiro Follmann, por sua vez, terá de passar por uma operação no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O jogador da Chapecoense tem uma fratura na segunda vértebra cervical. O procedimento ocorrerá nos próximos dias. O dia para o transporte do paciente ainda não foi definido. De acordo com o médico Marco André Sonagli, Follmann será operado por Jorge Pagura, da CBF. "Não há uma urgência para a cirurgia. A ressonância vai dar a segurança de transporte", afirmou. Em melhores condições, Alan Ruschel e Rafael Henzel devem ser transferidos para o Brasil até a próxima terça-feira (13). Ambos vão para Chapecó. O jogador, que está no quarto há quase 48 horas, tem uma infecção urinária –ela foi tratada e não preocupa os médicos. A equipe médica depende da logística para autorizar a viagem dos pacientes ao Brasil –Neto ficará em Medellín. "Estamos organizando. Temos de ter segurança na aeronave, qual o tempo exato de voo. Precisamos entender tudo isso. Para pensar na condição clínica de quem vai, temos de entender essa logística", explicou Stakonski. Acidente em voo da Chapecoense
esporte
Neto respira sem aparelhos, e outros sobreviventes podem voltar ao BrasilO zagueiro Neto voltou a respirar sem a ajuda de aparelhos depois de nove dias dependendo de ventilação mecânica. Segundo a equipe médica que está em Medellín, o jogador da Chapecoense, um dos seis sobreviventes do acidente com o avião do time catarinense, evoluiu bem nas últimas horas. "Conseguimos tirar ele da ventilação mecânica. Ele ainda é o paciente de UTI, que precisa de acompanhamento de hora em hora. As próximas 48 horas serão importantes para o Neto. Ele está a nove dias dependendo do ventilador. O pulmão dele precisa aprender a respirar sozinho. O pulmão desarmou. Ele evoluiu bem", disse o médico Edson Stakonski. O goleiro Follmann, por sua vez, terá de passar por uma operação no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O jogador da Chapecoense tem uma fratura na segunda vértebra cervical. O procedimento ocorrerá nos próximos dias. O dia para o transporte do paciente ainda não foi definido. De acordo com o médico Marco André Sonagli, Follmann será operado por Jorge Pagura, da CBF. "Não há uma urgência para a cirurgia. A ressonância vai dar a segurança de transporte", afirmou. Em melhores condições, Alan Ruschel e Rafael Henzel devem ser transferidos para o Brasil até a próxima terça-feira (13). Ambos vão para Chapecó. O jogador, que está no quarto há quase 48 horas, tem uma infecção urinária –ela foi tratada e não preocupa os médicos. A equipe médica depende da logística para autorizar a viagem dos pacientes ao Brasil –Neto ficará em Medellín. "Estamos organizando. Temos de ter segurança na aeronave, qual o tempo exato de voo. Precisamos entender tudo isso. Para pensar na condição clínica de quem vai, temos de entender essa logística", explicou Stakonski. Acidente em voo da Chapecoense
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Fotos de prova do Enem em redes sociais são falsas, diz Inep
As supostas provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2015 que circulavam nas redes sociais durante este domingo (18) são falsas, segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), ligado ao Ministério da Educação. Estudantes compartilhavam fotos de dois cadernos de perguntas e do que seria o tema da redação, sobre os benefícios e malefícios da terceirização da mão de obra. O vazamento foi negado pelo Inep. "Atenção participantes do #Enem2015! As provas que estão circulando são falsas", declarou na página oficial do órgão no Twitter. Cerca de 7,8 milhões de estudantes devem participar, nos próximos dias 24 e 25 de outubro, da 18ª edição do Enem. O exame é composto por quatro provas objetivas, cada uma com 45 questões, e uma redação. O Ministério da Educação planejou uma logística para assegurar que a avaliação chegue aos locais de aplicação em segurança. Serão 12 centros de controle federais e outros espalhados pelos Estados para garantir que os malotes, com lacre eletrônico, não sejam acessados antes do horário previsto. Somadas, as distâncias percorridas nesta etapa atingem 326 mil km. Ao todo, 915.290 pessoas farão parte das equipes de aplicação da prova. Para ajudar no treino, a Folha selecionou dez questões de múltipla escolha que caíram nos exames de 2009 a 2014. Todas elas foram baseadas em reportagens, artigos e charges publicados no jornal. As questões selecionadas são das áreas de linguagens e códigos, ciências humanas e matemática. Quiz Enem 2015
educacao
Fotos de prova do Enem em redes sociais são falsas, diz InepAs supostas provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2015 que circulavam nas redes sociais durante este domingo (18) são falsas, segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), ligado ao Ministério da Educação. Estudantes compartilhavam fotos de dois cadernos de perguntas e do que seria o tema da redação, sobre os benefícios e malefícios da terceirização da mão de obra. O vazamento foi negado pelo Inep. "Atenção participantes do #Enem2015! As provas que estão circulando são falsas", declarou na página oficial do órgão no Twitter. Cerca de 7,8 milhões de estudantes devem participar, nos próximos dias 24 e 25 de outubro, da 18ª edição do Enem. O exame é composto por quatro provas objetivas, cada uma com 45 questões, e uma redação. O Ministério da Educação planejou uma logística para assegurar que a avaliação chegue aos locais de aplicação em segurança. Serão 12 centros de controle federais e outros espalhados pelos Estados para garantir que os malotes, com lacre eletrônico, não sejam acessados antes do horário previsto. Somadas, as distâncias percorridas nesta etapa atingem 326 mil km. Ao todo, 915.290 pessoas farão parte das equipes de aplicação da prova. Para ajudar no treino, a Folha selecionou dez questões de múltipla escolha que caíram nos exames de 2009 a 2014. Todas elas foram baseadas em reportagens, artigos e charges publicados no jornal. As questões selecionadas são das áreas de linguagens e códigos, ciências humanas e matemática. Quiz Enem 2015
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Polícia do mundo
SÃO PAULO - Os americanos são bons. Há décadas ouço falar em sacanagens na Fifa e muito pouco, para não dizer nada, acontecia em termos de investigações e trâmites judiciais. Bastou o FBI entrar na jogada para que histórias de malfeitos fossem levantadas em seus pormenores, provas produzidas, indiciamentos preparados e dirigentes da federação presos –aqui com a colaboração da polícia suíça. Olhando apenas para os resultados, é difícil não aplaudir a atuação dos norte-americanos. Mas –sempre há um "mas"– preocupa-me a desenvoltura com a qual os EUA vem desempenhando o papel de polícia do mundo. Em alguns dos casos, é difícil acreditar que os tribunais norte-americanos sejam a parte mais legítima para julgar os acusados. Trata-se, afinal, de cidadãos de outras nacionalidades e que cometeram os supostos delitos fora dos EUA. O que os aproxima da jurisdição americana é o fato de que muitas das transações financeiras feitas pelos acusados terem passado por bancos e empresas que tenham pelo menos uma filial em território estadunidense. Considerando que os EUA são a maior economia do planeta, aceitar que isso é o bastante para assegurar a competência das cortes americanas para agir colocaria o mundo inteiro sob o tacão de Washington, o que não me parece uma boa ideia. Enquanto os americanos estão atrás do Exército Islâmico ou livrando o futebol da máfia que se apoderou da Fifa, achamos tudo ótimo, mas é complicado conceder tanto poder a um só país, especialmente quando não participamos de seu processo legislativo. Pelas leis dos EUA a prostituição é crime. Isso daria a Washington o direito de caçar qualquer garota de programa do mundo que tenha feito depósitos num Citibank? Parece-me mais prudente insistir em regras mais territoriais para estabelecer a jurisdição. Nada impede que o FBI partilhe com países interessados as boas investigações que faz.
colunas
Polícia do mundoSÃO PAULO - Os americanos são bons. Há décadas ouço falar em sacanagens na Fifa e muito pouco, para não dizer nada, acontecia em termos de investigações e trâmites judiciais. Bastou o FBI entrar na jogada para que histórias de malfeitos fossem levantadas em seus pormenores, provas produzidas, indiciamentos preparados e dirigentes da federação presos –aqui com a colaboração da polícia suíça. Olhando apenas para os resultados, é difícil não aplaudir a atuação dos norte-americanos. Mas –sempre há um "mas"– preocupa-me a desenvoltura com a qual os EUA vem desempenhando o papel de polícia do mundo. Em alguns dos casos, é difícil acreditar que os tribunais norte-americanos sejam a parte mais legítima para julgar os acusados. Trata-se, afinal, de cidadãos de outras nacionalidades e que cometeram os supostos delitos fora dos EUA. O que os aproxima da jurisdição americana é o fato de que muitas das transações financeiras feitas pelos acusados terem passado por bancos e empresas que tenham pelo menos uma filial em território estadunidense. Considerando que os EUA são a maior economia do planeta, aceitar que isso é o bastante para assegurar a competência das cortes americanas para agir colocaria o mundo inteiro sob o tacão de Washington, o que não me parece uma boa ideia. Enquanto os americanos estão atrás do Exército Islâmico ou livrando o futebol da máfia que se apoderou da Fifa, achamos tudo ótimo, mas é complicado conceder tanto poder a um só país, especialmente quando não participamos de seu processo legislativo. Pelas leis dos EUA a prostituição é crime. Isso daria a Washington o direito de caçar qualquer garota de programa do mundo que tenha feito depósitos num Citibank? Parece-me mais prudente insistir em regras mais territoriais para estabelecer a jurisdição. Nada impede que o FBI partilhe com países interessados as boas investigações que faz.
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Volkswagen prepara troca de presidentes na América do Sul
EDUARDO SODRÉ COLUNISTA DA FOLHA A Volkswagen terá um novo presidente para Brasil e América do Sul: David Powels está deixando o país rumo à China, onde assumirá novas funções na empresa. A montadora ainda não confirma as informações, mas a Folha apurou que a decisão já foi tomada. O substituto de Powels será Pablo Di Si, atual presidente da Volkswagen Argentina. O anúncio deve ser feito na próxima semana. Powels assumiu a presidência da Volkswagen do Brasil e da América do Sul em janeiro de 2015. O executivo trabalhou para recuperar a imagem da marca e teve de enfrentar os reflexos do "dieselgate" —a fraude no controle de emissões descoberta em 2015. Sob sua gestão, a Volks anunciou a maior renovação de produtos de sua história no Brasil, com R$ 7 bilhões investidos até 2020. O primeiro a chegar é o novo Polo, que está em processo de pré-venda. Depois virão o sedã Virtus, um utilitário compacto e uma picape, todos produzidos no Brasil ou na Argentina. A empresa é hoje líder em exportações, mas está na terceira posição em vendas no mercado nacional, com 12% de participação. A General Motors lidera (18,2%), seguida pela Fiat (13%).
sobretudo
Volkswagen prepara troca de presidentes na América do Sul EDUARDO SODRÉ COLUNISTA DA FOLHA A Volkswagen terá um novo presidente para Brasil e América do Sul: David Powels está deixando o país rumo à China, onde assumirá novas funções na empresa. A montadora ainda não confirma as informações, mas a Folha apurou que a decisão já foi tomada. O substituto de Powels será Pablo Di Si, atual presidente da Volkswagen Argentina. O anúncio deve ser feito na próxima semana. Powels assumiu a presidência da Volkswagen do Brasil e da América do Sul em janeiro de 2015. O executivo trabalhou para recuperar a imagem da marca e teve de enfrentar os reflexos do "dieselgate" —a fraude no controle de emissões descoberta em 2015. Sob sua gestão, a Volks anunciou a maior renovação de produtos de sua história no Brasil, com R$ 7 bilhões investidos até 2020. O primeiro a chegar é o novo Polo, que está em processo de pré-venda. Depois virão o sedã Virtus, um utilitário compacto e uma picape, todos produzidos no Brasil ou na Argentina. A empresa é hoje líder em exportações, mas está na terceira posição em vendas no mercado nacional, com 12% de participação. A General Motors lidera (18,2%), seguida pela Fiat (13%).
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Leitores divergem sobre atuação da PM em manifestação no Paraná
Servidores públicos do Estado do Paraná devem entrar em greve geral em solidariedade aos professores brutalmente atacados. Na pauta, como condição inegociável, a imediata exoneração de Fernando Francischini, secretário de Segurança. Ações criminais e contra o Estado devem ser ajuizadas. Espera-se providências enérgicas do Ministério Público e da OAB. Aguarda-se intervenção no Legislativo estadual e a renúncia do governador Beto Richa. Nada menos do que isso. Julio César Caldas Alvim de Oliveira, diretor cinematográfico (Curitiba, PR) * Ao ler o comentário de Geraldo Magela (Painel do Leitor, 1º/5), parece-me que só os movimentos recentes dos alguns herdeiros da Marcha da Família com Deus pela Liberdade contra o governo Dilma são legítimos. Ao que tudo indica, o muro de muitos direitistas tacanhos, adeptos da generalização, ainda não caiu. Anete Araujo Guedes (Belo Horizonte, MG) * O governo Dilma está fazendo o mesmíssimo ajuste fiscal que Beto Richa faz no Paraná. Mas por que não vimos manifestantes em frente ao Palácio do Planalto? MARCELO CIOTI (Atibaia, SP) * O leitor Jalson de Araújo Abreu (Painel do Leitor, 2/5) se equivoca quando trata da greve dos professores em São Paulo. Aqui há total respeito pelos professores e diálogo permanente. No entanto, não é possível ignorar quando depredam e tentam invadir a Secretaria de Educação, patrimônio de todos os paulistas. Não é mera casualidade o fato dos sindicatos ligados à CUT, cujos dirigentes são inclusive filiados ao PT, promoverem greve em Estados governados pela oposição no momento em que o governo Dilma se dissolve em escândalos de corrupção e nas mentiras contadas no período eleitoral. Com certeza não há coincidência nisso. Vanessa Silva Pinto, assessora de imprensa do diretório estadual do PSDB-SP (São Paulo, SP) * Depois da violência da polícia do Paraná, é de se perguntar: o PSDB tem dificuldade com manifestações? Só para lembrar FHC mandou o Exército invadir refinarias. Ação policial ordenada por Almir Gabriel, no Pará, resultou na morte 19 sem-terra. Mario Covas usou a polícia contra professores em 2000. Geraldo Alckmin está cansado de mandar bater em manifestantes. É preciso que a Justiça aja contra tucanos travestidos de democratas. Clóvis Deitos (Campinas, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitores divergem sobre atuação da PM em manifestação no ParanáServidores públicos do Estado do Paraná devem entrar em greve geral em solidariedade aos professores brutalmente atacados. Na pauta, como condição inegociável, a imediata exoneração de Fernando Francischini, secretário de Segurança. Ações criminais e contra o Estado devem ser ajuizadas. Espera-se providências enérgicas do Ministério Público e da OAB. Aguarda-se intervenção no Legislativo estadual e a renúncia do governador Beto Richa. Nada menos do que isso. Julio César Caldas Alvim de Oliveira, diretor cinematográfico (Curitiba, PR) * Ao ler o comentário de Geraldo Magela (Painel do Leitor, 1º/5), parece-me que só os movimentos recentes dos alguns herdeiros da Marcha da Família com Deus pela Liberdade contra o governo Dilma são legítimos. Ao que tudo indica, o muro de muitos direitistas tacanhos, adeptos da generalização, ainda não caiu. Anete Araujo Guedes (Belo Horizonte, MG) * O governo Dilma está fazendo o mesmíssimo ajuste fiscal que Beto Richa faz no Paraná. Mas por que não vimos manifestantes em frente ao Palácio do Planalto? MARCELO CIOTI (Atibaia, SP) * O leitor Jalson de Araújo Abreu (Painel do Leitor, 2/5) se equivoca quando trata da greve dos professores em São Paulo. Aqui há total respeito pelos professores e diálogo permanente. No entanto, não é possível ignorar quando depredam e tentam invadir a Secretaria de Educação, patrimônio de todos os paulistas. Não é mera casualidade o fato dos sindicatos ligados à CUT, cujos dirigentes são inclusive filiados ao PT, promoverem greve em Estados governados pela oposição no momento em que o governo Dilma se dissolve em escândalos de corrupção e nas mentiras contadas no período eleitoral. Com certeza não há coincidência nisso. Vanessa Silva Pinto, assessora de imprensa do diretório estadual do PSDB-SP (São Paulo, SP) * Depois da violência da polícia do Paraná, é de se perguntar: o PSDB tem dificuldade com manifestações? Só para lembrar FHC mandou o Exército invadir refinarias. Ação policial ordenada por Almir Gabriel, no Pará, resultou na morte 19 sem-terra. Mario Covas usou a polícia contra professores em 2000. Geraldo Alckmin está cansado de mandar bater em manifestantes. É preciso que a Justiça aja contra tucanos travestidos de democratas. Clóvis Deitos (Campinas, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Carnaval e jogo do Palmeiras complicam o trânsito neste sábado
O QUE AFETA SUA VIDA O trânsito deve complicar nas imediações do Allianz Parque em razão do jogo do Palmeiras contra o Linense pela 4ª rodada do campeonato Paulista, às 17h. A partida altera o trajeto de 28 ônibus. A folia ainda não acabou. E, por isso, as intermediações da Vila Madalena, de Pinheiros e do Centro terão bloqueios e alterações no trânsito. Fique esperto. TEMPO Segundo o Inmet, o dia e a noite permanecem nublados, mas não há previsão de chuvas. A temperatura cai um pouco, com máxima de 30ºC e mínima de 16ºC. CULTURA E LAZER Todo Carnaval tem seu fim. Mas, em 2016, está difícil para o paulistano se despedir. Neste sábado (13), o bloco Primavera, Te Amo desfila por Pinheiros. A concentração está marcada para as 12h, em frente ao bar Pirajá. Para os pequenos, uma versão de "Chapeuzinho Vermelho" menos ingênua, que se diverte com um Lobo Mau ilusionista e um Lenhador simpático. O espetáculo, em cartaz no Teatro Folha até o dia 26 de junho, começa às 16h. Considerado o maior evento do gênero fora da China, o Ano Novo Chinês, que celebra o ano do macaco, toma conta da praça da Liberdade neste fim de semana. Entre as atrações culturais, estão apresentações de ópera chinesa e jogo da memória que representa uma "aula" de mandarim. A programação começa neste sábado (13), às 12h. AMANHÃ As notícias do dia seguinte são publicadas aqui e no nosso app, sempre às 21h.
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Carnaval e jogo do Palmeiras complicam o trânsito neste sábadoO QUE AFETA SUA VIDA O trânsito deve complicar nas imediações do Allianz Parque em razão do jogo do Palmeiras contra o Linense pela 4ª rodada do campeonato Paulista, às 17h. A partida altera o trajeto de 28 ônibus. A folia ainda não acabou. E, por isso, as intermediações da Vila Madalena, de Pinheiros e do Centro terão bloqueios e alterações no trânsito. Fique esperto. TEMPO Segundo o Inmet, o dia e a noite permanecem nublados, mas não há previsão de chuvas. A temperatura cai um pouco, com máxima de 30ºC e mínima de 16ºC. CULTURA E LAZER Todo Carnaval tem seu fim. Mas, em 2016, está difícil para o paulistano se despedir. Neste sábado (13), o bloco Primavera, Te Amo desfila por Pinheiros. A concentração está marcada para as 12h, em frente ao bar Pirajá. Para os pequenos, uma versão de "Chapeuzinho Vermelho" menos ingênua, que se diverte com um Lobo Mau ilusionista e um Lenhador simpático. O espetáculo, em cartaz no Teatro Folha até o dia 26 de junho, começa às 16h. Considerado o maior evento do gênero fora da China, o Ano Novo Chinês, que celebra o ano do macaco, toma conta da praça da Liberdade neste fim de semana. Entre as atrações culturais, estão apresentações de ópera chinesa e jogo da memória que representa uma "aula" de mandarim. A programação começa neste sábado (13), às 12h. AMANHÃ As notícias do dia seguinte são publicadas aqui e no nosso app, sempre às 21h.
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Judiciário brasileiro não é a vara de Curitiba, diz Gilmar Mendes
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes rebateu as recentes críticas de morosidade da corte em contraposição a uma suposta rapidez das instâncias inferiores. "O Judiciário brasileiro de primeira instância não é a 13ª vara de Curitiba [responsável pela Lava Jato]", disse Mendes. O ministro destacou que as condições de trabalho da equipe responsável pela Lava Jato são bem diferentes da realidade da maioria dos tribunais brasileiros. "Curitiba não é o padrão. E nem é o padrão da Justiça federal. O Moro está trabalhando sob condições especialíssimas, só faz isso", completou. Para Mendes, comparar a atuação do Supremo com a vara de Moro é uma atitude "irresponsável". "O elogio vai para o tribunal federal do Paraná que deu a ele [Moro] condições para que ele ficasse só fazendo isso. Não é o caso de todos os juízes que têm competências mais diversas", disse o magistrado. As declarações foram feitas em Lisboa nesta quinta-feira, último dia do 5º Seminário Luso-Brasileiro de Direito, organizado pelo IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), do qual Mendes é sócio. Apesar de rejeitar as criticas de morosidade, o ministro defendeu que o Supremo discuta em breve a questão de limitação do foro privilegiado. "Hoje nós temos praticamente metade do Congresso, talvez algo mais, investigada no Supremo Tribunal Federal. Esse é um dado estatístico inescapável, nós temos que discutir [a redução do foro privilegiado]." "Agora não sei se é oportuno, se é adequado tentar fazer uma mudança casuística, eu diria quase 'macunaímica' agora, aproveitando-se desse discurso de que o foro é inadequado e tudo mais", completou. O ministro criticou também o CNJ (Conselho Nacional de Justiça). "O órgão perdeu o impulso e precisa melhorar muito para melhorar a Justiça do Brasil", finalizou.
poder
Judiciário brasileiro não é a vara de Curitiba, diz Gilmar MendesO ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes rebateu as recentes críticas de morosidade da corte em contraposição a uma suposta rapidez das instâncias inferiores. "O Judiciário brasileiro de primeira instância não é a 13ª vara de Curitiba [responsável pela Lava Jato]", disse Mendes. O ministro destacou que as condições de trabalho da equipe responsável pela Lava Jato são bem diferentes da realidade da maioria dos tribunais brasileiros. "Curitiba não é o padrão. E nem é o padrão da Justiça federal. O Moro está trabalhando sob condições especialíssimas, só faz isso", completou. Para Mendes, comparar a atuação do Supremo com a vara de Moro é uma atitude "irresponsável". "O elogio vai para o tribunal federal do Paraná que deu a ele [Moro] condições para que ele ficasse só fazendo isso. Não é o caso de todos os juízes que têm competências mais diversas", disse o magistrado. As declarações foram feitas em Lisboa nesta quinta-feira, último dia do 5º Seminário Luso-Brasileiro de Direito, organizado pelo IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), do qual Mendes é sócio. Apesar de rejeitar as criticas de morosidade, o ministro defendeu que o Supremo discuta em breve a questão de limitação do foro privilegiado. "Hoje nós temos praticamente metade do Congresso, talvez algo mais, investigada no Supremo Tribunal Federal. Esse é um dado estatístico inescapável, nós temos que discutir [a redução do foro privilegiado]." "Agora não sei se é oportuno, se é adequado tentar fazer uma mudança casuística, eu diria quase 'macunaímica' agora, aproveitando-se desse discurso de que o foro é inadequado e tudo mais", completou. O ministro criticou também o CNJ (Conselho Nacional de Justiça). "O órgão perdeu o impulso e precisa melhorar muito para melhorar a Justiça do Brasil", finalizou.
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FGV vai oferecer primeira graduação em inglês do Brasil
A partir do próximo semestre, a FGV (Fundação Getulio Vargas) de São Paulo vai oferecer o primeiro curso de graduação do Brasil totalmente em inglês. Será uma turma de administração por semestre com aulas, trabalhos e exames somente em língua inglesa. Essa turma -com 40 alunos por semestre- vai ter o mesmo conteúdo e o mesmo preço (R$ 3.350 mensais) que as demais. O que muda é só a língua. Os professores, inicialmente, também serão os mesmos -e ganharão um "extra" para preparar as aulas em outro idioma. As lições em inglês não são, no entanto, uma novidade na escola. A FGV já vinha se preparando para a experiência há anos com a oferta de disciplinas optativas no idioma. Hoje, há 32 delas na escola, além de um mestrado profissional totalmente em língua inglesa. Assim como já acontecia com as disciplinas eletivas, agora, os docentes dão aulas em inglês se quiserem. "A procura para ministrar as disciplinas tem sido grande", diz o diretor da escola, Luiz Artur Ledur Brito, que é conhecido nos corredores acadêmicos como um entusiasta da internacionalização. "Parte dos professores tem experiência porque já deu aula em inglês em outros países", afirma. A Folha apurou que há professores da escola se preparando com aulas particulares do idioma. Para os alunos, a escolha do curso em inglês vai acontecer somente na matrícula. Ou seja: quem for aprovado no vestibular regular da FGV poderá fazer essa opção. O próximo processo seletivo está com inscrições abertas até o dia 13 de maio. Será preciso, no entanto, ter boas notas nas questões em inglês para optar pelo curso na língua estrangeira. "O aluno tem de entrar sabendo inglês, senão ele não vai conseguir acompanhar as aulas", explica Nelson Lerner Barth, coordenador dos cursos de graduação em administração. Para a turma de 2016, haverá também um processo seletivo especial para alunos estrangeiros, diz Barth. A seleção, que deve acontecer no final deste ano, ainda está sendo desenhada. A proposta da escola com a iniciativa é atrair mais estudantes e docentes estrangeiros. Hoje, 1% dos alunos da FGV vem de outros países (na USP, a taxa também é baixa: 2%). Em comparação, boas escolas de países como Alemanha e Holanda chegam a ter 20% de alunos estrangeiros. "O desafio inicial vai ser um professor brasileiro dar aula em inglês para alunos brasileiros. Quando há estrangeiros na sala fica mais fácil", diz Barth. Com as aulas em inglês, diz Tales Andreassi, vice-diretor da escola, a ideia é ter pelos menos 5% de estudantes de outros países. A FGV também quer incentivar o intercâmbio de alunos e de docentes com as instituições parceiras da escola -são 102 no mundo- e estimular o duplo diploma de graduação que, hoje, é feito pela escola com a Universidade Northeastern, dos EUA. Consultado, o MEC disse que não há regulamentação específica que impeça uma graduação inteira em inglês no Brasil, desde que o aluno também possa fazer, se quiser, a opção pelo português. No mês passado, a USP anunciou que passaria a oferecer algumas disciplinas em inglês. A ideia, assim como a da FGV, é facilitar a internacionalização e atrair mais docentes e alunos estrangeiros para a universidade.
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FGV vai oferecer primeira graduação em inglês do BrasilA partir do próximo semestre, a FGV (Fundação Getulio Vargas) de São Paulo vai oferecer o primeiro curso de graduação do Brasil totalmente em inglês. Será uma turma de administração por semestre com aulas, trabalhos e exames somente em língua inglesa. Essa turma -com 40 alunos por semestre- vai ter o mesmo conteúdo e o mesmo preço (R$ 3.350 mensais) que as demais. O que muda é só a língua. Os professores, inicialmente, também serão os mesmos -e ganharão um "extra" para preparar as aulas em outro idioma. As lições em inglês não são, no entanto, uma novidade na escola. A FGV já vinha se preparando para a experiência há anos com a oferta de disciplinas optativas no idioma. Hoje, há 32 delas na escola, além de um mestrado profissional totalmente em língua inglesa. Assim como já acontecia com as disciplinas eletivas, agora, os docentes dão aulas em inglês se quiserem. "A procura para ministrar as disciplinas tem sido grande", diz o diretor da escola, Luiz Artur Ledur Brito, que é conhecido nos corredores acadêmicos como um entusiasta da internacionalização. "Parte dos professores tem experiência porque já deu aula em inglês em outros países", afirma. A Folha apurou que há professores da escola se preparando com aulas particulares do idioma. Para os alunos, a escolha do curso em inglês vai acontecer somente na matrícula. Ou seja: quem for aprovado no vestibular regular da FGV poderá fazer essa opção. O próximo processo seletivo está com inscrições abertas até o dia 13 de maio. Será preciso, no entanto, ter boas notas nas questões em inglês para optar pelo curso na língua estrangeira. "O aluno tem de entrar sabendo inglês, senão ele não vai conseguir acompanhar as aulas", explica Nelson Lerner Barth, coordenador dos cursos de graduação em administração. Para a turma de 2016, haverá também um processo seletivo especial para alunos estrangeiros, diz Barth. A seleção, que deve acontecer no final deste ano, ainda está sendo desenhada. A proposta da escola com a iniciativa é atrair mais estudantes e docentes estrangeiros. Hoje, 1% dos alunos da FGV vem de outros países (na USP, a taxa também é baixa: 2%). Em comparação, boas escolas de países como Alemanha e Holanda chegam a ter 20% de alunos estrangeiros. "O desafio inicial vai ser um professor brasileiro dar aula em inglês para alunos brasileiros. Quando há estrangeiros na sala fica mais fácil", diz Barth. Com as aulas em inglês, diz Tales Andreassi, vice-diretor da escola, a ideia é ter pelos menos 5% de estudantes de outros países. A FGV também quer incentivar o intercâmbio de alunos e de docentes com as instituições parceiras da escola -são 102 no mundo- e estimular o duplo diploma de graduação que, hoje, é feito pela escola com a Universidade Northeastern, dos EUA. Consultado, o MEC disse que não há regulamentação específica que impeça uma graduação inteira em inglês no Brasil, desde que o aluno também possa fazer, se quiser, a opção pelo português. No mês passado, a USP anunciou que passaria a oferecer algumas disciplinas em inglês. A ideia, assim como a da FGV, é facilitar a internacionalização e atrair mais docentes e alunos estrangeiros para a universidade.
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Sem detalhar reforma, Trump anuncia intenção de cortar impostos
Em discurso em uma fábrica de Springfield, em Missouri, o presidente Donald Trump anunciou nesta quarta (30) sua intenção de cortar impostos de empresas e da classe média no que chamou de reforma tributária "pró-América", que espera passar no Congresso o quanto antes. Para isso, Trump pressionou, em sua fala, os parlamentares republicanos e democratas, inclusive instando os eleitores do Missouri a não reeleger a senadora democrata Claire McCaskill se ela não apoiar a futura proposta da reforma. "Vamos deixar —ou tentar deixar— para trás a postura partidária e nos unir como americanos para criar as leis tributárias do século 21 que nossa população merece", disse Trump, depois de ir contra McCaskill. O Congresso retoma suas atividades após o recesso na próxima semana. Só que, num sinal de que a tarefa de alterar a carga tributária será mais complicada do que ele próprio faz parecer, Trump não entrou em detalhes sobre sua proposta para a reforma. O presidente elencou apenas quais deveriam ser seus quatro pilares: simplificar o código tributário, diminuir a carga sobre as empresas para torná-las mais competitivas, reduzir impostos para a classe média e tornar "menos punitivo" o sistema para que empresas com negócios fora do país tragam seu dinheiro de volta para os EUA. "Hoje, ainda estamos taxando nossas empresas em 35%, mas é mais do que isso. Em alguns casos, é mais de 40%, quando incluídos os impostos estaduais e locais", disse Trump. "Idealmente, gostaríamos de reduzir os impostos das nossas empresas para 15%, o que tornaria nosso imposto menor do que em muitos países, mas ainda assim, não o menor, infelizmente, no mundo", afirmou, sem especificar qual será o valor proposto pela Casa Branca. Trump disse ainda que é "muito importante" para a sua filha e assessora, Ivanka, que as famílias de classe média tenham que pagar menos impostos para poder arcar com os custos de "criar uma família". "Isso é muito, muito importante para todos nessa sala, mas tão importante para a minha filha", disse, saudando, sob aplausos, Ivanka na plateia.
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Sem detalhar reforma, Trump anuncia intenção de cortar impostosEm discurso em uma fábrica de Springfield, em Missouri, o presidente Donald Trump anunciou nesta quarta (30) sua intenção de cortar impostos de empresas e da classe média no que chamou de reforma tributária "pró-América", que espera passar no Congresso o quanto antes. Para isso, Trump pressionou, em sua fala, os parlamentares republicanos e democratas, inclusive instando os eleitores do Missouri a não reeleger a senadora democrata Claire McCaskill se ela não apoiar a futura proposta da reforma. "Vamos deixar —ou tentar deixar— para trás a postura partidária e nos unir como americanos para criar as leis tributárias do século 21 que nossa população merece", disse Trump, depois de ir contra McCaskill. O Congresso retoma suas atividades após o recesso na próxima semana. Só que, num sinal de que a tarefa de alterar a carga tributária será mais complicada do que ele próprio faz parecer, Trump não entrou em detalhes sobre sua proposta para a reforma. O presidente elencou apenas quais deveriam ser seus quatro pilares: simplificar o código tributário, diminuir a carga sobre as empresas para torná-las mais competitivas, reduzir impostos para a classe média e tornar "menos punitivo" o sistema para que empresas com negócios fora do país tragam seu dinheiro de volta para os EUA. "Hoje, ainda estamos taxando nossas empresas em 35%, mas é mais do que isso. Em alguns casos, é mais de 40%, quando incluídos os impostos estaduais e locais", disse Trump. "Idealmente, gostaríamos de reduzir os impostos das nossas empresas para 15%, o que tornaria nosso imposto menor do que em muitos países, mas ainda assim, não o menor, infelizmente, no mundo", afirmou, sem especificar qual será o valor proposto pela Casa Branca. Trump disse ainda que é "muito importante" para a sua filha e assessora, Ivanka, que as famílias de classe média tenham que pagar menos impostos para poder arcar com os custos de "criar uma família". "Isso é muito, muito importante para todos nessa sala, mas tão importante para a minha filha", disse, saudando, sob aplausos, Ivanka na plateia.
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Iniciativa que promove economia local em biomas do país integra rede do Ipê
O Ipê (Instituto de Pesquisas Ecológicas), dos membros da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais Claudio e Suzana Pádua, passou a ter como integrante de sua unidade de negócios o bazar Design da Mata. A quinta edição de Natal será na sexta-feira (4) e sábado (5), em São Paulo. Este ano, a designer de sapatos Paula Ferber é a nova parceira do bazar, depois de conhecer o projeto durante a viagem de imersão na Amazônia em setembro deste ano. O Design da Mata promove o artesanato e a economia local de comunidades da Amazônia. Para o bazar de dezembro, 30 comunidades foram beneficiadas, com um impacto direto no trabalho de 300 artesãos. Assim como o projeto, a designer Ferber exalta o trabalho feito à mão, com matérias-primas naturais. A coleção se inspira na cultura brasileira e a miscigenação de suas bases de formação. As técnicas utilizadas são tradicionais de comunidades indígenas, caboclas e caiçaras, tanto curais como urbanas. Os produtos são confeccionados com recursos da floresta, como palha de tucumã e de milho, carnaúba, fibra de bananeira e madeira certificada. Bazar Design da Mata - rua Chilon, 276, Vila Olímpia, São Paulo, SP. Sex. (4) e sáb. (5): 10h às 18h.
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Iniciativa que promove economia local em biomas do país integra rede do IpêO Ipê (Instituto de Pesquisas Ecológicas), dos membros da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais Claudio e Suzana Pádua, passou a ter como integrante de sua unidade de negócios o bazar Design da Mata. A quinta edição de Natal será na sexta-feira (4) e sábado (5), em São Paulo. Este ano, a designer de sapatos Paula Ferber é a nova parceira do bazar, depois de conhecer o projeto durante a viagem de imersão na Amazônia em setembro deste ano. O Design da Mata promove o artesanato e a economia local de comunidades da Amazônia. Para o bazar de dezembro, 30 comunidades foram beneficiadas, com um impacto direto no trabalho de 300 artesãos. Assim como o projeto, a designer Ferber exalta o trabalho feito à mão, com matérias-primas naturais. A coleção se inspira na cultura brasileira e a miscigenação de suas bases de formação. As técnicas utilizadas são tradicionais de comunidades indígenas, caboclas e caiçaras, tanto curais como urbanas. Os produtos são confeccionados com recursos da floresta, como palha de tucumã e de milho, carnaúba, fibra de bananeira e madeira certificada. Bazar Design da Mata - rua Chilon, 276, Vila Olímpia, São Paulo, SP. Sex. (4) e sáb. (5): 10h às 18h.
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PSOL entra com ação no STF para derrubar reforma da educação
O PSOL entrou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta terça (27) para pedir que a corte declare inconstitucionais as mudanças propostas na reforma do sistema educacional brasileiro proposta pelo governo federal. O partido argumenta que o plano, se aprovado, acarretará na perda de qualidade do ensino, promoverá o aumento das diferenças sociais e o descompasso entre os alunos dos ensinos médio e fundamental. Um dos pontos criticados é o que retira a obrigatoriedade de o currículo escolar conter Artes e Educação Física. "Com a [...] não obrigatoriedade de oferecer todo o conteúdo em cada escola, é evidente que as escolas públicas, já sem muitos recursos, serão obrigadas a oferecer apenas o mínimo. Enquanto isso, a classe social mais privilegiada será exposta aos mais variados conteúdos. É uma norma que não se coaduna com a relação intrínseca entre a isonomia e o direito à educação", afirma. A peça afirma que a admissão de profissionais sem formação na área de educação ou pedagogia, como permite reforma permite, afronta o "princípio constitucional da garantia do padrão de qualidade do ensino público". A ação direta de constitucionalidade, assinada pelo presidente do PSOL, Raimundo Silva de Araújo, sustenta que a jornada de 7 horas de aula, imposta pela reforma, pode afastar das escolas alunos que se dividem entre trabalho e estudos. "A não ser que o Estado esteja disposto a incrementar políticas públicas que favoreçam o comparecimento de adolescentes às escolas por 7 horas a dentro, podendo ir para casa e reforçar seu aprendizado em seguida, a proposta é elitista e voltada apenas aos estudantes que têm o privilégio de não trabalhar enquanto estudam", acusa. Além disso, a sigla diz que a projeto não poderia ser apresentado por meio de uma medida provisória, como fez o Palácio do Planalto. O instrumento obriga o Congresso a apreciar a matéria com maior celeridade do que precisaria fazer com um projeto de lei. As MPs têm prazo de validade e perdem o efeito quando não são analisadas até a data de vencimento. "Dispor por medida provisória sobre tema tão complexo, que claramente não reclama urgência, é temerário e pouco democrático, por impor prazo extremamente exíguo para debate que já está ocorrendo nos meios educacionais e, sobretudo, no Congresso Nacional", diz o partido, depois de fazer referência a um projeto de lei sobre o mesmo tema que já está em tramitação na Câmara. A ação está sob a relatoria do ministro Edson Fachin. Outro processo, com o mesmo pleito, já havia chegado ao tribunal. Um advogado de São Paulo requereu que o Supremo torne a MP sem efeitos. RECUO Após pressão de professores e entidades, o governo Michel Temer (PMDB) recuou, ao menos por ora, da decisão de acabar com a obrigatoriedade de aulas de artes e educação física no ensino médio. Na quinta-feira (22), ao anunciar o plano, o Ministério da Educação distribuiu texto do que seria a medida provisória encaminhada ao Congresso. Segundo esse documento, as duas disciplinas somente seriam obrigatórias a partir de agora nos ensinos infantil e fundamental, definição seguida de uma série de críticas. Nesta sexta (23), porém, ao publicar a versão oficial da MP no "Diário Oficial" da União, o governo manteve o fim da obrigatoriedade de artes, educação física, sociologia e fisiologia, mas apontou que essa regra somente passará a valer a partir do segundo ano letivo posterior à aprovação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular). A base nacional definirá os conteúdos para as diferentes etapas da educação básica e ainda está em discussão, sem prazo de conclusão. Na prática, a presença ou não dessas disciplinas no ensino médio será decidida pelo conteúdo da base nacional, e não mais pela medida provisória assinada por Temer e que agora será avaliada e até modificada por deputados e senadores. O Ministério da Educação diz que nunca houve a intenção de eliminar as disciplinas, e que a versão divulgada na quinta ainda não havia passado por revisões. Em nenhum momento, porém, o ministério comandado por Mendonça Filho (DEM-PE) anunciou esse ajuste de um texto para o outro.
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PSOL entra com ação no STF para derrubar reforma da educaçãoO PSOL entrou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta terça (27) para pedir que a corte declare inconstitucionais as mudanças propostas na reforma do sistema educacional brasileiro proposta pelo governo federal. O partido argumenta que o plano, se aprovado, acarretará na perda de qualidade do ensino, promoverá o aumento das diferenças sociais e o descompasso entre os alunos dos ensinos médio e fundamental. Um dos pontos criticados é o que retira a obrigatoriedade de o currículo escolar conter Artes e Educação Física. "Com a [...] não obrigatoriedade de oferecer todo o conteúdo em cada escola, é evidente que as escolas públicas, já sem muitos recursos, serão obrigadas a oferecer apenas o mínimo. Enquanto isso, a classe social mais privilegiada será exposta aos mais variados conteúdos. É uma norma que não se coaduna com a relação intrínseca entre a isonomia e o direito à educação", afirma. A peça afirma que a admissão de profissionais sem formação na área de educação ou pedagogia, como permite reforma permite, afronta o "princípio constitucional da garantia do padrão de qualidade do ensino público". A ação direta de constitucionalidade, assinada pelo presidente do PSOL, Raimundo Silva de Araújo, sustenta que a jornada de 7 horas de aula, imposta pela reforma, pode afastar das escolas alunos que se dividem entre trabalho e estudos. "A não ser que o Estado esteja disposto a incrementar políticas públicas que favoreçam o comparecimento de adolescentes às escolas por 7 horas a dentro, podendo ir para casa e reforçar seu aprendizado em seguida, a proposta é elitista e voltada apenas aos estudantes que têm o privilégio de não trabalhar enquanto estudam", acusa. Além disso, a sigla diz que a projeto não poderia ser apresentado por meio de uma medida provisória, como fez o Palácio do Planalto. O instrumento obriga o Congresso a apreciar a matéria com maior celeridade do que precisaria fazer com um projeto de lei. As MPs têm prazo de validade e perdem o efeito quando não são analisadas até a data de vencimento. "Dispor por medida provisória sobre tema tão complexo, que claramente não reclama urgência, é temerário e pouco democrático, por impor prazo extremamente exíguo para debate que já está ocorrendo nos meios educacionais e, sobretudo, no Congresso Nacional", diz o partido, depois de fazer referência a um projeto de lei sobre o mesmo tema que já está em tramitação na Câmara. A ação está sob a relatoria do ministro Edson Fachin. Outro processo, com o mesmo pleito, já havia chegado ao tribunal. Um advogado de São Paulo requereu que o Supremo torne a MP sem efeitos. RECUO Após pressão de professores e entidades, o governo Michel Temer (PMDB) recuou, ao menos por ora, da decisão de acabar com a obrigatoriedade de aulas de artes e educação física no ensino médio. Na quinta-feira (22), ao anunciar o plano, o Ministério da Educação distribuiu texto do que seria a medida provisória encaminhada ao Congresso. Segundo esse documento, as duas disciplinas somente seriam obrigatórias a partir de agora nos ensinos infantil e fundamental, definição seguida de uma série de críticas. Nesta sexta (23), porém, ao publicar a versão oficial da MP no "Diário Oficial" da União, o governo manteve o fim da obrigatoriedade de artes, educação física, sociologia e fisiologia, mas apontou que essa regra somente passará a valer a partir do segundo ano letivo posterior à aprovação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular). A base nacional definirá os conteúdos para as diferentes etapas da educação básica e ainda está em discussão, sem prazo de conclusão. Na prática, a presença ou não dessas disciplinas no ensino médio será decidida pelo conteúdo da base nacional, e não mais pela medida provisória assinada por Temer e que agora será avaliada e até modificada por deputados e senadores. O Ministério da Educação diz que nunca houve a intenção de eliminar as disciplinas, e que a versão divulgada na quinta ainda não havia passado por revisões. Em nenhum momento, porém, o ministério comandado por Mendonça Filho (DEM-PE) anunciou esse ajuste de um texto para o outro.
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Falta de novidades coloca em xeque capacidade de smartphones de inovar
Um debate move a indústria de smartphones: acabou a capacidade das marcas de continuar inovando? Os novos modelos trazem poucas novidades do ponto de vista tecnológico. E as que surgem não resolvem problemas mais críticos para o usuário, como o fato de as baterias não durarem longos períodos. O Mobile World Congress, que ocorreu na semana passada em Barcelona e é o principal evento de telefonia móvel do mundo, quase não trouxe telefones (novos, pelo menos) –e debruçou-se mais sobre avanços que estão mais para atualizações do que para mudanças revolucionárias. Foram poucos lançamentos. Mais raros ainda aqueles que fizeram barulho: o principal deles foi o LG G5, que apostou em um celular modular, composto de peças removíveis e substituíveis. Mas o aparelho está longe de ser algo como o projeto Ara, do Google, em que o smartphone seria composto de blocos, como peças de Lego. O programa da gigante que criou o Android, no entanto, se arrasta há anos e não dá indício de sair do papel. Com o Galaxy S7, a Samsung apenas atualizou um modelo sucesso de crítica, mas nem tanto de público. Há melhorias pontuais, como métodos para reforçar o desempenho da câmera em condições de pouca luz e um chip que permite usar o sistema de pagamento Samsung Pay com as antigas máquinas de cartão magnético. Nada que se compare à transição do S5 para o S6, cujo design colocou a sul-coreana em condições de competir com o iPhone. Mas, para Roberto Soboll, diretor de dispositivos móveis da empresa no Brasil, ainda resta muito tempo antes de a capacidade de inovação no setor se esgotar. "Ainda não é o momento em que vamos passar para novas experiências [como relógios inteligentes e realidade virtual]", diz. Mas pondera: "Esse é um mercado de reposição, já mais maduro". DISPOSITIVOS A Samsung apostou em novas experiências em Barcelona. Além do Gear VR, óculos de realidade virtual, levou para o congresso uma câmera capaz de produzir conteúdo para a nova tecnologia, a Gear 360. Todas as maiores fabricantes também trouxeram dispositivos que giram em torno do aparelho, mas que não são inovações embutidas nele. "É normal que parte da inovação venha do ecossistema em torno do smartphone. É como os apps: muito da inovação acontece neles, que as pessoas baixam depois que o aparelho existe", diz Hiroshi Lockheimer, responsável pelo Android, do Google. Investir no desenvolvimento de dispositivos que atuem em conjunto com os celulares é uma forma de atacar cedo a estagnação nos smartphones. Tim Cook, chefão da Apple, anunciou em janeiro que espera queda no número de vendas de iPhone no atual trimestre. A Samsung registrou 10% de queda no anterior. "Por um lado, isso é resultado da dificuldade da diferenciação entre os lançamentos", diz Leonardo Munin, analista da IDC Brasil. Mas ele diz que a queda nos números significa também que as pessoas estão demorando mais a trocar de aparelhos, justamente por terem melhorado nos últimos anos. Por outro lado, há quem aposte em novos mercados, especialmente quando existem 6 bilhões de acessos a tecnologias móveis no mundo, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). "Há cada cada vez mais importância em países como China, Índia, Indonésia e Brasil. Ainda há um grande caminho de inclusão", diz o vice-presidente da chinesa Xiaomi, Hugo Barra. O jornalista BRUNO ROMANI viajou a convite da Qualcomm, e BRUNO SCATENA, da Samsung
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Falta de novidades coloca em xeque capacidade de smartphones de inovarUm debate move a indústria de smartphones: acabou a capacidade das marcas de continuar inovando? Os novos modelos trazem poucas novidades do ponto de vista tecnológico. E as que surgem não resolvem problemas mais críticos para o usuário, como o fato de as baterias não durarem longos períodos. O Mobile World Congress, que ocorreu na semana passada em Barcelona e é o principal evento de telefonia móvel do mundo, quase não trouxe telefones (novos, pelo menos) –e debruçou-se mais sobre avanços que estão mais para atualizações do que para mudanças revolucionárias. Foram poucos lançamentos. Mais raros ainda aqueles que fizeram barulho: o principal deles foi o LG G5, que apostou em um celular modular, composto de peças removíveis e substituíveis. Mas o aparelho está longe de ser algo como o projeto Ara, do Google, em que o smartphone seria composto de blocos, como peças de Lego. O programa da gigante que criou o Android, no entanto, se arrasta há anos e não dá indício de sair do papel. Com o Galaxy S7, a Samsung apenas atualizou um modelo sucesso de crítica, mas nem tanto de público. Há melhorias pontuais, como métodos para reforçar o desempenho da câmera em condições de pouca luz e um chip que permite usar o sistema de pagamento Samsung Pay com as antigas máquinas de cartão magnético. Nada que se compare à transição do S5 para o S6, cujo design colocou a sul-coreana em condições de competir com o iPhone. Mas, para Roberto Soboll, diretor de dispositivos móveis da empresa no Brasil, ainda resta muito tempo antes de a capacidade de inovação no setor se esgotar. "Ainda não é o momento em que vamos passar para novas experiências [como relógios inteligentes e realidade virtual]", diz. Mas pondera: "Esse é um mercado de reposição, já mais maduro". DISPOSITIVOS A Samsung apostou em novas experiências em Barcelona. Além do Gear VR, óculos de realidade virtual, levou para o congresso uma câmera capaz de produzir conteúdo para a nova tecnologia, a Gear 360. Todas as maiores fabricantes também trouxeram dispositivos que giram em torno do aparelho, mas que não são inovações embutidas nele. "É normal que parte da inovação venha do ecossistema em torno do smartphone. É como os apps: muito da inovação acontece neles, que as pessoas baixam depois que o aparelho existe", diz Hiroshi Lockheimer, responsável pelo Android, do Google. Investir no desenvolvimento de dispositivos que atuem em conjunto com os celulares é uma forma de atacar cedo a estagnação nos smartphones. Tim Cook, chefão da Apple, anunciou em janeiro que espera queda no número de vendas de iPhone no atual trimestre. A Samsung registrou 10% de queda no anterior. "Por um lado, isso é resultado da dificuldade da diferenciação entre os lançamentos", diz Leonardo Munin, analista da IDC Brasil. Mas ele diz que a queda nos números significa também que as pessoas estão demorando mais a trocar de aparelhos, justamente por terem melhorado nos últimos anos. Por outro lado, há quem aposte em novos mercados, especialmente quando existem 6 bilhões de acessos a tecnologias móveis no mundo, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). "Há cada cada vez mais importância em países como China, Índia, Indonésia e Brasil. Ainda há um grande caminho de inclusão", diz o vice-presidente da chinesa Xiaomi, Hugo Barra. O jornalista BRUNO ROMANI viajou a convite da Qualcomm, e BRUNO SCATENA, da Samsung
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A esquerda brasileira está obsoleta, critica leitor
ELEIÇÃO NA FRANÇA Não há dúvida de que a derrota fragorosa da esquerda no primeiro turno das eleições na França é indicativo incontestável da necessidade de renovação da vertente ideológica no país, o que não deve tardar a acontecer. Já a esquerda brasileira, a contar pelo seu ainda velho e cansativo discurso, pelo visto não se conscientizou de que só sobreviverá se sair da obsolescência em que se encontra mergulhada. LUCIANO HARARY (São Paulo, SP) - OPERAÇÃO LAVA JATO É surreal a reportagem "Pinheiro entrega documentos sobre Lula", que diz que Léo Pinheiro mostrou comprovante de que dois carros do Instituto Lula passaram no pedágio em direção ao Guarujá entre 2011 e 2013. Isso seria prova de que o tríplex é de Lula? Ridículo, mesmo nestes tempos bicudos do pato amarelo. EDEMAR AFONSO GONÇALVES, médico (Jaru, RO) * Sinto que algo inusitado está para acontecer. Todos os acusados na Operação Lava Jato que se transformam em réus propõem-se a fazer delação premiada. Forma-se, em razão disso, um círculo vicioso que pode redundar em diminuição de pena ou alteração do regime prisional para todos eles. Uns apontam outros e estes, quando também passam a ser réus, agem da mesma forma. Todos se acusam mutuamente. É uma cadeia de acusações. PAULO GUIDA (São Paulo, SP) * Por meio das investigações da Operação Lava Jato, a sociedade começa a entender que os megaeventos esportivos realizados no Brasil (Olimpíada e Copa do Mundo) não tiveram por objetivo promover nosso país no cenário internacional, como insistiam em afirmar as autoridades, mas, sim, desviar recursos públicos para empresários e políticos corruptos. ROBERTO FISSMER (Porto Alegre, RS) - CÂNCER A entrevista com o oncologista Paulo Hoff descortinou um panorama global da situação do câncer na atualidade. Sabendo que os imunoterápicos são uma alvissareira novidade, mas que não funcionam para todos os tipos de tumores, além de custarem muito caro, cabe aos que, como eu, enfrentam a doença, lutar para que o Estado brasileiro leve a sério os conhecimentos existentes hoje, no sentido de tornar racional a assistência. JOSÉ ELIAS AIEX NETO (Foz do Iguaçu, PR) * Muito boa a entrevista. No entanto reparos necessitam ser feitos. O tumor de um paciente não sabe em que hospital ele está internado, se no Sírio-Libanês ou no ICESP, mas a fonte pagadora sabe. Inovação tem custo nos dois cenários. A meu ver seria insustentável que se proponha um tratamento eficaz para os internados no hospital privado e um paliativo para outros do serviço público. Como justificar essa conduta para o paciente e seus familiares? MORTON SCHEINBERG (São Paulo, SP) - IDENTIDADE ÚNICA O novo documento de identidade único, que engloba RG, CPF e Título de Eleitor, que são dados mais permanentes, é positivo. Todavia a inclusão da CNH é criticável, pois ela é sujeita a dados muito variáveis, como suspensões por multas, revalidação de exames médicos etc., o que obrigaria o cidadão a fazer renovações constantes do documento, fato que fugiria da finalidade pretendida com a sua implantação. ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC) - COLUNISTAS Sobre a coluna de Mauricio Stycer, digo que sempre achei estranho o "Jornal da Cultura" manter em sua bancada de comentaristas um "mad dog raivoso" que, não raro, confunde liberdade de expressão com falta de educação e, dessa forma, não contribui para o debate civilizado e democrático sobre os políticos e a política nacional. LUIZ FERNANDO SCHMIDT (Goiânia, GO) * Num momento em que somos assaltados por notícias que nos roubam o sono, o texto de Cristovão Tezza constitui verdadeiro presente para o leitor. Com leveza (conforme Calvino), erudição e sensibilidade, ressalta o fato de a literatura representar para ele a medida da vida e, a escrita à mão, um prolongamento físico da alma. Verdadeiro farol em tempos de trevas e de ideias tacanhas! MARIA ESTHER FERNANDES (Ribeirão Preto, SP) - Pondé, sempre ele, o bálsamo das segundas-feiras. Nos seus artigos, traz a nossa insignificância e as nossas mazelas enquanto seres humanos. Tão ridículo como "ostentar" uma babá de branco num restaurante é não se atentar para a dor do outro. ADAUTO LEVI CARDOSO (Sorocaba, SP) - EDITORIAL Ao criticar a censura da TV Cultura à nossa música "Liga nas de Cem" no editorial "Cultura e Censura", a Folha infelizmente cai na armadilha da letra quando critica a falta de concordância gramatical nos versos. Ora, a música é justamente uma provocação explícita à classe elitista, terreno fértil de preconceito linguístico e discriminação. Falamos, de forma direta e indireta, justamente sobre o conflito sociorracial existente, que oprime e exclui. Bingo! JAIRO PEREIRA, vocalista da banda Aláfia e autor da música "Liga nas de cem" (São Paulo, SP) - METRÔ É de má-fé a associação que a Folha tenta patrocinar. Grandes obras de São Paulo atendem às pessoas, que querem ver o andamento do Metrô, do Rodoanel e da Tamoios. Tais investimentos são feitos mesmo com a atual crise econômica brasileira e geram 16 mil empregos. O que sugere o jornal? Que o Metrô deixe de entregar dez novas estações neste ano? Que seja tudo paralisado —para então fazer reportagem sobre obras paradas? EUZI DOGNANI, coordenadora de imprensa do governo do Estado de São Paulo (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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A esquerda brasileira está obsoleta, critica leitorELEIÇÃO NA FRANÇA Não há dúvida de que a derrota fragorosa da esquerda no primeiro turno das eleições na França é indicativo incontestável da necessidade de renovação da vertente ideológica no país, o que não deve tardar a acontecer. Já a esquerda brasileira, a contar pelo seu ainda velho e cansativo discurso, pelo visto não se conscientizou de que só sobreviverá se sair da obsolescência em que se encontra mergulhada. LUCIANO HARARY (São Paulo, SP) - OPERAÇÃO LAVA JATO É surreal a reportagem "Pinheiro entrega documentos sobre Lula", que diz que Léo Pinheiro mostrou comprovante de que dois carros do Instituto Lula passaram no pedágio em direção ao Guarujá entre 2011 e 2013. Isso seria prova de que o tríplex é de Lula? Ridículo, mesmo nestes tempos bicudos do pato amarelo. EDEMAR AFONSO GONÇALVES, médico (Jaru, RO) * Sinto que algo inusitado está para acontecer. Todos os acusados na Operação Lava Jato que se transformam em réus propõem-se a fazer delação premiada. Forma-se, em razão disso, um círculo vicioso que pode redundar em diminuição de pena ou alteração do regime prisional para todos eles. Uns apontam outros e estes, quando também passam a ser réus, agem da mesma forma. Todos se acusam mutuamente. É uma cadeia de acusações. PAULO GUIDA (São Paulo, SP) * Por meio das investigações da Operação Lava Jato, a sociedade começa a entender que os megaeventos esportivos realizados no Brasil (Olimpíada e Copa do Mundo) não tiveram por objetivo promover nosso país no cenário internacional, como insistiam em afirmar as autoridades, mas, sim, desviar recursos públicos para empresários e políticos corruptos. ROBERTO FISSMER (Porto Alegre, RS) - CÂNCER A entrevista com o oncologista Paulo Hoff descortinou um panorama global da situação do câncer na atualidade. Sabendo que os imunoterápicos são uma alvissareira novidade, mas que não funcionam para todos os tipos de tumores, além de custarem muito caro, cabe aos que, como eu, enfrentam a doença, lutar para que o Estado brasileiro leve a sério os conhecimentos existentes hoje, no sentido de tornar racional a assistência. JOSÉ ELIAS AIEX NETO (Foz do Iguaçu, PR) * Muito boa a entrevista. No entanto reparos necessitam ser feitos. O tumor de um paciente não sabe em que hospital ele está internado, se no Sírio-Libanês ou no ICESP, mas a fonte pagadora sabe. Inovação tem custo nos dois cenários. A meu ver seria insustentável que se proponha um tratamento eficaz para os internados no hospital privado e um paliativo para outros do serviço público. Como justificar essa conduta para o paciente e seus familiares? MORTON SCHEINBERG (São Paulo, SP) - IDENTIDADE ÚNICA O novo documento de identidade único, que engloba RG, CPF e Título de Eleitor, que são dados mais permanentes, é positivo. Todavia a inclusão da CNH é criticável, pois ela é sujeita a dados muito variáveis, como suspensões por multas, revalidação de exames médicos etc., o que obrigaria o cidadão a fazer renovações constantes do documento, fato que fugiria da finalidade pretendida com a sua implantação. ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC) - COLUNISTAS Sobre a coluna de Mauricio Stycer, digo que sempre achei estranho o "Jornal da Cultura" manter em sua bancada de comentaristas um "mad dog raivoso" que, não raro, confunde liberdade de expressão com falta de educação e, dessa forma, não contribui para o debate civilizado e democrático sobre os políticos e a política nacional. LUIZ FERNANDO SCHMIDT (Goiânia, GO) * Num momento em que somos assaltados por notícias que nos roubam o sono, o texto de Cristovão Tezza constitui verdadeiro presente para o leitor. Com leveza (conforme Calvino), erudição e sensibilidade, ressalta o fato de a literatura representar para ele a medida da vida e, a escrita à mão, um prolongamento físico da alma. Verdadeiro farol em tempos de trevas e de ideias tacanhas! MARIA ESTHER FERNANDES (Ribeirão Preto, SP) - Pondé, sempre ele, o bálsamo das segundas-feiras. Nos seus artigos, traz a nossa insignificância e as nossas mazelas enquanto seres humanos. Tão ridículo como "ostentar" uma babá de branco num restaurante é não se atentar para a dor do outro. ADAUTO LEVI CARDOSO (Sorocaba, SP) - EDITORIAL Ao criticar a censura da TV Cultura à nossa música "Liga nas de Cem" no editorial "Cultura e Censura", a Folha infelizmente cai na armadilha da letra quando critica a falta de concordância gramatical nos versos. Ora, a música é justamente uma provocação explícita à classe elitista, terreno fértil de preconceito linguístico e discriminação. Falamos, de forma direta e indireta, justamente sobre o conflito sociorracial existente, que oprime e exclui. Bingo! JAIRO PEREIRA, vocalista da banda Aláfia e autor da música "Liga nas de cem" (São Paulo, SP) - METRÔ É de má-fé a associação que a Folha tenta patrocinar. Grandes obras de São Paulo atendem às pessoas, que querem ver o andamento do Metrô, do Rodoanel e da Tamoios. Tais investimentos são feitos mesmo com a atual crise econômica brasileira e geram 16 mil empregos. O que sugere o jornal? Que o Metrô deixe de entregar dez novas estações neste ano? Que seja tudo paralisado —para então fazer reportagem sobre obras paradas? EUZI DOGNANI, coordenadora de imprensa do governo do Estado de São Paulo (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Confira os debates que aconteceram nas mesas da Casa Folha
Penitenciárias femininas, questões raciais e censura a livros foram alguns dos temas debatidos na Casa Folha durante a Flip. Entre quinta (27) e domingo (30), foram realizadas dez mesas no espaço, que contaram com a participação de nomes como o médico Drauzio Varella, o jornalista e escritor Lira Neto, o compositor Nelson Sargento e a atriz Fernanda Torres. A programação da casa foi encerrada na manhã de domingo após o debate entre a escritora portuguesa Djaimilia Almeida e o editor da revista literária "Quatro Cinco Um", Paulo Werneck, sobre "Literatura fora do eixo". RELEMBRE OS DEBATES DA CASA FOLHA Quinta, 27/7 10h (mesa 1) Mariliz Pereira Jorge e Sérgio Rodrigues Como escrever bem mediação: Sérgio Dávila O encontro entre o escritor Sérgio Rodrigues e a roteirista Mariliz Pereira Jorge, que abriu a programação da Casa Folha, foimarcado por críticas à situação política do Rio de Janeiro. "O Rio de Janeiro está na vanguarda do atraso", disse Rodrigues em resposta a um pedido do mediador para que explicasse a situação do Estado. Já a roteirista lembrou uma coluna que escreveu, intitulada "A Vida é Muito Curta para Morar no Rio". O texto era uma crítica à classe média alta que mora na zona sul da capital fluminense. "Minha crítica era a quem olha a paisagem maravilhosa e se esquece de todos os defeitos, a quem esquecia a quantidade de gente que morre nos morros", disse ela. 15h (mesa 2) Raul Juste Lores Quando São Paulo era moderna mediação: Fernanda Mena Uma combinação de políticas públicas equivocadas e conjuntura econômica negativa acabou com a era de ouro da arquitetura modernista no Brasil e explica, em parte, o caos urbano da São Paulo atual. Em debate para o lançamento do livro "São Paulo nas Alturas - A Revolução Modernista da Arquitetura e do Mercado Imobiliário nos Anos 1950 e 1960", do selo Três Estrelas, o repórter especial da Folha Raul Juste Lores disse que sua obra tenta mostrar como a arquitetura brasileira, que nas décadas de 1950 e 60 era referência mundial, acabou degringolando. "Se você caminha e visita esses prédios em São Paulo, como o Copan, Itália e o Conjunto Nacional, construídos durante o apogeu da arquitetura modernista na cidade), percebe o quanto a gente piorou, não só esteticamente", disse. 17h30 (mesa 3) Lira Neto e Nelson Sargento Não deixe o samba morrer mediação: André Barcinski O samba pode até agonizar com a criação de novos ritmos e a apropriação cultural, mas nunca vai morrer, afirmou o sambista e presidente honorário da Mangueira, Nelson Sargento. A declaração foi uma resposta à provocação do jornalista André Barcinski, mediador da mesa, que citou um trecho da música "Agoniza, mas Não Morre" de Nelson. "Samba/ Agoniza mas não morre/ Alguém sempre te socorre/ Antes do suspiro derradeiro." Durante o debate, Sargento e o jornalista Lira Neto -que lançou neste ano o livro "Uma História do Samba: As Origens", primeira parte de uma trilogia sobre o gênero- reconstruíram o início do samba, que nasceu nas periferias pelas mãos dos negros e pobres. Sexta 28/7 10h (mesa 4) Drauzio Varella Prisioneiras mediação: Fernanda Mena A alta natalidade entre as mulheres jovens de classe baixa é um componente crucial para o quadro de violência no país, explicou o médico Drauzio Varella ao longo do encontro. O local teve sua mesa mais lotada em sete edições. Um público de cerca de 200 pessoas, na maioria mulheres, se reuniu para a conversa. O tema era o recente "Prisioneiras" (Companhia das Letras), que encerra a trilogia carcerária do autor e colunista da Folha e se baseia na sua experiência atuando, desde 2006, como voluntário em penitenciárias femininas. 15h (mesa 5) Pierre Moreau Grandes crimes, grandes advogados mediação: Patrícia Campos Mello Crimes de grande repercussão fazem a roda do direito girar ao introduzir novas interpretações da lei. Por vezes, dada a comoção popular, até fazem com que a legislação seja revista, emendada. Uma coleção deles está reunida na antologia "Grandes Crimes", da Três Estrelas, selo editorial do Grupo Folha,lançada na tarde de sexta (28), na Casa Folha. Participaram do encontro o organizador da obra, Pierre Moreau, e alguns profissionais do direito que assinam textos no volume, como o ex-chanceler Celso Lafer, o ex-presidente do TJ-SP e atual secretário da Educação de São Paulo, José Renato Nalini, e o criminalista Eduardo Muylaert. 17h30 (mesa 6) Frederico Lourenço e Reinaldo José Lopes Deus e Darwin mediação: Francesca Angiolillo As relações de aproximação e embate entre ciência e fé foram o norte do debate que reuniu o jornalista Reinaldo José Lopes e Frederico Lourenço, linguista que divulga na Flip o primeiro volume de sua tradução da Bíblia, com os quatro Evangelhos. Lourenço explicou sobre o tratamento sem viés religioso de sua tradução -mais atenta ao contexto histórico da bíblia grega. "Como em Portugal existem excelentes bíblias católicas, sentia falta de um Novo Testamento com esse tipo de informação. A linguística, a ciência e a filologia podem ajudar a ter uma visão mais abrangente desses textos", disse o tradutor. Sábado 29/7 10h (mesa 7) Lázaro Ramos e Lilia Schwarcz Questão racial no Brasil: ontem e hoje mediação: Maurício Meireles O ator e escritor Lázaro Ramos e a historiadora Lilia Moritz Schwarcz disseram que o racismo precisa ser encarado como um problema de todos no Brasil, não só dos negros, seu principal alvo. A mesa lotou o espaço da rua do Comércio, e muitas pessoas assistiram do lado de fora, onde se formou uma longa fila. A primeira pessoa chegou às 6h –o debate começava às 10h. Os dois convidados foram aplaudidos efusivamente em vários momentos do encontro. "Temos de sair deste lugar do Lima [Barreto, homenageado desta Flip], de falar de preconceito a partir do outro, do negro", afirmou Lázaro, que lançou há pouco "Na Minha Pele" (Objetiva), em que costura memórias pessoais e reflexões em torno do racismo. 15h (mesa 8) Luiz Felipe Pondé Filosofia do marketing existencial mediação: Lucas Neves Convidado a relacionar a política à sua teoria do marketing existencial, o filósofo, professor e colunista da Folha Luiz Felipe Pondé argumentou que a falta de noção clara de como a sociedade se organiza e a expectativa política que acaba decorrendo disso pode produzir uma sensação de vazio. "Isso aconteceu com quem tinha expectativa de que o PT ia salvar o Brasil. Muitas pessoas entraram em crise com isso." Afirmou, no entanto, não padecer desse mal-estar. "Posso sofrer desencanto com muita coisa na vida, mas com política é muito difícil. Com política eu não tenho muita esperança." Para ele, a escolha da curadoria desta edição da Flip, de trazer mais negros e mulheres como convidados, é um exemplo claro de como a sociedade de mercado rompe conceitos. 17h30 (mesa 9) Cristovão Tezza e Fernanda Torres Arte da escrita, arte da leitura mediação: Sérgio Dávila A proximidade entre a literatura e o teatro, seja na influência da oralidade na linguagem escrita, seja na facilidade com que um livro pode ser traduzido para os palcos, foi um dos temas de debate entre Fernanda Torres e Cristovão Tezza. A atriz e escritora e o autor catarinense, que já escreveu peças, atuou e foi até iluminador de palco, trataram da influência da oralidade na linguagem escrita e da facilidade com que um livro pode ser traduzido para o teatro, caso do livro "O Filho Eterno", de Tezza. Os autores também falaram sobre os graus de dificuldade de produzir diferentes gêneros, como a crônica, a crítica e o romance. "Para mim, o mais difícil no exercício da crônica é ser sucinto", disse Torres. Domingo 30/7 10h (mesa 10) Djaimilia Almeida e Paulo Werneck Literatura fora do eixo mediação: Patrícia Campos Mello "O livro é um território de liberdade. Eu acredito que as pessoas têm liberdade para tudo, inclusive para escolher o que querem ler. Não cabe aos editores censurar", afirmou a escritora portuguesa Djaimilia Pereira de Almeida. A autora, que participou da mesa "Literatura Fora do Eixo", se referia à atuação dos leitores sensíveis, revisores que vêm sendo contratados por editoras para identificar conteúdos ofensivos a minorias. "Se você censura os livros antes de eles saírem, tira das pessoas a capacidade de decidirem o que não querem ler". Para o editor da revista literária "Quatro Cinco Um", Paulo Werneck, que também participou do debate, ainda mais grave são os "pais sensíveis", que vão às escolas pedir que livros sejam retirados da grade curricular. Werneck citou o caso de "Lá Vem História: Contos do Folclore Mundial", de Heloisa Prieto, que foi rejeitado por pais de alunos ao retratar um casal homossexual.
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Confira os debates que aconteceram nas mesas da Casa FolhaPenitenciárias femininas, questões raciais e censura a livros foram alguns dos temas debatidos na Casa Folha durante a Flip. Entre quinta (27) e domingo (30), foram realizadas dez mesas no espaço, que contaram com a participação de nomes como o médico Drauzio Varella, o jornalista e escritor Lira Neto, o compositor Nelson Sargento e a atriz Fernanda Torres. A programação da casa foi encerrada na manhã de domingo após o debate entre a escritora portuguesa Djaimilia Almeida e o editor da revista literária "Quatro Cinco Um", Paulo Werneck, sobre "Literatura fora do eixo". RELEMBRE OS DEBATES DA CASA FOLHA Quinta, 27/7 10h (mesa 1) Mariliz Pereira Jorge e Sérgio Rodrigues Como escrever bem mediação: Sérgio Dávila O encontro entre o escritor Sérgio Rodrigues e a roteirista Mariliz Pereira Jorge, que abriu a programação da Casa Folha, foimarcado por críticas à situação política do Rio de Janeiro. "O Rio de Janeiro está na vanguarda do atraso", disse Rodrigues em resposta a um pedido do mediador para que explicasse a situação do Estado. Já a roteirista lembrou uma coluna que escreveu, intitulada "A Vida é Muito Curta para Morar no Rio". O texto era uma crítica à classe média alta que mora na zona sul da capital fluminense. "Minha crítica era a quem olha a paisagem maravilhosa e se esquece de todos os defeitos, a quem esquecia a quantidade de gente que morre nos morros", disse ela. 15h (mesa 2) Raul Juste Lores Quando São Paulo era moderna mediação: Fernanda Mena Uma combinação de políticas públicas equivocadas e conjuntura econômica negativa acabou com a era de ouro da arquitetura modernista no Brasil e explica, em parte, o caos urbano da São Paulo atual. Em debate para o lançamento do livro "São Paulo nas Alturas - A Revolução Modernista da Arquitetura e do Mercado Imobiliário nos Anos 1950 e 1960", do selo Três Estrelas, o repórter especial da Folha Raul Juste Lores disse que sua obra tenta mostrar como a arquitetura brasileira, que nas décadas de 1950 e 60 era referência mundial, acabou degringolando. "Se você caminha e visita esses prédios em São Paulo, como o Copan, Itália e o Conjunto Nacional, construídos durante o apogeu da arquitetura modernista na cidade), percebe o quanto a gente piorou, não só esteticamente", disse. 17h30 (mesa 3) Lira Neto e Nelson Sargento Não deixe o samba morrer mediação: André Barcinski O samba pode até agonizar com a criação de novos ritmos e a apropriação cultural, mas nunca vai morrer, afirmou o sambista e presidente honorário da Mangueira, Nelson Sargento. A declaração foi uma resposta à provocação do jornalista André Barcinski, mediador da mesa, que citou um trecho da música "Agoniza, mas Não Morre" de Nelson. "Samba/ Agoniza mas não morre/ Alguém sempre te socorre/ Antes do suspiro derradeiro." Durante o debate, Sargento e o jornalista Lira Neto -que lançou neste ano o livro "Uma História do Samba: As Origens", primeira parte de uma trilogia sobre o gênero- reconstruíram o início do samba, que nasceu nas periferias pelas mãos dos negros e pobres. Sexta 28/7 10h (mesa 4) Drauzio Varella Prisioneiras mediação: Fernanda Mena A alta natalidade entre as mulheres jovens de classe baixa é um componente crucial para o quadro de violência no país, explicou o médico Drauzio Varella ao longo do encontro. O local teve sua mesa mais lotada em sete edições. Um público de cerca de 200 pessoas, na maioria mulheres, se reuniu para a conversa. O tema era o recente "Prisioneiras" (Companhia das Letras), que encerra a trilogia carcerária do autor e colunista da Folha e se baseia na sua experiência atuando, desde 2006, como voluntário em penitenciárias femininas. 15h (mesa 5) Pierre Moreau Grandes crimes, grandes advogados mediação: Patrícia Campos Mello Crimes de grande repercussão fazem a roda do direito girar ao introduzir novas interpretações da lei. Por vezes, dada a comoção popular, até fazem com que a legislação seja revista, emendada. Uma coleção deles está reunida na antologia "Grandes Crimes", da Três Estrelas, selo editorial do Grupo Folha,lançada na tarde de sexta (28), na Casa Folha. Participaram do encontro o organizador da obra, Pierre Moreau, e alguns profissionais do direito que assinam textos no volume, como o ex-chanceler Celso Lafer, o ex-presidente do TJ-SP e atual secretário da Educação de São Paulo, José Renato Nalini, e o criminalista Eduardo Muylaert. 17h30 (mesa 6) Frederico Lourenço e Reinaldo José Lopes Deus e Darwin mediação: Francesca Angiolillo As relações de aproximação e embate entre ciência e fé foram o norte do debate que reuniu o jornalista Reinaldo José Lopes e Frederico Lourenço, linguista que divulga na Flip o primeiro volume de sua tradução da Bíblia, com os quatro Evangelhos. Lourenço explicou sobre o tratamento sem viés religioso de sua tradução -mais atenta ao contexto histórico da bíblia grega. "Como em Portugal existem excelentes bíblias católicas, sentia falta de um Novo Testamento com esse tipo de informação. A linguística, a ciência e a filologia podem ajudar a ter uma visão mais abrangente desses textos", disse o tradutor. Sábado 29/7 10h (mesa 7) Lázaro Ramos e Lilia Schwarcz Questão racial no Brasil: ontem e hoje mediação: Maurício Meireles O ator e escritor Lázaro Ramos e a historiadora Lilia Moritz Schwarcz disseram que o racismo precisa ser encarado como um problema de todos no Brasil, não só dos negros, seu principal alvo. A mesa lotou o espaço da rua do Comércio, e muitas pessoas assistiram do lado de fora, onde se formou uma longa fila. A primeira pessoa chegou às 6h –o debate começava às 10h. Os dois convidados foram aplaudidos efusivamente em vários momentos do encontro. "Temos de sair deste lugar do Lima [Barreto, homenageado desta Flip], de falar de preconceito a partir do outro, do negro", afirmou Lázaro, que lançou há pouco "Na Minha Pele" (Objetiva), em que costura memórias pessoais e reflexões em torno do racismo. 15h (mesa 8) Luiz Felipe Pondé Filosofia do marketing existencial mediação: Lucas Neves Convidado a relacionar a política à sua teoria do marketing existencial, o filósofo, professor e colunista da Folha Luiz Felipe Pondé argumentou que a falta de noção clara de como a sociedade se organiza e a expectativa política que acaba decorrendo disso pode produzir uma sensação de vazio. "Isso aconteceu com quem tinha expectativa de que o PT ia salvar o Brasil. Muitas pessoas entraram em crise com isso." Afirmou, no entanto, não padecer desse mal-estar. "Posso sofrer desencanto com muita coisa na vida, mas com política é muito difícil. Com política eu não tenho muita esperança." Para ele, a escolha da curadoria desta edição da Flip, de trazer mais negros e mulheres como convidados, é um exemplo claro de como a sociedade de mercado rompe conceitos. 17h30 (mesa 9) Cristovão Tezza e Fernanda Torres Arte da escrita, arte da leitura mediação: Sérgio Dávila A proximidade entre a literatura e o teatro, seja na influência da oralidade na linguagem escrita, seja na facilidade com que um livro pode ser traduzido para os palcos, foi um dos temas de debate entre Fernanda Torres e Cristovão Tezza. A atriz e escritora e o autor catarinense, que já escreveu peças, atuou e foi até iluminador de palco, trataram da influência da oralidade na linguagem escrita e da facilidade com que um livro pode ser traduzido para o teatro, caso do livro "O Filho Eterno", de Tezza. Os autores também falaram sobre os graus de dificuldade de produzir diferentes gêneros, como a crônica, a crítica e o romance. "Para mim, o mais difícil no exercício da crônica é ser sucinto", disse Torres. Domingo 30/7 10h (mesa 10) Djaimilia Almeida e Paulo Werneck Literatura fora do eixo mediação: Patrícia Campos Mello "O livro é um território de liberdade. Eu acredito que as pessoas têm liberdade para tudo, inclusive para escolher o que querem ler. Não cabe aos editores censurar", afirmou a escritora portuguesa Djaimilia Pereira de Almeida. A autora, que participou da mesa "Literatura Fora do Eixo", se referia à atuação dos leitores sensíveis, revisores que vêm sendo contratados por editoras para identificar conteúdos ofensivos a minorias. "Se você censura os livros antes de eles saírem, tira das pessoas a capacidade de decidirem o que não querem ler". Para o editor da revista literária "Quatro Cinco Um", Paulo Werneck, que também participou do debate, ainda mais grave são os "pais sensíveis", que vão às escolas pedir que livros sejam retirados da grade curricular. Werneck citou o caso de "Lá Vem História: Contos do Folclore Mundial", de Heloisa Prieto, que foi rejeitado por pais de alunos ao retratar um casal homossexual.
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Conheça as plantas que vão bem dentro e fora casa e saiba como mantê-las
GISELLE HIRATA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Com os cuidados certos, todo cantinho da casa (ou do apartamento) pode ganhar um vaso de planta. Veja quais espécies vão bem em cada espaço e os cuidados básicos para mantê-las sempre bonitas e saudáveis. Pouca luz Hoje, a moda é ter um jardim dentro de casa. Mas nem tudo vinga em ambientes internos -principalmente pela falta de sol. A chamaedorea (palmeirinha), a orquídea borboleta, a begônia elatior e a columéia se adaptam bem em espaços com luz difusa e sem vento. E é ideal que os vasos fiquem nos locais mais claros -no máximo a três metros de distância de janelas e portas. A violeta africana, o lírio da paz e o antúrio suportam bem a umidade e podem enfeitar o banheiro. Procure deixá-las longe do vapor quente do chuveiro. Na sacada O desafio de ter plantas na sacada é manter a terra úmida, já que é um espaço com muito vento -que resseca mais que o sol. As espécies mais resistentes são as que têm folhagem fina e fechada, como o buchinho, o rabo-de-gato, a russélia e o cacto-estrela. Para mantê-las sempre bonitas é preciso adubar regularmente e deixar o solo sempre molhado. No jardim É ideal para plantar manjericão, hortelã, cebolinha e outros temperos de horta que precisam de, no mínimo, quatro horas de sol. As suculentas, que gostam de ambientes secos, vão bem nesse espaço. Faça a rega de manhã ou no fim da tarde -nunca no sol quente! Fontes: Carol Costa, jardineira e criadora do site Minhas Plantas; Claudia Muñoz, paisagista; Marisa Lima, paisagista * ONDE COMPRAR Shopping Garden shopgarden.com.br. Av. República do Líbano, 1.789 - Jardim Luzitania, tel. 5051-6676. Cia das Folhas ciadasfolhas.com.br. R. Guaipá, 1443 - Vila Leopoldina, tel. 3831-0300 Cacteria cacteria.com.br Oito minhocas elo7.com.br/oitominhocas Mandacaru Terrário facebook.com/mandacaruterrario, @mandacaru_terrarios ou mandacaru.terrarios@gmail.com Feira de Flores (Ceagesp) ceagesp.gov.br. Av. Dr. Gastão Vidigal, 1946, Vila Leopoldina. Ter. e sex.: 0h às 9h30, no Pavilhão Mercado Livre do Produtor. Seg. e qui.: 2h às 14h, na Praça da Batata
saopaulo
Conheça as plantas que vão bem dentro e fora casa e saiba como mantê-lasGISELLE HIRATA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Com os cuidados certos, todo cantinho da casa (ou do apartamento) pode ganhar um vaso de planta. Veja quais espécies vão bem em cada espaço e os cuidados básicos para mantê-las sempre bonitas e saudáveis. Pouca luz Hoje, a moda é ter um jardim dentro de casa. Mas nem tudo vinga em ambientes internos -principalmente pela falta de sol. A chamaedorea (palmeirinha), a orquídea borboleta, a begônia elatior e a columéia se adaptam bem em espaços com luz difusa e sem vento. E é ideal que os vasos fiquem nos locais mais claros -no máximo a três metros de distância de janelas e portas. A violeta africana, o lírio da paz e o antúrio suportam bem a umidade e podem enfeitar o banheiro. Procure deixá-las longe do vapor quente do chuveiro. Na sacada O desafio de ter plantas na sacada é manter a terra úmida, já que é um espaço com muito vento -que resseca mais que o sol. As espécies mais resistentes são as que têm folhagem fina e fechada, como o buchinho, o rabo-de-gato, a russélia e o cacto-estrela. Para mantê-las sempre bonitas é preciso adubar regularmente e deixar o solo sempre molhado. No jardim É ideal para plantar manjericão, hortelã, cebolinha e outros temperos de horta que precisam de, no mínimo, quatro horas de sol. As suculentas, que gostam de ambientes secos, vão bem nesse espaço. Faça a rega de manhã ou no fim da tarde -nunca no sol quente! Fontes: Carol Costa, jardineira e criadora do site Minhas Plantas; Claudia Muñoz, paisagista; Marisa Lima, paisagista * ONDE COMPRAR Shopping Garden shopgarden.com.br. Av. República do Líbano, 1.789 - Jardim Luzitania, tel. 5051-6676. Cia das Folhas ciadasfolhas.com.br. R. Guaipá, 1443 - Vila Leopoldina, tel. 3831-0300 Cacteria cacteria.com.br Oito minhocas elo7.com.br/oitominhocas Mandacaru Terrário facebook.com/mandacaruterrario, @mandacaru_terrarios ou mandacaru.terrarios@gmail.com Feira de Flores (Ceagesp) ceagesp.gov.br. Av. Dr. Gastão Vidigal, 1946, Vila Leopoldina. Ter. e sex.: 0h às 9h30, no Pavilhão Mercado Livre do Produtor. Seg. e qui.: 2h às 14h, na Praça da Batata
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Ex-combatente vietnamita busca reparação por danos do agente laranja
RESUMO Tran To Nga, vietnamita de 74 anos, lutou contra o domínio ocidental na Guerra do Vietnã. À época, foi repetidamente atingida pelo agente laranja. Hoje, nos tribunais franceses, busca reparação das grandes empresas que forneceram o desfolhante tóxico aos Estados Unidos. Filme e livro retraçam sua trajetória. Em plena Guerra do Vietnã, num dia de 1966, a jovem combatente vietcongue Tran To Nga, então com 24 anos, escrevia sob a luz do lampião em seu esconderijo no labirinto de túneis escavados na região de Cu Chi, nas cercanias de Saigon, quando escutou o ruído de um avião sobrevoando em baixa altitude. Intrigada, saiu de seu abrigo subterrâneo para averiguar. Na superfície, vislumbrou uma nuvem branca saindo das entranhas de uma aeronave militar C-123, desenhando enormes manchas no azul do céu. De repente, uma chuva gosmenta começou a gotejar em seus ombros, grudando em sua pele e causando um acesso de tosse. Sua mãe irrompeu aflita, implorando para que jogasse água no corpo e se desfizesse de suas vestes, ao mesmo tempo em que gritava: "É desfolhante! É o agente laranja, Nga!". Seria a primeira de inúmeras chuvas químicas a que seria exposta ao longo do conflito. Tran To Nga é uma das mais de 3 milhões de vítimas estimadas dos bombardeios de herbicidas –entre 1961 e 1971, foram despejados no Vietnã pelas forças americanas cerca de 80 milhões de litros (60% dos quais correspondentes ao agente laranja). O líquido era usado para destruir as colheitas e as espessas florestas nas quais os vietcongues se refugiavam em seu embate nas fileiras da Frente Nacional para a Liberação (FNL) contra as tropas governamentais e dos EUA. O produto, de alto grau de toxicidade por causa do elevado teor da dioxina TCDD utilizado em sua fabricação na época por empresas químicas americanas, é considerado cancerígeno e causa diferentes patologias, transmitidas até hoje ao longo de gerações. Falamos de malformações congênitas e intoxicações variadas. Tran To Nga, hoje com 74 anos, tornou-se a derradeira esperança de reparação às vítimas da arma química usada no conflito do Vietnã. Cidadã francesa desde 2002, ela entrou com uma ação judicial penal no Tribunal de Grande Instância de Évry, no subúrbio de Paris (perto de onde reside), contra 26 empresas americanas fornecedoras do agente laranja para o governo dos EUA durante a emblemática guerra no Sudeste Asiático. Entre os réus do processo em andamento estão nomes conhecidos, como Dow Chemical e Monsanto. Seis audiências já foram realizadas, e a sétima está marcada para este ano, em um julgamento no qual as alegações finais de acusação e defesa ainda não têm data para acontecer. ENVENENADA Em meio aos trâmites do processo, Tran To Nga lançou em 2016 o livro autobiográfico "Ma Terre Empoisonnée" (minha terra envenenada, ed. Stock), um relato de sua agitada trajetória, desde o nascimento no delta do rio Mekong, em 1942, passando por seus combates no sangrento conflito, até as portas do tribunal na França. Ironia da história, em maio do ano passado, o presidente Barack Obama anunciou, em visita oficial a Hanói, o fim do embargo de vendas de armas americanas ao Vietnã, em vigor há cerca de 50 anos. No passado, na impossibilidade jurídica de responsabilizar o governo dos EUA, veteranos de guerra americanos (vítimas indiretas do agente laranja no Vietnã) já haviam recorrido aos tribunais de seu país contra 37 empresas americanas. Em 1984, em troca da sustação de todo e qualquer processo judicial, os fabricantes depositaram US$ 180 milhões em um fundo de compensação para os ex-militares atingidos pelo herbicida. Associações de vietnamitas vítimas do agente laranja no conflito fizeram o mesmo, mas a Justiça americana, até a última instância na Suprema Corte, em 2009, rejeitou todas as ações e recursos. A legislação francesa permite a um cidadão do país que tenha sofrido dano extraterrorial cometido por um agressor estrangeiro recorrer à Justiça na França. Tran To Nga é hoje a única vítima viva conhecida que sofre de doenças causadas pelo agente laranja no Vietnã e que possui cidadania francesa. No início, ela não queria abandonar seu pacato e anônimo cotidiano para enfrentar uma batalha nos tribunais. Mas acabou convencida por um militante da causa, o francês André Bouny, presidente do Comitê Internacional de Apoio às Vítimas Vietnamitas do Agente Laranja. "Já tenho idade avançada, nunca pensei em fazer um processo contra quem quer que fosse. Quando me propuseram, recusei. Mas depois que me explicaram que sou a última chance jurídica para as vítimas afetadas pela dioxina –e não apenas vietnamitas, mas do mundo inteiro–, decidi aceitar", relata Tran To Nga, ao receber a Folha em sua casa nos arredores de Palaiseau, a sudoeste de Paris. Em 2011, ela obteve a confirmação médica de que seu sangue registrava um índice de dioxina muito superior ao limite tolerado. Pelo menos quatro das enfermidades de que sofre figuram entre as 17 patologias relacionadas à exposição ao agente laranja na lista elaborada pelo Instituto de Medicina da Academia Nacional de Ciências de Washington, como a talassemia alfa e determinados tipos de diabetes e de tuberculose. "Sofro de problemas cardíacos, sanguíneos, respiratórios, tenho nódulos por todo lado. Acabei de retirar dois tumores, um deles no seio. São todas doenças incuráveis ligadas à dioxina", conta. DAVI X GOLIAS À frente do processo acusatório –já comparado por alguns a um embate de Davi contra Golias pelo poderio financeiro das grandes empresas americanas e por sua capacidade de mobilizar um exército de advogados– está o especialista francês em direito penal William Bourdon, reconhecido por sua atuação em crimes contra a humanidade e fundador da associação Sherpa, de proteção aos direitos de cidadãos vítimas de crises econômicas. Em 2009, um Tribunal Internacional de Opinião, sem alcance jurídico, composto de juízes de sete países (EUA, França, Índia, Romênia, Japão, Argélia e Chile), determinou a responsabilidade das empresas americanas e do governo de Washington pela utilização criminosa do agente laranja. Bourdon participou da audiência; na ocasião, viajou até o Vietnã a fim de colher elementos para o julgamento. "É impressionante visitar o andar do hospital de Ho Chi Minh [ex-Saigon] reservado às crianças vítimas da dioxina. Tem-se a impressão de estar diante de um quadro de Bosch [pintor holandês do Renascimento conhecido por retratar personagens grotescos e fantásticos], tal a desfiguração e o sofrimento das crianças", diz o advogado, sentado à mesa de seu escritório em Paris. Em sua autobiografia, Tran To Nga narra como, em 5 de janeiro de 1966, então instalada em Hanói, capital do norte comunista, lançou-se com duas centenas de vietcongues na saga da mítica Trilha Ho Chi Minh, rumo ao embate pela liberação do sul aliado dos EUA: quatro meses de marcha por quase 2.000 quilômetros de densas florestas e montanhas escarpadas, sob bombardeio constante. Durante a guerra, atuou como redatora da agência de comunicação clandestina ou como agente espiã de ligação. Sua mãe, Nguyen Thi Tu, que presidia a União das Mulheres pela Liberação do Vietnã do Sul, morreu no conflito (o pai ela havia perdido aos cinco anos). Em plena floresta, em 30 de junho de 1968, sua primeira filha, Viet Hai, nasceu com tetralogia de Fallot, uma cardiopatia congênita também citada entre as enfermidades ligadas ao agente laranja. O bebê não resistiu à doença e faleceu aos 17 meses de vida. Tran To Nga teve ainda duas outras filhas: Viet Lien, nascida em 1971, também no meio da guerrilha, e Viet Hong, em dezembro de 1974, na prisão de Saigon. Detida em agosto de 1974, Nga foi interrogada e torturada grávida, e deixou sua cela, com o bebê nos braços, somente em 30 de abril de 1975, data da tomada de Saigon pelas forças comunistas e marco do fim da Guerra do Vietnã. Tran To Nga sonhava com a paz e com a reunificação do país, mas no pós-guerra sofreu sob o "permanente clima de suspeição", a "vigilância revolucionária" e a "arrogância dos vitoriosos" com seus campos de reeducação. Sobre os novos dirigentes, escreveu: "Eles me traíram, eles nos traíram a todos". Hoje, diz não se arrepender de suas lutas no front, dedicadas não a "um ideal, ao comunismo ou a alguma ideologia", mas à independência de seu país. A tragédia pessoal de Nga, seu embate na Justiça francesa e os efeitos nocivos da dioxina do agente laranja são também tema de um documentário em produção, com direção de Alan Adelson e Kate Taverna. O filme é produzido pela Fork Films, de Nova York, especializada em direitos humanos e justiça social, com ênfase nas lutas de mulheres pelo mundo. Independentemente do veredicto futuro, Nga já sabe o que fará: voltará a viver no Vietnã. Em caso de vitória no tribunal e de indenização financeira, adianta que utilizará o dinheiro para construir escolas de formação profissional para crianças deficientes vítimas do agente laranja no Vietnã. "Para reconhecer um erro, é preciso ter coragem. Não peço que a Dow Chemical, a Monsanto e todas as demais empresas se desculpem. Mas que tenham a coragem de admitir o mal que cometeram. Assim, é possível ajudar a repará-lo." FERNANDO EICHENBERG é jornalista em Paris e autor de "Entre Aspas: Vol. 2" (L&PM).
ilustrissima
Ex-combatente vietnamita busca reparação por danos do agente laranjaRESUMO Tran To Nga, vietnamita de 74 anos, lutou contra o domínio ocidental na Guerra do Vietnã. À época, foi repetidamente atingida pelo agente laranja. Hoje, nos tribunais franceses, busca reparação das grandes empresas que forneceram o desfolhante tóxico aos Estados Unidos. Filme e livro retraçam sua trajetória. Em plena Guerra do Vietnã, num dia de 1966, a jovem combatente vietcongue Tran To Nga, então com 24 anos, escrevia sob a luz do lampião em seu esconderijo no labirinto de túneis escavados na região de Cu Chi, nas cercanias de Saigon, quando escutou o ruído de um avião sobrevoando em baixa altitude. Intrigada, saiu de seu abrigo subterrâneo para averiguar. Na superfície, vislumbrou uma nuvem branca saindo das entranhas de uma aeronave militar C-123, desenhando enormes manchas no azul do céu. De repente, uma chuva gosmenta começou a gotejar em seus ombros, grudando em sua pele e causando um acesso de tosse. Sua mãe irrompeu aflita, implorando para que jogasse água no corpo e se desfizesse de suas vestes, ao mesmo tempo em que gritava: "É desfolhante! É o agente laranja, Nga!". Seria a primeira de inúmeras chuvas químicas a que seria exposta ao longo do conflito. Tran To Nga é uma das mais de 3 milhões de vítimas estimadas dos bombardeios de herbicidas –entre 1961 e 1971, foram despejados no Vietnã pelas forças americanas cerca de 80 milhões de litros (60% dos quais correspondentes ao agente laranja). O líquido era usado para destruir as colheitas e as espessas florestas nas quais os vietcongues se refugiavam em seu embate nas fileiras da Frente Nacional para a Liberação (FNL) contra as tropas governamentais e dos EUA. O produto, de alto grau de toxicidade por causa do elevado teor da dioxina TCDD utilizado em sua fabricação na época por empresas químicas americanas, é considerado cancerígeno e causa diferentes patologias, transmitidas até hoje ao longo de gerações. Falamos de malformações congênitas e intoxicações variadas. Tran To Nga, hoje com 74 anos, tornou-se a derradeira esperança de reparação às vítimas da arma química usada no conflito do Vietnã. Cidadã francesa desde 2002, ela entrou com uma ação judicial penal no Tribunal de Grande Instância de Évry, no subúrbio de Paris (perto de onde reside), contra 26 empresas americanas fornecedoras do agente laranja para o governo dos EUA durante a emblemática guerra no Sudeste Asiático. Entre os réus do processo em andamento estão nomes conhecidos, como Dow Chemical e Monsanto. Seis audiências já foram realizadas, e a sétima está marcada para este ano, em um julgamento no qual as alegações finais de acusação e defesa ainda não têm data para acontecer. ENVENENADA Em meio aos trâmites do processo, Tran To Nga lançou em 2016 o livro autobiográfico "Ma Terre Empoisonnée" (minha terra envenenada, ed. Stock), um relato de sua agitada trajetória, desde o nascimento no delta do rio Mekong, em 1942, passando por seus combates no sangrento conflito, até as portas do tribunal na França. Ironia da história, em maio do ano passado, o presidente Barack Obama anunciou, em visita oficial a Hanói, o fim do embargo de vendas de armas americanas ao Vietnã, em vigor há cerca de 50 anos. No passado, na impossibilidade jurídica de responsabilizar o governo dos EUA, veteranos de guerra americanos (vítimas indiretas do agente laranja no Vietnã) já haviam recorrido aos tribunais de seu país contra 37 empresas americanas. Em 1984, em troca da sustação de todo e qualquer processo judicial, os fabricantes depositaram US$ 180 milhões em um fundo de compensação para os ex-militares atingidos pelo herbicida. Associações de vietnamitas vítimas do agente laranja no conflito fizeram o mesmo, mas a Justiça americana, até a última instância na Suprema Corte, em 2009, rejeitou todas as ações e recursos. A legislação francesa permite a um cidadão do país que tenha sofrido dano extraterrorial cometido por um agressor estrangeiro recorrer à Justiça na França. Tran To Nga é hoje a única vítima viva conhecida que sofre de doenças causadas pelo agente laranja no Vietnã e que possui cidadania francesa. No início, ela não queria abandonar seu pacato e anônimo cotidiano para enfrentar uma batalha nos tribunais. Mas acabou convencida por um militante da causa, o francês André Bouny, presidente do Comitê Internacional de Apoio às Vítimas Vietnamitas do Agente Laranja. "Já tenho idade avançada, nunca pensei em fazer um processo contra quem quer que fosse. Quando me propuseram, recusei. Mas depois que me explicaram que sou a última chance jurídica para as vítimas afetadas pela dioxina –e não apenas vietnamitas, mas do mundo inteiro–, decidi aceitar", relata Tran To Nga, ao receber a Folha em sua casa nos arredores de Palaiseau, a sudoeste de Paris. Em 2011, ela obteve a confirmação médica de que seu sangue registrava um índice de dioxina muito superior ao limite tolerado. Pelo menos quatro das enfermidades de que sofre figuram entre as 17 patologias relacionadas à exposição ao agente laranja na lista elaborada pelo Instituto de Medicina da Academia Nacional de Ciências de Washington, como a talassemia alfa e determinados tipos de diabetes e de tuberculose. "Sofro de problemas cardíacos, sanguíneos, respiratórios, tenho nódulos por todo lado. Acabei de retirar dois tumores, um deles no seio. São todas doenças incuráveis ligadas à dioxina", conta. DAVI X GOLIAS À frente do processo acusatório –já comparado por alguns a um embate de Davi contra Golias pelo poderio financeiro das grandes empresas americanas e por sua capacidade de mobilizar um exército de advogados– está o especialista francês em direito penal William Bourdon, reconhecido por sua atuação em crimes contra a humanidade e fundador da associação Sherpa, de proteção aos direitos de cidadãos vítimas de crises econômicas. Em 2009, um Tribunal Internacional de Opinião, sem alcance jurídico, composto de juízes de sete países (EUA, França, Índia, Romênia, Japão, Argélia e Chile), determinou a responsabilidade das empresas americanas e do governo de Washington pela utilização criminosa do agente laranja. Bourdon participou da audiência; na ocasião, viajou até o Vietnã a fim de colher elementos para o julgamento. "É impressionante visitar o andar do hospital de Ho Chi Minh [ex-Saigon] reservado às crianças vítimas da dioxina. Tem-se a impressão de estar diante de um quadro de Bosch [pintor holandês do Renascimento conhecido por retratar personagens grotescos e fantásticos], tal a desfiguração e o sofrimento das crianças", diz o advogado, sentado à mesa de seu escritório em Paris. Em sua autobiografia, Tran To Nga narra como, em 5 de janeiro de 1966, então instalada em Hanói, capital do norte comunista, lançou-se com duas centenas de vietcongues na saga da mítica Trilha Ho Chi Minh, rumo ao embate pela liberação do sul aliado dos EUA: quatro meses de marcha por quase 2.000 quilômetros de densas florestas e montanhas escarpadas, sob bombardeio constante. Durante a guerra, atuou como redatora da agência de comunicação clandestina ou como agente espiã de ligação. Sua mãe, Nguyen Thi Tu, que presidia a União das Mulheres pela Liberação do Vietnã do Sul, morreu no conflito (o pai ela havia perdido aos cinco anos). Em plena floresta, em 30 de junho de 1968, sua primeira filha, Viet Hai, nasceu com tetralogia de Fallot, uma cardiopatia congênita também citada entre as enfermidades ligadas ao agente laranja. O bebê não resistiu à doença e faleceu aos 17 meses de vida. Tran To Nga teve ainda duas outras filhas: Viet Lien, nascida em 1971, também no meio da guerrilha, e Viet Hong, em dezembro de 1974, na prisão de Saigon. Detida em agosto de 1974, Nga foi interrogada e torturada grávida, e deixou sua cela, com o bebê nos braços, somente em 30 de abril de 1975, data da tomada de Saigon pelas forças comunistas e marco do fim da Guerra do Vietnã. Tran To Nga sonhava com a paz e com a reunificação do país, mas no pós-guerra sofreu sob o "permanente clima de suspeição", a "vigilância revolucionária" e a "arrogância dos vitoriosos" com seus campos de reeducação. Sobre os novos dirigentes, escreveu: "Eles me traíram, eles nos traíram a todos". Hoje, diz não se arrepender de suas lutas no front, dedicadas não a "um ideal, ao comunismo ou a alguma ideologia", mas à independência de seu país. A tragédia pessoal de Nga, seu embate na Justiça francesa e os efeitos nocivos da dioxina do agente laranja são também tema de um documentário em produção, com direção de Alan Adelson e Kate Taverna. O filme é produzido pela Fork Films, de Nova York, especializada em direitos humanos e justiça social, com ênfase nas lutas de mulheres pelo mundo. Independentemente do veredicto futuro, Nga já sabe o que fará: voltará a viver no Vietnã. Em caso de vitória no tribunal e de indenização financeira, adianta que utilizará o dinheiro para construir escolas de formação profissional para crianças deficientes vítimas do agente laranja no Vietnã. "Para reconhecer um erro, é preciso ter coragem. Não peço que a Dow Chemical, a Monsanto e todas as demais empresas se desculpem. Mas que tenham a coragem de admitir o mal que cometeram. Assim, é possível ajudar a repará-lo." FERNANDO EICHENBERG é jornalista em Paris e autor de "Entre Aspas: Vol. 2" (L&PM).
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Para Deutsche, equipe econômica pode ser preservada, mas não reformas
Um novo governo provavelmente manteria a equipe econômica intocada, incluindo todo o ministério da Fazenda e o Banco Central, avalia o Deutsche Bank em relatório sobre o Brasil. Em meio ao envolvimento do presidente Michel Temer em delação feita pela empresa JBS, a equipe do banco alemão assume como hipótese que o Congresso Nacional deve eleger um novo presidente e que exista algum tipo de acordo político para dirigir o país até a próxima eleição em 2018. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, é o primeiro na linha sucessória da República. Em caso de saída de Temer, o deputado assumiria o governo para convocar eleições indiretas em 30 dias. O Deutsche diz, porém, ser "difícil imaginar" que as reformas avançariam neste tipo de ambiente. O Congresso já está bastante relutante em aprovar a reforma da Previdência, e a liderança política de Temer e seus aliados mais próximos são preponderantes para fazer isso acontecer". Com a enorme incerteza política pela frente, o Deutsche espera alta do risco-país, desvalorização cambial e elevação dos juros futuros. Para a equipe, a baixa inflação e a recuperação econômica lenta ainda permitem que o Banco Central mantenha a trajetória de queda dos juros, mas a depreciação cambial pode se tornar um grande problema a afetar os preços. "Parece que o corte de 1,25 ponto percentual se tornou muito menos provável", diz a equipe. Sobre as eleições de 2018, o Deutsche afirma que, como a reputação do sistema político está severamente danificada, as chances de um "outsider" ser eleito aumenta. Em teoria, dizem os economistas, o novo cenário poderia alavancar a candidatura do prefeito de São Paulo, João Doria, ainda que o PSDB tenha recebido um "grande golpe" pelas alegações contra o senador Aécio Neves. O banco ressalta, no entanto, a distância de Doria em relação aos líderes do partido, observada, por exemplo, na ausência do prefeito de São Paulo no programa do PSDB. Para o Deutsche, o ex-presidente Lula também deve ser favorecido pelo cenário. Em uma situação em que um número grande de político é visto como corrupto, as acusações que pesam sobre o ex-presidente Lula perdem alguma relevância, beneficiando-o. O Deutsche avalia que o PT pode liderar um movimento para eleições diretas imediatas para presidente. No entanto, isso é visto como algo improvável, uma vez que esta opção não está prevista na Constituição e o PT não tem maioria no Congresso. Possibilidades para a saída de Temer
mercado
Para Deutsche, equipe econômica pode ser preservada, mas não reformasUm novo governo provavelmente manteria a equipe econômica intocada, incluindo todo o ministério da Fazenda e o Banco Central, avalia o Deutsche Bank em relatório sobre o Brasil. Em meio ao envolvimento do presidente Michel Temer em delação feita pela empresa JBS, a equipe do banco alemão assume como hipótese que o Congresso Nacional deve eleger um novo presidente e que exista algum tipo de acordo político para dirigir o país até a próxima eleição em 2018. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, é o primeiro na linha sucessória da República. Em caso de saída de Temer, o deputado assumiria o governo para convocar eleições indiretas em 30 dias. O Deutsche diz, porém, ser "difícil imaginar" que as reformas avançariam neste tipo de ambiente. O Congresso já está bastante relutante em aprovar a reforma da Previdência, e a liderança política de Temer e seus aliados mais próximos são preponderantes para fazer isso acontecer". Com a enorme incerteza política pela frente, o Deutsche espera alta do risco-país, desvalorização cambial e elevação dos juros futuros. Para a equipe, a baixa inflação e a recuperação econômica lenta ainda permitem que o Banco Central mantenha a trajetória de queda dos juros, mas a depreciação cambial pode se tornar um grande problema a afetar os preços. "Parece que o corte de 1,25 ponto percentual se tornou muito menos provável", diz a equipe. Sobre as eleições de 2018, o Deutsche afirma que, como a reputação do sistema político está severamente danificada, as chances de um "outsider" ser eleito aumenta. Em teoria, dizem os economistas, o novo cenário poderia alavancar a candidatura do prefeito de São Paulo, João Doria, ainda que o PSDB tenha recebido um "grande golpe" pelas alegações contra o senador Aécio Neves. O banco ressalta, no entanto, a distância de Doria em relação aos líderes do partido, observada, por exemplo, na ausência do prefeito de São Paulo no programa do PSDB. Para o Deutsche, o ex-presidente Lula também deve ser favorecido pelo cenário. Em uma situação em que um número grande de político é visto como corrupto, as acusações que pesam sobre o ex-presidente Lula perdem alguma relevância, beneficiando-o. O Deutsche avalia que o PT pode liderar um movimento para eleições diretas imediatas para presidente. No entanto, isso é visto como algo improvável, uma vez que esta opção não está prevista na Constituição e o PT não tem maioria no Congresso. Possibilidades para a saída de Temer
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Aluno relata agressão na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
Um aluno da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) relatou ter sido agredido por estudantes e residentes em festas organizadas por alunos em sítio próximo à instituição no início de 2014. O depoimento foi dado na manhã desta terça (13) na CPI da Assembleia Legislativa que investiga casos de violação de direitos humanos em instituições de ensino superior no Estado de São Paulo. Segundo o estudante, as festas faziam parte da semana de trote na universidade. "Foram 48 dias de trote mais agressivo e depois você acaba sendo perseguido o ano inteiro", diz Luiz Fernando Alves, 22. Em uma das festas durante o trote, o estudante relatou ter tido lesões no corpo inteiro. Também disse que ficou sem roupa e que veteranos chegaram a urinar em cima dele. Depois do ocorrido, o aluno disse ter procurado a direção da universidade -que, segundo ele, tentou abafar o caso. O estudante também procurou a polícia. "Eles davam risada e diziam que não ia dar em nada", diz. O caso caiu na imprensa da região e, depois da denúncia, o estudante disse ter sido perseguido. "Nas redes sociais, falavam que era tudo falso e que eu estava drogado", relatou. O aluno conta que só depois da divulgação do caso ele conseguiu um retorno da universidade. "Eles antes diziam que eu ia perder a vaga. Depois que a imprensa divulgou, me falavam que eu podia voltar", diz. Luiz Fernando, no entanto, deixou a universidade e voltou para Minas Gerais, onde nasceu. O aluno conseguiu na Justiça transferência para a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), onde estuda medicina em caráter liminar. Ele tenta também o vestibular da instituição, já que a sua matrícula na UFMG não está garantida, da USP e da Unicamp. Agora, a CPI irá ouvir dirigentes da Famerp sobre o caso.
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Aluno relata agressão na Faculdade de Medicina de São José do Rio PretoUm aluno da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) relatou ter sido agredido por estudantes e residentes em festas organizadas por alunos em sítio próximo à instituição no início de 2014. O depoimento foi dado na manhã desta terça (13) na CPI da Assembleia Legislativa que investiga casos de violação de direitos humanos em instituições de ensino superior no Estado de São Paulo. Segundo o estudante, as festas faziam parte da semana de trote na universidade. "Foram 48 dias de trote mais agressivo e depois você acaba sendo perseguido o ano inteiro", diz Luiz Fernando Alves, 22. Em uma das festas durante o trote, o estudante relatou ter tido lesões no corpo inteiro. Também disse que ficou sem roupa e que veteranos chegaram a urinar em cima dele. Depois do ocorrido, o aluno disse ter procurado a direção da universidade -que, segundo ele, tentou abafar o caso. O estudante também procurou a polícia. "Eles davam risada e diziam que não ia dar em nada", diz. O caso caiu na imprensa da região e, depois da denúncia, o estudante disse ter sido perseguido. "Nas redes sociais, falavam que era tudo falso e que eu estava drogado", relatou. O aluno conta que só depois da divulgação do caso ele conseguiu um retorno da universidade. "Eles antes diziam que eu ia perder a vaga. Depois que a imprensa divulgou, me falavam que eu podia voltar", diz. Luiz Fernando, no entanto, deixou a universidade e voltou para Minas Gerais, onde nasceu. O aluno conseguiu na Justiça transferência para a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), onde estuda medicina em caráter liminar. Ele tenta também o vestibular da instituição, já que a sua matrícula na UFMG não está garantida, da USP e da Unicamp. Agora, a CPI irá ouvir dirigentes da Famerp sobre o caso.
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Frederico Vasconcelos: Pizzolato, Battisti e o "Zé das Couves"
Sob o título "Pizzolato e Battisti: a extradição, os presídios e a justiça!", o artigo a seguir é de autoria do Desembargador Edison Vicentini Barroso, que assina o texto como "magistrado e cidadão brasileiro". Relembrando: Cesare Battisti, terrorista italiano ... Leia post completo no blog
poder
Frederico Vasconcelos: Pizzolato, Battisti e o "Zé das Couves"Sob o título "Pizzolato e Battisti: a extradição, os presídios e a justiça!", o artigo a seguir é de autoria do Desembargador Edison Vicentini Barroso, que assina o texto como "magistrado e cidadão brasileiro". Relembrando: Cesare Battisti, terrorista italiano ... Leia post completo no blog
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Planos de austeridade fiscal afetam setor produtivo, afirma leitor
À semelhança da Europa exemplificada agora pela realidade grega, o plano de austeridade brasileiro encontra resistências do empresariado quando começa a afetar o setor produtivo, em razão da diminuição de consumo da população. Esse é o grande imbróglio que os economistas de todas as tendências têm de enfrentar também por aqui, neste terceiro milênio, independentemente das antigas e ultrapassadas ideologias políticas, que alguns poucos saudosistas da era da Guerra Fria teimam ainda ingenuamente em apontar como razão de nossas atuais crises. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Planos de austeridade fiscal afetam setor produtivo, afirma leitorÀ semelhança da Europa exemplificada agora pela realidade grega, o plano de austeridade brasileiro encontra resistências do empresariado quando começa a afetar o setor produtivo, em razão da diminuição de consumo da população. Esse é o grande imbróglio que os economistas de todas as tendências têm de enfrentar também por aqui, neste terceiro milênio, independentemente das antigas e ultrapassadas ideologias políticas, que alguns poucos saudosistas da era da Guerra Fria teimam ainda ingenuamente em apontar como razão de nossas atuais crises. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Turquia prende suspeitos por ataque em Istambul e membros do EI
A polícia da Turquia prendeu nesta quarta-feira (13) cinco suspeitos de ter conexão com o atentado suicida em um bairro turístico de Istambul, que deixou ao menos dez mortos e 15 feridos, sendo a maioria estrangeiros. Também nesta quarta, a polícia turca também prendeu 13 supostos membros da facção radical Estado Islâmico (EI), incluindo três russos, que foram detidos na cidade costeira de Antalya. A Chancelaria russa confirmou as prisões. Os dez demais suspeitos foram presos nas cidades de Izmir e Konya. Na terça, foram presos 59 supostos membros do EI. As autoridades, porém, afirmam que não parece haver relação entre esses 72 presos com o atentado de terça-feira (12) no bairro histórico de Sultanahmet. Em coletiva, o ministro do Interior da Turquia, Efkan Ala, disse nesta quarta que um dos suspeitos relacionados ao ataque foi detido na noite de terça em Istambul. Ele não deu mais detalhes sobre a prisão. De acordo com a mídia turca, a polícia prendeu brevemente uma mulher suspeita de relação com os ataques durante uma operação em um bairro rico de Istambul. Não ficou claro se Ala se referia a essa mulher quando anunciou a primeira detenção do dia relacionada aos atentados. Segundo o jornal "Hurriyet", a mulher foi detida por causa de um celular —que ela teria roubado— que foi usado pelo homem-bomba que se explodiu em Istambul. Ela foi solta após ser interrogada. Horas depois, o premiê Ahmet Davutoglu anunciou a prisão de outras quatro pessoas como parte da investigação. O governo turco responsabilizou o EI pelo ataque em Sultanahmet, epicentro de turistas e abrigo de importantes elementos da história da Turquia. A facção terrorista, porém, não reivindicou o atentado. As autoridades disseram que o ataque foi lançado por um homem-bomba de nacionalidade síria nascido em 1988. A mídia turca identificou o suicida como Nabil Fadli, nascido na Arábia Saudita. O ministro do Interior disse na coletiva que as digitais do terrorista haviam sido registradas pelas autoridades de imigração, mas acrescentou que ele não estava na lista de indivíduos procurados pela Turquia e por outros países. O premiê reafirmou nesta quarta que o terrorista tinha vínculos com o EI, mas declarou que outros grupos podem estar por trás do ataque e estariam usando a facção extremista como um "peão". Além disso, o ministro da Justiça, Bekir Bozdag, disse que as autoridades estão trabalhando para identificar as pessoas próximas ao homem-bomba. Ele se recusou a fornecer detalhes sobre a investigação. Atentado em Istambul VÍTIMAS ALEMÃS A Chancelaria da Alemanha elevou nesta quarta de nove para dez o número de cidadãos do país mortos no ataque. Não está claro se cresceu o número total de dez mortos originalmente anunciado pela Turquia. Sawsan Chebli, porta-voz da Chancelaria, informou que sete alemães feridos no incidente ainda estão no hospital, incluindo cinco sob tratamento intensivo. Em visita a Istambul, o ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maiziere, disse não haver indícios de que o atentado tinha cidadãos alemães como alvos específicos. "De acordo com as investigações feitas até agora, não há evidências de que o ataque tenha sido dirigido especificamente contra alemães, então não pode haver conexão com nossa contribuição no combate ao terrorismo internacional", declarou De Maiziere na coletiva de imprensa, ao lado de seu colega turco. A Alemanha oferece ajuda militar à coalizão internacional que realiza ataques aéreos contra posições do EI na Síria e no Iraque, mas não participa diretamente dos combates. Veja vídeo Recentemente, milicianos do EI realizaram ataques contra cidadãos de países que participam dos bombardeios, como Rússia e França. Em outubro, membros de uma filial do EI no Egito plantaram uma bomba em uma avião da companhia russa Metrojet, matando 224 pessoas. No mês seguinte, atiradores e homens-bomba ligados ao EI mataram 130 pessoas em diferentes pontos da capital francesa. A Turquia, que participa da coalizão, também foi alvo de ataques atribuídos ao EI nos últimos meses. Em julho, um atentado em Suruç, perto da fronteira com a Síria, deixou ao menos 30 mortos. Em outubro, explosões mataram cem pessoas durante uma manifestação em Ancara. Em ambos os ataques, os alvos foram militantes curdos e membros da oposição turca.
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Turquia prende suspeitos por ataque em Istambul e membros do EIA polícia da Turquia prendeu nesta quarta-feira (13) cinco suspeitos de ter conexão com o atentado suicida em um bairro turístico de Istambul, que deixou ao menos dez mortos e 15 feridos, sendo a maioria estrangeiros. Também nesta quarta, a polícia turca também prendeu 13 supostos membros da facção radical Estado Islâmico (EI), incluindo três russos, que foram detidos na cidade costeira de Antalya. A Chancelaria russa confirmou as prisões. Os dez demais suspeitos foram presos nas cidades de Izmir e Konya. Na terça, foram presos 59 supostos membros do EI. As autoridades, porém, afirmam que não parece haver relação entre esses 72 presos com o atentado de terça-feira (12) no bairro histórico de Sultanahmet. Em coletiva, o ministro do Interior da Turquia, Efkan Ala, disse nesta quarta que um dos suspeitos relacionados ao ataque foi detido na noite de terça em Istambul. Ele não deu mais detalhes sobre a prisão. De acordo com a mídia turca, a polícia prendeu brevemente uma mulher suspeita de relação com os ataques durante uma operação em um bairro rico de Istambul. Não ficou claro se Ala se referia a essa mulher quando anunciou a primeira detenção do dia relacionada aos atentados. Segundo o jornal "Hurriyet", a mulher foi detida por causa de um celular —que ela teria roubado— que foi usado pelo homem-bomba que se explodiu em Istambul. Ela foi solta após ser interrogada. Horas depois, o premiê Ahmet Davutoglu anunciou a prisão de outras quatro pessoas como parte da investigação. O governo turco responsabilizou o EI pelo ataque em Sultanahmet, epicentro de turistas e abrigo de importantes elementos da história da Turquia. A facção terrorista, porém, não reivindicou o atentado. As autoridades disseram que o ataque foi lançado por um homem-bomba de nacionalidade síria nascido em 1988. A mídia turca identificou o suicida como Nabil Fadli, nascido na Arábia Saudita. O ministro do Interior disse na coletiva que as digitais do terrorista haviam sido registradas pelas autoridades de imigração, mas acrescentou que ele não estava na lista de indivíduos procurados pela Turquia e por outros países. O premiê reafirmou nesta quarta que o terrorista tinha vínculos com o EI, mas declarou que outros grupos podem estar por trás do ataque e estariam usando a facção extremista como um "peão". Além disso, o ministro da Justiça, Bekir Bozdag, disse que as autoridades estão trabalhando para identificar as pessoas próximas ao homem-bomba. Ele se recusou a fornecer detalhes sobre a investigação. Atentado em Istambul VÍTIMAS ALEMÃS A Chancelaria da Alemanha elevou nesta quarta de nove para dez o número de cidadãos do país mortos no ataque. Não está claro se cresceu o número total de dez mortos originalmente anunciado pela Turquia. Sawsan Chebli, porta-voz da Chancelaria, informou que sete alemães feridos no incidente ainda estão no hospital, incluindo cinco sob tratamento intensivo. Em visita a Istambul, o ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maiziere, disse não haver indícios de que o atentado tinha cidadãos alemães como alvos específicos. "De acordo com as investigações feitas até agora, não há evidências de que o ataque tenha sido dirigido especificamente contra alemães, então não pode haver conexão com nossa contribuição no combate ao terrorismo internacional", declarou De Maiziere na coletiva de imprensa, ao lado de seu colega turco. A Alemanha oferece ajuda militar à coalizão internacional que realiza ataques aéreos contra posições do EI na Síria e no Iraque, mas não participa diretamente dos combates. Veja vídeo Recentemente, milicianos do EI realizaram ataques contra cidadãos de países que participam dos bombardeios, como Rússia e França. Em outubro, membros de uma filial do EI no Egito plantaram uma bomba em uma avião da companhia russa Metrojet, matando 224 pessoas. No mês seguinte, atiradores e homens-bomba ligados ao EI mataram 130 pessoas em diferentes pontos da capital francesa. A Turquia, que participa da coalizão, também foi alvo de ataques atribuídos ao EI nos últimos meses. Em julho, um atentado em Suruç, perto da fronteira com a Síria, deixou ao menos 30 mortos. Em outubro, explosões mataram cem pessoas durante uma manifestação em Ancara. Em ambos os ataques, os alvos foram militantes curdos e membros da oposição turca.
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Ninguém aguenta mais este governo pusilânime, escreve leitor
Em "Roteiro de um golpe?" ("Opinião", 26/3), André Singer faz um acompanhamento histórico do processo de impeachment. Complemento com números e datas para ilustrar esse enredo tétrico: primeiro, dias após a eleição, o PSDB pede recontagem dos votos; segundo, Cunha havia rejeitado 11 processos de impeachment até perder no Conselho de Ética; terceiro, em outubro passado, o PMDB lança o plano "Ponte para o futuro", matriz de seu plano econômico para a Presidência; quarto, na última segunda (21), José Serra diz que ajuda o governo Temer, desde que este não se candidate à reeleição em 2018. Quanta coincidência. HAROLDO HEVERTON SOUZA DE ARRUDA (São Paulo, SP) * André Singer faz uma análise rasteira e superficial dos fatos que estão levando o país a uma traumática defenestração da chefe do governo. Nenhuma palavra sobre os descalabros na economia, a explosão do desemprego, a incompetência da presidente, a roubalheira na Petrobras e tantos outros fatores que levaram o país à situação de penúria moral, social e econômica em que hoje se encontra. Para o colunista, tudo se resume a uma combinação de fatos ocorridos nos últimos dias coordenados provavelmente pelas "forças ocultas". A saída desta crise passa pelo diálogo, mas para isso não pode haver má-fé. Alexandre Martini Neto (Rio Claro, SP) * Acho curioso ver um petista argumentando que a queda de Dilma pode levar Michel Temer à Presidência, como se fosse ameaça. Bobagem! Temer não é o presidente dos sonhos de quem se preocupa com o país. Mas nada pode ser pior que Dilma Rousseff. Marcos R. A. Fonseca (São Paulo, SP) * Vladimir Safatle escreveu o mais belo texto sobre esta farsa chamada impeachment. É a tentativa de se colocar os velhos perdedores de sempre no lugar da presidente. Merecia chamada na "Primeira Página". Geraldo Magela Maia, professor das redes estadual e municipal (Belo Horizonte, MG) * Ninguém aguenta mais este governo pusilânime e sem vergonha destilando tolices enquanto o país está entregue ao total descalabro da corrupção. Um governo incompetente que destruiu o país, acabou com a renda das famílias e que jogou bilhões no lixo de um assistencialismo barato e vulgar. Dilma não governa para o país, mas para o caixa do PT. Qualquer pessoa razoavelmente esclarecida sabe que tirar o país do atraso a que está relegado há décadas implica reformas estruturais que jamais são feitas. Dona Dilma Rousseff, renuncie! Paulo Alves (Rio de Janeiro, RJ) * Fantástica a aula de economia dada pelo ex-presidente Lula: não se deve investigar e punir a corrupção porque essas ações causam problemas econômicos ao país! Sugiro adotar o seguinte lema daqui para a frente: "Sem corrupção não há salvação". José Antonio Urroz Lopes (Curitiba, PR) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Ninguém aguenta mais este governo pusilânime, escreve leitorEm "Roteiro de um golpe?" ("Opinião", 26/3), André Singer faz um acompanhamento histórico do processo de impeachment. Complemento com números e datas para ilustrar esse enredo tétrico: primeiro, dias após a eleição, o PSDB pede recontagem dos votos; segundo, Cunha havia rejeitado 11 processos de impeachment até perder no Conselho de Ética; terceiro, em outubro passado, o PMDB lança o plano "Ponte para o futuro", matriz de seu plano econômico para a Presidência; quarto, na última segunda (21), José Serra diz que ajuda o governo Temer, desde que este não se candidate à reeleição em 2018. Quanta coincidência. HAROLDO HEVERTON SOUZA DE ARRUDA (São Paulo, SP) * André Singer faz uma análise rasteira e superficial dos fatos que estão levando o país a uma traumática defenestração da chefe do governo. Nenhuma palavra sobre os descalabros na economia, a explosão do desemprego, a incompetência da presidente, a roubalheira na Petrobras e tantos outros fatores que levaram o país à situação de penúria moral, social e econômica em que hoje se encontra. Para o colunista, tudo se resume a uma combinação de fatos ocorridos nos últimos dias coordenados provavelmente pelas "forças ocultas". A saída desta crise passa pelo diálogo, mas para isso não pode haver má-fé. Alexandre Martini Neto (Rio Claro, SP) * Acho curioso ver um petista argumentando que a queda de Dilma pode levar Michel Temer à Presidência, como se fosse ameaça. Bobagem! Temer não é o presidente dos sonhos de quem se preocupa com o país. Mas nada pode ser pior que Dilma Rousseff. Marcos R. A. Fonseca (São Paulo, SP) * Vladimir Safatle escreveu o mais belo texto sobre esta farsa chamada impeachment. É a tentativa de se colocar os velhos perdedores de sempre no lugar da presidente. Merecia chamada na "Primeira Página". Geraldo Magela Maia, professor das redes estadual e municipal (Belo Horizonte, MG) * Ninguém aguenta mais este governo pusilânime e sem vergonha destilando tolices enquanto o país está entregue ao total descalabro da corrupção. Um governo incompetente que destruiu o país, acabou com a renda das famílias e que jogou bilhões no lixo de um assistencialismo barato e vulgar. Dilma não governa para o país, mas para o caixa do PT. Qualquer pessoa razoavelmente esclarecida sabe que tirar o país do atraso a que está relegado há décadas implica reformas estruturais que jamais são feitas. Dona Dilma Rousseff, renuncie! Paulo Alves (Rio de Janeiro, RJ) * Fantástica a aula de economia dada pelo ex-presidente Lula: não se deve investigar e punir a corrupção porque essas ações causam problemas econômicos ao país! Sugiro adotar o seguinte lema daqui para a frente: "Sem corrupção não há salvação". José Antonio Urroz Lopes (Curitiba, PR) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Leitor critica reportagens sobre show do Queen com Adam Lambert
Sobre o (muito bom) show do Queen+Adam Lambert em São Paulo, lendo as críticas de Guilherme Genestreti (Na volta do Queen a SP, guitarrista empolga mais que novo vocalista) e Teté Ribeiro (Queen com Adam Lambert parece uma atração de circo), ficou a impressão de que o jornal, ao designar-lhes a pauta, esqueceu-se de avisá-los de que Freddie Mercury já havia falecido, pois ambos ficaram muito decepcionados ao não verem o astro no palco. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor critica reportagens sobre show do Queen com Adam LambertSobre o (muito bom) show do Queen+Adam Lambert em São Paulo, lendo as críticas de Guilherme Genestreti (Na volta do Queen a SP, guitarrista empolga mais que novo vocalista) e Teté Ribeiro (Queen com Adam Lambert parece uma atração de circo), ficou a impressão de que o jornal, ao designar-lhes a pauta, esqueceu-se de avisá-los de que Freddie Mercury já havia falecido, pois ambos ficaram muito decepcionados ao não verem o astro no palco. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Casa Cor provoca ao pedir só o 'essencial' para expositores
ANAÏS FERNANDES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Principal mostra de arquitetura, decoração e paisagismo do país, a Casa Cor São Paulo começou na terça (23), no Jockey Club, em São Paulo, com um desafio aos participantes: foco no essencial. "O universo da decoração é considerado, muitas vezes, supérfluo. Queríamos ir além, pensar o que é fundamental para viver bem, em um momento do mundo e do país em que estamos repensando valores e gastos", diz Pedro Ariel Santana, diretor de conteúdo da Casa Cor. A 31ª edição da mostra apresenta 69 ambientes projetados por 105 profissionais. Cada um interpretou o mote à sua maneira, mas a maioria liga o essencial a praticidade e funcionalidade. "Vivemos sem tempo, é preciso racionalizar espaços para ter funções organizadas", diz Marília Pellegrini, que assina o "Café Experience". Pensando nisso, o engenheiro agrônomo e paisagista Ricardo Pessuto se sentiu à vontade para criar seu primeiro móvel: o banco Catuaba, com partes dobráveis que o transformam em mesa e espreguiçadeira. A peça faz parte da praça urbana de 535 metros quadrados projetada por Pessuto para a mostra. Para Fabiana Silveira e Patricia de Palma, do SP Estudio, o essencial remeteu ao artesanal, presente nos trabalhos manuais expostos num quarto de bebê. O berço suspenso de macramê foi tecido por Leticia Matos, do projeto 13pompons. Em uma parede, a artista Adriana Marto grafitou com caneta as sete ervas de proteção (alecrim, arruda, comigo-ninguém-pode, espada-de-são-jorge, guiné, manjericão e pimenta). "O design essencial não deve ser descartável, por isso, pensamos num quarto de bebê, mas com durabilidade de dez anos", diz Silveira. VARANDA SEM ESPETO A mostra mantém uma seção dedicada a ambientes menores, com até 80 metros quadrados. Neste ano, esses espaços ganharam o reforço de áreas externas. "Isso vem do mercado imobiliário, que oferece muitos imóveis com terraço", explica Santana. Segundo Lívia Pedreira, diretora da Casa Cor, a proposta é mostrar que dá para ter uma varanda sem churrasqueira. "Você pode abrir espaço para uma instalação, como fez o Leo Romano, ou um pequeno jardim", pondera. A paisagista Clariça Lima estreia com quatro canteiros e três jardins verticais de 2,5 m que acompanham os estúdios. Estruturas de vergalhões permitiram acomodar vasos sem interferir na parede do Jockey, que é tombada. Outra novidade desta edição é a parceria com o IED (Istituto Europeo di Design) para promover cursos para profissionais, relacionados à arquitetura de interiores. CASACOR SP Horário das 12h às 21h (ter. a dom), até 23 de julho Endereço Jockey Club de São Paulo, av. Lineu de Paula Machado, 1.075, Cidade Jardim; manobrista (R$ 35) Ingressos R$ 56 (ter. a qui.), R$ 70 (sex., sáb., dom. e feriados) e R$ 165 (passaporte). Estudantes e quem tem mais de 60 anos ou mais pagam meia Informações www.casacor.com.br
sobretudo
Casa Cor provoca ao pedir só o 'essencial' para expositores ANAÏS FERNANDES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Principal mostra de arquitetura, decoração e paisagismo do país, a Casa Cor São Paulo começou na terça (23), no Jockey Club, em São Paulo, com um desafio aos participantes: foco no essencial. "O universo da decoração é considerado, muitas vezes, supérfluo. Queríamos ir além, pensar o que é fundamental para viver bem, em um momento do mundo e do país em que estamos repensando valores e gastos", diz Pedro Ariel Santana, diretor de conteúdo da Casa Cor. A 31ª edição da mostra apresenta 69 ambientes projetados por 105 profissionais. Cada um interpretou o mote à sua maneira, mas a maioria liga o essencial a praticidade e funcionalidade. "Vivemos sem tempo, é preciso racionalizar espaços para ter funções organizadas", diz Marília Pellegrini, que assina o "Café Experience". Pensando nisso, o engenheiro agrônomo e paisagista Ricardo Pessuto se sentiu à vontade para criar seu primeiro móvel: o banco Catuaba, com partes dobráveis que o transformam em mesa e espreguiçadeira. A peça faz parte da praça urbana de 535 metros quadrados projetada por Pessuto para a mostra. Para Fabiana Silveira e Patricia de Palma, do SP Estudio, o essencial remeteu ao artesanal, presente nos trabalhos manuais expostos num quarto de bebê. O berço suspenso de macramê foi tecido por Leticia Matos, do projeto 13pompons. Em uma parede, a artista Adriana Marto grafitou com caneta as sete ervas de proteção (alecrim, arruda, comigo-ninguém-pode, espada-de-são-jorge, guiné, manjericão e pimenta). "O design essencial não deve ser descartável, por isso, pensamos num quarto de bebê, mas com durabilidade de dez anos", diz Silveira. VARANDA SEM ESPETO A mostra mantém uma seção dedicada a ambientes menores, com até 80 metros quadrados. Neste ano, esses espaços ganharam o reforço de áreas externas. "Isso vem do mercado imobiliário, que oferece muitos imóveis com terraço", explica Santana. Segundo Lívia Pedreira, diretora da Casa Cor, a proposta é mostrar que dá para ter uma varanda sem churrasqueira. "Você pode abrir espaço para uma instalação, como fez o Leo Romano, ou um pequeno jardim", pondera. A paisagista Clariça Lima estreia com quatro canteiros e três jardins verticais de 2,5 m que acompanham os estúdios. Estruturas de vergalhões permitiram acomodar vasos sem interferir na parede do Jockey, que é tombada. Outra novidade desta edição é a parceria com o IED (Istituto Europeo di Design) para promover cursos para profissionais, relacionados à arquitetura de interiores. CASACOR SP Horário das 12h às 21h (ter. a dom), até 23 de julho Endereço Jockey Club de São Paulo, av. Lineu de Paula Machado, 1.075, Cidade Jardim; manobrista (R$ 35) Ingressos R$ 56 (ter. a qui.), R$ 70 (sex., sáb., dom. e feriados) e R$ 165 (passaporte). Estudantes e quem tem mais de 60 anos ou mais pagam meia Informações www.casacor.com.br
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'Multitela': 'Garota Dinamarquesa' estreia no Telecine Premium
Em 2016, Eddie Redmayne chegou perto de levar dois Oscar seguidos de melhor ator. Se no ano anterior ele havia vencido por "Teoria de Tudo", na segunda tentativa foi indicado por ter dado vida em "A Garota Dinamarquesa" à artista Lili Elbe, a primeira mulher a se submeter à cirurgia de transição de gênero. Mas perdeu para Leonardo DiCaprio. Telecine Premium, 22h, 14 anos * VEJA TAMBÉM Maratona de "American Horror Story" O FX exibe os dez episódios da sexta temporada da premiada série, que teve Lady Gaga no elenco. São cinco capítulos no sábado e mais cinco no domingo. FX, 11h, 16 anos * E AINDA... Ritmo Brasil Para quem quiser se preparar para o Carnaval e outras festas, Faa Morena recorda os hits que fizeram sucesso em 2016 e reexibe entrevistas com Banda Vingadora, Safadão e Simone e Simaria. RedeTV!, 18h30, Livre * DOCUMENTÁRIO Os Famosos da Web O longa acompanha a vida de quem fatura com a fama alcançada na internet. Eles são bonitos, tem dezenas de milhares de seguidores e cada um dos posts deles ganham toneladas de curtidas, além de influenciar as decisões dos fãs. É um prato cheio para marcas. GNT, 0h, 14 anos * FILME É Fada! Kéfera tenta levar o sucesso que faz na internet (onde tem mais de 10 milhões de inscritos no YouTube) para as telonas ao viver a desajeitada fada Geraldine. Net Now, 12 anos
ilustrada
'Multitela': 'Garota Dinamarquesa' estreia no Telecine PremiumEm 2016, Eddie Redmayne chegou perto de levar dois Oscar seguidos de melhor ator. Se no ano anterior ele havia vencido por "Teoria de Tudo", na segunda tentativa foi indicado por ter dado vida em "A Garota Dinamarquesa" à artista Lili Elbe, a primeira mulher a se submeter à cirurgia de transição de gênero. Mas perdeu para Leonardo DiCaprio. Telecine Premium, 22h, 14 anos * VEJA TAMBÉM Maratona de "American Horror Story" O FX exibe os dez episódios da sexta temporada da premiada série, que teve Lady Gaga no elenco. São cinco capítulos no sábado e mais cinco no domingo. FX, 11h, 16 anos * E AINDA... Ritmo Brasil Para quem quiser se preparar para o Carnaval e outras festas, Faa Morena recorda os hits que fizeram sucesso em 2016 e reexibe entrevistas com Banda Vingadora, Safadão e Simone e Simaria. RedeTV!, 18h30, Livre * DOCUMENTÁRIO Os Famosos da Web O longa acompanha a vida de quem fatura com a fama alcançada na internet. Eles são bonitos, tem dezenas de milhares de seguidores e cada um dos posts deles ganham toneladas de curtidas, além de influenciar as decisões dos fãs. É um prato cheio para marcas. GNT, 0h, 14 anos * FILME É Fada! Kéfera tenta levar o sucesso que faz na internet (onde tem mais de 10 milhões de inscritos no YouTube) para as telonas ao viver a desajeitada fada Geraldine. Net Now, 12 anos
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Pesquisa da CNI mostra que 82% querem se aposentar com até 60 anos
Cerca de oito em cada dez brasileiros afirmam que as pessoas deveriam se aposentar com até 60 anos, segundo levantamento feito pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). A pesquisa mostra que quase dois terços (65%) dos entrevistados concordam totalmente ou parcialmente com uma idade mínima para aposentadoria, mas 75% não acham necessário que as pessoas se aposentem cada vez mais tarde, por causa do envelhecimento da população. Essas são algumas das contradições apontadas pelo levantamento da CNI e que mostram como o tema é polêmico e será difícil para o governo convencer a população sobre a necessidade de uma reforma nessa área. Entre os entrevistados, 42% afirmam que as pessoas deveriam se aposentar entre 50 e 55 anos e 31% apontam a faixa entre 56 e 60 anos. Os que apontam idade superior a essa são 17% (1% não respondeu). A idade média por tempo de contribuição está hoje próxima de 55 anos para os homens. As discussões entre especialistas apontam para idade mínima a partir de 65 anos, que subiria de acordo com a expectativa de vida. O levantamento também mostra que quase metade das pessoas acha que os brasileiros se aposentam mais tarde que em países desenvolvidos, ao contrário do quem mostram os dados reais. Quando é perguntada se, para garantir a manutenção das atuais regras para aposentadoria, a pessoa estaria disposta a pagar mais impostos, 75% discordam totalmente. Segundo a CNI, 81% dizem que, se não for possível aumentar impostos (o que a maioria não quer mesmo), o governo deveria cortar em outras áreas: 26% sugerem cortar programas sociais como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida e 22% citam os investimentos. A confederação não perguntou diretamente se as pessoas são contra ou a favor de uma reforma. Na questão sobre qual a melhor opção para resolver o problema de que o INSS arrecada menos do que paga de benefícios, 39% dizem que o sistema de pagamento das aposentadorias deveria mudar para todos e 24% sugerem mudanças apenas para quem ainda não contribui para a Previdência. São 10% os que defendem a manutenção das regras e 12% os que assinalaram a opção de mexer com quem já contribui, mas não se aposentou ainda. Pesquisa feita pela Vox do Brasil para a CUT (Central Única dos Trabalhadores) em dezembro mostrou que 88% dos brasileiros dizem que "o governo não deveria dificultar as regras para aposentadorias." O levantamento divulgado pela CUT foi feito com 2.000 pessoas entre os dias de 11 e 14 de dezembro, em 153 cidades. A CNI, em parceria com o Ibope Inteligência, entrevistou 2.002 pessoas em 143 municípios entre 4 e 7 de dezembro.
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Pesquisa da CNI mostra que 82% querem se aposentar com até 60 anosCerca de oito em cada dez brasileiros afirmam que as pessoas deveriam se aposentar com até 60 anos, segundo levantamento feito pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). A pesquisa mostra que quase dois terços (65%) dos entrevistados concordam totalmente ou parcialmente com uma idade mínima para aposentadoria, mas 75% não acham necessário que as pessoas se aposentem cada vez mais tarde, por causa do envelhecimento da população. Essas são algumas das contradições apontadas pelo levantamento da CNI e que mostram como o tema é polêmico e será difícil para o governo convencer a população sobre a necessidade de uma reforma nessa área. Entre os entrevistados, 42% afirmam que as pessoas deveriam se aposentar entre 50 e 55 anos e 31% apontam a faixa entre 56 e 60 anos. Os que apontam idade superior a essa são 17% (1% não respondeu). A idade média por tempo de contribuição está hoje próxima de 55 anos para os homens. As discussões entre especialistas apontam para idade mínima a partir de 65 anos, que subiria de acordo com a expectativa de vida. O levantamento também mostra que quase metade das pessoas acha que os brasileiros se aposentam mais tarde que em países desenvolvidos, ao contrário do quem mostram os dados reais. Quando é perguntada se, para garantir a manutenção das atuais regras para aposentadoria, a pessoa estaria disposta a pagar mais impostos, 75% discordam totalmente. Segundo a CNI, 81% dizem que, se não for possível aumentar impostos (o que a maioria não quer mesmo), o governo deveria cortar em outras áreas: 26% sugerem cortar programas sociais como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida e 22% citam os investimentos. A confederação não perguntou diretamente se as pessoas são contra ou a favor de uma reforma. Na questão sobre qual a melhor opção para resolver o problema de que o INSS arrecada menos do que paga de benefícios, 39% dizem que o sistema de pagamento das aposentadorias deveria mudar para todos e 24% sugerem mudanças apenas para quem ainda não contribui para a Previdência. São 10% os que defendem a manutenção das regras e 12% os que assinalaram a opção de mexer com quem já contribui, mas não se aposentou ainda. Pesquisa feita pela Vox do Brasil para a CUT (Central Única dos Trabalhadores) em dezembro mostrou que 88% dos brasileiros dizem que "o governo não deveria dificultar as regras para aposentadorias." O levantamento divulgado pela CUT foi feito com 2.000 pessoas entre os dias de 11 e 14 de dezembro, em 153 cidades. A CNI, em parceria com o Ibope Inteligência, entrevistou 2.002 pessoas em 143 municípios entre 4 e 7 de dezembro.
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Maira Caleffi e Luciana Holtz: Quando o diagnóstico não é precoce
O câncer, que já foi uma palavra associada à morte, está deixando para trás seu estigma. Há milhares de pessoas que venceram a luta contra os tumores malignos, graças aos importantes avanços da medicina, que desenvolvem tratamentos cada vez mais precisos, eficazes e personalizados para cada tipo de tumor. Essas conquistas aconteceram não só para o câncer em fase inicial, mas também para os estágios mais avançados. Mesmo nos casos em que a cura não é mais possível, há tratamentos que permitem que os pacientes vivam por mais tempo e com qualidade de vida. Muito tem sido feito para aumentar a conscientização acerca da importância do diagnóstico precoce, o que garante um número maior de pacientes curados. No caso do câncer de mama, é possível elevar as chances de cura para 95% quando o tumor é descoberto nas fases iniciais. Agora é preciso intensificar o debate sobre o câncer avançado, realidade bem pouco conhecida, mas muito comum em nossa sociedade. Dados científicos e percepções do nosso próprio dia a dia com as pacientes apontam para uma realidade ainda mais difícil em nosso país. Aproximadamente 50% das pacientes com câncer de mama do SUS descobrem a doença em estágio avançado por inúmeras razões, dentre elas a desinformação sobre diagnóstico precoce, questões culturais e também a falta de acesso ao exame. Entre as pacientes com câncer de mama já diagnosticadas, estima-se que entre 20% a 30% progridam para o estágio metastático, segundo pesquisa realizada pelo Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama (GBECAM). Além disso, 70% de todas as mortes por câncer de mama acontecem em mulheres de países em desenvolvimento. Falta de acesso ao diagnóstico? Falta de tratamento rápido e adequado? Quando falamos hoje em tratamento no estágio metastático, existem medicamentos que estão melhorando o prognóstico de uma mulher que convive com câncer de mama avançado, ajudando as a viverem mais e melhor. Quando a luta é contra o tempo, precisamos de todo o arsenal disponível. Cada minuto conta. Cada dia é mais tempo para a mulher estar com sua família. Cada ano é tempo para a medicina avançar mais e, quem sabe, descobrir novas formas de lutar contra o tumor. Apesar de a legislação brasileira prever o acesso universal igualitário à saúde, a realidade é um pouco diferente: há duas medicinas no Brasil, uma para o sistema público e outra para o privado. Pacientes do SUS não têm acesso aos mesmos tratamentos que os usuários de planos de saúde. Na prática, o acesso as importantes conquistas dos últimos 20 anos no tratamento contra o câncer de mama metastático é limitado para as pacientes que dependem do sistema público, que continuam sendo tratadas apenas com quimioterapia. Embora efetiva, há hoje tratamentos mais específicos que permitem que essas mulheres vivam por mais tempo e com menos efeitos colaterais. Por isso, precisamos da união de todos - médicos, pacientes, indústria e sociedade - para nos ajudar a trazer à tona as dificuldades das pacientes metastáticas para que elas sejam também assistidas pelas políticas do SUS. Dentre todas as incorporações do Ministério da Saúde nos últimos dois anos nenhuma delas beneficiou as pacientes com câncer de mama metastático. Isso precisa mudar. Estas mulheres merecem mais atenção. MAIRA CALEFFI presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama - Femama LUCIANA HOLTZ presidente do Instituto Oncoguia * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Maira Caleffi e Luciana Holtz: Quando o diagnóstico não é precoceO câncer, que já foi uma palavra associada à morte, está deixando para trás seu estigma. Há milhares de pessoas que venceram a luta contra os tumores malignos, graças aos importantes avanços da medicina, que desenvolvem tratamentos cada vez mais precisos, eficazes e personalizados para cada tipo de tumor. Essas conquistas aconteceram não só para o câncer em fase inicial, mas também para os estágios mais avançados. Mesmo nos casos em que a cura não é mais possível, há tratamentos que permitem que os pacientes vivam por mais tempo e com qualidade de vida. Muito tem sido feito para aumentar a conscientização acerca da importância do diagnóstico precoce, o que garante um número maior de pacientes curados. No caso do câncer de mama, é possível elevar as chances de cura para 95% quando o tumor é descoberto nas fases iniciais. Agora é preciso intensificar o debate sobre o câncer avançado, realidade bem pouco conhecida, mas muito comum em nossa sociedade. Dados científicos e percepções do nosso próprio dia a dia com as pacientes apontam para uma realidade ainda mais difícil em nosso país. Aproximadamente 50% das pacientes com câncer de mama do SUS descobrem a doença em estágio avançado por inúmeras razões, dentre elas a desinformação sobre diagnóstico precoce, questões culturais e também a falta de acesso ao exame. Entre as pacientes com câncer de mama já diagnosticadas, estima-se que entre 20% a 30% progridam para o estágio metastático, segundo pesquisa realizada pelo Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama (GBECAM). Além disso, 70% de todas as mortes por câncer de mama acontecem em mulheres de países em desenvolvimento. Falta de acesso ao diagnóstico? Falta de tratamento rápido e adequado? Quando falamos hoje em tratamento no estágio metastático, existem medicamentos que estão melhorando o prognóstico de uma mulher que convive com câncer de mama avançado, ajudando as a viverem mais e melhor. Quando a luta é contra o tempo, precisamos de todo o arsenal disponível. Cada minuto conta. Cada dia é mais tempo para a mulher estar com sua família. Cada ano é tempo para a medicina avançar mais e, quem sabe, descobrir novas formas de lutar contra o tumor. Apesar de a legislação brasileira prever o acesso universal igualitário à saúde, a realidade é um pouco diferente: há duas medicinas no Brasil, uma para o sistema público e outra para o privado. Pacientes do SUS não têm acesso aos mesmos tratamentos que os usuários de planos de saúde. Na prática, o acesso as importantes conquistas dos últimos 20 anos no tratamento contra o câncer de mama metastático é limitado para as pacientes que dependem do sistema público, que continuam sendo tratadas apenas com quimioterapia. Embora efetiva, há hoje tratamentos mais específicos que permitem que essas mulheres vivam por mais tempo e com menos efeitos colaterais. Por isso, precisamos da união de todos - médicos, pacientes, indústria e sociedade - para nos ajudar a trazer à tona as dificuldades das pacientes metastáticas para que elas sejam também assistidas pelas políticas do SUS. Dentre todas as incorporações do Ministério da Saúde nos últimos dois anos nenhuma delas beneficiou as pacientes com câncer de mama metastático. Isso precisa mudar. Estas mulheres merecem mais atenção. MAIRA CALEFFI presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama - Femama LUCIANA HOLTZ presidente do Instituto Oncoguia * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Os parques de diversão mais visitados no mundo
Quando se fala em parques de diversão, a Disney é, de fato, dominante. A empresa é dona de nove dos dez parques temáticos mais visitados no mundo –espalhados por três continentes. O dado consta de uma pesquisa divulgada na semana passada pela TEA (sigla em inglês para Associação de Entretenimento Temático), órgão internacional que reúne empresas que administram parques temáticos. Dentre o top 10, o conglomerado Disney é quase onipresente: do parque mais visitado no planeta, o Magic Kingdom, na Flórida (EUA), ao décimo que mais atrai turistas, o California Adventure, também nos EUA, só o Universal Studios japonês, em Osaka, não pertence ao conglomerado Disney. Na versão mais ampla da lista, com 25 parques, só oito não estão no Estado americano da Flórida ou na Ásia; há três parques na Califórnia (EUA) e cinco na Europa –incluindo a Disneyland de Paris, nono mais visitado no mundo. Veja abaixo a lista completa. * 1. Magic Kingdom (Flórida, EUA) 2. Tokyo Disneyland (Japão) 3. Disneyland (Califórnia, EUA) 4. Tokyo DisneySea (Japão) 5. Universal Studios Japan (Japão) 6. Disney's Epcot (Flórida, EUA) 7. Disney's Animal Kingdom (Flórida, EUA) 8. Disney's Hollywood Studios (Flórida, EUA) 9. Disneyland Paris (França) 10. Disney's California Adventure (Califórnia, EUA) 11. Universal Studios (Flórida, EUA) 12. Islands of Adventure (Flórida, EUA) 13. Ocean Park (Hong Kong) 14. Lotte World (Coreia do Sul) 15. Hong Kong Disneyland (Hong Kong) 16. Everland (Coreia do Sul) 17. Universal Studios Hollyood (Califórnia, EUA) 18. SongCheng Park (China) 19. Nagashima Spa Land (Japão) 20. Chimelong Ocean Kingdom (China) 21. Europa-Park (Alemanha) 22. SeaWorld Florida (Flórida, EUA) 23. Tivoli Gardens (Dinamarca) 24. Efteling (Holanda) 25. Walt Disney Studios (França)
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Os parques de diversão mais visitados no mundoQuando se fala em parques de diversão, a Disney é, de fato, dominante. A empresa é dona de nove dos dez parques temáticos mais visitados no mundo –espalhados por três continentes. O dado consta de uma pesquisa divulgada na semana passada pela TEA (sigla em inglês para Associação de Entretenimento Temático), órgão internacional que reúne empresas que administram parques temáticos. Dentre o top 10, o conglomerado Disney é quase onipresente: do parque mais visitado no planeta, o Magic Kingdom, na Flórida (EUA), ao décimo que mais atrai turistas, o California Adventure, também nos EUA, só o Universal Studios japonês, em Osaka, não pertence ao conglomerado Disney. Na versão mais ampla da lista, com 25 parques, só oito não estão no Estado americano da Flórida ou na Ásia; há três parques na Califórnia (EUA) e cinco na Europa –incluindo a Disneyland de Paris, nono mais visitado no mundo. Veja abaixo a lista completa. * 1. Magic Kingdom (Flórida, EUA) 2. Tokyo Disneyland (Japão) 3. Disneyland (Califórnia, EUA) 4. Tokyo DisneySea (Japão) 5. Universal Studios Japan (Japão) 6. Disney's Epcot (Flórida, EUA) 7. Disney's Animal Kingdom (Flórida, EUA) 8. Disney's Hollywood Studios (Flórida, EUA) 9. Disneyland Paris (França) 10. Disney's California Adventure (Califórnia, EUA) 11. Universal Studios (Flórida, EUA) 12. Islands of Adventure (Flórida, EUA) 13. Ocean Park (Hong Kong) 14. Lotte World (Coreia do Sul) 15. Hong Kong Disneyland (Hong Kong) 16. Everland (Coreia do Sul) 17. Universal Studios Hollyood (Califórnia, EUA) 18. SongCheng Park (China) 19. Nagashima Spa Land (Japão) 20. Chimelong Ocean Kingdom (China) 21. Europa-Park (Alemanha) 22. SeaWorld Florida (Flórida, EUA) 23. Tivoli Gardens (Dinamarca) 24. Efteling (Holanda) 25. Walt Disney Studios (França)
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Sites disponibilizam respostas de cadernos dos professores em SP
Sites anônimos na internet estão ajudando alunos que faltam muito nas aulas da rede estadual de ensino de São Paulo. Ou, então, preferem usar um atalho em vez de realmente aprender o conteúdo dado nas aulas pelos professores. O número de páginas que publicam os cadernos dos professores, com as respostas de todos os exercícios que podem ser dados durante o ano letivo, em sala, está aumentando. O material publicado é todo organizado por séries, tanto as do ensino fundamental quanto do ensino médio. Os cadernos, que servem de base para os professores prepararem suas aulas, podem ser baixados normalmente em qualquer máquina. Todas as matérias costumam estar disponíveis. No caso das ciências exatas, como física e matemática, um simples copia e cola resolve completamente a vida do aluno. O que pode não ocorrer em áreas mais interpretativas, como história ou sociologia. De acordo com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, o Caderno do Aluno, onde vão aparecer os exercícios dos cadernos dos professores, é apenas um dos materiais de apoio utilizados na rede estadual. Por isso, sustenta o órgão, a publicação das respostas na internet não inviabiliza o processo de aprendizagem. O professor, segundo os técnicos da secretaria, podem desconstruir uma resposta pronta para fazer com que o estudante aprenda o raciocínio para chegar ao resultado. Apesar de afirmar que a publicação das perguntas e respostas dos exercícios na íntegra não prejudica o processo pedagógico da rede estadual, a Secretaria de Educação do Estado relata que está avaliando maneiras de retirar esse material do ar. De acordo com o governo estadual, será feito um pedido à Polícia Civil para investigar o caso. Alguns sites funcionavam no ano passado, mas atualizaram o seu conteúdo para o ano letivo que começa agora.
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Sites disponibilizam respostas de cadernos dos professores em SPSites anônimos na internet estão ajudando alunos que faltam muito nas aulas da rede estadual de ensino de São Paulo. Ou, então, preferem usar um atalho em vez de realmente aprender o conteúdo dado nas aulas pelos professores. O número de páginas que publicam os cadernos dos professores, com as respostas de todos os exercícios que podem ser dados durante o ano letivo, em sala, está aumentando. O material publicado é todo organizado por séries, tanto as do ensino fundamental quanto do ensino médio. Os cadernos, que servem de base para os professores prepararem suas aulas, podem ser baixados normalmente em qualquer máquina. Todas as matérias costumam estar disponíveis. No caso das ciências exatas, como física e matemática, um simples copia e cola resolve completamente a vida do aluno. O que pode não ocorrer em áreas mais interpretativas, como história ou sociologia. De acordo com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, o Caderno do Aluno, onde vão aparecer os exercícios dos cadernos dos professores, é apenas um dos materiais de apoio utilizados na rede estadual. Por isso, sustenta o órgão, a publicação das respostas na internet não inviabiliza o processo de aprendizagem. O professor, segundo os técnicos da secretaria, podem desconstruir uma resposta pronta para fazer com que o estudante aprenda o raciocínio para chegar ao resultado. Apesar de afirmar que a publicação das perguntas e respostas dos exercícios na íntegra não prejudica o processo pedagógico da rede estadual, a Secretaria de Educação do Estado relata que está avaliando maneiras de retirar esse material do ar. De acordo com o governo estadual, será feito um pedido à Polícia Civil para investigar o caso. Alguns sites funcionavam no ano passado, mas atualizaram o seu conteúdo para o ano letivo que começa agora.
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De bons drinques a livraria geek, cinco lugares para se divertir em SP
DE SÃO PAULO A repórter Marcela Paes, da coluna Mônica Bergamo, indica passeios, um restaurante e bares para se divertir em São Paulo. * Livraria Devir Paraíso da cultura pop com jogos de tabuleiro, HQs e livros, o espaço tem vendedores solícitos que dão boas dicas tanto para clientes iniciantes quanto para experientes R. Teodureto Souto, 624, Cambuci, centro, tel. 2127-8750. Seg.: 9h às 18h. Ter. a sex.: 8h às 18h. * Mini Bueno Dá pra se sentir um pouco no Japão no misto de karaokê e restaurante, frequentado majoritariamente por japoneses que fazem questão de cantar na língua pátria R. Batataes, 380A, Jardim Paulista, região oeste, tel. 97235-3062. Seg. a qui.: 19h à 2h. Sex. e sáb.: 19h às 3h. Preço: R$ 13 (Original - 600 ml). * Ciclovia da Faria Lima Arborizada para padrões paulistanos, a rota passa perto de três parques: Ibirapuera, Villa-Lobos e do Povo. No caminho, vale parar para beber uma água de coco no largo da Batata Av. Brigadeiro Faria Lima, s/n, entre a av. Pedroso de Moraes e o lgo. da Batata, s/tel. Dom. a seg.: 24h. * Bar do Edu Da grelha do Edu, que toca o boteco com sua família, saem bons cortes de carne e espetinhos saborosos ao som de blues (exclusivamente!) e uma variada carta de cachaças R. Dr. Andrade Pertence, 209, Vila Olímpia, região sul, tel. 3045-2603. Seg. a sáb: 12h30 às 23h. * Admiral's Place É uma boa opção para quem procura drinques caprichados sem fila de espera, muvuca ou barulho excessivo. A decoração de "clube inglês" é outro atrativo R. Minas Gerais, 352, Higienópolis, centro, tel. 3257-1575. Ter. e qua.: 19h à 1h. Qui. a sáb.: 19h às 2h. Preço: R$ 28 (Vedete - 330 ml).
saopaulo
De bons drinques a livraria geek, cinco lugares para se divertir em SPDE SÃO PAULO A repórter Marcela Paes, da coluna Mônica Bergamo, indica passeios, um restaurante e bares para se divertir em São Paulo. * Livraria Devir Paraíso da cultura pop com jogos de tabuleiro, HQs e livros, o espaço tem vendedores solícitos que dão boas dicas tanto para clientes iniciantes quanto para experientes R. Teodureto Souto, 624, Cambuci, centro, tel. 2127-8750. Seg.: 9h às 18h. Ter. a sex.: 8h às 18h. * Mini Bueno Dá pra se sentir um pouco no Japão no misto de karaokê e restaurante, frequentado majoritariamente por japoneses que fazem questão de cantar na língua pátria R. Batataes, 380A, Jardim Paulista, região oeste, tel. 97235-3062. Seg. a qui.: 19h à 2h. Sex. e sáb.: 19h às 3h. Preço: R$ 13 (Original - 600 ml). * Ciclovia da Faria Lima Arborizada para padrões paulistanos, a rota passa perto de três parques: Ibirapuera, Villa-Lobos e do Povo. No caminho, vale parar para beber uma água de coco no largo da Batata Av. Brigadeiro Faria Lima, s/n, entre a av. Pedroso de Moraes e o lgo. da Batata, s/tel. Dom. a seg.: 24h. * Bar do Edu Da grelha do Edu, que toca o boteco com sua família, saem bons cortes de carne e espetinhos saborosos ao som de blues (exclusivamente!) e uma variada carta de cachaças R. Dr. Andrade Pertence, 209, Vila Olímpia, região sul, tel. 3045-2603. Seg. a sáb: 12h30 às 23h. * Admiral's Place É uma boa opção para quem procura drinques caprichados sem fila de espera, muvuca ou barulho excessivo. A decoração de "clube inglês" é outro atrativo R. Minas Gerais, 352, Higienópolis, centro, tel. 3257-1575. Ter. e qua.: 19h à 1h. Qui. a sáb.: 19h às 2h. Preço: R$ 28 (Vedete - 330 ml).
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Minuto da Política: veja destaques desta quarta-feira
Um áudio revelado pela Folha nesta quarta-feira (25) mostra o ex-senador José Sarney prometendo ajudar o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, para evitar a transferência de seu caso na operação Lava Jato para o juiz federal Sergio Moro, em Curitiba. Veja este e outros destaques neste vídeo, com Angela Boldrini.
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Minuto da Política: veja destaques desta quarta-feiraUm áudio revelado pela Folha nesta quarta-feira (25) mostra o ex-senador José Sarney prometendo ajudar o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, para evitar a transferência de seu caso na operação Lava Jato para o juiz federal Sergio Moro, em Curitiba. Veja este e outros destaques neste vídeo, com Angela Boldrini.
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Veja o que especialistas disseram no fórum internacional de educação
O ensino médio é a única etapa da educação brasileira que não avança em qualidade desde a década passada, o que deixa o Brasil entre os piores nos rankings mundiais. Nem alunos mais ricos conseguem desempenho satisfatório. Na rede pública, onde estão 87% dos jovens, a situação é a ainda pior. A saída passa por uma gestão que coloque o aluno no centro da política do setor, apontou o Seminário Internacional Caminhos para a qualidade da educação pública: Gestão Escolar, correalizado pelo Instituto Unibanco e a Folha nos últimos dias 2 e 3, em São Paulo. Veja o que disseram os especialistas que participaram do encontro.
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Veja o que especialistas disseram no fórum internacional de educaçãoO ensino médio é a única etapa da educação brasileira que não avança em qualidade desde a década passada, o que deixa o Brasil entre os piores nos rankings mundiais. Nem alunos mais ricos conseguem desempenho satisfatório. Na rede pública, onde estão 87% dos jovens, a situação é a ainda pior. A saída passa por uma gestão que coloque o aluno no centro da política do setor, apontou o Seminário Internacional Caminhos para a qualidade da educação pública: Gestão Escolar, correalizado pelo Instituto Unibanco e a Folha nos últimos dias 2 e 3, em São Paulo. Veja o que disseram os especialistas que participaram do encontro.
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Vice-presidente do PSDB compara Doria a Haddad e Dilma: 'não tem estrutura para dirigir SP'
DANIELA LIMA DE SÃO PAULO Vice-presidente nacional do PSDB e ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman, gravou um vídeo no qual faz críticas à proposta do candidato do seu partido à prefeitura de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), e compara o discurso de que o empresário seria o "novo" na política paulistana às narrativas que elegeram Fernando Haddad (PT) prefeito, em 2012, e Dilma Rousseff (PT) presidente, em 2010 e 2014. "Elegemos em 2012 o Haddad porque ele era o novo, como se o novo fosse o bom. Hoje há uma tentativa de se eleger João Doria como o novo, como se o novo fosse o bom. Nós não sabemos", diz Goldman. "Aliás, acabamos de tirar uma presidente da República que era a 'nova', que não tinha também história política nenhuma, que foi inventada pelo seu mentor, Luiz Inácio Lula da Silva. Deu no que deu", continua o ex-governador. "Deu no que deu no governo federal. Deu no que deu na prefeitura e pode vir a dar se nós elegermos amanhã um 'novo' que não tem estrutura suficiente para dirigir a cidade de São Paulo", conclui Goldman. O ex-governador publicou o vídeo em seu blog pessoal, nesta terça-feira (6). Ele classifica como "fantasiosa" a proposta que é apresentada como o carro-chefe dos planos de Doria para a saúde paulistana, o "Corujão da Saúde". Ele compara o plano de Doria ao "Arco do Futuro" prometido por Haddad na eleição anterior. A proposta do petista era criar um eixo de desenvolvimento para a periferia. "Na época, o Haddad candidato apresentou a proposta do arco do futuro, uma bonita imagem de televisão, um bonito arco que pegava toda uma parte da cidade, reestruturando toda uma parte de São Paulo. (...) Muito bonito. Só que nada disso aconteceu", inicia Goldman. "Vemos hoje novas fantasias sendo apresentadas. O candidato João Doria apresenta a ideia para resolver o problema da saúde do 'Corujão da Saúde'. Qual é a ideia: é aproveitar uma certa disponibilidade dos hospitais dos privados no período noturno e a prefeitura faria convênios para aproveitar esses espaços que estão não sendo utilizados. Vende-se, mais uma vez, uma fantasia", conclui Goldman. O vice-presidente do PSDB afirma que os custos são elevados e irreais para as contas da prefeitura de São Paulo. Segundo ele, a proposta é "um nome expressivo" que "não vai se realizar". 'HUMILDADE As críticas abertas de Goldman a Doria são mais um episódio na série de desentendimentos entre o candidato apadrinhado pelo governador Geraldo Alckmin e parte expressiva da cúpula do PSDB paulista, que não apoia sua campanha oficialmente. Aliados do candidato tucano e do governador Geraldo Alckmin reagiram. "De inovação, realmente, o Goldman não entende nada. Ele parou no tempo", respondeu Fábio Lepique, ex-assessor especial do governador e integrante da campanha de Doria. "O que falta mesmo é humildade para reconhecer os bons talentos, as forças políticas novas. Conflito de gerações", ironizou.
poder
Vice-presidente do PSDB compara Doria a Haddad e Dilma: 'não tem estrutura para dirigir SP'DANIELA LIMA DE SÃO PAULO Vice-presidente nacional do PSDB e ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman, gravou um vídeo no qual faz críticas à proposta do candidato do seu partido à prefeitura de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), e compara o discurso de que o empresário seria o "novo" na política paulistana às narrativas que elegeram Fernando Haddad (PT) prefeito, em 2012, e Dilma Rousseff (PT) presidente, em 2010 e 2014. "Elegemos em 2012 o Haddad porque ele era o novo, como se o novo fosse o bom. Hoje há uma tentativa de se eleger João Doria como o novo, como se o novo fosse o bom. Nós não sabemos", diz Goldman. "Aliás, acabamos de tirar uma presidente da República que era a 'nova', que não tinha também história política nenhuma, que foi inventada pelo seu mentor, Luiz Inácio Lula da Silva. Deu no que deu", continua o ex-governador. "Deu no que deu no governo federal. Deu no que deu na prefeitura e pode vir a dar se nós elegermos amanhã um 'novo' que não tem estrutura suficiente para dirigir a cidade de São Paulo", conclui Goldman. O ex-governador publicou o vídeo em seu blog pessoal, nesta terça-feira (6). Ele classifica como "fantasiosa" a proposta que é apresentada como o carro-chefe dos planos de Doria para a saúde paulistana, o "Corujão da Saúde". Ele compara o plano de Doria ao "Arco do Futuro" prometido por Haddad na eleição anterior. A proposta do petista era criar um eixo de desenvolvimento para a periferia. "Na época, o Haddad candidato apresentou a proposta do arco do futuro, uma bonita imagem de televisão, um bonito arco que pegava toda uma parte da cidade, reestruturando toda uma parte de São Paulo. (...) Muito bonito. Só que nada disso aconteceu", inicia Goldman. "Vemos hoje novas fantasias sendo apresentadas. O candidato João Doria apresenta a ideia para resolver o problema da saúde do 'Corujão da Saúde'. Qual é a ideia: é aproveitar uma certa disponibilidade dos hospitais dos privados no período noturno e a prefeitura faria convênios para aproveitar esses espaços que estão não sendo utilizados. Vende-se, mais uma vez, uma fantasia", conclui Goldman. O vice-presidente do PSDB afirma que os custos são elevados e irreais para as contas da prefeitura de São Paulo. Segundo ele, a proposta é "um nome expressivo" que "não vai se realizar". 'HUMILDADE As críticas abertas de Goldman a Doria são mais um episódio na série de desentendimentos entre o candidato apadrinhado pelo governador Geraldo Alckmin e parte expressiva da cúpula do PSDB paulista, que não apoia sua campanha oficialmente. Aliados do candidato tucano e do governador Geraldo Alckmin reagiram. "De inovação, realmente, o Goldman não entende nada. Ele parou no tempo", respondeu Fábio Lepique, ex-assessor especial do governador e integrante da campanha de Doria. "O que falta mesmo é humildade para reconhecer os bons talentos, as forças políticas novas. Conflito de gerações", ironizou.
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Não observo recuperação do governo Dilma nas ruas, afirma leitor
Chama a atenção na pesquisa do Datafolha que, em pleno inferno astral, Lula apareça sempre em segundo lugar na corrida pela Presidência da República. Imaginem a força que teria se estivesse todos os dias na TV, fazendo campanha. A tese de que Lula e o PT estão acabados pode ser um grande erro de avaliação. Antônio Cunha de Melo (São Paulo, SP) * A cobertura da Folha sobre o processo de impeachment é parcial e superficial. A entrevista com o jurista Dalmo de Abreu Dallari é o repeteco do que prolifera pelas páginas do jornal nas últimas semanas. O entrevistado afirma que outros presidentes fizeram pedaladas, mas o entrevistador não fez uma réplica apresentando números que mostram a dimensão totalmente distinta das pedaladas dilmistas. A distribuição de espaço entre quem apoia e quem é contra o impeachment em nada reflete a real proporção na sociedade, já que os primeiros são ao menos o dobro dos segundos. Bruno de Carvalho Lana (Belo Horizonte, MG) * São sábias as palavras do jurista Dalmo de Abreu Dallari. É para se pensar. Se Dilma pedalou, os outros também, inclusive o aclamado FHC. E daí? Aconteceu alguma coisa? A presidente precisa ser mais sábia e desvencilhar-se "do lado negro da força". Mariza Bacci Zago (Atibaia, SP) * Queria saber da Folha, da qual sou assinante há 35 anos, como a imagem de Dilma pode ter melhorado. Não é o que observamos pelas ruas do país. Ernesto Ferreira (São Paulo, SP) * Nelson Barbosa chega ao Ministério da Fazenda para acelerar o crescimento dos gastos públicos, do desequilíbrio fiscal, do descrédito, da inflação, dos juros, do desemprego e da recessão. É mais uma iniciativa da "Pátria Educadora" para fazer com que até a população mais humilde aprenda na prática o impacto de cada um desses termos econômicos em seu cotidiano. Jorge Alberto Nurkin (São Paulo, SP) * A crise que vivemos é grande, mas temos sim tudo para revertê-la. Neste momento estamos saneando, de forma profunda, nossas históricas mazelas éticas. O país e sua imensa população dão um passo definitivo rumo à construção de uma grande nação. José de Anchieta Nobre de Almeida (RIo de Janeiro, RJ) * Decepcionante o editorial da Folha deste domingo elogiando o resultado do julgamento do STF sobre o rito do impeachment. A decisão do Supremo não constituiu uma vitória da transparência e da institucionalidade. É, ao contrário, uma vitória do Planalto em seu intento de dar ao Senado, onde conta com uma base mais sólida e confiável, mais poder no processo do impeachment. Paulo Afonso de Sampaio (São Paulo, SP)
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Não observo recuperação do governo Dilma nas ruas, afirma leitorChama a atenção na pesquisa do Datafolha que, em pleno inferno astral, Lula apareça sempre em segundo lugar na corrida pela Presidência da República. Imaginem a força que teria se estivesse todos os dias na TV, fazendo campanha. A tese de que Lula e o PT estão acabados pode ser um grande erro de avaliação. Antônio Cunha de Melo (São Paulo, SP) * A cobertura da Folha sobre o processo de impeachment é parcial e superficial. A entrevista com o jurista Dalmo de Abreu Dallari é o repeteco do que prolifera pelas páginas do jornal nas últimas semanas. O entrevistado afirma que outros presidentes fizeram pedaladas, mas o entrevistador não fez uma réplica apresentando números que mostram a dimensão totalmente distinta das pedaladas dilmistas. A distribuição de espaço entre quem apoia e quem é contra o impeachment em nada reflete a real proporção na sociedade, já que os primeiros são ao menos o dobro dos segundos. Bruno de Carvalho Lana (Belo Horizonte, MG) * São sábias as palavras do jurista Dalmo de Abreu Dallari. É para se pensar. Se Dilma pedalou, os outros também, inclusive o aclamado FHC. E daí? Aconteceu alguma coisa? A presidente precisa ser mais sábia e desvencilhar-se "do lado negro da força". Mariza Bacci Zago (Atibaia, SP) * Queria saber da Folha, da qual sou assinante há 35 anos, como a imagem de Dilma pode ter melhorado. Não é o que observamos pelas ruas do país. Ernesto Ferreira (São Paulo, SP) * Nelson Barbosa chega ao Ministério da Fazenda para acelerar o crescimento dos gastos públicos, do desequilíbrio fiscal, do descrédito, da inflação, dos juros, do desemprego e da recessão. É mais uma iniciativa da "Pátria Educadora" para fazer com que até a população mais humilde aprenda na prática o impacto de cada um desses termos econômicos em seu cotidiano. Jorge Alberto Nurkin (São Paulo, SP) * A crise que vivemos é grande, mas temos sim tudo para revertê-la. Neste momento estamos saneando, de forma profunda, nossas históricas mazelas éticas. O país e sua imensa população dão um passo definitivo rumo à construção de uma grande nação. José de Anchieta Nobre de Almeida (RIo de Janeiro, RJ) * Decepcionante o editorial da Folha deste domingo elogiando o resultado do julgamento do STF sobre o rito do impeachment. A decisão do Supremo não constituiu uma vitória da transparência e da institucionalidade. É, ao contrário, uma vitória do Planalto em seu intento de dar ao Senado, onde conta com uma base mais sólida e confiável, mais poder no processo do impeachment. Paulo Afonso de Sampaio (São Paulo, SP)
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Bolsa fecha 2015 com terceiro maior fluxo de capital estrangeiro em 21 anos
Apesar da queda de 13,3% em 2015, a Bolsa brasileira encerrou o ano passado com fluxo de capital externo positivo de R$ 16,387 bilhões, o terceiro maior desde 1994, de acordo com dados da BM&FBovespa. Os investidores estrangeiros compraram R$ 884,191 bilhões em ativos e venderam R$ 867,804 bilhões. O saldo só não foi maior que o de 2009, quando totalizou R$ 20,596 bilhões, e o de 2014 (R$ 20,342 bilhões). E o resultado poderia ser melhor se não fossem saídas de estrangeiros registradas no segundo semestre do ano, com o agravamento das crises política e econômica. O fluxo de capital estrangeiro nos últimos seis meses de 2015 ficou negativo em R$ 5,153 bilhões. Apenas outubro e novembro tiveram saldo positivo, enquanto em dezembro foi registrada a maior saída do ano inteiro, totalizando R$ 4,31 bilhões. Em janeiro, até o dia 4, o saldo é positivo em R$ 122,8 milhões. Os investidores estrangeiros encerraram 2015 com 52,8% de participação na Bolsa, o maior patamar desde 1994. Por outro lado, as pessoas físicas mantiveram fatia de 13,7% no mercado acionário brasileiro —a mesma de 2014. O número de negócios cresceu 9,8%, para 1 bilhão em 2015, ante 919,76 milhões no ano anterior. Já o volume médio diário cresceu 0,5% em relação a 2014, para R$ 7,33 bilhões. No ano passado, a Bolsa brasileira teve queda de 13,3%. Assim como o dólar, que fechou 2015 com valorização de 49%, o Ibovespa ficou a reboque da crise política que atrapalhou a aprovação das medidas de ajuste fiscal necessárias para equilibrar as contas do governo e evitar que o país perdesse seu selo de bom pagador junto às agências de classificação de risco. A recessão que o país atravessa, agravada pelo inflação elevada e pelo aumento do desemprego, impacta o resultado das companhias -afetando a cotação das ações de empresas listadas em Bolsa. Como resultado, houve uma queda de 1,35% no número de empresas listadas na Bolsa —510 no ano passado, ante 517 em 2014 e 528 em 2013.
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Bolsa fecha 2015 com terceiro maior fluxo de capital estrangeiro em 21 anosApesar da queda de 13,3% em 2015, a Bolsa brasileira encerrou o ano passado com fluxo de capital externo positivo de R$ 16,387 bilhões, o terceiro maior desde 1994, de acordo com dados da BM&FBovespa. Os investidores estrangeiros compraram R$ 884,191 bilhões em ativos e venderam R$ 867,804 bilhões. O saldo só não foi maior que o de 2009, quando totalizou R$ 20,596 bilhões, e o de 2014 (R$ 20,342 bilhões). E o resultado poderia ser melhor se não fossem saídas de estrangeiros registradas no segundo semestre do ano, com o agravamento das crises política e econômica. O fluxo de capital estrangeiro nos últimos seis meses de 2015 ficou negativo em R$ 5,153 bilhões. Apenas outubro e novembro tiveram saldo positivo, enquanto em dezembro foi registrada a maior saída do ano inteiro, totalizando R$ 4,31 bilhões. Em janeiro, até o dia 4, o saldo é positivo em R$ 122,8 milhões. Os investidores estrangeiros encerraram 2015 com 52,8% de participação na Bolsa, o maior patamar desde 1994. Por outro lado, as pessoas físicas mantiveram fatia de 13,7% no mercado acionário brasileiro —a mesma de 2014. O número de negócios cresceu 9,8%, para 1 bilhão em 2015, ante 919,76 milhões no ano anterior. Já o volume médio diário cresceu 0,5% em relação a 2014, para R$ 7,33 bilhões. No ano passado, a Bolsa brasileira teve queda de 13,3%. Assim como o dólar, que fechou 2015 com valorização de 49%, o Ibovespa ficou a reboque da crise política que atrapalhou a aprovação das medidas de ajuste fiscal necessárias para equilibrar as contas do governo e evitar que o país perdesse seu selo de bom pagador junto às agências de classificação de risco. A recessão que o país atravessa, agravada pelo inflação elevada e pelo aumento do desemprego, impacta o resultado das companhias -afetando a cotação das ações de empresas listadas em Bolsa. Como resultado, houve uma queda de 1,35% no número de empresas listadas na Bolsa —510 no ano passado, ante 517 em 2014 e 528 em 2013.
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Conta de escândalo de emissão de poluentes da VW atinge US$ 30 bilhões
A Volkswagen está desembolsando mais US$ 3 bilhões (R$ 9,4 bilhões) para consertar motores a diesel nos Estados Unidos, elevando o total gasto com seu escândalo de trapaça nos testes de emissão de poluentes para cerca de US$ 30 bilhões (R$ 94 bilhões). As ações da montadora alemã caíram 3% na sexta-feira (29), com operadores e analistas expressando consternação com o fato de a empresa ainda ser penalizada dois anos após o surgimento do escândalo. "Este é mais um anúncio inesperado e indesejável da VW, não só de uma perspectiva de ganhos e fluxo de caixa, mas também em relação à credibilidade da administração", disse o analista da Evercore ISI, Arndt Ellinghorst. A maior montadora da Europa admitiu em setembro de 2015 que usou um software ilegal para enganar os testes de emissões de diesel dos EUA, provocando a maior crise empresarial em seus 80 anos de história. Antes de sexta, a empresa havia reservado € 22,6 bilhões (R$ 84,5 bilhões) para cobrir custos como multas e consertos de veículos. Nesta sexta, a VW disse que as correções de hardware estavam sendo mais difíceis que o esperado, por isso a companhia registrou uma provisão adicional de € 2,5 bilhões (R$ 9,3 bilhões). "Temos que fazer mais com o hardware", disse um porta-voz da VW, acrescentando que os clientes dos EUA precisariam aguardar mais tempo para que seus carros fossem reparados.
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Conta de escândalo de emissão de poluentes da VW atinge US$ 30 bilhõesA Volkswagen está desembolsando mais US$ 3 bilhões (R$ 9,4 bilhões) para consertar motores a diesel nos Estados Unidos, elevando o total gasto com seu escândalo de trapaça nos testes de emissão de poluentes para cerca de US$ 30 bilhões (R$ 94 bilhões). As ações da montadora alemã caíram 3% na sexta-feira (29), com operadores e analistas expressando consternação com o fato de a empresa ainda ser penalizada dois anos após o surgimento do escândalo. "Este é mais um anúncio inesperado e indesejável da VW, não só de uma perspectiva de ganhos e fluxo de caixa, mas também em relação à credibilidade da administração", disse o analista da Evercore ISI, Arndt Ellinghorst. A maior montadora da Europa admitiu em setembro de 2015 que usou um software ilegal para enganar os testes de emissões de diesel dos EUA, provocando a maior crise empresarial em seus 80 anos de história. Antes de sexta, a empresa havia reservado € 22,6 bilhões (R$ 84,5 bilhões) para cobrir custos como multas e consertos de veículos. Nesta sexta, a VW disse que as correções de hardware estavam sendo mais difíceis que o esperado, por isso a companhia registrou uma provisão adicional de € 2,5 bilhões (R$ 9,3 bilhões). "Temos que fazer mais com o hardware", disse um porta-voz da VW, acrescentando que os clientes dos EUA precisariam aguardar mais tempo para que seus carros fossem reparados.
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Leitores comenta, ligação da represa Billings com o sistema Rio Grande
O governo paulista vai começar a retirar águas da poluída Billings para lançá-las no sistema Rio Grande ("SP vai ligar a poluída Billings ao Rio Grande" ). Ou seja, vão misturar esgoto com água potável. JAIME PEREIRA DA SILVA (São Paulo, SP) * Finalmente alguém com bom senso e sem partidarismo explicou a crise hídrica em São Paulo. O jornalista e escritor Leão Serva soube explicar, pertinentemente, de quem é, realmente, a culpa pela crise que assola o país inteiro. Está na hora da União colocar seus espantalhos de lado e assumir suas responsabilidades. SERGIO FLECK (Barueri, SP) * Vinicius Traldi, assessor de impressa do governo de São Paulo, apresenta algumas informações, no mínimo, discutíveis. Na campanha para a reeleição, o senhor governador insistiu o tempo todo em que ainda não havia necessidade de racionamento e em que tudo estava sob controle. Só quando a situação se agravou é que foram tomadas algumas medidas que o assessor chama tucanamente de "implementar membranas de osmose reversa", que, mesmo sem conhecimento técnico, podemos chamar de improvisos. CARLOS GONÇALVES DE FARIA (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitores comenta, ligação da represa Billings com o sistema Rio GrandeO governo paulista vai começar a retirar águas da poluída Billings para lançá-las no sistema Rio Grande ("SP vai ligar a poluída Billings ao Rio Grande" ). Ou seja, vão misturar esgoto com água potável. JAIME PEREIRA DA SILVA (São Paulo, SP) * Finalmente alguém com bom senso e sem partidarismo explicou a crise hídrica em São Paulo. O jornalista e escritor Leão Serva soube explicar, pertinentemente, de quem é, realmente, a culpa pela crise que assola o país inteiro. Está na hora da União colocar seus espantalhos de lado e assumir suas responsabilidades. SERGIO FLECK (Barueri, SP) * Vinicius Traldi, assessor de impressa do governo de São Paulo, apresenta algumas informações, no mínimo, discutíveis. Na campanha para a reeleição, o senhor governador insistiu o tempo todo em que ainda não havia necessidade de racionamento e em que tudo estava sob controle. Só quando a situação se agravou é que foram tomadas algumas medidas que o assessor chama tucanamente de "implementar membranas de osmose reversa", que, mesmo sem conhecimento técnico, podemos chamar de improvisos. CARLOS GONÇALVES DE FARIA (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Mudança na aposentadoria de mulher não prejudica reforma, diz Meirelles
A redução na idade mínima de aposentadoria proposta pelo relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), de 65 para 62 anos, não afeta o essencial da proposta do governo, disse o ministro Henrique Meirelles (Fazenda). Segundo o ministro, o relator deve manter ao menos 70% do texto original do projeto enviado pelo governo ao Congresso para que "medidas adicionais" não sejam necessárias para que o país cumpra o teto de gastos. "Apenas não havendo o cumprimento desse objetivo teríamos necessidade de medidas complementares que não estão na mesa no momento porque a reforma está andando conforme o planejado", afirmou Meirelles depois de participar de evento organizado pelo Itaú Unibanco em São Paulo nesta terça (18). "Tivemos hoje de manhã uma reunião com grande número de parlamentares no Palácio da Alvorada. Tivemos lá quase 300 deputados e isso nos deu maior confiança e que a reforma deve de fato ser aprovada", afirmou. O governo enfrenta resistência no Congresso para aprovação da reforma. Muitos parlamentares são contrários ao projeto por considerá-lo muito duro ou por temerem a reação de suas bases. Assista ao vídeo Para garantir a aprovação da reforma, o presidente Michel Temer determinou que auxiliares destravem nomeações de cargos no governo para deputados da base aliada em troca de votos favoráveis. Eles avaliam necessidade de dar mais atenção ao "baixo clero", grupo de deputados de menor expressão, já que as cúpulas dos partidos já foram contempladas. As alterações feitas até agora, como uma nova regra de transição e retirada de servidores estaduais da proposta, não são uma "concessão" do governo, disse Meirelles, mas um processo de negociação. "Não é uma questão de o governo estar cedendo, não são atos do Executivo, é uma decisão em última análise do Congresso", disse. Questionado sobre a influência da operação Lava Jato na aprovação das reformas, o ministro afirmou que o país "continua a trabalhar". "Independentemente de haver inquéritos envolvendo congressistas, autoridades e outras pessoas, as pessoas continuam nos seus cargos e trabalhando, e portanto eu não acho que haja qualquer interrupção ou prejuízo do ritmo de trabalho", disse Meirelles. Calculadora da Aposentadoria >>> Calculadora com regras de hoje: saiba quando você poderia se aposentar sem ter desconto no benefício.
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Mudança na aposentadoria de mulher não prejudica reforma, diz MeirellesA redução na idade mínima de aposentadoria proposta pelo relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), de 65 para 62 anos, não afeta o essencial da proposta do governo, disse o ministro Henrique Meirelles (Fazenda). Segundo o ministro, o relator deve manter ao menos 70% do texto original do projeto enviado pelo governo ao Congresso para que "medidas adicionais" não sejam necessárias para que o país cumpra o teto de gastos. "Apenas não havendo o cumprimento desse objetivo teríamos necessidade de medidas complementares que não estão na mesa no momento porque a reforma está andando conforme o planejado", afirmou Meirelles depois de participar de evento organizado pelo Itaú Unibanco em São Paulo nesta terça (18). "Tivemos hoje de manhã uma reunião com grande número de parlamentares no Palácio da Alvorada. Tivemos lá quase 300 deputados e isso nos deu maior confiança e que a reforma deve de fato ser aprovada", afirmou. O governo enfrenta resistência no Congresso para aprovação da reforma. Muitos parlamentares são contrários ao projeto por considerá-lo muito duro ou por temerem a reação de suas bases. Assista ao vídeo Para garantir a aprovação da reforma, o presidente Michel Temer determinou que auxiliares destravem nomeações de cargos no governo para deputados da base aliada em troca de votos favoráveis. Eles avaliam necessidade de dar mais atenção ao "baixo clero", grupo de deputados de menor expressão, já que as cúpulas dos partidos já foram contempladas. As alterações feitas até agora, como uma nova regra de transição e retirada de servidores estaduais da proposta, não são uma "concessão" do governo, disse Meirelles, mas um processo de negociação. "Não é uma questão de o governo estar cedendo, não são atos do Executivo, é uma decisão em última análise do Congresso", disse. Questionado sobre a influência da operação Lava Jato na aprovação das reformas, o ministro afirmou que o país "continua a trabalhar". "Independentemente de haver inquéritos envolvendo congressistas, autoridades e outras pessoas, as pessoas continuam nos seus cargos e trabalhando, e portanto eu não acho que haja qualquer interrupção ou prejuízo do ritmo de trabalho", disse Meirelles. Calculadora da Aposentadoria >>> Calculadora com regras de hoje: saiba quando você poderia se aposentar sem ter desconto no benefício.
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Governo quer usar reforma trabalhista como vitrine para a da Previdência
O presidente Michel Temer quer utilizar a reforma trabalhista para sinalizar ao mercado financeiro que tem votos suficientes para aprovar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que cria uma nova Previdência, matéria bem mais polêmica. A intenção do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado do Palácio do Planalto, é votar o requerimento de urgência nesta semana para levar o texto da reforma trabalhista a plenário na semana seguinte. A estratégia ocorre em meio à preocupação de empresários e investidores de que o cronograma das reformas pode ser atrasado em razão dos desdobramentos da Operação Lava Jato. Soma-se a isso a incerteza de que a reforma da Previdência será aprovada, mesmo após uma série de recuos do governo na proposta original após pressão da base aliada. Apesar de a reforma trabalhista necessitar apenas de maioria simples para ser aprovada na Câmara –ou seja, votos favoráveis da maioria dos deputados presentes–, já que é um projeto de lei, Temer quer fazê-la passar com placar de PEC, o que exige aprovação de 3/5 dos deputados, ou seja, 308 votos. Na quinta-feira (13), Temer telefonou para os líderes da base aliada para convidá-los para um café da manhã no Palácio da Alvorada, na terça-feira (18), quando o relator do texto, Rogério Marinho (PSDB-RN), fará uma exposição de seu parecer. O presidente irá reforçar a necessidade de fazer um aceno ao mercado e à sociedade e pedirá empenho para a aprovação da medida em regime de urgência. Líderes governistas dizem esperar a aprovação do texto com algo em torno de 340 votos. Temer e Maia estão atuando juntos para garantir quorum elevado. Com o café da manhã, o presidente da República quer garantir presenças suficientes para aprovar a urgência na terça-feira. Já o presidente da Câmara não vai autorizar viagens de deputados na semana que vem, quando quer levar o texto a plenário. A reforma dá mais poderes a acordos coletivos em relação a temas como férias, intervalo de descanso e jornada de trabalho, entre outros. Também prevê o fim da contribuição sindical obrigatória, ponto que tem o apoio até mesmo da oposição.
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Governo quer usar reforma trabalhista como vitrine para a da PrevidênciaO presidente Michel Temer quer utilizar a reforma trabalhista para sinalizar ao mercado financeiro que tem votos suficientes para aprovar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que cria uma nova Previdência, matéria bem mais polêmica. A intenção do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado do Palácio do Planalto, é votar o requerimento de urgência nesta semana para levar o texto da reforma trabalhista a plenário na semana seguinte. A estratégia ocorre em meio à preocupação de empresários e investidores de que o cronograma das reformas pode ser atrasado em razão dos desdobramentos da Operação Lava Jato. Soma-se a isso a incerteza de que a reforma da Previdência será aprovada, mesmo após uma série de recuos do governo na proposta original após pressão da base aliada. Apesar de a reforma trabalhista necessitar apenas de maioria simples para ser aprovada na Câmara –ou seja, votos favoráveis da maioria dos deputados presentes–, já que é um projeto de lei, Temer quer fazê-la passar com placar de PEC, o que exige aprovação de 3/5 dos deputados, ou seja, 308 votos. Na quinta-feira (13), Temer telefonou para os líderes da base aliada para convidá-los para um café da manhã no Palácio da Alvorada, na terça-feira (18), quando o relator do texto, Rogério Marinho (PSDB-RN), fará uma exposição de seu parecer. O presidente irá reforçar a necessidade de fazer um aceno ao mercado e à sociedade e pedirá empenho para a aprovação da medida em regime de urgência. Líderes governistas dizem esperar a aprovação do texto com algo em torno de 340 votos. Temer e Maia estão atuando juntos para garantir quorum elevado. Com o café da manhã, o presidente da República quer garantir presenças suficientes para aprovar a urgência na terça-feira. Já o presidente da Câmara não vai autorizar viagens de deputados na semana que vem, quando quer levar o texto a plenário. A reforma dá mais poderes a acordos coletivos em relação a temas como férias, intervalo de descanso e jornada de trabalho, entre outros. Também prevê o fim da contribuição sindical obrigatória, ponto que tem o apoio até mesmo da oposição.
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Absurda, 'Santa Clarita' diverte sem exigir
Fazer uma comédia sobre canibalismo ambientada na Califórnia e protagonizada por uma ex-atriz-mirim-fofa não parece uma ideia muito promissora. Incrivelmente, "Santa Clarita Diet", sai-se com louvor do intento. A série cômica de horror que a Netflix colocou no ar no último dia 3 (dez episódios de meia hora ou quase isso) surpreende com diálogos espertos que aos poucos descambam do nonsense para o absurdo, mais ou menos como sua personagem central, a corretora de imóveis Sheila (Drew Barrymore). A intérprete da pequena Gertie em "E.T. "" O Extraterrestre" (1982) nunca foi uma atriz excepcional. Seu carisma, no entanto, é incontestável, e seu timing cômico, bem como seu senso de humor autodepreciativo, que a impede de se levar a sério demais, são revigorantes. É sobretudo por causa de Barrymore, e de seu jeito de melhor amiga que queríamos ter, que "Santa Clarita" funciona. Dividindo a cena com o bonitão Timothy Olyphant (de "Justified", aqui mostrando que vai bem também em comédias) na pele do marido passivo e apaixonado Joel, ela torna instigante um enredo sobre uma profissional liberal/mãe de classe média alta que repentinamente se torna um zumbi. As cenas são, muitas vezes, grotescas, mas no registro cômico nem não chegam a provocar os calafrios que, por exemplo, o excelente suspense psicológico "Hannibal" causa. Barrymore torna fácil a tarefa de ver uma mulher devorar um cadáver, e quanto mais o nonsense prevalece sobre as previsíveis cenas de vida suburbana, mais "Santa Clarita Diet" ganha pontos. Da mesma forma que ocorre com a protagonista, a perda de limites e o mergulho no humor negro se mostra, também no roteiro, estimulante. Na história criada por Victor Fresco (produtor de "My Name is Earl"), Sheila e Joel são um típico casal suburbano da Califórnia (vivendo na Santa Clarita do título), pais de uma adolescente e vizinhos de duas famílias de policiais, que trabalha vendendo imóveis e está junto há 25 anos. Um dia, Sheila tem uma crise violenta de vômito e descobre que está morta –ou não. A partir daí, ela passa a querer se alimentar unicamente de cadáveres humanos, o que impõe um dilema ético para a família (quem matar? quem comer? quem merece morrer?). Ao mesmo tempo Joel busca um antídoto para o que supõe ser uma doença ancestral descrita em um antigo livro sérvio. Uma segunda temporada ainda não foi confirmada pela plataforma de streaming, mas deve ser anunciada em breve. Não é, obviamente, nada memorável ou que vá mudar o conceito de alguém sobre ficção –para ficar apenas nas séries de humor perverso e enredo absurdo da Netflix, "Ubreakable Kimmy Schmidt", por exemplo, está muito à frente. É, contudo, uma distração eficiente, talvez necessária em meio a tantas séries sobre um futuro sombrio que cada vez mais parecem prenunciar o noticiário.
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Absurda, 'Santa Clarita' diverte sem exigirFazer uma comédia sobre canibalismo ambientada na Califórnia e protagonizada por uma ex-atriz-mirim-fofa não parece uma ideia muito promissora. Incrivelmente, "Santa Clarita Diet", sai-se com louvor do intento. A série cômica de horror que a Netflix colocou no ar no último dia 3 (dez episódios de meia hora ou quase isso) surpreende com diálogos espertos que aos poucos descambam do nonsense para o absurdo, mais ou menos como sua personagem central, a corretora de imóveis Sheila (Drew Barrymore). A intérprete da pequena Gertie em "E.T. "" O Extraterrestre" (1982) nunca foi uma atriz excepcional. Seu carisma, no entanto, é incontestável, e seu timing cômico, bem como seu senso de humor autodepreciativo, que a impede de se levar a sério demais, são revigorantes. É sobretudo por causa de Barrymore, e de seu jeito de melhor amiga que queríamos ter, que "Santa Clarita" funciona. Dividindo a cena com o bonitão Timothy Olyphant (de "Justified", aqui mostrando que vai bem também em comédias) na pele do marido passivo e apaixonado Joel, ela torna instigante um enredo sobre uma profissional liberal/mãe de classe média alta que repentinamente se torna um zumbi. As cenas são, muitas vezes, grotescas, mas no registro cômico nem não chegam a provocar os calafrios que, por exemplo, o excelente suspense psicológico "Hannibal" causa. Barrymore torna fácil a tarefa de ver uma mulher devorar um cadáver, e quanto mais o nonsense prevalece sobre as previsíveis cenas de vida suburbana, mais "Santa Clarita Diet" ganha pontos. Da mesma forma que ocorre com a protagonista, a perda de limites e o mergulho no humor negro se mostra, também no roteiro, estimulante. Na história criada por Victor Fresco (produtor de "My Name is Earl"), Sheila e Joel são um típico casal suburbano da Califórnia (vivendo na Santa Clarita do título), pais de uma adolescente e vizinhos de duas famílias de policiais, que trabalha vendendo imóveis e está junto há 25 anos. Um dia, Sheila tem uma crise violenta de vômito e descobre que está morta –ou não. A partir daí, ela passa a querer se alimentar unicamente de cadáveres humanos, o que impõe um dilema ético para a família (quem matar? quem comer? quem merece morrer?). Ao mesmo tempo Joel busca um antídoto para o que supõe ser uma doença ancestral descrita em um antigo livro sérvio. Uma segunda temporada ainda não foi confirmada pela plataforma de streaming, mas deve ser anunciada em breve. Não é, obviamente, nada memorável ou que vá mudar o conceito de alguém sobre ficção –para ficar apenas nas séries de humor perverso e enredo absurdo da Netflix, "Ubreakable Kimmy Schmidt", por exemplo, está muito à frente. É, contudo, uma distração eficiente, talvez necessária em meio a tantas séries sobre um futuro sombrio que cada vez mais parecem prenunciar o noticiário.
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Marcelo Odebrecht diz ao TSE que Aécio pediu R$ 15 mi para campanha
O ex-presidente e herdeiro da Odebrecht Marcelo Odebrecht disse à Justiça Eleitoral que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) pediu R$ 15 milhões para sua campanha à presidência em 2014. Conforme relatos obtidos pela Folha, o dinheiro, segundo depoimento do empreiteiro ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) realizado na quarta (1º), foi repassado ao pleito do tucano por meio de doação oficial. Na oitiva, Marcelo disse que inicialmente respondeu a Aécio que não poderia atendê-lo. Foi então que o na época candidato à presidência perguntou se o valor poderia ser repassado a seus aliados. O empresário disse ainda que a distribuição do dinheiro foi organizada entre Sérgio Neves, funcionário da Odebrecht em Minas Gerais e hoje delator do grupo baiano, e Oswaldo Borges, apontado como tesoureiro informal da campanha tucana. Na ocasião, Aécio passava por um momento delicado. A ex-senadora Marina Silva (então no PSB, hoje na Rede) disparara nas pesquisas e ele caiu para o terceiro lugar nas intenções de voto. DELATORES NO TSE - Os executivos da Odebrecht que fizeram delação na Lava Jato e prestaram depoimento na ação contra a chapa Dilma-Temer Marcelo relatou ainda que tratou pessoalmente com o tucano de pedidos de aporte para sua campanha. Segundo a Folha apurou, o empreiteiro disse que Aécio fez ao menos mais duas solicitações de dinheiro a ele: uma na pré-campanha e uma no início do primeiro turno. O valor de R$ 15 milhões coincide a troca de mensagens entre Marcelo e Benedito Junior, o BJ, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura e agora delator, apreendidos pela Polícia Federal. Nelas, o ex-presidente diz ao subordinado: "Combinei com Sergio Neves que sentaria com OSW (Oswaldo) para ver forma (dentro das limitações que temos) de 15". BJ é amigo de Aécio Neves foi um dos depoentes desta quinta-feira (2) na ação que corre no TSE e investiga a chapa Dilma Rousseff e Michel Temer na eleição de 2014. A versão de Marcelo também coincide com as planilhas do setor de operações estruturadas da Odebrecht, a área responsável pelos pagamentos ilícitos da empresa. Segundo o documento, o codinome "Mineirinho" é apontado como destinatário de R$ 15 milhões entre outubro e dezembro de 2014. A quantia foi solicitada em setembro daquele ano pelo executivo Sergio Neves. OUTRO LADO Por meio de nota, a assessoria do PSDB informou "que as doações feitas pela Odebrecht à campanha eleitoral encontram-se declaradas à Justiça Eleitoral". Disse ainda que, sobre o depoimento de Marcelo Odebrecht, "esclarece que em nenhum momento o empresário disse ter feito qualquer contribuição de caixa dois à campanha eleitoral do partido em 2014, o que ficará demonstrado após o fim do sigilo imposto às declarações". Afirma ainda que Oswaldo Borges nunca foi tesoureiro informal de nenhuma campanha do PSDB, tendo atuado sempre de forma oficial. Sobre a planilha com o codinome "mineirinho", o partido relata que desconhece o documento, mas diz que a última coluna da mesma demonstra que, "ao contrário do afirmado na matéria, quaisquer que fossem os pagamentos eventualmente ali planejados não foram realizados pois ficaram pendentes".
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Marcelo Odebrecht diz ao TSE que Aécio pediu R$ 15 mi para campanhaO ex-presidente e herdeiro da Odebrecht Marcelo Odebrecht disse à Justiça Eleitoral que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) pediu R$ 15 milhões para sua campanha à presidência em 2014. Conforme relatos obtidos pela Folha, o dinheiro, segundo depoimento do empreiteiro ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) realizado na quarta (1º), foi repassado ao pleito do tucano por meio de doação oficial. Na oitiva, Marcelo disse que inicialmente respondeu a Aécio que não poderia atendê-lo. Foi então que o na época candidato à presidência perguntou se o valor poderia ser repassado a seus aliados. O empresário disse ainda que a distribuição do dinheiro foi organizada entre Sérgio Neves, funcionário da Odebrecht em Minas Gerais e hoje delator do grupo baiano, e Oswaldo Borges, apontado como tesoureiro informal da campanha tucana. Na ocasião, Aécio passava por um momento delicado. A ex-senadora Marina Silva (então no PSB, hoje na Rede) disparara nas pesquisas e ele caiu para o terceiro lugar nas intenções de voto. DELATORES NO TSE - Os executivos da Odebrecht que fizeram delação na Lava Jato e prestaram depoimento na ação contra a chapa Dilma-Temer Marcelo relatou ainda que tratou pessoalmente com o tucano de pedidos de aporte para sua campanha. Segundo a Folha apurou, o empreiteiro disse que Aécio fez ao menos mais duas solicitações de dinheiro a ele: uma na pré-campanha e uma no início do primeiro turno. O valor de R$ 15 milhões coincide a troca de mensagens entre Marcelo e Benedito Junior, o BJ, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura e agora delator, apreendidos pela Polícia Federal. Nelas, o ex-presidente diz ao subordinado: "Combinei com Sergio Neves que sentaria com OSW (Oswaldo) para ver forma (dentro das limitações que temos) de 15". BJ é amigo de Aécio Neves foi um dos depoentes desta quinta-feira (2) na ação que corre no TSE e investiga a chapa Dilma Rousseff e Michel Temer na eleição de 2014. A versão de Marcelo também coincide com as planilhas do setor de operações estruturadas da Odebrecht, a área responsável pelos pagamentos ilícitos da empresa. Segundo o documento, o codinome "Mineirinho" é apontado como destinatário de R$ 15 milhões entre outubro e dezembro de 2014. A quantia foi solicitada em setembro daquele ano pelo executivo Sergio Neves. OUTRO LADO Por meio de nota, a assessoria do PSDB informou "que as doações feitas pela Odebrecht à campanha eleitoral encontram-se declaradas à Justiça Eleitoral". Disse ainda que, sobre o depoimento de Marcelo Odebrecht, "esclarece que em nenhum momento o empresário disse ter feito qualquer contribuição de caixa dois à campanha eleitoral do partido em 2014, o que ficará demonstrado após o fim do sigilo imposto às declarações". Afirma ainda que Oswaldo Borges nunca foi tesoureiro informal de nenhuma campanha do PSDB, tendo atuado sempre de forma oficial. Sobre a planilha com o codinome "mineirinho", o partido relata que desconhece o documento, mas diz que a última coluna da mesma demonstra que, "ao contrário do afirmado na matéria, quaisquer que fossem os pagamentos eventualmente ali planejados não foram realizados pois ficaram pendentes".
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Ivone, 80, dá benção ao filho Tite e troca terço preto por amarelo
A mais fervorosa torcedora de Tite, 55, o recém-anunciado técnico da seleção brasileira, precisa substituir seu rosário preto. A cor do novo terço de Ivone Bachi, 80, já foi escolhida: amarelo, a mesma da camiseta canarinho. Isso porque a tradição iniciada há 16 anos tem dado certo. A cada time que o filho treina, Ivone reza com um terço da cor correspondente. O hábito começou com um terço bordô, usado por Ivone na final do Gaúcho de 2000, quando Adenor Leonardo Bachi, o nome de batismo de Tite, comandava o Caxias, time de Caxias do Sul, terra da família do novo treinador da seleção. A equipe venceu o Grêmio e, desde então, nenhum time do interior gaúcho superou os times da capital em uma final. A vitória começou a alçar Tite ao patamar do futebol profissional. A "melhor mãe do mundo", título que recebeu quando o Corinthians foi campeão mundial em 2012, recebeu a Folha na sua casa na última sexta-feira (17). A residência fica ao lado da quadra de esportes Celte (Centro de Esportes e Lazer Tite), negócio administrado pelo irmão mais novo de Tite, Ademir Bachi, 50, conhecido como Miro. Em família, Tite não é Tite, tem outro apelido, é chamado de Ade –diminutivo do primeiro nome. Apesar de octogenária, Ivone ainda trabalha preparando os pastéis à venda na cantina do ginásio e lava os coletes usados pelas equipes que jogam no local. "Aqui só se fala de futebol", diz a matriarca. Ela conversou com Tite por telefone na noite da última quinta (16). "Bênção, mãe", disse o técnico. "Eu comecei a chorar, a gritar", relata. "Estou tomando um café, não comi, não dormi", afirmou Tite, segundo contou a mãe. Ivone respondeu como típica mãe: "Vai comer e descansar. Se cuida que tem tempo para conversar comigo depois." PAI INCENTIVADOR Ver Tite chegar ao cargo que é considerado o ápice da carreira futebolística era um sonho dos Bachi. "Que pena que o pai não está aqui para ver", disse Tite na mesma conversa por telefone. Genor Bachi morreu aos 74 anos, em 2009. O pai foi o responsável por despertar a paixão pelo futebol no filho. Genor, Miro, Ade e também Beatriz, 57, a filha mais velha, costumavam passar o domingo em função dos jogos do time do pai, o Juvenil de São Braz, equipe de várzea de Caxias. "Ele estaria com o sorriso daqui até aqui", diz Beatriz sobre o pai, apontando para as pontas das orelhas. A mãe também tinha esperanças de que o filho fosse escolhido. "A vontade morava aqui dentro", diz com as mãos em frente ao coração. "Mas sempre com aquele pé atrás". A desconfiança de Ivone é porque em 2014 esperava-se que Tite fosse o escolhido para substituir Felipão após o 7 a 1 contra a Alemanha. A frustração foi grande. Porém, para o irmão, agora o momento é outro."Tem que curtir", diz Miro. "Ele pesou a carreira dele. Ele não está trocando uma equipe por outra, mas por uma seleção." TITE FAMÍLIA Beatriz conversou com Tite por WhatsApp. Ela desejou boa sorte e recebeu como resposta: "ainda não confirmei, estou com dúvidas". Mas a certeza veio horas depois. A foto do treinador no Whatsapp mostra Tite rodeado por sua mulher, Rosmari, 51, e seus filhos Matheus, 28, e Gabriele, 21. Uma foto em família, a cara do novo técnico da seleção brasileira.
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Ivone, 80, dá benção ao filho Tite e troca terço preto por amareloA mais fervorosa torcedora de Tite, 55, o recém-anunciado técnico da seleção brasileira, precisa substituir seu rosário preto. A cor do novo terço de Ivone Bachi, 80, já foi escolhida: amarelo, a mesma da camiseta canarinho. Isso porque a tradição iniciada há 16 anos tem dado certo. A cada time que o filho treina, Ivone reza com um terço da cor correspondente. O hábito começou com um terço bordô, usado por Ivone na final do Gaúcho de 2000, quando Adenor Leonardo Bachi, o nome de batismo de Tite, comandava o Caxias, time de Caxias do Sul, terra da família do novo treinador da seleção. A equipe venceu o Grêmio e, desde então, nenhum time do interior gaúcho superou os times da capital em uma final. A vitória começou a alçar Tite ao patamar do futebol profissional. A "melhor mãe do mundo", título que recebeu quando o Corinthians foi campeão mundial em 2012, recebeu a Folha na sua casa na última sexta-feira (17). A residência fica ao lado da quadra de esportes Celte (Centro de Esportes e Lazer Tite), negócio administrado pelo irmão mais novo de Tite, Ademir Bachi, 50, conhecido como Miro. Em família, Tite não é Tite, tem outro apelido, é chamado de Ade –diminutivo do primeiro nome. Apesar de octogenária, Ivone ainda trabalha preparando os pastéis à venda na cantina do ginásio e lava os coletes usados pelas equipes que jogam no local. "Aqui só se fala de futebol", diz a matriarca. Ela conversou com Tite por telefone na noite da última quinta (16). "Bênção, mãe", disse o técnico. "Eu comecei a chorar, a gritar", relata. "Estou tomando um café, não comi, não dormi", afirmou Tite, segundo contou a mãe. Ivone respondeu como típica mãe: "Vai comer e descansar. Se cuida que tem tempo para conversar comigo depois." PAI INCENTIVADOR Ver Tite chegar ao cargo que é considerado o ápice da carreira futebolística era um sonho dos Bachi. "Que pena que o pai não está aqui para ver", disse Tite na mesma conversa por telefone. Genor Bachi morreu aos 74 anos, em 2009. O pai foi o responsável por despertar a paixão pelo futebol no filho. Genor, Miro, Ade e também Beatriz, 57, a filha mais velha, costumavam passar o domingo em função dos jogos do time do pai, o Juvenil de São Braz, equipe de várzea de Caxias. "Ele estaria com o sorriso daqui até aqui", diz Beatriz sobre o pai, apontando para as pontas das orelhas. A mãe também tinha esperanças de que o filho fosse escolhido. "A vontade morava aqui dentro", diz com as mãos em frente ao coração. "Mas sempre com aquele pé atrás". A desconfiança de Ivone é porque em 2014 esperava-se que Tite fosse o escolhido para substituir Felipão após o 7 a 1 contra a Alemanha. A frustração foi grande. Porém, para o irmão, agora o momento é outro."Tem que curtir", diz Miro. "Ele pesou a carreira dele. Ele não está trocando uma equipe por outra, mas por uma seleção." TITE FAMÍLIA Beatriz conversou com Tite por WhatsApp. Ela desejou boa sorte e recebeu como resposta: "ainda não confirmei, estou com dúvidas". Mas a certeza veio horas depois. A foto do treinador no Whatsapp mostra Tite rodeado por sua mulher, Rosmari, 51, e seus filhos Matheus, 28, e Gabriele, 21. Uma foto em família, a cara do novo técnico da seleção brasileira.
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Petrobras corta gás para térmica de AM por inadimplência da Eletrobras
A Petrobras suspendeu na sexta-feira (1º) o fornecimento de gás natural para usina termelétrica de Aparecida, responsável por parte do abastecimento de energia elétrica de Manaus (AM). A usina pertence a Amazonas Energia, uma empresa do grupo Eletrobras. Em nota divulgada neste sábado (2), a petroleira informou que a Amazonas Energia está inadimplente no pagamento do fornecimento de gás e que a empresa já tinha sido notificada sobre isso. Os valores da dívida não foram citados pela empresa. "A Petrobras vem adotando as medidas administrativas e judiciais previstas no contrato para cobrar os débitos acumulados, sem prejuízo da avaliação de propostas para regularização da dívida", diz a nota. As dívidas do Sistema Eletrobras [o que inclui a Amazonas Energia e outras subsidiárias] com a Petrobras chegavam a R$ 13,6 bilhões ao fim de março. Desse total, R$ 4,45 bilhões tinham "liquidação duvidosa". Manaus está conectada ao SIN (Sistema Interligado Nacional) desde meados de 2013. Isso significa que a cidade pode receber energia gerada em outras regiões do país. Representantes da Eletrobras e da Amazonas Energia não foram localizadas para comentar o corte do fornecimento de gás. ATITUDE MAIS DURA O movimento mostra que, após negociações que se arrastam há muito tempo, a nova direção da Petrobras (agora comandada por Pedro Parente) tomou uma atitude mais dura, tentando encontrar uma solução para uma dívida do setor elétrico que envolve valores bilionários. A estatal do petróleo afirmou ainda que vem adotando as medidas administrativas e judiciais previstas no contrato para cobrar os débitos acumulados, sem prejuízo da avaliação de propostas para regularização da dívida. A inadimplência da Eletrobras é mais um problema que a Petrobras enfrenta no setor elétrico. Recentemente, a estatal questionou uma regra do mercado de energia após deixar de receber valores bilionários ao longo do último ano devido à elevada inadimplência em operações na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que promove acertos financeiros mensais entre as empresas de energia. A petroleira costuma ter altos valores a receber nessas operações, que enfrentam forte inadimplência desde metade do ano passado. As regras do mercado de energia preveem que os valores não pagos pelos devedores devem ser descontados dos pagamentos feitos aos credores, como a Petrobras. Com Reuters
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Petrobras corta gás para térmica de AM por inadimplência da EletrobrasA Petrobras suspendeu na sexta-feira (1º) o fornecimento de gás natural para usina termelétrica de Aparecida, responsável por parte do abastecimento de energia elétrica de Manaus (AM). A usina pertence a Amazonas Energia, uma empresa do grupo Eletrobras. Em nota divulgada neste sábado (2), a petroleira informou que a Amazonas Energia está inadimplente no pagamento do fornecimento de gás e que a empresa já tinha sido notificada sobre isso. Os valores da dívida não foram citados pela empresa. "A Petrobras vem adotando as medidas administrativas e judiciais previstas no contrato para cobrar os débitos acumulados, sem prejuízo da avaliação de propostas para regularização da dívida", diz a nota. As dívidas do Sistema Eletrobras [o que inclui a Amazonas Energia e outras subsidiárias] com a Petrobras chegavam a R$ 13,6 bilhões ao fim de março. Desse total, R$ 4,45 bilhões tinham "liquidação duvidosa". Manaus está conectada ao SIN (Sistema Interligado Nacional) desde meados de 2013. Isso significa que a cidade pode receber energia gerada em outras regiões do país. Representantes da Eletrobras e da Amazonas Energia não foram localizadas para comentar o corte do fornecimento de gás. ATITUDE MAIS DURA O movimento mostra que, após negociações que se arrastam há muito tempo, a nova direção da Petrobras (agora comandada por Pedro Parente) tomou uma atitude mais dura, tentando encontrar uma solução para uma dívida do setor elétrico que envolve valores bilionários. A estatal do petróleo afirmou ainda que vem adotando as medidas administrativas e judiciais previstas no contrato para cobrar os débitos acumulados, sem prejuízo da avaliação de propostas para regularização da dívida. A inadimplência da Eletrobras é mais um problema que a Petrobras enfrenta no setor elétrico. Recentemente, a estatal questionou uma regra do mercado de energia após deixar de receber valores bilionários ao longo do último ano devido à elevada inadimplência em operações na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que promove acertos financeiros mensais entre as empresas de energia. A petroleira costuma ter altos valores a receber nessas operações, que enfrentam forte inadimplência desde metade do ano passado. As regras do mercado de energia preveem que os valores não pagos pelos devedores devem ser descontados dos pagamentos feitos aos credores, como a Petrobras. Com Reuters
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Programa de trainee social tem inscrições abertas no Rio e em SP
Programa de trainee procura jovens interessados em práticas de gestão social em São Paulo e no Rio de Janeiro. Criado em 2014 com o intuito de formar lideranças comprometidas em melhorar a educação no país, o programa Trainees Social da ONG Cidadão Pró-Mundo (CPM) tem duração de um ano e está com inscrições abertas. No primeiro semestre, o trainee terá formação e atuará dentro de uma das comunidades em que a ONG trabalha, ao lado do coordenador do projeto. Nessa vivência, o voluntário entenderá quais são os desafios enfrentados pela unidade e ajudará no levantamento de ideias que podem ser colocadas em prática. Já no segundo semestre, o jovem tem a oportunidade de assumir a diretoria da unidade ou área de coordenação onde atuou. Como gestor, ele poderá exercer seu potencial de liderança, além de ajudar na captação e formação dos próximos trainees. Ao longo do programa, os voluntários também vão auxiliar na organização de workshops que tratam de temas fundamentais no campo da educação como "leadership and management", "social entrepreneurship" e "public policies in education". Para participar, é necessário ter mais de 18 anos, inglês avançado ou fluente, cursar ou ter ensino superior e disponibilidade de um ano, sendo 20 horas semanais, para o projeto. Os interessados podem escolher uma das unidades da ONG para atuar, são elas: Capão Redondo (SP), João XXIII (SP), Real Parque (SP), Monte Azul (SP), Parque dos Estados (Bragança), Ilis (Diadema), Campinas (SP) e Tabajaras (RJ). As inscrições vão até o dia 27 de abril e são feitas pelo site da ONG.
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Programa de trainee social tem inscrições abertas no Rio e em SPPrograma de trainee procura jovens interessados em práticas de gestão social em São Paulo e no Rio de Janeiro. Criado em 2014 com o intuito de formar lideranças comprometidas em melhorar a educação no país, o programa Trainees Social da ONG Cidadão Pró-Mundo (CPM) tem duração de um ano e está com inscrições abertas. No primeiro semestre, o trainee terá formação e atuará dentro de uma das comunidades em que a ONG trabalha, ao lado do coordenador do projeto. Nessa vivência, o voluntário entenderá quais são os desafios enfrentados pela unidade e ajudará no levantamento de ideias que podem ser colocadas em prática. Já no segundo semestre, o jovem tem a oportunidade de assumir a diretoria da unidade ou área de coordenação onde atuou. Como gestor, ele poderá exercer seu potencial de liderança, além de ajudar na captação e formação dos próximos trainees. Ao longo do programa, os voluntários também vão auxiliar na organização de workshops que tratam de temas fundamentais no campo da educação como "leadership and management", "social entrepreneurship" e "public policies in education". Para participar, é necessário ter mais de 18 anos, inglês avançado ou fluente, cursar ou ter ensino superior e disponibilidade de um ano, sendo 20 horas semanais, para o projeto. Os interessados podem escolher uma das unidades da ONG para atuar, são elas: Capão Redondo (SP), João XXIII (SP), Real Parque (SP), Monte Azul (SP), Parque dos Estados (Bragança), Ilis (Diadema), Campinas (SP) e Tabajaras (RJ). As inscrições vão até o dia 27 de abril e são feitas pelo site da ONG.
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Morre na Itália aos 92 anos cientista político Giovanni Sartori
Morreu na segunda-feira (3) o cientista político italiano Giovanni Sartori, autor de estudos clássicos como "Teoria da Democracia Revisitada". Nascido em Florença em 1924, Sartori era conhecido por sua mordacidade e humor, com que analisou sistemas políticos e partidos, dois de seus principais temas. Sartori também dedicou-se aos estudos da comunicação. Ele fundou a primeira cátedra de ciência política da Itália e lecionou na Universidade Columbia, nos EUA. São seus os termos "mattarellum" e "porcellum", correntes na Itália, designando um sistema eleitoral misto e um outro proporcional. Sartori escrevia ao jornal "Corriere della Sera", onde frequentemente criticou o ex-premiê Silvio Berlusconi. Nos últimos anos de vida, ele tratou de assuntos contemporâneos como migração e islã e criticou o multiculturalismo na sociedade. "O imigrante pode fazer o que quiser em sua casa, mas precisa aceitar as regras do Estado que lhe acolhe", disse. Ele morreu aos 92 anos em sua cidade natal, enfermo com um câncer de garganta.
mundo
Morre na Itália aos 92 anos cientista político Giovanni SartoriMorreu na segunda-feira (3) o cientista político italiano Giovanni Sartori, autor de estudos clássicos como "Teoria da Democracia Revisitada". Nascido em Florença em 1924, Sartori era conhecido por sua mordacidade e humor, com que analisou sistemas políticos e partidos, dois de seus principais temas. Sartori também dedicou-se aos estudos da comunicação. Ele fundou a primeira cátedra de ciência política da Itália e lecionou na Universidade Columbia, nos EUA. São seus os termos "mattarellum" e "porcellum", correntes na Itália, designando um sistema eleitoral misto e um outro proporcional. Sartori escrevia ao jornal "Corriere della Sera", onde frequentemente criticou o ex-premiê Silvio Berlusconi. Nos últimos anos de vida, ele tratou de assuntos contemporâneos como migração e islã e criticou o multiculturalismo na sociedade. "O imigrante pode fazer o que quiser em sua casa, mas precisa aceitar as regras do Estado que lhe acolhe", disse. Ele morreu aos 92 anos em sua cidade natal, enfermo com um câncer de garganta.
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Leitores comentam morte de Ustra, chefe da repressão na ditadura
Imaginem os "anjinhos" que eram os prisioneiros do DOI-Codi, que até então acusavam o coronel Ustra de ser seu algoz. Descanse em paz, comandante (Morre Ustra, chefe da repressão na ditadura ). Certamente o senhor agora está num mundo melhor do que este. DAVID B. NASCIMENTO (Itapetininga-SP) * * Lendo Generais do Exército vão a velório de coronel, cabe uma pergunta: se a guerrilha tivesse sido vitoriosa que democracia teríamos hoje? Estaríamos em sua busca como faz o povo cubano, depois de décadas de sofrimento? SEBASTIÃO FELICIANO (Taubaté, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
paineldoleitor
Leitores comentam morte de Ustra, chefe da repressão na ditaduraImaginem os "anjinhos" que eram os prisioneiros do DOI-Codi, que até então acusavam o coronel Ustra de ser seu algoz. Descanse em paz, comandante (Morre Ustra, chefe da repressão na ditadura ). Certamente o senhor agora está num mundo melhor do que este. DAVID B. NASCIMENTO (Itapetininga-SP) * * Lendo Generais do Exército vão a velório de coronel, cabe uma pergunta: se a guerrilha tivesse sido vitoriosa que democracia teríamos hoje? Estaríamos em sua busca como faz o povo cubano, depois de décadas de sofrimento? SEBASTIÃO FELICIANO (Taubaté, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Veja lista de lojas que consertam móveis antigos em São Paulo
DE SÃO PAULO S.O.S MÓVEIS ANTIGOS Só faz restauro de antiguidades. Oferece serviços de colagem, pintura, tapeçaria e descupinização. Para lustrar uma cadeira, cobra a partir de R$ 200. Contato: (11) 3034-2469 ou sosmoveisantigos.com.br. ESTUDIO GLORIA A especialidade é a renovação de mobiliário. Reformar uma cômoda antiga custa cerca de R$ 3.000. Contato: (11) 4551-7889 ou estudiogloria.com.br. PRONTO SOCORRO DAS CADEIRAS Conserta todos os tipos de cadeiras, exceto as de escritório. Para enrijecer uma peça com as pernas bambas, cobra a partir de R$ 280. Contato: (11) 2725-0281 ou cadeiraquebrada.com.br. HOSPITAL DOS MÓVEIS É especializada em cadeiras de escritório. A troca de um jogo de rodinhas custa a partir de R$ 60. Contato: (11) 3424-0963 ou hospitaldosmoveis.com.br.
sobretudo
Veja lista de lojas que consertam móveis antigos em São Paulo DE SÃO PAULO S.O.S MÓVEIS ANTIGOS Só faz restauro de antiguidades. Oferece serviços de colagem, pintura, tapeçaria e descupinização. Para lustrar uma cadeira, cobra a partir de R$ 200. Contato: (11) 3034-2469 ou sosmoveisantigos.com.br. ESTUDIO GLORIA A especialidade é a renovação de mobiliário. Reformar uma cômoda antiga custa cerca de R$ 3.000. Contato: (11) 4551-7889 ou estudiogloria.com.br. PRONTO SOCORRO DAS CADEIRAS Conserta todos os tipos de cadeiras, exceto as de escritório. Para enrijecer uma peça com as pernas bambas, cobra a partir de R$ 280. Contato: (11) 2725-0281 ou cadeiraquebrada.com.br. HOSPITAL DOS MÓVEIS É especializada em cadeiras de escritório. A troca de um jogo de rodinhas custa a partir de R$ 60. Contato: (11) 3424-0963 ou hospitaldosmoveis.com.br.
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Veja o trailer de 'O Despertar da Força'
Foram meses de espera, um teaser 2014, outro ano, um quase making of, um comercial coreano (!), um teaser no meia dúzia de imagens repetidas em diferentes vídeos de divulgação, mas finalmente a Lucasfilms lançou o trailer de "O Despertar da Força". Star Wars: The Force Awakens Trailer Para quem não sabe: "O Despertar da Força" é o sétimo episódio da série Star Wars e mostra os desdobramentos da queda do Império Galactico após "O Retorno de Jedi" (1983). Parte do charme, e do hype, do filme está na participação do elenco da trilogia original. Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fischer e Peter Mayhew retornam, respectivamente, como Luke Skywalker, Han Solo, Leia Organa e Chewbacca, além de Kenny Baker e Anthony Daniels como os droids R2-D2 e C-3PO. Completam o elenco, e estreiam na série, os atores John Boyega, Daisy Ridley, Oscar Isaac, Adam Driver, Andy Serkis, Max von Sydow e Lupita Nyong'o. A direção é de J.J. Abrams, de "Star Trek" e "Super 8", que deve ter sonhado a vida toda com esse dia. Estreia: 17 de dezembro Ingressos: A venda começa dia 20 de outubro, pelo site oficial, e a disputa pelas primeiras sessões será enorme. Que a Força esteja conosco!
ilustrada
Veja o trailer de 'O Despertar da Força'Foram meses de espera, um teaser 2014, outro ano, um quase making of, um comercial coreano (!), um teaser no meia dúzia de imagens repetidas em diferentes vídeos de divulgação, mas finalmente a Lucasfilms lançou o trailer de "O Despertar da Força". Star Wars: The Force Awakens Trailer Para quem não sabe: "O Despertar da Força" é o sétimo episódio da série Star Wars e mostra os desdobramentos da queda do Império Galactico após "O Retorno de Jedi" (1983). Parte do charme, e do hype, do filme está na participação do elenco da trilogia original. Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fischer e Peter Mayhew retornam, respectivamente, como Luke Skywalker, Han Solo, Leia Organa e Chewbacca, além de Kenny Baker e Anthony Daniels como os droids R2-D2 e C-3PO. Completam o elenco, e estreiam na série, os atores John Boyega, Daisy Ridley, Oscar Isaac, Adam Driver, Andy Serkis, Max von Sydow e Lupita Nyong'o. A direção é de J.J. Abrams, de "Star Trek" e "Super 8", que deve ter sonhado a vida toda com esse dia. Estreia: 17 de dezembro Ingressos: A venda começa dia 20 de outubro, pelo site oficial, e a disputa pelas primeiras sessões será enorme. Que a Força esteja conosco!
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Grau de deterioração do prestígio do PT só foi revelado ao final do 1º turno
As recentes eleições municipais, em seu primeiro turno, assinalaram um momento importante na vida política brasileira. Não se costuma atribuir maior importância a esse tipo de disputa, na visão equivocada de que os cargos municipais não têm maior importância no jogo político nacional, cujos lances decisivos se passam em Brasília, no palácio presidencial e nas duas casas do Congresso. Até certo ponto isso é verdade, mas as eleições municipais, por encarnarem o interesse imediato e vital tanto das pequenas cidades quanto das capitais dos Estados, revelam, no mínimo, a correlação de forças que, no final das contas, definem o rumo que os interesses políticos vão tomar. Talvez nem sempre percebamos, mas, nestas eleições, isso ocorreu. A verdade é que o país vem atravessando um período crítico, que envolve tanto a realidade política quando a econômica, crise esta que culminou no impeachment da presidente Dilma Rousseff. Se é certo que, no primeiro plano da cena política, as coisas pareciam claras, ainda que polêmicas, bem mais difícil era saber o que se passava no interior do país, dada a vastidão e complexidade dessa realidade. Certamente, os comentaristas políticos já haviam detectado as consequências desta crise –agravada pelos escândalos revelados pela Operação Lava Jato– mas, de fato, nenhum deles avaliava o grau de deterioração do prestígio do PT, como ficou revelado nos resultados do primeiro turno das eleições recentes. Eu mesmo, em diversas crônicas escritas durante esse período, constatei a perda de prestígio do Partido dos Trabalhadores, mas admito que essa perda, como demonstrou o pleito municipal, deixou-me surpreso. Basta dizer que, enquanto em 2012 o PT alcançou 17,3 milhões de eleitores no primeiro turno, neste ano teve 6,8 milhões de votos. A queda no número de eleitores resulta das derrotas que o partido sofreu, deixando-o em décimo lugar em número de prefeituras conquistadas. Em 2012, o PT foi eleito em 644 municípios; no final deste primeiro turno das eleições, caiu para 256 cidades (no melhor cenário possível, subirá para 263 concluído o segundo turno). Como se isso não bastasse para comprovar a perda de prestígio do lulopetismo, basta constatar que o próprio Lula não conseguiu reeleger seu filho vereador na cidade de São Bernardo do Campo, no ABC, onde ele vive e até então era seu reduto eleitoral. Tudo bem, mas se levarmos em conta que Lula é o PT e PT é Lula, a conclusão inevitável é a de que uma etapa da vida política brasileira chegou ao fim. Não quero dizer que o PT e Lula vão sumir do mapa. Não é isso. Os dados comprovam que o partido perdeu a hegemonia e não voltará mais a dirigir o país. Esta não é apenas minha opinião, já que os próprios dirigentes do PT estão cogitando de fazer uma mudança radical no que ele se tornou; há até quem queira suprimir a estrela símbolo e o nome Partido dos Trabalhadores. Esse é um dos fatores; o outro foi a vitória de João Doria, do PSDB, mas, sobretudo, o que essa vitória no primeiro turno significou para o prestígio do governador Geraldo Alckmin, que inventou a candidatura do empresário e brigou por ela. A vitória foi, na verdade, de Alckmin, responsável também pelas vitórias do PSDB em várias importantes cidades do Estado. Quando se leva em conta que a candidatura de Doria foi contestada por importantes líderes do partido, só acresce à força política do governador. Mas o que desejo ressaltar é o seguinte: quando é incontestável a ausência de um líder capaz de mobilizar a opinião pública do país para as eleições presidenciais de 2018, pode ser que Geraldo Alckmin se torne esse líder. Trata-se de uma constatação de agora. Resta saber como se desenrolarão as coisas nos próximos dois anos.
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Grau de deterioração do prestígio do PT só foi revelado ao final do 1º turnoAs recentes eleições municipais, em seu primeiro turno, assinalaram um momento importante na vida política brasileira. Não se costuma atribuir maior importância a esse tipo de disputa, na visão equivocada de que os cargos municipais não têm maior importância no jogo político nacional, cujos lances decisivos se passam em Brasília, no palácio presidencial e nas duas casas do Congresso. Até certo ponto isso é verdade, mas as eleições municipais, por encarnarem o interesse imediato e vital tanto das pequenas cidades quanto das capitais dos Estados, revelam, no mínimo, a correlação de forças que, no final das contas, definem o rumo que os interesses políticos vão tomar. Talvez nem sempre percebamos, mas, nestas eleições, isso ocorreu. A verdade é que o país vem atravessando um período crítico, que envolve tanto a realidade política quando a econômica, crise esta que culminou no impeachment da presidente Dilma Rousseff. Se é certo que, no primeiro plano da cena política, as coisas pareciam claras, ainda que polêmicas, bem mais difícil era saber o que se passava no interior do país, dada a vastidão e complexidade dessa realidade. Certamente, os comentaristas políticos já haviam detectado as consequências desta crise –agravada pelos escândalos revelados pela Operação Lava Jato– mas, de fato, nenhum deles avaliava o grau de deterioração do prestígio do PT, como ficou revelado nos resultados do primeiro turno das eleições recentes. Eu mesmo, em diversas crônicas escritas durante esse período, constatei a perda de prestígio do Partido dos Trabalhadores, mas admito que essa perda, como demonstrou o pleito municipal, deixou-me surpreso. Basta dizer que, enquanto em 2012 o PT alcançou 17,3 milhões de eleitores no primeiro turno, neste ano teve 6,8 milhões de votos. A queda no número de eleitores resulta das derrotas que o partido sofreu, deixando-o em décimo lugar em número de prefeituras conquistadas. Em 2012, o PT foi eleito em 644 municípios; no final deste primeiro turno das eleições, caiu para 256 cidades (no melhor cenário possível, subirá para 263 concluído o segundo turno). Como se isso não bastasse para comprovar a perda de prestígio do lulopetismo, basta constatar que o próprio Lula não conseguiu reeleger seu filho vereador na cidade de São Bernardo do Campo, no ABC, onde ele vive e até então era seu reduto eleitoral. Tudo bem, mas se levarmos em conta que Lula é o PT e PT é Lula, a conclusão inevitável é a de que uma etapa da vida política brasileira chegou ao fim. Não quero dizer que o PT e Lula vão sumir do mapa. Não é isso. Os dados comprovam que o partido perdeu a hegemonia e não voltará mais a dirigir o país. Esta não é apenas minha opinião, já que os próprios dirigentes do PT estão cogitando de fazer uma mudança radical no que ele se tornou; há até quem queira suprimir a estrela símbolo e o nome Partido dos Trabalhadores. Esse é um dos fatores; o outro foi a vitória de João Doria, do PSDB, mas, sobretudo, o que essa vitória no primeiro turno significou para o prestígio do governador Geraldo Alckmin, que inventou a candidatura do empresário e brigou por ela. A vitória foi, na verdade, de Alckmin, responsável também pelas vitórias do PSDB em várias importantes cidades do Estado. Quando se leva em conta que a candidatura de Doria foi contestada por importantes líderes do partido, só acresce à força política do governador. Mas o que desejo ressaltar é o seguinte: quando é incontestável a ausência de um líder capaz de mobilizar a opinião pública do país para as eleições presidenciais de 2018, pode ser que Geraldo Alckmin se torne esse líder. Trata-se de uma constatação de agora. Resta saber como se desenrolarão as coisas nos próximos dois anos.
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Leitores divergem sobre editorial que aborda velocidade nas marginais
Não concordo com o editorial "Apenas quatro minutos" ("Opinião", 22/7). A redução de acidentes se dá com educação e fim da impunidade. Vejo diariamente dezenas de motoristas falando ao celular, pedestres atravessando a rua fora da faixa, ciclistas que furam o sinal vermelho ou trafegam à noite sem sinalização luminosa etc. A redução excessiva pune os bons motoristas. MÁRIO CORRÊA DA FONSECA FILHO (São Paulo, SP) * Perfeita a análise do jornal. É fato que parece haver alguma falta de critério na sinalização de algumas vias, mas, quanto à redução da velocidade nas marginais, antes de criticarem, deveriam perguntar às famílias das 73 vítimas que morreram se são contrárias ou favoráveis às medidas e às autoridades quanto custaram os 1.399 feridos para o sistema de saúde. Se salvarem ao menos uma vida nos próximos 12 meses, essas medidas já terão valido a pena. Parabéns pelo editorial e parabéns, senhor prefeito, pela coragem de enfrentar esse problema em nossa combalida cidade. OIGRES BARUCH, empresário (São Paulo, SP) * As medidas de mobilidade implantadas pelo prefeito Haddad não podem ser vistas pelo prisma ideológico, mas do ponto de vista do urbanismo. São até tímidas perante o império do automóvel na cidade. Michael Bloomberg, em Nova York, e Mauricio Macri, em Buenos Aires, fizeram em suas cidades muito mais do que Haddad está fazendo em São Paulo, e essa é a tendência mundial. Só não pode exagerar nas bicicletas achando que aqui é Amsterdã. FRANCISCO M. FEIJÓ VASQUES (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitores divergem sobre editorial que aborda velocidade nas marginaisNão concordo com o editorial "Apenas quatro minutos" ("Opinião", 22/7). A redução de acidentes se dá com educação e fim da impunidade. Vejo diariamente dezenas de motoristas falando ao celular, pedestres atravessando a rua fora da faixa, ciclistas que furam o sinal vermelho ou trafegam à noite sem sinalização luminosa etc. A redução excessiva pune os bons motoristas. MÁRIO CORRÊA DA FONSECA FILHO (São Paulo, SP) * Perfeita a análise do jornal. É fato que parece haver alguma falta de critério na sinalização de algumas vias, mas, quanto à redução da velocidade nas marginais, antes de criticarem, deveriam perguntar às famílias das 73 vítimas que morreram se são contrárias ou favoráveis às medidas e às autoridades quanto custaram os 1.399 feridos para o sistema de saúde. Se salvarem ao menos uma vida nos próximos 12 meses, essas medidas já terão valido a pena. Parabéns pelo editorial e parabéns, senhor prefeito, pela coragem de enfrentar esse problema em nossa combalida cidade. OIGRES BARUCH, empresário (São Paulo, SP) * As medidas de mobilidade implantadas pelo prefeito Haddad não podem ser vistas pelo prisma ideológico, mas do ponto de vista do urbanismo. São até tímidas perante o império do automóvel na cidade. Michael Bloomberg, em Nova York, e Mauricio Macri, em Buenos Aires, fizeram em suas cidades muito mais do que Haddad está fazendo em São Paulo, e essa é a tendência mundial. Só não pode exagerar nas bicicletas achando que aqui é Amsterdã. FRANCISCO M. FEIJÓ VASQUES (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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'PSDB não tem projeto de país', diz vice-presidente do partido
O debate da reforma política expôs nesta terça-feira (26) as fissuras internas do PSDB e trouxe críticas à atuação do presidente nacional do partido, Aécio Neves (MG). No momento em que parte da bancada tucana ameaçava apoiar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na defesa do "distritão", o primeiro vice-presidente do partido, Alberto Goldman (SP), afirmou que "a falta de debate interno se agravou no período recente, de Aécio Neves". Candidato derrotado à sucessão presidencial no ano passado, o senador mineiro assumiu o comando da sigla em 2013 e deve ser reconduzido para o cargo até 2017. Ex-governador de São Paulo, Goldman manifestou suas queixas numa carta endereçada nesta terça-feira (26) à cúpula nacional do partido. No documento, ele afirma que atualmente os tucanos não são capazes de dizer o que fariam se tivessem vencido as eleições presidenciais "Nós não temos um projeto de país", reclamou. Segundo ele, o "distritão" é uma "aberração". Ele queixou-se ainda que matérias importantes, como a reforma política e mudanças na Previdência, "não são discutidas e decididas pelo partido em seu foro natural e legítimo". O líder do PSDB no Senado Federal, Cássio Cunha Lima (PB), reagiu, afirmando que "divergências são da natureza democrática" do partido. "Estivesse Goldman participando mais ativamente do dia a dia da ação das bancadas, certamente teria posição diferente sobre a firme condução de Aécio Neves", disse. As queixas, porém, reverberam entre aliados do governador Geraldo Alckmin (SP), que reclamam da concentração de poder em Aécio.
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'PSDB não tem projeto de país', diz vice-presidente do partidoO debate da reforma política expôs nesta terça-feira (26) as fissuras internas do PSDB e trouxe críticas à atuação do presidente nacional do partido, Aécio Neves (MG). No momento em que parte da bancada tucana ameaçava apoiar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na defesa do "distritão", o primeiro vice-presidente do partido, Alberto Goldman (SP), afirmou que "a falta de debate interno se agravou no período recente, de Aécio Neves". Candidato derrotado à sucessão presidencial no ano passado, o senador mineiro assumiu o comando da sigla em 2013 e deve ser reconduzido para o cargo até 2017. Ex-governador de São Paulo, Goldman manifestou suas queixas numa carta endereçada nesta terça-feira (26) à cúpula nacional do partido. No documento, ele afirma que atualmente os tucanos não são capazes de dizer o que fariam se tivessem vencido as eleições presidenciais "Nós não temos um projeto de país", reclamou. Segundo ele, o "distritão" é uma "aberração". Ele queixou-se ainda que matérias importantes, como a reforma política e mudanças na Previdência, "não são discutidas e decididas pelo partido em seu foro natural e legítimo". O líder do PSDB no Senado Federal, Cássio Cunha Lima (PB), reagiu, afirmando que "divergências são da natureza democrática" do partido. "Estivesse Goldman participando mais ativamente do dia a dia da ação das bancadas, certamente teria posição diferente sobre a firme condução de Aécio Neves", disse. As queixas, porém, reverberam entre aliados do governador Geraldo Alckmin (SP), que reclamam da concentração de poder em Aécio.
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Sem chuvas, nível dos principais reservatórios da Grande SP fica estável
Quatro dos seis principais reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo se mantiveram estáveis, segundo dados divulgados pela Sabesp nesta sexta-feira (24). Com exceção dos sistemas Alto Cotia e Rio Claro, que subiram 0,2 ponto percentual em relação ao dia anterior, os níveis dos demais mananciais permaneceram o mesmo devido à falta de chuvas. O nível do principal sistema de armazenamento, o Cantareira, permaneceu estável pelo quarto dia consecutivo. De acordo com o balanço, o Cantareira opera com 15,5% de sua capacidade. O sistema abastece 5,3 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista –eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas. A escassez de água levou o governo Alckmin (PSDB) a antecipar a programação de obras previstas para 2035. A prioridade é construir adutoras que levem água a áreas atendidas pelo Cantareira, o maior sistema da Grande SP, que está em situação crítica desde 2014. Rubens Fernando Alencar e Pilker/Folhapress O percentual usado agora tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas). Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total -sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água. Após o Ministério Público pedir que a Sabesp alterasse a forma de divulgação diária do volume disponível do Cantareira, a Justiça determinou em caráter limitar que a estatal informe o "volume negativo", que é a diferença entre o volume útil e a água disponível. Nesta quinta, o "volume negativo" ficou em -9,2%. A Sabesp pediu à Arsesp, órgão de regulação estadual, um reajuste de 22,7% na conta de água. O percentual é maior do que a inflação e do que os 13,8% já autorizados pela agência reguladora. Segundo a empresa do governo Alckmin (PSDB), essa alta serviria para contornar os gastos extras com a atual crise hídrica no Estado de São Paulo. OUTROS RESERVATÓRIOS O sistema Alto Tietê, abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, opera com 22,4% de sua capacidade após avançar 0,1 ponto percentual na quinta (23). No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). O manancial Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, opera com 65,7% de capacidade após avançar 0,2 ponto percentual. O Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas , subiu na mesma proporção e agora registra 46,5% de sua capacidade. O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 82,6% de capacidade. Já o sistema Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 96% de capacidade. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.
cotidiano
Sem chuvas, nível dos principais reservatórios da Grande SP fica estávelQuatro dos seis principais reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo se mantiveram estáveis, segundo dados divulgados pela Sabesp nesta sexta-feira (24). Com exceção dos sistemas Alto Cotia e Rio Claro, que subiram 0,2 ponto percentual em relação ao dia anterior, os níveis dos demais mananciais permaneceram o mesmo devido à falta de chuvas. O nível do principal sistema de armazenamento, o Cantareira, permaneceu estável pelo quarto dia consecutivo. De acordo com o balanço, o Cantareira opera com 15,5% de sua capacidade. O sistema abastece 5,3 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista –eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas. A escassez de água levou o governo Alckmin (PSDB) a antecipar a programação de obras previstas para 2035. A prioridade é construir adutoras que levem água a áreas atendidas pelo Cantareira, o maior sistema da Grande SP, que está em situação crítica desde 2014. Rubens Fernando Alencar e Pilker/Folhapress O percentual usado agora tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas). Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total -sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água. Após o Ministério Público pedir que a Sabesp alterasse a forma de divulgação diária do volume disponível do Cantareira, a Justiça determinou em caráter limitar que a estatal informe o "volume negativo", que é a diferença entre o volume útil e a água disponível. Nesta quinta, o "volume negativo" ficou em -9,2%. A Sabesp pediu à Arsesp, órgão de regulação estadual, um reajuste de 22,7% na conta de água. O percentual é maior do que a inflação e do que os 13,8% já autorizados pela agência reguladora. Segundo a empresa do governo Alckmin (PSDB), essa alta serviria para contornar os gastos extras com a atual crise hídrica no Estado de São Paulo. OUTROS RESERVATÓRIOS O sistema Alto Tietê, abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, opera com 22,4% de sua capacidade após avançar 0,1 ponto percentual na quinta (23). No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). O manancial Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, opera com 65,7% de capacidade após avançar 0,2 ponto percentual. O Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas , subiu na mesma proporção e agora registra 46,5% de sua capacidade. O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 82,6% de capacidade. Já o sistema Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 96% de capacidade. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.
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Marcha de sindicalistas contra o governo argentino reúne milhares
Encabeçada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a mais importante agremiação sindical da Argentina, uma marcha reuniu na tarde desta terça-feira (7) milhares de pessoas nas ruas do centro de Buenos Aires. Juntaram-se à CGT outros sindicatos de relevo, como a CTA (Central de Trabalhadores da Argentina) e a UOCRA (Unión Obrera de la Construcción de la República Argentina), além de vários sindicatos setoriais menores. Iniciada ao meio-dia, a marcha se encaminhou até o Ministério da Produção, pois os trabalhadores sindicalizados consideram que o governo nacional está priorizando o comércio exterior e o retorno da Argentina aos mercados internacionais, mas não está dando a devida atenção ao setor produtivo nem protegendo os trabalhadores. "Sumiram postos de trabalho, a inflação está alta, os salários não acompanham, as tarifas (luz, água, eletricidade) aumentam, e os trabalhadores não estão chegando ao fim do mês", disse Facundo Moyano, deputado e um dos líderes da CGT. Os sindicalistas também protestam contra a queda repentina das travas às importações, que estariam custando postos de trabalho aos argentinos. O protesto também se dirige à posição do governo de limitar o aumento dos salários nas negociações paritárias em 18%, quando a inflação na Argentina, apesar de estar começando a cair, ainda beira a marca dos 40%. A ideia dos grupos mobilizados é convocar uma greve geral de trabalhadores ainda para este mês ou para abril. Para o secretário geral da CGT, Juan Carlos Schmid, apesar de o governo ter anunciado que o período recessivo está chegando ao fim e que a perspectiva para 2017 é que o país volte a crescer, "isso não está chegando aos bolsos dos trabalhadores e não se percebe em seu cotidiano uma melhora da economia". GOVERNO A cúpula do governo do presidente Mauricio Macri se reuniu no começo da tarde para discutir a situação. Jorge Triaca, ministro do Trabalho, disse que a marcha obedecia "uma perspectiva política" e que estava sendo usada pela oposição para obter vantagens nas eleições legislativas de outubro, quando se renova boa parte do Congresso. Já o chefe de gabinete, Marcos Peña, lançou vários tuítes seguidos a partir do início da marcha reforçando que as medidas do governo, desde que assumiu, em 2015, "têm como foco gerar mais postos de trabalho". Apesar da insistência do governo em rotular o protesto como político e manejado pela oposição, alguns representantes kirchneristas tentaram oportunamente subir ao palco para fazer discursos, mas foram impedidos pelos líderes sindicalistas.
mundo
Marcha de sindicalistas contra o governo argentino reúne milharesEncabeçada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a mais importante agremiação sindical da Argentina, uma marcha reuniu na tarde desta terça-feira (7) milhares de pessoas nas ruas do centro de Buenos Aires. Juntaram-se à CGT outros sindicatos de relevo, como a CTA (Central de Trabalhadores da Argentina) e a UOCRA (Unión Obrera de la Construcción de la República Argentina), além de vários sindicatos setoriais menores. Iniciada ao meio-dia, a marcha se encaminhou até o Ministério da Produção, pois os trabalhadores sindicalizados consideram que o governo nacional está priorizando o comércio exterior e o retorno da Argentina aos mercados internacionais, mas não está dando a devida atenção ao setor produtivo nem protegendo os trabalhadores. "Sumiram postos de trabalho, a inflação está alta, os salários não acompanham, as tarifas (luz, água, eletricidade) aumentam, e os trabalhadores não estão chegando ao fim do mês", disse Facundo Moyano, deputado e um dos líderes da CGT. Os sindicalistas também protestam contra a queda repentina das travas às importações, que estariam custando postos de trabalho aos argentinos. O protesto também se dirige à posição do governo de limitar o aumento dos salários nas negociações paritárias em 18%, quando a inflação na Argentina, apesar de estar começando a cair, ainda beira a marca dos 40%. A ideia dos grupos mobilizados é convocar uma greve geral de trabalhadores ainda para este mês ou para abril. Para o secretário geral da CGT, Juan Carlos Schmid, apesar de o governo ter anunciado que o período recessivo está chegando ao fim e que a perspectiva para 2017 é que o país volte a crescer, "isso não está chegando aos bolsos dos trabalhadores e não se percebe em seu cotidiano uma melhora da economia". GOVERNO A cúpula do governo do presidente Mauricio Macri se reuniu no começo da tarde para discutir a situação. Jorge Triaca, ministro do Trabalho, disse que a marcha obedecia "uma perspectiva política" e que estava sendo usada pela oposição para obter vantagens nas eleições legislativas de outubro, quando se renova boa parte do Congresso. Já o chefe de gabinete, Marcos Peña, lançou vários tuítes seguidos a partir do início da marcha reforçando que as medidas do governo, desde que assumiu, em 2015, "têm como foco gerar mais postos de trabalho". Apesar da insistência do governo em rotular o protesto como político e manejado pela oposição, alguns representantes kirchneristas tentaram oportunamente subir ao palco para fazer discursos, mas foram impedidos pelos líderes sindicalistas.
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Ciência forense já transcende a ficção de séries televisivas, afirma leitor
A evolução das aplicações científicas na identificação de pessoas e fatos transcende a ficção de séries televisivas (Ciência forense 2.0). Já na 2ª Guerra Mundial, os erros de "digitação" no código morse eram usados para identificar se uma mensagem era legítima ou originária de uma fonte espiã. A criminologia tem, assim, forte componente na comunicação, aquela que Ruy Castro descobriu estar sendo deturpada para driblar filtros computacionais, mas que são indistintos da fiscalização legal (O ser hum//ano não f@lh@). E engana mesmo, pois li o título pensando que era uma homenagem cifrada ao início (hum ano) da Folha (f@lh@) na internet. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Ciência forense já transcende a ficção de séries televisivas, afirma leitorA evolução das aplicações científicas na identificação de pessoas e fatos transcende a ficção de séries televisivas (Ciência forense 2.0). Já na 2ª Guerra Mundial, os erros de "digitação" no código morse eram usados para identificar se uma mensagem era legítima ou originária de uma fonte espiã. A criminologia tem, assim, forte componente na comunicação, aquela que Ruy Castro descobriu estar sendo deturpada para driblar filtros computacionais, mas que são indistintos da fiscalização legal (O ser hum//ano não f@lh@). E engana mesmo, pois li o título pensando que era uma homenagem cifrada ao início (hum ano) da Folha (f@lh@) na internet. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Sociedade brasileira precisa retornar ao caminho da 'normalidade'
Há uma necessidade urgente de a sociedade brasileira voltar ao caminho "normal". Este caminho inclui: 1) um crescimento robusto da produtividade do trabalho a qualquer coisa como 3% e 4% ao ano; 2) com plena liberdade de iniciativa de todo cidadão e aumento da igualdade de oportunidades; 3) solidária com os que, objetivamente, não têm plenas condições de participar com a sua força de trabalho e 4) sustentável não apenas no aspecto ecológico, mas no equilíbrio interno (taxa de inflação e juro real parecidos com os parceiros internacionais), no equilíbrio externo (deficit em conta corrente sob controle e financiável) e no equilíbrio fiscal: superavits primários para sustentar a relação dívida/PIB com folga suficiente para o exercício de uma política anticíclica. A nação está estarrecida. Um incesto entre o poder incumbente e parte do empresariado produziu um monstro teratológico: o "poder econômico" submeteu aos seus desejos parte significativa do Poder Legislativo e do Poder Executivo, pelo financiamento criminoso das "campanhas eleitorais", que foi transformado em "investimentos" de alta taxa de retorno econômico! E, por via indireta, estendeu o seu poder a parte do Judiciário, que é submetido à aprovação do Legislativo e que depende de promoção pelo Executivo. Anulou-se, assim, o instrumento de civilização do capital inventado para dar "paridade" de poder ao trabalho por meio do "sufrágio universal" sem a influência do capital. O mais grave crime cometido nessa apropriação foi ter posto em risco o próprio regime democrático, pelo qual, infelizmente, ninguém será apenado! Mas é preciso reconhecer que são dois problemas distintos. A economia padece do mais profundo voluntarismo econômico que precedeu a eleição de 2014: a tragédia fiscal que nos devora e deixou como herança 14 milhões de desempregados e cuja superação depende de um mínimo de organização política que possa sustentar as "reformas" propostas pelo governo Temer. Por outro lado, é preciso deixar claro que não foi o Ministério Público que produziu o incesto: a Lava Jato apenas expôs os intestinos daquela relação espúria. Pode até ter contribuído com alguma redução do crescimento a curto prazo, mas seus resultados serão um importante fator de aceleração do crescimento econômico no futuro. Neste momento, a intriga em Brasília está mais ou menos desativada, o que exige imaginação da imprensa. Talvez fosse bom ela sugerir aos três Poderes da República que sentem-se na mesma mesa com o "livrinho" na mão, para acertarem sem os desejos de "expansão" da autoridade e dedicarem-se à solução do problema político. Só esse entendimento salvará a democracia...
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Sociedade brasileira precisa retornar ao caminho da 'normalidade'Há uma necessidade urgente de a sociedade brasileira voltar ao caminho "normal". Este caminho inclui: 1) um crescimento robusto da produtividade do trabalho a qualquer coisa como 3% e 4% ao ano; 2) com plena liberdade de iniciativa de todo cidadão e aumento da igualdade de oportunidades; 3) solidária com os que, objetivamente, não têm plenas condições de participar com a sua força de trabalho e 4) sustentável não apenas no aspecto ecológico, mas no equilíbrio interno (taxa de inflação e juro real parecidos com os parceiros internacionais), no equilíbrio externo (deficit em conta corrente sob controle e financiável) e no equilíbrio fiscal: superavits primários para sustentar a relação dívida/PIB com folga suficiente para o exercício de uma política anticíclica. A nação está estarrecida. Um incesto entre o poder incumbente e parte do empresariado produziu um monstro teratológico: o "poder econômico" submeteu aos seus desejos parte significativa do Poder Legislativo e do Poder Executivo, pelo financiamento criminoso das "campanhas eleitorais", que foi transformado em "investimentos" de alta taxa de retorno econômico! E, por via indireta, estendeu o seu poder a parte do Judiciário, que é submetido à aprovação do Legislativo e que depende de promoção pelo Executivo. Anulou-se, assim, o instrumento de civilização do capital inventado para dar "paridade" de poder ao trabalho por meio do "sufrágio universal" sem a influência do capital. O mais grave crime cometido nessa apropriação foi ter posto em risco o próprio regime democrático, pelo qual, infelizmente, ninguém será apenado! Mas é preciso reconhecer que são dois problemas distintos. A economia padece do mais profundo voluntarismo econômico que precedeu a eleição de 2014: a tragédia fiscal que nos devora e deixou como herança 14 milhões de desempregados e cuja superação depende de um mínimo de organização política que possa sustentar as "reformas" propostas pelo governo Temer. Por outro lado, é preciso deixar claro que não foi o Ministério Público que produziu o incesto: a Lava Jato apenas expôs os intestinos daquela relação espúria. Pode até ter contribuído com alguma redução do crescimento a curto prazo, mas seus resultados serão um importante fator de aceleração do crescimento econômico no futuro. Neste momento, a intriga em Brasília está mais ou menos desativada, o que exige imaginação da imprensa. Talvez fosse bom ela sugerir aos três Poderes da República que sentem-se na mesma mesa com o "livrinho" na mão, para acertarem sem os desejos de "expansão" da autoridade e dedicarem-se à solução do problema político. Só esse entendimento salvará a democracia...
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Absurdo de 'Baixa Terapia' faz surgir o melhor de seus atores
Antonio Fagundes, que completa 68 anos no mês que vem, diz ser sua primeira comédia em dez anos e que é uma delícia –e de fato "Baixa Terapia" tem o humor mais sem travas, popular e aparentemente irresponsável a entrar em cartaz em São Paulo num bom tempo. Mas é também uma armadilha. O público lota as 672 cadeiras do Tuca com a expectativa de ser entretido por uma comédia de costumes –e de fato o é, até certa altura, quando o mundo parece vir abaixo. Num realismo absurdo que lembra alguns filmes argentinos recentes, os personagens permitem atuações firmes dos seis atores em cena, inclusive o filho, Bruno, a ex e a atual mulher de Fagundes, Mara Carvalho e Alexandra Martins, numa distribuição de papéis já provocativa. Foram criados pelo dramaturgo Matías Del Federico, com adaptação marcada do também argentino Daniel Veronese. A produção teve o cuidado de se preparar durante um mês até ganhar ritmo, em ensaios abertos pagos, "previews" que permitiram aos atores mais experimentados, como Fagundes, desenvolver gestos, frases feitas, piadas. As falas, embora a situação seja de comédia "de sala", com sofá, cadeiras, mesas, entram por vezes numa escalada de histeria, descontrole, quando surge então o melhor dos comediantes escalados. Em tempo: na trama, três casais de idades diversas chegam para uma sessão de terapia e são informados de que a terapeuta não estará presente, mas quer que discutam seus problemas entre eles mesmos. Fagundes está obviamente à vontade e concentra a atenção no palco, quase como um mestre de cerimônias que evita que os confrontos que vão surgindo interrompam o ritmo. E é Ilana Kaplan o catalisador, que leva a comédia aos extremos patéticos e prepara o salto para o drama, afinal, chocante. A atriz gaúcha, não é de hoje, se mostra uma das mais talentosas comediantes de palco no Brasil, reconhecida desde "Buffet Glória", que a projetou em São Paulo, onde já fez de tudo, de "Terça Insana" a novelas como "I Love Paraisópolis". Não tem muitas falas, mas com suas interjeições e pequenas ações, em contraste com os diálogos centrais, não deixa surgirem vazios de riso ao longo da apresentação. A partir de determinado ponto, toma de vez o centro do espetáculo. Fábio Espósito, que interpreta seu parceiro, não fica atrás, com uma caracterização também detalhada e impressionante. BAIXA TERAPIA quando sex., às 21h30; sáb., às 20h; dom., às 19h; até 30/7 onde Tuca, r. Monte Alegre, 1.024, tel. (11) 3670-8455 Quanto R$ 60 a R$ 80; 14 anos AVALIAÇÃO muito bom
ilustrada
Absurdo de 'Baixa Terapia' faz surgir o melhor de seus atoresAntonio Fagundes, que completa 68 anos no mês que vem, diz ser sua primeira comédia em dez anos e que é uma delícia –e de fato "Baixa Terapia" tem o humor mais sem travas, popular e aparentemente irresponsável a entrar em cartaz em São Paulo num bom tempo. Mas é também uma armadilha. O público lota as 672 cadeiras do Tuca com a expectativa de ser entretido por uma comédia de costumes –e de fato o é, até certa altura, quando o mundo parece vir abaixo. Num realismo absurdo que lembra alguns filmes argentinos recentes, os personagens permitem atuações firmes dos seis atores em cena, inclusive o filho, Bruno, a ex e a atual mulher de Fagundes, Mara Carvalho e Alexandra Martins, numa distribuição de papéis já provocativa. Foram criados pelo dramaturgo Matías Del Federico, com adaptação marcada do também argentino Daniel Veronese. A produção teve o cuidado de se preparar durante um mês até ganhar ritmo, em ensaios abertos pagos, "previews" que permitiram aos atores mais experimentados, como Fagundes, desenvolver gestos, frases feitas, piadas. As falas, embora a situação seja de comédia "de sala", com sofá, cadeiras, mesas, entram por vezes numa escalada de histeria, descontrole, quando surge então o melhor dos comediantes escalados. Em tempo: na trama, três casais de idades diversas chegam para uma sessão de terapia e são informados de que a terapeuta não estará presente, mas quer que discutam seus problemas entre eles mesmos. Fagundes está obviamente à vontade e concentra a atenção no palco, quase como um mestre de cerimônias que evita que os confrontos que vão surgindo interrompam o ritmo. E é Ilana Kaplan o catalisador, que leva a comédia aos extremos patéticos e prepara o salto para o drama, afinal, chocante. A atriz gaúcha, não é de hoje, se mostra uma das mais talentosas comediantes de palco no Brasil, reconhecida desde "Buffet Glória", que a projetou em São Paulo, onde já fez de tudo, de "Terça Insana" a novelas como "I Love Paraisópolis". Não tem muitas falas, mas com suas interjeições e pequenas ações, em contraste com os diálogos centrais, não deixa surgirem vazios de riso ao longo da apresentação. A partir de determinado ponto, toma de vez o centro do espetáculo. Fábio Espósito, que interpreta seu parceiro, não fica atrás, com uma caracterização também detalhada e impressionante. BAIXA TERAPIA quando sex., às 21h30; sáb., às 20h; dom., às 19h; até 30/7 onde Tuca, r. Monte Alegre, 1.024, tel. (11) 3670-8455 Quanto R$ 60 a R$ 80; 14 anos AVALIAÇÃO muito bom
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Fla x Flu: confira duas visões sobre temas polêmicos da cidade
Rogerio Chequer é engenheiro pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, empresário e um dos fundadores do Movimento Vem Pra Rua, grupo que esteve na linha de frente do impeachment. Alessandra Orofino é economista formada pela Columbia University, com especialização em direitos humanos. Cofundou a Rede Meu Rio e é diretora-executiva do Nossas Cidades. Confira abaixo as opiniões de cada um sobre temas polêmicos da cidade de São Paulo. Folha - Você é a favor de restrições ao Uber? Chequer - Somos a favor da redução de restrições aos serviços de transporte individual, táxis, Uber e outros. Não somos simplesmente contra ou a favor restrições ao Uber. Quanto menor a interferência da administração municipal em serviços privados, com restrições e regulamentos adequados, maior será o mercado, com uma concorrência aberta e limpa, e consequentemente seu funcionamento será melhor para todos. A regulamentação dos táxis é que deve ser revista, para que eles possam ser competitivos não só com o Uber, mas com todos os outros serviços que ainda entrarão no mercado. Em Nova York, o Uber dividiu com os táxis amarelos o mercado durante anos, mas já apareceram mais duas empresas de carros compartilhados. O mercado se ampliou e se dará melhor quem oferecer os melhores serviços. Os próprios táxis amarelos, que foram durante anos os únicos no mercado e já não são mais tiveram que se atualizar e modificar. Orofino - O caráter inovador e a qualidade do serviço fornecido pelo Uber são visíveis, e no Brasil sua chegada trouxe uma sacudida muito bem-vinda para um segmento até então dominado pela indústria de táxis, com suas muitas deficiências -desde a baixa qualidade do serviço até a longa história de exploração de motoristas auxiliares. No entanto, como todas as empresas, a Uber deve obedecer a regulações locais e seguir leis trabalhistas. Hoje, os motoristas da Uber não possuem nem vínculo empregatício, nem, alternativamente, proteções regulatórias específicas de qualquer tipo. Eles ainda absorvem todo o risco de aquisição de capital. Em muitas cidades dos EUA, são os motoristas da Uber, e não os taxistas, que estão protestando contra a empresa -tudo porque ela resolveu diminuir o valor pago a seus "motoristas parceiros" de uma hora pra outra, sem regulação alguma. E como muitos deles haviam comprado carros a crédito a fim de atender às exigências de veículo, as contas pararam de fechar. Além disso, o Uber é conhecido por suas práticas antiéticas de aniquilação da concorrência -desde dumping até acusações de fraude por parte de outras empresas. Num caso famoso, a concorrente Lyft revelou que empregados do Uber estavam criando milhares de chamadas em seu sistema e cancelando em seguida. Dumping e precarização do trabalho são práticas ilegais por excelentes razões, e o Uber não pode ser a exceção. A empresa precisa ter uma relação ética com seus trabalhadores, que devem ser protegidos de abusos. E precisa respeitar os princípios básicos de livre concorrência que diz professar. Você defende a volta dos limites de velocidade nas Marginais para o que eram antes da gestão Haddad? Chequer - A velocidade baixa reduz acidentes, isso é um fato incontestável. Se o limite for, por exemplo, 10 km/h, provavelmente não haverá mais nenhum acidente nem morte. Mas isso é inviável. A cidade precisa ter mobilidade urbana adequada para funcionar e sacrificar o menos possível as pessoas que saem de casa -principalmente as que moram nas periferias- e vão para o trabalho, em geral nas regiões centrais. O que considero adequado é um limite médio razoável que se mostre ao mesmo tempo seguro para as pessoas e ao mesmo tempo ofereça boa mobilidade a todos. Ruas residenciais e de baixo movimento devem, sim, ter limites de velocidade baixos. Grandes avenidas e eixos que ligam as zonas norte-sul e leste-oeste podem ter limites mais altos. E as Marginais, que foram concebidas justamente para oferecer agilidade, devem ter limites mais altos desde que sejam mantidas impecavelmente, com sinalização vertical e horizontal adequadas, placas de orientação acessíveis e de fácil compreensão. E por último, mas não menos importante, investir em educação para o trânsito e em eficiência na fiscalização. Orofino - A eficácia das medidas de redução das velocidades máximas em São Paulo é absolutamente inquestionável. De acordo com a Secretaria de Segurança do Governo do Estado, 78% dos acidentes de carro fatais ocorridos em São Paulo entre 2005 e 2009 foram causados por fatores humanos. Desse montante, 44% foram diretamente relacionados ao excesso de velocidade. Já no último ano as medidas implementadas pela Prefeitura levaram a uma redução de 38,5% nos acidentes, e ainda tiveram a vantagem de reduzir em 8,7% a lentidão da pista. Segundo a Associação Brasileira de Medicina no Tráfego, vítimas de acidente de trânsito ocupam 60% das UTIs no Brasil. Reverter uma política de prevenção de acidentes comprovadamente eficaz pode não apenas resultar em mais vítimas fatais, mas também sobrecarregar o sistema de saúde da cidade, num efeito dominó monstruoso. É importante lembrar que o número de radares fixos na cidade aumentou 405% durante a gestão Haddad, passando de 19 em 2013 para 96 em 2016, além dos 10 radares móveis. Ou seja: para a obtenção de resultados tão exitosos, não bastou reduzir a velocidade, foi também necessário aumentar a fiscalização. Ambas as iniciativas devem ser preservadas. Você defende a administração da Saúde por meio das OSs (Organizações Sociais)? Chequer - Sim. A saúde é uma atribuição pública, mas que pode perfeitamente ter parceiros privados -desde que competentes e idôneos. Entendemos que as OSs são uma forma adequada e importante de complementação do atendimento médico ao cidadão paulistano, considerando que a estrutura municipal de saúde não tem condições de atender com qualidade mínima a população da cidade. No mundo ideal, elas deveriam funcionar como um tipo de concessão, oferecendo serviços de saúde de forma mais rápida e eficiente, trabalhando paralelamente à rede pública. Por não estarem atreladas às regras do Estado, as OSs conseguem não apenas contratar com mais agilidade, pela CLT, como também serem mais ágeis na compra de produtos, materiais médicos etc. Claro que isso tudo demanda uma administração eficiente e exige parceiros competentes e idôneos. Além disso, a prefeitura deve se encarregar de realizar avaliações sistemáticas e, na comparação, identificar e promover as melhores e mais eficientes práticas no atendimento à população. Orofino - As medidas mais importantes de sucesso da administração da Saúde são a qualidade e a universalidade da provisão do serviço, que só podem ser garantidas por meio de um foco absoluto nos pacientes e de uma valorização adequada de todos os profissionais envolvidos. Em tese, vários formatos de administração deveriam poder atender a esses quesitos, inclusive a gestão por OSs. Na prática, muitas das experiências de gestão da Saúde através de OSs em grande centros urbanos brasileiros têm deixado a desejar em ambas as frentes. O primeiro desafio encontrado tem sido o de transparência na gestão. No Rio, por exemplo, a Câmara de Vereadores teve que derrubar o veto do prefeito Eduardo Paes à lei que obriga a divulgação na internet dos valores pagos a fornecedores e prestadores de serviço de Saúde, bem como suas folhas de pagamento e o demonstrativo das transferências realizadas pela Prefeitura, apesar de 8 das 10 OSs que administram 108 das 248 unidades de saúde da Prefeitura carioca estarem sendo investigadas por suspeitas de irregularidades. A administração da Saúde por meio de OSs apresenta também o desafio de valorização contínua dos profissionais. Ainda que bem remunerados, profissionais não concursados têm menos incentivos a permanecer no serviço público, obrigando o Estado a competir com o setor privado em termos de remuneração, já que não pode fazê-lo através de benefícios como estabilidade profissional ou planos de carreira bem desenhados. É necessário pesar essas dificuldades ao optar pela gestão por OSs, e investir muito em fiscalização e valorização de pessoal. Você defende o fechamento da avenida Paulista aos domingos? Chequer - A cidade de São Paulo é carente de espaços públicos de lazer, e as pessoas aceitaram a Paulista fechada aos domingos, transformando-a aos poucos numa alternativa importante de atividades e diversão. Ressalvo que a administração do fechamento da Paulista tem que preservar o acesso aos hospitais da região e aos moradores do entorno. O benefício de alguns não pode ser feito às custas do prejuízo de outros. Muitos outros espaços urbanos deveriam ser utilizados da mesma forma, especialmente nas periferias da cidade, onde as opções de lazer oferecidas são infinitamente piores que as do centro de São Paulo. Neste caso, mais planejamento e menos politicagem devem balizar o futuro administrador da cidade. Orofino - Sou inteiramente a favor da abertura da Paulista para pedestres aos domingos. O espaço viário é público, e deve ser utilizado de maneira democrática. No entanto, não é isso que ocorre: apesar de apenas 30% dos deslocamentos intraurbanos serem realizados por automóvel, o espaço destinado ao carro representa de 70% a 90% de todo o estoque viário das cidades. A abertura da Paulista para pedestres aos domingos é uma política pública ainda tímida, mas simbolicamente importante e que vai na contramão do uso autoritário do espaço público. Para além das questões de uso do solo -e portanto dos recursos públicos-, é importante também atentar para as inúmeras externalidades negativas do emprego excessivo de automóveis, que afligem mais intensamente justamente aqueles que não têm carro. A poluição sonora e do ar imposta pelos veículos é especialmente perigosa para quem anda a pé, sem a proteção da redoma hermética e ar-condicionada do carro particular. A abertura da Paulista aos domingos é mais uma forma de devolver uma parte da cidade ao pedestre sem que ele tenha que lidar diretamente com essas externalidades. Por fim, a abertura da Paulista conta com o apoio de 61% dos moradores da região -o percentual é maior que os 45% de aprovação entre a população paulistana, apurados pelo Datafolha em outubro do ano passado. Cerca de 75% dos vizinhos já foram à Paulista aos domingos pelo menos uma vez. Cabe esperar que a medida não apenas seja mantida, mas que se expanda para outras áreas da capital, como já previsto no Programa Ruas Abertas. Defende a terceirização das vagas em creches públicas (em estacionamentos de supermercados, por exemplo)? Chequer - Não. A terceirização, desde que bem conduzida, é desejável. Porém, estacionamento de supermercado é estacionamento de supermercado. Não é lugar para "encaixar" uma creche. Creches trazem, acima de tudo, igualdade de oportunidade. É obrigação da prefeitura oferecê-las em número suficiente, com profissionais qualificados e em prédios adequados. Não se admite baixa qualidade nestes quesitos. Criança bem tratada nesta fase da vida é sinônimo de educação de base. E a Prefeitura de São Paulo, uma das mais ricas do país, deve ter isso como prioridade. Não acho que devamos ficar tentando "jeitinhos" nem "espaços alternativos" para se resolver problemas sérios. Se precisa ser feito, que se faça bem, de forma sustentável e duradoura, e não experimentalmente. Orofino - Em tese, a terceirização de vagas pode ser uma solução temporária rápida para um problema urgente: as filas de espera que penalizam milhares de crianças e suas famílias, sobretudo as mães. Na prática, a terceirização tem sido feita sem fiscalização adequada, e muitas das creches não oferecem infraestrutura digna para os beneficiados. Em 2013, uma ação do Ministério Público do Trabalho constatou atraso de pagamento e desvio de funções dos trabalhadores, além de falta de monitoramento adequado por parte da prefeitura. A administração municipal tem trabalhado para sanar esses problemas, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Para além da criação de mais unidades públicas, devemos estudar mais formas de dividir a responsabilidade pela criação e manutenção de creches com os empregadores. Grandes empresas, com infraestrutura de escritório fixa, podem ter creches dentro de suas sedes, para além dos restritos espaços de amamentação previstos pela legislação trabalhista. Esses locais atenderiam aos filhos e filhas dos trabalhadores de diferentes níveis salariais, permitindo a pais e mães um convívio mais assíduo com as crianças e uma repartição mais justa dos cuidados infantis. Defende que moradores de rua sejam obrigados a frequentar abrigos da prefeitura? Chequer - Defendo que não haja moradores de rua na cidade. A prefeitura deve cuidar de seus cidadãos. Há secretarias criadas especialmente para lidar com o problema dos moradores de rua. Por que não conseguem resolver? Porque são ineficientes. A prefeitura precisa manter abrigos limpos e organizados, para receber os moradores que os procurem. Mas é também tarefa das secretarias de Saúde e Bem Estar Social levar essas pessoas para os abrigos e não deixá-las nas ruas. Registro que há uma porcentagem alta de doenças mentais entre moradores de rua. Tirá-los das ruas e oferecer acompanhamento médico é uma questão de saúde pública. Orofino - Pobreza não é crime. Um cidadão ou cidadã que não consegue pagar por moradia deve ser ajudado, não desrespeitado. E a prefeitura deve estar à altura do desafio de amparar essas pessoas sem recorrer a falsas soluções. Abrigos têm que ter qualidade, e cidadãos devem ter opções de moradia acessíveis e confortáveis. Pessoas em situação de vulnerabilidade adicional em decorrência de fatores como abandono familiar ou doença mental precisam de amparo especializado. Se ambas as coisas acontecerem, a população em situação de rua diminuirá. Ninguém mora na rua por que quer -ou quase ninguém. Se não fosse assim, não verificaríamos diferenças significativas no número de pessoas vivendo na rua em cidades ricas e pobres, com ou sem opções de moradia. Tirar da pessoa que está vivendo na rua autonomia para escolher frequentar um abrigo exime o Estado da obrigação de oferecer uma opção viável e digna. Afinal, se o sujeito não tiver escolha, qualquer coisa serve. Todo prefeito é pressionado a implementar políticas públicas que resultem numa diminuição da quantidade de pessoas em situação de rua, e fazê-lo através da restrição do direito de ir e vir dessa população é uma saída preguiçosa e ineficiente. Você é a favor da demolição do Minhocão? Chequer - Não. O Minhocão poderia se transformar num parque linear, por exemplo. Temos ótimas escolas de arquitetura e urbanismo, que poderiam sugerir novos usos para o viaduto. Em algumas cidades do mundo as escolas de arquitetura foram convidadas a participar de concursos e apresentar soluções para problemas complexos das cidades. A prefeitura poderia fazer o mesmo neste caso: abrir um concurso nas faculdades de arquitetura para realização de um projeto de reurbanização da região e após a definição do melhor projeto -por um júri de notáveis- atrair a iniciativa privada para patrocinar parte ou a totalidade da obra. Um bom exemplo de reurbanização que deu muito certo é o High Line, em Nova York. Localizada numa região degradada da cidade (o chamado Meat Packing District), a antiga linha de trem abandonada se transformou -com vontade, trabalho da população e ajuda da prefeitura da cidade-, em menos de 15 anos, numa das regiões mais valorizadas da cidade. Orofino - Sou a favor de uma consulta mais ampla com a população sobre a questão do Minhocão, com processos distintos que levem em conta primeiramente a visão dos moradores do bairro, e em segundo lugar a perspectiva do cidadão paulistano sobre o tema. Caso decida-se pela desativação do espaço, alternativas à demolição -como a criação de parques suspensos- podem e devem ser estudadas e debatidas. Um efeito observado em cidades que passaram por situações semelhantes também deve ser levado em conta: a rápida alta nos preços das propriedades e aluguéis na área afetada depois da desativação da via. Esse efeito deve ser mitigado, de modo a evitar uma expulsão em massa dos moradores da região, caso o Minhocão seja demolido. Instrumentos como o controle de preços de aluguel, implementados em cidades como Nova York e Paris, podem ser soluções interessantes.
poder
Fla x Flu: confira duas visões sobre temas polêmicos da cidadeRogerio Chequer é engenheiro pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, empresário e um dos fundadores do Movimento Vem Pra Rua, grupo que esteve na linha de frente do impeachment. Alessandra Orofino é economista formada pela Columbia University, com especialização em direitos humanos. Cofundou a Rede Meu Rio e é diretora-executiva do Nossas Cidades. Confira abaixo as opiniões de cada um sobre temas polêmicos da cidade de São Paulo. Folha - Você é a favor de restrições ao Uber? Chequer - Somos a favor da redução de restrições aos serviços de transporte individual, táxis, Uber e outros. Não somos simplesmente contra ou a favor restrições ao Uber. Quanto menor a interferência da administração municipal em serviços privados, com restrições e regulamentos adequados, maior será o mercado, com uma concorrência aberta e limpa, e consequentemente seu funcionamento será melhor para todos. A regulamentação dos táxis é que deve ser revista, para que eles possam ser competitivos não só com o Uber, mas com todos os outros serviços que ainda entrarão no mercado. Em Nova York, o Uber dividiu com os táxis amarelos o mercado durante anos, mas já apareceram mais duas empresas de carros compartilhados. O mercado se ampliou e se dará melhor quem oferecer os melhores serviços. Os próprios táxis amarelos, que foram durante anos os únicos no mercado e já não são mais tiveram que se atualizar e modificar. Orofino - O caráter inovador e a qualidade do serviço fornecido pelo Uber são visíveis, e no Brasil sua chegada trouxe uma sacudida muito bem-vinda para um segmento até então dominado pela indústria de táxis, com suas muitas deficiências -desde a baixa qualidade do serviço até a longa história de exploração de motoristas auxiliares. No entanto, como todas as empresas, a Uber deve obedecer a regulações locais e seguir leis trabalhistas. Hoje, os motoristas da Uber não possuem nem vínculo empregatício, nem, alternativamente, proteções regulatórias específicas de qualquer tipo. Eles ainda absorvem todo o risco de aquisição de capital. Em muitas cidades dos EUA, são os motoristas da Uber, e não os taxistas, que estão protestando contra a empresa -tudo porque ela resolveu diminuir o valor pago a seus "motoristas parceiros" de uma hora pra outra, sem regulação alguma. E como muitos deles haviam comprado carros a crédito a fim de atender às exigências de veículo, as contas pararam de fechar. Além disso, o Uber é conhecido por suas práticas antiéticas de aniquilação da concorrência -desde dumping até acusações de fraude por parte de outras empresas. Num caso famoso, a concorrente Lyft revelou que empregados do Uber estavam criando milhares de chamadas em seu sistema e cancelando em seguida. Dumping e precarização do trabalho são práticas ilegais por excelentes razões, e o Uber não pode ser a exceção. A empresa precisa ter uma relação ética com seus trabalhadores, que devem ser protegidos de abusos. E precisa respeitar os princípios básicos de livre concorrência que diz professar. Você defende a volta dos limites de velocidade nas Marginais para o que eram antes da gestão Haddad? Chequer - A velocidade baixa reduz acidentes, isso é um fato incontestável. Se o limite for, por exemplo, 10 km/h, provavelmente não haverá mais nenhum acidente nem morte. Mas isso é inviável. A cidade precisa ter mobilidade urbana adequada para funcionar e sacrificar o menos possível as pessoas que saem de casa -principalmente as que moram nas periferias- e vão para o trabalho, em geral nas regiões centrais. O que considero adequado é um limite médio razoável que se mostre ao mesmo tempo seguro para as pessoas e ao mesmo tempo ofereça boa mobilidade a todos. Ruas residenciais e de baixo movimento devem, sim, ter limites de velocidade baixos. Grandes avenidas e eixos que ligam as zonas norte-sul e leste-oeste podem ter limites mais altos. E as Marginais, que foram concebidas justamente para oferecer agilidade, devem ter limites mais altos desde que sejam mantidas impecavelmente, com sinalização vertical e horizontal adequadas, placas de orientação acessíveis e de fácil compreensão. E por último, mas não menos importante, investir em educação para o trânsito e em eficiência na fiscalização. Orofino - A eficácia das medidas de redução das velocidades máximas em São Paulo é absolutamente inquestionável. De acordo com a Secretaria de Segurança do Governo do Estado, 78% dos acidentes de carro fatais ocorridos em São Paulo entre 2005 e 2009 foram causados por fatores humanos. Desse montante, 44% foram diretamente relacionados ao excesso de velocidade. Já no último ano as medidas implementadas pela Prefeitura levaram a uma redução de 38,5% nos acidentes, e ainda tiveram a vantagem de reduzir em 8,7% a lentidão da pista. Segundo a Associação Brasileira de Medicina no Tráfego, vítimas de acidente de trânsito ocupam 60% das UTIs no Brasil. Reverter uma política de prevenção de acidentes comprovadamente eficaz pode não apenas resultar em mais vítimas fatais, mas também sobrecarregar o sistema de saúde da cidade, num efeito dominó monstruoso. É importante lembrar que o número de radares fixos na cidade aumentou 405% durante a gestão Haddad, passando de 19 em 2013 para 96 em 2016, além dos 10 radares móveis. Ou seja: para a obtenção de resultados tão exitosos, não bastou reduzir a velocidade, foi também necessário aumentar a fiscalização. Ambas as iniciativas devem ser preservadas. Você defende a administração da Saúde por meio das OSs (Organizações Sociais)? Chequer - Sim. A saúde é uma atribuição pública, mas que pode perfeitamente ter parceiros privados -desde que competentes e idôneos. Entendemos que as OSs são uma forma adequada e importante de complementação do atendimento médico ao cidadão paulistano, considerando que a estrutura municipal de saúde não tem condições de atender com qualidade mínima a população da cidade. No mundo ideal, elas deveriam funcionar como um tipo de concessão, oferecendo serviços de saúde de forma mais rápida e eficiente, trabalhando paralelamente à rede pública. Por não estarem atreladas às regras do Estado, as OSs conseguem não apenas contratar com mais agilidade, pela CLT, como também serem mais ágeis na compra de produtos, materiais médicos etc. Claro que isso tudo demanda uma administração eficiente e exige parceiros competentes e idôneos. Além disso, a prefeitura deve se encarregar de realizar avaliações sistemáticas e, na comparação, identificar e promover as melhores e mais eficientes práticas no atendimento à população. Orofino - As medidas mais importantes de sucesso da administração da Saúde são a qualidade e a universalidade da provisão do serviço, que só podem ser garantidas por meio de um foco absoluto nos pacientes e de uma valorização adequada de todos os profissionais envolvidos. Em tese, vários formatos de administração deveriam poder atender a esses quesitos, inclusive a gestão por OSs. Na prática, muitas das experiências de gestão da Saúde através de OSs em grande centros urbanos brasileiros têm deixado a desejar em ambas as frentes. O primeiro desafio encontrado tem sido o de transparência na gestão. No Rio, por exemplo, a Câmara de Vereadores teve que derrubar o veto do prefeito Eduardo Paes à lei que obriga a divulgação na internet dos valores pagos a fornecedores e prestadores de serviço de Saúde, bem como suas folhas de pagamento e o demonstrativo das transferências realizadas pela Prefeitura, apesar de 8 das 10 OSs que administram 108 das 248 unidades de saúde da Prefeitura carioca estarem sendo investigadas por suspeitas de irregularidades. A administração da Saúde por meio de OSs apresenta também o desafio de valorização contínua dos profissionais. Ainda que bem remunerados, profissionais não concursados têm menos incentivos a permanecer no serviço público, obrigando o Estado a competir com o setor privado em termos de remuneração, já que não pode fazê-lo através de benefícios como estabilidade profissional ou planos de carreira bem desenhados. É necessário pesar essas dificuldades ao optar pela gestão por OSs, e investir muito em fiscalização e valorização de pessoal. Você defende o fechamento da avenida Paulista aos domingos? Chequer - A cidade de São Paulo é carente de espaços públicos de lazer, e as pessoas aceitaram a Paulista fechada aos domingos, transformando-a aos poucos numa alternativa importante de atividades e diversão. Ressalvo que a administração do fechamento da Paulista tem que preservar o acesso aos hospitais da região e aos moradores do entorno. O benefício de alguns não pode ser feito às custas do prejuízo de outros. Muitos outros espaços urbanos deveriam ser utilizados da mesma forma, especialmente nas periferias da cidade, onde as opções de lazer oferecidas são infinitamente piores que as do centro de São Paulo. Neste caso, mais planejamento e menos politicagem devem balizar o futuro administrador da cidade. Orofino - Sou inteiramente a favor da abertura da Paulista para pedestres aos domingos. O espaço viário é público, e deve ser utilizado de maneira democrática. No entanto, não é isso que ocorre: apesar de apenas 30% dos deslocamentos intraurbanos serem realizados por automóvel, o espaço destinado ao carro representa de 70% a 90% de todo o estoque viário das cidades. A abertura da Paulista para pedestres aos domingos é uma política pública ainda tímida, mas simbolicamente importante e que vai na contramão do uso autoritário do espaço público. Para além das questões de uso do solo -e portanto dos recursos públicos-, é importante também atentar para as inúmeras externalidades negativas do emprego excessivo de automóveis, que afligem mais intensamente justamente aqueles que não têm carro. A poluição sonora e do ar imposta pelos veículos é especialmente perigosa para quem anda a pé, sem a proteção da redoma hermética e ar-condicionada do carro particular. A abertura da Paulista aos domingos é mais uma forma de devolver uma parte da cidade ao pedestre sem que ele tenha que lidar diretamente com essas externalidades. Por fim, a abertura da Paulista conta com o apoio de 61% dos moradores da região -o percentual é maior que os 45% de aprovação entre a população paulistana, apurados pelo Datafolha em outubro do ano passado. Cerca de 75% dos vizinhos já foram à Paulista aos domingos pelo menos uma vez. Cabe esperar que a medida não apenas seja mantida, mas que se expanda para outras áreas da capital, como já previsto no Programa Ruas Abertas. Defende a terceirização das vagas em creches públicas (em estacionamentos de supermercados, por exemplo)? Chequer - Não. A terceirização, desde que bem conduzida, é desejável. Porém, estacionamento de supermercado é estacionamento de supermercado. Não é lugar para "encaixar" uma creche. Creches trazem, acima de tudo, igualdade de oportunidade. É obrigação da prefeitura oferecê-las em número suficiente, com profissionais qualificados e em prédios adequados. Não se admite baixa qualidade nestes quesitos. Criança bem tratada nesta fase da vida é sinônimo de educação de base. E a Prefeitura de São Paulo, uma das mais ricas do país, deve ter isso como prioridade. Não acho que devamos ficar tentando "jeitinhos" nem "espaços alternativos" para se resolver problemas sérios. Se precisa ser feito, que se faça bem, de forma sustentável e duradoura, e não experimentalmente. Orofino - Em tese, a terceirização de vagas pode ser uma solução temporária rápida para um problema urgente: as filas de espera que penalizam milhares de crianças e suas famílias, sobretudo as mães. Na prática, a terceirização tem sido feita sem fiscalização adequada, e muitas das creches não oferecem infraestrutura digna para os beneficiados. Em 2013, uma ação do Ministério Público do Trabalho constatou atraso de pagamento e desvio de funções dos trabalhadores, além de falta de monitoramento adequado por parte da prefeitura. A administração municipal tem trabalhado para sanar esses problemas, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Para além da criação de mais unidades públicas, devemos estudar mais formas de dividir a responsabilidade pela criação e manutenção de creches com os empregadores. Grandes empresas, com infraestrutura de escritório fixa, podem ter creches dentro de suas sedes, para além dos restritos espaços de amamentação previstos pela legislação trabalhista. Esses locais atenderiam aos filhos e filhas dos trabalhadores de diferentes níveis salariais, permitindo a pais e mães um convívio mais assíduo com as crianças e uma repartição mais justa dos cuidados infantis. Defende que moradores de rua sejam obrigados a frequentar abrigos da prefeitura? Chequer - Defendo que não haja moradores de rua na cidade. A prefeitura deve cuidar de seus cidadãos. Há secretarias criadas especialmente para lidar com o problema dos moradores de rua. Por que não conseguem resolver? Porque são ineficientes. A prefeitura precisa manter abrigos limpos e organizados, para receber os moradores que os procurem. Mas é também tarefa das secretarias de Saúde e Bem Estar Social levar essas pessoas para os abrigos e não deixá-las nas ruas. Registro que há uma porcentagem alta de doenças mentais entre moradores de rua. Tirá-los das ruas e oferecer acompanhamento médico é uma questão de saúde pública. Orofino - Pobreza não é crime. Um cidadão ou cidadã que não consegue pagar por moradia deve ser ajudado, não desrespeitado. E a prefeitura deve estar à altura do desafio de amparar essas pessoas sem recorrer a falsas soluções. Abrigos têm que ter qualidade, e cidadãos devem ter opções de moradia acessíveis e confortáveis. Pessoas em situação de vulnerabilidade adicional em decorrência de fatores como abandono familiar ou doença mental precisam de amparo especializado. Se ambas as coisas acontecerem, a população em situação de rua diminuirá. Ninguém mora na rua por que quer -ou quase ninguém. Se não fosse assim, não verificaríamos diferenças significativas no número de pessoas vivendo na rua em cidades ricas e pobres, com ou sem opções de moradia. Tirar da pessoa que está vivendo na rua autonomia para escolher frequentar um abrigo exime o Estado da obrigação de oferecer uma opção viável e digna. Afinal, se o sujeito não tiver escolha, qualquer coisa serve. Todo prefeito é pressionado a implementar políticas públicas que resultem numa diminuição da quantidade de pessoas em situação de rua, e fazê-lo através da restrição do direito de ir e vir dessa população é uma saída preguiçosa e ineficiente. Você é a favor da demolição do Minhocão? Chequer - Não. O Minhocão poderia se transformar num parque linear, por exemplo. Temos ótimas escolas de arquitetura e urbanismo, que poderiam sugerir novos usos para o viaduto. Em algumas cidades do mundo as escolas de arquitetura foram convidadas a participar de concursos e apresentar soluções para problemas complexos das cidades. A prefeitura poderia fazer o mesmo neste caso: abrir um concurso nas faculdades de arquitetura para realização de um projeto de reurbanização da região e após a definição do melhor projeto -por um júri de notáveis- atrair a iniciativa privada para patrocinar parte ou a totalidade da obra. Um bom exemplo de reurbanização que deu muito certo é o High Line, em Nova York. Localizada numa região degradada da cidade (o chamado Meat Packing District), a antiga linha de trem abandonada se transformou -com vontade, trabalho da população e ajuda da prefeitura da cidade-, em menos de 15 anos, numa das regiões mais valorizadas da cidade. Orofino - Sou a favor de uma consulta mais ampla com a população sobre a questão do Minhocão, com processos distintos que levem em conta primeiramente a visão dos moradores do bairro, e em segundo lugar a perspectiva do cidadão paulistano sobre o tema. Caso decida-se pela desativação do espaço, alternativas à demolição -como a criação de parques suspensos- podem e devem ser estudadas e debatidas. Um efeito observado em cidades que passaram por situações semelhantes também deve ser levado em conta: a rápida alta nos preços das propriedades e aluguéis na área afetada depois da desativação da via. Esse efeito deve ser mitigado, de modo a evitar uma expulsão em massa dos moradores da região, caso o Minhocão seja demolido. Instrumentos como o controle de preços de aluguel, implementados em cidades como Nova York e Paris, podem ser soluções interessantes.
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Leia três poemas de Tomas Tranströmer
SOBRE O TEXTO Os poemas abaixo fazem parte de coletânea que será lançada pela Companhia das Letras no segundo semestre deste ano. Abril e silêncio A primavera jaz abandonada Uma valeta de cor roxa escura move-se ao meu lado sem restituir nenhuma imagem. A única coisa que brilha são algumas flores amarelas. Carrego-me dentro de minha própria sombra como um violino em seu estojo. A única coisa que quero dizer paira bem fora do alcance como a prataria da família numa casa de penhores. Noite de inverno A tempestade aproxima seus lábios da casa e assopra para fazer som. Eu durmo, inquieto, mudo de posição, com os olhos fechados leio o livro da tempestade. Mas os olhos da criança se arregalam no escuro e a tempestade choraminga pela criança. Ambas gostam de ver a lâmpada que oscila. Ambas estão a meio caminho da linguagem. A tempestade tem mãos e asas infantis. A caravana se apressa em direção à Lapônia e a casa sente a constelação de pregos mantendo as suas paredes juntas. A noite está quieta sobre nosso chão (onde todos os passos evanescentes deitam-se como folhas submersas numa lagoa) mas lá fora a noite é selvagem! Uma tempestade mais grave se move sobre todos nós. Aproxima seus lábios de nossa alma e assopra para fazer som. Tememos que a tempestade venha a destruir tudo que está dentro de nós. * Vendo através do solo O sol claro se dissolve na cerração. A luz pinga, cava o seu caminho em direção aos meus olhos subterrâneos que estão lá sob a cidade, e eles vêem a cidade de baixo: ruas, fundações das casas – como fotos aéreas de uma cidade em tempos de guerra mas ao contrário: fotografar da toca... retângulos mudos em cores sombrias. É lá que as coisas acontecem. Ninguém pode diferenciar os ossos dos mortos daqueles dos vivos. A luz do sol cresce, inunda cabinas e cascas. TOMAS TRANSTRÖMER, 83, poeta sueco, venceu o Prêmio Nobel de literatura de 2011. ENAIÊ AZAMBUJA, 24, é tradutora e cursa mestrado em literatura inglesa na Universidade de Estocolmo. PAULO PASTA, 56, é artista plástico.
ilustrissima
Leia três poemas de Tomas TranströmerSOBRE O TEXTO Os poemas abaixo fazem parte de coletânea que será lançada pela Companhia das Letras no segundo semestre deste ano. Abril e silêncio A primavera jaz abandonada Uma valeta de cor roxa escura move-se ao meu lado sem restituir nenhuma imagem. A única coisa que brilha são algumas flores amarelas. Carrego-me dentro de minha própria sombra como um violino em seu estojo. A única coisa que quero dizer paira bem fora do alcance como a prataria da família numa casa de penhores. Noite de inverno A tempestade aproxima seus lábios da casa e assopra para fazer som. Eu durmo, inquieto, mudo de posição, com os olhos fechados leio o livro da tempestade. Mas os olhos da criança se arregalam no escuro e a tempestade choraminga pela criança. Ambas gostam de ver a lâmpada que oscila. Ambas estão a meio caminho da linguagem. A tempestade tem mãos e asas infantis. A caravana se apressa em direção à Lapônia e a casa sente a constelação de pregos mantendo as suas paredes juntas. A noite está quieta sobre nosso chão (onde todos os passos evanescentes deitam-se como folhas submersas numa lagoa) mas lá fora a noite é selvagem! Uma tempestade mais grave se move sobre todos nós. Aproxima seus lábios de nossa alma e assopra para fazer som. Tememos que a tempestade venha a destruir tudo que está dentro de nós. * Vendo através do solo O sol claro se dissolve na cerração. A luz pinga, cava o seu caminho em direção aos meus olhos subterrâneos que estão lá sob a cidade, e eles vêem a cidade de baixo: ruas, fundações das casas – como fotos aéreas de uma cidade em tempos de guerra mas ao contrário: fotografar da toca... retângulos mudos em cores sombrias. É lá que as coisas acontecem. Ninguém pode diferenciar os ossos dos mortos daqueles dos vivos. A luz do sol cresce, inunda cabinas e cascas. TOMAS TRANSTRÖMER, 83, poeta sueco, venceu o Prêmio Nobel de literatura de 2011. ENAIÊ AZAMBUJA, 24, é tradutora e cursa mestrado em literatura inglesa na Universidade de Estocolmo. PAULO PASTA, 56, é artista plástico.
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Não existe remuneração adicional ou subsídio caso obra atrase, diz Metrô
Em relação à resposta de Raquel Rolnik, a colunista insiste em demonstrar desconhecimento das condições contratuais firmadas entre o poder público e a concessionária ViaQuatro, que opera a Linha 4 do Metrô. Não existe remuneração adicional, muito menos subsídio, em caso de atraso na abertura das estações. A concessionária recebe o valor correspondente à quantidade de passageiros efetivamente transportados multiplicada pela tarifa prevista no contrato. ADELE CLAUDIA NABHAN, chefe do departamento de imprensa do Metrô SP (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Não existe remuneração adicional ou subsídio caso obra atrase, diz MetrôEm relação à resposta de Raquel Rolnik, a colunista insiste em demonstrar desconhecimento das condições contratuais firmadas entre o poder público e a concessionária ViaQuatro, que opera a Linha 4 do Metrô. Não existe remuneração adicional, muito menos subsídio, em caso de atraso na abertura das estações. A concessionária recebe o valor correspondente à quantidade de passageiros efetivamente transportados multiplicada pela tarifa prevista no contrato. ADELE CLAUDIA NABHAN, chefe do departamento de imprensa do Metrô SP (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Mortes: Poeta das causas sociais na zona leste de SP
"Todo bicho tem direito a moradia / Por que eu não teria? / Até cobra debaixo da terra / João-de-barro nos pé de árvore / E o sabiá tem donde morá / E eu? / Onde vô pará?". Os versos do poeta Daniel Marques questionavam a falta de moradias para os pobres e outros problemas sociais, como o racismo e a violência nas periferias. "Gosto de escrever o que sinto. Não me considero um escritor. Vou com o coração", disse a uma amiga. Além de fazer versos, ajudou a criar espaços para que os artistas da periferia possam dizer o que pensam e mostrar as várias formas de arte que criam, como música, dança e poesia. Na adolescência, Daniel foi ator em peças de teatro da Igreja São Paulo Apóstolo, no Itaim Paulista, extremo leste da cidade. Nos anos seguintes, aprendeu outras artes, como a percussão do maracatu e o jongo africano. Em 2009, aos 20 anos, foi um dos criadores do sarau O Que Dizem os Umbigos?, também no Itaim Paulista. No ano seguinte, participou da ocupação da Funarte e de ações contra o congelamento de verbas municipais para a cultura das periferias. Sua luta por mais investimentos na cultura seguiu forte, com a participação em audiências na Câmara Municipal, ocupações culturais e outras ações. Em 2016, um dos projetos que defendia virou lei municipal: o Programa de Fomento à Cultura da Periferia. Daniel foi encontrado morto em 31 de julho, mesmo mês em que completou 28 anos, após problemas de depressão. Publicou seu trabalho em algumas coletâneas mas, na internet, há diversos vídeos onde declama versos que criou. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
cotidiano
Mortes: Poeta das causas sociais na zona leste de SP"Todo bicho tem direito a moradia / Por que eu não teria? / Até cobra debaixo da terra / João-de-barro nos pé de árvore / E o sabiá tem donde morá / E eu? / Onde vô pará?". Os versos do poeta Daniel Marques questionavam a falta de moradias para os pobres e outros problemas sociais, como o racismo e a violência nas periferias. "Gosto de escrever o que sinto. Não me considero um escritor. Vou com o coração", disse a uma amiga. Além de fazer versos, ajudou a criar espaços para que os artistas da periferia possam dizer o que pensam e mostrar as várias formas de arte que criam, como música, dança e poesia. Na adolescência, Daniel foi ator em peças de teatro da Igreja São Paulo Apóstolo, no Itaim Paulista, extremo leste da cidade. Nos anos seguintes, aprendeu outras artes, como a percussão do maracatu e o jongo africano. Em 2009, aos 20 anos, foi um dos criadores do sarau O Que Dizem os Umbigos?, também no Itaim Paulista. No ano seguinte, participou da ocupação da Funarte e de ações contra o congelamento de verbas municipais para a cultura das periferias. Sua luta por mais investimentos na cultura seguiu forte, com a participação em audiências na Câmara Municipal, ocupações culturais e outras ações. Em 2016, um dos projetos que defendia virou lei municipal: o Programa de Fomento à Cultura da Periferia. Daniel foi encontrado morto em 31 de julho, mesmo mês em que completou 28 anos, após problemas de depressão. Publicou seu trabalho em algumas coletâneas mas, na internet, há diversos vídeos onde declama versos que criou. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Obras de Andy Warhol e Frida Kahlo inspiram livro infantil para pintar
Não abra este livro esperando ler apenas uma história. Ele tem várias escondidas. Mas, para começar, é preciso separar uma lista de materiais –cola branca, lápis, tesoura, tintas, borracha... Com tudo à mão, é hora de virar a página e encarar o primeiro personagem: Joan Miró. O pintor espanhol aparece acompanhado de uma pequena explicação sobre sua obra. Mas o mais divertido vem a seguir, nos espaços que o livro tem para pintar e treinar traços, linhas e texturas. Tudo inspirado na obra de Miró. Aí só é pegar os materiais e colocar a mão na massa. O mesmo acontece com outros 17 artistas. Dos mais famosos, como o próprio Miró, Andy Warhol e Frida Kahlo, aos menos conhecidos, como Hannah Höch, uma das criadoras da fotomontagem. Cada um conta com seu espacinho para pintar e desenhar. 'DESENHE, PINTE E CRIE GRAVURAS COMO OS GRANDES ARTISTAS' AUTORA Marion Denchars (tradução Camila Pohlmann) EDITORA Pinakotheke PREÇO R$ 79 INDICAÇÃO a partir de 8 anos
folhinha
Obras de Andy Warhol e Frida Kahlo inspiram livro infantil para pintarNão abra este livro esperando ler apenas uma história. Ele tem várias escondidas. Mas, para começar, é preciso separar uma lista de materiais –cola branca, lápis, tesoura, tintas, borracha... Com tudo à mão, é hora de virar a página e encarar o primeiro personagem: Joan Miró. O pintor espanhol aparece acompanhado de uma pequena explicação sobre sua obra. Mas o mais divertido vem a seguir, nos espaços que o livro tem para pintar e treinar traços, linhas e texturas. Tudo inspirado na obra de Miró. Aí só é pegar os materiais e colocar a mão na massa. O mesmo acontece com outros 17 artistas. Dos mais famosos, como o próprio Miró, Andy Warhol e Frida Kahlo, aos menos conhecidos, como Hannah Höch, uma das criadoras da fotomontagem. Cada um conta com seu espacinho para pintar e desenhar. 'DESENHE, PINTE E CRIE GRAVURAS COMO OS GRANDES ARTISTAS' AUTORA Marion Denchars (tradução Camila Pohlmann) EDITORA Pinakotheke PREÇO R$ 79 INDICAÇÃO a partir de 8 anos
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Imprensa internacional repercute bloqueio do WhatsApp e cita Cunha
Após o bloqueio do WhatsApp iniciado nesta quinta-feira (17) a partir da 0h, a imprensa internacional repercutiu nesta manhã a decisão da Justiça brasileira. Determinado na quarta (16), o bloqueio foi suspenso nesta quinta por volta das 12h, por decisão da 11ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo e o aplicativo voltou a funcionar. Os veículos citam o número massivo de usuários do aplicativo no Brasil, a influência das teles na política nacional e a manifestação do dono do Facebook Mark Zuckerberg na própria rede social, que detém o controle do aplicativo. O francês Le Monde destaca que o bloqueio acontece em meio a um contexto particular no país e cita o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha como um "antigo lobista das teles", além da possibilidade de a Casa "colocar em prática medidas que facilitem a vigilância de internautas e a censura nas redes sociais" O jornal também cita o serviço de voz do WhatsApp como alvo de denúncias por parte das teles, que têm visto o número de clientes cair e pedem a regulamentação do serviço de voz gratuito oferecido pelo aplicativo. "Até aqui o governo se manteve surdo ao apelo", diz o jornal. O britânico The Telegraph diz que o bloqueio vem na esteira do lobby feito em agosto pelas operadoras para tentar tornar o WhatsApp ilegal também em função do serviço de voz gratuito. O jornal também cita que executivos das teles teriam considerado o aplicativo ilegal, não regulamentado e uma"operadora pirata", em comparação às disputas enfrentadas no mundo todo pelo aplicativo de caronas Uber. O espanhol El País cita a afirmação da SindiTelebrasil, organização que reúne empresas de telefonia no país, de que as operadoras não estão envolvidas no caso do bloqueio. Outros veículos repercutiram ainda a manifestação do fundador do aplicativo Jan Koum que disse estar desapontado com a decisão e a postagem do aplicativo Telegram, que disse ter conquistado 1,5 milhão de usuários na madrugada desta quinta por meio do microblog Twitter. POR QUE PAROU? A Folha apurou que a Justiça em São Bernardo do Campo quer que o WhatsApp fique fora do ar no país devido a uma investigação criminal. As autoridades que investigam o caso obtiveram autorização judicial para que o WhatsApp quebrasse o sigilo de dados trocados pelos investigados via aplicativo, mas a empresa não liberou as informações solicitadas. O bloqueio seria uma represália. Em fevereiro, um caso parecido ocorreu no Piauí, quando um juiz também determinou o bloqueio do WhatsApp no Brasil. O objetivo era forçar a empresa dona do aplicativo a colaborar com investigações da polícia do Estado relacionadas a casos de pedofilia. A decisão foi suspensa por um desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí após analisar mandado de segurança impetrado pelas teles.
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Imprensa internacional repercute bloqueio do WhatsApp e cita CunhaApós o bloqueio do WhatsApp iniciado nesta quinta-feira (17) a partir da 0h, a imprensa internacional repercutiu nesta manhã a decisão da Justiça brasileira. Determinado na quarta (16), o bloqueio foi suspenso nesta quinta por volta das 12h, por decisão da 11ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo e o aplicativo voltou a funcionar. Os veículos citam o número massivo de usuários do aplicativo no Brasil, a influência das teles na política nacional e a manifestação do dono do Facebook Mark Zuckerberg na própria rede social, que detém o controle do aplicativo. O francês Le Monde destaca que o bloqueio acontece em meio a um contexto particular no país e cita o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha como um "antigo lobista das teles", além da possibilidade de a Casa "colocar em prática medidas que facilitem a vigilância de internautas e a censura nas redes sociais" O jornal também cita o serviço de voz do WhatsApp como alvo de denúncias por parte das teles, que têm visto o número de clientes cair e pedem a regulamentação do serviço de voz gratuito oferecido pelo aplicativo. "Até aqui o governo se manteve surdo ao apelo", diz o jornal. O britânico The Telegraph diz que o bloqueio vem na esteira do lobby feito em agosto pelas operadoras para tentar tornar o WhatsApp ilegal também em função do serviço de voz gratuito. O jornal também cita que executivos das teles teriam considerado o aplicativo ilegal, não regulamentado e uma"operadora pirata", em comparação às disputas enfrentadas no mundo todo pelo aplicativo de caronas Uber. O espanhol El País cita a afirmação da SindiTelebrasil, organização que reúne empresas de telefonia no país, de que as operadoras não estão envolvidas no caso do bloqueio. Outros veículos repercutiram ainda a manifestação do fundador do aplicativo Jan Koum que disse estar desapontado com a decisão e a postagem do aplicativo Telegram, que disse ter conquistado 1,5 milhão de usuários na madrugada desta quinta por meio do microblog Twitter. POR QUE PAROU? A Folha apurou que a Justiça em São Bernardo do Campo quer que o WhatsApp fique fora do ar no país devido a uma investigação criminal. As autoridades que investigam o caso obtiveram autorização judicial para que o WhatsApp quebrasse o sigilo de dados trocados pelos investigados via aplicativo, mas a empresa não liberou as informações solicitadas. O bloqueio seria uma represália. Em fevereiro, um caso parecido ocorreu no Piauí, quando um juiz também determinou o bloqueio do WhatsApp no Brasil. O objetivo era forçar a empresa dona do aplicativo a colaborar com investigações da polícia do Estado relacionadas a casos de pedofilia. A decisão foi suspensa por um desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí após analisar mandado de segurança impetrado pelas teles.
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Marieta Severo diz que defender MinC não é ignorar saúde e educação
A atriz Marieta Severo, que se apresentou na ocupação do prédio da Funarte no Rio, nesta quinta-feira (19), pediu para que as pessoas parassem de opor as manifestações pela volta do Ministério da Cultura a reivindicações por melhorias na saúde e na educação. "Não coloquem a cultura em uma posição contrária à saúde e à educação", declarou a atriz em um depoimento à página do Circuito Universitário de Cultura e Arte (Cuca) da UNE (União Nacional dos Estudante) depois de se apresentar. "O que nós queremos é construir um país junto com a saúde, junto com a educação, mas dentro de um governo legítimo. Não queremos isso em um governo ilegítimo. Nós não reconhecemos esse governo", acrescentou Marieta sobre o presidente interino Michel Temer. A atriz, que na segunda (16) participou de reunião de artistas contrários ao fim do MinC, leu um poema de Vinicius de Moraes para os participantes da ocupação. Além dela, Otto, Lenine, Frejat e Leoni já se apresentaram no Palácio Capanema, no centro do Rio. Na noite desta sexta-feira (20), o local recebeu Caetano Veloso e Erasmo Carlos. O Rio é uma das 16 capitais com manifestações contra o governo interino. Em todos os Estados, os participantes organizam agendas culturais com shows, oficinas e palestras nos locais. Marieta Severo
ilustrada
Marieta Severo diz que defender MinC não é ignorar saúde e educaçãoA atriz Marieta Severo, que se apresentou na ocupação do prédio da Funarte no Rio, nesta quinta-feira (19), pediu para que as pessoas parassem de opor as manifestações pela volta do Ministério da Cultura a reivindicações por melhorias na saúde e na educação. "Não coloquem a cultura em uma posição contrária à saúde e à educação", declarou a atriz em um depoimento à página do Circuito Universitário de Cultura e Arte (Cuca) da UNE (União Nacional dos Estudante) depois de se apresentar. "O que nós queremos é construir um país junto com a saúde, junto com a educação, mas dentro de um governo legítimo. Não queremos isso em um governo ilegítimo. Nós não reconhecemos esse governo", acrescentou Marieta sobre o presidente interino Michel Temer. A atriz, que na segunda (16) participou de reunião de artistas contrários ao fim do MinC, leu um poema de Vinicius de Moraes para os participantes da ocupação. Além dela, Otto, Lenine, Frejat e Leoni já se apresentaram no Palácio Capanema, no centro do Rio. Na noite desta sexta-feira (20), o local recebeu Caetano Veloso e Erasmo Carlos. O Rio é uma das 16 capitais com manifestações contra o governo interino. Em todos os Estados, os participantes organizam agendas culturais com shows, oficinas e palestras nos locais. Marieta Severo
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Novo restaurante do Maksoud tem receitas autorais a altos preços
No pacote de revitalização do hotel Maksoud Plaza, cuja época áurea foram os anos 1980 -imaginemos um show de Frank Sinatra ali, que beleza-, está a abertura do restaurante 150 Maksoud. Pois bem. Foi uma mudança efetiva se considerarmos os novos ares do cardápio. Seguem intocados, porém, os preços altos, o ambiente démodé, aberto para o hall do hotel, e o serviço caótico. Afora umas mesmices aqui e acolá (filé-mignon com batatas, petit gâteau e seus fiéis seguidores), surgem receitas autorais. Juca Duarte, 31, explicita o aprendizado que acumulou em suas passagens por cozinhas vanguardistas como a do Clos (antes Clos de Tapas), em São Paulo, e a de Quique Dacosta, espanhol três-estrelas "Michelin". Para a salada de atum confit, presunto cru, tangerina e vinagrete de pistache (R$ 55), Duarte submete o peixe a uma cocção a vácuo em baixa temperatura (70ºC), para que ele absorva a potência de sabor e aroma dos temperos -e dá certo. Há um senão: atum e presunto vêm chafurdados em um monte de folhas, é desproporcional. Duarte também faz uso de uma parafernália moderna para defumar os nacos de berinjela (excessivamente perfumados) servidos na companhia de lagostins em ótimo ponto -levemente chapeados e quase crus por dentro (R$ 49)-, envolvidos em um molho de missô adocicado. Quiçá o polvo com purê de castanha-do-pará e molho denso e pujante à base de pequi, limão-siciliano e coentro fresco (R$ 87) seja o prato mais simbólico da nova safra. Ainda que falte acertar a mão no sal, exagerado, o purê sai-se bem (pura castanha) e há coragem no ponto do polvo. As pontas dos tentáculos, tostadas, são crocantes, e seu interior, macio, mas não em demasia -conservam-se as fibras que lhe são características e boas de morder. A ousadia, no entanto, pode soar incômoda vez ou outra. É o caso da sobremesa apoiada na combinação pouco ortodoxa de coco, curry e chocolate, inspirada nos feitos de Ferran Adrià. O bolo de pão-de-ló embebido em leite de coco e curry, com a fruta explorada em outras texturas (in natura, caramelizada e cocada cremosa) e sorvete de cacau, carrega ainda rúcula, que se propõe a trazer certo frescor e picância -mas não cola (R$ 25). E, bem, há uma sequência de erros elementares: o carré de cordeiro (R$ 73), apesar do miolo rosado, é seco e de superfície acinzentada. O pappardelle com ragu de costela (R$ 62) chega à mesa grudado (como pode?). Fazem bom contraponto a costela desmanchando, de sabor intenso, e os tomates pedaçudos, que dão ar rústico ao prato. Fuja do bufê no almoço (R$ 55): nada funciona. Bife à parmigiana esturricado, com queijo rígido; robalo esquecido no réchaud, coitado (dele e dos clientes); legumes idem, molengas e malcuidados. O serviço é um deus-nos-acuda. Lento, atrapalhado e desavisado -difícil arrancar informações sobre os pratos e vinhos. Ok, a casa ainda está engrenando, mas cobra-se alto (entradas até R$ 55, pratos até R$ 99, sobremesas por R$ 29). Há um descompasso. 150 Maksoud QUANDO: dom. a qui., das 12h às 16h e das 19h à 0h; sex. e sáb., 12h às 16h e das 19h à 1h ONDE: Hotel Maksoud Plaza (al. Campinas, 150, Jardim Paulista; tel. (11) 3145-8000
comida
Novo restaurante do Maksoud tem receitas autorais a altos preçosNo pacote de revitalização do hotel Maksoud Plaza, cuja época áurea foram os anos 1980 -imaginemos um show de Frank Sinatra ali, que beleza-, está a abertura do restaurante 150 Maksoud. Pois bem. Foi uma mudança efetiva se considerarmos os novos ares do cardápio. Seguem intocados, porém, os preços altos, o ambiente démodé, aberto para o hall do hotel, e o serviço caótico. Afora umas mesmices aqui e acolá (filé-mignon com batatas, petit gâteau e seus fiéis seguidores), surgem receitas autorais. Juca Duarte, 31, explicita o aprendizado que acumulou em suas passagens por cozinhas vanguardistas como a do Clos (antes Clos de Tapas), em São Paulo, e a de Quique Dacosta, espanhol três-estrelas "Michelin". Para a salada de atum confit, presunto cru, tangerina e vinagrete de pistache (R$ 55), Duarte submete o peixe a uma cocção a vácuo em baixa temperatura (70ºC), para que ele absorva a potência de sabor e aroma dos temperos -e dá certo. Há um senão: atum e presunto vêm chafurdados em um monte de folhas, é desproporcional. Duarte também faz uso de uma parafernália moderna para defumar os nacos de berinjela (excessivamente perfumados) servidos na companhia de lagostins em ótimo ponto -levemente chapeados e quase crus por dentro (R$ 49)-, envolvidos em um molho de missô adocicado. Quiçá o polvo com purê de castanha-do-pará e molho denso e pujante à base de pequi, limão-siciliano e coentro fresco (R$ 87) seja o prato mais simbólico da nova safra. Ainda que falte acertar a mão no sal, exagerado, o purê sai-se bem (pura castanha) e há coragem no ponto do polvo. As pontas dos tentáculos, tostadas, são crocantes, e seu interior, macio, mas não em demasia -conservam-se as fibras que lhe são características e boas de morder. A ousadia, no entanto, pode soar incômoda vez ou outra. É o caso da sobremesa apoiada na combinação pouco ortodoxa de coco, curry e chocolate, inspirada nos feitos de Ferran Adrià. O bolo de pão-de-ló embebido em leite de coco e curry, com a fruta explorada em outras texturas (in natura, caramelizada e cocada cremosa) e sorvete de cacau, carrega ainda rúcula, que se propõe a trazer certo frescor e picância -mas não cola (R$ 25). E, bem, há uma sequência de erros elementares: o carré de cordeiro (R$ 73), apesar do miolo rosado, é seco e de superfície acinzentada. O pappardelle com ragu de costela (R$ 62) chega à mesa grudado (como pode?). Fazem bom contraponto a costela desmanchando, de sabor intenso, e os tomates pedaçudos, que dão ar rústico ao prato. Fuja do bufê no almoço (R$ 55): nada funciona. Bife à parmigiana esturricado, com queijo rígido; robalo esquecido no réchaud, coitado (dele e dos clientes); legumes idem, molengas e malcuidados. O serviço é um deus-nos-acuda. Lento, atrapalhado e desavisado -difícil arrancar informações sobre os pratos e vinhos. Ok, a casa ainda está engrenando, mas cobra-se alto (entradas até R$ 55, pratos até R$ 99, sobremesas por R$ 29). Há um descompasso. 150 Maksoud QUANDO: dom. a qui., das 12h às 16h e das 19h à 0h; sex. e sáb., 12h às 16h e das 19h à 1h ONDE: Hotel Maksoud Plaza (al. Campinas, 150, Jardim Paulista; tel. (11) 3145-8000
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Musical 'Lembro Todo Dia de Você' debate o estigma da Aids hoje
É por meio de lembranças e delírios que Tiago (David Tápias) repassa o abandono do pai na infância, a relação conturbada dentro de casa, a sua homossexualidade e a descoberta, ainda jovem, de que contraiu o vírus HIV. "Lembro Todo Dia de Você", musical que o Núcleo Experimental de Teatro estreia nesta semana em São Paulo, parte da história do jovem fictício para discutir o estigma que envolve a Aids hoje. "Os tratamentos avançaram, mas o preconceito ainda não", diz a diretora musical e dramaturga Fernanda Maia. Segundo ela, a ideia da peça não é tratar de questões técnicas ou estatísticas, mas "dos conflitos diários que as pessoas têm com a situação". Para construir a história, entrevistaram quatro jovens soropositivos, além de contarem com o depoimento do músico Rafa Miranda, 30, compositor do espetáculo e portador do vírus HIV. Ele, que diz ter precisado desconstruir seus próprios estigmas para aprender a viver com a doença, diz que entre os depoimentos encontraram aflições bastante similares, como o receio de contar aos outros sobre o vírus e "a sensação horrível de que a gente é uma bomba transmissora". As cenas do cotidiano de Tiago são costuradas como num mosaico de sua vida. Não têm ordem cronológica. Conectam-se muitas vezes por situações ou sentimentos semelhantes, com personagens que funcionam como duplos. Uma consulta fria com uma médica, por exemplo, é seguida de um momento um tanto conturbado com a mãe (ambas interpretadas pela mesma atriz, Anna Toledo). É uma estrutura que remete à de "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues, alternando memória, alucinação e realidade do protagonista, diz o diretor Zé Henrique de Paula, que também atua na peça. Formado há 12 anos em São Paulo, o Núcleo Experimental de Teatro fez sucesso em 2015 com seu primeiro espetáculo musical: "Urinal", versão de "Urinetown", dos americanos Greg Kotis e Mark Hollmann. Com "Lembro Todo Dia de Você", investe em seu primeiro musical original. * LEMBRO TODO DIA DE VOCÊ QUANDO sex., sáb. e seg., às 20h; dom., às 19h; até 26/6 ONDE Centro Cultural Banco do Brasil, r. Álvares Penteado, 112, tel. (11) 3113-3651/3652 QUANTO R$ 20 CLASSIFICAÇÃO 16 anos
ilustrada
Musical 'Lembro Todo Dia de Você' debate o estigma da Aids hojeÉ por meio de lembranças e delírios que Tiago (David Tápias) repassa o abandono do pai na infância, a relação conturbada dentro de casa, a sua homossexualidade e a descoberta, ainda jovem, de que contraiu o vírus HIV. "Lembro Todo Dia de Você", musical que o Núcleo Experimental de Teatro estreia nesta semana em São Paulo, parte da história do jovem fictício para discutir o estigma que envolve a Aids hoje. "Os tratamentos avançaram, mas o preconceito ainda não", diz a diretora musical e dramaturga Fernanda Maia. Segundo ela, a ideia da peça não é tratar de questões técnicas ou estatísticas, mas "dos conflitos diários que as pessoas têm com a situação". Para construir a história, entrevistaram quatro jovens soropositivos, além de contarem com o depoimento do músico Rafa Miranda, 30, compositor do espetáculo e portador do vírus HIV. Ele, que diz ter precisado desconstruir seus próprios estigmas para aprender a viver com a doença, diz que entre os depoimentos encontraram aflições bastante similares, como o receio de contar aos outros sobre o vírus e "a sensação horrível de que a gente é uma bomba transmissora". As cenas do cotidiano de Tiago são costuradas como num mosaico de sua vida. Não têm ordem cronológica. Conectam-se muitas vezes por situações ou sentimentos semelhantes, com personagens que funcionam como duplos. Uma consulta fria com uma médica, por exemplo, é seguida de um momento um tanto conturbado com a mãe (ambas interpretadas pela mesma atriz, Anna Toledo). É uma estrutura que remete à de "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues, alternando memória, alucinação e realidade do protagonista, diz o diretor Zé Henrique de Paula, que também atua na peça. Formado há 12 anos em São Paulo, o Núcleo Experimental de Teatro fez sucesso em 2015 com seu primeiro espetáculo musical: "Urinal", versão de "Urinetown", dos americanos Greg Kotis e Mark Hollmann. Com "Lembro Todo Dia de Você", investe em seu primeiro musical original. * LEMBRO TODO DIA DE VOCÊ QUANDO sex., sáb. e seg., às 20h; dom., às 19h; até 26/6 ONDE Centro Cultural Banco do Brasil, r. Álvares Penteado, 112, tel. (11) 3113-3651/3652 QUANTO R$ 20 CLASSIFICAÇÃO 16 anos
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Comoção faz polícia adiar investigação sobre morte de família em SC
Devido à comoção causada pela morte de seis pessoas de uma mesma família em Cordilheira Alta (a 560 km de Florianópolis), nesta quinta-feira (26), a polícia decidiu que só irá começar a ouvir familiares, amigos e vizinhos das vítimas na próxima segunda-feira (2). Um inquérito foi aberto para investigar o caso. Os corpos foram encontrados pela empregada da família na manhã desta quinta-feira (26), na comunidade de Fernando Machado. A principal hipótese da polícia é que o técnico agropecuário Alcir Pederssetti, 42, tenha matado a tiros a mulher, a filha de 16 anos, a cunhada, os sogros e depois se suicidado. Segundo a polícia, não havia sinais de arrombamento ou roubo na casa, e um revólver calibre 38 foi achado ao lado do corpo de Alcir, que trabalhava havia dez anos na prefeitura. A arma estava em seu nome e teve o registro renovado pela última vez em 2010. Vizinhos disseram à polícia que ouviram barulho na casa por volta das 4h desta quinta. Após terem sido velados no ginásio da cidade, Alcir, sua mulher, Mônica, 33, a filha do casal, Lana, 16, a irmã de Mônica, Lucimar, 36, e os pais dela, Antônio, 68, e Luiza, 65, foram enterrados por volta das 10h30 desta sexta-feira no cemitério da comunidade. O prefeito Alceu Mazzioni decretou luto oficial de três dias no município. Segundo o agente de polícia Pompílio Claro da Costa, responsável pela delegacia de Cordilheira Alta, a informação de que o casal estava se separando ainda não foi confirmada. "Nenhum dos familiares com quem a gente conversou até agora sabia do problema de relacionamento deles", disse. Alcir não costumava dividir com ninguém assuntos pessoais, segundo Costa. "Ele era muito fechado sobre questões de família." O agente confirmou, porém, que o técnico agropecuário tinha um filho de 14 anos de outro relacionamento. Costa afirma aguardar o laudo pericial com as provas técnicas que indiquem o que aconteceu dentro da casa. "Eles têm dez dias para apresentar o resultado do laudo. Ainda estamos levantando informações. A comoção aqui é muito grande. Não tem como chamar as pessoas e ouvi-las agora", disse.
cotidiano
Comoção faz polícia adiar investigação sobre morte de família em SCDevido à comoção causada pela morte de seis pessoas de uma mesma família em Cordilheira Alta (a 560 km de Florianópolis), nesta quinta-feira (26), a polícia decidiu que só irá começar a ouvir familiares, amigos e vizinhos das vítimas na próxima segunda-feira (2). Um inquérito foi aberto para investigar o caso. Os corpos foram encontrados pela empregada da família na manhã desta quinta-feira (26), na comunidade de Fernando Machado. A principal hipótese da polícia é que o técnico agropecuário Alcir Pederssetti, 42, tenha matado a tiros a mulher, a filha de 16 anos, a cunhada, os sogros e depois se suicidado. Segundo a polícia, não havia sinais de arrombamento ou roubo na casa, e um revólver calibre 38 foi achado ao lado do corpo de Alcir, que trabalhava havia dez anos na prefeitura. A arma estava em seu nome e teve o registro renovado pela última vez em 2010. Vizinhos disseram à polícia que ouviram barulho na casa por volta das 4h desta quinta. Após terem sido velados no ginásio da cidade, Alcir, sua mulher, Mônica, 33, a filha do casal, Lana, 16, a irmã de Mônica, Lucimar, 36, e os pais dela, Antônio, 68, e Luiza, 65, foram enterrados por volta das 10h30 desta sexta-feira no cemitério da comunidade. O prefeito Alceu Mazzioni decretou luto oficial de três dias no município. Segundo o agente de polícia Pompílio Claro da Costa, responsável pela delegacia de Cordilheira Alta, a informação de que o casal estava se separando ainda não foi confirmada. "Nenhum dos familiares com quem a gente conversou até agora sabia do problema de relacionamento deles", disse. Alcir não costumava dividir com ninguém assuntos pessoais, segundo Costa. "Ele era muito fechado sobre questões de família." O agente confirmou, porém, que o técnico agropecuário tinha um filho de 14 anos de outro relacionamento. Costa afirma aguardar o laudo pericial com as provas técnicas que indiquem o que aconteceu dentro da casa. "Eles têm dez dias para apresentar o resultado do laudo. Ainda estamos levantando informações. A comoção aqui é muito grande. Não tem como chamar as pessoas e ouvi-las agora", disse.
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Desde 1968, no México, país-sede não começa os Jogos tão mal como o Brasil
RODRIGO MENEGAT DE SÃO PAULO A última vez que um país-sede da Olimpíada teve, nos cinco primeiros dias de competição, um desempenho pior que o do Brasil foi há 48 anos. Em 1968, na Cidade do México, o México conquistou apenas um bronze no mesmo período. desempenho país-sede nos cinco primeiros dias dos Jogos Com performance decepcionante, os brasileiros haviam conseguido apenas duas medalhas até esta quarta (10): uma de ouro, com a judoca Rafaela Silva, e uma de prata no tiro esportivo, com Felipe Wu. No mesmo período de cinco dias após a abertura dos Jogos, os países-sede costumam mostrar um belo cartão de visitas. Em 2012, o Reino Unido conquistou oito medalhas nesse intervalo. Em 2008, a China conseguiu 26. Em 1980, aconteceu a performance mais impressionante: em Moscou, os soviéticos acumularam 50 pódios logo no período. Até mesmo os gregos, que sediaram os Jogos de Atenas-2004 e que, nos últimos anos, costumam ficar atrás do Brasil no quadro de medalhas, foram anfitriões mais ameaçadores nos primeiros dias de competição. Conseguiram também duas medalhas, mas ambas de ouro. MEXICANOS SUPERARAM LARGADA RUIM Em 1968, na Cidade do México, os anfitriões conseguiram apenas um bronze no período de cinco dias após a abertura. Entretanto, a história daqueles Jogos, os únicos a serem organizados por um país latino-americano antes de 2016, pode servir de consolo para os brasileiros. Apesar da largada ruim, os donos da casa conseguiram se recuperar e terminaram com sua melhor participação na história das Olimpíadas: nove medalhas, três de cada cor, feito que não igualaram até hoje. O Brasil também é um pouco prejudicado na comparação por causa das modalidades em que tem maiores chances de pódio. O país costuma se sair melhor em esportes coletivos, como vôlei e futebol, cujas finais são agendadas perto do fim da competição. Na maioria dos casos, os países costumam ter desempenhos melhores quando sediam a Olimpíada. Levantamento feito pela Folha mostra que, em média, organizar os Jogos rende 13 medalhas a mais que na edição imediatamente anterior. Para cumprir a regra, a delegação brasileira precisa reagir —e os mexicanos de 1968 podem servir como uma boa fonte de inspiração. Brasileiros na Rio-2016
esporte
Desde 1968, no México, país-sede não começa os Jogos tão mal como o Brasil RODRIGO MENEGAT DE SÃO PAULO A última vez que um país-sede da Olimpíada teve, nos cinco primeiros dias de competição, um desempenho pior que o do Brasil foi há 48 anos. Em 1968, na Cidade do México, o México conquistou apenas um bronze no mesmo período. desempenho país-sede nos cinco primeiros dias dos Jogos Com performance decepcionante, os brasileiros haviam conseguido apenas duas medalhas até esta quarta (10): uma de ouro, com a judoca Rafaela Silva, e uma de prata no tiro esportivo, com Felipe Wu. No mesmo período de cinco dias após a abertura dos Jogos, os países-sede costumam mostrar um belo cartão de visitas. Em 2012, o Reino Unido conquistou oito medalhas nesse intervalo. Em 2008, a China conseguiu 26. Em 1980, aconteceu a performance mais impressionante: em Moscou, os soviéticos acumularam 50 pódios logo no período. Até mesmo os gregos, que sediaram os Jogos de Atenas-2004 e que, nos últimos anos, costumam ficar atrás do Brasil no quadro de medalhas, foram anfitriões mais ameaçadores nos primeiros dias de competição. Conseguiram também duas medalhas, mas ambas de ouro. MEXICANOS SUPERARAM LARGADA RUIM Em 1968, na Cidade do México, os anfitriões conseguiram apenas um bronze no período de cinco dias após a abertura. Entretanto, a história daqueles Jogos, os únicos a serem organizados por um país latino-americano antes de 2016, pode servir de consolo para os brasileiros. Apesar da largada ruim, os donos da casa conseguiram se recuperar e terminaram com sua melhor participação na história das Olimpíadas: nove medalhas, três de cada cor, feito que não igualaram até hoje. O Brasil também é um pouco prejudicado na comparação por causa das modalidades em que tem maiores chances de pódio. O país costuma se sair melhor em esportes coletivos, como vôlei e futebol, cujas finais são agendadas perto do fim da competição. Na maioria dos casos, os países costumam ter desempenhos melhores quando sediam a Olimpíada. Levantamento feito pela Folha mostra que, em média, organizar os Jogos rende 13 medalhas a mais que na edição imediatamente anterior. Para cumprir a regra, a delegação brasileira precisa reagir —e os mexicanos de 1968 podem servir como uma boa fonte de inspiração. Brasileiros na Rio-2016
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Especialista explica como conservar melhor suas roupas de inverno
DE SÃO PAULO A especialista em organização Rafaela Oliveira, do Organize Sem Frescuras, ensina como conservar as roupas de frio limpas e sem bolinhas. SEPARE Não misture roupas de lã com outro tipo de tecido. Para reduzir ainda mais o risco de bolinhas, lave a peça no avesso ou dentro de uma fronha ESFRIE A lã deve ser lavada em água fria. Use sabão líquido de coco e não pendure a peça no varal, coloque-a deitada sobre uma toalha para absorver a água LUSTRE Para devolver o brilho e deixar o couro macio, pingue algumas gotas de óleo de amêndoa e espalhe utilizando um pano macio
sobretudo
Especialista explica como conservar melhor suas roupas de inverno DE SÃO PAULO A especialista em organização Rafaela Oliveira, do Organize Sem Frescuras, ensina como conservar as roupas de frio limpas e sem bolinhas. SEPARE Não misture roupas de lã com outro tipo de tecido. Para reduzir ainda mais o risco de bolinhas, lave a peça no avesso ou dentro de uma fronha ESFRIE A lã deve ser lavada em água fria. Use sabão líquido de coco e não pendure a peça no varal, coloque-a deitada sobre uma toalha para absorver a água LUSTRE Para devolver o brilho e deixar o couro macio, pingue algumas gotas de óleo de amêndoa e espalhe utilizando um pano macio
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Aprenda a fazer o tender ao chutney de sidra do Ghee Banqueteria
DANIELLE NAGASE COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Rendimento: 5 pessoas Tempo de preparo: 50 min. MODO DE PREPARO Para o tender Faça cortes na superfície do tender, no sentido do comprimento e da largura (formando um jogo da velha); em seguida, sele a carne em uma frigideira; Finque os cravos entre os cortes e leve para assar em forno preaquecido (160 ºC) com cebola, alho, alecrim, louro e vinho branco por 35 minutos; cubra com papel alumínio Para o chutney Cozinhe as frutas numa panela por 15 minutos em fogo alto; Em seguida, acrescente a sidra, o vinagre e o gengibre; Coloque uma pitada de sal grosso e deixe cozinhar em fogo baixo até engrossar; Disponha o chutney numa travessa, coloque o tender por cima e arrume o carpaccio de abacaxi em volta da carne; sirva em seguida; Ghee Banqueteria. Pedidos (tender ao chutney de sidra; R$ 170/kg) podem ser feitos até 19/12 pelo tel. 3208-0767 ou email contato@ghee.com.br
saopaulo
Aprenda a fazer o tender ao chutney de sidra do Ghee BanqueteriaDANIELLE NAGASE COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Rendimento: 5 pessoas Tempo de preparo: 50 min. MODO DE PREPARO Para o tender Faça cortes na superfície do tender, no sentido do comprimento e da largura (formando um jogo da velha); em seguida, sele a carne em uma frigideira; Finque os cravos entre os cortes e leve para assar em forno preaquecido (160 ºC) com cebola, alho, alecrim, louro e vinho branco por 35 minutos; cubra com papel alumínio Para o chutney Cozinhe as frutas numa panela por 15 minutos em fogo alto; Em seguida, acrescente a sidra, o vinagre e o gengibre; Coloque uma pitada de sal grosso e deixe cozinhar em fogo baixo até engrossar; Disponha o chutney numa travessa, coloque o tender por cima e arrume o carpaccio de abacaxi em volta da carne; sirva em seguida; Ghee Banqueteria. Pedidos (tender ao chutney de sidra; R$ 170/kg) podem ser feitos até 19/12 pelo tel. 3208-0767 ou email contato@ghee.com.br
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Atração irresistível
Na política, poucas forças são tão decisivas quanto a atração exercida pela perspectiva de poder –e poucos partidos terão se revelado tão sensíveis a ela quanto o PMDB. Governista por excelência, a legenda deve sacramentar nesta terça (29) a decisão de romper seu contrato com o PT e abandonar os cargos que ocupa na esfera federal. A hipótese não é inédita; em muitas outras ocasiões o PMDB aventou essa possibilidade, mas se tratava apenas de estratégia para abocanhar nacos maiores do Orçamento. Desta vez, como se sabe, há em jogo muito mais que uma reles ameaça. Ninguém imagina que, após tanto alarde nos últimos dias, a sigla do vice-presidente Michel Temer venha a tomar uma atitude que não seja o desembarque. Pior para a presidente Dilma Rousseff (PT), deve configurar-se uma talvez inédita unanimidade numa agremiação historicamente conhecida pelas divisões internas. A perspectiva de poder não deixou incólumes aqueles que mantinham laços com o Palácio do Planalto. Que esse seja o cenário, e que o próprio governo Dilma trabalhe com ele, dá uma ideia precisa de quanto o PMDB considera provável o impeachment da presidente. O partido jamais arriscaria todas as suas fichas se não se julgasse franco favorito na aposta. Também pudera. Articulado por Temer –ironicamente, o único peemedebista que não entregará seu cargo–, o rompimento por aclamação produzirá consequências em diversas outras agremiações. Está à vista de todos o que aliados de Dilma têm chamado de "efeito manada". Legendas como PP, PR e PSD dificilmente resistirão à atração que o PMDB passará a exercer. Juntas, elas somam 121 deputados federais, número suficiente para fazer a diferença na votação do impeachment. Contam-se hoje 152 deputados favoráveis ao afastamento da presidente. Acrescidos de 69 peemedebistas e de 121 daquela trinca partidária, montam a 342, exatamente o mínimo necessário para aprovar o processo na Câmara e enviá-lo para apreciação do Senado. Isso, bem entendido, se todos dessas siglas atuarem em uníssono. A fim de barrar tal unidade, o Planalto usará contra o PMDB os cargos que este deixará vagos. Seriam quase 500 postos à disposição para futuras negociações com o governo petista –caso este sobreviva ao impeachment, naturalmente. Em 1992, o presidente Fernando Collor, então no PRN, adotou a mesma estratégia dias antes de o plenário da Câmara tomar sua decisão. A história é conhecida. Pouco importa quem segura a caneta hoje; para a maioria dos deputados, interessa apenas quem poderá assinar decretos amanhã. O PMDB tem certeza de que ela não estará nas mãos de Dilma Rousseff. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Atração irresistívelNa política, poucas forças são tão decisivas quanto a atração exercida pela perspectiva de poder –e poucos partidos terão se revelado tão sensíveis a ela quanto o PMDB. Governista por excelência, a legenda deve sacramentar nesta terça (29) a decisão de romper seu contrato com o PT e abandonar os cargos que ocupa na esfera federal. A hipótese não é inédita; em muitas outras ocasiões o PMDB aventou essa possibilidade, mas se tratava apenas de estratégia para abocanhar nacos maiores do Orçamento. Desta vez, como se sabe, há em jogo muito mais que uma reles ameaça. Ninguém imagina que, após tanto alarde nos últimos dias, a sigla do vice-presidente Michel Temer venha a tomar uma atitude que não seja o desembarque. Pior para a presidente Dilma Rousseff (PT), deve configurar-se uma talvez inédita unanimidade numa agremiação historicamente conhecida pelas divisões internas. A perspectiva de poder não deixou incólumes aqueles que mantinham laços com o Palácio do Planalto. Que esse seja o cenário, e que o próprio governo Dilma trabalhe com ele, dá uma ideia precisa de quanto o PMDB considera provável o impeachment da presidente. O partido jamais arriscaria todas as suas fichas se não se julgasse franco favorito na aposta. Também pudera. Articulado por Temer –ironicamente, o único peemedebista que não entregará seu cargo–, o rompimento por aclamação produzirá consequências em diversas outras agremiações. Está à vista de todos o que aliados de Dilma têm chamado de "efeito manada". Legendas como PP, PR e PSD dificilmente resistirão à atração que o PMDB passará a exercer. Juntas, elas somam 121 deputados federais, número suficiente para fazer a diferença na votação do impeachment. Contam-se hoje 152 deputados favoráveis ao afastamento da presidente. Acrescidos de 69 peemedebistas e de 121 daquela trinca partidária, montam a 342, exatamente o mínimo necessário para aprovar o processo na Câmara e enviá-lo para apreciação do Senado. Isso, bem entendido, se todos dessas siglas atuarem em uníssono. A fim de barrar tal unidade, o Planalto usará contra o PMDB os cargos que este deixará vagos. Seriam quase 500 postos à disposição para futuras negociações com o governo petista –caso este sobreviva ao impeachment, naturalmente. Em 1992, o presidente Fernando Collor, então no PRN, adotou a mesma estratégia dias antes de o plenário da Câmara tomar sua decisão. A história é conhecida. Pouco importa quem segura a caneta hoje; para a maioria dos deputados, interessa apenas quem poderá assinar decretos amanhã. O PMDB tem certeza de que ela não estará nas mãos de Dilma Rousseff. editoriais@grupofolha.com.br
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José Renato Nalini e Wilson Levy: Novos amigos para a Justiça
O Judiciário brasileiro enfrenta um enorme desafio: a cultura do litígio. De acordo com dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), estão em andamento mais de 100 milhões de processos judiciais no país. Fazendo uma contabilidade simplória, se cada processo envolver ao menos duas partes, é como se todos os 200 milhões brasileiros estivessem a litigar, inclusive as crianças, os interditados e os inimputáveis nos termos da lei. É evidente que o cálculo não espelha a realidade. O percentual de ações envolvendo indivíduos é ínfimo se comparado aos movidos pelos clientes habituais do sistema Justiça: o poder público e as empresas prestadoras de serviços. No Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), o quadro não é menos complexo: são 44,2 mil servidores, 2.000 juízes e 352 desembargadores responsáveis por gerir 21,3 milhões de processos. Todos premidos por um Orçamento de cerca de R$ 9,5 bilhões, dos quais 95,7% estão comprometidos com a folha de pagamento. Como lidar com esse cenário? A resposta fornecida pelo senso comum aponta para a equação mais processos/mais servidores/mais juízes. Só que não há almoço grátis: se essa opção for levada a sério, a sociedade pagará a conta. Daí a necessidade de repensar a cultura corporativa e o aprofundamento do diálogo com toda a sociedade. É o que pretendem os programas Empresa Amiga da Justiça e Município Amigo da Justiça. Instituídos pelas portarias nº 9.126 e nº 9.127, ambas de 2015, são políticas públicas judiciárias orientadas a estabelecer uma nova forma de o TJ-SP se relacionar com as instituições. Articuladas com a Estratégia Nacional de Não Judicialização, do Ministério da Justiça, e a Política Nacional de Atenção Prioritária ao Primeiro Grau de Jurisdição, do CNJ, os programas têm como foco o estabelecimento de compromissos de redução de ações judiciais novas, por meio de metas construídas de maneira dialogada com os participantes –empresas e municípios. Ao aderir à iniciativa, os parceiros receberão um selo estilizado. Essa certificação poderá ser utilizada na divulgação das marcas e na prestação de contas dos gestores públicos. O setor produtivo já incorporou novos valores, como a responsabilidade ambiental e a proteção das crianças. Nos EUA, empresas se engajam na defesa de questões que vão do estímulo a uma vida saudável à defesa do casamento gay. Por que não instituir como novo valor corporativo a responsabilidade judicial, baseado na opção por não recorrer ao Judiciário? Que tal considerar o grau de responsabilidade judicial de uma empresa no cálculo de seu valor, inclusive no mercado de capitais? A medida está adequada aos novos modelos de governança corporativa e regras de "compliance", que impõem políticas internas rigorosas para o relacionamento das empresas com clientes, investidores e o poder público. Conciliação, mediação e as formas alternativas de solução de conflitos convergem para esse fim. Já o programa destinado aos municípios terá importante função pedagógica. É importante que a população saiba quanto custa manter o Judiciário e que possa avaliar como seu prefeito trata o assunto. Por que não optar pelo protesto da dívida ativa junto aos cartórios, celeiros de eficiência e inovação? A taxa de recuperação de crédito nessa modalidade é maior do que no sistema judicial das execuções fiscais, que custam, de acordo com o Ipea, cerca de R$ 4,4 mil e têm tramitação de quase dez anos. A Justiça do século 21 não pode mais se fechar em si mesma, o que sempre deu margem a incompreensões sobre seu papel. Deve se abrir à sociedade civil e chamá-la ao exercício da cidadania, sendo parte de seu processo de aperfeiçoamento. Deve, portanto, contar com o auxílio de novos amigos. JOSÉ RENATO NALINI, 69, doutor em direito pela USP, é presidente do TJ-SP - Tribunal de Justiça de São Paulo WILSON LEVY, 29, doutorando em direito pela PUC-SP, é diretor da presidência do TJ-SP * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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José Renato Nalini e Wilson Levy: Novos amigos para a JustiçaO Judiciário brasileiro enfrenta um enorme desafio: a cultura do litígio. De acordo com dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), estão em andamento mais de 100 milhões de processos judiciais no país. Fazendo uma contabilidade simplória, se cada processo envolver ao menos duas partes, é como se todos os 200 milhões brasileiros estivessem a litigar, inclusive as crianças, os interditados e os inimputáveis nos termos da lei. É evidente que o cálculo não espelha a realidade. O percentual de ações envolvendo indivíduos é ínfimo se comparado aos movidos pelos clientes habituais do sistema Justiça: o poder público e as empresas prestadoras de serviços. No Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), o quadro não é menos complexo: são 44,2 mil servidores, 2.000 juízes e 352 desembargadores responsáveis por gerir 21,3 milhões de processos. Todos premidos por um Orçamento de cerca de R$ 9,5 bilhões, dos quais 95,7% estão comprometidos com a folha de pagamento. Como lidar com esse cenário? A resposta fornecida pelo senso comum aponta para a equação mais processos/mais servidores/mais juízes. Só que não há almoço grátis: se essa opção for levada a sério, a sociedade pagará a conta. Daí a necessidade de repensar a cultura corporativa e o aprofundamento do diálogo com toda a sociedade. É o que pretendem os programas Empresa Amiga da Justiça e Município Amigo da Justiça. Instituídos pelas portarias nº 9.126 e nº 9.127, ambas de 2015, são políticas públicas judiciárias orientadas a estabelecer uma nova forma de o TJ-SP se relacionar com as instituições. Articuladas com a Estratégia Nacional de Não Judicialização, do Ministério da Justiça, e a Política Nacional de Atenção Prioritária ao Primeiro Grau de Jurisdição, do CNJ, os programas têm como foco o estabelecimento de compromissos de redução de ações judiciais novas, por meio de metas construídas de maneira dialogada com os participantes –empresas e municípios. Ao aderir à iniciativa, os parceiros receberão um selo estilizado. Essa certificação poderá ser utilizada na divulgação das marcas e na prestação de contas dos gestores públicos. O setor produtivo já incorporou novos valores, como a responsabilidade ambiental e a proteção das crianças. Nos EUA, empresas se engajam na defesa de questões que vão do estímulo a uma vida saudável à defesa do casamento gay. Por que não instituir como novo valor corporativo a responsabilidade judicial, baseado na opção por não recorrer ao Judiciário? Que tal considerar o grau de responsabilidade judicial de uma empresa no cálculo de seu valor, inclusive no mercado de capitais? A medida está adequada aos novos modelos de governança corporativa e regras de "compliance", que impõem políticas internas rigorosas para o relacionamento das empresas com clientes, investidores e o poder público. Conciliação, mediação e as formas alternativas de solução de conflitos convergem para esse fim. Já o programa destinado aos municípios terá importante função pedagógica. É importante que a população saiba quanto custa manter o Judiciário e que possa avaliar como seu prefeito trata o assunto. Por que não optar pelo protesto da dívida ativa junto aos cartórios, celeiros de eficiência e inovação? A taxa de recuperação de crédito nessa modalidade é maior do que no sistema judicial das execuções fiscais, que custam, de acordo com o Ipea, cerca de R$ 4,4 mil e têm tramitação de quase dez anos. A Justiça do século 21 não pode mais se fechar em si mesma, o que sempre deu margem a incompreensões sobre seu papel. Deve se abrir à sociedade civil e chamá-la ao exercício da cidadania, sendo parte de seu processo de aperfeiçoamento. Deve, portanto, contar com o auxílio de novos amigos. JOSÉ RENATO NALINI, 69, doutor em direito pela USP, é presidente do TJ-SP - Tribunal de Justiça de São Paulo WILSON LEVY, 29, doutorando em direito pela PUC-SP, é diretor da presidência do TJ-SP * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Construtora nega querer protelar remessa de papéis
A Odebrecht refuta que tenha contratado advogados na Suíça para protelar a remessa de documentos sobre o suposto pagamento de propina a Paulo Roberto Costa. Em nota, diz: "Uma das maiores multinacionais brasileiras, a Odebrecht atua no exterior há 35 anos e mantém uma relevante presença em mais de 20 países. Possui escritórios, plantas industriais, operações e mais de 70 mil integrantes no exterior. A empresa mantém contas bancárias legalmente declaradas em diversos países, assim como contratos com consultorias administrativas, jurídicas e financeiras para apoiar seus negócios. Nenhuma delas foi contratada para bloquear informações legalmente requisitadas por autoridades brasileiras". A Odebrecht já havia negado ter pago suborno para obter obras na Petrobras. Refutou de maneira veemente que Rogério Araújo tenha intermediado o pagamento de propina para Costa e Pedro Barusco. Para a empresa, essas versões são fruto de "questionável delação premiada".
poder
Construtora nega querer protelar remessa de papéisA Odebrecht refuta que tenha contratado advogados na Suíça para protelar a remessa de documentos sobre o suposto pagamento de propina a Paulo Roberto Costa. Em nota, diz: "Uma das maiores multinacionais brasileiras, a Odebrecht atua no exterior há 35 anos e mantém uma relevante presença em mais de 20 países. Possui escritórios, plantas industriais, operações e mais de 70 mil integrantes no exterior. A empresa mantém contas bancárias legalmente declaradas em diversos países, assim como contratos com consultorias administrativas, jurídicas e financeiras para apoiar seus negócios. Nenhuma delas foi contratada para bloquear informações legalmente requisitadas por autoridades brasileiras". A Odebrecht já havia negado ter pago suborno para obter obras na Petrobras. Refutou de maneira veemente que Rogério Araújo tenha intermediado o pagamento de propina para Costa e Pedro Barusco. Para a empresa, essas versões são fruto de "questionável delação premiada".
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Terrorista disse a reféns de mercado parisiense que vingava Estado Islâmico
Amedy Coulibaly, o terrorista que manteve 19 reféns num supermercado judeu de Paris na sexta (9), disse aos sequestrados que atuava para vingar a milícia radical Estado Islâmico (EI). A conversa entre Coulibaly e os reféns foi obtida pela rádio francesa RTL, que ligou para o supermercado "Hyper Cacher" e pôde escutar o diálogo depois de o telefone não ter sido desligado corretamente. O jihadista disse estar motivado pela ação militar francesa no Mali, os bombardeios ocidentais na Síria e a apatia da população ocidental a respeito, o que, para ele, respalda as ações de seus respectivos governos. "Em primeiro lugar, vocês que elegem seus governos e esses governos nunca esconderam que fariam guerra no Mali ou em outras partes. Vocês que os financiam. Pagam impostos e estão de acordo", disse aos reféns, segundo a RTL. O agressor disse também que é necessário que parem de atacar o Estado Islâmico e de "prender nossos irmãos por nenhum motivo". "Manifestem-se e digam: 'deixem os muçulmanos tranquilos'. Por que não fazê-lo?", questionou às pessoas retidas no supermercado, e afirmou que, de acordo com "a lei do Talião", se "suas crianças, mulheres e combatentes são atacados, eles atacam quem os combate". Coulibaly, também suspeito de ter assassinado na quinta-feira uma policial municipal em Montrouge, morreu na operação das forças especiais francesas para pôr fim ao sequestro, que acabou com quatro reféns mortos e quatro policiais feridos.
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Terrorista disse a reféns de mercado parisiense que vingava Estado IslâmicoAmedy Coulibaly, o terrorista que manteve 19 reféns num supermercado judeu de Paris na sexta (9), disse aos sequestrados que atuava para vingar a milícia radical Estado Islâmico (EI). A conversa entre Coulibaly e os reféns foi obtida pela rádio francesa RTL, que ligou para o supermercado "Hyper Cacher" e pôde escutar o diálogo depois de o telefone não ter sido desligado corretamente. O jihadista disse estar motivado pela ação militar francesa no Mali, os bombardeios ocidentais na Síria e a apatia da população ocidental a respeito, o que, para ele, respalda as ações de seus respectivos governos. "Em primeiro lugar, vocês que elegem seus governos e esses governos nunca esconderam que fariam guerra no Mali ou em outras partes. Vocês que os financiam. Pagam impostos e estão de acordo", disse aos reféns, segundo a RTL. O agressor disse também que é necessário que parem de atacar o Estado Islâmico e de "prender nossos irmãos por nenhum motivo". "Manifestem-se e digam: 'deixem os muçulmanos tranquilos'. Por que não fazê-lo?", questionou às pessoas retidas no supermercado, e afirmou que, de acordo com "a lei do Talião", se "suas crianças, mulheres e combatentes são atacados, eles atacam quem os combate". Coulibaly, também suspeito de ter assassinado na quinta-feira uma policial municipal em Montrouge, morreu na operação das forças especiais francesas para pôr fim ao sequestro, que acabou com quatro reféns mortos e quatro policiais feridos.
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O paradoxo do STJ
O STJ (Superior Tribunal de Justiça), cuja presidência tive a honra de assumir no dia 1º de setembro, é uma imponente estrutura administrativa, com quase 5.000 colaboradores (entre servidores, comissionados, estagiários e terceirizados) e orçamento de R$ 1,164 bilhão para 2016. Nada, entretanto, parece excessivo ante as colossais dimensões que suas tarefas adquiriram nos últimos anos. Para se ter uma ideia, de janeiro a dezembro de 2015 chegaram 327.841 novos casos ao tribunal. No primeiro semestre deste ano, o número de processos recebidos já havia superado em 20% o do mesmo período do ano passado. Frente a tal volume de trabalho, o STJ tem apelado para a criatividade e a tecnologia. Novas ferramentas de triagem vêm sendo utilizadas, com grande êxito, para permitir o julgamento sumário de feitos com vícios processuais ou para dar à parte a oportunidade de corrigir tais vícios, quando sanáveis, ainda antes da distribuição. Por mais exitosos que se mostrem os esforços do tribunal ao lidar com os desafios impostos pela demanda, e por mais necessários que eles sejam, o fato é que vivemos um paradoxo: quanto mais julgamos, mais nos distanciamos daquilo que é, essencialmente, a nossa missão constitucional. O STJ foi criado em 1988 para equalizar a interpretação do direito federal infraconstitucional, assegurando, por meio do julgamento do recurso especial, a aplicação uniforme das leis em todo o país. Entretanto, a crescente judicialização, a ampliação do acesso à Justiça, a consciência cada vez maior dos cidadãos acerca de seus direitos, a própria existência de novos direitos e a multiplicação de conflitos numa sociedade mais complexa -tudo aliado a um sistema recursal ainda bastante permissivo- tendem a transformar os tribunais em usinas de processamento de feitos, e os magistrados, em gerentes dessa linha de produção. É preciso julgar menos, mais rápido e com qualidade. No caso específico do STJ, o recurso especial tem sido utilizado para todo e qualquer questionamento quanto à aplicação de lei federal, mesmo quando a solução da controvérsia não repercuta senão para as partes diretamente envolvidas. Enquanto isso, questões realmente importantes do ponto de vista jurídico, político, social ou econômico, com reflexos para todo o país, ficam na fila, aguardando a atenção dos ministros. A Proposta de Emenda Constitucional 209/2012, que condiciona a admissão do recurso especial ao reconhecimento da relevância da questão federal discutida, representa uma esperança de que o STJ retome o caminho que lhe foi traçado pelo constituinte. A matéria aguarda o pronunciamento do plenário da Câmara dos Deputados, após o que terá de passar pelo Senado. É urgente que o Congresso Nacional aprove a PEC 209 para corrigir o desvirtuamento da função institucional do STJ, hoje mais ocupado em resolver casos individuais do que em definir teses jurídicas relevantes para a sociedade. Como a construção de uma jurisprudência sólida, abrangente e uniforme favorece a prestação jurisdicional em todas as instâncias, esta será também uma importante contribuição para resolver o crônico problema da morosidade, o maior dos pecados da nossa Justiça. LAURITA VAZ, é presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Foi promotora de Justiça do Ministério Público de Goiás e do procuradora da República do Ministério Público Federal PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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O paradoxo do STJO STJ (Superior Tribunal de Justiça), cuja presidência tive a honra de assumir no dia 1º de setembro, é uma imponente estrutura administrativa, com quase 5.000 colaboradores (entre servidores, comissionados, estagiários e terceirizados) e orçamento de R$ 1,164 bilhão para 2016. Nada, entretanto, parece excessivo ante as colossais dimensões que suas tarefas adquiriram nos últimos anos. Para se ter uma ideia, de janeiro a dezembro de 2015 chegaram 327.841 novos casos ao tribunal. No primeiro semestre deste ano, o número de processos recebidos já havia superado em 20% o do mesmo período do ano passado. Frente a tal volume de trabalho, o STJ tem apelado para a criatividade e a tecnologia. Novas ferramentas de triagem vêm sendo utilizadas, com grande êxito, para permitir o julgamento sumário de feitos com vícios processuais ou para dar à parte a oportunidade de corrigir tais vícios, quando sanáveis, ainda antes da distribuição. Por mais exitosos que se mostrem os esforços do tribunal ao lidar com os desafios impostos pela demanda, e por mais necessários que eles sejam, o fato é que vivemos um paradoxo: quanto mais julgamos, mais nos distanciamos daquilo que é, essencialmente, a nossa missão constitucional. O STJ foi criado em 1988 para equalizar a interpretação do direito federal infraconstitucional, assegurando, por meio do julgamento do recurso especial, a aplicação uniforme das leis em todo o país. Entretanto, a crescente judicialização, a ampliação do acesso à Justiça, a consciência cada vez maior dos cidadãos acerca de seus direitos, a própria existência de novos direitos e a multiplicação de conflitos numa sociedade mais complexa -tudo aliado a um sistema recursal ainda bastante permissivo- tendem a transformar os tribunais em usinas de processamento de feitos, e os magistrados, em gerentes dessa linha de produção. É preciso julgar menos, mais rápido e com qualidade. No caso específico do STJ, o recurso especial tem sido utilizado para todo e qualquer questionamento quanto à aplicação de lei federal, mesmo quando a solução da controvérsia não repercuta senão para as partes diretamente envolvidas. Enquanto isso, questões realmente importantes do ponto de vista jurídico, político, social ou econômico, com reflexos para todo o país, ficam na fila, aguardando a atenção dos ministros. A Proposta de Emenda Constitucional 209/2012, que condiciona a admissão do recurso especial ao reconhecimento da relevância da questão federal discutida, representa uma esperança de que o STJ retome o caminho que lhe foi traçado pelo constituinte. A matéria aguarda o pronunciamento do plenário da Câmara dos Deputados, após o que terá de passar pelo Senado. É urgente que o Congresso Nacional aprove a PEC 209 para corrigir o desvirtuamento da função institucional do STJ, hoje mais ocupado em resolver casos individuais do que em definir teses jurídicas relevantes para a sociedade. Como a construção de uma jurisprudência sólida, abrangente e uniforme favorece a prestação jurisdicional em todas as instâncias, esta será também uma importante contribuição para resolver o crônico problema da morosidade, o maior dos pecados da nossa Justiça. LAURITA VAZ, é presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Foi promotora de Justiça do Ministério Público de Goiás e do procuradora da República do Ministério Público Federal PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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