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De cerveja a sorvete, vilarejo no Japão tenta sobreviver com produtos de alho | Takko é uma pequena vila com aproximadamente 6 mil habitantes localizada no extremo nordeste do Japão, na província de Aomori. Com uma inteligente jogada de marketing, ela conseguiu sair do anonimato e ganhou destaque no país todo com suas criações a base de alho. A cidade ganhou o título de capital japonesa do alho, e seu mais novo invento que chegou ao mercado é uma bebida gaseificada à base de cola. Batizado de "Jats Taccola", o refrigerante foi lançado em janeiro deste ano e só pode ser comprado pela internet. A meta original, segundo Keiko Sato, da Central do Alho de Takko, era vender 500 unidades por mês. "Mas a venda do produto foi acima do esperado e o estoque que pensávamos levar um ano para vender acabou-se em um mês e meio", conta a relações públicas à BBC Brasil. Tudo por causa da grande exposição que o produto ganhou na imprensa japonesa. Incentivo do governo Diante do perigo de, literalmente, sumir do mapa por causa da queda da população japonesa, dezenas de municípios passaram a investir em produtos locais na tentativa de revitalizar a economia. Segundo um relatório divulgado em 2014 por uma subcomissão do Conselho de Política do Japão, quase metade dos municípios de todo o país poderão ter dificuldades para continuar operando normalmente até 2040 por causa da falta de nascimentos de crianças e do rápido envelhecimento da população. Para tentar amenizar o problema, o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe chegou a investir no ano passado cerca de R$ 95 bilhões para estimular as economias regionais. O investimento inclui projetos de infraestrutura, como estradas e linhas ferroviárias. Mas Abe lembrou que as cidades precisam buscar também soluções. Foi o que fez Takko. Produção A província de Aomori é responsável por cerca de 70% da produção de alho do Japão, e Takko contribui com cerca de 1,1 mil toneladas anuais das 14 mil produzidas pela região. Mesmo não sendo a maior produtora local, é a única que destina parte da produção para criação de produtos. Por isso, sempre é destaque na imprensa. Entre as invenções inusitadas estão uma cerveja e um sorvete. Também já criaram um saquê, produtos de limpeza e suplementos alimentares. Tudo com gosto de alho, claro. "Criar produtos tem sim o objetivo de aumentar as vendas de alho", admite Keiko. Além disso, a estratégia é atrair a atenção do japonês para a pequena vila. Desde que começou a criar produtos, no final dos anos 90, Takko passou a atrair um grande número de turistas, curiosos para conhecer a capital nacional do alho. Atualmente, por ano, cerca de 20 mil pessoas visitam o pequeno município. Ideia A "Jats Taccola" ("jats" é uma expressão local usada quando se é surpreendido; Takkola = nome da cidade + cola) demorou apenas seis meses para ser criada. Ela é feita à base de cola e pó de alho. "Existem muitos produtos alimentícios e voltados à saúde feitos com alho mas, entre os funcionários, pensamos em algo seguindo uma linha mais bem-humorada e daí surgiu a ideia de se criar uma bebida", conta Keiko. Pelo fato de a Central de Alho ser uma associação com negócios em outros países, os criadores da bebida escolheram a cola. "Agora queremos sempre fazer produtos assim", brinca a japonesa. Em tempo: a cidade acelerou a produção de mais refrigerantes de alho, mas os pedidos estão acumulados e, segundo Keiko, a entrega só se normalizará em março. | bbc | De cerveja a sorvete, vilarejo no Japão tenta sobreviver com produtos de alhoTakko é uma pequena vila com aproximadamente 6 mil habitantes localizada no extremo nordeste do Japão, na província de Aomori. Com uma inteligente jogada de marketing, ela conseguiu sair do anonimato e ganhou destaque no país todo com suas criações a base de alho. A cidade ganhou o título de capital japonesa do alho, e seu mais novo invento que chegou ao mercado é uma bebida gaseificada à base de cola. Batizado de "Jats Taccola", o refrigerante foi lançado em janeiro deste ano e só pode ser comprado pela internet. A meta original, segundo Keiko Sato, da Central do Alho de Takko, era vender 500 unidades por mês. "Mas a venda do produto foi acima do esperado e o estoque que pensávamos levar um ano para vender acabou-se em um mês e meio", conta a relações públicas à BBC Brasil. Tudo por causa da grande exposição que o produto ganhou na imprensa japonesa. Incentivo do governo Diante do perigo de, literalmente, sumir do mapa por causa da queda da população japonesa, dezenas de municípios passaram a investir em produtos locais na tentativa de revitalizar a economia. Segundo um relatório divulgado em 2014 por uma subcomissão do Conselho de Política do Japão, quase metade dos municípios de todo o país poderão ter dificuldades para continuar operando normalmente até 2040 por causa da falta de nascimentos de crianças e do rápido envelhecimento da população. Para tentar amenizar o problema, o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe chegou a investir no ano passado cerca de R$ 95 bilhões para estimular as economias regionais. O investimento inclui projetos de infraestrutura, como estradas e linhas ferroviárias. Mas Abe lembrou que as cidades precisam buscar também soluções. Foi o que fez Takko. Produção A província de Aomori é responsável por cerca de 70% da produção de alho do Japão, e Takko contribui com cerca de 1,1 mil toneladas anuais das 14 mil produzidas pela região. Mesmo não sendo a maior produtora local, é a única que destina parte da produção para criação de produtos. Por isso, sempre é destaque na imprensa. Entre as invenções inusitadas estão uma cerveja e um sorvete. Também já criaram um saquê, produtos de limpeza e suplementos alimentares. Tudo com gosto de alho, claro. "Criar produtos tem sim o objetivo de aumentar as vendas de alho", admite Keiko. Além disso, a estratégia é atrair a atenção do japonês para a pequena vila. Desde que começou a criar produtos, no final dos anos 90, Takko passou a atrair um grande número de turistas, curiosos para conhecer a capital nacional do alho. Atualmente, por ano, cerca de 20 mil pessoas visitam o pequeno município. Ideia A "Jats Taccola" ("jats" é uma expressão local usada quando se é surpreendido; Takkola = nome da cidade + cola) demorou apenas seis meses para ser criada. Ela é feita à base de cola e pó de alho. "Existem muitos produtos alimentícios e voltados à saúde feitos com alho mas, entre os funcionários, pensamos em algo seguindo uma linha mais bem-humorada e daí surgiu a ideia de se criar uma bebida", conta Keiko. Pelo fato de a Central de Alho ser uma associação com negócios em outros países, os criadores da bebida escolheram a cola. "Agora queremos sempre fazer produtos assim", brinca a japonesa. Em tempo: a cidade acelerou a produção de mais refrigerantes de alho, mas os pedidos estão acumulados e, segundo Keiko, a entrega só se normalizará em março. | 25 |
Atores pedem que Reino Unido perdoe 49 mil processados por serem gays | Os atores britânicos Benedict Cumberbatch e Stephen Fry assinaram uma carta aberta ao governo britânico, pedindo que conceda perdão a 49.000 homens processados no passado por serem homossexuais com o uso de uma lei do século 19. Muitos deles cometeram suicídio. A carta será entregue ao governo britânico e aos duques de Cambridge, o príncipe William e sua mulher, Kate. "Depende dos jovens líderes de hoje, incluídos os duques de Cambridge, reconhecer essa mancha em nossa história e não permitir que ela se mantenha", diz o texto. Também assinam a carta os parentes de Alan Turing, um dos pais da inteligência artificial e um dos responsáveis por decifrar o código de uma máquina usada para dar sigilo a mensagens da Alemanha na Segunda Guerra Mundial. A carta o classifica como "um dos grandes heróis do século 20", pois seu trabalho foi crucial na vitória dos Aliados contra o nazismo. Cumberbatch, mundialmente conhecido pelo papel de Sherlock Holmes na série da BBC, interpreta Turing em "O Jogo da Imitação, que acaba de estrear no Brasil. O filme conta a história do matemático, condenado por "indecência grave" em 1952. Dois anos depois de ser quimicamente castrado, Turing se suicidou. Apenas em 2013, a rainha Elizabeth lhe concedeu perdão oficial, quatro anos depois de o primeiro-ministro Gordon Brown oferecer desculpas pela forma como Turing foi tratado em sua época. Agora, a campanha de Cumberbatch e Fry pede que se faça o mesmo com milhares de homens condenados da mesma maneira por um artigo da lei criminal datado de 1885. Dos quase 50 mil homens processados na época, o grupo estima que cerca de 15 mil ainda estejam vivos, embora muitos, como Turing, tenham cometido suicídio. | mundo | Atores pedem que Reino Unido perdoe 49 mil processados por serem gaysOs atores britânicos Benedict Cumberbatch e Stephen Fry assinaram uma carta aberta ao governo britânico, pedindo que conceda perdão a 49.000 homens processados no passado por serem homossexuais com o uso de uma lei do século 19. Muitos deles cometeram suicídio. A carta será entregue ao governo britânico e aos duques de Cambridge, o príncipe William e sua mulher, Kate. "Depende dos jovens líderes de hoje, incluídos os duques de Cambridge, reconhecer essa mancha em nossa história e não permitir que ela se mantenha", diz o texto. Também assinam a carta os parentes de Alan Turing, um dos pais da inteligência artificial e um dos responsáveis por decifrar o código de uma máquina usada para dar sigilo a mensagens da Alemanha na Segunda Guerra Mundial. A carta o classifica como "um dos grandes heróis do século 20", pois seu trabalho foi crucial na vitória dos Aliados contra o nazismo. Cumberbatch, mundialmente conhecido pelo papel de Sherlock Holmes na série da BBC, interpreta Turing em "O Jogo da Imitação, que acaba de estrear no Brasil. O filme conta a história do matemático, condenado por "indecência grave" em 1952. Dois anos depois de ser quimicamente castrado, Turing se suicidou. Apenas em 2013, a rainha Elizabeth lhe concedeu perdão oficial, quatro anos depois de o primeiro-ministro Gordon Brown oferecer desculpas pela forma como Turing foi tratado em sua época. Agora, a campanha de Cumberbatch e Fry pede que se faça o mesmo com milhares de homens condenados da mesma maneira por um artigo da lei criminal datado de 1885. Dos quase 50 mil homens processados na época, o grupo estima que cerca de 15 mil ainda estejam vivos, embora muitos, como Turing, tenham cometido suicídio. | 3 |
Mocotó, Tordesilhas e mais restaurantes em SP para experimentar receitas do país | DE SÃO PAULO Nove restaurantes mostram o que a baiana —e outras cozinhas brasileiras— tem. * Arimbá Num fogão a lenha, Angelita Gonzaga prepara receitas típicas das culinárias caipira, tropeira e campeira. O rojão (R$ 55), espeto de carne suína moída e bem temperada, que lembra uma cafta, é a vedete do cardápio. Aos sábados, boa pedida é a feijoada branca, preparada com feijão-manteiga (R$ 98). R. Min. Ferreira Alves, 464B, Perdizes, região oeste, tel. 3477-7063. 60 lugares. Qua. a sex.: 12h às 24h. Sáb. e dom.: 12h às 18h. CC: V, M, AE, E, H. $ * Capim Santo Quem gosta de praia, mais especificamente da Bahia, vai se sentir em casa nesse restaurante, que reproduz o clima da matriz em Trancoso —imagine um quintal cercado por coqueiros. Na cozinha, a chef Morena Leite prepara pratos como o picadinho de carne (R$ 59), guarnecido de farofa, ovo e aligot (creme com queijo que lembra um purê) de tapioca. Al. Min. Rocha Azevedo, 471, Cerqueira César, região oeste, tel. 3089-9500. Ter. a sex.: 12h às 15h e 19h às 23h30. Sáb.: 12h30 às 16h30 e 20h às 24h. Dom.: 12h às 17h. CC: V, M, AE, E, D. * Caxiri Receitas do dia a dia ganham personalidade e sabores amazônicos nesse pequenino restaurante em Pinheiros. A costela de porco (R$ 50), por exemplo, é incrementada com purê de abóbora assada com puxuri e couve orgânica salteada. À noite, o destaque são os drinques e as porções para compartilhar. R. Ferreira de Araújo, 1.007, Pinheiros, região oeste, tel. 3562-7696. 20 lugares. Seg. a qua.: 12h às 15h. Qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sáb.: 12h às 16h30 e 19h30 às 24h. CC: V, M, AE. $$ * Dona Lucinha O caderno de receitas de dona Lucinha, mãe da proprietária Elzinha Nunes, inspira a cozinha do restaurante. De lá, saem pratos de sotaque mineiro, uai, como feijão tropeiro (R$ 83) e tutu de feijão (R$ 81), oferecidos no bufê de almoço ou em sistema à la carte. Lembre-se de reservar apetite para os doces típicos. Av. Chibarás, 399, Planalto Paulista, região sul, tel. 5051-2050. 98 lugares. Seg. a sex.: 12h às 15h. Sáb., dom. e feriado.: 12h às 16h. CC: V, M, AE, E, D. Valet R$ 15. * Jesuíno Brilhante É do Rio Grande do Norte que vem a inspiração para o cardápio da casa. Entre as sugestões, a carne de sol de coxão mole é desfiada e cozida na nata (R$ 28) antes de ganhar companhia de cuscuz de milho e vinagrete. No arremate, a burra preta (R$ 12) é uma sobremesa que combina pão de melado de cana e especiarias embebido em café e nata fresca. R. Arruda Alvim, 180, Pinheiros, região oeste, tel. 2649-3612. Seg. a sex.: 12h às 15h. Sáb.: 12h às 16h. CC: V, M, AE, E, D, H. * Jiquitaia Um sobrado abriga o restaurante no térreo e um concorrido bar no andar de cima. Das brasilidades servidas ali, são destaque a moqueca de peixe do dia e camarão (R$ 57), servida com arroz e farofinha de dendê, e a dobradinha ao molho de tomate e linguiça (R$ 44) —torça para encontrá-los, pois o cardápio é rotativo. Para beber, claro, caipirinhas. R. Antônio Carlos, 268, Consolação, região central, tel. 3262-2366. 54 lugares. Seg.: 12h às 15h. Ter. a sex.: 12h às 15h e 19h às 23h30. Sáb.: 12h às 23h30. CC: V, M, AE, E, D. * Mocotó No fim de semana, chegue às 11h30 se não quiser enfrentar uma longa fila. Na concorrida casa da zona norte, reinam os pratos de raiz nordestina. Brilham especialidades como o baião de dois (R$ 44,90), o escondidinho de carne-seca e a peixadinha do São Francisco (pintado ao molho de coco). Não deixe de pedir a clássica porção de dadinhos de tapioca (R$ 22,90). Av. Nossa Senhora do Loreto, 1.100, Vila Medeiros, região norte, tel. 2951-3056. 130 lugares. Seg. a sex.: 12h às 23h. Sáb.: 11h30 às 23h. Dom.: 11h30 às 17h. CC: V, M, AE, E, D, H. Valet R$ 20. * Tordesilhas Mara Salles pinça receitas de regiões do Brasil. Do litoral, vêm a casquinha de siri (R$ 22) e o bobó de camarão, de Minas e do interior paulista, o caldinho de feijão com torresmo e o picadinho com banana grelhada e ovo pochê. Tacacá (caldo de tucupi com camarão e jambu) e pirarucu grelhado (R$ 75) fazem as honras da Amazônia. Pimentas podem incrementar as pedidas. Al. Tietê, 489, Cerqueira César, região oeste, tel. 3107-7444. Ter. a sex.: 18h à 1h. Sáb.: 12h às 17h e 19h à 1h. Dom.: 12h às 17h. CC: V, M, AE, D. Valet R$ 25. | especial | Mocotó, Tordesilhas e mais restaurantes em SP para experimentar receitas do paísDE SÃO PAULO Nove restaurantes mostram o que a baiana —e outras cozinhas brasileiras— tem. * Arimbá Num fogão a lenha, Angelita Gonzaga prepara receitas típicas das culinárias caipira, tropeira e campeira. O rojão (R$ 55), espeto de carne suína moída e bem temperada, que lembra uma cafta, é a vedete do cardápio. Aos sábados, boa pedida é a feijoada branca, preparada com feijão-manteiga (R$ 98). R. Min. Ferreira Alves, 464B, Perdizes, região oeste, tel. 3477-7063. 60 lugares. Qua. a sex.: 12h às 24h. Sáb. e dom.: 12h às 18h. CC: V, M, AE, E, H. $ * Capim Santo Quem gosta de praia, mais especificamente da Bahia, vai se sentir em casa nesse restaurante, que reproduz o clima da matriz em Trancoso —imagine um quintal cercado por coqueiros. Na cozinha, a chef Morena Leite prepara pratos como o picadinho de carne (R$ 59), guarnecido de farofa, ovo e aligot (creme com queijo que lembra um purê) de tapioca. Al. Min. Rocha Azevedo, 471, Cerqueira César, região oeste, tel. 3089-9500. Ter. a sex.: 12h às 15h e 19h às 23h30. Sáb.: 12h30 às 16h30 e 20h às 24h. Dom.: 12h às 17h. CC: V, M, AE, E, D. * Caxiri Receitas do dia a dia ganham personalidade e sabores amazônicos nesse pequenino restaurante em Pinheiros. A costela de porco (R$ 50), por exemplo, é incrementada com purê de abóbora assada com puxuri e couve orgânica salteada. À noite, o destaque são os drinques e as porções para compartilhar. R. Ferreira de Araújo, 1.007, Pinheiros, região oeste, tel. 3562-7696. 20 lugares. Seg. a qua.: 12h às 15h. Qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sáb.: 12h às 16h30 e 19h30 às 24h. CC: V, M, AE. $$ * Dona Lucinha O caderno de receitas de dona Lucinha, mãe da proprietária Elzinha Nunes, inspira a cozinha do restaurante. De lá, saem pratos de sotaque mineiro, uai, como feijão tropeiro (R$ 83) e tutu de feijão (R$ 81), oferecidos no bufê de almoço ou em sistema à la carte. Lembre-se de reservar apetite para os doces típicos. Av. Chibarás, 399, Planalto Paulista, região sul, tel. 5051-2050. 98 lugares. Seg. a sex.: 12h às 15h. Sáb., dom. e feriado.: 12h às 16h. CC: V, M, AE, E, D. Valet R$ 15. * Jesuíno Brilhante É do Rio Grande do Norte que vem a inspiração para o cardápio da casa. Entre as sugestões, a carne de sol de coxão mole é desfiada e cozida na nata (R$ 28) antes de ganhar companhia de cuscuz de milho e vinagrete. No arremate, a burra preta (R$ 12) é uma sobremesa que combina pão de melado de cana e especiarias embebido em café e nata fresca. R. Arruda Alvim, 180, Pinheiros, região oeste, tel. 2649-3612. Seg. a sex.: 12h às 15h. Sáb.: 12h às 16h. CC: V, M, AE, E, D, H. * Jiquitaia Um sobrado abriga o restaurante no térreo e um concorrido bar no andar de cima. Das brasilidades servidas ali, são destaque a moqueca de peixe do dia e camarão (R$ 57), servida com arroz e farofinha de dendê, e a dobradinha ao molho de tomate e linguiça (R$ 44) —torça para encontrá-los, pois o cardápio é rotativo. Para beber, claro, caipirinhas. R. Antônio Carlos, 268, Consolação, região central, tel. 3262-2366. 54 lugares. Seg.: 12h às 15h. Ter. a sex.: 12h às 15h e 19h às 23h30. Sáb.: 12h às 23h30. CC: V, M, AE, E, D. * Mocotó No fim de semana, chegue às 11h30 se não quiser enfrentar uma longa fila. Na concorrida casa da zona norte, reinam os pratos de raiz nordestina. Brilham especialidades como o baião de dois (R$ 44,90), o escondidinho de carne-seca e a peixadinha do São Francisco (pintado ao molho de coco). Não deixe de pedir a clássica porção de dadinhos de tapioca (R$ 22,90). Av. Nossa Senhora do Loreto, 1.100, Vila Medeiros, região norte, tel. 2951-3056. 130 lugares. Seg. a sex.: 12h às 23h. Sáb.: 11h30 às 23h. Dom.: 11h30 às 17h. CC: V, M, AE, E, D, H. Valet R$ 20. * Tordesilhas Mara Salles pinça receitas de regiões do Brasil. Do litoral, vêm a casquinha de siri (R$ 22) e o bobó de camarão, de Minas e do interior paulista, o caldinho de feijão com torresmo e o picadinho com banana grelhada e ovo pochê. Tacacá (caldo de tucupi com camarão e jambu) e pirarucu grelhado (R$ 75) fazem as honras da Amazônia. Pimentas podem incrementar as pedidas. Al. Tietê, 489, Cerqueira César, região oeste, tel. 3107-7444. Ter. a sex.: 18h à 1h. Sáb.: 12h às 17h e 19h à 1h. Dom.: 12h às 17h. CC: V, M, AE, D. Valet R$ 25. | 28 |
Caminhoneiros recebem apoio de moradores em SC | Mutirões para o preparo de refeições, espaço cedido para banhos, fechamento do comércio e até passeata. Estas são algumas manifestações de apoio da própria população aos caminhoneiros parados em Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso. "Está tudo parado e sabemos o impacto negativo que teremos em nossa economia. Mas é momento de apoiar o caminhoneiro", disse o prefeito de São Miguel do Oeste (SC), João Valar (PMDB). Parados desde o dia 18, caminhoneiros podem tomar banho nos chuveiros do parque de exposições Riseu Gransotto, às margens da SC-163, cedido pela prefeitura. Nesta quarta (25), parte da cidade parou para participar de uma manifestação, organizada por estudantes, em prol dos caminhoneiros. "[Os caminhoneiros] precisam ser valorizados porque eles são peça importante do desenvolvimento do país", disse a estudante Tainara Albuquerque Leal, 19. O prefeito dispensou os servidores às 16h para que também participassem do ato, iniciado às 17h. A Polícia Militar de São Miguel do Oeste me confirmou a participação de 3.500 pessoas no protesto, hoje à tarde. O protesto foi idealizado por seis estudantes. Comerciantes de outras cidades da região -São José do Cedro, Guarujá do Sul, Princesa, Guaraciaba e Maravilha- também estão fechando as portas mais cedo, por volta de 15h. Já em Apucarana (PR), uma cozinha improvisada foi montada às margens da BR-376. Embaixo da tenda, os caminhoneiros recebem a doação de alimentos e até auxílio de moradores no preparo das refeições. "O pessoal não para de chegar com comida, água e até refrigerante, e nos sentimos fortalecidos com o apoio", disse José de Souza, um dos líderes do movimento no município. No Mato Grosso, moradores de Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, caminhoneiros também recebem o apoio e doações durante todo o dia. No segundo município, uma empresa cedeu o espaço da garagem para que os caminhoneiros descansem e também permitiu que usem os banheiros. | mercado | Caminhoneiros recebem apoio de moradores em SCMutirões para o preparo de refeições, espaço cedido para banhos, fechamento do comércio e até passeata. Estas são algumas manifestações de apoio da própria população aos caminhoneiros parados em Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso. "Está tudo parado e sabemos o impacto negativo que teremos em nossa economia. Mas é momento de apoiar o caminhoneiro", disse o prefeito de São Miguel do Oeste (SC), João Valar (PMDB). Parados desde o dia 18, caminhoneiros podem tomar banho nos chuveiros do parque de exposições Riseu Gransotto, às margens da SC-163, cedido pela prefeitura. Nesta quarta (25), parte da cidade parou para participar de uma manifestação, organizada por estudantes, em prol dos caminhoneiros. "[Os caminhoneiros] precisam ser valorizados porque eles são peça importante do desenvolvimento do país", disse a estudante Tainara Albuquerque Leal, 19. O prefeito dispensou os servidores às 16h para que também participassem do ato, iniciado às 17h. A Polícia Militar de São Miguel do Oeste me confirmou a participação de 3.500 pessoas no protesto, hoje à tarde. O protesto foi idealizado por seis estudantes. Comerciantes de outras cidades da região -São José do Cedro, Guarujá do Sul, Princesa, Guaraciaba e Maravilha- também estão fechando as portas mais cedo, por volta de 15h. Já em Apucarana (PR), uma cozinha improvisada foi montada às margens da BR-376. Embaixo da tenda, os caminhoneiros recebem a doação de alimentos e até auxílio de moradores no preparo das refeições. "O pessoal não para de chegar com comida, água e até refrigerante, e nos sentimos fortalecidos com o apoio", disse José de Souza, um dos líderes do movimento no município. No Mato Grosso, moradores de Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, caminhoneiros também recebem o apoio e doações durante todo o dia. No segundo município, uma empresa cedeu o espaço da garagem para que os caminhoneiros descansem e também permitiu que usem os banheiros. | 2 |
Aécio definiu conluio em licitação em Minas, afirma delator da Odebrecht | Ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Júnior afirmou em sua delação premiada à Lava Jato que se reuniu com Aécio Neves (PSDB-MG) para tratar de um esquema de fraude em licitação na obra da Cidade Administrativa para favorecer grandes empreiteiras. A reunião, segundo o delator, ocorreu quando o tucano governava Minas. Segundo a Folha apurou, Benedicto Júnior, conhecido como BJ, disse aos procuradores que, após o acerto, Aécio orientou as construtoras a procurarem Oswaldo Borges da Costa Filho. De acordo com o depoimento, com Oswaldinho, como é conhecido, foi definido o percentual de propina que seria repassado pelas empresas no esquema. Ainda de acordo com o delator, esses valores ficaram entre 2,5% e 3% sobre o total dos contratos. Em nota, Aécio repudiou o teor do relato de Benedicto Júnior e defendeu o fim do sigilo sobre as delações "para que todo conteúdo seja de conhecimento público". Oswaldinho é um colaborador das campanhas do hoje senador mineiro. De acordo com informações obtidas pela reportagem, o ex-executivo da Odebrecht afirmou que o próprio Aécio decidiu quais empresas participariam da licitação para a obra. Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), a Cidade Administrativa, sede do governo mineiro, custou R$ 2,1 bilhões em valores da época. Foi inaugurada em 2010, último ano de Aécio como governador, sendo a obra mais cara do tucano no governo de Minas. Niemeyer não queria empresas pequenas na obra porque considerava o projeto extremamente complexo e temia que empresas pequenas não conseguissem executá-lo. Com Oswaldinho, que foi presidente da Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais), as empresas negociariam, ainda de acordo com Benedicto Júnior, como seriam feitos os pagamentos. As informações fornecidas por BJ em sua delação premiada foram confirmadas e complementadas, segundo pessoas com acesso às investigações, pelos depoimentos do ex-diretor da Odebrecht em Minas Sergio Neves. Sergio Neves aparece nas investigações como responsável por operacionalizar os repasses a Oswaldinho e é ele quem detalha, na delação, os pagamentos a Aécio. Líder do consórcio, que contou com Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão, a Odebrecht era responsável por 60% da obra e construiu um dos três prédios que integram a Cidade Administrativa, o Edifício Gerais. Benedicto Júnior e Sérgio Neves estão entre os 77 funcionários da Odebrecht que assinaram acordo de colaboração com a Lava Jato. As delações foram homologadas pela presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Carmén Lúcia, e enviadas à Procuradoria-Geral da República, sob sigilo. RECALL DA ANDRADE A Folha apurou que, em razão das confissões de BJ e Sergio Neves, procuradores da Lava Jato exigiram dos advogados da Andrade Gutierrez, no fim de 2016, uma espécie de complementação das delações de seus executivos, que eles chamam de "recall". Isso porque, segundo investigadores, funcionários da Andrade não detalharam o esquema de propina na Cidade Administrativa e em outras duas obras especificadas nas delações da Odebrecht: a construção do Rodoanel e do Metrô, em São Paulo. Nas próximas semanas, o ex-presidente da AG Energia Flávio Barra e o ex-vice-presidente institucional da empresa Flávio Machado serão ouvidos novamente em Curitiba. Outros executivos da empresa também podem ser incluídos no "recall". Barra dará detalhes das obras em São Paulo, enquanto Machado vai confirmar a versão que Oswaldinho cobrou propina de 3% do valor dos contratos da Cidade Administrativa, o que chegaria a cerca de R$ 40 milhões somente na parte da Andrade. Esse também é o relato do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. Em junho de 2016, a Folha publicou que ele contaria, em sua delação premiada, que pagou a Aécio, via Oswaldinho, o mesmo percentual em relação à obra, de 3%. As negociações com a OAS, porém, foram suspensas por causa de vazamentos. O nome de Oswaldinho também aparece em uma troca de mensagens de setembro de 2014 entre o então presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e Benedicto Júnior, que tratavam de uma doação de R$ 15 milhões "de recursos disponibilizados a Mineirinho via Sergio Neves". "Combinei que Sergio Neves sentaria com OSW para ver forma (dentro das limitações que temos) de 15", diz a mensagem enviada a BJ por Marcelo Odebrecht. Na campanha presidencial de 2014, em que foi derrotado por Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves recebeu R$ 15 milhões da empreiteira baiana como doação oficial. OUTRO LADO Em nota enviada à Folha, o senador Aécio Neves repudiou o teor da delação premiada de Benedicto Júnior, ex-diretor da Odebrecht Infraestrutura. O ex-governador de Minas disse que "defende o fim do sigilo sobre as delações homologadas para que todo conteúdo seja de conhecimento público". "E que as pessoas mencionadas possam se defender, uma vez que é impossível responder a especulações, interpretações ou informações intencionalmente vazadas por fontes não identificadas", afirmou o tucano. A delação da Odebrecht foi homologada pela presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Carmén Lúcia, na segunda-feira (30). Ela manteve o sigilo dos depoimentos. Aécio disse que desconhece o conteúdo do que classifica de "suposta delação". "As afirmações relatadas são falsas e absurdas", afirmou. Segundo a nota do tucano, as informações obtidas pela reportagem "reproduzem assunto recorrente e sobre o qual o senador já se manifestou anteriormente". E afirma: "O edital de construção da Cidade Administrativa foi previamente apresentado ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado e as obras auditadas durante sua execução por empresa independente contratada via licitação pública, não tendo sido apontada qualquer irregularidade durante todo o processo". Em junho, quando a Folha publicou que a OAS também mencionaria um esquema envolvendo a Cidade Administrativa, o senador refutou as acusações. Na ocasião, ele declarou que as afirmações necessitam de provas "sob o risco de servirem apenas a interesses outros que não os da verdade". | poder | Aécio definiu conluio em licitação em Minas, afirma delator da OdebrechtEx-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Júnior afirmou em sua delação premiada à Lava Jato que se reuniu com Aécio Neves (PSDB-MG) para tratar de um esquema de fraude em licitação na obra da Cidade Administrativa para favorecer grandes empreiteiras. A reunião, segundo o delator, ocorreu quando o tucano governava Minas. Segundo a Folha apurou, Benedicto Júnior, conhecido como BJ, disse aos procuradores que, após o acerto, Aécio orientou as construtoras a procurarem Oswaldo Borges da Costa Filho. De acordo com o depoimento, com Oswaldinho, como é conhecido, foi definido o percentual de propina que seria repassado pelas empresas no esquema. Ainda de acordo com o delator, esses valores ficaram entre 2,5% e 3% sobre o total dos contratos. Em nota, Aécio repudiou o teor do relato de Benedicto Júnior e defendeu o fim do sigilo sobre as delações "para que todo conteúdo seja de conhecimento público". Oswaldinho é um colaborador das campanhas do hoje senador mineiro. De acordo com informações obtidas pela reportagem, o ex-executivo da Odebrecht afirmou que o próprio Aécio decidiu quais empresas participariam da licitação para a obra. Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), a Cidade Administrativa, sede do governo mineiro, custou R$ 2,1 bilhões em valores da época. Foi inaugurada em 2010, último ano de Aécio como governador, sendo a obra mais cara do tucano no governo de Minas. Niemeyer não queria empresas pequenas na obra porque considerava o projeto extremamente complexo e temia que empresas pequenas não conseguissem executá-lo. Com Oswaldinho, que foi presidente da Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais), as empresas negociariam, ainda de acordo com Benedicto Júnior, como seriam feitos os pagamentos. As informações fornecidas por BJ em sua delação premiada foram confirmadas e complementadas, segundo pessoas com acesso às investigações, pelos depoimentos do ex-diretor da Odebrecht em Minas Sergio Neves. Sergio Neves aparece nas investigações como responsável por operacionalizar os repasses a Oswaldinho e é ele quem detalha, na delação, os pagamentos a Aécio. Líder do consórcio, que contou com Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão, a Odebrecht era responsável por 60% da obra e construiu um dos três prédios que integram a Cidade Administrativa, o Edifício Gerais. Benedicto Júnior e Sérgio Neves estão entre os 77 funcionários da Odebrecht que assinaram acordo de colaboração com a Lava Jato. As delações foram homologadas pela presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Carmén Lúcia, e enviadas à Procuradoria-Geral da República, sob sigilo. RECALL DA ANDRADE A Folha apurou que, em razão das confissões de BJ e Sergio Neves, procuradores da Lava Jato exigiram dos advogados da Andrade Gutierrez, no fim de 2016, uma espécie de complementação das delações de seus executivos, que eles chamam de "recall". Isso porque, segundo investigadores, funcionários da Andrade não detalharam o esquema de propina na Cidade Administrativa e em outras duas obras especificadas nas delações da Odebrecht: a construção do Rodoanel e do Metrô, em São Paulo. Nas próximas semanas, o ex-presidente da AG Energia Flávio Barra e o ex-vice-presidente institucional da empresa Flávio Machado serão ouvidos novamente em Curitiba. Outros executivos da empresa também podem ser incluídos no "recall". Barra dará detalhes das obras em São Paulo, enquanto Machado vai confirmar a versão que Oswaldinho cobrou propina de 3% do valor dos contratos da Cidade Administrativa, o que chegaria a cerca de R$ 40 milhões somente na parte da Andrade. Esse também é o relato do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. Em junho de 2016, a Folha publicou que ele contaria, em sua delação premiada, que pagou a Aécio, via Oswaldinho, o mesmo percentual em relação à obra, de 3%. As negociações com a OAS, porém, foram suspensas por causa de vazamentos. O nome de Oswaldinho também aparece em uma troca de mensagens de setembro de 2014 entre o então presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e Benedicto Júnior, que tratavam de uma doação de R$ 15 milhões "de recursos disponibilizados a Mineirinho via Sergio Neves". "Combinei que Sergio Neves sentaria com OSW para ver forma (dentro das limitações que temos) de 15", diz a mensagem enviada a BJ por Marcelo Odebrecht. Na campanha presidencial de 2014, em que foi derrotado por Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves recebeu R$ 15 milhões da empreiteira baiana como doação oficial. OUTRO LADO Em nota enviada à Folha, o senador Aécio Neves repudiou o teor da delação premiada de Benedicto Júnior, ex-diretor da Odebrecht Infraestrutura. O ex-governador de Minas disse que "defende o fim do sigilo sobre as delações homologadas para que todo conteúdo seja de conhecimento público". "E que as pessoas mencionadas possam se defender, uma vez que é impossível responder a especulações, interpretações ou informações intencionalmente vazadas por fontes não identificadas", afirmou o tucano. A delação da Odebrecht foi homologada pela presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Carmén Lúcia, na segunda-feira (30). Ela manteve o sigilo dos depoimentos. Aécio disse que desconhece o conteúdo do que classifica de "suposta delação". "As afirmações relatadas são falsas e absurdas", afirmou. Segundo a nota do tucano, as informações obtidas pela reportagem "reproduzem assunto recorrente e sobre o qual o senador já se manifestou anteriormente". E afirma: "O edital de construção da Cidade Administrativa foi previamente apresentado ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado e as obras auditadas durante sua execução por empresa independente contratada via licitação pública, não tendo sido apontada qualquer irregularidade durante todo o processo". Em junho, quando a Folha publicou que a OAS também mencionaria um esquema envolvendo a Cidade Administrativa, o senador refutou as acusações. Na ocasião, ele declarou que as afirmações necessitam de provas "sob o risco de servirem apenas a interesses outros que não os da verdade". | 0 |
Gallo corta Dória e chama zagueiro do Santos para jogos da seleção olímpica | A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciou nesta quarta (18) duas substituições na lista de convocados da seleção olímpica (sub-23) que vai realizar dois amistosos na próxima semana. Por lesão, o técnico Alexandre Gallo desconvocou o zagueiro Dória, do São Paulo, e o volante Danilo, do Braga (POR). Foram convocados em seus lugares o defensor Gustavo Henrique, do Santos, e o jogador de meio de campo Filipe Augusto, do Valencia (ESP). Gustavo Henrique, 21 anos, é formado nas categorias de base do Santos. Já Filipe Augusto, também 21 anos, foi revelado pelo Bahia e vendido em 2012 para o Rio Ave, de Portugal –clube que tem parceria com o megaempresário português Jorge Mendes, que cuida, por exemplo, da carreira de Cristiano Ronaldo. Fillipe está emprestado ao Valencia desde 2014. O Brasil olímpico vai enfrentar no dia 27 de março o Paraguai sub-23, em Cariacica (ES), às 21h30, e dois dias depois o México sub-23, em São Luís (MA), às 17h. Os jogos mantém o planejamento de Gallo convocar os atletas olímpicos nas datas-Fifa, em agenda paralela ao da seleção principal comandada por Dunga. Desta maneira ele pode usar jogadores que atuam em times estrangeiros. VEJA A LISTA DE CONVOCADOS PARA OS DOIS AMISTOSOS GOLEIROS David - Criciúma Jacsson - Internacional Jean - Bahia LATERAIS Cláudio Winck - Internacional Douglas Santos - Atlético-MG Maicon - Livorno Wendell - Bayer Leverkusen ZAGUEIROS Gustavo Henrique - Santos Luan - Vasco da Gama Rodrigo Ely - Avellino Wallace - Monaco MEIO-CAMPO Filipe Augusto - Valencia Fred - Shakhtar Donetsk Lucas Silva - Real Madrid Rafael Alcântara - Barcelona Rodrigo Caio - São Paulo Talisca - Benfica ATACANTES Alisson - Cruzeiro Erik - Goiás Felipe Anderson - Lazio Marcos Guilherme - Atlético-PR Vinicius Araújo - Standard Liége | esporte | Gallo corta Dória e chama zagueiro do Santos para jogos da seleção olímpicaA CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciou nesta quarta (18) duas substituições na lista de convocados da seleção olímpica (sub-23) que vai realizar dois amistosos na próxima semana. Por lesão, o técnico Alexandre Gallo desconvocou o zagueiro Dória, do São Paulo, e o volante Danilo, do Braga (POR). Foram convocados em seus lugares o defensor Gustavo Henrique, do Santos, e o jogador de meio de campo Filipe Augusto, do Valencia (ESP). Gustavo Henrique, 21 anos, é formado nas categorias de base do Santos. Já Filipe Augusto, também 21 anos, foi revelado pelo Bahia e vendido em 2012 para o Rio Ave, de Portugal –clube que tem parceria com o megaempresário português Jorge Mendes, que cuida, por exemplo, da carreira de Cristiano Ronaldo. Fillipe está emprestado ao Valencia desde 2014. O Brasil olímpico vai enfrentar no dia 27 de março o Paraguai sub-23, em Cariacica (ES), às 21h30, e dois dias depois o México sub-23, em São Luís (MA), às 17h. Os jogos mantém o planejamento de Gallo convocar os atletas olímpicos nas datas-Fifa, em agenda paralela ao da seleção principal comandada por Dunga. Desta maneira ele pode usar jogadores que atuam em times estrangeiros. VEJA A LISTA DE CONVOCADOS PARA OS DOIS AMISTOSOS GOLEIROS David - Criciúma Jacsson - Internacional Jean - Bahia LATERAIS Cláudio Winck - Internacional Douglas Santos - Atlético-MG Maicon - Livorno Wendell - Bayer Leverkusen ZAGUEIROS Gustavo Henrique - Santos Luan - Vasco da Gama Rodrigo Ely - Avellino Wallace - Monaco MEIO-CAMPO Filipe Augusto - Valencia Fred - Shakhtar Donetsk Lucas Silva - Real Madrid Rafael Alcântara - Barcelona Rodrigo Caio - São Paulo Talisca - Benfica ATACANTES Alisson - Cruzeiro Erik - Goiás Felipe Anderson - Lazio Marcos Guilherme - Atlético-PR Vinicius Araújo - Standard Liége | 4 |
Após celular pegar fogo, companhias proíbem Galaxy Note 7 ligado em voos | Companhias aéreas que atuam no Brasil estão pedindo que passageiros mantenham desligados durante voos celulares do modelo Galaxy Note 7, da Samsung. As empresas também não estão permitindo que esses smartphones sejam despachados como bagagem. Devido a um problema na bateria dos aparelhos, que fez com que alguns deles pegassem fogo, a Samsung realizou um recall global de pelo menos 2,5 milhões de unidades do modelo em setembro. A ordem vem após a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) enviar um ofício às companhias aéreas no dia 12 de setembro alertando sobre os riscos do transporte desses aparelhos e recomendando que companhias aéreas pedissem a passageiros e tripulantes que não ligassem nem recarregassem esse modelo de aparelho dentro de aeronaves. A agência também recomendou que esses celulares só fossem transportados em bagagem de mão desligados. À Folha, Latam, Gol, Azul e Avianca confirmaram estar seguindo esses procedimentos, proibindo o uso dos aparelhos em seus voos. No caso da primeira, os passageiros vêm sendo informados da proibição no site da companhia, (na área que traz informações sobre bagagem de mão) e nas comunicações da tripulação à bordo, informa a assessoria de imprensa da Latam. As norte-americanas Delta e American Airlines afirmaram adotar os mesmos procedimentos, seguindo normas do Departamento de Transportes e da Administração Federal de Aviação dos EUA. A reportagem viajou de São Paulo a Dallas e, a seguir, para Nova York na última quinta-feira (6) em voos da American Airlines. Em ambas as viagens, durante as orientações da tripulação, foi pedido que celulares do modelo fossem mantidos desligados. A Air France-KLM disse que não se posicionaria sobre o assunto. Contatada, Emirates não respondeu até a publicação do texto. Uma comissária de bordo da companhia disse que a equipe foi instruída a pedir para os passageiros não usarem o Galaxy 7 de jeito nenhum. O pedido é para que o telefone permaneça desligado durante todo o voo —os passageiros não podem nem usar o carregador. Até poucos dias atrás, segundo a funcionária, a Emirates não emitia nenhum comunicado, os comissários apenas deveriam pedir ao passageiro para desligar o celular caso vissem alguém portando o modelo. Agora, o procedimento mudou, e é feito um aviso no avião antes da decolagem. FUMAÇA Na última quarta-feira (5), um Galaxy Note 7 que, segundo seu proprietário, já havia sido substituído começou a soltar fumaça dentro de um avião da Southwest Airlines que iria de Indiana a Baltimore, nos Estados Unidos. A aeronave, que ainda estava no solo, foi evacuada. O caso levou a abertura de novas investigações da Comissão de Segurança de Produtos e Administração de Aviação Federal dos EUA. MUDANÇA DE CRONOGRAMA Em nota, a Samsung afirma estar ciente do posicionamento da Anac sobre o uso e carregamento do Galaxy Note 7 durante os voos. A empresa solicita que os consumidores que adquiriram o aparelho no exterior ou viajantes de passagem pelo Brasil desliguem seus aparelhos durante as viagens. A companhia destaca que o produto ainda não foi comercializado no Brasil. A empresa informa que está ajustando temporariamente o cronograma de produção do Galaxy Note 7, a fim de tomar medidas adicionais para garantir qualidade e segurança. A Samsung pede que consumidores locais que compraram o produto fora do país que contatem os serviços de atendimento ao cliente da empresa. | mercado | Após celular pegar fogo, companhias proíbem Galaxy Note 7 ligado em voosCompanhias aéreas que atuam no Brasil estão pedindo que passageiros mantenham desligados durante voos celulares do modelo Galaxy Note 7, da Samsung. As empresas também não estão permitindo que esses smartphones sejam despachados como bagagem. Devido a um problema na bateria dos aparelhos, que fez com que alguns deles pegassem fogo, a Samsung realizou um recall global de pelo menos 2,5 milhões de unidades do modelo em setembro. A ordem vem após a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) enviar um ofício às companhias aéreas no dia 12 de setembro alertando sobre os riscos do transporte desses aparelhos e recomendando que companhias aéreas pedissem a passageiros e tripulantes que não ligassem nem recarregassem esse modelo de aparelho dentro de aeronaves. A agência também recomendou que esses celulares só fossem transportados em bagagem de mão desligados. À Folha, Latam, Gol, Azul e Avianca confirmaram estar seguindo esses procedimentos, proibindo o uso dos aparelhos em seus voos. No caso da primeira, os passageiros vêm sendo informados da proibição no site da companhia, (na área que traz informações sobre bagagem de mão) e nas comunicações da tripulação à bordo, informa a assessoria de imprensa da Latam. As norte-americanas Delta e American Airlines afirmaram adotar os mesmos procedimentos, seguindo normas do Departamento de Transportes e da Administração Federal de Aviação dos EUA. A reportagem viajou de São Paulo a Dallas e, a seguir, para Nova York na última quinta-feira (6) em voos da American Airlines. Em ambas as viagens, durante as orientações da tripulação, foi pedido que celulares do modelo fossem mantidos desligados. A Air France-KLM disse que não se posicionaria sobre o assunto. Contatada, Emirates não respondeu até a publicação do texto. Uma comissária de bordo da companhia disse que a equipe foi instruída a pedir para os passageiros não usarem o Galaxy 7 de jeito nenhum. O pedido é para que o telefone permaneça desligado durante todo o voo —os passageiros não podem nem usar o carregador. Até poucos dias atrás, segundo a funcionária, a Emirates não emitia nenhum comunicado, os comissários apenas deveriam pedir ao passageiro para desligar o celular caso vissem alguém portando o modelo. Agora, o procedimento mudou, e é feito um aviso no avião antes da decolagem. FUMAÇA Na última quarta-feira (5), um Galaxy Note 7 que, segundo seu proprietário, já havia sido substituído começou a soltar fumaça dentro de um avião da Southwest Airlines que iria de Indiana a Baltimore, nos Estados Unidos. A aeronave, que ainda estava no solo, foi evacuada. O caso levou a abertura de novas investigações da Comissão de Segurança de Produtos e Administração de Aviação Federal dos EUA. MUDANÇA DE CRONOGRAMA Em nota, a Samsung afirma estar ciente do posicionamento da Anac sobre o uso e carregamento do Galaxy Note 7 durante os voos. A empresa solicita que os consumidores que adquiriram o aparelho no exterior ou viajantes de passagem pelo Brasil desliguem seus aparelhos durante as viagens. A companhia destaca que o produto ainda não foi comercializado no Brasil. A empresa informa que está ajustando temporariamente o cronograma de produção do Galaxy Note 7, a fim de tomar medidas adicionais para garantir qualidade e segurança. A Samsung pede que consumidores locais que compraram o produto fora do país que contatem os serviços de atendimento ao cliente da empresa. | 2 |
Após relatório, frigoríficos rastreiam fornecedores por GPS contra desmate | Com mais de 170 milhões de hectares, a pecuária é a atividade econômica que mais ocupa solos no Brasil e tem sido apontada como um dos principais vetores do desmatamento da Amazônia. Desde 2009, quando a ONG Greenpeace divulgou o relatório "Comendo a Amazônia" onde expunha essa relação, o setor produtivo está aos poucos reorganizando sua cadeia para aumentar a produtividade e rastrear a origem da carne e suas relações com o desmate. O frigorífico JBS, maior produtor de proteína animal do mundo, tem investido desde então em sistemas de monitoramento via satélite para prevenir a compra de gado de fazendas que realizam desmatamentos ilegais na Amazônia Legal. A empresa monitora 70 mil fazendas que fornecem carne, sendo que 40 mil estão no bioma amazônico. A apresentação fez parte do segundo dia do Fórum Desmatamento Zero, promovido pela Folha e Clua (Climate and Land Use Alliance). Confira cobertura completa do evento | tv | Após relatório, frigoríficos rastreiam fornecedores por GPS contra desmateCom mais de 170 milhões de hectares, a pecuária é a atividade econômica que mais ocupa solos no Brasil e tem sido apontada como um dos principais vetores do desmatamento da Amazônia. Desde 2009, quando a ONG Greenpeace divulgou o relatório "Comendo a Amazônia" onde expunha essa relação, o setor produtivo está aos poucos reorganizando sua cadeia para aumentar a produtividade e rastrear a origem da carne e suas relações com o desmate. O frigorífico JBS, maior produtor de proteína animal do mundo, tem investido desde então em sistemas de monitoramento via satélite para prevenir a compra de gado de fazendas que realizam desmatamentos ilegais na Amazônia Legal. A empresa monitora 70 mil fazendas que fornecem carne, sendo que 40 mil estão no bioma amazônico. A apresentação fez parte do segundo dia do Fórum Desmatamento Zero, promovido pela Folha e Clua (Climate and Land Use Alliance). Confira cobertura completa do evento | 12 |
Serra quer negociar acordos com britânicos após Brexit | A saída do Reino Unido da União Europeia (UE) é mau sinal e pode atrasar a abertura comercial que o Mercosul negocia com o bloco europeu. A expectativa do governo brasileiro era acelerar as conversas nos próximos meses. O Reino Unido era o país de peso que mais defendia o acordo e, em todos os momentos decisivos, pressionou pelo avanço das negociações. Sua posição é considerada mais favorável ao livre comércio do que a dos europeus que temem a entrada dos produtos agrícolas sul-americanos, como Irlanda e França. Assim, sem os britânicos, a negociação pode complicar. Segundo fonte do governo brasileiro ouvida pela Folha, os próximos passos ainda não foram definidos porque ninguém esperava a separação, e isso deixou os negociadores em choque. Um dos medos é o efeito dominó que o Brexit pode causar, com a saída da Escócia do Reino Unido e de mais países da UE. O ministro José Serra (Relações Exteriores) afirmou nesta sexta-feira (24) que pretende iniciar um acordo paralelo entre Brasil e Reino Unido. Na sua avaliação, isso pode ajudar nas negociações entre Mercosul e UE. "Preferiria que não tivesse havido a ruptura, mas, já que houve, precisamos fixar estratégias na política comercial externa; mudou o quadro, revisa a estratégia", disse Serra. "Negociar com a Inglaterra separadamente, como faremos, irá, de alguma maneira, estimular a UE a negociar conosco. Portanto, tem efeitos em ambas as direções, que são matizados". Indagado se a UE não ficaria mais resistente, Serra afirmou: "Pelo contrário, incentiva a negociar; se você está negociando com um parceiro que tem várias opções, você automaticamente fica mais empenhado". Negociadores brasileiros temem, porém, que a estratégia caia como um balde de água fria na UE. A avaliação é que o Mercosul deve negociar ou com os europeus ou com os britânicos neste momento. Para José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), a saída do Reino Unido "certamente atrasará as negociações". As atenções da UE, antes voltadas ao Mercosul e ao Tratado do Atlântico, se concentrarão na reconstrução com o Reino Unido. A pesquisadora Lia Valls Pereira, da FGV, diz que a UE tem primeiro que informar ao Mercosul se prosseguirá com a mesma posição, mesmo sem o Reino Unido. "Não atrasar em nada [o cronograma com o Mercosul] significaria dizer que a União Europeia continuará a negociar sem o Reino Unido. Isso ainda não se sabe", disse. O Reino Unido não é um mercado relevante para as exportações brasileiras. Representa 1,5% do que o Brasil vende ao exterior e concentra-se em produtos primários: ouro, café e soja. Os efeitos do Brexit sobre o Brasil são indiretos. A ruptura aumenta as incertezas sobre a recuperação da economia europeia e afeta os preços das commodities vendidas pelo Brasil no exterior. | mercado | Serra quer negociar acordos com britânicos após BrexitA saída do Reino Unido da União Europeia (UE) é mau sinal e pode atrasar a abertura comercial que o Mercosul negocia com o bloco europeu. A expectativa do governo brasileiro era acelerar as conversas nos próximos meses. O Reino Unido era o país de peso que mais defendia o acordo e, em todos os momentos decisivos, pressionou pelo avanço das negociações. Sua posição é considerada mais favorável ao livre comércio do que a dos europeus que temem a entrada dos produtos agrícolas sul-americanos, como Irlanda e França. Assim, sem os britânicos, a negociação pode complicar. Segundo fonte do governo brasileiro ouvida pela Folha, os próximos passos ainda não foram definidos porque ninguém esperava a separação, e isso deixou os negociadores em choque. Um dos medos é o efeito dominó que o Brexit pode causar, com a saída da Escócia do Reino Unido e de mais países da UE. O ministro José Serra (Relações Exteriores) afirmou nesta sexta-feira (24) que pretende iniciar um acordo paralelo entre Brasil e Reino Unido. Na sua avaliação, isso pode ajudar nas negociações entre Mercosul e UE. "Preferiria que não tivesse havido a ruptura, mas, já que houve, precisamos fixar estratégias na política comercial externa; mudou o quadro, revisa a estratégia", disse Serra. "Negociar com a Inglaterra separadamente, como faremos, irá, de alguma maneira, estimular a UE a negociar conosco. Portanto, tem efeitos em ambas as direções, que são matizados". Indagado se a UE não ficaria mais resistente, Serra afirmou: "Pelo contrário, incentiva a negociar; se você está negociando com um parceiro que tem várias opções, você automaticamente fica mais empenhado". Negociadores brasileiros temem, porém, que a estratégia caia como um balde de água fria na UE. A avaliação é que o Mercosul deve negociar ou com os europeus ou com os britânicos neste momento. Para José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), a saída do Reino Unido "certamente atrasará as negociações". As atenções da UE, antes voltadas ao Mercosul e ao Tratado do Atlântico, se concentrarão na reconstrução com o Reino Unido. A pesquisadora Lia Valls Pereira, da FGV, diz que a UE tem primeiro que informar ao Mercosul se prosseguirá com a mesma posição, mesmo sem o Reino Unido. "Não atrasar em nada [o cronograma com o Mercosul] significaria dizer que a União Europeia continuará a negociar sem o Reino Unido. Isso ainda não se sabe", disse. O Reino Unido não é um mercado relevante para as exportações brasileiras. Representa 1,5% do que o Brasil vende ao exterior e concentra-se em produtos primários: ouro, café e soja. Os efeitos do Brexit sobre o Brasil são indiretos. A ruptura aumenta as incertezas sobre a recuperação da economia europeia e afeta os preços das commodities vendidas pelo Brasil no exterior. | 2 |
Casal dá volta ao mundo e promove intercâmbio cultural entre artesãos | Um casal de brasileiros decidiu dar uma volta ao mundo. Mas, com um toque especial: um grande intercâmbio cultural via artesanato. A ideia, que nasceu da necessidade de economizar, mas também de continuar mantendo o contato com o artesanato, foi a de propor uma troca de presentes. Cada artesão entregaria uma de suas peças que chegaria a outro artesão pelas mãos do casal. "Na volta ao mundo, além da questão financeira, também tínhamos que evitar carregar muito peso. Era comum descartar coisas pelo caminho." conta Rafael Coelho, 29. Ele, que sempre gostou de artesanato, teve a ideia do intercâmbio cultural para continuar próximo desse universo durante a viagem. Foram cinco continentes, 383 dias, 24 países e 24 artesãos. Em cada país que visitavam, Rafael e Amanda Vidal, 24, encontravam um artesão e explicavam o projeto. "Nunca compramos uma peça sequer. Nós nos apresentávamos, falávamos a ideia e perguntávamos se eles queriam participar. Apenas duas vezes recebemos negativas", disse Rafael. O resultado está em um vídeo produzido pelo casal: Veja vídeo | turismo | Casal dá volta ao mundo e promove intercâmbio cultural entre artesãosUm casal de brasileiros decidiu dar uma volta ao mundo. Mas, com um toque especial: um grande intercâmbio cultural via artesanato. A ideia, que nasceu da necessidade de economizar, mas também de continuar mantendo o contato com o artesanato, foi a de propor uma troca de presentes. Cada artesão entregaria uma de suas peças que chegaria a outro artesão pelas mãos do casal. "Na volta ao mundo, além da questão financeira, também tínhamos que evitar carregar muito peso. Era comum descartar coisas pelo caminho." conta Rafael Coelho, 29. Ele, que sempre gostou de artesanato, teve a ideia do intercâmbio cultural para continuar próximo desse universo durante a viagem. Foram cinco continentes, 383 dias, 24 países e 24 artesãos. Em cada país que visitavam, Rafael e Amanda Vidal, 24, encontravam um artesão e explicavam o projeto. "Nunca compramos uma peça sequer. Nós nos apresentávamos, falávamos a ideia e perguntávamos se eles queriam participar. Apenas duas vezes recebemos negativas", disse Rafael. O resultado está em um vídeo produzido pelo casal: Veja vídeo | 20 |
CBF escolhe paraense de 77 anos para tentar barrar desafeto de Del Nero | O presidente da Federação Paraense de Futebol, Antonio Carlos Nunes, 77, é o escolhido por Marco Polo Del Nero para entrar na vaga de José Maria Marin como vice presidente da CBF. Nesta sexta-feira (4), o deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), que comanda a CBF, anunciou que fará uma eleição no dia 16 para escolher um novo vice. O cargo está vago desde a prisão de Marin, em maio, na Suíça. O novo pleito faz parte da estratégia arquitetada por Del Nero para impedir a posse do presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto. Pelo estatuto da entidade, o vice mais velho assume em caso de renúncia. Opositor de Del Nero, Peixoto tem 74 anos. Antes de chegar ao prédio da CBF, Nunes já havia dito que aceitaria concorrer. De acordo com a convocação da eleição, os 27 presidentes de federações e representantes dos 40 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro participarão do pleito. Nunes comanda a federação local desde 1998 e é coronel da reserva da PM. No futebol, ele é conhecido como coronel Nunes. Para tentar barrar a posse de Peixoto, o paraense terá que assumir a vice presidência da Região Sudeste. "Não tem problema", disse o dirigente. A CBF tem cinco vices. Na noite de quinta, Del Nero nomeou Vicente, que é vice da Região Centro-Oeste, para substituí-lo por 150 dias. Del Nero se licenciou da presidência após ser indiciado pela Justiça dos EUA. Ele foi acusado de fazer parte de um esquema de recebimento de propina no futebol. Marin foi indiciado suspeito de integrar o mesmo esquema. | esporte | CBF escolhe paraense de 77 anos para tentar barrar desafeto de Del NeroO presidente da Federação Paraense de Futebol, Antonio Carlos Nunes, 77, é o escolhido por Marco Polo Del Nero para entrar na vaga de José Maria Marin como vice presidente da CBF. Nesta sexta-feira (4), o deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), que comanda a CBF, anunciou que fará uma eleição no dia 16 para escolher um novo vice. O cargo está vago desde a prisão de Marin, em maio, na Suíça. O novo pleito faz parte da estratégia arquitetada por Del Nero para impedir a posse do presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto. Pelo estatuto da entidade, o vice mais velho assume em caso de renúncia. Opositor de Del Nero, Peixoto tem 74 anos. Antes de chegar ao prédio da CBF, Nunes já havia dito que aceitaria concorrer. De acordo com a convocação da eleição, os 27 presidentes de federações e representantes dos 40 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro participarão do pleito. Nunes comanda a federação local desde 1998 e é coronel da reserva da PM. No futebol, ele é conhecido como coronel Nunes. Para tentar barrar a posse de Peixoto, o paraense terá que assumir a vice presidência da Região Sudeste. "Não tem problema", disse o dirigente. A CBF tem cinco vices. Na noite de quinta, Del Nero nomeou Vicente, que é vice da Região Centro-Oeste, para substituí-lo por 150 dias. Del Nero se licenciou da presidência após ser indiciado pela Justiça dos EUA. Ele foi acusado de fazer parte de um esquema de recebimento de propina no futebol. Marin foi indiciado suspeito de integrar o mesmo esquema. | 4 |
'Sou o cara a ser batido', diz Fonteles sobre Mundial de para-atletismo | O velocista Alan Fonteles, 23, entra no Mundial de para-atletismo de Doha, que começa nesta quinta-feira (22), em situação inversa à que deixou a edição passada, em Lyon, há dois anos. Aclamado na França após bater o recordes mundial da classe T43/44 (para biamputados) nos 200 m e dominar também os 100 m e os 400 m, o paraense descartou marcas expressivas no Qatar. Mas nem por isso adotou um discurso mais modesto. "Vim preparado para fazer o melhor. Não estou pensando em bater recordes, nada. Estou focado apenas na medalha de ouro. As marcas eu prefiro deixar para o ano que vem, para os Jogos Paraolímpicos", afirmou, em entrevista à Folha. "Não chego no meu melhor, mas próximo disso. Aqui vai ser um teste muito bom. Posso ganhar ou perder, mas sou o atleta aqui a ser batido." O que põe em xeque a frase e os objetivos do atleta é sua atual condição física e psicológica. Apresentado ao mundo nos Jogos Paraolímpicos de Londres-2012, quando derrotou o astro sul-africano Oscar Pistorius nos 200 m, e badalado após os feitos em Lyon, resolveu tirar um 2014 sabático. Fonteles ganhou peso, treinou e competiu pouco –praticamente apenas em eventos de seus patrocinadores–, perdeu o foco. Sem resultados, ficou na incerteza de saber se entraria ou não na seleção paraolímpica brasileira neste ano. No fim, conseguiu entrar na equipe e foi ao Parapan de Toronto. Mas, ali, pagou o preço pelo afastamento das pistas e foi derrotado nos 100 m. Embora tenha conquistado o ouro nos 200 m, foi mais de um segundo mais lento do que no Mundial de Lyon. Em Doha, Fonteles disputará as duas provas mais rápidas, mas não defenderá o título dos 400 m, distância mais exigente fisicamente. Porém, ele pretende corrê-la na Rio-2016. Além disso, ele também quer demonstrar a quem condenou seu ano sabático que ainda pode ser soberano. "Fiquei chateado com críticas, mas isso me motivou a estar hoje aqui. Quem falou que eu não voltaria me motivou. Posso não ganhar e não levar medalha, mas estive no Mundial", disparou. "Ainda posso chegar naquelas marcas que fiz em 2013. Meu técnico diz que posso correr 20s baixo ou até mesmo 19s [nos 200 m]. Se eu treinar direitinho, acredito que posso fazer." O campeonato no Qatar reúne 1.300 atletas de 90 países e vai até o próximo dia 31. PISTORIUS Fonteles não quis opinar sobre Oscar Pistorius, solto na última segunda-feira (19) da prisão em Pretória onde cumpria pena. Ele foi condenado em setembro de 2014 por homicídio culposo pela morte de sua então namorada, Reeva Steenkamp, ocorrida no início de 2013. "É um caso complicado, de Justiça. se ele voltar a correr, vai ser uma grande decisão para o Comitê Paraolímpico Internacional e para os órgãos. Eles vão ter que tomar a decisão. Eu estou treinando, me preparando, para ganhar de quem quer que entre na pista", disse o brasileiro. Segundo o velocista, não há entre os atletas muita discussão a respeito. "Ninguém fala sobre esse caso. Desde que aconteceu, ninguém fala sobre. E além disso hoje há outros atletas, grandes atletas. O esporte paraolímpico nunca dependeu nem vai depender de um só atleta." | esporte | 'Sou o cara a ser batido', diz Fonteles sobre Mundial de para-atletismoO velocista Alan Fonteles, 23, entra no Mundial de para-atletismo de Doha, que começa nesta quinta-feira (22), em situação inversa à que deixou a edição passada, em Lyon, há dois anos. Aclamado na França após bater o recordes mundial da classe T43/44 (para biamputados) nos 200 m e dominar também os 100 m e os 400 m, o paraense descartou marcas expressivas no Qatar. Mas nem por isso adotou um discurso mais modesto. "Vim preparado para fazer o melhor. Não estou pensando em bater recordes, nada. Estou focado apenas na medalha de ouro. As marcas eu prefiro deixar para o ano que vem, para os Jogos Paraolímpicos", afirmou, em entrevista à Folha. "Não chego no meu melhor, mas próximo disso. Aqui vai ser um teste muito bom. Posso ganhar ou perder, mas sou o atleta aqui a ser batido." O que põe em xeque a frase e os objetivos do atleta é sua atual condição física e psicológica. Apresentado ao mundo nos Jogos Paraolímpicos de Londres-2012, quando derrotou o astro sul-africano Oscar Pistorius nos 200 m, e badalado após os feitos em Lyon, resolveu tirar um 2014 sabático. Fonteles ganhou peso, treinou e competiu pouco –praticamente apenas em eventos de seus patrocinadores–, perdeu o foco. Sem resultados, ficou na incerteza de saber se entraria ou não na seleção paraolímpica brasileira neste ano. No fim, conseguiu entrar na equipe e foi ao Parapan de Toronto. Mas, ali, pagou o preço pelo afastamento das pistas e foi derrotado nos 100 m. Embora tenha conquistado o ouro nos 200 m, foi mais de um segundo mais lento do que no Mundial de Lyon. Em Doha, Fonteles disputará as duas provas mais rápidas, mas não defenderá o título dos 400 m, distância mais exigente fisicamente. Porém, ele pretende corrê-la na Rio-2016. Além disso, ele também quer demonstrar a quem condenou seu ano sabático que ainda pode ser soberano. "Fiquei chateado com críticas, mas isso me motivou a estar hoje aqui. Quem falou que eu não voltaria me motivou. Posso não ganhar e não levar medalha, mas estive no Mundial", disparou. "Ainda posso chegar naquelas marcas que fiz em 2013. Meu técnico diz que posso correr 20s baixo ou até mesmo 19s [nos 200 m]. Se eu treinar direitinho, acredito que posso fazer." O campeonato no Qatar reúne 1.300 atletas de 90 países e vai até o próximo dia 31. PISTORIUS Fonteles não quis opinar sobre Oscar Pistorius, solto na última segunda-feira (19) da prisão em Pretória onde cumpria pena. Ele foi condenado em setembro de 2014 por homicídio culposo pela morte de sua então namorada, Reeva Steenkamp, ocorrida no início de 2013. "É um caso complicado, de Justiça. se ele voltar a correr, vai ser uma grande decisão para o Comitê Paraolímpico Internacional e para os órgãos. Eles vão ter que tomar a decisão. Eu estou treinando, me preparando, para ganhar de quem quer que entre na pista", disse o brasileiro. Segundo o velocista, não há entre os atletas muita discussão a respeito. "Ninguém fala sobre esse caso. Desde que aconteceu, ninguém fala sobre. E além disso hoje há outros atletas, grandes atletas. O esporte paraolímpico nunca dependeu nem vai depender de um só atleta." | 4 |
Na Nicarágua não há mais oposição, só o partido de Ortega, afirma ex-aliado | "Aqui temos um socialismo em que a pobreza não diminui, mas o número de milionários aumenta", diz à Folha, com certa ironia melancólica, o escritor e ex-vice-presidente da Nicarágua, Sergio Ramírez, 73. Para o principal intelectual do país, a expulsão de 16 deputados de oposição do Congresso na última sexta (29) foi mais uma manobra do presidente Daniel Ortega, 70, para eliminar a oposição e tornar-se um autocrata, a poucos meses das eleições presidenciais e legislativas marcadas para 6 de novembro. "Ortega acredita na ideia de governo de partido único, já disse isso mais de uma vez", explica. Ramírez fez parte do grupo de intelectuais que apoiou a Frente Sandinista de Liberação Nacional contra a ditadura da dinastia Somoza. Nos anos 1980, chegou a ocupar o cargo de vice-presidente do próprio Daniel Ortega. Porém, logo desentendeu-se com o ex-chefe e outros ex-guerrilheiros sandinistas e formou uma força dissidente, o MRS (Movimento de Renovação Sandinista). Hoje, dedica-se praticamente só à literatura: é autor de mais de 20 romances, dá aulas nos EUA e escreve regularmente para o jornal espanhol "El País". Ramírez é profundamente crítico à atual radicalização do regime orteguista. Leia, abaixo, a entrevista que concedeu à Folha. * Folha - A retirada dos mandatos dos 16 deputados de oposição ocorreu segundo regras democráticas ou houve abuso de poder por parte do Tribunal Constitucional, por pressão do governo nacional? Ramírez - Os deputados expulsos haviam ganhado seus postos de forma legítima por meio do voto, nas eleições passadas, e o tribunal, nas mãos de Ortega, acaba de retirar seus mandatos de forma arbitrária. Essa medida dá seguimento a uma decisão da Corte Suprema, também nas mãos de Ortega, que antes havia retirado o registro jurídico da coalizão de partidos a que pertenciam esses deputados. O que está sendo dito é: "Aqui não haverá mais do que um partido, apenas o de Ortega". Ou seja, o episódio encerra a possibilidade de que exista uma oposição nas eleições de 6 de novembro? A oposição real e legítima foi eliminada. Foram inscritos para as eleições 19 partidos, mas são de fachada, como os que existiam nos países da Europa Oriental nos tempos soviéticos. Na Nicarágua, chamamos esses partidos de "zancudos" (mosquitos), porque só buscam chupar o sangue do orçamento do país, uma vez que ganham benefícios para prestar-se ao trabalho de atuar como uma falsa oposição. O sr. está de acordo com a reeleição indefinida? Uma reeleição é democrática em um regime democrático, mas a reeleição indefinida nunca é democrática. Daniel Ortega foi o único candidato de seu partido desde 1984, ou seja, há mais de 30 anos. E, com esse novo período que vai ganhar, terá estado na Presidência por 25 anos. E não pense que, em 2021, dentro de cinco anos, ele não vá se apresentar novamente como candidato. Por que Ortega não quer observadores internacionais? O presidente não mede o impacto negativo frente a instituições e países estrangeiros? Ele não quer observadores porque não quer eleições. E não quer eleições porque não crê na democracia representativa. Ortega crê no partido único, como já disse publicamente mais de uma vez. De modo que, para ele, as eleições são um mal necessário, por isso trata de rebaixar sua relevância. Ele deseja algo que seja mais parecido com as velhas eleições da Europa Oriental, onde os candidatos governistas tinham mais de 90% dos votos. Onde fica Nicarágua Muitos dos que apoiaram o movimento sandinista no passado estão desiludidos com Ortega. Há um risco de que o legado do ideal e da luta sandinista se percam? Esse legado já se perdeu. A única coisa que existe é o ruído da propaganda, com palavras e imagens revolucionárias falsas e vazias, que só servem para fazer uma propaganda que o garanta no poder. O que está ocorrendo agora na Nicarágua me lembra muito o que ocorreu com o PRI mexicano [partido nascido pós-Revolução Mexicana, em 1910, e que seguiu usando o glossário revolucionário para manter o apoio da militância por décadas]. Muitos movimentos de esquerda da América Latina tiveram o sandinismo como modelo. Como fica essa herança? Também está perdida. Há uma esquerda oficial, a mesma que se agrupa ao redor do chavismo e do Foro de São Paulo, que não questiona Ortega nem sua autocracia. Se você vai e diz a esses ortodoxos que o regime de Ortega é de direita, te dizem que você é um agente do imperialismo. Mas entre os milhares que vieram à Nicarágua para trabalhar pela revolução quando eram jovens, você vê apenas o desencanto. Essa foi a última revolução que viram em suas vidas, e ela foi completamente desviada. Ainda neste ambiente de tensão política, a Nicarágua vive um bom momento econômico na América Central. É o que explica os altos índices de popularidade (entre 60% e 70%) de Ortega? Ou isso se dá por que, de fato, as pessoas ainda veem nele um líder confiável e eficiente? É preciso relativizar as pesquisas. Uma do instituto Borge y Asociados, os únicos que acertaram quando os sandinistas perderam as eleições de 1990, mostram Ortega com 40% de apoio. Ainda assim é um índice alto, mas longe da unanimidade que ele pretende. Sua gestão repartiu presentes entre os mais pobres graças ao dinheiro do petróleo venezuelano, só que este já se esgotou. Entretanto, o número de pobres não diminuiu. Hoje, mais de 40% da população vive com menos de dois dólares por dia, e 70% depende de algum trabalho informal. Segundo a revista "Forbes", a Nicarágua é o país centro-americano onde o número de milionários mais cresceu. Ou seja, é um socialismo raro este, onde o número de pobres não diminui e aumenta o número de milionários. Qual será a alternativa da oposição real nas próximas eleições? A oposição verdadeira está ilegalizada, não poderá participar. Creio que pedirá que as pessoas não votem. De minha parte, farei isso. Não vejo em quem votar, portanto não votarei. | mundo | Na Nicarágua não há mais oposição, só o partido de Ortega, afirma ex-aliado"Aqui temos um socialismo em que a pobreza não diminui, mas o número de milionários aumenta", diz à Folha, com certa ironia melancólica, o escritor e ex-vice-presidente da Nicarágua, Sergio Ramírez, 73. Para o principal intelectual do país, a expulsão de 16 deputados de oposição do Congresso na última sexta (29) foi mais uma manobra do presidente Daniel Ortega, 70, para eliminar a oposição e tornar-se um autocrata, a poucos meses das eleições presidenciais e legislativas marcadas para 6 de novembro. "Ortega acredita na ideia de governo de partido único, já disse isso mais de uma vez", explica. Ramírez fez parte do grupo de intelectuais que apoiou a Frente Sandinista de Liberação Nacional contra a ditadura da dinastia Somoza. Nos anos 1980, chegou a ocupar o cargo de vice-presidente do próprio Daniel Ortega. Porém, logo desentendeu-se com o ex-chefe e outros ex-guerrilheiros sandinistas e formou uma força dissidente, o MRS (Movimento de Renovação Sandinista). Hoje, dedica-se praticamente só à literatura: é autor de mais de 20 romances, dá aulas nos EUA e escreve regularmente para o jornal espanhol "El País". Ramírez é profundamente crítico à atual radicalização do regime orteguista. Leia, abaixo, a entrevista que concedeu à Folha. * Folha - A retirada dos mandatos dos 16 deputados de oposição ocorreu segundo regras democráticas ou houve abuso de poder por parte do Tribunal Constitucional, por pressão do governo nacional? Ramírez - Os deputados expulsos haviam ganhado seus postos de forma legítima por meio do voto, nas eleições passadas, e o tribunal, nas mãos de Ortega, acaba de retirar seus mandatos de forma arbitrária. Essa medida dá seguimento a uma decisão da Corte Suprema, também nas mãos de Ortega, que antes havia retirado o registro jurídico da coalizão de partidos a que pertenciam esses deputados. O que está sendo dito é: "Aqui não haverá mais do que um partido, apenas o de Ortega". Ou seja, o episódio encerra a possibilidade de que exista uma oposição nas eleições de 6 de novembro? A oposição real e legítima foi eliminada. Foram inscritos para as eleições 19 partidos, mas são de fachada, como os que existiam nos países da Europa Oriental nos tempos soviéticos. Na Nicarágua, chamamos esses partidos de "zancudos" (mosquitos), porque só buscam chupar o sangue do orçamento do país, uma vez que ganham benefícios para prestar-se ao trabalho de atuar como uma falsa oposição. O sr. está de acordo com a reeleição indefinida? Uma reeleição é democrática em um regime democrático, mas a reeleição indefinida nunca é democrática. Daniel Ortega foi o único candidato de seu partido desde 1984, ou seja, há mais de 30 anos. E, com esse novo período que vai ganhar, terá estado na Presidência por 25 anos. E não pense que, em 2021, dentro de cinco anos, ele não vá se apresentar novamente como candidato. Por que Ortega não quer observadores internacionais? O presidente não mede o impacto negativo frente a instituições e países estrangeiros? Ele não quer observadores porque não quer eleições. E não quer eleições porque não crê na democracia representativa. Ortega crê no partido único, como já disse publicamente mais de uma vez. De modo que, para ele, as eleições são um mal necessário, por isso trata de rebaixar sua relevância. Ele deseja algo que seja mais parecido com as velhas eleições da Europa Oriental, onde os candidatos governistas tinham mais de 90% dos votos. Onde fica Nicarágua Muitos dos que apoiaram o movimento sandinista no passado estão desiludidos com Ortega. Há um risco de que o legado do ideal e da luta sandinista se percam? Esse legado já se perdeu. A única coisa que existe é o ruído da propaganda, com palavras e imagens revolucionárias falsas e vazias, que só servem para fazer uma propaganda que o garanta no poder. O que está ocorrendo agora na Nicarágua me lembra muito o que ocorreu com o PRI mexicano [partido nascido pós-Revolução Mexicana, em 1910, e que seguiu usando o glossário revolucionário para manter o apoio da militância por décadas]. Muitos movimentos de esquerda da América Latina tiveram o sandinismo como modelo. Como fica essa herança? Também está perdida. Há uma esquerda oficial, a mesma que se agrupa ao redor do chavismo e do Foro de São Paulo, que não questiona Ortega nem sua autocracia. Se você vai e diz a esses ortodoxos que o regime de Ortega é de direita, te dizem que você é um agente do imperialismo. Mas entre os milhares que vieram à Nicarágua para trabalhar pela revolução quando eram jovens, você vê apenas o desencanto. Essa foi a última revolução que viram em suas vidas, e ela foi completamente desviada. Ainda neste ambiente de tensão política, a Nicarágua vive um bom momento econômico na América Central. É o que explica os altos índices de popularidade (entre 60% e 70%) de Ortega? Ou isso se dá por que, de fato, as pessoas ainda veem nele um líder confiável e eficiente? É preciso relativizar as pesquisas. Uma do instituto Borge y Asociados, os únicos que acertaram quando os sandinistas perderam as eleições de 1990, mostram Ortega com 40% de apoio. Ainda assim é um índice alto, mas longe da unanimidade que ele pretende. Sua gestão repartiu presentes entre os mais pobres graças ao dinheiro do petróleo venezuelano, só que este já se esgotou. Entretanto, o número de pobres não diminuiu. Hoje, mais de 40% da população vive com menos de dois dólares por dia, e 70% depende de algum trabalho informal. Segundo a revista "Forbes", a Nicarágua é o país centro-americano onde o número de milionários mais cresceu. Ou seja, é um socialismo raro este, onde o número de pobres não diminui e aumenta o número de milionários. Qual será a alternativa da oposição real nas próximas eleições? A oposição verdadeira está ilegalizada, não poderá participar. Creio que pedirá que as pessoas não votem. De minha parte, farei isso. Não vejo em quem votar, portanto não votarei. | 3 |
Por dano ambiental, Justiça barra obra de captação de água para Grande SP | A Justiça de São Paulo concedeu decisão liminar que determina a suspensão do licenciamento para as obras no rio Itapanhaú, na região de Bertioga (a 103 km de São Paulo). A obra de reversão do rio é apontada por autoridades como o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, e o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado, Benedito Braga, como fundamental para evitar nova crise de abastecimento de água como a vivida pelo Estado entre 2014 e 2016. No entanto, a região é de proteção ambiental, no Parque Estadual da Serra do Mar, e seriam desmatados 15 hectares (150 mil m²) para a conclusão do projeto, com custo estimado de R$ 160 milhões. A concessão da Justiça acata pedido do Ministério Público do Estado e cancela as autorizações de desmatamento e licenças ambientais concedidas para a área, além de proibir que a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), vinculada à Secretaria do Meio Ambiente, emita novas autorizações ligadas ao empreendimento. A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado), por sua vez, fica impedida de dar continuidade à obra, que abasteceria os reservatórios do sistema do Alto Tietê. A promotora Almachia Zwarg Acerbi questionou a ausência de estudos que comprovem a indispensabilidade do empreendimento. "A necessidade dessa obra é totalmente questionável e os danos para a cidade de Bertioga não foram avaliados", escreveu a promotora. Segundo a Promotoria, outras medidas previstas tornariam a captação do Itapanhaú desnecessária. "Tal empreendimento causará impactos negativos seríssimos (...) em áreas ambientalmente frágeis, afirma Acerbi. Procurada, a Cetesb disse entender "que todas as análises e estudos ambientais foram adequadamente exigidos pela agência e cumpridos pelo empreendedor devendo manifestar-se nos autos, assim que for intimada da decisão proferida". A Sabesp informou que ainda não foi notificada oficialmente e que adotará as medidas cabíveis assim que tomar conhecimento da decisão. "A companhia lembra que a captação trará água de excelente qualidade, disponível próximo à capital paulista, para garantir a segurança hídrica de 22 milhões de pessoas", diz, em nota. | cotidiano | Por dano ambiental, Justiça barra obra de captação de água para Grande SPA Justiça de São Paulo concedeu decisão liminar que determina a suspensão do licenciamento para as obras no rio Itapanhaú, na região de Bertioga (a 103 km de São Paulo). A obra de reversão do rio é apontada por autoridades como o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, e o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado, Benedito Braga, como fundamental para evitar nova crise de abastecimento de água como a vivida pelo Estado entre 2014 e 2016. No entanto, a região é de proteção ambiental, no Parque Estadual da Serra do Mar, e seriam desmatados 15 hectares (150 mil m²) para a conclusão do projeto, com custo estimado de R$ 160 milhões. A concessão da Justiça acata pedido do Ministério Público do Estado e cancela as autorizações de desmatamento e licenças ambientais concedidas para a área, além de proibir que a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), vinculada à Secretaria do Meio Ambiente, emita novas autorizações ligadas ao empreendimento. A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado), por sua vez, fica impedida de dar continuidade à obra, que abasteceria os reservatórios do sistema do Alto Tietê. A promotora Almachia Zwarg Acerbi questionou a ausência de estudos que comprovem a indispensabilidade do empreendimento. "A necessidade dessa obra é totalmente questionável e os danos para a cidade de Bertioga não foram avaliados", escreveu a promotora. Segundo a Promotoria, outras medidas previstas tornariam a captação do Itapanhaú desnecessária. "Tal empreendimento causará impactos negativos seríssimos (...) em áreas ambientalmente frágeis, afirma Acerbi. Procurada, a Cetesb disse entender "que todas as análises e estudos ambientais foram adequadamente exigidos pela agência e cumpridos pelo empreendedor devendo manifestar-se nos autos, assim que for intimada da decisão proferida". A Sabesp informou que ainda não foi notificada oficialmente e que adotará as medidas cabíveis assim que tomar conhecimento da decisão. "A companhia lembra que a captação trará água de excelente qualidade, disponível próximo à capital paulista, para garantir a segurança hídrica de 22 milhões de pessoas", diz, em nota. | 6 |
Empresas voltadas ao público LGBT criam câmara de comércio do setor | Empresas voltadas ao público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) recriaram uma câmara de comércio brasileira. Um dos principais objetivos da agremiação é fazer pesquisas para dimensionar esse mercado, afirma Ricardo Gomes, sócio de uma empresa de eventos e presidente da nova entidade. "A ideia é produzirmos dados oficiais e confiáveis, algo que não existe hoje e que pode ajudar a trazer mais investimentos." Já houve iniciativa semelhante no Brasil, mas na prática ela não é funcional desde 2010, diz ele. Associações parecidas que atuam nos Estados Unidos e na Argentina são um modelo de inspiração. Elas fazem intermediação de relações entre governos que querem negócios LGBT em suas cidades e empresários desse setor. Leia a coluna completa aqui. | colunas | Empresas voltadas ao público LGBT criam câmara de comércio do setorEmpresas voltadas ao público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) recriaram uma câmara de comércio brasileira. Um dos principais objetivos da agremiação é fazer pesquisas para dimensionar esse mercado, afirma Ricardo Gomes, sócio de uma empresa de eventos e presidente da nova entidade. "A ideia é produzirmos dados oficiais e confiáveis, algo que não existe hoje e que pode ajudar a trazer mais investimentos." Já houve iniciativa semelhante no Brasil, mas na prática ela não é funcional desde 2010, diz ele. Associações parecidas que atuam nos Estados Unidos e na Argentina são um modelo de inspiração. Elas fazem intermediação de relações entre governos que querem negócios LGBT em suas cidades e empresários desse setor. Leia a coluna completa aqui. | 10 |
Feliciano recua de acordo para Comissão de Direitos Humanos | Pressionado por integrantes da bancada evangélica, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) recuou nesta quarta-feira (11) e disse que não fechou acordo com petistas para a eleição da Comissão de Direitos Humanos na Câmara. Na tarde desta quarta, Feliciano e deputados petistas ensaiaram um entendimento para a presidência e vice-presidências. O acerto discutido era que ele ficaria com uma vice-presidência e outra seria entregue a seu adversário político, Jean Wyllys (PSOL-RJ). A costura tentava viabilizar a eleição do petista Paulo Pimenta (RS) para a presidência da Comissão. As tratativas para colocar Jean Wyllys irritou e provocou parte da bancada evangélica, que cobrou Feliciano. O pastor acabou divulgando uma nota negando um acerto. "O PT através de alguns interlocutores tentou sem sucesso um acordo. Ventilaram meu nome e o nome de outro parlamentar, perguntaram o que eu pensava e minha resposta foi: de minha parte não haveria problema algum", disse. "Não há acordo algum assumido pela Frente Evangélica", completou. A jornalistas, Feliciano havia comemorado o entendimento. Segundo ele, a trégua indicava que havia diálogo no Congresso. Feliciano foi responsável pela maior crise envolvendo a comissão, quando assumiu a presidência em 2013. Por quase três meses a Câmara enfrentou protestos de representantes de movimentos negros, gays, feministas contra o pastor evangélico que protagonizou falas polêmicas contra esses grupos. Ele sempre negou qualquer ato de discriminação. Mesmo com a pressão, o deputado permaneceu na presidência e até comandou a aprovação da chamada cura gay, proposta que permitia a psicólogos oferecerem tratamento a homossexualidade, que acabou arquivada após ser alvo de duras críticas nas manifestações de junho de 2013. A tentativa de acordo estava sendo costurado por deputados do PT, PSB e PR, com integrantes da bancada evangélica. Como os religiosos são maioria na comissão, o petista corre o risco de não ser eleito por falta de votos suficientes ou enfrentar manobras regimentais para adiar sua eleição. Pelo acordo de líderes que dividiu o comando das comissões da Casa entre os partidos, caberia a um petista a de Direitos Humanos. Os deputados religiosos, no entanto, defendiam quebrar o acordo e retomar o comando da comissão. A bancada chegou a articular a candidatura do deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ), aliado do pastor Silas Malafaia e pastor da Assembleia de Deus. O PSD para evitar a quebra de acordo, tirou Cavalcante da titularidade da comissão e passou para a suplência, o que o impedia de disputar a presidência com uma candidatura avulsa. Nos últimos dias, Cavalcante chegou a negociar uma vaga com o PR para tentar concorrer ao comando, mas a liderança do partido barrou. São os líderes os responsáveis pela indicação dos integrantes das comissões. Cavalcante até contratou modelos para distribuir nas entrada do Congresso nesta quarta um panfleto defendendo seu direito de disputar o cargo. "Não consegui nada", afirmou Calvacante. Para evitar uma derrota, os petistas procuraram os evangélicos para negociar as vice-presidências. A eleição dos cargos está marcada para esta quinta (12). | poder | Feliciano recua de acordo para Comissão de Direitos HumanosPressionado por integrantes da bancada evangélica, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) recuou nesta quarta-feira (11) e disse que não fechou acordo com petistas para a eleição da Comissão de Direitos Humanos na Câmara. Na tarde desta quarta, Feliciano e deputados petistas ensaiaram um entendimento para a presidência e vice-presidências. O acerto discutido era que ele ficaria com uma vice-presidência e outra seria entregue a seu adversário político, Jean Wyllys (PSOL-RJ). A costura tentava viabilizar a eleição do petista Paulo Pimenta (RS) para a presidência da Comissão. As tratativas para colocar Jean Wyllys irritou e provocou parte da bancada evangélica, que cobrou Feliciano. O pastor acabou divulgando uma nota negando um acerto. "O PT através de alguns interlocutores tentou sem sucesso um acordo. Ventilaram meu nome e o nome de outro parlamentar, perguntaram o que eu pensava e minha resposta foi: de minha parte não haveria problema algum", disse. "Não há acordo algum assumido pela Frente Evangélica", completou. A jornalistas, Feliciano havia comemorado o entendimento. Segundo ele, a trégua indicava que havia diálogo no Congresso. Feliciano foi responsável pela maior crise envolvendo a comissão, quando assumiu a presidência em 2013. Por quase três meses a Câmara enfrentou protestos de representantes de movimentos negros, gays, feministas contra o pastor evangélico que protagonizou falas polêmicas contra esses grupos. Ele sempre negou qualquer ato de discriminação. Mesmo com a pressão, o deputado permaneceu na presidência e até comandou a aprovação da chamada cura gay, proposta que permitia a psicólogos oferecerem tratamento a homossexualidade, que acabou arquivada após ser alvo de duras críticas nas manifestações de junho de 2013. A tentativa de acordo estava sendo costurado por deputados do PT, PSB e PR, com integrantes da bancada evangélica. Como os religiosos são maioria na comissão, o petista corre o risco de não ser eleito por falta de votos suficientes ou enfrentar manobras regimentais para adiar sua eleição. Pelo acordo de líderes que dividiu o comando das comissões da Casa entre os partidos, caberia a um petista a de Direitos Humanos. Os deputados religiosos, no entanto, defendiam quebrar o acordo e retomar o comando da comissão. A bancada chegou a articular a candidatura do deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ), aliado do pastor Silas Malafaia e pastor da Assembleia de Deus. O PSD para evitar a quebra de acordo, tirou Cavalcante da titularidade da comissão e passou para a suplência, o que o impedia de disputar a presidência com uma candidatura avulsa. Nos últimos dias, Cavalcante chegou a negociar uma vaga com o PR para tentar concorrer ao comando, mas a liderança do partido barrou. São os líderes os responsáveis pela indicação dos integrantes das comissões. Cavalcante até contratou modelos para distribuir nas entrada do Congresso nesta quarta um panfleto defendendo seu direito de disputar o cargo. "Não consegui nada", afirmou Calvacante. Para evitar uma derrota, os petistas procuraram os evangélicos para negociar as vice-presidências. A eleição dos cargos está marcada para esta quinta (12). | 0 |
Sem reforma da Previdência, Brasil paralisa em 7 anos, diz Temer | O presidente Michel Temer voltou a defender nesta quarta-feira (29) a aprovação da reforma da Previdência como essencial para a sustentabilidade financeira do país no longo prazo. Segundo o peemedista, sem as mudanças nas aposentadorias e pensões, o Brasil vai paralisar em sete anos. "Se não se fizer essa reforma agora, daqui a três anos teremos que fazer, senão daqui a sete paralisamos o país", afirmou Temer, que participou de uma conferência do Bank of America Merrill Lynch em São Paulo. O evento foi fechado para a imprensa, mas as declarações foram reproduzidas na conta oficial da TV NBR e do Planalto no Twitter. Segundo o presidente, sem a reforma em 2024 o governo só terá dinheiro para pagar os servidores e Previdência, sem condições de fazer investimentos sociais. "Se nós fizermos a reforma da Previdência agora, a economia continuará a subir", disse. Temer ressaltou ainda a necessidade de aproveitar o apoio que o governo tem no Congresso para aprovar a reforma da Previdência e também outros projetos que podem favorecer o crescimento do Brasil e atrair novamente investidores internacionais para o Brasil. Entre eles, o presidente destacou a terceirização aprovada na Câmara na semana passada e que aguarda sanção presidencial. "Nós esperamos que num breve tempo tenhamos também a aprovação trabalhista (...) Será a terceira reforma fundamental para o país", afirmou. "O Brasil teve crises no passado, superou... está saindo da recessão...E com o desenvolvimento vem o emprego. Aos investidores, eu digo sem medo de errar: podem investir no Brasil", disse. | mercado | Sem reforma da Previdência, Brasil paralisa em 7 anos, diz TemerO presidente Michel Temer voltou a defender nesta quarta-feira (29) a aprovação da reforma da Previdência como essencial para a sustentabilidade financeira do país no longo prazo. Segundo o peemedista, sem as mudanças nas aposentadorias e pensões, o Brasil vai paralisar em sete anos. "Se não se fizer essa reforma agora, daqui a três anos teremos que fazer, senão daqui a sete paralisamos o país", afirmou Temer, que participou de uma conferência do Bank of America Merrill Lynch em São Paulo. O evento foi fechado para a imprensa, mas as declarações foram reproduzidas na conta oficial da TV NBR e do Planalto no Twitter. Segundo o presidente, sem a reforma em 2024 o governo só terá dinheiro para pagar os servidores e Previdência, sem condições de fazer investimentos sociais. "Se nós fizermos a reforma da Previdência agora, a economia continuará a subir", disse. Temer ressaltou ainda a necessidade de aproveitar o apoio que o governo tem no Congresso para aprovar a reforma da Previdência e também outros projetos que podem favorecer o crescimento do Brasil e atrair novamente investidores internacionais para o Brasil. Entre eles, o presidente destacou a terceirização aprovada na Câmara na semana passada e que aguarda sanção presidencial. "Nós esperamos que num breve tempo tenhamos também a aprovação trabalhista (...) Será a terceira reforma fundamental para o país", afirmou. "O Brasil teve crises no passado, superou... está saindo da recessão...E com o desenvolvimento vem o emprego. Aos investidores, eu digo sem medo de errar: podem investir no Brasil", disse. | 2 |
'Precisamos refundar a utopia', diz o autor cubano Leonardo Padura em SP | O escritor cubano Leonardo Padura, 61, falou sobre literatura, história e política na noite desta quarta (23), no teatro Santander, em São Paulo. O autor do romance "O Homem que Amava os Cachorros" (ed. Boitempo), que já vendeu 75 mil exemplares no Brasil, participou do ciclo de palestras Fronteiras do Pensamento. "Precisamos refundar a utopia", afirmou ele ao ser perguntado sobre as ações de viés fascista em ascensão nos Estados Unidos e em outros países. Na primeira parte do evento, o mais celebrado autor do país caribenho discorreu sobre a influência da insularidade sobre a cultura cubana, especialmente a literatura. Depois, ele respondeu às questões do público e da repórter da Folha Fernanda Mena. "Não cabe a mim, que não sou político nem economista, encontrar uma saída [para os conflitos políticos]. Mas o fato é que, com o perdão da palavra, estamos vivendo em um mundo de merda." Padura foi aplaudido pela primeira vez pelo público do teatro ao criticar o presidente dos EUA, Donald Trump. "Quando me deparo com a cara de anormal do Trump, eu me pergunto: em que mundo estamos vivendo?" Como havia feito em entrevista à Folha, publicada na última segunda (21), o romancista comentou as relações entre Cuba e EUA na gestão Trump. Segundo Padura, ainda não foram colocadas em prática as medidas anunciadas por Trump em junho, que proíbem algumas transações comerciais entre os países e impõem restrições para as viagens de americanos à ilha do Caribe. De qualquer modo, afirmou ele, "tem crescido o temor entre os cubanos [sobre o futuro das relações entre os dois países]". Ao ser questionado sobre o grau de liberdade que ele gostaria de ver em seu país, que vive sob uma ditadura, comandada por Raúl Castro, Padura disse sonhar com uma sociedade em que haja total liberdade de pensamento, tema desenvolvido por ele em "Hereges", outro dos seus livros lançados no Brasil. Embora fale sobre questões políticas em entrevistas e eventos mundo afora, o autor acredita que o assunto possa trazer prejuízos à escrita de ficção. "O casamento de literatura e política não costuma funcionar bem. Em geral, é a literatura que leva pancadas", disse Padura, que prefere as abordagens de cunho social. Além disso, disse ele, quando acontece esse "casamento", os políticos podem tirar proveito da literatura. O romancista aponta casos de exceção, como acontece em seu maior best-seller, "O Homem que Amava os Cachorros", que aborda o assassinato do líder soviético Leon Trótski. "Esse livro aborda a perversão das utopias e não havia como não falar de Josef Stalin, um personagem absolutamente nefasto." A ILHA Na primeira parte da conferência, Padura se dedicou a discorrer sobre a insularidade como aspecto determinante na obra de grandes autores cubanos. Ele citou o escritor e ensaísta Virgilio Piñera (1912-1979), autor do poema "A Ilha em Peso", de 1943. É Piñera quem escreve sobre "a maldita circunstância da água por todos os lados". Esse "sentimento opressivo da insularidade", nas palavras de Padura, também pode ser observado na obra do romancista Alejo Carpentier (1904 -1980), especialmente no livro "O Século das Luzes", de 1962. O Malecón, famoso calçadão da orla de Havana, foi citado diversas vezes pelo autor cubano. Não é apenas "a fronteira entre a terra e o mar. Não é só uma representação geográfica, mas também orgânica e espiritual na vida cubana". Enfrentar ou não o mar, aliás, é um dilema incontornável para os autores cubanos. "Durante dois séculos, dezenas de escritores deixaram o país, voluntariamente ou não. A insularidade literária caiu como um fardo sobre os romancistas e poetas de Cuba", disse ele, referindo-se não só a questões geográficas, mas também políticas. Padura, por outro lado, aponta uma vantagem expressiva na vida em um país-ilha. Para ele, prevalece um forte "sentimento de pertencimento". "Mesmo no exílio, os escritores do país continuam a escrever sobre Cuba e ao modo cubano", afirmou Padura. Segundo o autor, uma das perguntas mais recorrentes dos jornalistas ao longo das suas viagens é: "Por que permanece em Cuba?" "Esse sentimento de pertencimento me ata ao meu país. Quero continuar perto das minhas lembranças, dos meus amores. Da mureta [em referência ao Malecón] para dentro, apesar das restrições, há um país que me pertence", diz o romancista. "Escrever sobre Cuba e os cubanos é uma missão fatal aceita por mim. Meus personagens são de Havana, como eu. Não sou outra coisa que não um havanês que escreve." | ilustrada | 'Precisamos refundar a utopia', diz o autor cubano Leonardo Padura em SPO escritor cubano Leonardo Padura, 61, falou sobre literatura, história e política na noite desta quarta (23), no teatro Santander, em São Paulo. O autor do romance "O Homem que Amava os Cachorros" (ed. Boitempo), que já vendeu 75 mil exemplares no Brasil, participou do ciclo de palestras Fronteiras do Pensamento. "Precisamos refundar a utopia", afirmou ele ao ser perguntado sobre as ações de viés fascista em ascensão nos Estados Unidos e em outros países. Na primeira parte do evento, o mais celebrado autor do país caribenho discorreu sobre a influência da insularidade sobre a cultura cubana, especialmente a literatura. Depois, ele respondeu às questões do público e da repórter da Folha Fernanda Mena. "Não cabe a mim, que não sou político nem economista, encontrar uma saída [para os conflitos políticos]. Mas o fato é que, com o perdão da palavra, estamos vivendo em um mundo de merda." Padura foi aplaudido pela primeira vez pelo público do teatro ao criticar o presidente dos EUA, Donald Trump. "Quando me deparo com a cara de anormal do Trump, eu me pergunto: em que mundo estamos vivendo?" Como havia feito em entrevista à Folha, publicada na última segunda (21), o romancista comentou as relações entre Cuba e EUA na gestão Trump. Segundo Padura, ainda não foram colocadas em prática as medidas anunciadas por Trump em junho, que proíbem algumas transações comerciais entre os países e impõem restrições para as viagens de americanos à ilha do Caribe. De qualquer modo, afirmou ele, "tem crescido o temor entre os cubanos [sobre o futuro das relações entre os dois países]". Ao ser questionado sobre o grau de liberdade que ele gostaria de ver em seu país, que vive sob uma ditadura, comandada por Raúl Castro, Padura disse sonhar com uma sociedade em que haja total liberdade de pensamento, tema desenvolvido por ele em "Hereges", outro dos seus livros lançados no Brasil. Embora fale sobre questões políticas em entrevistas e eventos mundo afora, o autor acredita que o assunto possa trazer prejuízos à escrita de ficção. "O casamento de literatura e política não costuma funcionar bem. Em geral, é a literatura que leva pancadas", disse Padura, que prefere as abordagens de cunho social. Além disso, disse ele, quando acontece esse "casamento", os políticos podem tirar proveito da literatura. O romancista aponta casos de exceção, como acontece em seu maior best-seller, "O Homem que Amava os Cachorros", que aborda o assassinato do líder soviético Leon Trótski. "Esse livro aborda a perversão das utopias e não havia como não falar de Josef Stalin, um personagem absolutamente nefasto." A ILHA Na primeira parte da conferência, Padura se dedicou a discorrer sobre a insularidade como aspecto determinante na obra de grandes autores cubanos. Ele citou o escritor e ensaísta Virgilio Piñera (1912-1979), autor do poema "A Ilha em Peso", de 1943. É Piñera quem escreve sobre "a maldita circunstância da água por todos os lados". Esse "sentimento opressivo da insularidade", nas palavras de Padura, também pode ser observado na obra do romancista Alejo Carpentier (1904 -1980), especialmente no livro "O Século das Luzes", de 1962. O Malecón, famoso calçadão da orla de Havana, foi citado diversas vezes pelo autor cubano. Não é apenas "a fronteira entre a terra e o mar. Não é só uma representação geográfica, mas também orgânica e espiritual na vida cubana". Enfrentar ou não o mar, aliás, é um dilema incontornável para os autores cubanos. "Durante dois séculos, dezenas de escritores deixaram o país, voluntariamente ou não. A insularidade literária caiu como um fardo sobre os romancistas e poetas de Cuba", disse ele, referindo-se não só a questões geográficas, mas também políticas. Padura, por outro lado, aponta uma vantagem expressiva na vida em um país-ilha. Para ele, prevalece um forte "sentimento de pertencimento". "Mesmo no exílio, os escritores do país continuam a escrever sobre Cuba e ao modo cubano", afirmou Padura. Segundo o autor, uma das perguntas mais recorrentes dos jornalistas ao longo das suas viagens é: "Por que permanece em Cuba?" "Esse sentimento de pertencimento me ata ao meu país. Quero continuar perto das minhas lembranças, dos meus amores. Da mureta [em referência ao Malecón] para dentro, apesar das restrições, há um país que me pertence", diz o romancista. "Escrever sobre Cuba e os cubanos é uma missão fatal aceita por mim. Meus personagens são de Havana, como eu. Não sou outra coisa que não um havanês que escreve." | 1 |
Não é hora de o PSDB definir candidato à Presidência, diz Aécio | Presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) minimizou nesta segunda-feira (15) o início da ofensiva do tucanato paulista pela candidatura do governador Geraldo Alckmin à Presidência, em 2018. Provável pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo PSDB em 2018, Aécio disse ser "confortador" para a sigla reunir vários nomes com a possibilidade de disputarem o cargo, mas defendeu que o partido não "salte etapas" e discuta o assunto "no momento certo", em um claro recado à ala ligada à Alckmin. "É confortador para todos nós termos no PSDB, em condição de disputar as eleições e de vencê-las, nomes da estatura do governador de São Paulo. Mas teremos a responsabilidade de não saltar etapas. E, no momento certo, no momento das eleições, o PSDB tomará, unido, a sua decisão, e será aquela que for melhor para o Brasil", disse Aécio. Ao se declarar favorável à realização de prévias no PSDB caso mais de um tucano queira disputar a Presidência, o senador disse que, além de Alckmin, o partido tem nomes como os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), José Serra (PSDB-SP), o governador Marconi Perillo (PSDB-GO) e o próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Mais do que a definição de nomes, temos que deixar muito claro qual o projeto de país que temos a oferecer. E é sobre isso que estaremos mergulhados nesses próximos meses e até mesmo anos", afirmou Aécio. O tucano perdeu as eleições de 2014 para a presidente Dilma Rousseff por uma margem apertada de votos. Desde então, vem trabalhando dentro da sigla para se viabilizar como candidato da sigla ao Planalto em 2018. Em mais um recado à ala paulista do PSDB, Aécio afirmou que a escolha do candidato ao Planalto não é a atual "agenda" do partido, que vai realizar convenção nacional no dia 5 de julho para "reafirmar os seus princípios", sem incluir no debate a sucessão presidencial. "Essa é uma questão que será discutida lá na frente. Mas essa não é a agenda hoje do PSDB. Mas vejo com muita alegria que o PSDB tem um leque de opções e de de alternativas que nenhuma outra força partidária no Brasil, com todo respeito que tenho a elas todas, tem a oferecer", desconversou. HORA É DE TRABALHAR A eleição da nova cúpula do PSDB de São Paulo, neste domingo (14), marcou o início da ofensiva do PSDB de São Paulo para lançar Alckmin candidato à Presidência, em 2018. Foi o movimento mais ostensivo de aliados em busca da construção de um caminho dentro do PSDB pelo lançamento de Alckmin. Um dia após os discursos inflamados, no entanto, o próprio governador tratou de colocar panos quentes sobre o debate público do assunto. Na manhã desta segunda-feira (15), Alckmin disse ter ficado "honrado" pela defesa de seu nome, mas afirmou que o momento é de trabalho, e não de discussão de candidatura. "Nós devemos trabalhar, fazer o máximo em benefício da população e o nosso dever é fazer um bom governo em São Paulo. Antes de 2018 tem 2016, tem 2017, então está muito longe ainda", afirmou. Nos bastidores, no entanto, aliados dos dois tucanos dão a corrida como aberta e avaliam que o desafio, agora, é equilibrar o ambiente interno para evitar que o assunto domine a roda de discussões, desviando o foco do descontentamento de parte da população com o governo Dilma Rousseff. Colaborou DANIELA LIMA | poder | Não é hora de o PSDB definir candidato à Presidência, diz AécioPresidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) minimizou nesta segunda-feira (15) o início da ofensiva do tucanato paulista pela candidatura do governador Geraldo Alckmin à Presidência, em 2018. Provável pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo PSDB em 2018, Aécio disse ser "confortador" para a sigla reunir vários nomes com a possibilidade de disputarem o cargo, mas defendeu que o partido não "salte etapas" e discuta o assunto "no momento certo", em um claro recado à ala ligada à Alckmin. "É confortador para todos nós termos no PSDB, em condição de disputar as eleições e de vencê-las, nomes da estatura do governador de São Paulo. Mas teremos a responsabilidade de não saltar etapas. E, no momento certo, no momento das eleições, o PSDB tomará, unido, a sua decisão, e será aquela que for melhor para o Brasil", disse Aécio. Ao se declarar favorável à realização de prévias no PSDB caso mais de um tucano queira disputar a Presidência, o senador disse que, além de Alckmin, o partido tem nomes como os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), José Serra (PSDB-SP), o governador Marconi Perillo (PSDB-GO) e o próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Mais do que a definição de nomes, temos que deixar muito claro qual o projeto de país que temos a oferecer. E é sobre isso que estaremos mergulhados nesses próximos meses e até mesmo anos", afirmou Aécio. O tucano perdeu as eleições de 2014 para a presidente Dilma Rousseff por uma margem apertada de votos. Desde então, vem trabalhando dentro da sigla para se viabilizar como candidato da sigla ao Planalto em 2018. Em mais um recado à ala paulista do PSDB, Aécio afirmou que a escolha do candidato ao Planalto não é a atual "agenda" do partido, que vai realizar convenção nacional no dia 5 de julho para "reafirmar os seus princípios", sem incluir no debate a sucessão presidencial. "Essa é uma questão que será discutida lá na frente. Mas essa não é a agenda hoje do PSDB. Mas vejo com muita alegria que o PSDB tem um leque de opções e de de alternativas que nenhuma outra força partidária no Brasil, com todo respeito que tenho a elas todas, tem a oferecer", desconversou. HORA É DE TRABALHAR A eleição da nova cúpula do PSDB de São Paulo, neste domingo (14), marcou o início da ofensiva do PSDB de São Paulo para lançar Alckmin candidato à Presidência, em 2018. Foi o movimento mais ostensivo de aliados em busca da construção de um caminho dentro do PSDB pelo lançamento de Alckmin. Um dia após os discursos inflamados, no entanto, o próprio governador tratou de colocar panos quentes sobre o debate público do assunto. Na manhã desta segunda-feira (15), Alckmin disse ter ficado "honrado" pela defesa de seu nome, mas afirmou que o momento é de trabalho, e não de discussão de candidatura. "Nós devemos trabalhar, fazer o máximo em benefício da população e o nosso dever é fazer um bom governo em São Paulo. Antes de 2018 tem 2016, tem 2017, então está muito longe ainda", afirmou. Nos bastidores, no entanto, aliados dos dois tucanos dão a corrida como aberta e avaliam que o desafio, agora, é equilibrar o ambiente interno para evitar que o assunto domine a roda de discussões, desviando o foco do descontentamento de parte da população com o governo Dilma Rousseff. Colaborou DANIELA LIMA | 0 |
Nacional protesta contra escalação de zagueiro corintiano pego no doping | O Nacional (URU), adversário do Corinthians nas oitavas de final da Copa Libertadores, apresentou um protesto junto à Conmebol contra a escalação do zagueiro Yago no empate por 0 a 0 na noite desta quarta-feira (27). Segundo o clube de Montevidéu, o atleta não poderia ter jogado por ter sido pego em exame antidoping no Campeonato Paulista. "O jogador devia estar suspenso preventivamente. O Brasil devia ter comunicado isso à Conmebol, e o jogador não deveria estar disponível", disse Guillermo Pena, dirigente do Nacional, à rádio 1010AM. "Nós sabemos da situação desde a segunda-feira passada. Enviamos uma carta à Conmebol dizendo que tínhamos a informação e queríamos saber da situação do jogador. Ontem, na reunião técnica antes da partida, na presença do delegado da Conmebol, o Nacional afirmou ao Corinthians que tinha mandado essa nota", continuou. O dirigente também afirmou que a Conmebol respondeu à notificação do clube uruguaio dizendo que não tinha "nenhum conhecimento" sobre a situação de Yago, e que o atleta estava liberado para jogar. Yago foi flagrado em exame antidoping realizado em março, após clássico contra o Santos pelo Paulista. Ele testou positivo para a substância betametasona, usada para combater uma inflamação no joelho. O departamento médico do Corinthians, por meio do consultor Joaquim Grava, assumiu responsabilidade pelo episódio. | esporte | Nacional protesta contra escalação de zagueiro corintiano pego no dopingO Nacional (URU), adversário do Corinthians nas oitavas de final da Copa Libertadores, apresentou um protesto junto à Conmebol contra a escalação do zagueiro Yago no empate por 0 a 0 na noite desta quarta-feira (27). Segundo o clube de Montevidéu, o atleta não poderia ter jogado por ter sido pego em exame antidoping no Campeonato Paulista. "O jogador devia estar suspenso preventivamente. O Brasil devia ter comunicado isso à Conmebol, e o jogador não deveria estar disponível", disse Guillermo Pena, dirigente do Nacional, à rádio 1010AM. "Nós sabemos da situação desde a segunda-feira passada. Enviamos uma carta à Conmebol dizendo que tínhamos a informação e queríamos saber da situação do jogador. Ontem, na reunião técnica antes da partida, na presença do delegado da Conmebol, o Nacional afirmou ao Corinthians que tinha mandado essa nota", continuou. O dirigente também afirmou que a Conmebol respondeu à notificação do clube uruguaio dizendo que não tinha "nenhum conhecimento" sobre a situação de Yago, e que o atleta estava liberado para jogar. Yago foi flagrado em exame antidoping realizado em março, após clássico contra o Santos pelo Paulista. Ele testou positivo para a substância betametasona, usada para combater uma inflamação no joelho. O departamento médico do Corinthians, por meio do consultor Joaquim Grava, assumiu responsabilidade pelo episódio. | 4 |
Alalaô: Com quase 1 mi de turistas, Carnaval do Rio arrecada mais de R$ 2 bilhões | FELIPE DE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO A Secretaria Municipal de Turismo do Rio informou neste domingo (22) que 977 mil turistas circularam pelas ruas da cidade durante o Carnaval deste ano, gerando uma renda de US$ 782 ... Leia post completo no blog | cotidiano | Alalaô: Com quase 1 mi de turistas, Carnaval do Rio arrecada mais de R$ 2 bilhõesFELIPE DE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO A Secretaria Municipal de Turismo do Rio informou neste domingo (22) que 977 mil turistas circularam pelas ruas da cidade durante o Carnaval deste ano, gerando uma renda de US$ 782 ... Leia post completo no blog | 6 |
Metrô comenta coluna de Raquel Rolnik sobre atrasos na linha amarela | Em relação ao artigo "Crise no metrô: o que não foi dito", o Metrô esclarece que a operação da Linha 4 teve início em 2010. A linha atende 700 mil usuários/dia. A PPP da Linha 4 é um modelo de sucesso reconhecido em premiação internacional. O governo realizou as obras, e o consórcio vencedor comprou os trens e implantou os sistemas de controle. Chega a ser ingênuo o argumento de que a PPP representa "ineficiência do poder público". Por fim, não há previsão de remuneração adicional ao consórcio em caso de atraso na entrega das estações Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire e Morumbi. ADELE CLAUDIA NABHAN, chefe do departamento de imprensa do Metrô SP (São Paulo, SP) * RESPOSTA DA COLUNISTA RAQUEL ROLNIK - A remuneração do concessionário é composta da tarifa paga pelos usuários e por um subsídio do governo do Estado. Se as estações não são inauguradas, o subsídio que o governo precisa colocar para cumprir o que está no contrato é maior. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | paineldoleitor | Metrô comenta coluna de Raquel Rolnik sobre atrasos na linha amarelaEm relação ao artigo "Crise no metrô: o que não foi dito", o Metrô esclarece que a operação da Linha 4 teve início em 2010. A linha atende 700 mil usuários/dia. A PPP da Linha 4 é um modelo de sucesso reconhecido em premiação internacional. O governo realizou as obras, e o consórcio vencedor comprou os trens e implantou os sistemas de controle. Chega a ser ingênuo o argumento de que a PPP representa "ineficiência do poder público". Por fim, não há previsão de remuneração adicional ao consórcio em caso de atraso na entrega das estações Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire e Morumbi. ADELE CLAUDIA NABHAN, chefe do departamento de imprensa do Metrô SP (São Paulo, SP) * RESPOSTA DA COLUNISTA RAQUEL ROLNIK - A remuneração do concessionário é composta da tarifa paga pelos usuários e por um subsídio do governo do Estado. Se as estações não são inauguradas, o subsídio que o governo precisa colocar para cumprir o que está no contrato é maior. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | 16 |
Miley Cyrus será jurada da versão americana do 'The Voice' | Miley Cyrus será a nova jurada da 11ª edição do "The Voice" americano. Nesta sexta (25), a cantora usou o Twitter para confirmar sua escalação. Ela, que participa da atual temporada do reality como mentora, deve substituir Christina Aguilera, de acordo com o site "TMZ". Além Miley, Adam Levine, Blake Shelton e Alicia Keys participam do programa como jurados. Ainda conforme o "TMZ", os produtores optaram pela jovem no lugar de Gwen Stefani, atualmente substituído por Aguilera, porque a cantora polêmica teria uma apelo maior com o público. A nova temporada da competição deve estrear em setembro. | ilustrada | Miley Cyrus será jurada da versão americana do 'The Voice'Miley Cyrus será a nova jurada da 11ª edição do "The Voice" americano. Nesta sexta (25), a cantora usou o Twitter para confirmar sua escalação. Ela, que participa da atual temporada do reality como mentora, deve substituir Christina Aguilera, de acordo com o site "TMZ". Além Miley, Adam Levine, Blake Shelton e Alicia Keys participam do programa como jurados. Ainda conforme o "TMZ", os produtores optaram pela jovem no lugar de Gwen Stefani, atualmente substituído por Aguilera, porque a cantora polêmica teria uma apelo maior com o público. A nova temporada da competição deve estrear em setembro. | 1 |
Não há medida para compensar recuos no texto da Previdência, diz Meirelles | Depois de o presidente Michel Temer ter concordado com alterações em cinco pontos da reforma da Previdência, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta-feira (7) que o governo não trabalha com medidas para compensar essas mudanças no texto original. "Não temos neste momento nenhuma previsão de medidas ou propostas compensatórias", afirmou, após ser questionado sobre a possibilidade de o governo acabar com o abono salarial. Ao divulgar a revisão da meta para 2018 para um deficit de R$ 129 bilhões, o governo informou que o rombo do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) deve ficar em R$ 202,2 bilhões no ano que vem. As projeções não incluem a possibilidade de aprovação da reforma da Previdência. No ano passado, o deficit do INSS foi de R$ 149,7 bilhões. Meirelles, que vinha dizendo que eventuais alterações no texto deveriam ser compensadas em outros pontos, disse que as mudanças anunciadas estão dentro de uma "margem razoável de se esperar numa negociação". "Não é uma questão de colocar gordura, é de ter uma margem, que, se houver alguma mudança, está dentro de uma margem de expectativa que possa levar ao cumprimento dos objetivos e das metas", afirmou. IMPRECISÃO Depois de o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, ter dito nesta quinta-feira (6) que o governo deixaria de economizar cerca de R$ 115 bilhões com as mudanças que serão feitas pelo relator na proposta do governo, Meirelles evitou cravar um número e disse que os cálculos são ainda imprecisos. "Estamos trabalhando com estimativa altamente imprecisa. Estamos mencionando meramente para dar parâmetros. Para dizer: não é 50%, são mudanças na margem", afirmou o ministro. Meirelles disse que, em 10 anos, a expetativa de economia com a reforma da Previdência estava entre R$ 750 bilhões e R$ 800 bilhões. "Agora, o número pode ser cerca de 15% menor ou um pouco mais, cerca de 20%", disse. Em cinco anos, segundo o ministro, a redução pode ficar entre 4% e 8%. Quando o texto da reforma da Previdência foi divulgado, no entanto, o governo informou que o valor projetado para a economia com a reforma era de R$ 678 bilhões. A divulgação de uma projeção pouco precisa pela Casa Civil incomodou o Ministério da Fazenda, que prefere esperar o detalhamento das alterações no texto do governo para anunciar uma expectativa de economia. IDADE MÍNIMA Meirelles afirmou que não há, "no momento", previsão de alteração na idade mínima para a aposentadoria de mulheres ou de homens. A Folha mostrou que o presidente Michel Temer guarda como cartada final para aprovação do texto no plenário da Câmara a redução na idade mínima de mulheres, que pode ficar em 62 ou 63 anos, em vez dos 65 anos propostos originalmente. A estratégia, segundo aliados de Temer, é aprovar a reforma na comissão especial com idade única de 65 anos. Se o governo perceber que pode sair derrotado na votação em plenário, aceitará beneficiar as mulheres. | mercado | Não há medida para compensar recuos no texto da Previdência, diz MeirellesDepois de o presidente Michel Temer ter concordado com alterações em cinco pontos da reforma da Previdência, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta-feira (7) que o governo não trabalha com medidas para compensar essas mudanças no texto original. "Não temos neste momento nenhuma previsão de medidas ou propostas compensatórias", afirmou, após ser questionado sobre a possibilidade de o governo acabar com o abono salarial. Ao divulgar a revisão da meta para 2018 para um deficit de R$ 129 bilhões, o governo informou que o rombo do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) deve ficar em R$ 202,2 bilhões no ano que vem. As projeções não incluem a possibilidade de aprovação da reforma da Previdência. No ano passado, o deficit do INSS foi de R$ 149,7 bilhões. Meirelles, que vinha dizendo que eventuais alterações no texto deveriam ser compensadas em outros pontos, disse que as mudanças anunciadas estão dentro de uma "margem razoável de se esperar numa negociação". "Não é uma questão de colocar gordura, é de ter uma margem, que, se houver alguma mudança, está dentro de uma margem de expectativa que possa levar ao cumprimento dos objetivos e das metas", afirmou. IMPRECISÃO Depois de o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, ter dito nesta quinta-feira (6) que o governo deixaria de economizar cerca de R$ 115 bilhões com as mudanças que serão feitas pelo relator na proposta do governo, Meirelles evitou cravar um número e disse que os cálculos são ainda imprecisos. "Estamos trabalhando com estimativa altamente imprecisa. Estamos mencionando meramente para dar parâmetros. Para dizer: não é 50%, são mudanças na margem", afirmou o ministro. Meirelles disse que, em 10 anos, a expetativa de economia com a reforma da Previdência estava entre R$ 750 bilhões e R$ 800 bilhões. "Agora, o número pode ser cerca de 15% menor ou um pouco mais, cerca de 20%", disse. Em cinco anos, segundo o ministro, a redução pode ficar entre 4% e 8%. Quando o texto da reforma da Previdência foi divulgado, no entanto, o governo informou que o valor projetado para a economia com a reforma era de R$ 678 bilhões. A divulgação de uma projeção pouco precisa pela Casa Civil incomodou o Ministério da Fazenda, que prefere esperar o detalhamento das alterações no texto do governo para anunciar uma expectativa de economia. IDADE MÍNIMA Meirelles afirmou que não há, "no momento", previsão de alteração na idade mínima para a aposentadoria de mulheres ou de homens. A Folha mostrou que o presidente Michel Temer guarda como cartada final para aprovação do texto no plenário da Câmara a redução na idade mínima de mulheres, que pode ficar em 62 ou 63 anos, em vez dos 65 anos propostos originalmente. A estratégia, segundo aliados de Temer, é aprovar a reforma na comissão especial com idade única de 65 anos. Se o governo perceber que pode sair derrotado na votação em plenário, aceitará beneficiar as mulheres. | 2 |
Casar, descasar, recasar: Franceses se divorciam menos e também se casam menos | Nos últimos dez anos, as separações na França têm registrado declínio constante. O número de divórcios bateu o recorde em 2005, com 155.523 casos. No ano passado, o número ficou abaixo dos 130 mil - o menor dos últimos ... Leia post completo no blog | cotidiano | Casar, descasar, recasar: Franceses se divorciam menos e também se casam menosNos últimos dez anos, as separações na França têm registrado declínio constante. O número de divórcios bateu o recorde em 2005, com 155.523 casos. No ano passado, o número ficou abaixo dos 130 mil - o menor dos últimos ... Leia post completo no blog | 6 |
Masp inicia onda de remakes com 'Playgrounds' de Nelson Leirner | Quando levou obras que pareciam brinquedos de um parquinho ao vão livre do Masp, Nelson Leirner tentou transformar esse espaço magnético da cidade em arena lúdica, um território livre. Também queria atacar as estratégias de repressão da ditadura.Era 1969. O primeiro artista a realizar uma mostra individual no museu da Paulista, aberto um ano antes com uma festa que recebeu até a rainha Elizabeth 2ª da Inglaterra, montou em plena avenida uma caixa de areia, painéis com zíperes que abriam e fechavam e até um altar em que o santo era Roberto Carlos.Sua mostra foi um sucesso até o dia em que os brinquedos amanheceram estraçalhados. "Uma noite, o pessoal do Comando de Caça aos Comunistas destruiu metade das obras", lembra Leirner. "Não daria tempo para fazer outras peças e tudo ficou jogado no chão, arrebentado até o fim."Saiba mais em http://folha.com/no1750659 | tv | Masp inicia onda de remakes com 'Playgrounds' de Nelson LeirnerQuando levou obras que pareciam brinquedos de um parquinho ao vão livre do Masp, Nelson Leirner tentou transformar esse espaço magnético da cidade em arena lúdica, um território livre. Também queria atacar as estratégias de repressão da ditadura.Era 1969. O primeiro artista a realizar uma mostra individual no museu da Paulista, aberto um ano antes com uma festa que recebeu até a rainha Elizabeth 2ª da Inglaterra, montou em plena avenida uma caixa de areia, painéis com zíperes que abriam e fechavam e até um altar em que o santo era Roberto Carlos.Sua mostra foi um sucesso até o dia em que os brinquedos amanheceram estraçalhados. "Uma noite, o pessoal do Comando de Caça aos Comunistas destruiu metade das obras", lembra Leirner. "Não daria tempo para fazer outras peças e tudo ficou jogado no chão, arrebentado até o fim."Saiba mais em http://folha.com/no1750659 | 12 |
Pesquisa Datafolha mostra Marina à frente em todos os cenários para 2018 | A ex-senadora Marina Silva (Rede) lidera numericamente as intenções de voto para a Presidência da República em 2018 e tem entre 21% e 24% das intenções de voto, dependendo de quem for o candidato do PSDB. Marina, o senador Aécio Neves (PSDB) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são os nomes mais citados para a eleição de 2018, segundo pesquisa Datafolha feita em 17 e 18 de março. Considerando a margem de erro do levantamento, de dois pontos percentuais para mais ou para menos, os três aparecem empatados quando confrontados entre si. Entre a pesquisa realizada em fevereiro e a da semana passada, o ex-presidente Lula é quem mais sofreu com o cenário político do país. Em todas as simulações em que a disputa envolve Marina e um tucano (seja Aécio, o governador Geraldo Alckmin ou o senador José Serra), Lula perdeu pontos além da margem de erro, na comparação com a pesquisa anterior. Contra Alckmin e Serra, Lula ainda ficaria em segundo lugar, mas o ex-presidente cai para a terceira posição em um eventual confronto com Marina e Aécio Neves. Neste cenário, Lula aparece com 17%, Marina com 21% e Aécio com 19%. Mas é o senador mineiro quem mais perdeu pontos nesta mesma simulação, caindo de 24% das intenções de votos em fevereiro para 19% agora. Em dezembro do ano passado, ele chegou a ter 27% das intenções de voto. Em delação premiada tornada pública na semana passada, o senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) disse que Aécio recebeu propina de Furnas. Na semana passada, em entrevista à rádio Jovem Pan, Marina Silva criticou a nomeação de Lula para a Casa Civil de Dilma Rousseff. Ela disse considerar a decisão um ato "paliativo" em meio a uma "crise sem precedentes". "É como se o governo da presidente Dilma não caísse porque não tem para onde cair", afirmou a ex-senadora. SERGIO MORO Saudado nos protestos pró-impeachment do dia 13, o juiz Sergio Moro, da Operação Lava Jato, foi incluído pelo Datafolha pela primeira vez na pesquisa de intenção de voto para 2018. No cenário em que foi testado, Moro ficou em 4º lugar, com 8% –atrás de Marina, Lula e Aécio, e à frente de nomes como Serra, Bolsonaro e Alckmin. Eleições 2018 Fonte: pesquisa Datafolha realizada nos dias 17 e 18 de março de 2016, com 2.794 entrevistados em 171 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos; outros candidatos citados –Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV), Ronaldo Caiado (DEM) e Michel Temer (PMDB)– não alcançam mais do que 3% em todos os cenários | poder | Pesquisa Datafolha mostra Marina à frente em todos os cenários para 2018A ex-senadora Marina Silva (Rede) lidera numericamente as intenções de voto para a Presidência da República em 2018 e tem entre 21% e 24% das intenções de voto, dependendo de quem for o candidato do PSDB. Marina, o senador Aécio Neves (PSDB) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são os nomes mais citados para a eleição de 2018, segundo pesquisa Datafolha feita em 17 e 18 de março. Considerando a margem de erro do levantamento, de dois pontos percentuais para mais ou para menos, os três aparecem empatados quando confrontados entre si. Entre a pesquisa realizada em fevereiro e a da semana passada, o ex-presidente Lula é quem mais sofreu com o cenário político do país. Em todas as simulações em que a disputa envolve Marina e um tucano (seja Aécio, o governador Geraldo Alckmin ou o senador José Serra), Lula perdeu pontos além da margem de erro, na comparação com a pesquisa anterior. Contra Alckmin e Serra, Lula ainda ficaria em segundo lugar, mas o ex-presidente cai para a terceira posição em um eventual confronto com Marina e Aécio Neves. Neste cenário, Lula aparece com 17%, Marina com 21% e Aécio com 19%. Mas é o senador mineiro quem mais perdeu pontos nesta mesma simulação, caindo de 24% das intenções de votos em fevereiro para 19% agora. Em dezembro do ano passado, ele chegou a ter 27% das intenções de voto. Em delação premiada tornada pública na semana passada, o senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) disse que Aécio recebeu propina de Furnas. Na semana passada, em entrevista à rádio Jovem Pan, Marina Silva criticou a nomeação de Lula para a Casa Civil de Dilma Rousseff. Ela disse considerar a decisão um ato "paliativo" em meio a uma "crise sem precedentes". "É como se o governo da presidente Dilma não caísse porque não tem para onde cair", afirmou a ex-senadora. SERGIO MORO Saudado nos protestos pró-impeachment do dia 13, o juiz Sergio Moro, da Operação Lava Jato, foi incluído pelo Datafolha pela primeira vez na pesquisa de intenção de voto para 2018. No cenário em que foi testado, Moro ficou em 4º lugar, com 8% –atrás de Marina, Lula e Aécio, e à frente de nomes como Serra, Bolsonaro e Alckmin. Eleições 2018 Fonte: pesquisa Datafolha realizada nos dias 17 e 18 de março de 2016, com 2.794 entrevistados em 171 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos; outros candidatos citados –Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV), Ronaldo Caiado (DEM) e Michel Temer (PMDB)– não alcançam mais do que 3% em todos os cenários | 0 |
Vestido do 'Parabéns' de Marilyn Monroe é vendido por R$ 16 milhões | O famoso vestido transparente que a atriz Marilyn Monroe usou ao cantar "Parabéns a você, senhor presidente" a John Kennedy foi leiloado a um preço de US$ 4,8 milhões (cerca de R$ 16 milhões). Bordado com mais de 2.500 peças de cristal, estimava-se que ele não seria vendido por mais de R$ 10 milhões. Foi arrematado pela cadeia de museus Ripley's Believe it or Not", segundo informa o jornal britânico "The Guardian". O valor superou outra peça bem conhecida usada pela atriz: o vestido branco esvoaçante de "O Pecado Mora ao Lado" (1955), comprado por R$ 15,6 milhões. Monroe usou o justíssimo vestido, da grife Jean Louis, para celebrar os 45 anos do presidente Kennedy, em maio de 1962. Ela morreu três meses depois, aos 36 anos. A versão lânguida de seu "Parabéns a Você" foi cantada para mais de 15 mil convidados de um jantar para arrecadação de fundos do Partido Democrata, no Madison Square Garden, em Nova York. De tão sensual a sua cantoria, ela gerou rumores de um suposto envolvimento amoroso entre o presidente e a atriz. "Não consigo me lembrar de outra peça que conte tão bem a história dos anos 1960 quanto esse vestido", disse Edward Meyer, vice-presidente da cadeia de museus. Segundo ele, o item será exposto em Hollywood e também dará um giro por outras unidades. | ilustrada | Vestido do 'Parabéns' de Marilyn Monroe é vendido por R$ 16 milhõesO famoso vestido transparente que a atriz Marilyn Monroe usou ao cantar "Parabéns a você, senhor presidente" a John Kennedy foi leiloado a um preço de US$ 4,8 milhões (cerca de R$ 16 milhões). Bordado com mais de 2.500 peças de cristal, estimava-se que ele não seria vendido por mais de R$ 10 milhões. Foi arrematado pela cadeia de museus Ripley's Believe it or Not", segundo informa o jornal britânico "The Guardian". O valor superou outra peça bem conhecida usada pela atriz: o vestido branco esvoaçante de "O Pecado Mora ao Lado" (1955), comprado por R$ 15,6 milhões. Monroe usou o justíssimo vestido, da grife Jean Louis, para celebrar os 45 anos do presidente Kennedy, em maio de 1962. Ela morreu três meses depois, aos 36 anos. A versão lânguida de seu "Parabéns a Você" foi cantada para mais de 15 mil convidados de um jantar para arrecadação de fundos do Partido Democrata, no Madison Square Garden, em Nova York. De tão sensual a sua cantoria, ela gerou rumores de um suposto envolvimento amoroso entre o presidente e a atriz. "Não consigo me lembrar de outra peça que conte tão bem a história dos anos 1960 quanto esse vestido", disse Edward Meyer, vice-presidente da cadeia de museus. Segundo ele, o item será exposto em Hollywood e também dará um giro por outras unidades. | 1 |
Escritora aborda "primeiras vezes" relacionadas ao sexo em HQ erótica | PRIMEIRAS VEZES A francesa Sibylline, conhecida escritora e roteirista de HQs em seu país, resolveu se aventurar no campo do explícito. Escreveu dez histórias picantes cujo tema é a "primeira vez" em diferentes experiências sexuais: a primeira transa, a primeira vez com o brinquedo no sex shop, com um casal num clube de swing, com uma boneca, com um filme pornô. Os capítulos têm como protagonistas mulheres e são ilustrados por quadrinistas diferentes. Com alguns deles, o roteiro de Sibylline casa-se muito bem. Os destaques são a história que abre o volume, desenhada pelo quadrinista francês Alfred; a segunda, ilustrada pela francesa Capucine, que exibe a beleza de seu traço numa história divertida; e a penúltima, denominada "Sodomia", ilustrada pelo francês Dominique Bertail. O objetivo da autora é oferecer um ponto de vista feminino ao universo picante, em geral associado às fantasias masculinas. Mas o mérito maior é reunir num único volume desenhistas tão talentosos como esses três. (MARIO BRESIGHELLO) AUTOR: Sibylline TRADUÇÃO: Fernando Scheibe EDITORA: Nemo QUANTO: R$ 39,90 (122 págs.) e R$ 27,90 (e-book) AVALIAÇÃO: bom * HOJE É O ÚLTIMO DIA DO RESTO DA SUA VIDA Em 1984, a austríaca Ulli Lust viajou clandestinamente com a melhor amiga, Edi, para a Itália. Eram duas adolescentes punks anarquistas em busca de diversão, sobrevivendo de esmolas e favores sexuais. Foram de carona até perto da fronteira —nessa época, ainda controlada, exigindo passaporte—, atravessaram a floresta e iniciaram a conquista do incrível país da ópera e do espaguete. Anos depois, a aventura rendeu esta história intimista, ganhadora do prêmio Ignatz 2013 de novela gráfica. Na camada mais profunda da narrativa corre um irreverente manifesto político, contra a sociedade machista e o consumismo. O humor –principalmente o humor erótico– é uma das qualidades mais salientes do trabalho de Ulli Lust. Sua crônica de viagem é o desejo mal realizado de uma praia aconchegante, que logo revela a possibilidade de um afogamento. O traço ora delicado, ora nervoso, misturando grafite e tinta com uma aplicação posterior de áreas verdes, intensifica a sensação de pânico iminente. (NELSON DE OLIVEIRA) AUTOR: Ulli Lust TRADUÇÃO: Augusto Paim EDITORA: WMF Martins Fontes QUANTO: R$ 79,90 (464 págs.) AVALIAÇÃO: muito bom * PÍLULAS AZUIS O quadrinista suíço Frederick Peeters já era bem conhecido antes do lançamento de "Pílulas Azuis", em 2001. Depois, tornou-se quase celebridade, principalmente na Europa. "Pílulas Azuis" ganhou um prêmio importante no festival de Angoulême, na França, uma espécie de Festival de Cannes dos quadrinhos, e foi indicado para muitos outros prêmios. Não é por acaso: a fama se deve à sensibilidade com a qual ele conta a própria história. Peeters reencontrou uma antiga amiga de colégio por quem se interessava desde jovem. Eles começam a namorar, apaixonam-se e ela revela ser portadora do vírus da Aids. Assim começa a "aventura": eles se casam, têm dificuldades para se tornarem íntimos, enfrentam preconceitos, convivem com o médico e o enteado. A leveza do texto, associado ao traço grosso e extremamente gestual, infundem curiosidade e prazer no leitor. O resultado é uma experiência que emociona sem chantagem. No percurso, o leitor experimenta emoções complexas e torce para que tudo dê certo. E termina concordando com Peeters que, numa entrevista, afirmou que sua HQ nada mais é do que "uma simples história de amor". (MB) AUTOR: Frederik Peeters TRADUÇÃO: Fernando Scheibe EDITORA: Nemo QUANTO: R$ 39,90 (208 págs.) e R$ 27,90 (e-book) AVALIAÇÃO: ótimo * A PROPRIEDADE Para compor os personagens dessa delicada narrativa gráfica sobre separação e reparação, a israelense Modan usou um grupo de atores. O diálogo entre a fotografia e o desenho, aliado ao roteiro atento às mínimas expressões do corpo, recuperou algo da linguagem mais naturalista das antigas fotonovelas. O resultado é fluido e intenso, com algo do estilo do belga Hergé, com quem Modan já foi comparada. Em "A Propriedade", uma avó e sua neta voam de Tel Aviv a Varsóvia para tentar recuperar um imóvel da família, perdido durante a Segunda Guerra Mundial. Mas o que era para ser uma rápida viagem de negócios logo se transforma num doloroso reencontro com o passado afetivo destruído pela sanha nazista. O jogo de interesses conflitantes movimenta meia dúzia de personagens num cenário com forte emanação histórica. Modan é talentosa na composição de momentos íntimos, porém mais ainda na organização de multidões. A cena no aeroporto e a cena no cemitério provam isso. (NO) AUTORA: Rutu Modan TRADUÇÃO: Marcelo Brandão Cipolla EDITORA: WMF Martins Fontes QUANTO: R$ 69,90 (224 págs.) AVALIAÇÃO: muito bom | guia-de-livros-discos-filmes | Escritora aborda "primeiras vezes" relacionadas ao sexo em HQ eróticaPRIMEIRAS VEZES A francesa Sibylline, conhecida escritora e roteirista de HQs em seu país, resolveu se aventurar no campo do explícito. Escreveu dez histórias picantes cujo tema é a "primeira vez" em diferentes experiências sexuais: a primeira transa, a primeira vez com o brinquedo no sex shop, com um casal num clube de swing, com uma boneca, com um filme pornô. Os capítulos têm como protagonistas mulheres e são ilustrados por quadrinistas diferentes. Com alguns deles, o roteiro de Sibylline casa-se muito bem. Os destaques são a história que abre o volume, desenhada pelo quadrinista francês Alfred; a segunda, ilustrada pela francesa Capucine, que exibe a beleza de seu traço numa história divertida; e a penúltima, denominada "Sodomia", ilustrada pelo francês Dominique Bertail. O objetivo da autora é oferecer um ponto de vista feminino ao universo picante, em geral associado às fantasias masculinas. Mas o mérito maior é reunir num único volume desenhistas tão talentosos como esses três. (MARIO BRESIGHELLO) AUTOR: Sibylline TRADUÇÃO: Fernando Scheibe EDITORA: Nemo QUANTO: R$ 39,90 (122 págs.) e R$ 27,90 (e-book) AVALIAÇÃO: bom * HOJE É O ÚLTIMO DIA DO RESTO DA SUA VIDA Em 1984, a austríaca Ulli Lust viajou clandestinamente com a melhor amiga, Edi, para a Itália. Eram duas adolescentes punks anarquistas em busca de diversão, sobrevivendo de esmolas e favores sexuais. Foram de carona até perto da fronteira —nessa época, ainda controlada, exigindo passaporte—, atravessaram a floresta e iniciaram a conquista do incrível país da ópera e do espaguete. Anos depois, a aventura rendeu esta história intimista, ganhadora do prêmio Ignatz 2013 de novela gráfica. Na camada mais profunda da narrativa corre um irreverente manifesto político, contra a sociedade machista e o consumismo. O humor –principalmente o humor erótico– é uma das qualidades mais salientes do trabalho de Ulli Lust. Sua crônica de viagem é o desejo mal realizado de uma praia aconchegante, que logo revela a possibilidade de um afogamento. O traço ora delicado, ora nervoso, misturando grafite e tinta com uma aplicação posterior de áreas verdes, intensifica a sensação de pânico iminente. (NELSON DE OLIVEIRA) AUTOR: Ulli Lust TRADUÇÃO: Augusto Paim EDITORA: WMF Martins Fontes QUANTO: R$ 79,90 (464 págs.) AVALIAÇÃO: muito bom * PÍLULAS AZUIS O quadrinista suíço Frederick Peeters já era bem conhecido antes do lançamento de "Pílulas Azuis", em 2001. Depois, tornou-se quase celebridade, principalmente na Europa. "Pílulas Azuis" ganhou um prêmio importante no festival de Angoulême, na França, uma espécie de Festival de Cannes dos quadrinhos, e foi indicado para muitos outros prêmios. Não é por acaso: a fama se deve à sensibilidade com a qual ele conta a própria história. Peeters reencontrou uma antiga amiga de colégio por quem se interessava desde jovem. Eles começam a namorar, apaixonam-se e ela revela ser portadora do vírus da Aids. Assim começa a "aventura": eles se casam, têm dificuldades para se tornarem íntimos, enfrentam preconceitos, convivem com o médico e o enteado. A leveza do texto, associado ao traço grosso e extremamente gestual, infundem curiosidade e prazer no leitor. O resultado é uma experiência que emociona sem chantagem. No percurso, o leitor experimenta emoções complexas e torce para que tudo dê certo. E termina concordando com Peeters que, numa entrevista, afirmou que sua HQ nada mais é do que "uma simples história de amor". (MB) AUTOR: Frederik Peeters TRADUÇÃO: Fernando Scheibe EDITORA: Nemo QUANTO: R$ 39,90 (208 págs.) e R$ 27,90 (e-book) AVALIAÇÃO: ótimo * A PROPRIEDADE Para compor os personagens dessa delicada narrativa gráfica sobre separação e reparação, a israelense Modan usou um grupo de atores. O diálogo entre a fotografia e o desenho, aliado ao roteiro atento às mínimas expressões do corpo, recuperou algo da linguagem mais naturalista das antigas fotonovelas. O resultado é fluido e intenso, com algo do estilo do belga Hergé, com quem Modan já foi comparada. Em "A Propriedade", uma avó e sua neta voam de Tel Aviv a Varsóvia para tentar recuperar um imóvel da família, perdido durante a Segunda Guerra Mundial. Mas o que era para ser uma rápida viagem de negócios logo se transforma num doloroso reencontro com o passado afetivo destruído pela sanha nazista. O jogo de interesses conflitantes movimenta meia dúzia de personagens num cenário com forte emanação histórica. Modan é talentosa na composição de momentos íntimos, porém mais ainda na organização de multidões. A cena no aeroporto e a cena no cemitério provam isso. (NO) AUTORA: Rutu Modan TRADUÇÃO: Marcelo Brandão Cipolla EDITORA: WMF Martins Fontes QUANTO: R$ 69,90 (224 págs.) AVALIAÇÃO: muito bom | 36 |
Protestos pró-Dilma travam trânsito em SP e em outros 14 Estados | Manifestantes contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff realizam uma série de protestos em vias de São Paulo e em ao menos outros dez Estados e no Distrito Federal na manhã desta terça-feira (10). Os protestos foram convocados pela Frente Brasil Popular, que congrega movimentos sociais como a CUT (Central Única de Trabalhadores), o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) e a CMP (Central de Movimentos Populares). De acordo com a CUT, o ato é em defesa da democracia e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que a entidade chama de "golpe". Na marginal Tietê, um grupo de cerca de 150 pessoas fechou a pista expressa da avenida, no sentido Castello Branco, entre as pontes Aricanduva e Tatuapé. As faixas agora já foram liberadas. A avenida 23 de Maio, principal ligação entre as zonas norte e sul da capital, foi totalmente bloqueada nos dois sentidos na altura da rua Asdrúbal do Nascimento, próximo da praça da Bandeira. Manifestantes atearam fogo em pneus no local para interromper o tráfego. No momento, a via já foi totalmente liberada. Um outro protesto bloqueou totalmente a rodovia Helio Smidt, no sentido aeroporto de Guarulhos, na altura do km 2, logo após a passagem sobre a rodovia Presidente Dutra. Segundo a CET, a interdição na via terminou por volta das 7h30. Por volta das 7h40, uma manifestação chegou à rua Evandro Carlos de Andrade, entre a Marginal Pinheiros e a avenida Chucri Zaidan. A via foi liberada por volta das 8h30. Em Pirituba, a avenida Raimundo Pereira de Magalhães na altura da av. Miguel de Castro, também teve uma faixa bloqueada no sentido Centro. A manifestação caminha agora pela avenida Ermano Marchetti, onde três faixas no sentido Barra Funda estão interditadas, na altura da rua Ricardo Cavatton. TRÂNSITO Às 8h, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrou 116 km de congestionamento na cidade, o que representa 13,3% dos 835 km de vias monitoradas, acima do índice máximo para o horário que é de 11%. Waze A pior região é a zona sul da cidade com 48 km de morosidade. As piores vias são a marginal Pinheiros, sentido Interlagos, com 5,5 km de lentidão, a marginal Tietê, sentido Castello Branco, com 4,9 km, e a avenida dos Bandeirantes, sentido marginal, com 4,2 km de lentidão. PELO BRASIL Aproximadamente 150 membros do MST, segundo a Polícia Rodoviária Federal, interditaram o trânsito da BR-135 em Buenópolis (a 280 km de Belo Horizonte). Os manifestantes queimaram pneus e levantaram cartazes contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. O protesto começou às 7h. Às 10h30, o trecho da rodovia continua fechado. Em Betim, na Grande BH, membros do Sindipetro-MG (Sindicato dos Petroleiros) também protestaram em frente à refinaria Gabriel Passos, mas deixaram o local às 10h. Segundo a Polícia Militar, eram aproximadamente 60 pessoas. Em João Pessoa, na Paraíba, cerca de 150 pessoas bloquearam a garagem da empresa de ônibus Transnacional, na BR-230. Manifestações também aconteceram no centro de Vitória (ES), em frente ao Palácio Anchieta, e no km 7,9 da BR-262, em Viana. Na BR-262, cerca de 30 manifestantes interditaram parcialmente a rodovia, desde as 4h30. No Rio de Janeiro, a rodovia Rio-Santos foi bloqueada nos dois sentidos, na altura da cidade de Itaguaí. No Rio Grande do Sul, houve bloqueio na BR-290, em Eldorado do Sul, na BR-116, em Sapucaia do Sul, e na BR-386, em Nova Santa Rita. Em Caxias, a BR-116 também enfrentou bloqueios, assim como a RS040, em Viamão. Em Salvador, houve bloqueios também na estrada do Derba e na avenida Suburbana. Ônibus também bloquearam a via na rotatória do bairro de Periperi e na altura do bairro de Itacaranha. Também na capital baiana, estudantes da UFBA (Universidade Federal da Bahia) queimaram pneus bloqueando a entrada da avenida Adhemar de Barros, em Ondina, acesso ao principal campus da universidade. O fogo foi apagado e a situação já foi normalizada. No interior, foram fechadas rodovias em Candeias, Feira de Santana e houve protestos em Itabuna. De acordo com a CUT (Central Única de Trabalhadores), o ato na capital baiana é em defesa da democracia e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que a entidade chama de "golpe". No Distrito Federal, as BR-020 e BR-070 também foram bloqueadas. Em Fortaleza (CE), vias também foram bloqueadas por causa das manifestações. No Pará, manifestantes travam duas rodovias. Cerca de 300 pessoas bloqueiam a BR-010, na altura do quilômetro 259, no município de Aurora do Pará, desde as 8h30. Outras 100 pessoas bloqueiam a BR-316, próximo a Castanhal. Em Curitiba (PR), logo no início da manhã, balões vermelhos, em formato de coração, foram espalhados no calçadão da rua 15 de Novembro, no trecho conhecido como "Boca Maldita". Os balões traziam mensagens #ficaquerida e "Este não será o país do ódio!". Houve também uma passeata em apoio à presidente Dilma Rousseff. No interior do Paraná, também houve manifestações de grupos sociais em estradas e pedágios. Em Pernambuco, manifestantes bloquearam as rodovias BR-101 e BR-232. Na capital, Recife, os metroviários cruzaram os braços e devem retornar ao trabalho só no fim da tarde, em horário de pico. Segundo a CUT, houve protestos também no Amazonas, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Piauí. Protestos pelo Brasil | poder | Protestos pró-Dilma travam trânsito em SP e em outros 14 EstadosManifestantes contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff realizam uma série de protestos em vias de São Paulo e em ao menos outros dez Estados e no Distrito Federal na manhã desta terça-feira (10). Os protestos foram convocados pela Frente Brasil Popular, que congrega movimentos sociais como a CUT (Central Única de Trabalhadores), o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) e a CMP (Central de Movimentos Populares). De acordo com a CUT, o ato é em defesa da democracia e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que a entidade chama de "golpe". Na marginal Tietê, um grupo de cerca de 150 pessoas fechou a pista expressa da avenida, no sentido Castello Branco, entre as pontes Aricanduva e Tatuapé. As faixas agora já foram liberadas. A avenida 23 de Maio, principal ligação entre as zonas norte e sul da capital, foi totalmente bloqueada nos dois sentidos na altura da rua Asdrúbal do Nascimento, próximo da praça da Bandeira. Manifestantes atearam fogo em pneus no local para interromper o tráfego. No momento, a via já foi totalmente liberada. Um outro protesto bloqueou totalmente a rodovia Helio Smidt, no sentido aeroporto de Guarulhos, na altura do km 2, logo após a passagem sobre a rodovia Presidente Dutra. Segundo a CET, a interdição na via terminou por volta das 7h30. Por volta das 7h40, uma manifestação chegou à rua Evandro Carlos de Andrade, entre a Marginal Pinheiros e a avenida Chucri Zaidan. A via foi liberada por volta das 8h30. Em Pirituba, a avenida Raimundo Pereira de Magalhães na altura da av. Miguel de Castro, também teve uma faixa bloqueada no sentido Centro. A manifestação caminha agora pela avenida Ermano Marchetti, onde três faixas no sentido Barra Funda estão interditadas, na altura da rua Ricardo Cavatton. TRÂNSITO Às 8h, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrou 116 km de congestionamento na cidade, o que representa 13,3% dos 835 km de vias monitoradas, acima do índice máximo para o horário que é de 11%. Waze A pior região é a zona sul da cidade com 48 km de morosidade. As piores vias são a marginal Pinheiros, sentido Interlagos, com 5,5 km de lentidão, a marginal Tietê, sentido Castello Branco, com 4,9 km, e a avenida dos Bandeirantes, sentido marginal, com 4,2 km de lentidão. PELO BRASIL Aproximadamente 150 membros do MST, segundo a Polícia Rodoviária Federal, interditaram o trânsito da BR-135 em Buenópolis (a 280 km de Belo Horizonte). Os manifestantes queimaram pneus e levantaram cartazes contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. O protesto começou às 7h. Às 10h30, o trecho da rodovia continua fechado. Em Betim, na Grande BH, membros do Sindipetro-MG (Sindicato dos Petroleiros) também protestaram em frente à refinaria Gabriel Passos, mas deixaram o local às 10h. Segundo a Polícia Militar, eram aproximadamente 60 pessoas. Em João Pessoa, na Paraíba, cerca de 150 pessoas bloquearam a garagem da empresa de ônibus Transnacional, na BR-230. Manifestações também aconteceram no centro de Vitória (ES), em frente ao Palácio Anchieta, e no km 7,9 da BR-262, em Viana. Na BR-262, cerca de 30 manifestantes interditaram parcialmente a rodovia, desde as 4h30. No Rio de Janeiro, a rodovia Rio-Santos foi bloqueada nos dois sentidos, na altura da cidade de Itaguaí. No Rio Grande do Sul, houve bloqueio na BR-290, em Eldorado do Sul, na BR-116, em Sapucaia do Sul, e na BR-386, em Nova Santa Rita. Em Caxias, a BR-116 também enfrentou bloqueios, assim como a RS040, em Viamão. Em Salvador, houve bloqueios também na estrada do Derba e na avenida Suburbana. Ônibus também bloquearam a via na rotatória do bairro de Periperi e na altura do bairro de Itacaranha. Também na capital baiana, estudantes da UFBA (Universidade Federal da Bahia) queimaram pneus bloqueando a entrada da avenida Adhemar de Barros, em Ondina, acesso ao principal campus da universidade. O fogo foi apagado e a situação já foi normalizada. No interior, foram fechadas rodovias em Candeias, Feira de Santana e houve protestos em Itabuna. De acordo com a CUT (Central Única de Trabalhadores), o ato na capital baiana é em defesa da democracia e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que a entidade chama de "golpe". No Distrito Federal, as BR-020 e BR-070 também foram bloqueadas. Em Fortaleza (CE), vias também foram bloqueadas por causa das manifestações. No Pará, manifestantes travam duas rodovias. Cerca de 300 pessoas bloqueiam a BR-010, na altura do quilômetro 259, no município de Aurora do Pará, desde as 8h30. Outras 100 pessoas bloqueiam a BR-316, próximo a Castanhal. Em Curitiba (PR), logo no início da manhã, balões vermelhos, em formato de coração, foram espalhados no calçadão da rua 15 de Novembro, no trecho conhecido como "Boca Maldita". Os balões traziam mensagens #ficaquerida e "Este não será o país do ódio!". Houve também uma passeata em apoio à presidente Dilma Rousseff. No interior do Paraná, também houve manifestações de grupos sociais em estradas e pedágios. Em Pernambuco, manifestantes bloquearam as rodovias BR-101 e BR-232. Na capital, Recife, os metroviários cruzaram os braços e devem retornar ao trabalho só no fim da tarde, em horário de pico. Segundo a CUT, houve protestos também no Amazonas, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Piauí. Protestos pelo Brasil | 0 |
Palmeiras sofre na criação e empata o segundo jogo consecutivo no Paulista | A seis dias da estreia na Libertadores, o Palmeiras jogou mal e empatou sem gols com o Oeste nesta quarta-feira (10), em São José do Rio Preto, pela terceira rodada do Campeonato Paulista. É o segundo jogo consecutivo do time paulista sem vitória no torneio. Na última quinta (4), a equipe empatou em 2 a 2 com o São Bento. Na primeira partida juntos, os volantes Arouca e Jean –que devem ser os titulares da equipe na temporada– sofreram com as faltas de entrosamento e ritmo de jogo. A dupla se atrasou em várias jogadas e deu espaço para o Oeste no meio de campo. Apesar das dificuldades, foram de Jean as melhores chances do Palmeiras, em chutes de fora da área, nas raras vezes em que a equipe finalizou no primeiro tempo. A falta da criação de jogadas irritou parte da torcida no estádio Anísio Haddad –apesar de jogar fora de casa, os palmeirenses foram maioria nas arquibancadas– que vaiou a equipe no intervalo. No segundo tempo, as entradas dos atacante Rafael Marques, Erik e Cristaldo deram mais ofensividade ao time, que quase chegou ao gol aos 13 min em cabeceio do zagueiro Vitor Hugo, que acertou o travessão após cruzamento de Zé Roberto. Aos 36 min, Cristaldo por pouco não fez a torcida soltar o grito em outro cabeceio, que obrigou o goleiro do Oeste a fazer boa defesa. Em busca do gol, o Palmeiras deu espaço para contra-ataques, e o Oeste quase marcou em pelo menos três oportunidades, mas parou no goleiro Fernando Prass. Com o resultado, o Palmeiras chegou a cinco pontos e continua liderando o Grupo B. O São Bernardo, no entanto, com quatro pontos, tem um jogo a menos e pode ultrapassar a equipe nesta quinta-feira (11), em partida contra o Botafogo-SP. O Palmeiras volta a campo no sábado (13), contra o Linense, pelo Paulista, no primeiro jogo no estádio Allianz Parque após o título da Copa do Brasil em 2015. Na terça (16), a equipe estreia na Libertadores contra o River Plate (URU), no Uruguai. | esporte | Palmeiras sofre na criação e empata o segundo jogo consecutivo no PaulistaA seis dias da estreia na Libertadores, o Palmeiras jogou mal e empatou sem gols com o Oeste nesta quarta-feira (10), em São José do Rio Preto, pela terceira rodada do Campeonato Paulista. É o segundo jogo consecutivo do time paulista sem vitória no torneio. Na última quinta (4), a equipe empatou em 2 a 2 com o São Bento. Na primeira partida juntos, os volantes Arouca e Jean –que devem ser os titulares da equipe na temporada– sofreram com as faltas de entrosamento e ritmo de jogo. A dupla se atrasou em várias jogadas e deu espaço para o Oeste no meio de campo. Apesar das dificuldades, foram de Jean as melhores chances do Palmeiras, em chutes de fora da área, nas raras vezes em que a equipe finalizou no primeiro tempo. A falta da criação de jogadas irritou parte da torcida no estádio Anísio Haddad –apesar de jogar fora de casa, os palmeirenses foram maioria nas arquibancadas– que vaiou a equipe no intervalo. No segundo tempo, as entradas dos atacante Rafael Marques, Erik e Cristaldo deram mais ofensividade ao time, que quase chegou ao gol aos 13 min em cabeceio do zagueiro Vitor Hugo, que acertou o travessão após cruzamento de Zé Roberto. Aos 36 min, Cristaldo por pouco não fez a torcida soltar o grito em outro cabeceio, que obrigou o goleiro do Oeste a fazer boa defesa. Em busca do gol, o Palmeiras deu espaço para contra-ataques, e o Oeste quase marcou em pelo menos três oportunidades, mas parou no goleiro Fernando Prass. Com o resultado, o Palmeiras chegou a cinco pontos e continua liderando o Grupo B. O São Bernardo, no entanto, com quatro pontos, tem um jogo a menos e pode ultrapassar a equipe nesta quinta-feira (11), em partida contra o Botafogo-SP. O Palmeiras volta a campo no sábado (13), contra o Linense, pelo Paulista, no primeiro jogo no estádio Allianz Parque após o título da Copa do Brasil em 2015. Na terça (16), a equipe estreia na Libertadores contra o River Plate (URU), no Uruguai. | 4 |
Favorito desiste de disputar presidência da Câmara nos EUA | Horas antes do anúncio de quem seria o novo presidente da Câmara dos Representantes (deputados) americana, o deputado republicano Kevin McCarthy, um dos favoritos, desistiu da disputa, nesta quinta-feira (8). "Na última semana, tornou-se claro para mim que estamos profundamente divididos e precisamos nos unificar em torno de um líder", disse em breve declaração após o anúncio. "É imperativo nos unirmos e trabalharmos juntos para enfrentar os desafios do país." Sua candidatura perdeu força na semana passada, quando McCarthy sugeriu, em uma entrevista, que o comitê da Casa que investiga o atentado em Benghazi, na Líbia, tinha o objetivo de enfraquecer a pré-candidata democrata à Casa Branca Hillary Clinton. Ela era secretária de Estado quando o ataque, em 2012, matou o então embaixador americano no país, Christopher Stevens. A Câmara busca um sucessor para o republicano John Boehner, que renunciou no final de setembro diante da pressão de correligionários por uma atuação mais enérgica de oposição ao presidente Barack Obama. No sistema americano, o titular do cargo é o segundo na linha sucessória presidencial, atrás do vice-presidente. Ele dita a agenda da Casa e exerce, por isso, importante função política, não apenas institucional. | mundo | Favorito desiste de disputar presidência da Câmara nos EUAHoras antes do anúncio de quem seria o novo presidente da Câmara dos Representantes (deputados) americana, o deputado republicano Kevin McCarthy, um dos favoritos, desistiu da disputa, nesta quinta-feira (8). "Na última semana, tornou-se claro para mim que estamos profundamente divididos e precisamos nos unificar em torno de um líder", disse em breve declaração após o anúncio. "É imperativo nos unirmos e trabalharmos juntos para enfrentar os desafios do país." Sua candidatura perdeu força na semana passada, quando McCarthy sugeriu, em uma entrevista, que o comitê da Casa que investiga o atentado em Benghazi, na Líbia, tinha o objetivo de enfraquecer a pré-candidata democrata à Casa Branca Hillary Clinton. Ela era secretária de Estado quando o ataque, em 2012, matou o então embaixador americano no país, Christopher Stevens. A Câmara busca um sucessor para o republicano John Boehner, que renunciou no final de setembro diante da pressão de correligionários por uma atuação mais enérgica de oposição ao presidente Barack Obama. No sistema americano, o titular do cargo é o segundo na linha sucessória presidencial, atrás do vice-presidente. Ele dita a agenda da Casa e exerce, por isso, importante função política, não apenas institucional. | 3 |
Imóvel pré-fabricado reúne todos os atributos sustentáveis em 50 m²
| MARA GAMA COLUNISTA DA FOLHA Uso calibrado da iluminação e da ventilação naturais, componentes com certificação ambiental, telhado verde, captação de chuva e gestão automatizada de energia e de água para molhar o jardim já formariam um pacote de atributos verdes razoável para uma casa. Mas a Aqua, exposta na Casa Cor 2016, tem também um caráter ativo na batalha ecológica: painéis fotovoltaicos instalados no telhado geram energia para iluminação e um excedente capaz de alimentar um carro elétrico e o revestimento externo absorve gás carbônico do ar. A expectativa é reduzir 30% no consumo de energia, na comparação com uma residência sem esse sistema. Segundo seus fabricantes, a ação do revestimento que utiliza titânio equivale ao sequestro de carbono de uma floresta de 500 m². O conceito da Casa Aqua vem sendo desenvolvido há oito anos pela Inovatech, empresa que funciona como uma integradora de todos os sistemas construtivos, fornecedores de materiais e serviços. Nas pranchetas, os arquitetos Rodrigo Mindlin Loeb e Caio Dotto. Com 50 m² de área, a Casa Aqua foi feita com placas pré-fabricadas de concreto, unidas em painéis que substituem os pilares, as vigas e a alvenaria. Essa tecnologia de construção de origem finlandesa permitiu que a casa fosse erguida em 19 dias. Os banheiros e a cozinha foram anexados já prontos, com acabamentos e peças. O sistema de fabricação proporciona montagem rápida e ampliação por módulos. Conexões parafusadas entre os componentes vão possibilitar a desmontagem, o transporte e montagem em outra localização. Para garantir o conforto térmico do espaço foi feito um sistema de fachada ventilada, que cria um colchão de ar entre a estrutura da casa e o acabamento externo, isolando o interior do calor e reduzindo a umidade. Acoplado a uma das paredes externas, foi implantado um sistema também modular de cisternas, com módulos de 97 litros que podem ser interligados de acordo com as necessidades de água não potável dos moradores. Loeb, arquiteto e professor formado pela FAU-SP e mestre em energia e meio ambiente pela Architectural Association School of Architecture na Inglaterra, considera que rapidez da montagem e a modularidade do sistema são diferenciais da casa. "Entre a encomenda e a casa erguida, teremos no máximo quatro meses. Só isso já a transforma em um objeto do desejo", diz. "E o fato de ser modular faz com que cada um possa fazer a casa do jeito que quiser", conclui. "Esse caminho da industrializacão da construção pode levar para a melhoria da qualidade dos prédios, do ambiente e da formação da mão de obra", diz. A unidade construída para a Casa Cor pode ser comercializada por R$ 380 mil, em preço promocional, o que daria R$ 7,6 mil o metro quadrado. Uma nova seria mais cara, dependendo de alguns elementos opcionais. Já as casas pré-fabricadas tradicionais no mercado brasileiro, de concreto e alvenaria e padrão simples de componentes e acabamentos custam entre R$ 30 mil e R$ 40 mil a unidade de 50 m². As de melhor padrão custam cerca de R$ 1 mil o m². TIRA E PÕE O engenheiro Luiz Henrique Ferreira, dono da Inovatech, acredita que o mercado brasileiro está preparado para a Casa Aqua. "No mundo complexo em que vivemos, as pessoas não têm mais tempo e paciência para o sistema antigo e artesanal da obra, que é muito demorado." "Acho que o cliente potencial é aquele que deseja uma construção rápida, de altíssima qualidade, com performance acústica, energética e térmica e que pensa na modularidade. Ele sabe que a casa de hoje não será a casa de amanhã. Pode somar um cômodo ou retirar." Ferreira diz que podem ser feitas Casas Aqua com padrões menos luxuosos que o da exposta na Casa Cor. "Nosso papel como integrador não é nos prender numa determinada solução tecnológica específica, e sim estar abertos para novas tecnologias", diz. "Buscamos sistemas construtivos industrializados com baixo impacto ambiental e sem restringir a criatividade do arquiteto", acrescenta. "Sei que é arrojado, mas acho que num futuro próximo as pessoas vão poder trocar partes da casa com outras. O modelo atual que criamos de ter sempre tudo novo não se sustenta. Os recursos estão acabando", diz. | sobretudo |
Imóvel pré-fabricado reúne todos os atributos sustentáveis em 50 m²
MARA GAMA COLUNISTA DA FOLHA Uso calibrado da iluminação e da ventilação naturais, componentes com certificação ambiental, telhado verde, captação de chuva e gestão automatizada de energia e de água para molhar o jardim já formariam um pacote de atributos verdes razoável para uma casa. Mas a Aqua, exposta na Casa Cor 2016, tem também um caráter ativo na batalha ecológica: painéis fotovoltaicos instalados no telhado geram energia para iluminação e um excedente capaz de alimentar um carro elétrico e o revestimento externo absorve gás carbônico do ar. A expectativa é reduzir 30% no consumo de energia, na comparação com uma residência sem esse sistema. Segundo seus fabricantes, a ação do revestimento que utiliza titânio equivale ao sequestro de carbono de uma floresta de 500 m². O conceito da Casa Aqua vem sendo desenvolvido há oito anos pela Inovatech, empresa que funciona como uma integradora de todos os sistemas construtivos, fornecedores de materiais e serviços. Nas pranchetas, os arquitetos Rodrigo Mindlin Loeb e Caio Dotto. Com 50 m² de área, a Casa Aqua foi feita com placas pré-fabricadas de concreto, unidas em painéis que substituem os pilares, as vigas e a alvenaria. Essa tecnologia de construção de origem finlandesa permitiu que a casa fosse erguida em 19 dias. Os banheiros e a cozinha foram anexados já prontos, com acabamentos e peças. O sistema de fabricação proporciona montagem rápida e ampliação por módulos. Conexões parafusadas entre os componentes vão possibilitar a desmontagem, o transporte e montagem em outra localização. Para garantir o conforto térmico do espaço foi feito um sistema de fachada ventilada, que cria um colchão de ar entre a estrutura da casa e o acabamento externo, isolando o interior do calor e reduzindo a umidade. Acoplado a uma das paredes externas, foi implantado um sistema também modular de cisternas, com módulos de 97 litros que podem ser interligados de acordo com as necessidades de água não potável dos moradores. Loeb, arquiteto e professor formado pela FAU-SP e mestre em energia e meio ambiente pela Architectural Association School of Architecture na Inglaterra, considera que rapidez da montagem e a modularidade do sistema são diferenciais da casa. "Entre a encomenda e a casa erguida, teremos no máximo quatro meses. Só isso já a transforma em um objeto do desejo", diz. "E o fato de ser modular faz com que cada um possa fazer a casa do jeito que quiser", conclui. "Esse caminho da industrializacão da construção pode levar para a melhoria da qualidade dos prédios, do ambiente e da formação da mão de obra", diz. A unidade construída para a Casa Cor pode ser comercializada por R$ 380 mil, em preço promocional, o que daria R$ 7,6 mil o metro quadrado. Uma nova seria mais cara, dependendo de alguns elementos opcionais. Já as casas pré-fabricadas tradicionais no mercado brasileiro, de concreto e alvenaria e padrão simples de componentes e acabamentos custam entre R$ 30 mil e R$ 40 mil a unidade de 50 m². As de melhor padrão custam cerca de R$ 1 mil o m². TIRA E PÕE O engenheiro Luiz Henrique Ferreira, dono da Inovatech, acredita que o mercado brasileiro está preparado para a Casa Aqua. "No mundo complexo em que vivemos, as pessoas não têm mais tempo e paciência para o sistema antigo e artesanal da obra, que é muito demorado." "Acho que o cliente potencial é aquele que deseja uma construção rápida, de altíssima qualidade, com performance acústica, energética e térmica e que pensa na modularidade. Ele sabe que a casa de hoje não será a casa de amanhã. Pode somar um cômodo ou retirar." Ferreira diz que podem ser feitas Casas Aqua com padrões menos luxuosos que o da exposta na Casa Cor. "Nosso papel como integrador não é nos prender numa determinada solução tecnológica específica, e sim estar abertos para novas tecnologias", diz. "Buscamos sistemas construtivos industrializados com baixo impacto ambiental e sem restringir a criatividade do arquiteto", acrescenta. "Sei que é arrojado, mas acho que num futuro próximo as pessoas vão poder trocar partes da casa com outras. O modelo atual que criamos de ter sempre tudo novo não se sustenta. Os recursos estão acabando", diz. | 9 |
Petrobras vê com simpatia mudança de regra do pré-sal | Diante do risco de derrota do governo, o ex-presidente Lula defendeu que a base aliada no Congresso busque pelo menos garantir à Petrobras o direito de preferência em lugar da obrigatoriedade de ser a operadora única em todos os blocos de exploração de petróleo do pré-sal. A ideia conta, reservadamente, com a simpatia da atual direção da Petrobras, preocupada com a falta de caixa nos próximos anos para bancar seus investimentos e disputar leilões que o governo venha a realizar. A presidente Dilma, porém, havia orientado sua equipe a não aceitar qualquer tipo de mudança nas regras de exploração do pré-sal, que determina não só que a Petrobras seja a operadora única como tenha no mínimo 30% de todos os campos. Em reunião na residência do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Lula disse preferir não mudar a regra que obriga a estatal a ser a operadora única, mas admitiu que a fragilidade política do governo pode levar à aprovação do projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que acaba com o mecanismo criado em sua administração. Segundo relato de senadores peemedebistas e petistas presentes à reunião desta terça-feira (30), o ex-presidente propôs então como alternativa criar um dispositivo de preferência que daria à Petrobras o direito de abrir mão de leilões de exploração do pré-sal nos quais não tivesse interesse de participar. O projeto de Serra estava previsto para entrar em discussão no plenário do Senado nesta terça-feira, mas o debate não havia começado até a conclusão desta edição e poderia ser adiado. Ao defender sua proposta, o senador tucano disse que "a Petrobras não tem condição de bancar a obrigatoriedade que lhe atribuiu a lei". | mercado | Petrobras vê com simpatia mudança de regra do pré-salDiante do risco de derrota do governo, o ex-presidente Lula defendeu que a base aliada no Congresso busque pelo menos garantir à Petrobras o direito de preferência em lugar da obrigatoriedade de ser a operadora única em todos os blocos de exploração de petróleo do pré-sal. A ideia conta, reservadamente, com a simpatia da atual direção da Petrobras, preocupada com a falta de caixa nos próximos anos para bancar seus investimentos e disputar leilões que o governo venha a realizar. A presidente Dilma, porém, havia orientado sua equipe a não aceitar qualquer tipo de mudança nas regras de exploração do pré-sal, que determina não só que a Petrobras seja a operadora única como tenha no mínimo 30% de todos os campos. Em reunião na residência do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Lula disse preferir não mudar a regra que obriga a estatal a ser a operadora única, mas admitiu que a fragilidade política do governo pode levar à aprovação do projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que acaba com o mecanismo criado em sua administração. Segundo relato de senadores peemedebistas e petistas presentes à reunião desta terça-feira (30), o ex-presidente propôs então como alternativa criar um dispositivo de preferência que daria à Petrobras o direito de abrir mão de leilões de exploração do pré-sal nos quais não tivesse interesse de participar. O projeto de Serra estava previsto para entrar em discussão no plenário do Senado nesta terça-feira, mas o debate não havia começado até a conclusão desta edição e poderia ser adiado. Ao defender sua proposta, o senador tucano disse que "a Petrobras não tem condição de bancar a obrigatoriedade que lhe atribuiu a lei". | 2 |
Ponto Crítico - Livro - Uma biografia da perda | "On Elizabeth Bishop" (sobre Elizabeth Bishop, Princeton University Press, 2015) é um estudo acerca da vida e da obra da poeta americana (1911-79) feito pelo escritor irlandês Colm Tóibín –autor que participa de mesa na 13ª Flip, nesta quinta-feira (2). O livro –ainda sem previsão de lançamento no Brasil– faz parte de uma coleção em que escritores escrevem sobre escritores, e é isso que torna singular o retrato de Bishop pintado por Tóibín. Em relação a seu objeto, Tóibín às vezes se apresenta como biógrafo; às vezes, "racconteur"; outras, crítico literário –e essa variação de estilos e visões funciona em favor do leitor. O livro é uma delícia. Colm Tóibín travou conhecimento com a poesia de Elizabeth Bishop num feriado de Páscoa em Londres, no ano de 1975, quando tinha 19 anos. Gostou do tom sóbrio da linguagem e identificou-se com a geografia que ela descrevia. Além disso, eram ambos homossexuais e gostavam de viajar. Tinham em comum, também, nas palavras de Tóibín, uma longa prática de reter palavras, de não dizer coisas. Nos 40 anos de sua relação com a obra de Bishop, Tóibín parece ter consolidado o entendimento de que o núcleo da identificação que os une deriva da experiência da perda e da dificuldade de falar sobre essa experiência. Bishop perdeu o pai aos oito meses de idade. Sua mãe foi internada em um asilo psiquiátrico quando ela tinha cinco anos, e ela jamais voltou a vê-la. Tóibín, aos oito anos, em razão de uma doença paterna, foi mandado para a casa de parentes e ficou cinco meses sem notícias dos pais. Aos 12, perdeu o pai. Para os dois, a noção de perda era reforçada pela própria geografia. Deixaram paisagens setentrionais semelhantes (Nova Escócia, no caso de Bishop; sudeste da Irlanda, no de Tóibín) para viver em exílio, sempre perto do mar. Dessa geografia, aprenderam que não existe garantia de bom tempo. A qualquer momento, tudo pode mudar. O livro de Tóibín deixa claro como, nesse mundo de incertezas, Bishop quer fixar a experiência pela palavra. Para isso, a palavra não pode ser algo fácil, impensado, tem de ser precisa e fiel, porque define e transfere a experiência do mundo. Tóibín aponta para o fato de que Bishop se comporta como se o universo íntimo do poeta não fizesse parte do poema. Ela fala sobre a paisagem (Rio de Janeiro, Nova Escócia, Key West) e descreve com fidelidade o circundante (um alce, um tatu, o jardineiro, o consultório de um dentista, uma viagem de ônibus, o mar). Não há menção ao poeta, mas ele está lá, oculto. Ele é o que falta. É como se a dramaticidade dos poemas de Bishop fosse visível em negativo. A emoção está na contenção: nas vírgulas, nos silêncios e no espaço entre as palavras. Ela dá os contornos da perda pelo que está em volta. Embora fale de si próprio e de autores como Thom Gunn e James Joyce, o foco de Colm Tóibín está sempre sobre Elizabeth Bishop. Para analisar seu objeto, ele viaja aos lugares em que Bishop viveu e comenta aspectos significativos de sua relação com mentores como os poetas Marianne Moore e Robert Lowell –seu melhor amigo– e de sua vida amorosa com a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares, com quem Bishop viveu "os 12 ou 13 anos mais felizes da vida". Em seu estudo, Tóibín parece falar de uma irmã mais velha, que passou pelas mesmas agruras que ele e que, portanto, entende seu ponto de vista. Nossas visões coincidem, ele cita um poema de Bishop. É como se ambos assumissem um mesmo ponto de vista diante do pouco que a vida nos dá de seguro. Tóibín oferece uma visão sobre como, para ele, a leitura de Bishop funcionou como afirmação e encorajamento tácito em sua formação como literato, e um dos pontos mais interessantes do livro é, justamente, permitir essa observação do escritor como leitor. O livro de Tóibín é uma excelente introdução à poética de Elizabeth Bishop, que fala sobre poesia, mas que também fala da perda como catalisador da criação artística. Ao fazer isso e ao explorar a identificação de sensibilidades, Tóibín faz o que a poesia deve fazer: mostrar que somos únicos, mas que temos uma humanidade em comum. ALEXANDRE VIDAL PORTO, 50, é colunista do site da Folha, diplomata e autor do romance "Matias na Cidade" (Record). | ilustrissima | Ponto Crítico - Livro - Uma biografia da perda"On Elizabeth Bishop" (sobre Elizabeth Bishop, Princeton University Press, 2015) é um estudo acerca da vida e da obra da poeta americana (1911-79) feito pelo escritor irlandês Colm Tóibín –autor que participa de mesa na 13ª Flip, nesta quinta-feira (2). O livro –ainda sem previsão de lançamento no Brasil– faz parte de uma coleção em que escritores escrevem sobre escritores, e é isso que torna singular o retrato de Bishop pintado por Tóibín. Em relação a seu objeto, Tóibín às vezes se apresenta como biógrafo; às vezes, "racconteur"; outras, crítico literário –e essa variação de estilos e visões funciona em favor do leitor. O livro é uma delícia. Colm Tóibín travou conhecimento com a poesia de Elizabeth Bishop num feriado de Páscoa em Londres, no ano de 1975, quando tinha 19 anos. Gostou do tom sóbrio da linguagem e identificou-se com a geografia que ela descrevia. Além disso, eram ambos homossexuais e gostavam de viajar. Tinham em comum, também, nas palavras de Tóibín, uma longa prática de reter palavras, de não dizer coisas. Nos 40 anos de sua relação com a obra de Bishop, Tóibín parece ter consolidado o entendimento de que o núcleo da identificação que os une deriva da experiência da perda e da dificuldade de falar sobre essa experiência. Bishop perdeu o pai aos oito meses de idade. Sua mãe foi internada em um asilo psiquiátrico quando ela tinha cinco anos, e ela jamais voltou a vê-la. Tóibín, aos oito anos, em razão de uma doença paterna, foi mandado para a casa de parentes e ficou cinco meses sem notícias dos pais. Aos 12, perdeu o pai. Para os dois, a noção de perda era reforçada pela própria geografia. Deixaram paisagens setentrionais semelhantes (Nova Escócia, no caso de Bishop; sudeste da Irlanda, no de Tóibín) para viver em exílio, sempre perto do mar. Dessa geografia, aprenderam que não existe garantia de bom tempo. A qualquer momento, tudo pode mudar. O livro de Tóibín deixa claro como, nesse mundo de incertezas, Bishop quer fixar a experiência pela palavra. Para isso, a palavra não pode ser algo fácil, impensado, tem de ser precisa e fiel, porque define e transfere a experiência do mundo. Tóibín aponta para o fato de que Bishop se comporta como se o universo íntimo do poeta não fizesse parte do poema. Ela fala sobre a paisagem (Rio de Janeiro, Nova Escócia, Key West) e descreve com fidelidade o circundante (um alce, um tatu, o jardineiro, o consultório de um dentista, uma viagem de ônibus, o mar). Não há menção ao poeta, mas ele está lá, oculto. Ele é o que falta. É como se a dramaticidade dos poemas de Bishop fosse visível em negativo. A emoção está na contenção: nas vírgulas, nos silêncios e no espaço entre as palavras. Ela dá os contornos da perda pelo que está em volta. Embora fale de si próprio e de autores como Thom Gunn e James Joyce, o foco de Colm Tóibín está sempre sobre Elizabeth Bishop. Para analisar seu objeto, ele viaja aos lugares em que Bishop viveu e comenta aspectos significativos de sua relação com mentores como os poetas Marianne Moore e Robert Lowell –seu melhor amigo– e de sua vida amorosa com a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares, com quem Bishop viveu "os 12 ou 13 anos mais felizes da vida". Em seu estudo, Tóibín parece falar de uma irmã mais velha, que passou pelas mesmas agruras que ele e que, portanto, entende seu ponto de vista. Nossas visões coincidem, ele cita um poema de Bishop. É como se ambos assumissem um mesmo ponto de vista diante do pouco que a vida nos dá de seguro. Tóibín oferece uma visão sobre como, para ele, a leitura de Bishop funcionou como afirmação e encorajamento tácito em sua formação como literato, e um dos pontos mais interessantes do livro é, justamente, permitir essa observação do escritor como leitor. O livro de Tóibín é uma excelente introdução à poética de Elizabeth Bishop, que fala sobre poesia, mas que também fala da perda como catalisador da criação artística. Ao fazer isso e ao explorar a identificação de sensibilidades, Tóibín faz o que a poesia deve fazer: mostrar que somos únicos, mas que temos uma humanidade em comum. ALEXANDRE VIDAL PORTO, 50, é colunista do site da Folha, diplomata e autor do romance "Matias na Cidade" (Record). | 18 |
Em meio a crise, Santa Casa de São Paulo elege novo gestor | Os irmãos mantenedores da Santa Casa de São Paulo, maior complexo hospitalar filantrópico da América Latina, devem alçar nesta terça (9) o médico José Luiz Setúbal, 58, da família fundadora do banco Itaú, ao cargo de provedor (espécie de presidente) do hospital para os próximos dois anos. Conforme condição imposta por Setúbal para assumir o cargo, ele será candidato único e recebeu sinalização de que há consenso em torno de seu nome para a provedoria da instituição —que passa pela pior crise financeira de sua história, com dívidas de cerca de R$ 800 milhões. Em 2013, com 45% dos votos, o acionista do Itaú perdeu a disputa para Kalil Rocha Abdalla, que renunciou em abril e cuja gestão é investigada pela Promotoria. Cerca de 500 irmãos (beneméritos) estão credenciados para votar. Não há prazo para divulgação oficial do resultado. Em entrevista à Folha em maio, Setúbal, que é médico pediatra, defendeu medidas como a diminuição do quadro de funcionários e um redesenho da abrangência dos serviços do hospital. Ele pretende também renegociar prazos para o pagamento de dívidas. Em julho de 2014, a instituição chegou a fechar o pronto-socorro por 28 horas. À época, o hospital alegou falta de recursos para comprar medicamentos e materiais como seringas e agulhas. Se confirmado como provedor, Setúbal irá assumir imediatamente o cargo que está atualmente com Ruy Martins Altenfelder Silva. Há duas semanas, funcionários do hospital que encabeçam o movimento "Santa Casa Viva" organizaram um ato em apoio a Setúbal. Eles dizem que, sem medidas drásticas, a instituição poderá fechar as portas em seis meses. | cotidiano | Em meio a crise, Santa Casa de São Paulo elege novo gestorOs irmãos mantenedores da Santa Casa de São Paulo, maior complexo hospitalar filantrópico da América Latina, devem alçar nesta terça (9) o médico José Luiz Setúbal, 58, da família fundadora do banco Itaú, ao cargo de provedor (espécie de presidente) do hospital para os próximos dois anos. Conforme condição imposta por Setúbal para assumir o cargo, ele será candidato único e recebeu sinalização de que há consenso em torno de seu nome para a provedoria da instituição —que passa pela pior crise financeira de sua história, com dívidas de cerca de R$ 800 milhões. Em 2013, com 45% dos votos, o acionista do Itaú perdeu a disputa para Kalil Rocha Abdalla, que renunciou em abril e cuja gestão é investigada pela Promotoria. Cerca de 500 irmãos (beneméritos) estão credenciados para votar. Não há prazo para divulgação oficial do resultado. Em entrevista à Folha em maio, Setúbal, que é médico pediatra, defendeu medidas como a diminuição do quadro de funcionários e um redesenho da abrangência dos serviços do hospital. Ele pretende também renegociar prazos para o pagamento de dívidas. Em julho de 2014, a instituição chegou a fechar o pronto-socorro por 28 horas. À época, o hospital alegou falta de recursos para comprar medicamentos e materiais como seringas e agulhas. Se confirmado como provedor, Setúbal irá assumir imediatamente o cargo que está atualmente com Ruy Martins Altenfelder Silva. Há duas semanas, funcionários do hospital que encabeçam o movimento "Santa Casa Viva" organizaram um ato em apoio a Setúbal. Eles dizem que, sem medidas drásticas, a instituição poderá fechar as portas em seis meses. | 6 |
Cientistas ligam más-formações no cérebro e doença articular ao zika | Em um novo artigo científico, pesquisadores brasileiros e de Israel descrevem novas anomalias, detectadas por ultrassom, em fetos diagnosticados com microcefalia. Foram avaliadas duas gestantes paraibanas que apresentaram sintomas de zika (como vermelhidão na pele e dor nas articulações). Apesar de o zika não ter sido detectado no sangue das mulheres no momento do exame, a análise do líquido amniótico, que envolve o feto, deu positiva para o vírus. Entre os achados, no primeiro caso, está um cérebro atrofiado, com calcificações no lobo frontal, no cerebelo e em outras áreas. No segundo, os hemisférios cerebrais direito e esquerdo eram "notavelmente assimétricos", segundo os autores. Outros achados são a ventriculomegalia, uma cavidade cerebral anormalmente grande, e a ausência ou quase ausência do tálamo e do corpo caloso, responsáveis pela condução da informação no tecido nervoso e pela comunicação entre os hemisférios, respectivamente. "Apesar dos primeiros casos terem sido identificados em Pernambuco e no Rio grande do Norte, os nossos dois casos foram os primeiros a ter a confirmação de material genético do virus e ter exames ultrassonográficos documentados. As alterações ultrassonográficas observadas nos casos são diferentes das alteraçõoes encontradas em outras infecções como citomegalovirus e rubeola", disse à Folha a especialista em medicina fetal e autora sênior do artigo Adriana Melo. Avaliando outros seis casos de bebês infectados, os pesquisadores encontraram uma involução do cerebelo (responsável, entre outras coisas, pela coordenação motora e postura) e a presença de calcificações no cérebro (como se fossem cicatrizes provocada pela infecção). Um dos bebês tinha a doença conhecida como artrogripose –caracterizada por uma contratura das articulações das extremidades, que faz com que as mãos fiquem curvadas em forma de gancho, por exemplo. "Até a publicação do nosso artigo, não havia na literatura registro de casos similares, caracterizados por microcefalia, hipoplasia [redução] do cerebelo e calcificações no parênquima cerebral. A associação com artrogripose também nunca tinha sido descrita", diz Adriana. "Até que mais casos sejam diagnosticados e evidências histopatológicas [obtidas avaliando material humano em microscópios] sejam obtidas, a possibilidade de outras etiologias não podem ser descartadas", escrevem os autores. O estudo abre a discussão de que o zika possa prejudicar outros órgãos além do cérebro, dos olhos e outros órgãos dos sentidos, que dependem do adequado funcionamento de células nervosas. O trabalho saiu na revista "Ultrasound in Obstetrics & Gynecology". | equilibrioesaude | Cientistas ligam más-formações no cérebro e doença articular ao zikaEm um novo artigo científico, pesquisadores brasileiros e de Israel descrevem novas anomalias, detectadas por ultrassom, em fetos diagnosticados com microcefalia. Foram avaliadas duas gestantes paraibanas que apresentaram sintomas de zika (como vermelhidão na pele e dor nas articulações). Apesar de o zika não ter sido detectado no sangue das mulheres no momento do exame, a análise do líquido amniótico, que envolve o feto, deu positiva para o vírus. Entre os achados, no primeiro caso, está um cérebro atrofiado, com calcificações no lobo frontal, no cerebelo e em outras áreas. No segundo, os hemisférios cerebrais direito e esquerdo eram "notavelmente assimétricos", segundo os autores. Outros achados são a ventriculomegalia, uma cavidade cerebral anormalmente grande, e a ausência ou quase ausência do tálamo e do corpo caloso, responsáveis pela condução da informação no tecido nervoso e pela comunicação entre os hemisférios, respectivamente. "Apesar dos primeiros casos terem sido identificados em Pernambuco e no Rio grande do Norte, os nossos dois casos foram os primeiros a ter a confirmação de material genético do virus e ter exames ultrassonográficos documentados. As alterações ultrassonográficas observadas nos casos são diferentes das alteraçõoes encontradas em outras infecções como citomegalovirus e rubeola", disse à Folha a especialista em medicina fetal e autora sênior do artigo Adriana Melo. Avaliando outros seis casos de bebês infectados, os pesquisadores encontraram uma involução do cerebelo (responsável, entre outras coisas, pela coordenação motora e postura) e a presença de calcificações no cérebro (como se fossem cicatrizes provocada pela infecção). Um dos bebês tinha a doença conhecida como artrogripose –caracterizada por uma contratura das articulações das extremidades, que faz com que as mãos fiquem curvadas em forma de gancho, por exemplo. "Até a publicação do nosso artigo, não havia na literatura registro de casos similares, caracterizados por microcefalia, hipoplasia [redução] do cerebelo e calcificações no parênquima cerebral. A associação com artrogripose também nunca tinha sido descrita", diz Adriana. "Até que mais casos sejam diagnosticados e evidências histopatológicas [obtidas avaliando material humano em microscópios] sejam obtidas, a possibilidade de outras etiologias não podem ser descartadas", escrevem os autores. O estudo abre a discussão de que o zika possa prejudicar outros órgãos além do cérebro, dos olhos e outros órgãos dos sentidos, que dependem do adequado funcionamento de células nervosas. O trabalho saiu na revista "Ultrasound in Obstetrics & Gynecology". | 8 |
Prefeitura de SP diminui o ritmo de limpeza de bueiros na cidade | O ritmo de limpeza dos 440.502 bueiros da capital paulista caiu nos últimos anos. Dados obtidos pelo "Agora" por meio da Lei de Acesso à Informação mostram que, comparando os cinco primeiros meses de 2013 ao mesmo período de 2015, houve uma queda de 13,7% nas limpezas. Entre janeiro e maio de 2013, primeiro ano de gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), foram realizadas 440.239 limpezas de bueiro. Em 2014, também nos cinco primeiros meses, o número caiu para 402.901. E no mesmo período deste ano, o número chegou a 379.866. Se considerada a média mensal, também houve queda no número de bueiros limpos. Em 2014, foram limpos 80.239 por mês. Este ano, somando os cinco primeiros meses, a média foi de 75.973. Apesar de os números serem superiores à quantidade de bueiros da cidade, isso não significa que todos foram limpos mensalmente. Segundo a prefeitura, a periodicidade das higienizações varia de acordo com cada bueiro. Aqueles que são localizados em áreas com potencial de alagamento ou em regiões que recebem feira livre, por exemplo, são limpos com frequência maior, que pode chegar a uma vez por semana. Os bueiros da rua Augusta próximos à rua Caio Prado, na Consolação (região central), são exemplos da falta de limpeza. Eles estão cheios de lixo e barro. Em um deles havia muita folhas e pedras. Outro problema é a boca de lobo muito estreita, o que impede a vazão da água. Segundo a vendedora Carla Valéria, 35, que trabalha em uma concessionária na rua Augusta, os bueiros sempre entopem quando chove, e o cruzamento fica alagado. "Não temos nem como atravessar a rua". A vendedora conta que o problema se agrava porque clientes dos bares da região não jogam no lixo as latas e garrafas de bebidas que consomem na rua. "Muitas vezes os garis não dão conta. Aí é só começar a chover para transbordar." CONTRATO O serviço de limpeza urbana, que inclui os bueiros e varrição de ruas, é feito pelas empresas Soma (zonas sul e leste) e Inova (norte, oeste e região central). O contrato foi firmado em dezembro de 2011 durante a gestão de Gilberto Kassab (PSD), com duração de três anos. No ano passado, a prefeitura cogitou abrir licitação para o serviço, mas voltou atrás e renovou o contrato com a Inova e a Soma por mais dois anos a um custo de cerca de R$ 70 milhões ao mês. No site da prefeitura, há um cronograma de limpeza de bueiros da cidade a partir de junho deste ano com a data limite para execução do serviço. Nele, a reportagem encontrou atrasos em 11 subprefeituras da cidade. Na Capela do Socorro (zona sul), por exemplo, um bueiro da avenida Irmã Dulce, que deveria ser limpo até 24 de junho, ainda consta como "programado", o que indica que está pendente. Quando feito, o serviço é indicado no site como "realizado". Mesmo para os casos ainda sem atraso, moradores reclamam do tempo de espera. "Abri um chamado no dia 27 de junho e até agora nada. O bueiro vai transbordar na próxima chuva, se não limparem", diz a dona de casa Mariana Thais Silva, 74, que mora na rua Tanque Velho, Tucuruvi. HISTÓRICO A prefeitura afirmou que no inicio do contrato com a Inova e a Soma, a situação encontrada nos bueiros da cidade exigia limpezas mais constantes. Em 2013, segundo a gestão municipal, houve um empenho maior em razão da temporada de chuvas intensas e, a partir de 2014, a conservação dos bueiros passou a ter rotina estabilizada. "É importante ressaltar que, de acordo com os contratos de serviços, todos os bueiros são limpos." De acordo com a prefeitura, a fiscalização das empresas é feita com base em um plano de serviços executado semanalmente. "As subprefeituras devem checar se a limpeza é realizada a contento. Após vistoria, se o serviço não tiver sido executado, a empresa é notificada para fazê-lo em até 48 horas", disse. A Soma e a Inova não se pronunciaram. Sobre os bueiros da região central citados pela reportagem, a Subprefeitura da Sé disse que são limpos mensalmente e a próxima limpeza será feita nesta quinta (16). No Tucuruvi, a subprefeitura afirmou que a limpeza é feita duas vezes ao ano e que próximo serviço está programado para esta sexta (17). Para o engenheiro civil Julio Cerqueira Neto, da Poli-USP, em vez de reduzir, a prefeitura deveria acelerar o ritmo de limpezas de bueiros na cidade para aproveitar o período de poucas chuvas. "Se a prefeitura tem que limpar os bueiros, a melhor hora é agora. Eles são importantes para a drenagem urbana. Se estão sujos, aumentam as possibilidades de alagamento. Não dá para deixar isso para os meses mais chuvosos", afirma. | cotidiano | Prefeitura de SP diminui o ritmo de limpeza de bueiros na cidadeO ritmo de limpeza dos 440.502 bueiros da capital paulista caiu nos últimos anos. Dados obtidos pelo "Agora" por meio da Lei de Acesso à Informação mostram que, comparando os cinco primeiros meses de 2013 ao mesmo período de 2015, houve uma queda de 13,7% nas limpezas. Entre janeiro e maio de 2013, primeiro ano de gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), foram realizadas 440.239 limpezas de bueiro. Em 2014, também nos cinco primeiros meses, o número caiu para 402.901. E no mesmo período deste ano, o número chegou a 379.866. Se considerada a média mensal, também houve queda no número de bueiros limpos. Em 2014, foram limpos 80.239 por mês. Este ano, somando os cinco primeiros meses, a média foi de 75.973. Apesar de os números serem superiores à quantidade de bueiros da cidade, isso não significa que todos foram limpos mensalmente. Segundo a prefeitura, a periodicidade das higienizações varia de acordo com cada bueiro. Aqueles que são localizados em áreas com potencial de alagamento ou em regiões que recebem feira livre, por exemplo, são limpos com frequência maior, que pode chegar a uma vez por semana. Os bueiros da rua Augusta próximos à rua Caio Prado, na Consolação (região central), são exemplos da falta de limpeza. Eles estão cheios de lixo e barro. Em um deles havia muita folhas e pedras. Outro problema é a boca de lobo muito estreita, o que impede a vazão da água. Segundo a vendedora Carla Valéria, 35, que trabalha em uma concessionária na rua Augusta, os bueiros sempre entopem quando chove, e o cruzamento fica alagado. "Não temos nem como atravessar a rua". A vendedora conta que o problema se agrava porque clientes dos bares da região não jogam no lixo as latas e garrafas de bebidas que consomem na rua. "Muitas vezes os garis não dão conta. Aí é só começar a chover para transbordar." CONTRATO O serviço de limpeza urbana, que inclui os bueiros e varrição de ruas, é feito pelas empresas Soma (zonas sul e leste) e Inova (norte, oeste e região central). O contrato foi firmado em dezembro de 2011 durante a gestão de Gilberto Kassab (PSD), com duração de três anos. No ano passado, a prefeitura cogitou abrir licitação para o serviço, mas voltou atrás e renovou o contrato com a Inova e a Soma por mais dois anos a um custo de cerca de R$ 70 milhões ao mês. No site da prefeitura, há um cronograma de limpeza de bueiros da cidade a partir de junho deste ano com a data limite para execução do serviço. Nele, a reportagem encontrou atrasos em 11 subprefeituras da cidade. Na Capela do Socorro (zona sul), por exemplo, um bueiro da avenida Irmã Dulce, que deveria ser limpo até 24 de junho, ainda consta como "programado", o que indica que está pendente. Quando feito, o serviço é indicado no site como "realizado". Mesmo para os casos ainda sem atraso, moradores reclamam do tempo de espera. "Abri um chamado no dia 27 de junho e até agora nada. O bueiro vai transbordar na próxima chuva, se não limparem", diz a dona de casa Mariana Thais Silva, 74, que mora na rua Tanque Velho, Tucuruvi. HISTÓRICO A prefeitura afirmou que no inicio do contrato com a Inova e a Soma, a situação encontrada nos bueiros da cidade exigia limpezas mais constantes. Em 2013, segundo a gestão municipal, houve um empenho maior em razão da temporada de chuvas intensas e, a partir de 2014, a conservação dos bueiros passou a ter rotina estabilizada. "É importante ressaltar que, de acordo com os contratos de serviços, todos os bueiros são limpos." De acordo com a prefeitura, a fiscalização das empresas é feita com base em um plano de serviços executado semanalmente. "As subprefeituras devem checar se a limpeza é realizada a contento. Após vistoria, se o serviço não tiver sido executado, a empresa é notificada para fazê-lo em até 48 horas", disse. A Soma e a Inova não se pronunciaram. Sobre os bueiros da região central citados pela reportagem, a Subprefeitura da Sé disse que são limpos mensalmente e a próxima limpeza será feita nesta quinta (16). No Tucuruvi, a subprefeitura afirmou que a limpeza é feita duas vezes ao ano e que próximo serviço está programado para esta sexta (17). Para o engenheiro civil Julio Cerqueira Neto, da Poli-USP, em vez de reduzir, a prefeitura deveria acelerar o ritmo de limpezas de bueiros na cidade para aproveitar o período de poucas chuvas. "Se a prefeitura tem que limpar os bueiros, a melhor hora é agora. Eles são importantes para a drenagem urbana. Se estão sujos, aumentam as possibilidades de alagamento. Não dá para deixar isso para os meses mais chuvosos", afirma. | 6 |
Musical 'Ou Tudo ou Nada' dribla falta de patrocínio e faz bonito em SP | FABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO O mesmo perrengue que os personagens do musical "Ou Tudo ou Nada" passam em cena, em busca de grana, também atingiu a produção da peça. "Nós reutilizamos cenários e figurinos de outros espetáculos e fizemos uma reciclagem de tudo isso", conta Tadeu Aguiar, o diretor, que ficou sete meses em cartaz no Rio de Janeiro e agora está no Theatro Net de São Paulo até 1º/5. Ele passou quatro anos tentando captar os R$ 4 milhões necessários para o projeto, mas só conseguiu R$ 500 mil. "As empresas são muito caretas, achavam que tirar a roupa era uma dificuldade para patrocinar", conta. "Os diretores de marketing não conseguiam enxergar que os personagens se despem dos seus preconceitos, dos seus medos, das suas angústias." Inspirada no filme dos anos 1990 "The Full Monty", a montagem fala sobre seis homens desempregados que tentam uma forma rápida de ganhar dinheiro —e, aos poucos, vão aceitando a ideia de fazer um show de striptease. Enquanto lidam com problemas de grana com os amigos e com a família, eles protagonizam momentos calientes e muito divertidos, treinando gestos e movimentos sensuais. Os seis são interpretados por Mouhamed Harfouch, Saulo Rodrigues, André Dias, Victor Maia, Carlos Arruza e Sérgio Menezes. Os atores, no total de 19, ganham de acordo com o arrecadado na bilheteria, não tem nada fixo. Aguiar diz que não teve dinheiro algum para trazer a peça para a capital paulista. "Fizemos parceria com companhia aérea e restaurantes." É assim que eles se mantêm. "É um trabalho dobrado. Virei motorista, fazia bolo em casa para levar para os atores, todo mundo colaborou", conta. Escrita por Terrence McNally, a montagem tem canções de David Yazbek e direção musical de Miguel Briamonte —que se junta à banda composta por sete integrantes. Se tem chance de a temporada paulistana prorrogar? Só se rolar patrocínio. Theatro Net. R. Olimpíadas, 360, Vila Olímpia, tel. 4003-1212. Sex. e sáb.: 21h. Dom.: 17h. Até 1º/5. Ingr.: R$ 50 a R$ 150. 140 min. 10 anos. Ingr. p/ ingressorapido.com.br. * OUTRAS PEÇAS Tadeu Aguiar diz que já está atrás de patrocínio para outras peças. Uma delas é "Love Story", baseada no filme homônimo nos anos 1970 e que virou musical em Londres. A estreia está prevista para 12 de julho no Rio de Janeiro. "Vou fazer só com atores negros. A gente quer provar que qualquer papel pode ser feito por qualquer ator, não precisa ser branco, negro ou amarelo. Papel é papel para qualquer ator." Antes, em 25 de maio, o público de São Paulo vai poder ver "As 4 Faces do Amor", musical que foi encenado no Rio em 2011 e agora chega em Teatro Nair Bello. O texto é de Eduardo Bakr, sócio de Aguiar. "É uma história de amor com músicas de Ivan Lins", conta o diretor. "Estamos fazendo a produção, é um espetáculo muito delicado que fala sobre qualquer possibilidade de amor. O elenco está escalado com Jarbas Homem de Mello, Sabrina Korgut, Amanda Acosta e André Dias. | saopaulo | Musical 'Ou Tudo ou Nada' dribla falta de patrocínio e faz bonito em SPFABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO O mesmo perrengue que os personagens do musical "Ou Tudo ou Nada" passam em cena, em busca de grana, também atingiu a produção da peça. "Nós reutilizamos cenários e figurinos de outros espetáculos e fizemos uma reciclagem de tudo isso", conta Tadeu Aguiar, o diretor, que ficou sete meses em cartaz no Rio de Janeiro e agora está no Theatro Net de São Paulo até 1º/5. Ele passou quatro anos tentando captar os R$ 4 milhões necessários para o projeto, mas só conseguiu R$ 500 mil. "As empresas são muito caretas, achavam que tirar a roupa era uma dificuldade para patrocinar", conta. "Os diretores de marketing não conseguiam enxergar que os personagens se despem dos seus preconceitos, dos seus medos, das suas angústias." Inspirada no filme dos anos 1990 "The Full Monty", a montagem fala sobre seis homens desempregados que tentam uma forma rápida de ganhar dinheiro —e, aos poucos, vão aceitando a ideia de fazer um show de striptease. Enquanto lidam com problemas de grana com os amigos e com a família, eles protagonizam momentos calientes e muito divertidos, treinando gestos e movimentos sensuais. Os seis são interpretados por Mouhamed Harfouch, Saulo Rodrigues, André Dias, Victor Maia, Carlos Arruza e Sérgio Menezes. Os atores, no total de 19, ganham de acordo com o arrecadado na bilheteria, não tem nada fixo. Aguiar diz que não teve dinheiro algum para trazer a peça para a capital paulista. "Fizemos parceria com companhia aérea e restaurantes." É assim que eles se mantêm. "É um trabalho dobrado. Virei motorista, fazia bolo em casa para levar para os atores, todo mundo colaborou", conta. Escrita por Terrence McNally, a montagem tem canções de David Yazbek e direção musical de Miguel Briamonte —que se junta à banda composta por sete integrantes. Se tem chance de a temporada paulistana prorrogar? Só se rolar patrocínio. Theatro Net. R. Olimpíadas, 360, Vila Olímpia, tel. 4003-1212. Sex. e sáb.: 21h. Dom.: 17h. Até 1º/5. Ingr.: R$ 50 a R$ 150. 140 min. 10 anos. Ingr. p/ ingressorapido.com.br. * OUTRAS PEÇAS Tadeu Aguiar diz que já está atrás de patrocínio para outras peças. Uma delas é "Love Story", baseada no filme homônimo nos anos 1970 e que virou musical em Londres. A estreia está prevista para 12 de julho no Rio de Janeiro. "Vou fazer só com atores negros. A gente quer provar que qualquer papel pode ser feito por qualquer ator, não precisa ser branco, negro ou amarelo. Papel é papel para qualquer ator." Antes, em 25 de maio, o público de São Paulo vai poder ver "As 4 Faces do Amor", musical que foi encenado no Rio em 2011 e agora chega em Teatro Nair Bello. O texto é de Eduardo Bakr, sócio de Aguiar. "É uma história de amor com músicas de Ivan Lins", conta o diretor. "Estamos fazendo a produção, é um espetáculo muito delicado que fala sobre qualquer possibilidade de amor. O elenco está escalado com Jarbas Homem de Mello, Sabrina Korgut, Amanda Acosta e André Dias. | 17 |
Alalaô: Anunciado na programação oficial, Lenine não estará no Carnaval do Recife | PATRÍCIA BRITTO DE SÃO PAULO Anunciado pela Prefeitura do Recife como uma das principais atrações do Carnaval deste ano, o cantor Lenine divulgou nesta quarta-feira (21) que não irá participar da festa na capital pernambucana. A equipe do pernambucano usou ... Leia post completo no blog | cotidiano | Alalaô: Anunciado na programação oficial, Lenine não estará no Carnaval do RecifePATRÍCIA BRITTO DE SÃO PAULO Anunciado pela Prefeitura do Recife como uma das principais atrações do Carnaval deste ano, o cantor Lenine divulgou nesta quarta-feira (21) que não irá participar da festa na capital pernambucana. A equipe do pernambucano usou ... Leia post completo no blog | 6 |
Tarso Genro critica inércia do PT na questão da dívida dos Estados | Um dos fundadores do PT, o ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro Tarso Genro criticou a "inércia" de seu partido e do governo Dilma Rousseff e chamou o PMDB, principal partido da base governista, de "mui amigo". As críticas de Tarso foram motivadas pela decisão do governo de protelar a regulamentação da lei que renegocia a dívida de Estados e municípios com juros menores. A renegociação da dívida era uma das principais bandeiras de Tarso na campanha, quando foi derrotado por Ivo Sartori (PMDB). "Reestruturar a dívida dos Estados é a determinação de lei duramente conquistada. Não fazê-la é obrigar os Estados a uma austeridade inviável", publicou Tarso na manhã desta quarta (25) nas redes sociais. E completou: "O PT ficou inerte total e o PMDB, 'aliado' já com projeto próprio e claro, 'esnucou' o Governo, na questão da dívida dos Estados. Resultado: em face desta inércia, aliado 'mui amigo' desgasta Governo que não reestrutura dívida e Partido da Presidenta que emudeceu." Segundo ele, essas "fortes doses de desgaste" poderiam ser resolvidas por aqueles que "não querem o quanto pior melhor". "Num processo de Concertação, tem que ter agenda formal, apontamento de objetivos e limites, para que haja pressuposto de sinceridade. Se não for assim...não sai...", afirmou. Twitter de Tarso Genro CONGRESSO Nesta terça-feira (24), a Câmara aprovou, com aval inclusive de líderes do PT e do PC do B, regra que garante a execução da lei que troca o indexador das dívidas dos Estados e municípios. O texto estabelece que o governo tem o prazo de 30 dias para assinar os aditivos contratuais com os novos índices. Se essa etapa não for cumprida neste período, os Estados e municípios ficam autorizados a aplicar automaticamente o novo indexador. Em novembro de 2014, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que muda o índice de correção das dívidas de Estados e municípios com a União. O texto foi permite que as dívidas contraídas antes de 2013 sejam recalculadas, de maneira retroativa. Com a nova lei, o indexador das dívidas passa a ser o IPCA, o índice oficial de inflação, mais 4% ao ano, ou, se esta for menor, a taxa básica de juros definida pelo Banco Central. Atualmente, os débitos são corrigidos pelo IGP-DI mais juros de 6% a 9%. Ao todo, 180 municípios serão favorecidos pela nova lei. A maior beneficiada é a cidade de São Paulo, que tem dívida de R$ 62 bilhões com a União. Com a mudança dos índices de correção, o valor deve ser reduzido para R$ 36 bilhões, de acordo com projeções feitas pela prefeitura. Nesta quarta (25), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), disse que, se a Casa aprovar o texto e o mesmo for vetado pela presidente Dilma Rousseff, o Congresso poderá derrubar o veto. Para o peemedebista, "não resta outro caminho" ao Legislativo que não regulamentar a lei do novo indexador diante das taxas "escorchantes" de juros pagas por Estados e municípios. O ministro Joaquim Levy (Fazenda) participou de reunião com representantes do Senado para discutir o projeto e outras medidas macroeconômicas que tramitam na Casa para tentar criar um acordo e prometeu que levará uma lista de propostas para apresentação na próxima reunião da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), marcada para a próxima semana. O o ministro Gilberto Kassab (Cidades) defendeu que governo, Estados e municípios encontrem um "ponto de equilíbrio" sobre troca do indexador. Apesar de defender o ajuste fiscal, disse que prefeitos e governadores têm a "legítima aspiração" da troca do índice. Com reportagem de Brasília | poder | Tarso Genro critica inércia do PT na questão da dívida dos EstadosUm dos fundadores do PT, o ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro Tarso Genro criticou a "inércia" de seu partido e do governo Dilma Rousseff e chamou o PMDB, principal partido da base governista, de "mui amigo". As críticas de Tarso foram motivadas pela decisão do governo de protelar a regulamentação da lei que renegocia a dívida de Estados e municípios com juros menores. A renegociação da dívida era uma das principais bandeiras de Tarso na campanha, quando foi derrotado por Ivo Sartori (PMDB). "Reestruturar a dívida dos Estados é a determinação de lei duramente conquistada. Não fazê-la é obrigar os Estados a uma austeridade inviável", publicou Tarso na manhã desta quarta (25) nas redes sociais. E completou: "O PT ficou inerte total e o PMDB, 'aliado' já com projeto próprio e claro, 'esnucou' o Governo, na questão da dívida dos Estados. Resultado: em face desta inércia, aliado 'mui amigo' desgasta Governo que não reestrutura dívida e Partido da Presidenta que emudeceu." Segundo ele, essas "fortes doses de desgaste" poderiam ser resolvidas por aqueles que "não querem o quanto pior melhor". "Num processo de Concertação, tem que ter agenda formal, apontamento de objetivos e limites, para que haja pressuposto de sinceridade. Se não for assim...não sai...", afirmou. Twitter de Tarso Genro CONGRESSO Nesta terça-feira (24), a Câmara aprovou, com aval inclusive de líderes do PT e do PC do B, regra que garante a execução da lei que troca o indexador das dívidas dos Estados e municípios. O texto estabelece que o governo tem o prazo de 30 dias para assinar os aditivos contratuais com os novos índices. Se essa etapa não for cumprida neste período, os Estados e municípios ficam autorizados a aplicar automaticamente o novo indexador. Em novembro de 2014, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que muda o índice de correção das dívidas de Estados e municípios com a União. O texto foi permite que as dívidas contraídas antes de 2013 sejam recalculadas, de maneira retroativa. Com a nova lei, o indexador das dívidas passa a ser o IPCA, o índice oficial de inflação, mais 4% ao ano, ou, se esta for menor, a taxa básica de juros definida pelo Banco Central. Atualmente, os débitos são corrigidos pelo IGP-DI mais juros de 6% a 9%. Ao todo, 180 municípios serão favorecidos pela nova lei. A maior beneficiada é a cidade de São Paulo, que tem dívida de R$ 62 bilhões com a União. Com a mudança dos índices de correção, o valor deve ser reduzido para R$ 36 bilhões, de acordo com projeções feitas pela prefeitura. Nesta quarta (25), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), disse que, se a Casa aprovar o texto e o mesmo for vetado pela presidente Dilma Rousseff, o Congresso poderá derrubar o veto. Para o peemedebista, "não resta outro caminho" ao Legislativo que não regulamentar a lei do novo indexador diante das taxas "escorchantes" de juros pagas por Estados e municípios. O ministro Joaquim Levy (Fazenda) participou de reunião com representantes do Senado para discutir o projeto e outras medidas macroeconômicas que tramitam na Casa para tentar criar um acordo e prometeu que levará uma lista de propostas para apresentação na próxima reunião da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), marcada para a próxima semana. O o ministro Gilberto Kassab (Cidades) defendeu que governo, Estados e municípios encontrem um "ponto de equilíbrio" sobre troca do indexador. Apesar de defender o ajuste fiscal, disse que prefeitos e governadores têm a "legítima aspiração" da troca do índice. Com reportagem de Brasília | 0 |
Meninas são chatas? | Um menino de oito anos quer saber por que as meninas costumam ser tão chatas e malcriadas. Observe na sua escola. Crianças menores de seis anos brincam todas misturadas, não é verdade? Mas, quando olha para os alunos mais velhos, é bem mais fácil encontrar grupos de meninas e de meninos separados. Mas que coisa! A gente vê garotos se agrupando para jogar futebol -e se algumas meninas querem participar, eles não gostam da ideia. Aí, as meninas ficam na torcida, mesmo com vontade de estar lá no meio do campo. E as meninas também fazem rodinhas, conversam mais que a boca, olham para os meninos, mandam bilhetinhos e dão muita risada, mas ficam mais entre elas. Por que isso acontece? Porque, após os seis ou sete anos, meninos e meninas crescem e se desenvolvem de jeitos diferentes. As meninas nessa fase preferem conversar e desenhar; os meninos gostam mais de competir, correr, subir e usar o corpo, por exemplo. Se prestar atenção no corpo das crianças, você vai perceber que garotos e garotas crescem de um jeito bem diferente e, por isso, vestem-se cada um de um maneira muito própria. Veja bem, isso não vale para todas as crianças: há meninas que gostam mais de competir e correr, e meninos que preferem conversar e desenhar. E claro que nem todas as garotas implicam com os meninos -assim como nem todo mundo tem a mesma opinião que o garoto do começo deste texto. Mas, nessa idade, é comum que aconteçam esses estranhamentos mesmo. Por causa das diferenças no modo de crescer, garotas ficam mais de um lado e garotos ficam de outro. E isso acontece naturalmente, em todos os lugares. Preste atenção: diferença não quer dizer ser chato nem malcriado. É só uma diferença. E quer saber um segredo? Meninas e meninos são diferentes, sim. Mais tarde, quando você crescer e se tornar um adolescente, aposto que vai adorar essas diferenças. | colunas | Meninas são chatas?Um menino de oito anos quer saber por que as meninas costumam ser tão chatas e malcriadas. Observe na sua escola. Crianças menores de seis anos brincam todas misturadas, não é verdade? Mas, quando olha para os alunos mais velhos, é bem mais fácil encontrar grupos de meninas e de meninos separados. Mas que coisa! A gente vê garotos se agrupando para jogar futebol -e se algumas meninas querem participar, eles não gostam da ideia. Aí, as meninas ficam na torcida, mesmo com vontade de estar lá no meio do campo. E as meninas também fazem rodinhas, conversam mais que a boca, olham para os meninos, mandam bilhetinhos e dão muita risada, mas ficam mais entre elas. Por que isso acontece? Porque, após os seis ou sete anos, meninos e meninas crescem e se desenvolvem de jeitos diferentes. As meninas nessa fase preferem conversar e desenhar; os meninos gostam mais de competir, correr, subir e usar o corpo, por exemplo. Se prestar atenção no corpo das crianças, você vai perceber que garotos e garotas crescem de um jeito bem diferente e, por isso, vestem-se cada um de um maneira muito própria. Veja bem, isso não vale para todas as crianças: há meninas que gostam mais de competir e correr, e meninos que preferem conversar e desenhar. E claro que nem todas as garotas implicam com os meninos -assim como nem todo mundo tem a mesma opinião que o garoto do começo deste texto. Mas, nessa idade, é comum que aconteçam esses estranhamentos mesmo. Por causa das diferenças no modo de crescer, garotas ficam mais de um lado e garotos ficam de outro. E isso acontece naturalmente, em todos os lugares. Preste atenção: diferença não quer dizer ser chato nem malcriado. É só uma diferença. E quer saber um segredo? Meninas e meninos são diferentes, sim. Mais tarde, quando você crescer e se tornar um adolescente, aposto que vai adorar essas diferenças. | 10 |
PVC: "Parece que a aura do Felipão sobrevoa os jogos do Palmeiras" | "O Santos tem mais time que o Palmeiras e isso ficou claro na condução do jogo." Foi assim, categoricamente, que o colunista da Folha PVC abriu os comentários sobre o primeiro jogo da final da Copa do Brasil, em transmissão ao vivo da "TV Folha" nesta quinta-feira (26). Para o colunista, faltou ao time da capital paulista a capacidade de prender a bola. "O Palmeiras não jogou com medo. Jogou sem a competência de fazer seu meio-campo segurar o jogo para controlar o ímpeto do Santos." Participante da transmissão, o repórter de "Esporte" Guilherme Seto completa o comentário de PVC ao dizer que o alviverde correu atrás do ataque do Santos a maior parte do tempo. O Palmeiras foi derrotado por 1 a 0 pelo Santos no jogo de ida, na Vila Belmiro, nesta quarta-feira (25). Em 26 edições do torneio, em apenas três o time que perdeu o primeiro jogo conseguiu reverter a desvantagem e levar o título no segundo duelo. Um dos times a conseguir o feito foi o próprio Palmeiras. Em 1998, o time dirigido por Luiz Felipe Scolari -e que tinha entre seus destaques os meias Alex e Zinho- foi derrotado pelo Cruzeiro de Levir Culpi, também fora de casa, por 1 a 0, como nesta quarta-feira. "Ontem até achei que o Palmeiras se livrou menos da bola. Às vezes, parece que a aura do Felipão sobrevoa todos os jogos do time, porque a bola bate e volta. Fica aquele jogo maluco, parecendo um pebolim", diz PVC. A transmissão ao vivo da "TV Folha" foi mediada pelo repórter de "Esporte" Luiz Cosenzo. | esporte | PVC: "Parece que a aura do Felipão sobrevoa os jogos do Palmeiras""O Santos tem mais time que o Palmeiras e isso ficou claro na condução do jogo." Foi assim, categoricamente, que o colunista da Folha PVC abriu os comentários sobre o primeiro jogo da final da Copa do Brasil, em transmissão ao vivo da "TV Folha" nesta quinta-feira (26). Para o colunista, faltou ao time da capital paulista a capacidade de prender a bola. "O Palmeiras não jogou com medo. Jogou sem a competência de fazer seu meio-campo segurar o jogo para controlar o ímpeto do Santos." Participante da transmissão, o repórter de "Esporte" Guilherme Seto completa o comentário de PVC ao dizer que o alviverde correu atrás do ataque do Santos a maior parte do tempo. O Palmeiras foi derrotado por 1 a 0 pelo Santos no jogo de ida, na Vila Belmiro, nesta quarta-feira (25). Em 26 edições do torneio, em apenas três o time que perdeu o primeiro jogo conseguiu reverter a desvantagem e levar o título no segundo duelo. Um dos times a conseguir o feito foi o próprio Palmeiras. Em 1998, o time dirigido por Luiz Felipe Scolari -e que tinha entre seus destaques os meias Alex e Zinho- foi derrotado pelo Cruzeiro de Levir Culpi, também fora de casa, por 1 a 0, como nesta quarta-feira. "Ontem até achei que o Palmeiras se livrou menos da bola. Às vezes, parece que a aura do Felipão sobrevoa todos os jogos do time, porque a bola bate e volta. Fica aquele jogo maluco, parecendo um pebolim", diz PVC. A transmissão ao vivo da "TV Folha" foi mediada pelo repórter de "Esporte" Luiz Cosenzo. | 4 |
Festa com moderação | A cada ano, aumenta bastante a utilização dos salões de festas –ou dos chamados espaços gourmet– nos condomínios. Por vezes, a agenda de reservas é concorrida e as festas precisam ser planejadas com antecedência. Infelizmente, em razão de abusos e falta de regulamentação, muitos eventos acabam em confusão. Quase sempre os motivos da briga são barulho e descumprimento do horário. É fundamental que os condomínios insiram no regulamento interno um capítulo especial sobre reserva e uso do salão, com todas as regras, condições e penalidades, de forma a preservar os direitos de quem faz a festa, o sossego dos vizinhos e a conservação do espaço. A aprovação das normas pode ser feita em assembleia específica, com maioria simples dos presentes. É importante frisar que o salão serve para abrigar festas e reuniões de natureza familiar e não megaeventos. Afinal, há limitações quanto a barulho e número de convidados. Para nortear a elaboração de um bom regulamento, eis algumas dicas: 1) O salão não pode ser usado para fins religiosos, políticos ou comerciais e não podem ser realizados eventos com cobrança de ingresso; 2) A utilização só pode ser feita mediante reserva e concordância às condições estabelecidas; 3) O dono da festa se responsabiliza por qualquer prejuízo causado pelos convidados. Deve haver vistoria do local depois do evento; 4) O valor da locação do espaço deve ser cobrado oficialmente pela administradora; 5) O condomínio deve controlar o número de convidados e o horário, incluindo os minutos de tolerância; 6) DJs e bandas não devem ser permitidos. O som ambiente deve ficar em volume moderado; 7) Os convidados ficam proibidos de usar outras áreas comuns; 8) É bom recomendar o uso moderado de bebidas alcoólicas e proibir o fumo em áreas fechadas. Esse montão de regras garantirá a plena utilização do salão de festas sem prejuízos e sem perturbar o sossego do vizinho. Nos casos extremos, que coloquem em risco a segurança e a salubridade dos condôminos, o síndico pode adotar medidas drásticas, como suspender a energia elétrica ou chamar a polícia. | colunas | Festa com moderaçãoA cada ano, aumenta bastante a utilização dos salões de festas –ou dos chamados espaços gourmet– nos condomínios. Por vezes, a agenda de reservas é concorrida e as festas precisam ser planejadas com antecedência. Infelizmente, em razão de abusos e falta de regulamentação, muitos eventos acabam em confusão. Quase sempre os motivos da briga são barulho e descumprimento do horário. É fundamental que os condomínios insiram no regulamento interno um capítulo especial sobre reserva e uso do salão, com todas as regras, condições e penalidades, de forma a preservar os direitos de quem faz a festa, o sossego dos vizinhos e a conservação do espaço. A aprovação das normas pode ser feita em assembleia específica, com maioria simples dos presentes. É importante frisar que o salão serve para abrigar festas e reuniões de natureza familiar e não megaeventos. Afinal, há limitações quanto a barulho e número de convidados. Para nortear a elaboração de um bom regulamento, eis algumas dicas: 1) O salão não pode ser usado para fins religiosos, políticos ou comerciais e não podem ser realizados eventos com cobrança de ingresso; 2) A utilização só pode ser feita mediante reserva e concordância às condições estabelecidas; 3) O dono da festa se responsabiliza por qualquer prejuízo causado pelos convidados. Deve haver vistoria do local depois do evento; 4) O valor da locação do espaço deve ser cobrado oficialmente pela administradora; 5) O condomínio deve controlar o número de convidados e o horário, incluindo os minutos de tolerância; 6) DJs e bandas não devem ser permitidos. O som ambiente deve ficar em volume moderado; 7) Os convidados ficam proibidos de usar outras áreas comuns; 8) É bom recomendar o uso moderado de bebidas alcoólicas e proibir o fumo em áreas fechadas. Esse montão de regras garantirá a plena utilização do salão de festas sem prejuízos e sem perturbar o sossego do vizinho. Nos casos extremos, que coloquem em risco a segurança e a salubridade dos condôminos, o síndico pode adotar medidas drásticas, como suspender a energia elétrica ou chamar a polícia. | 10 |
Quênia tem novos confrontos após opositor rejeitar resultado eleitoral | Violentos confrontos foram registrados neste domingo (13) em uma comunidade da periferia de Nairóbi, capital do Quênia, entre membros da etnia kikuyu, ligada ao presidente reeleito Uhuru Kenyatta, e integrantes da etnia luos, partidários do opositor derrotado nas urnas, Raila Odinga. A violência explodiu depois que os luos incendiaram estabelecimentos de comerciantes kikuyus, provocando uma batalha campal entre ambos os grupos. Um homem, que seria um kikuyu, foi espancado com um bastão, e seu corpo jazia inerte no chão. Esse incidente aconteceu após a visita de Odinga a Mathare, aonde se dirigiu para se encontrar com a família de uma menina de nove anos morta a tiros. Ela morreu na manhã de sábado (12) nessa periferia, depois de ser atingida quando estava na varanda no quarto andar de um prédio. Odinga já havia ido ao subúrbio de Kibera, onde falou para uma multidão de partidários. Ele garantiu que não aceitará os resultados da eleição presidencial, "roubada" –segundo ele– por Kenyatta. "Ainda não perdemos. Não vamos abandonar vocês. Aguardem que eu anuncio na terça o caminho a seguir depois de amanhã", declarou Odinga. Ele também pediu a correligionários e a simpatizantes para não irem trabalhar na segunda-feira (14), em função da presença em massa das forças de segurança nas ruas. Na sexta-feira (11), a Comissão Eleitoral anunciou a vitória do presidente Uhuru Kenyatta, reeleito com 54,27% dos votos, contra os 44,74% obtidos por Odinga. A oposição contesta esses números, denunciando uma "fraude" eleitoral. Após a divulgação dos resultados, saques e confrontos esporádicos, porém violentos, explodiram na periferia da capital, Nairóbi, e no oeste do país. De acordo com balanço da AFP com base em fontes policiais e hospitalares, os distúrbios teriam deixado pelo menos 16 mortos até o momento. | mundo | Quênia tem novos confrontos após opositor rejeitar resultado eleitoralViolentos confrontos foram registrados neste domingo (13) em uma comunidade da periferia de Nairóbi, capital do Quênia, entre membros da etnia kikuyu, ligada ao presidente reeleito Uhuru Kenyatta, e integrantes da etnia luos, partidários do opositor derrotado nas urnas, Raila Odinga. A violência explodiu depois que os luos incendiaram estabelecimentos de comerciantes kikuyus, provocando uma batalha campal entre ambos os grupos. Um homem, que seria um kikuyu, foi espancado com um bastão, e seu corpo jazia inerte no chão. Esse incidente aconteceu após a visita de Odinga a Mathare, aonde se dirigiu para se encontrar com a família de uma menina de nove anos morta a tiros. Ela morreu na manhã de sábado (12) nessa periferia, depois de ser atingida quando estava na varanda no quarto andar de um prédio. Odinga já havia ido ao subúrbio de Kibera, onde falou para uma multidão de partidários. Ele garantiu que não aceitará os resultados da eleição presidencial, "roubada" –segundo ele– por Kenyatta. "Ainda não perdemos. Não vamos abandonar vocês. Aguardem que eu anuncio na terça o caminho a seguir depois de amanhã", declarou Odinga. Ele também pediu a correligionários e a simpatizantes para não irem trabalhar na segunda-feira (14), em função da presença em massa das forças de segurança nas ruas. Na sexta-feira (11), a Comissão Eleitoral anunciou a vitória do presidente Uhuru Kenyatta, reeleito com 54,27% dos votos, contra os 44,74% obtidos por Odinga. A oposição contesta esses números, denunciando uma "fraude" eleitoral. Após a divulgação dos resultados, saques e confrontos esporádicos, porém violentos, explodiram na periferia da capital, Nairóbi, e no oeste do país. De acordo com balanço da AFP com base em fontes policiais e hospitalares, os distúrbios teriam deixado pelo menos 16 mortos até o momento. | 3 |
Micale chama Neymar de 'monstro' e diz que time está preparado para pressão
| SÉRGIO RANGEL DO RIO O técnico Rogério Micale disse que a medalha de ouro olímpica é o único objetivo da seleção na final de sábado (20). Depois de o time brasileiro vencer Honduras, por 6 a 0, nesta quarta (17), no Maracanã, o treinador admitiu que a pressão pela medalha vai crescer nos próximos dias, mas afirmou que o time está preparado. "Sabemos dessa pressão desde o início da disputa do torneio. O que nos interessa é a medalha de ouro", disse o treinador. Nesta quarta (17), ao golear Honduras, a seleção se tornou o recordista em pódios no torneio de futebol masculino. Garantiu o sexto. No sábado (20), os brasileiros decidem o título dos Jogos do Rio contra a Alemanha, que eliminou a Nigéria. A outra semifinal será disputada nesta tarde no Itaquerão, em São Paulo. "Vamos trabalhar da mesma forma desde o início. Não vai faltar luta e entrega. Essa é a nossa promessa. Vamos continuar fazendo o melhor que pudermos. Isso nos leva a ter esperança em conquistar esse grande sonho", acrescentou. No Maracanã, Micale fez questão de elogiar o atacante Neymar. Autor de dois gols na vitória no Rio, ele foi o articulador das principais jogadas ofensivas. "Ele é um mostro. Um cara que tem o dom de jogar futebol, que encanta", disse o treinador. O baiano é um dos destaques da campanha da seleção nos Jogos do Rio. Desconhecido do grande público e vencedor nas divisões de base, ele arquitetou um esquema ofensivo com apenas um volante. A equipe ainda não sofreu nenhum gol no torneio. Há três partidas, a seleção joga com quatro atacantes. "Chegamos demonstrando um bom futebol, que ambicionávamos desde o início. Chegamos na reta final forte. Isso é bom", afirmou o treinador, que foi chamado às pressas pela CBF depois de Tite recusar o trabalho nos Jogos Olímpicos. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo | esporte |
Micale chama Neymar de 'monstro' e diz que time está preparado para pressão
SÉRGIO RANGEL DO RIO O técnico Rogério Micale disse que a medalha de ouro olímpica é o único objetivo da seleção na final de sábado (20). Depois de o time brasileiro vencer Honduras, por 6 a 0, nesta quarta (17), no Maracanã, o treinador admitiu que a pressão pela medalha vai crescer nos próximos dias, mas afirmou que o time está preparado. "Sabemos dessa pressão desde o início da disputa do torneio. O que nos interessa é a medalha de ouro", disse o treinador. Nesta quarta (17), ao golear Honduras, a seleção se tornou o recordista em pódios no torneio de futebol masculino. Garantiu o sexto. No sábado (20), os brasileiros decidem o título dos Jogos do Rio contra a Alemanha, que eliminou a Nigéria. A outra semifinal será disputada nesta tarde no Itaquerão, em São Paulo. "Vamos trabalhar da mesma forma desde o início. Não vai faltar luta e entrega. Essa é a nossa promessa. Vamos continuar fazendo o melhor que pudermos. Isso nos leva a ter esperança em conquistar esse grande sonho", acrescentou. No Maracanã, Micale fez questão de elogiar o atacante Neymar. Autor de dois gols na vitória no Rio, ele foi o articulador das principais jogadas ofensivas. "Ele é um mostro. Um cara que tem o dom de jogar futebol, que encanta", disse o treinador. O baiano é um dos destaques da campanha da seleção nos Jogos do Rio. Desconhecido do grande público e vencedor nas divisões de base, ele arquitetou um esquema ofensivo com apenas um volante. A equipe ainda não sofreu nenhum gol no torneio. Há três partidas, a seleção joga com quatro atacantes. "Chegamos demonstrando um bom futebol, que ambicionávamos desde o início. Chegamos na reta final forte. Isso é bom", afirmou o treinador, que foi chamado às pressas pela CBF depois de Tite recusar o trabalho nos Jogos Olímpicos. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo | 4 |
Latam passará a cobrar pelo lanche oferecido nos voos domésticos | Impactada pelos efeitos da crise em todo o setor, a Latam anunciou nesta quinta-feira (10) que vai passar a cobrar pela alimentação oferecida aos passageiros em seus voos domésticos, uma prática comum entre companhias europeias. Segundo a empresa, a mudança faz parte de uma estratégia maior, que visa cobrar separadamente pelos serviços adicionais para permitir tarifas mais baixas aos passageiros que desejam pagar apenas pelo bilhete, atraindo clientes de menor poder aquisitivo. "Nosso objetivo é que as tarifas sigam diminuindo, permitindo que cada vez mais pessoas utilizem o avião como meio de transporte e que aqueles que já o utilizam possam voar ainda mais", disse em comunicado Enrique Cueto, presidente da Latam. Ao adquirir seu bilhete, o passageiro poderá optar pela compra do lanche que é oferecido durante o voo. O preço da passagem será mais baixo para quem recusar. Mas, caso mude de ideia, ainda ficará disponível a opção de comprar comida e bebida dentro da aeronave. Outros serviços como escolha de assentos, remarcação ou cancelamento de bilhete também passarão a ser opcionais, cobrados conforme o uso. O cliente terá acesso a tarifas até 20% mais baratas se renunciar aos serviços. Tais mudanças valerão para todos os mercados onde a Latam atua com voos domésticos: Brasil, Chile, Colômbia, Peru, Equador e Argentina. E começarão a ser adotadas por etapas a partir do primeiro semestre de 2017. No Brasil, começa no segundo semestre do ano que vem. Todos os voos internacionais continuarão sendo vendidos com o serviço completo. O novo modelo é oportuno em um momento em que as companhias brasileiras enxugaram suas malhas e reduziram o número de assentos ofertados para se adequar a uma demanda retraída pela crise. Dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) apontam que as empresas aéreas nacionais venderam no primeiro semestre deste ano 4,7 milhões de assentos a menos que no mesmo período de 2015, caindo para 21,8 milhões. No mesmo intervalo, o valor médio das passagens vendidas subiu 0,2%. O modelo de cobrança adicional pelo lanche já era praticado no Brasil pela GOL. BAGAGEIRO Outra medida comunicada pela companhia foi a cobrança por bagagem. Mas esta não valerá para os voos domésticos no Brasil devido às restrições na regulação do setor no país. Nos outros mercados, terão direito a uma tarifa mais barata os passageiros que optarem por não despachar bagagem, viajando apenas com mala de mão. Comum em mercados como Europa e Estados Unidos, a cobrança por bagagem é uma demanda feita há anos pelas companhias aéreas ao governo brasileiro. De acordo com a indústria local, a proibição compromete a competitividade. A Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) defende que a liberação "abriria caminho para uma queda nos preços das passagens". "A proposta de mudanças na franquia de bagagem permite a prestação de um serviço mais customizado às necessidades de cada passageiro. Os que viajam apenas com bagagem de mão não pagarão por aquilo que não usam. É justiça tarifária", diz Eduardo Sanovicz, presidente da entidade. | mercado | Latam passará a cobrar pelo lanche oferecido nos voos domésticosImpactada pelos efeitos da crise em todo o setor, a Latam anunciou nesta quinta-feira (10) que vai passar a cobrar pela alimentação oferecida aos passageiros em seus voos domésticos, uma prática comum entre companhias europeias. Segundo a empresa, a mudança faz parte de uma estratégia maior, que visa cobrar separadamente pelos serviços adicionais para permitir tarifas mais baixas aos passageiros que desejam pagar apenas pelo bilhete, atraindo clientes de menor poder aquisitivo. "Nosso objetivo é que as tarifas sigam diminuindo, permitindo que cada vez mais pessoas utilizem o avião como meio de transporte e que aqueles que já o utilizam possam voar ainda mais", disse em comunicado Enrique Cueto, presidente da Latam. Ao adquirir seu bilhete, o passageiro poderá optar pela compra do lanche que é oferecido durante o voo. O preço da passagem será mais baixo para quem recusar. Mas, caso mude de ideia, ainda ficará disponível a opção de comprar comida e bebida dentro da aeronave. Outros serviços como escolha de assentos, remarcação ou cancelamento de bilhete também passarão a ser opcionais, cobrados conforme o uso. O cliente terá acesso a tarifas até 20% mais baratas se renunciar aos serviços. Tais mudanças valerão para todos os mercados onde a Latam atua com voos domésticos: Brasil, Chile, Colômbia, Peru, Equador e Argentina. E começarão a ser adotadas por etapas a partir do primeiro semestre de 2017. No Brasil, começa no segundo semestre do ano que vem. Todos os voos internacionais continuarão sendo vendidos com o serviço completo. O novo modelo é oportuno em um momento em que as companhias brasileiras enxugaram suas malhas e reduziram o número de assentos ofertados para se adequar a uma demanda retraída pela crise. Dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) apontam que as empresas aéreas nacionais venderam no primeiro semestre deste ano 4,7 milhões de assentos a menos que no mesmo período de 2015, caindo para 21,8 milhões. No mesmo intervalo, o valor médio das passagens vendidas subiu 0,2%. O modelo de cobrança adicional pelo lanche já era praticado no Brasil pela GOL. BAGAGEIRO Outra medida comunicada pela companhia foi a cobrança por bagagem. Mas esta não valerá para os voos domésticos no Brasil devido às restrições na regulação do setor no país. Nos outros mercados, terão direito a uma tarifa mais barata os passageiros que optarem por não despachar bagagem, viajando apenas com mala de mão. Comum em mercados como Europa e Estados Unidos, a cobrança por bagagem é uma demanda feita há anos pelas companhias aéreas ao governo brasileiro. De acordo com a indústria local, a proibição compromete a competitividade. A Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) defende que a liberação "abriria caminho para uma queda nos preços das passagens". "A proposta de mudanças na franquia de bagagem permite a prestação de um serviço mais customizado às necessidades de cada passageiro. Os que viajam apenas com bagagem de mão não pagarão por aquilo que não usam. É justiça tarifária", diz Eduardo Sanovicz, presidente da entidade. | 2 |
Temperatura de julho é recorde e 2016 deve ser o ano mais quente | Atualmente, as notícias de aquecimento global são quase sempre os recordes de temperatura de algum período. Desta vez, dois foram quebrados de uma vez. O último julho não só foi o julho mais quente mas também foi o mês mais quente já registrado –até agora, pelo menos. É também a 15ª vez consecutiva que um mês quebra o recorde dentro da série histórica em comparação aos anos anteriores. Julho, que corriqueiramente já é o mês mais quente do ano, seguiu a tendência. O conjunto de dados no qual essas análises se baseiam já tem 137 anos e são acompanhados desde 1880. A agência responsável pela coleta de dados é a Noaa, dos EUA, que monitora atmosfera e oceanos. Os cientistas adotam como referencial (o "zero" para as medidas) a média histórica de temperatura do século 20. A partir daí a diferença de temperatura –seja positiva ou negativa– medida em um determinado momento (ou a média delas) é chamada de anomalia. No caso do último mês de julho, a anomalia foi positiva e de 0,87°C –0,06°C maior que o último recorde, do ano passado. A expectativa é que o ano de 2016 seja novamente o mais quente desde 1880, o mesmo que aconteceu com 2014 e 2015. Até então a temperatura média deste ano supera a de 2015 por 0,19°C. A explicação para julho ser sempre o mês mais quente do ano é o fato de ser verão no hemisfério norte. Essa porção do globo concentra maior porcentagem de terra, que se aquece mais rapidamente do que os oceanos, provocando esse reflexo na temperatura global. PROBLEMAS Entre as consequências do aquecimento global estão o derretimento do gelo polar (o que poderia afetar a vida em cidades litorâneas) e o prejuízo de ecossistemas já finamente ajustados a temperaturas mais frias. Por exemplo, peixes típicos de águas frias têm seus índices de sucesso reprodutivo (número de filhotes) afetados por uma variação de poucos graus na temperatura da água. Também há um aumento na taxa de reprodução de insetos transmissores de doenças, como o Aedes aegypti. | ambiente | Temperatura de julho é recorde e 2016 deve ser o ano mais quenteAtualmente, as notícias de aquecimento global são quase sempre os recordes de temperatura de algum período. Desta vez, dois foram quebrados de uma vez. O último julho não só foi o julho mais quente mas também foi o mês mais quente já registrado –até agora, pelo menos. É também a 15ª vez consecutiva que um mês quebra o recorde dentro da série histórica em comparação aos anos anteriores. Julho, que corriqueiramente já é o mês mais quente do ano, seguiu a tendência. O conjunto de dados no qual essas análises se baseiam já tem 137 anos e são acompanhados desde 1880. A agência responsável pela coleta de dados é a Noaa, dos EUA, que monitora atmosfera e oceanos. Os cientistas adotam como referencial (o "zero" para as medidas) a média histórica de temperatura do século 20. A partir daí a diferença de temperatura –seja positiva ou negativa– medida em um determinado momento (ou a média delas) é chamada de anomalia. No caso do último mês de julho, a anomalia foi positiva e de 0,87°C –0,06°C maior que o último recorde, do ano passado. A expectativa é que o ano de 2016 seja novamente o mais quente desde 1880, o mesmo que aconteceu com 2014 e 2015. Até então a temperatura média deste ano supera a de 2015 por 0,19°C. A explicação para julho ser sempre o mês mais quente do ano é o fato de ser verão no hemisfério norte. Essa porção do globo concentra maior porcentagem de terra, que se aquece mais rapidamente do que os oceanos, provocando esse reflexo na temperatura global. PROBLEMAS Entre as consequências do aquecimento global estão o derretimento do gelo polar (o que poderia afetar a vida em cidades litorâneas) e o prejuízo de ecossistemas já finamente ajustados a temperaturas mais frias. Por exemplo, peixes típicos de águas frias têm seus índices de sucesso reprodutivo (número de filhotes) afetados por uma variação de poucos graus na temperatura da água. Também há um aumento na taxa de reprodução de insetos transmissores de doenças, como o Aedes aegypti. | 7 |
Mortes ocorreram após sem-terra atirar pra cima, diz testemunha; ouça | A cúpula da polícia do Paraná apresentou, durante entrevista na tarde desta sexta-feira (8), o depoimento em que uma testemunha afirma que dois sem-terra foram mortos em confronto entre o grupo e PMs após um deles ter dado "um tiro para cima". O caso ocorreu na quinta-feira (7) em Quedas do Iguaçu, no sudoeste do Paraná. No depoimento, o sem-terra Pedro Francelino afirma que o confronto teve início depois que um dos integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) "atirou pra cima e um policial revidou". Ele, que foi baleado no local, falou com os policiais no hospital. Ouça Na quinta, a Sesp (Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária) afirmou que os policiais foram alvo de uma emboscada. Já nesta sexta (8), tanto a tenente-coronel Audilene Dias da Rocha quanto o delegado Julio Cezar dos Reis, representantes da PM e da Polícia Civil do governo Beto Richa (PSDB), afirmaram que eles nunca disseram se tratar de uma emboscada. Já o MST usou o mesmo termo, emboscada, para dizer que as vítimas foram, na verdade, os seus integrantes e que tanto os mortos e feridos foram baleados pelas costas, enquanto fugiam da polícia. A PM afirmou que só o resultado da perícia apontará a localização dos tiros. Nenhum policial se feriu durante o confronto. Na ação, morreram Vilmar Bordim, 44, casado e pai de três filhos, e Leomar Bhorbak, 25, cuja mulher está grávida de nove meses. O acampamento do MST reúne cerca de 10 mil pessoas, segundo a Sesp, desde julho de 2014. A área, onde funciona a empresa Araupel, de reflorestamento e exportação de madeiras, é alvo de disputa judicial -o governo federal pediu a nulidade do título da terra da Araupel, mas o caso está sob julgamento na Justiça Federal. Parte do interrogatório à Polícia Civil de Pedro Francelino foi divulgado para a imprensa, em áudio e em texto já transcrito. Ele foi ouvido nesta sexta no Hospital São Lucas, onde está internado. No trecho divulgado, Francelino diz que estava no local e que participaria de um protesto organizado pelos sem-terra. "Daí chegamos lá, levei foice, que é uma coisa que é ferramenta de trabalho. Chegamos lá um engraçadinho saiu pra fora atirando pra cima e o policial revidou. Foi só isso que aconteceu", afirmou. O primeiro tiro, disse Francelino à polícia, "foi do rapaz que morreu, que entrou em óbito lá, com o revólver na mão". Ele não soube dizer o nome da pessoa pois está "apenas há dois meses no acampamento.". Já segundo o delegado Julio Cezar dos Reis, os quatro PMs presentes no confronto disseram, em depoimento, "que foram recebidos a bala pelos sem-terra". Ele disse não saber especificar quantos tiros os sem-terra teriam disparado e se foram apenas para o alto ou contra os carros e os policiais. A versão da PM, apresentada pela coronel Audilene Dias da Rocha, é que dois policiais da PM Ambiental foram à fazenda na tarde desta quinta-feira averiguar a extensão dos danos de um incêndio no dia anterior. Pela tensão do litígio agrário, foram acompanhados de quatro PMs da Rotam, equipe especializada da corporação. Ainda segundo Audilene, como não era possível avançar de carro em um certo trecho, os PMs foram a pé até o ponto do incêndio, quando um sem-terra em uma moto se aproximou. Outras motos chegaram, e também uma caminhonete S-10 de cor escura com pessoas na carroceria e um ônibus, também ocupado por membros do MST. Neste momento, segundo a coronel, os sem-terra "atiraram contra os policiais. E eles [PMs] revidaram a agressão injusta". O secretário da Segurança Pública, Wagner Mesquita, criticou a retirada dos homens da Força Nacional de Segurança do local, no dia 29 de março. Segundo ele, o governo estadual pediu a prorrogação, mas não obteve resposta. Questionado se a retirada da Força Nacional pode ter justificado o conflito, Mesquita disse: "Acredito que tenha contribuído, não sei se foi fundamental, mas contribuiu". O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, determinou à Polícia Federal a instauração de inquérito para apurar os fatos e, em nota, diz que pediu providências para o envio da Força Nacional para a região. 'EXPLORAÇÃO IRREGULAR' Neste sábado, às 10 horas, o MST pretende organizar uma grande manifestação no centro de Quedas do Iguaçu pela morte dos dois sem-terra. E há atos previstos em ao menos cinco Estados. Membros do MST disseram que o movimento vai "vingar" as mortes com novas invasões em áreas da empresa Araupel, que atua com reflorestamento e exportação de madeiras. O Incra, órgão federal que cuida de processos de reforma agrária, afirmou, em nota, que vem agindo, com Advocacia-Geral da União e Procuradoria Federal, para "arrecadar a área explorada pela empresa Araupel". diz ainda entender "que se trata de área de domínio da União, portanto área pública". "Há décadas a empresa explora irregularmente parte de uma área considerada pública, com um histórico de conflito e degradação ambiental na região, com a substituição das matas nativas por monocultura de pinus e araucária, visando a indústria da madeira", diz o Incra. O órgão diz aguardar julgamento dos recursos interpostos na Justiça sobre o questionamento da titularidade da área. Procurada, a Araupel não havia se manifestado até a publicação deste texto. Nesta quinta, o advogado da Araupel, Leandro Salomão, afirmou no mês passado o TRF-4ª região (Tribunal Regional Federal), órgão de segunda instância, suspendeu os efeitos da primeira decisão da Justiça Federal, apontando que os títulos de posse da terra são válidos e que a propriedade pertence à Araupel. AGU e Incra, então, recorreram e o último recurso está ainda para ser julgado pelo mesmo TRF, possivelmente até o final deste mês. A AGU (Advocacia-Geral da União), em nota, também citou a decisão em primeira instância favorável ao governo federal para reconhecer o domínio da União sobre a propriedade, mas que nova decisão do TRF-4ª região suspendeu os seus efeitos, e que há uma apelação esperando julgamento nessa esfera. "A AGU entende que, mesmo após a suspensão da liminar, a decisão em momento algum indica que a área em questão é de domínio da Araupel." | poder | Mortes ocorreram após sem-terra atirar pra cima, diz testemunha; ouçaA cúpula da polícia do Paraná apresentou, durante entrevista na tarde desta sexta-feira (8), o depoimento em que uma testemunha afirma que dois sem-terra foram mortos em confronto entre o grupo e PMs após um deles ter dado "um tiro para cima". O caso ocorreu na quinta-feira (7) em Quedas do Iguaçu, no sudoeste do Paraná. No depoimento, o sem-terra Pedro Francelino afirma que o confronto teve início depois que um dos integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) "atirou pra cima e um policial revidou". Ele, que foi baleado no local, falou com os policiais no hospital. Ouça Na quinta, a Sesp (Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária) afirmou que os policiais foram alvo de uma emboscada. Já nesta sexta (8), tanto a tenente-coronel Audilene Dias da Rocha quanto o delegado Julio Cezar dos Reis, representantes da PM e da Polícia Civil do governo Beto Richa (PSDB), afirmaram que eles nunca disseram se tratar de uma emboscada. Já o MST usou o mesmo termo, emboscada, para dizer que as vítimas foram, na verdade, os seus integrantes e que tanto os mortos e feridos foram baleados pelas costas, enquanto fugiam da polícia. A PM afirmou que só o resultado da perícia apontará a localização dos tiros. Nenhum policial se feriu durante o confronto. Na ação, morreram Vilmar Bordim, 44, casado e pai de três filhos, e Leomar Bhorbak, 25, cuja mulher está grávida de nove meses. O acampamento do MST reúne cerca de 10 mil pessoas, segundo a Sesp, desde julho de 2014. A área, onde funciona a empresa Araupel, de reflorestamento e exportação de madeiras, é alvo de disputa judicial -o governo federal pediu a nulidade do título da terra da Araupel, mas o caso está sob julgamento na Justiça Federal. Parte do interrogatório à Polícia Civil de Pedro Francelino foi divulgado para a imprensa, em áudio e em texto já transcrito. Ele foi ouvido nesta sexta no Hospital São Lucas, onde está internado. No trecho divulgado, Francelino diz que estava no local e que participaria de um protesto organizado pelos sem-terra. "Daí chegamos lá, levei foice, que é uma coisa que é ferramenta de trabalho. Chegamos lá um engraçadinho saiu pra fora atirando pra cima e o policial revidou. Foi só isso que aconteceu", afirmou. O primeiro tiro, disse Francelino à polícia, "foi do rapaz que morreu, que entrou em óbito lá, com o revólver na mão". Ele não soube dizer o nome da pessoa pois está "apenas há dois meses no acampamento.". Já segundo o delegado Julio Cezar dos Reis, os quatro PMs presentes no confronto disseram, em depoimento, "que foram recebidos a bala pelos sem-terra". Ele disse não saber especificar quantos tiros os sem-terra teriam disparado e se foram apenas para o alto ou contra os carros e os policiais. A versão da PM, apresentada pela coronel Audilene Dias da Rocha, é que dois policiais da PM Ambiental foram à fazenda na tarde desta quinta-feira averiguar a extensão dos danos de um incêndio no dia anterior. Pela tensão do litígio agrário, foram acompanhados de quatro PMs da Rotam, equipe especializada da corporação. Ainda segundo Audilene, como não era possível avançar de carro em um certo trecho, os PMs foram a pé até o ponto do incêndio, quando um sem-terra em uma moto se aproximou. Outras motos chegaram, e também uma caminhonete S-10 de cor escura com pessoas na carroceria e um ônibus, também ocupado por membros do MST. Neste momento, segundo a coronel, os sem-terra "atiraram contra os policiais. E eles [PMs] revidaram a agressão injusta". O secretário da Segurança Pública, Wagner Mesquita, criticou a retirada dos homens da Força Nacional de Segurança do local, no dia 29 de março. Segundo ele, o governo estadual pediu a prorrogação, mas não obteve resposta. Questionado se a retirada da Força Nacional pode ter justificado o conflito, Mesquita disse: "Acredito que tenha contribuído, não sei se foi fundamental, mas contribuiu". O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, determinou à Polícia Federal a instauração de inquérito para apurar os fatos e, em nota, diz que pediu providências para o envio da Força Nacional para a região. 'EXPLORAÇÃO IRREGULAR' Neste sábado, às 10 horas, o MST pretende organizar uma grande manifestação no centro de Quedas do Iguaçu pela morte dos dois sem-terra. E há atos previstos em ao menos cinco Estados. Membros do MST disseram que o movimento vai "vingar" as mortes com novas invasões em áreas da empresa Araupel, que atua com reflorestamento e exportação de madeiras. O Incra, órgão federal que cuida de processos de reforma agrária, afirmou, em nota, que vem agindo, com Advocacia-Geral da União e Procuradoria Federal, para "arrecadar a área explorada pela empresa Araupel". diz ainda entender "que se trata de área de domínio da União, portanto área pública". "Há décadas a empresa explora irregularmente parte de uma área considerada pública, com um histórico de conflito e degradação ambiental na região, com a substituição das matas nativas por monocultura de pinus e araucária, visando a indústria da madeira", diz o Incra. O órgão diz aguardar julgamento dos recursos interpostos na Justiça sobre o questionamento da titularidade da área. Procurada, a Araupel não havia se manifestado até a publicação deste texto. Nesta quinta, o advogado da Araupel, Leandro Salomão, afirmou no mês passado o TRF-4ª região (Tribunal Regional Federal), órgão de segunda instância, suspendeu os efeitos da primeira decisão da Justiça Federal, apontando que os títulos de posse da terra são válidos e que a propriedade pertence à Araupel. AGU e Incra, então, recorreram e o último recurso está ainda para ser julgado pelo mesmo TRF, possivelmente até o final deste mês. A AGU (Advocacia-Geral da União), em nota, também citou a decisão em primeira instância favorável ao governo federal para reconhecer o domínio da União sobre a propriedade, mas que nova decisão do TRF-4ª região suspendeu os seus efeitos, e que há uma apelação esperando julgamento nessa esfera. "A AGU entende que, mesmo após a suspensão da liminar, a decisão em momento algum indica que a área em questão é de domínio da Araupel." | 0 |
OMS recomenda novos tratamentos para infecções de transmissão sexual | A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomendou novos tratamentos adaptados para infecções de transmissão sexual (ITS) comuns, ante a "ameaça crescente" da resistência aos antibióticos. As ITS são doenças causadas por micróbios que se transmitem por contato sexual e é a porta de entrada do vírus HIV, causador da Aids. Em um comunicado publicado em Genebra nesta terça-feira (30), a OMS se referiu especificamente a clamídia, gonorreia e sífilis, que em geral são curadas com antibióticos mas são "cada vez mais difíceis de tratar", porque alguns desses medicamentos perdem eficácia "pelo uso indevido ou excessivo". A OMS calcula que a cada ano 131 milhões de pessoas contraem clamídia, 78 milhões gonorreia e 5,6 milhões sífilis. Entre essas três, a gonorreia é a mais resistente aos antibióticos, adverte o documento, acrescentando que algumas das cepas das suas bactérias são "multirresistentes" e "não reagem a nenhum dos antibióticos existentes". As bactérias que provocam a clamídia e a sífilis também resistem aos antibióticos, acrescenta o comunicado. "A clamídia, a gonorreia e a sífilis são grandes problemas de saúde pública no mundo todo, que afetam a qualidade de vida de milhões de pessoas e causam patologias graves e até mesmo a morte", afirma o diretor do Departamento de Saúde Reprodutiva da OMS, Ian Askew. A OMS "reitera a necessidade de tratar estas ITS com os antibióticos adequados, nas doses corretas e no momento oportuno a fim de reduzir sua propagação e melhorar a saúde sexual e reprodutiva", destaca Askew. Se essas doenças não são diagnosticadas nem tratadas, "podem provocar graves complicações e problemas de saúde a longo prazo para as mulheres, como doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica e aborto", afirma o documento. Da mesma forma, "a gonorreia e a clamídia podem provocar infertilidade tanto em homens quanto em mulheres", acrescenta. Essas doenças "também podem duplicar ou triplicar o risco de uma pessoa se infectar com HIV. Uma ITS não tratada durante a gravidez aumenta o risco de mortinatalidade e de morte neonatal", conclui a OMS. | equilibrioesaude | OMS recomenda novos tratamentos para infecções de transmissão sexualA OMS (Organização Mundial da Saúde) recomendou novos tratamentos adaptados para infecções de transmissão sexual (ITS) comuns, ante a "ameaça crescente" da resistência aos antibióticos. As ITS são doenças causadas por micróbios que se transmitem por contato sexual e é a porta de entrada do vírus HIV, causador da Aids. Em um comunicado publicado em Genebra nesta terça-feira (30), a OMS se referiu especificamente a clamídia, gonorreia e sífilis, que em geral são curadas com antibióticos mas são "cada vez mais difíceis de tratar", porque alguns desses medicamentos perdem eficácia "pelo uso indevido ou excessivo". A OMS calcula que a cada ano 131 milhões de pessoas contraem clamídia, 78 milhões gonorreia e 5,6 milhões sífilis. Entre essas três, a gonorreia é a mais resistente aos antibióticos, adverte o documento, acrescentando que algumas das cepas das suas bactérias são "multirresistentes" e "não reagem a nenhum dos antibióticos existentes". As bactérias que provocam a clamídia e a sífilis também resistem aos antibióticos, acrescenta o comunicado. "A clamídia, a gonorreia e a sífilis são grandes problemas de saúde pública no mundo todo, que afetam a qualidade de vida de milhões de pessoas e causam patologias graves e até mesmo a morte", afirma o diretor do Departamento de Saúde Reprodutiva da OMS, Ian Askew. A OMS "reitera a necessidade de tratar estas ITS com os antibióticos adequados, nas doses corretas e no momento oportuno a fim de reduzir sua propagação e melhorar a saúde sexual e reprodutiva", destaca Askew. Se essas doenças não são diagnosticadas nem tratadas, "podem provocar graves complicações e problemas de saúde a longo prazo para as mulheres, como doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica e aborto", afirma o documento. Da mesma forma, "a gonorreia e a clamídia podem provocar infertilidade tanto em homens quanto em mulheres", acrescenta. Essas doenças "também podem duplicar ou triplicar o risco de uma pessoa se infectar com HIV. Uma ITS não tratada durante a gravidez aumenta o risco de mortinatalidade e de morte neonatal", conclui a OMS. | 8 |
O controle da dívida | O setor público chega ao fim de 2015 com deficit primário (excluídos gastos com juros) próximo a 1% do PIB, uma diferença de mais de R$ 100 bilhões em relação à economia que o governo Dilma Rousseff (PT) prometera no início do ano. União, Estados e municípios têm dificuldades para pagar despesas essenciais, como mostrou de forma trágica o colapso da saúde no Rio. Nesse quadro de terra arrasada da administração pública, soa etérea a polêmica em torno de projeto em tramitação no Senado, com relatoria de José Serra (PSDB-SP), para fixar limites de longo prazo para a dívida governo federal. Desde 2001, Estados e municípios não podem ter dívida superior a duas vezes a receita, mas a regulamentação para a esfera federal nunca avançou. Serra propõe que os limites sejam fixados em relação à dívida bruta do governo federal. Esse critério abarca todas as operações financeiras, inclusive os polêmicos empréstimos ao BNDES e as ofertas de títulos por parte do Banco Central. Pelo projeto, a dívida bruta, hoje em torno de 5,6 vezes a receita, poderia chegar a 7,1 vezes até 2020, caindo a partir de então para 4,4 vezes até 2030. Somente ao final desse prazo o teto constituiria limite à contração de novos empréstimos. Mesmo assim, permaneceriam inúmeras válvulas de escape, entre elas a prerrogativa do presidente da República de propor alteração dos limites e alongamento de prazos em caso de recessão. Opositores argumentam que limites e prazos são draconianos e acentuariam a recessão. Haveria ainda risco de instabilidade, pelo fato de o aumento do teto depender de aprovação do Congresso. É evidente que os limites devem ser realistas, mas não frouxos demais a ponto de serem inócuos. De resto, não se pode ignorar que o colapso econômico atual decorre do nefasto legado do expansionismo inconsequente dos últimos anos. A crítica mais pertinente é a que aponta para a inconsistência entre um limite para a dívida e a ausência de regras para impedir o crescimento das despesas. Nenhum teto será crível se não forem atacadas as causas do aumento de gastos. Entre elas está o descontrole da Previdência, o excesso de vinculações das receitas (com contribuição de Serra na sua passagem pelo Ministério da Saúde) e os inflados custos da máquina pública. É preciso atuar em todas essas frentes. editoriais@uol.com.br | opiniao | O controle da dívidaO setor público chega ao fim de 2015 com deficit primário (excluídos gastos com juros) próximo a 1% do PIB, uma diferença de mais de R$ 100 bilhões em relação à economia que o governo Dilma Rousseff (PT) prometera no início do ano. União, Estados e municípios têm dificuldades para pagar despesas essenciais, como mostrou de forma trágica o colapso da saúde no Rio. Nesse quadro de terra arrasada da administração pública, soa etérea a polêmica em torno de projeto em tramitação no Senado, com relatoria de José Serra (PSDB-SP), para fixar limites de longo prazo para a dívida governo federal. Desde 2001, Estados e municípios não podem ter dívida superior a duas vezes a receita, mas a regulamentação para a esfera federal nunca avançou. Serra propõe que os limites sejam fixados em relação à dívida bruta do governo federal. Esse critério abarca todas as operações financeiras, inclusive os polêmicos empréstimos ao BNDES e as ofertas de títulos por parte do Banco Central. Pelo projeto, a dívida bruta, hoje em torno de 5,6 vezes a receita, poderia chegar a 7,1 vezes até 2020, caindo a partir de então para 4,4 vezes até 2030. Somente ao final desse prazo o teto constituiria limite à contração de novos empréstimos. Mesmo assim, permaneceriam inúmeras válvulas de escape, entre elas a prerrogativa do presidente da República de propor alteração dos limites e alongamento de prazos em caso de recessão. Opositores argumentam que limites e prazos são draconianos e acentuariam a recessão. Haveria ainda risco de instabilidade, pelo fato de o aumento do teto depender de aprovação do Congresso. É evidente que os limites devem ser realistas, mas não frouxos demais a ponto de serem inócuos. De resto, não se pode ignorar que o colapso econômico atual decorre do nefasto legado do expansionismo inconsequente dos últimos anos. A crítica mais pertinente é a que aponta para a inconsistência entre um limite para a dívida e a ausência de regras para impedir o crescimento das despesas. Nenhum teto será crível se não forem atacadas as causas do aumento de gastos. Entre elas está o descontrole da Previdência, o excesso de vinculações das receitas (com contribuição de Serra na sua passagem pelo Ministério da Saúde) e os inflados custos da máquina pública. É preciso atuar em todas essas frentes. editoriais@uol.com.br | 14 |
Restaurante japonês de SP serve churrasco finalizado nas mesas | A proliferação pela cidade dos izakayas (bares japoneses com petiscos e pratos quentes) está mostrando que nem só de sushi vive a culinária daquele país. O restaurante Takasu quer mostrar por aqui outra especialidade popular no Japão: o yakiniku. Também conhecido como churrasco japonês (embora lá seja considerado churrasco coreano, sua provável origem), o yakiniku é composto por carnes bovinas (mas não só) e legumes preparados à mesa pelos comensais. No Takasu, aberto há pouco mais de um ano no Tatuapé, todas as mesas têm uma chapa central, que fica num plano mais baixo, equipada com um engenhoso sistema de exaustão inferior. Assim a fumaça não sobe, e os efeitos colaterais (atmosfera gordurosa, roupas e cabelos arruinados) típicos desta gastronomia são diminuídos. Mas o resultado fica longe dos equivalentes no Japão. A começar porque lá os melhores locais de yakiniku têm grelhas de carvão –o sabor que ele transfere às carnes é inigualável. Há também lugares que usam gás ou eletricidade em pedras incandescentes ou chamas de gás mesmo, que chamuscam a carne. Nessa versão paulistana, a carne colocada na chapa (que não chega a ser uma grelha) não é nem mesmo frita (pois não tem óleo) ou temperada. Fica sem graça. Caberá aos molhos o papel de lhe dar mais sabor. E não faltam opções –da soja ao gengibre e à maionese com wasabi, há vários sabores a experimentar. O cardápio de yakiniku montado pelo chef Gustavo Sugawara, 39 (que trabalhou por cinco anos em restaurantes no Japão), e pelo sócio Marcio Tamura, 38, tem o inegável mérito de explorar bons ingredientes. Para a degustação são trazidos vários legumes (abóbora, abobrinha, batata-doce, cogumelos, cebola) e carnes belamente fatiados. É também uma boa chance de provar cortes bovinos diferentes, inclusive de gado do tipo japonês wagyu: peças marmorizadas com nomes como bananinha (tirada entre costelas), karubi (também da costela) e raquete (da paleta), além de alcatra e fígado. De porco, há bacon e panceta. Quem quiser fugir da especialidade da casa pode optar por sushi e sashimi (opção pobre, na base do salmão e da tilápia). Ou socorrer-se com petiscos que não decepcionam, como o frango empanado com molho de gengibre, ou o rolo de contrafilé chapeado com molho de wasabi. Visitar o Takasu pode ser uma experiência curiosa para conhecer outra faceta da cozinha do Japão –não muito mais do que isso. * TAKASU - REGULAR ENDEREÇO r. Euclides Pacheco, 996, Tatuapé; tel. (11) 3892-8949 HORÁRIO de ter. a dom., das 12h às 15h e das 19h às 23h AMBIENTE com bar na entrada e longo salão de mesas com chapas SERVIÇO com poucas derrapadas VINHOS uma dezena de saquês, opções em doses e caipirinhas PREÇOS entradas, de R$ 4,40 a R$ 19; pratos principais, de R$ 15 a R$ 89; sobremesas, de R$ 12,50 a R$ 17 | comida | Restaurante japonês de SP serve churrasco finalizado nas mesasA proliferação pela cidade dos izakayas (bares japoneses com petiscos e pratos quentes) está mostrando que nem só de sushi vive a culinária daquele país. O restaurante Takasu quer mostrar por aqui outra especialidade popular no Japão: o yakiniku. Também conhecido como churrasco japonês (embora lá seja considerado churrasco coreano, sua provável origem), o yakiniku é composto por carnes bovinas (mas não só) e legumes preparados à mesa pelos comensais. No Takasu, aberto há pouco mais de um ano no Tatuapé, todas as mesas têm uma chapa central, que fica num plano mais baixo, equipada com um engenhoso sistema de exaustão inferior. Assim a fumaça não sobe, e os efeitos colaterais (atmosfera gordurosa, roupas e cabelos arruinados) típicos desta gastronomia são diminuídos. Mas o resultado fica longe dos equivalentes no Japão. A começar porque lá os melhores locais de yakiniku têm grelhas de carvão –o sabor que ele transfere às carnes é inigualável. Há também lugares que usam gás ou eletricidade em pedras incandescentes ou chamas de gás mesmo, que chamuscam a carne. Nessa versão paulistana, a carne colocada na chapa (que não chega a ser uma grelha) não é nem mesmo frita (pois não tem óleo) ou temperada. Fica sem graça. Caberá aos molhos o papel de lhe dar mais sabor. E não faltam opções –da soja ao gengibre e à maionese com wasabi, há vários sabores a experimentar. O cardápio de yakiniku montado pelo chef Gustavo Sugawara, 39 (que trabalhou por cinco anos em restaurantes no Japão), e pelo sócio Marcio Tamura, 38, tem o inegável mérito de explorar bons ingredientes. Para a degustação são trazidos vários legumes (abóbora, abobrinha, batata-doce, cogumelos, cebola) e carnes belamente fatiados. É também uma boa chance de provar cortes bovinos diferentes, inclusive de gado do tipo japonês wagyu: peças marmorizadas com nomes como bananinha (tirada entre costelas), karubi (também da costela) e raquete (da paleta), além de alcatra e fígado. De porco, há bacon e panceta. Quem quiser fugir da especialidade da casa pode optar por sushi e sashimi (opção pobre, na base do salmão e da tilápia). Ou socorrer-se com petiscos que não decepcionam, como o frango empanado com molho de gengibre, ou o rolo de contrafilé chapeado com molho de wasabi. Visitar o Takasu pode ser uma experiência curiosa para conhecer outra faceta da cozinha do Japão –não muito mais do que isso. * TAKASU - REGULAR ENDEREÇO r. Euclides Pacheco, 996, Tatuapé; tel. (11) 3892-8949 HORÁRIO de ter. a dom., das 12h às 15h e das 19h às 23h AMBIENTE com bar na entrada e longo salão de mesas com chapas SERVIÇO com poucas derrapadas VINHOS uma dezena de saquês, opções em doses e caipirinhas PREÇOS entradas, de R$ 4,40 a R$ 19; pratos principais, de R$ 15 a R$ 89; sobremesas, de R$ 12,50 a R$ 17 | 26 |
LA Galaxy anuncia oficialmente a contratação de Gerrard | Após o técnico Bruce Arena ter se antecipado e revelado que Steven Gerrard seria jogador do clube a partir de julho, o Los Angeles anunciou nesta quarta-feira (7), em seu site, a contratação do experiente meia inglês. O jogador elogiou o seu novo time e se mostrou motivado com o desafio de atuar no futebol norte-americano. "Estou muito animado para começar o próximo capítulo da minha carreira nos Estados Unidos com o LA Galaxy. O Galaxy é o clube de maior sucesso da Major League Soccer e estou ansioso para brigar por mais títulos nos próximos anos. Minhas conversas com Bruce Arena e Chris Klein foram extremamente positivas e o futuro do time é brilhante", afirmou Gerrard. O novo reforço do time californiano recebeu elogios entusiasmados do técnico Bruce Arena, que levou o time a três títulos nacionais nas últimas quatro temporadas. "Estamos muito satisfeitos em contratar um jogador do calibre, experiência e caráter de Steven Gerrard. Ele é um dos jogadores mais vitoriosos do mundo e trará uma bagagem de sucesso à nossa equipe, jogando no mais alto nível. Steven será um excelente exemplo para nossos jovens jogadores e estamos animados para incluí-lo em um elenco já talentoso", disse o treinador. Gerrard jogará no mesmo clube no qual atuou outro astro do futebol inglês: David Beckam. Além deles, Landon Donovan também brilhou pelo time da Califórnia. | esporte | LA Galaxy anuncia oficialmente a contratação de GerrardApós o técnico Bruce Arena ter se antecipado e revelado que Steven Gerrard seria jogador do clube a partir de julho, o Los Angeles anunciou nesta quarta-feira (7), em seu site, a contratação do experiente meia inglês. O jogador elogiou o seu novo time e se mostrou motivado com o desafio de atuar no futebol norte-americano. "Estou muito animado para começar o próximo capítulo da minha carreira nos Estados Unidos com o LA Galaxy. O Galaxy é o clube de maior sucesso da Major League Soccer e estou ansioso para brigar por mais títulos nos próximos anos. Minhas conversas com Bruce Arena e Chris Klein foram extremamente positivas e o futuro do time é brilhante", afirmou Gerrard. O novo reforço do time californiano recebeu elogios entusiasmados do técnico Bruce Arena, que levou o time a três títulos nacionais nas últimas quatro temporadas. "Estamos muito satisfeitos em contratar um jogador do calibre, experiência e caráter de Steven Gerrard. Ele é um dos jogadores mais vitoriosos do mundo e trará uma bagagem de sucesso à nossa equipe, jogando no mais alto nível. Steven será um excelente exemplo para nossos jovens jogadores e estamos animados para incluí-lo em um elenco já talentoso", disse o treinador. Gerrard jogará no mesmo clube no qual atuou outro astro do futebol inglês: David Beckam. Além deles, Landon Donovan também brilhou pelo time da Califórnia. | 4 |
Votação final da PEC do Teto no Senado deve ser alvo de manifestações | O Senado vota nesta terça-feira (13) em segundo turno a chamada PEC do teto de gastos, que limita, por 20 anos, as despesas do governo à inflação oficial dos 12 meses anteriores. A sessão está marcada para 10h. Prioridade do governo Michel Temer no Congresso em 2016, o texto recebeu 61 votos favoráveis e 14 contrários no primeiro turno na Casa. Por se tratar de PEC, a proposta precisava ser avalizada por, pelo menos, 49 dos 81 senadores (três quintos do total). Estão previstas manifestações de grupos de esquerda na Esplanada dos Ministérios contra a votação da PEC. A PM interditou toda a região desde a zero hora e só vai liberar o acesso a carros duas horas após o fim da votação. Também reforçou o policiamento para tentar evitar um novo quebra-quebra (serão inicialmente 600 policiais, podendo chegar a até 2.000), como ocorreu no dia 29 de novembro. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, haverá revista para evitar a entrada de objetos cortantes e inflamáveis, pedaços de madeira e pedras, além de máscaras, no local da manifestação. SUPREMO Na noite desta segunda-feira (12), as senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) entraram com mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) para suspender a tramitação da PEC. Elas afirmam que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) cometeu "ato ilegal e abusivo" ao acelerar a discussão para votar a proposta na última quinta-feira (8). A relatoria é do ministro do STF Luís Roberto Barroso, que já negou outros dois pedidos –que tiveram outros argumentos– para suspender a tramitação da PEC. Pec dos gastos | mercado | Votação final da PEC do Teto no Senado deve ser alvo de manifestaçõesO Senado vota nesta terça-feira (13) em segundo turno a chamada PEC do teto de gastos, que limita, por 20 anos, as despesas do governo à inflação oficial dos 12 meses anteriores. A sessão está marcada para 10h. Prioridade do governo Michel Temer no Congresso em 2016, o texto recebeu 61 votos favoráveis e 14 contrários no primeiro turno na Casa. Por se tratar de PEC, a proposta precisava ser avalizada por, pelo menos, 49 dos 81 senadores (três quintos do total). Estão previstas manifestações de grupos de esquerda na Esplanada dos Ministérios contra a votação da PEC. A PM interditou toda a região desde a zero hora e só vai liberar o acesso a carros duas horas após o fim da votação. Também reforçou o policiamento para tentar evitar um novo quebra-quebra (serão inicialmente 600 policiais, podendo chegar a até 2.000), como ocorreu no dia 29 de novembro. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, haverá revista para evitar a entrada de objetos cortantes e inflamáveis, pedaços de madeira e pedras, além de máscaras, no local da manifestação. SUPREMO Na noite desta segunda-feira (12), as senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) entraram com mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) para suspender a tramitação da PEC. Elas afirmam que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) cometeu "ato ilegal e abusivo" ao acelerar a discussão para votar a proposta na última quinta-feira (8). A relatoria é do ministro do STF Luís Roberto Barroso, que já negou outros dois pedidos –que tiveram outros argumentos– para suspender a tramitação da PEC. Pec dos gastos | 2 |
Tenho saudades dos velhos suicidas quando vejo os terroristas de hoje | Acordo. Ligo a TV. E espero para ver onde foi o último atentado. Atenção aos termos: não é saber se houve atentado; é saber onde. Essas palavras não são minhas. Pertencem a um colega israelense, alguns anos atrás. Quando escutava o que ele dizia, sentia compaixão e alívio. A Europa, a minha Europa, não tinha essas contabilidades mórbidas. Havia problemas: crises financeiras ou políticas, crimes pontuais e passionais, tudo assuntos de Primeiro Mundo. Mas bombistas-suicidas? Alucinados que abrem fogo em restaurantes ou shoppings? Impensável. Claro que Londres sofrera um ataque em 2005. E Madrid, no ano anterior. Mas eram ataques isolados, monstruosos, quase lendários. Não havia a cadência da morte com o café da manhã. Esse mundo está a ruir. Antes de escrever essa coluna, tentei contabilizar os crimes aleatórios cometidos nos últimos 10 ou 15 dias. Houve Nice, houve Munique, houve a igreja da Normandia. Mas também houve mãe e filhas esfaqueadas nos Alpes (estavam "pouco vestidas", disse o alienado). E um sírio que se fez explodir na Baviera. E um alemão no sul da Alemanha com um machado. E um.... Parei a contagem. Não por ela ser brutal. Mas porque pode haver algum esquecimento imperdoável. Os atentados correntes na Europa parecem ser de dois tipos: atos de terror cometidos contra uma sociedade que se percepciona como opressora, cruel, injusta. E atentados religiosos, em nome do radicalismo islamita, como aconteceu com o padre degolado em Rouen. Em relação aos primeiros, confesso: tenho saudades dos velhos suicidas quando vejo os terroristas de hoje. Durkheim explica. Em finais do século 19, o indivíduo alienado terminava com a vida no anonimato (ou, para usar a terminologia do autor, de forma "egoísta" ou "anómica"). Sozinho, sem ligações sociais ou afectivas, desprezado pela sociedade, usualmente na pobreza, havia sempre uma corda para pendurar a infelicidade. Há algo de estóico no gesto. E de adulto também: uma forma de autonomia existencial em que o sujeito não atribui aos outros o seu próprio naufrágio. Lamentamos, mas compreendemos. Nada que se compare aos homicidas e suicidas que se formaram e deformaram na escola do ressentimento. Eles sabem que vão morrer; estão preparados para isso. Mas a matança alheia é uma forma perversa de continuarem vivos após a aniquilação pessoal que tanto desejam. O mundo ignorou-me em vida; não irá ignorar-me na morte, parecem dizer os criminosos. O radicalismo islamita é outra história. Ou, diria o mestre, uma forma de suicídio "altruísta", cometido em nome de uma causa. E o padre degolado no altar de uma igreja ganha outros contornos. Não apenas pela encenação sacrílega do crime. Mas porque a Europa parece estar a importar o pior do Oriente Médio e de África, onde os "mártires da fé" crescem de ano para ano. Sim, quando lemos os textos dos débeis, há sempre um "idiota útil" que alerta para os perigos da "islamofobia". Como se os muçulmanos europeus estivessem a ser vítimas de genocídio. Não estão. Essa gentileza é reservada para os cristãos - o grupo religioso mais perseguido do mundo, sobretudo onde o radicalismo islamita impera. Segundo o Pew Research Center, são 100 mil mortes por ano. Onde estão os 100 mil muçulmanos mortos - por cristãos, pela extrema-direita, pelo Rato Mickey - todos os anos na Europa? Onde estão os muçulmanos crucificados como acontece aos cristãos no território controlado pelo Daesh? Os "idiotas úteis" poderiam responder, caso fossem dotados de racionalidade. Acordo. Ligo a tv. E espero para ver onde foi o último atentado. Atenção aos termos: não é saber se houve atentado; é saber onde. Essas palavras, agora, são minhas. * Um pouco de nostalgia: quando era adolescente, tive três paixões fulminantes por três brasileiras. Você quer nomes? Seja. Luiza Tomé, Débora Bloch e Taís Araújo. Nunca conheci nenhuma delas. Mas, certo dia, avistei a última. No Rio. Taís passou —cabelo farto, perfeição de formas, uns olhos belamente desenhados em rosto que levaria qualquer homem a lutar contra Tróia— e eu só não caí de joelhos porque estava com companhias ilustres. Pena. Existe uma sequência do filme "A Grande Beleza", do insuportável Paolo Sorrentino, que vale o filme todo. Acontece quando Jep, o "flâneur", caminha pelas ruas de Roma, perdido e melancólico. Fanny Ardant, a actriz, passa por ele. Jep sorri, diz qualquer coisa como "Madame Ardant" e ela devolve o sorriso. Ambos continuam o seu passeio em direcções opostas. Entendo Jep. Há momentos nos nossos dias rotineiros e anónimos em que a beleza é como uma iluminação súbita que redime a tristeza inteira. Dizem que isso piora com a idade. Confirmo. E se lembro Taís Araújo é por dois motivos singelos. Primeiro, porque gosto sempre de me lembrar dela. E, depois, porque li algures que a cantora Paula Lima foi alvo de comentários racistas na internet exactamente como Taís Araújo no passado. Aliás, para sermos rigorosos, a lista de cantoras, actrizes, jornalistas, modelos e outras profissionais vítimas de insultos é assaz generosa. Soa estranho. Racismo no Brasil, um país que os meus antepassados miscigenaram com vigor (em vários sentidos da palavra "vigor") deveria ser tão estranho como esquimós nas Bahamas. Mas também sei que esse bilhete postal ilustrado é um clichê para turista ver. O racismo continua a ser moeda corrente no país - e isso é visível nas relações de classe. Os meus amigos anti-marxistas que me desculpem, mas eles precisam conhecer melhor o Brasil. Acontece que, nos casos citados, os selvagens não atacam apenas a cor da pele. Todos os alvos, sem excepção, são mulheres incrivelmente belas e, claro, exemplos de sucesso. A cor da pele é secundária (no mínimo) ou a razão principal para tanta beleza (opinião pessoal). Não quero com isso dizer que a feiúra seria um atenuante. Apenas afirmo que insultar a beleza física de alguém com ofensas físicas revela algo mais. Nos casos conhecidos, as senhoras atacadas recorreram à justiça, É uma opção, embora seja humanamente impossível punir a quantidade infinita de retardados que existem na internet. Outra opção seria criar uma ONG para ajudar cada um desses selvagens a lidarem melhor com a sua própria vida íntima. Quando lemos os insultos, é impossível não pressentir por trás daquelas palavras homens sexualmente inseguros (o que não admira: perante Taís Araújo até Casanova tremia) ou, então, criaturas infelizes que ainda não tiveram coragem de sair do armário. Os insultos racistas a beldades negras são um problema de polícia; mas, com tanta sexualidade problemática, pergunto honestamente se não haverá também um problema de saúde pública. * Sugestões literárias? Com certeza. Duas. O meu ilustre colega de letras, Jorge Reis-Sá, tem novo livro no Brasil. Depois de "Todos os Dias" (Record), chega "A Definição do Amor" (Tordesilhas), um tratado sobre "a arte da perda", para usar as palavras de Elizabeth Bishop. Então encontramos uma mulher, Susana, deitada na cama de um hospital e irremediavelmente condenada à morte. No ventre de Susana, uma criança em gestação. E é pelas palavras de Francisco, o marido e futuro pai, que acompanhamos esse calvário de sofrimento e esperança - um diário de luto onde o passado, o presente e o futuro se projectam sob a sombra da morte e da vida. Com uma linguagem poética e pungente, Reis-Sá escreve uma narrativa onde o amor tem várias definições - e várias devastações. É um dos melhores livros portugueses que li nos últimos tempos. No domingo, sai com a Folha "Memórias Póstumas de Brás Cubas". O leitor ainda não leu? Por favor, não diga isso em público. "Brás Cubas" deve ser o livro que mais vezes li na vida. Mas nada se compara à memória da primeira impressão: foi na adolescência, por indicação paterna, e o efeito não é aconselhável a menores de 18 anos. Ali estava um defunto, do outro lado da eternidade, a contar a sua vida - ou, mais exactamente, a sua não-vida - com a mesma fatuidade com que passara por ela. Uso a palavra "fatuidade" porque Brás Cubas confessa que a herdou do pai. Difícil discordar. Essa qualidade está presente no estilo - belíssimo e hilariante, para nós; "um andar de ébrios", para o autor, e motivo de orgulhos ou engulhos, consoante o estado de espírito. E depois continua nas suas relações familiares, mundanas, políticas, sentimentais. E académicas. Bacharel em Direito (por Coimbra, claro), Brás confessa que só trouxe do Mondego "a ornamentação" do título. E se o pai ainda tem a consciência mínima para morrer de desgosto ante o naufrágio político do filho, o rapaz despacha o assunto com um encolher de ombros ("tinha de morrer, morreu") antes de se lançar nos braços de uma nova conquista. O amor é eterno enquanto dura, diz a canção; e, quando não dura mais, ei-lo a observar uma mosca que arrasta uma formiga enquanto a amada se debulha em lágrimas. Como explicar a fatuidade de Brás Cubas? Lendo o capítulo sobre o seu delírio, uma das obras-primas da literatura universal: o confronto com as misérias da espécie, longe de mergulhar o personagem no pessimismo mortificante, indica-lhe a porta do riso e da galhofa. Pode não ser a porta mais apropriada para os rigores da ética. E, além disso, quem vive a ondular ao sabor dos caprichos facilmente sucumbe às garras das "ideias fixas" - no caso de Brás Cubas, um "emplasto anti-hipocondríaco" que foi a causa, não da sua glória - mas da sua morte. Pessoalmente, esse riso infectou-me a pena e a tinta. E, nos desaires da existência, é em Brás Cubas que penso antes de fugir no dorso de um hipopótamo. | colunas | Tenho saudades dos velhos suicidas quando vejo os terroristas de hojeAcordo. Ligo a TV. E espero para ver onde foi o último atentado. Atenção aos termos: não é saber se houve atentado; é saber onde. Essas palavras não são minhas. Pertencem a um colega israelense, alguns anos atrás. Quando escutava o que ele dizia, sentia compaixão e alívio. A Europa, a minha Europa, não tinha essas contabilidades mórbidas. Havia problemas: crises financeiras ou políticas, crimes pontuais e passionais, tudo assuntos de Primeiro Mundo. Mas bombistas-suicidas? Alucinados que abrem fogo em restaurantes ou shoppings? Impensável. Claro que Londres sofrera um ataque em 2005. E Madrid, no ano anterior. Mas eram ataques isolados, monstruosos, quase lendários. Não havia a cadência da morte com o café da manhã. Esse mundo está a ruir. Antes de escrever essa coluna, tentei contabilizar os crimes aleatórios cometidos nos últimos 10 ou 15 dias. Houve Nice, houve Munique, houve a igreja da Normandia. Mas também houve mãe e filhas esfaqueadas nos Alpes (estavam "pouco vestidas", disse o alienado). E um sírio que se fez explodir na Baviera. E um alemão no sul da Alemanha com um machado. E um.... Parei a contagem. Não por ela ser brutal. Mas porque pode haver algum esquecimento imperdoável. Os atentados correntes na Europa parecem ser de dois tipos: atos de terror cometidos contra uma sociedade que se percepciona como opressora, cruel, injusta. E atentados religiosos, em nome do radicalismo islamita, como aconteceu com o padre degolado em Rouen. Em relação aos primeiros, confesso: tenho saudades dos velhos suicidas quando vejo os terroristas de hoje. Durkheim explica. Em finais do século 19, o indivíduo alienado terminava com a vida no anonimato (ou, para usar a terminologia do autor, de forma "egoísta" ou "anómica"). Sozinho, sem ligações sociais ou afectivas, desprezado pela sociedade, usualmente na pobreza, havia sempre uma corda para pendurar a infelicidade. Há algo de estóico no gesto. E de adulto também: uma forma de autonomia existencial em que o sujeito não atribui aos outros o seu próprio naufrágio. Lamentamos, mas compreendemos. Nada que se compare aos homicidas e suicidas que se formaram e deformaram na escola do ressentimento. Eles sabem que vão morrer; estão preparados para isso. Mas a matança alheia é uma forma perversa de continuarem vivos após a aniquilação pessoal que tanto desejam. O mundo ignorou-me em vida; não irá ignorar-me na morte, parecem dizer os criminosos. O radicalismo islamita é outra história. Ou, diria o mestre, uma forma de suicídio "altruísta", cometido em nome de uma causa. E o padre degolado no altar de uma igreja ganha outros contornos. Não apenas pela encenação sacrílega do crime. Mas porque a Europa parece estar a importar o pior do Oriente Médio e de África, onde os "mártires da fé" crescem de ano para ano. Sim, quando lemos os textos dos débeis, há sempre um "idiota útil" que alerta para os perigos da "islamofobia". Como se os muçulmanos europeus estivessem a ser vítimas de genocídio. Não estão. Essa gentileza é reservada para os cristãos - o grupo religioso mais perseguido do mundo, sobretudo onde o radicalismo islamita impera. Segundo o Pew Research Center, são 100 mil mortes por ano. Onde estão os 100 mil muçulmanos mortos - por cristãos, pela extrema-direita, pelo Rato Mickey - todos os anos na Europa? Onde estão os muçulmanos crucificados como acontece aos cristãos no território controlado pelo Daesh? Os "idiotas úteis" poderiam responder, caso fossem dotados de racionalidade. Acordo. Ligo a tv. E espero para ver onde foi o último atentado. Atenção aos termos: não é saber se houve atentado; é saber onde. Essas palavras, agora, são minhas. * Um pouco de nostalgia: quando era adolescente, tive três paixões fulminantes por três brasileiras. Você quer nomes? Seja. Luiza Tomé, Débora Bloch e Taís Araújo. Nunca conheci nenhuma delas. Mas, certo dia, avistei a última. No Rio. Taís passou —cabelo farto, perfeição de formas, uns olhos belamente desenhados em rosto que levaria qualquer homem a lutar contra Tróia— e eu só não caí de joelhos porque estava com companhias ilustres. Pena. Existe uma sequência do filme "A Grande Beleza", do insuportável Paolo Sorrentino, que vale o filme todo. Acontece quando Jep, o "flâneur", caminha pelas ruas de Roma, perdido e melancólico. Fanny Ardant, a actriz, passa por ele. Jep sorri, diz qualquer coisa como "Madame Ardant" e ela devolve o sorriso. Ambos continuam o seu passeio em direcções opostas. Entendo Jep. Há momentos nos nossos dias rotineiros e anónimos em que a beleza é como uma iluminação súbita que redime a tristeza inteira. Dizem que isso piora com a idade. Confirmo. E se lembro Taís Araújo é por dois motivos singelos. Primeiro, porque gosto sempre de me lembrar dela. E, depois, porque li algures que a cantora Paula Lima foi alvo de comentários racistas na internet exactamente como Taís Araújo no passado. Aliás, para sermos rigorosos, a lista de cantoras, actrizes, jornalistas, modelos e outras profissionais vítimas de insultos é assaz generosa. Soa estranho. Racismo no Brasil, um país que os meus antepassados miscigenaram com vigor (em vários sentidos da palavra "vigor") deveria ser tão estranho como esquimós nas Bahamas. Mas também sei que esse bilhete postal ilustrado é um clichê para turista ver. O racismo continua a ser moeda corrente no país - e isso é visível nas relações de classe. Os meus amigos anti-marxistas que me desculpem, mas eles precisam conhecer melhor o Brasil. Acontece que, nos casos citados, os selvagens não atacam apenas a cor da pele. Todos os alvos, sem excepção, são mulheres incrivelmente belas e, claro, exemplos de sucesso. A cor da pele é secundária (no mínimo) ou a razão principal para tanta beleza (opinião pessoal). Não quero com isso dizer que a feiúra seria um atenuante. Apenas afirmo que insultar a beleza física de alguém com ofensas físicas revela algo mais. Nos casos conhecidos, as senhoras atacadas recorreram à justiça, É uma opção, embora seja humanamente impossível punir a quantidade infinita de retardados que existem na internet. Outra opção seria criar uma ONG para ajudar cada um desses selvagens a lidarem melhor com a sua própria vida íntima. Quando lemos os insultos, é impossível não pressentir por trás daquelas palavras homens sexualmente inseguros (o que não admira: perante Taís Araújo até Casanova tremia) ou, então, criaturas infelizes que ainda não tiveram coragem de sair do armário. Os insultos racistas a beldades negras são um problema de polícia; mas, com tanta sexualidade problemática, pergunto honestamente se não haverá também um problema de saúde pública. * Sugestões literárias? Com certeza. Duas. O meu ilustre colega de letras, Jorge Reis-Sá, tem novo livro no Brasil. Depois de "Todos os Dias" (Record), chega "A Definição do Amor" (Tordesilhas), um tratado sobre "a arte da perda", para usar as palavras de Elizabeth Bishop. Então encontramos uma mulher, Susana, deitada na cama de um hospital e irremediavelmente condenada à morte. No ventre de Susana, uma criança em gestação. E é pelas palavras de Francisco, o marido e futuro pai, que acompanhamos esse calvário de sofrimento e esperança - um diário de luto onde o passado, o presente e o futuro se projectam sob a sombra da morte e da vida. Com uma linguagem poética e pungente, Reis-Sá escreve uma narrativa onde o amor tem várias definições - e várias devastações. É um dos melhores livros portugueses que li nos últimos tempos. No domingo, sai com a Folha "Memórias Póstumas de Brás Cubas". O leitor ainda não leu? Por favor, não diga isso em público. "Brás Cubas" deve ser o livro que mais vezes li na vida. Mas nada se compara à memória da primeira impressão: foi na adolescência, por indicação paterna, e o efeito não é aconselhável a menores de 18 anos. Ali estava um defunto, do outro lado da eternidade, a contar a sua vida - ou, mais exactamente, a sua não-vida - com a mesma fatuidade com que passara por ela. Uso a palavra "fatuidade" porque Brás Cubas confessa que a herdou do pai. Difícil discordar. Essa qualidade está presente no estilo - belíssimo e hilariante, para nós; "um andar de ébrios", para o autor, e motivo de orgulhos ou engulhos, consoante o estado de espírito. E depois continua nas suas relações familiares, mundanas, políticas, sentimentais. E académicas. Bacharel em Direito (por Coimbra, claro), Brás confessa que só trouxe do Mondego "a ornamentação" do título. E se o pai ainda tem a consciência mínima para morrer de desgosto ante o naufrágio político do filho, o rapaz despacha o assunto com um encolher de ombros ("tinha de morrer, morreu") antes de se lançar nos braços de uma nova conquista. O amor é eterno enquanto dura, diz a canção; e, quando não dura mais, ei-lo a observar uma mosca que arrasta uma formiga enquanto a amada se debulha em lágrimas. Como explicar a fatuidade de Brás Cubas? Lendo o capítulo sobre o seu delírio, uma das obras-primas da literatura universal: o confronto com as misérias da espécie, longe de mergulhar o personagem no pessimismo mortificante, indica-lhe a porta do riso e da galhofa. Pode não ser a porta mais apropriada para os rigores da ética. E, além disso, quem vive a ondular ao sabor dos caprichos facilmente sucumbe às garras das "ideias fixas" - no caso de Brás Cubas, um "emplasto anti-hipocondríaco" que foi a causa, não da sua glória - mas da sua morte. Pessoalmente, esse riso infectou-me a pena e a tinta. E, nos desaires da existência, é em Brás Cubas que penso antes de fugir no dorso de um hipopótamo. | 10 |
Conheça aplicativos para óculos de realidade virtual | GABRIELA TERENZI DE SÃO PAULO Um smartphone e óculos apropriados: bastam os dois acessórios para mergulhar no mar da realidade virtual. O formato é uma das grandes apostas de gigantes da tecnologia como Google, Facebook e Samsung, que têm investido tanto em gadgets quanto em plataformas para a difusão de conteúdos VR (sigla para "realidade virtual" em inglês). Muito ainda não chegou ao Brasil, como os óculos Rift, e conteúdo VR em português ainda é raridade. Mas já dá para se deslumbrar em aplicativos gratuitos, como os listados acima, e em plataformas como o canal de vídeos 360° do YouTube. Escolha o modelo de óculos que melhor cabe no seu bolso e bem-vindo ao futuro. * Google Cardboard: apresenta comandos básicos de um dispositivo VR. Para nativos digitais pode ser bobo, mas comandos com movimentos de cabeça não são intuitivos para todos Within VR: espécie de Netflix da realidade virtual, tem produções que te levam à faixa de Gaza ou ao Haiti "para ver com os próprios olhos" Sisters: a produção do gênero terror em VR não é prolífera sem motivo. Nesse app, você está em uma sala quando coisas estranhas acontecem -a menos de um palmo de distância Vanguard V: tem gráficos acima da média para jogos de VR no celular. O objetivo é se desviar de asteroides, meteoros e satélites ao se deslocar com foguetes de propulsão pelo espaço. Inverossímil e divertido | saopaulo | Conheça aplicativos para óculos de realidade virtualGABRIELA TERENZI DE SÃO PAULO Um smartphone e óculos apropriados: bastam os dois acessórios para mergulhar no mar da realidade virtual. O formato é uma das grandes apostas de gigantes da tecnologia como Google, Facebook e Samsung, que têm investido tanto em gadgets quanto em plataformas para a difusão de conteúdos VR (sigla para "realidade virtual" em inglês). Muito ainda não chegou ao Brasil, como os óculos Rift, e conteúdo VR em português ainda é raridade. Mas já dá para se deslumbrar em aplicativos gratuitos, como os listados acima, e em plataformas como o canal de vídeos 360° do YouTube. Escolha o modelo de óculos que melhor cabe no seu bolso e bem-vindo ao futuro. * Google Cardboard: apresenta comandos básicos de um dispositivo VR. Para nativos digitais pode ser bobo, mas comandos com movimentos de cabeça não são intuitivos para todos Within VR: espécie de Netflix da realidade virtual, tem produções que te levam à faixa de Gaza ou ao Haiti "para ver com os próprios olhos" Sisters: a produção do gênero terror em VR não é prolífera sem motivo. Nesse app, você está em uma sala quando coisas estranhas acontecem -a menos de um palmo de distância Vanguard V: tem gráficos acima da média para jogos de VR no celular. O objetivo é se desviar de asteroides, meteoros e satélites ao se deslocar com foguetes de propulsão pelo espaço. Inverossímil e divertido | 17 |
Maior estiagem desde 2006 esvazia lagoa em aquífero de Ribeirão Preto | O solo rachado lembra muito o sertão nordestino no auge da seca. A imagem, no entanto, é de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Diante da maior estiagem desde 2006, a região viu a seca esvaziar uma lagoa situada em área de recarga do aquífero Guarani, um dos maiores mananciais de água doce subterrânea do mundo. Desde junho, a cidade teve só seis dias de chuva, segundo o centro de informações agrometeorológicas. Há 11 anos, foram cinco dias de chuva de junho a setembro. Com isso, trechos antes submersos da lagoa hoje são rotas de pedestres na zona leste do município. O cenário é mais um dos problemas envolvendo a área de 65 km² naquela região da cidade, que sofre também com poluição e especulação imobiliária, graves ameaças ao aquífero. Um estudo de 2012 apontou que, nos últimos 80 anos, o nível do manancial subterrâneo em Ribeirão Preto foi reduzido em 70 metros. REBAIXAMENTO A situação seca da lagoa não condiz necessariamente com o rebaixamento do nível do aquífero, segundo Marcelo Pereira de Souza, especialista em política e gestão ambiental da USP de Ribeirão, mas desperta a atenção para os riscos ao manancial. "São águas do lençol freático, portanto a lagoa seca não afeta o aquífero. O mais importante para a preservação do local é manter a área de recarga infiltrando, uma vez que a água subterrânea tem uma hidrodinâmica diferente da que corre na superfície. Portanto, um grande problema seria a impermeabilização da área, com o avanço imobiliário, por exemplo." Para ele, a exploração do aquífero além da capacidade de reposição é outro problema –que levou à redução do nível nas últimas décadas. "Temos uma superexploração de água, inclusive com perdas na distribuição, e isso, a longo prazo, deve rebaixar [mais] o nível do aquífero no município. Podemos ter problemas de abastecimento em 20 ou 30 anos", disse. A cidade é totalmente abastecida pelo Guarani e conta com 109 poços artesianos. Diretor regional do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado), Carlos Eduardo Alencastre concorda que futuramente Ribeirão Preto pode sofrer com o desabastecimento e diz que o descarte ilegal de lixo na área de recarga preocupa. Segundo ele, há pontos mais isolados, distantes de núcleos habitacionais, utilizados para descarte de materiais de construção, entulhos e até animais mortos. "A preocupação é que junto a esses materiais possa haver resíduos químicos, tóxicos, que infiltrando no solo podem atingir o aquífero e contaminá-lo a longo prazo. Neste caso, é preciso conscientização da população para evitar esse tipo de descarte." Um dos maiores imbróglios que envolvem a área de recarga do aquífero é a expansão urbana da região. Em 2015, a Justiça de Ribeirão Preto, a pedido do Ministério Público, concedeu liminar que congelava a urbanização da área. O Tribunal de Justiça suspendeu a decisão depois de um recurso da prefeitura. Atualmente, o processo segue em tramitação e aguarda julgamento. De acordo com a promotora do Gaema (Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente) Cláudia Habib Tofano, a área de recarga passou por perícia na última segunda-feira (11), e a expectativa é que a sentença seja proferida até o final deste ano. "No atual Plano Diretor não existe uma proteção eficaz ao aquífero, por isso a necessidade da judicialização. Esperamos que a ação seja julgada procedente, porque assim temos a garantia efetiva da recarga. As áreas em que pedimos o congelamento já são pouco urbanizadas. Não é uma questão radical. Queremos conciliar o desenvolvimento econômico com a proteção ambiental", disse. | cotidiano | Maior estiagem desde 2006 esvazia lagoa em aquífero de Ribeirão PretoO solo rachado lembra muito o sertão nordestino no auge da seca. A imagem, no entanto, é de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Diante da maior estiagem desde 2006, a região viu a seca esvaziar uma lagoa situada em área de recarga do aquífero Guarani, um dos maiores mananciais de água doce subterrânea do mundo. Desde junho, a cidade teve só seis dias de chuva, segundo o centro de informações agrometeorológicas. Há 11 anos, foram cinco dias de chuva de junho a setembro. Com isso, trechos antes submersos da lagoa hoje são rotas de pedestres na zona leste do município. O cenário é mais um dos problemas envolvendo a área de 65 km² naquela região da cidade, que sofre também com poluição e especulação imobiliária, graves ameaças ao aquífero. Um estudo de 2012 apontou que, nos últimos 80 anos, o nível do manancial subterrâneo em Ribeirão Preto foi reduzido em 70 metros. REBAIXAMENTO A situação seca da lagoa não condiz necessariamente com o rebaixamento do nível do aquífero, segundo Marcelo Pereira de Souza, especialista em política e gestão ambiental da USP de Ribeirão, mas desperta a atenção para os riscos ao manancial. "São águas do lençol freático, portanto a lagoa seca não afeta o aquífero. O mais importante para a preservação do local é manter a área de recarga infiltrando, uma vez que a água subterrânea tem uma hidrodinâmica diferente da que corre na superfície. Portanto, um grande problema seria a impermeabilização da área, com o avanço imobiliário, por exemplo." Para ele, a exploração do aquífero além da capacidade de reposição é outro problema –que levou à redução do nível nas últimas décadas. "Temos uma superexploração de água, inclusive com perdas na distribuição, e isso, a longo prazo, deve rebaixar [mais] o nível do aquífero no município. Podemos ter problemas de abastecimento em 20 ou 30 anos", disse. A cidade é totalmente abastecida pelo Guarani e conta com 109 poços artesianos. Diretor regional do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado), Carlos Eduardo Alencastre concorda que futuramente Ribeirão Preto pode sofrer com o desabastecimento e diz que o descarte ilegal de lixo na área de recarga preocupa. Segundo ele, há pontos mais isolados, distantes de núcleos habitacionais, utilizados para descarte de materiais de construção, entulhos e até animais mortos. "A preocupação é que junto a esses materiais possa haver resíduos químicos, tóxicos, que infiltrando no solo podem atingir o aquífero e contaminá-lo a longo prazo. Neste caso, é preciso conscientização da população para evitar esse tipo de descarte." Um dos maiores imbróglios que envolvem a área de recarga do aquífero é a expansão urbana da região. Em 2015, a Justiça de Ribeirão Preto, a pedido do Ministério Público, concedeu liminar que congelava a urbanização da área. O Tribunal de Justiça suspendeu a decisão depois de um recurso da prefeitura. Atualmente, o processo segue em tramitação e aguarda julgamento. De acordo com a promotora do Gaema (Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente) Cláudia Habib Tofano, a área de recarga passou por perícia na última segunda-feira (11), e a expectativa é que a sentença seja proferida até o final deste ano. "No atual Plano Diretor não existe uma proteção eficaz ao aquífero, por isso a necessidade da judicialização. Esperamos que a ação seja julgada procedente, porque assim temos a garantia efetiva da recarga. As áreas em que pedimos o congelamento já são pouco urbanizadas. Não é uma questão radical. Queremos conciliar o desenvolvimento econômico com a proteção ambiental", disse. | 6 |
Guerra com Coreia do Norte não será iniciada pelos EUA, diz especialista | Ora visto como ameaça à estabilidade internacional, ora criticado por seu nacionalismo, que levaria a uma posição isolacionista em relação ao mundo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda deixa margem a dúvidas sobre os rumos de sua política externa. O desafio do momento é a ameaça da Coreia do Norte, que prossegue em sua escalada para produzir mísseis capazes de levar ogivas nucleares a grandes distâncias e atingir o território dos EUA. Matthew Kroenig, 39, um republicano especialista em estratégias de segurança e política externa, diz que um conflito armado "sempre é possível", mas considera improvável que os EUA iniciem uma guerra. Ele afirma que o objetivo de Trump é criar pressões para levar Pyongyang a negociar seu programa nuclear. Com mestrado e doutorado em ciência política pela Universidade da Califórnia em Berkeley, Kroenig é autor de livros sobre assuntos internacionais e ocupou cargos no Departamento de Defesa dos EUA e na CIA (agência de inteligência americana), além de trabalhar como consultor para várias entidades. Ele foi conselheiro do republicano Marco Rubio, senador pela Flórida, na corrida pela candidatura presidencial do partido em 2016. Naquele período, fez críticas a Trump, mas o defendeu, depois de eleito, num artigo para a revista "Foreign Affairs", em abril. * Folha - Trump confiou à China um papel importante na contenção da Coreia do Norte, mas os testes com mísseis continuam. Como os EUA vão enfrentar essa crise? Matthew Kroenig - Como vimos nos últimos dias, a administração do presidente Trump adotou uma linha mais dura com a China, impondo sanções a bancos e empresas chinesas que fazem negócios com a Coreia do Norte. Isso forçará essas empresas a escolher entre manter relações comerciais com a Coreia do Norte ou ficar com os EUA, incluindo-se nisso o acesso ao dólar americano e ao sistema bancário internacional liderado pelos EUA. Essas e outras medidas deverão gradualmente exercer pressão sobre a Coreia do Norte com o objetivo de trazer o país à mesa de negociações. Enquanto isso, os EUA devem tomar medidas para defender a si próprio e a seus aliados, como a instalação de sistemas antimísseis na Coreia do Sul e no Japão. A abordagem do governo de Barack Obama, de "paciência estratégica", levou a Coreia do Norte a produzir material nuclear suficiente para até 30 ogivas e um míssil que pode alcançar os EUA. Não será fácil, mas Trump está determinado a resolver este problema. Existe chance de guerra? Sempre existe uma chance de conflito. Se a Coreia do Norte atacar os EUA ou a Coreia, vamos nos defender e defender nossos aliados. Como disse o secretário de Defesa, James Mattis, nossa resposta será "efetiva e avassaladora". Mas é difícil ver os EUA iniciando uma guerra contra a Coreia do Norte. Qual o objetivo da política mais dura do presidente Trump em relação a Cuba? O embargo fracassou, não seria o caso de levantá-lo? Eu sei que esse é um assunto observado de perto na América Latina, mas Cuba não é um grande poder, de modo que a política dos EUA em relação a Cuba não é tão significativa globalmente. O embargo não produziu resultados, mas a abertura de Barack Obama ofereceu ao brutal regime dos Castro um passe livre, proporcionando benefícios sem exigir nada em troca, como compromissos de respeito aos direitos humanos. A política de Trump, na minha opinião, mantém algumas peças sensíveis da abertura de Obama, mas restaura certas restrições com o objetivo de convencer o regime de Castro a tomar medidas para melhorar a vida de seu povo. Trump já disse que não é presidente do mundo, mas o papel dos EUA no mundo é crucial. É possível conciliar a ideia da "América primeiro" com liderança global? Os EUA com Trump continuarão a desempenhar um forte papel de liderança global. "América primeiro" não é a mesma coisa que "só América". Isso significa que, para ser forte no exterior, os EUA devem primeiro ser fortes em casa. Isso também significa rever antigas alianças e acordos comerciais com vistas a atualizá-los para o contexto do século 21. Isso é coerente com as políticas dos EUA no passado. Obama, por exemplo, frequentemente falou sobre a "construção de uma nação em casa". A retirada do Acordo de Paris não foi uma decisão do tipo "só América"? Uma vez que os compromissos assumidos no âmbito do Acordo de Paris não são vinculativos, a decisão de aderir é simbólica e a decisão de sair, tomada pelo presidente Trump, também é em grande parte simbólica. As emissões de carbono dos EUA continuarão a diminuir de qualquer maneira porque as forças do mercado estão empurrando as empresas de serviços públicos nos EUA para trocar o carvão pelo gás natural. Como o sr. avalia a primeira viagem do presidente Trump ao exterior? Muitos criticaram suas cobranças aos parceiros da Otan, isso faz sentido? A primeira viagem internacional do presidente Trump foi um sucesso. Muitas pessoas temiam que ele fosse fazer um governo isolacionista, mas a viagem mostrou que sua administração estará envolvida com o Oriente Médio e com a Europa, depois de ele ter conseguido êxitos com a Ásia no início do mandato. A viagem ao Oriente Médio voltou a esclarecer os compromissos dos EUA na região. Após o acordo nuclear com o Irã, nossos parceiros regionais, como Israel e os Estados do Golfo, temeram que estivessem sendo abandonados, mas essa visita esclareceu que os EUA ficarão com seus parceiros tradicionais contra os inimigos comuns, como o Irã e as organizações terroristas. A viagem à Europa também foi bem-sucedida. Trump prometeu aumentar a Iniciativa de Garantia à Europa [fundo de apoio criado em 2014, depois da guerra da Ucrânia] em US$ 1 bilhão, admitiu Montenegro na Otan e adotou políticas, como os ataques na Síria, que confrontam o presidente russo Vladimir Putin. Todos os governos dos EUA desde a década de 1950 pediram aos países da Otan que gastassem mais em defesa, isso não é novo. Os funcionários europeus com quem conversei dizem que "não duvidam em absoluto" do compromisso da administração Trump com a segurança da Otan e da Europa. O presidente Trump insinuou que ele teria influenciado a decisão dos países árabes de cortar as relações com o Qatar. A base militar americana no Qatar não é um embaraço para o governo dos EUA? Os EUA enfrentam um dilema com o Qatar. Por um lado, o país é um anfitrião gracioso de uma importante base militar da coalizão ocidental. Por outro lado, Doha adotou, nos últimos anos, várias políticas externas contrárias aos interesses dos EUA. Uma crise como essa é sempre inquietante, mas espero que se possa produzir um acordo que resulte em numa relação mais estável entre o Qatar e seus vizinhos. * RAIO-X MATTHEW KROENIG Idade 39 anos Formação Mestrado e doutorado em ciência política pela Universidade da Califórnia Trajetória Professor na Universidade Georgetown, foi conselheiro do pré-candidato republicano à Presidência Marco Rubio | mundo | Guerra com Coreia do Norte não será iniciada pelos EUA, diz especialistaOra visto como ameaça à estabilidade internacional, ora criticado por seu nacionalismo, que levaria a uma posição isolacionista em relação ao mundo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda deixa margem a dúvidas sobre os rumos de sua política externa. O desafio do momento é a ameaça da Coreia do Norte, que prossegue em sua escalada para produzir mísseis capazes de levar ogivas nucleares a grandes distâncias e atingir o território dos EUA. Matthew Kroenig, 39, um republicano especialista em estratégias de segurança e política externa, diz que um conflito armado "sempre é possível", mas considera improvável que os EUA iniciem uma guerra. Ele afirma que o objetivo de Trump é criar pressões para levar Pyongyang a negociar seu programa nuclear. Com mestrado e doutorado em ciência política pela Universidade da Califórnia em Berkeley, Kroenig é autor de livros sobre assuntos internacionais e ocupou cargos no Departamento de Defesa dos EUA e na CIA (agência de inteligência americana), além de trabalhar como consultor para várias entidades. Ele foi conselheiro do republicano Marco Rubio, senador pela Flórida, na corrida pela candidatura presidencial do partido em 2016. Naquele período, fez críticas a Trump, mas o defendeu, depois de eleito, num artigo para a revista "Foreign Affairs", em abril. * Folha - Trump confiou à China um papel importante na contenção da Coreia do Norte, mas os testes com mísseis continuam. Como os EUA vão enfrentar essa crise? Matthew Kroenig - Como vimos nos últimos dias, a administração do presidente Trump adotou uma linha mais dura com a China, impondo sanções a bancos e empresas chinesas que fazem negócios com a Coreia do Norte. Isso forçará essas empresas a escolher entre manter relações comerciais com a Coreia do Norte ou ficar com os EUA, incluindo-se nisso o acesso ao dólar americano e ao sistema bancário internacional liderado pelos EUA. Essas e outras medidas deverão gradualmente exercer pressão sobre a Coreia do Norte com o objetivo de trazer o país à mesa de negociações. Enquanto isso, os EUA devem tomar medidas para defender a si próprio e a seus aliados, como a instalação de sistemas antimísseis na Coreia do Sul e no Japão. A abordagem do governo de Barack Obama, de "paciência estratégica", levou a Coreia do Norte a produzir material nuclear suficiente para até 30 ogivas e um míssil que pode alcançar os EUA. Não será fácil, mas Trump está determinado a resolver este problema. Existe chance de guerra? Sempre existe uma chance de conflito. Se a Coreia do Norte atacar os EUA ou a Coreia, vamos nos defender e defender nossos aliados. Como disse o secretário de Defesa, James Mattis, nossa resposta será "efetiva e avassaladora". Mas é difícil ver os EUA iniciando uma guerra contra a Coreia do Norte. Qual o objetivo da política mais dura do presidente Trump em relação a Cuba? O embargo fracassou, não seria o caso de levantá-lo? Eu sei que esse é um assunto observado de perto na América Latina, mas Cuba não é um grande poder, de modo que a política dos EUA em relação a Cuba não é tão significativa globalmente. O embargo não produziu resultados, mas a abertura de Barack Obama ofereceu ao brutal regime dos Castro um passe livre, proporcionando benefícios sem exigir nada em troca, como compromissos de respeito aos direitos humanos. A política de Trump, na minha opinião, mantém algumas peças sensíveis da abertura de Obama, mas restaura certas restrições com o objetivo de convencer o regime de Castro a tomar medidas para melhorar a vida de seu povo. Trump já disse que não é presidente do mundo, mas o papel dos EUA no mundo é crucial. É possível conciliar a ideia da "América primeiro" com liderança global? Os EUA com Trump continuarão a desempenhar um forte papel de liderança global. "América primeiro" não é a mesma coisa que "só América". Isso significa que, para ser forte no exterior, os EUA devem primeiro ser fortes em casa. Isso também significa rever antigas alianças e acordos comerciais com vistas a atualizá-los para o contexto do século 21. Isso é coerente com as políticas dos EUA no passado. Obama, por exemplo, frequentemente falou sobre a "construção de uma nação em casa". A retirada do Acordo de Paris não foi uma decisão do tipo "só América"? Uma vez que os compromissos assumidos no âmbito do Acordo de Paris não são vinculativos, a decisão de aderir é simbólica e a decisão de sair, tomada pelo presidente Trump, também é em grande parte simbólica. As emissões de carbono dos EUA continuarão a diminuir de qualquer maneira porque as forças do mercado estão empurrando as empresas de serviços públicos nos EUA para trocar o carvão pelo gás natural. Como o sr. avalia a primeira viagem do presidente Trump ao exterior? Muitos criticaram suas cobranças aos parceiros da Otan, isso faz sentido? A primeira viagem internacional do presidente Trump foi um sucesso. Muitas pessoas temiam que ele fosse fazer um governo isolacionista, mas a viagem mostrou que sua administração estará envolvida com o Oriente Médio e com a Europa, depois de ele ter conseguido êxitos com a Ásia no início do mandato. A viagem ao Oriente Médio voltou a esclarecer os compromissos dos EUA na região. Após o acordo nuclear com o Irã, nossos parceiros regionais, como Israel e os Estados do Golfo, temeram que estivessem sendo abandonados, mas essa visita esclareceu que os EUA ficarão com seus parceiros tradicionais contra os inimigos comuns, como o Irã e as organizações terroristas. A viagem à Europa também foi bem-sucedida. Trump prometeu aumentar a Iniciativa de Garantia à Europa [fundo de apoio criado em 2014, depois da guerra da Ucrânia] em US$ 1 bilhão, admitiu Montenegro na Otan e adotou políticas, como os ataques na Síria, que confrontam o presidente russo Vladimir Putin. Todos os governos dos EUA desde a década de 1950 pediram aos países da Otan que gastassem mais em defesa, isso não é novo. Os funcionários europeus com quem conversei dizem que "não duvidam em absoluto" do compromisso da administração Trump com a segurança da Otan e da Europa. O presidente Trump insinuou que ele teria influenciado a decisão dos países árabes de cortar as relações com o Qatar. A base militar americana no Qatar não é um embaraço para o governo dos EUA? Os EUA enfrentam um dilema com o Qatar. Por um lado, o país é um anfitrião gracioso de uma importante base militar da coalizão ocidental. Por outro lado, Doha adotou, nos últimos anos, várias políticas externas contrárias aos interesses dos EUA. Uma crise como essa é sempre inquietante, mas espero que se possa produzir um acordo que resulte em numa relação mais estável entre o Qatar e seus vizinhos. * RAIO-X MATTHEW KROENIG Idade 39 anos Formação Mestrado e doutorado em ciência política pela Universidade da Califórnia Trajetória Professor na Universidade Georgetown, foi conselheiro do pré-candidato republicano à Presidência Marco Rubio | 3 |
'O problema é bem maior', diz dono da UTC após doar R$ 5 mi a Dilma | Ao acertar o repasse de R$ 5 milhões para o primeiro turno da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014, o dono da UTC, Ricardo Pessoa, disse ao ex-diretor financeiro da empreiteira Walmir Pinheiro estar diante de um ''problema bem maior''. O relato de Pessoa a Pinheiro foi feito no dia 29 de julho do ano passado, por meio de uma mensagem de celular a que a Folha teve acesso. ''Estive com Edinho. A pessoa que você tem que ligar é Manoel Araujo. Acertado 2.5 dia 5/8 (ate) e 2.5 ate 30/8. Ligue para ele que esta esperando. O problema e bem maior. Me de resposta. Edinho ja me passou os dados. Abs (sic)'', escreveu Pessoa a um interlocutor chamado ''WP''. A reportagem confirmou que o ''WP'' é uma referência a Walmir Pinheiro. Manoel de Araújo Sobrinho é chefe de gabinete do hoje ministro Edinho Silva na Secretaria de Comunicação Social. Apontado como chefe do ''clube das empreiteiras", Pessoa fez acordo para colaborar com as investigações em troca de pena reduzida. O empreiteiro relatou a pessoas próximas que o ''problema'' citado na mensagem era a diferença em relação ao valor que ele esperava contribuir e a quantia que teria sido solicitada por Edinho, então tesoureiro da campanha de Dilma, de R$ 10 milhões. Pessoa se comprometeu a pagar R$ 5 milhões em agosto de 2014. Outros R$ 2,5 milhões foram dados no segundo turno. Segundo a revista ''Veja'', ele combinou doar R$ 10 milhões. Antes de repassar o restante, porém, foi preso na Operação Lava Jato. A mensagem de celular é vista por interlocutores de Pessoa como a primeira evidência de que houve um ''contraponto de ideias'' entre o empreiteiro e a campanha de Dilma: ele entrou na reunião com uma expectativa, de pagar menos. A concordância em desembolsar mais ocorreu porque foi neste encontro, segundo apurou a Folha, que Pessoa teria sido pressionado por Silva a doar para continuar tendo obras e aditivos no governo e na Petrobras. A pressão foi relatada por Pessoa em delação premiada. O empreiteiro afirmou aos procuradores que doou R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma por temer prejuízos em seus negócios na Petrobras. OUTRO LADO A assessoria do atual ministro Edinho Silva e do seu chefe de gabinete Manoel Araújo informou que foi o dono da UTC, Ricardo Pessoa, quem procurou o comitê de campanha em Brasília "oferecendo apoio". "O empresário citado [Ricardo Pessoa] procurou o coordenador financeiro no comitê da campanha em Brasília oferecendo apoio", disse o ministro na nota. Segundo a assessoria, "ficou acordado que haveria um repasse dividido em duas parcelas de R$ 2,5 milhões no primeiro turno da eleição e, se ocorresse segundo turno, haveria um novo diálogo". Por isso, informa, houve mais um repasse de R$ 2,5 milhões no segundo turno. A assessoria confirmou que Manoel Araújo foi procurado pelo então diretor da UTC Walmir Pinheiro pelo telefone citado por Pessoa, para tratar da "operacionalização" das doações. Araújo atuou na equipe da coordenação financeira da campanha de 2014 como responsável pela emissão de recibos eleitorais, afirmou a equipe da Secom. A assessoria do ministro não comentou o pedido inicial de R$ 10 milhões em doação que teria sido feito a Ricardo Pessoa e negou qualquer pressão sobre o empresário, dizendo que as doações "foram feitas obedecendo aos requisitos éticos e legais". Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da UTC informou que não comentaria o caso. - Conversa entre o dono da UTC, Ricardo Pessoa, e o diretor financeiro da empresa, Walmir Pinheiro, mostra relação com tesoureiros e políticos Estive com Edinho. A pessoa que você tem que ligar e Manoel Araujo. Acertado 2.5 dia 5/8 e 2.5 ate 30/8. Ligue para ele que esta esperando. O problema e bem maior. Me de resposta. Edinho ja me passou os dados. * Edinho - Tesoureiro da campanha à reeleição de Dilma * Manoel - Chefe do gabinete de Edinho * 2.5 + 2.5 - A UTC doou R$ 5 milhões à campanha nesses prazos * WP. JVN me ligou dizendo que você abandonou ele. Sera que foi a mudanca de end. Do del? Abs Pode ser isto ou pode ser uma reunião que tinha marcado com ele e não ocorreu por falta de pauta. De uma satisfacao a ele abs Ok, falarei com ele. Abrs. * JVN - Provável menção a João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT * Por favor retransmita para Argolo PF ta dentro da empresa do bb Onde SP? Alagoinhas OK Parece que foi alarme falso, o foco foi outro * Argolo - Luiz Argôlo, ex-deputado do Solidariedade, preso em abril * Fillipi esta me ligando. Por favor ligue para ele. Abs * Fillipi - Ex-deputado José de Fillipi (PT-SP), que foi tesoureiro da campanha de Dilma em 2010 - | poder | 'O problema é bem maior', diz dono da UTC após doar R$ 5 mi a DilmaAo acertar o repasse de R$ 5 milhões para o primeiro turno da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014, o dono da UTC, Ricardo Pessoa, disse ao ex-diretor financeiro da empreiteira Walmir Pinheiro estar diante de um ''problema bem maior''. O relato de Pessoa a Pinheiro foi feito no dia 29 de julho do ano passado, por meio de uma mensagem de celular a que a Folha teve acesso. ''Estive com Edinho. A pessoa que você tem que ligar é Manoel Araujo. Acertado 2.5 dia 5/8 (ate) e 2.5 ate 30/8. Ligue para ele que esta esperando. O problema e bem maior. Me de resposta. Edinho ja me passou os dados. Abs (sic)'', escreveu Pessoa a um interlocutor chamado ''WP''. A reportagem confirmou que o ''WP'' é uma referência a Walmir Pinheiro. Manoel de Araújo Sobrinho é chefe de gabinete do hoje ministro Edinho Silva na Secretaria de Comunicação Social. Apontado como chefe do ''clube das empreiteiras", Pessoa fez acordo para colaborar com as investigações em troca de pena reduzida. O empreiteiro relatou a pessoas próximas que o ''problema'' citado na mensagem era a diferença em relação ao valor que ele esperava contribuir e a quantia que teria sido solicitada por Edinho, então tesoureiro da campanha de Dilma, de R$ 10 milhões. Pessoa se comprometeu a pagar R$ 5 milhões em agosto de 2014. Outros R$ 2,5 milhões foram dados no segundo turno. Segundo a revista ''Veja'', ele combinou doar R$ 10 milhões. Antes de repassar o restante, porém, foi preso na Operação Lava Jato. A mensagem de celular é vista por interlocutores de Pessoa como a primeira evidência de que houve um ''contraponto de ideias'' entre o empreiteiro e a campanha de Dilma: ele entrou na reunião com uma expectativa, de pagar menos. A concordância em desembolsar mais ocorreu porque foi neste encontro, segundo apurou a Folha, que Pessoa teria sido pressionado por Silva a doar para continuar tendo obras e aditivos no governo e na Petrobras. A pressão foi relatada por Pessoa em delação premiada. O empreiteiro afirmou aos procuradores que doou R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma por temer prejuízos em seus negócios na Petrobras. OUTRO LADO A assessoria do atual ministro Edinho Silva e do seu chefe de gabinete Manoel Araújo informou que foi o dono da UTC, Ricardo Pessoa, quem procurou o comitê de campanha em Brasília "oferecendo apoio". "O empresário citado [Ricardo Pessoa] procurou o coordenador financeiro no comitê da campanha em Brasília oferecendo apoio", disse o ministro na nota. Segundo a assessoria, "ficou acordado que haveria um repasse dividido em duas parcelas de R$ 2,5 milhões no primeiro turno da eleição e, se ocorresse segundo turno, haveria um novo diálogo". Por isso, informa, houve mais um repasse de R$ 2,5 milhões no segundo turno. A assessoria confirmou que Manoel Araújo foi procurado pelo então diretor da UTC Walmir Pinheiro pelo telefone citado por Pessoa, para tratar da "operacionalização" das doações. Araújo atuou na equipe da coordenação financeira da campanha de 2014 como responsável pela emissão de recibos eleitorais, afirmou a equipe da Secom. A assessoria do ministro não comentou o pedido inicial de R$ 10 milhões em doação que teria sido feito a Ricardo Pessoa e negou qualquer pressão sobre o empresário, dizendo que as doações "foram feitas obedecendo aos requisitos éticos e legais". Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da UTC informou que não comentaria o caso. - Conversa entre o dono da UTC, Ricardo Pessoa, e o diretor financeiro da empresa, Walmir Pinheiro, mostra relação com tesoureiros e políticos Estive com Edinho. A pessoa que você tem que ligar e Manoel Araujo. Acertado 2.5 dia 5/8 e 2.5 ate 30/8. Ligue para ele que esta esperando. O problema e bem maior. Me de resposta. Edinho ja me passou os dados. * Edinho - Tesoureiro da campanha à reeleição de Dilma * Manoel - Chefe do gabinete de Edinho * 2.5 + 2.5 - A UTC doou R$ 5 milhões à campanha nesses prazos * WP. JVN me ligou dizendo que você abandonou ele. Sera que foi a mudanca de end. Do del? Abs Pode ser isto ou pode ser uma reunião que tinha marcado com ele e não ocorreu por falta de pauta. De uma satisfacao a ele abs Ok, falarei com ele. Abrs. * JVN - Provável menção a João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT * Por favor retransmita para Argolo PF ta dentro da empresa do bb Onde SP? Alagoinhas OK Parece que foi alarme falso, o foco foi outro * Argolo - Luiz Argôlo, ex-deputado do Solidariedade, preso em abril * Fillipi esta me ligando. Por favor ligue para ele. Abs * Fillipi - Ex-deputado José de Fillipi (PT-SP), que foi tesoureiro da campanha de Dilma em 2010 - | 0 |
Leitores comentam faturamento de empresa de José Dirceu | O faturamento e os lucros do senhor José Dirceu mostram como tem socialista que odeia o capitalismo, mas ama o dinheiro que ele produz. NELSON DA SILVA, ECONOMISTA (Valinhos, SP) * * Apesar de não mudar nada, é sempre bom ter informações atualizadas. A próspera consultoria do camarada Dirceu faturou mais de R$ 39 mi entre 2006 e 2013. Imagino como os companheiros que se mobilizaram para a "vaquinha" para pagar as multas do mensalão devem se sentir com esta nova informação, mais ou menos como os que votaram na senhora presidenta, enganados. Vendo o quadro atual, acho que se merecem. WILSON REINHARDT FILHO (São Paulo, SP) * Eu não acredito em reencarnação, mas certas coisas que hoje acontecem no país envolvendo um elemento do Partido dos Trabalhadores (PT) me fazem repensar a ideia central de diversos sistemas filosóficos e religiosos, segundo a qual uma porção do ser é capaz de subsistir à morte do corpo. Chamada consciência, espírito ou alma, essa porção seria capaz de ligar-se sucessivamente a diversos corpos para a consecução de um fim específico, como o auto-aperfeiçoamento ou a anulação do carma. Pois é exatamente isso que acontece com José Dirceu, "o guerreiro do povo brasileiro". Sem dúvidas ele, incorporou uma porção de Leonardo Di Ser Piero da Vince ou simplesmente Leonardo da Vince (cientista, matemático, engenheiro, inventos, anatomista, pintor, escultor arquiteto, botânico, poeta e músico). O Zé, mesmo na cadeia, conseguiu fazer consultoria nos mais variados setores da economia e é extremamente bem informado, um gênio tupiniquim da era moderna que conseguiu desbancar o gênio italiano do alto Renascimento. HUMBERTO DE LUNA FREIRE FILHO, médico (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | paineldoleitor | Leitores comentam faturamento de empresa de José DirceuO faturamento e os lucros do senhor José Dirceu mostram como tem socialista que odeia o capitalismo, mas ama o dinheiro que ele produz. NELSON DA SILVA, ECONOMISTA (Valinhos, SP) * * Apesar de não mudar nada, é sempre bom ter informações atualizadas. A próspera consultoria do camarada Dirceu faturou mais de R$ 39 mi entre 2006 e 2013. Imagino como os companheiros que se mobilizaram para a "vaquinha" para pagar as multas do mensalão devem se sentir com esta nova informação, mais ou menos como os que votaram na senhora presidenta, enganados. Vendo o quadro atual, acho que se merecem. WILSON REINHARDT FILHO (São Paulo, SP) * Eu não acredito em reencarnação, mas certas coisas que hoje acontecem no país envolvendo um elemento do Partido dos Trabalhadores (PT) me fazem repensar a ideia central de diversos sistemas filosóficos e religiosos, segundo a qual uma porção do ser é capaz de subsistir à morte do corpo. Chamada consciência, espírito ou alma, essa porção seria capaz de ligar-se sucessivamente a diversos corpos para a consecução de um fim específico, como o auto-aperfeiçoamento ou a anulação do carma. Pois é exatamente isso que acontece com José Dirceu, "o guerreiro do povo brasileiro". Sem dúvidas ele, incorporou uma porção de Leonardo Di Ser Piero da Vince ou simplesmente Leonardo da Vince (cientista, matemático, engenheiro, inventos, anatomista, pintor, escultor arquiteto, botânico, poeta e músico). O Zé, mesmo na cadeia, conseguiu fazer consultoria nos mais variados setores da economia e é extremamente bem informado, um gênio tupiniquim da era moderna que conseguiu desbancar o gênio italiano do alto Renascimento. HUMBERTO DE LUNA FREIRE FILHO, médico (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | 16 |
Veja as mortes e missas publicadas nesta segunda-feira | MORTES Agenor Silveira - Aos 76 anos, em 3 de janeiro, em Atibaia (SP). Deixa a viúva Ines Pinzan Silveira, filhos, genro, nora e netos. Cemitério local. José Samuel Menascé - Aos 89. Filho de Samuel Menascé e de Victorine Menascé, era viúvo de Iolanda Nessim Harari Menascé. Deixa os filhos Samy, David e Max, netos e bisnetos. O sepultamento foi realizado em 4/1 no Cemitério Israelita do Butantã. Munif Abbes - Aos 76 anos, em 3 de janeiro. Natural de Terra Roxa (SP), era filho de Mohamed Abbes e Raya Abbes. Foi sepultado em 4/1 no Cemitério Municipal de Terra Roxa. * 7º DIA Egberto Monteiro de Barros - Hoje (5/1), às 18h30, na igreja São Gabriel, av. São Gabriel, 108, Jd. Paulista. Friedrich Karl Raykowsky - Hoje (5/1), às 20h, na paróquia Santuário de São Judas Tadeu, av. Jabaquara, 2.682, Jabaquara. Simão Miguel Simão - Hoje (5/1), às 20h, na paróquia Santuário de São Judas Tadeu (na igreja nova), av. Jabaquara, 2.682, Jabaquara. Ayres Manoel Martins Torres - Amanhã (6/1), às 17h30, na igreja Nossa Senhora do Rosário de Fátima, av. Doutor Arnaldo, 1.831, Sumaré. Mariuche Muniz Marinho de Azevedo - Quarta-feira (7/1), às 12h45, na paróquia de Nossa Senhora do Brasil. Pr. Nossa Senhora do Brasil, Jd. Paulista. Sergio Bresciani - Quarta-feira (7/1), às 19h, na paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, r. Honório Líbero, 100, Jd. Paulistano. | cotidiano | Veja as mortes e missas publicadas nesta segunda-feiraMORTES Agenor Silveira - Aos 76 anos, em 3 de janeiro, em Atibaia (SP). Deixa a viúva Ines Pinzan Silveira, filhos, genro, nora e netos. Cemitério local. José Samuel Menascé - Aos 89. Filho de Samuel Menascé e de Victorine Menascé, era viúvo de Iolanda Nessim Harari Menascé. Deixa os filhos Samy, David e Max, netos e bisnetos. O sepultamento foi realizado em 4/1 no Cemitério Israelita do Butantã. Munif Abbes - Aos 76 anos, em 3 de janeiro. Natural de Terra Roxa (SP), era filho de Mohamed Abbes e Raya Abbes. Foi sepultado em 4/1 no Cemitério Municipal de Terra Roxa. * 7º DIA Egberto Monteiro de Barros - Hoje (5/1), às 18h30, na igreja São Gabriel, av. São Gabriel, 108, Jd. Paulista. Friedrich Karl Raykowsky - Hoje (5/1), às 20h, na paróquia Santuário de São Judas Tadeu, av. Jabaquara, 2.682, Jabaquara. Simão Miguel Simão - Hoje (5/1), às 20h, na paróquia Santuário de São Judas Tadeu (na igreja nova), av. Jabaquara, 2.682, Jabaquara. Ayres Manoel Martins Torres - Amanhã (6/1), às 17h30, na igreja Nossa Senhora do Rosário de Fátima, av. Doutor Arnaldo, 1.831, Sumaré. Mariuche Muniz Marinho de Azevedo - Quarta-feira (7/1), às 12h45, na paróquia de Nossa Senhora do Brasil. Pr. Nossa Senhora do Brasil, Jd. Paulista. Sergio Bresciani - Quarta-feira (7/1), às 19h, na paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, r. Honório Líbero, 100, Jd. Paulistano. | 6 |
'Povo enterrará um mito', diz Doria sobre Lula em viagem | O prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), voltou a atacar o ex-presidente Lula (PT). No Recife, quarta cidade nordestina que visita em menos de duas semanas, o tucano disse que nas eleições de 2018 o povo irá "enterrar um mito" e reforçou seu papel de antagonista ao petista. "Espero que ele seja candidato para ser derrotado no voto, porque assim nós enterramos um mito. Depois a Justiça decide se ele vai morar em São Bernardo (SP) ou em Curitiba", disse à imprensa. O prefeito repetiu que os 13 anos de governo do PT "quase destruíram o Brasil" e citou os 14 milhões de desempregados como exemplo. Depois de passar por Salvador, Natal e Fortaleza o prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB) desembarcou no Recife, na noite desta sexta-feira (18). O gestor foi homenageado pelo Lide Pernambuco, grupo de empresários criado por ele e que está presente em 18 cidades brasileiras e em 18 países. PRÉVIAS Dória defendeu que o PSDB realize prévias para escolher o candidato que vai concorrer ao Planalto, mas adiantou que não disputaria a vaga com o governador de São Paulo e seu padrinho político, Geraldo Alckmin. "Sou fruto das prévias, graças a elas pude concorrer à prefeitura de São Paulo e ganhar. Isso [porém] é uma decisão da executiva nacional. O que posso adiantar é que com Geraldo Alckmin não disputarei prévias, primeiro por lealdade, dignidade, respeito e amizade", afirmou. Apesar do discurso nacional, o prefeito fez questão de negar que será candidato à presidência e justificou suas viagens como uma obrigação que tem como vice-presidente da Frente Nacional dos Prefeitos. "Vamos continuar conhecendo o Brasil buscando experiências boas no plano municipalista", disse. GOVERNO TEMER Ao lado dos ministros pernambucanos Bruno Araújo (Cidades) e Fernando Filho (Minas e Energia), Dória fez elogios ao presidente Michel Temer (PMDB) a quem chamou de "carinhoso" e à política econômica do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. "Ressalte-se que o trabalho do ministro Meirelles está produzindo bons frutos. Precisamos agora avançar nas reformas, trabalhista, previdenciária, política e tributária", afirmou. O prefeito defendeu a implantação do parlamentarismo, mas disse que tem que ser "algo bem discutido no Congresso Nacional", e criticou um possível desembarque do PSDB do governo Temer. "Fidelidade se responde com fidelidade." Sobre o fundo partida, o tucano disse que gostaria que doações privadas fossem permitidas novamente. "Por que não? Com mecanismos rigorosos de controle que o Banco Central é a Receita Federal já possuem." ERROS Sobre o programa do PSDB divulgado nesta quinta-feira (17), o tucano disse que concorda com a ideia de que o partido tenha errado, porém foram "erros circunstanciais". "Tenho certeza que o PSDB acertou muito mais que errou. Produzimos o melhor presidente da história desse país, Fernando Henrique Cardoso e produzimos ótimos governadores, prefeitos, deputados e senadores." SEGURANÇA Assim como em Fortaleza, na capital pernambucana não houve manifestações contra o tucano. Por precaução foi montado um forte esquema de segurança com funcionários de uma empresa de vigilância privada e até viaturas da Polícia Militar no empresarial onde Dória foi homenageado. No percurso de dois quilômetros entre o aeroporto do Recife e o local do evento, o prefeito foi escoltado por batedores e policiais militares. | poder | 'Povo enterrará um mito', diz Doria sobre Lula em viagemO prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), voltou a atacar o ex-presidente Lula (PT). No Recife, quarta cidade nordestina que visita em menos de duas semanas, o tucano disse que nas eleições de 2018 o povo irá "enterrar um mito" e reforçou seu papel de antagonista ao petista. "Espero que ele seja candidato para ser derrotado no voto, porque assim nós enterramos um mito. Depois a Justiça decide se ele vai morar em São Bernardo (SP) ou em Curitiba", disse à imprensa. O prefeito repetiu que os 13 anos de governo do PT "quase destruíram o Brasil" e citou os 14 milhões de desempregados como exemplo. Depois de passar por Salvador, Natal e Fortaleza o prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB) desembarcou no Recife, na noite desta sexta-feira (18). O gestor foi homenageado pelo Lide Pernambuco, grupo de empresários criado por ele e que está presente em 18 cidades brasileiras e em 18 países. PRÉVIAS Dória defendeu que o PSDB realize prévias para escolher o candidato que vai concorrer ao Planalto, mas adiantou que não disputaria a vaga com o governador de São Paulo e seu padrinho político, Geraldo Alckmin. "Sou fruto das prévias, graças a elas pude concorrer à prefeitura de São Paulo e ganhar. Isso [porém] é uma decisão da executiva nacional. O que posso adiantar é que com Geraldo Alckmin não disputarei prévias, primeiro por lealdade, dignidade, respeito e amizade", afirmou. Apesar do discurso nacional, o prefeito fez questão de negar que será candidato à presidência e justificou suas viagens como uma obrigação que tem como vice-presidente da Frente Nacional dos Prefeitos. "Vamos continuar conhecendo o Brasil buscando experiências boas no plano municipalista", disse. GOVERNO TEMER Ao lado dos ministros pernambucanos Bruno Araújo (Cidades) e Fernando Filho (Minas e Energia), Dória fez elogios ao presidente Michel Temer (PMDB) a quem chamou de "carinhoso" e à política econômica do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. "Ressalte-se que o trabalho do ministro Meirelles está produzindo bons frutos. Precisamos agora avançar nas reformas, trabalhista, previdenciária, política e tributária", afirmou. O prefeito defendeu a implantação do parlamentarismo, mas disse que tem que ser "algo bem discutido no Congresso Nacional", e criticou um possível desembarque do PSDB do governo Temer. "Fidelidade se responde com fidelidade." Sobre o fundo partida, o tucano disse que gostaria que doações privadas fossem permitidas novamente. "Por que não? Com mecanismos rigorosos de controle que o Banco Central é a Receita Federal já possuem." ERROS Sobre o programa do PSDB divulgado nesta quinta-feira (17), o tucano disse que concorda com a ideia de que o partido tenha errado, porém foram "erros circunstanciais". "Tenho certeza que o PSDB acertou muito mais que errou. Produzimos o melhor presidente da história desse país, Fernando Henrique Cardoso e produzimos ótimos governadores, prefeitos, deputados e senadores." SEGURANÇA Assim como em Fortaleza, na capital pernambucana não houve manifestações contra o tucano. Por precaução foi montado um forte esquema de segurança com funcionários de uma empresa de vigilância privada e até viaturas da Polícia Militar no empresarial onde Dória foi homenageado. No percurso de dois quilômetros entre o aeroporto do Recife e o local do evento, o prefeito foi escoltado por batedores e policiais militares. | 0 |
Wizards e Grizzlies ficam em vantagem nos playoffs da NBA | Washington Wizards e Memphis Grizzlies saíram vitoriosos de seus confrontos pelos playoffs da NBA neste sábado (10). Com as vitórias sobre o Atlanta Hawks e o Golden State Warriors, respectivamente, as franquias abriram vantagem de 2 a 1 em suas séries de melhor de sete. Os Wizards venceram na Conferência Leste por 103 a 101 com uma cesta de Paul Pierce no estouro do cronômetro. O ala Nenê foi um dos destaques da equipe, marcando 17 pontos, ao lado de Bradley Beal e Otto Porter. Com 18 pontos cada, Dennis Schroder e Jeff Teague, dos Hawks, foram os cestinhas da partida. Já o Golden State Warriors, da Conferência Oeste, foi derrotado fora de casa pelo Memphis Grizzlies por 99 a 89. Stephen Curry foi o cestinha do jogo com 23 pontos. O brasileiro Leandrinho atuou por dez minutos, mas não pontuou. As equipes voltam a jogar nesta segunda-feira (11). | esporte | Wizards e Grizzlies ficam em vantagem nos playoffs da NBAWashington Wizards e Memphis Grizzlies saíram vitoriosos de seus confrontos pelos playoffs da NBA neste sábado (10). Com as vitórias sobre o Atlanta Hawks e o Golden State Warriors, respectivamente, as franquias abriram vantagem de 2 a 1 em suas séries de melhor de sete. Os Wizards venceram na Conferência Leste por 103 a 101 com uma cesta de Paul Pierce no estouro do cronômetro. O ala Nenê foi um dos destaques da equipe, marcando 17 pontos, ao lado de Bradley Beal e Otto Porter. Com 18 pontos cada, Dennis Schroder e Jeff Teague, dos Hawks, foram os cestinhas da partida. Já o Golden State Warriors, da Conferência Oeste, foi derrotado fora de casa pelo Memphis Grizzlies por 99 a 89. Stephen Curry foi o cestinha do jogo com 23 pontos. O brasileiro Leandrinho atuou por dez minutos, mas não pontuou. As equipes voltam a jogar nesta segunda-feira (11). | 4 |
Brasil está a anos de distância de recuperar grau de investimento, diz S&P | A aprovação inicial de um limite de gastos públicos é um passo na direção certa, mas ainda vai levar anos e serão necessárias outras difíceis reformas para o Brasil recuperar a cobiçada classificação grau de investimento, afirmou Lisa Schineller, analista sênior da agência de classificação de risco Standard & Poor's. A S&P tirou o selo de bom pagador do Brasil em setembro do ano passado. Agora, a agência classifica o país como BB, dois degraus abaixo do grau de investimento. Em uma entrevista por telefone, à margem da reunião do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial em Washington, Lisa Schineller, da S&P, disse que, para mudar a perspectiva negativa do Brasil, a agência precisa ver ações concretas do novo governo para reforçar suas esgotadas contas fiscais. "A aprovação é certamente um avanço, mas estamos nos estágios iniciais", disse Schineller, acrescentando que o governo precisa avançar com outras medidas para tornar o limite de gastos viável, entre elas uma revisão do seu caro sistema de previdência. "Agora, o que nós realmente estamos focando são os detalhes das reformas e o que será colocado sobre a mesa e que pode ser aprovado." Na última quinta-feira, a comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou a PEC que freia o crescimento dos gastos públicos, estabelecendo um limite por 20 anos para o avanço das despesas primárias, com possibilidade de alteração no índice de correção a partir do 10º ano. O texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) obteve 23 votos a favor e 7 contra no colegiado, em uma vitória para o governo de Michel Temer. A PEC segue para o plenário da Câmara, onde precisa passar por dois turnos de votação. A proposta está no coração do plano de austeridade de Temer para fechar uma lacuna fiscal que custou ao Brasil seu grau de investimento no ano passado. Schineller disse que as experiências passadas na Índia, Rússia e Colômbia mostram que um retorno ao rating grau de investimento é um processo difícil que leva muitos anos. É um "processo multiadministração e multiano para realmente recuperar e consolidar a trajetória fiscal", disse Schineller. "Quando você olha para os desafios fiscais no Brasil é difícil ver isso (recuperação do grau de investimento) acontecendo muito rapidamente." O ministro das Fazenda, Henrique Meirelles, disse à Reuters na quinta-feira que o governo deve apresentar neste mês ao Congresso Nacional uma proposta de reforma da Previdência e que vai continuar trabalhando para cobrir um déficit orçamentário. Classificação de risco | mercado | Brasil está a anos de distância de recuperar grau de investimento, diz S&PA aprovação inicial de um limite de gastos públicos é um passo na direção certa, mas ainda vai levar anos e serão necessárias outras difíceis reformas para o Brasil recuperar a cobiçada classificação grau de investimento, afirmou Lisa Schineller, analista sênior da agência de classificação de risco Standard & Poor's. A S&P tirou o selo de bom pagador do Brasil em setembro do ano passado. Agora, a agência classifica o país como BB, dois degraus abaixo do grau de investimento. Em uma entrevista por telefone, à margem da reunião do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial em Washington, Lisa Schineller, da S&P, disse que, para mudar a perspectiva negativa do Brasil, a agência precisa ver ações concretas do novo governo para reforçar suas esgotadas contas fiscais. "A aprovação é certamente um avanço, mas estamos nos estágios iniciais", disse Schineller, acrescentando que o governo precisa avançar com outras medidas para tornar o limite de gastos viável, entre elas uma revisão do seu caro sistema de previdência. "Agora, o que nós realmente estamos focando são os detalhes das reformas e o que será colocado sobre a mesa e que pode ser aprovado." Na última quinta-feira, a comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou a PEC que freia o crescimento dos gastos públicos, estabelecendo um limite por 20 anos para o avanço das despesas primárias, com possibilidade de alteração no índice de correção a partir do 10º ano. O texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) obteve 23 votos a favor e 7 contra no colegiado, em uma vitória para o governo de Michel Temer. A PEC segue para o plenário da Câmara, onde precisa passar por dois turnos de votação. A proposta está no coração do plano de austeridade de Temer para fechar uma lacuna fiscal que custou ao Brasil seu grau de investimento no ano passado. Schineller disse que as experiências passadas na Índia, Rússia e Colômbia mostram que um retorno ao rating grau de investimento é um processo difícil que leva muitos anos. É um "processo multiadministração e multiano para realmente recuperar e consolidar a trajetória fiscal", disse Schineller. "Quando você olha para os desafios fiscais no Brasil é difícil ver isso (recuperação do grau de investimento) acontecendo muito rapidamente." O ministro das Fazenda, Henrique Meirelles, disse à Reuters na quinta-feira que o governo deve apresentar neste mês ao Congresso Nacional uma proposta de reforma da Previdência e que vai continuar trabalhando para cobrir um déficit orçamentário. Classificação de risco | 2 |
Galápagos nos mostra que a vida é um presente maravilhoso | E quando a viagem é para visitar uma ideia? Você sabe, os motivos para abraçar o turismo são muitos. Há os que viajam para ver monumentos e os que querem ver gente. Existem as viagens de fé (pergunte aos peregrinos) e as de pesquisa (coisa de cientistas). As viagens de aventura, com objetivo de superar uma marca ou conquistar um ponto da Terra. E houve o tempo das viagens de descobrimento: encarar um oceano então infinito e chegar a um destino a ser explorado. Mas e quando você vai a algum canto atrás de uma ideia? Fui a Galápagos numa expedição assim, motivada apenas por um pensamento –diga-se, genial, uma vez que inspirou toda uma revolução na nossa maneira de encarar o mundo, quem somos e como chegamos aqui. Mexeu até com a fé essa tal de "seleção natural". Ou ainda, para usar um de seus nomes mais elegantes, "a origem das espécies". O homem por trás disso é o grande Charles Darwin, que em Galápagos consolidou a sua teoria. Esse não é um espaço de ciência e tampouco sou eu um acadêmico no assunto. Mas mesmo quem só assinou a lista de presença nas aulas de ciências já ouviu falar do cientista e sua "perigosa" ideia de que não estamos aqui por uma criação divina, mas graças a um processo espontâneo, belo e por vezes cruel que é a essência da própria Natureza (com "N" maiúsculo mesmo!). Tamanha foi a importância das suas descobertas que o arquipélago no Pacífico, território equatoriano, a pouco mais de uma hora de voo de Quito, se tornou destino turístico –mesmo para quem só tem um interesse marginal pela ciência. Eu mesmo visitei quatro de suas ilhas com famílias de turistas que estavam lá apenas para levar os filhos pequenos para nadar ao lado de tartarugas e leões-marinhos. Se você só quer ver bichos, Galápagos é uma espécie de Disney da Natureza. Os minutos que passei de snorkel seguindo uma imensa tartaruga marinha, a uma distância de um palmo (sem nunca tocá-la, já que o respeito aos animais é uma condição básica para estar lá), foram alguns dos mais preciosos que já vivi viajando. Sem falar na tartaruga gigante, terrestre, que é a coisa mais perto da pré-história que você pode experimentar. Há uma "lista básica" de 15 animais típicos do arquipélago –algo ambicioso se lembrar que safáris na África convidam o visitante a ver de perto os "big 5": leão, elefante, búfalo, leopardo e rinoceronte. Pelas contas do meu guia, que nos explicava tudo em inglês com a curiosa cadência de um humano ensinando um GPS a falar, meu grupo conseguiu ver 11. Flamingos, iguanas, falcões, gaivotas e, inevitavelmente, os leões-marinhos. Os primeiros avistados nos receberam nadando quando nos aproximamos para desembarcar na ilha Fernandina. Olhavam-nos entre um mergulho e outro, não exatamente com curiosidade, mas com a pouca paciência de quem tem sua rotina de lazer perturbada. Justamente porque ali não estão ameaçados pelos humanos –como em Fernando de Noronha–, nós somos para eles uma mera turbulência no seu dia a dia. Mas eles para a gente são toda a beleza desse mundo nos recebendo num espetáculo natural. Quatro dias depois, a visão de um leão-marinho descansando nas escadas de um cais em San Cristóbal (outra ilha do arquipélago) passa quase sem registro. Foram tantas imagens que você precisa de um tempo para processar tudo: a dança de acasalamentos dos albatrozes; os filhotes de sula –o exótico pássaro de nadadeiras turquesas– trocando a penugem; o tubarão que esbarra em você com indiferença... Mas, acima de tudo, o visitante deixa esse santuário feliz de ter captado a grande ideia de Darwin: a de que somos só mais um filho do acaso. E que a vida, de fato, é um presente maravilhoso. | colunas | Galápagos nos mostra que a vida é um presente maravilhosoE quando a viagem é para visitar uma ideia? Você sabe, os motivos para abraçar o turismo são muitos. Há os que viajam para ver monumentos e os que querem ver gente. Existem as viagens de fé (pergunte aos peregrinos) e as de pesquisa (coisa de cientistas). As viagens de aventura, com objetivo de superar uma marca ou conquistar um ponto da Terra. E houve o tempo das viagens de descobrimento: encarar um oceano então infinito e chegar a um destino a ser explorado. Mas e quando você vai a algum canto atrás de uma ideia? Fui a Galápagos numa expedição assim, motivada apenas por um pensamento –diga-se, genial, uma vez que inspirou toda uma revolução na nossa maneira de encarar o mundo, quem somos e como chegamos aqui. Mexeu até com a fé essa tal de "seleção natural". Ou ainda, para usar um de seus nomes mais elegantes, "a origem das espécies". O homem por trás disso é o grande Charles Darwin, que em Galápagos consolidou a sua teoria. Esse não é um espaço de ciência e tampouco sou eu um acadêmico no assunto. Mas mesmo quem só assinou a lista de presença nas aulas de ciências já ouviu falar do cientista e sua "perigosa" ideia de que não estamos aqui por uma criação divina, mas graças a um processo espontâneo, belo e por vezes cruel que é a essência da própria Natureza (com "N" maiúsculo mesmo!). Tamanha foi a importância das suas descobertas que o arquipélago no Pacífico, território equatoriano, a pouco mais de uma hora de voo de Quito, se tornou destino turístico –mesmo para quem só tem um interesse marginal pela ciência. Eu mesmo visitei quatro de suas ilhas com famílias de turistas que estavam lá apenas para levar os filhos pequenos para nadar ao lado de tartarugas e leões-marinhos. Se você só quer ver bichos, Galápagos é uma espécie de Disney da Natureza. Os minutos que passei de snorkel seguindo uma imensa tartaruga marinha, a uma distância de um palmo (sem nunca tocá-la, já que o respeito aos animais é uma condição básica para estar lá), foram alguns dos mais preciosos que já vivi viajando. Sem falar na tartaruga gigante, terrestre, que é a coisa mais perto da pré-história que você pode experimentar. Há uma "lista básica" de 15 animais típicos do arquipélago –algo ambicioso se lembrar que safáris na África convidam o visitante a ver de perto os "big 5": leão, elefante, búfalo, leopardo e rinoceronte. Pelas contas do meu guia, que nos explicava tudo em inglês com a curiosa cadência de um humano ensinando um GPS a falar, meu grupo conseguiu ver 11. Flamingos, iguanas, falcões, gaivotas e, inevitavelmente, os leões-marinhos. Os primeiros avistados nos receberam nadando quando nos aproximamos para desembarcar na ilha Fernandina. Olhavam-nos entre um mergulho e outro, não exatamente com curiosidade, mas com a pouca paciência de quem tem sua rotina de lazer perturbada. Justamente porque ali não estão ameaçados pelos humanos –como em Fernando de Noronha–, nós somos para eles uma mera turbulência no seu dia a dia. Mas eles para a gente são toda a beleza desse mundo nos recebendo num espetáculo natural. Quatro dias depois, a visão de um leão-marinho descansando nas escadas de um cais em San Cristóbal (outra ilha do arquipélago) passa quase sem registro. Foram tantas imagens que você precisa de um tempo para processar tudo: a dança de acasalamentos dos albatrozes; os filhotes de sula –o exótico pássaro de nadadeiras turquesas– trocando a penugem; o tubarão que esbarra em você com indiferença... Mas, acima de tudo, o visitante deixa esse santuário feliz de ter captado a grande ideia de Darwin: a de que somos só mais um filho do acaso. E que a vida, de fato, é um presente maravilhoso. | 10 |
Ex-ministro Antonio Palocci recebeu R$ 12 mi de 30 empresas | Investigado na Operação Lava Jato, o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci recebeu, ao menos, R$ 12 milhões de 30 empresas em 2010, quando coordenou a campanha que elegeu Dilma Rousseff presidente. Segundo reportagem da revista "Época", documentos da firma de consultoria do petista, a Projeto, revelam que seu enriquecimento coincidiu com o momento em que ele assumiu a coordenação da campanha de Dilma. A revista teve acesso a listagem das 30 empresas que teriam feito pagamentos a Palocci, parte de uma investigação sigilosa conduzida pelo Ministério Público Federal. Uma delas foi o grupo Pão de Açúcar, que pagou R$ 5,5 milhões a Palocci em 2010. O primeiro repasse, de R$ 1 milhão, foi feito pelo escritório do ex-ministro da Justiça no governo Lula, Márcio Thomaz Bastos, morto em 2014. Antes, o petista já havia recebido R$ 3,5 milhões. Foram, no total, 11 pagamentos sem contrato. O Pão de Açúcar disse que não iria se pronunciar. Segundo a reportagem, Palocci atuaria para ajudar na fusão da empresa com as Casas Bahia. No entanto, a consultoria Estáter, contratada pelo Pão de Açúcar para atuar no caso, informou que Palocci não teve participação no negócio. Ao Ministério Público, o Pão de Açúcar informou que "em função da relação de confiança desenvolvida" é comum que os "serviços de assessoria jurídica sejam contratados de modo mais informal", diz a revista. O Ministério Público investiga ainda pagamentos recebidos pelo ex-ministro do frigorífico JBS e da concessionária Caoa, que somaram R$ 6,5 milhões. Antonio Palocci deixou a Casa Civil em junho de 2011. Ele caiu do cargo após a Folha mostrar que ele havia comprado um apartamento de R$ 6,6 milhões. O petista não explicou a origem do dinheiro. Disse apenas que provinha de consultorias. | poder | Ex-ministro Antonio Palocci recebeu R$ 12 mi de 30 empresasInvestigado na Operação Lava Jato, o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci recebeu, ao menos, R$ 12 milhões de 30 empresas em 2010, quando coordenou a campanha que elegeu Dilma Rousseff presidente. Segundo reportagem da revista "Época", documentos da firma de consultoria do petista, a Projeto, revelam que seu enriquecimento coincidiu com o momento em que ele assumiu a coordenação da campanha de Dilma. A revista teve acesso a listagem das 30 empresas que teriam feito pagamentos a Palocci, parte de uma investigação sigilosa conduzida pelo Ministério Público Federal. Uma delas foi o grupo Pão de Açúcar, que pagou R$ 5,5 milhões a Palocci em 2010. O primeiro repasse, de R$ 1 milhão, foi feito pelo escritório do ex-ministro da Justiça no governo Lula, Márcio Thomaz Bastos, morto em 2014. Antes, o petista já havia recebido R$ 3,5 milhões. Foram, no total, 11 pagamentos sem contrato. O Pão de Açúcar disse que não iria se pronunciar. Segundo a reportagem, Palocci atuaria para ajudar na fusão da empresa com as Casas Bahia. No entanto, a consultoria Estáter, contratada pelo Pão de Açúcar para atuar no caso, informou que Palocci não teve participação no negócio. Ao Ministério Público, o Pão de Açúcar informou que "em função da relação de confiança desenvolvida" é comum que os "serviços de assessoria jurídica sejam contratados de modo mais informal", diz a revista. O Ministério Público investiga ainda pagamentos recebidos pelo ex-ministro do frigorífico JBS e da concessionária Caoa, que somaram R$ 6,5 milhões. Antonio Palocci deixou a Casa Civil em junho de 2011. Ele caiu do cargo após a Folha mostrar que ele havia comprado um apartamento de R$ 6,6 milhões. O petista não explicou a origem do dinheiro. Disse apenas que provinha de consultorias. | 0 |
Camargo é a que corre mais risco de ser impedida de tocar obras públicas | A Camargo Corrêa deve ser a primeira empreiteira acusada de envolvimento em irregularidades na Petrobras a ficar impedida de fazer negócios com o poder público. Isso deve ocorrer porque a empresa não iniciou, até agora, nenhum tipo de acordo com a CGU para evitar uma punição nesse sentido. Das dezenas de construtoras da Lava Jato, apenas quatro já assinaram um documento com o governo manifestando a disposição de colaborar com as investigações –OAS, Toyo Setal, Engevix e Galvão Engenharia. As empresas que não procurarem a CGU para tentar abrandar uma eventual punição entram automaticamente na fila de possíveis processos administrativos. A Folha apurou com técnicos que acompanham o assunto que o caso da Camargo é o mais adiantado. A companhia ainda não se dispôs a assinar nenhum acordo com o Executivo federal nem dá sinais de que pretende fazê-lo. Por meio do acordo de leniência, a empresa assume a culpa pelos desvios em troca de penas mais brandas. A Camargo já foi acionada oficialmente pela CGU em maio para apresentar sua defesa. O prazo para a resposta está prestes a vencer. Se houver elementos que confirmem as irregularidades, uma comissão da CGU recomendará a punição (a inidoneidade) em aproximadamente dois meses após a entrega da defesa. Como a empreiteira tem rejeitado nos bastidores um entendimento, a avaliação de auxiliares presidenciais é que ela corre o risco de ser vetada pelo poder público. OAS Caso semelhante pode ocorrer com a OAS. A empreiteira, que abriu negociações oficiais em busca de um acordo de leniência, agora dá sinais de que pode desistir. Consultada, a empresa não quis comentar. A Folha apurou que a UTC, do empresário Ricardo Pessoa, atualmente fora da lista das empreiteiras que topam colaborar, começou a articular a adesão ao grupo, mas ainda não se decidiu. O acordo de leniência prevê a confissão de culpa em desvios de dinheiro público mediante pagamento de multa e indenização. Em troca, recebem a autorização para poder continuar contratando com o governo. Entretanto, o acordo não elimina o risco de o Ministério Público Federal, unilateralmente, abrir processos de inidoneidade. Caso isso aconteça, a companhia tende a sofrer duras restrições de crédito no mercado financeiro. Um desfecho assim pode, no limite, contaminar a atuação da empresa mesmo em contratos do setor privado. No geral, as empresas acusadas de envolvimento no esquema de desvios da Petrobras já têm tido dificuldade de pegar empréstimos em bancos para financiar suas atividades, mesmo ainda não havendo condenação. RAIO-X DA CONSTRUTORA CAMARGO CORRÊA (2014) RECEITA R$ 6,3 bilhões EBITDA R$ 564 milhões FUNCIONÁRIOS 16,6 mil PRINCIPAIS PROJETOS Usinas de Jirau e Belo Monte, Metrô de SP, refinaria Abreu e Lima, expansão da estrada de ferro Carajás | mercado | Camargo é a que corre mais risco de ser impedida de tocar obras públicasA Camargo Corrêa deve ser a primeira empreiteira acusada de envolvimento em irregularidades na Petrobras a ficar impedida de fazer negócios com o poder público. Isso deve ocorrer porque a empresa não iniciou, até agora, nenhum tipo de acordo com a CGU para evitar uma punição nesse sentido. Das dezenas de construtoras da Lava Jato, apenas quatro já assinaram um documento com o governo manifestando a disposição de colaborar com as investigações –OAS, Toyo Setal, Engevix e Galvão Engenharia. As empresas que não procurarem a CGU para tentar abrandar uma eventual punição entram automaticamente na fila de possíveis processos administrativos. A Folha apurou com técnicos que acompanham o assunto que o caso da Camargo é o mais adiantado. A companhia ainda não se dispôs a assinar nenhum acordo com o Executivo federal nem dá sinais de que pretende fazê-lo. Por meio do acordo de leniência, a empresa assume a culpa pelos desvios em troca de penas mais brandas. A Camargo já foi acionada oficialmente pela CGU em maio para apresentar sua defesa. O prazo para a resposta está prestes a vencer. Se houver elementos que confirmem as irregularidades, uma comissão da CGU recomendará a punição (a inidoneidade) em aproximadamente dois meses após a entrega da defesa. Como a empreiteira tem rejeitado nos bastidores um entendimento, a avaliação de auxiliares presidenciais é que ela corre o risco de ser vetada pelo poder público. OAS Caso semelhante pode ocorrer com a OAS. A empreiteira, que abriu negociações oficiais em busca de um acordo de leniência, agora dá sinais de que pode desistir. Consultada, a empresa não quis comentar. A Folha apurou que a UTC, do empresário Ricardo Pessoa, atualmente fora da lista das empreiteiras que topam colaborar, começou a articular a adesão ao grupo, mas ainda não se decidiu. O acordo de leniência prevê a confissão de culpa em desvios de dinheiro público mediante pagamento de multa e indenização. Em troca, recebem a autorização para poder continuar contratando com o governo. Entretanto, o acordo não elimina o risco de o Ministério Público Federal, unilateralmente, abrir processos de inidoneidade. Caso isso aconteça, a companhia tende a sofrer duras restrições de crédito no mercado financeiro. Um desfecho assim pode, no limite, contaminar a atuação da empresa mesmo em contratos do setor privado. No geral, as empresas acusadas de envolvimento no esquema de desvios da Petrobras já têm tido dificuldade de pegar empréstimos em bancos para financiar suas atividades, mesmo ainda não havendo condenação. RAIO-X DA CONSTRUTORA CAMARGO CORRÊA (2014) RECEITA R$ 6,3 bilhões EBITDA R$ 564 milhões FUNCIONÁRIOS 16,6 mil PRINCIPAIS PROJETOS Usinas de Jirau e Belo Monte, Metrô de SP, refinaria Abreu e Lima, expansão da estrada de ferro Carajás | 2 |
O fim e o começo | Vivemos um momento especialmente difícil da vida nacional. Um capricho do destino combinou o agravamento da crise econômica com o pior momento do terremoto político que ameaça o governo. De um lado, a constatação de que, na economia, a queda vertiginosa do PIB configura anos de crescimento perdido para o país. De outro, as revelações vindas à tona na Operação Lava Jato lançam luzes sobre o mundo de sombras no qual opera o grupo instalado no poder. Trata-se de uma combinação letal. De certo, não sobreviverão nem mesmo algumas biografias. O fracasso na gestão econômica e as impropriedades cometidas pelo grupo no poder –cada dia elas estão mais expostas– não são uma invenção da oposição e nem fruto de uma conjuntura adversa. O conjunto da obra tem DNA e carteira de identidade petistas. A crise na qual estamos mergulhados é resultado de crenças equivocadas, valores desvirtuados e ambições desmedidas. Infelizmente o PT não entende a crise, sequer a reconhece. Faz o pior: parece querer aprofundá-la, com uma sucessão de atitudes que beiram a irresponsabilidade cívica, como as pressões a favor de troca de ministros, a crítica contumaz à independência das instituições e da imprensa e a divulgação recente de um programa econômico alternativo ao do próprio governo que preside. À deriva e maculado por escândalos cada vez mais próximos do seu núcleo de poder, este governo não está apto a restaurar a confiança essencial à reconstrução do país. A hora que vivemos exige coragem e serenidade de todos os democratas. Serenidade para não aceitar as provocações que nascem da intolerância daqueles que, sem argumentos, insistem em disseminar o ódio e dividir o Brasil para tentar esconder a realidade. Palavras de ordem ensaiadas não vão calar o país. Não se trata de quem grita mais ou mais alto. Os brasileiros aprenderam a ouvir uma nova voz: a da Justiça. Coragem para continuar a busca da verdade. A sociedade não merece menos do que isso. Devemos apoiar os trabalhos do Ministério Público, da Polícia Federal e das demais instituições que zelam pela democracia. É hora de assegurar que elas continuem trabalhando sem constrangimentos, sempre nos limites da ordem constitucional. Afronta a democracia quem, dizendo agir em seu nome, quer destruir seus pilares. Mas, apesar de tudo o que enfrentamos, nosso olhar não pode ficar refém dos dias que vivemos. É preciso enxergar mais adiante. Do encontro com a verdade nascerá um novo Brasil. Confiante, fortalecido na sua esperança como povo e nação. Um país com credibilidade, capaz de retomar o crescimento e recuperar o respeito da nossa gente e do mundo. É nessa direção que precisamos caminhar. | colunas | O fim e o começoVivemos um momento especialmente difícil da vida nacional. Um capricho do destino combinou o agravamento da crise econômica com o pior momento do terremoto político que ameaça o governo. De um lado, a constatação de que, na economia, a queda vertiginosa do PIB configura anos de crescimento perdido para o país. De outro, as revelações vindas à tona na Operação Lava Jato lançam luzes sobre o mundo de sombras no qual opera o grupo instalado no poder. Trata-se de uma combinação letal. De certo, não sobreviverão nem mesmo algumas biografias. O fracasso na gestão econômica e as impropriedades cometidas pelo grupo no poder –cada dia elas estão mais expostas– não são uma invenção da oposição e nem fruto de uma conjuntura adversa. O conjunto da obra tem DNA e carteira de identidade petistas. A crise na qual estamos mergulhados é resultado de crenças equivocadas, valores desvirtuados e ambições desmedidas. Infelizmente o PT não entende a crise, sequer a reconhece. Faz o pior: parece querer aprofundá-la, com uma sucessão de atitudes que beiram a irresponsabilidade cívica, como as pressões a favor de troca de ministros, a crítica contumaz à independência das instituições e da imprensa e a divulgação recente de um programa econômico alternativo ao do próprio governo que preside. À deriva e maculado por escândalos cada vez mais próximos do seu núcleo de poder, este governo não está apto a restaurar a confiança essencial à reconstrução do país. A hora que vivemos exige coragem e serenidade de todos os democratas. Serenidade para não aceitar as provocações que nascem da intolerância daqueles que, sem argumentos, insistem em disseminar o ódio e dividir o Brasil para tentar esconder a realidade. Palavras de ordem ensaiadas não vão calar o país. Não se trata de quem grita mais ou mais alto. Os brasileiros aprenderam a ouvir uma nova voz: a da Justiça. Coragem para continuar a busca da verdade. A sociedade não merece menos do que isso. Devemos apoiar os trabalhos do Ministério Público, da Polícia Federal e das demais instituições que zelam pela democracia. É hora de assegurar que elas continuem trabalhando sem constrangimentos, sempre nos limites da ordem constitucional. Afronta a democracia quem, dizendo agir em seu nome, quer destruir seus pilares. Mas, apesar de tudo o que enfrentamos, nosso olhar não pode ficar refém dos dias que vivemos. É preciso enxergar mais adiante. Do encontro com a verdade nascerá um novo Brasil. Confiante, fortalecido na sua esperança como povo e nação. Um país com credibilidade, capaz de retomar o crescimento e recuperar o respeito da nossa gente e do mundo. É nessa direção que precisamos caminhar. | 10 |
Retomada de Aleppo dá vantagem a Assad no cenário global | A recaptura da cidade de Aleppo pelo governo sírio, depois de um prolongado e destrutivo ataque aéreo, é um momento de definição na devastadora guerra civil da Síria; ela deixa o presidente Bashar al-Assad no controle de quase todas as grandes áreas urbanas, e em posição de solicitar um papel na guerra mais ampla da comunidade mundial contra os militantes do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EI) que ainda mantêm o controle de algumas porções do nordeste da Síria. A perspectiva de uma cooperação como essa teria no passado sido considerada altamente improvável. Assad havia se tornado anátema no Ocidente e em boa parte da região por conta dos métodos brutais que empregou durante seis anos de carnificina que mataram centenas de milhares de pessoas, forçaram metade da população do país a deixar suas casas e enviando milhões de refugiados a países vizinhos e à Europa. Mas muita coisa mudou desde que a Rússia do presidente Vladimir Putin se envolveu diretamente no conflito, do lado de Assad, e por falta de outras potências de alcance mundial dispostas a se opor a ele. Os fragmentados grupos rebeldes agora se apegam a alguns poucos bolsões de território espalhados pelo país, e lhes falta ímpeto; o provável é que suas atividades se reduzam a uma insurgência de baixa intensidade, na melhor das hipóteses. O mais crítico é que a nova administração que está por assumir nos Estados Unidos projeta uma flexibilidade que não existia sob o governo de Barack Obama. Prometendo intensificar a guerra contra o Estado Islâmico, Donald Trump deu a entender que estaria disposto a cooperar com a Rússia e Assad. "Não gosto nem um pouco de Assad", disse Trump durante o segundo debate presidencial em outubro. "Mas Assad está matando o EI. A Rússia está matando o EI", disse. E sua seleção de Rex Tillerson, o presidente-executivo da ExxonMobil, que tem negócios extensos com a Rússia e conexões pessoais para com Putin, para o comando do Departamento de Estado só serviu para alimentar especulações de que Trump buscaria um relacionamento mais estreito com Moscou. Se uma mudança como essa ocorrer, resolveria uma complicação que vem atrapalhando o esforço militar iniciado dois anos atrás pelos Estados Unidos para erradicar os militantes do EI das áreas do Iraque e Síria que eles capturaram em 2014. Nessas áreas, a facção estabeleceu um "califado" extraordinariamente impiedoso, com homicídios em massa e escravização, impôs sua brutal interpretação do islamismo e fomentou insurgências regionais e o terrorismo mundial. Isso ajudou a criar uma ampla coalizão de países ocidentais e do Oriente Médio que parece próxima da vitória no Iraque, onde o governo de Bagdá vem sendo um aliado crucial, liderando os combates terrestres, e onde uma grande batalha pelo controle da importante cidade de Mosul está em curso. Mas na Síria, a luta era complicada pelo status de Assad como pária. Por falta de um aliado militar local, a coalizão liderada pelos Estados Unidos formou parcerias com forças irregulares e confiava no poderio aéreo e em algumas operações de forças especiais. Essa abordagem, que obteve sucesso modesto, agora pode ser erodida se a conclusão geral for a de que Assad sobreviveu à guerra. Aleppo é crucial para cimentar essa percepção –sua perda é um golpe devastador para os rebeldes, e lhes deixa quase sem chances de recuperar o ímpeto. A maior cidade da Síria, no passado a capital comercial do país, sempre deteve importância simbólica e estratégica como entreposto comercial datado da antiguidade e como permanente portal do país para a Turquia e o Ocidente. Assad também controla a capital, Damasco, as grandes cidades de Homs e Hama, e boa parte da fronteira com o Líbano e da costa mediterrânea do país, o baluarte dos alawitas, uma seita minoritária islâmica. Assad prometeu continuar a guerra até que toda a Síria seja reconquistada, e expressou confiança em que a oposição a ele está em declínio. "Assim que acabarmos o trabalho em Aleppo, continuaremos com a guerra contra eles", ele disse a um jornal local na semana passada. Agora ele poderá liberar alguns de seus soldados e milhares de milicianos aliados ao seu governo para atacar os bolsões restantes de território rebelde na Síria, e os jihadistas do EI. As áreas rebeldes incluem alguns territórios em torno de Damasco e perto da fronteira com a Jordânia, e outros na província de Idlib, no norte do país, um baluarte da afiliada síria da Al Qaeda. "A recaptura de Aleppo posicionará Assad para que se declare como governante soberano e legítimo da Síria e para que pressione a comunidade internacional a lhe fornecer apoio", disse Jennifer Cafarella, do Instituto para o Estudo da Guerra, em Washington. A realização desse objetivo parece mais provável se ele se envolver ativamente no combate contra o EI, o que não vem sendo uma de suas grandes prioridades apesar de o principal reduto da facção ser a cidade síria de Raqqa, uma comunidade de porte médio. No domingo (11), extremistas do EI recuperaram a cidade de Palmira, no centro do país, da qual haviam sido expulsos alguns meses atrás –um ataque de surpresa que claramente explorou a concentração dos esforços russos e do governo sírio em Aleppo. Não está claro se Assad tornará prioridade a retomada de Palmira, e do que resta de seus tesouros arqueológicos depois da primeira ocupação pelo EI. Pode ser que ele prefira esperar alguns meses para resolver sua situação com o novo governo em Washington. De qualquer forma, o futuro da Síria provavelmente continuará indefinido por algum tempo, dada a imensa quantidade de facções armadas, a probabilidade de interferência estrangeira continuada, ao longo de fronteiras porosas, e o trauma e raiva sentidos por boa parte da população. Muita gente antecipa que a insurgência continuará –o que por sua vez ajudaria Assad a argumentar que deve ser considerado como parceiro na luta internacional contra o "terrorismo". Na batalha pelos corações e mentes dos sírios, um fato importante é que Assad tenha dependido tanto não só dos sírios e de seu constante aliado Irã, para retomar Aleppo, mas também da ajuda da poderosa milícia Hezbollah, do Líbano, e de voluntários iraquianos e afegãos. Isso contrasta fortemente com o apoio das forças externas à oposição. Nenhuma delas enviou tropas ao país exceto a Turquia, e a intervenção desta tinha por objetivo principal controlar e reduzir a ameaça dos combatentes curdos que o país vê como ameaça à sua segurança. Os rebeldes sírios contavam apenas com armas leves, e os Estados Unidos se recusaram a atacar Assad mesmo depois que ele recorreu a armas químicas, em 2013. Até mesmo a ideia de impor uma zona de restrição de voo sobre o norte da Síria foi rejeitada. Cafarella disse que esse ambiente legitima a narrativa emergente da Al Qaeda de que a comunidade internacional permitiu que o Irã e a Rússia dominassem a Síria, e que Assad, como títere desses dois países, deve ser combatido. "A capacidade de recrutamento da Al Qaeda vai crescer, e não diminuir, com a queda de Aleppo", ela disse. "A ameaça terrorista emanada da Síria vai aumentar, e não diminuir". Uma grande questão agora é a posição dos inimigos regionais de Assad, da Arábia Saudita e as demais nações do Golfo Pérsico à Turquia. Assad pode pressionar pela retomada das negociações de paz, apostando que a fraqueza da oposição forçará concessões –principalmente a de que ele possa permanecer no poder, à frente de um governo mais inclusivo. Mas se considerarmos a épica devastação a que ele presidiu até o momento, uma reaproximação genuína parece altamente improvável. Tradução de Paulo Migliacci | mundo | Retomada de Aleppo dá vantagem a Assad no cenário globalA recaptura da cidade de Aleppo pelo governo sírio, depois de um prolongado e destrutivo ataque aéreo, é um momento de definição na devastadora guerra civil da Síria; ela deixa o presidente Bashar al-Assad no controle de quase todas as grandes áreas urbanas, e em posição de solicitar um papel na guerra mais ampla da comunidade mundial contra os militantes do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EI) que ainda mantêm o controle de algumas porções do nordeste da Síria. A perspectiva de uma cooperação como essa teria no passado sido considerada altamente improvável. Assad havia se tornado anátema no Ocidente e em boa parte da região por conta dos métodos brutais que empregou durante seis anos de carnificina que mataram centenas de milhares de pessoas, forçaram metade da população do país a deixar suas casas e enviando milhões de refugiados a países vizinhos e à Europa. Mas muita coisa mudou desde que a Rússia do presidente Vladimir Putin se envolveu diretamente no conflito, do lado de Assad, e por falta de outras potências de alcance mundial dispostas a se opor a ele. Os fragmentados grupos rebeldes agora se apegam a alguns poucos bolsões de território espalhados pelo país, e lhes falta ímpeto; o provável é que suas atividades se reduzam a uma insurgência de baixa intensidade, na melhor das hipóteses. O mais crítico é que a nova administração que está por assumir nos Estados Unidos projeta uma flexibilidade que não existia sob o governo de Barack Obama. Prometendo intensificar a guerra contra o Estado Islâmico, Donald Trump deu a entender que estaria disposto a cooperar com a Rússia e Assad. "Não gosto nem um pouco de Assad", disse Trump durante o segundo debate presidencial em outubro. "Mas Assad está matando o EI. A Rússia está matando o EI", disse. E sua seleção de Rex Tillerson, o presidente-executivo da ExxonMobil, que tem negócios extensos com a Rússia e conexões pessoais para com Putin, para o comando do Departamento de Estado só serviu para alimentar especulações de que Trump buscaria um relacionamento mais estreito com Moscou. Se uma mudança como essa ocorrer, resolveria uma complicação que vem atrapalhando o esforço militar iniciado dois anos atrás pelos Estados Unidos para erradicar os militantes do EI das áreas do Iraque e Síria que eles capturaram em 2014. Nessas áreas, a facção estabeleceu um "califado" extraordinariamente impiedoso, com homicídios em massa e escravização, impôs sua brutal interpretação do islamismo e fomentou insurgências regionais e o terrorismo mundial. Isso ajudou a criar uma ampla coalizão de países ocidentais e do Oriente Médio que parece próxima da vitória no Iraque, onde o governo de Bagdá vem sendo um aliado crucial, liderando os combates terrestres, e onde uma grande batalha pelo controle da importante cidade de Mosul está em curso. Mas na Síria, a luta era complicada pelo status de Assad como pária. Por falta de um aliado militar local, a coalizão liderada pelos Estados Unidos formou parcerias com forças irregulares e confiava no poderio aéreo e em algumas operações de forças especiais. Essa abordagem, que obteve sucesso modesto, agora pode ser erodida se a conclusão geral for a de que Assad sobreviveu à guerra. Aleppo é crucial para cimentar essa percepção –sua perda é um golpe devastador para os rebeldes, e lhes deixa quase sem chances de recuperar o ímpeto. A maior cidade da Síria, no passado a capital comercial do país, sempre deteve importância simbólica e estratégica como entreposto comercial datado da antiguidade e como permanente portal do país para a Turquia e o Ocidente. Assad também controla a capital, Damasco, as grandes cidades de Homs e Hama, e boa parte da fronteira com o Líbano e da costa mediterrânea do país, o baluarte dos alawitas, uma seita minoritária islâmica. Assad prometeu continuar a guerra até que toda a Síria seja reconquistada, e expressou confiança em que a oposição a ele está em declínio. "Assim que acabarmos o trabalho em Aleppo, continuaremos com a guerra contra eles", ele disse a um jornal local na semana passada. Agora ele poderá liberar alguns de seus soldados e milhares de milicianos aliados ao seu governo para atacar os bolsões restantes de território rebelde na Síria, e os jihadistas do EI. As áreas rebeldes incluem alguns territórios em torno de Damasco e perto da fronteira com a Jordânia, e outros na província de Idlib, no norte do país, um baluarte da afiliada síria da Al Qaeda. "A recaptura de Aleppo posicionará Assad para que se declare como governante soberano e legítimo da Síria e para que pressione a comunidade internacional a lhe fornecer apoio", disse Jennifer Cafarella, do Instituto para o Estudo da Guerra, em Washington. A realização desse objetivo parece mais provável se ele se envolver ativamente no combate contra o EI, o que não vem sendo uma de suas grandes prioridades apesar de o principal reduto da facção ser a cidade síria de Raqqa, uma comunidade de porte médio. No domingo (11), extremistas do EI recuperaram a cidade de Palmira, no centro do país, da qual haviam sido expulsos alguns meses atrás –um ataque de surpresa que claramente explorou a concentração dos esforços russos e do governo sírio em Aleppo. Não está claro se Assad tornará prioridade a retomada de Palmira, e do que resta de seus tesouros arqueológicos depois da primeira ocupação pelo EI. Pode ser que ele prefira esperar alguns meses para resolver sua situação com o novo governo em Washington. De qualquer forma, o futuro da Síria provavelmente continuará indefinido por algum tempo, dada a imensa quantidade de facções armadas, a probabilidade de interferência estrangeira continuada, ao longo de fronteiras porosas, e o trauma e raiva sentidos por boa parte da população. Muita gente antecipa que a insurgência continuará –o que por sua vez ajudaria Assad a argumentar que deve ser considerado como parceiro na luta internacional contra o "terrorismo". Na batalha pelos corações e mentes dos sírios, um fato importante é que Assad tenha dependido tanto não só dos sírios e de seu constante aliado Irã, para retomar Aleppo, mas também da ajuda da poderosa milícia Hezbollah, do Líbano, e de voluntários iraquianos e afegãos. Isso contrasta fortemente com o apoio das forças externas à oposição. Nenhuma delas enviou tropas ao país exceto a Turquia, e a intervenção desta tinha por objetivo principal controlar e reduzir a ameaça dos combatentes curdos que o país vê como ameaça à sua segurança. Os rebeldes sírios contavam apenas com armas leves, e os Estados Unidos se recusaram a atacar Assad mesmo depois que ele recorreu a armas químicas, em 2013. Até mesmo a ideia de impor uma zona de restrição de voo sobre o norte da Síria foi rejeitada. Cafarella disse que esse ambiente legitima a narrativa emergente da Al Qaeda de que a comunidade internacional permitiu que o Irã e a Rússia dominassem a Síria, e que Assad, como títere desses dois países, deve ser combatido. "A capacidade de recrutamento da Al Qaeda vai crescer, e não diminuir, com a queda de Aleppo", ela disse. "A ameaça terrorista emanada da Síria vai aumentar, e não diminuir". Uma grande questão agora é a posição dos inimigos regionais de Assad, da Arábia Saudita e as demais nações do Golfo Pérsico à Turquia. Assad pode pressionar pela retomada das negociações de paz, apostando que a fraqueza da oposição forçará concessões –principalmente a de que ele possa permanecer no poder, à frente de um governo mais inclusivo. Mas se considerarmos a épica devastação a que ele presidiu até o momento, uma reaproximação genuína parece altamente improvável. Tradução de Paulo Migliacci | 3 |
Russomanno diz que maioria dos sem-teto com transtorno mental é violenta; especialista discorda | BRUNO FÁVERO DE SÃO PAULO O candidato à Prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (PRB) afirmou na última quinta-feira (1) que "na maioria das vezes", moradores de rua que têm "problema de deficiência mental são violentos dentro de casa". A declaração contrasta com a opinião de especialistas e com estudos disponíveis sobre o assunto. "Esses moradores de rua que têm problema de deficiência mental, eles são, na maioria das vezes, violentos dentro de casa. Você precisa criar políticas públicas para essas pessoas, mostrando às famílias como tratá-las, que remédio que eles precisam", disse o deputado em entrevista à rádio CBN. "O doente mental é uma pessoa violenta em determinados momentos. Ele agride e quebra as coisas dentro de casa, e as famílias, por não terem políticas públicas para tratamento dessas pessoas, acabam expurgando elas do seu lar", explicou. Para Dartiu Xavier da Silveira, professor de psiquiatria na Unifesp, a declaração não encontra comprovação na literatura científica sobre o assunto. "Nunca vi um estudo com esse recorte. Parece uma declaração sem comprovação", afirma. "Existe um mito de que quem sofre de transtorno mental é violento, mas isso é uma minoria que não passa de 5% dos casos", diz. Silveira admite que comportamentos violentos podem levar pessoas com transtornos mentais à situação de rua, mas que não é possível afirmar que esse seja o caso da maioria dos sem-teto portadores de algum distúrbio psiquiátrico. Uma tese de doutorado da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) publicada em 2000, também contradiz o deputado. A pesquisa realizada com moradores de albergues no Rio de Janeiro, apontou que, dentre os entrevistados com distúrbios mentais, apenas 12,5% tinham "hostilidade" como uma de suas características, enquanto 4,2% apresentavam "comportamento destrutivo". Em outras palavras, longe de ser maioria. Na mesma pesquisa, as taxas para moradores de rua sem distúrbios mentais era de 10,1% e 1,6%, respectivamente. OUTRO LADO À Folha, Russomanno afirmou os dados citados são de uma comissão especial no Congresso que analisou a situação de moradores de rua em São Paulo. A reportagem pediu que a assessoria do deputado fornecesse os dados do estudo, mas não foi atendida. | poder | Russomanno diz que maioria dos sem-teto com transtorno mental é violenta; especialista discordaBRUNO FÁVERO DE SÃO PAULO O candidato à Prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (PRB) afirmou na última quinta-feira (1) que "na maioria das vezes", moradores de rua que têm "problema de deficiência mental são violentos dentro de casa". A declaração contrasta com a opinião de especialistas e com estudos disponíveis sobre o assunto. "Esses moradores de rua que têm problema de deficiência mental, eles são, na maioria das vezes, violentos dentro de casa. Você precisa criar políticas públicas para essas pessoas, mostrando às famílias como tratá-las, que remédio que eles precisam", disse o deputado em entrevista à rádio CBN. "O doente mental é uma pessoa violenta em determinados momentos. Ele agride e quebra as coisas dentro de casa, e as famílias, por não terem políticas públicas para tratamento dessas pessoas, acabam expurgando elas do seu lar", explicou. Para Dartiu Xavier da Silveira, professor de psiquiatria na Unifesp, a declaração não encontra comprovação na literatura científica sobre o assunto. "Nunca vi um estudo com esse recorte. Parece uma declaração sem comprovação", afirma. "Existe um mito de que quem sofre de transtorno mental é violento, mas isso é uma minoria que não passa de 5% dos casos", diz. Silveira admite que comportamentos violentos podem levar pessoas com transtornos mentais à situação de rua, mas que não é possível afirmar que esse seja o caso da maioria dos sem-teto portadores de algum distúrbio psiquiátrico. Uma tese de doutorado da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) publicada em 2000, também contradiz o deputado. A pesquisa realizada com moradores de albergues no Rio de Janeiro, apontou que, dentre os entrevistados com distúrbios mentais, apenas 12,5% tinham "hostilidade" como uma de suas características, enquanto 4,2% apresentavam "comportamento destrutivo". Em outras palavras, longe de ser maioria. Na mesma pesquisa, as taxas para moradores de rua sem distúrbios mentais era de 10,1% e 1,6%, respectivamente. OUTRO LADO À Folha, Russomanno afirmou os dados citados são de uma comissão especial no Congresso que analisou a situação de moradores de rua em São Paulo. A reportagem pediu que a assessoria do deputado fornecesse os dados do estudo, mas não foi atendida. | 0 |
Expert em cerveja vai servir drinques à base da bebida no bar do Maksoud | Na próxima terça (20), o mestre-cervejeiro norte-americano Garrett Oliver vai se juntar ao barman do Frank Bar, do hotel Maksoud Plaza, para servir dois drinques à base de cerveja. O encontro acontecerá a partir das 20h, e as bebidas custarão R$ 30 cada uma. Oliver e Spencer Jr. vão usar cervejas da nova-iorquina Brooklyn Brewery –local onde o norte-americano começou sua carreira, em 1989, e é mestre-cervejeiro desde 1994. Autor do livro "A Mesa do Mestre-Cervejeiro" (2012, Senac), em que defende que a cerveja artesanal é o melhor acompanhamento para qualquer refeição, Garrett Oliver também é editor-chefe da "The Oxford Companion to Beer", enciclopédia que reúne informações sobre produção de cerveja. PARA CONFERIR Garrett Oliver no Hotel Maksoud Plaza ONDE al. Campinas, 150 - Cerqueira César; tel. (11) 3045-8000 QUANDO 20 de outubro (terça-feira), a partir das 20h QUANTO R$ 30 cada drinque | comida | Expert em cerveja vai servir drinques à base da bebida no bar do MaksoudNa próxima terça (20), o mestre-cervejeiro norte-americano Garrett Oliver vai se juntar ao barman do Frank Bar, do hotel Maksoud Plaza, para servir dois drinques à base de cerveja. O encontro acontecerá a partir das 20h, e as bebidas custarão R$ 30 cada uma. Oliver e Spencer Jr. vão usar cervejas da nova-iorquina Brooklyn Brewery –local onde o norte-americano começou sua carreira, em 1989, e é mestre-cervejeiro desde 1994. Autor do livro "A Mesa do Mestre-Cervejeiro" (2012, Senac), em que defende que a cerveja artesanal é o melhor acompanhamento para qualquer refeição, Garrett Oliver também é editor-chefe da "The Oxford Companion to Beer", enciclopédia que reúne informações sobre produção de cerveja. PARA CONFERIR Garrett Oliver no Hotel Maksoud Plaza ONDE al. Campinas, 150 - Cerqueira César; tel. (11) 3045-8000 QUANDO 20 de outubro (terça-feira), a partir das 20h QUANTO R$ 30 cada drinque | 26 |
Após mais de 50 horas e sem veredito, julgamento de Bill Cosby é anulado | O processo contra Bill Cosby foi anulado neste sábado (17), depois que o júri não alcançou um veredito por unanimidade sobre nenhuma das acusações contra o ator americano, após mais de 50 horas de deliberações. O fato representa uma vitória para o comediante de 79 anos, acusado de abuso sexual contra Andrea Constand em 2004, embora o Ministério Público tenha a possibilidade de exigir um novo julgamento. O promotor do condado de Montgomery, Kevin Steele, que havia acusado o ator, indicou imediatamente que solicitaria a abertura de um novo processo, como autoriza a lei. A anulação do julgamento é um revés para ele, uma vez que seus argumentos não convenceram a totalidade do júri. Cosby não fez comentários após o anúncio da anulação do processo. O artista, que se tornou uma celebridade ao protagonizar a série de TV "The Cosby Show" (1984-1992), corria o risco de ser condenado a 30 anos de prisão. Ele permanece em liberdade condicional, segundo o juiz Steven O'Neill. A Justiça americana exige a unanimidade entre o júri para que se possa pronunciar um veredito. Os jurados já haviam indicado, na última quinta-feira (15), que estavam em um impasse. Mais de 20 horas de debates suplementares não permitiram que eles chegassem a um veredito unânime. TENSÃO A espera do veredito elevou a tensão na sexta (16), em frente ao tribunal em Norristown, Filadélfia. "Você é uma vergonha!", gritou uma mulher para Cosby, quando ele entrava no prédio. "Cale a boca!", responderam fãs do ator, que o aguardavam perto da entrada para manifestar apoio. O processo marcou a queda de um ator venerado por gerações de americanos por seu papel como Cliff Huxtable, um adorável pai e ginecologista na série "The Cosby Show". Mais de 60 mulheres apresentaram denúncias de abuso sexual contra Cosby, mas o caso de Andrea Constand era o único em que o crime não havia prescrito do ponto de vista penal. No entanto, as ações em andamento na Justiça civil são numerosas. O CASO Na ausência de testemunhas diretas ou elementos materiais de prova, todo o processo se concentrava no depoimento de seus dois protagonistas, Bill Cosby e Andrea Constand. O ator reconheceu que teve contato com a jovem em uma noite de janeiro de 2004, mas assinalou que se tratou de uma relação consensual. Também admitiu que deu a Andrea um sedativo, mas alegou que queria apenas que ela relaxasse, uma vez que havia dito que estava estressada. A canadense, 44, massagista terapêutica em Toronto e ex-jogadora e técnica de basquete, apresentou incoerências em diversas declarações, destacadas com insistência pela defesa. | ilustrada | Após mais de 50 horas e sem veredito, julgamento de Bill Cosby é anuladoO processo contra Bill Cosby foi anulado neste sábado (17), depois que o júri não alcançou um veredito por unanimidade sobre nenhuma das acusações contra o ator americano, após mais de 50 horas de deliberações. O fato representa uma vitória para o comediante de 79 anos, acusado de abuso sexual contra Andrea Constand em 2004, embora o Ministério Público tenha a possibilidade de exigir um novo julgamento. O promotor do condado de Montgomery, Kevin Steele, que havia acusado o ator, indicou imediatamente que solicitaria a abertura de um novo processo, como autoriza a lei. A anulação do julgamento é um revés para ele, uma vez que seus argumentos não convenceram a totalidade do júri. Cosby não fez comentários após o anúncio da anulação do processo. O artista, que se tornou uma celebridade ao protagonizar a série de TV "The Cosby Show" (1984-1992), corria o risco de ser condenado a 30 anos de prisão. Ele permanece em liberdade condicional, segundo o juiz Steven O'Neill. A Justiça americana exige a unanimidade entre o júri para que se possa pronunciar um veredito. Os jurados já haviam indicado, na última quinta-feira (15), que estavam em um impasse. Mais de 20 horas de debates suplementares não permitiram que eles chegassem a um veredito unânime. TENSÃO A espera do veredito elevou a tensão na sexta (16), em frente ao tribunal em Norristown, Filadélfia. "Você é uma vergonha!", gritou uma mulher para Cosby, quando ele entrava no prédio. "Cale a boca!", responderam fãs do ator, que o aguardavam perto da entrada para manifestar apoio. O processo marcou a queda de um ator venerado por gerações de americanos por seu papel como Cliff Huxtable, um adorável pai e ginecologista na série "The Cosby Show". Mais de 60 mulheres apresentaram denúncias de abuso sexual contra Cosby, mas o caso de Andrea Constand era o único em que o crime não havia prescrito do ponto de vista penal. No entanto, as ações em andamento na Justiça civil são numerosas. O CASO Na ausência de testemunhas diretas ou elementos materiais de prova, todo o processo se concentrava no depoimento de seus dois protagonistas, Bill Cosby e Andrea Constand. O ator reconheceu que teve contato com a jovem em uma noite de janeiro de 2004, mas assinalou que se tratou de uma relação consensual. Também admitiu que deu a Andrea um sedativo, mas alegou que queria apenas que ela relaxasse, uma vez que havia dito que estava estressada. A canadense, 44, massagista terapêutica em Toronto e ex-jogadora e técnica de basquete, apresentou incoerências em diversas declarações, destacadas com insistência pela defesa. | 1 |
Marine Le Pen promete referendo sobre UE se for eleita presidente | A líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, prometeu neste sábado (3) realizar um referendo na França sobre a permanência ou saída do país na União Europeia, caso seja eleita presidente. Em junho, os britânicos aprovaram em plebiscito a decisão histórica de separar o Reino Unido da União Europeia. Desde então, há preocupação que outros países do bloco tomem ações semelhantes. A Frente Nacional foi o único grande partido político francês a pedir que os britânicos votassem pela saída da UE, esperando que o chamado Brexit impulsionasse sua própria agenda em casa. "Este referendo sobre se a França pertence à União Europeia, eu vou fazê-lo. Sim, é possível mudar as coisas. Olhe para os britânicos, eles escolheram o seu destino, eles escolheram a independência... Podemos voltar a ser um povo livre, orgulhoso e independente", disse ela. Le Pen, candidata símbolo da ultradireita e anti-imigração, condenou a entrada em massa de imigrantes no continente e classificou o islamismo como o novo totalitarismo do século 21. Em discurso em Brachay, vilarejo do nordeste da França, Le Pen ainda falou sobre a recente controvérsia da proibição do burquíni nas praias de ao menos 12 cidades francesas, criticando o que chamou de "relegação das mulheres sob tecidos". O traje é uma mistura entre o biquíni e a burca. A veste, porém, não esconde a face da mulher e é hoje associada, na França, ao islã radical e à submissão da mulher. "A melhor arma contra o terrorismo? As urnas", disse. Cerca de 700 simpatizantes com bandeiras francesas repetidamente aplaudiram uma sorridente Le Pen, com gritos de "Marine, Presidente", durante seu discurso. As pesquisas eleitorais indicam que a filha e sucessora de Jean-Marie Le Pen deve se qualificar para o segundo turno das eleições, que ocorrerão entre abril e maio do próximo ano. | mundo | Marine Le Pen promete referendo sobre UE se for eleita presidenteA líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, prometeu neste sábado (3) realizar um referendo na França sobre a permanência ou saída do país na União Europeia, caso seja eleita presidente. Em junho, os britânicos aprovaram em plebiscito a decisão histórica de separar o Reino Unido da União Europeia. Desde então, há preocupação que outros países do bloco tomem ações semelhantes. A Frente Nacional foi o único grande partido político francês a pedir que os britânicos votassem pela saída da UE, esperando que o chamado Brexit impulsionasse sua própria agenda em casa. "Este referendo sobre se a França pertence à União Europeia, eu vou fazê-lo. Sim, é possível mudar as coisas. Olhe para os britânicos, eles escolheram o seu destino, eles escolheram a independência... Podemos voltar a ser um povo livre, orgulhoso e independente", disse ela. Le Pen, candidata símbolo da ultradireita e anti-imigração, condenou a entrada em massa de imigrantes no continente e classificou o islamismo como o novo totalitarismo do século 21. Em discurso em Brachay, vilarejo do nordeste da França, Le Pen ainda falou sobre a recente controvérsia da proibição do burquíni nas praias de ao menos 12 cidades francesas, criticando o que chamou de "relegação das mulheres sob tecidos". O traje é uma mistura entre o biquíni e a burca. A veste, porém, não esconde a face da mulher e é hoje associada, na França, ao islã radical e à submissão da mulher. "A melhor arma contra o terrorismo? As urnas", disse. Cerca de 700 simpatizantes com bandeiras francesas repetidamente aplaudiram uma sorridente Le Pen, com gritos de "Marine, Presidente", durante seu discurso. As pesquisas eleitorais indicam que a filha e sucessora de Jean-Marie Le Pen deve se qualificar para o segundo turno das eleições, que ocorrerão entre abril e maio do próximo ano. | 3 |
Queijo Serra da Estrela: um manjar português totalmente artesanal | Curado, amanteigado e esbranquiçado. Assim é o queijo português elaborado na Serra da Estrela, e que só mãos muito habilidosas podem conferir a ele o caráter artesanal que identifica um manjar tão genuíno. A tradição é o ingrediente principal desta delícia, que mistura leite das ovelhas locais, flor de cardo e um pouco de sal para dar lugar a um dos queijos de montanha mais famosos do mundo. O processo de elaboração é inteiramente manual. O cardo seco é colocado em água morna com sal e quando se abranda, é espremido e envolvido em um pano fino encharcado de leite recém-ordenhado e ainda quente. A mistura deve repousar durante uma hora até ficar coagulada, e então a queijeira coloca, literalmente, a mão na massa e começa a elaborar o queijo acrescentando o último ingrediente: uma dose de carinho. "É como se fosse um bebê", explicou em declarações o presidente da Cooperativa de Produtores de Queijo Serra da Estrela (EstrelaCoop), Francisco Granjal, que ressaltou que "todas as fases de produção passam pelas mãos da queijeira". Uma vez concluída a elaboração, o queijo é enrolado em um pano branco e guardado por, pelo menos, 30 dias, durante os quais é lavado diariamente. Assim é o dia a dia de muitas famílias que habitam as aldeias do ponto mais alto de Portugal e produzem um queijo "único na região, no país e no mundo, com um sabor inigualável", defendeu Granjal. Em 2011, o queijo Serra da Estrela foi selecionado como uma das sete maravilhas da gastronomia portuguesa junto a outras delícias tão típicas como o bacalhau, a sardinha assada de Lisboa e os célebres pasteizinhos de Belém. A produção deste queijo é a principal atividade da população de muitos dos 18 municípios que integram a região, que tem sua própria denominação de origem protegida, embora este selo nem sempre seja respeitado. "Temos muitas indústrias na região que trazem a maior parte do leite de fora, inclusive da Espanha, que não podem produzir queijo Serra da Estrela, mas se aproveitam do nome da região onde estão instaladas para enganar o consumidor", denunciou Granjal. Incluindo os que não estão certificados com o selo, a região produz cerca de 60 toneladas de queijo curado por ano, além de outros produtos típicos, como o requeijão e a carne do cordeiro criado nas aldeias. As dificuldades para rentabilizar o processo artesanal de elaboração do queijo e competir com as grandes indústrias do setor fez com que muitos pastores e queijeiras da Serra da Estrela abandonassem a atividade, colocando em risco a sobrevivência da essência do produto. As autoridades da região já alertaram em várias ocasiões da necessidade de destinar fundos para apoiar o setor, porque sem uma renovação urgente ele poderia desaparecer em uma década. A salvação do queijo da Serra da Estrela poderia passar por impulsionar o envio para além das fronteiras portuguesas, onde já começa a ser conhecido. Granjal não dá números concretos, mas ressalta que nos últimos anos "a exportação aumentou, principalmente para o Brasil, Angola e no mercado da 'saudade'", como são chamados os portugueses que vivem em outros cantos do planeta. Mas continuam faltando apoios, e nesse sentido, Granjal lamentou que "o turismo português não se portou muito bem com o queijo da Serra da Estrela", já que em algumas ocasiões promove em eventos e feiras "queijo de ovelha curado produzido na região" que não pode ser considerado como queijo da Serra da Estrela. "Deveríamos ter uma relação mais próxima, mas nunca nos pediram um produto da Serra da Estrela para o turismo", explicou. | comida | Queijo Serra da Estrela: um manjar português totalmente artesanalCurado, amanteigado e esbranquiçado. Assim é o queijo português elaborado na Serra da Estrela, e que só mãos muito habilidosas podem conferir a ele o caráter artesanal que identifica um manjar tão genuíno. A tradição é o ingrediente principal desta delícia, que mistura leite das ovelhas locais, flor de cardo e um pouco de sal para dar lugar a um dos queijos de montanha mais famosos do mundo. O processo de elaboração é inteiramente manual. O cardo seco é colocado em água morna com sal e quando se abranda, é espremido e envolvido em um pano fino encharcado de leite recém-ordenhado e ainda quente. A mistura deve repousar durante uma hora até ficar coagulada, e então a queijeira coloca, literalmente, a mão na massa e começa a elaborar o queijo acrescentando o último ingrediente: uma dose de carinho. "É como se fosse um bebê", explicou em declarações o presidente da Cooperativa de Produtores de Queijo Serra da Estrela (EstrelaCoop), Francisco Granjal, que ressaltou que "todas as fases de produção passam pelas mãos da queijeira". Uma vez concluída a elaboração, o queijo é enrolado em um pano branco e guardado por, pelo menos, 30 dias, durante os quais é lavado diariamente. Assim é o dia a dia de muitas famílias que habitam as aldeias do ponto mais alto de Portugal e produzem um queijo "único na região, no país e no mundo, com um sabor inigualável", defendeu Granjal. Em 2011, o queijo Serra da Estrela foi selecionado como uma das sete maravilhas da gastronomia portuguesa junto a outras delícias tão típicas como o bacalhau, a sardinha assada de Lisboa e os célebres pasteizinhos de Belém. A produção deste queijo é a principal atividade da população de muitos dos 18 municípios que integram a região, que tem sua própria denominação de origem protegida, embora este selo nem sempre seja respeitado. "Temos muitas indústrias na região que trazem a maior parte do leite de fora, inclusive da Espanha, que não podem produzir queijo Serra da Estrela, mas se aproveitam do nome da região onde estão instaladas para enganar o consumidor", denunciou Granjal. Incluindo os que não estão certificados com o selo, a região produz cerca de 60 toneladas de queijo curado por ano, além de outros produtos típicos, como o requeijão e a carne do cordeiro criado nas aldeias. As dificuldades para rentabilizar o processo artesanal de elaboração do queijo e competir com as grandes indústrias do setor fez com que muitos pastores e queijeiras da Serra da Estrela abandonassem a atividade, colocando em risco a sobrevivência da essência do produto. As autoridades da região já alertaram em várias ocasiões da necessidade de destinar fundos para apoiar o setor, porque sem uma renovação urgente ele poderia desaparecer em uma década. A salvação do queijo da Serra da Estrela poderia passar por impulsionar o envio para além das fronteiras portuguesas, onde já começa a ser conhecido. Granjal não dá números concretos, mas ressalta que nos últimos anos "a exportação aumentou, principalmente para o Brasil, Angola e no mercado da 'saudade'", como são chamados os portugueses que vivem em outros cantos do planeta. Mas continuam faltando apoios, e nesse sentido, Granjal lamentou que "o turismo português não se portou muito bem com o queijo da Serra da Estrela", já que em algumas ocasiões promove em eventos e feiras "queijo de ovelha curado produzido na região" que não pode ser considerado como queijo da Serra da Estrela. "Deveríamos ter uma relação mais próxima, mas nunca nos pediram um produto da Serra da Estrela para o turismo", explicou. | 26 |
Não sossega | RIO DE JANEIRO - Há um importante festival de cinema ocorrendo no Rio, com estreias, debates, prêmios e, quem sabe, uns bate-bocas. Alguns desses filmes partirão para sólidas carreiras comerciais; outros voltarão humildemente para suas latas. E, em dez anos, todos estarão sofrendo das mesmas doenças que atacam os filmes: o desgaste, a deterioração e, a longo prazo, a quase destruição. Poucas artes são tão frágeis quanto o cinema. Um filme depois de exibido já não é o mesmo de uma hora e meia antes. O celuloide vive sujeito a arranhões, mastigadas, rupturas, poeira, umidade, mofo. Pode até pegar fogo sozinho –acervos inteiros já se perderam assim. Mesmo nos EUA, onde não se joga nada fora, 80% dos filmes produzidos nos primeiros 30 anos do século 20 deixaram de existir. Martin Scorsese, o diretor, tornou-se um grande nome nessa área. Sua Film Foundation, uma instituição dedicada ao restauro e preservação de filmes do passado, já salvou centenas de títulos, de Tom Mix a Visconti, em mau estado ou julgados imprestáveis. Sou-lhe especialmente grato por ter recuperado a obra do cineasta inglês Michael Powell, de "O Ladrão de Bagdá" e "Narciso Negro". Até há pouco eu imaginava que, com a tecnologia digital, que permite restaurar um filme e produzir uma cópia perfeita, esse filme estaria salvo para sempre. Mas, segundo o próprio Scorsese, em entrevista a Guilherme Genestreti na Folha (28/9), não é bem assim. Podemos projetar hoje filmes feitos há 100 anos, mas quem garante que, em 2025, os equipamentos conseguirão ler o material digital produzido em 2015? Donde precisamos conservar também os originais, e mantê-los livres das doenças que os acometem. Não só os filmes, eu diria. Os livros, jornais, fotografias e documentos, também. Não se pode confiar na tecnologia –ela não sossega. | colunas | Não sossegaRIO DE JANEIRO - Há um importante festival de cinema ocorrendo no Rio, com estreias, debates, prêmios e, quem sabe, uns bate-bocas. Alguns desses filmes partirão para sólidas carreiras comerciais; outros voltarão humildemente para suas latas. E, em dez anos, todos estarão sofrendo das mesmas doenças que atacam os filmes: o desgaste, a deterioração e, a longo prazo, a quase destruição. Poucas artes são tão frágeis quanto o cinema. Um filme depois de exibido já não é o mesmo de uma hora e meia antes. O celuloide vive sujeito a arranhões, mastigadas, rupturas, poeira, umidade, mofo. Pode até pegar fogo sozinho –acervos inteiros já se perderam assim. Mesmo nos EUA, onde não se joga nada fora, 80% dos filmes produzidos nos primeiros 30 anos do século 20 deixaram de existir. Martin Scorsese, o diretor, tornou-se um grande nome nessa área. Sua Film Foundation, uma instituição dedicada ao restauro e preservação de filmes do passado, já salvou centenas de títulos, de Tom Mix a Visconti, em mau estado ou julgados imprestáveis. Sou-lhe especialmente grato por ter recuperado a obra do cineasta inglês Michael Powell, de "O Ladrão de Bagdá" e "Narciso Negro". Até há pouco eu imaginava que, com a tecnologia digital, que permite restaurar um filme e produzir uma cópia perfeita, esse filme estaria salvo para sempre. Mas, segundo o próprio Scorsese, em entrevista a Guilherme Genestreti na Folha (28/9), não é bem assim. Podemos projetar hoje filmes feitos há 100 anos, mas quem garante que, em 2025, os equipamentos conseguirão ler o material digital produzido em 2015? Donde precisamos conservar também os originais, e mantê-los livres das doenças que os acometem. Não só os filmes, eu diria. Os livros, jornais, fotografias e documentos, também. Não se pode confiar na tecnologia –ela não sossega. | 10 |
Policiais da Venezuela agridem correspondente de rádio colombiana | Policiais da Venezuela agrediram nesta sexta-feira (31) a jornalista Ely Angélica González, correspondente da rádio colombiana Caracol, enquanto ela fazia a cobertura de protestos diante do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), em Caracas. A ação foi registrada em vídeo, em que policiais aparecem empurrando e carregando a jornalista. A repórter, que tem cidadania venezuelana, disse que foi pisoteada e que agentes pediram que ela desligasse seu celular. Veja vídeo "Você está detida. Cale-se, sente-se, estou te prendendo porque tenho vontade", teria dito um policial, segundo relato de González. Em nota, a Chancelaria da Colômbia rechaçou a agressão, que classificou de "ataque ao livre exercício da liberdade de expressão". A embaixada da Colômbia na Venezuela afirmou ter entrado em contato com a jornalista e disse estar prestando assistência a ela. Mais cedo, o governo colombiano havia chamado seu embaixador na Venezuela para "dar informações" sobre a situação política no país. A crise política na Venezuela se agravou após a decisão do TSJ de assumir as funções da Assembleia Nacional. A manobra foi denunciada pela oposição como "golpe de Estado", e manifestações foram convocadas em repúdio à medida. Desde o início de 2016, a Justiça venezuelana considera que o Legislativo, sob controle da oposição, age em desacato à Constituição por ter juramentado três deputados do Estado de Amazonas acusados de fraude eleitoral. Embora a Câmara tenha exonerado os parlamentares posteriormente, o TSJ diz que o ato não foi formalizado. Na prática, a decisão do TSJ significa que, por um prazo indeterminado, o tribunal pode escrever as próprias leis ou indicar um órgão que passe a legislar no lugar da Assembleia. - dez.2015 Oposição conquista a maioria da Assembleia Nacional pela primeira vez desde a chegada do chavismo ao poder jan.2016 Após posse de três deputados opositores acusados de fraude eleitoral, Justiça declara que Assembleia age em desacato out.2016 Justiça suspende processo de convocação de consulta sobre mandato de Nicolás Maduro, alegando fraude da oposição out.2016 Órgão eleitoral adia por tempo indeterminado eleições regionais e municipais sob a justificativa de falta de verba jan.2017 Justiça anula votação da Assembleia sobre o abandono do cargo por Nicolás Maduro, após Legislativo desacatar proibição fev.2017 Órgão eleitoral cancela pleito regional pela segunda vez para realizar recadastramento de partidos 28.mar.2017 Suprema Corte retira imunidade de parlamentares, autorizando governo a processar opositores 30.mar.2017 Suprema Corte assume as competências da Assembleia Nacional; oposição convoca protestos | mundo | Policiais da Venezuela agridem correspondente de rádio colombianaPoliciais da Venezuela agrediram nesta sexta-feira (31) a jornalista Ely Angélica González, correspondente da rádio colombiana Caracol, enquanto ela fazia a cobertura de protestos diante do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), em Caracas. A ação foi registrada em vídeo, em que policiais aparecem empurrando e carregando a jornalista. A repórter, que tem cidadania venezuelana, disse que foi pisoteada e que agentes pediram que ela desligasse seu celular. Veja vídeo "Você está detida. Cale-se, sente-se, estou te prendendo porque tenho vontade", teria dito um policial, segundo relato de González. Em nota, a Chancelaria da Colômbia rechaçou a agressão, que classificou de "ataque ao livre exercício da liberdade de expressão". A embaixada da Colômbia na Venezuela afirmou ter entrado em contato com a jornalista e disse estar prestando assistência a ela. Mais cedo, o governo colombiano havia chamado seu embaixador na Venezuela para "dar informações" sobre a situação política no país. A crise política na Venezuela se agravou após a decisão do TSJ de assumir as funções da Assembleia Nacional. A manobra foi denunciada pela oposição como "golpe de Estado", e manifestações foram convocadas em repúdio à medida. Desde o início de 2016, a Justiça venezuelana considera que o Legislativo, sob controle da oposição, age em desacato à Constituição por ter juramentado três deputados do Estado de Amazonas acusados de fraude eleitoral. Embora a Câmara tenha exonerado os parlamentares posteriormente, o TSJ diz que o ato não foi formalizado. Na prática, a decisão do TSJ significa que, por um prazo indeterminado, o tribunal pode escrever as próprias leis ou indicar um órgão que passe a legislar no lugar da Assembleia. - dez.2015 Oposição conquista a maioria da Assembleia Nacional pela primeira vez desde a chegada do chavismo ao poder jan.2016 Após posse de três deputados opositores acusados de fraude eleitoral, Justiça declara que Assembleia age em desacato out.2016 Justiça suspende processo de convocação de consulta sobre mandato de Nicolás Maduro, alegando fraude da oposição out.2016 Órgão eleitoral adia por tempo indeterminado eleições regionais e municipais sob a justificativa de falta de verba jan.2017 Justiça anula votação da Assembleia sobre o abandono do cargo por Nicolás Maduro, após Legislativo desacatar proibição fev.2017 Órgão eleitoral cancela pleito regional pela segunda vez para realizar recadastramento de partidos 28.mar.2017 Suprema Corte retira imunidade de parlamentares, autorizando governo a processar opositores 30.mar.2017 Suprema Corte assume as competências da Assembleia Nacional; oposição convoca protestos | 3 |
Grande incêndio em prédio residencial de Londres deixa ao menos 12 mortos | Pelo menos 12 pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridas em um incêndio de grande proporção que destruiu um edifício residencial próximo de uma região abastada no oeste de Londres, nas primeiras horas desta quarta (14). Ao longo da madrugada, testemunhas relataram ter visto pessoas presas no edifício gritando por socorro e ao menos uma mulher jogar uma criança pela janela para tentar salvá-la do fogo. O governo britânico abriu investigação para apurar o que deu início às chamas, e a expectativa era a de que o número de mortos subisse. Há 20 feridos em estado grave, e socorristas temem achar corpos presos dentro do prédio. O edifício Grenfell Tower foi construído em 1974 e reformado no ano passado em uma obra orçada em £ 10 milhões (R$ 46 milhões), segundo o "Financial Times". Em seus 24 andares, abrigava 120 apartamentos em torno de uma única escadaria. Ao lado de um parque e diante de uma escola de ensino fundamental, ele está localizado na porção norte de Kensington, colado a Notting Hill, região rica de Londres. O fogo começou no segundo andar e logo se espalhou pelo prédio de 70 metros. A comissária de Bombeiros Dany Cotton disse nunca ter visto incêndio tão grande nos 29 anos de sua carreira. Veja vídeo Cerca de 200 bombeiros acorreram ao local seis minutos após o chamado. Moradores foram removidos de casas e prédios vizinhos enquanto se avalia o risco de desabamento. Na noite de quarta, havia ao menos 44 famílias em abrigos de emergência. Até a conclusão desta edição, nenhum nome foi divulgado, e famílias e amigos ainda buscavam entes queridos. Segundo o "Guardian", os condôminos foram orientados, em 2014, a permanecerem nos apartamentos até segunda ordem caso o prédio pegasse fogo, pois as portas seriam capazes de conter as chamas por 30 minutos –o que pode explicar a hesitação em fugir imediatamente. "As pessoas começaram a aparecer nas janelas desesperadas, batendo e gritando", disse a testemunha Samira Lamrani a uma agência de notícias. Ela afirma ter visto uma mulher jogar seu bebê do "nono ou décimo andar" após fazer gestos desesperados para que alguém na rua pegasse a criança. "Um homem correu e conseguiu." Grenfell Tower, Londres Em outubro último, o governo britânico prometeu rever normas de segurança em edifícios altos. Em 2009, um incêndio no sul de Londres deixou seis mortos. A investigação determinou que a vistoria do prédio fora mal feita e os painéis antifogo não eram resistentes o bastante. O prefeito Sadiq Khan, que neste mês já lidou com um atentado que deixou oito mortos na cidade, prometeu que "os londrinos receberiam as respostas às perguntas que surgiriam com a tragédia". A primeira-ministra, Theresa May, disse que o governo nacional cooperaria com a prefeitura e, extintos os riscos, abriria investigação. | mundo | Grande incêndio em prédio residencial de Londres deixa ao menos 12 mortosPelo menos 12 pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridas em um incêndio de grande proporção que destruiu um edifício residencial próximo de uma região abastada no oeste de Londres, nas primeiras horas desta quarta (14). Ao longo da madrugada, testemunhas relataram ter visto pessoas presas no edifício gritando por socorro e ao menos uma mulher jogar uma criança pela janela para tentar salvá-la do fogo. O governo britânico abriu investigação para apurar o que deu início às chamas, e a expectativa era a de que o número de mortos subisse. Há 20 feridos em estado grave, e socorristas temem achar corpos presos dentro do prédio. O edifício Grenfell Tower foi construído em 1974 e reformado no ano passado em uma obra orçada em £ 10 milhões (R$ 46 milhões), segundo o "Financial Times". Em seus 24 andares, abrigava 120 apartamentos em torno de uma única escadaria. Ao lado de um parque e diante de uma escola de ensino fundamental, ele está localizado na porção norte de Kensington, colado a Notting Hill, região rica de Londres. O fogo começou no segundo andar e logo se espalhou pelo prédio de 70 metros. A comissária de Bombeiros Dany Cotton disse nunca ter visto incêndio tão grande nos 29 anos de sua carreira. Veja vídeo Cerca de 200 bombeiros acorreram ao local seis minutos após o chamado. Moradores foram removidos de casas e prédios vizinhos enquanto se avalia o risco de desabamento. Na noite de quarta, havia ao menos 44 famílias em abrigos de emergência. Até a conclusão desta edição, nenhum nome foi divulgado, e famílias e amigos ainda buscavam entes queridos. Segundo o "Guardian", os condôminos foram orientados, em 2014, a permanecerem nos apartamentos até segunda ordem caso o prédio pegasse fogo, pois as portas seriam capazes de conter as chamas por 30 minutos –o que pode explicar a hesitação em fugir imediatamente. "As pessoas começaram a aparecer nas janelas desesperadas, batendo e gritando", disse a testemunha Samira Lamrani a uma agência de notícias. Ela afirma ter visto uma mulher jogar seu bebê do "nono ou décimo andar" após fazer gestos desesperados para que alguém na rua pegasse a criança. "Um homem correu e conseguiu." Grenfell Tower, Londres Em outubro último, o governo britânico prometeu rever normas de segurança em edifícios altos. Em 2009, um incêndio no sul de Londres deixou seis mortos. A investigação determinou que a vistoria do prédio fora mal feita e os painéis antifogo não eram resistentes o bastante. O prefeito Sadiq Khan, que neste mês já lidou com um atentado que deixou oito mortos na cidade, prometeu que "os londrinos receberiam as respostas às perguntas que surgiriam com a tragédia". A primeira-ministra, Theresa May, disse que o governo nacional cooperaria com a prefeitura e, extintos os riscos, abriria investigação. | 3 |
Editorial: O nome das coisas | De um jeito tortuoso, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) admitiu ontem (14) que a Grande São Paulo convive, sim, com racionamento de água. No caso do sistema Cantareira, principal fonte de recursos hídricos da capital, as restrições ocorrem desde a "metade do ano passado", reconheceu, depois de ter passado toda a campanha pela reeleição negando esse fato. Alckmin não disse nada que já não fosse sabido. Chamou a atenção, porém, que tenha usado a palavra "racionamento" no contexto da crise de abastecimento. Meses atrás, seu governo não se pejava de falar em "estresse hídrico" ou de descrever os cortes como "administração da disponibilidade de água", entre outros eufemismos. Nem nesse momento de sinceridade, contudo, o tucano se permitiu ser totalmente direto: o aperto não teria origem no Palácio dos Bandeirantes, mas em determinação da ANA (Agência Nacional de Águas), entidade responsável pela regulação do setor. Que seja. Para a população, pouco importam debates semânticos desse tipo, assim como é indiferente saber a quem coube decretar a redução da captação nas represas. Milhões de paulistas há meses sentem em suas torneiras a gravidade da situação, e a quase exaustão de diversos reservatórios surge como argumento incontestável em favor de ações emergenciais. As sucessivas administrações do PSDB em São Paulo sem dúvida erraram de modo grosseiro ao não melhorar a relação entre oferta e demanda de água na capital. Alckmin também agiu de forma irresponsável ao adiar medidas que, se poderiam cobrar um preço nas urnas, teriam proporcionado considerável economia hídrica. O melhor exemplo nesse sentido está na multa para inibir desperdício de água. Há muito de impopular nessa iniciativa, mas, com o prolongamento da estiagem recorde, ela se tornou absolutamente necessária. Se existe algo de impróprio na sobretaxa imposta pelo governo estadual na semana passada é o atraso na sua adoção. Resta incompreensível, assim, que a Justiça tenha suspendido essa medida, ainda que por apenas um dia. Partindo de uma interpretação tacanha da lei, a juíza Simone Viegas de Moraes Leme concluiu que a multa só pode ser fixada caso seja declarado –e adotado– um racionamento oficial. A exigência não faz sentido. Desencorajar o consumo supérfluo sempre esteve entre as diretrizes para a instituição de taxas de água. De resto, especialistas têm afirmado que o rodízio (abastecimento alternado entre regiões) seria contraproducente na cidade de São Paulo, pelos danos que pode provocar à tubulação –trata-se, por isso, de opção para o último caso. Infelizmente, a julgar pelas declarações de Jerson Kelman, novo presidente da Sabesp, o "último caso" não é um cenário tão impensável quanto Geraldo Alckmin quis fazer crer ao longo de 2014. | opiniao | Editorial: O nome das coisasDe um jeito tortuoso, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) admitiu ontem (14) que a Grande São Paulo convive, sim, com racionamento de água. No caso do sistema Cantareira, principal fonte de recursos hídricos da capital, as restrições ocorrem desde a "metade do ano passado", reconheceu, depois de ter passado toda a campanha pela reeleição negando esse fato. Alckmin não disse nada que já não fosse sabido. Chamou a atenção, porém, que tenha usado a palavra "racionamento" no contexto da crise de abastecimento. Meses atrás, seu governo não se pejava de falar em "estresse hídrico" ou de descrever os cortes como "administração da disponibilidade de água", entre outros eufemismos. Nem nesse momento de sinceridade, contudo, o tucano se permitiu ser totalmente direto: o aperto não teria origem no Palácio dos Bandeirantes, mas em determinação da ANA (Agência Nacional de Águas), entidade responsável pela regulação do setor. Que seja. Para a população, pouco importam debates semânticos desse tipo, assim como é indiferente saber a quem coube decretar a redução da captação nas represas. Milhões de paulistas há meses sentem em suas torneiras a gravidade da situação, e a quase exaustão de diversos reservatórios surge como argumento incontestável em favor de ações emergenciais. As sucessivas administrações do PSDB em São Paulo sem dúvida erraram de modo grosseiro ao não melhorar a relação entre oferta e demanda de água na capital. Alckmin também agiu de forma irresponsável ao adiar medidas que, se poderiam cobrar um preço nas urnas, teriam proporcionado considerável economia hídrica. O melhor exemplo nesse sentido está na multa para inibir desperdício de água. Há muito de impopular nessa iniciativa, mas, com o prolongamento da estiagem recorde, ela se tornou absolutamente necessária. Se existe algo de impróprio na sobretaxa imposta pelo governo estadual na semana passada é o atraso na sua adoção. Resta incompreensível, assim, que a Justiça tenha suspendido essa medida, ainda que por apenas um dia. Partindo de uma interpretação tacanha da lei, a juíza Simone Viegas de Moraes Leme concluiu que a multa só pode ser fixada caso seja declarado –e adotado– um racionamento oficial. A exigência não faz sentido. Desencorajar o consumo supérfluo sempre esteve entre as diretrizes para a instituição de taxas de água. De resto, especialistas têm afirmado que o rodízio (abastecimento alternado entre regiões) seria contraproducente na cidade de São Paulo, pelos danos que pode provocar à tubulação –trata-se, por isso, de opção para o último caso. Infelizmente, a julgar pelas declarações de Jerson Kelman, novo presidente da Sabesp, o "último caso" não é um cenário tão impensável quanto Geraldo Alckmin quis fazer crer ao longo de 2014. | 14 |
Manifestantes protestam contra Dilma em frente ao Palácio da Cidade | Manifestantes anti-PT e a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff fizeram um panelaço neste domingo (1º) na rua que dá acesso ao Palácio da Cidade, em Botafogo, zona sul do Rio. O local é onde a presidente foi recebida pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, em ocasião dos 450 anos da cidade. O protesto, que começou por volta das 16h30, chegou, no auge do movimento, a reunir 31 pessoas. O ato foi convocado pela página do Movimento Brasil Livre no Facebook. As pessoas se posicionaram na rua que dá acesso ao palácio e recebiam apoio de alguns carros que passavam. Alguns metros antes do local, a Polícia do Exército e a Polícia Militar fizeram um bloqueio e só passavam convidados ou moradores locais. Pelo menos um convidado, que chegou à pé à cerimônia, fez sinais de apoio ao grupo: o poeta Ferreira Gullar. Abordado pela reportagem e questionado se apoiava o grupo que pedia o impeachment, limitou-se a dizer que sim. Integrantes do Movimento Brasil Livre disseram que são favoráveis à saída da presidente e de seu vice, Michel Temer, por acreditarem que os políticos têm ligação com as denúncias da operação Lava Jato, que apura desvios de dinheiro na Petrobras. Eles citam inclusive o parecer do jurista Ives Gandra publicado na Folha que sugeriu que Dilma teria que ser responsabilizada por uma suposta omissão no casa. O desejo maior é, contudo, a saída do PT do governo e que haja a convocação de novas eleições, ainda que não tenham apontado nenhum nome de preferência. "Está cada vez mais difícil a vida no Brasil, com os preços altos, os serviços públicos caros e difícil de conseguir empregos e estágios. O povo tá pagando o preço da corrupção do governo", disse o estudante de engenharia Pedro Souto, 21, do MBL. É o MBL um dos organizadores de protesto contra a presidente no próximo dia 15, de manhã em Copacabana. A advogada Lorraine Alves, 35, também integrante do MBL afirmou que o movimento no Rio não tem apoio de nenhum partido político. Ela pediu inclusive que empresários façam doações ao grupo para a aquisição de material para cartazes e a contratação de um carro de som. Questionada sobre o que achava do cenário hipotético de caso a presidente deixar o posto, mas permanecer seu vice, Michel Temer, na presidência, Alves disse acreditar que ele seria menos pior. "Pelo menos o PMDB não é filiado ao foro de São Paulo, um organismo comunista internacional, algo que é proibido pela nossa constituição, que não permite partidos se filiarem a entidades internacionais", disse. O técnico em segurança do trabalho Maycon Freitas, que administra a página UCC (União Contra a Corrupção) no Facebook, partilha da tese de que se os desvios na Petrobras ocorreram, eles tiveram o aval de Dilma, lembrando que ela era presidente do Conselho da empresa durante o período dos desvios. Freitas é um ativista conhecido no Rio. Ele chegou a se candidatar a deputado federal pelo PTdoB, mas teve apenas 2 mil votos e não se elegeu. Ele criticou a postura do governo petista na condução da greve dos caminhoneiros. "O partido que apoiou a vida inteira as greves trata dessa forma o movimento dos caminhoneiros? Cadê a CUT, a UNE (União Nacional dos Estudantes), o MST para defender os caminhoneiros?", disse. Ele, que engrossou as fileiras dos que pediam intervenção militar no país, disse que mudou de ideia por não confiar "no alto escalão das Forças Armadas". "Eu acho que o impeachment é a via legal e democrática para tirar o governo que ai está. Não podemos aceitar que a chefe do país venha a público dizer que não sabia de nada", afirmou. Os manifestantes batiam panela e gritavam quando carros com símbolos oficiais passavam. Um deles, levava o vice-governador do Rio, Francisco Dornelles, que também foi hostilizado. O protesto teve a presença também do ativista que ficou conhecido como Batman das manifestações, devido à fantasia que usa. O ativista, que ficou famoso por se juntar nas manifestações de junho organizadas por anarquistas e militantes de esquerda, agora milita no movimento pró-impeachment. Não houve confusão durante o protesto, apenas um clima de hostilidade breve quando algum passageiro demonstrava apoio à presidente. Do outro lado da rua um grupo de cerca de dez pessoas observava e fotografava as pessoas no ato. Os manifestantes os acusavam de ser agentes do PT enviados para intimidar. A reportagem se aproximou e questionou sobre a presença deles ali e eles negaram ser militantes de qualquer um dos lados. A manifestação terminou às 18h15, antes de acabar a cerimônia no palácio. | poder | Manifestantes protestam contra Dilma em frente ao Palácio da CidadeManifestantes anti-PT e a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff fizeram um panelaço neste domingo (1º) na rua que dá acesso ao Palácio da Cidade, em Botafogo, zona sul do Rio. O local é onde a presidente foi recebida pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, em ocasião dos 450 anos da cidade. O protesto, que começou por volta das 16h30, chegou, no auge do movimento, a reunir 31 pessoas. O ato foi convocado pela página do Movimento Brasil Livre no Facebook. As pessoas se posicionaram na rua que dá acesso ao palácio e recebiam apoio de alguns carros que passavam. Alguns metros antes do local, a Polícia do Exército e a Polícia Militar fizeram um bloqueio e só passavam convidados ou moradores locais. Pelo menos um convidado, que chegou à pé à cerimônia, fez sinais de apoio ao grupo: o poeta Ferreira Gullar. Abordado pela reportagem e questionado se apoiava o grupo que pedia o impeachment, limitou-se a dizer que sim. Integrantes do Movimento Brasil Livre disseram que são favoráveis à saída da presidente e de seu vice, Michel Temer, por acreditarem que os políticos têm ligação com as denúncias da operação Lava Jato, que apura desvios de dinheiro na Petrobras. Eles citam inclusive o parecer do jurista Ives Gandra publicado na Folha que sugeriu que Dilma teria que ser responsabilizada por uma suposta omissão no casa. O desejo maior é, contudo, a saída do PT do governo e que haja a convocação de novas eleições, ainda que não tenham apontado nenhum nome de preferência. "Está cada vez mais difícil a vida no Brasil, com os preços altos, os serviços públicos caros e difícil de conseguir empregos e estágios. O povo tá pagando o preço da corrupção do governo", disse o estudante de engenharia Pedro Souto, 21, do MBL. É o MBL um dos organizadores de protesto contra a presidente no próximo dia 15, de manhã em Copacabana. A advogada Lorraine Alves, 35, também integrante do MBL afirmou que o movimento no Rio não tem apoio de nenhum partido político. Ela pediu inclusive que empresários façam doações ao grupo para a aquisição de material para cartazes e a contratação de um carro de som. Questionada sobre o que achava do cenário hipotético de caso a presidente deixar o posto, mas permanecer seu vice, Michel Temer, na presidência, Alves disse acreditar que ele seria menos pior. "Pelo menos o PMDB não é filiado ao foro de São Paulo, um organismo comunista internacional, algo que é proibido pela nossa constituição, que não permite partidos se filiarem a entidades internacionais", disse. O técnico em segurança do trabalho Maycon Freitas, que administra a página UCC (União Contra a Corrupção) no Facebook, partilha da tese de que se os desvios na Petrobras ocorreram, eles tiveram o aval de Dilma, lembrando que ela era presidente do Conselho da empresa durante o período dos desvios. Freitas é um ativista conhecido no Rio. Ele chegou a se candidatar a deputado federal pelo PTdoB, mas teve apenas 2 mil votos e não se elegeu. Ele criticou a postura do governo petista na condução da greve dos caminhoneiros. "O partido que apoiou a vida inteira as greves trata dessa forma o movimento dos caminhoneiros? Cadê a CUT, a UNE (União Nacional dos Estudantes), o MST para defender os caminhoneiros?", disse. Ele, que engrossou as fileiras dos que pediam intervenção militar no país, disse que mudou de ideia por não confiar "no alto escalão das Forças Armadas". "Eu acho que o impeachment é a via legal e democrática para tirar o governo que ai está. Não podemos aceitar que a chefe do país venha a público dizer que não sabia de nada", afirmou. Os manifestantes batiam panela e gritavam quando carros com símbolos oficiais passavam. Um deles, levava o vice-governador do Rio, Francisco Dornelles, que também foi hostilizado. O protesto teve a presença também do ativista que ficou conhecido como Batman das manifestações, devido à fantasia que usa. O ativista, que ficou famoso por se juntar nas manifestações de junho organizadas por anarquistas e militantes de esquerda, agora milita no movimento pró-impeachment. Não houve confusão durante o protesto, apenas um clima de hostilidade breve quando algum passageiro demonstrava apoio à presidente. Do outro lado da rua um grupo de cerca de dez pessoas observava e fotografava as pessoas no ato. Os manifestantes os acusavam de ser agentes do PT enviados para intimidar. A reportagem se aproximou e questionou sobre a presença deles ali e eles negaram ser militantes de qualquer um dos lados. A manifestação terminou às 18h15, antes de acabar a cerimônia no palácio. | 0 |
Cerimônias marcam um ano de atentados contra "Charlie Hebdo" e mercearia judaica em Paris | As cerimônias que marcam o primeiro aniversário dos atentados de janeiro de 2015 em Paris começam nesta terça-feira (5) e devem durar cerca de uma semana. Os ataques contra o jornal satírico "Charlie Hebdo" e os clientes da mercearia Hyper Cacher em Vincennes, nos dias 7 e 9 de janeiro, deixaram 17 mortos. As placas com os nomes das vítimas foram instaladas nesta segunda-feira (4), mas estavam cobertas com um véu e protegidas por policiais. Na manhã desta terça-feira, elas serão inauguradas nos locais onde aconteceram os ataques. O presidente francês François Hollande participa da cerimônia ao lado dos familiares dos mortos. A primeira homenagem acontece na manhã desta terça na rua Nicolas Appert, em frente à antiga sede do "Charlie Hebdo". O chefe de Estado francês também passa pela avenida Richard Lenoir, onde morreu o policial Ahmed Merabet, alvejado no chão, à queima-roupa. Muçulmano, ele se tornou um símbolo na França, ele mesmo vítima de radicais de sua própria religião. Em seguida, Hollande participa da cerimônia em homenagem às vítima da mercearia Hyper Cacher, em Porte Vincennes, no leste de Paris, que vendia produtos de origem judaica. Cerimônias serão "curtas e sóbrias" As cerimônias devem durar no máximo uma hora e meia e acontecem dois dias antes do aniversário dos ataques. A maioria das famílias das vítimas estará presente. O público e a mídia não terão acesso aos locais. A nova edição do jornal "Charlie Hebdo" chega às bancas nessa quarta-feira (6) e terá 32 páginas em vez das habituais 16. Ela traz várias caricaturas assinadas por Charb, Honoré, Cabu, Wolinski e Tignous, os cartunistas mortos durante os ataques. A tiragem, de um milhão de exemplares, traz na capa a figura de um deus de barba,segurando um fuzil kalashnikov, com o título: "Um ano depois, o assassino ainda corre". | rfi | Cerimônias marcam um ano de atentados contra "Charlie Hebdo" e mercearia judaica em ParisAs cerimônias que marcam o primeiro aniversário dos atentados de janeiro de 2015 em Paris começam nesta terça-feira (5) e devem durar cerca de uma semana. Os ataques contra o jornal satírico "Charlie Hebdo" e os clientes da mercearia Hyper Cacher em Vincennes, nos dias 7 e 9 de janeiro, deixaram 17 mortos. As placas com os nomes das vítimas foram instaladas nesta segunda-feira (4), mas estavam cobertas com um véu e protegidas por policiais. Na manhã desta terça-feira, elas serão inauguradas nos locais onde aconteceram os ataques. O presidente francês François Hollande participa da cerimônia ao lado dos familiares dos mortos. A primeira homenagem acontece na manhã desta terça na rua Nicolas Appert, em frente à antiga sede do "Charlie Hebdo". O chefe de Estado francês também passa pela avenida Richard Lenoir, onde morreu o policial Ahmed Merabet, alvejado no chão, à queima-roupa. Muçulmano, ele se tornou um símbolo na França, ele mesmo vítima de radicais de sua própria religião. Em seguida, Hollande participa da cerimônia em homenagem às vítima da mercearia Hyper Cacher, em Porte Vincennes, no leste de Paris, que vendia produtos de origem judaica. Cerimônias serão "curtas e sóbrias" As cerimônias devem durar no máximo uma hora e meia e acontecem dois dias antes do aniversário dos ataques. A maioria das famílias das vítimas estará presente. O público e a mídia não terão acesso aos locais. A nova edição do jornal "Charlie Hebdo" chega às bancas nessa quarta-feira (6) e terá 32 páginas em vez das habituais 16. Ela traz várias caricaturas assinadas por Charb, Honoré, Cabu, Wolinski e Tignous, os cartunistas mortos durante os ataques. A tiragem, de um milhão de exemplares, traz na capa a figura de um deus de barba,segurando um fuzil kalashnikov, com o título: "Um ano depois, o assassino ainda corre". | 38 |
Ciclista sul-coreano é atropelado no Rio durante treino para Olimpíada
| ALFREDO MERGULHÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO O atleta sul-coreano de ciclismo Kim Ok-Cheol, 21, foi atropelado por um carro no início da tarde desta terça-feira (2), enquanto treinava na estrada da Vista Chinesa, na zona sul do Rio. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele sofreu ferimentos leves nos joelhos. Uma equipe de agentes passava pelo local do acidente e prestou socorro à vítima. De acordo com a PRF, Kim Ok-Cheol não quis receber atendimento médico e deixou o local pedalando a própria bicicleta. Ele treinava acompanhado de outros dois atletas, que não ficaram feridos. Já o Comitê Rio-2016 informou que o atleta sul-coreano treinava por conta própria e, neste tipo de treinamento, não faz qualquer ingerência. A organização da Olimpíada acrescentou ainda que nos treinos oficiais há carros de escolta para proteger e dar suporte aos competidores. Kim Ok-Cheol vai competir na Rio-2016 na modalidade ciclismo de estrada, cuja prova será disputada a partir das 9h30 do próximo sábado (6). Um dos circuitos da prova será justamente na Vista Chinesa, conhecido ponto turístico que fica dentro do Parque Nacional da Tijuca. | esporte |
Ciclista sul-coreano é atropelado no Rio durante treino para Olimpíada
ALFREDO MERGULHÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO O atleta sul-coreano de ciclismo Kim Ok-Cheol, 21, foi atropelado por um carro no início da tarde desta terça-feira (2), enquanto treinava na estrada da Vista Chinesa, na zona sul do Rio. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele sofreu ferimentos leves nos joelhos. Uma equipe de agentes passava pelo local do acidente e prestou socorro à vítima. De acordo com a PRF, Kim Ok-Cheol não quis receber atendimento médico e deixou o local pedalando a própria bicicleta. Ele treinava acompanhado de outros dois atletas, que não ficaram feridos. Já o Comitê Rio-2016 informou que o atleta sul-coreano treinava por conta própria e, neste tipo de treinamento, não faz qualquer ingerência. A organização da Olimpíada acrescentou ainda que nos treinos oficiais há carros de escolta para proteger e dar suporte aos competidores. Kim Ok-Cheol vai competir na Rio-2016 na modalidade ciclismo de estrada, cuja prova será disputada a partir das 9h30 do próximo sábado (6). Um dos circuitos da prova será justamente na Vista Chinesa, conhecido ponto turístico que fica dentro do Parque Nacional da Tijuca. | 4 |
Gol do Brasil - 7 a 2 | O rodízio de jogadores é uma boa conduta, uma necessidade, uma história de vida, como disse o humanista Carlos Osorio, por valorizar todos os atletas, desde que não seja exagerado, não mude radicalmente o sistema tático e que o elenco tenha dois jogadores do mesmo nível em quase todas as posições. Já escalar jogadores em funções que não sejam as que sabem executar não é moderno, não depende da cultura esportiva de um país e está errado, no Brasil e em todo o mundo. Isso é diferente de treinar com alguns jogadores fora de posição como fazem alguns técnicos, como Guardiola, para que eles, durante a partida, quando estiverem fora de suas funções, executem bem o que é necessário, como um volante, quando entra na área, para fazer um gol. Isso é importante, pois acontece com frequência. Lucas Lima tem jogado muito. A dúvida é se ele, na seleção ou em um grande time do futebol mundial, brilharia tanto. A maioria dos atletas que saem de uma equipe média (o Santos é um time médio em relação aos grandes da Europa) para uma maior desaparece no meio de tantos craques. Outros, como Douglas Costa, que foi de um time médio, o Shakhtar, para o poderoso Bayern, crescem e jogam mais do que imaginávamos. Lucas Lima deveria ser escalado desde o início, nos dois próximos amistosos da seleção brasileira. Quem sabe ele jogue como no Santos, ou até melhor, e seja o meio-campista que mais faz falta ao time brasileiro, com talento para atuar de uma intermediária à outra? O Corinthians é líder do Brasileirão porque é o time mais regular, o que tem o melhor trio de armadores, que marca, apoia e ataca, formado por Elias, Jádson e Renato Augusto, e que tem a defesa mais protegida pelo meio-campo, mesmo com um único volante fixo, Bruno Henrique. Quando o Corinthians está no ataque, perde a bola e não consegue recuperá-la onde a perdeu, os zagueiros ficam posicionados na intermediária, mais ou menos na mesma distância da grande área e da linha do meio-campo, com poucos espaços nas costas dos defensores e entre eles e os armadores. O time não joga de uma maneira ultrapassada, como a maioria das equipes brasileiras, com zagueiros encostados à grande área, nem da maneira mais moderna, como faz o Bayern e que tem feito o Atlético-MG, com os zagueiros muito próximos ao meio-campo. O Atlético-MG sofreu vários gols com bolas lançadas nas costas dos defensores, especialmente de Marcos Rocha. Contra o Palmeiras, Levir Culpi corrigiu, ao colocar o veloz e bom zagueiro Jemerson, pela direita e um pouco atrás do lateral, para fazer a cobertura, ainda mais que o rápido Dudu joga por esse lado. Levir, brincando, exagerando e falando sério, disse que não gosta do caneleiro volante Leandro Donizete, mas que ele é muito importante por causa da marcação e que, contra o Palmeiras, mostrou talento de um grande armador. O conceito de que o volante pode marcar bem e saber jogar futebol espalhou-se, felizmente, entre técnicos, jogadores e imprensa. Gol do Brasil! O placar agora é 7 a 2. Ainda é possível uma grande virada. | colunas | Gol do Brasil - 7 a 2O rodízio de jogadores é uma boa conduta, uma necessidade, uma história de vida, como disse o humanista Carlos Osorio, por valorizar todos os atletas, desde que não seja exagerado, não mude radicalmente o sistema tático e que o elenco tenha dois jogadores do mesmo nível em quase todas as posições. Já escalar jogadores em funções que não sejam as que sabem executar não é moderno, não depende da cultura esportiva de um país e está errado, no Brasil e em todo o mundo. Isso é diferente de treinar com alguns jogadores fora de posição como fazem alguns técnicos, como Guardiola, para que eles, durante a partida, quando estiverem fora de suas funções, executem bem o que é necessário, como um volante, quando entra na área, para fazer um gol. Isso é importante, pois acontece com frequência. Lucas Lima tem jogado muito. A dúvida é se ele, na seleção ou em um grande time do futebol mundial, brilharia tanto. A maioria dos atletas que saem de uma equipe média (o Santos é um time médio em relação aos grandes da Europa) para uma maior desaparece no meio de tantos craques. Outros, como Douglas Costa, que foi de um time médio, o Shakhtar, para o poderoso Bayern, crescem e jogam mais do que imaginávamos. Lucas Lima deveria ser escalado desde o início, nos dois próximos amistosos da seleção brasileira. Quem sabe ele jogue como no Santos, ou até melhor, e seja o meio-campista que mais faz falta ao time brasileiro, com talento para atuar de uma intermediária à outra? O Corinthians é líder do Brasileirão porque é o time mais regular, o que tem o melhor trio de armadores, que marca, apoia e ataca, formado por Elias, Jádson e Renato Augusto, e que tem a defesa mais protegida pelo meio-campo, mesmo com um único volante fixo, Bruno Henrique. Quando o Corinthians está no ataque, perde a bola e não consegue recuperá-la onde a perdeu, os zagueiros ficam posicionados na intermediária, mais ou menos na mesma distância da grande área e da linha do meio-campo, com poucos espaços nas costas dos defensores e entre eles e os armadores. O time não joga de uma maneira ultrapassada, como a maioria das equipes brasileiras, com zagueiros encostados à grande área, nem da maneira mais moderna, como faz o Bayern e que tem feito o Atlético-MG, com os zagueiros muito próximos ao meio-campo. O Atlético-MG sofreu vários gols com bolas lançadas nas costas dos defensores, especialmente de Marcos Rocha. Contra o Palmeiras, Levir Culpi corrigiu, ao colocar o veloz e bom zagueiro Jemerson, pela direita e um pouco atrás do lateral, para fazer a cobertura, ainda mais que o rápido Dudu joga por esse lado. Levir, brincando, exagerando e falando sério, disse que não gosta do caneleiro volante Leandro Donizete, mas que ele é muito importante por causa da marcação e que, contra o Palmeiras, mostrou talento de um grande armador. O conceito de que o volante pode marcar bem e saber jogar futebol espalhou-se, felizmente, entre técnicos, jogadores e imprensa. Gol do Brasil! O placar agora é 7 a 2. Ainda é possível uma grande virada. | 10 |
Ministro defende contribuição assistencial para financiar sindicatos | O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, defendeu a necessidade de regulamentação da contribuição assistencial como uma forma de financiamento às centrais sindicais diante do fim do imposto sindical. Segundo ele, como a reforma trabalhista sancionada nesta quinta-feira (13) pelo presidente Michel Temer valoriza as convenções coletivas, é necessário fortalecer as entidades trabalhistas. Em entrevista à imprensa, após o evento de sanção, o ministro ressaltou, no entanto, que a contribuição assistencial seria facultativa. Em fevereiro, o STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu a cobrança da taxa de trabalhadores não sindicalizados. "Há necessidade de uma regulamentação para se ampliar a segurança e é nessa linha que estamos discutindo para que possamos buscar uma alternativa, porém que nunca seja obrigatória" As entidades sindicais defendem que o valor seja pago por filiados e não filiados à entidade sindical e definido por meio de assembleias e convenções. Pela regra, 60% da arrecadação seria destinada ao sindicato que realizou a negociação e o restante seria divido entre federação, confederação e central sindical às quais o sindicato é filiado. O ministro afirmou que o assunto será tratado na semana que vem em reunião com as centrais sindicais. Segundo ele, "não há hipótese" do imposto sindical voltar a ser cobrado por meio da medida provisória. "Não há hipótese de discussão de retorno do imposto sindical e o próprio movimento sindical tem essa consciência. Porém, tanto o Congresso Nacional como o governo federal têm a consciência de que, se queremos prestigiar a convenção coletiva, precisamos organizações sindicais fortes. Elas precisam ter uma forma de seu custeio, mas ele não pode ser obrigatório, tem de ser voluntário", afirmou. O ministro disse ainda que as novas regras da reforma trabalhista, que entrarão em vigor daqui a 120 dias, valem para contratos de trabalho atuais. "As relações de trabalho do Brasil estarão sob o efeito dessa legislação", disse. "Todas as relações de trabalho que estão formalizadas mediante contrato estão sujeitas à nova legislação", acrescentou. Em discurso, o presidente criticou os partidos de oposição por terem transformado em um embate político as mudanças nas regras trabalhistas. Segundo ele, não há uma discussão sobre o conteúdo da proposta. "Nós sabemos que, muitas vezes, há contestações. Quando elas são pautadas pelo conteúdo, temos de homenagear. Mas quando são só de natureza política, os protestos ocorrem, mas a caravana vai passando", disse o presidente, segundo o qual o governo enfrenta uma "suposta crise". Reforma trabalhista - Confira os principais pontos que mudam com a reforma | mercado | Ministro defende contribuição assistencial para financiar sindicatosO ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, defendeu a necessidade de regulamentação da contribuição assistencial como uma forma de financiamento às centrais sindicais diante do fim do imposto sindical. Segundo ele, como a reforma trabalhista sancionada nesta quinta-feira (13) pelo presidente Michel Temer valoriza as convenções coletivas, é necessário fortalecer as entidades trabalhistas. Em entrevista à imprensa, após o evento de sanção, o ministro ressaltou, no entanto, que a contribuição assistencial seria facultativa. Em fevereiro, o STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu a cobrança da taxa de trabalhadores não sindicalizados. "Há necessidade de uma regulamentação para se ampliar a segurança e é nessa linha que estamos discutindo para que possamos buscar uma alternativa, porém que nunca seja obrigatória" As entidades sindicais defendem que o valor seja pago por filiados e não filiados à entidade sindical e definido por meio de assembleias e convenções. Pela regra, 60% da arrecadação seria destinada ao sindicato que realizou a negociação e o restante seria divido entre federação, confederação e central sindical às quais o sindicato é filiado. O ministro afirmou que o assunto será tratado na semana que vem em reunião com as centrais sindicais. Segundo ele, "não há hipótese" do imposto sindical voltar a ser cobrado por meio da medida provisória. "Não há hipótese de discussão de retorno do imposto sindical e o próprio movimento sindical tem essa consciência. Porém, tanto o Congresso Nacional como o governo federal têm a consciência de que, se queremos prestigiar a convenção coletiva, precisamos organizações sindicais fortes. Elas precisam ter uma forma de seu custeio, mas ele não pode ser obrigatório, tem de ser voluntário", afirmou. O ministro disse ainda que as novas regras da reforma trabalhista, que entrarão em vigor daqui a 120 dias, valem para contratos de trabalho atuais. "As relações de trabalho do Brasil estarão sob o efeito dessa legislação", disse. "Todas as relações de trabalho que estão formalizadas mediante contrato estão sujeitas à nova legislação", acrescentou. Em discurso, o presidente criticou os partidos de oposição por terem transformado em um embate político as mudanças nas regras trabalhistas. Segundo ele, não há uma discussão sobre o conteúdo da proposta. "Nós sabemos que, muitas vezes, há contestações. Quando elas são pautadas pelo conteúdo, temos de homenagear. Mas quando são só de natureza política, os protestos ocorrem, mas a caravana vai passando", disse o presidente, segundo o qual o governo enfrenta uma "suposta crise". Reforma trabalhista - Confira os principais pontos que mudam com a reforma | 2 |
Corte em Haia quer julgar tuaregue do Mali por destruição de monumentos | A procuradoria do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, tentará, a partir desta terça-feira (1º), convencer o alto tribunal a julgar um chefe tuaregue do Mali pela destruição de vários mausoléus da histórica cidade de Tombuctu. Ahmad Al Faqi Al Mahdi, um dos líderes do Ansar Dine, um grupo islamita radical malinês associado à Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI), dirigia a "brigada de costumes" ("Hesbah") da cidade quando ela estava nas mãos dos terroristas. Ele é acusado de ter dirigido pessoalmente os ataques em 2012 contra dez edifícios religiosos do centro histórico em Tombuctu, incluído na lista de Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco. Al Faqi é o primeiro terrorista detido pelo TPI no âmbito da investigação sobre a violência entre 2012 e 2013 no Mali e o primeiro acusado pelo tribunal por destruir edifícios religiosos e monumentos históricos. "É a primeira vez que a destruição de monumentos históricos e religiosos é central na acusação", afirmou a ONG Open Society Justice Initiative. A cidade de Tombuctu, fundada entre os séculos 11 e 12 por tribos tuaregues, foi um grande centro intelectual e comercial do islã. Em 2012, a destruição por parte do Ansar Dine, em nome da "luta contra a idolatria", de 14 mausoléus de santos muçulmanos provocou uma onda de indignação em todo o mundo. ONDE FICAM TOMBUCTU E BAMACO | mundo | Corte em Haia quer julgar tuaregue do Mali por destruição de monumentosA procuradoria do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, tentará, a partir desta terça-feira (1º), convencer o alto tribunal a julgar um chefe tuaregue do Mali pela destruição de vários mausoléus da histórica cidade de Tombuctu. Ahmad Al Faqi Al Mahdi, um dos líderes do Ansar Dine, um grupo islamita radical malinês associado à Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI), dirigia a "brigada de costumes" ("Hesbah") da cidade quando ela estava nas mãos dos terroristas. Ele é acusado de ter dirigido pessoalmente os ataques em 2012 contra dez edifícios religiosos do centro histórico em Tombuctu, incluído na lista de Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco. Al Faqi é o primeiro terrorista detido pelo TPI no âmbito da investigação sobre a violência entre 2012 e 2013 no Mali e o primeiro acusado pelo tribunal por destruir edifícios religiosos e monumentos históricos. "É a primeira vez que a destruição de monumentos históricos e religiosos é central na acusação", afirmou a ONG Open Society Justice Initiative. A cidade de Tombuctu, fundada entre os séculos 11 e 12 por tribos tuaregues, foi um grande centro intelectual e comercial do islã. Em 2012, a destruição por parte do Ansar Dine, em nome da "luta contra a idolatria", de 14 mausoléus de santos muçulmanos provocou uma onda de indignação em todo o mundo. ONDE FICAM TOMBUCTU E BAMACO | 3 |
Filho de Schumacher tem melhor estreia de novato na F-4 | Mick Schumacher, 16, filho do heptacampeão mundial Michael Schumacher, disputou neste sábado (25) a primeira etapa da temporada de F-4 e foi um dos destaques. Na Alemanha, ele terminou em nono, melhor resultado de um estreante. Este é o primeiro ano de Mick em uma competição da série Fórmula. Em 2014, ele havia sido vice-campeão mundial de kart, em uma disputa com prova única. Marvin Dienst foi o vencedor, seguido por Aron Ralf e Mattia Drudi. A segunda e terceira corridas da primeira rodada da F-4 serão realizadas no domingo. | esporte | Filho de Schumacher tem melhor estreia de novato na F-4Mick Schumacher, 16, filho do heptacampeão mundial Michael Schumacher, disputou neste sábado (25) a primeira etapa da temporada de F-4 e foi um dos destaques. Na Alemanha, ele terminou em nono, melhor resultado de um estreante. Este é o primeiro ano de Mick em uma competição da série Fórmula. Em 2014, ele havia sido vice-campeão mundial de kart, em uma disputa com prova única. Marvin Dienst foi o vencedor, seguido por Aron Ralf e Mattia Drudi. A segunda e terceira corridas da primeira rodada da F-4 serão realizadas no domingo. | 4 |
Mercado de frango é preocupante, diz ministro da Agricultura | O ministro da Agricultura afirmou que há preocupação com a paralisação do mercado de venda de carnes do país, especialmente do frango. "Esse é um moto contínuo. Cada dia depende de outro dia e se você interrompe esse processo você tem problemas graves para retomá-lo", disse o ministro após participar de audiência pública durante pouco mais de três horas no Senado para prestar esclarecimentos sobre as providências tomadas pelo governo em relação à Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. Durante a comissão, senadores relataram que já há produtores preparando o sacrifício de pintos por não terem a certeza de que haverá venda de produtos nas próximas semanas. Frigoríficos pararam de comprar produtos ao longo da semana. Segundo Blairo Maggi, apenas China e Hong Kong ainda não aceitaram as explicações do Brasil sobre os problemas apontados pela operação e não estão permitindo a chegada de produtos de qualquer frigorífico brasileiro. Outro países como Japão, Argentina, Uruguai e Chile já afirmaram que apoiam as medidas tomadas pelo governo do Brasil de interditar três frigoríficos e proibir as exportações de outros 18. Isso significa que apenas as exportações desses frigoríficos estão proibidas. Eles foram responsáveis por menos de 1% das exportações no último ano. PREJUÍZO O ministro da Agricultura estimou um prejuízo de 10% do volume de US$ 15 bilhões de exportações de carnes do Brasil por ano por causa dos problemas. Mas, segundo ele, o maior problema será para cumprir uma meta estabelecida pelo governo de aumentar de 7% para 10% a participação do país nas exportações mundiais de alimentos. Para ele, agora a luta será para manter os 7%. "A situação é muito preocupante. Foi um choque muito grande num mercado que não merecia", disse Maggi que defendeu serem pontuais os problemas de corrupção apontados pela Polícia Federal. O ministro do Desenvolvimento, Marcos Pereira, afirmou que a denúncia também atrapalhou as negociações entre o Brasil e os países da Europa para aumentar a participação da carne brasileira nas exportações no âmbito do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. Carne brasileira no mundo CRÍTICAS Maggi afirmou que apoia a operação da Polícia Federal e que a primeira decisão do governo, ainda no fim de semana, foi a de não apoiar quem tivesse feito "coisa errada". Mas, segundo ele, é necessário que o trabalho da polícia seja técnico. A operação recebeu muitas críticas de senadores em relação à forma como foi apresentada. O ministro reclamou especificamente da confusão em relação ao possível uso de papelão na carne. Maggi afirmou que fez questão de levar jornalistas ao local de produção citado na gravação para mostrar que o uso do papelão era para embalar a carne e não para misturar com o produto. "Não tem como fazer um risoto de papelão com carne", disse o ministro. "É um verdadeiro papelão isso que foi feito", disse Maggi. PARANÁ A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou a forma como a Polícia Federal apresentou a denúncia e aproveitou para estender as críticas a outras operações, entre elas a Lava Jato, na qual o marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo, chegou a ser detido. Ela cobrou do governo o afastamento do ministro da Justiça, Osmar Serraglio, que, para ela, é "o responsável pela desconstrução da cadeia da carne no Brasil". Segundo ela, a ex-ministra Kátia Abreu, hoje senadora, foi pressionada por Serraglio a não exonerar o fiscal. "Ele foi flagrado na operação chamando o fiscal que está preso de meu chefe", disse Hoffman. "É um abalo sem precedentes na cadeia produtiva. Os prejuízo serão expressivos, especialmente no Paraná. A BRF de Toledo já anunciou férias para 1,5 mil funcionários". Entenda a operação Carne Fraca | mercado | Mercado de frango é preocupante, diz ministro da AgriculturaO ministro da Agricultura afirmou que há preocupação com a paralisação do mercado de venda de carnes do país, especialmente do frango. "Esse é um moto contínuo. Cada dia depende de outro dia e se você interrompe esse processo você tem problemas graves para retomá-lo", disse o ministro após participar de audiência pública durante pouco mais de três horas no Senado para prestar esclarecimentos sobre as providências tomadas pelo governo em relação à Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. Durante a comissão, senadores relataram que já há produtores preparando o sacrifício de pintos por não terem a certeza de que haverá venda de produtos nas próximas semanas. Frigoríficos pararam de comprar produtos ao longo da semana. Segundo Blairo Maggi, apenas China e Hong Kong ainda não aceitaram as explicações do Brasil sobre os problemas apontados pela operação e não estão permitindo a chegada de produtos de qualquer frigorífico brasileiro. Outro países como Japão, Argentina, Uruguai e Chile já afirmaram que apoiam as medidas tomadas pelo governo do Brasil de interditar três frigoríficos e proibir as exportações de outros 18. Isso significa que apenas as exportações desses frigoríficos estão proibidas. Eles foram responsáveis por menos de 1% das exportações no último ano. PREJUÍZO O ministro da Agricultura estimou um prejuízo de 10% do volume de US$ 15 bilhões de exportações de carnes do Brasil por ano por causa dos problemas. Mas, segundo ele, o maior problema será para cumprir uma meta estabelecida pelo governo de aumentar de 7% para 10% a participação do país nas exportações mundiais de alimentos. Para ele, agora a luta será para manter os 7%. "A situação é muito preocupante. Foi um choque muito grande num mercado que não merecia", disse Maggi que defendeu serem pontuais os problemas de corrupção apontados pela Polícia Federal. O ministro do Desenvolvimento, Marcos Pereira, afirmou que a denúncia também atrapalhou as negociações entre o Brasil e os países da Europa para aumentar a participação da carne brasileira nas exportações no âmbito do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. Carne brasileira no mundo CRÍTICAS Maggi afirmou que apoia a operação da Polícia Federal e que a primeira decisão do governo, ainda no fim de semana, foi a de não apoiar quem tivesse feito "coisa errada". Mas, segundo ele, é necessário que o trabalho da polícia seja técnico. A operação recebeu muitas críticas de senadores em relação à forma como foi apresentada. O ministro reclamou especificamente da confusão em relação ao possível uso de papelão na carne. Maggi afirmou que fez questão de levar jornalistas ao local de produção citado na gravação para mostrar que o uso do papelão era para embalar a carne e não para misturar com o produto. "Não tem como fazer um risoto de papelão com carne", disse o ministro. "É um verdadeiro papelão isso que foi feito", disse Maggi. PARANÁ A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou a forma como a Polícia Federal apresentou a denúncia e aproveitou para estender as críticas a outras operações, entre elas a Lava Jato, na qual o marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo, chegou a ser detido. Ela cobrou do governo o afastamento do ministro da Justiça, Osmar Serraglio, que, para ela, é "o responsável pela desconstrução da cadeia da carne no Brasil". Segundo ela, a ex-ministra Kátia Abreu, hoje senadora, foi pressionada por Serraglio a não exonerar o fiscal. "Ele foi flagrado na operação chamando o fiscal que está preso de meu chefe", disse Hoffman. "É um abalo sem precedentes na cadeia produtiva. Os prejuízo serão expressivos, especialmente no Paraná. A BRF de Toledo já anunciou férias para 1,5 mil funcionários". Entenda a operação Carne Fraca | 2 |
Planalto cria site 'Fatos e Boatos' para desmentir rumores sobre governo | O Bolsa Família vai acabar? O Brasil caminha para uma ditadura comunista? Dilma dançou ao som do funk "Beijinho no Ombro" durante o desfile de 7 de setembro? Essas perguntas estão respondidas em site oficial do governo federal lançado nesta quinta-feira (17). O endereço fatoseboatos.gov.br foi apresentado pela presidente Dilma Rousseff como uma "importante ferramenta" para "rebater boatos". "[No site] estarão reunidas informações sobre temas que circulam na internet e confundem as pessoas", disse a petista em sua conta oficial no Twitter. No endereço, estão informações sobre como os boatos surgem e por que devem ser combatidos, além de espaço para o visitante questionar o governo sobre alguma informação que esteja se propagando. "O que falam por aí, o governo esclarece aqui", informa o site. Na estreia, foram apresentados 13 boatos de temas variados, desde educação ("O Fies e o Prouni vão acabar?") a saúde ("Tem espiões cubanos no programa Mais Médicos?") e infraestrutura ("A integração do rio São Francisco nunca vai acabar?"). O site responde ainda ao boato sobre um novo confisco da poupança, medida tomada pelo então presidente e hoje senador Fernando Collor (PTB-AL). O politico foi alvo de impeachment em 1992 —agora, a Câmara dos Deputados deflagrou o mesmo processo contra a presidente Dilma Rousseff. "O governo NÃO vai confiscar a poupança de quem quer que seja! Não acredite nesses boatos", diz a explicação. Em tempo: o site esclarece que a presidente não dançou a música da funkeira Valeska Popozuda no desfile de 7 de Setembro do ano passado. "Trata-se somente de uma brincadeira de uma página de humor em uma rede social. (...) Foi uma montagem simples que se pode fazer em casa, com alguns poucos programas na internet", explica o site oficial. A explicação traz ainda um link da imagem original, caso os mais céticos queiram confirmar a informação. | poder | Planalto cria site 'Fatos e Boatos' para desmentir rumores sobre governoO Bolsa Família vai acabar? O Brasil caminha para uma ditadura comunista? Dilma dançou ao som do funk "Beijinho no Ombro" durante o desfile de 7 de setembro? Essas perguntas estão respondidas em site oficial do governo federal lançado nesta quinta-feira (17). O endereço fatoseboatos.gov.br foi apresentado pela presidente Dilma Rousseff como uma "importante ferramenta" para "rebater boatos". "[No site] estarão reunidas informações sobre temas que circulam na internet e confundem as pessoas", disse a petista em sua conta oficial no Twitter. No endereço, estão informações sobre como os boatos surgem e por que devem ser combatidos, além de espaço para o visitante questionar o governo sobre alguma informação que esteja se propagando. "O que falam por aí, o governo esclarece aqui", informa o site. Na estreia, foram apresentados 13 boatos de temas variados, desde educação ("O Fies e o Prouni vão acabar?") a saúde ("Tem espiões cubanos no programa Mais Médicos?") e infraestrutura ("A integração do rio São Francisco nunca vai acabar?"). O site responde ainda ao boato sobre um novo confisco da poupança, medida tomada pelo então presidente e hoje senador Fernando Collor (PTB-AL). O politico foi alvo de impeachment em 1992 —agora, a Câmara dos Deputados deflagrou o mesmo processo contra a presidente Dilma Rousseff. "O governo NÃO vai confiscar a poupança de quem quer que seja! Não acredite nesses boatos", diz a explicação. Em tempo: o site esclarece que a presidente não dançou a música da funkeira Valeska Popozuda no desfile de 7 de Setembro do ano passado. "Trata-se somente de uma brincadeira de uma página de humor em uma rede social. (...) Foi uma montagem simples que se pode fazer em casa, com alguns poucos programas na internet", explica o site oficial. A explicação traz ainda um link da imagem original, caso os mais céticos queiram confirmar a informação. | 0 |
Infecção de mosquitos por bactérias é estratégia eficaz para conter dengue | A mais promissora das estratégias de combate ao Aedes aegypti é uma bactéria sexualmente transmissível. Wolbachia é uma bactéria que infecta cerca de 60% das espécies de mosquito existentes no mundo, sem ser transmitida para os vertebrados. Infelizmente, na natureza ela não infecta o Aedes aegypti, transmissor de dengue, chikungunya, zika e outras viroses. Digo infelizmente porque, no final da década de 90, Scott O'Neill e um grupo de microbiologistas da Universidade Monash em Melbourne, na Austrália, descobriram que a infecção por Wolbachia interfere com a fertilidade do Aedes e com o sexo de seus descendentes, além de bloquear a reprodução de vírus no organismo do mosquito. Num trabalho de campo conduzido em 2011, o grupo de O'Neill libertou numa cidade da Austrália dezenas de milhares de Aedes aegypti infectados em laboratório pela Wolbachia. Em cinco semanas, 90% dos Aedes selvagens haviam contraído a bactéria. Testes na Indonésia e no Vietnã apresentaram resultados semelhantes. A capacidade da Wolbachia ser transmitida de um mosquito portador da bactéria para outro, entretanto, não prova definitivamente que essa intervenção reduz a incidência de dengue, chikungunya e zika em humanos, mas uma pesquisa com esse objetivo foi iniciada em Yogyakarta, na Indonésia. O Programa de Eliminação da Dengue vai conduzir testes semelhantes no Rio de Janeiro e em Medellín, na Colômbia. A libertação de mosquitos infectados cobrirá uma área em que vivem 2,5 milhões de pessoas em cada cidade. Ensaios-pilotos com mosquitos infectados já foram realizados em duas comunidades do Rio de Janeiro, em 2014, e nos subúrbios de Medellín, em 2015. A soltura em grande escala, no entanto, só se tornou possível agora graças à doação de US$ 18 milhões provenientes da Fundação Bill and Melinda Gates, do Welcome Trust da Inglaterra e dos governos inglês e americano. Ao Brasil caberá o aporte de mais US$ 3,7 milhões. O plano é soltar nas duas cidades ondas com centenas de milhares de mosquitos infectados, estudar os índices de transmissão da bactéria para as populações selvagens e avaliar o impacto na incidência de dengue, zika e chikungunya na população. Outros cientistas realizam investigações similares. Em Cingapura está para ser iniciado um estudo com Aedes machos infectados com uma cepa de Wolbachia que torna os descendentes estéreis. Uma empresa americana de biotecnologia submeteu à aprovação dos órgãos competentes uma estratégia semelhante para combater o Aedes albopictus, o mosquito-tigre, que também transmite dengue e chikungunya. Em pesquisas de larga escala conduzidas em Guangzhou, na China, os cientistas têm libertado semanalmente milhões de Aedes albopictus infectados. Estudos como esse são realizados na Polinésia Francesa. As Wolbachias se disseminam facilmente entre populações de mosquitos selvagens. No entanto, provar que tal habilidade protege contra a dengue e demais doenças transmitidas pelo Aedes é condição absolutamente necessária para o emprego dessa tecnologia. A intervenção precisa demonstrar que é custo-eficaz e duradoura. Será que ainda funcionará daqui a dez ou 20 anos? Outro desafio dos testes no Rio e em Medellín é o tamanho das duas cidades. Como os mosquitos infectados se comportarão nas áreas densamente povoadas das favelas? Além das dificuldades científicas, é preciso conseguir apoio da população, para deixar claro que o risco de transmissão humana da Wolbachia é zero, porque a bactéria é incapaz de sobreviver no organismo humano. A experiência com os alimentos transgênicos e com outras tecnologias recentes, entretanto, mostra que das trevas podem emergir vozes dispostas a predispor as comunidades contra mosquitos infectados em laboratório. A infecção de mosquitos Aedes pela Wolbachia é a estratégia com mais chances de diminuir o número de casos de dengue, chikungunya e zika, doenças que causam sofrimento e morte, especialmente entre os brasileiros mais pobres. Philip McCall, entomologista que estuda o controle de mosquitos na Escola de Medicina Tropical de Liverpool, no Reino Unido, considera essa a descoberta mais importante desde o inseticida DDT. | colunas | Infecção de mosquitos por bactérias é estratégia eficaz para conter dengueA mais promissora das estratégias de combate ao Aedes aegypti é uma bactéria sexualmente transmissível. Wolbachia é uma bactéria que infecta cerca de 60% das espécies de mosquito existentes no mundo, sem ser transmitida para os vertebrados. Infelizmente, na natureza ela não infecta o Aedes aegypti, transmissor de dengue, chikungunya, zika e outras viroses. Digo infelizmente porque, no final da década de 90, Scott O'Neill e um grupo de microbiologistas da Universidade Monash em Melbourne, na Austrália, descobriram que a infecção por Wolbachia interfere com a fertilidade do Aedes e com o sexo de seus descendentes, além de bloquear a reprodução de vírus no organismo do mosquito. Num trabalho de campo conduzido em 2011, o grupo de O'Neill libertou numa cidade da Austrália dezenas de milhares de Aedes aegypti infectados em laboratório pela Wolbachia. Em cinco semanas, 90% dos Aedes selvagens haviam contraído a bactéria. Testes na Indonésia e no Vietnã apresentaram resultados semelhantes. A capacidade da Wolbachia ser transmitida de um mosquito portador da bactéria para outro, entretanto, não prova definitivamente que essa intervenção reduz a incidência de dengue, chikungunya e zika em humanos, mas uma pesquisa com esse objetivo foi iniciada em Yogyakarta, na Indonésia. O Programa de Eliminação da Dengue vai conduzir testes semelhantes no Rio de Janeiro e em Medellín, na Colômbia. A libertação de mosquitos infectados cobrirá uma área em que vivem 2,5 milhões de pessoas em cada cidade. Ensaios-pilotos com mosquitos infectados já foram realizados em duas comunidades do Rio de Janeiro, em 2014, e nos subúrbios de Medellín, em 2015. A soltura em grande escala, no entanto, só se tornou possível agora graças à doação de US$ 18 milhões provenientes da Fundação Bill and Melinda Gates, do Welcome Trust da Inglaterra e dos governos inglês e americano. Ao Brasil caberá o aporte de mais US$ 3,7 milhões. O plano é soltar nas duas cidades ondas com centenas de milhares de mosquitos infectados, estudar os índices de transmissão da bactéria para as populações selvagens e avaliar o impacto na incidência de dengue, zika e chikungunya na população. Outros cientistas realizam investigações similares. Em Cingapura está para ser iniciado um estudo com Aedes machos infectados com uma cepa de Wolbachia que torna os descendentes estéreis. Uma empresa americana de biotecnologia submeteu à aprovação dos órgãos competentes uma estratégia semelhante para combater o Aedes albopictus, o mosquito-tigre, que também transmite dengue e chikungunya. Em pesquisas de larga escala conduzidas em Guangzhou, na China, os cientistas têm libertado semanalmente milhões de Aedes albopictus infectados. Estudos como esse são realizados na Polinésia Francesa. As Wolbachias se disseminam facilmente entre populações de mosquitos selvagens. No entanto, provar que tal habilidade protege contra a dengue e demais doenças transmitidas pelo Aedes é condição absolutamente necessária para o emprego dessa tecnologia. A intervenção precisa demonstrar que é custo-eficaz e duradoura. Será que ainda funcionará daqui a dez ou 20 anos? Outro desafio dos testes no Rio e em Medellín é o tamanho das duas cidades. Como os mosquitos infectados se comportarão nas áreas densamente povoadas das favelas? Além das dificuldades científicas, é preciso conseguir apoio da população, para deixar claro que o risco de transmissão humana da Wolbachia é zero, porque a bactéria é incapaz de sobreviver no organismo humano. A experiência com os alimentos transgênicos e com outras tecnologias recentes, entretanto, mostra que das trevas podem emergir vozes dispostas a predispor as comunidades contra mosquitos infectados em laboratório. A infecção de mosquitos Aedes pela Wolbachia é a estratégia com mais chances de diminuir o número de casos de dengue, chikungunya e zika, doenças que causam sofrimento e morte, especialmente entre os brasileiros mais pobres. Philip McCall, entomologista que estuda o controle de mosquitos na Escola de Medicina Tropical de Liverpool, no Reino Unido, considera essa a descoberta mais importante desde o inseticida DDT. | 10 |
Time de Nenê, Wizards buscam 2ª vitória em playoffs da NBA | Após vencer os Raptors (93 a 86 ) na primeira partida da melhor de sete das quartas de final da Conferência Leste dos playoffs da NBA, em Toronto, o Washington Wizards, do pivô brasileiro Nenê Hilário, volta a jogar nesta terça-feira (22), às 21h (de Brasília). A equipe da capital norte-americana, que jogará novamente como visitante no Canadá, necessita agora de mais três vitórias para chegar à semifinal da competição. Na primeira partida, o pivô brasileiro Nenê ajudou o seu time a vencer com um duplo-duplo de 12 pontos e 13 rebotes. | esporte | Time de Nenê, Wizards buscam 2ª vitória em playoffs da NBAApós vencer os Raptors (93 a 86 ) na primeira partida da melhor de sete das quartas de final da Conferência Leste dos playoffs da NBA, em Toronto, o Washington Wizards, do pivô brasileiro Nenê Hilário, volta a jogar nesta terça-feira (22), às 21h (de Brasília). A equipe da capital norte-americana, que jogará novamente como visitante no Canadá, necessita agora de mais três vitórias para chegar à semifinal da competição. Na primeira partida, o pivô brasileiro Nenê ajudou o seu time a vencer com um duplo-duplo de 12 pontos e 13 rebotes. | 4 |
Representante do Mercosul diz que impeachment geraria sanção ao Brasil | O alto representante-geral do Mercosul, o ex-deputado brasileiro Dr. Rosinha, disse à Folha que o bloco poderá aplicar a cláusula democrática contra o Brasil –o que implicaria algum tipo de punição– em caso de impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Está se desenhando uma ruptura da ordem institucional e da Constituição no Brasil, e isso preocupa todos os demais países-membros do Mercosul", afirmou, por telefone, numa referência a Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. "Todos levam em conta o Protocolo de Ushuaia [cláusula democrática]. Se for preciso, os governos se reunirão para avaliar os fatos à luz do tratado e tomar medidas cabíveis", disse Rosinha, membro fundador do PT e eleito quatro vezes deputado pelo Paraná. Rosinha ressaltou que a decisão cabe aos chefes de Estado e depende de aprovação por consenso. Ele disse que não há data para eventual reunião de chanceleres para tratar do Brasil. O Paraguai já descartou participar de qualquer coordenação diplomática em defesa de Dilma. O Protocolo de Ushuaia, assinado em 1998, determina que "a plena vigência das instituições democráticas é condição essencial para [a] integração entre os Estados-partes" e prevê sanções contra o países onde houver "ruptura da ordem democrática." Entre as medidas estão a suspensão de alguns direitos até a exclusão temporária do país. A cláusula foi aplicada em 2012, quando o bloco suspendeu o Paraguai em retaliação ao controverso processo, considerado por críticos como golpe, que levou à destituição do então presidente Fernando Lugo. O país foi reintegrado no ano seguinte. Rosinha detalhou sua avaliação da crise brasileira com a ressalva de que se expressava como cidadão, não como máxima autoridade do Mercosul. Segundo ele, a Justiça brasileira atua com base nos interesses da oposição e dos setores mais conservadores da sociedade. "No caso do PT, primeiro se identifica quem vai preso e depois se investiga. Quando se trata de outros partidos, quase tudo acaba arquivado. A lista de Furnas nunca foi investigada. O mensalão tucano começou antes do mensalão petista, mas foi engavetado", afirmou. "Defendo que todos os corruptos sejam punidos, inclusive a presidente Dilma se preciso. Mas até agora não há uma prova sequer contra ela." Sobre as pedaladas fiscais, também passíveis de impeachment, Rosinha afirmou que, se a Justiça fosse isenta, deveria investigar 16 governadores e 70% dos prefeitos do Brasil pela mesma prática. CONSPIRAÇÃO Falando ainda a título pessoal, Rosinha disse que as crises políticas e econômicas simultâneas no Brasil e na Venezuela são orquestradas pelos EUA para desestabilizar a região. "Os EUA intervieram a dedo no África do Norte, no Leste Europeu e agora na América Latina. Eles querem que todos comam na mão deles", disse. Segundo Rosinha, o objetivo dos EUA é apropriar-se da Petrobras e destruir empreiteiras brasileiras que concorrem com as norte-americanas. O ex-deputado afirma que o governo brasileiro vem contrariando os EUA ao ajudar a fundar e promover iniciativas multilaterais sem participação de Washington, como a Comunidade de Estados Latino Americanos e Caribenhos (Celac) e a união entre América do Sul e países árabes. | poder | Representante do Mercosul diz que impeachment geraria sanção ao BrasilO alto representante-geral do Mercosul, o ex-deputado brasileiro Dr. Rosinha, disse à Folha que o bloco poderá aplicar a cláusula democrática contra o Brasil –o que implicaria algum tipo de punição– em caso de impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Está se desenhando uma ruptura da ordem institucional e da Constituição no Brasil, e isso preocupa todos os demais países-membros do Mercosul", afirmou, por telefone, numa referência a Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. "Todos levam em conta o Protocolo de Ushuaia [cláusula democrática]. Se for preciso, os governos se reunirão para avaliar os fatos à luz do tratado e tomar medidas cabíveis", disse Rosinha, membro fundador do PT e eleito quatro vezes deputado pelo Paraná. Rosinha ressaltou que a decisão cabe aos chefes de Estado e depende de aprovação por consenso. Ele disse que não há data para eventual reunião de chanceleres para tratar do Brasil. O Paraguai já descartou participar de qualquer coordenação diplomática em defesa de Dilma. O Protocolo de Ushuaia, assinado em 1998, determina que "a plena vigência das instituições democráticas é condição essencial para [a] integração entre os Estados-partes" e prevê sanções contra o países onde houver "ruptura da ordem democrática." Entre as medidas estão a suspensão de alguns direitos até a exclusão temporária do país. A cláusula foi aplicada em 2012, quando o bloco suspendeu o Paraguai em retaliação ao controverso processo, considerado por críticos como golpe, que levou à destituição do então presidente Fernando Lugo. O país foi reintegrado no ano seguinte. Rosinha detalhou sua avaliação da crise brasileira com a ressalva de que se expressava como cidadão, não como máxima autoridade do Mercosul. Segundo ele, a Justiça brasileira atua com base nos interesses da oposição e dos setores mais conservadores da sociedade. "No caso do PT, primeiro se identifica quem vai preso e depois se investiga. Quando se trata de outros partidos, quase tudo acaba arquivado. A lista de Furnas nunca foi investigada. O mensalão tucano começou antes do mensalão petista, mas foi engavetado", afirmou. "Defendo que todos os corruptos sejam punidos, inclusive a presidente Dilma se preciso. Mas até agora não há uma prova sequer contra ela." Sobre as pedaladas fiscais, também passíveis de impeachment, Rosinha afirmou que, se a Justiça fosse isenta, deveria investigar 16 governadores e 70% dos prefeitos do Brasil pela mesma prática. CONSPIRAÇÃO Falando ainda a título pessoal, Rosinha disse que as crises políticas e econômicas simultâneas no Brasil e na Venezuela são orquestradas pelos EUA para desestabilizar a região. "Os EUA intervieram a dedo no África do Norte, no Leste Europeu e agora na América Latina. Eles querem que todos comam na mão deles", disse. Segundo Rosinha, o objetivo dos EUA é apropriar-se da Petrobras e destruir empreiteiras brasileiras que concorrem com as norte-americanas. O ex-deputado afirma que o governo brasileiro vem contrariando os EUA ao ajudar a fundar e promover iniciativas multilaterais sem participação de Washington, como a Comunidade de Estados Latino Americanos e Caribenhos (Celac) e a união entre América do Sul e países árabes. | 0 |
Juiz da Lava jato refuta acusações de vazamentos e 'bisbilhotice' | O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, refutou nesta segunda-feira (2), em despacho nos autos da ação penal movida contra a empreiteira Engevix, o doleiro Alberto Youssef e outros réus, argumentos apresentados pelos advogados em suas respostas preliminares à acusação. Moro escreveu que a denúncia do Ministério Público Federal "não é inepta", recusou a alegação de que apenas uma parte das conversas telefônicas interceptadas foi disponibilizada à defesa e negou ter feito "bisbilhotice" ou "prospecção" ao autorizar pesquisas em dados cadastrais ou interceptação de telefones. "Qualificar a obtenção dos dados cadastrais dos interlocutores do terminal interceptado como 'devassa' é um arroubo retórico, mas nada mais", afirmou o juiz. Moro também fez uma veemente defesa da prática que adota para tornar amplamente públicos dados da investigação. Ele explicou que "confunde-se 'vazamento' com publicidade do processo". "Embora muitos possam desejar o contrário, ou seja, que a coisa pública seja mantida nas sombras, inclusive eventuais crimes ou malfeitos, não é isso que determina a Constituição, nem é o que se espera ou se deseja em uma democracia", escreveu o juiz. BLACKBERRY Um dos pontos mais atacados pelas defesas dos empreiteiros, não apenas no caso da Engevix, foi a quebra de sigilo do sistema de comunicação Blackberry Messenger. Para os advogados, era necessário antes formalizar um pedido ao Canadá dentro de acordo de cooperação jurídica bilateral com os canadenses, pois a operadora é sediada naquele país. A afirmação mereceu extensa apreciação do juiz. Segundo Moro, é "desnecessária" a cooperação. Ele comparou com o caso da Google Brasil, que primeiro citou a necessidade de cooperação internacional, mas depois reconheceu a autoridade da Justiça brasileira em determinar a quebra do sigilo. "Recusar ao juiz brasileiro o poder de decretar a interceptação telemática ou telefônica de pessoas residentes no Brasil e para apurar crimes praticados no Brasil representaria verdadeira afronta à soberania nacional", escreveu o juiz. "A cooperação jurídica internacional só seria necessária caso se pretendesse, por exemplo, interceptar pessoas residentes no exterior, o que não é o caso, pois tanto os ora acusados, como todos os demais investigados na Operação Lava Jato residem no Brasil." Moro também colocou em dúvida a afirmação de advogados de que uma de suas ordens teria permitido que os dados fiscais de "todos os brasileiros" pudessem ser acessados pelos investigadores da Lava Jato. Ele pediu que a defesa apresentasse um único caso em que isso teria ocorrido. Moro criticou a extensão de algumas das peças dos advogados, "de cem páginas". Ele explicou que ainda não é momento para discutir questões de mérito. O juiz também refutou a alegação dos advogados de que as ordens para interceptação foram muito sucintas e pouco contextualizadas. "Não há, por outro lado, que se exigir, como aparentemente se pretende, que nessas decisões houvesse exame exaustivo dos fatos e provas, mais próprio de uma sentença do que de um decisão interlocutória. O cotidiano de uma vara criminal não permite que juiz faça de cada decisão interlocutória uma sentença", escreveu. | poder | Juiz da Lava jato refuta acusações de vazamentos e 'bisbilhotice'O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, refutou nesta segunda-feira (2), em despacho nos autos da ação penal movida contra a empreiteira Engevix, o doleiro Alberto Youssef e outros réus, argumentos apresentados pelos advogados em suas respostas preliminares à acusação. Moro escreveu que a denúncia do Ministério Público Federal "não é inepta", recusou a alegação de que apenas uma parte das conversas telefônicas interceptadas foi disponibilizada à defesa e negou ter feito "bisbilhotice" ou "prospecção" ao autorizar pesquisas em dados cadastrais ou interceptação de telefones. "Qualificar a obtenção dos dados cadastrais dos interlocutores do terminal interceptado como 'devassa' é um arroubo retórico, mas nada mais", afirmou o juiz. Moro também fez uma veemente defesa da prática que adota para tornar amplamente públicos dados da investigação. Ele explicou que "confunde-se 'vazamento' com publicidade do processo". "Embora muitos possam desejar o contrário, ou seja, que a coisa pública seja mantida nas sombras, inclusive eventuais crimes ou malfeitos, não é isso que determina a Constituição, nem é o que se espera ou se deseja em uma democracia", escreveu o juiz. BLACKBERRY Um dos pontos mais atacados pelas defesas dos empreiteiros, não apenas no caso da Engevix, foi a quebra de sigilo do sistema de comunicação Blackberry Messenger. Para os advogados, era necessário antes formalizar um pedido ao Canadá dentro de acordo de cooperação jurídica bilateral com os canadenses, pois a operadora é sediada naquele país. A afirmação mereceu extensa apreciação do juiz. Segundo Moro, é "desnecessária" a cooperação. Ele comparou com o caso da Google Brasil, que primeiro citou a necessidade de cooperação internacional, mas depois reconheceu a autoridade da Justiça brasileira em determinar a quebra do sigilo. "Recusar ao juiz brasileiro o poder de decretar a interceptação telemática ou telefônica de pessoas residentes no Brasil e para apurar crimes praticados no Brasil representaria verdadeira afronta à soberania nacional", escreveu o juiz. "A cooperação jurídica internacional só seria necessária caso se pretendesse, por exemplo, interceptar pessoas residentes no exterior, o que não é o caso, pois tanto os ora acusados, como todos os demais investigados na Operação Lava Jato residem no Brasil." Moro também colocou em dúvida a afirmação de advogados de que uma de suas ordens teria permitido que os dados fiscais de "todos os brasileiros" pudessem ser acessados pelos investigadores da Lava Jato. Ele pediu que a defesa apresentasse um único caso em que isso teria ocorrido. Moro criticou a extensão de algumas das peças dos advogados, "de cem páginas". Ele explicou que ainda não é momento para discutir questões de mérito. O juiz também refutou a alegação dos advogados de que as ordens para interceptação foram muito sucintas e pouco contextualizadas. "Não há, por outro lado, que se exigir, como aparentemente se pretende, que nessas decisões houvesse exame exaustivo dos fatos e provas, mais próprio de uma sentença do que de um decisão interlocutória. O cotidiano de uma vara criminal não permite que juiz faça de cada decisão interlocutória uma sentença", escreveu. | 0 |
Curitiba terá PPP de R$ 2,8 bi para limpeza, coleta e transporte de lixo | O município de Curitiba vai fazer uma PPP (parceria público-privada) para a prestação de serviços de limpeza urbana, coleta e transporte de lixo para toda a cidade. O valor da concessão é de R$ 2,76 bilhões, e o prazo, de 15 anos. O edital está previsto para ser publicado até o fim de outubro. Hoje, recolhimento e transporte dos resíduos sólidos são feitos por uma terceirizada, com contrato de cinco anos, a ser encerrado em abril de 2017, e os dejetos vão para um aterro na região metropolitana da capital paranaense. "Além do contrato de coleta, vai ser lançado um outro, para o tratamento de detritos, no ano que vem", segundo Fábio Scatolin, secretário de Planejamento. Para ajudar a patrocinar o serviço, a cidade cobra uma taxa de recolhimento, que é embutida no IPTU. Parte dos custos hoje é subsidiada pelo município. "A prefeitura tem estudado, com muito cuidado, rever os imóveis que têm imunidade de imposto, e estimular a reciclagem, para diminuir os gastos com coleta de resíduos." Com o novo modelo de contrato, o serviço deverá ficar até 18% mais barato que o atual, estima o secretário. Em contrapartida, o município poderá ceder terrenos para a instalação de estações de transbordo -locais onde será armazenado o que for coletado nos bairros, antes de seguir para o aterro. Serão, pelo menos, duas unidades. LIXO BILIONÁRIO Curitiba terá PPP para detritos sólidos Como é hoje? Uma empresa tem contrato, com prazo de cinco anos, para coleta e transporte de resíduos sólidos. O município paga R$ 242,50 por tonelada de lixo Como será a PPP? Terá vigência de 15 anos e valor estimado em R$ 2,8 bilhões. A vencedorá criará estações de transbordo, para reduzir custos de transporte até o aterro Fonte: Prefeitura de Curitiba * Injeção na veia A União Química, proprietária da empresa farmacêutica Anovis, vai investir R$ 40 milhões em equipamentos e infraestrutura para produzir uma nova linha de medicamentos para serem injetados com seringa. O capital é do próprio grupo, e a previsão é que as instalações estejam prontas no primeiro semestre de 2017. Na fabricação desses produtos tira-se a água, que é adicionada no momento de dar a injeção, afirma Fernando Marques, presidente da União Química. "Essa é uma tendência tecnológica entre os remédios, que ganham estabilidade e validade maiores." A empresa almeja aumentar as vendas para o exterior. A Anovis pretende produzir remédios para companhias dos Estados Unidos e da Europa que não têm suas fábricas, diz Marques. "Nosso alvo é atender produções de terceiros externos. Poucas empresas no Brasil fazem esses remédios, e geralmente, os negócios sem muitos concorrentes são os melhores." R$ 120 milhões foi pago pela Anovis R$ 47 milhões foi o lucro líquido em 2015 * Só uma saladinha Os restaurantes do país devem encerrar este ano com queda de 1% no faturamento em relação a 2015, quando a retração foi de 6%, segundo a ANR (do setor). "Ficamos em situação difícil depois da segunda metade de 2015. Não deverá cair muito mais agora, e empatar com o ano passado será uma vitória", segundo Cristiano Melles, presidente da entidade e sócio do Pobre Juan. No primeiro semestre, esse segmento arrecadou 4,5% a menos que em igual período do ano passado -um total de cerca de R$ 70 bilhões. Só demorará para voltarmos ao nível de 2011, de crescimento de dois dígitos, diz. * A classe C sai do paraíso O varejo digital ficou mais elitizado no primeiro semestre de 2016, aponta uma pesquisa da consultoria Ebit. O número de pedidos diminuiu 2%, em comparação com o mesmo período do ano passado. A classe C foi a que mais reduziu participação: de 40,9% das compras no comércio eletrônico em 2015, passou para 37,5%. "Aumentou a presença relativa das classes A e B, que têm mais dinheiro", diz o presidente da empresa, Pedro Guasti. A renda média dos consumidores subiu 11%. As plataformas de comércio não adaptam sua estratégia para atingir diferentes classes, segundo ele. "Varejistas que já têm como alvo a classe C falam com esse público, mas as outras não conseguem atingi-los." * Guarda-costas de negócios A demanda por profissionais que cuidam da segurança patrimonial de empresas mais do que dobrou no primeiro semestre deste ano, em relação a igual período de 2015, aponta a Michael Page. companhia de recrutamento. Por ser um cargo de confiança -o salário vai de R$ 18 mil a R$ 30 mil-, as vagas normalmente são reduzidas, de três a cinco por ano, diz Lucas Rizzardo, da empresa. Na primeira metade de 2016, porém, já foram 15 postos abertos. "Os cortes mais básicos já foram feitos. Agora, passou-se a investir na otimização de custos com segurança e redução de perdas por roubo." A maior demanda veio de farmacêuticas e transportadoras. * Palavra de... O advogado Pierre Moreau, sócio da Casa do Saber, lança no dia 13 "Fora da Curva - Os segredos dos grandes investidores do Brasil e o que você pode aprender com eles". O prefácio é de Jorge Paulo Lemann. ...quem entende Escrito em parceira com Florian Bartunek e Giuliana Napolitano, a obra tem depoimentos de Luis Stuhlberger, Luiz Fernando Figueiredo e Meyer Joseph Nigri. Gestão A Lello investiu R$ 1,5 milhão em um aplicativo para síndicos administrarem dados e pagamentos de funcionários de condomínios. Novos ventos A Vestas, dinamarquesa do setor eólico, organizou a vinda de seis companhias do país ao Brasil, para avaliar investimentos no setor. Hora do café com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA | colunas | Curitiba terá PPP de R$ 2,8 bi para limpeza, coleta e transporte de lixoO município de Curitiba vai fazer uma PPP (parceria público-privada) para a prestação de serviços de limpeza urbana, coleta e transporte de lixo para toda a cidade. O valor da concessão é de R$ 2,76 bilhões, e o prazo, de 15 anos. O edital está previsto para ser publicado até o fim de outubro. Hoje, recolhimento e transporte dos resíduos sólidos são feitos por uma terceirizada, com contrato de cinco anos, a ser encerrado em abril de 2017, e os dejetos vão para um aterro na região metropolitana da capital paranaense. "Além do contrato de coleta, vai ser lançado um outro, para o tratamento de detritos, no ano que vem", segundo Fábio Scatolin, secretário de Planejamento. Para ajudar a patrocinar o serviço, a cidade cobra uma taxa de recolhimento, que é embutida no IPTU. Parte dos custos hoje é subsidiada pelo município. "A prefeitura tem estudado, com muito cuidado, rever os imóveis que têm imunidade de imposto, e estimular a reciclagem, para diminuir os gastos com coleta de resíduos." Com o novo modelo de contrato, o serviço deverá ficar até 18% mais barato que o atual, estima o secretário. Em contrapartida, o município poderá ceder terrenos para a instalação de estações de transbordo -locais onde será armazenado o que for coletado nos bairros, antes de seguir para o aterro. Serão, pelo menos, duas unidades. LIXO BILIONÁRIO Curitiba terá PPP para detritos sólidos Como é hoje? Uma empresa tem contrato, com prazo de cinco anos, para coleta e transporte de resíduos sólidos. O município paga R$ 242,50 por tonelada de lixo Como será a PPP? Terá vigência de 15 anos e valor estimado em R$ 2,8 bilhões. A vencedorá criará estações de transbordo, para reduzir custos de transporte até o aterro Fonte: Prefeitura de Curitiba * Injeção na veia A União Química, proprietária da empresa farmacêutica Anovis, vai investir R$ 40 milhões em equipamentos e infraestrutura para produzir uma nova linha de medicamentos para serem injetados com seringa. O capital é do próprio grupo, e a previsão é que as instalações estejam prontas no primeiro semestre de 2017. Na fabricação desses produtos tira-se a água, que é adicionada no momento de dar a injeção, afirma Fernando Marques, presidente da União Química. "Essa é uma tendência tecnológica entre os remédios, que ganham estabilidade e validade maiores." A empresa almeja aumentar as vendas para o exterior. A Anovis pretende produzir remédios para companhias dos Estados Unidos e da Europa que não têm suas fábricas, diz Marques. "Nosso alvo é atender produções de terceiros externos. Poucas empresas no Brasil fazem esses remédios, e geralmente, os negócios sem muitos concorrentes são os melhores." R$ 120 milhões foi pago pela Anovis R$ 47 milhões foi o lucro líquido em 2015 * Só uma saladinha Os restaurantes do país devem encerrar este ano com queda de 1% no faturamento em relação a 2015, quando a retração foi de 6%, segundo a ANR (do setor). "Ficamos em situação difícil depois da segunda metade de 2015. Não deverá cair muito mais agora, e empatar com o ano passado será uma vitória", segundo Cristiano Melles, presidente da entidade e sócio do Pobre Juan. No primeiro semestre, esse segmento arrecadou 4,5% a menos que em igual período do ano passado -um total de cerca de R$ 70 bilhões. Só demorará para voltarmos ao nível de 2011, de crescimento de dois dígitos, diz. * A classe C sai do paraíso O varejo digital ficou mais elitizado no primeiro semestre de 2016, aponta uma pesquisa da consultoria Ebit. O número de pedidos diminuiu 2%, em comparação com o mesmo período do ano passado. A classe C foi a que mais reduziu participação: de 40,9% das compras no comércio eletrônico em 2015, passou para 37,5%. "Aumentou a presença relativa das classes A e B, que têm mais dinheiro", diz o presidente da empresa, Pedro Guasti. A renda média dos consumidores subiu 11%. As plataformas de comércio não adaptam sua estratégia para atingir diferentes classes, segundo ele. "Varejistas que já têm como alvo a classe C falam com esse público, mas as outras não conseguem atingi-los." * Guarda-costas de negócios A demanda por profissionais que cuidam da segurança patrimonial de empresas mais do que dobrou no primeiro semestre deste ano, em relação a igual período de 2015, aponta a Michael Page. companhia de recrutamento. Por ser um cargo de confiança -o salário vai de R$ 18 mil a R$ 30 mil-, as vagas normalmente são reduzidas, de três a cinco por ano, diz Lucas Rizzardo, da empresa. Na primeira metade de 2016, porém, já foram 15 postos abertos. "Os cortes mais básicos já foram feitos. Agora, passou-se a investir na otimização de custos com segurança e redução de perdas por roubo." A maior demanda veio de farmacêuticas e transportadoras. * Palavra de... O advogado Pierre Moreau, sócio da Casa do Saber, lança no dia 13 "Fora da Curva - Os segredos dos grandes investidores do Brasil e o que você pode aprender com eles". O prefácio é de Jorge Paulo Lemann. ...quem entende Escrito em parceira com Florian Bartunek e Giuliana Napolitano, a obra tem depoimentos de Luis Stuhlberger, Luiz Fernando Figueiredo e Meyer Joseph Nigri. Gestão A Lello investiu R$ 1,5 milhão em um aplicativo para síndicos administrarem dados e pagamentos de funcionários de condomínios. Novos ventos A Vestas, dinamarquesa do setor eólico, organizou a vinda de seis companhias do país ao Brasil, para avaliar investimentos no setor. Hora do café com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA | 10 |
Ambiguidade na política e ajuste fiscal | A semana passada iniciou-se com fortes dúvidas sobre o real apoio ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, por parte da presidente e, principalmente, do grupo político que lidera o Executivo nacional há 12 anos e meio. Na sexta feira, 22 de maio, a divulgação do contingenciamento do gasto não contou com a presença do ministro Levy, que alegou gripe. Anteriormente, o ministro a- firmara que o contingenciamen- to deveria ser entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões. Nelson Barbosa, ministro do Planejamento, cravou R$ 69,9 bilhões. Adicionalmente, apareceu sinal de fratura da base do PT no Congresso. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou pesadamente as medidas provisórias que coíbem excessos de diversos programas sociais. Essas fraturas foram graves em razão da proximidade de Nelson Barbosa e Lindbergh com o ex-presidente Lula. Por que motivo Lula desejaria enfraquecer o ministro Levy? Tudo o que Levy representa –o recuo no experimento de política econômica, conhecido por nova matriz econômica, e o retorno ao regime mais liberal que vigorou no período "Malocci" (Malan e Palocci)– foi promovido pelos políticos profissionais do PT liderados por Lula! A coisa ficou mais complicada com a coluna de Claudia Safatle, experiente e respeitada jornalista, no jornal "Valor Econômico" de terça-feira, 26 de maio, alegando haver divergência fundamental entre Barbosa e Levy: este deseja fazer o ajuste reduzindo a despesa, e aquele, pela elevação da receita. As medidas provisórias votadas e aprovadas na semana passada no Senado –que ajustam os critérios de elegibilidade e o valor do be- nefício dos programas de pensão por morte, seguro-desemprego, seguro-defeso e abono salarial– sempre tiveram total apoio do ministro do Planejamento e foram, aliás, assinadas ainda no fim do ano passado, pelo ex-ministro Guido Mantega. O fim da primeira rodada do ajuste fiscal requer, além dessa aprovação das duas MPs sociais, que ocorreu na semana passada, a aprovação do projeto de lei que desfaz os excessos da desoneração da folha de salários. Esse é somente o começo. Há um buraco fiscal enorme e não está claro como ele será fechado. De quanto é o buraco? No ano pas- sado, tivemos deficit primário de 0,6% do PIB. É necessário termos um superavit de 2% a 2,5%. Ou seja, temos um buraco de 2,6% a 3,1% do PIB. Nos 23 anos entre 1991 e 2014, o gasto não financeiro da União cresceu 9,1 pontos percentuais do PIB, ou 0,39 ponto percentual do PIB todo ano. Somente as principais rubricas do gasto social cresceram 6,8 pontos percentuais do PIB, ou 0,30 ponto percentual por ano. Se nada for feito, o buraco de 2,6% a 3,1% do PIB será em 2018 de 4,2% a 4,7% do PIB. As MPs votadas na semana passada são um primeiro pequeno passo na direção de ajustar esse desequilíbrio. Tapar o buraco fiscal e evitar crise fiscal de grandes proporções nos próximos anos requererá muito trabalho legislativo. Será necessário refazer os critérios de elegibilidade e o valor do benefício de inúmeros programas sociais, ou seja, teremos que repactuar o contrato social; nova rodada de elevação de tributos; e nova desvinculação de receita da União (DRU). Fico cansado só de teclar toda a pauta fiscal dos próximos semestres. Nelson, Lula e Lindbergh sabem disto. Difícil entender a ambiguidade ante o tamanho da empreitada. | colunas | Ambiguidade na política e ajuste fiscalA semana passada iniciou-se com fortes dúvidas sobre o real apoio ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, por parte da presidente e, principalmente, do grupo político que lidera o Executivo nacional há 12 anos e meio. Na sexta feira, 22 de maio, a divulgação do contingenciamento do gasto não contou com a presença do ministro Levy, que alegou gripe. Anteriormente, o ministro a- firmara que o contingenciamen- to deveria ser entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões. Nelson Barbosa, ministro do Planejamento, cravou R$ 69,9 bilhões. Adicionalmente, apareceu sinal de fratura da base do PT no Congresso. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou pesadamente as medidas provisórias que coíbem excessos de diversos programas sociais. Essas fraturas foram graves em razão da proximidade de Nelson Barbosa e Lindbergh com o ex-presidente Lula. Por que motivo Lula desejaria enfraquecer o ministro Levy? Tudo o que Levy representa –o recuo no experimento de política econômica, conhecido por nova matriz econômica, e o retorno ao regime mais liberal que vigorou no período "Malocci" (Malan e Palocci)– foi promovido pelos políticos profissionais do PT liderados por Lula! A coisa ficou mais complicada com a coluna de Claudia Safatle, experiente e respeitada jornalista, no jornal "Valor Econômico" de terça-feira, 26 de maio, alegando haver divergência fundamental entre Barbosa e Levy: este deseja fazer o ajuste reduzindo a despesa, e aquele, pela elevação da receita. As medidas provisórias votadas e aprovadas na semana passada no Senado –que ajustam os critérios de elegibilidade e o valor do be- nefício dos programas de pensão por morte, seguro-desemprego, seguro-defeso e abono salarial– sempre tiveram total apoio do ministro do Planejamento e foram, aliás, assinadas ainda no fim do ano passado, pelo ex-ministro Guido Mantega. O fim da primeira rodada do ajuste fiscal requer, além dessa aprovação das duas MPs sociais, que ocorreu na semana passada, a aprovação do projeto de lei que desfaz os excessos da desoneração da folha de salários. Esse é somente o começo. Há um buraco fiscal enorme e não está claro como ele será fechado. De quanto é o buraco? No ano pas- sado, tivemos deficit primário de 0,6% do PIB. É necessário termos um superavit de 2% a 2,5%. Ou seja, temos um buraco de 2,6% a 3,1% do PIB. Nos 23 anos entre 1991 e 2014, o gasto não financeiro da União cresceu 9,1 pontos percentuais do PIB, ou 0,39 ponto percentual do PIB todo ano. Somente as principais rubricas do gasto social cresceram 6,8 pontos percentuais do PIB, ou 0,30 ponto percentual por ano. Se nada for feito, o buraco de 2,6% a 3,1% do PIB será em 2018 de 4,2% a 4,7% do PIB. As MPs votadas na semana passada são um primeiro pequeno passo na direção de ajustar esse desequilíbrio. Tapar o buraco fiscal e evitar crise fiscal de grandes proporções nos próximos anos requererá muito trabalho legislativo. Será necessário refazer os critérios de elegibilidade e o valor do benefício de inúmeros programas sociais, ou seja, teremos que repactuar o contrato social; nova rodada de elevação de tributos; e nova desvinculação de receita da União (DRU). Fico cansado só de teclar toda a pauta fiscal dos próximos semestres. Nelson, Lula e Lindbergh sabem disto. Difícil entender a ambiguidade ante o tamanho da empreitada. | 10 |
Com receio de hostilidades, Temer não deve comparecer a velório de d. Paulo | O presidente Michel Temer não deve comparecer ao velório de dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, realizado na Catedral da Sé. Além de ter passado esta quinta-feira (15) fechando os detalhes do minipacote econômico, o que não lhe permitiu viajar à capital paulista, o peemedebista quer evitar um desconforto público na cerimônia fúnebre. Com a defesa histórica do cardeal dos direitos humanos, o receio é a presença no velório de autoridades ou militantes de movimentos de esquerda, que poderiam hostilizar o peemedebista. Na sexta-feira (16), último dia de missas em homenagem ao arcebispo, o presidente tem programada uma agenda extensa em Brasília, que inclui almoço com militares e condecoração a autoridades colombianas. O corpo do cardeal chegou sob salva de palmas na quarta-feira (14) à Catedral da Sé, onde será velado até sexta-feira (16). Em nota, o presidente lamentou a morte do arcebispo e decretou luto oficial de três dias. O religioso, que foi o quinto arcebispo da capital paulista e seu terceiro cardeal, será sepultado na própria cripta da catedral. Até o fim do velório, serão celebradas missas a cada duas horas. Dom Odilo Scherer, atual arcebispo de São Paulo, celebrou a primeira e celebrará a última, às 15h de sexta-feira (16). O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi uma das poucas autoridades que compareceram à primeira missa. Segundo a Arquidiocese de São Paulo, as assessorias de imprensa dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff entraram em contato na quarta-feira (14), mas não há confirmação de que comparecerão. | poder | Com receio de hostilidades, Temer não deve comparecer a velório de d. PauloO presidente Michel Temer não deve comparecer ao velório de dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, realizado na Catedral da Sé. Além de ter passado esta quinta-feira (15) fechando os detalhes do minipacote econômico, o que não lhe permitiu viajar à capital paulista, o peemedebista quer evitar um desconforto público na cerimônia fúnebre. Com a defesa histórica do cardeal dos direitos humanos, o receio é a presença no velório de autoridades ou militantes de movimentos de esquerda, que poderiam hostilizar o peemedebista. Na sexta-feira (16), último dia de missas em homenagem ao arcebispo, o presidente tem programada uma agenda extensa em Brasília, que inclui almoço com militares e condecoração a autoridades colombianas. O corpo do cardeal chegou sob salva de palmas na quarta-feira (14) à Catedral da Sé, onde será velado até sexta-feira (16). Em nota, o presidente lamentou a morte do arcebispo e decretou luto oficial de três dias. O religioso, que foi o quinto arcebispo da capital paulista e seu terceiro cardeal, será sepultado na própria cripta da catedral. Até o fim do velório, serão celebradas missas a cada duas horas. Dom Odilo Scherer, atual arcebispo de São Paulo, celebrou a primeira e celebrará a última, às 15h de sexta-feira (16). O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi uma das poucas autoridades que compareceram à primeira missa. Segundo a Arquidiocese de São Paulo, as assessorias de imprensa dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff entraram em contato na quarta-feira (14), mas não há confirmação de que comparecerão. | 0 |
Vitória de Trump deixa donos de armas de fogo aliviados | Antes da eleição presidencial americana, ativistas do direito à posse de armas estavam tão preocupados com a possibilidade de Hillary Clinton chegar à Presidência que alguns deles compraram munições e armas extras, temendo que determinadas armas, munições e revistas fossem sujeitos a restrições. Eles não estão preocupados agora. Em vez disso, desde a eleição de Donald Trump, os partidários das armas estão festejando, gabando-se de sua influência política e tramando maneiras para eliminar muitas restrições ainda remanescentes à propriedade e ao uso de armas, enquanto aguardam a chegada à Casa Branca de um dos candidatos presidenciais mais declaradamente pró-armas que o país já teve. "Fomos ameaçados. Fomos coagidos. Fomos ridicularizados por oito anos", disse Alice Tripp, diretora legislativa da Texas State Rifle Association, a seção texana da National Rifle Association (NRA, na sigla em inglês; entidade representa produtores de armas) . "Prevejo que o tom vai mudar. Se o tom determinar a política, as coisas vão acontecer como queremos." Foi mais do que apenas o resultado da corrida presidencial. Partidários das armas ajudaram a mudar a maioria no Senado estadual do Iowa de democrata para republicana e ajudaram a derrotar uma iniciativa levada a voto no Maine que propunha a exigência de verificações universais de antecedentes para compradores de armas de fogo. A NRA gastou US$ 50,2 milhões (R$ 170 milhões) em sete campanhas eleitorais este ano, dando seu apoio a Trump e seis candidatos republicanos ao Senado, e perdeu em apenas um Estado, o Nevada, segundo análise do Center for Responsive Policies e do site de jornalismo sem fins lucrativos The Trace, que cobre a violência cometida com armas de fogo. "Políticos inteligentes em todo o país estão percebendo que, se não levarmos a Segunda Emenda constitucional a sério, ficaremos desempregados", comentou Aaron Dorr, diretor executivo da organização de proprietários de armas do Iowa, cujos membros distribuíram informações sobre candidatos vistos como sendo hostis à Segunda Emenda em cinco distritos senatoriais estaduais. Os senadores democratas em todos esses distritos, todos os quais eram candidatos à reeleição, perderam. No Kansas e em Indiana, os eleitores aprovaram emendas consagrando o direito à caça e pesca em suas Constituições estaduais. E no Maine, David Trahan, diretor executivo da Aliança de Esportistas do Maine, que se opôs ao referendo sobre verificação universal de antecedentes que foi levado à votação no Estado, disse que preocupações com restrições às transferências legítimas de armas e o sentimento de que pessoas de fora estavam ditando o processo político no Estado levaram a uma reação contrária. A proposta de verificação universal de antecedentes teve o apoio da organização de controle de armas Everytown for Gun Safety, fundado em parte pelo ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg. Os defensores do controle de armas disseram que a situação nacional é mais nuançada do que sugerem as reações de júbilo dos ativistas pró-armas. Disseram que seria impossível determinar a contribuição das questões ligadas às armas para a vitória de Trump e contestaram que a eleição tenha sido um referendo nacional sobre os direitos às armas. Das quatro medidas de alto perfil ligadas às armas ao nível estadual, os partidários do controle de armas ganharam três e perderam uma, no Maine. Os eleitores do Estado de Washington aprovaram uma iniciativa permitindo que ordens judiciais emergenciais emitidas por tribunais bloqueiem temporariamente o direito à posse de armas por pessoas que se considera que apresentam risco maior de ferir a si mesmas ou a outra pessoa. Os eleitores da Califórnia aprovaram uma medida exigindo a verificação de antecedentes antes da compra de munições. E os eleitores do Nevada aprovaram uma medida que exige verificação de antecedentes para quase todas as transferências de armas —mais do que o previsto na lei federal. Jennifer Crowe, que fez campanha pela medida requerendo a verificação de antecedentes no Nevada, conhecida localmente como Questão 1, disse que a preocupação com homicídios e vendas irrestritas de armas online ajudaram seu lado a vencer, apesar da oposição feita por grupos de defesa dos direitos às armas. "Quanto mais falamos do mercado online de armas e de como é forte, mais as pessoas parecem ter entendido a importância da Questão 1 como medida de segurança pública", disse Crowe. Erika Soto Lamb, porta-voz da Everytown for Gun Safety, que apoiou as medidas submetidas ao voto no Maine, Estado de Washington e Nevada, disse que "os únicos verdadeiros referendos sobre como os americanos encaram a questão da segurança de armas são as medidas que foram à votação". Segundo ela, a discussão aberta do controle de armas na campanha e nas vitórias estaduais sugeriu que "algo que por muito tempo foi visto como questão não prioritária foi, na verdade, uma questão de primeira importância". Os partidários dos direitos às armas dizem o contrário, descrevendo a derrota de Hillary como sinal de que o controle de armas é uma questão intocável e prevendo uma ampliação dos direitos de armas com uma administração Trump e um Congresso de maioria republicana. Uma das políticas que estão sendo discutidas envolveria suspender as restrições que proíbem militares em bases militares e centros de recrutamento de portarem armas. As regras na maioria desses locais proíbem militares que não sejam policiais ou agentes de segurança de portarem armas de fogo, e Trump já se declarou a favor da proibição das chamadas zonas livres de armas em bases militares. A questão chamou mais atenção depois dos massacres ocorridos em locais militares, incluindo em Fort Hood, Texas, e em Chattanooga, Tennessee. "Se alguém tivesse atirado de volta em Nidal Hasan, Hasan poderia ter ferido ou até matado algumas pessoas, mas não tantas quanto matou", disse Valente Gonzalez, do grupo de defesa do direito às armas Open Carry Texas, da área de Houston, aludindo ao atirador que matou 13 pessoas em Fort Hood em 2009. "Desarmar pessoas que obedecem as leis é um convite ao caos." Outras políticas incluem o direito nacional ao porte de armas, com o qual pessoas que autorização de portar armas escondidas em um Estado teriam seu porte de armas respeitado nos outros 49 Estados. Conhecida como reciprocidade nacional, essa iniciativa também tem o apoio de Trump. Há também um esforço para baratear os silenciadores e facilitar sua aquisição, tirando-os dos produtos cobertos pela Lei Nacional das Armas de Fogo. "Queremos a desregulamentação ampla das armas de fogo", disse Dudley Brown, o presidente da Associação Nacional pelo Direito às Armas. "Está mais que na hora de as maiorias republicanas no Executivo e Legislativo chegarem e promoverem algumas mudanças amplas. Como diz o ditado, 'dance com quem o chamou para a pista'." Alguns proprietários de armas se surpreenderam com a vitória inesperada de Trump. Preocupado com a possibilidade de uma vitória de Hillary, pouco antes da eleição C.J. Grisham, sargento aposentado do Exército e presidente da Open Carry Texas, comprou dois fuzis AR-15 e um kit de fabricação de munições. "Muita gente da comunidade de direitos às armas está aliviada", ele disse. "Acho que ninguém está reclamando por ter saído para comprar armas a mais." Tradução de CLARA ALLAIN | mundo | Vitória de Trump deixa donos de armas de fogo aliviadosAntes da eleição presidencial americana, ativistas do direito à posse de armas estavam tão preocupados com a possibilidade de Hillary Clinton chegar à Presidência que alguns deles compraram munições e armas extras, temendo que determinadas armas, munições e revistas fossem sujeitos a restrições. Eles não estão preocupados agora. Em vez disso, desde a eleição de Donald Trump, os partidários das armas estão festejando, gabando-se de sua influência política e tramando maneiras para eliminar muitas restrições ainda remanescentes à propriedade e ao uso de armas, enquanto aguardam a chegada à Casa Branca de um dos candidatos presidenciais mais declaradamente pró-armas que o país já teve. "Fomos ameaçados. Fomos coagidos. Fomos ridicularizados por oito anos", disse Alice Tripp, diretora legislativa da Texas State Rifle Association, a seção texana da National Rifle Association (NRA, na sigla em inglês; entidade representa produtores de armas) . "Prevejo que o tom vai mudar. Se o tom determinar a política, as coisas vão acontecer como queremos." Foi mais do que apenas o resultado da corrida presidencial. Partidários das armas ajudaram a mudar a maioria no Senado estadual do Iowa de democrata para republicana e ajudaram a derrotar uma iniciativa levada a voto no Maine que propunha a exigência de verificações universais de antecedentes para compradores de armas de fogo. A NRA gastou US$ 50,2 milhões (R$ 170 milhões) em sete campanhas eleitorais este ano, dando seu apoio a Trump e seis candidatos republicanos ao Senado, e perdeu em apenas um Estado, o Nevada, segundo análise do Center for Responsive Policies e do site de jornalismo sem fins lucrativos The Trace, que cobre a violência cometida com armas de fogo. "Políticos inteligentes em todo o país estão percebendo que, se não levarmos a Segunda Emenda constitucional a sério, ficaremos desempregados", comentou Aaron Dorr, diretor executivo da organização de proprietários de armas do Iowa, cujos membros distribuíram informações sobre candidatos vistos como sendo hostis à Segunda Emenda em cinco distritos senatoriais estaduais. Os senadores democratas em todos esses distritos, todos os quais eram candidatos à reeleição, perderam. No Kansas e em Indiana, os eleitores aprovaram emendas consagrando o direito à caça e pesca em suas Constituições estaduais. E no Maine, David Trahan, diretor executivo da Aliança de Esportistas do Maine, que se opôs ao referendo sobre verificação universal de antecedentes que foi levado à votação no Estado, disse que preocupações com restrições às transferências legítimas de armas e o sentimento de que pessoas de fora estavam ditando o processo político no Estado levaram a uma reação contrária. A proposta de verificação universal de antecedentes teve o apoio da organização de controle de armas Everytown for Gun Safety, fundado em parte pelo ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg. Os defensores do controle de armas disseram que a situação nacional é mais nuançada do que sugerem as reações de júbilo dos ativistas pró-armas. Disseram que seria impossível determinar a contribuição das questões ligadas às armas para a vitória de Trump e contestaram que a eleição tenha sido um referendo nacional sobre os direitos às armas. Das quatro medidas de alto perfil ligadas às armas ao nível estadual, os partidários do controle de armas ganharam três e perderam uma, no Maine. Os eleitores do Estado de Washington aprovaram uma iniciativa permitindo que ordens judiciais emergenciais emitidas por tribunais bloqueiem temporariamente o direito à posse de armas por pessoas que se considera que apresentam risco maior de ferir a si mesmas ou a outra pessoa. Os eleitores da Califórnia aprovaram uma medida exigindo a verificação de antecedentes antes da compra de munições. E os eleitores do Nevada aprovaram uma medida que exige verificação de antecedentes para quase todas as transferências de armas —mais do que o previsto na lei federal. Jennifer Crowe, que fez campanha pela medida requerendo a verificação de antecedentes no Nevada, conhecida localmente como Questão 1, disse que a preocupação com homicídios e vendas irrestritas de armas online ajudaram seu lado a vencer, apesar da oposição feita por grupos de defesa dos direitos às armas. "Quanto mais falamos do mercado online de armas e de como é forte, mais as pessoas parecem ter entendido a importância da Questão 1 como medida de segurança pública", disse Crowe. Erika Soto Lamb, porta-voz da Everytown for Gun Safety, que apoiou as medidas submetidas ao voto no Maine, Estado de Washington e Nevada, disse que "os únicos verdadeiros referendos sobre como os americanos encaram a questão da segurança de armas são as medidas que foram à votação". Segundo ela, a discussão aberta do controle de armas na campanha e nas vitórias estaduais sugeriu que "algo que por muito tempo foi visto como questão não prioritária foi, na verdade, uma questão de primeira importância". Os partidários dos direitos às armas dizem o contrário, descrevendo a derrota de Hillary como sinal de que o controle de armas é uma questão intocável e prevendo uma ampliação dos direitos de armas com uma administração Trump e um Congresso de maioria republicana. Uma das políticas que estão sendo discutidas envolveria suspender as restrições que proíbem militares em bases militares e centros de recrutamento de portarem armas. As regras na maioria desses locais proíbem militares que não sejam policiais ou agentes de segurança de portarem armas de fogo, e Trump já se declarou a favor da proibição das chamadas zonas livres de armas em bases militares. A questão chamou mais atenção depois dos massacres ocorridos em locais militares, incluindo em Fort Hood, Texas, e em Chattanooga, Tennessee. "Se alguém tivesse atirado de volta em Nidal Hasan, Hasan poderia ter ferido ou até matado algumas pessoas, mas não tantas quanto matou", disse Valente Gonzalez, do grupo de defesa do direito às armas Open Carry Texas, da área de Houston, aludindo ao atirador que matou 13 pessoas em Fort Hood em 2009. "Desarmar pessoas que obedecem as leis é um convite ao caos." Outras políticas incluem o direito nacional ao porte de armas, com o qual pessoas que autorização de portar armas escondidas em um Estado teriam seu porte de armas respeitado nos outros 49 Estados. Conhecida como reciprocidade nacional, essa iniciativa também tem o apoio de Trump. Há também um esforço para baratear os silenciadores e facilitar sua aquisição, tirando-os dos produtos cobertos pela Lei Nacional das Armas de Fogo. "Queremos a desregulamentação ampla das armas de fogo", disse Dudley Brown, o presidente da Associação Nacional pelo Direito às Armas. "Está mais que na hora de as maiorias republicanas no Executivo e Legislativo chegarem e promoverem algumas mudanças amplas. Como diz o ditado, 'dance com quem o chamou para a pista'." Alguns proprietários de armas se surpreenderam com a vitória inesperada de Trump. Preocupado com a possibilidade de uma vitória de Hillary, pouco antes da eleição C.J. Grisham, sargento aposentado do Exército e presidente da Open Carry Texas, comprou dois fuzis AR-15 e um kit de fabricação de munições. "Muita gente da comunidade de direitos às armas está aliviada", ele disse. "Acho que ninguém está reclamando por ter saído para comprar armas a mais." Tradução de CLARA ALLAIN | 3 |
Contas públicas fecham 2014 com rombo inédito de R$ 32,5 bilhões | Estados e empresas estatais também registraram no ano passado deficit expressivos em suas contas, de R$ 13,3 bilhões e R$ 4,3 bilhões respectivamente, contribuindo para aprofundar o buraco do setor público, segundo números divulgados nesta sexta pelo Banco Central. Juntos, União, Estados e municípios fecharam 2014 com deficit de R$ 32,5 bilhões (0,63% do PIB), primeiro resultado negativo registrado pelo BC na série histórica iniciada em dezembro de 2001. Para 2015, a nova equipe econômica promete um superavit de 1,2% do PIB. Segundo o BC, uma política fiscal "consistente" contribui para o combate à inflação, pois permite que as ações de política monetária (alta dos juros) sejam plenamente transmitidas à economia. Para alcançar esses resultados, já foram anunciadas várias medidas de aumento de tributos e corte de gastos. Para a consultoria Rosenberg Associados, as medidas estão na direção correta, mas ainda são insuficientes para garantir a meta do governo. "Mesmo se a meta não for cumprida integralmente, vindo de um primário negativo neste ano, um resultado próximo de 1% já seria comemorável", diz a consultoria. Como o governo não teve dinheiro para cobrir todas as suas despesas, isso levou a um aumento do seu endividamento, segundo o BC. A dívida líquida -diferença entre o que o governo deve e seus ativos, como as reservas em moeda estrangeira- terminou o ano em 36,7% do PIB, maior percentual desde fevereiro de 2012 (37,4%). É a primeira vez desde 2009 que a dívida líquida na comparação com o PIB sobe em um ano fechado. O BC espera que suba novamente, para 38,2%, no fim de 2015. O foco da nova equipe econômica, no entanto, é a redução da dívida bruta, que subiu de 56,7% para 63,4% do PIB de 2013 para 2014. O BC também espera que esse indicador cresça em 2015, para 65,2%. Segundo o BC, isso ocorre porque o redirecionamento da política econômica do governo é gradual. "O objetivo é estancar a trajetória de crescimento da dívida bruta e depois fazer com que ela volte à trajetória de redução", disse o chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha. Se forem acrescentadas também as receitas e despesas financeiras, o setor público fechou o ano com deficit de 6,7% do PIB. SÃO PAULO As contas de São Paulo, considerando Estado, prefeitura da capital e principais municípios, sofreram a maior deterioração, em termos absolutos, entre 2013 e 2014. Passaram de um superavit de R$ 8,3 bilhões (maior resultado do país em 2013) para deficit de R$ 3,5 bilhões. | mercado | Contas públicas fecham 2014 com rombo inédito de R$ 32,5 bilhõesEstados e empresas estatais também registraram no ano passado deficit expressivos em suas contas, de R$ 13,3 bilhões e R$ 4,3 bilhões respectivamente, contribuindo para aprofundar o buraco do setor público, segundo números divulgados nesta sexta pelo Banco Central. Juntos, União, Estados e municípios fecharam 2014 com deficit de R$ 32,5 bilhões (0,63% do PIB), primeiro resultado negativo registrado pelo BC na série histórica iniciada em dezembro de 2001. Para 2015, a nova equipe econômica promete um superavit de 1,2% do PIB. Segundo o BC, uma política fiscal "consistente" contribui para o combate à inflação, pois permite que as ações de política monetária (alta dos juros) sejam plenamente transmitidas à economia. Para alcançar esses resultados, já foram anunciadas várias medidas de aumento de tributos e corte de gastos. Para a consultoria Rosenberg Associados, as medidas estão na direção correta, mas ainda são insuficientes para garantir a meta do governo. "Mesmo se a meta não for cumprida integralmente, vindo de um primário negativo neste ano, um resultado próximo de 1% já seria comemorável", diz a consultoria. Como o governo não teve dinheiro para cobrir todas as suas despesas, isso levou a um aumento do seu endividamento, segundo o BC. A dívida líquida -diferença entre o que o governo deve e seus ativos, como as reservas em moeda estrangeira- terminou o ano em 36,7% do PIB, maior percentual desde fevereiro de 2012 (37,4%). É a primeira vez desde 2009 que a dívida líquida na comparação com o PIB sobe em um ano fechado. O BC espera que suba novamente, para 38,2%, no fim de 2015. O foco da nova equipe econômica, no entanto, é a redução da dívida bruta, que subiu de 56,7% para 63,4% do PIB de 2013 para 2014. O BC também espera que esse indicador cresça em 2015, para 65,2%. Segundo o BC, isso ocorre porque o redirecionamento da política econômica do governo é gradual. "O objetivo é estancar a trajetória de crescimento da dívida bruta e depois fazer com que ela volte à trajetória de redução", disse o chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha. Se forem acrescentadas também as receitas e despesas financeiras, o setor público fechou o ano com deficit de 6,7% do PIB. SÃO PAULO As contas de São Paulo, considerando Estado, prefeitura da capital e principais municípios, sofreram a maior deterioração, em termos absolutos, entre 2013 e 2014. Passaram de um superavit de R$ 8,3 bilhões (maior resultado do país em 2013) para deficit de R$ 3,5 bilhões. | 2 |
Otan amplia patrulha no mar contra travessia ilegal para a Europa | A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) vai expandir sua missão de patrulha do mar Egeu para coibir traficantes que fazem a travessia ilegal de refugiados rumo à Europa. Em entrevista à agência Associated Press neste domingo (6), o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg, disse que a partir desta semana os navios da operação também vão monitorar as águas territoriais da Grécia e da Turquia, e os dados do monitoramento serão compartilhados com a Frontex (agência europeia de fronteiras). "A Otan fará com que a Frontex e as guardas costeiras da Grécia e da Turquia possam agir em tempo real", afirmou Stoltenberg à AP. Iniciada em fevereiro, a missão conta com quatro navios de guerra —da Alemanha, Canadá, Grécia e Turquia—, e os governos da França e do Reino Unido também se comprometeram a participar. Stoltenberg disse que mais países devem aderir em breve. O anúncio do chefe da Otan abre uma semana crucial para a União Europeia buscar uma política comum diante da crise de refugiados. Nesta segunda (7), líderes do bloco se reúnem em Bruxelas para uma cúpula extraordinária sobre o tema, com participação do premiê turco, Ahmet Davutoglu. A Turquia não integra a UE, mas é parte essencial na reunião por ser a principal rota de passagem de refugiados em direção ao continente europeu, especialmente os vindos da vizinha Síria. O objetivo é firmar um acordo com Ancara para reforçar o controle das fronteiras turcas, além de financiar a assistência àqueles que permanecem em acampamentos na Turquia —cerca de 2,5 milhões de pessoas. Na sexta (4), um relatório da Eurostat pôs ainda mais pressão sobre os dirigentes do bloco, com a notícia de que a UE recebeu 1,25 milhão de pedidos de asilo em 2015, mais que o dobro dos 562 mil do ano anterior. Os sírios, que sofrem há cinco anos com uma guerra civil, foram responsáveis por quase um terço das solicitações do ano passado, com 362,7 mil pedidos. Em seguida vieram os afegãos (178,2 mil) e iraquianos (121,5 mil). | mundo | Otan amplia patrulha no mar contra travessia ilegal para a EuropaA Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) vai expandir sua missão de patrulha do mar Egeu para coibir traficantes que fazem a travessia ilegal de refugiados rumo à Europa. Em entrevista à agência Associated Press neste domingo (6), o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg, disse que a partir desta semana os navios da operação também vão monitorar as águas territoriais da Grécia e da Turquia, e os dados do monitoramento serão compartilhados com a Frontex (agência europeia de fronteiras). "A Otan fará com que a Frontex e as guardas costeiras da Grécia e da Turquia possam agir em tempo real", afirmou Stoltenberg à AP. Iniciada em fevereiro, a missão conta com quatro navios de guerra —da Alemanha, Canadá, Grécia e Turquia—, e os governos da França e do Reino Unido também se comprometeram a participar. Stoltenberg disse que mais países devem aderir em breve. O anúncio do chefe da Otan abre uma semana crucial para a União Europeia buscar uma política comum diante da crise de refugiados. Nesta segunda (7), líderes do bloco se reúnem em Bruxelas para uma cúpula extraordinária sobre o tema, com participação do premiê turco, Ahmet Davutoglu. A Turquia não integra a UE, mas é parte essencial na reunião por ser a principal rota de passagem de refugiados em direção ao continente europeu, especialmente os vindos da vizinha Síria. O objetivo é firmar um acordo com Ancara para reforçar o controle das fronteiras turcas, além de financiar a assistência àqueles que permanecem em acampamentos na Turquia —cerca de 2,5 milhões de pessoas. Na sexta (4), um relatório da Eurostat pôs ainda mais pressão sobre os dirigentes do bloco, com a notícia de que a UE recebeu 1,25 milhão de pedidos de asilo em 2015, mais que o dobro dos 562 mil do ano anterior. Os sírios, que sofrem há cinco anos com uma guerra civil, foram responsáveis por quase um terço das solicitações do ano passado, com 362,7 mil pedidos. Em seguida vieram os afegãos (178,2 mil) e iraquianos (121,5 mil). | 3 |
Filha de Beth Carvalho canta gêneros diversos em disco duplo de estreia | Desde os 15 anos, Luana Carvalho lista músicas que gostaria de gravar. E ela, filha da cantora Beth Carvalho, já está à beira de completar 36. É natural, portanto, que tenha selecionado seis composições de outros autores para juntar a cinco suas no disco de estreia. "É metade meu, metade do mundo", diz. Mas não lhe bastou lançar apenas um álbum chamado "Branco". Registrou mais sete canções próprias em "Sul", segunda parte de um CD duplo –na internet, eles estão desmembrados. "Não quero que pareça um trabalho gordo, por serem dois. Fiz o 'Sul' por sentir urgência. Ele é a primeira coisa que eu teria a falar sobre mim hoje. Tem relação maior com a compositora que eu sou", afirma. Em 2012, Luana convidou Moreno Veloso para produzir seu primeiro CD. Feito aos poucos, o projeto foi concluído no final de 2015, tendo participações de 16 músicos. Enquanto esperava os nós burocráticos de "Branco" serem desatados, ela decidiu voltar ao estúdio. Assumiu o violão e se cercou de apenas três músicos: Moreno, Pedro Sá e Domenico Lancellotti. "Sou seguidora de João Gilberto, sou da linha 'menos é mais'. Trouxe o 'Sul' para mais perto da sala de casa que fosse possível", diz. BARRIGA DE SAMBA O CD começa e termina em temática de Carnaval: "Avesso da Alegria" e "A Cabrocha de Mangueira". Em "Branco", o samba só marca presença na faixa final: "Força da Imaginação", que Caetano Veloso e Dona Ivone Lara compuseram em 1982 para Beth Carvalho gravar. "Nunca me distancio do samba. Fui gerada numa barriga de samba. É algo muito perto de mim. E, no 'Branco', busquei caminhos que eu não conhecia", afirma ela, que canta gêneros diversos, sempre com suavidade. Das suas antigas listas, também entraram "Palavra Acesa" (Fernando Filizolla), do repertório do Quinteto Violado, e "Paloma Negra", de Chavela Vargas. De seus contemporâneos, gravou "Ar para Jantar" (Domenico Lancellotti e André Dahmer), "Indivídua" (Pedro Luis/João Cavalcanti) e "Luz do Âmbar" (Pedro Luis). Esta última, sobre Lisboa, ela encomendou. Luana tem passado metade do ano na capital portuguesa. Aproxima artistas de língua portuguesa no projeto virtual Cais, que tem participado de festas literárias como a Flip. "A maneira de Lisboa lidar com o dia é mais mansa. As pessoas acordam, almoçam e andam com mais calma. Isso tem mais a ver comigo. A boêmia improdutiva do Rio não me anima", diz a carioca que já morou em São Paulo. * SUL / BRANCO ARTISTA Luana Carvalho GRAVADORA Coqueiro Verde QUANTO R$ 24, em média | ilustrada | Filha de Beth Carvalho canta gêneros diversos em disco duplo de estreiaDesde os 15 anos, Luana Carvalho lista músicas que gostaria de gravar. E ela, filha da cantora Beth Carvalho, já está à beira de completar 36. É natural, portanto, que tenha selecionado seis composições de outros autores para juntar a cinco suas no disco de estreia. "É metade meu, metade do mundo", diz. Mas não lhe bastou lançar apenas um álbum chamado "Branco". Registrou mais sete canções próprias em "Sul", segunda parte de um CD duplo –na internet, eles estão desmembrados. "Não quero que pareça um trabalho gordo, por serem dois. Fiz o 'Sul' por sentir urgência. Ele é a primeira coisa que eu teria a falar sobre mim hoje. Tem relação maior com a compositora que eu sou", afirma. Em 2012, Luana convidou Moreno Veloso para produzir seu primeiro CD. Feito aos poucos, o projeto foi concluído no final de 2015, tendo participações de 16 músicos. Enquanto esperava os nós burocráticos de "Branco" serem desatados, ela decidiu voltar ao estúdio. Assumiu o violão e se cercou de apenas três músicos: Moreno, Pedro Sá e Domenico Lancellotti. "Sou seguidora de João Gilberto, sou da linha 'menos é mais'. Trouxe o 'Sul' para mais perto da sala de casa que fosse possível", diz. BARRIGA DE SAMBA O CD começa e termina em temática de Carnaval: "Avesso da Alegria" e "A Cabrocha de Mangueira". Em "Branco", o samba só marca presença na faixa final: "Força da Imaginação", que Caetano Veloso e Dona Ivone Lara compuseram em 1982 para Beth Carvalho gravar. "Nunca me distancio do samba. Fui gerada numa barriga de samba. É algo muito perto de mim. E, no 'Branco', busquei caminhos que eu não conhecia", afirma ela, que canta gêneros diversos, sempre com suavidade. Das suas antigas listas, também entraram "Palavra Acesa" (Fernando Filizolla), do repertório do Quinteto Violado, e "Paloma Negra", de Chavela Vargas. De seus contemporâneos, gravou "Ar para Jantar" (Domenico Lancellotti e André Dahmer), "Indivídua" (Pedro Luis/João Cavalcanti) e "Luz do Âmbar" (Pedro Luis). Esta última, sobre Lisboa, ela encomendou. Luana tem passado metade do ano na capital portuguesa. Aproxima artistas de língua portuguesa no projeto virtual Cais, que tem participado de festas literárias como a Flip. "A maneira de Lisboa lidar com o dia é mais mansa. As pessoas acordam, almoçam e andam com mais calma. Isso tem mais a ver comigo. A boêmia improdutiva do Rio não me anima", diz a carioca que já morou em São Paulo. * SUL / BRANCO ARTISTA Luana Carvalho GRAVADORA Coqueiro Verde QUANTO R$ 24, em média | 1 |
'Para o Outro Lado' tem potencial emotivo, mas peca por direção fria | Com "Para o Outro Lado", o espectador verdadeiramente antenado pode ter, simultaneamente, sentimentos contraditórios. Por acompanhar o circuito com certo afinco, sabe que deve saudar um raro filme que não menospreza sua inteligência, fornecendo emoção e reflexão em boa medida. Por saber que Kiyoshi Kurosawa, de obras fenomenais como "Cura" (1997), "Pulse" (2000) e "Sonata de Tóquio" (2008), é o maior cineasta em atividade no Japão, entende que poderia esperar mais deste seu novo trabalho. E, ainda assim, é inevitável observar que estamos diante de um filme incomum, tanto por suas virtudes quanto por seus problemas. "Para o Outro Lado" é baseado em romance da escritora Kazumi Yumoto e foi vencedor do prêmio de direção da mostra Um Certo Olhar, do último Festival de Cannes. É desconcertante, em mais de uma maneira. Yusuke (Tadanobu Asano), marido de Mizuki (Eri Fukatsu), morreu afogado no mar, há três anos. Somente agora ele retorna ao lar para rever Mizuki. Ele a convida para conhecer o lugar onde ele vive agora, como gasta suas energias e com quem se relaciona. É um novo mundo que se abre para Mizuki. Mas esse mundo não seria dos mortos? Ao que tudo indica, sim. No entanto, não parecem mortos os que vemos lá. E esse mundo também não se parece com o além. O que estamos vendo, afinal? No cinema do grande Kiyoshi Kurosawa (que não tem parentesco algum com o mestre Akira), vivos e mortos costumam dividir as narrativas. Mas normalmente a fronteira entre um e outro é mais clara. Aqui, não se distingue. Os mortos por vezes podem ser chamados pela emoção, como na melhor cena do filme, que envolve uma melodia tocada ao piano. Ou simplesmente aparecer quando têm vontade. Mas há um senão a se fazer: a direção é um tanto fria, monótona em parte. Alguns poderiam dizer que o diretor está caminhando em terreno seguro, como poucas vezes em sua carreira. É verdade. Seguro demais, talvez. O filme parece ter um ritmo que corresponde ao cotidiano dos mortos ou daqueles que perderam entes queridos. O ritmo do além, possivelmente, segundo a visão do diretor. Não chega a ser enfadonho, mas por vezes soa fácil, calculado para agradar plateias sensíveis do circuito de arte. Isso nos afasta um pouco do enorme potencial emotivo causado por algumas sequências, sobretudo quando vemos de modo palpável nos personagens o medo da despedida ou a necessidade de afastamento. PARA O OUTRO LADO (Kishibe no Tabi) DIREÇÃO Kiyoshi Kurosawa ELENCO Eri Fukatsu, Tadanobu Asano, Yû Aoi PRODUÇÃO Japão/França, 2015, classificação não informada QUANDO estreia nesta quinta (26) | ilustrada | 'Para o Outro Lado' tem potencial emotivo, mas peca por direção friaCom "Para o Outro Lado", o espectador verdadeiramente antenado pode ter, simultaneamente, sentimentos contraditórios. Por acompanhar o circuito com certo afinco, sabe que deve saudar um raro filme que não menospreza sua inteligência, fornecendo emoção e reflexão em boa medida. Por saber que Kiyoshi Kurosawa, de obras fenomenais como "Cura" (1997), "Pulse" (2000) e "Sonata de Tóquio" (2008), é o maior cineasta em atividade no Japão, entende que poderia esperar mais deste seu novo trabalho. E, ainda assim, é inevitável observar que estamos diante de um filme incomum, tanto por suas virtudes quanto por seus problemas. "Para o Outro Lado" é baseado em romance da escritora Kazumi Yumoto e foi vencedor do prêmio de direção da mostra Um Certo Olhar, do último Festival de Cannes. É desconcertante, em mais de uma maneira. Yusuke (Tadanobu Asano), marido de Mizuki (Eri Fukatsu), morreu afogado no mar, há três anos. Somente agora ele retorna ao lar para rever Mizuki. Ele a convida para conhecer o lugar onde ele vive agora, como gasta suas energias e com quem se relaciona. É um novo mundo que se abre para Mizuki. Mas esse mundo não seria dos mortos? Ao que tudo indica, sim. No entanto, não parecem mortos os que vemos lá. E esse mundo também não se parece com o além. O que estamos vendo, afinal? No cinema do grande Kiyoshi Kurosawa (que não tem parentesco algum com o mestre Akira), vivos e mortos costumam dividir as narrativas. Mas normalmente a fronteira entre um e outro é mais clara. Aqui, não se distingue. Os mortos por vezes podem ser chamados pela emoção, como na melhor cena do filme, que envolve uma melodia tocada ao piano. Ou simplesmente aparecer quando têm vontade. Mas há um senão a se fazer: a direção é um tanto fria, monótona em parte. Alguns poderiam dizer que o diretor está caminhando em terreno seguro, como poucas vezes em sua carreira. É verdade. Seguro demais, talvez. O filme parece ter um ritmo que corresponde ao cotidiano dos mortos ou daqueles que perderam entes queridos. O ritmo do além, possivelmente, segundo a visão do diretor. Não chega a ser enfadonho, mas por vezes soa fácil, calculado para agradar plateias sensíveis do circuito de arte. Isso nos afasta um pouco do enorme potencial emotivo causado por algumas sequências, sobretudo quando vemos de modo palpável nos personagens o medo da despedida ou a necessidade de afastamento. PARA O OUTRO LADO (Kishibe no Tabi) DIREÇÃO Kiyoshi Kurosawa ELENCO Eri Fukatsu, Tadanobu Asano, Yû Aoi PRODUÇÃO Japão/França, 2015, classificação não informada QUANDO estreia nesta quinta (26) | 1 |
Almir Guineto, fundador do Fundo de Quintal, morre no Rio aos 70 anos | O cantor e compositor Almir Guineto morreu na manhã desta sexta (5), aos 70 anos, no Rio de Janeiro, em decorrência de problemas renais crônicos e diabetes. Ele estava internado no Hospital Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nota no Facebook Nos últimos 15 meses, o sambista já havia cancelado alguns compromissos profissionais em virtude dos problemas de saúde. Um dos fundadores do grupo Fundo de Quintal, Almir Guineto nasceu e foi criado no Morro do Salgueiro em uma família musical. Seu pai, Iraci de Souza Serra, tocava violão e fazia parte do grupo Fina Flor do Samba; sua mãe, Nair de Souza, também conhecida como Dona Fia, era costureira e figura conhecida na escola de samba Acadêmicos do Salgueiro. Guineto, que desde a década de 1970 frequentava as rodas de samba no Cacique de Ramos —bloco que deu origem ao Fundo de Quintal—, teve sua primeira composição gravada, "Bebedeira do Zé", pelos Originais do Samba, conjunto do qual fazia parte seu irmão Francisco de Souza Serra. Com o Fundo de Quintal, ele fez sua estreia em disco em 1980, no LP "Samba É no Fundo do Quintal". No álbum, o grupo registrou algumas composições de Guineto, como "Gamação Danada" (em parceria com Neguinho da Beija Flor) e "Volta da Sorte". Além de criar obras até hoje cantadas em rodas de samba por todo o Brasil, uma das maiores contribuições de Guineto foi ter criado o banjo brasileiro —uma adaptação do banjo americano com quatro cordas, braço e mesma afinação de cavaquinho. Sua composição de maior sucesso é "Coisinha do Pai" (com Jorge Aragão e Luís Carlos), que ganhou fama em gravação de Beth Carvalho. Considerado um dos maiores "partideiros" - criador de versos de improviso em rodas de partido-alto - do país, Almir Guineto lançou seu primeiro LP, "O Suburbano", em 1981. Foi em 1986, porém, com o disco "Almir Guineto", que ocorreu seu maior êxito de vendas e de repercussão na crítica. Entre os maiores sucessos estavam "Lama nas Ruas", parceria com Zeca Pagodinho, e outros clássicos como "Caxambu", "Mel na Boca" e "Conselho", que não eram de autoria do cantor, mas que, com seu jeito singular de interpretação —com um jeito arrastado de cantar, com muito suingue e divisões de fraseado muito originais— foram consagradas como se fossem dele. O mesmo ocorreria com outro grande sucesso, "Insensato Destino" (de Acyr Marques, Maurício Lins e Chiquinho), inevitavelmente associada à voz de Guineto. Seu último trabalho, "Cartão de Visita", foi lançado em 2012. Ele deixa a mulher, Regina Caetano, e filhos. * OUÇA MÚSICAS DE ALMIR GUINETO: Ouça no deezer | ilustrada | Almir Guineto, fundador do Fundo de Quintal, morre no Rio aos 70 anosO cantor e compositor Almir Guineto morreu na manhã desta sexta (5), aos 70 anos, no Rio de Janeiro, em decorrência de problemas renais crônicos e diabetes. Ele estava internado no Hospital Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nota no Facebook Nos últimos 15 meses, o sambista já havia cancelado alguns compromissos profissionais em virtude dos problemas de saúde. Um dos fundadores do grupo Fundo de Quintal, Almir Guineto nasceu e foi criado no Morro do Salgueiro em uma família musical. Seu pai, Iraci de Souza Serra, tocava violão e fazia parte do grupo Fina Flor do Samba; sua mãe, Nair de Souza, também conhecida como Dona Fia, era costureira e figura conhecida na escola de samba Acadêmicos do Salgueiro. Guineto, que desde a década de 1970 frequentava as rodas de samba no Cacique de Ramos —bloco que deu origem ao Fundo de Quintal—, teve sua primeira composição gravada, "Bebedeira do Zé", pelos Originais do Samba, conjunto do qual fazia parte seu irmão Francisco de Souza Serra. Com o Fundo de Quintal, ele fez sua estreia em disco em 1980, no LP "Samba É no Fundo do Quintal". No álbum, o grupo registrou algumas composições de Guineto, como "Gamação Danada" (em parceria com Neguinho da Beija Flor) e "Volta da Sorte". Além de criar obras até hoje cantadas em rodas de samba por todo o Brasil, uma das maiores contribuições de Guineto foi ter criado o banjo brasileiro —uma adaptação do banjo americano com quatro cordas, braço e mesma afinação de cavaquinho. Sua composição de maior sucesso é "Coisinha do Pai" (com Jorge Aragão e Luís Carlos), que ganhou fama em gravação de Beth Carvalho. Considerado um dos maiores "partideiros" - criador de versos de improviso em rodas de partido-alto - do país, Almir Guineto lançou seu primeiro LP, "O Suburbano", em 1981. Foi em 1986, porém, com o disco "Almir Guineto", que ocorreu seu maior êxito de vendas e de repercussão na crítica. Entre os maiores sucessos estavam "Lama nas Ruas", parceria com Zeca Pagodinho, e outros clássicos como "Caxambu", "Mel na Boca" e "Conselho", que não eram de autoria do cantor, mas que, com seu jeito singular de interpretação —com um jeito arrastado de cantar, com muito suingue e divisões de fraseado muito originais— foram consagradas como se fossem dele. O mesmo ocorreria com outro grande sucesso, "Insensato Destino" (de Acyr Marques, Maurício Lins e Chiquinho), inevitavelmente associada à voz de Guineto. Seu último trabalho, "Cartão de Visita", foi lançado em 2012. Ele deixa a mulher, Regina Caetano, e filhos. * OUÇA MÚSICAS DE ALMIR GUINETO: Ouça no deezer | 1 |