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Dez anos depois, 'ruínas' da Lei Cidade Limpa incluem até carcaça de outdoor
A faculdade foi vendida, o número de telefone não existe mais e, do outdoor, restou apenas a carcaça. Dez anos após a criação da Lei Cidade Limpa, resquícios de antigas propagandas ainda aparecem na cidade de São Paulo. Em prédios onde a tinta descascou, ou mesmo que nunca foram pintados, as laterais expõem empresas e serviços que deixaram de existir, em alguns casos, há quase dez anos. Juntas, elas formam uma espécie de museu da era em que a propaganda de rua era liberada. "Anuncie aqui", pede a inscrição, em letras maiúsculas, na lateral de um prédio na rua da Mooca, na zona leste, e de outro na praça Carlos Gomes, no bairro da Liberdade, região central da cidade. Abaixo do apelo, visível a aproximadamente 500 metros de distância dali, o site inoperante da agência G&G Comunicação Visual e um número de telefone que também não existe mais. "Ali tinha a propaganda de uma seguradora", conta o porteiro do edifício da Liberdade. "Outro dia até peguei o número da parede e liguei, porque o pessoal da agência de comunicação deixou uns materiais aqui, mas não adiantou", afirma. O número não existe mais porque a empresa foi "fechada pela lei Cidade Limpa", diz seu proprietário, Gerson Luiz Azevedo. No auge, a agência tinha 40 painéis na cidade, segundo ele. As laterais de prédios com os contatos da empresa e o "anuncie aqui" permanecem, diz, porque não era sua obrigação contratual repintar a fachada, mas apenas retirar a publicidade. O que restou é uma assinatura da agência, não propaganda, sustenta. "É uma experiência frustrante e traumática passar por um prédio que já teve um painel", afirma Azevedo. Um condomínio no centro ganhava para ceder o espaço à propaganda cerca de R$ 5.000 por mês em valores atuais, diz. "Hoje, há muitos edifícios na região central degradados, sem dinheiro nem para pintura." CONTRASTE Não é, porém, a realidade de todos os imóveis na região central. Nos últimos dois anos, principalmente, mais de uma dezena de prédios da área passou a ter grafites e jardins verticais nas laterais. Quem passa pelo viaduto Júlio de Mesquita Filho vê exemplares dos dois tempos na região da praça Roosevelt. À direita, no sentido leste, a lateral de um dos prédios tem uma obra que retrata uma criança e livros. À esquerda, outro edifício ostenta uma ruína pré-Cidade Limpa: um anúncio da Unibero que voltou a aparecer na parede descascada. A instituição, um centro universitário, foi extinta em 2010, após ser adquirida pela Anhanguera. A síndica, que não quis ter o nome publicado, disse que iria submeter à assembleia de condôminos a decisão de repintar a fachada. Perto dali, no mesmo viaduto Júlio de Mesquita Filho, outra peça de museu: a carcaça metálica de um outdoor com dois painéis. A estrutura fica em um terreno na rua professor Laerte Ramos de Carvalho, na Bela Vista, onde atualmente há um centro de reciclagem. De acordo com uma funcionária, o antigo outdoor fica no limite do terreno vizinho, e seu dono prometeu recentemente retirar a peça, que seria alvo de uma disputa na Justiça. A reportagem não conseguiu localizá-lo. Secretário-adjunto da Coordenação municipal das Subprefeituras, José Rubens Domingues Filho afirmou na sexta-feira (30) à reportagem que todos os locais mencionados seriam inspecionados até o final de semana. Idealizadora da Lei Cidade Limpa, há dez anos, a arquiteta e urbanista Regina Monteiro diz que a responsabilidade por retirar a publicidade irregular é tanto do condomínio como do anunciante. "A subprefeitura tem que multar", afirma. MULTAS Após um pico em 2011, o número de multas por infrações à Lei Cidade Limpa caiu na capital paulista. Naquele ano, foram 4.591 autuações. Em 2012, o total caiu para 2.555. De 2013 em diante, a queda se acentuou, e a média anual ficou em cerca de 400 por ano. Os motivos não são consenso. "Há um total descaso na fiscalização", diz a arquiteta e urbanista Regina Monteiro, que idealizou a lei durante a gestão do então prefeito Gilberto Kassab (PSD). "Estamos no limiar de perder a cultura de respeito à lei que havia sido adquirida." "Após aquele pico em 2011 e 2012, o número se estabilizou porque o comércio absorveu o espírito da lei", diz José Rubens Domingues Filho. Secretário-adjunto da Coordenação das Subprefeituras da gestão Fernando Haddad (PT), ele coordenou a fiscalização da lei na administração Kassab. Segundo ele, a prefeitura apreendeu mais de 1 milhão de itens de propaganda irregular neste ano, incluindo banners, faixas e cavaletes. JEITINHO Além das propagandas irregulares, a capital paulista tem ainda estabelecimentos que adotaram formas de driblar as proibições da lei. Lojas em avenidas como a Paulista e a Rebouças, ou até as que ficam nas esquina dos Jardins, na zona oeste, passaram a anunciar seus produtos em telões na parte interna. Ainda que visíveis do lado de fora, os anúncios não são ilegais por estarem a mais de um metro da vitrine. Outra forma de desvio aos princípios da lei, para Regina Monteiro, é o uso de grandes painéis metálicos, chamados alucobond, que fazem alusão ao design da marca. Embora a placa com o nome da empresa esteja dentro das especificações da Cidade Limpa, não deixa de ser uma forma de propaganda, diz.
cotidiano
Dez anos depois, 'ruínas' da Lei Cidade Limpa incluem até carcaça de outdoorA faculdade foi vendida, o número de telefone não existe mais e, do outdoor, restou apenas a carcaça. Dez anos após a criação da Lei Cidade Limpa, resquícios de antigas propagandas ainda aparecem na cidade de São Paulo. Em prédios onde a tinta descascou, ou mesmo que nunca foram pintados, as laterais expõem empresas e serviços que deixaram de existir, em alguns casos, há quase dez anos. Juntas, elas formam uma espécie de museu da era em que a propaganda de rua era liberada. "Anuncie aqui", pede a inscrição, em letras maiúsculas, na lateral de um prédio na rua da Mooca, na zona leste, e de outro na praça Carlos Gomes, no bairro da Liberdade, região central da cidade. Abaixo do apelo, visível a aproximadamente 500 metros de distância dali, o site inoperante da agência G&G Comunicação Visual e um número de telefone que também não existe mais. "Ali tinha a propaganda de uma seguradora", conta o porteiro do edifício da Liberdade. "Outro dia até peguei o número da parede e liguei, porque o pessoal da agência de comunicação deixou uns materiais aqui, mas não adiantou", afirma. O número não existe mais porque a empresa foi "fechada pela lei Cidade Limpa", diz seu proprietário, Gerson Luiz Azevedo. No auge, a agência tinha 40 painéis na cidade, segundo ele. As laterais de prédios com os contatos da empresa e o "anuncie aqui" permanecem, diz, porque não era sua obrigação contratual repintar a fachada, mas apenas retirar a publicidade. O que restou é uma assinatura da agência, não propaganda, sustenta. "É uma experiência frustrante e traumática passar por um prédio que já teve um painel", afirma Azevedo. Um condomínio no centro ganhava para ceder o espaço à propaganda cerca de R$ 5.000 por mês em valores atuais, diz. "Hoje, há muitos edifícios na região central degradados, sem dinheiro nem para pintura." CONTRASTE Não é, porém, a realidade de todos os imóveis na região central. Nos últimos dois anos, principalmente, mais de uma dezena de prédios da área passou a ter grafites e jardins verticais nas laterais. Quem passa pelo viaduto Júlio de Mesquita Filho vê exemplares dos dois tempos na região da praça Roosevelt. À direita, no sentido leste, a lateral de um dos prédios tem uma obra que retrata uma criança e livros. À esquerda, outro edifício ostenta uma ruína pré-Cidade Limpa: um anúncio da Unibero que voltou a aparecer na parede descascada. A instituição, um centro universitário, foi extinta em 2010, após ser adquirida pela Anhanguera. A síndica, que não quis ter o nome publicado, disse que iria submeter à assembleia de condôminos a decisão de repintar a fachada. Perto dali, no mesmo viaduto Júlio de Mesquita Filho, outra peça de museu: a carcaça metálica de um outdoor com dois painéis. A estrutura fica em um terreno na rua professor Laerte Ramos de Carvalho, na Bela Vista, onde atualmente há um centro de reciclagem. De acordo com uma funcionária, o antigo outdoor fica no limite do terreno vizinho, e seu dono prometeu recentemente retirar a peça, que seria alvo de uma disputa na Justiça. A reportagem não conseguiu localizá-lo. Secretário-adjunto da Coordenação municipal das Subprefeituras, José Rubens Domingues Filho afirmou na sexta-feira (30) à reportagem que todos os locais mencionados seriam inspecionados até o final de semana. Idealizadora da Lei Cidade Limpa, há dez anos, a arquiteta e urbanista Regina Monteiro diz que a responsabilidade por retirar a publicidade irregular é tanto do condomínio como do anunciante. "A subprefeitura tem que multar", afirma. MULTAS Após um pico em 2011, o número de multas por infrações à Lei Cidade Limpa caiu na capital paulista. Naquele ano, foram 4.591 autuações. Em 2012, o total caiu para 2.555. De 2013 em diante, a queda se acentuou, e a média anual ficou em cerca de 400 por ano. Os motivos não são consenso. "Há um total descaso na fiscalização", diz a arquiteta e urbanista Regina Monteiro, que idealizou a lei durante a gestão do então prefeito Gilberto Kassab (PSD). "Estamos no limiar de perder a cultura de respeito à lei que havia sido adquirida." "Após aquele pico em 2011 e 2012, o número se estabilizou porque o comércio absorveu o espírito da lei", diz José Rubens Domingues Filho. Secretário-adjunto da Coordenação das Subprefeituras da gestão Fernando Haddad (PT), ele coordenou a fiscalização da lei na administração Kassab. Segundo ele, a prefeitura apreendeu mais de 1 milhão de itens de propaganda irregular neste ano, incluindo banners, faixas e cavaletes. JEITINHO Além das propagandas irregulares, a capital paulista tem ainda estabelecimentos que adotaram formas de driblar as proibições da lei. Lojas em avenidas como a Paulista e a Rebouças, ou até as que ficam nas esquina dos Jardins, na zona oeste, passaram a anunciar seus produtos em telões na parte interna. Ainda que visíveis do lado de fora, os anúncios não são ilegais por estarem a mais de um metro da vitrine. Outra forma de desvio aos princípios da lei, para Regina Monteiro, é o uso de grandes painéis metálicos, chamados alucobond, que fazem alusão ao design da marca. Embora a placa com o nome da empresa esteja dentro das especificações da Cidade Limpa, não deixa de ser uma forma de propaganda, diz.
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Caçula de Pelé tenta jogar no Santos, evita camisa 10 e apelido 'príncipe'
Imortalizada por Pelé e referência no Brasil quando o assunto é o craque do time, a camisa 10 não é a preferida de Joshua Seixas Arantes do Nascimento. Aos 18 anos, o filho caçula do Rei conta em entrevista exclusiva à Folha que sonha se tornar jogador, mas que prefere vestir a 9. O garoto treina na equipe sub-20 do Santos. É atacante e, apesar de não ser titular, já lida com a expectativa de muitos que querem saber se será um jogador como foi Pelé, 74. Joshua não fica constrangido em dizer que não. O desapego à camisa 10 é também uma forma de evitar comparações. A preferência pela 9 se deve à sua posição e aos ídolos que viu jogar, como o brasileiro Ronaldo. Mas afirma que está satisfeito com a camisa 18 que usa. Admite que está aprendendo a lidar com a pressão do sobrenome Arantes do Nascimento e de ter outros dois ex-jogadores do Santos na família: o tio Zoca, irmão de Pelé e ex-ponta-direita, e o irmão Edinho, ex-goleiro. "Ainda não tenho ideia de como será. Edinho diz que não é para qualquer um", diz, na Vila Belmiro, em Santos. Joshua é irmão gêmeo de Celeste, ambos filhos do casamento de Pelé com Assíria, relação que durou 14 anos (1994-2008). O garoto deu o pontapé inicial para virar jogador no São Paulo, aos 10 anos. Treinava no clube social, no Morumbi, e jogava só campeonatos internos. Após um ano, mudou-se para Orlando, nos EUA, com a mãe. Levou junto o sonho. Arrumou espaço no Florida Rush, onde treinou e jogou por três anos. Aos 15, voltou ao Brasil e, com ajuda do pai, conseguiu espaço no Santos. Ingressou na base em 2013. Desde o ano passado está no sub-20, treinado por Pepinho Macia, o filho de Pepe, companheiro de Pelé nos anos 60. Até hoje fez três jogos, dois pelo sub-17 e um pelo sub-20. Não é centroavante. Joga fora da área. Chuta bem com a direita e é forte no cabeceio. Os colegas gostam dele e ser divertem, brincando com o filho do Rei. "Às vezes, eles me chamam de Arantes, eu acho engraçado. Já rolou um 'Príncipe', mas não gosto". Não jogou a Copa São Paulo deste ano devido a uma lesão na coxa direita. Agora, se prepara para o Paulista sub-20, que começa em maio. "Não estou no nível dos titulares, mas cresci muito." FÉ E TATUAGENS A estatura, o corte de cabelo e o tom de voz fazem Joshua lembrar Pelé, mas há uma diferença: duas tatuagens. Evangélico como a mãe, o garoto fez as tatuagens há seis meses inspirado pela fé. No braço direito, pode-se ler "Filipenses 4:13" –referência ao versículo da Bíblia que diz: "Tudo posso naquele que me fortalece". Nas costas, são duas mãos juntas, uma cruz e uma coroa. "É para lembrar de sempre agradecer e orar a Deus", diz o jovem, que lê a Bíblia sempre. Pelé não gostou. "Ele queria saber porque eu fiz, mas depois me aconselhou a não fazer mais". PAI À DISTÂNCIA Não é fácil ter Pelé como pai. Em geral, os dois só se veem nos fins de semana, quando o pai está no Brasil e na casa que tem no Guarujá. Joshua mora com a tia Maria Lúcia, irmã do Rei, em Santos. A mãe continua nos EUA, com a irmã Celeste. A falta de contato fez com que Joshua descobrisse pela TV a última internação de Pelé –no ano passado, o ex-jogador ficou na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital Albert Einstein, em São Paulo, em estado grave. Joshua sofreu à distância e só sentiu alivio quando o pai teve alta. Apesar disso, o garoto diz que a relação é ótima. "Mesmo não estando presente ele se faz presente". Os dois conversam diariamente por telefone. Pelé se interessa pelos treinos do filho e lhe dá conselhos. Também incentiva outras ambições do caçula. Joshua quer estudar fisiologia ou administração. Mas o que tem falado mais alto é a ideia que cultiva desde os sete anos. "Todo sonho de moleque é estar na seleção. Ainda não sou um jogador. Penso em um passo de cada vez". 'QUEM SOFRE É O PAI' Pelé está orgulhoso por ver o filho caçula tentar a carreira como jogador, mas já prevê sofrimento. "Joshua é muito corajoso. Edinho sofreu uma pressão muito grande ao decidir ser goleiro do Santos. Por ser atacante e filho do Pelé, Joshua vai ter cobrança e pressão muito maiores. Quem sofre com isso é o pai. Espero que ele tenha a sorte que eu tive", disse Pelé, especialmente para à Folha. Fotografia: RODRIGO MACHADO | Edição: BRUNO SCATENA
esporte
Caçula de Pelé tenta jogar no Santos, evita camisa 10 e apelido 'príncipe'Imortalizada por Pelé e referência no Brasil quando o assunto é o craque do time, a camisa 10 não é a preferida de Joshua Seixas Arantes do Nascimento. Aos 18 anos, o filho caçula do Rei conta em entrevista exclusiva à Folha que sonha se tornar jogador, mas que prefere vestir a 9. O garoto treina na equipe sub-20 do Santos. É atacante e, apesar de não ser titular, já lida com a expectativa de muitos que querem saber se será um jogador como foi Pelé, 74. Joshua não fica constrangido em dizer que não. O desapego à camisa 10 é também uma forma de evitar comparações. A preferência pela 9 se deve à sua posição e aos ídolos que viu jogar, como o brasileiro Ronaldo. Mas afirma que está satisfeito com a camisa 18 que usa. Admite que está aprendendo a lidar com a pressão do sobrenome Arantes do Nascimento e de ter outros dois ex-jogadores do Santos na família: o tio Zoca, irmão de Pelé e ex-ponta-direita, e o irmão Edinho, ex-goleiro. "Ainda não tenho ideia de como será. Edinho diz que não é para qualquer um", diz, na Vila Belmiro, em Santos. Joshua é irmão gêmeo de Celeste, ambos filhos do casamento de Pelé com Assíria, relação que durou 14 anos (1994-2008). O garoto deu o pontapé inicial para virar jogador no São Paulo, aos 10 anos. Treinava no clube social, no Morumbi, e jogava só campeonatos internos. Após um ano, mudou-se para Orlando, nos EUA, com a mãe. Levou junto o sonho. Arrumou espaço no Florida Rush, onde treinou e jogou por três anos. Aos 15, voltou ao Brasil e, com ajuda do pai, conseguiu espaço no Santos. Ingressou na base em 2013. Desde o ano passado está no sub-20, treinado por Pepinho Macia, o filho de Pepe, companheiro de Pelé nos anos 60. Até hoje fez três jogos, dois pelo sub-17 e um pelo sub-20. Não é centroavante. Joga fora da área. Chuta bem com a direita e é forte no cabeceio. Os colegas gostam dele e ser divertem, brincando com o filho do Rei. "Às vezes, eles me chamam de Arantes, eu acho engraçado. Já rolou um 'Príncipe', mas não gosto". Não jogou a Copa São Paulo deste ano devido a uma lesão na coxa direita. Agora, se prepara para o Paulista sub-20, que começa em maio. "Não estou no nível dos titulares, mas cresci muito." FÉ E TATUAGENS A estatura, o corte de cabelo e o tom de voz fazem Joshua lembrar Pelé, mas há uma diferença: duas tatuagens. Evangélico como a mãe, o garoto fez as tatuagens há seis meses inspirado pela fé. No braço direito, pode-se ler "Filipenses 4:13" –referência ao versículo da Bíblia que diz: "Tudo posso naquele que me fortalece". Nas costas, são duas mãos juntas, uma cruz e uma coroa. "É para lembrar de sempre agradecer e orar a Deus", diz o jovem, que lê a Bíblia sempre. Pelé não gostou. "Ele queria saber porque eu fiz, mas depois me aconselhou a não fazer mais". PAI À DISTÂNCIA Não é fácil ter Pelé como pai. Em geral, os dois só se veem nos fins de semana, quando o pai está no Brasil e na casa que tem no Guarujá. Joshua mora com a tia Maria Lúcia, irmã do Rei, em Santos. A mãe continua nos EUA, com a irmã Celeste. A falta de contato fez com que Joshua descobrisse pela TV a última internação de Pelé –no ano passado, o ex-jogador ficou na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital Albert Einstein, em São Paulo, em estado grave. Joshua sofreu à distância e só sentiu alivio quando o pai teve alta. Apesar disso, o garoto diz que a relação é ótima. "Mesmo não estando presente ele se faz presente". Os dois conversam diariamente por telefone. Pelé se interessa pelos treinos do filho e lhe dá conselhos. Também incentiva outras ambições do caçula. Joshua quer estudar fisiologia ou administração. Mas o que tem falado mais alto é a ideia que cultiva desde os sete anos. "Todo sonho de moleque é estar na seleção. Ainda não sou um jogador. Penso em um passo de cada vez". 'QUEM SOFRE É O PAI' Pelé está orgulhoso por ver o filho caçula tentar a carreira como jogador, mas já prevê sofrimento. "Joshua é muito corajoso. Edinho sofreu uma pressão muito grande ao decidir ser goleiro do Santos. Por ser atacante e filho do Pelé, Joshua vai ter cobrança e pressão muito maiores. Quem sofre com isso é o pai. Espero que ele tenha a sorte que eu tive", disse Pelé, especialmente para à Folha. Fotografia: RODRIGO MACHADO | Edição: BRUNO SCATENA
4
Futuro monumento
RIO DE JANEIRO - Há dias, Ancelmo Gois, no "Globo", propôs que o Posto da Torre —o posto de gasolina de Brasília que, há três anos, deu origem e nome à Operação Lava Jato— fosse tombado pelo patrimônio histórico. A ideia seria transformá-lo em monumento nacional, em memória da luta para limpar o país dos executivos da Petrobras, empreiteiros, lavadores de dinheiro, governantes e políticos que, só neste século, roubaram pelo menos R$ 20 bilhões e levaram o país a uma crise como nunca antes. Não sei se a proposta de Ancelmo terá futuro, mas sou a favor dela. Se o posto se tornar monumento, fará jus a verbas para funcionamento e manutenção. Para isso, terá de deixar de vender gasolina, calibrar pneus ou servir hambúrgueres, mas estas nunca foram suas atividades preferenciais —a própria lavagem de carros, apesar do nome, jamais foi praticada ali. Em compensação, guias conduzirão os visitantes às salas onde se urdiram os primeiros golpes contra a economia e as instituições. Como ponto subitamente promovido a atração turística, o posto não poderia ter melhor localização. Fica no começo da Asa Sul, perto de um setor hoteleiro e a apenas três quilômetros do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF –redutos de vários protagonistas e coadjuvantes do esquema. Um dia, no futuro, os guias contarão aos incrédulos visitantes que, apesar de ter sido criada para fins até patrióticos –desmascarar as propinas distribuídas aos políticos para que estes fizessem passar emendas que permitiam a certas empresas economizar ou lucrar bilhões, sangrando as necessidades da nação–, a Lava Jato foi combatida pelo presidente e seus ministros, cinco ex-presidentes, os partidos em peso, quase todo o Congresso Nacional e até por alguns togados. A seu favor, só as pessoas de bem.
colunas
Futuro monumentoRIO DE JANEIRO - Há dias, Ancelmo Gois, no "Globo", propôs que o Posto da Torre —o posto de gasolina de Brasília que, há três anos, deu origem e nome à Operação Lava Jato— fosse tombado pelo patrimônio histórico. A ideia seria transformá-lo em monumento nacional, em memória da luta para limpar o país dos executivos da Petrobras, empreiteiros, lavadores de dinheiro, governantes e políticos que, só neste século, roubaram pelo menos R$ 20 bilhões e levaram o país a uma crise como nunca antes. Não sei se a proposta de Ancelmo terá futuro, mas sou a favor dela. Se o posto se tornar monumento, fará jus a verbas para funcionamento e manutenção. Para isso, terá de deixar de vender gasolina, calibrar pneus ou servir hambúrgueres, mas estas nunca foram suas atividades preferenciais —a própria lavagem de carros, apesar do nome, jamais foi praticada ali. Em compensação, guias conduzirão os visitantes às salas onde se urdiram os primeiros golpes contra a economia e as instituições. Como ponto subitamente promovido a atração turística, o posto não poderia ter melhor localização. Fica no começo da Asa Sul, perto de um setor hoteleiro e a apenas três quilômetros do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF –redutos de vários protagonistas e coadjuvantes do esquema. Um dia, no futuro, os guias contarão aos incrédulos visitantes que, apesar de ter sido criada para fins até patrióticos –desmascarar as propinas distribuídas aos políticos para que estes fizessem passar emendas que permitiam a certas empresas economizar ou lucrar bilhões, sangrando as necessidades da nação–, a Lava Jato foi combatida pelo presidente e seus ministros, cinco ex-presidentes, os partidos em peso, quase todo o Congresso Nacional e até por alguns togados. A seu favor, só as pessoas de bem.
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O futuro em sigilo
A relevância do tema corrupção, ainda mais acrescido de uma dimensão de guerra partidária, tem poder incomum de concentrar atenções. Mas não de justificar o quase segredo em que avançam no Congresso as discussões e negociações de importância fundamental para a vida dos brasileiros, a partir já de futuro próximo. São medidas com influência na vida de cada um, sejam quais forem religião, cor, etnia, profissão, ideologia e nível de instrução. Mas, pode-se dizer sem maior exagero, ninguém sabe que tais medidas estão em processo de elaboração. Ou seja, os interessados, mais do que alheios, estão excluídos da definição de opções em que têm direito pleno de participação, não importa por qual dos tantos meios possíveis. A eleição só dos mais votados, por exemplo, extinguindo-se a possibilidade de novos Enéas e Tiriricas puxarem candidatos que não receberam votos nem na família, mudaria muito a composição de Câmara e Senado. Logo, da representatividade hoje ausente dessas Casas. E influiria na feição dos partidos, no seu grau de individualidade política e mesmo no número deles. Diz respeito, portanto, às relações da população com o "seu" Congresso. E a eleição deve continuar como é, ou realizar-se por processos novos como o voto distrital, o distrital misto ou distrital regionalizado? Distritão ou distritinho, que os eleitores nem sabem como são? Com os candidatos financiados por dinheiro público, como quer o PT; por doações de empresas só para um partido e até um limite, na proposta do PMDB; por doações de empresas como hoje, como o PSDB prefere, ou só por doações pessoais, tese com adeptos em muitas áreas? Estas e outras opções, sob o título geral de reforma política, podem manter o país tal qual é, mudá-lo pouco ou dar-lhe a oportunidade de transformações profundas e extensas, cada uma delas influindo à sua maneira, inclusive, nas raízes políticas e negociais da grande corrupção. Tudo muito importante, vê-se, para estar só na mão dos que têm interesse material e financeiro nas escolhas. No Senado há vários projetos em curso, a Câmara de Eduardo Cunha já tem até uma "comissão especial da reforma política", cujo relator, o piauiense Marcelo Castro, do PMDB, quer uma pesquisa de opinião para orientar o relatório. Mas não, como suporia um democrata otimista, uma sondagem pública. Pesquisa, isto sim, das preferências dos deputados. Pois é isso mesmo que você pensou. Mas não é o caso de responsabilizar deputados e senadores pelo desconhecimento da população sobre o seu futuro como discutido e decidido ao gosto dos congressistas. A internet, em si mesma, também é inocente. As tais "redes" que dela fazem usos e não menos abusos, os demais meios de comunicação, os sindicatos e suas centrais sindicais, as modistas "organizações sociais", e os meios de comunicação convencionais são os alienados causadores da alienação involuntária dos cidadãos. São aqueles mesmos que atacam a inércia antirreformista do governo e do Congresso e clamam pela reforma política. Informação e ação pública andam a reboque. Agora mesmo, o PSDB, até há pouco notório defensor da terceirização contrária aos direitos celetistas dos assalariados, passou a ter posição moderada para não se confirmar, ante a reação pública à proposta, como antissocial. Indício claro de que o Congresso, repleto de divisões, não obtém da sua aparente força atual as condições para fechar os ouvidos aos eleitores. Nem sempre quem cala consente. Depende de estar ou não informado.
colunas
O futuro em sigiloA relevância do tema corrupção, ainda mais acrescido de uma dimensão de guerra partidária, tem poder incomum de concentrar atenções. Mas não de justificar o quase segredo em que avançam no Congresso as discussões e negociações de importância fundamental para a vida dos brasileiros, a partir já de futuro próximo. São medidas com influência na vida de cada um, sejam quais forem religião, cor, etnia, profissão, ideologia e nível de instrução. Mas, pode-se dizer sem maior exagero, ninguém sabe que tais medidas estão em processo de elaboração. Ou seja, os interessados, mais do que alheios, estão excluídos da definição de opções em que têm direito pleno de participação, não importa por qual dos tantos meios possíveis. A eleição só dos mais votados, por exemplo, extinguindo-se a possibilidade de novos Enéas e Tiriricas puxarem candidatos que não receberam votos nem na família, mudaria muito a composição de Câmara e Senado. Logo, da representatividade hoje ausente dessas Casas. E influiria na feição dos partidos, no seu grau de individualidade política e mesmo no número deles. Diz respeito, portanto, às relações da população com o "seu" Congresso. E a eleição deve continuar como é, ou realizar-se por processos novos como o voto distrital, o distrital misto ou distrital regionalizado? Distritão ou distritinho, que os eleitores nem sabem como são? Com os candidatos financiados por dinheiro público, como quer o PT; por doações de empresas só para um partido e até um limite, na proposta do PMDB; por doações de empresas como hoje, como o PSDB prefere, ou só por doações pessoais, tese com adeptos em muitas áreas? Estas e outras opções, sob o título geral de reforma política, podem manter o país tal qual é, mudá-lo pouco ou dar-lhe a oportunidade de transformações profundas e extensas, cada uma delas influindo à sua maneira, inclusive, nas raízes políticas e negociais da grande corrupção. Tudo muito importante, vê-se, para estar só na mão dos que têm interesse material e financeiro nas escolhas. No Senado há vários projetos em curso, a Câmara de Eduardo Cunha já tem até uma "comissão especial da reforma política", cujo relator, o piauiense Marcelo Castro, do PMDB, quer uma pesquisa de opinião para orientar o relatório. Mas não, como suporia um democrata otimista, uma sondagem pública. Pesquisa, isto sim, das preferências dos deputados. Pois é isso mesmo que você pensou. Mas não é o caso de responsabilizar deputados e senadores pelo desconhecimento da população sobre o seu futuro como discutido e decidido ao gosto dos congressistas. A internet, em si mesma, também é inocente. As tais "redes" que dela fazem usos e não menos abusos, os demais meios de comunicação, os sindicatos e suas centrais sindicais, as modistas "organizações sociais", e os meios de comunicação convencionais são os alienados causadores da alienação involuntária dos cidadãos. São aqueles mesmos que atacam a inércia antirreformista do governo e do Congresso e clamam pela reforma política. Informação e ação pública andam a reboque. Agora mesmo, o PSDB, até há pouco notório defensor da terceirização contrária aos direitos celetistas dos assalariados, passou a ter posição moderada para não se confirmar, ante a reação pública à proposta, como antissocial. Indício claro de que o Congresso, repleto de divisões, não obtém da sua aparente força atual as condições para fechar os ouvidos aos eleitores. Nem sempre quem cala consente. Depende de estar ou não informado.
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Geórgia combina Oriente e Ocidente no extremo leste da Europa
Geórgia? Onde fica isso? Nos Estados Unidos? Por que você está indo pra esse lugar? Essas e outras perguntas invariavelmente acompanham quem deseja conhecer a ex-república soviética onde nasceu Josef Stálin (1878-1953). Afinal, pouca gente tem ideia de onde ele fica –e muitos nem sabem que esse lugar existe. Localizada no sul do Cáucaso, a Geórgia faz fronteira com Rússia, Armênia, Turquia e Azerbaijão. Seu litoral é o mar Negro e seu alfabeto é algo tão diferente de tudo que não possui relação com nenhum outro idioma das proximidades. É quase uma sopa de letrinhas. Além da língua georgiana (ou kartuli, como eles denominam), o russo também é muito falado por lá. O inglês funciona mais nas rotas turísticas e com moradores mais jovens. Para o turista, o jeito de se virar no meio da rua é abusar das mímicas ou falar inglês bem devagar. A capital, Tbilisi, fica às margens do rio Kura e é rodeada pelas montanhas do Cáucaso. Um bom ponto de partida para explorar a cidade, também a maior da Geórgia, é a catedral de Sameba, sede do patriarca da Igreja Ortodoxa Georgiana. Com uma cúpula dourada que pode ser vista de diferentes pontos da cidade, ela fica cheia aos domingos, com todos os fiéis de pé, se esbarrando. Além de ser um ponto turístico, a catedral pode fornecer um primeiro contato com a população. A fisionomia do povo, o jeito de se vestir e o comportamento misturam características do Oriente e do Ocidente. Mulheres elegantes e a nítida presença de marcas globalizadas de moda nos corpos dos georgianos se destacam na paisagem. Quando a missa acaba, todos saem caminhando e se perdendo por ruas onde convivem escombros de prédios, carros soviéticos e veículos de alto padrão. A sensação é de estar em uma cena de algum filme da Mostra de Cinema de São Paulo. O sentimento é reforçado pela arquitetura, que se equilibra entre o moderno e o antigo. A ponte da paz, que passa sobre o rio Kura e liga a cidade histórica ao lado moderno da capital georgiana, tem 150 metros de comprimento e foi desenhada por um arquiteto italiano. Para uns, a ponte lembra um peixe; para outros, representa uma onda. Em qualquer uma das formas, é inteiramente iluminada por milhares de luzes de LED. MISTURA É na cidade antiga que está a maior parte das atrações turísticas, onde se vê uma mistura dos estilos bizantino e neoclássico com toques russos e do Oriente Médio. Nada é mais charmoso do que as casas do lugar, com terraços de formas hipnotizantes esculpidas em madeiras de diferentes cores, tamanhos e desenhos. O distrito de Vera, conhecido como um bairro mais descolado, e a avenida Rustaveli, em homenagem ao poeta georgiano Shota Rustaveli, são o outro lado da cidade: é lá que estão os principais hotéis, as grandes lojas e os cafés internacionais. Chegar a Vera pode ser uma aventura. São ruelas e mais ruelas que levam à região, muitas delas sem saída. Os taxistas simplesmente não entendem inglês e quase sempre acabam parando em outro lugar ou levando mais de 20 minutos em um trajeto que não passaria dos cinco minutos com um GPS. Isso quando o táxi não para a cada 500 metros para perguntar informações para algum pedestre ou comerciante de uma vendinha. O turista fica com aquela cara de quem não pode fazer nada. Mas não dá nem para ficar irritado com essas situações. Todos estão sempre com um sorriso no rosto. A cordialidade e a simpatia do povo de Tbilisi abraçam o viajante. Uma vez em Vera, que fica bem no alto da cidade, separe sua garrafa de vinho, um aperitivo, uma mantinha e prepare-se. A vista da cidade é inesquecível, seja em hotéis-butique ou em alguns dos bares e restaurantes da região. Principalmente durante o pôr do sol. De lá, é possível ver a cúpula dourada da catedral –a maioria dos moradores é de cristãos ortodoxos, mas há também muçulmanos e católicos. Os contrastes entre o novo e o antigo ficam claros, em harmonia com a paisagem. * O QUE SABER? Onde fica Geórgia Nome oficial República da Geórgia Capital Tbilisi Idiomas Georgiano (oficial), armênio, russo, ossetiano, abkhaz e turco Moeda Lari (1 = R$ 1,17) Fuso horário + 7 horas em relação a Brasília (no horário de verão no Brasil, a diferença cai para 6 horas) Como chegar Não há voos diretos partindo do Brasil. A melhor opção é ir de Istambul ou pegar um voo que faça escala na capital da Turquia. De lá, há opções de voos diretos para Tbilisi pela Turkish Airlines
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Geórgia combina Oriente e Ocidente no extremo leste da EuropaGeórgia? Onde fica isso? Nos Estados Unidos? Por que você está indo pra esse lugar? Essas e outras perguntas invariavelmente acompanham quem deseja conhecer a ex-república soviética onde nasceu Josef Stálin (1878-1953). Afinal, pouca gente tem ideia de onde ele fica –e muitos nem sabem que esse lugar existe. Localizada no sul do Cáucaso, a Geórgia faz fronteira com Rússia, Armênia, Turquia e Azerbaijão. Seu litoral é o mar Negro e seu alfabeto é algo tão diferente de tudo que não possui relação com nenhum outro idioma das proximidades. É quase uma sopa de letrinhas. Além da língua georgiana (ou kartuli, como eles denominam), o russo também é muito falado por lá. O inglês funciona mais nas rotas turísticas e com moradores mais jovens. Para o turista, o jeito de se virar no meio da rua é abusar das mímicas ou falar inglês bem devagar. A capital, Tbilisi, fica às margens do rio Kura e é rodeada pelas montanhas do Cáucaso. Um bom ponto de partida para explorar a cidade, também a maior da Geórgia, é a catedral de Sameba, sede do patriarca da Igreja Ortodoxa Georgiana. Com uma cúpula dourada que pode ser vista de diferentes pontos da cidade, ela fica cheia aos domingos, com todos os fiéis de pé, se esbarrando. Além de ser um ponto turístico, a catedral pode fornecer um primeiro contato com a população. A fisionomia do povo, o jeito de se vestir e o comportamento misturam características do Oriente e do Ocidente. Mulheres elegantes e a nítida presença de marcas globalizadas de moda nos corpos dos georgianos se destacam na paisagem. Quando a missa acaba, todos saem caminhando e se perdendo por ruas onde convivem escombros de prédios, carros soviéticos e veículos de alto padrão. A sensação é de estar em uma cena de algum filme da Mostra de Cinema de São Paulo. O sentimento é reforçado pela arquitetura, que se equilibra entre o moderno e o antigo. A ponte da paz, que passa sobre o rio Kura e liga a cidade histórica ao lado moderno da capital georgiana, tem 150 metros de comprimento e foi desenhada por um arquiteto italiano. Para uns, a ponte lembra um peixe; para outros, representa uma onda. Em qualquer uma das formas, é inteiramente iluminada por milhares de luzes de LED. MISTURA É na cidade antiga que está a maior parte das atrações turísticas, onde se vê uma mistura dos estilos bizantino e neoclássico com toques russos e do Oriente Médio. Nada é mais charmoso do que as casas do lugar, com terraços de formas hipnotizantes esculpidas em madeiras de diferentes cores, tamanhos e desenhos. O distrito de Vera, conhecido como um bairro mais descolado, e a avenida Rustaveli, em homenagem ao poeta georgiano Shota Rustaveli, são o outro lado da cidade: é lá que estão os principais hotéis, as grandes lojas e os cafés internacionais. Chegar a Vera pode ser uma aventura. São ruelas e mais ruelas que levam à região, muitas delas sem saída. Os taxistas simplesmente não entendem inglês e quase sempre acabam parando em outro lugar ou levando mais de 20 minutos em um trajeto que não passaria dos cinco minutos com um GPS. Isso quando o táxi não para a cada 500 metros para perguntar informações para algum pedestre ou comerciante de uma vendinha. O turista fica com aquela cara de quem não pode fazer nada. Mas não dá nem para ficar irritado com essas situações. Todos estão sempre com um sorriso no rosto. A cordialidade e a simpatia do povo de Tbilisi abraçam o viajante. Uma vez em Vera, que fica bem no alto da cidade, separe sua garrafa de vinho, um aperitivo, uma mantinha e prepare-se. A vista da cidade é inesquecível, seja em hotéis-butique ou em alguns dos bares e restaurantes da região. Principalmente durante o pôr do sol. De lá, é possível ver a cúpula dourada da catedral –a maioria dos moradores é de cristãos ortodoxos, mas há também muçulmanos e católicos. Os contrastes entre o novo e o antigo ficam claros, em harmonia com a paisagem. * O QUE SABER? Onde fica Geórgia Nome oficial República da Geórgia Capital Tbilisi Idiomas Georgiano (oficial), armênio, russo, ossetiano, abkhaz e turco Moeda Lari (1 = R$ 1,17) Fuso horário + 7 horas em relação a Brasília (no horário de verão no Brasil, a diferença cai para 6 horas) Como chegar Não há voos diretos partindo do Brasil. A melhor opção é ir de Istambul ou pegar um voo que faça escala na capital da Turquia. De lá, há opções de voos diretos para Tbilisi pela Turkish Airlines
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Teori manda juiz ouvir Cerveró para confirmar delação
Relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Teori Zavascki determinou que um juiz auxiliar ouça o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró sobre seu acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, no qual narra detalhes do esquema de corrupção da Petrobras. O procedimento é adotado antes de o Supremo confirmar a colaboração. O objetivo é saber se o delator confirma que fez os depoimentos de forma espontânea ou se foi coagido a falar. Cabe ao ministro do Supremo avaliar se estão de acordo com a lei os termos da delação, que estabelece por exemplo, o tempo de prisão, sem entrar no mérito das declarações. O ex-diretor da área internacional da Petrobras fechou um acordo de delação premiada depois que sua defesa entregou evidências de que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) tentou, em conluio com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, fazer com que ele não firmasse colaboração com a Justiça. Delcídio e Esteves presos pela PF na semana passada. O acordo foi firmado entre advogados de Cerveró e a Procuradoria Geral da República na última quarta-feira (18). O filho de Cerveró, Bernardo, entregou aos investigadores áudios de Delcídio oferecendo vantagens a Cerveró para que ele não fizesse delação. O acordo foi firmado com a Procuradoria Geral da República por envolver políticos de foro privilegiado e também cita a presidente Dilma Rousseff ao afirmar que ela sabia dos esquemas envolvendo a Petrobras como integrante do conselho da estatal. Esta foi a terceira rodada de negociações entre Cerveró e os procuradores no sentido se firmar um acordo de delação. As primeiras conversas aconteceram por volta de agosto, quando ele falou sobre a compensação do contrato de um navio-sonda da Schaihin para quitar uma dívida de campanha com o PT. Cerveró também havia citado em um dos anexos que Delcídio ganhou propina na venda da refinaria de Pasadena. Na época, porém, os procuradora não consideravam o ex-diretor uma figura "confiável" e o viam como um "jogador". A saúde emocional abalada, com oscilação de humor e visitas semanais de psiquiatra, com medicação, também levantou questionamento. Na minuta preliminar da sua delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró afirmou que a presidente Dilma Rousseff "sabia de tudo de Pasadena" e que ela "me cobrava diretamente". A refinaria, comprada nos Estados Unidos, teve superfaturamento de US$ 792 milhões, na avaliação do TCU (Tribunal de Contas da União), e foi adquirida após encaminhamento favorável de Dilma, que na época era presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Delcídio leu para os participantes a minuta da delação de Cerveró à qual ele teve acesso –documento que era sigiloso. Segundo o senador, Cerveró relatou que Dilma "acompanhava tudo de perto" da refinaria de Pasadena e que fez várias reuniões com ela para tratar do assunto. A delação de Cerveró ainda não foi homologada pela Justiça. Nos seus depoimentos, ele também teria falado que a operação de Pasadena rendeu dinheiro para Delcídio.
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Teori manda juiz ouvir Cerveró para confirmar delaçãoRelator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Teori Zavascki determinou que um juiz auxiliar ouça o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró sobre seu acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, no qual narra detalhes do esquema de corrupção da Petrobras. O procedimento é adotado antes de o Supremo confirmar a colaboração. O objetivo é saber se o delator confirma que fez os depoimentos de forma espontânea ou se foi coagido a falar. Cabe ao ministro do Supremo avaliar se estão de acordo com a lei os termos da delação, que estabelece por exemplo, o tempo de prisão, sem entrar no mérito das declarações. O ex-diretor da área internacional da Petrobras fechou um acordo de delação premiada depois que sua defesa entregou evidências de que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) tentou, em conluio com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, fazer com que ele não firmasse colaboração com a Justiça. Delcídio e Esteves presos pela PF na semana passada. O acordo foi firmado entre advogados de Cerveró e a Procuradoria Geral da República na última quarta-feira (18). O filho de Cerveró, Bernardo, entregou aos investigadores áudios de Delcídio oferecendo vantagens a Cerveró para que ele não fizesse delação. O acordo foi firmado com a Procuradoria Geral da República por envolver políticos de foro privilegiado e também cita a presidente Dilma Rousseff ao afirmar que ela sabia dos esquemas envolvendo a Petrobras como integrante do conselho da estatal. Esta foi a terceira rodada de negociações entre Cerveró e os procuradores no sentido se firmar um acordo de delação. As primeiras conversas aconteceram por volta de agosto, quando ele falou sobre a compensação do contrato de um navio-sonda da Schaihin para quitar uma dívida de campanha com o PT. Cerveró também havia citado em um dos anexos que Delcídio ganhou propina na venda da refinaria de Pasadena. Na época, porém, os procuradora não consideravam o ex-diretor uma figura "confiável" e o viam como um "jogador". A saúde emocional abalada, com oscilação de humor e visitas semanais de psiquiatra, com medicação, também levantou questionamento. Na minuta preliminar da sua delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró afirmou que a presidente Dilma Rousseff "sabia de tudo de Pasadena" e que ela "me cobrava diretamente". A refinaria, comprada nos Estados Unidos, teve superfaturamento de US$ 792 milhões, na avaliação do TCU (Tribunal de Contas da União), e foi adquirida após encaminhamento favorável de Dilma, que na época era presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Delcídio leu para os participantes a minuta da delação de Cerveró à qual ele teve acesso –documento que era sigiloso. Segundo o senador, Cerveró relatou que Dilma "acompanhava tudo de perto" da refinaria de Pasadena e que fez várias reuniões com ela para tratar do assunto. A delação de Cerveró ainda não foi homologada pela Justiça. Nos seus depoimentos, ele também teria falado que a operação de Pasadena rendeu dinheiro para Delcídio.
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Historiador descreve lutas por direitos de mineiros nos EUA
"Meu Deus! Eles estão nos bombardeando", gritou um mineiro ao ouvir o som das explosões nas montanhas da Virgínia Ocidental. Por ordem do governo, pequenos biplanos voavam baixo, circulando sobre os esconderijos de grevistas. Lançavam bombas de gás e outras feitas de tubos de ferro recheados de porcas e parafusos, que podiam ferir, aleijar e até matar. Era o Dia do Trabalho, em setembro de 1921. Pela primeira e única vez na história, norte-americanos foram vítimas de bombardeio em seu próprio solo. E os atacantes eram outros norte-americanos, a serviço do Estado, sob ordens do xerife de Logan, Don Chafin, ferrenho opositor do direito dos trabalhadores à sindicalização. A cena foi um dos momentos decisivos na chamada "segunda guerra mineira", em que mercenários pagos pelos donos de minas de carvão, ao lado de forças policiais locais e estaduais, enfrentaram grevistas armados, que perseguiam não apenas os mais elementares direitos trabalhistas mas principalmente o direito à livre associação. O governo estadual já tinha imposto a Lei Marcial, mas parecia não ter forças para subjugar os grevistas. Forças de apoio aos donos das minas disparavam rajadas de metralhadora contra os trabalhadores; em uma das batalhas, 30 mineiros teriam sido assassinados. Então, mais uma vez, o governo dos Estados Unidos mandou forças do Exército para controlar conflitos trabalhistas na região. No dia 2 de setembro, o secretário da Defesa ordenou o despacho de tropas para a região montanhosa, rica em minério, onde nas últimas décadas do século 19 se desenrolou a "Corrida do Carvão". A partir de 1880 e até a primeira década do século passado, companhias mineradoras se atiraram vorazmente sobre a região até então inexplorada. Cada uma tentava alugar ou comprar o máximo possível de terreno; outras, endinheiradas, compravam empresas menores -com esses métodos, a Consolidation Coal Company chegou a ter 50 mil acres de terra nos territórios mineiros da Virgínia. Elas ocupavam uma terra quase sem lei, esquecida, longe dos poderes centrais do país. Ali, em pouco tempo, as operadoras das minas se transformaram em versões "modernas" de senhores feudais, fazendo dos trabalhadores livres pouco mais que escravos, servos que moravam em barracos alugados pelos patrões, compravam em lojas pertencentes aos patrões, rezavam em igrejas erguidas pelos patrões, recebiam pagamento definido pelos patrões e eram presos e julgados em instituições a serviço das mineradoras. LUTAS CAPITALISTAS A história da exploração do carvão nas montanhas da Virgínia Ocidental é, de certa forma, a história da implantação do capitalismo no mundo e das lutas que o devoram e, não poucas vezes, fazem com que cresça. Ela é contada com rigor acadêmico e profusão de dados em "The Devil is Here in These Hills" [O demônio está nestas colinas], lançado no início deste mês nos Estados Unidos. James Green é um dos mais renomados historiadores do movimento sindical norte-americano. Professor emérito da Universidade de Massachusetts, doutor em história, Green vem há anos escrevendo sobre conflitos violentos entre capital e trabalho. Seu primeiro livro, "Morte no Mercado", de 2006, retrata o surgimento do movimento sindical em Chicago. Apesar de o trabalho ser amplamente referenciado, a leitura é escorreita. Green combina dados, números e descrições com depoimentos dos próprios atores -líderes sindicais, proprietários de minas, policiais, xerifes, governadores, presidentes, comandantes militares- para criar um quadro vivo dos movimentos. O próprio título é emprestado do texto de um comandante militar que avaliou a situação local depois de um conflito sufocado por intervenção da milícia estadual. "Deus não circula nessas montanhas", escreveu em seu relatório o general Charles Elliot, comandante da Guarda Nacional. E continuou: "O Demônio está aqui nestas montanhas, e o Demônio é a cobiça". Do calor das batalhas emergem figuras como a viúva agitadora Mother Jones, que os mineiros consideravam uma espécie de anjo da guarda, e os donos de minas classificavam como "a mulher mais perigosa da América". Também aparecem as ações da imprensa, da Justiça e do Estado, que assumem diferentes papéis de acordo com o momento nas três primeiras décadas do século 20. E assim, com vigor e emoção, Green consegue contar, como diz no prólogo, "a história da luta do povo pela liberdade de pensamento e pela liberdade de associação em locais onde os direitos dos proprietários reinavam de forma suprema até então". The Devil is Here in These Hills AUTOR James Green EDITORA Atlantic Monthly Press QUANTO US$ 16 (R$ 45,66) na Amazon (448 págs.) AVALIAÇÃO Ótimo
mercado
Historiador descreve lutas por direitos de mineiros nos EUA"Meu Deus! Eles estão nos bombardeando", gritou um mineiro ao ouvir o som das explosões nas montanhas da Virgínia Ocidental. Por ordem do governo, pequenos biplanos voavam baixo, circulando sobre os esconderijos de grevistas. Lançavam bombas de gás e outras feitas de tubos de ferro recheados de porcas e parafusos, que podiam ferir, aleijar e até matar. Era o Dia do Trabalho, em setembro de 1921. Pela primeira e única vez na história, norte-americanos foram vítimas de bombardeio em seu próprio solo. E os atacantes eram outros norte-americanos, a serviço do Estado, sob ordens do xerife de Logan, Don Chafin, ferrenho opositor do direito dos trabalhadores à sindicalização. A cena foi um dos momentos decisivos na chamada "segunda guerra mineira", em que mercenários pagos pelos donos de minas de carvão, ao lado de forças policiais locais e estaduais, enfrentaram grevistas armados, que perseguiam não apenas os mais elementares direitos trabalhistas mas principalmente o direito à livre associação. O governo estadual já tinha imposto a Lei Marcial, mas parecia não ter forças para subjugar os grevistas. Forças de apoio aos donos das minas disparavam rajadas de metralhadora contra os trabalhadores; em uma das batalhas, 30 mineiros teriam sido assassinados. Então, mais uma vez, o governo dos Estados Unidos mandou forças do Exército para controlar conflitos trabalhistas na região. No dia 2 de setembro, o secretário da Defesa ordenou o despacho de tropas para a região montanhosa, rica em minério, onde nas últimas décadas do século 19 se desenrolou a "Corrida do Carvão". A partir de 1880 e até a primeira década do século passado, companhias mineradoras se atiraram vorazmente sobre a região até então inexplorada. Cada uma tentava alugar ou comprar o máximo possível de terreno; outras, endinheiradas, compravam empresas menores -com esses métodos, a Consolidation Coal Company chegou a ter 50 mil acres de terra nos territórios mineiros da Virgínia. Elas ocupavam uma terra quase sem lei, esquecida, longe dos poderes centrais do país. Ali, em pouco tempo, as operadoras das minas se transformaram em versões "modernas" de senhores feudais, fazendo dos trabalhadores livres pouco mais que escravos, servos que moravam em barracos alugados pelos patrões, compravam em lojas pertencentes aos patrões, rezavam em igrejas erguidas pelos patrões, recebiam pagamento definido pelos patrões e eram presos e julgados em instituições a serviço das mineradoras. LUTAS CAPITALISTAS A história da exploração do carvão nas montanhas da Virgínia Ocidental é, de certa forma, a história da implantação do capitalismo no mundo e das lutas que o devoram e, não poucas vezes, fazem com que cresça. Ela é contada com rigor acadêmico e profusão de dados em "The Devil is Here in These Hills" [O demônio está nestas colinas], lançado no início deste mês nos Estados Unidos. James Green é um dos mais renomados historiadores do movimento sindical norte-americano. Professor emérito da Universidade de Massachusetts, doutor em história, Green vem há anos escrevendo sobre conflitos violentos entre capital e trabalho. Seu primeiro livro, "Morte no Mercado", de 2006, retrata o surgimento do movimento sindical em Chicago. Apesar de o trabalho ser amplamente referenciado, a leitura é escorreita. Green combina dados, números e descrições com depoimentos dos próprios atores -líderes sindicais, proprietários de minas, policiais, xerifes, governadores, presidentes, comandantes militares- para criar um quadro vivo dos movimentos. O próprio título é emprestado do texto de um comandante militar que avaliou a situação local depois de um conflito sufocado por intervenção da milícia estadual. "Deus não circula nessas montanhas", escreveu em seu relatório o general Charles Elliot, comandante da Guarda Nacional. E continuou: "O Demônio está aqui nestas montanhas, e o Demônio é a cobiça". Do calor das batalhas emergem figuras como a viúva agitadora Mother Jones, que os mineiros consideravam uma espécie de anjo da guarda, e os donos de minas classificavam como "a mulher mais perigosa da América". Também aparecem as ações da imprensa, da Justiça e do Estado, que assumem diferentes papéis de acordo com o momento nas três primeiras décadas do século 20. E assim, com vigor e emoção, Green consegue contar, como diz no prólogo, "a história da luta do povo pela liberdade de pensamento e pela liberdade de associação em locais onde os direitos dos proprietários reinavam de forma suprema até então". The Devil is Here in These Hills AUTOR James Green EDITORA Atlantic Monthly Press QUANTO US$ 16 (R$ 45,66) na Amazon (448 págs.) AVALIAÇÃO Ótimo
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Tite afirma que Neymar será eleito o melhor do mundo
Depois de dar a faixa de capitão para Neymar, Tite disse que o jogador do Barcelona será eleito o melhor do mundo. Nesta segunda-feira (27), ele rasgou elogios para o ex-santista e acredita que a idade o ajudará na disputa com Messi e Cristiano Ronaldo. "O Neymar não pode falar, mas eu posso. Ele vai ser o melhor do mundo", disse Tite. "Ele fez 25 anos agora, Cristiano e Messi estão nos 30 para lá. Gerações diferentes. Nessa geração vejo Neymar, nesse processo de maturidade", acrescentou. O atacante é o principal destaque da seleção. Ele é o artilheiro do atual grupo, com 51 gols. Desde o início da era Tite, a seleção coleciona oito vitórias seguidas, sendo sete nas eliminatórias do Mundial da Rússia. Na quinta (23), o Brasil goleou o Uruguai, por 4 a 1, em Montevidéu. Com o resultado, a equipe soma 30 pontos, sete a mais que o segundo colocado no torneio. EUFORIA Com a seleção praticamente classificada para a Copa do Mundo, Tite admitiu que trabalha para conter a euforia do time na véspera da partida contra o Paraguai, terça (28), no Itaquerão. Ao ser questionado sobre o segredo para evitar o favoritismo, ele disse que não pode deixar "que os atletas fiquem felizes". "Não posso deixar que os atletas fiquem felizes, e eu também, não posso não ficar feliz. Isso [a boa fase] não facilita em nada nosso trabalho no enfrentamento com o Paraguai, que não vencemos há quatro jogos, que venceu a Argentina fora e que busca uma classificação. Temos consciência que há um fato bom, mas com naturalidade", disse o treinador, que confirmou Firmino no time titular. O atacante do Liverpool ficou fora do treino desta segunda por causa de uma infecção na garganta. Depois de fechar os dois últimos treinos para os jornalistas, Tite justificou a sua decisão alegando privacidade. "Estou me adaptando,me reinventando na função de técnico da seleção. Em alguns momentos eu fechava treino. Entendia que esse era um momento de ter um pouco mais de privacidade, posso gritar, ser mais duro, pedir concentração", disse o treinador "A gente não quer cercear. Mas tem momentos que são íntimos", acrescentou.
esporte
Tite afirma que Neymar será eleito o melhor do mundoDepois de dar a faixa de capitão para Neymar, Tite disse que o jogador do Barcelona será eleito o melhor do mundo. Nesta segunda-feira (27), ele rasgou elogios para o ex-santista e acredita que a idade o ajudará na disputa com Messi e Cristiano Ronaldo. "O Neymar não pode falar, mas eu posso. Ele vai ser o melhor do mundo", disse Tite. "Ele fez 25 anos agora, Cristiano e Messi estão nos 30 para lá. Gerações diferentes. Nessa geração vejo Neymar, nesse processo de maturidade", acrescentou. O atacante é o principal destaque da seleção. Ele é o artilheiro do atual grupo, com 51 gols. Desde o início da era Tite, a seleção coleciona oito vitórias seguidas, sendo sete nas eliminatórias do Mundial da Rússia. Na quinta (23), o Brasil goleou o Uruguai, por 4 a 1, em Montevidéu. Com o resultado, a equipe soma 30 pontos, sete a mais que o segundo colocado no torneio. EUFORIA Com a seleção praticamente classificada para a Copa do Mundo, Tite admitiu que trabalha para conter a euforia do time na véspera da partida contra o Paraguai, terça (28), no Itaquerão. Ao ser questionado sobre o segredo para evitar o favoritismo, ele disse que não pode deixar "que os atletas fiquem felizes". "Não posso deixar que os atletas fiquem felizes, e eu também, não posso não ficar feliz. Isso [a boa fase] não facilita em nada nosso trabalho no enfrentamento com o Paraguai, que não vencemos há quatro jogos, que venceu a Argentina fora e que busca uma classificação. Temos consciência que há um fato bom, mas com naturalidade", disse o treinador, que confirmou Firmino no time titular. O atacante do Liverpool ficou fora do treino desta segunda por causa de uma infecção na garganta. Depois de fechar os dois últimos treinos para os jornalistas, Tite justificou a sua decisão alegando privacidade. "Estou me adaptando,me reinventando na função de técnico da seleção. Em alguns momentos eu fechava treino. Entendia que esse era um momento de ter um pouco mais de privacidade, posso gritar, ser mais duro, pedir concentração", disse o treinador "A gente não quer cercear. Mas tem momentos que são íntimos", acrescentou.
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Zidane vê Casemiro como fundamental em vitória sobre o Barcelona
O técnico do Real Madrid Zinedine Zidane fez questão de citar o brasileiro Casemiro na coletiva de imprensa após a vitória por 2 a 1 sobre o Barcelona, neste sábado (2), pelo Campeonato Espanhol. "O papel de Casemiro tem sido fundamental", admitiu o técnico, que demonstrou enorme alivio e alegria após bater o seu maior rival. Apesar de não marcar nenhum gol na partida, o brasileiro foi importante no meio de campo da equipe madrilenha e se tornou peça chave no esquema do técnico. O jornal "As", da Espanha, também fez referências ao jogador em uma análise do clássico. "O Barça teve a iniciativa com a bola, mas também encontrou uma resposta forte de seu adversário, que com Casemiro segurou o jogo dos donos da casa. O volante brasileiro foi bem, dando pouco espaço para Messi, servindo o meio-campo e se movimentando bastante. O calendário de Madrid tem reservado um papel crucial e ele está disposto a cumprir, chegando a ser comparado com Mauro Silva pela imprensa espanhola". Contratado em 2013 pelo Real Madrid Castilla (time B do Real), o ex-jogador do São Paulo subiu para a equipe principal e, após não se firmar no clube, foi emprestado ao Porto. De volta ao Real Madrid em 2015, o meia alternou entre altos e baixos e hoje é figura certa na escalação de Zidane. A empolgação do treinador, no entanto, não se restringiu apenas ao paulista. "Gostei de tudo em meus jogadores. Defensivamente, o esforço enorme que fizeram. Quando eu vejo a equipe unida, juntos, e brigando cada um por seu companheiro, para um técnico é o melhor", completou. O Real Madrid entra em campo pelo Nacional novamente no sábado para enfrentar o Eibar, mas tem um compromisso pela Liga dos Campeões na quarta (6) contra o Wolfsburg, em jogo válido pelas quartas de final da competição. "Devemos pensar na Champions porque a próxima partida é da Champions, contra o Wolfsburg, e logo no sábado pensar em ganhar do Eibar. Para chegar no Barça primeiro temos que alcançar o Atlético [de Madri]. Seguimos sendo terceiro", finalizou Zidane ao fazer uma análise do que precisa para alcançar o Barcelona na ponta da tabela. Com o resultado deste sábado, o Real foi aos 69 pontos contra 70 do Atlético e 76 do Barça.
esporte
Zidane vê Casemiro como fundamental em vitória sobre o BarcelonaO técnico do Real Madrid Zinedine Zidane fez questão de citar o brasileiro Casemiro na coletiva de imprensa após a vitória por 2 a 1 sobre o Barcelona, neste sábado (2), pelo Campeonato Espanhol. "O papel de Casemiro tem sido fundamental", admitiu o técnico, que demonstrou enorme alivio e alegria após bater o seu maior rival. Apesar de não marcar nenhum gol na partida, o brasileiro foi importante no meio de campo da equipe madrilenha e se tornou peça chave no esquema do técnico. O jornal "As", da Espanha, também fez referências ao jogador em uma análise do clássico. "O Barça teve a iniciativa com a bola, mas também encontrou uma resposta forte de seu adversário, que com Casemiro segurou o jogo dos donos da casa. O volante brasileiro foi bem, dando pouco espaço para Messi, servindo o meio-campo e se movimentando bastante. O calendário de Madrid tem reservado um papel crucial e ele está disposto a cumprir, chegando a ser comparado com Mauro Silva pela imprensa espanhola". Contratado em 2013 pelo Real Madrid Castilla (time B do Real), o ex-jogador do São Paulo subiu para a equipe principal e, após não se firmar no clube, foi emprestado ao Porto. De volta ao Real Madrid em 2015, o meia alternou entre altos e baixos e hoje é figura certa na escalação de Zidane. A empolgação do treinador, no entanto, não se restringiu apenas ao paulista. "Gostei de tudo em meus jogadores. Defensivamente, o esforço enorme que fizeram. Quando eu vejo a equipe unida, juntos, e brigando cada um por seu companheiro, para um técnico é o melhor", completou. O Real Madrid entra em campo pelo Nacional novamente no sábado para enfrentar o Eibar, mas tem um compromisso pela Liga dos Campeões na quarta (6) contra o Wolfsburg, em jogo válido pelas quartas de final da competição. "Devemos pensar na Champions porque a próxima partida é da Champions, contra o Wolfsburg, e logo no sábado pensar em ganhar do Eibar. Para chegar no Barça primeiro temos que alcançar o Atlético [de Madri]. Seguimos sendo terceiro", finalizou Zidane ao fazer uma análise do que precisa para alcançar o Barcelona na ponta da tabela. Com o resultado deste sábado, o Real foi aos 69 pontos contra 70 do Atlético e 76 do Barça.
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Em ato da CUT, Dilma anunciará reajuste do IR e do Bolsa Família
Em evento do Dia do Trabalho, promovido neste domingo (1º) na capital paulista pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), a presidente Dilma Rousseff anunciará reajustes de cerca de 5% na tabela do Imposto de Renda na Fonte, que não foi corrigida neste ano, e aumento entre 6% e 9,5% na média nos benefícios do Bolsa Família, como foi antecipado pela coluna Painel. A petista tomou a decisão de lançar uma espécie de "pacote de bondades" na sexta-feira (29) e fechou os valores neste sábado (30) em reunião com os ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Jaques Wagner (Casa Civil), mesmo diante das resistências da equipe econômica do governo, que avaliava não haver espaço para promover novos gastos. O secretário do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira chegou a ponderar a dificuldade de anunciar as medidas sem a revisão da meta fiscal para 2016. "Esse assunto [reajuste do Bolsa Família] poderá ficar para quando a nova meta [fiscal] for aprovada", disse. Diante da possibilidade de ser afastada do cargo no próximo mês, a presidente pretende fazer um aceno efetivo à base social da legenda e um contraponto ao vice-presidente Michel Temer, que quer fazer um pente-fino em programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. Em relação ao Bolsa Família, havia no orçamento R$ 1 bilhão reservado para o reajuste do benefício, mas que acabou sendo remanejado para outras áreas diante dos cortes de despesas efetuados neste ano. Para evitar um novo panelaço, a presidente não fará pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão e não pretende gravar vídeo para as redes sociais. No palco da CUT, a ideia é ela adotar um discurso no qual defenderá as conquistas das gestões petistas e criticará eventuais retrocessos em um possível governo peemedebista. Convidado pela Força Sindical, Temer decidiu não participar de evento da entidade. O objetivo é evitar que o gesto seja interpretado como uma tentativa de antecipar o desfecho do processo de impeachment.
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Em ato da CUT, Dilma anunciará reajuste do IR e do Bolsa FamíliaEm evento do Dia do Trabalho, promovido neste domingo (1º) na capital paulista pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), a presidente Dilma Rousseff anunciará reajustes de cerca de 5% na tabela do Imposto de Renda na Fonte, que não foi corrigida neste ano, e aumento entre 6% e 9,5% na média nos benefícios do Bolsa Família, como foi antecipado pela coluna Painel. A petista tomou a decisão de lançar uma espécie de "pacote de bondades" na sexta-feira (29) e fechou os valores neste sábado (30) em reunião com os ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Jaques Wagner (Casa Civil), mesmo diante das resistências da equipe econômica do governo, que avaliava não haver espaço para promover novos gastos. O secretário do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira chegou a ponderar a dificuldade de anunciar as medidas sem a revisão da meta fiscal para 2016. "Esse assunto [reajuste do Bolsa Família] poderá ficar para quando a nova meta [fiscal] for aprovada", disse. Diante da possibilidade de ser afastada do cargo no próximo mês, a presidente pretende fazer um aceno efetivo à base social da legenda e um contraponto ao vice-presidente Michel Temer, que quer fazer um pente-fino em programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. Em relação ao Bolsa Família, havia no orçamento R$ 1 bilhão reservado para o reajuste do benefício, mas que acabou sendo remanejado para outras áreas diante dos cortes de despesas efetuados neste ano. Para evitar um novo panelaço, a presidente não fará pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão e não pretende gravar vídeo para as redes sociais. No palco da CUT, a ideia é ela adotar um discurso no qual defenderá as conquistas das gestões petistas e criticará eventuais retrocessos em um possível governo peemedebista. Convidado pela Força Sindical, Temer decidiu não participar de evento da entidade. O objetivo é evitar que o gesto seja interpretado como uma tentativa de antecipar o desfecho do processo de impeachment.
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China multa parceria de GM e empresa chinesa por monopólio, diz TV estatal
A China vai multar a parceria da General Motors em 201 milhões de yuans (US$ 29 milhões) por prática de monopólio, informou a televisão estatal na sexta-feira (23), encerrando especulações após uma autoridade alertar sobre a possibilidade de sanções contra a montadora. O órgão regulador de preços de Xangai afirmou que vai multar a parceria da GM com a maior montadora da China, a SAIC Motor, por definir preços mínimos em certos modelos do Cadillac, do Chevy e do Buick, de acordo com a China Central Television. "A GM respeita totalmente as leis e regras locais onde quer que operemos", disse a fabricante norte-americana de automóveis em comunicado enviado por e-mail. "Daremos total apoio à nossa parceria na China para garantir que todas as ações apropriadas sejam tomadas com relação a este assunto." A SAIC não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. A multa ocorre após declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, questionando a política chinesa e a nomeação como consultor comercial de Peter Navarro, linha dura sobre comércio com o gigante asiático. Não há, porém, evidência de que a pena seja uma forma de retaliação. Na semana passada, uma autoridade da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento disse ao jornal estatal China Daily que a comissão multaria uma montadora dos EUA por comportamento de monopólio. Fontes da indústria automotiva afirmaram à Reuters que a investigação já estava em andamento antes dos recentes comentários de Trump, que aumentaram temores de que a China estaria se aproveitando do caso para enviar uma mensagem ao governo americano.
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China multa parceria de GM e empresa chinesa por monopólio, diz TV estatalA China vai multar a parceria da General Motors em 201 milhões de yuans (US$ 29 milhões) por prática de monopólio, informou a televisão estatal na sexta-feira (23), encerrando especulações após uma autoridade alertar sobre a possibilidade de sanções contra a montadora. O órgão regulador de preços de Xangai afirmou que vai multar a parceria da GM com a maior montadora da China, a SAIC Motor, por definir preços mínimos em certos modelos do Cadillac, do Chevy e do Buick, de acordo com a China Central Television. "A GM respeita totalmente as leis e regras locais onde quer que operemos", disse a fabricante norte-americana de automóveis em comunicado enviado por e-mail. "Daremos total apoio à nossa parceria na China para garantir que todas as ações apropriadas sejam tomadas com relação a este assunto." A SAIC não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. A multa ocorre após declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, questionando a política chinesa e a nomeação como consultor comercial de Peter Navarro, linha dura sobre comércio com o gigante asiático. Não há, porém, evidência de que a pena seja uma forma de retaliação. Na semana passada, uma autoridade da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento disse ao jornal estatal China Daily que a comissão multaria uma montadora dos EUA por comportamento de monopólio. Fontes da indústria automotiva afirmaram à Reuters que a investigação já estava em andamento antes dos recentes comentários de Trump, que aumentaram temores de que a China estaria se aproveitando do caso para enviar uma mensagem ao governo americano.
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Produção de minério de ferro da Vale poderá cair em 2016
A produção de minério de ferro da Vale em 2016 deverá ficar no limite inferior da faixa prevista para o ano, de 340 milhões a 350 milhões de toneladas, informou a companhia nesta quarta-feira (20), apontando uma possível queda ante o ano anterior, quando a empresa produziu 345,9 milhões de toneladas. A previsão ocorre apesar da produção da empresa no primeiro trimestre ter sido recorde para o período, com alta de 0,2% ante o período de janeiro a março de 2015, para 77,5 milhões de toneladas, incluindo a compra de terceiros e excluindo a produção atribuível à Samarco. "A produção no primeiro trimestre de 2016 e o plano para o restante de 2016 indica uma produção anual no limite inferior da faixa do 'guidance' original de 340-350 milhões de toneladas para 2016", disse a empresa em seu boletim trimestral de produção, sem dar outros detalhes. Segundo a companhia, a produção aumentou no Sistema Norte, compensando a interrupção de minério fornecido para a Samarco e o recuo da produção no Complexo de Mariana, em Minas Gerais, impactada pelo rompimento da barragem da Samarco. A produção de níquel também atingiu recorde para um primeiro trimestre, a 73,5 mil toneladas, alta de 6,2% ante o mesmo período do ano anterior, devido principalmente ao desempenho operacional de Sudbury (Canadá) e ao recorde de produção da Vale Nova Caledônia (VNC).
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Produção de minério de ferro da Vale poderá cair em 2016A produção de minério de ferro da Vale em 2016 deverá ficar no limite inferior da faixa prevista para o ano, de 340 milhões a 350 milhões de toneladas, informou a companhia nesta quarta-feira (20), apontando uma possível queda ante o ano anterior, quando a empresa produziu 345,9 milhões de toneladas. A previsão ocorre apesar da produção da empresa no primeiro trimestre ter sido recorde para o período, com alta de 0,2% ante o período de janeiro a março de 2015, para 77,5 milhões de toneladas, incluindo a compra de terceiros e excluindo a produção atribuível à Samarco. "A produção no primeiro trimestre de 2016 e o plano para o restante de 2016 indica uma produção anual no limite inferior da faixa do 'guidance' original de 340-350 milhões de toneladas para 2016", disse a empresa em seu boletim trimestral de produção, sem dar outros detalhes. Segundo a companhia, a produção aumentou no Sistema Norte, compensando a interrupção de minério fornecido para a Samarco e o recuo da produção no Complexo de Mariana, em Minas Gerais, impactada pelo rompimento da barragem da Samarco. A produção de níquel também atingiu recorde para um primeiro trimestre, a 73,5 mil toneladas, alta de 6,2% ante o mesmo período do ano anterior, devido principalmente ao desempenho operacional de Sudbury (Canadá) e ao recorde de produção da Vale Nova Caledônia (VNC).
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Arthur Zanetti mudará série nas argolas para não 'viciar' árbitros
O ciclo que culminará nos Jogos de Tóquio-2020 verá um Arthur Zanetti renovado principalmente na parte mais visível ao público: sua série nas argolas. O ginasta e o técnico Marcos Goto já definiram que vão mudar a apresentação, que é praticamente a mesma há oito anos. A ideia é reformular elementos e, a depender da execução, incluir o movimento que leva seu nome, homologado pela federação internacional da modalidade em 2013 e cuja característica é aplicação de força extrema. Segundo o treinador, o objetivo é aumentar a nota de partida: da 16.800 atual para 17.000. "O Arthur precisa de uma atualização, e a nota de partida tem de aumentar. Uma das melhorias que penso é na saída [do aparelho]", afirma. Zanetti aponta outro motivo, digamos, menos elegante para justificar a mudança. Ele acredita que a falta de inovação pode ser prejudicial no julgamento dos árbitros. "Às vezes, o juiz fica viciado de tanto ver uma mesma série e dá descontos sem nem ver o elemento. Quero dar uma cara nova, apresentá-la em 2017 para em 2018 começar o ano com essa série", diz o ginasta, para quem a mudança não será drástica. A bem da verdade, Goto e Zanetti queriam apresentar movimentos novos já na Olimpíada do Rio, mas não tiveram tempo de aprimorá-los para o evento. A opção, então, foi apostar na confiança quanto à série que lhe havia assegurado medalhas de ouro em Londres-2012, no Mundial da Antuérpia-2013 e no Pan de Toronto-2015. A viabilidade das novas alterações também vai depender das modificações que serão promovidas pela federação internacional em seu novo código de pontuação. Ele determina quanto vale cada movimento nos aparelhos. A expectativa é que uma versão final seja anunciada em fevereiro. "É preciso ver o que compensa fazer", comenta Goto.
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Arthur Zanetti mudará série nas argolas para não 'viciar' árbitrosO ciclo que culminará nos Jogos de Tóquio-2020 verá um Arthur Zanetti renovado principalmente na parte mais visível ao público: sua série nas argolas. O ginasta e o técnico Marcos Goto já definiram que vão mudar a apresentação, que é praticamente a mesma há oito anos. A ideia é reformular elementos e, a depender da execução, incluir o movimento que leva seu nome, homologado pela federação internacional da modalidade em 2013 e cuja característica é aplicação de força extrema. Segundo o treinador, o objetivo é aumentar a nota de partida: da 16.800 atual para 17.000. "O Arthur precisa de uma atualização, e a nota de partida tem de aumentar. Uma das melhorias que penso é na saída [do aparelho]", afirma. Zanetti aponta outro motivo, digamos, menos elegante para justificar a mudança. Ele acredita que a falta de inovação pode ser prejudicial no julgamento dos árbitros. "Às vezes, o juiz fica viciado de tanto ver uma mesma série e dá descontos sem nem ver o elemento. Quero dar uma cara nova, apresentá-la em 2017 para em 2018 começar o ano com essa série", diz o ginasta, para quem a mudança não será drástica. A bem da verdade, Goto e Zanetti queriam apresentar movimentos novos já na Olimpíada do Rio, mas não tiveram tempo de aprimorá-los para o evento. A opção, então, foi apostar na confiança quanto à série que lhe havia assegurado medalhas de ouro em Londres-2012, no Mundial da Antuérpia-2013 e no Pan de Toronto-2015. A viabilidade das novas alterações também vai depender das modificações que serão promovidas pela federação internacional em seu novo código de pontuação. Ele determina quanto vale cada movimento nos aparelhos. A expectativa é que uma versão final seja anunciada em fevereiro. "É preciso ver o que compensa fazer", comenta Goto.
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PM é acusada de racismo após divulgar panfleto para crianças
Era uma terça-feira (4) de agosto quando a educadora social Thaís Rosa resolveu abrir o material que a filha de sete anos havia recebido da Circo Escola Diadema, na região metropolitana de São Paulo. Intitulado "Dicas Para a Sua Residência", o folder impresso e distribuído pela Polícia Militar do Estado de São Paulo trazia a imagem de um sujeito negro, com cabelo black power e uma arma em punho, prestes a assaltar uma residência. Ao ver a imagem, a criança chegou a comparar o ladrão com um de seus parentes por conta da aparência. "Parece o tio", disse para a mãe. Thaís, também integrante do coletivo DiadeNêga, passou os olhos pelo folder e reparou que havia um outro negro na ilustração, simbolizando um vigia despreparado. A menina fez outra comparação: "Parece um macaco, mãe". Os outros personagens são policiais e civis, todos brancos. "Eu me senti desrespeitada enquanto mulher negra, enquanto mãe que leva sua filha pra escola pra ter educação, e o que ela recebe é um estereótipo do seu próprio povo representado como desqualificado", relata a educadora, que fez fotos do panfleto e divulgou no Facebook. Por e-mail, a assessoria de imprensa da PM informa que o material é antigo e já foi tirado de circulação. Eles disseram também que o panfleto foi desenhado "por um cartunista policial militar - negro, destaque-se". A nota frisa que "as ilustrações foram concebidas sem qualquer intenção preconceituosa racial, até porque, na Polícia Militar, instituição orientada por princípios de Direitos Humanos, grande parte do efetivo é afrodescendente". Para a educadora social, a resposta não parece suficiente. "A abolição aconteceu há muito tempo. Racismo no Brasil é crime há muito tempo. Dizer que esse material é antigo... é de quando? Da época da escravidão? Não justifica." O fato de um policial negro ter assinado as ilustrações também não parece amenizar a indignação de Thaís. "Ele é vítima de todo o sistema racista que vivemos nesse país", falou. Embora a polícia justifique que "a paleta de cores utilizada nas ilustrações exprime as diversas nuances da epiderme do povo brasileiro, podendo variar do claro ao escuro em qualquer personagem, não importando o papel, contexto ou função que desempenha em cada cartoon", Thaís discorda. "A criança ainda não tem capacidade intelectual de contextualizar aquilo. Ela vai ver a imagem mostrando o policial branco como protetor e as pessoas brancas como quem sofre com a violência. O negro é representado como o violento e o desqualificado." Amanhã (14), a educadora e militante do movimento negro irá se encontrar com representantes da Defensoria Pública de São Paulo para encaminhar a denúncia. Ela também já entrou em contato com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da cidade de Diadema, que possui um comitê de igualdade racial. Negro, pai de um menino de quatro anos e amigo de Thaís, Thiago Fernandes, integrante do Coletivo Hip Hop Diadema, se sensibilizou com o ocorrido. "Por que a pessoa representada como criminoso sempre tem a pele escura? Por que esse padrão não muda?", disse à VICE por telefone. "Pra muitos, aquilo pode passar despercebido. Mas, pra nós, que somos negros periféricos e sabemos que o Estado age de uma forma violenta, percebemos na hora que tem um racismo institucional naquele panfleto." A PM justifica que a retirada dos panfletos "foi motivada pelo objetivo de evitar interpretações equivocadas e oportunistas que nada contribuem para a questão racial". Thiago dá sua opinião: "As pessoas acham que você tá com mimimi. Isso já tá tão introjetado na cabeça do povo brasileiro, que ele acaba cometendo racismo e não percebe". Thaís segue divulgando o acontecido e quer esclarecimentos oficiais. "Esse material é discriminatório, é preconceituoso e não pode ser passado para as crianças nem pra ninguém. Tem de ser retirado e tem de ser feita uma retratação." Leia no site da Vice: PM é acusada de racismo após divulgar panfleto para crianças
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PM é acusada de racismo após divulgar panfleto para criançasEra uma terça-feira (4) de agosto quando a educadora social Thaís Rosa resolveu abrir o material que a filha de sete anos havia recebido da Circo Escola Diadema, na região metropolitana de São Paulo. Intitulado "Dicas Para a Sua Residência", o folder impresso e distribuído pela Polícia Militar do Estado de São Paulo trazia a imagem de um sujeito negro, com cabelo black power e uma arma em punho, prestes a assaltar uma residência. Ao ver a imagem, a criança chegou a comparar o ladrão com um de seus parentes por conta da aparência. "Parece o tio", disse para a mãe. Thaís, também integrante do coletivo DiadeNêga, passou os olhos pelo folder e reparou que havia um outro negro na ilustração, simbolizando um vigia despreparado. A menina fez outra comparação: "Parece um macaco, mãe". Os outros personagens são policiais e civis, todos brancos. "Eu me senti desrespeitada enquanto mulher negra, enquanto mãe que leva sua filha pra escola pra ter educação, e o que ela recebe é um estereótipo do seu próprio povo representado como desqualificado", relata a educadora, que fez fotos do panfleto e divulgou no Facebook. Por e-mail, a assessoria de imprensa da PM informa que o material é antigo e já foi tirado de circulação. Eles disseram também que o panfleto foi desenhado "por um cartunista policial militar - negro, destaque-se". A nota frisa que "as ilustrações foram concebidas sem qualquer intenção preconceituosa racial, até porque, na Polícia Militar, instituição orientada por princípios de Direitos Humanos, grande parte do efetivo é afrodescendente". Para a educadora social, a resposta não parece suficiente. "A abolição aconteceu há muito tempo. Racismo no Brasil é crime há muito tempo. Dizer que esse material é antigo... é de quando? Da época da escravidão? Não justifica." O fato de um policial negro ter assinado as ilustrações também não parece amenizar a indignação de Thaís. "Ele é vítima de todo o sistema racista que vivemos nesse país", falou. Embora a polícia justifique que "a paleta de cores utilizada nas ilustrações exprime as diversas nuances da epiderme do povo brasileiro, podendo variar do claro ao escuro em qualquer personagem, não importando o papel, contexto ou função que desempenha em cada cartoon", Thaís discorda. "A criança ainda não tem capacidade intelectual de contextualizar aquilo. Ela vai ver a imagem mostrando o policial branco como protetor e as pessoas brancas como quem sofre com a violência. O negro é representado como o violento e o desqualificado." Amanhã (14), a educadora e militante do movimento negro irá se encontrar com representantes da Defensoria Pública de São Paulo para encaminhar a denúncia. Ela também já entrou em contato com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da cidade de Diadema, que possui um comitê de igualdade racial. Negro, pai de um menino de quatro anos e amigo de Thaís, Thiago Fernandes, integrante do Coletivo Hip Hop Diadema, se sensibilizou com o ocorrido. "Por que a pessoa representada como criminoso sempre tem a pele escura? Por que esse padrão não muda?", disse à VICE por telefone. "Pra muitos, aquilo pode passar despercebido. Mas, pra nós, que somos negros periféricos e sabemos que o Estado age de uma forma violenta, percebemos na hora que tem um racismo institucional naquele panfleto." A PM justifica que a retirada dos panfletos "foi motivada pelo objetivo de evitar interpretações equivocadas e oportunistas que nada contribuem para a questão racial". Thiago dá sua opinião: "As pessoas acham que você tá com mimimi. Isso já tá tão introjetado na cabeça do povo brasileiro, que ele acaba cometendo racismo e não percebe". Thaís segue divulgando o acontecido e quer esclarecimentos oficiais. "Esse material é discriminatório, é preconceituoso e não pode ser passado para as crianças nem pra ninguém. Tem de ser retirado e tem de ser feita uma retratação." Leia no site da Vice: PM é acusada de racismo após divulgar panfleto para crianças
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Atividade do setor de serviços da China atinge maior nível em 11 meses
A atividade do setor de serviços da China atingiu em junho o maior patamar em 11 meses, mostrou nesta terça-feira (5) a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit. O resultado contrasta com as dificuldades da indústria em uma tendência que, se sustentada, indica que o país está fazendo progresso em reequilibrar a economia. O PMI Composto, porém, caiu ao menor nível em quatro meses, o que significa que o setor de serviços pode não ser capaz de compensar o prolongado declínio na indústria que levou o crescimento da China a mínimas de 25 anos. O PMI Caixin/Markit de serviços para junho subiu de 51,2 em maio para 52,7. Leituras acima de 50 indicam expansão. Os novos negócios expandiram no ritmo mais rápido desde julho de 2015, levando as empresas de serviços a contratar mais trabalhadores pelo terceiro mês seguido, embora a taxa de criação de empregos tenha sido moderada. Entretanto, o PMI Composto caiu de 50,5 em maio para 50,3 em junho.
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Atividade do setor de serviços da China atinge maior nível em 11 mesesA atividade do setor de serviços da China atingiu em junho o maior patamar em 11 meses, mostrou nesta terça-feira (5) a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit. O resultado contrasta com as dificuldades da indústria em uma tendência que, se sustentada, indica que o país está fazendo progresso em reequilibrar a economia. O PMI Composto, porém, caiu ao menor nível em quatro meses, o que significa que o setor de serviços pode não ser capaz de compensar o prolongado declínio na indústria que levou o crescimento da China a mínimas de 25 anos. O PMI Caixin/Markit de serviços para junho subiu de 51,2 em maio para 52,7. Leituras acima de 50 indicam expansão. Os novos negócios expandiram no ritmo mais rápido desde julho de 2015, levando as empresas de serviços a contratar mais trabalhadores pelo terceiro mês seguido, embora a taxa de criação de empregos tenha sido moderada. Entretanto, o PMI Composto caiu de 50,5 em maio para 50,3 em junho.
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Seca de emendas tensiona base de Geraldo Alckmin
Uma guerra fria entre deputados e governo Geraldo Alckmin (PSDB) se desenrola no silêncio dos corredores da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) há 40 dias. Irritados com o bloqueio do pagamento de emendas pelo Palácio dos Bandeirantes, os parlamentares têm feito pressão, esvaziando sessões de projetos de interesse do governador. Ainda que oficialmente minimizem, à boca miúda os tucanos da Casa falam em "crise", a primeira a empacar a casa nessas proporções na atual era Alckmin, desde 2011. Para acalmar os ânimos, até o final desta semana –a última antes do recesso parlamentar– o governo planeja distribuir R$ 1 milhão em verbas para cada um dos 94 parlamentares. Até lá, a Assembleia precisa começar a votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias do ano que vem. A falta de dinheiro estremeceu a relação do governo com seus aliados, principalmente PMDB, PSB, PRB e PSC. As duas últimas legendas anunciaram recentemente o desembarque da base e adotaram postura de neutralidade. Segundo o Portal da Transparência, o pagamento de emendas pela Casa Civil caiu 82% em três anos. Em 2014, o governo paulista transferiu R$ 227,6 milhões aos municípios por indicação de parlamentares. Em 2016, foram R$ 39,95 milhões. Esses recursos são aplicados, por exemplo, em compra de ambulâncias, reformas de postos de saúde ou melhorias em entidades filantrópicas. "Todos sofremos pressão dos prefeitos para liberar recurso. Para que serve o deputado na hora de apresentar a emenda se ela é aprovada e, na sequência, não é paga?", reclamou Jorge Caruso, líder do PMDB, na tribuna da Casa, em 13 de junho. Às vésperas de 2018, ano eleitoral, as emendas importam para as relações do deputado em sua região. Caruso, aliado do governo, integra o grupo que tem faltado a sessões e impedido o quórum mínimo para votar projetos prioritários. No papel, a base de Alckmin continua enorme, mesmo após as defecções: tem 68 em 94 parlamentares. Mas na prática o prejuízo para o governo já se manifesta. Um dos projetos alvo é o que pretende refinanciar dívidas de ICMS e IPVA, por meio do parcelamento e redução da multa. Com essa proposta, o governo prevê arrecadar R$ 78,7 bilhões. Líder do governo na Assembleia, Barros Munhoz (PSDB) é deputado desde 1987 e reconhece que a rebelião desta vez é "um pouco maior" do que anteriores. Ele atribui o atraso nas emendas à queda de arrecadação –no ano passado, o caixa do governo ficou 7,5% menor do que o previsto. "É lógico que é grave [a retenção dessas verbas], mas estamos administrando uma crise econômica", diz. Ele afirma que o governo tenta "esticar o cobertor", embora reconheça que "nunca houve atraso tão grande como o atual". MEIO CHEIO Na quarta (21), antes de abrir a sessão de discussão do projeto sobre o ICMS, a Casa Civil promoveu evento com prefeitos para autorizar R$ 7,1 milhões em emendas. O líder petista, Alencar Santana, afirmou que se tratava de compra de votos. Responsável pela negociação com o governo, Munhoz diz que não barganha apoio e nega favorecer aliados –afirma que está "distribuindo o sofrimento" em igual proporção no Parlamento. Campos Machado (PTB) foi um dos que conseguiram a aprovação de emendas nesta semana –R$ 120 mil para a compra de ambulâncias em Piquete. O veterano petebista afirma que a verba não mudará sua posição–tem afirmado que não há subsídios técnicos para votar o projeto. Alckmista declarado, Machado protagoniza outra queda de braço com governador na Casa. Resume assim sua posição: "Sou aliado, não alienado". O deputado é autor de um projeto de emenda constitucional que equipara o teto salarial do Estado ao do desembargador do Tribunal de Justiça (R$ 33 mil, correspondente ao Judiciário). Hoje, servidores do executivo não podem receber mais do que o governador (R$ 21 mil). O texto é outro ponto de discórdia. Até o PSDB espera que, caso entre em pauta, seja aprovado com ampla maioria. No entanto, o presidente da Casa, o tucano Cauê Macris, afirma que não submeterá a proposta a plenário por entender que dados sobre o impacto no orçamento são "prematuros". CORTES NAS VERBAS - A variação no pagamento de emendas de deputados da Alesp CAMPEÕES DE EMENDAS EM 2016 - Número de emendas aprovadas Maiores valores em 2016 - Valor por deputado, em R$ mil Número de emendas por partido em 2016 -
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Seca de emendas tensiona base de Geraldo AlckminUma guerra fria entre deputados e governo Geraldo Alckmin (PSDB) se desenrola no silêncio dos corredores da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) há 40 dias. Irritados com o bloqueio do pagamento de emendas pelo Palácio dos Bandeirantes, os parlamentares têm feito pressão, esvaziando sessões de projetos de interesse do governador. Ainda que oficialmente minimizem, à boca miúda os tucanos da Casa falam em "crise", a primeira a empacar a casa nessas proporções na atual era Alckmin, desde 2011. Para acalmar os ânimos, até o final desta semana –a última antes do recesso parlamentar– o governo planeja distribuir R$ 1 milhão em verbas para cada um dos 94 parlamentares. Até lá, a Assembleia precisa começar a votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias do ano que vem. A falta de dinheiro estremeceu a relação do governo com seus aliados, principalmente PMDB, PSB, PRB e PSC. As duas últimas legendas anunciaram recentemente o desembarque da base e adotaram postura de neutralidade. Segundo o Portal da Transparência, o pagamento de emendas pela Casa Civil caiu 82% em três anos. Em 2014, o governo paulista transferiu R$ 227,6 milhões aos municípios por indicação de parlamentares. Em 2016, foram R$ 39,95 milhões. Esses recursos são aplicados, por exemplo, em compra de ambulâncias, reformas de postos de saúde ou melhorias em entidades filantrópicas. "Todos sofremos pressão dos prefeitos para liberar recurso. Para que serve o deputado na hora de apresentar a emenda se ela é aprovada e, na sequência, não é paga?", reclamou Jorge Caruso, líder do PMDB, na tribuna da Casa, em 13 de junho. Às vésperas de 2018, ano eleitoral, as emendas importam para as relações do deputado em sua região. Caruso, aliado do governo, integra o grupo que tem faltado a sessões e impedido o quórum mínimo para votar projetos prioritários. No papel, a base de Alckmin continua enorme, mesmo após as defecções: tem 68 em 94 parlamentares. Mas na prática o prejuízo para o governo já se manifesta. Um dos projetos alvo é o que pretende refinanciar dívidas de ICMS e IPVA, por meio do parcelamento e redução da multa. Com essa proposta, o governo prevê arrecadar R$ 78,7 bilhões. Líder do governo na Assembleia, Barros Munhoz (PSDB) é deputado desde 1987 e reconhece que a rebelião desta vez é "um pouco maior" do que anteriores. Ele atribui o atraso nas emendas à queda de arrecadação –no ano passado, o caixa do governo ficou 7,5% menor do que o previsto. "É lógico que é grave [a retenção dessas verbas], mas estamos administrando uma crise econômica", diz. Ele afirma que o governo tenta "esticar o cobertor", embora reconheça que "nunca houve atraso tão grande como o atual". MEIO CHEIO Na quarta (21), antes de abrir a sessão de discussão do projeto sobre o ICMS, a Casa Civil promoveu evento com prefeitos para autorizar R$ 7,1 milhões em emendas. O líder petista, Alencar Santana, afirmou que se tratava de compra de votos. Responsável pela negociação com o governo, Munhoz diz que não barganha apoio e nega favorecer aliados –afirma que está "distribuindo o sofrimento" em igual proporção no Parlamento. Campos Machado (PTB) foi um dos que conseguiram a aprovação de emendas nesta semana –R$ 120 mil para a compra de ambulâncias em Piquete. O veterano petebista afirma que a verba não mudará sua posição–tem afirmado que não há subsídios técnicos para votar o projeto. Alckmista declarado, Machado protagoniza outra queda de braço com governador na Casa. Resume assim sua posição: "Sou aliado, não alienado". O deputado é autor de um projeto de emenda constitucional que equipara o teto salarial do Estado ao do desembargador do Tribunal de Justiça (R$ 33 mil, correspondente ao Judiciário). Hoje, servidores do executivo não podem receber mais do que o governador (R$ 21 mil). O texto é outro ponto de discórdia. Até o PSDB espera que, caso entre em pauta, seja aprovado com ampla maioria. No entanto, o presidente da Casa, o tucano Cauê Macris, afirma que não submeterá a proposta a plenário por entender que dados sobre o impacto no orçamento são "prematuros". CORTES NAS VERBAS - A variação no pagamento de emendas de deputados da Alesp CAMPEÕES DE EMENDAS EM 2016 - Número de emendas aprovadas Maiores valores em 2016 - Valor por deputado, em R$ mil Número de emendas por partido em 2016 -
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Entenda as acusações contra Cunha
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve o mandato cassado pela Câmara na noite desta segunda-feira (12). Um dos principais investigados na Lava Jato, o deputado afastado é réu em duas ações. Afastado pelo STF do cargo de presidente em maio, Cunha ficará inelegível até janeiro de 2027. Seu processo de cassação na Câmara corre desde novembro do ano passado. Nele, o peemedebista é acusado de ter mentido aos pares ao omitir a existência de dinheiro seu no exterior. Cunha nega todas as acusações e diz que é vítima de perseguição política e de investigações direcionadas. * Veja abaixo as denúncias que pesam sobre Eduardo Cunha: Acusação: recebimento de 1,3 milhão de francos suíços (R$ 5,2 milhões) para viabilizar aquisição de um campo de petróleo em Benin (África), pela Petrobras, em 2011. A propina teria abastecido contas secretas na Suíça, usadas, segundo o procurador-geral da República Rodrigo Janot, para bancar luxos da família de Cunha. Situação: virou réu, por unanimidade, no dia 22 de junho de 2016. Acusação: recebimento de US$ 5 milhões resultantes de contratos entre Petrobras, Samsung e Mitsui. Cunha é acusado de atuar para viabilizar a propina a políticos ao pedir investigações sobre os pagadores na Câmara. Situação: é réu na ação, acolhida por unanimidade pelo STF em março de 2016. Acusação: recebimento de cerca de R$ 52 milhões das empreiteiras que atuavam na obra do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. Recursos seriam vantagens indevidas por ter liberado recursos do Fundo de Investimentos do FGTS, controlado pela Caixa Econômica Federal. Situação: denúncia foi oferecida no dia 10 de junho de 2016; STF ainda não decidiu se será acolhida. Deputado afirma que não recebeu vantagens indevidas e diz que a Procuradoria-Geral da República é seletiva em relação a ele. Inquéritos apuram o uso do mandato para beneficiar aliados. Pedido de prisão feito pela Procuradoria-Geral da República, mas não foi avaliado pelo STF. Ação de improbidade na Justiça Federal do Paraná ordenou o bloqueio de bens e a suspensão dos direitos políticos por dez anos; deputado recorreu. Afastamento do mandato de deputado foi ordenado pelo STF antes mesmo de sua cassação. Denúncias contra Cunha
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Entenda as acusações contra CunhaEduardo Cunha (PMDB-RJ) teve o mandato cassado pela Câmara na noite desta segunda-feira (12). Um dos principais investigados na Lava Jato, o deputado afastado é réu em duas ações. Afastado pelo STF do cargo de presidente em maio, Cunha ficará inelegível até janeiro de 2027. Seu processo de cassação na Câmara corre desde novembro do ano passado. Nele, o peemedebista é acusado de ter mentido aos pares ao omitir a existência de dinheiro seu no exterior. Cunha nega todas as acusações e diz que é vítima de perseguição política e de investigações direcionadas. * Veja abaixo as denúncias que pesam sobre Eduardo Cunha: Acusação: recebimento de 1,3 milhão de francos suíços (R$ 5,2 milhões) para viabilizar aquisição de um campo de petróleo em Benin (África), pela Petrobras, em 2011. A propina teria abastecido contas secretas na Suíça, usadas, segundo o procurador-geral da República Rodrigo Janot, para bancar luxos da família de Cunha. Situação: virou réu, por unanimidade, no dia 22 de junho de 2016. Acusação: recebimento de US$ 5 milhões resultantes de contratos entre Petrobras, Samsung e Mitsui. Cunha é acusado de atuar para viabilizar a propina a políticos ao pedir investigações sobre os pagadores na Câmara. Situação: é réu na ação, acolhida por unanimidade pelo STF em março de 2016. Acusação: recebimento de cerca de R$ 52 milhões das empreiteiras que atuavam na obra do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. Recursos seriam vantagens indevidas por ter liberado recursos do Fundo de Investimentos do FGTS, controlado pela Caixa Econômica Federal. Situação: denúncia foi oferecida no dia 10 de junho de 2016; STF ainda não decidiu se será acolhida. Deputado afirma que não recebeu vantagens indevidas e diz que a Procuradoria-Geral da República é seletiva em relação a ele. Inquéritos apuram o uso do mandato para beneficiar aliados. Pedido de prisão feito pela Procuradoria-Geral da República, mas não foi avaliado pelo STF. Ação de improbidade na Justiça Federal do Paraná ordenou o bloqueio de bens e a suspensão dos direitos políticos por dez anos; deputado recorreu. Afastamento do mandato de deputado foi ordenado pelo STF antes mesmo de sua cassação. Denúncias contra Cunha
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Troféu Escolha do Leitor roda o Brasil para homenagear integrantes do IBS
Após vencer a categoria Escolha do Leitor em 2015, com 77 mil votos, 74% do total, Luis Salvatore, fundador do IBS (Instituto Brasil Solidário) decidiu compartilhar o feito com aqueles que votaram na organização em diversos lugares do país. "Mesmo que o prêmio seja individual, ele é o reflexo do trabalho de todos", explica o empreendedor social. Os prêmios Empreendedor Social e Folha Empreendedor Social de Futuro já estão com as inscrições abertas; participe A "Caravana do Troféu", como foi apelidada, já esteve em Tamboril e Crateús (CE), Natal (RN), Cabaceiras (PB) e Alto Paraíso de Goiás (GO). Na sua passagem por Crateús, Salvatore foi eleito cidadão honorário da cidade, após o IBS ter criado uma cooperativa de catadores e feito da escola um ponto de entrega de materiais recicláveis. O troféu ainda vai circular pelo Pará, Maranhão, Piauí e Bahia. Todos os municípios participaram dos ciclos do PDE (Programa de Desenvolvimento da Educação). Confira os locais onde a caravana já passou.
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Troféu Escolha do Leitor roda o Brasil para homenagear integrantes do IBSApós vencer a categoria Escolha do Leitor em 2015, com 77 mil votos, 74% do total, Luis Salvatore, fundador do IBS (Instituto Brasil Solidário) decidiu compartilhar o feito com aqueles que votaram na organização em diversos lugares do país. "Mesmo que o prêmio seja individual, ele é o reflexo do trabalho de todos", explica o empreendedor social. Os prêmios Empreendedor Social e Folha Empreendedor Social de Futuro já estão com as inscrições abertas; participe A "Caravana do Troféu", como foi apelidada, já esteve em Tamboril e Crateús (CE), Natal (RN), Cabaceiras (PB) e Alto Paraíso de Goiás (GO). Na sua passagem por Crateús, Salvatore foi eleito cidadão honorário da cidade, após o IBS ter criado uma cooperativa de catadores e feito da escola um ponto de entrega de materiais recicláveis. O troféu ainda vai circular pelo Pará, Maranhão, Piauí e Bahia. Todos os municípios participaram dos ciclos do PDE (Programa de Desenvolvimento da Educação). Confira os locais onde a caravana já passou.
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Tite admite culpa e erro na escalação do Corinthians
O técnico Tite admitiu culpa na derrota do Corinthians para o Santos por 2 a 0, neste domingo (6), na Vila Belmiro, pelo Campeonato Paulista. Segundo ele, mudar o esquema tático da equipe prejudicou no primeiro tempo, quando o time foi dominado pelo Santos. "Eu tive um fator de culpa porque nossa equipe joga normalmente com quatro meio-campistas. Estamos ainda numa fase observação de desempenho, então ficamos com jogadores agudos, mas faltou no meio campo", disse o treinador. A escalação teve neste domingo três atletas mais avançados, Lucca, Luciano e Romero, e Danilo centralizado. Como os quatro são reservas, pesou também o condicionamento físico desses jogadores. "Esse momento, necessidade, e sequência de jogos fez com que tivéssemos rendimento baixo no primeiro tempo, e também teve o bom rendimento do Santos. A questão física dos jogadores também pesou", disse Tite. Ele lembrou que Alan Mineiro estreou após passar por um recondicionamento físico por ter chegado ao clube acima do peso. E Luciano voltou a ser titular após ficar mais de seis meses se recuperando de cirurgia no joelho direito. "No segundo tempo retomamos o padrão, e voltamos a ver a equipe que estamos acostumados a ver. Mas é inevitável, o Santos tem capacidade muito grande no contra-ataque", disse Tite. Além da invencibilidade em jogos oficiais na temporada, o Corinthians voltou a perder no Paulista depois de quase dois anos – foram 26 partidas invicto depois da derrota de 3 a 2 para o São Paulo. E o jogo deste domingo foi justamente o 2.500 do clube na competição. Veja vídeo
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Tite admite culpa e erro na escalação do CorinthiansO técnico Tite admitiu culpa na derrota do Corinthians para o Santos por 2 a 0, neste domingo (6), na Vila Belmiro, pelo Campeonato Paulista. Segundo ele, mudar o esquema tático da equipe prejudicou no primeiro tempo, quando o time foi dominado pelo Santos. "Eu tive um fator de culpa porque nossa equipe joga normalmente com quatro meio-campistas. Estamos ainda numa fase observação de desempenho, então ficamos com jogadores agudos, mas faltou no meio campo", disse o treinador. A escalação teve neste domingo três atletas mais avançados, Lucca, Luciano e Romero, e Danilo centralizado. Como os quatro são reservas, pesou também o condicionamento físico desses jogadores. "Esse momento, necessidade, e sequência de jogos fez com que tivéssemos rendimento baixo no primeiro tempo, e também teve o bom rendimento do Santos. A questão física dos jogadores também pesou", disse Tite. Ele lembrou que Alan Mineiro estreou após passar por um recondicionamento físico por ter chegado ao clube acima do peso. E Luciano voltou a ser titular após ficar mais de seis meses se recuperando de cirurgia no joelho direito. "No segundo tempo retomamos o padrão, e voltamos a ver a equipe que estamos acostumados a ver. Mas é inevitável, o Santos tem capacidade muito grande no contra-ataque", disse Tite. Além da invencibilidade em jogos oficiais na temporada, o Corinthians voltou a perder no Paulista depois de quase dois anos – foram 26 partidas invicto depois da derrota de 3 a 2 para o São Paulo. E o jogo deste domingo foi justamente o 2.500 do clube na competição. Veja vídeo
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Palmeiras bate o Ituano e vai às quartas da Copa São Paulo
Com dois gols do meia Juninho, o Palmeiras venceu o Ituano por 3 a 1, neste sábado (17), em Limeira, pelas oitavas de final da Copa São Paulo de futebol júnior. Com o resultado, o time alviverde avançou às quartas de final da competição e enfrentará o Vitória, que venceu o Cruzeiro por 2 a 0 em Taubaté, também neste sábado. Com o triunfo, a equipe do Parque Antarctica se mantém invicta no torneio. Na primeira fase, avançou na primeira colocação do seu grupo com duas vitórias e um empate. Na segunda fase, despachou o Ceará. O Palmeiras é o único dos quatro clubes considerados grandes de São Paulo que ainda não venceu o torneio. O time foi vice-campeão em 1970 e 2003. No duelo contra o Ituano, o Palmeiras abriu o placar ainda na etapa inicial. Aos 18 minutos, Juninho aproveitou cruzamento da esquerda e bateu de primeira. Aos 39, o meio-campista chutou de fora da área e ampliou o marcador. Na etapa complementar, Guilherme aumentou em cobrança de falta. Aos 44, Gabriel diminuiu para o Ituano. Os dois outros grandes do futebol paulista que ainda estão vivos na Copa São Paulo jogam neste domingo (18) para tentarem se juntar ao arquirrival verde nas quartas. O Corinthians, que venceu os quatro jogos que disputou até o momento enfrenta o Goiás, às 16h30, em Barueri (transmissão da SporTV). Já o São Paulo, também com 100% de aproveitamento na competição, mede forças contra o Criciúma. A partida será disputada às 21h, em São José dos Campos (com SportTV 2 e ESPN Brasil).. A fase será encerrada no domingo com a realização de quatro jogos. CONFIRA OS CONFRONTOS DAS OITAVAS DE FINAL DA COPA SÃO PAULO Sábado - 10h - Palmeiras 3 x 1 Ituano Sábado - 16h - Vitória 2x0 Cruzeiro Sábado - 19h - Fluminense 2x3 Botafogo-SP Sábado - 21h - Grêmio x Goiânia Domingo - 10h - São Caetano x Figueirense Domingo - 16h30 - Corinthians x Goiás Domingo- 19h - Flamengo x Atlético-MG Domingo - 21h - São Paulo x Criciúma
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Palmeiras bate o Ituano e vai às quartas da Copa São PauloCom dois gols do meia Juninho, o Palmeiras venceu o Ituano por 3 a 1, neste sábado (17), em Limeira, pelas oitavas de final da Copa São Paulo de futebol júnior. Com o resultado, o time alviverde avançou às quartas de final da competição e enfrentará o Vitória, que venceu o Cruzeiro por 2 a 0 em Taubaté, também neste sábado. Com o triunfo, a equipe do Parque Antarctica se mantém invicta no torneio. Na primeira fase, avançou na primeira colocação do seu grupo com duas vitórias e um empate. Na segunda fase, despachou o Ceará. O Palmeiras é o único dos quatro clubes considerados grandes de São Paulo que ainda não venceu o torneio. O time foi vice-campeão em 1970 e 2003. No duelo contra o Ituano, o Palmeiras abriu o placar ainda na etapa inicial. Aos 18 minutos, Juninho aproveitou cruzamento da esquerda e bateu de primeira. Aos 39, o meio-campista chutou de fora da área e ampliou o marcador. Na etapa complementar, Guilherme aumentou em cobrança de falta. Aos 44, Gabriel diminuiu para o Ituano. Os dois outros grandes do futebol paulista que ainda estão vivos na Copa São Paulo jogam neste domingo (18) para tentarem se juntar ao arquirrival verde nas quartas. O Corinthians, que venceu os quatro jogos que disputou até o momento enfrenta o Goiás, às 16h30, em Barueri (transmissão da SporTV). Já o São Paulo, também com 100% de aproveitamento na competição, mede forças contra o Criciúma. A partida será disputada às 21h, em São José dos Campos (com SportTV 2 e ESPN Brasil).. A fase será encerrada no domingo com a realização de quatro jogos. CONFIRA OS CONFRONTOS DAS OITAVAS DE FINAL DA COPA SÃO PAULO Sábado - 10h - Palmeiras 3 x 1 Ituano Sábado - 16h - Vitória 2x0 Cruzeiro Sábado - 19h - Fluminense 2x3 Botafogo-SP Sábado - 21h - Grêmio x Goiânia Domingo - 10h - São Caetano x Figueirense Domingo - 16h30 - Corinthians x Goiás Domingo- 19h - Flamengo x Atlético-MG Domingo - 21h - São Paulo x Criciúma
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Confira as novidades e os debates do Mobile World Congress na 'Folha 10'
A "Folha" desta semana traz os principais debates e as novidades do Mobile World Congress, um dos mais importantes eventos de telefonia no mundo, que aconteceu em Barcelona de 2 a 5 de março. Confira as novidades exibidas na feira, como o smartphone Galaxy S6 e o tablet Xperia Z4, testados pela Folha Leia também sobre o debate a respeito da regulamentação da internet e o desenvolvimento da conexão 5G. A "Folha 10" é uma revista criada exclusivamente para tablets. Nela estão as melhores notícias da semana que foram publicadas no jornal impresso e no site da Folha. A revista sai uma vez por semana, com as edições de sábado, domingo e feriados. Ela pode ser baixada pelo próprio aplicativo da Folha, disponível na App Store (da Apple) e na Google Play (para aparelhos com Android). A publicação também pode ser lida no webapp da Folha. Se você é assinante e está acessando este texto via tablet, toque sobre o link a seguir e tenha acesso direto a todo o conteúdo. Leia na "Folha 10" desta semana: 1- Neutralidade em debate Modelo norte-americano de regulamentação da internet é discutido no MWC 2- Imagem é tudo Fotografar é quase tão importante quanto falar, diz chefe do Flickr 3- Decifra-me Para fundador do Pinterest, público ainda não entendeu a plataforma 4- Que rede sou eu? Indústria já debate o que é e quando será lançada a internet 5G 5- Pé no freio Ritmo de expansão dos celulares e da internet desacelera 6- Queda de braço Com discurso conciliador, Zuckerberg chama operadoras de 'parceiras' 7- Celular anti-espionagem Conheça o smartphone contra bisbilhoteiros desenvolvido por brasileiros 8- De cara nova Galaxy S6 é elegante e rápido, mas tem interface complicada 9- Disputa de telas Tablet briga com PCs usando pacote Office e corpo à prova d'água 10- Para babar Confira oito smartphones e tablets que você não verá no Brasil tão cedo
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Confira as novidades e os debates do Mobile World Congress na 'Folha 10'A "Folha" desta semana traz os principais debates e as novidades do Mobile World Congress, um dos mais importantes eventos de telefonia no mundo, que aconteceu em Barcelona de 2 a 5 de março. Confira as novidades exibidas na feira, como o smartphone Galaxy S6 e o tablet Xperia Z4, testados pela Folha Leia também sobre o debate a respeito da regulamentação da internet e o desenvolvimento da conexão 5G. A "Folha 10" é uma revista criada exclusivamente para tablets. Nela estão as melhores notícias da semana que foram publicadas no jornal impresso e no site da Folha. A revista sai uma vez por semana, com as edições de sábado, domingo e feriados. Ela pode ser baixada pelo próprio aplicativo da Folha, disponível na App Store (da Apple) e na Google Play (para aparelhos com Android). A publicação também pode ser lida no webapp da Folha. Se você é assinante e está acessando este texto via tablet, toque sobre o link a seguir e tenha acesso direto a todo o conteúdo. Leia na "Folha 10" desta semana: 1- Neutralidade em debate Modelo norte-americano de regulamentação da internet é discutido no MWC 2- Imagem é tudo Fotografar é quase tão importante quanto falar, diz chefe do Flickr 3- Decifra-me Para fundador do Pinterest, público ainda não entendeu a plataforma 4- Que rede sou eu? Indústria já debate o que é e quando será lançada a internet 5G 5- Pé no freio Ritmo de expansão dos celulares e da internet desacelera 6- Queda de braço Com discurso conciliador, Zuckerberg chama operadoras de 'parceiras' 7- Celular anti-espionagem Conheça o smartphone contra bisbilhoteiros desenvolvido por brasileiros 8- De cara nova Galaxy S6 é elegante e rápido, mas tem interface complicada 9- Disputa de telas Tablet briga com PCs usando pacote Office e corpo à prova d'água 10- Para babar Confira oito smartphones e tablets que você não verá no Brasil tão cedo
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Controladoria aponta irregularidade em gráfica da campanha de Dilma
A Controladoria-Geral do Município aponta indícios de que a empresa Rede Seg Gráfica e Editora, que recebeu R$ 6,5 milhões da campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), está registrada no nome de um "laranja". A apuração do órgão da Prefeitura de São Paulo foi aberta depois que a Folha revelou em julho que a empresa não tem nenhum funcionário registrado e seus documentos apontam como presidente o motorista Vivaldo Dias da Silva, que em 2013 recebia R$ 1.490. Em relatório preliminar, a Controladoria-Geral ressalta que a empresa é vinculada a um grupo empresarial e, citando trecho da reportagem da Folha, afirma que o motorista "não passaria de um laranja". Em julho, quando a reportagem visitou a sede da gráfica, foi recebida por Rogério Zanardo, o qual disse que a Rede Seg pertence à sua família e o motorista não é dono, mas funcionário da empresa. O documento do órgão da Prefeitura de São Paulo enumera indícios de que a Rede Seg seria controlada pela família de Rogério Zanardo, que é um dos sócios de outra gráfica chamada Grafitec. "A Rede Seg tem como sócio Vivaldo Dias da Silva, ex-funcionário da Graftec, e atualmente motorista da Artecnica Eireli de Kátia Regina Zanardo, irmã de Rogério e Rodrigo Zanardo. Em declarações prestadas à Folha, Rogério afirmou que a Rede Seg pertence à sua família, esclarecendo que Vivaldo é apenas motorista da empresa. Logo, Vivaldo não passaria de um laranja", aponta o relatório. CONLUIO A apuração da Controladoria-Geral foi instaurada para apurar suspeita de conluio em um processo licitatório do qual participaram a Rede Seg e a Grafitec. A Rede Seg havia ficado em segundo lugar em pregão eletrônico, realizado no dia 04 de julho, no qual venceu a Grafitec para a oferta de serviços gráficos para a Secretaria de Direitos Humanos de São Paulo, em contrato no valor R$ 4,3 milhões. Na época, após a reportagem da Folha, a Prefeitura de São Paulo suspendeu o resultado e pediu que a Controladoria-Geral investigasse as duas empresas. Segundo o relatório preliminar, as procurações apresentadas pelas gráficas para participar do processo licitatório tinham "redação e formatação" semelhantes. Ele aponta ainda que as assinaturas do motorista na procuração, contrato social e declaração para participar da licitação "não coincidem com aquelas expressas nas propostas". "Além disso, as propostas ostentam idêntica formatação, possuindo inclusive erros comuns", ressalta. Com os indícios encontrados, o órgão da Prefeitura de São Paulo instaurou um processo administrativo que poderá levar à punição das gráficas, com a possibilidade de serem declaradas inidôneas.
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Controladoria aponta irregularidade em gráfica da campanha de DilmaA Controladoria-Geral do Município aponta indícios de que a empresa Rede Seg Gráfica e Editora, que recebeu R$ 6,5 milhões da campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), está registrada no nome de um "laranja". A apuração do órgão da Prefeitura de São Paulo foi aberta depois que a Folha revelou em julho que a empresa não tem nenhum funcionário registrado e seus documentos apontam como presidente o motorista Vivaldo Dias da Silva, que em 2013 recebia R$ 1.490. Em relatório preliminar, a Controladoria-Geral ressalta que a empresa é vinculada a um grupo empresarial e, citando trecho da reportagem da Folha, afirma que o motorista "não passaria de um laranja". Em julho, quando a reportagem visitou a sede da gráfica, foi recebida por Rogério Zanardo, o qual disse que a Rede Seg pertence à sua família e o motorista não é dono, mas funcionário da empresa. O documento do órgão da Prefeitura de São Paulo enumera indícios de que a Rede Seg seria controlada pela família de Rogério Zanardo, que é um dos sócios de outra gráfica chamada Grafitec. "A Rede Seg tem como sócio Vivaldo Dias da Silva, ex-funcionário da Graftec, e atualmente motorista da Artecnica Eireli de Kátia Regina Zanardo, irmã de Rogério e Rodrigo Zanardo. Em declarações prestadas à Folha, Rogério afirmou que a Rede Seg pertence à sua família, esclarecendo que Vivaldo é apenas motorista da empresa. Logo, Vivaldo não passaria de um laranja", aponta o relatório. CONLUIO A apuração da Controladoria-Geral foi instaurada para apurar suspeita de conluio em um processo licitatório do qual participaram a Rede Seg e a Grafitec. A Rede Seg havia ficado em segundo lugar em pregão eletrônico, realizado no dia 04 de julho, no qual venceu a Grafitec para a oferta de serviços gráficos para a Secretaria de Direitos Humanos de São Paulo, em contrato no valor R$ 4,3 milhões. Na época, após a reportagem da Folha, a Prefeitura de São Paulo suspendeu o resultado e pediu que a Controladoria-Geral investigasse as duas empresas. Segundo o relatório preliminar, as procurações apresentadas pelas gráficas para participar do processo licitatório tinham "redação e formatação" semelhantes. Ele aponta ainda que as assinaturas do motorista na procuração, contrato social e declaração para participar da licitação "não coincidem com aquelas expressas nas propostas". "Além disso, as propostas ostentam idêntica formatação, possuindo inclusive erros comuns", ressalta. Com os indícios encontrados, o órgão da Prefeitura de São Paulo instaurou um processo administrativo que poderá levar à punição das gráficas, com a possibilidade de serem declaradas inidôneas.
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Mortes: Guardava 1.200 cartas trocadas com o marido
Com forte formação religiosa, Gladys Guazzelli Piragine decidiu ainda na juventude o caminho que seguiria: o do convento. O sonho, porém, foi frustrado pelo bispo da região, que não permitiu. Na época, ele a considerou arrimo de família, por conta da deficiência de sua única irmã. A decisão não a afastou da religião, mas a encaminhou para outros caminhos também. Estudou pedagogia, se tornou professora, se casou. Nascida em Ribeirão Preto, interior de SP, conheceu o marido, Adônis, na capital paulista durante um curso. Ao ser questionado sobre a ocasião, ele responde de prontidão, sem pensar: foi em 27 de julho de 1948. Depois até confessa que teve alguns dias de galanteio, mas o primeiro encontro foi mesmo na data mencionada, garante. Foram dois anos e meio de namoro, em que eles trocaram mais de 1.200 cartas, atualmente guardadas em pastas na casa do casal. Com ela em Ribeirão e ele em Jaú (SP), aproveitavam as mensagens para fazer planos: o casamento, a casa que teriam, os oito filhos. Tudo realizado depois. Brincalhona, bem humorada, Gladys continuou dedicada à igreja, agora, ao lado do marido. Criou um grupo religioso para casais, fazia reuniões de mulheres em sua casa e dava curso para noivos. Mas a prioridade era a família sempre reunida. "Era uma casa cheia de amor, um amor louco", diz o marido. Aos 89 anos, Gladys teve um AVC, no dia 27, exatamente 68 anos após conhecer Adônis. Deixa o marido, sete filhos, 13 netos e dois bisnetos. A missa de 7º dia será às 17h do dia 4, na Igreja São José, Jd. Europa, em São Paulo. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Mortes: Guardava 1.200 cartas trocadas com o maridoCom forte formação religiosa, Gladys Guazzelli Piragine decidiu ainda na juventude o caminho que seguiria: o do convento. O sonho, porém, foi frustrado pelo bispo da região, que não permitiu. Na época, ele a considerou arrimo de família, por conta da deficiência de sua única irmã. A decisão não a afastou da religião, mas a encaminhou para outros caminhos também. Estudou pedagogia, se tornou professora, se casou. Nascida em Ribeirão Preto, interior de SP, conheceu o marido, Adônis, na capital paulista durante um curso. Ao ser questionado sobre a ocasião, ele responde de prontidão, sem pensar: foi em 27 de julho de 1948. Depois até confessa que teve alguns dias de galanteio, mas o primeiro encontro foi mesmo na data mencionada, garante. Foram dois anos e meio de namoro, em que eles trocaram mais de 1.200 cartas, atualmente guardadas em pastas na casa do casal. Com ela em Ribeirão e ele em Jaú (SP), aproveitavam as mensagens para fazer planos: o casamento, a casa que teriam, os oito filhos. Tudo realizado depois. Brincalhona, bem humorada, Gladys continuou dedicada à igreja, agora, ao lado do marido. Criou um grupo religioso para casais, fazia reuniões de mulheres em sua casa e dava curso para noivos. Mas a prioridade era a família sempre reunida. "Era uma casa cheia de amor, um amor louco", diz o marido. Aos 89 anos, Gladys teve um AVC, no dia 27, exatamente 68 anos após conhecer Adônis. Deixa o marido, sete filhos, 13 netos e dois bisnetos. A missa de 7º dia será às 17h do dia 4, na Igreja São José, Jd. Europa, em São Paulo. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Agenda do governo Temer avança, apesar da histeria dos porras-loucas
Quantas vezes, leitor, aquele seu amigo que vestiu verde e amarelo e estreou nas ruas gritando "Fora, Dilma" já o encontrou numa festa, no shopping ou no Metrô e reclamou de Michel Temer? A meio-tom, pesaroso, como se tentasse esconder até de si mesmo a decepção, exclama: "Esse Temer é muito devagar!" Então, meu caro, eu gostaria de tranquilizá-lo um pouco, apesar dos números do Datafolha, que deveriam ser lidos com lupa pelos conservadores, nem sempre instruídos pela lógica elementar. A desordem institucional, como nos ensina a história, só interessa ao mundo-canismo populista, de esquerda ou de direita. Seria demasiado escrever aqui que você não deve acreditar na imprensa. Afinal, é este um texto de imprensa. Mais ainda: todas as evidências que vou listar de que temos um bom governo –dadas as circunstâncias (mas quando é que não, né?)– estão noticiadas na... imprensa! É que jornalistas são treinados para caçar contradições, não coerências. Somos todos viciados em bastidores, suspeitas, conspirações palacianas. Às vezes, perdemos a noção do conjunto, apegados demais à miudeza de interiores. Temer está no governo há menos de quatro meses. Há muito tempo, como diz uma amiga, "o país não via uma agenda que fizesse sentido". Ou que fosse composta de escolhas que caminham numa mesma direção. E olhem que não me lembro de tão explosiva conjugação de irresponsabilidades oriundas do Judiciário, do Ministério Público, do Legislativo e de setores da imprensa (sim, sempre estamos no meio...). Varões e varoas da República perderam completamente a noção de institucionalidade. Ministros do STF, por exemplo, concedem liminares ilegais com mais ligeireza do que César atravessou o Rubicão. São os Césares de hospício! Procuradores têm a ousadia de convocar as ruas contra o Congresso, exibindo algemas como credenciais políticas. Parlamentares sonham com retaliações... Ainda assim, nesse pouco tempo, o governo Temer conseguiu: a - aprovar uma PEC de gastos que, quando menos, impedirá o Brasil de virar um Rio de Janeiro de dimensões continentais: b - aprovar na Câmara a medida provisória do ensino médio, depois de enfrentar um cipoal de mistificações e desinformação; c - aprovar a MP do setor elétrico, área especialmente devastada pelo governo de Dilma Rousseff, a dita especialista; d - aprovar o projeto que desobriga a Petrobras de participar da exploração do pré-sal –e contratos já foram fechados sob os auspícios do novo texto; e - aprovar a Lei da Governança das Estatais, que é o palco principal da farra; f - apresentar uma boa proposta de reforma da Previdência, que vai, sim, enfrentar muita resistência; g - no BNDES, ultima-se o levantamento do estrago petista, e o banco se prepara para retomar financiamentos. Não é pouca coisa. E por que, lava-jatismo à parte, a sensação de pasmaceira? Uma resposta óbvia: nada disso tem impacto imediato na vida das pessoas. Então não existe uma resposta popular aos atos virtuosos, que possa se impor à eventual má vontade ou cegueira de analistas. Mas esse não é o fator principal. Olhem o que vai acima. Estamos diante de uma agenda que interessa ao Brasil e aos brasileiros, mas que não é nem "de" nem "da" esquerda. Tampouco traduz o espírito policialesco dos Savonarolas e jacobinos, com seu gosto por fogueiras e guilhotinas. Trata-se de escolhas que dizem respeito ao território da política, não da polícia. Por isso extremistas de esquerda e de direita gritam: "Fora, Temer!" Por isso digo: "Dentro, Temer!" Facebook
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Agenda do governo Temer avança, apesar da histeria dos porras-loucasQuantas vezes, leitor, aquele seu amigo que vestiu verde e amarelo e estreou nas ruas gritando "Fora, Dilma" já o encontrou numa festa, no shopping ou no Metrô e reclamou de Michel Temer? A meio-tom, pesaroso, como se tentasse esconder até de si mesmo a decepção, exclama: "Esse Temer é muito devagar!" Então, meu caro, eu gostaria de tranquilizá-lo um pouco, apesar dos números do Datafolha, que deveriam ser lidos com lupa pelos conservadores, nem sempre instruídos pela lógica elementar. A desordem institucional, como nos ensina a história, só interessa ao mundo-canismo populista, de esquerda ou de direita. Seria demasiado escrever aqui que você não deve acreditar na imprensa. Afinal, é este um texto de imprensa. Mais ainda: todas as evidências que vou listar de que temos um bom governo –dadas as circunstâncias (mas quando é que não, né?)– estão noticiadas na... imprensa! É que jornalistas são treinados para caçar contradições, não coerências. Somos todos viciados em bastidores, suspeitas, conspirações palacianas. Às vezes, perdemos a noção do conjunto, apegados demais à miudeza de interiores. Temer está no governo há menos de quatro meses. Há muito tempo, como diz uma amiga, "o país não via uma agenda que fizesse sentido". Ou que fosse composta de escolhas que caminham numa mesma direção. E olhem que não me lembro de tão explosiva conjugação de irresponsabilidades oriundas do Judiciário, do Ministério Público, do Legislativo e de setores da imprensa (sim, sempre estamos no meio...). Varões e varoas da República perderam completamente a noção de institucionalidade. Ministros do STF, por exemplo, concedem liminares ilegais com mais ligeireza do que César atravessou o Rubicão. São os Césares de hospício! Procuradores têm a ousadia de convocar as ruas contra o Congresso, exibindo algemas como credenciais políticas. Parlamentares sonham com retaliações... Ainda assim, nesse pouco tempo, o governo Temer conseguiu: a - aprovar uma PEC de gastos que, quando menos, impedirá o Brasil de virar um Rio de Janeiro de dimensões continentais: b - aprovar na Câmara a medida provisória do ensino médio, depois de enfrentar um cipoal de mistificações e desinformação; c - aprovar a MP do setor elétrico, área especialmente devastada pelo governo de Dilma Rousseff, a dita especialista; d - aprovar o projeto que desobriga a Petrobras de participar da exploração do pré-sal –e contratos já foram fechados sob os auspícios do novo texto; e - aprovar a Lei da Governança das Estatais, que é o palco principal da farra; f - apresentar uma boa proposta de reforma da Previdência, que vai, sim, enfrentar muita resistência; g - no BNDES, ultima-se o levantamento do estrago petista, e o banco se prepara para retomar financiamentos. Não é pouca coisa. E por que, lava-jatismo à parte, a sensação de pasmaceira? Uma resposta óbvia: nada disso tem impacto imediato na vida das pessoas. Então não existe uma resposta popular aos atos virtuosos, que possa se impor à eventual má vontade ou cegueira de analistas. Mas esse não é o fator principal. Olhem o que vai acima. Estamos diante de uma agenda que interessa ao Brasil e aos brasileiros, mas que não é nem "de" nem "da" esquerda. Tampouco traduz o espírito policialesco dos Savonarolas e jacobinos, com seu gosto por fogueiras e guilhotinas. Trata-se de escolhas que dizem respeito ao território da política, não da polícia. Por isso extremistas de esquerda e de direita gritam: "Fora, Temer!" Por isso digo: "Dentro, Temer!" Facebook
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Dívida pública federal cai 0,07% em julho e soma R$ 2,96 tri, diz Tesouro
A dívida pública federal registrou leve queda de 0,07% em julho em relação a junho, interrompendo dois meses de alta e somando R$ 2,957 trilhões, informou o Tesouro Nacional nesta segunda-feira (26). Os dados deveriam ter sido divulgados pelo Tesouro no mês passado, mas não foram em função de greve de servidores. Os dados de agosto, cuja divulgação estava inicialmente programada para este mês, ainda não têm data de publicação. No Plano Anual de Financiamento (PAF), o Tesouro estabeleceu um intervalo de R$ 3,1 trilhões a R$ 3,3 trilhões para a dívida pública total em 2016. O resultado de julho foi afetado, de um lado, pela queda da dívida pública mobiliária federal interna de 0,20% ante junho, para R$ 2,832 trilhões, diante de resgate líquido de R$ 33,48 bilhões, compensado parcialmente pela apropriação positiva de juros de R$ 27,76 bilhões. De outro lado, a dívida externa cresceu 2,97% sobre o mês anterior, para R$ 124,36 bilhões, na esteira de uma emissão líquida de R$ 1,9 bilhão no período, além da apropriação positiva de juros de R$ 1,69 bilhão. O mês de julho foi marcado pela emissão de US$ 1,5 bilhão em bônus de 30 anos, segunda captação externa feita pelo Brasil neste ano e a primeira com o governo sob o comando do presidente Michel Temer. COMPOSIÇÃO Em julho, os títulos prefixados continuaram com maior representatividade na dívida, a 35,23% do total. Em junho, tinha sido de 36,30%. Para o ano, o Tesouro fixou um intervalo de 31% a 35% para esses papéis. Já os títulos corrigidos pela inflação passaram de 33,73% a 34,25% do total, e meta no PAF de 29% a 33% em 2016. Por sua vez, os títulos corrigidos pela Selic viram seu peso aumentar de 25,75% em junho para 26,16%. O Tesouro estima que o percentual encerrará o ano entre 30% e 34%. Em julho, a participação dos investidores estrangeiros em títulos da dívida interna caiu a 16,23%, ante 16,41% em junho. PREVISÃO O Tesouro Nacional ainda não tem previsão exata para divulgação dos dados de agosto da dívida pública federal, afirmou a coordenadora de Operações da Dívida Pública, Márcia Fernanda Tapajós, acrescentando que o relatório deve sair antes de 24 de outubro, data marcada para os dados de setembro irem a público. "De fato estamos com o relatório atrasado. O que posso falar é que no dia 24/10, que é quando nós divulgaríamos o número de setembro, a partir daí as datas serão regularizadas. Mas com certeza antes dessa data será divulgado o relatório de agosto", afirmou Márcia Fernanda em coletiva de imprensa. Os dados de julho deveriam ter sido divulgados pelo Tesouro no mês passado, mas não foram em razão de paralisação de servidores. Segundo Márcia Fernanda, o Tesouro segue com previsão de rever os dados do PAF quando conseguir compilar as informações de agosto.
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Dívida pública federal cai 0,07% em julho e soma R$ 2,96 tri, diz TesouroA dívida pública federal registrou leve queda de 0,07% em julho em relação a junho, interrompendo dois meses de alta e somando R$ 2,957 trilhões, informou o Tesouro Nacional nesta segunda-feira (26). Os dados deveriam ter sido divulgados pelo Tesouro no mês passado, mas não foram em função de greve de servidores. Os dados de agosto, cuja divulgação estava inicialmente programada para este mês, ainda não têm data de publicação. No Plano Anual de Financiamento (PAF), o Tesouro estabeleceu um intervalo de R$ 3,1 trilhões a R$ 3,3 trilhões para a dívida pública total em 2016. O resultado de julho foi afetado, de um lado, pela queda da dívida pública mobiliária federal interna de 0,20% ante junho, para R$ 2,832 trilhões, diante de resgate líquido de R$ 33,48 bilhões, compensado parcialmente pela apropriação positiva de juros de R$ 27,76 bilhões. De outro lado, a dívida externa cresceu 2,97% sobre o mês anterior, para R$ 124,36 bilhões, na esteira de uma emissão líquida de R$ 1,9 bilhão no período, além da apropriação positiva de juros de R$ 1,69 bilhão. O mês de julho foi marcado pela emissão de US$ 1,5 bilhão em bônus de 30 anos, segunda captação externa feita pelo Brasil neste ano e a primeira com o governo sob o comando do presidente Michel Temer. COMPOSIÇÃO Em julho, os títulos prefixados continuaram com maior representatividade na dívida, a 35,23% do total. Em junho, tinha sido de 36,30%. Para o ano, o Tesouro fixou um intervalo de 31% a 35% para esses papéis. Já os títulos corrigidos pela inflação passaram de 33,73% a 34,25% do total, e meta no PAF de 29% a 33% em 2016. Por sua vez, os títulos corrigidos pela Selic viram seu peso aumentar de 25,75% em junho para 26,16%. O Tesouro estima que o percentual encerrará o ano entre 30% e 34%. Em julho, a participação dos investidores estrangeiros em títulos da dívida interna caiu a 16,23%, ante 16,41% em junho. PREVISÃO O Tesouro Nacional ainda não tem previsão exata para divulgação dos dados de agosto da dívida pública federal, afirmou a coordenadora de Operações da Dívida Pública, Márcia Fernanda Tapajós, acrescentando que o relatório deve sair antes de 24 de outubro, data marcada para os dados de setembro irem a público. "De fato estamos com o relatório atrasado. O que posso falar é que no dia 24/10, que é quando nós divulgaríamos o número de setembro, a partir daí as datas serão regularizadas. Mas com certeza antes dessa data será divulgado o relatório de agosto", afirmou Márcia Fernanda em coletiva de imprensa. Os dados de julho deveriam ter sido divulgados pelo Tesouro no mês passado, mas não foram em razão de paralisação de servidores. Segundo Márcia Fernanda, o Tesouro segue com previsão de rever os dados do PAF quando conseguir compilar as informações de agosto.
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Fotógrafa clica com celular a costa, a serra e a selva do Peru
A fotógrafa Luisa Dörr passou quase três meses no Peru. Na companhia de um morador local, ela explorou um pouco do que podem ser consideradas três grandes regiões do país: a costa, marcada pelo deserto e a vida marinha, a serra, com as montanhas dos Andes, e a selva, que abriga parte da floresta amazônica. "É um país relativamente pequeno, mas a mudança das paisagens impressiona muito", conta ela, que fez as imagens com um iPhone. Luisa publica suas imagens no Instagram, a ideia, explica, é fazer com que as pessoas se sintam mais próximas das fotografias. Durante a viagem, ela registrou as três regiões peruanas. Na serra, clicou o Vale Sagrado –um dos locais que mais gostou–, repleto de ruínas incas. "Há uma lenda que diz que, todo mês de outubro, na montanha onde morreu o último inca aparece a sombra de uma onça e de um homem", conta. "O Peru é cheio desses mistérios." Já na selva, em Iquito, pode conhecer uma reserva que recebe animais abandonados ou que sofriam maus tratos, como um tucano que era alimentado com ração de cachorro. "O clima do passeio não é de zoológico. Os visitantes caminham em uma espécie de jaula para observar os bichos soltos do lado de fora." Mas foi na costa que Luisa passou a maior parte da viagem, especialmente em Lima, capital do Peru. Lá, diz ela, come-se bem e barato (com R$ 9 dá para ficar satisfeito). * Veja outras edições do Álbum de Viagem Casas de famosos em Los Angeles, por Apu Gomes Pernambuco, por Bruno Poletti Madagascar, por Haroldo Castro Colômbia, por Thiago Foresti Mauritânia, por Jody MacDonald João Pessoa, por Edson Lopes Jr. Verão português, por Fabrício Lobel Natividade, no Tocantins, por Otavio Valle Tanzânia, por Mathilde Missioneiro Minas Gerais, por Angelo Savastano Etiópia, por Roberto Machado
turismo
Fotógrafa clica com celular a costa, a serra e a selva do PeruA fotógrafa Luisa Dörr passou quase três meses no Peru. Na companhia de um morador local, ela explorou um pouco do que podem ser consideradas três grandes regiões do país: a costa, marcada pelo deserto e a vida marinha, a serra, com as montanhas dos Andes, e a selva, que abriga parte da floresta amazônica. "É um país relativamente pequeno, mas a mudança das paisagens impressiona muito", conta ela, que fez as imagens com um iPhone. Luisa publica suas imagens no Instagram, a ideia, explica, é fazer com que as pessoas se sintam mais próximas das fotografias. Durante a viagem, ela registrou as três regiões peruanas. Na serra, clicou o Vale Sagrado –um dos locais que mais gostou–, repleto de ruínas incas. "Há uma lenda que diz que, todo mês de outubro, na montanha onde morreu o último inca aparece a sombra de uma onça e de um homem", conta. "O Peru é cheio desses mistérios." Já na selva, em Iquito, pode conhecer uma reserva que recebe animais abandonados ou que sofriam maus tratos, como um tucano que era alimentado com ração de cachorro. "O clima do passeio não é de zoológico. Os visitantes caminham em uma espécie de jaula para observar os bichos soltos do lado de fora." Mas foi na costa que Luisa passou a maior parte da viagem, especialmente em Lima, capital do Peru. Lá, diz ela, come-se bem e barato (com R$ 9 dá para ficar satisfeito). * Veja outras edições do Álbum de Viagem Casas de famosos em Los Angeles, por Apu Gomes Pernambuco, por Bruno Poletti Madagascar, por Haroldo Castro Colômbia, por Thiago Foresti Mauritânia, por Jody MacDonald João Pessoa, por Edson Lopes Jr. Verão português, por Fabrício Lobel Natividade, no Tocantins, por Otavio Valle Tanzânia, por Mathilde Missioneiro Minas Gerais, por Angelo Savastano Etiópia, por Roberto Machado
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Rodolfo Lucena: Inscrição para a maratona de SP custa R$ 50 até a semana que vem
Esta é uma promoção que vale a pena para quem acha que vale a pena correr a maratona de São Paulo: as inscrições para todas as modalidades do evento saem por R$ 50 até o próximo dia 3 de fevereiro ... Leia post completo no blog
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Rodolfo Lucena: Inscrição para a maratona de SP custa R$ 50 até a semana que vemEsta é uma promoção que vale a pena para quem acha que vale a pena correr a maratona de São Paulo: as inscrições para todas as modalidades do evento saem por R$ 50 até o próximo dia 3 de fevereiro ... Leia post completo no blog
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Edição dominical da Folha deixa de circular no sábado
A Folha vai suspender a venda antecipada da edição de domingo nas bancas aos sábados à noite. Deste fim de semana em diante, só será encontrada nas bancas a partir da manhã de domingo. Ainda no sábado, parte das edições dominicais enviadas para o restante do país era antecipada para 400 bancas de São Paulo, de um total de 3.500 atendidas na cidade.
poder
Edição dominical da Folha deixa de circular no sábadoA Folha vai suspender a venda antecipada da edição de domingo nas bancas aos sábados à noite. Deste fim de semana em diante, só será encontrada nas bancas a partir da manhã de domingo. Ainda no sábado, parte das edições dominicais enviadas para o restante do país era antecipada para 400 bancas de São Paulo, de um total de 3.500 atendidas na cidade.
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BDS: liberdade, igualdade e justiça
Os pedidos para que Caetano Veloso e Gilberto Gil cancelem seu show em Israel ecoam cada vez mais fortes. Há alguns dias, os artistas iniciaram sua turnê em Amsterdã, a poucos quilômetros da Corte Internacional de Justiça, em Haia. A coincidência vai além da geografia: há 11 anos a Corte emitiu um parecer considerando o muro construído por Israel na Cisjordânia ocupada como ilegal e ressaltou o dever da comunidade internacional em garantir o cumprimento por Israel de suas obrigações com o direito internacional, não sendo permitido aos Estados aceitar ou colaborar com as violações israelenses. Entretanto, Estados e instituições continuam cooperando ou financiando entidades envolvidas nessas ilegalidades. Diante da inação de governos, tem cabido à sociedade civil internacional –em resposta a amplo chamado da sociedade civil palestina, no exílio inclusive– buscar justiça, igualdade e liberdade por meio de pressão não violenta a Israel em respeito ao direito internacional. Assim, o movimento de Boicotes, Desinvestimento e Sanções (BDS) reivindica, há dez anos, o cumprimento de três obrigações imputadas a Israel: o fim da ocupação dos territórios palestinos e o desmonte do muro; direitos iguais para os palestinos cidadãos de Israel; e o respeito e promoção do direito de retorno dos refugiados palestinos. Em nível comercial, militar e cultural, o BDS cresce e é impactante. Recente relatório da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) aponta queda de 46% dos investimentos internacionais em Israel em 2014, especialmente pelo impacto do BDS no país. Diversas empresas, israelenses e internacionais, ligadas às violações israelenses do direito internacional, têm sofrido o impacto do BDS. A G4S, maior empresa de segurança privada do mundo, também presente no Brasil, provê serviços e equipamentos a prisões israelenses contrariando as Convenções de Genebra, e perdeu seu contrato com o Parlamento Europeu em 2012. No Rio Grande do Sul, o BDS conquistou a suspensão de um acordo entre o governo gaúcho e a israelense Elbit Systems, uma das responsáveis pela construção do muro ilegal na Cisjordânia e produtora de drones utilizados em ataques a Gaza. O movimento também avança cada vez mais em âmbito cultural. A Bienal de São Paulo, por exemplo, desvinculou o financiamento do Consulado de Israel de sua última edição depois de carta de 55 artistas participantes do evento opondo-se ao vínculo. Entre os muitos artistas que já cancelaram shows em Israel estão Lauryn Hill, Roger Waters, Snoop Dogg, Carlos Santana, Coldplay, e Elvis Costello. O crescente impacto do BDS é reconhecido inclusive por opositores do movimento: Shabtai Shavit, ex-chefe do serviço de inteligência israelense, a Mossad, recentemente escreveu que o BDS "tem crescido, e muitos judeus são membros". Em 2014, mais de 300 judeus sobreviventes e descendentes de vítimas do Holocausto lançaram uma nota condenando o massacre a Gaza e pedindo um amplo boicote econômico, acadêmico e cultural a Israel. Evidentemente, o BDS é fundamentalmente antirracista e se opõe a qualquer forma de discriminação e opressão, incluindo o antissemitismo e a islamofobia. O movimento não promove o boicote a indivíduos, mas a instituições conectadas com as políticas ilegais de Israel. Ressaltar a diversidade religiosa dos apoiadores do movimento BDS nem sequer seria necessário, não fosse a desinformação de uns e a desonestidade intelectual de outros que insistem em tentativas frustradas de associar tanto as políticas de um Estado como as críticas a essas políticas a uma ou a outra religião. MAHMOUD NAWAJAA, 29, é coordenador-geral do Comitê Nacional Palestino de BDS - Boicotes, Desinvestimento e Sanções * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
BDS: liberdade, igualdade e justiçaOs pedidos para que Caetano Veloso e Gilberto Gil cancelem seu show em Israel ecoam cada vez mais fortes. Há alguns dias, os artistas iniciaram sua turnê em Amsterdã, a poucos quilômetros da Corte Internacional de Justiça, em Haia. A coincidência vai além da geografia: há 11 anos a Corte emitiu um parecer considerando o muro construído por Israel na Cisjordânia ocupada como ilegal e ressaltou o dever da comunidade internacional em garantir o cumprimento por Israel de suas obrigações com o direito internacional, não sendo permitido aos Estados aceitar ou colaborar com as violações israelenses. Entretanto, Estados e instituições continuam cooperando ou financiando entidades envolvidas nessas ilegalidades. Diante da inação de governos, tem cabido à sociedade civil internacional –em resposta a amplo chamado da sociedade civil palestina, no exílio inclusive– buscar justiça, igualdade e liberdade por meio de pressão não violenta a Israel em respeito ao direito internacional. Assim, o movimento de Boicotes, Desinvestimento e Sanções (BDS) reivindica, há dez anos, o cumprimento de três obrigações imputadas a Israel: o fim da ocupação dos territórios palestinos e o desmonte do muro; direitos iguais para os palestinos cidadãos de Israel; e o respeito e promoção do direito de retorno dos refugiados palestinos. Em nível comercial, militar e cultural, o BDS cresce e é impactante. Recente relatório da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) aponta queda de 46% dos investimentos internacionais em Israel em 2014, especialmente pelo impacto do BDS no país. Diversas empresas, israelenses e internacionais, ligadas às violações israelenses do direito internacional, têm sofrido o impacto do BDS. A G4S, maior empresa de segurança privada do mundo, também presente no Brasil, provê serviços e equipamentos a prisões israelenses contrariando as Convenções de Genebra, e perdeu seu contrato com o Parlamento Europeu em 2012. No Rio Grande do Sul, o BDS conquistou a suspensão de um acordo entre o governo gaúcho e a israelense Elbit Systems, uma das responsáveis pela construção do muro ilegal na Cisjordânia e produtora de drones utilizados em ataques a Gaza. O movimento também avança cada vez mais em âmbito cultural. A Bienal de São Paulo, por exemplo, desvinculou o financiamento do Consulado de Israel de sua última edição depois de carta de 55 artistas participantes do evento opondo-se ao vínculo. Entre os muitos artistas que já cancelaram shows em Israel estão Lauryn Hill, Roger Waters, Snoop Dogg, Carlos Santana, Coldplay, e Elvis Costello. O crescente impacto do BDS é reconhecido inclusive por opositores do movimento: Shabtai Shavit, ex-chefe do serviço de inteligência israelense, a Mossad, recentemente escreveu que o BDS "tem crescido, e muitos judeus são membros". Em 2014, mais de 300 judeus sobreviventes e descendentes de vítimas do Holocausto lançaram uma nota condenando o massacre a Gaza e pedindo um amplo boicote econômico, acadêmico e cultural a Israel. Evidentemente, o BDS é fundamentalmente antirracista e se opõe a qualquer forma de discriminação e opressão, incluindo o antissemitismo e a islamofobia. O movimento não promove o boicote a indivíduos, mas a instituições conectadas com as políticas ilegais de Israel. Ressaltar a diversidade religiosa dos apoiadores do movimento BDS nem sequer seria necessário, não fosse a desinformação de uns e a desonestidade intelectual de outros que insistem em tentativas frustradas de associar tanto as políticas de um Estado como as críticas a essas políticas a uma ou a outra religião. MAHMOUD NAWAJAA, 29, é coordenador-geral do Comitê Nacional Palestino de BDS - Boicotes, Desinvestimento e Sanções * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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6 programas em São Paulo para levar as crianças neste feriado de Páscoa
Comer chocolate na Páscoa é uma das atividades favoritas das crianças. Mas para não comer em excesso, separamos seis passeios que não têm nada a ver com o doce para fazer neste feriado. Misturando teatro e mágica, o ilusionista pernambucano Rapha Santacruz apresenta o espetáculo "Haru - A Primavera do Aprendiz". Na história, ele vive um jovem mágico que busca orientação de um mestre, que lhe ensina lições ao longo da peça. Após o espetáculo, Santacruz também ministra uma oficina de ilusionismo para crianças a partir de sete anos, ensinando truques simples, feitos com objetos comuns. QUANDO 26 e 27/3; 3 e 4/4; às 12h ONDE Sesc Pompeia - r. Clélia, 93, Barra Funda QUANTO de R$ 5 a R$ 17 A "Mostrinha Livre" traz curtas como "Dinossauro Rex", produzido por crianças do Espírito Santo, que conta a história de um dinossauro que saia comendo tudo e todos que encontrava pelo caminho. Até que um dia resolve rever seus conceitos. QUANDO 26 e 27/3 ONDE Centro Cultural Banco do Brasil - r. Álvares Penteado, 112 - Centro QUANTO Grátis Avião interativo, em exibição no São Bernardo Plaza Shopping, propõe interatividade para crianças e adolescentes em atividades científicas e tecnológicas. A ação acontecerá dentro de um avião modelo Brazilian, fabricado pela Embraer, que será instalado no praça de eventos do local. QUANDO 25, 26 e 27/3 ONDE São Bernardo Plaza Shopping - av. Rotary, 624 - São Bernardo do Campo QUANTO R$ 15 por 15 minutos "O som protagonista de contos e lendas do mundo" faz-se uma viagem pelas histórias de diferentes culturas, do Brasil a Gana, da Grécia à Turquia e à Índia, que tem o som como protagonista. O espetáculo Balanceia, criado pelo Projeto Guarará.apresentação reúne instrumentos musicais típicos de diferentes regiões do país, como os tambores e as casacas do Espírito Santo e o pandeirão e as maracas do Maranhão QUANDO 25, 26 e 27/03 ONDE Itaú Cultural - av. Paulista, 149 - Bela Vista QUANTO Grátis A Casa do Brincar, espaço que reúne atividades e brincadeiras para crianças, tem no sábado (26) uma programação gratuita. O destaque fica por conta do "Fui Eu Que Fiz", em que as crianças constroem o próprio fantoche de papel. QUANDO 26/3 ONDE Casa do Brincar - r. Ferreira de Araújo, 388 - Pinheiros QUANTO Grátis O espetáculo conta a história de dois amigos que decidem brincar de circo na sala de visita, recriando o mundo maravilhoso do circo dentro do universo das fantasias e brincadeiras infantis. QUANDO 26 e 27/03 ONDE Teatro Alfa - r. Bento Branco de Andrade Filho, 722 - Santo Amaro QUANTO Ingressos por R$ 30 (inteira) e R$15 (meia para crianças, estudantes e maiores de 60 anos)
asmais
6 programas em São Paulo para levar as crianças neste feriado de PáscoaComer chocolate na Páscoa é uma das atividades favoritas das crianças. Mas para não comer em excesso, separamos seis passeios que não têm nada a ver com o doce para fazer neste feriado. Misturando teatro e mágica, o ilusionista pernambucano Rapha Santacruz apresenta o espetáculo "Haru - A Primavera do Aprendiz". Na história, ele vive um jovem mágico que busca orientação de um mestre, que lhe ensina lições ao longo da peça. Após o espetáculo, Santacruz também ministra uma oficina de ilusionismo para crianças a partir de sete anos, ensinando truques simples, feitos com objetos comuns. QUANDO 26 e 27/3; 3 e 4/4; às 12h ONDE Sesc Pompeia - r. Clélia, 93, Barra Funda QUANTO de R$ 5 a R$ 17 A "Mostrinha Livre" traz curtas como "Dinossauro Rex", produzido por crianças do Espírito Santo, que conta a história de um dinossauro que saia comendo tudo e todos que encontrava pelo caminho. Até que um dia resolve rever seus conceitos. QUANDO 26 e 27/3 ONDE Centro Cultural Banco do Brasil - r. Álvares Penteado, 112 - Centro QUANTO Grátis Avião interativo, em exibição no São Bernardo Plaza Shopping, propõe interatividade para crianças e adolescentes em atividades científicas e tecnológicas. A ação acontecerá dentro de um avião modelo Brazilian, fabricado pela Embraer, que será instalado no praça de eventos do local. QUANDO 25, 26 e 27/3 ONDE São Bernardo Plaza Shopping - av. Rotary, 624 - São Bernardo do Campo QUANTO R$ 15 por 15 minutos "O som protagonista de contos e lendas do mundo" faz-se uma viagem pelas histórias de diferentes culturas, do Brasil a Gana, da Grécia à Turquia e à Índia, que tem o som como protagonista. O espetáculo Balanceia, criado pelo Projeto Guarará.apresentação reúne instrumentos musicais típicos de diferentes regiões do país, como os tambores e as casacas do Espírito Santo e o pandeirão e as maracas do Maranhão QUANDO 25, 26 e 27/03 ONDE Itaú Cultural - av. Paulista, 149 - Bela Vista QUANTO Grátis A Casa do Brincar, espaço que reúne atividades e brincadeiras para crianças, tem no sábado (26) uma programação gratuita. O destaque fica por conta do "Fui Eu Que Fiz", em que as crianças constroem o próprio fantoche de papel. QUANDO 26/3 ONDE Casa do Brincar - r. Ferreira de Araújo, 388 - Pinheiros QUANTO Grátis O espetáculo conta a história de dois amigos que decidem brincar de circo na sala de visita, recriando o mundo maravilhoso do circo dentro do universo das fantasias e brincadeiras infantis. QUANDO 26 e 27/03 ONDE Teatro Alfa - r. Bento Branco de Andrade Filho, 722 - Santo Amaro QUANTO Ingressos por R$ 30 (inteira) e R$15 (meia para crianças, estudantes e maiores de 60 anos)
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Quando o assunto é doce, Marilia Zylbersztajn prova que menos é mais
DANIELLE NAGASE DE SÃO PAULO Neste ano, a confeiteira Marilia Zylbersztajn (diz-se Zilberstain) ganhou para provar que menos é mais -no caso, menos pompa, menos doçura e menos meleca. Esqueça o chantili e as doses exageradas de calda escorrendo cobertura abaixo. Os doces da moça de sobrenome difícil são simples, quase rústicos, e levam um tanto a menos de açúcar -o necessário para que a sobremesa faça sentido. E faz muito sentido. Na torta de pera com cardamomo e noz pecã, sente-se o gosto da pera (molhadinha), do cardamomo (que faz uma graça ali) e da noz pecã salpicada por cima (que além de tudo é crocante). É um deleite. E o bom da doçura contida é que você não se arrepende depois de raspar o prato. Eu, pelo menos, não me arrependi e quis experimentar mais (isso foi um pouco ruim). Levei para casa uma fatia da bavaroise triplo chocolate. A torta é linda de se ver: tem camadas bem delimitadas de brownie (bem fininho na base), de creme chocolate meio amargo, branco, ao leite e, por último, uma glaçagem de cacau. Poderia ser um boom de chocolate -daqueles que fazem arrepiar do meio para o fim da sobremesa-, mas é de uma leveza inacreditável. Tanto que você coloca outra colherada na boca só para ter certeza de que aquilo é possível. Além das tortas -todas feitas diariamente-, também oferece biscoitos, como o de nozes com chocolate, compotas (de banana ou de abóbora com coco), marshmallows de amoras (do sítio Mantí, na serra da Mantiqueira) e suspiros de amêndoas. Na vitrine, as guloseimas roubam para si o foco do salão -ainda bem, já que o espaço é tão clean e minimalista que não chega a ser convidativo. * Tem também caramelos puxa-puxa, embrulhados feito bala. Compre uma caixa deles (com 20; R$ 20) e vá comendo aos poucos, um por dia para economizar. O de flor de sal é o melhor, classicão. Se for comer ali, peça um café (da Martins Café) ou chá gelado para acompanhar -e aqui vale adoçar, caso queira, mas não precisa (Marilia há de concordar comigo). * Para se sentir meio Zylbersztajn, arremate na loja a mistura para fazer brownie (R$ 55). Em casa, basta juntar manteiga derretida e três ovos aos ingredientes do pote e levar a massa ao forno por 35 minutos. R. Fradique Coutinho, 942, Pinheiros, região oeste, tel. 4301-6003. 9 lugares. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 18h.
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Quando o assunto é doce, Marilia Zylbersztajn prova que menos é maisDANIELLE NAGASE DE SÃO PAULO Neste ano, a confeiteira Marilia Zylbersztajn (diz-se Zilberstain) ganhou para provar que menos é mais -no caso, menos pompa, menos doçura e menos meleca. Esqueça o chantili e as doses exageradas de calda escorrendo cobertura abaixo. Os doces da moça de sobrenome difícil são simples, quase rústicos, e levam um tanto a menos de açúcar -o necessário para que a sobremesa faça sentido. E faz muito sentido. Na torta de pera com cardamomo e noz pecã, sente-se o gosto da pera (molhadinha), do cardamomo (que faz uma graça ali) e da noz pecã salpicada por cima (que além de tudo é crocante). É um deleite. E o bom da doçura contida é que você não se arrepende depois de raspar o prato. Eu, pelo menos, não me arrependi e quis experimentar mais (isso foi um pouco ruim). Levei para casa uma fatia da bavaroise triplo chocolate. A torta é linda de se ver: tem camadas bem delimitadas de brownie (bem fininho na base), de creme chocolate meio amargo, branco, ao leite e, por último, uma glaçagem de cacau. Poderia ser um boom de chocolate -daqueles que fazem arrepiar do meio para o fim da sobremesa-, mas é de uma leveza inacreditável. Tanto que você coloca outra colherada na boca só para ter certeza de que aquilo é possível. Além das tortas -todas feitas diariamente-, também oferece biscoitos, como o de nozes com chocolate, compotas (de banana ou de abóbora com coco), marshmallows de amoras (do sítio Mantí, na serra da Mantiqueira) e suspiros de amêndoas. Na vitrine, as guloseimas roubam para si o foco do salão -ainda bem, já que o espaço é tão clean e minimalista que não chega a ser convidativo. * Tem também caramelos puxa-puxa, embrulhados feito bala. Compre uma caixa deles (com 20; R$ 20) e vá comendo aos poucos, um por dia para economizar. O de flor de sal é o melhor, classicão. Se for comer ali, peça um café (da Martins Café) ou chá gelado para acompanhar -e aqui vale adoçar, caso queira, mas não precisa (Marilia há de concordar comigo). * Para se sentir meio Zylbersztajn, arremate na loja a mistura para fazer brownie (R$ 55). Em casa, basta juntar manteiga derretida e três ovos aos ingredientes do pote e levar a massa ao forno por 35 minutos. R. Fradique Coutinho, 942, Pinheiros, região oeste, tel. 4301-6003. 9 lugares. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 18h.
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App permite acionar sirene para chamar atenção para abuso no metrô
Um novo aplicativo quer ajudar as mulheres usuárias do metrô e trem de São Paulo a denunciar abuso sexual. O "HelpMe" (me ajude), lançado há menos de duas semanas, permite acionar uma sirene para chamar atenção para si e mandar uma mensagem de texto para os canais de denúncia do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) com os dizeres: "Estou sofrendo abuso!!!". Criada pelo paulistano Renato Sanches, 26, a ferramenta também permite enviar um SMS detalhado, informando a linha, o sentido do trem, a próxima estação e o número do carro. A ideia surgiu depois de ver várias publicações de mulheres nas redes sociais relatando situações de abuso e manifestações nas estações, contou Sanches, que é analista de sistemas e usuário tanto do metrô quanto da CPTM. O jovem já vinha estudando o mercado de mobilidade urbana e começou a desenvolver o aplicativo no final de maio. "Na 'hora H', pode ser difícil lembrar o número de denúncia ou ter que digitar uma mensagem. O app já a deixa pronta", diz Sanches. Já a sirene pode chamar a atenção e, eventualmente, interromper o abuso. Por mais que o enfoque seja a denúncia de abusos sexuais, o aplicativo permite relatar outros problemas e infrações, como ar condicionado desligado, som alto, vandalismo, furto, roubo e ambulantes. Para o analista de sistemas, essas outras opções incentivam homens a usar a ferramenta. O aplicativo, disponível gratuitamente para os sistemas operacionais Android e iOS, não tem vínculo com o metrô ou com a CPTM. "Eu peguei os números de denúncia no site dos serviços", diz o desenvolvedor. Nenhuma das empresas de transporte se manifestou sobre o aplicativo, mas Sanches conta que ele usou a ferramenta para relatar uma briga dentro de um trem da CPTM e que, na próxima estação, já havia um segurança na plataforma. "Se foi por causa da mensagem que mandei, eu já não sei", comentou.
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App permite acionar sirene para chamar atenção para abuso no metrôUm novo aplicativo quer ajudar as mulheres usuárias do metrô e trem de São Paulo a denunciar abuso sexual. O "HelpMe" (me ajude), lançado há menos de duas semanas, permite acionar uma sirene para chamar atenção para si e mandar uma mensagem de texto para os canais de denúncia do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) com os dizeres: "Estou sofrendo abuso!!!". Criada pelo paulistano Renato Sanches, 26, a ferramenta também permite enviar um SMS detalhado, informando a linha, o sentido do trem, a próxima estação e o número do carro. A ideia surgiu depois de ver várias publicações de mulheres nas redes sociais relatando situações de abuso e manifestações nas estações, contou Sanches, que é analista de sistemas e usuário tanto do metrô quanto da CPTM. O jovem já vinha estudando o mercado de mobilidade urbana e começou a desenvolver o aplicativo no final de maio. "Na 'hora H', pode ser difícil lembrar o número de denúncia ou ter que digitar uma mensagem. O app já a deixa pronta", diz Sanches. Já a sirene pode chamar a atenção e, eventualmente, interromper o abuso. Por mais que o enfoque seja a denúncia de abusos sexuais, o aplicativo permite relatar outros problemas e infrações, como ar condicionado desligado, som alto, vandalismo, furto, roubo e ambulantes. Para o analista de sistemas, essas outras opções incentivam homens a usar a ferramenta. O aplicativo, disponível gratuitamente para os sistemas operacionais Android e iOS, não tem vínculo com o metrô ou com a CPTM. "Eu peguei os números de denúncia no site dos serviços", diz o desenvolvedor. Nenhuma das empresas de transporte se manifestou sobre o aplicativo, mas Sanches conta que ele usou a ferramenta para relatar uma briga dentro de um trem da CPTM e que, na próxima estação, já havia um segurança na plataforma. "Se foi por causa da mensagem que mandei, eu já não sei", comentou.
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Golpe é mentir ao povo para se eleger, escreve leitor sobre impeachment
Interpreto o artigo "Pedido sem consistência" (Tendências/Debates, 17/1), do advogado e deputado José Guimarães (PT-CE), como uma mera peça de defesa da presidente Dilma. O articulista faz coro com o decantado e pueril argumento articulado pelo petismo de denominar o pedido de impeachment de golpe. Golpe é mentir ao povo para se eleger e jogá-lo aos leões da inflação e da miséria. A presidente Dilma deveria ser apeada do poder somente pela própria incompetência de gerir este país. Será impedida pelos meios legais e constitucionais que o nobre colega também conhece. Livingston Streck, advogado (São Paulo, SP) * É doloroso ver alguém inventar fatos históricos como fez Reinner Carlos de Oliveira (Painel do Leitor, 19/1) ao dizer que "até o governo FHC o Brasil estava indo numa boa toada". Que idade tem esse senhor? Doze anos? Convido-o a ler os arquivos da Folha de 1999 a 2002. Inflação e desemprego nas alturas, forte concentração de renda, fome e miséria. Tania Cristina de Mauro Cunha (São Paulo, SP) * No Brasil, mais de 40% dos presos são provisórios, ou seja, nem sequer foram condenados. O Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), fundado há 15 anos por muitos dos subscritores da carta criticada por Mario Sergio Conti ("Diante da lei", "Poder", 19/1), preocupa-se diuturnamente com a explosão carcerária que vivemos. O instituto capitaneou e lutou pela instituição das audiências de custódia, mantém projetos de educação no cárcere e nas escolas e patrocina gratuitamente centenas de casos em seus mais de 15 projetos. Augusto de Arruda Botelho, advogado e presidente do IDDD (São Paulo, SP) * É perfeito o artigo de Mario Sergio Conti. Evidenciando os fatos como são e como sempre foram, o que podemos comparar bem ao ler, na mesma página, a defesa do advogado de Marcelo Odebrecht. Nabor Bulhões, um criminalista cheio de títulos e experiência, diz que "Juiz Moro é parcial contra os acusados na Lava Jato" ("Poder", 19/1). Por profissionalismo, o advogado busca defender seu cliente, o que não significa buscar a Justiça, mesmo que seja em prol de toda uma nação. À Justiça resta a pena de outro Sergio, Sergio Moro. Eliana Toffoli Batista (Rancharia, SP) * Ao ler o texto "Pena de delatores da Lava Jato cai de 283 para 7 anos" ("Poder", 18/1) entendo que o benefício é por demais excessivo, podendo dar margem a distorções futuras: o cometimento de crimes semelhantes já pressupondo, "caso necessário", a delação que, praticamente, eliminará o cumprimento da pena. Luiz Philippe da Costa Fernandes (Rio de Janeiro, RJ) * Que o Brasil está em crise todos sabemos há muito tempo. Está na hora de a Folha parar com esse "bordão" no Painel do Leitor e começar a publicar cartas que tragam algum conhecimento novo para nós, leitores. Assim, a seção poderá ter alguma utilidade para quem compra o jornal. Aeramiz Alves (Belo Horizonte, MG) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Golpe é mentir ao povo para se eleger, escreve leitor sobre impeachmentInterpreto o artigo "Pedido sem consistência" (Tendências/Debates, 17/1), do advogado e deputado José Guimarães (PT-CE), como uma mera peça de defesa da presidente Dilma. O articulista faz coro com o decantado e pueril argumento articulado pelo petismo de denominar o pedido de impeachment de golpe. Golpe é mentir ao povo para se eleger e jogá-lo aos leões da inflação e da miséria. A presidente Dilma deveria ser apeada do poder somente pela própria incompetência de gerir este país. Será impedida pelos meios legais e constitucionais que o nobre colega também conhece. Livingston Streck, advogado (São Paulo, SP) * É doloroso ver alguém inventar fatos históricos como fez Reinner Carlos de Oliveira (Painel do Leitor, 19/1) ao dizer que "até o governo FHC o Brasil estava indo numa boa toada". Que idade tem esse senhor? Doze anos? Convido-o a ler os arquivos da Folha de 1999 a 2002. Inflação e desemprego nas alturas, forte concentração de renda, fome e miséria. Tania Cristina de Mauro Cunha (São Paulo, SP) * No Brasil, mais de 40% dos presos são provisórios, ou seja, nem sequer foram condenados. O Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), fundado há 15 anos por muitos dos subscritores da carta criticada por Mario Sergio Conti ("Diante da lei", "Poder", 19/1), preocupa-se diuturnamente com a explosão carcerária que vivemos. O instituto capitaneou e lutou pela instituição das audiências de custódia, mantém projetos de educação no cárcere e nas escolas e patrocina gratuitamente centenas de casos em seus mais de 15 projetos. Augusto de Arruda Botelho, advogado e presidente do IDDD (São Paulo, SP) * É perfeito o artigo de Mario Sergio Conti. Evidenciando os fatos como são e como sempre foram, o que podemos comparar bem ao ler, na mesma página, a defesa do advogado de Marcelo Odebrecht. Nabor Bulhões, um criminalista cheio de títulos e experiência, diz que "Juiz Moro é parcial contra os acusados na Lava Jato" ("Poder", 19/1). Por profissionalismo, o advogado busca defender seu cliente, o que não significa buscar a Justiça, mesmo que seja em prol de toda uma nação. À Justiça resta a pena de outro Sergio, Sergio Moro. Eliana Toffoli Batista (Rancharia, SP) * Ao ler o texto "Pena de delatores da Lava Jato cai de 283 para 7 anos" ("Poder", 18/1) entendo que o benefício é por demais excessivo, podendo dar margem a distorções futuras: o cometimento de crimes semelhantes já pressupondo, "caso necessário", a delação que, praticamente, eliminará o cumprimento da pena. Luiz Philippe da Costa Fernandes (Rio de Janeiro, RJ) * Que o Brasil está em crise todos sabemos há muito tempo. Está na hora de a Folha parar com esse "bordão" no Painel do Leitor e começar a publicar cartas que tragam algum conhecimento novo para nós, leitores. Assim, a seção poderá ter alguma utilidade para quem compra o jornal. Aeramiz Alves (Belo Horizonte, MG) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Itália mobiliza 5.000 após tremor, e segue esperança por sobreviventes
A estrutura montada pela Itália para amenizar os estragos do terremoto de quarta-feira (24) se espalha pela região central do país, entre cidades já praticamente esvaziadas de seus moradores. Em Amatrice, um dia após o tremor que deixou ao menos 278 mortos, não se ouvem os sons habituais da cidade, que se preparava para um festival gastronômico no fim de semana –o local dá nome ao molho matriciana, com tomate, bacon e pecorino. Em vez disso, há o latido do cão farejador, o gerador de eletricidade, o sobrevoo do helicóptero e o grito do bombeiro. O resgate e o apoio a sobreviventes envolvem italianos de todo o país. As placas dos veículos registram nomes de diversas regiões. Segundo informações do governo italiano, aproximadamente 5.000 pessoas foram mobilizadas para as operações após o terremoto. Há desaparecidos, além de 387 feridos. Ao menos 470 réplicas já foram registradas desde o terremoto, ocorrido às 3h30 de quarta-feira (22h30 de terça-feira em Brasília). 17 HORAS SOB RUÍNAS O cenário de Amatrice é semelhante, a 30 minutos dali, em Pescara del Tronto, onde se realizou um dos resgates mais emblemáticos. Uma menina foi retirada viva sob os escombros 17 horas após o terremoto. "São histórias que simbolizam nossa vontade de viver", diz à Folha o bombeiro Danilo Dionisi, presente no momento. "Buscávamos a menina desde cedo. Quando a encontraram, houve uma exaltação. Um silêncio. Nos deu força para continuar." Dionisi afirma que as buscas seguirão e que nenhum dos socorristas trabalha com a hipótese de que já não haja sobreviventes, apesar do passar das horas. "Nós manteremos a mesma força." Próximo dali, um grupo de policiais ajuda a controlar o tráfego. Uma equipe corre atrás de seu cão farejador, e soldados impedem a reportagem de se aproximar do centro da cidade, mais instável. Em Amatrice, o núcleo histórico ruiu quase por completo. Uma igreja do século 15 estava danificada. A torre do relógio, construída no século 13, permanecia de pé, com o horário paralisado às 3h39, minutos após o terremoto. Dario Franceschini, ministro da Cultura, disse que 293 locais de importância cultural foram seriamente danificados ou desmoronaram. VOLUNTÁRIOS Parte fundamental do resgate são os voluntários, como Chiara Diletta Marini, 26, que veio de Roma para auxiliar na distribuição de alimentos. Enquanto fatia pães com geleia para dar a moradores, diz: "Nunca vi nada assim". Ela afirma que a região necessita, principalmente, de medicamentos, uma avaliação repetida por outras pessoas envolvidas na ação. Uma das razões por que houve estrago tão extenso é que as construções da região são antigas e inadequadas para enfrentar tremores. Casas de pedra são comuns. Um grupo de jovens poloneses também viajou a Amatrice para se voluntariar. Eles estavam na Itália a turismo, explorando cavernas, mas se sensibilizaram por relatos do desastre e foram de carro para lá. A reportagem cruza com eles em uma estrada escura, descendo de Amatrice, carregando cordas e lanternas. Eles lamentam ainda não ter conseguido ajudar. "Não sabemos o que fazer", diz Yacub Ochnio, 26. "Não sabemos quem está no comando ou como podemos contribuir." Com o fluxo de voluntários ao local, parece haver excesso de mão de obra para uma tarefa que, com o passar do tempo, se torna mais improvável: localizar sobreviventes. É possível notar algum cansaço entre as equipes no local, e aspereza com quem está ali só para observar. O comando varia de acordo com as tarefas, mas voluntários se reportavam aos bombeiros, à frente das buscas. Onde fica Amatrice
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Itália mobiliza 5.000 após tremor, e segue esperança por sobreviventesA estrutura montada pela Itália para amenizar os estragos do terremoto de quarta-feira (24) se espalha pela região central do país, entre cidades já praticamente esvaziadas de seus moradores. Em Amatrice, um dia após o tremor que deixou ao menos 278 mortos, não se ouvem os sons habituais da cidade, que se preparava para um festival gastronômico no fim de semana –o local dá nome ao molho matriciana, com tomate, bacon e pecorino. Em vez disso, há o latido do cão farejador, o gerador de eletricidade, o sobrevoo do helicóptero e o grito do bombeiro. O resgate e o apoio a sobreviventes envolvem italianos de todo o país. As placas dos veículos registram nomes de diversas regiões. Segundo informações do governo italiano, aproximadamente 5.000 pessoas foram mobilizadas para as operações após o terremoto. Há desaparecidos, além de 387 feridos. Ao menos 470 réplicas já foram registradas desde o terremoto, ocorrido às 3h30 de quarta-feira (22h30 de terça-feira em Brasília). 17 HORAS SOB RUÍNAS O cenário de Amatrice é semelhante, a 30 minutos dali, em Pescara del Tronto, onde se realizou um dos resgates mais emblemáticos. Uma menina foi retirada viva sob os escombros 17 horas após o terremoto. "São histórias que simbolizam nossa vontade de viver", diz à Folha o bombeiro Danilo Dionisi, presente no momento. "Buscávamos a menina desde cedo. Quando a encontraram, houve uma exaltação. Um silêncio. Nos deu força para continuar." Dionisi afirma que as buscas seguirão e que nenhum dos socorristas trabalha com a hipótese de que já não haja sobreviventes, apesar do passar das horas. "Nós manteremos a mesma força." Próximo dali, um grupo de policiais ajuda a controlar o tráfego. Uma equipe corre atrás de seu cão farejador, e soldados impedem a reportagem de se aproximar do centro da cidade, mais instável. Em Amatrice, o núcleo histórico ruiu quase por completo. Uma igreja do século 15 estava danificada. A torre do relógio, construída no século 13, permanecia de pé, com o horário paralisado às 3h39, minutos após o terremoto. Dario Franceschini, ministro da Cultura, disse que 293 locais de importância cultural foram seriamente danificados ou desmoronaram. VOLUNTÁRIOS Parte fundamental do resgate são os voluntários, como Chiara Diletta Marini, 26, que veio de Roma para auxiliar na distribuição de alimentos. Enquanto fatia pães com geleia para dar a moradores, diz: "Nunca vi nada assim". Ela afirma que a região necessita, principalmente, de medicamentos, uma avaliação repetida por outras pessoas envolvidas na ação. Uma das razões por que houve estrago tão extenso é que as construções da região são antigas e inadequadas para enfrentar tremores. Casas de pedra são comuns. Um grupo de jovens poloneses também viajou a Amatrice para se voluntariar. Eles estavam na Itália a turismo, explorando cavernas, mas se sensibilizaram por relatos do desastre e foram de carro para lá. A reportagem cruza com eles em uma estrada escura, descendo de Amatrice, carregando cordas e lanternas. Eles lamentam ainda não ter conseguido ajudar. "Não sabemos o que fazer", diz Yacub Ochnio, 26. "Não sabemos quem está no comando ou como podemos contribuir." Com o fluxo de voluntários ao local, parece haver excesso de mão de obra para uma tarefa que, com o passar do tempo, se torna mais improvável: localizar sobreviventes. É possível notar algum cansaço entre as equipes no local, e aspereza com quem está ali só para observar. O comando varia de acordo com as tarefas, mas voluntários se reportavam aos bombeiros, à frente das buscas. Onde fica Amatrice
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Com dia ensolarado, Virada Cultural tem programação até o final da tarde
Sem tempo para ressaca, as atrações da 12ª Virada Cultural de São Paulo se estendem até as 18h horas deste domingo (22). Elba Ramalho, Maria Rita, Teresa Cristina, Palavra Cantada e Claudia Raia estão na programação. Elba Ramalho se apresenta no palco São João, às 11h. No repertório, sucessos como "De Volta Pro Aconchego" e "Bate Coração". Direcionado ao público infantil, Palavra Cantada oferece show com histórias e canções para crianças e pais. O espetáculo será às 11h, no Parque Ibirapuera. Quem não assistiu ao espetáculo "Raia 30 - O Musical", sobre a trajetória da atriz Claudia Raia, poderá vê-lo (ou revê-lo) a partir das 13h no palco do Vale do Anhangabaú. No mesmo local, às 17h, começa a peça "Meu Amigo Charlie Brown, Um Musical da Broadway", inspirada nas tiras cômicas "Peanuts", de Charles M. Schulz. Teresa Cristina faz show às 14h no palco São João. Também ali Maria Rita assume o comando às 17h. No site da Virada, é possível ver a programação completa. Aqui, a lista de atrações da Viradinha.
ilustrada
Com dia ensolarado, Virada Cultural tem programação até o final da tardeSem tempo para ressaca, as atrações da 12ª Virada Cultural de São Paulo se estendem até as 18h horas deste domingo (22). Elba Ramalho, Maria Rita, Teresa Cristina, Palavra Cantada e Claudia Raia estão na programação. Elba Ramalho se apresenta no palco São João, às 11h. No repertório, sucessos como "De Volta Pro Aconchego" e "Bate Coração". Direcionado ao público infantil, Palavra Cantada oferece show com histórias e canções para crianças e pais. O espetáculo será às 11h, no Parque Ibirapuera. Quem não assistiu ao espetáculo "Raia 30 - O Musical", sobre a trajetória da atriz Claudia Raia, poderá vê-lo (ou revê-lo) a partir das 13h no palco do Vale do Anhangabaú. No mesmo local, às 17h, começa a peça "Meu Amigo Charlie Brown, Um Musical da Broadway", inspirada nas tiras cômicas "Peanuts", de Charles M. Schulz. Teresa Cristina faz show às 14h no palco São João. Também ali Maria Rita assume o comando às 17h. No site da Virada, é possível ver a programação completa. Aqui, a lista de atrações da Viradinha.
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Lateral do São Paulo, Reinaldo é emprestado para a Ponte Preta
A Ponte Preta confirmou em seu site oficial que o lateral do São Paulo Reinaldo será o novo reforço da equipe de Campinas. O jogador está sendo esperado no interior de São Paulo para realizar exames médicos e assinar até o final do ano. O São Paulo já tinha o interesse de ceder Reinaldo a algum clube na temporada 2016. O jogador não foi nem inscrito na Copa Libertadores, onde o time do Morumbi disputa a primeira fase contra o Cesar Vallejo. Reinaldo foi contratado pelo São Paulo em 2013 e renovou contrato no fim do ano depois de algumas boas atuações durante a crise do time na temporada. Nas últimas duas temporadas, no entanto, o jogador não conseguiu se firmar no time titular. Com a chegada de Edgardo Bauza para treinar o São Paulo, Reinaldo perdeu espaço e o técnico deu o aval para que o lateral fosse negociado. Com UOL
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Lateral do São Paulo, Reinaldo é emprestado para a Ponte PretaA Ponte Preta confirmou em seu site oficial que o lateral do São Paulo Reinaldo será o novo reforço da equipe de Campinas. O jogador está sendo esperado no interior de São Paulo para realizar exames médicos e assinar até o final do ano. O São Paulo já tinha o interesse de ceder Reinaldo a algum clube na temporada 2016. O jogador não foi nem inscrito na Copa Libertadores, onde o time do Morumbi disputa a primeira fase contra o Cesar Vallejo. Reinaldo foi contratado pelo São Paulo em 2013 e renovou contrato no fim do ano depois de algumas boas atuações durante a crise do time na temporada. Nas últimas duas temporadas, no entanto, o jogador não conseguiu se firmar no time titular. Com a chegada de Edgardo Bauza para treinar o São Paulo, Reinaldo perdeu espaço e o técnico deu o aval para que o lateral fosse negociado. Com UOL
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Temer prevê reforma no ministério se confirmado no Planalto
O presidente interino, Michel Temer, planeja fazer uma reforma ministerial e endurecer a relação com o Congresso caso o Senado Federal aprove o afastamento definitivo de Dilma Rousseff. O Palácio do Planalto dá como certas pelo menos três mudanças: a substituição do titular da AGU (Advocacia-Geral da União), Fábio Osório, a definição do novo ministro do Turismo e a recriação da pasta do Desenvolvimento Agrário. Os planos, confirmados por auxiliares e assessores presidenciais, podem abranger a inclusão de uma mulher na equipe ministerial. Sobre isso, porém, o martelo ainda não foi batido. A ausência de um nome do sexo feminino no primeiro escalão foi alvo de críticas contra a gestão. A alteração no comando da AGU é considerada inevitável. Osório vem perdendo prestígio com o presidente interino desde as primeiras semanas após assumir o cargo. Temer ficou irritado ao saber que o ministro viajou a Curitiba durante batalha judicial envolvendo a EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), em maio, com o retorno de Ricardo Melo, indicado pela gestão do PT. Ele também ficou incomodado com o fato de Osório ter aberto, sem consultá-lo, sindicância para apurar a conduta do ex-ministro José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma Rousseff, na defesa da petista. A avaliação é a de que ele criou um desgaste desnecessário com a administração afastada. Para o Turismo, Temer decidiu que a pasta será entregue a um aliado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O mais cotado é o deputado federal Marx Beltrão (PMDB-AL), que é réu no Supremo Tribunal Federal por falsidade ideológica. O peemedebista pretende nomeá-lo apenas se superado o processo de impeachment, num esforço para assegurar o apoio de Renan Calheiros durante a análise do afastamento da petista. Numa tentativa de criar marcas sociais, Temer quer ainda devolver o status ministerial ao Desenvolvimento Agrário, hoje uma secretaria vinculada ao Palácio do Planalto. Ele irá mantê-la sob o comando do Solidariedade, sigla capitaneada por Paulinho da Força (SP), aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ao menos por ora, o retorno do senador Romero Jucá (PMDB-RO) ao Planejamento não entrou no horizonte de Temer. O parlamentar entregou o cargo depois que a Folha revelou as conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Num dos diálogos, Jucá disse considerar necessário estancar a "sangria" provocada pela Operação Lava Jato. A atual situação é considerada cômoda tanto para o governo quanto para Jucá. Isso porque ele segue como um senador de confiança do Poder Executivo e com acesso direto ao gabinete presidencial, além de continuar tendo influência sobre a pasta, cujo ministro é Dyogo Oliveira. ENDURECIMENTO Se confirmado o afastamento de Dilma, o Planalto tende também a mudar a relação com o Congresso Nacional, sobretudo no que diz respeito às pautas econômicas com impactos em curto prazo. Na atual circunstância, com o impeachment pendente, o governo interino tem evitado a todo custo desgastes com o Poder Legislativo –uma das razões para que o projeto de renegociação das dívidas estaduais não tenha saído como o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) desejava.
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Temer prevê reforma no ministério se confirmado no PlanaltoO presidente interino, Michel Temer, planeja fazer uma reforma ministerial e endurecer a relação com o Congresso caso o Senado Federal aprove o afastamento definitivo de Dilma Rousseff. O Palácio do Planalto dá como certas pelo menos três mudanças: a substituição do titular da AGU (Advocacia-Geral da União), Fábio Osório, a definição do novo ministro do Turismo e a recriação da pasta do Desenvolvimento Agrário. Os planos, confirmados por auxiliares e assessores presidenciais, podem abranger a inclusão de uma mulher na equipe ministerial. Sobre isso, porém, o martelo ainda não foi batido. A ausência de um nome do sexo feminino no primeiro escalão foi alvo de críticas contra a gestão. A alteração no comando da AGU é considerada inevitável. Osório vem perdendo prestígio com o presidente interino desde as primeiras semanas após assumir o cargo. Temer ficou irritado ao saber que o ministro viajou a Curitiba durante batalha judicial envolvendo a EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), em maio, com o retorno de Ricardo Melo, indicado pela gestão do PT. Ele também ficou incomodado com o fato de Osório ter aberto, sem consultá-lo, sindicância para apurar a conduta do ex-ministro José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma Rousseff, na defesa da petista. A avaliação é a de que ele criou um desgaste desnecessário com a administração afastada. Para o Turismo, Temer decidiu que a pasta será entregue a um aliado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O mais cotado é o deputado federal Marx Beltrão (PMDB-AL), que é réu no Supremo Tribunal Federal por falsidade ideológica. O peemedebista pretende nomeá-lo apenas se superado o processo de impeachment, num esforço para assegurar o apoio de Renan Calheiros durante a análise do afastamento da petista. Numa tentativa de criar marcas sociais, Temer quer ainda devolver o status ministerial ao Desenvolvimento Agrário, hoje uma secretaria vinculada ao Palácio do Planalto. Ele irá mantê-la sob o comando do Solidariedade, sigla capitaneada por Paulinho da Força (SP), aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ao menos por ora, o retorno do senador Romero Jucá (PMDB-RO) ao Planejamento não entrou no horizonte de Temer. O parlamentar entregou o cargo depois que a Folha revelou as conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Num dos diálogos, Jucá disse considerar necessário estancar a "sangria" provocada pela Operação Lava Jato. A atual situação é considerada cômoda tanto para o governo quanto para Jucá. Isso porque ele segue como um senador de confiança do Poder Executivo e com acesso direto ao gabinete presidencial, além de continuar tendo influência sobre a pasta, cujo ministro é Dyogo Oliveira. ENDURECIMENTO Se confirmado o afastamento de Dilma, o Planalto tende também a mudar a relação com o Congresso Nacional, sobretudo no que diz respeito às pautas econômicas com impactos em curto prazo. Na atual circunstância, com o impeachment pendente, o governo interino tem evitado a todo custo desgastes com o Poder Legislativo –uma das razões para que o projeto de renegociação das dívidas estaduais não tenha saído como o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) desejava.
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Renault lança Kwid, que chega ao mercado já com fila de espera
EDUARDO SODRÉ COLUNISTA DA FOLHA O Renault Kwid acaba de chegar às lojas, mas parece que já está nas ruas há tempos. A estratégia milionária de lançamento –que inclui comercial com o Incrível Hulk– e o preço chamativo de R$ 29.990 transformaram o carro em sucesso precoce. As encomendas no período de pré-venda foram quatro vezes maiores que o esperado pela montadora. A empresa não revela o número de clientes que deram o sinal de R$ 1.000 (parcelado em três vezes no cartão de crédito) para garantir uma unidade sem ao menos ter visto o modelo de perto. "Temos uma demanda reprimida muito forte, por isso há esse 'boom' inicial de vendas, mas é preciso ver qual será o ponto de equilíbrio", diz o presidente da Renault do Brasil, Luiz Petrucci. O carro chega em meio à retomada do setor automotivo, que começa a reagir após três anos de queda. O Kwid é a parte mais importante dos investimentos de R$ 2,75 bilhões feito pela Renault, em um ciclo que começou em 2011 e se encerra em 2019. A produção do compacto –que carrega a ambição de ser o mais vendido do país– representa a retomada do terceiro turno na fábrica de São José dos Pinhais (PR). Os primeiros compradores –que fizeram reservas em junho– começam a receber o carro neste mês. Eles logo perceberão que a Renault cumpre as promessas feitas nas propagandas, embora com certo exagero. De fato, o Kwid tem ares de miniutilitário esportivo e tem mais espaço que modelos de mesmo porte, como o Fiat Mobi e o Chery QQ. Mas o banco traseiro está longe de oferecer folga para as pernas. Um porta-objetos colocado à frente da alavanca de câmbio é um convite para moedas, carteira, carregador de celular e outras traquitanas. Não há tampa ali, o que é um indicador de quão popular é o Kwid. Também não há ajustes de altura do assento nem da coluna de direção, tampouco apoio para o pé esquerdo. Mas aí o consumidor lembra do preço e dos airbags laterais disponíveis em todas as versões, algo raro mesmo em compactos bem mais caros, e talvez se convença de que fez um bom negócio. O mais barato dos Kwid não traz nada além do básico em conforto (bancos de tecido, porta-objetos...). A Renault espera que a versão mais vendida seja a intermediária Zen. Custa R$ 35.390 e já vem com ar-condicionado, direção com assistência elétrica e sistema de som. A opção mais cara chama-se Intense (R$ 39.990) e acrescenta sistema multimídia com navegação, computador de bordo e conta-giros, entre outros itens. O carro foi lançado primeiro no mercado indiano. A Renault afirma que as semelhanças se limitam a aspectos visuais: além dos airbags, o veículo brasileiro tem reforços estruturais e mais equipamentos. Todas versões são equipadas com motor 1.0 flex de três cilindros e 70 cv de potência. Parece pouco, mas o compacto da Renault pesa 779 quilos na versão Zen –160 quilos a menos que o Fiat Mobi Way, seu rival direto. Renault kwid SÓ EM NOVEMBRO Com o resultado surpreendente da pré-venda, o Kwid estreia com fila de espera. De acordo com Charles Courtois, gerente de produto na Renault, quem comprar o carro hoje é avisado de que a entrega só ocorrerá em novembro. "Não iremos enganar o cliente, mas o prazo que damos não tem freado o ritmo de pedidos", diz Courtois. De acordo com o presidente da montadora no Brasil, 85% dos compradores que fizeram encomendas prévias vieram de outras marcas. É um bom sinal em um mercado repleto de opções para pronta entrega, embora com preço mais alto. O Fiat Mobi Way, por exemplo, custa a partir de R$ 41.260 e oferece menos espaço na cabine e no porta-malas. Essa versão é tão equipada quanto Kwid Zen, que custa R$ 4.900 a menos. Carro mais barato entre os zero-quilômetro produzidos no Brasil, o Chery QQ (a partir de R$ 25.990) tem a mesma proposta urbana e apresenta evolução na linha atual, mas a marca chinesa ainda busca o reconhecimento do público. Caso a Renault mantenha os preços de sua novidade, é provável que haja uma corrida por descontos na concorrência, reavivando o segmento de carros populares.
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Renault lança Kwid, que chega ao mercado já com fila de espera EDUARDO SODRÉ COLUNISTA DA FOLHA O Renault Kwid acaba de chegar às lojas, mas parece que já está nas ruas há tempos. A estratégia milionária de lançamento –que inclui comercial com o Incrível Hulk– e o preço chamativo de R$ 29.990 transformaram o carro em sucesso precoce. As encomendas no período de pré-venda foram quatro vezes maiores que o esperado pela montadora. A empresa não revela o número de clientes que deram o sinal de R$ 1.000 (parcelado em três vezes no cartão de crédito) para garantir uma unidade sem ao menos ter visto o modelo de perto. "Temos uma demanda reprimida muito forte, por isso há esse 'boom' inicial de vendas, mas é preciso ver qual será o ponto de equilíbrio", diz o presidente da Renault do Brasil, Luiz Petrucci. O carro chega em meio à retomada do setor automotivo, que começa a reagir após três anos de queda. O Kwid é a parte mais importante dos investimentos de R$ 2,75 bilhões feito pela Renault, em um ciclo que começou em 2011 e se encerra em 2019. A produção do compacto –que carrega a ambição de ser o mais vendido do país– representa a retomada do terceiro turno na fábrica de São José dos Pinhais (PR). Os primeiros compradores –que fizeram reservas em junho– começam a receber o carro neste mês. Eles logo perceberão que a Renault cumpre as promessas feitas nas propagandas, embora com certo exagero. De fato, o Kwid tem ares de miniutilitário esportivo e tem mais espaço que modelos de mesmo porte, como o Fiat Mobi e o Chery QQ. Mas o banco traseiro está longe de oferecer folga para as pernas. Um porta-objetos colocado à frente da alavanca de câmbio é um convite para moedas, carteira, carregador de celular e outras traquitanas. Não há tampa ali, o que é um indicador de quão popular é o Kwid. Também não há ajustes de altura do assento nem da coluna de direção, tampouco apoio para o pé esquerdo. Mas aí o consumidor lembra do preço e dos airbags laterais disponíveis em todas as versões, algo raro mesmo em compactos bem mais caros, e talvez se convença de que fez um bom negócio. O mais barato dos Kwid não traz nada além do básico em conforto (bancos de tecido, porta-objetos...). A Renault espera que a versão mais vendida seja a intermediária Zen. Custa R$ 35.390 e já vem com ar-condicionado, direção com assistência elétrica e sistema de som. A opção mais cara chama-se Intense (R$ 39.990) e acrescenta sistema multimídia com navegação, computador de bordo e conta-giros, entre outros itens. O carro foi lançado primeiro no mercado indiano. A Renault afirma que as semelhanças se limitam a aspectos visuais: além dos airbags, o veículo brasileiro tem reforços estruturais e mais equipamentos. Todas versões são equipadas com motor 1.0 flex de três cilindros e 70 cv de potência. Parece pouco, mas o compacto da Renault pesa 779 quilos na versão Zen –160 quilos a menos que o Fiat Mobi Way, seu rival direto. Renault kwid SÓ EM NOVEMBRO Com o resultado surpreendente da pré-venda, o Kwid estreia com fila de espera. De acordo com Charles Courtois, gerente de produto na Renault, quem comprar o carro hoje é avisado de que a entrega só ocorrerá em novembro. "Não iremos enganar o cliente, mas o prazo que damos não tem freado o ritmo de pedidos", diz Courtois. De acordo com o presidente da montadora no Brasil, 85% dos compradores que fizeram encomendas prévias vieram de outras marcas. É um bom sinal em um mercado repleto de opções para pronta entrega, embora com preço mais alto. O Fiat Mobi Way, por exemplo, custa a partir de R$ 41.260 e oferece menos espaço na cabine e no porta-malas. Essa versão é tão equipada quanto Kwid Zen, que custa R$ 4.900 a menos. Carro mais barato entre os zero-quilômetro produzidos no Brasil, o Chery QQ (a partir de R$ 25.990) tem a mesma proposta urbana e apresenta evolução na linha atual, mas a marca chinesa ainda busca o reconhecimento do público. Caso a Renault mantenha os preços de sua novidade, é provável que haja uma corrida por descontos na concorrência, reavivando o segmento de carros populares.
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A Europa é vítima do terrorismo, mas nunca acredita que ele existe
Contemplava o fogo em Grenfell Tower, o prédio residencial de Londres que gerou 17 mortos e 70 feridos (por enquanto), e murmurei para um colega: "Espero que não seja terrorismo". Ele ficou horrorizado com o meu comentário e lançou-me um olhar fulminante, digno de um jihadista. A acusação era óbvia: eu sou um paranoico; eu vivo com a obsessão terrorista na cabeça. Concordo com a primeira parte. Tenho dúvidas sobre a segunda. Mas entendo a reação do parceiro –humana, demasiado humana: ela reproduz, na perfeição, o estado existencial da Europa. Vamos aos números? Na Inglaterra, nos últimos três meses, houve três atentados terroristas. Na Europa, só em 2017, já houve mais de 20 ataques (tradução: mais de cem mortos, mais de 300 feridos). Mas os europeus, cumprindo as etapas clássicas do luto, ainda estão na primeira: a negação. Isso é visível sempre que acontece mais um "incidente" (para usar a palavra preferida da mídia ocidental). A negação começa com a mera hipótese de haver ali dedo selvagem. Foi um atropelamento casual ou um tiroteio passional. Quando uma dessas hipóteses se confirma, há festejos imediatos, o que me parece um terrível desrespeito pelas vítimas: morrer por atropelamento negligente não deixa de ser uma tragédia. Quando nenhuma das hipóteses se confirma e a palavra "terrorismo" começa a surgir no horizonte, entra em cena a negação nº 2: os culpados podem ser cristãos, judeus, budistas, krishnas ou druidas. Que não sejam mais um Muhamad. Fatal: é mais um Muhamad. Chega então a negação nº 3: que fizemos nós para merecer o castigo? Como defende Paulo Tunhas, um filósofo português que tem pensado sobre essas matérias, essa negação é uma forma de racismo –ou, pelo menos, de infantilização do outro. O terrorista nunca é culpado porque ele, em rigor, não sabe o que faz. Nós é que deveríamos saber o que andamos a fazer desde as cruzadas. Ponto de ordem: não há conclusões sobre o inferno de Grenfell Tower. Aceito de coração aberto que houve ali incúria, estupidez ou acaso. Os moradores já tinham alertado para as falhas de segurança (e de higiene) do prédio. Mas registro com interesse intelectual a forma decidida, dogmática, censória, como ninguém aceita a hipótese terrorista. A mesma Europa que tem doses semanais de horror considera que o horror nunca existe: é uma anormalidade que não deve ser mencionada. Como os povos primitivos, acreditamos que a melhor forma de não sermos punidos pelos deuses é nunca pronunciar os seus nomes. Quando os deuses, apesar de tudo, persistem em castigar-nos, é como se fosse a primeira vez. Os terroristas têm as suas 72 virgens (o pesadelo de qualquer homem sexualmente maduro, diga-se). Mas os europeus conseguem ser virgens repetidamente. E o fogo? Com a devida vênia ao leitor, vou ser um pouco paranoico. Tempos atrás, quando o Daesh começou a ser esmagado no Iraque e na Síria, os seus canais de propaganda começaram a instruir os fiéis. Se o objetivo é matar, e se existe uma vontade de matar (e, já agora, de morrer), não vale a pena viajar para as areias das arábias. Qualquer "soldado" pode cumprir a "missão" nas cidades europeias. Basta ter uma faca. Ou, melhor ainda, um caminhão (ou até um carro) com velocidade apreciável. Não é preciso explicar o que aconteceu a seguir. Mas é preciso acrescentar que os conselhos do Daesh não pararam em facas ou carros. Na sua revista oficial, "Rumiyah" (que significa "Roma", porque "Roma" representa, simultaneamente, a decadência da Cristandade e o supremo prêmio a conquistar), há novas dicas para quem procura carreira no martírio. A mente humana não cessa de me espantar. Quem diria que classificados de emprego podem ser uma forma de atrair candidatos para o matadouro? E quem diria que atear fogo a edifícios –uma técnica bastante usada nos assentamentos da Cisjordânia– também se encontra entre os novos conselhos "técnicos"? A maldade é como a vida: evolui. Repito, mil vezes repito: aceito e até suspeito que Grenfell Tower é um caso de negligência ou simples azar. Mas era bom que a Europa aceitasse, sem respeitar, que o terrorismo já não é novidade. E que os próprios terroristas, justiça seja feita, nunca esconderam os seus propósitos. Pelo contrário: eles são um caso de literalismo até nas intenções. Para usar o conhecido adágio, a Europa pode não estar interessada no assunto. Mas o assunto vai continuar interessado na Europa.
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A Europa é vítima do terrorismo, mas nunca acredita que ele existeContemplava o fogo em Grenfell Tower, o prédio residencial de Londres que gerou 17 mortos e 70 feridos (por enquanto), e murmurei para um colega: "Espero que não seja terrorismo". Ele ficou horrorizado com o meu comentário e lançou-me um olhar fulminante, digno de um jihadista. A acusação era óbvia: eu sou um paranoico; eu vivo com a obsessão terrorista na cabeça. Concordo com a primeira parte. Tenho dúvidas sobre a segunda. Mas entendo a reação do parceiro –humana, demasiado humana: ela reproduz, na perfeição, o estado existencial da Europa. Vamos aos números? Na Inglaterra, nos últimos três meses, houve três atentados terroristas. Na Europa, só em 2017, já houve mais de 20 ataques (tradução: mais de cem mortos, mais de 300 feridos). Mas os europeus, cumprindo as etapas clássicas do luto, ainda estão na primeira: a negação. Isso é visível sempre que acontece mais um "incidente" (para usar a palavra preferida da mídia ocidental). A negação começa com a mera hipótese de haver ali dedo selvagem. Foi um atropelamento casual ou um tiroteio passional. Quando uma dessas hipóteses se confirma, há festejos imediatos, o que me parece um terrível desrespeito pelas vítimas: morrer por atropelamento negligente não deixa de ser uma tragédia. Quando nenhuma das hipóteses se confirma e a palavra "terrorismo" começa a surgir no horizonte, entra em cena a negação nº 2: os culpados podem ser cristãos, judeus, budistas, krishnas ou druidas. Que não sejam mais um Muhamad. Fatal: é mais um Muhamad. Chega então a negação nº 3: que fizemos nós para merecer o castigo? Como defende Paulo Tunhas, um filósofo português que tem pensado sobre essas matérias, essa negação é uma forma de racismo –ou, pelo menos, de infantilização do outro. O terrorista nunca é culpado porque ele, em rigor, não sabe o que faz. Nós é que deveríamos saber o que andamos a fazer desde as cruzadas. Ponto de ordem: não há conclusões sobre o inferno de Grenfell Tower. Aceito de coração aberto que houve ali incúria, estupidez ou acaso. Os moradores já tinham alertado para as falhas de segurança (e de higiene) do prédio. Mas registro com interesse intelectual a forma decidida, dogmática, censória, como ninguém aceita a hipótese terrorista. A mesma Europa que tem doses semanais de horror considera que o horror nunca existe: é uma anormalidade que não deve ser mencionada. Como os povos primitivos, acreditamos que a melhor forma de não sermos punidos pelos deuses é nunca pronunciar os seus nomes. Quando os deuses, apesar de tudo, persistem em castigar-nos, é como se fosse a primeira vez. Os terroristas têm as suas 72 virgens (o pesadelo de qualquer homem sexualmente maduro, diga-se). Mas os europeus conseguem ser virgens repetidamente. E o fogo? Com a devida vênia ao leitor, vou ser um pouco paranoico. Tempos atrás, quando o Daesh começou a ser esmagado no Iraque e na Síria, os seus canais de propaganda começaram a instruir os fiéis. Se o objetivo é matar, e se existe uma vontade de matar (e, já agora, de morrer), não vale a pena viajar para as areias das arábias. Qualquer "soldado" pode cumprir a "missão" nas cidades europeias. Basta ter uma faca. Ou, melhor ainda, um caminhão (ou até um carro) com velocidade apreciável. Não é preciso explicar o que aconteceu a seguir. Mas é preciso acrescentar que os conselhos do Daesh não pararam em facas ou carros. Na sua revista oficial, "Rumiyah" (que significa "Roma", porque "Roma" representa, simultaneamente, a decadência da Cristandade e o supremo prêmio a conquistar), há novas dicas para quem procura carreira no martírio. A mente humana não cessa de me espantar. Quem diria que classificados de emprego podem ser uma forma de atrair candidatos para o matadouro? E quem diria que atear fogo a edifícios –uma técnica bastante usada nos assentamentos da Cisjordânia– também se encontra entre os novos conselhos "técnicos"? A maldade é como a vida: evolui. Repito, mil vezes repito: aceito e até suspeito que Grenfell Tower é um caso de negligência ou simples azar. Mas era bom que a Europa aceitasse, sem respeitar, que o terrorismo já não é novidade. E que os próprios terroristas, justiça seja feita, nunca esconderam os seus propósitos. Pelo contrário: eles são um caso de literalismo até nas intenções. Para usar o conhecido adágio, a Europa pode não estar interessada no assunto. Mas o assunto vai continuar interessado na Europa.
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Justiça de MG condena ex-governador Azeredo à prisão por mensalão tucano
A Justiça de Minas Gerais condenou o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) a 20 anos e de 10 meses de prisão, em regime fechado, por peculato e lavagem de dinheiro, pelo caso que se tornou conhecido como "mensalão tucano". Cabe recurso da decisão. O episódio, considerado um embrião para o mensalão do PT, foi um esquema de desvio de R$ 3,5 milhões (R$ 14 milhões, em valores atualizados) de empresas públicas para irrigar a fracassada campanha de reeleição de Azeredo em 1998. A sentença foi dada na tarde desta quarta-feira (16) pela juíza da 9ª Vara Criminal, Melissa Pinheiro Costa Lage, que tinha o processo em mãos desde março. Azeredo pode recorrer em liberdade enquanto aguarda decisões dos tribunais superiores. Em sua decisão, a magistrada conclui não lhe restar dúvidas de que Azeredo, para disputar a reeleição, "criou uma estrutura político-financeira a fim de legitimar, lavar, os vultuosos recursos que seriam utilizados durante a campanha". "Criou-se uma organização criminosa complexa", argumenta a juíza, com divisão de tarefas aprofundada, de forma metódica e duradoura. "Foi criado um caixa robusto para a campanha eleitoral, com arrecadação de fundos de diversas fontes, inclusive de recursos públicos da Copasa (companhia pública de saneamento), da Comig (antiga companhia de mineração de Minas) e do Bemge (antigo banco do Estado), aproveitando-se do uso da máquina pública", escreveu a magistrada. A lavagem de recursos públicos teria ocorrido por meio das empresas de publicidade de Marcos Valério, condenado pelo mensalão petista. Segundo Lage, ao recorrer a empresas de propriedade de Valério, o ex-governador legitimou dinheiro ilícito e o distribuiu a colaboradores da campanha, sem que esta verba constasse da prestação de contas. A magistrada ainda faz referência, na sentença, ao mensalão do PT, ao analisar que ele poderia ter não ocorrido se a investigação sobre Azeredo tivesse sido rigorosa e ágil. "Triste se pensar que, talvez, toda essa situação, bem como todos os crimes de peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, tanto do presente feito, quanto do 'Mensalão do PT', pudesse ter sido evitada se os fatos aqui tratados tivessem sido a fundo investigados quando da denúncia formalizada pela coligação adversária perante a Justiça Eleitoral". Azeredo renunciou ao cargo de deputado federal em fevereiro de 2014, quando foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República, para que o processo voltasse à primeira instância, onde é possível o maior número de recursos. Desde março, o ex-governador é diretor executivo da Fiemg (Federação de Indústrias de Minas) e tem um salário de R$ 25 mil. Ele e os outros réus do caso sempre negaram as acusações. OUTRO LADO O PSDB, por meio de nota, afirmou que "a decisão de primeira instância em relação a Eduardo Azeredo surpreendeu a todo" o partido, mas que está confiante de que o ex-senador pode apresentar, nas instâncias superiores, as razões de sua inocência e assim fazer com que a decisão seja reavaliada. Os advogados de Azeredo não foram encontrados para comentar o caso. À Justiça, a defesa afirmou que não há provas contra o ex-governador. Nos autos, o advogado José Gerardo Grossi alega que Azeredo não foi responsável pelas finanças da campanha. Em nota divulgada à imprensa quando o processo tramitava no STF (Superior Tribunal Federal), a assessoria de Azeredo disse que ele passou 1998 cumprindo "a tarefa hercúlea de administrar o Estado e, ao mesmo tempo, fazer campanha nos 853 municípios". Em juízo, Grossi disse que não houve anuência de Azeredo para nenhum dos empréstimos feitos pela SMP&B (agência de publicidade de Marcos Valério) ao Banco Rural. Ainda de acordo com as alegações do advogado, as operações teriam sido feitas entre a empresa e o banco, "não foram fictícias e foram quitadas". Segundo o advogado, Azeredo só tomou conhecimento dos empréstimos em 1999, já fora do governo e com a eleição perdida. As alegações ainda dizem que as operações feitas pela Copasa, Bemge e Comig também são tidas como de responsabilidade das próprias empresas públicas, e não do então governador. Nos documentos, o advogado afirma que a acusação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, "na linguagem futebolística, jogou para a torcida". "Uma lástima", acrescentou ele. Entre 2001 e 2002, houve 53 ligações de Marcos Valério a Azeredo e mais duas no sentido inverso. A defesa afirma que os dois não tinham ligação próxima e que Valério o procurava para participar da campanha daquele ano, o que não ocorreu. Segundo o advogado do ex-governador, os telefones "não denotam coisa alguma". Todos os outros réus do caso também sempre negaram participação no esquema. - Um ano e nove meses após voltar à 1ª instância, Azeredo é condenado por desvio de verbas em MG Nov.2007 Procuradoria-Geral da República denuncia 15 pessoas pelo mensalão tucano, esquema de?desvio de recursos de estatais e empréstimos fictícios que abasteceu a campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas em 1998 Mai.2009 Ação é desmembrada pelo STF, que remete casos de réus sem foro privilegiado para a primeira instância Dez.2009 STF aceita denúncia e torna réu o então senador Eduardo Azeredo Jan.2014 Justiça confirma a prescrição das acusações contra Walfrido dos Mares Guia, ex-vice-governador de Minas?e coordenador da campanha de Azeredo 7.fev.2014 Procuradoria pede punição a Azeredo de 22 anos de cadeia e multa de R$ 2,2 milhões por peculato e lavagem de dinheiro. Duas semanas depois, Azeredo renuncia ao mandato?de deputado federal 27.mar.2014 Com a renúncia, o STF decide, por 8 votos a 1, enviar o processo de Azeredo à Justiça de primeira instância?em Minas Gerais 16.dez.2015 Um ano e nove meses após o processo chegar?à Justiça mineira, Azeredo é condenado?a pena de 20 anos?e 10 meses. Cabe recurso à decisão
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Justiça de MG condena ex-governador Azeredo à prisão por mensalão tucanoA Justiça de Minas Gerais condenou o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) a 20 anos e de 10 meses de prisão, em regime fechado, por peculato e lavagem de dinheiro, pelo caso que se tornou conhecido como "mensalão tucano". Cabe recurso da decisão. O episódio, considerado um embrião para o mensalão do PT, foi um esquema de desvio de R$ 3,5 milhões (R$ 14 milhões, em valores atualizados) de empresas públicas para irrigar a fracassada campanha de reeleição de Azeredo em 1998. A sentença foi dada na tarde desta quarta-feira (16) pela juíza da 9ª Vara Criminal, Melissa Pinheiro Costa Lage, que tinha o processo em mãos desde março. Azeredo pode recorrer em liberdade enquanto aguarda decisões dos tribunais superiores. Em sua decisão, a magistrada conclui não lhe restar dúvidas de que Azeredo, para disputar a reeleição, "criou uma estrutura político-financeira a fim de legitimar, lavar, os vultuosos recursos que seriam utilizados durante a campanha". "Criou-se uma organização criminosa complexa", argumenta a juíza, com divisão de tarefas aprofundada, de forma metódica e duradoura. "Foi criado um caixa robusto para a campanha eleitoral, com arrecadação de fundos de diversas fontes, inclusive de recursos públicos da Copasa (companhia pública de saneamento), da Comig (antiga companhia de mineração de Minas) e do Bemge (antigo banco do Estado), aproveitando-se do uso da máquina pública", escreveu a magistrada. A lavagem de recursos públicos teria ocorrido por meio das empresas de publicidade de Marcos Valério, condenado pelo mensalão petista. Segundo Lage, ao recorrer a empresas de propriedade de Valério, o ex-governador legitimou dinheiro ilícito e o distribuiu a colaboradores da campanha, sem que esta verba constasse da prestação de contas. A magistrada ainda faz referência, na sentença, ao mensalão do PT, ao analisar que ele poderia ter não ocorrido se a investigação sobre Azeredo tivesse sido rigorosa e ágil. "Triste se pensar que, talvez, toda essa situação, bem como todos os crimes de peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, tanto do presente feito, quanto do 'Mensalão do PT', pudesse ter sido evitada se os fatos aqui tratados tivessem sido a fundo investigados quando da denúncia formalizada pela coligação adversária perante a Justiça Eleitoral". Azeredo renunciou ao cargo de deputado federal em fevereiro de 2014, quando foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República, para que o processo voltasse à primeira instância, onde é possível o maior número de recursos. Desde março, o ex-governador é diretor executivo da Fiemg (Federação de Indústrias de Minas) e tem um salário de R$ 25 mil. Ele e os outros réus do caso sempre negaram as acusações. OUTRO LADO O PSDB, por meio de nota, afirmou que "a decisão de primeira instância em relação a Eduardo Azeredo surpreendeu a todo" o partido, mas que está confiante de que o ex-senador pode apresentar, nas instâncias superiores, as razões de sua inocência e assim fazer com que a decisão seja reavaliada. Os advogados de Azeredo não foram encontrados para comentar o caso. À Justiça, a defesa afirmou que não há provas contra o ex-governador. Nos autos, o advogado José Gerardo Grossi alega que Azeredo não foi responsável pelas finanças da campanha. Em nota divulgada à imprensa quando o processo tramitava no STF (Superior Tribunal Federal), a assessoria de Azeredo disse que ele passou 1998 cumprindo "a tarefa hercúlea de administrar o Estado e, ao mesmo tempo, fazer campanha nos 853 municípios". Em juízo, Grossi disse que não houve anuência de Azeredo para nenhum dos empréstimos feitos pela SMP&B (agência de publicidade de Marcos Valério) ao Banco Rural. Ainda de acordo com as alegações do advogado, as operações teriam sido feitas entre a empresa e o banco, "não foram fictícias e foram quitadas". Segundo o advogado, Azeredo só tomou conhecimento dos empréstimos em 1999, já fora do governo e com a eleição perdida. As alegações ainda dizem que as operações feitas pela Copasa, Bemge e Comig também são tidas como de responsabilidade das próprias empresas públicas, e não do então governador. Nos documentos, o advogado afirma que a acusação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, "na linguagem futebolística, jogou para a torcida". "Uma lástima", acrescentou ele. Entre 2001 e 2002, houve 53 ligações de Marcos Valério a Azeredo e mais duas no sentido inverso. A defesa afirma que os dois não tinham ligação próxima e que Valério o procurava para participar da campanha daquele ano, o que não ocorreu. Segundo o advogado do ex-governador, os telefones "não denotam coisa alguma". Todos os outros réus do caso também sempre negaram participação no esquema. - Um ano e nove meses após voltar à 1ª instância, Azeredo é condenado por desvio de verbas em MG Nov.2007 Procuradoria-Geral da República denuncia 15 pessoas pelo mensalão tucano, esquema de?desvio de recursos de estatais e empréstimos fictícios que abasteceu a campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas em 1998 Mai.2009 Ação é desmembrada pelo STF, que remete casos de réus sem foro privilegiado para a primeira instância Dez.2009 STF aceita denúncia e torna réu o então senador Eduardo Azeredo Jan.2014 Justiça confirma a prescrição das acusações contra Walfrido dos Mares Guia, ex-vice-governador de Minas?e coordenador da campanha de Azeredo 7.fev.2014 Procuradoria pede punição a Azeredo de 22 anos de cadeia e multa de R$ 2,2 milhões por peculato e lavagem de dinheiro. Duas semanas depois, Azeredo renuncia ao mandato?de deputado federal 27.mar.2014 Com a renúncia, o STF decide, por 8 votos a 1, enviar o processo de Azeredo à Justiça de primeira instância?em Minas Gerais 16.dez.2015 Um ano e nove meses após o processo chegar?à Justiça mineira, Azeredo é condenado?a pena de 20 anos?e 10 meses. Cabe recurso à decisão
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Delações da Odebrecht chegam ao Supremo
Os depoimentos relativos aos 77 acordos de delação premiada da empreiteira Odebrecht, prestados em vários Estados ao Ministério Público Federal, chegaram por volta das 9h desta segunda-feira (19) ao STF (Supremo Tribunal Federal), encaminhados pela PGR (Procuradoria-Geral da República). O material foi levado à sala cofre do STF, no terceiro andar do edifício sede, e estará à disposição do ministro relator do STF Teori Zavascki assim que acabar o trabalho de checagem do recebimento. Caberá ao ministro homologar ou não as declarações para que possam ser usadas em inquéritos e ações penais. Já foi tornado público o conteúdo da delação de Claudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht. Em seu relato, ele cita dezenas de vezes o nome do presidente Michel Temer e da alta cúpula de seu governo. Passo a passo de uma delação Ao deixar às 12h a última sessão do ano no STF, Teori Zavascki disse aos jornalistas que ainda não sabe o tamanho do trabalho pela frente, mas adiantou que seu gabinete vai trabalhar em janeiro. A entrega dos documentos ocorre no último dia antes do recesso judicial, que durará mais de 40 dias. Com exceção do sistema de plantão, que analisa casos de emergência como habeas corpus para presos, o STF vai parar de funcionar amanhã e será reaberto em 1º de fevereiro. O ministro Teori disse à imprensa que seu gabinete vai trabalhar em janeiro. Ele afirmou que seu gabinete também funcionou em junho, outra época de recesso judicial. "Agora em janeiro eu vou me dedicar a isso. Mas meu gabinete funciona, não é monotemático", disse o ministro. "Embora eu não esteja aqui sempre, eu monitoro e faço as coisas. Não vai ser minha eventual ausência física que vai atrasar [a análise]", disse o ministro. Teori disse que em seu gabinete "há um grupo que se dedica a ações penais", mas não descartou que possa pedir reforço de pessoal. "O tribunal tem me proporcionado todo o material que preciso para isso. Se precisar eu vou utilizar mais gente", disse Teori. Teori negou que estejam ocorrendo atrasos nos casos da Operação Lava Jato no STF. "Eu já falei isso no plenário uma vez: eu tenho em torno de cem inquéritos sobre matéria penal no meu gabinete. Eu não tenho nada atrasado. Nessa fase de investigação depende muito mais do Ministério Público e da polícia do que do juízo. Claro que eu tenho um volume grande de trabalho, especialmente quando vêm denúncias, pedidos etc. Mas meu trabalho está em dia", disse Teori. O ministro considerou "lamentável" o vazamento de trechos do acordo de delação premiada do executivo Cláudio Melo, da Odebrecht. Porém, indagado se isso poderia provocar uma anulação dos depoimentos, o ministro disse não saber e salientou que não foi um depoimento vazado. O que veio a público foi um anexo entregue pelo delator à PGR. "Pelo que vi no noticiário, não foi propriamente um depoimento. Mas de qualquer modo é lamentável que essas coisas aconteçam", disse Teori. O ministro disse que ainda não teve acesso aos termos de depoimentos entregues nesta segunda-feira pela PGR. "Não examinei ainda o material, vou examinar, mas vamos seguir o que a lei manda." Indagado sobre o seu estado emocional em torno das delações da Odebrecht, o ministro sorriu. "Foi um ano difícil, difícil para o Brasil, vamos esperar que as coisas melhorem", disse o ministro.
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Delações da Odebrecht chegam ao SupremoOs depoimentos relativos aos 77 acordos de delação premiada da empreiteira Odebrecht, prestados em vários Estados ao Ministério Público Federal, chegaram por volta das 9h desta segunda-feira (19) ao STF (Supremo Tribunal Federal), encaminhados pela PGR (Procuradoria-Geral da República). O material foi levado à sala cofre do STF, no terceiro andar do edifício sede, e estará à disposição do ministro relator do STF Teori Zavascki assim que acabar o trabalho de checagem do recebimento. Caberá ao ministro homologar ou não as declarações para que possam ser usadas em inquéritos e ações penais. Já foi tornado público o conteúdo da delação de Claudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht. Em seu relato, ele cita dezenas de vezes o nome do presidente Michel Temer e da alta cúpula de seu governo. Passo a passo de uma delação Ao deixar às 12h a última sessão do ano no STF, Teori Zavascki disse aos jornalistas que ainda não sabe o tamanho do trabalho pela frente, mas adiantou que seu gabinete vai trabalhar em janeiro. A entrega dos documentos ocorre no último dia antes do recesso judicial, que durará mais de 40 dias. Com exceção do sistema de plantão, que analisa casos de emergência como habeas corpus para presos, o STF vai parar de funcionar amanhã e será reaberto em 1º de fevereiro. O ministro Teori disse à imprensa que seu gabinete vai trabalhar em janeiro. Ele afirmou que seu gabinete também funcionou em junho, outra época de recesso judicial. "Agora em janeiro eu vou me dedicar a isso. Mas meu gabinete funciona, não é monotemático", disse o ministro. "Embora eu não esteja aqui sempre, eu monitoro e faço as coisas. Não vai ser minha eventual ausência física que vai atrasar [a análise]", disse o ministro. Teori disse que em seu gabinete "há um grupo que se dedica a ações penais", mas não descartou que possa pedir reforço de pessoal. "O tribunal tem me proporcionado todo o material que preciso para isso. Se precisar eu vou utilizar mais gente", disse Teori. Teori negou que estejam ocorrendo atrasos nos casos da Operação Lava Jato no STF. "Eu já falei isso no plenário uma vez: eu tenho em torno de cem inquéritos sobre matéria penal no meu gabinete. Eu não tenho nada atrasado. Nessa fase de investigação depende muito mais do Ministério Público e da polícia do que do juízo. Claro que eu tenho um volume grande de trabalho, especialmente quando vêm denúncias, pedidos etc. Mas meu trabalho está em dia", disse Teori. O ministro considerou "lamentável" o vazamento de trechos do acordo de delação premiada do executivo Cláudio Melo, da Odebrecht. Porém, indagado se isso poderia provocar uma anulação dos depoimentos, o ministro disse não saber e salientou que não foi um depoimento vazado. O que veio a público foi um anexo entregue pelo delator à PGR. "Pelo que vi no noticiário, não foi propriamente um depoimento. Mas de qualquer modo é lamentável que essas coisas aconteçam", disse Teori. O ministro disse que ainda não teve acesso aos termos de depoimentos entregues nesta segunda-feira pela PGR. "Não examinei ainda o material, vou examinar, mas vamos seguir o que a lei manda." Indagado sobre o seu estado emocional em torno das delações da Odebrecht, o ministro sorriu. "Foi um ano difícil, difícil para o Brasil, vamos esperar que as coisas melhorem", disse o ministro.
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Auxílio-doença para trabalhadores dependentes de drogas cai quase 10%
O número de trabalhadores que receberam seguro-saúde por transtornos psiquiátricos ligados ao uso excessivo de álcool e drogas caiu 9,1% no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período de 2015. Neste ano, 18.658 funcionários foram afastados dos seus empregos por problemas com substâncias, aponta a Previdência Social. Essa foi a segunda queda consecutiva nas concessões por abuso de drogas -em 2015, o número foi 10% menor que em 2014. A diminuição de afastados do trabalho com auxílio-doença não significa que a população, nesses anos, passou a consumir menos, diz Marcelo Cruz, vice-presidente da associação brasileira de estudos sobre drogas. "Os estudos epidemiológicos mostram um aumento, principalmente de álcool", afirma o psiquiatra. O que mudou é que, em 2013, foram alteradas as diretrizes da Previdência sobre a forma que os médicos peritos devem atuar, afirma Francisco Alves, presidente da associação desses profissionais. Até então, se uma pessoa se internava voluntariamente em uma clínica, mesmo sem ordem médica, era considerada incapaz para trabalhar e recebia o benefício. "Havia abusos e muitas fraudes. Agora, o médico preciso checar se existem critérios clínicos de impossibilidade psiquiátrica para o trabalho", afirma Alves. psiquiatricos * Abertura por contingência Distribuidoras de gás natural, que hoje entregam aos consumidores o que é fornecido pela Petrobras, pretendem importar e negociar diretamente com a Bolívia, caso o monopólio da estatal seja quebrado. A afirmação é de Augusto Salomon, presidente-executivo da Abegás (associação das distribuidoras de gás canalizado), que reúne 21 empresas, como Comgás, de São Paulo, e CEG (Gás Natural Fenosa), do Rio. Como a Petrobras deve vender ativos (terminais e dutos), o monopólio provavelmente deixará de existir segundo Salomon. "Quando isso acontecer, ela (a Petrobras) vai liberar acesso a outros agentes", afirma o executivo. O problema é que, como essa abertura de mercado deverá ocorrer porque a Petrobras precisa de dinheiro, questões regulatórias ainda não estão resolvidas, diz. As taxas de ICMS, que variam, são um exemplo. O mercado livre de gás natural, que não deslanchou, deve ser incentivado com a abertura a novos entrantes na compra e venda do produto, prevê Salomon. * Bandeira branca Em meio à briga entre sócios, o novo diretor-presidente da Usiminas, Sergio Leite, tem tentado uma política de boa vizinhança. Depois de se reunir com Daniel Novegil, CEO da ítalo-argentina Ternium-Techint, em Buenos Aires, o executivo foi ao Japão para se encontrar com Kosei Shindo, CEO da Nippon Steel. O objetivo das visitas foi apresentar o plano da nova diretoria para alavancar o grupo siderúrgico e se aproximar dos japoneses, que ficaram insatisfeitos com a escolha do nome de Leite. A agenda japonesa, de oito reuniões em dois dias, também incluiu a Sumitomo, parceira em projeto de mineração, a Metal One, do grupo Mitsubishi e participante da Soluções Usiminas, além do banco JBIC, um dos principais credores da empresa. Na terça-feira (19), os acionistas aprovaram por unanimidade, embora com ressalvas, o aumento de capital de R$ 1 bilhão. R$ 51,6 milhões foi o Ebitda ajustado da Usiminas no primeiro trimestre deste ano * Zona de conflito O número de novas arbitragens caiu no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2015, segundo o centro responsável pelas ações na Câmara de Comércio Brasil-Canadá. No ano passado, a entidade deu origem à metade dos casos desse tipo no país. De janeiro a junho deste ano, foram instaurados 52 novos procedimentos, contra 61 em 2015, mas a média do valor de causa em disputa foi de R$ 141,3 milhões -80% maior. As empresas veem a arbitragem como um meio de solução de conflitos. O caso, que poderia levar anos em um tribunal, pode ser revolvido em cerca de um ano e meio. Como essa alternativa é mais cara que a Justiça convencional, a crise pode ter influenciado na queda de procedimentos novos, diz Carlos Forbes, presidente do centro. "Em questões simples, os clientes têm buscado cada vez mais fazer acordos, para que os recursos financeiros das decisões sejam liberados de forma mais rápida." arbitragem * Fora da... O número de carros elétricos licenciados no país no primeiro semestre deste ano foi 10,5% maior que no mesmo período de 2015, mas a base ainda é bem pequena. ...tomada De janeiro a junho, foram 451 registros, contra 408 em 2015, segundo a ABVE. A entidade diz que ainda faltam incentivos para tornar os veículos competitivos. Ocupado Um novo aplicativo de táxi, chamado TecleTaxi, recebeu investimento de R$ 8,2 milhões da HumanBios. O diferencial é uma lista de motoristas preferidos dos usuários. * Hora do café com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
colunas
Auxílio-doença para trabalhadores dependentes de drogas cai quase 10%O número de trabalhadores que receberam seguro-saúde por transtornos psiquiátricos ligados ao uso excessivo de álcool e drogas caiu 9,1% no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período de 2015. Neste ano, 18.658 funcionários foram afastados dos seus empregos por problemas com substâncias, aponta a Previdência Social. Essa foi a segunda queda consecutiva nas concessões por abuso de drogas -em 2015, o número foi 10% menor que em 2014. A diminuição de afastados do trabalho com auxílio-doença não significa que a população, nesses anos, passou a consumir menos, diz Marcelo Cruz, vice-presidente da associação brasileira de estudos sobre drogas. "Os estudos epidemiológicos mostram um aumento, principalmente de álcool", afirma o psiquiatra. O que mudou é que, em 2013, foram alteradas as diretrizes da Previdência sobre a forma que os médicos peritos devem atuar, afirma Francisco Alves, presidente da associação desses profissionais. Até então, se uma pessoa se internava voluntariamente em uma clínica, mesmo sem ordem médica, era considerada incapaz para trabalhar e recebia o benefício. "Havia abusos e muitas fraudes. Agora, o médico preciso checar se existem critérios clínicos de impossibilidade psiquiátrica para o trabalho", afirma Alves. psiquiatricos * Abertura por contingência Distribuidoras de gás natural, que hoje entregam aos consumidores o que é fornecido pela Petrobras, pretendem importar e negociar diretamente com a Bolívia, caso o monopólio da estatal seja quebrado. A afirmação é de Augusto Salomon, presidente-executivo da Abegás (associação das distribuidoras de gás canalizado), que reúne 21 empresas, como Comgás, de São Paulo, e CEG (Gás Natural Fenosa), do Rio. Como a Petrobras deve vender ativos (terminais e dutos), o monopólio provavelmente deixará de existir segundo Salomon. "Quando isso acontecer, ela (a Petrobras) vai liberar acesso a outros agentes", afirma o executivo. O problema é que, como essa abertura de mercado deverá ocorrer porque a Petrobras precisa de dinheiro, questões regulatórias ainda não estão resolvidas, diz. As taxas de ICMS, que variam, são um exemplo. O mercado livre de gás natural, que não deslanchou, deve ser incentivado com a abertura a novos entrantes na compra e venda do produto, prevê Salomon. * Bandeira branca Em meio à briga entre sócios, o novo diretor-presidente da Usiminas, Sergio Leite, tem tentado uma política de boa vizinhança. Depois de se reunir com Daniel Novegil, CEO da ítalo-argentina Ternium-Techint, em Buenos Aires, o executivo foi ao Japão para se encontrar com Kosei Shindo, CEO da Nippon Steel. O objetivo das visitas foi apresentar o plano da nova diretoria para alavancar o grupo siderúrgico e se aproximar dos japoneses, que ficaram insatisfeitos com a escolha do nome de Leite. A agenda japonesa, de oito reuniões em dois dias, também incluiu a Sumitomo, parceira em projeto de mineração, a Metal One, do grupo Mitsubishi e participante da Soluções Usiminas, além do banco JBIC, um dos principais credores da empresa. Na terça-feira (19), os acionistas aprovaram por unanimidade, embora com ressalvas, o aumento de capital de R$ 1 bilhão. R$ 51,6 milhões foi o Ebitda ajustado da Usiminas no primeiro trimestre deste ano * Zona de conflito O número de novas arbitragens caiu no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2015, segundo o centro responsável pelas ações na Câmara de Comércio Brasil-Canadá. No ano passado, a entidade deu origem à metade dos casos desse tipo no país. De janeiro a junho deste ano, foram instaurados 52 novos procedimentos, contra 61 em 2015, mas a média do valor de causa em disputa foi de R$ 141,3 milhões -80% maior. As empresas veem a arbitragem como um meio de solução de conflitos. O caso, que poderia levar anos em um tribunal, pode ser revolvido em cerca de um ano e meio. Como essa alternativa é mais cara que a Justiça convencional, a crise pode ter influenciado na queda de procedimentos novos, diz Carlos Forbes, presidente do centro. "Em questões simples, os clientes têm buscado cada vez mais fazer acordos, para que os recursos financeiros das decisões sejam liberados de forma mais rápida." arbitragem * Fora da... O número de carros elétricos licenciados no país no primeiro semestre deste ano foi 10,5% maior que no mesmo período de 2015, mas a base ainda é bem pequena. ...tomada De janeiro a junho, foram 451 registros, contra 408 em 2015, segundo a ABVE. A entidade diz que ainda faltam incentivos para tornar os veículos competitivos. Ocupado Um novo aplicativo de táxi, chamado TecleTaxi, recebeu investimento de R$ 8,2 milhões da HumanBios. O diferencial é uma lista de motoristas preferidos dos usuários. * Hora do café com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
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'Drugstore Cowboy' é o melhor filme já realizado por Van Sant
Existe humor e tragédia na história dos viciados de "Drugstore Cowboy" (1989, 16 anos, TC Cult, 18h), que vivem arrombando farmácias em busca de substâncias capazes de satisfazer suas necessidades. Talvez por isso esse seja até hoje o melhor filme de Gus Van Sant: o que melhor dá conta de um modo de vida (ou problema, se preferir), suas dores e alegrias. Já "Memórias do Subdesenvolvimento" (1968, 14 anos, TV Brasil, 0h30) nos leva aos primórdios da revolução em Cuba. Ali, um homem busca se situar em meio às transformações que ocorrem (e à ameaça de invasão pelos americanos), após a mulher fugir para os EUA. Como Van Sant, o diretor de "Memórias", Tomás Gutiérrez Alea, não é um conformista: faz diferença. Por fim, vale atentar a um dos últimos de Chantal Akerman: "A Loucura de Almayer" (2011, TV5 Monde, 19h26, sem classificação).
ilustrada
'Drugstore Cowboy' é o melhor filme já realizado por Van SantExiste humor e tragédia na história dos viciados de "Drugstore Cowboy" (1989, 16 anos, TC Cult, 18h), que vivem arrombando farmácias em busca de substâncias capazes de satisfazer suas necessidades. Talvez por isso esse seja até hoje o melhor filme de Gus Van Sant: o que melhor dá conta de um modo de vida (ou problema, se preferir), suas dores e alegrias. Já "Memórias do Subdesenvolvimento" (1968, 14 anos, TV Brasil, 0h30) nos leva aos primórdios da revolução em Cuba. Ali, um homem busca se situar em meio às transformações que ocorrem (e à ameaça de invasão pelos americanos), após a mulher fugir para os EUA. Como Van Sant, o diretor de "Memórias", Tomás Gutiérrez Alea, não é um conformista: faz diferença. Por fim, vale atentar a um dos últimos de Chantal Akerman: "A Loucura de Almayer" (2011, TV5 Monde, 19h26, sem classificação).
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Líder do simulador da Bolsa tem ganho de 252%
Com valorização de 252,0% da carteira de ações, o participante Laercio Marinzek lidera o ranking do simulador Folhainvest, parceria da Folha com a BM&FBovespa. Em segundo, está Odair Machado, com 247,2% de ganho, seguido por Roger Thiago Alves Rodrigues, com 162,4%. Em quarto, está Guilherme Barros, com 153,6% de valorização, e em quinto, Salvador Couñago, com 148,9%. Os interessados podem se cadastrar no site do simulador (www.folhainvest.com.br). A premiação inclui cursos sobre investimentos, acesso a banco de dados de cotações e iPads, mas pode haver substituição desses itens por produtos equivalentes ou com valor financeiro similar. Atualizado em 30.abr. Fonte: Folha
mercado
Líder do simulador da Bolsa tem ganho de 252%Com valorização de 252,0% da carteira de ações, o participante Laercio Marinzek lidera o ranking do simulador Folhainvest, parceria da Folha com a BM&FBovespa. Em segundo, está Odair Machado, com 247,2% de ganho, seguido por Roger Thiago Alves Rodrigues, com 162,4%. Em quarto, está Guilherme Barros, com 153,6% de valorização, e em quinto, Salvador Couñago, com 148,9%. Os interessados podem se cadastrar no site do simulador (www.folhainvest.com.br). A premiação inclui cursos sobre investimentos, acesso a banco de dados de cotações e iPads, mas pode haver substituição desses itens por produtos equivalentes ou com valor financeiro similar. Atualizado em 30.abr. Fonte: Folha
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Crítica: Cheio de referências, 'Birdman' é o mais ousado do Oscar
O metafilme "Birdman" é o melhor do diretor Alejandro González Iñárritu e o mais ousado entre os concorrentes da principal categoria do Oscar. Não é pouca coisa. O mexicano tem no currículo "Amores Brutos" (2000) e "21 Gramas" (2003), e disputam o prêmio deste ano títulos como "Sniper Americano", de Clint Eastwood, "O Grande Hotel Budapeste", de Wes Anderson, e "Whiplash", do novato Damien Chazelle. No longa, que estreia nesta quinta (29), o ator Riggan Thomson (Michael Keaton) dirige e protagoniza uma peça na Broadway baseada num conto de Raymond Carver, "Do que Estamos Falando Quando Falamos de Amor" (1981). Busca prestígio contra a decadência que veio ao recusar o quarto filme da cinessérie do tal Homem-Pássaro do título, super-herói que lhe deu fama e dinheiro. É em torno dos ensaios e da estreia teatral que se desenrola a trama. No elenco da obra fictícia estão o ator stanislavskiniano Mike Shiner (Edward Norton) e sua ex-namorada Lesley (Naomi Watts). A produção é de Jake (Zach Galifianakis), auxiliado por Sam (Emma Stone), a única filha de Thomson que acaba de sair de um clínica de reabilitação. Todas as atuações estão entre as melhores dos quatro atores. "Birdman" é feito à maneira de "Festim Diabólico" (1948), de Alfred Hitchcock, e "Arca Russa" (2002), de Alexandr Sokurov, em que o espectador tem a ilusão de que não há um único corte. Tem também toques de "A Noite Americana" (1973), de François Truffaut, e "O Jogador" (1992), de Robert Altman, outros grandes metafilmes. A trilha é quase toda de solos de bateria, o que dá ainda mais nervosismo ao filme —e pode irritar alguns. Mas o ruído é um personagem em si. São muitas as referências, o que poderia indicar tibieza autoral ou imaginação limitada. Não é o caso aqui. "Birdman" é todo ele criatividade, a começar pelo dilema existencialista vivido por Thomson, que assim como o espectador não sabe o que é verdade e o que é teatro (ou cinema): ele pode levitar? Consegue fazer objetos flutuarem? Está morto? Firma ainda uma grande parceria, de Iñárritu e Keaton. O diretor mostra bom humor insuspeito e sobe a outro patamar, e o ator nos relembra por que gostamos dele, apesar de "Batman". Sim, Thomson/Keaton, Birdman/Batman, nem tudo é por acaso. BIRDMAN DIREÇÃO Alejandro González Iñárritu ELENCO Michael Keaton, Edward Norton, Naomi Watts PRODUÇÃO EUA, 2014, 16 anos QUANDO estreia nesta quinta (29) AVALIAÇÃO ótimo
ilustrada
Crítica: Cheio de referências, 'Birdman' é o mais ousado do OscarO metafilme "Birdman" é o melhor do diretor Alejandro González Iñárritu e o mais ousado entre os concorrentes da principal categoria do Oscar. Não é pouca coisa. O mexicano tem no currículo "Amores Brutos" (2000) e "21 Gramas" (2003), e disputam o prêmio deste ano títulos como "Sniper Americano", de Clint Eastwood, "O Grande Hotel Budapeste", de Wes Anderson, e "Whiplash", do novato Damien Chazelle. No longa, que estreia nesta quinta (29), o ator Riggan Thomson (Michael Keaton) dirige e protagoniza uma peça na Broadway baseada num conto de Raymond Carver, "Do que Estamos Falando Quando Falamos de Amor" (1981). Busca prestígio contra a decadência que veio ao recusar o quarto filme da cinessérie do tal Homem-Pássaro do título, super-herói que lhe deu fama e dinheiro. É em torno dos ensaios e da estreia teatral que se desenrola a trama. No elenco da obra fictícia estão o ator stanislavskiniano Mike Shiner (Edward Norton) e sua ex-namorada Lesley (Naomi Watts). A produção é de Jake (Zach Galifianakis), auxiliado por Sam (Emma Stone), a única filha de Thomson que acaba de sair de um clínica de reabilitação. Todas as atuações estão entre as melhores dos quatro atores. "Birdman" é feito à maneira de "Festim Diabólico" (1948), de Alfred Hitchcock, e "Arca Russa" (2002), de Alexandr Sokurov, em que o espectador tem a ilusão de que não há um único corte. Tem também toques de "A Noite Americana" (1973), de François Truffaut, e "O Jogador" (1992), de Robert Altman, outros grandes metafilmes. A trilha é quase toda de solos de bateria, o que dá ainda mais nervosismo ao filme —e pode irritar alguns. Mas o ruído é um personagem em si. São muitas as referências, o que poderia indicar tibieza autoral ou imaginação limitada. Não é o caso aqui. "Birdman" é todo ele criatividade, a começar pelo dilema existencialista vivido por Thomson, que assim como o espectador não sabe o que é verdade e o que é teatro (ou cinema): ele pode levitar? Consegue fazer objetos flutuarem? Está morto? Firma ainda uma grande parceria, de Iñárritu e Keaton. O diretor mostra bom humor insuspeito e sobe a outro patamar, e o ator nos relembra por que gostamos dele, apesar de "Batman". Sim, Thomson/Keaton, Birdman/Batman, nem tudo é por acaso. BIRDMAN DIREÇÃO Alejandro González Iñárritu ELENCO Michael Keaton, Edward Norton, Naomi Watts PRODUÇÃO EUA, 2014, 16 anos QUANDO estreia nesta quinta (29) AVALIAÇÃO ótimo
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Pato diz que torcerá para o Palmeiras na final da Copa do Brasil
O atacante Alexandre Pato afirmou que vai torcer para o Palmeiras no duelo contra o Santos, pela final da Copa do Brasil. Os dois jogos da decisão estão marcados para os dias 25 de novembro (Vila Belmiro) e 2 de dezembro (Allianz Parque). Pato justifica sua torcida pelo Palmeiras por causa de Paulo Nobre, a quem considera "um cara muito do bem" e que "fez um ótimo trabalho no Palmeiras". Santos e Palmeiras são concorrentes diretos do São Paulo na luta por uma vaga na próxima edição da Taça Libertadores da América. O campeão do torneio mata-mata garante vaga na competição sul-americana. As duas equipes ainda tentam a vaga pelo Campeonato Brasileiro. Atualmente, o Santos é o quarto colocado com 54 pontos, enquanto o Palmeiras é o décimo com 48. Já o São Paulo é o quinto colocado no Nacional, com 53 pontos. Caso fique com o título da Copa do Brasil e termine o Brasileiro no G4, o Santos abre uma vaga para o quinto colocado na Libertadores de 2016. Emprestado ao São Paulo pelo Corinthians, com quem tem contrato até o fim de 2016, Pato diz que acha muito difícil não receber propostas neste fim de temporada e que espera "voltar para a Europa". SÃO PAULO X ATLÉTICO-MG O São Paulo enfrenta o Atlético-MG nesta quinta-feira (19), às 22h, no Morumbi, pela 35ª rodada do brasileiro, e precisa vencer para não se afastar da briga pelo G4. No treino desta quarta (18), o técnico Milton Cruz sinalizou que a equipe deve iniciar a partida com Denis; Bruno, Rodrigo Caio, Lucão, Carlinhos; Hudson Thiago Mendes, Ganso e Michel Bastos; Pato e Luís Fabiano. O clube pode assumir a quarta colocação em caso de tropeço do Santos, que pega o Flamengo, na Vila Belmiro na quinta, às 22h. GOL DO TÍTULO Ironicamente, Pato, que saiu do clube após passagem ruim, pode marcar o gol do título do Corinthians, que lidera o Brasileiro com 76 pontos, 11 à frente do segundo colocado, Atlético-MG. Uma vitória ou um empate do São Paulo contra a equipe mineira garantem o título ao clube do Parque São Jorge, que enfrenta o Vasco, em São Januário, também na quinta, às 22h.
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Pato diz que torcerá para o Palmeiras na final da Copa do BrasilO atacante Alexandre Pato afirmou que vai torcer para o Palmeiras no duelo contra o Santos, pela final da Copa do Brasil. Os dois jogos da decisão estão marcados para os dias 25 de novembro (Vila Belmiro) e 2 de dezembro (Allianz Parque). Pato justifica sua torcida pelo Palmeiras por causa de Paulo Nobre, a quem considera "um cara muito do bem" e que "fez um ótimo trabalho no Palmeiras". Santos e Palmeiras são concorrentes diretos do São Paulo na luta por uma vaga na próxima edição da Taça Libertadores da América. O campeão do torneio mata-mata garante vaga na competição sul-americana. As duas equipes ainda tentam a vaga pelo Campeonato Brasileiro. Atualmente, o Santos é o quarto colocado com 54 pontos, enquanto o Palmeiras é o décimo com 48. Já o São Paulo é o quinto colocado no Nacional, com 53 pontos. Caso fique com o título da Copa do Brasil e termine o Brasileiro no G4, o Santos abre uma vaga para o quinto colocado na Libertadores de 2016. Emprestado ao São Paulo pelo Corinthians, com quem tem contrato até o fim de 2016, Pato diz que acha muito difícil não receber propostas neste fim de temporada e que espera "voltar para a Europa". SÃO PAULO X ATLÉTICO-MG O São Paulo enfrenta o Atlético-MG nesta quinta-feira (19), às 22h, no Morumbi, pela 35ª rodada do brasileiro, e precisa vencer para não se afastar da briga pelo G4. No treino desta quarta (18), o técnico Milton Cruz sinalizou que a equipe deve iniciar a partida com Denis; Bruno, Rodrigo Caio, Lucão, Carlinhos; Hudson Thiago Mendes, Ganso e Michel Bastos; Pato e Luís Fabiano. O clube pode assumir a quarta colocação em caso de tropeço do Santos, que pega o Flamengo, na Vila Belmiro na quinta, às 22h. GOL DO TÍTULO Ironicamente, Pato, que saiu do clube após passagem ruim, pode marcar o gol do título do Corinthians, que lidera o Brasileiro com 76 pontos, 11 à frente do segundo colocado, Atlético-MG. Uma vitória ou um empate do São Paulo contra a equipe mineira garantem o título ao clube do Parque São Jorge, que enfrenta o Vasco, em São Januário, também na quinta, às 22h.
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Mortes: O discípulo mais apaixonado de Ivo Pitanguy
Para um garoto sensível que sempre teve o que quis, o metiê de esculpir corpos surgiu naturalmente. Mas ele almejava a perfeição. Então escreveu a Ivo Pitanguy. "Vou fazer cirurgia plástica. Quero ser igual ao senhor." Era 1983, ano em que perdera o pai. Compadecido, o professor exortou-o a ir em frente. Seriam décadas de cartas e conselhos. Gal ganhava um mentor e uma carreira. "Minha paixão pelo professor vem desde os 13", diria anos depois. "Persegui o Pitanguy durante muito tempo." Aluno de medicina, ao saber que o ídolo participaria de um Congresso na Grécia, foi atrás. Filho de um médico renomado, formou-se e fez residência. Foi concluir os três anos de cirurgia plástica e bater na clínica de Pitanguy. Seria, finalmente, seu assistente. Montou escritório. Fez doutorado. Lecionou. Mas, sempre que podia, ia ao Rio ver uma cirurgia com a lenda viva. Não só amava "a arte de esculpir o corpo", desenhando seios, glúteos e narizes perfeitos –fizera-o com a futura esposa– como montara o mosaico da Casa da Cirurgia Plástica. Gal cursara belas artes, sem concluir. "Amava pinturas", diz o colega Alfredo Gragnani. Quando presenteou Pitanguy com um retrato, fora um amigo o autor. Era responsabilidade demais. O eterno tutor, morto em agosto, pôde se orgulhar. Sumidade em nariz, o pupilo levara o prêmio no simpósio de Dallas e dirigira a seção de rinoplastia da Unifesp. Gal morreu de enfarto dia 30, aos 48, no consultório. Na parede, o fim e o início da linha de vida desenhada por ele: o diploma de membro da associação de ex-alunos de Pitanguy e as cartas do mestre. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
cotidiano
Mortes: O discípulo mais apaixonado de Ivo PitanguyPara um garoto sensível que sempre teve o que quis, o metiê de esculpir corpos surgiu naturalmente. Mas ele almejava a perfeição. Então escreveu a Ivo Pitanguy. "Vou fazer cirurgia plástica. Quero ser igual ao senhor." Era 1983, ano em que perdera o pai. Compadecido, o professor exortou-o a ir em frente. Seriam décadas de cartas e conselhos. Gal ganhava um mentor e uma carreira. "Minha paixão pelo professor vem desde os 13", diria anos depois. "Persegui o Pitanguy durante muito tempo." Aluno de medicina, ao saber que o ídolo participaria de um Congresso na Grécia, foi atrás. Filho de um médico renomado, formou-se e fez residência. Foi concluir os três anos de cirurgia plástica e bater na clínica de Pitanguy. Seria, finalmente, seu assistente. Montou escritório. Fez doutorado. Lecionou. Mas, sempre que podia, ia ao Rio ver uma cirurgia com a lenda viva. Não só amava "a arte de esculpir o corpo", desenhando seios, glúteos e narizes perfeitos –fizera-o com a futura esposa– como montara o mosaico da Casa da Cirurgia Plástica. Gal cursara belas artes, sem concluir. "Amava pinturas", diz o colega Alfredo Gragnani. Quando presenteou Pitanguy com um retrato, fora um amigo o autor. Era responsabilidade demais. O eterno tutor, morto em agosto, pôde se orgulhar. Sumidade em nariz, o pupilo levara o prêmio no simpósio de Dallas e dirigira a seção de rinoplastia da Unifesp. Gal morreu de enfarto dia 30, aos 48, no consultório. Na parede, o fim e o início da linha de vida desenhada por ele: o diploma de membro da associação de ex-alunos de Pitanguy e as cartas do mestre. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Comissão deve abrir inquéritos contra envolvidos em delação da JBS
O presidente da Comissão de Ética da Presidência da República, Mauro Menezes, afirmou nesta segunda-feira (22) que as acusações feitas por executivos da JBS são preocupantes e que devem ser abertas investigações contra agentes públicos citados nas delações premiadas. Segundo ele, o órgão federal avaliará a questão na próxima reunião, mas já começou a analisar os vídeos das delações premiadas e notícias de veículos de imprensa. "Nós consideramos tomar a atitude abrir investigação, mas, para que não cometêssemos nenhuma violação, resolvemos atribuir à secretaria executiva exame metódico", disse. Para ele, o conteúdo revelado até o momento é preocupante e requer que a comissão presidencial discuta as acusações na esfera da ética pública. O campo de atuação do órgão federal compreende servidores públicos que tenham cometido irregularidades no período em que exerciam cargos governamentais, não abrangendo o presidente ou o vice-presidente. Além do presidente Michel Temer, são citados nas delações premiadas os ministros Gilberto Kassab (Comunicações) e Marcos Pereira (Indústria e Comércio). O ministro Bruno Araújo (Cidades) foi interceptado em conversa com Ricardo Cypriano, do gabinete do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Caso seja provada a conduta irregular, o código da alta administração federal prevê tanto uma simples advertência como recomendação de exoneração dos ministros ao presidente. Em abril, o órgão federal abriu procedimentos de investigação para apurar as condutas dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Gilberto Kassab (Comunicação) diante das acusações feitas no rastro da Operação Lava Jato. O órgão federal apura se os três ministros, que exerciam cargos ministeriais quando eventuais irregularidades foram cometidas, cometeram infrações como tráfico de influência e praticaram atos que resultaram em casos de conflito de interesses. Cronologia da delação da JBS
poder
Comissão deve abrir inquéritos contra envolvidos em delação da JBSO presidente da Comissão de Ética da Presidência da República, Mauro Menezes, afirmou nesta segunda-feira (22) que as acusações feitas por executivos da JBS são preocupantes e que devem ser abertas investigações contra agentes públicos citados nas delações premiadas. Segundo ele, o órgão federal avaliará a questão na próxima reunião, mas já começou a analisar os vídeos das delações premiadas e notícias de veículos de imprensa. "Nós consideramos tomar a atitude abrir investigação, mas, para que não cometêssemos nenhuma violação, resolvemos atribuir à secretaria executiva exame metódico", disse. Para ele, o conteúdo revelado até o momento é preocupante e requer que a comissão presidencial discuta as acusações na esfera da ética pública. O campo de atuação do órgão federal compreende servidores públicos que tenham cometido irregularidades no período em que exerciam cargos governamentais, não abrangendo o presidente ou o vice-presidente. Além do presidente Michel Temer, são citados nas delações premiadas os ministros Gilberto Kassab (Comunicações) e Marcos Pereira (Indústria e Comércio). O ministro Bruno Araújo (Cidades) foi interceptado em conversa com Ricardo Cypriano, do gabinete do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Caso seja provada a conduta irregular, o código da alta administração federal prevê tanto uma simples advertência como recomendação de exoneração dos ministros ao presidente. Em abril, o órgão federal abriu procedimentos de investigação para apurar as condutas dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Gilberto Kassab (Comunicação) diante das acusações feitas no rastro da Operação Lava Jato. O órgão federal apura se os três ministros, que exerciam cargos ministeriais quando eventuais irregularidades foram cometidas, cometeram infrações como tráfico de influência e praticaram atos que resultaram em casos de conflito de interesses. Cronologia da delação da JBS
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Explosão em sonda a serviço da Petrobras deixa um trabalhador morto
Uma explosão na sonda de perfuração de poços NS 32, que presta serviços para a Petrobras, deixou um morto. Ericson Nascimento de Freitas, 29, era empregado da empresa IMI, que prestava serviços na unidade no momento do acidente. Outras duas vítimas em estado grave. A explosão ocorreu por volta das 8h em uma das caldeiras da sona NS 32, operada pela Odebrecht Óleo e Gás. No momento, a unidade não estava operando e não houve vazamento. A sonda estava na área do campo de Marlim, na Bacia de Campos. Uma quarta vítima sofreu ferimentos leves, segundo a estatal, e também está sob supervisão médica. De acordo com a Petrobras, as autoridades foram notificadas do acidente e uma comissão foi formada para investigar suas causas.
mercado
Explosão em sonda a serviço da Petrobras deixa um trabalhador mortoUma explosão na sonda de perfuração de poços NS 32, que presta serviços para a Petrobras, deixou um morto. Ericson Nascimento de Freitas, 29, era empregado da empresa IMI, que prestava serviços na unidade no momento do acidente. Outras duas vítimas em estado grave. A explosão ocorreu por volta das 8h em uma das caldeiras da sona NS 32, operada pela Odebrecht Óleo e Gás. No momento, a unidade não estava operando e não houve vazamento. A sonda estava na área do campo de Marlim, na Bacia de Campos. Uma quarta vítima sofreu ferimentos leves, segundo a estatal, e também está sob supervisão médica. De acordo com a Petrobras, as autoridades foram notificadas do acidente e uma comissão foi formada para investigar suas causas.
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Tendência na decoração é de ambiente colorido e superfícies em relevo
TATIANA BABADOBULOS DE SÃO PAULO Nas mais recentes grandes feiras de construção, as cores neutras perderam espaço para o colorido. No banheiro, as louças fogem do branco e, na varanda gourmet, o forte são os revestimentos cerâmicos que imitam madeira. Na Expo Revestir, por exemplo, realizada neste mês em São Paulo, diferentes fabricantes coloriram seus estandes com azulejos em relevo, ladrilhos hidráulicos, cubas e bacias pretas, misturadores dourados e rosés e duchas roxas, verdes e rosas. A arquiteta Sueli Adorni, no entanto, pondera que é preciso ter cuidado na hora de optar por qualquer item extravagante, para o resultado não ficar deselegante. "A gente pode usar o que quiser, mas é preciso ter bom senso." A sugestão dela é optar por nichos, misturar listras horizontais ou verticais com liso e estampado no piso e nas paredes. Se a ideia é fazer uma parede incrementada, de cor forte, o ideal é escolher uma de "passagem ou uma que fique atrás de onde se costuma sentar" para não ficar olhando. A mesma opinião sobre escolher um espaço tem a arquiteta Samanta Cafardo. "É possível usar cores, mas não pode ficar exagerado. Tem de ter parcimônia e saber dosar." É na marcenaria -e não no revestimento-, que o arquiteto Felipe Rodrigues prefere ousar. Nos seus projetos, ele tenta "fugir de modismos que tendem a ficar datados muito rapidamente". Segundo ele, os papéis de parede e revestimentos vinílicos podem ser facilmente substituídos quando o morador enjoa. "Gosto de usar a cor na marcenaria com a intenção de fugir do lugar-comum." Sobre os revestimentos em relevo, ele os recomenda para as áreas externas "como elementos incorporados ao projeto paisagístico". Área molhada Um banheiro com louças pretas, para Sueli Adorni, requer ousadia. "Casa é igual a roupa. Tem de ter personalidade para usar." Já a arquiteta Érica Salguero afirma que o lavabo, local comumente menos usado, pode ser todo preto. "Fica sofisticado." Nos demais banheiros da casa, ela prefere misturar o preto e o branco: revestimento preto e branco com louças brancas ou louças pretas e revestimento off-white com uma parede preta, "para o ambiente não ficar carregado". A cuba dourada, ela diz, pode ser usada em um banheiro claro, enquanto que uma em tons de cobre cai melhor em um banheiro escuro. Para Samanta, a cozinha pode ter a tampa da bancada colorida, mas ela não usa cor na cuba. "Prefiro a de aço inox por questão de higiene e limpeza", explica a arquiteta. Uma ducha colorida, de acordo com ela, pode ficar interessante se usada no banheiro de criança. Outra novidade do mercado, o metal branco também é boa opção para os acessórios de banheiro. Revestimentos Sobre os novos revestimentos cerâmicos, a arquiteta Érica Salguero afirma que as peças são uma alternativa às pastilhas. "Dá para usar o colorido na cozinha e no banheiro. Vermelho na cozinha, por exemplo, fica bom, mas cada cor deve ser sempre definida dependendo do perfil do morador da casa." O revestimento cerâmico que imita madeira é outro que está em alta, principalmente nas varandas gourmet. "Esse revestimento veio para suprir a necessidade dos terraços, mas também pode ser usado no banheiro e no lavabo", afirma Érica. Cristina Barbara, designer de interiores, explica que "é o cliente que vai dirigir o projeto". Depois de discutir os desejos do morador, o profissional escolhe a opção dentro das solicitações dele. "Antes, só se usava pastilha no box. Hoje em dia, como há muitas opções, pode-se fazer parede de alto e baixo relevo, que antes só se conseguia com a madeira, mas ela não funciona em área molhada." Além de usar no banheiro, no lugar das pastilhas, as cerâmicas com alto e baixo relevo podem ser usadas em uma parede de destaque ou hall de entrada com pé direito duplo. "Acho que é importante a utilização da iluminação, porque dá uma sombra e fica interessante", explica Cristina Barbara. Ela diz ainda que tem usado formas naturais na parede principal do banheiro e, no restante, outro material neutro. "No piso, os [revestimentos] estampados podem ser uma opção. Também é possível escolher uma área menor e usar bases neutras para mesclar." De acordo com a profissional, além de dar vida aos ambientes, os revestimentos são feitos de material de vida útil longa, como cerâmica, porcelanato e esmaltado. Para não errar, Cristina diz que o ideal é usar uma base neutra, como branco, cinza, bege, e "pincelar" com materiais de outras cores. "Mas é preciso ficar harmônico", pondera. No projeto de um espaço gourmet, a arquiteta Selma Tammaro usou tons de azul a pedido da moradora. "Aproveitando as referências que a cliente passou, cheguei até a utilização dos ladrilhos [hidráulicos] coloridos." Embora ela tenha usado o colorido apenas em uma parte do ambiente, a arquiteta afirma que poderia tê-lo revestido por completo. "Fica melhor em uma cozinha grande, porque parte das paredes são tomadas por armários, e costumamos revestir somente entre bancada, armários e fogão até a coifa. Dependendo da estampa, além de charmoso, fica muito agradável e dá personalidade ao ambiente." A arquiteta diz que, quando a proposta é mais informal, ainda é possível aproveitar e ousar mais. Na varanda gourmet, a arquiteta Cristiane Schiavoni elegeu uma parede para ser a principal e aplicar azulejos antigos e coloridos. "A ideia era deixar o local descontraído e também por praticidade na hora da limpeza", explica. Usando os azulejos estampados de forma harmônica, é possível mudar o ambiente, mas sem descaracterizá-lo. "Eu não usaria o azulejo [colorido] em quatro paredes, mas usei em uma para criar a hierarquia. Essa parede é a mais importante, os olhares vão se voltar para ela." Com fabricação em menor escala, a Pavão Revestimentos desenvolveu azulejos com estampas inspiradas nos desenhos clássicos de tatuagens. A arquiteta e designer da marca, Carine Canavesi, afirma que possui linha com dez modelos de azulejos que podem ser aplicados em áreas secas e molhadas. A linha lançada no ano passado reúne desenhos geométricos com cores fortes e outras mais discretas. De 2013, a linha com desenhos que imitam tatuagens continua em alta. "Pedi para a tatuadora Anna Idza desenhar ícones, como caveira mexicana, punhal, rosa", afirma. Ela adianta também que vai lançar uma nova linha com outros tatuadores, com desenhos ornamentais. Além de utilizá-los nas paredes de cozinha e banheiro, Carine diz que há pessoas que usam os seus azulejos em bandejas, no hall de entrada, na cabeceira de cama, em quadro e descanso de panela. Mais uma ideia para diferenciar o projeto é incluir os cobogós, que foram bastante usados nos anos 1960 e agora voltaram a ser fabricados com novas formas e cores fortes. Em banheiros médios e grandes, por exemplo, eles podem ser aplicados em forma de biombo para separar a área da banheira e do vaso sanitário com a da pia, e ainda decoram.
saopaulo
Tendência na decoração é de ambiente colorido e superfícies em relevoTATIANA BABADOBULOS DE SÃO PAULO Nas mais recentes grandes feiras de construção, as cores neutras perderam espaço para o colorido. No banheiro, as louças fogem do branco e, na varanda gourmet, o forte são os revestimentos cerâmicos que imitam madeira. Na Expo Revestir, por exemplo, realizada neste mês em São Paulo, diferentes fabricantes coloriram seus estandes com azulejos em relevo, ladrilhos hidráulicos, cubas e bacias pretas, misturadores dourados e rosés e duchas roxas, verdes e rosas. A arquiteta Sueli Adorni, no entanto, pondera que é preciso ter cuidado na hora de optar por qualquer item extravagante, para o resultado não ficar deselegante. "A gente pode usar o que quiser, mas é preciso ter bom senso." A sugestão dela é optar por nichos, misturar listras horizontais ou verticais com liso e estampado no piso e nas paredes. Se a ideia é fazer uma parede incrementada, de cor forte, o ideal é escolher uma de "passagem ou uma que fique atrás de onde se costuma sentar" para não ficar olhando. A mesma opinião sobre escolher um espaço tem a arquiteta Samanta Cafardo. "É possível usar cores, mas não pode ficar exagerado. Tem de ter parcimônia e saber dosar." É na marcenaria -e não no revestimento-, que o arquiteto Felipe Rodrigues prefere ousar. Nos seus projetos, ele tenta "fugir de modismos que tendem a ficar datados muito rapidamente". Segundo ele, os papéis de parede e revestimentos vinílicos podem ser facilmente substituídos quando o morador enjoa. "Gosto de usar a cor na marcenaria com a intenção de fugir do lugar-comum." Sobre os revestimentos em relevo, ele os recomenda para as áreas externas "como elementos incorporados ao projeto paisagístico". Área molhada Um banheiro com louças pretas, para Sueli Adorni, requer ousadia. "Casa é igual a roupa. Tem de ter personalidade para usar." Já a arquiteta Érica Salguero afirma que o lavabo, local comumente menos usado, pode ser todo preto. "Fica sofisticado." Nos demais banheiros da casa, ela prefere misturar o preto e o branco: revestimento preto e branco com louças brancas ou louças pretas e revestimento off-white com uma parede preta, "para o ambiente não ficar carregado". A cuba dourada, ela diz, pode ser usada em um banheiro claro, enquanto que uma em tons de cobre cai melhor em um banheiro escuro. Para Samanta, a cozinha pode ter a tampa da bancada colorida, mas ela não usa cor na cuba. "Prefiro a de aço inox por questão de higiene e limpeza", explica a arquiteta. Uma ducha colorida, de acordo com ela, pode ficar interessante se usada no banheiro de criança. Outra novidade do mercado, o metal branco também é boa opção para os acessórios de banheiro. Revestimentos Sobre os novos revestimentos cerâmicos, a arquiteta Érica Salguero afirma que as peças são uma alternativa às pastilhas. "Dá para usar o colorido na cozinha e no banheiro. Vermelho na cozinha, por exemplo, fica bom, mas cada cor deve ser sempre definida dependendo do perfil do morador da casa." O revestimento cerâmico que imita madeira é outro que está em alta, principalmente nas varandas gourmet. "Esse revestimento veio para suprir a necessidade dos terraços, mas também pode ser usado no banheiro e no lavabo", afirma Érica. Cristina Barbara, designer de interiores, explica que "é o cliente que vai dirigir o projeto". Depois de discutir os desejos do morador, o profissional escolhe a opção dentro das solicitações dele. "Antes, só se usava pastilha no box. Hoje em dia, como há muitas opções, pode-se fazer parede de alto e baixo relevo, que antes só se conseguia com a madeira, mas ela não funciona em área molhada." Além de usar no banheiro, no lugar das pastilhas, as cerâmicas com alto e baixo relevo podem ser usadas em uma parede de destaque ou hall de entrada com pé direito duplo. "Acho que é importante a utilização da iluminação, porque dá uma sombra e fica interessante", explica Cristina Barbara. Ela diz ainda que tem usado formas naturais na parede principal do banheiro e, no restante, outro material neutro. "No piso, os [revestimentos] estampados podem ser uma opção. Também é possível escolher uma área menor e usar bases neutras para mesclar." De acordo com a profissional, além de dar vida aos ambientes, os revestimentos são feitos de material de vida útil longa, como cerâmica, porcelanato e esmaltado. Para não errar, Cristina diz que o ideal é usar uma base neutra, como branco, cinza, bege, e "pincelar" com materiais de outras cores. "Mas é preciso ficar harmônico", pondera. No projeto de um espaço gourmet, a arquiteta Selma Tammaro usou tons de azul a pedido da moradora. "Aproveitando as referências que a cliente passou, cheguei até a utilização dos ladrilhos [hidráulicos] coloridos." Embora ela tenha usado o colorido apenas em uma parte do ambiente, a arquiteta afirma que poderia tê-lo revestido por completo. "Fica melhor em uma cozinha grande, porque parte das paredes são tomadas por armários, e costumamos revestir somente entre bancada, armários e fogão até a coifa. Dependendo da estampa, além de charmoso, fica muito agradável e dá personalidade ao ambiente." A arquiteta diz que, quando a proposta é mais informal, ainda é possível aproveitar e ousar mais. Na varanda gourmet, a arquiteta Cristiane Schiavoni elegeu uma parede para ser a principal e aplicar azulejos antigos e coloridos. "A ideia era deixar o local descontraído e também por praticidade na hora da limpeza", explica. Usando os azulejos estampados de forma harmônica, é possível mudar o ambiente, mas sem descaracterizá-lo. "Eu não usaria o azulejo [colorido] em quatro paredes, mas usei em uma para criar a hierarquia. Essa parede é a mais importante, os olhares vão se voltar para ela." Com fabricação em menor escala, a Pavão Revestimentos desenvolveu azulejos com estampas inspiradas nos desenhos clássicos de tatuagens. A arquiteta e designer da marca, Carine Canavesi, afirma que possui linha com dez modelos de azulejos que podem ser aplicados em áreas secas e molhadas. A linha lançada no ano passado reúne desenhos geométricos com cores fortes e outras mais discretas. De 2013, a linha com desenhos que imitam tatuagens continua em alta. "Pedi para a tatuadora Anna Idza desenhar ícones, como caveira mexicana, punhal, rosa", afirma. Ela adianta também que vai lançar uma nova linha com outros tatuadores, com desenhos ornamentais. Além de utilizá-los nas paredes de cozinha e banheiro, Carine diz que há pessoas que usam os seus azulejos em bandejas, no hall de entrada, na cabeceira de cama, em quadro e descanso de panela. Mais uma ideia para diferenciar o projeto é incluir os cobogós, que foram bastante usados nos anos 1960 e agora voltaram a ser fabricados com novas formas e cores fortes. Em banheiros médios e grandes, por exemplo, eles podem ser aplicados em forma de biombo para separar a área da banheira e do vaso sanitário com a da pia, e ainda decoram.
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Dificuldade em persistir em tarefas e fazer contas limita salário no Brasil
Os brasileiros e os vizinhos latino-americanos sofrem de profunda escassez de habilidades valorizadas no mercado de trabalho, como a capacidade de fazer contas e de persistir em tarefas. É o que mostra estudo do CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) que mensurou o grau de desenvolvimento das características que contribuem para o sucesso individual e o crescimento econômico entre os trabalhadores da região. Falta de persistência explica queda de desempenho durante realização do Pisa - Respostas corretas, em % do total A pesquisa, feita em dez cidades, incluindo São Paulo, revela que, mesmo entre aqueles com ensino superior, a capacidade de fazer contas simples -que tem grande efeito sobre salários- é limitada. Só 40% dos paulistanos com curso superior conseguem calcular quanto um artigo que custa 2/3 de seu preço original valia inicialmente. Na média da região, o nível de acerto foi de 53% entre indivíduos com ensino superior. Um artigo que hoje custa 2/3 do preço inicial valia quanto originalmente "Esses resultados mostram que o problema de acumulação de habilidades é generalizado, embora seja mais sério para indivíduos com menor nível socioeconômico", diz a economista Dolores de la Mata, uma das coordenadores do estudo do CAF. A pesquisa -que será apresentada nesta segunda (20) no Insper- busca avaliar três conjuntos de habilidades. Um deles -no qual a capacidade de fazer contas está incluída- abrange as habilidades cognitivas, associadas ao conceito de inteligência. O outro cobre as chamadas competências socioemocionais, que são características pessoais como perseverança, empatia e a capacidade de se recuperar de problemas. Um terceiro grupo inclui o desenvolvimento físico, que está muito ligado à saúde. Se uma enfermidade afetou 10% da população, quantos em cada 100 ficaram doentes Pesquisas realizadas para países desenvolvidos têm medido o impacto dessas habilidades na vida das pessoas. O estudo do CAF tenta mensurar esses efeitos para a América Latina como um todo. Análises já feitas na região normalmente se restringiam a casos individuais de países. Os resultados mostram que algumas habilidades têm grande impacto na renda dos latino-americanos. Profissionais com habilidades numéricas um "degrau" (ou desvio padrão) acima da média têm salários 8,4% maiores. O cálculo desconta os efeitos de outros fatores como gênero, escolaridade e nível socioeconômico. Cálculo de um desconto de preço de 50% Em segundo na lista das habilidades com impacto sobre a renda vem a tolerância ao risco (7,5% a mais para cada "degrau" acima da média) e, depois, as habilidades físicas (5,9%). Em quarto, a persistência (5,4%), característica também escassa entre brasileiros e latino-americanos. Falta de persistência explica queda de desempenho durante realização do Pisa - Respostas corretas, em % do total
mercado
Dificuldade em persistir em tarefas e fazer contas limita salário no BrasilOs brasileiros e os vizinhos latino-americanos sofrem de profunda escassez de habilidades valorizadas no mercado de trabalho, como a capacidade de fazer contas e de persistir em tarefas. É o que mostra estudo do CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) que mensurou o grau de desenvolvimento das características que contribuem para o sucesso individual e o crescimento econômico entre os trabalhadores da região. Falta de persistência explica queda de desempenho durante realização do Pisa - Respostas corretas, em % do total A pesquisa, feita em dez cidades, incluindo São Paulo, revela que, mesmo entre aqueles com ensino superior, a capacidade de fazer contas simples -que tem grande efeito sobre salários- é limitada. Só 40% dos paulistanos com curso superior conseguem calcular quanto um artigo que custa 2/3 de seu preço original valia inicialmente. Na média da região, o nível de acerto foi de 53% entre indivíduos com ensino superior. Um artigo que hoje custa 2/3 do preço inicial valia quanto originalmente "Esses resultados mostram que o problema de acumulação de habilidades é generalizado, embora seja mais sério para indivíduos com menor nível socioeconômico", diz a economista Dolores de la Mata, uma das coordenadores do estudo do CAF. A pesquisa -que será apresentada nesta segunda (20) no Insper- busca avaliar três conjuntos de habilidades. Um deles -no qual a capacidade de fazer contas está incluída- abrange as habilidades cognitivas, associadas ao conceito de inteligência. O outro cobre as chamadas competências socioemocionais, que são características pessoais como perseverança, empatia e a capacidade de se recuperar de problemas. Um terceiro grupo inclui o desenvolvimento físico, que está muito ligado à saúde. Se uma enfermidade afetou 10% da população, quantos em cada 100 ficaram doentes Pesquisas realizadas para países desenvolvidos têm medido o impacto dessas habilidades na vida das pessoas. O estudo do CAF tenta mensurar esses efeitos para a América Latina como um todo. Análises já feitas na região normalmente se restringiam a casos individuais de países. Os resultados mostram que algumas habilidades têm grande impacto na renda dos latino-americanos. Profissionais com habilidades numéricas um "degrau" (ou desvio padrão) acima da média têm salários 8,4% maiores. O cálculo desconta os efeitos de outros fatores como gênero, escolaridade e nível socioeconômico. Cálculo de um desconto de preço de 50% Em segundo na lista das habilidades com impacto sobre a renda vem a tolerância ao risco (7,5% a mais para cada "degrau" acima da média) e, depois, as habilidades físicas (5,9%). Em quarto, a persistência (5,4%), característica também escassa entre brasileiros e latino-americanos. Falta de persistência explica queda de desempenho durante realização do Pisa - Respostas corretas, em % do total
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Nigéria diz ter libertado mais de 300 reféns sequestrados pelo Boko Haram
O governo da Nigéria disse nesta quarta-feira (28) ter conseguido libertar 338 reféns da facção radical Boko Haram que estavam em acampamentos na floresta de Sambisa, no norte do país. Segundo o Exército, a libertação ocorreu após os militares atacarem dois acampamentos perto das aldeias de Bulajilin e Manwashe. Na versão do governo, a ação terminou com 30 militantes mortos, dentre eles quatro homens-bomba. O porta-voz das Forças Armadas, Sani Usman, disse que foram retirados 192 crianças e adolescentes, 138 mulheres e oito homens. Eles foram levados a um centro militar na localidade de Mubi, na mesma região. Nas redes sociais, os militares publicaram fotos de armas e munição apreendidas na operação e corpos que dizem ser dos militantes. Além da ação do Exército, a Força Aérea atacou depósitos do Boko Haram na mesma região. Desde a chegada do presidente Muhammadu Buhari ao poder, em agosto, as Forças Armadas da Nigéria têm reforçado suas operações contra a milícia radical, que no ano passado declarou lealdade ao Estado Islâmico. As ações militares, porém, não provocaram a diminuição das mortes provocadas pelos extremistas. Desde junho, pelo menos 1.600 civis foram mortos em ataques do Boko Haram na Nigéria e nos vizinhos Camarões, Chade e Níger. Também não houve a diminuição do número de sequestros. A organização Anistia Internacional afirma que mais de 2.000 mulheres e crianças foram capturadas pelos milicianos desde janeiro de 2014. A captura de mulheres e meninas provocou comoção internacional em abril do ano passado quando militantes do Boko Haram sequestraram 219 alunas de uma escola de Chibok, no Estado de Borno. Apesar da forte campanha internacional "Bring back our girls" (Tragam nossas meninas de volta, em inglês), nenhuma das vítimas deste sequestro foi recuperada até o momento pelas autoridades nigerianas.
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Nigéria diz ter libertado mais de 300 reféns sequestrados pelo Boko HaramO governo da Nigéria disse nesta quarta-feira (28) ter conseguido libertar 338 reféns da facção radical Boko Haram que estavam em acampamentos na floresta de Sambisa, no norte do país. Segundo o Exército, a libertação ocorreu após os militares atacarem dois acampamentos perto das aldeias de Bulajilin e Manwashe. Na versão do governo, a ação terminou com 30 militantes mortos, dentre eles quatro homens-bomba. O porta-voz das Forças Armadas, Sani Usman, disse que foram retirados 192 crianças e adolescentes, 138 mulheres e oito homens. Eles foram levados a um centro militar na localidade de Mubi, na mesma região. Nas redes sociais, os militares publicaram fotos de armas e munição apreendidas na operação e corpos que dizem ser dos militantes. Além da ação do Exército, a Força Aérea atacou depósitos do Boko Haram na mesma região. Desde a chegada do presidente Muhammadu Buhari ao poder, em agosto, as Forças Armadas da Nigéria têm reforçado suas operações contra a milícia radical, que no ano passado declarou lealdade ao Estado Islâmico. As ações militares, porém, não provocaram a diminuição das mortes provocadas pelos extremistas. Desde junho, pelo menos 1.600 civis foram mortos em ataques do Boko Haram na Nigéria e nos vizinhos Camarões, Chade e Níger. Também não houve a diminuição do número de sequestros. A organização Anistia Internacional afirma que mais de 2.000 mulheres e crianças foram capturadas pelos milicianos desde janeiro de 2014. A captura de mulheres e meninas provocou comoção internacional em abril do ano passado quando militantes do Boko Haram sequestraram 219 alunas de uma escola de Chibok, no Estado de Borno. Apesar da forte campanha internacional "Bring back our girls" (Tragam nossas meninas de volta, em inglês), nenhuma das vítimas deste sequestro foi recuperada até o momento pelas autoridades nigerianas.
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Acionistas da OAS e executivos que farão delação entram em divergência
O clima entre acionistas da OAS e executivos que podem aderir à delação premiada está tenso em alguns casos. Há divergências, por exemplo, em relação ao papel de cada um nos crimes a serem detalhados às autoridades, entre outros problemas. TUDO CALMO O azedume não inclui Léo Pinheiro, ex-presidente da empresa que está preso em Curitiba (PR) e já tinha começado a negociar um acordo de pré-delação que acabou suspenso pelo Ministério Público Federal. HISTÓRICO Processo semelhante ocorreu com alguns dos 77 executivos da Odebrecht que aderiram à colaboração. O problema foi superado após meses de negociações internas. NÃO DÁ O Vem pra Rua, um dos movimentos que lideraram manifestações pelo impeachment em 2016, discute convocar atos contra "a sequência de fatos em que o governo Michel Temer e sua base estão trabalhando em defesa da impunidade", diz o porta-voz Rogerio Chequer. O grupo afirma estar extremamente descontente com a indicação de Alexandre de Moraes para o STF (Supremo Tribunal Federal) e a possível ida de Antonio Cláudio Mariz de Oliveira para o Ministério da Justiça. NÃO DÁ 2 Para Chequer, Moraes é um problema porque vem de um cargo de confiança e Mariz porque criticou a Operação Lava Jato. Entram na conta da insatisfação também a "criação de três ministérios da noite para o dia" e a nomeação de Moreira Franco como ministro. "Foi atribuição de foro privilegiado. Temer disse que é por mera formalidade. Então para que nomear?" EM CASA Depois de passar 51 dias internada e de enfrentar seis cirurgias, a mulher do ex-ministro Guido Mantega, da Fazenda, saiu do hospital. Ela vai se tratar do câncer em casa, com um home care. AMOR TEATRAL Os atores Dalton Vigh, 52, e Camila Czerkes, 34, vão trabalhar juntos pela primeira vez depois do nascimento de seus filhos gêmeos, David e Arthur, em 2016. Eles estão ensaiando o espetáculo "Uma Peça por Outra", que comemora os 30 anos do Grupo Tapa. Foi em uma peça da companhia que o casal se conheceu, em 2009. "No palco estamos relembrando o que fez a gente se apaixonar", diz Dalton. BALANÇO A Bienal Internacional de Arte de SP calcula que o dinheiro movimentado na cidade pelo evento em 2016 foi de cerca de R$ 300 milhões. CRESCE A FOLIA O site de hospedagem Airbnb projeta, com base no ritmo de reservas, um aumento de 187% no número de hóspedes em São Paulo no Carnaval, em comparação com 2016. A plataforma permite o aluguel de quartos e casas diretamente de pessoas físicas. BISTURI Entre as atrações do 18º Simpósio Internacional de Cirurgia Plástica, voltado a profissionais da área, está a transmissão em tempo real de oito cirurgias. "Os presentes poderão tirar dúvidas na hora com os cirurgiões", diz o médico Carlos Uebels, da organização do evento, que ocorre de 17 a 19 de março. BISTURI 2 Uma das novidades que serão apresentadas no encontro é a prótese de silicone com chip. O dispositivo, minúsculo, contém informações médicas sobre a cirurgia, como data e tipo da prótese, e sobre o paciente, como tipo sanguíneo. Os dados podem ser consultados antes de novos procedimentos ou até no caso de acidentes. SETOR PRIVADO Beto Vasconcellos, ex-chefe da área jurídica da Presidência e ex-secretário nacional de Justiça, vai se associar aos advogados Pierpaolo Bottini e Igor Tamasauskas –os três trabalharam juntos no Ministério da Justiça, em Brasília. Ele atenderá empresas interessadas em sistemas de compliance (medidas anticorrupção) ou de setores regulados pelo poder público. OS MODERNISTAS A mostra "Anita Malfatti: 100 Anos de Arte Moderna" foi aberta na terça (7), no MAM-SP, com a presença da consultora de moda Gloria Kalil, do empresário Paulo Proushan e da vice-presidente do Instituto Victor Brecheret, Cidô Brecheret. Também participaram do evento Paula Azevedo, coordenadora do MAM, e a historiadora Maria Lúcia Segall. CURTO-CIRCUITO O chef Henrique Fogaça lança nesta quinta (9) o livro "Um Chef Hardcore", das 18h às 21h30, na Livraria da Vila da alameda Lorena. A Sephora promove Summer Party, nesta quinta (9), no Copas Terraço Bar, em Pinheiros. O lançamento das "Obras Completas de António Vieira" é nesta quinta (9), às 18h, na Academia Paulista de Letras. A Sky faz esquenta de Carnaval, nesta quinta (9), no Via Matarazzo. Com Léo Maia, Simoninha e Luciana Mello. com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e BRUNO FÁVERO
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Acionistas da OAS e executivos que farão delação entram em divergênciaO clima entre acionistas da OAS e executivos que podem aderir à delação premiada está tenso em alguns casos. Há divergências, por exemplo, em relação ao papel de cada um nos crimes a serem detalhados às autoridades, entre outros problemas. TUDO CALMO O azedume não inclui Léo Pinheiro, ex-presidente da empresa que está preso em Curitiba (PR) e já tinha começado a negociar um acordo de pré-delação que acabou suspenso pelo Ministério Público Federal. HISTÓRICO Processo semelhante ocorreu com alguns dos 77 executivos da Odebrecht que aderiram à colaboração. O problema foi superado após meses de negociações internas. NÃO DÁ O Vem pra Rua, um dos movimentos que lideraram manifestações pelo impeachment em 2016, discute convocar atos contra "a sequência de fatos em que o governo Michel Temer e sua base estão trabalhando em defesa da impunidade", diz o porta-voz Rogerio Chequer. O grupo afirma estar extremamente descontente com a indicação de Alexandre de Moraes para o STF (Supremo Tribunal Federal) e a possível ida de Antonio Cláudio Mariz de Oliveira para o Ministério da Justiça. NÃO DÁ 2 Para Chequer, Moraes é um problema porque vem de um cargo de confiança e Mariz porque criticou a Operação Lava Jato. Entram na conta da insatisfação também a "criação de três ministérios da noite para o dia" e a nomeação de Moreira Franco como ministro. "Foi atribuição de foro privilegiado. Temer disse que é por mera formalidade. Então para que nomear?" EM CASA Depois de passar 51 dias internada e de enfrentar seis cirurgias, a mulher do ex-ministro Guido Mantega, da Fazenda, saiu do hospital. Ela vai se tratar do câncer em casa, com um home care. AMOR TEATRAL Os atores Dalton Vigh, 52, e Camila Czerkes, 34, vão trabalhar juntos pela primeira vez depois do nascimento de seus filhos gêmeos, David e Arthur, em 2016. Eles estão ensaiando o espetáculo "Uma Peça por Outra", que comemora os 30 anos do Grupo Tapa. Foi em uma peça da companhia que o casal se conheceu, em 2009. "No palco estamos relembrando o que fez a gente se apaixonar", diz Dalton. BALANÇO A Bienal Internacional de Arte de SP calcula que o dinheiro movimentado na cidade pelo evento em 2016 foi de cerca de R$ 300 milhões. CRESCE A FOLIA O site de hospedagem Airbnb projeta, com base no ritmo de reservas, um aumento de 187% no número de hóspedes em São Paulo no Carnaval, em comparação com 2016. A plataforma permite o aluguel de quartos e casas diretamente de pessoas físicas. BISTURI Entre as atrações do 18º Simpósio Internacional de Cirurgia Plástica, voltado a profissionais da área, está a transmissão em tempo real de oito cirurgias. "Os presentes poderão tirar dúvidas na hora com os cirurgiões", diz o médico Carlos Uebels, da organização do evento, que ocorre de 17 a 19 de março. BISTURI 2 Uma das novidades que serão apresentadas no encontro é a prótese de silicone com chip. O dispositivo, minúsculo, contém informações médicas sobre a cirurgia, como data e tipo da prótese, e sobre o paciente, como tipo sanguíneo. Os dados podem ser consultados antes de novos procedimentos ou até no caso de acidentes. SETOR PRIVADO Beto Vasconcellos, ex-chefe da área jurídica da Presidência e ex-secretário nacional de Justiça, vai se associar aos advogados Pierpaolo Bottini e Igor Tamasauskas –os três trabalharam juntos no Ministério da Justiça, em Brasília. Ele atenderá empresas interessadas em sistemas de compliance (medidas anticorrupção) ou de setores regulados pelo poder público. OS MODERNISTAS A mostra "Anita Malfatti: 100 Anos de Arte Moderna" foi aberta na terça (7), no MAM-SP, com a presença da consultora de moda Gloria Kalil, do empresário Paulo Proushan e da vice-presidente do Instituto Victor Brecheret, Cidô Brecheret. Também participaram do evento Paula Azevedo, coordenadora do MAM, e a historiadora Maria Lúcia Segall. CURTO-CIRCUITO O chef Henrique Fogaça lança nesta quinta (9) o livro "Um Chef Hardcore", das 18h às 21h30, na Livraria da Vila da alameda Lorena. A Sephora promove Summer Party, nesta quinta (9), no Copas Terraço Bar, em Pinheiros. O lançamento das "Obras Completas de António Vieira" é nesta quinta (9), às 18h, na Academia Paulista de Letras. A Sky faz esquenta de Carnaval, nesta quinta (9), no Via Matarazzo. Com Léo Maia, Simoninha e Luciana Mello. com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e BRUNO FÁVERO
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Em sessão que teve até briga, Conselho de Ética adia decisão sobre Cunha
A decisão do Conselho de Ética sobre a abertura do processo de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi adiado mais uma vez após uma sessão que teve até briga entre parlamentares. Após a manobra de quarta-feira (9) do peemedebista para destituir o relator Fausto Pinato (PRB-SP), o conselho oficializou Marcos Rogério (PDT-RO) para a relatoria. Em entrevista à imprensa, Marcos Rogério afirmou não ter medo de pressões e deixou claro que votará pela abertura do processo de cassação contra Cunha. "Os pressupostos de admissibilidade estão presentes. Não há surpresa. O mérito é outro debate, com respeito ao contraditório", declarou. Apesar de afirmar que deve votar pela admissibilidade do processo, Rogério disse que tem algumas divergências formais em relação ao relatório de Pinato, por isso só irá apresentar sua versão ao conselho na semana que vem. Com isso, as discussões foram encerradas e adiadas pela sétima vez a votação. Novas sessões estão previstas para as próximas terça (15) e quarta-feiras (16), às 9h30 e às 14h30 em ambos os dias. O Congresso entra oficialmente em recesso no dia 23, só retornando em 2 de fevereiro de 2016. Caso não haja convocação extraordinária do Congresso, e se o relatório não for votado até lá, durante todo esse período a tramitação do pedido contra Cunha é suspensa. O deputado Pinato queixou-se das interferências de Cunha no conselho e afirmou que está disposto até a renunciar seu mandato no Conselho de Ética caso elas continuem. "Estou disposto a renunciar ao meu mandato porque não quero fazer parte dessa história", afirmou. BRIGA A sessão desta quinta chegou até a ter briga entre deputados por causa dos constantes pedidos de ordem por parte da tropa de choque de Cunha, que acabam atrasando o trâmite das reuniões. Após o deputado Zé Geraldo (PT-PA) afirmar que "a turma do Cunha" quer bagunçar a comissão, o deputado Wellington Roberto (PR-PB), aliado do presidente da Câmara, retrucou dizendo que "bagunceiro é você". Os dois começaram uma discussão, se xingaram e chegaram a trocar tapas. Eles foram contidos pelos colegas, e o presidente da comissão, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), interrompeu a sessão por alguns minutos. Wellington Roberto negou ser da "turma de Cunha". "O presidente Eduardo Cunha não é membro desse conselho, quem está usando o regimento aqui são membros desse conselho, não o presidente Eduardo Cunha." O deputado Fausto Pinato queixou-se das intromissões do peemedebista no processo afirmou que está disposto até a renunciar seu mandato no Conselho de Ética caso as interferências continuem. "Estou disposto a renunciar ao meu mandato porque não quero fazer parte dessa história", disse. CHICO ALENCAR O Conselho de Ética ainda aprovou por 16 votos a 0 o arquivamento do processo que pedia a cassação do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). Apresentado pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), um dos principais aliados de Eduardo Cunha, a representação apontava suspeita de uso irregular de verbas da Câmara, mas o objetivo político era retaliar o deputado do PSOL, um dos autores do pedido de cassação contra o presidente da Câmara. Aliados do peemedebista podem recorrer da decisão do Conselho ao plenário da Câmara. Presente à sessão, Chico Alencar afirmou que não enfrentava uma representação, mas uma retaliação. E lembrou frase de Zagalo, campeão mundial e ex-técnico da seleção brasileira. "Ninguém tem que me engolir ou me digerir, mas o nosso mandato será exercido da mesma maneira de antes, não há nenhuma perspectiva de intimidamento", disse. DE VOLTA À 5ª SÉRIE
poder
Em sessão que teve até briga, Conselho de Ética adia decisão sobre CunhaA decisão do Conselho de Ética sobre a abertura do processo de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi adiado mais uma vez após uma sessão que teve até briga entre parlamentares. Após a manobra de quarta-feira (9) do peemedebista para destituir o relator Fausto Pinato (PRB-SP), o conselho oficializou Marcos Rogério (PDT-RO) para a relatoria. Em entrevista à imprensa, Marcos Rogério afirmou não ter medo de pressões e deixou claro que votará pela abertura do processo de cassação contra Cunha. "Os pressupostos de admissibilidade estão presentes. Não há surpresa. O mérito é outro debate, com respeito ao contraditório", declarou. Apesar de afirmar que deve votar pela admissibilidade do processo, Rogério disse que tem algumas divergências formais em relação ao relatório de Pinato, por isso só irá apresentar sua versão ao conselho na semana que vem. Com isso, as discussões foram encerradas e adiadas pela sétima vez a votação. Novas sessões estão previstas para as próximas terça (15) e quarta-feiras (16), às 9h30 e às 14h30 em ambos os dias. O Congresso entra oficialmente em recesso no dia 23, só retornando em 2 de fevereiro de 2016. Caso não haja convocação extraordinária do Congresso, e se o relatório não for votado até lá, durante todo esse período a tramitação do pedido contra Cunha é suspensa. O deputado Pinato queixou-se das interferências de Cunha no conselho e afirmou que está disposto até a renunciar seu mandato no Conselho de Ética caso elas continuem. "Estou disposto a renunciar ao meu mandato porque não quero fazer parte dessa história", afirmou. BRIGA A sessão desta quinta chegou até a ter briga entre deputados por causa dos constantes pedidos de ordem por parte da tropa de choque de Cunha, que acabam atrasando o trâmite das reuniões. Após o deputado Zé Geraldo (PT-PA) afirmar que "a turma do Cunha" quer bagunçar a comissão, o deputado Wellington Roberto (PR-PB), aliado do presidente da Câmara, retrucou dizendo que "bagunceiro é você". Os dois começaram uma discussão, se xingaram e chegaram a trocar tapas. Eles foram contidos pelos colegas, e o presidente da comissão, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), interrompeu a sessão por alguns minutos. Wellington Roberto negou ser da "turma de Cunha". "O presidente Eduardo Cunha não é membro desse conselho, quem está usando o regimento aqui são membros desse conselho, não o presidente Eduardo Cunha." O deputado Fausto Pinato queixou-se das intromissões do peemedebista no processo afirmou que está disposto até a renunciar seu mandato no Conselho de Ética caso as interferências continuem. "Estou disposto a renunciar ao meu mandato porque não quero fazer parte dessa história", disse. CHICO ALENCAR O Conselho de Ética ainda aprovou por 16 votos a 0 o arquivamento do processo que pedia a cassação do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). Apresentado pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), um dos principais aliados de Eduardo Cunha, a representação apontava suspeita de uso irregular de verbas da Câmara, mas o objetivo político era retaliar o deputado do PSOL, um dos autores do pedido de cassação contra o presidente da Câmara. Aliados do peemedebista podem recorrer da decisão do Conselho ao plenário da Câmara. Presente à sessão, Chico Alencar afirmou que não enfrentava uma representação, mas uma retaliação. E lembrou frase de Zagalo, campeão mundial e ex-técnico da seleção brasileira. "Ninguém tem que me engolir ou me digerir, mas o nosso mandato será exercido da mesma maneira de antes, não há nenhuma perspectiva de intimidamento", disse. DE VOLTA À 5ª SÉRIE
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Com crise, prostitutas venezuelanas disputam clientes na Colômbia
É quase meia-noite e a movimentação de gente é intensa atrás da famosa Torre do Relógio, na entrada da cidade histórica de Cartagena. A esta hora, os grupos de turistas com seus guias falando em diversos idiomas e as carruagens que realizam passeios românticos entre os edifícios coloniais da cidade já desapareceram da paisagem. "Depois que os inocentes vão dormir, nós entramos em cena e ficamos aqui esperando os mal-intencionados", conta à Folha, aos risos, Victoria (os nomes desta reportagem são fictícios, a pedido das entrevistadas), 24, nascida em Maracaibo, Venezuela, e há pouco mais de um ano vivendo na Colômbia. De salto alto, cabelos na altura da cintura, Victoria aceitou falar com a reportagem, mas não na rua, para não chamar a atenção, e sim num dos pequenos hotéis dedicados à prostituição dentro da própria cidade amuralhada. São instalações discretas, sem sinalização na porta. Sobe-se uma pequena escada e encontra-se uma antiga casa com quartos separados do corredor por cortinas. "Saí da Venezuela porque lá falta comida e trabalho. Quando cheguei aqui, tentei ser recepcionista, garçonete, mas não descartava ser prostituta, não tenho preconceito. E até que está sendo melhor do que eu esperava. Ganho o suficiente para mim e mando dinheiro para minha mãe. Ela só não sabe em que estou trabalhando", diz, também rindo. "O único problema é a competição com as colombianas, e com os taxistas que as defendem porque ganham comissão", conta em voz baixa. A prostituição já tem sua rede instalada há tempos em Cartagena, e se alimenta principalmente de turistas estrangeiros. "Antes tínhamos problemas apenas com a polícia, quando apareciam aqui para prender os cafetões que trazem do interior meninas menores de idade para trabalhar. Quando tinha essas batidas, o movimento ficava parado. Agora, isso diminuiu, mas o problema que apareceu é o das 'venecas', que estão roubando nosso mercado porque cobram menos", diz a prostituta colombiana Marta, 26. Sua colega, Luisa, 20, acrescenta: "A gente sabe que o país delas está uma confusão, mas não dá para todas virem para Cartagena, não tem mercado para todo mundo". Segundo Marta, antes era possível cobrar de 80 mil a 100 mil pesos colombianos (R$ 88 a R$ 110) por programa. "Mas as 'venecas' se contentam com 50 mil (R$ 55). E tem algumas que são lindas, não tem como competir." A rivalidade é acirrada. Enquanto as colombianas se apoiam num grupo de taxistas que garante clientela em troca de uma parte do que ganham, as venezuelanas criaram suas próprias redes. "A gente faz um perfil no Tinder, depois vai abrindo espaço na base do boca a boca, mas tem que evitar topar com os clientes das colombianas. Por isso também que trocamos de ponto com frequência ou marcamos direto nos hotéis", conta Victoria. A preferência das venezuelanas por cidades costeiras explica-se pela alta frequência de estrangeiros, a proximidade com a fronteira pela qual atravessam, ao norte, e a similaridade do clima e do sotaque caribenhos. A prostituição é legalizada no país. Selma, 27, conta que veio depois que soube que a Colômbia podia regularizar sua situação. "Eu já era prostituta em Barquisimeto [Estado de Lara]. Mas com a crise já não havia mais trabalho lá. Aqui os hospitais estão sempre cheios, mas o atendimento é melhor. Na Venezuela já não tem como a gente se cuidar", conta. Tanto as venezuelanas como as colombianas têm como referência uma história de sucesso de uma local, a de Dania Londoño, catapultada à fama durante a Cúpula das Américas de 2012, quando um segurança do então presidente dos EUA, Barack Obama, contratou seu serviço, mas se recusou a pagar no dia seguinte. Londoño o denunciou e o escândalo ganhou proporções internacionais. O segurança, e outros colegas que também tinham contratado prostitutas, foram demitidos. Já Londoño ficou famosa, mudou-se para a Europa, onde trabalhou como modelo e escreveu um livro. "Todas sonham com ter a sorte dela, de topar com alguém que vai mudar a sua vida assim, de repente", conta Selma, que disse não ter lido o livro, mas que tenta imitar o penteado da ídola. "Só que eu, se conseguir algo assim, vou fazer diferente. Em vez de ir para o estrangeiro e buscar o sucesso, vou é tentar tirar minha família inteira lá da Venezuela. Tenho certeza de que aqui na Colômbia há trabalho para todos", diz ela
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Com crise, prostitutas venezuelanas disputam clientes na ColômbiaÉ quase meia-noite e a movimentação de gente é intensa atrás da famosa Torre do Relógio, na entrada da cidade histórica de Cartagena. A esta hora, os grupos de turistas com seus guias falando em diversos idiomas e as carruagens que realizam passeios românticos entre os edifícios coloniais da cidade já desapareceram da paisagem. "Depois que os inocentes vão dormir, nós entramos em cena e ficamos aqui esperando os mal-intencionados", conta à Folha, aos risos, Victoria (os nomes desta reportagem são fictícios, a pedido das entrevistadas), 24, nascida em Maracaibo, Venezuela, e há pouco mais de um ano vivendo na Colômbia. De salto alto, cabelos na altura da cintura, Victoria aceitou falar com a reportagem, mas não na rua, para não chamar a atenção, e sim num dos pequenos hotéis dedicados à prostituição dentro da própria cidade amuralhada. São instalações discretas, sem sinalização na porta. Sobe-se uma pequena escada e encontra-se uma antiga casa com quartos separados do corredor por cortinas. "Saí da Venezuela porque lá falta comida e trabalho. Quando cheguei aqui, tentei ser recepcionista, garçonete, mas não descartava ser prostituta, não tenho preconceito. E até que está sendo melhor do que eu esperava. Ganho o suficiente para mim e mando dinheiro para minha mãe. Ela só não sabe em que estou trabalhando", diz, também rindo. "O único problema é a competição com as colombianas, e com os taxistas que as defendem porque ganham comissão", conta em voz baixa. A prostituição já tem sua rede instalada há tempos em Cartagena, e se alimenta principalmente de turistas estrangeiros. "Antes tínhamos problemas apenas com a polícia, quando apareciam aqui para prender os cafetões que trazem do interior meninas menores de idade para trabalhar. Quando tinha essas batidas, o movimento ficava parado. Agora, isso diminuiu, mas o problema que apareceu é o das 'venecas', que estão roubando nosso mercado porque cobram menos", diz a prostituta colombiana Marta, 26. Sua colega, Luisa, 20, acrescenta: "A gente sabe que o país delas está uma confusão, mas não dá para todas virem para Cartagena, não tem mercado para todo mundo". Segundo Marta, antes era possível cobrar de 80 mil a 100 mil pesos colombianos (R$ 88 a R$ 110) por programa. "Mas as 'venecas' se contentam com 50 mil (R$ 55). E tem algumas que são lindas, não tem como competir." A rivalidade é acirrada. Enquanto as colombianas se apoiam num grupo de taxistas que garante clientela em troca de uma parte do que ganham, as venezuelanas criaram suas próprias redes. "A gente faz um perfil no Tinder, depois vai abrindo espaço na base do boca a boca, mas tem que evitar topar com os clientes das colombianas. Por isso também que trocamos de ponto com frequência ou marcamos direto nos hotéis", conta Victoria. A preferência das venezuelanas por cidades costeiras explica-se pela alta frequência de estrangeiros, a proximidade com a fronteira pela qual atravessam, ao norte, e a similaridade do clima e do sotaque caribenhos. A prostituição é legalizada no país. Selma, 27, conta que veio depois que soube que a Colômbia podia regularizar sua situação. "Eu já era prostituta em Barquisimeto [Estado de Lara]. Mas com a crise já não havia mais trabalho lá. Aqui os hospitais estão sempre cheios, mas o atendimento é melhor. Na Venezuela já não tem como a gente se cuidar", conta. Tanto as venezuelanas como as colombianas têm como referência uma história de sucesso de uma local, a de Dania Londoño, catapultada à fama durante a Cúpula das Américas de 2012, quando um segurança do então presidente dos EUA, Barack Obama, contratou seu serviço, mas se recusou a pagar no dia seguinte. Londoño o denunciou e o escândalo ganhou proporções internacionais. O segurança, e outros colegas que também tinham contratado prostitutas, foram demitidos. Já Londoño ficou famosa, mudou-se para a Europa, onde trabalhou como modelo e escreveu um livro. "Todas sonham com ter a sorte dela, de topar com alguém que vai mudar a sua vida assim, de repente", conta Selma, que disse não ter lido o livro, mas que tenta imitar o penteado da ídola. "Só que eu, se conseguir algo assim, vou fazer diferente. Em vez de ir para o estrangeiro e buscar o sucesso, vou é tentar tirar minha família inteira lá da Venezuela. Tenho certeza de que aqui na Colômbia há trabalho para todos", diz ela
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Dom Paulo de todos os santos
Dom Paulo Evaristo Arns ficará para sempre na memória dos excluídos, dos perseguidos e dos que excluem e perseguem. Autor do livro "Corintiano, graças a Deus!", não se limitou a gostar de futebol, mas sabia tudo de seu time e queria saber mais, como sempre soube que viveu num país injusto e tudo fez para minimizar as injustiças. Era um corintiano de todas as torcidas e gostava de ouvir de seu companheiro de lutas, Dom Angélico Sândalo Bernardino, outro bravo corintiano, a história que ele conta, e contou na última homenagem recebida, em outubro último, aos seus 95 anos, completados em 14 de setembro, no palco do Tuca, o teatro de sua amada PUC. Dom Angélico, para realçar o ecumenismo de Dom Paulo, lembra que o apóstolo São Paulo escreveu duas cartas ao coríntios, queria que todos fossem Santos e as escreveu embaixo de frondosas Palmeiras. Dom Paulo gargalhava de satisfação ao ouvi-lo com a mesma força que enfrentou os ditadores e as arbitrariedades cometidas por homem fardados ou não. Despreocupado em ser politicamente correto, ainda no Tuca pôs na cabeça o chapéu vermelho que recebeu como presente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, porque sua opção preferencial pelos pobres foi escolha de vida e não da boca para fora. Certa vez, em 1975, nos dias terríveis do assassinato de Vladimir Herzog nas dependências do DOI-CODI, em pesada madrugada, na Cúria Metropolitana, perguntei, para tentar desanuviar o clima, com o atrevimento de quem tinha 25 anos de idade, se ele acreditava mesmo em Deus ou era só um meio de fazer a boa política que fazia em defesa dos Direitos Humanos. Dom Paulo olhou bem para mim e, com infinita paciência, não titubeou: "Meu filho, você é mesmo atrevido. Você acha mesmo que vamos discutir Teologia nesta hora da madrugada?". Recolhi-me à minha insignificância imediatamente, mas não foram poucas as vezes em que, mais tarde, em novos encontros, ele, com sorriso nos lábios, fez referência ao episódio. Com medo, foram muitas as vezes em que corri para baixo de sua batina. Seus conselhos, sempre sensatos e sem bravatas, jamais foram em outro sentido que não o da resistência, da coragem. Uma bravura que conseguia transmitir porque a exercia cotidianamente. Dom Paulo foi capa da revista "Placar" ainda no período de jejum de títulos do Corinthians. Posou com uma bandeira do clube e escreveu o que chamou de "Pastoral ao povo corintiano". No texto passava a mensagem de que não há derrotas definitivas para o povo e que se a vitória ainda não veio é porque a história continua. Mais tarde, apoiou com entusiasmo a Democracia Corinthiana. Em mais de 500 anos de história, o Brasil conheceu grandes líderes religiosos, mas, sem dúvida, como Dom Paulo Evaristo Arns, só ele mesmo. Fará muita falta de corpo presente neste momento grave por que passa o país, com tantas conquistas dos menos favorecidos ameaçadas por governantes hipócritas que, é claro, sem jamais ouvi-lo, agora o homenageiam. Seu exemplo permanecerá para alimentar a luta de quem não aceita tanta injustiça. Vai, Dom Paulo!
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Dom Paulo de todos os santosDom Paulo Evaristo Arns ficará para sempre na memória dos excluídos, dos perseguidos e dos que excluem e perseguem. Autor do livro "Corintiano, graças a Deus!", não se limitou a gostar de futebol, mas sabia tudo de seu time e queria saber mais, como sempre soube que viveu num país injusto e tudo fez para minimizar as injustiças. Era um corintiano de todas as torcidas e gostava de ouvir de seu companheiro de lutas, Dom Angélico Sândalo Bernardino, outro bravo corintiano, a história que ele conta, e contou na última homenagem recebida, em outubro último, aos seus 95 anos, completados em 14 de setembro, no palco do Tuca, o teatro de sua amada PUC. Dom Angélico, para realçar o ecumenismo de Dom Paulo, lembra que o apóstolo São Paulo escreveu duas cartas ao coríntios, queria que todos fossem Santos e as escreveu embaixo de frondosas Palmeiras. Dom Paulo gargalhava de satisfação ao ouvi-lo com a mesma força que enfrentou os ditadores e as arbitrariedades cometidas por homem fardados ou não. Despreocupado em ser politicamente correto, ainda no Tuca pôs na cabeça o chapéu vermelho que recebeu como presente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, porque sua opção preferencial pelos pobres foi escolha de vida e não da boca para fora. Certa vez, em 1975, nos dias terríveis do assassinato de Vladimir Herzog nas dependências do DOI-CODI, em pesada madrugada, na Cúria Metropolitana, perguntei, para tentar desanuviar o clima, com o atrevimento de quem tinha 25 anos de idade, se ele acreditava mesmo em Deus ou era só um meio de fazer a boa política que fazia em defesa dos Direitos Humanos. Dom Paulo olhou bem para mim e, com infinita paciência, não titubeou: "Meu filho, você é mesmo atrevido. Você acha mesmo que vamos discutir Teologia nesta hora da madrugada?". Recolhi-me à minha insignificância imediatamente, mas não foram poucas as vezes em que, mais tarde, em novos encontros, ele, com sorriso nos lábios, fez referência ao episódio. Com medo, foram muitas as vezes em que corri para baixo de sua batina. Seus conselhos, sempre sensatos e sem bravatas, jamais foram em outro sentido que não o da resistência, da coragem. Uma bravura que conseguia transmitir porque a exercia cotidianamente. Dom Paulo foi capa da revista "Placar" ainda no período de jejum de títulos do Corinthians. Posou com uma bandeira do clube e escreveu o que chamou de "Pastoral ao povo corintiano". No texto passava a mensagem de que não há derrotas definitivas para o povo e que se a vitória ainda não veio é porque a história continua. Mais tarde, apoiou com entusiasmo a Democracia Corinthiana. Em mais de 500 anos de história, o Brasil conheceu grandes líderes religiosos, mas, sem dúvida, como Dom Paulo Evaristo Arns, só ele mesmo. Fará muita falta de corpo presente neste momento grave por que passa o país, com tantas conquistas dos menos favorecidos ameaçadas por governantes hipócritas que, é claro, sem jamais ouvi-lo, agora o homenageiam. Seu exemplo permanecerá para alimentar a luta de quem não aceita tanta injustiça. Vai, Dom Paulo!
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Trump ameaça se candidatar sem partido e embaralha disputa nos EUA
Em pouco mais de um mês, o bilionário Donald Trump lançou sua pré-candidatura à Presidência dos EUA, fez comentários escandalosos sobre imigrantes ilegais, trocou farpas com políticos republicanos e democratas, chegou à liderança da disputa entre seus correligionários. E, diante de inevitáveis críticas, ameaçou romper com o Partido Republicano para concorrer como independente à Casa Branca em 2016. Na quinta (23), o site "The Hill" publicou entrevista na qual o magnata diz que avaliará a atitude do partido. Se não for "justa" o bastante, disse, isso pesará na decisão. Ainda que sua candidatura seja vista com ceticismo por analistas, o descolamento pode bagunçar ainda mais o cenário do Partido Republicano, que já conta 16 pré-candidatos -um recorde. Trump é o candidato com maior intenção de votos entre o eleitorado republicano por ora. Segundo a pesquisa mais recente, do instituto PPP, 19% votariam nele. Mas, se concorresse com a ex-secretária de Estado democrata Hillary Clinton, ele perderia por 50% a 37%. É o dobro da margem dela sobre outros republicanos. A candidatura independente também seria um risco para o partido, já que pode dividir o eleitorado conservador e ajudar Hillary. Há precedentes. Em 1992, o empresário Ross Perot, concorrendo como independente, cativou parte dos conservadores, e George Bush pai perdeu para Bill Clinton. FRONTEIRA A ameaça de Trump de descolar-se do Partido Republicano veio a público no mesmo dia em que o magnata visitou Laredo, no Texas, na fronteira com o México. Em seus primeiros dias como pré-candidato, ele relacionara mexicanos que vivem nos EUA ilegalmente a crimes como narcotráfico e estupro. Na quinta, usando um boné com o slogan de sua campanha, "Faça a América Grandiosa Outra Vez", o empresário e apresentador do programa "O Aprendiz" contornou perguntas sobre sua popularidade com o eleitor latino, fundamental nos EUA. Corrida republicana Para o professor da Universidade Harvard Alexander Keyssar, os republicanos sabem que a maior parte dos votos que querem aglutinar não vem dos latinos. Mas a posição de Trump obriga os que esperam obter algum apoio a tentar apagar o incêndio. O ex-governador da Flórida Jeb Bush, segundo entre os republicanos e casado com mexicana, disse ter "enorme discordância com Trump no tom e conteúdo de seu discurso, que não é preciso". Mas é exatamente o tom do magnata que atrai o americano conservador, diz Keyssar. "Ele é sensacionalista. Estamos vendo um ator no show business. O fato de se expressar com clareza e não repetir os clichês políticos é o que atrai as pessoas, mas não é um candidato sério." De fato, Trump não repete clichês. Tem dito coisas tão inusitadas que o site Huffington Post anunciou que passaria a noticiar a campanha de Trump não como política, mas como entretenimento. "Não vamos morder a isca. Se você está interessado no que 'The Donald' tem a dizer, você achará isso perto de textos sobre as Kardashians e 'The Bachelorette'", diz o portal citando reality shows campeões de audiência on-line. Infográfico Clinton x Trump Os tiros também se voltam para os correligionários. No último sábado (18), Trump questionou o mérito do senador e ex-presidenciável John McCain como ex-piloto de guerra. Herói até para o presidente Barack Obama, seu oponente em 2008, McCain foi capturado e torturado na Guerra do Vietnã (1965-75). Para Trump, não é por que foi capturado que ele serviu bem ao país. "Gosto de pessoas que não são capturadas", disse então. O episódio feriu os brios não só de militares. Rupert Murdoch, magnata de mídia e conservador, questionou em uma rede social: "Quando Trump vai parar de constranger os amigos e deixar o país em paz?". No dia seguinte, seu "Wall Street Journal" considerou o candidato, em editorial, "uma catástrofe". Para enfrentar os meses de campanha pela frente -as eleições primárias, em rodadas estaduais, começam em janeiro-, Trump pode seguir o conselho de um cabo eleitoral mirim. Shay Doyle, 10, foi à rede CNN em junho declarar que Trump é seu ídolo. "Não leve para o lado pessoal. Isso sempre acontece em campanhas presidenciais."
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Trump ameaça se candidatar sem partido e embaralha disputa nos EUAEm pouco mais de um mês, o bilionário Donald Trump lançou sua pré-candidatura à Presidência dos EUA, fez comentários escandalosos sobre imigrantes ilegais, trocou farpas com políticos republicanos e democratas, chegou à liderança da disputa entre seus correligionários. E, diante de inevitáveis críticas, ameaçou romper com o Partido Republicano para concorrer como independente à Casa Branca em 2016. Na quinta (23), o site "The Hill" publicou entrevista na qual o magnata diz que avaliará a atitude do partido. Se não for "justa" o bastante, disse, isso pesará na decisão. Ainda que sua candidatura seja vista com ceticismo por analistas, o descolamento pode bagunçar ainda mais o cenário do Partido Republicano, que já conta 16 pré-candidatos -um recorde. Trump é o candidato com maior intenção de votos entre o eleitorado republicano por ora. Segundo a pesquisa mais recente, do instituto PPP, 19% votariam nele. Mas, se concorresse com a ex-secretária de Estado democrata Hillary Clinton, ele perderia por 50% a 37%. É o dobro da margem dela sobre outros republicanos. A candidatura independente também seria um risco para o partido, já que pode dividir o eleitorado conservador e ajudar Hillary. Há precedentes. Em 1992, o empresário Ross Perot, concorrendo como independente, cativou parte dos conservadores, e George Bush pai perdeu para Bill Clinton. FRONTEIRA A ameaça de Trump de descolar-se do Partido Republicano veio a público no mesmo dia em que o magnata visitou Laredo, no Texas, na fronteira com o México. Em seus primeiros dias como pré-candidato, ele relacionara mexicanos que vivem nos EUA ilegalmente a crimes como narcotráfico e estupro. Na quinta, usando um boné com o slogan de sua campanha, "Faça a América Grandiosa Outra Vez", o empresário e apresentador do programa "O Aprendiz" contornou perguntas sobre sua popularidade com o eleitor latino, fundamental nos EUA. Corrida republicana Para o professor da Universidade Harvard Alexander Keyssar, os republicanos sabem que a maior parte dos votos que querem aglutinar não vem dos latinos. Mas a posição de Trump obriga os que esperam obter algum apoio a tentar apagar o incêndio. O ex-governador da Flórida Jeb Bush, segundo entre os republicanos e casado com mexicana, disse ter "enorme discordância com Trump no tom e conteúdo de seu discurso, que não é preciso". Mas é exatamente o tom do magnata que atrai o americano conservador, diz Keyssar. "Ele é sensacionalista. Estamos vendo um ator no show business. O fato de se expressar com clareza e não repetir os clichês políticos é o que atrai as pessoas, mas não é um candidato sério." De fato, Trump não repete clichês. Tem dito coisas tão inusitadas que o site Huffington Post anunciou que passaria a noticiar a campanha de Trump não como política, mas como entretenimento. "Não vamos morder a isca. Se você está interessado no que 'The Donald' tem a dizer, você achará isso perto de textos sobre as Kardashians e 'The Bachelorette'", diz o portal citando reality shows campeões de audiência on-line. Infográfico Clinton x Trump Os tiros também se voltam para os correligionários. No último sábado (18), Trump questionou o mérito do senador e ex-presidenciável John McCain como ex-piloto de guerra. Herói até para o presidente Barack Obama, seu oponente em 2008, McCain foi capturado e torturado na Guerra do Vietnã (1965-75). Para Trump, não é por que foi capturado que ele serviu bem ao país. "Gosto de pessoas que não são capturadas", disse então. O episódio feriu os brios não só de militares. Rupert Murdoch, magnata de mídia e conservador, questionou em uma rede social: "Quando Trump vai parar de constranger os amigos e deixar o país em paz?". No dia seguinte, seu "Wall Street Journal" considerou o candidato, em editorial, "uma catástrofe". Para enfrentar os meses de campanha pela frente -as eleições primárias, em rodadas estaduais, começam em janeiro-, Trump pode seguir o conselho de um cabo eleitoral mirim. Shay Doyle, 10, foi à rede CNN em junho declarar que Trump é seu ídolo. "Não leve para o lado pessoal. Isso sempre acontece em campanhas presidenciais."
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Chef Claude Troisgros é premiado por 'conjunto da obra' entre melhores da América Latina
JOSIMAR MELO COLUNISTA DA FOLHA Foi anunciado nesta terça-feira (23), em Londres, o vencedor da categoria "conjunto da obra", que leva em conta sua contribuição na gastronomia ao longo da carreira, do prêmio dos 50 melhores restaurantes latino-americanos de 2016. O laureado é o chef francês mais brasileiro de que se tem conhecimento, Claude Troisgros, do restaurante carioca Olympe (e outros, como CT Brasserie e CT Boucherie). A categoria faz parte do 50 Best América Latina, ranking dos 50 melhores restaurantes da região (um desdobramento do ranking mundial). A entrega dos prêmios acontecerá em 26 de setembro, em cerimônia na Cidade do México. É a quarta vez que um chef é premiado pelo conjunto da obra ("Diners Club Lifetime Achievement"), desde 2013 —os vencedores anteriores foram Gastón Acurio (Peru), Alex Atala (Brasil) e Enrique Olvera (México). Filho de uma eminente família de chefs franceses da cidade de Roanne, Claude Troisgros veio ao Brasil em 1979 para trabalhar no hotel Rio Palace no Rio de Janeiro —e nunca mais voltou. Amante dos esportes de natureza, identificou-se com a cidade, casou-se, abriu restaurante em Búzios, depois no Rio, e passou a explorar e valorizar os ingredientes brasileiros de uma forma que os chefs nativos nunca haviam feito. Usando técnicas francesas em ingredientes locais, foi moldando uma cozinha autoral inspirada na "nouvelle cuisine" francesa, mas marcada por sabores brasileiros. Mesmo na curta temporada em que viveu em Nova York, à frente do restaurante CT, Claude manteve sua casa carioca em funcionamento. Hoje, o restaurante que tinha seu nome, sempre no mesmo local (uma casinha de esquina no Jardim Botânico), foi rebatizado de Olympe (nome de sua mãe) e tem como chef titular seu filho Thomas Troisgros. Carismático, Claude vive há anos também uma outra faceta, a de celebrity-chef, que explodiu com seu programa de TV "Que Marravilha", no canal GNT. Mas não deixa de participar da vida de seus restaurantes, e até mesmo recusa participar de publicidade de produtos alimentícios, para manter a imagem de qualidade das casas que comanda. OLYMPE. Onde R. Custódio Serrão, 62, Lagoa, Rio, tel. (21) 2539-4542, troisgrosbrasil.com.br JOSIMAR MELO é presidente do júri brasileiro do World's 50 Best Restaurants
saopaulo
Chef Claude Troisgros é premiado por 'conjunto da obra' entre melhores da América LatinaJOSIMAR MELO COLUNISTA DA FOLHA Foi anunciado nesta terça-feira (23), em Londres, o vencedor da categoria "conjunto da obra", que leva em conta sua contribuição na gastronomia ao longo da carreira, do prêmio dos 50 melhores restaurantes latino-americanos de 2016. O laureado é o chef francês mais brasileiro de que se tem conhecimento, Claude Troisgros, do restaurante carioca Olympe (e outros, como CT Brasserie e CT Boucherie). A categoria faz parte do 50 Best América Latina, ranking dos 50 melhores restaurantes da região (um desdobramento do ranking mundial). A entrega dos prêmios acontecerá em 26 de setembro, em cerimônia na Cidade do México. É a quarta vez que um chef é premiado pelo conjunto da obra ("Diners Club Lifetime Achievement"), desde 2013 —os vencedores anteriores foram Gastón Acurio (Peru), Alex Atala (Brasil) e Enrique Olvera (México). Filho de uma eminente família de chefs franceses da cidade de Roanne, Claude Troisgros veio ao Brasil em 1979 para trabalhar no hotel Rio Palace no Rio de Janeiro —e nunca mais voltou. Amante dos esportes de natureza, identificou-se com a cidade, casou-se, abriu restaurante em Búzios, depois no Rio, e passou a explorar e valorizar os ingredientes brasileiros de uma forma que os chefs nativos nunca haviam feito. Usando técnicas francesas em ingredientes locais, foi moldando uma cozinha autoral inspirada na "nouvelle cuisine" francesa, mas marcada por sabores brasileiros. Mesmo na curta temporada em que viveu em Nova York, à frente do restaurante CT, Claude manteve sua casa carioca em funcionamento. Hoje, o restaurante que tinha seu nome, sempre no mesmo local (uma casinha de esquina no Jardim Botânico), foi rebatizado de Olympe (nome de sua mãe) e tem como chef titular seu filho Thomas Troisgros. Carismático, Claude vive há anos também uma outra faceta, a de celebrity-chef, que explodiu com seu programa de TV "Que Marravilha", no canal GNT. Mas não deixa de participar da vida de seus restaurantes, e até mesmo recusa participar de publicidade de produtos alimentícios, para manter a imagem de qualidade das casas que comanda. OLYMPE. Onde R. Custódio Serrão, 62, Lagoa, Rio, tel. (21) 2539-4542, troisgrosbrasil.com.br JOSIMAR MELO é presidente do júri brasileiro do World's 50 Best Restaurants
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Geração de fãs de Mamonas não conheceu grupo em vida
Apesar de Mamonas Assassinas ser sua banda predileta, Juliana Barbosa não tem nenhuma lembrança do dia do acidente que vitimou o grupo. Pudera: em 2 de março de 1996, a estudante pernambucana ainda não existia. Aos 19 anos, ela faz parte de uma geração de fãs que não chegou a ver os ídolos em ação –muitos deles, como Juliana, nasceram inclusive após a morte de Dinho, Júlio, Bento, Samuel e Sérgio. Julio Alves, 20 anos recém completados, diz que desde os cinco anos escuta canções como "Vira-Vira", "Chopis Centis" e "Mundo Animal". "Não entendia as letras, mas a batida era contagiante." A história é similar em muitos casos: familiares mais velhos –no caso de Julio, um tio– introduzem a banda à geração mais jovem, formando novos fãs. Foi o que aconteceu também com Rodolfo Roque, 22. Ele tinha apenas um ano quando os Mamonas estouraram e dois quando morreram. O pouco contato com os ídolos em vida não impediu que ele virasse fã a ponto de, hoje, administrar o grupo "Mamonas Assassinas Oficial" no Facebook. "Ouço desde o berço. Minha mãe sempre fala que, quando eu era bebê, ela me acalmava com uma fitinha deles." Já para Juliana, a história começou um pouco mais tarde, aos 14 anos, por intermédio do irmão –mais novo, que hoje tem 17 anos. "Acabei virando muito fã, gosto até hoje", diz. "Comecei até a tocar violão por causa deles." Moradora de Petrolândia, cidade de cerca de 30 mil habitantes no interior de Pernambuco, ela lamenta ser "uma fã isolada". "Aqui não tem mais gente, eu interajo mais por grupos na internet." O problema, no entanto, parece ser geral: Julio, de São Paulo, diz ter parado de ir a shows covers da banda por não ter mais "amigos que curtam tanto" o quinteto. Aliás, a impossibilidade de assistir a um show dos originais é das que mais chateiam os fãs jovens. "Sempre fico me lamentando", diz Rodolfo. "Mas pelo menos tem vários vídeos, então dá para matar um pouco a vontade." Ele diz que "sempre soube" do acidente. "Eu via as homenagens, então já tinha uma ideia quando ia crescendo." A fã Luíza Menezes, 18, só foi descobrir a morte dos ídolos aos "sete ou oito anos", quando os pais a levaram no cemitério Primaveras, em Guarulhos, onde estão enterrados os Mamonas. Em novembro de 2015, ela participou de uma nova homenagem no local, dessa vez acompanhada de amigos. Para Juliana, no entanto, é isso é detalhe: "Eu penso assim: a vida é efêmera, mas a obra é imortal".
ilustrada
Geração de fãs de Mamonas não conheceu grupo em vidaApesar de Mamonas Assassinas ser sua banda predileta, Juliana Barbosa não tem nenhuma lembrança do dia do acidente que vitimou o grupo. Pudera: em 2 de março de 1996, a estudante pernambucana ainda não existia. Aos 19 anos, ela faz parte de uma geração de fãs que não chegou a ver os ídolos em ação –muitos deles, como Juliana, nasceram inclusive após a morte de Dinho, Júlio, Bento, Samuel e Sérgio. Julio Alves, 20 anos recém completados, diz que desde os cinco anos escuta canções como "Vira-Vira", "Chopis Centis" e "Mundo Animal". "Não entendia as letras, mas a batida era contagiante." A história é similar em muitos casos: familiares mais velhos –no caso de Julio, um tio– introduzem a banda à geração mais jovem, formando novos fãs. Foi o que aconteceu também com Rodolfo Roque, 22. Ele tinha apenas um ano quando os Mamonas estouraram e dois quando morreram. O pouco contato com os ídolos em vida não impediu que ele virasse fã a ponto de, hoje, administrar o grupo "Mamonas Assassinas Oficial" no Facebook. "Ouço desde o berço. Minha mãe sempre fala que, quando eu era bebê, ela me acalmava com uma fitinha deles." Já para Juliana, a história começou um pouco mais tarde, aos 14 anos, por intermédio do irmão –mais novo, que hoje tem 17 anos. "Acabei virando muito fã, gosto até hoje", diz. "Comecei até a tocar violão por causa deles." Moradora de Petrolândia, cidade de cerca de 30 mil habitantes no interior de Pernambuco, ela lamenta ser "uma fã isolada". "Aqui não tem mais gente, eu interajo mais por grupos na internet." O problema, no entanto, parece ser geral: Julio, de São Paulo, diz ter parado de ir a shows covers da banda por não ter mais "amigos que curtam tanto" o quinteto. Aliás, a impossibilidade de assistir a um show dos originais é das que mais chateiam os fãs jovens. "Sempre fico me lamentando", diz Rodolfo. "Mas pelo menos tem vários vídeos, então dá para matar um pouco a vontade." Ele diz que "sempre soube" do acidente. "Eu via as homenagens, então já tinha uma ideia quando ia crescendo." A fã Luíza Menezes, 18, só foi descobrir a morte dos ídolos aos "sete ou oito anos", quando os pais a levaram no cemitério Primaveras, em Guarulhos, onde estão enterrados os Mamonas. Em novembro de 2015, ela participou de uma nova homenagem no local, dessa vez acompanhada de amigos. Para Juliana, no entanto, é isso é detalhe: "Eu penso assim: a vida é efêmera, mas a obra é imortal".
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Com 45 atores, espetáculo sobre povos fictícios fala de deslocamentos humanos
MARIANA MARINHO DE SÃO PAULO Quase nada é dito durante as primeiras cenas de "Diásporas", espetáculo que estreia na próxima quinta (11), no Sesc Pompeia, zona oeste paulistana. As palavras dão lugar a sonoridades, simbologias e gestos criados por 45 atores ao se deslocarem em bandos pelo palco, representando povos fictícios vindos da montanha, do deserto e do mar. Os ritos desses grupos, porém, vão sendo subjugados pela chegada aos territórios do homem e de sua cultura ocidental. Para compor o numeroso elenco da peça, o diretor Marcelo Lazzaratto uniu coletivos jovens, a Cia. Histriônica de Teatro e Os Barulhentos, ao seu próprio, a Cia. Elevador de Teatro Panorâmico. O texto é de Cássio Pires. "Questionamos de que forma a humanidade pode viver sem fronteiras preservando as diferenças e assimilando as características do outro", diz Lazzaratto. Ele começou a pensar o espetáculo no fim de 2013, antes da explosão da crise de refugiados na Europa. "Não buscamos colar na realidade, já que ela nos parecia mais pulsante e violenta, mas nos distanciarmos para entendê-la." Sesc Pompeia. R. Clélia, 93, Água Branca, tel. 3871-7700. Qui. a sáb.: 20h. Dom.: 18h. Até 4/6. Ingresso: R$ 12 a R$ 40. * Palcos em festa 60 ANOS é o tempo de carreira que a atriz Rosamaria Murtinho celebra com a peça "Dorotéia", texto de Nelson Rodrigues que estreia na sexta (12), no Teatro Cetip. Letícia Spiller também está no elenco 20 ANOS da trajetória de atriz de Debora Lamm são comemorados no palco do Sesc Ipiranga com o monólogo "Mata Teu Pai". Escrito pela dramaturga mineira Grace Passô, a trama é inspirada no mito de Medeia. * Musical Pop rock autoral O performer Fause Haten e o compositor André Cortada iniciam no próximo dia 16, no Teatro Eva Herz, "Lili Marlene", primeiro musical autoral da dupla. Com canções pop rock, a peça conta a saga de Lili. Neto de uma atriz hollywoodiana, ele foge de casa, acaba fazendo sucesso nos palcos de Paris dublando sua avó e, mais tarde, torna-se sacerdote nos EUA. Teatro Eva Herz. Av. Paulista, 2.073, Bela Vista, tel. 3170-4059. Ter. e qua: 21h. Até 28/6. 80 min. 14 anos. R$ 60.
saopaulo
Com 45 atores, espetáculo sobre povos fictícios fala de deslocamentos humanosMARIANA MARINHO DE SÃO PAULO Quase nada é dito durante as primeiras cenas de "Diásporas", espetáculo que estreia na próxima quinta (11), no Sesc Pompeia, zona oeste paulistana. As palavras dão lugar a sonoridades, simbologias e gestos criados por 45 atores ao se deslocarem em bandos pelo palco, representando povos fictícios vindos da montanha, do deserto e do mar. Os ritos desses grupos, porém, vão sendo subjugados pela chegada aos territórios do homem e de sua cultura ocidental. Para compor o numeroso elenco da peça, o diretor Marcelo Lazzaratto uniu coletivos jovens, a Cia. Histriônica de Teatro e Os Barulhentos, ao seu próprio, a Cia. Elevador de Teatro Panorâmico. O texto é de Cássio Pires. "Questionamos de que forma a humanidade pode viver sem fronteiras preservando as diferenças e assimilando as características do outro", diz Lazzaratto. Ele começou a pensar o espetáculo no fim de 2013, antes da explosão da crise de refugiados na Europa. "Não buscamos colar na realidade, já que ela nos parecia mais pulsante e violenta, mas nos distanciarmos para entendê-la." Sesc Pompeia. R. Clélia, 93, Água Branca, tel. 3871-7700. Qui. a sáb.: 20h. Dom.: 18h. Até 4/6. Ingresso: R$ 12 a R$ 40. * Palcos em festa 60 ANOS é o tempo de carreira que a atriz Rosamaria Murtinho celebra com a peça "Dorotéia", texto de Nelson Rodrigues que estreia na sexta (12), no Teatro Cetip. Letícia Spiller também está no elenco 20 ANOS da trajetória de atriz de Debora Lamm são comemorados no palco do Sesc Ipiranga com o monólogo "Mata Teu Pai". Escrito pela dramaturga mineira Grace Passô, a trama é inspirada no mito de Medeia. * Musical Pop rock autoral O performer Fause Haten e o compositor André Cortada iniciam no próximo dia 16, no Teatro Eva Herz, "Lili Marlene", primeiro musical autoral da dupla. Com canções pop rock, a peça conta a saga de Lili. Neto de uma atriz hollywoodiana, ele foge de casa, acaba fazendo sucesso nos palcos de Paris dublando sua avó e, mais tarde, torna-se sacerdote nos EUA. Teatro Eva Herz. Av. Paulista, 2.073, Bela Vista, tel. 3170-4059. Ter. e qua: 21h. Até 28/6. 80 min. 14 anos. R$ 60.
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Unicamp divulga lista dos aprovados na 1ª chamada do vestibular 2015
A Unicamp divulgou na manhã desta segunda-feira (2) a lista de aprovados na primeira chamada do vestibular 2015. Os candidatos podem conferir se foram aprovados no site da Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp) –responsável por aplicar as provas. Os convocados deverão fazer a matrícula não presencial entre os dias 3 e 4 de fevereiro pela internet, na página da Comvest, usando o número de inscrição e senha. O candidato convocado que não fizer a matrícula pela internet, perde o direito à vaga e não poderá ser chamado nas próximas listas. Os aprovados na segunda chamada serão anunciados no dia 6 de fevereiro às 12h, mesma data em que os aprovados na primeira chamada terão de ir à universidade para fazer a matrícula presencial. Os candidatos convocados na primeira chamada para o curso escolhido como segunda opção deverão realizar a matrícula não presencial pela internet e optar ou não por aguardar uma possível vaga para o curso de primeira opção (remanejamento). Candidatos de segunda opção que não fizerem a matrícula pela internet perderão a vaga (segunda opção), mas continuam concorrendo ao curso de primeira opção, podendo serem convocados nas próximas chamadas. As notas dos candidatos na segunda fase serão divulgadas no dia 5 de fevereiro. A Comvest prevê até 10 chamadas no total. O vestibular 2015 da Unicamp teve 77.146 candidatos inscritos, o maior número da história. Os candidatos concorrem a 3.320 vagas em 70 cursos de graduação da universidade.
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Unicamp divulga lista dos aprovados na 1ª chamada do vestibular 2015A Unicamp divulgou na manhã desta segunda-feira (2) a lista de aprovados na primeira chamada do vestibular 2015. Os candidatos podem conferir se foram aprovados no site da Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp) –responsável por aplicar as provas. Os convocados deverão fazer a matrícula não presencial entre os dias 3 e 4 de fevereiro pela internet, na página da Comvest, usando o número de inscrição e senha. O candidato convocado que não fizer a matrícula pela internet, perde o direito à vaga e não poderá ser chamado nas próximas listas. Os aprovados na segunda chamada serão anunciados no dia 6 de fevereiro às 12h, mesma data em que os aprovados na primeira chamada terão de ir à universidade para fazer a matrícula presencial. Os candidatos convocados na primeira chamada para o curso escolhido como segunda opção deverão realizar a matrícula não presencial pela internet e optar ou não por aguardar uma possível vaga para o curso de primeira opção (remanejamento). Candidatos de segunda opção que não fizerem a matrícula pela internet perderão a vaga (segunda opção), mas continuam concorrendo ao curso de primeira opção, podendo serem convocados nas próximas chamadas. As notas dos candidatos na segunda fase serão divulgadas no dia 5 de fevereiro. A Comvest prevê até 10 chamadas no total. O vestibular 2015 da Unicamp teve 77.146 candidatos inscritos, o maior número da história. Os candidatos concorrem a 3.320 vagas em 70 cursos de graduação da universidade.
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Rota pelo sul de Cuba mistura marcos da revolução de 1959 a clima boêmio
No sul de Cuba, o principal destino turístico é Trinidad, uma espécie de Paraty, também à beira-mar. Mas, no roteiro percorrido, havia antes Sancti Spíritus. A igreja matriz da cidade é uma das mais antigas do país. E a maior atração local é a ponte no rio Yayabo, de 1815. Para observá-la demoradamente, pode-se tomar alguns mojitos na varanda do bar vizinho. O proprietário do local conta que já tentou mais de uma vez sair do país. Na última, foi pego na Colômbia com um passaporte falsificado. "Alguém me dedurou. Não faz mal, logo tento de novo, e uma hora consigo", contou com ar despreocupado. "Este é um país de loucos", acrescentou, repetindo a frase ouvida mais de uma vez na ilha. Seguindo viagem, havia outra boa surpresa antes de chegar a Trinidad: o vale dos engenhos. Na região, formada pelos vales de três rios, funcionaram no auge da produção açucareira, entre os séculos 18 e 19, cerca de 50 engenhos de cana, abastecidos pelas mãos de 30 mil escravos. A família Iznaga foi uma das mais ricas. Sua linda mansão, hoje restaurante e minimuseu, mostra que houve ali uma época de ouro. No entorno, artesãs vendem toalhas de linho com rendas feitas à mão. Ao lado da casa-grande fica a torre que o senhor de engenho ergueu para que um capanga vigiasse os escravos e avistasse possíveis invasores –o mar está a passos dali. Conta-se que, ao perceber que se aproximava o fim da escravidão, o senhor Iznaga mandou cunhar moedas que só seriam usadas na propriedade. Com os negros libertados (em 1886), ele passou a usar a própria moeda para pagar os ex-escravos, que só podiam gastá-la no armazém da fazenda –ou seja... Trinidad, uma das cidades mais bem preservadas de Cuba, fica a poucos quilômetros do vale dos engenhos. O casario colonial, as ruas estreitas de pedra, as grades de ferro nas janelas, os prédios históricos e a agitação atraem turistas o ano todo. À noite, o espaço ao lado da igreja da Santíssima Trindade se transforma em baile a céu aberto. Americanas, europeias e outras lourices, boquiabertas, observam a ginga dos cubanos (e são por eles convidadas a entrar na dança), que requebram ao som de maracas, trompetes e tambores madrugada adentro. Volta à ilha MEMÓRIAS DO LEVANTE No retorno a Havana, escala em Cienfuegos, a 84 quilômetros de Trinidad. A "pérola do sul", como é conhecida, foi palco de um levante militar, em 5 de setembro de 1957 –duramente sufocado pelo ditador Fulgencio Batista–, que serviria de estímulo aos revolucionários da sierra Maestra nos anos seguintes. Por toda a cidade há homenagens ao levante, reencenado anualmente. Mas o nome da cidade não tem relação com Camilo Cienfuegos, um dos três mosqueteiros da revolução (ao lado de Che e Fidel Castro). É homenagem ao espanhol José María Cienfuegos Jovellanos, governador da colônia de 1816 a 1819. Na praça principal, durante todo o dia, uma imagem simbólica. Excitados, grupos de jovens se divertiam conversando com parentes e amigos pela recém-disponível internet. De volta à capital, era tempo de visitar o memorial do Granma, famigerado iate por onde começou a revolução. A lancha, construída para abrigar 12 pessoas e da qual, amontoados, 80 revolucionários desembarcaram em Cuba após partirem do México, só pode ser vista a distância. Ali, ao lado da relíquia intocável, protegida por uma redoma de vidro, chegavam ao fim os 963 quilômetros de viagem. (Luiz Antonio del Tedesco) * Compositor teve razão ao falar do calor tropical Tinha razão José Dolores Quiñones (1918-2008) quando compôs "Mi Cocodrilo Verde" e de Cuba citou a "majestuosa luna y tu sol tropical" –leia letra na capa e tradução ao lado. No verão (do hemisfério Norte), termômetros chegam a atingir os 41°C –o ar-condicionado do carro pena igualmente. Sob um sol realmente tropical, é por vezes providencial refrescar as forças no hotel entre 12h e 14h antes de passear. Os hotéis, vale dizer, sempre disponibilizam sombrinhas. Em Havana, elas dão um colorido charmoso às ruas, com motivos que vão de reproduções de obras gregas a imagens estilizadas de personagens da Revolução, como o Che. * O QUE SABER SOBRE CUBA MOEDA A ilha tem duas moedas: o peso cubano (CUP) e o peso convertível (CUC). Esta última, de cotação equiparada à do dólar, é exclusiva para turistas e estrangeiros; por ter câmbio artificial, ela só pode ser adquirida no país FUSO HORÁRIO -1h em relação a Brasília VISTO Brasileiros precisam de visto (R$ 65 pessoalmente ou R$ 173 por correspondência; cubadiplomatica.cu ); para obtê-lo, é preciso ter passagens e reservas de hotéis
turismo
Rota pelo sul de Cuba mistura marcos da revolução de 1959 a clima boêmioNo sul de Cuba, o principal destino turístico é Trinidad, uma espécie de Paraty, também à beira-mar. Mas, no roteiro percorrido, havia antes Sancti Spíritus. A igreja matriz da cidade é uma das mais antigas do país. E a maior atração local é a ponte no rio Yayabo, de 1815. Para observá-la demoradamente, pode-se tomar alguns mojitos na varanda do bar vizinho. O proprietário do local conta que já tentou mais de uma vez sair do país. Na última, foi pego na Colômbia com um passaporte falsificado. "Alguém me dedurou. Não faz mal, logo tento de novo, e uma hora consigo", contou com ar despreocupado. "Este é um país de loucos", acrescentou, repetindo a frase ouvida mais de uma vez na ilha. Seguindo viagem, havia outra boa surpresa antes de chegar a Trinidad: o vale dos engenhos. Na região, formada pelos vales de três rios, funcionaram no auge da produção açucareira, entre os séculos 18 e 19, cerca de 50 engenhos de cana, abastecidos pelas mãos de 30 mil escravos. A família Iznaga foi uma das mais ricas. Sua linda mansão, hoje restaurante e minimuseu, mostra que houve ali uma época de ouro. No entorno, artesãs vendem toalhas de linho com rendas feitas à mão. Ao lado da casa-grande fica a torre que o senhor de engenho ergueu para que um capanga vigiasse os escravos e avistasse possíveis invasores –o mar está a passos dali. Conta-se que, ao perceber que se aproximava o fim da escravidão, o senhor Iznaga mandou cunhar moedas que só seriam usadas na propriedade. Com os negros libertados (em 1886), ele passou a usar a própria moeda para pagar os ex-escravos, que só podiam gastá-la no armazém da fazenda –ou seja... Trinidad, uma das cidades mais bem preservadas de Cuba, fica a poucos quilômetros do vale dos engenhos. O casario colonial, as ruas estreitas de pedra, as grades de ferro nas janelas, os prédios históricos e a agitação atraem turistas o ano todo. À noite, o espaço ao lado da igreja da Santíssima Trindade se transforma em baile a céu aberto. Americanas, europeias e outras lourices, boquiabertas, observam a ginga dos cubanos (e são por eles convidadas a entrar na dança), que requebram ao som de maracas, trompetes e tambores madrugada adentro. Volta à ilha MEMÓRIAS DO LEVANTE No retorno a Havana, escala em Cienfuegos, a 84 quilômetros de Trinidad. A "pérola do sul", como é conhecida, foi palco de um levante militar, em 5 de setembro de 1957 –duramente sufocado pelo ditador Fulgencio Batista–, que serviria de estímulo aos revolucionários da sierra Maestra nos anos seguintes. Por toda a cidade há homenagens ao levante, reencenado anualmente. Mas o nome da cidade não tem relação com Camilo Cienfuegos, um dos três mosqueteiros da revolução (ao lado de Che e Fidel Castro). É homenagem ao espanhol José María Cienfuegos Jovellanos, governador da colônia de 1816 a 1819. Na praça principal, durante todo o dia, uma imagem simbólica. Excitados, grupos de jovens se divertiam conversando com parentes e amigos pela recém-disponível internet. De volta à capital, era tempo de visitar o memorial do Granma, famigerado iate por onde começou a revolução. A lancha, construída para abrigar 12 pessoas e da qual, amontoados, 80 revolucionários desembarcaram em Cuba após partirem do México, só pode ser vista a distância. Ali, ao lado da relíquia intocável, protegida por uma redoma de vidro, chegavam ao fim os 963 quilômetros de viagem. (Luiz Antonio del Tedesco) * Compositor teve razão ao falar do calor tropical Tinha razão José Dolores Quiñones (1918-2008) quando compôs "Mi Cocodrilo Verde" e de Cuba citou a "majestuosa luna y tu sol tropical" –leia letra na capa e tradução ao lado. No verão (do hemisfério Norte), termômetros chegam a atingir os 41°C –o ar-condicionado do carro pena igualmente. Sob um sol realmente tropical, é por vezes providencial refrescar as forças no hotel entre 12h e 14h antes de passear. Os hotéis, vale dizer, sempre disponibilizam sombrinhas. Em Havana, elas dão um colorido charmoso às ruas, com motivos que vão de reproduções de obras gregas a imagens estilizadas de personagens da Revolução, como o Che. * O QUE SABER SOBRE CUBA MOEDA A ilha tem duas moedas: o peso cubano (CUP) e o peso convertível (CUC). Esta última, de cotação equiparada à do dólar, é exclusiva para turistas e estrangeiros; por ter câmbio artificial, ela só pode ser adquirida no país FUSO HORÁRIO -1h em relação a Brasília VISTO Brasileiros precisam de visto (R$ 65 pessoalmente ou R$ 173 por correspondência; cubadiplomatica.cu ); para obtê-lo, é preciso ter passagens e reservas de hotéis
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Dólar e juros caem pelo segundo dia amparados por BC e Tesouro
A ação conjunta do Banco Central e do Tesouro para dar liquidez aos mercados de câmbio e de juros conseguiu trazer os preços e taxas de volta à "normalidade", na avaliação de analistas ouvidos pela Folha. Segundo eles, porém, a tendência de alta continua, pressionada pelas incertezas políticas e a crise fiscal e econômica no país. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou esta sexta-feira (25) em baixa de 3,49%, para R$ 3,974 na venda. Na semana, no entanto, a moeda acumulou alta de 1,46% —a sexta semana seguida de avanço. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, recuou 0,42% no dia e subiu 0,35% na semana, para R$ 3,975. No mercado de juros futuros, a taxa do contrato para janeiro de 2016 caiu de 14,670% para 14,630%. O DI para janeiro de 2017 apontou taxa de 15,600%, ante 15,670% na sessão anterior. Já o contrato para janeiro de 2021 cedeu de 16,000% para 15,730%. O BC realizou nesta sexta dois leilões de novos contratos de swaps cambiais, que movimentaram juntos cerca de US$ 1,971 bilhão. A operação equivale a uma venda futura de dólares. A autoridade também deu sequência à sua atuação diária para estender o prazo de papéis já existentes, que girou US$ 443,1 milhões. A intervenção teve reforço de empréstimos de até US$ 1 bilhão com compromisso de recompra em 4 de janeiro de 2016. O objetivo é dar liquidez aos mercados: ou seja, mostrar que haverá compradores e vendedores a qualquer preço que os ativos atingirem, reduzindo a volatilidade das cotações. A autoridade monetária tem atuado em conjunto com o Tesouro, que anunciou na quinta-feira (24) o lançamento de um programa de leilões diários de títulos públicos. Infográfico: Cotação histórica do dólar "A ação coordenada do BC com o Tesouro trouxe o mercado de volta à 'normalidade', corrigindo distorções no preço do dólar e das taxas de juros futuros, que foram alvo de muita especulação nos últimos dias", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil. "Apesar da ação conjunta do BC e do Tesouro ter ajudado a corrigir distorções do mercado, o cenário continua o mesmo: sem melhora nos cenários econômico, fiscal e político. Por isso, dólar e juros devem voltar a subir, embora as intervenções inibam um movimento especulativo tão forte quanto estávamos vendo", afirmou Rostagno. Para Fabiano Rufato, gerente de câmbio da Western Union no Brasil, "o mercado estava bastante esticado, muito além daquilo que deveria". Rufato destacou a possibilidade apontada pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de a autoridade usar as reservas internacionais em suas atuações no câmbio. Na visão de Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora, enquanto o governo não conseguir tomar medidas eficazes para reverter o quadro deteriorado da política e da economia do país, as intervenções do BC no câmbio serão "desperdício de tempo e dinheiro". "Nenhum BC consegue 'peitar' o mercado. Não vai ser dessa forma que a autoridade vai conseguir inverter a tendência de valorização da moeda americana", afirmou o gerente da TOV. O dólar e a economia AÇÕES EM QUEDA O principal índice da Bolsa brasileira registrou instabilidade no início do dia, mas firmou tendência de queda durante a tarde, após dados do mercado de trabalho brasileiro mostrarem o corte de quase 1 milhão de vagas em 12 meses até agosto. O Ibovespa fechou em baixa de 1,02%, para 44.831 pontos —menor pontuação em um mês. Na semana, houve queda de 5,15%. O volume financeiro foi de R$ 5,523 bilhões. No exterior, as Bolsas de Nova York fecharam com sinais opostos: o índice Dow Jones subiu 0,7%, enquanto o S&P 500 ficou praticamente estável, com leve queda de 0,05%, e a Nasdaq teve recuo de 1,01%. Na Europa, os principais índices de ações ganharam mais de 2%. "A força refletiu a fala da presidente do banco central dos EUA na véspera", disse Ricardo Kim, analista-chefe da XP Investimentos. "Yellen demonstrou menos preocupação com o impacto da crise global na economia americana, o que indica que ela está mais forte do que o imaginado. Essa análise é corroborada pela sinalização de que os juros por lá deverão subir ainda em 2015." As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, caíram 2,01%, para R$ 6,82. Já as ordinárias, com direito a voto, tiveram desvalorização de 2,65%, para R$ 8,08 cada uma. No mesmo sentido, as ações preferenciais da Vale recuaram 3,52%, para R$ 14,24. Os bancos, setor com maior peso dentro do Ibovespa, também fecharam no vermelho: Itaú caiu 2,43%, enquanto o Bradesco teve baixa de 2,30%. O Banco do Brasil recuou 3,05%.
mercado
Dólar e juros caem pelo segundo dia amparados por BC e TesouroA ação conjunta do Banco Central e do Tesouro para dar liquidez aos mercados de câmbio e de juros conseguiu trazer os preços e taxas de volta à "normalidade", na avaliação de analistas ouvidos pela Folha. Segundo eles, porém, a tendência de alta continua, pressionada pelas incertezas políticas e a crise fiscal e econômica no país. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou esta sexta-feira (25) em baixa de 3,49%, para R$ 3,974 na venda. Na semana, no entanto, a moeda acumulou alta de 1,46% —a sexta semana seguida de avanço. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, recuou 0,42% no dia e subiu 0,35% na semana, para R$ 3,975. No mercado de juros futuros, a taxa do contrato para janeiro de 2016 caiu de 14,670% para 14,630%. O DI para janeiro de 2017 apontou taxa de 15,600%, ante 15,670% na sessão anterior. Já o contrato para janeiro de 2021 cedeu de 16,000% para 15,730%. O BC realizou nesta sexta dois leilões de novos contratos de swaps cambiais, que movimentaram juntos cerca de US$ 1,971 bilhão. A operação equivale a uma venda futura de dólares. A autoridade também deu sequência à sua atuação diária para estender o prazo de papéis já existentes, que girou US$ 443,1 milhões. A intervenção teve reforço de empréstimos de até US$ 1 bilhão com compromisso de recompra em 4 de janeiro de 2016. O objetivo é dar liquidez aos mercados: ou seja, mostrar que haverá compradores e vendedores a qualquer preço que os ativos atingirem, reduzindo a volatilidade das cotações. A autoridade monetária tem atuado em conjunto com o Tesouro, que anunciou na quinta-feira (24) o lançamento de um programa de leilões diários de títulos públicos. Infográfico: Cotação histórica do dólar "A ação coordenada do BC com o Tesouro trouxe o mercado de volta à 'normalidade', corrigindo distorções no preço do dólar e das taxas de juros futuros, que foram alvo de muita especulação nos últimos dias", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil. "Apesar da ação conjunta do BC e do Tesouro ter ajudado a corrigir distorções do mercado, o cenário continua o mesmo: sem melhora nos cenários econômico, fiscal e político. Por isso, dólar e juros devem voltar a subir, embora as intervenções inibam um movimento especulativo tão forte quanto estávamos vendo", afirmou Rostagno. Para Fabiano Rufato, gerente de câmbio da Western Union no Brasil, "o mercado estava bastante esticado, muito além daquilo que deveria". Rufato destacou a possibilidade apontada pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de a autoridade usar as reservas internacionais em suas atuações no câmbio. Na visão de Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora, enquanto o governo não conseguir tomar medidas eficazes para reverter o quadro deteriorado da política e da economia do país, as intervenções do BC no câmbio serão "desperdício de tempo e dinheiro". "Nenhum BC consegue 'peitar' o mercado. Não vai ser dessa forma que a autoridade vai conseguir inverter a tendência de valorização da moeda americana", afirmou o gerente da TOV. O dólar e a economia AÇÕES EM QUEDA O principal índice da Bolsa brasileira registrou instabilidade no início do dia, mas firmou tendência de queda durante a tarde, após dados do mercado de trabalho brasileiro mostrarem o corte de quase 1 milhão de vagas em 12 meses até agosto. O Ibovespa fechou em baixa de 1,02%, para 44.831 pontos —menor pontuação em um mês. Na semana, houve queda de 5,15%. O volume financeiro foi de R$ 5,523 bilhões. No exterior, as Bolsas de Nova York fecharam com sinais opostos: o índice Dow Jones subiu 0,7%, enquanto o S&P 500 ficou praticamente estável, com leve queda de 0,05%, e a Nasdaq teve recuo de 1,01%. Na Europa, os principais índices de ações ganharam mais de 2%. "A força refletiu a fala da presidente do banco central dos EUA na véspera", disse Ricardo Kim, analista-chefe da XP Investimentos. "Yellen demonstrou menos preocupação com o impacto da crise global na economia americana, o que indica que ela está mais forte do que o imaginado. Essa análise é corroborada pela sinalização de que os juros por lá deverão subir ainda em 2015." As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, caíram 2,01%, para R$ 6,82. Já as ordinárias, com direito a voto, tiveram desvalorização de 2,65%, para R$ 8,08 cada uma. No mesmo sentido, as ações preferenciais da Vale recuaram 3,52%, para R$ 14,24. Os bancos, setor com maior peso dentro do Ibovespa, também fecharam no vermelho: Itaú caiu 2,43%, enquanto o Bradesco teve baixa de 2,30%. O Banco do Brasil recuou 3,05%.
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Após crise, companhia de teatro questiona o próprio trabalho em peça
Um acidente redefiniu o trabalho da Academia de Palhaços. O grupo, formado há nove anos por egressos do curso de artes cênicas da Unicamp, tinha como marca a linguagem popular, encenando peças em uma Kombi adaptada. Mas no ano passado um incêndio destruiu o veículo. A companhia entrou em crise e dois de seus cinco integrantes deixaram o grupo. Assim, Laíza Dantas, Paula Hemsi e Rodrigo Pocidônio, os três restantes, decidiram mudar o rumo de sua pesquisa. O resultado, feito em parceria com o diretor José Roberto Jardim, está em "Adeus, Palhaços Mortos!", que acaba de estrear em São Paulo. Trata-se de uma versão de Jardim para a peça "Pequenos Trabalhos para Velhos Palhaços", do romeno Matei Visniec, sobre três palhaços que se reencontram numa agência de empregos. Relembram seu passado glorioso, mas estão ali para disputar entre si uma única vaga. O diretor viu no texto uma relação com a história do grupo, mas achou necessária uma adaptação. "Minimizei a questão da velhice e acentuei a discussão da arte", conta o encenador. "Queríamos fazer desse espetáculo um grande ritual de passagem para eles." Entraram referências a Beckett (também influência de Visniec, cuja obra tange o absurdo), Shakespeare e ao fazer artístico. Como dizem os personagens em cena: "O negócio agora não é ser criterioso, é ser contemporâneo". A linguagem se afasta do habitual popular da trupe. Com um texto todo fragmentado, os atores alternam momentos estáticos e movimentos rápidos –estes são acompanhados pela mudança brusca de luz e por sons que por vezes são repentinos, como claques, noutros, etéreos. A iluminação foge do realismo. Num cubo transparente, dentro do qual ficam os atores, são projetadas luzes coloridas, de um visual psicodélico. "É como um mosaico, são fotogramas de lembranças deles", explica Jardim. ADEUS, PALHAÇOS MORTOS! QUANDO sex. e sáb., às 21h, dom., às 20h; até 7/8, no CCSP. Qua. e qui., às 21h; de 31/8 a 1º/9, no Tusp ONDE CCSP, r. Vergueiro, 1.000, tel. (11) 3397-4002; Tusp, r. Maria Antônia, 294, tel. (11) 3123-5222 QUANTO grátis; 12 anos
ilustrada
Após crise, companhia de teatro questiona o próprio trabalho em peçaUm acidente redefiniu o trabalho da Academia de Palhaços. O grupo, formado há nove anos por egressos do curso de artes cênicas da Unicamp, tinha como marca a linguagem popular, encenando peças em uma Kombi adaptada. Mas no ano passado um incêndio destruiu o veículo. A companhia entrou em crise e dois de seus cinco integrantes deixaram o grupo. Assim, Laíza Dantas, Paula Hemsi e Rodrigo Pocidônio, os três restantes, decidiram mudar o rumo de sua pesquisa. O resultado, feito em parceria com o diretor José Roberto Jardim, está em "Adeus, Palhaços Mortos!", que acaba de estrear em São Paulo. Trata-se de uma versão de Jardim para a peça "Pequenos Trabalhos para Velhos Palhaços", do romeno Matei Visniec, sobre três palhaços que se reencontram numa agência de empregos. Relembram seu passado glorioso, mas estão ali para disputar entre si uma única vaga. O diretor viu no texto uma relação com a história do grupo, mas achou necessária uma adaptação. "Minimizei a questão da velhice e acentuei a discussão da arte", conta o encenador. "Queríamos fazer desse espetáculo um grande ritual de passagem para eles." Entraram referências a Beckett (também influência de Visniec, cuja obra tange o absurdo), Shakespeare e ao fazer artístico. Como dizem os personagens em cena: "O negócio agora não é ser criterioso, é ser contemporâneo". A linguagem se afasta do habitual popular da trupe. Com um texto todo fragmentado, os atores alternam momentos estáticos e movimentos rápidos –estes são acompanhados pela mudança brusca de luz e por sons que por vezes são repentinos, como claques, noutros, etéreos. A iluminação foge do realismo. Num cubo transparente, dentro do qual ficam os atores, são projetadas luzes coloridas, de um visual psicodélico. "É como um mosaico, são fotogramas de lembranças deles", explica Jardim. ADEUS, PALHAÇOS MORTOS! QUANDO sex. e sáb., às 21h, dom., às 20h; até 7/8, no CCSP. Qua. e qui., às 21h; de 31/8 a 1º/9, no Tusp ONDE CCSP, r. Vergueiro, 1.000, tel. (11) 3397-4002; Tusp, r. Maria Antônia, 294, tel. (11) 3123-5222 QUANTO grátis; 12 anos
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Reforma política do Congresso pode afastar representatividade, diz leitor
Nas palavras da senhora Marilu Mondin, "votei na Marta, não no PT" (Painel do Leitor, 16/5), está o mal que nos aflige: o voto na personalidade. Essa é a causa das esdrúxulas composições que o governante de plantão é obrigado a fazer, mesmo a contragosto, para poder governar, "celula mater" da corrupção, junto com o financiamento de empresas aos políticos. GILBERTO ALVARES GIUSEPONE (São Paulo, SP) * Janio de Freitas foi muito feliz em sua coluna sobre reforma política ("Daqui por diante", "Poder", 14/5). Entretanto, sem apoio da OAB, ABI e CNBB juntas e com uma pauta única, corroborada com a adesão da sociedade civil, perderemos a última chance de fazer-nos representar minimamente. Corremos o risco de uma reforma feita pelo Congresso afastar-nos da representatividade. RUI VERSIANI, advogado (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
paineldoleitor
Reforma política do Congresso pode afastar representatividade, diz leitorNas palavras da senhora Marilu Mondin, "votei na Marta, não no PT" (Painel do Leitor, 16/5), está o mal que nos aflige: o voto na personalidade. Essa é a causa das esdrúxulas composições que o governante de plantão é obrigado a fazer, mesmo a contragosto, para poder governar, "celula mater" da corrupção, junto com o financiamento de empresas aos políticos. GILBERTO ALVARES GIUSEPONE (São Paulo, SP) * Janio de Freitas foi muito feliz em sua coluna sobre reforma política ("Daqui por diante", "Poder", 14/5). Entretanto, sem apoio da OAB, ABI e CNBB juntas e com uma pauta única, corroborada com a adesão da sociedade civil, perderemos a última chance de fazer-nos representar minimamente. Corremos o risco de uma reforma feita pelo Congresso afastar-nos da representatividade. RUI VERSIANI, advogado (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Dólar cai abaixo de R$ 3 com fluxo cambial e antes de Petrobras
O dólar –tanto à vista, usado no mercado financeiro, quanto comercial, no comércio exterior– caiu abaixo de R$ 3 nesta quarta-feira (22), pela primeira vez em mais de um mês. A última vez que a moeda americana fechou abaixo desse patamar foi em 4 de março deste ano. Às 12h40, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, caía 1,16%, para R$ 2,997, na mínima do dia. O dólar comercial, usado no comércio exterior, tinha queda de 0,92%, para R$ 2,997, no mesmo horário. Pouco depois, porém, a moeda americana se recuperou levemente e voltou a ser cotada acima de R$ 3. Às 14h57, o dólar à vista caía 0,96%, para R$ 3,004. No mesmo horário, o dólar comercial tinha queda de 0,56%, para R$ 3,01. De acordo com Reginaldo Galhardo, gerente da Treviso Corretora, a queda ocorre por um otimismo dos investidores com dados como o fluxo cambial. "Foram divulgados dados promissores, como o fluxo cambial positivo, além de preocupações menores com a situação entre congresso e governo, o que diminuiu a aversão ao risco em relação ao país", diz. O fluxo cambial ficou positivo em US$ 3,441 bilhões na semana passada, resultado de uma entrada líquida de US$ 2,314 bilhões na conta financeira e de um superavit de US$ 1,127 bilhão na conta comercial, segundo dados do Banco Central divulgados nesta quarta. No mês, até o dia 17, o fluxo cambial está positivo em US$ 4,410 bilhões, resultado de um ingresso líquido de US$ 3,421 bilhões na conta financeira e um superávit US$ 989 milhões na conta comercial. A divulgação do balanço auditado da Petrobras também causa alívio aos investidores nesta quarta, diz. "Havia uma incerteza sobre a possibilidade de a empresa ter que antecipar o pagamento de dívidas, o que poderia interferir no balanço do Tesouro. Isso se dissipa agora", avalia Galhardo. "Vimos uma forte valorização do dólar por causa do risco político que tínhamos, mas ao longo das últimas semanas isso foi diminuindo. O especulador, com a taxa alta, saiu fora", avalia. Os investidores ainda aguardam a votação de medidas importantes no Congresso. Nesta quarta-feira o Congresso pode votar medida provisória que altera regras de acesso a benefícios trabalhistas. Se aprovada, causaria alívio no governo, pois não comprometeria os ajustes fiscais. O Plenário da Câmara volta a analisar destaques ao projeto da terceirização nesta tarde, enquanto o Plenário do Senado deve analisar projeto sobre a indexação da dívida de Estados e municípios.
mercado
Dólar cai abaixo de R$ 3 com fluxo cambial e antes de PetrobrasO dólar –tanto à vista, usado no mercado financeiro, quanto comercial, no comércio exterior– caiu abaixo de R$ 3 nesta quarta-feira (22), pela primeira vez em mais de um mês. A última vez que a moeda americana fechou abaixo desse patamar foi em 4 de março deste ano. Às 12h40, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, caía 1,16%, para R$ 2,997, na mínima do dia. O dólar comercial, usado no comércio exterior, tinha queda de 0,92%, para R$ 2,997, no mesmo horário. Pouco depois, porém, a moeda americana se recuperou levemente e voltou a ser cotada acima de R$ 3. Às 14h57, o dólar à vista caía 0,96%, para R$ 3,004. No mesmo horário, o dólar comercial tinha queda de 0,56%, para R$ 3,01. De acordo com Reginaldo Galhardo, gerente da Treviso Corretora, a queda ocorre por um otimismo dos investidores com dados como o fluxo cambial. "Foram divulgados dados promissores, como o fluxo cambial positivo, além de preocupações menores com a situação entre congresso e governo, o que diminuiu a aversão ao risco em relação ao país", diz. O fluxo cambial ficou positivo em US$ 3,441 bilhões na semana passada, resultado de uma entrada líquida de US$ 2,314 bilhões na conta financeira e de um superavit de US$ 1,127 bilhão na conta comercial, segundo dados do Banco Central divulgados nesta quarta. No mês, até o dia 17, o fluxo cambial está positivo em US$ 4,410 bilhões, resultado de um ingresso líquido de US$ 3,421 bilhões na conta financeira e um superávit US$ 989 milhões na conta comercial. A divulgação do balanço auditado da Petrobras também causa alívio aos investidores nesta quarta, diz. "Havia uma incerteza sobre a possibilidade de a empresa ter que antecipar o pagamento de dívidas, o que poderia interferir no balanço do Tesouro. Isso se dissipa agora", avalia Galhardo. "Vimos uma forte valorização do dólar por causa do risco político que tínhamos, mas ao longo das últimas semanas isso foi diminuindo. O especulador, com a taxa alta, saiu fora", avalia. Os investidores ainda aguardam a votação de medidas importantes no Congresso. Nesta quarta-feira o Congresso pode votar medida provisória que altera regras de acesso a benefícios trabalhistas. Se aprovada, causaria alívio no governo, pois não comprometeria os ajustes fiscais. O Plenário da Câmara volta a analisar destaques ao projeto da terceirização nesta tarde, enquanto o Plenário do Senado deve analisar projeto sobre a indexação da dívida de Estados e municípios.
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Juiz de Los Angeles ajuda sem-teto a treinar para correr maratonas
Três vezes por semana, quando o sol está nascendo, um grupo atravessa as ruas de Skid Row correndo, desviando de pilhas de lixo e esquinas que cheiram a xixi. Eles não estão fugindo dos traficantes que vendem crack a céu aberto nem dos policiais que muitas vezes usam a força para conter encrenqueiros. O grupo está apenas treinando para a próxima maratona. O clube de corrida foi criado em 2012 por um juiz da vara criminal de Los Angeles, Craig Mitchell, um apaixonado pelo esporte que treina com os sem-teto antes de ir trabalhar. Ele conseguiu levar alguns integrantes para maratonas na Itália e em Gana. Um dos participantes é Ryan Navales, hoje coordenador de imprensa da Midnight Mission, organizadora do clube. Ele chegou na instituição como sem-teto em 2011 e passou por seu programa de reabilitação, após 30 anos viciado em drogas e álcool. "A corrida me ajudou a me manter limpo", diz. Entre 15 e 25 pessoas participam das corridas, incluindo um casal de cinegrafistas que está há dois anos documentando o clube. Muitos dos corredores do início das filmagens já saíram de Skid Row e voltaram à sociedade, enquanto outros desapareceram. "Correr é bom para disciplina física e mental. É bom para pessoas com vícios, porque libera endorfinas", diz a produtora Gabriele Hayes, de "Marathon Skid Row", que deve ser lançado no ano que vem. "Muitos sentem que nunca completaram nada na vida e que por isso não valem nada. Então, quando terminam uma maratona, sentem que podem terminar algo, que podem ter objetivos. O juiz consegue ajudar estas pessoas, ele faz a diferença numa pequena escala, mas faz."
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Juiz de Los Angeles ajuda sem-teto a treinar para correr maratonasTrês vezes por semana, quando o sol está nascendo, um grupo atravessa as ruas de Skid Row correndo, desviando de pilhas de lixo e esquinas que cheiram a xixi. Eles não estão fugindo dos traficantes que vendem crack a céu aberto nem dos policiais que muitas vezes usam a força para conter encrenqueiros. O grupo está apenas treinando para a próxima maratona. O clube de corrida foi criado em 2012 por um juiz da vara criminal de Los Angeles, Craig Mitchell, um apaixonado pelo esporte que treina com os sem-teto antes de ir trabalhar. Ele conseguiu levar alguns integrantes para maratonas na Itália e em Gana. Um dos participantes é Ryan Navales, hoje coordenador de imprensa da Midnight Mission, organizadora do clube. Ele chegou na instituição como sem-teto em 2011 e passou por seu programa de reabilitação, após 30 anos viciado em drogas e álcool. "A corrida me ajudou a me manter limpo", diz. Entre 15 e 25 pessoas participam das corridas, incluindo um casal de cinegrafistas que está há dois anos documentando o clube. Muitos dos corredores do início das filmagens já saíram de Skid Row e voltaram à sociedade, enquanto outros desapareceram. "Correr é bom para disciplina física e mental. É bom para pessoas com vícios, porque libera endorfinas", diz a produtora Gabriele Hayes, de "Marathon Skid Row", que deve ser lançado no ano que vem. "Muitos sentem que nunca completaram nada na vida e que por isso não valem nada. Então, quando terminam uma maratona, sentem que podem terminar algo, que podem ter objetivos. O juiz consegue ajudar estas pessoas, ele faz a diferença numa pequena escala, mas faz."
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Fórum debate soluções para a saúde em momento de crise econômica
A Folha realiza nos dias 14 e 15 de junho (terça e quarta-feira) o Fórum Saúde em Tempo de Recessão. O objetivo é discutir saídas para a área da saúde em um momento de crise econômica como o atual. Com o país em recessão, tanto o governo tem capacidade menor de financiar saúde universal quanto os pacientes têm dificuldade de pagar contas de hospitais e planos de saúde. Serão debatidos aspectos importantes como as finanças do setor de saúde suplementar e dos hospitais particulares, a viabilidade do modelo econômico corrente do SUS, a importância da prevenção na redução de custos e possíveis novos modelos de assistência e remuneração. O evento acontece a partir das 9h no Tucarena, auditório da PUC-SP (rua Monte Alegre, 1.024). Para se inscrever, acesse o site Eventos Folha.
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Fórum debate soluções para a saúde em momento de crise econômicaA Folha realiza nos dias 14 e 15 de junho (terça e quarta-feira) o Fórum Saúde em Tempo de Recessão. O objetivo é discutir saídas para a área da saúde em um momento de crise econômica como o atual. Com o país em recessão, tanto o governo tem capacidade menor de financiar saúde universal quanto os pacientes têm dificuldade de pagar contas de hospitais e planos de saúde. Serão debatidos aspectos importantes como as finanças do setor de saúde suplementar e dos hospitais particulares, a viabilidade do modelo econômico corrente do SUS, a importância da prevenção na redução de custos e possíveis novos modelos de assistência e remuneração. O evento acontece a partir das 9h no Tucarena, auditório da PUC-SP (rua Monte Alegre, 1.024). Para se inscrever, acesse o site Eventos Folha.
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A obsessão por estatísticas pode gerar um efeito colateral perverso
Para sobreviver em um cenário cada vez mais competitivo, as empresas perceberam que precisam ter uma gestão profissional, com acompanhamento constante de indicadores e foco em resultados. Cada nova estratégia deve ser precedida por um bom planejamento e pela criação de processos que ajudem os colaboradores a agir de forma organizada e eficiente. O "achismo" perdeu espaço. Hoje, as estatísticas nos dizem se uma ação funciona ou não na prática. Essa profissionalização é extremamente positiva. Afinal, navegar sem bússola não é recomendável. Porém, a obsessão por estatísticas pode ter um efeito colateral perverso: as pessoas passam a acreditar apenas nos números e deixam de acreditar em si mesmas. Não levam em conta sua própria opinião e seu julgamento sobre aquilo que observam. Apenas seguem as tabelas. As pessoas têm medo de errar, por isso tendem a seguir cegamente as estatísticas -assim, se algo não funcionar, sempre será possível culpar os números. O perigo é que, ao agir assim, trilhamos apenas caminhos certos e comprovados. Não encaramos novos riscos, mas também não abrimos espaço para criatividade e inovação. É claro que os números são importantes, mas eles não podem ser os únicos a basear a tomada de decisão. Precisamos observar a realidade e refletir sobre ela, captando sinais que os gráficos não mostram. Assim, conseguimos perceber comportamentos, tendências e até mesmo ideias que ainda não se materializaram. E interpretar esses sinais antes dos concorrentes pode ser o pulo do gato de que a empresa tanto precisa para lançar um novo produto, criar uma nova estratégia ou conquistar um novo mercado. Um profissional talentoso é aquele que tem acesso à mesma informação que os outros, mas faz análises mais completas que os demais. E como ele consegue isso? Usando seu conhecimento, seu repertório e um pouco da sua sensibilidade para ligar os pontos e chegar a conclusões. E como diferenciar o profissional inteligente do teimoso? Quando alguém quer contrariar os números, é difícil saber se estamos diante de um colaborador talentoso ou apenas de alguém que simplesmente não aceita os fatos. A linha é muito tênue. Porém, mesmo para distinguir um do outro, não vale recorrer apenas aos dados: quem quer chegar mais longe precisa arriscar de vez em quando -e seguir a intuição.
colunas
A obsessão por estatísticas pode gerar um efeito colateral perversoPara sobreviver em um cenário cada vez mais competitivo, as empresas perceberam que precisam ter uma gestão profissional, com acompanhamento constante de indicadores e foco em resultados. Cada nova estratégia deve ser precedida por um bom planejamento e pela criação de processos que ajudem os colaboradores a agir de forma organizada e eficiente. O "achismo" perdeu espaço. Hoje, as estatísticas nos dizem se uma ação funciona ou não na prática. Essa profissionalização é extremamente positiva. Afinal, navegar sem bússola não é recomendável. Porém, a obsessão por estatísticas pode ter um efeito colateral perverso: as pessoas passam a acreditar apenas nos números e deixam de acreditar em si mesmas. Não levam em conta sua própria opinião e seu julgamento sobre aquilo que observam. Apenas seguem as tabelas. As pessoas têm medo de errar, por isso tendem a seguir cegamente as estatísticas -assim, se algo não funcionar, sempre será possível culpar os números. O perigo é que, ao agir assim, trilhamos apenas caminhos certos e comprovados. Não encaramos novos riscos, mas também não abrimos espaço para criatividade e inovação. É claro que os números são importantes, mas eles não podem ser os únicos a basear a tomada de decisão. Precisamos observar a realidade e refletir sobre ela, captando sinais que os gráficos não mostram. Assim, conseguimos perceber comportamentos, tendências e até mesmo ideias que ainda não se materializaram. E interpretar esses sinais antes dos concorrentes pode ser o pulo do gato de que a empresa tanto precisa para lançar um novo produto, criar uma nova estratégia ou conquistar um novo mercado. Um profissional talentoso é aquele que tem acesso à mesma informação que os outros, mas faz análises mais completas que os demais. E como ele consegue isso? Usando seu conhecimento, seu repertório e um pouco da sua sensibilidade para ligar os pontos e chegar a conclusões. E como diferenciar o profissional inteligente do teimoso? Quando alguém quer contrariar os números, é difícil saber se estamos diante de um colaborador talentoso ou apenas de alguém que simplesmente não aceita os fatos. A linha é muito tênue. Porém, mesmo para distinguir um do outro, não vale recorrer apenas aos dados: quem quer chegar mais longe precisa arriscar de vez em quando -e seguir a intuição.
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A surpreendente capacidade das abelhas de compreender o conceito do zero
São produtoras de mel, cumprem um serviço ecológico essencial polinizando a maioria das plantas que nos servem de alimento e, como se não fosse o bastante, são capazes de entender o conceito do zero. A capacidade das abelhas para entender a falta absoluta de quantidade foi descoberta por pesquisadores da Universidade RMIT de Melbourne, na Austrália, que apresentaram recentemente o resultado dos seus estudos em uma conferência em Portugal. A ideia do algarismo zero é difícil de entender até para os humanos: os pequenos parecem ter dificuldade para isso e só o aprendem depois de outros números. No reino animal, a compreensão desse conceito também não é comum. Mas, enquanto os macacos e os chipanzés, por exemplo, podem chegar a aprendê-lo, o surpreendente é que as abelhas, que têm um cérebro tão pequeno, também o consigam. Aliás, elas são os primeiros invertebrados que demonstraram ter essa curiosa habilidade. PRÊMIO E CASTIGOS Para testar essa capacidade, os pesquisadores usaram abelhas melíferas (que produzem mel). Eles criaram duas plataformas nas quais colocaram entre um e quatro objetos iguais. E, como as abelhas aprendem mais rápido não só quando são premiadas por fazer o certo, mas também quando são castigadas por errar, elas ganhavam como recompensa uma substância doce quando voavam até a plataforma com menos objetos –e recebiam uma solução de sabor desagradável quando escolhiam a mais cheia. Em 80% dos casos, elas tendiam a ir para a plataforma com menos objetos. Quando tinham que decidir entre uma com poucos objetos e outra com nenhum objeto, elas escolhiam a de zero objetos. PARA AS ABELHAS, O ZERO É UM NÚMERO Em uma segunda etapa, os cientistas repetiram o mesmo experimento, mas variando o número de objetos. Elas continuaram escolhendo a plataforma sem objetos, mas cometiam mais erros e demoravam mais quando tinham que escolher entre essa e uma plataforma com um objeto e outra com seis. Segundo os pesquisadores, o fato de que a diferença de quantidade afeta a capacidade para resolver o problema mostra que as abelhas entendem que o zero é um número. Por que ou como elas fazem isso ainda é um mistério. "Ainda temos que descobrir algumas coisas sobre as razões que permitem que elas façam isso", disse à revista "New Scientist" Scarlett Howard, coautora da pesquisa. O estudo ainda deve ser submetido a uma revisão por colegas pesquisadores.
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A surpreendente capacidade das abelhas de compreender o conceito do zeroSão produtoras de mel, cumprem um serviço ecológico essencial polinizando a maioria das plantas que nos servem de alimento e, como se não fosse o bastante, são capazes de entender o conceito do zero. A capacidade das abelhas para entender a falta absoluta de quantidade foi descoberta por pesquisadores da Universidade RMIT de Melbourne, na Austrália, que apresentaram recentemente o resultado dos seus estudos em uma conferência em Portugal. A ideia do algarismo zero é difícil de entender até para os humanos: os pequenos parecem ter dificuldade para isso e só o aprendem depois de outros números. No reino animal, a compreensão desse conceito também não é comum. Mas, enquanto os macacos e os chipanzés, por exemplo, podem chegar a aprendê-lo, o surpreendente é que as abelhas, que têm um cérebro tão pequeno, também o consigam. Aliás, elas são os primeiros invertebrados que demonstraram ter essa curiosa habilidade. PRÊMIO E CASTIGOS Para testar essa capacidade, os pesquisadores usaram abelhas melíferas (que produzem mel). Eles criaram duas plataformas nas quais colocaram entre um e quatro objetos iguais. E, como as abelhas aprendem mais rápido não só quando são premiadas por fazer o certo, mas também quando são castigadas por errar, elas ganhavam como recompensa uma substância doce quando voavam até a plataforma com menos objetos –e recebiam uma solução de sabor desagradável quando escolhiam a mais cheia. Em 80% dos casos, elas tendiam a ir para a plataforma com menos objetos. Quando tinham que decidir entre uma com poucos objetos e outra com nenhum objeto, elas escolhiam a de zero objetos. PARA AS ABELHAS, O ZERO É UM NÚMERO Em uma segunda etapa, os cientistas repetiram o mesmo experimento, mas variando o número de objetos. Elas continuaram escolhendo a plataforma sem objetos, mas cometiam mais erros e demoravam mais quando tinham que escolher entre essa e uma plataforma com um objeto e outra com seis. Segundo os pesquisadores, o fato de que a diferença de quantidade afeta a capacidade para resolver o problema mostra que as abelhas entendem que o zero é um número. Por que ou como elas fazem isso ainda é um mistério. "Ainda temos que descobrir algumas coisas sobre as razões que permitem que elas façam isso", disse à revista "New Scientist" Scarlett Howard, coautora da pesquisa. O estudo ainda deve ser submetido a uma revisão por colegas pesquisadores.
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Ciclistas dão nota 7,2 para ciclovias de SP, segundo levantamento
A nota geral dada por ciclistas às ciclovias da cidade de São Paulo é 7,2, segundo levantamento feito pela SPTuris (São Paulo Turismo), da prefeitura. O órgão entrevistou 513 usuários das ciclovias em dezembro de 2014. Neste mês, a Justiça decidiu em caráter liminar (temporário) que a gestão Fernando Haddad (PT) deveria paralisar a construção das vias para ciclistas, uma marca de sua gestão. A exceção foi para a ciclovia da avenida Paulista, sob argumento de que foi o único local onde houve planejamento e debate com a população. Para 84,4% dos entrevistados, as ciclovias os incentivaram a usar as bicicleta como transporte. Mesmo assim, a maioria (52,6%) não indicaria as ciclovias para crianças ou idosos. Entre os motivos citados, estão o perigo do trânsito, a falta de respeito de motoristas e pedestres e a qualidade da pavimentação. Os demais entrevistados indicariam as vias para ciclistas para crianças e idosos por considerá-las seguras. Para 54,5%, a pavimentação das vias devia ser melhorada –44,2% cobram melhor sinalização para ciclistas. Respondendo à pergunta sobre para que usam a bicicleta, na qual podiam optar por mais de uma resposta, 88,3% afirmaram que usavam para a prática de esportes. Mais de um terço dos usuários (38%) usam a bicicleta para ir ao trabalho e 6,4% para ir estudar. Apenas 11% dos ciclistas têm ciclovia em 100% da rota. A maioria (30,8%) faz de 21% a 50% do caminho pelas vias para bicicletas. Entre os usuários, 31% usam as vias diariamente e 32,2% mais de uma vez por semana. Outros 20,8 usam raramente e 14,4%, uma vez por semana. A maioria dos usuários (79,7%) é homem e tem entre 30 e 39 anos (31,5%). Datafolha mostrou em fevereiro que caiu em 14 pontos a aprovação às vias exclusivas para bikes -de 80% favoráveis no levantamento de setembro, agora são 66%, enquanto os contrários saltaram de 14% para 27%. Levantamento da prefeitura mostra que estão sendo investidos cerca de R$ 112 milhões em ciclovias e obras de melhorias no viário no entorno de algumas delas.
cotidiano
Ciclistas dão nota 7,2 para ciclovias de SP, segundo levantamentoA nota geral dada por ciclistas às ciclovias da cidade de São Paulo é 7,2, segundo levantamento feito pela SPTuris (São Paulo Turismo), da prefeitura. O órgão entrevistou 513 usuários das ciclovias em dezembro de 2014. Neste mês, a Justiça decidiu em caráter liminar (temporário) que a gestão Fernando Haddad (PT) deveria paralisar a construção das vias para ciclistas, uma marca de sua gestão. A exceção foi para a ciclovia da avenida Paulista, sob argumento de que foi o único local onde houve planejamento e debate com a população. Para 84,4% dos entrevistados, as ciclovias os incentivaram a usar as bicicleta como transporte. Mesmo assim, a maioria (52,6%) não indicaria as ciclovias para crianças ou idosos. Entre os motivos citados, estão o perigo do trânsito, a falta de respeito de motoristas e pedestres e a qualidade da pavimentação. Os demais entrevistados indicariam as vias para ciclistas para crianças e idosos por considerá-las seguras. Para 54,5%, a pavimentação das vias devia ser melhorada –44,2% cobram melhor sinalização para ciclistas. Respondendo à pergunta sobre para que usam a bicicleta, na qual podiam optar por mais de uma resposta, 88,3% afirmaram que usavam para a prática de esportes. Mais de um terço dos usuários (38%) usam a bicicleta para ir ao trabalho e 6,4% para ir estudar. Apenas 11% dos ciclistas têm ciclovia em 100% da rota. A maioria (30,8%) faz de 21% a 50% do caminho pelas vias para bicicletas. Entre os usuários, 31% usam as vias diariamente e 32,2% mais de uma vez por semana. Outros 20,8 usam raramente e 14,4%, uma vez por semana. A maioria dos usuários (79,7%) é homem e tem entre 30 e 39 anos (31,5%). Datafolha mostrou em fevereiro que caiu em 14 pontos a aprovação às vias exclusivas para bikes -de 80% favoráveis no levantamento de setembro, agora são 66%, enquanto os contrários saltaram de 14% para 27%. Levantamento da prefeitura mostra que estão sendo investidos cerca de R$ 112 milhões em ciclovias e obras de melhorias no viário no entorno de algumas delas.
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Carros de luxo europeus avançam em mercado da Coreia do Sul
A Coreia do Sul está se tornando um mercado importante para os fabricantes europeus de automóveis de luxo, agora que os ricos do país estão buscando se destacar em meio à multidão, comprando veículos importados de marcas como Audi, Mercedes-Benz e Maserati. O país continua a ser um dos poucos mercados dominados por montadoras locais, com a Hyundai Motor e sua afiliada Kia Motors respondendo por 70% do mercado nacional de automóveis. Mas os consumidores mais ricos cada vez mais buscam no exterior os seus carros. As vendas dos carros estrangeiros de luxo com preço superior a 100 milhões de won (US$ 86 mil ou cerca de R$ 309,6 mil) subiram em 52,5% em 2015, ante o ano anterior, para 22.844 unidades. A alta foi o dobro do crescimento geral dos veículos importados, de acordo com a Associação dos Importadores e Distribuidores de Automóveis da Coreia (Kaida). MAIOR É MELHOR A porcentagem de importados no segmento de carros de preço superior a US$ 100 mil também cresceu, de 7,7% em 2014 a 9,3% no ano passado. "A Coreia do Sul é um dos poucos mercados do planeta, excetuado o dos EUA, no qual as pessoas preferem veículos grandes, a despeito dos congestionamentos de trânsito e da superlotação dos estacionamentos, porque são vistos como um símbolo de status, disse Yoon Dae-sung, diretor executivo da Kaida. Poucos anos atrás, carros importados eram raridade na Coreia do Sul, já que os cidadãos optavam por veículos fabricados no país. Carros estrangeiros podiam ser alvo de vandalismo ou mesmo servir para colocar um contribuinte na malha fina. Mas as percepções mudaram abruptamente e as vendas decolaram desde os acordos de livre comércio com os Estados Unidos e a Europa, em 2011 e 2012, que reduziram abruptamente as tarifas de importação. A fatia de mercado dos veículos de passageiros importados atingiu 15,8%, e as pessoas na faixa dos 30 anos emergiram como os maiores compradores, respondendo por 38% do total de carros importados adquiridos. BENEFÍCIO FISCAL A alta nas vendas também foi empurrada pelos benefícios fiscais a veículos para uso no trabalho. Dados do setor mostram que 70% dos modelos mais caros de montadoras como Bentley, Porsche e Rolls-Royce são comprados em nome de empresas. "A Coreia do Sul se tornou um dos mercados mais importantes para as marcas de luxo, dado seu potencial de crescimento", disse Kevin Kang, vice-presidente de operações de uma concessionária que representa as marcas de luxo britânicas Aston Martin e McLaren, inaugurada no ano passado em Gangnam, bairro rico de Seul. Embora a Coreia do Sul seja o 11º maior mercado mundial de automóveis, ela está entre os quatro líderes na compra de modelos de luxo procurados, como o Audi A8 e o Mercedes-Benz Classe S. A Bentley Motors vendeu mais carros na Coreia do Sul do que no Japão, no ano passado, e as vendas da marca no país subiram em 20% sobre 2014, para 387 unidades. Em 2014, a concessionária da Bentley em Seul foi a maior vendedora mundial do modelo Flying Spur, cujo preço começa em US$ 250 mil; sua loja em Gangnam só ficou atrás da concessionária de Dubai, em faturamento. As vendas da divisão Maserati da Fiat Chrysler na Coreia do Sul cresceram em 900% nos dois últimos anos, para o recorde de 1.200 unidades em 2015. "O país não é mais o reino da Hyundai, porque os consumidores ricos, descontentes com as marcas locais, estão buscando marcas de luxo estrangeiras para ter diferenciação", disse Andy Bae, analista sênior do grupo de pesquisa automotiva IHS. A marca Maybach da Mercedes-Benz se provou especialmente popular junto aos sul-coreanos de altíssimo patrimônio, o que faz do país o segundo maior mercado da marca, atrás da China. A Maybach vendeu 949 unidades na Coreia do Sul no ano passado, desde seu lançamento local em abril, e as vendas do Mercedes Classe S dobraram para 9.587. A Coreia do Sul é o segundo mercado de mais rápido crescimento no planeta, atrás da China, entre os 20 maiores mercados da Mercedes-Benz, com média anual de crescimento de 25% a 30% nos quatro últimos anos. Os preços baixos do petróleo também vêm encorajando os consumidores a adquirir modelos mais sofisticados. Nem a queda na venda de importados nos dois primeiros meses deste ano, de 13%, desestimulou os fabricantes de carros de luxo, que lançaram novos modelos e estão expandindo suas redes de vendas no país. "A Coreia do Sul agora se tornou prioridade para a expansão de nossa rede de concessionárias", diz David Kim, diretor da Rolls-Royce, para a qual a Coreia do Sul representa o terceiro mercado na Ásia. "Mas não temos o desejo de entrar no mercado de modelos de luxo fabricados em massa. Uma das qualidades que nossos clientes mais apreciam é a exclusividade." Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Carros de luxo europeus avançam em mercado da Coreia do SulA Coreia do Sul está se tornando um mercado importante para os fabricantes europeus de automóveis de luxo, agora que os ricos do país estão buscando se destacar em meio à multidão, comprando veículos importados de marcas como Audi, Mercedes-Benz e Maserati. O país continua a ser um dos poucos mercados dominados por montadoras locais, com a Hyundai Motor e sua afiliada Kia Motors respondendo por 70% do mercado nacional de automóveis. Mas os consumidores mais ricos cada vez mais buscam no exterior os seus carros. As vendas dos carros estrangeiros de luxo com preço superior a 100 milhões de won (US$ 86 mil ou cerca de R$ 309,6 mil) subiram em 52,5% em 2015, ante o ano anterior, para 22.844 unidades. A alta foi o dobro do crescimento geral dos veículos importados, de acordo com a Associação dos Importadores e Distribuidores de Automóveis da Coreia (Kaida). MAIOR É MELHOR A porcentagem de importados no segmento de carros de preço superior a US$ 100 mil também cresceu, de 7,7% em 2014 a 9,3% no ano passado. "A Coreia do Sul é um dos poucos mercados do planeta, excetuado o dos EUA, no qual as pessoas preferem veículos grandes, a despeito dos congestionamentos de trânsito e da superlotação dos estacionamentos, porque são vistos como um símbolo de status, disse Yoon Dae-sung, diretor executivo da Kaida. Poucos anos atrás, carros importados eram raridade na Coreia do Sul, já que os cidadãos optavam por veículos fabricados no país. Carros estrangeiros podiam ser alvo de vandalismo ou mesmo servir para colocar um contribuinte na malha fina. Mas as percepções mudaram abruptamente e as vendas decolaram desde os acordos de livre comércio com os Estados Unidos e a Europa, em 2011 e 2012, que reduziram abruptamente as tarifas de importação. A fatia de mercado dos veículos de passageiros importados atingiu 15,8%, e as pessoas na faixa dos 30 anos emergiram como os maiores compradores, respondendo por 38% do total de carros importados adquiridos. BENEFÍCIO FISCAL A alta nas vendas também foi empurrada pelos benefícios fiscais a veículos para uso no trabalho. Dados do setor mostram que 70% dos modelos mais caros de montadoras como Bentley, Porsche e Rolls-Royce são comprados em nome de empresas. "A Coreia do Sul se tornou um dos mercados mais importantes para as marcas de luxo, dado seu potencial de crescimento", disse Kevin Kang, vice-presidente de operações de uma concessionária que representa as marcas de luxo britânicas Aston Martin e McLaren, inaugurada no ano passado em Gangnam, bairro rico de Seul. Embora a Coreia do Sul seja o 11º maior mercado mundial de automóveis, ela está entre os quatro líderes na compra de modelos de luxo procurados, como o Audi A8 e o Mercedes-Benz Classe S. A Bentley Motors vendeu mais carros na Coreia do Sul do que no Japão, no ano passado, e as vendas da marca no país subiram em 20% sobre 2014, para 387 unidades. Em 2014, a concessionária da Bentley em Seul foi a maior vendedora mundial do modelo Flying Spur, cujo preço começa em US$ 250 mil; sua loja em Gangnam só ficou atrás da concessionária de Dubai, em faturamento. As vendas da divisão Maserati da Fiat Chrysler na Coreia do Sul cresceram em 900% nos dois últimos anos, para o recorde de 1.200 unidades em 2015. "O país não é mais o reino da Hyundai, porque os consumidores ricos, descontentes com as marcas locais, estão buscando marcas de luxo estrangeiras para ter diferenciação", disse Andy Bae, analista sênior do grupo de pesquisa automotiva IHS. A marca Maybach da Mercedes-Benz se provou especialmente popular junto aos sul-coreanos de altíssimo patrimônio, o que faz do país o segundo maior mercado da marca, atrás da China. A Maybach vendeu 949 unidades na Coreia do Sul no ano passado, desde seu lançamento local em abril, e as vendas do Mercedes Classe S dobraram para 9.587. A Coreia do Sul é o segundo mercado de mais rápido crescimento no planeta, atrás da China, entre os 20 maiores mercados da Mercedes-Benz, com média anual de crescimento de 25% a 30% nos quatro últimos anos. Os preços baixos do petróleo também vêm encorajando os consumidores a adquirir modelos mais sofisticados. Nem a queda na venda de importados nos dois primeiros meses deste ano, de 13%, desestimulou os fabricantes de carros de luxo, que lançaram novos modelos e estão expandindo suas redes de vendas no país. "A Coreia do Sul agora se tornou prioridade para a expansão de nossa rede de concessionárias", diz David Kim, diretor da Rolls-Royce, para a qual a Coreia do Sul representa o terceiro mercado na Ásia. "Mas não temos o desejo de entrar no mercado de modelos de luxo fabricados em massa. Uma das qualidades que nossos clientes mais apreciam é a exclusividade." Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Chegada de turistas estrangeiros no Brasil teve leve queda em 2015
O número de turistas estrangeiros que visitam o Brasil teve uma leve queda em 2015, em comparação a 2014 –quando a Copa do Mundo de Futebol ajudou a estabelecer o recorde de visitantes. Estiveram no país no ano passado 6.305.838 estrangeiros, segundo dados da Polícia Federal compilados no Anuário Estatístico de Turismo, divulgado nesta segunda-feira (25) pelo Ministério do Turismo. O número é 1,9% menor do que o registrado em 2014, quando o país superou, pela primeira vez, a marca de 6 milhões de turistas –foram 6,4 milhões de estrangeiros naquele ano, sendo pouco mais de 1 milhão apenas em junho, mês da Copa. O ano passado registrou, segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), o recorde de 1,18 bilhão de viagens internacionais. A expectativa para este ano no Brasil, segundo comunicado divulgado pelo ministério, é que a Olimpíada do Rio ajude na atração de visitantes. "O turismo será o grande legado dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos", disse o ministro Alessandro Teixeira, empossado na semana passada. "O revezamento da tocha, que percorrerá mais de 330 municípios brasileiros, será decisivo para consolidar os destinos turísticos nacionais para o mundo." As estatísticas brasileiras, diga-se, ainda que tenham se estabilizado na marca de 6 milhões de visitantes, estão longe das de outros polos turísticos mundiais. Nova York (EUA), por exemplo, recebeu, sozinha, 12,3 milhões de estrangeiros em 2015. A França, país mais visitado do mundo, recebe cerca de 85 milhões de turistas por ano. 'HERMANOS' O documento do Ministério do Turismo destacou os principais emissores de turistas para o Brasil. A Argentina, mais uma vez, lidera esse quesito: foram 2,079 milhões de argentinos no país em 2015. A região Sul registrou, durante o verão, uma invasão argentina como não se via há alguns anos. Depois dos "hermanos", em segundo lugar ficaram os americanos (575 mil) e, em terceiro, os chilenos (306 mil). Ainda que essas posições do ranking tenham se mantido, só a emissão de argentinos cresceu entre o "top 3" (em 2014 haviam sido 1,7 milhão de visitantes do país vizinho); o número de turistas dos EUA e do Chile foi menor no ano passado do que em 2014. Os meses de maior fluxo turístico em 2015 foram janeiro (com a chegada de 915 mil visitantes estrangeiros) e dezembro (784 mil), ápice do verão e das férias escolares no Brasil. Na sequência veio fevereiro (719 mil), mês do Carnaval. A maioria dos turistas estrangeiros chegou ao país de avião (4,32 milhões); como o maior aeroporto internacional brasileiro é o de Guarulhos, São Paulo foi a principal porta de entrada dos visitantes (2,2 milhões vieram pelo Estado, um recorde). Em seguida estão o Rio de Janeiro (1,37 milhão) e o Rio Grande do Sul (1,08 milhão). No Estado gaúcho, a via terrestre é a preferida dos turistas: responde por 89% das entradas no país. Segundo o ministério, o número é explicado pela proximidade com as fronteiras de países vizinhos –em especial, a Argentina.
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Chegada de turistas estrangeiros no Brasil teve leve queda em 2015O número de turistas estrangeiros que visitam o Brasil teve uma leve queda em 2015, em comparação a 2014 –quando a Copa do Mundo de Futebol ajudou a estabelecer o recorde de visitantes. Estiveram no país no ano passado 6.305.838 estrangeiros, segundo dados da Polícia Federal compilados no Anuário Estatístico de Turismo, divulgado nesta segunda-feira (25) pelo Ministério do Turismo. O número é 1,9% menor do que o registrado em 2014, quando o país superou, pela primeira vez, a marca de 6 milhões de turistas –foram 6,4 milhões de estrangeiros naquele ano, sendo pouco mais de 1 milhão apenas em junho, mês da Copa. O ano passado registrou, segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), o recorde de 1,18 bilhão de viagens internacionais. A expectativa para este ano no Brasil, segundo comunicado divulgado pelo ministério, é que a Olimpíada do Rio ajude na atração de visitantes. "O turismo será o grande legado dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos", disse o ministro Alessandro Teixeira, empossado na semana passada. "O revezamento da tocha, que percorrerá mais de 330 municípios brasileiros, será decisivo para consolidar os destinos turísticos nacionais para o mundo." As estatísticas brasileiras, diga-se, ainda que tenham se estabilizado na marca de 6 milhões de visitantes, estão longe das de outros polos turísticos mundiais. Nova York (EUA), por exemplo, recebeu, sozinha, 12,3 milhões de estrangeiros em 2015. A França, país mais visitado do mundo, recebe cerca de 85 milhões de turistas por ano. 'HERMANOS' O documento do Ministério do Turismo destacou os principais emissores de turistas para o Brasil. A Argentina, mais uma vez, lidera esse quesito: foram 2,079 milhões de argentinos no país em 2015. A região Sul registrou, durante o verão, uma invasão argentina como não se via há alguns anos. Depois dos "hermanos", em segundo lugar ficaram os americanos (575 mil) e, em terceiro, os chilenos (306 mil). Ainda que essas posições do ranking tenham se mantido, só a emissão de argentinos cresceu entre o "top 3" (em 2014 haviam sido 1,7 milhão de visitantes do país vizinho); o número de turistas dos EUA e do Chile foi menor no ano passado do que em 2014. Os meses de maior fluxo turístico em 2015 foram janeiro (com a chegada de 915 mil visitantes estrangeiros) e dezembro (784 mil), ápice do verão e das férias escolares no Brasil. Na sequência veio fevereiro (719 mil), mês do Carnaval. A maioria dos turistas estrangeiros chegou ao país de avião (4,32 milhões); como o maior aeroporto internacional brasileiro é o de Guarulhos, São Paulo foi a principal porta de entrada dos visitantes (2,2 milhões vieram pelo Estado, um recorde). Em seguida estão o Rio de Janeiro (1,37 milhão) e o Rio Grande do Sul (1,08 milhão). No Estado gaúcho, a via terrestre é a preferida dos turistas: responde por 89% das entradas no país. Segundo o ministério, o número é explicado pela proximidade com as fronteiras de países vizinhos –em especial, a Argentina.
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Yoel Barnea: Combate ao antissemitismo
Neste mês, 800 delegados de mais de 51 países viajaram a Israel para discutir o eclipse que turvou as ruas da Europa em intensidade crescente nos últimos tempos. O 5º Fórum Global de Combate ao Antissemitismo se reuniu entre os dias 12 e 14 em Jerusalém para discutir a renovada ameaça para as comunidades judaicas e indivíduos ao redor do mundo, uma ameaça que esperávamos pertencer exclusivamente ao passado. Na mesma semana que a Europa celebrava o septuagésimo aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, esses delegados interessados tentaram entender –nos debates na capital de Israel– como o voto de sete décadas atrás de "nunca mais" foi esquecido por tantos. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, no seu discurso de abertura do fórum, fez a mesma pergunta, ressaltando que depois do fim dessa Guerra e a revelação dos horrores do Holocausto, muitos acreditaram que a humanidade iria se desfazer de um dos ódios mais antigos existentes, o antissemitismo. O antissemitismo de hoje não se limita a setores do islã militante nem a alguns elementos xenofóbicos marginais da sociedade europeia. Ele está mascarado no chamado pensamento progressista do Ocidente. Alguns que se consideram campeões da tolerância transformam-se em intolerantes natos quando se trata de judeus e o Estado judeu. O antissemitismo clássico representava os judeus como a personificação do mal. O antissemita moderno retrata o Estado judeu como a personificação do mal. Esse Estado é tratado hoje no âmbito internacional da mesma maneira que os judeus foram tratados pelas nações ao longo de muitas gerações. E, é claro, não somos perfeitos e há muito que pode e deve ser melhorado no Estado de Israel. Mas construímos uma sociedade magnífica, que contribui à comunidade internacional com seus logros e experiências. Como é possível que Israel seja caluniado e difamado como nenhum outro país o foi? Provavelmente porque hábitos, costumes e vícios morrem com muita dificuldade. Recentemente, houve um aumento considerável da violência contra indivíduos judeus, comunidades, instituições, escolas e sinagogas na Europa e em outros continentes. Judeus foram submetidos a terríveis discursos de ódio e a ataques físicos enquanto suas sinagogas e cemitérios eram profanados. Do lado positivo, o ano de 2014 testemunhou muitos líderes mundiais se manifestando para denunciar esse crescimento, incluindo fortes condenações de antissemitismo emitido por chefes de Estado e por Ministros das Relações Exteriores da Itália, França e Alemanha. Uma das principais mensagens que o Fórum Global de Combate ao Antissemitismo espera transmitir é que essa forma de ódio não é um problema apenas para o povo judeu. Onde quer que o antissemitismo seja permitido, as violações à liberdade de expressão e dos direitos básicos de outras minorias –das mulheres, dos ciganos, de minorias étnicas e da comunidade LGBT– seguirão ocorrendo. No final, até mesmo o direito de viver livre do medo, da intolerância na direção de qualquer um com uma opinião diferente, aparência ou crença, será colocado em dúvida. YOEL BARNEA é cônsul-geral de Israel em São Paulo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Yoel Barnea: Combate ao antissemitismoNeste mês, 800 delegados de mais de 51 países viajaram a Israel para discutir o eclipse que turvou as ruas da Europa em intensidade crescente nos últimos tempos. O 5º Fórum Global de Combate ao Antissemitismo se reuniu entre os dias 12 e 14 em Jerusalém para discutir a renovada ameaça para as comunidades judaicas e indivíduos ao redor do mundo, uma ameaça que esperávamos pertencer exclusivamente ao passado. Na mesma semana que a Europa celebrava o septuagésimo aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, esses delegados interessados tentaram entender –nos debates na capital de Israel– como o voto de sete décadas atrás de "nunca mais" foi esquecido por tantos. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, no seu discurso de abertura do fórum, fez a mesma pergunta, ressaltando que depois do fim dessa Guerra e a revelação dos horrores do Holocausto, muitos acreditaram que a humanidade iria se desfazer de um dos ódios mais antigos existentes, o antissemitismo. O antissemitismo de hoje não se limita a setores do islã militante nem a alguns elementos xenofóbicos marginais da sociedade europeia. Ele está mascarado no chamado pensamento progressista do Ocidente. Alguns que se consideram campeões da tolerância transformam-se em intolerantes natos quando se trata de judeus e o Estado judeu. O antissemitismo clássico representava os judeus como a personificação do mal. O antissemita moderno retrata o Estado judeu como a personificação do mal. Esse Estado é tratado hoje no âmbito internacional da mesma maneira que os judeus foram tratados pelas nações ao longo de muitas gerações. E, é claro, não somos perfeitos e há muito que pode e deve ser melhorado no Estado de Israel. Mas construímos uma sociedade magnífica, que contribui à comunidade internacional com seus logros e experiências. Como é possível que Israel seja caluniado e difamado como nenhum outro país o foi? Provavelmente porque hábitos, costumes e vícios morrem com muita dificuldade. Recentemente, houve um aumento considerável da violência contra indivíduos judeus, comunidades, instituições, escolas e sinagogas na Europa e em outros continentes. Judeus foram submetidos a terríveis discursos de ódio e a ataques físicos enquanto suas sinagogas e cemitérios eram profanados. Do lado positivo, o ano de 2014 testemunhou muitos líderes mundiais se manifestando para denunciar esse crescimento, incluindo fortes condenações de antissemitismo emitido por chefes de Estado e por Ministros das Relações Exteriores da Itália, França e Alemanha. Uma das principais mensagens que o Fórum Global de Combate ao Antissemitismo espera transmitir é que essa forma de ódio não é um problema apenas para o povo judeu. Onde quer que o antissemitismo seja permitido, as violações à liberdade de expressão e dos direitos básicos de outras minorias –das mulheres, dos ciganos, de minorias étnicas e da comunidade LGBT– seguirão ocorrendo. No final, até mesmo o direito de viver livre do medo, da intolerância na direção de qualquer um com uma opinião diferente, aparência ou crença, será colocado em dúvida. YOEL BARNEA é cônsul-geral de Israel em São Paulo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Número de travestis e transexuais inscritos no Enem 2015 quase triplica
O número de transexuais e travestis que farão o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) este ano quase triplicou em relação ao ano passado. Em 2015, 278 solicitaram o uso do nome social nos dias do exame, de acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Em 2014, foram feitos 102 pedidos. O nome social passou a ser adotado oficialmente na aplicação do exame no ano passado, mas era preciso solicitar o uso por telefone. Neste ano, o pedido foi feito pela internet. Nos dias do exame, os transexuais deverão ser tratados pelo nome com o qual se identificam e não pelo nome que consta no documento de identidade. Além disso, usarão o banheiro do gênero com o qual se identificam. "Eu acho que os números por si só já mostram que quando se instrumentaliza, quando se atende uma solicitação que a gente faz há tempo, isso repercute de alguma forma", diz a vice-presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais Keila Simpson. Segundo Keila, a segurança de que serão tratadas pelo nome social faz com que muitas pessoas se sintam mais tranquilas para se inscrever e fazer o Enem. A produtora de TV Bárbara Alves, 25, é uma das que fizeram a solicitação do uso do nome social. "O nome social é a sua identidade e quando não há garantia [de ser tratada assim], a pessoa se sente num ambiente hostil. O nome social respeita essa pessoa que tem o direito de ser tratada assim", diz. Bárbara quer usar o Enem para ingressar no ensino superior. "Quero usar o Enem para mudar a minha realidade". De acordo com o Inep, São Paulo é o Estado que lidera as solicitações, foram 89. Em seguida está o Rio de Janeiro (33), Minas Gerais (29), o Paraná (22), a Bahia (18), Pernambuco e o Rio Grande do Sul, ambos com 12. Os demais tiveram menos de dez solicitações. Roraima, Acre e Amapá não registraram pedidos. O Enem deste ano será realizado nos dias 24 e 25 de outubro. As provas serão aplicadas em todos os Estados e no Distrito Federal. Ao todo, mais de 7,7 milhões de candidatos confirmaram a inscrição.
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Número de travestis e transexuais inscritos no Enem 2015 quase triplicaO número de transexuais e travestis que farão o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) este ano quase triplicou em relação ao ano passado. Em 2015, 278 solicitaram o uso do nome social nos dias do exame, de acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Em 2014, foram feitos 102 pedidos. O nome social passou a ser adotado oficialmente na aplicação do exame no ano passado, mas era preciso solicitar o uso por telefone. Neste ano, o pedido foi feito pela internet. Nos dias do exame, os transexuais deverão ser tratados pelo nome com o qual se identificam e não pelo nome que consta no documento de identidade. Além disso, usarão o banheiro do gênero com o qual se identificam. "Eu acho que os números por si só já mostram que quando se instrumentaliza, quando se atende uma solicitação que a gente faz há tempo, isso repercute de alguma forma", diz a vice-presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais Keila Simpson. Segundo Keila, a segurança de que serão tratadas pelo nome social faz com que muitas pessoas se sintam mais tranquilas para se inscrever e fazer o Enem. A produtora de TV Bárbara Alves, 25, é uma das que fizeram a solicitação do uso do nome social. "O nome social é a sua identidade e quando não há garantia [de ser tratada assim], a pessoa se sente num ambiente hostil. O nome social respeita essa pessoa que tem o direito de ser tratada assim", diz. Bárbara quer usar o Enem para ingressar no ensino superior. "Quero usar o Enem para mudar a minha realidade". De acordo com o Inep, São Paulo é o Estado que lidera as solicitações, foram 89. Em seguida está o Rio de Janeiro (33), Minas Gerais (29), o Paraná (22), a Bahia (18), Pernambuco e o Rio Grande do Sul, ambos com 12. Os demais tiveram menos de dez solicitações. Roraima, Acre e Amapá não registraram pedidos. O Enem deste ano será realizado nos dias 24 e 25 de outubro. As provas serão aplicadas em todos os Estados e no Distrito Federal. Ao todo, mais de 7,7 milhões de candidatos confirmaram a inscrição.
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Bancos estariam subestimando inadimplência, diz agência de risco
Os bancos brasileiros podem estar subestimando a inadimplência com o aumento da reestruturações dos empréstimos, segundo a agência de risco Moody's. O aumento da cobertura de provisões pelas instituições financeiras também foi alvo de ressalvas da agência. Segundo a Moody's, a reestruturação de empréstimos subiu 37% em 2015 na comparação com 2014. O aumento foi impulsionado por um crescimento tanto da inadimplência total quanto da pré-inadimplência (com atrasos hoje inferior a 90 dias) em diferentes classes de empréstimos. Isso levou os principais bancos do país a mudarem os termos de seus empréstimos. "Embora o risco de ativos dos bancos pareça administrável com base nas taxas de inadimplência publicadas, a perspectiva é mais complicada quando se leva em consideração o elevado montante de empréstimos reestruturados", afirmou o analista da Moody's Farooq Khan. "O aumento das reestruturações pode mascarar o crescimento da inadimplência e também aponta para um declínio da cobertura com provisões." A Moody's ressaltou que, quando se leva em consideração os números divulgados, o aumento da reestruturação de empréstimos nos bancos levaria a uma elevação de 1,8 ponto percentual no índice de inadimplência de mais de 90 dias em dezembro de 2015 e apontaria para um declínio de 0,6 ponto percentual na cobertura com provisões no mesmo período. A agência também espera um PIB negativo para este ano, o que pode aumentar o calote. Especialistas consultados pela reportagem, no entanto, não acreditam que a inadimplência no país esteja subestimada. O economista da consultoria Lopes Filho João Augusto Salles disse que o movimento feito pelos bancos é uma prática comum e necessária para evitar a "quebradeira" geral das empresas. "Agora, renegociar os empréstimos é bom para os bancos? Não. Mas, é melhor que uma inadimplência sem controle", disse Salles. O analista da Austin Asis Luiz Miguel Santacreu disse que, é preciso avaliar, a cada trimestre, a evolução da inadimplência, do provisionamento e as renegociações, para se ter a correta dimensão do tamanho do calote no país. "Se não ocorressem as renegociações de dívidas, a inadimplência poderia estar pior. Os bancos já provisionaram recursos além do previsto pelo Banco Central para mitigar o risco", afirmou.
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Bancos estariam subestimando inadimplência, diz agência de riscoOs bancos brasileiros podem estar subestimando a inadimplência com o aumento da reestruturações dos empréstimos, segundo a agência de risco Moody's. O aumento da cobertura de provisões pelas instituições financeiras também foi alvo de ressalvas da agência. Segundo a Moody's, a reestruturação de empréstimos subiu 37% em 2015 na comparação com 2014. O aumento foi impulsionado por um crescimento tanto da inadimplência total quanto da pré-inadimplência (com atrasos hoje inferior a 90 dias) em diferentes classes de empréstimos. Isso levou os principais bancos do país a mudarem os termos de seus empréstimos. "Embora o risco de ativos dos bancos pareça administrável com base nas taxas de inadimplência publicadas, a perspectiva é mais complicada quando se leva em consideração o elevado montante de empréstimos reestruturados", afirmou o analista da Moody's Farooq Khan. "O aumento das reestruturações pode mascarar o crescimento da inadimplência e também aponta para um declínio da cobertura com provisões." A Moody's ressaltou que, quando se leva em consideração os números divulgados, o aumento da reestruturação de empréstimos nos bancos levaria a uma elevação de 1,8 ponto percentual no índice de inadimplência de mais de 90 dias em dezembro de 2015 e apontaria para um declínio de 0,6 ponto percentual na cobertura com provisões no mesmo período. A agência também espera um PIB negativo para este ano, o que pode aumentar o calote. Especialistas consultados pela reportagem, no entanto, não acreditam que a inadimplência no país esteja subestimada. O economista da consultoria Lopes Filho João Augusto Salles disse que o movimento feito pelos bancos é uma prática comum e necessária para evitar a "quebradeira" geral das empresas. "Agora, renegociar os empréstimos é bom para os bancos? Não. Mas, é melhor que uma inadimplência sem controle", disse Salles. O analista da Austin Asis Luiz Miguel Santacreu disse que, é preciso avaliar, a cada trimestre, a evolução da inadimplência, do provisionamento e as renegociações, para se ter a correta dimensão do tamanho do calote no país. "Se não ocorressem as renegociações de dívidas, a inadimplência poderia estar pior. Os bancos já provisionaram recursos além do previsto pelo Banco Central para mitigar o risco", afirmou.
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Michel Temer recusa pedido de Dilma para ajudar na recriação da CPMF
Comunicada de que havia irritado o vice-presidente ao deixá-lo de fora das tratativas sobre a recriação da CPMF, a presidente Dilma Rousseff telefonou nesta quinta-feira (27) para Michel Temer e pediu ajuda para defender a volta do imposto. O vice, porém, criticou a proposta, disse que haveria muita resistência no Congresso e que não poderia fazer nada para levar a ideia adiante. Segundo a Folha apurou, a conversa foi bastante dura e classificada por aliados como "o primeiro embate direto" entre Dilma e Temer. Até agora, os dois mantinham uma relação distante, mas cordial. A discussão sobre a volta do tributo sobre transações financeiras, extinto em 2007 e agora visto pela equipe econômica do governo como essencial para equilibrar as contas públicas, pegou Temer de surpresa. Em viagem a São Paulo, o vice afirmou na manhã de quinta (27) que o tema era só "um burburinho", sem saber que Dilma estava reunida no Palácio da Alvorada com os ministros de sua equipe econômica e Arthur Chioro (Saúde) para discutir a real viabilidade de recriar o imposto. A reação dos peemedebistas ligados ao vice foi imediata. Deputados e senadores afirmam que se o PMDB precisava de algo concreto para se afastar do governo encontrou: a CPMF. Segundo a assessoria do vice-presidente, porém, Temer nega que não vá colaborar com o governo. Durante a conversa, o vice fez uma avaliação das dificuldades que a matéria enfrentará no Congresso Nacional e deu sugestões que a presidente acatou e vai tentar colocar em prática para tentar diminuir essas resistências. Em nenhum momento houve, diz a assessoria, houve um embate ou discussão entre os dois. SUSTO A repercussão negativa do principal aliado, além de políticos e empresários que se opõem à recriação do tributo, assustou integrantes do governo. No Palácio do Planalto há quem defenda enviar a recriação da CPMF ao Congresso na segunda-feira (31), junto com a proposta Orçamentária para 2016. Ministros do núcleo político do governo, no entanto, ainda tentam dissuadir a equipe econômica. O martelo será batido até domingo (30). Na noite desta terça, Temer se reuniu com empresários em jantar na Fiesp e disse que quer ser o "advogado" do setor produtivo na superação da crise. Durante o encontro, ouviu críticas ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e, segundo relatos, não fez nenhum defesa enfática da presidente. Nesta sexta (28), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ironizou a proposta do governo : "Acho que o governo pode unir o PMDB novamente com a nova CPMF. Todos contra: eu, Michel Temer e Renan Calheiros [presidente do Senado]".
poder
Michel Temer recusa pedido de Dilma para ajudar na recriação da CPMFComunicada de que havia irritado o vice-presidente ao deixá-lo de fora das tratativas sobre a recriação da CPMF, a presidente Dilma Rousseff telefonou nesta quinta-feira (27) para Michel Temer e pediu ajuda para defender a volta do imposto. O vice, porém, criticou a proposta, disse que haveria muita resistência no Congresso e que não poderia fazer nada para levar a ideia adiante. Segundo a Folha apurou, a conversa foi bastante dura e classificada por aliados como "o primeiro embate direto" entre Dilma e Temer. Até agora, os dois mantinham uma relação distante, mas cordial. A discussão sobre a volta do tributo sobre transações financeiras, extinto em 2007 e agora visto pela equipe econômica do governo como essencial para equilibrar as contas públicas, pegou Temer de surpresa. Em viagem a São Paulo, o vice afirmou na manhã de quinta (27) que o tema era só "um burburinho", sem saber que Dilma estava reunida no Palácio da Alvorada com os ministros de sua equipe econômica e Arthur Chioro (Saúde) para discutir a real viabilidade de recriar o imposto. A reação dos peemedebistas ligados ao vice foi imediata. Deputados e senadores afirmam que se o PMDB precisava de algo concreto para se afastar do governo encontrou: a CPMF. Segundo a assessoria do vice-presidente, porém, Temer nega que não vá colaborar com o governo. Durante a conversa, o vice fez uma avaliação das dificuldades que a matéria enfrentará no Congresso Nacional e deu sugestões que a presidente acatou e vai tentar colocar em prática para tentar diminuir essas resistências. Em nenhum momento houve, diz a assessoria, houve um embate ou discussão entre os dois. SUSTO A repercussão negativa do principal aliado, além de políticos e empresários que se opõem à recriação do tributo, assustou integrantes do governo. No Palácio do Planalto há quem defenda enviar a recriação da CPMF ao Congresso na segunda-feira (31), junto com a proposta Orçamentária para 2016. Ministros do núcleo político do governo, no entanto, ainda tentam dissuadir a equipe econômica. O martelo será batido até domingo (30). Na noite desta terça, Temer se reuniu com empresários em jantar na Fiesp e disse que quer ser o "advogado" do setor produtivo na superação da crise. Durante o encontro, ouviu críticas ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e, segundo relatos, não fez nenhum defesa enfática da presidente. Nesta sexta (28), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ironizou a proposta do governo : "Acho que o governo pode unir o PMDB novamente com a nova CPMF. Todos contra: eu, Michel Temer e Renan Calheiros [presidente do Senado]".
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Oposição convoca plebiscito contra Maduro para dia 16, diz jornal
A oposição da Venezuela deve realizar no dia 16 de julho um plebiscito contra o presidente, Nicolás Maduro, a convocação da Assembleia Constituinte e o papel das forças armadas do país, de acordo com cronograma do partido de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD) obtido pelo jornal "El Nacional". A consulta popular, que não contaria com o aval do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), será duas semanas antes da eleição da Assembleia Constituinte. Os líderes da oposição planejam se reunir em um teatro em Caracas para fazer o anúncio que, embora não tenha caráter obrigatório, serviria como um termômetro para "mostrar que o país não quer essa Constituinte grotesca", acrescentou. De acordo com o jornal, o MUD convocou para o evento figuras públicas que são críticas ao governo Maduro, como a procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz. Foram convidados também ex-ministros chavistas, juízes, militares aposentados e outros dissidentes. O presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, não deu mais detalhes sobre o plebiscito e disse que técnico eleitoral do MUD, Roberto Picón, avaliava uma consulta para o país e por este motivo foi alvo de um sequestro realizado pelo Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional). A Constituição venezuelana permite a convocação de um plebiscito desde que seja por iniciativa do presidente, da maioria do Parlamento ou de pelo menos 10% de eleitores inscritos no Registro Eleitoral do país. CRISE Maduro enfrenta desde 1º de abril uma onda de protestos exigindo sua saída e que já deixou cerca de 80 mortos. Os protestos exigem a realização de eleições gerais. Na semana passada, o presidente venezuelano disse que um helicóptero da polícia lançou quatro granadas contra a sede do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) e disparou 15 tiros contra o Ministério do Interior e Justiça, ambos em Caracas. O mandatário classificou o episódio de "ataque terrorista".
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Oposição convoca plebiscito contra Maduro para dia 16, diz jornalA oposição da Venezuela deve realizar no dia 16 de julho um plebiscito contra o presidente, Nicolás Maduro, a convocação da Assembleia Constituinte e o papel das forças armadas do país, de acordo com cronograma do partido de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD) obtido pelo jornal "El Nacional". A consulta popular, que não contaria com o aval do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), será duas semanas antes da eleição da Assembleia Constituinte. Os líderes da oposição planejam se reunir em um teatro em Caracas para fazer o anúncio que, embora não tenha caráter obrigatório, serviria como um termômetro para "mostrar que o país não quer essa Constituinte grotesca", acrescentou. De acordo com o jornal, o MUD convocou para o evento figuras públicas que são críticas ao governo Maduro, como a procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz. Foram convidados também ex-ministros chavistas, juízes, militares aposentados e outros dissidentes. O presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, não deu mais detalhes sobre o plebiscito e disse que técnico eleitoral do MUD, Roberto Picón, avaliava uma consulta para o país e por este motivo foi alvo de um sequestro realizado pelo Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional). A Constituição venezuelana permite a convocação de um plebiscito desde que seja por iniciativa do presidente, da maioria do Parlamento ou de pelo menos 10% de eleitores inscritos no Registro Eleitoral do país. CRISE Maduro enfrenta desde 1º de abril uma onda de protestos exigindo sua saída e que já deixou cerca de 80 mortos. Os protestos exigem a realização de eleições gerais. Na semana passada, o presidente venezuelano disse que um helicóptero da polícia lançou quatro granadas contra a sede do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) e disparou 15 tiros contra o Ministério do Interior e Justiça, ambos em Caracas. O mandatário classificou o episódio de "ataque terrorista".
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Protesto entrega o que promete e 'saída Lula' paira sobre Dilma
O megaprotesto deste domingo (13) contra o governo Dilma Rousseff e o PT está entregando tudo o que prometeu: dimensões superiores às do primeiro ato do gênero em 2015, de que decorrem o previsível discurso de que "agora vai" entre os apoiadores do impeachment e a redução da já quase inexistente margem de manobra para o Planalto na crise. Como numa versão vida real dos debates de Facebook, em que todos têm razão e excluem os divergentes, para os governistas há consolações ilusórias nas imagem das ruas: o protesto ainda parece ser uma expressão de classe média, os "loiros de olhos azuis" tão ao gosto da demonização petista. Na semana passada, um desolado governista ponderava que "só iria se preocupar quando começassem os saques na Baixada Fluminense", resgatando uma imagem de caos social decorrente de crise econômica que apavora palacianos. Na realidade, não é preciso chegar a tanto, até porque a crise já vem atingindo em cheio os orçamentos da enorme classe média. Mas ela se aproxima, via desemprego, das camadas menos favorecidas. As dimensões gigantescas do ato legitimam o discurso daqueles que, nas palavras dos "profissionais" do PMDB e do PSDB reunidos em torno da bruxaria do "semi" (parlamentarismo ou presidencialismo, ao gosto do freguês), consideram que o tempo acabou para Dilma. Não que seja um caminho suave. Para ressuscitar, o processo de impeachment ainda precisa de decisões do Supremo Tribunal Federal na próxima quarta-feira (16) e terá, à sua frente, o contestado presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Mais: são precisos, ao fim da discussão em comissão especial, 342 votos de deputados para a abertura do processo e consequente afastamento temporário de Dilma. É muita coisa, mas a sinalização dada pelo PMDB em sua convenção de sábado (12) de estar com meio corpo fora do governo é eloquente o suficiente do clima. Além disso, o pós-Dilma é naturalmente incerto. Há a questão da Lava Jato, que tem munição de sobra não só contra o PT, mas também contra o mesmo PMDB que se vende como fiador de qualquer transição, isso para não falar citações aqui e ali a gente da oposição. Um acordão mais conservador, ao estilo "centrão" que predomina na política brasileira, nunca foi tão difícil. Para a oposição, o mundo ideal é o de eleição após uma cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE, o que surge como possibilidade cada vez mais forte com os dados que vão transparecendo de delações premiadas de empreiteiros, mas esse é um processo mais longo —e o sentido de urgência tem pautado as conversas em Brasília. O cálculo para o futuro do governo passa por Luiz Inácio Lula da Silva, acuado como nunca em frentes judiciais-policiais e, ainda que bastante popular, experimentando seu pior momento em termos de imagem pública desde a apoteose do segundo mandato (2007-2010). O mesmo político governista supracitado considerava que "a periferia está com Lula e, por extensão, com o governo". Se está, não é claro. Os atos em apoio ao petista têm tido caráter cada vez mais de nicho, radicalizado e ligado a burocracias sindicais. Para Dilma e Lula, repousa na mesa a carta da entrada do petista no governo, provavelmente a Casa Civil, caso não venha a ser preso em alguma das investigações em curso contra si. Os contras da operação são óbvios. A admissão virtual de culpa e busca de um foro privilegiado que, na verdade, não tem nada de favorável como pode parecer. Trazer mais um investigado para se transformar em fiador final do governo. A imagem pública de renúncia branca de Dilma, até porque seria certa uma mudança mais radical e potencialmente desastrosa na área econômica. Mas as "ruas", fetichizadas como são desde o processo que derrubou Fernando Collor em 1992, deixaram quase só essa saída para a presidente. Não há dinheiro para bondades como as que ajudaram Lula a sobreviver a crise do mensalão em 2005-6, não há credibilidade para soluções que dependam do Congresso e a etapa da "reforma ministerial salvadora" ocorreu sem sucesso em outubro passado. Se há fôlego ou necessidade para que a mobilização se torne ao menos periódica, essa é uma variável ainda a definir. A sombra da "saída Lula", por fim e não por último, pode catalisar de vez o barulho das ruas.
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Protesto entrega o que promete e 'saída Lula' paira sobre DilmaO megaprotesto deste domingo (13) contra o governo Dilma Rousseff e o PT está entregando tudo o que prometeu: dimensões superiores às do primeiro ato do gênero em 2015, de que decorrem o previsível discurso de que "agora vai" entre os apoiadores do impeachment e a redução da já quase inexistente margem de manobra para o Planalto na crise. Como numa versão vida real dos debates de Facebook, em que todos têm razão e excluem os divergentes, para os governistas há consolações ilusórias nas imagem das ruas: o protesto ainda parece ser uma expressão de classe média, os "loiros de olhos azuis" tão ao gosto da demonização petista. Na semana passada, um desolado governista ponderava que "só iria se preocupar quando começassem os saques na Baixada Fluminense", resgatando uma imagem de caos social decorrente de crise econômica que apavora palacianos. Na realidade, não é preciso chegar a tanto, até porque a crise já vem atingindo em cheio os orçamentos da enorme classe média. Mas ela se aproxima, via desemprego, das camadas menos favorecidas. As dimensões gigantescas do ato legitimam o discurso daqueles que, nas palavras dos "profissionais" do PMDB e do PSDB reunidos em torno da bruxaria do "semi" (parlamentarismo ou presidencialismo, ao gosto do freguês), consideram que o tempo acabou para Dilma. Não que seja um caminho suave. Para ressuscitar, o processo de impeachment ainda precisa de decisões do Supremo Tribunal Federal na próxima quarta-feira (16) e terá, à sua frente, o contestado presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Mais: são precisos, ao fim da discussão em comissão especial, 342 votos de deputados para a abertura do processo e consequente afastamento temporário de Dilma. É muita coisa, mas a sinalização dada pelo PMDB em sua convenção de sábado (12) de estar com meio corpo fora do governo é eloquente o suficiente do clima. Além disso, o pós-Dilma é naturalmente incerto. Há a questão da Lava Jato, que tem munição de sobra não só contra o PT, mas também contra o mesmo PMDB que se vende como fiador de qualquer transição, isso para não falar citações aqui e ali a gente da oposição. Um acordão mais conservador, ao estilo "centrão" que predomina na política brasileira, nunca foi tão difícil. Para a oposição, o mundo ideal é o de eleição após uma cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE, o que surge como possibilidade cada vez mais forte com os dados que vão transparecendo de delações premiadas de empreiteiros, mas esse é um processo mais longo —e o sentido de urgência tem pautado as conversas em Brasília. O cálculo para o futuro do governo passa por Luiz Inácio Lula da Silva, acuado como nunca em frentes judiciais-policiais e, ainda que bastante popular, experimentando seu pior momento em termos de imagem pública desde a apoteose do segundo mandato (2007-2010). O mesmo político governista supracitado considerava que "a periferia está com Lula e, por extensão, com o governo". Se está, não é claro. Os atos em apoio ao petista têm tido caráter cada vez mais de nicho, radicalizado e ligado a burocracias sindicais. Para Dilma e Lula, repousa na mesa a carta da entrada do petista no governo, provavelmente a Casa Civil, caso não venha a ser preso em alguma das investigações em curso contra si. Os contras da operação são óbvios. A admissão virtual de culpa e busca de um foro privilegiado que, na verdade, não tem nada de favorável como pode parecer. Trazer mais um investigado para se transformar em fiador final do governo. A imagem pública de renúncia branca de Dilma, até porque seria certa uma mudança mais radical e potencialmente desastrosa na área econômica. Mas as "ruas", fetichizadas como são desde o processo que derrubou Fernando Collor em 1992, deixaram quase só essa saída para a presidente. Não há dinheiro para bondades como as que ajudaram Lula a sobreviver a crise do mensalão em 2005-6, não há credibilidade para soluções que dependam do Congresso e a etapa da "reforma ministerial salvadora" ocorreu sem sucesso em outubro passado. Se há fôlego ou necessidade para que a mobilização se torne ao menos periódica, essa é uma variável ainda a definir. A sombra da "saída Lula", por fim e não por último, pode catalisar de vez o barulho das ruas.
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Produtor tem opção de mais soja transgênica no mercado
Os produtores de soja contarão, a partir desta safra 2016/17, com uma nova opção de soja transgênica. Espremidos por custos e perdas de produtividade nos últimos anos, devido ao avanço de ervas daninhas cada vez mais resistentes nas lavouras brasileiras, eles terão a possibilidade de diversificar as variedades de soja utilizadas no plantio. É o que promete a Bayer, que coloca no mercado uma nova tecnologia, chamada de LibertyLink. No mercado de sementes de soja desde 2010, a empresa vem comprando bancos de germoplasma (material genético das sementes), em várias regiões do país. O resultado, agora, é a colocação de 11 variedades desse tipo de soja, adaptadas às várias regiões produtoras da oleaginosa no país. Com presença na produção de sementes convencionais e agora transgênicas, a empresa terá pelo menos 30 variedades à disposição dos produtores brasileiros. Todos esses produtos estão sob o chapéu da Credenz, a primeira marca global de sementes de soja da empresa. A Bayer entra em um mercado que já era ocupado por outras gigantes no setor. A Monsanto, pioneira nesse mercado, e a Basf, em parceira com a Embrapa, que chegou ao mercado no ano passado. Outra gigante do setor, a Dow AgroSciences, já teve sua soja, a Enlist E3, aprovada pelos órgãos competentes no Brasil, mas aguarda a aprovação das tecnologias para o controle de lagartas. A empresa ainda não tem uma data para a colocação comercial da sua soja ao mercado. CONTROLE DE ERVAS Essa nova tecnologia da Bayer permite o uso do herbicida Liberty no pós-emergência das plantas e tem como objetivo o controle das plantas daninhas, que competem por espaço, luz, água e nutrientes com a soja. Um dos diferenciais dessa nova tecnologia é a possibilidade de os produtores fazerem rotação de culturas de soja modificadas. A diversificação de tecnologias inibe a proliferação e a resistência de ervas daninhas no campo, segundo Eduardo Mazzieri, diretor da unidade de sementes da Bayer no Brasil. A utilização constante da mesma tecnologia para o combate das ervas daninhas permite uma resistência delas e perda de produtividade. Mazzieri diz que o objetivo da empresa é levar genética adaptada e soluções disponíveis às diversas regiões produtoras do país. Na avaliação dele, uma nova tecnologia como essa é importante para a sojicultura brasileira porque a agricultura moderna e tropical necessita de ferramentas diversas. "Se usar sempre a mesma, as plantas daninhas se tornam resistentes e de difícil controle." Além disso, a diversidade de tecnologias para os produtores dá um prolongamento da vida das mesmas, acrescenta. PREÇO A Bayer não informou qual o investimento nessa nova tecnologia. Quanto ao preço a ser pago pelo produtor, a empresa diz que essa nova soja tem de ser atrativa e o produtor enxergar valor nela. O valor está baseado na opção de mais uma alternativa dele de produção, que pode controlar mais as ervas daninhas, ter maior adaptabilidade do germoplasma nas diversas regiões do país e, consequentemente, obter maior produtividade. A avaliação desse preço virá do produtor, segundo Mazzieri. "Em uma agricultura tropical, sob pressão e com aparecimento de plantas daninhas de difícil controle, estamos trazendo para o mercado uma alternativa para ajudar o produtor", diz ele. "O importante não é só levar um pacote pronto, mas dar informações e deixar o produtor tomar suas decisões sobre a melhor tecnologia", diz Mazzieri. A tecnologia LibertyLink da soja não terá cobrança de royalties. A tecnologia é da Bayer, mas não está mais sob proteção intelectual. A patente expirou.
colunas
Produtor tem opção de mais soja transgênica no mercadoOs produtores de soja contarão, a partir desta safra 2016/17, com uma nova opção de soja transgênica. Espremidos por custos e perdas de produtividade nos últimos anos, devido ao avanço de ervas daninhas cada vez mais resistentes nas lavouras brasileiras, eles terão a possibilidade de diversificar as variedades de soja utilizadas no plantio. É o que promete a Bayer, que coloca no mercado uma nova tecnologia, chamada de LibertyLink. No mercado de sementes de soja desde 2010, a empresa vem comprando bancos de germoplasma (material genético das sementes), em várias regiões do país. O resultado, agora, é a colocação de 11 variedades desse tipo de soja, adaptadas às várias regiões produtoras da oleaginosa no país. Com presença na produção de sementes convencionais e agora transgênicas, a empresa terá pelo menos 30 variedades à disposição dos produtores brasileiros. Todos esses produtos estão sob o chapéu da Credenz, a primeira marca global de sementes de soja da empresa. A Bayer entra em um mercado que já era ocupado por outras gigantes no setor. A Monsanto, pioneira nesse mercado, e a Basf, em parceira com a Embrapa, que chegou ao mercado no ano passado. Outra gigante do setor, a Dow AgroSciences, já teve sua soja, a Enlist E3, aprovada pelos órgãos competentes no Brasil, mas aguarda a aprovação das tecnologias para o controle de lagartas. A empresa ainda não tem uma data para a colocação comercial da sua soja ao mercado. CONTROLE DE ERVAS Essa nova tecnologia da Bayer permite o uso do herbicida Liberty no pós-emergência das plantas e tem como objetivo o controle das plantas daninhas, que competem por espaço, luz, água e nutrientes com a soja. Um dos diferenciais dessa nova tecnologia é a possibilidade de os produtores fazerem rotação de culturas de soja modificadas. A diversificação de tecnologias inibe a proliferação e a resistência de ervas daninhas no campo, segundo Eduardo Mazzieri, diretor da unidade de sementes da Bayer no Brasil. A utilização constante da mesma tecnologia para o combate das ervas daninhas permite uma resistência delas e perda de produtividade. Mazzieri diz que o objetivo da empresa é levar genética adaptada e soluções disponíveis às diversas regiões produtoras do país. Na avaliação dele, uma nova tecnologia como essa é importante para a sojicultura brasileira porque a agricultura moderna e tropical necessita de ferramentas diversas. "Se usar sempre a mesma, as plantas daninhas se tornam resistentes e de difícil controle." Além disso, a diversidade de tecnologias para os produtores dá um prolongamento da vida das mesmas, acrescenta. PREÇO A Bayer não informou qual o investimento nessa nova tecnologia. Quanto ao preço a ser pago pelo produtor, a empresa diz que essa nova soja tem de ser atrativa e o produtor enxergar valor nela. O valor está baseado na opção de mais uma alternativa dele de produção, que pode controlar mais as ervas daninhas, ter maior adaptabilidade do germoplasma nas diversas regiões do país e, consequentemente, obter maior produtividade. A avaliação desse preço virá do produtor, segundo Mazzieri. "Em uma agricultura tropical, sob pressão e com aparecimento de plantas daninhas de difícil controle, estamos trazendo para o mercado uma alternativa para ajudar o produtor", diz ele. "O importante não é só levar um pacote pronto, mas dar informações e deixar o produtor tomar suas decisões sobre a melhor tecnologia", diz Mazzieri. A tecnologia LibertyLink da soja não terá cobrança de royalties. A tecnologia é da Bayer, mas não está mais sob proteção intelectual. A patente expirou.
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Cardozo falta com a verdade, afirma Cunha sobre tese de 'vingança'
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta segunda-feira (4) que o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, "faltou com a verdade" ao alegar que ele teria aceitado o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff apenas "por vingança". "Não vou ficar aqui batendo boca com ele porque, obviamente, busca polarizar comigo para tentar evitar a discussão do que ele tem que defender. Ele tem que defender o processo, o conteúdo do que ali está. Isso que ele deveria fazer e não buscar, digamos, um antagonismo qualquer para, em cima desse antagonismo, ele se furtar de dar as explicações que ele precisa dar para o país e de convencer a comissão e o plenário na Câmara para abertura ou não do processo", afirmou. Segundo Cunha, o próprio STF (Supremo Tribunal Federal) já endossou a aceitação do pedido ao decidir sobre o trâmite dele na Câmara. "O ministro, além de tudo está faltando com a verdade e está exercendo de forma indigna essa defesa dele", afirmou o peemedebista. Nesta segunda, Cardozo compareceu à comissão especial da Câmara que analisa o processo de impeachment para apresentar a defesa da presidente Dilma, que se baseia em pontos como o fato de o pedido ter sido acolhido como vingança, não haver crime de responsabilidade e de não haver fundamentos jurídicos na denúncia. TEMER Cunha também explicou a manifestação enviada pela Câmara ao STF nesta segunda em que afirma que o tribunal não pode obrigar a Casa a analisar um pedido de impeachment contra o vice-presidente da República, Michel Temer. Na sexta, o STF chegou a divulgar, por engano, uma decisão do ministro Marco Aurélio Mello determinando que a Câmara dê início a análise de um pedido de impeachment do vice-presidente, mas, minutos depois, informou que o texto se tratava de uma minuta em elaboração. Segundo Cunha, a Casa apenas se antecipou e decidiu prestar informações que seriam cobradas pelo ministro. O peemedebista, no entanto, afirmou que se Marco Aurélio de fato proferir tal decisão, a Câmara irá recorrer e o plenário não mudará o entendimento sobre o julgamento do impeachment. "Certamente o plenário irá rever essa decisão", disse. Segundo a Câmara, a admissibilidade do impeachment é uma decisão política, e que não se pode "admitir tamanha intervenção" do Judiciário no Legislativo. Cunha informou ainda que arquivou nesta segunda sete pedidos de impeachment contra Dilma e dois contra Temer. Um dos processos foi o apresentado na semana passada pelo ex-governador do Ceará e ex-ministro da Educação de Dilma Cid Gomes (PDT). Ao protocolar o processo, ele disse que decidiu entrar com as denúncias neste momento porque a rápida tramitação do processo contra Dilma o "apavora".
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Cardozo falta com a verdade, afirma Cunha sobre tese de 'vingança'O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta segunda-feira (4) que o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, "faltou com a verdade" ao alegar que ele teria aceitado o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff apenas "por vingança". "Não vou ficar aqui batendo boca com ele porque, obviamente, busca polarizar comigo para tentar evitar a discussão do que ele tem que defender. Ele tem que defender o processo, o conteúdo do que ali está. Isso que ele deveria fazer e não buscar, digamos, um antagonismo qualquer para, em cima desse antagonismo, ele se furtar de dar as explicações que ele precisa dar para o país e de convencer a comissão e o plenário na Câmara para abertura ou não do processo", afirmou. Segundo Cunha, o próprio STF (Supremo Tribunal Federal) já endossou a aceitação do pedido ao decidir sobre o trâmite dele na Câmara. "O ministro, além de tudo está faltando com a verdade e está exercendo de forma indigna essa defesa dele", afirmou o peemedebista. Nesta segunda, Cardozo compareceu à comissão especial da Câmara que analisa o processo de impeachment para apresentar a defesa da presidente Dilma, que se baseia em pontos como o fato de o pedido ter sido acolhido como vingança, não haver crime de responsabilidade e de não haver fundamentos jurídicos na denúncia. TEMER Cunha também explicou a manifestação enviada pela Câmara ao STF nesta segunda em que afirma que o tribunal não pode obrigar a Casa a analisar um pedido de impeachment contra o vice-presidente da República, Michel Temer. Na sexta, o STF chegou a divulgar, por engano, uma decisão do ministro Marco Aurélio Mello determinando que a Câmara dê início a análise de um pedido de impeachment do vice-presidente, mas, minutos depois, informou que o texto se tratava de uma minuta em elaboração. Segundo Cunha, a Casa apenas se antecipou e decidiu prestar informações que seriam cobradas pelo ministro. O peemedebista, no entanto, afirmou que se Marco Aurélio de fato proferir tal decisão, a Câmara irá recorrer e o plenário não mudará o entendimento sobre o julgamento do impeachment. "Certamente o plenário irá rever essa decisão", disse. Segundo a Câmara, a admissibilidade do impeachment é uma decisão política, e que não se pode "admitir tamanha intervenção" do Judiciário no Legislativo. Cunha informou ainda que arquivou nesta segunda sete pedidos de impeachment contra Dilma e dois contra Temer. Um dos processos foi o apresentado na semana passada pelo ex-governador do Ceará e ex-ministro da Educação de Dilma Cid Gomes (PDT). Ao protocolar o processo, ele disse que decidiu entrar com as denúncias neste momento porque a rápida tramitação do processo contra Dilma o "apavora".
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Expulso no clássico, Cássio diz a Tite não ter visto a bola
Expulso no início do segundo tempo da vitória por 1 a 0 sobre o Palmeiras, neste domingo (8), na terceira rodada do Campeonato Paulista, Cássio recebeu o apoio de Tite. Embora tenha preferido não se posicionar sobre o lance que tirou seu goleiro da partida, o técnico do Corinthians falou que conversou com o jogador e que ele, de fato, não teria visto a bola no campo. "Ele olhou para mim e disse 'professor, eu não vi a bola. Te dou a minha palavra.' Mas, independente disso, quando a gente toma cartão, é preciso acelerar os movimentos, para não dar a entender que estava fazendo cera", contou Tite em entrevista coletiva ao término do duelo no novo estádio alviverde, na terceira rodada do Estadual. Veja vídeo "Eu quero ver melhor o lance. Preciso ver para me posicionar", ponderou. Cássio foi expulso aos 13 min do segundo tempo, em uma reposição de bola. Naquele momento, haviam duas bolas no gramado. O goleiro passou reto pela primeira –lançada pelo gandula– e buscou a segunda na linha de fundo. O árbitro Raphael Claus, que já tinha dado cartão amarelo para o camisa 12 devido à demora na reposição, entendeu o gesto como "cera" e expulsou o jogador. Paolo Guerrero saiu para a entrada de Walter. Mesmo com um a menos durante boa parte da etapa final, os corintianos conseguiram segurar o resultado.
esporte
Expulso no clássico, Cássio diz a Tite não ter visto a bolaExpulso no início do segundo tempo da vitória por 1 a 0 sobre o Palmeiras, neste domingo (8), na terceira rodada do Campeonato Paulista, Cássio recebeu o apoio de Tite. Embora tenha preferido não se posicionar sobre o lance que tirou seu goleiro da partida, o técnico do Corinthians falou que conversou com o jogador e que ele, de fato, não teria visto a bola no campo. "Ele olhou para mim e disse 'professor, eu não vi a bola. Te dou a minha palavra.' Mas, independente disso, quando a gente toma cartão, é preciso acelerar os movimentos, para não dar a entender que estava fazendo cera", contou Tite em entrevista coletiva ao término do duelo no novo estádio alviverde, na terceira rodada do Estadual. Veja vídeo "Eu quero ver melhor o lance. Preciso ver para me posicionar", ponderou. Cássio foi expulso aos 13 min do segundo tempo, em uma reposição de bola. Naquele momento, haviam duas bolas no gramado. O goleiro passou reto pela primeira –lançada pelo gandula– e buscou a segunda na linha de fundo. O árbitro Raphael Claus, que já tinha dado cartão amarelo para o camisa 12 devido à demora na reposição, entendeu o gesto como "cera" e expulsou o jogador. Paolo Guerrero saiu para a entrada de Walter. Mesmo com um a menos durante boa parte da etapa final, os corintianos conseguiram segurar o resultado.
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No Recife, aluna cai de ônibus lotado em movimento e morre atropelada
Uma estudante universitária morreu na noite desta sexta-feira (8) ao cair de um ônibus em movimento e ser atropelada por outro veículo de grande porte na rodovia BR-101, no Recife. Aluna do segundo ano do curso de biomedicina da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), Camila Mirele Pires da Silva, 18, estava num ônibus do transporte intermunicipal e voltava para sua casa, em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana da capital pernambucana, quando o acidente ocorreu, por volta das 19h. O veículo, da linha Barro/Macaxeira, estava lotado e em movimento quando a porta se abriu e a estudante caiu, sendo atropelada por outro ônibus. Ela foi socorrida para o Hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu. Nas redes sociais, amigos avisam que o velório de Camila está sendo realizado na Igreja Batista Maranata, em Jaboatão dos Guararapes, e que o enterro será às 16h30, no cemitério Paroquial do Barro. Pelo Facebook, alunos da UFPE, que criticam as más condições e a lotação dos ônibus que servem ao campus organizam um protesto na próxima segunda-feira (11). Em nota, a UFPE lamentou morte de estudante do curso de biomedicina: "A Universidade Federal de Pernambuco manifesta seu profundo pesar pela morte da estudante Camila Mirele Pires da Silva, vítima de acidente de ônibus." A UFPE informou ter colocado assistentes sociais e psicólogos para prestar apoio à família da estudante. A universidade "cobra das autoridades responsáveis pelo transporte público na região metropolitana do Recife uma rigorosa apuração dos fatos que levaram à morte da aluna." OUTRO LADO Nesta segunda-feira (11), a Grande Recife –empresa responsável pela linha Barro/Macaxeira– informou que, "em respeito à família da estudante Camila e à sociedade em geral, está acompanhando de perto as investigações sobre o acidente que aconteceu. Em nota, o consórcio disse que vai se pronunciar a partir dos resultados dos órgãos competentes. Segundo a empresa, "o ônibus envolvido no caso é novo, ano 2015, está com a vistoria em dia e com todos os itens de segurança dentro das normas legais". O consórcio informou ainda que está tentando entrar em contato com a família da estudante para prestação de assistência.
cotidiano
No Recife, aluna cai de ônibus lotado em movimento e morre atropeladaUma estudante universitária morreu na noite desta sexta-feira (8) ao cair de um ônibus em movimento e ser atropelada por outro veículo de grande porte na rodovia BR-101, no Recife. Aluna do segundo ano do curso de biomedicina da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), Camila Mirele Pires da Silva, 18, estava num ônibus do transporte intermunicipal e voltava para sua casa, em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana da capital pernambucana, quando o acidente ocorreu, por volta das 19h. O veículo, da linha Barro/Macaxeira, estava lotado e em movimento quando a porta se abriu e a estudante caiu, sendo atropelada por outro ônibus. Ela foi socorrida para o Hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu. Nas redes sociais, amigos avisam que o velório de Camila está sendo realizado na Igreja Batista Maranata, em Jaboatão dos Guararapes, e que o enterro será às 16h30, no cemitério Paroquial do Barro. Pelo Facebook, alunos da UFPE, que criticam as más condições e a lotação dos ônibus que servem ao campus organizam um protesto na próxima segunda-feira (11). Em nota, a UFPE lamentou morte de estudante do curso de biomedicina: "A Universidade Federal de Pernambuco manifesta seu profundo pesar pela morte da estudante Camila Mirele Pires da Silva, vítima de acidente de ônibus." A UFPE informou ter colocado assistentes sociais e psicólogos para prestar apoio à família da estudante. A universidade "cobra das autoridades responsáveis pelo transporte público na região metropolitana do Recife uma rigorosa apuração dos fatos que levaram à morte da aluna." OUTRO LADO Nesta segunda-feira (11), a Grande Recife –empresa responsável pela linha Barro/Macaxeira– informou que, "em respeito à família da estudante Camila e à sociedade em geral, está acompanhando de perto as investigações sobre o acidente que aconteceu. Em nota, o consórcio disse que vai se pronunciar a partir dos resultados dos órgãos competentes. Segundo a empresa, "o ônibus envolvido no caso é novo, ano 2015, está com a vistoria em dia e com todos os itens de segurança dentro das normas legais". O consórcio informou ainda que está tentando entrar em contato com a família da estudante para prestação de assistência.
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Pai de Neymar quer 'estabilidade tributária' para renovar com o Barça
O pai de Neymar acredita que antes de prorrogar o contrato de seu filho com o Barcelona é preciso uma "segurança jurídica e tributária" para o jogador, cuja transferência em 2013 envolve uma série de casos judiciais por suposta fraude. Em uma entrevista publicada nesta segunda-feira (19) no jornal catalão "Sport", Neymar da Silva Santos afirmou que vai "buscar a renovação" do contrato, que termina em 2018, mas se mostrou contrariado pelos problemas fiscais em torno do jogador. "Temos três anos de contrato. Nós, ou seja, minha família, estamos sofrendo uma insegurança tributária muito grande que afeta o planejamento da carreira [de Neymar]. Precisamos que estes assuntos terminem. Como podemos estender alguma coisa se não temos uma estabilidade tributária?", explicou o pai do atacante brasileiro. "A Espanha tem que me dizer se minhas empresas podem trabalhar com Neymar Jr., têm que definir qual é o posicionamento. Por que vou antecipar uma renovação se não tenho uma segurança jurídica que possa nos apoiar para que possamos trabalhar? Pretendo esperar, ter calma para fazer a melhor gestão para Neymar", afirmou. As condições de transferência do astro brasileiro ao time da Catalunha abalam o dia a dia do clube catalão há dois anos. O atual presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, seu antecessor no cargo, Sandro Rosell, e o clube serão julgados por crime fiscal por terem supostamente ocultado do fisco o valor real da contratação, principalmente por meio de uma empresa que é propriedade da família do jogador. Em um procedimento paralelo, a Justiça brasileira ordenou no mês passado o congelamento dos ativos de Neymar, acusado de fraude fiscal, por um valor de R$ 188,8 milhões. O atacante e os seus pais tiveram ainda os seus bens arrolados pelo Fisco no dia 13 de abril deste ano. Arrolamento é uma descrição dos bens de uma pessoa. A Receita confere e monitora o patrimônio do contribuinte, como imóveis e carros, para o pagamento de uma dívida.
esporte
Pai de Neymar quer 'estabilidade tributária' para renovar com o BarçaO pai de Neymar acredita que antes de prorrogar o contrato de seu filho com o Barcelona é preciso uma "segurança jurídica e tributária" para o jogador, cuja transferência em 2013 envolve uma série de casos judiciais por suposta fraude. Em uma entrevista publicada nesta segunda-feira (19) no jornal catalão "Sport", Neymar da Silva Santos afirmou que vai "buscar a renovação" do contrato, que termina em 2018, mas se mostrou contrariado pelos problemas fiscais em torno do jogador. "Temos três anos de contrato. Nós, ou seja, minha família, estamos sofrendo uma insegurança tributária muito grande que afeta o planejamento da carreira [de Neymar]. Precisamos que estes assuntos terminem. Como podemos estender alguma coisa se não temos uma estabilidade tributária?", explicou o pai do atacante brasileiro. "A Espanha tem que me dizer se minhas empresas podem trabalhar com Neymar Jr., têm que definir qual é o posicionamento. Por que vou antecipar uma renovação se não tenho uma segurança jurídica que possa nos apoiar para que possamos trabalhar? Pretendo esperar, ter calma para fazer a melhor gestão para Neymar", afirmou. As condições de transferência do astro brasileiro ao time da Catalunha abalam o dia a dia do clube catalão há dois anos. O atual presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, seu antecessor no cargo, Sandro Rosell, e o clube serão julgados por crime fiscal por terem supostamente ocultado do fisco o valor real da contratação, principalmente por meio de uma empresa que é propriedade da família do jogador. Em um procedimento paralelo, a Justiça brasileira ordenou no mês passado o congelamento dos ativos de Neymar, acusado de fraude fiscal, por um valor de R$ 188,8 milhões. O atacante e os seus pais tiveram ainda os seus bens arrolados pelo Fisco no dia 13 de abril deste ano. Arrolamento é uma descrição dos bens de uma pessoa. A Receita confere e monitora o patrimônio do contribuinte, como imóveis e carros, para o pagamento de uma dívida.
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A intolerância social
As cidades tendem a ser cada vez mais heterogêneas e plurais, e atraem um amplo espectro de pessoas e grupos demográficos. No Brasil, como em outras partes do mundo, são preocupantes as demonstrações de intolerância social marcadas, até mesmo, pela violência e o ódio. Estudo recente publicado pelo "Journal of Urban Affairs" avaliou essa questão, enfocando a tolerância na vida urbana. Os pesquisadores identificaram duas formas de tolerância. A "tolerância da diferença", definida como a aceitação daqueles que falam outra língua, seguem religiões diferentes, são imigrantes ou de etnia diversa, e a outra, a "tolerância da ameaça", relacionada a pessoas não somente diferentes, mas percebidas como grupos de excluídos sociais. Para entender melhor esse fenômeno, os pesquisadores estudaram como as pessoas se sentem em relação a grupos formados por alcoólatras, dependentes químicos, gays e portadores do vírus HIV. Essa pesquisa, feita com habitantes de 48 países, mostrou que pessoas com maior nível de educação e que trabalham em período integral são mais tolerantes. O estudo revelou, ainda, que nas cidades maiores as pessoas tendem a ser mais tolerantes com os culturalmente diferentes. Um pequeno incremento no tamanho da cidade demonstrou significativo aumento na tolerância com as diferenças. De forma geral, cidades maiores, mais densas, e com baixas taxas de desemprego mostraram-se locais com pessoas mais tolerantes. De qualquer maneira, se quisermos criar cidades mais justas e sustentáveis, devemos projetar e construir espaços urbanos que possam abrigar todo o tipo de diversidade social, promovendo o pluralismo pragmático e disseminando a cultura da tolerância. O estímulo para que os cidadãos relacionem-se uns com os outros pode vir com a criação de espaços públicos compartilhados, que transcendam a percepção das necessidades individuais ou grupais. A convivência constante aumentará, paulatinamente, os níveis de tolerância. A preocupação em estimular nas escolas iniciativas que ensinem às crianças a importância da tolerância social são também muito bem-vindas nesse processo de tornar as cidades mais justas e plurais. A intolerância pode, também, influenciar o crescimento econômico, uma vez que o fluxo de tecnologia e capital humano pode ser afetado pelos níveis de tolerância em determinada sociedade. Benjamim Friedman, economista de Harvard, mostra que a expansão econômica está sempre ligada à tolerância, mobilidade social e preocupação com justiça social, enquanto a contração econômica tem espaço em ambiente de xenofobia, protecionismo comercial e perseguição de minorias. Segundo Friedman, com a economia em expansão e o aumento do padrão de vida, as pessoas tendem a ser expansivas, tolerantes, magnânimas e têm a sensação que há espaço para todos, exatamente ao contrário do que acontece em períodos de recessão econômica. Um dos efeitos colaterais positivos da disseminação da tolerância é o aumento da coesão social. Nesse cenário, os indivíduos tornam-se aptos a ver eles mesmos como parte do todo, a aceitarem e respeitarem os valores da sociedade, mesmo que não concordem integralmente com eles. Quando a coesão social está presente em uma sociedade, os cidadãos tendem a compartilhar valores e objetivos, que se refletem em suas atitudes uns com os outros. Tolerância, abertura à diversidade e inclusão são, portanto, elementos-chave na nova equação do desenvolvimento econômico.
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A intolerância socialAs cidades tendem a ser cada vez mais heterogêneas e plurais, e atraem um amplo espectro de pessoas e grupos demográficos. No Brasil, como em outras partes do mundo, são preocupantes as demonstrações de intolerância social marcadas, até mesmo, pela violência e o ódio. Estudo recente publicado pelo "Journal of Urban Affairs" avaliou essa questão, enfocando a tolerância na vida urbana. Os pesquisadores identificaram duas formas de tolerância. A "tolerância da diferença", definida como a aceitação daqueles que falam outra língua, seguem religiões diferentes, são imigrantes ou de etnia diversa, e a outra, a "tolerância da ameaça", relacionada a pessoas não somente diferentes, mas percebidas como grupos de excluídos sociais. Para entender melhor esse fenômeno, os pesquisadores estudaram como as pessoas se sentem em relação a grupos formados por alcoólatras, dependentes químicos, gays e portadores do vírus HIV. Essa pesquisa, feita com habitantes de 48 países, mostrou que pessoas com maior nível de educação e que trabalham em período integral são mais tolerantes. O estudo revelou, ainda, que nas cidades maiores as pessoas tendem a ser mais tolerantes com os culturalmente diferentes. Um pequeno incremento no tamanho da cidade demonstrou significativo aumento na tolerância com as diferenças. De forma geral, cidades maiores, mais densas, e com baixas taxas de desemprego mostraram-se locais com pessoas mais tolerantes. De qualquer maneira, se quisermos criar cidades mais justas e sustentáveis, devemos projetar e construir espaços urbanos que possam abrigar todo o tipo de diversidade social, promovendo o pluralismo pragmático e disseminando a cultura da tolerância. O estímulo para que os cidadãos relacionem-se uns com os outros pode vir com a criação de espaços públicos compartilhados, que transcendam a percepção das necessidades individuais ou grupais. A convivência constante aumentará, paulatinamente, os níveis de tolerância. A preocupação em estimular nas escolas iniciativas que ensinem às crianças a importância da tolerância social são também muito bem-vindas nesse processo de tornar as cidades mais justas e plurais. A intolerância pode, também, influenciar o crescimento econômico, uma vez que o fluxo de tecnologia e capital humano pode ser afetado pelos níveis de tolerância em determinada sociedade. Benjamim Friedman, economista de Harvard, mostra que a expansão econômica está sempre ligada à tolerância, mobilidade social e preocupação com justiça social, enquanto a contração econômica tem espaço em ambiente de xenofobia, protecionismo comercial e perseguição de minorias. Segundo Friedman, com a economia em expansão e o aumento do padrão de vida, as pessoas tendem a ser expansivas, tolerantes, magnânimas e têm a sensação que há espaço para todos, exatamente ao contrário do que acontece em períodos de recessão econômica. Um dos efeitos colaterais positivos da disseminação da tolerância é o aumento da coesão social. Nesse cenário, os indivíduos tornam-se aptos a ver eles mesmos como parte do todo, a aceitarem e respeitarem os valores da sociedade, mesmo que não concordem integralmente com eles. Quando a coesão social está presente em uma sociedade, os cidadãos tendem a compartilhar valores e objetivos, que se refletem em suas atitudes uns com os outros. Tolerância, abertura à diversidade e inclusão são, portanto, elementos-chave na nova equação do desenvolvimento econômico.
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Neymar disputa prêmio de melhor do mundo com Cristiano Ronaldo e Messi
A Fifa informou nesta sexta-feira (22) os três finalistas ao prêmio de melhor jogador do mundo. Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e Neymar foram os selecionados. O vencedor será conhecido no dia 23 de outubro, em Londres. Neymar retorna à lista de final após ficar ausente no ano passado. Em 2015, o atacante brasileiro disputou com Messi e CR7, perdendo a disputa para o craque argentino. Em 2016, o francês Antoine Griezmann tentou fazer frente à dupla que vem dominando o prêmio desde 2008. Messi coleciona cinco troféus de melhor do mundo. Cristiano tem quatro e é o favorito para levar o quinto neste ano, vindo de título pela Liga dos Campeões com o Real Madrid. A conquista do inédito prêmio de melhor do mundo seduz Neymar. Além do alto investimento feito pelo PSG para tirá-lo do Barcelona (222 milhões de euros), o atacante brasileiro via no clube parisiense a chance de ser a principal estrela. No Barça, considerava estar à sombra de Messi. A definição do vencedor será feita da seguinte forma: 50% dos votos serão computados por meio de de votação do público e de 200 jornalistas. A outra metade será ditada conforme votação de técnicos e jogadores. Antes de divulgar os três finalistas, a Fifa havia relacionado 24 atletas. Na pré-relação constava dois brasileiros: Neymar e Marcelo. TITE FICA FORA Pouco antes de apresentar os três finalistas à melhor jogador, a Fifa comunicou os três finalistas ao prêmio de melhor técnico do ano. Zinedine Zidane (Real Madrid), Antonio Conte (Chelsea) e Massimiliano Allegri (Juventus) disputarão o troféu. Na primeira lista, com vários técnicos, o técnico da seleção brasileira Tite estava na relação. Neste ano, a Fifa também dará medalha ao melhor goleiro. Manuel Neuer (Alemanha e Bayern de Munique), Gianluigi Buffon (Itália e Juventus) e Keylor Navas (Costa Rica e Real Madrid) disputam a taça. Entre as mulheres, concorrem a melhor jogadora do mundo a holandesa Lieke Mertens, que já foi eleita a melhor europeia da temporada 2016/2017, a norte-americana Carli Loyd e a venezuelana Deyna Castellanos, uma novidade.
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Neymar disputa prêmio de melhor do mundo com Cristiano Ronaldo e MessiA Fifa informou nesta sexta-feira (22) os três finalistas ao prêmio de melhor jogador do mundo. Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e Neymar foram os selecionados. O vencedor será conhecido no dia 23 de outubro, em Londres. Neymar retorna à lista de final após ficar ausente no ano passado. Em 2015, o atacante brasileiro disputou com Messi e CR7, perdendo a disputa para o craque argentino. Em 2016, o francês Antoine Griezmann tentou fazer frente à dupla que vem dominando o prêmio desde 2008. Messi coleciona cinco troféus de melhor do mundo. Cristiano tem quatro e é o favorito para levar o quinto neste ano, vindo de título pela Liga dos Campeões com o Real Madrid. A conquista do inédito prêmio de melhor do mundo seduz Neymar. Além do alto investimento feito pelo PSG para tirá-lo do Barcelona (222 milhões de euros), o atacante brasileiro via no clube parisiense a chance de ser a principal estrela. No Barça, considerava estar à sombra de Messi. A definição do vencedor será feita da seguinte forma: 50% dos votos serão computados por meio de de votação do público e de 200 jornalistas. A outra metade será ditada conforme votação de técnicos e jogadores. Antes de divulgar os três finalistas, a Fifa havia relacionado 24 atletas. Na pré-relação constava dois brasileiros: Neymar e Marcelo. TITE FICA FORA Pouco antes de apresentar os três finalistas à melhor jogador, a Fifa comunicou os três finalistas ao prêmio de melhor técnico do ano. Zinedine Zidane (Real Madrid), Antonio Conte (Chelsea) e Massimiliano Allegri (Juventus) disputarão o troféu. Na primeira lista, com vários técnicos, o técnico da seleção brasileira Tite estava na relação. Neste ano, a Fifa também dará medalha ao melhor goleiro. Manuel Neuer (Alemanha e Bayern de Munique), Gianluigi Buffon (Itália e Juventus) e Keylor Navas (Costa Rica e Real Madrid) disputam a taça. Entre as mulheres, concorrem a melhor jogadora do mundo a holandesa Lieke Mertens, que já foi eleita a melhor europeia da temporada 2016/2017, a norte-americana Carli Loyd e a venezuelana Deyna Castellanos, uma novidade.
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Dólar sobe e atinge R$ 2,96 após superavit fraco no Brasil e antes de Fed
O dólar sobe nesta quarta-feira (29) e atingiu R$ 2,96 no início dos negócios após as contas do Tesouro Nacional registrarem o menor superavit –receitas maiores do que as despesas, sem incluir os juros da dívida pública– em 17 anos. A notícia de que a economia americana ficou estagnada no primeiro trimestre ajudou a conter a alta da moeda americana. Os investidores, no entanto, aguardam a decisão sobre a política monetária que sairá da reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que termina nesta quarta. Das 24 moedas emergentes, 16 se valorizavam em relação ao dólar às 15h01. Às 15h01, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha alta de 1,28%, para R$ 2,941, e o dólar comercial subia 0,16%, para R$ 2,947. Às 15h02, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, caía 1,21%, para 55.135 pontos. No Brasil, as contas do Tesouro Nacional tiveram um superavit de R$ 1,5 bilhão em março, ante resultado positivo de R$ 3,5 bilhões registrado no mesmo período do ano passado. No trimestre, o governo acumulou um superavit primário de R$ 4,7 bilhões. Trata-se do pior resultado fiscal para o período desde 1998. O resultado indica que o governo terá dificuldade de cumprir sua meta de economizar 1,2% do PIB neste ano, o que aumenta a preocupação de investidores. Mesmo com a determinação do governo de cortar gastos para reequilibrar as contas públicas, que no ano passado terminaram no vermelho, as despesas caíram apenas 0,8% nesses primeiros três meses da gestão de Joaquim Levy na Fazenda. EUA O PIB americano cresceu a uma taxa anualizada de 0,2% no primeiro trimestre, informou o Departamento do Comércio americano. Foi a leitura mais fraca em um ano. Nos três últimos meses de 2014, a economia americana cresceu 2,2%. Embora existam sinais de que a economia está melhorando, dados sobre construções de moradias, atividade industrial, vendas no varejo e investimento empresarial sugerem que a recuperação não terá o mesmo vigor visto no ano passado, quando a economia se recuperou rapidamente do clima frio. "Esse resultado deve fazer com que o Fed adie o aumento dos juros no país para o fim do ano, enquanto antes o mercado esperava alta já agora em junho", afirma Eduardo Velho, economista-chefe da gestora INVX Global Partners. Na reunião desta quarta-feira, o banco central americano deve sinalizar se vai ou não deixar os juros em patamares baixos por mais tempo. Caso decida adiar o aumento, os investidores optariam por manter seu dinheiro em países emergentes, como o Brasil, que remuneram mais. Com a perspectiva de maior entrada de dólares na economia brasileira, a cotação da moeda cai. BOLSA As ações do Bradesco caem nesta sessão, após o banco registrar aumento de sua inadimplência no primeiro trimestre do ano. Às 15h02, as ações do Bradesco caíam 2,46%, para R$ 31,65. Os papéis da Petrobras operam em alta nesta quarta. As ações preferenciais –mais negociadas e sem direito a voto– tinham avanço de 0,62%, para R$ 12,86, às 15h03. No mesmo horário, as ações ordinárias, com direito a voto, subiam 0,73%, para R$ 13,73. As ações da Vale registram queda de mais de 5%, acompanhando a desvalorização no preço do minério de ferro, de 4,59%. Às 15h03, os papéis preferenciais caíam 6,79%, para R$ 17,29, e os ordinários tinham perda de 5,58%, para R$ 21,29.
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Dólar sobe e atinge R$ 2,96 após superavit fraco no Brasil e antes de FedO dólar sobe nesta quarta-feira (29) e atingiu R$ 2,96 no início dos negócios após as contas do Tesouro Nacional registrarem o menor superavit –receitas maiores do que as despesas, sem incluir os juros da dívida pública– em 17 anos. A notícia de que a economia americana ficou estagnada no primeiro trimestre ajudou a conter a alta da moeda americana. Os investidores, no entanto, aguardam a decisão sobre a política monetária que sairá da reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que termina nesta quarta. Das 24 moedas emergentes, 16 se valorizavam em relação ao dólar às 15h01. Às 15h01, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha alta de 1,28%, para R$ 2,941, e o dólar comercial subia 0,16%, para R$ 2,947. Às 15h02, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, caía 1,21%, para 55.135 pontos. No Brasil, as contas do Tesouro Nacional tiveram um superavit de R$ 1,5 bilhão em março, ante resultado positivo de R$ 3,5 bilhões registrado no mesmo período do ano passado. No trimestre, o governo acumulou um superavit primário de R$ 4,7 bilhões. Trata-se do pior resultado fiscal para o período desde 1998. O resultado indica que o governo terá dificuldade de cumprir sua meta de economizar 1,2% do PIB neste ano, o que aumenta a preocupação de investidores. Mesmo com a determinação do governo de cortar gastos para reequilibrar as contas públicas, que no ano passado terminaram no vermelho, as despesas caíram apenas 0,8% nesses primeiros três meses da gestão de Joaquim Levy na Fazenda. EUA O PIB americano cresceu a uma taxa anualizada de 0,2% no primeiro trimestre, informou o Departamento do Comércio americano. Foi a leitura mais fraca em um ano. Nos três últimos meses de 2014, a economia americana cresceu 2,2%. Embora existam sinais de que a economia está melhorando, dados sobre construções de moradias, atividade industrial, vendas no varejo e investimento empresarial sugerem que a recuperação não terá o mesmo vigor visto no ano passado, quando a economia se recuperou rapidamente do clima frio. "Esse resultado deve fazer com que o Fed adie o aumento dos juros no país para o fim do ano, enquanto antes o mercado esperava alta já agora em junho", afirma Eduardo Velho, economista-chefe da gestora INVX Global Partners. Na reunião desta quarta-feira, o banco central americano deve sinalizar se vai ou não deixar os juros em patamares baixos por mais tempo. Caso decida adiar o aumento, os investidores optariam por manter seu dinheiro em países emergentes, como o Brasil, que remuneram mais. Com a perspectiva de maior entrada de dólares na economia brasileira, a cotação da moeda cai. BOLSA As ações do Bradesco caem nesta sessão, após o banco registrar aumento de sua inadimplência no primeiro trimestre do ano. Às 15h02, as ações do Bradesco caíam 2,46%, para R$ 31,65. Os papéis da Petrobras operam em alta nesta quarta. As ações preferenciais –mais negociadas e sem direito a voto– tinham avanço de 0,62%, para R$ 12,86, às 15h03. No mesmo horário, as ações ordinárias, com direito a voto, subiam 0,73%, para R$ 13,73. As ações da Vale registram queda de mais de 5%, acompanhando a desvalorização no preço do minério de ferro, de 4,59%. Às 15h03, os papéis preferenciais caíam 6,79%, para R$ 17,29, e os ordinários tinham perda de 5,58%, para R$ 21,29.
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Marinha ainda procura por piloto de caça que caiu no mar do Rio
MARCO ANTÔNIO MARTINS DO RIO O piloto do caça AF-1B, da Marinha, que caiu no mar, nesta terça (26), em Saquarema, na região dos Lagos do Rio, continua desaparecido. A Marinha coordena as buscas e já conta com o auxílio da FAB (Força Aérea Brasileira). A procura pelo militar, que não teve o nome divulgado, foi paralisada na noite de terça e recomeçou no início da manhã desta quarta (27). Na terça, dois caças participavam de um exercício militar quando colidiram. Uma das aeronaves, apesar de danificada, conseguiu retornar para a Base Aérea de São Pedro da Aldeia, de acordo com a Marinha. A outra caiu no mar. O piloto conseguiu ejetar e desde então é procurado pelas Forças Armadas. A Força mobilizou, pelo menos, cinco fragatas para auxiliarem na busca pelo piloto. Há ainda embarcações do Corpo de Bombeiros e helicópteros da Aeronáutica. As duas aeronaves que colidiram fizeram parte do programa de modernização de 12 caças feitos pelo Ministério da Defesa e que visava os Grandes Eventos. A reforma teve início em 2012 e projetava que todos os caças estariam prontos para atuar, se necessário, na Copa do Mundo. O prazo não foi cumprido, mas todas as 12 foram modernizadas a tempo de atuar na Olimpíada, caso fosse preciso. O treinamento no qual o acidente ocorreu, no entanto, não tinha relação direta com os Jogos, segundo a Marinha.
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Marinha ainda procura por piloto de caça que caiu no mar do Rio MARCO ANTÔNIO MARTINS DO RIO O piloto do caça AF-1B, da Marinha, que caiu no mar, nesta terça (26), em Saquarema, na região dos Lagos do Rio, continua desaparecido. A Marinha coordena as buscas e já conta com o auxílio da FAB (Força Aérea Brasileira). A procura pelo militar, que não teve o nome divulgado, foi paralisada na noite de terça e recomeçou no início da manhã desta quarta (27). Na terça, dois caças participavam de um exercício militar quando colidiram. Uma das aeronaves, apesar de danificada, conseguiu retornar para a Base Aérea de São Pedro da Aldeia, de acordo com a Marinha. A outra caiu no mar. O piloto conseguiu ejetar e desde então é procurado pelas Forças Armadas. A Força mobilizou, pelo menos, cinco fragatas para auxiliarem na busca pelo piloto. Há ainda embarcações do Corpo de Bombeiros e helicópteros da Aeronáutica. As duas aeronaves que colidiram fizeram parte do programa de modernização de 12 caças feitos pelo Ministério da Defesa e que visava os Grandes Eventos. A reforma teve início em 2012 e projetava que todos os caças estariam prontos para atuar, se necessário, na Copa do Mundo. O prazo não foi cumprido, mas todas as 12 foram modernizadas a tempo de atuar na Olimpíada, caso fosse preciso. O treinamento no qual o acidente ocorreu, no entanto, não tinha relação direta com os Jogos, segundo a Marinha.
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Em sexto álbum, Luiz Tatit aborda a criação e traz novas personagens
Só um compositor diverso dos padrões convencionais concluiria seu disco contando como cria as canções. Trata-se de um tema recorrente na obra desse músico incomum. Líder do grupo Rumo, expoente da chamada vanguarda paulista, na virada dos anos 1970 para os 80, Tatit revelou por meio de suas canções o conceito do "canto falado". Além das aulas que ministra na Universidade de São Paulo, paralelamente à carreira artística, ele continua a desenvolver pesquisas na área da semiótica da canção, que já renderam vários livros. A temática da criação também está presente em "Mais Útil", canção em troteado ritmo country que abre o disco. Como em outras de suas composições, Tatit inventou personagens pitorescas para tratar da inspiração: a negativa Palmira ("Quando sofre é de mentira / Mas adora suspirar") e a entusiasmada Elvira ("Quando sofre ela se vira /Seu costume é se inspirar"). Outros saborosos perfis femininos são delineados em canções do álbum. Em "Diva Silva Reis" ("Muito positiva /Mas só quando quer /Viva Diva Silva /Que mulher!"), num divertido flerte com o brega, o arranjo de sopros cria uma passarela sonora para que a diva idealizada por Tatit possa desfilar pelos versos.  Em "Das Flores e das Dores" (parceria com Emerson Leal), não é apenas uma, mas dez as divas retratadas nos versos sintéticos ""quase todas com nomes de flores. Já na sentimental "Estrela Cruel" ("Vem vendaval /Vem cascavel /Faz desse mal /Fonte de mel"), o cantor e pianista Marcelo Jeneci, mais um parceiro de Tatit, divide com ele os vocais. Ainda que seja cantada no masculino pelo próprio Tatit, a letra da canção "Do Meu Jeito" (parceria com Vanessa Bumagny) parece discorrer sobre inseguranças e contradições típicas das mulheres. Mas não falta nesse álbum ao menos um mítico personagem masculino: no descontraído foxtrote "Matusalém" (parceria com Arthur Nestrovski), Tatit imagina como é viver após os cem anos. Outras canções retomam o tema da inspiração. Já gravada por Ná Ozzetti, a dançante "Musa da Música" (parceria de Tatit com Dante Ozzetti) conta com vocais de Juçara Marçal e da moçambicana Lenna Bahule. A queixosa "Musa Cruza" ("Cruza as coxas e aproveita /Minha musa é musa /Nunca satisfeita") destaca o arranjo de cordas de Fabio Tagliaferri. Intérprete essencial para a obra de Tatit desde os tempos do Rumo, Ná assume os vocais em "Planeta e Borboleta", canção sensível sobre as angústias do cantar. O arranjo de Jonas Tatit (filho do compositor), que também assina a produção musical do álbum, combina violões, guitarra e efeitos eletrônicos. Também já gravada antes pelo parceiro Zé Miguel Wisnik, "Tristeza do Zé" surge agora com a letra completa, com Tatit dividindo os vocais com Juçara Marçal. Melancolia e beleza, numa canção que envereda pelo universo caipira.  Ao ler o título de "Feitiço da Fila", os fãs da primeira fase do grupo Rumo podem até imaginar uma resposta ao clássico samba "Feitiço da Vila", de Noel Rosa. Não, o que se ouve é outra daquelas canções agridoces e reflexivas bem ao estilo de Tatit ("E eu entro na fila outra vez /Só por você /Que deixou o mundo /Melhor do que era /Vivo na fila de espera"). Para um paulistano, é impossível resistir à ironia desse trocadilho. PALAVRAS E SONHOS QUANTO: R$ 29,90 AUTOR: LUIZ TATIT GRAVADORA: DABLIÚ
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Em sexto álbum, Luiz Tatit aborda a criação e traz novas personagensSó um compositor diverso dos padrões convencionais concluiria seu disco contando como cria as canções. Trata-se de um tema recorrente na obra desse músico incomum. Líder do grupo Rumo, expoente da chamada vanguarda paulista, na virada dos anos 1970 para os 80, Tatit revelou por meio de suas canções o conceito do "canto falado". Além das aulas que ministra na Universidade de São Paulo, paralelamente à carreira artística, ele continua a desenvolver pesquisas na área da semiótica da canção, que já renderam vários livros. A temática da criação também está presente em "Mais Útil", canção em troteado ritmo country que abre o disco. Como em outras de suas composições, Tatit inventou personagens pitorescas para tratar da inspiração: a negativa Palmira ("Quando sofre é de mentira / Mas adora suspirar") e a entusiasmada Elvira ("Quando sofre ela se vira /Seu costume é se inspirar"). Outros saborosos perfis femininos são delineados em canções do álbum. Em "Diva Silva Reis" ("Muito positiva /Mas só quando quer /Viva Diva Silva /Que mulher!"), num divertido flerte com o brega, o arranjo de sopros cria uma passarela sonora para que a diva idealizada por Tatit possa desfilar pelos versos.  Em "Das Flores e das Dores" (parceria com Emerson Leal), não é apenas uma, mas dez as divas retratadas nos versos sintéticos ""quase todas com nomes de flores. Já na sentimental "Estrela Cruel" ("Vem vendaval /Vem cascavel /Faz desse mal /Fonte de mel"), o cantor e pianista Marcelo Jeneci, mais um parceiro de Tatit, divide com ele os vocais. Ainda que seja cantada no masculino pelo próprio Tatit, a letra da canção "Do Meu Jeito" (parceria com Vanessa Bumagny) parece discorrer sobre inseguranças e contradições típicas das mulheres. Mas não falta nesse álbum ao menos um mítico personagem masculino: no descontraído foxtrote "Matusalém" (parceria com Arthur Nestrovski), Tatit imagina como é viver após os cem anos. Outras canções retomam o tema da inspiração. Já gravada por Ná Ozzetti, a dançante "Musa da Música" (parceria de Tatit com Dante Ozzetti) conta com vocais de Juçara Marçal e da moçambicana Lenna Bahule. A queixosa "Musa Cruza" ("Cruza as coxas e aproveita /Minha musa é musa /Nunca satisfeita") destaca o arranjo de cordas de Fabio Tagliaferri. Intérprete essencial para a obra de Tatit desde os tempos do Rumo, Ná assume os vocais em "Planeta e Borboleta", canção sensível sobre as angústias do cantar. O arranjo de Jonas Tatit (filho do compositor), que também assina a produção musical do álbum, combina violões, guitarra e efeitos eletrônicos. Também já gravada antes pelo parceiro Zé Miguel Wisnik, "Tristeza do Zé" surge agora com a letra completa, com Tatit dividindo os vocais com Juçara Marçal. Melancolia e beleza, numa canção que envereda pelo universo caipira.  Ao ler o título de "Feitiço da Fila", os fãs da primeira fase do grupo Rumo podem até imaginar uma resposta ao clássico samba "Feitiço da Vila", de Noel Rosa. Não, o que se ouve é outra daquelas canções agridoces e reflexivas bem ao estilo de Tatit ("E eu entro na fila outra vez /Só por você /Que deixou o mundo /Melhor do que era /Vivo na fila de espera"). Para um paulistano, é impossível resistir à ironia desse trocadilho. PALAVRAS E SONHOS QUANTO: R$ 29,90 AUTOR: LUIZ TATIT GRAVADORA: DABLIÚ
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SP pede mais vacinas contra a gripe ao ministério para estender campanha
O governo de São Paulo afirmou nesta terça-feira (6) que vai solicitar ao Ministério da Saúde o envio de 31 milhões de doses extras da vacina contra a gripe para ampliar a toda população do Estado a campanha nacional de vacinação contra a doença. Desde segunda (5) alguns Estados passaram a vacinar pessoas que não pertencem ao público-alvo inicial por conta de uma recomendação do Ministério da Saúde, que afirma ter sido baixa a procura dos grupos prioritário –nenhum deles alcançou a meta de 90% de imunização. O público-alvo da campanha inclui idosos, crianças de 6 meses a 5 anos, trabalhadores da saúde, professores, indígenas, gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto), portadores de doenças crônicas, presos e jovens que cumprem medidas socioeducativas, funcionários do sistema prisional. O governo federal afirmou na semana passada que tinha 10 milhões de doses disponíveis em estoque, de um total de 60 milhões adquiridas. O Estado de São Paulo, porém, manteve a campanha voltada só aos grupos prioritários devido ao estoque de apenas 3,6 mi de doses. "São Paulo tem mais de 44 milhões de habitantes e, portanto, uma eventual ampliação de públicos depende do envio de quantitativos extras", disse o governo após a recomendação. Procurado, o ministério afirmou nesta terça, em nota, que todas as doses disponíveis para 2017 já foram distribuídas às unidades da federação, e que os Estados e municípios têm autonomia para aderir ou não à recomendação de ampliação, "conforme a disponibilidade das vacinas e necessidades locais". Até agora, foram vacinados no Estado 9,4 milhões de pessoas em 51 dias de campanha. Apesar de poucas doses restantes, o ministério afirma que "não concorda com o desperdício de vacinas e, portanto, recomenda que disponibilize a imunização à população do Estado até o fim de seu estoque". NOVAS REGRAS O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse nesta terça que a pasta irá discutir uma "regra permanente" para que novas campanhas de vacinação tenham um prazo fixo para imunização de grupos prioritários. Em seguida, a vacina seria liberada para toda a população. A medida será apresentada ainda neste mês à CIT (comissão intergestores tripartite), composta por secretários estaduais e municipais de saúde, e que define novas ações a serem adotadas no SUS. Assim, caso não atinja a meta de vacinação do público-alvo no prazo previsto, como ocorreu com a campanha de imunização contra a gripe neste ano, a vacina passa a ser ofertada a todas as faixas etárias. "Queremos que isso se torne uma política permanente nossa. Haverá prazo para o público-alvo, e terminado o prazo, a vacina fica disponível para todos. Já perdemos milhões e milhões de doses de vacina anteriormente por ficar prorrogando campanhas e atingir um público-alvo que não se apresenta", afirmou. O ministro não informou, porém, para quais tipos de vacinas a medida proposta poderia valer –inicialmente, a ideia seria adotar nas próximas campanhas de vacinação contra a gripe.
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SP pede mais vacinas contra a gripe ao ministério para estender campanhaO governo de São Paulo afirmou nesta terça-feira (6) que vai solicitar ao Ministério da Saúde o envio de 31 milhões de doses extras da vacina contra a gripe para ampliar a toda população do Estado a campanha nacional de vacinação contra a doença. Desde segunda (5) alguns Estados passaram a vacinar pessoas que não pertencem ao público-alvo inicial por conta de uma recomendação do Ministério da Saúde, que afirma ter sido baixa a procura dos grupos prioritário –nenhum deles alcançou a meta de 90% de imunização. O público-alvo da campanha inclui idosos, crianças de 6 meses a 5 anos, trabalhadores da saúde, professores, indígenas, gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto), portadores de doenças crônicas, presos e jovens que cumprem medidas socioeducativas, funcionários do sistema prisional. O governo federal afirmou na semana passada que tinha 10 milhões de doses disponíveis em estoque, de um total de 60 milhões adquiridas. O Estado de São Paulo, porém, manteve a campanha voltada só aos grupos prioritários devido ao estoque de apenas 3,6 mi de doses. "São Paulo tem mais de 44 milhões de habitantes e, portanto, uma eventual ampliação de públicos depende do envio de quantitativos extras", disse o governo após a recomendação. Procurado, o ministério afirmou nesta terça, em nota, que todas as doses disponíveis para 2017 já foram distribuídas às unidades da federação, e que os Estados e municípios têm autonomia para aderir ou não à recomendação de ampliação, "conforme a disponibilidade das vacinas e necessidades locais". Até agora, foram vacinados no Estado 9,4 milhões de pessoas em 51 dias de campanha. Apesar de poucas doses restantes, o ministério afirma que "não concorda com o desperdício de vacinas e, portanto, recomenda que disponibilize a imunização à população do Estado até o fim de seu estoque". NOVAS REGRAS O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse nesta terça que a pasta irá discutir uma "regra permanente" para que novas campanhas de vacinação tenham um prazo fixo para imunização de grupos prioritários. Em seguida, a vacina seria liberada para toda a população. A medida será apresentada ainda neste mês à CIT (comissão intergestores tripartite), composta por secretários estaduais e municipais de saúde, e que define novas ações a serem adotadas no SUS. Assim, caso não atinja a meta de vacinação do público-alvo no prazo previsto, como ocorreu com a campanha de imunização contra a gripe neste ano, a vacina passa a ser ofertada a todas as faixas etárias. "Queremos que isso se torne uma política permanente nossa. Haverá prazo para o público-alvo, e terminado o prazo, a vacina fica disponível para todos. Já perdemos milhões e milhões de doses de vacina anteriormente por ficar prorrogando campanhas e atingir um público-alvo que não se apresenta", afirmou. O ministro não informou, porém, para quais tipos de vacinas a medida proposta poderia valer –inicialmente, a ideia seria adotar nas próximas campanhas de vacinação contra a gripe.
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Gaviões da Fiel pede para torcida não quebrar cadeiras e até recolher lixo
Após a liberação de cerca de 1.800 ingressos para a torcida do Corinthians, a Gaviões da Fiel, principal organizada do clube, pediu através das redes sociais que os torcedores corintianos não quebrem cadeiras e até recolham o lixo do clássico contra o Palmeiras, marcado para este domingo (8), às 17h, no novo estádio do rival. "O que o presidente do Corinthians falou lá na entrevista foi digno do cargo que ele exerce. O que eles querem [Palmeiras] é que no domingo a gente chegue lá e quebre cadeira, que tenha confusão na cidade inteira. O pedido que eu faço aqui é que nosso trajeto de ida e volta seja da melhor maneira, que não aconteça nada", afirmou o dirigente da Gaviões, que ainda falou em "recolher lixo" se for necessário. O presidente da organizada, Wagner da Costa, exaltou o presidente Mário Gobbi, que pressionou a FPF (Federação Paulista de Futebol) reverteu a decisão de torcida única para o Dérbi, algo que seria inédito na história. No único clássico entre os rivais no Itaquerão, no Campeonato Brasileiro de 2014, palmeirenses quebraram cadeiras do setor de visitantes. O Palmeiras pagou ao Corinthians pelo prejuízo. Será a primeira vez dos corintianos na nova casa do time alviverde.
esporte
Gaviões da Fiel pede para torcida não quebrar cadeiras e até recolher lixoApós a liberação de cerca de 1.800 ingressos para a torcida do Corinthians, a Gaviões da Fiel, principal organizada do clube, pediu através das redes sociais que os torcedores corintianos não quebrem cadeiras e até recolham o lixo do clássico contra o Palmeiras, marcado para este domingo (8), às 17h, no novo estádio do rival. "O que o presidente do Corinthians falou lá na entrevista foi digno do cargo que ele exerce. O que eles querem [Palmeiras] é que no domingo a gente chegue lá e quebre cadeira, que tenha confusão na cidade inteira. O pedido que eu faço aqui é que nosso trajeto de ida e volta seja da melhor maneira, que não aconteça nada", afirmou o dirigente da Gaviões, que ainda falou em "recolher lixo" se for necessário. O presidente da organizada, Wagner da Costa, exaltou o presidente Mário Gobbi, que pressionou a FPF (Federação Paulista de Futebol) reverteu a decisão de torcida única para o Dérbi, algo que seria inédito na história. No único clássico entre os rivais no Itaquerão, no Campeonato Brasileiro de 2014, palmeirenses quebraram cadeiras do setor de visitantes. O Palmeiras pagou ao Corinthians pelo prejuízo. Será a primeira vez dos corintianos na nova casa do time alviverde.
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Casagrande relata rompimento com Sócrates e como reatou amizade
Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira e Walter Casagrande Júnior foram companheiros de trabalho no Corinthians por apenas dois anos e meio, mas foi o bastante para, nas palavras do comentarista da TV Globo, fazerem um estrago danado. A unir aqueles dois jogadores de futebol, o gosto pela música, pela cerveja, pela política, pelas festas e, sobretudo, o gosto pela liberdade. Foi em nome dela que criaram a Democracia Corintiana, movimento que chacoalhou o futebol brasileiro nos anos 80, e mergulharam fundo no movimento pelas Diretas Já, frustrado em uma votação na Câmara Federal. Com o passar dos anos, os dois se distanciaram, e até alimentaram ressentimentos mútuos. Sócrates se incomodava com o sucesso do amigo na Globo, enquanto Casagrande se irritava com o comportamento errático do Doutor, sempre chegando atrasado aos compromissos, sempre abandonando seus inúmeros projetos pela metade. O ponto mais baixo da amizade ocorreu quando Sócrates, dias depois de ter pedido ajuda a Casagrande para conseguir um posto de comentarista da Globo, zombou do ex-companheiro em um restaurante, diante de vários amigos em comum, dizendo que ele havia "se vendido" para a maior emissora do país. O reencontro dos dois ídolos corintianos ocorreu poucos dias antes da morte de Sócrates, em dezembro de 2011. A saudade do parceiro levou Casagrande a colocar a história da amizade deles (uma história de amor, como prefere dizer o ex-atacante) em livro, o seu segundo, aliás. Se no primeiro ("Casagrande e seus demônios", lançado em 2013) ele expôs de modo nu e cru a sua dependência química, no segundo, mais uma vez escrito em parceria com Gilvan Ribeiro, editor de esportes do jornal "Agora São Paulo", editado pelo Grupo Folha, que publica a Folha, ele lembra em detalhes uma das mais marcantes parcerias que o nosso futebol já viu. O livro será lançado nesta terça-feira (12), às 19h, em São Paulo. Em entrevista à Folha, Casagrande falou muito sobre Sócrates, mas também sobre o livro e o orgulho que sente por ser reconhecido nas ruas como um exemplo de dependente químico que venceu a luta contra as drogas. Leia os principais trechos da conversa: * Folha - Por que você decidiu colocar em um livro sua relação com o Sócrates? Casagrande - As pessoas sempre falaram muito de Sócrates e Casagrande, eu já ouvia isso havia muito tempo, mas nunca havia parado para pensar o que era Sócrates e Casagrande, qual o tamanho disso. No dia em que ele morreu, eu estava no Pacaembu [para o clássico Corinthians x Palmeiras, pela última rodada do Brasileiro de 2011] e vários jornalistas vieram me perguntar sobre ele. Ali eu percebi a ligação que existe para as pessoas, isso ficou muito claro para mim. Passou um tempo, fui fazer o Arena [antigo programa do SporTV], desci do carro e me veio a ideia. O livro já estava pronto na minha cabeça. O fato é que as pessoas sempre me perguntavam sobre ele, e deve ter sido assim com ele também. Agora ninguém mais vai me perguntar sobre Sócrates e Casagrande, quem ler o livro vai saber de tudo. Como foi seu reencontro com o Sócrates, pouco antes da morte dele, em dezembro de 2011? O cara morreu em um momento em que a gente começou a voltar [a se falar]. Se ele não morresse, a gente provavelmente iria sair para jantar, seria uma vida diferente, uma segunda parte. Na realidade, eu queria fazer esse livro junto com ele, seria o ideal. Não tinha cabimento o Sócrates morrer sem eu falar com ele, seria inadmissível. Eu iria morrer junto, não conseguiria viver com esse peso de não ter falado com ele sem que a gente tivesse brigado. Seria muito pesado para mim. Vocês tinham planos de retomar a amizade naquele momento? Fora do hospital, nós só nos encontramos no Arena. Não houve nem tempo para organizarmos isso. Foi quando eu e o Juca [Kfouri, colunista da Folha] combinamos de cada um passar um domingo com ele, pois ele estava se sentindo um pouco sozinho, mas não deu nem tempo. Pensando agora, acho que ele poderia ter morrido dois meses depois, era o tempo suficiente para a gente conversar, para nós sairmos juntos, para eu fazer as coisas que queria fazer com ele. Eu estou muito envolvido com a cultura de São Paulo no momento, com teatro, essas coisas, e o Magrão também gostava muito, então a gente poderia fazer isso juntos. O livro ajuda a preencher esse vazio, de certa forma. Como você reagiu à morte dele? Na época em que ele morreu, eu já estava equilibrado. Não como hoje, porque hoje a minha estratégia de vida está funcionando perfeitamente. Naquela época, não tinha alcançado esse patamar de esclarecimento, mas estava caminhando para isso, então as estruturas não ficaram abaladas o suficiente para eu ir para as drogas, que era o que aconteceria antes. Você diz que nunca brigou com o Sócrates. Então por que, exatamente, vocês se distanciaram? Tinha muita coisa nele que me desagradava, como a mania dele de sempre chegar atrasado, o fato de não terminar nada, isso começou a me incomodar. Em um certo momento, eu comecei a mudar, não dava para ficar o dia inteiro bebendo num bar, eu não estava mais para isso. E tem outra coisa: eu acho que ele olhava para os jogadores que viraram comentaristas e pensava: 'Eu sou o Sócrates, sou formado em medicina, por que não estou nessa?'. Mas ele não olhava para ele mesmo, para o comportamento dele. Olhando para trás, você pensa que a amizade poderia ter sido levada de um outro jeito, com vocês mais próximos? Poderia ter sido diferente, mas, do que as coisas aconteceram, não foi ruim. Foi coisa da vida, as pessoas não ficam grudadas. Em pontos importantes para nós, a nossa amizade foi demonstrada, como quando ele foi para a Itália [em 1984, para jogar na Fiorentina] e as coisas não estavam dando certo para ele. Quando eu voltei ao Brasil [após muitos anos jogando na Europa], ele foi a primeira pessoa para quem liguei. Mas era sempre você quem o procurava, e nunca o contrário, não? Nós éramos diferentes. Eu sou muito mais carinhoso, faço questão de pegar o telefone e ligar para a pessoa. O Magrão era muito frio, ou queria parecer frio. Quando eu estava internado [para tratamento contra dependência química, entre 2007 e 2008], dei duas entrevistas grandes, tenho certeza de que ele leu e pensou: 'Poxa, ele está bem'. Tenho certeza de que ele se sentiu bem. O Sócrates não sentia a necessidade de que o outro o visse, como eu sinto. Era o jeito dele, era assim mesmo e ponto. As pessoas ainda perguntam muito a você sobre o Sócrates? Há muita curiosidade, querem saber como era no ônibus, no vestiário, querem saber se o Sócrates também usava drogas. As pessoas acham que as conversas com ele eram só filosóficas, mas ele também era um cada bobo, adorava falar bobagem e dar risada. E o Magrão nunca usou drogas, que fique bem claro, isso até o incomodava. Eu só fumei maconha duas vezes na frente dele. Com o livro, descobri coisas que não sabia sobre o Sócrates, como o possível filho dele. O Magrão é um cara mais legal do que eu imaginava, um grande ser humano, com bons princípios, bons valores. Vocês jogaram juntos no Corinthians por dois anos e meio, além de alguns períodos esporádicos na seleção. Foi o suficiente? Quando eu penso nisso, parece que eu joguei dez anos com o Magrão, mas foram só dois anos e meio. Foi muito intenso, em pouco tempo nós fizemos esse estrago todo, esse barulho todo. Na época, eu não via tanta proximidade com ele, eu saía com outras pessoas, ele também. Foi só muito tempo depois que a ligação ficou bem clara para mim, principalmente depois da morte dele, com todo mundo vindo até mim para perguntar sobre ele. O subtítulo do livro ("Uma história de amor") pode levar à interpretação de que vocês tinham um relacionamento amoroso. Isso lhe preocupa? Se eu falei na televisão, para o Brasil inteiro, que eu o amava, por que eu iria me preocupar com o título do livro? Seria impossível não relacionar nossa história com uma paixão, com amor. É só olhar as nossas fotos, tem um monte de cenas carinhosas. O livro aborda temas delicados da vida do Sócrates, como seu relacionamento com a cantora Rosemary, em uma época em que ele era casado, e a possibilidade de ele ter um filho não reconhecido. Você teme uma reação negativa da família dele? Acho que a família dele pensa que se tem alguém que pode escrever sobre o Sócrates, sou eu. Se houvesse alguém que não quisesse ver a história publicada, teria levantado a mão e reclamado. Eu li o livro inteirinho, achei ótimo, não vi nada que pudesse descontentar alguém da família. Mas a história com a Rosemary não sou eu quem conto, eu não falo sobre isso. Por quê? Minha visão é a seguinte: o Sócrates nunca falou sobre isso, sempre omitiu, então eu não quis ser o cara que leva isso a público. Se ele não quis revelar, algum motivo ele tinha. Mas o Gilvan podia fazer a revelação. Ele apurou a história e eu disse que tudo bem, desde que não colocasse na minha boca. O livro tem três formatos: depoimentos de pessoas que nos conheceram, eu contando a história e a parte jornalística do Gilvan. No seu primeiro livro, você fala muito abertamente sobre sua dependência química. Qual foi o efeito que a publicação do livro teve em você? Para mim foi ótimo. Eu me orgulho disso, sou mais orgulhoso disso do que de ter sido jogador ou de ser comentarista. Foi uma batalha pessoal, eu e a droga, ou eu acabava com ela, ou ela acabava comigo, e ela esteve perto de acabar comigo. Mas eu venci e consegui me estabilizar, isso me dá muito orgulho. O sentido do meu tratamento é falar, faço terapia em grupo. Fazendo aquele livro, fiz uma terapia nacional, universal, abri para todo mundo, como se a Terra fosse um grupo terapêutico. E veio o retorno. As pessoas vêm falar comigo, eu ajudei muita gente. Alguns se internaram por causa daquele livro, muitas famílias resolveram seu problema. Você pensa em lançar outros livros? Pode vir mais algum, sim, eu gostei desse negócio. Talvez sobre a final de 1982 [do Paulista daquele ano, entre Corinthians e São Paulo, vencida pelo time alvinegro], tenho várias histórias que posso contar. Tem também a minha visão sobre a Copa de 1986, onde falhamos, onde erramos, coisas que eu sei... Vamos ver o que vem por aí. SERVIÇO SÓCRATES & CASAGRANDE - UMA HISTÓRIA DE AMOR Autores: Walter Casagrande Júnior e Gilvan Ribeiro Quando: Terça-feira (12), às 19h Onde: FNAC (avenida Paulista, 901, São Paulo) Quanto: R$ 39,90 Páginas: 376
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Casagrande relata rompimento com Sócrates e como reatou amizadeSócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira e Walter Casagrande Júnior foram companheiros de trabalho no Corinthians por apenas dois anos e meio, mas foi o bastante para, nas palavras do comentarista da TV Globo, fazerem um estrago danado. A unir aqueles dois jogadores de futebol, o gosto pela música, pela cerveja, pela política, pelas festas e, sobretudo, o gosto pela liberdade. Foi em nome dela que criaram a Democracia Corintiana, movimento que chacoalhou o futebol brasileiro nos anos 80, e mergulharam fundo no movimento pelas Diretas Já, frustrado em uma votação na Câmara Federal. Com o passar dos anos, os dois se distanciaram, e até alimentaram ressentimentos mútuos. Sócrates se incomodava com o sucesso do amigo na Globo, enquanto Casagrande se irritava com o comportamento errático do Doutor, sempre chegando atrasado aos compromissos, sempre abandonando seus inúmeros projetos pela metade. O ponto mais baixo da amizade ocorreu quando Sócrates, dias depois de ter pedido ajuda a Casagrande para conseguir um posto de comentarista da Globo, zombou do ex-companheiro em um restaurante, diante de vários amigos em comum, dizendo que ele havia "se vendido" para a maior emissora do país. O reencontro dos dois ídolos corintianos ocorreu poucos dias antes da morte de Sócrates, em dezembro de 2011. A saudade do parceiro levou Casagrande a colocar a história da amizade deles (uma história de amor, como prefere dizer o ex-atacante) em livro, o seu segundo, aliás. Se no primeiro ("Casagrande e seus demônios", lançado em 2013) ele expôs de modo nu e cru a sua dependência química, no segundo, mais uma vez escrito em parceria com Gilvan Ribeiro, editor de esportes do jornal "Agora São Paulo", editado pelo Grupo Folha, que publica a Folha, ele lembra em detalhes uma das mais marcantes parcerias que o nosso futebol já viu. O livro será lançado nesta terça-feira (12), às 19h, em São Paulo. Em entrevista à Folha, Casagrande falou muito sobre Sócrates, mas também sobre o livro e o orgulho que sente por ser reconhecido nas ruas como um exemplo de dependente químico que venceu a luta contra as drogas. Leia os principais trechos da conversa: * Folha - Por que você decidiu colocar em um livro sua relação com o Sócrates? Casagrande - As pessoas sempre falaram muito de Sócrates e Casagrande, eu já ouvia isso havia muito tempo, mas nunca havia parado para pensar o que era Sócrates e Casagrande, qual o tamanho disso. No dia em que ele morreu, eu estava no Pacaembu [para o clássico Corinthians x Palmeiras, pela última rodada do Brasileiro de 2011] e vários jornalistas vieram me perguntar sobre ele. Ali eu percebi a ligação que existe para as pessoas, isso ficou muito claro para mim. Passou um tempo, fui fazer o Arena [antigo programa do SporTV], desci do carro e me veio a ideia. O livro já estava pronto na minha cabeça. O fato é que as pessoas sempre me perguntavam sobre ele, e deve ter sido assim com ele também. Agora ninguém mais vai me perguntar sobre Sócrates e Casagrande, quem ler o livro vai saber de tudo. Como foi seu reencontro com o Sócrates, pouco antes da morte dele, em dezembro de 2011? O cara morreu em um momento em que a gente começou a voltar [a se falar]. Se ele não morresse, a gente provavelmente iria sair para jantar, seria uma vida diferente, uma segunda parte. Na realidade, eu queria fazer esse livro junto com ele, seria o ideal. Não tinha cabimento o Sócrates morrer sem eu falar com ele, seria inadmissível. Eu iria morrer junto, não conseguiria viver com esse peso de não ter falado com ele sem que a gente tivesse brigado. Seria muito pesado para mim. Vocês tinham planos de retomar a amizade naquele momento? Fora do hospital, nós só nos encontramos no Arena. Não houve nem tempo para organizarmos isso. Foi quando eu e o Juca [Kfouri, colunista da Folha] combinamos de cada um passar um domingo com ele, pois ele estava se sentindo um pouco sozinho, mas não deu nem tempo. Pensando agora, acho que ele poderia ter morrido dois meses depois, era o tempo suficiente para a gente conversar, para nós sairmos juntos, para eu fazer as coisas que queria fazer com ele. Eu estou muito envolvido com a cultura de São Paulo no momento, com teatro, essas coisas, e o Magrão também gostava muito, então a gente poderia fazer isso juntos. O livro ajuda a preencher esse vazio, de certa forma. Como você reagiu à morte dele? Na época em que ele morreu, eu já estava equilibrado. Não como hoje, porque hoje a minha estratégia de vida está funcionando perfeitamente. Naquela época, não tinha alcançado esse patamar de esclarecimento, mas estava caminhando para isso, então as estruturas não ficaram abaladas o suficiente para eu ir para as drogas, que era o que aconteceria antes. Você diz que nunca brigou com o Sócrates. Então por que, exatamente, vocês se distanciaram? Tinha muita coisa nele que me desagradava, como a mania dele de sempre chegar atrasado, o fato de não terminar nada, isso começou a me incomodar. Em um certo momento, eu comecei a mudar, não dava para ficar o dia inteiro bebendo num bar, eu não estava mais para isso. E tem outra coisa: eu acho que ele olhava para os jogadores que viraram comentaristas e pensava: 'Eu sou o Sócrates, sou formado em medicina, por que não estou nessa?'. Mas ele não olhava para ele mesmo, para o comportamento dele. Olhando para trás, você pensa que a amizade poderia ter sido levada de um outro jeito, com vocês mais próximos? Poderia ter sido diferente, mas, do que as coisas aconteceram, não foi ruim. Foi coisa da vida, as pessoas não ficam grudadas. Em pontos importantes para nós, a nossa amizade foi demonstrada, como quando ele foi para a Itália [em 1984, para jogar na Fiorentina] e as coisas não estavam dando certo para ele. Quando eu voltei ao Brasil [após muitos anos jogando na Europa], ele foi a primeira pessoa para quem liguei. Mas era sempre você quem o procurava, e nunca o contrário, não? Nós éramos diferentes. Eu sou muito mais carinhoso, faço questão de pegar o telefone e ligar para a pessoa. O Magrão era muito frio, ou queria parecer frio. Quando eu estava internado [para tratamento contra dependência química, entre 2007 e 2008], dei duas entrevistas grandes, tenho certeza de que ele leu e pensou: 'Poxa, ele está bem'. Tenho certeza de que ele se sentiu bem. O Sócrates não sentia a necessidade de que o outro o visse, como eu sinto. Era o jeito dele, era assim mesmo e ponto. As pessoas ainda perguntam muito a você sobre o Sócrates? Há muita curiosidade, querem saber como era no ônibus, no vestiário, querem saber se o Sócrates também usava drogas. As pessoas acham que as conversas com ele eram só filosóficas, mas ele também era um cada bobo, adorava falar bobagem e dar risada. E o Magrão nunca usou drogas, que fique bem claro, isso até o incomodava. Eu só fumei maconha duas vezes na frente dele. Com o livro, descobri coisas que não sabia sobre o Sócrates, como o possível filho dele. O Magrão é um cara mais legal do que eu imaginava, um grande ser humano, com bons princípios, bons valores. Vocês jogaram juntos no Corinthians por dois anos e meio, além de alguns períodos esporádicos na seleção. Foi o suficiente? Quando eu penso nisso, parece que eu joguei dez anos com o Magrão, mas foram só dois anos e meio. Foi muito intenso, em pouco tempo nós fizemos esse estrago todo, esse barulho todo. Na época, eu não via tanta proximidade com ele, eu saía com outras pessoas, ele também. Foi só muito tempo depois que a ligação ficou bem clara para mim, principalmente depois da morte dele, com todo mundo vindo até mim para perguntar sobre ele. O subtítulo do livro ("Uma história de amor") pode levar à interpretação de que vocês tinham um relacionamento amoroso. Isso lhe preocupa? Se eu falei na televisão, para o Brasil inteiro, que eu o amava, por que eu iria me preocupar com o título do livro? Seria impossível não relacionar nossa história com uma paixão, com amor. É só olhar as nossas fotos, tem um monte de cenas carinhosas. O livro aborda temas delicados da vida do Sócrates, como seu relacionamento com a cantora Rosemary, em uma época em que ele era casado, e a possibilidade de ele ter um filho não reconhecido. Você teme uma reação negativa da família dele? Acho que a família dele pensa que se tem alguém que pode escrever sobre o Sócrates, sou eu. Se houvesse alguém que não quisesse ver a história publicada, teria levantado a mão e reclamado. Eu li o livro inteirinho, achei ótimo, não vi nada que pudesse descontentar alguém da família. Mas a história com a Rosemary não sou eu quem conto, eu não falo sobre isso. Por quê? Minha visão é a seguinte: o Sócrates nunca falou sobre isso, sempre omitiu, então eu não quis ser o cara que leva isso a público. Se ele não quis revelar, algum motivo ele tinha. Mas o Gilvan podia fazer a revelação. Ele apurou a história e eu disse que tudo bem, desde que não colocasse na minha boca. O livro tem três formatos: depoimentos de pessoas que nos conheceram, eu contando a história e a parte jornalística do Gilvan. No seu primeiro livro, você fala muito abertamente sobre sua dependência química. Qual foi o efeito que a publicação do livro teve em você? Para mim foi ótimo. Eu me orgulho disso, sou mais orgulhoso disso do que de ter sido jogador ou de ser comentarista. Foi uma batalha pessoal, eu e a droga, ou eu acabava com ela, ou ela acabava comigo, e ela esteve perto de acabar comigo. Mas eu venci e consegui me estabilizar, isso me dá muito orgulho. O sentido do meu tratamento é falar, faço terapia em grupo. Fazendo aquele livro, fiz uma terapia nacional, universal, abri para todo mundo, como se a Terra fosse um grupo terapêutico. E veio o retorno. As pessoas vêm falar comigo, eu ajudei muita gente. Alguns se internaram por causa daquele livro, muitas famílias resolveram seu problema. Você pensa em lançar outros livros? Pode vir mais algum, sim, eu gostei desse negócio. Talvez sobre a final de 1982 [do Paulista daquele ano, entre Corinthians e São Paulo, vencida pelo time alvinegro], tenho várias histórias que posso contar. Tem também a minha visão sobre a Copa de 1986, onde falhamos, onde erramos, coisas que eu sei... Vamos ver o que vem por aí. SERVIÇO SÓCRATES & CASAGRANDE - UMA HISTÓRIA DE AMOR Autores: Walter Casagrande Júnior e Gilvan Ribeiro Quando: Terça-feira (12), às 19h Onde: FNAC (avenida Paulista, 901, São Paulo) Quanto: R$ 39,90 Páginas: 376
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Papa pede perdão pelo papel da Igreja Católica no genocídio em Ruanda
O papa Francisco implorou perdão a Deus pelos horrores cometidos pela Igreja Católica em Ruanda, em 1994, no encontro que manteve nesta segunda-feira (20) no Vaticano com o presidente ruandês Paul Kagame. "Imploro o perdão a Deus pelos pecados e faltas da Igreja e de seus membros, entre eles padres, religiosos e religiosas, que cederam ao ódio e à violência, traíram sua missão evangélica", afirmou o papa ao referir-se ao genocídio em Ruanda que, em 1994, deixou cerca de 800.000 mortos. O papa, que se reuniu por 20 minutos a portas fechadas com o presidente Ruanda, havia oferecido em 2014 o apoio da Igreja Católica para a reconciliação em Ruanda por ocasião dos 20 anos de genocídio. O massacre de quase um terço da população de Ruanda, a maioria pertencente à minoria tutsi, foi realizada pela maioria hutu ante a total indiferença do resto do mundo. Diante do presidente africano, o Papa voltou a recordar, como fez em 2014, as vítimas do genocídio. "Manifesto a profunda dor, da Santa Sé e de toda a Igreja, pelo genocídio contra os tutsi e expresso solidariedade às vítimas e a todos que padeceram por esses trágicos eventos", afirmou o chefe da Igreja Católica, segundo a nota divulgada pelo Vaticano. Francisco também recordou o gesto de João Paulo II durante o Jubibeu de 2000, quando, pela primeira vez, pediu perdão pelos horrores cometidos pelos membros da igreja. Atualmente, cerca da metade dos ruandeses são católicos.
mundo
Papa pede perdão pelo papel da Igreja Católica no genocídio em RuandaO papa Francisco implorou perdão a Deus pelos horrores cometidos pela Igreja Católica em Ruanda, em 1994, no encontro que manteve nesta segunda-feira (20) no Vaticano com o presidente ruandês Paul Kagame. "Imploro o perdão a Deus pelos pecados e faltas da Igreja e de seus membros, entre eles padres, religiosos e religiosas, que cederam ao ódio e à violência, traíram sua missão evangélica", afirmou o papa ao referir-se ao genocídio em Ruanda que, em 1994, deixou cerca de 800.000 mortos. O papa, que se reuniu por 20 minutos a portas fechadas com o presidente Ruanda, havia oferecido em 2014 o apoio da Igreja Católica para a reconciliação em Ruanda por ocasião dos 20 anos de genocídio. O massacre de quase um terço da população de Ruanda, a maioria pertencente à minoria tutsi, foi realizada pela maioria hutu ante a total indiferença do resto do mundo. Diante do presidente africano, o Papa voltou a recordar, como fez em 2014, as vítimas do genocídio. "Manifesto a profunda dor, da Santa Sé e de toda a Igreja, pelo genocídio contra os tutsi e expresso solidariedade às vítimas e a todos que padeceram por esses trágicos eventos", afirmou o chefe da Igreja Católica, segundo a nota divulgada pelo Vaticano. Francisco também recordou o gesto de João Paulo II durante o Jubibeu de 2000, quando, pela primeira vez, pediu perdão pelos horrores cometidos pelos membros da igreja. Atualmente, cerca da metade dos ruandeses são católicos.
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Domingo de Galo
O Corinthians está fadado a cumprir com a sua obrigação e despachar o penúltimo colocado Joinville. Não que seja fácil porque nada é fácil neste Brasileirão, mas, se não bastasse a diferença técnica entre os dois times, os catarinenses jogaram na quinta à noite para voltar a jogar hoje pela manhã, desvantagem considerável como ensina o beabá da preparação física. Garantidos os três pontos que levarão a diferença para seis pontos entre líder e vice-líder, restará aos fiéis secar o Galo à tarde, no clássico do Mineirão. Mesmo como visitantes, os atleticanos são os favoritos diante do desespero do Cruzeiro, a apenas um ponto da zona do rebaixamento. Não diga que clássico é clássico e vice-versa porque, embora seja verdade, ainda assim existem favoritos a ser derrotados neles. Não acredite também que o Corinthians vem caindo ao ver a sua vantagem despencar de sete para três pontos. No primeiro turno, contra os mesmos Fluminense, Palmeiras e Grêmio, o Alvinegro ganhou apenas um ponto, ao passo que agora conquistou cinco. Então, previa-se o pior, até que o time lutaria para não cair. Hoje, ao contrário, o objetivo de ser hexacampeão é realista, por mais que estejamos apenas na 25ª rodada, com mais 13 pela frente. Tanto contra o Palmeiras, fora de casa, quanto contra o Grêmio, dentro, o time de Tite mostrou elogiável poder de recuperação, ainda mais que os adversários jogavam melhor quando os empates vieram. Time maduro mesmo recheado de garotos, o Corinthians não revela nenhuma ansiedade, ao contrário do Galo, numa fila interminável que já dura 44 longos anos. Anos em que a conquista pareceu ao alcance das mãos e fugiu, o que torna traumas mais agudos e leva alguém ponderado como Levir Culpi a botar pilha no complexo e dizer que o Brasileirão está manchado. Pois hoje no Mineirão ele tem a chance de seguir removendo a mancha que, é claro, só estará desfeita, nesta visão estreita, caso, enfim, venha o bicampeonato brasileiro. A mania de desqualificar conquistas dos rivais faz parte da incultura nacional, como a desonestidade que, em última análise, a alimenta. Desnecessário dizer que a CBF colabora para tal estado de coisas ao não dar bola às inevitáveis desconfianças que seu passado remoto, e recente, produz. Ao permitir que clubes vendam seus mandos de campo e tornem desiguais os jogos de que participam; ao fazer times jogarem na quinta à noite e no domingo de manhã; ao escalar árbitros para embates de times de seu Estado; ao estreá-los em jogos de alta responsabilidade; ao ser cúmplice de uma justiça esportiva risível; ao não respeitar as datas-Fifa. Há muito que se fazer para tornar nosso futebol uma instituição moderna e confiável. Por enquanto, voltemos os olhos para o Mineirão. ROMÁRIO X ROMERO O Baixinho encontrou em Jucá um zagueiro como jamais viu. A CPI nasceu para morrer.
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Domingo de GaloO Corinthians está fadado a cumprir com a sua obrigação e despachar o penúltimo colocado Joinville. Não que seja fácil porque nada é fácil neste Brasileirão, mas, se não bastasse a diferença técnica entre os dois times, os catarinenses jogaram na quinta à noite para voltar a jogar hoje pela manhã, desvantagem considerável como ensina o beabá da preparação física. Garantidos os três pontos que levarão a diferença para seis pontos entre líder e vice-líder, restará aos fiéis secar o Galo à tarde, no clássico do Mineirão. Mesmo como visitantes, os atleticanos são os favoritos diante do desespero do Cruzeiro, a apenas um ponto da zona do rebaixamento. Não diga que clássico é clássico e vice-versa porque, embora seja verdade, ainda assim existem favoritos a ser derrotados neles. Não acredite também que o Corinthians vem caindo ao ver a sua vantagem despencar de sete para três pontos. No primeiro turno, contra os mesmos Fluminense, Palmeiras e Grêmio, o Alvinegro ganhou apenas um ponto, ao passo que agora conquistou cinco. Então, previa-se o pior, até que o time lutaria para não cair. Hoje, ao contrário, o objetivo de ser hexacampeão é realista, por mais que estejamos apenas na 25ª rodada, com mais 13 pela frente. Tanto contra o Palmeiras, fora de casa, quanto contra o Grêmio, dentro, o time de Tite mostrou elogiável poder de recuperação, ainda mais que os adversários jogavam melhor quando os empates vieram. Time maduro mesmo recheado de garotos, o Corinthians não revela nenhuma ansiedade, ao contrário do Galo, numa fila interminável que já dura 44 longos anos. Anos em que a conquista pareceu ao alcance das mãos e fugiu, o que torna traumas mais agudos e leva alguém ponderado como Levir Culpi a botar pilha no complexo e dizer que o Brasileirão está manchado. Pois hoje no Mineirão ele tem a chance de seguir removendo a mancha que, é claro, só estará desfeita, nesta visão estreita, caso, enfim, venha o bicampeonato brasileiro. A mania de desqualificar conquistas dos rivais faz parte da incultura nacional, como a desonestidade que, em última análise, a alimenta. Desnecessário dizer que a CBF colabora para tal estado de coisas ao não dar bola às inevitáveis desconfianças que seu passado remoto, e recente, produz. Ao permitir que clubes vendam seus mandos de campo e tornem desiguais os jogos de que participam; ao fazer times jogarem na quinta à noite e no domingo de manhã; ao escalar árbitros para embates de times de seu Estado; ao estreá-los em jogos de alta responsabilidade; ao ser cúmplice de uma justiça esportiva risível; ao não respeitar as datas-Fifa. Há muito que se fazer para tornar nosso futebol uma instituição moderna e confiável. Por enquanto, voltemos os olhos para o Mineirão. ROMÁRIO X ROMERO O Baixinho encontrou em Jucá um zagueiro como jamais viu. A CPI nasceu para morrer.
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O que diz a ciência sobre corrupção
Mensalão, Lava-jato, contas na Suíça, desvio de verbas, obras superfaturadas, caixa dois. Corruptos e corruptores, surpresos e moralistas. É uma orgia de escândalos que interessa a todos, mas que pode gerar confusão e pouca compreensão real. Não caia na "falácia do caso especifico" indo atrás de detalhes, isso é fofoca política. A investigação é tarefa da polícia, do judiciário e da mídia. Aproveite para estudar a "ciência da corrupção", para entender as causas, as consequências e as soluções. Interrogue a literatura científica. Os estudos empíricos mostram correlações entre corrupção e pobreza, instabilidade política, baixos investimentos e imunidade política. Os leigos tendem a pensar que as causas sejam antropológicas, como cultura, gênero, nacionalidade, religião, mas a ciência política e a economia são quase unanimes ao afirmar que as causas são sistêmicas –tipos de regras, intervencionismo, muita regulamentação, discricionariedade. É uma questão de incentivos, há regras que estimulam comportamentos negativos e um sistema deste já atrai pessoas dispostas a tudo. Nada de jeitinho então. O famoso economista Gordon Tullock nota que geralmente se consegue um grande favor com uma propina relativamente pequena. Vista a grande recompensa, a corrupção podia até ser maior. E isso é devido à pressão da opinião pública, à competição entre os burocratas baixa o preço e à falta de confiança entre corrupto e corruptor que não podem processar a outra parte em caso de desrespeito do acordo. E quais as consequências da corrupção? Menores desenvolvimento e inovação; incentivo a mais corrupção; visão de curto prazo; monopólios; e desigualdade, pois afeta mais os pobres. O Prêmio Nobel Edward Prescott (em um estudo com Stephen Parente) mostrou que a corrupção causa também a regulamentação mais dura contra empresas estrangeiras, a necessidade de licenças para poder comprar nova tecnologia, normas de aplicação assimétricas contra empresas estrangeiras –e o Brasil é primeiro do ranking nisso– e a não importação de tecnologia melhor. Mas para não acabar no pessimismo, quais as soluções propostas? Limitar o poder politico, reduzir o tamanho do estado, transparência, departamento anti-corrupção, tribunais específicos, metas claras, meritocracia, auditoria e accountability, propagandear casos, aumentar salários dos empregados estatais, aumentar sanções negativas e Fazer Índices e relatórios. Os ingênuos acham que "é só substituir o corrupto com um honesto". Mas é o carro que deve ser trocado, não o motorista. Os utopistas queriam mudar a natureza do homem para criar o "homem novo" (Lênin) e acabaram gerando só distopias. Precisamos construir um sistema que incentive e recompense comportamentos virtuosos, uma arquitetura compatível com a natureza humana, assim como se constrói uma ponte já tendo em consideração a gravidade. Como mostra o jurista peruano Enrique Ghersi, a corrupção, mais que a causa da pobreza, é o efeito, é o resultado de protecionismo, estado forte e hiperregulamentação. Até Tácito sabia que "mais um estado é corrupto e mais legisla". A corrupção é o sintoma, o poder político é a doença. É o que 2000 anos depois os economistas Art Carden e Lisa Verdon demonstram que protecionismo e intervencionismo, dando mais poder ao burocrata, ao "homem de sistema", geram mais corrupção, no quep jornalista P. J. O'Rourke resume assim: "Quando comprar e vender são controlados pela legislação, a primeira coisa a ser vendida e comprada são os legisladores". Mais concentração de poder político, mais corrupção. ADRIANO GIANTURCO, 32, é professor de ciência política do Ibmec - MG * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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O que diz a ciência sobre corrupçãoMensalão, Lava-jato, contas na Suíça, desvio de verbas, obras superfaturadas, caixa dois. Corruptos e corruptores, surpresos e moralistas. É uma orgia de escândalos que interessa a todos, mas que pode gerar confusão e pouca compreensão real. Não caia na "falácia do caso especifico" indo atrás de detalhes, isso é fofoca política. A investigação é tarefa da polícia, do judiciário e da mídia. Aproveite para estudar a "ciência da corrupção", para entender as causas, as consequências e as soluções. Interrogue a literatura científica. Os estudos empíricos mostram correlações entre corrupção e pobreza, instabilidade política, baixos investimentos e imunidade política. Os leigos tendem a pensar que as causas sejam antropológicas, como cultura, gênero, nacionalidade, religião, mas a ciência política e a economia são quase unanimes ao afirmar que as causas são sistêmicas –tipos de regras, intervencionismo, muita regulamentação, discricionariedade. É uma questão de incentivos, há regras que estimulam comportamentos negativos e um sistema deste já atrai pessoas dispostas a tudo. Nada de jeitinho então. O famoso economista Gordon Tullock nota que geralmente se consegue um grande favor com uma propina relativamente pequena. Vista a grande recompensa, a corrupção podia até ser maior. E isso é devido à pressão da opinião pública, à competição entre os burocratas baixa o preço e à falta de confiança entre corrupto e corruptor que não podem processar a outra parte em caso de desrespeito do acordo. E quais as consequências da corrupção? Menores desenvolvimento e inovação; incentivo a mais corrupção; visão de curto prazo; monopólios; e desigualdade, pois afeta mais os pobres. O Prêmio Nobel Edward Prescott (em um estudo com Stephen Parente) mostrou que a corrupção causa também a regulamentação mais dura contra empresas estrangeiras, a necessidade de licenças para poder comprar nova tecnologia, normas de aplicação assimétricas contra empresas estrangeiras –e o Brasil é primeiro do ranking nisso– e a não importação de tecnologia melhor. Mas para não acabar no pessimismo, quais as soluções propostas? Limitar o poder politico, reduzir o tamanho do estado, transparência, departamento anti-corrupção, tribunais específicos, metas claras, meritocracia, auditoria e accountability, propagandear casos, aumentar salários dos empregados estatais, aumentar sanções negativas e Fazer Índices e relatórios. Os ingênuos acham que "é só substituir o corrupto com um honesto". Mas é o carro que deve ser trocado, não o motorista. Os utopistas queriam mudar a natureza do homem para criar o "homem novo" (Lênin) e acabaram gerando só distopias. Precisamos construir um sistema que incentive e recompense comportamentos virtuosos, uma arquitetura compatível com a natureza humana, assim como se constrói uma ponte já tendo em consideração a gravidade. Como mostra o jurista peruano Enrique Ghersi, a corrupção, mais que a causa da pobreza, é o efeito, é o resultado de protecionismo, estado forte e hiperregulamentação. Até Tácito sabia que "mais um estado é corrupto e mais legisla". A corrupção é o sintoma, o poder político é a doença. É o que 2000 anos depois os economistas Art Carden e Lisa Verdon demonstram que protecionismo e intervencionismo, dando mais poder ao burocrata, ao "homem de sistema", geram mais corrupção, no quep jornalista P. J. O'Rourke resume assim: "Quando comprar e vender são controlados pela legislação, a primeira coisa a ser vendida e comprada são os legisladores". Mais concentração de poder político, mais corrupção. ADRIANO GIANTURCO, 32, é professor de ciência política do Ibmec - MG * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Pedigree
Equipe que revolucionou o jeito de ser da F-1, que mudou as relações entre as marcas e o público, que propôs desde sempre um novo olhar para a categoria, a Red Bull pode encontrar a salvação, vejam que ironia, na história. Às parcerias que amarrou para 2016 não falta pedigree. Não dá para não lembrar do que Illmor e TAG Heuer fizeram no esporte a motor. Antes, uma explicação. Depois de meses de pendengas com a Renault e incertezas sobre a unidade de potência para a próxima temporada, a Red Bull encontrou uma solução híbrida –e Ecclestone teve enorme participação no acordo. Irá de Renault. Mas um Renault diferente. Será preparado pela Illmor e levará na carcaça a marca suíça. A montadora francesa entregará o kit. Caberá à equipe e seus parceiros montar o quebra-cabeça e tentar aprimorá-lo. O histórico indica que conseguirão. Criada pelos engenheiros Mario Illien e Paul Morgan, egressos da Cosworth, a Illmor deu seus primeiros passos na Indy do final dos anos 80. Com sucesso. Na sua segunda temporada, 1987, a marca conseguiu a pole para as 500 Milhas de Indianapolis. No ano seguinte, venceu a mais emblemática corrida do automobilismo americano. A estatística de vitórias não deixa dúvidas sobre o que a Illmor fez nas pistas dos EUA: em 78 corridas da Indy entre 1987 e 1991, a marca venceu 64. Na F-1, está intimamente ligada à Mercedes. Após uma incursão aqui, outra ali, fixou parceria com a montadora na McLaren. Foram 34 vitórias entre 1997 e 2005, quando os alemães assinaram um cheque e compraram toda a estrutura da preparadora. O sucesso retumbante que veio depois, com Brawn e Mercedes, tem DNA da Illmor. A TAG Heuer não fica atrás. O grupo saudita, acrônimo de Techniques d'Avant Garde, foi dos primeiros patrocinadores da Williams, no começo dos 80, e estampou os carros campeões de Jones e Rosberg. Na mesma época, a TAG comprou a Heuer e se tornou sócia da McLaren. Foi com um motor batizado TAG e construído pela Porsche que Lauda e Prost venceram 12 das 16 etapas do Mundial de 1984. O motor TAG deixou a equipe inglesa em 1987, mas a marca continuou lá, naqueles carros fantásticos dos anos 90. E até hoje o grupo tem participação na McLaren: importantes 25%. Nenhuma dessas empresas deve estar disposta a jogar tanta reputação no lixo. Se a Renault oferecer o mínimo de condições, a Red Bull terá um 2016 muito melhor do que as duas últimas temporadas. E Ricciardo já provou ser piloto para andar na frente. Será ótimo para o campeonato. Será ótimo para a história.
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PedigreeEquipe que revolucionou o jeito de ser da F-1, que mudou as relações entre as marcas e o público, que propôs desde sempre um novo olhar para a categoria, a Red Bull pode encontrar a salvação, vejam que ironia, na história. Às parcerias que amarrou para 2016 não falta pedigree. Não dá para não lembrar do que Illmor e TAG Heuer fizeram no esporte a motor. Antes, uma explicação. Depois de meses de pendengas com a Renault e incertezas sobre a unidade de potência para a próxima temporada, a Red Bull encontrou uma solução híbrida –e Ecclestone teve enorme participação no acordo. Irá de Renault. Mas um Renault diferente. Será preparado pela Illmor e levará na carcaça a marca suíça. A montadora francesa entregará o kit. Caberá à equipe e seus parceiros montar o quebra-cabeça e tentar aprimorá-lo. O histórico indica que conseguirão. Criada pelos engenheiros Mario Illien e Paul Morgan, egressos da Cosworth, a Illmor deu seus primeiros passos na Indy do final dos anos 80. Com sucesso. Na sua segunda temporada, 1987, a marca conseguiu a pole para as 500 Milhas de Indianapolis. No ano seguinte, venceu a mais emblemática corrida do automobilismo americano. A estatística de vitórias não deixa dúvidas sobre o que a Illmor fez nas pistas dos EUA: em 78 corridas da Indy entre 1987 e 1991, a marca venceu 64. Na F-1, está intimamente ligada à Mercedes. Após uma incursão aqui, outra ali, fixou parceria com a montadora na McLaren. Foram 34 vitórias entre 1997 e 2005, quando os alemães assinaram um cheque e compraram toda a estrutura da preparadora. O sucesso retumbante que veio depois, com Brawn e Mercedes, tem DNA da Illmor. A TAG Heuer não fica atrás. O grupo saudita, acrônimo de Techniques d'Avant Garde, foi dos primeiros patrocinadores da Williams, no começo dos 80, e estampou os carros campeões de Jones e Rosberg. Na mesma época, a TAG comprou a Heuer e se tornou sócia da McLaren. Foi com um motor batizado TAG e construído pela Porsche que Lauda e Prost venceram 12 das 16 etapas do Mundial de 1984. O motor TAG deixou a equipe inglesa em 1987, mas a marca continuou lá, naqueles carros fantásticos dos anos 90. E até hoje o grupo tem participação na McLaren: importantes 25%. Nenhuma dessas empresas deve estar disposta a jogar tanta reputação no lixo. Se a Renault oferecer o mínimo de condições, a Red Bull terá um 2016 muito melhor do que as duas últimas temporadas. E Ricciardo já provou ser piloto para andar na frente. Será ótimo para o campeonato. Será ótimo para a história.
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Entenda a crise econômica na Venezuela
A Venezuela não sai das páginas do jornal. Confrontos com polícia nas nas ruas, filas quilométricas para comprar pão, prateleiras vazias nos supermercados e fronteiras fechadas por vários dias. O nosso vizinho, que é uma das maiores reservas de petróleo do mundo, surfou por anos na onda dos petrodólares, mas agora amarga uma crise econômica e social, que levou o país ao caos político. Mas afinal de contas, o que é que está acontecendo na Venezuela e como foi que chegamos nesse ponto? Com uma inflação atingindo a estratosfera e sem desenvolvimento industrial suficiente para abastecer as cidades, a crise venezuelana é um conjunto de consequências de políticas econômicas arriscadas feitas há mais de uma década. Entenda tudo no programa "Me Explica?" da "TV Folha".
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Entenda a crise econômica na VenezuelaA Venezuela não sai das páginas do jornal. Confrontos com polícia nas nas ruas, filas quilométricas para comprar pão, prateleiras vazias nos supermercados e fronteiras fechadas por vários dias. O nosso vizinho, que é uma das maiores reservas de petróleo do mundo, surfou por anos na onda dos petrodólares, mas agora amarga uma crise econômica e social, que levou o país ao caos político. Mas afinal de contas, o que é que está acontecendo na Venezuela e como foi que chegamos nesse ponto? Com uma inflação atingindo a estratosfera e sem desenvolvimento industrial suficiente para abastecer as cidades, a crise venezuelana é um conjunto de consequências de políticas econômicas arriscadas feitas há mais de uma década. Entenda tudo no programa "Me Explica?" da "TV Folha".
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Saga quixotesca de um recém-formado à procura de emprego na Pauliceia
Ele desembarcou em São Paulo em 1º de agosto após 18 horas de viagem desde Foz do Iguaçu em um ônibus de sacoleiros. Trazia na bagagem o diploma em Letras pela Unila (Universidade Federal de Integração Latino Americana ) e os sonhos, definidos como "fumaça na penumbra, belos e efêmeros". Bruno Eliezer Melo Martins, 27, logo descobriu que sonhar na Pauliceia, para um rapaz "latino americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior" como ele, é tarefa quixotesca. Tal qual Dom Quixote de la Mancha, do romance de 1605 de Miguel de Cervantes, o mineiro de Poços de Caldas tenta vencer seus moinhos de ventos, enquanto busca emprego como mediador cultural, tradutor (de espanhol e francês), revisor ou educador. Nas entrevistas de emprego, ele usa o terno comprado no Paraguai com dinheiro emprestado por um amigo para fazer bonito na cerimônia de colação de grau em julho. Um outro amigo descolou a casa na qual ficou alojado nos primeiros 20 dias em Sampa. A aclimatação à metrópole inóspita foi em meio aos livros da sortida biblioteca da família em viagem aos Estados Unidos. "Creio que nesse período li uns 15 livros. Tenho uma meta de, copiando o exemplo de José Mindlin [bibliófilo], ler ao menos dois por semana", diz o recém-formado bacharel, filho de um serralheiro e de uma dona de casa. Leu tanto (de Samuel Beckett a Julio Cortázar, passando por José Lezama Lima, autor pelo qual se apaixonou na graduação), que "na solidão de uma casa de artista até pensei que poderia ser feliz ali." Com a volta dos donos, Bruno foi parar numa ocupação do Movimento dos Sem-Teto no centro de São Paulo. Pesadelo que durou dez dias. "Não gosto nem de lembrar, fiquei doente, vi gente passando fome, tentei organizar qualquer coisa e não consegui diálogo, assembleias todos os dias, vi gente usando muita droga, pessoas enfermas e em estado degradante. Ainda é difícil falar de tudo que vi e vivi ali. Foi duro, triste." De lá saiu para um quartinho, com um beliche e uma cama, sobre a qual abriga seus livros, um guarda-roupa e uma pequena mesa. Aluga o cômodo no apartamento de uma senhora simpática, que o faz lembrar da dona de pensão do conto "As Formigas", de Lygia Fagundes Telles. É dali que pesquisa sobre possibilidades de empregos, envia currículos. "Não para poetas, mas qualquer vaga." Ele conta que dia desses foi à avenida Paulista ler poemas de Manuel Bandeira: Estrela da Manhã, Pasárgada. "Mas os pedintes pareciam receber mais moedas que eu. Percebi que recitar Bandeira e não ser escutado era um desrespeito com o próprio. Poesia não pede esmola, tampouco a literatura precisa disso." O recém-formado também desbrava a riqueza cultural de uma São Paulo cosmopolita e cara. "A cidade oferece muitas opções e dentro das minhas possibilidades tenho participado, algumas (a maioria, na verdade) são pagas, os cursos são caríssimos e nem todos oferecem bolsas ou descontos", lamenta, mas se joga nas bibliotecas públicas e em cursos gratuitos que garimpa. Sua preocupação maior, admite, é a absoluta falta de recursos financeiros. "Meu salário é o pouco do cheque especial que ainda tenho. A situação é de completa pindaíba, as contas chegam, sei que em breve conseguirei algo, mas penso quase com desespero neste momento." Em meio ao "ciclo vicioso dos desprovidos de recursos", Bruno relata como é duro saber que sem um tostão não se pode nada. "Porém sigo como um Quixote inabalável em busca do literário, da paixão, da vida, dessa busca pela dignidade através do poema, da cultura, da beleza." "Não sou um sujeito revoltado, mas a minha intensidade da busca pela cultura é uma grande forma de protesto frente ao capital agressivo, ao imediato, à causa e ao efeito." A seguir, trechos das "Quixotadas Paulistanas", o diário que o bacharel em letras, está escrevendo sobre suas vivências na Pauliceia, embrião do primeiro romance de um jovem sonhador. "O que quero mesmo é escrever não sobre o que me passa, mas sobre a ficção prazerosa da própria vida. Não sei que será do futuro, como se dará minha vida. Às vezes, a única certeza é a incerteza. Mas nessa incerteza há também um prazer incontido de estar vivo e acreditar, por mais que digam o contrário, que o sonho é o caminho mais belo para a realidade." QUIXOTADAS PAULISTANAS Prestes a completar dois meses em São Paulo e na antevéspera de seus 27 anos, nosso personagem vai a uma reunião que definiria seus rumos. Na verdade, sua reunião era mais do que uma simples entrevista de emprego marcada pela recrutadora para cumprir sua meta diária de entrevistas, era a primeira vez em todo o período de sua estada em São Paulo que lhe convocavam para uma reunião/entrevista. O dia de nosso personagem e candidato começou com uma parcimoniosa preparação com o requinte de um primeiro dia de trabalho, colocando aquele seu melhor terno e chamuscando a si com o restinho do perfume almiscarado, presente de tantos anos, de um amigo rico. Nosso personagem tinha certeza de que a vaga seria sua, tinha confiança e pensava que seria um presente do céu que viria para sanar suas relações com cruéis credores e mercenários bancos. Não viu problema em tomar um café numa boa cafeteria, comer dois croissants, pedir geleia de damasco e mais um expresso, para pagar, usou elegantemente seu cartão de crédito cujo limite foi atingido com aquela última compra. Marcada para às 10h da manhã, lá vai o nosso candidato à vaga de professor em uma escola particular. No prédio em que fica o escritório da agência de empregos, na rua Sete de Abril, é muito cordialmente recebido pelo porteiro que lhe indicou o sétimo andar na sala 107. Por alguma razão, nosso candidato se sentiu oprimido por tantos setes e até se lembrou do sétimo pecado na lista dos dez melhores mandamentos, não roubarás, lembrou-se então de que não cometeria nenhum deslize e jamais mentiria em uma entrevista. A sala 107 estava repleta de todas as pessoas, na recepção após pedirem-lhe a carteira de identidade, mandaram-no aguardar. Sentiu-se um pouco incomodado por ter um tratamento tão padrão, mas não deu muita importância a isso. Queria mesmo é falar de literatura e dos romances que já lera. Possivelmente o candidato observou todas as outras pessoas e imaginou histórias, todos eles estavam como ele, desempregados e inservíveis, fora das engrenagens, nas margens da população economicamente ativa, sem dinheiro para pagar as contas mais básicas e comendo no crédito. Nosso candidato pensou na dureza da vida e nos nãos que todos aqueles poderiam ouvir, mas para si, visualizava em sua primeira entrevista um glorioso sim e começaria a trabalhar como professor de literatura com um modesto salário, mas que seria o suficiente para vida digna, isto é, com as contas pagas. Quando foi chamado, nosso candidato falou muitas coisas interessantes e que serviam para a vida, falou até de Dom Quixote resumindo a história para a entrevistadora que disse não conhecer, um cúmulo para o entrevistado. Em resumo, disse a ela, Dom Quixote é a aventura de um leitor fascinado. No final, a entrevistadora agradeceu muito a disponibilidade do candidato, mas não poderia dar prosseguimento ao processo seletivo, sem explicar o porquê, ela desejou-lhe boa sorte. Nosso candidato não exigiu explicações, preferiu aceitar dignamente seu primeiro não e sair de cabeça bem erguida e também sorrindo para disfarçar que bem dentro de si ocorria uma tormenta que faziam os olhos marejar daquilo que chamam de decepção. QUIXOTADAS NÚMERO 2 Nosso candidato, ao sair de seu primeiro e sonoro não, caminhou pelas ruas desconhecidas até uma casa de velas. Velas e alfazema, mesmo sem ter o que comemorar não resistiu e comprou um robusto, se não para fumar, ao menos para guardar, marcando esse dia. Pagou o charuto com as moedas e as notinhas amassadas que ainda restavam em seus bolsos. Sentiu as alfazemas como um perfume que lhe traria boas notícias, fechou os olhos e respirou profundamente o ar a loja de produtos esotéricos e saiu com o havano no bolso e ainda sem rumo. É muito difícil saber o que realmente se passa com nosso candidato, um sujeito de tanto maravilhamento, mas também meio triste com a vida, com as coisas e com os sem rumos de seu itinerário. Seus pés querem leva-lo em várias direções e por isso, parado espera para pensar para onde poderia ir. Vê uma banca de doces, se pudesse compraria um pé-de-moleque, já não há dinheiro. Vê um viaduto, e do outro lado da calçada, um antiquário. Resolve caminhar até lá para conhecer um pouco das histórias de pessoas tão desconhecidas que um dia usaram aquelas quinquilharias. O candidato viu um divã e ficou impressionado com seu formato, nada que fugisse as regras de um divã convencional, mas os pés eram dourados e era revestido por couro branco. Se possuísse um studio poderia comprar aquele divã e nele leria as obras completas de Freud e Lacan. A dona do antiquário acompanhada de sua cadeira giratória observa todos os passos do candidato, muito provavelmente sabendo que não conseguirá dele nenhum tostão. O candidato sai, continua sem rumo, mas, mesmo sem querer encontra um caminho conhecido, seus pés que o querem em todas as direções encaminha-o para o quarto alugado. Sem pretensões entra no quarto, tira o calçado, deita e olha a luminária de duas lâmpadas, mas que só tem uma. Não sabemos que pensa o candidato. Mas é possível perceber que ele ainda sonha em trabalhar, talvez como poeta. QUIXOTADA NÚMERO 3 De como passou o candidato uma manhã fria, sem ter onde ir. É na brisa empoeirada da manhã que nosso candidato se debate em pensamentos de ternura para com seu primeiro emprego imaginário. Sonha acordar cedo, preparar a valise com cadernos e canetas, tomar o café preparado por ele mesmo e sair para labutar os versos da vida. Pensar na vida enquanto lavra as réstias de um equilibrado poema sobre a desventura de viver nesse tempo.... Nosso candidato caminha ainda com o comércio fechado, observando os pictogramas nas portas sem identificar qualquer coisa de compreensível... Caminhava olhando atentamente o chão com a sujeira e os paralelepípedos semi soltos, fixava o olhar em bitucas de cigarro procurando identificar a marca, recolhia algum pedaço de papel para ler, pensando ser um trecho de algum poema. Nosso preocupado candidato corria os olhos nas placas, nos stands, nos vendedores de bolos e cafés que se acumulam nas calçadas. Pensou que poderia fumar, mas não havia cigarros e se lembrou que havia deixado de fumar. O sal do suor frio que lhe descia nas pestanas e a respiração ofegante de uma manhã de caminhos apressados para lugar algum conferiam ao nosso candidato o sono do desalento de suas aventuras. Não poderia ser diferente, a busca por emprego era um segredo só seu e permitir que os outros soubessem de sua falta de ocupação corresponderia a reconhecer o fracasso de tantos anos. Por isso, nosso candidato mantém uma série atividades como sair apressado pela segunda-feira e procurar em todos os lugares, inclusive embaixo das pedras e nos bancos indicativas de empregos quaisquer. Nesse momento o candidato pensou até na vaga de pedinte, porém, sabemos que nosso candidato tem muito orgulho e, caso recebesse essa oferta, recusaria tal vaga. O varredor, que varria a rua pela qual passava o candidato, sorria cantando uma trova muito alegre, mas o cantante não fez mais que aumentar a tristeza de nosso candidato. Nesse meio tempo já se passara mais da metade da manhã e muito cansado o candidato resolveu se sentar próximo a uma praça. Sem querer adormeceu e não teve nenhum sonho. Mas foi acordado por um carinhoso vendedor de amendoim. UM PEQUENO ROMANCE Conheci o autor das "Quixotadas" por indicação de um amigo comum, que vive na Espanha, e pediu que o recebesse para uma conversa, na qual sugeri que Bruno escrevesse crônicas sobre as tantas histórias relatadas no almoço. Dois dias depois, ele me enviava os primeiros textos, transcritos em parte acima. Neste domingo, o recém-formado candidato ao primeiro emprego enviou também o primeiro capítulo do que chama de "romanceto". "Estou escrevendo um livro novo, minha amiga desconhecida. O título provisório é 'São Paulo, me Abrace'. Estou me sentindo afogado pela fumaça desse elegante tabaco que me consome a vida. Estou me sentindo perdido e imóvel, estou vendo minha vida passar nas gretas do vazio."
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Saga quixotesca de um recém-formado à procura de emprego na PauliceiaEle desembarcou em São Paulo em 1º de agosto após 18 horas de viagem desde Foz do Iguaçu em um ônibus de sacoleiros. Trazia na bagagem o diploma em Letras pela Unila (Universidade Federal de Integração Latino Americana ) e os sonhos, definidos como "fumaça na penumbra, belos e efêmeros". Bruno Eliezer Melo Martins, 27, logo descobriu que sonhar na Pauliceia, para um rapaz "latino americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior" como ele, é tarefa quixotesca. Tal qual Dom Quixote de la Mancha, do romance de 1605 de Miguel de Cervantes, o mineiro de Poços de Caldas tenta vencer seus moinhos de ventos, enquanto busca emprego como mediador cultural, tradutor (de espanhol e francês), revisor ou educador. Nas entrevistas de emprego, ele usa o terno comprado no Paraguai com dinheiro emprestado por um amigo para fazer bonito na cerimônia de colação de grau em julho. Um outro amigo descolou a casa na qual ficou alojado nos primeiros 20 dias em Sampa. A aclimatação à metrópole inóspita foi em meio aos livros da sortida biblioteca da família em viagem aos Estados Unidos. "Creio que nesse período li uns 15 livros. Tenho uma meta de, copiando o exemplo de José Mindlin [bibliófilo], ler ao menos dois por semana", diz o recém-formado bacharel, filho de um serralheiro e de uma dona de casa. Leu tanto (de Samuel Beckett a Julio Cortázar, passando por José Lezama Lima, autor pelo qual se apaixonou na graduação), que "na solidão de uma casa de artista até pensei que poderia ser feliz ali." Com a volta dos donos, Bruno foi parar numa ocupação do Movimento dos Sem-Teto no centro de São Paulo. Pesadelo que durou dez dias. "Não gosto nem de lembrar, fiquei doente, vi gente passando fome, tentei organizar qualquer coisa e não consegui diálogo, assembleias todos os dias, vi gente usando muita droga, pessoas enfermas e em estado degradante. Ainda é difícil falar de tudo que vi e vivi ali. Foi duro, triste." De lá saiu para um quartinho, com um beliche e uma cama, sobre a qual abriga seus livros, um guarda-roupa e uma pequena mesa. Aluga o cômodo no apartamento de uma senhora simpática, que o faz lembrar da dona de pensão do conto "As Formigas", de Lygia Fagundes Telles. É dali que pesquisa sobre possibilidades de empregos, envia currículos. "Não para poetas, mas qualquer vaga." Ele conta que dia desses foi à avenida Paulista ler poemas de Manuel Bandeira: Estrela da Manhã, Pasárgada. "Mas os pedintes pareciam receber mais moedas que eu. Percebi que recitar Bandeira e não ser escutado era um desrespeito com o próprio. Poesia não pede esmola, tampouco a literatura precisa disso." O recém-formado também desbrava a riqueza cultural de uma São Paulo cosmopolita e cara. "A cidade oferece muitas opções e dentro das minhas possibilidades tenho participado, algumas (a maioria, na verdade) são pagas, os cursos são caríssimos e nem todos oferecem bolsas ou descontos", lamenta, mas se joga nas bibliotecas públicas e em cursos gratuitos que garimpa. Sua preocupação maior, admite, é a absoluta falta de recursos financeiros. "Meu salário é o pouco do cheque especial que ainda tenho. A situação é de completa pindaíba, as contas chegam, sei que em breve conseguirei algo, mas penso quase com desespero neste momento." Em meio ao "ciclo vicioso dos desprovidos de recursos", Bruno relata como é duro saber que sem um tostão não se pode nada. "Porém sigo como um Quixote inabalável em busca do literário, da paixão, da vida, dessa busca pela dignidade através do poema, da cultura, da beleza." "Não sou um sujeito revoltado, mas a minha intensidade da busca pela cultura é uma grande forma de protesto frente ao capital agressivo, ao imediato, à causa e ao efeito." A seguir, trechos das "Quixotadas Paulistanas", o diário que o bacharel em letras, está escrevendo sobre suas vivências na Pauliceia, embrião do primeiro romance de um jovem sonhador. "O que quero mesmo é escrever não sobre o que me passa, mas sobre a ficção prazerosa da própria vida. Não sei que será do futuro, como se dará minha vida. Às vezes, a única certeza é a incerteza. Mas nessa incerteza há também um prazer incontido de estar vivo e acreditar, por mais que digam o contrário, que o sonho é o caminho mais belo para a realidade." QUIXOTADAS PAULISTANAS Prestes a completar dois meses em São Paulo e na antevéspera de seus 27 anos, nosso personagem vai a uma reunião que definiria seus rumos. Na verdade, sua reunião era mais do que uma simples entrevista de emprego marcada pela recrutadora para cumprir sua meta diária de entrevistas, era a primeira vez em todo o período de sua estada em São Paulo que lhe convocavam para uma reunião/entrevista. O dia de nosso personagem e candidato começou com uma parcimoniosa preparação com o requinte de um primeiro dia de trabalho, colocando aquele seu melhor terno e chamuscando a si com o restinho do perfume almiscarado, presente de tantos anos, de um amigo rico. Nosso personagem tinha certeza de que a vaga seria sua, tinha confiança e pensava que seria um presente do céu que viria para sanar suas relações com cruéis credores e mercenários bancos. Não viu problema em tomar um café numa boa cafeteria, comer dois croissants, pedir geleia de damasco e mais um expresso, para pagar, usou elegantemente seu cartão de crédito cujo limite foi atingido com aquela última compra. Marcada para às 10h da manhã, lá vai o nosso candidato à vaga de professor em uma escola particular. No prédio em que fica o escritório da agência de empregos, na rua Sete de Abril, é muito cordialmente recebido pelo porteiro que lhe indicou o sétimo andar na sala 107. Por alguma razão, nosso candidato se sentiu oprimido por tantos setes e até se lembrou do sétimo pecado na lista dos dez melhores mandamentos, não roubarás, lembrou-se então de que não cometeria nenhum deslize e jamais mentiria em uma entrevista. A sala 107 estava repleta de todas as pessoas, na recepção após pedirem-lhe a carteira de identidade, mandaram-no aguardar. Sentiu-se um pouco incomodado por ter um tratamento tão padrão, mas não deu muita importância a isso. Queria mesmo é falar de literatura e dos romances que já lera. Possivelmente o candidato observou todas as outras pessoas e imaginou histórias, todos eles estavam como ele, desempregados e inservíveis, fora das engrenagens, nas margens da população economicamente ativa, sem dinheiro para pagar as contas mais básicas e comendo no crédito. Nosso candidato pensou na dureza da vida e nos nãos que todos aqueles poderiam ouvir, mas para si, visualizava em sua primeira entrevista um glorioso sim e começaria a trabalhar como professor de literatura com um modesto salário, mas que seria o suficiente para vida digna, isto é, com as contas pagas. Quando foi chamado, nosso candidato falou muitas coisas interessantes e que serviam para a vida, falou até de Dom Quixote resumindo a história para a entrevistadora que disse não conhecer, um cúmulo para o entrevistado. Em resumo, disse a ela, Dom Quixote é a aventura de um leitor fascinado. No final, a entrevistadora agradeceu muito a disponibilidade do candidato, mas não poderia dar prosseguimento ao processo seletivo, sem explicar o porquê, ela desejou-lhe boa sorte. Nosso candidato não exigiu explicações, preferiu aceitar dignamente seu primeiro não e sair de cabeça bem erguida e também sorrindo para disfarçar que bem dentro de si ocorria uma tormenta que faziam os olhos marejar daquilo que chamam de decepção. QUIXOTADAS NÚMERO 2 Nosso candidato, ao sair de seu primeiro e sonoro não, caminhou pelas ruas desconhecidas até uma casa de velas. Velas e alfazema, mesmo sem ter o que comemorar não resistiu e comprou um robusto, se não para fumar, ao menos para guardar, marcando esse dia. Pagou o charuto com as moedas e as notinhas amassadas que ainda restavam em seus bolsos. Sentiu as alfazemas como um perfume que lhe traria boas notícias, fechou os olhos e respirou profundamente o ar a loja de produtos esotéricos e saiu com o havano no bolso e ainda sem rumo. É muito difícil saber o que realmente se passa com nosso candidato, um sujeito de tanto maravilhamento, mas também meio triste com a vida, com as coisas e com os sem rumos de seu itinerário. Seus pés querem leva-lo em várias direções e por isso, parado espera para pensar para onde poderia ir. Vê uma banca de doces, se pudesse compraria um pé-de-moleque, já não há dinheiro. Vê um viaduto, e do outro lado da calçada, um antiquário. Resolve caminhar até lá para conhecer um pouco das histórias de pessoas tão desconhecidas que um dia usaram aquelas quinquilharias. O candidato viu um divã e ficou impressionado com seu formato, nada que fugisse as regras de um divã convencional, mas os pés eram dourados e era revestido por couro branco. Se possuísse um studio poderia comprar aquele divã e nele leria as obras completas de Freud e Lacan. A dona do antiquário acompanhada de sua cadeira giratória observa todos os passos do candidato, muito provavelmente sabendo que não conseguirá dele nenhum tostão. O candidato sai, continua sem rumo, mas, mesmo sem querer encontra um caminho conhecido, seus pés que o querem em todas as direções encaminha-o para o quarto alugado. Sem pretensões entra no quarto, tira o calçado, deita e olha a luminária de duas lâmpadas, mas que só tem uma. Não sabemos que pensa o candidato. Mas é possível perceber que ele ainda sonha em trabalhar, talvez como poeta. QUIXOTADA NÚMERO 3 De como passou o candidato uma manhã fria, sem ter onde ir. É na brisa empoeirada da manhã que nosso candidato se debate em pensamentos de ternura para com seu primeiro emprego imaginário. Sonha acordar cedo, preparar a valise com cadernos e canetas, tomar o café preparado por ele mesmo e sair para labutar os versos da vida. Pensar na vida enquanto lavra as réstias de um equilibrado poema sobre a desventura de viver nesse tempo.... Nosso candidato caminha ainda com o comércio fechado, observando os pictogramas nas portas sem identificar qualquer coisa de compreensível... Caminhava olhando atentamente o chão com a sujeira e os paralelepípedos semi soltos, fixava o olhar em bitucas de cigarro procurando identificar a marca, recolhia algum pedaço de papel para ler, pensando ser um trecho de algum poema. Nosso preocupado candidato corria os olhos nas placas, nos stands, nos vendedores de bolos e cafés que se acumulam nas calçadas. Pensou que poderia fumar, mas não havia cigarros e se lembrou que havia deixado de fumar. O sal do suor frio que lhe descia nas pestanas e a respiração ofegante de uma manhã de caminhos apressados para lugar algum conferiam ao nosso candidato o sono do desalento de suas aventuras. Não poderia ser diferente, a busca por emprego era um segredo só seu e permitir que os outros soubessem de sua falta de ocupação corresponderia a reconhecer o fracasso de tantos anos. Por isso, nosso candidato mantém uma série atividades como sair apressado pela segunda-feira e procurar em todos os lugares, inclusive embaixo das pedras e nos bancos indicativas de empregos quaisquer. Nesse momento o candidato pensou até na vaga de pedinte, porém, sabemos que nosso candidato tem muito orgulho e, caso recebesse essa oferta, recusaria tal vaga. O varredor, que varria a rua pela qual passava o candidato, sorria cantando uma trova muito alegre, mas o cantante não fez mais que aumentar a tristeza de nosso candidato. Nesse meio tempo já se passara mais da metade da manhã e muito cansado o candidato resolveu se sentar próximo a uma praça. Sem querer adormeceu e não teve nenhum sonho. Mas foi acordado por um carinhoso vendedor de amendoim. UM PEQUENO ROMANCE Conheci o autor das "Quixotadas" por indicação de um amigo comum, que vive na Espanha, e pediu que o recebesse para uma conversa, na qual sugeri que Bruno escrevesse crônicas sobre as tantas histórias relatadas no almoço. Dois dias depois, ele me enviava os primeiros textos, transcritos em parte acima. Neste domingo, o recém-formado candidato ao primeiro emprego enviou também o primeiro capítulo do que chama de "romanceto". "Estou escrevendo um livro novo, minha amiga desconhecida. O título provisório é 'São Paulo, me Abrace'. Estou me sentindo afogado pela fumaça desse elegante tabaco que me consome a vida. Estou me sentindo perdido e imóvel, estou vendo minha vida passar nas gretas do vazio."
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Companhias de atacado têm queda de 12% no faturamento de agosto
As empresas atacadistas e distribuidoras tiveram uma queda real (descontada a inflação) de 12% no faturamento em agosto na comparação com o mesmo mês de 2014, segundo dados da Abad (associação do setor). No acumulado do ano, o recuo é de 9,75%. "Estamos como as outras áreas da economia: diante de uma preocupação grande e de um cenário de incertezas", diz o presidente da entidade, José do Egito Frota Lopes Filho. Em janeiro, o empresário, que também é dono da distribuidora Jotujé, do Ceará, projetava para 2015 um crescimento real de 1,5% no setor. "Agora, se terminarmos empatados com 2014, estaremos felizes", afirma. No ano passado, o faturamento ficou em R$ 211,8 bilhões. O número significou uma expansão de 0,9% em relação ao ano anterior, já descontada a inflação. Em 2013, no entanto, a alta havia sido de 4,2%. "O consumidor está muito cauteloso e o atacadista está ao lado da indústria, criando promoções para que o varejista possa oferecer ao seu cliente. Mesmo assim, os compradores continuam reticentes", acrescenta. A situação do segmento se agrava, segundo Lopes Filho, porque os produtos comercializados são de baixo valor agregado, o que não permite margens elevadas. A alta dos insumos, como energia e combustível, tem espremido ainda mais as taxas de lucro. Apesar desse panorama, as companhias ainda não começaram a demitir seus funcionários, de acordo com o empresário. Atualmente, 353,4 mil pessoas trabalham em distribuidoras. * Crescem na CVM projetos para investir em hotel em 2015 Os investimentos das incorporadoras em condo-hotéis, misto de produto hoteleiro e investimento financeiro, dispararam depois que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) estabeleceu normas para o setor. Em 2015, 30 projetos foram aprovados, somando R$ 1,7 bilhão em lançamentos. No ano passado, haviam sido 12, no valor total de R$ 1 bilhão. Nesses produtos, investidores compram cotas que ajudam a financiar a sua construção dos empreendimentos. Diferentemente do modelo de flat, porém, não podem ocupar os quartos em que colocaram recursos. A tendência se acelerou por três motivos: falta de alternativas de financiamentos para hotéis nos bancos, expansão das bandeiras hoteleiras para cidades pequenas e médias e o aumento da equipe no órgão que regula o setor, de acordo com Caio Calfat, vice-presidente do Secovi-SP e consultor da área. é a quantidade de hotéis em planejamento desde 2014 é o número de empreendimentos que foram aprovados pela CMV QUEDAS CONSECUTIVAS - Variação real do faturamento do setor de distribuição*, em % * Nova onda A crise retardou o lançamento de cinco imóveis no modelo de condo-hotéis da incorporadora STX, que devem sair do papel até o final de 2016. Apenas o que será erguido no centro de São Paulo já tem a aprovação da CVM. O valor por quarto/cota é de R$ 360 mil, segundo o órgão regulador. "Há muito campo para hotel com custo operacional baixo", diz o presidente da companhia, Marcelo Conde. Os projetos não têm estacionamento e preveem 0,3 funcionários por quarto. O investimento da empresa é de R$ 15 milhões, em um total de R$ 35 milhões. O empresário afirma que o produto é uma alternativa a empréstimos no exterior, que têm risco cambial. O investidor paga uma taxa de administração [de valor não informado]. "A remuneração deve ficar entre 8% e 10% por ano", de acordo com o empresário. * Tarifas em discussão A audiência pública marcada na Câmara dos Deputados para discutir condutas comerciais da Azul, foi para o dia 28 de outubro. A Braztoa (associação das operadoras de viagens), que entrou com uma representação contra a empresa no Cade, afirma que a Azul discrimina as agências turísticas ao bloquear seu acesso a tarifas mais baratas. Em resposta à representação apresentada ao Cade, a Azul relatou que a diferença se deve a uma tarifa usada para a emissão de bilhetes de pacotes da Azul Viagens. Procurada, a companhia aérea afirmou que não pode comentar o caso, por ele estar sub judice. O Cade, por sua vez, informou que instaurou o procedimento preparatório para apurar possível infração relatada na denúncia. * Hora do café com LUCIANA DYNIEWICZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO RABIN
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Companhias de atacado têm queda de 12% no faturamento de agostoAs empresas atacadistas e distribuidoras tiveram uma queda real (descontada a inflação) de 12% no faturamento em agosto na comparação com o mesmo mês de 2014, segundo dados da Abad (associação do setor). No acumulado do ano, o recuo é de 9,75%. "Estamos como as outras áreas da economia: diante de uma preocupação grande e de um cenário de incertezas", diz o presidente da entidade, José do Egito Frota Lopes Filho. Em janeiro, o empresário, que também é dono da distribuidora Jotujé, do Ceará, projetava para 2015 um crescimento real de 1,5% no setor. "Agora, se terminarmos empatados com 2014, estaremos felizes", afirma. No ano passado, o faturamento ficou em R$ 211,8 bilhões. O número significou uma expansão de 0,9% em relação ao ano anterior, já descontada a inflação. Em 2013, no entanto, a alta havia sido de 4,2%. "O consumidor está muito cauteloso e o atacadista está ao lado da indústria, criando promoções para que o varejista possa oferecer ao seu cliente. Mesmo assim, os compradores continuam reticentes", acrescenta. A situação do segmento se agrava, segundo Lopes Filho, porque os produtos comercializados são de baixo valor agregado, o que não permite margens elevadas. A alta dos insumos, como energia e combustível, tem espremido ainda mais as taxas de lucro. Apesar desse panorama, as companhias ainda não começaram a demitir seus funcionários, de acordo com o empresário. Atualmente, 353,4 mil pessoas trabalham em distribuidoras. * Crescem na CVM projetos para investir em hotel em 2015 Os investimentos das incorporadoras em condo-hotéis, misto de produto hoteleiro e investimento financeiro, dispararam depois que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) estabeleceu normas para o setor. Em 2015, 30 projetos foram aprovados, somando R$ 1,7 bilhão em lançamentos. No ano passado, haviam sido 12, no valor total de R$ 1 bilhão. Nesses produtos, investidores compram cotas que ajudam a financiar a sua construção dos empreendimentos. Diferentemente do modelo de flat, porém, não podem ocupar os quartos em que colocaram recursos. A tendência se acelerou por três motivos: falta de alternativas de financiamentos para hotéis nos bancos, expansão das bandeiras hoteleiras para cidades pequenas e médias e o aumento da equipe no órgão que regula o setor, de acordo com Caio Calfat, vice-presidente do Secovi-SP e consultor da área. é a quantidade de hotéis em planejamento desde 2014 é o número de empreendimentos que foram aprovados pela CMV QUEDAS CONSECUTIVAS - Variação real do faturamento do setor de distribuição*, em % * Nova onda A crise retardou o lançamento de cinco imóveis no modelo de condo-hotéis da incorporadora STX, que devem sair do papel até o final de 2016. Apenas o que será erguido no centro de São Paulo já tem a aprovação da CVM. O valor por quarto/cota é de R$ 360 mil, segundo o órgão regulador. "Há muito campo para hotel com custo operacional baixo", diz o presidente da companhia, Marcelo Conde. Os projetos não têm estacionamento e preveem 0,3 funcionários por quarto. O investimento da empresa é de R$ 15 milhões, em um total de R$ 35 milhões. O empresário afirma que o produto é uma alternativa a empréstimos no exterior, que têm risco cambial. O investidor paga uma taxa de administração [de valor não informado]. "A remuneração deve ficar entre 8% e 10% por ano", de acordo com o empresário. * Tarifas em discussão A audiência pública marcada na Câmara dos Deputados para discutir condutas comerciais da Azul, foi para o dia 28 de outubro. A Braztoa (associação das operadoras de viagens), que entrou com uma representação contra a empresa no Cade, afirma que a Azul discrimina as agências turísticas ao bloquear seu acesso a tarifas mais baratas. Em resposta à representação apresentada ao Cade, a Azul relatou que a diferença se deve a uma tarifa usada para a emissão de bilhetes de pacotes da Azul Viagens. Procurada, a companhia aérea afirmou que não pode comentar o caso, por ele estar sub judice. O Cade, por sua vez, informou que instaurou o procedimento preparatório para apurar possível infração relatada na denúncia. * Hora do café com LUCIANA DYNIEWICZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO RABIN
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Venezuela repudia 'direita extremista' de Brasil, Argentina e Paraguai
O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela divulgou na noite desta segunda (1º) um comunicado em que denuncia "as artimanhas da direita extremista do sul do continente" para impedir que o país assuma o comando rotativo do Mercosul —bloco que passa por uma de suas maiores crises. A nota foi publicada após o chanceler brasileiro, José Serra, enviar uma carta a seus pares do grupo na qual diz considerar vaga a presidência do Mercosul "uma vez que não houve decisão consensual a respeito". Na última sexta (29), o Uruguai informou que havia finalizado seu período à frente do grupo e que não via argumentos jurídicos para não transferir o comando à Venezuela. Antes mesmo do anúncio uruguaio, a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, já havia dito que seu país assumiria o bloco e que a decisão era inadiável. O Paraguai informou, então, que não aceitava que o governo de Nicolás Maduro liderasse. A Argentina, por sua vez, adotou uma postura mais diplomática e afirmou que nenhum país —não apenas a Venezuela— poderia ficar à frente do Mercosul sem uma transferência oficial da Presidência. No documento publicado na noite desta segunda, a Venezuela reforça já estar no comando e rejeita a "tese" dos outros países-membros, "sem suporte legal", de que a Presidência está vaga. 'TRÍPLICE ALIANÇA' O governo de Maduro chama ainda Brasil, Argentina e Paraguai de nova Tríplice Aliança, em uma referência à união entre Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai na guerra do século 19. "Essa Tríplice Aliança pretende reeditar uma espécie de Operação Condor contra a Venezuela, persegue e criminaliza seu modelo de desenvolvimento e democracia, [em uma] agressão que não hesita em destruir as instituições e a legalidade do Mercosul." A Operação Condor foi uma aliança entre os governos militares de países da América do Sul, acertada numa reunião em novembro de 1975, em Santiago -com o Brasil passando a fazer parte do bloco logo depois. Na nota, o governo venezuelano ainda "alerta" à população dos países-membros em relação às "mentiras dos inimigos da integração". O conflito entre os países se arrasta há alguns meses. Pela regra, a Presidência é transmitida a cada seis meses em ordem alfabética. Por isso, em julho, o Uruguai deveria ter passado a liderança à Venezuela. Com exceção do Uruguai, os membros são contra Maduro por considerarem que seu governo viola direitos humanos ao manter opositores presos.
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Venezuela repudia 'direita extremista' de Brasil, Argentina e ParaguaiO Ministério das Relações Exteriores da Venezuela divulgou na noite desta segunda (1º) um comunicado em que denuncia "as artimanhas da direita extremista do sul do continente" para impedir que o país assuma o comando rotativo do Mercosul —bloco que passa por uma de suas maiores crises. A nota foi publicada após o chanceler brasileiro, José Serra, enviar uma carta a seus pares do grupo na qual diz considerar vaga a presidência do Mercosul "uma vez que não houve decisão consensual a respeito". Na última sexta (29), o Uruguai informou que havia finalizado seu período à frente do grupo e que não via argumentos jurídicos para não transferir o comando à Venezuela. Antes mesmo do anúncio uruguaio, a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, já havia dito que seu país assumiria o bloco e que a decisão era inadiável. O Paraguai informou, então, que não aceitava que o governo de Nicolás Maduro liderasse. A Argentina, por sua vez, adotou uma postura mais diplomática e afirmou que nenhum país —não apenas a Venezuela— poderia ficar à frente do Mercosul sem uma transferência oficial da Presidência. No documento publicado na noite desta segunda, a Venezuela reforça já estar no comando e rejeita a "tese" dos outros países-membros, "sem suporte legal", de que a Presidência está vaga. 'TRÍPLICE ALIANÇA' O governo de Maduro chama ainda Brasil, Argentina e Paraguai de nova Tríplice Aliança, em uma referência à união entre Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai na guerra do século 19. "Essa Tríplice Aliança pretende reeditar uma espécie de Operação Condor contra a Venezuela, persegue e criminaliza seu modelo de desenvolvimento e democracia, [em uma] agressão que não hesita em destruir as instituições e a legalidade do Mercosul." A Operação Condor foi uma aliança entre os governos militares de países da América do Sul, acertada numa reunião em novembro de 1975, em Santiago -com o Brasil passando a fazer parte do bloco logo depois. Na nota, o governo venezuelano ainda "alerta" à população dos países-membros em relação às "mentiras dos inimigos da integração". O conflito entre os países se arrasta há alguns meses. Pela regra, a Presidência é transmitida a cada seis meses em ordem alfabética. Por isso, em julho, o Uruguai deveria ter passado a liderança à Venezuela. Com exceção do Uruguai, os membros são contra Maduro por considerarem que seu governo viola direitos humanos ao manter opositores presos.
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