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'Orange Is the New Black' volta com mais peso à diversidade e tensão racial | Em uma das promessas mais delirantes de sua campanha eleitoral, o candidato republicano Donald Trump sugeriu que, caso eleito presidente dos EUA, construiria um muro isolando seu país do México –e faria o país latino pagar por ele. Entre os muros de Lichtfield, penitenciária ficcional que serve de cenário para "Orange is The New Black", a xenofobia e a tensão racial estão na ordem do dia na quarta temporada da série. Os 13 novos episódios estreiam nesta sexta (17) na Netflix. Privatizado, o presídio para criminosas de baixa periculosidade fica cada vez mais precário. Estratégia dos novos dirigentes para diminuir custos, a chegada de novas detentas superlota as alas e acirra a intolerância entre os diferentes grupos no cárcere. Uma das novas moradoras de Lichtfield é a chef-celebridade Judy King (Blair Brown), condenada por sonegação. Uma virtual eleitora de Trump caso ela pudesse votar no empresário, dado o seu despudor em destratar colegas de etnias diferentes da sua (branca). "Jenji [Kohan, criadora da série] ou é bruxa ou genial. Ela é tão informada do que acontece no mundo que acaba mostrando isso politicamente. Se as coisas não estão bem aqui fora, é claro que afetam esse mundo [da série]", diz a atriz Selenis Leyva, a porto-riquenha Gloria na série. DIVERSIDADE Como muitas de suas colegas de elenco, o seriado é o primeiro trabalho expressivo de Leyva na indústria. Hispânicos são quase 20% da população americana, mas ainda há poucas oportunidades que driblem os estereótipos, dizem. "Castings ainda são difíceis para mim. São sempre para papéis escritos para latinas, e não um papel como outro qualquer", comenta Dascha Polanco, que dá vida a Daya, jovem que acaba de dar à luz no presídio. "Por muito tempo, ser latino era ser mexicano, prostituta ou viciado em drogas", pontua Leyva. Em "Orange", a prisão é um denominador que coloca os dramas de todas as personagens num mesmo patamar. "Estamos presas, mas antes de tudo somos inteligentes, mães, irmãs, guerreiras. Nos EUA, colocam o latino num programa com duas, três palavrinhas. Aqui, somos parte do sucesso." E são mesmo. Ao longo das três temporadas iniciais, "Orange Is the New Black" foi deixando de lado as dificuldades de adaptação na cadeia da riquinha Piper (Taylor Schilling), inspirada em uma história real, para contar os dramas de suas convivas com boas doses de amor lésbico. "Jovem, magra e linda", Piper foi o "cavalo de Troia" para entrar com a audiência na prisão, opina a atriz Elizabeth Rodriguez, a Aleida. Na quarta temporada, a identidade parece se firmar finalmente como um dos grandes tema do show, muito mais do que o realismo no presídio. "A gênese foi o livro de Piper Chapman [a verdadeira], contando o ano que ela viveu na prisão. O que aconteceu depois é que Jenji Kohan povoou esse universo com seus personagens, e explorou as relações entre mulheres que se unem", diz Peter Iacono, vice-presidente da Lionsgate, produtora do seriado. NA TV Orange Is The New Black QUANDO nesta sex. (17), na Netflix * RECAPITULANDO três anos de xadrez 1ª temporada (2013) Prestes a se casar, Piper é presa por tráfico. Reencontra sua ex-namorada na prisão, à qual tenta se adequar. As detentas se dividem em 'famílias': latinas, afroamericanas e brancas 2ª temporada (2014) Tramas secundárias ganham força. Daya, jovem latina, engravida de um carcereiro e famílias passam a disputar o controle da cozinha. Presídio vive crise financeira 3ª temporada (2015) Piper começa um negócio ilegal, e atrai rivais. Novo grupo que controla o presídio começa a curtar custos. Transexual, Sophie (Laverne Cox) é insultada, briga e vai para a solitária | ilustrada | 'Orange Is the New Black' volta com mais peso à diversidade e tensão racialEm uma das promessas mais delirantes de sua campanha eleitoral, o candidato republicano Donald Trump sugeriu que, caso eleito presidente dos EUA, construiria um muro isolando seu país do México –e faria o país latino pagar por ele. Entre os muros de Lichtfield, penitenciária ficcional que serve de cenário para "Orange is The New Black", a xenofobia e a tensão racial estão na ordem do dia na quarta temporada da série. Os 13 novos episódios estreiam nesta sexta (17) na Netflix. Privatizado, o presídio para criminosas de baixa periculosidade fica cada vez mais precário. Estratégia dos novos dirigentes para diminuir custos, a chegada de novas detentas superlota as alas e acirra a intolerância entre os diferentes grupos no cárcere. Uma das novas moradoras de Lichtfield é a chef-celebridade Judy King (Blair Brown), condenada por sonegação. Uma virtual eleitora de Trump caso ela pudesse votar no empresário, dado o seu despudor em destratar colegas de etnias diferentes da sua (branca). "Jenji [Kohan, criadora da série] ou é bruxa ou genial. Ela é tão informada do que acontece no mundo que acaba mostrando isso politicamente. Se as coisas não estão bem aqui fora, é claro que afetam esse mundo [da série]", diz a atriz Selenis Leyva, a porto-riquenha Gloria na série. DIVERSIDADE Como muitas de suas colegas de elenco, o seriado é o primeiro trabalho expressivo de Leyva na indústria. Hispânicos são quase 20% da população americana, mas ainda há poucas oportunidades que driblem os estereótipos, dizem. "Castings ainda são difíceis para mim. São sempre para papéis escritos para latinas, e não um papel como outro qualquer", comenta Dascha Polanco, que dá vida a Daya, jovem que acaba de dar à luz no presídio. "Por muito tempo, ser latino era ser mexicano, prostituta ou viciado em drogas", pontua Leyva. Em "Orange", a prisão é um denominador que coloca os dramas de todas as personagens num mesmo patamar. "Estamos presas, mas antes de tudo somos inteligentes, mães, irmãs, guerreiras. Nos EUA, colocam o latino num programa com duas, três palavrinhas. Aqui, somos parte do sucesso." E são mesmo. Ao longo das três temporadas iniciais, "Orange Is the New Black" foi deixando de lado as dificuldades de adaptação na cadeia da riquinha Piper (Taylor Schilling), inspirada em uma história real, para contar os dramas de suas convivas com boas doses de amor lésbico. "Jovem, magra e linda", Piper foi o "cavalo de Troia" para entrar com a audiência na prisão, opina a atriz Elizabeth Rodriguez, a Aleida. Na quarta temporada, a identidade parece se firmar finalmente como um dos grandes tema do show, muito mais do que o realismo no presídio. "A gênese foi o livro de Piper Chapman [a verdadeira], contando o ano que ela viveu na prisão. O que aconteceu depois é que Jenji Kohan povoou esse universo com seus personagens, e explorou as relações entre mulheres que se unem", diz Peter Iacono, vice-presidente da Lionsgate, produtora do seriado. NA TV Orange Is The New Black QUANDO nesta sex. (17), na Netflix * RECAPITULANDO três anos de xadrez 1ª temporada (2013) Prestes a se casar, Piper é presa por tráfico. Reencontra sua ex-namorada na prisão, à qual tenta se adequar. As detentas se dividem em 'famílias': latinas, afroamericanas e brancas 2ª temporada (2014) Tramas secundárias ganham força. Daya, jovem latina, engravida de um carcereiro e famílias passam a disputar o controle da cozinha. Presídio vive crise financeira 3ª temporada (2015) Piper começa um negócio ilegal, e atrai rivais. Novo grupo que controla o presídio começa a curtar custos. Transexual, Sophie (Laverne Cox) é insultada, briga e vai para a solitária | 1 |
Belo Horizonte interdita parque após suspeita de febre amarela em macaco | O parque Jacques Cousteau foi interditado nesta segunda-feira (13) após a morte de um macaco com suspeita de febre amarela, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte. Esse é o terceiro macaco encontrado morto na capital mineira. Um deles teve diagnóstico positivo para febre amarela. A Secretaria Municipal de Saúde informou que foram coletadas amostras de material biológico do animal para analisar se tinha febre amarela e enviadas para Fundação Oswaldo Cruz. O parque fica no bairro Betânica e, segundo a administração municipal, foram realizadas ações de zoonose no seu entorno para eliminar focos do mosquito Aedes aegypti, que pode transmitir a doença em áreas urbanas. A secretaria de Saúde mineira diz ainda que 65 municípios já confirmaram mortes de macacos por febre amarela e outros 27 analisam óbitos suspeitos. Além disso, 96 municípios investigam rumores de morte de macacos. Diante do surgimento dos primatas mortos, a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte vai reforçar a vacinação contra a febre amarela na capital. Será instalado um posto extra para atender à população na região oeste da cidade. Novos postos para a imunização também serão criados nas regiões de Barreiro, Pampulha, Venda Nova e UFMG (para funcionários e alunos). No entanto, o funcionamento dos novos postos deve ficar só para semana que vem, segundo a secretaria. As medidas pretendem reduzir a sobrecarga nos 150 centros de saúde da capital mineira. Nesta terça (14), a prefeitura começou a instalar telas com inseticidas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Venda Nova. Apenas parte do térreo da unidade recebeu as telas e a previsão é que o trabalho termine em uma semana. A partir daí, as demais UPAs da capital também terão telas instaladas. Transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, a febre amarela silvestre é considerada endêmica no país em áreas de mata. A morte de primatas, assim, serve de alerta para identificar locais onde está ocorrendo a circulação do vírus e o risco de casos em humanos. OUTROS CASOS Boletim da Secretaria de Saúde de Minas Gerais divulgado nesta segunda (13) mostra que o número de mortes suspeitas da doença notificadas já chega a 169 no Estado. Dessas, 69 foram confirmadas. Ao todo, 39 cidades mineiras têm casos confirmados de febre amarela e em 75 há pacientes com suspeita. Todos os casos confirmados até o momento são considerados de transmissão silvestre, ou seja, transmitido pelo mosquito Haemagogus. Embora o Aedes aegypti possa atuar como vetor do vírus da febre amarela em cidades, não há evidências de que isto tenha ocorrido no atual surto. O último registro de transmissão urbana da doença no Brasil, diz Ministério da Saúde, é de 1942. Febre LIVRE DE FEBRE AMARELA Rodeada por alguns dos principais municípios afetados pelo surto de febre amarela, a pequena cidade de Franciscópolis, no interior de Minas, tem chamado atenção por não ter, até agora, um só registro suspeito da doença. Com 5.700 habitantes, a maioria na zona rural, o município é hoje como uma "ilha" cercada por municípios atingidos, caso de Malacacheta, Poté, Itambacuri e Água Boa. Também é próximo de outros afetados, como Ladainha, que lidera em número de casos e mortes confirmadas da doença no país. "Estamos no meio do fogo cruzado, mas não tivemos nenhum caso até agora", diz o secretário municipal de Saúde, Alexandro Gonçalves. Também não houve registro de pacientes do local atendidos em outras cidades. Parte da explicação para essa ausência de casos pode estar em ações adotadas meses antes pela enfermeira e coordenadora de Vigilância em Saúde, Kênia Moreira. Segundo a superintendente de Vigilância Epidemiológica de Minas Gerais, Deise dos Santos, Franciscópolis foi o único município do Estado a informar a ocorrência de epizootias (morte de macacos) no 2º semestre de 2016. | cotidiano | Belo Horizonte interdita parque após suspeita de febre amarela em macacoO parque Jacques Cousteau foi interditado nesta segunda-feira (13) após a morte de um macaco com suspeita de febre amarela, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte. Esse é o terceiro macaco encontrado morto na capital mineira. Um deles teve diagnóstico positivo para febre amarela. A Secretaria Municipal de Saúde informou que foram coletadas amostras de material biológico do animal para analisar se tinha febre amarela e enviadas para Fundação Oswaldo Cruz. O parque fica no bairro Betânica e, segundo a administração municipal, foram realizadas ações de zoonose no seu entorno para eliminar focos do mosquito Aedes aegypti, que pode transmitir a doença em áreas urbanas. A secretaria de Saúde mineira diz ainda que 65 municípios já confirmaram mortes de macacos por febre amarela e outros 27 analisam óbitos suspeitos. Além disso, 96 municípios investigam rumores de morte de macacos. Diante do surgimento dos primatas mortos, a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte vai reforçar a vacinação contra a febre amarela na capital. Será instalado um posto extra para atender à população na região oeste da cidade. Novos postos para a imunização também serão criados nas regiões de Barreiro, Pampulha, Venda Nova e UFMG (para funcionários e alunos). No entanto, o funcionamento dos novos postos deve ficar só para semana que vem, segundo a secretaria. As medidas pretendem reduzir a sobrecarga nos 150 centros de saúde da capital mineira. Nesta terça (14), a prefeitura começou a instalar telas com inseticidas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Venda Nova. Apenas parte do térreo da unidade recebeu as telas e a previsão é que o trabalho termine em uma semana. A partir daí, as demais UPAs da capital também terão telas instaladas. Transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, a febre amarela silvestre é considerada endêmica no país em áreas de mata. A morte de primatas, assim, serve de alerta para identificar locais onde está ocorrendo a circulação do vírus e o risco de casos em humanos. OUTROS CASOS Boletim da Secretaria de Saúde de Minas Gerais divulgado nesta segunda (13) mostra que o número de mortes suspeitas da doença notificadas já chega a 169 no Estado. Dessas, 69 foram confirmadas. Ao todo, 39 cidades mineiras têm casos confirmados de febre amarela e em 75 há pacientes com suspeita. Todos os casos confirmados até o momento são considerados de transmissão silvestre, ou seja, transmitido pelo mosquito Haemagogus. Embora o Aedes aegypti possa atuar como vetor do vírus da febre amarela em cidades, não há evidências de que isto tenha ocorrido no atual surto. O último registro de transmissão urbana da doença no Brasil, diz Ministério da Saúde, é de 1942. Febre LIVRE DE FEBRE AMARELA Rodeada por alguns dos principais municípios afetados pelo surto de febre amarela, a pequena cidade de Franciscópolis, no interior de Minas, tem chamado atenção por não ter, até agora, um só registro suspeito da doença. Com 5.700 habitantes, a maioria na zona rural, o município é hoje como uma "ilha" cercada por municípios atingidos, caso de Malacacheta, Poté, Itambacuri e Água Boa. Também é próximo de outros afetados, como Ladainha, que lidera em número de casos e mortes confirmadas da doença no país. "Estamos no meio do fogo cruzado, mas não tivemos nenhum caso até agora", diz o secretário municipal de Saúde, Alexandro Gonçalves. Também não houve registro de pacientes do local atendidos em outras cidades. Parte da explicação para essa ausência de casos pode estar em ações adotadas meses antes pela enfermeira e coordenadora de Vigilância em Saúde, Kênia Moreira. Segundo a superintendente de Vigilância Epidemiológica de Minas Gerais, Deise dos Santos, Franciscópolis foi o único município do Estado a informar a ocorrência de epizootias (morte de macacos) no 2º semestre de 2016. | 6 |
Motorista poderá consultar pontos de radar espalhados por São Paulo | A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) lançou nesta quarta-feira (24) um portal no qual reunirá dados sobre multas de trânsito por radares fixos e de agentes de trânsito na cidade. Chamado Painel Mobilidade Segura, será possível saber onde estão os radares, onde há mais multas, o tipo de infração, data e horário. "Não existe indústria da multa em São Paulo. Existe uma indústria da morte, e a intenção da prefeitura é acabar com essa indústria", disse o secretário de Transportes, Jilmar Tatto. No portal, as multas serão registradas em 70 dias –prazo necessário para que a multa seja efetuada. "Sempre houve um questionamento a respeito da transparência dos números de multas. Esse portal vai escancarar todos os dados", disse Tatto. Haddad esteve na entrevista coletiva e se defendeu das críticas sobre a aplicação de multas na cidade. "Há um mau uso político que vem sendo feito da questão na segurança do trânsito. Muita demagogia." O prefeito disse que a arrecadação com as multas é irrelevante perto do número de vidas poupadas no trânsito e do que o Estado deixa de gastar com saúde e previdência. "A arrecadação com multa não interessa. Quem olha para a multa está errado", afirmou Haddad. | cotidiano | Motorista poderá consultar pontos de radar espalhados por São PauloA gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) lançou nesta quarta-feira (24) um portal no qual reunirá dados sobre multas de trânsito por radares fixos e de agentes de trânsito na cidade. Chamado Painel Mobilidade Segura, será possível saber onde estão os radares, onde há mais multas, o tipo de infração, data e horário. "Não existe indústria da multa em São Paulo. Existe uma indústria da morte, e a intenção da prefeitura é acabar com essa indústria", disse o secretário de Transportes, Jilmar Tatto. No portal, as multas serão registradas em 70 dias –prazo necessário para que a multa seja efetuada. "Sempre houve um questionamento a respeito da transparência dos números de multas. Esse portal vai escancarar todos os dados", disse Tatto. Haddad esteve na entrevista coletiva e se defendeu das críticas sobre a aplicação de multas na cidade. "Há um mau uso político que vem sendo feito da questão na segurança do trânsito. Muita demagogia." O prefeito disse que a arrecadação com as multas é irrelevante perto do número de vidas poupadas no trânsito e do que o Estado deixa de gastar com saúde e previdência. "A arrecadação com multa não interessa. Quem olha para a multa está errado", afirmou Haddad. | 6 |
Ainda sem nome, disco solo de ex-Titãs Paulo Miklos terá 'até samba' | Quase um ano após deixar os Titãs, o cantor Paulo Miklos está no estúdio gravando seu álbum solo, com influência de ritmos brasileiros e que terá "até um samba". Preocupado com o país, "que vive um estado de exceção com Temer", Miklos diz que também há conteúdo político no disco. "Mas não superexposto, porque não acredito em música panfletária", diz. Leia a coluna completa aqui. | colunas | Ainda sem nome, disco solo de ex-Titãs Paulo Miklos terá 'até samba'Quase um ano após deixar os Titãs, o cantor Paulo Miklos está no estúdio gravando seu álbum solo, com influência de ritmos brasileiros e que terá "até um samba". Preocupado com o país, "que vive um estado de exceção com Temer", Miklos diz que também há conteúdo político no disco. "Mas não superexposto, porque não acredito em música panfletária", diz. Leia a coluna completa aqui. | 10 |
Procurador-geral diz que políticos se uniram para fraudar Petrobras | O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que políticos de diferentes partidos se organizaram em uma estrutura criminosa para desviar recursos da Petrobras e de outros órgãos da administração pública. A tese embasa o parecer em que o PGR pede ao STF (Supremo Tribunal Federal) o fatiamento do principal inquérito Operação Lava Jato. O procedimento foi aberto março do ano passado para investigar o chamado núcleo político do esquema de corrupção na estatal. O documento, enviado à corte na terça (27), só foi tornado público nesta quinta-feira. "Como destacado, alguns membros de determinadas agremiações organizaram-se internamente, valendo-se de seus partidos e em uma estrutura hierarquizada, para cometimento de crimes contra a administração pública", diz Janot. Na peça, o PGR descreve os políticos investigados como integrantes de uma quadrilha organizada. "Elementos de informação que compõem o presente inquérito modularam um desenho de um grupo criminoso organizado único, amplo e complexo, com uma miríade de atores que se interligam em uma estrutura com vínculos horizontais, em modelo cooperativista, em que os integrantes agem em comunhão de esforços e objetivos, e outra em uma estrutura mais verticalizada e hierarquizada, com centros estratégicos, de comando, controle e de tomadas de decisões mais relevantes", detalha. O inquérito em questão miram em 66 políticos filiados a PT, PMDB e PP. Janot requereu agora que o Supremo autorize o desmembramento em quatro procedimentos distintos. Um deles abarcaria os políticos do PT; outro os do PP. Um terceiro teria como alvo os quadros do PMDB no Senado e o último, os peemedebistas da Câmara. Na lista de suspeitos estão personagens como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); o ex-presidente da Câmara Valdir Maranhão (PMDB-MA): e presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI). "Com isso, poderá ser atribuída ordenação e organização das ações, melhor controle e percepção da realidade criminosa, melhor avaliação das hipóteses e racionalização dos meios a serem empregados durante os trabalhos", justifica Janot, ao pedir a separação dos casos em apurações distintas. Agora, caberá ao relator do casos da Lava Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki, decidir se autoriza ou não o fatiamento proposto pelo Ministério Público Federal. | poder | Procurador-geral diz que políticos se uniram para fraudar PetrobrasO procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que políticos de diferentes partidos se organizaram em uma estrutura criminosa para desviar recursos da Petrobras e de outros órgãos da administração pública. A tese embasa o parecer em que o PGR pede ao STF (Supremo Tribunal Federal) o fatiamento do principal inquérito Operação Lava Jato. O procedimento foi aberto março do ano passado para investigar o chamado núcleo político do esquema de corrupção na estatal. O documento, enviado à corte na terça (27), só foi tornado público nesta quinta-feira. "Como destacado, alguns membros de determinadas agremiações organizaram-se internamente, valendo-se de seus partidos e em uma estrutura hierarquizada, para cometimento de crimes contra a administração pública", diz Janot. Na peça, o PGR descreve os políticos investigados como integrantes de uma quadrilha organizada. "Elementos de informação que compõem o presente inquérito modularam um desenho de um grupo criminoso organizado único, amplo e complexo, com uma miríade de atores que se interligam em uma estrutura com vínculos horizontais, em modelo cooperativista, em que os integrantes agem em comunhão de esforços e objetivos, e outra em uma estrutura mais verticalizada e hierarquizada, com centros estratégicos, de comando, controle e de tomadas de decisões mais relevantes", detalha. O inquérito em questão miram em 66 políticos filiados a PT, PMDB e PP. Janot requereu agora que o Supremo autorize o desmembramento em quatro procedimentos distintos. Um deles abarcaria os políticos do PT; outro os do PP. Um terceiro teria como alvo os quadros do PMDB no Senado e o último, os peemedebistas da Câmara. Na lista de suspeitos estão personagens como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); o ex-presidente da Câmara Valdir Maranhão (PMDB-MA): e presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI). "Com isso, poderá ser atribuída ordenação e organização das ações, melhor controle e percepção da realidade criminosa, melhor avaliação das hipóteses e racionalização dos meios a serem empregados durante os trabalhos", justifica Janot, ao pedir a separação dos casos em apurações distintas. Agora, caberá ao relator do casos da Lava Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki, decidir se autoriza ou não o fatiamento proposto pelo Ministério Público Federal. | 0 |
Em situação 'crítica', Funai ameaça fechar metade das unidades | Um memorando interno enviado pela diretoria administrativa da Funai (Fundação Nacional do Índio) ao Ministério da Justiça diz que a situação financeira do órgão se tornou "crítica" com a ameaça de fechamento de 70 a 130 unidades administrativas das 260 existentes. O risco decorre, segundo relatório obtido pela Folha, do orçamento previsto para o ano que vem para o órgão. O documento prevê impactos em todas as áreas, como a redução de 43% nas ações de fiscalização e combate a invasões de terras indígenas e o encerramento das atividades de 6 das 12 "frentes etnoambientais". Esses grupos são encarregados da proteção de índios isolados ou de recente contato em regiões de difícil acesso, onde um surto de doença ou a ação de invasores pode provocar mortes em curto espaço de tempo. Trata-se de uma das missões tidas como mais sensíveis na questão indígena. A previsão orçamentária da Funai para 2017 é de R$ 110 milhões, excetuando gastos com salários. No comunicado entregue ao Ministério da Justiça, a chefia administrativa da fundação pediu que o valor seja aumentado para R$ 180,4 milhões. Segundo o documento, o valor de 2016 perdeu R$ 67 milhões em relação ao ano anterior e o previsto para 2017, segundo a diretoria, "é equivalente ao aprovado para o exercício de 2002, há 15 anos", representando um corte de 45% em relação a 2013. Segundo o memorando, o montante previsto "é insuficiente para o atendimento dos objetivos e iniciativas do plano plurianual (2016-2019)" e também "incompatível com as necessidades de despesas" do órgão, incluindo aluguel de imóveis, vigilância, energia elétrica, limpeza e telefone. O ofício é datado de julho deste ano e registra "uma expressiva demanda reprimida em virtude de insuficiência de dotação orçamentária dos últimos exercícios". A situação piorou após o memorando. Em resposta de 30 de setembro, o ministério disse que se tornou "necessário um bloqueio extra" em seu orçamento e, como efeito, um corte de mais R$ 9 milhões nos gastos da Funai até dezembro. Segundo o relatório da Funai, "não é mais suportável" o remanejamento do orçamento para recompor despesas administrativas. "Visto que elas também perderam 37% de suas dotações de 2015 para 2016, o que aumentaria o desequilíbrio entre as atividades meio e fim, situação constantemente questionada pelo TCU [Tribunal de Contas da União]", diz. IMPACTO Na lista de impactos previstos pela Funai, estão o cancelamento de um termo de cooperação entre o órgão e a Unesco para preservação do patrimônio cultural indígena, "o prejuízo à continuidade das ações de erradicação de sub-registro civil de nascimento e documentação básica de indígenas" e o "descumprimento" de ordem judicial para reformar imóveis próprios hoje condenados pela Defesa Civil. Márcio Santilli, sócio-fundador do ISA (Instituto Socioambiental) e ex-presidente da Funai (1995-1996), disse que os números do relatório demonstram que a PEC do teto de gastos públicos, que limita o aumento das despesas à variação da inflação e está em análise no Congresso, vai congelar o "orçamento da Funai já no fundo do poço", com consequências "gravíssimas". "Todo mundo vai perder com isso, não só os índios. Há risco de aumento dos conflitos com mortes, incidentes com repercussão no exterior e isso vai bater na testa do presidente Michel Temer", disse Santilli. "A Funai não vai ter capacidade operacional para se antecipar e atuar na mediação de conflitos pelo país afora. Nem quero aqui discutir a necessidade de contenção de gastos públicos, mas não se pode aplicar um corretivo que não considere as diferenças dentro da administração." OUTRO LADO Procurado pela Folha, o Ministério da Justiça enviou nota: "O orçamento da Funai ainda está sendo trabalhado. O orçamento pretendido considera as atribuições constitucionais e legais, mas, de igual modo, leva em consideração a realidade econômica, financeira e orçamentária atual". A presidência da Funai informou que só iria se manifestar por meio da nota do ministério. | poder | Em situação 'crítica', Funai ameaça fechar metade das unidadesUm memorando interno enviado pela diretoria administrativa da Funai (Fundação Nacional do Índio) ao Ministério da Justiça diz que a situação financeira do órgão se tornou "crítica" com a ameaça de fechamento de 70 a 130 unidades administrativas das 260 existentes. O risco decorre, segundo relatório obtido pela Folha, do orçamento previsto para o ano que vem para o órgão. O documento prevê impactos em todas as áreas, como a redução de 43% nas ações de fiscalização e combate a invasões de terras indígenas e o encerramento das atividades de 6 das 12 "frentes etnoambientais". Esses grupos são encarregados da proteção de índios isolados ou de recente contato em regiões de difícil acesso, onde um surto de doença ou a ação de invasores pode provocar mortes em curto espaço de tempo. Trata-se de uma das missões tidas como mais sensíveis na questão indígena. A previsão orçamentária da Funai para 2017 é de R$ 110 milhões, excetuando gastos com salários. No comunicado entregue ao Ministério da Justiça, a chefia administrativa da fundação pediu que o valor seja aumentado para R$ 180,4 milhões. Segundo o documento, o valor de 2016 perdeu R$ 67 milhões em relação ao ano anterior e o previsto para 2017, segundo a diretoria, "é equivalente ao aprovado para o exercício de 2002, há 15 anos", representando um corte de 45% em relação a 2013. Segundo o memorando, o montante previsto "é insuficiente para o atendimento dos objetivos e iniciativas do plano plurianual (2016-2019)" e também "incompatível com as necessidades de despesas" do órgão, incluindo aluguel de imóveis, vigilância, energia elétrica, limpeza e telefone. O ofício é datado de julho deste ano e registra "uma expressiva demanda reprimida em virtude de insuficiência de dotação orçamentária dos últimos exercícios". A situação piorou após o memorando. Em resposta de 30 de setembro, o ministério disse que se tornou "necessário um bloqueio extra" em seu orçamento e, como efeito, um corte de mais R$ 9 milhões nos gastos da Funai até dezembro. Segundo o relatório da Funai, "não é mais suportável" o remanejamento do orçamento para recompor despesas administrativas. "Visto que elas também perderam 37% de suas dotações de 2015 para 2016, o que aumentaria o desequilíbrio entre as atividades meio e fim, situação constantemente questionada pelo TCU [Tribunal de Contas da União]", diz. IMPACTO Na lista de impactos previstos pela Funai, estão o cancelamento de um termo de cooperação entre o órgão e a Unesco para preservação do patrimônio cultural indígena, "o prejuízo à continuidade das ações de erradicação de sub-registro civil de nascimento e documentação básica de indígenas" e o "descumprimento" de ordem judicial para reformar imóveis próprios hoje condenados pela Defesa Civil. Márcio Santilli, sócio-fundador do ISA (Instituto Socioambiental) e ex-presidente da Funai (1995-1996), disse que os números do relatório demonstram que a PEC do teto de gastos públicos, que limita o aumento das despesas à variação da inflação e está em análise no Congresso, vai congelar o "orçamento da Funai já no fundo do poço", com consequências "gravíssimas". "Todo mundo vai perder com isso, não só os índios. Há risco de aumento dos conflitos com mortes, incidentes com repercussão no exterior e isso vai bater na testa do presidente Michel Temer", disse Santilli. "A Funai não vai ter capacidade operacional para se antecipar e atuar na mediação de conflitos pelo país afora. Nem quero aqui discutir a necessidade de contenção de gastos públicos, mas não se pode aplicar um corretivo que não considere as diferenças dentro da administração." OUTRO LADO Procurado pela Folha, o Ministério da Justiça enviou nota: "O orçamento da Funai ainda está sendo trabalhado. O orçamento pretendido considera as atribuições constitucionais e legais, mas, de igual modo, leva em consideração a realidade econômica, financeira e orçamentária atual". A presidência da Funai informou que só iria se manifestar por meio da nota do ministério. | 0 |
Acusação contra Geddel é grave e joga crise no colo de Temer | É grave a acusação de Marcelo Calero contra o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) publicada na edição deste sábado (19) da Folha. Diante das declarações do ministro da Cultura, que anunciou na sexta (18) sua saída do cargo, o presidente Michel Temer tem duas alternativas: ignorá-las e aceitar as justificativas de Geddel, ou demitir uma figura do núcleo duro de sua gestão. A demissão de Calero deixou de ser uma mera divergência interna, como tentou transparecer o Planalto na sexta. Os motivos de sua saída são muito mais sérios do que se imaginava. As duas medidas desgastam o governo. Segurar Geddel, acusado por Calero de pressioná-lo para favorecer interesses pessoais, joga para dentro do Planalto uma crise inesperada. Uma crise inconveniente para Temer pelo fato de Geddel ser estratégico como articulador político nas negociações com o Senado para aprovar a PEC do teto de gastos públicos, carro-chefe do governo para tirar a economia do buraco em 2017. A segunda possibilidade para o presidente é controlar a turbulência imediatamente, tirar Geddel, mas ao mesmo tempo admitir que um dos seus principais assessores de confiança atuou para se beneficiar pessoalmente. É crise do mesmo jeito. Na entrevista a Natuza Nery e Paulo Gama, Calero fornece detalhes da pressão que teria sofrido por parte de Geddel. Segundo ele, o ministro o procurou por cinco vezes para que intercedesse na aprovação do projeto imobiliário La Vue Ladeira de Barra, em Salvador, sob avaliação do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), órgão subordinado ao Ministério da Cultura. De acordo com Calero, o ministro afirmou ser proprietário de um apartamento no complexo. "E aí, como é que eu fico nessa história?", teria dito Geddel. Calero afirma que Geddel agiu de maneira "truculenta e assertiva", tendo feito uma ameaça ao colega de Esplanada: "Se for o caso eu falo até com o presidente da República". O ministro da Cultura foi o quinto a deixar o governo desde que Temer assumiu a presidência, em maio. Antes deles, saíram Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência), Henrique Alves (Turismo) e Fábio Osório (Advocacia-Geral da União). Geddel será o sexto? A decisão está nas mãos de Temer ou do próprio Geddel. | poder | Acusação contra Geddel é grave e joga crise no colo de TemerÉ grave a acusação de Marcelo Calero contra o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) publicada na edição deste sábado (19) da Folha. Diante das declarações do ministro da Cultura, que anunciou na sexta (18) sua saída do cargo, o presidente Michel Temer tem duas alternativas: ignorá-las e aceitar as justificativas de Geddel, ou demitir uma figura do núcleo duro de sua gestão. A demissão de Calero deixou de ser uma mera divergência interna, como tentou transparecer o Planalto na sexta. Os motivos de sua saída são muito mais sérios do que se imaginava. As duas medidas desgastam o governo. Segurar Geddel, acusado por Calero de pressioná-lo para favorecer interesses pessoais, joga para dentro do Planalto uma crise inesperada. Uma crise inconveniente para Temer pelo fato de Geddel ser estratégico como articulador político nas negociações com o Senado para aprovar a PEC do teto de gastos públicos, carro-chefe do governo para tirar a economia do buraco em 2017. A segunda possibilidade para o presidente é controlar a turbulência imediatamente, tirar Geddel, mas ao mesmo tempo admitir que um dos seus principais assessores de confiança atuou para se beneficiar pessoalmente. É crise do mesmo jeito. Na entrevista a Natuza Nery e Paulo Gama, Calero fornece detalhes da pressão que teria sofrido por parte de Geddel. Segundo ele, o ministro o procurou por cinco vezes para que intercedesse na aprovação do projeto imobiliário La Vue Ladeira de Barra, em Salvador, sob avaliação do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), órgão subordinado ao Ministério da Cultura. De acordo com Calero, o ministro afirmou ser proprietário de um apartamento no complexo. "E aí, como é que eu fico nessa história?", teria dito Geddel. Calero afirma que Geddel agiu de maneira "truculenta e assertiva", tendo feito uma ameaça ao colega de Esplanada: "Se for o caso eu falo até com o presidente da República". O ministro da Cultura foi o quinto a deixar o governo desde que Temer assumiu a presidência, em maio. Antes deles, saíram Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência), Henrique Alves (Turismo) e Fábio Osório (Advocacia-Geral da União). Geddel será o sexto? A decisão está nas mãos de Temer ou do próprio Geddel. | 0 |
Obama homenageia 'heróis anônimos' que lutaram pelo casamento gay | O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, homenageou os "heróis anônimos" que lutaram pelo reconhecimento legal do casamento entre pessoas do mesmo sexo em discurso depois da decisão da Suprema Corte nesta sexta-feira (26). "Esse sem número de heróis anônimos merecem o nosso obrigado e devem ficar orgulhosos. A America deve ficar orgulhosa", discursou. "É gratificante ver esse princípio [de igualdade para a população LGBT] entrar na lei." Ele atribuiu a decisão à Suprema Corte, aos suplicantes e aos "pequenos atos de milhões de pessoas em todo o país que se levantaram, tomaram atitudes", se fizeram ouvir porque "amavam seus filhos, porque queriam lutar contra o bullying, que acreditavam em si mesmos e aos poucos fizeram um país inteiro acreditar que amor é amor". A Suprema Corte decidiu que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é garantido pela Constituição em todo o país, derrubando medidas judiciais contra a união entre pessoas do mesmo sexo nos Estados de Kentucky, Michigan, Ohio e Tenessee. | mundo | Obama homenageia 'heróis anônimos' que lutaram pelo casamento gayO presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, homenageou os "heróis anônimos" que lutaram pelo reconhecimento legal do casamento entre pessoas do mesmo sexo em discurso depois da decisão da Suprema Corte nesta sexta-feira (26). "Esse sem número de heróis anônimos merecem o nosso obrigado e devem ficar orgulhosos. A America deve ficar orgulhosa", discursou. "É gratificante ver esse princípio [de igualdade para a população LGBT] entrar na lei." Ele atribuiu a decisão à Suprema Corte, aos suplicantes e aos "pequenos atos de milhões de pessoas em todo o país que se levantaram, tomaram atitudes", se fizeram ouvir porque "amavam seus filhos, porque queriam lutar contra o bullying, que acreditavam em si mesmos e aos poucos fizeram um país inteiro acreditar que amor é amor". A Suprema Corte decidiu que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é garantido pela Constituição em todo o país, derrubando medidas judiciais contra a união entre pessoas do mesmo sexo nos Estados de Kentucky, Michigan, Ohio e Tenessee. | 3 |
Lei antiterrorismo quer calar vozes dissonantes, afirma leitor | O apavorante e orwelliano projeto de lei do senador Aloysio Nunes (Brasil precisa de uma lei antiterrorismo? Não ), que classifica qualquer manifestação popular como terrorista, me deixa muito feliz. Feliz por ele não ter sido se tornado vice-presidente da República, eventualmente com a caneta na mão. CARLOS BRISOLA MARCONDES (Florianópolis, SC) * Aloysio Nunes e Vladimir Safatle (Painel do Leitor ) são parte do pouco que resta de pensante neste país, mas escapou-lhes o óbvio: não precisamos de mais leis, precisamos aplicar universalmente as leis que já temos. GUSTAVO A. J. AMARANTE (São Paulo, SP) * O Estado brasileiro pratica tortura cotidianamente em camburões e delegacias, espanca manifestantes e criminaliza movimentos sociais desde priscas eras. Não há nada mais oportuno para o clima obscurantista atual, travestido de bom-mocismo justiceiro, do que aprovar essa lei desnecessária, voltada para calar vozes dissonantes. DECIO HERNANDEZ DI GIORGI (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | paineldoleitor | Lei antiterrorismo quer calar vozes dissonantes, afirma leitorO apavorante e orwelliano projeto de lei do senador Aloysio Nunes (Brasil precisa de uma lei antiterrorismo? Não ), que classifica qualquer manifestação popular como terrorista, me deixa muito feliz. Feliz por ele não ter sido se tornado vice-presidente da República, eventualmente com a caneta na mão. CARLOS BRISOLA MARCONDES (Florianópolis, SC) * Aloysio Nunes e Vladimir Safatle (Painel do Leitor ) são parte do pouco que resta de pensante neste país, mas escapou-lhes o óbvio: não precisamos de mais leis, precisamos aplicar universalmente as leis que já temos. GUSTAVO A. J. AMARANTE (São Paulo, SP) * O Estado brasileiro pratica tortura cotidianamente em camburões e delegacias, espanca manifestantes e criminaliza movimentos sociais desde priscas eras. Não há nada mais oportuno para o clima obscurantista atual, travestido de bom-mocismo justiceiro, do que aprovar essa lei desnecessária, voltada para calar vozes dissonantes. DECIO HERNANDEZ DI GIORGI (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | 16 |
Diretor que contratou jogador vetado em teste da base deixa Corinthians | O diretor das categorias de base do Corinthians, Onofre Almeida, deixou o cargo nesta quarta-feira (24). Em mensagem enviada por celular a amigos, ele afirmou que renunciou à função por motivos "de ordem pessoal". Seu nome apareceu em trocas de mensagens em um caso de acusação de desvio de dinheiro que foi parar na comissão de ética do clube, em maio. O processo foi arquivado em julho e ninguém foi punido. Na época, o ex-gerente da base Fabio Barrozo deixou o Parque São Jorge. Na última semana, o site do Globo Esporte revelou que um jogador de 17 anos assinou contrato com o Corinthians mesmo depois de ter sido avaliado pela comissão técnica como "sem condições de fazer parte da categoria sub-17". "Prezados, bom dia. Comunico minha renúncia ao cargo de diretor geral do futebol amador. Neste ensejo, informo que as razões que me levaram a esta decisão são de ordem pessoal. Venho agradecer a toda equipe pela dedicação, parceria, lutas e conquistas ao longo da jornada de um ano e seis meses de gestão", escreveu o diretor, em mensagem enviada. "Estendo minha gratidão ao corpo dirigente, ao desafio que me foi dado, aprendizado e me despeço sem ter alcançado meus objetivos, mas certo de que a batalha para um Corinthians melhor continua", afirmou. | esporte | Diretor que contratou jogador vetado em teste da base deixa CorinthiansO diretor das categorias de base do Corinthians, Onofre Almeida, deixou o cargo nesta quarta-feira (24). Em mensagem enviada por celular a amigos, ele afirmou que renunciou à função por motivos "de ordem pessoal". Seu nome apareceu em trocas de mensagens em um caso de acusação de desvio de dinheiro que foi parar na comissão de ética do clube, em maio. O processo foi arquivado em julho e ninguém foi punido. Na época, o ex-gerente da base Fabio Barrozo deixou o Parque São Jorge. Na última semana, o site do Globo Esporte revelou que um jogador de 17 anos assinou contrato com o Corinthians mesmo depois de ter sido avaliado pela comissão técnica como "sem condições de fazer parte da categoria sub-17". "Prezados, bom dia. Comunico minha renúncia ao cargo de diretor geral do futebol amador. Neste ensejo, informo que as razões que me levaram a esta decisão são de ordem pessoal. Venho agradecer a toda equipe pela dedicação, parceria, lutas e conquistas ao longo da jornada de um ano e seis meses de gestão", escreveu o diretor, em mensagem enviada. "Estendo minha gratidão ao corpo dirigente, ao desafio que me foi dado, aprendizado e me despeço sem ter alcançado meus objetivos, mas certo de que a batalha para um Corinthians melhor continua", afirmou. | 4 |
Shows, mostras e outros eventos comemoram o Dia da Mulher em SP | Na semana que homenageia as mulheres, a mostra De|Generadas espaços da cidade com discussões sobre gênero e feminismo, com performances, shows, debates e filmes. O evento, no entanto, não é a único que tem como norte o Dia da Mulher. São Paulo contará com várias atividades.O "Guia" selecionou as principais atrações na cidade para celebrar a data.Leia mais aqui | tv | Shows, mostras e outros eventos comemoram o Dia da Mulher em SPNa semana que homenageia as mulheres, a mostra De|Generadas espaços da cidade com discussões sobre gênero e feminismo, com performances, shows, debates e filmes. O evento, no entanto, não é a único que tem como norte o Dia da Mulher. São Paulo contará com várias atividades.O "Guia" selecionou as principais atrações na cidade para celebrar a data.Leia mais aqui | 12 |
PM que mata acha que vira herói, mas é vilão, diz ouvidor da polícia de SP | Chacinas como a ocorrida no mês passado em Osasco e Barueri, na Grande SP, vão continuar ocorrendo porque os policiais que resolvem praticar esse tipo de crime não acreditam mais no sistema. Essa é a opinião do ouvidor da Polícia Julio Cesar Fernandes Neves e o deputado federal Olímpio Gomes (PDT-SP). Leia mais: http://folha.com/no1678552 | tv | PM que mata acha que vira herói, mas é vilão, diz ouvidor da polícia de SPChacinas como a ocorrida no mês passado em Osasco e Barueri, na Grande SP, vão continuar ocorrendo porque os policiais que resolvem praticar esse tipo de crime não acreditam mais no sistema. Essa é a opinião do ouvidor da Polícia Julio Cesar Fernandes Neves e o deputado federal Olímpio Gomes (PDT-SP). Leia mais: http://folha.com/no1678552 | 12 |
Cunha tenta calar rumores de delação e acalmar deputados | Ainda mais isolado politicamente após o Conselho de Ética da Câmara aprovar parecer favorável à sua cassação, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) articula nesta semana uma nova ofensiva para tentar acalmar os ânimos dos parlamentares e angariar apoio para tentar se salvar em votação no plenário da Casa. Pressionado a renunciar ao cargo de presidente da Câmara, do qual está afastado por ordem da Justiça, e cercado por rumores de que pode aceitar fazer uma delação premiada na Lava Jato, Cunha quer reunir aliados nesta segunda-feira (20) e fazer um pronunciamento à imprensa na terça (21) para rebater as acusações contra ele. Nas palavras de interlocutores do peemedebista, a iniciativa tem o objetivo de "diminuir a tensão" entre os deputados, que temem ser implicados numa eventual delação de Cunha, e tentar conseguir apoio para impedir sua cassação no plenário. Para que ele perca o mandato, é preciso o voto de pelo menos 257 de 512 deputados da Casa. Na semana passada, o Conselho de Ética aprovou por 11 votos a 9 sua cassação. O resultado, que contou com o voto decisivo da deputada Tia Eron (PRB-BA) e com a mudança de lado de Wladimir Costa (SD-PA), aliado de Cunha até o último momento, surpreendeu o presidente afastado da Câmara e também o Palácio do Planalto, que esperava um desfecho favorável ao peemedebista no colegiado. A avaliação de aliados é a de que os rumores sobre uma possível delação premiada de Cunha causaram mal-estar entre os deputados e agora ele quer dar garantias de que não tomará essa iniciativa, mostrando que "não é um homem rancoroso". Quem conversou com o peemedebista nos últimos dias ouviu que ele quer rebater denúncias para não virar vítima de um "massacre". O anúncio de seu pronunciamento, feito com pelo menos quatro dias de antecedência, fez com que se levantasse a expectativa de que Cunha poderia renunciar à presidência da Câmara. Apesar de aliados acreditarem que, agora, ele não deve abrir mão do comando da Casa pois não teria "nada a ganhar" com a decisão, o próprio Cunha já não rechaça a tese com tanta veemência. ISOLAMENTO O atual isolamento do peemedebista é expressado, inclusive, nas especulações sobre o teor do pronunciamento desta terça-feira. Pelo menos três deputados que eram muito próximos a Cunha ouvidos pela Folha disseram não ter detalhes sobre sua fala, pois não o encontravam há dias. Eles acreditam que o deputado gosta da ideia de criar suspense e dizem que ele deve fazer um discurso longo, detalhando sua defesa sobre as acusações e os processos que enfrenta, mas sem grandes revelações. Mesmo com o apelo e a tentativa de acalmar os ânimos dos colegas, aliados afirmam que é muito difícil que Cunha consiga se salvar da cassação durante a votação no plenário da Câmara, que ainda não tem data certa para acontecer. Caso não haja nenhuma reviravolta, o destino do peemedebista seria votado no plenário da Câmara nos dias 19 ou 20 de julho. Uma das maiores preocupações de Cunha com a perda do mandato é que, sem foro privilegiado, suas investigações seriam enviadas ao juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Lá os processos costumam andar com mais celeridade. Sua mulher, a jornalista Cláudia Cruz, já está sendo investigada pela equipe de Moro. O que há contra Cunha | poder | Cunha tenta calar rumores de delação e acalmar deputadosAinda mais isolado politicamente após o Conselho de Ética da Câmara aprovar parecer favorável à sua cassação, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) articula nesta semana uma nova ofensiva para tentar acalmar os ânimos dos parlamentares e angariar apoio para tentar se salvar em votação no plenário da Casa. Pressionado a renunciar ao cargo de presidente da Câmara, do qual está afastado por ordem da Justiça, e cercado por rumores de que pode aceitar fazer uma delação premiada na Lava Jato, Cunha quer reunir aliados nesta segunda-feira (20) e fazer um pronunciamento à imprensa na terça (21) para rebater as acusações contra ele. Nas palavras de interlocutores do peemedebista, a iniciativa tem o objetivo de "diminuir a tensão" entre os deputados, que temem ser implicados numa eventual delação de Cunha, e tentar conseguir apoio para impedir sua cassação no plenário. Para que ele perca o mandato, é preciso o voto de pelo menos 257 de 512 deputados da Casa. Na semana passada, o Conselho de Ética aprovou por 11 votos a 9 sua cassação. O resultado, que contou com o voto decisivo da deputada Tia Eron (PRB-BA) e com a mudança de lado de Wladimir Costa (SD-PA), aliado de Cunha até o último momento, surpreendeu o presidente afastado da Câmara e também o Palácio do Planalto, que esperava um desfecho favorável ao peemedebista no colegiado. A avaliação de aliados é a de que os rumores sobre uma possível delação premiada de Cunha causaram mal-estar entre os deputados e agora ele quer dar garantias de que não tomará essa iniciativa, mostrando que "não é um homem rancoroso". Quem conversou com o peemedebista nos últimos dias ouviu que ele quer rebater denúncias para não virar vítima de um "massacre". O anúncio de seu pronunciamento, feito com pelo menos quatro dias de antecedência, fez com que se levantasse a expectativa de que Cunha poderia renunciar à presidência da Câmara. Apesar de aliados acreditarem que, agora, ele não deve abrir mão do comando da Casa pois não teria "nada a ganhar" com a decisão, o próprio Cunha já não rechaça a tese com tanta veemência. ISOLAMENTO O atual isolamento do peemedebista é expressado, inclusive, nas especulações sobre o teor do pronunciamento desta terça-feira. Pelo menos três deputados que eram muito próximos a Cunha ouvidos pela Folha disseram não ter detalhes sobre sua fala, pois não o encontravam há dias. Eles acreditam que o deputado gosta da ideia de criar suspense e dizem que ele deve fazer um discurso longo, detalhando sua defesa sobre as acusações e os processos que enfrenta, mas sem grandes revelações. Mesmo com o apelo e a tentativa de acalmar os ânimos dos colegas, aliados afirmam que é muito difícil que Cunha consiga se salvar da cassação durante a votação no plenário da Câmara, que ainda não tem data certa para acontecer. Caso não haja nenhuma reviravolta, o destino do peemedebista seria votado no plenário da Câmara nos dias 19 ou 20 de julho. Uma das maiores preocupações de Cunha com a perda do mandato é que, sem foro privilegiado, suas investigações seriam enviadas ao juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Lá os processos costumam andar com mais celeridade. Sua mulher, a jornalista Cláudia Cruz, já está sendo investigada pela equipe de Moro. O que há contra Cunha | 0 |
Governo estuda mudança sobre conteúdo local no setor petroleiro | Entre 2011 e 2016, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) já aplicou 110 multas, no valor total de R$ 570 milhões, por não cumprimento dos compromissos de conteúdo local na aquisição de bens e serviços para a exploração de petróleo. O grande número de multas levou o governo a decidir rever o papel do conteúdo local nos leilões de áreas petrolíferas do país. Desde 2007, o compromisso de compras no país é um dos fatores considerados para avaliar a oferta vencedora pelos blocos. A revisão do tema faz parte de discussões sobre uma nova política de conteúdo local, cujas bases serão apresentadas ao mercado ainda em outubro, segundo informou o secretário de petróleo e gás do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Félix. Em palestra na tarde desta sexta (30), a coordenadora de conteúdo local da ANP, Daniela Godoy Martins Correa, questionou a eficácia da política. Segundo ela, o uso dos compromissos como parte da proposta têm gerado mais problemas do que resultados. Desde que a política foi instituída, as petroleiras têm ofertado índices bem superiores aos mínimos estabelecidos pela agência para cada bloco, para evitar derrota na concorrência. Mas, segundo cálculos da ANP, o conteúdo local definiu menos de 1% das disputas nos leilões realizados desde 2007. "O conteúdo local não serve para diferenciar ofertas e ainda causa distorção, por gerar compromissos maiores do que a realidade", comentou ela, ressaltando que a fiscalização dos projetos e a análise de multas gera custos administrativos para a agência. "Em muitos casos, as multas estão sendo aplicadas pelo não atendimento do compromisso ofertado pela empresa e não pelo não atendimento do compromisso mínimo de conteúdo local", disse Correa. "Será que vale continuar tendo o conteúdo local como fator de bid (oferta pelo leilão)?", questionou. O debate sobre a questão se dá em paralelo à definição do Programa de Estímulo à Competitividade da Cadeia Produtiva, ao Desenvolvimento e ao Aprimoramento de Fornecedores do Setor de Petróleo e Gás (Pedefor) lançado no início do ano com o objetivo de estimular petroleiras a comprarem no país. O Pedefor dará bônus às empresas que adquirirem bens ou serviços na indústria brasileira, que poderão ser usados para abater multas atrasadas. Do valor total de multas aplicadas até agora, 62% referem-se a projetos operados pela Petrobras, de acordo com estudo feito pelo Grupo de Estudos em Energia do Instituto de Economia da UFRJ por encomenda do Instituto Brasileiro da Indústria do Petróleo (IBP). | mercado | Governo estuda mudança sobre conteúdo local no setor petroleiroEntre 2011 e 2016, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) já aplicou 110 multas, no valor total de R$ 570 milhões, por não cumprimento dos compromissos de conteúdo local na aquisição de bens e serviços para a exploração de petróleo. O grande número de multas levou o governo a decidir rever o papel do conteúdo local nos leilões de áreas petrolíferas do país. Desde 2007, o compromisso de compras no país é um dos fatores considerados para avaliar a oferta vencedora pelos blocos. A revisão do tema faz parte de discussões sobre uma nova política de conteúdo local, cujas bases serão apresentadas ao mercado ainda em outubro, segundo informou o secretário de petróleo e gás do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Félix. Em palestra na tarde desta sexta (30), a coordenadora de conteúdo local da ANP, Daniela Godoy Martins Correa, questionou a eficácia da política. Segundo ela, o uso dos compromissos como parte da proposta têm gerado mais problemas do que resultados. Desde que a política foi instituída, as petroleiras têm ofertado índices bem superiores aos mínimos estabelecidos pela agência para cada bloco, para evitar derrota na concorrência. Mas, segundo cálculos da ANP, o conteúdo local definiu menos de 1% das disputas nos leilões realizados desde 2007. "O conteúdo local não serve para diferenciar ofertas e ainda causa distorção, por gerar compromissos maiores do que a realidade", comentou ela, ressaltando que a fiscalização dos projetos e a análise de multas gera custos administrativos para a agência. "Em muitos casos, as multas estão sendo aplicadas pelo não atendimento do compromisso ofertado pela empresa e não pelo não atendimento do compromisso mínimo de conteúdo local", disse Correa. "Será que vale continuar tendo o conteúdo local como fator de bid (oferta pelo leilão)?", questionou. O debate sobre a questão se dá em paralelo à definição do Programa de Estímulo à Competitividade da Cadeia Produtiva, ao Desenvolvimento e ao Aprimoramento de Fornecedores do Setor de Petróleo e Gás (Pedefor) lançado no início do ano com o objetivo de estimular petroleiras a comprarem no país. O Pedefor dará bônus às empresas que adquirirem bens ou serviços na indústria brasileira, que poderão ser usados para abater multas atrasadas. Do valor total de multas aplicadas até agora, 62% referem-se a projetos operados pela Petrobras, de acordo com estudo feito pelo Grupo de Estudos em Energia do Instituto de Economia da UFRJ por encomenda do Instituto Brasileiro da Indústria do Petróleo (IBP). | 2 |
Crianças cegas escolhem cores pelo olfato e fazem exposição na Jordânia | Cegos conseguem pintar e escolher cores? A resposta é sim. Na Jordânia, a real academia promove atividades que ensinam crianças deficientes visuais a pintar e desenhar. E até a escolher quais cores desejam usar em seus trabalhos. Os jovens e crianças aprendem a distinguir as cores com a ajuda do olfato, já que os materiais têm cheiros diferentes para cada tonalidade. O resultado das aulas de arte ganharam uma exposição no país. Nos trabalhos da mostra, é possível ver cores vibrantes e desenhos retratando pessoas, barcos e paisagens. NO BRASIL No mês passado, a "Folhinha" visitou crianças do Instituto de Cegos Padre Chico para descobrir como elas leem livros. Nas obras adaptadas, letras e ilustrações são acompanhadas por pontos em alto relevo no papel, pelos quais cegos passam as pontas dos dedos —sistema conhecido como braille. Crianças cegas contam como leem livros | folhinha | Crianças cegas escolhem cores pelo olfato e fazem exposição na JordâniaCegos conseguem pintar e escolher cores? A resposta é sim. Na Jordânia, a real academia promove atividades que ensinam crianças deficientes visuais a pintar e desenhar. E até a escolher quais cores desejam usar em seus trabalhos. Os jovens e crianças aprendem a distinguir as cores com a ajuda do olfato, já que os materiais têm cheiros diferentes para cada tonalidade. O resultado das aulas de arte ganharam uma exposição no país. Nos trabalhos da mostra, é possível ver cores vibrantes e desenhos retratando pessoas, barcos e paisagens. NO BRASIL No mês passado, a "Folhinha" visitou crianças do Instituto de Cegos Padre Chico para descobrir como elas leem livros. Nas obras adaptadas, letras e ilustrações são acompanhadas por pontos em alto relevo no papel, pelos quais cegos passam as pontas dos dedos —sistema conhecido como braille. Crianças cegas contam como leem livros | 27 |
Após conflito na Europa, Kosovo tem 'vitória diplomática' no judô
| ITALO NOGUEIRA DO RIO A medalha de ouro foi a principal conquista da judoca Majlinda Kelmendi, 25, na Olimpíada do Rio. O seu prêmio maior, no entanto, foi ver a bandeira do Kosovo no alto da Arena Carioca 2 ao som do hino do país. Ela foi a primeira medalhista da história do país numa Olimpíada. O Kosovo participa pela primeira vez dos Jogos, após o reconhecimento pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), em 2014. Além de esportiva, sua vitória é diplomática. O triunfo sobre a italiana Odette Giufrida na categoria meio-leve foi acompanhada pelo presidente do COI, o alemão Thomas Bach, e do Kosovo, Hashim Thaçi. "Quero mostrar ao mundo que Kosovo não é só guerra. Temos crianças muito talentosas para o esporte. Consegui provar que, se elas querem ser campeões olímpicos, elas podem ser, mesmo sendo de um país pequeno e pobre", disse ela, após receber a medalha. Kelmendi é o primeiro ídolo da jovem nação. Também foi porta-bandeira do país europeu na cerimônia de abertura no Maracanã. O Kosovo declarou sua independência da Sérvia em 2008, mas não é reconhecido pela ONU e por 84 dos seus 193 Estados-membros, entre eles o Brasil. O conflito étnico na Sérvia teve seu auge entre 1998 e 1999, quando estima-se que 13 mil pessoas morreram, na chamada guerra do Kosovo. Um dos combatentes era Dritton Kuka, 44, técnico de Kelmendi. Ex-judoca da seleção da Iugoslávia, ele não pôde competir em Barcelona-92 por questões políticas. A judoca não quis falar sobre o como o conflito afetou sua família. "Estou aproveitando o momento. Não é o momento de política", disse, sorrindo. A medalhista de ouro disputou Londres-12, quando não subiu ao pódio, pela Albânia, cuja população é da mesma etnia dos kosovares. No ano seguinte, venceria seu primeiro Mundial, também no Rio, já vestindo as sigla KOS nas costas. Na conquista do bicampeonato, em 2014, foi obrigada a lutar com a sigla IJF, da Federação Internacional de Judô, nas costas porque a Rússia não aceitou a representação do Kosovo na competição. Ao vencer o torneio, ela não pôde ver a bandeira de Kosovo no pódio, nem escutou o hino nacional. Ela afirma que recebeu propostas financeiras de outros países para que se naturalizasse. "Ofereceram milhões. Mas não se comparam ao que senti hoje", disse ela. "O mais importante é que fizemos tudo isso no Kosovo. Majlinda é feita no Kosovo. Sempre treinou lá e vai continuar", disse o técnico Kuka. Bach, presidente do COI, foi o responsável por entregar a medalha a Kelmendi. "Ele disse: 'Você se lembra que eu esperava de você a medalha de ouro. Agora você conseguiu'. Isso me fez chorar", contou Majlinda. O Kosovo tem outros sete atletas disputando a Olimpíada. "Espero que os países que não reconhecem, o façam agora. Espero que o Brasil mude [seu posicionamento]", disse Kuka. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo | esporte |
Após conflito na Europa, Kosovo tem 'vitória diplomática' no judô
ITALO NOGUEIRA DO RIO A medalha de ouro foi a principal conquista da judoca Majlinda Kelmendi, 25, na Olimpíada do Rio. O seu prêmio maior, no entanto, foi ver a bandeira do Kosovo no alto da Arena Carioca 2 ao som do hino do país. Ela foi a primeira medalhista da história do país numa Olimpíada. O Kosovo participa pela primeira vez dos Jogos, após o reconhecimento pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), em 2014. Além de esportiva, sua vitória é diplomática. O triunfo sobre a italiana Odette Giufrida na categoria meio-leve foi acompanhada pelo presidente do COI, o alemão Thomas Bach, e do Kosovo, Hashim Thaçi. "Quero mostrar ao mundo que Kosovo não é só guerra. Temos crianças muito talentosas para o esporte. Consegui provar que, se elas querem ser campeões olímpicos, elas podem ser, mesmo sendo de um país pequeno e pobre", disse ela, após receber a medalha. Kelmendi é o primeiro ídolo da jovem nação. Também foi porta-bandeira do país europeu na cerimônia de abertura no Maracanã. O Kosovo declarou sua independência da Sérvia em 2008, mas não é reconhecido pela ONU e por 84 dos seus 193 Estados-membros, entre eles o Brasil. O conflito étnico na Sérvia teve seu auge entre 1998 e 1999, quando estima-se que 13 mil pessoas morreram, na chamada guerra do Kosovo. Um dos combatentes era Dritton Kuka, 44, técnico de Kelmendi. Ex-judoca da seleção da Iugoslávia, ele não pôde competir em Barcelona-92 por questões políticas. A judoca não quis falar sobre o como o conflito afetou sua família. "Estou aproveitando o momento. Não é o momento de política", disse, sorrindo. A medalhista de ouro disputou Londres-12, quando não subiu ao pódio, pela Albânia, cuja população é da mesma etnia dos kosovares. No ano seguinte, venceria seu primeiro Mundial, também no Rio, já vestindo as sigla KOS nas costas. Na conquista do bicampeonato, em 2014, foi obrigada a lutar com a sigla IJF, da Federação Internacional de Judô, nas costas porque a Rússia não aceitou a representação do Kosovo na competição. Ao vencer o torneio, ela não pôde ver a bandeira de Kosovo no pódio, nem escutou o hino nacional. Ela afirma que recebeu propostas financeiras de outros países para que se naturalizasse. "Ofereceram milhões. Mas não se comparam ao que senti hoje", disse ela. "O mais importante é que fizemos tudo isso no Kosovo. Majlinda é feita no Kosovo. Sempre treinou lá e vai continuar", disse o técnico Kuka. Bach, presidente do COI, foi o responsável por entregar a medalha a Kelmendi. "Ele disse: 'Você se lembra que eu esperava de você a medalha de ouro. Agora você conseguiu'. Isso me fez chorar", contou Majlinda. O Kosovo tem outros sete atletas disputando a Olimpíada. "Espero que os países que não reconhecem, o façam agora. Espero que o Brasil mude [seu posicionamento]", disse Kuka. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo | 4 |
Juiz manda Odebrecht explicar notas sobre 'anular' Lava Jato e políticos | O juiz federal Sergio Moro intimou os advogados de Marcelo Odebrecht a dar explicações sobre as anotações encontradas pela Polícia Federal nos telefones celulares do empresário que sugerem que ele deu instruções para tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato antes de ser preso. O empresário está preso em Curitiba desde 19 de junho, junto com outros quatro executivos que trabalhavam para o grupo Odebrecht e também são acusados de participar do esquema de corrupção descoberto na Petrobras. Uma das anotações fala em "trabalhar para para/anular (dissidentes PF...)". No despacho, embora faça a ressalva que os trechos estão sujeitos à interpretação, o juiz Moro escreveu que a menção aos 'dissidentes da PF' é a mais perturbadora porque "coloca uma sombra sobre o significado da anotação". Na interpretação da Polícia Federal, o trecho indica a possibilidade de que o empreiteiro pretendia usar policiais federais para tumultuar as investigações. No ano passado, a descoberta de uma escuta na cela ocupada pelo doleiro Alberto Youssef levantou suspeitas de que policiais federais poderiam estar atuando para atrapalhar as investigações do petrolão. Moro considerou que uma outra anotação –"higienizar apetrechos MF e RA", referência do o empresário a dois executivos do grupo sob investigação, Márcio Faria e Rogério Araújo, que hoje estão presos com ele em Curitiba– sugere destruição de provas. No mesmo conjunto de anotações, surgem "Vazar doação campanha. Nova nota minha midia? GA, FP, AM, MT, Lula? ECunha?" –o que, para o juiz Sergio Moro, poderia ser uma tentativa de constranger beneficiários de doações eleitorais. Além das referências ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo a polícia, "MT" é o vice-presidente Michel Temer, "GA" é o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e "FP" é o governador Fernando Pimentel (PT-MG). O contexto não deixa claro por que e em que circunstâncias o empresário redigiu as iniciais atribuídas aos políticos no telefone. Moro estabeleceu prazo de dois dias para que os advogados de Marcelo Odebrecht apresentem explicações sobre significado dos textos encontrados no celular. OUTRO LADO Em nota, a defesa de Marcelo Odebrecht disse que a Polícia Federal fez "interpretações distorcidas, descontextualizadas e sem nenhuma lógica temporal de suas anotações pessoais". O relatório de análise da PF, segundo a asessoria, não se atém a fatos concretos, mas se apega a suposições. "O mais grave é a tentativa de atribuir ao Marcelo Odebrecht a responsabilidade pelos ilícitos gravíssimos que estão sendo apurados e envolveriam a cúpula da Polícia Federal do Paraná, como a questão da instalação de escutas em celas, dentre outras", diz trecho da nota. Os políticos citados disseram que não têm como comentar as notas do telefone de Odebrecht. Por meio de assessores, o ex-presidente Lula disse que não sabe porque seu nome aparecia nas anotações do empresário. A assessoria do vice-presidente Michel Temer disse que a menção a seu nome se trata de uma "inferência" da Polícia Federal. Segundo a assessoria, Temer conhece Marcelo Odebrecht, mas não sabe nem sequer se as iniciais "MT" referem-se de fato a ele. Já auxiliares do governador Geraldo Alckmin afirmaram que o conteúdo divulgado é "ininteligível". "Além disso, não há, nas siglas nela contidas, nenhuma comprovação ou sequer indício de tratar-se de alguém em especial, tampouco de algum assunto específico". Segundo a assessoria do tucano, o governador não recebeu qualquer pedido de ajuda do empresário Marcelo Odebrecht e que o único evento recente em que se encontraram foi jantar de homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O subsecretário de Comunicação de Minas Gerais, Ronald Cavalcante, disse que o governador Fernando Pimentel não teria como comentar o caso por não conhecer nem por que as anotações foram feitas nem a razão da Polícia Federal ter concluído que FP seria Fernando Pimentel. - Presidente do grupo Odebrecht foi indiciado pela Polícia Federal Registros sugerem que Marcelo Odebrecht se empenhou ativamente para conter danos causados pela Operação Lava Jato. As mensagens falam em recorrer a "dissidentes PF" e "higienizar" aparelhos de executivos investigados do grupo E-mails encontrados pela PF mostram envolvimento do executivo na negociação de em um contrato de sondas para a Petrobras. Numa das mensagens, um diretor fala em "sobrepreço" no contrato À Justiça Federal, Marcelo disse que "continua confiando nos seus companheiros [demais executivos da Odebrecht presos], acreditando na presunção de inocência dos mesmos". Para a PF, a fala indica que o empresário "aderiu" a crimes atribuídos aos demais investigados - | poder | Juiz manda Odebrecht explicar notas sobre 'anular' Lava Jato e políticosO juiz federal Sergio Moro intimou os advogados de Marcelo Odebrecht a dar explicações sobre as anotações encontradas pela Polícia Federal nos telefones celulares do empresário que sugerem que ele deu instruções para tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato antes de ser preso. O empresário está preso em Curitiba desde 19 de junho, junto com outros quatro executivos que trabalhavam para o grupo Odebrecht e também são acusados de participar do esquema de corrupção descoberto na Petrobras. Uma das anotações fala em "trabalhar para para/anular (dissidentes PF...)". No despacho, embora faça a ressalva que os trechos estão sujeitos à interpretação, o juiz Moro escreveu que a menção aos 'dissidentes da PF' é a mais perturbadora porque "coloca uma sombra sobre o significado da anotação". Na interpretação da Polícia Federal, o trecho indica a possibilidade de que o empreiteiro pretendia usar policiais federais para tumultuar as investigações. No ano passado, a descoberta de uma escuta na cela ocupada pelo doleiro Alberto Youssef levantou suspeitas de que policiais federais poderiam estar atuando para atrapalhar as investigações do petrolão. Moro considerou que uma outra anotação –"higienizar apetrechos MF e RA", referência do o empresário a dois executivos do grupo sob investigação, Márcio Faria e Rogério Araújo, que hoje estão presos com ele em Curitiba– sugere destruição de provas. No mesmo conjunto de anotações, surgem "Vazar doação campanha. Nova nota minha midia? GA, FP, AM, MT, Lula? ECunha?" –o que, para o juiz Sergio Moro, poderia ser uma tentativa de constranger beneficiários de doações eleitorais. Além das referências ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo a polícia, "MT" é o vice-presidente Michel Temer, "GA" é o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e "FP" é o governador Fernando Pimentel (PT-MG). O contexto não deixa claro por que e em que circunstâncias o empresário redigiu as iniciais atribuídas aos políticos no telefone. Moro estabeleceu prazo de dois dias para que os advogados de Marcelo Odebrecht apresentem explicações sobre significado dos textos encontrados no celular. OUTRO LADO Em nota, a defesa de Marcelo Odebrecht disse que a Polícia Federal fez "interpretações distorcidas, descontextualizadas e sem nenhuma lógica temporal de suas anotações pessoais". O relatório de análise da PF, segundo a asessoria, não se atém a fatos concretos, mas se apega a suposições. "O mais grave é a tentativa de atribuir ao Marcelo Odebrecht a responsabilidade pelos ilícitos gravíssimos que estão sendo apurados e envolveriam a cúpula da Polícia Federal do Paraná, como a questão da instalação de escutas em celas, dentre outras", diz trecho da nota. Os políticos citados disseram que não têm como comentar as notas do telefone de Odebrecht. Por meio de assessores, o ex-presidente Lula disse que não sabe porque seu nome aparecia nas anotações do empresário. A assessoria do vice-presidente Michel Temer disse que a menção a seu nome se trata de uma "inferência" da Polícia Federal. Segundo a assessoria, Temer conhece Marcelo Odebrecht, mas não sabe nem sequer se as iniciais "MT" referem-se de fato a ele. Já auxiliares do governador Geraldo Alckmin afirmaram que o conteúdo divulgado é "ininteligível". "Além disso, não há, nas siglas nela contidas, nenhuma comprovação ou sequer indício de tratar-se de alguém em especial, tampouco de algum assunto específico". Segundo a assessoria do tucano, o governador não recebeu qualquer pedido de ajuda do empresário Marcelo Odebrecht e que o único evento recente em que se encontraram foi jantar de homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O subsecretário de Comunicação de Minas Gerais, Ronald Cavalcante, disse que o governador Fernando Pimentel não teria como comentar o caso por não conhecer nem por que as anotações foram feitas nem a razão da Polícia Federal ter concluído que FP seria Fernando Pimentel. - Presidente do grupo Odebrecht foi indiciado pela Polícia Federal Registros sugerem que Marcelo Odebrecht se empenhou ativamente para conter danos causados pela Operação Lava Jato. As mensagens falam em recorrer a "dissidentes PF" e "higienizar" aparelhos de executivos investigados do grupo E-mails encontrados pela PF mostram envolvimento do executivo na negociação de em um contrato de sondas para a Petrobras. Numa das mensagens, um diretor fala em "sobrepreço" no contrato À Justiça Federal, Marcelo disse que "continua confiando nos seus companheiros [demais executivos da Odebrecht presos], acreditando na presunção de inocência dos mesmos". Para a PF, a fala indica que o empresário "aderiu" a crimes atribuídos aos demais investigados - | 0 |
Peça 'Tchékhov É um Cogumelo' reúne memórias e três gerações de atrizes | Para retratar uma gama de memórias, André Guerreiro Lopes decidiu ser, ele próprio, um elo entre essas lembranças. Em "Tchékhov É um Cogumelo", peça em cartaz em São Paulo, o diretor cria um espetáculo em camadas. Trata-se de uma adaptação da obra "As Três Irmãs", de Tchékhov, mas também do encontro entre três gerações de atrizes (Helena Ignez, Djin Sganzerla e Michele Matalon) e do resgate de uma entrevista em vídeo que Lopes fez em 1995, quando ainda era estudante, com o diretor Zé Celso. E é Lopes quem conecta todos esses estratos; mais precisamente, sua mente: sentado na lateral do palco, ele medita utilizando uma espécie de capacete com eletrodos. A engenhoca criada por Gregory Slivar capta sua atividade cerebral, ativando elementos da cena, como caixas de som. As bacias d'água sobre as caixas se movem, criando desenhos de luz no palco. A alusão à mente não está apenas ligada às lembranças mas também a questões levantadas por Zé Celso na entrevista de 1995. Na ocasião, sentado sobre a grama do parque Ibirapuera, em São Paulo, ele discute a montagem de seu Teatro Oficina para "As Três Irmãs", em 1972, quando se fez uso de alucinógenos como a mescalina. Lopes relacionou isso à meditação (que pratica há 20 anos) depois de ver um estudo que comparava o estado meditativo de monges budistas com o efeito de alucinógenos. "Eles ativam as mesmas áreas do cérebro", diz. Trechos do vídeo com o diretor do Oficina são projetados numa tela translúcida à frente do palco e alternam-se com as cenas ao fundo, com o elenco do espetáculo. Estas, criadas a partir de improvisos com Djin, Helena e Michele, trazem diálogos de "As Três Irmãs", movimentos coreografados (acompanhados pelos bailarinos Samuel Kavalerski e Fernando Rocha) e cantos tradicionais russos. O cenário, com tubos ao fundo e pendendo do teto, lembra instrumentos musicais e também elementos da natureza, aos quais Tchékhov alude em seu texto e sobre os quais Zé Celso comenta no vídeo –é dele, por sinal, a frase que dá nome à peça; em dado momento, diz que Tchékhov, por sua relação com o meio ambiente, "é como uma planta, um cogumelo". São imagens sensoriais, pouco diretas, mas que remetem ao estado de apatia das protagonistas da peça tchekhoviana –que sonham, mas nunca conseguem sair da província e partir para Moscou. "O espetáculo vem também de uma grande inquietação com tudo o que a gente está vivendo no país, um desânimo com essa crise institucional", afirma o diretor. Mas Lopes coloca uma ponta de esperança na montagem. Os mascarados, espécie de sombra que ronda as irmãs de Tchékhov, dando a sensação de que irão invadir sua casa (mas nunca o fazem), aqui são representados por jovens do projeto Embatucadores, que fazem música com materiais recicláveis no Jardim Vista Alegre, zona norte paulistana. Eles, sim, "invadem" o palco tocando seus instrumentos de garrafas e tambores. Porém, não soam como ameaça, mas como novos ventos. * TCHÉKHOV É UM COGUMELO QUANDO sex. e sáb., às 21h, dom. e feriados, às 18h; até 8/10 ONDE Sesc Consolação, r. Dr. Vila Nova, 245, tel. (11) 3234-3000 QUANTO R$ 12 a R$ 40 CLASSIFICAÇÃO 14 anos | ilustrada | Peça 'Tchékhov É um Cogumelo' reúne memórias e três gerações de atrizesPara retratar uma gama de memórias, André Guerreiro Lopes decidiu ser, ele próprio, um elo entre essas lembranças. Em "Tchékhov É um Cogumelo", peça em cartaz em São Paulo, o diretor cria um espetáculo em camadas. Trata-se de uma adaptação da obra "As Três Irmãs", de Tchékhov, mas também do encontro entre três gerações de atrizes (Helena Ignez, Djin Sganzerla e Michele Matalon) e do resgate de uma entrevista em vídeo que Lopes fez em 1995, quando ainda era estudante, com o diretor Zé Celso. E é Lopes quem conecta todos esses estratos; mais precisamente, sua mente: sentado na lateral do palco, ele medita utilizando uma espécie de capacete com eletrodos. A engenhoca criada por Gregory Slivar capta sua atividade cerebral, ativando elementos da cena, como caixas de som. As bacias d'água sobre as caixas se movem, criando desenhos de luz no palco. A alusão à mente não está apenas ligada às lembranças mas também a questões levantadas por Zé Celso na entrevista de 1995. Na ocasião, sentado sobre a grama do parque Ibirapuera, em São Paulo, ele discute a montagem de seu Teatro Oficina para "As Três Irmãs", em 1972, quando se fez uso de alucinógenos como a mescalina. Lopes relacionou isso à meditação (que pratica há 20 anos) depois de ver um estudo que comparava o estado meditativo de monges budistas com o efeito de alucinógenos. "Eles ativam as mesmas áreas do cérebro", diz. Trechos do vídeo com o diretor do Oficina são projetados numa tela translúcida à frente do palco e alternam-se com as cenas ao fundo, com o elenco do espetáculo. Estas, criadas a partir de improvisos com Djin, Helena e Michele, trazem diálogos de "As Três Irmãs", movimentos coreografados (acompanhados pelos bailarinos Samuel Kavalerski e Fernando Rocha) e cantos tradicionais russos. O cenário, com tubos ao fundo e pendendo do teto, lembra instrumentos musicais e também elementos da natureza, aos quais Tchékhov alude em seu texto e sobre os quais Zé Celso comenta no vídeo –é dele, por sinal, a frase que dá nome à peça; em dado momento, diz que Tchékhov, por sua relação com o meio ambiente, "é como uma planta, um cogumelo". São imagens sensoriais, pouco diretas, mas que remetem ao estado de apatia das protagonistas da peça tchekhoviana –que sonham, mas nunca conseguem sair da província e partir para Moscou. "O espetáculo vem também de uma grande inquietação com tudo o que a gente está vivendo no país, um desânimo com essa crise institucional", afirma o diretor. Mas Lopes coloca uma ponta de esperança na montagem. Os mascarados, espécie de sombra que ronda as irmãs de Tchékhov, dando a sensação de que irão invadir sua casa (mas nunca o fazem), aqui são representados por jovens do projeto Embatucadores, que fazem música com materiais recicláveis no Jardim Vista Alegre, zona norte paulistana. Eles, sim, "invadem" o palco tocando seus instrumentos de garrafas e tambores. Porém, não soam como ameaça, mas como novos ventos. * TCHÉKHOV É UM COGUMELO QUANDO sex. e sáb., às 21h, dom. e feriados, às 18h; até 8/10 ONDE Sesc Consolação, r. Dr. Vila Nova, 245, tel. (11) 3234-3000 QUANTO R$ 12 a R$ 40 CLASSIFICAÇÃO 14 anos | 1 |
Acesso fácil a armas potencializa ódio de desequilibrados | Quarenta e nove seres humanos saíram para se divertir e foram aniquilados. Após o maior massacre por armas de fogo em um país onde estes se repetem com frequência, o debate sobre o atentado em Orlando seguirá roteiro fixo. A ascendência afegã do assassino Omar Mateen (nascido em Nova Iorque), seu suposto alinhamento ao Estado Islâmico, o alvo (uma boate gay de frequência latina), questionamentos sobre sua saúde mental. A única novidade será a inclusão do candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, cuja retórica transita nesses terrenos pantanosos, como inoportuno comentarista. Foi terrorismo? Certamente. Crime homofóbico? O próprio pai confirmou que o assassino nutria ódio a homossexuais. E ninguém em sã consciência mata dezenas. O matador usa justificativas deturpadas para concretizar o ato. Mas todo massacre tem uma fórmula: estado mental alterado conjugado com a disponibilidade de instrumentos altamente letais. Enquanto o homicídio muitas vezes segue um arroubo, o massacre pressupõe convicção e planejamento. A intenção, para se concretizar, depende de instrumentos, e o assassino os tinha: um fuzil AR-15 semi-automático —cuja proibição caducou por omissão do Congresso em 2004—, e uma pistola, ambos comprados legalmente nos últimos dias. Nos EUA, é fácil comprar armas. A confluência da Segunda Emenda (que garante a posse de armas), de uma cultura que preza o individualismo e o belicismo na solução de conflitos e de um lobby (NRA) bancado pela indústria de armas que bloqueia no Congresso até medidas com apoio de 90% da população, dão lastro legal e cultural. A possibilidade de comprar armas não só em lojas, mas também em feiras de armas, físicas e on-line, sem checagem de antecedentes, cria acesso quase irrestrito. Hoje, nem indivíduos que não podem entrar em um avião por suposto elo terrorista ou com histórico de violência doméstica estão proibidos de comprar armas. Essa facilidade é exacerbada na Flórida, entre os Estados com as mais frouxas leis de controle de armas do país. A discussão ferverá nos termos acima, mesmo que nas mortes por arma de fogo em 2015 nos EUA, crianças pequenas tenham apertado o gatilho mais vezes do que terroristas islâmicos. No Brasil, cabe imaginar a potencial distopia, no país com maior número de homicídios a tiros, se prevalecer no Congresso forças que não respeitam o Estado laico, não veem a homofobia como inadmissível nem o controle de armas como crucial. Há gente desequilibrada e com ódio em Realengo ou Orlando. Devemos permitir-lhes acesso fácil a instrumentos feitos para matar? DANIEL MACK, mestre em relações internacionais pela Universidade de Georgetown (Washington), é consultor independente especializado em redução da violência armada. | mundo | Acesso fácil a armas potencializa ódio de desequilibradosQuarenta e nove seres humanos saíram para se divertir e foram aniquilados. Após o maior massacre por armas de fogo em um país onde estes se repetem com frequência, o debate sobre o atentado em Orlando seguirá roteiro fixo. A ascendência afegã do assassino Omar Mateen (nascido em Nova Iorque), seu suposto alinhamento ao Estado Islâmico, o alvo (uma boate gay de frequência latina), questionamentos sobre sua saúde mental. A única novidade será a inclusão do candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, cuja retórica transita nesses terrenos pantanosos, como inoportuno comentarista. Foi terrorismo? Certamente. Crime homofóbico? O próprio pai confirmou que o assassino nutria ódio a homossexuais. E ninguém em sã consciência mata dezenas. O matador usa justificativas deturpadas para concretizar o ato. Mas todo massacre tem uma fórmula: estado mental alterado conjugado com a disponibilidade de instrumentos altamente letais. Enquanto o homicídio muitas vezes segue um arroubo, o massacre pressupõe convicção e planejamento. A intenção, para se concretizar, depende de instrumentos, e o assassino os tinha: um fuzil AR-15 semi-automático —cuja proibição caducou por omissão do Congresso em 2004—, e uma pistola, ambos comprados legalmente nos últimos dias. Nos EUA, é fácil comprar armas. A confluência da Segunda Emenda (que garante a posse de armas), de uma cultura que preza o individualismo e o belicismo na solução de conflitos e de um lobby (NRA) bancado pela indústria de armas que bloqueia no Congresso até medidas com apoio de 90% da população, dão lastro legal e cultural. A possibilidade de comprar armas não só em lojas, mas também em feiras de armas, físicas e on-line, sem checagem de antecedentes, cria acesso quase irrestrito. Hoje, nem indivíduos que não podem entrar em um avião por suposto elo terrorista ou com histórico de violência doméstica estão proibidos de comprar armas. Essa facilidade é exacerbada na Flórida, entre os Estados com as mais frouxas leis de controle de armas do país. A discussão ferverá nos termos acima, mesmo que nas mortes por arma de fogo em 2015 nos EUA, crianças pequenas tenham apertado o gatilho mais vezes do que terroristas islâmicos. No Brasil, cabe imaginar a potencial distopia, no país com maior número de homicídios a tiros, se prevalecer no Congresso forças que não respeitam o Estado laico, não veem a homofobia como inadmissível nem o controle de armas como crucial. Há gente desequilibrada e com ódio em Realengo ou Orlando. Devemos permitir-lhes acesso fácil a instrumentos feitos para matar? DANIEL MACK, mestre em relações internacionais pela Universidade de Georgetown (Washington), é consultor independente especializado em redução da violência armada. | 3 |
Inserção global do Brasil passa por solução de entraves econômicos | Não serão os acordos comerciais, mas a derrubada de entraves econômicos e até sociais que levarão o Brasil a uma inserção "competitiva" ou "inovadora" no mundo. O ex-ministro e professor da FGV-SP Luiz Carlos Bresser-Pereira e o economista Mariano Laplane, do CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos) debateram, na série Diálogos, iniciativa da Folha em parceria com o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) formas de fazer com que o país jogue um papel mais relevante na economia global. Para Bresser-Pereira, o Brasil optou por uma inserção "subordinada" ou "passiva" ao adotar, nos últimos anos, ao adotar uma taxa de câmbio excessivamente valorizada, que prejudicou a indústria de produtos tecnologicamente mais sofisticados. Em troca de conter a inflação por meio de um dólar mais barato, abraçou-se a poupança externa, mas os investimentos não vieram e o país, desindustrializou-se. O resultado visível é que a indústria, que já representou 25% do PIB, hoje responde por 9% da geração de riquezas do país. O crescimento estagnou e o desequilíbrio externo acentuou-se, desaguando na crise atual. "A ideia liberal é que o Brasil é um país fechado e, quando fizer sua abertura, será um país próspero e maravilhoso. É um equívoco monumental", disse Bresser-Pereira. Para ele, a raiz do problema está na taxa de câmbio ou, simplificando, no valor dos bens vis a vis os produzidos no exterior. Se a taxa de câmbio está muito valorizada, desestimula-se a produção e os investimentos. "A taxa de câmbio é o interruptor que liga ou desliga as empresas do mercado internacional", afirma. "Se ela [taxa de câmbio] for apreciada, ele vai decidir não investir. Fará as contas e perceberá rapidamente que é muito mais fácil e rápido importar". Sua ideia é adotar uma política cambial ativa -hoje o câmbio é função da atuação do governo na área monetária (juros) e na área fiscal (gastos públicos). O que daria mais condições de competir às empresas. "O México fez tantos acordos comerciais e sua economia está um desastre, como a do Brasil", acrescentou. Para Mariano Laplane, uma inserção internacional brasileira "inovadora" passa pelo convencimento das elites política e econômica de que o país precisa mudar para se adaptar a um novo mundo que emerge da urbanização asiática e do aquecimento global. "O envelhecimento da população já está ocorrendo em países da Europa e no Japão, no Brasil está com data marcada. Grandes transformações demográficas marcarão a economia internacional", disse. Segundo ele, as elites optaram um modelo de inserção adaptativa, que implica menos mudanças, mas que não funciona. É preciso, em sua visão, "reformas profundas na estrutura da nossa economia". "A estratégia adaptativa não nos permitirá atender às expectativas de uma parte importante da população, continuar o processo de redução das desigualdades e não nos dará uma taxa de crescimento adequada para reduzir as brechas [tecnológicas] entre os setores produtivos do Brasil e os do mundo desenvolvido". Segundo ele, é preciso enfrentar problemas como "uma estrutura tributária estupidamente regressiva, que cria desigualdade em vez de reduzi-la" e "uma carga tributária que recai basicamente sobre assalariados e empresas". "Não adianta recorrer ao pensamento mágico e dizer que a solução está na esquina, que é só fazer acordos internacionais e abrir a economia. Isso não vai resolver. Melhorar nossa pauta de exportações exige um esforço enorme em inovação de recursos públicos e privados", afirmou. Para Laplane, a saída é apostar em cadeias de produção próprias em áreas em que o Brasil é competitivo, como na geração de energia por meio de biomassa, eólica e no aprimoramento dos setores de commodities. | mercado | Inserção global do Brasil passa por solução de entraves econômicosNão serão os acordos comerciais, mas a derrubada de entraves econômicos e até sociais que levarão o Brasil a uma inserção "competitiva" ou "inovadora" no mundo. O ex-ministro e professor da FGV-SP Luiz Carlos Bresser-Pereira e o economista Mariano Laplane, do CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos) debateram, na série Diálogos, iniciativa da Folha em parceria com o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) formas de fazer com que o país jogue um papel mais relevante na economia global. Para Bresser-Pereira, o Brasil optou por uma inserção "subordinada" ou "passiva" ao adotar, nos últimos anos, ao adotar uma taxa de câmbio excessivamente valorizada, que prejudicou a indústria de produtos tecnologicamente mais sofisticados. Em troca de conter a inflação por meio de um dólar mais barato, abraçou-se a poupança externa, mas os investimentos não vieram e o país, desindustrializou-se. O resultado visível é que a indústria, que já representou 25% do PIB, hoje responde por 9% da geração de riquezas do país. O crescimento estagnou e o desequilíbrio externo acentuou-se, desaguando na crise atual. "A ideia liberal é que o Brasil é um país fechado e, quando fizer sua abertura, será um país próspero e maravilhoso. É um equívoco monumental", disse Bresser-Pereira. Para ele, a raiz do problema está na taxa de câmbio ou, simplificando, no valor dos bens vis a vis os produzidos no exterior. Se a taxa de câmbio está muito valorizada, desestimula-se a produção e os investimentos. "A taxa de câmbio é o interruptor que liga ou desliga as empresas do mercado internacional", afirma. "Se ela [taxa de câmbio] for apreciada, ele vai decidir não investir. Fará as contas e perceberá rapidamente que é muito mais fácil e rápido importar". Sua ideia é adotar uma política cambial ativa -hoje o câmbio é função da atuação do governo na área monetária (juros) e na área fiscal (gastos públicos). O que daria mais condições de competir às empresas. "O México fez tantos acordos comerciais e sua economia está um desastre, como a do Brasil", acrescentou. Para Mariano Laplane, uma inserção internacional brasileira "inovadora" passa pelo convencimento das elites política e econômica de que o país precisa mudar para se adaptar a um novo mundo que emerge da urbanização asiática e do aquecimento global. "O envelhecimento da população já está ocorrendo em países da Europa e no Japão, no Brasil está com data marcada. Grandes transformações demográficas marcarão a economia internacional", disse. Segundo ele, as elites optaram um modelo de inserção adaptativa, que implica menos mudanças, mas que não funciona. É preciso, em sua visão, "reformas profundas na estrutura da nossa economia". "A estratégia adaptativa não nos permitirá atender às expectativas de uma parte importante da população, continuar o processo de redução das desigualdades e não nos dará uma taxa de crescimento adequada para reduzir as brechas [tecnológicas] entre os setores produtivos do Brasil e os do mundo desenvolvido". Segundo ele, é preciso enfrentar problemas como "uma estrutura tributária estupidamente regressiva, que cria desigualdade em vez de reduzi-la" e "uma carga tributária que recai basicamente sobre assalariados e empresas". "Não adianta recorrer ao pensamento mágico e dizer que a solução está na esquina, que é só fazer acordos internacionais e abrir a economia. Isso não vai resolver. Melhorar nossa pauta de exportações exige um esforço enorme em inovação de recursos públicos e privados", afirmou. Para Laplane, a saída é apostar em cadeias de produção próprias em áreas em que o Brasil é competitivo, como na geração de energia por meio de biomassa, eólica e no aprimoramento dos setores de commodities. | 2 |
Escolas municipais da zona norte de São Paulo ficam sem merenda | A gestão Fernando Haddad (PT) deixou alunos de 103 escolas públicas municipais sem merenda na quarta-feira (6). As unidades são todas da região do Jaçanã/ Tremembé (zona norte). Sem comida, alguns colégios suspenderam as aulas e outros dispensaram os estudantes mais cedo. Há ainda o caso de uma unidade que vai usar verba da APM (Associação de Pais e Mestres) para comprar alimento. O problema vai continuar nesta quinta-feira (7). A Prefeitura de São Paulo não informou quantas crianças foram prejudicadas. Na Emei (Escola Municipal de Ensino Infantil) Eudoxia de Barros, que atende crianças da pré-escola, os pais ficaram sabendo que não haveria aula ontem cedo. "Cheguei às 7h e os funcionários disseram que não ia ter aula porque estavam sem merenda e não havia previsão de entrega", disse o taxista Fernando Pereira Mendes, 30 anos, pai de uma aluna de cinco anos. Já na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Professora Esmeralda Salles Pereira Ramos, onde estuda o enteado do taxista, os alunos passaram o dia sem merenda. "A sorte é que ele tinha lanche na mochila, se não tivesse passaria fome. Só na hora da saída é que informaram que até sexta-feira as crianças devem levar um lanche porque não há merenda na escola", disse. Cada escola está lidando com a falta de comida de um jeito diferente. Sem se identificar, a reportagem ligou para a escola Professor Adolpho Otto de Laet e a secretaria informou que as aulas acontecerão normalmente hoje porque a direção usará a verba da APM para comprar comida. Nas unidades onde o horário de aula foi mantido, a recomendação é que os alunos levem lanche de casa. Na Emef Jardim Fontális, os alunos estão sendo dispensados mais cedo. Um aviso no portão afirma que o motivo é a falta de merenda. Uma funcionária da unidade disse que a prefeitura não deu orientação para a escola. Segundo ela, a direção acreditava que a comida chegaria ainda na manhã de ontem. "As crianças entram às 13h e saem às 18h20. Na entrada ficamos sabendo que elas sairiam às 16h30. É uma vergonha não ter comida para elas. Algumas vêm para a escola sem almoçar", disse a dona de casa Lindoya dos Santos, 39 anos, mãe de dois alunos. A doméstica Gilvana Nascimento, 38 anos, tem duas filhas matriculadas em escolas municipais da região do Tremembé, a Emef Jardim Fontális e a Emef Margareth de Fátima Marques de Azevedo. Em nenhuma delas havia merenda ontem. "Na terça-feira (5), o dia foi normal. As crianças comeram e eu nem fazia ideia de que isso aconteceria hoje. De manhã, quando fui levar a mais nova para a escola, vi o comunicado de que ela sairia mais cedo porque não tinha merenda. Com o mais velho, da Emef, foi a mesma coisa. Tive que mudar minha rotina para buscá-los na escola mais cedo", disse Gilvana. Alunas no 8º ano da Jardim Fontális, que estudam na unidade no turno da manhã, disseram que a merenda foi o assunto do dia. "Muitos passaram fome porque não tomaram café da manhã em casa. Não estávamos sabendo que não tinha merenda", disse uma estudante de 13 anos. PLANO EMERGENCIAL Salomão Ximenes, especialista em educação e assessor da ONG Ação Educativa, diz que a prefeitura deveria ter um plano de contingência para evitar a falta de merenda. "Não dá para justificar que foi algo inesperado e que a rede é muito grande. Faltou planejamento", diz. Segundo ele, falta mais transparência do poder público. "A prefeitura deveria fazer uma comunicação transparente com a população e explicar com detalhes o motivo da rescisão do contrato." Para ele, não é a empresa terceirizada que deve dar satisfações. "É a Secretaria da Educação, que também deve ter uma plano para repor as aulas que serão perdidas nesse período." OUTRO LADO A Secretaria Municipal de Educação afirmou em nota que a empresa que fornece os alimentos da merenda das escolas do Jaçanã e do Tremembé, a Prol Alimentação Ltda., rompeu o contrato com a pasta na última sexta-feira unilateralmente. De acordo com a pasta, a empresa não apresentou certidões de quitação de impostos ficando "impossibilitada de receber as faturas emitidas pela Secretaria Municipal de Educação". "A Prol será multada em 20% pelos descumprimentos de suas obrigações contratuais", disse. A empresa não foi localizada pela reportagem. Segundo a secretaria, haverá aula normal hoje e amanhã nas 103 escolas. A pasta não respondeu quantos alunos foram afetados e o motivo de não ter resolvido o problema antes. Afirmou que o abastecimento será normalizado na segunda-feira, quando passará a valer a contratação emergencial de uma nova fornecedora de alimentos. | cotidiano | Escolas municipais da zona norte de São Paulo ficam sem merendaA gestão Fernando Haddad (PT) deixou alunos de 103 escolas públicas municipais sem merenda na quarta-feira (6). As unidades são todas da região do Jaçanã/ Tremembé (zona norte). Sem comida, alguns colégios suspenderam as aulas e outros dispensaram os estudantes mais cedo. Há ainda o caso de uma unidade que vai usar verba da APM (Associação de Pais e Mestres) para comprar alimento. O problema vai continuar nesta quinta-feira (7). A Prefeitura de São Paulo não informou quantas crianças foram prejudicadas. Na Emei (Escola Municipal de Ensino Infantil) Eudoxia de Barros, que atende crianças da pré-escola, os pais ficaram sabendo que não haveria aula ontem cedo. "Cheguei às 7h e os funcionários disseram que não ia ter aula porque estavam sem merenda e não havia previsão de entrega", disse o taxista Fernando Pereira Mendes, 30 anos, pai de uma aluna de cinco anos. Já na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Professora Esmeralda Salles Pereira Ramos, onde estuda o enteado do taxista, os alunos passaram o dia sem merenda. "A sorte é que ele tinha lanche na mochila, se não tivesse passaria fome. Só na hora da saída é que informaram que até sexta-feira as crianças devem levar um lanche porque não há merenda na escola", disse. Cada escola está lidando com a falta de comida de um jeito diferente. Sem se identificar, a reportagem ligou para a escola Professor Adolpho Otto de Laet e a secretaria informou que as aulas acontecerão normalmente hoje porque a direção usará a verba da APM para comprar comida. Nas unidades onde o horário de aula foi mantido, a recomendação é que os alunos levem lanche de casa. Na Emef Jardim Fontális, os alunos estão sendo dispensados mais cedo. Um aviso no portão afirma que o motivo é a falta de merenda. Uma funcionária da unidade disse que a prefeitura não deu orientação para a escola. Segundo ela, a direção acreditava que a comida chegaria ainda na manhã de ontem. "As crianças entram às 13h e saem às 18h20. Na entrada ficamos sabendo que elas sairiam às 16h30. É uma vergonha não ter comida para elas. Algumas vêm para a escola sem almoçar", disse a dona de casa Lindoya dos Santos, 39 anos, mãe de dois alunos. A doméstica Gilvana Nascimento, 38 anos, tem duas filhas matriculadas em escolas municipais da região do Tremembé, a Emef Jardim Fontális e a Emef Margareth de Fátima Marques de Azevedo. Em nenhuma delas havia merenda ontem. "Na terça-feira (5), o dia foi normal. As crianças comeram e eu nem fazia ideia de que isso aconteceria hoje. De manhã, quando fui levar a mais nova para a escola, vi o comunicado de que ela sairia mais cedo porque não tinha merenda. Com o mais velho, da Emef, foi a mesma coisa. Tive que mudar minha rotina para buscá-los na escola mais cedo", disse Gilvana. Alunas no 8º ano da Jardim Fontális, que estudam na unidade no turno da manhã, disseram que a merenda foi o assunto do dia. "Muitos passaram fome porque não tomaram café da manhã em casa. Não estávamos sabendo que não tinha merenda", disse uma estudante de 13 anos. PLANO EMERGENCIAL Salomão Ximenes, especialista em educação e assessor da ONG Ação Educativa, diz que a prefeitura deveria ter um plano de contingência para evitar a falta de merenda. "Não dá para justificar que foi algo inesperado e que a rede é muito grande. Faltou planejamento", diz. Segundo ele, falta mais transparência do poder público. "A prefeitura deveria fazer uma comunicação transparente com a população e explicar com detalhes o motivo da rescisão do contrato." Para ele, não é a empresa terceirizada que deve dar satisfações. "É a Secretaria da Educação, que também deve ter uma plano para repor as aulas que serão perdidas nesse período." OUTRO LADO A Secretaria Municipal de Educação afirmou em nota que a empresa que fornece os alimentos da merenda das escolas do Jaçanã e do Tremembé, a Prol Alimentação Ltda., rompeu o contrato com a pasta na última sexta-feira unilateralmente. De acordo com a pasta, a empresa não apresentou certidões de quitação de impostos ficando "impossibilitada de receber as faturas emitidas pela Secretaria Municipal de Educação". "A Prol será multada em 20% pelos descumprimentos de suas obrigações contratuais", disse. A empresa não foi localizada pela reportagem. Segundo a secretaria, haverá aula normal hoje e amanhã nas 103 escolas. A pasta não respondeu quantos alunos foram afetados e o motivo de não ter resolvido o problema antes. Afirmou que o abastecimento será normalizado na segunda-feira, quando passará a valer a contratação emergencial de uma nova fornecedora de alimentos. | 6 |
Mendonça Filho: Quinze anos, mas sem festa | Certas datas merecem comemoração. Por ser o diploma que impôs disciplina fiscal ao setor público, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) mereceria uma festa ao completar 15 anos nesta segunda-feira (4). Mas não há motivos para comemorar. O PT, que diz governar o Brasil desde 2003, ignorou a importância dessa lei, descumprindo-a e impondo um enorme rombo às contas públicas do país. Há motivos de preocupação, especialmente diante das ameaças de retrocesso com as quais o país tem se deparado. Não há como dissociar a LRF da concepção do Plano Real, idealizado sob supervisão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O principal mérito do plano foi dissipar a hiperinflação. Lançado em 1994, um de seus pilares era a responsabilidade fiscal. O controle do gasto e dos níveis de endividamento se constitui em condição para a estabilidade e o crescimento do país. Responsabilidade e austeridade devem ser o objetivo de qualquer que seja o governo. A LRF transmite a todos os agentes econômicos a imagem de um país comprometido com a sustentabilidade do gasto e com a capacidade de pagamento do Estado. São muitos os frutos dessa escolha: confiança, juros menores, inflação controlada e crescimento. O governo Dilma tem colocado à prova esse compromisso com o país. Exemplo foi o que ocorreu com as contas públicas em 2014, ano eleitoral. Definiu-se uma meta de superavit primário de R$ 99 bilhões para o setor público. O ano terminou com deficit de R$ 32,5 bilhões, uma "virada" de mais de R$ 130 bilhões. Considerados os pagamentos de juros (conceito nominal) em 2014, o deficit do setor público passou dos R$ 340 bilhões, 6,7% do PIB (Produto Interno Bruto). Números assim indicam o quanto o Tesouro Nacional paga para rolar a dívida. Nossos juros reais são superiores a 6% ao ano, enquanto é comum ver taxas negativas em outros países. Esses indicadores revelam o tamanho da irresponsabilidade e do descontrole dos gastos públicos. São despesas crescendo bem mais que as receitas, com o aumento concentrado no custeio, enquanto o investimento não cresce. É apenas um lado da irresponsabilidade fiscal deste governo. Há também a questão da maquiagem dos números, com evidente desrespeito às leis. Os truques contábeis caracterizaram a gestão de Guido Mantega à frente do Ministério da Fazenda. Ele e seu auxiliar Arno Augustin, secretário nacional do Tesouro, notabilizaram-se como alquimistas das contas públicas. Para serem cumpridas, as metas fiscais dependiam de mágicas e "pedaladas", a ponto de analistas fazerem cálculos paralelos para ter noção exata da deterioração dos números. A chamada contabilidade criativa tem um preço: menos credibilidade e mais insegurança. As manobras criativas foram classificadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) como ilegais, no caso específico da relação do Tesouro com os bancos oficiais, prática que feriu o artigo 36 da Lei de Responsabilidade Fiscal. Entendeu o TCU, por unanimidade, que, ao atrasar os repasses obrigatórios de programas de responsabilidade da União, o governo federal se financiou junto a entes sob seu controle. A intenção foi esconder o péssimo estado de nossas contas públicas. Em meio à apuração do crime de responsabilidade, integrantes do governo se eximem de culpa, sob o argumento de que as "pedaladas fiscais" são cometidas há anos. É como se a repetição do crime dirimisse a ilegalidade. É importante registrar que a acusação de que outros governos teriam praticado idêntica ilicitude carece de comprovação. Ao se valer de justificativa tão cínica, percebe-se a falta de compromisso com a responsabilidade fiscal. Vale comemorar os 15 anos da lei, estando em alerta para que as conquistas sejam mantidas. JOSÉ MENDONÇA BEZERRA FILHO, 48, deputado federal pelo DEM-PE, é líder do partido na Câmara * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | opiniao | Mendonça Filho: Quinze anos, mas sem festaCertas datas merecem comemoração. Por ser o diploma que impôs disciplina fiscal ao setor público, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) mereceria uma festa ao completar 15 anos nesta segunda-feira (4). Mas não há motivos para comemorar. O PT, que diz governar o Brasil desde 2003, ignorou a importância dessa lei, descumprindo-a e impondo um enorme rombo às contas públicas do país. Há motivos de preocupação, especialmente diante das ameaças de retrocesso com as quais o país tem se deparado. Não há como dissociar a LRF da concepção do Plano Real, idealizado sob supervisão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O principal mérito do plano foi dissipar a hiperinflação. Lançado em 1994, um de seus pilares era a responsabilidade fiscal. O controle do gasto e dos níveis de endividamento se constitui em condição para a estabilidade e o crescimento do país. Responsabilidade e austeridade devem ser o objetivo de qualquer que seja o governo. A LRF transmite a todos os agentes econômicos a imagem de um país comprometido com a sustentabilidade do gasto e com a capacidade de pagamento do Estado. São muitos os frutos dessa escolha: confiança, juros menores, inflação controlada e crescimento. O governo Dilma tem colocado à prova esse compromisso com o país. Exemplo foi o que ocorreu com as contas públicas em 2014, ano eleitoral. Definiu-se uma meta de superavit primário de R$ 99 bilhões para o setor público. O ano terminou com deficit de R$ 32,5 bilhões, uma "virada" de mais de R$ 130 bilhões. Considerados os pagamentos de juros (conceito nominal) em 2014, o deficit do setor público passou dos R$ 340 bilhões, 6,7% do PIB (Produto Interno Bruto). Números assim indicam o quanto o Tesouro Nacional paga para rolar a dívida. Nossos juros reais são superiores a 6% ao ano, enquanto é comum ver taxas negativas em outros países. Esses indicadores revelam o tamanho da irresponsabilidade e do descontrole dos gastos públicos. São despesas crescendo bem mais que as receitas, com o aumento concentrado no custeio, enquanto o investimento não cresce. É apenas um lado da irresponsabilidade fiscal deste governo. Há também a questão da maquiagem dos números, com evidente desrespeito às leis. Os truques contábeis caracterizaram a gestão de Guido Mantega à frente do Ministério da Fazenda. Ele e seu auxiliar Arno Augustin, secretário nacional do Tesouro, notabilizaram-se como alquimistas das contas públicas. Para serem cumpridas, as metas fiscais dependiam de mágicas e "pedaladas", a ponto de analistas fazerem cálculos paralelos para ter noção exata da deterioração dos números. A chamada contabilidade criativa tem um preço: menos credibilidade e mais insegurança. As manobras criativas foram classificadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) como ilegais, no caso específico da relação do Tesouro com os bancos oficiais, prática que feriu o artigo 36 da Lei de Responsabilidade Fiscal. Entendeu o TCU, por unanimidade, que, ao atrasar os repasses obrigatórios de programas de responsabilidade da União, o governo federal se financiou junto a entes sob seu controle. A intenção foi esconder o péssimo estado de nossas contas públicas. Em meio à apuração do crime de responsabilidade, integrantes do governo se eximem de culpa, sob o argumento de que as "pedaladas fiscais" são cometidas há anos. É como se a repetição do crime dirimisse a ilegalidade. É importante registrar que a acusação de que outros governos teriam praticado idêntica ilicitude carece de comprovação. Ao se valer de justificativa tão cínica, percebe-se a falta de compromisso com a responsabilidade fiscal. Vale comemorar os 15 anos da lei, estando em alerta para que as conquistas sejam mantidas. JOSÉ MENDONÇA BEZERRA FILHO, 48, deputado federal pelo DEM-PE, é líder do partido na Câmara * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 14 |
Sushimen ajudam a elaborar sorvete de peixe no Japão | Para as festas de final de ano, dois empresários do sul do Japão lançaram um sorvete de peixe besugo, uma nova ideia de sobremesa. A receita é uma tentativa de incentivar as crianças a consumir mais pescado, informou neste domingo (27) o jornal "Asahi". O sorvete, que é vendido em potes individuais, conta com duas variedades, uma em sabor salgado e outra com gosto de baunilha. O novo produto foi idealizado e comercializado por Hiromi Mizokawa, de 38 anos, responsável da empresa de equipes de pesca LIGHT e Katsuya Shiba, de 37, presidente da companhia de pesca Kieimaru Suisan. Os dois empresários usaram, além disso, a assessoria de sushimen da cidade de Yonago (sudoeste), que desenvolveram a técnica de transformar a carne de besugo em flocos de neve secos que enfeitam a sobremesa –que, por enquanto, só é vendida na cidade litorânea de Wakayama (sul). Além de considerá-lo uma boa forma de fazer as crianças gostarem de pescado, seus responsáveis lembram que o besugo é um peixe associado à boa sorte no Japão, por isso que se trata da "sobremesa ideal para as festas de Ano Novo". | comida | Sushimen ajudam a elaborar sorvete de peixe no JapãoPara as festas de final de ano, dois empresários do sul do Japão lançaram um sorvete de peixe besugo, uma nova ideia de sobremesa. A receita é uma tentativa de incentivar as crianças a consumir mais pescado, informou neste domingo (27) o jornal "Asahi". O sorvete, que é vendido em potes individuais, conta com duas variedades, uma em sabor salgado e outra com gosto de baunilha. O novo produto foi idealizado e comercializado por Hiromi Mizokawa, de 38 anos, responsável da empresa de equipes de pesca LIGHT e Katsuya Shiba, de 37, presidente da companhia de pesca Kieimaru Suisan. Os dois empresários usaram, além disso, a assessoria de sushimen da cidade de Yonago (sudoeste), que desenvolveram a técnica de transformar a carne de besugo em flocos de neve secos que enfeitam a sobremesa –que, por enquanto, só é vendida na cidade litorânea de Wakayama (sul). Além de considerá-lo uma boa forma de fazer as crianças gostarem de pescado, seus responsáveis lembram que o besugo é um peixe associado à boa sorte no Japão, por isso que se trata da "sobremesa ideal para as festas de Ano Novo". | 26 |
Após acidente em treino livre, Carlos Sainz recebe alta em Sochi | Após sofrer um acidente no último treino livre para o GP de Sochi, na Rússia, neste sábado (10), e ficar algumas horas internado, o piloto espanhol Carlos Sainz já recebeu alta. Em sua rede social, Sainz agradeceu aos médicos que o atenderam. "Já deixei o hospital. Agradeço muito a toda a equipe de Sochi e aos comissários de pista, que tornaram as coisas muito mais fáceis", escreveu o piloto. Twitter Carlos Sainz Mais cedo, Sainz postou uma foto em suas redes sociais na cama do hospital e expôs seu desejo de participar da corrida que acontece neste domingo. Na legenda, o espanhol tranquilizou os fãs e ainda brincou com a situação. "Tudo ok! Nada com o que se preocupar! Já estou pensando em como convencer os médicos para que me deixem correr amanhã", escreveu em sua conta no twitter. Carlos Sainz O piloto espanhol perdeu o controle do carro e chocou-se forte contra a barreira de proteção. Sainz foi retirado do carro consciente e acenou para as câmeras quando foi colocado na ambulância. Um exame médico confirmou que o piloto não sofreu nenhum trauma. Apesar disso, ele será mantido no hospital durante a noite como medida de precaução —um procedimento padrão nesses casos. Por conta da batida e do tempo necessário para tirar o piloto do carro e limpar a área, o último treino livre para o GP da Rússia não foi reiniciado. Ainda não se tem a confirmação se o espanhol irá participar do GP da Rússia, neste domingo (10). VEJA AS FUNÇÕES NO VOLANTE DA F-1 Confira as principais funções do volante da F-1 2015 | esporte | Após acidente em treino livre, Carlos Sainz recebe alta em SochiApós sofrer um acidente no último treino livre para o GP de Sochi, na Rússia, neste sábado (10), e ficar algumas horas internado, o piloto espanhol Carlos Sainz já recebeu alta. Em sua rede social, Sainz agradeceu aos médicos que o atenderam. "Já deixei o hospital. Agradeço muito a toda a equipe de Sochi e aos comissários de pista, que tornaram as coisas muito mais fáceis", escreveu o piloto. Twitter Carlos Sainz Mais cedo, Sainz postou uma foto em suas redes sociais na cama do hospital e expôs seu desejo de participar da corrida que acontece neste domingo. Na legenda, o espanhol tranquilizou os fãs e ainda brincou com a situação. "Tudo ok! Nada com o que se preocupar! Já estou pensando em como convencer os médicos para que me deixem correr amanhã", escreveu em sua conta no twitter. Carlos Sainz O piloto espanhol perdeu o controle do carro e chocou-se forte contra a barreira de proteção. Sainz foi retirado do carro consciente e acenou para as câmeras quando foi colocado na ambulância. Um exame médico confirmou que o piloto não sofreu nenhum trauma. Apesar disso, ele será mantido no hospital durante a noite como medida de precaução —um procedimento padrão nesses casos. Por conta da batida e do tempo necessário para tirar o piloto do carro e limpar a área, o último treino livre para o GP da Rússia não foi reiniciado. Ainda não se tem a confirmação se o espanhol irá participar do GP da Rússia, neste domingo (10). VEJA AS FUNÇÕES NO VOLANTE DA F-1 Confira as principais funções do volante da F-1 2015 | 4 |
Em almoço com príncipe japonês, chanceler defende reforma na ONU | Na cerimônia em homenagem à vinda da família real japonesa ao Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, anunciou que a presidente Dilma Rousseff fará uma visita oficial ao Japão no início de dezembro com o objetivo de reforçar as parcerias econômicas entre os dois países. Em discurso em almoço promovido no Palácio do Itamaraty, o ministro pregou o fortalecimento das relações bilaterais entre os dois países e defendeu o estreitamento no âmbito do G4 (Brasil, Japão, Alemanha e Índia) para promover uma reforma do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). A presidente defende uma mudança no órgão internacional para a inclusão do Brasil, o qual conta atualmente com cinco integrantes fixos: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China, além de outros dez países que são rotativos e mudam de dois em dois anos. "O nosso relacionamento é de alta densidade econômica, e nossa agenda bilateral tem se fortalecido", disse. "O nosso entrosamento se expressa no âmbito do G4, que tem como objetivo promover a reforma do Conselho de Segurança da ONU e adaptá-lo à realidade dos países do século 21", acrescentou. O príncipe Akishino, segundo na linha sucessória do Japão, teve uma audiência privada nesta sexta-feira (6) com a presidente Dilma Rousseff e, na sequência, participou de banquete promovido pelo governo brasileiro. A visita dos príncipes ao Brasil se deve às comemorações dos 120 anos do estabelecimento diplomático entre os dois países. Em discurso, o príncipe defendeu o fortalecimento das relações diplomáticas e de amizade nipo-brasileiras, agradeceu a generosidade do Brasil ao ter recebido imigrantes brasileiros desde do fim do século retrasado e desejou que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, sejam um sucesso. "Eu desejo que este ano comemorativo dos 120 anos seja um marco para que os laços entre nossos países se fortaleçam ainda mais", disse. | mundo | Em almoço com príncipe japonês, chanceler defende reforma na ONUNa cerimônia em homenagem à vinda da família real japonesa ao Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, anunciou que a presidente Dilma Rousseff fará uma visita oficial ao Japão no início de dezembro com o objetivo de reforçar as parcerias econômicas entre os dois países. Em discurso em almoço promovido no Palácio do Itamaraty, o ministro pregou o fortalecimento das relações bilaterais entre os dois países e defendeu o estreitamento no âmbito do G4 (Brasil, Japão, Alemanha e Índia) para promover uma reforma do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). A presidente defende uma mudança no órgão internacional para a inclusão do Brasil, o qual conta atualmente com cinco integrantes fixos: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China, além de outros dez países que são rotativos e mudam de dois em dois anos. "O nosso relacionamento é de alta densidade econômica, e nossa agenda bilateral tem se fortalecido", disse. "O nosso entrosamento se expressa no âmbito do G4, que tem como objetivo promover a reforma do Conselho de Segurança da ONU e adaptá-lo à realidade dos países do século 21", acrescentou. O príncipe Akishino, segundo na linha sucessória do Japão, teve uma audiência privada nesta sexta-feira (6) com a presidente Dilma Rousseff e, na sequência, participou de banquete promovido pelo governo brasileiro. A visita dos príncipes ao Brasil se deve às comemorações dos 120 anos do estabelecimento diplomático entre os dois países. Em discurso, o príncipe defendeu o fortalecimento das relações diplomáticas e de amizade nipo-brasileiras, agradeceu a generosidade do Brasil ao ter recebido imigrantes brasileiros desde do fim do século retrasado e desejou que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, sejam um sucesso. "Eu desejo que este ano comemorativo dos 120 anos seja um marco para que os laços entre nossos países se fortaleçam ainda mais", disse. | 3 |
A democracia contra o ajuste fiscal | Na campanha eleitoral, Dilma Rousseff garantiu que não daria um "cavalo de pau" em sua desastrosa política econômica. Logo depois, convocou Joaquim Levy para promover um severo ajuste fiscal. Na campanha, acusou Aécio Neves e Marina Silva de cercarem-se de "banqueiros" para conspirar contra as "conquistas do povo". Agora, como parte do ajuste concebido por seu "banqueiro", dirige ao Congresso um pacote de cortes de benefícios trabalhistas e previdenciários. Num editorial (15/2), a Folha pede que, em nome da credibilidade das finanças nacionais, o Congresso aprove o arrocho. A mensagem subjacente é que a política pode ser o reino da irresponsabilidade, com a condição de que a economia seja o da responsabilidade. Ou, em outra versão, que a função patriótica dos parlamentares é arcar com os custos do estelionato eleitoral praticado pela presidente. Em nota oficial, o PT condenou os cortes almejados pelo governo. Em princípio, isso significa que o Congresso é chamado a convalidar o pacote contra os votos do principal partido governista. Há algo de divertido nessa ideia, que forma o núcleo oculto do editorial. O PMDB e os demais partidos da base, junto com o PSDB e os outros partidos de oposição, exerceriam o "patriotismo" de aprovar medidas impopulares, enquanto o PT seria oportunamente "derrotado", mas permaneceria na trincheira da defesa do "povo". Há um modo melhor de virar a democracia pelo avesso? Dilma jamais admitiu a falência da política econômica de seu primeiro mandato. No discurso da segunda posse, cantou as delícias do país de suas fantasias, lançou a culpa pela recessão no cordeiro sacrificial da crise externa e reiterou as acusações contra a malvada oposição "neoliberal". Seus auxiliares esclareceram que Levy é um desvio de rota circunstancial, um curativo na ferida exposta, não o sinal de uma mudança de rumo. O BNDES prepara um socorro de US$ 3,5 bi à Sete Brasil. A Petrobras continua sob a direção de um "companheiro". Por qual motivo os parlamentares devem se associar à política da negação, que articula uma austeridade sem reformas de fundo? Ontem, o governo dizia que os benefícios trabalhistas e previdenciários representavam um patrimônio intocável de conquistas sagradas do povo. Hoje, argumenta que o pacote de cortes destina-se a corrigir desvios, evitando fraudes. Ficamos sabendo, portanto, que os governos lulopetistas iludiram o país durante 12 anos, que a gerente implacável conviveu pacificamente com os abusos ao longo de todo o seu mandato –e que os patriotas do Planalto descobriram, repentinamente, as malversações de dinheiro público bem na hora do inadiável aperto das contas! Por que os parlamentares têm o dever de colocar suas assinaturas no pé da página desse discurso farsesco? Não estamos em guerra ou sob o impacto de alguma catástrofe natural. O Brasil ainda se encontra longe do abismo da inadimplência que ronda a Argentina e a Venezuela. O apelo à "salvação nacional", pilar subterrâneo do editorial da Folha, é mais um sintoma da erosão de sentido da linguagem política nessa era de lulopetismo. Os governantes que recorrem à mentira para alcançar triunfos eleitorais devem pagar o preço de suas escolhas. Os parlamentares trairão seus eleitores se oferecerem um cheque em branco para Dilma, trocando o pacote do arrocho pelas tradicionais prebendas na administração pública. No lugar disso, têm a oportunidade de exigir que o governo comece a reconhecer a verdade, condição indispensável para enfrentar a crise. O fracasso de Dilma 1, multiplicado pelo escândalo na Petrobras, abriu uma fresta para a entrada de uma lufada de ar puro na câmara de nossa democracia. O nome desse ar despoluído é a promessa de independência do Congresso. O voto sobre o corte de benefícios será o primeiro teste real dessa promessa. | colunas | A democracia contra o ajuste fiscalNa campanha eleitoral, Dilma Rousseff garantiu que não daria um "cavalo de pau" em sua desastrosa política econômica. Logo depois, convocou Joaquim Levy para promover um severo ajuste fiscal. Na campanha, acusou Aécio Neves e Marina Silva de cercarem-se de "banqueiros" para conspirar contra as "conquistas do povo". Agora, como parte do ajuste concebido por seu "banqueiro", dirige ao Congresso um pacote de cortes de benefícios trabalhistas e previdenciários. Num editorial (15/2), a Folha pede que, em nome da credibilidade das finanças nacionais, o Congresso aprove o arrocho. A mensagem subjacente é que a política pode ser o reino da irresponsabilidade, com a condição de que a economia seja o da responsabilidade. Ou, em outra versão, que a função patriótica dos parlamentares é arcar com os custos do estelionato eleitoral praticado pela presidente. Em nota oficial, o PT condenou os cortes almejados pelo governo. Em princípio, isso significa que o Congresso é chamado a convalidar o pacote contra os votos do principal partido governista. Há algo de divertido nessa ideia, que forma o núcleo oculto do editorial. O PMDB e os demais partidos da base, junto com o PSDB e os outros partidos de oposição, exerceriam o "patriotismo" de aprovar medidas impopulares, enquanto o PT seria oportunamente "derrotado", mas permaneceria na trincheira da defesa do "povo". Há um modo melhor de virar a democracia pelo avesso? Dilma jamais admitiu a falência da política econômica de seu primeiro mandato. No discurso da segunda posse, cantou as delícias do país de suas fantasias, lançou a culpa pela recessão no cordeiro sacrificial da crise externa e reiterou as acusações contra a malvada oposição "neoliberal". Seus auxiliares esclareceram que Levy é um desvio de rota circunstancial, um curativo na ferida exposta, não o sinal de uma mudança de rumo. O BNDES prepara um socorro de US$ 3,5 bi à Sete Brasil. A Petrobras continua sob a direção de um "companheiro". Por qual motivo os parlamentares devem se associar à política da negação, que articula uma austeridade sem reformas de fundo? Ontem, o governo dizia que os benefícios trabalhistas e previdenciários representavam um patrimônio intocável de conquistas sagradas do povo. Hoje, argumenta que o pacote de cortes destina-se a corrigir desvios, evitando fraudes. Ficamos sabendo, portanto, que os governos lulopetistas iludiram o país durante 12 anos, que a gerente implacável conviveu pacificamente com os abusos ao longo de todo o seu mandato –e que os patriotas do Planalto descobriram, repentinamente, as malversações de dinheiro público bem na hora do inadiável aperto das contas! Por que os parlamentares têm o dever de colocar suas assinaturas no pé da página desse discurso farsesco? Não estamos em guerra ou sob o impacto de alguma catástrofe natural. O Brasil ainda se encontra longe do abismo da inadimplência que ronda a Argentina e a Venezuela. O apelo à "salvação nacional", pilar subterrâneo do editorial da Folha, é mais um sintoma da erosão de sentido da linguagem política nessa era de lulopetismo. Os governantes que recorrem à mentira para alcançar triunfos eleitorais devem pagar o preço de suas escolhas. Os parlamentares trairão seus eleitores se oferecerem um cheque em branco para Dilma, trocando o pacote do arrocho pelas tradicionais prebendas na administração pública. No lugar disso, têm a oportunidade de exigir que o governo comece a reconhecer a verdade, condição indispensável para enfrentar a crise. O fracasso de Dilma 1, multiplicado pelo escândalo na Petrobras, abriu uma fresta para a entrada de uma lufada de ar puro na câmara de nossa democracia. O nome desse ar despoluído é a promessa de independência do Congresso. O voto sobre o corte de benefícios será o primeiro teste real dessa promessa. | 10 |
Foto adequada de imóvel ajuda a atrair mais interessados; veja dicas
| DIEGO PADGURSCHI JÚLIA ZAREMBA DE SÃO PAULO Uma fotografia nítida, com bom enquadramento e iluminação adequada ajuda a passar a melhor imagem de um imóvel, deixando-o mais atraente em um anúncio de locação ou venda. Segundo Hermínio Bonoldi, diretor da imobiliária Union, do grupo RE/MAX Brasil, uma boa foto pode triplicar a chance de um imóvel atrair interessados. "É preciso dar a percepção mais próxima possível da realidade. Digital ou impressa, a foto já é um processo seletivo para quem está procurando." Para mostrar alguns truques, a Folha foi até um imóvel na Chácara Flora (zona sul). Veja abaixo imagens feitas com um Iphone 5S. "Um erro primário, que vejo muito, é abrir a janela e tirar foto contra a luz. Fica com o ambiente escuro", afirma Elaine Fouto, gerente de marketing da Lello Imóveis. No caso da foto feita com celular, a dica é clicar na área mais escura da tela para ajustar a iluminação. O enquadramento errado também é comum. O ideal é mostrar o espaço todo, não só alguns detalhes. Em ambientes difíceis de conseguir um bom enquadramento, uma alternativa é fazer fotos panorâmicas. Segundo Bonoldi, antes de fotografar é importante checar se os ambientes estão limpos e organizados, com a decoração neutra. As imagens também devem ser exibidas em uma sequência lógica, como acontece em uma visita real, afirma Fouto. | sobretudo |
Foto adequada de imóvel ajuda a atrair mais interessados; veja dicas
DIEGO PADGURSCHI JÚLIA ZAREMBA DE SÃO PAULO Uma fotografia nítida, com bom enquadramento e iluminação adequada ajuda a passar a melhor imagem de um imóvel, deixando-o mais atraente em um anúncio de locação ou venda. Segundo Hermínio Bonoldi, diretor da imobiliária Union, do grupo RE/MAX Brasil, uma boa foto pode triplicar a chance de um imóvel atrair interessados. "É preciso dar a percepção mais próxima possível da realidade. Digital ou impressa, a foto já é um processo seletivo para quem está procurando." Para mostrar alguns truques, a Folha foi até um imóvel na Chácara Flora (zona sul). Veja abaixo imagens feitas com um Iphone 5S. "Um erro primário, que vejo muito, é abrir a janela e tirar foto contra a luz. Fica com o ambiente escuro", afirma Elaine Fouto, gerente de marketing da Lello Imóveis. No caso da foto feita com celular, a dica é clicar na área mais escura da tela para ajustar a iluminação. O enquadramento errado também é comum. O ideal é mostrar o espaço todo, não só alguns detalhes. Em ambientes difíceis de conseguir um bom enquadramento, uma alternativa é fazer fotos panorâmicas. Segundo Bonoldi, antes de fotografar é importante checar se os ambientes estão limpos e organizados, com a decoração neutra. As imagens também devem ser exibidas em uma sequência lógica, como acontece em uma visita real, afirma Fouto. | 9 |
Árvore de Natal do Ibirapuera é a menor da história da atração | Neste sábado (28), será inaugurada a árvore de Natal do Ibirapuera. Com 35 metros de altura, 15 metros de diâmetro e uma estrela de 4 metros no topo, é a menor árvore já montada na história da atração. A árvore, localizada na praça Aldo Chioratto, em frente ao parque Ibirapuera, faz parte do calendário da cidade desde 2002, quando foi inaugurada com 50 metros de altura. Entre 2002 e 2009 a árvore continuou crescendo: 53 metros em 2004, 60 metros em 2006 e 75 metros em 2009, o máximo alcançado. Desde 2012, quando teve 60 metros, ela vem diminuindo de tamanho. A diferença, porém, nunca foi tão grande quanto entre o ano passado e este, com uma redução de 19 metros na altura. De acordo com a SPTuris, houve uma revisão do conceito do árvore para facilitar a interação com o público. Na avaliação da secretaria e da Coca-Cola, que patrocina a programação este ano, os visitantes tinham dificuldade de tirar boas fotos em frente à atração, por ser muito grande. Além da redução da altura, os organizadores do evento investiram na decoração da base da árvore, com bonecos de quase 2 metros do Papai Noel, ursos polares, soldados, bailarinas, sinos, guirlandas e laços. Também foram incluídos painéis, que servirão para compor a iluminação com figuras em relevo e em 3D. Outra novidade é a Caravana Iluminada, formada por seis carretas com personagens como o Papai Noel e as renas. A caravana circulará por diferentes regiões da cidade, tendo a árvore como destino final. A programação está prevista para começar às 20h, com a apresentação do Coro Lírico Municipal de São Paulo. A inauguração da árvore será acompanhada por cinco minutos de queima de fogos. | cotidiano | Árvore de Natal do Ibirapuera é a menor da história da atraçãoNeste sábado (28), será inaugurada a árvore de Natal do Ibirapuera. Com 35 metros de altura, 15 metros de diâmetro e uma estrela de 4 metros no topo, é a menor árvore já montada na história da atração. A árvore, localizada na praça Aldo Chioratto, em frente ao parque Ibirapuera, faz parte do calendário da cidade desde 2002, quando foi inaugurada com 50 metros de altura. Entre 2002 e 2009 a árvore continuou crescendo: 53 metros em 2004, 60 metros em 2006 e 75 metros em 2009, o máximo alcançado. Desde 2012, quando teve 60 metros, ela vem diminuindo de tamanho. A diferença, porém, nunca foi tão grande quanto entre o ano passado e este, com uma redução de 19 metros na altura. De acordo com a SPTuris, houve uma revisão do conceito do árvore para facilitar a interação com o público. Na avaliação da secretaria e da Coca-Cola, que patrocina a programação este ano, os visitantes tinham dificuldade de tirar boas fotos em frente à atração, por ser muito grande. Além da redução da altura, os organizadores do evento investiram na decoração da base da árvore, com bonecos de quase 2 metros do Papai Noel, ursos polares, soldados, bailarinas, sinos, guirlandas e laços. Também foram incluídos painéis, que servirão para compor a iluminação com figuras em relevo e em 3D. Outra novidade é a Caravana Iluminada, formada por seis carretas com personagens como o Papai Noel e as renas. A caravana circulará por diferentes regiões da cidade, tendo a árvore como destino final. A programação está prevista para começar às 20h, com a apresentação do Coro Lírico Municipal de São Paulo. A inauguração da árvore será acompanhada por cinco minutos de queima de fogos. | 6 |
Pouco lembrados pelo público, hatches médios passam pelo teste Folha-Mauá
| EDUARDO SODRÉ COLUNISTA DA FOLHA A empresária Nilza Martins, 63, não encontra motivos para abrir mão do Ford Focus. Está no terceiro da linha, sem nunca ter se sentido atraída pelo EcoSport reluzente no showroom da revenda. Ela é uma exceção. Desde 2003, ano em que o Ford EcoSport foi lançado, os hatches médios como o Focus perderam fãs. O estepe pendurado na traseira virou fetiche, com multidões dispostas a aguardar três meses até receber seu jipinho. O estilo topa-tudo compensava a falta de finesse. Passados 13 anos, o Focus continua sendo uma opção mais nobre. As mãos do motorista são recebidas por um volante forrado de couro. Os botões que comandam o som estão ali, acompanhados das teclas do sistema Bluetooth. A versão SE Plus que participa deste teste Folha-Mauá tem motor 1.6 flex (135 cv) e câmbio manual. O desempenho não condiz com a pinta de esportivo, mas nada de reprimendas por mau comportamento. As qualidades desse Ford são medidas pelo equilíbrio da carroceria, que permanece nivelada ao solo mesmo em curvas fechadas. A suspensão independente na traseira (cada roda tem seus próprios eixos) é o segredo da receita. APERTO A vida boa ao volante não se repete no banco de trás, onde dois adultos sofrem para acomodar as pernas. O espaço é inferior ao dos rivais. Na geração atual, o Ford Focus cresceu por fora e encolheu por dentro. É aí que o segundo carro desse teste, o Peugeot 308, começa a se destacar. Há um quê de minivan em seu projeto, com teto mais alto e acomodações dignas em todos os assentos. O pacote de itens de série tem a fartura de carros bem mais caros, com seis airbags e ar-condicionado digital presentes em todas as versões disponíveis. As impressões positivas são maculadas nos primeiros movimentos. O volante é grande e um tanto pesado, bem como o pedal da embreagem da versão 1.6 flex (122 cv). A fabricante paga o preço de não ter acompanhado a geração europeia, hoje montada sobre uma plataforma bem mais moderna e leve. Os pontos negativos são menos percebidos na versão THP, a escolhida pelo engenheiro Rodrigo Gonçalves Coutinho, 41. Seu 308 turbo é o mais recente de uma longa lista de hatches médios. Porém, o nascimento de sua primeira filha vai obrigá-lo a mudar de carroceria. "Meu carro é confortável, mas preciso de ainda mais espaço. Estou pensando em comprar um sedã de bom desempenho ou um utilitário de perfil mais esportivo, como o VW Tiguan", diz Coutinho. Essa era a transição comum até os anos 1990: os hatches médios, sinal de status para jovens profissionais, eram trocados por Monzas e Santanas. Na década seguinte, os utilitários chegaram para criar novas "necessidades". Ao carro não basta mais ser grande: é preciso ser alto. VENDAS Enquanto o Focus teve 4.000 unidades vendidas entre janeiro e julho, o EcoSport foi parar em 15 mil garagens. Na Peugeot, o modelo 308 teve 1.650 emplacamentos no acumulado do ano -pouco diante dos 6.000 SUVs compactos comercializados pela marca, que produz o 2008. Os dados são da Fenabrave (federação que representa os distribuidores de veículos). A preferência do consumidor mexeu nos preços. Em 2003, um Focus custava 15% a mais que um EcoSport equivalente em equipamentos. Hoje, um jipinho com os mesmos itens do hatch terá preço 4% superior. Segundo levantamento feito pela Minuto Seguros, o custo médio nacional da apólice para o EcoSport é de R$ 2.844. A cobertura é mais em conta para o Focus: R$ 2.557. O cálculo leva em consideração um motorista homem, com 35 anos de idade e casado. Embora sejam mais sofisticados, os hatches desse teste têm os mesmos custos básicos de manutenção que os jipinhos equivalentes. Apesar do apelo esportivo, Focus e 308 tornaram-se compras mais racionais. PEUGEOT 308 1.6 ALLURE POTÊNCIA 122 cv (e) 115 cv (g) a 5.800 rpm TORQUE 16,4 kgfm (e) e 15,5 kgfm (g) a 4.000 rpm CÂMBIO manual, de cinco marchas PORTA-MALAS 430 litros PESO 1.318 kg ACELERAÇÃO (0 a 100 km/h) 12,6s (e) e 13,9s (g) RETOMADA 11,8s (e) e 14s (g) CONSUMO URBANO 7,6 km/l (e) e 10,2 km/l (g) CONSUMO RODOVIÁRIO 12 km/l (e) e 15,4 km/l (g) PREÇO R$ 73.490 COMPRIMENTO 4,29 m ENTRE-EIXOS 2,61 m LARGURA 1,81 m ALTURA 1,52 m FORD FOCUS 1.6 SE PLUS POTÊNCIA 135 cv (e) 131 cv (g) a 5.800 rpm TORQUE 16,7 kgfm (e) e 16,2 kgfm (g) a 3.000 rpm CÂMBIO manual, de Cinco marchas PORTA-MALAS 316 litros PESO 1.310 kg ACELERAÇÃO (0 a 100 km/h) 12,5s (e) e 13,4s (g) RETOMADA 12,6s (e) e 13,8s (g) CONSUMO URBANO 7,8 km/l (e) e 11,2 km/l (g) CONSUMO RODOVIÁRIO 12,1 km/l (e) e 16,5 km/l (g) PREÇO R$ 78.490 COMPRIMENTO 4,36 m ENTRE-EIXOS 2,65 m LARGURA 1,82 m ALTURA 1,47 m | sobretudo |
Pouco lembrados pelo público, hatches médios passam pelo teste Folha-Mauá
EDUARDO SODRÉ COLUNISTA DA FOLHA A empresária Nilza Martins, 63, não encontra motivos para abrir mão do Ford Focus. Está no terceiro da linha, sem nunca ter se sentido atraída pelo EcoSport reluzente no showroom da revenda. Ela é uma exceção. Desde 2003, ano em que o Ford EcoSport foi lançado, os hatches médios como o Focus perderam fãs. O estepe pendurado na traseira virou fetiche, com multidões dispostas a aguardar três meses até receber seu jipinho. O estilo topa-tudo compensava a falta de finesse. Passados 13 anos, o Focus continua sendo uma opção mais nobre. As mãos do motorista são recebidas por um volante forrado de couro. Os botões que comandam o som estão ali, acompanhados das teclas do sistema Bluetooth. A versão SE Plus que participa deste teste Folha-Mauá tem motor 1.6 flex (135 cv) e câmbio manual. O desempenho não condiz com a pinta de esportivo, mas nada de reprimendas por mau comportamento. As qualidades desse Ford são medidas pelo equilíbrio da carroceria, que permanece nivelada ao solo mesmo em curvas fechadas. A suspensão independente na traseira (cada roda tem seus próprios eixos) é o segredo da receita. APERTO A vida boa ao volante não se repete no banco de trás, onde dois adultos sofrem para acomodar as pernas. O espaço é inferior ao dos rivais. Na geração atual, o Ford Focus cresceu por fora e encolheu por dentro. É aí que o segundo carro desse teste, o Peugeot 308, começa a se destacar. Há um quê de minivan em seu projeto, com teto mais alto e acomodações dignas em todos os assentos. O pacote de itens de série tem a fartura de carros bem mais caros, com seis airbags e ar-condicionado digital presentes em todas as versões disponíveis. As impressões positivas são maculadas nos primeiros movimentos. O volante é grande e um tanto pesado, bem como o pedal da embreagem da versão 1.6 flex (122 cv). A fabricante paga o preço de não ter acompanhado a geração europeia, hoje montada sobre uma plataforma bem mais moderna e leve. Os pontos negativos são menos percebidos na versão THP, a escolhida pelo engenheiro Rodrigo Gonçalves Coutinho, 41. Seu 308 turbo é o mais recente de uma longa lista de hatches médios. Porém, o nascimento de sua primeira filha vai obrigá-lo a mudar de carroceria. "Meu carro é confortável, mas preciso de ainda mais espaço. Estou pensando em comprar um sedã de bom desempenho ou um utilitário de perfil mais esportivo, como o VW Tiguan", diz Coutinho. Essa era a transição comum até os anos 1990: os hatches médios, sinal de status para jovens profissionais, eram trocados por Monzas e Santanas. Na década seguinte, os utilitários chegaram para criar novas "necessidades". Ao carro não basta mais ser grande: é preciso ser alto. VENDAS Enquanto o Focus teve 4.000 unidades vendidas entre janeiro e julho, o EcoSport foi parar em 15 mil garagens. Na Peugeot, o modelo 308 teve 1.650 emplacamentos no acumulado do ano -pouco diante dos 6.000 SUVs compactos comercializados pela marca, que produz o 2008. Os dados são da Fenabrave (federação que representa os distribuidores de veículos). A preferência do consumidor mexeu nos preços. Em 2003, um Focus custava 15% a mais que um EcoSport equivalente em equipamentos. Hoje, um jipinho com os mesmos itens do hatch terá preço 4% superior. Segundo levantamento feito pela Minuto Seguros, o custo médio nacional da apólice para o EcoSport é de R$ 2.844. A cobertura é mais em conta para o Focus: R$ 2.557. O cálculo leva em consideração um motorista homem, com 35 anos de idade e casado. Embora sejam mais sofisticados, os hatches desse teste têm os mesmos custos básicos de manutenção que os jipinhos equivalentes. Apesar do apelo esportivo, Focus e 308 tornaram-se compras mais racionais. PEUGEOT 308 1.6 ALLURE POTÊNCIA 122 cv (e) 115 cv (g) a 5.800 rpm TORQUE 16,4 kgfm (e) e 15,5 kgfm (g) a 4.000 rpm CÂMBIO manual, de cinco marchas PORTA-MALAS 430 litros PESO 1.318 kg ACELERAÇÃO (0 a 100 km/h) 12,6s (e) e 13,9s (g) RETOMADA 11,8s (e) e 14s (g) CONSUMO URBANO 7,6 km/l (e) e 10,2 km/l (g) CONSUMO RODOVIÁRIO 12 km/l (e) e 15,4 km/l (g) PREÇO R$ 73.490 COMPRIMENTO 4,29 m ENTRE-EIXOS 2,61 m LARGURA 1,81 m ALTURA 1,52 m FORD FOCUS 1.6 SE PLUS POTÊNCIA 135 cv (e) 131 cv (g) a 5.800 rpm TORQUE 16,7 kgfm (e) e 16,2 kgfm (g) a 3.000 rpm CÂMBIO manual, de Cinco marchas PORTA-MALAS 316 litros PESO 1.310 kg ACELERAÇÃO (0 a 100 km/h) 12,5s (e) e 13,4s (g) RETOMADA 12,6s (e) e 13,8s (g) CONSUMO URBANO 7,8 km/l (e) e 11,2 km/l (g) CONSUMO RODOVIÁRIO 12,1 km/l (e) e 16,5 km/l (g) PREÇO R$ 78.490 COMPRIMENTO 4,36 m ENTRE-EIXOS 2,65 m LARGURA 1,82 m ALTURA 1,47 m | 9 |
Noruega fatia bacalhau para enfrentar chineses no supermercado | Muitos brasileiros acham que só dá pra ver cabeça de bacalhau na Noruega, mas isso não garante a preferência na hora da compra. Com preço menor, os chineses vêm ganhando mercado e as importações do país asiático saltaram de 7,9% em 2010 para 15,6% do total em 2014. No acumulado deste ano até julho, já chegaram a 24,5%. Para tentar frear essa escalada, a indústria norueguesa, que dominava o mercado com folga com 73% de participação e agora responde por pouco mais da metade, aposta na tradição pesqueira. Algumas fábricas começam a exportar o produto fatiado e embalado para o Brasil neste semestre, destacando a procedência para agregar mais valor. Entre elas estão a Mathias, da região de Alesund, conhecida como a capital mundial do bacalhau, e a Leroy, de Bergen, segunda maior cidade do país, em que uma das atrações turísticas é o mercado de peixes Fish Me. Importação de bacalhau "Temos que ajudar a construir o conhecimento dos brasileiros para que eles saibam distinguir [os tipos de peixe]", afirma Torgeir Bjorge, gerente de compras e vendas da Mathias e neto do fundador da empresa. Duas grandes redes de supermercados, Grupo Pão de Açúcar -que inclui a marca Extra- e Carrefour, já fecharam contratos com fabricantes noruegueses para ter os produtos nas gôndolas nesse formato. Rafael Monezi, gerente comercial de peixaria do Grupo Pão de Açúcar, afirma que o bacalhau vindo da China já representa 40% das vendas na rede, e o restante se divide entre Noruega e Portugal, sem detalhar dados de anos anteriores. "O desempenho do produto chinês se deve à variedade de itens processados que eles disponibilizam, como em lascas, filé sem pele e sem espinha, por exemplo." A Noruega, que tem o maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do planeta, fica no norte da Europa e tem apenas 5,2 milhões de habitantes, menos do que a cidade do Rio de Janeiro. A pesca é uma das principais atividades econômicas e leva o país a ser o segundo maior exportador de peixes e frutos do mar do mundo. Com um mercado interno tão pequeno, vende para fora 95% do bacalhau que produz, principalmente para Brasil e Portugal, que, juntos, consomem mais da metade desse volume. Importação de bacalhau CABEÇA DE BACALHAU Na verdade não é possível ver a tal cabeça de bacalhau nem na Noruega. Esse é o nome que se dá a uma família de peixes chamada gadidae apenas após o processo de salga e secagem que leva, em média, seis semanas. O que encontramos nadando nos mares nórdicos -e será pescado para virar bacalhau- é o gadus morhua. E outros três tipos de peixe (ling, saithe e zarbo) que podem ser vendidos como "tipo bacalhau". OSCILAÇÃO DO CÂMBIO Na Páscoa, os consumidores terão o peixe embalado também da marca Brodrene Sperre, que fica na região de Alesund e responde por 25% de todo o bacalhau norueguês exportado para o Brasil. Por ora, a crise econômica e a oscilação do dólar trazem incertezas para o resto do ano. Levando em conta toda a indústria norueguesa, as exportações do item para o Brasil recuaram 25,6% no acumulado até julho ante o mesmo intervalo em 2014. "Não há um câmbio ideal. O problema é a flutuação porque dificulta o planejamento", diz Johnny Haberg, diretor da empresa para o mercado brasileiro, ressaltando que os investimentos feitos agora para desenvolver novos produtos miram o longo prazo. Considerando que o bacalhau da Noruega vem sendo trazido desde 1842 para o Brasil, que herdou o paladar dos portugueses, a avaliação sobre ameaça de concorrentes e cenário econômico deve mesmo vislumbrar um horizonte mais amplo. A jornalista TATIANA RESENDE viajou a convite do Conselho Norueguês da Pesca e da Innovation Norway | mercado | Noruega fatia bacalhau para enfrentar chineses no supermercadoMuitos brasileiros acham que só dá pra ver cabeça de bacalhau na Noruega, mas isso não garante a preferência na hora da compra. Com preço menor, os chineses vêm ganhando mercado e as importações do país asiático saltaram de 7,9% em 2010 para 15,6% do total em 2014. No acumulado deste ano até julho, já chegaram a 24,5%. Para tentar frear essa escalada, a indústria norueguesa, que dominava o mercado com folga com 73% de participação e agora responde por pouco mais da metade, aposta na tradição pesqueira. Algumas fábricas começam a exportar o produto fatiado e embalado para o Brasil neste semestre, destacando a procedência para agregar mais valor. Entre elas estão a Mathias, da região de Alesund, conhecida como a capital mundial do bacalhau, e a Leroy, de Bergen, segunda maior cidade do país, em que uma das atrações turísticas é o mercado de peixes Fish Me. Importação de bacalhau "Temos que ajudar a construir o conhecimento dos brasileiros para que eles saibam distinguir [os tipos de peixe]", afirma Torgeir Bjorge, gerente de compras e vendas da Mathias e neto do fundador da empresa. Duas grandes redes de supermercados, Grupo Pão de Açúcar -que inclui a marca Extra- e Carrefour, já fecharam contratos com fabricantes noruegueses para ter os produtos nas gôndolas nesse formato. Rafael Monezi, gerente comercial de peixaria do Grupo Pão de Açúcar, afirma que o bacalhau vindo da China já representa 40% das vendas na rede, e o restante se divide entre Noruega e Portugal, sem detalhar dados de anos anteriores. "O desempenho do produto chinês se deve à variedade de itens processados que eles disponibilizam, como em lascas, filé sem pele e sem espinha, por exemplo." A Noruega, que tem o maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do planeta, fica no norte da Europa e tem apenas 5,2 milhões de habitantes, menos do que a cidade do Rio de Janeiro. A pesca é uma das principais atividades econômicas e leva o país a ser o segundo maior exportador de peixes e frutos do mar do mundo. Com um mercado interno tão pequeno, vende para fora 95% do bacalhau que produz, principalmente para Brasil e Portugal, que, juntos, consomem mais da metade desse volume. Importação de bacalhau CABEÇA DE BACALHAU Na verdade não é possível ver a tal cabeça de bacalhau nem na Noruega. Esse é o nome que se dá a uma família de peixes chamada gadidae apenas após o processo de salga e secagem que leva, em média, seis semanas. O que encontramos nadando nos mares nórdicos -e será pescado para virar bacalhau- é o gadus morhua. E outros três tipos de peixe (ling, saithe e zarbo) que podem ser vendidos como "tipo bacalhau". OSCILAÇÃO DO CÂMBIO Na Páscoa, os consumidores terão o peixe embalado também da marca Brodrene Sperre, que fica na região de Alesund e responde por 25% de todo o bacalhau norueguês exportado para o Brasil. Por ora, a crise econômica e a oscilação do dólar trazem incertezas para o resto do ano. Levando em conta toda a indústria norueguesa, as exportações do item para o Brasil recuaram 25,6% no acumulado até julho ante o mesmo intervalo em 2014. "Não há um câmbio ideal. O problema é a flutuação porque dificulta o planejamento", diz Johnny Haberg, diretor da empresa para o mercado brasileiro, ressaltando que os investimentos feitos agora para desenvolver novos produtos miram o longo prazo. Considerando que o bacalhau da Noruega vem sendo trazido desde 1842 para o Brasil, que herdou o paladar dos portugueses, a avaliação sobre ameaça de concorrentes e cenário econômico deve mesmo vislumbrar um horizonte mais amplo. A jornalista TATIANA RESENDE viajou a convite do Conselho Norueguês da Pesca e da Innovation Norway | 2 |
Prazo para pagar guia do eSocial de novembro acaba nesta segunda | Acaba nesta segunda-feira (7) o prazo para pagamento do DAE (Documento de Arrecadação do eSocial) referente ao salário de novembro do empregado doméstico. A guia, que pode ser emitida após se cadastrar e preencher uma série de dados no sistema do eSocial. O site unifica o pagamento de encargos trabalhistas, como FGTS, imposto de renda e seguro contra acidentes no trabalho. Se os benefícios não forem recolhidos no prazo, o empregador paga multa de 0,33% ao dia, limitada a 20% do total. A Receita não registrou problemas no funcionamento do eSocial até o momento. No mês passado, o prazo para o pagamento foi prorrogado por causa de falhas técnicas no site. Sabia regularizar o contrato de domésticos 13º SALÁRIO No momento do preenchimento da guia de novembro é necessário selecionar a opção "preencher adiantamento do 13º salário" para incluir também esse valor. Na tela seguinte, o sistema mostra a base de cálculo para cada encargo, que é o salário de novembro para o INSS e a soma deste com a parcela do 13º para o FGTS. Na guia do eSocial aparece o total de cada encargo, sem discriminar qual valor se refere ao adiantamento e qual corresponde ao salário. BALANÇO Em novembro, 1,38 milhão de empregadores se cadastraram no eSocial e registraram 1,56 milhão de trabalhadores. Segundo a Receita, 1,24 milhão de empregadores geraram guias no mês passado. A apuração sobre o número de guias pagas e o valor arrecadado ainda não está fechada. A guia para recolhimento de encargos sobre o salário de dezembro e a segunda parcela do 13º deverá estar disponível em janeiro. A segunda parcela do 13º deve ser paga até 18 de dezembro, caso seja feito em conta. Se o doméstico trabalha final de semana, o pagamento pode ser feito até o dia 20, em dinheiro. DIREITOS DOS DOMÉSTICOS - Veja tributos que serão recolhidos em guia única a partir de novembro | mercado | Prazo para pagar guia do eSocial de novembro acaba nesta segundaAcaba nesta segunda-feira (7) o prazo para pagamento do DAE (Documento de Arrecadação do eSocial) referente ao salário de novembro do empregado doméstico. A guia, que pode ser emitida após se cadastrar e preencher uma série de dados no sistema do eSocial. O site unifica o pagamento de encargos trabalhistas, como FGTS, imposto de renda e seguro contra acidentes no trabalho. Se os benefícios não forem recolhidos no prazo, o empregador paga multa de 0,33% ao dia, limitada a 20% do total. A Receita não registrou problemas no funcionamento do eSocial até o momento. No mês passado, o prazo para o pagamento foi prorrogado por causa de falhas técnicas no site. Sabia regularizar o contrato de domésticos 13º SALÁRIO No momento do preenchimento da guia de novembro é necessário selecionar a opção "preencher adiantamento do 13º salário" para incluir também esse valor. Na tela seguinte, o sistema mostra a base de cálculo para cada encargo, que é o salário de novembro para o INSS e a soma deste com a parcela do 13º para o FGTS. Na guia do eSocial aparece o total de cada encargo, sem discriminar qual valor se refere ao adiantamento e qual corresponde ao salário. BALANÇO Em novembro, 1,38 milhão de empregadores se cadastraram no eSocial e registraram 1,56 milhão de trabalhadores. Segundo a Receita, 1,24 milhão de empregadores geraram guias no mês passado. A apuração sobre o número de guias pagas e o valor arrecadado ainda não está fechada. A guia para recolhimento de encargos sobre o salário de dezembro e a segunda parcela do 13º deverá estar disponível em janeiro. A segunda parcela do 13º deve ser paga até 18 de dezembro, caso seja feito em conta. Se o doméstico trabalha final de semana, o pagamento pode ser feito até o dia 20, em dinheiro. DIREITOS DOS DOMÉSTICOS - Veja tributos que serão recolhidos em guia única a partir de novembro | 2 |
Wagner convoca reunião de ministros; Dilma passa manhã no Alvorada | O ministro Jaques Wagner (Gabinete Pessoal da Presidência) convocou para a manhã desta quarta-feira (11) uma reunião no Palácio do Planalto com todos os 32 ministros, seis deles interinos, do governo Dilma Rousseff. A presidente não participa do encontro, que deve fazer um balanço dos últimos anos e decidir as ações para as que devem ser as últimas horas dos titulares em seus ministérios. A previsão era a de que Dilma fosse à reunião e fizesse um discurso em defesa de seu mandato, mas os planos mudaram. Durante toda a manhã, Dilma ficou no Palácio da Alvorada na companhia de duas assessoras pessoais, Suly e Marli. Preferiu uma caminhada no bosque da residência oficial da Presidência, escoltada somente por um segurança e um auxiliar, no lugar da habitual pedalada de cerca de uma hora que costuma fazer nas primeiras horas do dia. Dilma tomou café da manhã e recebeu dois assessores para uma reunião no Alvorada, de onde assistirá à votação do impeachment no plenário do Senado. Durante a tarde ela deve receber assessores e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que segue hospedado em um hotel em Brasília. Caso o impeachment seja aprovado por maioria simples, Dilma será afastada do cargo por até 180 dias, e será iniciado seu julgamento por crime de responsabilidade. | poder | Wagner convoca reunião de ministros; Dilma passa manhã no AlvoradaO ministro Jaques Wagner (Gabinete Pessoal da Presidência) convocou para a manhã desta quarta-feira (11) uma reunião no Palácio do Planalto com todos os 32 ministros, seis deles interinos, do governo Dilma Rousseff. A presidente não participa do encontro, que deve fazer um balanço dos últimos anos e decidir as ações para as que devem ser as últimas horas dos titulares em seus ministérios. A previsão era a de que Dilma fosse à reunião e fizesse um discurso em defesa de seu mandato, mas os planos mudaram. Durante toda a manhã, Dilma ficou no Palácio da Alvorada na companhia de duas assessoras pessoais, Suly e Marli. Preferiu uma caminhada no bosque da residência oficial da Presidência, escoltada somente por um segurança e um auxiliar, no lugar da habitual pedalada de cerca de uma hora que costuma fazer nas primeiras horas do dia. Dilma tomou café da manhã e recebeu dois assessores para uma reunião no Alvorada, de onde assistirá à votação do impeachment no plenário do Senado. Durante a tarde ela deve receber assessores e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que segue hospedado em um hotel em Brasília. Caso o impeachment seja aprovado por maioria simples, Dilma será afastada do cargo por até 180 dias, e será iniciado seu julgamento por crime de responsabilidade. | 0 |
Povo supérfluo | Um nasceu em 1973, na cidade marroquina de Salé. Dividia um cômodo com 11 pessoas, passou fome e perdeu a conta das vezes em que foi estuprado durante a infância. Hoje, é um dos principais escritores do mundo árabe. O outro tem 33 anos e é palestino-libanês-iraquiano-alemão. Nasceu no Kuaite, viveu no Chipre e na Jordânia e estudou no Canadá. Trabalhou para organizaçōes humanitárias em zonas de conflito como Iêmen, Líbia e Argélia. Seu primeiro romance narra 24 horas na vida de um rapaz homossexual em um país árabe não identificado. O primeiro se chama Abdellah Taïa e vive em Paris. O segundo, Saleem Haddad e vive em Londres. Eles e eu acabamos de publicar romances nos Estados Unidos, e, no último fim de semana, participamos juntos de um debate em Nova York no Pen World Voices, festival literário fundado por Salman Rushdie depois dos ataques do 11 de setembro e cujo foco é direitos humanos e liberdade de expressão. Como nossos três romances apresentam personagens homo e transsexuais, a ideia dos organizadores era que discutíssemos o espaço ocupado pelas minorias sexuais nas sociedades do Oriente Médio e do Brasil. Durante o debate, fiquei impressionado com o pessimismo que meus colegas árabes demonstraram. Era ingenuidade minha, porque a barra que Saleem, Abdellah e centenas de milhares de LGBT enfrentam no Oriente Médio é muito mais desencorajadora que a realidade no Brasil e países do Ocidente. Os chamados "atos homossexuais" —ou "anti-naturais" ou coisa que o valha— são criminalizados em todo o Oriente Médio, à exceção de Israel. No mês passado, por exemplo, 11 homens foram presos no Egito e cumprirão penas de 3 a 12 anos de prisão. Na Arábia Saudita, no Iêmen e no Irã, a pena para os tais "atos" é execução. Existem avanços, mas tudo é muito lento. Recentemente, o governo da Tunísia autorizou o registro da primeira organização LGBT em todo o Oriente Médio. A regra geral na região é que os LGBT não contam com qualquer tipo de proteção ou direito de igualdade. No dia seguinte ao debate, fui ao cinema assistir ao documentário "Vita Activa: o espírito de Hannah Arendt", da diretora Ada Ushpiz, sobre uma das pensadoras mais influentes do século 20. Arendt, que era alemã e judia, cunhou o conceito da "banalização do mal" contra os judeus no Holocausto nazista. No documentário, fica claro que, ao não conceder quaisquer direitos aos judeus, Hitler tornou-os irrelevantes para o processo político estatal. Um povo irrelevante torna-se supérfluo. E o supérfluo deve ser eliminado, sobretudo em tempos de crise. Guardadas as proporções, o mesmo raciocínio é válido para a situação dos LGBT no países do Oriente Médio —ou para qualquer outra minoria em relação a uma estrutura estatal. A lógica é esta: quem não tem direitos não tem voz. Quem não tem voz não interessa e pode ser eliminado. Saí do cinema entendendo melhor o pessimismo de meus colegas de debate; mas, também saí mais convicto da importância de que as minorias —sexuais ou de qualquer natureza— lutem para consolidar e ampliar seus direitos nas sociedades em que estejam. Em algum momento do documentário, Hannah Arendt relaciona pluralidade e equilíbrio social. Aí me lembrei do Brasil. No governo Dilma, o avanço dos direitos humanos das minorias —especialmente religiosas e sexuais— foi comprometido em negociações políticas com a bancada evangélica do Congresso e outros agentes. Não foi bom para o país. É importante que o próximo governo não cometa o mesmo erro e tenha presente em sua política de direitos humanos a importância da proteção da pluralidade para o nosso equilíbrio social. | colunas | Povo supérfluoUm nasceu em 1973, na cidade marroquina de Salé. Dividia um cômodo com 11 pessoas, passou fome e perdeu a conta das vezes em que foi estuprado durante a infância. Hoje, é um dos principais escritores do mundo árabe. O outro tem 33 anos e é palestino-libanês-iraquiano-alemão. Nasceu no Kuaite, viveu no Chipre e na Jordânia e estudou no Canadá. Trabalhou para organizaçōes humanitárias em zonas de conflito como Iêmen, Líbia e Argélia. Seu primeiro romance narra 24 horas na vida de um rapaz homossexual em um país árabe não identificado. O primeiro se chama Abdellah Taïa e vive em Paris. O segundo, Saleem Haddad e vive em Londres. Eles e eu acabamos de publicar romances nos Estados Unidos, e, no último fim de semana, participamos juntos de um debate em Nova York no Pen World Voices, festival literário fundado por Salman Rushdie depois dos ataques do 11 de setembro e cujo foco é direitos humanos e liberdade de expressão. Como nossos três romances apresentam personagens homo e transsexuais, a ideia dos organizadores era que discutíssemos o espaço ocupado pelas minorias sexuais nas sociedades do Oriente Médio e do Brasil. Durante o debate, fiquei impressionado com o pessimismo que meus colegas árabes demonstraram. Era ingenuidade minha, porque a barra que Saleem, Abdellah e centenas de milhares de LGBT enfrentam no Oriente Médio é muito mais desencorajadora que a realidade no Brasil e países do Ocidente. Os chamados "atos homossexuais" —ou "anti-naturais" ou coisa que o valha— são criminalizados em todo o Oriente Médio, à exceção de Israel. No mês passado, por exemplo, 11 homens foram presos no Egito e cumprirão penas de 3 a 12 anos de prisão. Na Arábia Saudita, no Iêmen e no Irã, a pena para os tais "atos" é execução. Existem avanços, mas tudo é muito lento. Recentemente, o governo da Tunísia autorizou o registro da primeira organização LGBT em todo o Oriente Médio. A regra geral na região é que os LGBT não contam com qualquer tipo de proteção ou direito de igualdade. No dia seguinte ao debate, fui ao cinema assistir ao documentário "Vita Activa: o espírito de Hannah Arendt", da diretora Ada Ushpiz, sobre uma das pensadoras mais influentes do século 20. Arendt, que era alemã e judia, cunhou o conceito da "banalização do mal" contra os judeus no Holocausto nazista. No documentário, fica claro que, ao não conceder quaisquer direitos aos judeus, Hitler tornou-os irrelevantes para o processo político estatal. Um povo irrelevante torna-se supérfluo. E o supérfluo deve ser eliminado, sobretudo em tempos de crise. Guardadas as proporções, o mesmo raciocínio é válido para a situação dos LGBT no países do Oriente Médio —ou para qualquer outra minoria em relação a uma estrutura estatal. A lógica é esta: quem não tem direitos não tem voz. Quem não tem voz não interessa e pode ser eliminado. Saí do cinema entendendo melhor o pessimismo de meus colegas de debate; mas, também saí mais convicto da importância de que as minorias —sexuais ou de qualquer natureza— lutem para consolidar e ampliar seus direitos nas sociedades em que estejam. Em algum momento do documentário, Hannah Arendt relaciona pluralidade e equilíbrio social. Aí me lembrei do Brasil. No governo Dilma, o avanço dos direitos humanos das minorias —especialmente religiosas e sexuais— foi comprometido em negociações políticas com a bancada evangélica do Congresso e outros agentes. Não foi bom para o país. É importante que o próximo governo não cometa o mesmo erro e tenha presente em sua política de direitos humanos a importância da proteção da pluralidade para o nosso equilíbrio social. | 10 |
Versatilidade de Tchê Tchê vira peça fundamental no Palmeiras de Cuca | Ao se falar de Tchê Tchê, 23, a dúvida aparece de imediato: lateral, meia, atacante? O polivalente jogador tem atuado em todas essas funções ao longo do Brasileiro sem deixar que a qualidade de suas performances oscile. Seja cruzando, passando, desarmando ou driblando, Tchê Tchê é constante, mostrando tranquilidade impressionante para quem veste pela primeira vez na carreira a camisa de uma equipe do primeiro escalação do futebol nacional. Como se diz no jargão, "a camisa não pesou". Titular em todas as partidas do Brasileiro, ele enfrentará o Santa Cruz neste sábado (18), no Allianz Parque. "Quando o Cuca me ligou pela primeira vez, ele disse que queria contar comigo, mas ainda não sabia em que posição. Eu disse que estava tudo bem, claro, quem não quer jogar em um clube do tamanho do Palmeiras", diz Tchê Tchê, que começou no futebol após uma "peneira" de uma rede de supermercados. Depois disso, teve passagens por Guaratinguetá, Ponte Preta e Boa Esporte. A desenvoltura em campo desde os tempos de Audax, pelo qual foi vice-campeão paulista neste ano, é complementada pelo riso fácil fora das quatro linhas com os companheiros. No entanto, ela contrasta com alguma timidez nas entrevistas e a modéstia ao falar de sua importância tática ao time. "Não estou perto de estar entre os mais importantes do time em nenhum aspecto. Eu tenho mais que trabalhar o máximo para tentar me manter no mesmo nível dos outros. Jogar ao lado de Zé Roberto e Jean, que eu só via pela TV e já admirava, é bom demais", explica. Tchê Tchê diz que sempre jogou como meia, mas foi incentivado por Fernando Diniz, seu técnico no Audax, a explorar sua versatilidade. "Depois que eu comecei a trabalhar com o Fernando Diniz ele reforçou a vontade de jogar em diferentes lugares. Ele trabalha com a gente psicologicamente para que estejamos prontos para todas as circunstâncias do jogo. O sistema dele dá liberdade, então acontecia naturalmente." À Folha, Cuca valoriza as atuações de Tchê Tchê. "Poucos jogadores de futebol são versáteis assim. Joga na lateral direita, segundo volante, meia, ponta direita, ponta esquerda, na lateral esquerda. Já fez um pouquinho de tudo aqui. Quando eu tenho dificuldade na armação de jogada no meio e preciso me expor, passo ele para primeiro volante. Quando tenho uma necessidade de segurar o jogo de um lado, coloco ele lá. Quando tenho necessidade de uma junção com velocidade entre meio e ataque eu uso ele também. Contra o Flamengo, ele jogou pela esquerda e roubou a bola que resultou em gol", explica. "Ele veio a custo zero e hoje é uma peça imprescindível", analisa. Questionado se Tchê Tchê pode ser comparado a Joilson, que era deslocado por todo o campo por Cuca durante sua passagem pelo Botafogo entre 2006 e 2008, o treinador se anima com a lembrança. "Eu estava pensando justamente isso, mas não falei. No Botafogo, a gente trouxe o Joilson da Cabofriense e ele cumpria funções mais ou menos parecidas. O Jorge Henrique também", afirma. Durante as partidas, o jogador demonstra sua inteligência tática com a ajuda de Jean. "Às vezes o Cuca dá um toque no Jean, mas muitas vezes nós mesmo nos resolvemos. Nós vemos que não estamos bem e trocamos de posição para ver se melhora e o time anda", conta. "O Cuca me passa tranquilidade e eu sinto liberdade para fazer o que quiser dentro de campo." PALMEIRAS Prass; Jean, Edu Dracena, V. Hugo e Zé Roberto; T. Santos, Tchê Tchê e Moisés; R. Guedes, G. Jesus e R. Marques T.: Cuca SANTA CRUZ T. Cardoso; Vitor, Neris, D. Morais e T. Costa; U. Correia, J. Paulo e Lelê; Arthur, Keno e Grafite T.: M. Mendes Estádio: Allianz Parque/Árbitro: Eduardo de Aquino/TV: 16h, pay-per-view | esporte | Versatilidade de Tchê Tchê vira peça fundamental no Palmeiras de CucaAo se falar de Tchê Tchê, 23, a dúvida aparece de imediato: lateral, meia, atacante? O polivalente jogador tem atuado em todas essas funções ao longo do Brasileiro sem deixar que a qualidade de suas performances oscile. Seja cruzando, passando, desarmando ou driblando, Tchê Tchê é constante, mostrando tranquilidade impressionante para quem veste pela primeira vez na carreira a camisa de uma equipe do primeiro escalação do futebol nacional. Como se diz no jargão, "a camisa não pesou". Titular em todas as partidas do Brasileiro, ele enfrentará o Santa Cruz neste sábado (18), no Allianz Parque. "Quando o Cuca me ligou pela primeira vez, ele disse que queria contar comigo, mas ainda não sabia em que posição. Eu disse que estava tudo bem, claro, quem não quer jogar em um clube do tamanho do Palmeiras", diz Tchê Tchê, que começou no futebol após uma "peneira" de uma rede de supermercados. Depois disso, teve passagens por Guaratinguetá, Ponte Preta e Boa Esporte. A desenvoltura em campo desde os tempos de Audax, pelo qual foi vice-campeão paulista neste ano, é complementada pelo riso fácil fora das quatro linhas com os companheiros. No entanto, ela contrasta com alguma timidez nas entrevistas e a modéstia ao falar de sua importância tática ao time. "Não estou perto de estar entre os mais importantes do time em nenhum aspecto. Eu tenho mais que trabalhar o máximo para tentar me manter no mesmo nível dos outros. Jogar ao lado de Zé Roberto e Jean, que eu só via pela TV e já admirava, é bom demais", explica. Tchê Tchê diz que sempre jogou como meia, mas foi incentivado por Fernando Diniz, seu técnico no Audax, a explorar sua versatilidade. "Depois que eu comecei a trabalhar com o Fernando Diniz ele reforçou a vontade de jogar em diferentes lugares. Ele trabalha com a gente psicologicamente para que estejamos prontos para todas as circunstâncias do jogo. O sistema dele dá liberdade, então acontecia naturalmente." À Folha, Cuca valoriza as atuações de Tchê Tchê. "Poucos jogadores de futebol são versáteis assim. Joga na lateral direita, segundo volante, meia, ponta direita, ponta esquerda, na lateral esquerda. Já fez um pouquinho de tudo aqui. Quando eu tenho dificuldade na armação de jogada no meio e preciso me expor, passo ele para primeiro volante. Quando tenho uma necessidade de segurar o jogo de um lado, coloco ele lá. Quando tenho necessidade de uma junção com velocidade entre meio e ataque eu uso ele também. Contra o Flamengo, ele jogou pela esquerda e roubou a bola que resultou em gol", explica. "Ele veio a custo zero e hoje é uma peça imprescindível", analisa. Questionado se Tchê Tchê pode ser comparado a Joilson, que era deslocado por todo o campo por Cuca durante sua passagem pelo Botafogo entre 2006 e 2008, o treinador se anima com a lembrança. "Eu estava pensando justamente isso, mas não falei. No Botafogo, a gente trouxe o Joilson da Cabofriense e ele cumpria funções mais ou menos parecidas. O Jorge Henrique também", afirma. Durante as partidas, o jogador demonstra sua inteligência tática com a ajuda de Jean. "Às vezes o Cuca dá um toque no Jean, mas muitas vezes nós mesmo nos resolvemos. Nós vemos que não estamos bem e trocamos de posição para ver se melhora e o time anda", conta. "O Cuca me passa tranquilidade e eu sinto liberdade para fazer o que quiser dentro de campo." PALMEIRAS Prass; Jean, Edu Dracena, V. Hugo e Zé Roberto; T. Santos, Tchê Tchê e Moisés; R. Guedes, G. Jesus e R. Marques T.: Cuca SANTA CRUZ T. Cardoso; Vitor, Neris, D. Morais e T. Costa; U. Correia, J. Paulo e Lelê; Arthur, Keno e Grafite T.: M. Mendes Estádio: Allianz Parque/Árbitro: Eduardo de Aquino/TV: 16h, pay-per-view | 4 |
Governo egípcio amplia abrangência das ações de repressão a opositores | O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, assinou uma lei antiterrorismo que confere às autoridades poderes mais abrangentes para banir organizações por acusações que incluem prejudicar a unidade nacional ou perturbar a ordem pública. A medida, anunciada no Diário Oficial egípcio desta terça-feira, deve aumentar o temor entre os grupos de defesa de direitos sobre ações do governo para retirar liberdades conseguidas após a revolta de 2011 que pôs fim a uma autocracia de três décadas comandada por Hosni Mubarak. Desde que Sisi, então comandante do Exército, derrubou em 2013 o presidente eleito, o islâmico Mohamed Mursi, após protestos em massa contra seu governo, as autoridades têm reprimido de modo duro a oposição e modo geral, seja islâmica, secular ou liberal. De acordo com o Diário Oficial, a lei permite que as autoridades tomem medidas contra qualquer indivíduo ou grupo considerado uma ameaça à segurança nacional, incluindo pessoas que interrompam o transporte público, numa aparente referência a manifestações. A abrangente referência a ameaças à unidade nacional pode dar à polícia, amplamente acusada ​​de abusos, luz verde para esmagar a dissidência, dizem grupos pró direitos humanos. | mundo | Governo egípcio amplia abrangência das ações de repressão a opositoresO presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, assinou uma lei antiterrorismo que confere às autoridades poderes mais abrangentes para banir organizações por acusações que incluem prejudicar a unidade nacional ou perturbar a ordem pública. A medida, anunciada no Diário Oficial egípcio desta terça-feira, deve aumentar o temor entre os grupos de defesa de direitos sobre ações do governo para retirar liberdades conseguidas após a revolta de 2011 que pôs fim a uma autocracia de três décadas comandada por Hosni Mubarak. Desde que Sisi, então comandante do Exército, derrubou em 2013 o presidente eleito, o islâmico Mohamed Mursi, após protestos em massa contra seu governo, as autoridades têm reprimido de modo duro a oposição e modo geral, seja islâmica, secular ou liberal. De acordo com o Diário Oficial, a lei permite que as autoridades tomem medidas contra qualquer indivíduo ou grupo considerado uma ameaça à segurança nacional, incluindo pessoas que interrompam o transporte público, numa aparente referência a manifestações. A abrangente referência a ameaças à unidade nacional pode dar à polícia, amplamente acusada ​​de abusos, luz verde para esmagar a dissidência, dizem grupos pró direitos humanos. | 3 |
Leilão contrata 30 pequenas usinas hidrelétricas; investimento somará R$ 1 bi | O primeiro leilão para contratação de novas usinas de energia promovido sob o governo do presidente Michel Temer deverá viabilizar cerca de R$ 1,07 bilhão em investimentos para a construção de 30 pequenas hidrelétricas em diversos Estados do país, informou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) ao final do certame nesta sexta-feira (23). A licitação contratou 180,3 megawatts em potência instalada, em usinas que precisarão entrar em operação em março de 2020 e que fecharam a venda da produção por 30 anos a um preço médio de R$ 227,02s por megawatt-hora, com um deságio de cerca de 8,5% ante o teto estabelecido pelo governo. O resultado ficou dentro das expectativas de especialistas, que haviam afirmado à Reuters que o certame não deveria envolver grandes volumes de eletricidade e nem grandes descontos, diante do cenário econômico ainda desafiador do país, que tem reduzido tanto a disponibilidade de financiamento para projetos de energia quanto a própria demanda por eletricidade. Os contratos negociados no leilão representarão um giro financeiro de R$ 5,7 bilhões ao longo do período de fornecimento, segundo a CCEE, que operacionalizou a licitação. Os preços de venda da energia variaram por usina, de um mínimo de R$ 205 por megawatt-hora até um máximo de R$ 235. As pequenas hidrelétricas contratadas serão construídas em mais de 10 Estados do país. CHUVAS O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) reduziu as projeções de chuvas nos reservatórios das principais hidrelétricas do Brasil em setembro, bem como a previsão de carga de eletricidade para o mês, segundo boletim semanal divulgado nesta sexta-feira. As chuvas nas áreas das usinas hídricas do Sudeste, que concentram a maior parte da capacidade de armazenamento, deverão fechar o mês em 96% da média histórica, ante 98% de previsão anterior. Já a carga deverá cair 1,3%, ante baixa de 0,7% estimada anteriormente, segundo o ONS. | mercado | Leilão contrata 30 pequenas usinas hidrelétricas; investimento somará R$ 1 biO primeiro leilão para contratação de novas usinas de energia promovido sob o governo do presidente Michel Temer deverá viabilizar cerca de R$ 1,07 bilhão em investimentos para a construção de 30 pequenas hidrelétricas em diversos Estados do país, informou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) ao final do certame nesta sexta-feira (23). A licitação contratou 180,3 megawatts em potência instalada, em usinas que precisarão entrar em operação em março de 2020 e que fecharam a venda da produção por 30 anos a um preço médio de R$ 227,02s por megawatt-hora, com um deságio de cerca de 8,5% ante o teto estabelecido pelo governo. O resultado ficou dentro das expectativas de especialistas, que haviam afirmado à Reuters que o certame não deveria envolver grandes volumes de eletricidade e nem grandes descontos, diante do cenário econômico ainda desafiador do país, que tem reduzido tanto a disponibilidade de financiamento para projetos de energia quanto a própria demanda por eletricidade. Os contratos negociados no leilão representarão um giro financeiro de R$ 5,7 bilhões ao longo do período de fornecimento, segundo a CCEE, que operacionalizou a licitação. Os preços de venda da energia variaram por usina, de um mínimo de R$ 205 por megawatt-hora até um máximo de R$ 235. As pequenas hidrelétricas contratadas serão construídas em mais de 10 Estados do país. CHUVAS O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) reduziu as projeções de chuvas nos reservatórios das principais hidrelétricas do Brasil em setembro, bem como a previsão de carga de eletricidade para o mês, segundo boletim semanal divulgado nesta sexta-feira. As chuvas nas áreas das usinas hídricas do Sudeste, que concentram a maior parte da capacidade de armazenamento, deverão fechar o mês em 96% da média histórica, ante 98% de previsão anterior. Já a carga deverá cair 1,3%, ante baixa de 0,7% estimada anteriormente, segundo o ONS. | 2 |
Especialistas discutem ineficácia das dietas em debate da Folha | Dietas restritivas são ineficazes –os pacientes não conseguem seguir a restrição por muito tempo e, quando voltam para a alimentação normal engordam de novo, às vezes chegam a pesar mais do que pesavam antes da dieta. Essa é a opinião das participantes do debate promovido pela Folha na última quarta-feira, 6, em razão do Dia Mundial sem Dieta. A data existe desde 1922 quando a feminista inglesa Mary Evans decidiu lutar contra a anorexia e outros distúrbios alimentares e também contra a indústria da dieta. Participaram do debate a nutricionista Fernanda Timerman, as psicanalistas Magda Khouri e Luciana Saddi; e a endocrinologista Lea Diamant. A mediação foi da repórter especial da Folha, Claudia Collucci. Por mais que sejam ineficazes, porém, o mundo parece viver de dieta. "A mídia, e o excesso de exposição do corpo na mídia cria um ideal de corpo que é inatingível e que gera insatisfação", disse Magda Khouri. Existe também um forte interesse econômico na questão das dietas. "Esses modismos nas dietas foram feitos para não funcionar. Se desse certo, o mercado extremamente lucrativo da indústria do emagrecimento não seria movimentado", disse Fernanda Timerman. Em muitos casos, culpa-se o paciente pela sua obesidade. Mas estudos apontam que muitos pacientes têm uma predisposição genética para o ganho de peso. E hoje é fácil encontrar refeições calóricas sempre que a fome bate. PARA QUÊ? As especialistas questionam: seguir a dieta para quê? "A mulher do século 19 era vista como eternamente doente. A do nosso tempo é a eterna gorda", disse Luciana Saddi. Há pessoas que têm alguma doença que exige a dieta, como diabéticos, celíacos e fenilcetanúricos. Mas não há necessidade de se submeter a um regime de privação alimentar se você quer perder alguns quilos. Segundo Lea, estudos comprovam, inclusive, que pessoas com um pequeno sobrepeso vivem mais. É uma mudança de paradigma deixar de associar baixo peso à saúde. "Precisamos repensar o que é peso saudável, quais são as nossas metas, tudo isso ainda está em evolução", disse. Um outro lado das dietas também foi abordado: a compulsão. "A privação leva a pensamentos compulsivos", disse Luciana, sobre as dietas. As dietas, segundo a especialista, procuram alterar a fome e não em consideração que o ser humano está ligado ao prazer de comer. Pessoas cronicamente submetidas a dietas não reconhecem a fome nem o sinal de saciedade. "Se você comer guiado pela sua fome, pela saciedade, e pelo prazer de comer, não sei se você vai emagrecer, mas em geral você vai deixar de engordar e vai deixar de ter compulsão pela comida", disse Luciana. A nutricionista Fernanda Timerman conta que sua abordagem comportamental da nutrição já surpreendeu pacientes. "Já ouvi coisas do tipo 'como assim você não vai me dar bronca porque eu como chocolate?' Percebo que as pessoas querem emagrecer a qualquer custo, mas estão menos dispostas a percorrer o caminho mais longo que é o de se descobrir e entender como chegou àquele peso", disse. Entender tudo isso é importante porque confere ao paciente mais autonomia sobre suas escolhas alimentares e também garante uma relação mais saudável e prazerosa com a comida. | equilibrioesaude | Especialistas discutem ineficácia das dietas em debate da FolhaDietas restritivas são ineficazes –os pacientes não conseguem seguir a restrição por muito tempo e, quando voltam para a alimentação normal engordam de novo, às vezes chegam a pesar mais do que pesavam antes da dieta. Essa é a opinião das participantes do debate promovido pela Folha na última quarta-feira, 6, em razão do Dia Mundial sem Dieta. A data existe desde 1922 quando a feminista inglesa Mary Evans decidiu lutar contra a anorexia e outros distúrbios alimentares e também contra a indústria da dieta. Participaram do debate a nutricionista Fernanda Timerman, as psicanalistas Magda Khouri e Luciana Saddi; e a endocrinologista Lea Diamant. A mediação foi da repórter especial da Folha, Claudia Collucci. Por mais que sejam ineficazes, porém, o mundo parece viver de dieta. "A mídia, e o excesso de exposição do corpo na mídia cria um ideal de corpo que é inatingível e que gera insatisfação", disse Magda Khouri. Existe também um forte interesse econômico na questão das dietas. "Esses modismos nas dietas foram feitos para não funcionar. Se desse certo, o mercado extremamente lucrativo da indústria do emagrecimento não seria movimentado", disse Fernanda Timerman. Em muitos casos, culpa-se o paciente pela sua obesidade. Mas estudos apontam que muitos pacientes têm uma predisposição genética para o ganho de peso. E hoje é fácil encontrar refeições calóricas sempre que a fome bate. PARA QUÊ? As especialistas questionam: seguir a dieta para quê? "A mulher do século 19 era vista como eternamente doente. A do nosso tempo é a eterna gorda", disse Luciana Saddi. Há pessoas que têm alguma doença que exige a dieta, como diabéticos, celíacos e fenilcetanúricos. Mas não há necessidade de se submeter a um regime de privação alimentar se você quer perder alguns quilos. Segundo Lea, estudos comprovam, inclusive, que pessoas com um pequeno sobrepeso vivem mais. É uma mudança de paradigma deixar de associar baixo peso à saúde. "Precisamos repensar o que é peso saudável, quais são as nossas metas, tudo isso ainda está em evolução", disse. Um outro lado das dietas também foi abordado: a compulsão. "A privação leva a pensamentos compulsivos", disse Luciana, sobre as dietas. As dietas, segundo a especialista, procuram alterar a fome e não em consideração que o ser humano está ligado ao prazer de comer. Pessoas cronicamente submetidas a dietas não reconhecem a fome nem o sinal de saciedade. "Se você comer guiado pela sua fome, pela saciedade, e pelo prazer de comer, não sei se você vai emagrecer, mas em geral você vai deixar de engordar e vai deixar de ter compulsão pela comida", disse Luciana. A nutricionista Fernanda Timerman conta que sua abordagem comportamental da nutrição já surpreendeu pacientes. "Já ouvi coisas do tipo 'como assim você não vai me dar bronca porque eu como chocolate?' Percebo que as pessoas querem emagrecer a qualquer custo, mas estão menos dispostas a percorrer o caminho mais longo que é o de se descobrir e entender como chegou àquele peso", disse. Entender tudo isso é importante porque confere ao paciente mais autonomia sobre suas escolhas alimentares e também garante uma relação mais saudável e prazerosa com a comida. | 8 |
Pan na TV: Brasil x Rep. Dominicana pela semifinal do basquete masculino | 11h - Atletismo, Record News e SporTV 14h30 - Brasil x Rep. Dominicana, basquete masculino (semifinal), Record News e SporTV 14h30 - Colômbia x México, vôlei masculino, Record 15h - Caratê, SporTV 2 18h30 - Atletismo, Record News e SporTV 2 19h - EUA x Canadá, basquete masculino (semifinal), SporTV 3 20h - Canadá x Argentina, vôlei masculino, SporTV 21h - Boxe, SporTV 3 21h - Brasil x Argentina, handebol feminino (final), Record News 22h - Brasil x Porto Rico, vôlei masculino (semifinal), SporTV | esporte | Pan na TV: Brasil x Rep. Dominicana pela semifinal do basquete masculino11h - Atletismo, Record News e SporTV 14h30 - Brasil x Rep. Dominicana, basquete masculino (semifinal), Record News e SporTV 14h30 - Colômbia x México, vôlei masculino, Record 15h - Caratê, SporTV 2 18h30 - Atletismo, Record News e SporTV 2 19h - EUA x Canadá, basquete masculino (semifinal), SporTV 3 20h - Canadá x Argentina, vôlei masculino, SporTV 21h - Boxe, SporTV 3 21h - Brasil x Argentina, handebol feminino (final), Record News 22h - Brasil x Porto Rico, vôlei masculino (semifinal), SporTV | 4 |
Após empate em clássico, Dorival exalta atuação fora de casa do Santos | Após o Santos tirar os 100% de aproveitamento do líder Palmeiras no Allianz Parque, com o empate por 1 a 1 no clássico desta terça-feira (12), o técnico Dorival Júnior exaltou a melhora da atuação do time santista longe da Vila Belmiro neste Campeonato Brasileiro. Após sair perdendo com um gol logo aos 6min do primeiro tempo, a equipe do litoral paulista melhorou na etapa final, chegou ao empate e ainda teve grande chance com o volante Thiago Maia de sair de campo com a vitória antes do apito final. "Nós evoluímos muito jogando fora de casa, já falei aqui. Tivemos bastante posse, criamos oportunidades, acho que o Santos está no caminho certo, começou a perceber que pode fazer muito mais coisa fora de casa. Isso é um fato importante, agora precisamos de uma sequência um pouco maior", afirmou o treinador na entrevista coletiva após a partida. Até agora, no entanto, o time santista ainda não tem conseguido bons resultados quando atua como visitante. Foram quatro derrotas, dois empates e apenas duas vitórias neste Nacional. "Se a gente manter essa postura, claro que dá para acreditar. Se não, ficaremos no meio do campo. O Santos tem jogado bem dentro e fora de casa, a não ser contra Corinthians e Internacional que fomos bem abaixo. Hoje, seriam dois pontos muito importantes, daria uma melhorada bem rapidamente. Não aconteceu? Paciência, vamos continuar trabalhando", apontou. "Perdemos jogadores para a seleção [brasileira] e acabamos não conseguindo somar os pontos no começo. Hoje, completamos oito jogos fora, com seis em casa. Teremos essa condição no returno, mas fico feliz que o Santos está aprendendo a jogar fora de casa. Fisicamente teve um desempenho muito bom, querendo o gol até o fim do jogo. Se soubermos aproveitar esses pontos, pode ser um diferencial", completou. O Santos volta a campo no próximo sábado (16), quando recebe a Ponte Preta na Vila Belmiro, às 18h30. | esporte | Após empate em clássico, Dorival exalta atuação fora de casa do SantosApós o Santos tirar os 100% de aproveitamento do líder Palmeiras no Allianz Parque, com o empate por 1 a 1 no clássico desta terça-feira (12), o técnico Dorival Júnior exaltou a melhora da atuação do time santista longe da Vila Belmiro neste Campeonato Brasileiro. Após sair perdendo com um gol logo aos 6min do primeiro tempo, a equipe do litoral paulista melhorou na etapa final, chegou ao empate e ainda teve grande chance com o volante Thiago Maia de sair de campo com a vitória antes do apito final. "Nós evoluímos muito jogando fora de casa, já falei aqui. Tivemos bastante posse, criamos oportunidades, acho que o Santos está no caminho certo, começou a perceber que pode fazer muito mais coisa fora de casa. Isso é um fato importante, agora precisamos de uma sequência um pouco maior", afirmou o treinador na entrevista coletiva após a partida. Até agora, no entanto, o time santista ainda não tem conseguido bons resultados quando atua como visitante. Foram quatro derrotas, dois empates e apenas duas vitórias neste Nacional. "Se a gente manter essa postura, claro que dá para acreditar. Se não, ficaremos no meio do campo. O Santos tem jogado bem dentro e fora de casa, a não ser contra Corinthians e Internacional que fomos bem abaixo. Hoje, seriam dois pontos muito importantes, daria uma melhorada bem rapidamente. Não aconteceu? Paciência, vamos continuar trabalhando", apontou. "Perdemos jogadores para a seleção [brasileira] e acabamos não conseguindo somar os pontos no começo. Hoje, completamos oito jogos fora, com seis em casa. Teremos essa condição no returno, mas fico feliz que o Santos está aprendendo a jogar fora de casa. Fisicamente teve um desempenho muito bom, querendo o gol até o fim do jogo. Se soubermos aproveitar esses pontos, pode ser um diferencial", completou. O Santos volta a campo no próximo sábado (16), quando recebe a Ponte Preta na Vila Belmiro, às 18h30. | 4 |
Cães que lambem demais podem estar com transtornos psicológicos | Manchinha é uma lambedora contumaz. Minha dachshund de 16 anos lambe tudo: o colchão, o chão, os cobertores, nosso braços. O diagnóstico tem sido uma desafio. Até agora, nossa principal hipótese é que Mancha lamba por ansiedade. A suspeita se baseia em algumas constatações: ela apresenta uma lambedura que conseguimos interromper, que não é sucedida por nenhum distúrbio gastrointestinal e nunca aparece se estamos no meio de uma brincadeira. Além disso, não há nada em exames que justifique o transtorno. Se você tem passado por isso, este é o caminho: primeiro, descartar doenças e, por exclusão, atribuir a lambedura a uma alteração de comportamento. E então decidir se vai medicar, se pode fazer mudanças ambientais etc.. Com muito mais frequência, porém, os cães que lambem padecem de doenças que causam náusea (e são muitas!), de dores (nos dentes, por exemplo) ou de afecções neurológicas. Recentemente tratei uma lhasa apso que vivia havia oito anos de colar elisabetano, de tanto que se lambia. Ficou ótima, e livre do pesadelo do colar, com remédios para dor. Portanto, insista. A investigação é longa, mas há uma luz no fim do túnel. * + PETS Xixi em pó Sabe aquele xixi no meio da sala? Já há uma forma um pouco mais prática de removê-lo. A Petbrilho, empresa do grupo Interbrilho, acaba de lançar o Varre Xixi, um granulado de polímeros de odor lavanda que, polvilhado sobre a urina, absorve o líquido em um minuto e permite que ele seja varrido. Pazinha e vassoura integram o kit, que vem com 250 gramas de pozinho (suficiente para cerca de 20 aplicações, considerando a urina de um cão pequeno). O preço sugerido pelo fabricante é de R$ 39 a R$ 45 pelo kit. Disponível na Petz, na Cobasi e em alguns supermercados. Saiba mais petbrilho.com.br Patas na trilha A Turismo 4 Patas, agência especializada em viagens com animais de estimação, promove em 12 de novembro o 80º evento do programa Patas na Trilha. Serão cinco quilômetros de caminhada pela Trilha da Pedra Pequena, em Atibaia (cidade a 60 km de São Paulo). O trajeto tem altos e baixos e requer preparo físico (do cão e do dono). O passeio custa R$ 50 (o cão) e R$ 170 (o humano), com café da manhã. Saiba mais turismo4patas.com.br | colunas | Cães que lambem demais podem estar com transtornos psicológicosManchinha é uma lambedora contumaz. Minha dachshund de 16 anos lambe tudo: o colchão, o chão, os cobertores, nosso braços. O diagnóstico tem sido uma desafio. Até agora, nossa principal hipótese é que Mancha lamba por ansiedade. A suspeita se baseia em algumas constatações: ela apresenta uma lambedura que conseguimos interromper, que não é sucedida por nenhum distúrbio gastrointestinal e nunca aparece se estamos no meio de uma brincadeira. Além disso, não há nada em exames que justifique o transtorno. Se você tem passado por isso, este é o caminho: primeiro, descartar doenças e, por exclusão, atribuir a lambedura a uma alteração de comportamento. E então decidir se vai medicar, se pode fazer mudanças ambientais etc.. Com muito mais frequência, porém, os cães que lambem padecem de doenças que causam náusea (e são muitas!), de dores (nos dentes, por exemplo) ou de afecções neurológicas. Recentemente tratei uma lhasa apso que vivia havia oito anos de colar elisabetano, de tanto que se lambia. Ficou ótima, e livre do pesadelo do colar, com remédios para dor. Portanto, insista. A investigação é longa, mas há uma luz no fim do túnel. * + PETS Xixi em pó Sabe aquele xixi no meio da sala? Já há uma forma um pouco mais prática de removê-lo. A Petbrilho, empresa do grupo Interbrilho, acaba de lançar o Varre Xixi, um granulado de polímeros de odor lavanda que, polvilhado sobre a urina, absorve o líquido em um minuto e permite que ele seja varrido. Pazinha e vassoura integram o kit, que vem com 250 gramas de pozinho (suficiente para cerca de 20 aplicações, considerando a urina de um cão pequeno). O preço sugerido pelo fabricante é de R$ 39 a R$ 45 pelo kit. Disponível na Petz, na Cobasi e em alguns supermercados. Saiba mais petbrilho.com.br Patas na trilha A Turismo 4 Patas, agência especializada em viagens com animais de estimação, promove em 12 de novembro o 80º evento do programa Patas na Trilha. Serão cinco quilômetros de caminhada pela Trilha da Pedra Pequena, em Atibaia (cidade a 60 km de São Paulo). O trajeto tem altos e baixos e requer preparo físico (do cão e do dono). O passeio custa R$ 50 (o cão) e R$ 170 (o humano), com café da manhã. Saiba mais turismo4patas.com.br | 10 |
Erramos: Empresa de Antonio Palocci recebeu R$ 24 milhões em três anos e meio | Diferentemente do informado na reportagem "Empresa de Antonio Palocci recebeu R$ 24 milhões em três anos e meio" (Poder - 10/05/2015 - 02h03), o primeiro mandato de Dilma Rousseff começou em janeiro de 2011, não de 2001, e Tasso Jereissati é senador (PSDB-CE), não ex-senador. O texto foi corrigido. | poder | Erramos: Empresa de Antonio Palocci recebeu R$ 24 milhões em três anos e meioDiferentemente do informado na reportagem "Empresa de Antonio Palocci recebeu R$ 24 milhões em três anos e meio" (Poder - 10/05/2015 - 02h03), o primeiro mandato de Dilma Rousseff começou em janeiro de 2011, não de 2001, e Tasso Jereissati é senador (PSDB-CE), não ex-senador. O texto foi corrigido. | 0 |
Doping, lesões e critério técnico tiram astros dos Jogos Olímpicos
| DE SÃO PAULO A tenista russa Maria Sharapova, 29, foi suspensa por dois anos, a contar de 26 de janeiro passado. Com isso, está fora dos Jogos Olímpicos do Rio. Sharapova protestou nas redes sociais e afirmou que irá recorrer perante a Corte Arbitral do Esporte. Caso a decisão seja mantida, a tenista irá se juntar a outros astros do esporte que também estão fora da Rio-2016. Em novembro de 2015, por exemplo, o atletismo russo foi suspenso provisoriamente de todas as competições internacionais pela IAAF e corre sério risco de ficar fora dos Jogos Olímpicos do Rio em 2016. A punição foi anunciada após um relatório de 323 páginas divulgado por uma comissão independente criada pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), que apontou que a Rússia desenvolveu cultura "profundamente enraizada de fraude" em seu esporte, sobretudo o atletismo. Confira a seguir outros atletas de peso que não virão aos Jogos. ÍNDICE TÉCNICO Três vezes medalhista olímpico, Emanuel, do vôlei de praia, foi personagem notável nas últimas edições dos Jogos (ouro em Atenas-2004, prata em Londres-2012 e bronze em Pequim-2008). Neste ano, Emanuel não estará nas quadras. Ele se aposentou em março, aos 42 anos, após tentar, sem sucesso, se classificar aos Jogos ao lado de Ricardo, em 2015. O torcedor brasileiro também irá sentir falta das exibições de Cesar Cielo (ouro em 2004, prata em Londres-2012 e bronze em Pequim-2008), único campeão olímpico da natação brasileira. Assim como Emanuel, o atleta não obteve a sua classificação nas seletivas nacionais. Em 2015, Cielo desistiu do Mundial de Kazan por causa de lesão no ombro esquerdo. LESÃO Destaque na NBA, o ala-pivô Tiago Splitter deve ser outro destaque importante da delegação brasileira nos Jogos. O jogador passou por cirurgia no quadril em fevereiro e seu prazo de recuperação é de oito meses, o que deve tirá-lo da Olimpíada. Por causa da lesão, Splitter disputou apenas 36 dos 55 jogos pelo Atlanta Hawks, seu time na NBA, desde outubro de 2015. Grande astro da NBA na atualidade, o armador Stephen Curry também não vai disputar a Olimpíada. O norte-americano adiou o sonho de conquistar uma medalha olímpica para cuidar da recuperação de seu joelho direito. Curry perdeu seis jogos dos playoffs da NBA por causa de lesões. No momento, ele joga as finais da liga pelo Golden State Warriors, que disputa o título com o Cleveland Cavaliers. Além de Splitter e Curry, outros destaques da NBA como LaMarcus Aldridge, Blake Griffin, Chris Paul, Anthony Davis e John Wall são desfalques certos do basquete nos Jogos por causa de lesões. OPÇÃO PESSOAL No futebol, a grande ausência nos Jogos será do argentino Lionel Messi, eleito quatro vezes pela Fifa o melhor jogador do mundo. Messi já conquistou o ouro em 2008, em Pequim, e será poupado para outros torneios. Atualmente, o craque do Barcelona integra o time argentino que disputa a Copa América, nos Estados Unidos. Lenda do basquete mundial, O ala-armador do Los Angeles Lakers, Kobe Bryant se aposentou em abril e está fora dos Jogos, mesmo com interesse demonstrado pela federação norte-americana de basquete em tê-lo na Olimpíada. Kobe se aposentou das quadras depois de 20 anos dentro da NBA, nos quais ganhou cinco títulos e o prêmio de Jogador Mais Valioso (MVP). Nas Olimpíadas, ele conquistou o ouro duas vezes (em Pequim-2008 e Londres-2012). No tênis, Dominic Thiem (7º no ranking da ATP), e John Isner (17º no ranking), preferem se dedicar a circuitos da ATP e também não devem comparecer aos Jogos. Na vela, o britânico Ben Ainslie –cinco vezes medalhista olímpico– agora se dedica a regatas oceânicas e é outro astro do esporte que não estará no Rio de Janeiro. Atletas rio 2016 | esporte |
Doping, lesões e critério técnico tiram astros dos Jogos Olímpicos
DE SÃO PAULO A tenista russa Maria Sharapova, 29, foi suspensa por dois anos, a contar de 26 de janeiro passado. Com isso, está fora dos Jogos Olímpicos do Rio. Sharapova protestou nas redes sociais e afirmou que irá recorrer perante a Corte Arbitral do Esporte. Caso a decisão seja mantida, a tenista irá se juntar a outros astros do esporte que também estão fora da Rio-2016. Em novembro de 2015, por exemplo, o atletismo russo foi suspenso provisoriamente de todas as competições internacionais pela IAAF e corre sério risco de ficar fora dos Jogos Olímpicos do Rio em 2016. A punição foi anunciada após um relatório de 323 páginas divulgado por uma comissão independente criada pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), que apontou que a Rússia desenvolveu cultura "profundamente enraizada de fraude" em seu esporte, sobretudo o atletismo. Confira a seguir outros atletas de peso que não virão aos Jogos. ÍNDICE TÉCNICO Três vezes medalhista olímpico, Emanuel, do vôlei de praia, foi personagem notável nas últimas edições dos Jogos (ouro em Atenas-2004, prata em Londres-2012 e bronze em Pequim-2008). Neste ano, Emanuel não estará nas quadras. Ele se aposentou em março, aos 42 anos, após tentar, sem sucesso, se classificar aos Jogos ao lado de Ricardo, em 2015. O torcedor brasileiro também irá sentir falta das exibições de Cesar Cielo (ouro em 2004, prata em Londres-2012 e bronze em Pequim-2008), único campeão olímpico da natação brasileira. Assim como Emanuel, o atleta não obteve a sua classificação nas seletivas nacionais. Em 2015, Cielo desistiu do Mundial de Kazan por causa de lesão no ombro esquerdo. LESÃO Destaque na NBA, o ala-pivô Tiago Splitter deve ser outro destaque importante da delegação brasileira nos Jogos. O jogador passou por cirurgia no quadril em fevereiro e seu prazo de recuperação é de oito meses, o que deve tirá-lo da Olimpíada. Por causa da lesão, Splitter disputou apenas 36 dos 55 jogos pelo Atlanta Hawks, seu time na NBA, desde outubro de 2015. Grande astro da NBA na atualidade, o armador Stephen Curry também não vai disputar a Olimpíada. O norte-americano adiou o sonho de conquistar uma medalha olímpica para cuidar da recuperação de seu joelho direito. Curry perdeu seis jogos dos playoffs da NBA por causa de lesões. No momento, ele joga as finais da liga pelo Golden State Warriors, que disputa o título com o Cleveland Cavaliers. Além de Splitter e Curry, outros destaques da NBA como LaMarcus Aldridge, Blake Griffin, Chris Paul, Anthony Davis e John Wall são desfalques certos do basquete nos Jogos por causa de lesões. OPÇÃO PESSOAL No futebol, a grande ausência nos Jogos será do argentino Lionel Messi, eleito quatro vezes pela Fifa o melhor jogador do mundo. Messi já conquistou o ouro em 2008, em Pequim, e será poupado para outros torneios. Atualmente, o craque do Barcelona integra o time argentino que disputa a Copa América, nos Estados Unidos. Lenda do basquete mundial, O ala-armador do Los Angeles Lakers, Kobe Bryant se aposentou em abril e está fora dos Jogos, mesmo com interesse demonstrado pela federação norte-americana de basquete em tê-lo na Olimpíada. Kobe se aposentou das quadras depois de 20 anos dentro da NBA, nos quais ganhou cinco títulos e o prêmio de Jogador Mais Valioso (MVP). Nas Olimpíadas, ele conquistou o ouro duas vezes (em Pequim-2008 e Londres-2012). No tênis, Dominic Thiem (7º no ranking da ATP), e John Isner (17º no ranking), preferem se dedicar a circuitos da ATP e também não devem comparecer aos Jogos. Na vela, o britânico Ben Ainslie –cinco vezes medalhista olímpico– agora se dedica a regatas oceânicas e é outro astro do esporte que não estará no Rio de Janeiro. Atletas rio 2016 | 4 |
Após eliminar Equador, Brasil enfrenta Bélgica fora de casa pela Copa Davis
| DE SÃO PAULO Após eliminar o Equador pela fase continental (espécie de segunda divisão) da Copa Davis no último fim de semana, o Brasil enfrentará a Bélgica nos playoffs do Grupo Mundial da competição. Em sorteio realizado na manhã desta terça-feira (19), na sede da Federação Internacional de Tênis (ITF), ficou definido que a equipe brasileira de tênis terá de disputar o confronto fora de casa, entre os dias 16 e 18 de setembro. Os belgas foram vice-campeões do torneio em 2015. No entanto, neste ano, foram eliminados pela Croácia logo na primeira rodada e, por isso, terão de disputar a repescagem. A Bélgica tem, atualmente, um tenista no top 100 do ranking da ATP (a associação dos tenistas), o 11º colocado David Goffin, 25 anos. Se vencerem a repescagem, os atletas brasileiros poderão recolocar o país na elite do esporte em 2017. Antes, porém, vão representar o Brasil no torneio olímpico do Rio, onde a dupla formada pelos mineiros Marcelo Melo e Bruno Soares é uma das favoritas à medalha. Na chave de simples, Thomaz Bellucci e Rogério Dutra Silva, o Rogerinho, serão azarões. Confira todos os confrontos dos playoffs: Uzbequistão x Suíça Bélgica x Brasil Austrália x Eslováquia Canadá x Chile Rússia x Cazaquistão Índia x Espanha Alemanha x Polônia Japão x Ucrânia | esporte |
Após eliminar Equador, Brasil enfrenta Bélgica fora de casa pela Copa Davis
DE SÃO PAULO Após eliminar o Equador pela fase continental (espécie de segunda divisão) da Copa Davis no último fim de semana, o Brasil enfrentará a Bélgica nos playoffs do Grupo Mundial da competição. Em sorteio realizado na manhã desta terça-feira (19), na sede da Federação Internacional de Tênis (ITF), ficou definido que a equipe brasileira de tênis terá de disputar o confronto fora de casa, entre os dias 16 e 18 de setembro. Os belgas foram vice-campeões do torneio em 2015. No entanto, neste ano, foram eliminados pela Croácia logo na primeira rodada e, por isso, terão de disputar a repescagem. A Bélgica tem, atualmente, um tenista no top 100 do ranking da ATP (a associação dos tenistas), o 11º colocado David Goffin, 25 anos. Se vencerem a repescagem, os atletas brasileiros poderão recolocar o país na elite do esporte em 2017. Antes, porém, vão representar o Brasil no torneio olímpico do Rio, onde a dupla formada pelos mineiros Marcelo Melo e Bruno Soares é uma das favoritas à medalha. Na chave de simples, Thomaz Bellucci e Rogério Dutra Silva, o Rogerinho, serão azarões. Confira todos os confrontos dos playoffs: Uzbequistão x Suíça Bélgica x Brasil Austrália x Eslováquia Canadá x Chile Rússia x Cazaquistão Índia x Espanha Alemanha x Polônia Japão x Ucrânia | 4 |
Mais da metade dos internos foge da Fundação Casa de Santos | Mais da metade dos internos na Fundação Casa (antiga Febem) de Santos, no litoral sul de São Paulo, fugiram da unidade na noite deste domingo (11), por volta das 21h. Segundo o centro socioeducativo, 37 dos 62 adolescentes escaparam quando eram recolhidos ao dormitório. Em nota, a fundação diz que os menores renderam dois funcionários para conseguir as chaves da quadra. Lá, quebraram a parede que dá acesso ao pátio e pularam o muro. O comunicado diz que os servidores tiveram ferimentos sem gravidade. Também afirma que a Justiça e os familiares dos menores foram informados da ocorrência. Até a manhã desta segunda-feira (12), a Polícia Militar recapturou nove fugitivos. Segundo a fundação, eles passarão por uma comissão de avaliação disciplinar e poderão sofrer punições, que ainda não foram definidas. A Corregedoria da Fundação Casa instaurou sindicância para apurar as circunstâncias da fuga, com prazo de conclusão de 90 dias. A instituição diz que não houve rebelião na unidade e nega que haja superlotação, já que a capacidade do centro é de 64 internos. | cotidiano | Mais da metade dos internos foge da Fundação Casa de SantosMais da metade dos internos na Fundação Casa (antiga Febem) de Santos, no litoral sul de São Paulo, fugiram da unidade na noite deste domingo (11), por volta das 21h. Segundo o centro socioeducativo, 37 dos 62 adolescentes escaparam quando eram recolhidos ao dormitório. Em nota, a fundação diz que os menores renderam dois funcionários para conseguir as chaves da quadra. Lá, quebraram a parede que dá acesso ao pátio e pularam o muro. O comunicado diz que os servidores tiveram ferimentos sem gravidade. Também afirma que a Justiça e os familiares dos menores foram informados da ocorrência. Até a manhã desta segunda-feira (12), a Polícia Militar recapturou nove fugitivos. Segundo a fundação, eles passarão por uma comissão de avaliação disciplinar e poderão sofrer punições, que ainda não foram definidas. A Corregedoria da Fundação Casa instaurou sindicância para apurar as circunstâncias da fuga, com prazo de conclusão de 90 dias. A instituição diz que não houve rebelião na unidade e nega que haja superlotação, já que a capacidade do centro é de 64 internos. | 6 |
Maioria dos vereadores de SP condena prisão de militantes do MTST | Vinte e nove dos 55 vereadores de SP, de 14 partidos diferentes, assinaram um documento condenando a prisão de três militantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) nos protestos de sexta (28), acusados de tentativa de incêndio e crime de explosão. O texto, do vereador Toninho Vespoli (PSOL), afirma que não há provas e que a decisão de prendê-los "remonta ao período militar". Leia a coluna completa aqui. | colunas | Maioria dos vereadores de SP condena prisão de militantes do MTSTVinte e nove dos 55 vereadores de SP, de 14 partidos diferentes, assinaram um documento condenando a prisão de três militantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) nos protestos de sexta (28), acusados de tentativa de incêndio e crime de explosão. O texto, do vereador Toninho Vespoli (PSOL), afirma que não há provas e que a decisão de prendê-los "remonta ao período militar". Leia a coluna completa aqui. | 10 |
Vaca é heroína de primeiro livro de David Duchovny, ator de 'Arquivo X' | David Duchovny diz que ser ator foi algo que surgiu de sua política pessoal: seguir as oportunidades. Embora conhecido mundialmente como o Fox Mulder da série "Arquivo X", ele se considera, antes de tudo, um escritor. Depois de alguns roteiros para TV e cinema, a prova definitiva disso acaba de chegar às livrarias brasileiras. "Holy Cow - Uma Fábula Animal" é seu romance de estreia, de 2015, divertida história narrada por Elsie, vaca que descobre a terrível verdade: homens matam e comem vacas! A passagem do livro em que a personagem chega ao matadouro e se depara com seu destino é realmente assustadora. Algo comparável à morte da mãe do Bambi no desenho clássico da Disney. "A vaca narradora foi uma dessa ideias que surgem na sua cabeça sem avisar, enquanto você está dirigindo seu carro", conta Duchovny por telefone à Folha, falando de Los Angeles. "Pensei que, se eu fosse uma vaca, o melhor lugar para viver seria a Índia, onde é um animal sagrado e intocável. Elsie acreditava que sua mãe e as outras vacas tinham sumido, que esse era seu destino tranquilo numa vida agradável. Descobrir a indústria da carne a leva a fugir." Elsie cai na estrada com dois amigos que também buscam lugares seguros para viver. Vão com ela o porco Shalom, que adotou esse nome ao se converter ao judaísmo para morar em Israel (onde não se come porco), e o peru Tom, louco para ir até a Turquia, que acredita ser uma terra mágica dos perus -em inglês, os nomes "peru" e "Turquia" se escrevem com a mesma palavra, "turkey". Apesar do mote, Duchovny não foi um garoto de fazenda. "Sou da cidade grande, nasci e cresci em Manhattan. Precisava de personagens que se sentissem deslocados e de algo que provocasse sua fuga desesperada." escritor e músico Aos 55 anos, a entrada na vida literária parece tardia, principalmente para alguém que estudou literatura inglesa, com bacharelado pela Universidade de Princeton e mestrado em Yale. "Eu me sinto mais seguro como escritor do que como ator", conta Duchovny, que lança em abril seu segundo romance, "Bucky F*cking Dent". "São bem diferentes. Pensei na história de Elsie como filme para crianças. Mas sinto que meu caminho deve seguir o segundo livro, a novela urbana, contemporânea." Duchovny diz que não teve a preocupação de escrever algo próximo do universo fantástico de "Arquivo X" -sua colega de série Gillian Anderson escreveu romances de ficção científica. "Não fico pensando em 'Arquivo X' no meu dia a dia. Fiz outras duas séries de TV ['Californication' e 'Aquarius'], escrevo, lancei meu disco." O próximo passo dele é uma turnê na Europa para mostrar "Hell or Highwater", álbum de baladas que lembram muito as do roqueiro Tom Petty. "Escuto sempre a rádio de Tom Petty, que transmite sua obra e músicas das quais ele gosta. Não nego a influência", conta Duchvony, o ator, cantor e escritor. HOLY COW - UMA FÁBULA ANIMAL AUTOR David Duchovny TRADUTORA Renata Pettengil EDITORA Record QUANTO R$ 35 (210 págs.) | ilustrada | Vaca é heroína de primeiro livro de David Duchovny, ator de 'Arquivo X'David Duchovny diz que ser ator foi algo que surgiu de sua política pessoal: seguir as oportunidades. Embora conhecido mundialmente como o Fox Mulder da série "Arquivo X", ele se considera, antes de tudo, um escritor. Depois de alguns roteiros para TV e cinema, a prova definitiva disso acaba de chegar às livrarias brasileiras. "Holy Cow - Uma Fábula Animal" é seu romance de estreia, de 2015, divertida história narrada por Elsie, vaca que descobre a terrível verdade: homens matam e comem vacas! A passagem do livro em que a personagem chega ao matadouro e se depara com seu destino é realmente assustadora. Algo comparável à morte da mãe do Bambi no desenho clássico da Disney. "A vaca narradora foi uma dessa ideias que surgem na sua cabeça sem avisar, enquanto você está dirigindo seu carro", conta Duchovny por telefone à Folha, falando de Los Angeles. "Pensei que, se eu fosse uma vaca, o melhor lugar para viver seria a Índia, onde é um animal sagrado e intocável. Elsie acreditava que sua mãe e as outras vacas tinham sumido, que esse era seu destino tranquilo numa vida agradável. Descobrir a indústria da carne a leva a fugir." Elsie cai na estrada com dois amigos que também buscam lugares seguros para viver. Vão com ela o porco Shalom, que adotou esse nome ao se converter ao judaísmo para morar em Israel (onde não se come porco), e o peru Tom, louco para ir até a Turquia, que acredita ser uma terra mágica dos perus -em inglês, os nomes "peru" e "Turquia" se escrevem com a mesma palavra, "turkey". Apesar do mote, Duchovny não foi um garoto de fazenda. "Sou da cidade grande, nasci e cresci em Manhattan. Precisava de personagens que se sentissem deslocados e de algo que provocasse sua fuga desesperada." escritor e músico Aos 55 anos, a entrada na vida literária parece tardia, principalmente para alguém que estudou literatura inglesa, com bacharelado pela Universidade de Princeton e mestrado em Yale. "Eu me sinto mais seguro como escritor do que como ator", conta Duchovny, que lança em abril seu segundo romance, "Bucky F*cking Dent". "São bem diferentes. Pensei na história de Elsie como filme para crianças. Mas sinto que meu caminho deve seguir o segundo livro, a novela urbana, contemporânea." Duchovny diz que não teve a preocupação de escrever algo próximo do universo fantástico de "Arquivo X" -sua colega de série Gillian Anderson escreveu romances de ficção científica. "Não fico pensando em 'Arquivo X' no meu dia a dia. Fiz outras duas séries de TV ['Californication' e 'Aquarius'], escrevo, lancei meu disco." O próximo passo dele é uma turnê na Europa para mostrar "Hell or Highwater", álbum de baladas que lembram muito as do roqueiro Tom Petty. "Escuto sempre a rádio de Tom Petty, que transmite sua obra e músicas das quais ele gosta. Não nego a influência", conta Duchvony, o ator, cantor e escritor. HOLY COW - UMA FÁBULA ANIMAL AUTOR David Duchovny TRADUTORA Renata Pettengil EDITORA Record QUANTO R$ 35 (210 págs.) | 1 |
Exposição em Fukushima prejudica relação entre arte e política | Não surpreende que a arte se renda à atração da política. O drama e a emoção de um mundo em conflito oferecem imagens comoventes e dolorosas. Mas a arte é realmente capaz de gerar uma discussão útil sobre acontecimentos mundiais, ou será que ela encoraja reações superficiais e emotivas? Uma exposição na zona de exclusão de Fukushima, no Japão, exemplifica o que estou dizendo. Isso mesmo, na zona de exclusão de Fukushima -a área de 20 quilômetros em volta da usina nuclear de Fukushima Daiichi, que foi danificada no terremoto devastador de 2011 no Japão e da qual vazou radiação. Vários artistas, incluindo Ai Weiwei, Taryn Simon, Miyanaga Aiko, Meiro Koizumi, Takekawa Nobuaki, Ahmet Ogut e Trevor Paglen, estão expondo trabalhos seus em um ambiente tóxico, um espaço pós-apocalíptico mortal. Você deve poder imaginar a cena. Ou não. Não duvido que esses artistas todos criem obras interessantes, mas a "exposição" é mera jogada, um simples gesto. Literalmente ninguém poderá visitar essa mostra. Ela é real, mas só pode ser visualizada. A arte exposta é concretamente invisível, como a própria radiação. Então ela nos faz refletir, certo? Na realidade, não. Ao lamentar o desastre de Fukushima e chamar a atenção ao suposto horror e escândalo desse vazamento radiativo, a exposição, em vez de ser um convite à reflexão, a impede. Uma zona de exclusão nuclear é um lugar estranho, sem dúvida alguma, mas será que significa o que os artistas querem que concordemos que significa? Esse lugar é uma imagem da insensatez humana e da ciência sinistra? É interessante que, quatro anos após a catástrofe, Fukushima atraia mais manchetes que os próprios terremoto e tsunami que devastaram o Japão em 2011. O desastre natural fez 15.890 mortos. Deixou muitíssimos feridos e devastação estrutural imensa. Mas era algo que estava fora do controle humano; não há ninguém com quem nos enfurecermos. A culpa é da própria Terra. Os danos à usina nuclear foram apenas parte daquela enorme catástrofe natural -mas viraram "icônicos", tópicos próprios para exposições de arte, porque despertam as emoções intensas que a energia nuclear sempre desencadeia. Ninguém morreu em consequência do vazamento radiativo de Fukushima, e a Organização Mundial de Saúde diz que mesmo os funcionários da usina não foram expostos a níveis importantes de radiação. Trata-se, na realidade, de um exemplo de acidente nuclear bem administrado e contido com êxito. Em uma das piores catástrofes naturais dos tempos modernos, um cataclismo que abalou profundamente a sofisticada sociedade moderna, o pesadelo de um acidente nuclear letal foi evitado. Isso mesmo. Se encarássemos o que aconteceu de modo racional, Fukushima não seria visto como sinônimo de algo assustador, próprio de ficção científica. Em vez disso, seria visto como símbolo brilhante de otimismo quanto à nossa capacidade de utilizar essa forma de energia com segurança, mesmo quando submetidos às provações mais difíceis. George Monbiot escandalizou o movimento verde ao chamar a atenção a isso no "Guardian" em 2011. Promover um debate racional poderia ser mais útil do que apenas nos fartarmos mais uma vez com a imagem apocalíptica do desastre nuclear. Os artistas que estão expondo na zona de exclusão de Fukushima fariam mais bem se lançassem uma discussão com a ciência sobre os prós e contras da energia nuclear como solução ao aquecimento global. Em vez disso, esta e outras exposições sobre Fukushima (uma mostra recente inspirada no desastre incluiu as fotos fantasmagóricas de Sigmar Polke de massas verdes criadas pela exposição de urânio a papel sensível) se alongam sobre as imagens estereotipadas de catástrofe nuclear, do tipo que não muda desde a Guerra Fria. É claro que o mal-estar é intensificado pela história trágica do Japão, o único país na história a ter sido atacado com armas nucleares. Mas a energia nuclear civil não é o mesmo que a guerra nuclear. Ela pode até fazer parte de um futuro melhor para nosso planeta. Precisamos, no mínimo, de mais debates imparciais -e, desde as pinturas de bomba atômica de Andy Warhol, os artistas vêm dificultando essa discussão. Começo a pensar que a política requer menos arte e mais ciência. Tradução de CLARA ALLAIN | ilustrissima | Exposição em Fukushima prejudica relação entre arte e políticaNão surpreende que a arte se renda à atração da política. O drama e a emoção de um mundo em conflito oferecem imagens comoventes e dolorosas. Mas a arte é realmente capaz de gerar uma discussão útil sobre acontecimentos mundiais, ou será que ela encoraja reações superficiais e emotivas? Uma exposição na zona de exclusão de Fukushima, no Japão, exemplifica o que estou dizendo. Isso mesmo, na zona de exclusão de Fukushima -a área de 20 quilômetros em volta da usina nuclear de Fukushima Daiichi, que foi danificada no terremoto devastador de 2011 no Japão e da qual vazou radiação. Vários artistas, incluindo Ai Weiwei, Taryn Simon, Miyanaga Aiko, Meiro Koizumi, Takekawa Nobuaki, Ahmet Ogut e Trevor Paglen, estão expondo trabalhos seus em um ambiente tóxico, um espaço pós-apocalíptico mortal. Você deve poder imaginar a cena. Ou não. Não duvido que esses artistas todos criem obras interessantes, mas a "exposição" é mera jogada, um simples gesto. Literalmente ninguém poderá visitar essa mostra. Ela é real, mas só pode ser visualizada. A arte exposta é concretamente invisível, como a própria radiação. Então ela nos faz refletir, certo? Na realidade, não. Ao lamentar o desastre de Fukushima e chamar a atenção ao suposto horror e escândalo desse vazamento radiativo, a exposição, em vez de ser um convite à reflexão, a impede. Uma zona de exclusão nuclear é um lugar estranho, sem dúvida alguma, mas será que significa o que os artistas querem que concordemos que significa? Esse lugar é uma imagem da insensatez humana e da ciência sinistra? É interessante que, quatro anos após a catástrofe, Fukushima atraia mais manchetes que os próprios terremoto e tsunami que devastaram o Japão em 2011. O desastre natural fez 15.890 mortos. Deixou muitíssimos feridos e devastação estrutural imensa. Mas era algo que estava fora do controle humano; não há ninguém com quem nos enfurecermos. A culpa é da própria Terra. Os danos à usina nuclear foram apenas parte daquela enorme catástrofe natural -mas viraram "icônicos", tópicos próprios para exposições de arte, porque despertam as emoções intensas que a energia nuclear sempre desencadeia. Ninguém morreu em consequência do vazamento radiativo de Fukushima, e a Organização Mundial de Saúde diz que mesmo os funcionários da usina não foram expostos a níveis importantes de radiação. Trata-se, na realidade, de um exemplo de acidente nuclear bem administrado e contido com êxito. Em uma das piores catástrofes naturais dos tempos modernos, um cataclismo que abalou profundamente a sofisticada sociedade moderna, o pesadelo de um acidente nuclear letal foi evitado. Isso mesmo. Se encarássemos o que aconteceu de modo racional, Fukushima não seria visto como sinônimo de algo assustador, próprio de ficção científica. Em vez disso, seria visto como símbolo brilhante de otimismo quanto à nossa capacidade de utilizar essa forma de energia com segurança, mesmo quando submetidos às provações mais difíceis. George Monbiot escandalizou o movimento verde ao chamar a atenção a isso no "Guardian" em 2011. Promover um debate racional poderia ser mais útil do que apenas nos fartarmos mais uma vez com a imagem apocalíptica do desastre nuclear. Os artistas que estão expondo na zona de exclusão de Fukushima fariam mais bem se lançassem uma discussão com a ciência sobre os prós e contras da energia nuclear como solução ao aquecimento global. Em vez disso, esta e outras exposições sobre Fukushima (uma mostra recente inspirada no desastre incluiu as fotos fantasmagóricas de Sigmar Polke de massas verdes criadas pela exposição de urânio a papel sensível) se alongam sobre as imagens estereotipadas de catástrofe nuclear, do tipo que não muda desde a Guerra Fria. É claro que o mal-estar é intensificado pela história trágica do Japão, o único país na história a ter sido atacado com armas nucleares. Mas a energia nuclear civil não é o mesmo que a guerra nuclear. Ela pode até fazer parte de um futuro melhor para nosso planeta. Precisamos, no mínimo, de mais debates imparciais -e, desde as pinturas de bomba atômica de Andy Warhol, os artistas vêm dificultando essa discussão. Começo a pensar que a política requer menos arte e mais ciência. Tradução de CLARA ALLAIN | 18 |
Interpol exclui Maluf de sua lista de procurados na internet | O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e seu filho Flávio não estão mais na lista pública de procurados pela Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal. A Folha procurou o deputado, sua assessoria de imprensa e seu advogado. Todos se recusaram a falar sobre o caso. Os nomes do deputado e do filho foram incluídos na lista em 2010, em uma relação chamada "alerta vermelho". Eles apareciam na página da Interpol na internet como procurados por duas condenações nos Estados Unidos: fraude e roubo. Maluf poderia ser preso caso fosse ao exterior, já que a ordem de prisão poderia ser executada nos 189 países além do Brasil onde a polícia internacional atua. O deputado foi condenado pela Justiça de Nova York –que pediu sua prisão preventiva em 2007– pelo crime de "conspiração em quarto grau" por ter usado uma agência bancária da metrópole americana para depositar dinheiro desviado das obras da avenida Água Espraiada, feita durante o período em que foi prefeito de São Paulo (1993-1996). Segundo a Promotoria do Estado americano, US$ 11,7 milhões dos recursos desviados passaram pelo banco Safra. Ele nega as acusações. Em maio de 2014, segundo a Folha antecipou, os advogados do deputado em Nova York propuseram um acordo à Promotoria do Estado americano, pelo qual o pepista pagaria uma multa de US$ 1 milhão (R$ 2,2 milhões, à época) para se livrar da ordem de prisão preventiva. Maluf também entregaria um anel de Sylvia Maluf que estava nos Estados Unidos, avaliado em US$ 250 mil (R$ 557 mil, também em valores da época). O anel, de rubi e diamantes, foi enviado para ser leiloado nos EUA e acabou apreendido. JUSTIÇA FRANCESA Em março de 2016, a Justiça francesa condenou o deputado a uma sentença de três anos de prisão, por considerar que ele, junto com a mulher e o filho, chefiou uma quadrilha, com a mulher e o filho, para lavar pelo menos US$ 7 milhões (R$ 27 milhões), produto de corrupção e de recursos públicos desviados no Brasil. A quantia de dinheiro lavado na França ultrapassa US$ 7 milhões entre os anos de 1996 e 2003. Os recursos abasteceram três contas em nome de Sylvia Maluf, nas agências parisienses do JP Morgan, Crédit Industriel d'Alsace Lorraine e Crédit Agricole. Antes de chegar a Paris, diz a decisão, o dinheiro saiu do Brasil e circulou por contas secretas em pelo menos quatro paraísos fiscais: Suíça, em Luxemburgo, nas Ilhas Cayman e Bahamas. Cabe recurso à Corte de Apelação francesa. Segundo deputado, todo o dinheiro das contas é legal. | poder | Interpol exclui Maluf de sua lista de procurados na internetO deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e seu filho Flávio não estão mais na lista pública de procurados pela Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal. A Folha procurou o deputado, sua assessoria de imprensa e seu advogado. Todos se recusaram a falar sobre o caso. Os nomes do deputado e do filho foram incluídos na lista em 2010, em uma relação chamada "alerta vermelho". Eles apareciam na página da Interpol na internet como procurados por duas condenações nos Estados Unidos: fraude e roubo. Maluf poderia ser preso caso fosse ao exterior, já que a ordem de prisão poderia ser executada nos 189 países além do Brasil onde a polícia internacional atua. O deputado foi condenado pela Justiça de Nova York –que pediu sua prisão preventiva em 2007– pelo crime de "conspiração em quarto grau" por ter usado uma agência bancária da metrópole americana para depositar dinheiro desviado das obras da avenida Água Espraiada, feita durante o período em que foi prefeito de São Paulo (1993-1996). Segundo a Promotoria do Estado americano, US$ 11,7 milhões dos recursos desviados passaram pelo banco Safra. Ele nega as acusações. Em maio de 2014, segundo a Folha antecipou, os advogados do deputado em Nova York propuseram um acordo à Promotoria do Estado americano, pelo qual o pepista pagaria uma multa de US$ 1 milhão (R$ 2,2 milhões, à época) para se livrar da ordem de prisão preventiva. Maluf também entregaria um anel de Sylvia Maluf que estava nos Estados Unidos, avaliado em US$ 250 mil (R$ 557 mil, também em valores da época). O anel, de rubi e diamantes, foi enviado para ser leiloado nos EUA e acabou apreendido. JUSTIÇA FRANCESA Em março de 2016, a Justiça francesa condenou o deputado a uma sentença de três anos de prisão, por considerar que ele, junto com a mulher e o filho, chefiou uma quadrilha, com a mulher e o filho, para lavar pelo menos US$ 7 milhões (R$ 27 milhões), produto de corrupção e de recursos públicos desviados no Brasil. A quantia de dinheiro lavado na França ultrapassa US$ 7 milhões entre os anos de 1996 e 2003. Os recursos abasteceram três contas em nome de Sylvia Maluf, nas agências parisienses do JP Morgan, Crédit Industriel d'Alsace Lorraine e Crédit Agricole. Antes de chegar a Paris, diz a decisão, o dinheiro saiu do Brasil e circulou por contas secretas em pelo menos quatro paraísos fiscais: Suíça, em Luxemburgo, nas Ilhas Cayman e Bahamas. Cabe recurso à Corte de Apelação francesa. Segundo deputado, todo o dinheiro das contas é legal. | 0 |
Dólar renova mínima em mais de 6 meses; Bolsa fecha em leve alta | O dólar terminou em queda ante o real nesta sexta-feira (11), mais uma vez influenciado pelas expectativas de investidores quanto um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff. O Ibovespa manteve-se volátil e encerrou o pregão com alta moderada, sustentado pelo bom humor externo. O clima, no entanto, era de cautela, com o mercado local aguardando os desdobramentos dos eventos políticos marcados para o fim de semana. Neste sábado (12), haverá a convenção do PMDB —que pode marcar o afastamento da sigla, ou não, do governo Dilma. No domingo (13), estão previstos protestos pró-impeachment em todo o país. O dólar comercial perdeu 1,42%, a R$ 3,5900, o nível mais baixo desde 28 de agosto de 2015 (R$ 3,5870). A moeda americana à vista fechou em baixa 0,96%, a R$ 3,6160 — também o menor patamar desde 28 de agosto do ano passado (R$ 3,5846). Desde o pico de alta da moeda americana, em 21 de janeiro deste ano, quando chegou a R$ 4,1473 —o maior valor nominal (sem correção pela inflação) desde a criação do Plano Real, em 1994—, o dólar à vista já caiu 12,8%. Somente neste mês de março, acumula queda de 8,9%. Já o dólar comercial recuou 13,8% desde 21 de janeiro, quando também atingiu o maior valor nominal desde o Plano Real (R$ 4,1660). "Temos visto a queda da moeda americana [ante o real] sem correlação ao que acontece nos pares emergentes. O fator político é o grande direcionador da moeda e assim será por algum tempo", escreveu o analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos. "Os desdobramentos políticos têm impacto tão forte na economia que o noticiário de Brasília e o policial têm mais efeito que os movimentos de commodities externas." Os juros futuros também encerraram a sessão em baixa: o contrato de DI para janeiro de 2017 passou de 13,830% na véspera para 13,730%; o contrato de DI para janeiro de 2021 saiu de 14,290% para 14,190%. Analistas acreditam que há espaço para um corte na taxa básica de juros (Selic) no segundo semestre, com a desaceleração da inflação. Dólar - Variação da moeda em 2016 BOLSA O Ibovespa fechou com leve ganho de 0,14%, aos 49.638,67 pontos. O giro financeiro foi de R$ 9,836 bilhões. Neste ano, o indice acumula alta de 14,51%. Segundo operadores, o otimismo quanto a uma eventual saída de Dilma do poder prevalece no mercado de ações, mas o tom desta sexta-feira foi de cautela em relação aos eventos políticos do final de semana. Contudo, o cenário externo favorável e o avanço do petróleo seguraram o principal índice da Bolsa paulista no campo positivo. As ações da Petrobras ganharam 1,76% na PN (R$ 8,09) e 2,85% na ON (R$ 10,09). Em Londres, o petróleo Brent tinha alta de 0,95%, a US$ 40,43; nos EUA, o WTI ganhava 1,98%, a US$ 38,59. Um relatório da AIE (Agência Internacional de Energia) apontou que os preços do petróleo "chegaram ao fundo do poço", o que estimulou a alta da commodity nesta sessão. A maior parte dos papéis do setor financeiro terminou o pregão com ganhos, com destaque para Banco do Brasil ON, que avançou 6,27%, a R$ 22,85. EXTERIOR Em Wall Street, o Dow Jones fechou com ganho de 1,28%, o S&P 500 subiu 1,64% e o Nasdaq, +1,85%. As Bolsas europeias terminaram com altas expressivas: Londres (+1,71%); Paris (+3,27%); Frankfurt (+3,51%); Madri (+3,69%); e Milão (+4,80%). Além do avanço do petróleo, as Bolsas se recuperaram do tombo da véspera, com os investidores reavaliando de maneira mais positiva as medidas de estímulo anunciadas pelo BCE (Banco Central Europeu) no dia anterior. Na Ásia, as Bolsas chinesas encerraram as operações desta sexta-feira em ligeira alta. | mercado | Dólar renova mínima em mais de 6 meses; Bolsa fecha em leve altaO dólar terminou em queda ante o real nesta sexta-feira (11), mais uma vez influenciado pelas expectativas de investidores quanto um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff. O Ibovespa manteve-se volátil e encerrou o pregão com alta moderada, sustentado pelo bom humor externo. O clima, no entanto, era de cautela, com o mercado local aguardando os desdobramentos dos eventos políticos marcados para o fim de semana. Neste sábado (12), haverá a convenção do PMDB —que pode marcar o afastamento da sigla, ou não, do governo Dilma. No domingo (13), estão previstos protestos pró-impeachment em todo o país. O dólar comercial perdeu 1,42%, a R$ 3,5900, o nível mais baixo desde 28 de agosto de 2015 (R$ 3,5870). A moeda americana à vista fechou em baixa 0,96%, a R$ 3,6160 — também o menor patamar desde 28 de agosto do ano passado (R$ 3,5846). Desde o pico de alta da moeda americana, em 21 de janeiro deste ano, quando chegou a R$ 4,1473 —o maior valor nominal (sem correção pela inflação) desde a criação do Plano Real, em 1994—, o dólar à vista já caiu 12,8%. Somente neste mês de março, acumula queda de 8,9%. Já o dólar comercial recuou 13,8% desde 21 de janeiro, quando também atingiu o maior valor nominal desde o Plano Real (R$ 4,1660). "Temos visto a queda da moeda americana [ante o real] sem correlação ao que acontece nos pares emergentes. O fator político é o grande direcionador da moeda e assim será por algum tempo", escreveu o analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos. "Os desdobramentos políticos têm impacto tão forte na economia que o noticiário de Brasília e o policial têm mais efeito que os movimentos de commodities externas." Os juros futuros também encerraram a sessão em baixa: o contrato de DI para janeiro de 2017 passou de 13,830% na véspera para 13,730%; o contrato de DI para janeiro de 2021 saiu de 14,290% para 14,190%. Analistas acreditam que há espaço para um corte na taxa básica de juros (Selic) no segundo semestre, com a desaceleração da inflação. Dólar - Variação da moeda em 2016 BOLSA O Ibovespa fechou com leve ganho de 0,14%, aos 49.638,67 pontos. O giro financeiro foi de R$ 9,836 bilhões. Neste ano, o indice acumula alta de 14,51%. Segundo operadores, o otimismo quanto a uma eventual saída de Dilma do poder prevalece no mercado de ações, mas o tom desta sexta-feira foi de cautela em relação aos eventos políticos do final de semana. Contudo, o cenário externo favorável e o avanço do petróleo seguraram o principal índice da Bolsa paulista no campo positivo. As ações da Petrobras ganharam 1,76% na PN (R$ 8,09) e 2,85% na ON (R$ 10,09). Em Londres, o petróleo Brent tinha alta de 0,95%, a US$ 40,43; nos EUA, o WTI ganhava 1,98%, a US$ 38,59. Um relatório da AIE (Agência Internacional de Energia) apontou que os preços do petróleo "chegaram ao fundo do poço", o que estimulou a alta da commodity nesta sessão. A maior parte dos papéis do setor financeiro terminou o pregão com ganhos, com destaque para Banco do Brasil ON, que avançou 6,27%, a R$ 22,85. EXTERIOR Em Wall Street, o Dow Jones fechou com ganho de 1,28%, o S&P 500 subiu 1,64% e o Nasdaq, +1,85%. As Bolsas europeias terminaram com altas expressivas: Londres (+1,71%); Paris (+3,27%); Frankfurt (+3,51%); Madri (+3,69%); e Milão (+4,80%). Além do avanço do petróleo, as Bolsas se recuperaram do tombo da véspera, com os investidores reavaliando de maneira mais positiva as medidas de estímulo anunciadas pelo BCE (Banco Central Europeu) no dia anterior. Na Ásia, as Bolsas chinesas encerraram as operações desta sexta-feira em ligeira alta. | 2 |
Segunda tem palestras inspiradoras e festas para quem ainda está no pique | DE SÃO PAULO São Paulo, 6 de junho de 2016. Segunda-feira. Bom dia para você que se divertiu à beça e vai deixar com inveja os colegas de trabalho com tanta história sobre seu fim de semana. Veja o que você precisa saber para tocar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE A partir das 10h o Allianz Parque recebe o TEDxSão Paulo, que terá entre os 18 palestrantes nomes como o do professor de filosofia Clóvis de Barros Filho e o do Dream Team do Passinho. Os ingressos, que já estão no segundo lote, custam a partir de R$ 145. Clarisse Abujamra interpreta a pintora Galactica, musa das artes plásticas e do feminismo, na peça "Cenas de uma Execução", em exibição no Teatro Sergio Cardoso, na Bela Vista. Ingressos custam R$ 50 e podem ser comprados pela internet. Para quem não queimou toda a energia no fim de semana, duas festas agitam a noite paulistana em lugares de público mais moderninho. Uma delas é a GTA, no Mandíbula, que fica na galeria Metrópole, na Praça Dom José Gaspar –e terá ambiente animado com muitos hits da música negra. A outra é a Motown on Mondays, no Bar Secreto, cuja versão paulistana é apenas uma das que ocorrerão simultaneamente em cidades como Los Angeles, São Francisco, Chicago e Honolulu. * PARA TER ASSUNTO O ex-ministro Jarbas Passarinho morreu na manhã deste domingo aos 96 anos. Nascido no Acre, Passarinho foi governador do Pará (entre 1964-1966), senador por três mandatos, comandou ministérios nos governos militares e chefiou o ministério da Justiça no governo de Fernando Collor. Com a repercussão das declarações contrárias ao aborto e suspeita contra a ex-deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-SP), o presidente interino, Michel Temer, reavalia a indicação de Pelaes para a chefia da secretaria de políticas para as mulheres. Novak Djokovic, tenista número 1 do mundo, foi campeão da edição 2016 do torneio Roland Garros. Com o título, ele se torna o terceiro homem do mundo a conquistar os quatro Grand Slams (Aberto da Austrália, Aberto dos Estados Unidos, Wimbledon e Roland Garros). Djokovic venceu o inglês Andy Murray por 3 sets a 1 (perdeu o primeiro, mas ganhou os outros três). Após o término da partida, o sérvio homenageou o brasileiro Gustavo Kuerten desenhando um coração no chão e deitando na quadra, como Guga fez ao conquistar tricampeonato em 2001. Veja o vídeo aqui. * É MELHOR PREVENIR... A previsão é de que o céu fique nublado ao longo do dia, com pancadas de chuva pipocando ao longo das horas. A temperatura máxima deve ficar em 21ºC. A mínima deve ser de 17ºC. A av. Sumaré terá uma faixa parcialmente interditada a partir das meia-noite de domingo para segunda entre a praça Marrey Júnior e a rua Doutor Homem de Melo. O bloqueio se dá em razão de obras de ampliação de galerias dos córregos Sumaré e Água Preta. O trânsito no viaduto Santo Amaro terá a velocidade máxima permitida reduzida para 20 km/h a partir das 5h. A mudança deve durar 50 dias e ocorrem devido às obras de recuperação da estrutura, danificada em fevereiro deste ano após um acidente envolvendo dois caminhões. * SEUS AMIGOS VÃO FALAR DISSO A polêmica envolvendo Johnny Depp e a mulher Amber Heard, a ida de Zezé Di Camargo a um bordel de luxo "por engano" e o boicote ao "Programa do Ratinho". Veja o que bombou ao longo da última semana para não ficar de fora das piadas no WhatsApp. | saopaulo | Segunda tem palestras inspiradoras e festas para quem ainda está no piqueDE SÃO PAULO São Paulo, 6 de junho de 2016. Segunda-feira. Bom dia para você que se divertiu à beça e vai deixar com inveja os colegas de trabalho com tanta história sobre seu fim de semana. Veja o que você precisa saber para tocar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE A partir das 10h o Allianz Parque recebe o TEDxSão Paulo, que terá entre os 18 palestrantes nomes como o do professor de filosofia Clóvis de Barros Filho e o do Dream Team do Passinho. Os ingressos, que já estão no segundo lote, custam a partir de R$ 145. Clarisse Abujamra interpreta a pintora Galactica, musa das artes plásticas e do feminismo, na peça "Cenas de uma Execução", em exibição no Teatro Sergio Cardoso, na Bela Vista. Ingressos custam R$ 50 e podem ser comprados pela internet. Para quem não queimou toda a energia no fim de semana, duas festas agitam a noite paulistana em lugares de público mais moderninho. Uma delas é a GTA, no Mandíbula, que fica na galeria Metrópole, na Praça Dom José Gaspar –e terá ambiente animado com muitos hits da música negra. A outra é a Motown on Mondays, no Bar Secreto, cuja versão paulistana é apenas uma das que ocorrerão simultaneamente em cidades como Los Angeles, São Francisco, Chicago e Honolulu. * PARA TER ASSUNTO O ex-ministro Jarbas Passarinho morreu na manhã deste domingo aos 96 anos. Nascido no Acre, Passarinho foi governador do Pará (entre 1964-1966), senador por três mandatos, comandou ministérios nos governos militares e chefiou o ministério da Justiça no governo de Fernando Collor. Com a repercussão das declarações contrárias ao aborto e suspeita contra a ex-deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-SP), o presidente interino, Michel Temer, reavalia a indicação de Pelaes para a chefia da secretaria de políticas para as mulheres. Novak Djokovic, tenista número 1 do mundo, foi campeão da edição 2016 do torneio Roland Garros. Com o título, ele se torna o terceiro homem do mundo a conquistar os quatro Grand Slams (Aberto da Austrália, Aberto dos Estados Unidos, Wimbledon e Roland Garros). Djokovic venceu o inglês Andy Murray por 3 sets a 1 (perdeu o primeiro, mas ganhou os outros três). Após o término da partida, o sérvio homenageou o brasileiro Gustavo Kuerten desenhando um coração no chão e deitando na quadra, como Guga fez ao conquistar tricampeonato em 2001. Veja o vídeo aqui. * É MELHOR PREVENIR... A previsão é de que o céu fique nublado ao longo do dia, com pancadas de chuva pipocando ao longo das horas. A temperatura máxima deve ficar em 21ºC. A mínima deve ser de 17ºC. A av. Sumaré terá uma faixa parcialmente interditada a partir das meia-noite de domingo para segunda entre a praça Marrey Júnior e a rua Doutor Homem de Melo. O bloqueio se dá em razão de obras de ampliação de galerias dos córregos Sumaré e Água Preta. O trânsito no viaduto Santo Amaro terá a velocidade máxima permitida reduzida para 20 km/h a partir das 5h. A mudança deve durar 50 dias e ocorrem devido às obras de recuperação da estrutura, danificada em fevereiro deste ano após um acidente envolvendo dois caminhões. * SEUS AMIGOS VÃO FALAR DISSO A polêmica envolvendo Johnny Depp e a mulher Amber Heard, a ida de Zezé Di Camargo a um bordel de luxo "por engano" e o boicote ao "Programa do Ratinho". Veja o que bombou ao longo da última semana para não ficar de fora das piadas no WhatsApp. | 17 |
Governo Alckmin recua e não vai fechar escola rural em Piracicaba | O governo Geraldo Alckmin (PSDB) recuou, pela primeira vez, do fechamento de uma escola estadual. A unidade fica na zona rural de Piracicaba (a 160 km de São Paulo) e constava da lista de 94 escolas em todo o Estado que serão fechadas no processo de reorganização. O motivo é a distância maior que seria percorrida pelos estudantes para a escola onde seriam transferidos. Mães de alunos se reuniram e acionaram o Ministério Público. Em negociação, o grupo convenceu representantes do Estado de que o fechamento seria prejudicial às crianças. A escola Augusto Melega fica no bairro rural Campestre e abriga cerca de 150 alunos dos ensinos fundamental e médio, nos períodos diurno e matutino. Com a reorganização, eles seriam transferidos para a escola Attílio Lafratta, distante cerca de 8 km, já dentro da cidade. "Nós ficamos sabendo pela imprensa de que a escola rural seria fechada. Então nos mobilizamos e procuramos a Promotoria, que chamou os dirigentes de ensino para um acordo", disse disse Alessandra da Silva Soveges, que tem dois filhos de 15 e 13 anos na escola rural. Ela afirmou que o principal argumento usado foi a lei que não permite que os alunos estudem a mais de 1,5 km da residência familiar. "O governo entendeu a nossa reclamação e agora optou por voltar atrás da decisão", afirmou ela. "É uma escola muito boa para ser fechada." "Com toda a expertise, eles [moradores e alunos] nos mostraram novos caminhos, por meio de estradas rurais e vicinais, que nos fizeram perceber de que estávamos errados", afirmou Fábio Augusto Negreiros, diretor regional de ensino em Piracicaba. Segundo Negreiros, 95% dos alunos dependem do transporte escolar para chegar até a escola. Como o ônibus passava próximo à escola urbana, identificaram que a unidade rural poderia ser "fechada", o que agora não será mais necessário. As aulas permanecem em 2016. Piracicaba, porém, terá outra escola fechada. A escola estadual Professor Antonio de Mello Cotrim deverá ser usada pela prefeitura ou um outro órgão público estadual. Na região, São Pedro (a 192 km de São Paulo) também terá uma escola fechada. De acordo com o diretor regional, não há novas revogações previstas. A Secretaria de Estado da Educação, por meio de sua assessoria, também informou que não há novas decisões a respeito das outras 93 escolas que serão "fechadas" em todo o Estado. Infográfico: Mudanças na educação ESCOLAS INVADIDAS A Secretaria do Estado da Educação confirmou nesta sexta-feira (13) que sete escolas da rede paulista foram invadidas por alunos, que protestam contra a proposta de reorganização dos ciclos de ensino. Três escolas ficam na Grande São Paulo –Valdomiro Silveira, Diadema e Heloísa Assumpção – e as demais na capital paulista –Fernão Dias Paes, Dona Ana Rosa de Araújo, Salvador Allende Gossens e Castro Alves. A invasão mais recente aconteceu na manhã desta sexta na escola estadual Dona Ana Rosa de Araújo (zona oeste). Cerca de 200 estudantes invadiram o local por volta das 5h. A ocupação foi planejada por meio de grupos do aplicativo WhatsApp nos últimos dias. Já os alunos da escola Valdomiro Silveira, em Santo André (Grande SP), voltaram a invadir a unidade após o término das aulas do período noturno na noite desta quinta (12), informou a secretaria. A audiência de conciliação feita entre o governo Geraldo Alckmin (PSDB) e estudantes da escola estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros (zona oeste), terminou sem acordo na tarde desta sexta-feira (13). Agora, os alunos devem deixar a unidade até as 17h18 de sábado, ou poderão ser removidos pela polícia. Durante a reunião, os manifestantes conseguiram garantir três pedidos: 1) não haver sanção escolar na hipótese de desocupação da escola; 2) não haver qualificação no momento da saída dos ocupantes, sendo que eventuais atos ilícitos na esfera civil, administrativa ou penal seriam apurados sem qualificação criminal dos estudantes; 3) que os alunos que participaram da audiência pública pudessem retornar à escola ocupada. Duas solicitações dos jovens foram negadas: uma reunião, dentro da escola, com o secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, e que os estudantes tivessem autonomia para decidir quando entrariam e sairiam da escola. Como o pedido foi recusado, o juiz Alberto Alonso Muñoz deu o prazo de 24 horas para que os alunos deixem a unidade de ensino. O magistrado também estipulou que os estudantes não serão fichados pela polícia desde que saiam da escola dentro do prazo máximo. Caso o prazo não seja cumprido, ele determina que a "Polícia Militar não deverá valer-se de meios excessivos, devendo evitar o emprego da tropa de choque, escolhendo o corpo policial que estiver melhor treinado para assegurar os direitos previstos tanto na Constituição quanto no Estatuto da Criança e do Adolescente, devendo utilizar-se de negociador". | educacao | Governo Alckmin recua e não vai fechar escola rural em PiracicabaO governo Geraldo Alckmin (PSDB) recuou, pela primeira vez, do fechamento de uma escola estadual. A unidade fica na zona rural de Piracicaba (a 160 km de São Paulo) e constava da lista de 94 escolas em todo o Estado que serão fechadas no processo de reorganização. O motivo é a distância maior que seria percorrida pelos estudantes para a escola onde seriam transferidos. Mães de alunos se reuniram e acionaram o Ministério Público. Em negociação, o grupo convenceu representantes do Estado de que o fechamento seria prejudicial às crianças. A escola Augusto Melega fica no bairro rural Campestre e abriga cerca de 150 alunos dos ensinos fundamental e médio, nos períodos diurno e matutino. Com a reorganização, eles seriam transferidos para a escola Attílio Lafratta, distante cerca de 8 km, já dentro da cidade. "Nós ficamos sabendo pela imprensa de que a escola rural seria fechada. Então nos mobilizamos e procuramos a Promotoria, que chamou os dirigentes de ensino para um acordo", disse disse Alessandra da Silva Soveges, que tem dois filhos de 15 e 13 anos na escola rural. Ela afirmou que o principal argumento usado foi a lei que não permite que os alunos estudem a mais de 1,5 km da residência familiar. "O governo entendeu a nossa reclamação e agora optou por voltar atrás da decisão", afirmou ela. "É uma escola muito boa para ser fechada." "Com toda a expertise, eles [moradores e alunos] nos mostraram novos caminhos, por meio de estradas rurais e vicinais, que nos fizeram perceber de que estávamos errados", afirmou Fábio Augusto Negreiros, diretor regional de ensino em Piracicaba. Segundo Negreiros, 95% dos alunos dependem do transporte escolar para chegar até a escola. Como o ônibus passava próximo à escola urbana, identificaram que a unidade rural poderia ser "fechada", o que agora não será mais necessário. As aulas permanecem em 2016. Piracicaba, porém, terá outra escola fechada. A escola estadual Professor Antonio de Mello Cotrim deverá ser usada pela prefeitura ou um outro órgão público estadual. Na região, São Pedro (a 192 km de São Paulo) também terá uma escola fechada. De acordo com o diretor regional, não há novas revogações previstas. A Secretaria de Estado da Educação, por meio de sua assessoria, também informou que não há novas decisões a respeito das outras 93 escolas que serão "fechadas" em todo o Estado. Infográfico: Mudanças na educação ESCOLAS INVADIDAS A Secretaria do Estado da Educação confirmou nesta sexta-feira (13) que sete escolas da rede paulista foram invadidas por alunos, que protestam contra a proposta de reorganização dos ciclos de ensino. Três escolas ficam na Grande São Paulo –Valdomiro Silveira, Diadema e Heloísa Assumpção – e as demais na capital paulista –Fernão Dias Paes, Dona Ana Rosa de Araújo, Salvador Allende Gossens e Castro Alves. A invasão mais recente aconteceu na manhã desta sexta na escola estadual Dona Ana Rosa de Araújo (zona oeste). Cerca de 200 estudantes invadiram o local por volta das 5h. A ocupação foi planejada por meio de grupos do aplicativo WhatsApp nos últimos dias. Já os alunos da escola Valdomiro Silveira, em Santo André (Grande SP), voltaram a invadir a unidade após o término das aulas do período noturno na noite desta quinta (12), informou a secretaria. A audiência de conciliação feita entre o governo Geraldo Alckmin (PSDB) e estudantes da escola estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros (zona oeste), terminou sem acordo na tarde desta sexta-feira (13). Agora, os alunos devem deixar a unidade até as 17h18 de sábado, ou poderão ser removidos pela polícia. Durante a reunião, os manifestantes conseguiram garantir três pedidos: 1) não haver sanção escolar na hipótese de desocupação da escola; 2) não haver qualificação no momento da saída dos ocupantes, sendo que eventuais atos ilícitos na esfera civil, administrativa ou penal seriam apurados sem qualificação criminal dos estudantes; 3) que os alunos que participaram da audiência pública pudessem retornar à escola ocupada. Duas solicitações dos jovens foram negadas: uma reunião, dentro da escola, com o secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, e que os estudantes tivessem autonomia para decidir quando entrariam e sairiam da escola. Como o pedido foi recusado, o juiz Alberto Alonso Muñoz deu o prazo de 24 horas para que os alunos deixem a unidade de ensino. O magistrado também estipulou que os estudantes não serão fichados pela polícia desde que saiam da escola dentro do prazo máximo. Caso o prazo não seja cumprido, ele determina que a "Polícia Militar não deverá valer-se de meios excessivos, devendo evitar o emprego da tropa de choque, escolhendo o corpo policial que estiver melhor treinado para assegurar os direitos previstos tanto na Constituição quanto no Estatuto da Criança e do Adolescente, devendo utilizar-se de negociador". | 11 |
Maia prevê dificuldade nas tratativas da reforma da Previdência | O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirma que só depois da passagem do "furacão" que deve ser a votação da segunda denúncia contra Michel Temer será possível negociar com as lideranças no parlamento se a reforma da Previdência será ou não votada. Mesmo assim, as tratativas não serão nada fáceis. VIRA A PÁGINA Os parlamentares estariam já com certa raiva do assunto, o que exigiria uma ampla negociação para colocá-la em pauta. SOL Na segunda-feira (11), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, previu cenário mais otimista: segundo ele, a reforma será votada em outubro. CAMINHOS A defesa dos delatores da J&F tem pouca esperança de manter a delação deles integralmente em pé. Se a repactuação dos benefícios com a PGR (Procuradoria-Geral da República) não evoluir a contento, a saída para Joesley Batista e Ricardo Saud, entendem advogados criminalistas, seria partir para o tudo ou nada e tentar anular todo o processo. NO INFERNO Um dos caminhos alternativos, da rescisão do acordo apenas, seria o inferno: os delatores perderiam os benefícios e ficariam presos, mas as provas que produziram, até contra eles mesmos, continuariam a valer. Com a anulação, todas elas seriam, em tese, invalidadas. VÍRGULA Um dos fatores que poderiam levar à anulação seria a contaminação de todo o acordo pela confirmação de que o procurador Marcello Miller atuou ativamente na negociação, orientando inclusive gravações e coletas de provas. Até agora, Joesley e Saud seguem negando que isso ocorreu, dizendo que ele deu apenas orientações gerais sobre tratativas de colaboração. - VOCAÇÃO Quando a paranaense Clarissa Bruns decidiu se tornar cantora, aos 18 anos, mudou-se para o Rio e foi recebida na casa de Elza Soares -as duas se conheceram dois anos antes, em Curitiba. * A primeira faixa do álbum "Entre", que ela apresenta em show que ocorre nesta quarta (13), no Teatro Itália, tem o arranjo inspirado no mais recente disco de Elza, que se diz até hoje a "madrinha musical" da cantora. * Clarissa diz que as composições de "Entre", assinadas por ela própria, refletem um novo nível de maturidade em sua carreira. O disco reúne estilos como samba, reggae e maracatu. - TUDO BEM? A atriz Luiza Brunet se reencontrou com o ex, Lírio Parisotto, na segunda (11), na 4ª Vara da Família e Sucessões. Os dois se cumprimentaram de forma polida -mas a audiência de conciliação entre eles foi um fracasso. DE PASSAGEM Brunet alega que foi casada com o empresário. Numa conversa inicial antes do processo, chegou-se a falar na possibilidade de ela receber R$ 100 milhões. Os advogados de Parisotto, no entanto, não concordaram. E seguem sustentando que não é "possível transformar um namoro em união estável só para alcançar um objetivo financeiro inexistente". DESPEDIDA A desembargadora Maria Cecília Pereira de Mello está se aposentando do cargo no TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região). PORTAS FECHADAS Cibelle Cavalli Bastos, artista que participava da mostra sobre gênero "Queermuseu", interrompida pelo Santander Cultural em Porto Alegre, afirmou que "é um absurdo [a instituição] cometer esse ato de censura". O encerramento antecipado ocorreu devido a protestos nas redes sociais, em especial do MBL (Movimento Brasil Livre), que reclamavam que a exposição continha apologia à pedofilia, à zoofilia e ataques ao cristianismo. DEBATE Cibelle diz que o banco "poderia, por exemplo, ter organizado um painel de discussão sobre a temática" como resposta. Em nota, o Santander justificou o cancelamento afirmando que alguns visitantes enxergaram "desrespeito a símbolos e crenças" na mostra, o que não faz parte da "visão de mundo" da instituição. - MEMÓRIAS DO CABARÉ A peça "Hortance, a Velha", que tem a atriz Grace Gianoukas no elenco e texto do ex-secretário municipal de Educação Gabriel Chalita, teve sessão de estreia encenada no sábado (9) no teatro Renaissance. Os atores Sérgio Mamberti e Clarisse Abujamra, a apresentadora Mariana Godoy, o empresário Reinaldo Kherlakian e sua mulher, Adele, estiveram na plateia. - CURTO-CIRCUITO A segunda edição do LiveTalks acontece nesta quarta (13). A partir das 9h, na Unibes Cultural. Modesto Carvalhosa palestra nesta quarta (13) na abertura do conselho do MDA. O livro "Você Não Vai Mais Conseguir Vender Assim" tem lançamento nesta quarta (13). Às 19h, na Livraria Cultura do shopping Iguatemi. O projeto Sônico começa nesta quarta (13) com show das bandas Meia Noite em Marte e Jonnata Doll e os Garotos Solventes. Às 22h, no Teatro Sérgio Cardoso. Fernando Zilveti lança nesta quarta (13) o livro "A Evolução Histórica da Teoria da Tributação". Às 19h, na Livraria Saraiva do shopping Higienópolis. com BRUNA NARCIZO, BRUNO B. SORAGGI e JOÃO CARNEIRO | colunas | Maia prevê dificuldade nas tratativas da reforma da PrevidênciaO presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirma que só depois da passagem do "furacão" que deve ser a votação da segunda denúncia contra Michel Temer será possível negociar com as lideranças no parlamento se a reforma da Previdência será ou não votada. Mesmo assim, as tratativas não serão nada fáceis. VIRA A PÁGINA Os parlamentares estariam já com certa raiva do assunto, o que exigiria uma ampla negociação para colocá-la em pauta. SOL Na segunda-feira (11), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, previu cenário mais otimista: segundo ele, a reforma será votada em outubro. CAMINHOS A defesa dos delatores da J&F tem pouca esperança de manter a delação deles integralmente em pé. Se a repactuação dos benefícios com a PGR (Procuradoria-Geral da República) não evoluir a contento, a saída para Joesley Batista e Ricardo Saud, entendem advogados criminalistas, seria partir para o tudo ou nada e tentar anular todo o processo. NO INFERNO Um dos caminhos alternativos, da rescisão do acordo apenas, seria o inferno: os delatores perderiam os benefícios e ficariam presos, mas as provas que produziram, até contra eles mesmos, continuariam a valer. Com a anulação, todas elas seriam, em tese, invalidadas. VÍRGULA Um dos fatores que poderiam levar à anulação seria a contaminação de todo o acordo pela confirmação de que o procurador Marcello Miller atuou ativamente na negociação, orientando inclusive gravações e coletas de provas. Até agora, Joesley e Saud seguem negando que isso ocorreu, dizendo que ele deu apenas orientações gerais sobre tratativas de colaboração. - VOCAÇÃO Quando a paranaense Clarissa Bruns decidiu se tornar cantora, aos 18 anos, mudou-se para o Rio e foi recebida na casa de Elza Soares -as duas se conheceram dois anos antes, em Curitiba. * A primeira faixa do álbum "Entre", que ela apresenta em show que ocorre nesta quarta (13), no Teatro Itália, tem o arranjo inspirado no mais recente disco de Elza, que se diz até hoje a "madrinha musical" da cantora. * Clarissa diz que as composições de "Entre", assinadas por ela própria, refletem um novo nível de maturidade em sua carreira. O disco reúne estilos como samba, reggae e maracatu. - TUDO BEM? A atriz Luiza Brunet se reencontrou com o ex, Lírio Parisotto, na segunda (11), na 4ª Vara da Família e Sucessões. Os dois se cumprimentaram de forma polida -mas a audiência de conciliação entre eles foi um fracasso. DE PASSAGEM Brunet alega que foi casada com o empresário. Numa conversa inicial antes do processo, chegou-se a falar na possibilidade de ela receber R$ 100 milhões. Os advogados de Parisotto, no entanto, não concordaram. E seguem sustentando que não é "possível transformar um namoro em união estável só para alcançar um objetivo financeiro inexistente". DESPEDIDA A desembargadora Maria Cecília Pereira de Mello está se aposentando do cargo no TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região). PORTAS FECHADAS Cibelle Cavalli Bastos, artista que participava da mostra sobre gênero "Queermuseu", interrompida pelo Santander Cultural em Porto Alegre, afirmou que "é um absurdo [a instituição] cometer esse ato de censura". O encerramento antecipado ocorreu devido a protestos nas redes sociais, em especial do MBL (Movimento Brasil Livre), que reclamavam que a exposição continha apologia à pedofilia, à zoofilia e ataques ao cristianismo. DEBATE Cibelle diz que o banco "poderia, por exemplo, ter organizado um painel de discussão sobre a temática" como resposta. Em nota, o Santander justificou o cancelamento afirmando que alguns visitantes enxergaram "desrespeito a símbolos e crenças" na mostra, o que não faz parte da "visão de mundo" da instituição. - MEMÓRIAS DO CABARÉ A peça "Hortance, a Velha", que tem a atriz Grace Gianoukas no elenco e texto do ex-secretário municipal de Educação Gabriel Chalita, teve sessão de estreia encenada no sábado (9) no teatro Renaissance. Os atores Sérgio Mamberti e Clarisse Abujamra, a apresentadora Mariana Godoy, o empresário Reinaldo Kherlakian e sua mulher, Adele, estiveram na plateia. - CURTO-CIRCUITO A segunda edição do LiveTalks acontece nesta quarta (13). A partir das 9h, na Unibes Cultural. Modesto Carvalhosa palestra nesta quarta (13) na abertura do conselho do MDA. O livro "Você Não Vai Mais Conseguir Vender Assim" tem lançamento nesta quarta (13). Às 19h, na Livraria Cultura do shopping Iguatemi. O projeto Sônico começa nesta quarta (13) com show das bandas Meia Noite em Marte e Jonnata Doll e os Garotos Solventes. Às 22h, no Teatro Sérgio Cardoso. Fernando Zilveti lança nesta quarta (13) o livro "A Evolução Histórica da Teoria da Tributação". Às 19h, na Livraria Saraiva do shopping Higienópolis. com BRUNA NARCIZO, BRUNO B. SORAGGI e JOÃO CARNEIRO | 10 |
Confira a agenda desta semana | SEGUNDA, 19 - TERÇA, 20 - QUARTA, 21 - QUINTA, 22 - SEXTA, 23 - SÁBADO, 24 - DOMINGO. 25 - | poder | Confira a agenda desta semanaSEGUNDA, 19 - TERÇA, 20 - QUARTA, 21 - QUINTA, 22 - SEXTA, 23 - SÁBADO, 24 - DOMINGO. 25 - | 0 |
Megainvasão leva medo, solidariedade e até chance de novo negócio no ABC | O churrasco de domingo teve uma convidada nova: uma lona azul pendurada na porta da garagem para afastar olhares curiosos. Atrás da proteção, a neta da aposentada Solange Souza, 63, brincava com seu tablet, já que agora não pode mais ficar sozinha na praça em frente de casa. Do outro lado da lona, um vaivém de famílias inteiras sobe e desce a rua, até então tranquila, carregando enxadas, colchões, cavadeiras e até caixas de frutas. A poucos metros, uma vizinha aproveita o movimento para vender, na porta de casa, refrigerantes e cachorro quente. A concorrência é grande. Bem ao lado, barracas improvisadas vendem churrasco grego, salgadinhos e espetos. A propaganda é feita aos gritos. "Isso aqui está parecendo a rua 25 de março", diz a pensionista Dulcineia de Souza, 58, enquanto prepara mais um cachorro-quente vendido a R$ 3 e de improviso na porta de sua garagem. Tudo isso acontece há cerca de duas semanas em torno da até então pacata Vila Comunitária, que reúne cerca de 40 casas em uma espécie de oásis residencial em meio a fábricas de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. A rotina dali mudou quando o enorme terreno no fim do conjunto de casas se transformou numa megainvasão liderada pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). No lado oposto a esse terreno, onde foram montadas mais de 6.000 barracas, se enfileiram dez prédios de condomínios de classe média. Moradores assistem à movimentação das janelas e sacadas. Alguns usam seus celulares para filmar os sem-teto. Entre os integrantes da ocupação, os olhares miram para cima, em direção às janelas, com a mesma desconfiança. No sábado (16), um tiro de chumbinho atingiu o braço de um acampado, e os líderes dos sem-teto acusaram moradores do prédio pelo ataque –a polícia investiga esse caso. O movimento alega que o terreno estava vazio havia mais de 30 anos. A construtora MZM entrou com um pedido de reintegração de posse, sem sucesso por enquanto. O clima é de tensão nessa espécie de "tríplice fronteira" entre sem-teto e moradores dos condomínios e da vila. No domingo (17), em cima de um carro de som virado para os prédios, Guilherme Boulos, líder dos sem-teto, deu o recado: "Os incomodados que se mudem. A gente veio para ficar. Podem se acostumar porque querendo ou não a gente vai ser vizinho de vocês". A cozinheira aposentada Maria Regina Souza, 65, chora de nervoso ao falar sobre a convivência com os sem-teto. "Foi uma luta muito grande para construirmos essa vila para essas pessoas nos tornarem reféns nas nossas casas." Era meia-noite de uma sexta quando ela foi acordada pelo neto. Assustado com a chegada de três ônibus na rua estreita de casa, ele chamou a avó. "Estão invadindo a vila." Para forçar o esvaziamento do acampamento, moradores dos condomínios têm organizado manifestações. "Estamos aterrorizados. Tiraram nosso sossego", diz Solange, que mora na Vila Comunitária há mais de 30 anos. Moradores dos prédios compartilham em um grupo de WhatsApp fotos da ocupação. Uma delas mostra uma fossa construída a poucos metros do muro que dá acesso aos prédios. "Trabalhamos muito para pagar o lugar onde moramos. Não somos essa elite preconceituosa. Mas estamos preocupados com nossa segurança e a falta de saneamento básico", diz a empresária Claudia Baffe, 42. "Não saímos mais de casa tranquilos", diz o feirante Lourival Stabille, 50, que mora em apartamento com vista para a ocupação. CHURRASCO Entre as duas ruas que formam a vila, há uma praça e uma quadra. No domingo, um grupo de ocupantes assava carnes em uma churrasqueira improvisada. "As crianças viviam soltas nessa praça, agora ficam trancadas dentro de casa", diz Solange. Por outro lado, há vizinhos que apoiam o movimento e até se beneficiaram com a novidade. A doceira Rosa da Silva, 61, escalou o filho e a nora para ajudá-la a vender refrigerantes, café, doces e sanduíches na porta de casa. A bancada fica em local estratégico, a poucos metros da escada que dá acesso à ocupação. "Todo mundo precisa de ajuda, não custa ser solidário." Ela conta que cobra R$ 5 pelo banho e R$ 2,50 para carregar o celular, mas abre algumas exceções. "Não cobro de quem quer dar um banho nas crianças nem de grávidas que pedem para usar o banheiro." Na casa em frente, a pensionista Dulcineia faturava com cachorro-quente. "Até perdi a conta de quantos já vendi. Tem três desempregados aqui em casa, precisamos aproveitar para ganhar um dinheiro." A maioria dos moradores ali participou de um mutirão no início dos anos 1980, quando o terreno foi vendido pela Mitra Diocesana de Santo André. As casas foram construídas pelas próprias famílias. Após um longo processo, as escrituras só foram entregues pela Prefeitura de São Bernardo em 2011, dentro do programa de Regularização Fundiária, do governo federal. "Ergui essa casa tijolo por tijolo, com minhas próprias mãos. É justo essas pessoas quererem isso também", diz Rosa. | cotidiano | Megainvasão leva medo, solidariedade e até chance de novo negócio no ABCO churrasco de domingo teve uma convidada nova: uma lona azul pendurada na porta da garagem para afastar olhares curiosos. Atrás da proteção, a neta da aposentada Solange Souza, 63, brincava com seu tablet, já que agora não pode mais ficar sozinha na praça em frente de casa. Do outro lado da lona, um vaivém de famílias inteiras sobe e desce a rua, até então tranquila, carregando enxadas, colchões, cavadeiras e até caixas de frutas. A poucos metros, uma vizinha aproveita o movimento para vender, na porta de casa, refrigerantes e cachorro quente. A concorrência é grande. Bem ao lado, barracas improvisadas vendem churrasco grego, salgadinhos e espetos. A propaganda é feita aos gritos. "Isso aqui está parecendo a rua 25 de março", diz a pensionista Dulcineia de Souza, 58, enquanto prepara mais um cachorro-quente vendido a R$ 3 e de improviso na porta de sua garagem. Tudo isso acontece há cerca de duas semanas em torno da até então pacata Vila Comunitária, que reúne cerca de 40 casas em uma espécie de oásis residencial em meio a fábricas de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. A rotina dali mudou quando o enorme terreno no fim do conjunto de casas se transformou numa megainvasão liderada pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). No lado oposto a esse terreno, onde foram montadas mais de 6.000 barracas, se enfileiram dez prédios de condomínios de classe média. Moradores assistem à movimentação das janelas e sacadas. Alguns usam seus celulares para filmar os sem-teto. Entre os integrantes da ocupação, os olhares miram para cima, em direção às janelas, com a mesma desconfiança. No sábado (16), um tiro de chumbinho atingiu o braço de um acampado, e os líderes dos sem-teto acusaram moradores do prédio pelo ataque –a polícia investiga esse caso. O movimento alega que o terreno estava vazio havia mais de 30 anos. A construtora MZM entrou com um pedido de reintegração de posse, sem sucesso por enquanto. O clima é de tensão nessa espécie de "tríplice fronteira" entre sem-teto e moradores dos condomínios e da vila. No domingo (17), em cima de um carro de som virado para os prédios, Guilherme Boulos, líder dos sem-teto, deu o recado: "Os incomodados que se mudem. A gente veio para ficar. Podem se acostumar porque querendo ou não a gente vai ser vizinho de vocês". A cozinheira aposentada Maria Regina Souza, 65, chora de nervoso ao falar sobre a convivência com os sem-teto. "Foi uma luta muito grande para construirmos essa vila para essas pessoas nos tornarem reféns nas nossas casas." Era meia-noite de uma sexta quando ela foi acordada pelo neto. Assustado com a chegada de três ônibus na rua estreita de casa, ele chamou a avó. "Estão invadindo a vila." Para forçar o esvaziamento do acampamento, moradores dos condomínios têm organizado manifestações. "Estamos aterrorizados. Tiraram nosso sossego", diz Solange, que mora na Vila Comunitária há mais de 30 anos. Moradores dos prédios compartilham em um grupo de WhatsApp fotos da ocupação. Uma delas mostra uma fossa construída a poucos metros do muro que dá acesso aos prédios. "Trabalhamos muito para pagar o lugar onde moramos. Não somos essa elite preconceituosa. Mas estamos preocupados com nossa segurança e a falta de saneamento básico", diz a empresária Claudia Baffe, 42. "Não saímos mais de casa tranquilos", diz o feirante Lourival Stabille, 50, que mora em apartamento com vista para a ocupação. CHURRASCO Entre as duas ruas que formam a vila, há uma praça e uma quadra. No domingo, um grupo de ocupantes assava carnes em uma churrasqueira improvisada. "As crianças viviam soltas nessa praça, agora ficam trancadas dentro de casa", diz Solange. Por outro lado, há vizinhos que apoiam o movimento e até se beneficiaram com a novidade. A doceira Rosa da Silva, 61, escalou o filho e a nora para ajudá-la a vender refrigerantes, café, doces e sanduíches na porta de casa. A bancada fica em local estratégico, a poucos metros da escada que dá acesso à ocupação. "Todo mundo precisa de ajuda, não custa ser solidário." Ela conta que cobra R$ 5 pelo banho e R$ 2,50 para carregar o celular, mas abre algumas exceções. "Não cobro de quem quer dar um banho nas crianças nem de grávidas que pedem para usar o banheiro." Na casa em frente, a pensionista Dulcineia faturava com cachorro-quente. "Até perdi a conta de quantos já vendi. Tem três desempregados aqui em casa, precisamos aproveitar para ganhar um dinheiro." A maioria dos moradores ali participou de um mutirão no início dos anos 1980, quando o terreno foi vendido pela Mitra Diocesana de Santo André. As casas foram construídas pelas próprias famílias. Após um longo processo, as escrituras só foram entregues pela Prefeitura de São Bernardo em 2011, dentro do programa de Regularização Fundiária, do governo federal. "Ergui essa casa tijolo por tijolo, com minhas próprias mãos. É justo essas pessoas quererem isso também", diz Rosa. | 6 |
Venezuela decide retornar para socialismo do século 20 | O presidente Nicolás Maduro trocou o socialismo do século 21, a caminho de estrepitoso fracasso, para voltar ao socialismo do século 20, que já fracassou até mesmo em Cuba, o modelo em que se baseia o bolivarianismo venezuelano. O decreto de emergência econômica editado nesta sexta-feira (15) dá um gigantesco passo para estatizar meios de produção de bens de primeira necessidade –característica central do velho socialismo– ao autorizar a intervenção do Executivo no setor privado, em seus "canais de distribuição, centros de armazenamento, beneficiadoras, matadouros, bens e demais estabelecimentos para garantir o abastecimento oportuno de alimentos aos venezuelanos assim como outros bens de primeira necessidade". Ou, como simplifica Asdrubal Oliveros, da consultoria Ecoanalítica: "Estamos falando de que o Estado pode fazer o que lhe der vontade". Já Shannon O'Neil, especialista em América Latina do Council on Foreign Relations, vê no decreto o dedo do novo ministro de Economia, o jovem marxista Luis Salas, 35, "mais rígido ideologicamente e mais dogmático" que seus antecessores. Salas acredita piamente na tese de que os problemas da Venezuela decorrem da "guerra econômica" que o setor privado moveria contra o governo. Nada mais natural que, ao assumir o comando da Economia, declare guerra ao setor privado. Shannon vê também um lado populista no decreto, na medida em que promete a intervenção do Estado para garantir o abastecimento, cujas carências brutais foram claramente um dos motivos pelos quais o eleitorado deu folgada vitória à oposição nas eleições de 6 de dezembro. A propósito: nesta mesma sexta-feira, o Banco Central finalmente revelou dados sobre a economia do país, entre eles o de que o desabastecimento afeta até 87% dos produtos. A ameaça de volta ao socialismo do século 20, no entanto, parece mais um gesto desesperado do que um programa articulado. Começa pelo fato de que a emergência durará 60 dias. É pouquíssimo provável que os bens essenciais voltem ao mercado nesse período, até porque a intervenção anterior do Estado —na forma de criação de mercados populares— fracassou: até neles falta muita coisa, como se evidencia pelos dados do BC. O novo pacote, de todo modo, é um desafio à oposição, que prega exatamente o contrário, ou seja, o levantamento dos controles sobre preços, sobre importações e sobre o câmbio. Dará certo agora uma radicalização de um modelo até aqui fracassado? "O modelo é insustentável", responde Shannon O'Neil. Completa: "A economia está afundando (retrocedeu 8,2% em 2015, segundo o Banco Mundial), a inflação está fora de controle (de fato os dados desta sexta do BC mostram inflação anualizada, até setembro passado, de 141,5%)". Mas o pacote tem também um desafio à oposição, já que será enviado à nova Assembleia Nacional, com prazo de oito dias para ratificá-lo. Diz Asdrubal Oliveros: "A Assembleia poderia rechaçar o decreto ou tentar modificá-lo, e a resposta do governo seria dizer que a maioria oposicionista não quer corrigir a crise. Parece que buscam o confronto total e, ademais, desviar a atenção da crise." | mundo | Venezuela decide retornar para socialismo do século 20O presidente Nicolás Maduro trocou o socialismo do século 21, a caminho de estrepitoso fracasso, para voltar ao socialismo do século 20, que já fracassou até mesmo em Cuba, o modelo em que se baseia o bolivarianismo venezuelano. O decreto de emergência econômica editado nesta sexta-feira (15) dá um gigantesco passo para estatizar meios de produção de bens de primeira necessidade –característica central do velho socialismo– ao autorizar a intervenção do Executivo no setor privado, em seus "canais de distribuição, centros de armazenamento, beneficiadoras, matadouros, bens e demais estabelecimentos para garantir o abastecimento oportuno de alimentos aos venezuelanos assim como outros bens de primeira necessidade". Ou, como simplifica Asdrubal Oliveros, da consultoria Ecoanalítica: "Estamos falando de que o Estado pode fazer o que lhe der vontade". Já Shannon O'Neil, especialista em América Latina do Council on Foreign Relations, vê no decreto o dedo do novo ministro de Economia, o jovem marxista Luis Salas, 35, "mais rígido ideologicamente e mais dogmático" que seus antecessores. Salas acredita piamente na tese de que os problemas da Venezuela decorrem da "guerra econômica" que o setor privado moveria contra o governo. Nada mais natural que, ao assumir o comando da Economia, declare guerra ao setor privado. Shannon vê também um lado populista no decreto, na medida em que promete a intervenção do Estado para garantir o abastecimento, cujas carências brutais foram claramente um dos motivos pelos quais o eleitorado deu folgada vitória à oposição nas eleições de 6 de dezembro. A propósito: nesta mesma sexta-feira, o Banco Central finalmente revelou dados sobre a economia do país, entre eles o de que o desabastecimento afeta até 87% dos produtos. A ameaça de volta ao socialismo do século 20, no entanto, parece mais um gesto desesperado do que um programa articulado. Começa pelo fato de que a emergência durará 60 dias. É pouquíssimo provável que os bens essenciais voltem ao mercado nesse período, até porque a intervenção anterior do Estado —na forma de criação de mercados populares— fracassou: até neles falta muita coisa, como se evidencia pelos dados do BC. O novo pacote, de todo modo, é um desafio à oposição, que prega exatamente o contrário, ou seja, o levantamento dos controles sobre preços, sobre importações e sobre o câmbio. Dará certo agora uma radicalização de um modelo até aqui fracassado? "O modelo é insustentável", responde Shannon O'Neil. Completa: "A economia está afundando (retrocedeu 8,2% em 2015, segundo o Banco Mundial), a inflação está fora de controle (de fato os dados desta sexta do BC mostram inflação anualizada, até setembro passado, de 141,5%)". Mas o pacote tem também um desafio à oposição, já que será enviado à nova Assembleia Nacional, com prazo de oito dias para ratificá-lo. Diz Asdrubal Oliveros: "A Assembleia poderia rechaçar o decreto ou tentar modificá-lo, e a resposta do governo seria dizer que a maioria oposicionista não quer corrigir a crise. Parece que buscam o confronto total e, ademais, desviar a atenção da crise." | 3 |
Com Messi e Di María, Bauza esboça Argentina para enfrentar Brasil | Treinando pela primeira vez com todos os jogadores à disposição, o técnico Edgardo Bauza esboçou o time titular que deverá enfrentar o Brasil na quinta-feira (10), às 21h45 (com Rede Globo), no Mineirão, em Belo Horizonte. O goleiro Romero (Manchester United) foi alvo de finalizações de Zabaleta (Manchester City), Funes Mori (Everton), Enzo Perez (Valencia), Mascherano (Barcelona), Biglia (Lazio), Di María (PSG), Messi (Barcelona) e Higuain (Juventus), que foram poupados de um "rachão" em campo reduzido, do qual participaram todos os demais jogadores. A equipe titular deve ser formada por esses nove jogadores e também o zagueiro Otamendi (Man. City) e o lateral Emmanuel Más (San Lorenzo), que disputaram o "rachão", que teve como destaque o atacante Lucas Pratto, do Atlético-MG. À vontade em sua casa, ele anotou dois gols e pode ser surpresa entre os 11 escolhidos por Bauza. Entre os que se dedicaram a finalizações de longa distância, o meia Di María acertou seguidos chutes no ângulo de Romero e destoou. Ao seu lado, Messi chutou poucas vezes e foi mais discreto. Caso os jogadores poupados nesta terça (8) sejam de fato titulares, Bauza colocará em campo ao menos sete jogadores que também participaram da final da Copa de 2014, contra a Argentina, no Maracanã. Na ocasião, a seleção também ficou hospedada no centro de treinamento do Atlético-MG. A seleção brasileira lidera as eliminatórias da Copa, com 21 pontos. Já a Argentina está fora da zona de classificação. Os rivais estão em sexto lugar, com apenas 16 pontos. | esporte | Com Messi e Di María, Bauza esboça Argentina para enfrentar BrasilTreinando pela primeira vez com todos os jogadores à disposição, o técnico Edgardo Bauza esboçou o time titular que deverá enfrentar o Brasil na quinta-feira (10), às 21h45 (com Rede Globo), no Mineirão, em Belo Horizonte. O goleiro Romero (Manchester United) foi alvo de finalizações de Zabaleta (Manchester City), Funes Mori (Everton), Enzo Perez (Valencia), Mascherano (Barcelona), Biglia (Lazio), Di María (PSG), Messi (Barcelona) e Higuain (Juventus), que foram poupados de um "rachão" em campo reduzido, do qual participaram todos os demais jogadores. A equipe titular deve ser formada por esses nove jogadores e também o zagueiro Otamendi (Man. City) e o lateral Emmanuel Más (San Lorenzo), que disputaram o "rachão", que teve como destaque o atacante Lucas Pratto, do Atlético-MG. À vontade em sua casa, ele anotou dois gols e pode ser surpresa entre os 11 escolhidos por Bauza. Entre os que se dedicaram a finalizações de longa distância, o meia Di María acertou seguidos chutes no ângulo de Romero e destoou. Ao seu lado, Messi chutou poucas vezes e foi mais discreto. Caso os jogadores poupados nesta terça (8) sejam de fato titulares, Bauza colocará em campo ao menos sete jogadores que também participaram da final da Copa de 2014, contra a Argentina, no Maracanã. Na ocasião, a seleção também ficou hospedada no centro de treinamento do Atlético-MG. A seleção brasileira lidera as eliminatórias da Copa, com 21 pontos. Já a Argentina está fora da zona de classificação. Os rivais estão em sexto lugar, com apenas 16 pontos. | 4 |
Diário de prisioneiro de Guantánamo chega a livrarias e vira best-seller | "Guantánamo Diary", o primeiro relato escrito por um detento que continua na infame prisão americana em Cuba, estreou na 14ª posição da lista do "New York Times" dos livros mais vendidos. O autor do livro, Mohamedou Ould Slahi, é mauritano e está preso em Guantánamo desde agosto de 2002. Ele escreveu o livro à mão, em inglês, dentro da prisão. O livro, que está sendo publicado pelo "Guardian" em capítulos, detalha as experiências de tortura, ameaças e humilhação sofridas por Slahi ao longo de seus 13 anos de detenção, numa odisseia que o levou da Mauritânia ao Senegal, à base aérea de Bagram, no Afeganistão, à Jordânia e, finalmente, a Guantánamo. Slahi escreveu o livro enquanto estava em cela solitária em 2005, mas o manuscrito ficou guardado numa instalação segura em Washington por sete anos até ser liberado para publicação –mas com mais de 2.500 cortes. O editor de "Guantánamo Diary", Larry Siems, disse ao "Guardian" que a voz pessoal e o humanismo de Slahi chamaram sua atenção. "Quando ele chega a Guantánamo, é o momento em que está sendo travada uma luta épica pela alma americana", disse Siems. "Temos os interrogadores militares criminosos e esta nova unidade criada pelo Pentágono; agentes de inteligência da Defesa, equipes de projetos especiais que importam estes métodos de interrogatório intensificados. Assim, Mohamedou desembarca bem no meio daquele cabo de guerra." "Sua história é a jornada de um homem através desse enorme momento global." Nancy Hollander, uma advogada da equipe de defesa de Slahi, disse ao "Guardian" que é pouco provável que o próprio Slahi saiba do sucesso feito por seu livro. "É provável que não" disse, acrescentando que a equipe de advogados só poderá vê-lo novamente em meados de fevereiro. "Não sabemos o que ele sabe. Ele tem algum acesso à televisão, então talvez tenha conhecimento de alguma coisa [do que está acontecendo com seu livro]." Hollander comentou que ainda é cedo para saber se o sucesso do livro vai ajudar a possibilitar a libertação de Slahi. "Temos a esperança de que faça alguma diferença". Tradução de Clara Allain | mundo | Diário de prisioneiro de Guantánamo chega a livrarias e vira best-seller"Guantánamo Diary", o primeiro relato escrito por um detento que continua na infame prisão americana em Cuba, estreou na 14ª posição da lista do "New York Times" dos livros mais vendidos. O autor do livro, Mohamedou Ould Slahi, é mauritano e está preso em Guantánamo desde agosto de 2002. Ele escreveu o livro à mão, em inglês, dentro da prisão. O livro, que está sendo publicado pelo "Guardian" em capítulos, detalha as experiências de tortura, ameaças e humilhação sofridas por Slahi ao longo de seus 13 anos de detenção, numa odisseia que o levou da Mauritânia ao Senegal, à base aérea de Bagram, no Afeganistão, à Jordânia e, finalmente, a Guantánamo. Slahi escreveu o livro enquanto estava em cela solitária em 2005, mas o manuscrito ficou guardado numa instalação segura em Washington por sete anos até ser liberado para publicação –mas com mais de 2.500 cortes. O editor de "Guantánamo Diary", Larry Siems, disse ao "Guardian" que a voz pessoal e o humanismo de Slahi chamaram sua atenção. "Quando ele chega a Guantánamo, é o momento em que está sendo travada uma luta épica pela alma americana", disse Siems. "Temos os interrogadores militares criminosos e esta nova unidade criada pelo Pentágono; agentes de inteligência da Defesa, equipes de projetos especiais que importam estes métodos de interrogatório intensificados. Assim, Mohamedou desembarca bem no meio daquele cabo de guerra." "Sua história é a jornada de um homem através desse enorme momento global." Nancy Hollander, uma advogada da equipe de defesa de Slahi, disse ao "Guardian" que é pouco provável que o próprio Slahi saiba do sucesso feito por seu livro. "É provável que não" disse, acrescentando que a equipe de advogados só poderá vê-lo novamente em meados de fevereiro. "Não sabemos o que ele sabe. Ele tem algum acesso à televisão, então talvez tenha conhecimento de alguma coisa [do que está acontecendo com seu livro]." Hollander comentou que ainda é cedo para saber se o sucesso do livro vai ajudar a possibilitar a libertação de Slahi. "Temos a esperança de que faça alguma diferença". Tradução de Clara Allain | 3 |
Fotógrafo registra o trabalho de pescadores na praia de Muro Alto (PE) | O fotógrafo Frâncio de Holanda, 46, viajou a trabalho para a praia de Muro Alto, em Porto de Galinhas (PE), e se surpreendeu não só com as piscinas naturais e as opções de passeio do lugar. "A cultura dos pescadores é muito rica. Não é só uma praia turística, os moradores vivem da pesca há muito tempo", conta. A história do local o atraiu tanto que ele passou um dos seis dias que ficou por lá acompanhando o trabalho de um pescador. Nos outros dias, passeou com a mulher e a filha Antônia, 8. "Demos uma volta de 'hobie cat', que parece um miniveleiro. Lá também tem passeios de barco e de jangada e mergulho com snorkel", diz. Para ele, um dos pontos altos do lugar é a tranquilidade. "A praia é pouco frequentada, e o lugar é muito bonito. De manhã, o mar forma piscinas naturais." * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Turistas no Mar Morto, por Eduardo Anizelli Atacama, por Lucas Baptista Juazeiro do Norte, por Samuel Pessoa O Peru fotografado por um celular, por Luisa Dörr Casas de famosos em Los Angeles, por Apu Gomes Pernambuco, por Bruno Poletti Madagascar, por Haroldo Castro Colômbia, por Thiago Foresti Mauritânia, por Jody MacDonald João Pessoa, por Edson Lopes Jr. Verão português, por Fabrício Lobel Natividade, no Tocantins, por Otavio Valle Tanzânia, por Mathilde Missioneiro | turismo | Fotógrafo registra o trabalho de pescadores na praia de Muro Alto (PE)O fotógrafo Frâncio de Holanda, 46, viajou a trabalho para a praia de Muro Alto, em Porto de Galinhas (PE), e se surpreendeu não só com as piscinas naturais e as opções de passeio do lugar. "A cultura dos pescadores é muito rica. Não é só uma praia turística, os moradores vivem da pesca há muito tempo", conta. A história do local o atraiu tanto que ele passou um dos seis dias que ficou por lá acompanhando o trabalho de um pescador. Nos outros dias, passeou com a mulher e a filha Antônia, 8. "Demos uma volta de 'hobie cat', que parece um miniveleiro. Lá também tem passeios de barco e de jangada e mergulho com snorkel", diz. Para ele, um dos pontos altos do lugar é a tranquilidade. "A praia é pouco frequentada, e o lugar é muito bonito. De manhã, o mar forma piscinas naturais." * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Turistas no Mar Morto, por Eduardo Anizelli Atacama, por Lucas Baptista Juazeiro do Norte, por Samuel Pessoa O Peru fotografado por um celular, por Luisa Dörr Casas de famosos em Los Angeles, por Apu Gomes Pernambuco, por Bruno Poletti Madagascar, por Haroldo Castro Colômbia, por Thiago Foresti Mauritânia, por Jody MacDonald João Pessoa, por Edson Lopes Jr. Verão português, por Fabrício Lobel Natividade, no Tocantins, por Otavio Valle Tanzânia, por Mathilde Missioneiro | 20 |
Livro 'Antropofagia - Palimpsesto Selvagem' terá lançamento e bate-papo | A Folha promove na quarta (20), às 19h, lançamento e debate de "Antropofagia - Palimpsesto Selvagem" (CosacNaify), da escritora, atriz e compositora Beatriz Azevedo. O livro apresenta uma minuciosa análise do "Manifesto Antropófago" (1928), texto de Oswald de Andrade central para o modernismo brasileiro. O evento reúne o diretor Zé Celso e a escritora Marcia Tiburi na Livraria da Vila do Pátio Higienópolis (av. Higienópolis, 618). A mediação do debate —gratuito— será do jornalista da Folha Nelson de Sá. | ilustrada | Livro 'Antropofagia - Palimpsesto Selvagem' terá lançamento e bate-papoA Folha promove na quarta (20), às 19h, lançamento e debate de "Antropofagia - Palimpsesto Selvagem" (CosacNaify), da escritora, atriz e compositora Beatriz Azevedo. O livro apresenta uma minuciosa análise do "Manifesto Antropófago" (1928), texto de Oswald de Andrade central para o modernismo brasileiro. O evento reúne o diretor Zé Celso e a escritora Marcia Tiburi na Livraria da Vila do Pátio Higienópolis (av. Higienópolis, 618). A mediação do debate —gratuito— será do jornalista da Folha Nelson de Sá. | 1 |
Mulher escolhe adotar bebê com microcefalia vítima de maus-tratos | RESUMO Para muitos, ter um bebê com microcefalia é fatalidade. Para Valéria Gomes Ribeiro, 46, de Paulista, a 15 km do Recife (PE), foi uma escolha, um "presente de Deus". Mãe adotiva de um rapaz de 19 anos, que tem deficiência mental, ela conseguiu a guarda provisória de João, de um ano e meio, que foi retirado da mãe biológica pelo Conselho Tutelar por maus-tratos. Ela acorda às 3h para levá-lo de ônibus a uma maratona de terapias e consultas. "Meu sonho é vê-lo andar, falar, me chamar de mamãe ou mainha." * Conheci João logo depois que ele nasceu, em 20 de agosto de 2015. Fui visitar a mãe biológica dele, que já tinha outros dez filhos antes de ter ele e a irmã gêmea. Sabia que o João tinha algum problema, mas não sabia que era microcefalia. Como sou mãe de um rapaz de 19 anos, deficiente mental, expliquei para a mãe os cuidados que ela deveria ter com uma criança especial. A partir daí, ela começou a mandar o João todos os dias para a minha casa. Ele vinha no colo das irmãs de oito e de nove anos. Chegava cedo, todo sujo, com os olhinhos remelentos e cheio de xixi. Tinha espasmos e chorava muito, sem parar. A mãe dizia que era susto, que ele não deixava ninguém dormir. Comigo, ele ficava mais calmo. Parecia sentir o carinho e a atenção que não tinha em casa, onde era cuidado por crianças, jogado de um para outro. Ninguém tinha paciência para cuidar dele. Eu dava banho e comida e, à tarde, as crianças voltavam para buscá-lo. Um dia tive que correr com ele para uma UPA porque teve uma crise convulsiva. Foi lá que descobri que ele tinha microcefalia. A mãe contou que teve zika na gravidez. Mas ela não entendia a gravidade do problema. Com o diagnóstico, ajudei a mãe a ir atrás do benefício social [R$ 880] que João tem direito. Depois que ela conseguiu o benefício, acho que ficou com medo de perder a guarda do filho e deixou de mandá-lo para a minha casa. O Conselho Tutelar estava de olho nela porque uma das filhas tinha engravidado com 11 anos, abortado e ido sozinha para o hospital. As outras crianças menores são cuidadas pela vizinhança. Um dá um prato de comida, outro, um banho. Da irmã gêmea do João, que aparentemente não tem microcefalia, quem cuida é uma senhora ali da esquina. A mãe gosta de filho assim: que os outros cuidem de dia e mandem para ela alimentado e com banho tomado. Numa das visitas, o Conselho Tutelar flagrou que o João estava sendo vítima de maus-tratos. Ele ia ser recolhido para o abrigo, quando uma senhora que me ajudava com doações me avisou. Eu consegui a guarda provisória dele em junho. Agora estou na luta para conseguir a definitiva. Não imagino mais minha vida sem o João. Acordo às 3h e pego o primeiro ônibus às 4h20. Só volto pra casa às 20h. As consultas e terapias ficam em lugares diferentes do Recife. Pego uns oito, dez ônibus por dia. Não posso chegar atrasada, senão já dão falta. Se ele tiver duas faltas, é cortado das instituições do SUS. Os ônibus estão sempre lotados, as pessoas têm preconceitos, não são solidárias. Olham para ele como se fosse um bicho. Tenho que fingir de surda e muda para não criar confusão. São crianças que não pediram para vir ao mundo da forma que vieram. Elas têm que ter o amor e o carinho de nós que somos mães. Sou mãe, me sinto mãe do João, quero proteger, cuidar, quero amar mais do que ele já é amado. Minha mãe é avó dele, minhas irmãs, as tias. Todos me ajudam como podem. Só de medicamentos, fraldas, leite especial e produtos de higiene gasto R$ 800 a R$ 1.000. O benefício dele ainda está com a mãe biológica, que não ajuda em nada. Crio o João com a ajuda de pessoas solidárias, não tenho amparo do governo. TEMPO INTEGRAL Tinha um comércio em casa e tive que fechar para poder cuidar dele. A gente para a vida porque não tem tempo de mais nada, nem de cuidar da gente mesmo. Não dá tempo de ir a um clínico, fazer uma prevenção. Mas vale a pena. O João já consegue movimentar os bracinhos, que antes eram totalmente rígidos. Ele me acompanha com o olhar, sorri, enxerga, escuta. Em casa, montei um canto para trabalhar a terapia com ele, faço o que aprendo com as fisioterapeutas para ele não esquecer. Meu sonho é ver o João andar, falar, me chamar de mãe ou de mainha. Acredito que a gente vai conseguir. O João chegou para mim num momento muito difícil. Por causa da obesidade, estava muito triste, achava que a vida estava acabando. No casamento tinha muita briga, muita desunião. Ele chegou e renovou tudo, trouxe mais amor, mais união. Já fiz um voto com Deus que, se eu ganhar a guarda definitiva dele, vou parar de fumar, emagrecer. Se eu não cuidar de mim, como vou cuidar dele? | cotidiano | Mulher escolhe adotar bebê com microcefalia vítima de maus-tratosRESUMO Para muitos, ter um bebê com microcefalia é fatalidade. Para Valéria Gomes Ribeiro, 46, de Paulista, a 15 km do Recife (PE), foi uma escolha, um "presente de Deus". Mãe adotiva de um rapaz de 19 anos, que tem deficiência mental, ela conseguiu a guarda provisória de João, de um ano e meio, que foi retirado da mãe biológica pelo Conselho Tutelar por maus-tratos. Ela acorda às 3h para levá-lo de ônibus a uma maratona de terapias e consultas. "Meu sonho é vê-lo andar, falar, me chamar de mamãe ou mainha." * Conheci João logo depois que ele nasceu, em 20 de agosto de 2015. Fui visitar a mãe biológica dele, que já tinha outros dez filhos antes de ter ele e a irmã gêmea. Sabia que o João tinha algum problema, mas não sabia que era microcefalia. Como sou mãe de um rapaz de 19 anos, deficiente mental, expliquei para a mãe os cuidados que ela deveria ter com uma criança especial. A partir daí, ela começou a mandar o João todos os dias para a minha casa. Ele vinha no colo das irmãs de oito e de nove anos. Chegava cedo, todo sujo, com os olhinhos remelentos e cheio de xixi. Tinha espasmos e chorava muito, sem parar. A mãe dizia que era susto, que ele não deixava ninguém dormir. Comigo, ele ficava mais calmo. Parecia sentir o carinho e a atenção que não tinha em casa, onde era cuidado por crianças, jogado de um para outro. Ninguém tinha paciência para cuidar dele. Eu dava banho e comida e, à tarde, as crianças voltavam para buscá-lo. Um dia tive que correr com ele para uma UPA porque teve uma crise convulsiva. Foi lá que descobri que ele tinha microcefalia. A mãe contou que teve zika na gravidez. Mas ela não entendia a gravidade do problema. Com o diagnóstico, ajudei a mãe a ir atrás do benefício social [R$ 880] que João tem direito. Depois que ela conseguiu o benefício, acho que ficou com medo de perder a guarda do filho e deixou de mandá-lo para a minha casa. O Conselho Tutelar estava de olho nela porque uma das filhas tinha engravidado com 11 anos, abortado e ido sozinha para o hospital. As outras crianças menores são cuidadas pela vizinhança. Um dá um prato de comida, outro, um banho. Da irmã gêmea do João, que aparentemente não tem microcefalia, quem cuida é uma senhora ali da esquina. A mãe gosta de filho assim: que os outros cuidem de dia e mandem para ela alimentado e com banho tomado. Numa das visitas, o Conselho Tutelar flagrou que o João estava sendo vítima de maus-tratos. Ele ia ser recolhido para o abrigo, quando uma senhora que me ajudava com doações me avisou. Eu consegui a guarda provisória dele em junho. Agora estou na luta para conseguir a definitiva. Não imagino mais minha vida sem o João. Acordo às 3h e pego o primeiro ônibus às 4h20. Só volto pra casa às 20h. As consultas e terapias ficam em lugares diferentes do Recife. Pego uns oito, dez ônibus por dia. Não posso chegar atrasada, senão já dão falta. Se ele tiver duas faltas, é cortado das instituições do SUS. Os ônibus estão sempre lotados, as pessoas têm preconceitos, não são solidárias. Olham para ele como se fosse um bicho. Tenho que fingir de surda e muda para não criar confusão. São crianças que não pediram para vir ao mundo da forma que vieram. Elas têm que ter o amor e o carinho de nós que somos mães. Sou mãe, me sinto mãe do João, quero proteger, cuidar, quero amar mais do que ele já é amado. Minha mãe é avó dele, minhas irmãs, as tias. Todos me ajudam como podem. Só de medicamentos, fraldas, leite especial e produtos de higiene gasto R$ 800 a R$ 1.000. O benefício dele ainda está com a mãe biológica, que não ajuda em nada. Crio o João com a ajuda de pessoas solidárias, não tenho amparo do governo. TEMPO INTEGRAL Tinha um comércio em casa e tive que fechar para poder cuidar dele. A gente para a vida porque não tem tempo de mais nada, nem de cuidar da gente mesmo. Não dá tempo de ir a um clínico, fazer uma prevenção. Mas vale a pena. O João já consegue movimentar os bracinhos, que antes eram totalmente rígidos. Ele me acompanha com o olhar, sorri, enxerga, escuta. Em casa, montei um canto para trabalhar a terapia com ele, faço o que aprendo com as fisioterapeutas para ele não esquecer. Meu sonho é ver o João andar, falar, me chamar de mãe ou de mainha. Acredito que a gente vai conseguir. O João chegou para mim num momento muito difícil. Por causa da obesidade, estava muito triste, achava que a vida estava acabando. No casamento tinha muita briga, muita desunião. Ele chegou e renovou tudo, trouxe mais amor, mais união. Já fiz um voto com Deus que, se eu ganhar a guarda definitiva dele, vou parar de fumar, emagrecer. Se eu não cuidar de mim, como vou cuidar dele? | 6 |
A criancice de Haddad e o caos de SP | O petista Fernando Haddad, prefeito da maior cidade do país, com a popularidade em baixa e com um caminhão de problemas para resolver, decidiu usar uma ferramenta oficial do município para cutucar um comentarista de rádio crítico à sua gestão. Uma criancice. No domingo, para quem ainda não conhece a história, a prefeitura divulgou ao público aquilo que seria a sua agenda oficial do dia seguinte. Em e-mail distribuído à imprensa e no site da prefeitura na internet, constava a relação de compromissos de Haddad: "A partir de 8h30 - Despachos internos". Mas era tudo mentira. Uma pegadinha. Esse conteúdo falso havia sido criado e divulgado pelo prefeito, como ele mesmo admitiu, apenas para dar um trote no comentarista Marco Antonio Villa, da rádio Jovem Pan. Na rádio, Villa critica constantemente a agenda do prefeito, com muitos "despachos internos" e poucos compromissos fora do gabinete. Por causa disso, Haddad usou um instrumento do município para enganar o comentarista. E, ainda na segunda-feira, justificou em sua página Facebook: "Resolvemos substituir, por algumas horas, a minha agenda pela de outro político, apenas para vê-lo comentar, uma vez na vida, o dia a dia de quem ele lambe as botas", disse Haddad, sem revelar sobre qual político a agenda falsa se tratava. Para Haddad, vale mentir ao público em uma ferramenta da prefeitura apenas por uma picuinha pessoal. Vale para ele, assim como valeu em outros casos de políticos que misturaram o público com o privado, com o pessoal. Tapiocas e compras no free-shop com cartão corporativo, construção de aeroporto regional ao lado da fazenda da família e avião da FAB para fazer implante capilar estão nesta longa lista. Só não é mentira e pegadinha o caos que São Paulo viveu no dia da falsa agenda. Semáforos apagados desde cedo, trânsito caótico e árvores despencando, com ao menos uma morte e dezenas de feridos. EDUARDO SCOLESE é editor de "COTIDIANO" | colunas | A criancice de Haddad e o caos de SPO petista Fernando Haddad, prefeito da maior cidade do país, com a popularidade em baixa e com um caminhão de problemas para resolver, decidiu usar uma ferramenta oficial do município para cutucar um comentarista de rádio crítico à sua gestão. Uma criancice. No domingo, para quem ainda não conhece a história, a prefeitura divulgou ao público aquilo que seria a sua agenda oficial do dia seguinte. Em e-mail distribuído à imprensa e no site da prefeitura na internet, constava a relação de compromissos de Haddad: "A partir de 8h30 - Despachos internos". Mas era tudo mentira. Uma pegadinha. Esse conteúdo falso havia sido criado e divulgado pelo prefeito, como ele mesmo admitiu, apenas para dar um trote no comentarista Marco Antonio Villa, da rádio Jovem Pan. Na rádio, Villa critica constantemente a agenda do prefeito, com muitos "despachos internos" e poucos compromissos fora do gabinete. Por causa disso, Haddad usou um instrumento do município para enganar o comentarista. E, ainda na segunda-feira, justificou em sua página Facebook: "Resolvemos substituir, por algumas horas, a minha agenda pela de outro político, apenas para vê-lo comentar, uma vez na vida, o dia a dia de quem ele lambe as botas", disse Haddad, sem revelar sobre qual político a agenda falsa se tratava. Para Haddad, vale mentir ao público em uma ferramenta da prefeitura apenas por uma picuinha pessoal. Vale para ele, assim como valeu em outros casos de políticos que misturaram o público com o privado, com o pessoal. Tapiocas e compras no free-shop com cartão corporativo, construção de aeroporto regional ao lado da fazenda da família e avião da FAB para fazer implante capilar estão nesta longa lista. Só não é mentira e pegadinha o caos que São Paulo viveu no dia da falsa agenda. Semáforos apagados desde cedo, trânsito caótico e árvores despencando, com ao menos uma morte e dezenas de feridos. EDUARDO SCOLESE é editor de "COTIDIANO" | 10 |
O som que se pode ver | RIO DE JANEIRO - Que eu saiba, nenhum jornal brasileiro noticiou a morte de Rudy Van Gelder, um engenheiro de som a quem o mundo deve boa parte do jazz como o conhecemos no século 20 - em discos primorosamente gravados. Van Gelder morreu no dia 25 último, aos 91 anos, em sua casa-estúdio em Englewood Cliffs, Nova Jersey, de onde saíram as fitas que resultaram em LPs como "Moanin'", de Art Blakey, "Saxofone Colossus", de Sonny Rollins, o insuperável "John Coltrane & Johnny Hartman" e nada menos que outros 3.000 discos. Você se perguntará por que tanta comoção. Porque, por sua própria natureza de música não escrita, o jazz só sobreviveu por ser gravado em discos e poder ser "aprendido" por músicos que não teriam outra forma de estudá-lo. Nem sempre as condições foram ideais - como soaria de verdade, digamos, o conjunto Hot Five, de Louis Armstrong, em 1925, gravado com um só microfone e transformado numa maçaroca sonora? Mas, desde que Van Gelder começou a trabalhar, em 1949, firmou-se um novo padrão. Ele não era um produtor de discos - não tinha influência sobre a música a ser gravada. Mas era o ditador absoluto de como ela deveria ser gravada. Sua maestria no posicionamento dos microfones e dos próprios músicos no estúdio criava uma sensação de perspectiva sonora - era um som que se podia ver. Quanto mais delicada a música, mais importante essa precisão. Foi Van Gelder o engenheiro de som em "Wave", "Tide" e "Stone Flower", os três LPs que Tom Jobim gravou para o produtor Creed Taylor em 1967-70 e, até hoje, os maiores discos instrumentais da bossa nova. Uma frase de Van Gelder, e que resume bem o seu trabalho, é a de que, com um infinito de recursos à sua disposição, ele vergava a tecnologia à criatividade humana - nunca o contrário. | colunas | O som que se pode verRIO DE JANEIRO - Que eu saiba, nenhum jornal brasileiro noticiou a morte de Rudy Van Gelder, um engenheiro de som a quem o mundo deve boa parte do jazz como o conhecemos no século 20 - em discos primorosamente gravados. Van Gelder morreu no dia 25 último, aos 91 anos, em sua casa-estúdio em Englewood Cliffs, Nova Jersey, de onde saíram as fitas que resultaram em LPs como "Moanin'", de Art Blakey, "Saxofone Colossus", de Sonny Rollins, o insuperável "John Coltrane & Johnny Hartman" e nada menos que outros 3.000 discos. Você se perguntará por que tanta comoção. Porque, por sua própria natureza de música não escrita, o jazz só sobreviveu por ser gravado em discos e poder ser "aprendido" por músicos que não teriam outra forma de estudá-lo. Nem sempre as condições foram ideais - como soaria de verdade, digamos, o conjunto Hot Five, de Louis Armstrong, em 1925, gravado com um só microfone e transformado numa maçaroca sonora? Mas, desde que Van Gelder começou a trabalhar, em 1949, firmou-se um novo padrão. Ele não era um produtor de discos - não tinha influência sobre a música a ser gravada. Mas era o ditador absoluto de como ela deveria ser gravada. Sua maestria no posicionamento dos microfones e dos próprios músicos no estúdio criava uma sensação de perspectiva sonora - era um som que se podia ver. Quanto mais delicada a música, mais importante essa precisão. Foi Van Gelder o engenheiro de som em "Wave", "Tide" e "Stone Flower", os três LPs que Tom Jobim gravou para o produtor Creed Taylor em 1967-70 e, até hoje, os maiores discos instrumentais da bossa nova. Uma frase de Van Gelder, e que resume bem o seu trabalho, é a de que, com um infinito de recursos à sua disposição, ele vergava a tecnologia à criatividade humana - nunca o contrário. | 10 |
Obras de moradia começam mais de 3 anos depois de anúncio de Alckmin | Três anos e quatro meses depois de lançada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), a PPP (Parceria Público-Privada) da habitação finalmente pode sair do papel na região central. Nesta terça-feira (1º), o tucano e o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), se reuniram para anunciar o início das obras de 126 unidades no Bom Retiro (centro). O projeto foi anunciado pela primeira vez por Alckmin no dia 16 de abril de 2012, quando ele assinou a autorização para o chamamento público da PPP. Na época, o governador prometeu que o projeto ajudaria na "revitalização do centro", levando 10 mil moradias para a região. Um ano depois, o governador se reuniu com Haddad para noticiar um convênio: a prefeitura ficaria responsável por ceder alguns terrenos que abrigariam os apartamentos no centro. Foi um dos primeiros encontros públicos entre o tucano e o petista, que assumiu a prefeitura em janeiro de 2013. Agora, as obras de 126 apartamentos vão começar nos próximos dias, prometem Alckmin e Haddad. O tucano justificou a demora afirmando que a PPP da habitação foi um programa inovador e inédito no país. "Não é atraso, é a primeira PPP do país. É uma coisa inovadora, nunca existiu no país uma parceria público-privada para fazer moradia. Tem um cronograma, você vai dando a ordem de serviço à medida que viabiliza o terreno", disse Alckmin. Governo e prefeitura têm um contrato assinado com uma construtora para erguer 3.683 unidades na região central. Dessas, 2.260 serão destinadas a famílias com renda de até seis salários mínimos (R$ 4.740). Outras 1.423 apartamentos vão para famílias com renda entre seis e dez salários. | cotidiano | Obras de moradia começam mais de 3 anos depois de anúncio de AlckminTrês anos e quatro meses depois de lançada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), a PPP (Parceria Público-Privada) da habitação finalmente pode sair do papel na região central. Nesta terça-feira (1º), o tucano e o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), se reuniram para anunciar o início das obras de 126 unidades no Bom Retiro (centro). O projeto foi anunciado pela primeira vez por Alckmin no dia 16 de abril de 2012, quando ele assinou a autorização para o chamamento público da PPP. Na época, o governador prometeu que o projeto ajudaria na "revitalização do centro", levando 10 mil moradias para a região. Um ano depois, o governador se reuniu com Haddad para noticiar um convênio: a prefeitura ficaria responsável por ceder alguns terrenos que abrigariam os apartamentos no centro. Foi um dos primeiros encontros públicos entre o tucano e o petista, que assumiu a prefeitura em janeiro de 2013. Agora, as obras de 126 apartamentos vão começar nos próximos dias, prometem Alckmin e Haddad. O tucano justificou a demora afirmando que a PPP da habitação foi um programa inovador e inédito no país. "Não é atraso, é a primeira PPP do país. É uma coisa inovadora, nunca existiu no país uma parceria público-privada para fazer moradia. Tem um cronograma, você vai dando a ordem de serviço à medida que viabiliza o terreno", disse Alckmin. Governo e prefeitura têm um contrato assinado com uma construtora para erguer 3.683 unidades na região central. Dessas, 2.260 serão destinadas a famílias com renda de até seis salários mínimos (R$ 4.740). Outras 1.423 apartamentos vão para famílias com renda entre seis e dez salários. | 6 |
Intervenção só ocorreria a pedido de um dos Poderes, disse comandante do Exército | Em palestra na mesma loja maçônica em que o general Antonio Hamilton Mourão falou em "impor uma solução" para a crise política no país, o comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, disse que uma "intervenção" militar poderia ocorrer a partir de uma iniciativa do Executivo, Legislativo ou Judiciário, mas que as Forças Armadas pretendem ser "protagonistas silenciosos" da crise. "Poderemos, eventualmente, ser empregados, mas sempre condicionados por princípios legais e como reza o artigo 142 [da Constituição], por iniciativa de um dos Poderes. E pagamos um preço caro até hoje exatamente por, em alguns eventos, não termos observado esse princípio", disse o general na palestra. A Folha indagou nesta terça-feira (19), por meio da assessoria do Exército, que "eventos" seriam esses, e se incluíam o golpe militar de 1964, e também pediu que o general comentasse trechos do seu pronunciamento, mas não houve resposta até a conclusão deste texto. A referência do comandante ao artigo 142 da Constituição é uma interpretação de Villas Bôas sobre o texto, que nada fala sobre "intervenção militar", expressão inexistente na Carta. O artigo se refere a operações para garantia de lei e da ordem, como as realizadas atualmente no Rio de Janeiro para combate ao crime organizado. A palestra de Villas Bôas ao grupo da maçonaria Grande Oriente do Brasil ocorreu em 17 de março, seis meses antes da fala de Mourão, na sexta-feira (15). Em entrevista veiculada nesta terça-feira (19), ao comentar o caso, o comandante do Exército afirmou que o subordinado não receberá punição pelas declarações. O vídeo com a fala de Villas Bôas em março está disponível no site da maçonaria e não indica o local de realização da palestra. O comandante começou discorrendo sobre Amazônia, mas depois avançou sobre a crise política e a suposta "intervenção". Afirmou que as Forças Armadas têm sido abordado por "pessoas", cujos nomes não revelou, que pedem a "intervenção". O comandante indicou que não concorda com a hipótese. "Nós, nas Forças Armadas, é curioso vermos, muitas vezes somos instados, as pessoas que nos pedem, às vezes nos exigem, intervenções de caráter político. Na verdade eu interpreto como as pessoas estarem reclamando os valores que as Forças Armadas incorporam. E entendo também que hoje o Brasil é um país já uma sociedade sofisticada, com sistema de freios e contrapesos, com as instituições bem ou mal funcionando, que dispensa a sociedade de ser tutelada", disse o general. Villas Bôas afirmou, porém, que as Forças Armadas podem ser "empregadas" se acionadas por um dos três Poderes e que sua visão sobre o tema é baseada em três critérios: estabilidade, legalidade e credibilidade. Ao falar do terceiro ponto, novamente abordou a hipótese de uma ação militar: "E o terceiro princípio é o da credibilidade, decorrente de sermos uma instituição de Estado que temos que preservar a nossa imagem de relativa imparcialidade, porque caso sejamos empregados, não pode ser identificado nenhum favorecimento de um lado ou de outro". O comandante do Exército explicou da seguinte maneira a sua posição sobre a crise: "Nossa proposta é que a Forças Armadas sejam protagonistas silenciosos, mas que a sociedade identifique sempre como garantia que os problemas não ultrapassarão determinados limites para que o país tenha garantida a segurança da população e garantido o avanço de, mais cedo ou mais tarde, nós solucionarmos esses problemas e reencontrarmos o caminho do desenvolvimento". Villas Bôas não explicou que "determinados limites" seriam esses. 'SOBERANIA' Em sua palestra, o comandante fez diversas críticas a ONGs (organizações não governamentais), que segundo ele são "300 mil" no Brasil, e sugeriu que há uma conspiração com envolvimento de "grandes países" na demarcação de terras indígenas e criação de unidades de conservação ambiental. O comandante disse ser "interessante a coincidência que há entre a concentração maior de terras indígenas e unidades de conservação com a existência" de minerais na Amazônia e associou essas demarcações a um suposto "deficit de soberania". O general acusou, sem apresentar provas, que as ONGs são usadas para impedir o crescimento econômico do país. "Desde a Segunda Guerra Mundial, quando começou esse movimento ambientalista, paralelamente surge o fenômeno das ONGs, que os grandes países usam para instrumentalizar os seus interesses. E as grandes potências, em razão do processo de descolonização, começa a perder controle de grandes áreas em consequência de recursos naturais, passaram a utilizar a política de congelar as áreas para que elas não venham a interferir no mercado internacional." Villas Bôas associou o "ambientalismo" a uma estratégia de parte da "esquerda nacional". "Paralelamente, depois da queda do Muro de Berlim [1989], uma parte política, principalmente da esquerda nacional, abraçou esse pensamento politicamente correto a que me referi". O general também atacou o que chamou de assinatura "gratuita e voluntária", pelo Brasil, de acordos internacionais como o tratado de não proliferação de armas nucleares, de 1968, e a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), de 1989, que prevê, entre outros pontos, o consentimento de povos indígenas para obras de construção civil que atinjam o seu território. O general afirmou que a Convenção 169 "abrange um capítulo referente às comunidades indígenas e reconhece o direito de autonomia e até reconhece como nações indígenas". No texto da convenção, contudo, inexiste a expressão "nações indígenas". Representantes de ONGs ouvidos pela Folha reagiram às declarações do comandante do Exército. Márcio Astrini, coordenador de políticas públicas do Greenpeace, disse que associar as ONGs a interesses de países estrangeiros para impedir o desenvolvimento brasileiro é uma "alucinação". "Essa é uma estratégia já muito conhecida, usada inclusive aqui no Congresso, de usar um inimigo inexistente apenas para validar os absurdos que eles defendem. Além da alucinação, existe aí uma mentira muito simples de ser desmascarada. Por exemplo, nós temos um ministro de Minas e Energia que vai ao Canadá conversar com mineradoras para entregar um pedaço da Amazônia e nós, as ONGs, queremos que esse pedaço de floresta permaneça sob a tutela do Estado. Segunda coisa, eles têm no Congresso um projeto de lei para venda de terras para estrangeiros. Nós somos contra. A prática deles é que internacionaliza a Amazônia", disse Astrini. Adriana Ramos, do ISA (Instituto Socioambiental), disse que o Brasil assinou a convenção da OIT porque "ela é totalmente alinhada com a nossa Constituição, que já reconheceu os direitos dos povos indígenas". Ela apontou que o número de 300 mil ONGs citado pelo general é "inflado", pois inclui todo tipo de organização não governamental, como associações religiosas, mas que ainda "deveria ser visto de forma positiva, pois mostra que o Brasil tem uma sociedade organizada, embora reduzida para as demandas que o país tem". Kléber Karipuna, da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), maior ONG indígena, disse que a convenção da OIT é "uma grande conquista do movimento indígena, uma luta pela garantia da autonomia e dos procedimentos de consulta e de maior participação dos povos indígenas nas tomadas de decisão sobre o seu modo de vida". "De fato deve desagradar muito ao governo e aos militares hoje. Ela não é respeitada pelos governos desde sempre", disse Karipuna. Maurício Guetta, advogado do ISA, afirmou que "não surpreende ver um representante do Exército defender a retirada de direitos dos povos indígenas quando a gente sabe que a ditadura militar foi responsável por um genocídio promovido pelo Estado brasileiro, deliberadamente, e isso está comprovado no relatório da Comissão Nacional da Verdade". | poder | Intervenção só ocorreria a pedido de um dos Poderes, disse comandante do ExércitoEm palestra na mesma loja maçônica em que o general Antonio Hamilton Mourão falou em "impor uma solução" para a crise política no país, o comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, disse que uma "intervenção" militar poderia ocorrer a partir de uma iniciativa do Executivo, Legislativo ou Judiciário, mas que as Forças Armadas pretendem ser "protagonistas silenciosos" da crise. "Poderemos, eventualmente, ser empregados, mas sempre condicionados por princípios legais e como reza o artigo 142 [da Constituição], por iniciativa de um dos Poderes. E pagamos um preço caro até hoje exatamente por, em alguns eventos, não termos observado esse princípio", disse o general na palestra. A Folha indagou nesta terça-feira (19), por meio da assessoria do Exército, que "eventos" seriam esses, e se incluíam o golpe militar de 1964, e também pediu que o general comentasse trechos do seu pronunciamento, mas não houve resposta até a conclusão deste texto. A referência do comandante ao artigo 142 da Constituição é uma interpretação de Villas Bôas sobre o texto, que nada fala sobre "intervenção militar", expressão inexistente na Carta. O artigo se refere a operações para garantia de lei e da ordem, como as realizadas atualmente no Rio de Janeiro para combate ao crime organizado. A palestra de Villas Bôas ao grupo da maçonaria Grande Oriente do Brasil ocorreu em 17 de março, seis meses antes da fala de Mourão, na sexta-feira (15). Em entrevista veiculada nesta terça-feira (19), ao comentar o caso, o comandante do Exército afirmou que o subordinado não receberá punição pelas declarações. O vídeo com a fala de Villas Bôas em março está disponível no site da maçonaria e não indica o local de realização da palestra. O comandante começou discorrendo sobre Amazônia, mas depois avançou sobre a crise política e a suposta "intervenção". Afirmou que as Forças Armadas têm sido abordado por "pessoas", cujos nomes não revelou, que pedem a "intervenção". O comandante indicou que não concorda com a hipótese. "Nós, nas Forças Armadas, é curioso vermos, muitas vezes somos instados, as pessoas que nos pedem, às vezes nos exigem, intervenções de caráter político. Na verdade eu interpreto como as pessoas estarem reclamando os valores que as Forças Armadas incorporam. E entendo também que hoje o Brasil é um país já uma sociedade sofisticada, com sistema de freios e contrapesos, com as instituições bem ou mal funcionando, que dispensa a sociedade de ser tutelada", disse o general. Villas Bôas afirmou, porém, que as Forças Armadas podem ser "empregadas" se acionadas por um dos três Poderes e que sua visão sobre o tema é baseada em três critérios: estabilidade, legalidade e credibilidade. Ao falar do terceiro ponto, novamente abordou a hipótese de uma ação militar: "E o terceiro princípio é o da credibilidade, decorrente de sermos uma instituição de Estado que temos que preservar a nossa imagem de relativa imparcialidade, porque caso sejamos empregados, não pode ser identificado nenhum favorecimento de um lado ou de outro". O comandante do Exército explicou da seguinte maneira a sua posição sobre a crise: "Nossa proposta é que a Forças Armadas sejam protagonistas silenciosos, mas que a sociedade identifique sempre como garantia que os problemas não ultrapassarão determinados limites para que o país tenha garantida a segurança da população e garantido o avanço de, mais cedo ou mais tarde, nós solucionarmos esses problemas e reencontrarmos o caminho do desenvolvimento". Villas Bôas não explicou que "determinados limites" seriam esses. 'SOBERANIA' Em sua palestra, o comandante fez diversas críticas a ONGs (organizações não governamentais), que segundo ele são "300 mil" no Brasil, e sugeriu que há uma conspiração com envolvimento de "grandes países" na demarcação de terras indígenas e criação de unidades de conservação ambiental. O comandante disse ser "interessante a coincidência que há entre a concentração maior de terras indígenas e unidades de conservação com a existência" de minerais na Amazônia e associou essas demarcações a um suposto "deficit de soberania". O general acusou, sem apresentar provas, que as ONGs são usadas para impedir o crescimento econômico do país. "Desde a Segunda Guerra Mundial, quando começou esse movimento ambientalista, paralelamente surge o fenômeno das ONGs, que os grandes países usam para instrumentalizar os seus interesses. E as grandes potências, em razão do processo de descolonização, começa a perder controle de grandes áreas em consequência de recursos naturais, passaram a utilizar a política de congelar as áreas para que elas não venham a interferir no mercado internacional." Villas Bôas associou o "ambientalismo" a uma estratégia de parte da "esquerda nacional". "Paralelamente, depois da queda do Muro de Berlim [1989], uma parte política, principalmente da esquerda nacional, abraçou esse pensamento politicamente correto a que me referi". O general também atacou o que chamou de assinatura "gratuita e voluntária", pelo Brasil, de acordos internacionais como o tratado de não proliferação de armas nucleares, de 1968, e a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), de 1989, que prevê, entre outros pontos, o consentimento de povos indígenas para obras de construção civil que atinjam o seu território. O general afirmou que a Convenção 169 "abrange um capítulo referente às comunidades indígenas e reconhece o direito de autonomia e até reconhece como nações indígenas". No texto da convenção, contudo, inexiste a expressão "nações indígenas". Representantes de ONGs ouvidos pela Folha reagiram às declarações do comandante do Exército. Márcio Astrini, coordenador de políticas públicas do Greenpeace, disse que associar as ONGs a interesses de países estrangeiros para impedir o desenvolvimento brasileiro é uma "alucinação". "Essa é uma estratégia já muito conhecida, usada inclusive aqui no Congresso, de usar um inimigo inexistente apenas para validar os absurdos que eles defendem. Além da alucinação, existe aí uma mentira muito simples de ser desmascarada. Por exemplo, nós temos um ministro de Minas e Energia que vai ao Canadá conversar com mineradoras para entregar um pedaço da Amazônia e nós, as ONGs, queremos que esse pedaço de floresta permaneça sob a tutela do Estado. Segunda coisa, eles têm no Congresso um projeto de lei para venda de terras para estrangeiros. Nós somos contra. A prática deles é que internacionaliza a Amazônia", disse Astrini. Adriana Ramos, do ISA (Instituto Socioambiental), disse que o Brasil assinou a convenção da OIT porque "ela é totalmente alinhada com a nossa Constituição, que já reconheceu os direitos dos povos indígenas". Ela apontou que o número de 300 mil ONGs citado pelo general é "inflado", pois inclui todo tipo de organização não governamental, como associações religiosas, mas que ainda "deveria ser visto de forma positiva, pois mostra que o Brasil tem uma sociedade organizada, embora reduzida para as demandas que o país tem". Kléber Karipuna, da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), maior ONG indígena, disse que a convenção da OIT é "uma grande conquista do movimento indígena, uma luta pela garantia da autonomia e dos procedimentos de consulta e de maior participação dos povos indígenas nas tomadas de decisão sobre o seu modo de vida". "De fato deve desagradar muito ao governo e aos militares hoje. Ela não é respeitada pelos governos desde sempre", disse Karipuna. Maurício Guetta, advogado do ISA, afirmou que "não surpreende ver um representante do Exército defender a retirada de direitos dos povos indígenas quando a gente sabe que a ditadura militar foi responsável por um genocídio promovido pelo Estado brasileiro, deliberadamente, e isso está comprovado no relatório da Comissão Nacional da Verdade". | 0 |
Banco Central Europeu mantém juros em compasso de espera | O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, fez uma defesa fervorosa da política heterodoxa e de taxas de juros muito baixas adotada pela instituição, rebatendo críticas alemãs à instituição que preside. Falando no dia em que o conselho de política monetária do banco central manteve inalteradas as taxas de juros, depois de conduzi-las a um recorde de baixa no mês passado, o presidente do BCE argumentou que o crescimento da zona do euro teria sido mensuravelmente menor não fosse a política monetária ultrafrouxa adotada recentemente, e que o conselho defendia unanimemente a independência do BCE. "Temos por mandato promover a estabilidade de preços em toda a zona do euro, não apenas na Alemanha", disse Draghi na entrevista coletiva regular do BCE na quinta-feira. "Esse mandato está estabelecido por tratado, pela lei europeia; obedecemos a lei, não aos políticos, porque somos independentes, como a lei dispõe". Ele acrescentou que, em uma discussão breve no começo do dia, o conselho gestor havia sido "unânime em defender a independência do BCE e em considerar como apropriada nossa postura atual de política monetária". O conselho de política monetária, composto pelos seis mais importantes funcionários do BCE e pelos presidentes dos bancos centrais dos países da zona do euro, manteve em zero a taxa de refinanciamento, que serve como referência ao mercado. A taxa de depósito sobre as reservas dos bancos comerciais estacionadas no Banco Central continuou em 0,4% negativo. O euro e os preços no mercado de títulos europeu se mantiveram firmes depois da decisão, com a moeda unificada europeia negociada a US$ 1,13. A decisão de não mexer nos juros era amplamente aguardada, nas esteira de uma substancial rodada de estímulo promovida pelo Banco Central da zona do euro em março. DIVERGÊNCIA Os comentários de Draghi se seguem a uma tempestade de críticas vindas da Alemanha, desde então. Os juros baixos prejudicaram os poupadores, os pequenos bancos e as companhias de seguro de vida do país, e importantes políticos, como o ministro das Finanças Wolfgang Schäuble, culparam o banco, em alguma medida, pela ascensão do partido direitista Alternativa para a Alemanha. Draghi disse também na quinta-feira que, de acordo com um estudo interno do BCE, se não tivessem sido adotadas as políticas que o banco adotou a partir da metade de 2014, o crescimento cumulativo de lá para cá teria sido 1,6% menor, com o surgimento de deflação. "Nossas políticas não são muito diferentes das políticas que vêm sendo implementadas em parte muito grande do mundo, em todas as jurisdições importantes", ele disse. "E nossas políticas funcionam, elas são efetivas; é preciso apenas lhes dar tempo para que exibam seus plenos efeitos... O resumo é que nossas políticas são as políticas necessárias a [conduzir a inflação para perto da meta pouco menos de 2% adotada pelo BCE]". "Essas são as condições necessárias para o retorno do crescimento a patamares mais altos e essas são as condições necessárias para o retorno das taxas de juros a um patamar mais alto que o atual". Embora defendesse a independência do BCE, Draghi se manteve cauteloso quanto ao assunto "jogar dinheiro de helicóptero" - pagamentos do Banco Central ao público geral a fim de estimular a demanda -, uma ideia à qual muitos dirigentes alemães se opõem resolutamente. No mês passado, ele descreveu a ideia de jogar dinheiro de helicóptero como "conceito muito interessante", embora apontasse para "complexidades, tanto contábeis quanto jurídicas". Na quinta-feira ele acrescentou que "o resumo é que nunca discutimos essa ideia". O pacote de março incluía uma promessa do BCE de elevar o volume de títulos, em sua maioria títulos públicos, adquiridos por ele a cada mês sob seu histórico programa de relaxamento quantitativo, de 20 bilhões para 80 bilhões de euros. Essas compras devem continuar pelo menos até março de 2017. No mês passado, as autoridades monetárias também anunciaram uma série de quatro leilões que na prática subsidiarão bancos para que estes emprestem dinheiro a empresas e domicílios na zona do euro, e expandiram a lista de ativos passíveis de compra sob o relaxamento quantitativo, incluindo nela títulos empresariais de primeira linha emitidos na zona do euro. Os sinais iniciais são de que o pacote está ajudando a estimular a emissão de títulos de dívida por empresas, embora alguns observadores tenham expresso ceticismo quanto ao efeito dos leilões - conhecidos como Operações Direcionadas de Refinanciamento de Longo Prazo - em termos de ajudar a criar crédito e expandir o investimento. Tradução de PAULO MIGLIACCI | mercado | Banco Central Europeu mantém juros em compasso de esperaO presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, fez uma defesa fervorosa da política heterodoxa e de taxas de juros muito baixas adotada pela instituição, rebatendo críticas alemãs à instituição que preside. Falando no dia em que o conselho de política monetária do banco central manteve inalteradas as taxas de juros, depois de conduzi-las a um recorde de baixa no mês passado, o presidente do BCE argumentou que o crescimento da zona do euro teria sido mensuravelmente menor não fosse a política monetária ultrafrouxa adotada recentemente, e que o conselho defendia unanimemente a independência do BCE. "Temos por mandato promover a estabilidade de preços em toda a zona do euro, não apenas na Alemanha", disse Draghi na entrevista coletiva regular do BCE na quinta-feira. "Esse mandato está estabelecido por tratado, pela lei europeia; obedecemos a lei, não aos políticos, porque somos independentes, como a lei dispõe". Ele acrescentou que, em uma discussão breve no começo do dia, o conselho gestor havia sido "unânime em defender a independência do BCE e em considerar como apropriada nossa postura atual de política monetária". O conselho de política monetária, composto pelos seis mais importantes funcionários do BCE e pelos presidentes dos bancos centrais dos países da zona do euro, manteve em zero a taxa de refinanciamento, que serve como referência ao mercado. A taxa de depósito sobre as reservas dos bancos comerciais estacionadas no Banco Central continuou em 0,4% negativo. O euro e os preços no mercado de títulos europeu se mantiveram firmes depois da decisão, com a moeda unificada europeia negociada a US$ 1,13. A decisão de não mexer nos juros era amplamente aguardada, nas esteira de uma substancial rodada de estímulo promovida pelo Banco Central da zona do euro em março. DIVERGÊNCIA Os comentários de Draghi se seguem a uma tempestade de críticas vindas da Alemanha, desde então. Os juros baixos prejudicaram os poupadores, os pequenos bancos e as companhias de seguro de vida do país, e importantes políticos, como o ministro das Finanças Wolfgang Schäuble, culparam o banco, em alguma medida, pela ascensão do partido direitista Alternativa para a Alemanha. Draghi disse também na quinta-feira que, de acordo com um estudo interno do BCE, se não tivessem sido adotadas as políticas que o banco adotou a partir da metade de 2014, o crescimento cumulativo de lá para cá teria sido 1,6% menor, com o surgimento de deflação. "Nossas políticas não são muito diferentes das políticas que vêm sendo implementadas em parte muito grande do mundo, em todas as jurisdições importantes", ele disse. "E nossas políticas funcionam, elas são efetivas; é preciso apenas lhes dar tempo para que exibam seus plenos efeitos... O resumo é que nossas políticas são as políticas necessárias a [conduzir a inflação para perto da meta pouco menos de 2% adotada pelo BCE]". "Essas são as condições necessárias para o retorno do crescimento a patamares mais altos e essas são as condições necessárias para o retorno das taxas de juros a um patamar mais alto que o atual". Embora defendesse a independência do BCE, Draghi se manteve cauteloso quanto ao assunto "jogar dinheiro de helicóptero" - pagamentos do Banco Central ao público geral a fim de estimular a demanda -, uma ideia à qual muitos dirigentes alemães se opõem resolutamente. No mês passado, ele descreveu a ideia de jogar dinheiro de helicóptero como "conceito muito interessante", embora apontasse para "complexidades, tanto contábeis quanto jurídicas". Na quinta-feira ele acrescentou que "o resumo é que nunca discutimos essa ideia". O pacote de março incluía uma promessa do BCE de elevar o volume de títulos, em sua maioria títulos públicos, adquiridos por ele a cada mês sob seu histórico programa de relaxamento quantitativo, de 20 bilhões para 80 bilhões de euros. Essas compras devem continuar pelo menos até março de 2017. No mês passado, as autoridades monetárias também anunciaram uma série de quatro leilões que na prática subsidiarão bancos para que estes emprestem dinheiro a empresas e domicílios na zona do euro, e expandiram a lista de ativos passíveis de compra sob o relaxamento quantitativo, incluindo nela títulos empresariais de primeira linha emitidos na zona do euro. Os sinais iniciais são de que o pacote está ajudando a estimular a emissão de títulos de dívida por empresas, embora alguns observadores tenham expresso ceticismo quanto ao efeito dos leilões - conhecidos como Operações Direcionadas de Refinanciamento de Longo Prazo - em termos de ajudar a criar crédito e expandir o investimento. Tradução de PAULO MIGLIACCI | 2 |
Mortes: Uma forte e apaixonada professora de francês | As aulas de francês entraram na vida de Corina como um passatempo. "Dondoca" até então, como lembra a filha Ana Maria, ela estava com mais de 40 anos e com os filhos já crescidos quando resolveu se aventurar novamente pelas salas de aula. O convite para dar as primeiras aulas veio da própria escola alguns anos depois. Em parte por conta da dedicação que Corina empregava nos estudos, mas também devido às dificuldades que sua família passava na época. Da Aliança Francesa, ela foi para aulas em outras escolas e depois para alunos particulares. Passava os dias pra cima e pra baixo, "como uma maluca", para cumprir sua agenda, lembra a filha. Mesmo depois dos 80 anos continuava a dirigir seu carro pelas ruas de Ribeirão Preto, no interior paulista, para atender seus vários alunos. Filha única de uma família humilde de Tietê, também no interior de SP, Corina chegou a Ribeirão depois do casamento com o fazendeiro José Carlos. Chegou a passar pela capital paulista antes, mas foi em Ribeirão Preto que acabou ficando a maior parte da vida. De gênio forte, ela era decidida e exigente em casa e no trabalho. Com isso, acabou, não apenas ensinando o idioma, mas formando vários novos professores. Nas horas livres, gostava de jogos de buraco, de palavras cruzadas e de muita leitura -geralmente de livros em francês. Viúva, fez questão de continuar morando sozinha até recentemente. Morreu no último dia 14, aos 94 anos, em decorrência da falência de múltiplos órgãos. Deixa quatro filhos, oito netos e três bisnetos, além de muitos alunos. - coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas | cotidiano | Mortes: Uma forte e apaixonada professora de francêsAs aulas de francês entraram na vida de Corina como um passatempo. "Dondoca" até então, como lembra a filha Ana Maria, ela estava com mais de 40 anos e com os filhos já crescidos quando resolveu se aventurar novamente pelas salas de aula. O convite para dar as primeiras aulas veio da própria escola alguns anos depois. Em parte por conta da dedicação que Corina empregava nos estudos, mas também devido às dificuldades que sua família passava na época. Da Aliança Francesa, ela foi para aulas em outras escolas e depois para alunos particulares. Passava os dias pra cima e pra baixo, "como uma maluca", para cumprir sua agenda, lembra a filha. Mesmo depois dos 80 anos continuava a dirigir seu carro pelas ruas de Ribeirão Preto, no interior paulista, para atender seus vários alunos. Filha única de uma família humilde de Tietê, também no interior de SP, Corina chegou a Ribeirão depois do casamento com o fazendeiro José Carlos. Chegou a passar pela capital paulista antes, mas foi em Ribeirão Preto que acabou ficando a maior parte da vida. De gênio forte, ela era decidida e exigente em casa e no trabalho. Com isso, acabou, não apenas ensinando o idioma, mas formando vários novos professores. Nas horas livres, gostava de jogos de buraco, de palavras cruzadas e de muita leitura -geralmente de livros em francês. Viúva, fez questão de continuar morando sozinha até recentemente. Morreu no último dia 14, aos 94 anos, em decorrência da falência de múltiplos órgãos. Deixa quatro filhos, oito netos e três bisnetos, além de muitos alunos. - coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas | 6 |
Bradesco vence leilão da folha de pagamento do Rio por R$ 1,3 bilhão | Em leilão sem concorrência realizado nesta quarta (9), o Bradesco arrematou por R$ 1,3 bilhão contrato para gerir a folha de pagamento do governo do Rio pelos próximos cinco anos. Os recursos serão usados pelo governo para quitar salários atrasados de maio e junho, dívida que motivou protestos de servidores a aposentados esta semana. O resultado do leilão frustrou expectativas do governo Luiz Fernando Pezão, que esperava disputa pelo contrato e algum ágio no valor final. A oferta do Bradesco foi de R$ 1.317.800.000, apenas R$ 33.579 acima do preço mínimo estabelecido. O Bradesco já é o gestor da folha do Estado e, com a vitória, terá por mais cinco anos o contrato de prestação de serviços bancários e processamento da folha de pagamento. A antecipação da concorrência, que poderia ser realizada até o fim do ano, é uma das medidas emergenciais anunciadas pelo governo para equacionar os salários dos servidores. O Estado ainda deve os vencimentos de maio a 126.394 servidores e inativos. Com relação a junho, 206.825 servidores ainda não receberam —neste caso, apenas aqueles ligados à segurança e educação foram pagos. A dívida referente aos dois meses é de R$ 976 milhões, de acordo com a secretaria Estadual de Fazenda. O valor deve ser quitado com o pagamento do Bradesco pelo contrato. A expectativa é que o dinheiro seja depositado cinco dias após a assinatura. A Secretaria de Fazenda não informou qual a data prevista para o depósito dos salários. SOCORRO O processo de adesão ao programa de recuperação fiscal levou mais tempo do que o governo esperava, diante de resistências dos parlamentares estaduais em aprovar um teto para os gastos públicos. No início de junho, Pezão acreditava estar pronto para assinar o socorro, mas a proposta do Estado foi vetada pelo Ministério da Fazenda. Em julho, após aprovar projeto de lei que estabeleceu o teto, deu entrada definitiva no processo de adesão, que garante a suspensão dos pagamentos da dívida com a União por três anos. | mercado | Bradesco vence leilão da folha de pagamento do Rio por R$ 1,3 bilhãoEm leilão sem concorrência realizado nesta quarta (9), o Bradesco arrematou por R$ 1,3 bilhão contrato para gerir a folha de pagamento do governo do Rio pelos próximos cinco anos. Os recursos serão usados pelo governo para quitar salários atrasados de maio e junho, dívida que motivou protestos de servidores a aposentados esta semana. O resultado do leilão frustrou expectativas do governo Luiz Fernando Pezão, que esperava disputa pelo contrato e algum ágio no valor final. A oferta do Bradesco foi de R$ 1.317.800.000, apenas R$ 33.579 acima do preço mínimo estabelecido. O Bradesco já é o gestor da folha do Estado e, com a vitória, terá por mais cinco anos o contrato de prestação de serviços bancários e processamento da folha de pagamento. A antecipação da concorrência, que poderia ser realizada até o fim do ano, é uma das medidas emergenciais anunciadas pelo governo para equacionar os salários dos servidores. O Estado ainda deve os vencimentos de maio a 126.394 servidores e inativos. Com relação a junho, 206.825 servidores ainda não receberam —neste caso, apenas aqueles ligados à segurança e educação foram pagos. A dívida referente aos dois meses é de R$ 976 milhões, de acordo com a secretaria Estadual de Fazenda. O valor deve ser quitado com o pagamento do Bradesco pelo contrato. A expectativa é que o dinheiro seja depositado cinco dias após a assinatura. A Secretaria de Fazenda não informou qual a data prevista para o depósito dos salários. SOCORRO O processo de adesão ao programa de recuperação fiscal levou mais tempo do que o governo esperava, diante de resistências dos parlamentares estaduais em aprovar um teto para os gastos públicos. No início de junho, Pezão acreditava estar pronto para assinar o socorro, mas a proposta do Estado foi vetada pelo Ministério da Fazenda. Em julho, após aprovar projeto de lei que estabeleceu o teto, deu entrada definitiva no processo de adesão, que garante a suspensão dos pagamentos da dívida com a União por três anos. | 2 |
Agente da PF é preso sob suspeita de passar informações a contrabandistas | Uma missão de dez policiais do Comando de Operações Táticas, tropa de elite da Polícia Federal, foi de Brasília para Ribeirão Preto (SP), no último sábado (9), para prender o agente Moacir de Moura Filho, conhecido pelos colegas de PF como Cabelo. O agente trabalhava no setor de inteligência da Polícia Federal em Ribeirão Preto e é acusado de abastecer com informações policiais uma das maiores quadrilhas de contrabandistas do país. Moura foi levado para Brasília, onde permanece detido. A prisão do agente estava sendo mantida em segredo pela Polícia Federal. O departamento de análise ao qual Moura fazia parte, em Ribeirão Preto, foi desativado e as investigações que corriam ali foram distribuídas para outras delegacias da região. A prisão de Cabelo é desdobramento da Operação Celeno, que foi deflagrada no dia 16 de junho. Na ocasião a PF cumpriu 138 mandados judiciais, sendo 28 de prisão preventiva, 15 de prisão temporária, 18 de condução coercitiva e 77 de busca e apreensão. Sete aviões monomotores foram apreendidos –outros quatro já haviam sido apreendidos antes da operação. Os mandados foram cumpridos em cidades do Paraná, Espírito Santo, São Paulo e Minas Gerais. Naquele dia 360 policiais participaram da ação. "Avaliamos que a quadrilha movimentava mais de R$ 3 bilhões por ano. Eles usavam 12 aviões que voavam diariamente até duas vezes por dia trazendo produtos do Paraguai para o Brasil", diz o delegado Alexander Noronha Dias, da Polícia Federal do Paraná. As mercadorias contrabandeadas variavam de aparelhos eletrônicos, como notebooks, até medicamentos e anabolizantes. A PF chegou ao agente ao detectar que um dos líderes da quadrilha era primo de Moura. Os investigadores então informaram ao departamento de contrainteligência, responsável por investigar servidores da PF que cometem delitos. A região de Ribeirão Preto, onde Moura trabalhava, é uma das principais rotas de aviões de contrabandistas e traficantes por conta da posição geográfica e dos canaviais, que facilitam o disfarce de pistas de pouso e decolagem. Os aviões da quadrilha saiam de Salto Del Guairá, no Paraguai, e voavam até pistas clandestinas na região de Ribeirão Preto. Dali a mercadoria era escoada para entrepostos de armazenamento e transportadas por caminhões e carros até os mercados consumidores. Cada avião levava até 600 quilos de mercadorias avaliadas em US$ 500 mil. A Polícia Federal não quis se manifestar sobre a prisão do agente já que a investigação contra ele corre sob segredo de justiça. A Folha não conseguiu contato com nenhum advogado do agente. Questionada, a PF não deu informações sobre as alegações dele diante da prisão nem revelou quem é seu defensor. | cotidiano | Agente da PF é preso sob suspeita de passar informações a contrabandistasUma missão de dez policiais do Comando de Operações Táticas, tropa de elite da Polícia Federal, foi de Brasília para Ribeirão Preto (SP), no último sábado (9), para prender o agente Moacir de Moura Filho, conhecido pelos colegas de PF como Cabelo. O agente trabalhava no setor de inteligência da Polícia Federal em Ribeirão Preto e é acusado de abastecer com informações policiais uma das maiores quadrilhas de contrabandistas do país. Moura foi levado para Brasília, onde permanece detido. A prisão do agente estava sendo mantida em segredo pela Polícia Federal. O departamento de análise ao qual Moura fazia parte, em Ribeirão Preto, foi desativado e as investigações que corriam ali foram distribuídas para outras delegacias da região. A prisão de Cabelo é desdobramento da Operação Celeno, que foi deflagrada no dia 16 de junho. Na ocasião a PF cumpriu 138 mandados judiciais, sendo 28 de prisão preventiva, 15 de prisão temporária, 18 de condução coercitiva e 77 de busca e apreensão. Sete aviões monomotores foram apreendidos –outros quatro já haviam sido apreendidos antes da operação. Os mandados foram cumpridos em cidades do Paraná, Espírito Santo, São Paulo e Minas Gerais. Naquele dia 360 policiais participaram da ação. "Avaliamos que a quadrilha movimentava mais de R$ 3 bilhões por ano. Eles usavam 12 aviões que voavam diariamente até duas vezes por dia trazendo produtos do Paraguai para o Brasil", diz o delegado Alexander Noronha Dias, da Polícia Federal do Paraná. As mercadorias contrabandeadas variavam de aparelhos eletrônicos, como notebooks, até medicamentos e anabolizantes. A PF chegou ao agente ao detectar que um dos líderes da quadrilha era primo de Moura. Os investigadores então informaram ao departamento de contrainteligência, responsável por investigar servidores da PF que cometem delitos. A região de Ribeirão Preto, onde Moura trabalhava, é uma das principais rotas de aviões de contrabandistas e traficantes por conta da posição geográfica e dos canaviais, que facilitam o disfarce de pistas de pouso e decolagem. Os aviões da quadrilha saiam de Salto Del Guairá, no Paraguai, e voavam até pistas clandestinas na região de Ribeirão Preto. Dali a mercadoria era escoada para entrepostos de armazenamento e transportadas por caminhões e carros até os mercados consumidores. Cada avião levava até 600 quilos de mercadorias avaliadas em US$ 500 mil. A Polícia Federal não quis se manifestar sobre a prisão do agente já que a investigação contra ele corre sob segredo de justiça. A Folha não conseguiu contato com nenhum advogado do agente. Questionada, a PF não deu informações sobre as alegações dele diante da prisão nem revelou quem é seu defensor. | 6 |
Após chuva, São Paulo sai de estado de atenção; houve queda de granizo | As chuvas que atingem a região metropolitana de São Paulo na tarde deste sábado (7) perderam força no final da tarde e fizeram com que o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência), da prefeitura, tirasse a capital paulista do estado de atenção. No entanto, houve registro de queda de granizo na região da Consolação por volta de 17h30. O aeroporto de Congonhas chegou a fechar por alguns momentos para pousos e decolagens em função do temporal. Segundo o CGE, foram registradas rajadas de vento de cerca de 49 km/h no local. Segundo o centro, instabilidades provocaram chuvas de forte intensidade em diversos bairros da capital paulista. Duas árvores caíram na cidade. Uma na av. Nove de Julho, próximo à saída do terminal Bandeira, e outra na rua Tutoia, na vila Mariana. PREVISÃO O domingo (8) promete ter predomínio de sol entre poucas nuvens, de acordo com o CGE. A mínima fica em torno dos 18º C e a máxima pode chegar a 29º C. Os percentuais de umidade relativa do ar declinam um pouco e oscilam entre 40% e 90%. Entre o final da tarde e início da noite as pancadas de chuva voltam a atingir a capital de forma rápida e isolada, com baixo potencial para a formação de alagamentos. A cidade de São Paulo atingiu na sexta-feira (6) um acumulado de 71,7 mm (milímetros) de chuva desde o início de fevereiro. Cada milímetro de chuva equivale a um litro de água por metro quadrado. O volume corresponde a 33,5% do total de chuva esperada para todo o mês, que é de 214 mm, segundo dados da prefeitura. | cotidiano | Após chuva, São Paulo sai de estado de atenção; houve queda de granizoAs chuvas que atingem a região metropolitana de São Paulo na tarde deste sábado (7) perderam força no final da tarde e fizeram com que o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência), da prefeitura, tirasse a capital paulista do estado de atenção. No entanto, houve registro de queda de granizo na região da Consolação por volta de 17h30. O aeroporto de Congonhas chegou a fechar por alguns momentos para pousos e decolagens em função do temporal. Segundo o CGE, foram registradas rajadas de vento de cerca de 49 km/h no local. Segundo o centro, instabilidades provocaram chuvas de forte intensidade em diversos bairros da capital paulista. Duas árvores caíram na cidade. Uma na av. Nove de Julho, próximo à saída do terminal Bandeira, e outra na rua Tutoia, na vila Mariana. PREVISÃO O domingo (8) promete ter predomínio de sol entre poucas nuvens, de acordo com o CGE. A mínima fica em torno dos 18º C e a máxima pode chegar a 29º C. Os percentuais de umidade relativa do ar declinam um pouco e oscilam entre 40% e 90%. Entre o final da tarde e início da noite as pancadas de chuva voltam a atingir a capital de forma rápida e isolada, com baixo potencial para a formação de alagamentos. A cidade de São Paulo atingiu na sexta-feira (6) um acumulado de 71,7 mm (milímetros) de chuva desde o início de fevereiro. Cada milímetro de chuva equivale a um litro de água por metro quadrado. O volume corresponde a 33,5% do total de chuva esperada para todo o mês, que é de 214 mm, segundo dados da prefeitura. | 6 |
Uma possível causa do diabetes tipo 2 | A descoberta e a introdução da pílula anticoncepcional, em 1960, ajudou muito na luta por cargos de liderança pelas mulheres, que começou entre o fim do século 19 e nas primeiras décadas do século 20, com as sufragistas. Inicialmente, lutavam pelo direito ao voto. E conseguiram (no Brasil, a partir de 24 de fevereiro de 1932). Atualmente elas estão em diferentes atividades profissionais, o que resultou em mudança na idade em que as mulheres costumam ficar grávidas. A idade média da mulher no parto passou de 27,5 anos, em 1970, para 30,1 anos em 2012, segundo as estatísticas mundiais. A médica Charlotte Verroken e colaboradores da Universidade Ghent, na Bélgica, sugerem que o parto de mulher com menos de 25 anos de idade, ou acima dos 34, pode resultar em alto risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 para seus filhos quando adultos. A pesquisa foi relatada na revista científica "Clinical Endocrinology" de janeiro. Filhos de mães com menos de 30 e acima dos 34 anos de idade no parto têm maior resistência à insulina, quando adultos, que os filhos de mães entre 30 e 34 anos de idade. A resistência à insulina está relacionada à necessidade de maior dose de insulina em diabéticos para manter os níveis normais da glicemia. Destacam ainda os autores da pesquisa que a associação observada necessita de pesquisas adicionais para que suas conclusões possam ser generalizadas. | colunas | Uma possível causa do diabetes tipo 2A descoberta e a introdução da pílula anticoncepcional, em 1960, ajudou muito na luta por cargos de liderança pelas mulheres, que começou entre o fim do século 19 e nas primeiras décadas do século 20, com as sufragistas. Inicialmente, lutavam pelo direito ao voto. E conseguiram (no Brasil, a partir de 24 de fevereiro de 1932). Atualmente elas estão em diferentes atividades profissionais, o que resultou em mudança na idade em que as mulheres costumam ficar grávidas. A idade média da mulher no parto passou de 27,5 anos, em 1970, para 30,1 anos em 2012, segundo as estatísticas mundiais. A médica Charlotte Verroken e colaboradores da Universidade Ghent, na Bélgica, sugerem que o parto de mulher com menos de 25 anos de idade, ou acima dos 34, pode resultar em alto risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 para seus filhos quando adultos. A pesquisa foi relatada na revista científica "Clinical Endocrinology" de janeiro. Filhos de mães com menos de 30 e acima dos 34 anos de idade no parto têm maior resistência à insulina, quando adultos, que os filhos de mães entre 30 e 34 anos de idade. A resistência à insulina está relacionada à necessidade de maior dose de insulina em diabéticos para manter os níveis normais da glicemia. Destacam ainda os autores da pesquisa que a associação observada necessita de pesquisas adicionais para que suas conclusões possam ser generalizadas. | 10 |
Reforma criativa é vital para a zona do euro | A zona do euro sobreviveu ao duplo choque da crise financeira mundial de 2007-2009 e de sua crise de dívida em 2010-2012. Está desfrutando de uma boa recuperação. Isso não é justificativa para complacência, no entanto; a renda per capita real da zona do euro passou por uma década perdida. A recuperação deveria ser vista como oportunidade para reformas, no nível nacional e no nível da zona do euro. A questão é que reformas escolher. Este ano, a renda per capita da zona do euro enfim superará sua marca de 2007. De 2013 para cá, a renda per capita da zona do euro vem crescendo em ritmo semelhante à dos Estados Unidos. A principal explicação para essa virada, desconsideradas as forças cíclicas normais, foi a determinação do Banco Central Europeu (BCE), sob o comando de Mario Draghi, de fazer seu trabalho apropriadamente. Um momento decisivo foi a declaração de Draghi, em julho de 2012 —um momento de crise nos mercados de títulos nacionais de dívida—, de que "nos termos de nosso mandato, o BCE está pronto para fazer o que quer que seja necessário para preservar o euro. E, pode acreditar: será o suficiente". Ele estava certo. O anuncio do programa de "Transações Monetárias Diretas" do BCE, em agosto de 2012, fez dessa promessa uma política. Isso mudou a opinião dos mercados e ajudou a baixar o rendimento elevado dos títulos de dívida nacional da Espanha e Itália. O BCE cortou fortemente as taxas de juros e, em 2015, lançou um programa de aquisição de ativos. Outras medidas incluíram a criação do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira; programas de apoio a países atingidos pela crise, quatro dos quais - Chipre, Irlanda, Portugal e Espanha —já foram concluídos com sucesso; a determinação dos países atingidos pela crise de fazer tudo que fosse necessário para ficar na zona do euro; a criação do Mecanismo Único de Supervisão de bancos; e medidas para criar uma união dos mercados bancários e de capital. Quaisquer que tenham sido os erros cometidos na criação e operação da zona do euro, seus membros se mostraram muito mais determinados a mantê-la viva do que os observadores externos, especialmente no Reino Unido e Estados Unidos, esperavam. Mas ainda restam desafios a superar. Em sua mais recente análise sobre a zona do euro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta que "a crise dos anos 2007 e 2008 marcou o final da tendência de convergência e o começo de uma tendência de divergência, que está sendo corrigida lentamente". É verdade que alguns dos países atingidos pela crise demonstraram recuperação dramática, especialmente a Irlanda. A renda per capita de Portugal e da Espanha voltou ao seu nível de 2007. Mas a da Alemanha cresceu em 20% com relação à da Itália, nos 10 últimos anos. A renda per capita real da Grécia continua mais de 20% inferior à que o país registrou em 2007. O desemprego também continua alto na Grécia, Espanha e, em menor grau, Itália. O endividamento público e privado também continua alto em muitos países. É útil, portanto, que o crescimento do PIB nominal agora esteja acima do rendimento dos títulos públicos, mesmo na Itália. Em parte por causa do peso da dívida, mas também porque a paciência do público se desgastou e o espaço para manobras de política econômica é limitado, um novo choque poderia ser um desastre. A atual recuperação precisa perdurar. Assim, o BCE não deve promover um aperto prematuro de sua política monetária. Afinal, a inflação estrutural nos preços ao consumidor está abaixo dos 2% desde 2008. A política fiscal também deve ser usada, em todos os casos em que haja espaço para tanto, especialmente na Alemanha. As economias mais fracas devem seguir vigorosamente adiante com reformas que beneficiem o crescimento e o emprego. E quanto às reformas da zona do euro? Tenho dúvidas quanto à sabedoria e viabilidade das propostas de Emmanuel Macron, especialmente suas ideias quanto a uma integração fiscal maior. Os resultados da eleição alemã também devem dificultar muito quaisquer grandes avanços nessa direção. A união bancária precisa de um anteparo fiscal, para cobrir as garantias de depósitos. Mas talvez esse seja o limite máximo a que a integração fiscal deve ser levada. Adam Lerrick, do American Enterprise Institute, sugeriu um esquema para mitigar o impacto de choques fiscais assimétricos, sem apoio do BCE e sem transferências fiscais correntes. Em uma crise, o rendimento dos títulos públicos dos países vulneráveis subiria com relação ao dos títulos de países mais fortes. De acordo com Lerrick, no pico da crise da zona do euro, em 2012, a inesperada alta nas taxas de juros relativas custou à Espanha e Itália, somadas, mais de € 5 bilhões por ano. Se considerarmos um prazo médio de vencimento de sete anos, o impacto total do problema foi de mais de € 35 bilhões. Se uma parte dos ganhos dos fortes fosse transferida temporariamente aos fracos, o impacto seria mitigado. Nos termos da proposta de Lerrick, "os membros que receberem um decréscimo inesperado em seus custos de captação contribuiriam com 50% desses ganhos para a Conta de Estabilização de Custos de Financiamento da Zona do Euro". O dinheiro contribuído seria encaminhado a membros que tivessem sofrido alta inesperada em seus custos de captação, para cobrir até 50% de suas perdas. As transferências seriam suspensas assim que os rendimentos relativos se estabilizassem, e o dinheiro seria restituído quando a situação se revertesse. Países só seriam elegíveis para o sistema se respeitassem as regras fiscais da zona do euro. Esse plano não requereria um novo tratado, não geraria transferências constantes e não socializaria os riscos de crédito. Mas seria um gesto de solidariedade. Também reduziria a necessidade das transações monetárias diretas do BCE. Politicamente, portanto, essa ideia poderia ser atraente para os alemães, e reforçaria a solidariedade que outros países desejam. É esse o tipo de ideia imaginativa que a União Europeia deveria estar contemplando. A zona do euro jamais será uma federação fiscal normal. É necessário inventar alternativas. É vital que a zona do euro não apenas sobreviva, como fez, mas prospere econômica e, assim, também politicamente. Por isso o período de recuperação é uma oportunidade para que os países membros levem suas reformas adiante, tanto individual quanto coletivamente. Se não o fizerem, crises ainda piores podem surgir. Tradução de PAULO MIGLIACCI | colunas | Reforma criativa é vital para a zona do euroA zona do euro sobreviveu ao duplo choque da crise financeira mundial de 2007-2009 e de sua crise de dívida em 2010-2012. Está desfrutando de uma boa recuperação. Isso não é justificativa para complacência, no entanto; a renda per capita real da zona do euro passou por uma década perdida. A recuperação deveria ser vista como oportunidade para reformas, no nível nacional e no nível da zona do euro. A questão é que reformas escolher. Este ano, a renda per capita da zona do euro enfim superará sua marca de 2007. De 2013 para cá, a renda per capita da zona do euro vem crescendo em ritmo semelhante à dos Estados Unidos. A principal explicação para essa virada, desconsideradas as forças cíclicas normais, foi a determinação do Banco Central Europeu (BCE), sob o comando de Mario Draghi, de fazer seu trabalho apropriadamente. Um momento decisivo foi a declaração de Draghi, em julho de 2012 —um momento de crise nos mercados de títulos nacionais de dívida—, de que "nos termos de nosso mandato, o BCE está pronto para fazer o que quer que seja necessário para preservar o euro. E, pode acreditar: será o suficiente". Ele estava certo. O anuncio do programa de "Transações Monetárias Diretas" do BCE, em agosto de 2012, fez dessa promessa uma política. Isso mudou a opinião dos mercados e ajudou a baixar o rendimento elevado dos títulos de dívida nacional da Espanha e Itália. O BCE cortou fortemente as taxas de juros e, em 2015, lançou um programa de aquisição de ativos. Outras medidas incluíram a criação do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira; programas de apoio a países atingidos pela crise, quatro dos quais - Chipre, Irlanda, Portugal e Espanha —já foram concluídos com sucesso; a determinação dos países atingidos pela crise de fazer tudo que fosse necessário para ficar na zona do euro; a criação do Mecanismo Único de Supervisão de bancos; e medidas para criar uma união dos mercados bancários e de capital. Quaisquer que tenham sido os erros cometidos na criação e operação da zona do euro, seus membros se mostraram muito mais determinados a mantê-la viva do que os observadores externos, especialmente no Reino Unido e Estados Unidos, esperavam. Mas ainda restam desafios a superar. Em sua mais recente análise sobre a zona do euro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta que "a crise dos anos 2007 e 2008 marcou o final da tendência de convergência e o começo de uma tendência de divergência, que está sendo corrigida lentamente". É verdade que alguns dos países atingidos pela crise demonstraram recuperação dramática, especialmente a Irlanda. A renda per capita de Portugal e da Espanha voltou ao seu nível de 2007. Mas a da Alemanha cresceu em 20% com relação à da Itália, nos 10 últimos anos. A renda per capita real da Grécia continua mais de 20% inferior à que o país registrou em 2007. O desemprego também continua alto na Grécia, Espanha e, em menor grau, Itália. O endividamento público e privado também continua alto em muitos países. É útil, portanto, que o crescimento do PIB nominal agora esteja acima do rendimento dos títulos públicos, mesmo na Itália. Em parte por causa do peso da dívida, mas também porque a paciência do público se desgastou e o espaço para manobras de política econômica é limitado, um novo choque poderia ser um desastre. A atual recuperação precisa perdurar. Assim, o BCE não deve promover um aperto prematuro de sua política monetária. Afinal, a inflação estrutural nos preços ao consumidor está abaixo dos 2% desde 2008. A política fiscal também deve ser usada, em todos os casos em que haja espaço para tanto, especialmente na Alemanha. As economias mais fracas devem seguir vigorosamente adiante com reformas que beneficiem o crescimento e o emprego. E quanto às reformas da zona do euro? Tenho dúvidas quanto à sabedoria e viabilidade das propostas de Emmanuel Macron, especialmente suas ideias quanto a uma integração fiscal maior. Os resultados da eleição alemã também devem dificultar muito quaisquer grandes avanços nessa direção. A união bancária precisa de um anteparo fiscal, para cobrir as garantias de depósitos. Mas talvez esse seja o limite máximo a que a integração fiscal deve ser levada. Adam Lerrick, do American Enterprise Institute, sugeriu um esquema para mitigar o impacto de choques fiscais assimétricos, sem apoio do BCE e sem transferências fiscais correntes. Em uma crise, o rendimento dos títulos públicos dos países vulneráveis subiria com relação ao dos títulos de países mais fortes. De acordo com Lerrick, no pico da crise da zona do euro, em 2012, a inesperada alta nas taxas de juros relativas custou à Espanha e Itália, somadas, mais de € 5 bilhões por ano. Se considerarmos um prazo médio de vencimento de sete anos, o impacto total do problema foi de mais de € 35 bilhões. Se uma parte dos ganhos dos fortes fosse transferida temporariamente aos fracos, o impacto seria mitigado. Nos termos da proposta de Lerrick, "os membros que receberem um decréscimo inesperado em seus custos de captação contribuiriam com 50% desses ganhos para a Conta de Estabilização de Custos de Financiamento da Zona do Euro". O dinheiro contribuído seria encaminhado a membros que tivessem sofrido alta inesperada em seus custos de captação, para cobrir até 50% de suas perdas. As transferências seriam suspensas assim que os rendimentos relativos se estabilizassem, e o dinheiro seria restituído quando a situação se revertesse. Países só seriam elegíveis para o sistema se respeitassem as regras fiscais da zona do euro. Esse plano não requereria um novo tratado, não geraria transferências constantes e não socializaria os riscos de crédito. Mas seria um gesto de solidariedade. Também reduziria a necessidade das transações monetárias diretas do BCE. Politicamente, portanto, essa ideia poderia ser atraente para os alemães, e reforçaria a solidariedade que outros países desejam. É esse o tipo de ideia imaginativa que a União Europeia deveria estar contemplando. A zona do euro jamais será uma federação fiscal normal. É necessário inventar alternativas. É vital que a zona do euro não apenas sobreviva, como fez, mas prospere econômica e, assim, também politicamente. Por isso o período de recuperação é uma oportunidade para que os países membros levem suas reformas adiante, tanto individual quanto coletivamente. Se não o fizerem, crises ainda piores podem surgir. Tradução de PAULO MIGLIACCI | 10 |
Bloco do eu sozinho | BRASÍLIA - Em meio ao debate da reforma política, há quem sonhe em ressuscitar uma ideia enterrada pela Constituição de 1946: o lançamento de candidaturas avulsas. A proposta foi reapresentada pelo senador José Antônio Reguffe (PDT-DF). Ele quer permitir que candidatos disputem cargos públicos sem estar filiados a um partido. O projeto pega carona na insatisfação geral com o establishment político. Segundo o Datafolha, 71% dos brasileiros não têm um partido de preferência. É o maior percentual desde o início da pesquisa, em 1989. "Grande parcela da população brasileira hoje não acredita em partido político nenhum", discursou Reguffe na tribuna. No texto, ele escreveu que "uma reforma política séria passa pelo respeito e valorização do eleitor e das pessoas de bem desse país, e não pelo fortalecimento de máquinas partidárias". O conceito de pessoa de bem é tão elástico quanto o sistema partidário atual. Em uma campanha, pode ser reivindicado por uma freira ou por um empreiteiro disposto a bancar a própria eleição para facilitar seus negócios com o governo. A bandeira das candidaturas avulsas já foi defendida por Marina Silva e Joaquim Barbosa. Ambos devem parte de sua popularidade à associação do carisma pessoal a um discurso contra "tudo o que está aí". Marina disputou duas eleições presidenciais por siglas provisórias. Deixou o PV nove meses depois da primeira e deve sair do PSB seis meses após a segunda. Na prática, foi candidata de si mesma, o que contribuiu para as derrotas –especialmente a de 2014, quando lhe faltou tropa para reagir à artilharia petista. A falta de suporte partidário também pode ser fatal para governantes, como mostram as quedas de Jânio Quadros e Fernando Collor. Os partidos formam as bases da democracia representativa. O Brasil precisa depurá-los e fortalecê-los, e não transformar a política em um grande bloco do eu sozinho. | colunas | Bloco do eu sozinhoBRASÍLIA - Em meio ao debate da reforma política, há quem sonhe em ressuscitar uma ideia enterrada pela Constituição de 1946: o lançamento de candidaturas avulsas. A proposta foi reapresentada pelo senador José Antônio Reguffe (PDT-DF). Ele quer permitir que candidatos disputem cargos públicos sem estar filiados a um partido. O projeto pega carona na insatisfação geral com o establishment político. Segundo o Datafolha, 71% dos brasileiros não têm um partido de preferência. É o maior percentual desde o início da pesquisa, em 1989. "Grande parcela da população brasileira hoje não acredita em partido político nenhum", discursou Reguffe na tribuna. No texto, ele escreveu que "uma reforma política séria passa pelo respeito e valorização do eleitor e das pessoas de bem desse país, e não pelo fortalecimento de máquinas partidárias". O conceito de pessoa de bem é tão elástico quanto o sistema partidário atual. Em uma campanha, pode ser reivindicado por uma freira ou por um empreiteiro disposto a bancar a própria eleição para facilitar seus negócios com o governo. A bandeira das candidaturas avulsas já foi defendida por Marina Silva e Joaquim Barbosa. Ambos devem parte de sua popularidade à associação do carisma pessoal a um discurso contra "tudo o que está aí". Marina disputou duas eleições presidenciais por siglas provisórias. Deixou o PV nove meses depois da primeira e deve sair do PSB seis meses após a segunda. Na prática, foi candidata de si mesma, o que contribuiu para as derrotas –especialmente a de 2014, quando lhe faltou tropa para reagir à artilharia petista. A falta de suporte partidário também pode ser fatal para governantes, como mostram as quedas de Jânio Quadros e Fernando Collor. Os partidos formam as bases da democracia representativa. O Brasil precisa depurá-los e fortalecê-los, e não transformar a política em um grande bloco do eu sozinho. | 10 |
França confirma que fragmento encontrado no Índico é do voo MH370 | O fragmento encontrado na costa na ilha Reunião, no oceano índico, foi oficialmente identificado como parte do Boeing 777 da Malaysia Airlines que fazia o voo MH370 e desapareceu no percurso. A peça, conhecida como flaperon, foi recolhida no último dia 29 e levada à França para perícia. Autoridades da Malásia haviam dito que a cor da tinta e os relatórios de manutenção atestavam que ela provinha da aeronave, cujo paradeiro é desconhecido desde 8 de março de 2014. Apesar disso, apenas nesta quinta (3) os técnicos da França confirmaram a versão malaia sobre a procedência do destroço, por meio de um dos números gravados nele. "É, portanto, possível confirmar com certeza que o flaperon encontrado em Reunião em 29 de julho de 2015 corresponde ao do Boeing 777 [que fazia o voo] MH370", diz o promotor do caso, em nota. O avião desapareceu com 239 pessoas a bordo, a maioria das quais chineses, após decolar de Kuala Lumpur em direção a Pequim. | mundo | França confirma que fragmento encontrado no Índico é do voo MH370O fragmento encontrado na costa na ilha Reunião, no oceano índico, foi oficialmente identificado como parte do Boeing 777 da Malaysia Airlines que fazia o voo MH370 e desapareceu no percurso. A peça, conhecida como flaperon, foi recolhida no último dia 29 e levada à França para perícia. Autoridades da Malásia haviam dito que a cor da tinta e os relatórios de manutenção atestavam que ela provinha da aeronave, cujo paradeiro é desconhecido desde 8 de março de 2014. Apesar disso, apenas nesta quinta (3) os técnicos da França confirmaram a versão malaia sobre a procedência do destroço, por meio de um dos números gravados nele. "É, portanto, possível confirmar com certeza que o flaperon encontrado em Reunião em 29 de julho de 2015 corresponde ao do Boeing 777 [que fazia o voo] MH370", diz o promotor do caso, em nota. O avião desapareceu com 239 pessoas a bordo, a maioria das quais chineses, após decolar de Kuala Lumpur em direção a Pequim. | 3 |
Para analistas, Coreia do Norte ainda está longe de ter capacidade de ataque | A despeito da afirmação norte-coreana de que o lançamento de um míssil balístico intercontinental pelo país demonstra sua capacidade de atacar alvos em qualquer lugar, analistas dizem que deve levar alguns anos para que Pyongyang possa usar uma arma como essa em um cenário real. O teste de terça-feira (4) demonstrou que a Coreia do Norte está mais perto do que nunca de atingir seu objetivo final, o desenvolvimento de um arsenal nuclear dissuasório confiável, diante do que o país vê como política hostil da parte de seu maior inimigo, os Estados Unidos. Assista ao vídeo Mas mesmo para uma superpotência experiente, fazer com que um míssil intercontinental funcione confiavelmente pode demorar uma década. Lançar um míssil em condição de teste é relativamente fácil. O lançamento pode ser planejado e preparado, e executado só quando tudo estiver pronto, o que torna mais provável um sucesso. Mas para que o jogo mude de verdade seria necessário que o míssil fosse considerado operacional sob quaisquer condições —em outras palavras, que ele fosse confiável para uso como arma. O espetáculo de fogos de artifício que os norte-coreanos encenaram em 4 de julho foi certamente um grande sucesso. As análises iniciais indicaram que o novo míssil Hwasong 14 seria capaz de atingir a maior parte do Alasca, e possivelmente o Havaí, se lançado em trajetória de ataque. No teste, ele foi lançado em ângulo muito agudo, com o uso de uma técnica conhecida como "lofting" (arremesso vertical), e atingiu altitude de mais de 2.500 km, antes de cair no oceano Pacífico a 930 km da Coreia. Hwasong quer dizer "Marte". "Se uma ameaça indefinida for suficiente para eles, podem esperar por mais um lançamento bem-sucedido e declarar que o míssil está operacional depois disso, e metade do planeta acreditará", disse Markus Schiller, da Alemanha, um dos mais importantes especialistas nas capacidades dos mísseis da Coreia do Norte. "Mas se eles estiverem levando o processo a sério, como os Estados Unidos e a Rússia fazem, seriam necessários pelo menos mais 12 lançamentos, e um prazo de dez anos para desenvolvimento. Afinal, é seu primeiro míssil balístico intercontinental." Schiller citou como exemplo o Bulava, o mais recente míssil russo para lançamento por submarinos. "Eles realmente têm muita experiência nesse campo, e mesmo assim, entre o primeiro lançamento e a entrada da arma em serviço, precisaram de quase dez anos (2004 a 2013)", ele escreveu em e-mail à Associated Press. "E continuam a ter problemas —um de seus lançamentos de teste acaba de falhar." E a dificuldade de colocar um míssil intercontinental em operação também é maior para a Coreia do Norte se o alvo pretendido for os Estados Unidos. O termo costuma ser definido como um míssil balístico de base terrestre com alcance superior a 5.500 km. A definição vem das negociações para desarmamento entre os Estados Unidos e a União Soviética, e fazia bastante sentido naquele contexto. A distância entre Moscou e Nova York é de aproximadamente 7.500 km. Mas Narushige Michishita, especialista em questões de defesa e professor do Instituto Nacional de Pós-Graduação em Estudos de Política Pública japonês, apontou que embora o alcance requerido seja de 5.700 km para atingir o Alasca e de 7.500 km para atingir o Havaí, no caso de mísseis lançados da Coreia do Norte, atingir os demais 48 Estados americanos requereria alcance de entre 8.000 e 12 mil km. "No contexto EUA-Coreia do Norte, um míssil balístico intercontinental com alcance de 5.500 km nada significa", ele disse. "É preciso considerar o alcance efetivo, e não a designação dada ao míssil." Pyongyang fez questão de tentar dirimir com o teste as duas maiores dúvidas sobre seus mísseis: a reentrada e a precisão. Os norte-coreanos afirmam ter resolvido com sucesso o problema de manter uma ogiva nuclear intacta na porção descendente de sua trajetória, por meio de um escudo de calor viável, o que representaria um grande passo à frente. Não se acredita que o Hwasong 14 seja preciso a ponto de permitir ataques contra alvos pequenos, mas isso não é grande preocupação se o objetivo é que ele sirva de ameaça a áreas altamente povoadas, como as cidades da costa oeste dos Estados Unidos. Resta, no entanto, o problema da confiabilidade. "Esses mísseis são máquinas muito complexas e, se houver um novo lançamento amanhã, pode ser que o míssil exploda na plataforma", disse David Wright, codiretor e cientista sênior do programa mundial de segurança da Union of Concerned Scientists, uma organização de cientistas ativistas. "E isso não é algo que você queira que aconteça se houver uma ogiva nuclear instalada no topo." Wright disse que acredita que Kim Jong-un decidiu iniciar diversos programas de desenvolvimento para diferentes sistemas de mísseis, cerca de dois anos atrás, e que a frequência de lançamentos nos últimos 18 meses sugere que os programas avançaram o bastante para chegar ao estágio de teste. "Fiquei surpreso com a rapidez do avanço deles", disse o cientista. Wright disse que a maioria dos analistas acredita que a Coreia do Norte já disponha de uma bomba nuclear pequena e resistente o bastante para equipar um míssil de longo alcance, ou que o país esteja muito próximo de tê-la. Mas ele disse que ainda resta determinar se o míssil mais recente pode ser modificado de maneira a lhe conferir o alcance necessário a atingir os 48 Estados continentais dos Estados Unidos, ou se isso requereria um novo sistema com um míssil maior e propulsor mais poderoso. "Suspeito que a segunda hipótese seja verdade, mas ainda não sei", ele disse. A resposta a essa pergunta importa porque ela tem implicações quanto ao prazo de que a Coreia do Norte necessitaria para ter de fato um míssil balístico intercontinental capaz de atacar a costa oeste dos EUA —e o prazo de que Washington dispõe para tomar medidas que impeçam que isso aconteça. Qual é a estimativa de Wright? "Na minha expectativa, cerca de dois anos", disse. Tradução de PAULO MIGLIACCI | mundo | Para analistas, Coreia do Norte ainda está longe de ter capacidade de ataqueA despeito da afirmação norte-coreana de que o lançamento de um míssil balístico intercontinental pelo país demonstra sua capacidade de atacar alvos em qualquer lugar, analistas dizem que deve levar alguns anos para que Pyongyang possa usar uma arma como essa em um cenário real. O teste de terça-feira (4) demonstrou que a Coreia do Norte está mais perto do que nunca de atingir seu objetivo final, o desenvolvimento de um arsenal nuclear dissuasório confiável, diante do que o país vê como política hostil da parte de seu maior inimigo, os Estados Unidos. Assista ao vídeo Mas mesmo para uma superpotência experiente, fazer com que um míssil intercontinental funcione confiavelmente pode demorar uma década. Lançar um míssil em condição de teste é relativamente fácil. O lançamento pode ser planejado e preparado, e executado só quando tudo estiver pronto, o que torna mais provável um sucesso. Mas para que o jogo mude de verdade seria necessário que o míssil fosse considerado operacional sob quaisquer condições —em outras palavras, que ele fosse confiável para uso como arma. O espetáculo de fogos de artifício que os norte-coreanos encenaram em 4 de julho foi certamente um grande sucesso. As análises iniciais indicaram que o novo míssil Hwasong 14 seria capaz de atingir a maior parte do Alasca, e possivelmente o Havaí, se lançado em trajetória de ataque. No teste, ele foi lançado em ângulo muito agudo, com o uso de uma técnica conhecida como "lofting" (arremesso vertical), e atingiu altitude de mais de 2.500 km, antes de cair no oceano Pacífico a 930 km da Coreia. Hwasong quer dizer "Marte". "Se uma ameaça indefinida for suficiente para eles, podem esperar por mais um lançamento bem-sucedido e declarar que o míssil está operacional depois disso, e metade do planeta acreditará", disse Markus Schiller, da Alemanha, um dos mais importantes especialistas nas capacidades dos mísseis da Coreia do Norte. "Mas se eles estiverem levando o processo a sério, como os Estados Unidos e a Rússia fazem, seriam necessários pelo menos mais 12 lançamentos, e um prazo de dez anos para desenvolvimento. Afinal, é seu primeiro míssil balístico intercontinental." Schiller citou como exemplo o Bulava, o mais recente míssil russo para lançamento por submarinos. "Eles realmente têm muita experiência nesse campo, e mesmo assim, entre o primeiro lançamento e a entrada da arma em serviço, precisaram de quase dez anos (2004 a 2013)", ele escreveu em e-mail à Associated Press. "E continuam a ter problemas —um de seus lançamentos de teste acaba de falhar." E a dificuldade de colocar um míssil intercontinental em operação também é maior para a Coreia do Norte se o alvo pretendido for os Estados Unidos. O termo costuma ser definido como um míssil balístico de base terrestre com alcance superior a 5.500 km. A definição vem das negociações para desarmamento entre os Estados Unidos e a União Soviética, e fazia bastante sentido naquele contexto. A distância entre Moscou e Nova York é de aproximadamente 7.500 km. Mas Narushige Michishita, especialista em questões de defesa e professor do Instituto Nacional de Pós-Graduação em Estudos de Política Pública japonês, apontou que embora o alcance requerido seja de 5.700 km para atingir o Alasca e de 7.500 km para atingir o Havaí, no caso de mísseis lançados da Coreia do Norte, atingir os demais 48 Estados americanos requereria alcance de entre 8.000 e 12 mil km. "No contexto EUA-Coreia do Norte, um míssil balístico intercontinental com alcance de 5.500 km nada significa", ele disse. "É preciso considerar o alcance efetivo, e não a designação dada ao míssil." Pyongyang fez questão de tentar dirimir com o teste as duas maiores dúvidas sobre seus mísseis: a reentrada e a precisão. Os norte-coreanos afirmam ter resolvido com sucesso o problema de manter uma ogiva nuclear intacta na porção descendente de sua trajetória, por meio de um escudo de calor viável, o que representaria um grande passo à frente. Não se acredita que o Hwasong 14 seja preciso a ponto de permitir ataques contra alvos pequenos, mas isso não é grande preocupação se o objetivo é que ele sirva de ameaça a áreas altamente povoadas, como as cidades da costa oeste dos Estados Unidos. Resta, no entanto, o problema da confiabilidade. "Esses mísseis são máquinas muito complexas e, se houver um novo lançamento amanhã, pode ser que o míssil exploda na plataforma", disse David Wright, codiretor e cientista sênior do programa mundial de segurança da Union of Concerned Scientists, uma organização de cientistas ativistas. "E isso não é algo que você queira que aconteça se houver uma ogiva nuclear instalada no topo." Wright disse que acredita que Kim Jong-un decidiu iniciar diversos programas de desenvolvimento para diferentes sistemas de mísseis, cerca de dois anos atrás, e que a frequência de lançamentos nos últimos 18 meses sugere que os programas avançaram o bastante para chegar ao estágio de teste. "Fiquei surpreso com a rapidez do avanço deles", disse o cientista. Wright disse que a maioria dos analistas acredita que a Coreia do Norte já disponha de uma bomba nuclear pequena e resistente o bastante para equipar um míssil de longo alcance, ou que o país esteja muito próximo de tê-la. Mas ele disse que ainda resta determinar se o míssil mais recente pode ser modificado de maneira a lhe conferir o alcance necessário a atingir os 48 Estados continentais dos Estados Unidos, ou se isso requereria um novo sistema com um míssil maior e propulsor mais poderoso. "Suspeito que a segunda hipótese seja verdade, mas ainda não sei", ele disse. A resposta a essa pergunta importa porque ela tem implicações quanto ao prazo de que a Coreia do Norte necessitaria para ter de fato um míssil balístico intercontinental capaz de atacar a costa oeste dos EUA —e o prazo de que Washington dispõe para tomar medidas que impeçam que isso aconteça. Qual é a estimativa de Wright? "Na minha expectativa, cerca de dois anos", disse. Tradução de PAULO MIGLIACCI | 3 |
Produção industrial de SP sobe 7%, mas não compensa queda em 12 meses | Apesar do avanço de 2% da produção industrial de dezembro para janeiro, o crescimento não se deu de modo homogêneo: apenas sete dos 14 locais pesquisados pelo IBGE acompanharam o índice nacional de aumento no ritmo. São Paulo teve uma das maiores altas, mas o acumulado em 12 meses ainda é negativo. Os destaques, segundo dados divulgados pelo instituto na manhã desta terça (10) ficaram como Pernambuco (13,5%), São Paulo (7,1%) e Minas Gerais (6,5%). Goiás (4,4%), Espírito Santo (4,3%) e Santa Catarina (2,4%). Todos cresceram acima da média nacional. Indústria por Estado Já os piores desempenhos foram registrados Bahia (-10,1%) e Paraná (-5,6%) e Rio Grande do Sul (-2,9%). Em São Paulo, a recuperação, ainda que discreta do setor de máquinas e equipamentos, ajudou. Já os Estados do Sul sofrem com a estiagem que atinge a agroindústria e setores que fornecem para a agropecuária. O crescimento da produção em janeiro foi interpretado por analistas como um "soluço", que nem sequer recuperou a perda de dezembro –de 3,3% frente a novembro. Já para fevereiro consultorias esperam uma nova queda da produção, com forte retração da fabricação de veículos e outros itens de peso do setor industrial. ACUMULADO EM 12 MESES Um sinal que aponta queda em fevereiro é o predomínio de taxas negativas no acumulado em 12 meses até janeiro, com queda em 15 dos locais pesquisados. As principais perdas foram registradas por Amazonas (-5,6%), Paraná ( -6,6%) e Rio Grande do Sul (-5,4%), enquanto Espírito Santo ( 7,3%) mostrou o maior avanço. Em São Paulo, a retração, de 6,2%, foi a de maior peso no índice e superou a média nacional, que foi de recuo de 3,5% –o maior desde maio de 2010. Mantido o cenário de juros mais altos, piora do mercado de trabalho (com freada do emprego e da renda) e desaceleração da economia mundial, as previsões apontam uma retração da indústria de até 3% neste ano e do PIB da ordem de 1%. | mercado | Produção industrial de SP sobe 7%, mas não compensa queda em 12 mesesApesar do avanço de 2% da produção industrial de dezembro para janeiro, o crescimento não se deu de modo homogêneo: apenas sete dos 14 locais pesquisados pelo IBGE acompanharam o índice nacional de aumento no ritmo. São Paulo teve uma das maiores altas, mas o acumulado em 12 meses ainda é negativo. Os destaques, segundo dados divulgados pelo instituto na manhã desta terça (10) ficaram como Pernambuco (13,5%), São Paulo (7,1%) e Minas Gerais (6,5%). Goiás (4,4%), Espírito Santo (4,3%) e Santa Catarina (2,4%). Todos cresceram acima da média nacional. Indústria por Estado Já os piores desempenhos foram registrados Bahia (-10,1%) e Paraná (-5,6%) e Rio Grande do Sul (-2,9%). Em São Paulo, a recuperação, ainda que discreta do setor de máquinas e equipamentos, ajudou. Já os Estados do Sul sofrem com a estiagem que atinge a agroindústria e setores que fornecem para a agropecuária. O crescimento da produção em janeiro foi interpretado por analistas como um "soluço", que nem sequer recuperou a perda de dezembro –de 3,3% frente a novembro. Já para fevereiro consultorias esperam uma nova queda da produção, com forte retração da fabricação de veículos e outros itens de peso do setor industrial. ACUMULADO EM 12 MESES Um sinal que aponta queda em fevereiro é o predomínio de taxas negativas no acumulado em 12 meses até janeiro, com queda em 15 dos locais pesquisados. As principais perdas foram registradas por Amazonas (-5,6%), Paraná ( -6,6%) e Rio Grande do Sul (-5,4%), enquanto Espírito Santo ( 7,3%) mostrou o maior avanço. Em São Paulo, a retração, de 6,2%, foi a de maior peso no índice e superou a média nacional, que foi de recuo de 3,5% –o maior desde maio de 2010. Mantido o cenário de juros mais altos, piora do mercado de trabalho (com freada do emprego e da renda) e desaceleração da economia mundial, as previsões apontam uma retração da indústria de até 3% neste ano e do PIB da ordem de 1%. | 2 |
Parecer técnico da Fundação Casa é desastrado, diz leitor | O coordenador de comunicação da Fundação Casa Denilson Araujo está correto quando informa que "quem decide o prazo de internação de jovens é o Poder Judiciário" (Painel do Leitor), mas engana e oculta a responsabilidade da fundação quando descarta a conclusão dos seus técnicos optando pela precipitada desinternação dos adolescentes. É com base nesses desastrados pareceres que o Poder Judiciário decide, apoiado em conclusões de profissionais que deveriam ser sérios e habilitados, não políticos. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | paineldoleitor | Parecer técnico da Fundação Casa é desastrado, diz leitorO coordenador de comunicação da Fundação Casa Denilson Araujo está correto quando informa que "quem decide o prazo de internação de jovens é o Poder Judiciário" (Painel do Leitor), mas engana e oculta a responsabilidade da fundação quando descarta a conclusão dos seus técnicos optando pela precipitada desinternação dos adolescentes. É com base nesses desastrados pareceres que o Poder Judiciário decide, apoiado em conclusões de profissionais que deveriam ser sérios e habilitados, não políticos. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | 16 |
Arsenal vence o Chelsea e se torna o maior campeão da Copa da Inglaterra | Em partida muito disputada, o Arsenal venceu neste sábado (27), em Wembley, o atual campeão inglês Chelsea por 2 a 1 e conquistou seu 13º título da Copa da Inglaterra. A vitória dos Gunners começou a ser construída logo aos 3 minutos do primeiro tempo, quando Alexis Sánches, com a ajuda da mão, dominou a bola e tocou para o fundo das redes do goleiro Courtois. O árbitro chegou a anular o gol após sinalização do assistente, que achou que o volante Ramsey, impedido, havia participado da jogada. O lance acabou validado pela arbitragem, que não viu o toque irregular do atacante chileno. A situação do Chelsea, que tentava pressionar, ficou mais difícil após expulsão de Moses. O meia simulou pênalti e foi advertido com o segundo amarelo, aos 23 minutos da segunda etapa. Mesmo com um a menos, os Blues chegaram ao empate aos 30 min. O meia brasileiro Willian, que havia acabado de entrar no lugar do espanhol Pedro, lançou para o centroavante Diego Costa, que dominou e chutou para marcar. Mas a alegria da torcida do Chelsea durou pouco. Ramsey, de cabeça, desempatou no minuto seguinte. Com a conquista, o Arsenal ultrapassa o Manchester United e se torna, de forma isolada, o maior vencedor da Copa da Inglaterra. | esporte | Arsenal vence o Chelsea e se torna o maior campeão da Copa da InglaterraEm partida muito disputada, o Arsenal venceu neste sábado (27), em Wembley, o atual campeão inglês Chelsea por 2 a 1 e conquistou seu 13º título da Copa da Inglaterra. A vitória dos Gunners começou a ser construída logo aos 3 minutos do primeiro tempo, quando Alexis Sánches, com a ajuda da mão, dominou a bola e tocou para o fundo das redes do goleiro Courtois. O árbitro chegou a anular o gol após sinalização do assistente, que achou que o volante Ramsey, impedido, havia participado da jogada. O lance acabou validado pela arbitragem, que não viu o toque irregular do atacante chileno. A situação do Chelsea, que tentava pressionar, ficou mais difícil após expulsão de Moses. O meia simulou pênalti e foi advertido com o segundo amarelo, aos 23 minutos da segunda etapa. Mesmo com um a menos, os Blues chegaram ao empate aos 30 min. O meia brasileiro Willian, que havia acabado de entrar no lugar do espanhol Pedro, lançou para o centroavante Diego Costa, que dominou e chutou para marcar. Mas a alegria da torcida do Chelsea durou pouco. Ramsey, de cabeça, desempatou no minuto seguinte. Com a conquista, o Arsenal ultrapassa o Manchester United e se torna, de forma isolada, o maior vencedor da Copa da Inglaterra. | 4 |
Fanning fala em 'perda devastadora' após morte de seu irmão mais velho | O australiano Mick Fanning, 34, que luta com os brasileiros Adriano de Souza, 28, e Gabriel Medina, 21, pelo título do Mundial de surfe, lamentou a morte de seu irmão mais velho. "Peter será sempre um herói para mim. Eu tenho muitas boas memórias dos bons momentos que nós tivemos juntos e que vão ficar para sempre comigo", escreveu Fanning em seu Instagram na madrugada desta quinta-feira (17). "Estivemos juntos recentemente e ele me disse o quanto ele estava orgulhoso de mim e o quanto ele amava me ver competir", disse o surfista. A causa da morte não foi revelada por Fanning. Segundo a revista "Surfing Magazine", o irmão mais velho do surfista morreu dormindo, na quarta-feira (16). "Eu gostaria de pedir um pouco de privacidade sobre este assunto enquanto tentamos lidar com essa perda devastadora", afirmou. Mesmo após receber a notícia da morte de seu irmão, na quarta-feira, Fanning foi para o mar para competir na última etapa do Mundial de surfe, na praia de Pipeline, no Havaí, e deu show. Pela terceira rodada, ele derrotou o havaiano Jamie O'Brien, por 12.14 a 2.70. Depois, pela quarta fase, o australiano enfrentou o americano Kelly Slater, 11 vezes campeão mundial, e o havaiano John John Florence, que tem Pipeline como o seu quintal de casa. Em uma bateria emocionante, Fanning somou 17.30 pontos contra 16.47 de Slater e 15.16 de Florence. Assim, se classificou diretamente para as quartas de final. "Hoje [ontem] foi um dos dias mais desafiadores da minha vida, mas eu sabia que podia encontrar forças no final do evento da temporada porque é isso que Pete queria", escreveu Fanning. Não tem sido um ano fácil para Fanning. Além de perder um dos seus irmãos, ele ainda foi atacado por um tubarão, em julho, enquanto competia na África do Sul. Na ocasião, ele saiu do mar com apenas alguns arranhões. CONFIRA AS PRINCIPAIS MANOBRAS DO SURFE Manobras do surfe; Crédito Ilustrações Lydia Megumi; Infográfico Alex Kidd e Pilker/Editoria de Arte/Folhapress | esporte | Fanning fala em 'perda devastadora' após morte de seu irmão mais velhoO australiano Mick Fanning, 34, que luta com os brasileiros Adriano de Souza, 28, e Gabriel Medina, 21, pelo título do Mundial de surfe, lamentou a morte de seu irmão mais velho. "Peter será sempre um herói para mim. Eu tenho muitas boas memórias dos bons momentos que nós tivemos juntos e que vão ficar para sempre comigo", escreveu Fanning em seu Instagram na madrugada desta quinta-feira (17). "Estivemos juntos recentemente e ele me disse o quanto ele estava orgulhoso de mim e o quanto ele amava me ver competir", disse o surfista. A causa da morte não foi revelada por Fanning. Segundo a revista "Surfing Magazine", o irmão mais velho do surfista morreu dormindo, na quarta-feira (16). "Eu gostaria de pedir um pouco de privacidade sobre este assunto enquanto tentamos lidar com essa perda devastadora", afirmou. Mesmo após receber a notícia da morte de seu irmão, na quarta-feira, Fanning foi para o mar para competir na última etapa do Mundial de surfe, na praia de Pipeline, no Havaí, e deu show. Pela terceira rodada, ele derrotou o havaiano Jamie O'Brien, por 12.14 a 2.70. Depois, pela quarta fase, o australiano enfrentou o americano Kelly Slater, 11 vezes campeão mundial, e o havaiano John John Florence, que tem Pipeline como o seu quintal de casa. Em uma bateria emocionante, Fanning somou 17.30 pontos contra 16.47 de Slater e 15.16 de Florence. Assim, se classificou diretamente para as quartas de final. "Hoje [ontem] foi um dos dias mais desafiadores da minha vida, mas eu sabia que podia encontrar forças no final do evento da temporada porque é isso que Pete queria", escreveu Fanning. Não tem sido um ano fácil para Fanning. Além de perder um dos seus irmãos, ele ainda foi atacado por um tubarão, em julho, enquanto competia na África do Sul. Na ocasião, ele saiu do mar com apenas alguns arranhões. CONFIRA AS PRINCIPAIS MANOBRAS DO SURFE Manobras do surfe; Crédito Ilustrações Lydia Megumi; Infográfico Alex Kidd e Pilker/Editoria de Arte/Folhapress | 4 |
Aviso | Excepcionalmente, a coluna não é publicada nesta quinta-feita (28). | colunas | AvisoExcepcionalmente, a coluna não é publicada nesta quinta-feita (28). | 10 |
eBay anuncia corte de 7% de sua força de trabalho antes de separar PayPal | O eBay planeja uma redução de 7% na sua força de trabalho neste trimestre, a medida em que se prepara para separar sua divisão de pagamentos, o PayPal. Serão 2.400 postos de trabalho cortados nas divisões de marketplace, pagamentos e empresas da companhia, disse o eBay nesta quarta-feira (21) em seu relatório de resultados do quarto trimestre fiscal. "Olhando para a frente em 2015, simplificaremos as estruturas organizacionais para focar nos negócios e garantir que estejamos prontos para competir e vencer", disse o eBay. Os custos de reestruturação e separação são esperados para ficar entre US$ 210 milhões e US$ 240 milhões no primeiro trimestre e US$ 350 milhões a US$ 400 milhões no ano inteiro. A empresa planeja separar sua divisão de marketplace de seu braço de pagamentos de rápido crescimento, o PayPal, no segundo semestre deste ano. O PayPal vai virar uma empresa de capital aberto autônoma. Alguns analistas dizem que será avaliada em US$ 40 bilhões. O eBay também está explorando uma venda ou uma oferta pública inicial de ações de sua divisão de empresas, que ajuda varejistas do mundo todo a ampliar sua presença on-line. A companhia disse que a unidade não se encaixava perfeitamente com o PayPal ou a divisão de marketplace. "Tornou-se claro que há sinergias limitadas e uma separação permitirá que as duas unidades se concentrem exclusivamente em seus principais mercados, criando duas empresas globais independentes", disse o eBay. O eBay teve lucro líquido de US$ 0,90 por ação no quarto trimestre do ano fiscal. A média de analistas ouvidos pela Thomson Reuters I/B/E/S esperava US$ 0,89 por ação. No mesmo trimestre do ano passado, o lucro líquido foi de US$ 0,81 por ação. | tec | eBay anuncia corte de 7% de sua força de trabalho antes de separar PayPalO eBay planeja uma redução de 7% na sua força de trabalho neste trimestre, a medida em que se prepara para separar sua divisão de pagamentos, o PayPal. Serão 2.400 postos de trabalho cortados nas divisões de marketplace, pagamentos e empresas da companhia, disse o eBay nesta quarta-feira (21) em seu relatório de resultados do quarto trimestre fiscal. "Olhando para a frente em 2015, simplificaremos as estruturas organizacionais para focar nos negócios e garantir que estejamos prontos para competir e vencer", disse o eBay. Os custos de reestruturação e separação são esperados para ficar entre US$ 210 milhões e US$ 240 milhões no primeiro trimestre e US$ 350 milhões a US$ 400 milhões no ano inteiro. A empresa planeja separar sua divisão de marketplace de seu braço de pagamentos de rápido crescimento, o PayPal, no segundo semestre deste ano. O PayPal vai virar uma empresa de capital aberto autônoma. Alguns analistas dizem que será avaliada em US$ 40 bilhões. O eBay também está explorando uma venda ou uma oferta pública inicial de ações de sua divisão de empresas, que ajuda varejistas do mundo todo a ampliar sua presença on-line. A companhia disse que a unidade não se encaixava perfeitamente com o PayPal ou a divisão de marketplace. "Tornou-se claro que há sinergias limitadas e uma separação permitirá que as duas unidades se concentrem exclusivamente em seus principais mercados, criando duas empresas globais independentes", disse o eBay. O eBay teve lucro líquido de US$ 0,90 por ação no quarto trimestre do ano fiscal. A média de analistas ouvidos pela Thomson Reuters I/B/E/S esperava US$ 0,89 por ação. No mesmo trimestre do ano passado, o lucro líquido foi de US$ 0,81 por ação. | 5 |
Líder da CNBB pede consenso para fim de crise no governo | O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Raymundo Damasceno, disse nesta quarta-feira (25) ser necessário um consenso entre o governo da presidente Dilma Rousseff e a oposição para dar fim à crise política no Brasil. Em entrevista à Folha, ele criticou a oposição pela falta de ações propositivas e os dois lados por falta de diálogo. "O bem geral do povo está acima das divergências políticas, dos interesses de partidos, neste momento", afirmou. "Tem que haver oposição, claro que é natural, mas agora nós temos também que ter atitudes propositivas para que, com um diálogo com o Congresso Nacional e o Executivo, possamos buscar uma solução para esta crise difícil que, se mal administrada, pode criar problemas para o futuro e até ameaçar a estabilidade democrática." Para o cardeal, temas como a reforma política e a reforma tributária não avançam devido à briga política entre governistas e opositores em torno dos casos de corrupção de ambos os lados. "Não podemos reduzir o problema do país à corrupção e não podemos reduzir os problemas a divergências políticas. O país está ciente disso. O que nós precisamos é de um grande espírito cívico para poder sair dessa situação difícil pela qual passamos." Damasceno reiterou a posição da CNBB contra o impeachment de Dilma por considerar que ainda não existem provas contra a presidente, embora tenha considerado justas as manifestações do dia 15. "É legítimo que essas pessoas se manifestem, claro que não degenerando essas manifestações em agressão a pessoas, destruição do patrimônio público e particular". PARTICIPAÇÃO Questionado sobre a contribuição da CNBB para o debate político, o cardeal citou como exemplo a proposta de reforma política apresentada ao Congresso pela entidade e disse planejar reuniões com representantes dos três Poderes nos próximos meses. Sobre a ascensão da bancada evangélica, Damasceno disse que a CNBB atuará contra a legalização do aborto por ser uma posição coincidente com a Igreja Católica, embora discorde do tom usado pelos evangélicos e da imposição da agenda moral. "Não podemos fazer delas as únicas bandeiras de nosso país", afirmou. | poder | Líder da CNBB pede consenso para fim de crise no governoO presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Raymundo Damasceno, disse nesta quarta-feira (25) ser necessário um consenso entre o governo da presidente Dilma Rousseff e a oposição para dar fim à crise política no Brasil. Em entrevista à Folha, ele criticou a oposição pela falta de ações propositivas e os dois lados por falta de diálogo. "O bem geral do povo está acima das divergências políticas, dos interesses de partidos, neste momento", afirmou. "Tem que haver oposição, claro que é natural, mas agora nós temos também que ter atitudes propositivas para que, com um diálogo com o Congresso Nacional e o Executivo, possamos buscar uma solução para esta crise difícil que, se mal administrada, pode criar problemas para o futuro e até ameaçar a estabilidade democrática." Para o cardeal, temas como a reforma política e a reforma tributária não avançam devido à briga política entre governistas e opositores em torno dos casos de corrupção de ambos os lados. "Não podemos reduzir o problema do país à corrupção e não podemos reduzir os problemas a divergências políticas. O país está ciente disso. O que nós precisamos é de um grande espírito cívico para poder sair dessa situação difícil pela qual passamos." Damasceno reiterou a posição da CNBB contra o impeachment de Dilma por considerar que ainda não existem provas contra a presidente, embora tenha considerado justas as manifestações do dia 15. "É legítimo que essas pessoas se manifestem, claro que não degenerando essas manifestações em agressão a pessoas, destruição do patrimônio público e particular". PARTICIPAÇÃO Questionado sobre a contribuição da CNBB para o debate político, o cardeal citou como exemplo a proposta de reforma política apresentada ao Congresso pela entidade e disse planejar reuniões com representantes dos três Poderes nos próximos meses. Sobre a ascensão da bancada evangélica, Damasceno disse que a CNBB atuará contra a legalização do aborto por ser uma posição coincidente com a Igreja Católica, embora discorde do tom usado pelos evangélicos e da imposição da agenda moral. "Não podemos fazer delas as únicas bandeiras de nosso país", afirmou. | 0 |
Pesquisador de Harvard diz por que habilidades sociais ganham força no mercado
| DA BBC BRASIL Professor de Harvard analisou o mercado de trabalho americano entre 1980 e 2012 (Getty Images) A automação "engole" empregos ao redor do mundo, mas ainda está distante de substituir trabalhadores que combinem diversas habilidades complementares entre si –em especial habilidades sociais, como a capacidade de escutar e de trabalhar eficientemente em equipe. A explicação é do pesquisador David Deming, professor de Políticas Públicas, Educação e Economia na Universidade Harvard e autor de um estudo chamado "A crescente importância de habilidades sociais no mercado de trabalho", publicado em maio. Na pesquisa, que compila dados do mercado de trabalho dos EUA entre 1980 e 2012, ele nota um aumento na oferta de empregos para funções que requerem alto grau de interação humana, como gerentes, professores, enfermeiros, médicos e advogados. Enquanto isso, empregos puramente técnicos e de baixa interação humana, ocupados por exemplo por matemáticos e engenheiros, representam parcela menor do total da mão de obra americana. O mais expressivo crescimento de empregos –e salários– ocorreu, segundo Deming, em funções que exigem tanto conhecimentos matemáticos/técnicos quanto habilidades sociais. Para muitos desses empregos, a tecnologia se torna algo complementar, que ajuda o trabalhador a aumentar sua produtividade, em vez de substituí-lo. "Empregos com salários melhores cada vez mais exigem habilidades sociais", argumenta Deming. "A interação social se mostrou - ao menos até o momento - difícil de ser automatizada." Em entrevista por telefone à BBC Brasil, o pesquisador fala sobre a importância de essas habilidades serem praticadas pelos profissionais e incorporadas aos sistemas de ensino. BBC Brasil - Você menciona em seu estudo empregos tradicionalmente "analógicos" –como de advogados, professores, enfermeiros, médicos - em que os salários têm crescido nos EUA. Há uma crescente importância deles, mesmo na era da tecnologia? David Deming - As pessoas costumam focar em empregos tecnológicos porque é onde está a inovação e onde há funções que não existiam antes –é algo novo e empolgante. Mas ainda são uma parcela pequena dos empregos americanos e estão fortemente concentrados em alguns lugares. Mas todos precisamos de médicos, advogados e etc. Então quando você observa o crescimento do mercado de trabalho americano, eles ficam com a maior parcela. A outra coisa é que empregos relacionados à informática são os únicos empregos que estão crescendo dentro da categoria STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática). Essas ocupações estão, na verdade, encolhendo (percentualmente em relação ao total de empregos nos EUA). Acho que o motivo disso é que novas tecnologias automatizam empregos técnicos que não requerem muita interação social. Há muitas habilidades que são difíceis para as pessoas, mas fáceis para máquinas. E há muitas habilidades que são difíceis para máquinas, mas fáceis para as pessoas. Tendemos a pensar na habilidade de fazer cálculos, por exemplo, como um indicativo de que uma pessoa é inteligente e apta à universidade. Mas isso é algo trivial (para um computador). Em contrapartida, a habilidade de ter uma conversa não estruturada de dois minutos com outra pessoa é algo que quase qualquer pessoa pode fazer, mas é muito difícil criar um programa de computador capaz de fazê-lo. Há uma diferença entre o que achamos que é técnico e difícil e o que de fato é difícil de ser automatizado. Por isso, há mais automatização, por exemplo, do trabalho de engenheiros do que do de médicos ou economistas. BBC Brasil - Aí que as habilidades sociais se tornam mais importantes. Deming - Sim, é o que eu defendo no meu trabalho com os dados que analisei. BBC Brasil - Quais habilidades sociais você considera mais importantes? Deming - Depende de o que você chama de habilidades sociais. Para mim, não necessariamente significa ser cortês, de boas maneiras. É parte disso - pessoas extrovertidas, boas em "conversas de happy hour", provavelmente têm também boas habilidades sociais. Mas vejo como sendo mais uma questão de produção no ambiente de trabalho. Muitos empregos requerem que você combine diversos "inputs", de pessoas e máquinas, para produzir algo. Se você é um consultor ou desenvolvedor de software, por exemplo, muitas vezes trabalha com uma grande equipe - e a habilidade-chave aí é trabalhar com diferentes pessoas fazendo coisas diferentes, combinando as atividades delas com as suas de modo produtivo. Então, há pessoas que não são necessariamente extrovertidas, talvez até sejam reservadas, mas que são boas em entender os demais e fazer parte de um grupo. E conheço pessoas, e tenho certeza de que você conhece também, que são extrovertidas, falantes, mas não necessariamente ouvem os demais e fazem o que querem - e são ruins em trabalho em equipe. O que estou tentando dizer é que penso em termos de habilidade de trabalhar em equipe. BBC Brasil - Mesmo com o avanço tecnológico, a ideia é que trabalhadores com habilidades sociais desenvolvidas não serão substituídos? Deming - Sim. Uma das coisas que aprendemos sobre como as mudanças tecnológicas afetam o mercado de trabalho é que as pessoas tendem a focar muito na substituição de pessoas por máquinas, mas não costumam ver que se a tecnologia não te substitui, ela tende a te tornar mais valioso ou produtivo. O fato de que haja um software que permita a mim, um professor, analisar uma base de dados com rapidez me faz economizar tempo –isso não substituiu o meu trabalho ou me deixou obsoleto, apenas me tornou mais produtivo, porque me permitiu dedicar mais tempo a escrever, por exemplo. A mensagem é: se você tem esse tipo de trabalho, em que tem de fazer tarefas analíticas mas também trabalhar com outras pessoas, as máquinas vão te tornar ainda mais valioso –porque se você é bom nas tarefas analíticas, você conseguirá usar as máquinas (que automatizarão essas tarefas) para aumentar sua produtividade e não ser substituído. BBC Brasil - Então se você fosse aconselhar um trabalhador que teme ser substituído pela tecnologia, será que é encontrar funções em que a tecnologia o ajude a ser mais eficiente? Deming - Isso. A vantagem que as pessoas têm sobre a tecnologia é que são flexíveis: podem dedicar seu tempo a diferentes tarefas, podem liderar uma equipe. As máquinas não são flexíveis assim. Se você quer proteger sua carreira do (desenvolvimento tecnológico) futuro, você deve escolher habilidades e capacidades que sejam complementares entre si e não necessariamente diretamente relacionadas. Por exemplo, você é bom em trabalho em equipe e em codificação. Não haverá num futuro próximo nenhuma máquina capaz de fazer essas duas coisas juntas. A mensagem é: não seja um pônei de um único truque. É uma expressão americana que quer dizer não seja bom em apenas uma coisa, seja bom em várias. BBC Brasil - E como uma pessoa pode melhorar suas habilidades sociais? Deming - Não sei se tenho a resposta a essa pergunta com rigor acadêmico, porque parte da motivação desse projeto é colocar o assunto em pauta. Ou seja, ainda há muito trabalho a ser feito a respeito de como medir e melhorar essas habilidades. Mas minha intuição é de que é parecido ao que as pessoas pensam do QI - alguns nascem com mais que os outros, mas esses ainda podem praticar e melhorar. Alguns têm alto QI, outros têm baixo, mas o QI não é um indicativo perfeito do seu desempenho escolar, porque você pode estudar mais, dar mais valor e se esforçar (para compensar a deficiência). Você pode melhorar suas habilidades sociais com prática, e não apenas em conversas de happy hour, mas em colocar-se na posição dos outros. Tente imaginar a conversa sob a perspectiva do outro, e não só da sua. É algo que não fazemos muito nas salas de aula. Mas pense que, em uma aula de Humanas, ao ler um romance, você está tendo acesso a uma história sendo apresentada de múltiplas perspectivas. Ou, na aula de História, você pode analisar um fato histórico sob a perspectiva de diferentes grupos. E isso é muito importante. BBC Brasil - Um relatório recente da OCDE sobre habilidades para o futuro defende que os trabalhadores precisam tanto de conhecimento de linguagem e numérico como habilidades sociais e de resolver problemas. Você concorda com a ideia de que linguagem e números continuam sendo muito importantes? Deming - Sim. A questão é que eles não bastam mais por si só. Você precisa ser capaz de fazer diversas coisas diferentes. BBC Brasil - E qual o papel da educação em preparar as pessoas para o cenário atual? Deming - Se você perguntar às pessoas o que tentam levar consigo da experiência escolar, certamente dirão que esperam que a escola as prepare para o mundo do trabalho no futuro. Então, temos de nos perguntar: de que formas as escolas são parecidas com o ambiente de trabalho moderno e de que formas elas não são? Muitas escolas são muito organizadas em torno de um modelo em que o professor tem todo o conhecimento e apresenta-o em um estilo de palestra. O ambiente de trabalho não se parece em nada com isso - é um ambiente fluido, em que trabalhadores são constantemente colocados em equipes para resolver problemas não estruturados, e as pessoas têm papéis múltiplos. Acho que queremos que nossas escolas repliquem isso - que se pareçam mais com o ambiente de trabalho moderno se querem ensinar as pessoas a serem melhores trabalhadores. BBC Brasil - Você mencionou mais cedo que ser bom em cálculo tornava uma pessoa apta à universidade. Também precisamos repensar a forma como avaliamos os estudantes? Deming - Sim, acho. É um exemplo de um entrave para muitos estudantes, que não conseguem (ser bons em cálculo). E há poucos empregos em que você realmente precisa ser bom em cálculo. Seria muito mais importante, no mundo atual, que as pessoas entendessem estatística e probabilidades, por exemplo. Falando amplamente, acho que os sistemas educacionais, pelo menos nos EUA e provavelmente em outros países, não responderam muito às mudanças no ambiente de trabalho e precisam ser repensados. É difícil, porque o mercado de trabalho muda constantemente, mas temos de melhorar. BBC Brasil - Há habilidades que as escolas poderiam simplesmente parar de ensinar, por terem se tornado irrelevantes? Deming - Não sei se vejo isso dessa forma, porque você frequenta a escola pelo menos até os 18 ou 20 e poucos anos. E você espera estar aprendendo coisas que serão úteis pelas cinco ou seis décadas seguintes da sua vida. É um futuro muito incerto. Sempre enfrentaremos o desafio de tentar treinar as pessoas para um ambiente do trabalho do futuro. Então acho muito importante que as escolas enfatizem, o máximo possível, o desenvolvimento de habilidades gerais. Não queremos que as escolas ensinem habilidades muito específicas, que podem ser úteis hoje, mas não daqui a dez anos. Na escola, queremos que as pessoas aprendam a aprender. Trata-se em grande parte de dar às pessoas um kit de ferramentas com as quais elas possam se aperfeiçoar ao longo do tempo. Tanto que, ainda que apoie a educação vocacional em alguns casos, me preocupa que a educação muito específica se torne menos relevante diante de um futuro incerto. BBC Brasil - No seu estudo você menciona a importância de intervenções já na primeira infância no que se refere a habilidades sociais. Isso ajudaria a nos tornar melhores pessoas e trabalhadores futuros? Deming - É um pouco especulativo, mas há boas evidências de que intervenções de alta qualidade feitas no início da nossa vida têm impacto mais longo na vida adulta, tornando-nos mais produtivos. Uma possível razão disso, em termos de educação, é que se você olha para uma sala de aula de pré-escola, ela se parece mais com o ambiente de trabalho moderno do que, por exemplo, a quarta série. Na pré-escola, você aprende a socializar. A criança não aprende apenas números e letras, mas é colocada em grupos para negociar, compartilhar seus recursos e ocupar diferentes papéis. Acho que, no meio do caminho, a escola se torna mais formal, para ensinar letras e números - algo importante. Mas o aprendido mais cedo, de como se portar no mundo, também é muito importante. Talvez nossas salas de aula depois da pré-escola devessem ser mais parecidas com isso. | sobretudo |
Pesquisador de Harvard diz por que habilidades sociais ganham força no mercado
DA BBC BRASIL Professor de Harvard analisou o mercado de trabalho americano entre 1980 e 2012 (Getty Images) A automação "engole" empregos ao redor do mundo, mas ainda está distante de substituir trabalhadores que combinem diversas habilidades complementares entre si –em especial habilidades sociais, como a capacidade de escutar e de trabalhar eficientemente em equipe. A explicação é do pesquisador David Deming, professor de Políticas Públicas, Educação e Economia na Universidade Harvard e autor de um estudo chamado "A crescente importância de habilidades sociais no mercado de trabalho", publicado em maio. Na pesquisa, que compila dados do mercado de trabalho dos EUA entre 1980 e 2012, ele nota um aumento na oferta de empregos para funções que requerem alto grau de interação humana, como gerentes, professores, enfermeiros, médicos e advogados. Enquanto isso, empregos puramente técnicos e de baixa interação humana, ocupados por exemplo por matemáticos e engenheiros, representam parcela menor do total da mão de obra americana. O mais expressivo crescimento de empregos –e salários– ocorreu, segundo Deming, em funções que exigem tanto conhecimentos matemáticos/técnicos quanto habilidades sociais. Para muitos desses empregos, a tecnologia se torna algo complementar, que ajuda o trabalhador a aumentar sua produtividade, em vez de substituí-lo. "Empregos com salários melhores cada vez mais exigem habilidades sociais", argumenta Deming. "A interação social se mostrou - ao menos até o momento - difícil de ser automatizada." Em entrevista por telefone à BBC Brasil, o pesquisador fala sobre a importância de essas habilidades serem praticadas pelos profissionais e incorporadas aos sistemas de ensino. BBC Brasil - Você menciona em seu estudo empregos tradicionalmente "analógicos" –como de advogados, professores, enfermeiros, médicos - em que os salários têm crescido nos EUA. Há uma crescente importância deles, mesmo na era da tecnologia? David Deming - As pessoas costumam focar em empregos tecnológicos porque é onde está a inovação e onde há funções que não existiam antes –é algo novo e empolgante. Mas ainda são uma parcela pequena dos empregos americanos e estão fortemente concentrados em alguns lugares. Mas todos precisamos de médicos, advogados e etc. Então quando você observa o crescimento do mercado de trabalho americano, eles ficam com a maior parcela. A outra coisa é que empregos relacionados à informática são os únicos empregos que estão crescendo dentro da categoria STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática). Essas ocupações estão, na verdade, encolhendo (percentualmente em relação ao total de empregos nos EUA). Acho que o motivo disso é que novas tecnologias automatizam empregos técnicos que não requerem muita interação social. Há muitas habilidades que são difíceis para as pessoas, mas fáceis para máquinas. E há muitas habilidades que são difíceis para máquinas, mas fáceis para as pessoas. Tendemos a pensar na habilidade de fazer cálculos, por exemplo, como um indicativo de que uma pessoa é inteligente e apta à universidade. Mas isso é algo trivial (para um computador). Em contrapartida, a habilidade de ter uma conversa não estruturada de dois minutos com outra pessoa é algo que quase qualquer pessoa pode fazer, mas é muito difícil criar um programa de computador capaz de fazê-lo. Há uma diferença entre o que achamos que é técnico e difícil e o que de fato é difícil de ser automatizado. Por isso, há mais automatização, por exemplo, do trabalho de engenheiros do que do de médicos ou economistas. BBC Brasil - Aí que as habilidades sociais se tornam mais importantes. Deming - Sim, é o que eu defendo no meu trabalho com os dados que analisei. BBC Brasil - Quais habilidades sociais você considera mais importantes? Deming - Depende de o que você chama de habilidades sociais. Para mim, não necessariamente significa ser cortês, de boas maneiras. É parte disso - pessoas extrovertidas, boas em "conversas de happy hour", provavelmente têm também boas habilidades sociais. Mas vejo como sendo mais uma questão de produção no ambiente de trabalho. Muitos empregos requerem que você combine diversos "inputs", de pessoas e máquinas, para produzir algo. Se você é um consultor ou desenvolvedor de software, por exemplo, muitas vezes trabalha com uma grande equipe - e a habilidade-chave aí é trabalhar com diferentes pessoas fazendo coisas diferentes, combinando as atividades delas com as suas de modo produtivo. Então, há pessoas que não são necessariamente extrovertidas, talvez até sejam reservadas, mas que são boas em entender os demais e fazer parte de um grupo. E conheço pessoas, e tenho certeza de que você conhece também, que são extrovertidas, falantes, mas não necessariamente ouvem os demais e fazem o que querem - e são ruins em trabalho em equipe. O que estou tentando dizer é que penso em termos de habilidade de trabalhar em equipe. BBC Brasil - Mesmo com o avanço tecnológico, a ideia é que trabalhadores com habilidades sociais desenvolvidas não serão substituídos? Deming - Sim. Uma das coisas que aprendemos sobre como as mudanças tecnológicas afetam o mercado de trabalho é que as pessoas tendem a focar muito na substituição de pessoas por máquinas, mas não costumam ver que se a tecnologia não te substitui, ela tende a te tornar mais valioso ou produtivo. O fato de que haja um software que permita a mim, um professor, analisar uma base de dados com rapidez me faz economizar tempo –isso não substituiu o meu trabalho ou me deixou obsoleto, apenas me tornou mais produtivo, porque me permitiu dedicar mais tempo a escrever, por exemplo. A mensagem é: se você tem esse tipo de trabalho, em que tem de fazer tarefas analíticas mas também trabalhar com outras pessoas, as máquinas vão te tornar ainda mais valioso –porque se você é bom nas tarefas analíticas, você conseguirá usar as máquinas (que automatizarão essas tarefas) para aumentar sua produtividade e não ser substituído. BBC Brasil - Então se você fosse aconselhar um trabalhador que teme ser substituído pela tecnologia, será que é encontrar funções em que a tecnologia o ajude a ser mais eficiente? Deming - Isso. A vantagem que as pessoas têm sobre a tecnologia é que são flexíveis: podem dedicar seu tempo a diferentes tarefas, podem liderar uma equipe. As máquinas não são flexíveis assim. Se você quer proteger sua carreira do (desenvolvimento tecnológico) futuro, você deve escolher habilidades e capacidades que sejam complementares entre si e não necessariamente diretamente relacionadas. Por exemplo, você é bom em trabalho em equipe e em codificação. Não haverá num futuro próximo nenhuma máquina capaz de fazer essas duas coisas juntas. A mensagem é: não seja um pônei de um único truque. É uma expressão americana que quer dizer não seja bom em apenas uma coisa, seja bom em várias. BBC Brasil - E como uma pessoa pode melhorar suas habilidades sociais? Deming - Não sei se tenho a resposta a essa pergunta com rigor acadêmico, porque parte da motivação desse projeto é colocar o assunto em pauta. Ou seja, ainda há muito trabalho a ser feito a respeito de como medir e melhorar essas habilidades. Mas minha intuição é de que é parecido ao que as pessoas pensam do QI - alguns nascem com mais que os outros, mas esses ainda podem praticar e melhorar. Alguns têm alto QI, outros têm baixo, mas o QI não é um indicativo perfeito do seu desempenho escolar, porque você pode estudar mais, dar mais valor e se esforçar (para compensar a deficiência). Você pode melhorar suas habilidades sociais com prática, e não apenas em conversas de happy hour, mas em colocar-se na posição dos outros. Tente imaginar a conversa sob a perspectiva do outro, e não só da sua. É algo que não fazemos muito nas salas de aula. Mas pense que, em uma aula de Humanas, ao ler um romance, você está tendo acesso a uma história sendo apresentada de múltiplas perspectivas. Ou, na aula de História, você pode analisar um fato histórico sob a perspectiva de diferentes grupos. E isso é muito importante. BBC Brasil - Um relatório recente da OCDE sobre habilidades para o futuro defende que os trabalhadores precisam tanto de conhecimento de linguagem e numérico como habilidades sociais e de resolver problemas. Você concorda com a ideia de que linguagem e números continuam sendo muito importantes? Deming - Sim. A questão é que eles não bastam mais por si só. Você precisa ser capaz de fazer diversas coisas diferentes. BBC Brasil - E qual o papel da educação em preparar as pessoas para o cenário atual? Deming - Se você perguntar às pessoas o que tentam levar consigo da experiência escolar, certamente dirão que esperam que a escola as prepare para o mundo do trabalho no futuro. Então, temos de nos perguntar: de que formas as escolas são parecidas com o ambiente de trabalho moderno e de que formas elas não são? Muitas escolas são muito organizadas em torno de um modelo em que o professor tem todo o conhecimento e apresenta-o em um estilo de palestra. O ambiente de trabalho não se parece em nada com isso - é um ambiente fluido, em que trabalhadores são constantemente colocados em equipes para resolver problemas não estruturados, e as pessoas têm papéis múltiplos. Acho que queremos que nossas escolas repliquem isso - que se pareçam mais com o ambiente de trabalho moderno se querem ensinar as pessoas a serem melhores trabalhadores. BBC Brasil - Você mencionou mais cedo que ser bom em cálculo tornava uma pessoa apta à universidade. Também precisamos repensar a forma como avaliamos os estudantes? Deming - Sim, acho. É um exemplo de um entrave para muitos estudantes, que não conseguem (ser bons em cálculo). E há poucos empregos em que você realmente precisa ser bom em cálculo. Seria muito mais importante, no mundo atual, que as pessoas entendessem estatística e probabilidades, por exemplo. Falando amplamente, acho que os sistemas educacionais, pelo menos nos EUA e provavelmente em outros países, não responderam muito às mudanças no ambiente de trabalho e precisam ser repensados. É difícil, porque o mercado de trabalho muda constantemente, mas temos de melhorar. BBC Brasil - Há habilidades que as escolas poderiam simplesmente parar de ensinar, por terem se tornado irrelevantes? Deming - Não sei se vejo isso dessa forma, porque você frequenta a escola pelo menos até os 18 ou 20 e poucos anos. E você espera estar aprendendo coisas que serão úteis pelas cinco ou seis décadas seguintes da sua vida. É um futuro muito incerto. Sempre enfrentaremos o desafio de tentar treinar as pessoas para um ambiente do trabalho do futuro. Então acho muito importante que as escolas enfatizem, o máximo possível, o desenvolvimento de habilidades gerais. Não queremos que as escolas ensinem habilidades muito específicas, que podem ser úteis hoje, mas não daqui a dez anos. Na escola, queremos que as pessoas aprendam a aprender. Trata-se em grande parte de dar às pessoas um kit de ferramentas com as quais elas possam se aperfeiçoar ao longo do tempo. Tanto que, ainda que apoie a educação vocacional em alguns casos, me preocupa que a educação muito específica se torne menos relevante diante de um futuro incerto. BBC Brasil - No seu estudo você menciona a importância de intervenções já na primeira infância no que se refere a habilidades sociais. Isso ajudaria a nos tornar melhores pessoas e trabalhadores futuros? Deming - É um pouco especulativo, mas há boas evidências de que intervenções de alta qualidade feitas no início da nossa vida têm impacto mais longo na vida adulta, tornando-nos mais produtivos. Uma possível razão disso, em termos de educação, é que se você olha para uma sala de aula de pré-escola, ela se parece mais com o ambiente de trabalho moderno do que, por exemplo, a quarta série. Na pré-escola, você aprende a socializar. A criança não aprende apenas números e letras, mas é colocada em grupos para negociar, compartilhar seus recursos e ocupar diferentes papéis. Acho que, no meio do caminho, a escola se torna mais formal, para ensinar letras e números - algo importante. Mas o aprendido mais cedo, de como se portar no mundo, também é muito importante. Talvez nossas salas de aula depois da pré-escola devessem ser mais parecidas com isso. | 9 |
Frederico Vasconcelos: Terrorismo e direito de defesa | O texto a seguir é de autoria do advogado Marcelo Knopfelmacher, presidente do Movimento de Defesa da Advocacia (MDA). Foi publicado originalmente no site "Consultor Jurídico". O mundo está chocado com os ataques terroristas ocorridos na França durante a ... Leia post completo no blog | poder | Frederico Vasconcelos: Terrorismo e direito de defesaO texto a seguir é de autoria do advogado Marcelo Knopfelmacher, presidente do Movimento de Defesa da Advocacia (MDA). Foi publicado originalmente no site "Consultor Jurídico". O mundo está chocado com os ataques terroristas ocorridos na França durante a ... Leia post completo no blog | 0 |
Veja como chegar aos locais de competição dos Jogos Olímpicos do Rio
| DE SÃO PAULO A Olimpíada do Rio terá atletas competindo em 306 provas de 42 modalidades diferentes. Na capital fluminense, que receberá a maioria das disputas, os locais de competição foram agrupados em quatro áreas principais: Barra da Tijuca, Maracanã, Copacabana e Deodoro. Veja abaixo qual a melhor maneira para chegar aos locais de provas. BARRA DA TIJUCA Principal área de competições da Olimpíada, a Barra da Tijuca abriga o maior número de modalidades. É lá também que ficam os centros de imprensa e a Vila Olímpica. Entre as modalidades disputadas no local estão tênis, golfe, ginástica artística e judô. O jeito mais fácil de chegar é pelos corredores do BRT. DEODORO Segundo centro da Olimpíada em número de modalidades, Deodoro recebe disputas de esportes radicais, como ciclismo BMX, mountain bike e canoagem slalom. As competições de hipismo, tiro esportivo e hóquei também serão feitas na região, que pode ser acessada por trem ou BRT. COPACABANA O vôlei de praia, o remo, a vela e a canoagem velocidade são algumas das modalidades que serão disputadas na região de Copacabana. O jeito mais cômodo de chegar ao local é pelo metrô. MARACANÃ Os Jogos Olímpicos do Rio terminarão no dia 21 de agosto, um domingo. O palco da cerimônia de encerramento será o Maracanã, que também recebe a cerimônia de abertura. Na região do estádio estão concentrados o Maracanãzinho, que receberá partidas de vôlei, e o Sambódromo, onde ocorrerá disputa do tiro com arco e a chegada da maratona. A cerca de 10 quilômetros do Maracanã está também o Engenhão, que receberá provas de atletismo e o futebol. ITAQUERÃO As primeiras disputas começam já nesta quarta-feira (3), com jogos do futebol feminino na Arena Corinthians, em São Paulo. O local receberá também jogos do futebol masculino. A melhor maneira de chegar ao estádio é pela linha expressa de trem que sai da Estação da Luz, no centro, e vai até Artur Alvim. Há também opção de ir de metrô, pela Linha 3-Vermelha., e descer na estação Corinthians-Itaquera (para acessar a entrada leste) ou Artur Alvim (para a entrada oeste). OUTRAS INFORMAÇÕES Tarifas de transporte público no Rio de Janeiro: * Trem: R$ 3,70 * Trem + ônibus municipal: R$ 6,60 * Trem + metrô ou ônibus intermunicipal: R$ 6,50 * Ônibus: R$ 3,80 * Metrô: R$ 4,10 * Cartão pré-pago: mínimo de R$ 5 * BRT: R$ 3,80 * VLT: R$ 3,80 * Barcas: R$ 5,60 * Bilhete único: R$ 4,50 Preço do cartão Rio Card dos Jogos: * Um dia: R$ 25 * Três dias: R$ 70 * Sete dias: 160 Tarifas de transporte público em São Paulo * Metrô: R$ 3,80 * Trem (CPTM): R$ 3,80 * Integração (metrô/trem+ ônibus): R$ 5,92 | esporte |
Veja como chegar aos locais de competição dos Jogos Olímpicos do Rio
DE SÃO PAULO A Olimpíada do Rio terá atletas competindo em 306 provas de 42 modalidades diferentes. Na capital fluminense, que receberá a maioria das disputas, os locais de competição foram agrupados em quatro áreas principais: Barra da Tijuca, Maracanã, Copacabana e Deodoro. Veja abaixo qual a melhor maneira para chegar aos locais de provas. BARRA DA TIJUCA Principal área de competições da Olimpíada, a Barra da Tijuca abriga o maior número de modalidades. É lá também que ficam os centros de imprensa e a Vila Olímpica. Entre as modalidades disputadas no local estão tênis, golfe, ginástica artística e judô. O jeito mais fácil de chegar é pelos corredores do BRT. DEODORO Segundo centro da Olimpíada em número de modalidades, Deodoro recebe disputas de esportes radicais, como ciclismo BMX, mountain bike e canoagem slalom. As competições de hipismo, tiro esportivo e hóquei também serão feitas na região, que pode ser acessada por trem ou BRT. COPACABANA O vôlei de praia, o remo, a vela e a canoagem velocidade são algumas das modalidades que serão disputadas na região de Copacabana. O jeito mais cômodo de chegar ao local é pelo metrô. MARACANÃ Os Jogos Olímpicos do Rio terminarão no dia 21 de agosto, um domingo. O palco da cerimônia de encerramento será o Maracanã, que também recebe a cerimônia de abertura. Na região do estádio estão concentrados o Maracanãzinho, que receberá partidas de vôlei, e o Sambódromo, onde ocorrerá disputa do tiro com arco e a chegada da maratona. A cerca de 10 quilômetros do Maracanã está também o Engenhão, que receberá provas de atletismo e o futebol. ITAQUERÃO As primeiras disputas começam já nesta quarta-feira (3), com jogos do futebol feminino na Arena Corinthians, em São Paulo. O local receberá também jogos do futebol masculino. A melhor maneira de chegar ao estádio é pela linha expressa de trem que sai da Estação da Luz, no centro, e vai até Artur Alvim. Há também opção de ir de metrô, pela Linha 3-Vermelha., e descer na estação Corinthians-Itaquera (para acessar a entrada leste) ou Artur Alvim (para a entrada oeste). OUTRAS INFORMAÇÕES Tarifas de transporte público no Rio de Janeiro: * Trem: R$ 3,70 * Trem + ônibus municipal: R$ 6,60 * Trem + metrô ou ônibus intermunicipal: R$ 6,50 * Ônibus: R$ 3,80 * Metrô: R$ 4,10 * Cartão pré-pago: mínimo de R$ 5 * BRT: R$ 3,80 * VLT: R$ 3,80 * Barcas: R$ 5,60 * Bilhete único: R$ 4,50 Preço do cartão Rio Card dos Jogos: * Um dia: R$ 25 * Três dias: R$ 70 * Sete dias: 160 Tarifas de transporte público em São Paulo * Metrô: R$ 3,80 * Trem (CPTM): R$ 3,80 * Integração (metrô/trem+ ônibus): R$ 5,92 | 4 |
Kazuo Ishiguro, Nobel de literatura, também é músico; ouça canções | Kazuo Ishiguro, anunciado nesta quinta (5) como o novo ganhador do prêmio Nobel de literatura, tem lado menos conhecido em sua carreira: o de compositor. Ele foi músico na juventude, antes de ser ficcionista —mas continuou compondo canções. Sua parceria mais conhecida é com a cantora de jazz Stacey Kent, que gravou diversas canções do escritor. Ouça algumas delas: kazuo kazuo kazuo kazuo ishiguro kazuo | ilustrada | Kazuo Ishiguro, Nobel de literatura, também é músico; ouça cançõesKazuo Ishiguro, anunciado nesta quinta (5) como o novo ganhador do prêmio Nobel de literatura, tem lado menos conhecido em sua carreira: o de compositor. Ele foi músico na juventude, antes de ser ficcionista —mas continuou compondo canções. Sua parceria mais conhecida é com a cantora de jazz Stacey Kent, que gravou diversas canções do escritor. Ouça algumas delas: kazuo kazuo kazuo kazuo ishiguro kazuo | 1 |
Pedidos de recuperação judicial quase dobram em 2016, diz Serasa Experian | Os pedidos de recuperação judicial de empresas brasileiras nos primeiros quatro meses de 2016 quase dobraram ante o mesmo período do ano passado, em meio ao quadro recessivo e aumento de custos, informou nesta quarta-feira (4) a empresa de informações de crédito Serasa Experian. De janeiro a abril, foram 571 pedidos, número 97,6% superior ao de igual etapa de 2015, de 289, e recorde para o intervalo desde 2006, após a vigência da Nova Lei de Falências. As micro e pequenas empresas lideraram os requerimentos de recuperação judicial, com 327 pedidos, seguidas pelas médias (149) e pelas grandes empresas (95), segundo a Serasa Experian. Em abril isoladamente, foram 162 pedidos registrados, alta de 65,3% ante abril do ano anterior. Segundo os economistas da entidade, o movimento tem entre as causas o prolongamento e a ampliação do recessão econômica e a elevação dos custos operacionais e financeiros. Além do cenário econômico adverso, os desdobramentos da operação Lava Jato têm colocado na fila de pedidos de recuperação judicial várias empresas dos setores de óleo e gás e de infraestrutura, como Sete Brasil, OAS e Grupo Galvão. O aumento da inadimplência no setor corporativo tem sido o maior responsável pelo forte incremento das provisões de bancos para perdas esperadas com calotes. No Itaú Unibanco, as provisões subiram 43,7% no primeiro trimestre sobre um ano antes. No caso do Bradesco, o aumento foi de 52% na mesma comparação. Os pedidos de falência no primeiro quadrimestre, contudo, tiveram um avanço menor, de 4% na comparação anual, para 523 pedidos. No mês de abril, foram 132 requerimentos de falência, 16,5% ante abril de 2015. | mercado | Pedidos de recuperação judicial quase dobram em 2016, diz Serasa ExperianOs pedidos de recuperação judicial de empresas brasileiras nos primeiros quatro meses de 2016 quase dobraram ante o mesmo período do ano passado, em meio ao quadro recessivo e aumento de custos, informou nesta quarta-feira (4) a empresa de informações de crédito Serasa Experian. De janeiro a abril, foram 571 pedidos, número 97,6% superior ao de igual etapa de 2015, de 289, e recorde para o intervalo desde 2006, após a vigência da Nova Lei de Falências. As micro e pequenas empresas lideraram os requerimentos de recuperação judicial, com 327 pedidos, seguidas pelas médias (149) e pelas grandes empresas (95), segundo a Serasa Experian. Em abril isoladamente, foram 162 pedidos registrados, alta de 65,3% ante abril do ano anterior. Segundo os economistas da entidade, o movimento tem entre as causas o prolongamento e a ampliação do recessão econômica e a elevação dos custos operacionais e financeiros. Além do cenário econômico adverso, os desdobramentos da operação Lava Jato têm colocado na fila de pedidos de recuperação judicial várias empresas dos setores de óleo e gás e de infraestrutura, como Sete Brasil, OAS e Grupo Galvão. O aumento da inadimplência no setor corporativo tem sido o maior responsável pelo forte incremento das provisões de bancos para perdas esperadas com calotes. No Itaú Unibanco, as provisões subiram 43,7% no primeiro trimestre sobre um ano antes. No caso do Bradesco, o aumento foi de 52% na mesma comparação. Os pedidos de falência no primeiro quadrimestre, contudo, tiveram um avanço menor, de 4% na comparação anual, para 523 pedidos. No mês de abril, foram 132 requerimentos de falência, 16,5% ante abril de 2015. | 2 |
Kenneth Arrow definiu condições para o funcionamento da 'mão invisível' | O economista Kenneth Arrow, morto nesta terça-feira (21), foi um dos grandes responsáveis por explicar a ideia de equilíbrio geral na economia de mercado, esquematizando como opera a "mão invisível" de Adam Smith. Paul Samuelson, o primeiro norte-americano a conquistar o Prêmio Memorial Nobel de Ciências Econômicas, definiu Arrow como "o mais importante economista teórico do século 20". Quando Arrow recebeu o prêmio, em 1972, Samuelson escreveu que "a teoria econômica dos seguros, da assistência médica, dos testes de medicamentos vendidos sob receita —para não mencionar o bingo e o mercado de ações— jamais será a mesma depois de Arrow". Arrow, membro de uma grande família de economistas distintos, entre os quais Samuelson e Lawrence Summers, antigo secretário do Tesouro e assessor econômico do presidente Barack Obama —desenvolveu trabalhos tecnicamente complexos até mesmo para os seus colegas mais afins à matemática. Mas, com o passar das décadas, os economistas aprenderam a aplicar suas ideias ao formato moderno dos produtos de seguros, títulos financeiros, contratos de emprego e muito mais. MERCADOS E MAIORIAS Os antecedentes para o influente trabalho de Arrow em seu começo de carreira estavam no reconhecimento, já então centenário, de que votações majoritárias eram capazes de produzir resultados arbitrários. Considere um legislativo que vá escolher seu líder entre três candidatos: Alice, Betty e Harry. Se o legislativo votasse primeiro entre Alice e Betty, com a vencedora enfrentando Harry, a decisão final do processo poderia ser diferente do que se o processo começasse com Alice versus Harry. Porque a ordem pela qual o legislativo conduz suas votações é arbitrária, o vencedor final nesse sistema de votação majoritária se torna igualmente arbitrário - o que causa uma situação política desconfortável. Em busca de resultados não arbitrários, os cientistas sociais propuseram maneiras diferentes de conduzir votações. Por exemplo, o legislativo poderia realizar uma primeira votação com os três candidatos e estruturar um segundo turno posterior. Ou cada integrante do legislativo poderia ter mais de um voto, e blocos de votos seriam atribuídos pelos votantes a cada candidato de acordo com a intensidade de sua preferência. Mas nenhum sistema de votação, por mais inteligente que tenha sido sua organização, resolve os problemas associados à votação majoritária. Em um teorema cuja aplicação se provou surpreendentemente abrangente, Arrow provou que nenhum sistema de votação majoritária funciona satisfatoriamente, de acordo com uma definição cuidadosamente articulada do termo "satisfatório". O que Arrow provou em "Social Choice and Individual Values" [escolha social e valores individuais], livro de 1951, era muito mais abrangente. Não eram só as regras de votação majoritária que se provavam insatisfatórias; o mesmo se aplicava a sistemas não eletivos para fazer escolhas sociais, se —o que era fundamental para a forma de pensar do economista— essas escolhas tivessem por base as preferências dos indivíduos que formam uma sociedade. (As regras de Arrow não se aplicam a ditadores.) O "teorema da impossibilidade" de Arrow ricocheteou pelas ciências sociais e se tornou famoso pelo seu uso de conceitos matemáticos abstratos a fim de gerar uma conclusão aplicável de maneira generalizada. As pesquisas de Arrow abriram o campo acadêmico da escolha social —uma literatura que varia da escolha de presidentes por países à escolha de estratégias de negócios pelos conselhos de grandes empresas. Tendo aprendido com ele que sistema algum funciona completamente bem, os acadêmicos passaram a se dedicar a questões subsequentes muito desafiadoras, como por exemplo determinar se alguns sistemas de votação eram melhores que outros. A grande contribuição seguinte de Arrow à economia, pela qual ele dividiu o Nobel de 1972 com o economista britânico John Hicks, foi publicada mais tarde nos anos 50. Os dois fizeram um estudo panorâmico da ideia do "equilíbrio geral" na economia de mercado, criando equações para capturar a interação entre consumidores e produtores. As equações básicas haviam sido propostas meio século antes pelo economista francês Léon Walras. Mas Arrow e seus coautores ampliaram o sistema de Walras para capturar importantes complexidades, como o fato de que os mercados existem também no futuro, o que apresenta riscos para os consumidores e produtores. Arrow provou que o sistema de equações propostas era coerente do ponto de vista matemático: existem preços que trazem todos os mercados a um equilíbrio simultâneo (sob o qual todo item produzido ao preço de equilíbrio seria voluntariamente comprado). E a concorrência no mercado coloca os recursos sociais em bom uso: mercados competitivos são eficientes, no jargão dos economistas. Os teoremas de Arrow definiam as condições exatas sob as quais a famosa conjetura de Adam Smith em "A Riqueza das Nações" se confirma: a de que a "mão invisível" da concorrência no mercado entre indivíduos em busca de ganho pessoal serve bem às necessidades da sociedade. RELEVÂNCIA Como no caso de seu trabalho anterior sobre escolha social, a magnitude da percepção teórica de Arrow era assombrosa. Mas ele deixou claro que suas fortes conclusões sobre o funcionamento de mercados competitivos só se confirmavam sob condições ideais, ou seja, não realistas. As suposições com as quais ele trabalhou, por exemplo, desconsideravam a existência de efeitos da ação de terceiros. A venda de um produto de José a João supostamente não afetava o bem estar de Maria —uma suposição frequentemente violada pelo mundo real, por exemplo pela venda de produtos que prejudiquem o meio ambiente. A matemática por trás das provas de Arrow e seus coautores quanto ao equilíbrio geral é espantosamente complexa. Poucos economistas foram capazes de dominar seus detalhes. Mas Franklin Fisher, professor de cursos de pós-graduação sobre a teoria do equilíbrio geral no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), reconheceu em entrevista ao "New York Times" em 2013 que todos os economistas acadêmicos tinham uma dívida intelectual para com Arrow. Arrow provou que as equações sobre oferta e procura usadas pelos economistas de modo cotidiano eram construídas sobre uma fundação logicamente coerente. Suas pesquisas posteriores traduziam ideias baseadas no senso comum em forma de elegantes expressões matemáticas. E assim que essas ideias estavam traduzidas, outros economistas podiam estendê-las em direções inesperadas. Um exemplo é o "aprender fazendo", que Arrow examinou no começo dos anos 60. A ideia básica é simples: quanto mais uma empresa produz, melhor ela se torna na produção. Décadas mais tarde, os economistas incorporaram essa ideia a sofisticadas teorias de "crescimento endógeno" sob as quais o índice de crescimento econômico de um país depende de políticas internas que promovam a inovação e a educação —as forças mesmas que os escritos de Arrow antecipavam. Ele também criou conceitos matemáticos com os quais economistas poderiam medir e analisar riscos. William Sharpe, que ganhou o Nobel em 1990 por sua análise da relação entre risco financeiro e retorno, creditou Arrow por sua ajuda em formular a base das modernas teorias de investimento financeiro e financiamento empresarial. Arrow, disse ele, merecia lugar no "panteão" da gestão de investimentos. Suas ideias encontraram espaço na criação de complicados instrumentos financeiros, conhecidos como derivativos, a exemplo de contratos de opções, que conferem ao detentor o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender um determinado ativo a um determinado preço, até um data especificada. Empresas compram e vendem derivativos financeiros a fim de se protegerem contra instabilidades financeiras, e investidores os compram e vendem para especular sobre os futuros movimentos nos preços dos títulos. Arrow antecipou a moderna análise de mercados nos quais compradores e vendedores não compartilham de informações precisas (hoje conhecidos como mercados com informação assimétrica). Em um artigo notavelmente presciente publicado no começo dos anos 60, ele expôs a complexidade que a informação assimétrica gera no mercado de planos de saúde. Ele apontou os incentivos para que pacientes e médicos concordem quanto a procedimentos médicos de valor duvidoso quanto uma terceira parte, a operadora de planos de saúde, paga a conta. O trabalho de Arrow gerou o tratamento moderno do "risco moral", sob o qual o fato de que um seguro foi comprado afeta sistematicamente o comportamento das partes envolvidas no contrato. Os problemas que Arrow identificou meio século atrás tiveram influência proeminente sobre a concepção da Lei de Acesso à Saúde, a lei de reforma da saúde que o presidente Obama implementou em 2010, incluindo a controversa cláusula do "mandato individual", que força todas as pessoas a adquirem planos de saúde, quer esperem necessitar de cuidados médicos, quer não. Joseph Stiglitz, que conquistou o Nobel de Economia de 2001 com seu estudo de mercados nos quais a informação é incompleta, traça a origem de seu trabalho às incursões iniciais de Arrow. A conclusão? O teórico que, nos anos 50, provou que mercados perfeitamente competitivos podiam existir, em termos de lógica matemática, passou o resto de sua carreira demonstrando o quanto os mercados reais ficam aquém da perfeição. Tradução de PAULO MIGLIACCI | mercado | Kenneth Arrow definiu condições para o funcionamento da 'mão invisível'O economista Kenneth Arrow, morto nesta terça-feira (21), foi um dos grandes responsáveis por explicar a ideia de equilíbrio geral na economia de mercado, esquematizando como opera a "mão invisível" de Adam Smith. Paul Samuelson, o primeiro norte-americano a conquistar o Prêmio Memorial Nobel de Ciências Econômicas, definiu Arrow como "o mais importante economista teórico do século 20". Quando Arrow recebeu o prêmio, em 1972, Samuelson escreveu que "a teoria econômica dos seguros, da assistência médica, dos testes de medicamentos vendidos sob receita —para não mencionar o bingo e o mercado de ações— jamais será a mesma depois de Arrow". Arrow, membro de uma grande família de economistas distintos, entre os quais Samuelson e Lawrence Summers, antigo secretário do Tesouro e assessor econômico do presidente Barack Obama —desenvolveu trabalhos tecnicamente complexos até mesmo para os seus colegas mais afins à matemática. Mas, com o passar das décadas, os economistas aprenderam a aplicar suas ideias ao formato moderno dos produtos de seguros, títulos financeiros, contratos de emprego e muito mais. MERCADOS E MAIORIAS Os antecedentes para o influente trabalho de Arrow em seu começo de carreira estavam no reconhecimento, já então centenário, de que votações majoritárias eram capazes de produzir resultados arbitrários. Considere um legislativo que vá escolher seu líder entre três candidatos: Alice, Betty e Harry. Se o legislativo votasse primeiro entre Alice e Betty, com a vencedora enfrentando Harry, a decisão final do processo poderia ser diferente do que se o processo começasse com Alice versus Harry. Porque a ordem pela qual o legislativo conduz suas votações é arbitrária, o vencedor final nesse sistema de votação majoritária se torna igualmente arbitrário - o que causa uma situação política desconfortável. Em busca de resultados não arbitrários, os cientistas sociais propuseram maneiras diferentes de conduzir votações. Por exemplo, o legislativo poderia realizar uma primeira votação com os três candidatos e estruturar um segundo turno posterior. Ou cada integrante do legislativo poderia ter mais de um voto, e blocos de votos seriam atribuídos pelos votantes a cada candidato de acordo com a intensidade de sua preferência. Mas nenhum sistema de votação, por mais inteligente que tenha sido sua organização, resolve os problemas associados à votação majoritária. Em um teorema cuja aplicação se provou surpreendentemente abrangente, Arrow provou que nenhum sistema de votação majoritária funciona satisfatoriamente, de acordo com uma definição cuidadosamente articulada do termo "satisfatório". O que Arrow provou em "Social Choice and Individual Values" [escolha social e valores individuais], livro de 1951, era muito mais abrangente. Não eram só as regras de votação majoritária que se provavam insatisfatórias; o mesmo se aplicava a sistemas não eletivos para fazer escolhas sociais, se —o que era fundamental para a forma de pensar do economista— essas escolhas tivessem por base as preferências dos indivíduos que formam uma sociedade. (As regras de Arrow não se aplicam a ditadores.) O "teorema da impossibilidade" de Arrow ricocheteou pelas ciências sociais e se tornou famoso pelo seu uso de conceitos matemáticos abstratos a fim de gerar uma conclusão aplicável de maneira generalizada. As pesquisas de Arrow abriram o campo acadêmico da escolha social —uma literatura que varia da escolha de presidentes por países à escolha de estratégias de negócios pelos conselhos de grandes empresas. Tendo aprendido com ele que sistema algum funciona completamente bem, os acadêmicos passaram a se dedicar a questões subsequentes muito desafiadoras, como por exemplo determinar se alguns sistemas de votação eram melhores que outros. A grande contribuição seguinte de Arrow à economia, pela qual ele dividiu o Nobel de 1972 com o economista britânico John Hicks, foi publicada mais tarde nos anos 50. Os dois fizeram um estudo panorâmico da ideia do "equilíbrio geral" na economia de mercado, criando equações para capturar a interação entre consumidores e produtores. As equações básicas haviam sido propostas meio século antes pelo economista francês Léon Walras. Mas Arrow e seus coautores ampliaram o sistema de Walras para capturar importantes complexidades, como o fato de que os mercados existem também no futuro, o que apresenta riscos para os consumidores e produtores. Arrow provou que o sistema de equações propostas era coerente do ponto de vista matemático: existem preços que trazem todos os mercados a um equilíbrio simultâneo (sob o qual todo item produzido ao preço de equilíbrio seria voluntariamente comprado). E a concorrência no mercado coloca os recursos sociais em bom uso: mercados competitivos são eficientes, no jargão dos economistas. Os teoremas de Arrow definiam as condições exatas sob as quais a famosa conjetura de Adam Smith em "A Riqueza das Nações" se confirma: a de que a "mão invisível" da concorrência no mercado entre indivíduos em busca de ganho pessoal serve bem às necessidades da sociedade. RELEVÂNCIA Como no caso de seu trabalho anterior sobre escolha social, a magnitude da percepção teórica de Arrow era assombrosa. Mas ele deixou claro que suas fortes conclusões sobre o funcionamento de mercados competitivos só se confirmavam sob condições ideais, ou seja, não realistas. As suposições com as quais ele trabalhou, por exemplo, desconsideravam a existência de efeitos da ação de terceiros. A venda de um produto de José a João supostamente não afetava o bem estar de Maria —uma suposição frequentemente violada pelo mundo real, por exemplo pela venda de produtos que prejudiquem o meio ambiente. A matemática por trás das provas de Arrow e seus coautores quanto ao equilíbrio geral é espantosamente complexa. Poucos economistas foram capazes de dominar seus detalhes. Mas Franklin Fisher, professor de cursos de pós-graduação sobre a teoria do equilíbrio geral no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), reconheceu em entrevista ao "New York Times" em 2013 que todos os economistas acadêmicos tinham uma dívida intelectual para com Arrow. Arrow provou que as equações sobre oferta e procura usadas pelos economistas de modo cotidiano eram construídas sobre uma fundação logicamente coerente. Suas pesquisas posteriores traduziam ideias baseadas no senso comum em forma de elegantes expressões matemáticas. E assim que essas ideias estavam traduzidas, outros economistas podiam estendê-las em direções inesperadas. Um exemplo é o "aprender fazendo", que Arrow examinou no começo dos anos 60. A ideia básica é simples: quanto mais uma empresa produz, melhor ela se torna na produção. Décadas mais tarde, os economistas incorporaram essa ideia a sofisticadas teorias de "crescimento endógeno" sob as quais o índice de crescimento econômico de um país depende de políticas internas que promovam a inovação e a educação —as forças mesmas que os escritos de Arrow antecipavam. Ele também criou conceitos matemáticos com os quais economistas poderiam medir e analisar riscos. William Sharpe, que ganhou o Nobel em 1990 por sua análise da relação entre risco financeiro e retorno, creditou Arrow por sua ajuda em formular a base das modernas teorias de investimento financeiro e financiamento empresarial. Arrow, disse ele, merecia lugar no "panteão" da gestão de investimentos. Suas ideias encontraram espaço na criação de complicados instrumentos financeiros, conhecidos como derivativos, a exemplo de contratos de opções, que conferem ao detentor o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender um determinado ativo a um determinado preço, até um data especificada. Empresas compram e vendem derivativos financeiros a fim de se protegerem contra instabilidades financeiras, e investidores os compram e vendem para especular sobre os futuros movimentos nos preços dos títulos. Arrow antecipou a moderna análise de mercados nos quais compradores e vendedores não compartilham de informações precisas (hoje conhecidos como mercados com informação assimétrica). Em um artigo notavelmente presciente publicado no começo dos anos 60, ele expôs a complexidade que a informação assimétrica gera no mercado de planos de saúde. Ele apontou os incentivos para que pacientes e médicos concordem quanto a procedimentos médicos de valor duvidoso quanto uma terceira parte, a operadora de planos de saúde, paga a conta. O trabalho de Arrow gerou o tratamento moderno do "risco moral", sob o qual o fato de que um seguro foi comprado afeta sistematicamente o comportamento das partes envolvidas no contrato. Os problemas que Arrow identificou meio século atrás tiveram influência proeminente sobre a concepção da Lei de Acesso à Saúde, a lei de reforma da saúde que o presidente Obama implementou em 2010, incluindo a controversa cláusula do "mandato individual", que força todas as pessoas a adquirem planos de saúde, quer esperem necessitar de cuidados médicos, quer não. Joseph Stiglitz, que conquistou o Nobel de Economia de 2001 com seu estudo de mercados nos quais a informação é incompleta, traça a origem de seu trabalho às incursões iniciais de Arrow. A conclusão? O teórico que, nos anos 50, provou que mercados perfeitamente competitivos podiam existir, em termos de lógica matemática, passou o resto de sua carreira demonstrando o quanto os mercados reais ficam aquém da perfeição. Tradução de PAULO MIGLIACCI | 2 |
Mudança climática provoca ataques de gafanhotos na Argentina | Um ataque inesperado de gafanhotos surpreendeu três províncias do noroeste da Argentina nos últimos meses. É o pior ataque do inseto "em mais de cinquenta anos", segundo o engenheiro agrônomo Diego Quiroga, diretor nacional de proteção vegetal do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentária (Senasa) do país. Em entrevista por telefone, ele atribuiu o fenômeno à mudança do clima. "Primeiro, tivemos uma forte seca durante três anos (2012, 2013 e 2014) nas províncias afetadas pela praga, e no ano passado um inverno com temperaturas altas e fortes chuvas", disse à BBC Brasil. O gafanhoto, de acordo com Quiroga, costuma "se esconder no inverno" e aparecer para se alimentar nas outras estações, como a primavera. "Mas sem inverno definido, eles acabaram antecipando seus ciclos naturais, passando a se reproduzir também em quase todas as estações do ano." O ataque dos gafanhotos –chamados de langostas em espanhol– começou a ser observado em julho passado na província de Santiago del Estero e se espalhou para as vizinhas Tucumán e Catamarca, segundo a assessoria da entidade chamada Confederações Rurais Argentinas (CRA), com sede em Buenos Aires. Vídeos caseiros com gafanhotos em massa sobrevoando plantações, feitos pelos produtores rurais, foram publicados nas redes sociais assim que o fenômeno ganhou força, entre no segundo semestre do ano passado. 'EXÉRCITO' DE INSETOS Por causa do período de reprodução prolongado, diz Quiroga, a expectativa é de que em cerca de vinte dias os gafanhotos voltem a sobrevoar as plantações em grandes grupos, caso não sejam combatidos. "Cada nuvem de gafanhotos pode ter até cinquenta milhões de insetos. Não queremos erradica-los, não é essa a proposta, mas combatê-los para que não cheguem a outras províncias", disse. O presidente da Sociedade Rural da província de Tucumán, Ignacio Lobo Viaña, disse que os gafanhotos "agem como um exército atacando pasto e cultivos como soja e milho". Aos 56 anos, ele disse que "jamais viu nada parecido" em termos de ataque do inseto. Quiroga, por sua vez, afirma que não existem cálculos sobre as perdas econômicas para o setor agrícola na região, mas que "o impacto é mais visual do que matemático", já que os insetos atacam principalmente os pastos. Segundo cálculos da CRA, cerca de 700 mil hectares estão sendo afetados pelo fenômeno, mas a maioria deles é coberta de pasto. Cerca de 180 mil hectares são ocupados por cultivos. 'O GAFANHOTO NÃO ESPERA' Na última quinta-feira, autoridades federais e provinciais anunciaram ações conjuntas para combater a praga. "São brigadas especiais para combater o inseto, até porque focos do gafanhoto começaram a aparecer onde antes não existia no país, como ocorreu recentemente na província de Salta (no norte da Argentina) e em Córdoba (na região central do país), entre outros locais", afirmou Quiroga. Em entrevista à imprensa local, o presidente do Senasa, Jorge Dillon, disse que vai ser necessária uma ação conjunta do setor público e privado para "cuidar da produção nacional". A preocupação com a produção agrícola argentina também foi abordada pelo secretário de Agricultura do país, Ricardo Negri, que disse que o Ministério de Agroindústria, que faz parte da força tarefa de combate ao gafanhoto, assumiu o "compromisso de incrementar seus recursos e coordenar medidas que solucionem o tema (da praga do gafanhoto)". Após o anúncio das ações, a CRA divulgou comunicado dizendo que o "gafanhoto não espera" e alertando para a reprodução rápida do inseto. | ambiente | Mudança climática provoca ataques de gafanhotos na ArgentinaUm ataque inesperado de gafanhotos surpreendeu três províncias do noroeste da Argentina nos últimos meses. É o pior ataque do inseto "em mais de cinquenta anos", segundo o engenheiro agrônomo Diego Quiroga, diretor nacional de proteção vegetal do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentária (Senasa) do país. Em entrevista por telefone, ele atribuiu o fenômeno à mudança do clima. "Primeiro, tivemos uma forte seca durante três anos (2012, 2013 e 2014) nas províncias afetadas pela praga, e no ano passado um inverno com temperaturas altas e fortes chuvas", disse à BBC Brasil. O gafanhoto, de acordo com Quiroga, costuma "se esconder no inverno" e aparecer para se alimentar nas outras estações, como a primavera. "Mas sem inverno definido, eles acabaram antecipando seus ciclos naturais, passando a se reproduzir também em quase todas as estações do ano." O ataque dos gafanhotos –chamados de langostas em espanhol– começou a ser observado em julho passado na província de Santiago del Estero e se espalhou para as vizinhas Tucumán e Catamarca, segundo a assessoria da entidade chamada Confederações Rurais Argentinas (CRA), com sede em Buenos Aires. Vídeos caseiros com gafanhotos em massa sobrevoando plantações, feitos pelos produtores rurais, foram publicados nas redes sociais assim que o fenômeno ganhou força, entre no segundo semestre do ano passado. 'EXÉRCITO' DE INSETOS Por causa do período de reprodução prolongado, diz Quiroga, a expectativa é de que em cerca de vinte dias os gafanhotos voltem a sobrevoar as plantações em grandes grupos, caso não sejam combatidos. "Cada nuvem de gafanhotos pode ter até cinquenta milhões de insetos. Não queremos erradica-los, não é essa a proposta, mas combatê-los para que não cheguem a outras províncias", disse. O presidente da Sociedade Rural da província de Tucumán, Ignacio Lobo Viaña, disse que os gafanhotos "agem como um exército atacando pasto e cultivos como soja e milho". Aos 56 anos, ele disse que "jamais viu nada parecido" em termos de ataque do inseto. Quiroga, por sua vez, afirma que não existem cálculos sobre as perdas econômicas para o setor agrícola na região, mas que "o impacto é mais visual do que matemático", já que os insetos atacam principalmente os pastos. Segundo cálculos da CRA, cerca de 700 mil hectares estão sendo afetados pelo fenômeno, mas a maioria deles é coberta de pasto. Cerca de 180 mil hectares são ocupados por cultivos. 'O GAFANHOTO NÃO ESPERA' Na última quinta-feira, autoridades federais e provinciais anunciaram ações conjuntas para combater a praga. "São brigadas especiais para combater o inseto, até porque focos do gafanhoto começaram a aparecer onde antes não existia no país, como ocorreu recentemente na província de Salta (no norte da Argentina) e em Córdoba (na região central do país), entre outros locais", afirmou Quiroga. Em entrevista à imprensa local, o presidente do Senasa, Jorge Dillon, disse que vai ser necessária uma ação conjunta do setor público e privado para "cuidar da produção nacional". A preocupação com a produção agrícola argentina também foi abordada pelo secretário de Agricultura do país, Ricardo Negri, que disse que o Ministério de Agroindústria, que faz parte da força tarefa de combate ao gafanhoto, assumiu o "compromisso de incrementar seus recursos e coordenar medidas que solucionem o tema (da praga do gafanhoto)". Após o anúncio das ações, a CRA divulgou comunicado dizendo que o "gafanhoto não espera" e alertando para a reprodução rápida do inseto. | 7 |
Livros ficam sem graça quando viram filmes, diz nova colunista da 'Folhinha' | Clarice Werneck Barcinski, 10, gosta mais de livros do que de filmes —tanto que nem se lembra do último que viu no cinema. Para ela, os personagens ficam "sem graça" na telona. "Quando fui ver 'Percy Jackson' no cinema, fiquei espantada. Não imaginava os personagens daquele jeito", conta a menina. Engraçado para uma menina que é filha do cineasta Philippe Barcinski, que participou de produções infantis como "Castelo Rá-Tim-Bum" e "Que Monstro Te Mordeu?", ainda exibido na TV Cultura. "Ele sempre explica para mim como se faz um filme. É impressionante ver cenas que duram só 15 segundos levarem horas para serem gravadas", conta. Sobre seus livros favoritos, Clarice acha que o "mundo inteiro" deveria ler "Extraordinário", de R.J. Palacio. Na história, o menino Auggie tem uma síndrome genética e precisa convencer seus colegas da escola que é igual aos outros, apesar da aparência incomum. O último livro que leu, "O Menino da Lista de Schindler", também é bastante intenso. Conta a história autobiográfica de Leon Leyson, que estava na famosa lista do empresário Oskar Schindler, que salvou a vida de milhares de judeus. Essa história foi mantida em segredo por anos, explica Clarice. "Ele achou que não era interessante. Depois que o filme (A Lista de Schinder, 1993) fez sucesso, ele resolveu publicar". COMO PARTICIPAR Em uma das colunas que serão publicadas na "Folhinha", Clarice fala de como a sua geração lida com a internet. "Tudo ficou mais fácil. Você procura na internet e acha o que quiser. Eu não sei como faria sem", diz. Apesar disso, ela não lê nenhum livro pelo computador ou celular. "Gosto do cheiro do papel". Se você também quiser ser um colunista do caderno, é só mandar um texto de mil caracteres para folhinha@uol.com.br, com nome, idade e "Ideias..." na linha de assunto. O autor muda a cada mês e deve ter até 12 anos. O conteúdo é livre, você pode falar sobre o seu dia a dia na escola, brincadeiras, games e outros temas. Clarice dá uma dica que considera essencial para os próximos colunistas: não enviar o texto assim que terminar. A jovem diz que é preciso reler o que escreveu várias vezes, porque podem aparecer ideias melhores. "Quando eu estava sem saber o que escrever, ia fazer outra coisa e voltava depois. Sempre ajudava". | folhinha | Livros ficam sem graça quando viram filmes, diz nova colunista da 'Folhinha'Clarice Werneck Barcinski, 10, gosta mais de livros do que de filmes —tanto que nem se lembra do último que viu no cinema. Para ela, os personagens ficam "sem graça" na telona. "Quando fui ver 'Percy Jackson' no cinema, fiquei espantada. Não imaginava os personagens daquele jeito", conta a menina. Engraçado para uma menina que é filha do cineasta Philippe Barcinski, que participou de produções infantis como "Castelo Rá-Tim-Bum" e "Que Monstro Te Mordeu?", ainda exibido na TV Cultura. "Ele sempre explica para mim como se faz um filme. É impressionante ver cenas que duram só 15 segundos levarem horas para serem gravadas", conta. Sobre seus livros favoritos, Clarice acha que o "mundo inteiro" deveria ler "Extraordinário", de R.J. Palacio. Na história, o menino Auggie tem uma síndrome genética e precisa convencer seus colegas da escola que é igual aos outros, apesar da aparência incomum. O último livro que leu, "O Menino da Lista de Schindler", também é bastante intenso. Conta a história autobiográfica de Leon Leyson, que estava na famosa lista do empresário Oskar Schindler, que salvou a vida de milhares de judeus. Essa história foi mantida em segredo por anos, explica Clarice. "Ele achou que não era interessante. Depois que o filme (A Lista de Schinder, 1993) fez sucesso, ele resolveu publicar". COMO PARTICIPAR Em uma das colunas que serão publicadas na "Folhinha", Clarice fala de como a sua geração lida com a internet. "Tudo ficou mais fácil. Você procura na internet e acha o que quiser. Eu não sei como faria sem", diz. Apesar disso, ela não lê nenhum livro pelo computador ou celular. "Gosto do cheiro do papel". Se você também quiser ser um colunista do caderno, é só mandar um texto de mil caracteres para folhinha@uol.com.br, com nome, idade e "Ideias..." na linha de assunto. O autor muda a cada mês e deve ter até 12 anos. O conteúdo é livre, você pode falar sobre o seu dia a dia na escola, brincadeiras, games e outros temas. Clarice dá uma dica que considera essencial para os próximos colunistas: não enviar o texto assim que terminar. A jovem diz que é preciso reler o que escreveu várias vezes, porque podem aparecer ideias melhores. "Quando eu estava sem saber o que escrever, ia fazer outra coisa e voltava depois. Sempre ajudava". | 27 |
Neblina pesada também nos juros | Uma das tantas incertezas perturbadoras desta economia brasileira escangalhada de agora é o destino da taxa de juros e, por tabela, claro, do tamanho do arrocho adicional que poderia vir pelo lado da política monetária, para nem falar do tamanho adicional da conta de juros, déficit e dívida. A exposição de motivos do Banco Central para o último aumento de juros, divulgada ontem, não diminuiu a barafunda de hipóteses. Nesse documento, a Ata do Copom, o pessoal do Banco Central induz a gente a pensar que, ainda mais do que de costume nos últimos quatro anos, as decisões dependem de informações adicionais a respeito do que será do dólar e das expectativas de inflação para 2016 (2015, claro, já foi para o vinagre, com inflação de pelo menos 8%). Para piorar, o Banco Central baseou suas projeções e análises em um dólar a R$ 2,85 até o final do ano que vem (quer dizer, essas eram as informações com as quais trabalhava até quarta-feira da semana passada). Na média do ano, o dólar está abaixo disso, mas, como se sabe, o preço da moeda americana tem flutuado acima de R$ 3,10, nos últimos dias de modo desnorteado, para não dizer histérico. Quanto ao resto do ano, o cálculo das probabilidades de que o dólar fique na faixa do BC é uma pilhéria sem parâmetros. O que vai ser do câmbio depende do que vai ser da política em geral, do destino que a política vai dar para o pacote de arrocho e da leitura que os donos do dinheiro grosso farão disso tudo. A taxa de câmbio ainda vai depender pesadamente de uma outra barafunda, provocada pela divergência das políticas monetárias de Estados Unidos e Europa e pela incerteza acerca das taxas de juros americanas. Qual vai ser a resultante da diferença enorme e ainda crescente de juros americanos e europeus? A valorização mundial do dólar vai manter baixíssima a inflação americana e assim mandar para as calendas a alta de juros (o que pode adiar tumultos no Brasil e contribuir para segurar a disparada do dólar por aqui)? Enfim, o que o Banco Central tende a fazer de seu programa de intervenções no câmbio, que dá uma segurada no preço do dólar? Vai ficar na mesma, dadas tantas incertezas e riscos de acidentes? Como se não bastasse tanta dúvida quanto ao dólar, há mais névoa no futuro de informações elementares para pensar a política monetária. Qual será o efeito de um real desvalorizado, em tese inflacionário, em uma economia em recessão, recessão não se sabe de qual tamanho? Além do mais, o Banco Central vinha dizendo, ao ritmo de dois passos adiante, um para trás, que faria o necessário para levar a inflação para a meta de 4,5% em 2016. A leitura desse texto sempre cheio de mumunhas da Ata agora pode sugerir a ideia de que tal objetivo pode ficar para 2017, mesmo que não se leve em conta deteriorações adicionais do cenário para a inflação. Um arrocho adicional na taxa de juros, combinado ao provável arrocho nos gastos do governo, tende a retardar a recuperação econômica e piorar o estado das contas públicas (déficit e dívida), para mencionar apenas os problemas maiores e óbvios. Logo, nota-se quão mais nebuloso está o futuro, mesmo ali adiante, em abril. | colunas | Neblina pesada também nos jurosUma das tantas incertezas perturbadoras desta economia brasileira escangalhada de agora é o destino da taxa de juros e, por tabela, claro, do tamanho do arrocho adicional que poderia vir pelo lado da política monetária, para nem falar do tamanho adicional da conta de juros, déficit e dívida. A exposição de motivos do Banco Central para o último aumento de juros, divulgada ontem, não diminuiu a barafunda de hipóteses. Nesse documento, a Ata do Copom, o pessoal do Banco Central induz a gente a pensar que, ainda mais do que de costume nos últimos quatro anos, as decisões dependem de informações adicionais a respeito do que será do dólar e das expectativas de inflação para 2016 (2015, claro, já foi para o vinagre, com inflação de pelo menos 8%). Para piorar, o Banco Central baseou suas projeções e análises em um dólar a R$ 2,85 até o final do ano que vem (quer dizer, essas eram as informações com as quais trabalhava até quarta-feira da semana passada). Na média do ano, o dólar está abaixo disso, mas, como se sabe, o preço da moeda americana tem flutuado acima de R$ 3,10, nos últimos dias de modo desnorteado, para não dizer histérico. Quanto ao resto do ano, o cálculo das probabilidades de que o dólar fique na faixa do BC é uma pilhéria sem parâmetros. O que vai ser do câmbio depende do que vai ser da política em geral, do destino que a política vai dar para o pacote de arrocho e da leitura que os donos do dinheiro grosso farão disso tudo. A taxa de câmbio ainda vai depender pesadamente de uma outra barafunda, provocada pela divergência das políticas monetárias de Estados Unidos e Europa e pela incerteza acerca das taxas de juros americanas. Qual vai ser a resultante da diferença enorme e ainda crescente de juros americanos e europeus? A valorização mundial do dólar vai manter baixíssima a inflação americana e assim mandar para as calendas a alta de juros (o que pode adiar tumultos no Brasil e contribuir para segurar a disparada do dólar por aqui)? Enfim, o que o Banco Central tende a fazer de seu programa de intervenções no câmbio, que dá uma segurada no preço do dólar? Vai ficar na mesma, dadas tantas incertezas e riscos de acidentes? Como se não bastasse tanta dúvida quanto ao dólar, há mais névoa no futuro de informações elementares para pensar a política monetária. Qual será o efeito de um real desvalorizado, em tese inflacionário, em uma economia em recessão, recessão não se sabe de qual tamanho? Além do mais, o Banco Central vinha dizendo, ao ritmo de dois passos adiante, um para trás, que faria o necessário para levar a inflação para a meta de 4,5% em 2016. A leitura desse texto sempre cheio de mumunhas da Ata agora pode sugerir a ideia de que tal objetivo pode ficar para 2017, mesmo que não se leve em conta deteriorações adicionais do cenário para a inflação. Um arrocho adicional na taxa de juros, combinado ao provável arrocho nos gastos do governo, tende a retardar a recuperação econômica e piorar o estado das contas públicas (déficit e dívida), para mencionar apenas os problemas maiores e óbvios. Logo, nota-se quão mais nebuloso está o futuro, mesmo ali adiante, em abril. | 10 |
Uber é saudável, pois tira taxistas da zona de conforto, afirma estudante | A chegada do Uber só acrescenta mais opções de qualidade aos paulistanos (Em guerra com Uber, táxi oferece de drinque a TV). É uma concorrência saudável, pois tira os taxistas de sua "zona de conforto". Não é raro vermos taxistas folgados no trânsito, além de oferecerem serviços com carros em péssimas condições. RACHEL AUGUSTA MONTEIRO FIDELIS, estudante (São Paulo, SP) * Nada contra aos táxis da Uber. Serviço pontual, motorista bem vestido, desceu do carro e abriu a porta para eu entrar, carro limpo por fora e por dentro, foi me oferecido uma garrafinha de água gelada, diversas balas, ar condicionado ligado e foi me perguntado se a temperatura estava do meu agrado. O valor da corrida previsto antecipadamente em torno de R$ 22 era compatível com o mesmo que gastaria nos táxis convencionais, porém, ao receber a cobrança da corrida no cartão de crédito o valor, em dólares, foi de R$ 28,65. Que a cobrança seria em dólares eu não fui previamente informado e com alta do dólar, claro, o valor ficou superior. Falta essa informação: a corrida dos Uber é cobrada em dólar. ARCANGELO SFORCIN FILHO (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | paineldoleitor | Uber é saudável, pois tira taxistas da zona de conforto, afirma estudanteA chegada do Uber só acrescenta mais opções de qualidade aos paulistanos (Em guerra com Uber, táxi oferece de drinque a TV). É uma concorrência saudável, pois tira os taxistas de sua "zona de conforto". Não é raro vermos taxistas folgados no trânsito, além de oferecerem serviços com carros em péssimas condições. RACHEL AUGUSTA MONTEIRO FIDELIS, estudante (São Paulo, SP) * Nada contra aos táxis da Uber. Serviço pontual, motorista bem vestido, desceu do carro e abriu a porta para eu entrar, carro limpo por fora e por dentro, foi me oferecido uma garrafinha de água gelada, diversas balas, ar condicionado ligado e foi me perguntado se a temperatura estava do meu agrado. O valor da corrida previsto antecipadamente em torno de R$ 22 era compatível com o mesmo que gastaria nos táxis convencionais, porém, ao receber a cobrança da corrida no cartão de crédito o valor, em dólares, foi de R$ 28,65. Que a cobrança seria em dólares eu não fui previamente informado e com alta do dólar, claro, o valor ficou superior. Falta essa informação: a corrida dos Uber é cobrada em dólar. ARCANGELO SFORCIN FILHO (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | 16 |
Morre o artista Ivald Granato, um dos pioneiros da performance no Brasil | Um dos pioneiros da performance no país e reconhecido por uma obra plástica que atravessou disciplinas entre música, teatro e artes visuais, Ivald Granato morreu na madrugada deste domingo, aos 66, em São Paulo. Ele sofreu uma parada cardíaca enquanto dormia. Seu corpo será enterrado nesta segunda no cemitério Gethsêmani, na zona oeste paulistana. Granato despontou no cenário artístico nacional nos anos 1960, com pinturas e desenhos calcados em elementos autobiográficos e na força dos gestos usados nas composições. Nesse sentido, mesmo seu trabalho em formatos mais convencionais já carregava uma vontade de performance. Em situações ao vivo e gravadas em vídeo, Granato se firmou ao longo dos anos 1970 como um artista de fato multimídia, construindo uma obra marcada pela ironia, o humor e a crítica ao "establishment" artístico. Esse posicionamento aflorou com mais força no happening "Mitos Vadios", que Granato organizou num estacionamento da rua Augusta, em São Paulo, em 1978. Além de Granato, nomes centrais do cenário artístico do país, como Hélio Oiticica, Anna Maria Maiolino e Claudio Tozzi, mostraram suas obras ali. Há seis anos, em protesto contra uma edição da Bienal de São Paulo que considerava esvaziada de conceitos, Granato convocou uma segunda edição de seu happening, sem o mesmo sucesso. A primeira versão, no entanto, entrou para a história do país como um episódio central das artes visuais no seio da contracultura, em clara oposição ao regime militar. Na década de 1980, Granato integrou a Banda Performática, projeto musical e artístico liderado pelo artista José Roberto Aguilar. No palco, Granato gostava de aparecer vestindo roupas extravagantes e óculos enormes, uma espécie de super-herói tropical. Sua obra iconoclasta, irônica e irreverente, que agora está numa retrospectiva dedicada ao artista na Caixa Cultural, em Brasília, pode ser entendida como herdeira conceitual e ao mesmo tempo um desdobramento da tradição estabelecida por nomes como o artista e arquiteto Flávio de Carvalho e o pintor e escultor Wesley Duke Lee, que também organizaram happenings marcantes. Nos últimos anos, mesmo sendo tema de uma mostra que passou por São Paulo, Granato se ressentia da falta de espaço que tinha no meio artístico. Ele deixa a mulher, Laís, três filhos e oito netos. | ilustrada | Morre o artista Ivald Granato, um dos pioneiros da performance no BrasilUm dos pioneiros da performance no país e reconhecido por uma obra plástica que atravessou disciplinas entre música, teatro e artes visuais, Ivald Granato morreu na madrugada deste domingo, aos 66, em São Paulo. Ele sofreu uma parada cardíaca enquanto dormia. Seu corpo será enterrado nesta segunda no cemitério Gethsêmani, na zona oeste paulistana. Granato despontou no cenário artístico nacional nos anos 1960, com pinturas e desenhos calcados em elementos autobiográficos e na força dos gestos usados nas composições. Nesse sentido, mesmo seu trabalho em formatos mais convencionais já carregava uma vontade de performance. Em situações ao vivo e gravadas em vídeo, Granato se firmou ao longo dos anos 1970 como um artista de fato multimídia, construindo uma obra marcada pela ironia, o humor e a crítica ao "establishment" artístico. Esse posicionamento aflorou com mais força no happening "Mitos Vadios", que Granato organizou num estacionamento da rua Augusta, em São Paulo, em 1978. Além de Granato, nomes centrais do cenário artístico do país, como Hélio Oiticica, Anna Maria Maiolino e Claudio Tozzi, mostraram suas obras ali. Há seis anos, em protesto contra uma edição da Bienal de São Paulo que considerava esvaziada de conceitos, Granato convocou uma segunda edição de seu happening, sem o mesmo sucesso. A primeira versão, no entanto, entrou para a história do país como um episódio central das artes visuais no seio da contracultura, em clara oposição ao regime militar. Na década de 1980, Granato integrou a Banda Performática, projeto musical e artístico liderado pelo artista José Roberto Aguilar. No palco, Granato gostava de aparecer vestindo roupas extravagantes e óculos enormes, uma espécie de super-herói tropical. Sua obra iconoclasta, irônica e irreverente, que agora está numa retrospectiva dedicada ao artista na Caixa Cultural, em Brasília, pode ser entendida como herdeira conceitual e ao mesmo tempo um desdobramento da tradição estabelecida por nomes como o artista e arquiteto Flávio de Carvalho e o pintor e escultor Wesley Duke Lee, que também organizaram happenings marcantes. Nos últimos anos, mesmo sendo tema de uma mostra que passou por São Paulo, Granato se ressentia da falta de espaço que tinha no meio artístico. Ele deixa a mulher, Laís, três filhos e oito netos. | 1 |
Leitor critica proposta do 'distritão' | Se o vice-presidente Michel Temer está colocando tanto empenho para defender o distritão, já sou contra. Só deve ser bom para os políticos, não para o povo. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | paineldoleitor | Leitor critica proposta do 'distritão'Se o vice-presidente Michel Temer está colocando tanto empenho para defender o distritão, já sou contra. Só deve ser bom para os políticos, não para o povo. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | 16 |
Presidente do Peru manifesta 'rechaço' sobre relatório da Lava Jato | O presidente do Peru, Ollanta Humala, convocou ao Palácio do Governo na noite desta segunda-feira (22) o embaixador do Brasil em Lima, Marcos Raposo Lopes, para "expressar seu rechaço" e solicitar informação oficial sobre as investigações da Polícia Federal na Operação Acarajé, a 23ª fase da Operação Lava Jato. Da reunião, segundo nota distribuída pela Secretaria de Imprensa da Presidência do Peru, também participaram o presidente do Conselho de Ministros, Pedro Cateriano, e a ministra das Relações Exteriores, Ana María Sánchez. Os investigadores da Operação Acarajé apreenderam uma planilha em poder de uma pessoa "com vínculo empregatício" com a construtora Odebrecht na qual são citados alguns "usos" de recursos da empreiteira, dentre os quais um certo "Projeto OH", que segundo a PF pode ser uma referência ao presidente Ollanta Humala. A citação aparece ao lado da cifra de R$ 4,8 milhões. "A se confirmar esta hipótese investigativa, o então dirigente máximo do Peru teria sido beneficiado pelo Grupo Odebrecht e isto, de alguma forma, estaria atrelado aos investimentos feitos pelo governo federal naquele país", diz relatório da PF subscrito pelo delegado da PF Filipe Pace. Outro dado relativo a Humala, segundo a PF, foi encontrado no telefone celular do dono da empreiteira, Marcelo Odebrecht, "quando este relaciona aquele [Humala] de forma oposta ao termo 'humildade', consta ainda nesta anotação a questão de dinheiro para Angola e Peru". A Odebrecht atua em diversas obras no Peru, incluindo a construção da usina hidrelétrica de Chaglla, corredores viários e um projeto de irrigação. Entre 1998 e 2014, o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) emprestou cerca de R$ 1 bilhão para obras no Peru realizadas pela Odebrecht, conforme dados liberados pelo banco no primeiro semestre de 2015. Eis a íntegra da nota divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência do Peru: "Face às informações supostamente provenientes da Polícia Federal do Brasil, surgidas à noite em um órgão de comunicação daquele país, e reproduzidas por alguns meios locais no Peru, o embaixador do Brasil, o senhor Marcos Raposo Lopes, foi convocado ao Palácio do Governo pelo senhor presidente da República, Ollanta Humala Tasso, com a presença do presidente do Conselho de Ministros, Pedro Cateriano, e a ministra das Relações Exteriores, Ana María Sánchez, para expressar seu rechaço ante tais afirmações e solicitar informação oficial sobre o assunto". | poder | Presidente do Peru manifesta 'rechaço' sobre relatório da Lava JatoO presidente do Peru, Ollanta Humala, convocou ao Palácio do Governo na noite desta segunda-feira (22) o embaixador do Brasil em Lima, Marcos Raposo Lopes, para "expressar seu rechaço" e solicitar informação oficial sobre as investigações da Polícia Federal na Operação Acarajé, a 23ª fase da Operação Lava Jato. Da reunião, segundo nota distribuída pela Secretaria de Imprensa da Presidência do Peru, também participaram o presidente do Conselho de Ministros, Pedro Cateriano, e a ministra das Relações Exteriores, Ana María Sánchez. Os investigadores da Operação Acarajé apreenderam uma planilha em poder de uma pessoa "com vínculo empregatício" com a construtora Odebrecht na qual são citados alguns "usos" de recursos da empreiteira, dentre os quais um certo "Projeto OH", que segundo a PF pode ser uma referência ao presidente Ollanta Humala. A citação aparece ao lado da cifra de R$ 4,8 milhões. "A se confirmar esta hipótese investigativa, o então dirigente máximo do Peru teria sido beneficiado pelo Grupo Odebrecht e isto, de alguma forma, estaria atrelado aos investimentos feitos pelo governo federal naquele país", diz relatório da PF subscrito pelo delegado da PF Filipe Pace. Outro dado relativo a Humala, segundo a PF, foi encontrado no telefone celular do dono da empreiteira, Marcelo Odebrecht, "quando este relaciona aquele [Humala] de forma oposta ao termo 'humildade', consta ainda nesta anotação a questão de dinheiro para Angola e Peru". A Odebrecht atua em diversas obras no Peru, incluindo a construção da usina hidrelétrica de Chaglla, corredores viários e um projeto de irrigação. Entre 1998 e 2014, o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) emprestou cerca de R$ 1 bilhão para obras no Peru realizadas pela Odebrecht, conforme dados liberados pelo banco no primeiro semestre de 2015. Eis a íntegra da nota divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência do Peru: "Face às informações supostamente provenientes da Polícia Federal do Brasil, surgidas à noite em um órgão de comunicação daquele país, e reproduzidas por alguns meios locais no Peru, o embaixador do Brasil, o senhor Marcos Raposo Lopes, foi convocado ao Palácio do Governo pelo senhor presidente da República, Ollanta Humala Tasso, com a presença do presidente do Conselho de Ministros, Pedro Cateriano, e a ministra das Relações Exteriores, Ana María Sánchez, para expressar seu rechaço ante tais afirmações e solicitar informação oficial sobre o assunto". | 0 |
Editorial: Desastres em série | A sequência de infortúnios que se abateu sobre a Petrobras nos últimos meses não se interrompe com a nomeação do presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para o posto que vinha sendo ocupado por Graça Foster. Embora exista o risco de cometer injustiças, é difícil escapar à impressão de que o nome de Bendine consegue a proeza de suscitar reservas tanto entre investidores do mercado como entre membros do aparelho petista. Desgastado por denúncias relativas a sua atuação no BB, Bendine não teria "perfil para gerenciar uma crise dessa dimensão", confidenciou um alto dirigente do PT à reportagem da Folha. Afinal, ele chegou a ser investigado pela Receita Federal, intrigada por variações em seu patrimônio e pela aquisição, em dinheiro vivo, de um apartamento –bastante inusitado, aliás, que o responsável pela mais importante instituição financeira do país prefira guardar economias debaixo do colchão. Ainda nessa área, causa estranheza o empréstimo de R$ 2,7 milhões, com juros subsidiados, autorizado por Bendine à apresentadora de TV Val Marchiori, a quem faltavam qualificações para a obtenção de tão volumoso aporte creditício. Enquanto no PT –que é o PT–há quem se assuste com as implicações da nomeação, o mercado se comporta de forma semelhante, embora mais precisa e imediata. Caíram fortemente as ações da Petrobras, tão logo veio à tona a decisão de Dilma Rousseff (PT). Mais uma vez, a presidente da República se vê assoberbada por uma crise à qual, por falta de inteligência política e talvez de simples contato com a realidade, só tem contribuído para intensificar. Em tese, ao Planalto caberia transmitir uma imagem de inflexível disposição para passar a limpo todo o escândalo da Petrobras. Dilma poderia ter tomado a iniciativa de realizar demissões fulminantes; viu-se, ao contrário, na situação de pedir a Graça Foster que continuasse por algum tempo até conseguir nome mais adequado. A contemporização não deu certo, uma nova urgência se impôs à pauta da chefe de governo. Ironicamente, o nome do economista Paulo Leme, da Goldman Sachs, era visto como uma possibilidade. Leme, que já havia sugerido a privatização da estatal, atestaria a vontade de emancipar a empresa das conhecidas pressões que sofre do petismo. Mas a alternativa ultraliberal desaparece do horizonte, e Bendine é o nomeado. A oscilação diz mais sobre Dilma Rousseff, seu isolamento, sua visão da política, do que sobre o que significa, ou deixa de significar, a presença desta ou daquela figura menor nos quadros da Petrobras. | opiniao | Editorial: Desastres em sérieA sequência de infortúnios que se abateu sobre a Petrobras nos últimos meses não se interrompe com a nomeação do presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para o posto que vinha sendo ocupado por Graça Foster. Embora exista o risco de cometer injustiças, é difícil escapar à impressão de que o nome de Bendine consegue a proeza de suscitar reservas tanto entre investidores do mercado como entre membros do aparelho petista. Desgastado por denúncias relativas a sua atuação no BB, Bendine não teria "perfil para gerenciar uma crise dessa dimensão", confidenciou um alto dirigente do PT à reportagem da Folha. Afinal, ele chegou a ser investigado pela Receita Federal, intrigada por variações em seu patrimônio e pela aquisição, em dinheiro vivo, de um apartamento –bastante inusitado, aliás, que o responsável pela mais importante instituição financeira do país prefira guardar economias debaixo do colchão. Ainda nessa área, causa estranheza o empréstimo de R$ 2,7 milhões, com juros subsidiados, autorizado por Bendine à apresentadora de TV Val Marchiori, a quem faltavam qualificações para a obtenção de tão volumoso aporte creditício. Enquanto no PT –que é o PT–há quem se assuste com as implicações da nomeação, o mercado se comporta de forma semelhante, embora mais precisa e imediata. Caíram fortemente as ações da Petrobras, tão logo veio à tona a decisão de Dilma Rousseff (PT). Mais uma vez, a presidente da República se vê assoberbada por uma crise à qual, por falta de inteligência política e talvez de simples contato com a realidade, só tem contribuído para intensificar. Em tese, ao Planalto caberia transmitir uma imagem de inflexível disposição para passar a limpo todo o escândalo da Petrobras. Dilma poderia ter tomado a iniciativa de realizar demissões fulminantes; viu-se, ao contrário, na situação de pedir a Graça Foster que continuasse por algum tempo até conseguir nome mais adequado. A contemporização não deu certo, uma nova urgência se impôs à pauta da chefe de governo. Ironicamente, o nome do economista Paulo Leme, da Goldman Sachs, era visto como uma possibilidade. Leme, que já havia sugerido a privatização da estatal, atestaria a vontade de emancipar a empresa das conhecidas pressões que sofre do petismo. Mas a alternativa ultraliberal desaparece do horizonte, e Bendine é o nomeado. A oscilação diz mais sobre Dilma Rousseff, seu isolamento, sua visão da política, do que sobre o que significa, ou deixa de significar, a presença desta ou daquela figura menor nos quadros da Petrobras. | 14 |
Brasileiros e asiáticos criam mineradora de US$ 16 bilhões | A siderúrgica CSN anunciou nesta segunda-feira (30) a criação de outra mineradora, a Congonhas Minérios. A companhia reunirá a atividade de mineração da Namisa, na qual a CSN tem sócios asiáticos, e negócios que pertenciam antes apenas à siderúrgica: a mina Casa de Pedra, uma das maiores do país, uma fatia de 18,63% na ferrovia MRS e um terminal portuário em Itaguaí, no Rio. Com capacidade de produzir 60 milhões de toneladas de minério por ano, a Congonhas nasce como uma das maiores mineradoras do mundo. Segundo a CSN, é avaliada em US$ 16 bilhões (R$ 62,2 bilhões). A CSN terá o controle da nova mineradora, com 87,52% das ações. Os asiáticos ficarão com 12,48% do negócio. NOVELA O acerto põe fim a uma longa disputa entre Benjamin Steinbruch, dono da CSN, e o consórcio de investidores japoneses, chineses e sul-coreanos que, em 2008, comprou 40% da Namisa. Os asiáticos, que investiram US$ 3 bilhões na companhia, passaram a acusar Steinbruch de não cumprir sua parte no trato e a exigir o valor desembolsado de volta. O empresário propôs então a formação da nova empresa sob o argumento de que, ao unir as duas operações, haveria ganhos de produtividade. Mas as duas partes nunca chegavam a um consenso sobre a participação final que cada uma teria no negócio. Em 2013, a CSN chegou a anunciar que "desentendimentos" poderiam levar à dissolução da parceria. No final de 2014, um acordo enfim foi assinado. Steinbruch tinha até o final de 2015 para colocar de pé a nova empresa. Com o anúncio desta segunda, fica livre de devolver os US$ 3 bilhões. Para selar o negócio, os japoneses exigiram, contudo, que o brasileiro lhes pagasse US$ 680 milhões. O valor fez com que a CSN aumentasse a fatia no negócio em 4%, para os 87,52% anunciados. EM BOA HORA O acordo chegou em bom momento, mas não foi o suficiente para animar os investidores –as ações da CSN fecharam em queda de 6,46%. Com uma dívida crescente e prejuízo acumulado de quase R$ 800 milhões no ano, a CSN luta para encontrar uma saída para sua situação financeira. O plano é alongar dívidas de curto prazo, segurar investimentos e vender o que for possível. Já foram oferecidas ao mercado as ações remanescentes na MRS, participações em hidrelétricas, um terminal de grãos em Itaguaí e ações da rival Usiminas. * RAIO-X CONGONHAS MINÉRIOS Capacidade de produção 60 milhões de toneladas por ano Sócios CSN (87,52%) e consórcio de asiáticos (12,48%) Ativos minas da Namisa, mina Casa de Pedra, ações da MRS (18,63%) e porto em Itaguaí (RJ) Principais concorrentes Vale e Samarco | mercado | Brasileiros e asiáticos criam mineradora de US$ 16 bilhõesA siderúrgica CSN anunciou nesta segunda-feira (30) a criação de outra mineradora, a Congonhas Minérios. A companhia reunirá a atividade de mineração da Namisa, na qual a CSN tem sócios asiáticos, e negócios que pertenciam antes apenas à siderúrgica: a mina Casa de Pedra, uma das maiores do país, uma fatia de 18,63% na ferrovia MRS e um terminal portuário em Itaguaí, no Rio. Com capacidade de produzir 60 milhões de toneladas de minério por ano, a Congonhas nasce como uma das maiores mineradoras do mundo. Segundo a CSN, é avaliada em US$ 16 bilhões (R$ 62,2 bilhões). A CSN terá o controle da nova mineradora, com 87,52% das ações. Os asiáticos ficarão com 12,48% do negócio. NOVELA O acerto põe fim a uma longa disputa entre Benjamin Steinbruch, dono da CSN, e o consórcio de investidores japoneses, chineses e sul-coreanos que, em 2008, comprou 40% da Namisa. Os asiáticos, que investiram US$ 3 bilhões na companhia, passaram a acusar Steinbruch de não cumprir sua parte no trato e a exigir o valor desembolsado de volta. O empresário propôs então a formação da nova empresa sob o argumento de que, ao unir as duas operações, haveria ganhos de produtividade. Mas as duas partes nunca chegavam a um consenso sobre a participação final que cada uma teria no negócio. Em 2013, a CSN chegou a anunciar que "desentendimentos" poderiam levar à dissolução da parceria. No final de 2014, um acordo enfim foi assinado. Steinbruch tinha até o final de 2015 para colocar de pé a nova empresa. Com o anúncio desta segunda, fica livre de devolver os US$ 3 bilhões. Para selar o negócio, os japoneses exigiram, contudo, que o brasileiro lhes pagasse US$ 680 milhões. O valor fez com que a CSN aumentasse a fatia no negócio em 4%, para os 87,52% anunciados. EM BOA HORA O acordo chegou em bom momento, mas não foi o suficiente para animar os investidores –as ações da CSN fecharam em queda de 6,46%. Com uma dívida crescente e prejuízo acumulado de quase R$ 800 milhões no ano, a CSN luta para encontrar uma saída para sua situação financeira. O plano é alongar dívidas de curto prazo, segurar investimentos e vender o que for possível. Já foram oferecidas ao mercado as ações remanescentes na MRS, participações em hidrelétricas, um terminal de grãos em Itaguaí e ações da rival Usiminas. * RAIO-X CONGONHAS MINÉRIOS Capacidade de produção 60 milhões de toneladas por ano Sócios CSN (87,52%) e consórcio de asiáticos (12,48%) Ativos minas da Namisa, mina Casa de Pedra, ações da MRS (18,63%) e porto em Itaguaí (RJ) Principais concorrentes Vale e Samarco | 2 |
Toffoli manda soltar mais um preso da Custo Brasil; petistas pedem liberdade | O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli determinou nesta quarta-feira (29) que seja colocado em liberdade mais um dos presos da Operação Custo Brasil, que investiga um esquema de irregularidades no Ministério do Planejamento. O ministro colocou em liberdade Dércio Guedes de Souza, que é próximo ao ex-ministro da Previdência Carlos Gabas. Dércio é sócio de uma consultoria que teria recebido repasses ilícitos no esquema investigado pela operação. Gabas também foi alvo da operação. Na manhã desta quarta, Toffoli também concedeu liberdade ao ex-ministro Paulo Bernardo por considerar que não há elementos no processo que justifiquem a manutenção da prisão preventiva, como uma possível fuga de Paulo Bernardo para o exterior ou o risco de interferência nas investigações e cometimento de novos crimes se colocado em liberdade. Ao todo, a Justiça de São Paulo determinou 11 prisões preventivas no caso. O ex-secretário municipal de Gestão da Prefeitura de São Paulo, Valter Correia, e o ex-tesoureiro do PT Paulo Adalberto Alves Ferreira já pediram extensão da decisão do ministro para que também saiam da prisão. Na decisão que concedeu liberdade a Paulo Bernardo, Toffoli criticou o uso das prisões preventivas, que podem representar antecipação da punição, e chegou a citar o caso do mensalão como exemplo. "Aliás, nem mesmo no curso da AP nº 470, vulgarmente conhecida como o caso "mensalão", conduzida com exação pelo então ministro Joaquim Barbosa, houve a decretação de prisões provisórias, e todos os réus ao final condenados estão cumprindo ou já cumpriram as penas fixadas", escreveu Toffoli. | poder | Toffoli manda soltar mais um preso da Custo Brasil; petistas pedem liberdadeO ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli determinou nesta quarta-feira (29) que seja colocado em liberdade mais um dos presos da Operação Custo Brasil, que investiga um esquema de irregularidades no Ministério do Planejamento. O ministro colocou em liberdade Dércio Guedes de Souza, que é próximo ao ex-ministro da Previdência Carlos Gabas. Dércio é sócio de uma consultoria que teria recebido repasses ilícitos no esquema investigado pela operação. Gabas também foi alvo da operação. Na manhã desta quarta, Toffoli também concedeu liberdade ao ex-ministro Paulo Bernardo por considerar que não há elementos no processo que justifiquem a manutenção da prisão preventiva, como uma possível fuga de Paulo Bernardo para o exterior ou o risco de interferência nas investigações e cometimento de novos crimes se colocado em liberdade. Ao todo, a Justiça de São Paulo determinou 11 prisões preventivas no caso. O ex-secretário municipal de Gestão da Prefeitura de São Paulo, Valter Correia, e o ex-tesoureiro do PT Paulo Adalberto Alves Ferreira já pediram extensão da decisão do ministro para que também saiam da prisão. Na decisão que concedeu liberdade a Paulo Bernardo, Toffoli criticou o uso das prisões preventivas, que podem representar antecipação da punição, e chegou a citar o caso do mensalão como exemplo. "Aliás, nem mesmo no curso da AP nº 470, vulgarmente conhecida como o caso "mensalão", conduzida com exação pelo então ministro Joaquim Barbosa, houve a decretação de prisões provisórias, e todos os réus ao final condenados estão cumprindo ou já cumpriram as penas fixadas", escreveu Toffoli. | 0 |
Com alta procura, Uruguai freia pedidos de residência permanente | "O Uruguai é igual, mas um pouco diferente", diz o argentino Nicolás Ortíz, 34, vendedor de uma livraria na rua Tristán Narvaja, em Montevidéu, conhecida por misturar sebos com lojas de livros novos. Ortíz estudava literatura na Universidade de Buenos Aires quando, em 2001, a economia colapsou após a queda de Fernando de la Rúa (1999-2001). Então, foi para Montevidéu com a mãe, funcionária de uma empresa que faliu à época. A frase que abre a conversa não é original; Ortíz adaptou-a de um poema de Jorge Luis Borges ("Milonga para los Orientales", 1965), célebre autor argentino que, em vários de seus escritos, elogiava o Uruguai (chamado historicamente de Banda Oriental) pelas mesmas razões que os argentinos radicados de hoje apontam: é um país mais calmo, mais estável, e Montevidéu é, em muitas coisas, parecida com Buenos Aires. A vocação de receber gente do mundo inteiro vem aumentando nos últimos anos. No entanto, autoridades uruguaias declararam, no começo deste ano, que não estão preparadas para tramitar os papéis dos que vêm pedindo residência. Em comunicado no começo de fevereiro, a chancelaria do país afirmou que não há vagas para o procedimento até janeiro de 2018, nem mesmo para cidadãos do Mercosul —que, de acordo com o tratado, teriam mais facilidade para se instalar nos outros países-membros. "O aumento de pedidos está seguindo uma escala pouco antes vista, mas isso deveria ser visto como uma coisa boa para o Uruguai, que é um país pouco povoado. O governo parece temer não dar conta de atender a todos", diz à Folha a presidente da ONG Idas y Vueltas, a holandesa Rinche Roodenburg, que dá assistência a imigrantes em situação de pobreza. A quantidade de residências concedidas pelo governo uruguaio passou de 613 em 2014 para 6.919, em 2015, e 8.098 em 2016. Apenas em janeiro de 2017, foram 305. Foi então que as autoridades resolveram colocar um freio. URUGUAI - Pedidos de residência URUGUAI - Origem dos imigrantes, em % A interrupção não vale, porém, para pedidos de asilo político a refugiados de países em guerra ou grave situação humanitária. Entre os que conseguiram a documentação para residência permanente no ano passado, 42% são argentinos; 18%, brasileiros; 13%, venezuelanos; e 8%, peruanos. O status dá direito a uma carteira de identidade com a qual é possível trabalhar, alugar imóvel, pedir vaga numa universidade e ser atendido em hospitais públicos. Ainda não está completamente regulada a Lei da Maconha, mas, quando isso ocorrer, detentores do documento poderão se inscrever no programa e se candidatar ao processo para comprar as quantidades permitidas. "A maior prova de que não é um problema que mais pessoas venham é que em pouco tempo vejo todos com trabalho. Se o Estado põe esse freio é porque responde a certo preconceito da sociedade, principalmente com relação a países como República Dominicana, Haiti e Cuba. Dizendo mais claramente, àqueles que trazem população negra", diz Roodenburg. Para esses três países, de fato, a exigência é maior —é necessário, por exemplo, carta-convite, que muitas vezes é exigida por terceiros. BRASIL A carioca Ana Cristina de Almeida, 46, conta que está no Uruguai há 18 anos. A princípio, veio temporariamente, numa época de crise, mas logo achou o ambiente amigável. Ela casou-se com um local, tem filhos uruguaios e continua trabalhando em sua profissão original, a de assistente social. "As coisas se encaixaram porque logo vieram os governos progressistas [da esquerdista Frente Ampla] e, portanto, minha expertise era necessária na aplicação dos programas." Ela diz que pôde manter o padrão de vida que tinha no Brasil, e hoje vive na região de Pocitos, um dos bairros de classe média alta da cidade, diante do rio da Prata. "Eu admiro muito a cultura, mesmo das pessoas mais simples. Aqui no Uruguai todo mundo sabe ler, escrever, conhece bastante história. No Brasil, chega a dar tristeza a ignorância de quem é mais humilde." | mundo | Com alta procura, Uruguai freia pedidos de residência permanente"O Uruguai é igual, mas um pouco diferente", diz o argentino Nicolás Ortíz, 34, vendedor de uma livraria na rua Tristán Narvaja, em Montevidéu, conhecida por misturar sebos com lojas de livros novos. Ortíz estudava literatura na Universidade de Buenos Aires quando, em 2001, a economia colapsou após a queda de Fernando de la Rúa (1999-2001). Então, foi para Montevidéu com a mãe, funcionária de uma empresa que faliu à época. A frase que abre a conversa não é original; Ortíz adaptou-a de um poema de Jorge Luis Borges ("Milonga para los Orientales", 1965), célebre autor argentino que, em vários de seus escritos, elogiava o Uruguai (chamado historicamente de Banda Oriental) pelas mesmas razões que os argentinos radicados de hoje apontam: é um país mais calmo, mais estável, e Montevidéu é, em muitas coisas, parecida com Buenos Aires. A vocação de receber gente do mundo inteiro vem aumentando nos últimos anos. No entanto, autoridades uruguaias declararam, no começo deste ano, que não estão preparadas para tramitar os papéis dos que vêm pedindo residência. Em comunicado no começo de fevereiro, a chancelaria do país afirmou que não há vagas para o procedimento até janeiro de 2018, nem mesmo para cidadãos do Mercosul —que, de acordo com o tratado, teriam mais facilidade para se instalar nos outros países-membros. "O aumento de pedidos está seguindo uma escala pouco antes vista, mas isso deveria ser visto como uma coisa boa para o Uruguai, que é um país pouco povoado. O governo parece temer não dar conta de atender a todos", diz à Folha a presidente da ONG Idas y Vueltas, a holandesa Rinche Roodenburg, que dá assistência a imigrantes em situação de pobreza. A quantidade de residências concedidas pelo governo uruguaio passou de 613 em 2014 para 6.919, em 2015, e 8.098 em 2016. Apenas em janeiro de 2017, foram 305. Foi então que as autoridades resolveram colocar um freio. URUGUAI - Pedidos de residência URUGUAI - Origem dos imigrantes, em % A interrupção não vale, porém, para pedidos de asilo político a refugiados de países em guerra ou grave situação humanitária. Entre os que conseguiram a documentação para residência permanente no ano passado, 42% são argentinos; 18%, brasileiros; 13%, venezuelanos; e 8%, peruanos. O status dá direito a uma carteira de identidade com a qual é possível trabalhar, alugar imóvel, pedir vaga numa universidade e ser atendido em hospitais públicos. Ainda não está completamente regulada a Lei da Maconha, mas, quando isso ocorrer, detentores do documento poderão se inscrever no programa e se candidatar ao processo para comprar as quantidades permitidas. "A maior prova de que não é um problema que mais pessoas venham é que em pouco tempo vejo todos com trabalho. Se o Estado põe esse freio é porque responde a certo preconceito da sociedade, principalmente com relação a países como República Dominicana, Haiti e Cuba. Dizendo mais claramente, àqueles que trazem população negra", diz Roodenburg. Para esses três países, de fato, a exigência é maior —é necessário, por exemplo, carta-convite, que muitas vezes é exigida por terceiros. BRASIL A carioca Ana Cristina de Almeida, 46, conta que está no Uruguai há 18 anos. A princípio, veio temporariamente, numa época de crise, mas logo achou o ambiente amigável. Ela casou-se com um local, tem filhos uruguaios e continua trabalhando em sua profissão original, a de assistente social. "As coisas se encaixaram porque logo vieram os governos progressistas [da esquerdista Frente Ampla] e, portanto, minha expertise era necessária na aplicação dos programas." Ela diz que pôde manter o padrão de vida que tinha no Brasil, e hoje vive na região de Pocitos, um dos bairros de classe média alta da cidade, diante do rio da Prata. "Eu admiro muito a cultura, mesmo das pessoas mais simples. Aqui no Uruguai todo mundo sabe ler, escrever, conhece bastante história. No Brasil, chega a dar tristeza a ignorância de quem é mais humilde." | 3 |
Manobra dos EUA pode resultar em combates, diz Coreia do Norte | A Coreia do Norte afirmou neste domingo (20) que as manobras militares planejadas pelos Estados Unidos e Coreia do Sul, que devem começar nesta segunda (21), "jogarão gasolina na fogueira" em um momento de tensão entre Pyongyang e Washington. "Estas manobras são a expressão mais explícita da hostilidade em relação a nós. Ninguém pode garantir que os exercícios não resultem em verdadeiros combates", afirma um editorial do jornal "Rodong Sinmun", do regime norte-coreano. Em julho, a Coreia do Norte realizou testes de mísseis intercontinentais e alavancou a tensão com os EUA. Dias depois, o presidente norte-americano, Donald Trump, chegou a dizer que o país vai responder com "fogo e fúria" caso Pyongyang faça novas ameaças. O regime norte-coreano, então, ameaçou lançar mísseis na direção da ilha americana de Guam, no Pacífico. Pouco depois, o ditador do país, Kim Jong-Un, suspendeu o projeto, mas advertiu que a execução dependeria do comportamento de Washington. No atual contexto, Coreia do Sul e EUA iniciarão nesta segunda os exercícios conjuntos anuais, durante os quais milhares de soldados treinarão para proteger o território sul-coreano de um eventual ataque norte-coreano. A cada ano, Pyongyang –que considera estas manobras uma provocação e um teste para a invasão de seu território– ameaça com represálias militares. "Se os EUA se perderem na fantasia de que uma guerra na península aconteceria na porta de outro [país], longe deles, estão mais equivocados do que nunca", diz outro trecho do editorial. 'MAIS GRAVE DO QUE NUNCA' Apesar das ameaças norte-coreanas, o Departamento de Estado dos EUA anunciou que a operação acontecerá como previsto. Washington se negou a informar se o Exercício será menor para não exacerbar as tensões, mas o ministério sul-coreano da Defesa anunciou a participação de 17.500 soldados, uma redução significativa na comparação com 25.000 envolvidos nas manobras do ano passado. Ao mesmo tempo, o general Jeong Kyeong-Doo, comandante do Estado-Maior das Forças Armadas sul-coreanas, considerou que a situação atual é "mais grave do que nunca". "Em caso de provocação do inimigo, [nosso Exército] tomará medidas de represália fortes e determinadas para fazê-lo lamentar amargamente", disse. Quando Kim Jong-Un adiou o plano Guam, ele exigiu que Washington interrompesse as "arrogantes provocações" na região. | mundo | Manobra dos EUA pode resultar em combates, diz Coreia do NorteA Coreia do Norte afirmou neste domingo (20) que as manobras militares planejadas pelos Estados Unidos e Coreia do Sul, que devem começar nesta segunda (21), "jogarão gasolina na fogueira" em um momento de tensão entre Pyongyang e Washington. "Estas manobras são a expressão mais explícita da hostilidade em relação a nós. Ninguém pode garantir que os exercícios não resultem em verdadeiros combates", afirma um editorial do jornal "Rodong Sinmun", do regime norte-coreano. Em julho, a Coreia do Norte realizou testes de mísseis intercontinentais e alavancou a tensão com os EUA. Dias depois, o presidente norte-americano, Donald Trump, chegou a dizer que o país vai responder com "fogo e fúria" caso Pyongyang faça novas ameaças. O regime norte-coreano, então, ameaçou lançar mísseis na direção da ilha americana de Guam, no Pacífico. Pouco depois, o ditador do país, Kim Jong-Un, suspendeu o projeto, mas advertiu que a execução dependeria do comportamento de Washington. No atual contexto, Coreia do Sul e EUA iniciarão nesta segunda os exercícios conjuntos anuais, durante os quais milhares de soldados treinarão para proteger o território sul-coreano de um eventual ataque norte-coreano. A cada ano, Pyongyang –que considera estas manobras uma provocação e um teste para a invasão de seu território– ameaça com represálias militares. "Se os EUA se perderem na fantasia de que uma guerra na península aconteceria na porta de outro [país], longe deles, estão mais equivocados do que nunca", diz outro trecho do editorial. 'MAIS GRAVE DO QUE NUNCA' Apesar das ameaças norte-coreanas, o Departamento de Estado dos EUA anunciou que a operação acontecerá como previsto. Washington se negou a informar se o Exercício será menor para não exacerbar as tensões, mas o ministério sul-coreano da Defesa anunciou a participação de 17.500 soldados, uma redução significativa na comparação com 25.000 envolvidos nas manobras do ano passado. Ao mesmo tempo, o general Jeong Kyeong-Doo, comandante do Estado-Maior das Forças Armadas sul-coreanas, considerou que a situação atual é "mais grave do que nunca". "Em caso de provocação do inimigo, [nosso Exército] tomará medidas de represália fortes e determinadas para fazê-lo lamentar amargamente", disse. Quando Kim Jong-Un adiou o plano Guam, ele exigiu que Washington interrompesse as "arrogantes provocações" na região. | 3 |
Guido Mantega contesta quadro que inclui seu nome na Lava Jato | Recebi com espanto e indignação a inclusão do meu nome em reportagem a Lava Jato. Repudio totalmente essa menção e esclareço que não há qualquer referência ao meu nome na operação. GUIDO MANTEGA (SÃO PAULO, SP) * NOTA DA REDAÇÃO - Diferentemente do que diz o título do quadro "Quem é Quem na Lava Jato", o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi citado em outra operação, a Zelotes. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br | paineldoleitor | Guido Mantega contesta quadro que inclui seu nome na Lava JatoRecebi com espanto e indignação a inclusão do meu nome em reportagem a Lava Jato. Repudio totalmente essa menção e esclareço que não há qualquer referência ao meu nome na operação. GUIDO MANTEGA (SÃO PAULO, SP) * NOTA DA REDAÇÃO - Diferentemente do que diz o título do quadro "Quem é Quem na Lava Jato", o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi citado em outra operação, a Zelotes. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br | 16 |