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Para oposição, rebaixamento é fruto da falta de credibilidade do governo
Senadores de oposição avaliaram nesta quarta (16) que o rebaixamento do país pela agência de classificação de risco Fitch demonstra a falta de credibilidade que o governo da presidente Dilma Rousseff tem no cenário econômico. "O Brasil precisa do início de um novo ciclo de governo que restaure a confiança e credibilidade perdidas e que nos permita a adoção de uma agenda de reformas estruturais para garantir a recuperação das contas públicas, o crescimento e as conquistas sociais. Infelizmente, o governo não tem credibilidade para liderar este processo", afirmou o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, em nota. Para o tucano, o ajuste fiscal proposto pelo governo ao longo do ano para recuperar a economia "não surtiu os efeitos anunciados". "A presidente Dilma não tem apoio político de sua base para aprovar reformas estruturais e colocou o Brasil em uma trajetória de crescimento da dívida que é insustentável", afirmou. O tucano avaliou ainda que os indicadores econômicos do país devem continuar a piorar nos próximos meses. "Todos os avanços das últimas décadas no país estão em risco", disse. A agência de classificação de risco Fitch retirou nesta quarta-feira (16) o selo de bom pagador do Brasil. Agora, o país é considerado grau especulativo por duas agências —além da Fitch, a Standard & Poor's já tinha cortado a nota brasileira, em setembro. A nota do país foi cortada de BBB- para BB+. A perspectiva permanece negativa, o que significa que a Fitch pode voltar a rebaixar o Brasil nos próximos meses. O senador Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM no Senado, também afirmou que não são os setores produtivos da economia que colaboram para a queda da economia e, sim, os próprios erros do governo. "Não está sendo o desempenho de nossos setores produtivos, adversidades climáticas ou a concorrência estrangeira que estão derrubando nossa economia. São os próprios erros do governo, que não tem mais condições de tirar o País dessa situação criada pela presidente. O mundo todo já viu que caminhamos para o abismo e a classe política está pagando pra ver", disse. O líder do PMDB na Casa, senador Eunício Oliveira (CE), afirmou que o resultado já era esperado. "A economia, embora o Congresso Nacional tenha contribuído, com a sugestão de propostas da Agenda Brasil, não deu respostas", disse. Já o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que a economia só irá se recuperar de fato quando a crise política se dissipar. Por isso, ele defendeu que o Congresso analise o mais rapidamente possível o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. "Há uma expectativa negativa sobre o país. É uma coisa preocupante e reflete as preocupações sobre o clima de instabilidade política que acaba repercutindo sobre os ânimos de outros setores, como o da economia", disse.
poder
Para oposição, rebaixamento é fruto da falta de credibilidade do governoSenadores de oposição avaliaram nesta quarta (16) que o rebaixamento do país pela agência de classificação de risco Fitch demonstra a falta de credibilidade que o governo da presidente Dilma Rousseff tem no cenário econômico. "O Brasil precisa do início de um novo ciclo de governo que restaure a confiança e credibilidade perdidas e que nos permita a adoção de uma agenda de reformas estruturais para garantir a recuperação das contas públicas, o crescimento e as conquistas sociais. Infelizmente, o governo não tem credibilidade para liderar este processo", afirmou o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, em nota. Para o tucano, o ajuste fiscal proposto pelo governo ao longo do ano para recuperar a economia "não surtiu os efeitos anunciados". "A presidente Dilma não tem apoio político de sua base para aprovar reformas estruturais e colocou o Brasil em uma trajetória de crescimento da dívida que é insustentável", afirmou. O tucano avaliou ainda que os indicadores econômicos do país devem continuar a piorar nos próximos meses. "Todos os avanços das últimas décadas no país estão em risco", disse. A agência de classificação de risco Fitch retirou nesta quarta-feira (16) o selo de bom pagador do Brasil. Agora, o país é considerado grau especulativo por duas agências —além da Fitch, a Standard & Poor's já tinha cortado a nota brasileira, em setembro. A nota do país foi cortada de BBB- para BB+. A perspectiva permanece negativa, o que significa que a Fitch pode voltar a rebaixar o Brasil nos próximos meses. O senador Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM no Senado, também afirmou que não são os setores produtivos da economia que colaboram para a queda da economia e, sim, os próprios erros do governo. "Não está sendo o desempenho de nossos setores produtivos, adversidades climáticas ou a concorrência estrangeira que estão derrubando nossa economia. São os próprios erros do governo, que não tem mais condições de tirar o País dessa situação criada pela presidente. O mundo todo já viu que caminhamos para o abismo e a classe política está pagando pra ver", disse. O líder do PMDB na Casa, senador Eunício Oliveira (CE), afirmou que o resultado já era esperado. "A economia, embora o Congresso Nacional tenha contribuído, com a sugestão de propostas da Agenda Brasil, não deu respostas", disse. Já o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que a economia só irá se recuperar de fato quando a crise política se dissipar. Por isso, ele defendeu que o Congresso analise o mais rapidamente possível o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. "Há uma expectativa negativa sobre o país. É uma coisa preocupante e reflete as preocupações sobre o clima de instabilidade política que acaba repercutindo sobre os ânimos de outros setores, como o da economia", disse.
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Veteranos enfrentam 'ferida moral' após guerras no Iraque e Afeganistão
"Foi um dia como outro qualquer em Mossul", começou a contar o soldado, com a voz trêmula. O sargento Marshall Powers respirou fundo. Ele não conseguia olhar para os outros três soldados presentes à sessão de terapia em grupo. Poucas vezes antes ele tinha falado de seu segredo —a história da garotinha que foi parar em seu hospital durante a guerra no Iraque, quando ele foi enfermeiro do Exército. Ela tinha uma ferida grave no peito, e seus olhos castanhos lhe suplicavam por ajuda. Sempre que ele pensava nela, desde aquele dia, a frase "eu matei a menina" ecoava em sua cabeça. Powell manteve os olhos fixos nas páginas que tinha escrito. Ele recordou o caos após uma explosão de bomba naquele dia de agosto de 2007, os veículos chegando em alta velocidade com civis iraquianos ensanguentados. Por volta da meia-noite, Powell assumiu a direção da área onde estavam os feridos com poucas chances de sobrevivência. Foi ali que ele viu a menina, em meio a muitos corpos mutilados. Ela era muito pequena; devia ter seis anos de idade e estava deitada no chão. Seu rosto angelical o lembrou de sua sobrinha no Oklahoma, onde ele vivia. Na sala da terapia em grupo, os olhos de Powell começaram a se encher de lágrimas quando recordou a menina. "Não podia deixá-la ficar deitada ali, sofrendo." Um médico encheu uma seringa de analgésicos. Powell injetou doses seguidas no soro da garotinha. "Ela sorriu para mim", contou aos outros presentes, "e eu sorri de volta. Então ela respirou pela última vez". CONSCIÊNCIA TORTURADA Antes da guerra, Powell era alguém que se concentrava em Deus, na fé e em salvar vidas, não em fazer alguma coisa que pudesse pôr fim a uma existência. Quando a garotinha morreu, ele perdeu seu senso de objetivo na vida. Então se viu em uma sala impessoal numa base naval em San Diego, tentando desesperadamente salvar sua própria existência, que parecia estar desabando. Naquele dia, estava cercado por outros veteranos de guerra que tinham sofrido como ele próprio sofreu: um sargento do Exército que entrou em choque e ficou imóvel, sem conseguir ajudar um companheiro cujas pernas foram decepadas numa explosão no Afeganistão. Um fuzileiro naval cujo companheiro mais jovem levou um tiro fatal depois de o fuzileiro tê-lo convencido a trocar de posto no Iraque. Um homem da Marinha que se enfureceu e espancou um cidadão iraquiano. Como Powell, eles passaram anos remoendo ações que torturaram sua consciência. "Almas angustiadas" é como alguns especialistas descrevem essa lesão psicológica deixada pela guerra, algo que hoje é identificado como "ferida moral". Diferentemente do transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), que é baseado no medo e na sensação de que sua vida está ameaçada, a ferida moral gera sentimentos de culpa e vergonha devido a algo que foi feito ou testemunhado e que contradiz os valores da pessoa. A ideia de que militares possam sentir remorso pelos horrores cometidos em campos de batalha não é nova, mas a ferida moral vem ganhando repercussão após as guerras no Iraque e no Afeganistão. Os profissionais de saúde mental a apontam como uma das razões pelas quais alguns veteranos de guerra não melhoram com o tratamento do TEPT. TRATAMENTO Atualmente, a Marinha americana promove um dos primeiros programas de tratamento voltado a esse problema —o programa que Powell encontrou. No entanto, ainda se discute se a ferida moral faz parte do TEPT ou se é uma condição distinta. Não há diagnóstico médico formal de ferida moral. Psiquiatras que tratam de pacientes com ferida moral acreditam que essa condição contribua para o alto índice de suicídio entre veteranos de guerra, que correspondem a um em cada cinco suicídios nos Estados Unidos. Segundo os médicos, é perigoso ignorar o problema, já que seu tratamento é distinto do tratamento do TEPT. As pessoas que sofrem de TEPT podem ser ajudadas com tratamento medicamentoso e ajuda psicológica que as incentivem a reviver o incidente que desencadeou o estresse, para que consigam trabalhar o medo. Mas, para uma pessoa que considera que o que aconteceu foi moralmente errado, reviver o que aconteceu pode apenas reafirmar essa crença. Psicólogos estão constatando que os veteranos de guerra que são seus pacientes param de se punir quando percebem que o ato cometido não os define como pessoas. Para os especialistas, os veteranos se consolam ao conversar com outros veteranos, porque apenas quem viveu uma guerra na carne pode realmente entender a complexidade moral que é enfrentada no campo de batalha. "A dor aproxima as pessoas e cria um vínculo inquebrável", disse Elvin Carey, de Murrieta, Califórnia, cujo colega fuzileiro naval morreu depois de ter trocado de posto com Carey. RECUPERAÇÃO O sargento Powell é um homem amigável que se sente em paz trabalhando na fazenda de sua família em Crescent, Oklahoma. Ele quis compartilhar sua história para incentivar outras pessoas a também buscar ajuda. Embora ele sempre tenha se culpado pela morte da garotinha, três especialistas em toxicologia entrevistados pela Associated Press disseram que é provável que ela tenha morrido dos ferimentos que sofreu, não dos medicamentos recebidos. Quando chegou a San Diego, em fevereiro de 2014, Powell, então com 56 anos, já estava com o quinto terapeuta e pensava em cometer suicídio. Ele nunca tinha ouvido falar em ferida moral —sabia apenas que as crenças que tinham dado forma à sua vida tinham sido destruídas. Powell foi criado acreditando que Deus tem uma razão para fazer tudo. Essa foi a ideia fundamental da qual sua família tirava força para enfrentar a pobreza e o racismo na zona rural de Crescent. Ele aprendeu a se reerguer, mesmo depois de grandes tombos. Quando seu irmão mais velho, Bob, morreu em acidente de carro, Powell, que estava na Força Aérea na época, começou a usar drogas, abandonou a vida militar e acabou dormindo nas ruas de Dayton, Ohio. Ele retornou a Crescent e às missas de domingo, pedindo desculpas ao pastor por só ter centavos para contribuir para a cestinha. O reverendo lhe devolveu seus centavos e mais US$ 43 recebidos em doações, pedindo que ele conservasse sua fé. "Deus está ouvindo você", disse o pastor. No dia seguinte, Powell entrou para o Exército. SONHOS Apesar de já ter enfrentado essas dificuldades no passado, Powell não conseguia se recuperar da morte da garotinha. Meses após o incidente, ele foi enviado de volta aos EUA, ao Havaí. Então a menina começou a aparecer em seus sonhos. A morte dela o levou a questionar Deus e, sobretudo, a si mesmo. Powell começou a beber muito e procurou ajuda para se recuperar do TEPT. Os médicos lhe receitaram comprimidos para insônia, depressão e ansiedade. Porém, ele não conseguia vencer o problema. Depois de seis anos, um terapeuta recomendou o programa no Centro Médico Naval de San Diego. Intitulado Oásis (as iniciais em inglês de Apoio para Superar a Adversidade e a Lesão de Estresse), o programa surgiu em 2010 para ajudar membros das Forças Armadas que não tinham sido ajudados pelos tratamentos do TEPT. Três anos mais tarde, foram incluídas terapias para tratar da ferida moral. SESSÕES DE TERAPIA Sete outros militares faziam parte das sessões de terapia de Powell, realizadas ao longo de dez semanas. Depois da segunda semana, os veteranos de guerra tiveram de anotar por escrito os fatos que tinham provocado a ferida moral. Depois de um mês, foram divididos em dois grupos para compartilhar suas histórias. Quando Powell concluiu seu relato, os homens presentes fizeram silêncio. Um deles era Carey, que, ao ouvir Powell, sentiu uma ligação com alguém, pela primeira vez em anos. Também estava presente Steve Velez, que se lembrou de sua época como sargento do Exército no Afeganistão, quando ficou traumatizado demais para ajudar seu colega. Ele se levantou e apertou a mão de Powell. "Você fez o melhor que pôde", disse a Powell. "Você não fez nada de errado." Nas semanas finais do programa, Powell e os outros homens foram orientados a escrever uma carta de pedido de desculpas ou reconciliação, como maneira de finalmente se perdoarem. Powell dirigiu sua carta aos pais da garotinha. Ele nunca conheceu os pais nem soube se haviam sobrevivido ao bombardeio, de modo que a carta não foi a lugar algum. Mas o fato de ele ter posto as palavras no papel e as lido em voz alta aos outros veteranos o ajudou. Powell escreveu: "Quero que vocês saibam que sua filha esteve no meu coração diariamente desde aquela noite". NOVA VIDA Em abril de 2014 Powell deixou o Oásis munido de novas ferramentas, esperanças e amigos com os quais poderia contar. Ele foi dispensado do Exército com honras em agosto passado e encontrou trabalho como enfermeiro num lar de idosos em Crescent, mas percebeu que não conseguia mais fazer o trabalho que antes lhe dava prazer. Desistiu de ser enfermeiro e agora está estudando engenharia industrial. Ele passa muito tempo nas terras agrícolas que pertencem à sua família desde que sua trisavó chegou ao Oklahoma para começar uma vida nova, depois de ser libertada da escravidão. Às vezes ele conversa com Deus enquanto derruba o mato. "Sinto paz e redenção quando converso com Deus lá fora", diz Powell. "Sei que ele me perdoou." Também Powell finalmente se perdoou, mas sabe que ainda não está totalmente curado. Ele ainda toma remédios para ansiedade, depressão e insônia. Mais que qualquer outra coisa, porém, ele se apoia nos sete veteranos de guerra. Os telefones celulares dele viraram seu apoio constante. Ele recebe mensagens de texto diárias. Com frequência é ele, o membro mais velho do grupo, quem distribui conselhos aos outros. Ajudar aos outros o ajuda, porque o faz ver que ele ainda é capaz de curar outras pessoas. A Associated Press transmitiu a Powell a opinião de especialistas médicos de que foram provavelmente os ferimentos que provocaram a morte da garotinha. De acordo com um dos especialistas, Bruce Goldberger, professor de toxicologia na Faculdade de Medicina da Universidade da Flórida, "o que ele fez provavelmente foi aliviar a dor, como o que é feito em centros de tratamento paliativo". Ouvir isso deu alívio a Powell. "Carrego esse sentimento de culpa nas costas há tantos anos", comentou. A menina ainda lhe aparece em seus sonhos. Não faz muito tempo ele a viu em um sonho correndo em um pasto e gritou com ela para não sair do lugar. Mas ele consegue colocar uma distância entre a pessoa que é hoje e o que aconteceu na guerra. E, quando seu coração dispara e a ansiedade retorna, ele faz uma pausa para se lembrar que não é uma má pessoa. Foi apenas aquela situação que foi má. "Ela nunca vai desaparecer", comentou. "Mas hoje eu já sei lidar com ela." Tradução de CLARA ALLAIN
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Veteranos enfrentam 'ferida moral' após guerras no Iraque e Afeganistão"Foi um dia como outro qualquer em Mossul", começou a contar o soldado, com a voz trêmula. O sargento Marshall Powers respirou fundo. Ele não conseguia olhar para os outros três soldados presentes à sessão de terapia em grupo. Poucas vezes antes ele tinha falado de seu segredo —a história da garotinha que foi parar em seu hospital durante a guerra no Iraque, quando ele foi enfermeiro do Exército. Ela tinha uma ferida grave no peito, e seus olhos castanhos lhe suplicavam por ajuda. Sempre que ele pensava nela, desde aquele dia, a frase "eu matei a menina" ecoava em sua cabeça. Powell manteve os olhos fixos nas páginas que tinha escrito. Ele recordou o caos após uma explosão de bomba naquele dia de agosto de 2007, os veículos chegando em alta velocidade com civis iraquianos ensanguentados. Por volta da meia-noite, Powell assumiu a direção da área onde estavam os feridos com poucas chances de sobrevivência. Foi ali que ele viu a menina, em meio a muitos corpos mutilados. Ela era muito pequena; devia ter seis anos de idade e estava deitada no chão. Seu rosto angelical o lembrou de sua sobrinha no Oklahoma, onde ele vivia. Na sala da terapia em grupo, os olhos de Powell começaram a se encher de lágrimas quando recordou a menina. "Não podia deixá-la ficar deitada ali, sofrendo." Um médico encheu uma seringa de analgésicos. Powell injetou doses seguidas no soro da garotinha. "Ela sorriu para mim", contou aos outros presentes, "e eu sorri de volta. Então ela respirou pela última vez". CONSCIÊNCIA TORTURADA Antes da guerra, Powell era alguém que se concentrava em Deus, na fé e em salvar vidas, não em fazer alguma coisa que pudesse pôr fim a uma existência. Quando a garotinha morreu, ele perdeu seu senso de objetivo na vida. Então se viu em uma sala impessoal numa base naval em San Diego, tentando desesperadamente salvar sua própria existência, que parecia estar desabando. Naquele dia, estava cercado por outros veteranos de guerra que tinham sofrido como ele próprio sofreu: um sargento do Exército que entrou em choque e ficou imóvel, sem conseguir ajudar um companheiro cujas pernas foram decepadas numa explosão no Afeganistão. Um fuzileiro naval cujo companheiro mais jovem levou um tiro fatal depois de o fuzileiro tê-lo convencido a trocar de posto no Iraque. Um homem da Marinha que se enfureceu e espancou um cidadão iraquiano. Como Powell, eles passaram anos remoendo ações que torturaram sua consciência. "Almas angustiadas" é como alguns especialistas descrevem essa lesão psicológica deixada pela guerra, algo que hoje é identificado como "ferida moral". Diferentemente do transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), que é baseado no medo e na sensação de que sua vida está ameaçada, a ferida moral gera sentimentos de culpa e vergonha devido a algo que foi feito ou testemunhado e que contradiz os valores da pessoa. A ideia de que militares possam sentir remorso pelos horrores cometidos em campos de batalha não é nova, mas a ferida moral vem ganhando repercussão após as guerras no Iraque e no Afeganistão. Os profissionais de saúde mental a apontam como uma das razões pelas quais alguns veteranos de guerra não melhoram com o tratamento do TEPT. TRATAMENTO Atualmente, a Marinha americana promove um dos primeiros programas de tratamento voltado a esse problema —o programa que Powell encontrou. No entanto, ainda se discute se a ferida moral faz parte do TEPT ou se é uma condição distinta. Não há diagnóstico médico formal de ferida moral. Psiquiatras que tratam de pacientes com ferida moral acreditam que essa condição contribua para o alto índice de suicídio entre veteranos de guerra, que correspondem a um em cada cinco suicídios nos Estados Unidos. Segundo os médicos, é perigoso ignorar o problema, já que seu tratamento é distinto do tratamento do TEPT. As pessoas que sofrem de TEPT podem ser ajudadas com tratamento medicamentoso e ajuda psicológica que as incentivem a reviver o incidente que desencadeou o estresse, para que consigam trabalhar o medo. Mas, para uma pessoa que considera que o que aconteceu foi moralmente errado, reviver o que aconteceu pode apenas reafirmar essa crença. Psicólogos estão constatando que os veteranos de guerra que são seus pacientes param de se punir quando percebem que o ato cometido não os define como pessoas. Para os especialistas, os veteranos se consolam ao conversar com outros veteranos, porque apenas quem viveu uma guerra na carne pode realmente entender a complexidade moral que é enfrentada no campo de batalha. "A dor aproxima as pessoas e cria um vínculo inquebrável", disse Elvin Carey, de Murrieta, Califórnia, cujo colega fuzileiro naval morreu depois de ter trocado de posto com Carey. RECUPERAÇÃO O sargento Powell é um homem amigável que se sente em paz trabalhando na fazenda de sua família em Crescent, Oklahoma. Ele quis compartilhar sua história para incentivar outras pessoas a também buscar ajuda. Embora ele sempre tenha se culpado pela morte da garotinha, três especialistas em toxicologia entrevistados pela Associated Press disseram que é provável que ela tenha morrido dos ferimentos que sofreu, não dos medicamentos recebidos. Quando chegou a San Diego, em fevereiro de 2014, Powell, então com 56 anos, já estava com o quinto terapeuta e pensava em cometer suicídio. Ele nunca tinha ouvido falar em ferida moral —sabia apenas que as crenças que tinham dado forma à sua vida tinham sido destruídas. Powell foi criado acreditando que Deus tem uma razão para fazer tudo. Essa foi a ideia fundamental da qual sua família tirava força para enfrentar a pobreza e o racismo na zona rural de Crescent. Ele aprendeu a se reerguer, mesmo depois de grandes tombos. Quando seu irmão mais velho, Bob, morreu em acidente de carro, Powell, que estava na Força Aérea na época, começou a usar drogas, abandonou a vida militar e acabou dormindo nas ruas de Dayton, Ohio. Ele retornou a Crescent e às missas de domingo, pedindo desculpas ao pastor por só ter centavos para contribuir para a cestinha. O reverendo lhe devolveu seus centavos e mais US$ 43 recebidos em doações, pedindo que ele conservasse sua fé. "Deus está ouvindo você", disse o pastor. No dia seguinte, Powell entrou para o Exército. SONHOS Apesar de já ter enfrentado essas dificuldades no passado, Powell não conseguia se recuperar da morte da garotinha. Meses após o incidente, ele foi enviado de volta aos EUA, ao Havaí. Então a menina começou a aparecer em seus sonhos. A morte dela o levou a questionar Deus e, sobretudo, a si mesmo. Powell começou a beber muito e procurou ajuda para se recuperar do TEPT. Os médicos lhe receitaram comprimidos para insônia, depressão e ansiedade. Porém, ele não conseguia vencer o problema. Depois de seis anos, um terapeuta recomendou o programa no Centro Médico Naval de San Diego. Intitulado Oásis (as iniciais em inglês de Apoio para Superar a Adversidade e a Lesão de Estresse), o programa surgiu em 2010 para ajudar membros das Forças Armadas que não tinham sido ajudados pelos tratamentos do TEPT. Três anos mais tarde, foram incluídas terapias para tratar da ferida moral. SESSÕES DE TERAPIA Sete outros militares faziam parte das sessões de terapia de Powell, realizadas ao longo de dez semanas. Depois da segunda semana, os veteranos de guerra tiveram de anotar por escrito os fatos que tinham provocado a ferida moral. Depois de um mês, foram divididos em dois grupos para compartilhar suas histórias. Quando Powell concluiu seu relato, os homens presentes fizeram silêncio. Um deles era Carey, que, ao ouvir Powell, sentiu uma ligação com alguém, pela primeira vez em anos. Também estava presente Steve Velez, que se lembrou de sua época como sargento do Exército no Afeganistão, quando ficou traumatizado demais para ajudar seu colega. Ele se levantou e apertou a mão de Powell. "Você fez o melhor que pôde", disse a Powell. "Você não fez nada de errado." Nas semanas finais do programa, Powell e os outros homens foram orientados a escrever uma carta de pedido de desculpas ou reconciliação, como maneira de finalmente se perdoarem. Powell dirigiu sua carta aos pais da garotinha. Ele nunca conheceu os pais nem soube se haviam sobrevivido ao bombardeio, de modo que a carta não foi a lugar algum. Mas o fato de ele ter posto as palavras no papel e as lido em voz alta aos outros veteranos o ajudou. Powell escreveu: "Quero que vocês saibam que sua filha esteve no meu coração diariamente desde aquela noite". NOVA VIDA Em abril de 2014 Powell deixou o Oásis munido de novas ferramentas, esperanças e amigos com os quais poderia contar. Ele foi dispensado do Exército com honras em agosto passado e encontrou trabalho como enfermeiro num lar de idosos em Crescent, mas percebeu que não conseguia mais fazer o trabalho que antes lhe dava prazer. Desistiu de ser enfermeiro e agora está estudando engenharia industrial. Ele passa muito tempo nas terras agrícolas que pertencem à sua família desde que sua trisavó chegou ao Oklahoma para começar uma vida nova, depois de ser libertada da escravidão. Às vezes ele conversa com Deus enquanto derruba o mato. "Sinto paz e redenção quando converso com Deus lá fora", diz Powell. "Sei que ele me perdoou." Também Powell finalmente se perdoou, mas sabe que ainda não está totalmente curado. Ele ainda toma remédios para ansiedade, depressão e insônia. Mais que qualquer outra coisa, porém, ele se apoia nos sete veteranos de guerra. Os telefones celulares dele viraram seu apoio constante. Ele recebe mensagens de texto diárias. Com frequência é ele, o membro mais velho do grupo, quem distribui conselhos aos outros. Ajudar aos outros o ajuda, porque o faz ver que ele ainda é capaz de curar outras pessoas. A Associated Press transmitiu a Powell a opinião de especialistas médicos de que foram provavelmente os ferimentos que provocaram a morte da garotinha. De acordo com um dos especialistas, Bruce Goldberger, professor de toxicologia na Faculdade de Medicina da Universidade da Flórida, "o que ele fez provavelmente foi aliviar a dor, como o que é feito em centros de tratamento paliativo". Ouvir isso deu alívio a Powell. "Carrego esse sentimento de culpa nas costas há tantos anos", comentou. A menina ainda lhe aparece em seus sonhos. Não faz muito tempo ele a viu em um sonho correndo em um pasto e gritou com ela para não sair do lugar. Mas ele consegue colocar uma distância entre a pessoa que é hoje e o que aconteceu na guerra. E, quando seu coração dispara e a ansiedade retorna, ele faz uma pausa para se lembrar que não é uma má pessoa. Foi apenas aquela situação que foi má. "Ela nunca vai desaparecer", comentou. "Mas hoje eu já sei lidar com ela." Tradução de CLARA ALLAIN
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Como as nações voltam do inferno
O diagnóstico mais elementar que se oferece a situações de múltiplas crises (econômica, política, moral) enfrentadas por nações em diferentes contextos históricos vale-se, na maioria das vezes, de um familiar –e correto– senso comum. Com o Brasil atual não é diferente. Evitar o inferno viria de menos "politicagem" e mais "política" –bem como mais honestidade, trabalho, investimento e competitividade. Teríamos de aprimorar a "classe política", pois está é, salvo exceções, corrupta e disfuncional. Haveria de aumentar o grau de honestidade da relação público-privado, pois assim inviabilizaríamos, na fonte, toda uma série de falcatruas. Caberia ao brasileiro trabalhar melhor, pois norte-americanos e alemães apresentam produtividade quatro vezes maior. Seria função do empresariado investir mais, pois não apenas nossa taxa de investimento como percentual do PIB é das mais baixas entre países emergentes mas também a predisposição dos empreendedores brasileiros em correr mais risco na atual conjuntura encontra-se muito fragilizada. Cumpriria ao governo mais acordos no campo do comércio e de cooperação industrial e tecnológica, pois só assim ofereceríamos novos mercados e parceiros a nossas empresas, garantindo-lhes competitividade e, portanto, longevidade. De fato, se a política fosse menos corrompida, as relações Estado-sociedade civil seriam mais transparentes, o povo, mais trabalhador, o empresário, menos acomodado e o governo, menos protecionista. Estaríamos mais distantes dessa armadilha infernal de apatia econômica, anomia política e espanto moral que hoje nos consome. Ninguém aqui ousa negar a importância de políticos probos, atores públicos e privados parametrizados por instituições, prevalência da ética do trabalho, predileção por uma presença internacional mais competitiva das empresas brasileiras. Todas essas características, no entanto, não se instalam nas nações de forma laboratorialmente sincrônica e uniforme. Muitos países tidos como competitivos ou mesmo desenvolvidos apresentam flancos vulneráveis em todos esses quesitos. A Itália tradicionalmente contrasta inoperante esfera governamental com imponente classe empresarial, seja nas firmas de menor porte ou nas gigantes multinacionais italianas. As relações governo-empresas na China estão longe de serem parametrizada por noções como "compliance", "melhores práticas", "relações com investidores". As recentes intervenções das autoridades centrais no contexto das oscilações da Bolsa de Xangai é apenas um de muitos exemplos de falta de transparência. A geração de alemães hoje na faixa dos 70 anos reclama que seus compatriotas mais jovens só querem saber de turnos de serviço de 36 horas por semana. Assim, o país nivelaria por baixo sua força de trabalho com a atração de mão de obra mais barata e menos qualificada do leste europeu. Na Coreia do Sul e no Japão, é grande o temor de que os megaconglomerados multissetoriais tenham anestesiado seu apetite por risco e inovação e movimentam-se apenas pela manutenção de seu atual "market share" global. Apesar de todo apelo conceitual à livre concorrência e a acordos de liberalização comercial, em todos os países que compõem a União Europeia se praticam abusos protecionistas, particularmente no âmbito da PAC, a Política Agrícola Comum. Nessa linha, fica claro que, para a saída da presente crise brasileira, é impossível copiar imaginários modelos ideais. Ainda assim, tendo experimentado o inferno, muitas nações conseguiram, chamuscadas, voltar dele por que obtiveram vitórias pontuais, mas concretas –e daí ingressaram num gradual aprimoramento. Em todos os casos de superação, no entanto, convergiram, como precondições, alguns fatores essenciais: liderança, equipe e estratégia. Assim foi nos milagres econômicos asiáticos, como os presididos por Lee Kuan Yew em Cingapura e por Park Chung-Hee na Coreia dos Sul. Tal convergência também se manifestou na Espanha dos Pactos de Moncloa ou no Reino Unido de Thatcher. Para tais vitórias, foi fundamental que lideranças públicas se associassem a elites funcionais municiadas de um mapa do caminho. Daí a gravidade da conjuntura brasileira. As nações voltam do inferno quando respondem satisfatoriamente a três questões: quem são os líderes? Quais elites atenderão ao chamado do destino? Quem tem um bom plano?
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Como as nações voltam do infernoO diagnóstico mais elementar que se oferece a situações de múltiplas crises (econômica, política, moral) enfrentadas por nações em diferentes contextos históricos vale-se, na maioria das vezes, de um familiar –e correto– senso comum. Com o Brasil atual não é diferente. Evitar o inferno viria de menos "politicagem" e mais "política" –bem como mais honestidade, trabalho, investimento e competitividade. Teríamos de aprimorar a "classe política", pois está é, salvo exceções, corrupta e disfuncional. Haveria de aumentar o grau de honestidade da relação público-privado, pois assim inviabilizaríamos, na fonte, toda uma série de falcatruas. Caberia ao brasileiro trabalhar melhor, pois norte-americanos e alemães apresentam produtividade quatro vezes maior. Seria função do empresariado investir mais, pois não apenas nossa taxa de investimento como percentual do PIB é das mais baixas entre países emergentes mas também a predisposição dos empreendedores brasileiros em correr mais risco na atual conjuntura encontra-se muito fragilizada. Cumpriria ao governo mais acordos no campo do comércio e de cooperação industrial e tecnológica, pois só assim ofereceríamos novos mercados e parceiros a nossas empresas, garantindo-lhes competitividade e, portanto, longevidade. De fato, se a política fosse menos corrompida, as relações Estado-sociedade civil seriam mais transparentes, o povo, mais trabalhador, o empresário, menos acomodado e o governo, menos protecionista. Estaríamos mais distantes dessa armadilha infernal de apatia econômica, anomia política e espanto moral que hoje nos consome. Ninguém aqui ousa negar a importância de políticos probos, atores públicos e privados parametrizados por instituições, prevalência da ética do trabalho, predileção por uma presença internacional mais competitiva das empresas brasileiras. Todas essas características, no entanto, não se instalam nas nações de forma laboratorialmente sincrônica e uniforme. Muitos países tidos como competitivos ou mesmo desenvolvidos apresentam flancos vulneráveis em todos esses quesitos. A Itália tradicionalmente contrasta inoperante esfera governamental com imponente classe empresarial, seja nas firmas de menor porte ou nas gigantes multinacionais italianas. As relações governo-empresas na China estão longe de serem parametrizada por noções como "compliance", "melhores práticas", "relações com investidores". As recentes intervenções das autoridades centrais no contexto das oscilações da Bolsa de Xangai é apenas um de muitos exemplos de falta de transparência. A geração de alemães hoje na faixa dos 70 anos reclama que seus compatriotas mais jovens só querem saber de turnos de serviço de 36 horas por semana. Assim, o país nivelaria por baixo sua força de trabalho com a atração de mão de obra mais barata e menos qualificada do leste europeu. Na Coreia do Sul e no Japão, é grande o temor de que os megaconglomerados multissetoriais tenham anestesiado seu apetite por risco e inovação e movimentam-se apenas pela manutenção de seu atual "market share" global. Apesar de todo apelo conceitual à livre concorrência e a acordos de liberalização comercial, em todos os países que compõem a União Europeia se praticam abusos protecionistas, particularmente no âmbito da PAC, a Política Agrícola Comum. Nessa linha, fica claro que, para a saída da presente crise brasileira, é impossível copiar imaginários modelos ideais. Ainda assim, tendo experimentado o inferno, muitas nações conseguiram, chamuscadas, voltar dele por que obtiveram vitórias pontuais, mas concretas –e daí ingressaram num gradual aprimoramento. Em todos os casos de superação, no entanto, convergiram, como precondições, alguns fatores essenciais: liderança, equipe e estratégia. Assim foi nos milagres econômicos asiáticos, como os presididos por Lee Kuan Yew em Cingapura e por Park Chung-Hee na Coreia dos Sul. Tal convergência também se manifestou na Espanha dos Pactos de Moncloa ou no Reino Unido de Thatcher. Para tais vitórias, foi fundamental que lideranças públicas se associassem a elites funcionais municiadas de um mapa do caminho. Daí a gravidade da conjuntura brasileira. As nações voltam do inferno quando respondem satisfatoriamente a três questões: quem são os líderes? Quais elites atenderão ao chamado do destino? Quem tem um bom plano?
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Prefeitos de SP pedem 'alívio' na análise de contas municipais
Alegando queda na arrecadação e no repasse de recursos dos governos federal e estadual, prefeitos do interior de São Paulo foram nesta quarta (26) ao TCE (Tribunal de Contas do Estado) pedir um "desconto" na análise das contas municipais deste ano. A maioria admite que não deverá conseguir cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece limite de até 54% do Orçamento com a folha de pagamento do funcionalismo público. Segundo a Associação Paulista dos Municípios (APM), a situação afeta grande parte dos 645 municípios paulistas. "Este ano atípico tem que ser considerado na avaliação. Se o prefeito enxugou os gastos, não foi por falta de empenho que houve algum extrapolamento", disse Marcos Monti (PR) prefeito de São Manuel e presidente da APM. Dados da Confederação Nacional de Municípios apontam que o repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) às prefeituras no mês de agosto deve cair 8,19% em relação ao mesmo período do ano passado. Um dos municípios afetados pela crise é Americana que, em 2014, após uma sequência de troca de prefeitos, gastou 72% do Orçamento com salários de servidores. "Pegamos o município numa situação caótica e estamos tentando reverter isso, mas a crise derrubou as receitas e os repasses estadual e federal", disse o secretário da Fazenda, Valmir Frizzarin. O desrespeito à LRF pode implicar na rejeição das contas municipais, o que pode tornar o prefeito inelegível. Os prefeitos pediram ainda redução no valor de multas aplicadas para irregularidades. Só em 2012, 335 cidades, de um total de 634 avaliadas, tiveram problemas na prestação de contas. A presidente do TCE, Cristiana de Castro Moraes, disse aos prefeitos que o papel do órgão é a fiscalização, mas afirmou que o tribunal pode orientar as prefeituras. Já o professor de economia da FGV, Múcio Zacharias, chamou o pedido por alívio de "verdadeiro descalabro" "O que as prefeituras têm hoje é má gestão. Querem quebrar as regras do jogo, jogar a legislação no lixo." O presidente da APM admitiu a ineficiência das prefeituras, mas afirmou que a falta de recursos impede, por exemplo, a contratação de servidores para planejamento e gestão. "Precisamos de mais recursos e de uma revisão das competências da União, dos Estados e dos municípios", disse.
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Prefeitos de SP pedem 'alívio' na análise de contas municipaisAlegando queda na arrecadação e no repasse de recursos dos governos federal e estadual, prefeitos do interior de São Paulo foram nesta quarta (26) ao TCE (Tribunal de Contas do Estado) pedir um "desconto" na análise das contas municipais deste ano. A maioria admite que não deverá conseguir cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece limite de até 54% do Orçamento com a folha de pagamento do funcionalismo público. Segundo a Associação Paulista dos Municípios (APM), a situação afeta grande parte dos 645 municípios paulistas. "Este ano atípico tem que ser considerado na avaliação. Se o prefeito enxugou os gastos, não foi por falta de empenho que houve algum extrapolamento", disse Marcos Monti (PR) prefeito de São Manuel e presidente da APM. Dados da Confederação Nacional de Municípios apontam que o repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) às prefeituras no mês de agosto deve cair 8,19% em relação ao mesmo período do ano passado. Um dos municípios afetados pela crise é Americana que, em 2014, após uma sequência de troca de prefeitos, gastou 72% do Orçamento com salários de servidores. "Pegamos o município numa situação caótica e estamos tentando reverter isso, mas a crise derrubou as receitas e os repasses estadual e federal", disse o secretário da Fazenda, Valmir Frizzarin. O desrespeito à LRF pode implicar na rejeição das contas municipais, o que pode tornar o prefeito inelegível. Os prefeitos pediram ainda redução no valor de multas aplicadas para irregularidades. Só em 2012, 335 cidades, de um total de 634 avaliadas, tiveram problemas na prestação de contas. A presidente do TCE, Cristiana de Castro Moraes, disse aos prefeitos que o papel do órgão é a fiscalização, mas afirmou que o tribunal pode orientar as prefeituras. Já o professor de economia da FGV, Múcio Zacharias, chamou o pedido por alívio de "verdadeiro descalabro" "O que as prefeituras têm hoje é má gestão. Querem quebrar as regras do jogo, jogar a legislação no lixo." O presidente da APM admitiu a ineficiência das prefeituras, mas afirmou que a falta de recursos impede, por exemplo, a contratação de servidores para planejamento e gestão. "Precisamos de mais recursos e de uma revisão das competências da União, dos Estados e dos municípios", disse.
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Bancos disparam e Bolsa tem maior alta em oito meses; dólar comercial cai
As ações de bancos dispararam nesta quarta-feira (26) e levaram a Bolsa brasileira à maior alta diária em oito meses. O avanço ocorreu após comissão do Congresso aprovar alíquota menor de tributo que incide sobre o lucro das instituições financeiras. No mercado cambial, o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, fechou em leve queda de 0,19%, para R$ 3,60. O dólar à vista, referência no mercado financeiro e que fecha mais cedo, subiu 2,06%, para R$ 3,640 —maior patamar desde 14 de fevereiro de 2003, quando encerrou cotado a R$ 3,668. Corrigido, esse valor equivaleria a R$ 5,83. Na máxima, ambos atingiram R$ 3,65. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, fechou em alta de 3,35%, para 46.038 pontos. Foi a maior variação positiva diária desde 17 de dezembro do ano passado, quando a Bolsa subiu 3,63%. A valorização da Bolsa acompanhou os mercados americanos e também ocorreu após decisão da comissão mista no Congresso responsável pela análise prévia da medida provisória 675, que eleva a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) de instituições financeiras. A comissão estabeleceu a alíquota do imposto em 20% até 1º de janeiro de 2019, quando volta a vigorar o percentual de 15%. A decisão representa um alívio para os bancos, pois a proposta inicial era de aumento da alíquota para 23%. A medida provisória segue ao plenário da Câmara dos Deputados e depois, ao do Senado. Os papéis de bancos dispararam com a notícia. As ações do Itaú Unibanco avançaram 6,04%, para R$ 27,37, enquanto os papéis preferenciais do Bradesco subiram 4,92%, para R$ 24,04. As ações do Banco do Brasil tiveram alta de 4,92%, para R$ 18,57. Ações de siderúrgicas, bastante penalizadas nos últimos pregões por causa das dúvidas sobre a economia chinesa, também fecharam em forte alta. Os papéis da CSN subiram 12,95%, enquanto as ações preferenciais da Usiminas subiram 7,84% e os papéis da Gerdau avançaram 6,56%. As ações da mineradora Vale fecharam no azul após três dias seguidos de queda. Os papéis preferenciais subiram 2,93%, para R$ 12,63, e os ordinários avançaram 3,58%, para R$ 15,90. Os papéis da Petrobras também fecharam em alta pelo segundo dia seguido. As ações preferenciais subiram 2,66%, para R$ 8,11, e as ordinárias avançaram 2,82%, para R$ 9,13. "No curtíssimo prazo, a única certeza é que a volatilidade vai continuar. Estamos aproveitando a volatilidade para comprar ações que consideramos ter bom potencial de recuperação. É preciso ser paciente e manter a estratégia. Não há como ter reação num cenário de fortíssima volatilidade", afirma James Gulbrandsen, sócio da gestora NCH Capital. CHINA As medidas anunciadas pelo banco central chinês não surtiram efeito sobre as Bolsas do país. Na terça-feira, após o fechamento dos mercados chineses, o banco central cortou a taxa de juros de empréstimos e flexibilizou o nível de compulsório para os bancos. Apesar disso, a Bolsa de Xangai, a mais importante da China, se desvalorizou pelo quinto dia seguido. O índice composto teve queda de 1,27%. Já a Bolsa de Shenzhen caiu 3,05%, também pela quinta sessão. Em uma semana, os índices acumulam desvalorização de 22,85% e 23,68%, respectivamente. Nesta quarta-feira, o banco central chinês injetou 140 bilhões de yuans no sistema bancário em uma tentativa de combater a fuga de capitais do país, provocada pela desvalorização do yuan. Na Europa, as principais Bolsas fecharam em baixa também afetadas pelas preocupações com China. Em Londres, o índice FTSE-100 recuou 1,68%, a 5.979 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 1,29%, para 99.997 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 1,40%, para 4.501 pontos. Em Milão, o índice FTSE-MIB teve desvalorização de 0,81%, a 21.473 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,29%, a 99.984 pontos. Em Lisboa, o índice PSI-20 se desvalorizou 0,99%, para 5.164 pontos. EUA As Bolsas americanas, que fecharam em baixa na terça-feira, se recuperaram nesta sessão. O índice Dow Jones teve alta de 3,95%, enquanto o S&P 500 se valorizou 3,90% e o índice da Bolsa Nasdaq subiu 4,24%. O Departamento do Comércio americano informou nesta quarta que as encomendas de bens de capital fora do setor de defesa e excluindo aeronaves subiram 2,2% no mês passado, maior aumento desde junho de 2014. O crescimento veio na sequência de uma alta de 1,4% em junho, segundo números revisados. Já as encomendas de bens duráveis como um todo subiram 2,0% em julho. O dado reforça a recuperação da economia americana, mas talvez não seja suficiente para que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) eleve os juros no país ainda este ano -decisão que tornaria os títulos americanos mais atrativos e pressionaria o dólar em alta, com a saída de investidores de países emergentes, mais arriscados. Na ata referente ao último encontro do comitê de política monetária do Fed, os membros da autoridade monetária já expressavam preocupação com a China. Diante das turbulências registradas na última semana, podem ficar mais propensas a elevar os juros apenas em dezembro. Há quem aposte em um aumento apenas em 2016. Declarações do presidente do Fed de Nova York, William Dudley, afastaram ainda mais a possibilidade de aumento em setembro. Segundo ele, parece menos apropriado que o banco central americano aumente os juros no mês que vem, tendo em vista que a recente turbulência nos mercados globais aumentou os riscos à economia americana. Ele afirmou que a perspectiva de elevação do juro em setembro "parece menos convincente agora do que era há algumas semanas". DÓLAR O aumento da CSLL também ajudou a conter a valorização do dólar, avalia Fabiano Rufato, gerente de câmbio da Western Union no Brasil. "Traz alívio porque o aumento da CSLL é parte de um ajuste fiscal que o Congresso está votando. Significa mais receita para o governo", diz. O mercado também aliviou a pressão sobre o dólar comercial após a decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) de dar mais 15 dias para que a presidente Dilma Rousseff responda a dois novos questionamentos sobre irregularidades nas contas de governo de 2014. Mas a queda é pontual, na avaliação de Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora. "Em termos gerais, o movimento continua de alta. Como a moeda reage com base no noticiário, e não em fundamentos econômicos, a volatilidade aumenta", diz. "O mercado está pessimista. Quando há pessimismo, há fuga para mercados mais seguros, como o de dólar. O mercado continua numa tendência compradora", complementa.
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Bancos disparam e Bolsa tem maior alta em oito meses; dólar comercial caiAs ações de bancos dispararam nesta quarta-feira (26) e levaram a Bolsa brasileira à maior alta diária em oito meses. O avanço ocorreu após comissão do Congresso aprovar alíquota menor de tributo que incide sobre o lucro das instituições financeiras. No mercado cambial, o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, fechou em leve queda de 0,19%, para R$ 3,60. O dólar à vista, referência no mercado financeiro e que fecha mais cedo, subiu 2,06%, para R$ 3,640 —maior patamar desde 14 de fevereiro de 2003, quando encerrou cotado a R$ 3,668. Corrigido, esse valor equivaleria a R$ 5,83. Na máxima, ambos atingiram R$ 3,65. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, fechou em alta de 3,35%, para 46.038 pontos. Foi a maior variação positiva diária desde 17 de dezembro do ano passado, quando a Bolsa subiu 3,63%. A valorização da Bolsa acompanhou os mercados americanos e também ocorreu após decisão da comissão mista no Congresso responsável pela análise prévia da medida provisória 675, que eleva a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) de instituições financeiras. A comissão estabeleceu a alíquota do imposto em 20% até 1º de janeiro de 2019, quando volta a vigorar o percentual de 15%. A decisão representa um alívio para os bancos, pois a proposta inicial era de aumento da alíquota para 23%. A medida provisória segue ao plenário da Câmara dos Deputados e depois, ao do Senado. Os papéis de bancos dispararam com a notícia. As ações do Itaú Unibanco avançaram 6,04%, para R$ 27,37, enquanto os papéis preferenciais do Bradesco subiram 4,92%, para R$ 24,04. As ações do Banco do Brasil tiveram alta de 4,92%, para R$ 18,57. Ações de siderúrgicas, bastante penalizadas nos últimos pregões por causa das dúvidas sobre a economia chinesa, também fecharam em forte alta. Os papéis da CSN subiram 12,95%, enquanto as ações preferenciais da Usiminas subiram 7,84% e os papéis da Gerdau avançaram 6,56%. As ações da mineradora Vale fecharam no azul após três dias seguidos de queda. Os papéis preferenciais subiram 2,93%, para R$ 12,63, e os ordinários avançaram 3,58%, para R$ 15,90. Os papéis da Petrobras também fecharam em alta pelo segundo dia seguido. As ações preferenciais subiram 2,66%, para R$ 8,11, e as ordinárias avançaram 2,82%, para R$ 9,13. "No curtíssimo prazo, a única certeza é que a volatilidade vai continuar. Estamos aproveitando a volatilidade para comprar ações que consideramos ter bom potencial de recuperação. É preciso ser paciente e manter a estratégia. Não há como ter reação num cenário de fortíssima volatilidade", afirma James Gulbrandsen, sócio da gestora NCH Capital. CHINA As medidas anunciadas pelo banco central chinês não surtiram efeito sobre as Bolsas do país. Na terça-feira, após o fechamento dos mercados chineses, o banco central cortou a taxa de juros de empréstimos e flexibilizou o nível de compulsório para os bancos. Apesar disso, a Bolsa de Xangai, a mais importante da China, se desvalorizou pelo quinto dia seguido. O índice composto teve queda de 1,27%. Já a Bolsa de Shenzhen caiu 3,05%, também pela quinta sessão. Em uma semana, os índices acumulam desvalorização de 22,85% e 23,68%, respectivamente. Nesta quarta-feira, o banco central chinês injetou 140 bilhões de yuans no sistema bancário em uma tentativa de combater a fuga de capitais do país, provocada pela desvalorização do yuan. Na Europa, as principais Bolsas fecharam em baixa também afetadas pelas preocupações com China. Em Londres, o índice FTSE-100 recuou 1,68%, a 5.979 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 1,29%, para 99.997 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 1,40%, para 4.501 pontos. Em Milão, o índice FTSE-MIB teve desvalorização de 0,81%, a 21.473 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,29%, a 99.984 pontos. Em Lisboa, o índice PSI-20 se desvalorizou 0,99%, para 5.164 pontos. EUA As Bolsas americanas, que fecharam em baixa na terça-feira, se recuperaram nesta sessão. O índice Dow Jones teve alta de 3,95%, enquanto o S&P 500 se valorizou 3,90% e o índice da Bolsa Nasdaq subiu 4,24%. O Departamento do Comércio americano informou nesta quarta que as encomendas de bens de capital fora do setor de defesa e excluindo aeronaves subiram 2,2% no mês passado, maior aumento desde junho de 2014. O crescimento veio na sequência de uma alta de 1,4% em junho, segundo números revisados. Já as encomendas de bens duráveis como um todo subiram 2,0% em julho. O dado reforça a recuperação da economia americana, mas talvez não seja suficiente para que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) eleve os juros no país ainda este ano -decisão que tornaria os títulos americanos mais atrativos e pressionaria o dólar em alta, com a saída de investidores de países emergentes, mais arriscados. Na ata referente ao último encontro do comitê de política monetária do Fed, os membros da autoridade monetária já expressavam preocupação com a China. Diante das turbulências registradas na última semana, podem ficar mais propensas a elevar os juros apenas em dezembro. Há quem aposte em um aumento apenas em 2016. Declarações do presidente do Fed de Nova York, William Dudley, afastaram ainda mais a possibilidade de aumento em setembro. Segundo ele, parece menos apropriado que o banco central americano aumente os juros no mês que vem, tendo em vista que a recente turbulência nos mercados globais aumentou os riscos à economia americana. Ele afirmou que a perspectiva de elevação do juro em setembro "parece menos convincente agora do que era há algumas semanas". DÓLAR O aumento da CSLL também ajudou a conter a valorização do dólar, avalia Fabiano Rufato, gerente de câmbio da Western Union no Brasil. "Traz alívio porque o aumento da CSLL é parte de um ajuste fiscal que o Congresso está votando. Significa mais receita para o governo", diz. O mercado também aliviou a pressão sobre o dólar comercial após a decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) de dar mais 15 dias para que a presidente Dilma Rousseff responda a dois novos questionamentos sobre irregularidades nas contas de governo de 2014. Mas a queda é pontual, na avaliação de Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora. "Em termos gerais, o movimento continua de alta. Como a moeda reage com base no noticiário, e não em fundamentos econômicos, a volatilidade aumenta", diz. "O mercado está pessimista. Quando há pessimismo, há fuga para mercados mais seguros, como o de dólar. O mercado continua numa tendência compradora", complementa.
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Fidel diz que morrerá em breve e pede defesa de suas ideias em raro discurso
Durante discurso no 7º Congresso do Partido Comunista, nesta terça-feira (19), o líder revolucionário cubano Fidel Castro disse aos colegas que em breve irá morrer e pediu a eles que mantenham suas ideias vivas. "Vou completar 90 anos daqui a pouco", afirmou Fidel em sua mais longa aparição pública em anos. "Em breve serei como todos os outros. O tempo vem para todos nós, mas as ideias dos comunistas cubanos vão permanecer como prova de que, se o trabalho é feito com fervor e dignidade, é possível produzir bens materiais e culturais dos quais os seres humanos necessitam, e nós precisamos lutar sem trégua para obtê-los." Castro falou no evento no qual o governo divulgou que seu irmão Raúl seguirá no cargo mais alto do Partido Comunista. O anúncio da decisão e o discurso de Fidel enviam uma mensagem de que a geração revolucionária da ilha continuará no controle mesmo com o avanço da idade de seus membros, além da normalização da relação com os Estados Unidos e o crescimento da insatisfação popular com a situação econômica do país. A lacuna ideológica entre governo e povo ficou clara no último mês quando o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tornou-se o primeiro líder norte-americano a visitar Cuba em quase 90 anos. Com transmissão ao vivo pela TV estatal do país, Obama discursou pedindo aos cubanos que esqueçam o histórico de hostilidade entre os dois países e projetem uma nova era de diplomacia e relações econômicas regulares. O partido, durante o congresso, porém, ofereceu uma resposta na direção contrária. Diversos membros da elite política cubana alertaram que os Estados Unidos ainda são inimigos que querem tomar o controle do país latino e que a viagem de Obama representou um "ataque" ideológico. Além de reeleger o ditador Raúl Castro como líder do Partido Comunista para um segundo mandato de cinco anos, outros veteranos manterão suas posições no topo da hierarquia política de Cuba, frustrando as expectativas de que surgiriam pistas sobre a sucessão de Raúl no 7º Congresso do Partido Comunista. Raúl, 84, também seguirá como chefe de Estado na posição de primeiro-secretário do partido, o cargo mais importante do país. José Ramón Machado Ventura foi mantido como o segundo-secretário por mais um mandato, afastando as especulações de que surgiria um novo número dois. Logo após o fim do congresso, a TV estatal exibiu raras imagens de Fidel no Palácio de Convenções de Havana, discursando ao público. O canal mostrou ao menos um delegado chorando, e o público celebrava o líder revolucionário com gritos de "Fidel!". "Esta pode ser uma das últimas vezes que eu falo nessa sala", afirmou Fidel. "Precisamos dizer aos nossos irmãos na América Latina e ao mundo que o povo cubano será vitorioso." O congresso foi criticado por deixar de discutir novas reformas no país. A fala de Fidel e a promessa de seu irmão de que um debate público mais extenso será realizado nos meses seguintes ao evento parecem ter reprimido, ao menos temporariamente, o descontentamento entre os membros do partido. "Os cubanos são seguidores de Fidel, e ele é uma força que ainda tem muito poder", disse Francisco Rodríguez, membro do partido que criticou publicamente o sigilo do congresso. "É fácil amar Fidel agora que ele não tem um cargo público. Ele é uma pessoa que sempre teve uma ideia coerente, e isso faz dele uma figura exaltada."
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Fidel diz que morrerá em breve e pede defesa de suas ideias em raro discursoDurante discurso no 7º Congresso do Partido Comunista, nesta terça-feira (19), o líder revolucionário cubano Fidel Castro disse aos colegas que em breve irá morrer e pediu a eles que mantenham suas ideias vivas. "Vou completar 90 anos daqui a pouco", afirmou Fidel em sua mais longa aparição pública em anos. "Em breve serei como todos os outros. O tempo vem para todos nós, mas as ideias dos comunistas cubanos vão permanecer como prova de que, se o trabalho é feito com fervor e dignidade, é possível produzir bens materiais e culturais dos quais os seres humanos necessitam, e nós precisamos lutar sem trégua para obtê-los." Castro falou no evento no qual o governo divulgou que seu irmão Raúl seguirá no cargo mais alto do Partido Comunista. O anúncio da decisão e o discurso de Fidel enviam uma mensagem de que a geração revolucionária da ilha continuará no controle mesmo com o avanço da idade de seus membros, além da normalização da relação com os Estados Unidos e o crescimento da insatisfação popular com a situação econômica do país. A lacuna ideológica entre governo e povo ficou clara no último mês quando o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tornou-se o primeiro líder norte-americano a visitar Cuba em quase 90 anos. Com transmissão ao vivo pela TV estatal do país, Obama discursou pedindo aos cubanos que esqueçam o histórico de hostilidade entre os dois países e projetem uma nova era de diplomacia e relações econômicas regulares. O partido, durante o congresso, porém, ofereceu uma resposta na direção contrária. Diversos membros da elite política cubana alertaram que os Estados Unidos ainda são inimigos que querem tomar o controle do país latino e que a viagem de Obama representou um "ataque" ideológico. Além de reeleger o ditador Raúl Castro como líder do Partido Comunista para um segundo mandato de cinco anos, outros veteranos manterão suas posições no topo da hierarquia política de Cuba, frustrando as expectativas de que surgiriam pistas sobre a sucessão de Raúl no 7º Congresso do Partido Comunista. Raúl, 84, também seguirá como chefe de Estado na posição de primeiro-secretário do partido, o cargo mais importante do país. José Ramón Machado Ventura foi mantido como o segundo-secretário por mais um mandato, afastando as especulações de que surgiria um novo número dois. Logo após o fim do congresso, a TV estatal exibiu raras imagens de Fidel no Palácio de Convenções de Havana, discursando ao público. O canal mostrou ao menos um delegado chorando, e o público celebrava o líder revolucionário com gritos de "Fidel!". "Esta pode ser uma das últimas vezes que eu falo nessa sala", afirmou Fidel. "Precisamos dizer aos nossos irmãos na América Latina e ao mundo que o povo cubano será vitorioso." O congresso foi criticado por deixar de discutir novas reformas no país. A fala de Fidel e a promessa de seu irmão de que um debate público mais extenso será realizado nos meses seguintes ao evento parecem ter reprimido, ao menos temporariamente, o descontentamento entre os membros do partido. "Os cubanos são seguidores de Fidel, e ele é uma força que ainda tem muito poder", disse Francisco Rodríguez, membro do partido que criticou publicamente o sigilo do congresso. "É fácil amar Fidel agora que ele não tem um cargo público. Ele é uma pessoa que sempre teve uma ideia coerente, e isso faz dele uma figura exaltada."
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Aloysio Nunes e Aníbal são cotados para o lugar de Serra no Itamaraty
Com a saída de José Serra do Ministério das Relações Exteriores, o presidente Michel Temer começou nesta quarta-feira (22) a avaliar nomes para o comando da pasta. O peemedebista ainda não tem um substituto definido para o tucano, mas, segundo assessores e auxiliares presidenciais, deve manter a pasta sob o controle do PSDB, já que a sigla não deve continuar à frente do Ministério da Justiça. Os principais cotados até o momento são o líder do governo no Senado Federal, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), e o também tucano José Aníbal, que é suplente de Serra e agora deixa o Senado. Em conversa com a Folha, Aloysio Nunes Ferreira, no entanto, negou planos de assumir a pasta. "Estou bem onde estou", disse. No Planalto, no entanto, o líder já é citado como um "nome natural para o cargo". Suplente de Serra, Aníbal é um dos tucanos mais próximos de Temer, que já defendeu que ele assuma um cargo na Esplanada dos Ministérios. Serra entregou carta de demissão na noite desta quarta-feira (22) ao presidente Michel Temer, que aceitou o pedido. Baixas no ministério O tucano alegou problemas de saúde. Aloysio afirmou que Serra vinha reclamando de dor a amigos, mas disse ter ficado sabendo da renúncia pela TV. O senador comandou a Comissão de Relações Exteriores no Senado no último biênio. Outro aliado do tucano afirmou que Serra comunicou a alguns membros do partido, ainda na madruga desta quarta-feira, que ia pedir demissão e que mostrou os laudos de sequelas da operação na coluna. Disse que a cirurgia foi um sucesso ortopédico, mas que continuava sentindo dores e que precisa fazer uma fisioterapia pesada. Serra avaliou que, no Senado, poderá se dedicar ao tratamento.
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Aloysio Nunes e Aníbal são cotados para o lugar de Serra no ItamaratyCom a saída de José Serra do Ministério das Relações Exteriores, o presidente Michel Temer começou nesta quarta-feira (22) a avaliar nomes para o comando da pasta. O peemedebista ainda não tem um substituto definido para o tucano, mas, segundo assessores e auxiliares presidenciais, deve manter a pasta sob o controle do PSDB, já que a sigla não deve continuar à frente do Ministério da Justiça. Os principais cotados até o momento são o líder do governo no Senado Federal, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), e o também tucano José Aníbal, que é suplente de Serra e agora deixa o Senado. Em conversa com a Folha, Aloysio Nunes Ferreira, no entanto, negou planos de assumir a pasta. "Estou bem onde estou", disse. No Planalto, no entanto, o líder já é citado como um "nome natural para o cargo". Suplente de Serra, Aníbal é um dos tucanos mais próximos de Temer, que já defendeu que ele assuma um cargo na Esplanada dos Ministérios. Serra entregou carta de demissão na noite desta quarta-feira (22) ao presidente Michel Temer, que aceitou o pedido. Baixas no ministério O tucano alegou problemas de saúde. Aloysio afirmou que Serra vinha reclamando de dor a amigos, mas disse ter ficado sabendo da renúncia pela TV. O senador comandou a Comissão de Relações Exteriores no Senado no último biênio. Outro aliado do tucano afirmou que Serra comunicou a alguns membros do partido, ainda na madruga desta quarta-feira, que ia pedir demissão e que mostrou os laudos de sequelas da operação na coluna. Disse que a cirurgia foi um sucesso ortopédico, mas que continuava sentindo dores e que precisa fazer uma fisioterapia pesada. Serra avaliou que, no Senado, poderá se dedicar ao tratamento.
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Isabela Capeto retorna às passarelas com homenagem a Iemanjá na SPFW
Sem a edição de verão do Fashion Rio, houve uma falta de desfiles puramente cariocas nesta São Paulo Fashion Week. A lacuna foi preenchida pela coleção da estilista Isabela Capeto. Em uma celebração a Iemanjá, ela volta à programação do calendário nacional depois de mais de quatro anos afastada das passarelas, com o frescor e a leveza que a estação pede. A inspiração principal vem do Rio de Janeiro dos anos 1950, com vestidos acinturados em tecidos naturais – tendência importante que vem aparecendo cada vez mais – como seda, organza, algodão e linho. Nas peças separadas, calças fluidas e largas, como o verão pede, tops com babados e transparências, além de saias mídi. Os bordados, característicos do trabalho de Capeto, aparecem em motivos do fundo do mar, como estrelas marinhas e conchas. Em um verão em que o Rio não faz parte do calendário oficial, os ventos que vêm do mar carioca são bem vindos para quem está acostumada ao urbanismo e à rigidez de São Paulo.
ilustrada
Isabela Capeto retorna às passarelas com homenagem a Iemanjá na SPFWSem a edição de verão do Fashion Rio, houve uma falta de desfiles puramente cariocas nesta São Paulo Fashion Week. A lacuna foi preenchida pela coleção da estilista Isabela Capeto. Em uma celebração a Iemanjá, ela volta à programação do calendário nacional depois de mais de quatro anos afastada das passarelas, com o frescor e a leveza que a estação pede. A inspiração principal vem do Rio de Janeiro dos anos 1950, com vestidos acinturados em tecidos naturais – tendência importante que vem aparecendo cada vez mais – como seda, organza, algodão e linho. Nas peças separadas, calças fluidas e largas, como o verão pede, tops com babados e transparências, além de saias mídi. Os bordados, característicos do trabalho de Capeto, aparecem em motivos do fundo do mar, como estrelas marinhas e conchas. Em um verão em que o Rio não faz parte do calendário oficial, os ventos que vêm do mar carioca são bem vindos para quem está acostumada ao urbanismo e à rigidez de São Paulo.
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Governo tira petista do comando da Telebras
O governo Temer decidiu trocar a diretoria da Telebras, afastando da sua presidência o petista Jorge Bittar. A decisão será oficializada nesta quinta-feira (21), em reunião do conselho de administração da estatal. Para o lugar de Bittar, será indicado Antônio Loss, executivo do setor de telecomunicações, que já trabalhou na Oi. Na diretoria de Comércio, será indicado Alex Sandro Nunes. Ex-conselheiro da Anatel, Jarbas Valente vai ocupar a diretoria Técnica. E Paulo Ferreira será o novo diretor Administrativo e Financeiro.
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Governo tira petista do comando da TelebrasO governo Temer decidiu trocar a diretoria da Telebras, afastando da sua presidência o petista Jorge Bittar. A decisão será oficializada nesta quinta-feira (21), em reunião do conselho de administração da estatal. Para o lugar de Bittar, será indicado Antônio Loss, executivo do setor de telecomunicações, que já trabalhou na Oi. Na diretoria de Comércio, será indicado Alex Sandro Nunes. Ex-conselheiro da Anatel, Jarbas Valente vai ocupar a diretoria Técnica. E Paulo Ferreira será o novo diretor Administrativo e Financeiro.
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Veja filmes premiados em festivais que estão na Mostra de Cinema em SP
LUIZA WOLF DE SÃO PAULO Até 4/11, a 39ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo exibe mais de 300 filmes na cidade. As sessões projetam obras que vêm de 62 países, com ingressos de R$ 16 (de segunda a quinta) a R$ 20 (de sexta a domingo). Para ajudar a desbravar a vasta programação, a sãopaulo indica, abaixo, cinco apostas que arrebataram prêmios em festivais internacionais. DESDE ALLÁ O filme venezuelano, gravado em parceria com o México, foi consagrado com o Leão de Ouro, principal prêmio do Festival de Veneza. Na trama, o ricaço Armando usa seu dinheiro para atrair jovens homens até a sua casa. Ele conhece Elder, líder de uma gangue de rua, e os dois criam intimidade. O rapaz, porém, descobre fatos preocupantes no passado de Armando. Veja salas e horários Trailer com legendas em inglês Vídeo * DHEEPAN - O REFÚGIO Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, o longa francês conta a história de um ex-soldado, que assume o nome Dheepan. Para fugir da guerra civil no Sri Lanka, ele se junta a uma moça e a uma garotinha e faz com que passem por uma família. Mesmo sem se conhecerem, eles tentarão construir uma nova vida juntos. Veja salas e horários Vídeo * PARDAIS Ari é um menino de 16 anos que é obrigado a voltar a morar com o pai e com a avó na cidade onde nasceu, no litoral da Dinamarca. Lá, ele descobre que seus antigos amigos já não são mais os mesmos e passa por um difícil processo de adaptação. Sensível, a trama foi contemplada com a Concha Dourada no Festival de San Sebastián. Veja salas e horários Trailer com legendas em inglês Vídeo * A OVELHA NEGRA Vindo da Islândia, o filme retrata os irmãos Gummi e Kiddi, que criam ovelhas. Embora dividam os mesmos terreno e ofício, os dois não se falam há 40 anos. Eles têm de se unir quando as autoridades decidem abater os animais por causa de uma epidemia. O longa levou o prêmio na mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes. Veja salas e horários Trailer com legendas em inglês Vídeo * A TERRA E A SOMBRA Alfonso retorna à casa da família, depois de 17 anos de ausência, por causa do filho doente. Lá, ele descobre que a ex-mulher, a nora e o neto levam uma vida difícil. O personagem tenta se encaixar novamente na família para ajudá-la. Coprodução entre Colômbia, Holanda, Chile, França e Brasil, o filme arrebatou o prêmio Caméra D'Or no Festival de Cannes. Veja salas e horários Trailer com legendas em inglês Vídeo
saopaulo
Veja filmes premiados em festivais que estão na Mostra de Cinema em SPLUIZA WOLF DE SÃO PAULO Até 4/11, a 39ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo exibe mais de 300 filmes na cidade. As sessões projetam obras que vêm de 62 países, com ingressos de R$ 16 (de segunda a quinta) a R$ 20 (de sexta a domingo). Para ajudar a desbravar a vasta programação, a sãopaulo indica, abaixo, cinco apostas que arrebataram prêmios em festivais internacionais. DESDE ALLÁ O filme venezuelano, gravado em parceria com o México, foi consagrado com o Leão de Ouro, principal prêmio do Festival de Veneza. Na trama, o ricaço Armando usa seu dinheiro para atrair jovens homens até a sua casa. Ele conhece Elder, líder de uma gangue de rua, e os dois criam intimidade. O rapaz, porém, descobre fatos preocupantes no passado de Armando. Veja salas e horários Trailer com legendas em inglês Vídeo * DHEEPAN - O REFÚGIO Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, o longa francês conta a história de um ex-soldado, que assume o nome Dheepan. Para fugir da guerra civil no Sri Lanka, ele se junta a uma moça e a uma garotinha e faz com que passem por uma família. Mesmo sem se conhecerem, eles tentarão construir uma nova vida juntos. Veja salas e horários Vídeo * PARDAIS Ari é um menino de 16 anos que é obrigado a voltar a morar com o pai e com a avó na cidade onde nasceu, no litoral da Dinamarca. Lá, ele descobre que seus antigos amigos já não são mais os mesmos e passa por um difícil processo de adaptação. Sensível, a trama foi contemplada com a Concha Dourada no Festival de San Sebastián. Veja salas e horários Trailer com legendas em inglês Vídeo * A OVELHA NEGRA Vindo da Islândia, o filme retrata os irmãos Gummi e Kiddi, que criam ovelhas. Embora dividam os mesmos terreno e ofício, os dois não se falam há 40 anos. Eles têm de se unir quando as autoridades decidem abater os animais por causa de uma epidemia. O longa levou o prêmio na mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes. Veja salas e horários Trailer com legendas em inglês Vídeo * A TERRA E A SOMBRA Alfonso retorna à casa da família, depois de 17 anos de ausência, por causa do filho doente. Lá, ele descobre que a ex-mulher, a nora e o neto levam uma vida difícil. O personagem tenta se encaixar novamente na família para ajudá-la. Coprodução entre Colômbia, Holanda, Chile, França e Brasil, o filme arrebatou o prêmio Caméra D'Or no Festival de Cannes. Veja salas e horários Trailer com legendas em inglês Vídeo
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Samsung espera venda recorde do novo Galaxy S6
A Samsung espera vendas recordes de seu celular inteligente Galaxy S6 e afirmou que vai enfrentar dificuldade para atender à demanda pela versão com borda curvada por causa de restrições de produção. Os modelos S6 receberam críticas positivas, o que impulsionou as expectativas de recuperação de resultados da companhia em 2015. Nesta semana, a companhia estimou que o lucro operacional de janeiro a março será o mais alto em três trimestres, o que analistas afirmam se dever ao fato da empresa utilizar mais chips próprios em seus novos celulares. A Samsung espera que o modelo com tela plana do S6 venda mais que a versão com borda curvada, que custa cerca de US$ 120 a mais na Coreia do Sul. Além disso, o chefe da divisão de dispositivos móveis, J. K. Schin, disse que a companhia não vai conseguir atender à demanda pelo modelo de tela curvada (S6 Edge) porque ela é mais difícil de ser fabricada. A companhia não revelou seu recorde atual de vendas para um único modelo. Analistas consideram o Galaxy S3 como o modelo mais vendido da companhia no geral. O grupo Nomura estimou que a Samsung vendeu 80 milhões de S3 nos três anos desde o lançamento em 2012 e 43 milhões de S4s desde o lançamento do modelo em abril de 2013 até o fim daquele ano. Alguns analistas estimam que a Samsung pode vender 50 milhões ou mais de unidades do S6 este ano. Shin afirmou que a Samsung está preparando uma série de aparelhos "vestíveis", incluindo uma nova versão do relógio inteligente Gear. A rival Apple deve lançar seu próprio smartwatch em 24 de abril.
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Samsung espera venda recorde do novo Galaxy S6A Samsung espera vendas recordes de seu celular inteligente Galaxy S6 e afirmou que vai enfrentar dificuldade para atender à demanda pela versão com borda curvada por causa de restrições de produção. Os modelos S6 receberam críticas positivas, o que impulsionou as expectativas de recuperação de resultados da companhia em 2015. Nesta semana, a companhia estimou que o lucro operacional de janeiro a março será o mais alto em três trimestres, o que analistas afirmam se dever ao fato da empresa utilizar mais chips próprios em seus novos celulares. A Samsung espera que o modelo com tela plana do S6 venda mais que a versão com borda curvada, que custa cerca de US$ 120 a mais na Coreia do Sul. Além disso, o chefe da divisão de dispositivos móveis, J. K. Schin, disse que a companhia não vai conseguir atender à demanda pelo modelo de tela curvada (S6 Edge) porque ela é mais difícil de ser fabricada. A companhia não revelou seu recorde atual de vendas para um único modelo. Analistas consideram o Galaxy S3 como o modelo mais vendido da companhia no geral. O grupo Nomura estimou que a Samsung vendeu 80 milhões de S3 nos três anos desde o lançamento em 2012 e 43 milhões de S4s desde o lançamento do modelo em abril de 2013 até o fim daquele ano. Alguns analistas estimam que a Samsung pode vender 50 milhões ou mais de unidades do S6 este ano. Shin afirmou que a Samsung está preparando uma série de aparelhos "vestíveis", incluindo uma nova versão do relógio inteligente Gear. A rival Apple deve lançar seu próprio smartwatch em 24 de abril.
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Cafu diz que 7 a 1 foi 'surreal' e que falta orgulho em jogar na seleção
Capitão da última conquista de Copa do Mundo do Brasil, Cafu afirmou em entrevista ao jornal "Tagesspiegel", da Alemanha, que a eliminação da seleção no último Mundial foi algo "surreal". A equipe perdeu para os alemães na semifinal do torneio por 7 a 1, o que, segundo o ex-jogador, nunca mais deverá ocorrer. "Foi surreal. Só teremos um jogo como esse de novo em cem anos, ou nunca mais. Para nós [brasileiros] deu tudo errado. Já os alemães fizeram tudo certo. Não há nenhum outro jogo como o futebol, em que o impossível se torna possível", afirmou. Segundo Cafu, o Brasil precisa de "mais estrelas" e tem que aprender a respeitar os jogadores mesmo após uma derrota expressiva, como o placar de 7 a 1 na vitória da Alemanha sobre a seleção. "Esperem pelos próximos anos. Eu moro no Brasil e tenho uma visão muito boa do trabalho na base, buscando talentos. Nosso problema da Copa do Mundo de 2014 foi que temos apenas uma estrela, o Neymar. Antes, jogavam cinco ou seis jogadores desta qualidade na Seleção. É aí que temos de voltar, e eu sou otimista. Acredite em mim, o Brasil está diante de um futuro brilhante", afirmou o pentacampeão ao diário Tagesspiegel. Apesar de elogiar a geração de jovens jogadores brasileiros, Cafu afirmou que eles não têm o mesmo orgulho em defender a seleção que outras gerações. "[Falta] o orgulho de vestir a camisa da Seleção. Este é provavelmente um fenômeno global, mas em um país como o Brasil isso é mais forte do que nos países europeus. No passado, os jogadores jovens queriam deixar seus clubes locais para jogar na seleção. Hoje, eles saem de casa ainda pequenos para ir jogar no exterior", disse o lateral. Perguntado se gostaria de se tornar técnico da seleção, Cafu enfatizou que esta possibilidade, por ora, não está em seus planos. "Não. Hoje, de jeito nenhum. Dê uma olhada em como as pessoas no Brasil têm tratado o Dunga. Ele era o capitão do time campeão do Mundial dos EUA em 1994. Foi um grande jogador. Então, ele não teve sucesso como técnico na Copa do Mundo de 2010, e ninguém mais se lembrou de seus grandes feitos ao Brasil", disse. "Eu gosto de ser respeitado por aquilo que conquistei. (...) Além disso, eu não teria tempo para um trabalho como técnico", afirmou.
esporte
Cafu diz que 7 a 1 foi 'surreal' e que falta orgulho em jogar na seleçãoCapitão da última conquista de Copa do Mundo do Brasil, Cafu afirmou em entrevista ao jornal "Tagesspiegel", da Alemanha, que a eliminação da seleção no último Mundial foi algo "surreal". A equipe perdeu para os alemães na semifinal do torneio por 7 a 1, o que, segundo o ex-jogador, nunca mais deverá ocorrer. "Foi surreal. Só teremos um jogo como esse de novo em cem anos, ou nunca mais. Para nós [brasileiros] deu tudo errado. Já os alemães fizeram tudo certo. Não há nenhum outro jogo como o futebol, em que o impossível se torna possível", afirmou. Segundo Cafu, o Brasil precisa de "mais estrelas" e tem que aprender a respeitar os jogadores mesmo após uma derrota expressiva, como o placar de 7 a 1 na vitória da Alemanha sobre a seleção. "Esperem pelos próximos anos. Eu moro no Brasil e tenho uma visão muito boa do trabalho na base, buscando talentos. Nosso problema da Copa do Mundo de 2014 foi que temos apenas uma estrela, o Neymar. Antes, jogavam cinco ou seis jogadores desta qualidade na Seleção. É aí que temos de voltar, e eu sou otimista. Acredite em mim, o Brasil está diante de um futuro brilhante", afirmou o pentacampeão ao diário Tagesspiegel. Apesar de elogiar a geração de jovens jogadores brasileiros, Cafu afirmou que eles não têm o mesmo orgulho em defender a seleção que outras gerações. "[Falta] o orgulho de vestir a camisa da Seleção. Este é provavelmente um fenômeno global, mas em um país como o Brasil isso é mais forte do que nos países europeus. No passado, os jogadores jovens queriam deixar seus clubes locais para jogar na seleção. Hoje, eles saem de casa ainda pequenos para ir jogar no exterior", disse o lateral. Perguntado se gostaria de se tornar técnico da seleção, Cafu enfatizou que esta possibilidade, por ora, não está em seus planos. "Não. Hoje, de jeito nenhum. Dê uma olhada em como as pessoas no Brasil têm tratado o Dunga. Ele era o capitão do time campeão do Mundial dos EUA em 1994. Foi um grande jogador. Então, ele não teve sucesso como técnico na Copa do Mundo de 2010, e ninguém mais se lembrou de seus grandes feitos ao Brasil", disse. "Eu gosto de ser respeitado por aquilo que conquistei. (...) Além disso, eu não teria tempo para um trabalho como técnico", afirmou.
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Shopping de SP terá loja 'pop up' especializada em queijos franceses
O shopping Higienópolis, na região central de São Paulo, abre, nesta sexta-feira (12), uma loja temporária especializada em queijos franceses. O espaço, que ficará aberto por apenas dois dias, é uma iniciativa do Cniel (na sigla em português, Centro Nacional da Economia Leiteira), órgão da França para a promoção do setor, em parceria com o Emporium Dinis. Estarão à venda queijos clássicos do país, como brie e camembert, mas também outros menos conhecidos –entre eles, bleu d'Auvergne, coulommiers e Brillat-Savarin. Todos serão comercializados com descontos de até 30%. Além da loja pop up, o shopping vai mostrar a exposição Les Filles à Frommages, com fotos de Thomas Laisné de personalidades femininas posando com queijos. POP UP STORE DE QUEIJOS DA EUROPA Onde av. Higienópolis, 618, shopping Higienópolis, piso Veiga Filho Quando 12 e 13 de junho, das 10h às 22h
comida
Shopping de SP terá loja 'pop up' especializada em queijos francesesO shopping Higienópolis, na região central de São Paulo, abre, nesta sexta-feira (12), uma loja temporária especializada em queijos franceses. O espaço, que ficará aberto por apenas dois dias, é uma iniciativa do Cniel (na sigla em português, Centro Nacional da Economia Leiteira), órgão da França para a promoção do setor, em parceria com o Emporium Dinis. Estarão à venda queijos clássicos do país, como brie e camembert, mas também outros menos conhecidos –entre eles, bleu d'Auvergne, coulommiers e Brillat-Savarin. Todos serão comercializados com descontos de até 30%. Além da loja pop up, o shopping vai mostrar a exposição Les Filles à Frommages, com fotos de Thomas Laisné de personalidades femininas posando com queijos. POP UP STORE DE QUEIJOS DA EUROPA Onde av. Higienópolis, 618, shopping Higienópolis, piso Veiga Filho Quando 12 e 13 de junho, das 10h às 22h
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Teto esburacado
Dentre as muitas medidas para o controle dos gastos com pessoal, poucas são mais simbólicas que o veto constitucional a remunerações de ocupantes de cargos públicos acima do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Que esse teto —hoje de R$ 33,7 mil— tenha se transformado em letra morta no Judiciário e no Ministério Público é demonstração de que a agenda corporativista tem suplantado o interesse coletivo. Pesquisa recente apontou que apenas 3% dos promotores paulistas recebem menos que esse valor, em razão de variados penduricalhos e auxílios não considerados para o cálculo dos limites. O mesmo se dá em outros Estados. No Executivo federal, 41% das autoridades de escalões superiores da Fazenda e do Planejamento ganham acima do teto graças a auxílios e jetons pela participação em conselhos de empresas estatais. Na maior parte dos casos, o texto constitucional tornou-se inócuo por conta de interpretações elásticas, não raro oportunistas, das regras. Exemplo notório é o do auxílio-moradia, concebido originalmente para juízes e promotores em serviço fora de seus domicílios. Ocorre que em 2014 o ministro do STF Luiz Fux estendeu por liminar a indenização de R$ 4.377 mensais a todos os magistrados na ativa. Não tardou para que associações de promotores pleiteassem o mesmo tratamento, com sucesso. Os custos, estimados em cerca de R$ 1 bilhão ao ano, tendem a crescer. A campanha para a sucessão de Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República mostrou que tais práticas gozam de aceitação quase irrestrita entre aqueles que deveriam zelar pela moralidade. A ampla concessão do auxílio-moradia, argumentou-se nos debates, descaracteriza seu caráter indenizatório e impõe a incorporação definitiva aos salários. Felizmente, notam-se também reações a tais abusos. O Senado aprovou, no final do ano passado, três projetos que visam garantir maior efetividade ao limite imposto pela Constituição. A matéria seguiu para a Câmara, mas só foi retomada neste mês, quando se criou uma comissão para discutir os supersalários. No meio político, esse é quase sempre um subterfúgio para nada se fazer. Não se ignora, ademais, o reduzido interesse dos congressistas, muitos deles suspeitos de atos ilícitos, em se indispor com juízes e promotores. A economia com a aplicação do teto não seria, é fato, decisiva. A medida, porém, representaria demonstração básica de respeito pelo dinheiro do contribuinte. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Teto esburacadoDentre as muitas medidas para o controle dos gastos com pessoal, poucas são mais simbólicas que o veto constitucional a remunerações de ocupantes de cargos públicos acima do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Que esse teto —hoje de R$ 33,7 mil— tenha se transformado em letra morta no Judiciário e no Ministério Público é demonstração de que a agenda corporativista tem suplantado o interesse coletivo. Pesquisa recente apontou que apenas 3% dos promotores paulistas recebem menos que esse valor, em razão de variados penduricalhos e auxílios não considerados para o cálculo dos limites. O mesmo se dá em outros Estados. No Executivo federal, 41% das autoridades de escalões superiores da Fazenda e do Planejamento ganham acima do teto graças a auxílios e jetons pela participação em conselhos de empresas estatais. Na maior parte dos casos, o texto constitucional tornou-se inócuo por conta de interpretações elásticas, não raro oportunistas, das regras. Exemplo notório é o do auxílio-moradia, concebido originalmente para juízes e promotores em serviço fora de seus domicílios. Ocorre que em 2014 o ministro do STF Luiz Fux estendeu por liminar a indenização de R$ 4.377 mensais a todos os magistrados na ativa. Não tardou para que associações de promotores pleiteassem o mesmo tratamento, com sucesso. Os custos, estimados em cerca de R$ 1 bilhão ao ano, tendem a crescer. A campanha para a sucessão de Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República mostrou que tais práticas gozam de aceitação quase irrestrita entre aqueles que deveriam zelar pela moralidade. A ampla concessão do auxílio-moradia, argumentou-se nos debates, descaracteriza seu caráter indenizatório e impõe a incorporação definitiva aos salários. Felizmente, notam-se também reações a tais abusos. O Senado aprovou, no final do ano passado, três projetos que visam garantir maior efetividade ao limite imposto pela Constituição. A matéria seguiu para a Câmara, mas só foi retomada neste mês, quando se criou uma comissão para discutir os supersalários. No meio político, esse é quase sempre um subterfúgio para nada se fazer. Não se ignora, ademais, o reduzido interesse dos congressistas, muitos deles suspeitos de atos ilícitos, em se indispor com juízes e promotores. A economia com a aplicação do teto não seria, é fato, decisiva. A medida, porém, representaria demonstração básica de respeito pelo dinheiro do contribuinte. editoriais@grupofolha.com.br
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Família real da Holanda restituirá quadro roubado pelos nazistas
A família real da Holanda restituirá uma pintura de sua coleção após descobrir que a obra foi confiscada de seu proprietário judeu pelos nazistas, anunciou o Palácio real nesta terça-feira (31). A descoberta aconteceu por meio de uma investigação independente, ordenada pelo Palácio em 2012, sobre obras adquiridas após a chegada ao poder do partido nazista na Alemanha em 1933. "A investigação revelou que uma das pinturas havia sido confiscada", afirma um comunicado. "Um colecionador judeu foi forçado em 1942 a entregar o quadro 'A floresta de Haia com vista para o palácio Huis ten Bosch', de Joris van der Haagen, ao banco [nazista] Lippman, Rosenthal & co em Amsterdã". Depois da guerra e da ocupação da Holanda, o quadro foi comprado de um vendedor pela rainha Juliana em 1960 "sem conhecer sua história", segundo o comunicado. Segundo o Palácio, uma associação de arte entrou em contato com os descendentes dos proprietários, cuja identidade não foi revelada, para restituir a obra.
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Família real da Holanda restituirá quadro roubado pelos nazistasA família real da Holanda restituirá uma pintura de sua coleção após descobrir que a obra foi confiscada de seu proprietário judeu pelos nazistas, anunciou o Palácio real nesta terça-feira (31). A descoberta aconteceu por meio de uma investigação independente, ordenada pelo Palácio em 2012, sobre obras adquiridas após a chegada ao poder do partido nazista na Alemanha em 1933. "A investigação revelou que uma das pinturas havia sido confiscada", afirma um comunicado. "Um colecionador judeu foi forçado em 1942 a entregar o quadro 'A floresta de Haia com vista para o palácio Huis ten Bosch', de Joris van der Haagen, ao banco [nazista] Lippman, Rosenthal & co em Amsterdã". Depois da guerra e da ocupação da Holanda, o quadro foi comprado de um vendedor pela rainha Juliana em 1960 "sem conhecer sua história", segundo o comunicado. Segundo o Palácio, uma associação de arte entrou em contato com os descendentes dos proprietários, cuja identidade não foi revelada, para restituir a obra.
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Peça 'Jacy' acerta ao renovar base de espetáculos documentais
De feição despojada e quê mambembe, o espetáculo "Jacy" inquieta pela sofisticada reinvenção do Grupo Carmin a partir da história de uma mulher emendada à de sua cidade e à do país. Os artistas de Natal tornam ficcionais fatos da biografia não autorizada da cidadã potiguar que teria vivido 90 anos. A condicional reflete a natureza embaralhada do que é realidade ou não na peça de base documental escrita por Iracema Macedo e Pablo Capistrano em colaboração com a dupla que atua. Uma frasqueira encontrada ao acaso, no lixo da calçada, leva o ator e diretor Henrique Fontes e a atriz Quitéria Kelly a trilharem o paradeiro da dona, uma certa Jacy Lisboa Lucena. Do apreço cenográfico inicial, pensado para a obra que falaria da velhice, o objeto retrô e seus guardados tornam-se propulsores. No teatro, a rigor, criadores e público tentam pactuar uma verdade. É o que acontece em cena sob a aura cinematográfica de montar e editar. Uma ilha é operada simultaneamente no palco pelo videomaker Pedro Fiuza. A exposição do efeito de manipular estimula a cumplicidade, bem como o ato de os atores imbricarem ludicamente as próprias tentativas e acertos de percurso. Sob o signo da justaposição, presumem-se a paixão, o casamento e a separação do soldado que Jacy conhece das tropas dos EUA que aportam em Natal nos anos 1940. Entre as décadas de 1950 e 1990 ela mora no Rio. Até retornar à cidade da juventude, onde o único contato familiar agora é um irmão do interior, via telefone. A companhia em casa, uma cuidadora. Solidão e abandono reatam o tópico da velhice. Outra janela crítica é a genealogia expositiva do nepotismo e do coronelismo nos poderes. E assim "Jacy" encontra o anjo da história de Walter Benjamin, aquele que é arrastado pela tempestade, o progresso, como sintetiza um surpreendente e poético aparato ao final. JACY QUANDO qui. a sáb., às 20h30; até 18/2 ONDE Sesc Pinheiros, r. Paes Leme, 195, tel. (11) 3095-9400 QUANTO R$ 7,50 a R$ 25, 12 anos AVALIAÇÃO muito bom ★★★★
ilustrada
Peça 'Jacy' acerta ao renovar base de espetáculos documentaisDe feição despojada e quê mambembe, o espetáculo "Jacy" inquieta pela sofisticada reinvenção do Grupo Carmin a partir da história de uma mulher emendada à de sua cidade e à do país. Os artistas de Natal tornam ficcionais fatos da biografia não autorizada da cidadã potiguar que teria vivido 90 anos. A condicional reflete a natureza embaralhada do que é realidade ou não na peça de base documental escrita por Iracema Macedo e Pablo Capistrano em colaboração com a dupla que atua. Uma frasqueira encontrada ao acaso, no lixo da calçada, leva o ator e diretor Henrique Fontes e a atriz Quitéria Kelly a trilharem o paradeiro da dona, uma certa Jacy Lisboa Lucena. Do apreço cenográfico inicial, pensado para a obra que falaria da velhice, o objeto retrô e seus guardados tornam-se propulsores. No teatro, a rigor, criadores e público tentam pactuar uma verdade. É o que acontece em cena sob a aura cinematográfica de montar e editar. Uma ilha é operada simultaneamente no palco pelo videomaker Pedro Fiuza. A exposição do efeito de manipular estimula a cumplicidade, bem como o ato de os atores imbricarem ludicamente as próprias tentativas e acertos de percurso. Sob o signo da justaposição, presumem-se a paixão, o casamento e a separação do soldado que Jacy conhece das tropas dos EUA que aportam em Natal nos anos 1940. Entre as décadas de 1950 e 1990 ela mora no Rio. Até retornar à cidade da juventude, onde o único contato familiar agora é um irmão do interior, via telefone. A companhia em casa, uma cuidadora. Solidão e abandono reatam o tópico da velhice. Outra janela crítica é a genealogia expositiva do nepotismo e do coronelismo nos poderes. E assim "Jacy" encontra o anjo da história de Walter Benjamin, aquele que é arrastado pela tempestade, o progresso, como sintetiza um surpreendente e poético aparato ao final. JACY QUANDO qui. a sáb., às 20h30; até 18/2 ONDE Sesc Pinheiros, r. Paes Leme, 195, tel. (11) 3095-9400 QUANTO R$ 7,50 a R$ 25, 12 anos AVALIAÇÃO muito bom ★★★★
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Um museu em chamas e educação para a cidadania
Um triste episódio interrompeu, há cerca de um ano, a extraordinária história de um museu localizado em uma estação de trem em São Paulo, o Museu da Língua Portuguesa. Acompanhei de perto os eventos, embora vivesse fora do país na ocasião, pois além de tê-lo visitado muitas vezes, participei dos esforços empreendidos para que ele fosse criado. "Nosso museu consumiu-se em chamas", foi o que senti quando li a notícia, não em plural majestático, mas unindo-me ao sentimento de tantos outros que o tinham como seu. Lembrei-me de um livro da Sophie Calle, "O Eruv", em que ela reflete sobre a apropriação afetiva de espaços públicos que ocorre quando neles vivemos momentos especiais e, assim, se tornam privados na lembrança—como a minha rua, minha praça ou a minha escola. Mas esse museu era nosso, não meu. Do Antonio Carlos de Morais Sartini que o dirigiu desde pouco depois da fundação e de todos os múltiplos parceiros que tornaram o espaço realidade. Essa infeliz efeméride traz à tona o crescente interesse que temos por museus no Brasil. Somos ainda um país de elites incultas, de reduzido interesse pela leitura, como mostram os dados do Retrato da Leitura no Brasil, de museus acanhados e com baixa frequência, pouco apoio a orquestras e a produções teatrais, especialmente fora dos grandes centros. Essas mesmas elites que visitam museus fora do país demoram a ir ver museus em suas cidades e, muitas vezes, nem sequer os conhecem. Mas algo começa a mudar: novos e instigantes museus foram criados, em padrão internacional, e muitos dos que foram repaginados em período recente passaram a receber um público muito maior. Museus são espaços extraordinários de convivência entre passado e presente, não apenas por conta do seu acervo e do público, mas de mostras de períodos distintos, da evidência da impermanência de crenças, padrões estéticos e linguagens, junto com a percepção da eternidade do que nos faz humanos. São também amplos em seus propósitos: artes visuais, ciências, cultura popular e língua podem ser apresentados a diferentes faixas etárias e ser por elas bem recebidos. Mas o que chama atenção é como eles, como espaço não formal de educação, educam também para a cidadania. Ensinam a preservar o que é de todos e a mostrar que outros vieram antes de nós e nos deixaram importante legado material e imaterial. Ensinam que temos que deixar o registro da nossa passagem para o futuro. A cidadania significa não só lutar por um espaço público mais justo e aberto a todos, mas também pela garantia de acesso a este legado e pela continuidade da sua construção.
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Um museu em chamas e educação para a cidadaniaUm triste episódio interrompeu, há cerca de um ano, a extraordinária história de um museu localizado em uma estação de trem em São Paulo, o Museu da Língua Portuguesa. Acompanhei de perto os eventos, embora vivesse fora do país na ocasião, pois além de tê-lo visitado muitas vezes, participei dos esforços empreendidos para que ele fosse criado. "Nosso museu consumiu-se em chamas", foi o que senti quando li a notícia, não em plural majestático, mas unindo-me ao sentimento de tantos outros que o tinham como seu. Lembrei-me de um livro da Sophie Calle, "O Eruv", em que ela reflete sobre a apropriação afetiva de espaços públicos que ocorre quando neles vivemos momentos especiais e, assim, se tornam privados na lembrança—como a minha rua, minha praça ou a minha escola. Mas esse museu era nosso, não meu. Do Antonio Carlos de Morais Sartini que o dirigiu desde pouco depois da fundação e de todos os múltiplos parceiros que tornaram o espaço realidade. Essa infeliz efeméride traz à tona o crescente interesse que temos por museus no Brasil. Somos ainda um país de elites incultas, de reduzido interesse pela leitura, como mostram os dados do Retrato da Leitura no Brasil, de museus acanhados e com baixa frequência, pouco apoio a orquestras e a produções teatrais, especialmente fora dos grandes centros. Essas mesmas elites que visitam museus fora do país demoram a ir ver museus em suas cidades e, muitas vezes, nem sequer os conhecem. Mas algo começa a mudar: novos e instigantes museus foram criados, em padrão internacional, e muitos dos que foram repaginados em período recente passaram a receber um público muito maior. Museus são espaços extraordinários de convivência entre passado e presente, não apenas por conta do seu acervo e do público, mas de mostras de períodos distintos, da evidência da impermanência de crenças, padrões estéticos e linguagens, junto com a percepção da eternidade do que nos faz humanos. São também amplos em seus propósitos: artes visuais, ciências, cultura popular e língua podem ser apresentados a diferentes faixas etárias e ser por elas bem recebidos. Mas o que chama atenção é como eles, como espaço não formal de educação, educam também para a cidadania. Ensinam a preservar o que é de todos e a mostrar que outros vieram antes de nós e nos deixaram importante legado material e imaterial. Ensinam que temos que deixar o registro da nossa passagem para o futuro. A cidadania significa não só lutar por um espaço público mais justo e aberto a todos, mas também pela garantia de acesso a este legado e pela continuidade da sua construção.
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Jovens saudáveis usam remédios psiquiátricos para ir melhor em provas
As novas drogas da vez entre universitários e jovens profissionais passam longe de shows e baladas. As chamadas "smart drugs" são consumidas em universidades, cursinhos e escritórios. Para estudar por várias horas sem perder o foco, pessoas sem problemas psiquiátricos ou neurológicos estão tomando pílulas para transtorno de deficit de atenção, narcolepsia e até mal de Alzheimer. A Folha entrevistou cinco jovens, com idades entre 25 e 30 anos, que usam psicoestimulantes sem ter necessidade terapêutica. Todos citaram o desejo de turbinar os estudos. O médico Lucas (nome fictício), 28, diz que começou a tomar ritalina, remédio para transtorno de deficit de atenção, por causa das longas horas de trabalho e as obrigações de estudo para a residência em ortopedia. Ele diz que só assim conseguia se manter concentrado e acordado. "Deixa você mais focado. Para mim, fez efeito, mas eu comecei a sofrer com muita ansiedade e, no fim, comecei a ter crises de pânico", relata. Gabriela, 22, diz que conseguiu anfetaminas com uma colega em um cursinho para o concurso de admissão à carreira diplomática. Ela diz que, tirando a perda de apetite, ela não sentiu muita diferença. "Consigo ficar mais acordada, mas não sei se rendo mais. Tenho tomado só quando preciso dar conta de muita matéria. Não acho que estou dependente", avalia. DOPING Par alguns especialistas, as "drogas da inteligência" estão para o mundo acadêmico como os esteroides anabolizantes estão para o esportivo: embora possa haver algum ganho de resultado, há risco de vários efeitos colaterais. Existe também um dilema ético: quem usa essas substâncias antes de uma prova, como um concurso público, teria vantagem sobre seus concorrentes. "Para mim, isso é doping", diz o psiquiatra Mario Louzã, coordenador do Programa de Deficit de Atenção e Hiperatividade no Adulto do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas. Gilda Paolliello, professora de psiquiatria do Ipemed, pensa igual: "É concorrência desleal". Ela diz que, em seu consultório, já consegue perceber uma grande quantidade de pré-universitários, "concurseiros" e executivos que têm abusado das substâncias. Ao contrário de outros países, o Brasil ainda não tem dados sobre o uso "cosmético" desses remédios. O que se sabe é que a venda de psicoestimulantes aumentou 25% nos últimos cinco anos. Juntas, as drogas dessa classe –Ritalina e Ritalina La (Novartis), Venvanse (Shire), Concerta (Janssen Cilag) e Stavigile (Libbs)– venderam 2,16 milhões de caixas entre julho de 2014 e julho de 2015. Acredita-se que a moda tenha começado entre estudantes americanos e profissionais de Wall Street. Uma pesquisa divulgada em 2014 indica que quase um em cada cinco estudantes da "Ivy League" –grupo de universidades de elite que inclui Harvard– usaram algum tipo de "smart drug" durante o período letivo. Em um artigo no "Journal of Medical Ethics", Vince Cakic, da Universidade de Sidney, afirma que, no futuro, pode ser até que estudantes tenham de se submeter a exames de urina. EFICÁCIA E RISCOS A eficácia das "smart drugs" é polêmica. Os estudos, até agora, não têm resultados conclusivos: alguns indicam certos ganhos, outros mostram que não há vantagens para pessoas saudáveis. Um dos exemplos é o modafinil, comercializado no Brasil como Stavigile. Seu uso registrado na Anvisa é para tratamento de narcolepsia, mas ela é muito popular entre os estudantes. Enquanto um trabalho de 2012 indicou que a modafinil conseguiu melhorar a performance cognitiva de médicos que estavam sem dormir, um trabalho de 2014 mostrou um resultado contrário; estudantes ficaram mais lentos para tomar decisões. Especialistas alertam principalmente para a falta de estudos que indiquem possíveis danos do uso em longo prazo dessas drogas por quem não tem indicação médica. Na internet, é fácil ter acesso a blogs e fóruns em que estudantes discutem o tema e ensinam estratégias de uso. Embora sejam de uso controlado, os estudantes têm acesso relativamente fácil às pílulas no mercado paralelo, sobretudo em redes sociais. "Os blogs vendem um pouco a ilusão de que você vai ficar muito inteligente e aprender tudo. Mesmo para uma pessoa sadia o aumento de concentração não é assim tão grande. Se a sua concentração já está em 100%, não vai para 200%", explica Louzã. Profissionais alertam também para efeitos negativos após o uso prolongado. "Esses psicoestimulantes podem levar tanto à dependência física quanto à psíquica. Ou seja, a pessoa só consegue se sentir segura se usar" diz Gilda Paolliello."É bem comum ter insônia e ansiedade. Além disso, o uso prolongado pode levar a problemas cardíacos, arritmia."
equilibrioesaude
Jovens saudáveis usam remédios psiquiátricos para ir melhor em provasAs novas drogas da vez entre universitários e jovens profissionais passam longe de shows e baladas. As chamadas "smart drugs" são consumidas em universidades, cursinhos e escritórios. Para estudar por várias horas sem perder o foco, pessoas sem problemas psiquiátricos ou neurológicos estão tomando pílulas para transtorno de deficit de atenção, narcolepsia e até mal de Alzheimer. A Folha entrevistou cinco jovens, com idades entre 25 e 30 anos, que usam psicoestimulantes sem ter necessidade terapêutica. Todos citaram o desejo de turbinar os estudos. O médico Lucas (nome fictício), 28, diz que começou a tomar ritalina, remédio para transtorno de deficit de atenção, por causa das longas horas de trabalho e as obrigações de estudo para a residência em ortopedia. Ele diz que só assim conseguia se manter concentrado e acordado. "Deixa você mais focado. Para mim, fez efeito, mas eu comecei a sofrer com muita ansiedade e, no fim, comecei a ter crises de pânico", relata. Gabriela, 22, diz que conseguiu anfetaminas com uma colega em um cursinho para o concurso de admissão à carreira diplomática. Ela diz que, tirando a perda de apetite, ela não sentiu muita diferença. "Consigo ficar mais acordada, mas não sei se rendo mais. Tenho tomado só quando preciso dar conta de muita matéria. Não acho que estou dependente", avalia. DOPING Par alguns especialistas, as "drogas da inteligência" estão para o mundo acadêmico como os esteroides anabolizantes estão para o esportivo: embora possa haver algum ganho de resultado, há risco de vários efeitos colaterais. Existe também um dilema ético: quem usa essas substâncias antes de uma prova, como um concurso público, teria vantagem sobre seus concorrentes. "Para mim, isso é doping", diz o psiquiatra Mario Louzã, coordenador do Programa de Deficit de Atenção e Hiperatividade no Adulto do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas. Gilda Paolliello, professora de psiquiatria do Ipemed, pensa igual: "É concorrência desleal". Ela diz que, em seu consultório, já consegue perceber uma grande quantidade de pré-universitários, "concurseiros" e executivos que têm abusado das substâncias. Ao contrário de outros países, o Brasil ainda não tem dados sobre o uso "cosmético" desses remédios. O que se sabe é que a venda de psicoestimulantes aumentou 25% nos últimos cinco anos. Juntas, as drogas dessa classe –Ritalina e Ritalina La (Novartis), Venvanse (Shire), Concerta (Janssen Cilag) e Stavigile (Libbs)– venderam 2,16 milhões de caixas entre julho de 2014 e julho de 2015. Acredita-se que a moda tenha começado entre estudantes americanos e profissionais de Wall Street. Uma pesquisa divulgada em 2014 indica que quase um em cada cinco estudantes da "Ivy League" –grupo de universidades de elite que inclui Harvard– usaram algum tipo de "smart drug" durante o período letivo. Em um artigo no "Journal of Medical Ethics", Vince Cakic, da Universidade de Sidney, afirma que, no futuro, pode ser até que estudantes tenham de se submeter a exames de urina. EFICÁCIA E RISCOS A eficácia das "smart drugs" é polêmica. Os estudos, até agora, não têm resultados conclusivos: alguns indicam certos ganhos, outros mostram que não há vantagens para pessoas saudáveis. Um dos exemplos é o modafinil, comercializado no Brasil como Stavigile. Seu uso registrado na Anvisa é para tratamento de narcolepsia, mas ela é muito popular entre os estudantes. Enquanto um trabalho de 2012 indicou que a modafinil conseguiu melhorar a performance cognitiva de médicos que estavam sem dormir, um trabalho de 2014 mostrou um resultado contrário; estudantes ficaram mais lentos para tomar decisões. Especialistas alertam principalmente para a falta de estudos que indiquem possíveis danos do uso em longo prazo dessas drogas por quem não tem indicação médica. Na internet, é fácil ter acesso a blogs e fóruns em que estudantes discutem o tema e ensinam estratégias de uso. Embora sejam de uso controlado, os estudantes têm acesso relativamente fácil às pílulas no mercado paralelo, sobretudo em redes sociais. "Os blogs vendem um pouco a ilusão de que você vai ficar muito inteligente e aprender tudo. Mesmo para uma pessoa sadia o aumento de concentração não é assim tão grande. Se a sua concentração já está em 100%, não vai para 200%", explica Louzã. Profissionais alertam também para efeitos negativos após o uso prolongado. "Esses psicoestimulantes podem levar tanto à dependência física quanto à psíquica. Ou seja, a pessoa só consegue se sentir segura se usar" diz Gilda Paolliello."É bem comum ter insônia e ansiedade. Além disso, o uso prolongado pode levar a problemas cardíacos, arritmia."
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Leitor comenta coluna sobre fundos de pensão das estatais
Apenas um adendo à coluna de Bernardo Mello Franco (O mundo dos fundos): para cada real descontado dos funcionários públicos e de estatais há a contrapartida do empregador, dispêndio repartido por todos os funcionários da iniciativa privada, que se aposentam com, no máximo, R$ 3 mil ou R$ 4 mil, apesar de terem contribuído de 30 a 40 anos com base em dez salários mínimos. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor comenta coluna sobre fundos de pensão das estataisApenas um adendo à coluna de Bernardo Mello Franco (O mundo dos fundos): para cada real descontado dos funcionários públicos e de estatais há a contrapartida do empregador, dispêndio repartido por todos os funcionários da iniciativa privada, que se aposentam com, no máximo, R$ 3 mil ou R$ 4 mil, apesar de terem contribuído de 30 a 40 anos com base em dez salários mínimos. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Presidentes da China e de Taiwan se encontrarão neste sábado
O presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou, se reunirá pela primeira vez com seu colega chinês, Xi Jinping, no próximo sábado (7), em Cingapura, anunciou na manhã desta quarta-feira (no horário local) a Presidência taiwanesa. Será o primeiro encontro entre os líderes chinês e taiwanês em mais de 60 anos, desde a derrota dos nacionalistas na Revolução Chinesa, em 1949, e sua fuga para a ilha taiwanesa. O governo da China confirmou o encontro na noite desta terça, por meio da agência estatal de notícias Xinhua. Segundo a agência, trata-se de um "arranjo pragmático" que está de acordo com o princípio da China unificada –Pequim considera Taiwan uma "província rebelde". A Xinhua citou Zhang Zhijun, chefe do escritório da China para assuntos de Taiwan, segundo o qual o encontro reforçará a estabilidade e a paz regional. Os chefes de Estado da China e de Taiwan conversarão sobre suas respectivas posições em relação a temas bilaterais com a intenção de assegurar a paz, explicou o porta-voz de Ma, Charles Chen, destacando que não serão assinados acordos e que não haverá declaração conjunta. Charles Chen informou que o objetivo do encontro é "garantir a paz e manter o status quo do estreito de Taiwan", que separa os dois países. "Não será assinado nenhum acordo, nem será divulgado nenhum comunicado comum", ressaltou o porta-voz. A Casa Branca saudou com cautela a notícia do encontro, mas acrescentou que "temos que ver o que sairá realmente da reunião". "Certamente damos as boas-vindas aos passos dados pelos dois lados do estreito de Taiwan para tentar reduzir as tensões e melhorar as suas relações", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest. MUDANÇA NAS RELAÇÕES Após perder a guerra contra os comunistas de Mao Tse-tung, em 1949, o líder nacionalista Chiang Kai-shek e suas forças fugiram para Taiwan para estabelecer um governo separado do da China. A China porém ainda considera Taiwan parte de seu território, com reunificação pendente. As relações melhoraram desde que Ma chegou ao poder em Taiwan, em 2008. Seu partido, o Kuomintang (KMT), mantém vínculos com Pequim. Ma deixará o cargo no ano que vem, depois de dois mandatos presidenciais, o máximo que a lei local permite. A principal formação opositora, o Partido Progressivo Democrático (DPP), com uma atitude mais cética em relação à China, é o favorito para vencer as eleições de janeiro. Um porta-voz do DPP declarou à imprensa local que o partido não fará comentários sobre o encontro até serem conhecidos mais detalhes. O Kuomintang sofreu sua pior derrota em uma eleição local no ano passado. Sua estratégia de aproximação com a China teve um papel importante nesta derrota. Esta aproximação propiciou a ida para a ilha de um grande número de turistas, mas muitos eleitores consideraram que os que mais se beneficiaram foram as grandes empresas, e não a população em geral. Também tem sido criticada a falta de transparência nas relações. No ano passado, estudantes fizeram uma inédita ocupação do Parlamento para protestar contra um tratado comercial, afirmando que ele tinha sido elaborado em segredo.
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Presidentes da China e de Taiwan se encontrarão neste sábadoO presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou, se reunirá pela primeira vez com seu colega chinês, Xi Jinping, no próximo sábado (7), em Cingapura, anunciou na manhã desta quarta-feira (no horário local) a Presidência taiwanesa. Será o primeiro encontro entre os líderes chinês e taiwanês em mais de 60 anos, desde a derrota dos nacionalistas na Revolução Chinesa, em 1949, e sua fuga para a ilha taiwanesa. O governo da China confirmou o encontro na noite desta terça, por meio da agência estatal de notícias Xinhua. Segundo a agência, trata-se de um "arranjo pragmático" que está de acordo com o princípio da China unificada –Pequim considera Taiwan uma "província rebelde". A Xinhua citou Zhang Zhijun, chefe do escritório da China para assuntos de Taiwan, segundo o qual o encontro reforçará a estabilidade e a paz regional. Os chefes de Estado da China e de Taiwan conversarão sobre suas respectivas posições em relação a temas bilaterais com a intenção de assegurar a paz, explicou o porta-voz de Ma, Charles Chen, destacando que não serão assinados acordos e que não haverá declaração conjunta. Charles Chen informou que o objetivo do encontro é "garantir a paz e manter o status quo do estreito de Taiwan", que separa os dois países. "Não será assinado nenhum acordo, nem será divulgado nenhum comunicado comum", ressaltou o porta-voz. A Casa Branca saudou com cautela a notícia do encontro, mas acrescentou que "temos que ver o que sairá realmente da reunião". "Certamente damos as boas-vindas aos passos dados pelos dois lados do estreito de Taiwan para tentar reduzir as tensões e melhorar as suas relações", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest. MUDANÇA NAS RELAÇÕES Após perder a guerra contra os comunistas de Mao Tse-tung, em 1949, o líder nacionalista Chiang Kai-shek e suas forças fugiram para Taiwan para estabelecer um governo separado do da China. A China porém ainda considera Taiwan parte de seu território, com reunificação pendente. As relações melhoraram desde que Ma chegou ao poder em Taiwan, em 2008. Seu partido, o Kuomintang (KMT), mantém vínculos com Pequim. Ma deixará o cargo no ano que vem, depois de dois mandatos presidenciais, o máximo que a lei local permite. A principal formação opositora, o Partido Progressivo Democrático (DPP), com uma atitude mais cética em relação à China, é o favorito para vencer as eleições de janeiro. Um porta-voz do DPP declarou à imprensa local que o partido não fará comentários sobre o encontro até serem conhecidos mais detalhes. O Kuomintang sofreu sua pior derrota em uma eleição local no ano passado. Sua estratégia de aproximação com a China teve um papel importante nesta derrota. Esta aproximação propiciou a ida para a ilha de um grande número de turistas, mas muitos eleitores consideraram que os que mais se beneficiaram foram as grandes empresas, e não a população em geral. Também tem sido criticada a falta de transparência nas relações. No ano passado, estudantes fizeram uma inédita ocupação do Parlamento para protestar contra um tratado comercial, afirmando que ele tinha sido elaborado em segredo.
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CBF é investigada pela Fifa pela 3ª vez devido a gritos de 'bicha' da torcida
Pela terceira vez, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pode ser multada pela Fifa devido a atitudes homofóbicas de seus torcedores. Na partida de terça-feira (28) contra o Paraguai, na Arena Corinthians, boa parte dos torcedores gritou "bicha" a cada vez que o goleiro adversário cobrava o tiro de meta. O Comitê Disciplinar da entidade já abriu procedimento disciplinar para investigar o ocorrido. A CBF já foi multada duas vezes por casos iguais durante as eliminatórias. A última punição aconteceu em novembro do ano passado após a partida diante da Bolívia. A primeira havia sido contra a Colômbia. No total, a Confederação teve de desembolsar cerca de R$ 140 mil. Caso o rigor seja mantido, é provável que a CBF receba mais uma multa: os gritos na Arena Corinthians foram significativamente mais altos do que nas ocasiões anteriores. "Confirmamos que procedimentos disciplinares foram abertos em relação a tais incidentes. No entanto, como de costume, não podemos fornecer nenhuma informação a mais sobre procedimentos disciplinares em andamento", disse porta-voz da Fifa à Folha. Pela reincidência, a CBF corre risco de perder o direito de atuar na Arena nas próximas partidas, como aconteceu com a seleção chilena, que foi impedida de atuar no Estádio Nacional de Santiago após receber seguidas punições pelo comportamento homofóbico de seus torcedores. No entanto, não está nos planos da seleção brasileira voltar a São Paulo nas próximas partidas. Durante o jogo, o locutor do estádio paulista chegou a pedir que os torcedores "respeitassem o adversário" e evitassem uma punição à seleção. Foi ignorado. Procurada, a CBF confirmou que já foi notificada pela Fifa e que elaborará sua defesa a partir das ações que tem tomado para coibir tais atitudes, tais como a intervenção do locutor do estádio e campanhas contra a discriminação. Nos países de língua espanhola, as torcidas costumam dar o grito de "puto", que é uma maneira pejorativa de se referir a homossexuais. No México, pelo menos desde 2004, quando o arqueiro do time contrário se prepara para repor a bola em jogo, os torcedores iniciam o canto com um longo "eee" e finalizam com o "puto" quando o tiro de meta é batido. Nos últimos anos, com clubes do México na Libertadores, os brasileiros passaram a fazer o mesmo, trocando o "puto" por "bicha". Torcedores do Corinthians foram os primeiros a importar a hostilidade, geralmente dirigida ao então goleiro do São Paulo, Rogério Ceni. Durante a Copa do Mundo de 2014, os gritos foram frequentes e desde então foram adotados não somente por membros de torcidas organizadas; durante a Olimpíada de 2016, eles aconteceram em quase todos os jogos de futebol do evento. No final de 2014, a diretoria do Corinthians soltou uma nota em que pedia o fim da manifestação homofóbica.
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CBF é investigada pela Fifa pela 3ª vez devido a gritos de 'bicha' da torcidaPela terceira vez, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pode ser multada pela Fifa devido a atitudes homofóbicas de seus torcedores. Na partida de terça-feira (28) contra o Paraguai, na Arena Corinthians, boa parte dos torcedores gritou "bicha" a cada vez que o goleiro adversário cobrava o tiro de meta. O Comitê Disciplinar da entidade já abriu procedimento disciplinar para investigar o ocorrido. A CBF já foi multada duas vezes por casos iguais durante as eliminatórias. A última punição aconteceu em novembro do ano passado após a partida diante da Bolívia. A primeira havia sido contra a Colômbia. No total, a Confederação teve de desembolsar cerca de R$ 140 mil. Caso o rigor seja mantido, é provável que a CBF receba mais uma multa: os gritos na Arena Corinthians foram significativamente mais altos do que nas ocasiões anteriores. "Confirmamos que procedimentos disciplinares foram abertos em relação a tais incidentes. No entanto, como de costume, não podemos fornecer nenhuma informação a mais sobre procedimentos disciplinares em andamento", disse porta-voz da Fifa à Folha. Pela reincidência, a CBF corre risco de perder o direito de atuar na Arena nas próximas partidas, como aconteceu com a seleção chilena, que foi impedida de atuar no Estádio Nacional de Santiago após receber seguidas punições pelo comportamento homofóbico de seus torcedores. No entanto, não está nos planos da seleção brasileira voltar a São Paulo nas próximas partidas. Durante o jogo, o locutor do estádio paulista chegou a pedir que os torcedores "respeitassem o adversário" e evitassem uma punição à seleção. Foi ignorado. Procurada, a CBF confirmou que já foi notificada pela Fifa e que elaborará sua defesa a partir das ações que tem tomado para coibir tais atitudes, tais como a intervenção do locutor do estádio e campanhas contra a discriminação. Nos países de língua espanhola, as torcidas costumam dar o grito de "puto", que é uma maneira pejorativa de se referir a homossexuais. No México, pelo menos desde 2004, quando o arqueiro do time contrário se prepara para repor a bola em jogo, os torcedores iniciam o canto com um longo "eee" e finalizam com o "puto" quando o tiro de meta é batido. Nos últimos anos, com clubes do México na Libertadores, os brasileiros passaram a fazer o mesmo, trocando o "puto" por "bicha". Torcedores do Corinthians foram os primeiros a importar a hostilidade, geralmente dirigida ao então goleiro do São Paulo, Rogério Ceni. Durante a Copa do Mundo de 2014, os gritos foram frequentes e desde então foram adotados não somente por membros de torcidas organizadas; durante a Olimpíada de 2016, eles aconteceram em quase todos os jogos de futebol do evento. No final de 2014, a diretoria do Corinthians soltou uma nota em que pedia o fim da manifestação homofóbica.
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Casos médicos descritos por britânico Oliver Sacks inspiram peça de teatro
São poucos os estudiosos que conseguem popularizar temas árduos da ciência. Há quem o faça pelo humor ou pela espetacularização, mas o que tornou o neurocientista britânico Oliver Sacks célebre foi sua visão humanizada do relato médico. Ele descreve casos com compaixão e uma certa proximidade com pacientes. No livro "A Mente Assombrada" (2012), sobre alucinações, Sacks chega a relatar sua própria experiência com drogas, casos que ele conta também na recém-lançada autobiografia "Sempre em Movimento". Suas obras geraram filmes –"Tempo de Despertar" (1990) teve Robin Williams e Robert De Niro no elenco– e peças de teatro (Peter Brook dirigiu uma versão do livro "O Homem que Confundiu Sua Mulher com um Chapéu"). Também deram origem à montagem teatral "Do Lado Direito do Hemisfério", que a companhia mineira Afeta acaba de estrear em São Paulo. "Sacks fala de pessoas 'impossíveis', com doenças que afetam o lado direito do cérebro e que são as menos estudadas", diz Nando Motta, diretor do espetáculo. "Quando ele descobre essas pessoas singulares, ele pensa mais em como é a vida do sujeito, como ele se encaixa na sociedade, do que no tratamento." São recortes dos personagens descritos por Sacks: um agnóstico visual (quando o cérebro não interpreta imagens), um homem com síndrome de Tourette (que se manifesta por tiques) e outro com perda de memória recente. Os casos aparecem menos como relatos narrativos e mais como performances. Assim, as cenas evidenciam os elementos teatrais, como o personagem que se descreve como "um lapso dramatúrgico". Nando diz que o mergulho em Sacks o deixou mais sensível para identificar essas "pessoas singulares" no seu dia a dia. Conta que, ao acaso, conheceu duas pessoas com síndrome de Tourette, uma na rua, outra no metrô. No início do ano, o diretor por pouco se encontrou com o neurologista, mas logo soube da doença do médico, e os planos não foram para frente. Em fevereiro, Sacks publicou uma carta no jornal "The New York Times". Contava ter descoberto metástases não tratáveis de um câncer no fígado (diagnosticado havia nove anos) e que lhe restavam apenas alguns meses de vida. Mas com um tom de otimismo: "Sinto-me intensamente vivo, e quero e espero que, no tempo que resta, eu possa aprofundar minhas amizades, dizer adeus aos que amo, escrever mais, viajar, se tiver força para tanto, alcançar novos graus de entendimento e de discernimento", escreveu. No último dia 24, em outro texto no "New York Times", intitulado "Minha Tabela Periódica", Sacks dizia que tem se aproximado de metais e minerais: compara sua idade aos números atômicos de elementos químicos. Tem sobre a mesa uma caixa com tálio (elemento 81), presente de seu 81º aniversário, e ganhou uma peça de chumbo pelos 82 anos, completos em 9 de julho. Acredita que não chegará aos 83, mas nutre uma queda pelo bismuto (o 83º). E guarda uma peça de berílio (elemento quatro) para se lembrar da infância e de "quanto tempo atrás começou minha vida, agora prestes a terminar". DO LADO DIREITO DO HEMISFÉRIO QUANDO qua., qui. e sex., às 20h; até 25/9 ONDE CCBB, r. Álvares Penteado, 112, tel. (11) 3113-3651/ 3652 QUANTO R$ 10 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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Casos médicos descritos por britânico Oliver Sacks inspiram peça de teatroSão poucos os estudiosos que conseguem popularizar temas árduos da ciência. Há quem o faça pelo humor ou pela espetacularização, mas o que tornou o neurocientista britânico Oliver Sacks célebre foi sua visão humanizada do relato médico. Ele descreve casos com compaixão e uma certa proximidade com pacientes. No livro "A Mente Assombrada" (2012), sobre alucinações, Sacks chega a relatar sua própria experiência com drogas, casos que ele conta também na recém-lançada autobiografia "Sempre em Movimento". Suas obras geraram filmes –"Tempo de Despertar" (1990) teve Robin Williams e Robert De Niro no elenco– e peças de teatro (Peter Brook dirigiu uma versão do livro "O Homem que Confundiu Sua Mulher com um Chapéu"). Também deram origem à montagem teatral "Do Lado Direito do Hemisfério", que a companhia mineira Afeta acaba de estrear em São Paulo. "Sacks fala de pessoas 'impossíveis', com doenças que afetam o lado direito do cérebro e que são as menos estudadas", diz Nando Motta, diretor do espetáculo. "Quando ele descobre essas pessoas singulares, ele pensa mais em como é a vida do sujeito, como ele se encaixa na sociedade, do que no tratamento." São recortes dos personagens descritos por Sacks: um agnóstico visual (quando o cérebro não interpreta imagens), um homem com síndrome de Tourette (que se manifesta por tiques) e outro com perda de memória recente. Os casos aparecem menos como relatos narrativos e mais como performances. Assim, as cenas evidenciam os elementos teatrais, como o personagem que se descreve como "um lapso dramatúrgico". Nando diz que o mergulho em Sacks o deixou mais sensível para identificar essas "pessoas singulares" no seu dia a dia. Conta que, ao acaso, conheceu duas pessoas com síndrome de Tourette, uma na rua, outra no metrô. No início do ano, o diretor por pouco se encontrou com o neurologista, mas logo soube da doença do médico, e os planos não foram para frente. Em fevereiro, Sacks publicou uma carta no jornal "The New York Times". Contava ter descoberto metástases não tratáveis de um câncer no fígado (diagnosticado havia nove anos) e que lhe restavam apenas alguns meses de vida. Mas com um tom de otimismo: "Sinto-me intensamente vivo, e quero e espero que, no tempo que resta, eu possa aprofundar minhas amizades, dizer adeus aos que amo, escrever mais, viajar, se tiver força para tanto, alcançar novos graus de entendimento e de discernimento", escreveu. No último dia 24, em outro texto no "New York Times", intitulado "Minha Tabela Periódica", Sacks dizia que tem se aproximado de metais e minerais: compara sua idade aos números atômicos de elementos químicos. Tem sobre a mesa uma caixa com tálio (elemento 81), presente de seu 81º aniversário, e ganhou uma peça de chumbo pelos 82 anos, completos em 9 de julho. Acredita que não chegará aos 83, mas nutre uma queda pelo bismuto (o 83º). E guarda uma peça de berílio (elemento quatro) para se lembrar da infância e de "quanto tempo atrás começou minha vida, agora prestes a terminar". DO LADO DIREITO DO HEMISFÉRIO QUANDO qua., qui. e sex., às 20h; até 25/9 ONDE CCBB, r. Álvares Penteado, 112, tel. (11) 3113-3651/ 3652 QUANTO R$ 10 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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Usuário do Deezer receberá sugestões de produtos e de ingressos para shows
O Deezer anunciou nesta quinta-feira (15) que vai integrar a plataforma de vendas voltada a artistas BandPage ao seu serviço de streaming. A ideia é que os ouvintes possam ver ofertas de itens e ingressos para shows de acordo com seus hábitos musicais. O BandPage é uma plataforma feita para que artistas possam se relacionar diretamente com os fãs. Assim, podem vender downloads de músicas, discos físicos, camisetas ou ingressos para suas turnês. De acordo com o Deezer, a integração tecnológica dos novos parceiros deve demorar até o final deste ano. Não há previsão para que ouvintes brasileiros possam ver quando há ingressos disponíveis para shows dos seus artistas favoritos. Também será possível ver, no perfil dos artistas dentro do Deezer, a agenda de espetáculos e outros eventos. O novo recurso virá ao Brasil em boa hora com a chegada do Tidal, o serviço de streaming do rapper Jay-Z, que promete melhores remunerações aos artistas do que os concorrentes. Poder oferecer produtos e ingressos diretamente ao público interessado –como Deezer e BandPage querem fazer– poder ser um atrativo para quem acha que os royalties pagos pelos serviços desse tipo são muito baixos. Resta saber se os artistas vão topar essa ideia. Ontem (16), a página da Ivete Sangalo no BandPage não tinha nada à venda.
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Usuário do Deezer receberá sugestões de produtos e de ingressos para showsO Deezer anunciou nesta quinta-feira (15) que vai integrar a plataforma de vendas voltada a artistas BandPage ao seu serviço de streaming. A ideia é que os ouvintes possam ver ofertas de itens e ingressos para shows de acordo com seus hábitos musicais. O BandPage é uma plataforma feita para que artistas possam se relacionar diretamente com os fãs. Assim, podem vender downloads de músicas, discos físicos, camisetas ou ingressos para suas turnês. De acordo com o Deezer, a integração tecnológica dos novos parceiros deve demorar até o final deste ano. Não há previsão para que ouvintes brasileiros possam ver quando há ingressos disponíveis para shows dos seus artistas favoritos. Também será possível ver, no perfil dos artistas dentro do Deezer, a agenda de espetáculos e outros eventos. O novo recurso virá ao Brasil em boa hora com a chegada do Tidal, o serviço de streaming do rapper Jay-Z, que promete melhores remunerações aos artistas do que os concorrentes. Poder oferecer produtos e ingressos diretamente ao público interessado –como Deezer e BandPage querem fazer– poder ser um atrativo para quem acha que os royalties pagos pelos serviços desse tipo são muito baixos. Resta saber se os artistas vão topar essa ideia. Ontem (16), a página da Ivete Sangalo no BandPage não tinha nada à venda.
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Sete Brasil quebrará sem socorro financeiro, diz ex-chefe do conselho
O ex-presidente do Conselho de Administração da Sete Brasil, Newton Carneiro da Cunha, afirmou nesta terça-feira (16) que a empresa vai quebrar caso não se concretize a injeção de US$ 4 bilhões prevista em acordo de sócios e credores. Para ele, a Sete Brasil foi "vítima" da corrupção. Cunha declarou não ter tomado conhecimento dos pagamentos de propina a dirigentes da empresa, relatada pelo ex-diretor Pedro Barusco, delator da Operação Lava Jato. A Sete Brasil é uma empresa criada com o apoio da Petrobras para viabilizar a construção, no Brasil, de sondas de perfuração usadas na exploração do petróleo no pré-sal. Após o envolvimento da empresa nas denúncias de corrupção, os projetos entraram em crise por falta de recursos e houve paralisação da construção das sondas. "Se não houver o empréstimo haverá a quebra da empresa e todos nós vamos perder, tanto a Petros, os investidores e os trabalhadores que perderão o emprego", afirmou, durante depoimento à CPI da Petrobras na Câmara. Cunha também havia ocupado a diretoria da Petros, fundo de pensão dos trabalhadores da Petrobras, que é um dos acionistas da Sete Brasil. Na avaliação dele, a injeção de recursos vai permitir a retomada das sondas paralisadas. "Certamente as [sondas] paradas retomariam a construção, dando uma perspectiva de continuidade da empresa, para todos nós investidores é o que queremos. A perspectiva de recebimento dos investidores continua presente e para o país é de fundamental importância", disse à comissão. Segundo ele, as investigações internas feitas pela Sete Brasil não detectaram a corrupção apontada por Barusco. "Nas apurações realizadas não ficou evidenciado absolutamente nada", disse o executivo. De acordo com Barusco, empreiteiras pagaram comissões a ele e ao então presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz. Também ouvido pela CPI nesta terça, Ferraz compareceu munido de um habeas corpus concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que lhe deu o direito de ficar calado. Por isso, não respondeu às perguntas dos parlamentares e não comentou as acusações do recebimento de propina.
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Sete Brasil quebrará sem socorro financeiro, diz ex-chefe do conselhoO ex-presidente do Conselho de Administração da Sete Brasil, Newton Carneiro da Cunha, afirmou nesta terça-feira (16) que a empresa vai quebrar caso não se concretize a injeção de US$ 4 bilhões prevista em acordo de sócios e credores. Para ele, a Sete Brasil foi "vítima" da corrupção. Cunha declarou não ter tomado conhecimento dos pagamentos de propina a dirigentes da empresa, relatada pelo ex-diretor Pedro Barusco, delator da Operação Lava Jato. A Sete Brasil é uma empresa criada com o apoio da Petrobras para viabilizar a construção, no Brasil, de sondas de perfuração usadas na exploração do petróleo no pré-sal. Após o envolvimento da empresa nas denúncias de corrupção, os projetos entraram em crise por falta de recursos e houve paralisação da construção das sondas. "Se não houver o empréstimo haverá a quebra da empresa e todos nós vamos perder, tanto a Petros, os investidores e os trabalhadores que perderão o emprego", afirmou, durante depoimento à CPI da Petrobras na Câmara. Cunha também havia ocupado a diretoria da Petros, fundo de pensão dos trabalhadores da Petrobras, que é um dos acionistas da Sete Brasil. Na avaliação dele, a injeção de recursos vai permitir a retomada das sondas paralisadas. "Certamente as [sondas] paradas retomariam a construção, dando uma perspectiva de continuidade da empresa, para todos nós investidores é o que queremos. A perspectiva de recebimento dos investidores continua presente e para o país é de fundamental importância", disse à comissão. Segundo ele, as investigações internas feitas pela Sete Brasil não detectaram a corrupção apontada por Barusco. "Nas apurações realizadas não ficou evidenciado absolutamente nada", disse o executivo. De acordo com Barusco, empreiteiras pagaram comissões a ele e ao então presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz. Também ouvido pela CPI nesta terça, Ferraz compareceu munido de um habeas corpus concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que lhe deu o direito de ficar calado. Por isso, não respondeu às perguntas dos parlamentares e não comentou as acusações do recebimento de propina.
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Leitor elogia reportagem sobre altos salários na Unicamp
Parabéns à Folha pela busca de transparência no caso da Unicamp. Porém esses salários não deveriam ser exclusivos dessa minoria. No Brasil, todos os professores deveriam receber os mais altos salários (maiores até que os dos três Poderes), além de ter um plano de carreira, com aumentos pré-programados acima da inflação e evitar, entre outro problemas, essas greves intermináveis. Quando isso ocorrer, estaremos verdadeiramente diante de uma pátria educadora. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor elogia reportagem sobre altos salários na UnicampParabéns à Folha pela busca de transparência no caso da Unicamp. Porém esses salários não deveriam ser exclusivos dessa minoria. No Brasil, todos os professores deveriam receber os mais altos salários (maiores até que os dos três Poderes), além de ter um plano de carreira, com aumentos pré-programados acima da inflação e evitar, entre outro problemas, essas greves intermináveis. Quando isso ocorrer, estaremos verdadeiramente diante de uma pátria educadora. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Streaming já é mais importante que TV aberta na América Latina
Se levada em consideração a população latino-americana que assiste a vídeos on-line, a TV aberta foi destronada pelo conteúdo digital à la carte (incluindo Netflix e YouTube). É o que mostram números levantados pela empresa de pesquisa ComScore divulgados nesta quarta-feira (4) pela agência IMS. Não é novidade que a TV está perdendo espaço para serviços de vídeo por streaming (transmissão em tempo real pela internet), e que, na música, observa-se um processo semelhante. No Brasil, 73% dos entrevistados disseram ver TV aberta, enquanto 82% acessam serviços de vídeo on-line sob demanda. Na América Latina toda, esses números são praticamente os mesmos: 70% TV e 81% vídeo "on demand', respectivamente. "É uma confirmação do que vínhamos observando há algum tempo", disse em entrevista Gaston Taratuta, presidente-executivo da IMS, empresa que tem como clientes companhias que atuam no setor, como os serviços de vídeo on-line Crackle, da Sony, e Vevo. "E os anunciantes investem seu dinheiro de maneira errada [ao pagar por tempo na TV]." Foram entrevistadas 8.376 pessoas por e-mail entre 2 e 10 de setembro. Segundo ele, a importância do vídeo on-line contrasta com o relativamente baixo contingente de pessoas com internet e deve crescer ainda mais nos próximos anos na América Latina. O número de smartphones na região deve passar dos atuais 180 milhões para 650 milhões até 2018, diz. MERCADO CRESCENTE De acordo com uma pesquisa da Nielsen Ibope divulgada em julho, 53% dos brasileiros que têm acesso à internet (por sua vez, aproximadamente metade da população, segundo o Comitê Gestor da Internet) acessam conteúdo audiovisual pela rede. Claro que boa parte do conteúdo assistido pelos internautas foi feito originalmente para a TV. Sites de streaming de redes televisivas ao vivo (sejam eles legalizados ou não) são abundantes –e, dada a quantidade de anúncios que carregam, aparentemente prolíficos. O mercado publicitário, que se manteve estável neste ano segundo a Ibope Nielsen, continua apostando fortemente nas telas grandes: no primeiro semestre, 55% do faturamento com publicidade foi para redes de TV aberta. Logo atrás vêm jornais (13%) e TV paga (10%). Em abril, o Ibope anunciou que passaria a medir a audiência de programas de TV não só em aparelhos televisivos de fato, mas também nos sites das emissoras, redes sociais (conteúdo gravado) e outros serviços. A lista de canais com maior número de seguidores no YouTube, por outro lado, é composta quase majoritariamente por estrelas pop (Taylor Swift, Rihanna) e por fenômenos puramente internéticos, como "nigahiga" e PewDiePie. (Veja outro ranking, dos YouTubers mais bem-pagos do mundo, também formado quase que só por gente que nasceu na web) NO CELULAR A atividade "multitela", como ver TV e usar o celular ao mesmo tempo, também é crescentemente importante. Segundo a Nielsen Ibope, essa atividade conjunta é o terceiro "momento" mais comum entre usuários de smartphone, atrás só de "enquanto espero" e "antes de dormir". Nos EUA, um estudo publicado nesta terça-feira (2) pela ONG educacional Common Sense Media mostra que adolescentes no país gastam em média 9 horas por dia consumindo conteúdo digital em música ou vídeo. O celular é especialmente importante nesse processo: 80% dos entrevistados preferem o smartphone a qualquer outro aparelho para consumir vídeo. "Cada vez mais cresce o número de internautas que nunca tiveram um computador", diz o executivo. Outra pesquisa, realizada pela Ericsson e publicada em setembro, diz que 39% dos usuários de smartphone em São Paulo assistem a vídeos no transporte urbano, tanto individual quanto coletivo. Para Taratuta, as empresas que anunciam em TV também perdem por não poder filtrar o público-alvo para suas campanhas e não precisam necessariamente criar campanhas específicas para a internet. "Não acho que tenha diferença [entre uma propaganda em vídeo veiculada na TV ou na rede]. Além disso, você pode escolher anunciar para só quem gosta de Shakira ou que tenha entre 30 e 40 anos, por exemplo." O tempo gasto pelos entrevistados na TV é de 5h30min por semana e, em vídeo na web, 13h36min, acima da média para toda a região estudada.
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Streaming já é mais importante que TV aberta na América LatinaSe levada em consideração a população latino-americana que assiste a vídeos on-line, a TV aberta foi destronada pelo conteúdo digital à la carte (incluindo Netflix e YouTube). É o que mostram números levantados pela empresa de pesquisa ComScore divulgados nesta quarta-feira (4) pela agência IMS. Não é novidade que a TV está perdendo espaço para serviços de vídeo por streaming (transmissão em tempo real pela internet), e que, na música, observa-se um processo semelhante. No Brasil, 73% dos entrevistados disseram ver TV aberta, enquanto 82% acessam serviços de vídeo on-line sob demanda. Na América Latina toda, esses números são praticamente os mesmos: 70% TV e 81% vídeo "on demand', respectivamente. "É uma confirmação do que vínhamos observando há algum tempo", disse em entrevista Gaston Taratuta, presidente-executivo da IMS, empresa que tem como clientes companhias que atuam no setor, como os serviços de vídeo on-line Crackle, da Sony, e Vevo. "E os anunciantes investem seu dinheiro de maneira errada [ao pagar por tempo na TV]." Foram entrevistadas 8.376 pessoas por e-mail entre 2 e 10 de setembro. Segundo ele, a importância do vídeo on-line contrasta com o relativamente baixo contingente de pessoas com internet e deve crescer ainda mais nos próximos anos na América Latina. O número de smartphones na região deve passar dos atuais 180 milhões para 650 milhões até 2018, diz. MERCADO CRESCENTE De acordo com uma pesquisa da Nielsen Ibope divulgada em julho, 53% dos brasileiros que têm acesso à internet (por sua vez, aproximadamente metade da população, segundo o Comitê Gestor da Internet) acessam conteúdo audiovisual pela rede. Claro que boa parte do conteúdo assistido pelos internautas foi feito originalmente para a TV. Sites de streaming de redes televisivas ao vivo (sejam eles legalizados ou não) são abundantes –e, dada a quantidade de anúncios que carregam, aparentemente prolíficos. O mercado publicitário, que se manteve estável neste ano segundo a Ibope Nielsen, continua apostando fortemente nas telas grandes: no primeiro semestre, 55% do faturamento com publicidade foi para redes de TV aberta. Logo atrás vêm jornais (13%) e TV paga (10%). Em abril, o Ibope anunciou que passaria a medir a audiência de programas de TV não só em aparelhos televisivos de fato, mas também nos sites das emissoras, redes sociais (conteúdo gravado) e outros serviços. A lista de canais com maior número de seguidores no YouTube, por outro lado, é composta quase majoritariamente por estrelas pop (Taylor Swift, Rihanna) e por fenômenos puramente internéticos, como "nigahiga" e PewDiePie. (Veja outro ranking, dos YouTubers mais bem-pagos do mundo, também formado quase que só por gente que nasceu na web) NO CELULAR A atividade "multitela", como ver TV e usar o celular ao mesmo tempo, também é crescentemente importante. Segundo a Nielsen Ibope, essa atividade conjunta é o terceiro "momento" mais comum entre usuários de smartphone, atrás só de "enquanto espero" e "antes de dormir". Nos EUA, um estudo publicado nesta terça-feira (2) pela ONG educacional Common Sense Media mostra que adolescentes no país gastam em média 9 horas por dia consumindo conteúdo digital em música ou vídeo. O celular é especialmente importante nesse processo: 80% dos entrevistados preferem o smartphone a qualquer outro aparelho para consumir vídeo. "Cada vez mais cresce o número de internautas que nunca tiveram um computador", diz o executivo. Outra pesquisa, realizada pela Ericsson e publicada em setembro, diz que 39% dos usuários de smartphone em São Paulo assistem a vídeos no transporte urbano, tanto individual quanto coletivo. Para Taratuta, as empresas que anunciam em TV também perdem por não poder filtrar o público-alvo para suas campanhas e não precisam necessariamente criar campanhas específicas para a internet. "Não acho que tenha diferença [entre uma propaganda em vídeo veiculada na TV ou na rede]. Além disso, você pode escolher anunciar para só quem gosta de Shakira ou que tenha entre 30 e 40 anos, por exemplo." O tempo gasto pelos entrevistados na TV é de 5h30min por semana e, em vídeo na web, 13h36min, acima da média para toda a região estudada.
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Número de quartos de hotéis na Barra da Tijuca saltou de 3.000 para 12 mil
O excesso de quartos de hotéis para a Olímpiada já preocupa o Rio. A capacidade da rede hoteleira na cidade foi a 24 mil quartos em 2014 e será de 37 mil até março de 2016, segundo a prefeitura. A superoferta é especialmente preocupante na Barra da Tijuca, bairro da zona oeste que concentra parte das competições olímpicas. De 2009 para cá, o número de quartos de hotel no bairro saltou de 3.000 para 12 mil. Não existe estimativa sobre o número ideal de hotéis para a cidade. Há, porém, indícios de que a capacidade já supera a demanda. Oferta de quartos no Rio Em junho, o índice de ocupação dos quartos estava em 60%, abaixo da média de 68% para o mês nos últimos cinco anos. Segundo o comitê organizador da Rio-2016, a disponibilidade de hospedagem está equacionada com os hotéis e também vilas, que estão em construção e se tornarão condomínios residenciais –como a Vila dos Atletas, na Barra da Tijuca, que tem 10 mil acomodações. Com a oferta de vagas, em tese, resolvida, projetos mirabolantes como o novo píer em "Y" no cais do porto do Rio, na baía de Guanabara, foram deixados de lado. Só um navio transatlântico deve vir ao Rio para ficar como "hotel flutuante". Mas ainda há desafios, especialmente no segmento de hotéis de luxo. No início deste ano, a rede Hilton inaugurou seu primeiro empreendimento na cidade, na Barra da Tijuca. É um cinco estrelas e já está lotado para os Jogos. "Se eu tivesse três hotéis como esse aqui, os três estariam completamente lotados. É muita demanda para os Jogos", afirma Laura Castagnini, diretora-geral do Hilton Barra. OCIOSIDADE O setor hoteleiro prevê ociosidade com economia fraca e excesso de quartos criados para atender a demanda no período de Jogos Olímpicos no Brasil. Com incentivos fiscais oferecidos pela prefeitura carioca, o número de unidades na rede hoteleira na cidade cresceu de 19.800 em 2010 para 24 mil em 2014. Até março de 2016, serão 37 mil quartos, segundo a RioNegócios, agência municipal de fomento. Somada a apart-hotéis, albergues e motéis, a oferta deverá chegar a 51 mil unidades habitacionais em março do próximo ano —bem mais que as 40 mil unidades exigidas pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). "A oferta está resolvida. A questão é como ocupar esses quartos após os Jogos, já que a economia piorou e a Petrobras parou. Teremos ociosidade", diz Alfredo Lopes, presidente da Abih-RJ (associação dos hotéis). Taxa de ocupação de hoteis - Em % Número de turistas no Rio
mercado
Número de quartos de hotéis na Barra da Tijuca saltou de 3.000 para 12 milO excesso de quartos de hotéis para a Olímpiada já preocupa o Rio. A capacidade da rede hoteleira na cidade foi a 24 mil quartos em 2014 e será de 37 mil até março de 2016, segundo a prefeitura. A superoferta é especialmente preocupante na Barra da Tijuca, bairro da zona oeste que concentra parte das competições olímpicas. De 2009 para cá, o número de quartos de hotel no bairro saltou de 3.000 para 12 mil. Não existe estimativa sobre o número ideal de hotéis para a cidade. Há, porém, indícios de que a capacidade já supera a demanda. Oferta de quartos no Rio Em junho, o índice de ocupação dos quartos estava em 60%, abaixo da média de 68% para o mês nos últimos cinco anos. Segundo o comitê organizador da Rio-2016, a disponibilidade de hospedagem está equacionada com os hotéis e também vilas, que estão em construção e se tornarão condomínios residenciais –como a Vila dos Atletas, na Barra da Tijuca, que tem 10 mil acomodações. Com a oferta de vagas, em tese, resolvida, projetos mirabolantes como o novo píer em "Y" no cais do porto do Rio, na baía de Guanabara, foram deixados de lado. Só um navio transatlântico deve vir ao Rio para ficar como "hotel flutuante". Mas ainda há desafios, especialmente no segmento de hotéis de luxo. No início deste ano, a rede Hilton inaugurou seu primeiro empreendimento na cidade, na Barra da Tijuca. É um cinco estrelas e já está lotado para os Jogos. "Se eu tivesse três hotéis como esse aqui, os três estariam completamente lotados. É muita demanda para os Jogos", afirma Laura Castagnini, diretora-geral do Hilton Barra. OCIOSIDADE O setor hoteleiro prevê ociosidade com economia fraca e excesso de quartos criados para atender a demanda no período de Jogos Olímpicos no Brasil. Com incentivos fiscais oferecidos pela prefeitura carioca, o número de unidades na rede hoteleira na cidade cresceu de 19.800 em 2010 para 24 mil em 2014. Até março de 2016, serão 37 mil quartos, segundo a RioNegócios, agência municipal de fomento. Somada a apart-hotéis, albergues e motéis, a oferta deverá chegar a 51 mil unidades habitacionais em março do próximo ano —bem mais que as 40 mil unidades exigidas pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). "A oferta está resolvida. A questão é como ocupar esses quartos após os Jogos, já que a economia piorou e a Petrobras parou. Teremos ociosidade", diz Alfredo Lopes, presidente da Abih-RJ (associação dos hotéis). Taxa de ocupação de hoteis - Em % Número de turistas no Rio
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Delatores confirmam pagamentos a Cunha em obras do Porto Maravilha
Delatores confirmaram em depoimento à Justiça Federal de Brasília nesta sexta-feira (23), pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) com relação às obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. Os donos da Carioca Engenharia, Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Jr., e o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Jr. confirmaram ter pagado propina ao peemedebista em nome do consórcio formado por Odebrecht, OAS e Carioca Engenharia para as obras da zona portuária. A audiência fez parte de ação penal que corre na 10ª Vara de Brasília e na qual são réus o ex-deputado Eduardo Cunha, o doleiro Lúcio Funaro e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves, entre outros. Eles são acusados de envolvimento em desvios no FI-FGTS, controlado pela Caixa Econômica Federal. Benedicto Jr., o BJ, que é um dos executivos da empreiteira que se tornaram delatores, afirmou que não acreditava que Cunha pudesse "prejudicar o andamento" das obras, mas que concordaram em pagar o valor para manter uma boa relação com o então deputado. "O Eduardo na visão da Odebrecht era uma pessoa que tinha uma importância política para nós", afirmou o delator. "Eu achava que nós pudéssemos ter assuntos novos do próprio porto a serem resolvidos no futuro e por isso eu aceitei o pedido dele." Já os donos da Carioca Engenharia afirmaram ter pagado R$ 13 milhões ao longo de 36 meses ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, em contas no exterior. "A primeira transferência que fizemos para o deputado Eduardo Cunha foi em agosto [de 2011]", afirmou Ricardo Pernambuco. O empreiteiro também confirmou que sabia que os pagamentos eram propina. A informação, que está na delação premiada dos empreiteiros, foi reafirmada em depoimento à Justiça Federal de Brasília nesta sexta-feira (23). O valor total da propina seria de R$ 52 milhões, que seriam divididos entre Cunha, Funaro e Fábio Cleto, um dos ex-vice-presidentes da Caixa, segundo a denúncia. Pernambuco afirmou não ter conhecimento da divisão da propina e disse que sempre tratou dos pagamentos com Cunha. Depôs ainda nesta sexta o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro. Os pagamentos a Cunha foram combinados em reunião de Ricardo Pernambuco com Léo Pinheiro e Benedicto Jr. no hotel Sofitel, no Rio de Janeiro, entre junho e julho de 2011. Cunha nega o recebimento de propina e já afirmou que não é dono das contas no exterior apontadas pelos delatores como sendo de sua propriedade.
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Delatores confirmam pagamentos a Cunha em obras do Porto MaravilhaDelatores confirmaram em depoimento à Justiça Federal de Brasília nesta sexta-feira (23), pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) com relação às obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. Os donos da Carioca Engenharia, Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Jr., e o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Jr. confirmaram ter pagado propina ao peemedebista em nome do consórcio formado por Odebrecht, OAS e Carioca Engenharia para as obras da zona portuária. A audiência fez parte de ação penal que corre na 10ª Vara de Brasília e na qual são réus o ex-deputado Eduardo Cunha, o doleiro Lúcio Funaro e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves, entre outros. Eles são acusados de envolvimento em desvios no FI-FGTS, controlado pela Caixa Econômica Federal. Benedicto Jr., o BJ, que é um dos executivos da empreiteira que se tornaram delatores, afirmou que não acreditava que Cunha pudesse "prejudicar o andamento" das obras, mas que concordaram em pagar o valor para manter uma boa relação com o então deputado. "O Eduardo na visão da Odebrecht era uma pessoa que tinha uma importância política para nós", afirmou o delator. "Eu achava que nós pudéssemos ter assuntos novos do próprio porto a serem resolvidos no futuro e por isso eu aceitei o pedido dele." Já os donos da Carioca Engenharia afirmaram ter pagado R$ 13 milhões ao longo de 36 meses ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, em contas no exterior. "A primeira transferência que fizemos para o deputado Eduardo Cunha foi em agosto [de 2011]", afirmou Ricardo Pernambuco. O empreiteiro também confirmou que sabia que os pagamentos eram propina. A informação, que está na delação premiada dos empreiteiros, foi reafirmada em depoimento à Justiça Federal de Brasília nesta sexta-feira (23). O valor total da propina seria de R$ 52 milhões, que seriam divididos entre Cunha, Funaro e Fábio Cleto, um dos ex-vice-presidentes da Caixa, segundo a denúncia. Pernambuco afirmou não ter conhecimento da divisão da propina e disse que sempre tratou dos pagamentos com Cunha. Depôs ainda nesta sexta o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro. Os pagamentos a Cunha foram combinados em reunião de Ricardo Pernambuco com Léo Pinheiro e Benedicto Jr. no hotel Sofitel, no Rio de Janeiro, entre junho e julho de 2011. Cunha nega o recebimento de propina e já afirmou que não é dono das contas no exterior apontadas pelos delatores como sendo de sua propriedade.
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Taxa do Enem deve ser paga até esta quarta (25) para inscrição ser efetivada
O prazo para o pagamento da taxa de inscrição do Enem deve ser feito até esta quarta-feira (25). Quem não pagar até hoje os R$ 68, não poderá fazer a prova. O MEC (Ministério da Educação) divulgou na segunda-feira (23) o registro de 9.276.328 inscrições para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2016. As provas ocorrem nos dias 5 e 6 de novembro. Apenas com o pagamento da taxa de inscrição será possível saber o número final de participantes desta edição da prova. Entre os inscritos, 53% são isentos da taxa. São alunos concluintes de escola pública ou que declararam carência. A alta na procura pelo Enem ocorre um ano depois de o exame ter tido a primeira queda de inscrições desde que foi transformado em vestibular, em 2009. O número de inscritos em 2016 representa alta de 9,4% na comparação com o ano passado, quando, 8,4 milhões se inscreveram. Todos os anos muitos inscritos deixam de pagar a taxa. Em 2015, o número de inscritos confirmados foi de 7,7 milhões. O Enem é adotado como vestibular para praticamente todas as universidades federais do país. No sábado, dia 5 de novembro, os estudantes fazem a prova de Ciências da Natureza e Ciências Humanas. No domingo (6), é a vez de Matemática, Linguagens e Redação.
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Taxa do Enem deve ser paga até esta quarta (25) para inscrição ser efetivadaO prazo para o pagamento da taxa de inscrição do Enem deve ser feito até esta quarta-feira (25). Quem não pagar até hoje os R$ 68, não poderá fazer a prova. O MEC (Ministério da Educação) divulgou na segunda-feira (23) o registro de 9.276.328 inscrições para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2016. As provas ocorrem nos dias 5 e 6 de novembro. Apenas com o pagamento da taxa de inscrição será possível saber o número final de participantes desta edição da prova. Entre os inscritos, 53% são isentos da taxa. São alunos concluintes de escola pública ou que declararam carência. A alta na procura pelo Enem ocorre um ano depois de o exame ter tido a primeira queda de inscrições desde que foi transformado em vestibular, em 2009. O número de inscritos em 2016 representa alta de 9,4% na comparação com o ano passado, quando, 8,4 milhões se inscreveram. Todos os anos muitos inscritos deixam de pagar a taxa. Em 2015, o número de inscritos confirmados foi de 7,7 milhões. O Enem é adotado como vestibular para praticamente todas as universidades federais do país. No sábado, dia 5 de novembro, os estudantes fazem a prova de Ciências da Natureza e Ciências Humanas. No domingo (6), é a vez de Matemática, Linguagens e Redação.
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Projeto dos anos 60 buscou luz e privacidade na rua Bela Cintra
Os janelões laterais inclinados, que fazem o Suzana parecer uma colmeia de vidro, garantem luminosidade e privacidade aos apartamentos, independente dos edifícios vizinhos. A rua Bela Cintra ainda era povoada de casinhas baixas em 1957, quando Israel Galman projetou o prédio, que leva o nome da cunhada do arquiteto, morta pouco antes. Mas a inflação dos anos JK afetou o empreendimento, de unidades de um quarto, que só seria construído em meados dos anos 1960. Nascido na Romênia, Galman imigrou para o Brasil ainda criança com os pais -a família escapava da perseguição violenta contra judeus na Europa do Leste. Depois de estudar engenharia e arquitetura na USP, conseguiu o primeiro emprego com o grande arquiteto Henrique Mindlin (1911-1971), que havia mudado para o Rio de Janeiro, mas tinha diversos projetos para a construtora da família. Galman gostou do que viu com os Mindlin e decidiu virar construtor também. Pouco depois, vendeu a casa em que morava para juntar dinheiro e abrir sua própria incorporadora, a Rio Branco. Lançou, projetou e construiu residenciais na alameda Barão de Limeira e nas avenidas Angélica, Rebouças e Nove de Julho, além de diversos no Guarujá. Todos muito diferentes entre si, marca do original arquiteto.
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Projeto dos anos 60 buscou luz e privacidade na rua Bela CintraOs janelões laterais inclinados, que fazem o Suzana parecer uma colmeia de vidro, garantem luminosidade e privacidade aos apartamentos, independente dos edifícios vizinhos. A rua Bela Cintra ainda era povoada de casinhas baixas em 1957, quando Israel Galman projetou o prédio, que leva o nome da cunhada do arquiteto, morta pouco antes. Mas a inflação dos anos JK afetou o empreendimento, de unidades de um quarto, que só seria construído em meados dos anos 1960. Nascido na Romênia, Galman imigrou para o Brasil ainda criança com os pais -a família escapava da perseguição violenta contra judeus na Europa do Leste. Depois de estudar engenharia e arquitetura na USP, conseguiu o primeiro emprego com o grande arquiteto Henrique Mindlin (1911-1971), que havia mudado para o Rio de Janeiro, mas tinha diversos projetos para a construtora da família. Galman gostou do que viu com os Mindlin e decidiu virar construtor também. Pouco depois, vendeu a casa em que morava para juntar dinheiro e abrir sua própria incorporadora, a Rio Branco. Lançou, projetou e construiu residenciais na alameda Barão de Limeira e nas avenidas Angélica, Rebouças e Nove de Julho, além de diversos no Guarujá. Todos muito diferentes entre si, marca do original arquiteto.
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Sozinho, Ted Cruz arrecada como quatro pré-candidatos republicanos
Marco Rubio, Jeb Bush, John Kasich e Chris Christie, os quatro candidatos republicanos em disputa pelo apoio tradicional do seu partido, encerraram 2015 com mais ou menos, todos combinados, a mesma quantia de dinheiro no banco que Ted Cruz, o insurgente conservador que eles esperam derrubar. E ainda há Donald Trump, um célebre empresário que acaba de começar a usar sua bilionária conta bancária, ao emprestar à sua campanha US$ 12,8 milhões da sua fortuna pessoal no ano passado. Os candidatos republicanos que buscam desafiar Trump e Ted Cruz, líderes nas pesquisas, apresentavam diferentes graus de dificuldades financeiras no fim de 2015 de acordo com os relatórios de arrecadação de fundos, com Rubio na melhor posição para seguir em frente. Junto, o quarteto possuía US$ 21,5 milhões como saldo, enquanto Cruz tinha US$ 18,7 milhões à sua disposição. Com a votação iniciada nesta segunda em Iowa e que continua na próxima semana em New Hampshire, Rubio, Bush, Kasich e Christie contavam com pouco tempo —e dinheiro— para seus esforços em subir de posição. CORRIDA PELO DINHEIRO - Quanto cada candidato à Casa Branca tem em caixa para campanha Se um ou mais deles continuarem após New Hampshire, enfrentarão um calendário de primárias intensivo em custos, que requer viajar por dezenas de Estados e fazer publicidade em alguns dos mercados de mídia mais caros do país antes de 15 de março. Dos quatro, Rubio, senador da Flórida, liderou a busca por dinheiro nos últimos três meses de 2015 e mais que dobrou seu ritmo de arrecadação em relação ao início do ano. No total, conseguiu US$ 27,7 milhões no ano passado. A arrecadação do ex-governador da Flórida Jeb Bush parece estar se movendo em direção oposta à de Marco Rubio. Ele encerrou o ano com cerca de US$ 7,6 milhões no banco, detectou uma crise financeira no outono e reduziu seu plano nacional para se concentrar quase exclusivamente em New Hampshire. Mas nesse Estado, onde as primárias ocorrem em 9 de fevereiro, dois outros candidatos apostaram tudo: Kasich, governador de Ohio, e Christie, governador de Nova Jersey. Ambos lutaram para ganhar impulso por meio de doações, segundo relatórios de arrecadação de fundos. Kasich fechou o ano com cerca de US$ 2,5 milhões em dinheiro vivo e Christie, com pouco mais de US$ 1 milhão. Os aliados de Kasich estavam ansiosos por mostrar suas perspectivas financeiras como favoráveis. Grupos que apoiam sua candidatura afirmaram ter concretizado o repasse de US$ 4 milhões vindos de seis doadores nas últimas semanas, período não contemplado nos relatórios apresentados no domingo. Cruz, por sua vez, mostrou-se um competente arrecadador. Durante o ano, conseguiu cerca de US$ 47 milhões. Seu relatório mais recente mostrou que 60% disso —US$ 28 milhões— veio de contribuintes que deram até US$ 200, índice de pequenos doadores muito superior aos de Rubio, Bush, Kasich e Christie. Conheça os candidatos
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Sozinho, Ted Cruz arrecada como quatro pré-candidatos republicanosMarco Rubio, Jeb Bush, John Kasich e Chris Christie, os quatro candidatos republicanos em disputa pelo apoio tradicional do seu partido, encerraram 2015 com mais ou menos, todos combinados, a mesma quantia de dinheiro no banco que Ted Cruz, o insurgente conservador que eles esperam derrubar. E ainda há Donald Trump, um célebre empresário que acaba de começar a usar sua bilionária conta bancária, ao emprestar à sua campanha US$ 12,8 milhões da sua fortuna pessoal no ano passado. Os candidatos republicanos que buscam desafiar Trump e Ted Cruz, líderes nas pesquisas, apresentavam diferentes graus de dificuldades financeiras no fim de 2015 de acordo com os relatórios de arrecadação de fundos, com Rubio na melhor posição para seguir em frente. Junto, o quarteto possuía US$ 21,5 milhões como saldo, enquanto Cruz tinha US$ 18,7 milhões à sua disposição. Com a votação iniciada nesta segunda em Iowa e que continua na próxima semana em New Hampshire, Rubio, Bush, Kasich e Christie contavam com pouco tempo —e dinheiro— para seus esforços em subir de posição. CORRIDA PELO DINHEIRO - Quanto cada candidato à Casa Branca tem em caixa para campanha Se um ou mais deles continuarem após New Hampshire, enfrentarão um calendário de primárias intensivo em custos, que requer viajar por dezenas de Estados e fazer publicidade em alguns dos mercados de mídia mais caros do país antes de 15 de março. Dos quatro, Rubio, senador da Flórida, liderou a busca por dinheiro nos últimos três meses de 2015 e mais que dobrou seu ritmo de arrecadação em relação ao início do ano. No total, conseguiu US$ 27,7 milhões no ano passado. A arrecadação do ex-governador da Flórida Jeb Bush parece estar se movendo em direção oposta à de Marco Rubio. Ele encerrou o ano com cerca de US$ 7,6 milhões no banco, detectou uma crise financeira no outono e reduziu seu plano nacional para se concentrar quase exclusivamente em New Hampshire. Mas nesse Estado, onde as primárias ocorrem em 9 de fevereiro, dois outros candidatos apostaram tudo: Kasich, governador de Ohio, e Christie, governador de Nova Jersey. Ambos lutaram para ganhar impulso por meio de doações, segundo relatórios de arrecadação de fundos. Kasich fechou o ano com cerca de US$ 2,5 milhões em dinheiro vivo e Christie, com pouco mais de US$ 1 milhão. Os aliados de Kasich estavam ansiosos por mostrar suas perspectivas financeiras como favoráveis. Grupos que apoiam sua candidatura afirmaram ter concretizado o repasse de US$ 4 milhões vindos de seis doadores nas últimas semanas, período não contemplado nos relatórios apresentados no domingo. Cruz, por sua vez, mostrou-se um competente arrecadador. Durante o ano, conseguiu cerca de US$ 47 milhões. Seu relatório mais recente mostrou que 60% disso —US$ 28 milhões— veio de contribuintes que deram até US$ 200, índice de pequenos doadores muito superior aos de Rubio, Bush, Kasich e Christie. Conheça os candidatos
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Fabricante de ônibus afirma que dólar é saída para logística ruim do país
Diante dos agudos problemas de infraestrutura do país, somente uma desvalorização mais forte do real em relação ao dólar é capaz de salvar a indústria em 2015, avalia o diretor-geral da fabricante de ônibus Marcopolo, José Rubens de La Rosa. "Todas as dificuldades logísticas e de infraestrutura que imputamos no custo Brasil não se resolvem em um ano. Esses custos persistem, mas o fator cambial dá um pequeno alento para o Brasil tentar recuperar alguns mercados", afirma. A empresa gaúcha é uma das grandes exportadoras do país. Cerca de um terço, dos quase R$ 4 bilhões de faturamento por ano, vem das vendas para o exterior. Na avaliação de La Rosa, o real fraco, que aumenta o poder de competição dos produtos brasileiros externamente, também dá munição às indústrias no mercado interno, em que os produtos importados vêm ganhando espaço. O executivo acredita que, no limite, o real mais barato em relação ao dólar pode vir a compensar medidas de aumento de impostos e redução de desonerações. "O grande jogo será sempre a taxa de câmbio", diz o executivo. Após anos de intenso crescimento, o comércio exterior brasileiro vive um momento de crise. É a quarta vez consecutiva que o país inicia o ano com um deficit bilionário na balança comercial, que mede a diferença entre importações e exportações. Em 2014, o rombo manteve-se durante quase todo o ano e o país teve o primeiro saldo negativo desde 2000. É com esses números em mente que os executivos brasileiros iniciaram nesta segunda-feira (9) os debates na reunião do Conselho Empresarial dos Brics –bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. La Rosa é o atual presidente do órgão, que tem caráter consultivo e reúne cinco empresários de cada país. Pelo lado brasileiro, além da Marcopolo, participam WEG, Gerdau, Banco do Brasil e Vale. O grupo tem entre suas principais metas definir uma declaração conjunta com regras de investimento, iniciar o mapeamento das barreiras técnicas que atualmente inibem as exportações entre os cinco países e pressionar os chefes de Estado a iniciar a implementação do banco de desenvolvimento dos Brics, anunciado no ano passado. Apesar dos problemas econômicos vividos pela Rússia, fortalecer o bloco é visto pelo Brasil como um dos caminhos para retomar as vendas. No ano passado, o país teve superavit com os Brics.
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Fabricante de ônibus afirma que dólar é saída para logística ruim do paísDiante dos agudos problemas de infraestrutura do país, somente uma desvalorização mais forte do real em relação ao dólar é capaz de salvar a indústria em 2015, avalia o diretor-geral da fabricante de ônibus Marcopolo, José Rubens de La Rosa. "Todas as dificuldades logísticas e de infraestrutura que imputamos no custo Brasil não se resolvem em um ano. Esses custos persistem, mas o fator cambial dá um pequeno alento para o Brasil tentar recuperar alguns mercados", afirma. A empresa gaúcha é uma das grandes exportadoras do país. Cerca de um terço, dos quase R$ 4 bilhões de faturamento por ano, vem das vendas para o exterior. Na avaliação de La Rosa, o real fraco, que aumenta o poder de competição dos produtos brasileiros externamente, também dá munição às indústrias no mercado interno, em que os produtos importados vêm ganhando espaço. O executivo acredita que, no limite, o real mais barato em relação ao dólar pode vir a compensar medidas de aumento de impostos e redução de desonerações. "O grande jogo será sempre a taxa de câmbio", diz o executivo. Após anos de intenso crescimento, o comércio exterior brasileiro vive um momento de crise. É a quarta vez consecutiva que o país inicia o ano com um deficit bilionário na balança comercial, que mede a diferença entre importações e exportações. Em 2014, o rombo manteve-se durante quase todo o ano e o país teve o primeiro saldo negativo desde 2000. É com esses números em mente que os executivos brasileiros iniciaram nesta segunda-feira (9) os debates na reunião do Conselho Empresarial dos Brics –bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. La Rosa é o atual presidente do órgão, que tem caráter consultivo e reúne cinco empresários de cada país. Pelo lado brasileiro, além da Marcopolo, participam WEG, Gerdau, Banco do Brasil e Vale. O grupo tem entre suas principais metas definir uma declaração conjunta com regras de investimento, iniciar o mapeamento das barreiras técnicas que atualmente inibem as exportações entre os cinco países e pressionar os chefes de Estado a iniciar a implementação do banco de desenvolvimento dos Brics, anunciado no ano passado. Apesar dos problemas econômicos vividos pela Rússia, fortalecer o bloco é visto pelo Brasil como um dos caminhos para retomar as vendas. No ano passado, o país teve superavit com os Brics.
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Doria faz acordo para Uber e 99 transportarem servidores de graça no dia da greve
O prefeito de São Paulo, João Doria, fez um acordo com o Uber e a 99 para que as duas empresas transportem de graça, na sexta (28), servidores que decidirem não entrar em greve. As duas empresas vão fazer uma doação à Prefeitura. Ou seja, vão reembolsar os motoristas credenciados que transportarem os funcionários sem cobrar nada da administração. O prefeito já afirmou que cortará o ponto dos empregados que não aparecerem para trabalhar. A cidade de São Paulo tem cerca de 129 mil funcionários públicos trabalhando na administração direta. Em sua página do Facebook, o prefeito manda um recado para os servidores, de quem diz ter "orgulho": "Minha mensagem é para você que é servidor, para você que gosta do que faz, que é apaixonado pelo serviço público. Para você que é servidor, como eu, sexta-feira, dia 28, é dia de trabalho. Só quem não quer trabalhar é que vai fazer greve. Porque mesmo quem deseja manifestar-se, faz isso em horário fora de expediente, faz isso no sábado, faz isso no domingo, faz isso de noite, faz isso na hora do almoço. Não faz durante o trabalho", afirma o prefeito. Assessores de Doria que participaram do acordo acreditam que dificilmente será possível garantir a presença de todos os servidores em seus postos de trabalho, o que pode causar transtornos a quem procurar os serviços da administração. Mas avaliaram que esta seria uma forma de, nas palavras de um deles, o prefeito se posicionar contra a greve e a favor das reformas.
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Doria faz acordo para Uber e 99 transportarem servidores de graça no dia da greveO prefeito de São Paulo, João Doria, fez um acordo com o Uber e a 99 para que as duas empresas transportem de graça, na sexta (28), servidores que decidirem não entrar em greve. As duas empresas vão fazer uma doação à Prefeitura. Ou seja, vão reembolsar os motoristas credenciados que transportarem os funcionários sem cobrar nada da administração. O prefeito já afirmou que cortará o ponto dos empregados que não aparecerem para trabalhar. A cidade de São Paulo tem cerca de 129 mil funcionários públicos trabalhando na administração direta. Em sua página do Facebook, o prefeito manda um recado para os servidores, de quem diz ter "orgulho": "Minha mensagem é para você que é servidor, para você que gosta do que faz, que é apaixonado pelo serviço público. Para você que é servidor, como eu, sexta-feira, dia 28, é dia de trabalho. Só quem não quer trabalhar é que vai fazer greve. Porque mesmo quem deseja manifestar-se, faz isso em horário fora de expediente, faz isso no sábado, faz isso no domingo, faz isso de noite, faz isso na hora do almoço. Não faz durante o trabalho", afirma o prefeito. Assessores de Doria que participaram do acordo acreditam que dificilmente será possível garantir a presença de todos os servidores em seus postos de trabalho, o que pode causar transtornos a quem procurar os serviços da administração. Mas avaliaram que esta seria uma forma de, nas palavras de um deles, o prefeito se posicionar contra a greve e a favor das reformas.
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West Ham anuncia contratação do brasileiro Nenê, ex-Santos e Palmeiras
O inglês West Ham oficializou a contratação do meio-campista brasileiro Nenê, que estava sem clube desde que rescindiu contrato com o Al-Gharafa, do Qatar. Aos 33 anos, Nenê volta à Europa, onde defendeu o Paris Saint-Germain, chegando até a ser artilheiro do Campeonato Francês em 2012. "Nenê é um jogador de relevante experiência e despertou o interesse do West Ham pelo fato de ser um vitorioso por onde passou e, além disso, ser um atleta com histórico de profissionalismo positivo. Mesmo com outras propostas, o jogador escolheu o clube inglês pelo fato de poder voltar a atuar em uma competição de alto nível, além de atuar novamente em solo europeu", explica Bruno Serafim, representante do time inglês no Brasil e na negociação. Com passagens por Palmeiras (2002) e Santos (2003), Nenê assinou contrato de quatro meses, até o fim da temporada na Inglaterra, com opção de prolongar por mais um ano.
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West Ham anuncia contratação do brasileiro Nenê, ex-Santos e PalmeirasO inglês West Ham oficializou a contratação do meio-campista brasileiro Nenê, que estava sem clube desde que rescindiu contrato com o Al-Gharafa, do Qatar. Aos 33 anos, Nenê volta à Europa, onde defendeu o Paris Saint-Germain, chegando até a ser artilheiro do Campeonato Francês em 2012. "Nenê é um jogador de relevante experiência e despertou o interesse do West Ham pelo fato de ser um vitorioso por onde passou e, além disso, ser um atleta com histórico de profissionalismo positivo. Mesmo com outras propostas, o jogador escolheu o clube inglês pelo fato de poder voltar a atuar em uma competição de alto nível, além de atuar novamente em solo europeu", explica Bruno Serafim, representante do time inglês no Brasil e na negociação. Com passagens por Palmeiras (2002) e Santos (2003), Nenê assinou contrato de quatro meses, até o fim da temporada na Inglaterra, com opção de prolongar por mais um ano.
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Campanha de vacinação contra gripe atinge 70% do público-alvo
A menos de uma semana do fim da campanha nacional de vacinação contra a gripe, cerca de 35,4 milhões de pessoas já foram vacinadas na rede pública, o equivalente a 70% do público-alvo. A campanha segue até sexta-feira (20). A meta é vacinar ao menos até 80% do público-alvo, formado por 49,8 milhões de pessoas. Os dados, que fazem parte de balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta segunda-feira (16), mostram uma maior adesão à campanha de vacinação contra a gripe neste ano. Nos últimos quatro anos, a campanha teve que ser prorrogada devido aos índices de cobertura estarem abaixo da meta esperada. Neste ano, de acordo com o balanço, quatro Estados e o Distrito Federal já atingiram a meta. A pasta não informou, no entanto, se a campanha será prorrogada no país. Em nota, o governo atribui o alto índice de cobertura ao início antecipado das campanhas de vacinação em cidades de ao menos 22 Estados do país. A antecipação ocorreu devido à preocupação com o registro de casos graves de gripe ainda nos primeiros meses do ano, ou seja, fora do período esperado para o aumento de casos –previsto geralmente com a chegada do inverno. Ao todo, o país já registra 2.808 casos de síndrome aguda respiratória grave por gripe. Destes, 2.375 foram pelo vírus H1N1. Os dados são contabilizados a partir da internação de pacientes na rede de saúde. Boletim do Ministério da Saúde, com dados até 9 de maio, aponta ainda 470 mortes relacionadas ao vírus, um aumento de 14% em relação aos dados da última semana. VACINAÇÃO Balanço do ministério aponta que o percentual mais alto de vacinação ocorre no Paraná e em São Paulo, ambos com 85% do público-alvo já vacinado. Já os índices mais baixos de cobertura vacinal ocorrem no Acre, Ceará e Roraima, todos com 55%. Podem receber a vacina na rede pública idosos, crianças entre seis meses a menores de cinco anos, gestantes, mulheres que deram à luz em até 45 dias antes, profissionais de saúde, presos e funcionários do sistema prisional, indígenas e pessoas com doenças crônicas, consideradas mais vulneráveis a ter complicações da gripe. Entre esses grupos, um dos percentuais mais baixos de adesão à vacina ocorre entre as gestantes, com apenas 56,6% do total previsto já vacinado. A vacina protege contra três subtipos de vírus da gripe: H1N1, H3N2 e gripe B. O Ministério da Saúde reforça que a vacina é segura. H1N1
cotidiano
Campanha de vacinação contra gripe atinge 70% do público-alvoA menos de uma semana do fim da campanha nacional de vacinação contra a gripe, cerca de 35,4 milhões de pessoas já foram vacinadas na rede pública, o equivalente a 70% do público-alvo. A campanha segue até sexta-feira (20). A meta é vacinar ao menos até 80% do público-alvo, formado por 49,8 milhões de pessoas. Os dados, que fazem parte de balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta segunda-feira (16), mostram uma maior adesão à campanha de vacinação contra a gripe neste ano. Nos últimos quatro anos, a campanha teve que ser prorrogada devido aos índices de cobertura estarem abaixo da meta esperada. Neste ano, de acordo com o balanço, quatro Estados e o Distrito Federal já atingiram a meta. A pasta não informou, no entanto, se a campanha será prorrogada no país. Em nota, o governo atribui o alto índice de cobertura ao início antecipado das campanhas de vacinação em cidades de ao menos 22 Estados do país. A antecipação ocorreu devido à preocupação com o registro de casos graves de gripe ainda nos primeiros meses do ano, ou seja, fora do período esperado para o aumento de casos –previsto geralmente com a chegada do inverno. Ao todo, o país já registra 2.808 casos de síndrome aguda respiratória grave por gripe. Destes, 2.375 foram pelo vírus H1N1. Os dados são contabilizados a partir da internação de pacientes na rede de saúde. Boletim do Ministério da Saúde, com dados até 9 de maio, aponta ainda 470 mortes relacionadas ao vírus, um aumento de 14% em relação aos dados da última semana. VACINAÇÃO Balanço do ministério aponta que o percentual mais alto de vacinação ocorre no Paraná e em São Paulo, ambos com 85% do público-alvo já vacinado. Já os índices mais baixos de cobertura vacinal ocorrem no Acre, Ceará e Roraima, todos com 55%. Podem receber a vacina na rede pública idosos, crianças entre seis meses a menores de cinco anos, gestantes, mulheres que deram à luz em até 45 dias antes, profissionais de saúde, presos e funcionários do sistema prisional, indígenas e pessoas com doenças crônicas, consideradas mais vulneráveis a ter complicações da gripe. Entre esses grupos, um dos percentuais mais baixos de adesão à vacina ocorre entre as gestantes, com apenas 56,6% do total previsto já vacinado. A vacina protege contra três subtipos de vírus da gripe: H1N1, H3N2 e gripe B. O Ministério da Saúde reforça que a vacina é segura. H1N1
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O supremo guardião
Tenho um imenso respeito pelo professor Ives Gandra da Silva Martins. Democrata que é, soube sempre perseverar no reconhecimento da alteridade de posições e pensamentos, mesmo quando contrários aos que professa. Não é por outro motivo, então, que venho afirmar minha divergência com o professor Ives, sabedor que a amizade e o respeito só são consistentes quando acompanhados de convicções. O Supremo Tribunal Federal (STF) adotou em Ação por Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 378) uma importante baliza para a condução de um processo de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff. Estabeleceu três paradigmas fundamentais: a publicidade do processo e da tomada de decisão; a primazia dos partidos na formação das comissões processantes e julgadoras; e a independência do Senado para instauração do processo. No artigo "O Supremo constituinte", publicado nesta Folha na última segunda (15), o professor Ives Gandra alude ao papel secundário do Senado Federal em face da Câmara dos Deputados, destacando o pecado original na formação da Casa Alta do Congresso nos Estados Unidos da América: proteção do sistema escravocrata então vigente. É pertinente observar que a abolição da escravidão nos EUA, com a 13ª Emenda Constitucional, teve sua batalha épica não no Senado (que já a havia aprovado), mas na Câmara dos Deputados, palco de acirrado debate e apertada votação. O fato é que o STF não adotou interpretação alheia à Constituição Federal, mas antes aplicou-a em sua integralidade. Não agiu como constituinte, e sim como guardião da Carta Magna. Importante destacar que, desde 1824, o sistema constitucional brasileiro atribuía à Câmara a declaração de procedência da acusação, como registrado no art. 85 do texto da Constituição de 1967: "O presidente, depois que a Câmara dos Deputados declarar procedente a acusação pelo voto de dois terços de seus membros, será submetido a julgamento perante o STF, nos crimes comuns, ou perante o Senado, nos de responsabilidade". Todavia, o texto constitucional de 1988 alterou substancialmente essa sistemática ao estabelecer que compete à Câmara autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o presidente e o vice-presidente da República e os ministros de Estado (art. 51, I da Constituição), e ao Senado instaurar o processo (art. 86, § 1º, II, da Constituição). Dessa forma, somente após a instauração do processo é que o presidente ou o vice-presidente da República é afastado de suas funções. Aliás, isto está em consonância com o artigo 86 da Constituição, no qual se determina que o afastamento do presidente depende do recebimento de denúncia pelo STF, no caso de crimes comuns. Assim como o STF pode deixar de receber a denúncia encaminhada pela Câmara, pode o Senado deixar de instaurar o processo por crime de responsabilidade. Nisso não há novidade, pois não é a primeira vez que o Supremo se posiciona na matéria. Em 1992, em sessão administrativa, o STF fixou o rito do procedimento no âmbito do Senado e decidiu que, se rejeitado pelo plenário, o parecer pela instauração do processo de impeachment seria extinto, com o consequente arquivamento dos autos (lei nº 1.079/50, art. 48). Portanto, apesar da multiplicidade de opiniões que possam emergir em um ambiente político e jurídico controvertido, vale ao final a recomendação de Cícero: "...onde tudo está sob o poder de uma parte, não se pode dizer que existe República". LUÍS INÁCIO LUCENA ADAMS, 50, é ministro-chefe da Advocacia-Geral da União * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
O supremo guardiãoTenho um imenso respeito pelo professor Ives Gandra da Silva Martins. Democrata que é, soube sempre perseverar no reconhecimento da alteridade de posições e pensamentos, mesmo quando contrários aos que professa. Não é por outro motivo, então, que venho afirmar minha divergência com o professor Ives, sabedor que a amizade e o respeito só são consistentes quando acompanhados de convicções. O Supremo Tribunal Federal (STF) adotou em Ação por Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 378) uma importante baliza para a condução de um processo de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff. Estabeleceu três paradigmas fundamentais: a publicidade do processo e da tomada de decisão; a primazia dos partidos na formação das comissões processantes e julgadoras; e a independência do Senado para instauração do processo. No artigo "O Supremo constituinte", publicado nesta Folha na última segunda (15), o professor Ives Gandra alude ao papel secundário do Senado Federal em face da Câmara dos Deputados, destacando o pecado original na formação da Casa Alta do Congresso nos Estados Unidos da América: proteção do sistema escravocrata então vigente. É pertinente observar que a abolição da escravidão nos EUA, com a 13ª Emenda Constitucional, teve sua batalha épica não no Senado (que já a havia aprovado), mas na Câmara dos Deputados, palco de acirrado debate e apertada votação. O fato é que o STF não adotou interpretação alheia à Constituição Federal, mas antes aplicou-a em sua integralidade. Não agiu como constituinte, e sim como guardião da Carta Magna. Importante destacar que, desde 1824, o sistema constitucional brasileiro atribuía à Câmara a declaração de procedência da acusação, como registrado no art. 85 do texto da Constituição de 1967: "O presidente, depois que a Câmara dos Deputados declarar procedente a acusação pelo voto de dois terços de seus membros, será submetido a julgamento perante o STF, nos crimes comuns, ou perante o Senado, nos de responsabilidade". Todavia, o texto constitucional de 1988 alterou substancialmente essa sistemática ao estabelecer que compete à Câmara autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o presidente e o vice-presidente da República e os ministros de Estado (art. 51, I da Constituição), e ao Senado instaurar o processo (art. 86, § 1º, II, da Constituição). Dessa forma, somente após a instauração do processo é que o presidente ou o vice-presidente da República é afastado de suas funções. Aliás, isto está em consonância com o artigo 86 da Constituição, no qual se determina que o afastamento do presidente depende do recebimento de denúncia pelo STF, no caso de crimes comuns. Assim como o STF pode deixar de receber a denúncia encaminhada pela Câmara, pode o Senado deixar de instaurar o processo por crime de responsabilidade. Nisso não há novidade, pois não é a primeira vez que o Supremo se posiciona na matéria. Em 1992, em sessão administrativa, o STF fixou o rito do procedimento no âmbito do Senado e decidiu que, se rejeitado pelo plenário, o parecer pela instauração do processo de impeachment seria extinto, com o consequente arquivamento dos autos (lei nº 1.079/50, art. 48). Portanto, apesar da multiplicidade de opiniões que possam emergir em um ambiente político e jurídico controvertido, vale ao final a recomendação de Cícero: "...onde tudo está sob o poder de uma parte, não se pode dizer que existe República". LUÍS INÁCIO LUCENA ADAMS, 50, é ministro-chefe da Advocacia-Geral da União * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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FGTS vai injetar R$ 5 bilhões na compra da casa própria
O Conselho Curador do FGTS aumentou em R$ 4,9 bilhões uma linha de financiamento para a compra da casa própria por trabalhadores que têm contas no fundo, o chamado Pró-cotista. Essa linha tem juros um pouco menores que os que são cobrados normalmente pelos bancos para financiar a casa própria. Além de aumentar os recursos, que eram de R$ 800 milhões/ano, o Conselho também reduziu o valor máximo do imóvel de R$ 750 mil para R$ 400 mil. Com essa medida, a expectativa é que o fundo possa suprir parte das perdas de recursos para financiar a compra de imóveis, o que vem acontecendo com a saída em massa de recurso das cadernetas de poupança. Parte dos recursos da poupança eram usados para financiar a habitação. A redução do valor teto do imóvel também vai possibilitar que mais pessoas sejam atendidas. Segundo o ministro do Trabalho, Manuel Dias, que preside o conselho do FGTS, com essa medida e também com a aprovação de um financiamento para o BNDES de R$ 10 bilhões, o fundo vai melhorar o rendimentos dos trabalhadores e também ajudar no desenvolvimento de projetos que geram empregos. O FGTS vai receber juros de TR mais 7% ao ano. "Estamos investindo dinheiro dos trabalhadores em projetos rentáveis, com garantia total, e isso faz com que ampliemos os recursos para investimentos em infraestrutura. Nesse momento que o Brasil precisa retomar os investimentos para a geração de novos postos, o FGTS, que não perde nada, contribui para o desenvolvimento", afirmou Dias. IMÓVEIS NOVOS Segundo Cláudio da Silva Gomes, representante da CUT no conselho, o aumento da linha de crédito do Pró-cotista vai ajudar também a manter empregos na construção civil, já que 60% dos recursos terão que ser emprestados para imóveis novos. "O dinheiro para o BNDES também vai na linha de garantir empregos já que é para projetos de infraestrutura", afirmou Gomes. Uma proposta do setor da construção civil para aumentar o teto do imóvel dos beneficiários do Minha Casa, Minha Vida, hoje em R$ 190 mil, não foi analisada pelo conselho. Segundo o ministro Dias, ela poderá voltar à pauta na próxima reunião do conselho se os estudos dos comitês técnicos estiverem concluídos. O ministro também afirmou que continuará em estudos a proposta, já aprovada no Fundo, de que trabalhadores possam aplicar de forma autônoma até 30% dos saldo de suas contas. "Precisa alterar a lei. Estamos analisando isso com a Fazenda para fazer uma lei", disse Dias.
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FGTS vai injetar R$ 5 bilhões na compra da casa própriaO Conselho Curador do FGTS aumentou em R$ 4,9 bilhões uma linha de financiamento para a compra da casa própria por trabalhadores que têm contas no fundo, o chamado Pró-cotista. Essa linha tem juros um pouco menores que os que são cobrados normalmente pelos bancos para financiar a casa própria. Além de aumentar os recursos, que eram de R$ 800 milhões/ano, o Conselho também reduziu o valor máximo do imóvel de R$ 750 mil para R$ 400 mil. Com essa medida, a expectativa é que o fundo possa suprir parte das perdas de recursos para financiar a compra de imóveis, o que vem acontecendo com a saída em massa de recurso das cadernetas de poupança. Parte dos recursos da poupança eram usados para financiar a habitação. A redução do valor teto do imóvel também vai possibilitar que mais pessoas sejam atendidas. Segundo o ministro do Trabalho, Manuel Dias, que preside o conselho do FGTS, com essa medida e também com a aprovação de um financiamento para o BNDES de R$ 10 bilhões, o fundo vai melhorar o rendimentos dos trabalhadores e também ajudar no desenvolvimento de projetos que geram empregos. O FGTS vai receber juros de TR mais 7% ao ano. "Estamos investindo dinheiro dos trabalhadores em projetos rentáveis, com garantia total, e isso faz com que ampliemos os recursos para investimentos em infraestrutura. Nesse momento que o Brasil precisa retomar os investimentos para a geração de novos postos, o FGTS, que não perde nada, contribui para o desenvolvimento", afirmou Dias. IMÓVEIS NOVOS Segundo Cláudio da Silva Gomes, representante da CUT no conselho, o aumento da linha de crédito do Pró-cotista vai ajudar também a manter empregos na construção civil, já que 60% dos recursos terão que ser emprestados para imóveis novos. "O dinheiro para o BNDES também vai na linha de garantir empregos já que é para projetos de infraestrutura", afirmou Gomes. Uma proposta do setor da construção civil para aumentar o teto do imóvel dos beneficiários do Minha Casa, Minha Vida, hoje em R$ 190 mil, não foi analisada pelo conselho. Segundo o ministro Dias, ela poderá voltar à pauta na próxima reunião do conselho se os estudos dos comitês técnicos estiverem concluídos. O ministro também afirmou que continuará em estudos a proposta, já aprovada no Fundo, de que trabalhadores possam aplicar de forma autônoma até 30% dos saldo de suas contas. "Precisa alterar a lei. Estamos analisando isso com a Fazenda para fazer uma lei", disse Dias.
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Prepare-se: quarta-feira com orquestra na Sala São Paulo e Heraldo do Monte
DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Fuck yourself. Fuck!" Iggy Pop, músico/pai do punk, 68, parque Cândido Portinari * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
saopaulo
Prepare-se: quarta-feira com orquestra na Sala São Paulo e Heraldo do MonteDE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Fuck yourself. Fuck!" Iggy Pop, músico/pai do punk, 68, parque Cândido Portinari * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Conheça sete destinos sustentáveis para fazer turismo verde pelo Brasil
Viajar é uma ótima maneira para relaxar e pode ainda trazer outros benefícios, inclusive para a natureza. Para fomentar maneiras de usar o turismo como ferramenta na preservação ambiental e cultural, a Raízes Desenvolvimento Sustentável atua desde 2006 dentro e fora do Brasil. O negócio social foi finalista do Prêmio Empreendedor Social de Futuro de 2012 e integra a Rede Folha de Empreendedores Socioambientais. A empresa participou de diversos projetos de desenvolvimento de destinos nacionais e internacionais e atualmente é responsável pelas ações do Passaporte Verde, programa de turismo sustentável da ONU, que foca as Olimpíadas do Rio de Janeiro. Com o aumento pela preferência de viagens dentro do Brasil, a Raízes indicou sete destinos onde opera com seus parceiros e que trazem para o roteiro mais equilíbrio e equidade para o mundo.
empreendedorsocial
Conheça sete destinos sustentáveis para fazer turismo verde pelo BrasilViajar é uma ótima maneira para relaxar e pode ainda trazer outros benefícios, inclusive para a natureza. Para fomentar maneiras de usar o turismo como ferramenta na preservação ambiental e cultural, a Raízes Desenvolvimento Sustentável atua desde 2006 dentro e fora do Brasil. O negócio social foi finalista do Prêmio Empreendedor Social de Futuro de 2012 e integra a Rede Folha de Empreendedores Socioambientais. A empresa participou de diversos projetos de desenvolvimento de destinos nacionais e internacionais e atualmente é responsável pelas ações do Passaporte Verde, programa de turismo sustentável da ONU, que foca as Olimpíadas do Rio de Janeiro. Com o aumento pela preferência de viagens dentro do Brasil, a Raízes indicou sete destinos onde opera com seus parceiros e que trazem para o roteiro mais equilíbrio e equidade para o mundo.
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Crítica: Ringo Starr e seus músicos se divertem até mais do que a plateia
A multidão que quase lotou o HSBC Brasil na noite de quinta (26) para o show do ex-Beatle Ringo Starr deixou o lugar com sorrisos extasiados. E o mesmo pode ser dito do astro e dos músicos veteranos que o acompanham na All-Starr Band. Em sua terceira passagem pelo país para shows, Ringo repetiu o repertório das turnês anteriores (2011 e 2013). Cantou algumas dos Beatles e pouca coisa da longa discografia solo (em março ele deve lançar seu 18º álbum depois da separação da banda). Essa parte, digamos, mais autoral ocupa a metade das duas horas de apresentação. É intercalada com blocos em que a plateia se diverte cantando sucessos antigos que ainda recheiam a programação noturna das rádios, em maioria dedicada à nostalgia. São músicas tão presentes na memória afetiva de quarentões e cinquentões (a base do público de Ringo) que o clima de karaokê transforma tudo em festa. Cada integrante tem direito a mostrar um pouco do sucesso de sua banda mais famosa. Todd Rundgren, uma figuraça nos vocais e nas guitarristas, cantou músicas do Utopia, seu grupo entre 1974 e 1986, e da carreira solo. "Bang the Drum All Day" inspirou um comentário de Ringo: "Nessa música ele fala de seu desejo de tocar bateira todo dia. E é isso que eu faço!". Steve Lukather, guitarrista do Toto, carrega um repertório matador dessa banda e põe o público para cantar com "Rosanna", "Hold the Line" e "Africa". O tecladista Gregg Rolie, que acompanhou por anos Carlos Santana, também se deu bem com sucessos do guitarrista mexicano: "Evil Ways", "Oye Como Va" e, reunidas no mesmo número, "Black Magic Woman" e "Gypsy Queen". O destaque da All-Stars Band é o cantor e baixista Richard Page, que frequentou o topo das paradas nos anos 1980 com músicas de seu grupo, Mr. Mister. Para os fãs da banda, ele cantou "Broken Wings" e "Kyrie", além de uma balada de seu trabalho solo, "You Are Mine". A voz de Page continua aveludada e seu trabalho de baixo é espetacular. Mas a estrela e o grande anfitrião da festa é mesmo Ringo. Simpático, fazendo incessantemente o sinal de paz e amor com os dedos, foi muito didático. Dava detalhes de cada canção, explicando qual era original dos Beatles e qual era cover, desfilando sua idolatria por Carl Perkins (1932-1988). Ringo cantou dois clássicos de Perkins, "Honey Don't" e "Matchbox". Claro que nada supera o frenesi que as canções dos Beatles provocam. A temperatura sobe em "I Wanna Be Your Man" e "Yellow Submarine". E o pandemônio se instaura com "With a Little Help from My Friends", para encerrar o show em clima épico. Ringo, que mostra forma física e vozeirão invejáveis aos 74 anos, ainda volta para cantar com a banda "Give Peace a Chance", de John Lennon, a deixa para que astro e fãs troquem sinais de paz e amor. O sorriso dos músicos no agradecimento final não poderia ser mais aberto e sincero. Esses caras estão vivendo a "aposentadoria" que pediram a Deus. E Ringo se diverte liderando essa trupe. RINGO STARR & HIS ALL-STARR BAND AVALIAÇÃO ótimo
ilustrada
Crítica: Ringo Starr e seus músicos se divertem até mais do que a plateiaA multidão que quase lotou o HSBC Brasil na noite de quinta (26) para o show do ex-Beatle Ringo Starr deixou o lugar com sorrisos extasiados. E o mesmo pode ser dito do astro e dos músicos veteranos que o acompanham na All-Starr Band. Em sua terceira passagem pelo país para shows, Ringo repetiu o repertório das turnês anteriores (2011 e 2013). Cantou algumas dos Beatles e pouca coisa da longa discografia solo (em março ele deve lançar seu 18º álbum depois da separação da banda). Essa parte, digamos, mais autoral ocupa a metade das duas horas de apresentação. É intercalada com blocos em que a plateia se diverte cantando sucessos antigos que ainda recheiam a programação noturna das rádios, em maioria dedicada à nostalgia. São músicas tão presentes na memória afetiva de quarentões e cinquentões (a base do público de Ringo) que o clima de karaokê transforma tudo em festa. Cada integrante tem direito a mostrar um pouco do sucesso de sua banda mais famosa. Todd Rundgren, uma figuraça nos vocais e nas guitarristas, cantou músicas do Utopia, seu grupo entre 1974 e 1986, e da carreira solo. "Bang the Drum All Day" inspirou um comentário de Ringo: "Nessa música ele fala de seu desejo de tocar bateira todo dia. E é isso que eu faço!". Steve Lukather, guitarrista do Toto, carrega um repertório matador dessa banda e põe o público para cantar com "Rosanna", "Hold the Line" e "Africa". O tecladista Gregg Rolie, que acompanhou por anos Carlos Santana, também se deu bem com sucessos do guitarrista mexicano: "Evil Ways", "Oye Como Va" e, reunidas no mesmo número, "Black Magic Woman" e "Gypsy Queen". O destaque da All-Stars Band é o cantor e baixista Richard Page, que frequentou o topo das paradas nos anos 1980 com músicas de seu grupo, Mr. Mister. Para os fãs da banda, ele cantou "Broken Wings" e "Kyrie", além de uma balada de seu trabalho solo, "You Are Mine". A voz de Page continua aveludada e seu trabalho de baixo é espetacular. Mas a estrela e o grande anfitrião da festa é mesmo Ringo. Simpático, fazendo incessantemente o sinal de paz e amor com os dedos, foi muito didático. Dava detalhes de cada canção, explicando qual era original dos Beatles e qual era cover, desfilando sua idolatria por Carl Perkins (1932-1988). Ringo cantou dois clássicos de Perkins, "Honey Don't" e "Matchbox". Claro que nada supera o frenesi que as canções dos Beatles provocam. A temperatura sobe em "I Wanna Be Your Man" e "Yellow Submarine". E o pandemônio se instaura com "With a Little Help from My Friends", para encerrar o show em clima épico. Ringo, que mostra forma física e vozeirão invejáveis aos 74 anos, ainda volta para cantar com a banda "Give Peace a Chance", de John Lennon, a deixa para que astro e fãs troquem sinais de paz e amor. O sorriso dos músicos no agradecimento final não poderia ser mais aberto e sincero. Esses caras estão vivendo a "aposentadoria" que pediram a Deus. E Ringo se diverte liderando essa trupe. RINGO STARR & HIS ALL-STARR BAND AVALIAÇÃO ótimo
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RS propõe aumento de ICMS; reajuste pode injetar R$ 1,9 bi
O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), anunciou nesta quinta-feira (20) o aumento do ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) de 17% para 18%. A elevação de impostos tem sido criticada por líderes empresariais, que já consideram a taxa atual muito alta. A base aliada de Sartori na Assembleia também resiste ao projeto, mas o governador tem feito reuniões com as bancadas para convencê-las a aprovar o aumento. "Gostaria que a Assembleia entendesse a necessidade e votasse por unanimidade. Resistência tem até lá em casa", disse Sartori, em entrevista à imprensa. O aumento de ICMS deve se repetir em outros Estados do país em crise financeira. Atualmente, a taxa é de 18% em São Paulo e de 19% no Rio de Janeiro. Junto com o aumento da taxa padrão do ICMS, o governo Sartori propõe elevar a alíquota de diversos produtos considerados supérfluos, como gasolina e álcool hidratado (que deve subir de 25% para 30%), telefonia fixa e móvel (de 25% para 30%), cerveja e chope (de 25% para 27%), refrigerante (de 18% para 20%) e energia elétrica (de 25% para 30% para o consumo doméstico, acima de 50 kW). Segundo os cálculos da Secretaria da Fazenda, o reajuste pode injetar R$ 1,896 bilhão nos cofres gaúchos em 2016. O valor corresponde a cerca de um terço do deficit estimado para o próximo ano, de R$ 6,1 bilhões. NOVOS PROJETOS Com o eventual aumento da alíquota da cerveja, do cigarro e de cosméticos, o governo destinará cerca de R$ 211,9 milhões em 2016 ao Fundo de Proteção e Amparo Social (Ampara/RS), que será criado para atender setores de habitação, educação, saúde, segurança e reforço da renda familiar. Sartori também apresentou o Programa Especial de Quitação e Parcelamento (Refaz), para ajudar micro e pequenas empresas a quitarem suas dívidas. Outra medida é concentrar o pagamento do IPVA nos primeiros quatro meses do ano e combater a inadimplência. CRISE Os servidores estaduais gaúchos estão em greve geral até esta sexta-feira (21). Eles temem um novo atraso dos salários e contestam a extinção de fundações e mudanças na previdência. Escolas estão fechadas e policias civis atendem apenas casos de emergência. A Brigada Militar (a PM gaúcha) não pode fazer greve, mas os policiais adotaram uma operação padrão: só saem com carros legalizados e coletes balísticos em dia. Em julho, o governo anunciou o parcelamento dos salários dos servidores –somente os funcionários que ganham até R$ 2.150 receberam em dia. A terceira parcela, no entanto, foi antecipada e paga junto com a segunda para evitar uma intervenção federal no RS, já que o governo descumpriu uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). O governo gaúcho tenta um recurso no STF, que ainda não foi apreciado. Para pagar os salários atrasados, Sartori deixou de honrar em dia a dívida com a União. Por causa disso, as contas do governo foram bloqueadas e os valores em caixa foram sequestrados. A expectativa do governo é que o bloqueio seja desfeito até esta sexta (21).
poder
RS propõe aumento de ICMS; reajuste pode injetar R$ 1,9 biO governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), anunciou nesta quinta-feira (20) o aumento do ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) de 17% para 18%. A elevação de impostos tem sido criticada por líderes empresariais, que já consideram a taxa atual muito alta. A base aliada de Sartori na Assembleia também resiste ao projeto, mas o governador tem feito reuniões com as bancadas para convencê-las a aprovar o aumento. "Gostaria que a Assembleia entendesse a necessidade e votasse por unanimidade. Resistência tem até lá em casa", disse Sartori, em entrevista à imprensa. O aumento de ICMS deve se repetir em outros Estados do país em crise financeira. Atualmente, a taxa é de 18% em São Paulo e de 19% no Rio de Janeiro. Junto com o aumento da taxa padrão do ICMS, o governo Sartori propõe elevar a alíquota de diversos produtos considerados supérfluos, como gasolina e álcool hidratado (que deve subir de 25% para 30%), telefonia fixa e móvel (de 25% para 30%), cerveja e chope (de 25% para 27%), refrigerante (de 18% para 20%) e energia elétrica (de 25% para 30% para o consumo doméstico, acima de 50 kW). Segundo os cálculos da Secretaria da Fazenda, o reajuste pode injetar R$ 1,896 bilhão nos cofres gaúchos em 2016. O valor corresponde a cerca de um terço do deficit estimado para o próximo ano, de R$ 6,1 bilhões. NOVOS PROJETOS Com o eventual aumento da alíquota da cerveja, do cigarro e de cosméticos, o governo destinará cerca de R$ 211,9 milhões em 2016 ao Fundo de Proteção e Amparo Social (Ampara/RS), que será criado para atender setores de habitação, educação, saúde, segurança e reforço da renda familiar. Sartori também apresentou o Programa Especial de Quitação e Parcelamento (Refaz), para ajudar micro e pequenas empresas a quitarem suas dívidas. Outra medida é concentrar o pagamento do IPVA nos primeiros quatro meses do ano e combater a inadimplência. CRISE Os servidores estaduais gaúchos estão em greve geral até esta sexta-feira (21). Eles temem um novo atraso dos salários e contestam a extinção de fundações e mudanças na previdência. Escolas estão fechadas e policias civis atendem apenas casos de emergência. A Brigada Militar (a PM gaúcha) não pode fazer greve, mas os policiais adotaram uma operação padrão: só saem com carros legalizados e coletes balísticos em dia. Em julho, o governo anunciou o parcelamento dos salários dos servidores –somente os funcionários que ganham até R$ 2.150 receberam em dia. A terceira parcela, no entanto, foi antecipada e paga junto com a segunda para evitar uma intervenção federal no RS, já que o governo descumpriu uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). O governo gaúcho tenta um recurso no STF, que ainda não foi apreciado. Para pagar os salários atrasados, Sartori deixou de honrar em dia a dívida com a União. Por causa disso, as contas do governo foram bloqueadas e os valores em caixa foram sequestrados. A expectativa do governo é que o bloqueio seja desfeito até esta sexta (21).
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Reabrir divisa entre Venezuela e Colômbia é boa notícia para ambos
A reabertura gradual da fronteira entre Venezuela e Colômbia, anunciada na quinta-feira (11) pelos presidentes Nicolás Maduro e Juan Manuel Santos e prevista para ter início neste sábado (13), é uma boa notícia para os dois países. Em primeiro lugar, para aliviar uma crise humanitária iniciada em 19 de agosto do ano passado, quando a divisa foi fechada por iniciativa do governo venezuelano. Para a população local de ambos os lados, a medida foi desastrosa, pois impediu o trânsito para compra de alimentos, remédios e outros bens, provocou a expulsão de 1.600 colombianos do território venezuelano, afetou trabalhadores que vivem de um lado, mas têm seu emprego no outro, e mais de 3.500 crianças venezuelanas, que frequentavam colégios colombianos. Em segundo, porque o fechamento da fronteira contribuiu, junto à acentuada deterioração da economia venezuelana, com a redução em 16% do comércio bilateral entre os dois vizinhos, do ano passado para este. E, em terceiro, por questões diplomáticas e da geopolítica local. Tanto Maduro como Santos vivem momentos particulares de sua gestão em que precisam de ajuda mútua. Na reta final da assinatura de um acordo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e no início de uma campanha para fazer com que os colombianos aprovem esse tratado por meio de um plebiscito, Santos necessita uma participação mais ativa do par venezuelano. Afinal, é no país vizinho que costumam se refugiar membros perseguidos das guerrilhas colombianas e onde estão redutos clandestinos tanto das Farc quanto do ELN (Exército de Libertação Nacional). Com essa segunda força, Santos está especialmente preocupado. Isso porque, apesar de ser bem menor que as Farc –cerca de 3.000 guerrilheiros, enquanto as Farc têm cerca de 9.000–, é para o ELN que estão migrando os dissidentes da primeira, descontentes com a ideia de resignação ao fim da luta e à entrega de armas. Num momento em que pesquisas indicam que o apoio ao "sim" no plebiscito vem caindo, para Santos é importante que Maduro atue demonstrando que essa dissidência não encontrará espaço para se reorganizar em território venezuelano. Já do lado de Maduro, as imagens do encontro de ambos nesta quinta, em tom amistoso, sorridente e informal, surge num bom momento. Por um lado, o presidente venezuelano vem lidando com o desgosto da oposição com o adiamento de um possível referendo revocatório de seu mandato para 2017. Interessa à oposição que Maduro pareça cada vez mais isolado na região, como de fato está, com o recente impedimento promovido por Brasil, Argentina e Paraguai para que a Venezuela não assuma a presidência temporária do Mercosul. Nesse sentido, uma sessão de fotos ao lado do respeitado Santos –um presidente "não bolivariano" e mais alinhado ideologicamente ao argentino Macri e ao interino brasileiro Michel Temer– é algo que fortalece sua tão debilitada imagem.
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Reabrir divisa entre Venezuela e Colômbia é boa notícia para ambosA reabertura gradual da fronteira entre Venezuela e Colômbia, anunciada na quinta-feira (11) pelos presidentes Nicolás Maduro e Juan Manuel Santos e prevista para ter início neste sábado (13), é uma boa notícia para os dois países. Em primeiro lugar, para aliviar uma crise humanitária iniciada em 19 de agosto do ano passado, quando a divisa foi fechada por iniciativa do governo venezuelano. Para a população local de ambos os lados, a medida foi desastrosa, pois impediu o trânsito para compra de alimentos, remédios e outros bens, provocou a expulsão de 1.600 colombianos do território venezuelano, afetou trabalhadores que vivem de um lado, mas têm seu emprego no outro, e mais de 3.500 crianças venezuelanas, que frequentavam colégios colombianos. Em segundo, porque o fechamento da fronteira contribuiu, junto à acentuada deterioração da economia venezuelana, com a redução em 16% do comércio bilateral entre os dois vizinhos, do ano passado para este. E, em terceiro, por questões diplomáticas e da geopolítica local. Tanto Maduro como Santos vivem momentos particulares de sua gestão em que precisam de ajuda mútua. Na reta final da assinatura de um acordo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e no início de uma campanha para fazer com que os colombianos aprovem esse tratado por meio de um plebiscito, Santos necessita uma participação mais ativa do par venezuelano. Afinal, é no país vizinho que costumam se refugiar membros perseguidos das guerrilhas colombianas e onde estão redutos clandestinos tanto das Farc quanto do ELN (Exército de Libertação Nacional). Com essa segunda força, Santos está especialmente preocupado. Isso porque, apesar de ser bem menor que as Farc –cerca de 3.000 guerrilheiros, enquanto as Farc têm cerca de 9.000–, é para o ELN que estão migrando os dissidentes da primeira, descontentes com a ideia de resignação ao fim da luta e à entrega de armas. Num momento em que pesquisas indicam que o apoio ao "sim" no plebiscito vem caindo, para Santos é importante que Maduro atue demonstrando que essa dissidência não encontrará espaço para se reorganizar em território venezuelano. Já do lado de Maduro, as imagens do encontro de ambos nesta quinta, em tom amistoso, sorridente e informal, surge num bom momento. Por um lado, o presidente venezuelano vem lidando com o desgosto da oposição com o adiamento de um possível referendo revocatório de seu mandato para 2017. Interessa à oposição que Maduro pareça cada vez mais isolado na região, como de fato está, com o recente impedimento promovido por Brasil, Argentina e Paraguai para que a Venezuela não assuma a presidência temporária do Mercosul. Nesse sentido, uma sessão de fotos ao lado do respeitado Santos –um presidente "não bolivariano" e mais alinhado ideologicamente ao argentino Macri e ao interino brasileiro Michel Temer– é algo que fortalece sua tão debilitada imagem.
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Tite mantém base da defesa de Dunga e faz mudanças no meio e ataque
Daniel Alves, Miranda, Gil e Filipe Luis. A defesa utilizada por Dunga na derrota para o Peru em jogo da Copa América Centenário e no empate diante do Paraguai, pela última rodada das eliminatórias da Copa do Mundo-2018, pode ser mantida por Tite nas partidas contra Equador e Colômbia. Em sua primeira convocação como novo técnico da seleção brasileira, o ex-treinador do Corinthians manteve o sistema defensivo que vinha sendo usado pelo seu antecessor. Da lista original de Dunga para o torneio disputado nos Estados Unidos, Tite não convocou os laterais Fabinho e Douglas Santos. As novidades para o setor foram Fágner e Marcelo. Na oportunidade, Dunga optou por Fabinho e Douglas Santos porque ambos tinham idade olímpica. O jogador do Atlético-MG foi titular na campanha da inédita medalha de ouro, enquanto o lateral direito não foi liberado pelo seu clube, o Monaco. Já os quatro zagueiros convocados para a Copa América Centenário foram repetidos pelo atual treinador da seleção brasileira. Além de Miranda e Gil, Rodrigo Caio e Marquinhos são os outros convocados. Titular na Copa do Mundo e em três das seis partidas das eliminatórias, David Luiz foi excluído da lista do novo treinador. O zagueiro do Paris Saint-Germain jogou contra o Uruguai e foi muito criticado. Na sequência, cumpriu suspensão contra o Paraguai e ficou fora da competição nos Estados Unidos. O goleiro Alisson, ex-Inter e atualmente na Roma, foi outro convocado. Reserva contra Uruguai e Paraguai, Grohe também foi chamado. Já Diego Alves e Ederson, que estavam no torneio nos Estados Unidos, ficaram fora. No total, dez dos 23 convocados para a Copa América Centenário não foram chamados pelo atual comandante da seleção. Se comparada com a última convocação para os jogos das eliminatórios, 11 foram preteridos agora. Dos jogadores do meio de campo convocados para a Copa América Centenário, Renato Augusto e Casemiro foram mantidos. Luiz Gustavo, Fernandinho e Elias, que eram chamados pelo ex-técnico, não estão na lista assim como Rafinha Alcântara convocado e depois cortado da mesma competição. Tite também mexeu muito no setor ofensivo. Ele chamou Gabriel, Gabriel Jesus, Neymar e surpreendeu com Taison, ex-Inter e atualmente no Shakhtar Donetsk. Porém, Hulk, Douglas Costa e Ricardo Oliveira ficaram de fora. Presença constante com Dunga, o atacante do Bayern de Munique foi até chamado para a seleção olímpica, mas acabou cortado por contusão. "Alguns atletas europeus, por estarem retornando às atividades, ficam prejudicados na avaliação por causa de falta de ritmo ou lesão. A convocação é para os próximos dois jogos", disse Tite. "Existe uma série de fatores que influenciam na convocação dos jogadores. Existem pequenos detalhes que, às vezes, deixam o jogador de fora. É assim em relação a Geromel, a Fernando, do City, a Elias, em uma retomada, a Luan, que fez um excelente temporada. É de um acompanhamento de trabalho. Em vídeo, nos jogos, nas conversas com seus técnicos. Tem toda essa conotação", acrescentou. A seleção brasileira enfrenta o Equador no dia 1º de setembro, quinta-feira, fora de casa. Cinco dias depois, jogará contra a Colômbia, em 6 de setembro, terça-feira, às 21h45, na Arena da Amazônia, em Manaus.
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Tite mantém base da defesa de Dunga e faz mudanças no meio e ataqueDaniel Alves, Miranda, Gil e Filipe Luis. A defesa utilizada por Dunga na derrota para o Peru em jogo da Copa América Centenário e no empate diante do Paraguai, pela última rodada das eliminatórias da Copa do Mundo-2018, pode ser mantida por Tite nas partidas contra Equador e Colômbia. Em sua primeira convocação como novo técnico da seleção brasileira, o ex-treinador do Corinthians manteve o sistema defensivo que vinha sendo usado pelo seu antecessor. Da lista original de Dunga para o torneio disputado nos Estados Unidos, Tite não convocou os laterais Fabinho e Douglas Santos. As novidades para o setor foram Fágner e Marcelo. Na oportunidade, Dunga optou por Fabinho e Douglas Santos porque ambos tinham idade olímpica. O jogador do Atlético-MG foi titular na campanha da inédita medalha de ouro, enquanto o lateral direito não foi liberado pelo seu clube, o Monaco. Já os quatro zagueiros convocados para a Copa América Centenário foram repetidos pelo atual treinador da seleção brasileira. Além de Miranda e Gil, Rodrigo Caio e Marquinhos são os outros convocados. Titular na Copa do Mundo e em três das seis partidas das eliminatórias, David Luiz foi excluído da lista do novo treinador. O zagueiro do Paris Saint-Germain jogou contra o Uruguai e foi muito criticado. Na sequência, cumpriu suspensão contra o Paraguai e ficou fora da competição nos Estados Unidos. O goleiro Alisson, ex-Inter e atualmente na Roma, foi outro convocado. Reserva contra Uruguai e Paraguai, Grohe também foi chamado. Já Diego Alves e Ederson, que estavam no torneio nos Estados Unidos, ficaram fora. No total, dez dos 23 convocados para a Copa América Centenário não foram chamados pelo atual comandante da seleção. Se comparada com a última convocação para os jogos das eliminatórios, 11 foram preteridos agora. Dos jogadores do meio de campo convocados para a Copa América Centenário, Renato Augusto e Casemiro foram mantidos. Luiz Gustavo, Fernandinho e Elias, que eram chamados pelo ex-técnico, não estão na lista assim como Rafinha Alcântara convocado e depois cortado da mesma competição. Tite também mexeu muito no setor ofensivo. Ele chamou Gabriel, Gabriel Jesus, Neymar e surpreendeu com Taison, ex-Inter e atualmente no Shakhtar Donetsk. Porém, Hulk, Douglas Costa e Ricardo Oliveira ficaram de fora. Presença constante com Dunga, o atacante do Bayern de Munique foi até chamado para a seleção olímpica, mas acabou cortado por contusão. "Alguns atletas europeus, por estarem retornando às atividades, ficam prejudicados na avaliação por causa de falta de ritmo ou lesão. A convocação é para os próximos dois jogos", disse Tite. "Existe uma série de fatores que influenciam na convocação dos jogadores. Existem pequenos detalhes que, às vezes, deixam o jogador de fora. É assim em relação a Geromel, a Fernando, do City, a Elias, em uma retomada, a Luan, que fez um excelente temporada. É de um acompanhamento de trabalho. Em vídeo, nos jogos, nas conversas com seus técnicos. Tem toda essa conotação", acrescentou. A seleção brasileira enfrenta o Equador no dia 1º de setembro, quinta-feira, fora de casa. Cinco dias depois, jogará contra a Colômbia, em 6 de setembro, terça-feira, às 21h45, na Arena da Amazônia, em Manaus.
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Brasil: Professora travesti é preterida para cargo de reitora
ESTÊVÃO BERTONI, DE SÃO PAULO O ministro da Educação, Cid Gomes (Pros), frustrou na última sexta (13) parte dos alunos de uma universidade pública do Ceará que desejava ver uma travesti se tornar a primeira reitora do país. Desde dezembro ... Leia post completo no blog
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Brasil: Professora travesti é preterida para cargo de reitoraESTÊVÃO BERTONI, DE SÃO PAULO O ministro da Educação, Cid Gomes (Pros), frustrou na última sexta (13) parte dos alunos de uma universidade pública do Ceará que desejava ver uma travesti se tornar a primeira reitora do país. Desde dezembro ... Leia post completo no blog
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CPMF deve voltar a ser cobrada? Sim
RECRIAR E REPENSAR O movimento "volta, CPMF" começou a ensaiar seu enredo no início deste ano. Hoje tem o apoio, ainda que discreto, de governadores e prefeitos. A equipe econômica, também discretamente, apoia a ideia, apesar de o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ter dito recentemente que "não há perspectiva" de que a contribuição volte a ser cobrada. Um estudo da Unafisco (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil) mostrou que em dez anos de CMPF o percentual médio destinado efetivamente à saúde foi de 45%. Já os Estados gastaram em média 18% a mais, em 2013, do que os 12% exigidos pela Constituição. O Amazonas chegou quase a dobrar, atingindo 22,9%. Nas capitais, os gastos médios foram 39% maiores que a vinculação de 15%. Campo Grande (MS) atingiu 31,2%. Os municípios responderam por 30,7% dos gastos do SUS, em 2013, e os Estados, por 26,7%. A União, que em 2000 financiava quase 60% dos gastos, reduziu para 42,6%. Gastou R$ 83 bilhões com o SUS e abriu mão de R$ 20,9 bilhões em deduções fiscais na área da saúde. Uma visão desapaixonada sobre a saúde pública brasileira vai constatar que efetivamente faltam recursos financeiros e de gestão. O setor de saúde suplementar contou com R$ 2.187 per capita (2013) para atender seus 49,6 milhões de usuários. O SUS (Sistema Único de Saúde), mais amplo, teve de operar com 44% desse valor, R$ 965 per capita. Além da distribuição gratuita de medicamentos e vacinas, o SUS responde pela vigilância epidemiológica e sanitária à população. Os gastos totais do SUS atingiram R$ 195 bilhões em 2013. Se ajustados pela saúde suplementar deveriam ter atingido algo como R$ 440 bilhões. A estimativa é de que o retorno da CPMF nas mesmas bases renderia, em 2013, uma arrecadação de R$ 60 bilhões, ou 30% dos gastos do SUS. O SUS, porém, não precisa só de mais recursos financeiros, precisa rediscutir seu modelo de gestão e também aí são os Estados e municípios que estão na dianteira. Enquanto a União faz intervenções importantes, porém pontuais, como as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e o Mais Médicos, Estados e municípios avançam na contratualização com as organizações sociais sem fins lucrativos, chamadas a gerenciar hospitais, redes de unidades de saúde e até as UPAs. Recriar a CPMF como era não vai agregar valor às forças transformadoras do SUS, vai apenas aliviar os cofres federais. É importante, entretanto, lutar para que ela seja recriada de forma diferente para que venha colocar recursos adicionais onde eles podem fazer diferença. Os secretários de Saúde deveriam liderar um movimento com a sociedade e o Congresso defendendo uma nova matriz de distribuição dos recursos. Os valores arrecadados pela CPMF seriam distribuídos republicanamente entre União, Estados e municípios em partes iguais. As parcelas dos Estados e municípios seriam rateadas a partir da população, mas apenas aos que estejam cumprindo a vinculação constitucional. A legislação teria que ser muito dura para proibir a substituição de fontes, impedindo que a CPMF sirva apenas para reduzir os recursos gastos hoje. Se tivesse sido implantada em 2013, a contribuição teria significado algo como R$ 100 per capita ao ano a mais para Estados e municípios. É claro que o ideal seria não aumentar a nossa já pesada carga tributária, mas lembro da anedota do sujeito que diante da ameaça de ser atacado por um enorme touro, teria dito: "Que venha o touro, mas que venha em forma de bife". Que venha a nova CPMF, mas que venha para ajudar de verdade a melhorar o sistema público de saúde e a vida das pessoas. JANUARIO MONTONE, 60, foi secretário municipal de Saúde de São Paulo (gestão Kassab) e diretor-presidente da ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar (1999-2003). É autor de "Plano de Saúde - 10 anos Depois" (MedBook) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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CPMF deve voltar a ser cobrada? SimRECRIAR E REPENSAR O movimento "volta, CPMF" começou a ensaiar seu enredo no início deste ano. Hoje tem o apoio, ainda que discreto, de governadores e prefeitos. A equipe econômica, também discretamente, apoia a ideia, apesar de o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ter dito recentemente que "não há perspectiva" de que a contribuição volte a ser cobrada. Um estudo da Unafisco (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil) mostrou que em dez anos de CMPF o percentual médio destinado efetivamente à saúde foi de 45%. Já os Estados gastaram em média 18% a mais, em 2013, do que os 12% exigidos pela Constituição. O Amazonas chegou quase a dobrar, atingindo 22,9%. Nas capitais, os gastos médios foram 39% maiores que a vinculação de 15%. Campo Grande (MS) atingiu 31,2%. Os municípios responderam por 30,7% dos gastos do SUS, em 2013, e os Estados, por 26,7%. A União, que em 2000 financiava quase 60% dos gastos, reduziu para 42,6%. Gastou R$ 83 bilhões com o SUS e abriu mão de R$ 20,9 bilhões em deduções fiscais na área da saúde. Uma visão desapaixonada sobre a saúde pública brasileira vai constatar que efetivamente faltam recursos financeiros e de gestão. O setor de saúde suplementar contou com R$ 2.187 per capita (2013) para atender seus 49,6 milhões de usuários. O SUS (Sistema Único de Saúde), mais amplo, teve de operar com 44% desse valor, R$ 965 per capita. Além da distribuição gratuita de medicamentos e vacinas, o SUS responde pela vigilância epidemiológica e sanitária à população. Os gastos totais do SUS atingiram R$ 195 bilhões em 2013. Se ajustados pela saúde suplementar deveriam ter atingido algo como R$ 440 bilhões. A estimativa é de que o retorno da CPMF nas mesmas bases renderia, em 2013, uma arrecadação de R$ 60 bilhões, ou 30% dos gastos do SUS. O SUS, porém, não precisa só de mais recursos financeiros, precisa rediscutir seu modelo de gestão e também aí são os Estados e municípios que estão na dianteira. Enquanto a União faz intervenções importantes, porém pontuais, como as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e o Mais Médicos, Estados e municípios avançam na contratualização com as organizações sociais sem fins lucrativos, chamadas a gerenciar hospitais, redes de unidades de saúde e até as UPAs. Recriar a CPMF como era não vai agregar valor às forças transformadoras do SUS, vai apenas aliviar os cofres federais. É importante, entretanto, lutar para que ela seja recriada de forma diferente para que venha colocar recursos adicionais onde eles podem fazer diferença. Os secretários de Saúde deveriam liderar um movimento com a sociedade e o Congresso defendendo uma nova matriz de distribuição dos recursos. Os valores arrecadados pela CPMF seriam distribuídos republicanamente entre União, Estados e municípios em partes iguais. As parcelas dos Estados e municípios seriam rateadas a partir da população, mas apenas aos que estejam cumprindo a vinculação constitucional. A legislação teria que ser muito dura para proibir a substituição de fontes, impedindo que a CPMF sirva apenas para reduzir os recursos gastos hoje. Se tivesse sido implantada em 2013, a contribuição teria significado algo como R$ 100 per capita ao ano a mais para Estados e municípios. É claro que o ideal seria não aumentar a nossa já pesada carga tributária, mas lembro da anedota do sujeito que diante da ameaça de ser atacado por um enorme touro, teria dito: "Que venha o touro, mas que venha em forma de bife". Que venha a nova CPMF, mas que venha para ajudar de verdade a melhorar o sistema público de saúde e a vida das pessoas. JANUARIO MONTONE, 60, foi secretário municipal de Saúde de São Paulo (gestão Kassab) e diretor-presidente da ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar (1999-2003). É autor de "Plano de Saúde - 10 anos Depois" (MedBook) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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'Quem vaia meu pai não entende nada de política', diz Marina Mantega
A apresentadora Marina Mantega, 34, filha do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, falou à coluna sobre as recentes hostilidades e vaias sofridas por seu pai. A primeira, no hospital Albert Einstein, e a segunda, na semana passada, no restaurante Aguzzo. * Folha - O que você acha dessas agressões? Marina Mantega - É uma falta de educação completa. É muito feio. Não acho legal, não só porque acontece com o meu pai. Quem julga alguma coisa de verdade não são essas pessoas, elas não entendem absolutamente nada de economia e política. É fácil julgar, mas gostaria de perguntar pra elas se já viram meu pai fazendo alguma coisa errada. Isso já aconteceu com você? Não. Independentemente de qualquer coisa meu pai é meu pai e eu sou eu. Temos vidas separadas! Não vou deixar de ir a lugares que vou desde criança. Não é porque está acontecendo isso que alguém vai deixar de fazer algo. Você e seu pai já conversaram sobre o assunto? Não. Fiquei sabendo pela internet! Ele é uma pessoa tranquila e nos nossos almoços de família não falamos disso. Não falo da minha profissão nem ele da dele. Mas ele ouve o programa [Marina trabalha no programa "Pânico", na Jovem Pan]? Ele ouve e acha legal. Tem isso. As pessoas acham que sou patricinha, mas eu falo muita coisa que não tem a ver com essa imagem. Me prejulgam por eu ser filha do meu pai. Trabalho no programa porque gosto de verdade. Não precisaria estar aqui. Você acha que está conseguindo se desvencilhar da imagem de "filha do Guido Mantega"? Sim! Saí do mercado financeiro porque achavam que eu tinha informações privilegiadas. Meu pai nunca faria isso! Ele é ético. Sempre me disseram que eu estava nos lugares em que estava por ser filha do ministro. Já estou calejada. Se eu fosse querer dar "carteirada", poderia ter um programa de uma hora! Prefiro que as coisas sejam aos poucos. Tô correndo atrás. E agora que ele não é mais ministro a bajulação diminuiu um pouco. O que é bom! Odeio quando fazem isso. ENDEREÇO CERTO A Justiça americana devolverá ao Brasil o quadro "Hannibal", do artista americano Jean-Michel Basquiat. A obra, avaliada em US$ 8 milhões, fazia parte do acervo do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira e foi apreendida no exterior. Ela deve ser encaminhada à massa falida do banco Santos. DE VOLTA O desembargador Fausto de Sanctis deve embarcar para Nova York no dia 18 para assinar o recebimento das obras. Ele foi o juiz do caso e encaminhou os acordos para a devolução de obras de arte ao Brasil. Além do quadro de Basquiat, os EUA devem entregar a escultura "Roman Togatus" à Justiça do Brasil. PARA SEMPRE Edemar Cid Ferreira deve se livrar de vez da possibilidade de ser punido por gestão fraudulenta. Ainda que novo processo fosse aberto depois que a primeira sentença contra ele foi anulada, na semana passada, não haveria tempo para que fosse adiante. Como ele tem mais de 70 anos, a pena contra o ex-banqueiro prescreve em dez anos depois do recebimento da denúncia –ou no próximo dia 3 de julho. ESTICA E PUXA Dirigentes do PT defendiam ontem que o partido insistisse na tentativa de pedir o mandato de Marta Suplicy (PT-SP) de volta. Um dos instrumentos seria apresentar embargos de declaração ao STF (Supremo Tribunal Federal), que afirmou anteontem que senadores não perdem mandato por infidelidade partidária. Outro seria argumentar que Marta saiu do PT antes da decisão e não pode ser beneficiada por ela. BATE... O advogado Sigmaringa Seixas, conselheiro de Dilma Rousseff na área jurídica, colocou um stent no coração na semana passada. Estava internado até ontem e passava bem. ...CORAÇÃO O economista Luiz Gonzaga Belluzzo também acaba de colocar um stent. Ele teve uma crise de angina na semana passada, ficou dois dias numa UTI e agora também passa bem. BEM ALTO O contrabaixista Zerró Santos, que já tocou com Cartola, Jamelão, família Caymmi e outros gigantes, se apresenta hoje no Sesc Ipiranga com sua "Zerró Santos Big Band Project", com músicas que vão de toadas e modinhas a John Coltrane, passando por baião, frevo, choro e maracatu. TSUNAMI E J.Hawilla, dono da Traffic e réu confesso no escândalo que levou cartolas da Fifa à prisão, já estaria recuperado do tratamento de tumor a que se submeteu nos EUA. Ele chegou a perder os cabelos por causa da medicação, em meio aos depoimentos secretos que dava à Justiça do país. NA INTIMIDADE Autor do projeto que deu a Joseph Blatter, da Fifa, o título de cidadão honorário de SP, no ano passado, o vereador petista Paulo Batista dos Reis diz: "Ele não foi preso ainda, não há suspeita sobre ele. O título era mais uma coisa simbólica, por causa da Copa do Mundo. Mas nunca se sabe o que as pessoas na sua intimidade fazem por aí". BOM APETITE O advogado Pedro Estevam Serrano ofereceu jantar em sua casa, nos Jardins, na quarta (27), para comemorar a conclusão de seu pós-doutorado, em Portugal, e homenagear o professor Eduardo Vera-Cruz. O jurista Celso Bandeira de Mello e o advogado Márcio Cammarosano estavam entre os convidados. O coordenador jurídico do PT, Marco Aurélio Carvalho, e o presidente do partido no Estado de São Paulo, Emidio de Souza, também compareceram. * CURTO-CIRCUITO O seminário "Perspectivas para além do proibicionismo: drogas e sociedades contemporâneas" ocorre nesta sexta (29), das 9h às 17h30, na Faculdade de Saúde Pública da USP. A Galeria Fibra abre nesta sexta (29) exposição de artistas do Newton Santanna Atelier. Às 11h, em Higienópolis. A festa Kitling Gong Show tem edição nesta sexta (29), às 23h, na rua Vergueiro. 18 anos. A noite beneficente em prol do Itaci (Instituto de Tratamento do Câncer Infantil) é neste domingo (31), a partir das 18h, no restaurante Leopolldo Faria Lima. Antônio Pitanga participa neste sábado (30) da Retrospectiva Cinema Novo, que exibe filmes com o ator no elenco, na Cinemateca. O Unicef leiloa estátua que esteve na Mônica Parade, em prol de vítimas do terremoto no Nepal. Até este sábado (30), pelo site www.rmgouveialeiloes.com.br. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
colunas
'Quem vaia meu pai não entende nada de política', diz Marina MantegaA apresentadora Marina Mantega, 34, filha do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, falou à coluna sobre as recentes hostilidades e vaias sofridas por seu pai. A primeira, no hospital Albert Einstein, e a segunda, na semana passada, no restaurante Aguzzo. * Folha - O que você acha dessas agressões? Marina Mantega - É uma falta de educação completa. É muito feio. Não acho legal, não só porque acontece com o meu pai. Quem julga alguma coisa de verdade não são essas pessoas, elas não entendem absolutamente nada de economia e política. É fácil julgar, mas gostaria de perguntar pra elas se já viram meu pai fazendo alguma coisa errada. Isso já aconteceu com você? Não. Independentemente de qualquer coisa meu pai é meu pai e eu sou eu. Temos vidas separadas! Não vou deixar de ir a lugares que vou desde criança. Não é porque está acontecendo isso que alguém vai deixar de fazer algo. Você e seu pai já conversaram sobre o assunto? Não. Fiquei sabendo pela internet! Ele é uma pessoa tranquila e nos nossos almoços de família não falamos disso. Não falo da minha profissão nem ele da dele. Mas ele ouve o programa [Marina trabalha no programa "Pânico", na Jovem Pan]? Ele ouve e acha legal. Tem isso. As pessoas acham que sou patricinha, mas eu falo muita coisa que não tem a ver com essa imagem. Me prejulgam por eu ser filha do meu pai. Trabalho no programa porque gosto de verdade. Não precisaria estar aqui. Você acha que está conseguindo se desvencilhar da imagem de "filha do Guido Mantega"? Sim! Saí do mercado financeiro porque achavam que eu tinha informações privilegiadas. Meu pai nunca faria isso! Ele é ético. Sempre me disseram que eu estava nos lugares em que estava por ser filha do ministro. Já estou calejada. Se eu fosse querer dar "carteirada", poderia ter um programa de uma hora! Prefiro que as coisas sejam aos poucos. Tô correndo atrás. E agora que ele não é mais ministro a bajulação diminuiu um pouco. O que é bom! Odeio quando fazem isso. ENDEREÇO CERTO A Justiça americana devolverá ao Brasil o quadro "Hannibal", do artista americano Jean-Michel Basquiat. A obra, avaliada em US$ 8 milhões, fazia parte do acervo do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira e foi apreendida no exterior. Ela deve ser encaminhada à massa falida do banco Santos. DE VOLTA O desembargador Fausto de Sanctis deve embarcar para Nova York no dia 18 para assinar o recebimento das obras. Ele foi o juiz do caso e encaminhou os acordos para a devolução de obras de arte ao Brasil. Além do quadro de Basquiat, os EUA devem entregar a escultura "Roman Togatus" à Justiça do Brasil. PARA SEMPRE Edemar Cid Ferreira deve se livrar de vez da possibilidade de ser punido por gestão fraudulenta. Ainda que novo processo fosse aberto depois que a primeira sentença contra ele foi anulada, na semana passada, não haveria tempo para que fosse adiante. Como ele tem mais de 70 anos, a pena contra o ex-banqueiro prescreve em dez anos depois do recebimento da denúncia –ou no próximo dia 3 de julho. ESTICA E PUXA Dirigentes do PT defendiam ontem que o partido insistisse na tentativa de pedir o mandato de Marta Suplicy (PT-SP) de volta. Um dos instrumentos seria apresentar embargos de declaração ao STF (Supremo Tribunal Federal), que afirmou anteontem que senadores não perdem mandato por infidelidade partidária. Outro seria argumentar que Marta saiu do PT antes da decisão e não pode ser beneficiada por ela. BATE... O advogado Sigmaringa Seixas, conselheiro de Dilma Rousseff na área jurídica, colocou um stent no coração na semana passada. Estava internado até ontem e passava bem. ...CORAÇÃO O economista Luiz Gonzaga Belluzzo também acaba de colocar um stent. Ele teve uma crise de angina na semana passada, ficou dois dias numa UTI e agora também passa bem. BEM ALTO O contrabaixista Zerró Santos, que já tocou com Cartola, Jamelão, família Caymmi e outros gigantes, se apresenta hoje no Sesc Ipiranga com sua "Zerró Santos Big Band Project", com músicas que vão de toadas e modinhas a John Coltrane, passando por baião, frevo, choro e maracatu. TSUNAMI E J.Hawilla, dono da Traffic e réu confesso no escândalo que levou cartolas da Fifa à prisão, já estaria recuperado do tratamento de tumor a que se submeteu nos EUA. Ele chegou a perder os cabelos por causa da medicação, em meio aos depoimentos secretos que dava à Justiça do país. NA INTIMIDADE Autor do projeto que deu a Joseph Blatter, da Fifa, o título de cidadão honorário de SP, no ano passado, o vereador petista Paulo Batista dos Reis diz: "Ele não foi preso ainda, não há suspeita sobre ele. O título era mais uma coisa simbólica, por causa da Copa do Mundo. Mas nunca se sabe o que as pessoas na sua intimidade fazem por aí". BOM APETITE O advogado Pedro Estevam Serrano ofereceu jantar em sua casa, nos Jardins, na quarta (27), para comemorar a conclusão de seu pós-doutorado, em Portugal, e homenagear o professor Eduardo Vera-Cruz. O jurista Celso Bandeira de Mello e o advogado Márcio Cammarosano estavam entre os convidados. O coordenador jurídico do PT, Marco Aurélio Carvalho, e o presidente do partido no Estado de São Paulo, Emidio de Souza, também compareceram. * CURTO-CIRCUITO O seminário "Perspectivas para além do proibicionismo: drogas e sociedades contemporâneas" ocorre nesta sexta (29), das 9h às 17h30, na Faculdade de Saúde Pública da USP. A Galeria Fibra abre nesta sexta (29) exposição de artistas do Newton Santanna Atelier. Às 11h, em Higienópolis. A festa Kitling Gong Show tem edição nesta sexta (29), às 23h, na rua Vergueiro. 18 anos. A noite beneficente em prol do Itaci (Instituto de Tratamento do Câncer Infantil) é neste domingo (31), a partir das 18h, no restaurante Leopolldo Faria Lima. Antônio Pitanga participa neste sábado (30) da Retrospectiva Cinema Novo, que exibe filmes com o ator no elenco, na Cinemateca. O Unicef leiloa estátua que esteve na Mônica Parade, em prol de vítimas do terremoto no Nepal. Até este sábado (30), pelo site www.rmgouveialeiloes.com.br. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Combate ao racismo requer emprego e melhor salário ao negro; veja debate
Existe, sim, racismo no Brasil, e para dirimir o problema no quadro de desigualdade social do país é necessário que empregadores se engajem em dar melhores oportunidades de trabalho.Essa foi a conclusão comum a que a professora da USP Eunice Aparecida de Jesus Prudente e o empresário Geral Rufino chegaram no debate sobre a representatividade do negro na elite brasileira. Leia mais aqui
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Combate ao racismo requer emprego e melhor salário ao negro; veja debateExiste, sim, racismo no Brasil, e para dirimir o problema no quadro de desigualdade social do país é necessário que empregadores se engajem em dar melhores oportunidades de trabalho.Essa foi a conclusão comum a que a professora da USP Eunice Aparecida de Jesus Prudente e o empresário Geral Rufino chegaram no debate sobre a representatividade do negro na elite brasileira. Leia mais aqui
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Governador do RS inicia 2015 com quebra-cabeça para acomodar aliados
O peemedebista José Ivo Sartori toma posse nesta quinta-feira (1º) como governador do Rio Grande do Sul pressionado pela crise nas contas estaduais e em meio a um quebra-cabeça para acomodar aliados no governo. Antes mesmo de assumir o Estado, integrantes do novo governo fizeram críticas ao legado da gestão do petista Tarso Genro, que perdeu a reeleição no segundo turno. Como medida emergencial para conter gastos, Sartori anunciou a redução do número de secretarias, extinguindo projetos pessoais de Tarso, como a pasta de um "conselho" para debates com organizações da sociedade civil. "Sabíamos que a realidade financeira seria difícil, mas não tanto", disse Sartori ao anunciar o secretariado, em dezembro. A cerimônia de posse em Porto Alegre está prevista para começar às 15h. O Estado é atualmente o mais endividado do país e precisa destinar 13% de suas receitas líquidas à União para quitar antigos débitos. A mudança do indexador da dívida, aprovada no Congresso em novembro, foi festejada pela equipe que sai da administração estadual e pela que assume agora, mas não terá efeitos imediatos. Atualmente, o Rio Grande do Sul gasta mais com aposentados e pensionistas do que com servidores da ativa. O novo governador terá ainda de honrar uma série de reajustes ao funcionalismo já acertados pelo governo petista. Tarso usou recursos de depósitos judiciais para fechar as contas ao longo do mandato. No campo político, Sartori teve durante o período de transição muito trabalho para satisfazer os aliados na distribuição de cargos. Ao apoio de 19 siglas que ele recebeu no segundo turno, houve o acréscimo do PDT, partido que tem a segunda maior bancada na Assembleia e que já ocupou o poder no Estado. MAIORIA NA ASSEMBLEIA Os pedetistas indicaram para a Secretaria da Educação o ex-candidato Vieira da Cunha, que ficou em quarto lugar na eleição. Com o acordo, Sartori garantiu uma maioria confortável na Assembleia -entre os grandes partidos, apenas o PT e o PTB ficarão na oposição. O núcleo do secretariado será formado por dois peemedebistas com perfil de renovação e de bom desempenho nas urnas. Um deles é Giovani Feltes, que assume a Secretaria da Fazenda e quebra a tradição local de a pasta sempre ser comandada por um técnico. Ele se destacou na Assembleia com discursos duros contra o PT. O outro será o secretário da Casa Civil Márcio Biolchi, 35, ligado a uma ala no PMDB próxima ao vice-presidente Michel Temer. Políticos que tinham sido secretários no conturbado governo da tucana Yeda Crusius (2007-2010) também estão de volta ao primeiro escalão, como Pedro Westphalen (PP), nos Transportes. Para a Segurança, Sartori "importou" do Centro-Oeste do país um delegado da Polícia Federal que era secretário do Governo do PMDB em Mato Grosso do Sul, Wantuir Jacini. Este será o quarto governo do PMDB no Estado, o que faz do partido a sigla com mais tempo no poder desde os anos 70, ainda antes da redemocratização (1985). No Rio Grande do Sul, os peemedebistas tradicionalmente se opõem ao PT. Sartori, ex-prefeito de Caxias do Sul, assume o governo após uma surpreendente arrancada na campanha eleitoral. Pouco conhecido do eleitorado à época, ele cresceu nas pesquisas nas vésperas do primeiro turno e venceu Tarso com facilidade na segunda votação.
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Governador do RS inicia 2015 com quebra-cabeça para acomodar aliadosO peemedebista José Ivo Sartori toma posse nesta quinta-feira (1º) como governador do Rio Grande do Sul pressionado pela crise nas contas estaduais e em meio a um quebra-cabeça para acomodar aliados no governo. Antes mesmo de assumir o Estado, integrantes do novo governo fizeram críticas ao legado da gestão do petista Tarso Genro, que perdeu a reeleição no segundo turno. Como medida emergencial para conter gastos, Sartori anunciou a redução do número de secretarias, extinguindo projetos pessoais de Tarso, como a pasta de um "conselho" para debates com organizações da sociedade civil. "Sabíamos que a realidade financeira seria difícil, mas não tanto", disse Sartori ao anunciar o secretariado, em dezembro. A cerimônia de posse em Porto Alegre está prevista para começar às 15h. O Estado é atualmente o mais endividado do país e precisa destinar 13% de suas receitas líquidas à União para quitar antigos débitos. A mudança do indexador da dívida, aprovada no Congresso em novembro, foi festejada pela equipe que sai da administração estadual e pela que assume agora, mas não terá efeitos imediatos. Atualmente, o Rio Grande do Sul gasta mais com aposentados e pensionistas do que com servidores da ativa. O novo governador terá ainda de honrar uma série de reajustes ao funcionalismo já acertados pelo governo petista. Tarso usou recursos de depósitos judiciais para fechar as contas ao longo do mandato. No campo político, Sartori teve durante o período de transição muito trabalho para satisfazer os aliados na distribuição de cargos. Ao apoio de 19 siglas que ele recebeu no segundo turno, houve o acréscimo do PDT, partido que tem a segunda maior bancada na Assembleia e que já ocupou o poder no Estado. MAIORIA NA ASSEMBLEIA Os pedetistas indicaram para a Secretaria da Educação o ex-candidato Vieira da Cunha, que ficou em quarto lugar na eleição. Com o acordo, Sartori garantiu uma maioria confortável na Assembleia -entre os grandes partidos, apenas o PT e o PTB ficarão na oposição. O núcleo do secretariado será formado por dois peemedebistas com perfil de renovação e de bom desempenho nas urnas. Um deles é Giovani Feltes, que assume a Secretaria da Fazenda e quebra a tradição local de a pasta sempre ser comandada por um técnico. Ele se destacou na Assembleia com discursos duros contra o PT. O outro será o secretário da Casa Civil Márcio Biolchi, 35, ligado a uma ala no PMDB próxima ao vice-presidente Michel Temer. Políticos que tinham sido secretários no conturbado governo da tucana Yeda Crusius (2007-2010) também estão de volta ao primeiro escalão, como Pedro Westphalen (PP), nos Transportes. Para a Segurança, Sartori "importou" do Centro-Oeste do país um delegado da Polícia Federal que era secretário do Governo do PMDB em Mato Grosso do Sul, Wantuir Jacini. Este será o quarto governo do PMDB no Estado, o que faz do partido a sigla com mais tempo no poder desde os anos 70, ainda antes da redemocratização (1985). No Rio Grande do Sul, os peemedebistas tradicionalmente se opõem ao PT. Sartori, ex-prefeito de Caxias do Sul, assume o governo após uma surpreendente arrancada na campanha eleitoral. Pouco conhecido do eleitorado à época, ele cresceu nas pesquisas nas vésperas do primeiro turno e venceu Tarso com facilidade na segunda votação.
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'Barriga de aluguel' ajuda a preservar peixes ameaçados
Peixes comuns, lambaris e mandis podem ser a salvação de espécies com risco de extinção em rios brasileiros. Um estudo de um órgão do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) utiliza uma técnica semelhante à barriga de aluguel humana para a reprodução em laboratório. As espécies estão sendo reproduzidas pelo Cepta (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais), em Pirassununga (a 211 km de São Paulo). A pesquisa começou há cinco anos, mas os primeiros resultados foram obtidos nos últimos meses. Ela constatou a viabilidade de lambaris de rabo amarelo produzirem ovos ou espermatozoides de lambaris de rabo vermelho ou de espécies ameaçadas –como piracanjuba, corimba e pacu. Do momento em que se adota a técnica de "barriga de aluguel" ao nascimento dos peixes, leva-se um prazo de três anos, que consiste em dominar a técnica de reprodução e cumprir protocolos. Além disso, diz o pesquisador do Cepta George Yasui, que estudou o tema por seis anos na Universidade de Hokkaido (Japão), é preciso desenvolver receptores estéreis, condição para que o peixe não produza esperma dele mesmo e do doador. "Todos temos conjunto de cromossomos da mãe e do pai. Esse peixe tem dois da mãe e um do pai. Aí ele não consegue produzir ovos ou espermatozoides." Agora, os testes são feitos com células de bagre-sapo implantadas em mandis. O objetivo é que, como o lambari, ele produza ovos ou espermatozoides do doador. "A célula do bagre-sapo está inteirinha no corpo do mandi, isolada. Não se trata de algo híbrido ou transgênico, não misturamos DNA. É igual barriga de aluguel humana mesmo." Com isso, não há possibilidade de surgir uma terceira espécie a partir do método. Peixe barriga de aluguel RESISTENTES Os receptores foram escolhidos por serem resistentes e povoarem todo o país. "Há quem diga que o lambari é praga e tem em qualquer lugar, mas é o que queremos. Ele aguenta tudo, assim como o mandi. Transformamos os dois em modelos", diz Yasui. A intenção é que mais peixes sejam usados no futuro com tal finalidade, pois não existe um modelo universal que gere descendentes de todas as espécies. Atingidos pela lama de rejeitos de minério da barragem que se rompeu em Mariana (MG), peixes do rio Doce foram resgatados por uma expedição do Cepta e podem ser reproduzidos da mesma forma no futuro. A tragédia poluiu rios de Minas e Espírito Santo e matou 19 pessoas. Analista ambiental do Cepta, o biólogo Wellington Peres diz que o órgão constatou a mortandade de ao menos 21 espécies, a maioria introduzida –não nativa. A bacia tem cerca de 70 espécies nativas e 30 introduzidas. "Não dá para falar em extinção das espécies, para isso é preciso mais expedições. Mas já trouxemos exemplares para formar um banco genético. Se precisar de reforço de estoque, podemos usar." Entre as espécies com morte registrada estão tucunaré, dourado, traíra, cascudo e peixe-cachorro. PEIXES ÓRFÃOS Peixes órfãos que nunca conhecem seus pais, os rivulídeos têm metade das espécies conhecidas pelo Cepta ameaçadas de extinção. A criação de um banco genético é a esperança deles. Esses animais são de pequeno porte –normalmente entre 6 e 10 cm. São 262 espécies catalogadas, das quais 125 podem desaparecer, de acordo com o órgão. Os rivulídeos vivem em ambientes aquáticos muito rasos, por vezes isolados de rios e lagos, e sazonais. Podem se reproduzir de uma forma que foge do padrão habitual: o local seca após a temporada de chuvas e os exemplares que ali vivem morrem, mas os ovos ficam depositados. Quando chove novamente, ainda que seja um ano depois, os ovos eclodem e novos peixes surgem. São portanto animais que não conhecem nem nunca conhecerão seus pais. "A população inteira morre e surge uma nova. São espécies órfãs, não há chance de ter duas gerações no mesmo ambiente", afirma a ecóloga Izabel Boock de Garcia, analista ambiental do Cepta. Eles são restritos em São Paulo às faixas litorâneas e existem mais comumente no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Brasília e na Bahia. BANCO GENÉTICO Após três anos de coleta, o Cepta amealhou dez das 262 espécies, quatro delas ameaçadas, e pretende criar um banco genético para reduzir o risco de desaparecimento. Entre os principais motivos para o risco de extinção está a ação humana, como o asfaltamento desses locais para o surgimento de ruas ou rodovias, e o aterramento para obras da construção civil. "No Rio Grande do Sul, em Chuí, construíram uma pista de motocross que aterrou metade de um ambiente", disse. Segundo a veterinária do Cepta Maria Rita de Cássia Barreto Netto, esses peixes surgem mesmo após uma seca superior a dois anos. "As espécies evoluíram nesse tipo de ambiente, precisam da seca para os ovos entrarem em estado de dormência. Voltando a chover, os ovos vão eclodir e eles ocuparão aquele ambiente. Por isso muitas vezes as pessoas chamam de 'peixes das nuvens', por não terem ideia de onde esses animais surgiram."
cotidiano
'Barriga de aluguel' ajuda a preservar peixes ameaçadosPeixes comuns, lambaris e mandis podem ser a salvação de espécies com risco de extinção em rios brasileiros. Um estudo de um órgão do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) utiliza uma técnica semelhante à barriga de aluguel humana para a reprodução em laboratório. As espécies estão sendo reproduzidas pelo Cepta (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais), em Pirassununga (a 211 km de São Paulo). A pesquisa começou há cinco anos, mas os primeiros resultados foram obtidos nos últimos meses. Ela constatou a viabilidade de lambaris de rabo amarelo produzirem ovos ou espermatozoides de lambaris de rabo vermelho ou de espécies ameaçadas –como piracanjuba, corimba e pacu. Do momento em que se adota a técnica de "barriga de aluguel" ao nascimento dos peixes, leva-se um prazo de três anos, que consiste em dominar a técnica de reprodução e cumprir protocolos. Além disso, diz o pesquisador do Cepta George Yasui, que estudou o tema por seis anos na Universidade de Hokkaido (Japão), é preciso desenvolver receptores estéreis, condição para que o peixe não produza esperma dele mesmo e do doador. "Todos temos conjunto de cromossomos da mãe e do pai. Esse peixe tem dois da mãe e um do pai. Aí ele não consegue produzir ovos ou espermatozoides." Agora, os testes são feitos com células de bagre-sapo implantadas em mandis. O objetivo é que, como o lambari, ele produza ovos ou espermatozoides do doador. "A célula do bagre-sapo está inteirinha no corpo do mandi, isolada. Não se trata de algo híbrido ou transgênico, não misturamos DNA. É igual barriga de aluguel humana mesmo." Com isso, não há possibilidade de surgir uma terceira espécie a partir do método. Peixe barriga de aluguel RESISTENTES Os receptores foram escolhidos por serem resistentes e povoarem todo o país. "Há quem diga que o lambari é praga e tem em qualquer lugar, mas é o que queremos. Ele aguenta tudo, assim como o mandi. Transformamos os dois em modelos", diz Yasui. A intenção é que mais peixes sejam usados no futuro com tal finalidade, pois não existe um modelo universal que gere descendentes de todas as espécies. Atingidos pela lama de rejeitos de minério da barragem que se rompeu em Mariana (MG), peixes do rio Doce foram resgatados por uma expedição do Cepta e podem ser reproduzidos da mesma forma no futuro. A tragédia poluiu rios de Minas e Espírito Santo e matou 19 pessoas. Analista ambiental do Cepta, o biólogo Wellington Peres diz que o órgão constatou a mortandade de ao menos 21 espécies, a maioria introduzida –não nativa. A bacia tem cerca de 70 espécies nativas e 30 introduzidas. "Não dá para falar em extinção das espécies, para isso é preciso mais expedições. Mas já trouxemos exemplares para formar um banco genético. Se precisar de reforço de estoque, podemos usar." Entre as espécies com morte registrada estão tucunaré, dourado, traíra, cascudo e peixe-cachorro. PEIXES ÓRFÃOS Peixes órfãos que nunca conhecem seus pais, os rivulídeos têm metade das espécies conhecidas pelo Cepta ameaçadas de extinção. A criação de um banco genético é a esperança deles. Esses animais são de pequeno porte –normalmente entre 6 e 10 cm. São 262 espécies catalogadas, das quais 125 podem desaparecer, de acordo com o órgão. Os rivulídeos vivem em ambientes aquáticos muito rasos, por vezes isolados de rios e lagos, e sazonais. Podem se reproduzir de uma forma que foge do padrão habitual: o local seca após a temporada de chuvas e os exemplares que ali vivem morrem, mas os ovos ficam depositados. Quando chove novamente, ainda que seja um ano depois, os ovos eclodem e novos peixes surgem. São portanto animais que não conhecem nem nunca conhecerão seus pais. "A população inteira morre e surge uma nova. São espécies órfãs, não há chance de ter duas gerações no mesmo ambiente", afirma a ecóloga Izabel Boock de Garcia, analista ambiental do Cepta. Eles são restritos em São Paulo às faixas litorâneas e existem mais comumente no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Brasília e na Bahia. BANCO GENÉTICO Após três anos de coleta, o Cepta amealhou dez das 262 espécies, quatro delas ameaçadas, e pretende criar um banco genético para reduzir o risco de desaparecimento. Entre os principais motivos para o risco de extinção está a ação humana, como o asfaltamento desses locais para o surgimento de ruas ou rodovias, e o aterramento para obras da construção civil. "No Rio Grande do Sul, em Chuí, construíram uma pista de motocross que aterrou metade de um ambiente", disse. Segundo a veterinária do Cepta Maria Rita de Cássia Barreto Netto, esses peixes surgem mesmo após uma seca superior a dois anos. "As espécies evoluíram nesse tipo de ambiente, precisam da seca para os ovos entrarem em estado de dormência. Voltando a chover, os ovos vão eclodir e eles ocuparão aquele ambiente. Por isso muitas vezes as pessoas chamam de 'peixes das nuvens', por não terem ideia de onde esses animais surgiram."
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Harper Lee, ganhadora do Pulitzer por 'O Sol É para Todos', morre aos 89
A escritora Harper Lee, que ganhou o prêmio Pulitzer de ficção em 1961 por seu livro "O Sol É para Todos", morreu aos 89 anos, informou o "The New York Times" e outras publicações americanas nesta sexta-feira (19). A autora nasceu em 1926, em Monroeville, no Alabama. Se mudou em 1949 para Nova York, onde trabalhou como auxiliar em companhias aéreas enquanto seguia com a carreira de escritora. Oito anos mais tarde, apresentou o manuscrito do romance sobre o racismo e a injustiça no sul dos Estados Unidos para a editora americana J. B. Lippincott & Co., que lhe pediu para reescrevê-lo. Lançada em 1960, a obra foi um sucesso comercial —vendeu mais de 40 milhões de cópias— e de crítica. Já no ano seguinte, o romance recebeu o Pulitzer, principal prêmio literário americano, transformando-a em uma celebridade literária. Reclusa, sempre fez poucas aparições —mas nas poucas entrevistas que deu costumava se dizer surpresa com o sucesso de "O Sol...". O livro conta a história de Atticus Finch, um advogado de uma cidadezinha que vai defender um homem negro acusado injustamente de estuprar uma mulher. O livro é narrada por Scout, filha do advogado. O romance se tornou filme em 1962, com Gregory Peck no papel do advogado engajado Atticus Finch. Foi adaptado para o teatro em várias cidades norte-americanas e em Londres e ganhará versão na Broadway na temporada 2017-2018. Até ano passado, Lee era considerada autora de livro só —até que um manuscrito inédito com alguns do mesmos personagens de "O Sol..." ser encontrado e publicado no ano passado. No Brasil, a obra recebeu o título de "Vá, Coloque Um Vigia" (José Olympio). O novo romance não chegou às prateleiras sem controvérsias. Como Harper Lee costumava garantir que nunca mais publicaria um novo livro, os advogados da autora começaram a ser acusados de publicar a obra à sua revelia —uma vez que, com a idade avançada, a escritora não poderia mais decidir sobre si. Alguns críticos apontaram que a obra não passava de um rascunho de "O Sol é Para Todos". Um dos motivos é o fato de Atticus Finch, advogado que defende os negros no livro mais famoso da autora, surgir em "Vá, Coloque Um Vigia" como um racistas que apóia a segregação dos negros. Harper Lee era amiga de infância de outro escritor crucial nas letras americanas, Truman Capote. O pai dele chegou a presentear a dupla com uma máquina de escrever —e eles começaram a ditar narrativas um ao outro. Não à toa, Capote escreveu a orelha de "O Sol É Para Todos" —e ela foi assistente do autor na apuração da reportagem que virou o livro "A Sangue Frio". Na faculdade, a Huntingdon College, a escritora começou escrever artigos para jornais literários. Depois de lá, ela foi estudar direito na Universidade do Alabama, para agradar seu pai, que também era advogado. Ali, ela chegou a editora-chefe de uma revista de humor do campus. Depois de uma temporada no Reino Unido, ela se mudou para Nova York, em 1949. Chegou a trabalhar como livreira e em uma companhia aérea. No começo, Harper Lee escrevia contos, mas recebeu conselho de um agente literária que escrevesse um romance. "Vá, Coloque Um Vigia", era o primeiro nome da obra, que só mais tarde ganhou o título "O Sol É Para Todos". * CRONOLOGIA 1926 Nelle Harper Lee nasce em 28 de abril, em Monroeville, pequena cidade do Alabama (EUA). É a caçula dos quatro filhos de seu pai, um advogado e dono de um jornal local. Ainda na infância, torna-se amiga do escritor Truman Capote. 1949 Formada em direito pela Universidade do Alabama, muda-se aos 23 anos para Nova York decidida a se tornar escritora. Enquanto isso, trabalha como agente de passagens em uma companhia aérea. Na cidade, reecontra Capote, então um nome em ascensão no meio literário. 1956 Tira um ano para se dedicar à escrita, graças ao apoio financeiro de um casal de amigos, compositores da Broadway. Começa a trabalhar no manuscrito de uma história ambientada no interior do Alabama, base de "O Sol é Para Todos". 1959 Acompanha Truman Capote durante a apuração sobre o assassinato da família Cluster em Holcom, no Kansas, que se transformaria no livro "A Sangue Frio". 1960 Lee volta a Nova York e termina "O Sol é Para Todos", que chega com um sucesso estrondoso às livrarias e logo se torna um clássico da literatura americana. O livro é narrado por Scot, alter-ego da autora. Ela conta uma história de sua infância, quando o pai, advogado, defendeu um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca, em uma cidade no interior do Alabama segregada pelo racismo. 1961 "O Sol é Para Todos" vence o Prêmio Pulitzer, um dos mais importantes da literatura, de ficção. 1962 Estreia a adaptação de "O Sol é Para Todos" no cinema. A versão contou com a colaboração de Lee e venceu quatro estatuetas no Oscar. 1966 "A Sangue Frio" é publicado. Há relatos de que Lee trabalhava em um novo romance, enquanto colaborava com Capote. Ele dedicou o livro à amiga, mas jamais reconheceu a colaboração da autora como ela acreditava merecer. "Ela me fez companhia durante a viagem. Ficamos uns dois meses juntos. Ela foi a uma série de entrevistas, tomou suas próprias notas, com que eu pude checar as minhas. Sua ajuda foi de extrema importância no começo, quando não conseguíamos nos aproximar da população local, ficando amiga das esposas dos homens que eu queria encontrar. Ela ficou próxima de muitos fiéis das igrejas. Um jornal do Kansas disse recentemente que todo mundo [em Holcomb] colaborou porque eu era um escritor famoso. Na verdade, nenhuma só pessoa na cidade havia ouvido falar de mim", disse Capote ao "New York Times", pouco depois da publicação de seu "romance de não ficção". 1970-1980 Vive reclusa, entre Nova York e sua cidade natal, trabalhando em um livro sobre um serial killer do Alabama que jamais foi publicado. 2007 Recebe de George W. Bush a Medalha Presidencial da Liberdade, condecoração por sua contribuição com a tradição literária americana em uma cerimônia na Casa Branca 2013 Processa seu agente literário, que acusa de tentar enganá-la na venda de direitos autorais, e um museu em sua cidade natal, por vender produtos licenciados de "O Sol É para Todos" sem autorização. 2014 Lee permite a publicação de seu romance em versão digital. 2015 A advogada da escritora diz ter encontrado os manuscritos de um romance inédito, "Vá, Coloque um Vigia", dado como perdido. O livro foi rejeitado por uma editora em 1957 e seria uma primeira versão de "O Sol é Para Todos". Em fevereiro, a editora HarperCollins anuncia que irá publicar o título, lançado em junho do ano passado com recordes de venda nos EUA. No Brasil, foi editado pela José Olympio poucos meses depois. No entanto, pairam dúvidas sobre o consentimento de Lee com a nova edição: ela, em idade avançada, só teria se manifestado sobre a publicação em carta divulgada por meio de sua representante.
ilustrada
Harper Lee, ganhadora do Pulitzer por 'O Sol É para Todos', morre aos 89A escritora Harper Lee, que ganhou o prêmio Pulitzer de ficção em 1961 por seu livro "O Sol É para Todos", morreu aos 89 anos, informou o "The New York Times" e outras publicações americanas nesta sexta-feira (19). A autora nasceu em 1926, em Monroeville, no Alabama. Se mudou em 1949 para Nova York, onde trabalhou como auxiliar em companhias aéreas enquanto seguia com a carreira de escritora. Oito anos mais tarde, apresentou o manuscrito do romance sobre o racismo e a injustiça no sul dos Estados Unidos para a editora americana J. B. Lippincott & Co., que lhe pediu para reescrevê-lo. Lançada em 1960, a obra foi um sucesso comercial —vendeu mais de 40 milhões de cópias— e de crítica. Já no ano seguinte, o romance recebeu o Pulitzer, principal prêmio literário americano, transformando-a em uma celebridade literária. Reclusa, sempre fez poucas aparições —mas nas poucas entrevistas que deu costumava se dizer surpresa com o sucesso de "O Sol...". O livro conta a história de Atticus Finch, um advogado de uma cidadezinha que vai defender um homem negro acusado injustamente de estuprar uma mulher. O livro é narrada por Scout, filha do advogado. O romance se tornou filme em 1962, com Gregory Peck no papel do advogado engajado Atticus Finch. Foi adaptado para o teatro em várias cidades norte-americanas e em Londres e ganhará versão na Broadway na temporada 2017-2018. Até ano passado, Lee era considerada autora de livro só —até que um manuscrito inédito com alguns do mesmos personagens de "O Sol..." ser encontrado e publicado no ano passado. No Brasil, a obra recebeu o título de "Vá, Coloque Um Vigia" (José Olympio). O novo romance não chegou às prateleiras sem controvérsias. Como Harper Lee costumava garantir que nunca mais publicaria um novo livro, os advogados da autora começaram a ser acusados de publicar a obra à sua revelia —uma vez que, com a idade avançada, a escritora não poderia mais decidir sobre si. Alguns críticos apontaram que a obra não passava de um rascunho de "O Sol é Para Todos". Um dos motivos é o fato de Atticus Finch, advogado que defende os negros no livro mais famoso da autora, surgir em "Vá, Coloque Um Vigia" como um racistas que apóia a segregação dos negros. Harper Lee era amiga de infância de outro escritor crucial nas letras americanas, Truman Capote. O pai dele chegou a presentear a dupla com uma máquina de escrever —e eles começaram a ditar narrativas um ao outro. Não à toa, Capote escreveu a orelha de "O Sol É Para Todos" —e ela foi assistente do autor na apuração da reportagem que virou o livro "A Sangue Frio". Na faculdade, a Huntingdon College, a escritora começou escrever artigos para jornais literários. Depois de lá, ela foi estudar direito na Universidade do Alabama, para agradar seu pai, que também era advogado. Ali, ela chegou a editora-chefe de uma revista de humor do campus. Depois de uma temporada no Reino Unido, ela se mudou para Nova York, em 1949. Chegou a trabalhar como livreira e em uma companhia aérea. No começo, Harper Lee escrevia contos, mas recebeu conselho de um agente literária que escrevesse um romance. "Vá, Coloque Um Vigia", era o primeiro nome da obra, que só mais tarde ganhou o título "O Sol É Para Todos". * CRONOLOGIA 1926 Nelle Harper Lee nasce em 28 de abril, em Monroeville, pequena cidade do Alabama (EUA). É a caçula dos quatro filhos de seu pai, um advogado e dono de um jornal local. Ainda na infância, torna-se amiga do escritor Truman Capote. 1949 Formada em direito pela Universidade do Alabama, muda-se aos 23 anos para Nova York decidida a se tornar escritora. Enquanto isso, trabalha como agente de passagens em uma companhia aérea. Na cidade, reecontra Capote, então um nome em ascensão no meio literário. 1956 Tira um ano para se dedicar à escrita, graças ao apoio financeiro de um casal de amigos, compositores da Broadway. Começa a trabalhar no manuscrito de uma história ambientada no interior do Alabama, base de "O Sol é Para Todos". 1959 Acompanha Truman Capote durante a apuração sobre o assassinato da família Cluster em Holcom, no Kansas, que se transformaria no livro "A Sangue Frio". 1960 Lee volta a Nova York e termina "O Sol é Para Todos", que chega com um sucesso estrondoso às livrarias e logo se torna um clássico da literatura americana. O livro é narrado por Scot, alter-ego da autora. Ela conta uma história de sua infância, quando o pai, advogado, defendeu um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca, em uma cidade no interior do Alabama segregada pelo racismo. 1961 "O Sol é Para Todos" vence o Prêmio Pulitzer, um dos mais importantes da literatura, de ficção. 1962 Estreia a adaptação de "O Sol é Para Todos" no cinema. A versão contou com a colaboração de Lee e venceu quatro estatuetas no Oscar. 1966 "A Sangue Frio" é publicado. Há relatos de que Lee trabalhava em um novo romance, enquanto colaborava com Capote. Ele dedicou o livro à amiga, mas jamais reconheceu a colaboração da autora como ela acreditava merecer. "Ela me fez companhia durante a viagem. Ficamos uns dois meses juntos. Ela foi a uma série de entrevistas, tomou suas próprias notas, com que eu pude checar as minhas. Sua ajuda foi de extrema importância no começo, quando não conseguíamos nos aproximar da população local, ficando amiga das esposas dos homens que eu queria encontrar. Ela ficou próxima de muitos fiéis das igrejas. Um jornal do Kansas disse recentemente que todo mundo [em Holcomb] colaborou porque eu era um escritor famoso. Na verdade, nenhuma só pessoa na cidade havia ouvido falar de mim", disse Capote ao "New York Times", pouco depois da publicação de seu "romance de não ficção". 1970-1980 Vive reclusa, entre Nova York e sua cidade natal, trabalhando em um livro sobre um serial killer do Alabama que jamais foi publicado. 2007 Recebe de George W. Bush a Medalha Presidencial da Liberdade, condecoração por sua contribuição com a tradição literária americana em uma cerimônia na Casa Branca 2013 Processa seu agente literário, que acusa de tentar enganá-la na venda de direitos autorais, e um museu em sua cidade natal, por vender produtos licenciados de "O Sol É para Todos" sem autorização. 2014 Lee permite a publicação de seu romance em versão digital. 2015 A advogada da escritora diz ter encontrado os manuscritos de um romance inédito, "Vá, Coloque um Vigia", dado como perdido. O livro foi rejeitado por uma editora em 1957 e seria uma primeira versão de "O Sol é Para Todos". Em fevereiro, a editora HarperCollins anuncia que irá publicar o título, lançado em junho do ano passado com recordes de venda nos EUA. No Brasil, foi editado pela José Olympio poucos meses depois. No entanto, pairam dúvidas sobre o consentimento de Lee com a nova edição: ela, em idade avançada, só teria se manifestado sobre a publicação em carta divulgada por meio de sua representante.
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Envio de militares à Síria retoma protagonismo dos EUA, diz general
O envio de militares à Síria marca um movimento histórico que indica o retorno dos EUA ao papel de protagonismo em conflitos internacionais. A análise foi feita pelo general David Petraeus, ex-comandante dos EUA no Afeganistão e no Iraque e ex-diretor da CIA, principal agência de inteligência americana. Segundo ele, apesar da "enorme frustração e da extraordinária despesa" criadas pelo envolvimento militar americano no Iraque e no Afeganistão, é preciso reconhecer que os EUA podem até se retirar, mas não foram capazes de terminar as guerras das quais participam. De um jeito ou de outro, a instabilidade interna desses países arrastando os EUA de volta, disse. "O que estamos vendo nos últimos anos é um movimento pendular. Voltamos à conclusão de que não há substituto para a liderança dos EUA", afirmou o general, durante um debate em Washington sobre o combate terrestre que acabou sendo dominado pela crise na Síria. Para Petraeus, não há como derrotar o Estado Islâmico somente com ofensivas aéreas como os EUA têm feito, e é fundamental o envio de tropas terrestres. Não exatamente para combate, mas para treinar e armar forças locais aliadas aos EUA e formar uma área protegida, que permitiria a elas se organizar política e militarmente. Ele reiterou, porém, que não bastam algumas dezenas de militares de forças especiais. O general não especificou qual seria o número ideal, mas deixou claro que não seria nada perto do auge do envolvimento no Iraque, com 165 mil homens, e no Afeganistão, com 100 mil. Apesar de apontar o regime sírio como a causa principal da crise, ele disse que não é prudente se livrar do ditador Bashar al-Assad antes de saber qual a alternativa. Michael O'Hanlon, especialista em assuntos de defesa do centro de estudos Brookings, onde o evento foi realizado, também enfatizou a importância de enviar à Síria um contingente militar robusto, à altura da ameaça. Em comparação, lembrou que na guerra da Bósnia, em 1995, os EUA mandaram 20 mil militares "a um território cinco vezes menor que a Síria contra uma ameaça 25 vezes menor" que o EI. O'Hanlon estima que o ideal seriam "algumas centenas" de militares americanos para treinar militantes locais em bolsões controlados por forças que são contrárias tanto ao EI como ao regime sírio. Mas, em meio ao caos sírio, como seria possível identificar "rebeldes moderados", sem permitir que se o armamento dos EUA caia nas mãos dos terroristas, como já ocorreu? "'É uma boa pergunta e muito difícil de responder", disse à Folha. "A solução é começar pelos casos mais fáceis, como os curdos e os drusos."
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Envio de militares à Síria retoma protagonismo dos EUA, diz generalO envio de militares à Síria marca um movimento histórico que indica o retorno dos EUA ao papel de protagonismo em conflitos internacionais. A análise foi feita pelo general David Petraeus, ex-comandante dos EUA no Afeganistão e no Iraque e ex-diretor da CIA, principal agência de inteligência americana. Segundo ele, apesar da "enorme frustração e da extraordinária despesa" criadas pelo envolvimento militar americano no Iraque e no Afeganistão, é preciso reconhecer que os EUA podem até se retirar, mas não foram capazes de terminar as guerras das quais participam. De um jeito ou de outro, a instabilidade interna desses países arrastando os EUA de volta, disse. "O que estamos vendo nos últimos anos é um movimento pendular. Voltamos à conclusão de que não há substituto para a liderança dos EUA", afirmou o general, durante um debate em Washington sobre o combate terrestre que acabou sendo dominado pela crise na Síria. Para Petraeus, não há como derrotar o Estado Islâmico somente com ofensivas aéreas como os EUA têm feito, e é fundamental o envio de tropas terrestres. Não exatamente para combate, mas para treinar e armar forças locais aliadas aos EUA e formar uma área protegida, que permitiria a elas se organizar política e militarmente. Ele reiterou, porém, que não bastam algumas dezenas de militares de forças especiais. O general não especificou qual seria o número ideal, mas deixou claro que não seria nada perto do auge do envolvimento no Iraque, com 165 mil homens, e no Afeganistão, com 100 mil. Apesar de apontar o regime sírio como a causa principal da crise, ele disse que não é prudente se livrar do ditador Bashar al-Assad antes de saber qual a alternativa. Michael O'Hanlon, especialista em assuntos de defesa do centro de estudos Brookings, onde o evento foi realizado, também enfatizou a importância de enviar à Síria um contingente militar robusto, à altura da ameaça. Em comparação, lembrou que na guerra da Bósnia, em 1995, os EUA mandaram 20 mil militares "a um território cinco vezes menor que a Síria contra uma ameaça 25 vezes menor" que o EI. O'Hanlon estima que o ideal seriam "algumas centenas" de militares americanos para treinar militantes locais em bolsões controlados por forças que são contrárias tanto ao EI como ao regime sírio. Mas, em meio ao caos sírio, como seria possível identificar "rebeldes moderados", sem permitir que se o armamento dos EUA caia nas mãos dos terroristas, como já ocorreu? "'É uma boa pergunta e muito difícil de responder", disse à Folha. "A solução é começar pelos casos mais fáceis, como os curdos e os drusos."
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Como éramos nós antes da geladeira?
Da última vez, falamos sobre o mundo das coisas. Para tirar de nós o arrependimento de guardá-las, cultuá-las, irmos à falência por causa delas... Ah, as coisas! Todos nós gostamos de pensar num mundo puro, próximo à natureza, sem consumo, paz de criança dormindo, longe das coleções predadoras. Um tempo onde não existe o paraíso das Bics que se perdem, dos Tupperwears sem tampas, das tampas sem Tupperwares debaixo da pia. Tempos de índio. Nunca se sabe se os índios são tão singelos porque não querem excessos, ou se não têm acesso àquelas coisas todas que juntamos. Índio não tem fogão, nem geladeira, nem panela de alumínio porque não quer ou porque não vai ao shopping? E batatinhas Pringles e Coca-Cola... Já repararam nos índios aculturados? Tênis, bermudas, celular, Google Maps, relógios, óculos, canetas, lanternas... queriam sim, só que não tinham onde comprar. Um antropólogo conhecido diz que quanto maior nossa apreciação de "coisas", mais profunda será nossa apreciação de gentes, de coisas de carne e osso. Conforta saber disso, não é, acumuladores? E há estudos. Apesar de ser uma filosofia da materialidade, há estudos. Como é que escolhemos nossas panelas, colheres, xícaras, pratos, copos, moedores de pimenta? Por sua funcionalidade? São engraçados os objetos. Se escondem, vestem a sandália da humildade, se fazem neutros, não brigam conosco, não implicam com nossa letra como as professoras de antanho, mas, sorrateiramente, constroem nossos hábitos. Para Marx, a humanidade começava com a natureza, o material nu e cru que usávamos ou que usamos para moldar nossas vidas. E a cada dia inventamos uma panela melhor, um liquidificador da hora, um processador que não dê problemas para fechar a tampa. Esse era o processo de nos civilizarmos. Fui dona da primeira batedeira brasileira que ao bater um bolo sujava até o teto. Logo depois conheci a Sunbeam americana que se comportava como uma deusa. Não crescemos socialmente através das poesias brilhantes, achados filosóficos, mas através da pedra que corta e se faz faca, do pote que segura a água e a comida, das plantas que aprendemos a plantar e a comer. Fazemos coisas que espicham nossos braços, imitam nossas mãos, substituem nossos pés e assim crescemos em sabedoria como em idade. Pensando bem, como éramos nós antes da geladeira, do fogão a gás, da luz no teto? Antes do rádio, da TV? Antes do MasterChef, da Paola, da Rita, da Nigella.... A geladeira, então, nos fez outros, concordam? E os livros que lemos, a influência dos escritores sobre nós.... Seria eu a mesma sem Elizabeth David, sem a Hazan? Não, claro que não. Ri com elas, imitei, obedeci, me admirei, fui aluna e amiga. Mas ainda não entendi direito essa filosofia da materialidade, do espírito e matéria serem um só, de minhas cumbucas terem me educado... Vou continuar a estudar, qualquer coisa aviso vocês.
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Como éramos nós antes da geladeira?Da última vez, falamos sobre o mundo das coisas. Para tirar de nós o arrependimento de guardá-las, cultuá-las, irmos à falência por causa delas... Ah, as coisas! Todos nós gostamos de pensar num mundo puro, próximo à natureza, sem consumo, paz de criança dormindo, longe das coleções predadoras. Um tempo onde não existe o paraíso das Bics que se perdem, dos Tupperwears sem tampas, das tampas sem Tupperwares debaixo da pia. Tempos de índio. Nunca se sabe se os índios são tão singelos porque não querem excessos, ou se não têm acesso àquelas coisas todas que juntamos. Índio não tem fogão, nem geladeira, nem panela de alumínio porque não quer ou porque não vai ao shopping? E batatinhas Pringles e Coca-Cola... Já repararam nos índios aculturados? Tênis, bermudas, celular, Google Maps, relógios, óculos, canetas, lanternas... queriam sim, só que não tinham onde comprar. Um antropólogo conhecido diz que quanto maior nossa apreciação de "coisas", mais profunda será nossa apreciação de gentes, de coisas de carne e osso. Conforta saber disso, não é, acumuladores? E há estudos. Apesar de ser uma filosofia da materialidade, há estudos. Como é que escolhemos nossas panelas, colheres, xícaras, pratos, copos, moedores de pimenta? Por sua funcionalidade? São engraçados os objetos. Se escondem, vestem a sandália da humildade, se fazem neutros, não brigam conosco, não implicam com nossa letra como as professoras de antanho, mas, sorrateiramente, constroem nossos hábitos. Para Marx, a humanidade começava com a natureza, o material nu e cru que usávamos ou que usamos para moldar nossas vidas. E a cada dia inventamos uma panela melhor, um liquidificador da hora, um processador que não dê problemas para fechar a tampa. Esse era o processo de nos civilizarmos. Fui dona da primeira batedeira brasileira que ao bater um bolo sujava até o teto. Logo depois conheci a Sunbeam americana que se comportava como uma deusa. Não crescemos socialmente através das poesias brilhantes, achados filosóficos, mas através da pedra que corta e se faz faca, do pote que segura a água e a comida, das plantas que aprendemos a plantar e a comer. Fazemos coisas que espicham nossos braços, imitam nossas mãos, substituem nossos pés e assim crescemos em sabedoria como em idade. Pensando bem, como éramos nós antes da geladeira, do fogão a gás, da luz no teto? Antes do rádio, da TV? Antes do MasterChef, da Paola, da Rita, da Nigella.... A geladeira, então, nos fez outros, concordam? E os livros que lemos, a influência dos escritores sobre nós.... Seria eu a mesma sem Elizabeth David, sem a Hazan? Não, claro que não. Ri com elas, imitei, obedeci, me admirei, fui aluna e amiga. Mas ainda não entendi direito essa filosofia da materialidade, do espírito e matéria serem um só, de minhas cumbucas terem me educado... Vou continuar a estudar, qualquer coisa aviso vocês.
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Cunha diz que impeachment é prova de que agiu com lisura no processo
O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) divulgou nota em que diz que o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff é a prova de que seus atos à frente da Câmara dos Deputados no início do processo de impeachment foram corretos. "Como protagonista do processo, tendo praticado o primeiro ato da aceitação da denúncia oferecida por crime de responsabilidade contra a ex-presidente, vejo que todos os meus atos foram confirmados por sucessivas votações, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal, atestando a lisura dos meus atos", diz a nota. Ele diz lamentar que "uma democracia jovem como a nossa tenha que passar pelo trauma de mais um afastamento de um presidente da República". A nota diz também que a defesa de Dilma fez acusações falsas contra ele para esconder que não havia razões suficientes para inocentá-la. "O Brasil passou e passa por momentos delicados em que práticas do governo afastado, além de terem sido repudiadas pela sociedade obtiveram, enfim, a punição prevista no nosso ordenamento constitucional", diz. No fim da nota Cunha fala sobre a saída do PT da Presidência e deseja sorte ao governo do correligionário Michel Temer. "Esperamos que o fim desse processo possa virar uma página negra deste país com o afastamento também das nefastas práticas do governo afastado e desejamos sucesso ao novo governo que se instala a partir de hoje de forma definitiva", conclui a nota. O voto de cada senador
poder
Cunha diz que impeachment é prova de que agiu com lisura no processoO deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) divulgou nota em que diz que o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff é a prova de que seus atos à frente da Câmara dos Deputados no início do processo de impeachment foram corretos. "Como protagonista do processo, tendo praticado o primeiro ato da aceitação da denúncia oferecida por crime de responsabilidade contra a ex-presidente, vejo que todos os meus atos foram confirmados por sucessivas votações, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal, atestando a lisura dos meus atos", diz a nota. Ele diz lamentar que "uma democracia jovem como a nossa tenha que passar pelo trauma de mais um afastamento de um presidente da República". A nota diz também que a defesa de Dilma fez acusações falsas contra ele para esconder que não havia razões suficientes para inocentá-la. "O Brasil passou e passa por momentos delicados em que práticas do governo afastado, além de terem sido repudiadas pela sociedade obtiveram, enfim, a punição prevista no nosso ordenamento constitucional", diz. No fim da nota Cunha fala sobre a saída do PT da Presidência e deseja sorte ao governo do correligionário Michel Temer. "Esperamos que o fim desse processo possa virar uma página negra deste país com o afastamento também das nefastas práticas do governo afastado e desejamos sucesso ao novo governo que se instala a partir de hoje de forma definitiva", conclui a nota. O voto de cada senador
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Justiça decide suspender reajuste da tarifa de ônibus em Belo Horizonte
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais suspendeu na tarde desta sexta-feira (9) o reajuste das tarifas de ônibus de Belo Horizonte, ocorrido há duas semanas. A tarifa havia subido 8,5%, em média. O comunicado da Justiça mineira saiu no momento em que cerca de 250 integrantes do Movimento Passe Livre e outros movimentos sociais, segundo a Polícia Militar, iniciavam um novo protesto contra o reajuste no centro de Belo Horizonte. A decisão, no entanto, não teve relação direta com a manifestação, embora várias entidades que dela participam tenham ingressado com ações na Justiça para tentar reverter o aumento de R$ 2,85 para R$ 3,10. A liminar só atinge os chamados ônibus suplementares (que circulam em favelas e fazem ligação com terminais), que representam um pouco menos do que 20% das linhas de BH. O desembargador Elias Camilo Sobrinho, da 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, determinou a suspensão dos efeitos da portaria da BHTrans (empresa municipal que gerencia o transporte e o trânsito) que reajustou as tarifas alegando que a decisão liminar, nesse caso, é "recomendável" para que o passageiro não corra risco de prejuízo. As ações que pedem a anulação do reajuste apelam a vários argumentos diferentes, mas a 1ª Vara da Fazenda Municipal de BH havia mantido o reajuste tarifário. Os usuários representados pelos movimentos sociais e Ministério Público entraram com recurso contra essa decisão. Entre os motivos alegados contra o aumento estão dois reajustes ocorridos no mesmo ano (abril e dezembro), realizados pela BHTrans e não pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB), e também o aumento acima da inflação acumulada do período. "O desembargador Elias Camilo entendeu que estão presentes os pressupostos que autorizam a concessão da liminar e entendeu ser recomendável a suspensão do aumento até decisão definitiva do presente recurso, tendo em vista o risco de lesão aos consumidores do transporte público municipal", informou o TJ-MG. No começo da noite desta sexta, a BHTrans mantinha a tarifa com o preço mais alto, alegando que ainda não havia sido notificada da decisão. Enquanto isso, os manifestantes seguiram com o protesto no centro da cidade, até que a decisão fosse cumprida.
cotidiano
Justiça decide suspender reajuste da tarifa de ônibus em Belo HorizonteO Tribunal de Justiça de Minas Gerais suspendeu na tarde desta sexta-feira (9) o reajuste das tarifas de ônibus de Belo Horizonte, ocorrido há duas semanas. A tarifa havia subido 8,5%, em média. O comunicado da Justiça mineira saiu no momento em que cerca de 250 integrantes do Movimento Passe Livre e outros movimentos sociais, segundo a Polícia Militar, iniciavam um novo protesto contra o reajuste no centro de Belo Horizonte. A decisão, no entanto, não teve relação direta com a manifestação, embora várias entidades que dela participam tenham ingressado com ações na Justiça para tentar reverter o aumento de R$ 2,85 para R$ 3,10. A liminar só atinge os chamados ônibus suplementares (que circulam em favelas e fazem ligação com terminais), que representam um pouco menos do que 20% das linhas de BH. O desembargador Elias Camilo Sobrinho, da 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, determinou a suspensão dos efeitos da portaria da BHTrans (empresa municipal que gerencia o transporte e o trânsito) que reajustou as tarifas alegando que a decisão liminar, nesse caso, é "recomendável" para que o passageiro não corra risco de prejuízo. As ações que pedem a anulação do reajuste apelam a vários argumentos diferentes, mas a 1ª Vara da Fazenda Municipal de BH havia mantido o reajuste tarifário. Os usuários representados pelos movimentos sociais e Ministério Público entraram com recurso contra essa decisão. Entre os motivos alegados contra o aumento estão dois reajustes ocorridos no mesmo ano (abril e dezembro), realizados pela BHTrans e não pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB), e também o aumento acima da inflação acumulada do período. "O desembargador Elias Camilo entendeu que estão presentes os pressupostos que autorizam a concessão da liminar e entendeu ser recomendável a suspensão do aumento até decisão definitiva do presente recurso, tendo em vista o risco de lesão aos consumidores do transporte público municipal", informou o TJ-MG. No começo da noite desta sexta, a BHTrans mantinha a tarifa com o preço mais alto, alegando que ainda não havia sido notificada da decisão. Enquanto isso, os manifestantes seguiram com o protesto no centro da cidade, até que a decisão fosse cumprida.
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Sob comando de Cunha, Câmara pode votar trava a novo partido de Kassab
A Câmara dos Deputados iria votar nesta terça-feira (3) um requerimento para acelerar a análise de uma proposta que dificulta a fusão de partidos, mas após reunião, líderes da Casa avaliaram que a proposta só deve ser analisada nesta quarta (4) porque outras propostas estão com preferência na pauta de votações. A medida é uma reação do DEM, numa articulação com o PMDB, à recriação do PL, que nos bastidores conta com o aval do ministro Gilberto Kassab (Cidades). A ideia seria fundir o partido com o PSD, atual legenda do ex-prefeito de São Paulo, para ampliar a base governista no Congresso. A movimentação, que tem o apoio do Planalto, é interpretada como uma tentativa de enfraquecer o PMDB e diminuir a dependência que o governo tem da legenda. Pelo Twitter, Kassab afirmou que apoia restrições para criação de legendas. Publicamente, o ministro nega que tenha ligação com a recriação do PL. "Excelente iniciativa da Câmara dos Deputados. A bancada do PSD apoia limite para novos partidos", afirmou o ministro. O PSD assinou o requerimento para acelerar a análise do projeto que tenta travar a fusão de legendas. O líder do partido, Rogério Rosso (DF), consultou o ministro antes de apoiar o projeto. A estratégia é tentar descolar Kassab do movimento para enfraquecer o PMDB. QUARENTENA O projeto cria uma quarentena para fusão de partidos políticos. Pelo projeto de lei, somente será permitida a fusão dos partidos que tenham registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) há pelo menos cinco anos. Segundo o líder do DEM, o objetivo da mudança é " estabelecer um mínimo de vida política às legendas para se evitar a criação da indústria de partidos". "Queremos evitar a criação de partidos que, logo após obter o registro ao Tribunal Superior Eleitoral, se fundam com outras legendas, driblando a fidelidade partidária", afirmou o oposicionista. "Infelizmente, já testemunhamos situações semelhantes e até publicamente confessadas para atrair parlamentares eleitos por outras legendas para, em seguida, por meio de um processo artificializado de fusão incrementar quadros de um partido já existente. Queremos evitar esse tipo de fraude à lei dos partidos políticos",completou. JUSTIÇA Em entrevista à Folha publicada nesta terça, o novo presidente da Câmara disse que o PMDB irá à Justiça contra a criação de novos partidos. "Será contestado judicialmente e aqui, na Câmara, vamos tentar produzir algum tipo de legislação para, no mínimo, impedir. Tem também que acabar com esse mercantilismo de assinaturas. Esses apoiamentos para criar um partido não são filiações partidárias. Não pode ser assinatura. Não pode ficar comprando assinatura na rua para fazer partido. Tem que ser filiação mesmo", disse.
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Sob comando de Cunha, Câmara pode votar trava a novo partido de KassabA Câmara dos Deputados iria votar nesta terça-feira (3) um requerimento para acelerar a análise de uma proposta que dificulta a fusão de partidos, mas após reunião, líderes da Casa avaliaram que a proposta só deve ser analisada nesta quarta (4) porque outras propostas estão com preferência na pauta de votações. A medida é uma reação do DEM, numa articulação com o PMDB, à recriação do PL, que nos bastidores conta com o aval do ministro Gilberto Kassab (Cidades). A ideia seria fundir o partido com o PSD, atual legenda do ex-prefeito de São Paulo, para ampliar a base governista no Congresso. A movimentação, que tem o apoio do Planalto, é interpretada como uma tentativa de enfraquecer o PMDB e diminuir a dependência que o governo tem da legenda. Pelo Twitter, Kassab afirmou que apoia restrições para criação de legendas. Publicamente, o ministro nega que tenha ligação com a recriação do PL. "Excelente iniciativa da Câmara dos Deputados. A bancada do PSD apoia limite para novos partidos", afirmou o ministro. O PSD assinou o requerimento para acelerar a análise do projeto que tenta travar a fusão de legendas. O líder do partido, Rogério Rosso (DF), consultou o ministro antes de apoiar o projeto. A estratégia é tentar descolar Kassab do movimento para enfraquecer o PMDB. QUARENTENA O projeto cria uma quarentena para fusão de partidos políticos. Pelo projeto de lei, somente será permitida a fusão dos partidos que tenham registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) há pelo menos cinco anos. Segundo o líder do DEM, o objetivo da mudança é " estabelecer um mínimo de vida política às legendas para se evitar a criação da indústria de partidos". "Queremos evitar a criação de partidos que, logo após obter o registro ao Tribunal Superior Eleitoral, se fundam com outras legendas, driblando a fidelidade partidária", afirmou o oposicionista. "Infelizmente, já testemunhamos situações semelhantes e até publicamente confessadas para atrair parlamentares eleitos por outras legendas para, em seguida, por meio de um processo artificializado de fusão incrementar quadros de um partido já existente. Queremos evitar esse tipo de fraude à lei dos partidos políticos",completou. JUSTIÇA Em entrevista à Folha publicada nesta terça, o novo presidente da Câmara disse que o PMDB irá à Justiça contra a criação de novos partidos. "Será contestado judicialmente e aqui, na Câmara, vamos tentar produzir algum tipo de legislação para, no mínimo, impedir. Tem também que acabar com esse mercantilismo de assinaturas. Esses apoiamentos para criar um partido não são filiações partidárias. Não pode ser assinatura. Não pode ficar comprando assinatura na rua para fazer partido. Tem que ser filiação mesmo", disse.
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Arábia Saudita diz que será difícil barril do petróleo retornar a US$ 120
O representante da Arábia Saudita na Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) Mohammed al-Madi disse neste domingo (22) que acredita ser difícil que o petróleo retorne ao patamar entre US$ 100 e US$ 120 (R$ 324 a R$ 389) por barril. "Eu acredito que é difícil alcançar US$ 120 novamente. Nós entendemos que todos os países precisam de renda maior. Nós queremos renda maior, mas nós queremos renda maior para nós e para as gerações futuras", disse Madi em uma conferência sobre energia em Riad. O petróleo Brent é negociado atualmente em cerca de US$ 55 (R$ 178) por barril. Ele também repetiu que a Arábia Saudita não tem motivações políticas para suas diretrizes de petróleo. Alguns produtores, como o Irã, um rival diplomático da Arábia Saudita, têm criticado fortemente o governo de Riad por sua decisão de deixar os preços caírem nos últimos meses, ao invés de tentar sustentá-los por meio de um corte na produção da Opep. Madi disse neste domingo (22), no entanto, que a queda nos preços é uma decorrência de fundamentos de oferta e demanda, e não de políticas não econômicas.
mercado
Arábia Saudita diz que será difícil barril do petróleo retornar a US$ 120O representante da Arábia Saudita na Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) Mohammed al-Madi disse neste domingo (22) que acredita ser difícil que o petróleo retorne ao patamar entre US$ 100 e US$ 120 (R$ 324 a R$ 389) por barril. "Eu acredito que é difícil alcançar US$ 120 novamente. Nós entendemos que todos os países precisam de renda maior. Nós queremos renda maior, mas nós queremos renda maior para nós e para as gerações futuras", disse Madi em uma conferência sobre energia em Riad. O petróleo Brent é negociado atualmente em cerca de US$ 55 (R$ 178) por barril. Ele também repetiu que a Arábia Saudita não tem motivações políticas para suas diretrizes de petróleo. Alguns produtores, como o Irã, um rival diplomático da Arábia Saudita, têm criticado fortemente o governo de Riad por sua decisão de deixar os preços caírem nos últimos meses, ao invés de tentar sustentá-los por meio de um corte na produção da Opep. Madi disse neste domingo (22), no entanto, que a queda nos preços é uma decorrência de fundamentos de oferta e demanda, e não de políticas não econômicas.
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Em peça avaliada como ótima, homem entra em crise e vive situação absurda
FABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO A filha do ator Hugo Possolo estava voltando de Londres, certa vez, quando ele ficou sabendo que um amigo dela tinha tentado o suicídio. Essa notícia chocante aliada à preocupação com o estado emocional da garota, à época com 20 anos, serviram de inspiração para "Até que Deus É um Ventilador de Teto", no Espaço Parlapatões até 26/3. Na peça, Possolo, o autor da trama, interpreta um jornalista de 50 anos que topa sempre com um morador de rua no trajeto para casa e imagina que talvez ele possa ser Deus, decidido a descer à Terra para observar a vida dos homens. Em meio a divagações e reflexões sobre os conflitos diários no trabalho e na família, o personagem tem que lidar com o caso de seu filho, que está viajando e precisa receber a notícia do suicídio de seu amigo. Tudo se complica quando, a caminho do aeroporto, esse tal "Deus", vivido por Raul Barretto, se revela desbocado e envolve o homem em uma situação absurda. O espetáculo, avaliado como ótimo pela crítica da Folha, tem direção de Pedro Granato, que deixa em evidência o sentimento de sufocamento do protagonista, envolto em suas prisões cotidianas —condição comum hoje em dia. As sessões são aos sábados, às 22h, com ingressos a R$ 40. Informe-se sobre o evento
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Em peça avaliada como ótima, homem entra em crise e vive situação absurdaFABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO A filha do ator Hugo Possolo estava voltando de Londres, certa vez, quando ele ficou sabendo que um amigo dela tinha tentado o suicídio. Essa notícia chocante aliada à preocupação com o estado emocional da garota, à época com 20 anos, serviram de inspiração para "Até que Deus É um Ventilador de Teto", no Espaço Parlapatões até 26/3. Na peça, Possolo, o autor da trama, interpreta um jornalista de 50 anos que topa sempre com um morador de rua no trajeto para casa e imagina que talvez ele possa ser Deus, decidido a descer à Terra para observar a vida dos homens. Em meio a divagações e reflexões sobre os conflitos diários no trabalho e na família, o personagem tem que lidar com o caso de seu filho, que está viajando e precisa receber a notícia do suicídio de seu amigo. Tudo se complica quando, a caminho do aeroporto, esse tal "Deus", vivido por Raul Barretto, se revela desbocado e envolve o homem em uma situação absurda. O espetáculo, avaliado como ótimo pela crítica da Folha, tem direção de Pedro Granato, que deixa em evidência o sentimento de sufocamento do protagonista, envolto em suas prisões cotidianas —condição comum hoje em dia. As sessões são aos sábados, às 22h, com ingressos a R$ 40. Informe-se sobre o evento
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Cunha volta a ser sondado sobre chance de renunciar à presidência da Câmara
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspenso do mandato por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), voltou a ser sondado sobre a possibilidade de renunciar à presidência da Câmara dos Deputados. Em troca, não seria cassado pelo Conselho de Ética, e sim suspenso (desta vez por decisão do parlamento) por até três meses. Cunha rechaça a proposta. ÚLTIMA SAÍDA O grupo que defende a ideia deve voltar a insistir. Diz que, sem a renúncia de Cunha, a confusão na Câmara tende a aumentar, dificultando a vida do governo, que dificilmente conseguiria aprovar medidas impopulares que planeja enviar à Casa sem um presidente forte para tocá-las adiante. Waldir Maranhão (PP-MA), que assumiu o cargo depois que Cunha foi afastado pelo STF, nem sequer consegue presidir sessões corriqueiras. Leia a coluna completa aqui.
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Cunha volta a ser sondado sobre chance de renunciar à presidência da CâmaraO deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspenso do mandato por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), voltou a ser sondado sobre a possibilidade de renunciar à presidência da Câmara dos Deputados. Em troca, não seria cassado pelo Conselho de Ética, e sim suspenso (desta vez por decisão do parlamento) por até três meses. Cunha rechaça a proposta. ÚLTIMA SAÍDA O grupo que defende a ideia deve voltar a insistir. Diz que, sem a renúncia de Cunha, a confusão na Câmara tende a aumentar, dificultando a vida do governo, que dificilmente conseguiria aprovar medidas impopulares que planeja enviar à Casa sem um presidente forte para tocá-las adiante. Waldir Maranhão (PP-MA), que assumiu o cargo depois que Cunha foi afastado pelo STF, nem sequer consegue presidir sessões corriqueiras. Leia a coluna completa aqui.
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Governo sofre nova derrota e não reúne quórum para votar vetos
Mesmo após ter realizado uma reforma ministerial para garantir a fidelidade e o apoio da base aliada no Congresso, o governo foi novamente derrotado, nesta quarta-feira (7), pela Câmara dos Deputados ao não conseguir assegurar a quantidade mínima de 257 deputados para iniciar a votação dos vetos da presidente Dilma Rousseff a projetos com grande impacto fiscal nas contas públicas. Em plena quarta, dia de maior movimento no Congresso, a sessão foi encerrada com a presença de 223 deputados e 68 senadores, às 13h18. Na terça, o quórum foi de 196 deputados e 54 senadores. Minutos após o encerramento da sessão conjunta, a sessão da Câmara foi aberta e com a presença de 428 deputados na Casa. A votação dos vetos era considerada pelo Palácio do Planalto como a primeira prova de fidelidade da base após a última reforma ministerial, que cedeu sete ministérios ao maior partido da base aliada, o PMDB, e contemplou outros, como o PDT. No entanto, líderes de partidos da base aliada que não se sentiram contemplados com a reforma ministerial se rebelaram para esvaziar a sessão. Os líderes do PSD, Rogério Rosso (DF), do PR, Maurício Quintela Lessa (AL), do PP, Eduardo da Fonte (PE) e do PTB, Jovair Arantes (GO) não registraram presença. O movimento também foi formado para mostrar à presidente Dilma Rousseff que ela errou ao priorizar o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), como interlocutor do governo nas negociações da reforma política. Os líderes rebelados queriam ter ampliado seus espaços na Esplanada. "Os caras estão cobrando a fatura. Cargos e emendas. Tudo. Isso é uma canalhice. Eles não podem utilizar esse tipo de comportamento que não tem outro nome a não ser chantagem", afirmou um dos vice-líderes do governo na Câmara, Silvio Costa (PSC-PE). De acordo com ele, os líderes partidários contrariados com o governo ligaram para suas bancadas para pedir que os parlamentares não marquem presença na sessão conjunta. Durante a sessão do Congresso, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara não encerrou suas atividades e continuou deliberando normalmente. A comissão só é obrigada a encerrar suas atividades quando começa a chamada "ordem do dia" da sessão, que é quando o plenário inicia as votações. No entanto, como não houve quórum mínimo de 257 deputados, a ordem do dia não foi aberta. DIÁLOGO Diante das seguidas derrotas, líderes da base avaliam que o resultado evidencia que o governo não conseguiu reconstruir o espaço de diálogo com a Câmara e perdeu completamente o comando da sua base aliada. Há ainda a atuação de Cunha pelo esvaziamento da sessão porque está, segundo aliados, chateado com Renan por não ter sido atendido no pedido para que o veto de Dilma ao financiamento privado de campanha fosse colocado em votação na semana passada, de modo que pudesse ser derrubado antes do dia 2 outubro, a tempo de valer para as eleições municipais do ano que vem. Como não foi atendido, Cunha passou a exigir que o Senado vote o mais rapidamente possível uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que constitucionaliza a doação privada de campanha. Renan, mais uma vez, não cedeu às pressões do colega e não aceitou criar um calendário especial para a votação da proposta, que terá tramitação normal no Senado. Esta foi a terceira vez que o Congresso tentou se reunir para analisar os vetos que ainda estão na pauta do Congresso. A primeira tentativa, na semana passada, foi barrada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, contrariado com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por não ter um pedido atendido marcou seguidas sessões plenárias, o que inviabilizou o início da sessão conjunta. Desde então, Cunha tem atuado para esvaziar as sessões conjuntas. Após a derrota desta terça, o Planalto entrou em ação para convocar a base aliada a comparecer à sessão. Os ministros Ricardo Berzoini (Governo) e Jaques Wagner (Casa Civil) tem entrado em contato individualmente com as lideranças da base aliada para pedir a presença de deputados e senadores na votação. Na segunda-feira (5), o Palácio agiu para enfraquecer os dissidentes e viabilizar a votação, de forma a assegurar a manutenção de vetos presidenciais. A pedido de Dilma, o núcleo político do governo procurou deputados e reuniu líderes da base aliada para pedir que comparecessem à sessão legislativa. A avaliação do governo é que seria mais fácil garantir maioria para manter os vetos de Dilma nesta semana, antes do julgamento do TCU (Tribunal de Contas da União) às contas de 2014 da presidente. Segundo governistas que estiveram no Planalto na noite de segunda, adiar a sessão para a próxima semana é um movimento arriscado, já que um eventual rejeição das contas pode deflagrar a base. Os vetos que deveriam ter sido apreciados nesta terça representam um impacto de R$ 63,2 bilhões para os cofres públicos até 2019. Sem quórum
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Governo sofre nova derrota e não reúne quórum para votar vetosMesmo após ter realizado uma reforma ministerial para garantir a fidelidade e o apoio da base aliada no Congresso, o governo foi novamente derrotado, nesta quarta-feira (7), pela Câmara dos Deputados ao não conseguir assegurar a quantidade mínima de 257 deputados para iniciar a votação dos vetos da presidente Dilma Rousseff a projetos com grande impacto fiscal nas contas públicas. Em plena quarta, dia de maior movimento no Congresso, a sessão foi encerrada com a presença de 223 deputados e 68 senadores, às 13h18. Na terça, o quórum foi de 196 deputados e 54 senadores. Minutos após o encerramento da sessão conjunta, a sessão da Câmara foi aberta e com a presença de 428 deputados na Casa. A votação dos vetos era considerada pelo Palácio do Planalto como a primeira prova de fidelidade da base após a última reforma ministerial, que cedeu sete ministérios ao maior partido da base aliada, o PMDB, e contemplou outros, como o PDT. No entanto, líderes de partidos da base aliada que não se sentiram contemplados com a reforma ministerial se rebelaram para esvaziar a sessão. Os líderes do PSD, Rogério Rosso (DF), do PR, Maurício Quintela Lessa (AL), do PP, Eduardo da Fonte (PE) e do PTB, Jovair Arantes (GO) não registraram presença. O movimento também foi formado para mostrar à presidente Dilma Rousseff que ela errou ao priorizar o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), como interlocutor do governo nas negociações da reforma política. Os líderes rebelados queriam ter ampliado seus espaços na Esplanada. "Os caras estão cobrando a fatura. Cargos e emendas. Tudo. Isso é uma canalhice. Eles não podem utilizar esse tipo de comportamento que não tem outro nome a não ser chantagem", afirmou um dos vice-líderes do governo na Câmara, Silvio Costa (PSC-PE). De acordo com ele, os líderes partidários contrariados com o governo ligaram para suas bancadas para pedir que os parlamentares não marquem presença na sessão conjunta. Durante a sessão do Congresso, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara não encerrou suas atividades e continuou deliberando normalmente. A comissão só é obrigada a encerrar suas atividades quando começa a chamada "ordem do dia" da sessão, que é quando o plenário inicia as votações. No entanto, como não houve quórum mínimo de 257 deputados, a ordem do dia não foi aberta. DIÁLOGO Diante das seguidas derrotas, líderes da base avaliam que o resultado evidencia que o governo não conseguiu reconstruir o espaço de diálogo com a Câmara e perdeu completamente o comando da sua base aliada. Há ainda a atuação de Cunha pelo esvaziamento da sessão porque está, segundo aliados, chateado com Renan por não ter sido atendido no pedido para que o veto de Dilma ao financiamento privado de campanha fosse colocado em votação na semana passada, de modo que pudesse ser derrubado antes do dia 2 outubro, a tempo de valer para as eleições municipais do ano que vem. Como não foi atendido, Cunha passou a exigir que o Senado vote o mais rapidamente possível uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que constitucionaliza a doação privada de campanha. Renan, mais uma vez, não cedeu às pressões do colega e não aceitou criar um calendário especial para a votação da proposta, que terá tramitação normal no Senado. Esta foi a terceira vez que o Congresso tentou se reunir para analisar os vetos que ainda estão na pauta do Congresso. A primeira tentativa, na semana passada, foi barrada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, contrariado com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por não ter um pedido atendido marcou seguidas sessões plenárias, o que inviabilizou o início da sessão conjunta. Desde então, Cunha tem atuado para esvaziar as sessões conjuntas. Após a derrota desta terça, o Planalto entrou em ação para convocar a base aliada a comparecer à sessão. Os ministros Ricardo Berzoini (Governo) e Jaques Wagner (Casa Civil) tem entrado em contato individualmente com as lideranças da base aliada para pedir a presença de deputados e senadores na votação. Na segunda-feira (5), o Palácio agiu para enfraquecer os dissidentes e viabilizar a votação, de forma a assegurar a manutenção de vetos presidenciais. A pedido de Dilma, o núcleo político do governo procurou deputados e reuniu líderes da base aliada para pedir que comparecessem à sessão legislativa. A avaliação do governo é que seria mais fácil garantir maioria para manter os vetos de Dilma nesta semana, antes do julgamento do TCU (Tribunal de Contas da União) às contas de 2014 da presidente. Segundo governistas que estiveram no Planalto na noite de segunda, adiar a sessão para a próxima semana é um movimento arriscado, já que um eventual rejeição das contas pode deflagrar a base. Os vetos que deveriam ter sido apreciados nesta terça representam um impacto de R$ 63,2 bilhões para os cofres públicos até 2019. Sem quórum
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O TSE deve matar no peito
BRASÍLIA - O Natal vai cair em dezembro, um artista famoso vai morrer este ano e o TSE vai salvar Michel Temer. As três profecias acima andam com a mesma cotação em Brasília. Apesar da enxurrada de provas de caixa dois na campanha de 2014, não há mais quem acredite na hipótese de o presidente vir a ser cassado pela Justiça Eleitoral. O processo contra a chapa Dilma-Temer se arrasta há quase dois anos e meio. Enquanto esteve no cargo, a petista fez de tudo para adiá-lo. Depois do impeachment, o peemedebista assumiu a tarefa com gosto. No último capítulo da novela, o TSE decidiu que não estava pronto para decidir. A corte deu mais prazo para as defesas e o ministro Gilmar Mendes parou o julgamento sem marcar data para retomá-lo. Com ar atarefado, informou que teria compromissos inadiáveis no exterior. Depois de dois giros pela Europa, Gilmar encontrou uma brecha para bater ponto no tribunal. Ele marcou a reabertura do caso para o próximo dia 6. O último capítulo da novela ainda não está escrito, mas quem acompanha a trama de perto já sabe que Temer ganhará um final feliz. No último mês, o presidente trocou dois dos sete ministros que vão julgá-lo. O Planalto passou a considerar certos os votos de Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira. O raciocínio também vale para Gilmar, o juiz que vai decidir o futuro do presidente e não vê problema em viajar no avião presidencial. Com três votos na manga, Temer só precisaria de mais um. Seus aliados contam com dois: de Luiz Fux e Napoleão Nunes Filho. Se Brasília não for atingida por um raio capaz de mudar este roteiro, restará saber de que forma o TSE vai "matar no peito" o julgamento. Há duas alternativas na mesa: o tribunal manda o processo para o arquivo ou aceita a tese de separação da chapa. Se a última opção prevalecer, o caso terminará de forma inusitada: o tribunal vai salvar o presidente e declarar a cassação da antecessora —que já foi cassada há um ano.
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O TSE deve matar no peitoBRASÍLIA - O Natal vai cair em dezembro, um artista famoso vai morrer este ano e o TSE vai salvar Michel Temer. As três profecias acima andam com a mesma cotação em Brasília. Apesar da enxurrada de provas de caixa dois na campanha de 2014, não há mais quem acredite na hipótese de o presidente vir a ser cassado pela Justiça Eleitoral. O processo contra a chapa Dilma-Temer se arrasta há quase dois anos e meio. Enquanto esteve no cargo, a petista fez de tudo para adiá-lo. Depois do impeachment, o peemedebista assumiu a tarefa com gosto. No último capítulo da novela, o TSE decidiu que não estava pronto para decidir. A corte deu mais prazo para as defesas e o ministro Gilmar Mendes parou o julgamento sem marcar data para retomá-lo. Com ar atarefado, informou que teria compromissos inadiáveis no exterior. Depois de dois giros pela Europa, Gilmar encontrou uma brecha para bater ponto no tribunal. Ele marcou a reabertura do caso para o próximo dia 6. O último capítulo da novela ainda não está escrito, mas quem acompanha a trama de perto já sabe que Temer ganhará um final feliz. No último mês, o presidente trocou dois dos sete ministros que vão julgá-lo. O Planalto passou a considerar certos os votos de Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira. O raciocínio também vale para Gilmar, o juiz que vai decidir o futuro do presidente e não vê problema em viajar no avião presidencial. Com três votos na manga, Temer só precisaria de mais um. Seus aliados contam com dois: de Luiz Fux e Napoleão Nunes Filho. Se Brasília não for atingida por um raio capaz de mudar este roteiro, restará saber de que forma o TSE vai "matar no peito" o julgamento. Há duas alternativas na mesa: o tribunal manda o processo para o arquivo ou aceita a tese de separação da chapa. Se a última opção prevalecer, o caso terminará de forma inusitada: o tribunal vai salvar o presidente e declarar a cassação da antecessora —que já foi cassada há um ano.
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Biodiesel poderá consumir metade da soja do país em 2022
A indústria nacional de biodiesel poderá consumir 50 milhões de toneladas de soja a partir de 2022. Se confirmada essa estimativa, o setor utilizará metade da soja a ser produzida no país naquele ano, tomando como base estimativas de produção de 100 milhões de toneladas para o período. A estimativa de consumo de soja para biodiesel é de Julio Cesar Minelli, diretor-superintendente da Aprobio (Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil), e considera um aumento contínuo do percentual da mistura de biodiesel ao diesel. Atualmente em 7%, a mistura teria de subir para 15% em 2022. É claro que essa meta só será atingida com investimentos, e estes só ocorrerão com um marco regulatório que coloque horizontes para o setor. "As decisões sobre o setor estão nas mãos do governo, e planejamento e transparência são fundamentais para esse crescimento", diz Minelli. Na avaliação da Aprobio, serão necessárias 68 novas usinas de biodiesel até 2025, com capacidade de 150 milhões de litros cada. O investimento atingirá R$ 4,1 bilhões em usinas de biodiesel e R$ 6,1 bilhões em unidades de processamento da oleaginosa. CRISE A produção nacional de biodiesel estava prevista em 4,3 bilhões de litros neste ano, mas, devido à desaceleração da economia, Minelli diz que o setor reduziu essa estimativa para 4 bilhões. O setor tem 59 empresas com autorização de comercialização pela ANP (Agência Nacional do Petróleo e Biocombustíveis), mas continua com um alto índice de capacidade ociosa, devendo fechar 2015 com 43%. Se a perspectiva de produção interna é de elevação no longo prazo, o mercado externo é pouco atrativo, apesar de o setor ser composto por tradings como ADM, Cargill e Bunge. A falta de estímulo deve-se às tarifas de exportação do governo -que privilegiam a venda externa de grãos e oneram a de biodiesel. AGRICULTURA FAMILIAR Lançado como parte de um programa de governo para a agricultura familiar, 87,3 mil produtores participaram desse projeto em 2013 e receberam R$ 2,85 bilhões pela venda da matéria-prima para a produção de biodiesel. Neste ano, esse valor pode ir a R$ 4 bilhões, o que representa mais que o dobro do R$ 1,63 bilhão disponibilizado na safra 2014/15 para novos assentados da reforma agrária, segundo a Aprobio. A demanda pela matéria-prima é assegurada pelo selo combustível social, exigido para pelo menos 80% das vendas de biodiesel nos leilões da ANP. Para a obtenção do selo, as usinas precisam comprar um percentual mínimo de matéria-prima de agricultores familiares. Essa fatia varia de acordo com o Estado. No Rio Grande do Sul, líder em produção no país, a exigência é de 40%. Nos Estados do Centro-Oeste, é de 15%. Além da soja, os agricultores familiares vendem canola, algodão e girassol para a produção de biodiesel. Pelo menos 75% do biodiesel vem da soja. Com TATIANA FREITAS * Carnes Os Estados Unidos continuam com problemas na produção de carne bovina. A oferta do primeiro trimestre deste ano recuou 3% em relação à de igual período do ano passado. Frigoríficos Os abates de gado nos Estados Unidos somaram 6,97 milhões de cabeças nos três primeiros meses, 6% menos do que o número de janeiro a março de 2014. Suínos Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (23) pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O órgão mostrou, ainda, que a produção de carne suína voltou a subir, superando em 7% a de igual período do ano passado.
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Biodiesel poderá consumir metade da soja do país em 2022A indústria nacional de biodiesel poderá consumir 50 milhões de toneladas de soja a partir de 2022. Se confirmada essa estimativa, o setor utilizará metade da soja a ser produzida no país naquele ano, tomando como base estimativas de produção de 100 milhões de toneladas para o período. A estimativa de consumo de soja para biodiesel é de Julio Cesar Minelli, diretor-superintendente da Aprobio (Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil), e considera um aumento contínuo do percentual da mistura de biodiesel ao diesel. Atualmente em 7%, a mistura teria de subir para 15% em 2022. É claro que essa meta só será atingida com investimentos, e estes só ocorrerão com um marco regulatório que coloque horizontes para o setor. "As decisões sobre o setor estão nas mãos do governo, e planejamento e transparência são fundamentais para esse crescimento", diz Minelli. Na avaliação da Aprobio, serão necessárias 68 novas usinas de biodiesel até 2025, com capacidade de 150 milhões de litros cada. O investimento atingirá R$ 4,1 bilhões em usinas de biodiesel e R$ 6,1 bilhões em unidades de processamento da oleaginosa. CRISE A produção nacional de biodiesel estava prevista em 4,3 bilhões de litros neste ano, mas, devido à desaceleração da economia, Minelli diz que o setor reduziu essa estimativa para 4 bilhões. O setor tem 59 empresas com autorização de comercialização pela ANP (Agência Nacional do Petróleo e Biocombustíveis), mas continua com um alto índice de capacidade ociosa, devendo fechar 2015 com 43%. Se a perspectiva de produção interna é de elevação no longo prazo, o mercado externo é pouco atrativo, apesar de o setor ser composto por tradings como ADM, Cargill e Bunge. A falta de estímulo deve-se às tarifas de exportação do governo -que privilegiam a venda externa de grãos e oneram a de biodiesel. AGRICULTURA FAMILIAR Lançado como parte de um programa de governo para a agricultura familiar, 87,3 mil produtores participaram desse projeto em 2013 e receberam R$ 2,85 bilhões pela venda da matéria-prima para a produção de biodiesel. Neste ano, esse valor pode ir a R$ 4 bilhões, o que representa mais que o dobro do R$ 1,63 bilhão disponibilizado na safra 2014/15 para novos assentados da reforma agrária, segundo a Aprobio. A demanda pela matéria-prima é assegurada pelo selo combustível social, exigido para pelo menos 80% das vendas de biodiesel nos leilões da ANP. Para a obtenção do selo, as usinas precisam comprar um percentual mínimo de matéria-prima de agricultores familiares. Essa fatia varia de acordo com o Estado. No Rio Grande do Sul, líder em produção no país, a exigência é de 40%. Nos Estados do Centro-Oeste, é de 15%. Além da soja, os agricultores familiares vendem canola, algodão e girassol para a produção de biodiesel. Pelo menos 75% do biodiesel vem da soja. Com TATIANA FREITAS * Carnes Os Estados Unidos continuam com problemas na produção de carne bovina. A oferta do primeiro trimestre deste ano recuou 3% em relação à de igual período do ano passado. Frigoríficos Os abates de gado nos Estados Unidos somaram 6,97 milhões de cabeças nos três primeiros meses, 6% menos do que o número de janeiro a março de 2014. Suínos Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (23) pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O órgão mostrou, ainda, que a produção de carne suína voltou a subir, superando em 7% a de igual período do ano passado.
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De Buenos Aires a Istambul, meus aniversários são com pessoas queridas
Eu ligo tão pouco para a minha idade que, como meus amigos já sabem, digo que já estou um ano mais velho no dia primeiro de janeiro —apesar de a minha certidão de nascimento não deixar dúvidas de que vim a este mundo no dia 8 de abril. Sim, você fez a conta certa: depois de amanhã é meu aniversário. Completo 54 anos, mas essa é uma idade que, repito, digo que já tenho desde o Réveillon. Vou comemorar, claro, mas estou de olho mesmo é em 2018, quando vou ter um número mais "redondo". E, quando isso acontece, escolho o melhor presente do mundo: viajar. Na verdade, eu presenteio não só a mim, mas também as pessoas queridas: um grupo que, desde que fiz isso pela primeira vez, vem crescendo —não porque vou colecionando afetos, mas pelas minhas possibilidades de convidar mais e mais amigos e amigas que amo. São eles que contam na escolha do destino. Tudo começou em 2004, em Buenos Aires. Como você é bom de conta, percebeu que aquele não era um aniversário "redondo". Eu queria ter comemorado os meus 40 anos em grande estilo, mas a primeira dessas viagens acabou sendo aos 41. Levei um pequeno grupo de amigos ao primeiro lugar que visitei fora do Brasil, ainda criança. Lembro-me bem da sensação de enorme prazer que tive ao juntar aquele bando querido em torno de uma mesa num restaurante que segue sendo até hoje um dos meus favoritos na capital portenha: Freud & Fahler. Ter a capacidade de estar num lugar do qual você gosta com gente que você ama era, percebi então, a melhor comemoração. Aos 45, estava seguro o suficiente para aumentar esse grupo e ir um pouco mais longe: Portugal. Passamos dias ébrios em Lisboa, graças ao querido Pedro, da Garrafeira Alfaia. E seguimos ao norte, Amares, onde celebramos o 8 de abril num dos hotéis mais espetaculares onde já fiquei: Santa Maria do Bouro, um convento com séculos de história repaginado numa pousada de design. Novamente, a alegria de ter pessoas próximas numa viagem era quase asfixiante. E então fiz 50 anos, em 2013. Tinha um sonho de levar 50 amigos para minha cidade favorita: Istambul, na Turquia. Era um projeto ousado, queria juntar, além da família, pessoas importantes para mim em várias fases da vida: da faculdade à TV, passando pelos tempos da dança e os primeiros passos como jornalista, nesta própria Folha. Não é que deu certo? Um casal querido na última hora não pôde ir, fechando nosso grupo com 48 viajantes. Mas consegui mais uma vez me dar o melhor presente do mundo. Muitos já conheciam a cidade. Porém, mesmo os que já tinham estado lá dividiam comigo o brilho nos olhos ao ver dervixes dançando no meio da Cisterna da Basílica, fechada especialmente para nós. Um almoço na varanda do museu Istambul Modern, à beira do Bósforo. Um jantar (no próprio dia 8) com vista para Sultanahmet. Um fim de tarde com chás e quitutes no meio do Grande Bazar, cortesia do meu grande amigo Ismail, do Iznik Works. O passeio de barco pelo Chifre de Ouro, que nos levou até o hotel, uma antiga mansão otomana... Cada uma dessas lembranças, mais as de Portugal e as de Buenos Aires, estão comigo, gravadas no coração. Nada que eu pudesse ter adquirido com o dinheiro que usei nessas viagens teria me trazido tanto prazer: para mim e para quem amo. E é por isso que, ao comemorar meus 54 anos neste sábado, estou mesmo é de olho na festa que vou preparar no ano que vem. Onde? Bem, não quero estragar a surpresa para meus amigos que podem estar lendo esta coluna.
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De Buenos Aires a Istambul, meus aniversários são com pessoas queridasEu ligo tão pouco para a minha idade que, como meus amigos já sabem, digo que já estou um ano mais velho no dia primeiro de janeiro —apesar de a minha certidão de nascimento não deixar dúvidas de que vim a este mundo no dia 8 de abril. Sim, você fez a conta certa: depois de amanhã é meu aniversário. Completo 54 anos, mas essa é uma idade que, repito, digo que já tenho desde o Réveillon. Vou comemorar, claro, mas estou de olho mesmo é em 2018, quando vou ter um número mais "redondo". E, quando isso acontece, escolho o melhor presente do mundo: viajar. Na verdade, eu presenteio não só a mim, mas também as pessoas queridas: um grupo que, desde que fiz isso pela primeira vez, vem crescendo —não porque vou colecionando afetos, mas pelas minhas possibilidades de convidar mais e mais amigos e amigas que amo. São eles que contam na escolha do destino. Tudo começou em 2004, em Buenos Aires. Como você é bom de conta, percebeu que aquele não era um aniversário "redondo". Eu queria ter comemorado os meus 40 anos em grande estilo, mas a primeira dessas viagens acabou sendo aos 41. Levei um pequeno grupo de amigos ao primeiro lugar que visitei fora do Brasil, ainda criança. Lembro-me bem da sensação de enorme prazer que tive ao juntar aquele bando querido em torno de uma mesa num restaurante que segue sendo até hoje um dos meus favoritos na capital portenha: Freud & Fahler. Ter a capacidade de estar num lugar do qual você gosta com gente que você ama era, percebi então, a melhor comemoração. Aos 45, estava seguro o suficiente para aumentar esse grupo e ir um pouco mais longe: Portugal. Passamos dias ébrios em Lisboa, graças ao querido Pedro, da Garrafeira Alfaia. E seguimos ao norte, Amares, onde celebramos o 8 de abril num dos hotéis mais espetaculares onde já fiquei: Santa Maria do Bouro, um convento com séculos de história repaginado numa pousada de design. Novamente, a alegria de ter pessoas próximas numa viagem era quase asfixiante. E então fiz 50 anos, em 2013. Tinha um sonho de levar 50 amigos para minha cidade favorita: Istambul, na Turquia. Era um projeto ousado, queria juntar, além da família, pessoas importantes para mim em várias fases da vida: da faculdade à TV, passando pelos tempos da dança e os primeiros passos como jornalista, nesta própria Folha. Não é que deu certo? Um casal querido na última hora não pôde ir, fechando nosso grupo com 48 viajantes. Mas consegui mais uma vez me dar o melhor presente do mundo. Muitos já conheciam a cidade. Porém, mesmo os que já tinham estado lá dividiam comigo o brilho nos olhos ao ver dervixes dançando no meio da Cisterna da Basílica, fechada especialmente para nós. Um almoço na varanda do museu Istambul Modern, à beira do Bósforo. Um jantar (no próprio dia 8) com vista para Sultanahmet. Um fim de tarde com chás e quitutes no meio do Grande Bazar, cortesia do meu grande amigo Ismail, do Iznik Works. O passeio de barco pelo Chifre de Ouro, que nos levou até o hotel, uma antiga mansão otomana... Cada uma dessas lembranças, mais as de Portugal e as de Buenos Aires, estão comigo, gravadas no coração. Nada que eu pudesse ter adquirido com o dinheiro que usei nessas viagens teria me trazido tanto prazer: para mim e para quem amo. E é por isso que, ao comemorar meus 54 anos neste sábado, estou mesmo é de olho na festa que vou preparar no ano que vem. Onde? Bem, não quero estragar a surpresa para meus amigos que podem estar lendo esta coluna.
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Em protesto contra salários atrasados, jogadores sentam no gramado em SP
Menos de um mês após o começo dos estaduais, jogadores já há queixas de casos de salários atrasados. Neste domingo (21), os atletas do Grêmio Barueri, que disputa a Série A3 do Campeonato Paulista (equivalente à 3ª divisão), sentaram no gramado após o árbitro André Luis Riquena apitar o início da partida contra o Olímpia, válida pela sétima rodada da competição. A atitude foi relatada na súmula pelo árbitro. "Os jogadores da equipe do Grêmio Barueri Futebol Ltda permaneceram sentados dentro do campo de jogo por quarenta segundos. Logo depois, deram sequência a partida", escreveu Riquena. Procurado pela Folha, o Barueri confirmou o atraso nos salários. O clube diz que enfrenta problemas financeiros em razão de uma parceria que não deu certo e prometeu acertar parte do pagamento antes do jogo contra o Guaratinguetá, marcado para quarta-feira (24), às 20h, na Arena Barueri. O Sindicato de Atletas Profissionais do Estado de São Paulo diz que monitora a situação do clube. Não é a primeira vez que o Grêmio Barueri sofre com problemas de salários atrasados. Em 2014, a equipe perdeu por W.O para o o Operário-MT, pela Série D do Campeonato Brasileiro (equivalente à 4º Divisão), após os os jogadores deixarem de entrar em campo. Como apoio, os jogadores da equipe de Mato Grosso deitaram no gramado do estádio após saberem que o time da casa não entraria em campo. O Barueri chegou à elite do futebol brasileiro em 2008, quando terminou a Série B na quarta colocação. Com o nome de Grêmio Prudente, a equipe foi rebaixada dois anos depois. Desde então, o time acumulou seguidos rebaixamentos e hoje está fora das quatro divisões do Campeonato Brasileiro EM 2015 Em outubro de 2015, a Folha publicou que pelo menos 300 jogadores ainda não tinham recebidos parte de seus rendimentos cinco meses após o término das competições. O levantamento foi do Sindicato dos Atletas de São Paulo, que já ingressou com 178 ações na Justiça contra diversos clubes. A inadimplência atingiu as três primeiras divisões do Estado. Apesar disso, nenhum time perdeu ponto nesta edição da competição. O regulamento da Federação Paulista prevê esse tipo de punição para os que não pagam em dia, o chamado "Fair Play Financeiro". De acordo com levantamento feito pela Folha em outubro do ano passado, 523 dos 1.704 jogadores inscritos nas três divisões de São Paulo estavam desempregados.
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Em protesto contra salários atrasados, jogadores sentam no gramado em SPMenos de um mês após o começo dos estaduais, jogadores já há queixas de casos de salários atrasados. Neste domingo (21), os atletas do Grêmio Barueri, que disputa a Série A3 do Campeonato Paulista (equivalente à 3ª divisão), sentaram no gramado após o árbitro André Luis Riquena apitar o início da partida contra o Olímpia, válida pela sétima rodada da competição. A atitude foi relatada na súmula pelo árbitro. "Os jogadores da equipe do Grêmio Barueri Futebol Ltda permaneceram sentados dentro do campo de jogo por quarenta segundos. Logo depois, deram sequência a partida", escreveu Riquena. Procurado pela Folha, o Barueri confirmou o atraso nos salários. O clube diz que enfrenta problemas financeiros em razão de uma parceria que não deu certo e prometeu acertar parte do pagamento antes do jogo contra o Guaratinguetá, marcado para quarta-feira (24), às 20h, na Arena Barueri. O Sindicato de Atletas Profissionais do Estado de São Paulo diz que monitora a situação do clube. Não é a primeira vez que o Grêmio Barueri sofre com problemas de salários atrasados. Em 2014, a equipe perdeu por W.O para o o Operário-MT, pela Série D do Campeonato Brasileiro (equivalente à 4º Divisão), após os os jogadores deixarem de entrar em campo. Como apoio, os jogadores da equipe de Mato Grosso deitaram no gramado do estádio após saberem que o time da casa não entraria em campo. O Barueri chegou à elite do futebol brasileiro em 2008, quando terminou a Série B na quarta colocação. Com o nome de Grêmio Prudente, a equipe foi rebaixada dois anos depois. Desde então, o time acumulou seguidos rebaixamentos e hoje está fora das quatro divisões do Campeonato Brasileiro EM 2015 Em outubro de 2015, a Folha publicou que pelo menos 300 jogadores ainda não tinham recebidos parte de seus rendimentos cinco meses após o término das competições. O levantamento foi do Sindicato dos Atletas de São Paulo, que já ingressou com 178 ações na Justiça contra diversos clubes. A inadimplência atingiu as três primeiras divisões do Estado. Apesar disso, nenhum time perdeu ponto nesta edição da competição. O regulamento da Federação Paulista prevê esse tipo de punição para os que não pagam em dia, o chamado "Fair Play Financeiro". De acordo com levantamento feito pela Folha em outubro do ano passado, 523 dos 1.704 jogadores inscritos nas três divisões de São Paulo estavam desempregados.
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Aos 93, Bibi Ferreira canta sua trajetória de 75 anos
Bibi Ferreira se diz "ofendida" ao ser questionada se já decidiu quando vai se despedir do palco. "Indelicado", reclama a atriz e cantora.Aos 93 anos, 94 em 1º de junho, ela apresenta nesta sexta (4) no Tom Brasil, zona sul de São Paulo, "4xBibi", espetáculo que comemora seus 75 anos de carreira, Jubileu de Diamante, como anuncia o material de divulgação.Reúne músicas de seus últimos shows, hits de cantores como a portuguesa Amália Rodrigues, o argentino Carlos Gardel, a francesa Édith Piaf e o americano Frank Sinatra. O formato é o mesmo da última década: canções entremeadas por histórias, memórias da própria Bibi sobre os cantores --os quatro, como ela, também atores.Leia mais
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Aos 93, Bibi Ferreira canta sua trajetória de 75 anosBibi Ferreira se diz "ofendida" ao ser questionada se já decidiu quando vai se despedir do palco. "Indelicado", reclama a atriz e cantora.Aos 93 anos, 94 em 1º de junho, ela apresenta nesta sexta (4) no Tom Brasil, zona sul de São Paulo, "4xBibi", espetáculo que comemora seus 75 anos de carreira, Jubileu de Diamante, como anuncia o material de divulgação.Reúne músicas de seus últimos shows, hits de cantores como a portuguesa Amália Rodrigues, o argentino Carlos Gardel, a francesa Édith Piaf e o americano Frank Sinatra. O formato é o mesmo da última década: canções entremeadas por histórias, memórias da própria Bibi sobre os cantores --os quatro, como ela, também atores.Leia mais
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De nudes a rejeição ao ibope, criadores indicam como ser relevante na rede
Em um evento sobre produção de conteúdo digital como o youPIX CON, que acontece nesta quarta-feira (23) em São Paulo, um tema é praticamente dominante em todas as palestras: Como ter audiência? Como ser relevante no ambiente da internet? Que estratégias adotar para se destacar frente à variedade de conteúdos on-line? Para isso, quatro especialistas debateram o tema. Veja os melhores tópicos da conversa. * VITOR KNIJNIK, fundador da rede de canais de YouTube Snack Linha editorial Famosos procuram a minha empresa para fazer um canal no YouTube. Eles chegam e falam que não gostam de ver vídeos no site. Se você vai para uma plataforma, você tem que ter uma aproximação com ela. Senão é que nem um escritor falar que não gosta de ler. É errada a crença de que somente a imagem da pessoa pública já é suficiente. Não é. Vou dar um exemplo fictício. Se a Gisele Bündchen quisesse criar um canal sobre maquiagem, ia apanhar de outros de maquiagem famosos que já existem. Tem que ter uma linha editorial, sou defensor ferrenho da postura editorial, pensando no público, e não em você. Primeiro no celular A discussão sobre os dispositivos móveis deveria ter começado antes aqui, tamanha a importância que tem no atual cenário. Tenho um cliente em que 78% audiência vem do "mobile". A gente tem que começar pensando o produto para esse tipo de aparelho. * WAGNER MARTINS, fundador da 301.yt, que desenvolve conteúdo para marcas no YouTube Escravização do conteúdo O conteúdo é commodity, sim. Vence aquele que conseguir deixar mais vidrado. Toda a mecânica da produção de conteúdo hoje é a de produzir para deixar a pessoa mais tempo ali, ela está viciada para gerar um milhão de visualizações de página. Nesse cenário, a única coisa que conta é como eu entro. Toda essa dinâmica está presa à máxima "faça ficar no conteúdo, não importa o conteúdo". A gente cria um grande sopão pasteurizado. Não tem diferenciação. Como a gente quebra esse cenário escravizador, dando o novo para as pessoas? Falam de algoritmo, personalização, mas todo mundo tem a mesma timeline. No fim das contas não está acrescentando nada. * FERNANDO LUNA, sócio da editora Trip Alfabetização de mídia É preciso ter alfabetização de mídia. Entender como tem tanto conteúdo sendo produzido. Antes tinha meia dúzia de veículos para acompanhar. Hoje você tem milhões. E, com essa oferta, muitas vezes você encontra um conteúdo e não entende muito o contexto dele, porque ele está ali, e isso não faz muito sentido para você. É preciso conhecer os criadores de conteúdo. Nudes Queremos entender mais a relação entre sexo e tecnologia, Tinder, "sexting" (troca de mensagens com imagens e vídeos caráter sexual), essas coisas. Para ilustrar, convidamos leitores a mandar "nudes" (fotos deles nus). Virou uma celeuma, como acontece muitas vezes na internet. E perde a argumentação. Comunicação não é o que você fala, é como entendem o que você falou. Todo mundo já deve ter mandado ou recebido um nude. Isso é legal. O que não é legal é quando ela espalha para outras pessoas sem autorização. Isso é pornô de vingança. Estávamos convidando pessoa adultas. Pode ser fútil mandar nudes, pode, mas eu não quero ser juiz do corpo dos outros. A ideia era concentrar um bando de "nudes" em uma página dupla, de modo que não desse para identificar nenhum, para ter ideia do tamanho. E gerou discussão: Todo nu é objetificante? Isso vale para homens e mulheres? Homens são objetificáveis? A mulher não pode querer mostrar o corpo? Isso é parte do conteúdo. Ibope O que você quer na sua mensagem? Falar com o mundo inteiro ou ter importância para quem realmente importa? E, então, chegar às pessoas certas. E não pode ter a métrica do Ibope. Não precisa atingir 30 pontos no Ibope, pode atingir 1 ponto, desde que sejam as pessoas certas. Para mim, uma marca que tenha 50 mil curtidas em uma página é tão relevante quanto a que compra um espaço no "Jornal Nacional". * GUSTAVO GIGLIO, sócio do blog Update or Die Aprofundar os temas O perfil do "Update or Die" é ser bem "estilo de vida", não trabalhamos com pautas. Nossos colaboradores publicam com bastante olhar próprio. Não é um portal comum, é o que a gente sabe fazer. Estamos lançando um projeto novo, com articulistas que falem a fundo sobre temas que dominaram nosso conteúdo ao longo desses anos. O primeiro, por exemplo, será sobre tédio.
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De nudes a rejeição ao ibope, criadores indicam como ser relevante na redeEm um evento sobre produção de conteúdo digital como o youPIX CON, que acontece nesta quarta-feira (23) em São Paulo, um tema é praticamente dominante em todas as palestras: Como ter audiência? Como ser relevante no ambiente da internet? Que estratégias adotar para se destacar frente à variedade de conteúdos on-line? Para isso, quatro especialistas debateram o tema. Veja os melhores tópicos da conversa. * VITOR KNIJNIK, fundador da rede de canais de YouTube Snack Linha editorial Famosos procuram a minha empresa para fazer um canal no YouTube. Eles chegam e falam que não gostam de ver vídeos no site. Se você vai para uma plataforma, você tem que ter uma aproximação com ela. Senão é que nem um escritor falar que não gosta de ler. É errada a crença de que somente a imagem da pessoa pública já é suficiente. Não é. Vou dar um exemplo fictício. Se a Gisele Bündchen quisesse criar um canal sobre maquiagem, ia apanhar de outros de maquiagem famosos que já existem. Tem que ter uma linha editorial, sou defensor ferrenho da postura editorial, pensando no público, e não em você. Primeiro no celular A discussão sobre os dispositivos móveis deveria ter começado antes aqui, tamanha a importância que tem no atual cenário. Tenho um cliente em que 78% audiência vem do "mobile". A gente tem que começar pensando o produto para esse tipo de aparelho. * WAGNER MARTINS, fundador da 301.yt, que desenvolve conteúdo para marcas no YouTube Escravização do conteúdo O conteúdo é commodity, sim. Vence aquele que conseguir deixar mais vidrado. Toda a mecânica da produção de conteúdo hoje é a de produzir para deixar a pessoa mais tempo ali, ela está viciada para gerar um milhão de visualizações de página. Nesse cenário, a única coisa que conta é como eu entro. Toda essa dinâmica está presa à máxima "faça ficar no conteúdo, não importa o conteúdo". A gente cria um grande sopão pasteurizado. Não tem diferenciação. Como a gente quebra esse cenário escravizador, dando o novo para as pessoas? Falam de algoritmo, personalização, mas todo mundo tem a mesma timeline. No fim das contas não está acrescentando nada. * FERNANDO LUNA, sócio da editora Trip Alfabetização de mídia É preciso ter alfabetização de mídia. Entender como tem tanto conteúdo sendo produzido. Antes tinha meia dúzia de veículos para acompanhar. Hoje você tem milhões. E, com essa oferta, muitas vezes você encontra um conteúdo e não entende muito o contexto dele, porque ele está ali, e isso não faz muito sentido para você. É preciso conhecer os criadores de conteúdo. Nudes Queremos entender mais a relação entre sexo e tecnologia, Tinder, "sexting" (troca de mensagens com imagens e vídeos caráter sexual), essas coisas. Para ilustrar, convidamos leitores a mandar "nudes" (fotos deles nus). Virou uma celeuma, como acontece muitas vezes na internet. E perde a argumentação. Comunicação não é o que você fala, é como entendem o que você falou. Todo mundo já deve ter mandado ou recebido um nude. Isso é legal. O que não é legal é quando ela espalha para outras pessoas sem autorização. Isso é pornô de vingança. Estávamos convidando pessoa adultas. Pode ser fútil mandar nudes, pode, mas eu não quero ser juiz do corpo dos outros. A ideia era concentrar um bando de "nudes" em uma página dupla, de modo que não desse para identificar nenhum, para ter ideia do tamanho. E gerou discussão: Todo nu é objetificante? Isso vale para homens e mulheres? Homens são objetificáveis? A mulher não pode querer mostrar o corpo? Isso é parte do conteúdo. Ibope O que você quer na sua mensagem? Falar com o mundo inteiro ou ter importância para quem realmente importa? E, então, chegar às pessoas certas. E não pode ter a métrica do Ibope. Não precisa atingir 30 pontos no Ibope, pode atingir 1 ponto, desde que sejam as pessoas certas. Para mim, uma marca que tenha 50 mil curtidas em uma página é tão relevante quanto a que compra um espaço no "Jornal Nacional". * GUSTAVO GIGLIO, sócio do blog Update or Die Aprofundar os temas O perfil do "Update or Die" é ser bem "estilo de vida", não trabalhamos com pautas. Nossos colaboradores publicam com bastante olhar próprio. Não é um portal comum, é o que a gente sabe fazer. Estamos lançando um projeto novo, com articulistas que falem a fundo sobre temas que dominaram nosso conteúdo ao longo desses anos. O primeiro, por exemplo, será sobre tédio.
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Inter empata com Fluminense, e São Paulo abre distância no G4
O Internacional precisava vencer para não ver o São Paulo abrir vantagem no G4 do Campeonato Brasileiro, mas o time gaúcho cedeu o empate ao Fluminense e precisa torcer por uma derrota do clube paulista para garantir vaga na próxima Libertadores. O resultado de 1 a 1 deixa o Inter com 57 pontos, dois a menos que o São Paulo, na quinta posição. Já o Fluminense foi aos 47 pontos, na 13ª colocação. O primeiro gol da partida, realizada no Maracanã, foi do time visitante. Logo aos 3 min de jogo, Vitinho recebeu na entrada da área e chutou forte para abrir o placar. O empate dos cariocas veio aos 28 min da etapa final, com Cícero, de pênalti. Na próxima rodada, o Internacional recebe o Cruzeiro, no domingo (6). No mesmo dia, o Fluminense visita o Figueirense. Veja vídeo
esporte
Inter empata com Fluminense, e São Paulo abre distância no G4O Internacional precisava vencer para não ver o São Paulo abrir vantagem no G4 do Campeonato Brasileiro, mas o time gaúcho cedeu o empate ao Fluminense e precisa torcer por uma derrota do clube paulista para garantir vaga na próxima Libertadores. O resultado de 1 a 1 deixa o Inter com 57 pontos, dois a menos que o São Paulo, na quinta posição. Já o Fluminense foi aos 47 pontos, na 13ª colocação. O primeiro gol da partida, realizada no Maracanã, foi do time visitante. Logo aos 3 min de jogo, Vitinho recebeu na entrada da área e chutou forte para abrir o placar. O empate dos cariocas veio aos 28 min da etapa final, com Cícero, de pênalti. Na próxima rodada, o Internacional recebe o Cruzeiro, no domingo (6). No mesmo dia, o Fluminense visita o Figueirense. Veja vídeo
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Crítica: 'Cidade de Deus', de Meirelles, é filme brasileiro 'à americana'
Há quem deteste e quem goste de "Cidade de Deus" (2002, 16 anos, AXN, 22h). Incontestável é que, com este filme, Fernando Meirelles introduziu o cinema brasileiro no século 21. A trama de favela começa com uma mudança de paradigma do que nosso cinema cultivava: bandido é alguém temível. Assim é Zé Pequeno, perversidade em pessoa. Meirelles renega a herança do cinema novo. Sem falar que fez um filme "à americana", que se relacionava com o público de modo fluente. Nisso há um quê superficial. Mas é o olhar em que o século se reconhece.
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Crítica: 'Cidade de Deus', de Meirelles, é filme brasileiro 'à americana'Há quem deteste e quem goste de "Cidade de Deus" (2002, 16 anos, AXN, 22h). Incontestável é que, com este filme, Fernando Meirelles introduziu o cinema brasileiro no século 21. A trama de favela começa com uma mudança de paradigma do que nosso cinema cultivava: bandido é alguém temível. Assim é Zé Pequeno, perversidade em pessoa. Meirelles renega a herança do cinema novo. Sem falar que fez um filme "à americana", que se relacionava com o público de modo fluente. Nisso há um quê superficial. Mas é o olhar em que o século se reconhece.
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Eleger mulheres ou gays não garante defesa de interesses da minoria
A porcentagem entre eleitos mulheres ou membros do grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis) é muito menor que na população, mas só aumentar esse número não adianta. Nesse vídeo, a coordenadora do grupo de pesquisas em direito e gênero da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas), Lígia Sica, a pesquisadora da FGV-SP Luciana Ramos e o diretor executivo do Grupo Dignidade e secretário de educação da associação nacional LGBT Toni Reis explicam por que é importante haver diversidade na política formal, por que só eleger políticos de determinado grupo não garante a defesa de interesses e como aumentar a participação de minorias na política e sua defesa.
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Eleger mulheres ou gays não garante defesa de interesses da minoriaA porcentagem entre eleitos mulheres ou membros do grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis) é muito menor que na população, mas só aumentar esse número não adianta. Nesse vídeo, a coordenadora do grupo de pesquisas em direito e gênero da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas), Lígia Sica, a pesquisadora da FGV-SP Luciana Ramos e o diretor executivo do Grupo Dignidade e secretário de educação da associação nacional LGBT Toni Reis explicam por que é importante haver diversidade na política formal, por que só eleger políticos de determinado grupo não garante a defesa de interesses e como aumentar a participação de minorias na política e sua defesa.
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Ações já em prática no Brasil melhoram desempenho da escola
Algumas ações já praticadas no país impulsionam o desempenho das escolas, aponta levantamento apresentado no seminário de gestão escolar por Francisco Soares, presidente do Inep (instituto de pesquisas do Ministério da Educação). O trabalho comparou escolas básicas que atendem alunos com baixo nível socioeconômico. Se o colégio funciona em apenas um turno, o corpo docente fica estável por anos e os professores têm a formação adequada, a nota da instituição na avaliação federal tende a ser 20% maior do que a obtida por escolas que não têm essas condições. As unidades que atuam em um só turno, evitam a rotatividade de professores e garantem que eles lecionem disciplinas de sua área de formação atingem, em termos absolutos, nota 4, ante 3,3 das que não têm essa situação. A escala vai de 0 a 10. A avaliação considera desempenho dos alunos em português e matemática e total de formados pelo colégio. "Onde há sucesso, há boa gestão", disse Soares na quinta (3), segundo dia de debate. Em avaliação semelhante, o superintendente-executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, disse: "A gestão harmoniza o processo e o uso dos recursos disponíveis. Permite, face a todas adversidades estruturais, um padrão mínimo de qualidade". Henriques afirmou que gestão apenas não é "solução mágica", mas uma "variável radicalmente necessária". Um exemplo que ele defende como boa prática é a criação de protocolos para ações pedagógicas nas escolas. "O mundo da pedagogia é resistente, pois a padronização inibiria a inovação. Mas, a autonomia exercida sob o vazio, sem padrões, aumenta a desigualdade", afirmou. Também no evento, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse que o foco do país, agora, deve ser a melhoria da qualidade da educação, após o grande crescimento das matrículas. "Isso passa pela melhora da gestão escolar e pela valorização dos professores. O equívoco é achar que uma se sobrepõe à outra ou que elas se excluem mutuamente."
educacao
Ações já em prática no Brasil melhoram desempenho da escolaAlgumas ações já praticadas no país impulsionam o desempenho das escolas, aponta levantamento apresentado no seminário de gestão escolar por Francisco Soares, presidente do Inep (instituto de pesquisas do Ministério da Educação). O trabalho comparou escolas básicas que atendem alunos com baixo nível socioeconômico. Se o colégio funciona em apenas um turno, o corpo docente fica estável por anos e os professores têm a formação adequada, a nota da instituição na avaliação federal tende a ser 20% maior do que a obtida por escolas que não têm essas condições. As unidades que atuam em um só turno, evitam a rotatividade de professores e garantem que eles lecionem disciplinas de sua área de formação atingem, em termos absolutos, nota 4, ante 3,3 das que não têm essa situação. A escala vai de 0 a 10. A avaliação considera desempenho dos alunos em português e matemática e total de formados pelo colégio. "Onde há sucesso, há boa gestão", disse Soares na quinta (3), segundo dia de debate. Em avaliação semelhante, o superintendente-executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, disse: "A gestão harmoniza o processo e o uso dos recursos disponíveis. Permite, face a todas adversidades estruturais, um padrão mínimo de qualidade". Henriques afirmou que gestão apenas não é "solução mágica", mas uma "variável radicalmente necessária". Um exemplo que ele defende como boa prática é a criação de protocolos para ações pedagógicas nas escolas. "O mundo da pedagogia é resistente, pois a padronização inibiria a inovação. Mas, a autonomia exercida sob o vazio, sem padrões, aumenta a desigualdade", afirmou. Também no evento, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse que o foco do país, agora, deve ser a melhoria da qualidade da educação, após o grande crescimento das matrículas. "Isso passa pela melhora da gestão escolar e pela valorização dos professores. O equívoco é achar que uma se sobrepõe à outra ou que elas se excluem mutuamente."
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Odebrecht diz que caixa dois para Serra foi pago em conta na Suíça
A Odebrecht apontou à Lava Jato dois nomes como sendo os operadores de R$ 23 milhões repassados pela empreiteira via caixa dois à campanha presidencial de José Serra, hoje chanceler, na eleição de 2010. A empresa afirmou ainda que parte do dinheiro foi transferida por meio de uma conta na Suíça. O acerto do recurso no exterior, segundo a Odebrecht, foi feito com o ex-deputado federal Ronaldo Cezar Coelho (ex-PSDB e hoje no PSD), que integrou a coordenação política da campanha de Serra. O caixa dois operado no Brasil, de acordo com os relatos, foi negociado com o também ex-deputado federal Márcio Fortes (PSDB-RJ), próximo de Serra. Os repasses foram mencionados por dois executivos da Odebrecht nas negociações de acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, e a força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba. Um deles é Pedro Novis, presidente do conglomerado de 2002 a 2009 e atual membro do conselho administrativo da holding Odebrecht S.A. O outro é o diretor Carlos Armando Paschoal, conhecido como CAP, que atuava no contato junto a políticos de São Paulo e na negociação de doações para campanhas eleitorais. Ambos integram o grupo de 80 funcionários (executivos e empregados de menor expressão) que negociam a delação. Mais de 40 deles, incluindo Novis e Paschoal, já estão com os termos definidos, incluindo penas e multas a serem pagas. Falta apenas a assinatura dos acordos, prevista para ocorrer em meados de novembro. A Folha revelou em agosto que executivos da Odebrecht haviam relatado à Lava Jato o pagamento de R$ 23 milhões (R$ 34,5 milhões, corrigidos pela inflação) por meio de caixa dois para a campanha de Serra em 2010, quando ele perdeu para a petista Dilma Rousseff. Foi a primeira menção ao nome do político tucano na investigação que apura esquema de desvio de recursos na Petrobras. Para corroborar os fatos relatados, a Odebrecht promete entregar aos investigadores comprovantes de depósitos feitos na conta no exterior e também no Brasil. Segundo informações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a empreiteira doou oficialmente em 2010 R$ 2,4 milhões para o Comitê Financeiro Nacional da campanha do PSDB à Presidência da República (R$ 3,6 milhões em valores corrigidos). Os executivos disseram aos procuradores que o valor do caixa dois foi acertado com a direção nacional do PSDB, que depois teria distribuído parte dos R$ 23 milhões a outras candidaturas. Segundo a Folha apurou, os executivos afirmaram também que o pagamento de caixa dois não estava vinculado a nenhuma contrapartida. Pedro Novis e José Serra são amigos de longa data. O tucano é chamado de "vizinho" em documentos internos da empreiteira por já ter sido vizinho do executivo. O ministro também era identificado como "careca" em algumas ocasiões. O nome de Serra é um dos que apareceram na lista de políticos encontrada na casa do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, o BJ, preso durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Acarajé, em fevereiro deste ano. Benedicto Júnior também está entre os delatores e fechou o foco de sua colaboração com os investigadores. Os depoimentos dos funcionários da Odebrecht começarão após a assinatura dos acordos de delação. Depois de finalizados, o material será encaminhado ao relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Teori Zavascki, para homologação. OPERADORES Atualmente filiado ao PSD, o empresário Ronaldo Cezar Coelho foi um dos fundadores do PSDB nos anos 80, tendo presidido o partido no Rio de Janeiro. Durante os mais de 20 anos em que permaneceu na sigla, elegeu-se deputado federal pelo Estado, despontando como um dos políticos mais ricos da Câmara. É amigo de José Serra e chegou a emprestar seu avião particular para o tucano usar durante a eleição de 2010. Devido ao bom trânsito no mercado financeiro, teria atuado também como "tesoureiro informal", segundo participantes do comitê eleitoral. Já Márcio Fortes é conhecido como homem forte de arrecadação entre o tucanato por causa da boa relação que mantém com empresários. Ele atuou nessa área em campanhas de Fernando Henrique Cardoso à Presidência, na década de 1990, na campanha de 2010 de Serra e na de 2014 de Aécio Neves, todos do PSDB. OUTRO LADO Procurado para se manifestar sobre as informações dadas pela Odebrecht à Lava Jato, o ministro de Relações Exteriores, José Serra (PSDB), disse, por meio de sua assessoria, que "não vai se pronunciar sobre supostos vazamentos de supostas delações relativas a doações feitas ao partido em suas campanhas". "E reitera que não cometeu irregularidades", afirmou. O empresário Ronaldo Cezar Coelho declarou que não comentará o assunto até ter acesso aos relatos feitos pelos executivos da empreiteira que citam o seu nome. Por meio de seu advogado, o criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, Cezar Coelho afirmou que participou da coordenação política da campanha de José Serra à Presidência, em 2010, na qual o tucano foi derrotado pela afilhada política do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff (PT). No entanto, Cezar Coelho negou que tenha feito arrecadação para o tucano. "Como fundador do PSDB, Ronaldo Cezar Coelho participou de todas as campanhas presidenciais da sigla", disse Mariz de Oliveira. Em agosto, quando a Folha publicou que a Odebrecht relatou o pagamento de R$ 23 milhões via caixa dois, José Serra disse que a campanha de 2010 foi conduzida de acordo com a legislação eleitoral em vigor. Afirmou ainda que as finanças de sua disputa ao Palácio do Planalto foram todas de responsabilidade do seu partido, o PSDB, e que ninguém foi autorizado a falar em seu nome. "A minha campanha foi conduzida na forma da lei e, no que diz respeito às finanças, era de responsabilidade do partido", escreveu em nota na época. A reportagem tentou contato com o ex-deputado Márcio Fortes por meio de telefone celular e de sua empresa, mas não obteve resposta até a conclusão desta edição. A Odebrecht afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não irá se manifestar sobre a reportagem. Desde que a empresa passou a negociar acordos de colaboração premiada e leniência (espécie de delação da pessoa jurídica), em março deste ano, ela deixou de se pronunciar publicamente sobre fatos investigados na Lava Jato ou que serão relatados por seu funcionários. A expectativa de envolvidos nas negociações é que a assinatura dos acordos de delação ocorram em meados de novembro e a homologação deles seja realizada até o final do ano. Nas conversas preliminares da Lava Jato com a Odebrecht, além de Serra, vários políticos foram mencionados, entre eles o presidente Michel Temer, os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, governadores e parlamentares. Todos os citados negam a prática de irregularidades.
poder
Odebrecht diz que caixa dois para Serra foi pago em conta na SuíçaA Odebrecht apontou à Lava Jato dois nomes como sendo os operadores de R$ 23 milhões repassados pela empreiteira via caixa dois à campanha presidencial de José Serra, hoje chanceler, na eleição de 2010. A empresa afirmou ainda que parte do dinheiro foi transferida por meio de uma conta na Suíça. O acerto do recurso no exterior, segundo a Odebrecht, foi feito com o ex-deputado federal Ronaldo Cezar Coelho (ex-PSDB e hoje no PSD), que integrou a coordenação política da campanha de Serra. O caixa dois operado no Brasil, de acordo com os relatos, foi negociado com o também ex-deputado federal Márcio Fortes (PSDB-RJ), próximo de Serra. Os repasses foram mencionados por dois executivos da Odebrecht nas negociações de acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, e a força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba. Um deles é Pedro Novis, presidente do conglomerado de 2002 a 2009 e atual membro do conselho administrativo da holding Odebrecht S.A. O outro é o diretor Carlos Armando Paschoal, conhecido como CAP, que atuava no contato junto a políticos de São Paulo e na negociação de doações para campanhas eleitorais. Ambos integram o grupo de 80 funcionários (executivos e empregados de menor expressão) que negociam a delação. Mais de 40 deles, incluindo Novis e Paschoal, já estão com os termos definidos, incluindo penas e multas a serem pagas. Falta apenas a assinatura dos acordos, prevista para ocorrer em meados de novembro. A Folha revelou em agosto que executivos da Odebrecht haviam relatado à Lava Jato o pagamento de R$ 23 milhões (R$ 34,5 milhões, corrigidos pela inflação) por meio de caixa dois para a campanha de Serra em 2010, quando ele perdeu para a petista Dilma Rousseff. Foi a primeira menção ao nome do político tucano na investigação que apura esquema de desvio de recursos na Petrobras. Para corroborar os fatos relatados, a Odebrecht promete entregar aos investigadores comprovantes de depósitos feitos na conta no exterior e também no Brasil. Segundo informações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a empreiteira doou oficialmente em 2010 R$ 2,4 milhões para o Comitê Financeiro Nacional da campanha do PSDB à Presidência da República (R$ 3,6 milhões em valores corrigidos). Os executivos disseram aos procuradores que o valor do caixa dois foi acertado com a direção nacional do PSDB, que depois teria distribuído parte dos R$ 23 milhões a outras candidaturas. Segundo a Folha apurou, os executivos afirmaram também que o pagamento de caixa dois não estava vinculado a nenhuma contrapartida. Pedro Novis e José Serra são amigos de longa data. O tucano é chamado de "vizinho" em documentos internos da empreiteira por já ter sido vizinho do executivo. O ministro também era identificado como "careca" em algumas ocasiões. O nome de Serra é um dos que apareceram na lista de políticos encontrada na casa do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, o BJ, preso durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Acarajé, em fevereiro deste ano. Benedicto Júnior também está entre os delatores e fechou o foco de sua colaboração com os investigadores. Os depoimentos dos funcionários da Odebrecht começarão após a assinatura dos acordos de delação. Depois de finalizados, o material será encaminhado ao relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Teori Zavascki, para homologação. OPERADORES Atualmente filiado ao PSD, o empresário Ronaldo Cezar Coelho foi um dos fundadores do PSDB nos anos 80, tendo presidido o partido no Rio de Janeiro. Durante os mais de 20 anos em que permaneceu na sigla, elegeu-se deputado federal pelo Estado, despontando como um dos políticos mais ricos da Câmara. É amigo de José Serra e chegou a emprestar seu avião particular para o tucano usar durante a eleição de 2010. Devido ao bom trânsito no mercado financeiro, teria atuado também como "tesoureiro informal", segundo participantes do comitê eleitoral. Já Márcio Fortes é conhecido como homem forte de arrecadação entre o tucanato por causa da boa relação que mantém com empresários. Ele atuou nessa área em campanhas de Fernando Henrique Cardoso à Presidência, na década de 1990, na campanha de 2010 de Serra e na de 2014 de Aécio Neves, todos do PSDB. OUTRO LADO Procurado para se manifestar sobre as informações dadas pela Odebrecht à Lava Jato, o ministro de Relações Exteriores, José Serra (PSDB), disse, por meio de sua assessoria, que "não vai se pronunciar sobre supostos vazamentos de supostas delações relativas a doações feitas ao partido em suas campanhas". "E reitera que não cometeu irregularidades", afirmou. O empresário Ronaldo Cezar Coelho declarou que não comentará o assunto até ter acesso aos relatos feitos pelos executivos da empreiteira que citam o seu nome. Por meio de seu advogado, o criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, Cezar Coelho afirmou que participou da coordenação política da campanha de José Serra à Presidência, em 2010, na qual o tucano foi derrotado pela afilhada política do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff (PT). No entanto, Cezar Coelho negou que tenha feito arrecadação para o tucano. "Como fundador do PSDB, Ronaldo Cezar Coelho participou de todas as campanhas presidenciais da sigla", disse Mariz de Oliveira. Em agosto, quando a Folha publicou que a Odebrecht relatou o pagamento de R$ 23 milhões via caixa dois, José Serra disse que a campanha de 2010 foi conduzida de acordo com a legislação eleitoral em vigor. Afirmou ainda que as finanças de sua disputa ao Palácio do Planalto foram todas de responsabilidade do seu partido, o PSDB, e que ninguém foi autorizado a falar em seu nome. "A minha campanha foi conduzida na forma da lei e, no que diz respeito às finanças, era de responsabilidade do partido", escreveu em nota na época. A reportagem tentou contato com o ex-deputado Márcio Fortes por meio de telefone celular e de sua empresa, mas não obteve resposta até a conclusão desta edição. A Odebrecht afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não irá se manifestar sobre a reportagem. Desde que a empresa passou a negociar acordos de colaboração premiada e leniência (espécie de delação da pessoa jurídica), em março deste ano, ela deixou de se pronunciar publicamente sobre fatos investigados na Lava Jato ou que serão relatados por seu funcionários. A expectativa de envolvidos nas negociações é que a assinatura dos acordos de delação ocorram em meados de novembro e a homologação deles seja realizada até o final do ano. Nas conversas preliminares da Lava Jato com a Odebrecht, além de Serra, vários políticos foram mencionados, entre eles o presidente Michel Temer, os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, governadores e parlamentares. Todos os citados negam a prática de irregularidades.
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Bike Sampa anuncia novas bicicletas e forma de pagamento, mas esbarra em falta de contrato
RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO O Itaú anunciou nesta quinta-feira (8) mudanças nos serviços de empréstimo de bicicletas que opera. A ideia é trocar veículos, instalar estações de empréstimo mais modernas e ampliar as formas de pagamento. Inicialmente, as novidades devem chegar a Porto Alegre (RS), a Recife (PE) e a Salvador (BA). A capital paulista, entretanto, deve ficar de fora, pois tudo depende da possível assinatura de um convênio. Há dois anos, o Bike Sampa funciona com base em um contrato temporário. O modelo que a empresa quer levar às ruas é mais robusto que o atual e ligeiramente mais leve. A principal novidade são luzes, na frente e atrás, alimentadas pelo movimento dos pedais. Há ainda um suporte para cargas um pouco maior, que permite prender uma mochila grande com elásticos, por exemplo. A versão segue com três marchas e tem um novo sistema de freios, chamado rollerbrake. A forma de liberação das bicicletas também mudará. Será possível fazer o empréstimo utilizando o cartão bancário ou um bilhete específico para isso. Com isso, não será mais preciso ter cartão de crédito para usar o sistema. "Haverá pontos de venda de passes, com pagamento em dinheiro", diz Tomás Martins, CEO da Tembici, empresa que substituiu a Serttel na operação dos sistemas. Há também planos de mudança na periferia: a ideia é liberar empréstimos por até 12 horas nessa região, ainda não atendida pelo compartilhamento de bicicletas. "Nesses bairros, é comum que o usuário use a bicicleta para ir de casa até uma estação de trem ou terminal de ônibus e vice-versa. Assim, ele poderá levar a bike pra casa e depois devolver no dia seguinte", afirma Martins. O sistema será unificado entre as cidades: o cadastro em uma valerá para todos. DOIS ANOS As alterações serão feitas primeiro nas cidades onde os convênios estão válidos. Em São Paulo e Rio, onde os contratos estão em negociação, será preciso primeiro fechar os novos convênios. "Apresentamos o novo modelo para os municípios. As novas bicicletas serão implantadas conforme os termos forem renovados", diz Luciana Nicola, superintendente de Relações Governamentais do Itaú. A questão jurídica do sistema de bicicletas de São Paulo segue travada há dois anos. Criado em 2012, o Bike Sampa teve seu contrato inicial de três anos encerrado em 2015. Desde então, o serviço opera com um termo provisório, o que não permite ampliações do sistema nem mudanças nas estações. A prefeitura tentou abrir concorrências públicas duas vezes para definir qual empresa assumiria o sistema, mas ambas foram suspensas a pedido do TCM (Tribunal de Contas do Município). "Neste momento, a Secretaria de Mobilidade e Transportes discute quais as melhores formas de regulamentação desse tipo de serviço, de modo que possa atender a população da maneira mais ampla e eficiente possível", informou a prefeitura, por meio de nota, sem citar prazos. "Para viabilização do novo contrato, a SMT tem mantido conversas com todos aqueles que nos procuram e recebido contribuições para oferecer o melhor sistema. Como se trata de um novo modelo, informamos que ele deve atender de forma equilibrada toda a cidade." No acordo atual, o Itaú custeia o serviço de bicicletas em troca de poder expor sua marca nas bicicletas e em postos de empréstimo. Em outras cidades, há casos em que a prefeitura paga para uma empresa para fornecer o serviço de compartilhamento de bicicletas, e também o modelo oposto. O Santander, por exemplo, investe cerca de 7,25 milhões de libras (cerca de R$ 30 milhões) para estampar sua marca no sistema de Londres.
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Bike Sampa anuncia novas bicicletas e forma de pagamento, mas esbarra em falta de contratoRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO O Itaú anunciou nesta quinta-feira (8) mudanças nos serviços de empréstimo de bicicletas que opera. A ideia é trocar veículos, instalar estações de empréstimo mais modernas e ampliar as formas de pagamento. Inicialmente, as novidades devem chegar a Porto Alegre (RS), a Recife (PE) e a Salvador (BA). A capital paulista, entretanto, deve ficar de fora, pois tudo depende da possível assinatura de um convênio. Há dois anos, o Bike Sampa funciona com base em um contrato temporário. O modelo que a empresa quer levar às ruas é mais robusto que o atual e ligeiramente mais leve. A principal novidade são luzes, na frente e atrás, alimentadas pelo movimento dos pedais. Há ainda um suporte para cargas um pouco maior, que permite prender uma mochila grande com elásticos, por exemplo. A versão segue com três marchas e tem um novo sistema de freios, chamado rollerbrake. A forma de liberação das bicicletas também mudará. Será possível fazer o empréstimo utilizando o cartão bancário ou um bilhete específico para isso. Com isso, não será mais preciso ter cartão de crédito para usar o sistema. "Haverá pontos de venda de passes, com pagamento em dinheiro", diz Tomás Martins, CEO da Tembici, empresa que substituiu a Serttel na operação dos sistemas. Há também planos de mudança na periferia: a ideia é liberar empréstimos por até 12 horas nessa região, ainda não atendida pelo compartilhamento de bicicletas. "Nesses bairros, é comum que o usuário use a bicicleta para ir de casa até uma estação de trem ou terminal de ônibus e vice-versa. Assim, ele poderá levar a bike pra casa e depois devolver no dia seguinte", afirma Martins. O sistema será unificado entre as cidades: o cadastro em uma valerá para todos. DOIS ANOS As alterações serão feitas primeiro nas cidades onde os convênios estão válidos. Em São Paulo e Rio, onde os contratos estão em negociação, será preciso primeiro fechar os novos convênios. "Apresentamos o novo modelo para os municípios. As novas bicicletas serão implantadas conforme os termos forem renovados", diz Luciana Nicola, superintendente de Relações Governamentais do Itaú. A questão jurídica do sistema de bicicletas de São Paulo segue travada há dois anos. Criado em 2012, o Bike Sampa teve seu contrato inicial de três anos encerrado em 2015. Desde então, o serviço opera com um termo provisório, o que não permite ampliações do sistema nem mudanças nas estações. A prefeitura tentou abrir concorrências públicas duas vezes para definir qual empresa assumiria o sistema, mas ambas foram suspensas a pedido do TCM (Tribunal de Contas do Município). "Neste momento, a Secretaria de Mobilidade e Transportes discute quais as melhores formas de regulamentação desse tipo de serviço, de modo que possa atender a população da maneira mais ampla e eficiente possível", informou a prefeitura, por meio de nota, sem citar prazos. "Para viabilização do novo contrato, a SMT tem mantido conversas com todos aqueles que nos procuram e recebido contribuições para oferecer o melhor sistema. Como se trata de um novo modelo, informamos que ele deve atender de forma equilibrada toda a cidade." No acordo atual, o Itaú custeia o serviço de bicicletas em troca de poder expor sua marca nas bicicletas e em postos de empréstimo. Em outras cidades, há casos em que a prefeitura paga para uma empresa para fornecer o serviço de compartilhamento de bicicletas, e também o modelo oposto. O Santander, por exemplo, investe cerca de 7,25 milhões de libras (cerca de R$ 30 milhões) para estampar sua marca no sistema de Londres.
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Rejeição à reforma política revela desdém com o povo, diz leitor
REFORMA POLÍTICA Os políticos deram outra demonstração de que não estão nem aí para o povo ao rejeitar mudanças no sistema eleitoral. Mas, se o povo está conformado e desistiu de ir às ruas protestar, então que não reclame quando se sentir injustiçado. Diante do conformismo, vale a máxima de que cada povo tem o governo que merece. LUCIANO VETTORAZZO (São José do Rio Preto, SP) * Importante é não reelegermos nenhum dos que estão lá. Não prestam nem para fazer uma única modificação na política. AUGUSTA MARIA DE S GUIMARAES (Itanhaém, SP) * É uma vergonha! Que país atrasado o nosso! Pagamos uma fortuna aos desonestos e incompetentes que não enxergam longe e não querem o bem do brasileiro, apenas veem oportunidades para tirar vantagem própria. Enquanto isso, a falta de justiça no país cria um ambiente propício às ilicitudes. RODRIGO CARVALHO (Natal, RN) - PSDB NAS ELEIÇÕES Será que ninguém no PSDB entendeu que Alckmim é passado? Fora de São Paulo não terá voto nenhum, pois o Brasil quer mudanças. CLÁUDIO MOURA (Ananindeua, PA) * Um prefeito que nem completou um ano de mandato e já cogita se candidatar a presidente não é um traidor do voto do paulistano, que o queria como seu gestor por quatro anos? Esse não é o perfil que ganhará meu voto em 2018. REINALDO CUNHA (Passo Fundo, RS) * A velha oligarquia plutocrática, aliada ao que se vendeu como "o novo", o "não político" e o "moderno". Já vi esse filme. Próximo! FABRIZIO WROLLI (São Paulo, SP) - STF O STF tem muito pouco de Supremo. O excelente Thomás Pereira coloca o dedo nos pontos mais claros da desordem reinante. São notórios os ministros que não estão à altura do STF. Os grandes problemas são a indicação presidencial, baseada em interesses espúrios e pessoais, a ausência de critérios do Senado, ou melhor, o alinhamento com a Presidência, e a falta de condições intelectuais, morais e éticas dos candidatos a ocupar função de tamanha relevância. ARNALDO DE SOUZA CARDOSO (São Paulo, SP) * Perfeito o texto, em todos os aspectos. Os membros do STF, com uma honrosa exceção, não estão dignificando o cargo a que foram guindados. Pena! Não é isso que se espera da magistratura. O verdadeiro magistrado deve ter um comportamento discreto, em vez de dar entrevistas sobre casos pendentes de julgamento. JOSE L. P. DE OLIVEIRA DIAS (São Paulo, SP) - TRUMP NA ONU O discurso ameaçador e agressivo do presidente Trump na Assembleia Geral da ONU mostra mais uma vez que ele representa o radicalismo conservador que tenta ditar regras de comportamento. Que ele faça isso no seu país é um problema dele, mas tentar impor ao mundo as suas regras é um absurdo. URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP) * Ao que parece, segundo a fala do presidente Trump na ONU, ao afirmar que vai destruir a Coreia do Norte, dentro em breve acontecerá a terceira guerra mundial, nuclear, cujas consequências serão devastadoras, incrivelmente devastadoras. Que os dois líderes tenham juízo e pacificamente se entendam. Que prevaleça a paz na face da Terra! HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES (Vila Velha, ES) * O conflito tem sido criado pela Coreia do Norte, país comunista em que um ditador desequilibrado governa e vive em uma fantasia da esquerda. O artigo manipula os fatos, tentando colocar a culpa dos riscos em quem apenas está reagindo a uma ameaça atômica. Não tem algo errado? RICARDO VILLAS (São Paulo, SP) * O suposto arsenal de Kim é sua moeda de troca para deixarem seu regime em paz. Contudo, há um movimento paranoico perigoso na Coreia do Norte, que faz com que o país aumente cada vez mais seu arsenal bélico. Aqui há dois riscos: 1) reagirem ao medo de alguma ameaça iminente, 2) um míssil de testes cair no lugar errado. Mas Kim não é bobo: ele sabe que, se soltar algum míssil hostil, este será o primeiro e também o último. ROBERTO RAMOS (São Luís de Montes Belos, GO) - COLUNISTAS Sobre a coluna de Hélio Schwartsman, é possível reorientar um hétero com "técnicas" para que floresça o desejo pelo mesmo sexo? Soa absurdo, não é? O mesmo ocorre com o homossexual. Não é possível deixar de sê-lo. No máximo, pode abster-se do sexo com o "igual", mas isso só traz mais sofrimento. Aliás, imaginem pais inconformados com a orientação sexual de seus filhos adolescentes, obrigando-os ao tratamento de reorientação sexual. O CFP sabe que não há tratamento para o que não é doença! ALESSANDRO S, DA SILVA (Estrela D'Oeste, SP) * A respeito da coluna de Plínio Fraga, além de não resolverem problemas de segurança pública, incumbência dos Estados, as Forças Armadas só deveriam ser empregadas para a garantia da lei e da ordem quando o governador declarasse que não tem os meios necessários para pôr termo a grave comprometimento da ordem pública, o que exigiria também a intervenção da União no Estado. PAULO M. GOMES LUSTOZA (Rio de Janeiro, RJ) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Rejeição à reforma política revela desdém com o povo, diz leitorREFORMA POLÍTICA Os políticos deram outra demonstração de que não estão nem aí para o povo ao rejeitar mudanças no sistema eleitoral. Mas, se o povo está conformado e desistiu de ir às ruas protestar, então que não reclame quando se sentir injustiçado. Diante do conformismo, vale a máxima de que cada povo tem o governo que merece. LUCIANO VETTORAZZO (São José do Rio Preto, SP) * Importante é não reelegermos nenhum dos que estão lá. Não prestam nem para fazer uma única modificação na política. AUGUSTA MARIA DE S GUIMARAES (Itanhaém, SP) * É uma vergonha! Que país atrasado o nosso! Pagamos uma fortuna aos desonestos e incompetentes que não enxergam longe e não querem o bem do brasileiro, apenas veem oportunidades para tirar vantagem própria. Enquanto isso, a falta de justiça no país cria um ambiente propício às ilicitudes. RODRIGO CARVALHO (Natal, RN) - PSDB NAS ELEIÇÕES Será que ninguém no PSDB entendeu que Alckmim é passado? Fora de São Paulo não terá voto nenhum, pois o Brasil quer mudanças. CLÁUDIO MOURA (Ananindeua, PA) * Um prefeito que nem completou um ano de mandato e já cogita se candidatar a presidente não é um traidor do voto do paulistano, que o queria como seu gestor por quatro anos? Esse não é o perfil que ganhará meu voto em 2018. REINALDO CUNHA (Passo Fundo, RS) * A velha oligarquia plutocrática, aliada ao que se vendeu como "o novo", o "não político" e o "moderno". Já vi esse filme. Próximo! FABRIZIO WROLLI (São Paulo, SP) - STF O STF tem muito pouco de Supremo. O excelente Thomás Pereira coloca o dedo nos pontos mais claros da desordem reinante. São notórios os ministros que não estão à altura do STF. Os grandes problemas são a indicação presidencial, baseada em interesses espúrios e pessoais, a ausência de critérios do Senado, ou melhor, o alinhamento com a Presidência, e a falta de condições intelectuais, morais e éticas dos candidatos a ocupar função de tamanha relevância. ARNALDO DE SOUZA CARDOSO (São Paulo, SP) * Perfeito o texto, em todos os aspectos. Os membros do STF, com uma honrosa exceção, não estão dignificando o cargo a que foram guindados. Pena! Não é isso que se espera da magistratura. O verdadeiro magistrado deve ter um comportamento discreto, em vez de dar entrevistas sobre casos pendentes de julgamento. JOSE L. P. DE OLIVEIRA DIAS (São Paulo, SP) - TRUMP NA ONU O discurso ameaçador e agressivo do presidente Trump na Assembleia Geral da ONU mostra mais uma vez que ele representa o radicalismo conservador que tenta ditar regras de comportamento. Que ele faça isso no seu país é um problema dele, mas tentar impor ao mundo as suas regras é um absurdo. URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP) * Ao que parece, segundo a fala do presidente Trump na ONU, ao afirmar que vai destruir a Coreia do Norte, dentro em breve acontecerá a terceira guerra mundial, nuclear, cujas consequências serão devastadoras, incrivelmente devastadoras. Que os dois líderes tenham juízo e pacificamente se entendam. Que prevaleça a paz na face da Terra! HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES (Vila Velha, ES) * O conflito tem sido criado pela Coreia do Norte, país comunista em que um ditador desequilibrado governa e vive em uma fantasia da esquerda. O artigo manipula os fatos, tentando colocar a culpa dos riscos em quem apenas está reagindo a uma ameaça atômica. Não tem algo errado? RICARDO VILLAS (São Paulo, SP) * O suposto arsenal de Kim é sua moeda de troca para deixarem seu regime em paz. Contudo, há um movimento paranoico perigoso na Coreia do Norte, que faz com que o país aumente cada vez mais seu arsenal bélico. Aqui há dois riscos: 1) reagirem ao medo de alguma ameaça iminente, 2) um míssil de testes cair no lugar errado. Mas Kim não é bobo: ele sabe que, se soltar algum míssil hostil, este será o primeiro e também o último. ROBERTO RAMOS (São Luís de Montes Belos, GO) - COLUNISTAS Sobre a coluna de Hélio Schwartsman, é possível reorientar um hétero com "técnicas" para que floresça o desejo pelo mesmo sexo? Soa absurdo, não é? O mesmo ocorre com o homossexual. Não é possível deixar de sê-lo. No máximo, pode abster-se do sexo com o "igual", mas isso só traz mais sofrimento. Aliás, imaginem pais inconformados com a orientação sexual de seus filhos adolescentes, obrigando-os ao tratamento de reorientação sexual. O CFP sabe que não há tratamento para o que não é doença! ALESSANDRO S, DA SILVA (Estrela D'Oeste, SP) * A respeito da coluna de Plínio Fraga, além de não resolverem problemas de segurança pública, incumbência dos Estados, as Forças Armadas só deveriam ser empregadas para a garantia da lei e da ordem quando o governador declarasse que não tem os meios necessários para pôr termo a grave comprometimento da ordem pública, o que exigiria também a intervenção da União no Estado. PAULO M. GOMES LUSTOZA (Rio de Janeiro, RJ) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Fórum Digitalização tem inscrições gratuitas; veja como participar
Para discutir os ganhos de eficiência e produtividade gerados pelo aumento da conectividade no país, a Folha realiza, no dia 28 de setembro, o "Fórum Digitalização: Soluções para um Brasil mais Competitivo. O evento ocorrerá no Tucarena, em São Paulo, das 9h às 13h. Para assistir aos debates, gratuitos, é preciso se inscrever pelo telefone 0800-777-0360 ou pelo e-mail forumdigitalizacao@grupofolha.com. As vagas são limitadas. As discussões abordarão os resultados e possibilidades da digitalização em áreas como indústria, distribuição de energia e mobilidade. FÓRUM DIGITALIZAÇÃO: SOLUÇÕES PARA UM BRASIL MAIS COMPETITIVO QUANDO Segunda (28/09) HORÁRIO Das 9h às 13h VAGAS limitadas ONDE Tucarena (rua Monte Alegre, 1.024, Perdizes, São Paulo) INSCRIÇÕES 0800 777 0360 ou forumdigitalizacao@grupofolha.com
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Fórum Digitalização tem inscrições gratuitas; veja como participarPara discutir os ganhos de eficiência e produtividade gerados pelo aumento da conectividade no país, a Folha realiza, no dia 28 de setembro, o "Fórum Digitalização: Soluções para um Brasil mais Competitivo. O evento ocorrerá no Tucarena, em São Paulo, das 9h às 13h. Para assistir aos debates, gratuitos, é preciso se inscrever pelo telefone 0800-777-0360 ou pelo e-mail forumdigitalizacao@grupofolha.com. As vagas são limitadas. As discussões abordarão os resultados e possibilidades da digitalização em áreas como indústria, distribuição de energia e mobilidade. FÓRUM DIGITALIZAÇÃO: SOLUÇÕES PARA UM BRASIL MAIS COMPETITIVO QUANDO Segunda (28/09) HORÁRIO Das 9h às 13h VAGAS limitadas ONDE Tucarena (rua Monte Alegre, 1.024, Perdizes, São Paulo) INSCRIÇÕES 0800 777 0360 ou forumdigitalizacao@grupofolha.com
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Futebol, instrumento da paz
Em tempos de escalada do terrorismo pelo mundo, os Jogos Olímpicos, em boa hora, reafirmam valores subvertidos pelo medo, pela ignorância e pela violência. Intolerância cultural, religiosa, sexual ou desvios na política apenas alimentam essa perversão. Se Rio 2016 puder deixar um grande legado, para nós e para o mundo, que seja a fé de que ainda há muitos caminhos para a humanidade marcados pela sustentabilidade, solidariedade, justiça e multiplicidade de encontros. Foi com esse espírito que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) organizou a Rodada da Paz, um encontro histórico realizado no dia 7 de agosto. Antes de a bola rolar no jogo entre Palmeiras e Vitória, no Allianz Parque, em São Paulo, 22 crianças e adolescentes israelenses e palestinos, vindos de zonas de conflito no Oriente Médio, formaram dois times e disputaram uma partida. O evento contou com apoio da Federação Paulista de Futebol, dos clubes Sociedade Esportiva Palmeiras e Esporte Clube Vitória, da ONG Organização Caminho de Abraão. Crianças dos clubes Hebraica, Círculo Macabi, Clube Atlético Monte Líbano, Esporte Clube Sírio e Esporte Clube Pinheiros também participaram. O jogo foi um belo exemplo de vitalidade, alegria, respeito às regras e aos adversários. Mesmo quem pouco acompanha o noticiário faz ideia do significado desse encontro: a possibilidade de romper o círculo vicioso de ódio e intolerância que marca a relação dos dois povos, geração após geração. Sabemos que o futebol é capaz de interromper conflitos. Já o fez na Primeira Guerra Mundial, quando alemães e britânicos saíram das trincheiras para jogar bola, episódio conhecido como a Trégua de Natal. Também no Zaire e no Haiti a guerra civil cessou durante jogos. E se pudéssemos, além de criar momentos de paz em meio ao conflito, fazer da exceção a regra? E se a paz fosse constante, e o jogo limpo também acontecesse entre os povos? A aproximação de crianças e adolescentes em campo representou um gol para aqueles que acreditam no esporte como base para novos caminhos humanitários. Dentre os envolvidos, gostaria de destacar Gabriel Holzhacker, que está na ponta do projeto, realizando-o cotidianamente em zonas de conflitos, aproximando, pela força do futebol, povos de diferentes religiões e culturas. Ele dirige a ONG Gol da Igualdade e vive no Oriente Médio desde 1999. Como Mahatma Gandhi ensinou, para mudarmos o mundo temos que rejeitar toda e qualquer violência, resolver os conflitos com base no diálogo e em valores tradicionais, como justiça, liberdade, equidade, solidariedade, compreensão e afetividade. O futebol brasileiro, marca de um povo pacífico, é um exemplo de como a mistura e a multiplicidade de cores e credos são possíveis. Após o sucesso dessa Rodada da Paz, por que não aproximar Coreia do Norte e Coreia do Sul por meio do futebol? Temos muito a colaborar e a construir em tempos de terror, mas antes é preciso rejeitar o rótulo de vira-lata e aceitar que nossa cultura também pode indicar caminhos para o resto do mundo. ALEXANDRE SADDY CHADE, 46, empresário, é presidente da ONG Caminho de Abraão, que promove atividades de integração entre árabes e israelenses SUHEIL YAMOUT, 62, empresário libanês, é presidente do Instituto Futuro, que congrega líderes muçulmanos em missões pela paz WALTER FELDMAN, 62, médico, é secretário-geral da CBF - Confederação Brasileira de Futebol. Foi vereador, deputado estadual e federal por São Paulo Chamada - Rio 2016 PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Futebol, instrumento da pazEm tempos de escalada do terrorismo pelo mundo, os Jogos Olímpicos, em boa hora, reafirmam valores subvertidos pelo medo, pela ignorância e pela violência. Intolerância cultural, religiosa, sexual ou desvios na política apenas alimentam essa perversão. Se Rio 2016 puder deixar um grande legado, para nós e para o mundo, que seja a fé de que ainda há muitos caminhos para a humanidade marcados pela sustentabilidade, solidariedade, justiça e multiplicidade de encontros. Foi com esse espírito que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) organizou a Rodada da Paz, um encontro histórico realizado no dia 7 de agosto. Antes de a bola rolar no jogo entre Palmeiras e Vitória, no Allianz Parque, em São Paulo, 22 crianças e adolescentes israelenses e palestinos, vindos de zonas de conflito no Oriente Médio, formaram dois times e disputaram uma partida. O evento contou com apoio da Federação Paulista de Futebol, dos clubes Sociedade Esportiva Palmeiras e Esporte Clube Vitória, da ONG Organização Caminho de Abraão. Crianças dos clubes Hebraica, Círculo Macabi, Clube Atlético Monte Líbano, Esporte Clube Sírio e Esporte Clube Pinheiros também participaram. O jogo foi um belo exemplo de vitalidade, alegria, respeito às regras e aos adversários. Mesmo quem pouco acompanha o noticiário faz ideia do significado desse encontro: a possibilidade de romper o círculo vicioso de ódio e intolerância que marca a relação dos dois povos, geração após geração. Sabemos que o futebol é capaz de interromper conflitos. Já o fez na Primeira Guerra Mundial, quando alemães e britânicos saíram das trincheiras para jogar bola, episódio conhecido como a Trégua de Natal. Também no Zaire e no Haiti a guerra civil cessou durante jogos. E se pudéssemos, além de criar momentos de paz em meio ao conflito, fazer da exceção a regra? E se a paz fosse constante, e o jogo limpo também acontecesse entre os povos? A aproximação de crianças e adolescentes em campo representou um gol para aqueles que acreditam no esporte como base para novos caminhos humanitários. Dentre os envolvidos, gostaria de destacar Gabriel Holzhacker, que está na ponta do projeto, realizando-o cotidianamente em zonas de conflitos, aproximando, pela força do futebol, povos de diferentes religiões e culturas. Ele dirige a ONG Gol da Igualdade e vive no Oriente Médio desde 1999. Como Mahatma Gandhi ensinou, para mudarmos o mundo temos que rejeitar toda e qualquer violência, resolver os conflitos com base no diálogo e em valores tradicionais, como justiça, liberdade, equidade, solidariedade, compreensão e afetividade. O futebol brasileiro, marca de um povo pacífico, é um exemplo de como a mistura e a multiplicidade de cores e credos são possíveis. Após o sucesso dessa Rodada da Paz, por que não aproximar Coreia do Norte e Coreia do Sul por meio do futebol? Temos muito a colaborar e a construir em tempos de terror, mas antes é preciso rejeitar o rótulo de vira-lata e aceitar que nossa cultura também pode indicar caminhos para o resto do mundo. ALEXANDRE SADDY CHADE, 46, empresário, é presidente da ONG Caminho de Abraão, que promove atividades de integração entre árabes e israelenses SUHEIL YAMOUT, 62, empresário libanês, é presidente do Instituto Futuro, que congrega líderes muçulmanos em missões pela paz WALTER FELDMAN, 62, médico, é secretário-geral da CBF - Confederação Brasileira de Futebol. Foi vereador, deputado estadual e federal por São Paulo Chamada - Rio 2016 PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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'Fiz falta', afirma Rodrigo Pessoa sobre quinto lugar do Brasil no hipismo
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE ENVIADO ESPECIAL AO RIO Rodrigo Pessoa afirmou nesta quarta (17) em Deodoro, no Rio, que fez falta ao time brasileiro de hipismo. "Tenho que dizer, fiz falta. Claro que fiz falta", afirmou o campeão olímpico, que pouco antes dos Jogos do Rio foi preterido pela comissão técnica do hipismo brasileiro. Pessoa foi colocado na reserva pelo americano George Morris. Depois disso, pediu dispensa da equipe. Único campeão olímpico brasileiro no hipismo, ele só participaria da Rio-2016 caso algum cavaleiro brasileiro do salto deixasse de participar. O Brasil terminou a competição por equipes em quinto lugar na disputa por equipes, apesar de ter começado a competição na liderança. Trabalhando como comentarista para um canal francês especializado em esporte, Pessoa vibrou bastante com a conquista do ouro pela França. "E os outros também", fez questão de frisar. "A disputa foi muito apertada, como esperado. O fato de a gente só ter três cavaleiros, numa competição dessa, sem poder ter descarte, complica muito", declarou Pessoa, sobre o fato de Stephan Barcha ter sido desqualificado por feridas em sua montaria provocada por esporas. "São potências mundiais, podendo descartar o pior resultado, é uma vantagem importante", completou. "Regra é regra, a confederação pode falar o que quiser, mas é a mesma para todo mundo. Está em vigor há dois anos, cada fim de semana na Europa de competição tem alguém desclassificado. Não é intencional, é um acidente, mas acontece", disse o brasileiro. Pessoa afirma que faltou experiência para a equipe brasileira, que teria, segundo ele, errado na escolha por Barcha. "Como eu falei antes. Faltou experiência. Foi uma escolha, um risco que técnico quis tomar, infelizmente foi um desfalque grande para a equipe. Os outros três competidores foram muito bem, quatro pontos era nada, mas é a distância que ficamos da medalha. Estávamos em primeiro", declarou, retomando a discussão pública que manteve com o técnico americano, George Morris, que o preteriu em favor de Barcha. "As pessoas tomam decisões, elas têm que assumir a responsabilidade por elas. Eu assumo as minhas responsabilidades, já aconteceu comigo, eu assumi", disse, em sútil referência talvez a perda do ouro em Sydney-2000, quando sua montaria, Baloubet du Rouet refugou no percurso decisivo. "Tenho histórico, vinha fazendo uma preparação que iria ficar pronta no dia certo, nem antes nem depois", completou. VERGONHA Para o cavaleiro Álvaro de Miranda Neto, o Doda, 43, Rodrigo Pessoa teria passado "vergonha" se tivesse disputado a prova de salto na Olimpíada do Rio. "Com o cavalo que tinha, não tinha condições nem de chegar hoje nessa prova. Realmente, ele poderia fazer várias faltas, ele não tinha condição nenhuma", disse Doda. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
esporte
'Fiz falta', afirma Rodrigo Pessoa sobre quinto lugar do Brasil no hipismo JOSÉ HENRIQUE MARIANTE ENVIADO ESPECIAL AO RIO Rodrigo Pessoa afirmou nesta quarta (17) em Deodoro, no Rio, que fez falta ao time brasileiro de hipismo. "Tenho que dizer, fiz falta. Claro que fiz falta", afirmou o campeão olímpico, que pouco antes dos Jogos do Rio foi preterido pela comissão técnica do hipismo brasileiro. Pessoa foi colocado na reserva pelo americano George Morris. Depois disso, pediu dispensa da equipe. Único campeão olímpico brasileiro no hipismo, ele só participaria da Rio-2016 caso algum cavaleiro brasileiro do salto deixasse de participar. O Brasil terminou a competição por equipes em quinto lugar na disputa por equipes, apesar de ter começado a competição na liderança. Trabalhando como comentarista para um canal francês especializado em esporte, Pessoa vibrou bastante com a conquista do ouro pela França. "E os outros também", fez questão de frisar. "A disputa foi muito apertada, como esperado. O fato de a gente só ter três cavaleiros, numa competição dessa, sem poder ter descarte, complica muito", declarou Pessoa, sobre o fato de Stephan Barcha ter sido desqualificado por feridas em sua montaria provocada por esporas. "São potências mundiais, podendo descartar o pior resultado, é uma vantagem importante", completou. "Regra é regra, a confederação pode falar o que quiser, mas é a mesma para todo mundo. Está em vigor há dois anos, cada fim de semana na Europa de competição tem alguém desclassificado. Não é intencional, é um acidente, mas acontece", disse o brasileiro. Pessoa afirma que faltou experiência para a equipe brasileira, que teria, segundo ele, errado na escolha por Barcha. "Como eu falei antes. Faltou experiência. Foi uma escolha, um risco que técnico quis tomar, infelizmente foi um desfalque grande para a equipe. Os outros três competidores foram muito bem, quatro pontos era nada, mas é a distância que ficamos da medalha. Estávamos em primeiro", declarou, retomando a discussão pública que manteve com o técnico americano, George Morris, que o preteriu em favor de Barcha. "As pessoas tomam decisões, elas têm que assumir a responsabilidade por elas. Eu assumo as minhas responsabilidades, já aconteceu comigo, eu assumi", disse, em sútil referência talvez a perda do ouro em Sydney-2000, quando sua montaria, Baloubet du Rouet refugou no percurso decisivo. "Tenho histórico, vinha fazendo uma preparação que iria ficar pronta no dia certo, nem antes nem depois", completou. VERGONHA Para o cavaleiro Álvaro de Miranda Neto, o Doda, 43, Rodrigo Pessoa teria passado "vergonha" se tivesse disputado a prova de salto na Olimpíada do Rio. "Com o cavalo que tinha, não tinha condições nem de chegar hoje nessa prova. Realmente, ele poderia fazer várias faltas, ele não tinha condição nenhuma", disse Doda. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
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Quando o encontro com Jesus melhorou o humor dos atletas búlgaros
No Rio, encontro com Cristo melhora humor de atletas MARILIZ PEREIRA JORGE COLUNISTA DA FOLHA Era para ser um passeio divertido, e uma pausa antes das competições, a um dos pontos turísticos mais cobiçados do Rio de Janeiro. O dia estava lindo e os turistas vinham de um lugar distante. Mas assim que a reportagem da Folha entrou na van que levaria um grupo de atletas búlgaros ao Cristo Redentor, o tempo fechou. "Vocês são da imprensa? Queria que escrevessem no jornal que levaram meus dois celulares do meu quarto na Vila Olímpica. Um iPhone 6 e um Samsung da Olimpíada (versão comemorativa)", disse num tom nada amistoso o atleta de luta greco-romana Nikolai Bairiakov. O lutador contou que em três dias sumiram três celulares e um tablet. Não foram os únicos a terem tido problemas. "No alojamento dos alemães levaram celulares, relógios e até uniformes. A Austrália também foi vítima. Reclamei com a segurança, com a chefia da segurança, e tudo que ouço é 'sinto muito, sinto muito'. 'Sinto muito' não resolve meu problema", disse, bastante contrariado. A reportagem da Folha, pega de surpresa com o climão pesado, na tentativa de amenizar o desconforto, fala que sente muito pela má experiência dos visitantes. No que recebe um olhar de desdém de Bairiakov. OK, já entendemos, "sinto muito" não adianta. O episódio foi notícia na imprensa búlgara, conta Bairiakov, enquanto mostra um site do país. Não era possível entender o que estava escrito, mas a foto do atleta esta lá. "Não é pelo dinheiro, mas eu sou esportista, quero me concentrar bem, descansar e me sentir seguro", continuou o atleta. Quem sabe um pouco sobre os pontos turísticos! Aquela é a Pedra da Gávea, vocês podem subir até o topo, escalando ou fazendo caminhadas. Opa, surgiram traços de interesses. "É bonito, bem diferente da paisagem do nosso país", disse Bairiakov, quase um porta-voz do grupo, com poucos integrantes que se comunicavam em inglês. O caminho feito pela van passa pelo Alto da Boa Vista e, lá em cima, a primeira parada é num mirante que mostra beleza deslumbrante da cidade. Quando a van estaciona, os atletas quase saem correndo e começam a fazer fotos. Bairiakov cutuca: "se eu tivesse meu celular agora." Os atletas se animam, abrem os braços, mudam de lugar na procura do melhor ângulo. O motorista chama todos para seguir viagem. E agora há uma competição pela melhor vista da janela. Os clima pesado dá lugar à expectativa à medida que o Cristo Redentor. Chegando ao destino, começa uma caça os búlgaros que desaparecem no meio da multidão que lota o ponto turístico. O dia é lindo, o céu azul, apenas uma brisa refresca a tarde do inverno carioca, o Rio de Janeiro pode ser visto em sua imensidão de prédios, montanhas e mar. "É uma vista criativa, muito bonita, exótica", disse Bairiakov. Há uma profusão de atletas de vários países, tentando driblar os fãs e fazer suas próprias fotos. Os búlgaros seguem a cartilha do turista à procura do melhor ângulo para a foto com o Cristo. Deitam no chão, abrem os braços, fazem fileira na escadaria. Pela primeira vez Bairiakov sorri. "Estou emocionado, como cristão era um sonho estar num lugar como esse. Nessa hora a gente esquece todos os aborrecimentos", disse. O que mais você tem vontade de conhecer na cidade? "O pão de Açúcar e Copacabana, claro. Quando eu pegar a medalha no dia 15, assim espero, no dia seguinte quero celebrar em Copacabana. Uma grande e exótica festa", diz um Bairiakov mais animado. Antes de ir embora, uma parada na lojinha de lembranças. Mais fãs, mais fotos. Elis Guri, outro búlgaro do grupo, atende as pessoas com paciência, um dia de super star em território brasileiro. "Não é todo dia que temos pessoas nos procurando, querendo tirar fotos", disse. Contou também que nos primeiro dias não se sentiu muito seguro na cidade, mas agora não quer mais ir embora. Você é famoso em seu país, eu quis saber? Ele sorri, mas é Bairiakov quem entrega. "Campeão Mundial em 2011, de luta greco-romana. Vai lutar por medalha!" Dessa vez sou eu quem pede uma foto. Não é todo dia que se passeia por aí com um possível medalhista. O que fica do passeio é o que já sabemos. O Rio tem muito problemas, como a maioria das grandes cidades, e os atletas têm sentido em maior ou menor grau alguns deles. O que salva é a beleza e seus encantos, suas atrações turísticas impressionantes, a interação com o povo, experiências positivas que os atletas vão levar para casa. Procurada pela reportagem, a Rio-2016 informa que aumentaram a segurança e a quantidade de rondas em toda a Vila Olímpica. Afirmam que há câmeras de segurança espalhadas pelos alojamentos, mas não souberam dizer por que as imagens não foram usadas para resolver essa reclamação.
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Quando o encontro com Jesus melhorou o humor dos atletas búlgaros No Rio, encontro com Cristo melhora humor de atletas MARILIZ PEREIRA JORGE COLUNISTA DA FOLHA Era para ser um passeio divertido, e uma pausa antes das competições, a um dos pontos turísticos mais cobiçados do Rio de Janeiro. O dia estava lindo e os turistas vinham de um lugar distante. Mas assim que a reportagem da Folha entrou na van que levaria um grupo de atletas búlgaros ao Cristo Redentor, o tempo fechou. "Vocês são da imprensa? Queria que escrevessem no jornal que levaram meus dois celulares do meu quarto na Vila Olímpica. Um iPhone 6 e um Samsung da Olimpíada (versão comemorativa)", disse num tom nada amistoso o atleta de luta greco-romana Nikolai Bairiakov. O lutador contou que em três dias sumiram três celulares e um tablet. Não foram os únicos a terem tido problemas. "No alojamento dos alemães levaram celulares, relógios e até uniformes. A Austrália também foi vítima. Reclamei com a segurança, com a chefia da segurança, e tudo que ouço é 'sinto muito, sinto muito'. 'Sinto muito' não resolve meu problema", disse, bastante contrariado. A reportagem da Folha, pega de surpresa com o climão pesado, na tentativa de amenizar o desconforto, fala que sente muito pela má experiência dos visitantes. No que recebe um olhar de desdém de Bairiakov. OK, já entendemos, "sinto muito" não adianta. O episódio foi notícia na imprensa búlgara, conta Bairiakov, enquanto mostra um site do país. Não era possível entender o que estava escrito, mas a foto do atleta esta lá. "Não é pelo dinheiro, mas eu sou esportista, quero me concentrar bem, descansar e me sentir seguro", continuou o atleta. Quem sabe um pouco sobre os pontos turísticos! Aquela é a Pedra da Gávea, vocês podem subir até o topo, escalando ou fazendo caminhadas. Opa, surgiram traços de interesses. "É bonito, bem diferente da paisagem do nosso país", disse Bairiakov, quase um porta-voz do grupo, com poucos integrantes que se comunicavam em inglês. O caminho feito pela van passa pelo Alto da Boa Vista e, lá em cima, a primeira parada é num mirante que mostra beleza deslumbrante da cidade. Quando a van estaciona, os atletas quase saem correndo e começam a fazer fotos. Bairiakov cutuca: "se eu tivesse meu celular agora." Os atletas se animam, abrem os braços, mudam de lugar na procura do melhor ângulo. O motorista chama todos para seguir viagem. E agora há uma competição pela melhor vista da janela. Os clima pesado dá lugar à expectativa à medida que o Cristo Redentor. Chegando ao destino, começa uma caça os búlgaros que desaparecem no meio da multidão que lota o ponto turístico. O dia é lindo, o céu azul, apenas uma brisa refresca a tarde do inverno carioca, o Rio de Janeiro pode ser visto em sua imensidão de prédios, montanhas e mar. "É uma vista criativa, muito bonita, exótica", disse Bairiakov. Há uma profusão de atletas de vários países, tentando driblar os fãs e fazer suas próprias fotos. Os búlgaros seguem a cartilha do turista à procura do melhor ângulo para a foto com o Cristo. Deitam no chão, abrem os braços, fazem fileira na escadaria. Pela primeira vez Bairiakov sorri. "Estou emocionado, como cristão era um sonho estar num lugar como esse. Nessa hora a gente esquece todos os aborrecimentos", disse. O que mais você tem vontade de conhecer na cidade? "O pão de Açúcar e Copacabana, claro. Quando eu pegar a medalha no dia 15, assim espero, no dia seguinte quero celebrar em Copacabana. Uma grande e exótica festa", diz um Bairiakov mais animado. Antes de ir embora, uma parada na lojinha de lembranças. Mais fãs, mais fotos. Elis Guri, outro búlgaro do grupo, atende as pessoas com paciência, um dia de super star em território brasileiro. "Não é todo dia que temos pessoas nos procurando, querendo tirar fotos", disse. Contou também que nos primeiro dias não se sentiu muito seguro na cidade, mas agora não quer mais ir embora. Você é famoso em seu país, eu quis saber? Ele sorri, mas é Bairiakov quem entrega. "Campeão Mundial em 2011, de luta greco-romana. Vai lutar por medalha!" Dessa vez sou eu quem pede uma foto. Não é todo dia que se passeia por aí com um possível medalhista. O que fica do passeio é o que já sabemos. O Rio tem muito problemas, como a maioria das grandes cidades, e os atletas têm sentido em maior ou menor grau alguns deles. O que salva é a beleza e seus encantos, suas atrações turísticas impressionantes, a interação com o povo, experiências positivas que os atletas vão levar para casa. Procurada pela reportagem, a Rio-2016 informa que aumentaram a segurança e a quantidade de rondas em toda a Vila Olímpica. Afirmam que há câmeras de segurança espalhadas pelos alojamentos, mas não souberam dizer por que as imagens não foram usadas para resolver essa reclamação.
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Crise abre via expressa para o PSDB
Desde o final de 2015, a perspectiva de tomada do poder pelo PMDB carregava em si o ideário pessedebista, evidenciado no documento "Uma ponte para o futuro". Depois, à medida que o impeachment se aproximou, firmou-se pacto implícito, entre os dois partidos, de passagem efetiva do bastão em 2018. Mas, com o recrudescimento da Lava Jato, que atinge em série os homens do presidente, parece que Michel Temer precisará entregar de imediato o osso. A queda do ex-deputado José Yunes, na quarta (14), configurou a quinta baixa no núcleo central pouco numeroso da presidência Temer. Antes do primeiro-amigo, já tinham caído Romero Jucá e Henrique Alves, defenestrados ainda na interinidade temerista, Eduardo Cunha, preso há dois meses em Curitiba, e Geddel Vieira Lima, soterrado nas obras do edifício La Vue. Restaram Moreira Franco, secretário-executivo de Investimentos, e Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, ambos devidamente listados nas delações em curso. O movimento de substituição de peemedebistas por emplumados de bico longo ficou claro com a perspectiva de colocar o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) na Secretaria de Governo, antes ocupada por Geddel, apesar de ele, Imbassahy, estar incluído no rol de beneficiários da Odebrecht. Também o zum-zum-zum de que o tucanato quer ganhar o Planejamento, dirigido por um interino desde a saída de Jucá, mostra o grau de compromisso do PSDB com a atual gestão, em detrimento dos interesses do governador Geraldo Alckmin, único vitorioso nas eleições municipais de outubro e, por isso, desejoso de se afastar do barco federal adernado. Contra a perspectiva alckmista, Aécio Neves e José Serra firmaram acordo para permanecer na embarcação temerária e controlar o partido. "O país precisa que esse governo dê certo. Para isso, precisa ter o PSDB unido", escreveu em nota o chanceler Serra, ao comemorar a prorrogação do mandato de Aécio à frente da agremiação na quinta (15). O problema é saber até que ponto o próprio PSDB sairá vivo do dilúvio odebrechtiano. Dos principais caciques pessedebistas em cena, apenas Fernando Henrique Cardoso, não por acaso fora da competição política direta desde 1998, está ausente das listas malditas. Porém como o PSDB tem uma quantidade de quadros bastante superior ao plantel do PMDB (nomes como Tasso Jereissati, Armínio Fraga e Pedro Malan seguem a salvo da enxurrada), é possível que sobre alguém para dirigir o país. Outra dúvida é se Temer, acusado diretamente nas colaborações premiadas, continuará viável como biombo do plano pessedebista. Daí o aquecimento de FHC para uma eleição em 2017, embora com a idade a lhe pesar nas costas. Quem viver, verá.
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Crise abre via expressa para o PSDBDesde o final de 2015, a perspectiva de tomada do poder pelo PMDB carregava em si o ideário pessedebista, evidenciado no documento "Uma ponte para o futuro". Depois, à medida que o impeachment se aproximou, firmou-se pacto implícito, entre os dois partidos, de passagem efetiva do bastão em 2018. Mas, com o recrudescimento da Lava Jato, que atinge em série os homens do presidente, parece que Michel Temer precisará entregar de imediato o osso. A queda do ex-deputado José Yunes, na quarta (14), configurou a quinta baixa no núcleo central pouco numeroso da presidência Temer. Antes do primeiro-amigo, já tinham caído Romero Jucá e Henrique Alves, defenestrados ainda na interinidade temerista, Eduardo Cunha, preso há dois meses em Curitiba, e Geddel Vieira Lima, soterrado nas obras do edifício La Vue. Restaram Moreira Franco, secretário-executivo de Investimentos, e Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, ambos devidamente listados nas delações em curso. O movimento de substituição de peemedebistas por emplumados de bico longo ficou claro com a perspectiva de colocar o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) na Secretaria de Governo, antes ocupada por Geddel, apesar de ele, Imbassahy, estar incluído no rol de beneficiários da Odebrecht. Também o zum-zum-zum de que o tucanato quer ganhar o Planejamento, dirigido por um interino desde a saída de Jucá, mostra o grau de compromisso do PSDB com a atual gestão, em detrimento dos interesses do governador Geraldo Alckmin, único vitorioso nas eleições municipais de outubro e, por isso, desejoso de se afastar do barco federal adernado. Contra a perspectiva alckmista, Aécio Neves e José Serra firmaram acordo para permanecer na embarcação temerária e controlar o partido. "O país precisa que esse governo dê certo. Para isso, precisa ter o PSDB unido", escreveu em nota o chanceler Serra, ao comemorar a prorrogação do mandato de Aécio à frente da agremiação na quinta (15). O problema é saber até que ponto o próprio PSDB sairá vivo do dilúvio odebrechtiano. Dos principais caciques pessedebistas em cena, apenas Fernando Henrique Cardoso, não por acaso fora da competição política direta desde 1998, está ausente das listas malditas. Porém como o PSDB tem uma quantidade de quadros bastante superior ao plantel do PMDB (nomes como Tasso Jereissati, Armínio Fraga e Pedro Malan seguem a salvo da enxurrada), é possível que sobre alguém para dirigir o país. Outra dúvida é se Temer, acusado diretamente nas colaborações premiadas, continuará viável como biombo do plano pessedebista. Daí o aquecimento de FHC para uma eleição em 2017, embora com a idade a lhe pesar nas costas. Quem viver, verá.
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Detenção de adolescentes brasileiras nos EUA gera debate; veja como evitar
Quando Anna Stéfane Radeck, 17, desceu do avião em Detroit (Michigan), nem imaginou que pudesse ser proibida de entrar nos EUA. A adolescente, que fazia escala na cidade antes de visitar a tia em Orlando, havia preparado toda a papelada antes de embarcar e viajava com um visto de turista. Após ser entrevistada por agentes da imigração americana, porém, foi levada a uma sala separada, onde esperou por mais de dez horas, e, dali, foi direto a um abrigo para menores em Chicago. Só foi liberada 20 dias depois, em 1º de setembro. Nos últimos meses, casos como o dela, de adolescentes brasileiras que viajavam sozinhas e acabaram detidas, geraram discussões sobre a abordagem dos americanos. A advogada de imigração Raquel Bicudo Gross, que defendeu Anna Stéfane, diz que elas não foram detidas por estarem desacompanhadas, como se divulgou na ocasião. "Foram detidas porque desconfiaram que elas ficariam com o visto errado ou que eram vítimas do tráfico de menores, por exemplo." De acordo com especialistas, o governo americano tem total poder para decidir quando, como e quem pode entrar em seu território. "Eles têm autonomia jurídica, não adianta o governo brasileiro intervir", explica o advogado internacional Maurício Ejchel. "E os critérios são subjetivos." Para evitar problemas, é recomendado levar o máximo de documentos que provem o intuito da viagem: reserva do hotel, ingresso da Disney, matrícula no curso de línguas etc. Entrar com um visto inadequado, nem pensar. "Muitos brasileiros acham que podem pegar o visto de turista e vir estudar, mas, mesmo com um visto válido por dez anos, podem ser barrados", diz Gross. BRASILEIROS NOS EUA - O momento mais crítico é a passagem pela imigração, assim que o viajante chega aos EUA –a pessoa fica nervosa e pode despertar suspeitas. Nessa hora, é preciso manter a calma e ser educado. "Os americanos têm uma forma de pensar diferente da nossa", diz Ejchel. "Por exemplo, se há placas dizendo que não pode tirar fotos, você estará infringindo a lei se tirar." ABRIGOS Quando um adulto é proibido de entrar nos EUA, é colocado em um avião e volta diretamente ao Brasil. No caso de crianças e adolescentes, o processo é mais complexo. Convenção da ONU e a própria legislação dos EUA determinam que menores têm que ser tutelados pelo Estado antes de serem "devolvidos" ao país de origem. Por isso, vão para abrigos. As adolescentes criticam o tratamento recebido nesses locais. "A gente é tratado como imigrante ilegal", diz, chorando, Anna Beatriz Dutra, 18, que também acabou barrada ao tentar visitar uma amiga em Boston, em abril. Liliane Carvalho, mãe de Anna Stéfane, conta que a filha tomou dez vacinas e era pressionada para não falar mal do lugar nos telefonemas à família, limitados a 20 minutos por semana. Um representante da Embaixada dos EUA no Brasil afirma que "há regras que têm que ser seguidas" nos abrigos. "Mas procuramos sempre corrigir os problemas", diz. Os trâmites para tirar esses jovens dos EUA não seguem o mesmo caminho. "A pessoa pode ser liberada em dois dias ou pode precisar passar pela corte de Justiça [e sair após um mês]", diz Ejchel. De acordo com a Embaixada dos EUA no Brasil, são concedidos 900 mil vistos por ano e, "em mais de 98% dos casos, não há problemas". Em 2014, 2,4 milhões de brasileiros entraram nos EUA e 873 não foram admitidos, informa o Departamento de Segurança Nacional dos EUA. Mesmo com a baixa probabilidade de ter problemas, Anna Beatriz não quer voltar tão cedo. "Tenho medo de passar pelos EUA novamente. Um dia vou voltar, mas não agora." - Do visto à imigração, veja como evitar problemas e o que fazer caso algo dê errado PARA EVITAR TRANSTORNOS EM CASO DE DETENÇÃO - 1. Pedido Preencha eletronicamente o formulário DS-160 e imprima a confirmação. Ele é o pedido oficial de visto, portanto não pode conter erros, rasuras ou anotações à mão 2. Pagamento Crie uma conta no site de agendamento e pague a taxa (MRV) por boleto bancário ou cartão de crédito internacional –nesse caso, você pode continuar o processo 3. Agendamento No mesmo site (ou por telefone e Skype), agende uma data para comparecer ao Casv (Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto) e para a entrevista no consulado. Imprima a confirmação 4. Digitais e foto Compareça ao Casv para tirar fotos e colher impressões digitais. É preciso levar seu passaporte atual, passaportes antigos com visto, se houver, e as confirmações do DS-160 e do agendamento 5. Entrevista Vá ao consulado americano com os mesmos documentos que levou ao Casv, além de outros papéis originais que mostrem seus vínculos com o Brasil (veja em perguntas e respostas) 6. Entrega Se for aprovado, seu passaporte com o visto deve chegar em até dez dias úteis, por correio. Se você optou por buscá-lo no Casv, é preciso agendar a retirada. Ele é válido por dez anos * ENDEREÇOS EM SÃO PAULO Casv Vila Mariana Av. José Maria Whitaker, 370 - Vila Mariana Casv Pinheiros Av. São Gualter, 308 (Gualter Building) - Alto de Pinheiros Consulado Americano R. Henri Dunant, 500, Chácara Santo Antônio - 1. O que é um visto? Um documento emitido por um país que permite que um indivíduo entre naquele território por um certo período e para uma certa finalidade. Geralmente é um carimbo ou um papel anexado ao passaporte. PRINCIPAIS TIPOS DE VISTO - 2. Não tenho passaporte. Posso pedir o visto? Não. O passaporte será solicitado diversas vezes durante o processo, por isso, antes de qualquer coisa é preciso tirá-lo junto à Polícia Federal. 3. Meu passaporte vai expirar, mas meu visto ainda está válido. O que fazer? Até que seu visto seja renovado, será preciso viajar com dois passaportes: o novo e o antigo, com a página que contém o visto válido. 4. Não sei falar em inglês, terei problemas para tirar o visto? Na maioria das vezes, não. A página para preencher o formulário DS-160 oferece tradução automática. O site para agendamento, os serviços do Casv (Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto) e as entrevistas também são em português. Alguns links, porém, só existem em inglês. 5. Se eu fizer todo o processo, meu visto está garantido? Não. Há critérios para a autorização, mas quem determina se o visto será emitido é o Consulado Americano, que não é obrigado a justificar sua decisão. 6. Se eu conseguir o visto, minha entrada nos EUA está garantida? Também não. A decisão final só é dada no ponto de entrada pela autoridade de imigração. Todos os países têm a decisão soberana de aceitar ou proibir a entrada de estrangeiros em seu território. 7. Quantos consulados dos EUA existem no Brasil? Atualmente são quatro: em Brasília, São Paulo, Recife e Rio. Uma nova unidade será inaugurada em Porto Alegre em breve. Há também sete Casvs, que fazem o serviço de pré-atendimento: em Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, São Paulo (2), Recife e Rio. 8. A entrevista é obrigatória? Sim, exceto para pessoas de até 15 anos e a partir de 66 anos. Nesses casos, o consulado tem o direito de chamar o solicitante ou um responsável para uma conversa, mas isso é raro. Quem vai renovar o documento também não precisa passar por essa fase novamente. 9. Quais documentos posso levar à entrevista para comprovar que vivo no Brasil? Escritura de imóveis ou boleto de aluguel, contrato social da sua empresa, carteira de trabalho assinada, matrícula em faculdade, matrícula dos filhos na escola, declaração de imposto de renda, documento do carro ou moto, entre outros. 10. O que podem me perguntar na entrevista? É possível que lhe perguntem se você já foi para os EUA, o que pretende fazer por lá, onde irá se hospedar, o que faz no Brasil, quando pretende viajar e quanto tempo vai ficar etc. Normalmente a conversa não dura mais do que alguns minutos. 11. Como fazer uma autorização para meu filho, menor de idade, viajar sozinho? Imprima duas vias do modelo de autorização disponível no site Portal Consular, do Itamaraty, e as assine perante um notário ou tabelião. Cada viagem requer autorizações separadas, já que elas serão retidas pela Polícia Federal. Elas são válidas por até dois anos. Diferentemente do Brasil, os EUA não exigem uma autorização para que menores entrem ou saiam do país. Fontes: Ministério das Relações Exteriores, Embaixada dos EUA no Brasil e advogados internacionais
cotidiano
Detenção de adolescentes brasileiras nos EUA gera debate; veja como evitarQuando Anna Stéfane Radeck, 17, desceu do avião em Detroit (Michigan), nem imaginou que pudesse ser proibida de entrar nos EUA. A adolescente, que fazia escala na cidade antes de visitar a tia em Orlando, havia preparado toda a papelada antes de embarcar e viajava com um visto de turista. Após ser entrevistada por agentes da imigração americana, porém, foi levada a uma sala separada, onde esperou por mais de dez horas, e, dali, foi direto a um abrigo para menores em Chicago. Só foi liberada 20 dias depois, em 1º de setembro. Nos últimos meses, casos como o dela, de adolescentes brasileiras que viajavam sozinhas e acabaram detidas, geraram discussões sobre a abordagem dos americanos. A advogada de imigração Raquel Bicudo Gross, que defendeu Anna Stéfane, diz que elas não foram detidas por estarem desacompanhadas, como se divulgou na ocasião. "Foram detidas porque desconfiaram que elas ficariam com o visto errado ou que eram vítimas do tráfico de menores, por exemplo." De acordo com especialistas, o governo americano tem total poder para decidir quando, como e quem pode entrar em seu território. "Eles têm autonomia jurídica, não adianta o governo brasileiro intervir", explica o advogado internacional Maurício Ejchel. "E os critérios são subjetivos." Para evitar problemas, é recomendado levar o máximo de documentos que provem o intuito da viagem: reserva do hotel, ingresso da Disney, matrícula no curso de línguas etc. Entrar com um visto inadequado, nem pensar. "Muitos brasileiros acham que podem pegar o visto de turista e vir estudar, mas, mesmo com um visto válido por dez anos, podem ser barrados", diz Gross. BRASILEIROS NOS EUA - O momento mais crítico é a passagem pela imigração, assim que o viajante chega aos EUA –a pessoa fica nervosa e pode despertar suspeitas. Nessa hora, é preciso manter a calma e ser educado. "Os americanos têm uma forma de pensar diferente da nossa", diz Ejchel. "Por exemplo, se há placas dizendo que não pode tirar fotos, você estará infringindo a lei se tirar." ABRIGOS Quando um adulto é proibido de entrar nos EUA, é colocado em um avião e volta diretamente ao Brasil. No caso de crianças e adolescentes, o processo é mais complexo. Convenção da ONU e a própria legislação dos EUA determinam que menores têm que ser tutelados pelo Estado antes de serem "devolvidos" ao país de origem. Por isso, vão para abrigos. As adolescentes criticam o tratamento recebido nesses locais. "A gente é tratado como imigrante ilegal", diz, chorando, Anna Beatriz Dutra, 18, que também acabou barrada ao tentar visitar uma amiga em Boston, em abril. Liliane Carvalho, mãe de Anna Stéfane, conta que a filha tomou dez vacinas e era pressionada para não falar mal do lugar nos telefonemas à família, limitados a 20 minutos por semana. Um representante da Embaixada dos EUA no Brasil afirma que "há regras que têm que ser seguidas" nos abrigos. "Mas procuramos sempre corrigir os problemas", diz. Os trâmites para tirar esses jovens dos EUA não seguem o mesmo caminho. "A pessoa pode ser liberada em dois dias ou pode precisar passar pela corte de Justiça [e sair após um mês]", diz Ejchel. De acordo com a Embaixada dos EUA no Brasil, são concedidos 900 mil vistos por ano e, "em mais de 98% dos casos, não há problemas". Em 2014, 2,4 milhões de brasileiros entraram nos EUA e 873 não foram admitidos, informa o Departamento de Segurança Nacional dos EUA. Mesmo com a baixa probabilidade de ter problemas, Anna Beatriz não quer voltar tão cedo. "Tenho medo de passar pelos EUA novamente. Um dia vou voltar, mas não agora." - Do visto à imigração, veja como evitar problemas e o que fazer caso algo dê errado PARA EVITAR TRANSTORNOS EM CASO DE DETENÇÃO - 1. Pedido Preencha eletronicamente o formulário DS-160 e imprima a confirmação. Ele é o pedido oficial de visto, portanto não pode conter erros, rasuras ou anotações à mão 2. Pagamento Crie uma conta no site de agendamento e pague a taxa (MRV) por boleto bancário ou cartão de crédito internacional –nesse caso, você pode continuar o processo 3. Agendamento No mesmo site (ou por telefone e Skype), agende uma data para comparecer ao Casv (Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto) e para a entrevista no consulado. Imprima a confirmação 4. Digitais e foto Compareça ao Casv para tirar fotos e colher impressões digitais. É preciso levar seu passaporte atual, passaportes antigos com visto, se houver, e as confirmações do DS-160 e do agendamento 5. Entrevista Vá ao consulado americano com os mesmos documentos que levou ao Casv, além de outros papéis originais que mostrem seus vínculos com o Brasil (veja em perguntas e respostas) 6. Entrega Se for aprovado, seu passaporte com o visto deve chegar em até dez dias úteis, por correio. Se você optou por buscá-lo no Casv, é preciso agendar a retirada. Ele é válido por dez anos * ENDEREÇOS EM SÃO PAULO Casv Vila Mariana Av. José Maria Whitaker, 370 - Vila Mariana Casv Pinheiros Av. São Gualter, 308 (Gualter Building) - Alto de Pinheiros Consulado Americano R. Henri Dunant, 500, Chácara Santo Antônio - 1. O que é um visto? Um documento emitido por um país que permite que um indivíduo entre naquele território por um certo período e para uma certa finalidade. Geralmente é um carimbo ou um papel anexado ao passaporte. PRINCIPAIS TIPOS DE VISTO - 2. Não tenho passaporte. Posso pedir o visto? Não. O passaporte será solicitado diversas vezes durante o processo, por isso, antes de qualquer coisa é preciso tirá-lo junto à Polícia Federal. 3. Meu passaporte vai expirar, mas meu visto ainda está válido. O que fazer? Até que seu visto seja renovado, será preciso viajar com dois passaportes: o novo e o antigo, com a página que contém o visto válido. 4. Não sei falar em inglês, terei problemas para tirar o visto? Na maioria das vezes, não. A página para preencher o formulário DS-160 oferece tradução automática. O site para agendamento, os serviços do Casv (Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto) e as entrevistas também são em português. Alguns links, porém, só existem em inglês. 5. Se eu fizer todo o processo, meu visto está garantido? Não. Há critérios para a autorização, mas quem determina se o visto será emitido é o Consulado Americano, que não é obrigado a justificar sua decisão. 6. Se eu conseguir o visto, minha entrada nos EUA está garantida? Também não. A decisão final só é dada no ponto de entrada pela autoridade de imigração. Todos os países têm a decisão soberana de aceitar ou proibir a entrada de estrangeiros em seu território. 7. Quantos consulados dos EUA existem no Brasil? Atualmente são quatro: em Brasília, São Paulo, Recife e Rio. Uma nova unidade será inaugurada em Porto Alegre em breve. Há também sete Casvs, que fazem o serviço de pré-atendimento: em Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, São Paulo (2), Recife e Rio. 8. A entrevista é obrigatória? Sim, exceto para pessoas de até 15 anos e a partir de 66 anos. Nesses casos, o consulado tem o direito de chamar o solicitante ou um responsável para uma conversa, mas isso é raro. Quem vai renovar o documento também não precisa passar por essa fase novamente. 9. Quais documentos posso levar à entrevista para comprovar que vivo no Brasil? Escritura de imóveis ou boleto de aluguel, contrato social da sua empresa, carteira de trabalho assinada, matrícula em faculdade, matrícula dos filhos na escola, declaração de imposto de renda, documento do carro ou moto, entre outros. 10. O que podem me perguntar na entrevista? É possível que lhe perguntem se você já foi para os EUA, o que pretende fazer por lá, onde irá se hospedar, o que faz no Brasil, quando pretende viajar e quanto tempo vai ficar etc. Normalmente a conversa não dura mais do que alguns minutos. 11. Como fazer uma autorização para meu filho, menor de idade, viajar sozinho? Imprima duas vias do modelo de autorização disponível no site Portal Consular, do Itamaraty, e as assine perante um notário ou tabelião. Cada viagem requer autorizações separadas, já que elas serão retidas pela Polícia Federal. Elas são válidas por até dois anos. Diferentemente do Brasil, os EUA não exigem uma autorização para que menores entrem ou saiam do país. Fontes: Ministério das Relações Exteriores, Embaixada dos EUA no Brasil e advogados internacionais
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Bar de coquetelaria, The Juniper 44º terá ingredientes artesanais e apresentações lúdicas
MAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Abre as portas no final deste mês o bar The Juniper 44°, no Itaim Bibi. Apesar da menção ao ingrediente do gim (juniper, em inglês, é zimbro), não é um bar para este destilado. É um bar de coquetelaria. O mixologista Matheus Cunha (ex-Casa 92) é o responsável pelo balcão e está desenvolvendo seus ingredientes —a casa deve ter o próprio gim, perfumado e seco, e também uma tônica (serão, ao todo, sete opções). Entre as receitas de Cunha, o the life leva uísque, licor de cassis, creme de amora, suco de grapefruit e bitter caseiro de laranja. Ao ser servido, em um ninho de palha, um vapor de baunilha se espalha pela mesa. "Sentimos falta de um bar lúdico e não comercial. Vamos ter rituais de apresentação", diz José Roberto Machado, um dos sócios. A cozinha vai acompanhar o horário de funcionamento do bar servindo, por exemplo, canapés de polvo e guacamole em massa de pastel, com farofa de pancetta. O gasto médio da nova casa deve ser de R$ 150 —o preço do gim-tônica vai variar entre R$ 22 e R$ 60. The Juniper 44º. R. Doutor Renato Paes de Barros, 123, Itaim Bibi
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Bar de coquetelaria, The Juniper 44º terá ingredientes artesanais e apresentações lúdicasMAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Abre as portas no final deste mês o bar The Juniper 44°, no Itaim Bibi. Apesar da menção ao ingrediente do gim (juniper, em inglês, é zimbro), não é um bar para este destilado. É um bar de coquetelaria. O mixologista Matheus Cunha (ex-Casa 92) é o responsável pelo balcão e está desenvolvendo seus ingredientes —a casa deve ter o próprio gim, perfumado e seco, e também uma tônica (serão, ao todo, sete opções). Entre as receitas de Cunha, o the life leva uísque, licor de cassis, creme de amora, suco de grapefruit e bitter caseiro de laranja. Ao ser servido, em um ninho de palha, um vapor de baunilha se espalha pela mesa. "Sentimos falta de um bar lúdico e não comercial. Vamos ter rituais de apresentação", diz José Roberto Machado, um dos sócios. A cozinha vai acompanhar o horário de funcionamento do bar servindo, por exemplo, canapés de polvo e guacamole em massa de pastel, com farofa de pancetta. O gasto médio da nova casa deve ser de R$ 150 —o preço do gim-tônica vai variar entre R$ 22 e R$ 60. The Juniper 44º. R. Doutor Renato Paes de Barros, 123, Itaim Bibi
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RN e capitais decretam situação de emergência por microcefalia
O governo do Rio Grande do Norte e os prefeitos das capitais Aracaju (SE) e Vitória (ES) decretaram situação de emergência diante do avanço dos casos de microcefalia, associado ao vírus zika, e de dengue e chikungunya. A medida de urgência, que já havia sido tomada pelos governos de Pernambuco e Sergipe, permite dispensa de licitação para compra de materiais de combate à proliferação das doenças, além do remanejamento de funcionários de outras pastas para a área da saúde. O surto de microcefalia, doença que causa má-formação do cérebro de recém-nascidos, concentra-se principalmente no Nordeste. Dos 1.248 casos suspeitos neste ano no país, 1.219 são de Estados nordestinos. No ano passado, foram apenas 147. Infográfico: Entenda a microcefalia O Ministério da Saúde confirmou que há relação entre o surto de microcefalia e o vírus zika, que, assim como no caso da dengue e da chikungunya, é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Pernambuco lidera o registro de casos suspeitos de microcefalia, com 646 notificações, seguido da Paraíba, com 248 registros. No Rio Grande do Norte, terceiro Estado com maior número de notificações (79), o decreto de emergência está entre as medidas tomadas pelo governador Robinson Farias (PSD). Ele pretende solicitar uma audiência com a presidente Dilma Rousseff para discutir a questão especificamente com governadores nordestinos. Em Aracaju, que decretou situação de emergência também nesta quarta, a prefeitura prevê aplicar todos os dias o "fumacê" como uma das principais ações de combate ao mosquito adulto. E há previsão de multas, com valor inicial de R$ 100 e aumento gradativo, nos casos em que um mesmo imóvel for flagrado com criadouros do Aedes repetidas vezes. A Prefeitura de Vitória também decidiu decretar situação de emergência, mesmo com o Espírito Santo fora do mapa de locais com surto de microcefalia. A capital capixaba notificou 169 registros do vírus zika e está monitorando seis gestantes pela rede municipal. A cidade já ultrapassou o número de casos de dengue do ano passado –3.599 notificações neste ano, ante 3.449 no ano anterior. O combate ao Aedes em Vitória deve envolver soldados do Exército juntamente com as equipes de saúde. PLANO NACIONAL O Ministério da Saúde irá lançar nos próximos dias um plano nacional de enfrentamento dos casos de microcefalia, com medidas de combate ao mosquito transmissor do vírus zika e ações de acompanhamento em saúde. A equipe técnica da pasta está fazendo os últimos ajustes no documento. A expectativa inicial é que o plano seja finalizado já nesta quinta-feira (2). Para o ministro da Saúde, Marcelo Castro, a situação aumentou o alerta em relação ao vírus. "O zika é o terror do momento. Não são números, são vidas e dramas humanos", disse, em referência aos casos de microcefalia em bebês. "São casos fora do normal e do esperado epidemiologicamente." Segundo ele, o país deve reforçar a campanha para combate ao mosquito vetor como forma de impedir que gestantes sejam infectadas por zika. "Todas as tecnologias [extras hoje pesquisadas] são para o futuro. Para o presente, temos agora somente os meios tradicionais", afirmou. Veja vídeo
cotidiano
RN e capitais decretam situação de emergência por microcefaliaO governo do Rio Grande do Norte e os prefeitos das capitais Aracaju (SE) e Vitória (ES) decretaram situação de emergência diante do avanço dos casos de microcefalia, associado ao vírus zika, e de dengue e chikungunya. A medida de urgência, que já havia sido tomada pelos governos de Pernambuco e Sergipe, permite dispensa de licitação para compra de materiais de combate à proliferação das doenças, além do remanejamento de funcionários de outras pastas para a área da saúde. O surto de microcefalia, doença que causa má-formação do cérebro de recém-nascidos, concentra-se principalmente no Nordeste. Dos 1.248 casos suspeitos neste ano no país, 1.219 são de Estados nordestinos. No ano passado, foram apenas 147. Infográfico: Entenda a microcefalia O Ministério da Saúde confirmou que há relação entre o surto de microcefalia e o vírus zika, que, assim como no caso da dengue e da chikungunya, é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Pernambuco lidera o registro de casos suspeitos de microcefalia, com 646 notificações, seguido da Paraíba, com 248 registros. No Rio Grande do Norte, terceiro Estado com maior número de notificações (79), o decreto de emergência está entre as medidas tomadas pelo governador Robinson Farias (PSD). Ele pretende solicitar uma audiência com a presidente Dilma Rousseff para discutir a questão especificamente com governadores nordestinos. Em Aracaju, que decretou situação de emergência também nesta quarta, a prefeitura prevê aplicar todos os dias o "fumacê" como uma das principais ações de combate ao mosquito adulto. E há previsão de multas, com valor inicial de R$ 100 e aumento gradativo, nos casos em que um mesmo imóvel for flagrado com criadouros do Aedes repetidas vezes. A Prefeitura de Vitória também decidiu decretar situação de emergência, mesmo com o Espírito Santo fora do mapa de locais com surto de microcefalia. A capital capixaba notificou 169 registros do vírus zika e está monitorando seis gestantes pela rede municipal. A cidade já ultrapassou o número de casos de dengue do ano passado –3.599 notificações neste ano, ante 3.449 no ano anterior. O combate ao Aedes em Vitória deve envolver soldados do Exército juntamente com as equipes de saúde. PLANO NACIONAL O Ministério da Saúde irá lançar nos próximos dias um plano nacional de enfrentamento dos casos de microcefalia, com medidas de combate ao mosquito transmissor do vírus zika e ações de acompanhamento em saúde. A equipe técnica da pasta está fazendo os últimos ajustes no documento. A expectativa inicial é que o plano seja finalizado já nesta quinta-feira (2). Para o ministro da Saúde, Marcelo Castro, a situação aumentou o alerta em relação ao vírus. "O zika é o terror do momento. Não são números, são vidas e dramas humanos", disse, em referência aos casos de microcefalia em bebês. "São casos fora do normal e do esperado epidemiologicamente." Segundo ele, o país deve reforçar a campanha para combate ao mosquito vetor como forma de impedir que gestantes sejam infectadas por zika. "Todas as tecnologias [extras hoje pesquisadas] são para o futuro. Para o presente, temos agora somente os meios tradicionais", afirmou. Veja vídeo
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O pequeno vilarejo romeno que ficou famoso porque Snoop Dogg nunca esteve lá
Alguns dias atrás, Snoop Dogg, que está passando com sua turnê por Bogotá, Colômbia, postou uma foto no Instagram e, por engano, na hora de taguear o lugar, ao invés de colocar Bogotá, a capital colombiana, acabou metendo outra Bogata, que na real é um pequeno vilarejo na Romênia. Um erro comum nessa nossa era das redes sociais, provavelmente cometido por alguém da equipe dele. Mas isso não foi um simples engano para as pessoas da Romênia. Compreensivelmente, a postagem do rapper causou furor no país do Leste Europeu. Os romenos começaram a photoshopar o Snoop em imagens de Bogata, Romênia, e "o único jeito do Snoop aparecer na Romênia é se ele estivesse muito louco" se tornou uma piada local popular nos últimos dias. O prefeito de Bogata até convidou rapper para visitar a cidade, comer sopa de repolho e tomar uma taça do licor de ameixa tradicional romeno. Uma campanha para atrair turistas para Bogata era inevitável. Os romenos geralmente se sente meio de fora do que acontece no mundo, mas agora que os olhos do planeta estão sobre o país, eles não podiam perder a chance de promover as belezas rústicas locais. Fomos até o vilarejo distante para falar com os moradores e saber o que o Snoop poderia encontrar por lá, se ele realmente visitasse a cidade um dia. Primeiro visitamos o principal point de Bogata: um pub que também funciona como mercado. Janos Bacsi, um dos moradores, nos disse que Snoop iria gostar de Bogata, porque "as pessoas aqui cultivam muita cannabis". Infelizmente, ele quis dizer cannabis industrial - não o tipo que dá pra fumar. Bacsi também nos informou que Bogata é o lar da "menor ponte ferroviária do mundo". Os millennials de Bogata ficaram empolgados com a possibilidade de Snoop Dogg aparecer por aqui. Um adolescente com quem falamos disse: "Gostamos dele, mas ele fuma demais. Também gostamos de fumar aqui, mas não tanto quanto ele. Também fazemos muito rap". Ele acrescentou que o rapper provavelmente ia gostar das pessoas de Bogata, que são muito próximas de seus animais. Como um testemunho disso, descobrimos que um dos aldeões gosta de ser chamado de "Cabra". Parece que não tem nenhuma balada em Bogata, mas achamos uma casa número 420. Isso provavelmente não é razão suficiente para uma visita do Snoop, mas com certeza não prejudica as chances disso acontecer. Até lá, os romenos vão aguardar ansiosamente o momento em que uma celebridade use a tag de localização da Romênia de propósito. Tradução do inglês por MARINA SCHNOOR Leia no site da Vice: O pequeno vilarejo romeno que ficou famoso porque Snoop Dogg nunca esteve lá
turismo
O pequeno vilarejo romeno que ficou famoso porque Snoop Dogg nunca esteve láAlguns dias atrás, Snoop Dogg, que está passando com sua turnê por Bogotá, Colômbia, postou uma foto no Instagram e, por engano, na hora de taguear o lugar, ao invés de colocar Bogotá, a capital colombiana, acabou metendo outra Bogata, que na real é um pequeno vilarejo na Romênia. Um erro comum nessa nossa era das redes sociais, provavelmente cometido por alguém da equipe dele. Mas isso não foi um simples engano para as pessoas da Romênia. Compreensivelmente, a postagem do rapper causou furor no país do Leste Europeu. Os romenos começaram a photoshopar o Snoop em imagens de Bogata, Romênia, e "o único jeito do Snoop aparecer na Romênia é se ele estivesse muito louco" se tornou uma piada local popular nos últimos dias. O prefeito de Bogata até convidou rapper para visitar a cidade, comer sopa de repolho e tomar uma taça do licor de ameixa tradicional romeno. Uma campanha para atrair turistas para Bogata era inevitável. Os romenos geralmente se sente meio de fora do que acontece no mundo, mas agora que os olhos do planeta estão sobre o país, eles não podiam perder a chance de promover as belezas rústicas locais. Fomos até o vilarejo distante para falar com os moradores e saber o que o Snoop poderia encontrar por lá, se ele realmente visitasse a cidade um dia. Primeiro visitamos o principal point de Bogata: um pub que também funciona como mercado. Janos Bacsi, um dos moradores, nos disse que Snoop iria gostar de Bogata, porque "as pessoas aqui cultivam muita cannabis". Infelizmente, ele quis dizer cannabis industrial - não o tipo que dá pra fumar. Bacsi também nos informou que Bogata é o lar da "menor ponte ferroviária do mundo". Os millennials de Bogata ficaram empolgados com a possibilidade de Snoop Dogg aparecer por aqui. Um adolescente com quem falamos disse: "Gostamos dele, mas ele fuma demais. Também gostamos de fumar aqui, mas não tanto quanto ele. Também fazemos muito rap". Ele acrescentou que o rapper provavelmente ia gostar das pessoas de Bogata, que são muito próximas de seus animais. Como um testemunho disso, descobrimos que um dos aldeões gosta de ser chamado de "Cabra". Parece que não tem nenhuma balada em Bogata, mas achamos uma casa número 420. Isso provavelmente não é razão suficiente para uma visita do Snoop, mas com certeza não prejudica as chances disso acontecer. Até lá, os romenos vão aguardar ansiosamente o momento em que uma celebridade use a tag de localização da Romênia de propósito. Tradução do inglês por MARINA SCHNOOR Leia no site da Vice: O pequeno vilarejo romeno que ficou famoso porque Snoop Dogg nunca esteve lá
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Jornalistas espanhóis sequestrados na Síria são libertados
Três jornalistas espanhóis que foram sequestrados na Síria, no ano passado, foram libertados, conforme comunicado do governo da Espanha neste sábado (7). José Manuel López, Ángel Sastre e Antonio Pampliega desapareceram em julho de 2015. Eles entraram na Síria pela fronteira com a Turquia e estavam trabalhando em uma reportagem investigativa na cidade de Aleppo, onde outros jornalista já tinham sido capturados. Aleppo é disputada por tropas do regime de Bashar al-Assad, rebeldes moderados e milícias como a Frente al-Nusra. O Estado Islâmico, que já sequestrou e decapitou jornalistas, atua na periferia da cidade. A vice-presidente da Espanha, Soraya Sáenz de Santamaría, falou com os três jornalistas, de acordo com o porta-voz do governo. O jornal "El País" informou que os homens estão agora na Turquia e esperam as autoridades os levarem para a Espanha. Segundo a agência AFP, um porta-voz do governo espanhol também informou que "todos os três jornalistas passam bem."
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Jornalistas espanhóis sequestrados na Síria são libertadosTrês jornalistas espanhóis que foram sequestrados na Síria, no ano passado, foram libertados, conforme comunicado do governo da Espanha neste sábado (7). José Manuel López, Ángel Sastre e Antonio Pampliega desapareceram em julho de 2015. Eles entraram na Síria pela fronteira com a Turquia e estavam trabalhando em uma reportagem investigativa na cidade de Aleppo, onde outros jornalista já tinham sido capturados. Aleppo é disputada por tropas do regime de Bashar al-Assad, rebeldes moderados e milícias como a Frente al-Nusra. O Estado Islâmico, que já sequestrou e decapitou jornalistas, atua na periferia da cidade. A vice-presidente da Espanha, Soraya Sáenz de Santamaría, falou com os três jornalistas, de acordo com o porta-voz do governo. O jornal "El País" informou que os homens estão agora na Turquia e esperam as autoridades os levarem para a Espanha. Segundo a agência AFP, um porta-voz do governo espanhol também informou que "todos os três jornalistas passam bem."
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Chefs recomendam peixes menos conhecidos e dão dicas de preparo
Em tempos de Páscoa, evitar o bacalhau. Por quê? "Porque fica caro, ué. E você pode comer bacalhau o ano todo sem gastar mais por isso", diz o chef Checho Gonzales, da Comedoria Gonzales. A segunda dica é: prefira o que está fora de moda. "Os peixes comerciais são muito semelhantes e, fora da moda, a diversidade é muito maior." O mar vai muito além de robalo, pescada branca, salmão, os "campeões de venda". Há tempos especialistas criticam esse gosto monotemático por peixe, alertando para o fato de que isso desencadeia, além de desequilíbrio de espécies (e de preços), um cardápio preguiçoso nas peixarias (que se bastam com pouca e fixa variedade –e nem precisa ser a opção mais fresca). E também aumenta a demanda de espécies de criadouros (onde os peixes ficam confinados, muitas vezes, em temperatura inadequada e com alimentação barateada). "São peixes com teor maior de gordura, porque se movimentam menos, e alimentados com ração, o que afeta e padroniza seu sabor", conta Gustavo Rodrigues, que trabalha com pescado sob encomenda. Além da tilápia, criada em tanques, e do salmão, vindo de porções de mar cercadas, ele cita os peixes amazônicos, que estão em alta e já têm criadouros no interior paulista. "O filhote silvestre, apesar de ser um peixe gordo, não tem essa gordura rançosa, que gruda no céu da boca." E sim, há alternativas. A versátil dourada do mar, de carne macia e espinha fácil de remover. O pargo, para preparar filés em papillote (envelope de papel-alumínio ou manteiga) ou assar inteiro na brasa. O vermelho, de postas altas e carne branca saborosa, ideal para moquecas. No Tonton, restaurante do chef Gustavo Rozzino, nunca houve robalo no cardápio. E tudo bem. Tem anchova, de carne mais escura, e que vai bem na brasa ou no forno. Garoupa na moqueca. Abrótea empanada para compor um crocante "fish and chips". Para cozinheiros iniciantes e iniciados, no entanto, fritar peixe em casa não é muito recomendável. "São uns três dias para sair o cheiro. Então em casa eu faço em papillote com um pouco de vinho branco e alguns legumes. Fica úmido, delicado e nem suja a panela", diz. (Veja nas fotos à esquerda o passo a passo) O chef Marcelo Bastos conta que quase metade dos pratos de seu Jiquitaia levam peixe. E pode ser tainha, "que tem um gosto de mexilhão", prejereba, de filés altos, "uso para a moqueca" ou anchova "que é quase uma sardinha, mas mais suave". "Essa variedade influencia as receitas, que são adaptadas às características dos peixes. Acabamos tendo pratos diferentes", diz. Para acompanhar a carne delicada, mais ou menos saborosa, a banana-da-terra é queridinha de Bastos. "Funciona com qualquer peixe, sem uma doçura exagerada e com acidez", diz. Cozida, vai no purê com manteiga e ao lado de um vinagrete. Na hora de comprar o peixe, retornam as dicas de sempre: verificar os olhos (que devem estar brilhantes), as guelras (vermelhas), a carne (firme) e o cheiro (que não pode ser forte). "Mas acho que ainda melhor é: tenha um peixeiro de confiança. Seja cliente como antigamente. O supermercado vai te vender uma bandeja duvidosa, que po de ter sido congelada e descongelada várias vezes. O peixeiro vai conhecer o seu gosto e cuidar de você", diz Checho Gonzales. * Receita de Pargo em Papilote - serve até quatro pessoas Ingredientes: - 4 filés de pargo - 200 ml de vinho branco - 100 ml de azeite extravirgem - 1 cenoura - 100 g de vagem - 1 abobrinha - 1 brócolis comum - Ramos de tomilho, alecrim e louro frescos - Sal e pimenta-do-reino a gosto - Papel-alumínio
ilustrada
Chefs recomendam peixes menos conhecidos e dão dicas de preparoEm tempos de Páscoa, evitar o bacalhau. Por quê? "Porque fica caro, ué. E você pode comer bacalhau o ano todo sem gastar mais por isso", diz o chef Checho Gonzales, da Comedoria Gonzales. A segunda dica é: prefira o que está fora de moda. "Os peixes comerciais são muito semelhantes e, fora da moda, a diversidade é muito maior." O mar vai muito além de robalo, pescada branca, salmão, os "campeões de venda". Há tempos especialistas criticam esse gosto monotemático por peixe, alertando para o fato de que isso desencadeia, além de desequilíbrio de espécies (e de preços), um cardápio preguiçoso nas peixarias (que se bastam com pouca e fixa variedade –e nem precisa ser a opção mais fresca). E também aumenta a demanda de espécies de criadouros (onde os peixes ficam confinados, muitas vezes, em temperatura inadequada e com alimentação barateada). "São peixes com teor maior de gordura, porque se movimentam menos, e alimentados com ração, o que afeta e padroniza seu sabor", conta Gustavo Rodrigues, que trabalha com pescado sob encomenda. Além da tilápia, criada em tanques, e do salmão, vindo de porções de mar cercadas, ele cita os peixes amazônicos, que estão em alta e já têm criadouros no interior paulista. "O filhote silvestre, apesar de ser um peixe gordo, não tem essa gordura rançosa, que gruda no céu da boca." E sim, há alternativas. A versátil dourada do mar, de carne macia e espinha fácil de remover. O pargo, para preparar filés em papillote (envelope de papel-alumínio ou manteiga) ou assar inteiro na brasa. O vermelho, de postas altas e carne branca saborosa, ideal para moquecas. No Tonton, restaurante do chef Gustavo Rozzino, nunca houve robalo no cardápio. E tudo bem. Tem anchova, de carne mais escura, e que vai bem na brasa ou no forno. Garoupa na moqueca. Abrótea empanada para compor um crocante "fish and chips". Para cozinheiros iniciantes e iniciados, no entanto, fritar peixe em casa não é muito recomendável. "São uns três dias para sair o cheiro. Então em casa eu faço em papillote com um pouco de vinho branco e alguns legumes. Fica úmido, delicado e nem suja a panela", diz. (Veja nas fotos à esquerda o passo a passo) O chef Marcelo Bastos conta que quase metade dos pratos de seu Jiquitaia levam peixe. E pode ser tainha, "que tem um gosto de mexilhão", prejereba, de filés altos, "uso para a moqueca" ou anchova "que é quase uma sardinha, mas mais suave". "Essa variedade influencia as receitas, que são adaptadas às características dos peixes. Acabamos tendo pratos diferentes", diz. Para acompanhar a carne delicada, mais ou menos saborosa, a banana-da-terra é queridinha de Bastos. "Funciona com qualquer peixe, sem uma doçura exagerada e com acidez", diz. Cozida, vai no purê com manteiga e ao lado de um vinagrete. Na hora de comprar o peixe, retornam as dicas de sempre: verificar os olhos (que devem estar brilhantes), as guelras (vermelhas), a carne (firme) e o cheiro (que não pode ser forte). "Mas acho que ainda melhor é: tenha um peixeiro de confiança. Seja cliente como antigamente. O supermercado vai te vender uma bandeja duvidosa, que po de ter sido congelada e descongelada várias vezes. O peixeiro vai conhecer o seu gosto e cuidar de você", diz Checho Gonzales. * Receita de Pargo em Papilote - serve até quatro pessoas Ingredientes: - 4 filés de pargo - 200 ml de vinho branco - 100 ml de azeite extravirgem - 1 cenoura - 100 g de vagem - 1 abobrinha - 1 brócolis comum - Ramos de tomilho, alecrim e louro frescos - Sal e pimenta-do-reino a gosto - Papel-alumínio
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Palocci é condenado por Moro a 12 anos de prisão
O juiz Sergio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato em Curitiba, condenou na manhã desta segunda (26) o ex-ministro Antonio Palocci (PT) a 12 anos de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, envolvendo contratos com a Odebrecht na construção das sondas da Sete Brasil e o Estaleiro Enseada do Paraguaçu. Palocci foi ministro da Fazenda no governo Lula e da Casa Civil, de Dilma Rousseff. Nessa ação, ele foi investigado por ter interferido para favorecer a Odebrecht em uma licitação de 21 sondas da Petrobras. Segundo a condenação, ele movimentou e ocultou US$ 10,2 milhões, por meio de "offshores" no exterior, de uma conta corrente que chegou a movimentar até R$ 100 milhões em propinas para cobrir custos de campanhas do PT. Palocci é descrito como "principal administrador da conta-corrente geral de propinas" entre a Odebrecht e o PT. Segundo delatores da empreiteira, ele era identificado pelo apelido de "Italiano" e tinha uma planilha de propinas solicitadas a seu pedido. Segundo o processo, foram acertados, no total, cerca de R$ 200 milhões em subornos com um "saldo" de R$ 130 milhões ainda a serem pagos. "O condenado agiu enquanto ministro-chefe da Casa Civil, um dos cargos mais importantes e elevados na administração pública federal. A responsabilidade de um ministro de Estado é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes", afirma Moro no despacho. Esse dinheiro, diz a sentença, foi usado para "remunerar, sem registro, serviços prestados em campanhas" e "fraudar sucessivas eleições no Brasil, contaminando-as com recursos provenientes de corrupção". Especificamente, as provas tratam dos pleitos municipal de 2008 e presidencial de 2010. A decisão também cita subornos nas eleições em El Salvador (2008) e no Peru (2011). DEFESA Palocci foi preso na Lava Jato em setembro de 2016. O ex-ministro sempre negou irregularidades, mas, há pouco mais de um mês, trocou de advogados e agora negocia uma delação premiada, em que deve delatar banqueiros e empresários —um acordo que preocupa o sistema financeiro. Em maio, o petista prestou depoimento a Moro, quando negou que tenha solicitado caixa dois à Odebrecht para as campanhas presidenciais ou que favoreceu a empresa em troca de recursos ilícitos. Naquela ocasião, o ex-ministro disse que estava à disposição para apresentar "nomes, endereços e operações realizadas" de "interesse da Lava Jato". O juiz se manifestou sobre o episódio na sentença e escreveu que as falas de Palocci, de que "teria muito a contribuir", "soaram mais como uma ameaça para que terceiros o auxiliem indevidamente para a revogação da [prisão] preventiva, do que propriamente como uma declaração sincera de que pretendia naquele momento colaborar com a Justiça". O advogado Alessandro Silvério, que faz a defesa de Palocci no processo, afirmou que irá recorrer da condenação. "Não houve determinação direta ou intervenção do ex-ministro na licitação das sondas", afirmou Silvério à Folha. Para o defensor, como não interferiu, Palocci não tem como ser condenado pelos delitos de corrupção e lavagem de dinheiro, que seriam inexistentes. A defesa argumenta que havia uma "política de governo" para incentivar empresas nacionais a participarem das licitações do pré-sal, mas isso não significa que houve atos de corrupção para favorecer a Odebrecht nesse contrato. "Se a atividade política está sendo considerada criminosa, é uma interpretação muito particular do Direito", disse o advogado. TRAJETÓRIA Antonio Palocci foi eleito vereador de Ribeirão Preto em 1988, com mandato incompleto por ter sido eleito deputado estadual. Ficou apenas dois anos no cargo, pois foi eleito prefeito da cidade em 1992. Em 1998, mais uma vez foi eleito deputado federal, interrompendo o mandato para ocupar novamente o cargo de prefeito de Ribeirão. Como deputado federal, foi o relator do projeto de lei que mudou o regime de exploração do petróleo no pré-sal, no fim dos anos 1990. Chefiou a pasta da Fazenda nos primeiros anos do governo Lula, entre janeiro de 2003 e março de 2006, quando foi substituído por Guido Mantega. Retornou ao ministério no governo Dilma, em 2011, desta vez à frente da Casa Civil, permanecendo apenas seis meses no cargo. Em 2010, ele havia sido coordenador da campanha dela à Presidência. Nas palavras de Moro, Palocci é um "homem poderoso", com "conexões com pessoas igualmente poderosas" capazes de influenciar o andamento do processo. OUTROS ACUSADOS Na mesma decisão em que sentencia Palocci, Moro absolve Branislav Kontic, assistente do petista, e Rogério Santos de Araújo, executivo da Odebrecht. Nos dois casos, por falta de provas. "Pela trajetória dos processos da Lava Jato, foi um resultado auspicioso, porque realiza Justiça", disse o advogado de Kontic, José Roberto Batochio, à Folha. O ex-assessor chegou a tentar suicídio na carceragem, enquanto estava preso. Ele recebeu a notícia às lágrimas, por telefone. "Foi praticamente um monólogo; ele ficou sem condições de falar", comentou Batochio. A lista de condenações, porém, é maior e inclui: Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira; o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura; e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Inicialmente, o juiz condenou Marcelo Odebrecht, herdeiro da empreiteira, a 12 anos, dois meses e 20 dias de reclusão. Porém, no caso do empresário, ele considera sua delação com "provas relevantíssimas para Justiça criminal de um grande esquema criminoso" e diz que fará prevalecer a pena estabelecida no acordo com o executivo: mais seis meses em regime fechado e outros dois anos e seis meses em regime domiciliar, com tornozeleira eletrônica. Moro foi mais duro com Renato Duque, ex-diretor da Petrobras que também confessou suas acusações à Justiça. Foi, porém, uma colaboração "tardia", sem "informações totalmente novas, já que o esquema criminoso já havia sido revelado por outros". Ainda assim, a pena foi diminuída em seis meses e o ex-diretor cumprirá, no total, quatro anos em regime fechado. O advogado de Duque, Antônio Figueiredo Basto, afirmou que a decisão foi "muito boa" para seu cliente porque reconheceu a colaboração espontânea do ex-diretor, e estabeleceu a progressão de pena para Duque após cinco anos em regime fechado - considerando todas as suas penas na Lava Jato. Duque vem negociando um acordo de delação com o Ministério Público. O benefício dos cinco anos, porém, será cassado caso a delação não vingue, segundo Moro. Fases Lava Jato DELATORES A colaboração de João Santana e de Mônica Moura, marqueteiros das campanhas petistas, também os beneficiou com seis meses a menos no cárcere: em vez de cinco anos, cumprirão pena de quatro anos e seis meses. A "efetividade" da delação do casal, segundo Moro, "não se discute". Seguindo o combinado na delação premiada, o casal foi condenado a regime fechado, inicialmente, por 160 dias (cerca de cinco meses), descontando seis meses que já cumpriu em 2016. Depois, serão mais quatro anos de prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica e progressão de pena. Moro adotou essa mesma lógica para os executivos da Odebrecht e da Petrobras que firmaram acordo de delação premiada com a Lava Jato. Foi o caso de Eduardo Musa e José Carlos de Medeiros, da Petrobras e da Sete Brasil. E de Olívio Rodrigues Júnior, Marcelo Rodrigues e Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, Fernando Migliaccio da Silva e Luiz Eduardo da Rocha Soares —operadores do "departamento da propina" da empreiteira. CAIXA DOIS Na sentença, Moro retornou a um argumento que abordou em evento na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, em abril: a prática de caixa dois eleitoral, abastecido com recursos ilícitos, é pior do que a corrupção que visa apenas o enriquecimento pessoal de um agente público. Na decisão desta segunda, o juiz escreve que lavar dinheiro de propina em campanhas afeta a integridade da democracia. "Talvez seja essa, mais do que o enriquecimento ilícito dos agentes públicos, o elemento mais reprovável do esquema criminoso da Petrobras, a contaminação da esfera política pela influência do crime, com prejuízos ao processo político democrático." Moro ainda salienta que o crime "se insere em um contexto mais amplo, de uma relação espúria de anos entre o grupo Odebrecht e o condenado". OUTROS CONDENADOS Marcelo Odebrecht Crime: corrupção ativa e lavagem de dinheiro Substituiu condenação de 12 anos de prisão pelos termos do acordo de delação premiada: os seis meses restantes em regime fechado e outros dois anos e seis meses em regime domiciliar, com tornozeleira eletrônica. João Santana e Mônica Moura Crime: lavagem de dinheiro O casal de marqueteiros das campanhas petistas foi condenado a cinco anos de reclusão, mas cumprirá quatros anos e seis meses em razão da confissão. Delatores, a "efetividade" da colaboração dos dois, segundo Moro, "não se discute". O juiz considerou o termo de colaboração assinado com o Ministério Público e determinou que o casal cumpra, inicialmente, pena em regime fechado por 160 dias (cerca de cinco meses), descontando seis meses que já passaram na prisão em 2016. Depois, serão mais quatro anos de prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica e progressão de pena. Eduardo Costa Vaz Musa Crime: corrupção passiva O ex-funcionário de carreira da Petrobras e ex-diretor de Operações da Sete Brasil foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão, mas recebeu redução de pena de seis meses por ter confessado seus delitos. O juiz também manteve a pena acertada na delação premiada: um a dois anos em regime aberto com prestação de serviços comunitários, recolhimento aos fins de semana, recolhimento domiciliar e comunicação ao Juízo de viagens internacionais. José Carlos de Medeiros Ferraz Crime: corrupção passiva A sentença determina reclusão de cinco anos ao engenheiro e ex-presidente da Sete Brasil —pena reduzida em seis meses em razão de sua confissão. No entanto, o acordo de delação premiada foi mantido, com o reforço do US$ 1,9 milhão que pagou à União em indenização, fizeram com que Moro suspendesse condenações e processos contra Ferraz. João Vaccari Neto Crime: corrupção passiva O tesoureiro do PT recebeu sentença de quatro anos e seis meses de prisão —sem atenuantes, pois não confessou seus crimes ou assinou delação premiada, ou agravantes. Também deverá pagar 150 dias-multa (cada dia-multa equivale ao salário mínimo de julho de 2012). Renato de Souza Duque Crime: corrupção passiva O ex-diretor da Petrobras recebeu redução de seis meses de pena por ter confessado seus crimes à Lava Jato. No entanto, por ser "tardia" e sem "informações totalmente novas", não obteve mais vantagens. Cumprirá, no total, quatro anos em regime fechado. Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, Fernando Migliaccio da Silva e Luiz Eduardo da Rocha Soares Crime: lavagem de dinheiro Os executivos da Odebrecht trabalhavam no Setor de Operações Estruturadas, mais conhecido como o "departamento da propina" da empreiteira. Os três fizeram delação premiada e confessaram seus crimes à força-tarefa. O acordo também previu indenizações aos cofres públicos. Foram R$ 7,8 milhões no caso de Mascarenhas e R$ 9,1 milhões, no caso de Soares. Moro aplicou ao trio as condenações já acertadas no acordo de delação: todos, a princípio, cumprirão a maior parte de suas penas em prisão domiciliar, com progressão de pena, com uso de tornozeleira eletrônica e obrigação de prestar serviços comunitários. Mascarenhas terá um semestre em regime fechado e Soares, nove meses —nos dois casos, o juiz descontou o período que já passaram na prisão em 2016. Olívio Rodrigues Júnior Crime: lavagem de dinheiro Moro manteve os termos do acordo de delação premiada, em que o executivo da Odebrecht também se comprometeu a pagar multa de R$ 7,3 milhões. No começo, ele ficará nove meses em regime fechado, descontando o período que já cumpriu no cárcere em 2016. Depois, será um ano e três meses em prisão domiciliar e outros cinco anos em regime semiaberto, com progressão de pena e serviços comunitários. Marcelo Rodrigues Crime: lavagem de dinheiro Um dos operadores do "departamento da propina" da Odebrecht, Rodrigues confessou seus delitos e, por isso, recebeu redução de sua condenação de cinco anos para quatro anos e seis meses de reclusão. Moro, também neste caso, levou em conta a multa de R$ 651,8 mil, acertada por Rodrigues, e seus depoimentos em acordo de delação premiada. Seu primeiro ano será em regime semiaberto, com serviço comunitário e tornozeleira eletrônica, descontando os dois meses em que esteve detido, em 2016. Depois, progredirá para o regime aberto diferenciado, tendo que se recolher em casa aos fins de semana e feriados. E cumprirá outros dois anos de serviços comunitários. OUTRO LADO A defesa de Palocci informou que irá recorrer da sentença, e argumenta que o ex-ministro não interferiu para favorecer a Odebrecht na licitação das sondas –o que, portanto, descaracterizaria os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Os advogados dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura, condenados por lavagem de dinheiro, afirmaram que os recursos foram recebidos "em decorrência de serviços de marketing efetivamente prestados". Eles lembraram que os dois fizeram delação premiada, com "efetiva contribuição à Justiça", e que cumprirão as penas previstas no acordo. A Folha tenta contato com a defesa dos demais condenados.
poder
Palocci é condenado por Moro a 12 anos de prisãoO juiz Sergio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato em Curitiba, condenou na manhã desta segunda (26) o ex-ministro Antonio Palocci (PT) a 12 anos de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, envolvendo contratos com a Odebrecht na construção das sondas da Sete Brasil e o Estaleiro Enseada do Paraguaçu. Palocci foi ministro da Fazenda no governo Lula e da Casa Civil, de Dilma Rousseff. Nessa ação, ele foi investigado por ter interferido para favorecer a Odebrecht em uma licitação de 21 sondas da Petrobras. Segundo a condenação, ele movimentou e ocultou US$ 10,2 milhões, por meio de "offshores" no exterior, de uma conta corrente que chegou a movimentar até R$ 100 milhões em propinas para cobrir custos de campanhas do PT. Palocci é descrito como "principal administrador da conta-corrente geral de propinas" entre a Odebrecht e o PT. Segundo delatores da empreiteira, ele era identificado pelo apelido de "Italiano" e tinha uma planilha de propinas solicitadas a seu pedido. Segundo o processo, foram acertados, no total, cerca de R$ 200 milhões em subornos com um "saldo" de R$ 130 milhões ainda a serem pagos. "O condenado agiu enquanto ministro-chefe da Casa Civil, um dos cargos mais importantes e elevados na administração pública federal. A responsabilidade de um ministro de Estado é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes", afirma Moro no despacho. Esse dinheiro, diz a sentença, foi usado para "remunerar, sem registro, serviços prestados em campanhas" e "fraudar sucessivas eleições no Brasil, contaminando-as com recursos provenientes de corrupção". Especificamente, as provas tratam dos pleitos municipal de 2008 e presidencial de 2010. A decisão também cita subornos nas eleições em El Salvador (2008) e no Peru (2011). DEFESA Palocci foi preso na Lava Jato em setembro de 2016. O ex-ministro sempre negou irregularidades, mas, há pouco mais de um mês, trocou de advogados e agora negocia uma delação premiada, em que deve delatar banqueiros e empresários —um acordo que preocupa o sistema financeiro. Em maio, o petista prestou depoimento a Moro, quando negou que tenha solicitado caixa dois à Odebrecht para as campanhas presidenciais ou que favoreceu a empresa em troca de recursos ilícitos. Naquela ocasião, o ex-ministro disse que estava à disposição para apresentar "nomes, endereços e operações realizadas" de "interesse da Lava Jato". O juiz se manifestou sobre o episódio na sentença e escreveu que as falas de Palocci, de que "teria muito a contribuir", "soaram mais como uma ameaça para que terceiros o auxiliem indevidamente para a revogação da [prisão] preventiva, do que propriamente como uma declaração sincera de que pretendia naquele momento colaborar com a Justiça". O advogado Alessandro Silvério, que faz a defesa de Palocci no processo, afirmou que irá recorrer da condenação. "Não houve determinação direta ou intervenção do ex-ministro na licitação das sondas", afirmou Silvério à Folha. Para o defensor, como não interferiu, Palocci não tem como ser condenado pelos delitos de corrupção e lavagem de dinheiro, que seriam inexistentes. A defesa argumenta que havia uma "política de governo" para incentivar empresas nacionais a participarem das licitações do pré-sal, mas isso não significa que houve atos de corrupção para favorecer a Odebrecht nesse contrato. "Se a atividade política está sendo considerada criminosa, é uma interpretação muito particular do Direito", disse o advogado. TRAJETÓRIA Antonio Palocci foi eleito vereador de Ribeirão Preto em 1988, com mandato incompleto por ter sido eleito deputado estadual. Ficou apenas dois anos no cargo, pois foi eleito prefeito da cidade em 1992. Em 1998, mais uma vez foi eleito deputado federal, interrompendo o mandato para ocupar novamente o cargo de prefeito de Ribeirão. Como deputado federal, foi o relator do projeto de lei que mudou o regime de exploração do petróleo no pré-sal, no fim dos anos 1990. Chefiou a pasta da Fazenda nos primeiros anos do governo Lula, entre janeiro de 2003 e março de 2006, quando foi substituído por Guido Mantega. Retornou ao ministério no governo Dilma, em 2011, desta vez à frente da Casa Civil, permanecendo apenas seis meses no cargo. Em 2010, ele havia sido coordenador da campanha dela à Presidência. Nas palavras de Moro, Palocci é um "homem poderoso", com "conexões com pessoas igualmente poderosas" capazes de influenciar o andamento do processo. OUTROS ACUSADOS Na mesma decisão em que sentencia Palocci, Moro absolve Branislav Kontic, assistente do petista, e Rogério Santos de Araújo, executivo da Odebrecht. Nos dois casos, por falta de provas. "Pela trajetória dos processos da Lava Jato, foi um resultado auspicioso, porque realiza Justiça", disse o advogado de Kontic, José Roberto Batochio, à Folha. O ex-assessor chegou a tentar suicídio na carceragem, enquanto estava preso. Ele recebeu a notícia às lágrimas, por telefone. "Foi praticamente um monólogo; ele ficou sem condições de falar", comentou Batochio. A lista de condenações, porém, é maior e inclui: Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira; o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura; e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Inicialmente, o juiz condenou Marcelo Odebrecht, herdeiro da empreiteira, a 12 anos, dois meses e 20 dias de reclusão. Porém, no caso do empresário, ele considera sua delação com "provas relevantíssimas para Justiça criminal de um grande esquema criminoso" e diz que fará prevalecer a pena estabelecida no acordo com o executivo: mais seis meses em regime fechado e outros dois anos e seis meses em regime domiciliar, com tornozeleira eletrônica. Moro foi mais duro com Renato Duque, ex-diretor da Petrobras que também confessou suas acusações à Justiça. Foi, porém, uma colaboração "tardia", sem "informações totalmente novas, já que o esquema criminoso já havia sido revelado por outros". Ainda assim, a pena foi diminuída em seis meses e o ex-diretor cumprirá, no total, quatro anos em regime fechado. O advogado de Duque, Antônio Figueiredo Basto, afirmou que a decisão foi "muito boa" para seu cliente porque reconheceu a colaboração espontânea do ex-diretor, e estabeleceu a progressão de pena para Duque após cinco anos em regime fechado - considerando todas as suas penas na Lava Jato. Duque vem negociando um acordo de delação com o Ministério Público. O benefício dos cinco anos, porém, será cassado caso a delação não vingue, segundo Moro. Fases Lava Jato DELATORES A colaboração de João Santana e de Mônica Moura, marqueteiros das campanhas petistas, também os beneficiou com seis meses a menos no cárcere: em vez de cinco anos, cumprirão pena de quatro anos e seis meses. A "efetividade" da delação do casal, segundo Moro, "não se discute". Seguindo o combinado na delação premiada, o casal foi condenado a regime fechado, inicialmente, por 160 dias (cerca de cinco meses), descontando seis meses que já cumpriu em 2016. Depois, serão mais quatro anos de prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica e progressão de pena. Moro adotou essa mesma lógica para os executivos da Odebrecht e da Petrobras que firmaram acordo de delação premiada com a Lava Jato. Foi o caso de Eduardo Musa e José Carlos de Medeiros, da Petrobras e da Sete Brasil. E de Olívio Rodrigues Júnior, Marcelo Rodrigues e Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, Fernando Migliaccio da Silva e Luiz Eduardo da Rocha Soares —operadores do "departamento da propina" da empreiteira. CAIXA DOIS Na sentença, Moro retornou a um argumento que abordou em evento na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, em abril: a prática de caixa dois eleitoral, abastecido com recursos ilícitos, é pior do que a corrupção que visa apenas o enriquecimento pessoal de um agente público. Na decisão desta segunda, o juiz escreve que lavar dinheiro de propina em campanhas afeta a integridade da democracia. "Talvez seja essa, mais do que o enriquecimento ilícito dos agentes públicos, o elemento mais reprovável do esquema criminoso da Petrobras, a contaminação da esfera política pela influência do crime, com prejuízos ao processo político democrático." Moro ainda salienta que o crime "se insere em um contexto mais amplo, de uma relação espúria de anos entre o grupo Odebrecht e o condenado". OUTROS CONDENADOS Marcelo Odebrecht Crime: corrupção ativa e lavagem de dinheiro Substituiu condenação de 12 anos de prisão pelos termos do acordo de delação premiada: os seis meses restantes em regime fechado e outros dois anos e seis meses em regime domiciliar, com tornozeleira eletrônica. João Santana e Mônica Moura Crime: lavagem de dinheiro O casal de marqueteiros das campanhas petistas foi condenado a cinco anos de reclusão, mas cumprirá quatros anos e seis meses em razão da confissão. Delatores, a "efetividade" da colaboração dos dois, segundo Moro, "não se discute". O juiz considerou o termo de colaboração assinado com o Ministério Público e determinou que o casal cumpra, inicialmente, pena em regime fechado por 160 dias (cerca de cinco meses), descontando seis meses que já passaram na prisão em 2016. Depois, serão mais quatro anos de prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica e progressão de pena. Eduardo Costa Vaz Musa Crime: corrupção passiva O ex-funcionário de carreira da Petrobras e ex-diretor de Operações da Sete Brasil foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão, mas recebeu redução de pena de seis meses por ter confessado seus delitos. O juiz também manteve a pena acertada na delação premiada: um a dois anos em regime aberto com prestação de serviços comunitários, recolhimento aos fins de semana, recolhimento domiciliar e comunicação ao Juízo de viagens internacionais. José Carlos de Medeiros Ferraz Crime: corrupção passiva A sentença determina reclusão de cinco anos ao engenheiro e ex-presidente da Sete Brasil —pena reduzida em seis meses em razão de sua confissão. No entanto, o acordo de delação premiada foi mantido, com o reforço do US$ 1,9 milhão que pagou à União em indenização, fizeram com que Moro suspendesse condenações e processos contra Ferraz. João Vaccari Neto Crime: corrupção passiva O tesoureiro do PT recebeu sentença de quatro anos e seis meses de prisão —sem atenuantes, pois não confessou seus crimes ou assinou delação premiada, ou agravantes. Também deverá pagar 150 dias-multa (cada dia-multa equivale ao salário mínimo de julho de 2012). Renato de Souza Duque Crime: corrupção passiva O ex-diretor da Petrobras recebeu redução de seis meses de pena por ter confessado seus crimes à Lava Jato. No entanto, por ser "tardia" e sem "informações totalmente novas", não obteve mais vantagens. Cumprirá, no total, quatro anos em regime fechado. Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, Fernando Migliaccio da Silva e Luiz Eduardo da Rocha Soares Crime: lavagem de dinheiro Os executivos da Odebrecht trabalhavam no Setor de Operações Estruturadas, mais conhecido como o "departamento da propina" da empreiteira. Os três fizeram delação premiada e confessaram seus crimes à força-tarefa. O acordo também previu indenizações aos cofres públicos. Foram R$ 7,8 milhões no caso de Mascarenhas e R$ 9,1 milhões, no caso de Soares. Moro aplicou ao trio as condenações já acertadas no acordo de delação: todos, a princípio, cumprirão a maior parte de suas penas em prisão domiciliar, com progressão de pena, com uso de tornozeleira eletrônica e obrigação de prestar serviços comunitários. Mascarenhas terá um semestre em regime fechado e Soares, nove meses —nos dois casos, o juiz descontou o período que já passaram na prisão em 2016. Olívio Rodrigues Júnior Crime: lavagem de dinheiro Moro manteve os termos do acordo de delação premiada, em que o executivo da Odebrecht também se comprometeu a pagar multa de R$ 7,3 milhões. No começo, ele ficará nove meses em regime fechado, descontando o período que já cumpriu no cárcere em 2016. Depois, será um ano e três meses em prisão domiciliar e outros cinco anos em regime semiaberto, com progressão de pena e serviços comunitários. Marcelo Rodrigues Crime: lavagem de dinheiro Um dos operadores do "departamento da propina" da Odebrecht, Rodrigues confessou seus delitos e, por isso, recebeu redução de sua condenação de cinco anos para quatro anos e seis meses de reclusão. Moro, também neste caso, levou em conta a multa de R$ 651,8 mil, acertada por Rodrigues, e seus depoimentos em acordo de delação premiada. Seu primeiro ano será em regime semiaberto, com serviço comunitário e tornozeleira eletrônica, descontando os dois meses em que esteve detido, em 2016. Depois, progredirá para o regime aberto diferenciado, tendo que se recolher em casa aos fins de semana e feriados. E cumprirá outros dois anos de serviços comunitários. OUTRO LADO A defesa de Palocci informou que irá recorrer da sentença, e argumenta que o ex-ministro não interferiu para favorecer a Odebrecht na licitação das sondas –o que, portanto, descaracterizaria os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Os advogados dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura, condenados por lavagem de dinheiro, afirmaram que os recursos foram recebidos "em decorrência de serviços de marketing efetivamente prestados". Eles lembraram que os dois fizeram delação premiada, com "efetiva contribuição à Justiça", e que cumprirão as penas previstas no acordo. A Folha tenta contato com a defesa dos demais condenados.
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No 2º maior campo de refugiados, na Jordânia, sírios esperam fim da guerra
Carros, bicicletas e pessoas brigam por um espaço na principal rua do campo de refugiados de Zaatari, no norte da Jordânia. Sem calçada e com o asfalto tomado por terra, a via acumula fileiras de lojas feitas de madeira em ambos os lados, ofertando os mais variados produtos: sapatos, comidas, adaptadores de tomada, vestidos de festa. Alguns novos, outros já bem usados. Montado há quatro anos e meio, no meio do deserto, o vilarejo mantém um dinamismo que quase faz esquecer que ali está o segundo maior campo de refugiados do mundo e o maior a receber vítimas da guerra da vizinha Síria, que dura quase seis anos e provoca a maior crise humanitária desde a Segunda Guerra (1939-1945). Ao contrário do que ocorreu com outros campos de refugiados, como o de Calais, na França, e Idomeni, na Grécia, ambos fechados em 2016, Zaatari dá sinais de que perdurará por um longo período. Mesmo com a fronteira com a Síria fechada há meses e com a construção de mais dois campos de refugiados na Jordânia, Zaatari abriga cerca de 80 mil pessoas e se assemelha a uma cidade. As tendas e estruturas metálicas cedidas pela ONU ganham novos cômodos, "puxadinhos" feitos pelos refugiados para melhor acomodar a família. "Era muito difícil usar banheiro e cozinha comunitários. Eu brigava bastante com meu marido, pedia pra voltar pra Síria", conta Yasmeen Juma'a, 24, que está no campo há quatro anos e agora tem fogão, geladeira, televisão e máquina de lavar roupas. O abastecimento de água e luz é regular. Caminhões-pipa abastecem reservatórios e a energia é ligada todas as noites, por cerca de seis horas. Meninos e meninas alternam os períodos de aula nas escolas e lotam parques e quadras durante feriados e finais de semana. Um dos hospitais mostra em sua entrada o total de partos já realizados. Mais de 6.000 novos sírios, nascidos já como refugiados. BENEFÍCIOS Sem trabalho, recebem ajuda de custo a cada 45 dias. O valor varia de acordo com o perfil de cada família. Fatma al-Ahmed, 35, que vive em Zaatari desde agosto de 2013 com o filho de 12 anos, por exemplo, recebeu 40 dinares jordanianos —cerca de R$ 182— no dia em que conversou com a reportagem. "Vai dar só para açúcar, chá, óleo, comida mesmo." Algumas pessoas conseguem complementar a renda com negócio próprio, trabalhos temporários em ONGs ou em fazendas da região. Para isso, a administração do campo concede visto de trabalho para que seja possível sair e voltar todos os dias. Apesar disso, o dia a dia da maior parte dos adultos se resume a esperar. Alguns, pelo fim da guerra na Síria, outros, pela possibilidade de seguir para outro país —e há ainda quem só espere, sem objetivo claro. "É uma vida entediante", diz Aedl Toqan, 30, no campo há três anos com a mulher e quatro filhos —dois nascidos em Zaatari. CERCADOS Localizado próximo à estrada que liga a Jordânia ao Iraque, o campo é quase todo cercado. Muros cinzas e grafitados com cores berrantes se alternam com grades, sempre com arame farpado no topo. Mesmo no interior do campo, novas cercas aparecem para separar a área administrativa, escolas, hospitais e os centros de distribuição. A principal janela que os refugiados tinham para o resto do mundo não funciona desde fevereiro do ano passado. Sem internet, meninos passam horas perto de muros que separam a área administrativa, com celulares, tentando um pouco de sinal. Segundo um guarda do local, o bloqueio acontece por questão de segurança, para evitar que sejam passadas informações do campo a membros da facção terrorista Estado Islâmico. TEMPORÁRIO Era maio de 2013. Fatma al-Ahmed não sabe o dia exato, lembra apenas que uma bomba foi lançada sobre a casa em que vivia com os pais na vila de Al-Ghouta, próximo ao aeroporto de Damasco. Ao todo, 21 parentes morreram. "Minha mãe, duas irmãs, um irmão, 11 dos nossos primos..." Ela tinha saído para comprar pão com uma das irmãs. Quando voltou, não encontrou nada. Fatma é um dos 4,8 milhões de sírios que deixaram o país desde o início da guerra civil, em 2011. Chegou ao campo de Zaatari em agosto de 2013. A ideia de Fatma era ficar em torno de dois meses no país vizinho. Agora, ela não vê expectativa de voltar e parentes que ficaram para trás, como o pai, querem se juntar a ela. Aedl Toqan, 30, repetiu diversas vezes para a mulher, Yasmeena, no dia em que deixaram sua casa, que voltariam em 15, talvez 20 dias. Eles estão há quatro anos no campo. Kamal Meseelem, 27, decidiu ir à Jordânia em busca de tratamento após ser ferido durante um ataque. Hoje, se preocupa com a mãe e os dez irmãos, que ficaram para trás. Seu objetivo é encontrar um país para se instalar, já que a Síria não é mais uma opção.
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No 2º maior campo de refugiados, na Jordânia, sírios esperam fim da guerraCarros, bicicletas e pessoas brigam por um espaço na principal rua do campo de refugiados de Zaatari, no norte da Jordânia. Sem calçada e com o asfalto tomado por terra, a via acumula fileiras de lojas feitas de madeira em ambos os lados, ofertando os mais variados produtos: sapatos, comidas, adaptadores de tomada, vestidos de festa. Alguns novos, outros já bem usados. Montado há quatro anos e meio, no meio do deserto, o vilarejo mantém um dinamismo que quase faz esquecer que ali está o segundo maior campo de refugiados do mundo e o maior a receber vítimas da guerra da vizinha Síria, que dura quase seis anos e provoca a maior crise humanitária desde a Segunda Guerra (1939-1945). Ao contrário do que ocorreu com outros campos de refugiados, como o de Calais, na França, e Idomeni, na Grécia, ambos fechados em 2016, Zaatari dá sinais de que perdurará por um longo período. Mesmo com a fronteira com a Síria fechada há meses e com a construção de mais dois campos de refugiados na Jordânia, Zaatari abriga cerca de 80 mil pessoas e se assemelha a uma cidade. As tendas e estruturas metálicas cedidas pela ONU ganham novos cômodos, "puxadinhos" feitos pelos refugiados para melhor acomodar a família. "Era muito difícil usar banheiro e cozinha comunitários. Eu brigava bastante com meu marido, pedia pra voltar pra Síria", conta Yasmeen Juma'a, 24, que está no campo há quatro anos e agora tem fogão, geladeira, televisão e máquina de lavar roupas. O abastecimento de água e luz é regular. Caminhões-pipa abastecem reservatórios e a energia é ligada todas as noites, por cerca de seis horas. Meninos e meninas alternam os períodos de aula nas escolas e lotam parques e quadras durante feriados e finais de semana. Um dos hospitais mostra em sua entrada o total de partos já realizados. Mais de 6.000 novos sírios, nascidos já como refugiados. BENEFÍCIOS Sem trabalho, recebem ajuda de custo a cada 45 dias. O valor varia de acordo com o perfil de cada família. Fatma al-Ahmed, 35, que vive em Zaatari desde agosto de 2013 com o filho de 12 anos, por exemplo, recebeu 40 dinares jordanianos —cerca de R$ 182— no dia em que conversou com a reportagem. "Vai dar só para açúcar, chá, óleo, comida mesmo." Algumas pessoas conseguem complementar a renda com negócio próprio, trabalhos temporários em ONGs ou em fazendas da região. Para isso, a administração do campo concede visto de trabalho para que seja possível sair e voltar todos os dias. Apesar disso, o dia a dia da maior parte dos adultos se resume a esperar. Alguns, pelo fim da guerra na Síria, outros, pela possibilidade de seguir para outro país —e há ainda quem só espere, sem objetivo claro. "É uma vida entediante", diz Aedl Toqan, 30, no campo há três anos com a mulher e quatro filhos —dois nascidos em Zaatari. CERCADOS Localizado próximo à estrada que liga a Jordânia ao Iraque, o campo é quase todo cercado. Muros cinzas e grafitados com cores berrantes se alternam com grades, sempre com arame farpado no topo. Mesmo no interior do campo, novas cercas aparecem para separar a área administrativa, escolas, hospitais e os centros de distribuição. A principal janela que os refugiados tinham para o resto do mundo não funciona desde fevereiro do ano passado. Sem internet, meninos passam horas perto de muros que separam a área administrativa, com celulares, tentando um pouco de sinal. Segundo um guarda do local, o bloqueio acontece por questão de segurança, para evitar que sejam passadas informações do campo a membros da facção terrorista Estado Islâmico. TEMPORÁRIO Era maio de 2013. Fatma al-Ahmed não sabe o dia exato, lembra apenas que uma bomba foi lançada sobre a casa em que vivia com os pais na vila de Al-Ghouta, próximo ao aeroporto de Damasco. Ao todo, 21 parentes morreram. "Minha mãe, duas irmãs, um irmão, 11 dos nossos primos..." Ela tinha saído para comprar pão com uma das irmãs. Quando voltou, não encontrou nada. Fatma é um dos 4,8 milhões de sírios que deixaram o país desde o início da guerra civil, em 2011. Chegou ao campo de Zaatari em agosto de 2013. A ideia de Fatma era ficar em torno de dois meses no país vizinho. Agora, ela não vê expectativa de voltar e parentes que ficaram para trás, como o pai, querem se juntar a ela. Aedl Toqan, 30, repetiu diversas vezes para a mulher, Yasmeena, no dia em que deixaram sua casa, que voltariam em 15, talvez 20 dias. Eles estão há quatro anos no campo. Kamal Meseelem, 27, decidiu ir à Jordânia em busca de tratamento após ser ferido durante um ataque. Hoje, se preocupa com a mãe e os dez irmãos, que ficaram para trás. Seu objetivo é encontrar um país para se instalar, já que a Síria não é mais uma opção.
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Fernão Dias é liberada após acidente com caminhões deixar dois mortos
Um acidente envolvendo dois caminhões deixou duas pessoas mortas e uma ferida na manhã desta sexta-feira (17) na rodovia Fernão Dias, na região de Mairiporã (a 37 km de São Paulo). A Autopista Fernão Dias, concessionária que administra a rodovia, informou que houve uma batida entre os dois caminhões na altura do km 63, sentido São Paulo. Com a batida, o caminhão da frente tombou sobre a mureta e despejou a carga de granito nos dois sentidos. De acordo com Polícia Rodoviária Federal, o acidente aconteceu por volta das 6h40 e os dois passageiros do caminhão de trás morreram no local. Já o motorista do caminhão da frente teve ferimentos leve e foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros. A faixa da esquerda, sentido São Paulo, e as duas faixas sentido Belo Horizonte ficaram interditadas até as 14h40 desta sexta. Com isso, a rodovia ficou com lentidão durante todo o período da manhã. Às 10h, a concessionária registrava 12 km de congestionamento nos dois sentidos. Às 14h50, os motoristas enfrentavam três quilômetros de lentidão em direção à capital paulista e dois quilômetros no sentido Belo Horizonte. Equipes da concessionária realizaram a limpeza da pista para a retirada dos destroços e da carga, que ficou espalhada pela rodovia. O local também foi periciado. As causas do acidente ainda serão investigadas.
cotidiano
Fernão Dias é liberada após acidente com caminhões deixar dois mortosUm acidente envolvendo dois caminhões deixou duas pessoas mortas e uma ferida na manhã desta sexta-feira (17) na rodovia Fernão Dias, na região de Mairiporã (a 37 km de São Paulo). A Autopista Fernão Dias, concessionária que administra a rodovia, informou que houve uma batida entre os dois caminhões na altura do km 63, sentido São Paulo. Com a batida, o caminhão da frente tombou sobre a mureta e despejou a carga de granito nos dois sentidos. De acordo com Polícia Rodoviária Federal, o acidente aconteceu por volta das 6h40 e os dois passageiros do caminhão de trás morreram no local. Já o motorista do caminhão da frente teve ferimentos leve e foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros. A faixa da esquerda, sentido São Paulo, e as duas faixas sentido Belo Horizonte ficaram interditadas até as 14h40 desta sexta. Com isso, a rodovia ficou com lentidão durante todo o período da manhã. Às 10h, a concessionária registrava 12 km de congestionamento nos dois sentidos. Às 14h50, os motoristas enfrentavam três quilômetros de lentidão em direção à capital paulista e dois quilômetros no sentido Belo Horizonte. Equipes da concessionária realizaram a limpeza da pista para a retirada dos destroços e da carga, que ficou espalhada pela rodovia. O local também foi periciado. As causas do acidente ainda serão investigadas.
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Brasil pede à OMC abertura de painel contra subsídio a aviões
O Brasil vai pedir nesta sexta-feira (18) que a OMC (Organização Mundial do Comércio) abra um painel de solução de controvérsias para decidir sobre reclamação de que o Canadá está subsidiando os jatos CSeries produzidos pela Bombardier, disse o Ministério das Relações Exteriores. Segundo a pasta, o Brasil estima que o CSeries tenha recebido US$ 3 bilhões em subsídios federais, estaduais e locais. O plano da Bombardier é que o CSeries concorra com os aviões E195 da Embraer. "Os altos subsídios concedidos à Bombardier resultaram em sérios danos à indústria de aviação brasileira. Vários desses subsídios são banidos pela OMC", diz o comunicado. Em fevereiro, o governo brasileiro já havia entrado com uma queixa contra o Canadá na OMC —primeiro passo para a abertura de um painel no sistema de solução de controvérsias—, acusando o país de distorcer a indústria aeroespacial global com subsídios. À época, a Bombardier negou irregularidades. O Brasil diz que conversas com o governo canadense para encontrar uma solução para o caso não surtiram efeito e que espera que o painel seja aberto pela OMC em 29 de setembro. Esse é o segundo contencioso que o Brasil abre contra o Canadá por causa da disputa entre Embraer e Bombardier. Na primeira, a OMC decidiu a favor do Brasil, em 2002, depois de litígio de cinco anos, confirmando que o Canadá dava subsídios ilegais para exportação dos jatos Bombardier.
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Brasil pede à OMC abertura de painel contra subsídio a aviõesO Brasil vai pedir nesta sexta-feira (18) que a OMC (Organização Mundial do Comércio) abra um painel de solução de controvérsias para decidir sobre reclamação de que o Canadá está subsidiando os jatos CSeries produzidos pela Bombardier, disse o Ministério das Relações Exteriores. Segundo a pasta, o Brasil estima que o CSeries tenha recebido US$ 3 bilhões em subsídios federais, estaduais e locais. O plano da Bombardier é que o CSeries concorra com os aviões E195 da Embraer. "Os altos subsídios concedidos à Bombardier resultaram em sérios danos à indústria de aviação brasileira. Vários desses subsídios são banidos pela OMC", diz o comunicado. Em fevereiro, o governo brasileiro já havia entrado com uma queixa contra o Canadá na OMC —primeiro passo para a abertura de um painel no sistema de solução de controvérsias—, acusando o país de distorcer a indústria aeroespacial global com subsídios. À época, a Bombardier negou irregularidades. O Brasil diz que conversas com o governo canadense para encontrar uma solução para o caso não surtiram efeito e que espera que o painel seja aberto pela OMC em 29 de setembro. Esse é o segundo contencioso que o Brasil abre contra o Canadá por causa da disputa entre Embraer e Bombardier. Na primeira, a OMC decidiu a favor do Brasil, em 2002, depois de litígio de cinco anos, confirmando que o Canadá dava subsídios ilegais para exportação dos jatos Bombardier.
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Com PM em greve, ES tem aumento de violência e pede ajuda do Exército
A greve de policiais militares no Espírito Santo provocou uma onda de violência que resultou em mortes, saques, interrupção de aulas nas escolas, paralisação de ônibus e fechamento de shoppings na Grande Vitória. A escalada de violência após a deflagração da greve, na última sexta (3), fez o Estado pedir apoio da Força Nacional e do Exército. O governo federal enviou 200 homens da Força Nacional, além de militares, que já estavam nas ruas da capital no início da noite desta segunda (6). Desde sábado (4), foram registrados 52 homicídios no Estado, contra uma média de quatro por dia, segundo o Sindicato dos Policiais Civis do ES. O governo não deu um balanço oficial. Pelo menos dois ônibus foram incendiados, e houve saques em lojas. O DML (Departamento de Medicina Legal) ficou superlotado. Com 12 geladeiras, não tinha lugar apropriado para armazenar todos os corpos –16 permaneciam no chão. O Estado diz que uma força-tarefa agilizaria os trabalhos. Com o avanço da violência, moradores relatam o medo de andar nas ruas de Vitória até de dia, o que fez seis shoppings ficarem fechados à tarde, com receio de saques. As ruas da capital capixaba também ficaram vazias, já que comerciantes evitaram abrir as portas e o transporte coletivo foi paralisado. A Prefeitura de Vitória ainda suspendeu as aulas nas escolas municipais, o expediente nas repartições e o atendimento em unidades de saúde –até a vacinação contra a febre amarela foi atingida. "A paralisação estava marcada para as 16h, mas às 14h já não havia ônibus no terminal de Itacibá. Muita gente teve de usar táxi", afirmou a auxiliar de serviços gerais Patrícia Moraes, 33. André Garcia Em Serra, passageiros pegaram por conta própria um ônibus que estava parado no terminal de Carapina. O veículo foi invadido e um usuário deixou a estação dirigindo. O dentista Leonardo Regiani, 34, viu 8 de 12 pacientes desmarcarem consultas. "O maior problema é a indefinição. Não sabemos até quando isso vai durar. Até para pagar contas está complicado, já que os bancos estão fechando." MULTA Desde sexta, familiares de policiais fazem manifestações em frente aos batalhões da corporação. Dizem que visam impedir a saída de carros para o patrulhamento. O envolvimento de parentes tenta evitar a exposição dos PMs, proibidos pela Constituição de fazerem greve. Escalada de homicídios no Estado - Em três dias foram registrados 52 casos Até por isso, associações da categoria negam estar na organização, embora apoiem o movimento grevista. Nesta segunda, o Tribunal de Justiça do ES considerou a paralisação ilegal, sob pena de multa de R$ 100 mil para as associações de PMs. Determinou ainda que sejam desobstruídos os acessos aos batalhões. Para o desembargador Robson Luiz Albanez, trata-se de uma "greve branca" e "velada" dos policiais. As reivindicações dos grevistas incluem melhores condições de trabalho, reajuste salarial e adicionais por periculosidade e jornada noturna, mas ainda não foi divulgada uma pauta fechada. Segundo o presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM do Estado, Renato Martins Conceição, o movimento deve pedir até 65% de reajuste, em um período que pode exceder um ano. Espírito Santo - Em % O Clube dos Oficiais da PM do ES calculou, desde 2007, uma perda de 43% nos reajustes, e a inflação acumulada desde a última reposição, em abril de 2014, é de 22,5%. Uma das nove mulheres de PMs que integram comissão para tratar do tema diz que os manifestantes não foram notificados da decisão da Justiça sobre as desobstruções. Por isso, segundo ela, os protestos seriam mantidos. O secretário da Segurança Pública, André Garcia, anunciou a troca do comando da PM no Estado. O coronel Laércio Oliveira foi substituído por Newton Rodrigues. Como o governador Paulo Hartung (PMDB) está de licença médica após retirar um tumor na bexiga, o vice, Cesar Colnago, ficará no cargo até dia 12. O Estado afirma que não negociará enquanto os PMs não estiverem nas ruas.
cotidiano
Com PM em greve, ES tem aumento de violência e pede ajuda do ExércitoA greve de policiais militares no Espírito Santo provocou uma onda de violência que resultou em mortes, saques, interrupção de aulas nas escolas, paralisação de ônibus e fechamento de shoppings na Grande Vitória. A escalada de violência após a deflagração da greve, na última sexta (3), fez o Estado pedir apoio da Força Nacional e do Exército. O governo federal enviou 200 homens da Força Nacional, além de militares, que já estavam nas ruas da capital no início da noite desta segunda (6). Desde sábado (4), foram registrados 52 homicídios no Estado, contra uma média de quatro por dia, segundo o Sindicato dos Policiais Civis do ES. O governo não deu um balanço oficial. Pelo menos dois ônibus foram incendiados, e houve saques em lojas. O DML (Departamento de Medicina Legal) ficou superlotado. Com 12 geladeiras, não tinha lugar apropriado para armazenar todos os corpos –16 permaneciam no chão. O Estado diz que uma força-tarefa agilizaria os trabalhos. Com o avanço da violência, moradores relatam o medo de andar nas ruas de Vitória até de dia, o que fez seis shoppings ficarem fechados à tarde, com receio de saques. As ruas da capital capixaba também ficaram vazias, já que comerciantes evitaram abrir as portas e o transporte coletivo foi paralisado. A Prefeitura de Vitória ainda suspendeu as aulas nas escolas municipais, o expediente nas repartições e o atendimento em unidades de saúde –até a vacinação contra a febre amarela foi atingida. "A paralisação estava marcada para as 16h, mas às 14h já não havia ônibus no terminal de Itacibá. Muita gente teve de usar táxi", afirmou a auxiliar de serviços gerais Patrícia Moraes, 33. André Garcia Em Serra, passageiros pegaram por conta própria um ônibus que estava parado no terminal de Carapina. O veículo foi invadido e um usuário deixou a estação dirigindo. O dentista Leonardo Regiani, 34, viu 8 de 12 pacientes desmarcarem consultas. "O maior problema é a indefinição. Não sabemos até quando isso vai durar. Até para pagar contas está complicado, já que os bancos estão fechando." MULTA Desde sexta, familiares de policiais fazem manifestações em frente aos batalhões da corporação. Dizem que visam impedir a saída de carros para o patrulhamento. O envolvimento de parentes tenta evitar a exposição dos PMs, proibidos pela Constituição de fazerem greve. Escalada de homicídios no Estado - Em três dias foram registrados 52 casos Até por isso, associações da categoria negam estar na organização, embora apoiem o movimento grevista. Nesta segunda, o Tribunal de Justiça do ES considerou a paralisação ilegal, sob pena de multa de R$ 100 mil para as associações de PMs. Determinou ainda que sejam desobstruídos os acessos aos batalhões. Para o desembargador Robson Luiz Albanez, trata-se de uma "greve branca" e "velada" dos policiais. As reivindicações dos grevistas incluem melhores condições de trabalho, reajuste salarial e adicionais por periculosidade e jornada noturna, mas ainda não foi divulgada uma pauta fechada. Segundo o presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM do Estado, Renato Martins Conceição, o movimento deve pedir até 65% de reajuste, em um período que pode exceder um ano. Espírito Santo - Em % O Clube dos Oficiais da PM do ES calculou, desde 2007, uma perda de 43% nos reajustes, e a inflação acumulada desde a última reposição, em abril de 2014, é de 22,5%. Uma das nove mulheres de PMs que integram comissão para tratar do tema diz que os manifestantes não foram notificados da decisão da Justiça sobre as desobstruções. Por isso, segundo ela, os protestos seriam mantidos. O secretário da Segurança Pública, André Garcia, anunciou a troca do comando da PM no Estado. O coronel Laércio Oliveira foi substituído por Newton Rodrigues. Como o governador Paulo Hartung (PMDB) está de licença médica após retirar um tumor na bexiga, o vice, Cesar Colnago, ficará no cargo até dia 12. O Estado afirma que não negociará enquanto os PMs não estiverem nas ruas.
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Colocaram burocratas para cuidar da internet, diz comissário americano
O lado derrotado no debate sobre a neutralidade de rede emergiu em Barcelona para atacar a decisão da semana passada, que proibiu a existência nos EUA de pistas rápidas e lentas na internet. As críticas mais claras partiram de um dos cinco comissários com assento na FCC, a agência que regula as comunicações americanas. Indicado ao órgão pelo partido Republicano, Michael O'Rielly usou vários argumentos para esgrimir seu ponto de vista, derrotado por 3 votos a 2. No lado vitorioso está Tom Wheeler, que encabeça o FCC e pertence ao mesmo partido Democrata do presidente Barack Obama, também defensor da neutralidade de rede. Um dos argumentos de O'Rielly diz respeito ao fato de que a internet passou a ser considerada um serviço de telecomunicações –portanto sujeito a regulação das autoridades americanas. "Colocaram burocratas do governo para cuidar da internet", disse ele nesta quarta (4) durante o Mobile World Congress, principal feira do setor. "Temo que outros países sigam o caminho da decisão da FCC e ainda o radicalizem." No Brasil, o Marco Civil da internet, aprovado no ano passado, já estabelece a neutralidade de rede. Grosso modo, estão do lado pró-neutralidade companhias que servem conteúdo na internet, como Google, Facebook e empresas de mídia. Do lado contrário perfila quem transmite conteúdo, como as operadoras de telefonia, que gostariam de estabelecer diferentes faixas de cobrança por seu serviço. Não é por acaso que O'Rielly atacou a maior bandeira do Facebook, o projeto internet.org, que almeja levar internet aos 60% da população mundial que ainda não a têm. "Serviços gratuitos como o do internet.org devem ser permitidos?", questionou ele. Ele disse ainda que haverá questionamentos judiciais não só sobre a essência da votação da FCC como também sobre o poder do órgão para decidir algo tão abrangente. "O campo de jogo ainda não está arrumado." Fez coro a O'Reilly o chefe de pesquisa da Telenor, operadora de origem norueguesa que é uma das gigantes da telefonia mundial. "Não regulem quando o mercado funciona", afirmou Bjorn Taale Sandberg. "As políticas públicas deveriam atacar um problema identificado." O ponto de vista defendido por eles foi objeto de ironia de Andreas Gal, diretor de tecnologia da Mozilla, responsável pelo navegador Firefox. "Vimos muita confusão no debate. A Holanda tem se antecipado nesse campo, e até onde sei as pessoas continuam acessando a internet no celular por lá e está tudo bem com as operadoras." A discussão acima ocorreu um dia depois da apresentação de Wheeler, o presidente da FCC, que tomou o palco em Barcelona para defender que a internet precisa de uma autoridade central. "A questão básica é: se a internet é a plataforma mais poderosa e atual para se expressar no planeta -o que eu acho que de fato é-, pode existir sem que haja um juiz?", disse Wheeler na terça (3).
tec
Colocaram burocratas para cuidar da internet, diz comissário americanoO lado derrotado no debate sobre a neutralidade de rede emergiu em Barcelona para atacar a decisão da semana passada, que proibiu a existência nos EUA de pistas rápidas e lentas na internet. As críticas mais claras partiram de um dos cinco comissários com assento na FCC, a agência que regula as comunicações americanas. Indicado ao órgão pelo partido Republicano, Michael O'Rielly usou vários argumentos para esgrimir seu ponto de vista, derrotado por 3 votos a 2. No lado vitorioso está Tom Wheeler, que encabeça o FCC e pertence ao mesmo partido Democrata do presidente Barack Obama, também defensor da neutralidade de rede. Um dos argumentos de O'Rielly diz respeito ao fato de que a internet passou a ser considerada um serviço de telecomunicações –portanto sujeito a regulação das autoridades americanas. "Colocaram burocratas do governo para cuidar da internet", disse ele nesta quarta (4) durante o Mobile World Congress, principal feira do setor. "Temo que outros países sigam o caminho da decisão da FCC e ainda o radicalizem." No Brasil, o Marco Civil da internet, aprovado no ano passado, já estabelece a neutralidade de rede. Grosso modo, estão do lado pró-neutralidade companhias que servem conteúdo na internet, como Google, Facebook e empresas de mídia. Do lado contrário perfila quem transmite conteúdo, como as operadoras de telefonia, que gostariam de estabelecer diferentes faixas de cobrança por seu serviço. Não é por acaso que O'Rielly atacou a maior bandeira do Facebook, o projeto internet.org, que almeja levar internet aos 60% da população mundial que ainda não a têm. "Serviços gratuitos como o do internet.org devem ser permitidos?", questionou ele. Ele disse ainda que haverá questionamentos judiciais não só sobre a essência da votação da FCC como também sobre o poder do órgão para decidir algo tão abrangente. "O campo de jogo ainda não está arrumado." Fez coro a O'Reilly o chefe de pesquisa da Telenor, operadora de origem norueguesa que é uma das gigantes da telefonia mundial. "Não regulem quando o mercado funciona", afirmou Bjorn Taale Sandberg. "As políticas públicas deveriam atacar um problema identificado." O ponto de vista defendido por eles foi objeto de ironia de Andreas Gal, diretor de tecnologia da Mozilla, responsável pelo navegador Firefox. "Vimos muita confusão no debate. A Holanda tem se antecipado nesse campo, e até onde sei as pessoas continuam acessando a internet no celular por lá e está tudo bem com as operadoras." A discussão acima ocorreu um dia depois da apresentação de Wheeler, o presidente da FCC, que tomou o palco em Barcelona para defender que a internet precisa de uma autoridade central. "A questão básica é: se a internet é a plataforma mais poderosa e atual para se expressar no planeta -o que eu acho que de fato é-, pode existir sem que haja um juiz?", disse Wheeler na terça (3).
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Etiqueta do chiclete
RIO DE JANEIRO - Em fevereiro de 2016, o doleiro João Santana e sua mulher, Mônica Moura, foram filmados quando chegavam presos à Polícia Federal em Curitiba, numa das fases da Operação Lava Jato. Apesar das mãos às costas, o casal aparentava a tranquilidade de quem estava sendo conduzido para sua suíte num hotel de luxo. Tal tranquilidade talvez fosse realçada pelo fato de que, como as câmeras bem mostraram, os dois mascavam chicletes. Desde então, sempre que João Santana e Mônica Moura aparecem na televisão, a reportagem mostra a cena dos chicletes. Por algum motivo, não foi mais possível filmá-los depois daquele dia —e o telespectador, que não é obrigado a saber disso, pode pensar que eles nunca trocam de roupa e não param de mascar chicletes. Como a dupla é acusada de injetar dinheiro ilícito nas campanhas presidenciais de Lula e Dilma, o ato de mascar chicletes pode ficar associado à corrupção. O que seria injusto porque, em si, mascar chicletes não tem nada demais —depende de quem, quando, onde e com quem se masca. Os treinadores de futebol, por exemplo, são grandes adeptos da especialidade, vide o falecido Telê Santana, cujo jogo de mandíbulas era perfeito para a prática; o formidável Abel, hoje no Fluminense; e o escocês Alex Ferguson, cujo chiclete, mascado e cuspido ao fim de sua última partida como técnico do Manchester United, em 2013, foi recolhido na área técnica e levado a leilão no eBay. Tudo bem, mas, por mais simpático e jovial, o chiclete deve se submeter a certas normas de etiqueta. Não é de bom tom mascá-lo ao fazer amor com alguém pela primeira vez, ao negociar valores secretos com candidatos à Presidência ou ao prestar delações premiadas. Falando em delações, vamos ver muito de João Santana e Mônica Moura nos próximos dias —a conferir se com ou sem chicletes.
colunas
Etiqueta do chicleteRIO DE JANEIRO - Em fevereiro de 2016, o doleiro João Santana e sua mulher, Mônica Moura, foram filmados quando chegavam presos à Polícia Federal em Curitiba, numa das fases da Operação Lava Jato. Apesar das mãos às costas, o casal aparentava a tranquilidade de quem estava sendo conduzido para sua suíte num hotel de luxo. Tal tranquilidade talvez fosse realçada pelo fato de que, como as câmeras bem mostraram, os dois mascavam chicletes. Desde então, sempre que João Santana e Mônica Moura aparecem na televisão, a reportagem mostra a cena dos chicletes. Por algum motivo, não foi mais possível filmá-los depois daquele dia —e o telespectador, que não é obrigado a saber disso, pode pensar que eles nunca trocam de roupa e não param de mascar chicletes. Como a dupla é acusada de injetar dinheiro ilícito nas campanhas presidenciais de Lula e Dilma, o ato de mascar chicletes pode ficar associado à corrupção. O que seria injusto porque, em si, mascar chicletes não tem nada demais —depende de quem, quando, onde e com quem se masca. Os treinadores de futebol, por exemplo, são grandes adeptos da especialidade, vide o falecido Telê Santana, cujo jogo de mandíbulas era perfeito para a prática; o formidável Abel, hoje no Fluminense; e o escocês Alex Ferguson, cujo chiclete, mascado e cuspido ao fim de sua última partida como técnico do Manchester United, em 2013, foi recolhido na área técnica e levado a leilão no eBay. Tudo bem, mas, por mais simpático e jovial, o chiclete deve se submeter a certas normas de etiqueta. Não é de bom tom mascá-lo ao fazer amor com alguém pela primeira vez, ao negociar valores secretos com candidatos à Presidência ou ao prestar delações premiadas. Falando em delações, vamos ver muito de João Santana e Mônica Moura nos próximos dias —a conferir se com ou sem chicletes.
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Astrologia
Lua minguante em Leão aponta importância da boa administração até no desapego. ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Dia de mudança de fase lunar –minguando em Leão, signo irmão do seu– denota sete dias propícios para tratar com carinho de seus desafios pessoais. Prove até onde pode ir. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Mercúrio em Escorpião movimenta a casa astral dos relacionamentos por algumas semanas, e a Lua minguante de hoje reforça a importância de ter um porto seguro a que recorrer. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Não se perca em um oceano de e-mails, mensagens, notícias e informações desencontradas! Seria péssimo para seu desempenho profissional. Vale por uma semana. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Altos e baixos emocionais à vista, canceriano! A Lua muda de fase, minguando seus rendimentos. Tempo bom para rever as atividades que você sabe fazer e que geram segurança. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) É no seu signo que ocorre a minguante lunar deste mês! Sinal claro para que você se empenhe em melhorar a saúde. Época de desapego dos maus hábitos. Boa para dietas. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Que tal reservar os próximos dias para uma boa revisão das emoções? A Lua minguante favorece um olhar mais profundo sobre suas mazelas emocionais. Revelações à vista. LIBRA (23 set. a 22 out.) Alguns planos precisarão ser alterados, especialmente se foram elaborados com amigos. Com a Lua minguante de hoje, muita gente irá repensar projetos. Você e eles também. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Não basta ser intenso na busca por transformação nem rigoroso no descarte do que não é essencial. Também tem de haver alegria nesse processo e uma boa dose de cálculo para decisões certas. Essa é a mensagem da Lua minguante para você. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Você sabe qual é o sentido de ficar à margem, esquecido e isolado? Se não sabe, aproveite o embalo da minguante em Leão para sonhar com saídas honrosas e divertidas. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) O ritmo vai mudar de novo com a mudança lunar, a entrada de Mercúrio em Escorpião e a conjunção de Vênus e Marte em Virgem –novas ideias, revisões, percepções. Centre-se nas vitórias. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Se você se sentir menos ousado hoje, siga a tendência –é hora de rever comportamentos sociais e profissionais, escolhendo melhor suas companhias nas batalhas. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Refazimentos, aperfeiçoamentos, reelaboração de projetos de trabalho e de estudo –lá vem a Lua minguante para ajudar você nisso. E com a intuição de Mercúrio em Escorpião!
ilustrada
AstrologiaLua minguante em Leão aponta importância da boa administração até no desapego. ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Dia de mudança de fase lunar –minguando em Leão, signo irmão do seu– denota sete dias propícios para tratar com carinho de seus desafios pessoais. Prove até onde pode ir. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Mercúrio em Escorpião movimenta a casa astral dos relacionamentos por algumas semanas, e a Lua minguante de hoje reforça a importância de ter um porto seguro a que recorrer. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Não se perca em um oceano de e-mails, mensagens, notícias e informações desencontradas! Seria péssimo para seu desempenho profissional. Vale por uma semana. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Altos e baixos emocionais à vista, canceriano! A Lua muda de fase, minguando seus rendimentos. Tempo bom para rever as atividades que você sabe fazer e que geram segurança. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) É no seu signo que ocorre a minguante lunar deste mês! Sinal claro para que você se empenhe em melhorar a saúde. Época de desapego dos maus hábitos. Boa para dietas. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Que tal reservar os próximos dias para uma boa revisão das emoções? A Lua minguante favorece um olhar mais profundo sobre suas mazelas emocionais. Revelações à vista. LIBRA (23 set. a 22 out.) Alguns planos precisarão ser alterados, especialmente se foram elaborados com amigos. Com a Lua minguante de hoje, muita gente irá repensar projetos. Você e eles também. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Não basta ser intenso na busca por transformação nem rigoroso no descarte do que não é essencial. Também tem de haver alegria nesse processo e uma boa dose de cálculo para decisões certas. Essa é a mensagem da Lua minguante para você. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Você sabe qual é o sentido de ficar à margem, esquecido e isolado? Se não sabe, aproveite o embalo da minguante em Leão para sonhar com saídas honrosas e divertidas. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) O ritmo vai mudar de novo com a mudança lunar, a entrada de Mercúrio em Escorpião e a conjunção de Vênus e Marte em Virgem –novas ideias, revisões, percepções. Centre-se nas vitórias. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Se você se sentir menos ousado hoje, siga a tendência –é hora de rever comportamentos sociais e profissionais, escolhendo melhor suas companhias nas batalhas. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Refazimentos, aperfeiçoamentos, reelaboração de projetos de trabalho e de estudo –lá vem a Lua minguante para ajudar você nisso. E com a intuição de Mercúrio em Escorpião!
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Desembargador derruba decisão que pedia bloqueio do WhatsApp
O desembargador Raimundo Nonato da Costa Alencar, do Tribunal de Justiça do Piauí, suspendeu nesta quinta-feira (26) uma decisão de um juiz do Estado que pedia a suspensão do WhatsApp no Brasil. A decisão foi tomada em razão de mandado de segurança impetrado por companhias de telecomunicações, a quem o magistrado havia ordenado o bloqueio do aplicativo de conversas. A Folha apurou que a decisão de Alencar favorece algumas teles, como GVT, Embratel e Claro –outras também entraram com mandados de segurança. Não está claro se todas as companhias citadas serão beneficiadas, mas a tendência é que futuras decisões sigam a mesma linha. O escritório de advocacia Opice Blum, que entrou com o mandado de segurança, não comentou o caso. A ordem de suspensão do WhatsApp foi emitida pelo juiz Luiz Moura Correia, da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina. Segundo Correia, o objetivo da ordem judicial, é forçar o WhatsApp a colaborar com investigações da polícia do Estado. O serviço de mensagens não estaria ajudando em investigações realizadas desde 2013 e que teriam relação com crimes ("graves", diz o juiz, mas sem especificá-los) contra crianças e adolescentes. O magistrado afirma que a decisão de direcionar os pedidos às teles, e não à companhia americana, foi feita depois de o WhatsApp se negar a fornecer esse tipo de informação, supostamente alegando não ter de cumprir a lei brasileira por não ter escritório aqui. Em nota divulgada na quarta-feira (25), o Sinditelebrasil, associação que representa as teles, julgou a medida "desproporcional", "já que, para conseguir informações de um número reduzido de pessoas, negadas pela proprietária do Whatsapp, decidiu-se suspender o serviço em todo o país". A instituição também afirma que as companhias "não têm nenhuma relação com o serviço". O Facebook, que comprou o mensageiro no ano passado por US$ 19 bilhões, disse que não se pronunciaria porque as companhias atuam de modo separado. "A rede social não é legalmente responsável pelo serviço de mensagens", diz a advogada Gisele Arantes, especialista em direito digital. "No documento, elas são empresas independentes."
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Desembargador derruba decisão que pedia bloqueio do WhatsAppO desembargador Raimundo Nonato da Costa Alencar, do Tribunal de Justiça do Piauí, suspendeu nesta quinta-feira (26) uma decisão de um juiz do Estado que pedia a suspensão do WhatsApp no Brasil. A decisão foi tomada em razão de mandado de segurança impetrado por companhias de telecomunicações, a quem o magistrado havia ordenado o bloqueio do aplicativo de conversas. A Folha apurou que a decisão de Alencar favorece algumas teles, como GVT, Embratel e Claro –outras também entraram com mandados de segurança. Não está claro se todas as companhias citadas serão beneficiadas, mas a tendência é que futuras decisões sigam a mesma linha. O escritório de advocacia Opice Blum, que entrou com o mandado de segurança, não comentou o caso. A ordem de suspensão do WhatsApp foi emitida pelo juiz Luiz Moura Correia, da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina. Segundo Correia, o objetivo da ordem judicial, é forçar o WhatsApp a colaborar com investigações da polícia do Estado. O serviço de mensagens não estaria ajudando em investigações realizadas desde 2013 e que teriam relação com crimes ("graves", diz o juiz, mas sem especificá-los) contra crianças e adolescentes. O magistrado afirma que a decisão de direcionar os pedidos às teles, e não à companhia americana, foi feita depois de o WhatsApp se negar a fornecer esse tipo de informação, supostamente alegando não ter de cumprir a lei brasileira por não ter escritório aqui. Em nota divulgada na quarta-feira (25), o Sinditelebrasil, associação que representa as teles, julgou a medida "desproporcional", "já que, para conseguir informações de um número reduzido de pessoas, negadas pela proprietária do Whatsapp, decidiu-se suspender o serviço em todo o país". A instituição também afirma que as companhias "não têm nenhuma relação com o serviço". O Facebook, que comprou o mensageiro no ano passado por US$ 19 bilhões, disse que não se pronunciaria porque as companhias atuam de modo separado. "A rede social não é legalmente responsável pelo serviço de mensagens", diz a advogada Gisele Arantes, especialista em direito digital. "No documento, elas são empresas independentes."
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Rótulos malnutridos
Consultar os rótulos de alimentos é um hábito saudável que não se disseminou pelo Brasil. Por desinteresse ou dificuldade de entendê-los, a maioria dos consumidores guia-se às cegas nas compras. Segundo pesquisa do Datafolha, 48% dos brasileiros não leem informações sobre ingredientes e tabela nutricional disponibilizadas nas embalagens. Dos 52% que buscam alguma orientação, dois terços (35% do total) não entendem bem os dados referentes aos produtos. O levantamento foi encomendado pela Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), organização que atua na promoção da saúde. As letras muito miúdas (61%) e o excesso de termos técnicos e números (51%) nos textos são apontados como os principais estorvos para decifrar os rótulos. Em vista disso, ganharam impulso iniciativas com vistas a tornar os dados mais digeríveis pelo consumidor. Grupos formados por mães de crianças alérgicas e nutricionistas, por exemplo, contribuíram para algumas conquistas. Neste ano, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou que produtores de alimentos e bebidas incluam no rótulo de suas mercadorias aviso explícito sobre a presença de substâncias que podem provocam alergias, citando os elementos por seus nomes mais conhecidos. Até então, as mensagens acerca de alérgenos primavam pelo hermetismo —lia-se, por exemplo, "caseinato de sódio" (proteína láctea) ou "soro albuminado" (ovo). A Anvisa estuda, ainda, formas de dar mais visibilidade aos teores de açúcar, sódio e gorduras dos alimentos. Consumidos em excesso, podem ampliar os riscos de doenças cardiovasculares, a principal causa de morte no Brasil —elas respondem por 30% dos óbitos. Medidas como aumentar o tamanho das letras dos rótulos e dar-lhes maior nitidez tipográfica facilitariam a leitura —sobretudo por parte de homens com mais de 55 anos, que são mais propensos a ter deficiências de visão e estão entre as principais vítimas das enfermidades cardiovasculares. Outra ação benéfica seria adotar modelos práticos para comparar o valor nutricional dos alimentos, sem exigir que o consumidor elabore regra de três para o cotejamento. Isso facilitaria a escolha de produtos adequados a cada um. Prover informações claras e precisas acerca dos alimentos responde a um direito básico do cidadão e pode representar um passo importante na luta contra doenças associadas à má alimentação. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Rótulos malnutridosConsultar os rótulos de alimentos é um hábito saudável que não se disseminou pelo Brasil. Por desinteresse ou dificuldade de entendê-los, a maioria dos consumidores guia-se às cegas nas compras. Segundo pesquisa do Datafolha, 48% dos brasileiros não leem informações sobre ingredientes e tabela nutricional disponibilizadas nas embalagens. Dos 52% que buscam alguma orientação, dois terços (35% do total) não entendem bem os dados referentes aos produtos. O levantamento foi encomendado pela Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), organização que atua na promoção da saúde. As letras muito miúdas (61%) e o excesso de termos técnicos e números (51%) nos textos são apontados como os principais estorvos para decifrar os rótulos. Em vista disso, ganharam impulso iniciativas com vistas a tornar os dados mais digeríveis pelo consumidor. Grupos formados por mães de crianças alérgicas e nutricionistas, por exemplo, contribuíram para algumas conquistas. Neste ano, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou que produtores de alimentos e bebidas incluam no rótulo de suas mercadorias aviso explícito sobre a presença de substâncias que podem provocam alergias, citando os elementos por seus nomes mais conhecidos. Até então, as mensagens acerca de alérgenos primavam pelo hermetismo —lia-se, por exemplo, "caseinato de sódio" (proteína láctea) ou "soro albuminado" (ovo). A Anvisa estuda, ainda, formas de dar mais visibilidade aos teores de açúcar, sódio e gorduras dos alimentos. Consumidos em excesso, podem ampliar os riscos de doenças cardiovasculares, a principal causa de morte no Brasil —elas respondem por 30% dos óbitos. Medidas como aumentar o tamanho das letras dos rótulos e dar-lhes maior nitidez tipográfica facilitariam a leitura —sobretudo por parte de homens com mais de 55 anos, que são mais propensos a ter deficiências de visão e estão entre as principais vítimas das enfermidades cardiovasculares. Outra ação benéfica seria adotar modelos práticos para comparar o valor nutricional dos alimentos, sem exigir que o consumidor elabore regra de três para o cotejamento. Isso facilitaria a escolha de produtos adequados a cada um. Prover informações claras e precisas acerca dos alimentos responde a um direito básico do cidadão e pode representar um passo importante na luta contra doenças associadas à má alimentação. editoriais@grupofolha.com.br
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Valor do aluguel cai, e zona leste tem os menores preços em São Paulo
O valor do aluguel residencial em São Paulo apresentou retração de 3,2% nos últimos 12 meses terminados em janeiro de 2016, de acordo com o Secovi-SP (Sindicato da Habitação). O resultado foi o pior da série histórica, que começou em 2004. No mesmo período, o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), usado para reajustar os contratos de aluguel, ficou em 10,9%. "Os proprietários já entenderam que o mercado não é o mesmo que há dois anos e estão mais dispostos a reduzir os valores para manter os imóveis ocupados ", afirma Mark Turnbull, diretor de locação do Secovi-SP, explicando o motivo da retração. Diante desse cenário, quem procura casa ou apartamento para alugar encontra condições favoráveis. Na zona leste, estão concentradas as opções mais baratas. No bairro de São Mateus (zona leste), o preço do m² de um imóvel de dois dormitórios chega a R$ 13,60. Já nos Jardins (zona oeste), o m² sai por R$ 36,46. Também na zona leste foram registradas as maiores quedas nos preços na comparação entre janeiro de 2016 e o mesmo mês de 2015. Em Cangaíba, a redução foi de 13,9%, seguido pelo Tatuapé, com 11,73%. Para o especialista, a retração nos preços deve continuar. "Não há indicativo algum de melhora para o mercado. Este é o momento do locatário", afirma Turnbull. Aluguéis residenciais em SP - Faixa de valores por m² de área privativa ou construída, em R$; dados por regiões de São Paulo e número de dormitórios
mercado
Valor do aluguel cai, e zona leste tem os menores preços em São PauloO valor do aluguel residencial em São Paulo apresentou retração de 3,2% nos últimos 12 meses terminados em janeiro de 2016, de acordo com o Secovi-SP (Sindicato da Habitação). O resultado foi o pior da série histórica, que começou em 2004. No mesmo período, o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), usado para reajustar os contratos de aluguel, ficou em 10,9%. "Os proprietários já entenderam que o mercado não é o mesmo que há dois anos e estão mais dispostos a reduzir os valores para manter os imóveis ocupados ", afirma Mark Turnbull, diretor de locação do Secovi-SP, explicando o motivo da retração. Diante desse cenário, quem procura casa ou apartamento para alugar encontra condições favoráveis. Na zona leste, estão concentradas as opções mais baratas. No bairro de São Mateus (zona leste), o preço do m² de um imóvel de dois dormitórios chega a R$ 13,60. Já nos Jardins (zona oeste), o m² sai por R$ 36,46. Também na zona leste foram registradas as maiores quedas nos preços na comparação entre janeiro de 2016 e o mesmo mês de 2015. Em Cangaíba, a redução foi de 13,9%, seguido pelo Tatuapé, com 11,73%. Para o especialista, a retração nos preços deve continuar. "Não há indicativo algum de melhora para o mercado. Este é o momento do locatário", afirma Turnbull. Aluguéis residenciais em SP - Faixa de valores por m² de área privativa ou construída, em R$; dados por regiões de São Paulo e número de dormitórios
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Primeira ciclovia em favela no Rio é azul para evitar reação de facções
Está no Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito: a cor usada para demarcar áreas de ciclovias e ciclofaixas deve ser obrigatoriamente a vermelha. À primeira vista, trata-se de uma regra simples. Mas estamos no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, um lugar onde cumprir certas normas parece ser uma tarefa, no mínimo, complexa. Território disputado por duas facções criminosas –Comando Vermelho e TCP (Terceiro Comando Puro)–, a Maré é a primeira região de favelas da cidade a ter uma rota cicloviária em implantação, com extensão de 22 quilômetros. É também a única do Rio com ciclofaixas pintadas de azul. Responsável pela execução do projeto, a Smac (Secretaria Municipal do Meio Ambiente) explicou a inusitada decisão em nota enviada à reportagem do UOL: "o uso da cor azul atende a um pedido dos próprios moradores do Complexo da Maré a fim de evitar retaliações de facções". Questionada pela reportagem sobre o desrespeito à resolução do Contran (Conselho Nacional do Trânsito), em vigor desde 2007, a pasta afirmou que "obras em comunidades precisam se adaptar às condições do local". Conforme a norma nacional, a cor azul deve ser utilizada para "inscrever símbolo em áreas especiais de estacionamento ou de parada para embarque e desembarque para pessoas portadores de deficiência física". Pouco mais de dois meses após o fim de uma ocupação de um ano e três meses das Forças Armadas na Maré, que custou aproximadamente R$ 600 milhões, a presença de traficantes armados nas ruas da região está longe de ser discreta. Tiroteios são constantes em algumas das 16 favelas que compõem o complexo. A Polícia Militar, que oficialmente assumiu a ocupação no início de julho, se limita a patrulhar os acessos às comunidades. Só entra nelas durante operações pontuais, geralmente marcadas por trocas de tiros com criminosos e pessoas baleadas. Moradores da Maré ouvidos pela reportagem disseram desconhecer o suposto temor provocado pela pintura das ciclofaixas. "Mas eles não tinham pacificado?", ironizou uma mulher. Um morador, no entanto, disse achar a justificativa plausível diante do cenário de guerra presente nas favelas. Para um traficante do TCP, a cor deve ser alguma "piada" da prefeitura. "Deve ser por causa da marca do governo", afirmou, referindo-se aos logotipos predominantemente azuis das administrações municipal e estadual. De acordo com a Secretaria de Segurança do Governo do Estado, a região vai ganhar quatro UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) até o fim do primeiro trimestre de 2016. Segundo o secretário José Mariano Beltrame, a primeira delas deveria ter sido instalada no último mês de julho, o que não aconteceu. FAIXAS ESTREITAS E OBSTÁCULOS No início das obras, em março deste ano, o prefeito Eduardo Paes declarou que a construção da ciclovia serviria para que os moradores pudessem "se deslocar com conforto e segurança, melhorando também sua qualidade de vida". Os trechos já concluídos –14 km de ciclofaixas e faixas compartilhadas, mais de 60% do total previsto–, entretanto, não condizem com o cenário prometido pelo prefeito. As ciclofaixas pintadas têm aproximadamente 75 centímetros de largura, metade da mínima recomendada pelo Contran para vias de sentido único (1,5 m). Afastadas do meio-fio para dar espaço às vagas de estacionamento de carros, as faixas são pouco utilizadas pelos ciclistas da Maré. A tinta está desgastada, o que dá aspecto de abandono a faixas pintadas meses atrás. A reportagem solicitou à Smac na última sexta-feira (11) uma entrevista com o responsável pelo projeto, mas o pedido não foi atendido. Em nota, a secretaria disse que a prefeitura tem regras próprias para obras em comunidade e citou o "Manual de Projetos e Programas para Incentivar o Uso de Bicicletas em Comunidades". No documento, no entanto, a largura mínima da ciclofaixa é de 1,2 m. Sobre as ciclofaixas, os ciclistas mais corajosos disputam espaço com automóveis, motos e até um contêiner de lixo da prefeitura. Os pedestres também se arriscam nas ciclofaixas ou no meio da rua, já que as calçadas têm muitos trechos deteriorados ou ocupados por comerciantes. "Só uma ou duas linhas no meio da rua não adianta nada. Tem pouco espaço. Se a pessoa se desequilibrar um pouco, pode até morrer. Se cair, passam por cima", comenta a moradora Jordana Oliveira, 32. "Não mudou nada. Ninguém respeita. Mal cabem dois carros entre as ciclofaixas", diz o pedreiro José Aurélio, 22, que já costumava andar de bicicleta na Maré antes da implantação das ciclovias. O supervisor de segurança Marcelo Alves, 31, costuma buscar o filho de nove anos na escola de bicicleta, mas não permite que o menino ande sozinho. "É muito perigoso. Infelizmente, as regras de trânsito não existem aqui. A gente até tenta se manter nas faixas, mas é complicado", comenta. ORÇAMENTO INFLACIONADO O valor do orçamento do projeto, R$ 7 milhões, impressionou os moradores. "Não sei como estão gastando tanto dinheiro nisso aí com tanta coisa mais importante para fazer. Se fizessem uma grade de proteção, tudo bem", comenta Jordana. De acordo com a secretaria, o valor inclui "sinalização vertical, horizontal, construção de rampa de acesso a um viaduto, pavimentação, calçadas, bicicletários, entre outras ações de urbanização". Uma comparação com outra rota cicloviária em implantação na cidade, entre Laranjeiras e Botafogo, na zona sul, demonstra o inflacionamento das obras na Maré. Pouco mais de duas vezes menor (10,4 km), a ciclovia da zona sul custa cinco vezes menos que a da Maré (R$ 1,4 milhão). A Smac argumenta que as intervenções na Maré contemplam demandas de urbanização da área, como calçamento e drenagem, estrutura já existente na zona sul. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente, as obras no complexo de favelas têm prazo de conclusão para fevereiro de 2016.
cotidiano
Primeira ciclovia em favela no Rio é azul para evitar reação de facçõesEstá no Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito: a cor usada para demarcar áreas de ciclovias e ciclofaixas deve ser obrigatoriamente a vermelha. À primeira vista, trata-se de uma regra simples. Mas estamos no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, um lugar onde cumprir certas normas parece ser uma tarefa, no mínimo, complexa. Território disputado por duas facções criminosas –Comando Vermelho e TCP (Terceiro Comando Puro)–, a Maré é a primeira região de favelas da cidade a ter uma rota cicloviária em implantação, com extensão de 22 quilômetros. É também a única do Rio com ciclofaixas pintadas de azul. Responsável pela execução do projeto, a Smac (Secretaria Municipal do Meio Ambiente) explicou a inusitada decisão em nota enviada à reportagem do UOL: "o uso da cor azul atende a um pedido dos próprios moradores do Complexo da Maré a fim de evitar retaliações de facções". Questionada pela reportagem sobre o desrespeito à resolução do Contran (Conselho Nacional do Trânsito), em vigor desde 2007, a pasta afirmou que "obras em comunidades precisam se adaptar às condições do local". Conforme a norma nacional, a cor azul deve ser utilizada para "inscrever símbolo em áreas especiais de estacionamento ou de parada para embarque e desembarque para pessoas portadores de deficiência física". Pouco mais de dois meses após o fim de uma ocupação de um ano e três meses das Forças Armadas na Maré, que custou aproximadamente R$ 600 milhões, a presença de traficantes armados nas ruas da região está longe de ser discreta. Tiroteios são constantes em algumas das 16 favelas que compõem o complexo. A Polícia Militar, que oficialmente assumiu a ocupação no início de julho, se limita a patrulhar os acessos às comunidades. Só entra nelas durante operações pontuais, geralmente marcadas por trocas de tiros com criminosos e pessoas baleadas. Moradores da Maré ouvidos pela reportagem disseram desconhecer o suposto temor provocado pela pintura das ciclofaixas. "Mas eles não tinham pacificado?", ironizou uma mulher. Um morador, no entanto, disse achar a justificativa plausível diante do cenário de guerra presente nas favelas. Para um traficante do TCP, a cor deve ser alguma "piada" da prefeitura. "Deve ser por causa da marca do governo", afirmou, referindo-se aos logotipos predominantemente azuis das administrações municipal e estadual. De acordo com a Secretaria de Segurança do Governo do Estado, a região vai ganhar quatro UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) até o fim do primeiro trimestre de 2016. Segundo o secretário José Mariano Beltrame, a primeira delas deveria ter sido instalada no último mês de julho, o que não aconteceu. FAIXAS ESTREITAS E OBSTÁCULOS No início das obras, em março deste ano, o prefeito Eduardo Paes declarou que a construção da ciclovia serviria para que os moradores pudessem "se deslocar com conforto e segurança, melhorando também sua qualidade de vida". Os trechos já concluídos –14 km de ciclofaixas e faixas compartilhadas, mais de 60% do total previsto–, entretanto, não condizem com o cenário prometido pelo prefeito. As ciclofaixas pintadas têm aproximadamente 75 centímetros de largura, metade da mínima recomendada pelo Contran para vias de sentido único (1,5 m). Afastadas do meio-fio para dar espaço às vagas de estacionamento de carros, as faixas são pouco utilizadas pelos ciclistas da Maré. A tinta está desgastada, o que dá aspecto de abandono a faixas pintadas meses atrás. A reportagem solicitou à Smac na última sexta-feira (11) uma entrevista com o responsável pelo projeto, mas o pedido não foi atendido. Em nota, a secretaria disse que a prefeitura tem regras próprias para obras em comunidade e citou o "Manual de Projetos e Programas para Incentivar o Uso de Bicicletas em Comunidades". No documento, no entanto, a largura mínima da ciclofaixa é de 1,2 m. Sobre as ciclofaixas, os ciclistas mais corajosos disputam espaço com automóveis, motos e até um contêiner de lixo da prefeitura. Os pedestres também se arriscam nas ciclofaixas ou no meio da rua, já que as calçadas têm muitos trechos deteriorados ou ocupados por comerciantes. "Só uma ou duas linhas no meio da rua não adianta nada. Tem pouco espaço. Se a pessoa se desequilibrar um pouco, pode até morrer. Se cair, passam por cima", comenta a moradora Jordana Oliveira, 32. "Não mudou nada. Ninguém respeita. Mal cabem dois carros entre as ciclofaixas", diz o pedreiro José Aurélio, 22, que já costumava andar de bicicleta na Maré antes da implantação das ciclovias. O supervisor de segurança Marcelo Alves, 31, costuma buscar o filho de nove anos na escola de bicicleta, mas não permite que o menino ande sozinho. "É muito perigoso. Infelizmente, as regras de trânsito não existem aqui. A gente até tenta se manter nas faixas, mas é complicado", comenta. ORÇAMENTO INFLACIONADO O valor do orçamento do projeto, R$ 7 milhões, impressionou os moradores. "Não sei como estão gastando tanto dinheiro nisso aí com tanta coisa mais importante para fazer. Se fizessem uma grade de proteção, tudo bem", comenta Jordana. De acordo com a secretaria, o valor inclui "sinalização vertical, horizontal, construção de rampa de acesso a um viaduto, pavimentação, calçadas, bicicletários, entre outras ações de urbanização". Uma comparação com outra rota cicloviária em implantação na cidade, entre Laranjeiras e Botafogo, na zona sul, demonstra o inflacionamento das obras na Maré. Pouco mais de duas vezes menor (10,4 km), a ciclovia da zona sul custa cinco vezes menos que a da Maré (R$ 1,4 milhão). A Smac argumenta que as intervenções na Maré contemplam demandas de urbanização da área, como calçamento e drenagem, estrutura já existente na zona sul. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente, as obras no complexo de favelas têm prazo de conclusão para fevereiro de 2016.
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'Achei que fosse morrer', diz mulher sequestrada pela segunda vez em SP
Sentada no banco do passageiro, Flávia Donato, 43, fechava os olhos e pensava na família. No banco de trás do carro, um sequestrador segurava uma arma. O motorista os conduzia a 160 km/h pela estrada, fugindo de pelo menos dez carros de polícia. Ela se curvava, ora colocando as mãos nas têmporas, ora segurando o cinto e a porta do veículo. "Sentia medo completo. Achei que fosse morrer." Não era a primeira vez. Como chegara até ali? Era uma segunda à noite –esta segunda (19)–, "como todas as outras", diz ela: a filha mais velha, de 14 anos, esperava a mãe buscá-la na aula de dança; o marido e as outras três –de 12, 8 e 5– aguardavam em casa para o jantar. Às 20h30, saiu da escola das filhas, em Perdizes (zona oeste de São Paulo), após uma reunião de pais. O carro, uma caminhonete branca, estava estacionado na rua de trás. Flávia, uma fonoaudióloga que hoje fica em casa cuidando das filhas, falava ao telefone com o marido, o engenheiro Marcos Donato, 43, "só para avisar que estava tudo ok". Acabou surpreendida. Arrancaram o celular de sua mão e a empurraram para o banco do passageiro. Do outro lado da linha, seu marido escutou um grito. A ligação foi encerrada. Tentou ligar novamente para Flávia, mas ela não atendeu. Telefonou ao 190 e, de carro, foi procurá-la perto da escola. Nada. No carro, Flávia pedia: "Por favor, moço, fica com o carro, com a minha bolsa. Me deixa sair". "Queremos dinheiro, temos que pagar umas contas", respondiam. Quando ela não soube responder o limite de seu cartão, perguntavam, ríspidos: "Como você não sabe qual é o seu limite? Você usa o cartão para quê?" Ela, para "compras de supermercado e gasolina". Eles, para saques e pares de tênis, como ela soube depois. Num semáforo, seu cartão foi entregue para a outra metade da quadrilha, um homem e uma mulher que foram para o shopping Bourbon, na Pompeia (zona oeste). Ali, fizeram um saque de R$ 1.000 e compraram quatro pares de tênis em lojas esportivas. Exatos vinte anos antes, quando Flávia e Marcos eram apenas namorados, foram abordados num "Golzinho", na Vila Romana (zona oeste). Sequestro-relâmpago. "Fomos a vários bancos, sacamos dinheiro e eles nos deixaram na estrada", diz ela. "Depois, pararam o carro, abriram a porta e disseram: 'desce e corre'". Na ocasião, também pensou que fosse morrer –"achei que iam atirar em nós dois". NOTIFICAÇÕES Desta vez, Marcos tentava ajudar de casa. "Tive que administrar a criançada, sem transparecer preocupação, além de controlar a imaginação, que nos leva a pensar nas mais variadas hipóteses. Estava tenso, mas não podia deixar isso me impactar", afirma. Ele começou a receber notificações no celular avisando sobre o uso do cartão. Ligou para uma das lojas e falou com a atendente, enquanto comunicava à polícia, na outra linha. "Eu já tinha feito a transação e estava fazendo o pacote deles. Estavam bem na minha frente", diz Evilaine Rocha, 24. "Fiquei muito assustada. Assim que saíram da loja, avisamos o segurança." Depois de uma rápida perseguição no shopping, essa metade da quadrilha foi detida –a mulher chegou a se esconder no banheiro; o homem caiu no chão. Em depoimento à polícia, a mulher disse precisar do dinheiro porque tem uma filha de dois anos, afirmou não conhecer os outros sequestradores e estar "muito arrependida". A notícia de que o plano tinha falhado não chegou aos sequestradores que estavam no carro. Com som alto –funk o tempo inteiro–, dirigiam pela marginal Tietê em direção ao aeroporto de Guarulhos. "Eu perguntava: 'quando é que vou embora?'. Eles respondiam: 'que coisa chata, faz sempre a mesma pergunta?'", relembrou ela, nesta terça (20), com as mãos tremendo. Como em 1996, agora o desfecho também seguia em direção à estrada. Os sequestradores fizeram um retorno, pegando a marginal em direção à rodovia dos Bandeirantes. A polícia, enquanto isso, fazia rondas pela região, procurando o carro. "Uma das hipóteses era de que estaria na marginal Tietê", diz o tenente Allan Pazelli, 27, que comandou a ação policial. Por volta das 22h, uma hora e meia após o início do sequestro, o carro foi encontrado. Foi quando começou uma perseguição de quase 30 minutos. O carro de polícia ligou a sirene. Assustado, o sequestrador acelerou. Já na rodovia dos Bandeirantes, mais de dez carros de polícia e um helicóptero passaram a seguir o veículo, entre 160 e 170 km/h. "Corre, parça", suplicava o bandido de trás, que, nervoso, batia no vidro. O motorista reclamava para Flávia: "O carro não anda mais!". Conseguiram furar dois bloqueios policiais na estrada, quase batendo em carros ao redor. Discutiam o que fazer: parar o carro e correr pelo mato ou atravessar o canteiro central e mudar o sentido. Vendo que à frente havia um terceiro bloqueio, tentaram pegar um acesso. Mas era sem saída, no km 72, próximo ao parque Hopi Hari. Para Flávia, "foi tudo muito rápido" –como sói ser. Acuados, os sequestradores desceram do carro, sem resistir. Ela foi resgatada. Elogiosa aos policiais, lembra estar nervosa para digitar o número do marido no celular –pediu a um policial que o fizesse. A arma do sequestrador era uma réplica. Flávia espera não ficar traumatizada. "Da última vez, ficamos um tempo sem sair de casa. Agora, não vou mais à escola à noite. Mas não podemos ser prisioneiros. Não somos nós os bandidos."
cotidiano
'Achei que fosse morrer', diz mulher sequestrada pela segunda vez em SPSentada no banco do passageiro, Flávia Donato, 43, fechava os olhos e pensava na família. No banco de trás do carro, um sequestrador segurava uma arma. O motorista os conduzia a 160 km/h pela estrada, fugindo de pelo menos dez carros de polícia. Ela se curvava, ora colocando as mãos nas têmporas, ora segurando o cinto e a porta do veículo. "Sentia medo completo. Achei que fosse morrer." Não era a primeira vez. Como chegara até ali? Era uma segunda à noite –esta segunda (19)–, "como todas as outras", diz ela: a filha mais velha, de 14 anos, esperava a mãe buscá-la na aula de dança; o marido e as outras três –de 12, 8 e 5– aguardavam em casa para o jantar. Às 20h30, saiu da escola das filhas, em Perdizes (zona oeste de São Paulo), após uma reunião de pais. O carro, uma caminhonete branca, estava estacionado na rua de trás. Flávia, uma fonoaudióloga que hoje fica em casa cuidando das filhas, falava ao telefone com o marido, o engenheiro Marcos Donato, 43, "só para avisar que estava tudo ok". Acabou surpreendida. Arrancaram o celular de sua mão e a empurraram para o banco do passageiro. Do outro lado da linha, seu marido escutou um grito. A ligação foi encerrada. Tentou ligar novamente para Flávia, mas ela não atendeu. Telefonou ao 190 e, de carro, foi procurá-la perto da escola. Nada. No carro, Flávia pedia: "Por favor, moço, fica com o carro, com a minha bolsa. Me deixa sair". "Queremos dinheiro, temos que pagar umas contas", respondiam. Quando ela não soube responder o limite de seu cartão, perguntavam, ríspidos: "Como você não sabe qual é o seu limite? Você usa o cartão para quê?" Ela, para "compras de supermercado e gasolina". Eles, para saques e pares de tênis, como ela soube depois. Num semáforo, seu cartão foi entregue para a outra metade da quadrilha, um homem e uma mulher que foram para o shopping Bourbon, na Pompeia (zona oeste). Ali, fizeram um saque de R$ 1.000 e compraram quatro pares de tênis em lojas esportivas. Exatos vinte anos antes, quando Flávia e Marcos eram apenas namorados, foram abordados num "Golzinho", na Vila Romana (zona oeste). Sequestro-relâmpago. "Fomos a vários bancos, sacamos dinheiro e eles nos deixaram na estrada", diz ela. "Depois, pararam o carro, abriram a porta e disseram: 'desce e corre'". Na ocasião, também pensou que fosse morrer –"achei que iam atirar em nós dois". NOTIFICAÇÕES Desta vez, Marcos tentava ajudar de casa. "Tive que administrar a criançada, sem transparecer preocupação, além de controlar a imaginação, que nos leva a pensar nas mais variadas hipóteses. Estava tenso, mas não podia deixar isso me impactar", afirma. Ele começou a receber notificações no celular avisando sobre o uso do cartão. Ligou para uma das lojas e falou com a atendente, enquanto comunicava à polícia, na outra linha. "Eu já tinha feito a transação e estava fazendo o pacote deles. Estavam bem na minha frente", diz Evilaine Rocha, 24. "Fiquei muito assustada. Assim que saíram da loja, avisamos o segurança." Depois de uma rápida perseguição no shopping, essa metade da quadrilha foi detida –a mulher chegou a se esconder no banheiro; o homem caiu no chão. Em depoimento à polícia, a mulher disse precisar do dinheiro porque tem uma filha de dois anos, afirmou não conhecer os outros sequestradores e estar "muito arrependida". A notícia de que o plano tinha falhado não chegou aos sequestradores que estavam no carro. Com som alto –funk o tempo inteiro–, dirigiam pela marginal Tietê em direção ao aeroporto de Guarulhos. "Eu perguntava: 'quando é que vou embora?'. Eles respondiam: 'que coisa chata, faz sempre a mesma pergunta?'", relembrou ela, nesta terça (20), com as mãos tremendo. Como em 1996, agora o desfecho também seguia em direção à estrada. Os sequestradores fizeram um retorno, pegando a marginal em direção à rodovia dos Bandeirantes. A polícia, enquanto isso, fazia rondas pela região, procurando o carro. "Uma das hipóteses era de que estaria na marginal Tietê", diz o tenente Allan Pazelli, 27, que comandou a ação policial. Por volta das 22h, uma hora e meia após o início do sequestro, o carro foi encontrado. Foi quando começou uma perseguição de quase 30 minutos. O carro de polícia ligou a sirene. Assustado, o sequestrador acelerou. Já na rodovia dos Bandeirantes, mais de dez carros de polícia e um helicóptero passaram a seguir o veículo, entre 160 e 170 km/h. "Corre, parça", suplicava o bandido de trás, que, nervoso, batia no vidro. O motorista reclamava para Flávia: "O carro não anda mais!". Conseguiram furar dois bloqueios policiais na estrada, quase batendo em carros ao redor. Discutiam o que fazer: parar o carro e correr pelo mato ou atravessar o canteiro central e mudar o sentido. Vendo que à frente havia um terceiro bloqueio, tentaram pegar um acesso. Mas era sem saída, no km 72, próximo ao parque Hopi Hari. Para Flávia, "foi tudo muito rápido" –como sói ser. Acuados, os sequestradores desceram do carro, sem resistir. Ela foi resgatada. Elogiosa aos policiais, lembra estar nervosa para digitar o número do marido no celular –pediu a um policial que o fizesse. A arma do sequestrador era uma réplica. Flávia espera não ficar traumatizada. "Da última vez, ficamos um tempo sem sair de casa. Agora, não vou mais à escola à noite. Mas não podemos ser prisioneiros. Não somos nós os bandidos."
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O negócio do ano
O diretor-executivo do Fluminense, Fernando Simoni, garante não ter tido contato com o Corinthians, nem para receber proposta por Conca, nem para autorizar Edu Gaspar a negociar com o meia argentino. No sábado, gente importante no Parque São Jorge garantia que o salário estava acertado e que o diálogo com Conca teve autorização do Flu. O aval para conversar não parece ser verdadeiro. O discurso do Fluminense é taxativo. Não aceitar liberar Conca e o único caminho dos interessados é pagar a multa de rescisão –cem vezes o valor do salário anual. A outra hipótese é Conca forçar a barra para sair, o que dificilmente acontecerá agora, em janeiro. Se o caminho for esse, mais provável será quando a Unimed atrasar a parte que lhe cabe dos salários. A irritação do argentino poderá significar a chance maior de negócio, quem sabe para o início do Brasileirão. Que o Corinthians gostaria de ter Conca, é evidente. Conversou com a Unimed, como também fizeram São Paulo e Flamengo –o único a fazer oferta ao Fluminense, na faixa de R$ 4 milhões. Há duas razões para o desejo corintiano. O primeiro, Conca é o jogador de melhor custo-benefício do Brasil. O Fluminense gasta mensalmente R$ 250 mil –o total do salário com o investimento da Unimed é de R$ 750 mil. Em 2010, Conca disputou as 38 rodadas do Brasileirão e foi campeão. Voltou em 2014 e só ficou fora de um jogo, por suspensão. Disputou 37 partidas, deu dez assistências, marcou nove gols. Nem com Ganso ou Kaká, nem com Everton Ribeiro ou Ricardo Goulart, nenhum clube teve restituído de maneira tão integral cada centavo que pagou por um jogador. O Flu paga pouco e tem tudo de volta. A outra razão para o desejo do Corinthians é ajudar na eleição de fevereiro. Esse ponto alimenta duas perguntas: Quanto é viável contratar Conca agora? E quanto é espuma eleitoral? Os dois fatores se misturam. O São Paulo e o Flamengo já deixaram claro que Conca não é para seus bicos. Não por enquanto, mas vão acompanhar de perto e entender se a Unimed cumprirá ou não o que prometeu ao Fluminense. Se o plano de saúde não cumprir e atrasar um, dois... três meses do que tem a pagar, será mais difícil para o Flu segurar o jogador feliz no Rio de Janeiro. Nesse caso, o negócio que hoje é difícil pode ficar mais fácil às vésperas do Brasileirão. Conca é o negócio do ano, para quem conseguir ficar com o jogador. E isso vale para o Fluminense, que pretende amadurecer sua geração de garotos com a companhia de Diego Cavalieri, Gum, Wagner, Conca e, se possível, Fred também. Se não for em janeiro, vai ter muita gente querendo namorar com Conca daqui até o meio do ano. E não vai ser só Corinthians, Flamengo e São Paulo. COMO ELE JOGARIA Renato Augusto declarou ao "Lance!" que este será o seu ano. O tempo vai dizer, mas a carta de intenções é igual à que Raí fez no início de 1991, ano em que explodiu. Com ele, Cristian, Elias e Malcom bem, Tite pode fazer um bom time. Para a Libertadores, falta um elenco maior e homogêneo. O MAIS DIFÍCIL O empate do Santos na estreia da Copa São Paulo não anima. O clube vai precisar das revelações, por causa da falta de dinheiro, e a geração não tem nenhum Neymar. Mas tem jogadores do título de 2014. Diego Cardozo, Stéfano Yuri, Gabriel... Confirmado no cargo, Enderson Moreira vai ter trabalho.
colunas
O negócio do anoO diretor-executivo do Fluminense, Fernando Simoni, garante não ter tido contato com o Corinthians, nem para receber proposta por Conca, nem para autorizar Edu Gaspar a negociar com o meia argentino. No sábado, gente importante no Parque São Jorge garantia que o salário estava acertado e que o diálogo com Conca teve autorização do Flu. O aval para conversar não parece ser verdadeiro. O discurso do Fluminense é taxativo. Não aceitar liberar Conca e o único caminho dos interessados é pagar a multa de rescisão –cem vezes o valor do salário anual. A outra hipótese é Conca forçar a barra para sair, o que dificilmente acontecerá agora, em janeiro. Se o caminho for esse, mais provável será quando a Unimed atrasar a parte que lhe cabe dos salários. A irritação do argentino poderá significar a chance maior de negócio, quem sabe para o início do Brasileirão. Que o Corinthians gostaria de ter Conca, é evidente. Conversou com a Unimed, como também fizeram São Paulo e Flamengo –o único a fazer oferta ao Fluminense, na faixa de R$ 4 milhões. Há duas razões para o desejo corintiano. O primeiro, Conca é o jogador de melhor custo-benefício do Brasil. O Fluminense gasta mensalmente R$ 250 mil –o total do salário com o investimento da Unimed é de R$ 750 mil. Em 2010, Conca disputou as 38 rodadas do Brasileirão e foi campeão. Voltou em 2014 e só ficou fora de um jogo, por suspensão. Disputou 37 partidas, deu dez assistências, marcou nove gols. Nem com Ganso ou Kaká, nem com Everton Ribeiro ou Ricardo Goulart, nenhum clube teve restituído de maneira tão integral cada centavo que pagou por um jogador. O Flu paga pouco e tem tudo de volta. A outra razão para o desejo do Corinthians é ajudar na eleição de fevereiro. Esse ponto alimenta duas perguntas: Quanto é viável contratar Conca agora? E quanto é espuma eleitoral? Os dois fatores se misturam. O São Paulo e o Flamengo já deixaram claro que Conca não é para seus bicos. Não por enquanto, mas vão acompanhar de perto e entender se a Unimed cumprirá ou não o que prometeu ao Fluminense. Se o plano de saúde não cumprir e atrasar um, dois... três meses do que tem a pagar, será mais difícil para o Flu segurar o jogador feliz no Rio de Janeiro. Nesse caso, o negócio que hoje é difícil pode ficar mais fácil às vésperas do Brasileirão. Conca é o negócio do ano, para quem conseguir ficar com o jogador. E isso vale para o Fluminense, que pretende amadurecer sua geração de garotos com a companhia de Diego Cavalieri, Gum, Wagner, Conca e, se possível, Fred também. Se não for em janeiro, vai ter muita gente querendo namorar com Conca daqui até o meio do ano. E não vai ser só Corinthians, Flamengo e São Paulo. COMO ELE JOGARIA Renato Augusto declarou ao "Lance!" que este será o seu ano. O tempo vai dizer, mas a carta de intenções é igual à que Raí fez no início de 1991, ano em que explodiu. Com ele, Cristian, Elias e Malcom bem, Tite pode fazer um bom time. Para a Libertadores, falta um elenco maior e homogêneo. O MAIS DIFÍCIL O empate do Santos na estreia da Copa São Paulo não anima. O clube vai precisar das revelações, por causa da falta de dinheiro, e a geração não tem nenhum Neymar. Mas tem jogadores do título de 2014. Diego Cardozo, Stéfano Yuri, Gabriel... Confirmado no cargo, Enderson Moreira vai ter trabalho.
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Acordo judicial permitirá o pagamento de salários atrasados do Comperj
Um acordo foi fechado na noite desta segunda-feira (9) na sede do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ) para que seja efetuado o pagamento dos salários, atrasados há quatro meses, de cerca de 3 mil funcionários da empreiteira Alumini que trabalham na construção do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio), em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio. A dívida trabalhista é de R$ 14 milhões. A soma já havia sido depositada pela Petrobras, mas estava retida pela Justiça. A Alumini, contratada pela Petrobras para construir a refinaria, entrou em recuperação judicial em janeiro deste ano. Cerca de 500 pessoas demitidas ficaram sem receber o dinheiro que tinham no FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e sem ter acesso ao seguro-desemprego. A tutela antecipada garantirá os pagamentos aos trabalhadores, e a Alumini terá bens leiloados para cobrir os custos. Na tarde desta segunda-feira, após uma invasão da sede do TRT-RJ que impediu a saída de funcionários ao fim do expediente e se estendeu até as 21h, foi fechado um acordo para solucionar, pelo menos temporariamente, a situação. Cerca de 300 pessoas participaram da invasão. A Polícia Militar e a Polícia Federal foram convocadas para reforçar a segurança no local. A decisão liminar da Justiça do Trabalho permitirá aos demitidos receber o dinheiro do FGTS até sexta-feira (13). De acordo com Ailton Schurnck, um dos líderes do movimento dos funcionários e ex-funcionários, o acordo prevê que os funcionários recebam tudo o que está atrasado. "É o fim de uma luta", disse. O ministro do Trabalho, Manoel Dias, esteve na sede do TRT-RJ durante a tarde para uma reunião com uma comissão de desempregados da Alumini, mas saiu antes da conclusão do acordo. Após serem informados da falta de acordo naquele momento, alguns desempregados se desesperaram e bloquearam os elevadores com lixeiras e bancos. Policiais militares foram chamados e chegaram a tentar entrar no prédio, mas foram repelidos pelos manifestantes e recuaram.
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Acordo judicial permitirá o pagamento de salários atrasados do ComperjUm acordo foi fechado na noite desta segunda-feira (9) na sede do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ) para que seja efetuado o pagamento dos salários, atrasados há quatro meses, de cerca de 3 mil funcionários da empreiteira Alumini que trabalham na construção do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio), em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio. A dívida trabalhista é de R$ 14 milhões. A soma já havia sido depositada pela Petrobras, mas estava retida pela Justiça. A Alumini, contratada pela Petrobras para construir a refinaria, entrou em recuperação judicial em janeiro deste ano. Cerca de 500 pessoas demitidas ficaram sem receber o dinheiro que tinham no FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e sem ter acesso ao seguro-desemprego. A tutela antecipada garantirá os pagamentos aos trabalhadores, e a Alumini terá bens leiloados para cobrir os custos. Na tarde desta segunda-feira, após uma invasão da sede do TRT-RJ que impediu a saída de funcionários ao fim do expediente e se estendeu até as 21h, foi fechado um acordo para solucionar, pelo menos temporariamente, a situação. Cerca de 300 pessoas participaram da invasão. A Polícia Militar e a Polícia Federal foram convocadas para reforçar a segurança no local. A decisão liminar da Justiça do Trabalho permitirá aos demitidos receber o dinheiro do FGTS até sexta-feira (13). De acordo com Ailton Schurnck, um dos líderes do movimento dos funcionários e ex-funcionários, o acordo prevê que os funcionários recebam tudo o que está atrasado. "É o fim de uma luta", disse. O ministro do Trabalho, Manoel Dias, esteve na sede do TRT-RJ durante a tarde para uma reunião com uma comissão de desempregados da Alumini, mas saiu antes da conclusão do acordo. Após serem informados da falta de acordo naquele momento, alguns desempregados se desesperaram e bloquearam os elevadores com lixeiras e bancos. Policiais militares foram chamados e chegaram a tentar entrar no prédio, mas foram repelidos pelos manifestantes e recuaram.
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Condenado na Lava Jato repassou milhões a firmas de laranjas
"Foi a maior vergonha que já passei na vida", relata a dona de casa, de 27 anos. Moradora de uma casa pequena e inacabada do Jardim Brasil, na zona norte de São Paulo, ela foi alvo de duas buscas da Polícia Federal por beneficiários de pagamentos do empresário Adir Assad, condenado na Lava Jato, investigado em CPI sobre o bicheiro Carlos Cachoeira e denunciado sob suspeita de lavagem em obra do governo de São Paulo. Segundo quebras de sigilo feitas na Lava Jato, empresas de Assad repassaram dezenas de milhões de reais a firmas de laranjas, abertas em nomes de pessoas como a moradora do Jardim Brasil. Ela diz que seus dados foram fraudados para abrir uma fictícia "casa de sucos", que recebeu R$ 1,87 milhão. Por medo, prefere não dar o nome. Cinco empresas ligadas a Assad, consideradas de fachada, receberam repasses, em sua maioria de construtoras, que somam R$ 1,2 bilhão desde 2006 e repassaram recursos em volume parecido. Os destinatários são firmas com nomes como "Salada Moderna Alimentos" e "Lanchonete Marciak". A quebra de sigilo mostrou pagamentos de R$ 74 milhões a firmas formalmente registradas como padarias e mercadinhos na periferia de São Paulo. Na avenida Jardim Japão, na zona norte de São Paulo, três pessoas das quais os moradores nunca ouviram falar, com endereços em casas simples, receberam R$ 5 milhões. O Ministério Público de São Paulo investiga os beneficiários finais dos repasses. Em fevereiro, o promotor Marcelo Mendroni denunciou Assad e mais cinco pessoas sob suspeita de lavagem de dinheiro desviado da ampliação da Marginal Tietê, obra do governo de São Paulo. Uma empresa dele, a Legend, recebeu de consórcios com obras do governo tucano, como o Rodoanel. Na Lava Jato, o empresário foi condenado em setembro sob suspeita de intermediar propina para funcionários da Petrobras. DELCÍDIO Neste ano, Assad voltou a ganhar destaque com a delação do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), que o acusou de gerenciar o caixa dois da campanha de Dilma Rousseff em 2010. O surgimento do nome de Assad na CPI do Cachoeira em 2012 fez a comissão frear a investigação, de acordo com o delator. Entre os financiadores de empresas de Assad, está o grupo JBS, com R$ 1,9 milhão pagos em meio à campanha de 2010. Os maiores repasses vieram da construtora Delta, investigada na CPI do Cachoeira, com R$ 146 milhões. Em segundo lugar vem a Andrade Gutierrez, com R$ 126 milhões. Assad saiu da cadeia em dezembro por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) e está em prisão domiciliar. OUTRO LADO Em depoimento ao juiz federal Sergio Moro em 2015, o empresário Adir Assad negou envolvimento em irregularidades e afirmou que se afastou há anos das empresas suspeitas de operar propinas e caixa dois. Ele sustentou na ocasião que as firmas tinham atividades e não eram de fachada. O advogado dele, Miguel Pereira Neto, diz que a afirmação de Delcídio do Amaral "não tem coerência". O argumento de que Assad estava afastado das empresas foi rejeitado por Sergio Moro. O governo de São Paulo diz que faz fiscalização permanente em seus contratos para garantir a boa gestão dos recursos públicos. Procuradas, a Andrade Gutierrez, a JBS e a Delta não se manifestaram.
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Condenado na Lava Jato repassou milhões a firmas de laranjas"Foi a maior vergonha que já passei na vida", relata a dona de casa, de 27 anos. Moradora de uma casa pequena e inacabada do Jardim Brasil, na zona norte de São Paulo, ela foi alvo de duas buscas da Polícia Federal por beneficiários de pagamentos do empresário Adir Assad, condenado na Lava Jato, investigado em CPI sobre o bicheiro Carlos Cachoeira e denunciado sob suspeita de lavagem em obra do governo de São Paulo. Segundo quebras de sigilo feitas na Lava Jato, empresas de Assad repassaram dezenas de milhões de reais a firmas de laranjas, abertas em nomes de pessoas como a moradora do Jardim Brasil. Ela diz que seus dados foram fraudados para abrir uma fictícia "casa de sucos", que recebeu R$ 1,87 milhão. Por medo, prefere não dar o nome. Cinco empresas ligadas a Assad, consideradas de fachada, receberam repasses, em sua maioria de construtoras, que somam R$ 1,2 bilhão desde 2006 e repassaram recursos em volume parecido. Os destinatários são firmas com nomes como "Salada Moderna Alimentos" e "Lanchonete Marciak". A quebra de sigilo mostrou pagamentos de R$ 74 milhões a firmas formalmente registradas como padarias e mercadinhos na periferia de São Paulo. Na avenida Jardim Japão, na zona norte de São Paulo, três pessoas das quais os moradores nunca ouviram falar, com endereços em casas simples, receberam R$ 5 milhões. O Ministério Público de São Paulo investiga os beneficiários finais dos repasses. Em fevereiro, o promotor Marcelo Mendroni denunciou Assad e mais cinco pessoas sob suspeita de lavagem de dinheiro desviado da ampliação da Marginal Tietê, obra do governo de São Paulo. Uma empresa dele, a Legend, recebeu de consórcios com obras do governo tucano, como o Rodoanel. Na Lava Jato, o empresário foi condenado em setembro sob suspeita de intermediar propina para funcionários da Petrobras. DELCÍDIO Neste ano, Assad voltou a ganhar destaque com a delação do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), que o acusou de gerenciar o caixa dois da campanha de Dilma Rousseff em 2010. O surgimento do nome de Assad na CPI do Cachoeira em 2012 fez a comissão frear a investigação, de acordo com o delator. Entre os financiadores de empresas de Assad, está o grupo JBS, com R$ 1,9 milhão pagos em meio à campanha de 2010. Os maiores repasses vieram da construtora Delta, investigada na CPI do Cachoeira, com R$ 146 milhões. Em segundo lugar vem a Andrade Gutierrez, com R$ 126 milhões. Assad saiu da cadeia em dezembro por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) e está em prisão domiciliar. OUTRO LADO Em depoimento ao juiz federal Sergio Moro em 2015, o empresário Adir Assad negou envolvimento em irregularidades e afirmou que se afastou há anos das empresas suspeitas de operar propinas e caixa dois. Ele sustentou na ocasião que as firmas tinham atividades e não eram de fachada. O advogado dele, Miguel Pereira Neto, diz que a afirmação de Delcídio do Amaral "não tem coerência". O argumento de que Assad estava afastado das empresas foi rejeitado por Sergio Moro. O governo de São Paulo diz que faz fiscalização permanente em seus contratos para garantir a boa gestão dos recursos públicos. Procuradas, a Andrade Gutierrez, a JBS e a Delta não se manifestaram.
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Santander Brasil avalia fazer oferta pelo HSBC no país
O Santander Brasil avalia fazer uma oferta de compra da unidade brasileira do HSBC e teria condições de absorver uma operação desse porte, disse nesta terça-feira (19) o presidente-executivo do banco espanhol no país, Jesus Zabalza. A declaração mostra uma mudança de discurso. Recentemente, executivos do Santander Brasil vinham afirmando que a instituição estava concentrada no crescimento orgânico. Segundo Zabalza, o Santander Brasil vai aguardar a abertura da sala de dados da unidade brasileira do HSBC para decidir se fará uma oferta pela instituição. "Vamos estudar a proposta pelo HSBC. Estamos vendo todas as oportunidades", disse Zabalza. "Vamos considerar todas as oportunidades de crescimento, todas." INTERESSADOS Segundo a Reuters, o "data room" (como é chamada a abertura dos dados) será disponibilizada a potenciais compradores do HSBC no país em junho. O Santander Brasil desponta como um dos principais candidatos a comprar a subsidiária, ao lado do Bradesco. A direção global do HSBC revelou recentemente que poderia se desfazer de operações no Brasil, no México e nos Estados Unidos.
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Santander Brasil avalia fazer oferta pelo HSBC no paísO Santander Brasil avalia fazer uma oferta de compra da unidade brasileira do HSBC e teria condições de absorver uma operação desse porte, disse nesta terça-feira (19) o presidente-executivo do banco espanhol no país, Jesus Zabalza. A declaração mostra uma mudança de discurso. Recentemente, executivos do Santander Brasil vinham afirmando que a instituição estava concentrada no crescimento orgânico. Segundo Zabalza, o Santander Brasil vai aguardar a abertura da sala de dados da unidade brasileira do HSBC para decidir se fará uma oferta pela instituição. "Vamos estudar a proposta pelo HSBC. Estamos vendo todas as oportunidades", disse Zabalza. "Vamos considerar todas as oportunidades de crescimento, todas." INTERESSADOS Segundo a Reuters, o "data room" (como é chamada a abertura dos dados) será disponibilizada a potenciais compradores do HSBC no país em junho. O Santander Brasil desponta como um dos principais candidatos a comprar a subsidiária, ao lado do Bradesco. A direção global do HSBC revelou recentemente que poderia se desfazer de operações no Brasil, no México e nos Estados Unidos.
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