title
stringlengths
4
146
text
stringlengths
1
61.2k
category
stringclasses
44 values
title_text
stringlengths
18
61.2k
label
int64
0
43
Acervo do escritor Autran Dourado vai para arquivo da UFMG
Os arquivos deixados pelo escritor Autran Dourado vão para o Acervo dos Escritores Mineiros, na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), até o fim do ano. São 5.000 livros de sua biblioteca e mais de 2.000 documentos, entre cartas e manuscritos de seus livros. Além da correspondência com autores como Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino, os documentos iluminam a vida do autor como secretário de imprensa de Juscelino Juscelino Kubitschek, entre 1958 e 1961. Além das notas que ele fazia como ghostwriter dos discursos de JK, há os documentos com o plano de segurança para a visita do presidente americano Dwight D. Eisenhower ao Brasil, em 1960. Os objetos do autor, como uma escrivaninha, uma cadeira e um baú, também irão para a UFMG. "A biblioteca chama atenção pela literatura em inglês, Autran era leitor de Faulkner. É curioso, porque sua geração era mais leitora da tradição francesa", diz o pesquisador Wander Melo Miranda. House of Cunha Enquanto Eduardo Cunha negocia com editoras o livro que promete escrever, a coluna apurou que a Record prepara uma biografia não autorizada dele. Procurado, o editor-executivo Carlos Andreazza confirma a informação, mas não diz quem é o autor nem quando será publicada. Biografia A Amarilys comprou os direitos da nova biografia de Stálin, escrita pelo historiador russo Oleg Khlevniuk. O livro sai no ano que vem. Flip A Flip negociou com a jornalista Daniela Pinheiro, da revista "piauí", para ser sua nova curadora. Mas o evento e a repórter não conseguiram chegaram a um acordo. Flip 2 A festa literária diz que conversou com profissionais do meio para ouvir ideias sobre a Flip, mas que não fez "proposta formal" a ninguém. Na Alemanha O editor Sérgio Machado, que morreu em julho, receberá uma homenagem durante a Feira de Frankfurt. O tributo será realizado 19/10, às 18h30, no hotel Frankfurter Hof, onde o editor se hospedou por mais de 40 anos. Mistério Em seu novo livro, "Sul" (ed. 34), Veronica Stigger propõe um segredo para o leitor. Além de um conto, uma peça e um poema, o livro trará um texto escondido. A editora diz que descobri-lo é "romper com o pacto ficcional" do livro.
colunas
Acervo do escritor Autran Dourado vai para arquivo da UFMGOs arquivos deixados pelo escritor Autran Dourado vão para o Acervo dos Escritores Mineiros, na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), até o fim do ano. São 5.000 livros de sua biblioteca e mais de 2.000 documentos, entre cartas e manuscritos de seus livros. Além da correspondência com autores como Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino, os documentos iluminam a vida do autor como secretário de imprensa de Juscelino Juscelino Kubitschek, entre 1958 e 1961. Além das notas que ele fazia como ghostwriter dos discursos de JK, há os documentos com o plano de segurança para a visita do presidente americano Dwight D. Eisenhower ao Brasil, em 1960. Os objetos do autor, como uma escrivaninha, uma cadeira e um baú, também irão para a UFMG. "A biblioteca chama atenção pela literatura em inglês, Autran era leitor de Faulkner. É curioso, porque sua geração era mais leitora da tradição francesa", diz o pesquisador Wander Melo Miranda. House of Cunha Enquanto Eduardo Cunha negocia com editoras o livro que promete escrever, a coluna apurou que a Record prepara uma biografia não autorizada dele. Procurado, o editor-executivo Carlos Andreazza confirma a informação, mas não diz quem é o autor nem quando será publicada. Biografia A Amarilys comprou os direitos da nova biografia de Stálin, escrita pelo historiador russo Oleg Khlevniuk. O livro sai no ano que vem. Flip A Flip negociou com a jornalista Daniela Pinheiro, da revista "piauí", para ser sua nova curadora. Mas o evento e a repórter não conseguiram chegaram a um acordo. Flip 2 A festa literária diz que conversou com profissionais do meio para ouvir ideias sobre a Flip, mas que não fez "proposta formal" a ninguém. Na Alemanha O editor Sérgio Machado, que morreu em julho, receberá uma homenagem durante a Feira de Frankfurt. O tributo será realizado 19/10, às 18h30, no hotel Frankfurter Hof, onde o editor se hospedou por mais de 40 anos. Mistério Em seu novo livro, "Sul" (ed. 34), Veronica Stigger propõe um segredo para o leitor. Além de um conto, uma peça e um poema, o livro trará um texto escondido. A editora diz que descobri-lo é "romper com o pacto ficcional" do livro.
10
ONU abre caminho para identificar autores de ataques químicos na Síria
O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou por unanimidade nesta sexta-feira (7) uma resolução para criar um painel de especialistas que deverá investigar e identificar os autores de ataques químicos na guerra civil na Síria. A decisão abre caminho para o julgamento e a condenação dos responsáveis pelo uso de gás cloro e outras armas químicas, que vêm matando e ferindo um grande número de civis no país desde o início da insurgência contra o ditador Bashar Assad, em 2011. A resolução pede que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, trabalhe junto ao chefe da Organização pela Proibição de Armas Químicas (OPCW, na sigla em inglês) a fim de elaborar recomendações em um prazo de 20 dias para a criação do painel de especialistas. A partir de então, o Conselho de Segurança terá cinco dias para analisar as recomendações e estabelecer o painel de especialistas, que terão o mandato de um ano para suas investigações na Síria. A resolução foi aprovada sem questionamentos, dois dias após um acordo entre os EUA e a Rússia, grande aliada do regime de Assad, sobre o uso de armas químicas na Síria. O país árabe concordou em destruir seu arsenal químico em 2013 a fim de evitar retaliações dos EUA após um ataque com gás sarin que provocou a morte de centenas de civis. Desde então, a OPCW apontou que o gás cloro tem sido usado "sistemática e repetidamente" como arma. Tanto o governo quanto a oposição na Síria negam usar armas químicas. O Ocidente diz que o regime de Assad é responsável por ataques químicos, enquanto o governo e a Rússia responsabilizam as tropas rebeldes pelo uso de gases tóxicos como armas. A guerra civil na Síria, iniciada no contexto do levante popular conhecido como Primavera Árabe, já deixou centenas de milhares de mortos.
mundo
ONU abre caminho para identificar autores de ataques químicos na SíriaO Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou por unanimidade nesta sexta-feira (7) uma resolução para criar um painel de especialistas que deverá investigar e identificar os autores de ataques químicos na guerra civil na Síria. A decisão abre caminho para o julgamento e a condenação dos responsáveis pelo uso de gás cloro e outras armas químicas, que vêm matando e ferindo um grande número de civis no país desde o início da insurgência contra o ditador Bashar Assad, em 2011. A resolução pede que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, trabalhe junto ao chefe da Organização pela Proibição de Armas Químicas (OPCW, na sigla em inglês) a fim de elaborar recomendações em um prazo de 20 dias para a criação do painel de especialistas. A partir de então, o Conselho de Segurança terá cinco dias para analisar as recomendações e estabelecer o painel de especialistas, que terão o mandato de um ano para suas investigações na Síria. A resolução foi aprovada sem questionamentos, dois dias após um acordo entre os EUA e a Rússia, grande aliada do regime de Assad, sobre o uso de armas químicas na Síria. O país árabe concordou em destruir seu arsenal químico em 2013 a fim de evitar retaliações dos EUA após um ataque com gás sarin que provocou a morte de centenas de civis. Desde então, a OPCW apontou que o gás cloro tem sido usado "sistemática e repetidamente" como arma. Tanto o governo quanto a oposição na Síria negam usar armas químicas. O Ocidente diz que o regime de Assad é responsável por ataques químicos, enquanto o governo e a Rússia responsabilizam as tropas rebeldes pelo uso de gases tóxicos como armas. A guerra civil na Síria, iniciada no contexto do levante popular conhecido como Primavera Árabe, já deixou centenas de milhares de mortos.
3
Vídeo de facção islâmica mostra criança matando 'espião israelense'
A milícia radical Estado Islâmico (EI) divulgou na internet nesta terça (10) vídeo em que uma criança aparece matando um homem identificado como Muhammad Musallam, um israelense de origem árabe acusado pela milícia de ser espião do serviço de inteligência israelense Mossad. O vídeo, publicado pela rede de mídia da facção Furqan, mostra Musallam, 19, vestindo um uniforme laranja, dizendo como teria sido recrutado e treinado pelo serviço de inteligência israelense. Em seguida, o prisioneiro aparece sendo executado por uma criança –descrita no vídeo por um miliciano mais velho, em francês, como um dos "filhotes do califado"– com um tiro na cabeça e mais três disparos no corpo. Não foi possível verificar a autenticidade da gravação de cerca de 13 minutos, que também apareceu em contas do Twitter usadas por partidários do Estado Islâmico. Funcionários de segurança de Israel disseram estar cientes do vídeo, mas não confirmaram sua autenticidade. Após a suposta execução de Musallam, um membro do EI diz que em breve militantes "libertarão Jerusalém". Em fevereiro, o pai de Musallam havia negado que o filho, capturado pelo EI, trabalhasse para o serviço secreto de Israel. "Meu filho é inocente", disse. "A milícia o acusa porque ele tentou fugir." Sob anonimato, um funcionário das forças de segurança de Israel disse à agência Reuters que Musallam foi à Síria para se juntar ao EI em outubro do ano passado.
mundo
Vídeo de facção islâmica mostra criança matando 'espião israelense'A milícia radical Estado Islâmico (EI) divulgou na internet nesta terça (10) vídeo em que uma criança aparece matando um homem identificado como Muhammad Musallam, um israelense de origem árabe acusado pela milícia de ser espião do serviço de inteligência israelense Mossad. O vídeo, publicado pela rede de mídia da facção Furqan, mostra Musallam, 19, vestindo um uniforme laranja, dizendo como teria sido recrutado e treinado pelo serviço de inteligência israelense. Em seguida, o prisioneiro aparece sendo executado por uma criança –descrita no vídeo por um miliciano mais velho, em francês, como um dos "filhotes do califado"– com um tiro na cabeça e mais três disparos no corpo. Não foi possível verificar a autenticidade da gravação de cerca de 13 minutos, que também apareceu em contas do Twitter usadas por partidários do Estado Islâmico. Funcionários de segurança de Israel disseram estar cientes do vídeo, mas não confirmaram sua autenticidade. Após a suposta execução de Musallam, um membro do EI diz que em breve militantes "libertarão Jerusalém". Em fevereiro, o pai de Musallam havia negado que o filho, capturado pelo EI, trabalhasse para o serviço secreto de Israel. "Meu filho é inocente", disse. "A milícia o acusa porque ele tentou fugir." Sob anonimato, um funcionário das forças de segurança de Israel disse à agência Reuters que Musallam foi à Síria para se juntar ao EI em outubro do ano passado.
3
Pirâmide do Louvre 'desaparece' em ilusão criada por artista francês
Turistas disputam desde esta quarta-feira (25) o melhor ângulo para uma "selfie" próxima à pirâmide do museu do Louvre, em Paris, que "desapareceu" em uma ilusão de ótica criada pelo artista francês JR. Ele cobriu os mais de 20 metros de um dos lados do monumento de vidro com uma foto ampliada em preto e branco do prédio do século 16 que fica em torno da pirâmide gigante, dando a impressão de que ela foi completamente apagada. A ideia, segundo o artista, é discutir justamente o exibicionismo nas redes sociais, no ponto que é um dos maiores "geradores de selfies" da França. "Caminhando pela área, percebi que as pessoas sempre viravam de costas para o museu para tirar 'selfies', elas não olhar para ele", disse JR ao "The Wall Street Journal". "Agora, ao chegar ao Louvre, as pessoas vão notar ausência de algo e isso fazê-las falar umas com as outras e buscar o ângulo certo." O Louvre ficará "desaparecido" até 27 de junho. O projeto marca uma mudança no estilo do artista. É a primeira vez que ele não exibe rostos em seu trabalho. Conhecido internacionalmente, ele projetou sobre a fachada da Assembleia Nacional da França, durante a Cúpula do Clima em Paris, em dezembro do ano passado, o vídeo "The Standing March", com 500 retratos, feito em colaboração com o diretor Darren Aronofsky. Também realizou uma série de fotografias de mulheres em casas de favelas brasileiras. No Louvre, enquanto durar o projeto, o artista será tema de conferências, encontros e oficinas.
ilustrada
Pirâmide do Louvre 'desaparece' em ilusão criada por artista francêsTuristas disputam desde esta quarta-feira (25) o melhor ângulo para uma "selfie" próxima à pirâmide do museu do Louvre, em Paris, que "desapareceu" em uma ilusão de ótica criada pelo artista francês JR. Ele cobriu os mais de 20 metros de um dos lados do monumento de vidro com uma foto ampliada em preto e branco do prédio do século 16 que fica em torno da pirâmide gigante, dando a impressão de que ela foi completamente apagada. A ideia, segundo o artista, é discutir justamente o exibicionismo nas redes sociais, no ponto que é um dos maiores "geradores de selfies" da França. "Caminhando pela área, percebi que as pessoas sempre viravam de costas para o museu para tirar 'selfies', elas não olhar para ele", disse JR ao "The Wall Street Journal". "Agora, ao chegar ao Louvre, as pessoas vão notar ausência de algo e isso fazê-las falar umas com as outras e buscar o ângulo certo." O Louvre ficará "desaparecido" até 27 de junho. O projeto marca uma mudança no estilo do artista. É a primeira vez que ele não exibe rostos em seu trabalho. Conhecido internacionalmente, ele projetou sobre a fachada da Assembleia Nacional da França, durante a Cúpula do Clima em Paris, em dezembro do ano passado, o vídeo "The Standing March", com 500 retratos, feito em colaboração com o diretor Darren Aronofsky. Também realizou uma série de fotografias de mulheres em casas de favelas brasileiras. No Louvre, enquanto durar o projeto, o artista será tema de conferências, encontros e oficinas.
1
Líbano passa a exigir visto para sírios
Beirut anunciou que começará a exigir visto dos sírios pela primeira vez na história dos dois países, a fim de frear a chegada de refugiados no Líbano, onde já vivem mais de um milhão de sírios. Libaneses e sírios sempre viajaram livremente através da fronteira desde a independência de seus países nos anos 1940, apresentando somente um documento de identidade. Segundo o site do governo libanês, a partir desta segunda-feira (5) serão emitidas seis categorias de vistos na fronteira, e não na embaixada libanesa em Damasco. Em outubro, o ministro de Assuntos Sociais, Rashid Derbas, afirmou que o Líbano já não aceitaria mais refugiados sírios, salvo em casos excepcionais, "por razões humanitárias". Com a nova medida, "pela primeira vez na história dos dois países, o Líbano pede aos sírios que justifiquem o motivo de sua entrada", declarou neste sábado (3) Derbas. Em entrevista à imprensa local, o embaixador da Síria no Líbano, Ali Abdel Karim Ali, indicou que as autoridades de seu país compreendiam a medida, mas explicou que "a entrada e a saída dos sírios deverão ser feitas em coordenação entre ambos os Estados." Serão emitidos vistos turísticos, médicos, de trânsito, de estudante, para realizar uma consulta em embaixada estrangeira ou quando um libanês se responsabilizar pelo solicitante. Também serão dados vistos temporários a "homens de negócios" e a quem tenha bens imobiliários no país.
mundo
Líbano passa a exigir visto para síriosBeirut anunciou que começará a exigir visto dos sírios pela primeira vez na história dos dois países, a fim de frear a chegada de refugiados no Líbano, onde já vivem mais de um milhão de sírios. Libaneses e sírios sempre viajaram livremente através da fronteira desde a independência de seus países nos anos 1940, apresentando somente um documento de identidade. Segundo o site do governo libanês, a partir desta segunda-feira (5) serão emitidas seis categorias de vistos na fronteira, e não na embaixada libanesa em Damasco. Em outubro, o ministro de Assuntos Sociais, Rashid Derbas, afirmou que o Líbano já não aceitaria mais refugiados sírios, salvo em casos excepcionais, "por razões humanitárias". Com a nova medida, "pela primeira vez na história dos dois países, o Líbano pede aos sírios que justifiquem o motivo de sua entrada", declarou neste sábado (3) Derbas. Em entrevista à imprensa local, o embaixador da Síria no Líbano, Ali Abdel Karim Ali, indicou que as autoridades de seu país compreendiam a medida, mas explicou que "a entrada e a saída dos sírios deverão ser feitas em coordenação entre ambos os Estados." Serão emitidos vistos turísticos, médicos, de trânsito, de estudante, para realizar uma consulta em embaixada estrangeira ou quando um libanês se responsabilizar pelo solicitante. Também serão dados vistos temporários a "homens de negócios" e a quem tenha bens imobiliários no país.
3
Janot ajuiza ação no STF pedindo suspensão da lei da terceirização
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ajuizou nesta segunda-feira (26) uma ação direta de inconstitucionalidade contra a lei que libera a terceirização para atividade fim nas empresas. A legislação foi aprovada em 22 de março pela Câmara dos Deputados e sancionada dia 31 do mesmo mês pelo presidente Michel Temer. Pelas novas regras, as empresas contratantes de serviços terceirizados só terão responsabilidade de caráter subsidiário, ou seja, só arcarão com multas na ausência da firma contratada (se esta estiver falida, por exemplo). Se a prestadora de serviços deixar de pagar suas obrigações trabalhistas, funcionários terceirizados só poderão processar a empresa contratante se a prestadora de serviços não puder responder. A ação foi recebida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e será relatada pelo ministro Gilmar Mendes. No pedido, Janot argumenta que a Câmara dos Deputados não cumpriu um pedido do Poder Executivo de retirada da pauta do projeto de lei que serviu de base para a lei. "Não houve deliberação, pela Câmara dos Deputados, de requerimento de retirada da proposição legislativa, formulado por seu autor, o Presidente da República, antes da votação conclusiva", diz Janot em trecho da ação. A não avaliação desse pedido, de acordo com o procurador, foi inconstitucional. "A ausência de deliberação desse requerimento, que constitui prerrogativa reflexa do poder de iniciativa, implica usurpação de prerrogativa, em afronta à divisão funcional do poder", diz a ação. O procurador-geral avaliou também que a terceirização da atividade-fim fere o conceito de "emprego socialmente protegido", entre outros pontos da Constituição. "Irrestrita ampliação de terceirização para atividades finalísticas e extensão desarrazoada de locação de mão de obra temporária para além de demandas imprevisíveis e extraordinárias das empresas tomadoras esvaziam o conteúdo de direitos fundamentais sociais dos trabalhadores." ESCRAVIDÃO O texto afirma ainda, citando como base informações do Ministério do Trabalho, que não é incomum que a terceirização seja usada para explorar trabalho em condições "análogas à escravidão". Nas dez maiores operações de combate ao trabalho escravo realizados pela pasta, 84,3% dos trabalhadores estavam subcontratados por uma empresa, em regime de terceirização, diz Janot. "Essa análise revela o alto risco social do modelo relacional fomentado por terceirização irrestrita, como veículo de exploração predatória do trabalho no Brasil." Para o procurador-geral, a lei sancionada por Temer oprime os trabalhadores. "A lei impugnada configura legislação socialmente opressiva e desproporcional, que incorre em desvio de finalidade, porquanto subverte os fins que regem o desempenho da função estatal, em violação do interesse público", afirma trecho da ação. Trabalho flexível - Veja os principais pontos do projeto que regulamenta a terceirização - O que muda e o que fica igual com o projeto aprovado na Câmara EXEMPLO 1: Um profissional responsável pela pintura na linha de produção de uma fábrica de peças de móveis Como é hoje Ele é empregado da fábrica. Por fazer parte da atividade-fim (fabricar carros), não pode ser terceirizado O que muda Por ter uma função especializada, ele pode ser terceirizado. Ele continua tendo carteira assinada e direitos trabalhistas, mas com a prestadora de serviços, e não com a montadora O que não pode A montadora não pode tratá-lo como empregado, ou seja, direcionar seu trabalho, controlar suas faltas ou a sua jornada de trabalho - EXEMPLO 2: Uma tradutora presta serviços diariamente em uma empresa privada, mas é "pejotizada", ou seja, recebe como pessoa jurídica Como é hoje Se há subordinação ao chefe, não é uma relação eventual e há pessoalidade, é uma relação de emprego, ou seja, é ilegal contratar como pessoa jurídica O que muda Nada. A situação continua ilegal O que não pode A empresa pode terceirizar seus serviços de tradução, mas não pode manter uma relação de trabalho com a tradutora sem formalizar os direitos
mercado
Janot ajuiza ação no STF pedindo suspensão da lei da terceirizaçãoO procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ajuizou nesta segunda-feira (26) uma ação direta de inconstitucionalidade contra a lei que libera a terceirização para atividade fim nas empresas. A legislação foi aprovada em 22 de março pela Câmara dos Deputados e sancionada dia 31 do mesmo mês pelo presidente Michel Temer. Pelas novas regras, as empresas contratantes de serviços terceirizados só terão responsabilidade de caráter subsidiário, ou seja, só arcarão com multas na ausência da firma contratada (se esta estiver falida, por exemplo). Se a prestadora de serviços deixar de pagar suas obrigações trabalhistas, funcionários terceirizados só poderão processar a empresa contratante se a prestadora de serviços não puder responder. A ação foi recebida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e será relatada pelo ministro Gilmar Mendes. No pedido, Janot argumenta que a Câmara dos Deputados não cumpriu um pedido do Poder Executivo de retirada da pauta do projeto de lei que serviu de base para a lei. "Não houve deliberação, pela Câmara dos Deputados, de requerimento de retirada da proposição legislativa, formulado por seu autor, o Presidente da República, antes da votação conclusiva", diz Janot em trecho da ação. A não avaliação desse pedido, de acordo com o procurador, foi inconstitucional. "A ausência de deliberação desse requerimento, que constitui prerrogativa reflexa do poder de iniciativa, implica usurpação de prerrogativa, em afronta à divisão funcional do poder", diz a ação. O procurador-geral avaliou também que a terceirização da atividade-fim fere o conceito de "emprego socialmente protegido", entre outros pontos da Constituição. "Irrestrita ampliação de terceirização para atividades finalísticas e extensão desarrazoada de locação de mão de obra temporária para além de demandas imprevisíveis e extraordinárias das empresas tomadoras esvaziam o conteúdo de direitos fundamentais sociais dos trabalhadores." ESCRAVIDÃO O texto afirma ainda, citando como base informações do Ministério do Trabalho, que não é incomum que a terceirização seja usada para explorar trabalho em condições "análogas à escravidão". Nas dez maiores operações de combate ao trabalho escravo realizados pela pasta, 84,3% dos trabalhadores estavam subcontratados por uma empresa, em regime de terceirização, diz Janot. "Essa análise revela o alto risco social do modelo relacional fomentado por terceirização irrestrita, como veículo de exploração predatória do trabalho no Brasil." Para o procurador-geral, a lei sancionada por Temer oprime os trabalhadores. "A lei impugnada configura legislação socialmente opressiva e desproporcional, que incorre em desvio de finalidade, porquanto subverte os fins que regem o desempenho da função estatal, em violação do interesse público", afirma trecho da ação. Trabalho flexível - Veja os principais pontos do projeto que regulamenta a terceirização - O que muda e o que fica igual com o projeto aprovado na Câmara EXEMPLO 1: Um profissional responsável pela pintura na linha de produção de uma fábrica de peças de móveis Como é hoje Ele é empregado da fábrica. Por fazer parte da atividade-fim (fabricar carros), não pode ser terceirizado O que muda Por ter uma função especializada, ele pode ser terceirizado. Ele continua tendo carteira assinada e direitos trabalhistas, mas com a prestadora de serviços, e não com a montadora O que não pode A montadora não pode tratá-lo como empregado, ou seja, direcionar seu trabalho, controlar suas faltas ou a sua jornada de trabalho - EXEMPLO 2: Uma tradutora presta serviços diariamente em uma empresa privada, mas é "pejotizada", ou seja, recebe como pessoa jurídica Como é hoje Se há subordinação ao chefe, não é uma relação eventual e há pessoalidade, é uma relação de emprego, ou seja, é ilegal contratar como pessoa jurídica O que muda Nada. A situação continua ilegal O que não pode A empresa pode terceirizar seus serviços de tradução, mas não pode manter uma relação de trabalho com a tradutora sem formalizar os direitos
2
Hoje na TV: Semifinais da Superliga feminina de vôlei
16h30 Avellino x Ternana Italiano (2ª divisão), Bandsports 18h30 Osasco x Rio de Janeiro Superliga fem. de vôlei, SporTV 21h Praia Clube x Minas Superliga fem. de vôlei, SporTV 2 21h Atlanta x Washigton NBA, SporTV 3 21h Nashville x LA Kings Hóquei no gelo, ESPN +
esporte
Hoje na TV: Semifinais da Superliga feminina de vôlei16h30 Avellino x Ternana Italiano (2ª divisão), Bandsports 18h30 Osasco x Rio de Janeiro Superliga fem. de vôlei, SporTV 21h Praia Clube x Minas Superliga fem. de vôlei, SporTV 2 21h Atlanta x Washigton NBA, SporTV 3 21h Nashville x LA Kings Hóquei no gelo, ESPN +
4
Em greve, professores se acorrentam em portão de secretaria em São Paulo
Seis professores se acorrentaram ao portão da Secretaria Estadual da Educação, na praça da República, centro de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (1º). Em greve, os docentes dizem que só sairão do portão quando suas reivindicações forem atendidas pela gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Os grevistas pedem reajuste salarial de 75,33%, percentual suficiente para equiparar o salário dos professores ao dos demais profissionais com ensino superior no Estado, nos cálculos do sindicato. O governo não apresentou proposta de aumento. Diz que divulgará um plano entre junho e julho, quando o último reajuste completar um ano. "Ficaremos até quando for preciso. Tivemos hora para chegar, mas não temos para sair", afirmou Vinicius Vasconcellos, 29, professor de biologia em uma escola da zona norte da capital paulista e um dos seis acorrentados. Um grupo de cerca de 100 professores permanecem em frente à entrada da secretaria, junto aos acorrentados. Policiais militares chegaram a proteger a porta do prédio, mas depois se retiraram. O clima é pacífico. 78 DIAS A paralisação dos professores estaduais completou 78 dias nesta segunda. Em dois duas, ela se igualará à maior greve da categoria na história –80 dias, em 1989. A atual greve foi aprovada em 13 de março, uma sexta-feira, em meio a ato em defesa de direitos trabalhistas que reuniu diferentes sindicatos e movimentos sociais e também serviu de apoio ao governo da presidente Dilma (PT). A greve, na prática, começou na segunda-feira seguinte (16). A rede paulista tem 5.300 escolas, 230 mil professores e 4 milhões de estudantes -parte deles sem aulas há dois meses e meio e ainda sem nenhum plano para reposição. Na última sexta (29), a categoria fez uma nova assembleia e decidiu manter a paralisação, apesar do sindicato reconhecer o enfraquecimento do movimento. "Não há como negar o arrefecimento do movimento, o governo está descontando o salário. Mas os professores querem continuar. E a adesão ainda está em 30%, não é pouco", disse a presidente do sindicato, Maria Izabel Noronha. "Mas acho que temos de analisar nestes próximos dias a adesão e a forma de reposição [das aulas]", completou. Segundo levantamento do sindicato, a adesão dos professores à paralisação, agora em 30%, era de mais de 60% em abril. A conta do governo Alckmin é bem diferente –apenas 4% dos professores aderiram.
educacao
Em greve, professores se acorrentam em portão de secretaria em São PauloSeis professores se acorrentaram ao portão da Secretaria Estadual da Educação, na praça da República, centro de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (1º). Em greve, os docentes dizem que só sairão do portão quando suas reivindicações forem atendidas pela gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Os grevistas pedem reajuste salarial de 75,33%, percentual suficiente para equiparar o salário dos professores ao dos demais profissionais com ensino superior no Estado, nos cálculos do sindicato. O governo não apresentou proposta de aumento. Diz que divulgará um plano entre junho e julho, quando o último reajuste completar um ano. "Ficaremos até quando for preciso. Tivemos hora para chegar, mas não temos para sair", afirmou Vinicius Vasconcellos, 29, professor de biologia em uma escola da zona norte da capital paulista e um dos seis acorrentados. Um grupo de cerca de 100 professores permanecem em frente à entrada da secretaria, junto aos acorrentados. Policiais militares chegaram a proteger a porta do prédio, mas depois se retiraram. O clima é pacífico. 78 DIAS A paralisação dos professores estaduais completou 78 dias nesta segunda. Em dois duas, ela se igualará à maior greve da categoria na história –80 dias, em 1989. A atual greve foi aprovada em 13 de março, uma sexta-feira, em meio a ato em defesa de direitos trabalhistas que reuniu diferentes sindicatos e movimentos sociais e também serviu de apoio ao governo da presidente Dilma (PT). A greve, na prática, começou na segunda-feira seguinte (16). A rede paulista tem 5.300 escolas, 230 mil professores e 4 milhões de estudantes -parte deles sem aulas há dois meses e meio e ainda sem nenhum plano para reposição. Na última sexta (29), a categoria fez uma nova assembleia e decidiu manter a paralisação, apesar do sindicato reconhecer o enfraquecimento do movimento. "Não há como negar o arrefecimento do movimento, o governo está descontando o salário. Mas os professores querem continuar. E a adesão ainda está em 30%, não é pouco", disse a presidente do sindicato, Maria Izabel Noronha. "Mas acho que temos de analisar nestes próximos dias a adesão e a forma de reposição [das aulas]", completou. Segundo levantamento do sindicato, a adesão dos professores à paralisação, agora em 30%, era de mais de 60% em abril. A conta do governo Alckmin é bem diferente –apenas 4% dos professores aderiram.
11
Falésias guardam praias de ar exclusivo em ilha no 'Caribe francês'
"À saluta", diz-se nos brindes na animada noite de Porto Vecchio, cidade fortificada que é um dos principais destinos de turistas. Eles também adoram as ilhotas Lavezzi, cercadas por mar azul, e se divertem com o povo de modos espalhafatosos. O cenário e os sotaques têm tudo de italianos, mas ficam na França: a Córsega, no mar Mediterrâneo, é possessão francesa desde 1769, mas não esconde o passado genovês, expresso inclusive no "cantado" dialeto local. Para entender melhor por que a ilha é conhecida como Caribe europeu, bom lugar é Bonifácio, cidade erguida sobre uma imensa falésia de calcário debruçada sobre o mar. O casario, que serviu de fortaleza pelos séculos em que a região foi rota de guerras, se equilibra entre o paredão branco e o Mediterrâneo. Lá em cima, vê-se uma babel de referências culturais e arquitetônicas -a cidade foi fundada no século 9o. No nível do mar, a falésia esconde surpreendentes cavernas, em que barquinhos entram em dias de mar calmo (diz-se que, na que foi batizada de Pequeno Dragão, a luz do sol, incidindo pela fresta de abertura, pode formar o mapa da Córsega na parede). A costa guarda locais com ares exclusivos, como Palombaggia, com praias de mar calmo, a ilha de Cavallo e Calvi. Cheia de iates, a cidade medieval é ligada a Nice por balsas e guarda preciosidades históricas como a catedral de São João Batista e a imagem de Cristo dos Milagres -que, segundo os corsos, teriam protegido o local contra diversas invasões. Percorrendo outros pontos do litoral o viajante se dá conta com mais clareza da geografia montanhosa da ilhota (de área que equivale a menos da metade de Sergipe). Em Piana, os "calanches", patrimônio natural da humanidade, são paredões de granito cor-de-rosa que chegam a 300 metros de altura e se estendem por dois quilômetros de estrada. Foram apelidados de fiordes do Mediterrâneo. Mais para o interior, a vegetação ora tem bosques recortados por riachos, ora se torna agreste, marcada pelo arbusto maqui –que espalha um perfume semelhante ao do alecrim e da alfazema. Em Corte, antiga capital local, a trilha da Restonica leva ao lago de Melo, com 20 metros de profundidade. Em outro extremo, um mirante no topo da colina permite ver o relevo de casas de pedra encarapitadas nos morros –e, no bar instalado por ali, o costume é provar a Pietra, cerveja local que leva a mesma castanha que alimenta os porcos das estradas corsas. À mesa, nessas regiões, revela-se mais da diversidade local. Diferentemente do cardápio da costa, que é baseado em frutos do mar, os pratos típicos no interior são reforçados, calóricos: queijos, charcutaria e caça estão em restaurantes e mercados. Antes de deixar a ilha, na capital, Ajaccio (onde fica o maior aeroporto local), o turista pode saber mais do filho mais ilustre do lugar: Napoleão Bonaparte. A casa onde viveu durante a infância, a Maison Bonaparte, virou um museu sobre ele. Outra atração é o Palais Fesch, museu com o segundo maior acervo de pinturas italianas da França –só perde para o do Louvre.
turismo
Falésias guardam praias de ar exclusivo em ilha no 'Caribe francês'"À saluta", diz-se nos brindes na animada noite de Porto Vecchio, cidade fortificada que é um dos principais destinos de turistas. Eles também adoram as ilhotas Lavezzi, cercadas por mar azul, e se divertem com o povo de modos espalhafatosos. O cenário e os sotaques têm tudo de italianos, mas ficam na França: a Córsega, no mar Mediterrâneo, é possessão francesa desde 1769, mas não esconde o passado genovês, expresso inclusive no "cantado" dialeto local. Para entender melhor por que a ilha é conhecida como Caribe europeu, bom lugar é Bonifácio, cidade erguida sobre uma imensa falésia de calcário debruçada sobre o mar. O casario, que serviu de fortaleza pelos séculos em que a região foi rota de guerras, se equilibra entre o paredão branco e o Mediterrâneo. Lá em cima, vê-se uma babel de referências culturais e arquitetônicas -a cidade foi fundada no século 9o. No nível do mar, a falésia esconde surpreendentes cavernas, em que barquinhos entram em dias de mar calmo (diz-se que, na que foi batizada de Pequeno Dragão, a luz do sol, incidindo pela fresta de abertura, pode formar o mapa da Córsega na parede). A costa guarda locais com ares exclusivos, como Palombaggia, com praias de mar calmo, a ilha de Cavallo e Calvi. Cheia de iates, a cidade medieval é ligada a Nice por balsas e guarda preciosidades históricas como a catedral de São João Batista e a imagem de Cristo dos Milagres -que, segundo os corsos, teriam protegido o local contra diversas invasões. Percorrendo outros pontos do litoral o viajante se dá conta com mais clareza da geografia montanhosa da ilhota (de área que equivale a menos da metade de Sergipe). Em Piana, os "calanches", patrimônio natural da humanidade, são paredões de granito cor-de-rosa que chegam a 300 metros de altura e se estendem por dois quilômetros de estrada. Foram apelidados de fiordes do Mediterrâneo. Mais para o interior, a vegetação ora tem bosques recortados por riachos, ora se torna agreste, marcada pelo arbusto maqui –que espalha um perfume semelhante ao do alecrim e da alfazema. Em Corte, antiga capital local, a trilha da Restonica leva ao lago de Melo, com 20 metros de profundidade. Em outro extremo, um mirante no topo da colina permite ver o relevo de casas de pedra encarapitadas nos morros –e, no bar instalado por ali, o costume é provar a Pietra, cerveja local que leva a mesma castanha que alimenta os porcos das estradas corsas. À mesa, nessas regiões, revela-se mais da diversidade local. Diferentemente do cardápio da costa, que é baseado em frutos do mar, os pratos típicos no interior são reforçados, calóricos: queijos, charcutaria e caça estão em restaurantes e mercados. Antes de deixar a ilha, na capital, Ajaccio (onde fica o maior aeroporto local), o turista pode saber mais do filho mais ilustre do lugar: Napoleão Bonaparte. A casa onde viveu durante a infância, a Maison Bonaparte, virou um museu sobre ele. Outra atração é o Palais Fesch, museu com o segundo maior acervo de pinturas italianas da França –só perde para o do Louvre.
20
'Intelectualmente, sou anarquista', diz Jô Soares sobre entrevista com Dilma
Desde o fim da eleição presidencial de 2014, Jô Soares passou a criticar em seu "Programa do Jô", na Globo, aqueles que pedem o impeachment de Dilma Rousseff. Suas posições no quadro "As Meninas do Jô", em que debate com jornalistas, entre outras coisas, a política nacional, passaram a ser vistas como "de esquerda" e o apresentador ganhou, nas redes sociais, uma reputação de "petista fanático". Na sexta (12), Jô entrevistou por 69 minutos a presidente no Palácio da Alvorada, em Brasília. Seu programa marcou 7 pontos no Ibope na Grande São Paulo, um aumento de 2 pontos em relação às quatro sextas-feiras anteriores (cada ponto equivale a 67 mil domicílios). Após a exibição da entrevista, Jô voltou a ser atacado pelo tom da conversa, tido por críticos como ameno, e pela escolha da entrevistada. Ele falou à Folha: Folha - Você ficou chateado com as críticas? Jô Soares - Nem um pouco. Algumas delas foram tão impertinentes que até achei graça. As pessoas têm o direito democrático de criticar. E eu sabia que as opiniões ficariam divididas. Houve comentários muito raivosos e outros muito carinhosos. Só tenho a agradecer as centenas de manifestações de carinho. As pessoas têm o direito de falar. Todos têm o direito de se manifestar. Mas, para mim, mais do que valeu. Houve críticas ao tom da conversa. Não era um debate. Era uma entrevista. Não cabia a mim rebater a presidente a cada momento. Eu fiz as perguntas que precisavam ser feitas. Agora, se as respostas não agradaram, o problema é de quem ouviu. Como escreveu o [ator] Otavio Martins no Facebook, esse pessoal é capaz de querer a recontagem dos gols da Alemanha [risos]. O que começou a me irritar foi essa conversa de "Fora Dilma". Como? Ela é a presidente da República. Ela foi eleita. Ela não é um técnico de futebol. O país está dividido, mas não é por isso que vou deixar de entrevistar a presidente. A entrevista foi feita no tom que você sempre adota no programa. Exatamente. Sou jornalista também, desde 1963, quando trabalhei no jornal "Última Hora". São 54 anos de profissão em que navego pelo humor, pelo jornalismo, pelo teatro. Já entrevistei de Luis Carlos Prestes a Paulo Maluf, fazendo todas as perguntas que um jornalista democrático deve fazer. O Lula foi ao meu programa 13 vezes [antes de ser presidente]. Você entrevistou outros presidentes no cargo também. Entrevistei Fernando Henrique Cardoso no Palácio do Planalto na época da reeleição. Todas as entrevistas no programa sempre foram feitas em tom de cordialidade e intimidade. Não é porque a Dilma está com a popularidade baixa que seria diferente. Não tenho por que mudar o meu estilo. Nem vou deixar de entrevistar a presidente do meu país porque ela está passando por um momento grave. E queriam tanto ouvir a entrevista que não teve sequer panelaço. Foi uma recepção sensacional. Você acompanhou a repercussão nas redes sociais? Eu soube que bateu recorde, foi "trending topic" [figurou nos assuntos mais comentados do Twitter]. Isso é o que interessa. A prova de que eu estava certo é que a entrevista despertou toda essa atenção. O programa vai deixar de entrevistar políticos por um tempo? Não. Nunca mudei meu programa e nunca vou mudar. São 26 anos fazendo entrevistas. E quero dizer o seguinte: o programa retoma o seu ritmo normal nesta semana. Amanhã teremos de volta as "Meninas do Jô". Existe a possibilidade de mudança de formato no seu programa para aumentar a audiência? O programa diminuiu em tempo, tenho uma entrevista a menos. Eu não sou pago para analisar o que faço, sou pago para fazer. Em um programa de entrevistas, a única coisa que muda é o entrevistado ou o entrevistador. Neste ano, demos uma enxugada em termos visuais [até o sexteto que o acompanhava diminuiu].Tirando isso, o que interessa é o conteúdo. Meu contrato com a TV Globo vai até 2016. Antes de entrevistar a presidente, falava-se nas redes sociais numa guinada à esquerda sua. Eu acho graça. Tudo depende de quem estou entrevistando. Repito: se entrevisto um tucano, sou petista. Se entrevisto um petista, sou tucano. É o mesmo equilíbrio que a Folha tem. O artista não pode ter uma posição política no sentido intelectual. Tem que ser anarquista. Intelectualmente, eu sou anarquista.
ilustrada
'Intelectualmente, sou anarquista', diz Jô Soares sobre entrevista com DilmaDesde o fim da eleição presidencial de 2014, Jô Soares passou a criticar em seu "Programa do Jô", na Globo, aqueles que pedem o impeachment de Dilma Rousseff. Suas posições no quadro "As Meninas do Jô", em que debate com jornalistas, entre outras coisas, a política nacional, passaram a ser vistas como "de esquerda" e o apresentador ganhou, nas redes sociais, uma reputação de "petista fanático". Na sexta (12), Jô entrevistou por 69 minutos a presidente no Palácio da Alvorada, em Brasília. Seu programa marcou 7 pontos no Ibope na Grande São Paulo, um aumento de 2 pontos em relação às quatro sextas-feiras anteriores (cada ponto equivale a 67 mil domicílios). Após a exibição da entrevista, Jô voltou a ser atacado pelo tom da conversa, tido por críticos como ameno, e pela escolha da entrevistada. Ele falou à Folha: Folha - Você ficou chateado com as críticas? Jô Soares - Nem um pouco. Algumas delas foram tão impertinentes que até achei graça. As pessoas têm o direito democrático de criticar. E eu sabia que as opiniões ficariam divididas. Houve comentários muito raivosos e outros muito carinhosos. Só tenho a agradecer as centenas de manifestações de carinho. As pessoas têm o direito de falar. Todos têm o direito de se manifestar. Mas, para mim, mais do que valeu. Houve críticas ao tom da conversa. Não era um debate. Era uma entrevista. Não cabia a mim rebater a presidente a cada momento. Eu fiz as perguntas que precisavam ser feitas. Agora, se as respostas não agradaram, o problema é de quem ouviu. Como escreveu o [ator] Otavio Martins no Facebook, esse pessoal é capaz de querer a recontagem dos gols da Alemanha [risos]. O que começou a me irritar foi essa conversa de "Fora Dilma". Como? Ela é a presidente da República. Ela foi eleita. Ela não é um técnico de futebol. O país está dividido, mas não é por isso que vou deixar de entrevistar a presidente. A entrevista foi feita no tom que você sempre adota no programa. Exatamente. Sou jornalista também, desde 1963, quando trabalhei no jornal "Última Hora". São 54 anos de profissão em que navego pelo humor, pelo jornalismo, pelo teatro. Já entrevistei de Luis Carlos Prestes a Paulo Maluf, fazendo todas as perguntas que um jornalista democrático deve fazer. O Lula foi ao meu programa 13 vezes [antes de ser presidente]. Você entrevistou outros presidentes no cargo também. Entrevistei Fernando Henrique Cardoso no Palácio do Planalto na época da reeleição. Todas as entrevistas no programa sempre foram feitas em tom de cordialidade e intimidade. Não é porque a Dilma está com a popularidade baixa que seria diferente. Não tenho por que mudar o meu estilo. Nem vou deixar de entrevistar a presidente do meu país porque ela está passando por um momento grave. E queriam tanto ouvir a entrevista que não teve sequer panelaço. Foi uma recepção sensacional. Você acompanhou a repercussão nas redes sociais? Eu soube que bateu recorde, foi "trending topic" [figurou nos assuntos mais comentados do Twitter]. Isso é o que interessa. A prova de que eu estava certo é que a entrevista despertou toda essa atenção. O programa vai deixar de entrevistar políticos por um tempo? Não. Nunca mudei meu programa e nunca vou mudar. São 26 anos fazendo entrevistas. E quero dizer o seguinte: o programa retoma o seu ritmo normal nesta semana. Amanhã teremos de volta as "Meninas do Jô". Existe a possibilidade de mudança de formato no seu programa para aumentar a audiência? O programa diminuiu em tempo, tenho uma entrevista a menos. Eu não sou pago para analisar o que faço, sou pago para fazer. Em um programa de entrevistas, a única coisa que muda é o entrevistado ou o entrevistador. Neste ano, demos uma enxugada em termos visuais [até o sexteto que o acompanhava diminuiu].Tirando isso, o que interessa é o conteúdo. Meu contrato com a TV Globo vai até 2016. Antes de entrevistar a presidente, falava-se nas redes sociais numa guinada à esquerda sua. Eu acho graça. Tudo depende de quem estou entrevistando. Repito: se entrevisto um tucano, sou petista. Se entrevisto um petista, sou tucano. É o mesmo equilíbrio que a Folha tem. O artista não pode ter uma posição política no sentido intelectual. Tem que ser anarquista. Intelectualmente, eu sou anarquista.
1
Virada Cultural para todos
A Virada Cultural foi um dos grandes acertos de São Paulo. Iniciada em 2005, tornou-se tão parte da cidade que é tema de qualquer gestão, sendo reproduzida em diversos municípios do Estado e do país. Contudo, ao longo dos anos, modificações foram introduzidas. Aos poucos, transformou-se num evento majoritariamente de música, com grandes palcos e grandes shows no centro da cidade. Em alguns anos, houve tentativas de alguma descentralização, mas sem alterar a base do projeto. Algumas reclamações eram comuns, como gasto excessivo num evento de apenas 24 horas e falta de segurança e conforto. Decidimos, então, fazer algumas alterações com o objetivo de atender a esses pontos, mas não só. A Virada precisa ser um evento da cidade. Para isso, é importante descentralizar e diversificar as atrações, ampliar seu alcance. Recuperamos o espírito original -trazer as pessoas para conhecer o centro e não apenas para assistir a um grande show. Tiramos, assim, os palcos grandes dessa região. Introduzimos o conceito de tablados. A rua torna-se o palco. Criamos circuitos em algumas ruas e convidamos as pessoas para visitá-los. No trajeto, encontrarão artistas das mais diversas linguagens em 30 tablados, sempre iluminados, com gente circulando, opções de alimentação e infraestrutura. Num esforço inédito de valorização dos espaços independentes da cidade, fizemos uma parceria com cerca de 50 teatros e quatro lonas de circo, oferecendo gratuitamente à população ingressos de suas sessões no fim de semana da Virada. Teremos quatro locais, um em cada região da cidade, com os palcos grandes e artistas conhecidos. Fora isso, haverá extensa programação paralela em bibliotecas, casas de cultura, centros culturais e teatros da prefeitura. Nesta edição não teremos, como nos anos anteriores, altos cachês para os artistas. Com essa otimização dos recursos públicos, conseguimos organizar quase 900 atrações. Ouço pessoas reclamarem que os palcos grandes estão "longe". Como assim? Longe de quem? Talvez de quem mora em Higienópolis ou Jardins e se acostumou a ir ao centro, uma vez ao ano, ver shows gratuitos. Mas para quem mora em Arthur Alvim ou Parque do Carmo, os palcos estão longe? Quem mora em M' Boi Mirim demora quase duas horas para chegar ao centro de carro ou ônibus. À praça do Campo Limpo, onde ficará um dos palcos, leva uns 30 minutos. Eu poderia dar muitos outros exemplos. Será que os moradores dos bairros distantes não preferem assistir a atividades culturais mais perto de casa? E quem mora no centro poderá conhecer melhor sua cidade. Basta pegar o metrô, que ficará aberto 24 horas, e procurar espetáculos de qualidade em outras regiões. Ao incluirmos os equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura, as lonas e os teatros independentes, queremos que a população conheça esses espaços. E, ao longo do ano, retorne a eles. Que a cultura faça parte do dia a dia, não apenas uma vez por ano. Nesta edição, 75% da programação saiu de um chamamento em que artistas de todos os tipos se inscreveram. Todas as linguagens estão representadas. Mais atrações, mais locais, descentralização, diversidade, equipamentos públicos, cachês menores. Onde está o elitismo? Convido todos a participarem dessa grande festa democrática de nossa cidade. ANDRÉ STURM, cineasta, é secretário municipal de Cultura de São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
opiniao
Virada Cultural para todosA Virada Cultural foi um dos grandes acertos de São Paulo. Iniciada em 2005, tornou-se tão parte da cidade que é tema de qualquer gestão, sendo reproduzida em diversos municípios do Estado e do país. Contudo, ao longo dos anos, modificações foram introduzidas. Aos poucos, transformou-se num evento majoritariamente de música, com grandes palcos e grandes shows no centro da cidade. Em alguns anos, houve tentativas de alguma descentralização, mas sem alterar a base do projeto. Algumas reclamações eram comuns, como gasto excessivo num evento de apenas 24 horas e falta de segurança e conforto. Decidimos, então, fazer algumas alterações com o objetivo de atender a esses pontos, mas não só. A Virada precisa ser um evento da cidade. Para isso, é importante descentralizar e diversificar as atrações, ampliar seu alcance. Recuperamos o espírito original -trazer as pessoas para conhecer o centro e não apenas para assistir a um grande show. Tiramos, assim, os palcos grandes dessa região. Introduzimos o conceito de tablados. A rua torna-se o palco. Criamos circuitos em algumas ruas e convidamos as pessoas para visitá-los. No trajeto, encontrarão artistas das mais diversas linguagens em 30 tablados, sempre iluminados, com gente circulando, opções de alimentação e infraestrutura. Num esforço inédito de valorização dos espaços independentes da cidade, fizemos uma parceria com cerca de 50 teatros e quatro lonas de circo, oferecendo gratuitamente à população ingressos de suas sessões no fim de semana da Virada. Teremos quatro locais, um em cada região da cidade, com os palcos grandes e artistas conhecidos. Fora isso, haverá extensa programação paralela em bibliotecas, casas de cultura, centros culturais e teatros da prefeitura. Nesta edição não teremos, como nos anos anteriores, altos cachês para os artistas. Com essa otimização dos recursos públicos, conseguimos organizar quase 900 atrações. Ouço pessoas reclamarem que os palcos grandes estão "longe". Como assim? Longe de quem? Talvez de quem mora em Higienópolis ou Jardins e se acostumou a ir ao centro, uma vez ao ano, ver shows gratuitos. Mas para quem mora em Arthur Alvim ou Parque do Carmo, os palcos estão longe? Quem mora em M' Boi Mirim demora quase duas horas para chegar ao centro de carro ou ônibus. À praça do Campo Limpo, onde ficará um dos palcos, leva uns 30 minutos. Eu poderia dar muitos outros exemplos. Será que os moradores dos bairros distantes não preferem assistir a atividades culturais mais perto de casa? E quem mora no centro poderá conhecer melhor sua cidade. Basta pegar o metrô, que ficará aberto 24 horas, e procurar espetáculos de qualidade em outras regiões. Ao incluirmos os equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura, as lonas e os teatros independentes, queremos que a população conheça esses espaços. E, ao longo do ano, retorne a eles. Que a cultura faça parte do dia a dia, não apenas uma vez por ano. Nesta edição, 75% da programação saiu de um chamamento em que artistas de todos os tipos se inscreveram. Todas as linguagens estão representadas. Mais atrações, mais locais, descentralização, diversidade, equipamentos públicos, cachês menores. Onde está o elitismo? Convido todos a participarem dessa grande festa democrática de nossa cidade. ANDRÉ STURM, cineasta, é secretário municipal de Cultura de São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
14
Escolas devem estimular discussão de gênero entre crianças? Sim
TONI REIS: RESPEITO NA FAMÍLIA, ESCOLA E SOCIEDADE Nas discussões sobre os Planos Estaduais e Municipais de Educação, espraiou-se uma falácia que, de tanto ser repetida, se transformou em verdade para quem segue de forma acrítica os semeadores dessa mentira deslavada. A falácia recebeu o nome de "ideologia de gênero" e suas principais alegações são as de que há uma conspiração internacional que, por meio da educação, quer "perverter" as crianças, ensiná-las a ser gay e destruir a família tradicional. Existe, sim, uma ideologia de gênero, mas não é essa que usurpou seu nome e distorceu seus objetivos. O "Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil: Ano de 2012", publicado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, revela que naquele ano houve 9.982 denúncias de violações dos direitos humanos de pessoas LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), bem como pelo menos 310 homicídios de LGBT no país. A Pesquisa sobre Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar (2009), do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), em uma amostra nacional de 18,5 mil estudantes, pais e mães, diretores, professores e funcionários, revelou que as atitudes discriminatórias mais elevadas se relacionam a gênero (38,2%); orientação sexual (26,1%); étnico-racial (22,9%); e territorial (20,6%). Esses dados mostram que o Brasil enfrenta graves problemas de machismo, sexismo, racismo, homofobia, discriminação e violência. Não é censurar os Planos de Educação que vai resolver o problema, isto só vai garantir sua persistência. Nos fóruns de discussão sobre os Planos Estaduais e Municipais de Educação –os quais deverão ser aprovados na forma de leis até 24 de junho de 2015– foram retomadas as deliberações dos sete eixos da Conae (Conferência Nacional de Educação) 2014, que abarcaram medidas para promover a igualdade na educação para os grupos da sociedade mais atingidos por injustiças. São meninas e mulheres, pessoas com deficiência e necessidades especiais, pessoas negras, quilombolas, indígenas e de outras raças e etnias, pessoas LGBT, ciganos, e povos do campo, da floresta, itinerantes e das águas, entre outros. No entanto, em muitos casos, quando as propostas de Planos de Educação chegaram nas casas legislativas para serem transformadas em lei, esbarram com uma cruzada fundamentalista e medieval contra a "ideologia de gênero". Embora o furor e a histeria se centrassem na questão LGBT, na família e nas mulheres, acabou atingindo os demais setores sociais, raças e etnias, transformando-se em uma alarmante intolerância à diversidade humana e uma preocupante imposição antidemocrática de valores que chegam a ser fascistas. Se há uma ideologia, deveria ser a do respeito, da pluralidade, da não violência, de poder viver em paz. Para essa discussão, precisamos ter serenidade, racionalidade, lógica, dados e paciência para escutar todos os lados. Não existem soluções binárias e dualistas para questões complexas. Algumas das escolas brasileiras são do século 19, alguns/algumas professores(as) são do século 20, os/as estudantes são do século 21 e alguns/algumas dos/das legisladores(as) são da Idade Média. Nossa discussão é a dignidade humana, nossa demanda é pelo respeito, não queremos destruir a família de ninguém, queremos o respeito para todas as famílias. TONI REIS, 51, doutor em educação, é integrante dos Fóruns Nacional, Estadual (Paraná) e Municipal (Curitiba) de Educação e secretário de Educação da ABGLT - Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Escolas devem estimular discussão de gênero entre crianças? SimTONI REIS: RESPEITO NA FAMÍLIA, ESCOLA E SOCIEDADE Nas discussões sobre os Planos Estaduais e Municipais de Educação, espraiou-se uma falácia que, de tanto ser repetida, se transformou em verdade para quem segue de forma acrítica os semeadores dessa mentira deslavada. A falácia recebeu o nome de "ideologia de gênero" e suas principais alegações são as de que há uma conspiração internacional que, por meio da educação, quer "perverter" as crianças, ensiná-las a ser gay e destruir a família tradicional. Existe, sim, uma ideologia de gênero, mas não é essa que usurpou seu nome e distorceu seus objetivos. O "Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil: Ano de 2012", publicado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, revela que naquele ano houve 9.982 denúncias de violações dos direitos humanos de pessoas LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), bem como pelo menos 310 homicídios de LGBT no país. A Pesquisa sobre Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar (2009), do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), em uma amostra nacional de 18,5 mil estudantes, pais e mães, diretores, professores e funcionários, revelou que as atitudes discriminatórias mais elevadas se relacionam a gênero (38,2%); orientação sexual (26,1%); étnico-racial (22,9%); e territorial (20,6%). Esses dados mostram que o Brasil enfrenta graves problemas de machismo, sexismo, racismo, homofobia, discriminação e violência. Não é censurar os Planos de Educação que vai resolver o problema, isto só vai garantir sua persistência. Nos fóruns de discussão sobre os Planos Estaduais e Municipais de Educação –os quais deverão ser aprovados na forma de leis até 24 de junho de 2015– foram retomadas as deliberações dos sete eixos da Conae (Conferência Nacional de Educação) 2014, que abarcaram medidas para promover a igualdade na educação para os grupos da sociedade mais atingidos por injustiças. São meninas e mulheres, pessoas com deficiência e necessidades especiais, pessoas negras, quilombolas, indígenas e de outras raças e etnias, pessoas LGBT, ciganos, e povos do campo, da floresta, itinerantes e das águas, entre outros. No entanto, em muitos casos, quando as propostas de Planos de Educação chegaram nas casas legislativas para serem transformadas em lei, esbarram com uma cruzada fundamentalista e medieval contra a "ideologia de gênero". Embora o furor e a histeria se centrassem na questão LGBT, na família e nas mulheres, acabou atingindo os demais setores sociais, raças e etnias, transformando-se em uma alarmante intolerância à diversidade humana e uma preocupante imposição antidemocrática de valores que chegam a ser fascistas. Se há uma ideologia, deveria ser a do respeito, da pluralidade, da não violência, de poder viver em paz. Para essa discussão, precisamos ter serenidade, racionalidade, lógica, dados e paciência para escutar todos os lados. Não existem soluções binárias e dualistas para questões complexas. Algumas das escolas brasileiras são do século 19, alguns/algumas professores(as) são do século 20, os/as estudantes são do século 21 e alguns/algumas dos/das legisladores(as) são da Idade Média. Nossa discussão é a dignidade humana, nossa demanda é pelo respeito, não queremos destruir a família de ninguém, queremos o respeito para todas as famílias. TONI REIS, 51, doutor em educação, é integrante dos Fóruns Nacional, Estadual (Paraná) e Municipal (Curitiba) de Educação e secretário de Educação da ABGLT - Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
14
Após ataques, Tunísia aprova lei que prevê pena de morte para terroristas
O parlamento tunisiano adotou na madrugada deste sábado uma nova lei antiterrorismo que prevê pena de morte para envolvidos em ataques. O texto foi aprovado após três dias de debate com 174 deputados a favor, 10 abstenções e nenhum voto contra. A nova lei dá poderes para a polícia prender suspeitos por até 15 dias sem que eles possam ter acesso a um advogado, simplifica o procedimento para autorizar escutas telefônicas e prevê a pena de morte para uma série de crimes. Desde 1991 não há execuções no país. O presidente da assembleia, Mohamed Ennaceur, saudou a aprovação como um momento "histórico" e um texto que vai "proteger o cidadão". O debate ocorre num contexto de ameaça crescente após os atentados em junho na cidade de Sousse (38 turistas mortos) e em março no museu do Bardo, em Túnis (22 mortos), reivindicados pelo grupo Estado Islâmico. O setor do turismo sofreu duras perdas com os ataques de Sousse e do Bardo. O governo aumentou os anúncios publicitários e decretou estado de emergência até o início de agosto para tentar tranquilizar os viajantes e seus parceiros estrangeiros. Embora a lei tenha sido adotada com ampla margem, apoiada tanto por islamitas quanto por laicos, também foi alvo de duras críticas. "Esta lei representa um perigo real para os direitos e liberdades na Tunísia, inúmeras distorções de padrões internacionais de direitos humanos são incorporados a este texto e representam um retrocesso", lamentou Amna Guellali, representante da Human Rights Watch na Tunísia. Entidades defensoras de direitos humanos estimam que definições legais vagas para o termo "terrorista" possam levar a excessos. O novo texto substitui uma lei similar de 2003, adotada sob a ditadura de Zine El Abidine Ben Ali e amplamente utilizada, de acordo com defensores dos direitos humanos, para reprimir a oposição. o grupo islâmico Ennahda era considerado ilegal quando a lei foi criada e que se tornou hoje uma das principais forças políticas tunisianas. Sinal da tensão prevalecente na Tunísia, o Ministério do Interior anunciou na manhã desta sexta-feira que desmontou um esquema de atentados no norte do país, na região de Bizerte, com um recorde de 16 detenções, um morto e apreensão de armas automáticas e explosivos.
mundo
Após ataques, Tunísia aprova lei que prevê pena de morte para terroristasO parlamento tunisiano adotou na madrugada deste sábado uma nova lei antiterrorismo que prevê pena de morte para envolvidos em ataques. O texto foi aprovado após três dias de debate com 174 deputados a favor, 10 abstenções e nenhum voto contra. A nova lei dá poderes para a polícia prender suspeitos por até 15 dias sem que eles possam ter acesso a um advogado, simplifica o procedimento para autorizar escutas telefônicas e prevê a pena de morte para uma série de crimes. Desde 1991 não há execuções no país. O presidente da assembleia, Mohamed Ennaceur, saudou a aprovação como um momento "histórico" e um texto que vai "proteger o cidadão". O debate ocorre num contexto de ameaça crescente após os atentados em junho na cidade de Sousse (38 turistas mortos) e em março no museu do Bardo, em Túnis (22 mortos), reivindicados pelo grupo Estado Islâmico. O setor do turismo sofreu duras perdas com os ataques de Sousse e do Bardo. O governo aumentou os anúncios publicitários e decretou estado de emergência até o início de agosto para tentar tranquilizar os viajantes e seus parceiros estrangeiros. Embora a lei tenha sido adotada com ampla margem, apoiada tanto por islamitas quanto por laicos, também foi alvo de duras críticas. "Esta lei representa um perigo real para os direitos e liberdades na Tunísia, inúmeras distorções de padrões internacionais de direitos humanos são incorporados a este texto e representam um retrocesso", lamentou Amna Guellali, representante da Human Rights Watch na Tunísia. Entidades defensoras de direitos humanos estimam que definições legais vagas para o termo "terrorista" possam levar a excessos. O novo texto substitui uma lei similar de 2003, adotada sob a ditadura de Zine El Abidine Ben Ali e amplamente utilizada, de acordo com defensores dos direitos humanos, para reprimir a oposição. o grupo islâmico Ennahda era considerado ilegal quando a lei foi criada e que se tornou hoje uma das principais forças políticas tunisianas. Sinal da tensão prevalecente na Tunísia, o Ministério do Interior anunciou na manhã desta sexta-feira que desmontou um esquema de atentados no norte do país, na região de Bizerte, com um recorde de 16 detenções, um morto e apreensão de armas automáticas e explosivos.
3
Anvisa suspende lote de antibiótico depois de parafuso em frasco
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu a comercialização de um lote do medicamento Sinot Clav, amoxicilina e clavulanato de potássio, fabricado pela Eurofarma. A medida ocorre após uma cliente de Natal (RN) encontrar um parafuso dentro de um frasco do antibiótico de suspensão oral Sinot Clav, de 400 mg+57mg/5ml. O medicamento é bastante usado no país para tratar infecções respiratórias, em casos como bronquite crônica, e no controle de infecções do trato urinário, como cistites. A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (17). A Anvisa determinou que seja suspensa a distribuição e comercialização do lote 347.798 com validade de 1º de agosto de 2016, onde o problema foi detectado. O estoque existente no mercado também deve ser recolhido. Procurada, a Eurofarma afirma que acompanha o caso "com absoluta prioridade". Em nota, diz que iniciou uma investigação para confirmar o desvio e apurar as possíveis causas do ocorrido, mas ainda não teve acesso à unidade onde o problema foi detectado. Segundo a empresa, ainda que a produção de medicamentos ocorra em equipamentos de alta tecnologia, "existem processos adjacentes, validados e certificados, para garantia da qualidade (...), que, por vezes, necessitam de intervenção humana", alega. "Uma vez que em mais de 42 anos esta é a primeira reclamação de mercado desta natureza, a empresa está tratando o caso como único e isolado", finaliza a nota.
equilibrioesaude
Anvisa suspende lote de antibiótico depois de parafuso em frascoA Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu a comercialização de um lote do medicamento Sinot Clav, amoxicilina e clavulanato de potássio, fabricado pela Eurofarma. A medida ocorre após uma cliente de Natal (RN) encontrar um parafuso dentro de um frasco do antibiótico de suspensão oral Sinot Clav, de 400 mg+57mg/5ml. O medicamento é bastante usado no país para tratar infecções respiratórias, em casos como bronquite crônica, e no controle de infecções do trato urinário, como cistites. A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (17). A Anvisa determinou que seja suspensa a distribuição e comercialização do lote 347.798 com validade de 1º de agosto de 2016, onde o problema foi detectado. O estoque existente no mercado também deve ser recolhido. Procurada, a Eurofarma afirma que acompanha o caso "com absoluta prioridade". Em nota, diz que iniciou uma investigação para confirmar o desvio e apurar as possíveis causas do ocorrido, mas ainda não teve acesso à unidade onde o problema foi detectado. Segundo a empresa, ainda que a produção de medicamentos ocorra em equipamentos de alta tecnologia, "existem processos adjacentes, validados e certificados, para garantia da qualidade (...), que, por vezes, necessitam de intervenção humana", alega. "Uma vez que em mais de 42 anos esta é a primeira reclamação de mercado desta natureza, a empresa está tratando o caso como único e isolado", finaliza a nota.
8
Em ato simbólico, postos vendem gasolina sem imposto em três Estados
Postos de combustíveis dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul reduziram o valor cobrado pela gasolina nesta terça-feira (2) para a 11ª edição do Dia da Liberdade de Impostos. Foram cinco postos na campanha, um em São Paulo (SP), um no Rio de Janeiro (RJ), um em Porto Alegre (RS), um em Caxias do Sul (RS) e um em Pelotas (RS). A venda foi feita por ordem de chegada, até acabar o estoque. Em São Paulo, foram vendidos 5.000 litros de gasolina. A comercialização aconteceu no Posto Ipiranga da Avenida Sumaré, nº 1.000, esquina com a rua Dr. Franco da Rocha. A ação começou às 9h (de Brasília) e terminou por volta das 13h45, com cerca de 250 abastecimentos entre carros e motos. Na capital paulista, cada cliente pôde comprar no máximo 30 litros de gasolina, a R$ 1,457 por litro. O pagamento só pôde ser feito em dinheiro. O valor real do combustível ao consumidor é de R$ 3,099 por litro. A diferença foi bancada pelos organizadores. Dia da Liberdade de Impostos No Sul, o abastecimento ocorreu das 8h às 11h30, apenas para os consumidores que retiraram senha a partir das 7h desta terça-feira. Cada cliente pôde comprar no máximo 20 litros de gasolina, a R$ 1,95 por litro, nas três cidades participantes na região. O preço normal é de R$ 3,27 por litro. "O objetivo central da campanha é conscientizar a sociedade civil sobre a alta carga tributária que é paga hoje pelos contribuintes brasileiros, de modo que cada cidadão tenha uma noção mais clara do quanto do seu trabalho é destinado para o governo", afirmou o IEE (Instituto de Estudos Empresariais), um dos organizadores da ação, em nota. O ato simbólico foi organizado pelo Instituto Liberdade, IEE (Instituto de Estudos Empresariais), Aclame (Associação da Classe Média), Sulpetro (Sincato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul), Rede SIM, CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre), Instituto Ludwig von Mises e pelo Movimento Endireita Brasil. CHOPP SEM IMPOSTO Também nesta terça-feira acontece a campanha "Chopp Sem Imposto", organizada pela Rede Liberdade em nove Estados. A bebida será vendida por um terço do valor original nos locais participantes. A diferença é paga pela organizadora da ação. "Altos tributos significam menos dinheiro para empreender e para obter bens (como a sonhada casa própria), menos vagas de empregos formais, menos desenvolvimento, e muito mais dificuldades para que os brasileiros consigam vencer a pobreza", afirmou a entidade em nota. Confira abaixo os locais participantes:
mercado
Em ato simbólico, postos vendem gasolina sem imposto em três EstadosPostos de combustíveis dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul reduziram o valor cobrado pela gasolina nesta terça-feira (2) para a 11ª edição do Dia da Liberdade de Impostos. Foram cinco postos na campanha, um em São Paulo (SP), um no Rio de Janeiro (RJ), um em Porto Alegre (RS), um em Caxias do Sul (RS) e um em Pelotas (RS). A venda foi feita por ordem de chegada, até acabar o estoque. Em São Paulo, foram vendidos 5.000 litros de gasolina. A comercialização aconteceu no Posto Ipiranga da Avenida Sumaré, nº 1.000, esquina com a rua Dr. Franco da Rocha. A ação começou às 9h (de Brasília) e terminou por volta das 13h45, com cerca de 250 abastecimentos entre carros e motos. Na capital paulista, cada cliente pôde comprar no máximo 30 litros de gasolina, a R$ 1,457 por litro. O pagamento só pôde ser feito em dinheiro. O valor real do combustível ao consumidor é de R$ 3,099 por litro. A diferença foi bancada pelos organizadores. Dia da Liberdade de Impostos No Sul, o abastecimento ocorreu das 8h às 11h30, apenas para os consumidores que retiraram senha a partir das 7h desta terça-feira. Cada cliente pôde comprar no máximo 20 litros de gasolina, a R$ 1,95 por litro, nas três cidades participantes na região. O preço normal é de R$ 3,27 por litro. "O objetivo central da campanha é conscientizar a sociedade civil sobre a alta carga tributária que é paga hoje pelos contribuintes brasileiros, de modo que cada cidadão tenha uma noção mais clara do quanto do seu trabalho é destinado para o governo", afirmou o IEE (Instituto de Estudos Empresariais), um dos organizadores da ação, em nota. O ato simbólico foi organizado pelo Instituto Liberdade, IEE (Instituto de Estudos Empresariais), Aclame (Associação da Classe Média), Sulpetro (Sincato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul), Rede SIM, CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre), Instituto Ludwig von Mises e pelo Movimento Endireita Brasil. CHOPP SEM IMPOSTO Também nesta terça-feira acontece a campanha "Chopp Sem Imposto", organizada pela Rede Liberdade em nove Estados. A bebida será vendida por um terço do valor original nos locais participantes. A diferença é paga pela organizadora da ação. "Altos tributos significam menos dinheiro para empreender e para obter bens (como a sonhada casa própria), menos vagas de empregos formais, menos desenvolvimento, e muito mais dificuldades para que os brasileiros consigam vencer a pobreza", afirmou a entidade em nota. Confira abaixo os locais participantes:
2
PIB do Brasil sobe 0,2% no 2º tri e economia dá sinais de recuperação
A economia brasileira cresceu no segundo trimestre do ano, e a composição do resultado, segundo analistas, indica que a atividade começa a se recuperar. O IBGE informou nesta sexta-feira (1º) que o PIB teve alta de 0,2% de abril a junho, frente aos três meses anteriores. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a economia avançou 0,3%. O resultado ocorre após o PIB ter crescido 1% no primeiro trimestre, puxado pelo setor agropecuário, o que foi comemorado pelo governo de Michel Temer como o fim da recessão. PIB - Trimestre X trimestre imediatamente anterior, em % O número ficou acima do que esperavam analistas consultados pela agência Bloomberg. A aposta central era de que o PIB subiria 0,1% na comparação com o trimestre anterior. No acumulado em quatro trimestres, a queda é de 1,4%. No segundo trimestre, o setor agropecuário ficou estável, como era previsto, passado o efeito benéfico da colheita da safra recorde de grãos. Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, afirma que a economia está no início de um processo de retomada, o que é esperado após três anos de recessão. A inflação mais baixa e os juros decrescentes são o principal fator de estímulo, avalia a analista. "Como o efeito da política monetária é crescente, o que começamos a ver agora é apenas o início da recuperação que veremos até o fim do ano", afirmou. PIB por setores CONSUMO Como resultado desse contexto, a renda das famílias está em recuperação, o que impulsionou o consumo após mais de dois anos de contração. Segundo o IBGE, o consumo das famílias cresceu 1,4% no segundo trimestre em relação aos primeiros três meses do ano, primeiro resultado positivo desde o fim de 2014. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o resultado também ficou positivo em 0,7%. Esse número é relevante porque o consumo responde a 65% do PIB. É a conta mais importante de demanda da economia. O IBGE diz que o consumo das famílias foi influenciado pelo enfraquecimento da inflação no segundo trimestre –que chegou a ser negativa em junho– e pela queda da Selic, a taxa básica de juros, além do crescimento dos salários no período. Zeina afirma que os indicadores de endividamento das famílias melhoraram, o que abriu caminho para a retomada do crédito. Leitura semelhante ao do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em entrevista à Folha. Os saques das contas inativas do FGTS e o encerramento do ciclo de demissões, antes do que previam os economistas, contribuem para este cenário. Dessa maneira, os serviços ficaram positivo no segundo trimestre, com alta de 0,6% ante os primeiros três meses do ano. Em relação ao segundo trimestre do ano passado, a queda é de 0,3%. Para Silvia Matos, coordenadora do boletim Macro do Ibre/FGV, a composição do PIB sugere que o segundo semestre será de resultados positivos. "Números negativos para o PIB não estão mais no nosso radar", disse a economista. Matos, porém, é mais receosa quanto à força da retomada. Embora mantenha previsão de crescimento de 0,3% neste ano e de 2% a 2,2% no ano que vem, ela afirma que há muitas incertezas que podem afetar o ritmo de recuperação da economia. O principal risco vem do desempenho negativo das contas públicas e da turbulência política. O deficit orçamentário piorou desde a divulgação do último PIB. E o governo, envolto em denúncias de corrupção contra o presidente Temer e seus principais assessores, perdeu força política na negociação com o Congresso Nacional por medidas que geram receitas. "O mercado nos deu mais tempo para nos ajustarmos, e os juros mais baixos nos deixaram um pouco anestesiados. Mas um próximo baque ainda pode vir", disse. "Nada que aborte a recuperação, mas que pode torná-la mais lenta". REVISÕES O IBGE revisou o desempenho de alguns componentes do PIB no primeiro trimestre. O resultado não se alterou e continua sendo de uma expansão de 1% frente ao quarto trimestre de 2016. A agropecuária teve o crescimento revisto para baixo: em vez dos 13,4% apontados na medição anterior, houve expansão de 11,5% no primeiro trimestre. O consumo das famílias, que ainda mostrava retração na medição anterior, agora foi ficou em zero no primeiro trimestre. Os investimentos tiveram um desempenho menos negativo do que informado anteriormente pelo IBGE –caíram 0,9%, e não 1,6%, como informado na primeira divulgação. Os serviços, que apontavam estabilidade (0%) no primeiro trimestre, agora cresceram 0,2% no período. As revisões das contas do PIB são comuns e decorrem de melhor leitura dos dados, além de ajustes no cálculo que retira os efeitos sazonais e permite a comparação entre períodos diferentes. - O PIB, Produto Interno Bruto, é um dos principais indicadores de uma economia. Ele revela o valor adicionado à economia em um determinado período. O PIB pode ser calculado pela ótica da oferta e pela ótica da demanda. Os métodos devem apresentar o mesmo resultado. Desde o último trimestre de 2014, o IBGE passou a aplicar diretrizes da ONU que alteraram parcialmente os cálculos para o PIB. Investimentos em pesquisa e desenvolvimento, prospecção e avaliação de recursos minerais (mesmo que não sejam encontradas, por exemplo, jazidas de minério ou petróleo) e aquisição de softwares passaram a ser contabilizados no PIB. Antes, eram encarados como despesas intermediárias e descontadas do cálculo. Pela nova metodologia, os gastos governamentais com a compra de equipamentos militares também passam a ser considerados como investimento, por exemplo. Entenda o que é o PIB
mercado
PIB do Brasil sobe 0,2% no 2º tri e economia dá sinais de recuperaçãoA economia brasileira cresceu no segundo trimestre do ano, e a composição do resultado, segundo analistas, indica que a atividade começa a se recuperar. O IBGE informou nesta sexta-feira (1º) que o PIB teve alta de 0,2% de abril a junho, frente aos três meses anteriores. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a economia avançou 0,3%. O resultado ocorre após o PIB ter crescido 1% no primeiro trimestre, puxado pelo setor agropecuário, o que foi comemorado pelo governo de Michel Temer como o fim da recessão. PIB - Trimestre X trimestre imediatamente anterior, em % O número ficou acima do que esperavam analistas consultados pela agência Bloomberg. A aposta central era de que o PIB subiria 0,1% na comparação com o trimestre anterior. No acumulado em quatro trimestres, a queda é de 1,4%. No segundo trimestre, o setor agropecuário ficou estável, como era previsto, passado o efeito benéfico da colheita da safra recorde de grãos. Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, afirma que a economia está no início de um processo de retomada, o que é esperado após três anos de recessão. A inflação mais baixa e os juros decrescentes são o principal fator de estímulo, avalia a analista. "Como o efeito da política monetária é crescente, o que começamos a ver agora é apenas o início da recuperação que veremos até o fim do ano", afirmou. PIB por setores CONSUMO Como resultado desse contexto, a renda das famílias está em recuperação, o que impulsionou o consumo após mais de dois anos de contração. Segundo o IBGE, o consumo das famílias cresceu 1,4% no segundo trimestre em relação aos primeiros três meses do ano, primeiro resultado positivo desde o fim de 2014. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o resultado também ficou positivo em 0,7%. Esse número é relevante porque o consumo responde a 65% do PIB. É a conta mais importante de demanda da economia. O IBGE diz que o consumo das famílias foi influenciado pelo enfraquecimento da inflação no segundo trimestre –que chegou a ser negativa em junho– e pela queda da Selic, a taxa básica de juros, além do crescimento dos salários no período. Zeina afirma que os indicadores de endividamento das famílias melhoraram, o que abriu caminho para a retomada do crédito. Leitura semelhante ao do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em entrevista à Folha. Os saques das contas inativas do FGTS e o encerramento do ciclo de demissões, antes do que previam os economistas, contribuem para este cenário. Dessa maneira, os serviços ficaram positivo no segundo trimestre, com alta de 0,6% ante os primeiros três meses do ano. Em relação ao segundo trimestre do ano passado, a queda é de 0,3%. Para Silvia Matos, coordenadora do boletim Macro do Ibre/FGV, a composição do PIB sugere que o segundo semestre será de resultados positivos. "Números negativos para o PIB não estão mais no nosso radar", disse a economista. Matos, porém, é mais receosa quanto à força da retomada. Embora mantenha previsão de crescimento de 0,3% neste ano e de 2% a 2,2% no ano que vem, ela afirma que há muitas incertezas que podem afetar o ritmo de recuperação da economia. O principal risco vem do desempenho negativo das contas públicas e da turbulência política. O deficit orçamentário piorou desde a divulgação do último PIB. E o governo, envolto em denúncias de corrupção contra o presidente Temer e seus principais assessores, perdeu força política na negociação com o Congresso Nacional por medidas que geram receitas. "O mercado nos deu mais tempo para nos ajustarmos, e os juros mais baixos nos deixaram um pouco anestesiados. Mas um próximo baque ainda pode vir", disse. "Nada que aborte a recuperação, mas que pode torná-la mais lenta". REVISÕES O IBGE revisou o desempenho de alguns componentes do PIB no primeiro trimestre. O resultado não se alterou e continua sendo de uma expansão de 1% frente ao quarto trimestre de 2016. A agropecuária teve o crescimento revisto para baixo: em vez dos 13,4% apontados na medição anterior, houve expansão de 11,5% no primeiro trimestre. O consumo das famílias, que ainda mostrava retração na medição anterior, agora foi ficou em zero no primeiro trimestre. Os investimentos tiveram um desempenho menos negativo do que informado anteriormente pelo IBGE –caíram 0,9%, e não 1,6%, como informado na primeira divulgação. Os serviços, que apontavam estabilidade (0%) no primeiro trimestre, agora cresceram 0,2% no período. As revisões das contas do PIB são comuns e decorrem de melhor leitura dos dados, além de ajustes no cálculo que retira os efeitos sazonais e permite a comparação entre períodos diferentes. - O PIB, Produto Interno Bruto, é um dos principais indicadores de uma economia. Ele revela o valor adicionado à economia em um determinado período. O PIB pode ser calculado pela ótica da oferta e pela ótica da demanda. Os métodos devem apresentar o mesmo resultado. Desde o último trimestre de 2014, o IBGE passou a aplicar diretrizes da ONU que alteraram parcialmente os cálculos para o PIB. Investimentos em pesquisa e desenvolvimento, prospecção e avaliação de recursos minerais (mesmo que não sejam encontradas, por exemplo, jazidas de minério ou petróleo) e aquisição de softwares passaram a ser contabilizados no PIB. Antes, eram encarados como despesas intermediárias e descontadas do cálculo. Pela nova metodologia, os gastos governamentais com a compra de equipamentos militares também passam a ser considerados como investimento, por exemplo. Entenda o que é o PIB
2
Power Ranger vermelho confessa ter matado amigo com espada
O ator Ricardo Medina Jr., que foi o ranger vermelho na série "Power Rangers Wild Force" (2002), confessou, nesta quinta-feira (16) ter matado seu colega de quarto com golpes de espada, em 2015. O ranger vermelho, de 38 anos, está preso desde 2015 sob acusação de ter matado Josh Sutter. Promotores do estado americano da Califórnia sustentavam que o ator assassinou o amigo depois de uma discussão, envolvendo a namorada do artista. O próprio ranger chamou a polícia, e Sutter chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. A confissão do ator é de ter cometido um crime passional —o que, na legislação da Califórnia, pode fazê-lo ser condenado a até seis anos de prisão. Se fosse condenado por assassinato, sua pena poderia ir de 26 anos à prisão perpétua.
ilustrada
Power Ranger vermelho confessa ter matado amigo com espadaO ator Ricardo Medina Jr., que foi o ranger vermelho na série "Power Rangers Wild Force" (2002), confessou, nesta quinta-feira (16) ter matado seu colega de quarto com golpes de espada, em 2015. O ranger vermelho, de 38 anos, está preso desde 2015 sob acusação de ter matado Josh Sutter. Promotores do estado americano da Califórnia sustentavam que o ator assassinou o amigo depois de uma discussão, envolvendo a namorada do artista. O próprio ranger chamou a polícia, e Sutter chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. A confissão do ator é de ter cometido um crime passional —o que, na legislação da Califórnia, pode fazê-lo ser condenado a até seis anos de prisão. Se fosse condenado por assassinato, sua pena poderia ir de 26 anos à prisão perpétua.
1
Economista cita manifesto surrealista de André Bréton
O artigo publicado por Gabriel Galípolo e Luiz Gonzaga Belluzzo foi escrito por Luiz Galípolo e Gabriel Belluzzo em homenagem ao manifesto surrealista de André Bréton. Diz Bréton: "o positivismo, desde Santo Tomás a Anatole France, me parece hostil a todo tipo de elevação moral e intelectual. Tenho horror por considera-la resultado da mediocridade, do ódio e de vazios sentimentos de autossuficiência. Esta atitude engendrou livros ridículos e obras teatrais insultantes. Se alimenta incessantemente de notícias jornalísticas, atraiçoa a ciência e a arte, ao agrilhoar o público a seus gostos mais rasteiros." * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
paineldoleitor
Economista cita manifesto surrealista de André BrétonO artigo publicado por Gabriel Galípolo e Luiz Gonzaga Belluzzo foi escrito por Luiz Galípolo e Gabriel Belluzzo em homenagem ao manifesto surrealista de André Bréton. Diz Bréton: "o positivismo, desde Santo Tomás a Anatole France, me parece hostil a todo tipo de elevação moral e intelectual. Tenho horror por considera-la resultado da mediocridade, do ódio e de vazios sentimentos de autossuficiência. Esta atitude engendrou livros ridículos e obras teatrais insultantes. Se alimenta incessantemente de notícias jornalísticas, atraiçoa a ciência e a arte, ao agrilhoar o público a seus gostos mais rasteiros." * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
16
Crises política e econômica assustam cartolagem olímpica
O Comitê Olímpico Internacional e o Comitê Rio 2016, os responsáveis pela organização da Olimpíada-2016, tomaram atitude numa tentativa de neutralizar os efeitos das crises econômica e política –aqui, destaque para o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff–, e assim contornar riscos nos preparativos do evento no Brasil. Na semana passada, a reforma do estádio de remo da Lagoa Rodrigo de Freitas parou por falta de verbas, que não foram liberadas pelo governo do Estado do Rio de Janeiro. Uma situação para ser reavaliada. Recentemente, o mesmo governo havia revelado dificuldades para pagar o décimo terceiro salário do funcionalismo. Por causa de situações desse tipo, os comitês ajustam os planos para a arrancada final, já que a abertura dos Jogos está programada para agosto próximo. O cenário está complicado e ninguém garante que vai melhorar em curto espaço de tempo. O Comitê Rio se recusa a revelar valores, mas adianta que está revisando projetos em busca de possíveis cortes de gastos. E o COI, além de participar do processo, respalda as decisões, inclusive interferindo para evitar críticas das federações internacionais. Cada federação –a Olimpíada prevê competições em 28 esportes, no total de 42 modalidades– quer o melhor para a sua área e qualquer desvio de rota é motivo para chiadeira e protestos. Por isso o COI está alerta, pronto para se transformar em algodão entre cristais. Um exemplo concreto pode ser o do parque aquático Maria Lenk, para o qual estava prevista uma cobertura provisória, agora descartada. Não era uma obra essencial para as disputas no local, mas um conforto a mais que a Federação Internacional de Natação reivindicava que fosse mantido. Acabou descartado do projeto com aval do COI. Os organizadores ficaram blindados contra as críticas. É certo, no entanto, que os preparativos para os Jogos foram afetados pela crise econômica, razão do reposicionamento. O cenário atual contrasta com o do ano de 2009, quando o Rio conquistou o direito de abrigar os Jogos. Nesse novo contexto, é o momento de o comitê organizador e de a Autoridade Pública Olímpica, o consórcio criado para harmonizar as relações das três áreas de governo –municipal, estadual e federal– envolvidas no projeto olímpico, anunciarem a atualização da estimativa orçamentária dos Jogos, que já tinha atingido a casa dos R$ 38,67 bilhões. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), se engajou nessa campanha de proteção aos Jogos, que sempre foram um compromisso da cidade, embora o governo federal também tenha assumido responsabilidades. Recentemente, Paes teria acertado detalhes pessoalmente com o presidente do COI, o alemão Thomas Bach, num encontro em Paris. Segundo Christophe Dubi, diretor do COI, Paes também "apresentou garantias" contra crises, via videoconferência, aos integrantes do comitê executivo da entidade, que se reuniram em Lausanne, Suíça, na semana passada. A grande verdade é que muita negociação ainda vai rolar nos sete meses e poucos dias que faltam até os Jogos. É difícil, mas necessário, correr também atrás de recursos privados, pois as fontes públicas estão exauridas. Certa vez, numa conversa sobre relações trabalhistas com um empresário, ouvi dele uma frase intrigante: "Meu filho, sem bilheteria não tem circo". Cairia bem na atualidade para os organizadores de Olimpíada.
colunas
Crises política e econômica assustam cartolagem olímpicaO Comitê Olímpico Internacional e o Comitê Rio 2016, os responsáveis pela organização da Olimpíada-2016, tomaram atitude numa tentativa de neutralizar os efeitos das crises econômica e política –aqui, destaque para o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff–, e assim contornar riscos nos preparativos do evento no Brasil. Na semana passada, a reforma do estádio de remo da Lagoa Rodrigo de Freitas parou por falta de verbas, que não foram liberadas pelo governo do Estado do Rio de Janeiro. Uma situação para ser reavaliada. Recentemente, o mesmo governo havia revelado dificuldades para pagar o décimo terceiro salário do funcionalismo. Por causa de situações desse tipo, os comitês ajustam os planos para a arrancada final, já que a abertura dos Jogos está programada para agosto próximo. O cenário está complicado e ninguém garante que vai melhorar em curto espaço de tempo. O Comitê Rio se recusa a revelar valores, mas adianta que está revisando projetos em busca de possíveis cortes de gastos. E o COI, além de participar do processo, respalda as decisões, inclusive interferindo para evitar críticas das federações internacionais. Cada federação –a Olimpíada prevê competições em 28 esportes, no total de 42 modalidades– quer o melhor para a sua área e qualquer desvio de rota é motivo para chiadeira e protestos. Por isso o COI está alerta, pronto para se transformar em algodão entre cristais. Um exemplo concreto pode ser o do parque aquático Maria Lenk, para o qual estava prevista uma cobertura provisória, agora descartada. Não era uma obra essencial para as disputas no local, mas um conforto a mais que a Federação Internacional de Natação reivindicava que fosse mantido. Acabou descartado do projeto com aval do COI. Os organizadores ficaram blindados contra as críticas. É certo, no entanto, que os preparativos para os Jogos foram afetados pela crise econômica, razão do reposicionamento. O cenário atual contrasta com o do ano de 2009, quando o Rio conquistou o direito de abrigar os Jogos. Nesse novo contexto, é o momento de o comitê organizador e de a Autoridade Pública Olímpica, o consórcio criado para harmonizar as relações das três áreas de governo –municipal, estadual e federal– envolvidas no projeto olímpico, anunciarem a atualização da estimativa orçamentária dos Jogos, que já tinha atingido a casa dos R$ 38,67 bilhões. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), se engajou nessa campanha de proteção aos Jogos, que sempre foram um compromisso da cidade, embora o governo federal também tenha assumido responsabilidades. Recentemente, Paes teria acertado detalhes pessoalmente com o presidente do COI, o alemão Thomas Bach, num encontro em Paris. Segundo Christophe Dubi, diretor do COI, Paes também "apresentou garantias" contra crises, via videoconferência, aos integrantes do comitê executivo da entidade, que se reuniram em Lausanne, Suíça, na semana passada. A grande verdade é que muita negociação ainda vai rolar nos sete meses e poucos dias que faltam até os Jogos. É difícil, mas necessário, correr também atrás de recursos privados, pois as fontes públicas estão exauridas. Certa vez, numa conversa sobre relações trabalhistas com um empresário, ouvi dele uma frase intrigante: "Meu filho, sem bilheteria não tem circo". Cairia bem na atualidade para os organizadores de Olimpíada.
10
Pazes concretas
RIO DE JANEIRO - Ferreira Gullar e Augusto de Campos, os principais poetas brasileiros surgidos depois de João Cabral de Melo Neto, estão, aos 85 anos, no apogeu. Por apogeu entenda-se o fato de que chegou para ambos o tempo dos encômios. Calaram-se as vozes contrárias e chovem sobre eles loas, prêmios e homenagens. É irônico para dois homens que, como intelectuais e poetas, sempre marcharam com vento contra. Significa que, à maneira de cada um, eles venceram. Em 2010, Gullar foi agraciado com o Prêmio Camões, o mais importante da língua, e, em 2015, cansado de dizer não, aceitou eleger-se para a Academia Brasileira de Letras — e gostou. Também no ano passado, Augusto foi o primeiro brasileiro a receber o Prêmio Neruda, conferido pelo Chile. Os dois estão fartamente representados nas livrarias; viram suas obras completas editadas há pouco; têm hoje como casa a mesma Companhia das Letras; e há belas retrospectivas de suas obras em cartaz — a sobre Gullar, no Espaço Cultural do BNDES, no Rio; a sobre Augusto, no SESC Pompeia, em São Paulo. Os dois se conheceram em 1954, quando Augusto foi atraído pelo livro de estreia de Gullar, "A Luta Corporal" — em que, depois de passar mais de cem páginas exibindo seu domínio sobre a linguagem, Gullar a destroçava, escrevendo coisas como "URR VERÕENS/ ÓR / TÚFUNS/ LERR DESVESLEZ VÁRZENS". Dali os dois partiram para a poesia visual, mas logo divergiram por questões estéticas e pessoais, e nunca mais se falaram. Estão rompidos há 60 anos. Nesse período, cada qual construiu uma obra monumental, mas, quando um deles se impunha sobre a intelligentsia, o outro se eclipsava. Hoje, os dois podem ser e são admirados pelos mesmos grupos. Eu sei, as diferenças são muitas, mas seria fascinante vê-los fazer as pazes. Nem que fosse para logo voltarem a brigar.
colunas
Pazes concretasRIO DE JANEIRO - Ferreira Gullar e Augusto de Campos, os principais poetas brasileiros surgidos depois de João Cabral de Melo Neto, estão, aos 85 anos, no apogeu. Por apogeu entenda-se o fato de que chegou para ambos o tempo dos encômios. Calaram-se as vozes contrárias e chovem sobre eles loas, prêmios e homenagens. É irônico para dois homens que, como intelectuais e poetas, sempre marcharam com vento contra. Significa que, à maneira de cada um, eles venceram. Em 2010, Gullar foi agraciado com o Prêmio Camões, o mais importante da língua, e, em 2015, cansado de dizer não, aceitou eleger-se para a Academia Brasileira de Letras — e gostou. Também no ano passado, Augusto foi o primeiro brasileiro a receber o Prêmio Neruda, conferido pelo Chile. Os dois estão fartamente representados nas livrarias; viram suas obras completas editadas há pouco; têm hoje como casa a mesma Companhia das Letras; e há belas retrospectivas de suas obras em cartaz — a sobre Gullar, no Espaço Cultural do BNDES, no Rio; a sobre Augusto, no SESC Pompeia, em São Paulo. Os dois se conheceram em 1954, quando Augusto foi atraído pelo livro de estreia de Gullar, "A Luta Corporal" — em que, depois de passar mais de cem páginas exibindo seu domínio sobre a linguagem, Gullar a destroçava, escrevendo coisas como "URR VERÕENS/ ÓR / TÚFUNS/ LERR DESVESLEZ VÁRZENS". Dali os dois partiram para a poesia visual, mas logo divergiram por questões estéticas e pessoais, e nunca mais se falaram. Estão rompidos há 60 anos. Nesse período, cada qual construiu uma obra monumental, mas, quando um deles se impunha sobre a intelligentsia, o outro se eclipsava. Hoje, os dois podem ser e são admirados pelos mesmos grupos. Eu sei, as diferenças são muitas, mas seria fascinante vê-los fazer as pazes. Nem que fosse para logo voltarem a brigar.
10
Grupo protesta na av. Paulista contra a falta de água na Grande São Paulo
Um grupo de cerca de 250 manifestantes realizou um protesto na tarde desta sexta-feira (20) na região da avenida Paulista, no centro de São Paulo, contra a falta de água que atinge parte da região metropolitana. O ato aconteceu de forma pacífica. Ele começou por volta das 14h30 no vão livre do Masp (Museu de Artes de São Paulo) e após passeata, terminou, por volta das 17h50, na rua Bela Cintra, em frete à Secretaria de Recursos Hídricos. Segundo o coordenador da Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental e membro da executiva do Coletivo Luta pela Água, Edson Aparecido da Silva, o ato é organizado por mais de 90 entidades que compõem o coletivo. "O objetivo do ato é denunciar para a população essa crise de abastecimento de água que a cidade de São Paulo e toda a região metropolitana vivem", disse ele. Também na Paulista aconteceu um protesto de professores da rede estadual na tarde desta sexta. Os dois atos chegaram a se encontrar, mas seguiram por percursos diferentes.
cotidiano
Grupo protesta na av. Paulista contra a falta de água na Grande São PauloUm grupo de cerca de 250 manifestantes realizou um protesto na tarde desta sexta-feira (20) na região da avenida Paulista, no centro de São Paulo, contra a falta de água que atinge parte da região metropolitana. O ato aconteceu de forma pacífica. Ele começou por volta das 14h30 no vão livre do Masp (Museu de Artes de São Paulo) e após passeata, terminou, por volta das 17h50, na rua Bela Cintra, em frete à Secretaria de Recursos Hídricos. Segundo o coordenador da Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental e membro da executiva do Coletivo Luta pela Água, Edson Aparecido da Silva, o ato é organizado por mais de 90 entidades que compõem o coletivo. "O objetivo do ato é denunciar para a população essa crise de abastecimento de água que a cidade de São Paulo e toda a região metropolitana vivem", disse ele. Também na Paulista aconteceu um protesto de professores da rede estadual na tarde desta sexta. Os dois atos chegaram a se encontrar, mas seguiram por percursos diferentes.
6
'Imoral não é negociar com corruptos', diz presidente de ONG anticorrupção
A crise no Brasil começará a ser resolvida quando a classe política que fracassou der lugar a uma nova geração de líderes realmente interessados no bem comum dos brasileiros e não em seus interesses pessoais. A avaliação é de José Ugaz, presidente da Transparência Internacional, organização de influência mundial voltada ao combate à corrupção. Segundo ele, a Operação Lava Jato é uma janela de oportunidade para a revisão do sistema político e do modo como o setor privado brasileiro faz seus negócios. "A esta altura, as empresas devem ter percebido que os custos da corrupção são imensos, tanto do ponto de vista financeiro como de reputação." Ugaz foi procurador especial anticorrupção responsável pela investigação e prisão do ex-ditador peruano Alberto Fujimori. Nesta semana, ele vem ao Brasil a convite da ministra Carmen Lúcia para assinar um acordo de cooperação entre a ONG que preside e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). "Digo agora que o Brasil não só exporta jogadores de futebol e corrupção, mas também um modelo anticorrupção exemplar", diz. * Folha - Como avalia as mais recentes revelações de corrupção no país? José Ugaz - Há um misto de surpresa e confirmação. De alguma maneira, esperávamos que isso ocorresse porque havia uma série de suspeitas sobre Michel Temer e algumas evidências que o vinculavam a casos de corrupção. Era questão de tempo. O que ocorreu simplesmente adiciona gravidade a um tema de urgência no país que é a situação política brasileira e sua democracia. O que a ampliação do espectro político dos envolvidos aponta? Alguns setores haviam dito que a Lava Jato era uma perseguição à esquerda. Outros haviam dito que era uma crise da direita empresarial. Mas o que ocorreu agora confirma o que os especialistas sempre afirmaram: corrupção não tem ideologia. Ela é transversal na política. O caso do Brasil é didático: há líderes de partidos de esquerda, há empresários que claramente não são esquerdistas e há políticos da direita envolvidos em casos graves de corrupção. Todos, de alguma maneira, tentam desmerecer a Lava Jato. Por quê? Porque a Lava Jato está funcionando e apontando para o problema, que são os corruptos. Isso indica que é preciso proteger a investigação para que ela siga com os níveis técnicos que tem apresentado, respeitando o devido processo legal, independentemente do nível político ou econômico dos investigados. Digo agora que o Brasil não só exporta jogadores de futebol e corrupção mas também um modelo anticorrupção exemplar. O acordo de delação premiada feito com o dono da J&F tem sido criticado por ter sido brando demais. Qual é o limite nas negociações com infratores da lei? O conceito da delação premiada existe, com outros nomes, em quase todos os países da América Latina. No Peru, usamos muito esse instituto no caso de Fujimori [ex-ditador peruano preso desde 2005] e Montesinos [braço direito de Fujimori] no ano 2000. Houve resistência de setores conservadores que defendiam ser imoral negociar com os corruptos. Eu sempre sustentei que imoral era não chegar aos crimes, não repatriar o dinheiro e manter a impunidade. Os italianos nos ensinaram em sua luta contra a máfia que a denúncia de um "insider" é muito importante, senão a única forma de avançar neste tipo de investigação. Pode ser que, neste caso específico, tenha havido flexibilidade demais. Não conheço os detalhes do acordo, mas talvez seja necessário revisá-lo para aplicar ajustes aos termos. A empresa se propôs a pagar 0,5% de seu faturamento em acordo de leniência, ou R$ 1 bilhão. A Procuradoria pede R$ 11, 2 bilhões, ou 5,8% do faturamento. Não é pouco? Qualquer acordo tem que estar centrado no princípio de proporcionalidade ao dano causado e ao dinheiro desviado. Na nossa perspectiva, todo o dinheiro que foi matéria de corrupção deve ser devolvido. Em princípio, essas cifras parecem muito baixas e precisariam ser revisadas para sabermos se são proporcionais ao dano causado por essa empresa. Como a delação pode ser feita sem passar a impressão de impunidade? Sem dúvida, o tema de fundo da delação é a impunidade. É preciso equilíbrio. Soa muito mal que este senhor [Joesley Batista] tenha uma vida de luxo em NY, com apartamento, avião e iate. Mas, do outro lado da balança, é preciso avaliar o que sua delação permitiu em termos de avanço justamente no combate à impunidade. O empresário declara em conversa com Temer que comprou dois juízes e infiltrou um procurador numa investigação. Como lidar com casos de corrupção no Judiciário sem retirar sua credibilidade para tocar uma operação anticorrupção? A corrupção no Judiciário acontece em todas as partes do mundo, no Brasil e na Finlândia. Isso, no entanto, não pode colocar em questionamento um processo tão grande e forte. Se há alguns juízes e procuradores corrompidos, a única solução é investigá-los a fundo e puni-los exemplarmente, com o máximo rigor que a lei permite, porque esse tipo de caso pode colocar em risco a investigação. Houve a revelação de áudios privados pela investigação. Vale tudo do combate à corrupção? Quais são seus limites éticos? Não vale tudo no combate à corrupção ou a qualquer outro crime. Para isso, precisam ser respeitadas as regras do processo legal, que estão muito bem estabelecidas em qualquer legislação do mundo. O respeito ao devido processo legal é fundamental porque dá legitimidade à investigação. Pode ter havido alguns excessos ou erros na divulgação ou retenção de áudios, e pode ter havido uma função instrumental para quem os tornou público. Mas isso não nos parece contaminar a essência dos processos da Lava Jato. Quais condições os favorecem negociatas ilegais entre as elites política e econômica? A corrupção na América Latina em geral é um problema estrutural, sistêmico e histórico. No caso latinoamericano, diria que tem a ver com o padrão colonial imposto por Portugal e Espanha, que favorecia relações de clientelismo, gerando o que hoje os cientistas sociais chamam de neopatrimonialismo ou autoritarismo burocrático. Isso promoveu instituições fracas, que as novas teorias chamam de instituições extrativistas, em que classes dirigentes tomam o poder para seu benefício próprio, e não do bem comum. Por isso a América Latina é o continente mais desigual do mundo. Há uma elite riquíssima mas milhões de pessoas em extrema pobreza. Quais medidas podem minorar os incentivos para a corrupção? No âmbito da prevenção, investigação e sanção, é preciso simplificar as regras de atuação, aumentar a transparência e fortalecer a educação em valores. Em alguns casos, é preciso aumentar as penas para corruptores e romper a impunidade, sancionando os atores mais importantes. No fundo, trata-se de aumentar o coeficiente democrático do país, que hoje é uma democracia forma, mas não real. Como assegurar a sustentabilidade de um processo anticorrupção? Na América Latina, se abre uma grande janela de oportunidade para reconstruirmos as estruturas mínimas de relação com o poder. O setor privado, depois de tanto apanhar, deve ter entendido que é muito mais custoso submeter-se à corrupção que trabalhar honestamente. Os empresários na América Latina em geral sempre acreditaram que era mais rentável pagar subornos que trabalhar com integridade. Hoje em dia, não só está claro que os custos são imensos, haja visto a multa de US$ 2,6 bilhões imposta a uma só empresa [a Odebrecht], como também é grave o comprometimento da reputação da marca e o risco à própria existência das empresas. Muitas estão quebrando e vão quebrar. Então este setor tem que fazer uma reflexão profunda e a Transparência Internacional busca agora abrir diálogo com esses atores para construir uma nova forma de fazer negócios na América Latina. Além disso, precisamos revisar nossas estruturas políticas: como estão organizados os partidos, como se financiam e quem chega ao poder e para quê. Existe a impressão de que a repatriação de recursos é modesta diante dos valores confessados em delações. Por respeitar o devido processo, precisamente, a repatriação de recursos não é tarefa fácil. Suas regras são muito complicadas. Existem tramas muito sofisticadas para retirar recursos de um país por meio de empresas offshore. Vimos que, apenas no caso da Odebrecht, havia quatro empresas offshore utilizadas para movimentar o dinheiro de um lugar a outro. Um processo de repatriação de dinheiro implica em desmontar todas essas estruturas, o que não é fácil, e distinguir o dinheiro legal do ilegal. Nosso princípio é que todo recurso proveniente de corrupção deve ser confiscado e repatriado. Como esses casos de corrupção impactam os cofres públicos? Estamos falando de um impacto nos orçamentos de 14 países, pelo menos, porque o esquema revelado pela Lava Jato se repetiu como um espelho em cada um dos países para os quais empresas brasileiras exportaram seus serviços e sua corrupção. Esse esquema passa pelo financiamento da política, ou seja, das pessoas que vão assumir o controle do país, passa pelo pagamento de propina a funcionários e parlamentares, para que tomem decisões ilegais em favor das empresas, e passa por um custo extra de obras que têm seu custo multiplicado cinco ou dez vezes. Esse dinheiro é roubado dos cidadãos do país, especialmente dos mais pobres. Qual o impacto da corrupção no desenvolvimento de um país? Hoje no mundo já está claro que a corrupção é um dos fatores mais importantes para impedir o desenvolvimento dos países. Em um discurso histórico de 1996, o então presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, disse que a corrupção era um câncer que aprofundava a pobreza e impedia o desenvolvimento. Suas implicações não são apenas morais, elas desviam recursos e verbas que deveriam ser usadas para resolver os problemas fundamentais dos cidadãos.
poder
'Imoral não é negociar com corruptos', diz presidente de ONG anticorrupçãoA crise no Brasil começará a ser resolvida quando a classe política que fracassou der lugar a uma nova geração de líderes realmente interessados no bem comum dos brasileiros e não em seus interesses pessoais. A avaliação é de José Ugaz, presidente da Transparência Internacional, organização de influência mundial voltada ao combate à corrupção. Segundo ele, a Operação Lava Jato é uma janela de oportunidade para a revisão do sistema político e do modo como o setor privado brasileiro faz seus negócios. "A esta altura, as empresas devem ter percebido que os custos da corrupção são imensos, tanto do ponto de vista financeiro como de reputação." Ugaz foi procurador especial anticorrupção responsável pela investigação e prisão do ex-ditador peruano Alberto Fujimori. Nesta semana, ele vem ao Brasil a convite da ministra Carmen Lúcia para assinar um acordo de cooperação entre a ONG que preside e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). "Digo agora que o Brasil não só exporta jogadores de futebol e corrupção, mas também um modelo anticorrupção exemplar", diz. * Folha - Como avalia as mais recentes revelações de corrupção no país? José Ugaz - Há um misto de surpresa e confirmação. De alguma maneira, esperávamos que isso ocorresse porque havia uma série de suspeitas sobre Michel Temer e algumas evidências que o vinculavam a casos de corrupção. Era questão de tempo. O que ocorreu simplesmente adiciona gravidade a um tema de urgência no país que é a situação política brasileira e sua democracia. O que a ampliação do espectro político dos envolvidos aponta? Alguns setores haviam dito que a Lava Jato era uma perseguição à esquerda. Outros haviam dito que era uma crise da direita empresarial. Mas o que ocorreu agora confirma o que os especialistas sempre afirmaram: corrupção não tem ideologia. Ela é transversal na política. O caso do Brasil é didático: há líderes de partidos de esquerda, há empresários que claramente não são esquerdistas e há políticos da direita envolvidos em casos graves de corrupção. Todos, de alguma maneira, tentam desmerecer a Lava Jato. Por quê? Porque a Lava Jato está funcionando e apontando para o problema, que são os corruptos. Isso indica que é preciso proteger a investigação para que ela siga com os níveis técnicos que tem apresentado, respeitando o devido processo legal, independentemente do nível político ou econômico dos investigados. Digo agora que o Brasil não só exporta jogadores de futebol e corrupção mas também um modelo anticorrupção exemplar. O acordo de delação premiada feito com o dono da J&F tem sido criticado por ter sido brando demais. Qual é o limite nas negociações com infratores da lei? O conceito da delação premiada existe, com outros nomes, em quase todos os países da América Latina. No Peru, usamos muito esse instituto no caso de Fujimori [ex-ditador peruano preso desde 2005] e Montesinos [braço direito de Fujimori] no ano 2000. Houve resistência de setores conservadores que defendiam ser imoral negociar com os corruptos. Eu sempre sustentei que imoral era não chegar aos crimes, não repatriar o dinheiro e manter a impunidade. Os italianos nos ensinaram em sua luta contra a máfia que a denúncia de um "insider" é muito importante, senão a única forma de avançar neste tipo de investigação. Pode ser que, neste caso específico, tenha havido flexibilidade demais. Não conheço os detalhes do acordo, mas talvez seja necessário revisá-lo para aplicar ajustes aos termos. A empresa se propôs a pagar 0,5% de seu faturamento em acordo de leniência, ou R$ 1 bilhão. A Procuradoria pede R$ 11, 2 bilhões, ou 5,8% do faturamento. Não é pouco? Qualquer acordo tem que estar centrado no princípio de proporcionalidade ao dano causado e ao dinheiro desviado. Na nossa perspectiva, todo o dinheiro que foi matéria de corrupção deve ser devolvido. Em princípio, essas cifras parecem muito baixas e precisariam ser revisadas para sabermos se são proporcionais ao dano causado por essa empresa. Como a delação pode ser feita sem passar a impressão de impunidade? Sem dúvida, o tema de fundo da delação é a impunidade. É preciso equilíbrio. Soa muito mal que este senhor [Joesley Batista] tenha uma vida de luxo em NY, com apartamento, avião e iate. Mas, do outro lado da balança, é preciso avaliar o que sua delação permitiu em termos de avanço justamente no combate à impunidade. O empresário declara em conversa com Temer que comprou dois juízes e infiltrou um procurador numa investigação. Como lidar com casos de corrupção no Judiciário sem retirar sua credibilidade para tocar uma operação anticorrupção? A corrupção no Judiciário acontece em todas as partes do mundo, no Brasil e na Finlândia. Isso, no entanto, não pode colocar em questionamento um processo tão grande e forte. Se há alguns juízes e procuradores corrompidos, a única solução é investigá-los a fundo e puni-los exemplarmente, com o máximo rigor que a lei permite, porque esse tipo de caso pode colocar em risco a investigação. Houve a revelação de áudios privados pela investigação. Vale tudo do combate à corrupção? Quais são seus limites éticos? Não vale tudo no combate à corrupção ou a qualquer outro crime. Para isso, precisam ser respeitadas as regras do processo legal, que estão muito bem estabelecidas em qualquer legislação do mundo. O respeito ao devido processo legal é fundamental porque dá legitimidade à investigação. Pode ter havido alguns excessos ou erros na divulgação ou retenção de áudios, e pode ter havido uma função instrumental para quem os tornou público. Mas isso não nos parece contaminar a essência dos processos da Lava Jato. Quais condições os favorecem negociatas ilegais entre as elites política e econômica? A corrupção na América Latina em geral é um problema estrutural, sistêmico e histórico. No caso latinoamericano, diria que tem a ver com o padrão colonial imposto por Portugal e Espanha, que favorecia relações de clientelismo, gerando o que hoje os cientistas sociais chamam de neopatrimonialismo ou autoritarismo burocrático. Isso promoveu instituições fracas, que as novas teorias chamam de instituições extrativistas, em que classes dirigentes tomam o poder para seu benefício próprio, e não do bem comum. Por isso a América Latina é o continente mais desigual do mundo. Há uma elite riquíssima mas milhões de pessoas em extrema pobreza. Quais medidas podem minorar os incentivos para a corrupção? No âmbito da prevenção, investigação e sanção, é preciso simplificar as regras de atuação, aumentar a transparência e fortalecer a educação em valores. Em alguns casos, é preciso aumentar as penas para corruptores e romper a impunidade, sancionando os atores mais importantes. No fundo, trata-se de aumentar o coeficiente democrático do país, que hoje é uma democracia forma, mas não real. Como assegurar a sustentabilidade de um processo anticorrupção? Na América Latina, se abre uma grande janela de oportunidade para reconstruirmos as estruturas mínimas de relação com o poder. O setor privado, depois de tanto apanhar, deve ter entendido que é muito mais custoso submeter-se à corrupção que trabalhar honestamente. Os empresários na América Latina em geral sempre acreditaram que era mais rentável pagar subornos que trabalhar com integridade. Hoje em dia, não só está claro que os custos são imensos, haja visto a multa de US$ 2,6 bilhões imposta a uma só empresa [a Odebrecht], como também é grave o comprometimento da reputação da marca e o risco à própria existência das empresas. Muitas estão quebrando e vão quebrar. Então este setor tem que fazer uma reflexão profunda e a Transparência Internacional busca agora abrir diálogo com esses atores para construir uma nova forma de fazer negócios na América Latina. Além disso, precisamos revisar nossas estruturas políticas: como estão organizados os partidos, como se financiam e quem chega ao poder e para quê. Existe a impressão de que a repatriação de recursos é modesta diante dos valores confessados em delações. Por respeitar o devido processo, precisamente, a repatriação de recursos não é tarefa fácil. Suas regras são muito complicadas. Existem tramas muito sofisticadas para retirar recursos de um país por meio de empresas offshore. Vimos que, apenas no caso da Odebrecht, havia quatro empresas offshore utilizadas para movimentar o dinheiro de um lugar a outro. Um processo de repatriação de dinheiro implica em desmontar todas essas estruturas, o que não é fácil, e distinguir o dinheiro legal do ilegal. Nosso princípio é que todo recurso proveniente de corrupção deve ser confiscado e repatriado. Como esses casos de corrupção impactam os cofres públicos? Estamos falando de um impacto nos orçamentos de 14 países, pelo menos, porque o esquema revelado pela Lava Jato se repetiu como um espelho em cada um dos países para os quais empresas brasileiras exportaram seus serviços e sua corrupção. Esse esquema passa pelo financiamento da política, ou seja, das pessoas que vão assumir o controle do país, passa pelo pagamento de propina a funcionários e parlamentares, para que tomem decisões ilegais em favor das empresas, e passa por um custo extra de obras que têm seu custo multiplicado cinco ou dez vezes. Esse dinheiro é roubado dos cidadãos do país, especialmente dos mais pobres. Qual o impacto da corrupção no desenvolvimento de um país? Hoje no mundo já está claro que a corrupção é um dos fatores mais importantes para impedir o desenvolvimento dos países. Em um discurso histórico de 1996, o então presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, disse que a corrupção era um câncer que aprofundava a pobreza e impedia o desenvolvimento. Suas implicações não são apenas morais, elas desviam recursos e verbas que deveriam ser usadas para resolver os problemas fundamentais dos cidadãos.
0
Complexo com estúdios e casa de Prince vai virar museu em outubro
Paisley Park, a propriedade onde vivia e trabalhava o cantor Prince, morto em abril, será parcialmente transformada em museu e aberta aos fãs em outubro. A entidade que gerencia o patrimônio do cantor de "Purple Rain" irá colaborar com a companhia que administra Graceland, a famosa casa de Elvis Presley, onde o rei do rock está enterrado –localizada em Memphis, recebe mais de 600.000 visitantes por ano. O complexo de Prince, que ocupa 5.000 m2 perto de Minneapolis, estará acessível ao público a partir de 6 de outubro, ou seja, uma semana antes do show organizado em sua memória. Tyka Nelson, sua irmã, disse que o astro do pop tinha planejado por muito tempo permitir que o público visitasse Paisley Park, onde se estabeleceu em 1987 e onde morreu em 21 de abril. "Apenas algumas centenas de pessoas tiveram a rara oportunidade de visitar o local quando ele estava vivo", disse em um comunicado, acrescentando que seu irmão "trabalhou ativamente" para abrir suas portas para os visitantes. "Agora os fãs de todo o mundo vão poder ver o mundo do Prince pela primeira vez quando abrimos as portas deste lugar incrível", disse. De acordo com o projeto apresentado à prefeitura da cidade de Chanhassen, os turistas vão desfrutar de visitas guiadas de 70 minutos e vão conhecer o estúdios de gravação, o auditório e o NPG Music Club, um espaço mantido em segredo por Prince. Também ficarão expostos milhares de itens pessoais, incluindo roupas usadas pelo artista em seus shows, instrumentos musicais e carros. Como era o caso quando oferecia uma festa, o museu só vai servir comida vegetariana e nada de bebidas alcoólicas. A entrada vai custar US$ 38,50, e haverá uma versão VIP que custará US$ 100. Paisley Park tem quatro estúdios principais, e depois de alugá-los para outros artistas famosos por dez anos, incluindo Madonna, R.E.M. e Stevie Wonder, Prince finalmente decidiu reservá-los para seu uso exclusivo.
ilustrada
Complexo com estúdios e casa de Prince vai virar museu em outubroPaisley Park, a propriedade onde vivia e trabalhava o cantor Prince, morto em abril, será parcialmente transformada em museu e aberta aos fãs em outubro. A entidade que gerencia o patrimônio do cantor de "Purple Rain" irá colaborar com a companhia que administra Graceland, a famosa casa de Elvis Presley, onde o rei do rock está enterrado –localizada em Memphis, recebe mais de 600.000 visitantes por ano. O complexo de Prince, que ocupa 5.000 m2 perto de Minneapolis, estará acessível ao público a partir de 6 de outubro, ou seja, uma semana antes do show organizado em sua memória. Tyka Nelson, sua irmã, disse que o astro do pop tinha planejado por muito tempo permitir que o público visitasse Paisley Park, onde se estabeleceu em 1987 e onde morreu em 21 de abril. "Apenas algumas centenas de pessoas tiveram a rara oportunidade de visitar o local quando ele estava vivo", disse em um comunicado, acrescentando que seu irmão "trabalhou ativamente" para abrir suas portas para os visitantes. "Agora os fãs de todo o mundo vão poder ver o mundo do Prince pela primeira vez quando abrimos as portas deste lugar incrível", disse. De acordo com o projeto apresentado à prefeitura da cidade de Chanhassen, os turistas vão desfrutar de visitas guiadas de 70 minutos e vão conhecer o estúdios de gravação, o auditório e o NPG Music Club, um espaço mantido em segredo por Prince. Também ficarão expostos milhares de itens pessoais, incluindo roupas usadas pelo artista em seus shows, instrumentos musicais e carros. Como era o caso quando oferecia uma festa, o museu só vai servir comida vegetariana e nada de bebidas alcoólicas. A entrada vai custar US$ 38,50, e haverá uma versão VIP que custará US$ 100. Paisley Park tem quatro estúdios principais, e depois de alugá-los para outros artistas famosos por dez anos, incluindo Madonna, R.E.M. e Stevie Wonder, Prince finalmente decidiu reservá-los para seu uso exclusivo.
1
Nunca me embaralhei com prestação de contas de 'Chatô', afirma Fontes
Depois de uma epopeia que já completa 20 anos, o diretor Guilherme Fontes planeja lançar seu "Chatô: O Rei do Brasil" na mesma semana em que chega em cartaz o último episódio de "Jogos Vorazes", saga blockbuster conhecida por ser "fominha": tradicionalmente monopoliza boa parte das salas do país. "Se lançasse antes, eu poderia ser expulso pelo 'Jogos'. Se lançasse depois, poderia não ter mais espaço", diz Fontes, que criou a própria distribuidora (a Milocos Entretenimento) para lançar o filme primeiro em 40 salas de São Paulo e Rio, e depois levá-lo para o restante do país –produção que captou R$ 8,6 milhões via leis de incentivo desde 1995. A confirmação, contudo, depende do aval das exibidoras. A Folha falou com as redes Cinemark e os circuitos Espaço Itaú e Estação. Todas confirmam o interesse em exibir "Chatô", mas afirmam que só na tarde desta terça (19) é que definirão a programação. Na noite de terça, o diretor organiza uma pré-estreia de "Chatô" em São Paulo, aberta apenas para convidados. Folha – Como pretende fazer a distribuição do seu filme? Guilherme Fontes– Sempre sonhei em participar ativamente do lançamento. Quando vislumbrei, no ano passado, que acabaria o filme, comecei a estruturar o processo, fiz um mapeamento do Brasil, pesquisando bairros e público. Quero lançar em 40 salas no Rio e em São Paulo, que representam 60% do mercado, e depois partir para outras cidades. Como sou distribuidor pequeno, preciso fazer algo que meu braço alcance. Alguma rede de cinema já confirmou a estreia? As maiores: Kinoplex, Cinemark, UCI... Nesse último fim de semana, três exibidores pequenos me ligaram. Ainda não fechei com eles. Mas a confirmação de fato só sai na terça, quando as redes fecham a programação. Isso é uma loucura, né? As redes programam conforme a demanda que elas têm. Mas não é só comigo, todos os filmes passam por esse filtro. Não teme que "Jogos Vorazes", que estreia nesta semana, tire espaço de "Chatô"? Não. Eu confio no meu filme. O meu público é diferente. E tem outra: se alguém for ver "Jogos Vorazes" e as sessões estiverem cheias, a pessoa provavelmente vai entrar no meu filme. Prefiro estrear junto do "Jogos" para não ser tirado por ele das salas. O seu público pode ser diferente do de "Jogos Vorazes", mas há outros três brasileiros que devem estrear nesta semana. Mas acho que cada um tem seu nicho. A concorrência é saudável. Não estou pensando em uma ou em mil salas. Estou pensando em ter média boa de público por sala ou estar acima dela. Não tenho maiores exigências. Bilheteria é o objetivo principal. Por que é que o escritório de advocacia que o defende aparece logo nos créditos iniciais, entre os patrocinadores? Porque, porra, eles tiveram de me defender de acusações de milhões de reais. Eles acreditavam que estava tudo bem comigo. Me patrocinaram, me protegeram. É um valor inestimável, que eu jamais poderia pagar com dinheiro. São meus grandes patrocinadores. Nos créditos finais, você diz que foi censurado. Por quem? Fui inibido pelo governo e por alguns jornalistas mal-intencionados. Fui censurado pela gestão do Ministério da Cultura no segundo governo FHC, que criou um processo embaralhado, falso, hipócrita. Isso fez com que os governos que vieram depois se fingissem de mortos. Os seguintes foram omissos, exceto na gestão da [ex-ministra da Cultura] Ana de Hollanda. Mas como eles o censuraram? Que interesse teriam? O Ministério da Cultura e a Secretaria do Audiovisual não aguentaram o fato de que eu tinha todas as contas prestadas que contrataram até uma auditoria externa. Fizeram isso por interesse pessoal, inveja, apoiaram-se na hipótese de que meu filme pudesse ser uma ofensa a eles ou uma crítica à imprensa. Você também se diz vítima de um caso passional. De quem? De uma série de pessoas que têm paixões e ciúmes do projeto. De quem? De namoradas que tive no passado. De quem queria comprar os direitos do livro, não conseguiu e quis me queimar Você se refere ao produtor Luiz Carlos Barreto? Eu não sei. O que você acha? É o que dizem... À Folha, o ator Paulo Betti disse crer que você talvez tenha se embaralhado com as contas. As contas foram prestadas. Nunca me embaralhei nas contas, me enrolei foi com o processo movido contra mim, que tem páginas modificadas em cima da hora, assuntos confusos: fatos que aconteceram em certas datas apontados como se tivessem ocorrido em outras. Isso me embaralhou. Aí foram achar pelo em ovo: irregularidades com terceiros. Com que terceiros? Com prestadores de serviço para o filme, gente que produziu notas frias. Mas não sou responsável por essa fraude. Pretende tocar outros projetos no futuro? Sim. Quero escrever um livro de memórias e curiosidades sobre "Chatô" e um documentário sobre ele. E tocar roteiros que tenho: um sobre surfe, outro sobre as UPPs e um terceiro sobre religião. Com dinheiro público? Talvez. Sempre vou colocar recurso próprio com recurso público. Mas cada vez menos recurso público. * DECLARAÇÃO 'INGRATA' O Ministério da Cultura rebateu as acusações feitas por Guilherme Fontes. "O ministro Juca Ferreira considera uma ingratidão a declaração. À época, fez todos os movimentos ao alcance do poder público para que a dívida do filme fosse renegociada junto aos seus credores", informou, via assessoria. Ferreira foi ministro da Cultura entre 2008 e 2011 e reconduzido neste ano. Já o produtor Luiz Carlos Barreto não foi encontrado, mas já afirmou à Folha que nunca criou dificuldades à produção de "Chatô" e que deseja sorte ao diretor. * BAQUE NA PROGRAMAÇÃO Até o meio desta semana, estarão em cartaz nos cinemas paulistanos 56 filmes (incluindo 20 brasileiros). A partir desta quarta (18), contudo, o número pode sofrer uma boa enxugada com a estreia de "Jogos Vorazes: A Esperança - O Final". A programação só será fechada na tarde da terça (17). No ano passado, o penúltimo filme da franquia ocupou quase metade de todas as salas de cinema do Brasil, tirando de cartaz outros longas-metragens. Ou seja, se você está planejando assistir a algum filme que está em cartaz, é bom correr aos cinemas agora mesmo, já que é grande a chance de que o circuito de cinemas sofra um grande baque.
ilustrada
Nunca me embaralhei com prestação de contas de 'Chatô', afirma FontesDepois de uma epopeia que já completa 20 anos, o diretor Guilherme Fontes planeja lançar seu "Chatô: O Rei do Brasil" na mesma semana em que chega em cartaz o último episódio de "Jogos Vorazes", saga blockbuster conhecida por ser "fominha": tradicionalmente monopoliza boa parte das salas do país. "Se lançasse antes, eu poderia ser expulso pelo 'Jogos'. Se lançasse depois, poderia não ter mais espaço", diz Fontes, que criou a própria distribuidora (a Milocos Entretenimento) para lançar o filme primeiro em 40 salas de São Paulo e Rio, e depois levá-lo para o restante do país –produção que captou R$ 8,6 milhões via leis de incentivo desde 1995. A confirmação, contudo, depende do aval das exibidoras. A Folha falou com as redes Cinemark e os circuitos Espaço Itaú e Estação. Todas confirmam o interesse em exibir "Chatô", mas afirmam que só na tarde desta terça (19) é que definirão a programação. Na noite de terça, o diretor organiza uma pré-estreia de "Chatô" em São Paulo, aberta apenas para convidados. Folha – Como pretende fazer a distribuição do seu filme? Guilherme Fontes– Sempre sonhei em participar ativamente do lançamento. Quando vislumbrei, no ano passado, que acabaria o filme, comecei a estruturar o processo, fiz um mapeamento do Brasil, pesquisando bairros e público. Quero lançar em 40 salas no Rio e em São Paulo, que representam 60% do mercado, e depois partir para outras cidades. Como sou distribuidor pequeno, preciso fazer algo que meu braço alcance. Alguma rede de cinema já confirmou a estreia? As maiores: Kinoplex, Cinemark, UCI... Nesse último fim de semana, três exibidores pequenos me ligaram. Ainda não fechei com eles. Mas a confirmação de fato só sai na terça, quando as redes fecham a programação. Isso é uma loucura, né? As redes programam conforme a demanda que elas têm. Mas não é só comigo, todos os filmes passam por esse filtro. Não teme que "Jogos Vorazes", que estreia nesta semana, tire espaço de "Chatô"? Não. Eu confio no meu filme. O meu público é diferente. E tem outra: se alguém for ver "Jogos Vorazes" e as sessões estiverem cheias, a pessoa provavelmente vai entrar no meu filme. Prefiro estrear junto do "Jogos" para não ser tirado por ele das salas. O seu público pode ser diferente do de "Jogos Vorazes", mas há outros três brasileiros que devem estrear nesta semana. Mas acho que cada um tem seu nicho. A concorrência é saudável. Não estou pensando em uma ou em mil salas. Estou pensando em ter média boa de público por sala ou estar acima dela. Não tenho maiores exigências. Bilheteria é o objetivo principal. Por que é que o escritório de advocacia que o defende aparece logo nos créditos iniciais, entre os patrocinadores? Porque, porra, eles tiveram de me defender de acusações de milhões de reais. Eles acreditavam que estava tudo bem comigo. Me patrocinaram, me protegeram. É um valor inestimável, que eu jamais poderia pagar com dinheiro. São meus grandes patrocinadores. Nos créditos finais, você diz que foi censurado. Por quem? Fui inibido pelo governo e por alguns jornalistas mal-intencionados. Fui censurado pela gestão do Ministério da Cultura no segundo governo FHC, que criou um processo embaralhado, falso, hipócrita. Isso fez com que os governos que vieram depois se fingissem de mortos. Os seguintes foram omissos, exceto na gestão da [ex-ministra da Cultura] Ana de Hollanda. Mas como eles o censuraram? Que interesse teriam? O Ministério da Cultura e a Secretaria do Audiovisual não aguentaram o fato de que eu tinha todas as contas prestadas que contrataram até uma auditoria externa. Fizeram isso por interesse pessoal, inveja, apoiaram-se na hipótese de que meu filme pudesse ser uma ofensa a eles ou uma crítica à imprensa. Você também se diz vítima de um caso passional. De quem? De uma série de pessoas que têm paixões e ciúmes do projeto. De quem? De namoradas que tive no passado. De quem queria comprar os direitos do livro, não conseguiu e quis me queimar Você se refere ao produtor Luiz Carlos Barreto? Eu não sei. O que você acha? É o que dizem... À Folha, o ator Paulo Betti disse crer que você talvez tenha se embaralhado com as contas. As contas foram prestadas. Nunca me embaralhei nas contas, me enrolei foi com o processo movido contra mim, que tem páginas modificadas em cima da hora, assuntos confusos: fatos que aconteceram em certas datas apontados como se tivessem ocorrido em outras. Isso me embaralhou. Aí foram achar pelo em ovo: irregularidades com terceiros. Com que terceiros? Com prestadores de serviço para o filme, gente que produziu notas frias. Mas não sou responsável por essa fraude. Pretende tocar outros projetos no futuro? Sim. Quero escrever um livro de memórias e curiosidades sobre "Chatô" e um documentário sobre ele. E tocar roteiros que tenho: um sobre surfe, outro sobre as UPPs e um terceiro sobre religião. Com dinheiro público? Talvez. Sempre vou colocar recurso próprio com recurso público. Mas cada vez menos recurso público. * DECLARAÇÃO 'INGRATA' O Ministério da Cultura rebateu as acusações feitas por Guilherme Fontes. "O ministro Juca Ferreira considera uma ingratidão a declaração. À época, fez todos os movimentos ao alcance do poder público para que a dívida do filme fosse renegociada junto aos seus credores", informou, via assessoria. Ferreira foi ministro da Cultura entre 2008 e 2011 e reconduzido neste ano. Já o produtor Luiz Carlos Barreto não foi encontrado, mas já afirmou à Folha que nunca criou dificuldades à produção de "Chatô" e que deseja sorte ao diretor. * BAQUE NA PROGRAMAÇÃO Até o meio desta semana, estarão em cartaz nos cinemas paulistanos 56 filmes (incluindo 20 brasileiros). A partir desta quarta (18), contudo, o número pode sofrer uma boa enxugada com a estreia de "Jogos Vorazes: A Esperança - O Final". A programação só será fechada na tarde da terça (17). No ano passado, o penúltimo filme da franquia ocupou quase metade de todas as salas de cinema do Brasil, tirando de cartaz outros longas-metragens. Ou seja, se você está planejando assistir a algum filme que está em cartaz, é bom correr aos cinemas agora mesmo, já que é grande a chance de que o circuito de cinemas sofra um grande baque.
1
'Sou grata pelas orações e pensamentos', escreve mãe de Fisher
A atriz Debbie Reynolds, 84, mãe de Carrie Fisher, agradeceu o apoio dos fãs da filha em mensagem publicada no Facebook. "Obrigada a todos que abraçaram os dons e talentos de minha amada e incrível filha. Sou grata pelos seus pensamentos e orações, que agora a guiam até a sua próxima parada. Com amor, mãe da Carrie", escreveu. Debbie Reynolds Fisher é filha de Reynolds, que se consagrou no cinema com o filme "Cantando na Chuva" (1952), e do cantor Eddie Fisher, autor de sucessos da década de 1950 como "Thinking of you" e "Oh my pa-pa". Fisher teve um ataque cardíaco durante um voo entre Londres e Los Angeles na sexta (23). Foi internada em estado grave assim que o avião pousou, mas não resistiu e morreu nesta terça (27).
ilustrada
'Sou grata pelas orações e pensamentos', escreve mãe de FisherA atriz Debbie Reynolds, 84, mãe de Carrie Fisher, agradeceu o apoio dos fãs da filha em mensagem publicada no Facebook. "Obrigada a todos que abraçaram os dons e talentos de minha amada e incrível filha. Sou grata pelos seus pensamentos e orações, que agora a guiam até a sua próxima parada. Com amor, mãe da Carrie", escreveu. Debbie Reynolds Fisher é filha de Reynolds, que se consagrou no cinema com o filme "Cantando na Chuva" (1952), e do cantor Eddie Fisher, autor de sucessos da década de 1950 como "Thinking of you" e "Oh my pa-pa". Fisher teve um ataque cardíaco durante um voo entre Londres e Los Angeles na sexta (23). Foi internada em estado grave assim que o avião pousou, mas não resistiu e morreu nesta terça (27).
1
Câmara autoriza Corinthians a fazer arena multiúso no Parque São Jorge
Uma emenda do vereador Milton Leite (DEM) que foi incorporada à lei de zoneamento permite que o Corinthians possa construir uma arena multiúso em sua sede social, no Parque São Jorge, Tatuapé (zona leste). O mesmo texto também abre brecha para que a área possa ser usada para a construção de torres residenciais. O Corinthians tem, atualmente, um ginásio poliesportivo e um time de futsal –estuda, ainda, retomar a equipe de basquete masculino. Na noite desta quinta (25), a Câmara de São Paulo aprovou em definitivo a nova lei de zoneamento da cidade. O texto determina o que pode ser construído e que tipo de atividade pode existir em cada rua da cidade. Se for sancionado pelo prefeito Fernando Haddad (PT), a cidade passará a ter mais áreas mistas (que juntam residência e comércio), prédios mais altos grandes avenidas com estrutura de transporte e mais terrenos voltados à construção de moradias para a população de baixa renda -previstas inclusive em áreas verdes da cidade. O projeto também prevê a liberação de templos religiosos em ruas estreitas da cidade, além de liberar os chamados puxadinhos na periferia - em lotes de até 250 metros quadrados que misturem residência e comércio, passam a ser permitidos imóveis de até três pisos (comércio no térreo e mais dois andares residenciais). As regras que determinam o uso e ocupação do solo devem ser revistas a cada dez anos. CONCEITO Embora o conceito urbanístico geral do plano tenha sido mantido, uma série de alterações descaracterizou parte das medidas previstas no texto enviado pelo prefeito, em junho do ano passado. Pelo menos 60 emendas de vereadores foram incorporadas ao texto. De um total de 198 enviadas ao relator Paulo Frange, após aproximadamente 50 audiências públicas ocorridas do ano passado para cá. A segunda votação teve 45 vereadores favoráveis e oito contrários ao projeto. Agora, ele voltará às mãos de Haddad, que pode sancioná-lo ou vetá-lo. O prefeito ainda terá um prazo de 180 dias para enviar correções ao Legislativo. Lei de Zonamento - Entenda como funciona a nova lei de São Paulo, segundo a proposta
cotidiano
Câmara autoriza Corinthians a fazer arena multiúso no Parque São JorgeUma emenda do vereador Milton Leite (DEM) que foi incorporada à lei de zoneamento permite que o Corinthians possa construir uma arena multiúso em sua sede social, no Parque São Jorge, Tatuapé (zona leste). O mesmo texto também abre brecha para que a área possa ser usada para a construção de torres residenciais. O Corinthians tem, atualmente, um ginásio poliesportivo e um time de futsal –estuda, ainda, retomar a equipe de basquete masculino. Na noite desta quinta (25), a Câmara de São Paulo aprovou em definitivo a nova lei de zoneamento da cidade. O texto determina o que pode ser construído e que tipo de atividade pode existir em cada rua da cidade. Se for sancionado pelo prefeito Fernando Haddad (PT), a cidade passará a ter mais áreas mistas (que juntam residência e comércio), prédios mais altos grandes avenidas com estrutura de transporte e mais terrenos voltados à construção de moradias para a população de baixa renda -previstas inclusive em áreas verdes da cidade. O projeto também prevê a liberação de templos religiosos em ruas estreitas da cidade, além de liberar os chamados puxadinhos na periferia - em lotes de até 250 metros quadrados que misturem residência e comércio, passam a ser permitidos imóveis de até três pisos (comércio no térreo e mais dois andares residenciais). As regras que determinam o uso e ocupação do solo devem ser revistas a cada dez anos. CONCEITO Embora o conceito urbanístico geral do plano tenha sido mantido, uma série de alterações descaracterizou parte das medidas previstas no texto enviado pelo prefeito, em junho do ano passado. Pelo menos 60 emendas de vereadores foram incorporadas ao texto. De um total de 198 enviadas ao relator Paulo Frange, após aproximadamente 50 audiências públicas ocorridas do ano passado para cá. A segunda votação teve 45 vereadores favoráveis e oito contrários ao projeto. Agora, ele voltará às mãos de Haddad, que pode sancioná-lo ou vetá-lo. O prefeito ainda terá um prazo de 180 dias para enviar correções ao Legislativo. Lei de Zonamento - Entenda como funciona a nova lei de São Paulo, segundo a proposta
6
Clube de jazz Blue Note ganha filial no Rio de Janeiro em agosto
Em agosto chega na capital carioca o clube nova-iorquino de jazz Blue Note. A casa, que tem sete filiais pelo mundo, como na Itália, no Japão e na China, contará com shows intimistas. No ano em que o jazz completa cem anos, o clube ganhará sede na zona sul do Rio de Janeiro e terá shows de quarta a domingo. Os ingressos para a inauguração estarão disponíveis a partir do dia 25 de junho para aqueles que se cadastrarem no site. No dia 30 começam as vendas gerais. A programação ainda não foi divulgada.
ilustrada
Clube de jazz Blue Note ganha filial no Rio de Janeiro em agostoEm agosto chega na capital carioca o clube nova-iorquino de jazz Blue Note. A casa, que tem sete filiais pelo mundo, como na Itália, no Japão e na China, contará com shows intimistas. No ano em que o jazz completa cem anos, o clube ganhará sede na zona sul do Rio de Janeiro e terá shows de quarta a domingo. Os ingressos para a inauguração estarão disponíveis a partir do dia 25 de junho para aqueles que se cadastrarem no site. No dia 30 começam as vendas gerais. A programação ainda não foi divulgada.
1
Procuradoria quer escola e monumento para reparar morte de Montagner
O Ministério Público Federal em Sergipe (MPF-SE) enviou na segunda (19) ofício convocando o prefeito de Canindé de São Francisco (SE), José Heleno da Silva, a firmar acordo como reparação ao dano moral coletivo depois da morte do Domingos Montagner na quinta (15). Assinado pela procuradora Lívia Tinôco, o ofício prevê a criação de um monumento em homenagem à memória do ator, "que reverencie a alegria das atividades circenses que [Montagner] praticou em sua vida", e a implantação de uma escola municipal de circo e teatro que leve o nome do ator. O documento será seguido por um termo de ajustamento de conduta (TAC), agora em redação pela procuradora. O termo oficializa o compromisso da prefeitura e do MPF adiantado pelo ofício. De acordo com a assessoria do MPF, além do monumento e da escola, é possível que o ministério também solicite no TAC a sinalização da região conhecida como Prainha, onde o ator morreu. A Folha tentou contato com o prefeito para saber se as solicitações seriam aceitas, mas não obteve retorno. A assessoria do MPF, por outro lado, disse que José Heleno da Silva teria afirmado publicamente que aceitaria o TAC. IRREGULAR Na terça, o MPF enviou à prefeitura um segundo ofício exigindo que o secretário de Turismo do município, José Dimas Roque, viesse a público esclarecer a suposta responsabilidade do MPF pela ausência de sinalização e guarda-vidas no local do acidente. Em fevereiro deste ano, uma reforma na Prainha fez com que toda a sinalização fosse retirada e os cinco salva-vidas contratados pela prefeitura fossem demitidos. O local foi reinaugurado no dia 30 de julho, em solenidade com a presença do governador Jackson barreto (PMDB). O local foi reaberto com 14 quiosques, um restaurante, parque infantil e campo de futebol. A prefeitura, contudo, não recolocou a sinalização de placas e boias nem recontratou os salva-vidas. "Desde aquela época [da inauguração], a área deveria estar devidamente sinalizada e com salva-vidas no local", diz a procuradora. No documento, a procuradora afirma que "as tratativas com o MPF se resumiram à recomendação de abstenção da entrega dos quiosques" na Prainha, "até a sua completa regularização", e não à abstenção de sinalização.
ilustrada
Procuradoria quer escola e monumento para reparar morte de MontagnerO Ministério Público Federal em Sergipe (MPF-SE) enviou na segunda (19) ofício convocando o prefeito de Canindé de São Francisco (SE), José Heleno da Silva, a firmar acordo como reparação ao dano moral coletivo depois da morte do Domingos Montagner na quinta (15). Assinado pela procuradora Lívia Tinôco, o ofício prevê a criação de um monumento em homenagem à memória do ator, "que reverencie a alegria das atividades circenses que [Montagner] praticou em sua vida", e a implantação de uma escola municipal de circo e teatro que leve o nome do ator. O documento será seguido por um termo de ajustamento de conduta (TAC), agora em redação pela procuradora. O termo oficializa o compromisso da prefeitura e do MPF adiantado pelo ofício. De acordo com a assessoria do MPF, além do monumento e da escola, é possível que o ministério também solicite no TAC a sinalização da região conhecida como Prainha, onde o ator morreu. A Folha tentou contato com o prefeito para saber se as solicitações seriam aceitas, mas não obteve retorno. A assessoria do MPF, por outro lado, disse que José Heleno da Silva teria afirmado publicamente que aceitaria o TAC. IRREGULAR Na terça, o MPF enviou à prefeitura um segundo ofício exigindo que o secretário de Turismo do município, José Dimas Roque, viesse a público esclarecer a suposta responsabilidade do MPF pela ausência de sinalização e guarda-vidas no local do acidente. Em fevereiro deste ano, uma reforma na Prainha fez com que toda a sinalização fosse retirada e os cinco salva-vidas contratados pela prefeitura fossem demitidos. O local foi reinaugurado no dia 30 de julho, em solenidade com a presença do governador Jackson barreto (PMDB). O local foi reaberto com 14 quiosques, um restaurante, parque infantil e campo de futebol. A prefeitura, contudo, não recolocou a sinalização de placas e boias nem recontratou os salva-vidas. "Desde aquela época [da inauguração], a área deveria estar devidamente sinalizada e com salva-vidas no local", diz a procuradora. No documento, a procuradora afirma que "as tratativas com o MPF se resumiram à recomendação de abstenção da entrega dos quiosques" na Prainha, "até a sua completa regularização", e não à abstenção de sinalização.
1
São Paulo vence o Avaí e se reabilita no Brasileiro
O São Paulo ficou longe de mostrar o futebol convincente dos primeiros jogos da temporada, mas com uma vitória por 2 a 0 sobre o Avaí, no estádio do Morumbi, nesta segunda-feira (22), pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, o time acabou com uma sequência de resultados negativos. Após semanas tensas devido às três eliminações consecutivas na Copa do Brasil, Paulista e Sul-Americana, o triunfo alivia pelo menos momentaneamente a pressão sobre os jogadores são-paulinos e o técnico Rogério Ceni, que no o próximo sábado (27) disputam o clássico contra o Palmeiras, pelo Brasileiro. Mesmo assim, o treinador terá que se preocupar em corrigir as falhas apresentadas. Mais uma vez, Cueva ficou aquém das suas exibições do início da temporada e, consequentemente, o time pouco criou. Substituído no segundo tempo, deixou o campo irritado e sob vaias de parte da torcida. Após a vitória, foi para o vestiário conversando com o treinador. O sistema defensivo da equipe tricolor melhorou na marcação de jogadas de bola aérea, uma das críticas ao time, mas voltou a cometer erros e mostrou uma marcação frágil no meio de campo. "O São Paulo não jogou bem, mas venceu. Em outros jogos, jogamos bem e não vencemos. Hoje, não jogamos com a bola no chão, trocamos menos passes em relação aos outros jogos em virtude do gramado que estava pesado. Temos consciência que precisamos melhorar e esperamos vencer o próximo jogo", disse técnico Rogério Ceni. Um sinal disso é que a história do jogo poderia ter sido completamente diferente se o Avaí aproveitasse um vacilo de Rodrigo Caio logo no início do confronto. Ele tentou tirar, mas furou, e a bola sobrou para o atacante, que teve o chute bloqueado pelo goleiro Renan Ribeiro. Na sobra, Marquinhos chutou para o gol sem goleiro, mas mandou por cima do travessão. Logo após o gol desperdiçado pelo Avaí, o São Paulo abriu o placar. Cícero lançou na área para Marcinho, que ajeitou para Luccas Pratto bater de primeira e marcar. O gol proporcionou tranquilidade para o time, que teve chances de aumentar com o próprio argentino e Cueva. Rogério havia feito modificações na equipe. Escalou o zagueiro Lugano como titular no lugar de Maicon. Buffarini foi o lateral direito e volante Thiago Mendes voltou para a sua posição de origem. O jovem volante Éder Militão, 19, foi o preterido. Outro que ficou fora do time titular foi o volante João Schmitd –que entrou na etapa complementar. Ele pode voltar à equipe contra o Palmeiras, já que Thiago Mendes foi substituído com dores no joelho e pode desfalcar a equipe de Rogério Ceni. Já no segundo tempo, o São Paulo não conseguiu controlar o jogo e viu o rival rondar a sua área. Sem qualidade ofensiva, porém, o Avaí não assustou o goleiro tricolor e mostrou que vai lutar contra o rebaixamento –já empatou na contra o Vitória em casa. O São Paulo só conseguiu mais tranquilidade aos 45 minutos, quando Luiz Araújo arrancou com a bola do círculo do meio de campo, ganhou a dividida com o zagueiro e bateu no canto para aumentar. Assim como o time, o atacante começou muito bem a temporada e ganhou a condição de titular. Após atuações ruins, porém, foi preterido. Com o gol, encerrou um jejum de 12 jogos sem marcar. É outro que pode ser titular no clássico de sábado.
esporte
São Paulo vence o Avaí e se reabilita no BrasileiroO São Paulo ficou longe de mostrar o futebol convincente dos primeiros jogos da temporada, mas com uma vitória por 2 a 0 sobre o Avaí, no estádio do Morumbi, nesta segunda-feira (22), pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, o time acabou com uma sequência de resultados negativos. Após semanas tensas devido às três eliminações consecutivas na Copa do Brasil, Paulista e Sul-Americana, o triunfo alivia pelo menos momentaneamente a pressão sobre os jogadores são-paulinos e o técnico Rogério Ceni, que no o próximo sábado (27) disputam o clássico contra o Palmeiras, pelo Brasileiro. Mesmo assim, o treinador terá que se preocupar em corrigir as falhas apresentadas. Mais uma vez, Cueva ficou aquém das suas exibições do início da temporada e, consequentemente, o time pouco criou. Substituído no segundo tempo, deixou o campo irritado e sob vaias de parte da torcida. Após a vitória, foi para o vestiário conversando com o treinador. O sistema defensivo da equipe tricolor melhorou na marcação de jogadas de bola aérea, uma das críticas ao time, mas voltou a cometer erros e mostrou uma marcação frágil no meio de campo. "O São Paulo não jogou bem, mas venceu. Em outros jogos, jogamos bem e não vencemos. Hoje, não jogamos com a bola no chão, trocamos menos passes em relação aos outros jogos em virtude do gramado que estava pesado. Temos consciência que precisamos melhorar e esperamos vencer o próximo jogo", disse técnico Rogério Ceni. Um sinal disso é que a história do jogo poderia ter sido completamente diferente se o Avaí aproveitasse um vacilo de Rodrigo Caio logo no início do confronto. Ele tentou tirar, mas furou, e a bola sobrou para o atacante, que teve o chute bloqueado pelo goleiro Renan Ribeiro. Na sobra, Marquinhos chutou para o gol sem goleiro, mas mandou por cima do travessão. Logo após o gol desperdiçado pelo Avaí, o São Paulo abriu o placar. Cícero lançou na área para Marcinho, que ajeitou para Luccas Pratto bater de primeira e marcar. O gol proporcionou tranquilidade para o time, que teve chances de aumentar com o próprio argentino e Cueva. Rogério havia feito modificações na equipe. Escalou o zagueiro Lugano como titular no lugar de Maicon. Buffarini foi o lateral direito e volante Thiago Mendes voltou para a sua posição de origem. O jovem volante Éder Militão, 19, foi o preterido. Outro que ficou fora do time titular foi o volante João Schmitd –que entrou na etapa complementar. Ele pode voltar à equipe contra o Palmeiras, já que Thiago Mendes foi substituído com dores no joelho e pode desfalcar a equipe de Rogério Ceni. Já no segundo tempo, o São Paulo não conseguiu controlar o jogo e viu o rival rondar a sua área. Sem qualidade ofensiva, porém, o Avaí não assustou o goleiro tricolor e mostrou que vai lutar contra o rebaixamento –já empatou na contra o Vitória em casa. O São Paulo só conseguiu mais tranquilidade aos 45 minutos, quando Luiz Araújo arrancou com a bola do círculo do meio de campo, ganhou a dividida com o zagueiro e bateu no canto para aumentar. Assim como o time, o atacante começou muito bem a temporada e ganhou a condição de titular. Após atuações ruins, porém, foi preterido. Com o gol, encerrou um jejum de 12 jogos sem marcar. É outro que pode ser titular no clássico de sábado.
4
Juízes ainda se fiam na palavra isolada de policiais e testemunhas
A médica Virgínia Helena Soares de Souza foi presa com estardalhaço em fevereiro de 2013, acusada de provocar o óbito de sete pacientes internados na UTI do Hospital Evangélico de Curitiba. A "Doutora Morte" volta ao noticiário, com menos destaque, é verdade, por ter sido inocentada: em alguns casos, absolvição sumária, em outros o juiz não encontrou indícios suficientes para submetê-la a júri popular. Há danos irreparáveis. A reputação destruída, a carreira terminada, o confisco do tempo (dentro e fora da prisão), a angústia familiar, o estigma, o escândalo: "Vive quem eu quero, quem eu não quero eu deixo morrer", era o que dela se dizia com estrépito ou à boca pequena. Poucos meses depois de sua prisão, a revista "Piauí" publicaria reportagem de Daniela Pinheiro oferecendo um contraponto sóbrio e atento dos personagens e do processo. Virgínia foi defendida, desconstruiu "provas", recuperou a inocência Outro médico, Joaquim Ribeiro Filho, em mais um caso rumoroso, preso pela Polícia Federal em 2008, no Rio de Janeiro, acusado de fraudulentamente furar a fila única do transplante de fígado, também foi absolvido. Nove anos depois. Dirão que afinal a Justiça se fez, que os erros judiciários não se consumaram, apesar da demora, e que os dois episódios mostram traços de eficiência do sistema judicial. Não é bem assim. A maioria dos réus não tem meios de reagir ao rolo compressor da acusação criminal. A ausência de defesa e a invisibilidade geram material orgânico propício à proliferação de condenações erradas. Além de identificar casos concretos, o desafio da versão brasileira do "Innocence Project" (organização fundada nos EUA há 25 anos e com entidades afiliadas se espalhando por diversos países), presidida pela advogada Dora Cavalcanti, é procurar estratégias de prevenção. Pesquisas e estudos são essenciais para a compreensão da Justiça Criminal e para formulação de propostas de reforma. A polícia é despreparada. Despreza evidências e não preserva cena de crime. Só excepcionalmente o conhecimento científico está disponível para investigadores e investigados. Falta investimento. Corrupção de princípios, autoritarismo, preconceito. As defesas são formais, ineficazes. A lei está defasada. Formalidades cautelares foram sendo flexibilizadas e o reconhecimento de suspeitos, por exemplo, é invariavelmente frágil, inseguro. Em uma era marcada pela sofisticação tecnológica, juízes ainda se fiam na palavra isolada de policiais. A verdade da testemunha, ocular ou circunstancial, ainda é ponto determinante das decisões, ainda que a testemunha possa mentir ou se enganar, ver o que não viu ou acreditar que viu aquilo que gostaria de ter visto. O erro judiciário faz parte das regras do jogo processual. Parece inexorável. Aqui e no mundo inteiro: excessos, ineficiência, clamor, ódio político ou de classe, racismo. Por isso, a obrigação de indenizá-lo está presente nas declarações de direitos humanos, em tratados internacionais e nas constituições dos países. Ainda se vê a notícia da inocência de alguém condenado como um fait-divers, como algo extraordinário ou pitoresco. Mas é um sintoma grave e perturbador de fraqueza institucional.
colunas
Juízes ainda se fiam na palavra isolada de policiais e testemunhasA médica Virgínia Helena Soares de Souza foi presa com estardalhaço em fevereiro de 2013, acusada de provocar o óbito de sete pacientes internados na UTI do Hospital Evangélico de Curitiba. A "Doutora Morte" volta ao noticiário, com menos destaque, é verdade, por ter sido inocentada: em alguns casos, absolvição sumária, em outros o juiz não encontrou indícios suficientes para submetê-la a júri popular. Há danos irreparáveis. A reputação destruída, a carreira terminada, o confisco do tempo (dentro e fora da prisão), a angústia familiar, o estigma, o escândalo: "Vive quem eu quero, quem eu não quero eu deixo morrer", era o que dela se dizia com estrépito ou à boca pequena. Poucos meses depois de sua prisão, a revista "Piauí" publicaria reportagem de Daniela Pinheiro oferecendo um contraponto sóbrio e atento dos personagens e do processo. Virgínia foi defendida, desconstruiu "provas", recuperou a inocência Outro médico, Joaquim Ribeiro Filho, em mais um caso rumoroso, preso pela Polícia Federal em 2008, no Rio de Janeiro, acusado de fraudulentamente furar a fila única do transplante de fígado, também foi absolvido. Nove anos depois. Dirão que afinal a Justiça se fez, que os erros judiciários não se consumaram, apesar da demora, e que os dois episódios mostram traços de eficiência do sistema judicial. Não é bem assim. A maioria dos réus não tem meios de reagir ao rolo compressor da acusação criminal. A ausência de defesa e a invisibilidade geram material orgânico propício à proliferação de condenações erradas. Além de identificar casos concretos, o desafio da versão brasileira do "Innocence Project" (organização fundada nos EUA há 25 anos e com entidades afiliadas se espalhando por diversos países), presidida pela advogada Dora Cavalcanti, é procurar estratégias de prevenção. Pesquisas e estudos são essenciais para a compreensão da Justiça Criminal e para formulação de propostas de reforma. A polícia é despreparada. Despreza evidências e não preserva cena de crime. Só excepcionalmente o conhecimento científico está disponível para investigadores e investigados. Falta investimento. Corrupção de princípios, autoritarismo, preconceito. As defesas são formais, ineficazes. A lei está defasada. Formalidades cautelares foram sendo flexibilizadas e o reconhecimento de suspeitos, por exemplo, é invariavelmente frágil, inseguro. Em uma era marcada pela sofisticação tecnológica, juízes ainda se fiam na palavra isolada de policiais. A verdade da testemunha, ocular ou circunstancial, ainda é ponto determinante das decisões, ainda que a testemunha possa mentir ou se enganar, ver o que não viu ou acreditar que viu aquilo que gostaria de ter visto. O erro judiciário faz parte das regras do jogo processual. Parece inexorável. Aqui e no mundo inteiro: excessos, ineficiência, clamor, ódio político ou de classe, racismo. Por isso, a obrigação de indenizá-lo está presente nas declarações de direitos humanos, em tratados internacionais e nas constituições dos países. Ainda se vê a notícia da inocência de alguém condenado como um fait-divers, como algo extraordinário ou pitoresco. Mas é um sintoma grave e perturbador de fraqueza institucional.
10
Após derrota, técnico do Barcelona se arrepende por poupar Messi e Neymar
Após a derrota do Barcelona para o Real Sociedad por 1 a 0 em casa neste domingo (4), o técnico Luis Enrique revelou um certo arrependimento por ter deixado Messi e Neymar no banco de reservas. "Depois de ver o resultado que eu não sei se tomaria a mesma decisão", disse Enrique em entrevista coletiva após o jogo. O técnico contou que a opção foi feita porque os craques só tiveram dois dias de treinos com os companheiros depois da volta do período de férias e que eles passaram para uma longa viagem até à Espanha. Enrique ainda disse que achou injusto o resultado final da partida e que sua equipe não teve sorte nas finalizações. "O domínio era nosso, embora na primeira metade não tivemos chances de gol, mas na segunda sim, tivemos chances de marcar", afirmou o técnico.
esporte
Após derrota, técnico do Barcelona se arrepende por poupar Messi e NeymarApós a derrota do Barcelona para o Real Sociedad por 1 a 0 em casa neste domingo (4), o técnico Luis Enrique revelou um certo arrependimento por ter deixado Messi e Neymar no banco de reservas. "Depois de ver o resultado que eu não sei se tomaria a mesma decisão", disse Enrique em entrevista coletiva após o jogo. O técnico contou que a opção foi feita porque os craques só tiveram dois dias de treinos com os companheiros depois da volta do período de férias e que eles passaram para uma longa viagem até à Espanha. Enrique ainda disse que achou injusto o resultado final da partida e que sua equipe não teve sorte nas finalizações. "O domínio era nosso, embora na primeira metade não tivemos chances de gol, mas na segunda sim, tivemos chances de marcar", afirmou o técnico.
4
Senador propôs a Cerveró R$ 50 mil mensais e fuga pelo Paraguai com jato Falcon 50
O senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso nesta quarta-feira (25), como antecipou a Folha, sob acusação de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, ofereceu, segundo o STF, R$ 50 mil mensais para tentar convencer o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a não fechar acordo de delação premiada. Ele queria convencer Cerveró a fugir do país. O parlamentar queria evitar que o ex-executivo fizesse delação premiada, dando detalhes à Justiça do envolvimento dele em irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Delcídio procurou Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, que estava preso, para fazer a proposta. Ele estava acompanhado do advogado do ex-executivo, Edson Ribeiro, que também tem ordem de prisão autorizada. O banqueiro Andre Esteves –que também foi preso–, do BTG/Pactual, estaria a par das negociações. O senador e o advogado expuseram na reunião com Bernardo a ideia da fuga. Cerveró iria de avião até o Paraguai. De lá, embarcaria para Madri, na Espanha. Como tem cidadania espanhola, ele não teria dificuldade de entrar no país e lá estabelecer residência. A dupla até sugere o avião que deveria ser usado no percurso: um Falcon 50, que não precisaria pousar para reabastecer. O senador cita, na conversa, o nome de ministros do STF que, segundo ele, estariam dispostos a votar pela soltura dos investigados da Lava Jato que estavam presos em Curitiba. A conversa foi gravada por Bernardo e entregue ao Ministério Público Federal. Ouça A menção aos nomes de magistrados irritou os integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal), que nesta terça (24) decidiram autorizar a prisão do parlamentar. INVESTIGAÇÃO Delcídio e o banqueiro Esteves teriam tido também acesso à pré-proposta de delação premiada que Cerveró já estava negociando com promotores e a polícia. Uma investigação deve ser aberta para que se descubra quem repassou os documentos indevidamente a eles. Delcídio havia sido citado por Cerveró, que o acusou de participar de um esquema de desvio de recursos envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. O senador teria até mesmo oferecido possibilidade de fuga a Cerveró em troca de ele não aderir ao acordo de colaboração com a Justiça, revelando as irregularidades da operação. A conversa foi gravada por um filho de Cerveró.
colunas
Senador propôs a Cerveró R$ 50 mil mensais e fuga pelo Paraguai com jato Falcon 50O senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso nesta quarta-feira (25), como antecipou a Folha, sob acusação de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, ofereceu, segundo o STF, R$ 50 mil mensais para tentar convencer o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a não fechar acordo de delação premiada. Ele queria convencer Cerveró a fugir do país. O parlamentar queria evitar que o ex-executivo fizesse delação premiada, dando detalhes à Justiça do envolvimento dele em irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Delcídio procurou Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, que estava preso, para fazer a proposta. Ele estava acompanhado do advogado do ex-executivo, Edson Ribeiro, que também tem ordem de prisão autorizada. O banqueiro Andre Esteves –que também foi preso–, do BTG/Pactual, estaria a par das negociações. O senador e o advogado expuseram na reunião com Bernardo a ideia da fuga. Cerveró iria de avião até o Paraguai. De lá, embarcaria para Madri, na Espanha. Como tem cidadania espanhola, ele não teria dificuldade de entrar no país e lá estabelecer residência. A dupla até sugere o avião que deveria ser usado no percurso: um Falcon 50, que não precisaria pousar para reabastecer. O senador cita, na conversa, o nome de ministros do STF que, segundo ele, estariam dispostos a votar pela soltura dos investigados da Lava Jato que estavam presos em Curitiba. A conversa foi gravada por Bernardo e entregue ao Ministério Público Federal. Ouça A menção aos nomes de magistrados irritou os integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal), que nesta terça (24) decidiram autorizar a prisão do parlamentar. INVESTIGAÇÃO Delcídio e o banqueiro Esteves teriam tido também acesso à pré-proposta de delação premiada que Cerveró já estava negociando com promotores e a polícia. Uma investigação deve ser aberta para que se descubra quem repassou os documentos indevidamente a eles. Delcídio havia sido citado por Cerveró, que o acusou de participar de um esquema de desvio de recursos envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. O senador teria até mesmo oferecido possibilidade de fuga a Cerveró em troca de ele não aderir ao acordo de colaboração com a Justiça, revelando as irregularidades da operação. A conversa foi gravada por um filho de Cerveró.
10
Epidemia cruel
O governo federal anunciou na segunda-feira (23) a criação de uma força-tarefa para tentar conter o surto de microcefalia que já atinge 160 municípios de nove Estados. Até agora o país contabiliza 739 registros de episódios suspeitos, um aumento assustador em relação ao último quinquênio. De 2010 a 2014, a média anual ficou em 156 casos. Embora as autoridades sanitárias ainda mantenham como hipótese a explicação para esse fenômeno, tudo leva a crer que o aumento de ocorrências de malformação do crânio esteja ligado à propagação do vírus zika, identificado no Brasil pela primeira vez em junho. Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti –também responsável pela difusão da dengue–, o zika produz uma infecção mais branda e menos prolongada; 80% dos infectados nem sequer têm sintomas. Há grande preocupação, porém, com seu até então desconhecido potencial teratogênico. Não se ignorava que certos vírus (o causador da rubéola, por exemplo) podem afetar o desenvolvimento cerebral de um feto, mas tal conexão não fora estabelecida para o zika. Trata-se, afinal, de agente infeccioso algo discreto. Isolado em 1952, na África, só veio a provocar uma epidemia em 2007, numa ilha do Pacífico (Yap). No ano passado, durante surto na mesma região (Nova Caledônia), suspeitou-se que o zika pudesse estar associado à síndrome de Guillain-Barré, que leva o sistema imunológico a atacar o sistema nervoso por engano. A possibilidade de esse vírus provocar microcefalia é ora aventada pela coincidência temporal entre o aparecimento do zika e a súbita disparada de casos da anomalia em recém-nascidos. Tal desconfiança viu-se reforçada quando mães de bebês microcéfalos afirmaram que, na gestação, exibiram sintomas de zika, como manchas vermelhas na pele. Agora, os resultados de exames de duas gestantes confirmaram a contaminação dos fetos pelo vírus. Além disso, a explosão do número de registros aponta para uma doença transmitida por um vetor. É crucial identificar a causa de um surto para melhor enfrentá-lo, mas, no contexto brasileiro, as notícias são pouco alvissareiras. Até o último dia 14, assinalaram-se 1,5 milhão de casos prováveis de dengue no país; no mesmo período de 2014, a conta parava em 555 mil. Em outras palavras, o combate ao Aedes aegypti, transmissor da dengue e do zika, tem-se revelado dos mais precários. Ainda que persistam dúvidas sobre a relação entre o vírus e a microcefalia, o poder público, nas três esferas de governo, não pode tardar a agir. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Epidemia cruelO governo federal anunciou na segunda-feira (23) a criação de uma força-tarefa para tentar conter o surto de microcefalia que já atinge 160 municípios de nove Estados. Até agora o país contabiliza 739 registros de episódios suspeitos, um aumento assustador em relação ao último quinquênio. De 2010 a 2014, a média anual ficou em 156 casos. Embora as autoridades sanitárias ainda mantenham como hipótese a explicação para esse fenômeno, tudo leva a crer que o aumento de ocorrências de malformação do crânio esteja ligado à propagação do vírus zika, identificado no Brasil pela primeira vez em junho. Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti –também responsável pela difusão da dengue–, o zika produz uma infecção mais branda e menos prolongada; 80% dos infectados nem sequer têm sintomas. Há grande preocupação, porém, com seu até então desconhecido potencial teratogênico. Não se ignorava que certos vírus (o causador da rubéola, por exemplo) podem afetar o desenvolvimento cerebral de um feto, mas tal conexão não fora estabelecida para o zika. Trata-se, afinal, de agente infeccioso algo discreto. Isolado em 1952, na África, só veio a provocar uma epidemia em 2007, numa ilha do Pacífico (Yap). No ano passado, durante surto na mesma região (Nova Caledônia), suspeitou-se que o zika pudesse estar associado à síndrome de Guillain-Barré, que leva o sistema imunológico a atacar o sistema nervoso por engano. A possibilidade de esse vírus provocar microcefalia é ora aventada pela coincidência temporal entre o aparecimento do zika e a súbita disparada de casos da anomalia em recém-nascidos. Tal desconfiança viu-se reforçada quando mães de bebês microcéfalos afirmaram que, na gestação, exibiram sintomas de zika, como manchas vermelhas na pele. Agora, os resultados de exames de duas gestantes confirmaram a contaminação dos fetos pelo vírus. Além disso, a explosão do número de registros aponta para uma doença transmitida por um vetor. É crucial identificar a causa de um surto para melhor enfrentá-lo, mas, no contexto brasileiro, as notícias são pouco alvissareiras. Até o último dia 14, assinalaram-se 1,5 milhão de casos prováveis de dengue no país; no mesmo período de 2014, a conta parava em 555 mil. Em outras palavras, o combate ao Aedes aegypti, transmissor da dengue e do zika, tem-se revelado dos mais precários. Ainda que persistam dúvidas sobre a relação entre o vírus e a microcefalia, o poder público, nas três esferas de governo, não pode tardar a agir. editoriais@grupofolha.com.br
14
Ganhe mais sem correr mais risco
Muita gente investe seu dinheiro na tradicional conta-poupança. As razões que explicam essa preferência são muitas. Algumas não passam de lenda. A primeira lenda diz respeito ao risco. "Investir na Poupança é seguro!" Será? Depende do banco escolhido. Se o banco quebrar, cada cliente receberá até R$ 250 mil do FGC. Quem aplica mais do que isso entra na fila dos credores à espera de um milagre. Esse é o risco de crédito, mesmo risco presente em outras modalidades de depósito bancário: CDB, LCI, LCA, por exemplo. A segunda lenda diz respeito à rentabilidade. A TR, que corrige os depósitos da poupança (além do juro de 0,5% ao mês), é um mistério. Muita gente acha que a TR repõe a perda da inflação e que, portanto, vale a pena deixar o dinheiro lá. Lamento informar que não é verdade. A fórmula da TR é complicada, pouco transparente e fica longe da inflação. Em 2015, por exemplo, a inflação medida pelo IPCA acumulou 10,7%, e a TR, 1,79%. Os juros de 6,17% ao ano pagos acima da TR foram insuficientes para cobrir a inflação e representaram, portanto, perda para o investidor. SIMPLES Lendas à parte, a poupança atrai pela simplicidade. A rentabilidade, embora baixa, é definida pelo governo. É exatamente a mesma para depósitos de R$ 100 ou de R$ 1 milhão, não precisa negociar. Mas essa simplicidade custa caro. Quem ficou na poupança em 2015 ganhou 7,94%, quando poderia ter ganho cerca de 11,2% líquidos em outras aplicações financeiras, com o mesmo risco. RENDA FIXA No mesmo banco, mesmo risco de crédito, é possível aplicar em CDB (Certificado de Depósito Bancário). As diferenças entre o CDB e a poupança são três: Prazo: a conta-poupança não tem vencimento e paga rendimentos enquanto o dinheiro ficar lá; o CDB tem vencimento e nessa data o dinheiro volta para a conta-corrente, sendo necessário renegociar a operação. Rentabilidade: na poupança você ganha TR mais juro de 0,5% ao mês, nem mais, nem menos. No CDB você ganha um percentual da taxa DI vigente. Quanto maiores o prazo e a quantidade de dinhei- ro, melhor tende a ser a rentabilidade. Um depósito de R$ 10 mil pode ganhar 85% da taxa DI, enquanto um depósito de R$ 100 mil pode ganhar 100% da taxa DI. Aprenda a negociar. Imposto de Renda: os rendimentos da poupança são isentos do Imposto de Renda, enquanto os do CDB pagam entre 22,5% e 15%, conforme o prazo do depósito. Mas não se iluda; o fato de não pagar imposto não faz da poupança o melhor investimento. Dependendo da taxa, o retorno do CDB é melhor, mesmo pagando IR. Quem tem saldo bancário mais polpudo deve cotar as operações em LCI ou LCA, também isentas de imposto. Mas não a qualquer preço. Se você recebe 85% da taxa DI, todo o benefício da isenção fiscal acaba ficando com o banco. Procure negociar entre 86% e 90% da taxa DI, taxa que distribui o benefício para ambos, de forma mais equilibrada. Acima de 90%, melhor ainda. FUNDOS E PREVIDÊNCIA No caso de fundos de investimento, procure pelo fundo referenciado DI que acompanha a taxa de juros vigente no mercado. E não pague acima de 1% de taxa de administração. Plano de previdência tem outro nível de complexidade, exige maior conhecimento e uma sequência de escolhas pelas quais os agentes comerciais passam batido. Deixe para a fase dois. Nem os fundos nem os planos de previdência contam com a garantia do FGC. TESOURO DIRETO Com o melhor risco de crédito do país e custo baixo, você pode comprar a Tesouro Selic (antiga LFT) e ganhar a taxa Selic cheia, sem negociar com ninguém. Se considerarmos corretagem de 0,5% ao ano e custódia de 0,3% ao ano, o investidor fica com 94% da taxa Selic. Depois de pagar IR de 15%, seu rendimento líquido se aproxima de 11,2% ao ano. Tenha esse rendimento líquido em mente na hora de negociar com seu banco. Por que se contentar com menos se é isso que você pode ganhar do Tesouro Nacional?
colunas
Ganhe mais sem correr mais riscoMuita gente investe seu dinheiro na tradicional conta-poupança. As razões que explicam essa preferência são muitas. Algumas não passam de lenda. A primeira lenda diz respeito ao risco. "Investir na Poupança é seguro!" Será? Depende do banco escolhido. Se o banco quebrar, cada cliente receberá até R$ 250 mil do FGC. Quem aplica mais do que isso entra na fila dos credores à espera de um milagre. Esse é o risco de crédito, mesmo risco presente em outras modalidades de depósito bancário: CDB, LCI, LCA, por exemplo. A segunda lenda diz respeito à rentabilidade. A TR, que corrige os depósitos da poupança (além do juro de 0,5% ao mês), é um mistério. Muita gente acha que a TR repõe a perda da inflação e que, portanto, vale a pena deixar o dinheiro lá. Lamento informar que não é verdade. A fórmula da TR é complicada, pouco transparente e fica longe da inflação. Em 2015, por exemplo, a inflação medida pelo IPCA acumulou 10,7%, e a TR, 1,79%. Os juros de 6,17% ao ano pagos acima da TR foram insuficientes para cobrir a inflação e representaram, portanto, perda para o investidor. SIMPLES Lendas à parte, a poupança atrai pela simplicidade. A rentabilidade, embora baixa, é definida pelo governo. É exatamente a mesma para depósitos de R$ 100 ou de R$ 1 milhão, não precisa negociar. Mas essa simplicidade custa caro. Quem ficou na poupança em 2015 ganhou 7,94%, quando poderia ter ganho cerca de 11,2% líquidos em outras aplicações financeiras, com o mesmo risco. RENDA FIXA No mesmo banco, mesmo risco de crédito, é possível aplicar em CDB (Certificado de Depósito Bancário). As diferenças entre o CDB e a poupança são três: Prazo: a conta-poupança não tem vencimento e paga rendimentos enquanto o dinheiro ficar lá; o CDB tem vencimento e nessa data o dinheiro volta para a conta-corrente, sendo necessário renegociar a operação. Rentabilidade: na poupança você ganha TR mais juro de 0,5% ao mês, nem mais, nem menos. No CDB você ganha um percentual da taxa DI vigente. Quanto maiores o prazo e a quantidade de dinhei- ro, melhor tende a ser a rentabilidade. Um depósito de R$ 10 mil pode ganhar 85% da taxa DI, enquanto um depósito de R$ 100 mil pode ganhar 100% da taxa DI. Aprenda a negociar. Imposto de Renda: os rendimentos da poupança são isentos do Imposto de Renda, enquanto os do CDB pagam entre 22,5% e 15%, conforme o prazo do depósito. Mas não se iluda; o fato de não pagar imposto não faz da poupança o melhor investimento. Dependendo da taxa, o retorno do CDB é melhor, mesmo pagando IR. Quem tem saldo bancário mais polpudo deve cotar as operações em LCI ou LCA, também isentas de imposto. Mas não a qualquer preço. Se você recebe 85% da taxa DI, todo o benefício da isenção fiscal acaba ficando com o banco. Procure negociar entre 86% e 90% da taxa DI, taxa que distribui o benefício para ambos, de forma mais equilibrada. Acima de 90%, melhor ainda. FUNDOS E PREVIDÊNCIA No caso de fundos de investimento, procure pelo fundo referenciado DI que acompanha a taxa de juros vigente no mercado. E não pague acima de 1% de taxa de administração. Plano de previdência tem outro nível de complexidade, exige maior conhecimento e uma sequência de escolhas pelas quais os agentes comerciais passam batido. Deixe para a fase dois. Nem os fundos nem os planos de previdência contam com a garantia do FGC. TESOURO DIRETO Com o melhor risco de crédito do país e custo baixo, você pode comprar a Tesouro Selic (antiga LFT) e ganhar a taxa Selic cheia, sem negociar com ninguém. Se considerarmos corretagem de 0,5% ao ano e custódia de 0,3% ao ano, o investidor fica com 94% da taxa Selic. Depois de pagar IR de 15%, seu rendimento líquido se aproxima de 11,2% ao ano. Tenha esse rendimento líquido em mente na hora de negociar com seu banco. Por que se contentar com menos se é isso que você pode ganhar do Tesouro Nacional?
10
CBF abre disputa por transmissão dos jogos do Brasil para agências estrangeiras
Após aceitar propostas apenas de empresas brasileiras na primeira licitação, a CBF vai abrir a disputa pelos direitos de transmissão da seleção até a Copa do Mundo de 2022 para agências de marketing estrangeiras. A nova concorrência terá o vencedor anunciado até o fim do ano e pretende vender o pacote de transmissão para a TV aberta, fechada e pay-per-view de pelo menos 35 amistosos e jogos da seleção nas eliminatórias do Mundial do Qatar. A Folha apurou que a vencedora poderá sublicenciar os direitos para emissoras interessadas, segundo novas regras, que deverão ser anunciadas no próximo mês. O modelo de licitação será semelhante ao feito pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). Na quarta-feira (27), a entidade continental anunciou o consórcio formado pela IMG e Perform para comercializar as Copas Libertadores e Sul-Americana e a Recopa entre 2019 e 2022. O consórcio aceitou pagar US$ 350 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão) para a confederação. Sobre a abertura da concorrência para empresas do exterior, a CBF diz não comentar questões negociais que envolvem contratos com cláusula de confidencialidade. O pacote que será licitado tem como uma das atrações confronto com a Alemanha, em março, em Berlim. Esta será a primeira vez que as equipes se encontram desde a goleada por 7 a 1 imposto pelos alemães, pela semifinal da Copa de 2014, em Belo Horizonte (MG). Em junho, a CBF não chegou a um acordo com a Globo e produziu e transmitiu os dois amistosos da seleção contra Argentina e Austrália, na Oceania. Para a partida ser exibida nos canais abertos, a CBF comprou horário na TV Brasil e na TV Cultura. Por lei, os jogos da seleção são obrigados a passar em pelo menos um canal aberto. A CBF pode repetir a experiência de junho, quando Pelé foi contratado para comentar os amistosos. A entidade pagou R$ 400 mil para ter o ex-jogador em sua transmissão. O ex-atacante Denílson também participou, embora o plano inicial fosse contratar Diego Maradona para fazer dupla com Pelé. Treinador do Al-Fujairah, dos Emirados Árabes, o ídolo recusou. Em novembro, a seleção fará dois amistosos na Europa. Ainda não está definido como essas partidas serão exibidas na TV aberta. O resultado da licitação dificilmente sairá até o primeiro jogo da excursão europeia. O Japão, também classificado para a Copa do Mundo de 2018 será o primeiro adversário da seleção em novembro. O amistoso será em Lille, na França, no dia 10. Em seguida, o Brasil jogará, provavelmente, na Inglaterra. O adversário ainda não foi anunciado. DIREITOS DE TRANSMISSÃO DAS SELEÇÕES PELO MUNDO - Valores pagos às confederações pelos jogos das equipes nacionais
esporte
CBF abre disputa por transmissão dos jogos do Brasil para agências estrangeirasApós aceitar propostas apenas de empresas brasileiras na primeira licitação, a CBF vai abrir a disputa pelos direitos de transmissão da seleção até a Copa do Mundo de 2022 para agências de marketing estrangeiras. A nova concorrência terá o vencedor anunciado até o fim do ano e pretende vender o pacote de transmissão para a TV aberta, fechada e pay-per-view de pelo menos 35 amistosos e jogos da seleção nas eliminatórias do Mundial do Qatar. A Folha apurou que a vencedora poderá sublicenciar os direitos para emissoras interessadas, segundo novas regras, que deverão ser anunciadas no próximo mês. O modelo de licitação será semelhante ao feito pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). Na quarta-feira (27), a entidade continental anunciou o consórcio formado pela IMG e Perform para comercializar as Copas Libertadores e Sul-Americana e a Recopa entre 2019 e 2022. O consórcio aceitou pagar US$ 350 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão) para a confederação. Sobre a abertura da concorrência para empresas do exterior, a CBF diz não comentar questões negociais que envolvem contratos com cláusula de confidencialidade. O pacote que será licitado tem como uma das atrações confronto com a Alemanha, em março, em Berlim. Esta será a primeira vez que as equipes se encontram desde a goleada por 7 a 1 imposto pelos alemães, pela semifinal da Copa de 2014, em Belo Horizonte (MG). Em junho, a CBF não chegou a um acordo com a Globo e produziu e transmitiu os dois amistosos da seleção contra Argentina e Austrália, na Oceania. Para a partida ser exibida nos canais abertos, a CBF comprou horário na TV Brasil e na TV Cultura. Por lei, os jogos da seleção são obrigados a passar em pelo menos um canal aberto. A CBF pode repetir a experiência de junho, quando Pelé foi contratado para comentar os amistosos. A entidade pagou R$ 400 mil para ter o ex-jogador em sua transmissão. O ex-atacante Denílson também participou, embora o plano inicial fosse contratar Diego Maradona para fazer dupla com Pelé. Treinador do Al-Fujairah, dos Emirados Árabes, o ídolo recusou. Em novembro, a seleção fará dois amistosos na Europa. Ainda não está definido como essas partidas serão exibidas na TV aberta. O resultado da licitação dificilmente sairá até o primeiro jogo da excursão europeia. O Japão, também classificado para a Copa do Mundo de 2018 será o primeiro adversário da seleção em novembro. O amistoso será em Lille, na França, no dia 10. Em seguida, o Brasil jogará, provavelmente, na Inglaterra. O adversário ainda não foi anunciado. DIREITOS DE TRANSMISSÃO DAS SELEÇÕES PELO MUNDO - Valores pagos às confederações pelos jogos das equipes nacionais
4
Governo de SP diz que teve prejuízo de R$ 1 milhão com ocupação de escolas
O governo do Estado de São Paulo afirma que teve um prejuízo de R$ 1 milhão em escolas que estavam ocupadas por estudantes. A gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirma que 81 escolas registraram incidentes como furtos e depredações após serem desocupadas por alunos. O movimento de ocupação de escolas paulistas vem perdendo força gradualmente desde o dia 4 deste mês, quando Alckmin recuou e suspendeu a reorganização da rede, prevista para 2016. Naquele dia, auge do movimento, eram 196 unidades tomadas por estudantes, que protestavam contra o projeto. Nesta terça (29), o número caiu para 13. Os alunos protestavam contra a reorganização da rede estadual anunciada por Geraldo Alckmin. Inicialmente prevista para 2016, a reorganização iria dividir as escolas por ciclos únicos (só ensino médio, por exemplo). Para isso, iria transferir 311 mil alunos e fechar 92 colégios. Agora, Alckmin diz que quer "aprofundar o diálogo" sobre o projeto. Com as ocupações, os alunos derrubaram a proposta e o secretário da Educação, Herman Voorwald, que pediu demissão. De acordo com o governo, seis escolas foram furtadas entre os dias 23 e 27 de dezembro após os alunos desocuparem os prédios. Notebooks, computadores e câmeras foram levadas, diz a gestão Alckmin.
educacao
Governo de SP diz que teve prejuízo de R$ 1 milhão com ocupação de escolasO governo do Estado de São Paulo afirma que teve um prejuízo de R$ 1 milhão em escolas que estavam ocupadas por estudantes. A gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirma que 81 escolas registraram incidentes como furtos e depredações após serem desocupadas por alunos. O movimento de ocupação de escolas paulistas vem perdendo força gradualmente desde o dia 4 deste mês, quando Alckmin recuou e suspendeu a reorganização da rede, prevista para 2016. Naquele dia, auge do movimento, eram 196 unidades tomadas por estudantes, que protestavam contra o projeto. Nesta terça (29), o número caiu para 13. Os alunos protestavam contra a reorganização da rede estadual anunciada por Geraldo Alckmin. Inicialmente prevista para 2016, a reorganização iria dividir as escolas por ciclos únicos (só ensino médio, por exemplo). Para isso, iria transferir 311 mil alunos e fechar 92 colégios. Agora, Alckmin diz que quer "aprofundar o diálogo" sobre o projeto. Com as ocupações, os alunos derrubaram a proposta e o secretário da Educação, Herman Voorwald, que pediu demissão. De acordo com o governo, seis escolas foram furtadas entre os dias 23 e 27 de dezembro após os alunos desocuparem os prédios. Notebooks, computadores e câmeras foram levadas, diz a gestão Alckmin.
11
Maioria dos brasileiros desaprova aborto mesmo com microcefalia
A maioria da população brasileira considera que as mulheres infectadas pelo vírus da zika não deveriam ter direito de abortar –mesmo que houvesse a confirmação de microcefalia no bebê. Segundo pesquisa Datafolha, 58% avaliam que as grávidas que tiveram zika não podem ter a opção de interromper a gravidez, contra 32% que defendem esse direito –e 10% que não opinam. A rejeição majoritária à possibilidade de aborto legal ocorre inclusive nos casos em que a microcefalia já foi comprovada durante a gestação. Nesse cenário, 51% se posicionam contrários ao direito de interromper a gravidez, contra 39% que são a favor. O vírus da zika em gestantes tem sido associado ao aumento de casos de má-formação no cérebro de recém-nascidos e levou a OMS (Organização Mundial da Saúde) a decretar emergência mundial. No Brasil, epicentro da doença, já foram confirmados 583 casos de microcefalia desde outubro, mais de 90% deles no Nordeste. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti O Datafolha aponta que a rejeição à hipótese de aborto é maior entre as mulheres do que entre os homens -61% delas discordam do direito de interrupção da gravidez para gestantes que tiveram zika (contra 53% dos homens) e 56%, mesmo se a microcefalia já estiver confirmada (contra 46% dos homens). Esse direito –no caso de bebês com a má-formação comprovada– só tem a defesa majoritária entre brasileiros com escolaridade superior ou com renda familiar acima de cinco salários mínimos. Entre as mulheres que disseram ter planejado uma gravidez nos últimos meses (só 9%), quase metade afirmou ter desistido do plano. O surto de zika e microcefalia reacendeu a discussão do aborto legal, previsto no Brasil apenas em situações que colocam a mãe em risco, em casos de estupro e anencefalia (falta de cérebro) e que é passível de punição –até três anos– pelo Código Penal. Apesar da proibição, há mulheres com zika que já recorreram ao aborto, conforme revelado pela Folha. Um braço de direitos humanos da ONU (Nações Unidas) chegou a pedir que países afetados pelo vírus considerassem esse direito das mulheres de interromper a gravidez. O aborto, mesmo diante da zika, foi rechaçado e considerado um "mal absoluto" pelo papa Francisco, que admitiu, porém, a hipótese do uso de métodos contraceptivos. Apesar da desaprovação da maioria da população ao direito de interromper a gravidez diante da zika e da microcefalia, os índices são inferiores aos de pesquisa Datafolha, de novembro do ano passado, sobre a legislação do aborto de modo geral, sem estar relacionado a essas doenças. Na ocasião, 67% defendiam manter a punição à prática, contra 16% que eram favoráveis à ampliação do aborto legal para mais situações e 11% que defendiam a prática em qualquer hipótese. RESPONSABILIDADE A pesquisa Datafolha, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, foi realizada entre os dias 24 e 25 deste mês, em 171 municípios do país, onde houve 2.768 entrevistas. O levantamento aponta que os brasileiros responsabilizam os governos federal, estadual e municipal (em índices semelhantes) pelos casos de zika, mas chegam a culpar ainda mais a própria população. Pela pesquisa, 93% reconhecem que os moradores têm alguma responsabilidade pelo vírus -para 75%, "muita responsabilidade". Enquanto isso, varia entre 88% e 89% os que veem responsabilidade dos governos federal, estadual ou municipal –e de 56% a 58% os que falam em "muita responsabilidade". Nos últimos meses, campanhas do poder público têm enfatizado a necessidade de participação de moradores no combate aos focos do Aedes aegypti, que, além da zika, também é transmissor de dengue e chikungunya. A precariedade do saneamento básico, porém, com a recorrência de esgoto a céu aberto e lixo nas ruas, é apontada por especialistas como um dos principais fatores para proliferação do mosquito. O Datafolha aponta que 81% dos brasileiros dizem ter medo de contrair a zika –dos quais 58%, "muito medo". A maioria da população (57%) avalia estar bem informada a respeito da doença. O MEDO DA ZIKA
cotidiano
Maioria dos brasileiros desaprova aborto mesmo com microcefaliaA maioria da população brasileira considera que as mulheres infectadas pelo vírus da zika não deveriam ter direito de abortar –mesmo que houvesse a confirmação de microcefalia no bebê. Segundo pesquisa Datafolha, 58% avaliam que as grávidas que tiveram zika não podem ter a opção de interromper a gravidez, contra 32% que defendem esse direito –e 10% que não opinam. A rejeição majoritária à possibilidade de aborto legal ocorre inclusive nos casos em que a microcefalia já foi comprovada durante a gestação. Nesse cenário, 51% se posicionam contrários ao direito de interromper a gravidez, contra 39% que são a favor. O vírus da zika em gestantes tem sido associado ao aumento de casos de má-formação no cérebro de recém-nascidos e levou a OMS (Organização Mundial da Saúde) a decretar emergência mundial. No Brasil, epicentro da doença, já foram confirmados 583 casos de microcefalia desde outubro, mais de 90% deles no Nordeste. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti O Datafolha aponta que a rejeição à hipótese de aborto é maior entre as mulheres do que entre os homens -61% delas discordam do direito de interrupção da gravidez para gestantes que tiveram zika (contra 53% dos homens) e 56%, mesmo se a microcefalia já estiver confirmada (contra 46% dos homens). Esse direito –no caso de bebês com a má-formação comprovada– só tem a defesa majoritária entre brasileiros com escolaridade superior ou com renda familiar acima de cinco salários mínimos. Entre as mulheres que disseram ter planejado uma gravidez nos últimos meses (só 9%), quase metade afirmou ter desistido do plano. O surto de zika e microcefalia reacendeu a discussão do aborto legal, previsto no Brasil apenas em situações que colocam a mãe em risco, em casos de estupro e anencefalia (falta de cérebro) e que é passível de punição –até três anos– pelo Código Penal. Apesar da proibição, há mulheres com zika que já recorreram ao aborto, conforme revelado pela Folha. Um braço de direitos humanos da ONU (Nações Unidas) chegou a pedir que países afetados pelo vírus considerassem esse direito das mulheres de interromper a gravidez. O aborto, mesmo diante da zika, foi rechaçado e considerado um "mal absoluto" pelo papa Francisco, que admitiu, porém, a hipótese do uso de métodos contraceptivos. Apesar da desaprovação da maioria da população ao direito de interromper a gravidez diante da zika e da microcefalia, os índices são inferiores aos de pesquisa Datafolha, de novembro do ano passado, sobre a legislação do aborto de modo geral, sem estar relacionado a essas doenças. Na ocasião, 67% defendiam manter a punição à prática, contra 16% que eram favoráveis à ampliação do aborto legal para mais situações e 11% que defendiam a prática em qualquer hipótese. RESPONSABILIDADE A pesquisa Datafolha, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, foi realizada entre os dias 24 e 25 deste mês, em 171 municípios do país, onde houve 2.768 entrevistas. O levantamento aponta que os brasileiros responsabilizam os governos federal, estadual e municipal (em índices semelhantes) pelos casos de zika, mas chegam a culpar ainda mais a própria população. Pela pesquisa, 93% reconhecem que os moradores têm alguma responsabilidade pelo vírus -para 75%, "muita responsabilidade". Enquanto isso, varia entre 88% e 89% os que veem responsabilidade dos governos federal, estadual ou municipal –e de 56% a 58% os que falam em "muita responsabilidade". Nos últimos meses, campanhas do poder público têm enfatizado a necessidade de participação de moradores no combate aos focos do Aedes aegypti, que, além da zika, também é transmissor de dengue e chikungunya. A precariedade do saneamento básico, porém, com a recorrência de esgoto a céu aberto e lixo nas ruas, é apontada por especialistas como um dos principais fatores para proliferação do mosquito. O Datafolha aponta que 81% dos brasileiros dizem ter medo de contrair a zika –dos quais 58%, "muito medo". A maioria da população (57%) avalia estar bem informada a respeito da doença. O MEDO DA ZIKA
6
'Trabalho para abrir portas para os outros técnicos negros', diz Cristóvão
Cristóvão Borges, 57, está no Corinthians com dois objetivos: ganhar o primeiro título de sua carreira de treinador e, como consequência disso, abrir as portas para outros treinadores negros. O baiano de Salvador, técnico há apenas cinco anos, diz que a discriminação no futebol é um problema real e que só vai desaparecer, ou pelo menos diminuir, quando treinadores negros começarem a ganhar títulos de peso. Daí a importância de sua passagem pelo atual campeão nacional. Em entrevista à Folha, Cristóvão falou sobre racismo, mas não só sobre isso. Ele contou como é complicado substituir um ídolo como Tite e garantiu que encara com serenidade, a serenidade que é sua marca registrada, a pressão para levantar seu primeiro troféu. * Folha - Você é um dos raros técnicos negros a obter destaque no futebol brasileiro. Há alguma explicação para isso? Cristóvão Borges - A explicação eu não consegui, mas o que eu tenho certeza é de que alguma coisa está errada. Nas três primeiras divisões do Brasileiro, você não conta em uma das mãos os treinadores negros. Mas acho que o futebol é reflexo da sociedade. Temos grandes jogadores negros, mas treinador ocupa cargo de chefia, e é raridade termos negros em cargos de chefia no Brasil. São esporádicos. Acho que há dificuldade para o negro se estabelecer, há uma desigualdade... Na parte pobre [da sociedade], se você for olhar, mais de 70% é de negros. O quanto isso lhe incomoda? Isso me incomoda profundamente. Sem dúvida nenhuma temos de buscar essa condição de sermos mais representados. Tinha o Jayme [de Almeida] no Flamengo... Eu fiz um jogo em que eu estava no Fluminense e ele, no Flamengo. Esse dia foi muito marcante na minha vida porque ele era do Flamengo e eu, do Fluminense, então em um dos maiores clássicos do Brasil os dois treinadores eram negros. Foi um dos dias mais significativos da minha vida. Até algum tempo atrás havia aqui no Brasil uma grande discriminação contra goleiros negros... Pois é, essas coisas, por serem muito propagadas, acabam virando verdade, mas passamos dessa fase [com os goleiros]. Melhoramos porque tivemos muitos negros de destaque, como Dida, Jefferson... E isso pode acontecer com os treinadores também? Acho que sim, à medida em que a gente comece a ocupar espaço. Além de um desejo pessoal de ter sucesso na carreira, eu sei do significado de ser um treinador negro no Corinthians. É uma possibilidade de os negros que estão em busca de espaço na profissão sentirem que cabe, que é possível. Então você tem o objetivo de abrir as portas para outros técnicos negros? É claro que tenho isso em mente, e isso não é de agora, mas desde que me tornei treinador. Isso [a discriminação] é uma coisa muito clara, é chocante. Sei o significado disso [um técnico negro no Corinthians], assim como foi o Barack Obama ser presidente dos Estados Unidos. É uma coisa que pega, é o Pelé ser o Rei do Futebol e ser negro.. O sucesso dessas pessoas por si só desperta muita gente, motiva muitos negros. Além do meu desejo de ter sucesso na carreira, o que significa muito para mim, eu sei desse significado. Abrir as portas para outros negros é importante e eu trabalho muito para que isso aconteça. Você chegou a se queixar de discriminação quando trabalhou no Flamengo... É importante dizer que isso no Rio aconteceu só com um colunista. Era uma perseguição tão declarada, tão clara, que até os outros jornalistas achavam absurda. Ele criticava qualquer tipo de ação que eu tinha, e em algum momento usou uma conotação racista. A discriminação prejudicou o desenvolvimento da sua carreira? Com o passar do tempo, fui ficando mais confortável com isso, mas desde o começo [como treinador] percebi que a tolerância da crítica comigo era menor, em comparação com o normal. Acho que pela ocupação de espaço, pelos clubes pelos quais passei, fui ganhando respeito. Hoje já não é do mesmo jeito. Você se surpreendeu com o seu bom começo no Corinthians? Sim, me surpreendeu conseguir quatro vitórias seguidas, não é fácil. Pegar um time que já tem a base montada traz uma dificuldade muito grande, pois as pessoas esperam que você continue vencendo. Mas esse time o Tite deixou montando, ele não está montado. A equipe campeã [brasileira] no ano passado, que todos nós aplaudimos, ele consolidou e engrenou no segundo semestre, no primeiro não era nada daquilo. A tentativa de reproduzir o time do ano passado, pelas contratações que foram feitas, não deu certo, tanto que ele acabou mudando. Alguns movimentos são similares, mas o Tite mudou o sistema de jogo. Estou pegando o trabalho para fazer o time evoluir, e isso requer tempo. E você acredita que terá esse tempo? A atmosfera do futebol gira em torno de resultados. Estamos em um momento tranquilo porque conseguimos quatro vitórias seguidas, do contrário não seria dessa forma. Mas o clube tem solidez em muitas coisas, isso ajuda bastante. Não vou esperar que tenham paciência se o time não jogar bem, é assim em qualquer lugar, mas o fato de a gente ter conseguido essas vitórias nos ajudou a ter tranquilidade, e nós vamos precisar disso, os jogadores precisam de confiança. Muitas pessoas consideram que a responsabilidade de substituir Tite é grande demais e que, por isso, você chegou ao Corinthians em um momento errado. Como você encara essa opinião? Essa visão, essa interpretação, ela cabe, é correta. Mas, na minha avaliação, trata-se de uma grande oportunidade, e, quando cheguei ao clube, percebi que era uma grande oportunidade com grande chance de dar certo. Já ouvi isso [que substituir Tite é uma armadilha], mas não tenho a menor vaidade de chegar aqui e mudar tudo só para deixar o time com a cara do Cristóvão. Isso não me incomoda, não vai acontecer. Eu seria pouco inteligente se quisesse fazer isso. Aquilo que eu sei, desde que era adversário do Corinthians, que o time tem de bom, eu vou procurar que aconteça, e as minhas ideias eu vou colocar quando elas couberem, e se couberem. Vim aqui para ser campeão. A responsabilidade é grande, mas aqui você não começa do nada, a sua chance é maior, desde que você saiba lidar com isso. E eu acho que vou saber lidar com isso porque não vou ter a vaidade de mudar tudo. O Corinthians não tem de ter a cara do Cristóvão, tem de ter a cara da vitória. Se você for campeão no Corinthians, certamente vai haver quem diga que isso só ocorreu porque você pegou tudo pronto do Tite. Isso é um problema? Eu quero ganhar todos os títulos e ouvir isso, não vai me incomodar nem um pouco. Eu vou ter consciência do que fiz, ter discernimento do que coloquei. Se eu for campeão aqui, vai ser tão difícil quanto ganhar com um clube pequeno, ou até mais, porque será depois de ter substituído um grande ídolo da torcida. O Corinthians é exatamente do jeito que você esperava? O clube é muito mais do que eu imaginava. Eu não tinha vindo aqui [ao CT], sabia que tinha estrutura, mas você vir, trabalhar, usar, faz diferença. E tem outra coisa: o Corinthians tem a preocupação de não apenas ter um time bom, mas de saber lidar com um time bom. É preciso saber lidar com as relações humanas. Aqui existe uma preocupação muito grande com isso, que diferencia o Corinthians. Porque isso é praticado, é vivido, é do clube. Dê um exemplo... Aqui eu vejo um tratamento respeitoso independentemente da função que você tem. Cada um sabe da sua importância, desde o faxineiro até o presidente, todo mundo é tratado de modo igual. Em outros clubes não há a preocupação que o Corinthians tem. Em qualquer trabalho você tem de ter um ambiente bom, e aqui o ambiente é saudável de uma maneira que eu acho que se deve a isso. Em sua coluna de domingo (10) na Folha, Tostão escreveu que no Corinthians você abriu mão de alguns conceitos futebolísticos de sua preferência, como a marcação por pressão na saída de bola do adversário, para não mexer muito na estrutura deixada pelo Tite. Você concorda? Eu tenho de respeitar certas coisas. Tenho de respeitar o que é feito de maneira correta, bem treinada, bem executada, e que faz com que haja eficiência. O que o Tostão disse é verdade. Mas, como o time tem uma solidez defensiva que não é de agora, isso me dá mais a possibilidade de fazer o que eu gosto, que é jogar com a linha alta, pressionando o adversário. Vou tentar. Então você optou por ser cauteloso no seu início de trabalho... Eu preferi não mudar muito no primeiro momento. Foi até um excesso de zelo. Tinha informações da comissão técnica, que está aqui há muito tempo, mas na chegada eu tive cautela. Mas, mesmo assim, em alguns jogos, como contra Flamengo e Chapecoense, em um tempo eu tive cautela, mas depois avancei [o time], eu consegui fazer isso, e a resposta foi boa. Até pelo Corinthians ter outro estilo há muito tempo, eu acho que posso avançar a marcação, e posso ser eficiente com isso. Quando precisar, eu vou fazer. Qual a principal diferença entre o Corinthians de 2016 e o de 1986, quando você jogou no clube? Aqueles eram outros tempos, mas a grande diferença que vejo é na avaliação do trabalho. Hoje se avalia bem o trabalho e a capacidade do treinador, a avaliação é mais profissional do que era antes. É claro que eu senti a mudança. A história recente do Corinthians é de solidez, é o clube que menos mudou de treinador nos últimos anos. Isso é demonstração de solidez, e é um acerto, porque o resultado disso são os títulos. Você já dirigiu outros times grandes, como Vasco, Fluminense e Flamengo, mas não conquistou títulos. Por que isso ocorreu? A minha primeira chance [como treinador] foi a mais difícil, porque foi a primeira e em um clube de muita cobrança [o Vasco]. E com problemas financeiros, mas a cobrança era grande assim mesmo. Foi quando me vi mais perto das minhas realizações, mas lá a gente vivia com três meses de salários atrasados, a gente deixou de concentrar não por uma ideia, mas por contenção de despesas. Quando o Corinthians foi campeão da Libertadores [em 2012], o adversário mais difícil foi o Vasco [nas quartas de final]. Era o time que poderia ter tirado o título do Corinthians, então olha o nível daquele time... Mas, quando acabou a Libertadores, pela dificuldade do clube, precisando de recursos, a equipe foi desmontada. E, com as dificuldades econômicas, a remontagem não foi à altura. Ainda assim, brigamos até o fim no Brasileiro e fomos às quartas de final da Sul-Americana. E no Fluminense e no Flamengo, o que deu errado? No Fluminense eu estava indo bem, mas aí teve a parada da Copa [de 2014] e a gente teve muitos problemas depois daquilo. E no Flamengo foi muito difícil. O Flamengo está em constante processo de montagem de equipe, até hoje, e precisava de resultados. Quando cheguei, o Flamengo era vice-lanterna [do Brasileiro de 2015]... Melhoramos, mas tínhamos de responder em pouco tempo e eu precisava de mais tempo. Qual a diferença do Corinthians para esses clubes? É a estabilidade. O clube criou isso, vive isso e deu resultado. Você com estabilidade planeja melhor, enxerga melhor, e é por isso que o Corinthians está à frente dos outros. Como jogador, você passou por grandes clubes, como Corinthians e Grêmio, e até jogou na seleção brasileira. Faltou alguma coisa em sua carreira de atleta? Eu fiquei satisfeito com minha carreira porque o que eu mais prezo no futebol eu tinha muito, que é a qualidade técnica. Eu tinha bom passe, e meu desejo é que meus times errem poucos passes. Hoje em dia se erra muito... Acho que poderia ter ido mais longe, mas tive a infelicidade de aos 21 anos, quando frequentava as seleções de base, sofrer uma lesão séria. Naquela época, a medicina não era muito avançada, e eu passei por uma cirurgia que me deixou um ano sem jogar. Isso atrasou minha carreira, eu tive de começar do zero, jogando emprestado em muitos clubes. Só me acertei no Atlético-PR, onde fui muito bem e de onde vim para o Corinthians. Penso que como treinador, até pela maior longevidade, posso conquistar mais coisas do que como jogador. Por falar em conquistar, você sofre por não ter nenhum título? Olha, as pessoas, principalmente os jornalistas, ficam muito mais incomodadas do que eu. Eu vejo que vou ganhar, vou ser campeão. Esse questionamento eu vejo assim: se tenho capacidade para dirigir times pelos quais passaram grandes campeões, e eu sem ser campeão, tenho de me orgulhar disso, pois devo estar em um nível bom. Eu já dirigi clubes nos quais trabalharam os maiores técnicos do Brasil, e isso me dá muito orgulho. A coisa de título é questão de tempo, vou ser campeão. Então isso não lhe tira o sono? Não, nem um pouco, porque estou trabalhando para isso. Todos os grandes campeões trilharam o mesmo caminho, um dia eles não foram campeões e tiveram de ganhar primeiro título. Estou tranquilo.
esporte
'Trabalho para abrir portas para os outros técnicos negros', diz CristóvãoCristóvão Borges, 57, está no Corinthians com dois objetivos: ganhar o primeiro título de sua carreira de treinador e, como consequência disso, abrir as portas para outros treinadores negros. O baiano de Salvador, técnico há apenas cinco anos, diz que a discriminação no futebol é um problema real e que só vai desaparecer, ou pelo menos diminuir, quando treinadores negros começarem a ganhar títulos de peso. Daí a importância de sua passagem pelo atual campeão nacional. Em entrevista à Folha, Cristóvão falou sobre racismo, mas não só sobre isso. Ele contou como é complicado substituir um ídolo como Tite e garantiu que encara com serenidade, a serenidade que é sua marca registrada, a pressão para levantar seu primeiro troféu. * Folha - Você é um dos raros técnicos negros a obter destaque no futebol brasileiro. Há alguma explicação para isso? Cristóvão Borges - A explicação eu não consegui, mas o que eu tenho certeza é de que alguma coisa está errada. Nas três primeiras divisões do Brasileiro, você não conta em uma das mãos os treinadores negros. Mas acho que o futebol é reflexo da sociedade. Temos grandes jogadores negros, mas treinador ocupa cargo de chefia, e é raridade termos negros em cargos de chefia no Brasil. São esporádicos. Acho que há dificuldade para o negro se estabelecer, há uma desigualdade... Na parte pobre [da sociedade], se você for olhar, mais de 70% é de negros. O quanto isso lhe incomoda? Isso me incomoda profundamente. Sem dúvida nenhuma temos de buscar essa condição de sermos mais representados. Tinha o Jayme [de Almeida] no Flamengo... Eu fiz um jogo em que eu estava no Fluminense e ele, no Flamengo. Esse dia foi muito marcante na minha vida porque ele era do Flamengo e eu, do Fluminense, então em um dos maiores clássicos do Brasil os dois treinadores eram negros. Foi um dos dias mais significativos da minha vida. Até algum tempo atrás havia aqui no Brasil uma grande discriminação contra goleiros negros... Pois é, essas coisas, por serem muito propagadas, acabam virando verdade, mas passamos dessa fase [com os goleiros]. Melhoramos porque tivemos muitos negros de destaque, como Dida, Jefferson... E isso pode acontecer com os treinadores também? Acho que sim, à medida em que a gente comece a ocupar espaço. Além de um desejo pessoal de ter sucesso na carreira, eu sei do significado de ser um treinador negro no Corinthians. É uma possibilidade de os negros que estão em busca de espaço na profissão sentirem que cabe, que é possível. Então você tem o objetivo de abrir as portas para outros técnicos negros? É claro que tenho isso em mente, e isso não é de agora, mas desde que me tornei treinador. Isso [a discriminação] é uma coisa muito clara, é chocante. Sei o significado disso [um técnico negro no Corinthians], assim como foi o Barack Obama ser presidente dos Estados Unidos. É uma coisa que pega, é o Pelé ser o Rei do Futebol e ser negro.. O sucesso dessas pessoas por si só desperta muita gente, motiva muitos negros. Além do meu desejo de ter sucesso na carreira, o que significa muito para mim, eu sei desse significado. Abrir as portas para outros negros é importante e eu trabalho muito para que isso aconteça. Você chegou a se queixar de discriminação quando trabalhou no Flamengo... É importante dizer que isso no Rio aconteceu só com um colunista. Era uma perseguição tão declarada, tão clara, que até os outros jornalistas achavam absurda. Ele criticava qualquer tipo de ação que eu tinha, e em algum momento usou uma conotação racista. A discriminação prejudicou o desenvolvimento da sua carreira? Com o passar do tempo, fui ficando mais confortável com isso, mas desde o começo [como treinador] percebi que a tolerância da crítica comigo era menor, em comparação com o normal. Acho que pela ocupação de espaço, pelos clubes pelos quais passei, fui ganhando respeito. Hoje já não é do mesmo jeito. Você se surpreendeu com o seu bom começo no Corinthians? Sim, me surpreendeu conseguir quatro vitórias seguidas, não é fácil. Pegar um time que já tem a base montada traz uma dificuldade muito grande, pois as pessoas esperam que você continue vencendo. Mas esse time o Tite deixou montando, ele não está montado. A equipe campeã [brasileira] no ano passado, que todos nós aplaudimos, ele consolidou e engrenou no segundo semestre, no primeiro não era nada daquilo. A tentativa de reproduzir o time do ano passado, pelas contratações que foram feitas, não deu certo, tanto que ele acabou mudando. Alguns movimentos são similares, mas o Tite mudou o sistema de jogo. Estou pegando o trabalho para fazer o time evoluir, e isso requer tempo. E você acredita que terá esse tempo? A atmosfera do futebol gira em torno de resultados. Estamos em um momento tranquilo porque conseguimos quatro vitórias seguidas, do contrário não seria dessa forma. Mas o clube tem solidez em muitas coisas, isso ajuda bastante. Não vou esperar que tenham paciência se o time não jogar bem, é assim em qualquer lugar, mas o fato de a gente ter conseguido essas vitórias nos ajudou a ter tranquilidade, e nós vamos precisar disso, os jogadores precisam de confiança. Muitas pessoas consideram que a responsabilidade de substituir Tite é grande demais e que, por isso, você chegou ao Corinthians em um momento errado. Como você encara essa opinião? Essa visão, essa interpretação, ela cabe, é correta. Mas, na minha avaliação, trata-se de uma grande oportunidade, e, quando cheguei ao clube, percebi que era uma grande oportunidade com grande chance de dar certo. Já ouvi isso [que substituir Tite é uma armadilha], mas não tenho a menor vaidade de chegar aqui e mudar tudo só para deixar o time com a cara do Cristóvão. Isso não me incomoda, não vai acontecer. Eu seria pouco inteligente se quisesse fazer isso. Aquilo que eu sei, desde que era adversário do Corinthians, que o time tem de bom, eu vou procurar que aconteça, e as minhas ideias eu vou colocar quando elas couberem, e se couberem. Vim aqui para ser campeão. A responsabilidade é grande, mas aqui você não começa do nada, a sua chance é maior, desde que você saiba lidar com isso. E eu acho que vou saber lidar com isso porque não vou ter a vaidade de mudar tudo. O Corinthians não tem de ter a cara do Cristóvão, tem de ter a cara da vitória. Se você for campeão no Corinthians, certamente vai haver quem diga que isso só ocorreu porque você pegou tudo pronto do Tite. Isso é um problema? Eu quero ganhar todos os títulos e ouvir isso, não vai me incomodar nem um pouco. Eu vou ter consciência do que fiz, ter discernimento do que coloquei. Se eu for campeão aqui, vai ser tão difícil quanto ganhar com um clube pequeno, ou até mais, porque será depois de ter substituído um grande ídolo da torcida. O Corinthians é exatamente do jeito que você esperava? O clube é muito mais do que eu imaginava. Eu não tinha vindo aqui [ao CT], sabia que tinha estrutura, mas você vir, trabalhar, usar, faz diferença. E tem outra coisa: o Corinthians tem a preocupação de não apenas ter um time bom, mas de saber lidar com um time bom. É preciso saber lidar com as relações humanas. Aqui existe uma preocupação muito grande com isso, que diferencia o Corinthians. Porque isso é praticado, é vivido, é do clube. Dê um exemplo... Aqui eu vejo um tratamento respeitoso independentemente da função que você tem. Cada um sabe da sua importância, desde o faxineiro até o presidente, todo mundo é tratado de modo igual. Em outros clubes não há a preocupação que o Corinthians tem. Em qualquer trabalho você tem de ter um ambiente bom, e aqui o ambiente é saudável de uma maneira que eu acho que se deve a isso. Em sua coluna de domingo (10) na Folha, Tostão escreveu que no Corinthians você abriu mão de alguns conceitos futebolísticos de sua preferência, como a marcação por pressão na saída de bola do adversário, para não mexer muito na estrutura deixada pelo Tite. Você concorda? Eu tenho de respeitar certas coisas. Tenho de respeitar o que é feito de maneira correta, bem treinada, bem executada, e que faz com que haja eficiência. O que o Tostão disse é verdade. Mas, como o time tem uma solidez defensiva que não é de agora, isso me dá mais a possibilidade de fazer o que eu gosto, que é jogar com a linha alta, pressionando o adversário. Vou tentar. Então você optou por ser cauteloso no seu início de trabalho... Eu preferi não mudar muito no primeiro momento. Foi até um excesso de zelo. Tinha informações da comissão técnica, que está aqui há muito tempo, mas na chegada eu tive cautela. Mas, mesmo assim, em alguns jogos, como contra Flamengo e Chapecoense, em um tempo eu tive cautela, mas depois avancei [o time], eu consegui fazer isso, e a resposta foi boa. Até pelo Corinthians ter outro estilo há muito tempo, eu acho que posso avançar a marcação, e posso ser eficiente com isso. Quando precisar, eu vou fazer. Qual a principal diferença entre o Corinthians de 2016 e o de 1986, quando você jogou no clube? Aqueles eram outros tempos, mas a grande diferença que vejo é na avaliação do trabalho. Hoje se avalia bem o trabalho e a capacidade do treinador, a avaliação é mais profissional do que era antes. É claro que eu senti a mudança. A história recente do Corinthians é de solidez, é o clube que menos mudou de treinador nos últimos anos. Isso é demonstração de solidez, e é um acerto, porque o resultado disso são os títulos. Você já dirigiu outros times grandes, como Vasco, Fluminense e Flamengo, mas não conquistou títulos. Por que isso ocorreu? A minha primeira chance [como treinador] foi a mais difícil, porque foi a primeira e em um clube de muita cobrança [o Vasco]. E com problemas financeiros, mas a cobrança era grande assim mesmo. Foi quando me vi mais perto das minhas realizações, mas lá a gente vivia com três meses de salários atrasados, a gente deixou de concentrar não por uma ideia, mas por contenção de despesas. Quando o Corinthians foi campeão da Libertadores [em 2012], o adversário mais difícil foi o Vasco [nas quartas de final]. Era o time que poderia ter tirado o título do Corinthians, então olha o nível daquele time... Mas, quando acabou a Libertadores, pela dificuldade do clube, precisando de recursos, a equipe foi desmontada. E, com as dificuldades econômicas, a remontagem não foi à altura. Ainda assim, brigamos até o fim no Brasileiro e fomos às quartas de final da Sul-Americana. E no Fluminense e no Flamengo, o que deu errado? No Fluminense eu estava indo bem, mas aí teve a parada da Copa [de 2014] e a gente teve muitos problemas depois daquilo. E no Flamengo foi muito difícil. O Flamengo está em constante processo de montagem de equipe, até hoje, e precisava de resultados. Quando cheguei, o Flamengo era vice-lanterna [do Brasileiro de 2015]... Melhoramos, mas tínhamos de responder em pouco tempo e eu precisava de mais tempo. Qual a diferença do Corinthians para esses clubes? É a estabilidade. O clube criou isso, vive isso e deu resultado. Você com estabilidade planeja melhor, enxerga melhor, e é por isso que o Corinthians está à frente dos outros. Como jogador, você passou por grandes clubes, como Corinthians e Grêmio, e até jogou na seleção brasileira. Faltou alguma coisa em sua carreira de atleta? Eu fiquei satisfeito com minha carreira porque o que eu mais prezo no futebol eu tinha muito, que é a qualidade técnica. Eu tinha bom passe, e meu desejo é que meus times errem poucos passes. Hoje em dia se erra muito... Acho que poderia ter ido mais longe, mas tive a infelicidade de aos 21 anos, quando frequentava as seleções de base, sofrer uma lesão séria. Naquela época, a medicina não era muito avançada, e eu passei por uma cirurgia que me deixou um ano sem jogar. Isso atrasou minha carreira, eu tive de começar do zero, jogando emprestado em muitos clubes. Só me acertei no Atlético-PR, onde fui muito bem e de onde vim para o Corinthians. Penso que como treinador, até pela maior longevidade, posso conquistar mais coisas do que como jogador. Por falar em conquistar, você sofre por não ter nenhum título? Olha, as pessoas, principalmente os jornalistas, ficam muito mais incomodadas do que eu. Eu vejo que vou ganhar, vou ser campeão. Esse questionamento eu vejo assim: se tenho capacidade para dirigir times pelos quais passaram grandes campeões, e eu sem ser campeão, tenho de me orgulhar disso, pois devo estar em um nível bom. Eu já dirigi clubes nos quais trabalharam os maiores técnicos do Brasil, e isso me dá muito orgulho. A coisa de título é questão de tempo, vou ser campeão. Então isso não lhe tira o sono? Não, nem um pouco, porque estou trabalhando para isso. Todos os grandes campeões trilharam o mesmo caminho, um dia eles não foram campeões e tiveram de ganhar primeiro título. Estou tranquilo.
4
Temer flexibilizará 'A Voz do Brasil' durante os Jogos Olímpicos
GUSTAVO URIBE DE BRASÍLIA O presidente interino, Michel Temer, assinará medida provisória que flexibilizará o horário da transmissão do programa governamental "A Voz do Brasil" durante a Olimpíada e Paralímpiada, nos meses de agosto e setembro. Como na Copa do Mundo de 2014, as rádios brasileiras serão autorizadas a retransmitir o programa obrigatório quando preferirem no intervalo entre 19h e 22h. Hoje, a transmissão deve ser feita de segunda-feira a sexta-feira, às 19h. A mudança seria assinada nesta quinta-feira (21) pelo presidente interino, mas acabou adiada por falta de espaço na agenda do peemedebista, que passou o dia em reuniões por conta da prisão de dez suspeitos de planejarem ataques terroristas no Rio de Janeiro. A alteração atende a solicitação da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), que fez o pedido para evitar que o programa governamental atrapalhasse a cobertura do evento mundial. Em outubro, em discurso no 27º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, o presidente da entidade, Daniel Slaviero, chamou de "entulho" e defendeu a flexibilização da "A Voz do Brasil". "Não dá mais para um entulho da década de 1930 continuar privando os ouvintes do seu direito de escolha, porque às 19h ou escuta-se a 'Voz do Brasil' ou desliga-se o rádio", criticou.
esporte
Temer flexibilizará 'A Voz do Brasil' durante os Jogos Olímpicos GUSTAVO URIBE DE BRASÍLIA O presidente interino, Michel Temer, assinará medida provisória que flexibilizará o horário da transmissão do programa governamental "A Voz do Brasil" durante a Olimpíada e Paralímpiada, nos meses de agosto e setembro. Como na Copa do Mundo de 2014, as rádios brasileiras serão autorizadas a retransmitir o programa obrigatório quando preferirem no intervalo entre 19h e 22h. Hoje, a transmissão deve ser feita de segunda-feira a sexta-feira, às 19h. A mudança seria assinada nesta quinta-feira (21) pelo presidente interino, mas acabou adiada por falta de espaço na agenda do peemedebista, que passou o dia em reuniões por conta da prisão de dez suspeitos de planejarem ataques terroristas no Rio de Janeiro. A alteração atende a solicitação da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), que fez o pedido para evitar que o programa governamental atrapalhasse a cobertura do evento mundial. Em outubro, em discurso no 27º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, o presidente da entidade, Daniel Slaviero, chamou de "entulho" e defendeu a flexibilização da "A Voz do Brasil". "Não dá mais para um entulho da década de 1930 continuar privando os ouvintes do seu direito de escolha, porque às 19h ou escuta-se a 'Voz do Brasil' ou desliga-se o rádio", criticou.
4
Ministro elogia alunos com 'crânio normal' ao falar em escola sobre a zika
"Bom dia, garotada. Tudo legal? Deixa eu fazer uma pergunta: vocês acham que têm o crânio normal?" Foi assim que o ministro da Saúde, Marcelo Castro, iniciou nesta sexta-feira (11) uma "aula" em uma escola pública do Distrito Federal sobre o aumento de casos de microcefalia no país e o combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikungunya. Vestido com uma camiseta com o slogan "#zikazero", símbolo da nova campanha do governo na saúde, Castro não poupou elogios aos alunos do 6º ano do Centro Educacional 1, da Vila Estrutural. A tentativa de adotar um tom didático somado aos elogios, no entanto, acabou em novas gafes. "Como é que chama a criança da cabeça pequena?", perguntou, ao que alguns citaram "microcefalia" como resposta. "Vocês que são alunos inteligentes. Pois as crianças com microcefalia provavelmente não vão ter o mesmo desenvolvimento da inteligência que vocês que têm o crânio normal tiveram." As afirmações geraram um misto de burburinho e incompreensão entre os alunos. Alguns não disfarçavam o estranhamento. "Que palestra é essa, meu Deus? Criança com cabeça pequenininha?", perguntava aos colegas uma aluna do 6º ano, perto de onde estava a reportagem da Folha. Tentando aumentar o volume da voz para chamar a atenção das crianças, Castro continuou com as comparações e disse que crianças com microcefalia "provavelmente" não serão uma "criança normal". "A criança com microcefalia provavelmente não vai desenvolver o seu cérebro para ser uma criança normal, que possa ir para a escola, aprender, ser educada e ter autonomia e independência", disse. E emendou, citando o vírus zika, o qual apontou como causador da "grande maioria" dos casos de microcefalia: "Por isso estamos fazendo essa ação para combater o Aedes aegypti". "Está feito o pacto. Como vocês são muito inteligentes, que aprendem tudo e têm o cérebro normal, vão fazer o trabalho junto aos pais de vocês para não deixar nenhum criadouro do mosquito", disse. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti 'SEM MEIAS-PALAVRAS' Questionado ao fim do encontro se não achava as comparações "inadequadas", o ministro defendeu as afirmações. Segundo Castro, exames em bebês diagnosticados com microcefalia relacionada ao vírus zika apontam para um grau de comprometimento maior do cérebro em comparação aos casos de microcefalia causados por outros agentes infecciosos já conhecidos, como citomegalovírus e toxoplasmose. "Não são todas as crianças que vão ter retardo mental profundo. Mas as crianças estão sendo estudadas e atendidas", disse. "O padrão é o mesmo causado por infecção, mas o comprometimento é muito mais profundo", disse. "Temos que passar a informação verdadeira. Estamos com um problema muito grave. Não podemos usar meias palavras", rebateu. Ainda segundo Castro, que afirma ter experiência como professor desde os 16 anos, "100% da população brasileira está consciente" dos riscos atrelados ao vírus zika. "Por isso, as palavras não podem deixar de serem ditas como devem", afirmou. Além das declarações, o encontro também foi marcado por vaias de parte dos alunos na chegada do governador Rodrigo Rollemberg. Durante o discurso do governador, alguns alunos gritavam "fora!". INSPEÇÃO E CHORO Horas antes da aula, Castro também ministrou uma palestra para funcionários da Fiocruz em Brasília e participou de uma "mini-inspeção" contra focos do mosquito no entorno do edifício. Ao citar que os casos de microcefalia "não são números, mas seres humanos", Castro interrompeu o discurso e chorou. "Imagina o que é uma mãe de família olhar para sua criança com microcefalia e saber que essa criança nunca vai ter autonomia para se conduzir e que vai precisar a vida inteira de cuidados especiais?", justificou. Para o ministro, a previsão é que a redução no número de casos de doenças causadas pelo Aedes aegypti, que costuma ocorrer com a diminuição no período de chuvas, em maio, seja "mais rápida" neste ano devido à intensificação da campanha contra o mosquito. Chamada- Zika
cotidiano
Ministro elogia alunos com 'crânio normal' ao falar em escola sobre a zika"Bom dia, garotada. Tudo legal? Deixa eu fazer uma pergunta: vocês acham que têm o crânio normal?" Foi assim que o ministro da Saúde, Marcelo Castro, iniciou nesta sexta-feira (11) uma "aula" em uma escola pública do Distrito Federal sobre o aumento de casos de microcefalia no país e o combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikungunya. Vestido com uma camiseta com o slogan "#zikazero", símbolo da nova campanha do governo na saúde, Castro não poupou elogios aos alunos do 6º ano do Centro Educacional 1, da Vila Estrutural. A tentativa de adotar um tom didático somado aos elogios, no entanto, acabou em novas gafes. "Como é que chama a criança da cabeça pequena?", perguntou, ao que alguns citaram "microcefalia" como resposta. "Vocês que são alunos inteligentes. Pois as crianças com microcefalia provavelmente não vão ter o mesmo desenvolvimento da inteligência que vocês que têm o crânio normal tiveram." As afirmações geraram um misto de burburinho e incompreensão entre os alunos. Alguns não disfarçavam o estranhamento. "Que palestra é essa, meu Deus? Criança com cabeça pequenininha?", perguntava aos colegas uma aluna do 6º ano, perto de onde estava a reportagem da Folha. Tentando aumentar o volume da voz para chamar a atenção das crianças, Castro continuou com as comparações e disse que crianças com microcefalia "provavelmente" não serão uma "criança normal". "A criança com microcefalia provavelmente não vai desenvolver o seu cérebro para ser uma criança normal, que possa ir para a escola, aprender, ser educada e ter autonomia e independência", disse. E emendou, citando o vírus zika, o qual apontou como causador da "grande maioria" dos casos de microcefalia: "Por isso estamos fazendo essa ação para combater o Aedes aegypti". "Está feito o pacto. Como vocês são muito inteligentes, que aprendem tudo e têm o cérebro normal, vão fazer o trabalho junto aos pais de vocês para não deixar nenhum criadouro do mosquito", disse. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti 'SEM MEIAS-PALAVRAS' Questionado ao fim do encontro se não achava as comparações "inadequadas", o ministro defendeu as afirmações. Segundo Castro, exames em bebês diagnosticados com microcefalia relacionada ao vírus zika apontam para um grau de comprometimento maior do cérebro em comparação aos casos de microcefalia causados por outros agentes infecciosos já conhecidos, como citomegalovírus e toxoplasmose. "Não são todas as crianças que vão ter retardo mental profundo. Mas as crianças estão sendo estudadas e atendidas", disse. "O padrão é o mesmo causado por infecção, mas o comprometimento é muito mais profundo", disse. "Temos que passar a informação verdadeira. Estamos com um problema muito grave. Não podemos usar meias palavras", rebateu. Ainda segundo Castro, que afirma ter experiência como professor desde os 16 anos, "100% da população brasileira está consciente" dos riscos atrelados ao vírus zika. "Por isso, as palavras não podem deixar de serem ditas como devem", afirmou. Além das declarações, o encontro também foi marcado por vaias de parte dos alunos na chegada do governador Rodrigo Rollemberg. Durante o discurso do governador, alguns alunos gritavam "fora!". INSPEÇÃO E CHORO Horas antes da aula, Castro também ministrou uma palestra para funcionários da Fiocruz em Brasília e participou de uma "mini-inspeção" contra focos do mosquito no entorno do edifício. Ao citar que os casos de microcefalia "não são números, mas seres humanos", Castro interrompeu o discurso e chorou. "Imagina o que é uma mãe de família olhar para sua criança com microcefalia e saber que essa criança nunca vai ter autonomia para se conduzir e que vai precisar a vida inteira de cuidados especiais?", justificou. Para o ministro, a previsão é que a redução no número de casos de doenças causadas pelo Aedes aegypti, que costuma ocorrer com a diminuição no período de chuvas, em maio, seja "mais rápida" neste ano devido à intensificação da campanha contra o mosquito. Chamada- Zika
6
O ganso de bico vermelho
Sushi, o ganso, protagoniza cenas hilárias. Estou me divertindo muito com um pet que jamais havia frequentado minha lista de animais de estimação. Virei um fã incondicional desses plumados. A ave chegou ao sítio não como protagonista, mas coadjuvante. Admirava os gansos esteticamente, sabia das suas qualidades de protetores de território, e, ao decidir contar com a produção ovípara das galinhas, optei ainda por acrescentar um casal de outra espécie. Chegaram dois gansos brancos, Sushi e Sashimi. O macho, de início, buscou interação. A fêmea ficava alguns passos para trás. Nos primeiros contatos, ganhei leves bicadas. Deixei claro que não gostava, afastando-me quando recebia os golpes. Fiz isso instintivamente, lembrando a experiência canina. Surpreendi-me ao perceber que Sushi tinha abandonado as bicadas mais fortes. Mantém agora apenas um ritual de leves abocanhadas, que interpreto, não sei se ingenuamente, como tentativas de carinho. Pesquisei na web e descobri várias histórias da construção de laços entre humanos e gansos. Quando me aproximo do alambrado, por exemplo, Sushi solta a voz. Grasna à espera de atenção e só para quando adentro sua área. Curioso, faz uma espécie de checagem em meus bolsos. Espera, imagino, encontrar o milho que às vezes lhe ofereço como petisco. A curiosidade do bicho coloca-o muitas vezes em situações de risco. Recentemente, optamos por pintar partes das instalações das aves. O funcionário encarregado da pintura cometeu o desatino de deixar o balde de tinta no chão. A curiosidade de Sushi levou-o a mergulhar o bico na lata. Passou a grasnar com a "face" pintada de vermelho. Num primeiro momento, preocuparam-me as consequências do contato com a tinta. Peguei um pano e limpei seu bico. Felizmente, o vacilo não gerou maiores consequências. Apenas uma ave branca que, por alguns instantes, ostentou um gritante detalhe em vermelho.
colunas
O ganso de bico vermelhoSushi, o ganso, protagoniza cenas hilárias. Estou me divertindo muito com um pet que jamais havia frequentado minha lista de animais de estimação. Virei um fã incondicional desses plumados. A ave chegou ao sítio não como protagonista, mas coadjuvante. Admirava os gansos esteticamente, sabia das suas qualidades de protetores de território, e, ao decidir contar com a produção ovípara das galinhas, optei ainda por acrescentar um casal de outra espécie. Chegaram dois gansos brancos, Sushi e Sashimi. O macho, de início, buscou interação. A fêmea ficava alguns passos para trás. Nos primeiros contatos, ganhei leves bicadas. Deixei claro que não gostava, afastando-me quando recebia os golpes. Fiz isso instintivamente, lembrando a experiência canina. Surpreendi-me ao perceber que Sushi tinha abandonado as bicadas mais fortes. Mantém agora apenas um ritual de leves abocanhadas, que interpreto, não sei se ingenuamente, como tentativas de carinho. Pesquisei na web e descobri várias histórias da construção de laços entre humanos e gansos. Quando me aproximo do alambrado, por exemplo, Sushi solta a voz. Grasna à espera de atenção e só para quando adentro sua área. Curioso, faz uma espécie de checagem em meus bolsos. Espera, imagino, encontrar o milho que às vezes lhe ofereço como petisco. A curiosidade do bicho coloca-o muitas vezes em situações de risco. Recentemente, optamos por pintar partes das instalações das aves. O funcionário encarregado da pintura cometeu o desatino de deixar o balde de tinta no chão. A curiosidade de Sushi levou-o a mergulhar o bico na lata. Passou a grasnar com a "face" pintada de vermelho. Num primeiro momento, preocuparam-me as consequências do contato com a tinta. Peguei um pano e limpei seu bico. Felizmente, o vacilo não gerou maiores consequências. Apenas uma ave branca que, por alguns instantes, ostentou um gritante detalhe em vermelho.
10
Evandro Guimarães: Superavit fiscal ao nosso alcance
Produtos contrabandeados de diversos setores entram ilegalmente no país sem certificação e sem recolher impostos, trazendo enormes prejuízos para o Brasil. Trata-se de um caso de extremo interesse público e de soberania nacional que está afetando diretamente a arrecadação fiscal do país, as empresas e suas cadeias produtivas, a saúde, a segurança, e o crescimento do país. Contrabando é crime. Envolve corrupção. Recentemente, essa atividade criminosa atingiu proporções nunca antes vistas. Para alguns setores, o contrabando representa hoje mais de 30% do mercado, como no caso dos cigarros provenientes do Paraguai. Um em cada três cigarros vendidos no Brasil entra ilegalmente no país sem pagar nenhum imposto e sem respeitar as normas técnicas e sanitárias que valem para as empresas aqui estabelecidas. Mesmo em setores em que a mensuração do tamanho do contrabando é mais difícil, os efeitos para a população são mais do que óbvios: brinquedos contrabandeados podem ferir gravemente as crianças, e medicamentos ilegais têm poder até de matar quem os consome. Pesquisa encomendada pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) ao Datafolha e publicada nesta segunda-feira (25) mostra que o consumo de produtos contrabandeados já se encontra enraizado na sociedade brasileira. Cerca de 50% dos mais de 2.400 entrevistados em todo o país disseram conhecer alguém que já comprou produtos contrabandeados, e 35% declararam já ter comprado esse tipo de mercadoria. E o que leva boa parte da população a assumir os riscos atrelados ao consumo desses produtos é muito simples: os baixos preços dos itens que entram ilegalmente no país. Nove em cada dez pessoas ouvidas pelo Datafolha afirmaram que os brasileiros deixariam de apelar para o contrabando caso os produtos nacionais fossem mais baratos. Nem mesmo os graves efeitos que o contrabando têm sobre diferentes áreas, como a segurança pública, a saúde e o emprego, são suficientes para desestimular esse comportamento entre os brasileiros. Como mudar esse cenário? O ETCO e o Fórum Nacional de Combate à Pirataria e à Ilegalidade, iniciou, em 2014, um grande movimento em defesa do mercado legal brasileiro. Esse movimento conta com a adesão de mais de 70 entidades empresariais afetadas por todo tipo de ilegalidade e tem como objetivo apresentar propostas e cobrar soluções. Apenas essa mobilização não basta. A pesquisa do Datafolha mostra que 40% dos entrevistados consideraram que o governo federal é nada eficiente no combate ao contrabando. É justamente o governo federal, por meio de suas forças econômicas e órgãos de repressão ao crime, que tem o poder de mudar esse quadro. No momento em que o governo busca realizar um forte ajuste fiscal, os benefícios que as ações das fronteiras trazem em termos de arrecadação são evidentes, o que compensa as despesas de operações de segurança em larga escala nas fronteiras e nas cidades. Não é possível que fiquemos indiferentes aos problemas que o contrabando tem trazido para o Brasil. É preciso dar um basta a tudo isso. As soluções estão ao nosso alcance. EVANDRO GUIMARÃES, 70, é presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial - ETCO * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Evandro Guimarães: Superavit fiscal ao nosso alcanceProdutos contrabandeados de diversos setores entram ilegalmente no país sem certificação e sem recolher impostos, trazendo enormes prejuízos para o Brasil. Trata-se de um caso de extremo interesse público e de soberania nacional que está afetando diretamente a arrecadação fiscal do país, as empresas e suas cadeias produtivas, a saúde, a segurança, e o crescimento do país. Contrabando é crime. Envolve corrupção. Recentemente, essa atividade criminosa atingiu proporções nunca antes vistas. Para alguns setores, o contrabando representa hoje mais de 30% do mercado, como no caso dos cigarros provenientes do Paraguai. Um em cada três cigarros vendidos no Brasil entra ilegalmente no país sem pagar nenhum imposto e sem respeitar as normas técnicas e sanitárias que valem para as empresas aqui estabelecidas. Mesmo em setores em que a mensuração do tamanho do contrabando é mais difícil, os efeitos para a população são mais do que óbvios: brinquedos contrabandeados podem ferir gravemente as crianças, e medicamentos ilegais têm poder até de matar quem os consome. Pesquisa encomendada pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) ao Datafolha e publicada nesta segunda-feira (25) mostra que o consumo de produtos contrabandeados já se encontra enraizado na sociedade brasileira. Cerca de 50% dos mais de 2.400 entrevistados em todo o país disseram conhecer alguém que já comprou produtos contrabandeados, e 35% declararam já ter comprado esse tipo de mercadoria. E o que leva boa parte da população a assumir os riscos atrelados ao consumo desses produtos é muito simples: os baixos preços dos itens que entram ilegalmente no país. Nove em cada dez pessoas ouvidas pelo Datafolha afirmaram que os brasileiros deixariam de apelar para o contrabando caso os produtos nacionais fossem mais baratos. Nem mesmo os graves efeitos que o contrabando têm sobre diferentes áreas, como a segurança pública, a saúde e o emprego, são suficientes para desestimular esse comportamento entre os brasileiros. Como mudar esse cenário? O ETCO e o Fórum Nacional de Combate à Pirataria e à Ilegalidade, iniciou, em 2014, um grande movimento em defesa do mercado legal brasileiro. Esse movimento conta com a adesão de mais de 70 entidades empresariais afetadas por todo tipo de ilegalidade e tem como objetivo apresentar propostas e cobrar soluções. Apenas essa mobilização não basta. A pesquisa do Datafolha mostra que 40% dos entrevistados consideraram que o governo federal é nada eficiente no combate ao contrabando. É justamente o governo federal, por meio de suas forças econômicas e órgãos de repressão ao crime, que tem o poder de mudar esse quadro. No momento em que o governo busca realizar um forte ajuste fiscal, os benefícios que as ações das fronteiras trazem em termos de arrecadação são evidentes, o que compensa as despesas de operações de segurança em larga escala nas fronteiras e nas cidades. Não é possível que fiquemos indiferentes aos problemas que o contrabando tem trazido para o Brasil. É preciso dar um basta a tudo isso. As soluções estão ao nosso alcance. EVANDRO GUIMARÃES, 70, é presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial - ETCO * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
14
Cem anos de perdão
BRASÍLIA - O presidente Michel Temer disse que seu aliado Rodrigo Rocha Loures é uma pessoa "de muito boa índole". Imagine se não fosse. Flagrado recebendo R$ 500 mil de um lobista, ele foi convidado a devolver a propina à Polícia Federal. Ao abrir a mala, os agentes tiveram uma surpresa: faltavam R$ 35 mil. Nesta quinta, o deputado depositou o resto do dinheiro numa conta judicial. Ele não explicou se o desfalque foi causado por esquecimento, distração ou falta de talento para a matemática. Mesmo sem uma desculpa esfarrapada, o caso já garantiu lugar no anedotário da Lava Jato. No início do mês, a Folha contou outros episódios de desvio do desvio. O delator André Santana, que trabalhava com os marqueteiros do PT, disse ter sido assaltado num táxi quando carregava dinheiro entregue pela Odebrecht. Ele não soube dizer se carregava R$ 1 milhão ou R$ 1,5 milhão para o caixa dois da chapa Dilma-Temer. De acordo com o relato, a história ficou por isso mesmo. Em outro depoimento, um executivo narrou o sumiço de propina escondida numa cocheira. É isso mesmo: a maior empreiteira do país teria perdido R$ 8 milhões surrupiados de uma baia do aristocrático Jockey Club Brasileiro, na zona sul do Rio. Até onde se sabe, nenhum cavalo foi intimado a depor sobre o assunto. O delator João Antônio Bernardi contou uma história menos rocambolesca. Disse ter sido assaltado no Largo da Carioca, perto da sede da Petrobras. Quem conhece a região corre o risco de acreditar, exceto por um detalhe: o batedor de carteira teria levado nada menos que R$ 100 mil. Na semana passada, o lobista Ricardo Saud fez mais um relato intrigante. Acostumado a distribuir propina em nome da JBS, ele se disse espantado com políticos que teriam embolsado dinheiro destinado às próprias campanhas. "O Michel Temer fez uma coisa até muito deselegante. Nessa eleição, eu só vi dois caras roubar [sic] deles mesmos. Foi o Kassab e o Temer", afirmou.
colunas
Cem anos de perdãoBRASÍLIA - O presidente Michel Temer disse que seu aliado Rodrigo Rocha Loures é uma pessoa "de muito boa índole". Imagine se não fosse. Flagrado recebendo R$ 500 mil de um lobista, ele foi convidado a devolver a propina à Polícia Federal. Ao abrir a mala, os agentes tiveram uma surpresa: faltavam R$ 35 mil. Nesta quinta, o deputado depositou o resto do dinheiro numa conta judicial. Ele não explicou se o desfalque foi causado por esquecimento, distração ou falta de talento para a matemática. Mesmo sem uma desculpa esfarrapada, o caso já garantiu lugar no anedotário da Lava Jato. No início do mês, a Folha contou outros episódios de desvio do desvio. O delator André Santana, que trabalhava com os marqueteiros do PT, disse ter sido assaltado num táxi quando carregava dinheiro entregue pela Odebrecht. Ele não soube dizer se carregava R$ 1 milhão ou R$ 1,5 milhão para o caixa dois da chapa Dilma-Temer. De acordo com o relato, a história ficou por isso mesmo. Em outro depoimento, um executivo narrou o sumiço de propina escondida numa cocheira. É isso mesmo: a maior empreiteira do país teria perdido R$ 8 milhões surrupiados de uma baia do aristocrático Jockey Club Brasileiro, na zona sul do Rio. Até onde se sabe, nenhum cavalo foi intimado a depor sobre o assunto. O delator João Antônio Bernardi contou uma história menos rocambolesca. Disse ter sido assaltado no Largo da Carioca, perto da sede da Petrobras. Quem conhece a região corre o risco de acreditar, exceto por um detalhe: o batedor de carteira teria levado nada menos que R$ 100 mil. Na semana passada, o lobista Ricardo Saud fez mais um relato intrigante. Acostumado a distribuir propina em nome da JBS, ele se disse espantado com políticos que teriam embolsado dinheiro destinado às próprias campanhas. "O Michel Temer fez uma coisa até muito deselegante. Nessa eleição, eu só vi dois caras roubar [sic] deles mesmos. Foi o Kassab e o Temer", afirmou.
10
Dominada pela oposição, CPI do BNDES mira em empresas da Lava Jato
Deputados que compõem a CPI do BNDES aprovaram, nesta quinta-feira (20), requerimentos para ter acesso a cópias de contratos entre o banco estatal e as empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato. O banco também terá de enviar à CPI todos os contratos de financiamento para exportações de serviços de engenharia firmados com Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, OAS e Camargo Correa de 2003 a 2015, período sob investigação na comissão. A CPI do BNDES foi instalada na Câmara no início deste mês para apurar empréstimos considerados suspeitos concedidos pelo banco nos governos do PT. A comissão é dominada pela oposição e por aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que rompeu com o governo. Estava previsto para esta quinta o depoimento do presidente do BNDES, Luciano Coutinho. A oitiva, porém, teve de ser remarcada para a próxima quinta (27) devido à morte da mãe de Coutinho. Foram aprovadas ainda convocações do vice-presidente do banco, Wagner Bittencourt de Oliveira, e da diretora da área de comércio exterior, Luciene Machado. Financiamentos do banco para projetos em outros países, como Cuba e Venezuela, são um dos principais focos da CPI, junto com as empreiteiras da Lava Jato. Os deputados aprovaram também um requerimento de informações sobre todas as operações do banco com o grupo EBX, do empresário Eike Batista. No início desta semana, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, colocou-se à disposição da CPI para prestar esclarecimentos sobre a atuação do BNDES, vinculado à sua pasta. O ministro deverá ser um dos próximos convidados a comparecer à comissão.
poder
Dominada pela oposição, CPI do BNDES mira em empresas da Lava JatoDeputados que compõem a CPI do BNDES aprovaram, nesta quinta-feira (20), requerimentos para ter acesso a cópias de contratos entre o banco estatal e as empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato. O banco também terá de enviar à CPI todos os contratos de financiamento para exportações de serviços de engenharia firmados com Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, OAS e Camargo Correa de 2003 a 2015, período sob investigação na comissão. A CPI do BNDES foi instalada na Câmara no início deste mês para apurar empréstimos considerados suspeitos concedidos pelo banco nos governos do PT. A comissão é dominada pela oposição e por aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que rompeu com o governo. Estava previsto para esta quinta o depoimento do presidente do BNDES, Luciano Coutinho. A oitiva, porém, teve de ser remarcada para a próxima quinta (27) devido à morte da mãe de Coutinho. Foram aprovadas ainda convocações do vice-presidente do banco, Wagner Bittencourt de Oliveira, e da diretora da área de comércio exterior, Luciene Machado. Financiamentos do banco para projetos em outros países, como Cuba e Venezuela, são um dos principais focos da CPI, junto com as empreiteiras da Lava Jato. Os deputados aprovaram também um requerimento de informações sobre todas as operações do banco com o grupo EBX, do empresário Eike Batista. No início desta semana, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, colocou-se à disposição da CPI para prestar esclarecimentos sobre a atuação do BNDES, vinculado à sua pasta. O ministro deverá ser um dos próximos convidados a comparecer à comissão.
0
PSDB diz na TV que não é oposição ao Brasil e que PT deve pagar por erros
A propaganda nacional no PSDB, que foi ao ar na noite desta segunda-feira (28), afirma que o partido não é oposição ao Brasil, mas sim ao governo, e que é hora de o PT pagar por seus erros. No vídeo, que tem duração de dez minutos, nomes importantes do partido, como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, os senadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticam medidas do governo Dilma, como a possibilidade da volta da CPMF –o chamado imposto do cheque, os cortes no Pronatec e a mudança em alguns direitos trabalhistas. Na introdução da peça, pessoas aparecem usando máscaras de Dilma enquanto uma narradora diz que as pessoas votaram em Dilma esperando uma coisa e se depararam com outra. Ao fim, todos tiram as máscaras e a narradora anuncia que "com tanta mentira, um dia a máscara cai". Uma apresentadora então aparece em frente a matérias de jornais que abordam a crise e o rebaixamento da nota do Brasil pela agência de riscos Standard & Poor's. Após isso, os políticos tucanos começam a surgir na propaganda. O primeiro deles é Alckmin, que afirma que o país vive uma das piores crises de sua história e que o governo petista "escolheu o pior caminho para enfrentá-la. Aumentou os impostos e os juros, piorando ainda mais o drama do desemprego". Logo depois vem Serra, que é taxativo: "Ao longo de toda a minha vida pública nunca vi o Brasil numa situação tão difícil como essa. Infelizmente", crava o senador, que garante que o PSDB avisou que estava "entrando água no barco", mas que o PT "se fez de surdo e nada fez para prevenir a crise. Só pensou em ganhar a eleição", antes de criticar impostos e os juros altos. Serra finaliza sua fala dizendo que "é hora de o PT [e não mais a população] pagar por seus próprios erros". Vêm então menções às pedaladas fiscais e à suspeita de que dinheiro da Operação Lava Jato tenha sido utilizado na campanha de Dilma. O ex-presidente FHC aparece em seguida e afirma que a gestão Dilma está "derretendo" e que "a presidente é refém de uma base de sustentação no Congresso que a cada dia é mais do tipo toma lá, dá cá". O tucano diz ainda que é hora de a petista pensar "no que é melhor para o país, e não para o PT". Além disso, o tucano usa o termo "herança maldita" para se referir ao legado do ex-presidente Lula. O termo era usualmente utilizado por petistas para se referir ao legado que FHC deixou para o petista em 2003. Por último, aparece Aécio, que afirma que as crises –econômica, política, moral e social, nas palavras dele– são consequências de "escolhas e decisões tomadas por aqueles que mostraram ter como objetivo de manter no poder custe o que custar". A propaganda faz então um apelo às mulheres, dizendo que, com a crise, "a mulher é ainda mais importante na família", e mostra a entrevista de duas que afirmam ter dificuldades para manter a casa por causa da situação econômica. Uma delas diz que votou em Dilma e se arrepende. "esperava mais dela como mulher e como mãe", diz. Aécio volta à cena após as entrevistas e afirma que o partido é oposição ao governo, mas que "não é e jamais será" oposição ao Brasil. O ex-governador de Minas Gerais diz que o PSDB jamais apoiará a volta da CPMF e que o governo mexa em direitos trabalhistas, mas que o Planalto pode contar com o partido se decidir reduzir impostos sobre a folha de pagamento das empresas ou baixar os juros. Após um trecho do hino nacional, um apresentador aparece para finalizar a propaganda e faz uma analogia entre promessas não realizadas pelo governo Dilma e a alguém que deve dinheiro ao expectador. No fim, questiona se não ter recebido o que se esperava na hora do voto "é ou não é um verdadeiro golpe?" Dilma usa a palavra golpe para se referir às intenções de removê-la do cargo por meio de impeachment. Durante toda a propaganda, aparecem pessoas marchando nas ruas batendo panelas –críticos ao governo Dilma bateram panelas diversas vezes neste ano durante discursos da petista na TV.
poder
PSDB diz na TV que não é oposição ao Brasil e que PT deve pagar por errosA propaganda nacional no PSDB, que foi ao ar na noite desta segunda-feira (28), afirma que o partido não é oposição ao Brasil, mas sim ao governo, e que é hora de o PT pagar por seus erros. No vídeo, que tem duração de dez minutos, nomes importantes do partido, como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, os senadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticam medidas do governo Dilma, como a possibilidade da volta da CPMF –o chamado imposto do cheque, os cortes no Pronatec e a mudança em alguns direitos trabalhistas. Na introdução da peça, pessoas aparecem usando máscaras de Dilma enquanto uma narradora diz que as pessoas votaram em Dilma esperando uma coisa e se depararam com outra. Ao fim, todos tiram as máscaras e a narradora anuncia que "com tanta mentira, um dia a máscara cai". Uma apresentadora então aparece em frente a matérias de jornais que abordam a crise e o rebaixamento da nota do Brasil pela agência de riscos Standard & Poor's. Após isso, os políticos tucanos começam a surgir na propaganda. O primeiro deles é Alckmin, que afirma que o país vive uma das piores crises de sua história e que o governo petista "escolheu o pior caminho para enfrentá-la. Aumentou os impostos e os juros, piorando ainda mais o drama do desemprego". Logo depois vem Serra, que é taxativo: "Ao longo de toda a minha vida pública nunca vi o Brasil numa situação tão difícil como essa. Infelizmente", crava o senador, que garante que o PSDB avisou que estava "entrando água no barco", mas que o PT "se fez de surdo e nada fez para prevenir a crise. Só pensou em ganhar a eleição", antes de criticar impostos e os juros altos. Serra finaliza sua fala dizendo que "é hora de o PT [e não mais a população] pagar por seus próprios erros". Vêm então menções às pedaladas fiscais e à suspeita de que dinheiro da Operação Lava Jato tenha sido utilizado na campanha de Dilma. O ex-presidente FHC aparece em seguida e afirma que a gestão Dilma está "derretendo" e que "a presidente é refém de uma base de sustentação no Congresso que a cada dia é mais do tipo toma lá, dá cá". O tucano diz ainda que é hora de a petista pensar "no que é melhor para o país, e não para o PT". Além disso, o tucano usa o termo "herança maldita" para se referir ao legado do ex-presidente Lula. O termo era usualmente utilizado por petistas para se referir ao legado que FHC deixou para o petista em 2003. Por último, aparece Aécio, que afirma que as crises –econômica, política, moral e social, nas palavras dele– são consequências de "escolhas e decisões tomadas por aqueles que mostraram ter como objetivo de manter no poder custe o que custar". A propaganda faz então um apelo às mulheres, dizendo que, com a crise, "a mulher é ainda mais importante na família", e mostra a entrevista de duas que afirmam ter dificuldades para manter a casa por causa da situação econômica. Uma delas diz que votou em Dilma e se arrepende. "esperava mais dela como mulher e como mãe", diz. Aécio volta à cena após as entrevistas e afirma que o partido é oposição ao governo, mas que "não é e jamais será" oposição ao Brasil. O ex-governador de Minas Gerais diz que o PSDB jamais apoiará a volta da CPMF e que o governo mexa em direitos trabalhistas, mas que o Planalto pode contar com o partido se decidir reduzir impostos sobre a folha de pagamento das empresas ou baixar os juros. Após um trecho do hino nacional, um apresentador aparece para finalizar a propaganda e faz uma analogia entre promessas não realizadas pelo governo Dilma e a alguém que deve dinheiro ao expectador. No fim, questiona se não ter recebido o que se esperava na hora do voto "é ou não é um verdadeiro golpe?" Dilma usa a palavra golpe para se referir às intenções de removê-la do cargo por meio de impeachment. Durante toda a propaganda, aparecem pessoas marchando nas ruas batendo panelas –críticos ao governo Dilma bateram panelas diversas vezes neste ano durante discursos da petista na TV.
0
Jeitinho brasileiro é promovido a estratégia no mundo dos negócios
O jeitinho brasileiro foi promovido de vergonha nacional a centro da cultura estratégica brasileira. E com ensinamentos a serem divulgados mundo afora. Pelo menos ao levar em conta que o modo de agir peculiar foi tema de palestra a empresários ligados à Câmara de Comércio França Brasil (CCFB) na segunda-feira (17), em São Paulo. O professor responsável pela análise foi o francês Pierre Fayard, do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas (IFBAE), estudioso das culturas estratégicas (principalmente China) e professor da Universidade de Poitiers, na França. "É um tema que parece pequeno, mas é grande. O jeitinho tem componentes que são vistos como negativos, mas também há alguns que são bem positivos. É uma coisa bem milagrosa para nós, franceses", disse ele à Folha. Segundo Fayard, o jeitinho se caracteriza por uma mistura de capacidade de achar solução para qualquer problema sem desistir facilmente, cordialidade e uma certa amoralidade. "Na cultura do jeitinho, a cabeça está aberta a qualquer possibilidade, regular ou não. Vai dar certo e, se não der, ainda não chegou ao fim", disse, ecoando o escritor Fernando Sabino (1923-2004). Para ele, é espantoso como, durante o período hiperinflacionário dos anos 1980 e 1990, faziam-se negócios no Brasil, o que considera que seria impossível na Alemanha ou na França. SIMPATIA Adeptos do jeitinho fogem do conflito direto e, usando de simpatia, adaptam-se às ações do outro para atingir um objetivo específico, algo que lembra os ensinamentos do general chinês Sun Tzu (544 a.C. - 496 a.C.), que escreveu o clássico "A Arte da Guerra", diz. Devido a sua insistência em andar fora da linha, o jeitinho, quando bem aplicado, tende a ficar invisível. Enquanto EUA e países da Europa glorificam a figura do herói e há literatura explicando suas estratégias, o fenômeno do jeitinho brasileiro, até agora, foi estudado apenas do ponto de vista sociológico, por autores como Roberto DaMatta. Mas, para evitar que o jeitinho ultrapasse o mundo corporativo e descambe para escândalos nos negócios, Fayard diz que a estratégia brasileira deve ser mais estudada. Segundo o professor, existem virtudes e limitações. Entre seus defeitos estão seu egoísmo e sua visão de curto prazo.
mercado
Jeitinho brasileiro é promovido a estratégia no mundo dos negóciosO jeitinho brasileiro foi promovido de vergonha nacional a centro da cultura estratégica brasileira. E com ensinamentos a serem divulgados mundo afora. Pelo menos ao levar em conta que o modo de agir peculiar foi tema de palestra a empresários ligados à Câmara de Comércio França Brasil (CCFB) na segunda-feira (17), em São Paulo. O professor responsável pela análise foi o francês Pierre Fayard, do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas (IFBAE), estudioso das culturas estratégicas (principalmente China) e professor da Universidade de Poitiers, na França. "É um tema que parece pequeno, mas é grande. O jeitinho tem componentes que são vistos como negativos, mas também há alguns que são bem positivos. É uma coisa bem milagrosa para nós, franceses", disse ele à Folha. Segundo Fayard, o jeitinho se caracteriza por uma mistura de capacidade de achar solução para qualquer problema sem desistir facilmente, cordialidade e uma certa amoralidade. "Na cultura do jeitinho, a cabeça está aberta a qualquer possibilidade, regular ou não. Vai dar certo e, se não der, ainda não chegou ao fim", disse, ecoando o escritor Fernando Sabino (1923-2004). Para ele, é espantoso como, durante o período hiperinflacionário dos anos 1980 e 1990, faziam-se negócios no Brasil, o que considera que seria impossível na Alemanha ou na França. SIMPATIA Adeptos do jeitinho fogem do conflito direto e, usando de simpatia, adaptam-se às ações do outro para atingir um objetivo específico, algo que lembra os ensinamentos do general chinês Sun Tzu (544 a.C. - 496 a.C.), que escreveu o clássico "A Arte da Guerra", diz. Devido a sua insistência em andar fora da linha, o jeitinho, quando bem aplicado, tende a ficar invisível. Enquanto EUA e países da Europa glorificam a figura do herói e há literatura explicando suas estratégias, o fenômeno do jeitinho brasileiro, até agora, foi estudado apenas do ponto de vista sociológico, por autores como Roberto DaMatta. Mas, para evitar que o jeitinho ultrapasse o mundo corporativo e descambe para escândalos nos negócios, Fayard diz que a estratégia brasileira deve ser mais estudada. Segundo o professor, existem virtudes e limitações. Entre seus defeitos estão seu egoísmo e sua visão de curto prazo.
2
Joana Flor faz versão rock de 'A Rita', de Chico Buarque, em disco de estreia
Ao lançar neste mês, com um show no Sesc Pompeia, o CD "Indivíduo Lugar", a carioca Joana Flor concluiu uma jornada que começou há dez anos, na mudança de Rio de Janeiro para São Paulo, e passou pela decisão de se dedicar apenas à música –deixando para trás sua atuação como a palhaça Coxones. A primeira faixa do CD é uma versão roqueira de "A Rita", de Chico Buarque. Ao cartão de visitas se sucedem mais três adaptações de composições alheias, feitas com bastante liberdade, e quatro criações próprias, todas com mesclas improváveis de gêneros e instrumentos. "Eu tocava no Rio, na noite, mas flertava com São Paulo para poder misturar os sons, sair de samba e bossa nova. Queria explorar mais minha veia de rock", conta ela, que faz shows desde os 16 de seus 33 anos. Por acaso, Joana teve este seu primeiro CD produzido por alguém que participou de um disco fundamental na história das misturas na música brasileira. Manoel Barenbein, hoje com 74 anos, foi o produtor de "Tropicalia ou Panis et Circensis", o LP-manifesto do tropicalismo. A cantora procurara a editora Arlequim para negociar os direitos de "Eu te Amei como Pude (Feito Gente)", de Walter Franco. Barenbein, diretor musical da Arlequim, encantou-se com a versão da música e ofereceu seus serviços. "Sempre quis dividir a produção, ser orientada, para tentar ir mais fundo", diz Joana, que costuma produzir as próprias gravações, além de trabalhos de outros artistas. Muito de "Indivíduo Lugar" –o título é uma expressão, de sentido filosófico involuntário, dita à cantora por um taxista carioca– foi gravado em casa por ela, que toca vários instrumentos (violões, guitarra, percussões). O processo caseiro contribuiu para soltar a imaginação. Em "Samba Erudito" (Paulo Vanzolini), um "piano Chiquinha Gonzaga" –como Joana traduz o estilo executado por Matheus Alvisi– se uniu a percussões variadas e a um trompete feito com garrafas pet. Em "Zamba Bem" (Marku Ribas) a bossa nova substitui o samba-rock. Das quatro canções assinadas por ela, só uma não é inédita: "Sine Qua Non". A cantora tem na bagagem dois EPs e bandas como Joana Flor e Seus Dois Maridos –a que a acompanha agora se chama Os Ervas Daninhas. "Acho este CD meu momento-ícone, em que eu estou mostrando não só as minhas composições, mas a minha visão do mundo", diz. INDIVÍDUO LUGAR ARTISTA Joana Flor GRAVADORA Genesis QUANTO R$ 19,90 (CD) LUIZ FERNANDO VIANNA é autor de "Aldir Blanc - Resposta ao Tempo" (Casa da Palavra)
ilustrada
Joana Flor faz versão rock de 'A Rita', de Chico Buarque, em disco de estreiaAo lançar neste mês, com um show no Sesc Pompeia, o CD "Indivíduo Lugar", a carioca Joana Flor concluiu uma jornada que começou há dez anos, na mudança de Rio de Janeiro para São Paulo, e passou pela decisão de se dedicar apenas à música –deixando para trás sua atuação como a palhaça Coxones. A primeira faixa do CD é uma versão roqueira de "A Rita", de Chico Buarque. Ao cartão de visitas se sucedem mais três adaptações de composições alheias, feitas com bastante liberdade, e quatro criações próprias, todas com mesclas improváveis de gêneros e instrumentos. "Eu tocava no Rio, na noite, mas flertava com São Paulo para poder misturar os sons, sair de samba e bossa nova. Queria explorar mais minha veia de rock", conta ela, que faz shows desde os 16 de seus 33 anos. Por acaso, Joana teve este seu primeiro CD produzido por alguém que participou de um disco fundamental na história das misturas na música brasileira. Manoel Barenbein, hoje com 74 anos, foi o produtor de "Tropicalia ou Panis et Circensis", o LP-manifesto do tropicalismo. A cantora procurara a editora Arlequim para negociar os direitos de "Eu te Amei como Pude (Feito Gente)", de Walter Franco. Barenbein, diretor musical da Arlequim, encantou-se com a versão da música e ofereceu seus serviços. "Sempre quis dividir a produção, ser orientada, para tentar ir mais fundo", diz Joana, que costuma produzir as próprias gravações, além de trabalhos de outros artistas. Muito de "Indivíduo Lugar" –o título é uma expressão, de sentido filosófico involuntário, dita à cantora por um taxista carioca– foi gravado em casa por ela, que toca vários instrumentos (violões, guitarra, percussões). O processo caseiro contribuiu para soltar a imaginação. Em "Samba Erudito" (Paulo Vanzolini), um "piano Chiquinha Gonzaga" –como Joana traduz o estilo executado por Matheus Alvisi– se uniu a percussões variadas e a um trompete feito com garrafas pet. Em "Zamba Bem" (Marku Ribas) a bossa nova substitui o samba-rock. Das quatro canções assinadas por ela, só uma não é inédita: "Sine Qua Non". A cantora tem na bagagem dois EPs e bandas como Joana Flor e Seus Dois Maridos –a que a acompanha agora se chama Os Ervas Daninhas. "Acho este CD meu momento-ícone, em que eu estou mostrando não só as minhas composições, mas a minha visão do mundo", diz. INDIVÍDUO LUGAR ARTISTA Joana Flor GRAVADORA Genesis QUANTO R$ 19,90 (CD) LUIZ FERNANDO VIANNA é autor de "Aldir Blanc - Resposta ao Tempo" (Casa da Palavra)
1
Serra sugere que Vaticano, EUA e Cuba podem ajudar Venezuela
O chanceler brasileiro, José Serra, sugeriu em Assunção que uma intermediação de Vaticano, Estados Unidos e Cuba "pode ajudar" na solução da crise política na Venezuela. Serra não especificou se uma atuação do trio para fomentar o diálogo entre governo e oposição está sendo discutida nos bastidores. O governo venezuelano revelou recentemente ter pedido a ajuda do Vaticano, a exemplo do que ocorreu no processo de reaproximação entre Washington e Havana. Mas a participação de EUA e Cuba não tinha sido anunciada como uma possibilidade concreta até agora. "Eu espero que agora, se o Vaticano for fazer alguma intermediação, mais EUA e Cuba, que [isso] pode ajudar nesse processo. Talvez a gente tenha uma saída, porque tem que ter uma saída", afirmou o chanceler brasileiro ao ser questionado sobre a situação venezuelana. Segundo Serra, durante a reunião na residência oficial do presidente paraguaio, Horacio Cartes e o presidente Michel Temer não discutiram sobre Venezuela, "porque já há um consenso de que a Venezuela tem que encontrar uma saída". "[A Venezuela] é um país que está se desintegrando, [tem] presos políticos, faltam 95% dos medicamentos, [há] desabastecimento de alimentos. Ninguém quer que a Venezuela continue nesse processo", afirmou. Temer, acompanhado de Serra e mais quatro ministros –Raul Jungmann (Defesa), Alexandre de Moraes (Justiça), Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional) e Marcos Pereira (Desenvolvimento, Indústria e Comércio)– passou pela Argentina nesta segunda-feira (3) antes de ir ao Paraguai. Em Assunção, ele chegou ao fim da tarde, se reuniu com Cartes e participou de um jantar na residência oficial. Logo depois, por volta das 21h30, a comitiva embarcou de volta ao Brasil.
mundo
Serra sugere que Vaticano, EUA e Cuba podem ajudar VenezuelaO chanceler brasileiro, José Serra, sugeriu em Assunção que uma intermediação de Vaticano, Estados Unidos e Cuba "pode ajudar" na solução da crise política na Venezuela. Serra não especificou se uma atuação do trio para fomentar o diálogo entre governo e oposição está sendo discutida nos bastidores. O governo venezuelano revelou recentemente ter pedido a ajuda do Vaticano, a exemplo do que ocorreu no processo de reaproximação entre Washington e Havana. Mas a participação de EUA e Cuba não tinha sido anunciada como uma possibilidade concreta até agora. "Eu espero que agora, se o Vaticano for fazer alguma intermediação, mais EUA e Cuba, que [isso] pode ajudar nesse processo. Talvez a gente tenha uma saída, porque tem que ter uma saída", afirmou o chanceler brasileiro ao ser questionado sobre a situação venezuelana. Segundo Serra, durante a reunião na residência oficial do presidente paraguaio, Horacio Cartes e o presidente Michel Temer não discutiram sobre Venezuela, "porque já há um consenso de que a Venezuela tem que encontrar uma saída". "[A Venezuela] é um país que está se desintegrando, [tem] presos políticos, faltam 95% dos medicamentos, [há] desabastecimento de alimentos. Ninguém quer que a Venezuela continue nesse processo", afirmou. Temer, acompanhado de Serra e mais quatro ministros –Raul Jungmann (Defesa), Alexandre de Moraes (Justiça), Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional) e Marcos Pereira (Desenvolvimento, Indústria e Comércio)– passou pela Argentina nesta segunda-feira (3) antes de ir ao Paraguai. Em Assunção, ele chegou ao fim da tarde, se reuniu com Cartes e participou de um jantar na residência oficial. Logo depois, por volta das 21h30, a comitiva embarcou de volta ao Brasil.
3
Após crítica sobre silêncio no AM, Temer lamenta massacre em RR
Em atitude diferente à observada no massacre na segunda-feira (2) em Manaus, na qual demorou três dias para se pronunciar, o presidente Michel Temer lamentou nesta sexta (6) as mortes na maior prisão de Roraima e prestou solidariedade à população estadual. Em comunicado público, a assessoria de imprensa da Presidência da República informou que o presidente telefonou para a governadora Suely Campos (PP) e colocou as forças federais à disposição da unidade da federação. Ao todo, 31 pessoas foram assassinadas na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, a maior unidade prisional de Roraima. Segundo o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, os mortos tinham ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e se tratou de um "acerto interno de contas". "Temer lamentou o episódio e se solidarizou com o povo do Estado", ressalta o comunicado. A nota pública informa ainda que a governadora salientou que a situação estadual está " sob controle" e que não há a necessidade de reforço federal. "Ficou acertado que as autoridades estaduais manterão permanente contato com o Ministério da Justiça para trocar informações sobre a evolução da situação de segurança em Boa Vista", ressalta. O silêncio do presidente no massacre em Manaus fazia parte de uma estratégia para evitar que a crise prisional desgastasse a imagem do peemedebista. Ao todo, 60 presos foram mortos em dois presídios da capital amazonense. Com a repercussão negativa, contudo, Temer recuou e se pronunciou na quinta-feira (5), quando chamou o ocorrido de "acidente pavoroso". Criticado nas redes sociais e por especialistas em segurança pela utilização do termo, ele recorreu ao dicionário e publicou sinônimos da palavra "acidente", entre eles "tragédia" e "fatalidade". Apesar da explicação, o presidente continuou sendo criticado nas redes sociais pelo uso da expressão.
cotidiano
Após crítica sobre silêncio no AM, Temer lamenta massacre em RREm atitude diferente à observada no massacre na segunda-feira (2) em Manaus, na qual demorou três dias para se pronunciar, o presidente Michel Temer lamentou nesta sexta (6) as mortes na maior prisão de Roraima e prestou solidariedade à população estadual. Em comunicado público, a assessoria de imprensa da Presidência da República informou que o presidente telefonou para a governadora Suely Campos (PP) e colocou as forças federais à disposição da unidade da federação. Ao todo, 31 pessoas foram assassinadas na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, a maior unidade prisional de Roraima. Segundo o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, os mortos tinham ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e se tratou de um "acerto interno de contas". "Temer lamentou o episódio e se solidarizou com o povo do Estado", ressalta o comunicado. A nota pública informa ainda que a governadora salientou que a situação estadual está " sob controle" e que não há a necessidade de reforço federal. "Ficou acertado que as autoridades estaduais manterão permanente contato com o Ministério da Justiça para trocar informações sobre a evolução da situação de segurança em Boa Vista", ressalta. O silêncio do presidente no massacre em Manaus fazia parte de uma estratégia para evitar que a crise prisional desgastasse a imagem do peemedebista. Ao todo, 60 presos foram mortos em dois presídios da capital amazonense. Com a repercussão negativa, contudo, Temer recuou e se pronunciou na quinta-feira (5), quando chamou o ocorrido de "acidente pavoroso". Criticado nas redes sociais e por especialistas em segurança pela utilização do termo, ele recorreu ao dicionário e publicou sinônimos da palavra "acidente", entre eles "tragédia" e "fatalidade". Apesar da explicação, o presidente continuou sendo criticado nas redes sociais pelo uso da expressão.
6
'Deu até pena do ovo, era novinho', diz manifestante que arremessou contra Doria
A Câmara Municipal de Salvador identificou três manifestantes que teriam atirado ovos no prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), na noite desta segunda-feira (7) em Salvador. O prefeito paulistano foi à Bahia receber um título de cidadão soteropolitano, mas foi recebido com protestos, vaias e atingido por ovos na Praça Municipal. Os três manifestantes sofrerão uma punição administrativa: serão proibidos de entrar no prédio da Câmara de Salvador até o final deste ano. O ato com a punição será publicado no Diário Oficial nesta quarta-feira (9). O produtor cultural Eucimar Freitas, militante do PT e membro do Conselho Municipal de Cultura de Salvador, foi um dos punidos. Ele admite ter arremessado ovos contra o prefeito de São Paulo, mas diz não saber se foi o seu que o atingiu. "Deu até pena do ovo. Era novinho", disse Freitas à Folha, classificando o protesto como pacífico, legítimo e espontâneo –ele diz que não houve participação de vereadores na organização da manifestação. O manifestante ainda criticou a punição imposta pelo Legislativo municipal. Diz que os ovos foram arremessados contra Doria e que não houve dano ao patrimônio da Câmara. "Doria agora é patrimônio de Salvador? Pelo que sei, além de maltratar moradores de rua e acabar com a arte em grafite de São Paulo, ele não tem nenhum serviço prestado à nossa cidade", afirma Freitas. Os outros dois manifestantes punidos pela Câmara de Salvador são Eudes Oliveira e Jhones Bastos. O primeiro é filiado ao PSOL e é membro do grupo Atitude Quilombola. O segundo é filiado ao PT e faz parte do movimento dos sem-teto. Eudes Oliveira afirma ter participado do protesto, mas nega que tenha arremessado ovos em Doria: "Vão ter que provar". A reportagem não conseguiu contato com Jhones Bastos. O presidente da Câmara Municipal de Salvador, vereador Léo Prates (DEM), afirma que os manifestantes que jogaram os ovos foram identificados por meio de imagens das câmeras de segurança. "A manifestação é natural e legítima, mas algumas pessoas cometeram excessos. Resolvemos puni-las porque colocaram em risco a segurança dos vereadores e das outras pessoas que ali estavam", afirmou. TROCA DE ACUSAÇÕES Os protestos contra João Doria acirraram o clima de disputa entre o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), e o governador da Bahia, Rui Costa (PT). Ambos deverão ser adversários na disputa pelo governo baiano no próximo ano. O prefeito acusou o governador de ser o "patrocinador" dos protestos contra Doria: "[O protesto] é fruto do desespero, de quem está vendo o poder se esvair. Esse tipo de coisa vai ser dada a resposta ano que vem nas eleições", afirmou. Nesta terça-feira (8), o governador negou que estivesse por trás dos protestos contra Doria. "Isso é coisa da idade, da inexperiência e um certo desespero de quem está tentando tirar o direito previdenciário da população, de quem está tentando tirar os direitos trabalhistas e está percebendo que o povo não está aceitando", disse em entrevista à imprensa. O petista ainda classificou a homenagem como um ato de campanha eleitoral de Doria e ACM Neto. E disse que ambos deveriam "estar trabalhando e cuidando das suas cidades". "Talvez, para quem não tenha muito para fazer, a prioridade seja fazer campanha eleitoral", afirmou Costa. DANÇANDO AXÉ Depois de participar da sessão solene na Câmara, Doria foi jantar com empresários e aliados do prefeito ACM Neto em um restaurante em Salvador. Lá, dançou passos de axé durante um apresentação da cantora Gilmelândia, ex-Banda Beijo. O prefeito paulistano deverá voltar à Bahia nos próximos meses para receber um título de cidadão baiano. A proposta é do deputado estadual Adolfo Viana (PSDB) e já foi aprovada pela Assembleia Legislativa.
poder
'Deu até pena do ovo, era novinho', diz manifestante que arremessou contra DoriaA Câmara Municipal de Salvador identificou três manifestantes que teriam atirado ovos no prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), na noite desta segunda-feira (7) em Salvador. O prefeito paulistano foi à Bahia receber um título de cidadão soteropolitano, mas foi recebido com protestos, vaias e atingido por ovos na Praça Municipal. Os três manifestantes sofrerão uma punição administrativa: serão proibidos de entrar no prédio da Câmara de Salvador até o final deste ano. O ato com a punição será publicado no Diário Oficial nesta quarta-feira (9). O produtor cultural Eucimar Freitas, militante do PT e membro do Conselho Municipal de Cultura de Salvador, foi um dos punidos. Ele admite ter arremessado ovos contra o prefeito de São Paulo, mas diz não saber se foi o seu que o atingiu. "Deu até pena do ovo. Era novinho", disse Freitas à Folha, classificando o protesto como pacífico, legítimo e espontâneo –ele diz que não houve participação de vereadores na organização da manifestação. O manifestante ainda criticou a punição imposta pelo Legislativo municipal. Diz que os ovos foram arremessados contra Doria e que não houve dano ao patrimônio da Câmara. "Doria agora é patrimônio de Salvador? Pelo que sei, além de maltratar moradores de rua e acabar com a arte em grafite de São Paulo, ele não tem nenhum serviço prestado à nossa cidade", afirma Freitas. Os outros dois manifestantes punidos pela Câmara de Salvador são Eudes Oliveira e Jhones Bastos. O primeiro é filiado ao PSOL e é membro do grupo Atitude Quilombola. O segundo é filiado ao PT e faz parte do movimento dos sem-teto. Eudes Oliveira afirma ter participado do protesto, mas nega que tenha arremessado ovos em Doria: "Vão ter que provar". A reportagem não conseguiu contato com Jhones Bastos. O presidente da Câmara Municipal de Salvador, vereador Léo Prates (DEM), afirma que os manifestantes que jogaram os ovos foram identificados por meio de imagens das câmeras de segurança. "A manifestação é natural e legítima, mas algumas pessoas cometeram excessos. Resolvemos puni-las porque colocaram em risco a segurança dos vereadores e das outras pessoas que ali estavam", afirmou. TROCA DE ACUSAÇÕES Os protestos contra João Doria acirraram o clima de disputa entre o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), e o governador da Bahia, Rui Costa (PT). Ambos deverão ser adversários na disputa pelo governo baiano no próximo ano. O prefeito acusou o governador de ser o "patrocinador" dos protestos contra Doria: "[O protesto] é fruto do desespero, de quem está vendo o poder se esvair. Esse tipo de coisa vai ser dada a resposta ano que vem nas eleições", afirmou. Nesta terça-feira (8), o governador negou que estivesse por trás dos protestos contra Doria. "Isso é coisa da idade, da inexperiência e um certo desespero de quem está tentando tirar o direito previdenciário da população, de quem está tentando tirar os direitos trabalhistas e está percebendo que o povo não está aceitando", disse em entrevista à imprensa. O petista ainda classificou a homenagem como um ato de campanha eleitoral de Doria e ACM Neto. E disse que ambos deveriam "estar trabalhando e cuidando das suas cidades". "Talvez, para quem não tenha muito para fazer, a prioridade seja fazer campanha eleitoral", afirmou Costa. DANÇANDO AXÉ Depois de participar da sessão solene na Câmara, Doria foi jantar com empresários e aliados do prefeito ACM Neto em um restaurante em Salvador. Lá, dançou passos de axé durante um apresentação da cantora Gilmelândia, ex-Banda Beijo. O prefeito paulistano deverá voltar à Bahia nos próximos meses para receber um título de cidadão baiano. A proposta é do deputado estadual Adolfo Viana (PSDB) e já foi aprovada pela Assembleia Legislativa.
0
Oi pesa sobre bancos e Bolsa recua; dólar tem leve alta com exterior
O pedido de recuperação judicial da Oi pesa sobre as ações de bancos, o que contribui para a queda do Ibovespa nesta terça-feira (21). O recuo das commodities no mercado internacional também pressiona o índice. O dólar iniciou a sessão em baixa, mas passou a operar em leve alta, acompanhando a cautela no cenário externo. Uma nova pesquisa de opinião mostrou maioria de intenções de voto pela saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado "Brexit", no plebiscito que ocorre nesta quinta-feira (23). "O quadro está muito indefinido, não dá para saber qual dos lados irá vencer o plebiscito, por isso os mercados passam por uma correção nesta sessão", comenta Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor. Os investidores também reagem às declarações da presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Janet Yellen, no Congresso americano. Yellen demonstrou menos otimismo com o vigor da economia americana. BOLSA O Ibovespa recuava há pouco 0,45%, aos 50.101,72 pontos. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN caía 1,63%; Bradesco PN, -0,60%; Banco do Brasil ON, -4,64% e Santander unit, -0,44%. Segundo analistas, os papéis caem por causa do pedido de recuperação judicial da Oi, umas vez que os bancos estão entre os credores da operadora de telefonia. A dívida da companhia é de R$ 65,4 bilhões. Os papéis da Oi, que não fazem parte do Ibovespa, tiveram a negociação suspensa até as 11h. Após abrirem em queda de 30,30%, as ações preferenciais da operadora perdiam há pouco 16,16%, a R$ 0,83, e as ordinárias cediam 18,25%, a R$ 1,03. As ações da Petrobras perdiam 0,43%, a R$ 9,14 (PN) e 0,59%, a R$ 11,66 (ON). Os papéis da Vale caíam 0,96%, a R$ 12,34 (PNA) e 1,54%, a R$ 15,33 (ON). CÂMBIO E JUROS A moeda americana à vista operava com leve alta de 0,09%, a R$ 3,4010; o dólar comercial ganhava 0,05%, a R$ 3,4020, seguindo o movimento no cenário externo. No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 recuava de 13,790% para 13,740%; o DI para janeiro de 2021 saía de 12,600% para 12,510%. O movimento de queda dos juros ocorre após o IPCA-15 de junho ter mostrado desaceleração. O índice de inflação foi de 0,40%, em abaixo do índice registrado em maio (0,86%) e do mesmo mês do ano passado (0,99%). Foi o menor índice para meses de junho desde 2013, quando ficou em 0,38%. O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, perdia 0,60%, a 330,501 pontos. EXTERIOR Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 ganhava há pouco 0,19%, o Dow Jones, +0,19% e o Nasdaq, +0,08%. Na Europa, as Bolsas fecharam em alta, mas na Ásia os índices tiveram sinais mistos.
mercado
Oi pesa sobre bancos e Bolsa recua; dólar tem leve alta com exteriorO pedido de recuperação judicial da Oi pesa sobre as ações de bancos, o que contribui para a queda do Ibovespa nesta terça-feira (21). O recuo das commodities no mercado internacional também pressiona o índice. O dólar iniciou a sessão em baixa, mas passou a operar em leve alta, acompanhando a cautela no cenário externo. Uma nova pesquisa de opinião mostrou maioria de intenções de voto pela saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado "Brexit", no plebiscito que ocorre nesta quinta-feira (23). "O quadro está muito indefinido, não dá para saber qual dos lados irá vencer o plebiscito, por isso os mercados passam por uma correção nesta sessão", comenta Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor. Os investidores também reagem às declarações da presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Janet Yellen, no Congresso americano. Yellen demonstrou menos otimismo com o vigor da economia americana. BOLSA O Ibovespa recuava há pouco 0,45%, aos 50.101,72 pontos. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN caía 1,63%; Bradesco PN, -0,60%; Banco do Brasil ON, -4,64% e Santander unit, -0,44%. Segundo analistas, os papéis caem por causa do pedido de recuperação judicial da Oi, umas vez que os bancos estão entre os credores da operadora de telefonia. A dívida da companhia é de R$ 65,4 bilhões. Os papéis da Oi, que não fazem parte do Ibovespa, tiveram a negociação suspensa até as 11h. Após abrirem em queda de 30,30%, as ações preferenciais da operadora perdiam há pouco 16,16%, a R$ 0,83, e as ordinárias cediam 18,25%, a R$ 1,03. As ações da Petrobras perdiam 0,43%, a R$ 9,14 (PN) e 0,59%, a R$ 11,66 (ON). Os papéis da Vale caíam 0,96%, a R$ 12,34 (PNA) e 1,54%, a R$ 15,33 (ON). CÂMBIO E JUROS A moeda americana à vista operava com leve alta de 0,09%, a R$ 3,4010; o dólar comercial ganhava 0,05%, a R$ 3,4020, seguindo o movimento no cenário externo. No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 recuava de 13,790% para 13,740%; o DI para janeiro de 2021 saía de 12,600% para 12,510%. O movimento de queda dos juros ocorre após o IPCA-15 de junho ter mostrado desaceleração. O índice de inflação foi de 0,40%, em abaixo do índice registrado em maio (0,86%) e do mesmo mês do ano passado (0,99%). Foi o menor índice para meses de junho desde 2013, quando ficou em 0,38%. O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, perdia 0,60%, a 330,501 pontos. EXTERIOR Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 ganhava há pouco 0,19%, o Dow Jones, +0,19% e o Nasdaq, +0,08%. Na Europa, as Bolsas fecharam em alta, mas na Ásia os índices tiveram sinais mistos.
2
Nos smartphones, chinesas crescem e tiram mercado de Apple e Samsung
As fabricantes chinesas de smartphones cresceram e, em 2016, tiraram uma casquinha dos resultados da Apple e da Samsung. É o que mostra o balanço anual da consultoria Gartner sobre o mercado global de celulares. Juntas, as asiáticas Huawei, Oppo e BBK cresceram de uma fatia de 12,6% das vendas mundiais em 2015 para 19,4% em 2016. Em número totais, as chinesas venderam 62,4% mais smartphones que no ano anterior. Já Apple e Samsung, respectivamente com 14,4 e 20,5% do mercado, tiveram uma queda de cerca de 4% nas unidades vendidas. Vendas de smartphone, por fabricante - Em milhares de unidades A Huawei, terceira colocada no mundo, com 8,9% das vendas em 2016, "está com tudo pronto para chegar ainda mais perto do segundo lugar", afirma o autor do estudo, o pesquisador Anshul Gupta. Em janeiro, sinalizando essa postura, a empresa lançou o Mate 9 nos Estados Unidos, um celular com boas especificações, comparável ao Galaxy S7 e ao iPhone 7. O executivo Richard Yu anunciou o lançamento com um discurso em Las Vegas, provocando diversas vezes a Apple e dizendo que a Huawei "nunca esconde sua ambição". O volume de vendas das empresas asiáticas, em parte, é regional. Na China, a Oppo está em primeiro lugar, seguida da BBK, mas são marcas praticamente desconhecidas no ocidente. Continuam em baixa a canadense BlackBerry, que abocanhou menos de 0,01% do mercado em 2016, e o Windows Phone, com 0,3% das vendas, menos de um terço dos 1,1% do ano anterior. Ao todo, as vendas de celulares cresceram 7% no último trimestre de 2016 em comparação com o mesmo período do ano anterior, e 5% no acumulado do ano. EMPATE TÉCNICO No último trimestre de 2016, a Samsung perdeu a liderança para a Apple pela primeira vez desde 2014. As duas empresas, porém, ficaram praticamente empatadas, com 17,9% do mercado do trimestre nas mãos da Apple e 17,8%, da Samsung. Segundo Gupta, a vantagem da Apple explica-se por a Samsung ter descontinuado o Galaxy Note 7, perdendo clientes que gostam de telefones com telas grandes e "stylus" (a canetinha para desenhar na tela). O Note 7 foi retirado do mercado em outubro, após ser revelado que suas baterias estavam explodindo durante a recarga, um problema atribuído a falhas de projeto. O aparelho não chegou às lojas no Brasil. A força do iPhone 7 e iPhone 7 Plus no mercado também contribuíram para a "virada" da Apple, diz Gupta. No acumulado de 2016, porém, a Samsung conquistou 20,5% do mercado, contra apenas 14,4% da Apple. O mérito é do Galaxy S7, lançado no primeiro semestre do ano e sucesso de vendas no mundo todo. Em 2015, o balanço terminou com um resultado semelhante: 22,5% da Samsung e 15,9% da Apple. Vendas de smartphone, por sistema operacional -
tec
Nos smartphones, chinesas crescem e tiram mercado de Apple e SamsungAs fabricantes chinesas de smartphones cresceram e, em 2016, tiraram uma casquinha dos resultados da Apple e da Samsung. É o que mostra o balanço anual da consultoria Gartner sobre o mercado global de celulares. Juntas, as asiáticas Huawei, Oppo e BBK cresceram de uma fatia de 12,6% das vendas mundiais em 2015 para 19,4% em 2016. Em número totais, as chinesas venderam 62,4% mais smartphones que no ano anterior. Já Apple e Samsung, respectivamente com 14,4 e 20,5% do mercado, tiveram uma queda de cerca de 4% nas unidades vendidas. Vendas de smartphone, por fabricante - Em milhares de unidades A Huawei, terceira colocada no mundo, com 8,9% das vendas em 2016, "está com tudo pronto para chegar ainda mais perto do segundo lugar", afirma o autor do estudo, o pesquisador Anshul Gupta. Em janeiro, sinalizando essa postura, a empresa lançou o Mate 9 nos Estados Unidos, um celular com boas especificações, comparável ao Galaxy S7 e ao iPhone 7. O executivo Richard Yu anunciou o lançamento com um discurso em Las Vegas, provocando diversas vezes a Apple e dizendo que a Huawei "nunca esconde sua ambição". O volume de vendas das empresas asiáticas, em parte, é regional. Na China, a Oppo está em primeiro lugar, seguida da BBK, mas são marcas praticamente desconhecidas no ocidente. Continuam em baixa a canadense BlackBerry, que abocanhou menos de 0,01% do mercado em 2016, e o Windows Phone, com 0,3% das vendas, menos de um terço dos 1,1% do ano anterior. Ao todo, as vendas de celulares cresceram 7% no último trimestre de 2016 em comparação com o mesmo período do ano anterior, e 5% no acumulado do ano. EMPATE TÉCNICO No último trimestre de 2016, a Samsung perdeu a liderança para a Apple pela primeira vez desde 2014. As duas empresas, porém, ficaram praticamente empatadas, com 17,9% do mercado do trimestre nas mãos da Apple e 17,8%, da Samsung. Segundo Gupta, a vantagem da Apple explica-se por a Samsung ter descontinuado o Galaxy Note 7, perdendo clientes que gostam de telefones com telas grandes e "stylus" (a canetinha para desenhar na tela). O Note 7 foi retirado do mercado em outubro, após ser revelado que suas baterias estavam explodindo durante a recarga, um problema atribuído a falhas de projeto. O aparelho não chegou às lojas no Brasil. A força do iPhone 7 e iPhone 7 Plus no mercado também contribuíram para a "virada" da Apple, diz Gupta. No acumulado de 2016, porém, a Samsung conquistou 20,5% do mercado, contra apenas 14,4% da Apple. O mérito é do Galaxy S7, lançado no primeiro semestre do ano e sucesso de vendas no mundo todo. Em 2015, o balanço terminou com um resultado semelhante: 22,5% da Samsung e 15,9% da Apple. Vendas de smartphone, por sistema operacional -
5
Chanceler alemã deve se candidatar à reeleição para quarto mandato, diz revista
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, no poder desde 2005, deve se candidatar à reeleição em 2017, para o que seria seu quarto mandato, informa neste sábado a revista "Der Spiegel". De acordo com a publicação, a própria chefe do governo e líder da União Democrata-Cristã (CDU) e o secretário-geral do partido, Peter Tauber, já preparam uma equipe para essa nova campanha eleitoral. O objetivo da chanceler é que a campanha pela reeleição seja comandada pelo próprio núcleo da CDU, em vez de assessores externos, e inclusive já começaram a ser contactados os primeiros voluntários. A revista afirma que Merkel abordou a questão com Horst Seehofer, líder da União Social-Cristã da Baviera (CSU), partido parceiro da CDU que tradicionalmente não apresenta uma candidatura própria à Chancelaria, mas acompanha a do partido matriz. De acordo com "Der Spiegel", Merkel pode anunciar a decisão no início de 2016 e, segundo parece, ainda não está definido se pretenderá acabar esse quarto mandato, caso consiga a reeleição. Merkel chegou à Chancelaria após ganhar as eleições antecipadas de 2005 convocadas pelo chanceler social-democrata Gerhard Schröder, imerso em uma situação de desgaste após a implantação das impopulares reformas estruturais contidas em sua "Agenda 2010". No primeiro mandato, Merkel liderou uma grande coalizão com os social-democratas. No segundo, retornou ao formato de uma aliança com seu parceiro natural, o Partido Liberal, e nessa terceira governa novamente com o SPD. O recorde de permanência na Chancelaria alemã é do patriarca da CDU, Helmut Kohl, que governou durante 16 anos —de 1 de outubro de 1982 a 26 de outubro de 1998— até ser derrotado por Schröder.
mundo
Chanceler alemã deve se candidatar à reeleição para quarto mandato, diz revistaA chanceler da Alemanha, Angela Merkel, no poder desde 2005, deve se candidatar à reeleição em 2017, para o que seria seu quarto mandato, informa neste sábado a revista "Der Spiegel". De acordo com a publicação, a própria chefe do governo e líder da União Democrata-Cristã (CDU) e o secretário-geral do partido, Peter Tauber, já preparam uma equipe para essa nova campanha eleitoral. O objetivo da chanceler é que a campanha pela reeleição seja comandada pelo próprio núcleo da CDU, em vez de assessores externos, e inclusive já começaram a ser contactados os primeiros voluntários. A revista afirma que Merkel abordou a questão com Horst Seehofer, líder da União Social-Cristã da Baviera (CSU), partido parceiro da CDU que tradicionalmente não apresenta uma candidatura própria à Chancelaria, mas acompanha a do partido matriz. De acordo com "Der Spiegel", Merkel pode anunciar a decisão no início de 2016 e, segundo parece, ainda não está definido se pretenderá acabar esse quarto mandato, caso consiga a reeleição. Merkel chegou à Chancelaria após ganhar as eleições antecipadas de 2005 convocadas pelo chanceler social-democrata Gerhard Schröder, imerso em uma situação de desgaste após a implantação das impopulares reformas estruturais contidas em sua "Agenda 2010". No primeiro mandato, Merkel liderou uma grande coalizão com os social-democratas. No segundo, retornou ao formato de uma aliança com seu parceiro natural, o Partido Liberal, e nessa terceira governa novamente com o SPD. O recorde de permanência na Chancelaria alemã é do patriarca da CDU, Helmut Kohl, que governou durante 16 anos —de 1 de outubro de 1982 a 26 de outubro de 1998— até ser derrotado por Schröder.
3
Geddel se desculpa por termos chulos que disse em entrevista a jornal
O ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) recorreu na tarde desta quarta-feira (20) ao Twitter para se desculpar por expressão usada em entrevista ao jornal "O Globo" para justificar atuação a favor da OAS quando foi vice-presidente da Caixa Econômica. Ao ser questionado pelo jornal sobre o motivo da intermediação dos interesses da empreiteira, Geddel afirmou que, quando vice-presidente da Caixa "tinha que tratar com todo mundo, com empresário, com jornalista, com puta, com viado...". Na rede social, nesta tarde, ele se desculpou pelos termos da resposta. "Fui infeliz no uso de uma expressão em entrevista ao 'Globo'. Peço desculpas a todos", afirmou em uma primeira mensagem, e seguiu: "Eu acho que quando se comete um erro grave, se assume, paga-se o preço. E quando esse erro lhe faz mal a alma se pede desculpas". Geddel voltou a se desculpar em um novo post, quando afirmou lamentar "que alguns não aceitem e procurem machucar, mas é a vida". E encerrou: "Alguma dúvida? Identificou alguma irregularidade? Estou aqui para esclarecer como do meu dever". Segundo o jornal, um relatório da Polícia Federal reproduz uma série de mensagens trocadas entre Geddel e o ex-presidente da OAS Leo Pinheiro, que mostram atuação do ex-ministro na Caixa, na SAC (Secretaria de Aviação Civil) e na Prefeitura de Salvador. Conforme a reportagem, há detalhes dos torpedos e menções a 29 políticos. Ainda de acordo com a reportagem, o ex-ministro agia em outra frente pedindo recursos à empreiteira para campanhas de aliados no interior da Bahia e para sua campanha ao Senado em 2014 pelo PMDB. Nas mensagens destacadas pelo jornal, há também pedido de emprego na OAS para um diretor da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), do Ministério da Integração Nacional, demitido três meses antes.
poder
Geddel se desculpa por termos chulos que disse em entrevista a jornalO ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) recorreu na tarde desta quarta-feira (20) ao Twitter para se desculpar por expressão usada em entrevista ao jornal "O Globo" para justificar atuação a favor da OAS quando foi vice-presidente da Caixa Econômica. Ao ser questionado pelo jornal sobre o motivo da intermediação dos interesses da empreiteira, Geddel afirmou que, quando vice-presidente da Caixa "tinha que tratar com todo mundo, com empresário, com jornalista, com puta, com viado...". Na rede social, nesta tarde, ele se desculpou pelos termos da resposta. "Fui infeliz no uso de uma expressão em entrevista ao 'Globo'. Peço desculpas a todos", afirmou em uma primeira mensagem, e seguiu: "Eu acho que quando se comete um erro grave, se assume, paga-se o preço. E quando esse erro lhe faz mal a alma se pede desculpas". Geddel voltou a se desculpar em um novo post, quando afirmou lamentar "que alguns não aceitem e procurem machucar, mas é a vida". E encerrou: "Alguma dúvida? Identificou alguma irregularidade? Estou aqui para esclarecer como do meu dever". Segundo o jornal, um relatório da Polícia Federal reproduz uma série de mensagens trocadas entre Geddel e o ex-presidente da OAS Leo Pinheiro, que mostram atuação do ex-ministro na Caixa, na SAC (Secretaria de Aviação Civil) e na Prefeitura de Salvador. Conforme a reportagem, há detalhes dos torpedos e menções a 29 políticos. Ainda de acordo com a reportagem, o ex-ministro agia em outra frente pedindo recursos à empreiteira para campanhas de aliados no interior da Bahia e para sua campanha ao Senado em 2014 pelo PMDB. Nas mensagens destacadas pelo jornal, há também pedido de emprego na OAS para um diretor da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), do Ministério da Integração Nacional, demitido três meses antes.
0
Governos mineiro e federal também são culpados por desastre em Mariana
A irresponsável sanha arrecadadora dos governos mineiro e federal, sem a mínima contrapartida de orientar/ fiscalizar, também é culpada pelo desastre em Mariana. Só a Samarco está sofrendo punição. A mineradora produz, exporta, dá emprego e paga impostos. Os governos aumentam mordomias e, diante da tragédia, querem quebrar a Samarco, ao penalizá-la em R$ 20 bilhões –seu faturamento foi de R$ 8,5 bilhões em 2015. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
paineldoleitor
Governos mineiro e federal também são culpados por desastre em MarianaA irresponsável sanha arrecadadora dos governos mineiro e federal, sem a mínima contrapartida de orientar/ fiscalizar, também é culpada pelo desastre em Mariana. Só a Samarco está sofrendo punição. A mineradora produz, exporta, dá emprego e paga impostos. Os governos aumentam mordomias e, diante da tragédia, querem quebrar a Samarco, ao penalizá-la em R$ 20 bilhões –seu faturamento foi de R$ 8,5 bilhões em 2015. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
16
Curiosidades em livro de Giba vão de pênis quebrado a filme sobre maconha
Além de contar que o levantador Ricardinho foi cortado por indisciplina e atraso na reapresentação antes do Pan do Rio, em 2007, Giba revela outras curiosidades, algumas em momentos polêmicos, em sua biografia "Giba Neles!", como o uso de maconha, a fratura do pênis e a marmelada no Mundial de 2010. Sobre a polêmica partida em que o Brasil entregou para a Bulgária, no Mundial de 2010, Giba conta em detalhes o que revelou na Sabatina da Folha, em setembro: os jogadores decidiram juntos que o melhor seria perder para ter um caminho mais fácil na sequência da competição. "Decidimos, a portas fechadas, que perderíamos o jogo, cientes de que seríamos bombardeados de críticas e, a partir dali, praticamente obrigados a conquistar o título mundial. Minha opinião? Perder aqui para ganhar lá na frente", escreveu o campeão olímpico e tri mundial. Giba também revela que, na véspera da partida, recebeu a visita do capitão búlgaro, Vladimir Nikolov, também interessado em perder o jogo para enfrentar Alemanha e República Tcheca em vez de Cuba e Espanha. "Sabia, claro, o motivo de ele vir até mim. A conversa foi franca, e os dois lados expuseram seus pontos de vista e deixaram claro o que fariam no jogo. As cartas e as estratégias estavam na mesa", disse o capitão brasileiro. Com Bruninho e Marlon com problemas de saúde, O Brasil jogou sem levantador, com o oposto reserva Théo improvisado. Giba ressalta no livro que o técnico Bernardinho não concordou com a decisão -que não foi unânime- dos atletas. A seleção perdeu aquela partida, foi criticada por torcedores e pela imprensa em razão da marmelada, mas voltou da Itália com o título Mundial. MACONHA Sobre o doping, após ter fumado maconha, Giba conta logo no primeiro capítulo do livro como o episódio aconteceu. Em dezembro de 2002, na Itália, recém-separado da primeira esposa (a fisioterapeuta Fabiane Pereira), Giba conta que conheceu uma italiana que o convidara para ir a uma festa. Era véspera de uma partida pelo Estense Ferrara, seu clube na época, e ele decidiu ficar em casa. Com ela. "Uma festa, na verdade, talvez fosse algo de que eu precisasse naquele momento (...). Mas não naquele dia. Eu e a tal italiana ficamos em minha casa. Uma noite agradável, deitados na cama, vendo um filme, tomando vinho. Minha cabeça estava longe. "Você se importa?", ela me questionou, mostrando um cigarro de maconha. "Não, não me incomodo." (...) Eu, vivendo um turbilhão de emoções e pensamentos, caí na tentação. A sensação foi ótima. Alívio. Os problemas ficaram para trás. Nem sequer me lembrava de que, a poucas horas dali, teria jogo. Nem sequer me lembrava da Olimpíada, muito menos da seleção brasileira", descreve Giba. Ele foi pego em exame antidoping dias depois. Foi a julgamento no início de 2003 e pegou uma pena de oito jogos. Logo em seguida já estava de volta à seleção brasileira. Curiosamente, alguns capítulos à frente no livro, Giba conta que o filme que assistiu naquela noite com a italiana foi "O barato de Grace" ("Saving Grace", 2000), que conta a história de uma viúva inglesa que, com plantações de maconha, tenta superar dificuldades financeiras após o suicídio do marido. PÊNIS Outra curiosidade na biografia é sobre um período em que Giba ficou fora da seleção. Na fase final da Liga Mundial de 2000, antes dos Jogos Olímpicos de Sydney, ele não jogou por um motivo bastante inusitado, como conta no livro. "E aqui cabe uma curiosidade: fiquei fora de toda a fase decisiva, com uma fratura no pênis. Sim, no pênis, por mais bizarro que isso possa ser. Em uma folga antes da última semana de jogos da Liga, sofri essa lesão durante uma relação sexual com minha esposa. Fiquei com um enorme inchaço, que me impedia quase de andar. A dor, acreditem, é insuportável. Dormia com gelo ao lado da cama, e toda manhã, antes de levantar, aplicava. Ereção com aquela fratura era tudo que não podia acontecer. Quando cheguei ao urologista, caminhando com dificuldades, fiquei sem graça. Não sabia nem como falar aquilo. Ele percebeu e foi direto ao ponto: "Já sei, você fraturou o pênis, certo? Fique tranquilo, é algo muito comum". Respirei aliviado. Fiquei quase um mês afastado", diz Giba. A mulher de Giba na época era Fabiane Pereira, de quem ele se separou em 2002. E o Brasil ficou com o bronze naquela Liga. "O problema era: como contar à seleção que eu ficaria afastado por ter fraturado a genitália durante o sexo? Fácil: simplesmente não contei. Falei à comissão técnica que tinha levado um soco de um primo nas "partes baixas" e me lesionado. Os jogadores, claro, não acreditaram naquela história. Para eles, eu pude contar a verdade, que foi revelada dias mais tarde para todos. Eu jamais deixaria que aquilo saísse na mídia. Divulgamos, então, que eu ainda sentia dores no ombro, de uma lesão que me incomodava havia algum tempo e que, inclusive, tinha me afastado de jogos contra a Espanha, na Europa, cerca de vinte dias antes." "GIBA NELES!" AUTORES Giba e Luiz Paulo Montes EDITORA Globo Livros QUANTO R$ 29,90 (184 págs.)
esporte
Curiosidades em livro de Giba vão de pênis quebrado a filme sobre maconhaAlém de contar que o levantador Ricardinho foi cortado por indisciplina e atraso na reapresentação antes do Pan do Rio, em 2007, Giba revela outras curiosidades, algumas em momentos polêmicos, em sua biografia "Giba Neles!", como o uso de maconha, a fratura do pênis e a marmelada no Mundial de 2010. Sobre a polêmica partida em que o Brasil entregou para a Bulgária, no Mundial de 2010, Giba conta em detalhes o que revelou na Sabatina da Folha, em setembro: os jogadores decidiram juntos que o melhor seria perder para ter um caminho mais fácil na sequência da competição. "Decidimos, a portas fechadas, que perderíamos o jogo, cientes de que seríamos bombardeados de críticas e, a partir dali, praticamente obrigados a conquistar o título mundial. Minha opinião? Perder aqui para ganhar lá na frente", escreveu o campeão olímpico e tri mundial. Giba também revela que, na véspera da partida, recebeu a visita do capitão búlgaro, Vladimir Nikolov, também interessado em perder o jogo para enfrentar Alemanha e República Tcheca em vez de Cuba e Espanha. "Sabia, claro, o motivo de ele vir até mim. A conversa foi franca, e os dois lados expuseram seus pontos de vista e deixaram claro o que fariam no jogo. As cartas e as estratégias estavam na mesa", disse o capitão brasileiro. Com Bruninho e Marlon com problemas de saúde, O Brasil jogou sem levantador, com o oposto reserva Théo improvisado. Giba ressalta no livro que o técnico Bernardinho não concordou com a decisão -que não foi unânime- dos atletas. A seleção perdeu aquela partida, foi criticada por torcedores e pela imprensa em razão da marmelada, mas voltou da Itália com o título Mundial. MACONHA Sobre o doping, após ter fumado maconha, Giba conta logo no primeiro capítulo do livro como o episódio aconteceu. Em dezembro de 2002, na Itália, recém-separado da primeira esposa (a fisioterapeuta Fabiane Pereira), Giba conta que conheceu uma italiana que o convidara para ir a uma festa. Era véspera de uma partida pelo Estense Ferrara, seu clube na época, e ele decidiu ficar em casa. Com ela. "Uma festa, na verdade, talvez fosse algo de que eu precisasse naquele momento (...). Mas não naquele dia. Eu e a tal italiana ficamos em minha casa. Uma noite agradável, deitados na cama, vendo um filme, tomando vinho. Minha cabeça estava longe. "Você se importa?", ela me questionou, mostrando um cigarro de maconha. "Não, não me incomodo." (...) Eu, vivendo um turbilhão de emoções e pensamentos, caí na tentação. A sensação foi ótima. Alívio. Os problemas ficaram para trás. Nem sequer me lembrava de que, a poucas horas dali, teria jogo. Nem sequer me lembrava da Olimpíada, muito menos da seleção brasileira", descreve Giba. Ele foi pego em exame antidoping dias depois. Foi a julgamento no início de 2003 e pegou uma pena de oito jogos. Logo em seguida já estava de volta à seleção brasileira. Curiosamente, alguns capítulos à frente no livro, Giba conta que o filme que assistiu naquela noite com a italiana foi "O barato de Grace" ("Saving Grace", 2000), que conta a história de uma viúva inglesa que, com plantações de maconha, tenta superar dificuldades financeiras após o suicídio do marido. PÊNIS Outra curiosidade na biografia é sobre um período em que Giba ficou fora da seleção. Na fase final da Liga Mundial de 2000, antes dos Jogos Olímpicos de Sydney, ele não jogou por um motivo bastante inusitado, como conta no livro. "E aqui cabe uma curiosidade: fiquei fora de toda a fase decisiva, com uma fratura no pênis. Sim, no pênis, por mais bizarro que isso possa ser. Em uma folga antes da última semana de jogos da Liga, sofri essa lesão durante uma relação sexual com minha esposa. Fiquei com um enorme inchaço, que me impedia quase de andar. A dor, acreditem, é insuportável. Dormia com gelo ao lado da cama, e toda manhã, antes de levantar, aplicava. Ereção com aquela fratura era tudo que não podia acontecer. Quando cheguei ao urologista, caminhando com dificuldades, fiquei sem graça. Não sabia nem como falar aquilo. Ele percebeu e foi direto ao ponto: "Já sei, você fraturou o pênis, certo? Fique tranquilo, é algo muito comum". Respirei aliviado. Fiquei quase um mês afastado", diz Giba. A mulher de Giba na época era Fabiane Pereira, de quem ele se separou em 2002. E o Brasil ficou com o bronze naquela Liga. "O problema era: como contar à seleção que eu ficaria afastado por ter fraturado a genitália durante o sexo? Fácil: simplesmente não contei. Falei à comissão técnica que tinha levado um soco de um primo nas "partes baixas" e me lesionado. Os jogadores, claro, não acreditaram naquela história. Para eles, eu pude contar a verdade, que foi revelada dias mais tarde para todos. Eu jamais deixaria que aquilo saísse na mídia. Divulgamos, então, que eu ainda sentia dores no ombro, de uma lesão que me incomodava havia algum tempo e que, inclusive, tinha me afastado de jogos contra a Espanha, na Europa, cerca de vinte dias antes." "GIBA NELES!" AUTORES Giba e Luiz Paulo Montes EDITORA Globo Livros QUANTO R$ 29,90 (184 págs.)
4
Novo secretário de Doria diz que fará auditoria nas finanças de São Paulo
O futuro secretário de Gestão do prefeito eleito João Doria (PSDB), Paulo Uebel, anunciou nesta quinta-feira (17) que vai rever os contratos da administração municipal e que deve contratar auditorias para rever as finanças. "Vamos procurar áreas e processos que poderão ser otimizados e, com isso, gerar economia que será reinvestida para áreas prioritárias da gestão", disse. Uebel tem 37 anos e foi CEO global do Lide (Grupo Líderes Empresariais), de Doria. Ele afirma que a ideia é que as consultorias façam o serviço sem custos. "Vamos procurar representantes da iniciativa privada para que a iniciativa privada possa pagar esses honorários". Segundo Uebel, também serão revistos os cargos comissionados dentro da gestão, nas secretarias que serão extintas. Os concursados devem ser transferidos para as pastas remanescentes. NOVOS SECRETÁRIOS Além de Uebel, João Doria também anunciou outros três secretários: Jorge Damião (Esportes, Lazer e Recreação), que foi um dos coordenadores de campanha do tucano; Gilberto Natalini (Verde e do Meio Ambiente), médico, vereador pelo PV e secretário de Participação e Parceria na gestão José Serra; e Marcos Penido, presidente da CDHU, ex-secretário adjunto de serviços e obras, entre 2006 e 2010. Secretários de Doria Doria afirmou durante a coletiva que "a boa gestão" evitará que a situação do Estado do Rio de Janeiro se repita na cidade de São Paulo. "A cidade do Rio teve uma boa gestão com Eduardo Paes. O governo não. Sofre o governo do Estado, seu funcionalismo e os seus cidadãos, infelizmente", disse. Ele afirmou que até o momento tem boas informações sobre as finanças da capital paulista. "O que vamos fazer a partir de janeiro é boa gestão". Desafios de Doria
cotidiano
Novo secretário de Doria diz que fará auditoria nas finanças de São PauloO futuro secretário de Gestão do prefeito eleito João Doria (PSDB), Paulo Uebel, anunciou nesta quinta-feira (17) que vai rever os contratos da administração municipal e que deve contratar auditorias para rever as finanças. "Vamos procurar áreas e processos que poderão ser otimizados e, com isso, gerar economia que será reinvestida para áreas prioritárias da gestão", disse. Uebel tem 37 anos e foi CEO global do Lide (Grupo Líderes Empresariais), de Doria. Ele afirma que a ideia é que as consultorias façam o serviço sem custos. "Vamos procurar representantes da iniciativa privada para que a iniciativa privada possa pagar esses honorários". Segundo Uebel, também serão revistos os cargos comissionados dentro da gestão, nas secretarias que serão extintas. Os concursados devem ser transferidos para as pastas remanescentes. NOVOS SECRETÁRIOS Além de Uebel, João Doria também anunciou outros três secretários: Jorge Damião (Esportes, Lazer e Recreação), que foi um dos coordenadores de campanha do tucano; Gilberto Natalini (Verde e do Meio Ambiente), médico, vereador pelo PV e secretário de Participação e Parceria na gestão José Serra; e Marcos Penido, presidente da CDHU, ex-secretário adjunto de serviços e obras, entre 2006 e 2010. Secretários de Doria Doria afirmou durante a coletiva que "a boa gestão" evitará que a situação do Estado do Rio de Janeiro se repita na cidade de São Paulo. "A cidade do Rio teve uma boa gestão com Eduardo Paes. O governo não. Sofre o governo do Estado, seu funcionalismo e os seus cidadãos, infelizmente", disse. Ele afirmou que até o momento tem boas informações sobre as finanças da capital paulista. "O que vamos fazer a partir de janeiro é boa gestão". Desafios de Doria
6
A ambição verde do Forest Green, primeiro clube de futebol vegano
Bem-vindos ao Forest Green Rovers, que se tornou o primeiro clube de futebol profissional ecologista e vegano, após 128 anos de história e de um presidente nômade transformado em empresário. Em Nailsworth, pequena cidade de 6.000 habitantes localizada nas colinas de Costwolds (Inglaterra), Dale Vince e seus Rovers tentam transmitir uma mensagem por meio do futebol: um mundo diferente é possível. Como em qualquer canto da Inglaterra, no New Lawn, o pequeno estádio do Forest Green, que recentemente ascendeu à quarta divisão, pode-se encontrar batatas fritas, tortas e cerveja, mas não cachorros quentes, porque a carne é proibida. As tortas são veganas, a água para regar é reciclada, a pintura tem uma origem natural e a energia procede dos painéis solares colocados no teto das arquibancadas. Há também estações para recarregar as baterias dos carros elétricos, e as camisetas do time exibem o logo da ONG Sea Shepherd, que trabalha com a proteção dos oceanos. Apesar de sempre ter se chamado Forest Green (Floresta Verde), o clube só adotou esta política em 2010, com a chegada de Vince, quando a entidade fundada em 1889 perto da fonte do Tâmisa estava mal financeiramente. "Nos servimos do clube para nos dirigirmos a um público com o qual se fala pouco sobre os problemas ambientais: os fãs de futebol. Não damos sermão aos convencidos", explica Vince, 53. Mensagem e sucesso esportivo são "indivisíveis". "A mensagem tem mais peso se temos sucesso no campo. Temos um gramado biológico, mas isto não serve de nada se não formos excelentes. Seria inclusive negativo", acrescenta Vince, que sonha levar o modesto clube à segunda divisão inglesa. Ele pretende trasladar o time "em três ou quatro anos" ao primeiro estádio construído em madeira, já projetado pelo escritório de Zaha Hadid, e que abrigará um ecoparque com uma incubadora de "start-ups" verdes. "Não temos que nos contentar com ser 'bio', temos que ser veganos. Não utilizamos derivados de animais", diz o jardineiro Adam Witchell, mostrando as algas que utiliza para fertilizar a grama, "cheias de nutrientes" e que procedem das Ilhas Hébridas (Escócia). "Removo as ervas daninhas com a mão. É mais saudável para mim, para os jogadores e para as abelhas". O que vale para o gramado, perfeito após a passagem de um robô cortador, vale para a comida servida aos jogadores e aos espectadores. COMIDA "Não é difícil fornecer aos atletas os nutrientes que necessitam, e especialmente as proteínas", afirma a chefe de cozinha, Em Franklin, após preparar o prato para a partida: um curry com ervilhas. "Eu era muito entusiasta com o desafio de tornar a comida vegana acessível a todos", disse. "Venham e provem: é bom, é saudável para seu corpo e para o meio ambiente! Me disseram que as vendas aumentaram". Em campo, tudo funciona bem e tem a aprovação do técnico Mark Cooper. "Os jogadores estão muito em forma, como vimos na prorrogação", disse ele após a derrota de seu time contra o Milton Keynes (da terceira divisão) na Copa da Liga por 1 a 0, na última quarta (9). "Me tornei vegetariano há seis meses. Não pensava nisso antes e realmente gostava do meu sanduíche de bacon no domingo de manhã", brinca o técnico. "Mas aqui, isso começa a te impregnar. Aliás, tenho uma mensagem para a prefeitura: Façam as lixeiras maiores e as pessoas vão reciclar mais!", diz. Cooper cita até o argentino Sérgio Agüero. "Ele diz que durante a temporada é só vegano. Se isto funciona com ele, também deveria servir para nós", completa. E os torcedores, o que dizem de tudo isso? No bar-restaurante, Paul não gostou do hambúrguer vegetal. "É papelão com molho picante. Não me oponho, mas gostaria de poder escolher". Do seu lado, Martin, mecânico, afirma: "Gostei do que pedi. Não é o que eu mais gosto, mas tem uma cara boa". Os clientes concordam em uma coisa: "Com leite de soja, o chá é nojento. Somos obrigados a beber cerveja", diz um dos torcedores.
esporte
A ambição verde do Forest Green, primeiro clube de futebol veganoBem-vindos ao Forest Green Rovers, que se tornou o primeiro clube de futebol profissional ecologista e vegano, após 128 anos de história e de um presidente nômade transformado em empresário. Em Nailsworth, pequena cidade de 6.000 habitantes localizada nas colinas de Costwolds (Inglaterra), Dale Vince e seus Rovers tentam transmitir uma mensagem por meio do futebol: um mundo diferente é possível. Como em qualquer canto da Inglaterra, no New Lawn, o pequeno estádio do Forest Green, que recentemente ascendeu à quarta divisão, pode-se encontrar batatas fritas, tortas e cerveja, mas não cachorros quentes, porque a carne é proibida. As tortas são veganas, a água para regar é reciclada, a pintura tem uma origem natural e a energia procede dos painéis solares colocados no teto das arquibancadas. Há também estações para recarregar as baterias dos carros elétricos, e as camisetas do time exibem o logo da ONG Sea Shepherd, que trabalha com a proteção dos oceanos. Apesar de sempre ter se chamado Forest Green (Floresta Verde), o clube só adotou esta política em 2010, com a chegada de Vince, quando a entidade fundada em 1889 perto da fonte do Tâmisa estava mal financeiramente. "Nos servimos do clube para nos dirigirmos a um público com o qual se fala pouco sobre os problemas ambientais: os fãs de futebol. Não damos sermão aos convencidos", explica Vince, 53. Mensagem e sucesso esportivo são "indivisíveis". "A mensagem tem mais peso se temos sucesso no campo. Temos um gramado biológico, mas isto não serve de nada se não formos excelentes. Seria inclusive negativo", acrescenta Vince, que sonha levar o modesto clube à segunda divisão inglesa. Ele pretende trasladar o time "em três ou quatro anos" ao primeiro estádio construído em madeira, já projetado pelo escritório de Zaha Hadid, e que abrigará um ecoparque com uma incubadora de "start-ups" verdes. "Não temos que nos contentar com ser 'bio', temos que ser veganos. Não utilizamos derivados de animais", diz o jardineiro Adam Witchell, mostrando as algas que utiliza para fertilizar a grama, "cheias de nutrientes" e que procedem das Ilhas Hébridas (Escócia). "Removo as ervas daninhas com a mão. É mais saudável para mim, para os jogadores e para as abelhas". O que vale para o gramado, perfeito após a passagem de um robô cortador, vale para a comida servida aos jogadores e aos espectadores. COMIDA "Não é difícil fornecer aos atletas os nutrientes que necessitam, e especialmente as proteínas", afirma a chefe de cozinha, Em Franklin, após preparar o prato para a partida: um curry com ervilhas. "Eu era muito entusiasta com o desafio de tornar a comida vegana acessível a todos", disse. "Venham e provem: é bom, é saudável para seu corpo e para o meio ambiente! Me disseram que as vendas aumentaram". Em campo, tudo funciona bem e tem a aprovação do técnico Mark Cooper. "Os jogadores estão muito em forma, como vimos na prorrogação", disse ele após a derrota de seu time contra o Milton Keynes (da terceira divisão) na Copa da Liga por 1 a 0, na última quarta (9). "Me tornei vegetariano há seis meses. Não pensava nisso antes e realmente gostava do meu sanduíche de bacon no domingo de manhã", brinca o técnico. "Mas aqui, isso começa a te impregnar. Aliás, tenho uma mensagem para a prefeitura: Façam as lixeiras maiores e as pessoas vão reciclar mais!", diz. Cooper cita até o argentino Sérgio Agüero. "Ele diz que durante a temporada é só vegano. Se isto funciona com ele, também deveria servir para nós", completa. E os torcedores, o que dizem de tudo isso? No bar-restaurante, Paul não gostou do hambúrguer vegetal. "É papelão com molho picante. Não me oponho, mas gostaria de poder escolher". Do seu lado, Martin, mecânico, afirma: "Gostei do que pedi. Não é o que eu mais gosto, mas tem uma cara boa". Os clientes concordam em uma coisa: "Com leite de soja, o chá é nojento. Somos obrigados a beber cerveja", diz um dos torcedores.
4
Facebook lança guia contra bullying para pais, professores e adolescentes
Cerca de uma semana depois de a lei de combate ao bullying entrar em vigor no Brasil, o Facebook lançou, nesta terça (16), uma espécie de guia para evitar o problema. Chamado de Central de Prevenção ao Bullying, o site reúne dicas de como adolescentes, pais e educadores devem lidar com ataques na rede –e no mundo concreto. O manual foi feito em parceria com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a ONG SaferNet, que promove os direitos humanos na internet, e não é preciso ter uma conta na rede social para acessá-lo. "O Facebook já conta com políticas para evitar ou punir o bullying, mas essas medidas acontecem depois que o bullying já ocorreu. Agora estamos investindo na conscientização e prevenção", diz Bruno Magrani, diretor de políticas públicas da empresa no país. Em 2014, 15% dos usuários de internet de 9 a 17 anos disseram já terem sido tratados de forma ofensiva na rede, de acordo com a pesquisa Tic Kids Online, do Comitê Gestor da Internet do Brasil. O Facebook não tem dados públicos de quantas denúncias do tipo a rede social já recebeu, segundo Magrani. Um dos focos do novo projeto é dar a essas crianças e adolescentes as ferramentas para combater o problema com as próprias mãos. "É importante desmistificar a ideia de nativo digital", diz Rodrigo Nejm, diretor de educação da SaferNet Brasil. "Às vezes a gente confunde uma suposta capacidade de manusear a técnica com a capacidade crítica, a maturidade da criança." COMO SURGIU O Brasil não foi o primeiro país a ter a plataforma. O projeto foi criado pelo Facebook em 2013, nos Estados Unidos, com a ajuda da Universidade Yale, e atualmente existe em 52 países. O que a empresa fez foi traduzir o material do inglês para o português e adaptá-lo à cultura brasileira –essa última tarefa contou com a ajuda das outras duas instituições. Uma das mudanças foi a inclusão de dicas para os próprios agressores: na versão brasileira existe uma seção "Fui acusado de bullying", que incentiva o ofensor a pedir desculpas e procurar amigos ou adultos de confiança para conversar. Versões de outros países, por exemplo, apenas aconselham a vítima a dialogar com o agressor, o que não funcionaria por aqui porque poderia estimular mais hostilizações, segundo a representante do Unicef Gabriela Mora. Além do site, o projeto prevê visitas da SaferNet a pelo menos dez escolas –ainda não definidas–, nas cinco regiões do Brasil, para distribuir o novo material e debater a segurança online. "Na verdade, esse trabalho de prevenção é uma coisa que a SaferNet sempre fez", diz Rodrigo Nejm. "A gente batia bastante nesta tecla: por que o Facebook, uma rede social em que a grande maioria dos adolescentes brasileiros está, não tinha uma política do tipo no país?" A ONG oferece um canal para ajudar para quem sofreu ofensas online, o Helpline, e um conjunto de cartilhas para adolescentes e educadores. Outro manual já existente para combater o cyberbullying é o Internet Sem Vacilo, do Unicef.
tec
Facebook lança guia contra bullying para pais, professores e adolescentesCerca de uma semana depois de a lei de combate ao bullying entrar em vigor no Brasil, o Facebook lançou, nesta terça (16), uma espécie de guia para evitar o problema. Chamado de Central de Prevenção ao Bullying, o site reúne dicas de como adolescentes, pais e educadores devem lidar com ataques na rede –e no mundo concreto. O manual foi feito em parceria com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a ONG SaferNet, que promove os direitos humanos na internet, e não é preciso ter uma conta na rede social para acessá-lo. "O Facebook já conta com políticas para evitar ou punir o bullying, mas essas medidas acontecem depois que o bullying já ocorreu. Agora estamos investindo na conscientização e prevenção", diz Bruno Magrani, diretor de políticas públicas da empresa no país. Em 2014, 15% dos usuários de internet de 9 a 17 anos disseram já terem sido tratados de forma ofensiva na rede, de acordo com a pesquisa Tic Kids Online, do Comitê Gestor da Internet do Brasil. O Facebook não tem dados públicos de quantas denúncias do tipo a rede social já recebeu, segundo Magrani. Um dos focos do novo projeto é dar a essas crianças e adolescentes as ferramentas para combater o problema com as próprias mãos. "É importante desmistificar a ideia de nativo digital", diz Rodrigo Nejm, diretor de educação da SaferNet Brasil. "Às vezes a gente confunde uma suposta capacidade de manusear a técnica com a capacidade crítica, a maturidade da criança." COMO SURGIU O Brasil não foi o primeiro país a ter a plataforma. O projeto foi criado pelo Facebook em 2013, nos Estados Unidos, com a ajuda da Universidade Yale, e atualmente existe em 52 países. O que a empresa fez foi traduzir o material do inglês para o português e adaptá-lo à cultura brasileira –essa última tarefa contou com a ajuda das outras duas instituições. Uma das mudanças foi a inclusão de dicas para os próprios agressores: na versão brasileira existe uma seção "Fui acusado de bullying", que incentiva o ofensor a pedir desculpas e procurar amigos ou adultos de confiança para conversar. Versões de outros países, por exemplo, apenas aconselham a vítima a dialogar com o agressor, o que não funcionaria por aqui porque poderia estimular mais hostilizações, segundo a representante do Unicef Gabriela Mora. Além do site, o projeto prevê visitas da SaferNet a pelo menos dez escolas –ainda não definidas–, nas cinco regiões do Brasil, para distribuir o novo material e debater a segurança online. "Na verdade, esse trabalho de prevenção é uma coisa que a SaferNet sempre fez", diz Rodrigo Nejm. "A gente batia bastante nesta tecla: por que o Facebook, uma rede social em que a grande maioria dos adolescentes brasileiros está, não tinha uma política do tipo no país?" A ONG oferece um canal para ajudar para quem sofreu ofensas online, o Helpline, e um conjunto de cartilhas para adolescentes e educadores. Outro manual já existente para combater o cyberbullying é o Internet Sem Vacilo, do Unicef.
5
Por que o Brasil vai às ruas
A presidente Dilma Rousseff comprovou que "fazer o diabo para ganhar a eleição" tem sido uma prática recorrente desde que Lula venceu, em 2002. A frase foi dita em um discurso em Recife, no ano de 2013, e mostra a verdadeira face de um grupo que vende a imagem de "bonzinho, preocupado com os mais humildes". Na verdade, esse é um modelo conhecido e praticado por populistas no mundo todo. A estratégia é enganar a sociedade jogando uns contra os outros para se beneficiar da divisão que promovem. Quem ousa criticar, enfrentar e se opor a esse grupo é atacado, caluniado e classificado como "inimigo dos pobres e dos humildes". Os petistas se vestem como paladinos da moralidade e se colocam como opositores da "elite golpista", uma classe que hoje é composta por 71% da população brasileira –rejeição é algo cuja meta Dilma mais do que dobrou. Entre o discurso e a prática do PT, existe uma distância secular. Isso sempre esteve nítido, desde que esse modelo capitaneado por Lula começou a ser criado, dentro da estrutura mais corrupta de parte do sindicalismo brasileiro. Lula tornou-se o falso defensor dos trabalhadores, vivendo de taxas e assaques praticados pelo seu sindicato. O lema era aterrorizar e ameaçar quem lhe opusesse para se credenciar como porta-voz dos metalúrgicos. Deu no que deu. Formador dessa linhagem que alguns chamam de "Sindicalismo PCC", Lula conseguiu enganar a sociedade. Em 1989, na primeira campanha presidencial após a redemocratização, em que nos encontramos, eu já alertava para o fato de que, se o PT chegasse ao poder, seria o maior desastre administrativo de toda a história brasileira. Já naquela época, no comando da Prefeitura de São Paulo, o partido se afundava no caso Lubeca. Estamos em 2015 e a história foi escrita. Esse escândalo era a extorsão praticada pelos petistas contra empresários para levar adiante seus dois grandes projetos: financiar de forma ilícita suas campanhas e enriquecer sua alta cúpula. A população não deu a Lula, naquele momento, a chance de governar o país. Mas em 2002, por meio dos truques de Duda Mendonça, eles chegaram ao poder. Agora nós podemos discutir esse assunto sem paixão, diante de fatos concretos, não só denunciados por nós, mas pelo Ministério Público, pela Justiça e pela Polícia Federal. O caso Lubeca se desdobrou em mensalão, petrolão, eletrolão... Muda-se o nome, mas o esquema é exatamente o mesmo, e o propósito, também: a manutenção do PT de Lula no poder. Só que a escalada do volume de corrupção implantada nestes últimos 12 anos é algo sem precedentes. Não se compara a nenhum outro país no mundo. Hoje a voz da oposição é só uma pequena parte de uma indignação que move milhões de vozes dos mais variados setores da sociedade e que irão ecoar de formar ordeira e pacífica nas ruas e no campo, amanhã. Quem for protestar vai pedir um basta ao "Sindicalismo PCC" que governou o Brasil nestes últimos anos. O 16 de agosto não poderá ser desmobilizado e terá que resultar em consequências práticas. Eu comparo à Primavera Árabe, que conseguiu derrotar alguns dos maiores e mais antigos déspotas. Defendo a convocação de novas eleições como único caminho capaz de credenciar o chefe de Estado que virá para reunificar o país. Sempre em torno da ética, da competência administrativa e da autoridade moral para promover as mudanças necessárias e resgatar a confiança do brasileiro. O segundo mandato de Dilma é ilegítimo por ser fruto do estelionato e da fraude eleitoral.
colunas
Por que o Brasil vai às ruasA presidente Dilma Rousseff comprovou que "fazer o diabo para ganhar a eleição" tem sido uma prática recorrente desde que Lula venceu, em 2002. A frase foi dita em um discurso em Recife, no ano de 2013, e mostra a verdadeira face de um grupo que vende a imagem de "bonzinho, preocupado com os mais humildes". Na verdade, esse é um modelo conhecido e praticado por populistas no mundo todo. A estratégia é enganar a sociedade jogando uns contra os outros para se beneficiar da divisão que promovem. Quem ousa criticar, enfrentar e se opor a esse grupo é atacado, caluniado e classificado como "inimigo dos pobres e dos humildes". Os petistas se vestem como paladinos da moralidade e se colocam como opositores da "elite golpista", uma classe que hoje é composta por 71% da população brasileira –rejeição é algo cuja meta Dilma mais do que dobrou. Entre o discurso e a prática do PT, existe uma distância secular. Isso sempre esteve nítido, desde que esse modelo capitaneado por Lula começou a ser criado, dentro da estrutura mais corrupta de parte do sindicalismo brasileiro. Lula tornou-se o falso defensor dos trabalhadores, vivendo de taxas e assaques praticados pelo seu sindicato. O lema era aterrorizar e ameaçar quem lhe opusesse para se credenciar como porta-voz dos metalúrgicos. Deu no que deu. Formador dessa linhagem que alguns chamam de "Sindicalismo PCC", Lula conseguiu enganar a sociedade. Em 1989, na primeira campanha presidencial após a redemocratização, em que nos encontramos, eu já alertava para o fato de que, se o PT chegasse ao poder, seria o maior desastre administrativo de toda a história brasileira. Já naquela época, no comando da Prefeitura de São Paulo, o partido se afundava no caso Lubeca. Estamos em 2015 e a história foi escrita. Esse escândalo era a extorsão praticada pelos petistas contra empresários para levar adiante seus dois grandes projetos: financiar de forma ilícita suas campanhas e enriquecer sua alta cúpula. A população não deu a Lula, naquele momento, a chance de governar o país. Mas em 2002, por meio dos truques de Duda Mendonça, eles chegaram ao poder. Agora nós podemos discutir esse assunto sem paixão, diante de fatos concretos, não só denunciados por nós, mas pelo Ministério Público, pela Justiça e pela Polícia Federal. O caso Lubeca se desdobrou em mensalão, petrolão, eletrolão... Muda-se o nome, mas o esquema é exatamente o mesmo, e o propósito, também: a manutenção do PT de Lula no poder. Só que a escalada do volume de corrupção implantada nestes últimos 12 anos é algo sem precedentes. Não se compara a nenhum outro país no mundo. Hoje a voz da oposição é só uma pequena parte de uma indignação que move milhões de vozes dos mais variados setores da sociedade e que irão ecoar de formar ordeira e pacífica nas ruas e no campo, amanhã. Quem for protestar vai pedir um basta ao "Sindicalismo PCC" que governou o Brasil nestes últimos anos. O 16 de agosto não poderá ser desmobilizado e terá que resultar em consequências práticas. Eu comparo à Primavera Árabe, que conseguiu derrotar alguns dos maiores e mais antigos déspotas. Defendo a convocação de novas eleições como único caminho capaz de credenciar o chefe de Estado que virá para reunificar o país. Sempre em torno da ética, da competência administrativa e da autoridade moral para promover as mudanças necessárias e resgatar a confiança do brasileiro. O segundo mandato de Dilma é ilegítimo por ser fruto do estelionato e da fraude eleitoral.
10
Chacina altruísta
SÃO PAULO - A PM paulista se referiu aos policiais suspeitos de ter liderado a chacina do último dia 13 como "bandidos que integram temporariamente a instituição". É isso mesmo? Esse gênero de crime é resultado apenas de algumas maçãs podres que se infiltraram na corporação ou há algo de institucional aí? Gostamos de pensar o delinquente ou como um maluco que não controla suas ações, ou como um agente racional que decide cometer crimes pesando fatores como benefício esperado e a chance de ser apanhado. Experimentos conduzidos por pesquisadores como Dan Ariely sugerem que as coisas podem ser mais complicadas. Pelo menos em condições de laboratório, as pessoas incorrem mais em infrações à norma quando têm a oportunidade de racionalizá-las do que quando o pesquisador aumenta a probabilidade de o trapaceiro não ser apanhado. É contraintuitivo, mas faz sentido, se pensarmos o pendor para o crime como resultado de uma contínua negociação entre a vontade de obter vantagem e a necessidade que cada um de nós tem de manter para si mesmo a imagem de que é um ser humano bom. O cérebro resolve a contradição com as racionalizações. E uma das surpresas que surgiram nesses experimentos é que as pessoas se sentem mais à vontade para delinquir quando podem argumentar que o fazem no interesse de terceiros do que quando a vantagem é inapelavelmente pessoal. Se criminosos são uma ameaça à sociedade, quando eu os elimino estou agindo altruisticamente, o que desculpa o fato de meus métodos não serem tecnicamente muito legais. Outro achado interessante é que a percepção (certa ou errada) de que todos estão cometendo uma violação também facilita a racionalização. Esses dois elementos já deveriam bastar para a polícia tratar a prevenção a chacinas como uma questão institucional, não um simples problema de maçãs podres.
colunas
Chacina altruístaSÃO PAULO - A PM paulista se referiu aos policiais suspeitos de ter liderado a chacina do último dia 13 como "bandidos que integram temporariamente a instituição". É isso mesmo? Esse gênero de crime é resultado apenas de algumas maçãs podres que se infiltraram na corporação ou há algo de institucional aí? Gostamos de pensar o delinquente ou como um maluco que não controla suas ações, ou como um agente racional que decide cometer crimes pesando fatores como benefício esperado e a chance de ser apanhado. Experimentos conduzidos por pesquisadores como Dan Ariely sugerem que as coisas podem ser mais complicadas. Pelo menos em condições de laboratório, as pessoas incorrem mais em infrações à norma quando têm a oportunidade de racionalizá-las do que quando o pesquisador aumenta a probabilidade de o trapaceiro não ser apanhado. É contraintuitivo, mas faz sentido, se pensarmos o pendor para o crime como resultado de uma contínua negociação entre a vontade de obter vantagem e a necessidade que cada um de nós tem de manter para si mesmo a imagem de que é um ser humano bom. O cérebro resolve a contradição com as racionalizações. E uma das surpresas que surgiram nesses experimentos é que as pessoas se sentem mais à vontade para delinquir quando podem argumentar que o fazem no interesse de terceiros do que quando a vantagem é inapelavelmente pessoal. Se criminosos são uma ameaça à sociedade, quando eu os elimino estou agindo altruisticamente, o que desculpa o fato de meus métodos não serem tecnicamente muito legais. Outro achado interessante é que a percepção (certa ou errada) de que todos estão cometendo uma violação também facilita a racionalização. Esses dois elementos já deveriam bastar para a polícia tratar a prevenção a chacinas como uma questão institucional, não um simples problema de maçãs podres.
10
Temer quer destravar mudança do Refis antes de viagem para a China
O presidente Michel Temer quer destravar na próxima semana cinco temas da pauta econômica que dependem do Congresso antes de embarcar para a China, no dia 31 de agosto, para a reunião dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Além de aprovar a revisão do deficit orçamentário deste ano e do próximo para R$ 159 bilhões, o Planalto quer fazer andar no Legislativo medidas que ajudarão a equilibrar as contas e cumprir a meta fiscal nestes dois anos. Estão na lista de prioridades a terceira versão do Refis (programa de refinanciamento de dívidas tributárias), a nova taxa de juros do BNDES (TLP) e o novo projeto de lei da reoneração da folha de pagamentos. Para isso, Temer deve reunir sua equipe neste domingo (20) e, durante a semana, receberá deputados e senadores. Na terça (22), os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento) vão ao Congresso negociar alternativas a pontos vetados por Temer na Lei de Diretrizes Orçamentárias. A cúpula da Comissão Mista de Orçamento já demonstrou contrariedade com os vetos, e os ministros terão a missão de reduzir o clima de tensão para garantir a aprovação das novas metas de deficit orçamentário. Oliveira vai pessoalmente à reunião do colegiado, também na terça. Outra batalha do governo é destravar as negociações do Refis. A equipe econômica ainda irá discutir uma contraproposta ao projeto de refinanciamento de dívidas que tramita na Câmara. O texto atual, alterado em comissão da Câmara, desagradou a equipe econômica e reduziu a previsão de arrecadação de R$ 13 bilhões para cerca de R$ 500 milhões. Apesar da resistência de parlamentares –muitos deles devedores do fisco–, integrantes da equipe do presidente ainda acreditam que podem aprovar um Refis com receitas mais elevadas, perto de R$ 8 bilhões. A medida provisória da nova taxa de juros do BNDES, que reduz os gastos públicos com subsídios, deverá ser votada em comissão na terça. O prazo é apertado. Se não for votada por Câmara e Senado até 6 de setembro, a MP perderá a validade. SIMPLIFICAÇÃO Nesta sexta, Temer se reuniu com os dois ministros da área econômica, além de Moreira Franco (Secretaria Geral) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), para discutir outro tema econômico que entrará na agenda do governo no Congresso: a simplificação tributária. O governo pretende acelerar medidas que simplifiquem a vida dos contribuintes. Depois, investir numa reforma do sistema tributário, algo que o ocorreria entre dezembro e o início de 2018. O relator da reforma tributária na Câmara, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), apresentou aos ministros sua proposta de eliminar dez tributos. Em seu lugar existiriam apenas quatro: Imposto de Renda, sobre valor agregado, de propriedade e a contribuição para a Previdência Social.
mercado
Temer quer destravar mudança do Refis antes de viagem para a ChinaO presidente Michel Temer quer destravar na próxima semana cinco temas da pauta econômica que dependem do Congresso antes de embarcar para a China, no dia 31 de agosto, para a reunião dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Além de aprovar a revisão do deficit orçamentário deste ano e do próximo para R$ 159 bilhões, o Planalto quer fazer andar no Legislativo medidas que ajudarão a equilibrar as contas e cumprir a meta fiscal nestes dois anos. Estão na lista de prioridades a terceira versão do Refis (programa de refinanciamento de dívidas tributárias), a nova taxa de juros do BNDES (TLP) e o novo projeto de lei da reoneração da folha de pagamentos. Para isso, Temer deve reunir sua equipe neste domingo (20) e, durante a semana, receberá deputados e senadores. Na terça (22), os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento) vão ao Congresso negociar alternativas a pontos vetados por Temer na Lei de Diretrizes Orçamentárias. A cúpula da Comissão Mista de Orçamento já demonstrou contrariedade com os vetos, e os ministros terão a missão de reduzir o clima de tensão para garantir a aprovação das novas metas de deficit orçamentário. Oliveira vai pessoalmente à reunião do colegiado, também na terça. Outra batalha do governo é destravar as negociações do Refis. A equipe econômica ainda irá discutir uma contraproposta ao projeto de refinanciamento de dívidas que tramita na Câmara. O texto atual, alterado em comissão da Câmara, desagradou a equipe econômica e reduziu a previsão de arrecadação de R$ 13 bilhões para cerca de R$ 500 milhões. Apesar da resistência de parlamentares –muitos deles devedores do fisco–, integrantes da equipe do presidente ainda acreditam que podem aprovar um Refis com receitas mais elevadas, perto de R$ 8 bilhões. A medida provisória da nova taxa de juros do BNDES, que reduz os gastos públicos com subsídios, deverá ser votada em comissão na terça. O prazo é apertado. Se não for votada por Câmara e Senado até 6 de setembro, a MP perderá a validade. SIMPLIFICAÇÃO Nesta sexta, Temer se reuniu com os dois ministros da área econômica, além de Moreira Franco (Secretaria Geral) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), para discutir outro tema econômico que entrará na agenda do governo no Congresso: a simplificação tributária. O governo pretende acelerar medidas que simplifiquem a vida dos contribuintes. Depois, investir numa reforma do sistema tributário, algo que o ocorreria entre dezembro e o início de 2018. O relator da reforma tributária na Câmara, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), apresentou aos ministros sua proposta de eliminar dez tributos. Em seu lugar existiriam apenas quatro: Imposto de Renda, sobre valor agregado, de propriedade e a contribuição para a Previdência Social.
2
Trans de 'Divinas Divas' debatem avanços, sustento e religião
A reação conservadora a transexuais hoje vem mais da sociedade que do governo, dizem as artistas retratadas no documentário "Divinas Divas", que chegaram ao estrelato em plena ditadura militar. Mas, apesar de ainda enfrentar duros obstáculos, a população trans é mais aceita, apontaram em debate após sessão de pré-estreia do filme promovida pela Folha nesta segunda (19) no Espaço Itaú Frei Caneca. Leandra Leal, diretora do documentário, afirmou que a evolução se nota com nomes novos que vêm quebrando barreiras de gênero e ascendendo na cena musical. "Hoje temos gente como [a banda] As Bahias e a Cozinha Mineira, Liniker, Pabllo Vittar fazendo o maior sucesso", disse ela. "Também são um avanço as duas personagens trans na novela das oito da Globo." Jane Di Castro, que participou de três capítulos da novela em questão, "A Força do Querer", afirmou não sentir mais a discriminação de outrora nos bastidores da Globo e no meio artístico em geral. Rogéria, 74, que gosta de se definir como "a travesti da família brasileira", hoje tem uma visão diferente de quem a olha de cima pra baixo: "Não é preconceito, é despeito". No debate, as cinco presentes concordaram que atualmente há menos visibilidade para shows de transformistas do que no boom dos anos 1960 e 70, mas mostraram suas divergências quando questionadas sobre a capacidade de pagar as contas. Enquanto Jane Di Castro disse nunca ter conseguido se sustentar só com suas apresentações nos palcos, investindo no trabalho de cabeleireira, Divina Valéria afirmou não ter do que reclamar nesse aspecto. Segundo ela, sempre há demandas para shows de artistas em drag. "Estive no último ano num tour por Uruguai, pela Argentina. Se no Brasil não tiver trabalho, algum lugar do mundo vai ter, graças a Deus." A religiosidade, aliás, foi um ponto unânime entre elas –ainda que professassem fés diferentes. "Sou católica e vou todos os dias à igreja antes do trabalho para agradecer e pedir pelo meu dia", disse Eloína dos Leopardos, que hoje trabalha no Bar da Dona Onça, no térreo do Edifício Copan. "Eu sou uma beata", brincou Camille K. "Todo dia rezo um terço inteiro para as minhas amigas." A única a mostrar problemas com religião foi Jane Di Castro, que contou ter sido expulsa de um culto quando adolescente. "Eu era muito evangélica quando criança, até levei minha família para essa igreja. Hoje não gosto dessa religião, mas só porque tive essa experiência humilhante. Respeito muito todas as outras." No meio da plateia lotada, marcaram presença artistas trans como Nany People e Silvetty Montilla –que ressaltaram o papel fundamental das artistas do filme em abrir as portas para travestis brasileiras se fazerem notadas. O debate foi mediado pela jornalista Anna Virginia Balloussier, da Folha.
ilustrada
Trans de 'Divinas Divas' debatem avanços, sustento e religiãoA reação conservadora a transexuais hoje vem mais da sociedade que do governo, dizem as artistas retratadas no documentário "Divinas Divas", que chegaram ao estrelato em plena ditadura militar. Mas, apesar de ainda enfrentar duros obstáculos, a população trans é mais aceita, apontaram em debate após sessão de pré-estreia do filme promovida pela Folha nesta segunda (19) no Espaço Itaú Frei Caneca. Leandra Leal, diretora do documentário, afirmou que a evolução se nota com nomes novos que vêm quebrando barreiras de gênero e ascendendo na cena musical. "Hoje temos gente como [a banda] As Bahias e a Cozinha Mineira, Liniker, Pabllo Vittar fazendo o maior sucesso", disse ela. "Também são um avanço as duas personagens trans na novela das oito da Globo." Jane Di Castro, que participou de três capítulos da novela em questão, "A Força do Querer", afirmou não sentir mais a discriminação de outrora nos bastidores da Globo e no meio artístico em geral. Rogéria, 74, que gosta de se definir como "a travesti da família brasileira", hoje tem uma visão diferente de quem a olha de cima pra baixo: "Não é preconceito, é despeito". No debate, as cinco presentes concordaram que atualmente há menos visibilidade para shows de transformistas do que no boom dos anos 1960 e 70, mas mostraram suas divergências quando questionadas sobre a capacidade de pagar as contas. Enquanto Jane Di Castro disse nunca ter conseguido se sustentar só com suas apresentações nos palcos, investindo no trabalho de cabeleireira, Divina Valéria afirmou não ter do que reclamar nesse aspecto. Segundo ela, sempre há demandas para shows de artistas em drag. "Estive no último ano num tour por Uruguai, pela Argentina. Se no Brasil não tiver trabalho, algum lugar do mundo vai ter, graças a Deus." A religiosidade, aliás, foi um ponto unânime entre elas –ainda que professassem fés diferentes. "Sou católica e vou todos os dias à igreja antes do trabalho para agradecer e pedir pelo meu dia", disse Eloína dos Leopardos, que hoje trabalha no Bar da Dona Onça, no térreo do Edifício Copan. "Eu sou uma beata", brincou Camille K. "Todo dia rezo um terço inteiro para as minhas amigas." A única a mostrar problemas com religião foi Jane Di Castro, que contou ter sido expulsa de um culto quando adolescente. "Eu era muito evangélica quando criança, até levei minha família para essa igreja. Hoje não gosto dessa religião, mas só porque tive essa experiência humilhante. Respeito muito todas as outras." No meio da plateia lotada, marcaram presença artistas trans como Nany People e Silvetty Montilla –que ressaltaram o papel fundamental das artistas do filme em abrir as portas para travestis brasileiras se fazerem notadas. O debate foi mediado pela jornalista Anna Virginia Balloussier, da Folha.
1
Último capítulo de 'Os Dez Mandamentos' vai ao ar no meio da semana
Na contramão da Globo, a Record não tem costume de encerrar suas novelas sempre em sextas-feiras. Não será diferente com "Os Dez Mandamentos". O último capítulo da trama deve ir ao ar no meio da semana. Já a data para o ponto final, por enquanto nem Deus sabe. As informações são da coluna Outro Canal, assinada por Lígia Mesquita e publicada na Folha nesta quinta-feira (12).
ilustrada
Último capítulo de 'Os Dez Mandamentos' vai ao ar no meio da semanaNa contramão da Globo, a Record não tem costume de encerrar suas novelas sempre em sextas-feiras. Não será diferente com "Os Dez Mandamentos". O último capítulo da trama deve ir ao ar no meio da semana. Já a data para o ponto final, por enquanto nem Deus sabe. As informações são da coluna Outro Canal, assinada por Lígia Mesquita e publicada na Folha nesta quinta-feira (12).
1
Obina e brasileiros são destaques da abertura do Campeonato Japonês
Na primeira rodada da J-League, a primeira divisão do Campeonato Japonês, alguns nomes conhecidos do futebol nacional balançaram as redes. Obina, ex-Flamengo e Palmeiras, deixou sua marca no jogo entre Nagoya Grampus e o novato Matsumoto Yamaga. O jogador abriu o placar para seu time, que chegou a fazer 3 a 1, fora de casa, mas permitiu o empate aos anfitriões. Os brasileiros também se destacaram na rodada. O país lidera a lista de estrangeiros na competição, com 34 inscritos. O atacante Wilson, ex-Sport, marcou os dois na vitória do Vegalta Sendai sobre o Montedio Yamagata. O lateral Elsinho, que passou pelo Vasco e América-MG, abriu o placar na vitória do Kawasaki Frontale sobre o Yokohama F-Marinos. Patrick, ex-Fortaleza, deixou sua marca no empate do atual campeão Gamba Osaka com o FC Tokyo em 2 a 2. Rafael Silva, ex-Coritiba, marcou o único gol do Albirex Niigata na derrota por 2 a 1 para o Sagan Tosu. Por fim, Douglas marcou na vitória do Sanfrecce Hiroshima sobre o Ventforet Kofu por 2 a 0. CAMPEONATO CHINÊS O sábado também marcou a abertura do Campeonato Chinês. Conhecido da torcida do Fluminense, o argentino Conca deu o passe para o segundo gol do Shangai SIPG na vitória por 2 a 1 contra Jiangsu Guoxin-Sainty. O atacante Diego Tardelli, ex-Atlético-MG, e o meia Aloisio, ex-São Paulo, estreiam na competição pelo Shandong Luneng contra o Changchun Yatai no domingo. Na segunda-feira, o atacante Ricardo Goulart, ex-Cruzeiro, defenderá o Guangzhou Evergrande contra o Fujian Smart Hero. COM LANCEPRESS
esporte
Obina e brasileiros são destaques da abertura do Campeonato JaponêsNa primeira rodada da J-League, a primeira divisão do Campeonato Japonês, alguns nomes conhecidos do futebol nacional balançaram as redes. Obina, ex-Flamengo e Palmeiras, deixou sua marca no jogo entre Nagoya Grampus e o novato Matsumoto Yamaga. O jogador abriu o placar para seu time, que chegou a fazer 3 a 1, fora de casa, mas permitiu o empate aos anfitriões. Os brasileiros também se destacaram na rodada. O país lidera a lista de estrangeiros na competição, com 34 inscritos. O atacante Wilson, ex-Sport, marcou os dois na vitória do Vegalta Sendai sobre o Montedio Yamagata. O lateral Elsinho, que passou pelo Vasco e América-MG, abriu o placar na vitória do Kawasaki Frontale sobre o Yokohama F-Marinos. Patrick, ex-Fortaleza, deixou sua marca no empate do atual campeão Gamba Osaka com o FC Tokyo em 2 a 2. Rafael Silva, ex-Coritiba, marcou o único gol do Albirex Niigata na derrota por 2 a 1 para o Sagan Tosu. Por fim, Douglas marcou na vitória do Sanfrecce Hiroshima sobre o Ventforet Kofu por 2 a 0. CAMPEONATO CHINÊS O sábado também marcou a abertura do Campeonato Chinês. Conhecido da torcida do Fluminense, o argentino Conca deu o passe para o segundo gol do Shangai SIPG na vitória por 2 a 1 contra Jiangsu Guoxin-Sainty. O atacante Diego Tardelli, ex-Atlético-MG, e o meia Aloisio, ex-São Paulo, estreiam na competição pelo Shandong Luneng contra o Changchun Yatai no domingo. Na segunda-feira, o atacante Ricardo Goulart, ex-Cruzeiro, defenderá o Guangzhou Evergrande contra o Fujian Smart Hero. COM LANCEPRESS
4
Procuradoria determina que fundação de Trump pare de arrecadar em NY
A Fundação Trump, braço filantrópico do candidato republicano à Casa Branca, deve parar de levantar fundos em Nova York imediatamente, determinou o procurador-geral do Estado. A entidade em nome de Donald Trump não tem o registro apropriado para grupos que queiram solicitar doações acima de US$ 25 mil, justificou Eric Schneiderman numa notificação de violação datada de sexta-feira (30) e divulgada nesta segunda (3). Há meses, Trump acusa sua rival democrata, Hillary Clinton, de ter usado a máquina do governo para beneficiar doadores e funcionários da Fundação Clinton quando era secretária de Estado (2009-13). Nas últimas semanas, contudo, sua fundação também virou uma enxaqueca eleitoral para ele. Os maiores golpes foram infligidos por uma série de reportagens do "Washington Post". Uma delas, de setembro, mostra que o republicano cobriu despesas legais de suas empresas com US$ 258 mil a princípio separados para a caridade. Um dos casos: um processo contra Mar-a-Lago, sua mansão de 118 cômodos na Flórida, "um dos clubes privados mais exclusivos do mundo", segundo o site do local. A cidade de Palm Beach entrou com uma ação para cobrar multas que somavam US$ 120 mil. A discórdia: as duas partes não concordavam sobre a altura de um mastro. Já em 2012, Trump teria gasto US$ 12 mil de sua fundação num capacete assinado por um astro do futebol americano. Cinco anos antes, sua mulher, Melania, deu um lance de US$ 20 mil numa pintura com quase dois metros de altura do marido, num baile de gala filantrópico. O dinheiro, mais uma vez, teria saído dos cofres da entidade criada em 1988 por Trump. Naquele ano, o empresário do setor imobiliário disse que doaria a "moradores de rua, veteranos do Vietnã e [causas como] Aids e esclerose múltipla" parte do lucro de seu best-seller "A Arte da Negociação". O "New York Times" já havia mostrado, em setembro, que a fundação não tem registro em vários Estados americanos. A campanha do presidenciável vê uma agenda política na ordem judicial. O procurador Schneiderman é filiado ao partido democrata e, em 2013, entrou com uma ação civil contra o candidato republicano e sua Universidade Trump —que funcionaria sem licença e enganaria seus estudantes com táticas agressivas de venda, sem resultados à altura. "Ainda que continuemos muito preocupados com os motivos políticos por trás da investigação do procurador Schneiderman, a Fundação Trump pretende cooperar totalmente", disse na segunda, em comunicado, Hope Hicks, porta-voz da campanha republicana. O candidato não comentaria sobre o caso porque "a questão jurídica está em curso", afirmou Hicks.
mundo
Procuradoria determina que fundação de Trump pare de arrecadar em NYA Fundação Trump, braço filantrópico do candidato republicano à Casa Branca, deve parar de levantar fundos em Nova York imediatamente, determinou o procurador-geral do Estado. A entidade em nome de Donald Trump não tem o registro apropriado para grupos que queiram solicitar doações acima de US$ 25 mil, justificou Eric Schneiderman numa notificação de violação datada de sexta-feira (30) e divulgada nesta segunda (3). Há meses, Trump acusa sua rival democrata, Hillary Clinton, de ter usado a máquina do governo para beneficiar doadores e funcionários da Fundação Clinton quando era secretária de Estado (2009-13). Nas últimas semanas, contudo, sua fundação também virou uma enxaqueca eleitoral para ele. Os maiores golpes foram infligidos por uma série de reportagens do "Washington Post". Uma delas, de setembro, mostra que o republicano cobriu despesas legais de suas empresas com US$ 258 mil a princípio separados para a caridade. Um dos casos: um processo contra Mar-a-Lago, sua mansão de 118 cômodos na Flórida, "um dos clubes privados mais exclusivos do mundo", segundo o site do local. A cidade de Palm Beach entrou com uma ação para cobrar multas que somavam US$ 120 mil. A discórdia: as duas partes não concordavam sobre a altura de um mastro. Já em 2012, Trump teria gasto US$ 12 mil de sua fundação num capacete assinado por um astro do futebol americano. Cinco anos antes, sua mulher, Melania, deu um lance de US$ 20 mil numa pintura com quase dois metros de altura do marido, num baile de gala filantrópico. O dinheiro, mais uma vez, teria saído dos cofres da entidade criada em 1988 por Trump. Naquele ano, o empresário do setor imobiliário disse que doaria a "moradores de rua, veteranos do Vietnã e [causas como] Aids e esclerose múltipla" parte do lucro de seu best-seller "A Arte da Negociação". O "New York Times" já havia mostrado, em setembro, que a fundação não tem registro em vários Estados americanos. A campanha do presidenciável vê uma agenda política na ordem judicial. O procurador Schneiderman é filiado ao partido democrata e, em 2013, entrou com uma ação civil contra o candidato republicano e sua Universidade Trump —que funcionaria sem licença e enganaria seus estudantes com táticas agressivas de venda, sem resultados à altura. "Ainda que continuemos muito preocupados com os motivos políticos por trás da investigação do procurador Schneiderman, a Fundação Trump pretende cooperar totalmente", disse na segunda, em comunicado, Hope Hicks, porta-voz da campanha republicana. O candidato não comentaria sobre o caso porque "a questão jurídica está em curso", afirmou Hicks.
3
Maconha e pena de morte foram tema de referendos nos EUA; veja resultados
Maconha, pena de morte, impostos de cigarro e sacolinhas de supermercado estavam na ordem do dia nos referendos votados pelos americanos em diferentes Estados nesta terça-feira (8). Enquanto a legalização da maconha só perdeu em um local até o momento (Arizona), a pena de morte foi reiterada em três Estados: Califórnia, Oklahoma e Nebraska. Na Califórnia, Estado mais populoso do país com 38 milhões de habitantes, duas votações foram feitas sobre a pena de morte. Com 93% das urnas apuradas, vencia com 54% o "não" à medida que colocaria um fim ao corredor da morte. Em uma disputa mais acirrada, sobre a reforma que acelera o processo jurídico para realização da pena de morte, o "sim" tinha 50,1% dos votos dos californianos. Hoje, há 749 pessoas à espera da execução, sendo que a última foi realizada há dez anos. A maconha foi às urnas em nove Estados e o "sim" pela legalização só perdeu no Arizona até o momento. No Maine, com 89% dos votos apurados, a legalização vencia com 50,4%. O uso recreativo da droga foi permitido na Califórnia, Massachusetts e Nevada, além de Colorado, Washington, Oregon e Alasca. Já na Flórida, Dakota do Norte, Montana e Arkansas, foi legalizado seu uso medicinal. Agora, mais da metade dos Estados americanos passa a ter leis favoráveis à droga, que continua a ser considerada ilegal no âmbito federal. "Isto representa uma vitória enorme para o movimento da reforma da maconha. Com a liderança da Califórnia, o fim da proibição está se aproximando rapidamente no país, e até mesmo no mundo", disse Ethan Nadelmann, diretor executivo da Drug Policy Alliance, organização sem fins lucrativos em defesa do fim da "guerra às drogas". A Califórnia, que costuma liderar mudanças no país, também votou em outros 14 referendos e aprovou, por exemplo, a alta de US$ 2 no imposto sobre cigarros, incluindo eletrônicos, e a proibição de compra e posse de grandes quantidades de munição, medida que inclui verificação de antecedentes criminais na venda de munição. Entre referendos que perderam estava o uso obrigatório de camisinha em sets de filmes pornográficos, lei que já havia sido aprovada nas urnas no condado de Los Angeles em 2012, mas que desde então passava por batalhas judiciais entre estúdios e o Departamento de Saúde de Los Angeles. Nevada também aprovou verificação para compra de armas. No Maine, o voto contra o reforço dessas verificações estava na frente (51,9%), com 89% dos votos apurados. Dakota do Norte e Missouri também votaram "sim" pelo aumento de impostos em cigarros, sendo que o segundo passou duas medidas sobre o assunto: uma para elevar em 23 centavos de dólar o pacote para financiar projetos de infraestrutura e transporte, e outra em 60 centavos para criar um fundo de educação e saúde infantil. Outros referendos importantes aconteceram no Colorado, que se juntou a outros cinco Estados que permitem suicídio assistido para que doentes terminais possam morrer com ajuda de um médico. Já em Minnesota, 77% dos eleitores votaram para retirar o poder dos legisladores de definir seus próprios salários, que será agora definido por um conselho independente de cidadãos.
mundo
Maconha e pena de morte foram tema de referendos nos EUA; veja resultadosMaconha, pena de morte, impostos de cigarro e sacolinhas de supermercado estavam na ordem do dia nos referendos votados pelos americanos em diferentes Estados nesta terça-feira (8). Enquanto a legalização da maconha só perdeu em um local até o momento (Arizona), a pena de morte foi reiterada em três Estados: Califórnia, Oklahoma e Nebraska. Na Califórnia, Estado mais populoso do país com 38 milhões de habitantes, duas votações foram feitas sobre a pena de morte. Com 93% das urnas apuradas, vencia com 54% o "não" à medida que colocaria um fim ao corredor da morte. Em uma disputa mais acirrada, sobre a reforma que acelera o processo jurídico para realização da pena de morte, o "sim" tinha 50,1% dos votos dos californianos. Hoje, há 749 pessoas à espera da execução, sendo que a última foi realizada há dez anos. A maconha foi às urnas em nove Estados e o "sim" pela legalização só perdeu no Arizona até o momento. No Maine, com 89% dos votos apurados, a legalização vencia com 50,4%. O uso recreativo da droga foi permitido na Califórnia, Massachusetts e Nevada, além de Colorado, Washington, Oregon e Alasca. Já na Flórida, Dakota do Norte, Montana e Arkansas, foi legalizado seu uso medicinal. Agora, mais da metade dos Estados americanos passa a ter leis favoráveis à droga, que continua a ser considerada ilegal no âmbito federal. "Isto representa uma vitória enorme para o movimento da reforma da maconha. Com a liderança da Califórnia, o fim da proibição está se aproximando rapidamente no país, e até mesmo no mundo", disse Ethan Nadelmann, diretor executivo da Drug Policy Alliance, organização sem fins lucrativos em defesa do fim da "guerra às drogas". A Califórnia, que costuma liderar mudanças no país, também votou em outros 14 referendos e aprovou, por exemplo, a alta de US$ 2 no imposto sobre cigarros, incluindo eletrônicos, e a proibição de compra e posse de grandes quantidades de munição, medida que inclui verificação de antecedentes criminais na venda de munição. Entre referendos que perderam estava o uso obrigatório de camisinha em sets de filmes pornográficos, lei que já havia sido aprovada nas urnas no condado de Los Angeles em 2012, mas que desde então passava por batalhas judiciais entre estúdios e o Departamento de Saúde de Los Angeles. Nevada também aprovou verificação para compra de armas. No Maine, o voto contra o reforço dessas verificações estava na frente (51,9%), com 89% dos votos apurados. Dakota do Norte e Missouri também votaram "sim" pelo aumento de impostos em cigarros, sendo que o segundo passou duas medidas sobre o assunto: uma para elevar em 23 centavos de dólar o pacote para financiar projetos de infraestrutura e transporte, e outra em 60 centavos para criar um fundo de educação e saúde infantil. Outros referendos importantes aconteceram no Colorado, que se juntou a outros cinco Estados que permitem suicídio assistido para que doentes terminais possam morrer com ajuda de um médico. Já em Minnesota, 77% dos eleitores votaram para retirar o poder dos legisladores de definir seus próprios salários, que será agora definido por um conselho independente de cidadãos.
3
Estreantes, caçula e veterano fazem duelo de contrastes no Paulista; assista
A primeira rodada do Paulista reunirá o caçula do torneio, o Red Bull, fundado há sete anos, e o Capivariano, que pela primeira vez em seus 96 anos atuará na elite. O contraste entre os clubes não se limita só na idade de cada um, mas também na estrutura onde seus times treinam e os objetivos na temporada. O Red Bull possui um centro de treinamento compatível aos grandes do país. Localizado em Jarinu, o local possui quatro campos oficiais, departamento médico completo, alojamento para 110 atletas e até um lago de pesca e um simulador de F-1 em uma área de 600 mil m². "Essa estrutura nos coloca em uma condição de maior responsabilidade. A partir do momento que temos esta condição é dever fazer um trabalho do mais alto nível. O nosso objetivo é fechar o ano na Série C do Brasileiro", diz à Folha o diretor executivo da equipe, Thiago Scuro. O projeto é chegar à Série A do Brasileiro até 2020. Com uma estrutura bem mais modesta que o rival, o objetivo do Capivariano é evitar o rebaixamento no Estadual. Não possui um centro de treinamento e realiza as atividades na Arena Capivari, que pertence à prefeitura. O local foi reformado para atender as exigências da FPF (Federação Paulista de Futebol) e ganhou novos camarotes, cabines de imprensa e uma arquibancada com 7.500 lugares. O gramado também foi trocado. No total foram gastos cerca de R$ 5 milhões. "Nosso primeiro objetivo é permanecer na primeira divisão do Paulista. Em segundo plano, vamos tentar garantir uma vaga na Série D. Precisamos ter calendário anual", diz Luis Paulo Santarelli, gestor do futebol do clube. Já o Red Bull não possui estádio próprio. O clube fez um acordo com a Ponte Preta e vai mandar os jogos no Moisés Lucarelli, em Campinas. TORCIDA Na campanha do acesso à primeira divisão do Paulista ano passado, o Red Bull teve média de 496 pagantes nos jogos em casa. Já a média do Capivariano foi de 2.510. Mesmo com o pouco apelo popular e em uma cidade que já possui dois times tradicionais como Guarani e Ponte Preta, o Red Bull tem receita básica para atrair mais fãs. "Vencendo jogos, jogando um futebol bonito. Com isso, naturalmente as pessoas vão conhecer a equipe, vão admirar e querer participar. Estamos focados em ser fortes dentro de campo e organizados fora. Isso a longo prazo vai fazer as pessoas torcerem para o Red Bull", diz Scuro.
esporte
Estreantes, caçula e veterano fazem duelo de contrastes no Paulista; assistaA primeira rodada do Paulista reunirá o caçula do torneio, o Red Bull, fundado há sete anos, e o Capivariano, que pela primeira vez em seus 96 anos atuará na elite. O contraste entre os clubes não se limita só na idade de cada um, mas também na estrutura onde seus times treinam e os objetivos na temporada. O Red Bull possui um centro de treinamento compatível aos grandes do país. Localizado em Jarinu, o local possui quatro campos oficiais, departamento médico completo, alojamento para 110 atletas e até um lago de pesca e um simulador de F-1 em uma área de 600 mil m². "Essa estrutura nos coloca em uma condição de maior responsabilidade. A partir do momento que temos esta condição é dever fazer um trabalho do mais alto nível. O nosso objetivo é fechar o ano na Série C do Brasileiro", diz à Folha o diretor executivo da equipe, Thiago Scuro. O projeto é chegar à Série A do Brasileiro até 2020. Com uma estrutura bem mais modesta que o rival, o objetivo do Capivariano é evitar o rebaixamento no Estadual. Não possui um centro de treinamento e realiza as atividades na Arena Capivari, que pertence à prefeitura. O local foi reformado para atender as exigências da FPF (Federação Paulista de Futebol) e ganhou novos camarotes, cabines de imprensa e uma arquibancada com 7.500 lugares. O gramado também foi trocado. No total foram gastos cerca de R$ 5 milhões. "Nosso primeiro objetivo é permanecer na primeira divisão do Paulista. Em segundo plano, vamos tentar garantir uma vaga na Série D. Precisamos ter calendário anual", diz Luis Paulo Santarelli, gestor do futebol do clube. Já o Red Bull não possui estádio próprio. O clube fez um acordo com a Ponte Preta e vai mandar os jogos no Moisés Lucarelli, em Campinas. TORCIDA Na campanha do acesso à primeira divisão do Paulista ano passado, o Red Bull teve média de 496 pagantes nos jogos em casa. Já a média do Capivariano foi de 2.510. Mesmo com o pouco apelo popular e em uma cidade que já possui dois times tradicionais como Guarani e Ponte Preta, o Red Bull tem receita básica para atrair mais fãs. "Vencendo jogos, jogando um futebol bonito. Com isso, naturalmente as pessoas vão conhecer a equipe, vão admirar e querer participar. Estamos focados em ser fortes dentro de campo e organizados fora. Isso a longo prazo vai fazer as pessoas torcerem para o Red Bull", diz Scuro.
4
Presidenciáveis se enfrentam em debate inédito na Argentina
Os dois candidatos que concorrem à presidência da Argentina participam na noite deste domingo (15) de um debate televisivo inédito, com os dois finalistas que concorrem à Casa Rosada. O evento pode mexer com o eleitorado na semana decisiva antes do segundo turno no país, no próximo domingo, dia 22. É a primeira vez na história argentina que dois candidatos se enfrentarão em uma final. Em 2003, Carlos Menem, então candidato, desistiu de concorrer, levando à consagração de Néstor Kirchner, que obteve 22% dos votos na primeira rodada. VANTAGEM DE MACRI A uma semana da eleição, pesquisa de intenção de voto mostra que o candidato da oposição Mauricio Macri, da coligação Mudemos, tem 8,3 pontos de vantagem sobre o governista Daniel Scioli. Segundo sondagem do instituto Management & Fit, publicada no jornal "Clarín" deste sábado (14), Macri aparece com 52% das intenções, e Scioli, com 43,7%. O quadro é praticamente o mesmo aferido pelo instituto uma semana antes, que apontava uma diferença de oito pontos entre os dois. A pesquisa foi realizada entre segunda (9) e a última quinta (12) e ouviu 2.400 eleitores. Os números consideram uma projeção ou tendência de como votarão os eleitores indecisos, calculada pelo instituto. Neste sábado (14), Macri cancelou evento de campanha que faria na cidade de Campana, a 80 km da capital, Buenos Aires, em respeito às vítimas dos atentados em Paris. Daniel Scioli também passou o dia recolhido e, segundo assessores, se preparou para o debate. Peronistas convocaram manifestações de apoio a Scioli em praças do país e, na capital, reuniram uma multidão no Obelisco. A pesquisa, a última antes do veto à divulgação de sondagens nos dias prévios à eleição, aponta ainda que há 11,1% de eleitores que não têm o voto totalmente decidido e 2,1% que dizem que votarão em branco.
mundo
Presidenciáveis se enfrentam em debate inédito na ArgentinaOs dois candidatos que concorrem à presidência da Argentina participam na noite deste domingo (15) de um debate televisivo inédito, com os dois finalistas que concorrem à Casa Rosada. O evento pode mexer com o eleitorado na semana decisiva antes do segundo turno no país, no próximo domingo, dia 22. É a primeira vez na história argentina que dois candidatos se enfrentarão em uma final. Em 2003, Carlos Menem, então candidato, desistiu de concorrer, levando à consagração de Néstor Kirchner, que obteve 22% dos votos na primeira rodada. VANTAGEM DE MACRI A uma semana da eleição, pesquisa de intenção de voto mostra que o candidato da oposição Mauricio Macri, da coligação Mudemos, tem 8,3 pontos de vantagem sobre o governista Daniel Scioli. Segundo sondagem do instituto Management & Fit, publicada no jornal "Clarín" deste sábado (14), Macri aparece com 52% das intenções, e Scioli, com 43,7%. O quadro é praticamente o mesmo aferido pelo instituto uma semana antes, que apontava uma diferença de oito pontos entre os dois. A pesquisa foi realizada entre segunda (9) e a última quinta (12) e ouviu 2.400 eleitores. Os números consideram uma projeção ou tendência de como votarão os eleitores indecisos, calculada pelo instituto. Neste sábado (14), Macri cancelou evento de campanha que faria na cidade de Campana, a 80 km da capital, Buenos Aires, em respeito às vítimas dos atentados em Paris. Daniel Scioli também passou o dia recolhido e, segundo assessores, se preparou para o debate. Peronistas convocaram manifestações de apoio a Scioli em praças do país e, na capital, reuniram uma multidão no Obelisco. A pesquisa, a última antes do veto à divulgação de sondagens nos dias prévios à eleição, aponta ainda que há 11,1% de eleitores que não têm o voto totalmente decidido e 2,1% que dizem que votarão em branco.
3
Rodolfo Lucena: Florence Kiplagat bate recorde mundial da meia maratona
Nas mesmas ruas de Barcelona onde bateu o recorde mundial da maratona do ano passado, a queniana Florence Kiplagat estabeleceu neste domingo (15.2) nova melhor marca para a distância. Ela venceu a Mitja Marató de Barcelona em 1h05min09 (foto Divulgação). ... Leia post completo no blog
esporte
Rodolfo Lucena: Florence Kiplagat bate recorde mundial da meia maratonaNas mesmas ruas de Barcelona onde bateu o recorde mundial da maratona do ano passado, a queniana Florence Kiplagat estabeleceu neste domingo (15.2) nova melhor marca para a distância. Ela venceu a Mitja Marató de Barcelona em 1h05min09 (foto Divulgação). ... Leia post completo no blog
4
Apostas na natação na Paraolimpíada incluem medalhões e novatos
DE SÃO PAULO Vem da natação a segunda maior quantidade de ouros do Brasil em Paraolimpíadas, 28, perdendo para o atletismo, com 32. Nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em 2015 porém, saiu das piscinas o maior número de primeiros lugares: 38 dos 109, o que indica a potência brasileira na modalidade. Parte importante do resultado está ligada ao desempenho de multimedalhistas como Daniel Dias, 28, André Brasil, 32, e Clodoaldo Silva, 37, que, juntos, são responsáveis por 23 ouros nos três últimos Jogos: Londres-2012, Pequim-2008, e Atenas-2004. Nos Jogos do Rio eles continuam sendo apostas de grandes resultados. Mas novos talentos têm surgido e há chance de ampliar a presença da modalidade nos espaços mais altos do pódio. Os coordenadores da natação avaliam que são trunfos nomes como Talisson Henrique Glock, 21, tido como o "galã" da delegação e dono de dois ouros no Parapan de Toronto e duas pratas no Mundial da Escócia, em 2015. Ao lado do catarinense Glock estão o seu conterrâneo Matheus Rheine, 23, que é cego e tem o segundo melhor tempo do mundo em sua categoria, o pernambucano Phelipe Andrews, 25, também um destaque no Mundial de 2015, e a própria Joana Silva. "Eles ganharão medalha, com certeza, se nadarem o que nadam atualmente. É fantástico termos multimedalhistas, mas é muito bom termos ampliado o leque de possibilidades de pódio. É uma evolução importante", diz Rui Menslin, coordenador da natação paraolímpica. MARATONA DE DISPUTAS E TREINOS Na reta final para os Jogos Paraolímpicos do Rio, os 32 atletas —19 homens e 13 mulheres— escalados para representar o Brasil na natação estão ainda em ritmo acelerado de preparação, com participação em disputas internacionais e com avaliações semanais de desempenho. Do Parapan de Toronto, em 2015, até hoje, não houve descanso para os competidores, que participaram de eventos na Alemanha e em Portugal, testaram o complexo aquático do Rio e ainda vão disputar dois torneios nacionais. "Toda essa maratona culmina em setembro, na Paraolimpíada, quando os atletas devem estar em seus auges de desempenho. As competições são importantes para adequação de marcas, para que eles tenham mais clima de realidade de uma grande disputa e para trabalharmos a ansiedade, fazermos ajustes", diz Rui Menslin, coordenador da natação brasileira. As estrelas da modalidade também passaram temporadas no exterior para treinamentos mais especializados. Daniel Dias treinou na Espanha e André Brasil, nos EUA. Para Menslin, a responsabilidade que recai sobre sua equipe é enorme e os atletas têm consciência permanente disso. "Representar uma nação pesa demais. As pessoas esperam que o Brasil faça bonito, têm esperança de ver medalhas de ouro." Que esporte é esse? - Natação
esporte
Apostas na natação na Paraolimpíada incluem medalhões e novatos DE SÃO PAULO Vem da natação a segunda maior quantidade de ouros do Brasil em Paraolimpíadas, 28, perdendo para o atletismo, com 32. Nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em 2015 porém, saiu das piscinas o maior número de primeiros lugares: 38 dos 109, o que indica a potência brasileira na modalidade. Parte importante do resultado está ligada ao desempenho de multimedalhistas como Daniel Dias, 28, André Brasil, 32, e Clodoaldo Silva, 37, que, juntos, são responsáveis por 23 ouros nos três últimos Jogos: Londres-2012, Pequim-2008, e Atenas-2004. Nos Jogos do Rio eles continuam sendo apostas de grandes resultados. Mas novos talentos têm surgido e há chance de ampliar a presença da modalidade nos espaços mais altos do pódio. Os coordenadores da natação avaliam que são trunfos nomes como Talisson Henrique Glock, 21, tido como o "galã" da delegação e dono de dois ouros no Parapan de Toronto e duas pratas no Mundial da Escócia, em 2015. Ao lado do catarinense Glock estão o seu conterrâneo Matheus Rheine, 23, que é cego e tem o segundo melhor tempo do mundo em sua categoria, o pernambucano Phelipe Andrews, 25, também um destaque no Mundial de 2015, e a própria Joana Silva. "Eles ganharão medalha, com certeza, se nadarem o que nadam atualmente. É fantástico termos multimedalhistas, mas é muito bom termos ampliado o leque de possibilidades de pódio. É uma evolução importante", diz Rui Menslin, coordenador da natação paraolímpica. MARATONA DE DISPUTAS E TREINOS Na reta final para os Jogos Paraolímpicos do Rio, os 32 atletas —19 homens e 13 mulheres— escalados para representar o Brasil na natação estão ainda em ritmo acelerado de preparação, com participação em disputas internacionais e com avaliações semanais de desempenho. Do Parapan de Toronto, em 2015, até hoje, não houve descanso para os competidores, que participaram de eventos na Alemanha e em Portugal, testaram o complexo aquático do Rio e ainda vão disputar dois torneios nacionais. "Toda essa maratona culmina em setembro, na Paraolimpíada, quando os atletas devem estar em seus auges de desempenho. As competições são importantes para adequação de marcas, para que eles tenham mais clima de realidade de uma grande disputa e para trabalharmos a ansiedade, fazermos ajustes", diz Rui Menslin, coordenador da natação brasileira. As estrelas da modalidade também passaram temporadas no exterior para treinamentos mais especializados. Daniel Dias treinou na Espanha e André Brasil, nos EUA. Para Menslin, a responsabilidade que recai sobre sua equipe é enorme e os atletas têm consciência permanente disso. "Representar uma nação pesa demais. As pessoas esperam que o Brasil faça bonito, têm esperança de ver medalhas de ouro." Que esporte é esse? - Natação
4
Após dois roubos, jovem desiste de celulares modernos e volta ao antigo
Há um mês, a universitária Karina Pauletto, 20, vive como se tivesse voltado dez anos no tempo. Após o seu moderno smartphone Galaxy S3 ter sido roubado no Jardim Celeste, na zona oeste, ela deixou para trás Facebook, Instagram e Whatsapp. Agora, com o aparelho antigo que voltou a usar, só consegue fazer as ligações. "Já tinha sido assaltada duas vezes no último ano e só não fui outra porque corri. Minhas amigas ficaram e tiveram as bolsas com dinheiro e celulares roubados na avenida Morumbi, após sairmos da faculdade", disse Karina. A estudante Giuliana Mazetto passou a esconder o celular dentro da calça após uma tentativa de assalto. "Eu estava no Jaçanã [zona norte] com meu namorado quando tentaram nos roubar. Eu disse que não tinha celular e os bandidos foram embora. Agora, podem até levar minha bolsa, mas o celular eu quero ver eles colocarem a mão aqui", disse, enquanto apontava a parte da frente da calça. A auxiliar de vendas Paula Aparecida da Silva, 20, teve de acelerar o passo e entrar numa lanchonete para despistar dois homens que a seguiram na avenida Paulista. "Viram meu celular e ficaram atrás de mim", afirmou. Para evitar novos assaltos, agora ela evita usar o aparelho e procura produtos para escondê-lo ainda mais. "Parei de ouvir músicas para não chamar a atenção. Quero achar uma bolsa para colocar celular e dinheiro e prender tudo na perna." ROUBOS Dados divulgados nesta terça-feira (24) pela SSP (Secretaria de Segurança Pública) apontam que os roubos caíram de 26.987 casos em janeiro de 2014 para 25.880 no mesmo mês deste ano - -uma redução de 4,1%. Esta é a primeira queda registrada após 19 meses consecutivos de alta. O índice subia desde junho de 2013 quando 22.329 casos foram registrados contra 20.772 do mesmo período em 2012. A capital paulista também registrou queda no número de roubos no período. O número passou de 13.416 para 13.188 –umaredução de 1,7%. Ao todo, foram 228 casos a menos. Dados da Violência
cotidiano
Após dois roubos, jovem desiste de celulares modernos e volta ao antigoHá um mês, a universitária Karina Pauletto, 20, vive como se tivesse voltado dez anos no tempo. Após o seu moderno smartphone Galaxy S3 ter sido roubado no Jardim Celeste, na zona oeste, ela deixou para trás Facebook, Instagram e Whatsapp. Agora, com o aparelho antigo que voltou a usar, só consegue fazer as ligações. "Já tinha sido assaltada duas vezes no último ano e só não fui outra porque corri. Minhas amigas ficaram e tiveram as bolsas com dinheiro e celulares roubados na avenida Morumbi, após sairmos da faculdade", disse Karina. A estudante Giuliana Mazetto passou a esconder o celular dentro da calça após uma tentativa de assalto. "Eu estava no Jaçanã [zona norte] com meu namorado quando tentaram nos roubar. Eu disse que não tinha celular e os bandidos foram embora. Agora, podem até levar minha bolsa, mas o celular eu quero ver eles colocarem a mão aqui", disse, enquanto apontava a parte da frente da calça. A auxiliar de vendas Paula Aparecida da Silva, 20, teve de acelerar o passo e entrar numa lanchonete para despistar dois homens que a seguiram na avenida Paulista. "Viram meu celular e ficaram atrás de mim", afirmou. Para evitar novos assaltos, agora ela evita usar o aparelho e procura produtos para escondê-lo ainda mais. "Parei de ouvir músicas para não chamar a atenção. Quero achar uma bolsa para colocar celular e dinheiro e prender tudo na perna." ROUBOS Dados divulgados nesta terça-feira (24) pela SSP (Secretaria de Segurança Pública) apontam que os roubos caíram de 26.987 casos em janeiro de 2014 para 25.880 no mesmo mês deste ano - -uma redução de 4,1%. Esta é a primeira queda registrada após 19 meses consecutivos de alta. O índice subia desde junho de 2013 quando 22.329 casos foram registrados contra 20.772 do mesmo período em 2012. A capital paulista também registrou queda no número de roubos no período. O número passou de 13.416 para 13.188 –umaredução de 1,7%. Ao todo, foram 228 casos a menos. Dados da Violência
6
Varejo fechou quase 10 mil estabelecimentos no 1° tri, diz CNC
O varejo fechou as portas de 9,9 mil estabelecimentos no primeiro trimestre deste ano, informou nesta quinta-feira (6) a CNC (Confederação Nacional do Comércio). Apesar do saldo negativo, o número ainda é melhor do que o apresentado no quarto trimestre do ano passado, quando 15,5 mil estabelecimentos foram fechados, ou o período de janeiro a março de 2016, quando 37,1 mil lojas fecharam as portas. A última vez que o varejo abriu mais lojas que fechou foi em 2014, com a criação de 2 mil estabelecimentos. O fenômeno foi classificado pelo economista da CNC, Fabio Bentes, de "despiora". "A queda no número de lojas fechadas em relação ao primeiro trimestre do ano passado foi de 75%. É um sinal de 'despiora', de que o varejo passa por transição. Há números positivos e negativos se intercalando, enquanto que no ano passado, por exemplo, estava tudo no vermelho", afirmou. A expectativa é que 2017 feche no "zero a zero" na comparação com o ano passado. "Essa é nossa aposta tanto para abertura de lojas quanto de geração de emprego", declarou. A expectativa é que sejam abertos entre 2 mil e 3 mil vagas no varejo neste ano, quase estabilidade. Em 2016, foram fechadas 177 mil postos de trabalho formais no setor. HIPERMERCADOS O segmento do varejo que mais fechou lojas no primeiro trimestre foram os hipermercados, com um saldo de 3,7 mil estabelecimentos a menos. Em seguida vem vestuários e calçados (-1,7 mil lojas) e artigos pessoais e de uso doméstico (-1,2 mil). A expectativa da CNC é que o varejo tenha aumento no volume de vendas de 1,2% em 2017 na comparação com o ano passado. No primeiro quadrimestre do ano, houve queda de 1,8% ante mesmo período do ano passado.
mercado
Varejo fechou quase 10 mil estabelecimentos no 1° tri, diz CNCO varejo fechou as portas de 9,9 mil estabelecimentos no primeiro trimestre deste ano, informou nesta quinta-feira (6) a CNC (Confederação Nacional do Comércio). Apesar do saldo negativo, o número ainda é melhor do que o apresentado no quarto trimestre do ano passado, quando 15,5 mil estabelecimentos foram fechados, ou o período de janeiro a março de 2016, quando 37,1 mil lojas fecharam as portas. A última vez que o varejo abriu mais lojas que fechou foi em 2014, com a criação de 2 mil estabelecimentos. O fenômeno foi classificado pelo economista da CNC, Fabio Bentes, de "despiora". "A queda no número de lojas fechadas em relação ao primeiro trimestre do ano passado foi de 75%. É um sinal de 'despiora', de que o varejo passa por transição. Há números positivos e negativos se intercalando, enquanto que no ano passado, por exemplo, estava tudo no vermelho", afirmou. A expectativa é que 2017 feche no "zero a zero" na comparação com o ano passado. "Essa é nossa aposta tanto para abertura de lojas quanto de geração de emprego", declarou. A expectativa é que sejam abertos entre 2 mil e 3 mil vagas no varejo neste ano, quase estabilidade. Em 2016, foram fechadas 177 mil postos de trabalho formais no setor. HIPERMERCADOS O segmento do varejo que mais fechou lojas no primeiro trimestre foram os hipermercados, com um saldo de 3,7 mil estabelecimentos a menos. Em seguida vem vestuários e calçados (-1,7 mil lojas) e artigos pessoais e de uso doméstico (-1,2 mil). A expectativa da CNC é que o varejo tenha aumento no volume de vendas de 1,2% em 2017 na comparação com o ano passado. No primeiro quadrimestre do ano, houve queda de 1,8% ante mesmo período do ano passado.
2
Ministro culpa gestão passada e diz que desmatamento deve ser revertido
O ministro do Meio Ambiente, Zequinha Sarney, responsabilizou neste sábado (24) o governo da ex-presidente Dilma Rousseff pelo recente salto no desmatamento na Amazônia e disse que a tendência é de uma reversão da atual curva ascendente. Em entrevista à imprensa, ele culpou cortes orçamentários feitos pela gestão petista e disse que a redução dos recursos destinados para comando e controle afetaram a fiscalização. Segundo ele, no entanto, desde dezembro o governo peemedebista restabeleceu os recursos orçamentários, inclusive com novos incrementos. "As causas do desmatamento são complexas, mas a principal nos últimos anos é por comando e controle. Quando ele falha, aumenta o desmatamento", disse. Apesar do presidente Michel Temer ter feito parte do governo petista, no cargo de vice-presidente, o ministro isenta o peemedebista de culpa pelo aumento no desmatamento. "Eu acredito que o vice-presidente não tinha nenhuma gestão nessa área", disse. O ministro recuou e afirmou que ainda não há definição sobre o envio de projeto de lei ao Congresso Nacional para substituir medida provisória que reduzia área de preservação no Pará. veja vídeo JAMANXIM Em vídeo, divulgado antes do veto presidencial à proposta, o ministro havia dito que o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) daria um parecer técnico acatando a necessidade de transformação em APA (Área de Proteção Ambiental) de áreas da Floresta Nacional de Jamanxim, no Pará. Ele havia afirmado ainda que seria enviado um projeto de lei com o mesmo conteúdo da medida provisória, com "urgência constitucional". A APA é a categoria mais baixa de proteção, que permite propriedade privada e atividades rurais. Neste sábado (24), no entanto, o ministro afirmou que nada foi definido ainda e que não haverá projeto de lei se o ICMBio disser que não há necessidade de ajustes na área da Floresta Nacional de Jamanxim. "Nós estamos agora em um processo de discussão, sem pressa e sem açodamento. E nada será remetido pelo ministério que não tenha parecer técnico dos órgãos competentes para isso", disse. "Se amanhã o ICMBio disser que, pelas avaliações técnicas, não devemos fazer nada, não vamos fazer nada. Se ele disser que precisa de ajustes aqui e ali, vamos fazer", acrescentou. O ministro ressaltou que "não existe nenhuma proposta" e defendeu que durante o governo do presidente Michel Temer não houve retrocessos na área ambiental, mas apenas avanços. O presidente vetou na segunda-feira (19) medida provisória que reduzia o nível de proteção de parte da Floresta Nacional do Jamanxim. O texto modificado na Câmara e aprovado na Casa e no Senado previa a transformação de 486 mil hectares da floresta em APA. A proposta original reduzia o nível de proteção de 300 mil hectares da floresta, o equivalente a quase duas cidades de São Paulo.
ambiente
Ministro culpa gestão passada e diz que desmatamento deve ser revertidoO ministro do Meio Ambiente, Zequinha Sarney, responsabilizou neste sábado (24) o governo da ex-presidente Dilma Rousseff pelo recente salto no desmatamento na Amazônia e disse que a tendência é de uma reversão da atual curva ascendente. Em entrevista à imprensa, ele culpou cortes orçamentários feitos pela gestão petista e disse que a redução dos recursos destinados para comando e controle afetaram a fiscalização. Segundo ele, no entanto, desde dezembro o governo peemedebista restabeleceu os recursos orçamentários, inclusive com novos incrementos. "As causas do desmatamento são complexas, mas a principal nos últimos anos é por comando e controle. Quando ele falha, aumenta o desmatamento", disse. Apesar do presidente Michel Temer ter feito parte do governo petista, no cargo de vice-presidente, o ministro isenta o peemedebista de culpa pelo aumento no desmatamento. "Eu acredito que o vice-presidente não tinha nenhuma gestão nessa área", disse. O ministro recuou e afirmou que ainda não há definição sobre o envio de projeto de lei ao Congresso Nacional para substituir medida provisória que reduzia área de preservação no Pará. veja vídeo JAMANXIM Em vídeo, divulgado antes do veto presidencial à proposta, o ministro havia dito que o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) daria um parecer técnico acatando a necessidade de transformação em APA (Área de Proteção Ambiental) de áreas da Floresta Nacional de Jamanxim, no Pará. Ele havia afirmado ainda que seria enviado um projeto de lei com o mesmo conteúdo da medida provisória, com "urgência constitucional". A APA é a categoria mais baixa de proteção, que permite propriedade privada e atividades rurais. Neste sábado (24), no entanto, o ministro afirmou que nada foi definido ainda e que não haverá projeto de lei se o ICMBio disser que não há necessidade de ajustes na área da Floresta Nacional de Jamanxim. "Nós estamos agora em um processo de discussão, sem pressa e sem açodamento. E nada será remetido pelo ministério que não tenha parecer técnico dos órgãos competentes para isso", disse. "Se amanhã o ICMBio disser que, pelas avaliações técnicas, não devemos fazer nada, não vamos fazer nada. Se ele disser que precisa de ajustes aqui e ali, vamos fazer", acrescentou. O ministro ressaltou que "não existe nenhuma proposta" e defendeu que durante o governo do presidente Michel Temer não houve retrocessos na área ambiental, mas apenas avanços. O presidente vetou na segunda-feira (19) medida provisória que reduzia o nível de proteção de parte da Floresta Nacional do Jamanxim. O texto modificado na Câmara e aprovado na Casa e no Senado previa a transformação de 486 mil hectares da floresta em APA. A proposta original reduzia o nível de proteção de 300 mil hectares da floresta, o equivalente a quase duas cidades de São Paulo.
7
Empreiteiro teve angústia, ansiedade e choro na cadeia, diz atestado
O vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite, 48, sofreu "angústia, ansiedade, insônia, choro e irritabilidade" na cadeia, onde está preso desde novembro passado em decorrência da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras. A informação consta de atestado médico apresentado por sua defesa na ação penal contra o executivo. Segundo petição do seu advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, os documentos foram apresentados com o objetivo de manter a Justiça atualizada sobre o estado de saúde do réu. Foi juntado um atestado de um psiquiatra e um atestado de um cardiologista. No fim de novembro, Eduardo Leite chegou a ser internado em um hospital por causa de uma crise de hipertensão, mas teve alta no dia seguinte. O relatório do cardiologista Rubens Zenobio Darwich afirma que seus exames cardiológicos "se apresentaram dentro da normalidade", sendo orientado uso de medicação para hipertensão arterial. Já o psiquiatra Sivan Mauer, que o acompanha desde dezembro, afirma que a prisão "agudizou" sintomas do paciente que ele já possuía antes da prisão e recomendou que o tratamento fosse feito "fora do sistema prisional, pois a instabilidade do quadro psiquiátrico interfere diretamente no quadro de hipertensão arterial sistêmica". Não é o primeiro caso de um preso na Lava Jato com problemas de saúde. Na semana passada, o executivo Sérgio Cunha Mendes, da empreiteira Mendes Júnior, passou mal com dores abdominais e foi submetido a uma cirurgia para retirada de cálculo renal. Também o doleiro Alberto Youssef foi internado diversas vezes por problemas no coração.
poder
Empreiteiro teve angústia, ansiedade e choro na cadeia, diz atestadoO vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite, 48, sofreu "angústia, ansiedade, insônia, choro e irritabilidade" na cadeia, onde está preso desde novembro passado em decorrência da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras. A informação consta de atestado médico apresentado por sua defesa na ação penal contra o executivo. Segundo petição do seu advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, os documentos foram apresentados com o objetivo de manter a Justiça atualizada sobre o estado de saúde do réu. Foi juntado um atestado de um psiquiatra e um atestado de um cardiologista. No fim de novembro, Eduardo Leite chegou a ser internado em um hospital por causa de uma crise de hipertensão, mas teve alta no dia seguinte. O relatório do cardiologista Rubens Zenobio Darwich afirma que seus exames cardiológicos "se apresentaram dentro da normalidade", sendo orientado uso de medicação para hipertensão arterial. Já o psiquiatra Sivan Mauer, que o acompanha desde dezembro, afirma que a prisão "agudizou" sintomas do paciente que ele já possuía antes da prisão e recomendou que o tratamento fosse feito "fora do sistema prisional, pois a instabilidade do quadro psiquiátrico interfere diretamente no quadro de hipertensão arterial sistêmica". Não é o primeiro caso de um preso na Lava Jato com problemas de saúde. Na semana passada, o executivo Sérgio Cunha Mendes, da empreiteira Mendes Júnior, passou mal com dores abdominais e foi submetido a uma cirurgia para retirada de cálculo renal. Também o doleiro Alberto Youssef foi internado diversas vezes por problemas no coração.
0
Alalaô: Bloco do "Nem Que a Vaca Tussa" manda recado a Dilma em Salvador
JOÃO PEDRO PITOMBO DE SALVADOR Foi usando o bordão "nem que a vaca tussa" - um dos motes de campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) - que um grupo de sindicalistas protestou contra a redução de direitos trabalhistas no Carnaval ... Leia post completo no blog
cotidiano
Alalaô: Bloco do "Nem Que a Vaca Tussa" manda recado a Dilma em SalvadorJOÃO PEDRO PITOMBO DE SALVADOR Foi usando o bordão "nem que a vaca tussa" - um dos motes de campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) - que um grupo de sindicalistas protestou contra a redução de direitos trabalhistas no Carnaval ... Leia post completo no blog
6
Livro da Coleção Folha destaca a filosofia igualitária de Antifonte
A Coleção Folha Grandes Nomes do Pensamento lança no próximo domingo (18) os escritos e discursos do sofista grego Antifonte (480-410 a.C). Pouco estudado até 1915, ganhou fama após a publicação de "Sobre a Verdade". Despertou a atenção do filósofo Karl Popper (1902-1994), que destacou suas concepções igualitárias em seu livro "A Sociedade Aberta e seus Inimigos" (1945). Para ele, Antifonte foi o primeiro pensador a sustentar que as desigualdades sociais são contrárias à natureza. Como afirma o sofista, "por natureza todos em tudo nascemos igualmente dispostos para ser tanto bárbaros quanto gregos... Pois todos respiramos o ar pela boca e pelas narinas, e comemos todos com as mãos, e rimos quando nos alegramos no espírito ou choramos quando sentimos dor". Tal tese contrariava frontalmente os argumentos dos defensores da escravidão. Antifonte distingue duas ordens do real: a natureza, cujas prescrições são sempre necessárias; e a sociedade, que se assenta sobre convenções arbitrárias. Por isso a matéria tem precedência sobre a forma: "Se alguém enterrasse uma cama e a putrefação tivesse poder de fazer levantar um rebento, esse não viria a ser cama, mas madeira". E, antecipando-se a Freud, Antifonte descobriu que o significado dos sonhos estava sempre oculto: "Um corredor que pensava em ir aos jogos de Olímpia viu em um sonho que era conduzido por uma quadriga". Ele consultou um adivinho, que previu sua vitória. Mas Antifonte o alertou: "Não percebes que quatro conseguiram correr na tua frente?"
paineldoleitor
Livro da Coleção Folha destaca a filosofia igualitária de AntifonteA Coleção Folha Grandes Nomes do Pensamento lança no próximo domingo (18) os escritos e discursos do sofista grego Antifonte (480-410 a.C). Pouco estudado até 1915, ganhou fama após a publicação de "Sobre a Verdade". Despertou a atenção do filósofo Karl Popper (1902-1994), que destacou suas concepções igualitárias em seu livro "A Sociedade Aberta e seus Inimigos" (1945). Para ele, Antifonte foi o primeiro pensador a sustentar que as desigualdades sociais são contrárias à natureza. Como afirma o sofista, "por natureza todos em tudo nascemos igualmente dispostos para ser tanto bárbaros quanto gregos... Pois todos respiramos o ar pela boca e pelas narinas, e comemos todos com as mãos, e rimos quando nos alegramos no espírito ou choramos quando sentimos dor". Tal tese contrariava frontalmente os argumentos dos defensores da escravidão. Antifonte distingue duas ordens do real: a natureza, cujas prescrições são sempre necessárias; e a sociedade, que se assenta sobre convenções arbitrárias. Por isso a matéria tem precedência sobre a forma: "Se alguém enterrasse uma cama e a putrefação tivesse poder de fazer levantar um rebento, esse não viria a ser cama, mas madeira". E, antecipando-se a Freud, Antifonte descobriu que o significado dos sonhos estava sempre oculto: "Um corredor que pensava em ir aos jogos de Olímpia viu em um sonho que era conduzido por uma quadriga". Ele consultou um adivinho, que previu sua vitória. Mas Antifonte o alertou: "Não percebes que quatro conseguiram correr na tua frente?"
16
Confronto entre traficantes e polícia deixa dezenas de mortos no México
Pelo menos 39 pessoas foram mortas nesta sexta-feira (22) na cidade de Tanhuato, no Estado de Michoacán (México), durante confrontos entre uma gangue de traficantes e a polícia. Segundo funcionários da polícia local, que falaram sob condição de anonimato, 37 civis e dois policiais foram mortos. O confronto em Michoacán, Estado vizinho ao de Jalisco, foi entre policiais e supostos membros do cartel Jalisco Nova Geração, que se tornou uma grande dor de cabeça para o presidente Enrique Peña Nieto neste ano. Um dos principais motores da economia mexicana, Jalisco é a base do cartel de drogas, que já matou pelo menos 20 policiais desde março. No dia 1º deste mês, o grupo derrubou um helicóptero do Exército no Estado, matando os seis militares a bordo. Em uma série de atentados realizados naquele dia, a quadrilha atacou veículos, bancos e pôs fogo em postos de gasolina no entorno de Guadalajara, capital de Jalisco. As mortes vão aumentar a pressão sobre Peña Nieto para que cumpra a promessa de trazer estabilidade para o México, feita por ele ao assumir o cargo, em dezembro de 2012. Desde o início de 2007, mais de 100 mil pessoas morreram devido a confrontos entre gangues de drogas e forças de segurança no país.
mundo
Confronto entre traficantes e polícia deixa dezenas de mortos no MéxicoPelo menos 39 pessoas foram mortas nesta sexta-feira (22) na cidade de Tanhuato, no Estado de Michoacán (México), durante confrontos entre uma gangue de traficantes e a polícia. Segundo funcionários da polícia local, que falaram sob condição de anonimato, 37 civis e dois policiais foram mortos. O confronto em Michoacán, Estado vizinho ao de Jalisco, foi entre policiais e supostos membros do cartel Jalisco Nova Geração, que se tornou uma grande dor de cabeça para o presidente Enrique Peña Nieto neste ano. Um dos principais motores da economia mexicana, Jalisco é a base do cartel de drogas, que já matou pelo menos 20 policiais desde março. No dia 1º deste mês, o grupo derrubou um helicóptero do Exército no Estado, matando os seis militares a bordo. Em uma série de atentados realizados naquele dia, a quadrilha atacou veículos, bancos e pôs fogo em postos de gasolina no entorno de Guadalajara, capital de Jalisco. As mortes vão aumentar a pressão sobre Peña Nieto para que cumpra a promessa de trazer estabilidade para o México, feita por ele ao assumir o cargo, em dezembro de 2012. Desde o início de 2007, mais de 100 mil pessoas morreram devido a confrontos entre gangues de drogas e forças de segurança no país.
3
Por influencia de la TV de Estados Unidos, los Juegos Olímpicos de Río tienen horario americano
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE ENVIADO ESPECIAL A RÍO "Quien determina los horarios es la gente del COI. Tiene que hablar con ellos". La corta respuesta es de un ejecutivo de la emisora americana NBC, que pagó en 2011 US$ 4380 millones por los derechos de transmisión de los Juegos Olímpicos hasta 2020, la mayor transacción en la historia olímpica. La emisora, no satisfecha, se garantizó cuatro años después la transmisión de los eventos siguientes, hasta 2032, por la astronómica suma de US$ 7750 millones, incluso sin saber si esta competencia deportiva seguirá siendo de interés de acá a más de una década. Esto explica, sobre todo a quienes ya estudiaron la programación de los Juegos Olímpicos de Río, finales de natación después de las 22 y partidos de voleibol de playa durante la madrugada. En los dos casos, quien pagó por la fiesta determina, o "sugiere", como prefieren los dirigentes, la hora de inicio. De acuerdo con el Comité Olímpico Internacional (COI), la palabra final no es de las emisoras. La NBC, sola, prevé poner al aire casi 7000 horas de programación, muy por arriba de las 5500 de Londres 2012 y de las 3600 de Pekín 2008, un crecimiento exponencial motivado por el avance de las transmisiones por Internet, celular y otros medios. "Las emisoras son consultadas, pero quien desarrolla y está de acuerdo con la programación son las federaciones internacionales y el comité organizador de los Juegos", afirma la asesoría de comunicación de la entidad. Según el COI, la programación es un "complejo equilibrio entre múltiples cuestiones deportivas y operacionales" que fue tema de numerosas reuniones en los últimos años. En Río, una complicación extra es el huso horario, que está una hora adelante del llamado "prime time" de la TV en Estados Unidos. Acostumbrada a transmitir grandes eventos olímpicos con "delay" (con atraso), para adaptarlos a su programación regular, la NBC promueve ahora que Michael Phelps se tire a la piscina "en vivo". Traducido por NATALIA FABENI Lea el artículo original +Últimas noticias en español *Padres de bebés con microcefalia viven el abandono de las autoridades y buscan justicia *Los turistas extranjeros llegan a Río con una mezcla de miedo y optimismo *"Los Juegos Olímpicos pueden cambiar la forma en que la somos vistos", dice una refugiada siria
esporte
Por influencia de la TV de Estados Unidos, los Juegos Olímpicos de Río tienen horario americano JOSÉ HENRIQUE MARIANTE ENVIADO ESPECIAL A RÍO "Quien determina los horarios es la gente del COI. Tiene que hablar con ellos". La corta respuesta es de un ejecutivo de la emisora americana NBC, que pagó en 2011 US$ 4380 millones por los derechos de transmisión de los Juegos Olímpicos hasta 2020, la mayor transacción en la historia olímpica. La emisora, no satisfecha, se garantizó cuatro años después la transmisión de los eventos siguientes, hasta 2032, por la astronómica suma de US$ 7750 millones, incluso sin saber si esta competencia deportiva seguirá siendo de interés de acá a más de una década. Esto explica, sobre todo a quienes ya estudiaron la programación de los Juegos Olímpicos de Río, finales de natación después de las 22 y partidos de voleibol de playa durante la madrugada. En los dos casos, quien pagó por la fiesta determina, o "sugiere", como prefieren los dirigentes, la hora de inicio. De acuerdo con el Comité Olímpico Internacional (COI), la palabra final no es de las emisoras. La NBC, sola, prevé poner al aire casi 7000 horas de programación, muy por arriba de las 5500 de Londres 2012 y de las 3600 de Pekín 2008, un crecimiento exponencial motivado por el avance de las transmisiones por Internet, celular y otros medios. "Las emisoras son consultadas, pero quien desarrolla y está de acuerdo con la programación son las federaciones internacionales y el comité organizador de los Juegos", afirma la asesoría de comunicación de la entidad. Según el COI, la programación es un "complejo equilibrio entre múltiples cuestiones deportivas y operacionales" que fue tema de numerosas reuniones en los últimos años. En Río, una complicación extra es el huso horario, que está una hora adelante del llamado "prime time" de la TV en Estados Unidos. Acostumbrada a transmitir grandes eventos olímpicos con "delay" (con atraso), para adaptarlos a su programación regular, la NBC promueve ahora que Michael Phelps se tire a la piscina "en vivo". Traducido por NATALIA FABENI Lea el artículo original +Últimas noticias en español *Padres de bebés con microcefalia viven el abandono de las autoridades y buscan justicia *Los turistas extranjeros llegan a Río con una mezcla de miedo y optimismo *"Los Juegos Olímpicos pueden cambiar la forma en que la somos vistos", dice una refugiada siria
4
Receita bloqueia R$ 4,6 bi do Grupo Schahin em 'fase zero' da Lava Jato
A Receita Federal conseguiu bloquear R$ 4,6 bilhões do Grupo Schahin referentes a sonegação de imposto em operações da empresa com a Petrobras. O bloqueio foi concedido pela Justiça Federal de São Paulo. Segundo a Receita Federal, a investigação é classificada de "fase zero" da Operação Lava Jato, pois começou em 2012, antes dos trabalhos da Polícia Federal que levaram à descoberta de um esquema de desvio de recursos dentro da estatal com participação de partidos políticos. Os trabalhos dos auditores da Receita descobriram que o Grupo Schahin criou empresas classificadas de fachadas em paraísos fiscais para receber 90% dos recursos dos contratos com a Petrobras para fornecimento de plataformas. Apenas 10% da receita obtida pelo grupo era recebido no Brasil. Na avaliação dos auditores, este esquema foi montado para fugir da tributação no Brasil. O total do bloqueio, de R$ 4,6 bilhões, é referente à sonegação de impostos. O Grupo Schahin pediu recuperação judicial por enfrentar dificuldades financeiras depois que a empresa passou a ser investigada pela Operação Lava Jato. A Schahin Engenharia faz parte do grupo de empresas que foram citadas como participantes de cartel de companhias acusadas de corrupção em contratos com a Petrobras. A Folha entrou em contato com a assessoria de imprensa do grupo sobre a decisão da Justiça, concedida a partir de pedido da Receita Federal. A Justiça decidiu bloquear bens do grupo e 10% de sua receita atual. "A Receita Federal informou que este valor não corresponde ao total devido pelo Grupo Schahin. A estimativa do órgão é que o débito total seja próximo de R$ 5 bilhões, incluindo os montantes referentes a multas. Ainda de acordo com a Receita, a medida visa evitar operações de blindagem patrimonial, como venda de bens."
poder
Receita bloqueia R$ 4,6 bi do Grupo Schahin em 'fase zero' da Lava JatoA Receita Federal conseguiu bloquear R$ 4,6 bilhões do Grupo Schahin referentes a sonegação de imposto em operações da empresa com a Petrobras. O bloqueio foi concedido pela Justiça Federal de São Paulo. Segundo a Receita Federal, a investigação é classificada de "fase zero" da Operação Lava Jato, pois começou em 2012, antes dos trabalhos da Polícia Federal que levaram à descoberta de um esquema de desvio de recursos dentro da estatal com participação de partidos políticos. Os trabalhos dos auditores da Receita descobriram que o Grupo Schahin criou empresas classificadas de fachadas em paraísos fiscais para receber 90% dos recursos dos contratos com a Petrobras para fornecimento de plataformas. Apenas 10% da receita obtida pelo grupo era recebido no Brasil. Na avaliação dos auditores, este esquema foi montado para fugir da tributação no Brasil. O total do bloqueio, de R$ 4,6 bilhões, é referente à sonegação de impostos. O Grupo Schahin pediu recuperação judicial por enfrentar dificuldades financeiras depois que a empresa passou a ser investigada pela Operação Lava Jato. A Schahin Engenharia faz parte do grupo de empresas que foram citadas como participantes de cartel de companhias acusadas de corrupção em contratos com a Petrobras. A Folha entrou em contato com a assessoria de imprensa do grupo sobre a decisão da Justiça, concedida a partir de pedido da Receita Federal. A Justiça decidiu bloquear bens do grupo e 10% de sua receita atual. "A Receita Federal informou que este valor não corresponde ao total devido pelo Grupo Schahin. A estimativa do órgão é que o débito total seja próximo de R$ 5 bilhões, incluindo os montantes referentes a multas. Ainda de acordo com a Receita, a medida visa evitar operações de blindagem patrimonial, como venda de bens."
0
Carreiras tão breves
RIO DE JANEIRO - No dia 17 último, o mundo se ocupou do suposto centenário de Nat "King" Cole, comemorado oficialmente naquela data, embora seus biógrafos já tenham estabelecido a verdade. Nat nasceu, de fato, a 17 de março, só que de 1919. Com isso, "ganhou" dois anos, donde, ao morrer, em fevereiro de 1965, tinha 45. Em compensação, outra inigualável cantora americana, Doris Day, "perdeu" há pouco dois anos. Não nasceu a 3 de abril de 1924, como sempre se acreditou, mas em 1922. Doris, portanto, acaba de fazer 95 anos, não 93 –viva e, quero crer, ativa, entre seus cães e gatos, na Califórnia. Quando se pensa no espaço que esses gigantes ocuparam na cultura do século 20, é impressionante constatar como suas carreiras foram tão breves. A de Nat Cole durou apenas 21 anos, de seu primeiro disco, em 1943, ao último, em 1964. Mas foi suficiente para que ele deixasse quase 900 fonogramas (o equivalente a 75 álbuns de 12 faixas –mais de três por ano!), aparecesse em dez filmes e dezenas de programas de televisão, e fizesse milhares de apresentações em teatros, clubes e estádios (inclusive no Brasil, em 1959). A de Doris Day foi só um pouco mais longa. De sua estreia, em 1940, como crooner da orquestra de Les Brown, até sua despedida do microfone, em 1967, foram cerca de 600 fonogramas, fora as canções que cantou na maioria de seus 39 filmes entre 1948 e 1968, quando deixou também o cinema. Que Doris, aos 46 anos, não quisesse mais se expor à câmera, seus fãs entenderam —mas nunca se conformaram com que ela parasse de cantar. A obra de ambos está integralmente à mão em várias mídias e emocionando as gerações que os sucederam. Até hoje, ao escutá-los, nunca pareceu tão fácil cantar. Em seu tempo, eles venderam milhões de discos. Quantidade e qualidade ainda andavam de mãos dadas.
colunas
Carreiras tão brevesRIO DE JANEIRO - No dia 17 último, o mundo se ocupou do suposto centenário de Nat "King" Cole, comemorado oficialmente naquela data, embora seus biógrafos já tenham estabelecido a verdade. Nat nasceu, de fato, a 17 de março, só que de 1919. Com isso, "ganhou" dois anos, donde, ao morrer, em fevereiro de 1965, tinha 45. Em compensação, outra inigualável cantora americana, Doris Day, "perdeu" há pouco dois anos. Não nasceu a 3 de abril de 1924, como sempre se acreditou, mas em 1922. Doris, portanto, acaba de fazer 95 anos, não 93 –viva e, quero crer, ativa, entre seus cães e gatos, na Califórnia. Quando se pensa no espaço que esses gigantes ocuparam na cultura do século 20, é impressionante constatar como suas carreiras foram tão breves. A de Nat Cole durou apenas 21 anos, de seu primeiro disco, em 1943, ao último, em 1964. Mas foi suficiente para que ele deixasse quase 900 fonogramas (o equivalente a 75 álbuns de 12 faixas –mais de três por ano!), aparecesse em dez filmes e dezenas de programas de televisão, e fizesse milhares de apresentações em teatros, clubes e estádios (inclusive no Brasil, em 1959). A de Doris Day foi só um pouco mais longa. De sua estreia, em 1940, como crooner da orquestra de Les Brown, até sua despedida do microfone, em 1967, foram cerca de 600 fonogramas, fora as canções que cantou na maioria de seus 39 filmes entre 1948 e 1968, quando deixou também o cinema. Que Doris, aos 46 anos, não quisesse mais se expor à câmera, seus fãs entenderam —mas nunca se conformaram com que ela parasse de cantar. A obra de ambos está integralmente à mão em várias mídias e emocionando as gerações que os sucederam. Até hoje, ao escutá-los, nunca pareceu tão fácil cantar. Em seu tempo, eles venderam milhões de discos. Quantidade e qualidade ainda andavam de mãos dadas.
10
Procuradoria recorre contra absolvição de irmão do ex-ministro
O Ministério Público Federal recorreu da absolvição do irmão do ex-ministro Mário Negromonte, Adarico Negromonte Filho, que trabalhava para o doleiro Alberto Youssef. Adarico foi absolvido pelo juiz federal Sérgio Moro. No recurso, a Procuradoria também pede o aumento das penas aplicadas ao ex-funcionário da Camargo Corrêa João Auler e ao ex-policial Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, além da condenação de Waldomiro de Oliveira, outro funcionário de Youssef. Em sentença de 20 de julho, a primeira que condenou executivos ou ex-executivos de empreiteiras investigadas por corrupção na Petrobras, Moro condenou ex-executivos da construtora Camargo Corrêa por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e atuação em organização criminosa referentes a superfaturamento e pagamento de propina para obtenção de contratos de obras de refinarias da Petrobras. A condenação referiu-se às obras da Repar (Refinaria de Getúlio Vargas), no Paraná, e da Rnest (Refinaria Abreu e Lima), em Pernambuco. Adarico Negromonte Filho, porém, foi absolvido por Moro, que afirmou não haver provas suficientes para uma condenação. O juiz entendeu que, embora houvesse provas de que ele participou do grupo criminoso, Adarico tinha o papel de "subordinado, encarregando-se de transportar e distribuir dinheiro aos beneficiários dos pagamentos". O Ministério Público, sem apresentar novos elementos, argumenta que ficou comprovado que Adarico era "responsável pela entrega do dinheiro em espécie que era sacado das empresas controladas por Youssef para pagamento de propina a agentes públicos". Cita ainda como prova o fato de Adarico possuir uma mesa no escritório do doleiro. Adarico chegou a ser preso por quatro dias durante uma das fases da Operação Lava Jato, no ano passado. Seu irmão, Mário Negromonte, foi ministro das Cidades do governo Dilma Rousseff, à época filiado ao PP, e é investigado como beneficiário do esquema de corrupção na Petrobras. Na ocasião da sentença de Moro, a advogada de Adarico, Joyce Roysen, classificou-a de coerente. "Não havia provas ou evidências que levassem à conclusão de uma participação ativa dele", disse na época. Apesar de o juiz ter determinado uma indenização de R$ 50 milhões na sentença equivalente à propina paga nos contratos, o Ministério Público pede um dano mínimo de R$ 343 milhões, correspondente a 3% do valor total de todos os contratos e aditivos objeto das condenações, levando em conta que houve danos maiores. A Procuradoria pede aumento de pena ao ex-policial federal Jayme Careca, que entregava dinheiro para Youssef, devido à sua condição de policial, e de João Auler, executivo afastado da Camargo Corrêa, por ele ter dirigido as atividades de um outro funcionário da empresa, Eduardo Leite. Já Waldomiro de Oliveira foi absolvido porque Moro entendeu que ele já havia sido condenado, em outra ação anterior, por crime referente a esses fatos. O Ministério Público também recorreu e pediu sua condenação. OUTRO LADO A defesa de João Auler argumentou nas alegações finais que não havia provas de autoria de crimes e que tomou "medidas efetivas na Camargo Corrêa para apurar os fatos". A defesa de Jayme de Oliveira disse que ele "eventualmente" entregava envelopes para Youssef, desconhecendo o conteúdo. A defesa de Waldomiro de Oliveira argumentou que ele não agia com "dolo", porque desconhecia a origem ilícita dos recursos e não sabia que eram destinados a agentes públicos.
poder
Procuradoria recorre contra absolvição de irmão do ex-ministroO Ministério Público Federal recorreu da absolvição do irmão do ex-ministro Mário Negromonte, Adarico Negromonte Filho, que trabalhava para o doleiro Alberto Youssef. Adarico foi absolvido pelo juiz federal Sérgio Moro. No recurso, a Procuradoria também pede o aumento das penas aplicadas ao ex-funcionário da Camargo Corrêa João Auler e ao ex-policial Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, além da condenação de Waldomiro de Oliveira, outro funcionário de Youssef. Em sentença de 20 de julho, a primeira que condenou executivos ou ex-executivos de empreiteiras investigadas por corrupção na Petrobras, Moro condenou ex-executivos da construtora Camargo Corrêa por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e atuação em organização criminosa referentes a superfaturamento e pagamento de propina para obtenção de contratos de obras de refinarias da Petrobras. A condenação referiu-se às obras da Repar (Refinaria de Getúlio Vargas), no Paraná, e da Rnest (Refinaria Abreu e Lima), em Pernambuco. Adarico Negromonte Filho, porém, foi absolvido por Moro, que afirmou não haver provas suficientes para uma condenação. O juiz entendeu que, embora houvesse provas de que ele participou do grupo criminoso, Adarico tinha o papel de "subordinado, encarregando-se de transportar e distribuir dinheiro aos beneficiários dos pagamentos". O Ministério Público, sem apresentar novos elementos, argumenta que ficou comprovado que Adarico era "responsável pela entrega do dinheiro em espécie que era sacado das empresas controladas por Youssef para pagamento de propina a agentes públicos". Cita ainda como prova o fato de Adarico possuir uma mesa no escritório do doleiro. Adarico chegou a ser preso por quatro dias durante uma das fases da Operação Lava Jato, no ano passado. Seu irmão, Mário Negromonte, foi ministro das Cidades do governo Dilma Rousseff, à época filiado ao PP, e é investigado como beneficiário do esquema de corrupção na Petrobras. Na ocasião da sentença de Moro, a advogada de Adarico, Joyce Roysen, classificou-a de coerente. "Não havia provas ou evidências que levassem à conclusão de uma participação ativa dele", disse na época. Apesar de o juiz ter determinado uma indenização de R$ 50 milhões na sentença equivalente à propina paga nos contratos, o Ministério Público pede um dano mínimo de R$ 343 milhões, correspondente a 3% do valor total de todos os contratos e aditivos objeto das condenações, levando em conta que houve danos maiores. A Procuradoria pede aumento de pena ao ex-policial federal Jayme Careca, que entregava dinheiro para Youssef, devido à sua condição de policial, e de João Auler, executivo afastado da Camargo Corrêa, por ele ter dirigido as atividades de um outro funcionário da empresa, Eduardo Leite. Já Waldomiro de Oliveira foi absolvido porque Moro entendeu que ele já havia sido condenado, em outra ação anterior, por crime referente a esses fatos. O Ministério Público também recorreu e pediu sua condenação. OUTRO LADO A defesa de João Auler argumentou nas alegações finais que não havia provas de autoria de crimes e que tomou "medidas efetivas na Camargo Corrêa para apurar os fatos". A defesa de Jayme de Oliveira disse que ele "eventualmente" entregava envelopes para Youssef, desconhecendo o conteúdo. A defesa de Waldomiro de Oliveira argumentou que ele não agia com "dolo", porque desconhecia a origem ilícita dos recursos e não sabia que eram destinados a agentes públicos.
0
Levy fica
A presidente Dilma Rousseff (PT) começou a semana com um rompante de assertividade que, de modo incomum quando se trata dela, a muitos pareceu bem colocado. Sob fogo de seu próprio partido, defendeu a política econômica do governo e assegurou com ênfase que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, continuará no cargo. Além dos costumeiros boatos de sexta-feira, adicionara calorias à fritura de Levy a entrevista do presidente do PT, Rui Falcão, publicada domingo (18) nesta Folha. Sem sutileza, Falcão advogou o abandono do esforço de austeridade orçamentária –de escasso efeito até aqui, admita-se– e prescreveu a demissão do ministro. "Acho que ela [Dilma] vai determinar a liberação de crédito com responsabilidade", disse o petista. E foi entendido como entregador de um recado do próprio ex-presidente Lula: "Se o Levy não quiser seguir a orientação da presidente, deve ser substituído". Num governo de coalizão tão ampla e descosida, não chega a suscitar surpresa que haja divergências entre a chefe do Executivo e uma agremiação que lhe dá apoio. Ainda que seja seu partido de filiação, compreende-se que persigam objetivos diversos. Dilma e o PT defrontam-se com imperativos incongruentes, quando não conflitantes. No campo da economia, a presidente não tem como escapar de um ajuste profundo nas contas públicas para desmontar as armadilhas que as irresponsabilidades de seu primeiro mandato legaram ao segundo. Na seara política, rendeu-se ao PMDB na expectativa incerta de reverter votos a favor de seu impeachment. Ocorre que este último objetivo contradiz o primeiro (equilibrar receitas e despesas), pois até o mármore do Planalto sabe que peemedebistas não batalham por cargos e verbas só por esporte. Enquanto o PMDB alveja o ajuste fiscal em plenário e nos ministérios, o PT lulista lança-lhe granadas desde São Bernardo do Campo. O cálculo do ex-presidente é eleitoral: sabe que seu partido caminha para um revés no pleito municipal de 2016 e que só um novo saque a descoberto no Tesouro, para tentar aquecer artificialmente a atividade econômica, traria algum alento em 2018. Em meio a tanta artilharia, a permanência de Levy no ministério se converteu numa das poucas âncoras a distanciar Dilma e a economia de uma queda livre. Por instinto de sobrevivência ou raro lampejo de perspicácia política, a presidente abraçou-se a ele e ao tímido aperto nas contas logrado até aqui, ainda que não rezem pelo mesmo credo. Dilma Rousseff, ao menos por ora, repeliu a tutela que o PT de Lula quer lhe impor. Joaquim Levy fica. Para a sorte de todos, desta vez seu vezo autocrático coincide com o que é melhor para o país. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Levy ficaA presidente Dilma Rousseff (PT) começou a semana com um rompante de assertividade que, de modo incomum quando se trata dela, a muitos pareceu bem colocado. Sob fogo de seu próprio partido, defendeu a política econômica do governo e assegurou com ênfase que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, continuará no cargo. Além dos costumeiros boatos de sexta-feira, adicionara calorias à fritura de Levy a entrevista do presidente do PT, Rui Falcão, publicada domingo (18) nesta Folha. Sem sutileza, Falcão advogou o abandono do esforço de austeridade orçamentária –de escasso efeito até aqui, admita-se– e prescreveu a demissão do ministro. "Acho que ela [Dilma] vai determinar a liberação de crédito com responsabilidade", disse o petista. E foi entendido como entregador de um recado do próprio ex-presidente Lula: "Se o Levy não quiser seguir a orientação da presidente, deve ser substituído". Num governo de coalizão tão ampla e descosida, não chega a suscitar surpresa que haja divergências entre a chefe do Executivo e uma agremiação que lhe dá apoio. Ainda que seja seu partido de filiação, compreende-se que persigam objetivos diversos. Dilma e o PT defrontam-se com imperativos incongruentes, quando não conflitantes. No campo da economia, a presidente não tem como escapar de um ajuste profundo nas contas públicas para desmontar as armadilhas que as irresponsabilidades de seu primeiro mandato legaram ao segundo. Na seara política, rendeu-se ao PMDB na expectativa incerta de reverter votos a favor de seu impeachment. Ocorre que este último objetivo contradiz o primeiro (equilibrar receitas e despesas), pois até o mármore do Planalto sabe que peemedebistas não batalham por cargos e verbas só por esporte. Enquanto o PMDB alveja o ajuste fiscal em plenário e nos ministérios, o PT lulista lança-lhe granadas desde São Bernardo do Campo. O cálculo do ex-presidente é eleitoral: sabe que seu partido caminha para um revés no pleito municipal de 2016 e que só um novo saque a descoberto no Tesouro, para tentar aquecer artificialmente a atividade econômica, traria algum alento em 2018. Em meio a tanta artilharia, a permanência de Levy no ministério se converteu numa das poucas âncoras a distanciar Dilma e a economia de uma queda livre. Por instinto de sobrevivência ou raro lampejo de perspicácia política, a presidente abraçou-se a ele e ao tímido aperto nas contas logrado até aqui, ainda que não rezem pelo mesmo credo. Dilma Rousseff, ao menos por ora, repeliu a tutela que o PT de Lula quer lhe impor. Joaquim Levy fica. Para a sorte de todos, desta vez seu vezo autocrático coincide com o que é melhor para o país. editoriais@grupofolha.com.br
14
Relação com Brasil domina agenda de presidente eleito da Argentina
A vitória de Mauricio Macri inaugura um período de transição nas relações internacionais do Brasil. A mudança de símbolo na Casa Rosada encerra o ciclo do kirchnerismo, principal laço internacional do PT em seus quatro mandatos. Essa mudança pode gerar atritos novos entre os dois países. Ciente disso, Macri montou uma diplomacia de transição. Na reta final da campanha, ele manifestou interesse em fazer do Brasil seu primeiro destino internacional. Recém-eleito, reiterou sua vontade de ter uma conversa pessoal com Dilma em Brasília antes de receber a faixa. Em sua primeira coletiva à imprensa, o presidente eleito da Argentina chamou o Brasil de seu principal parceiro para o futuro. Esse tom foi reproduzido uma e outra vez durante os últimos dias. Trata-se de um gesto bem calculado, por três motivos. Primeiro, eventuais faíscas entre o novo governo argentino e o governo brasileiro teriam impacto negativo sobre o esforço de Macri para impedir que a crise econômica herdada de seus antecessores se transforme em debacle. Não há país no mundo mais influente sobre a saúde econômica argentina que o Brasil. O novo presidente prefere operar com os canais de interlocução desobstruídos. Segundo, a criação de um clima ameno junto ao governo Dilma é imperativo para Macri porque sua plataforma eleitoral prometeu mudanças na política externa argentina bem capazes de gerar atrito. O eventual pedido do novo presidente de sanção à Venezuela por violações à cláusula democrática do Mercosul é apenas um exemplo. Outros mais difíceis podem surgir, como a gestão do acordo automotivo entre ambos, que afeta em cheio a província de Córdoba, onde Macri obteve excedente de votos. Terceiro, o presidente eleito não conta com a simpatia espontânea do Planalto e sabe disso. O governo brasileiro apoiou abertamente o candidato derrotado, Dilma demorou para telefonar para o candidato vitorioso e até o fim da semana não havia soltado nota oficial celebrando as eleições no país vizinho. Macri responde estendendo a mão. Sua equipe quer evitar a ideia de que a América do Sul estaria se transformando num campo de batalha entre duas facções –uma à esquerda e outra à direita. FARPAS Há riscos claros que ameaçam sua estratégia. Na semana passada, por exemplo, sua vice-presidente eleita deixou escapar o comentário de que Dilma teria vencido o último pleito com uma campanha baseada no medo. Gestos assim complicam a equação. A estratégia conta, porém, com o apoio tácito de boa parte do governo brasileiro. Em seguida à sua vitória, os ministros da Agricultura e do Desenvolvimento fizeram manifestações positivas em público (os interesses comerciais do Brasil no segundo mandato de Dilma alinham-se em boa medida às intenções do novo governo argentino). Além disso, opera a favor do bom entendimento a diplomacia profissional. Macri nomeou uma ministra do Exterior com ampla experiência e excelente reputação: menos de duas horas depois, ela recebia o telefonema do chanceler brasileiro. De ambas as partes, o esforço será para construir graus cada vez maiores de concertação entre dois presidentes que terão de conviver durante um bom tempo. Se der certo, a diplomacia da transição de Macri permitirá a criação de um entendimento mínimo capaz de proteger o relacionamento entre os dois países das turbulências inescapáveis. Com sorte, eles ainda poderão impedir o recrudescimento dos velhos atritos que nem mesmo a sintonia entre petismo e kirchnerismo pôde superar.
mundo
Relação com Brasil domina agenda de presidente eleito da ArgentinaA vitória de Mauricio Macri inaugura um período de transição nas relações internacionais do Brasil. A mudança de símbolo na Casa Rosada encerra o ciclo do kirchnerismo, principal laço internacional do PT em seus quatro mandatos. Essa mudança pode gerar atritos novos entre os dois países. Ciente disso, Macri montou uma diplomacia de transição. Na reta final da campanha, ele manifestou interesse em fazer do Brasil seu primeiro destino internacional. Recém-eleito, reiterou sua vontade de ter uma conversa pessoal com Dilma em Brasília antes de receber a faixa. Em sua primeira coletiva à imprensa, o presidente eleito da Argentina chamou o Brasil de seu principal parceiro para o futuro. Esse tom foi reproduzido uma e outra vez durante os últimos dias. Trata-se de um gesto bem calculado, por três motivos. Primeiro, eventuais faíscas entre o novo governo argentino e o governo brasileiro teriam impacto negativo sobre o esforço de Macri para impedir que a crise econômica herdada de seus antecessores se transforme em debacle. Não há país no mundo mais influente sobre a saúde econômica argentina que o Brasil. O novo presidente prefere operar com os canais de interlocução desobstruídos. Segundo, a criação de um clima ameno junto ao governo Dilma é imperativo para Macri porque sua plataforma eleitoral prometeu mudanças na política externa argentina bem capazes de gerar atrito. O eventual pedido do novo presidente de sanção à Venezuela por violações à cláusula democrática do Mercosul é apenas um exemplo. Outros mais difíceis podem surgir, como a gestão do acordo automotivo entre ambos, que afeta em cheio a província de Córdoba, onde Macri obteve excedente de votos. Terceiro, o presidente eleito não conta com a simpatia espontânea do Planalto e sabe disso. O governo brasileiro apoiou abertamente o candidato derrotado, Dilma demorou para telefonar para o candidato vitorioso e até o fim da semana não havia soltado nota oficial celebrando as eleições no país vizinho. Macri responde estendendo a mão. Sua equipe quer evitar a ideia de que a América do Sul estaria se transformando num campo de batalha entre duas facções –uma à esquerda e outra à direita. FARPAS Há riscos claros que ameaçam sua estratégia. Na semana passada, por exemplo, sua vice-presidente eleita deixou escapar o comentário de que Dilma teria vencido o último pleito com uma campanha baseada no medo. Gestos assim complicam a equação. A estratégia conta, porém, com o apoio tácito de boa parte do governo brasileiro. Em seguida à sua vitória, os ministros da Agricultura e do Desenvolvimento fizeram manifestações positivas em público (os interesses comerciais do Brasil no segundo mandato de Dilma alinham-se em boa medida às intenções do novo governo argentino). Além disso, opera a favor do bom entendimento a diplomacia profissional. Macri nomeou uma ministra do Exterior com ampla experiência e excelente reputação: menos de duas horas depois, ela recebia o telefonema do chanceler brasileiro. De ambas as partes, o esforço será para construir graus cada vez maiores de concertação entre dois presidentes que terão de conviver durante um bom tempo. Se der certo, a diplomacia da transição de Macri permitirá a criação de um entendimento mínimo capaz de proteger o relacionamento entre os dois países das turbulências inescapáveis. Com sorte, eles ainda poderão impedir o recrudescimento dos velhos atritos que nem mesmo a sintonia entre petismo e kirchnerismo pôde superar.
3
Apagão atinge 93 das 114 cidades de MT; outros 3 Estados são afetados
Uma falha em equipamentos de transmissão de energia do Sistema Interligado Nacional causou na noite desta quinta-feira (14) corte de eletricidade em 93 dos 114 municípios de Mato Grosso, segundo a Energisa, empresa que controla a distribuição no Estado. A falta de energia atingiu 72% dos consumidores mato-grossenses. Outros pequenos cortes ocorreram também em cidades de Rondônia, Acre e Pará. O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) ainda apura as causas do problema. Segundo o órgão, dos 1.014 MW de energia cortada, 838 MW foram no Mato Grosso, 146 MW em Rondônia, 20 MW no Acre e 10 MW no sul do Pará. O apagão ocorreu às 20h11 (horário de Brasília) desta quinta-feira. Às 20h23, a energia foi reestabelecida em Cuiabá, segundo o ONS. Pouco depois, foi sendo gradativamente normalizada em todo o Estado e nas outras regiões afetadas. Segundo a Energisa, por volta das 21h a energia já havia voltado na maior parte das regiões afetadas. Às 22h14, a situação foi normalizada em todos os lugares. Em Mato Grosso, o apagão afetou cidades como Várzea Grande, Sinop, Sorriso e Rondonópolis. No sul do Estado, apenas Campo Verde, Nova Brasilândia e Planalto da Serra foram atingidas. Não houve interrupção da região do Araguaia. No total, 897 mil dos 1,24 milhão de consumidores do Estado ficaram sem luz. O Sistema Interligado Nacional é formado pelas empresas de produção e transmissão de energia elétrica das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte. Apenas 1,7% da energia do país está fora deste sistema, principalmente na região amazônica.
mercado
Apagão atinge 93 das 114 cidades de MT; outros 3 Estados são afetadosUma falha em equipamentos de transmissão de energia do Sistema Interligado Nacional causou na noite desta quinta-feira (14) corte de eletricidade em 93 dos 114 municípios de Mato Grosso, segundo a Energisa, empresa que controla a distribuição no Estado. A falta de energia atingiu 72% dos consumidores mato-grossenses. Outros pequenos cortes ocorreram também em cidades de Rondônia, Acre e Pará. O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) ainda apura as causas do problema. Segundo o órgão, dos 1.014 MW de energia cortada, 838 MW foram no Mato Grosso, 146 MW em Rondônia, 20 MW no Acre e 10 MW no sul do Pará. O apagão ocorreu às 20h11 (horário de Brasília) desta quinta-feira. Às 20h23, a energia foi reestabelecida em Cuiabá, segundo o ONS. Pouco depois, foi sendo gradativamente normalizada em todo o Estado e nas outras regiões afetadas. Segundo a Energisa, por volta das 21h a energia já havia voltado na maior parte das regiões afetadas. Às 22h14, a situação foi normalizada em todos os lugares. Em Mato Grosso, o apagão afetou cidades como Várzea Grande, Sinop, Sorriso e Rondonópolis. No sul do Estado, apenas Campo Verde, Nova Brasilândia e Planalto da Serra foram atingidas. Não houve interrupção da região do Araguaia. No total, 897 mil dos 1,24 milhão de consumidores do Estado ficaram sem luz. O Sistema Interligado Nacional é formado pelas empresas de produção e transmissão de energia elétrica das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte. Apenas 1,7% da energia do país está fora deste sistema, principalmente na região amazônica.
2
Cobertura de arte da 'Ilustrada' está entre vencedores de prêmio da ABCA
A Associação Brasileira de Críticos de Arte anunciou nesta segunda os vencedores de seu prêmio anual, que homenageia os destaques da atuação de artistas, pesquisadores, curadores e críticos ao longo do ano passado. Entre os premiados, está Silas Martí, o repórter e colunista do caderno "Ilustrada", que foi contemplado com o troféu de difusão do tema na mídia. Entre os demais reconhecidos pela ABCA, estão José Rufino, na categoria melhor artista contemporâneo, o mecenas Justo Werlang, como personalidade atuante no meio artístico, o curador Tadeu Chiarelli, pelo conjunto de sua obra como crítico, o artista Abraham Palatnik, também por toda a sua trajetória artística. Os vencedores receberão um troféu desenhado pela artista Maria Bonomi em cerimônia marcada para 23 de maio, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. Eles foram eleitos por votos de cerca de 150 membros que integram a ABCA em todo o país. Veja abaixo a lista completa dos vencedores. * Prêmio Gonzaga Duque (crítico associado pela atuação durante o ano) Raul Córdula Prêmio Sérgio Milliet (crítico por pesquisa publicada) Mirian de Carvalho: A brasilidade na pintura de César Romero. Salvador: Expoart, 2016. Prêmio Mario Pedrosa (artista contemporâneo) José Rufino Prêmio Ciccillo Matarazzo (personalidade atuante no meio artístico) Justo Werlang Prêmio Mário de Andrade (crítico de arte pela trajetória - filiado ou não) Tadeu Chiarelli Prêmio Clarival do Prado Valladares (artista pela trajetória) Abraham Palatnik Prêmio Maria Eugênia Franco (curadoria pela exposição) Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes pela curadoria da mostra "Em Polvorosa - Um Panorama das Coleções MAM Rio", no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro Prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade (instituição pela programação e atividade no campo da arte) Serviço Social do Comércio (SESC) - Brasil Prêmio Paulo Mendes de Almeida (melhor exposição) "Francisco Brennand - Senhor da Várzea, da Argila e do Fogo", realizada pelo Santander Cultural, em Porto Alegre Prêmio Antônio Bento (difusão das artes visuais na mídia) caderno "Ilustrada" / Folha de S.Paulo / Silas Martí Destaques Gisele Beiguelman Antonio Carelli exposição sobre Lasar Segal, realizada pelo Museu Lasar Segall e Pinakotheke Cultural
ilustrada
Cobertura de arte da 'Ilustrada' está entre vencedores de prêmio da ABCAA Associação Brasileira de Críticos de Arte anunciou nesta segunda os vencedores de seu prêmio anual, que homenageia os destaques da atuação de artistas, pesquisadores, curadores e críticos ao longo do ano passado. Entre os premiados, está Silas Martí, o repórter e colunista do caderno "Ilustrada", que foi contemplado com o troféu de difusão do tema na mídia. Entre os demais reconhecidos pela ABCA, estão José Rufino, na categoria melhor artista contemporâneo, o mecenas Justo Werlang, como personalidade atuante no meio artístico, o curador Tadeu Chiarelli, pelo conjunto de sua obra como crítico, o artista Abraham Palatnik, também por toda a sua trajetória artística. Os vencedores receberão um troféu desenhado pela artista Maria Bonomi em cerimônia marcada para 23 de maio, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. Eles foram eleitos por votos de cerca de 150 membros que integram a ABCA em todo o país. Veja abaixo a lista completa dos vencedores. * Prêmio Gonzaga Duque (crítico associado pela atuação durante o ano) Raul Córdula Prêmio Sérgio Milliet (crítico por pesquisa publicada) Mirian de Carvalho: A brasilidade na pintura de César Romero. Salvador: Expoart, 2016. Prêmio Mario Pedrosa (artista contemporâneo) José Rufino Prêmio Ciccillo Matarazzo (personalidade atuante no meio artístico) Justo Werlang Prêmio Mário de Andrade (crítico de arte pela trajetória - filiado ou não) Tadeu Chiarelli Prêmio Clarival do Prado Valladares (artista pela trajetória) Abraham Palatnik Prêmio Maria Eugênia Franco (curadoria pela exposição) Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes pela curadoria da mostra "Em Polvorosa - Um Panorama das Coleções MAM Rio", no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro Prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade (instituição pela programação e atividade no campo da arte) Serviço Social do Comércio (SESC) - Brasil Prêmio Paulo Mendes de Almeida (melhor exposição) "Francisco Brennand - Senhor da Várzea, da Argila e do Fogo", realizada pelo Santander Cultural, em Porto Alegre Prêmio Antônio Bento (difusão das artes visuais na mídia) caderno "Ilustrada" / Folha de S.Paulo / Silas Martí Destaques Gisele Beiguelman Antonio Carelli exposição sobre Lasar Segal, realizada pelo Museu Lasar Segall e Pinakotheke Cultural
1
Neymar lidera seleção em goleada, mas toma cartão e vira desfalque
O atacante Neymar desequilibrou mais uma vez para a seleção. Ele foi o destaque na goleada do time nacional diante da fraca Bolívia, por 5 a 0, na noite desta quinta (6), em Natal, pelas eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia. Ele abriu o placar, marcou o gol de número 300 na sua carreira, e ainda deu passe para outros dois gols brasileiros. Apesar do show em campo, o atacante do Barcelona voltou a abusar das faltas e vai desfalcar a seleção na partida contra a Venezuela, terça (11), em Mérida. Ainda no primeiro tempo, ele recebeu o quarto cartão amarelo nas eliminatórias e terá que cumprir suspensão. Pela regra da competição, o jogador é punido quando recebe o segundo amarelo. Será a quarta vez que Neymar desfalca o time nas eliminatórias por suspensão. O cartão recebido pelo ex-santista na Arena das Dunas foi quase infantil. Depois do segundo gol da seleção, ele ficou segurando a bola e provocando os adversários. Em um dos lances, o brasileiro chutou o volante Azogue por trás. Em quase todos as faltas marcadas, ele discutia com o árbitro, que não demorou para mostrar o amarelo para Neymar. Nas seis partidas que disputou nas eliminatórias, ele só não recebeu cartão em duas. Sem o jogador do Barcelona em Mérida, Tite deverá escalar Willian como titular. O meia do Chelsea o substituiu em Natal. Neymar deixou o campo após receber uma cotovelada no rosto de Duk no segundo tempo. Com a goleada desta quinta, a seleção fechou o primeiro turno das eliminatórias em segundo lugar. O time tem 18 pontos, um a menos que o líder Uruguai. Na terça, os uruguaios enfrentam a Colômbia, em Barranquilha. Os gols da seleção foram marcados por Neymar, Philippe Coutinho, Filipe Luís, Gabriel Jesus e Roberto Firmino. A vitória nesta quinta foi a 50ª vitória da seleção no Brasil na história das eliminatórias, onde nunca perdeu. O técnico Tite, que chegou à sua terceira vitória em três jogos pela seleção, voltou a ser festejado pelos torcedores, que no início do segundo tempo gritavam o nome do treinador a todo o momento. A fragilidade da Bolívia ajudou a seleção a conseguir a vitória fácil. A Bolívia começou a partida no ataque e tamanha ousadia custou caro. Quatro gols saíram ainda no primeiro tempo. Aos 10 min, Neymar abriu o placar ao aproveitar um erro do zagueiro no meio campo. Ele roubou a bola de Raldes e puxou o contra ataque. O atacante do Barcelona tabelou com Gabriel Jesus e abriu o placar. O segundo gol não demorou a sair. Aos 25 min, após uma bela jogada de Giuliano, Coutinho fez o seu. Até o final do primeiro tempo, Filipe Luís, aos 39 min, e Gabriel Jesus, aos 43 min, ampliaram a vantagem. HOMOFOBIA E SAFADÃO No segundo tempo, o atacante Roberto Firmino fez o último. Com a vitória garantida, o alagoano do Liverpool virou motivo de gozação dos torcedores. A cada lance de Firmino, os torcedores gritavam "vai, Safadão", em referência ao cantor de forró Wesley Safadão. Os dois usam um rabo de cavalo. Os torcedores de Natal também gritaram "bicha" para o goleiro adversário no segundo tempo. Na terça (4), a CBF foi multada em 20 mil francos suíços (cerca de R$ 66,3 mil) pela Fifa devido a atitudes homofóbicas de seus torcedores durante partida do Brasil contra Colômbia, no mês passado, em Manaus. Foi a primeira vez que a confederação foi multada pela entidade por homofobia.
esporte
Neymar lidera seleção em goleada, mas toma cartão e vira desfalqueO atacante Neymar desequilibrou mais uma vez para a seleção. Ele foi o destaque na goleada do time nacional diante da fraca Bolívia, por 5 a 0, na noite desta quinta (6), em Natal, pelas eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia. Ele abriu o placar, marcou o gol de número 300 na sua carreira, e ainda deu passe para outros dois gols brasileiros. Apesar do show em campo, o atacante do Barcelona voltou a abusar das faltas e vai desfalcar a seleção na partida contra a Venezuela, terça (11), em Mérida. Ainda no primeiro tempo, ele recebeu o quarto cartão amarelo nas eliminatórias e terá que cumprir suspensão. Pela regra da competição, o jogador é punido quando recebe o segundo amarelo. Será a quarta vez que Neymar desfalca o time nas eliminatórias por suspensão. O cartão recebido pelo ex-santista na Arena das Dunas foi quase infantil. Depois do segundo gol da seleção, ele ficou segurando a bola e provocando os adversários. Em um dos lances, o brasileiro chutou o volante Azogue por trás. Em quase todos as faltas marcadas, ele discutia com o árbitro, que não demorou para mostrar o amarelo para Neymar. Nas seis partidas que disputou nas eliminatórias, ele só não recebeu cartão em duas. Sem o jogador do Barcelona em Mérida, Tite deverá escalar Willian como titular. O meia do Chelsea o substituiu em Natal. Neymar deixou o campo após receber uma cotovelada no rosto de Duk no segundo tempo. Com a goleada desta quinta, a seleção fechou o primeiro turno das eliminatórias em segundo lugar. O time tem 18 pontos, um a menos que o líder Uruguai. Na terça, os uruguaios enfrentam a Colômbia, em Barranquilha. Os gols da seleção foram marcados por Neymar, Philippe Coutinho, Filipe Luís, Gabriel Jesus e Roberto Firmino. A vitória nesta quinta foi a 50ª vitória da seleção no Brasil na história das eliminatórias, onde nunca perdeu. O técnico Tite, que chegou à sua terceira vitória em três jogos pela seleção, voltou a ser festejado pelos torcedores, que no início do segundo tempo gritavam o nome do treinador a todo o momento. A fragilidade da Bolívia ajudou a seleção a conseguir a vitória fácil. A Bolívia começou a partida no ataque e tamanha ousadia custou caro. Quatro gols saíram ainda no primeiro tempo. Aos 10 min, Neymar abriu o placar ao aproveitar um erro do zagueiro no meio campo. Ele roubou a bola de Raldes e puxou o contra ataque. O atacante do Barcelona tabelou com Gabriel Jesus e abriu o placar. O segundo gol não demorou a sair. Aos 25 min, após uma bela jogada de Giuliano, Coutinho fez o seu. Até o final do primeiro tempo, Filipe Luís, aos 39 min, e Gabriel Jesus, aos 43 min, ampliaram a vantagem. HOMOFOBIA E SAFADÃO No segundo tempo, o atacante Roberto Firmino fez o último. Com a vitória garantida, o alagoano do Liverpool virou motivo de gozação dos torcedores. A cada lance de Firmino, os torcedores gritavam "vai, Safadão", em referência ao cantor de forró Wesley Safadão. Os dois usam um rabo de cavalo. Os torcedores de Natal também gritaram "bicha" para o goleiro adversário no segundo tempo. Na terça (4), a CBF foi multada em 20 mil francos suíços (cerca de R$ 66,3 mil) pela Fifa devido a atitudes homofóbicas de seus torcedores durante partida do Brasil contra Colômbia, no mês passado, em Manaus. Foi a primeira vez que a confederação foi multada pela entidade por homofobia.
4
Vozes da experiência
BRASÍLIA - Daqui a cinco dias, a Câmara decidirá se autoriza ou não a abertura de processo contra Michel Temer. O presidente é rejeitado pela maioria dos brasileiros, mas deverá ter votos suficientes para se salvar. É o que preveem os deputados com mais mandatos na Casa. Para o decano Miro Teixeira, o espírito de corpo dos congressistas tende a beneficiar Temer. "O plenário atuará como um júri, e muitos jurados também respondem a inquéritos por crime comum. Ninguém quer se condenar. É a solidariedade dos culpados", ironiza o deputado da Rede. No 11º mandato, Miro apoiou o impeachment de Dilma Rousseff e votará pelo afastamento de Temer. No entanto, ele diz que a batalha será inglória. "Os dois cometeram crime de responsabilidade, mas agora as ruas estão vazias. A realidade é que não conseguiremos os 342 votos", prevê. O deputado Bonifácio de Andrada, do PSDB, diz que o presidente vai se safar com folga. "Não tenho dúvida. O Temer ganha com mais de 200 votos", projeta. No décimo mandato, ele reforça o discurso dos parlamentares contra a Lava Jato. "A Câmara é a representação do povo. Os deputados não são santos porque o povo também não é santo", teoriza. O tucano diz que o recesso de julho não piorou a situação do presidente, ao contrário do que previa a oposição. "O povo não gosta do Temer, mas também não aporrinha os deputados para votarem contra ele." Nesta quinta, uma nova pesquisa CNI-Ibope mostrou que a aprovação de Temer caiu a míseros 5%. É o pior desempenho de um presidente desde o fim da ditadura. Para o petebista Paes Landim, que exerce o oitavo mandato, os números não terão qualquer influência no plenário. "Para nós, políticos, o Temer é bom porque dialoga com o Congresso", elogia. Ele defende o arquivamento da denúncia e não teme perder votos em 2018. "Se a economia melhorar, o pessoal esquece isso", aposta. "O eleitor tem memória muito fraca. Daqui a um ano, já esqueceu."
colunas
Vozes da experiênciaBRASÍLIA - Daqui a cinco dias, a Câmara decidirá se autoriza ou não a abertura de processo contra Michel Temer. O presidente é rejeitado pela maioria dos brasileiros, mas deverá ter votos suficientes para se salvar. É o que preveem os deputados com mais mandatos na Casa. Para o decano Miro Teixeira, o espírito de corpo dos congressistas tende a beneficiar Temer. "O plenário atuará como um júri, e muitos jurados também respondem a inquéritos por crime comum. Ninguém quer se condenar. É a solidariedade dos culpados", ironiza o deputado da Rede. No 11º mandato, Miro apoiou o impeachment de Dilma Rousseff e votará pelo afastamento de Temer. No entanto, ele diz que a batalha será inglória. "Os dois cometeram crime de responsabilidade, mas agora as ruas estão vazias. A realidade é que não conseguiremos os 342 votos", prevê. O deputado Bonifácio de Andrada, do PSDB, diz que o presidente vai se safar com folga. "Não tenho dúvida. O Temer ganha com mais de 200 votos", projeta. No décimo mandato, ele reforça o discurso dos parlamentares contra a Lava Jato. "A Câmara é a representação do povo. Os deputados não são santos porque o povo também não é santo", teoriza. O tucano diz que o recesso de julho não piorou a situação do presidente, ao contrário do que previa a oposição. "O povo não gosta do Temer, mas também não aporrinha os deputados para votarem contra ele." Nesta quinta, uma nova pesquisa CNI-Ibope mostrou que a aprovação de Temer caiu a míseros 5%. É o pior desempenho de um presidente desde o fim da ditadura. Para o petebista Paes Landim, que exerce o oitavo mandato, os números não terão qualquer influência no plenário. "Para nós, políticos, o Temer é bom porque dialoga com o Congresso", elogia. Ele defende o arquivamento da denúncia e não teme perder votos em 2018. "Se a economia melhorar, o pessoal esquece isso", aposta. "O eleitor tem memória muito fraca. Daqui a um ano, já esqueceu."
10
Haddad sanciona projeto que reduz taxa de resíduos sólidos de saúde
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), sancionou na quarta-feira (9) o projeto de lei nº 605/15, de autoria do Executivo, que propõe novas faixas de cobrança da Taxa de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde. O projeto foi aprovado na Câmara Municipal no final de fevereiro e a sanção foi publicada no "Diário Oficial" da Cidade desta quinta-feira (10). Os novos valores passam a valer a partir de 1º de janeiro do ano que vem. A taxa é cobrada pela prefeitura de estabelecimentos que geram lixo de saúde, como consultórios odontológicos e médicos, laboratórios, hospitais e clínicas veterinárias. Todo resíduo gerado por esses estabelecimentos precisa ser recolhido de maneira diferenciada, processado em separado do lixo doméstico e levado para aterros especiais. O projeto sancionado cria novas faixas de cobrança para pequenos e grandes geradores de resíduos sólidos de serviços de saúde. A alteração é uma reivindicação antiga dos dentistas, que não chegam a atingir o valor mínimo de coleta por dia. LUTA ANTIGA O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) comemorou a sanção da lei. O secretário do conselho, Marco Antonio Manfredini, disse que a lei fará com que os profissionais paguem uma taxa mais justa. "Essa é uma demanda dos cirurgiões-dentistas há 13 anos. Lutamos pela adequação da taxa à quantidade efetiva de produção de um consultório dentário", disse. Segundo Manfredini, a Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana) vai constituir um grupo de trabalho com técnicos e membros de entidades da área para trabalhar na regulamentação da lei e realizar campanhas de conscientização entre os profissionais sobre as formas mais adequadas de descarte do lixo. Pela lei atual, a primeira faixa de cobrança é para estabelecimentos com quantidade de geração potencial de até 20 kg por dia. Pela nova lei, a primeira faixa será de até 5 kg diários. A segunda será de 5 kg a 10 kg, e a terceira de 10 kg a 20 kg. Com a aprovação, segundo estimativa do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, 25 mil cirurgiões-dentistas do município serão beneficiados. O valor mínimo da taxa, que é de R$ 97,58, passará a ser de R$ 48,06 se a lei for sancionada pelo Executivo municipal. Quando da aprovação do projeto na Câmara Municipal, o secretário do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Marco Antonio Manfredini, disse que a medida beneficiará quase 100% dos cirurgiões-dentistas. "A média diária de produção de lixo dos consultórios odontológicos é de 2 kg. A mudança da lei vai representar uma economia de R$ 594 por ano", afirmou. Manfredini disse que a alteração nas faixas de cobrança será benéfica também para a prefeitura, já que o descarte passará a ser feito de maneira mais correta pelos profissionais. Segundo Manfredini, o conselho vai fazer uma campanha entre os cirurgiões-dentistas para conscientizá-los a não pôr fora resíduos que não necessitam ser descartados como resíduos de saúde. Com isso, segundo o secretário do CROSP, haverá uma redução no gasto da prefeitura com o descarte desse lixo, já que a quantidade de descarte a ser levado para o tratamento de resíduos de saúde será menor. MUDANÇA NA TAXA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SAÚDE - Projeto aprovada na Câmara Municipal vai beneficiar dentistas de São Paulo -
cotidiano
Haddad sanciona projeto que reduz taxa de resíduos sólidos de saúdeO prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), sancionou na quarta-feira (9) o projeto de lei nº 605/15, de autoria do Executivo, que propõe novas faixas de cobrança da Taxa de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde. O projeto foi aprovado na Câmara Municipal no final de fevereiro e a sanção foi publicada no "Diário Oficial" da Cidade desta quinta-feira (10). Os novos valores passam a valer a partir de 1º de janeiro do ano que vem. A taxa é cobrada pela prefeitura de estabelecimentos que geram lixo de saúde, como consultórios odontológicos e médicos, laboratórios, hospitais e clínicas veterinárias. Todo resíduo gerado por esses estabelecimentos precisa ser recolhido de maneira diferenciada, processado em separado do lixo doméstico e levado para aterros especiais. O projeto sancionado cria novas faixas de cobrança para pequenos e grandes geradores de resíduos sólidos de serviços de saúde. A alteração é uma reivindicação antiga dos dentistas, que não chegam a atingir o valor mínimo de coleta por dia. LUTA ANTIGA O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) comemorou a sanção da lei. O secretário do conselho, Marco Antonio Manfredini, disse que a lei fará com que os profissionais paguem uma taxa mais justa. "Essa é uma demanda dos cirurgiões-dentistas há 13 anos. Lutamos pela adequação da taxa à quantidade efetiva de produção de um consultório dentário", disse. Segundo Manfredini, a Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana) vai constituir um grupo de trabalho com técnicos e membros de entidades da área para trabalhar na regulamentação da lei e realizar campanhas de conscientização entre os profissionais sobre as formas mais adequadas de descarte do lixo. Pela lei atual, a primeira faixa de cobrança é para estabelecimentos com quantidade de geração potencial de até 20 kg por dia. Pela nova lei, a primeira faixa será de até 5 kg diários. A segunda será de 5 kg a 10 kg, e a terceira de 10 kg a 20 kg. Com a aprovação, segundo estimativa do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, 25 mil cirurgiões-dentistas do município serão beneficiados. O valor mínimo da taxa, que é de R$ 97,58, passará a ser de R$ 48,06 se a lei for sancionada pelo Executivo municipal. Quando da aprovação do projeto na Câmara Municipal, o secretário do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Marco Antonio Manfredini, disse que a medida beneficiará quase 100% dos cirurgiões-dentistas. "A média diária de produção de lixo dos consultórios odontológicos é de 2 kg. A mudança da lei vai representar uma economia de R$ 594 por ano", afirmou. Manfredini disse que a alteração nas faixas de cobrança será benéfica também para a prefeitura, já que o descarte passará a ser feito de maneira mais correta pelos profissionais. Segundo Manfredini, o conselho vai fazer uma campanha entre os cirurgiões-dentistas para conscientizá-los a não pôr fora resíduos que não necessitam ser descartados como resíduos de saúde. Com isso, segundo o secretário do CROSP, haverá uma redução no gasto da prefeitura com o descarte desse lixo, já que a quantidade de descarte a ser levado para o tratamento de resíduos de saúde será menor. MUDANÇA NA TAXA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SAÚDE - Projeto aprovada na Câmara Municipal vai beneficiar dentistas de São Paulo -
6
A Camargo Corrêa pode virar uma Siemens
A decisão do presidente e de um dos vice-presidentes da Camargo Corrêa de colaborar com a Viúva pode significar o início de um novo tempo nas relações de grandes empresas com o Estado. Se a empresa aderir, poderá se transformar numa Siemens. Nada garante que isso vá acontecer, mas a multinacional alemã foi do inferno ao paraíso em poucos anos. Com 400 mil empregados em 190 países, ela corria o risco de ser declarada inidônea nos Estados Unidos e na Alemanha. Resolveu corrigir-se. Reconheceu que distribuiu US$ 1,4 bilhão em 65 países e abriu uma investigação interna. Foram analisados 127 milhões de documentos e descobertos novos malfeitos. A Siemens contratou Theo Waigel, ex-ministro da Economia da Alemanha para uma posição de superombudsman. Ele visitou vinte países, reuniu-se com cerca de 1.500 pessoas e ficou com pouco tempo para outras atividades. De seu trabalho resultou que a empresa tem um novo lema: "A Siemens só faz negócios limpos". A faxina foi geral. No primeiro ano o ombudsman fez mais de cem recomendações, todas aceitas. No segundo, quarenta. No terceiro, apenas dez. Criou uma sistema de controle de denúncias. Para garanti-lo, apresentavam-se falsas reclamações, para ver se elas eram varridas para baixo do tapete. Waigel concluiu seu trabalho garantindo que "não há risco sistêmico" quando se faz uma faxina. No Brasil, por exemplo, a Siemens colabora com as autoridades nas investigações sobre o cartel metroferroviário que operou em governos do tucanato paulista. Infelizmente, as autoridades ainda não colaboraram o suficiente para que o caso desse em alguma coisa. - FRITURA A doutora Dilma encarregou o ministro Joaquim Levy de negociar com a agência Moody's para que a nota de crédito da Petrobras não fosse rebaixada. Ele tentou durante o Carnaval, quando esteve em Nova York, e novamente na segunda-feira passada. Deu água. Negociações como essa são comuns. Às vezes dão certo, às vezes fracassam. Valem pelo segredo em que são mantidas, seja qual for o desfecho. Se Levy fosse bem-sucedido, o sigilo evitaria que a Moody's parecesse ter sido pressionada. Rebaixada a Petrobras, o governo (mas não a Fazenda) revelou a gestão malsucedida. Pode ter sido pura incompetência, ou um lance de fritura de Levy. PERIGO Se fossem poucos os problemas do comissariado, apareceu um novo. A possibilidade de que surjam novos fatos documentados sobre as petrorroubalheiras, vindos dos Estados Unidos, onde pelo menos duas agências investigam a Petrobras. Se isso acontecer, é certo que renascerá a tese dos "inimigos externos". Será falsa, o governo americano zela pela saúde de seu mercado de ações, onde papéis da empresa são negociadas na Bolsa. Funcionários da Securities and Exchange Commission já estiveram no Brasil. Em Pindorama, essa função é da Comissão de Valores Mobiliários, com quem diretores da Petrobras fizeram pelo menos sete acordos. Como diria o comissário Luís Inácio Adams, essa é um "especificidade" do Brasil. SUGESTÃO A CPI da Petrobras poderia funcionar em Curitiba. Lá ela ficaria mais perto das duas pontas da questão: do juiz Sergio Moro e da carceragem. - COTA DO PMDB Na roda de fogo para segurar a votação da PEC da Bengala, chegou a um comissário do Planalto uma estranha proposta. Aprovada, a emenda bloquearia a nomeação de cinco ministros do Supremo Tribunal Federal que irão para as vagas dos titulares que completarão 70 anos durante o mandato da doutora. O PMDB seguraria a PEC se ganhasse uma cota, influenciando a escolha de dois dos novos ministros. O JUIZ DO PORSCHE O juiz Flávio Roberto de Souza foi afastado do caso de Eike Batista. O Ministério Público bem que poderia sugerir uma medida que desse alegria à cidade. Deveriam obrigá-lo a circular durante uma semana, pela orla, no Porsche do ex-bilionário. Se bater em cachorro pode levar uma pessoa a correr o risco de ter que limpar canis a pedido da Promotoria, isso não seria absurdo. URUCUBACA O repórter Lauro Jardim informa: O doutor Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, tinha seu conforto garantido pelo bloqueio de um elevador do prédio da empresa sempre que fosse usá-lo. Durante 11 anos ele dirigiu a poderosa subsidiária da Petrobras e caiu na rede das petrorroubalheiras. Ele pode até ser um santo, mas chamou uma urucubaca. É dura a vida de magnata que bloqueia elevador. Eike Batista está no chão. Edemar Cid Ferreira, Angelo Calmon de Sá e Theodoro Quartim Barbosa quebraram seus bancos e Richard Fuld destruiu a Lehman Brothers. Paulo Skaf valeu-se do mesmo privilégio como presidente da Fiesp apenas por algum tempo. Tomou uma surra na última eleição para o governo de São Paulo. - A TORTURA E O DOUTOR WADIH DAMOUS Têm sido muitas as linhas de defesa do pessoal metido nas petrorroubalheiras. Uma delas revela o tamanho do cartel de mistificações que se pretende construir. Os presos de Curitiba estariam sendo submetidos a um tratamento humilhante e, o que é pior, a uma tortura. Muita gente boa gosta desse argumento. Nas palavras do doutor Wadih Damous, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil: "Delação premiada não é pau de arara, mas é tortura." Não é. Primeiro porque a tortura é crime e a colaboração com a Viúva é um instrumento legal. Aceitando-se a essência retórica do doutor, prender uma pessoa para obter dela uma confissão seria uma forma de torturá-la. Nessa transposição, até o barulho da televisão do vizinho pode ser uma tortura. O uso da palavra com essa conotação adjetiva faria sentido na Suécia. No Brasil, país governado por uma senhora que na juventude passou pela experiência da tortura, a prestidigitação é ofensiva. Uma observação de Dilma Rousseff a respeito da sua experiência deveria levar o doutor Damous a refletir: "A pior coisa que tem na tortura é esperar. Esperar para apanhar." Palmatórias, socos, pau de arara são sofrimentos terríveis, porém episódicos. Terminado o suplício, o preso volta para a cela e lá ele tem que esperar que o chamem de volta, "esperar para apanhar". Os presos de Curitiba estão encarcerados e vivem numa situação de constrangimento legal. Chegaram a essa situação porque são acusados, com provas, de terem delinquido. Os que estão colaborando com a Viúva reconhecem isso. São dois os tipos de pessoas que se incomodam com a colaboração dos acusados. Um grupo, pequeno, é composto por cidadãos que para isso são remunerados. Eles defendem as empreiteiras, todas as suas obras e todas as suas pompas. Outro grupo, bem maior, defende o comissariado petista. Numa trapaça da história, nele estão pessoas que sabem perfeitamente o que é tortura.
colunas
A Camargo Corrêa pode virar uma SiemensA decisão do presidente e de um dos vice-presidentes da Camargo Corrêa de colaborar com a Viúva pode significar o início de um novo tempo nas relações de grandes empresas com o Estado. Se a empresa aderir, poderá se transformar numa Siemens. Nada garante que isso vá acontecer, mas a multinacional alemã foi do inferno ao paraíso em poucos anos. Com 400 mil empregados em 190 países, ela corria o risco de ser declarada inidônea nos Estados Unidos e na Alemanha. Resolveu corrigir-se. Reconheceu que distribuiu US$ 1,4 bilhão em 65 países e abriu uma investigação interna. Foram analisados 127 milhões de documentos e descobertos novos malfeitos. A Siemens contratou Theo Waigel, ex-ministro da Economia da Alemanha para uma posição de superombudsman. Ele visitou vinte países, reuniu-se com cerca de 1.500 pessoas e ficou com pouco tempo para outras atividades. De seu trabalho resultou que a empresa tem um novo lema: "A Siemens só faz negócios limpos". A faxina foi geral. No primeiro ano o ombudsman fez mais de cem recomendações, todas aceitas. No segundo, quarenta. No terceiro, apenas dez. Criou uma sistema de controle de denúncias. Para garanti-lo, apresentavam-se falsas reclamações, para ver se elas eram varridas para baixo do tapete. Waigel concluiu seu trabalho garantindo que "não há risco sistêmico" quando se faz uma faxina. No Brasil, por exemplo, a Siemens colabora com as autoridades nas investigações sobre o cartel metroferroviário que operou em governos do tucanato paulista. Infelizmente, as autoridades ainda não colaboraram o suficiente para que o caso desse em alguma coisa. - FRITURA A doutora Dilma encarregou o ministro Joaquim Levy de negociar com a agência Moody's para que a nota de crédito da Petrobras não fosse rebaixada. Ele tentou durante o Carnaval, quando esteve em Nova York, e novamente na segunda-feira passada. Deu água. Negociações como essa são comuns. Às vezes dão certo, às vezes fracassam. Valem pelo segredo em que são mantidas, seja qual for o desfecho. Se Levy fosse bem-sucedido, o sigilo evitaria que a Moody's parecesse ter sido pressionada. Rebaixada a Petrobras, o governo (mas não a Fazenda) revelou a gestão malsucedida. Pode ter sido pura incompetência, ou um lance de fritura de Levy. PERIGO Se fossem poucos os problemas do comissariado, apareceu um novo. A possibilidade de que surjam novos fatos documentados sobre as petrorroubalheiras, vindos dos Estados Unidos, onde pelo menos duas agências investigam a Petrobras. Se isso acontecer, é certo que renascerá a tese dos "inimigos externos". Será falsa, o governo americano zela pela saúde de seu mercado de ações, onde papéis da empresa são negociadas na Bolsa. Funcionários da Securities and Exchange Commission já estiveram no Brasil. Em Pindorama, essa função é da Comissão de Valores Mobiliários, com quem diretores da Petrobras fizeram pelo menos sete acordos. Como diria o comissário Luís Inácio Adams, essa é um "especificidade" do Brasil. SUGESTÃO A CPI da Petrobras poderia funcionar em Curitiba. Lá ela ficaria mais perto das duas pontas da questão: do juiz Sergio Moro e da carceragem. - COTA DO PMDB Na roda de fogo para segurar a votação da PEC da Bengala, chegou a um comissário do Planalto uma estranha proposta. Aprovada, a emenda bloquearia a nomeação de cinco ministros do Supremo Tribunal Federal que irão para as vagas dos titulares que completarão 70 anos durante o mandato da doutora. O PMDB seguraria a PEC se ganhasse uma cota, influenciando a escolha de dois dos novos ministros. O JUIZ DO PORSCHE O juiz Flávio Roberto de Souza foi afastado do caso de Eike Batista. O Ministério Público bem que poderia sugerir uma medida que desse alegria à cidade. Deveriam obrigá-lo a circular durante uma semana, pela orla, no Porsche do ex-bilionário. Se bater em cachorro pode levar uma pessoa a correr o risco de ter que limpar canis a pedido da Promotoria, isso não seria absurdo. URUCUBACA O repórter Lauro Jardim informa: O doutor Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, tinha seu conforto garantido pelo bloqueio de um elevador do prédio da empresa sempre que fosse usá-lo. Durante 11 anos ele dirigiu a poderosa subsidiária da Petrobras e caiu na rede das petrorroubalheiras. Ele pode até ser um santo, mas chamou uma urucubaca. É dura a vida de magnata que bloqueia elevador. Eike Batista está no chão. Edemar Cid Ferreira, Angelo Calmon de Sá e Theodoro Quartim Barbosa quebraram seus bancos e Richard Fuld destruiu a Lehman Brothers. Paulo Skaf valeu-se do mesmo privilégio como presidente da Fiesp apenas por algum tempo. Tomou uma surra na última eleição para o governo de São Paulo. - A TORTURA E O DOUTOR WADIH DAMOUS Têm sido muitas as linhas de defesa do pessoal metido nas petrorroubalheiras. Uma delas revela o tamanho do cartel de mistificações que se pretende construir. Os presos de Curitiba estariam sendo submetidos a um tratamento humilhante e, o que é pior, a uma tortura. Muita gente boa gosta desse argumento. Nas palavras do doutor Wadih Damous, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil: "Delação premiada não é pau de arara, mas é tortura." Não é. Primeiro porque a tortura é crime e a colaboração com a Viúva é um instrumento legal. Aceitando-se a essência retórica do doutor, prender uma pessoa para obter dela uma confissão seria uma forma de torturá-la. Nessa transposição, até o barulho da televisão do vizinho pode ser uma tortura. O uso da palavra com essa conotação adjetiva faria sentido na Suécia. No Brasil, país governado por uma senhora que na juventude passou pela experiência da tortura, a prestidigitação é ofensiva. Uma observação de Dilma Rousseff a respeito da sua experiência deveria levar o doutor Damous a refletir: "A pior coisa que tem na tortura é esperar. Esperar para apanhar." Palmatórias, socos, pau de arara são sofrimentos terríveis, porém episódicos. Terminado o suplício, o preso volta para a cela e lá ele tem que esperar que o chamem de volta, "esperar para apanhar". Os presos de Curitiba estão encarcerados e vivem numa situação de constrangimento legal. Chegaram a essa situação porque são acusados, com provas, de terem delinquido. Os que estão colaborando com a Viúva reconhecem isso. São dois os tipos de pessoas que se incomodam com a colaboração dos acusados. Um grupo, pequeno, é composto por cidadãos que para isso são remunerados. Eles defendem as empreiteiras, todas as suas obras e todas as suas pompas. Outro grupo, bem maior, defende o comissariado petista. Numa trapaça da história, nele estão pessoas que sabem perfeitamente o que é tortura.
10
Chef estrelado de Nova York é acusado de discriminar clientes asiáticos
Ações trabalhistas não são novidade no universo dos restaurantes estrelados de Nova York. Nos últimos anos, casas com três estrelas no guia "Michelin", como Le Bernardin e Masa, tiveram de responder a processos movidos por ex-funcionários. Na maior parte dos casos, as ações envolvem reclamações sobre a divisão das gorjetas –que, nos EUA, respondem por grande parte da renda de quem trabalha no ramo– ou a jornada intensa. Mas um processo movido contra o Chef's Table at Brooklyn Fare, único restaurante três-estrelas fora da ilha de Manhattan, em Nova York, chama a atenção por outro motivo: o chef Cesar Ramirez é acusado de discriminar seus clientes. Entre os alvos, estariam visitantes asiáticos e até mesmo moradores de partes específicas da cidade. De acordo com a ação, protocolada em dezembro e cuja primeira audiência está marcada para abril, Ramirez se referia a clientes asiáticos como "pessoas de merda". Emi Howard, uma ex-garçonete de ascendência oriental, afirma que foi proibida por Ramirez de posicionar "asiáticos" perto dele no balcão em que os clientes são atendidos. Orientais e "Upper West Siders" (expressão utilizada para designar moradores da parte noroeste de Manhattan) deveriam ser servidos com os piores cortes de peixe. O Chef's Table recebe 18 pessoas por vez para provar seu menu-degustação de cerca de 20 pratos. O custo para cada cliente é de US$ 225 (aproximadamente R$ 727) pelo menu, mais 20% de taxa de serviço (US$ 45, R$ 145), cobrados no cartão de crédito logo após a reserva. Além de tratar das acusações de racismo, o processo afirma que a taxa de serviço não era distribuída entre os funcionários. Boa parte das gorjetas adicionais deixadas pelos clientes também era retida por Ramirez e pelo dono do Chef's Table, Moe Issa. Os cinco ex-funcionários citados na ação também dizem ter sido obrigados a trabalhar mais de dez horas por dia, seis dias por semana, sem receber hora extra. Eles querem receber esses pagamentos adicionais mais uma indenização por danos, mas o valor não foi divulgado. Em geral, processos como este terminam em acordo e não vão a julgamento. O advogado responsável pelo processo, Maimon Kirschenbaum, é o terror dos restaurantes nova-iorquinos e está por trás de quase todas as ações movidas contra as principais casas da cidade. Procurado pela Folha, ele não quis dar entrevista. OUTRO LADO Ramirez nega as acusações de discriminação. "Como eu posso ser racista com asiáticos? Se de 85% a 95% dos nossos produtos vêm da Ásia?", afirmou o chef ao site Eater. "Nós sempre nos focamos na cultura asiática. E eu trabalhei com asiáticos durante toda a minha carreira." Moe Issa afirma que as alegações sobre o salário os funcionários também não são verdadeiras. Segundo ele, o restaurante distribui a taxa de serviço ao pagar salários acima da média para seus funcionários como forma de atrair "empregados suficientemente bons". E as gorjetas, afirma, são sempre divididas. A assessoria de imprensa do restaurante afirmou que a questão está nas mãos dos advogados e que não fará comentários neste momento. MAIS Leiarelato de jantar no Chef's Table.
comida
Chef estrelado de Nova York é acusado de discriminar clientes asiáticosAções trabalhistas não são novidade no universo dos restaurantes estrelados de Nova York. Nos últimos anos, casas com três estrelas no guia "Michelin", como Le Bernardin e Masa, tiveram de responder a processos movidos por ex-funcionários. Na maior parte dos casos, as ações envolvem reclamações sobre a divisão das gorjetas –que, nos EUA, respondem por grande parte da renda de quem trabalha no ramo– ou a jornada intensa. Mas um processo movido contra o Chef's Table at Brooklyn Fare, único restaurante três-estrelas fora da ilha de Manhattan, em Nova York, chama a atenção por outro motivo: o chef Cesar Ramirez é acusado de discriminar seus clientes. Entre os alvos, estariam visitantes asiáticos e até mesmo moradores de partes específicas da cidade. De acordo com a ação, protocolada em dezembro e cuja primeira audiência está marcada para abril, Ramirez se referia a clientes asiáticos como "pessoas de merda". Emi Howard, uma ex-garçonete de ascendência oriental, afirma que foi proibida por Ramirez de posicionar "asiáticos" perto dele no balcão em que os clientes são atendidos. Orientais e "Upper West Siders" (expressão utilizada para designar moradores da parte noroeste de Manhattan) deveriam ser servidos com os piores cortes de peixe. O Chef's Table recebe 18 pessoas por vez para provar seu menu-degustação de cerca de 20 pratos. O custo para cada cliente é de US$ 225 (aproximadamente R$ 727) pelo menu, mais 20% de taxa de serviço (US$ 45, R$ 145), cobrados no cartão de crédito logo após a reserva. Além de tratar das acusações de racismo, o processo afirma que a taxa de serviço não era distribuída entre os funcionários. Boa parte das gorjetas adicionais deixadas pelos clientes também era retida por Ramirez e pelo dono do Chef's Table, Moe Issa. Os cinco ex-funcionários citados na ação também dizem ter sido obrigados a trabalhar mais de dez horas por dia, seis dias por semana, sem receber hora extra. Eles querem receber esses pagamentos adicionais mais uma indenização por danos, mas o valor não foi divulgado. Em geral, processos como este terminam em acordo e não vão a julgamento. O advogado responsável pelo processo, Maimon Kirschenbaum, é o terror dos restaurantes nova-iorquinos e está por trás de quase todas as ações movidas contra as principais casas da cidade. Procurado pela Folha, ele não quis dar entrevista. OUTRO LADO Ramirez nega as acusações de discriminação. "Como eu posso ser racista com asiáticos? Se de 85% a 95% dos nossos produtos vêm da Ásia?", afirmou o chef ao site Eater. "Nós sempre nos focamos na cultura asiática. E eu trabalhei com asiáticos durante toda a minha carreira." Moe Issa afirma que as alegações sobre o salário os funcionários também não são verdadeiras. Segundo ele, o restaurante distribui a taxa de serviço ao pagar salários acima da média para seus funcionários como forma de atrair "empregados suficientemente bons". E as gorjetas, afirma, são sempre divididas. A assessoria de imprensa do restaurante afirmou que a questão está nas mãos dos advogados e que não fará comentários neste momento. MAIS Leiarelato de jantar no Chef's Table.
26
Andares da crise
Recebidos, até para não fugir à regra da Presidência, como operações desastradas, o convite recusado pelo ministro Eliseu Padilha e o convite aceito pelo vice Michel Temer, para a coordenação política do governo, compõem a primeira operação promissora da ininteligível Dilma Rousseff do segundo mandato. O período de Eliseu Padilha como ministro de Fernando Henrique mostrou, além de inteligência do companheiro de Nelson Jobim na advocacia, um político sagaz e hábil. Foi o que agora a sua recusa ao convite confirmou. E mais ainda o seu passo seguinte: a ele é atribuída a sugestão de Michel Temer como o dotado das condições políticas e pessoais para obter de Eduardo Cunha e Renan Calheiros um refreamento dos seus ímpetos atuais, e enfim ouvir e talvez negociar. Temer é calmo, mantém certa distância respeitosa e elegante, conhece o território e detém um posto-chave para as circunstâncias. Não o de vice-presidente da República, que hoje Eduardo e Renan supõem olhar de cima. O de presidente do PMDB, e portanto deles, visto e ouvido no partido com atenção e seriedade. Como coordenador político ligado às duas principais partes a serem coordenadas, Michel Temer será um fator de constrangimento para as atitudes provocativas que têm suas impróprias fontes nas presidências da Câmara e do Senado. Com isso, "a crise" transfere-se, sob o correto nome de "problema", da Presidência da República para o PMDB. Eduardo Cunha e Renan Calheiros perdem a liberdade de afrontar o governo e seus representantes, porque ao fazê-lo estarão afrontando o respeitado presidente do seu partido. O que, com muita probabilidade, levaria o próprio PMDB a uma crise muito prejudicial ao partido que sonha com iniciar nova inserção nas eleições, em linha própria. Eduardo Cunha e Renan Calheiros não precisam mudar as respectivas estratégias, se as têm, mas, se não quiserem a crise em casa, lhes conviria mudar a linguagem e os modos excessivos de suas táticas. O que pode até, quem sabe, beneficiá-los, já que os seus desgastes emitem sinais claros. E para o governo será o bastante a justificar o convite ao vice Michel Temer. NA MESMA A possível fusão de PTB e DEM é casamento de traidores. No DEM (ex-PFL, ex-PDS, ex-Arena) traem sua origem na ditadura e sua posterior fidelidade à vocação elitista. No PTB traem até o próprio nome. E são traições sem vergonha. COAUTORES Um grupo de integrantes da manifestação em defesa da CLT, e contra o aumento da terceirização votada no Congresso, levou porretes improvisados para resistir à polícia. Os policiais de Brasília portavam o mesmo, com a forma apropriada. Mais do que o suficiente se queriam enfrentar-se. Mas Eraldo Peres captou para a agência AP, e "O Globo" publicou, o momento em que um policial, em posição de tiro, aponta uma pistola em direção a manifestantes. Mandar contingentes policiais com armas de fogo para manifestações políticas é, no Brasil, uma responsabilidade que, além de impune mesmo quando leva a assassinatos, nem ao menos é comentada. É como um direito tido sem ser concedido.
colunas
Andares da criseRecebidos, até para não fugir à regra da Presidência, como operações desastradas, o convite recusado pelo ministro Eliseu Padilha e o convite aceito pelo vice Michel Temer, para a coordenação política do governo, compõem a primeira operação promissora da ininteligível Dilma Rousseff do segundo mandato. O período de Eliseu Padilha como ministro de Fernando Henrique mostrou, além de inteligência do companheiro de Nelson Jobim na advocacia, um político sagaz e hábil. Foi o que agora a sua recusa ao convite confirmou. E mais ainda o seu passo seguinte: a ele é atribuída a sugestão de Michel Temer como o dotado das condições políticas e pessoais para obter de Eduardo Cunha e Renan Calheiros um refreamento dos seus ímpetos atuais, e enfim ouvir e talvez negociar. Temer é calmo, mantém certa distância respeitosa e elegante, conhece o território e detém um posto-chave para as circunstâncias. Não o de vice-presidente da República, que hoje Eduardo e Renan supõem olhar de cima. O de presidente do PMDB, e portanto deles, visto e ouvido no partido com atenção e seriedade. Como coordenador político ligado às duas principais partes a serem coordenadas, Michel Temer será um fator de constrangimento para as atitudes provocativas que têm suas impróprias fontes nas presidências da Câmara e do Senado. Com isso, "a crise" transfere-se, sob o correto nome de "problema", da Presidência da República para o PMDB. Eduardo Cunha e Renan Calheiros perdem a liberdade de afrontar o governo e seus representantes, porque ao fazê-lo estarão afrontando o respeitado presidente do seu partido. O que, com muita probabilidade, levaria o próprio PMDB a uma crise muito prejudicial ao partido que sonha com iniciar nova inserção nas eleições, em linha própria. Eduardo Cunha e Renan Calheiros não precisam mudar as respectivas estratégias, se as têm, mas, se não quiserem a crise em casa, lhes conviria mudar a linguagem e os modos excessivos de suas táticas. O que pode até, quem sabe, beneficiá-los, já que os seus desgastes emitem sinais claros. E para o governo será o bastante a justificar o convite ao vice Michel Temer. NA MESMA A possível fusão de PTB e DEM é casamento de traidores. No DEM (ex-PFL, ex-PDS, ex-Arena) traem sua origem na ditadura e sua posterior fidelidade à vocação elitista. No PTB traem até o próprio nome. E são traições sem vergonha. COAUTORES Um grupo de integrantes da manifestação em defesa da CLT, e contra o aumento da terceirização votada no Congresso, levou porretes improvisados para resistir à polícia. Os policiais de Brasília portavam o mesmo, com a forma apropriada. Mais do que o suficiente se queriam enfrentar-se. Mas Eraldo Peres captou para a agência AP, e "O Globo" publicou, o momento em que um policial, em posição de tiro, aponta uma pistola em direção a manifestantes. Mandar contingentes policiais com armas de fogo para manifestações políticas é, no Brasil, uma responsabilidade que, além de impune mesmo quando leva a assassinatos, nem ao menos é comentada. É como um direito tido sem ser concedido.
10
Juíza é agredida em vistoria a presídio por suspeitos de participar de milícia
A juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, titular da Vara de Execuções Penais do Rio, foi agredida, na tarde desta quinta-feira (1º) durante fiscalização no Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. A unidade é destinada a manter detidos os policiais militares suspeitos da prática de crimes. De acordo com policiais, a magistrada foi à unidade apurar denúncias de que os PMs presos estariam obtendo regalias nas celas. Um policial detido, suspeito de integrar uma milícia, não permitiu que Daniela de Souza entrasse em uma das alas e deu um tapa em seu rosto. A magistrada perdeu os óculos e chegou a ficar sem os sapatos. A escolta que estava com ela também foi agredida. O grupo só se desvencilhou da situação após a interferência de outros PMs presos. Daniela de Souza foi para outra área da unidade e acionou o Batalhão de Choque, que foi para o local. Uma equipe da Corregedoria Interna da PM também foi ao local para apurar a situação. O Tribunal de Justiça do Rio divulgou nota em que confirmou a agressão à juíza. O texto afirma que os PMs presos impediram a vistoria e que "chegaram a agredir a magistrada, que teve a blusa rasgada". Ainda de acordo com a nota, a juíza foi obrigada a deixar o local e retornou com a segurança do tribunal e com homens do Bope (Batalhão de Operações Especiais). Neste momento, a juíza tenta com o titular da BEP, o juiz Eduardo Oberg, identificar os autores da agressão contra ela e sua escolta –que era formada no momento da visita por cinco policiais. "O Tribunal de Justiça está apurando todos os detalhes do ocorrido e irá tomar todas as providências cabíveis", completa o texto. Para o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, "não chegou a ser uma rebelião. Foi uma discussão entre a juíza, seus seguranças e milicianos que estavam por ali O Choque foi acionado imediatamente para que pudéssemos evitar maiores consequências". "Esse é um dos motivos pelos quais a gente há tempos pede a retirada do batalhão prisional dali, a elaboração de uma galeria específica para policiais dentro do Complexo de Gericinó. O BEP não é um lugar prisional, era um batalhão de polícia. Vamos ver se conseguimos transferi-los para um presídio que a Seap (Secretaria de Administração Prisional) nos proporcionou em Niterói", acrescentou Beltrame.
cotidiano
Juíza é agredida em vistoria a presídio por suspeitos de participar de milíciaA juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, titular da Vara de Execuções Penais do Rio, foi agredida, na tarde desta quinta-feira (1º) durante fiscalização no Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. A unidade é destinada a manter detidos os policiais militares suspeitos da prática de crimes. De acordo com policiais, a magistrada foi à unidade apurar denúncias de que os PMs presos estariam obtendo regalias nas celas. Um policial detido, suspeito de integrar uma milícia, não permitiu que Daniela de Souza entrasse em uma das alas e deu um tapa em seu rosto. A magistrada perdeu os óculos e chegou a ficar sem os sapatos. A escolta que estava com ela também foi agredida. O grupo só se desvencilhou da situação após a interferência de outros PMs presos. Daniela de Souza foi para outra área da unidade e acionou o Batalhão de Choque, que foi para o local. Uma equipe da Corregedoria Interna da PM também foi ao local para apurar a situação. O Tribunal de Justiça do Rio divulgou nota em que confirmou a agressão à juíza. O texto afirma que os PMs presos impediram a vistoria e que "chegaram a agredir a magistrada, que teve a blusa rasgada". Ainda de acordo com a nota, a juíza foi obrigada a deixar o local e retornou com a segurança do tribunal e com homens do Bope (Batalhão de Operações Especiais). Neste momento, a juíza tenta com o titular da BEP, o juiz Eduardo Oberg, identificar os autores da agressão contra ela e sua escolta –que era formada no momento da visita por cinco policiais. "O Tribunal de Justiça está apurando todos os detalhes do ocorrido e irá tomar todas as providências cabíveis", completa o texto. Para o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, "não chegou a ser uma rebelião. Foi uma discussão entre a juíza, seus seguranças e milicianos que estavam por ali O Choque foi acionado imediatamente para que pudéssemos evitar maiores consequências". "Esse é um dos motivos pelos quais a gente há tempos pede a retirada do batalhão prisional dali, a elaboração de uma galeria específica para policiais dentro do Complexo de Gericinó. O BEP não é um lugar prisional, era um batalhão de polícia. Vamos ver se conseguimos transferi-los para um presídio que a Seap (Secretaria de Administração Prisional) nos proporcionou em Niterói", acrescentou Beltrame.
6
Sem querer, Presidência de Trump alavanca série 'American Gods'
Não foi planejado, mas a chegada de Donald Trump à Presidência dos EUA e suas medidas contra a imigração —como erguer um muro para separar seu país do México— beneficiaram "American Gods", série baseada no livro "Deuses Americanos", de Neil Gaiman, que estreou no Brasil no serviço de streaming Amazon Prime Video na última segunda-feira (1º). A atração acompanha Shadow Moon (interpretado por Ricky Whittle), um homem cuja mulher morre pouco antes de ele deixar a prisão. Sem rumo após a tragédia familiar, conhece Mr. Wednesday (Ian McShane), que o contrata como segurança. Wednesday é a forma humana de Odin, deus da mitologia nórdica, e busca formar um exército de deuses antigos para combater novas divindades como Tecnologia e Mídia, criadas pela modernidade. Por não serem mais cultuados, os deuses antigos perderam seus poderes e se misturaram à população. O espaço foi ocupado por novas figuras, os deuses americanos. "A série é uma grande história sobre imigração e sobre como as pessoas vieram para a América e trouxeram seus deuses e como alguns deles floresceram e outros desapareceram", diz Whittle. "Infelizmente, por causa do que está acontecendo no mundo e de Trump, tópicos como a imigração estão nas manchetes, então é bom para a série, porque a deixa bastante atual. Não vamos tomar nenhum lado. Não estamos respondendo as questões para o público, apenas levantando-as", afirma o ator. Além da imigração, a atração pretende tratar de temas polêmicos como porte de armas, drogas e sexo. Gaiman teve participação no projeto. "Ele estava envolvido no roteiro, na escalação dos atores, na produção e praticamente tudo tinha seu selo de aprovação", diz Whittle. Mas isso não quer dizer que não haja diferenças do livro para a série. Uma delas é um Shadow Moon mais curioso e participativo, diferentemente do livro, que tem monólogos internos. "As pessoas não estão muito a fim de assistir a um homem pensando toda semana", afirma o ator.
ilustrada
Sem querer, Presidência de Trump alavanca série 'American Gods'Não foi planejado, mas a chegada de Donald Trump à Presidência dos EUA e suas medidas contra a imigração —como erguer um muro para separar seu país do México— beneficiaram "American Gods", série baseada no livro "Deuses Americanos", de Neil Gaiman, que estreou no Brasil no serviço de streaming Amazon Prime Video na última segunda-feira (1º). A atração acompanha Shadow Moon (interpretado por Ricky Whittle), um homem cuja mulher morre pouco antes de ele deixar a prisão. Sem rumo após a tragédia familiar, conhece Mr. Wednesday (Ian McShane), que o contrata como segurança. Wednesday é a forma humana de Odin, deus da mitologia nórdica, e busca formar um exército de deuses antigos para combater novas divindades como Tecnologia e Mídia, criadas pela modernidade. Por não serem mais cultuados, os deuses antigos perderam seus poderes e se misturaram à população. O espaço foi ocupado por novas figuras, os deuses americanos. "A série é uma grande história sobre imigração e sobre como as pessoas vieram para a América e trouxeram seus deuses e como alguns deles floresceram e outros desapareceram", diz Whittle. "Infelizmente, por causa do que está acontecendo no mundo e de Trump, tópicos como a imigração estão nas manchetes, então é bom para a série, porque a deixa bastante atual. Não vamos tomar nenhum lado. Não estamos respondendo as questões para o público, apenas levantando-as", afirma o ator. Além da imigração, a atração pretende tratar de temas polêmicos como porte de armas, drogas e sexo. Gaiman teve participação no projeto. "Ele estava envolvido no roteiro, na escalação dos atores, na produção e praticamente tudo tinha seu selo de aprovação", diz Whittle. Mas isso não quer dizer que não haja diferenças do livro para a série. Uma delas é um Shadow Moon mais curioso e participativo, diferentemente do livro, que tem monólogos internos. "As pessoas não estão muito a fim de assistir a um homem pensando toda semana", afirma o ator.
1
Prefeito de Charleston pede fim de bandeira escravagista
Ativistas e autoridades da Carolina do Sul pediram nesta segunda (22) que a bandeira da Confederação sulista, símbolo do período escravagista americano utilizado por movimentos racistas, seja removida das imediações do Parlamento estadual. O pedido ocorre quatro dias após a morte de nove pessoas em um ataque a uma igreja da comunidade negra em Charleston, cidade da Carolina do Sul. O principal suspeito pelo atentado, Dylann Roof, 21, teria dito, segundo a CNN, que queria iniciar uma "guerra racial" no país. "Chegou a hora de a bandeira da batalha da Confederação ser retirada da frente do Parlamento e entrar para a história", disse o democrata Joseph P. Riley, prefeito de Charleston, que caracterizou a flâmula como um "símbolo de ódio". Segundo a rede de TV CNN, o senador republicano da Carolina do Sul Lindsey Graham fará um pedido formal nesta segunda (22) no mesmo sentido. No sábado, centenas de pessoas tomaram as ruas de Charleston e de Columbia, capital do Estado, pedindo a retirada da bandeira das imediações do Parlamento estadual pela governadora republicana Nikki Haley. Há 15 anos, uma manifestação com 46 mil pessoas conseguiu retirar o símbolo de dentro do Parlamento. A bandeira, então, foi levada ao jardim do edifício, em um monumento em homenagem às vítimas da Confederação sulista na Guerra Civil Americana (1861-1865). A flâmula adornava a placa do carro de Roof. No sábado, foram divulgadas fotos do jovem com ela em um site chamado thelastrhodesian [o último rodésio], referência à república africana da Rodésia (antigo Zimbábue), onde existiu um regime segregacionista. DIVISÃO A polêmica em torno da questão divide democratas e republicanos há anos. Em 2007, Hillary Clinton defendeu que a bandeira deveria ser abolida. "Penso nos muitos cidadãos da Carolina do Sul que serviram e que hoje servem ao Exército sob nossa bandeira. Eu acredito que deveríamos ter uma bandeira à qual todos honramos", disse, segundo a Fox News. "Pessoalmente, defendo que a bandeira da Confederação sulista seja retirada do Parlamento estadual." Já os republicanos mantém uma atitude cautelosa e defendem que a permanência ou retirada da bandeira do Parlamento estadual deve partir de uma decisão do Estado, não do governo federal. O único líder republicano de influência nacional a condenar o símbolo sulista foi Mitt Romney, que concorreu à Presidência americana em 2012 contra o presidente Barack Obama. "Retirem a bandeira confederada do Parlamento da Carolina do Sul. Para muitos, ela é um símbolo de ódio racial. Retirem-na em respeito às vítimas de Charleston", escreveu na rede social Twitter.
mundo
Prefeito de Charleston pede fim de bandeira escravagistaAtivistas e autoridades da Carolina do Sul pediram nesta segunda (22) que a bandeira da Confederação sulista, símbolo do período escravagista americano utilizado por movimentos racistas, seja removida das imediações do Parlamento estadual. O pedido ocorre quatro dias após a morte de nove pessoas em um ataque a uma igreja da comunidade negra em Charleston, cidade da Carolina do Sul. O principal suspeito pelo atentado, Dylann Roof, 21, teria dito, segundo a CNN, que queria iniciar uma "guerra racial" no país. "Chegou a hora de a bandeira da batalha da Confederação ser retirada da frente do Parlamento e entrar para a história", disse o democrata Joseph P. Riley, prefeito de Charleston, que caracterizou a flâmula como um "símbolo de ódio". Segundo a rede de TV CNN, o senador republicano da Carolina do Sul Lindsey Graham fará um pedido formal nesta segunda (22) no mesmo sentido. No sábado, centenas de pessoas tomaram as ruas de Charleston e de Columbia, capital do Estado, pedindo a retirada da bandeira das imediações do Parlamento estadual pela governadora republicana Nikki Haley. Há 15 anos, uma manifestação com 46 mil pessoas conseguiu retirar o símbolo de dentro do Parlamento. A bandeira, então, foi levada ao jardim do edifício, em um monumento em homenagem às vítimas da Confederação sulista na Guerra Civil Americana (1861-1865). A flâmula adornava a placa do carro de Roof. No sábado, foram divulgadas fotos do jovem com ela em um site chamado thelastrhodesian [o último rodésio], referência à república africana da Rodésia (antigo Zimbábue), onde existiu um regime segregacionista. DIVISÃO A polêmica em torno da questão divide democratas e republicanos há anos. Em 2007, Hillary Clinton defendeu que a bandeira deveria ser abolida. "Penso nos muitos cidadãos da Carolina do Sul que serviram e que hoje servem ao Exército sob nossa bandeira. Eu acredito que deveríamos ter uma bandeira à qual todos honramos", disse, segundo a Fox News. "Pessoalmente, defendo que a bandeira da Confederação sulista seja retirada do Parlamento estadual." Já os republicanos mantém uma atitude cautelosa e defendem que a permanência ou retirada da bandeira do Parlamento estadual deve partir de uma decisão do Estado, não do governo federal. O único líder republicano de influência nacional a condenar o símbolo sulista foi Mitt Romney, que concorreu à Presidência americana em 2012 contra o presidente Barack Obama. "Retirem a bandeira confederada do Parlamento da Carolina do Sul. Para muitos, ela é um símbolo de ódio racial. Retirem-na em respeito às vítimas de Charleston", escreveu na rede social Twitter.
3
Scanners vão combater tráfico e sonegação fiscal nas estradas do Rio
A gestão do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) anunciou que até meados do próximo ano deve ser lançada uma licitação para a compra de scanners, em forma de portal, para serem instalados nos postos fixos de fiscalização da Operação Barreira Fiscal do Rio de Janeiro. Serão cinco pontos localizados em Nhangapí (rodovia Presidente Dutra, em Itatiaia), Timbó (R J-186, no trevo de Itaperuna), Levy Gasparian (BR-040), Mato Verde (BR-101 Norte) e Angra dos Reis (BR-101 Sul). O objetivo é "aumentar a eficácia da repressão à circulação ilegal de cargas nas estradas fluminenses, inclusive de drogas e de armamento utilizado por criminosos". A previsão é que o projeto seja executado por uma parceria público-privada, com investimento de R$ 600 milhões. De acordo com o Relatório de Armas do Instituto de Segurança Pública do Estado, de janeiro a maio deste ano houve aumento de 51% na apreensão de armas de fogo no Rio, num total de 3.989 armas. Foram 174 fuzis, sendo 72% na capital, 1.533 pistolas e 1.683 revólveres. Os dados de setembro indicam a apreensão de 705 armas no mês, com 273 revólveres, 295 pistolas e 27 fuzis. Os equipamentos também ajudarão no combate à sonegação do Imposto sobre ICMS (Circulação de Mercadorias e Serviços), pois permitirá que a carga seja identificada e conferida com o declarado na nota fiscal. Os dados da Secretaria da Fazenda indicam que, no ano passado, o Estado arrecadou R$ 31,8 bilhões de ICMS. Outro programa de combate à sonegação, anunciado para o primeiro semestre de 2016, é o Milhagem Premiada, com prêmios para o consumidor que pedir o CPF na nota fiscal. De acordo com o governo, os prêmios serão variados, como entradas para o Theatro Municipal, a redução do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores), créditos no Bilhete Único ou ingressos para o Maracanã. SÃO PAULO No mesmo programa, no Estado de São Paulo, o Nota Fiscal Paulista, criado em 2007, os contribuintes que pedem a nota fiscal com CPF nas compras recebem de bônus até 20% do ICMS recolhido pelo estabelecimento, distribuído proporcionalmente ao valor da compra entre os consumidores. O crédito pode ser utilizado para pagamento do IPVA ou resgatado em dinheiro. Em São Paulo, são 17,9 milhões de CPFs cadastrados. Desde a criação do programa, a Secretaria da Fazenda do Estado devolveu aos participantes R$ 11,8 bilhões em créditos. Nos dois primeiros anos do programa, o aumento de arrecadação de ICMS em São Paulo foi de cerca de 22%.
cotidiano
Scanners vão combater tráfico e sonegação fiscal nas estradas do RioA gestão do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) anunciou que até meados do próximo ano deve ser lançada uma licitação para a compra de scanners, em forma de portal, para serem instalados nos postos fixos de fiscalização da Operação Barreira Fiscal do Rio de Janeiro. Serão cinco pontos localizados em Nhangapí (rodovia Presidente Dutra, em Itatiaia), Timbó (R J-186, no trevo de Itaperuna), Levy Gasparian (BR-040), Mato Verde (BR-101 Norte) e Angra dos Reis (BR-101 Sul). O objetivo é "aumentar a eficácia da repressão à circulação ilegal de cargas nas estradas fluminenses, inclusive de drogas e de armamento utilizado por criminosos". A previsão é que o projeto seja executado por uma parceria público-privada, com investimento de R$ 600 milhões. De acordo com o Relatório de Armas do Instituto de Segurança Pública do Estado, de janeiro a maio deste ano houve aumento de 51% na apreensão de armas de fogo no Rio, num total de 3.989 armas. Foram 174 fuzis, sendo 72% na capital, 1.533 pistolas e 1.683 revólveres. Os dados de setembro indicam a apreensão de 705 armas no mês, com 273 revólveres, 295 pistolas e 27 fuzis. Os equipamentos também ajudarão no combate à sonegação do Imposto sobre ICMS (Circulação de Mercadorias e Serviços), pois permitirá que a carga seja identificada e conferida com o declarado na nota fiscal. Os dados da Secretaria da Fazenda indicam que, no ano passado, o Estado arrecadou R$ 31,8 bilhões de ICMS. Outro programa de combate à sonegação, anunciado para o primeiro semestre de 2016, é o Milhagem Premiada, com prêmios para o consumidor que pedir o CPF na nota fiscal. De acordo com o governo, os prêmios serão variados, como entradas para o Theatro Municipal, a redução do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores), créditos no Bilhete Único ou ingressos para o Maracanã. SÃO PAULO No mesmo programa, no Estado de São Paulo, o Nota Fiscal Paulista, criado em 2007, os contribuintes que pedem a nota fiscal com CPF nas compras recebem de bônus até 20% do ICMS recolhido pelo estabelecimento, distribuído proporcionalmente ao valor da compra entre os consumidores. O crédito pode ser utilizado para pagamento do IPVA ou resgatado em dinheiro. Em São Paulo, são 17,9 milhões de CPFs cadastrados. Desde a criação do programa, a Secretaria da Fazenda do Estado devolveu aos participantes R$ 11,8 bilhões em créditos. Nos dois primeiros anos do programa, o aumento de arrecadação de ICMS em São Paulo foi de cerca de 22%.
6
Leitores comentam autorização da prefeitura para grafites na 23 de maio
O prefeito Haddad está de parabéns por autorizar os grafiteiros a decorar os paredões da 23 de Maio –inclusive os "arcos do Jânio" ("Haddad autoriza grafite em parede de patrimônio histórico"). Não só a avenida ficou bonita, mas, com isso, ele prestigia e incentiva a mais criativa cultura popular urbana do Brasil atual, o grafite. JÚLIO MEDAGLIA, maestro (São Paulo, SP) * Quando você pensa que a destruição de São Paulo chegou ao fundo do poço, o prefeito mostra que ainda pode afundar mais. Grafitar os tijolos do muro de arrimo descobertos com a demolição de casas que existiam na rua Assembleia para viabilizar a alça de acesso à 23 de Maio é o fim. RONALDO JOSÉ NEVES DE CARVALHO (São Paulo, SP) * É com grande pesar que vejo a memória de São Paulo ser destruída desta maneira, com a conivência do conselho municipal de Preservação, Compresp, criado para preservar a história da nossa cidade. Os arcos do viaduto da rua Jandaia nos faziam voltar no tempo ao passar por lá. Muitos prefeitos administraram São Paulo, muitos oriundos de outros Estados, mas demonstraram respeito. Que pena! LILIAN SILVA OLIVEIRA (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
paineldoleitor
Leitores comentam autorização da prefeitura para grafites na 23 de maioO prefeito Haddad está de parabéns por autorizar os grafiteiros a decorar os paredões da 23 de Maio –inclusive os "arcos do Jânio" ("Haddad autoriza grafite em parede de patrimônio histórico"). Não só a avenida ficou bonita, mas, com isso, ele prestigia e incentiva a mais criativa cultura popular urbana do Brasil atual, o grafite. JÚLIO MEDAGLIA, maestro (São Paulo, SP) * Quando você pensa que a destruição de São Paulo chegou ao fundo do poço, o prefeito mostra que ainda pode afundar mais. Grafitar os tijolos do muro de arrimo descobertos com a demolição de casas que existiam na rua Assembleia para viabilizar a alça de acesso à 23 de Maio é o fim. RONALDO JOSÉ NEVES DE CARVALHO (São Paulo, SP) * É com grande pesar que vejo a memória de São Paulo ser destruída desta maneira, com a conivência do conselho municipal de Preservação, Compresp, criado para preservar a história da nossa cidade. Os arcos do viaduto da rua Jandaia nos faziam voltar no tempo ao passar por lá. Muitos prefeitos administraram São Paulo, muitos oriundos de outros Estados, mas demonstraram respeito. Que pena! LILIAN SILVA OLIVEIRA (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
16
Henrique Meirelles deveria ser mais didático, diz leitor
Henrique Meirelles escreve: "A estratégia do FED foi enfrentar a grave crise de demanda induzida por um colapso do crédito causado pelo estouro da bolha financeira". Caro professor, por favor, tente escrever isso de maneira que um brasileiro médio possa entender. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
paineldoleitor
Henrique Meirelles deveria ser mais didático, diz leitorHenrique Meirelles escreve: "A estratégia do FED foi enfrentar a grave crise de demanda induzida por um colapso do crédito causado pelo estouro da bolha financeira". Caro professor, por favor, tente escrever isso de maneira que um brasileiro médio possa entender. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
16
Justiça barra lei que restringe direitos da comunidade LGBT no Mississippi
Um dia antes que ela entrasse em vigor, um juiz federal barrou uma lei do Estado americano do Mississippi que restringe direitos da população gay, lésbica, bissexual e transgênero. Na prática, a lei desobriga funcionários públicos de selar casamentos homossexuais, permite que empresas demitam gays e instituições religiosas (como escolas e igrejas) neguem o atendimento a essa comunidade. De acordo com a decisão judicial, a lei é inconstitucional ao dar preferência a determinadas crenças e criar um tratamento desigual para os gays. O juiz Carlton Reeves também declarou em sua decisão que o título, o texto e a história da lei mostra que ela é "uma tentativa do Estado de colocar cidadãos LGBT de volta em seu lugar". A lei "não honra aquela tradição de liberdade religiosa nem respeita a dignidade igual de todos os cidadão do Mississippi", afirma Reeves no texto. O governador do Mississippi, o republicano Phil Bryant, havia promulgado a lei em abril. O governo do Estado afirma que a legislação protege empresas e indivíduos que buscam aplicar suas visões religiosas. A determinação veio uma semana depois que líderes religiosos, incluindo um vigário episcopal e um rabino judeu, testemunharam na Corte Distrital do Mississippi que a lei não refletia seus pontos de vista religiosos. Reeves também ouviu de quatro membros da comunidade gay sobre o potencial danoso da legislação . "Estou agradecida que a corte tenha bloqueado esta lei divisiva. Como membro da comunidade LGBT e ministra do evangelho, estou feliz que a justiça tenha prevalecido", afirmou a reverenda Susan Hrostowski, uma sacerdotisa episcopal que é parte queixosa no caso. PRESSÃO O Mississippi está entre os Estados americanos que protagonizam batalhas judiciais sobre igualdade, privacidade e liberdade religiosa após a Suprema Corte dos Estados Unidos ter legalizado o casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2015. Empresas como Google, Disney e Microsoft também fazem pressão sobre governos de Estados americanos que vêm criando leis para limitar os direitos de membros da comunidade LGBT. A pressão funcionou na Geórgia, onde em março o governador desistiu de chancelar legislação afim. Primeira a debandar do Mississippi, a PayPal havia anunciado em março que traria nova filial e 400 empregos para lá. Cancelou o plano.
mundo
Justiça barra lei que restringe direitos da comunidade LGBT no MississippiUm dia antes que ela entrasse em vigor, um juiz federal barrou uma lei do Estado americano do Mississippi que restringe direitos da população gay, lésbica, bissexual e transgênero. Na prática, a lei desobriga funcionários públicos de selar casamentos homossexuais, permite que empresas demitam gays e instituições religiosas (como escolas e igrejas) neguem o atendimento a essa comunidade. De acordo com a decisão judicial, a lei é inconstitucional ao dar preferência a determinadas crenças e criar um tratamento desigual para os gays. O juiz Carlton Reeves também declarou em sua decisão que o título, o texto e a história da lei mostra que ela é "uma tentativa do Estado de colocar cidadãos LGBT de volta em seu lugar". A lei "não honra aquela tradição de liberdade religiosa nem respeita a dignidade igual de todos os cidadão do Mississippi", afirma Reeves no texto. O governador do Mississippi, o republicano Phil Bryant, havia promulgado a lei em abril. O governo do Estado afirma que a legislação protege empresas e indivíduos que buscam aplicar suas visões religiosas. A determinação veio uma semana depois que líderes religiosos, incluindo um vigário episcopal e um rabino judeu, testemunharam na Corte Distrital do Mississippi que a lei não refletia seus pontos de vista religiosos. Reeves também ouviu de quatro membros da comunidade gay sobre o potencial danoso da legislação . "Estou agradecida que a corte tenha bloqueado esta lei divisiva. Como membro da comunidade LGBT e ministra do evangelho, estou feliz que a justiça tenha prevalecido", afirmou a reverenda Susan Hrostowski, uma sacerdotisa episcopal que é parte queixosa no caso. PRESSÃO O Mississippi está entre os Estados americanos que protagonizam batalhas judiciais sobre igualdade, privacidade e liberdade religiosa após a Suprema Corte dos Estados Unidos ter legalizado o casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2015. Empresas como Google, Disney e Microsoft também fazem pressão sobre governos de Estados americanos que vêm criando leis para limitar os direitos de membros da comunidade LGBT. A pressão funcionou na Geórgia, onde em março o governador desistiu de chancelar legislação afim. Primeira a debandar do Mississippi, a PayPal havia anunciado em março que traria nova filial e 400 empregos para lá. Cancelou o plano.
3
Tarja preta
Basta uma rápida busca na internet, e os vídeos pipocam. Tem o do cão que pula como que caçando a própria sombra, o do gato que passa o dia a dedilhar a persiana... Seriam cômicos, não fossem trágicos. Muitos dos mais engraçados vídeos envolvendo animais escondem, de fato, problemas bem conhecidos do homem: doenças mentais. O assunto é tema de uma palestra no TED da bióloga Laurel Braitman. Ela conta que se encantou pelo tema atrás de respostas para melhorar a qualidade de vida do próprio cão, Oliver. "Nós o adotamos e, aos seis meses, descobrimos que ele sofria de uma angústia de separação e não podíamos deixá-lo sozinho. Uma vez, pulou do terceiro andar de nosso apartamento. Ele caçava moscas que não existiam, tinha alucinações. Foi diagnosticado com desordem canina compulsiva", diz Braitman. Medo e ansiedade estão na raiz da maior parte dos distúrbios mentais que afetam os animais, a exemplo do que acontece com humanos. Originalmente úteis como mecanismo de proteção, eles se tornam doentios quando acionados desnecessariamente. A pesquisadora se dedicou ao assunto por quase uma década e reuniu suas conclusões no livro "Animal Madness" (Loucura Animal). Um bom exemplo é o da gata Ping, que pertencia a um homem idoso que morreu subitamente enquanto limpava a casa. O corpo foi achado uma semana depois. Durante todo esse período o aspirador de pó ficara ligado. Resultado: Ping passou a apresentar manifestações clínicas compatíveis com o estresse pós-traumático. Mas a nova família resolveu tratá-la e, três anos depois, Ping não apresenta nenhuma alteração de comportamento. A receita? Atenção e paciência. Segundo a pesquisadora, muito antes dos antidepressivos (que ela admite serem necessários em vários casos), o animal doente deve passar por alterações na rotina, com o objetivo de melhorar sua qualidade de vida. É uma lição e tanto para nossa sociedade cada vez mais tarja preta.
colunas
Tarja pretaBasta uma rápida busca na internet, e os vídeos pipocam. Tem o do cão que pula como que caçando a própria sombra, o do gato que passa o dia a dedilhar a persiana... Seriam cômicos, não fossem trágicos. Muitos dos mais engraçados vídeos envolvendo animais escondem, de fato, problemas bem conhecidos do homem: doenças mentais. O assunto é tema de uma palestra no TED da bióloga Laurel Braitman. Ela conta que se encantou pelo tema atrás de respostas para melhorar a qualidade de vida do próprio cão, Oliver. "Nós o adotamos e, aos seis meses, descobrimos que ele sofria de uma angústia de separação e não podíamos deixá-lo sozinho. Uma vez, pulou do terceiro andar de nosso apartamento. Ele caçava moscas que não existiam, tinha alucinações. Foi diagnosticado com desordem canina compulsiva", diz Braitman. Medo e ansiedade estão na raiz da maior parte dos distúrbios mentais que afetam os animais, a exemplo do que acontece com humanos. Originalmente úteis como mecanismo de proteção, eles se tornam doentios quando acionados desnecessariamente. A pesquisadora se dedicou ao assunto por quase uma década e reuniu suas conclusões no livro "Animal Madness" (Loucura Animal). Um bom exemplo é o da gata Ping, que pertencia a um homem idoso que morreu subitamente enquanto limpava a casa. O corpo foi achado uma semana depois. Durante todo esse período o aspirador de pó ficara ligado. Resultado: Ping passou a apresentar manifestações clínicas compatíveis com o estresse pós-traumático. Mas a nova família resolveu tratá-la e, três anos depois, Ping não apresenta nenhuma alteração de comportamento. A receita? Atenção e paciência. Segundo a pesquisadora, muito antes dos antidepressivos (que ela admite serem necessários em vários casos), o animal doente deve passar por alterações na rotina, com o objetivo de melhorar sua qualidade de vida. É uma lição e tanto para nossa sociedade cada vez mais tarja preta.
10