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Às vésperas do GP da Malásia, Mercedes vê evolução da Ferrari
Foi um início de temporada perfeito para a Mercedes. Primeira fila no treino de classificação e dobradinha de Lewis Hamilton e Nico Rosberg no GP da Austrália, há dez dias. Resultado ainda melhor que na bem sucedida campanha do ano passado, quando Rosberg classificou-se em terceiro e Hamilton, apesar de ter saído na pole, não completou a primeira prova por um problema no motor de seu carro . Mas, apesar do bom início, a atual campeã mundial afirmou que não irá relaxar às vésperas da segunda etapa do campeonato, o GP da Malásia, que será disputado neste domingo (29), em Sepang, a partir das 4h (de Brasília). "Melbourne foi um final de semana sem erros de nossa equipe e um merecido prêmio pelo trabalho que fizemos durante o inverno, mas foi apenas uma corrida", afirmou Toto Wolff, chefe da equipe alemã. "Não vamos e não podemos relaxar. Nossos adversários estão atrás de nós. A Ferrari certamente deu um passo à frente e a Williams também se mostrou forte na Austrália. Estamos preparados para a briga nas próximas corridas", declarou o dirigente. Em Melbourne, o ferrarista Sebastian Vettel chegou na terceira posição, mas em nenhum momento chegou a ser uma ameaça real para a dupla da Mercedes. Felipe Massa, da Williams, completou a prova no quarto posto, imediatamente à frente de Felipe Nasr, da Sauber. Segundo Wolff, em Sepang a Mercedes deve estar tão forte quanto esteve na Austrália. "Vamos atacar com a mesma intensidade. Nas nossas mentes estamos de volta à estaca zero e nosso objetivo ainda é mesmo", completou o dirigente.
esporte
Às vésperas do GP da Malásia, Mercedes vê evolução da FerrariFoi um início de temporada perfeito para a Mercedes. Primeira fila no treino de classificação e dobradinha de Lewis Hamilton e Nico Rosberg no GP da Austrália, há dez dias. Resultado ainda melhor que na bem sucedida campanha do ano passado, quando Rosberg classificou-se em terceiro e Hamilton, apesar de ter saído na pole, não completou a primeira prova por um problema no motor de seu carro . Mas, apesar do bom início, a atual campeã mundial afirmou que não irá relaxar às vésperas da segunda etapa do campeonato, o GP da Malásia, que será disputado neste domingo (29), em Sepang, a partir das 4h (de Brasília). "Melbourne foi um final de semana sem erros de nossa equipe e um merecido prêmio pelo trabalho que fizemos durante o inverno, mas foi apenas uma corrida", afirmou Toto Wolff, chefe da equipe alemã. "Não vamos e não podemos relaxar. Nossos adversários estão atrás de nós. A Ferrari certamente deu um passo à frente e a Williams também se mostrou forte na Austrália. Estamos preparados para a briga nas próximas corridas", declarou o dirigente. Em Melbourne, o ferrarista Sebastian Vettel chegou na terceira posição, mas em nenhum momento chegou a ser uma ameaça real para a dupla da Mercedes. Felipe Massa, da Williams, completou a prova no quarto posto, imediatamente à frente de Felipe Nasr, da Sauber. Segundo Wolff, em Sepang a Mercedes deve estar tão forte quanto esteve na Austrália. "Vamos atacar com a mesma intensidade. Nas nossas mentes estamos de volta à estaca zero e nosso objetivo ainda é mesmo", completou o dirigente.
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Jaqueline e Carol ficam fora da estreia do Brasil no Grand Prix
MARCEL MERGUIZO ENVIADO ESPECIAL AO RIO A ponteira Jaqueline e a central Carol foram as duas cortadas da primeira partida da seleção brasileira de vôlei no Grand Prix, nesta quinta-feira (9), contra a Itália, na Arena Carioca 1, dentro do Parque Olímpico da Barra. As duas atletas recuperam-se de lesões. Jaqueline disse, na semana passada, que ainda estava com apenas 60% das suas condições físicas após uma temporada em que enfrentou problemas físicos, lombares, pulmonares e ainda passou por uma fase ruim em quadra pelo Sesi na Superliga. Atualmente a bicampeã olímpica se recupera de uma pancada contra a central Adenízia sofrida durante o aquecimento para um treino que a deixou com um edema e um estiramento perto do joelho esquerdo. Já Carol tem um problema físico mais simples, aparentemente, mas não fez todos os últimos treinos da seleção devido a um entorse no tornozelo esquerdo, que rendeu uma inflamado na última semana. A cada rodada da competição internacional, apenas 14 jogadoras podem ir para o jogo. A seleção tem 21 inscritas no Grand Prix, mas apenas 16 estavam treinando desde a pré-convocação para a Olimpíada, feita em abril. Além de Carol e Jaqueline, não estiveram em quadra a líbero Suelen e a oposta Rosamaria (ambas inscritas apenas no Grand Prix), a levantadora Fabíola (que teve uma filha no último mês e ainda não se apresentou), a levantadora Naiane (que estava disputando um torneio com a seleção B na Suíça) e a oposta Monique (que pediu dispensa). Carol e Jaqueline ainda disputam uma vaga na equipe que vai defender o Brasil na Olimpíada do Rio, em agosto. Nos Jogos apenas 12 serão inscritas. As convocadas para o jogo contra a Itália foram as levantadoras Dani Lins e Roberta, as líberos Camila Brait e Leia, as opostas Tandara e Sheila, as ponteiras Gabi, Natália, Mari Paraíba e Fê Garay, e as centrais Fabiana (capitã), Thaisa, Juciely e Adenízia.
esporte
Jaqueline e Carol ficam fora da estreia do Brasil no Grand Prix MARCEL MERGUIZO ENVIADO ESPECIAL AO RIO A ponteira Jaqueline e a central Carol foram as duas cortadas da primeira partida da seleção brasileira de vôlei no Grand Prix, nesta quinta-feira (9), contra a Itália, na Arena Carioca 1, dentro do Parque Olímpico da Barra. As duas atletas recuperam-se de lesões. Jaqueline disse, na semana passada, que ainda estava com apenas 60% das suas condições físicas após uma temporada em que enfrentou problemas físicos, lombares, pulmonares e ainda passou por uma fase ruim em quadra pelo Sesi na Superliga. Atualmente a bicampeã olímpica se recupera de uma pancada contra a central Adenízia sofrida durante o aquecimento para um treino que a deixou com um edema e um estiramento perto do joelho esquerdo. Já Carol tem um problema físico mais simples, aparentemente, mas não fez todos os últimos treinos da seleção devido a um entorse no tornozelo esquerdo, que rendeu uma inflamado na última semana. A cada rodada da competição internacional, apenas 14 jogadoras podem ir para o jogo. A seleção tem 21 inscritas no Grand Prix, mas apenas 16 estavam treinando desde a pré-convocação para a Olimpíada, feita em abril. Além de Carol e Jaqueline, não estiveram em quadra a líbero Suelen e a oposta Rosamaria (ambas inscritas apenas no Grand Prix), a levantadora Fabíola (que teve uma filha no último mês e ainda não se apresentou), a levantadora Naiane (que estava disputando um torneio com a seleção B na Suíça) e a oposta Monique (que pediu dispensa). Carol e Jaqueline ainda disputam uma vaga na equipe que vai defender o Brasil na Olimpíada do Rio, em agosto. Nos Jogos apenas 12 serão inscritas. As convocadas para o jogo contra a Itália foram as levantadoras Dani Lins e Roberta, as líberos Camila Brait e Leia, as opostas Tandara e Sheila, as ponteiras Gabi, Natália, Mari Paraíba e Fê Garay, e as centrais Fabiana (capitã), Thaisa, Juciely e Adenízia.
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Disney reajusta preço dos ingressos em seus parques nos EUA
Visitar Mickey e Minnie ficou mais caro. A Walt Disney Co. aumentou, neste domingo (22), o preço dos ingressos para visitar a Disneyland, o Walt Disney World e seus demais parques temáticos nos EUA. Um ingresso de um dia para a Disneyland ou para o Disney Adventure California, em Anaheim, agora custa US$ 99 (R$ 285) para pessoas com mais de dez anos, segundo a companhia. Antes, custava US$ 96 (R$ 276). As entradas para o Magic Kingdom, em Lake Buena Vista, na Flórida, agora são vendidos por US$ 105 (R$ 302) –antes, US$ 99 (R$ 285). A Disney continua a ver uma forte tendência de crescimento no movimento de seus parques temáticos e resorts. No quadrimestre encerrado em 27 de dezembro, a receita para o período cresceu 9%, alcançando US$ 3,9 bilhões (R$ 11,2 bilhões), e a visitação aos parques da Califórnia e da Flórida subiu 7% –Walt Disney World e o Disneyland Resort atingiram recordes históricos para um quadrimestre. Um surto de sarampo no mês passado, ligado aos parques temáticos da Disney no sul da Califórnia, não afetou negativamente a visitação. No início do mês, o CEO Bob Iger disse em uma entrevista à CNBC que a empresa não via impacto perceptível nas reservas ou na frequência de seus parques por causa do surto. Mais de 70 pessoas na Califórnia, incluindo seis funcionários da Disneyland, e 24 em outros seis Estados, no México e no Canadá ficaram doentes. Entre outras mudanças de preços que foram realizadas no domingo, os ingressos para o Epcot, o Disney's Hollywood Studios e o Disney's Animal Kingdom passaram de US$ 94 (R$ 271) para US$ 97 (R$ 279). A Disney também aumentou o preço dos ingressos para crianças de três a nove anos. A pulseira para custará US$ 93 (R$ 268) na Disneyland, não mais US$ 90 (R$ 259). Para o Magic Kingdom, o ingresso passou de US$ 93 (R$ 268) para US$ 99 (R$ 285). Para os demais parques, o reajuste foi de US$ 88 (R$ 253) para US$ 91 (R$ 262). A empresa geralmente aumenta os preços de ingressos em seus parques uma vez por ano, segundo a porta-voz Suzi Brown. "Continuamente adicionamos experiências e muitos dos nossos visitantes optam por bilhetes para vários dias ou anuais, que permitem uma grande economia", disse.
turismo
Disney reajusta preço dos ingressos em seus parques nos EUAVisitar Mickey e Minnie ficou mais caro. A Walt Disney Co. aumentou, neste domingo (22), o preço dos ingressos para visitar a Disneyland, o Walt Disney World e seus demais parques temáticos nos EUA. Um ingresso de um dia para a Disneyland ou para o Disney Adventure California, em Anaheim, agora custa US$ 99 (R$ 285) para pessoas com mais de dez anos, segundo a companhia. Antes, custava US$ 96 (R$ 276). As entradas para o Magic Kingdom, em Lake Buena Vista, na Flórida, agora são vendidos por US$ 105 (R$ 302) –antes, US$ 99 (R$ 285). A Disney continua a ver uma forte tendência de crescimento no movimento de seus parques temáticos e resorts. No quadrimestre encerrado em 27 de dezembro, a receita para o período cresceu 9%, alcançando US$ 3,9 bilhões (R$ 11,2 bilhões), e a visitação aos parques da Califórnia e da Flórida subiu 7% –Walt Disney World e o Disneyland Resort atingiram recordes históricos para um quadrimestre. Um surto de sarampo no mês passado, ligado aos parques temáticos da Disney no sul da Califórnia, não afetou negativamente a visitação. No início do mês, o CEO Bob Iger disse em uma entrevista à CNBC que a empresa não via impacto perceptível nas reservas ou na frequência de seus parques por causa do surto. Mais de 70 pessoas na Califórnia, incluindo seis funcionários da Disneyland, e 24 em outros seis Estados, no México e no Canadá ficaram doentes. Entre outras mudanças de preços que foram realizadas no domingo, os ingressos para o Epcot, o Disney's Hollywood Studios e o Disney's Animal Kingdom passaram de US$ 94 (R$ 271) para US$ 97 (R$ 279). A Disney também aumentou o preço dos ingressos para crianças de três a nove anos. A pulseira para custará US$ 93 (R$ 268) na Disneyland, não mais US$ 90 (R$ 259). Para o Magic Kingdom, o ingresso passou de US$ 93 (R$ 268) para US$ 99 (R$ 285). Para os demais parques, o reajuste foi de US$ 88 (R$ 253) para US$ 91 (R$ 262). A empresa geralmente aumenta os preços de ingressos em seus parques uma vez por ano, segundo a porta-voz Suzi Brown. "Continuamente adicionamos experiências e muitos dos nossos visitantes optam por bilhetes para vários dias ou anuais, que permitem uma grande economia", disse.
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CCJ aprova fim do foro, mas Renan Calheiros não levará PEC adiante
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) aprovou nesta quarta-feira (30) uma PEC que acaba com o foro privilegiado de todas as autoridades do país, do juiz ao presidente da República. A proposta vale para qualquer processo criminal, ou seja, todos aqueles tipificados no Código Penal, inclusive corrupção. A votação na CCJ foi simbólica, mas a discussão durou mais de duas horas. Os principais opositores foram os líderes do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), e do PT no Senado, Humberto Costa (PE). "Do jeito que está ai, serve para fazer debate político e vai ser mudado na Câmara", afirmou o senador Humberto Costa. "E depois vão dizer que recuamos", completou Jucá, que prometeu apresentar um substitutivo ao texto. Para eles, é necessário que se discuta mais os termos da PEC, porque os deputados não irão avalizar a proposta. O presidente da comissão, senador José Maranhão (PMDB-PB), também se posicionou contrário ao texto, que classificou como "capenga", "imperfeita". "Estamos agindo com sinceridade. Queremos eliminar o foro privilegiado. Ninguém quer deixar vácuo, um vazio na legislação. Estamos em uma nova fase da justiça brasileira me que se elimina casta de privilegiados", respondeu Álvaro Dias (PV-PR), autor da proposta. Para o relator da proposta, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) é "ultrapassada a ideia de foro". Ele acredita que a pressão popular é capaz de levar o tema adiante no Congresso Nacional. "Prerrogativa servia para proteger cargo, não o seu ocupante. É que muitas pessoas buscam o mandato eletivo justamente para fugir das instâncias ordinárias da Justiça", destacou o senador em seu parecer à CCJ. "Hoje o foro especial é visto pela população como verdadeiro privilégio odioso, utilizado apenas para proteção da classe política - que já não goza de boa reputação -, devido aos sucessivos escândalos de corrupção", completou. Randolfe estima que, atualmente, cerca de 22 mil pessoas contem com o benefício do foro privilegiado. "Trazer essas autoridades para a jurisdição ordinária, de primeiro grau, conforme as regras processuais de competência comum, tornará esse processo de responsabilização presumivelmente mais célere, na medida em que se retirará da alçada de algumas dúzias de ministros e desembargadores processos que poderão ser potencialmente julgados por mais de 16 mil juízes, que oficiam atualmente no país. Multiplica-se exponencialmente o número de julgadores" disse no parecer. CORREDOR Embora defenda publicamente o fim do foro por prerrogativa de função, que ficou conhecido como foro privilegiado, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já ironizou a proposta do senador Álvaro Dias nos bastidores. O peemedebista é responsável pela pauta do plenário da Casa, onde a PEC está pronta para ser apreciada, mas não demonstra a menor intenção de levá-la para votação. Na quinta (1), o STF (Supremo Tribunal Federal) deve decidir se recebe ou não denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Renan. Essa deliberação pode tornar o presidente do Senado réu em uma ação penal pela primeira vez. A aprovação de uma PEC da natureza da aprovada nesta quarta na CCJ pode fazer com que o próprio presidente do Senado, por exemplo, acabe prejudicado. A PGR ofereceu a denúncia em 2013 sob a acusação de que Renan usou dinheiro de uma empreiteira para pagar a pensão de um filho que teve fora do casamento. Nesta quarta, Renan Calheiros afirmou que, sobre o julgamento, espera que se "exercite a separação dos poderes, cada dia mais ainda". "É muito importante que cada poder cumpra a sua parte e exerça o seu papel". Além dessa denúncia, o peemedebista é investigado em outros 11 inquéritos no STF.
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CCJ aprova fim do foro, mas Renan Calheiros não levará PEC adianteA CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) aprovou nesta quarta-feira (30) uma PEC que acaba com o foro privilegiado de todas as autoridades do país, do juiz ao presidente da República. A proposta vale para qualquer processo criminal, ou seja, todos aqueles tipificados no Código Penal, inclusive corrupção. A votação na CCJ foi simbólica, mas a discussão durou mais de duas horas. Os principais opositores foram os líderes do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), e do PT no Senado, Humberto Costa (PE). "Do jeito que está ai, serve para fazer debate político e vai ser mudado na Câmara", afirmou o senador Humberto Costa. "E depois vão dizer que recuamos", completou Jucá, que prometeu apresentar um substitutivo ao texto. Para eles, é necessário que se discuta mais os termos da PEC, porque os deputados não irão avalizar a proposta. O presidente da comissão, senador José Maranhão (PMDB-PB), também se posicionou contrário ao texto, que classificou como "capenga", "imperfeita". "Estamos agindo com sinceridade. Queremos eliminar o foro privilegiado. Ninguém quer deixar vácuo, um vazio na legislação. Estamos em uma nova fase da justiça brasileira me que se elimina casta de privilegiados", respondeu Álvaro Dias (PV-PR), autor da proposta. Para o relator da proposta, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) é "ultrapassada a ideia de foro". Ele acredita que a pressão popular é capaz de levar o tema adiante no Congresso Nacional. "Prerrogativa servia para proteger cargo, não o seu ocupante. É que muitas pessoas buscam o mandato eletivo justamente para fugir das instâncias ordinárias da Justiça", destacou o senador em seu parecer à CCJ. "Hoje o foro especial é visto pela população como verdadeiro privilégio odioso, utilizado apenas para proteção da classe política - que já não goza de boa reputação -, devido aos sucessivos escândalos de corrupção", completou. Randolfe estima que, atualmente, cerca de 22 mil pessoas contem com o benefício do foro privilegiado. "Trazer essas autoridades para a jurisdição ordinária, de primeiro grau, conforme as regras processuais de competência comum, tornará esse processo de responsabilização presumivelmente mais célere, na medida em que se retirará da alçada de algumas dúzias de ministros e desembargadores processos que poderão ser potencialmente julgados por mais de 16 mil juízes, que oficiam atualmente no país. Multiplica-se exponencialmente o número de julgadores" disse no parecer. CORREDOR Embora defenda publicamente o fim do foro por prerrogativa de função, que ficou conhecido como foro privilegiado, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já ironizou a proposta do senador Álvaro Dias nos bastidores. O peemedebista é responsável pela pauta do plenário da Casa, onde a PEC está pronta para ser apreciada, mas não demonstra a menor intenção de levá-la para votação. Na quinta (1), o STF (Supremo Tribunal Federal) deve decidir se recebe ou não denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Renan. Essa deliberação pode tornar o presidente do Senado réu em uma ação penal pela primeira vez. A aprovação de uma PEC da natureza da aprovada nesta quarta na CCJ pode fazer com que o próprio presidente do Senado, por exemplo, acabe prejudicado. A PGR ofereceu a denúncia em 2013 sob a acusação de que Renan usou dinheiro de uma empreiteira para pagar a pensão de um filho que teve fora do casamento. Nesta quarta, Renan Calheiros afirmou que, sobre o julgamento, espera que se "exercite a separação dos poderes, cada dia mais ainda". "É muito importante que cada poder cumpra a sua parte e exerça o seu papel". Além dessa denúncia, o peemedebista é investigado em outros 11 inquéritos no STF.
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NBA conclui 'draft', e jogadores brasileiros ficam fora da lista
A NBA realizou nesta quinta-feira (22) seu "draft", seu processo de recrutamento de calouros, com dois brasileiros concorrendo: o ala-armador Georginho e o ala Wesley Mogi, do Paulistano, que não foram selecionados ao final de duas rodadas de seleção. Havia uma expectativa entre os olheiros da liga norte-americana de que Georginho seria escolhido entre as 45ª e 60ª escolhas, enquanto Mogi corria por fora. Essa perspectiva não se concretizou. Horas depois, porém, os agentes do ala-armador, Eduardo Resende e Alex Saratsis, abriram negociação com o Houston Rockets. O clube texano encaminhou aos empresários uma proposta, já aceita. Passar em branco pelo "draft" não é o fim da linha para os jogadores inscritos. Os clubes ainda seguem em negociações com atletas nessa situação, procurando encaixá-los em seus times dos torneios de verão, que, neste ano, serão realizados em Orlando, Salt Lake City e Las Vegas. Esse caminho ainda está disponível para os dois brasileiros que se candidataram ao recrutamento e a mais dois que concorriam automaticamente ao processo, por completarem 22 anos nesta temporada: o ala-pivô Lucas Dias, do Paulistano, e o pivô Adriano Big, do Minas Tênis. Concorrendo nesse processo em 2014, o pivô Cristiano Felício não foi selecionado por nenhuma das 30 franquias da NBA. Três anos depois, foi contratado pelo Chicago Bulls. O DRAFT Com a primeira escolha no recrutamento, o Philadelphia 76ers seguiu o roteiro esperado e adicionou o armador Markelle Fultz, da universidade de Washington, ao seu promissor núcleo jovem. Na sequência, o Los Angeles Lakers também atendeu a pedidos de seus torcedores ao escolher mais um armador, Lonzo Ball, sensação na cidade desde os tempos de colegial. O Boston Celtics, com a terceira posição, optou pelo ala Jayson Tatum, da universidade de Duke. A grande notícia da noite, porém, foi a troca realizada entre Chicago Bulls e Minnesota Timberwolves. Os Bulls aceitaram uma proposta por sua principal estrela, o ala Jimmy Butler, para iniciar um processo de reconstrução. Em contrapartida, acolheram o armador Kris Dunn, o ala Zach LaVine e os direitos sobre o calouro Lauri Markkanen, um pivô finlandês. Os Timberwolves ainda receberam os direitos sobre o pivô Justin Patton, da universidade de Creighton.
esporte
NBA conclui 'draft', e jogadores brasileiros ficam fora da listaA NBA realizou nesta quinta-feira (22) seu "draft", seu processo de recrutamento de calouros, com dois brasileiros concorrendo: o ala-armador Georginho e o ala Wesley Mogi, do Paulistano, que não foram selecionados ao final de duas rodadas de seleção. Havia uma expectativa entre os olheiros da liga norte-americana de que Georginho seria escolhido entre as 45ª e 60ª escolhas, enquanto Mogi corria por fora. Essa perspectiva não se concretizou. Horas depois, porém, os agentes do ala-armador, Eduardo Resende e Alex Saratsis, abriram negociação com o Houston Rockets. O clube texano encaminhou aos empresários uma proposta, já aceita. Passar em branco pelo "draft" não é o fim da linha para os jogadores inscritos. Os clubes ainda seguem em negociações com atletas nessa situação, procurando encaixá-los em seus times dos torneios de verão, que, neste ano, serão realizados em Orlando, Salt Lake City e Las Vegas. Esse caminho ainda está disponível para os dois brasileiros que se candidataram ao recrutamento e a mais dois que concorriam automaticamente ao processo, por completarem 22 anos nesta temporada: o ala-pivô Lucas Dias, do Paulistano, e o pivô Adriano Big, do Minas Tênis. Concorrendo nesse processo em 2014, o pivô Cristiano Felício não foi selecionado por nenhuma das 30 franquias da NBA. Três anos depois, foi contratado pelo Chicago Bulls. O DRAFT Com a primeira escolha no recrutamento, o Philadelphia 76ers seguiu o roteiro esperado e adicionou o armador Markelle Fultz, da universidade de Washington, ao seu promissor núcleo jovem. Na sequência, o Los Angeles Lakers também atendeu a pedidos de seus torcedores ao escolher mais um armador, Lonzo Ball, sensação na cidade desde os tempos de colegial. O Boston Celtics, com a terceira posição, optou pelo ala Jayson Tatum, da universidade de Duke. A grande notícia da noite, porém, foi a troca realizada entre Chicago Bulls e Minnesota Timberwolves. Os Bulls aceitaram uma proposta por sua principal estrela, o ala Jimmy Butler, para iniciar um processo de reconstrução. Em contrapartida, acolheram o armador Kris Dunn, o ala Zach LaVine e os direitos sobre o calouro Lauri Markkanen, um pivô finlandês. Os Timberwolves ainda receberam os direitos sobre o pivô Justin Patton, da universidade de Creighton.
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Favoritos, Nadal e Djokovic estreiam com vitória em Roland Garros
Considerados favoritos ao título de Roland Garros, os tenistas Novak Djokovic e Rafael Nadal estrearam com vitória no segundo Grand Slam da temporada. Número um do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), o sérvio Novak Djokovic venceu o finlandês Jarkko Nieminen, 87º colocado, por 3 sets a 0, com parciais de 6/2, 7/5 e 6/2. Na segunda rodada, Djokovic vai encarar o vencedor do confronto entre Gilles Muller e o italiano Paolo Lorenzi. Já o espanhol Rafael Nadal, número sete do mundo, venceu Quentin Halys, adversário de 18 anos e apenas 296º do ranking, por 3 sets a 0, com parciais de 6/3, 6/3 e 6/4. Na próxima rodada, enfrentará o ganhador do confronto entre o compatriota Nicolás Almagro e o ucraniano Alexandr Dolgopolov.
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Favoritos, Nadal e Djokovic estreiam com vitória em Roland GarrosConsiderados favoritos ao título de Roland Garros, os tenistas Novak Djokovic e Rafael Nadal estrearam com vitória no segundo Grand Slam da temporada. Número um do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), o sérvio Novak Djokovic venceu o finlandês Jarkko Nieminen, 87º colocado, por 3 sets a 0, com parciais de 6/2, 7/5 e 6/2. Na segunda rodada, Djokovic vai encarar o vencedor do confronto entre Gilles Muller e o italiano Paolo Lorenzi. Já o espanhol Rafael Nadal, número sete do mundo, venceu Quentin Halys, adversário de 18 anos e apenas 296º do ranking, por 3 sets a 0, com parciais de 6/3, 6/3 e 6/4. Na próxima rodada, enfrentará o ganhador do confronto entre o compatriota Nicolás Almagro e o ucraniano Alexandr Dolgopolov.
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Gás lacrimogêneo no cerrado
Anos atrás, o discurso neoliberal padrão no Brasil afirmava que o Estado deveria deixar de intervir em áreas que não lhe diriam respeito para cuidar apenas daquilo que seria sua vocação natural, a saber, serviços como educação e saúde. Nessa toada, foram privatizados os serviços de transporte, de energia, de telefonia, entre tantos outros. Os anos passaram e, claro, o discurso também passou. Agora, trata-se de afirmar que quanto mais pudermos tirar a educação e a saúde das mãos do Estado, melhor. Gerir educação pública significa ter de debater a todo momento diretrizes com professores, ser cobrado pelas decisões equivocadas, ter de financiar um sistema universal e gratuito. Mas simplesmente privatizar escolas era uma operação de alto custo político. Como explicar que, a despeito dos modelos de privatização branca, os melhores sistemas do mundo são radicalmente públicos? Alguém poderia descobrir que países como a Finlândia, que aparece normalmente como o primeiro nos processos de avaliação de resultados, tem um sistema totalmente público, subsidiado pelo Estado, radicalmente inclusivo, igualitário, com altos salários para professores e com escolas próximas de seus alunos. Ele não é muito diferente do que podemos encontrar em países de sólida formação educacional, como a França e a Alemanha. Inventou-se, assim, as chamadas Organizações Sociais. A princípio, elas foram vendidas como estruturas capazes de dar mais agilidade à gestão, escapando dos entraves criados para entidades públicas. Começaram na área da saúde e agora estão sendo "testadas" na área da educação, a começar pelo Estado de Goiás. O roteiro nós já conhecemos. O Estado irá terceirizar escolas que já têm boa infraestrutura e qualidade razoável de ensino. Algumas organizações investirão nessas escolas a fim de dar a impressão, à opinião pública, de que o modelo é um sucesso. Quando a sociedade civil se der conta, ela terá um serviço generalizado com professores precarizados, que podem ser facilmente substituídos e submetidos a planos decididos por burocratas. Os mesmos burocratas que há décadas mudam os rumos da educação brasileira com seus projetos que nunca alcançam bons resultados educacionais. Suas escolas terão taxas de toda natureza e serão dirigidas por entidades que perseguem metas vazias e avaliações que nada dizem respeito a um verdadeiro projeto pedagógico. Como se não bastasse, o plano goiano prevê ainda que a gestão de 24 escolas seja entregue à Polícia Militar, que será responsável por gestão, segurança e disciplina. Vejam que interessante: uma instituição cuja extinção já foi recomendada pela ONU por sua ineficiência e violência, que forma policiais objetos da desconfiança de 64% da população brasileira por suas ações eivadas de preconceitos e banditismo, em suma, a Polícia Militar que some Amarildos será responsável pela gestão da escola do seu filho. Difícil conceber ideia mais absurda. Em qualquer lugar minimamente sensato do mundo, mudanças dessa natureza seriam objeto de longas discussões com alunos, professores e pais. No Brasil, e em especial nos Estados governados pelo tucanato (Paraná, São Paulo, Goiás), decisões educacionais são impostas, inventa-se diálogos que nunca ocorreram, joga-se gás lacrimogêneo contra estudantes, prende-se professores que protestam. Este é um país no qual a elite, que deveria ser taxada de maneira pesada para capitalizar o Estado e permiti-lo oferecer a seus cidadãos ensino público de qualidade, governa servindo-se de uma classe política corrompida (Goiás que o diga) e procurando de todas as maneiras livrar-se de obrigações de solidariedade social. Já vimos em São Paulo como políticas dessa natureza escondem um fato bruto simples: o Estado tem gastado menos com educação. Talvez porque tenha outras prioridades mais importantes, como a sobrevivência financeira do partido no poder. Quando comecei a dar aulas, há quase 30 anos, meu primeiro emprego foi como professor substituto na Escola José Carlos de Almeida, em Goiânia. Era uma dessas antigas grandes escolas construídas em um espaço nobre da cidade, ao lado de uma escola privada. Ela tinha tudo para se impor como escola modelo. No ano passado, depois de ficar um ano fechada e esquecida, a instituição foi ocupada por alunos que se cansaram de nunca serem ouvidos sobre seu próprio destino. Talvez essa escola expresse de maneira quase pedagógica o destino e descaso da educação nacional. Não por acaso, essa história começou a mudar quando a população começou a dizer "não".
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Gás lacrimogêneo no cerradoAnos atrás, o discurso neoliberal padrão no Brasil afirmava que o Estado deveria deixar de intervir em áreas que não lhe diriam respeito para cuidar apenas daquilo que seria sua vocação natural, a saber, serviços como educação e saúde. Nessa toada, foram privatizados os serviços de transporte, de energia, de telefonia, entre tantos outros. Os anos passaram e, claro, o discurso também passou. Agora, trata-se de afirmar que quanto mais pudermos tirar a educação e a saúde das mãos do Estado, melhor. Gerir educação pública significa ter de debater a todo momento diretrizes com professores, ser cobrado pelas decisões equivocadas, ter de financiar um sistema universal e gratuito. Mas simplesmente privatizar escolas era uma operação de alto custo político. Como explicar que, a despeito dos modelos de privatização branca, os melhores sistemas do mundo são radicalmente públicos? Alguém poderia descobrir que países como a Finlândia, que aparece normalmente como o primeiro nos processos de avaliação de resultados, tem um sistema totalmente público, subsidiado pelo Estado, radicalmente inclusivo, igualitário, com altos salários para professores e com escolas próximas de seus alunos. Ele não é muito diferente do que podemos encontrar em países de sólida formação educacional, como a França e a Alemanha. Inventou-se, assim, as chamadas Organizações Sociais. A princípio, elas foram vendidas como estruturas capazes de dar mais agilidade à gestão, escapando dos entraves criados para entidades públicas. Começaram na área da saúde e agora estão sendo "testadas" na área da educação, a começar pelo Estado de Goiás. O roteiro nós já conhecemos. O Estado irá terceirizar escolas que já têm boa infraestrutura e qualidade razoável de ensino. Algumas organizações investirão nessas escolas a fim de dar a impressão, à opinião pública, de que o modelo é um sucesso. Quando a sociedade civil se der conta, ela terá um serviço generalizado com professores precarizados, que podem ser facilmente substituídos e submetidos a planos decididos por burocratas. Os mesmos burocratas que há décadas mudam os rumos da educação brasileira com seus projetos que nunca alcançam bons resultados educacionais. Suas escolas terão taxas de toda natureza e serão dirigidas por entidades que perseguem metas vazias e avaliações que nada dizem respeito a um verdadeiro projeto pedagógico. Como se não bastasse, o plano goiano prevê ainda que a gestão de 24 escolas seja entregue à Polícia Militar, que será responsável por gestão, segurança e disciplina. Vejam que interessante: uma instituição cuja extinção já foi recomendada pela ONU por sua ineficiência e violência, que forma policiais objetos da desconfiança de 64% da população brasileira por suas ações eivadas de preconceitos e banditismo, em suma, a Polícia Militar que some Amarildos será responsável pela gestão da escola do seu filho. Difícil conceber ideia mais absurda. Em qualquer lugar minimamente sensato do mundo, mudanças dessa natureza seriam objeto de longas discussões com alunos, professores e pais. No Brasil, e em especial nos Estados governados pelo tucanato (Paraná, São Paulo, Goiás), decisões educacionais são impostas, inventa-se diálogos que nunca ocorreram, joga-se gás lacrimogêneo contra estudantes, prende-se professores que protestam. Este é um país no qual a elite, que deveria ser taxada de maneira pesada para capitalizar o Estado e permiti-lo oferecer a seus cidadãos ensino público de qualidade, governa servindo-se de uma classe política corrompida (Goiás que o diga) e procurando de todas as maneiras livrar-se de obrigações de solidariedade social. Já vimos em São Paulo como políticas dessa natureza escondem um fato bruto simples: o Estado tem gastado menos com educação. Talvez porque tenha outras prioridades mais importantes, como a sobrevivência financeira do partido no poder. Quando comecei a dar aulas, há quase 30 anos, meu primeiro emprego foi como professor substituto na Escola José Carlos de Almeida, em Goiânia. Era uma dessas antigas grandes escolas construídas em um espaço nobre da cidade, ao lado de uma escola privada. Ela tinha tudo para se impor como escola modelo. No ano passado, depois de ficar um ano fechada e esquecida, a instituição foi ocupada por alunos que se cansaram de nunca serem ouvidos sobre seu próprio destino. Talvez essa escola expresse de maneira quase pedagógica o destino e descaso da educação nacional. Não por acaso, essa história começou a mudar quando a população começou a dizer "não".
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Queimando a largada
Os Jogos Olímpicos do Rio, ano que vem, vão contar com disputas acirradas, a julgar pelas performances nos recém-encerrados Mundiais de atletismo, natação e judô, esportes com repercussão e prestígio. A rigor, com pequenas exceções pontuais, tais campeonatos não apresentaram surpresas nesta temporada pré-olímpica, restando menos de um ano para a abertura dos Jogos. Registraram embates emocionantes, como era previsível, nada excepcional, porém. Pela tradição e pela diversidade de atrações, a Olimpíada é o principal palco de exposição do esporte, aquele com o qual todos os atletas sonham. Reproduz, simultaneamente, grandes eventos internacionais de esporte, mas sem funcionar como simples carbono dos mesmos. Conta com um clima envolvente e cativante. Como organizador da Olimpíada, o Brasil tem a responsabilidade de fazer um bom papel na competição. As representações nacionais, no entanto, parecem longe disso. Patinaram nos três Mundiais citados, que funcionaram como alarme, deixando os torcedores com um pé atrás. Entretanto, a frustração não significa que o Brasil, automaticamente, vai decepcionar também nos Jogos do Rio. As experiências fracassadas permitem correções e ajustes nos times nacionais, se eles vinham mesmo tendo a preparação adequada como previsto pelo Comitê Olímpico do Brasil. A entidade, responsável por toda a equipe nacional nos Jogos, estima que a delegação atingirá a marca recorde de 27 a 30 medalhas. A natação terminou o Mundial de Kazan com quatro medalhas (três de pratas e uma de bronze) e desfalcada da sua principal estrela, Cesar Cielo, que retirou-se no meio da competição, atitude justificada como consequência de contusão. No Mundial anterior, em 2013, Cielo havia arrebatado dois ouros (50 m borboleta e 50 m livre), e seus companheiros três bronzes. Desta vez os cartolas elogiaram o fato de os brasileiros terem alcançado 12 finais, duas a mais. E também pelos três pódios (ouro, prata e bronze) obtidos na maratona aquática. Em contrapartida, os revezamentos 4 x 200 m livre masculino e o 4 x 100 m medley feminino fracassaram na tentativa de garantir vaga nos Jogos. No Mundial de atletismo, no estádio Ninho de Pássaro, em Pequim, ocorreu um fato novo: a perda da hegemonia dos EUA no topo do quadro de classificação pelo critério de conquistas de medalhas de ouro. Com sete cada, Quênia e Jamaica superaram os EUA, que terminaram com seis. Os quenianos ficaram em primeiro no desempate pelas medalhas de prata (6 a 2). Destaques há tempos em competições longas, de fundo, os quenianos também sobressaíram em provas de meio-fundo, como nos 1.500 m, na qual conquistaram ouro e prata. A seleção brasileira, por sua vez, foi salva por Fabiana Murer do vexame de voltar sem qualquer conquista. Ela ficou com a prata no salto com vara, superada pela rival cubana Yarisley Silva, com a marca de 4.90 m, vitoriosa por cinco centímetros de diferença. Murer, a primeira brasileira a conquistar um ouro no Mundial de atletismo –em Daegu, na Coréia do Sul, em 2011– é nome cotado para o pódio no Rio. Ela tem regularidade, e vem se mantendo entre as melhores do mundo há vários anos . Outro pódio com brasileiro no atletismo vai ser surpresa. No Mundial de judô, em Astana, no Cazaquistão, os japoneses ratificaram sua força. Arrebataram 17 medalhas, seis a mais do que no ano passado –na modalidade, o torneio é disputado anualmente. O desempenho dos brasileiros foi bem diferente, decepcionante. Ganharam apenas dois bronzes, com Érika Miranda e Victor Penalber. A fraca campanha deixa a cartolagem nacional, da modalidade e do COB, com as orelhas em pé. Por quê? As projeções dos dirigentes brasileiros colocam o judô como o carro-chefe na projeção de medalhas na Olimpíada. Cinco pódios eram a meta em Astana, um a mais do que no Mundial de Cheliabinsk, no ano passado. Por isso a campanha pode ser considerada um retumbante fracasso. Em julho, a seleção já havia ficado aquém das previsões no Pan de Toronto. Os Mundiais continuam relevantes, mas são mais rotineiros, perdendo o glamour e a expectativa que despontam durante os quatro anos entre uma Olimpíada e outra. Artifícios e truques ficam camuflados, em segredo, antes de grandes acontecimentos. Portanto, a imaginação leva a crer que os protagonistas dos 28 esportes dos Jogos do Rio estão afiando suas garras, como feras se preparando para o bote implacável.
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Queimando a largadaOs Jogos Olímpicos do Rio, ano que vem, vão contar com disputas acirradas, a julgar pelas performances nos recém-encerrados Mundiais de atletismo, natação e judô, esportes com repercussão e prestígio. A rigor, com pequenas exceções pontuais, tais campeonatos não apresentaram surpresas nesta temporada pré-olímpica, restando menos de um ano para a abertura dos Jogos. Registraram embates emocionantes, como era previsível, nada excepcional, porém. Pela tradição e pela diversidade de atrações, a Olimpíada é o principal palco de exposição do esporte, aquele com o qual todos os atletas sonham. Reproduz, simultaneamente, grandes eventos internacionais de esporte, mas sem funcionar como simples carbono dos mesmos. Conta com um clima envolvente e cativante. Como organizador da Olimpíada, o Brasil tem a responsabilidade de fazer um bom papel na competição. As representações nacionais, no entanto, parecem longe disso. Patinaram nos três Mundiais citados, que funcionaram como alarme, deixando os torcedores com um pé atrás. Entretanto, a frustração não significa que o Brasil, automaticamente, vai decepcionar também nos Jogos do Rio. As experiências fracassadas permitem correções e ajustes nos times nacionais, se eles vinham mesmo tendo a preparação adequada como previsto pelo Comitê Olímpico do Brasil. A entidade, responsável por toda a equipe nacional nos Jogos, estima que a delegação atingirá a marca recorde de 27 a 30 medalhas. A natação terminou o Mundial de Kazan com quatro medalhas (três de pratas e uma de bronze) e desfalcada da sua principal estrela, Cesar Cielo, que retirou-se no meio da competição, atitude justificada como consequência de contusão. No Mundial anterior, em 2013, Cielo havia arrebatado dois ouros (50 m borboleta e 50 m livre), e seus companheiros três bronzes. Desta vez os cartolas elogiaram o fato de os brasileiros terem alcançado 12 finais, duas a mais. E também pelos três pódios (ouro, prata e bronze) obtidos na maratona aquática. Em contrapartida, os revezamentos 4 x 200 m livre masculino e o 4 x 100 m medley feminino fracassaram na tentativa de garantir vaga nos Jogos. No Mundial de atletismo, no estádio Ninho de Pássaro, em Pequim, ocorreu um fato novo: a perda da hegemonia dos EUA no topo do quadro de classificação pelo critério de conquistas de medalhas de ouro. Com sete cada, Quênia e Jamaica superaram os EUA, que terminaram com seis. Os quenianos ficaram em primeiro no desempate pelas medalhas de prata (6 a 2). Destaques há tempos em competições longas, de fundo, os quenianos também sobressaíram em provas de meio-fundo, como nos 1.500 m, na qual conquistaram ouro e prata. A seleção brasileira, por sua vez, foi salva por Fabiana Murer do vexame de voltar sem qualquer conquista. Ela ficou com a prata no salto com vara, superada pela rival cubana Yarisley Silva, com a marca de 4.90 m, vitoriosa por cinco centímetros de diferença. Murer, a primeira brasileira a conquistar um ouro no Mundial de atletismo –em Daegu, na Coréia do Sul, em 2011– é nome cotado para o pódio no Rio. Ela tem regularidade, e vem se mantendo entre as melhores do mundo há vários anos . Outro pódio com brasileiro no atletismo vai ser surpresa. No Mundial de judô, em Astana, no Cazaquistão, os japoneses ratificaram sua força. Arrebataram 17 medalhas, seis a mais do que no ano passado –na modalidade, o torneio é disputado anualmente. O desempenho dos brasileiros foi bem diferente, decepcionante. Ganharam apenas dois bronzes, com Érika Miranda e Victor Penalber. A fraca campanha deixa a cartolagem nacional, da modalidade e do COB, com as orelhas em pé. Por quê? As projeções dos dirigentes brasileiros colocam o judô como o carro-chefe na projeção de medalhas na Olimpíada. Cinco pódios eram a meta em Astana, um a mais do que no Mundial de Cheliabinsk, no ano passado. Por isso a campanha pode ser considerada um retumbante fracasso. Em julho, a seleção já havia ficado aquém das previsões no Pan de Toronto. Os Mundiais continuam relevantes, mas são mais rotineiros, perdendo o glamour e a expectativa que despontam durante os quatro anos entre uma Olimpíada e outra. Artifícios e truques ficam camuflados, em segredo, antes de grandes acontecimentos. Portanto, a imaginação leva a crer que os protagonistas dos 28 esportes dos Jogos do Rio estão afiando suas garras, como feras se preparando para o bote implacável.
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A herança do doping
Imagine o Engenhão cheio. Torcedores gritando e aplaudindo, empurrando os atletas. Os heróis surgindo, a festa a cada nova medalha. A volta olímpica com a bandeira dos ombros, o hino do alto do pódio. Agora imagine descobrir, oito anos depois, que era tudo mentira. Que aquele corredor que cruzou a linha de chegada em primeiro lugar, que chorou e agradeceu a todos que o ajudaram durante tantos anos de sacrifício e dedicação, na verdade, não era o campeão. Nem ele nem muitos outros que você viu ganhar. Eles haviam trapaceado. É assim que estão se sentindo muitas pessoas que assistiram aos Jogos de Pequim-2008. E é assim que devem se sentir aquelas que acompanharão a Olimpíada do Rio. O doping chega com força para se juntar à nuvem escura que paira sobre a competição brasileira, já carregada com zika, poluição, violência e crises econômica e política. A novidade agora são os testes refeitos em 454 amostras guardadas desde o evento chinês. Como o desenvolvimento de novas tecnologias, hoje é possível testar substâncias que não eram detectadas no passado. O resultado foram 31 atletas de 12 países com resultados positivos para substâncias proibidas. Os exames tinham como alvo esportistas que poderiam disputar os Jogos do Rio. Se as análises das amostras B confirmarem o resultado, eles não entrarão no Brasil em agosto. Entre os flagrados estão 14 atletas russos —11 do atletismo, dois do levantamento de peso e um do remo—, segundo uma TV do país. O time do revezamento 4 x 100 m feminino, que conquistou a medalha de ouro, faria parte do grupo. O caso só faz crescer o escândalo que envolve o controle de doping na Rússia. O atletismo do país está suspenso de todas as competições internacionais após a descoberta de um esquema de dopagem e acobertamento de casos que tinha apoio do governo. O ex-diretor do laboratório antidoping do país revelou que amostras de urina eram trocadas antes dos testes e que desenvolveu um coquetel com três tipos de drogas que ajudavam na recuperação dos atletas. A fórmula teria sido usada por esportistas que foram a Pequim, a Londres-2012 e aos Jogos de Inverno de Sochi-2014. Por conta disso, a equipe russa de atletismo corre sério risco de ser proibida de disputar a Olimpíada no Brasil.
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A herança do dopingImagine o Engenhão cheio. Torcedores gritando e aplaudindo, empurrando os atletas. Os heróis surgindo, a festa a cada nova medalha. A volta olímpica com a bandeira dos ombros, o hino do alto do pódio. Agora imagine descobrir, oito anos depois, que era tudo mentira. Que aquele corredor que cruzou a linha de chegada em primeiro lugar, que chorou e agradeceu a todos que o ajudaram durante tantos anos de sacrifício e dedicação, na verdade, não era o campeão. Nem ele nem muitos outros que você viu ganhar. Eles haviam trapaceado. É assim que estão se sentindo muitas pessoas que assistiram aos Jogos de Pequim-2008. E é assim que devem se sentir aquelas que acompanharão a Olimpíada do Rio. O doping chega com força para se juntar à nuvem escura que paira sobre a competição brasileira, já carregada com zika, poluição, violência e crises econômica e política. A novidade agora são os testes refeitos em 454 amostras guardadas desde o evento chinês. Como o desenvolvimento de novas tecnologias, hoje é possível testar substâncias que não eram detectadas no passado. O resultado foram 31 atletas de 12 países com resultados positivos para substâncias proibidas. Os exames tinham como alvo esportistas que poderiam disputar os Jogos do Rio. Se as análises das amostras B confirmarem o resultado, eles não entrarão no Brasil em agosto. Entre os flagrados estão 14 atletas russos —11 do atletismo, dois do levantamento de peso e um do remo—, segundo uma TV do país. O time do revezamento 4 x 100 m feminino, que conquistou a medalha de ouro, faria parte do grupo. O caso só faz crescer o escândalo que envolve o controle de doping na Rússia. O atletismo do país está suspenso de todas as competições internacionais após a descoberta de um esquema de dopagem e acobertamento de casos que tinha apoio do governo. O ex-diretor do laboratório antidoping do país revelou que amostras de urina eram trocadas antes dos testes e que desenvolveu um coquetel com três tipos de drogas que ajudavam na recuperação dos atletas. A fórmula teria sido usada por esportistas que foram a Pequim, a Londres-2012 e aos Jogos de Inverno de Sochi-2014. Por conta disso, a equipe russa de atletismo corre sério risco de ser proibida de disputar a Olimpíada no Brasil.
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Rapper é morto a tiros em frente a estúdio de gravação nos EUA
O rapper Bankroll Fresh, de Atlanta, cujo nome verdadeiro é Trentavious White, foi morto a tiros do lado de fora de um estúdio de gravação na noite desta sexta-feira (4), disse um investigador do condado de Fulton neste sábado (6). White, de 28 anos, foi encontrado morto na área externa do Street Execs Studios, afirmou um porta-voz da perícia. O artista de hip-hop era afiliado ao rapper 2 Chainz, popular em Atlanta e dono do estúdio, que assinou contrato com Bankroll Fresh em 2015. Entre suas músicas mais conhecidas está "Hot Boy", uma mixagem de 2014 de "Life of a Hotboy". "Descanse em paz, Bankroll. Lenda. Potencial infinito", escreveu 2 Chainz em seu perfil no Facebook na manhã deste sábado. A 11Alive News, afiliada da Atlanta NBC, divulgou que 50 projéteis de munição foram encontradas no chão na cena do crime. Segundo a imprensa americana, o cantor morreu a caminho do hospital.
ilustrada
Rapper é morto a tiros em frente a estúdio de gravação nos EUAO rapper Bankroll Fresh, de Atlanta, cujo nome verdadeiro é Trentavious White, foi morto a tiros do lado de fora de um estúdio de gravação na noite desta sexta-feira (4), disse um investigador do condado de Fulton neste sábado (6). White, de 28 anos, foi encontrado morto na área externa do Street Execs Studios, afirmou um porta-voz da perícia. O artista de hip-hop era afiliado ao rapper 2 Chainz, popular em Atlanta e dono do estúdio, que assinou contrato com Bankroll Fresh em 2015. Entre suas músicas mais conhecidas está "Hot Boy", uma mixagem de 2014 de "Life of a Hotboy". "Descanse em paz, Bankroll. Lenda. Potencial infinito", escreveu 2 Chainz em seu perfil no Facebook na manhã deste sábado. A 11Alive News, afiliada da Atlanta NBC, divulgou que 50 projéteis de munição foram encontradas no chão na cena do crime. Segundo a imprensa americana, o cantor morreu a caminho do hospital.
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Miguel Falabella faz crítica a políticos brasileiros em nova comédia musical
O musical "Antes Tarde do que Nunca", que estreia nesta quinta-feira (20) em São Paulo, busca o humor em um cenário ao mesmo tempo repressor e extravagante. Versão de "Nice Work if You Can Get It", espetáculo da Broadway de 2012, se passa na Nova York dos anos 1920, durante a Lei Seca americana. O playboy Jimmy Winter (Miguel Falabella, no papel que foi de Matthew Broderick na Broadway) está prestes a se casar pela quarta vez. A pretendida é a mimada bailarina Eileen Evergreen (Jana Amorim). Mas Jimmy se apaixona pela contrabandista Billie (Simone Gutierrez) e mal desconfia que sua mansão está sendo usada como depósito de bebidas clandestinas. A trama repleta de imbróglios e discussões de valores –há missionários da "moral e dos bons costumes"– dá margem para satirizar fatos recentes da política brasileira. Em sua adaptação do texto, Falabella incluiu referências, entre outros, a frases da presidente Dilma Rousseff. Em uma passagem, quando Jimmy precisa enrolar um senador, diz: "Se atingirmos a meta, dobraremos a meta". O político questiona do que se trataria aquilo, e o playboy responde: "É a lenga-lenga". "A peça fala de coisas que cabem demais no momento brasileiro, que têm a ver com corrupção, hipocrisia", diz o diretor José Possi Neto. "É um espetáculo do nonsense, e a gente vive o ápice do nonsense", completa Falabella. GERSHWIN O título original da peça foi tirado de uma canção feita pelos irmãos George e Ira Gershwin para o filme "Cativa e Cativante" (1937). Além desta, a trilha de "Antes Tarde" é formada por outras 19 músicas da dupla, versadas ao português por Falabella. "Como as composições dos Gerswin são jazzísticas, com muito improviso, e as palavras em inglês têm poucas sílabas, ao contrário do português, foi um trabalho insano", afirma o ator. Falabella, aliás, está mais solto. Além de improvisar em cena –como fazia no humorístico "Sai de Baixo", da TV Globo– está "mais obediente" do que o de costume para aprender as danças, diz a coreógrafa Fernanda Chamma, que trabalhou com ele nos musicais "Alô, Dolly" (2012) e "A Gaiola das Loucas" (2010). Segundo ela, o ator agora faz coreografias de grupo e movimentos mais complexos do que em peças anteriores. "Broderick fazia o papel com muito charme" conta Falabella. "Mas espero que não aconteça comigo o que acontecia com ele na Broadway: o povo na porta do teatro, de sacanagem, pedia contribuições para ele ter aulas de dança." SIMONE Para viver a vedete gordinha de "Joia Rara" (2013-2014), Simone Gutierrez –protagonista de "Antes Tarde do que Nunca" ao lado de Miguel Falabella– precisou ganhar alguns quilos. Passada a novela, a atriz decidiu emagrecer. Nos últimos oito meses perdeu 25 kg, e hoje conta com 65 kg. Com 1,50 m de altura, Gutierrez, 39, que também é bailarina, faz malabarismos no palco: no papel da contrabandista, abre espacates e dá pequenas piruetas nas cenas cômicas do musical. Mas não é a primeira vez que a atriz precisa alterar as medidas. Para a adolescente rechonchuda do musical "Hairspray" (2010), teve de ganhar 20 kg. Na sequência, na novela "Cheia de Charme" (2010), perdeu 18 kg. ANTES TARDE DO QUE NUNCA QUANDO qui. e sex., às 21h; sáb., às 17h e às 21h; dom., às 17h; até 25/10 ONDE Teatro Cetip - Ohtake Cultural, r. dos Coropés, 88, tel. (11) 4003-5588 QUANTO R$ 50 a R$ 230 CLASSIFICAÇÃO 12 anos
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Miguel Falabella faz crítica a políticos brasileiros em nova comédia musicalO musical "Antes Tarde do que Nunca", que estreia nesta quinta-feira (20) em São Paulo, busca o humor em um cenário ao mesmo tempo repressor e extravagante. Versão de "Nice Work if You Can Get It", espetáculo da Broadway de 2012, se passa na Nova York dos anos 1920, durante a Lei Seca americana. O playboy Jimmy Winter (Miguel Falabella, no papel que foi de Matthew Broderick na Broadway) está prestes a se casar pela quarta vez. A pretendida é a mimada bailarina Eileen Evergreen (Jana Amorim). Mas Jimmy se apaixona pela contrabandista Billie (Simone Gutierrez) e mal desconfia que sua mansão está sendo usada como depósito de bebidas clandestinas. A trama repleta de imbróglios e discussões de valores –há missionários da "moral e dos bons costumes"– dá margem para satirizar fatos recentes da política brasileira. Em sua adaptação do texto, Falabella incluiu referências, entre outros, a frases da presidente Dilma Rousseff. Em uma passagem, quando Jimmy precisa enrolar um senador, diz: "Se atingirmos a meta, dobraremos a meta". O político questiona do que se trataria aquilo, e o playboy responde: "É a lenga-lenga". "A peça fala de coisas que cabem demais no momento brasileiro, que têm a ver com corrupção, hipocrisia", diz o diretor José Possi Neto. "É um espetáculo do nonsense, e a gente vive o ápice do nonsense", completa Falabella. GERSHWIN O título original da peça foi tirado de uma canção feita pelos irmãos George e Ira Gershwin para o filme "Cativa e Cativante" (1937). Além desta, a trilha de "Antes Tarde" é formada por outras 19 músicas da dupla, versadas ao português por Falabella. "Como as composições dos Gerswin são jazzísticas, com muito improviso, e as palavras em inglês têm poucas sílabas, ao contrário do português, foi um trabalho insano", afirma o ator. Falabella, aliás, está mais solto. Além de improvisar em cena –como fazia no humorístico "Sai de Baixo", da TV Globo– está "mais obediente" do que o de costume para aprender as danças, diz a coreógrafa Fernanda Chamma, que trabalhou com ele nos musicais "Alô, Dolly" (2012) e "A Gaiola das Loucas" (2010). Segundo ela, o ator agora faz coreografias de grupo e movimentos mais complexos do que em peças anteriores. "Broderick fazia o papel com muito charme" conta Falabella. "Mas espero que não aconteça comigo o que acontecia com ele na Broadway: o povo na porta do teatro, de sacanagem, pedia contribuições para ele ter aulas de dança." SIMONE Para viver a vedete gordinha de "Joia Rara" (2013-2014), Simone Gutierrez –protagonista de "Antes Tarde do que Nunca" ao lado de Miguel Falabella– precisou ganhar alguns quilos. Passada a novela, a atriz decidiu emagrecer. Nos últimos oito meses perdeu 25 kg, e hoje conta com 65 kg. Com 1,50 m de altura, Gutierrez, 39, que também é bailarina, faz malabarismos no palco: no papel da contrabandista, abre espacates e dá pequenas piruetas nas cenas cômicas do musical. Mas não é a primeira vez que a atriz precisa alterar as medidas. Para a adolescente rechonchuda do musical "Hairspray" (2010), teve de ganhar 20 kg. Na sequência, na novela "Cheia de Charme" (2010), perdeu 18 kg. ANTES TARDE DO QUE NUNCA QUANDO qui. e sex., às 21h; sáb., às 17h e às 21h; dom., às 17h; até 25/10 ONDE Teatro Cetip - Ohtake Cultural, r. dos Coropés, 88, tel. (11) 4003-5588 QUANTO R$ 50 a R$ 230 CLASSIFICAÇÃO 12 anos
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Desmonte da responsabilidade fiscal
Desde 2009 a responsabilidade fiscal tem piorado. Partimos de um superavit primário, obtido somente com receitas recorrentes, de 3,5% do PIB em 2008 para um deficit primário recorrente de provavelmente 2,5% do PIB em 2016. A responsabilidade fiscal foi construída no segundo mandato do presidente FHC, tendo como princípio básico que o Executivo nacional era responsável, perante o eleitor, pelo equilíbrio macroeconômico. Era necessário, portanto, controlar os Estados e os municípios, que, no afã de resolver seus problemas locais, acabaram produzindo nossa hiperinflação nos anos 1990. A construção do segundo mandato de FHC impediu os Estados e os municípios de aumentar seus gastos sem ter receitas, bem como limitou pesadamente a capacidade deles de contrair dívidas. Não houve muita preocupação com a União. A ideia, como vimos, era que a estrutura de incentivos de nossa democracia é suficiente para garantir a responsabilidade fiscal da União. A irresponsabilidade fiscal que assolou crescentemente a União desde 2009 sugere que a construção do segundo mandato de FHC superestimou a inteligência dos futuros governantes: ao serem irresponsáveis, acabaram gerando brutal problema para si mesmos, além de atolarem o país na pior crise fiscal de nossa história. Como escreveu meu colega Alexandre Schwartsman neste espaço na semana passada, não é a crise econômica que causou a crise fiscal. A crise fiscal, ao encurtar muito o horizonte de cálculo empresarial, fez o investimento despencar, processo que está na raiz da atual crise, além dos efeitos sobre a produtividade da desastrosa "nova matriz econômica". O diagnóstico do governo e do Congresso Nacional de que a crise fiscal é consequência, e não causa, da crise econômica tem produzido uma agenda legislativa que está destruindo a construção mais importante do segundo mandato de FHC: o equilíbrio fiscal dos Estados e dos municípios. Foi aprovado no Senado, na semana passada, o projeto de lei complementar 315, de 2015, que elimina a punição –barrar as transferências voluntárias; a obtenção de garantia, direta ou indireta, de outro ente federativo; e as contratações de operações de crédito– aos municípios cuja despesa de pessoal exceda o limite de 60% da receita corrente líquida, quando há queda de 10% da receita. Não importa se o município já estava desenquadrado antes da queda da receita e consideram-se, no cômputo da receita total, os royalties de petróleo, que não deveriam ser computados, pois são de caráter não recorrente. Não poderiam ser empregados para financiar gastos de custeio. Tramita também no Congresso Nacional o projeto de lei complementar 257, de 2016, que renegocia as dívidas dos Estados em troca de diversas contrapartidas. O objetivo do PLC é, como foi o caso do projeto dos municípios, aumentar o espaço fiscal atual dos Estados e empurrar para a frente o problema fiscal. A nota positiva do alívio é que ele requer algumas contrapartidas dos Estados: vedação à concessão de reajustes acima da inflação a servidores e benefícios fiscais a empresas e limitação do crescimento de outras despesas correntes à taxa de inflação, entre outras. Mas há um movimento para que, como no caso dos municípios, o projeto seja aprovado sem contrapartidas! Vai-se o último bastião da responsabilidade fiscal. Retorno aos anos 1980.
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Desmonte da responsabilidade fiscalDesde 2009 a responsabilidade fiscal tem piorado. Partimos de um superavit primário, obtido somente com receitas recorrentes, de 3,5% do PIB em 2008 para um deficit primário recorrente de provavelmente 2,5% do PIB em 2016. A responsabilidade fiscal foi construída no segundo mandato do presidente FHC, tendo como princípio básico que o Executivo nacional era responsável, perante o eleitor, pelo equilíbrio macroeconômico. Era necessário, portanto, controlar os Estados e os municípios, que, no afã de resolver seus problemas locais, acabaram produzindo nossa hiperinflação nos anos 1990. A construção do segundo mandato de FHC impediu os Estados e os municípios de aumentar seus gastos sem ter receitas, bem como limitou pesadamente a capacidade deles de contrair dívidas. Não houve muita preocupação com a União. A ideia, como vimos, era que a estrutura de incentivos de nossa democracia é suficiente para garantir a responsabilidade fiscal da União. A irresponsabilidade fiscal que assolou crescentemente a União desde 2009 sugere que a construção do segundo mandato de FHC superestimou a inteligência dos futuros governantes: ao serem irresponsáveis, acabaram gerando brutal problema para si mesmos, além de atolarem o país na pior crise fiscal de nossa história. Como escreveu meu colega Alexandre Schwartsman neste espaço na semana passada, não é a crise econômica que causou a crise fiscal. A crise fiscal, ao encurtar muito o horizonte de cálculo empresarial, fez o investimento despencar, processo que está na raiz da atual crise, além dos efeitos sobre a produtividade da desastrosa "nova matriz econômica". O diagnóstico do governo e do Congresso Nacional de que a crise fiscal é consequência, e não causa, da crise econômica tem produzido uma agenda legislativa que está destruindo a construção mais importante do segundo mandato de FHC: o equilíbrio fiscal dos Estados e dos municípios. Foi aprovado no Senado, na semana passada, o projeto de lei complementar 315, de 2015, que elimina a punição –barrar as transferências voluntárias; a obtenção de garantia, direta ou indireta, de outro ente federativo; e as contratações de operações de crédito– aos municípios cuja despesa de pessoal exceda o limite de 60% da receita corrente líquida, quando há queda de 10% da receita. Não importa se o município já estava desenquadrado antes da queda da receita e consideram-se, no cômputo da receita total, os royalties de petróleo, que não deveriam ser computados, pois são de caráter não recorrente. Não poderiam ser empregados para financiar gastos de custeio. Tramita também no Congresso Nacional o projeto de lei complementar 257, de 2016, que renegocia as dívidas dos Estados em troca de diversas contrapartidas. O objetivo do PLC é, como foi o caso do projeto dos municípios, aumentar o espaço fiscal atual dos Estados e empurrar para a frente o problema fiscal. A nota positiva do alívio é que ele requer algumas contrapartidas dos Estados: vedação à concessão de reajustes acima da inflação a servidores e benefícios fiscais a empresas e limitação do crescimento de outras despesas correntes à taxa de inflação, entre outras. Mas há um movimento para que, como no caso dos municípios, o projeto seja aprovado sem contrapartidas! Vai-se o último bastião da responsabilidade fiscal. Retorno aos anos 1980.
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Em adaptação de Visniec, grupo de teatro faz renovação importante
O interesse que a dramaturgia de Matei Visniec desperta entre atores e diretores brasileiros acaba de gerar "Adeus, Palhaços Mortos!". Com direção de José Roberto Jardim, é uma releitura de "Pequenos Trabalhos para Velhos Palhaços" (1986), última peça escrita em romeno por Visniec antes ir à França, como refugiado do regime de Ceausescu. Trata de três clowns que por acaso se reencontram, anos depois de terem trabalhado juntos. Mas terão de disputar entre si uma única vaga de emprego, talvez a última chance para artistas que a idade avançada torna descartáveis na indústria do entretenimento. Impõe-se um confinamento que lembra "Esperando Godot", de Beckett, e os três condenados ao inferno de "Entre Quatro Paredes", de Sartre, uma influência realçada por Jardim ao aprisionar seus "palhaços mortos" num cubo transparente em que são projetadas luzes psicodélicas, estranha alusão à euforia contracultural dos anos 1960 e 70 em contraste com o sombrio presente pós-utópico. As vozes distorcidas, entremeadas pelos ruídos eletroacústicos, levam a novos patamares o "fora de tom, fora de harmonia" implícito ao conceito de absurdo –marca uma das maiores influências de Visniec, seu conterrâneo e antecessor Eugène Ionesco. A encenação problematiza a crise da própria arte, sob a tirania do entretenimento barato e suas apelações –como, queixa-se um dos personagens em certo momento, as peças cheias de pirotecnias e gritarias, caso desta própria montagem, que parece querer assim deliberadamente assustar, irritar, com prejuízo para a sutileza poética sugerida pelo texto original. Após anos pesquisando tradições populares como o circo-teatro, a trupe pactua com Visniec um momento importante de renovação ao abraçar novas estéticas e após terem, eles próprios, sido palhaços no limbo, numa crise gerada, no ano passado, pelo incêndio da Kombi em que realizavam suas peças. ADEUS, PALHAÇOS MORTOS! QUANDO: SEX. E SÁB., ÀS 21H, DOM., ÀS 20H; ATÉ 7/8, NO CCSP. QUA. E QUI., ÀS 21H; DE 10/8 A 29/9 (não haverá sessões nos dias 31/8 e 1º/9), NO TUSP ONDE: CCSP, R. VERGUEIRO, 1.000, TEL. (11) 3397-4002; TUSP, R. MARIA ANTÔNIA, 294, TEL. (11) 3123-5222 QUANTO: GRÁTIS CLASSIFICAÇÃO: 12 ANOS
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Em adaptação de Visniec, grupo de teatro faz renovação importanteO interesse que a dramaturgia de Matei Visniec desperta entre atores e diretores brasileiros acaba de gerar "Adeus, Palhaços Mortos!". Com direção de José Roberto Jardim, é uma releitura de "Pequenos Trabalhos para Velhos Palhaços" (1986), última peça escrita em romeno por Visniec antes ir à França, como refugiado do regime de Ceausescu. Trata de três clowns que por acaso se reencontram, anos depois de terem trabalhado juntos. Mas terão de disputar entre si uma única vaga de emprego, talvez a última chance para artistas que a idade avançada torna descartáveis na indústria do entretenimento. Impõe-se um confinamento que lembra "Esperando Godot", de Beckett, e os três condenados ao inferno de "Entre Quatro Paredes", de Sartre, uma influência realçada por Jardim ao aprisionar seus "palhaços mortos" num cubo transparente em que são projetadas luzes psicodélicas, estranha alusão à euforia contracultural dos anos 1960 e 70 em contraste com o sombrio presente pós-utópico. As vozes distorcidas, entremeadas pelos ruídos eletroacústicos, levam a novos patamares o "fora de tom, fora de harmonia" implícito ao conceito de absurdo –marca uma das maiores influências de Visniec, seu conterrâneo e antecessor Eugène Ionesco. A encenação problematiza a crise da própria arte, sob a tirania do entretenimento barato e suas apelações –como, queixa-se um dos personagens em certo momento, as peças cheias de pirotecnias e gritarias, caso desta própria montagem, que parece querer assim deliberadamente assustar, irritar, com prejuízo para a sutileza poética sugerida pelo texto original. Após anos pesquisando tradições populares como o circo-teatro, a trupe pactua com Visniec um momento importante de renovação ao abraçar novas estéticas e após terem, eles próprios, sido palhaços no limbo, numa crise gerada, no ano passado, pelo incêndio da Kombi em que realizavam suas peças. ADEUS, PALHAÇOS MORTOS! QUANDO: SEX. E SÁB., ÀS 21H, DOM., ÀS 20H; ATÉ 7/8, NO CCSP. QUA. E QUI., ÀS 21H; DE 10/8 A 29/9 (não haverá sessões nos dias 31/8 e 1º/9), NO TUSP ONDE: CCSP, R. VERGUEIRO, 1.000, TEL. (11) 3397-4002; TUSP, R. MARIA ANTÔNIA, 294, TEL. (11) 3123-5222 QUANTO: GRÁTIS CLASSIFICAÇÃO: 12 ANOS
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Temer diz que escolherá novo ministro da Justiça 'logo, logo'
O presidente da República, Michel Temer, disse na noite desta terça-feira (14) que escolherá seu novo ministro da Justiça e Segurança Pública "logo, logo". A declaração em tom de brincadeira foi dada à Folha quando Temer deixava uma casa de festas onde ocorre a festa de posse da nova diretoria da Frente Parlamentar da Agropecuária, evento que reuniu ministros, parlamentares e o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes. Diante da repercussão negativa a nomes indicados pelo PMDB, o presidente Michel Temer sondou e avalia nomear o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Velloso para o comando do ministério. Velloso tem aval do PSDB, principal aliado da gestão peemedebista, e contempla o perfil "inquestionável" defendido por assessores do presidente. Para eles, o novo ministro não pode dar margem a críticas da opinião pública, principalmente no que diz respeito a possíveis interferências na Lava Jato. A bancada do PMDB da Câmara fez críticas veladas nesta tarde à possibilidade de o PSDB avalizar a indicação de mais um ministro. Os deputados queriam indicar o colega Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), que foi praticamente descartado pelo Planalto após a Folha mostrar que o parlamentar já criticou o poder de investigação do Ministério Público, um dos principais atores da Operação Lava Jato. Em um rápido discurso, Temer comemorou o que considerou uma rápida tramitação da reforma da Previdência e pediu apoio dos ruralistas para a reforma do sistema tributário. "Quando vejo que nós já conseguimos mandar a reforma da Previdência em brevíssimo tempo, com a presença fortíssima do Osmar Serraglio na Comissão de Constituição e Justiça [CCJ], em menos de dez dias, ao final do ano, nós conseguimos aprovar a admissibilidade da reforma da Previdência, aquilo que ia levar dois anos para que fizéssemos, estamos realizando, praticamente, em seis, sete meses", afirmou o presidente. Antes de Temer, discursou Gilmar Mendes, que destacou a presença à mesma mesa dos ministros da Agricultura, Blairo Maggi, e do Meio Ambiente, Sarney Filho. "[São] forças políticas muito diversas que se somam tendo em vista um interesse comum. Acho que este é um símbolo também do seu governo", afirmou o ministro do TSE ao presidente Michel Temer, que acompanhou o discurso em uma mesa diante do palco. Caberá ao TSE julgar ações que pedem a cassação da chapa formada por Temer e pela ex-presidente Dilma Rousseff.
poder
Temer diz que escolherá novo ministro da Justiça 'logo, logo'O presidente da República, Michel Temer, disse na noite desta terça-feira (14) que escolherá seu novo ministro da Justiça e Segurança Pública "logo, logo". A declaração em tom de brincadeira foi dada à Folha quando Temer deixava uma casa de festas onde ocorre a festa de posse da nova diretoria da Frente Parlamentar da Agropecuária, evento que reuniu ministros, parlamentares e o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes. Diante da repercussão negativa a nomes indicados pelo PMDB, o presidente Michel Temer sondou e avalia nomear o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Velloso para o comando do ministério. Velloso tem aval do PSDB, principal aliado da gestão peemedebista, e contempla o perfil "inquestionável" defendido por assessores do presidente. Para eles, o novo ministro não pode dar margem a críticas da opinião pública, principalmente no que diz respeito a possíveis interferências na Lava Jato. A bancada do PMDB da Câmara fez críticas veladas nesta tarde à possibilidade de o PSDB avalizar a indicação de mais um ministro. Os deputados queriam indicar o colega Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), que foi praticamente descartado pelo Planalto após a Folha mostrar que o parlamentar já criticou o poder de investigação do Ministério Público, um dos principais atores da Operação Lava Jato. Em um rápido discurso, Temer comemorou o que considerou uma rápida tramitação da reforma da Previdência e pediu apoio dos ruralistas para a reforma do sistema tributário. "Quando vejo que nós já conseguimos mandar a reforma da Previdência em brevíssimo tempo, com a presença fortíssima do Osmar Serraglio na Comissão de Constituição e Justiça [CCJ], em menos de dez dias, ao final do ano, nós conseguimos aprovar a admissibilidade da reforma da Previdência, aquilo que ia levar dois anos para que fizéssemos, estamos realizando, praticamente, em seis, sete meses", afirmou o presidente. Antes de Temer, discursou Gilmar Mendes, que destacou a presença à mesma mesa dos ministros da Agricultura, Blairo Maggi, e do Meio Ambiente, Sarney Filho. "[São] forças políticas muito diversas que se somam tendo em vista um interesse comum. Acho que este é um símbolo também do seu governo", afirmou o ministro do TSE ao presidente Michel Temer, que acompanhou o discurso em uma mesa diante do palco. Caberá ao TSE julgar ações que pedem a cassação da chapa formada por Temer e pela ex-presidente Dilma Rousseff.
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Devo sair de um emprego onde fui avaliado como 'médio'?
"Trabalho na McKinsey há dois anos e meu desempenho foi avaliado como médio. Muitos dos meus colegas recebem notas muito melhores, que levam a bônus superiores e promoções precoces. Eu ajo de acordo com o feedback, mas continuo recebendo avaliações médias de desempenho, e isso dói. Os gerentes me dizem que vou ter uma carreira de sucesso, mas não acredito realmente nisso. Devo ficar e ser medíocre ou mudar para uma empresa de menor prestígio, onde eu poderia ir melhor do que os meus colegas?" —Consultor, homem, 20 anos RESPOSTA Avaliações de desempenho não significam nada. Elas revelam mais sobre a pessoa que faz a avaliação do que sobre quem está sendo avaliado e acabam desmotivando quase todos. Possivelmente, a McKinsey decide quais dos seus consultores são medianos de uma forma acima da média; ao menos é o que se espera, dada a seriedade com que conduz o processo. Não preciso lembrar que o mundo corporativo é construído sobre expurgos regulares daqueles não considerados com desempenho suficientemente bom e, se você é um desses, eles vão se livrar de você em pouco tempo de qualquer maneira. Você levantou uma questão importante sobre peixes pequenos em grandes lagos e peixes grandes em pequenos lagos. Eu acho que existem dois tipos de pessoas —os hipercompetitivos que insistem em vencer a qualquer custo, e o resto. Para o primeiro tipo, faz sentido trabalhar na McKinsey ou no lugar mais cruelmente bem-sucedido disponível. Para o resto, faz sentido evitar tais lugares e buscar as pequenas lagoas. Comparar é da natureza humana, e nós naturalmente nos comparamos com aqueles mais próximos a nós. Então, se você está cercado por colegas convencidos e sedentos na McKinsey que estão indo melhor do que você, inevitavelmente, acabará se sentindo um fracasso. O fato de que você tem que ser muito bom para chegar lá em primeiro lugar não é bem um consolo. Nem o fato de que, em média, quase todo mundo é, por definição, medíocre. Não apenas é terrível se sentir um fracasso, mas isso faz o desserviço adicional de nos fazer ser um fracasso. Igualmente, se sentir bem-sucedido não é apenas alegre e agradável em si, mas ajuda a nos tornarmos efetivamente bem-sucedidos. Você vê isso nos colégios o tempo todo: as crianças que são levadas à sensação de fracasso nas escolas mais exigentes revelam um desempenho abaixo da média até que os pais sensíveis se mexam e as enviem para escolas mais tranquilas. Uma vez que elas começam a se sentir inteligentes novamente, começam a ir melhor, apresentando melhores resultados do que se tivessem ficado na instituição anterior. Então deixe a McKinsey em breve e por opção. Você vai facilmente encontrar outro emprego, já que os empregadores estarão muito impressionados com o emblema ex-McKinsey no seu currículo. Você pode sempre ir para a Deloitte ou para a Accenture, que anunciaram recentemente que acabaram com o mecanismo de avaliação. Ou, melhor ainda, encontrar uma empresa menor, que está interessada no que você está fazendo, e não em rotulá-lo. CONSELHOS DOS LEITORES "Fico preocupado que, depois de dois anos na McKinsey, você ainda não tenha entendido a empresa. Você é um privilegiado por estar no caminho certo para se tornar um sócio no futuro e ainda está reclamando. Talvez seja a sua mentalidade, em vez de seu desempenho, que não se encaixe na empresa." —Ex-sócia da McKinsey, faixa dos 40 anos. "Pensar que um consultor médio na McKinsey seria uma estrela em outra empresa é, talvez, um pouquinho arrogante. E se os seus gestores estiverem tentando ajudá-lo a superar esta arrogância, dando-lhe uma classificação média? Apenas um pensamento. Na minha experiência, se você parar de pensar sobre si mesmo e começar a se concentrar em seus clientes, coisas boas vão acontecer." —Consultor(a), 30 anos. "Ser médio não é horrível. O que realmente importa é ser feliz, viver em um grupo que te apoia, saudável e produtivo no trabalho e na sociedade, e estar livre de dívidas. Estes são os traços que serão muito mais gratificantes a longo prazo do que se colocar em alturas talvez irrealistas." —Anônimo. "'Médio' na língua da McKinsey é sinônimo para "sua última chance". A porta está na sua frente, é só uma questão de quando eles vão chutá-lo por ela. A real descrição de 'médio' deles é excelente —'pessoas que querem manter, mas para quem não precisam pagar muito'. Vá polir este CV e ir trabalhar para pessoas que são menos cheias de si. —Anônimo. "Você se convenceu de que 'age de acordo com o feedback', mas isso claramente não é verdade. Você não acredita no que seus gerentes lhe dizem (como você disse) e seu ego está tão magoado com os comentários 'médios', que suspeito que você não ouça o resto do feedback de forma objetiva. Até que consiga colocar o seu ego de lado e realmente ouvir o que os seus gestores estão lhe dizendo (e acredito que isso seja verdade), você vai continuar este ciclo de infelicidade e potencial não realizado." —Anônimo. "No meio do pelotão (...) melhor lugar para estar. Esta é uma prova de resistência e não de velocidade, e as empresas, não importa se elas dizem isso ou não, acabarão por contar com colaboradores leais, seguros, consistentes em vez de gente brilhante, mas volátil. Você está nos seus vinte anos de idade (...) se trabalhar até a idade da aposentadoria, tem cerca de 40 anos à frente (...) tem tempo de sobra para aprender sem a pressão de ser um 'grande realizador' (...) não se estresse se não conseguir o mesmo resultado que um superstar em suas primeiras tentativas." —Anônimo. PRÓXIMO PROBLEMA "Eu tenho uma desvantagem social no trabalho porque não bebo? Na escola de negócios, tivemos seminários sobre networking. No entanto, eles não se concentram em como seus hábitos de consumo podem afetar sua capacidade de socializar ou de ser querido por seus colegas. Minha agenda está cheia de chopes de relacionamento, de despedida, de boas-vindas e assim por diante. Beber é uma importante parte da cultura corporativa? Por que as pessoas não podem pensar em fazer outra coisa em vez de ir a um pub?" —Analista (homem). Tradução de Maria Paula Autran
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Devo sair de um emprego onde fui avaliado como 'médio'?"Trabalho na McKinsey há dois anos e meu desempenho foi avaliado como médio. Muitos dos meus colegas recebem notas muito melhores, que levam a bônus superiores e promoções precoces. Eu ajo de acordo com o feedback, mas continuo recebendo avaliações médias de desempenho, e isso dói. Os gerentes me dizem que vou ter uma carreira de sucesso, mas não acredito realmente nisso. Devo ficar e ser medíocre ou mudar para uma empresa de menor prestígio, onde eu poderia ir melhor do que os meus colegas?" —Consultor, homem, 20 anos RESPOSTA Avaliações de desempenho não significam nada. Elas revelam mais sobre a pessoa que faz a avaliação do que sobre quem está sendo avaliado e acabam desmotivando quase todos. Possivelmente, a McKinsey decide quais dos seus consultores são medianos de uma forma acima da média; ao menos é o que se espera, dada a seriedade com que conduz o processo. Não preciso lembrar que o mundo corporativo é construído sobre expurgos regulares daqueles não considerados com desempenho suficientemente bom e, se você é um desses, eles vão se livrar de você em pouco tempo de qualquer maneira. Você levantou uma questão importante sobre peixes pequenos em grandes lagos e peixes grandes em pequenos lagos. Eu acho que existem dois tipos de pessoas —os hipercompetitivos que insistem em vencer a qualquer custo, e o resto. Para o primeiro tipo, faz sentido trabalhar na McKinsey ou no lugar mais cruelmente bem-sucedido disponível. Para o resto, faz sentido evitar tais lugares e buscar as pequenas lagoas. Comparar é da natureza humana, e nós naturalmente nos comparamos com aqueles mais próximos a nós. Então, se você está cercado por colegas convencidos e sedentos na McKinsey que estão indo melhor do que você, inevitavelmente, acabará se sentindo um fracasso. O fato de que você tem que ser muito bom para chegar lá em primeiro lugar não é bem um consolo. Nem o fato de que, em média, quase todo mundo é, por definição, medíocre. Não apenas é terrível se sentir um fracasso, mas isso faz o desserviço adicional de nos fazer ser um fracasso. Igualmente, se sentir bem-sucedido não é apenas alegre e agradável em si, mas ajuda a nos tornarmos efetivamente bem-sucedidos. Você vê isso nos colégios o tempo todo: as crianças que são levadas à sensação de fracasso nas escolas mais exigentes revelam um desempenho abaixo da média até que os pais sensíveis se mexam e as enviem para escolas mais tranquilas. Uma vez que elas começam a se sentir inteligentes novamente, começam a ir melhor, apresentando melhores resultados do que se tivessem ficado na instituição anterior. Então deixe a McKinsey em breve e por opção. Você vai facilmente encontrar outro emprego, já que os empregadores estarão muito impressionados com o emblema ex-McKinsey no seu currículo. Você pode sempre ir para a Deloitte ou para a Accenture, que anunciaram recentemente que acabaram com o mecanismo de avaliação. Ou, melhor ainda, encontrar uma empresa menor, que está interessada no que você está fazendo, e não em rotulá-lo. CONSELHOS DOS LEITORES "Fico preocupado que, depois de dois anos na McKinsey, você ainda não tenha entendido a empresa. Você é um privilegiado por estar no caminho certo para se tornar um sócio no futuro e ainda está reclamando. Talvez seja a sua mentalidade, em vez de seu desempenho, que não se encaixe na empresa." —Ex-sócia da McKinsey, faixa dos 40 anos. "Pensar que um consultor médio na McKinsey seria uma estrela em outra empresa é, talvez, um pouquinho arrogante. E se os seus gestores estiverem tentando ajudá-lo a superar esta arrogância, dando-lhe uma classificação média? Apenas um pensamento. Na minha experiência, se você parar de pensar sobre si mesmo e começar a se concentrar em seus clientes, coisas boas vão acontecer." —Consultor(a), 30 anos. "Ser médio não é horrível. O que realmente importa é ser feliz, viver em um grupo que te apoia, saudável e produtivo no trabalho e na sociedade, e estar livre de dívidas. Estes são os traços que serão muito mais gratificantes a longo prazo do que se colocar em alturas talvez irrealistas." —Anônimo. "'Médio' na língua da McKinsey é sinônimo para "sua última chance". A porta está na sua frente, é só uma questão de quando eles vão chutá-lo por ela. A real descrição de 'médio' deles é excelente —'pessoas que querem manter, mas para quem não precisam pagar muito'. Vá polir este CV e ir trabalhar para pessoas que são menos cheias de si. —Anônimo. "Você se convenceu de que 'age de acordo com o feedback', mas isso claramente não é verdade. Você não acredita no que seus gerentes lhe dizem (como você disse) e seu ego está tão magoado com os comentários 'médios', que suspeito que você não ouça o resto do feedback de forma objetiva. Até que consiga colocar o seu ego de lado e realmente ouvir o que os seus gestores estão lhe dizendo (e acredito que isso seja verdade), você vai continuar este ciclo de infelicidade e potencial não realizado." —Anônimo. "No meio do pelotão (...) melhor lugar para estar. Esta é uma prova de resistência e não de velocidade, e as empresas, não importa se elas dizem isso ou não, acabarão por contar com colaboradores leais, seguros, consistentes em vez de gente brilhante, mas volátil. Você está nos seus vinte anos de idade (...) se trabalhar até a idade da aposentadoria, tem cerca de 40 anos à frente (...) tem tempo de sobra para aprender sem a pressão de ser um 'grande realizador' (...) não se estresse se não conseguir o mesmo resultado que um superstar em suas primeiras tentativas." —Anônimo. PRÓXIMO PROBLEMA "Eu tenho uma desvantagem social no trabalho porque não bebo? Na escola de negócios, tivemos seminários sobre networking. No entanto, eles não se concentram em como seus hábitos de consumo podem afetar sua capacidade de socializar ou de ser querido por seus colegas. Minha agenda está cheia de chopes de relacionamento, de despedida, de boas-vindas e assim por diante. Beber é uma importante parte da cultura corporativa? Por que as pessoas não podem pensar em fazer outra coisa em vez de ir a um pub?" —Analista (homem). Tradução de Maria Paula Autran
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TCU vai fiscalizar concessão de quarentena para ministros de Dilma
O TCU (Tribunal de Contas da União) decidiu nesta quarta-feira (18) iniciar uma fiscalização sobre a concessão de pagamento de salário a ex-ministros do governo Dilma Rousseff para cumprir quarentena. Conforme a Folha informou, ex-ministros do governo como José Eduardo Cardozo (AGU) e Aluizio Mercadante (Educação) já receberam o benefício. A concessão do benefício é prevista em lei para evitar conflito de interesse de quem sai do ministério com novas funções na iniciativa privada. A Comissão de Ética Pública da Presidência ou o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle estão analisando quase uma centena de pedidos já apresentados. Os que são concedidos, ganham seis meses de salário sem trabalhar. O pedido de fiscalização foi feito pelo ministro Walton Alencar e foi aprovado pelo plenário do tribunal. Segundo, ele "o expressivo crescimento de pedidos dessa natureza, em face da transição havida no Governo Federal, impõe que o Tribunal examine a legalidade e a legitimidade dos atos concedidos", informou o ministro. Não há prazo para a fiscalização terminar.
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TCU vai fiscalizar concessão de quarentena para ministros de DilmaO TCU (Tribunal de Contas da União) decidiu nesta quarta-feira (18) iniciar uma fiscalização sobre a concessão de pagamento de salário a ex-ministros do governo Dilma Rousseff para cumprir quarentena. Conforme a Folha informou, ex-ministros do governo como José Eduardo Cardozo (AGU) e Aluizio Mercadante (Educação) já receberam o benefício. A concessão do benefício é prevista em lei para evitar conflito de interesse de quem sai do ministério com novas funções na iniciativa privada. A Comissão de Ética Pública da Presidência ou o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle estão analisando quase uma centena de pedidos já apresentados. Os que são concedidos, ganham seis meses de salário sem trabalhar. O pedido de fiscalização foi feito pelo ministro Walton Alencar e foi aprovado pelo plenário do tribunal. Segundo, ele "o expressivo crescimento de pedidos dessa natureza, em face da transição havida no Governo Federal, impõe que o Tribunal examine a legalidade e a legitimidade dos atos concedidos", informou o ministro. Não há prazo para a fiscalização terminar.
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66% das emissões brasileiras de CO2 vêm de atividade agropecuária
A agropecuária é a responsável pela maior parte da emissão de gases estufa no Brasil. Quando considerados desmatamento para atividade agropecuária e o exercício direto dela, a porcentagem das emissões chega a cerca de 66%. Os dados são do Seeg (Sistema de Estimativa de Emissão de Gases Estufa), realizado pelo OC (Observatório do Clima). O relatório, lançado nesta terça (6), na sede do SOS Mata Atlântica, analisa a evolução histórica das emissões brasileiras. Considerando dados referentes ao ano de 2014, de forma direta, 23% das emissões de CO2 no Brasil são provenientes da agropecuária. Dentro desse universo, 76% das emissões estão relacionadas à pecuária, sendo 64% derivados do consumo de carne (bovinos de corte), segundo dados da Imaflora, parte do OC. A mudança de uso da terra é líder de emissões no país, com cerca 42%. O termo, de forma geral, se refere aos desmatamentos, normalmente associados à atividade agropecuária. Esse tipo de emissão somado aos 23% emitidos diretamente pela ação agropecuária alcançam o valor aproximado de 66%. Segundo dados do Imazon, também parte do OC, com uma melhor aplicação da legislação ambiental atual seria possível aumentar a arrecadação em mais de R$ 1 bilhão por ano. A energia é a segunda colocada entre as fontes dos gases estufa, com 26%. Essas emissões vêm crescendo anualmente, em parte por conta da crise na produção de energia hidrelétrica. Segundo o Instituto de Energia e Meio Ambiente, que também faz parte do OC, quase metade (46%) das emissões relacionadas à energia estão associadas ao transporte, tanto de carga quanto de passageiros. FUTURO Os dados levantados pelo OC mostram que o Brasil, caso cumpra os compromissos firmados no Acordo de Paris, como restauração e reflorestamento de matas, recuperação de pastos, entre outros, conseguirá reduzir as emissões de gases estufa mais do que o planejado no INDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas). "O nosso estudo aponta que dá para ser mais ambicioso", afirma Tasso de Azevedo, coordenador do Seeg.
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66% das emissões brasileiras de CO2 vêm de atividade agropecuáriaA agropecuária é a responsável pela maior parte da emissão de gases estufa no Brasil. Quando considerados desmatamento para atividade agropecuária e o exercício direto dela, a porcentagem das emissões chega a cerca de 66%. Os dados são do Seeg (Sistema de Estimativa de Emissão de Gases Estufa), realizado pelo OC (Observatório do Clima). O relatório, lançado nesta terça (6), na sede do SOS Mata Atlântica, analisa a evolução histórica das emissões brasileiras. Considerando dados referentes ao ano de 2014, de forma direta, 23% das emissões de CO2 no Brasil são provenientes da agropecuária. Dentro desse universo, 76% das emissões estão relacionadas à pecuária, sendo 64% derivados do consumo de carne (bovinos de corte), segundo dados da Imaflora, parte do OC. A mudança de uso da terra é líder de emissões no país, com cerca 42%. O termo, de forma geral, se refere aos desmatamentos, normalmente associados à atividade agropecuária. Esse tipo de emissão somado aos 23% emitidos diretamente pela ação agropecuária alcançam o valor aproximado de 66%. Segundo dados do Imazon, também parte do OC, com uma melhor aplicação da legislação ambiental atual seria possível aumentar a arrecadação em mais de R$ 1 bilhão por ano. A energia é a segunda colocada entre as fontes dos gases estufa, com 26%. Essas emissões vêm crescendo anualmente, em parte por conta da crise na produção de energia hidrelétrica. Segundo o Instituto de Energia e Meio Ambiente, que também faz parte do OC, quase metade (46%) das emissões relacionadas à energia estão associadas ao transporte, tanto de carga quanto de passageiros. FUTURO Os dados levantados pelo OC mostram que o Brasil, caso cumpra os compromissos firmados no Acordo de Paris, como restauração e reflorestamento de matas, recuperação de pastos, entre outros, conseguirá reduzir as emissões de gases estufa mais do que o planejado no INDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas). "O nosso estudo aponta que dá para ser mais ambicioso", afirma Tasso de Azevedo, coordenador do Seeg.
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Almirante preso pela Lava Jato guarda segredos de programa nuclear
Pouco depois de se aposentar da Marinha, em 1994, o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva foi surpreendido por uma pergunta da plateia ao concluir uma exposição sobre o programa nuclear brasileiro, em Viena, na Áustria. Um americano disse que considerava duvidosas as informações disponíveis sobre os custos do programa e provocou: "Acho que o senhor está escondendo o que gastaram". Othon fez um comentário irônico e desconversou. Na semana passada, quando foi acusado de corrupção pelos procuradores da Operação Lava Jato e levado preso para um quartel militar em Curitiba, o almirante se viu obrigado a enfrentar perguntas embaraçosas novamente. Os procuradores querem saber por que a firma de consultoria que Othon criou ao passar para a reserva ganhou R$ 4,8 milhões de empreiteiras que trabalham para a Eletronuclear, a estatal que ele presidiu nos últimos dez anos. Na sexta-feira (31), o almirante de 76 anos disse à Polícia Federal que se desligou da consultoria ao assumir o comando da Eletronuclear, e que o dinheiro pago pelas empreiteiras remunerou serviços prestados pela filha tradutora e pelo genro engenheiro. Durante o interrogatório, Othon disse que "possui conhecimento que lhe permitiria ganhar muito mais do que os valores que lhe acusam de ter recebido", mas não convenceu ninguém. O juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, prorrogou sua prisão até a próxima quinta (6), para que ele apresente provas do que alegou. Nas décadas de 70 e 80, o almirante chefiou um programa secreto da Marinha que deu ao Brasil o domínio de uma das tecnologias mais cobiçadas do mundo, o processo que transforma o minério de urânio no combustível necessário para que uma usina nuclear produza eletricidade. A parte mais sensível do programa, o desenvolvimento das centrífugas de enriquecimento de urânio que aumentam a concentração do material radioativo encontrado no minério, é tratada como segredo de Estado desde a ditadura militar (1964-1985), e poucos detalhes sobre ela vieram a público até hoje, mesmo décadas depois da redemocratização do país. A Marinha investiu nessa tecnologia por considerá-la uma etapa indispensável para realizar seu projeto mais ambicioso, a construção de um submarino de propulsão nuclear, que os militares desenvolvem atualmente em parceria com a França e uma das empresas investigadas pela Lava Jato, a Odebrecht. Engenheiro com especialização no MIT (Massachusetts Institute of Technology), Othon dirigiu o programa da Marinha de 1979 até a aposentadoria em 1994. Ele conhece todos os seus segredos, e guarda vários deles com zelo. CAIXAS DE DOCUMENTOS Como confidenciou a um conhecido uma década depois de deixar a Marinha, Othon guardou dezenas de caixas com documentos do período numa edícula construída nos fundos da propriedade de um parente, no interior do Rio, tudo classificado com ajuda de um ex-funcionário. Othon também guarda cadernos pessoais desde a época em que estava no MIT. Os documentos preservados pelo almirante incluem cópias de contratos com fornecedores e informações detalhadas sobre os gastos do programa, que nunca foram contabilizados de maneira transparente pelo governo. De acordo com uma planilha guardada por Othon, o programa consumiu US$ 668 milhões (R$ 2,3 bilhões em dinheiro de hoje) no período em que ele esteve à sua frente. Quase um terço do dinheiro circulou por contas secretas, incluindo uma que Othon administrava pessoalmente. A existência dessas contas foi revelada pela Folha em 1986, mas o destino dos recursos nunca foi tornado público. Especialistas estrangeiros sempre desconfiaram que boa parte desse dinheiro foi usada pela Marinha para comprar clandestinamente no exterior equipamentos e materiais para o desenvolvimento das centrífugas, mas poucas pessoas sabem ao certo o que foi feito. Othon sabe. No auge do programa, havia mais de 900 pessoas sob o comando do almirante. Othon e outros oficiais trabalhavam com roupas civis, para que a farda não intimidasse ninguém. Cientistas da USP e de outras universidades participaram do projeto. Othon deixou a Marinha frustrado com a redução dos recursos destinados ao programa e disposto a mudar de vida. Abriu a consultoria para trabalhar em projetos do setor privado e tentou ganhar dinheiro com o desenvolvimento de uma turbina para pequenas centrais hidrelétricas. A sorte do almirante mudou de novo em 2005, quando o governo decidiu retomar os investimentos na área nuclear e os petistas entregaram ao PMDB o controle do Ministério de Minas e Energia. À frente da Eletronuclear, Othon retomou as obras da usina de Angra 3, renegociando os contratos das empresas envolvidas com o projeto e comprometendo-se a entregá-la até 2018. Parecia a pessoa certa para a missão, até cair na teia da Lava Jato.
poder
Almirante preso pela Lava Jato guarda segredos de programa nuclearPouco depois de se aposentar da Marinha, em 1994, o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva foi surpreendido por uma pergunta da plateia ao concluir uma exposição sobre o programa nuclear brasileiro, em Viena, na Áustria. Um americano disse que considerava duvidosas as informações disponíveis sobre os custos do programa e provocou: "Acho que o senhor está escondendo o que gastaram". Othon fez um comentário irônico e desconversou. Na semana passada, quando foi acusado de corrupção pelos procuradores da Operação Lava Jato e levado preso para um quartel militar em Curitiba, o almirante se viu obrigado a enfrentar perguntas embaraçosas novamente. Os procuradores querem saber por que a firma de consultoria que Othon criou ao passar para a reserva ganhou R$ 4,8 milhões de empreiteiras que trabalham para a Eletronuclear, a estatal que ele presidiu nos últimos dez anos. Na sexta-feira (31), o almirante de 76 anos disse à Polícia Federal que se desligou da consultoria ao assumir o comando da Eletronuclear, e que o dinheiro pago pelas empreiteiras remunerou serviços prestados pela filha tradutora e pelo genro engenheiro. Durante o interrogatório, Othon disse que "possui conhecimento que lhe permitiria ganhar muito mais do que os valores que lhe acusam de ter recebido", mas não convenceu ninguém. O juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, prorrogou sua prisão até a próxima quinta (6), para que ele apresente provas do que alegou. Nas décadas de 70 e 80, o almirante chefiou um programa secreto da Marinha que deu ao Brasil o domínio de uma das tecnologias mais cobiçadas do mundo, o processo que transforma o minério de urânio no combustível necessário para que uma usina nuclear produza eletricidade. A parte mais sensível do programa, o desenvolvimento das centrífugas de enriquecimento de urânio que aumentam a concentração do material radioativo encontrado no minério, é tratada como segredo de Estado desde a ditadura militar (1964-1985), e poucos detalhes sobre ela vieram a público até hoje, mesmo décadas depois da redemocratização do país. A Marinha investiu nessa tecnologia por considerá-la uma etapa indispensável para realizar seu projeto mais ambicioso, a construção de um submarino de propulsão nuclear, que os militares desenvolvem atualmente em parceria com a França e uma das empresas investigadas pela Lava Jato, a Odebrecht. Engenheiro com especialização no MIT (Massachusetts Institute of Technology), Othon dirigiu o programa da Marinha de 1979 até a aposentadoria em 1994. Ele conhece todos os seus segredos, e guarda vários deles com zelo. CAIXAS DE DOCUMENTOS Como confidenciou a um conhecido uma década depois de deixar a Marinha, Othon guardou dezenas de caixas com documentos do período numa edícula construída nos fundos da propriedade de um parente, no interior do Rio, tudo classificado com ajuda de um ex-funcionário. Othon também guarda cadernos pessoais desde a época em que estava no MIT. Os documentos preservados pelo almirante incluem cópias de contratos com fornecedores e informações detalhadas sobre os gastos do programa, que nunca foram contabilizados de maneira transparente pelo governo. De acordo com uma planilha guardada por Othon, o programa consumiu US$ 668 milhões (R$ 2,3 bilhões em dinheiro de hoje) no período em que ele esteve à sua frente. Quase um terço do dinheiro circulou por contas secretas, incluindo uma que Othon administrava pessoalmente. A existência dessas contas foi revelada pela Folha em 1986, mas o destino dos recursos nunca foi tornado público. Especialistas estrangeiros sempre desconfiaram que boa parte desse dinheiro foi usada pela Marinha para comprar clandestinamente no exterior equipamentos e materiais para o desenvolvimento das centrífugas, mas poucas pessoas sabem ao certo o que foi feito. Othon sabe. No auge do programa, havia mais de 900 pessoas sob o comando do almirante. Othon e outros oficiais trabalhavam com roupas civis, para que a farda não intimidasse ninguém. Cientistas da USP e de outras universidades participaram do projeto. Othon deixou a Marinha frustrado com a redução dos recursos destinados ao programa e disposto a mudar de vida. Abriu a consultoria para trabalhar em projetos do setor privado e tentou ganhar dinheiro com o desenvolvimento de uma turbina para pequenas centrais hidrelétricas. A sorte do almirante mudou de novo em 2005, quando o governo decidiu retomar os investimentos na área nuclear e os petistas entregaram ao PMDB o controle do Ministério de Minas e Energia. À frente da Eletronuclear, Othon retomou as obras da usina de Angra 3, renegociando os contratos das empresas envolvidas com o projeto e comprometendo-se a entregá-la até 2018. Parecia a pessoa certa para a missão, até cair na teia da Lava Jato.
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Alunos com síndrome de Down farão hambúrgueres em evento beneficente
Alunos de gastronomia com síndrome de Down vão preparar hambúrgueres em um evento beneficente do Instituto Chefs Especiais no próximo sábado (2), em São Paulo. Os alunos vão mostrar suas técnicas pela primeira vez em um food truck, no qual cozinharão receitas de chefs como Henrique Fogaça (hambúrguer de picanha com queijo gruyère, rúcula e molho de tomate picante), Guga Rocha (hambúrguer de fraldinha, couve crocante e queijo emmental) e Mario Mangone (hambúrguer de berinjela, queijo fresco e molho de menta), todas a R$ 19. A verba arrecada será revertida para o Instituto Chefs Especiais, ONG que atende gratuitamente mais de 300 alunos. "Nossa missão é facilitar a autonomia de pessoas com síndrome de Down e inseri-las na vida e na sociedade através da gastronomia", diz Simone Berti, fundadora do Instituto. O evento, que será no bairro Pacaembu, também contará com a presença dos food trucks Rolando Massinha (massas e churros) e Confeitaria Asti (sorvetes). FOOD TRUCK BENEFICENTE - CHEFS ESPECIAIS Quando sábado (2), das 12h às 20h Onde Sede do Instituto Chefs Especiais; r. Catanduva, 132, Pacaembu Quanto entrada gratuita (os hambúrgueres vão custar R$ 19)
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Alunos com síndrome de Down farão hambúrgueres em evento beneficenteAlunos de gastronomia com síndrome de Down vão preparar hambúrgueres em um evento beneficente do Instituto Chefs Especiais no próximo sábado (2), em São Paulo. Os alunos vão mostrar suas técnicas pela primeira vez em um food truck, no qual cozinharão receitas de chefs como Henrique Fogaça (hambúrguer de picanha com queijo gruyère, rúcula e molho de tomate picante), Guga Rocha (hambúrguer de fraldinha, couve crocante e queijo emmental) e Mario Mangone (hambúrguer de berinjela, queijo fresco e molho de menta), todas a R$ 19. A verba arrecada será revertida para o Instituto Chefs Especiais, ONG que atende gratuitamente mais de 300 alunos. "Nossa missão é facilitar a autonomia de pessoas com síndrome de Down e inseri-las na vida e na sociedade através da gastronomia", diz Simone Berti, fundadora do Instituto. O evento, que será no bairro Pacaembu, também contará com a presença dos food trucks Rolando Massinha (massas e churros) e Confeitaria Asti (sorvetes). FOOD TRUCK BENEFICENTE - CHEFS ESPECIAIS Quando sábado (2), das 12h às 20h Onde Sede do Instituto Chefs Especiais; r. Catanduva, 132, Pacaembu Quanto entrada gratuita (os hambúrgueres vão custar R$ 19)
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Após impasse, PT não vai proibir aliança com PMDB nas eleições
O presidente do PT, Rui Falcão, disse nesta terça (17) que o partido não vai proibir alianças com o PMDB, do presidente interino Michel Temer, mas vai "priorizar o diálogo" com siglas que se posicionaram contra o impeachment de Dilma Rousseff e vetar apoio a candidatos que foram publicamente favoráveis ao impedimento. "Vamos priorizar o PCdoB e o PDT e outras [legendas] vamos discutir caso a caso", disse Falcão após reunião do diretório nacional do PT em Brasília. "Se alguém do PMDB quiser participar conosco, que não tenha apoiado o impeachment publicamente, desde que adote programas do PT, não há nenhuma objeção", concluiu. Segundo o presidente petista, o PMDB é "um partido enorme" e, por isso, "certamente, país afora, deve haver militantes confiáveis". O ataque, Falcão pondera, tem que ser sobre "a cúpula que ocupou o poder". Para ele, Temer e seus aliados têm "um plano antidemocrático e regressivo". A decisão sobre a política de alianças para as eleições deste ano foi tomada após uma longa discussão entre os dirigentes da cúpula petista durante o encontro a portas fechadas em um hotel na capital. Alas mais à esquerda do partido reivindicam que o PT não só "priorize" quem apoiou Dilma mas "se negue" a fazer acordo com legendas que encaminharam voto a favor do impeachment. Dirigentes do campo majoritário da sigla, por sua vez, diziam que isso "inviabilizaria" a projeção do PT nas eleições, que deve priorizar a cidade de São Paulo, do prefeito Fernando Haddad. O meio termo foi então proibir apoio a candidatos que votaram ou apoiaram publicamente o impeachment de Dilma. "Vamos dirigir nosso diálogo e esforço de parcerias com os partidos do campo democrático e popular e estender o diálogo para partidos ou setores partidários que, avaliados caso a caso, possam, nos municípios, construir programas de governo comuns", disse Falcão. Além da resolução sobre eleições, o PT vai divulgar nesta terça um documento em que faz uma rara autocrítica e aponta para "equívocos" do governo Dilma Rousseff e "erros", especialmente em relação à condução econômica e à política de alianças como as razões para o impeachment. OPOSIÇÃO A cúpula do PT também afirma que não reconhecerá o governo interino de Temer que, para os petistas, é "ilegítimo" e vai "impedir a retirada de direitos conquistados", "inviabilizando o governo". Apesar de, nos bastidores, o discurso entre os petistas seja o de que Dilma não será absolvida pelo Senado e, por isso, "dificilmente" retomará seu mandato, o PT defende mobilizações em defesa do mandato da presidente afastada e pede que ela "apresente uma nova agenda" caso retome o cargo, com medidas como a reforma política e outras que impulsionem o emprego e o crescimento. Para 1º de junho, data que coincide com o prazo para que Dilma apresente sua defesa no Senado, o PT convocou uma manifestação em todo o país em apoio à petista. ENCONTRO EXTRAORDINÁRIO O PT marcou um encontro extraordinário para novembro, precedido por duas reuniões do diretório nacional ampliado, em julho. A discussão também gerou polêmica na reunião desta terça. A maior parte da CNB (Construindo um Novo Brasil), maior corrente interna petista, quer que o encontro seja constituído por delegados antigos, para garantir a manutenção do poder interno da sigla e reduzir o impacto do debate mais crítico em relação ao governo Dilma. Falcão e setores mais à esquerda do partido defenderam eleições de novos delegados, dirigentes do PT com poder de voto. O debate precisou ser levado à executiva nacional da sigla para haver tempo de tentar tirar uma posição de consenso.
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Após impasse, PT não vai proibir aliança com PMDB nas eleiçõesO presidente do PT, Rui Falcão, disse nesta terça (17) que o partido não vai proibir alianças com o PMDB, do presidente interino Michel Temer, mas vai "priorizar o diálogo" com siglas que se posicionaram contra o impeachment de Dilma Rousseff e vetar apoio a candidatos que foram publicamente favoráveis ao impedimento. "Vamos priorizar o PCdoB e o PDT e outras [legendas] vamos discutir caso a caso", disse Falcão após reunião do diretório nacional do PT em Brasília. "Se alguém do PMDB quiser participar conosco, que não tenha apoiado o impeachment publicamente, desde que adote programas do PT, não há nenhuma objeção", concluiu. Segundo o presidente petista, o PMDB é "um partido enorme" e, por isso, "certamente, país afora, deve haver militantes confiáveis". O ataque, Falcão pondera, tem que ser sobre "a cúpula que ocupou o poder". Para ele, Temer e seus aliados têm "um plano antidemocrático e regressivo". A decisão sobre a política de alianças para as eleições deste ano foi tomada após uma longa discussão entre os dirigentes da cúpula petista durante o encontro a portas fechadas em um hotel na capital. Alas mais à esquerda do partido reivindicam que o PT não só "priorize" quem apoiou Dilma mas "se negue" a fazer acordo com legendas que encaminharam voto a favor do impeachment. Dirigentes do campo majoritário da sigla, por sua vez, diziam que isso "inviabilizaria" a projeção do PT nas eleições, que deve priorizar a cidade de São Paulo, do prefeito Fernando Haddad. O meio termo foi então proibir apoio a candidatos que votaram ou apoiaram publicamente o impeachment de Dilma. "Vamos dirigir nosso diálogo e esforço de parcerias com os partidos do campo democrático e popular e estender o diálogo para partidos ou setores partidários que, avaliados caso a caso, possam, nos municípios, construir programas de governo comuns", disse Falcão. Além da resolução sobre eleições, o PT vai divulgar nesta terça um documento em que faz uma rara autocrítica e aponta para "equívocos" do governo Dilma Rousseff e "erros", especialmente em relação à condução econômica e à política de alianças como as razões para o impeachment. OPOSIÇÃO A cúpula do PT também afirma que não reconhecerá o governo interino de Temer que, para os petistas, é "ilegítimo" e vai "impedir a retirada de direitos conquistados", "inviabilizando o governo". Apesar de, nos bastidores, o discurso entre os petistas seja o de que Dilma não será absolvida pelo Senado e, por isso, "dificilmente" retomará seu mandato, o PT defende mobilizações em defesa do mandato da presidente afastada e pede que ela "apresente uma nova agenda" caso retome o cargo, com medidas como a reforma política e outras que impulsionem o emprego e o crescimento. Para 1º de junho, data que coincide com o prazo para que Dilma apresente sua defesa no Senado, o PT convocou uma manifestação em todo o país em apoio à petista. ENCONTRO EXTRAORDINÁRIO O PT marcou um encontro extraordinário para novembro, precedido por duas reuniões do diretório nacional ampliado, em julho. A discussão também gerou polêmica na reunião desta terça. A maior parte da CNB (Construindo um Novo Brasil), maior corrente interna petista, quer que o encontro seja constituído por delegados antigos, para garantir a manutenção do poder interno da sigla e reduzir o impacto do debate mais crítico em relação ao governo Dilma. Falcão e setores mais à esquerda do partido defenderam eleições de novos delegados, dirigentes do PT com poder de voto. O debate precisou ser levado à executiva nacional da sigla para haver tempo de tentar tirar uma posição de consenso.
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Secretário exonerado por Haddad posava com escolta de 'homens de preto'
"Homens de preto". Assim era conhecida a guarda pessoal de Ítalo Miranda Júnior, que ocupou o cargo de secretário municipal de Segurança Urbana na Prefeitura de SP até esta terça-feira (20). Ele foi exonerado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) nesta terça-feira (20). Os dez homens armados que acompanhavam Miranda Júnior, nomeados em 22 de maio, pertenciam à GCM –Guarda Civil Metropolitana, que tem como objetivo principal cuidar do mobiliário urbano, como praças e escolas. Miranda tinha mais seguranças que o próprio Haddad, que anda com apenas quatro. Em edição recente, o jornal da própria GCM fez uma reportagem sobre a escolta pessoal do secretário, que chegou a posar para fotos com os "seguranças" em volta. "Para ser integrante da escolta [de Miranda], é necessário elevado preparo técnico e físico; equilíbrio emocional e pensamento estratégico", explica o jornal. Em público, Haddad afirmou que a exoneração foi a pedido do próprio secretário. No entanto, a Folha apurou que os chamados "homens de preto" foram um dos motivos de desgaste de Miranda, que é delegado e filiado ao PMDB. Outras falhas também contaram na demissão. Na semana passada, a Folha revelou que o então secretário decretou o sigilo em uma série de dados relativos à GCM, como imagens das câmeras de monitoramento das ruas. Haddad depois revogou a ação. Ainda na semana passada, o jornal "O Estado de S. Paulo" relatou que Miranda nomeou uma funcionária que nunca apareceu na secretaria. Haddad também ficou descontente após o secretário nomear o administrador de empresas Eduardo Anastasi, que já havia sido chefe de gabinete do Coronel Ubiratan (1943-2006), um dos acusados pelo massacre do Carandiru, quando este foi deputado estadual. Dez dias após ganhar o cargo, Anastasi foi demitido. A Folha não conseguiu localizar Miranda nesta terça. No lugar dele, Haddad nomeou o sociólogo Benedito Mariano. O novo secretário é filiado ao PT e já chefiou a pasta na gestão de Marta Suplicy. Ele também foi o primeiro ouvidor das polícias do Estado de São Paulo.
cotidiano
Secretário exonerado por Haddad posava com escolta de 'homens de preto'"Homens de preto". Assim era conhecida a guarda pessoal de Ítalo Miranda Júnior, que ocupou o cargo de secretário municipal de Segurança Urbana na Prefeitura de SP até esta terça-feira (20). Ele foi exonerado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) nesta terça-feira (20). Os dez homens armados que acompanhavam Miranda Júnior, nomeados em 22 de maio, pertenciam à GCM –Guarda Civil Metropolitana, que tem como objetivo principal cuidar do mobiliário urbano, como praças e escolas. Miranda tinha mais seguranças que o próprio Haddad, que anda com apenas quatro. Em edição recente, o jornal da própria GCM fez uma reportagem sobre a escolta pessoal do secretário, que chegou a posar para fotos com os "seguranças" em volta. "Para ser integrante da escolta [de Miranda], é necessário elevado preparo técnico e físico; equilíbrio emocional e pensamento estratégico", explica o jornal. Em público, Haddad afirmou que a exoneração foi a pedido do próprio secretário. No entanto, a Folha apurou que os chamados "homens de preto" foram um dos motivos de desgaste de Miranda, que é delegado e filiado ao PMDB. Outras falhas também contaram na demissão. Na semana passada, a Folha revelou que o então secretário decretou o sigilo em uma série de dados relativos à GCM, como imagens das câmeras de monitoramento das ruas. Haddad depois revogou a ação. Ainda na semana passada, o jornal "O Estado de S. Paulo" relatou que Miranda nomeou uma funcionária que nunca apareceu na secretaria. Haddad também ficou descontente após o secretário nomear o administrador de empresas Eduardo Anastasi, que já havia sido chefe de gabinete do Coronel Ubiratan (1943-2006), um dos acusados pelo massacre do Carandiru, quando este foi deputado estadual. Dez dias após ganhar o cargo, Anastasi foi demitido. A Folha não conseguiu localizar Miranda nesta terça. No lugar dele, Haddad nomeou o sociólogo Benedito Mariano. O novo secretário é filiado ao PT e já chefiou a pasta na gestão de Marta Suplicy. Ele também foi o primeiro ouvidor das polícias do Estado de São Paulo.
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Gestão Alckmin lança projeto de trem que interliga cidades do Estado
O governo Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou o projeto de uma linha de trem de passageiros e carga que liga São Paulo a Campinas e Americana, além de cidades no Vale do Paraíba e litoral. O projeto, batizado de Trem Intercidades, terá um trajeto de 135 km no total e contará com nove estações. A expectativa é que ele atenda até 60 mil passageiros por dia. O governo federal deve ceder o espaço físico para a implantação do trecho que liga São Paulo às cidades Campinas e Americana, no interior do Estado. De acordo com a STM (Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos), o presidente Michel Temer garantiu ao secretário de Transportes Metropolitanos do Estado, Clodoaldo Pelissioni, que o projeto deve fazer parte do programa de concessões da União, em reunião realizada nesta terça-feira (28), em Brasília. "Este trem é muito importante porque tem alta capacidade de transporte, integrando regiões metropolitanas, facilitando o ir e vir das pessoas e com qualidade. São trens modernos e de velocidade média. E temos a boa notícia para darmos continuidade ao projeto", afirmou o governador Geraldo Alckmin. O primeiro trecho está avaliado em cerca de US$5 bilhões e deverá receber financiamento do BNDES, segundo a secretaria. O projeto completo ainda prevê que haja estações ligando São Paulo a Santos, Sorocaba e Pindamonhangaba, em um total de 431 km de percurso. Em nota, a STM afirmou que o Governo Federal vai ceder a faixa de domínio do transporte de cargas do trecho São Paulo, Campinas e Sorocaba até abril. A pasta não informou, no entanto, quando seria o início das obras.
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Gestão Alckmin lança projeto de trem que interliga cidades do EstadoO governo Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou o projeto de uma linha de trem de passageiros e carga que liga São Paulo a Campinas e Americana, além de cidades no Vale do Paraíba e litoral. O projeto, batizado de Trem Intercidades, terá um trajeto de 135 km no total e contará com nove estações. A expectativa é que ele atenda até 60 mil passageiros por dia. O governo federal deve ceder o espaço físico para a implantação do trecho que liga São Paulo às cidades Campinas e Americana, no interior do Estado. De acordo com a STM (Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos), o presidente Michel Temer garantiu ao secretário de Transportes Metropolitanos do Estado, Clodoaldo Pelissioni, que o projeto deve fazer parte do programa de concessões da União, em reunião realizada nesta terça-feira (28), em Brasília. "Este trem é muito importante porque tem alta capacidade de transporte, integrando regiões metropolitanas, facilitando o ir e vir das pessoas e com qualidade. São trens modernos e de velocidade média. E temos a boa notícia para darmos continuidade ao projeto", afirmou o governador Geraldo Alckmin. O primeiro trecho está avaliado em cerca de US$5 bilhões e deverá receber financiamento do BNDES, segundo a secretaria. O projeto completo ainda prevê que haja estações ligando São Paulo a Santos, Sorocaba e Pindamonhangaba, em um total de 431 km de percurso. Em nota, a STM afirmou que o Governo Federal vai ceder a faixa de domínio do transporte de cargas do trecho São Paulo, Campinas e Sorocaba até abril. A pasta não informou, no entanto, quando seria o início das obras.
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Exercício militar russo cria tensão e deixa países da Otan em alerta
Em menos de três semanas, a Rússia de Vladimir Putin começará o mais antecipado exercício militar desde o fim da Guerra Fria. Seu nome em russo dá a senha do burburinho em torno da manobra: Zapad, ou Ocidente. Os países da fronteira oriental da Otan, a aliança liderada pelos Estados Unidos, estão em estado de alerta. Polônia e Lituânia dizem temer que as manobras sejam o prenúncio de ações contra a Ucrânia ou os Estados Bálticos, e preveem movimento de até 100 mil soldados. Os russos, por sua vez, descartam a reação como histeria e propaganda. Dizem que só participarão com 3.000 de 12.700 soldados mobilizados, deixando o grosso das tropas por conta de Belarus, o país onde ocorrerão as principais simulações quadrienais. O número roça os 13 mil previstos para notificação e acompanhamento compulsório pela Organização para Segurança e Cooperação da Europa, que a Rússia integra, o que aguça suspeitas. Em 2008, a guerra com a Geórgia incluiu tropas usadas num exercício no Cáucaso. Seis anos depois, a Crimeia foi anexada logo após uma mobilização relâmpago do Distrito Militar Meridional. Analistas ouvidos pela Folha veem realidades com matizes distintas. "Os países do Leste Europeu precisam exagerar o conflito com a Rússia para conseguir mais ajuda", diz Mikhail Barabanov, editor da publicação russa "Informe de Defesa de Moscou". Desde que o americano Donald Trump cobrou que membros da "obsoleta" Otan atinjam o gasto desejável de 2% do PIB em defesa, países do Leste vêm aumentando o desembolso. E a aliança ampliou a presença nesses locais. Desde o ano passado, mais de 4.000 soldados estão nos bálticos e na Polônia. Bateria antimíssil que existe na Romênia será instalada em solo polonês em 2018. Caças aliados patrulham o espaço aéreo báltico, que não tem Forças Aéreas dignas do nome. Já os EUA poderão deslocar mísseis Patriot para a Estônia durante o Zapad-2017. "É preciso checar a capacidade operacional das tropas onde há concentração de forças da Otan. Ela gasta 15 vezes mais que a Rússia em defesa. É óbvio que o envio dessas tropas ameaça a Rússia, já que elas são a linha de frente para um deslocamento maior", afirma Barabanov. A área do Báltico é nevrálgica. Em 2016, caças ocidentais interceptaram aparelhos russos em 800 ocasiões, o dobro do que em 2015. FANTASMA NUCLEAR "Para mim, a Rússia vem se preparando para guerra com a Otan, incluindo o uso de armas nucleares táticas", disse Gary Samore, responsável pelo programa de armas de destruição em massa da Casa Branca de 2009 a 2013. Mas ele crê que nem Putin nem o Ocidente desejem a guerra. O motivo óbvio: o uso de armas nucleares, no caso de sua frase aquelas de emprego contra tropas ou instalações de linha de frente. Ucrânia e Geórgia eram assediadas pela Otan, mas não a integram. Já uma ação contra países do Leste pertencentes à aliança poderia invocar a defesa de um membro. "Qualquer guerra escalaria para um conflito nuclear, maciço, catastrófico", sustenta Barabanov. Ele diz duvidar, contudo, do relato de que a edição 2009 do Zapad acabou com a simulação da vaporização atômica de Varsóvia. "A escalada na Ucrânia é possível, assim como uma mudança de regime e ocupação de Belarus", opina o ex-embaixador da Estônia nos EUA Kalev Stoicescu, do Centro Internacional para Defesa e Segurança, de Tallinn. Ele insere na equação o parceiro da Rússia no Zapad, que vive um paradoxo. O regime autocrático de Alexander Lukashenko é aliado de Putin, mas fez aberturas recentes ao Ocidente que repercutiram mal em Moscou. Mesmo que um golpe mais radical não ocorra, há outras hipóteses. A Rússia já mantém caças e radares em solo bielorrusso, e há o temor na Otan de que o Kremlin "deixe para trás" equipamento visando a ações futuras na região. Pelo sim, pelo não, Lukashenko convidou sete países da Otan na semana passada como observadores das manobras, restando saber qual acesso eles terão realmente. Seu país serve de tampão entre Rússia e Otan, e poderia ser ponta de lança de uma operação para ligar essa área ao encrave russo de Kaliningrado, espremido entre Lituânia, Polônia e o mar Báltico. A região possui sistemas de defesa que "fechariam" o espaço aéreo num raio de 400 km e foguetes Iskander-M, com capacidade nuclear. Entre os dias 14 e 20 de setembro será conhecida a verdade. A tragédia temida no Leste parece improvável, mas será mais um capítulo nas tensões renovadas entre a Rússia de Putin e o Ocidente.
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Exercício militar russo cria tensão e deixa países da Otan em alertaEm menos de três semanas, a Rússia de Vladimir Putin começará o mais antecipado exercício militar desde o fim da Guerra Fria. Seu nome em russo dá a senha do burburinho em torno da manobra: Zapad, ou Ocidente. Os países da fronteira oriental da Otan, a aliança liderada pelos Estados Unidos, estão em estado de alerta. Polônia e Lituânia dizem temer que as manobras sejam o prenúncio de ações contra a Ucrânia ou os Estados Bálticos, e preveem movimento de até 100 mil soldados. Os russos, por sua vez, descartam a reação como histeria e propaganda. Dizem que só participarão com 3.000 de 12.700 soldados mobilizados, deixando o grosso das tropas por conta de Belarus, o país onde ocorrerão as principais simulações quadrienais. O número roça os 13 mil previstos para notificação e acompanhamento compulsório pela Organização para Segurança e Cooperação da Europa, que a Rússia integra, o que aguça suspeitas. Em 2008, a guerra com a Geórgia incluiu tropas usadas num exercício no Cáucaso. Seis anos depois, a Crimeia foi anexada logo após uma mobilização relâmpago do Distrito Militar Meridional. Analistas ouvidos pela Folha veem realidades com matizes distintas. "Os países do Leste Europeu precisam exagerar o conflito com a Rússia para conseguir mais ajuda", diz Mikhail Barabanov, editor da publicação russa "Informe de Defesa de Moscou". Desde que o americano Donald Trump cobrou que membros da "obsoleta" Otan atinjam o gasto desejável de 2% do PIB em defesa, países do Leste vêm aumentando o desembolso. E a aliança ampliou a presença nesses locais. Desde o ano passado, mais de 4.000 soldados estão nos bálticos e na Polônia. Bateria antimíssil que existe na Romênia será instalada em solo polonês em 2018. Caças aliados patrulham o espaço aéreo báltico, que não tem Forças Aéreas dignas do nome. Já os EUA poderão deslocar mísseis Patriot para a Estônia durante o Zapad-2017. "É preciso checar a capacidade operacional das tropas onde há concentração de forças da Otan. Ela gasta 15 vezes mais que a Rússia em defesa. É óbvio que o envio dessas tropas ameaça a Rússia, já que elas são a linha de frente para um deslocamento maior", afirma Barabanov. A área do Báltico é nevrálgica. Em 2016, caças ocidentais interceptaram aparelhos russos em 800 ocasiões, o dobro do que em 2015. FANTASMA NUCLEAR "Para mim, a Rússia vem se preparando para guerra com a Otan, incluindo o uso de armas nucleares táticas", disse Gary Samore, responsável pelo programa de armas de destruição em massa da Casa Branca de 2009 a 2013. Mas ele crê que nem Putin nem o Ocidente desejem a guerra. O motivo óbvio: o uso de armas nucleares, no caso de sua frase aquelas de emprego contra tropas ou instalações de linha de frente. Ucrânia e Geórgia eram assediadas pela Otan, mas não a integram. Já uma ação contra países do Leste pertencentes à aliança poderia invocar a defesa de um membro. "Qualquer guerra escalaria para um conflito nuclear, maciço, catastrófico", sustenta Barabanov. Ele diz duvidar, contudo, do relato de que a edição 2009 do Zapad acabou com a simulação da vaporização atômica de Varsóvia. "A escalada na Ucrânia é possível, assim como uma mudança de regime e ocupação de Belarus", opina o ex-embaixador da Estônia nos EUA Kalev Stoicescu, do Centro Internacional para Defesa e Segurança, de Tallinn. Ele insere na equação o parceiro da Rússia no Zapad, que vive um paradoxo. O regime autocrático de Alexander Lukashenko é aliado de Putin, mas fez aberturas recentes ao Ocidente que repercutiram mal em Moscou. Mesmo que um golpe mais radical não ocorra, há outras hipóteses. A Rússia já mantém caças e radares em solo bielorrusso, e há o temor na Otan de que o Kremlin "deixe para trás" equipamento visando a ações futuras na região. Pelo sim, pelo não, Lukashenko convidou sete países da Otan na semana passada como observadores das manobras, restando saber qual acesso eles terão realmente. Seu país serve de tampão entre Rússia e Otan, e poderia ser ponta de lança de uma operação para ligar essa área ao encrave russo de Kaliningrado, espremido entre Lituânia, Polônia e o mar Báltico. A região possui sistemas de defesa que "fechariam" o espaço aéreo num raio de 400 km e foguetes Iskander-M, com capacidade nuclear. Entre os dias 14 e 20 de setembro será conhecida a verdade. A tragédia temida no Leste parece improvável, mas será mais um capítulo nas tensões renovadas entre a Rússia de Putin e o Ocidente.
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Programa 'caça' talentos e leva alunos até de pior escola pública à Unicamp
O pai de Iracy da Rocha Vaz, 52, ajudou a construir a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). "Quando a gente passava na frente, ele dizia: 'Está vendo esses tijolos? Eu que coloquei'." O pai era pedreiro. Iracy, que cursou até a 7ª série, não sabia nem o que era Unicamp. Achava que era um hospital. Hoje, seu filho não só estuda na universidade como está prestes a entrar no curso mais concorrido, o de medicina. Marcos Vaz Barbosa, 19, o filho, é um dos alunos do Profis (Programa de Formação Interdisciplinar Superior), iniciativa de ação afirmativa inédita no país. Criado em 2011, o programa já tem estudantes até na pós-graduação da universidade. Desde o início, recebeu jovens tanto das melhores escolas públicas de Campinas –como aquela em que Marcos estudou– como das piores. Uma vez selecionados, os jovens passam dois anos na Unicamp em um curso de formação geral de horário integral, com matérias de áreas diversas, como física, geometria analítica e literatura, e podem fazer iniciação científica. Recebem auxílio financeiro e, ao fim do período, têm lugar garantido em uma graduação da universidade, sem vestibular –todos os cursos criaram vagas adicionais para receber egressos do Profis. Os resultados do programa, que a Unicamp propõe ampliar, abrem espaço para discussões sobre caminhos e dilemas do ensino superior: das desigualdades de acesso às possibilidades de novos currículos. SELEÇÃO Uma das principais inovações do Profis é a seleção. O programa oferece vagas para o melhor aluno de cada escola pública de Campinas, pela nota no Enem, em um total de 120 vagas. Se houver vagas em aberto, os colégios podem mandar dois estudantes. A fórmula foi desenvolvida após uma radiografia no perfil dos ingressantes na Unicamp em 2008 e 2009. Descobriu-se que mais da metade das escolas públicas da cidade não havia matriculado nenhum aluno lá; 20%, só um. Outra simulação mostrou que, se o critério fosse só a nota do Enem, metade dos alunos do programa viria de quatro escolas públicas. O resultado do desenho implantado, conta o professor Flávio César de Sá, foi visível no primeiro dia do programa. Nos cinco anos anteriores, o curso de medicina da Unicamp, do qual ele também é professor, havia recebido só dois alunos autodeclarados pretos, de um total de 550. Os pardos somavam 34 (6%). Quando entrou na sala do Profis, Sá viu a diferença. "Mais da metade dos estudantes não era branca", lembra. "Como a segregação tem caráter geográfico, ao se distribuir as vagas por todas as escolas, chega-se a uma composição mais próxima da realidade", explica Ana Maria Carneiro da Silva. Pesquisadora do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas, ela acompanha os alunos do Profis desde o início. Os resultados mostram conquistas e dificuldades. Na primeira parte da lista, está o fato de o curso atrair pessoas que dificilmente iriam à Unicamp e talvez nem se inscreveriam. Mostra disso é que quase todos os alunos do Profis cursaram o ensino fundamental na rede pública, realidade de só um terço dos estudantes da universidade. Outro ponto elencado como positivo é a possibilidade de o jovem escolher com mais consciência a sua graduação, uma vez que, ao longo de dois anos, já teve contato com diferentes áreas. Não por acaso, o reitor Marcelo Knobel, idealizador do Profis, quer um debate sobre o currículo de todos os cursos da Unicamp, com formação mais ampla e interdisciplinar, como já ocorre no programa. Por outro lado, o Profis também tem desafios. Da turma de 2014, 60% concluíram o curso e hoje estão em uma graduação da Unicamp. Mas 35% abandonaram tanto o programa como a universidade. Segundo Ana Maria, parte deles foi estudar em outras instituições. Ainda assim, 50% dos evadidos entrevistados em 2014 citaram como motivo "dificuldade em acompanhar o programa". A explicação dá a medida do desafio da inclusão nas universidades: no Profis, entre o melhor aluno de uma escola e o melhor de outra, chega a existir uma diferença de mais de 200 pontos no Enem. Um estudo mostra que há alunos com notas iniciais ruins que depois ficam acima da média. Em regra, porém, os que concluem o curso em melhor posição são os que chegam melhor preparados. O motivo é a desigualdade entre as escolas públicas, diz Mauricio Érnica, professor da Faculdade de Educação da Unicamp. Pesquisa recente da Fundação Lemann, por exemplo, mostra que colégios com estudantes mais pobres têm mais rotatividade de professores e diretores menos experientes. Nesse cenário, diz Érnica, "bons alunos são pessoas improváveis". Outro problema é que mesmo os melhores não escapam do ensino básico falho. "A universidade é o lugar em que bons alunos se veem pela primeira vez como maus alunos". Formada pela primeira turma do Profis, Raryane Valeria da Silva conta que chegou a ficar na escola mais de mês só com professor substituto de matemática. Jaqueline Queiroz diz que as faltas de professores eram muito comuns, principalmente em exatas. "No começo [do Profis] foi muito difícil", lembra. DEDICAÇÃO Depois, ela não só se acostumou como hoje está no mestrado. A garra e a dedicação dos estudantes os tornam mais preparados, dizem professores. "São jovens muito focados, que estão mudando a cara da Unicamp", diz Mariana Nery, docente da biologia. Um de seus alunos é Marcos Vaz Barbosa, o filho da dona de casa Iracy. Para ir à Unicamp, ele acorda às 5h30 da manhã, pega uma hora de ônibus e faz as três refeições na universidade. Além das aulas do Profis, faz ali natação, coral e curso de ópera. Quando chega em casa, à noite, é hora de estudar. Tem vezes que vai até as 2h. "Mal sai do quarto, nem no fim de semana. Tenho amigo que de repente vê ele na sala e pergunta: quem é?", diz a mãe. Tanto esforço deve ser recompensado. Marcos está em primeiro lugar no programa, perto da vaga na medicina, e tem sobrinhos e primos interessados em seguir os estudos. "Na minha família, o Profis quebra uma história e gera um efeito dominó", afirma. MAIS CIDADES A Unicamp planeja expandir o Profis nos próximos anos para atender alunos de escola pública de outras cidades. A medida consta de proposta divulgada na quinta-feira (31) pelo grupo de trabalho interno responsável por repensar as formas de ingresso na universidade. Além de definir cotas e a seleção de parte das vagas pelo Enem, o documento sugere que o Profis oferte vagas para os municípios de Limeira e Piracicaba, onde há campi da universidade, e para a região metropolitana de Campinas. A ampliação também é defendida pelo reitor Marcelo Knobel, mas ainda depende de recursos financeiros. Com receita em queda, a universidade deve terminar o ano com um deficit de mais de R$ 200 milhões. ARTESANAL A questão financeira é um dos maiores obstáculos para dar uma escala maior ao Profis, uma vez que o programa utiliza uma ampla estrutura da universidade e requer verbas de auxílios para os estudantes poderem estudar em um curso de horário integral ao invés de trabalhar. Em outras palavras, o Profis é uma ação praticamente "artesanal", como define o professor Mauricio Érnica. "Em termos meramente numéricos, uma política de cota ou bônus tende a beneficiar mais gente com uma canetada", afirma. Por outro lado, ele lembra que, justamente por causa da questão da desigualdade entre as escolas, cotas podem não alcançar os mesmos alunos do Profis, especialmente aqueles que vêm de escolas mais precárias, se o único critério for a nota. Numa tentativa de lidar com o problema dessa desigualdade, a Unicamp propôs na semana passada aumentar a pontuação no vestibular de quem fez o ensino fundamental na rede pública –diferenciando esses alunos daqueles que, por exemplo, formaram-se na rede privada e, no ensino médio, mudaram para um bom colégio técnico público. Apesar da questão de escala, Érnica diz considerar o Profis um programa bem-sucedido, que traz novas ideias à universidade, especialmente ao possibilitar o aprendizado da "cultura acadêmica": como funciona a universidade, como usar bases de consulta bibliográfica, como fazer um fichamento etc. "Tem muita coisa que a universidade pressupõe [que o aluno saiba], mas ela não ensina didaticamente", diz. INSPIRAÇÃO O Profis já foi citado como inspiração de outro projeto, que não vingou. Trata-se do Pimesp (Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Paulista), anunciado em 2012 pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). A ação tinha como meta ter 50% de alunos de escola pública na USP, Unesp e Unicamp. A proposta previa um curso intermediário de dois anos para entre o ensino médio e a graduação. Diferente do que ocorre no Profis, parte das aulas seria ministrada à distância. Esse foi um dos principais motivos de crítica à proposta, que acabou rechaçada pelos conselhos das universidades. Por caminhos diferentes, porém, o cenário mudou desde então nas três instituições, embora só a Unicamp tenha alcançado a meta. A proporção de alunos que fizeram todo o ensino médio em escola pública passou, entre 2011 e 2016 (dados mais recentes), de 26% para 31% dos ingressantes na USP, e de 37% para 45% na Unesp. Na Unicamp, que tem dados mais atuais, foi de 32%, em 2011, para 50% em 2017. Além de ações afirmativas, o resultado reflete também um maior interesse dos alunos de escola pública pelo ensino superior –possivelmente motivados também pela maior oferta de vagas. Quando Jaqueline Queiroz, 25, inscreveu-se no Profis no primeiro ano do programa, foi uma exceção em sua escola. "A maioria dos meus colegas não tinha feito o Enem. Em regra, não havia preocupação com vestibular." Ela avalia que hoje isso mudou, opinião compartilhada por Gabriel Alexandre, 23. "A aspiração de muitos era mais trabalhar e constituir família", diz. Em 2010, só ele e 18 colegas de sua escola, na periferia, fizeram Enem. Em 2015 (dados mais recentes), o colégio teve 82 inscritos na prova. BARREIRAS O fato de ele ter sido um aluno excepcional em sua turma não impediu que tivesse dificuldades ao entrar na medicina da Unicamp, mesmo após dois anos de Profis. Ele diz ter sentido falta, no início, de conhecimentos básicos em química, por exemplo, que os professores pressupunham que tivesse aprendido na escola ou no cursinho. As dificuldades mexeram com a autoestima e, para superá-las, ele diz que teve de refletir também sobre isso. "A gente tem que se valorizar, senão a gente condiciona nosso rendimento cognitivo a isso [a autodepreciação]." Para compensar, ele estudou muito e contou com uma rede. Os pais incentivaram, e o avô emprestou o Fusca, com o qual economizou uma hora por dia no trajeto casa-universidade –de ônibus, levava três horas para ir e voltar. "Eles [os alunos da escola particular] têm uma base melhor, mas a gente consegue romper barreiras", diz. * Programa matricula alunos de todas as escolas públicas de Campinas na Unicamp O que é o Profis Programa da Unicamp que oferece curso de formação geral a alunos de escola pública Escolha dos alunos São selecionados um ou dois estudantes de cada colégio de colégio de Campinas, pela nota do Enem Ensino superior Após 2 a 3 anos, alunos aprovados vão para vagas reservadas em cursos de graduação da universidade VESTIBULAR X PROFIS - Cor dos alunos (2016)
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Programa 'caça' talentos e leva alunos até de pior escola pública à UnicampO pai de Iracy da Rocha Vaz, 52, ajudou a construir a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). "Quando a gente passava na frente, ele dizia: 'Está vendo esses tijolos? Eu que coloquei'." O pai era pedreiro. Iracy, que cursou até a 7ª série, não sabia nem o que era Unicamp. Achava que era um hospital. Hoje, seu filho não só estuda na universidade como está prestes a entrar no curso mais concorrido, o de medicina. Marcos Vaz Barbosa, 19, o filho, é um dos alunos do Profis (Programa de Formação Interdisciplinar Superior), iniciativa de ação afirmativa inédita no país. Criado em 2011, o programa já tem estudantes até na pós-graduação da universidade. Desde o início, recebeu jovens tanto das melhores escolas públicas de Campinas –como aquela em que Marcos estudou– como das piores. Uma vez selecionados, os jovens passam dois anos na Unicamp em um curso de formação geral de horário integral, com matérias de áreas diversas, como física, geometria analítica e literatura, e podem fazer iniciação científica. Recebem auxílio financeiro e, ao fim do período, têm lugar garantido em uma graduação da universidade, sem vestibular –todos os cursos criaram vagas adicionais para receber egressos do Profis. Os resultados do programa, que a Unicamp propõe ampliar, abrem espaço para discussões sobre caminhos e dilemas do ensino superior: das desigualdades de acesso às possibilidades de novos currículos. SELEÇÃO Uma das principais inovações do Profis é a seleção. O programa oferece vagas para o melhor aluno de cada escola pública de Campinas, pela nota no Enem, em um total de 120 vagas. Se houver vagas em aberto, os colégios podem mandar dois estudantes. A fórmula foi desenvolvida após uma radiografia no perfil dos ingressantes na Unicamp em 2008 e 2009. Descobriu-se que mais da metade das escolas públicas da cidade não havia matriculado nenhum aluno lá; 20%, só um. Outra simulação mostrou que, se o critério fosse só a nota do Enem, metade dos alunos do programa viria de quatro escolas públicas. O resultado do desenho implantado, conta o professor Flávio César de Sá, foi visível no primeiro dia do programa. Nos cinco anos anteriores, o curso de medicina da Unicamp, do qual ele também é professor, havia recebido só dois alunos autodeclarados pretos, de um total de 550. Os pardos somavam 34 (6%). Quando entrou na sala do Profis, Sá viu a diferença. "Mais da metade dos estudantes não era branca", lembra. "Como a segregação tem caráter geográfico, ao se distribuir as vagas por todas as escolas, chega-se a uma composição mais próxima da realidade", explica Ana Maria Carneiro da Silva. Pesquisadora do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas, ela acompanha os alunos do Profis desde o início. Os resultados mostram conquistas e dificuldades. Na primeira parte da lista, está o fato de o curso atrair pessoas que dificilmente iriam à Unicamp e talvez nem se inscreveriam. Mostra disso é que quase todos os alunos do Profis cursaram o ensino fundamental na rede pública, realidade de só um terço dos estudantes da universidade. Outro ponto elencado como positivo é a possibilidade de o jovem escolher com mais consciência a sua graduação, uma vez que, ao longo de dois anos, já teve contato com diferentes áreas. Não por acaso, o reitor Marcelo Knobel, idealizador do Profis, quer um debate sobre o currículo de todos os cursos da Unicamp, com formação mais ampla e interdisciplinar, como já ocorre no programa. Por outro lado, o Profis também tem desafios. Da turma de 2014, 60% concluíram o curso e hoje estão em uma graduação da Unicamp. Mas 35% abandonaram tanto o programa como a universidade. Segundo Ana Maria, parte deles foi estudar em outras instituições. Ainda assim, 50% dos evadidos entrevistados em 2014 citaram como motivo "dificuldade em acompanhar o programa". A explicação dá a medida do desafio da inclusão nas universidades: no Profis, entre o melhor aluno de uma escola e o melhor de outra, chega a existir uma diferença de mais de 200 pontos no Enem. Um estudo mostra que há alunos com notas iniciais ruins que depois ficam acima da média. Em regra, porém, os que concluem o curso em melhor posição são os que chegam melhor preparados. O motivo é a desigualdade entre as escolas públicas, diz Mauricio Érnica, professor da Faculdade de Educação da Unicamp. Pesquisa recente da Fundação Lemann, por exemplo, mostra que colégios com estudantes mais pobres têm mais rotatividade de professores e diretores menos experientes. Nesse cenário, diz Érnica, "bons alunos são pessoas improváveis". Outro problema é que mesmo os melhores não escapam do ensino básico falho. "A universidade é o lugar em que bons alunos se veem pela primeira vez como maus alunos". Formada pela primeira turma do Profis, Raryane Valeria da Silva conta que chegou a ficar na escola mais de mês só com professor substituto de matemática. Jaqueline Queiroz diz que as faltas de professores eram muito comuns, principalmente em exatas. "No começo [do Profis] foi muito difícil", lembra. DEDICAÇÃO Depois, ela não só se acostumou como hoje está no mestrado. A garra e a dedicação dos estudantes os tornam mais preparados, dizem professores. "São jovens muito focados, que estão mudando a cara da Unicamp", diz Mariana Nery, docente da biologia. Um de seus alunos é Marcos Vaz Barbosa, o filho da dona de casa Iracy. Para ir à Unicamp, ele acorda às 5h30 da manhã, pega uma hora de ônibus e faz as três refeições na universidade. Além das aulas do Profis, faz ali natação, coral e curso de ópera. Quando chega em casa, à noite, é hora de estudar. Tem vezes que vai até as 2h. "Mal sai do quarto, nem no fim de semana. Tenho amigo que de repente vê ele na sala e pergunta: quem é?", diz a mãe. Tanto esforço deve ser recompensado. Marcos está em primeiro lugar no programa, perto da vaga na medicina, e tem sobrinhos e primos interessados em seguir os estudos. "Na minha família, o Profis quebra uma história e gera um efeito dominó", afirma. MAIS CIDADES A Unicamp planeja expandir o Profis nos próximos anos para atender alunos de escola pública de outras cidades. A medida consta de proposta divulgada na quinta-feira (31) pelo grupo de trabalho interno responsável por repensar as formas de ingresso na universidade. Além de definir cotas e a seleção de parte das vagas pelo Enem, o documento sugere que o Profis oferte vagas para os municípios de Limeira e Piracicaba, onde há campi da universidade, e para a região metropolitana de Campinas. A ampliação também é defendida pelo reitor Marcelo Knobel, mas ainda depende de recursos financeiros. Com receita em queda, a universidade deve terminar o ano com um deficit de mais de R$ 200 milhões. ARTESANAL A questão financeira é um dos maiores obstáculos para dar uma escala maior ao Profis, uma vez que o programa utiliza uma ampla estrutura da universidade e requer verbas de auxílios para os estudantes poderem estudar em um curso de horário integral ao invés de trabalhar. Em outras palavras, o Profis é uma ação praticamente "artesanal", como define o professor Mauricio Érnica. "Em termos meramente numéricos, uma política de cota ou bônus tende a beneficiar mais gente com uma canetada", afirma. Por outro lado, ele lembra que, justamente por causa da questão da desigualdade entre as escolas, cotas podem não alcançar os mesmos alunos do Profis, especialmente aqueles que vêm de escolas mais precárias, se o único critério for a nota. Numa tentativa de lidar com o problema dessa desigualdade, a Unicamp propôs na semana passada aumentar a pontuação no vestibular de quem fez o ensino fundamental na rede pública –diferenciando esses alunos daqueles que, por exemplo, formaram-se na rede privada e, no ensino médio, mudaram para um bom colégio técnico público. Apesar da questão de escala, Érnica diz considerar o Profis um programa bem-sucedido, que traz novas ideias à universidade, especialmente ao possibilitar o aprendizado da "cultura acadêmica": como funciona a universidade, como usar bases de consulta bibliográfica, como fazer um fichamento etc. "Tem muita coisa que a universidade pressupõe [que o aluno saiba], mas ela não ensina didaticamente", diz. INSPIRAÇÃO O Profis já foi citado como inspiração de outro projeto, que não vingou. Trata-se do Pimesp (Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Paulista), anunciado em 2012 pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). A ação tinha como meta ter 50% de alunos de escola pública na USP, Unesp e Unicamp. A proposta previa um curso intermediário de dois anos para entre o ensino médio e a graduação. Diferente do que ocorre no Profis, parte das aulas seria ministrada à distância. Esse foi um dos principais motivos de crítica à proposta, que acabou rechaçada pelos conselhos das universidades. Por caminhos diferentes, porém, o cenário mudou desde então nas três instituições, embora só a Unicamp tenha alcançado a meta. A proporção de alunos que fizeram todo o ensino médio em escola pública passou, entre 2011 e 2016 (dados mais recentes), de 26% para 31% dos ingressantes na USP, e de 37% para 45% na Unesp. Na Unicamp, que tem dados mais atuais, foi de 32%, em 2011, para 50% em 2017. Além de ações afirmativas, o resultado reflete também um maior interesse dos alunos de escola pública pelo ensino superior –possivelmente motivados também pela maior oferta de vagas. Quando Jaqueline Queiroz, 25, inscreveu-se no Profis no primeiro ano do programa, foi uma exceção em sua escola. "A maioria dos meus colegas não tinha feito o Enem. Em regra, não havia preocupação com vestibular." Ela avalia que hoje isso mudou, opinião compartilhada por Gabriel Alexandre, 23. "A aspiração de muitos era mais trabalhar e constituir família", diz. Em 2010, só ele e 18 colegas de sua escola, na periferia, fizeram Enem. Em 2015 (dados mais recentes), o colégio teve 82 inscritos na prova. BARREIRAS O fato de ele ter sido um aluno excepcional em sua turma não impediu que tivesse dificuldades ao entrar na medicina da Unicamp, mesmo após dois anos de Profis. Ele diz ter sentido falta, no início, de conhecimentos básicos em química, por exemplo, que os professores pressupunham que tivesse aprendido na escola ou no cursinho. As dificuldades mexeram com a autoestima e, para superá-las, ele diz que teve de refletir também sobre isso. "A gente tem que se valorizar, senão a gente condiciona nosso rendimento cognitivo a isso [a autodepreciação]." Para compensar, ele estudou muito e contou com uma rede. Os pais incentivaram, e o avô emprestou o Fusca, com o qual economizou uma hora por dia no trajeto casa-universidade –de ônibus, levava três horas para ir e voltar. "Eles [os alunos da escola particular] têm uma base melhor, mas a gente consegue romper barreiras", diz. * Programa matricula alunos de todas as escolas públicas de Campinas na Unicamp O que é o Profis Programa da Unicamp que oferece curso de formação geral a alunos de escola pública Escolha dos alunos São selecionados um ou dois estudantes de cada colégio de colégio de Campinas, pela nota do Enem Ensino superior Após 2 a 3 anos, alunos aprovados vão para vagas reservadas em cursos de graduação da universidade VESTIBULAR X PROFIS - Cor dos alunos (2016)
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Produção de minério de ferro da Vale cai no segundo trimestre
A Vale produziu 86,8 milhões de toneladas de minério de ferro no segundo trimestre deste ano, queda de 2,8% na comparação ao mesmo período do ano passado (89,3 milhões), apesar do recorde de produção nas operações de Carajás (Pará). Em relatório nesta quinta-feira (21), a mineradora diz que reduziu a produção nas operações com menor margem, além de ter sido afetada pela paralisação do fornecimento de minério bruto para a Samarco (joint venture da Vale com a BHP Billiton). Com o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), em novembro de 2015, a mina de Fazendão, da Vale, interrompeu a produção de ROM (minério vai diretamente da mina para a usina de beneficiamento ou para depósito). Das operações menos rentáveis da companhia, a produção de Corumbá (MS), localizada a 419 quilômetros da capital Campo Grande, foi reduzida em 38,1% no segundo trimestre deste ano, frente a igual período de 2015, para 552 mil toneladas. Já a produção na Serra Norte de Carajás, na região sudeste do Pará, onde a Vale tem a maior mina a céu aberto do mundo, cresceu 15,5% nessa mesma base de comparação, atingindo 36,5 milhões de toneladas ao longo do período, segundo o relatório. "Carajás alcançou um recorde de produção para um segundo trimestre (...) devido principalmente ao aumento da eficiência geral da frota de caminhões e ao ramp-up das minas N4WS e extensão de N5S", disse a companhia em comunicado. No documento, a Vale voltou a informar que a produção anual da empresa pode ficar no limite inferior das estimativas originais da companhia, de 340 milhões a 350 milhões de toneladas. Isso significa que a produção pode mesmo encolher neste ano. Já em relação ao primeiro trimestre do ano, a produção de minério de ferro da Vale cresceu 12%. Isso é comum nesta época do ano por causa da sazonalidade mais favorável (período de menor chuva no país), além também da melhor produtividade no Sistema Norte.
mercado
Produção de minério de ferro da Vale cai no segundo trimestreA Vale produziu 86,8 milhões de toneladas de minério de ferro no segundo trimestre deste ano, queda de 2,8% na comparação ao mesmo período do ano passado (89,3 milhões), apesar do recorde de produção nas operações de Carajás (Pará). Em relatório nesta quinta-feira (21), a mineradora diz que reduziu a produção nas operações com menor margem, além de ter sido afetada pela paralisação do fornecimento de minério bruto para a Samarco (joint venture da Vale com a BHP Billiton). Com o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), em novembro de 2015, a mina de Fazendão, da Vale, interrompeu a produção de ROM (minério vai diretamente da mina para a usina de beneficiamento ou para depósito). Das operações menos rentáveis da companhia, a produção de Corumbá (MS), localizada a 419 quilômetros da capital Campo Grande, foi reduzida em 38,1% no segundo trimestre deste ano, frente a igual período de 2015, para 552 mil toneladas. Já a produção na Serra Norte de Carajás, na região sudeste do Pará, onde a Vale tem a maior mina a céu aberto do mundo, cresceu 15,5% nessa mesma base de comparação, atingindo 36,5 milhões de toneladas ao longo do período, segundo o relatório. "Carajás alcançou um recorde de produção para um segundo trimestre (...) devido principalmente ao aumento da eficiência geral da frota de caminhões e ao ramp-up das minas N4WS e extensão de N5S", disse a companhia em comunicado. No documento, a Vale voltou a informar que a produção anual da empresa pode ficar no limite inferior das estimativas originais da companhia, de 340 milhões a 350 milhões de toneladas. Isso significa que a produção pode mesmo encolher neste ano. Já em relação ao primeiro trimestre do ano, a produção de minério de ferro da Vale cresceu 12%. Isso é comum nesta época do ano por causa da sazonalidade mais favorável (período de menor chuva no país), além também da melhor produtividade no Sistema Norte.
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Resultado reacende debate sobre reforma eleitoral nos EUA
Mesmo sem ganhar no voto popular, Donald Trump foi eleito presidente de uma das maiores democracias do mundo. O paradoxo se deve ao descompasso entre os votos obtidos e o peso de cada Estado no Colégio Eleitoral. O resultado reacendeu o debate sobre reforma política nos Estados Unidos. A eleição presidencial nos EUA é indireta. Quando mais de 130 milhões foram às urnas em 8 de novembro, os eleitores votaram nos delegados estaduais para o Colégio Eleitoral. Em 10 de dezembro, esses representantes confirmarão a escolha dos eleitores nos Estados -a vitória de Trump. Para ser eleito presidente, um candidato precisa de 270 votos no Colégio Eleitoral. Cada Estado tem um número de delegados proporcional ao tamanho dea população. A Califórnia, com 39 milhões de habitantes, tem 55 delegados, contra 3 delegados do Alaska (700 mil pessoas). Pode parecer justo, mas o problema é a regra "o vencedor leva tudo", pela qual o candidato que ganhar a maioria dos votos em um Estado leva todos os delegados correspondentes. A exceção são Maine e Nebraska, que seguem a proporcionalidade. O voto dos eleitores conta menos nos Estados que têm um eleitorado ideologicamente definido, como a Califórnia, que tradicionalmente apoia os democratas, ou o Texas, que sempre segue os republicanos. Se um candidato recebe 20 milhões ou 30 milhões de votos na Califórnia, sua representação no colégio não se altera por isso. Quem define a disputa são os eleitores nos Estados-pêndulo . A decisão acaba na mão de dois ou três estados, ou de condados pequenos, como aconteceu dessa vez. Muitos americanos acham que o sistema eleitoral deve ser reformado. Os críticos pedem por mudanças radicais, como o fim do Colégio Eleitoral, ou simples, como acabar com "o vencedor leva tudo". Segundo o historiador Alexander Keyssar, 69, professor da Universidade Harvard, o Colégio Eleitoral foi criado em uma época de confusão e incerteza [a fundação do país], e tinha como objetivo garantir o direito dos Estados e o federalismo. Hoje, afirma, o sistema compromete a representatividade. Autor do livro "The Right to Vote: The Contested History of Democracy in the United States" (o direito de voto: a controversa história da democracia nos Estados Unidos), Keyssar diz que a eleição de Trump deverá aquecer o debate público sobre reforma política, embora sem apoio dos republicanos. Movimentos ativistas como o National Popular Vote também trabalham para mudar o sistema eleitoral, mas as chances são pequenas. Modificar as regras requer alterar a Constituição, aprovação de maioria qualificada no Congresso e ratificação da decisão nos legislativos estaduais. Hillary não foi a primeira a viver o paradoxo da derrota com maioria do voto popular. O mesmo ocorreu outras quatro vezes, a última com Al Gore, em 2000 –George W. Bush foi eleito. Quatro anos depois, Bush quase perdeu a eleição para John Kerry, apesar de ter 3,5 milhões de votos populares a mais do que o democrata. "Caso conseguisse mais 60 mil votos em Ohio, por exemplo, Kerry teria levado a Casa Branca. Bush teria entrado para a história como o presidente eleito em 2000 sem o voto popular, e derrotado em 2004 tendo a preferência da população", disse Keyssar. ENTENDA COMO FUNCIONA O COLÉGIO ELEITORAL O que é o Colégio Eleitoral? Grupo formado pelos delegados, 538 "eleitores" que representam cada um dos os Estados do país na eleição presidencial indireta. Estes delegados formam um corpo deliberativo que escolhe o presidente e o vice-presidente dos EUA a partir do resultado da votação popular de cada Estado. Esse grupo não se reúne fisicamente e vota em seus próprios Estados Quem pode ser "eleitor" no Colégio Eleitoral? Há poucas regras constitucionais limitando a participação nos Colégios Eleitorais, mas cada Estados costuma seguir um modelo próprio. Antes de novembro, os núcleos estaduais ou o comitê central #dos partidos indicam seus potenciais representantes, ou "eleitores" no Colégio Eleitoral. Os indicados precisam ter fortes ligações partidárias Qual é número de "eleitores" no Colégio Eleitoral? Os eleitores vão às urnas para escolher o presidente, mas o voto na verdade vai para os representantes indicados pelos partidos. Em 48 dos 50 Estados americanos, o candidato que ganhar a maioria do voto popular leva o número de "eleitores" correspondente no Colégio Eleitoral. No Maine e em Nebraska, os "eleitores" são atribuídos proporcionalmente à escolha popular Qual é número de "eleitores" no Colégio Eleitoral? O total de 538 "eleitores" equivale à soma de cadeiras no Congresso, sendo 100 no Senado e 438 na Câmara. A distribuição no Congresso e no Colégio Eleitoral é proporcional ao tamanho da população em cada Estado. A Califórnia, cuja população já ultrapassa 39 milhões, tem 55 votos no Colégio Eleitoral; o Alaska, com pouco mais de 738 mil habitantes, tem direito a 3 votos Os delegados são obrigados a votar no candidato que ganhou no Estado? Os delegados não são obrigados pela Constituição dos Estados Unidos a seguir o voto popular em seu Estado, mas eles estão atados a normas partidárias ou a leis estaduais. O descumprimento dessa regra é muito incomum, e delegados costumam seguir a decisão do voto popular no Estado, mas a punição em caso contrário costuma ser apenas uma multa
mundo
Resultado reacende debate sobre reforma eleitoral nos EUAMesmo sem ganhar no voto popular, Donald Trump foi eleito presidente de uma das maiores democracias do mundo. O paradoxo se deve ao descompasso entre os votos obtidos e o peso de cada Estado no Colégio Eleitoral. O resultado reacendeu o debate sobre reforma política nos Estados Unidos. A eleição presidencial nos EUA é indireta. Quando mais de 130 milhões foram às urnas em 8 de novembro, os eleitores votaram nos delegados estaduais para o Colégio Eleitoral. Em 10 de dezembro, esses representantes confirmarão a escolha dos eleitores nos Estados -a vitória de Trump. Para ser eleito presidente, um candidato precisa de 270 votos no Colégio Eleitoral. Cada Estado tem um número de delegados proporcional ao tamanho dea população. A Califórnia, com 39 milhões de habitantes, tem 55 delegados, contra 3 delegados do Alaska (700 mil pessoas). Pode parecer justo, mas o problema é a regra "o vencedor leva tudo", pela qual o candidato que ganhar a maioria dos votos em um Estado leva todos os delegados correspondentes. A exceção são Maine e Nebraska, que seguem a proporcionalidade. O voto dos eleitores conta menos nos Estados que têm um eleitorado ideologicamente definido, como a Califórnia, que tradicionalmente apoia os democratas, ou o Texas, que sempre segue os republicanos. Se um candidato recebe 20 milhões ou 30 milhões de votos na Califórnia, sua representação no colégio não se altera por isso. Quem define a disputa são os eleitores nos Estados-pêndulo . A decisão acaba na mão de dois ou três estados, ou de condados pequenos, como aconteceu dessa vez. Muitos americanos acham que o sistema eleitoral deve ser reformado. Os críticos pedem por mudanças radicais, como o fim do Colégio Eleitoral, ou simples, como acabar com "o vencedor leva tudo". Segundo o historiador Alexander Keyssar, 69, professor da Universidade Harvard, o Colégio Eleitoral foi criado em uma época de confusão e incerteza [a fundação do país], e tinha como objetivo garantir o direito dos Estados e o federalismo. Hoje, afirma, o sistema compromete a representatividade. Autor do livro "The Right to Vote: The Contested History of Democracy in the United States" (o direito de voto: a controversa história da democracia nos Estados Unidos), Keyssar diz que a eleição de Trump deverá aquecer o debate público sobre reforma política, embora sem apoio dos republicanos. Movimentos ativistas como o National Popular Vote também trabalham para mudar o sistema eleitoral, mas as chances são pequenas. Modificar as regras requer alterar a Constituição, aprovação de maioria qualificada no Congresso e ratificação da decisão nos legislativos estaduais. Hillary não foi a primeira a viver o paradoxo da derrota com maioria do voto popular. O mesmo ocorreu outras quatro vezes, a última com Al Gore, em 2000 –George W. Bush foi eleito. Quatro anos depois, Bush quase perdeu a eleição para John Kerry, apesar de ter 3,5 milhões de votos populares a mais do que o democrata. "Caso conseguisse mais 60 mil votos em Ohio, por exemplo, Kerry teria levado a Casa Branca. Bush teria entrado para a história como o presidente eleito em 2000 sem o voto popular, e derrotado em 2004 tendo a preferência da população", disse Keyssar. ENTENDA COMO FUNCIONA O COLÉGIO ELEITORAL O que é o Colégio Eleitoral? Grupo formado pelos delegados, 538 "eleitores" que representam cada um dos os Estados do país na eleição presidencial indireta. Estes delegados formam um corpo deliberativo que escolhe o presidente e o vice-presidente dos EUA a partir do resultado da votação popular de cada Estado. Esse grupo não se reúne fisicamente e vota em seus próprios Estados Quem pode ser "eleitor" no Colégio Eleitoral? Há poucas regras constitucionais limitando a participação nos Colégios Eleitorais, mas cada Estados costuma seguir um modelo próprio. Antes de novembro, os núcleos estaduais ou o comitê central #dos partidos indicam seus potenciais representantes, ou "eleitores" no Colégio Eleitoral. Os indicados precisam ter fortes ligações partidárias Qual é número de "eleitores" no Colégio Eleitoral? Os eleitores vão às urnas para escolher o presidente, mas o voto na verdade vai para os representantes indicados pelos partidos. Em 48 dos 50 Estados americanos, o candidato que ganhar a maioria do voto popular leva o número de "eleitores" correspondente no Colégio Eleitoral. No Maine e em Nebraska, os "eleitores" são atribuídos proporcionalmente à escolha popular Qual é número de "eleitores" no Colégio Eleitoral? O total de 538 "eleitores" equivale à soma de cadeiras no Congresso, sendo 100 no Senado e 438 na Câmara. A distribuição no Congresso e no Colégio Eleitoral é proporcional ao tamanho da população em cada Estado. A Califórnia, cuja população já ultrapassa 39 milhões, tem 55 votos no Colégio Eleitoral; o Alaska, com pouco mais de 738 mil habitantes, tem direito a 3 votos Os delegados são obrigados a votar no candidato que ganhou no Estado? Os delegados não são obrigados pela Constituição dos Estados Unidos a seguir o voto popular em seu Estado, mas eles estão atados a normas partidárias ou a leis estaduais. O descumprimento dessa regra é muito incomum, e delegados costumam seguir a decisão do voto popular no Estado, mas a punição em caso contrário costuma ser apenas uma multa
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Deficit até pode ser maior, desde que entregue por esta equipe econômica
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu pela primeira vez que a meta fiscal de 2017 está sob análise. Por ora, os gastos do governo vão superar as receitas em R$ 139 bilhões, mas foi colocada sobre a mesa a chance de que esse deficit seja maior. O mercado não se mexeu. A queda na arrecadação é o maior obstáculo para que o governo consiga fechar as suas contas neste e no próximo ano, o que certamente ajudará o ministro Meirelles a construir uma desculpa convincente ao anunciar o deficit maior. A princípio, a equipe econômica parece ter abandonado a estratégia de contornar o problema elevando impostos. No começo de julho, em conversa com clientes de um banco, dois integrantes da equipe de Meirelles, Mansueto Almeida e Fábio Kanczuk, admitiram o desafio de entregar o deficit combinado, mas sinalizaram que o caminho para que o rombo ficasse no nível prometido passaria por mais tributos e por cortes em despesas obrigatórias. Do que foi dito, a alta das alíquotas de PIS/Cofins sobre combustíveis foi divulgada dias depois, mas outras alternativas podem não sair do papel. Mais uma vez, o mercado não se abalou. Todos aparentam ter consciência de que trata-se de um governo enrolado politicamente, que fará o que for preciso em termos de gastos para se salvar. Nesta terça, o líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá, defendeu o que chamou de "meio termo" para o programa de parcelamento de dívidas com o Fisco. Não custa lembrar que o novo Refis, como é chamado, beneficia inclusive empresas de alguns congressistas. No início do ano, a equipe econômica previa arrecadar R$ 13,2 bilhões com o programa, recurso importante para ajudar a fechar as contas. Ainda não está claro o quanto desse total será possível alcançar. Sem essa e outras receitas esperadas, o deficit do governo pode mesmo ser maior. Como resultado prático, levaria a uma dívida pública também mais alta. Se essa trajetória, em algum momento, fosse lida pelos agentes econômicos como início de um movimento de descontrole estrutural das contas públicas, a tranquilidade observada nos mercados de câmbio e de juros poderia ser abalada. O real poderia se desvalorizar, contaminando a inflação e pressionando os juros. Boa parte dos economistas já espera um deficit acima dos R$ 139 bilhões para este ano, mas ninguém vê descontrole. Essa tolerância do mercado com o governo não tem um, mas vários nomes e estão todos na equipe econômica, vista como excepcional. Nos próximos meses, é sobretudo sobre ela que recaem as desculpas mais convincentes do mercado para se manter mais ou menos onde está.
colunas
Deficit até pode ser maior, desde que entregue por esta equipe econômicaO ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu pela primeira vez que a meta fiscal de 2017 está sob análise. Por ora, os gastos do governo vão superar as receitas em R$ 139 bilhões, mas foi colocada sobre a mesa a chance de que esse deficit seja maior. O mercado não se mexeu. A queda na arrecadação é o maior obstáculo para que o governo consiga fechar as suas contas neste e no próximo ano, o que certamente ajudará o ministro Meirelles a construir uma desculpa convincente ao anunciar o deficit maior. A princípio, a equipe econômica parece ter abandonado a estratégia de contornar o problema elevando impostos. No começo de julho, em conversa com clientes de um banco, dois integrantes da equipe de Meirelles, Mansueto Almeida e Fábio Kanczuk, admitiram o desafio de entregar o deficit combinado, mas sinalizaram que o caminho para que o rombo ficasse no nível prometido passaria por mais tributos e por cortes em despesas obrigatórias. Do que foi dito, a alta das alíquotas de PIS/Cofins sobre combustíveis foi divulgada dias depois, mas outras alternativas podem não sair do papel. Mais uma vez, o mercado não se abalou. Todos aparentam ter consciência de que trata-se de um governo enrolado politicamente, que fará o que for preciso em termos de gastos para se salvar. Nesta terça, o líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá, defendeu o que chamou de "meio termo" para o programa de parcelamento de dívidas com o Fisco. Não custa lembrar que o novo Refis, como é chamado, beneficia inclusive empresas de alguns congressistas. No início do ano, a equipe econômica previa arrecadar R$ 13,2 bilhões com o programa, recurso importante para ajudar a fechar as contas. Ainda não está claro o quanto desse total será possível alcançar. Sem essa e outras receitas esperadas, o deficit do governo pode mesmo ser maior. Como resultado prático, levaria a uma dívida pública também mais alta. Se essa trajetória, em algum momento, fosse lida pelos agentes econômicos como início de um movimento de descontrole estrutural das contas públicas, a tranquilidade observada nos mercados de câmbio e de juros poderia ser abalada. O real poderia se desvalorizar, contaminando a inflação e pressionando os juros. Boa parte dos economistas já espera um deficit acima dos R$ 139 bilhões para este ano, mas ninguém vê descontrole. Essa tolerância do mercado com o governo não tem um, mas vários nomes e estão todos na equipe econômica, vista como excepcional. Nos próximos meses, é sobretudo sobre ela que recaem as desculpas mais convincentes do mercado para se manter mais ou menos onde está.
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São Paulo registra a 3ª morte por dengue; Estado soma 196,8 mil casos
O terceiro caso de morte por dengue na capital paulista foi anunciado nesta sexta-feira (20) pelo Instituto Adolfo Lutz, órgão responsável pelos testes de confirmação da doença no Estado. A vítima é um homem de 35 anos, morador de Pedreira, na zona Sul. A Secretaria Municipal da Saúde, por meio de nota, negou a informação do governo estadual e declarou que o caso ainda está sendo investigado. De acordo com dados do Sinan (Sistema de Informações de Agravos de Notificação), há 67 mortes por dengue confirmadas em todo o Estado, que contabiliza 196,8 mil notificações (que ainda necessitam de comprovação em laboratório) da doença. Em 2014, São Paulo registrou 90 mortes por dengue, sendo 14 delas na capital. As três cidades paulistas com mais casos confirmados são Sorocaba (5.681), Catanduva (3.124) e São Paulo (2.339). Até o dia 12 de março, um terço dos municípios já tinham contabilizado mais vítimas de dengue do que todo o ano passado. As outras duas mortes confirmadas em São Paulo foram a de uma mulher de 84 anos, na zona norte, no começo deste mês, e a de um garoto de 11 anos, da zona sul, na semana passada.
cotidiano
São Paulo registra a 3ª morte por dengue; Estado soma 196,8 mil casosO terceiro caso de morte por dengue na capital paulista foi anunciado nesta sexta-feira (20) pelo Instituto Adolfo Lutz, órgão responsável pelos testes de confirmação da doença no Estado. A vítima é um homem de 35 anos, morador de Pedreira, na zona Sul. A Secretaria Municipal da Saúde, por meio de nota, negou a informação do governo estadual e declarou que o caso ainda está sendo investigado. De acordo com dados do Sinan (Sistema de Informações de Agravos de Notificação), há 67 mortes por dengue confirmadas em todo o Estado, que contabiliza 196,8 mil notificações (que ainda necessitam de comprovação em laboratório) da doença. Em 2014, São Paulo registrou 90 mortes por dengue, sendo 14 delas na capital. As três cidades paulistas com mais casos confirmados são Sorocaba (5.681), Catanduva (3.124) e São Paulo (2.339). Até o dia 12 de março, um terço dos municípios já tinham contabilizado mais vítimas de dengue do que todo o ano passado. As outras duas mortes confirmadas em São Paulo foram a de uma mulher de 84 anos, na zona norte, no começo deste mês, e a de um garoto de 11 anos, da zona sul, na semana passada.
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Nasr comemora 1º final de semana completo e vê vantagem para a Sauber
Prestes a disputar sua terceira corrida na F-1, Felipe Nasr finalmente poderá usar todo o tempo de pista disponível durante um final de semana de corrida. Após ter perdido as primeiras sessões de treinos livres na Austrália, por conta do imbróglio judicial envolvendo a Sauber, e na Malásia, para ceder a vaga a Raffaele Marciello, reserva da equipe, o piloto brasileiro chegou a Xangai empolgado com a perspectiva de ter uma hora e meia a mais para poder treinar antes da prova deste domingo, cuja largada acontece às 3h (de Brasília). "Como ainda estou começando, para mim é muito importante usar todo tempo que tenho à disposição na pista e este vai ser o primeiro final de semana que poderei fazer isso. É importante usar os treinos de sexta para conhecer melhor o traçado e testar acertos diferentes no carro", afirmou Nasr. Após uma boa corrida de estreia na Austrália, onde chegou na quinta colocação, uma série de problemas na Malásia fez com que o piloto da Sauber completasse a prova em Sepang apenas na 12ª colocação. Apesar disso, Nasr afirmou ter aprendido bastante na última corrida, mesmo tendo ficado fora da zona de pontuação. "Passar por momentos bons e ruins faz parte do esporte e é importante para aprender. Foi apenas minha segunda corrida na F-1 e em um cenário completamente diferente do que tinha acontecido na Austrália, por isso foi importante neste sentido. Tive problemas no carro em quase todas as sessões e se pensarmos nisso chegar em 12º não foi tão ruim assim", completou Nasr no paddock de Xangai nesta quinta-feira (9). Apesar de nunca ter corrido na China, no ano passado o brasileiro participou da primeira sessão de treinos livres com a Williams, como reserva do time inglês. "Esperamos voltar ao nível que tivemos na primeira corrida e esta pista deve favorecer mais nosso carro, especialmente por conta da longa reta. Além disso já percebemos que nosso carro tem um desempenho melhor em temperaturas mais baixas, o que deve ser o caso neste final de semana." O primeiro treino livre para o GP da China será realizado nesta quinta-feira, às 23h (de Brasília).
esporte
Nasr comemora 1º final de semana completo e vê vantagem para a SauberPrestes a disputar sua terceira corrida na F-1, Felipe Nasr finalmente poderá usar todo o tempo de pista disponível durante um final de semana de corrida. Após ter perdido as primeiras sessões de treinos livres na Austrália, por conta do imbróglio judicial envolvendo a Sauber, e na Malásia, para ceder a vaga a Raffaele Marciello, reserva da equipe, o piloto brasileiro chegou a Xangai empolgado com a perspectiva de ter uma hora e meia a mais para poder treinar antes da prova deste domingo, cuja largada acontece às 3h (de Brasília). "Como ainda estou começando, para mim é muito importante usar todo tempo que tenho à disposição na pista e este vai ser o primeiro final de semana que poderei fazer isso. É importante usar os treinos de sexta para conhecer melhor o traçado e testar acertos diferentes no carro", afirmou Nasr. Após uma boa corrida de estreia na Austrália, onde chegou na quinta colocação, uma série de problemas na Malásia fez com que o piloto da Sauber completasse a prova em Sepang apenas na 12ª colocação. Apesar disso, Nasr afirmou ter aprendido bastante na última corrida, mesmo tendo ficado fora da zona de pontuação. "Passar por momentos bons e ruins faz parte do esporte e é importante para aprender. Foi apenas minha segunda corrida na F-1 e em um cenário completamente diferente do que tinha acontecido na Austrália, por isso foi importante neste sentido. Tive problemas no carro em quase todas as sessões e se pensarmos nisso chegar em 12º não foi tão ruim assim", completou Nasr no paddock de Xangai nesta quinta-feira (9). Apesar de nunca ter corrido na China, no ano passado o brasileiro participou da primeira sessão de treinos livres com a Williams, como reserva do time inglês. "Esperamos voltar ao nível que tivemos na primeira corrida e esta pista deve favorecer mais nosso carro, especialmente por conta da longa reta. Além disso já percebemos que nosso carro tem um desempenho melhor em temperaturas mais baixas, o que deve ser o caso neste final de semana." O primeiro treino livre para o GP da China será realizado nesta quinta-feira, às 23h (de Brasília).
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Tribunal diz que PM pode mexer em cena de crimes praticados por colega
Uma resolução do Tribunal de Justiça Militar de SP determina que policiais militares podem mexer na cena de crimes praticados por PMs contra civis. O texto foi publicado dia 18, levantando crítica de especialistas e entidades de segurança pública. De acordo com o texto, o policial que atender a ocorrência deverá apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação dos crimes militares, como armas, cápsulas, documentos, e "deverá solicitar às repartições técnicas (perícia) e civis as pesquisas e exames para a apuração militar". Segundo a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de SP, Raquel Kobashi Gallinati, a resolução quer deslocar o que é de competência da Polícia Civil. "Por lei só quem pode apreender objetos de crime é o delegado de polícia após perícia. A resolução é temerosa para a sociedade". Para o advogado e diretor da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP, Martin de Almeida Sampaio, diz que a decisão é inconstitucional. "Um desastre, uma licença para matar. Alguns policiais vão se sentir livres para fazer o que quiserem porque poderão alterar com o consentimento do Tribunal a cena do crime", diz. A Secretaria da Segurança Pública analisa a resolução. O Tribunal de Justiça Militar não se pronunciou.
cotidiano
Tribunal diz que PM pode mexer em cena de crimes praticados por colegaUma resolução do Tribunal de Justiça Militar de SP determina que policiais militares podem mexer na cena de crimes praticados por PMs contra civis. O texto foi publicado dia 18, levantando crítica de especialistas e entidades de segurança pública. De acordo com o texto, o policial que atender a ocorrência deverá apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação dos crimes militares, como armas, cápsulas, documentos, e "deverá solicitar às repartições técnicas (perícia) e civis as pesquisas e exames para a apuração militar". Segundo a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de SP, Raquel Kobashi Gallinati, a resolução quer deslocar o que é de competência da Polícia Civil. "Por lei só quem pode apreender objetos de crime é o delegado de polícia após perícia. A resolução é temerosa para a sociedade". Para o advogado e diretor da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP, Martin de Almeida Sampaio, diz que a decisão é inconstitucional. "Um desastre, uma licença para matar. Alguns policiais vão se sentir livres para fazer o que quiserem porque poderão alterar com o consentimento do Tribunal a cena do crime", diz. A Secretaria da Segurança Pública analisa a resolução. O Tribunal de Justiça Militar não se pronunciou.
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Confirmado na 2ª Turma, Fachin pode participar do sorteio da Lava Jato
A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia, confirmou a transferência do ministro Edson Fachin da Primeira para a Segunda Turma da corte. A decisão foi publicada no "Diário de Justiça" desta quinta-feira (2). Com a mudança, o magistrado pode participar do sorteio que decidirá o novo relator da Operação Lava Jato no Supremo. O sorteio é eletrônico pela Secretaria Judiciária, um departamento administrativo do tribunal. O procedimento deve ser feito nesta quinta (2), como antecipou a Folha. O mecanismo leva em conta o volume de processos distribuídos para cada gabinete desde 2001. O substituto ocupará o lugar do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato, que morreu em um acidente aéreo em janeiro. Lava Jato e Odebrecht
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Confirmado na 2ª Turma, Fachin pode participar do sorteio da Lava JatoA presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia, confirmou a transferência do ministro Edson Fachin da Primeira para a Segunda Turma da corte. A decisão foi publicada no "Diário de Justiça" desta quinta-feira (2). Com a mudança, o magistrado pode participar do sorteio que decidirá o novo relator da Operação Lava Jato no Supremo. O sorteio é eletrônico pela Secretaria Judiciária, um departamento administrativo do tribunal. O procedimento deve ser feito nesta quinta (2), como antecipou a Folha. O mecanismo leva em conta o volume de processos distribuídos para cada gabinete desde 2001. O substituto ocupará o lugar do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato, que morreu em um acidente aéreo em janeiro. Lava Jato e Odebrecht
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Manifestações contra impeachment ocorrem em 32 cidades nesta quinta
Ao menos 32 cidades no Brasil devem receber, nesta quinta (20), manifestações convocadas por movimentos sociais que se opõem ao impeachment de Dilma Rousseff. Entre elas há 23 capitais e o Distrito Federal. Apesar de defenderem a permanência da presidente, os organizadores alegam que a mobilização criticará medidas tomadas pelo governo federal. Os principais alvos serão o ajuste fiscal promovido pelo ministro Joaquim Levy e a Agenda Brasil, pacote de medidas propostas pelo PMDB do Senado. O manifesto do ato, divulgado na semana passada por organizações como CUT (Central Única dos Trabalhadores), UNE (União Nacional dos Estudantes) e MTST, ainda defende a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara e cita pautas tradicionais da esquerda, como as reformas tributária e agrária. Segundo a presidente da UNE Carina Vitral, o principal objetivo da manifestação será criar "um contraponto à pauta conservadora" dos protestos do último domingo, que reuniram cerca de 600 mil pessoas em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal, segundo a PM. Nesta segunda, Guilherme Boulos, presidente do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), disse as manifestações não serão de celebração à presidente Dilma. "Não podemos ter uma visão simplista que dia 16 foi fora Dilma e de que dia 20 é viva Dilma porque não é", disse Boulos, que também é colunista da Folha. Apesar disso, o PT também convocou sua militância para ir às ruas nesta quinta e "defender a democracia". Em São Paulo, a organização espera que cerca de 50 mil pessoas compareçam ao Largo da Batata, de onde marcharão até o Masp. Não há estimativas para outras cidades. Leia a íntegra do manifesto: * MANIFESTO - Contra o ajuste fiscal! Que os ricos paguem pela crise! A política econômica do governo joga a conta nas costas do povo. Ao invés de atacar direitos trabalhistas, cortar investimentos sociais e aumentar os juros, defendemos que o governo ajuste as contas em cima dos mais ricos, com taxação das grandes fortunas, dividendos e remessas de lucro, além de uma auditoria da dívida pública. Somos contra o aumento das tarifas de energia, água e outros serviços básicos, que inflacionam o custo de vida dos trabalhadores. Os direitos trabalhistas precisam ser assegurados: defendemos a redução da jornada de trabalho sem redução de salários e a valorização dos aposentados com uma previdência pública, universal e sem progressividade. - Fora Cunha: Não às pautas conservadoras e ao ataque a direitos! Eduardo Cunha representa o retrocesso e um ataque à democracia. Transformou a Câmara dos deputados numa Casa da Intolerância e da retirada de direitos. Somos contra a pauta conservadora e antipopular imposta pelo Congresso: Terceirização, Redução da maioridade penal, Contrarreforma Política (com medidas como financiamento empresarial de campanha, restrição de participação em debates, etc.) e a Entrega do pré-sal às empresas estrangeiras. Defendemos uma Petrobrás 100% estatal. Além disso, estaremos nas ruas em defesa das liberdades: contra o racismo, a intolerância religiosa, o machismo, a LGBTfobia e a criminalização das lutas sociais. - A saída é pela Esquerda, com o povo na rua, por Reformas Populares! É preciso enfrentar a estrutura de desigualdades da sociedade brasileira com uma plataforma popular. Diante dos ataques, a saída será pela mobilização nas ruas, defendendo o aprofundamento da democracia e as Reformas necessárias para o Brasil: Reforma Tributária, Urbana, Agrária, Educacional, Democratização das comunicações e Reforma democrática do sistema político para acabar com a corrupção e ampliar a participação popular. A rua é do povo! 20 de Agosto em todo o Brasil! ASSINAM: Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) / Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) / Central Única dos Trabalhadores (CUT) / Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) / Intersindical - Central da Classe Trabalhadora/ Federação Única dos Petroleiros (FUP) / União Nacional dos Estudantes (UNE) / União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) / Rua - Juventude Anticapitalista / Fora do Eixo / Mídia Ninja / União da Juventude Socialista (UJS) / Juntos / Juventude Socialismo e Liberdade (JSOL) / Associação Nacional de Pós Graduandos (ANPG) / Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet) / União da Juventude Rebelião (UJR) / Uneafro / Unegro / Círculo Palmarino / União Brasileira das Mulheres (UBM) / Coletivo de Mulheres Rosas de Março / Coletivo Ação Crítica / Coletivo Cordel / Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) / Igreja Povo de Deus em Movimento (IPDM)
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Manifestações contra impeachment ocorrem em 32 cidades nesta quintaAo menos 32 cidades no Brasil devem receber, nesta quinta (20), manifestações convocadas por movimentos sociais que se opõem ao impeachment de Dilma Rousseff. Entre elas há 23 capitais e o Distrito Federal. Apesar de defenderem a permanência da presidente, os organizadores alegam que a mobilização criticará medidas tomadas pelo governo federal. Os principais alvos serão o ajuste fiscal promovido pelo ministro Joaquim Levy e a Agenda Brasil, pacote de medidas propostas pelo PMDB do Senado. O manifesto do ato, divulgado na semana passada por organizações como CUT (Central Única dos Trabalhadores), UNE (União Nacional dos Estudantes) e MTST, ainda defende a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara e cita pautas tradicionais da esquerda, como as reformas tributária e agrária. Segundo a presidente da UNE Carina Vitral, o principal objetivo da manifestação será criar "um contraponto à pauta conservadora" dos protestos do último domingo, que reuniram cerca de 600 mil pessoas em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal, segundo a PM. Nesta segunda, Guilherme Boulos, presidente do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), disse as manifestações não serão de celebração à presidente Dilma. "Não podemos ter uma visão simplista que dia 16 foi fora Dilma e de que dia 20 é viva Dilma porque não é", disse Boulos, que também é colunista da Folha. Apesar disso, o PT também convocou sua militância para ir às ruas nesta quinta e "defender a democracia". Em São Paulo, a organização espera que cerca de 50 mil pessoas compareçam ao Largo da Batata, de onde marcharão até o Masp. Não há estimativas para outras cidades. Leia a íntegra do manifesto: * MANIFESTO - Contra o ajuste fiscal! Que os ricos paguem pela crise! A política econômica do governo joga a conta nas costas do povo. Ao invés de atacar direitos trabalhistas, cortar investimentos sociais e aumentar os juros, defendemos que o governo ajuste as contas em cima dos mais ricos, com taxação das grandes fortunas, dividendos e remessas de lucro, além de uma auditoria da dívida pública. Somos contra o aumento das tarifas de energia, água e outros serviços básicos, que inflacionam o custo de vida dos trabalhadores. Os direitos trabalhistas precisam ser assegurados: defendemos a redução da jornada de trabalho sem redução de salários e a valorização dos aposentados com uma previdência pública, universal e sem progressividade. - Fora Cunha: Não às pautas conservadoras e ao ataque a direitos! Eduardo Cunha representa o retrocesso e um ataque à democracia. Transformou a Câmara dos deputados numa Casa da Intolerância e da retirada de direitos. Somos contra a pauta conservadora e antipopular imposta pelo Congresso: Terceirização, Redução da maioridade penal, Contrarreforma Política (com medidas como financiamento empresarial de campanha, restrição de participação em debates, etc.) e a Entrega do pré-sal às empresas estrangeiras. Defendemos uma Petrobrás 100% estatal. Além disso, estaremos nas ruas em defesa das liberdades: contra o racismo, a intolerância religiosa, o machismo, a LGBTfobia e a criminalização das lutas sociais. - A saída é pela Esquerda, com o povo na rua, por Reformas Populares! É preciso enfrentar a estrutura de desigualdades da sociedade brasileira com uma plataforma popular. Diante dos ataques, a saída será pela mobilização nas ruas, defendendo o aprofundamento da democracia e as Reformas necessárias para o Brasil: Reforma Tributária, Urbana, Agrária, Educacional, Democratização das comunicações e Reforma democrática do sistema político para acabar com a corrupção e ampliar a participação popular. A rua é do povo! 20 de Agosto em todo o Brasil! ASSINAM: Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) / Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) / Central Única dos Trabalhadores (CUT) / Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) / Intersindical - Central da Classe Trabalhadora/ Federação Única dos Petroleiros (FUP) / União Nacional dos Estudantes (UNE) / União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) / Rua - Juventude Anticapitalista / Fora do Eixo / Mídia Ninja / União da Juventude Socialista (UJS) / Juntos / Juventude Socialismo e Liberdade (JSOL) / Associação Nacional de Pós Graduandos (ANPG) / Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet) / União da Juventude Rebelião (UJR) / Uneafro / Unegro / Círculo Palmarino / União Brasileira das Mulheres (UBM) / Coletivo de Mulheres Rosas de Março / Coletivo Ação Crítica / Coletivo Cordel / Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) / Igreja Povo de Deus em Movimento (IPDM)
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Atlético-MG só empata e vê o Corinthians disparar na liderança
O Atlético-MG não passou de um empate por 2 a 2 com o Joinville neste domingo (27), fora de casa, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com o resultado, o time mineiro, segundo colocado na classificação, chega aos 53 pontos e vê o Corinthians disparar na liderança. A equipe paulista derrotou o Figueirense, por 3 a 1, e foi a 60 pontos. Já o Joinville continua em situação delicada na tabela. É o último, com apenas 24 pontos. O Atlético-MG ficou duas vezes na frente do placar, com gols de Luan e Thiago Ribeiro. Mas o Joinville conseguiu o empate com William Popp e Kempes. Todos os tentos foram marcados no segundo tempo. Na próxima rodada do Campeonato Brasileiro, o Atlético-MG visita o Coritiba, no sábado (3), enquanto o Joinville vai até o Rio para encarar o Flamengo, no domingo (4).
esporte
Atlético-MG só empata e vê o Corinthians disparar na liderançaO Atlético-MG não passou de um empate por 2 a 2 com o Joinville neste domingo (27), fora de casa, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com o resultado, o time mineiro, segundo colocado na classificação, chega aos 53 pontos e vê o Corinthians disparar na liderança. A equipe paulista derrotou o Figueirense, por 3 a 1, e foi a 60 pontos. Já o Joinville continua em situação delicada na tabela. É o último, com apenas 24 pontos. O Atlético-MG ficou duas vezes na frente do placar, com gols de Luan e Thiago Ribeiro. Mas o Joinville conseguiu o empate com William Popp e Kempes. Todos os tentos foram marcados no segundo tempo. Na próxima rodada do Campeonato Brasileiro, o Atlético-MG visita o Coritiba, no sábado (3), enquanto o Joinville vai até o Rio para encarar o Flamengo, no domingo (4).
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'Não era a favor, mas a maioria quis', diz Gil sobre liberação de biografias
A noite de quarta-feira (10) dividiu a noite dos artistas brasileiros em duas frentes: o 26° Prêmio da Música Brasileira, realizado no Teatro Municipal do Rio, homenageou Maria Bethânia logo após o Supremo Tribunal Federal decidir que pessoas notórias não poderiam mais vetar livros sobre sua vida. Artistas presentes na cerimônia comentaram a decisão. Com exceção de Gilberto Gil, todos se mostraram favoráveis ao resultado do julgamento. "Eu não era a favor da aprovação, mas a maioria quis. Mudaram porque a maioria quis e eu aceito", disse Gil ao UOL. Ele é membro do grupo Procure Saber, que reúne também Caetano Veloso, Chico Buarque e Milton Nascimento, entre outros. Liderados pela produtora Paula Lavigne, o Procure Saber foi alvo de críticas por ter defendido, em 2013, a manutenção da norma que dava brechas à censura prévia a biografias no Brasil. O grupo acabou voltando atrás. Já Chico César aprovou. "Eu sou a favor do 'libera geral'. Acho que se o autor tiver uma alma sórdida, isso vai ficar claro no livro." João Bosco disse que "achou ótimo". "Já achava que devia ser liberado. Essa discussão toda foi muito boa. Acredito que ela tenha sido importante para a decisão. Que bom que seria se tudo no Brasil pudesse ser discutido assim." O Ministro da Cultura, Juca Ferreira, também se declarou favorável à escolha dos ministros. "Sou contra a necessidade de autorização. É uma forma de censura. Entendo a demanda da privacidade. Artistas famosos têm suas vidas devassadas. Mas a lei prevê soluções para isso." JULGAMENTO O STF (Supremo Tribunal Federal) votou nesta quarta-feira (9) pela liberação de biografias não autorizadas. Os ministros consideraram inconstitucional a aplicação para livros biográficos de dois artigos do Código Civil segundo os quais sem autorização prévia do retratado ou de seus familiares, no caso de mortos, escritos sobre pessoas com fins comerciais podem ser proibidos. Para a maioria dos integrantes do Supremo, a exigência representaria uma censura, que é incompatível com a Constituição, que garante a liberdade de expressão.
ilustrada
'Não era a favor, mas a maioria quis', diz Gil sobre liberação de biografiasA noite de quarta-feira (10) dividiu a noite dos artistas brasileiros em duas frentes: o 26° Prêmio da Música Brasileira, realizado no Teatro Municipal do Rio, homenageou Maria Bethânia logo após o Supremo Tribunal Federal decidir que pessoas notórias não poderiam mais vetar livros sobre sua vida. Artistas presentes na cerimônia comentaram a decisão. Com exceção de Gilberto Gil, todos se mostraram favoráveis ao resultado do julgamento. "Eu não era a favor da aprovação, mas a maioria quis. Mudaram porque a maioria quis e eu aceito", disse Gil ao UOL. Ele é membro do grupo Procure Saber, que reúne também Caetano Veloso, Chico Buarque e Milton Nascimento, entre outros. Liderados pela produtora Paula Lavigne, o Procure Saber foi alvo de críticas por ter defendido, em 2013, a manutenção da norma que dava brechas à censura prévia a biografias no Brasil. O grupo acabou voltando atrás. Já Chico César aprovou. "Eu sou a favor do 'libera geral'. Acho que se o autor tiver uma alma sórdida, isso vai ficar claro no livro." João Bosco disse que "achou ótimo". "Já achava que devia ser liberado. Essa discussão toda foi muito boa. Acredito que ela tenha sido importante para a decisão. Que bom que seria se tudo no Brasil pudesse ser discutido assim." O Ministro da Cultura, Juca Ferreira, também se declarou favorável à escolha dos ministros. "Sou contra a necessidade de autorização. É uma forma de censura. Entendo a demanda da privacidade. Artistas famosos têm suas vidas devassadas. Mas a lei prevê soluções para isso." JULGAMENTO O STF (Supremo Tribunal Federal) votou nesta quarta-feira (9) pela liberação de biografias não autorizadas. Os ministros consideraram inconstitucional a aplicação para livros biográficos de dois artigos do Código Civil segundo os quais sem autorização prévia do retratado ou de seus familiares, no caso de mortos, escritos sobre pessoas com fins comerciais podem ser proibidos. Para a maioria dos integrantes do Supremo, a exigência representaria uma censura, que é incompatível com a Constituição, que garante a liberdade de expressão.
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Plano de concessão de Doria prevê rastrear mortos até o sepultamento
A Prefeitura de São Paulo, que pretende conceder o serviço funerário público da capital, quer que as pessoas falecidas na cidade tenham uma forma de serem rastreadas, desde o momento do óbito até o sepultamento. A ideia, segundo a gestão João Doria (PSDB) é evitar o uso inapropriado de carros funerários e evitar as longas esperas que as famílias passam até a liberação de um corpo para o sepultamento. A criação de um plano de rastreabilidade dos corpos é uma das condições que a Prefeitura de São Paulo pede às empresas interessadas em assumir a concessão do serviço funerário. Atualmente, o município tem o monopólio do setor, e a gestão Doria avalia que a qualidade do atendimento à população pode melhorar com a concessão a diversas funerárias –o número de empresas que terão a outorga para trabalhar no setor ainda está em análise. Hoje, aqueles que têm algum familiar ou amigo morto na cidade de São Paulo devem percorrer um longo caminho burocrático, permeado de dúvidas e até de cobranças indevidas para conseguir organizar um sepultamento. Para avançar com a concessão, a prefeitura publicou na quinta-feira (21) uma proposta para receber contribuições da iniciativa privada para gerirem o sistema funerário. Além da rastreabilidade, a prefeitura espera que iniciativa privada proponha qual será o melhor modelo de concorrência das futuras agências funerárias privadas. O objetivo é permitir que uma família consiga optar por mais de uma funerária, ao mesmo tempo em que não haja assédio excessivo das empresas às famílias durante o momento de luto.
cotidiano
Plano de concessão de Doria prevê rastrear mortos até o sepultamentoA Prefeitura de São Paulo, que pretende conceder o serviço funerário público da capital, quer que as pessoas falecidas na cidade tenham uma forma de serem rastreadas, desde o momento do óbito até o sepultamento. A ideia, segundo a gestão João Doria (PSDB) é evitar o uso inapropriado de carros funerários e evitar as longas esperas que as famílias passam até a liberação de um corpo para o sepultamento. A criação de um plano de rastreabilidade dos corpos é uma das condições que a Prefeitura de São Paulo pede às empresas interessadas em assumir a concessão do serviço funerário. Atualmente, o município tem o monopólio do setor, e a gestão Doria avalia que a qualidade do atendimento à população pode melhorar com a concessão a diversas funerárias –o número de empresas que terão a outorga para trabalhar no setor ainda está em análise. Hoje, aqueles que têm algum familiar ou amigo morto na cidade de São Paulo devem percorrer um longo caminho burocrático, permeado de dúvidas e até de cobranças indevidas para conseguir organizar um sepultamento. Para avançar com a concessão, a prefeitura publicou na quinta-feira (21) uma proposta para receber contribuições da iniciativa privada para gerirem o sistema funerário. Além da rastreabilidade, a prefeitura espera que iniciativa privada proponha qual será o melhor modelo de concorrência das futuras agências funerárias privadas. O objetivo é permitir que uma família consiga optar por mais de uma funerária, ao mesmo tempo em que não haja assédio excessivo das empresas às famílias durante o momento de luto.
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Crise sem fim
Por mais votos que tenhamos feito ontem em favor de esquecer 2015, sabemos que 2016 começa, e provavelmente vai terminar, sob o signo da crise. Em passagem dos "Cadernos do Cárcere", Antonio Gramsci dizia que uma crise "às vezes, prolonga-se por dezenas de anos". Melhor, então, armar-se de paciência para tentar entender o que se passou e o que pode ser feito de construtivo. Parece-me que a raiz desta crise está na confluência de duas esferas de ação, para lembrar outro clássico, Max Weber, distintas e separadas. De um lado, está o problema econômico. Embora os especialistas divirjam de alto a baixo sobre o diagnóstico e a cura da recessão, estão, de modo geral, concordes em que ela responde a um campo de fatores e decisões autônomo. De outra parte há a ofensiva empreendida pela Operação Lava Jato contra focos históricos de corrupção, que envolvem algumas das maiores empresas, públicas e privadas, do país. Embora sejam óbvios os efeitos econômicos indiretos, ao paralisar atores de grande porte, a iniciativa mira efeitos na dimensão criminal, não produtiva. Por isso, precisa ser vista em sua especificidade. Por mais agudas que sejam as consequências específicas da recessão e da desmontagem de redes corruptas, a extensão temporal das mesmas ficaria contida se as fontes de instabilidade não tivessem paralisado um terceiro âmbito: a política. Como é no plano das instituições que se consegue agir para enfrentar os problemas, a incapacidade demonstrada por lideranças e partidos em 2015 de fazer frente aos desafios postos promete estender os efeitos sísmicos de dupla origem. Uma Presidência da República, eixo do regime brasileiro, profundamente enfraquecida; um vice-presidente disposto a ser desleal por razões menores; um partido de centro que coloca na Presidência da Câmara parlamentar suspeito e inescrupuloso; um partido de orientação liberal que adere à proposta de impeachment sem base consistente; um partido popular que não consegue explicar graves acusações de corrupção nem determinar ações com vistas a estancar a recessão que inferniza a vida do povo. Configura-se perigoso vazio de respostas. Aqui, desde a planície, as pessoas comuns seguem em movimento. A iniciativa das centrais sindicais junto a empresários mostra a vitalidade das classes. A mobilização de igrejas, associações múltiplas e debates em foros universitários, também. Quem sabe a extensão da crise ocasione renascimento da sociedade civil. Precisaremos esperar, contudo, que a política se reconstrua para, de fato, sair da crise. Quem sabe, assim como aconteceu no final da ditadura, a seiva social consiga fertilizar e renovar as instituições, encurtando a duração do infortúnio. avsinger@usp.br
colunas
Crise sem fimPor mais votos que tenhamos feito ontem em favor de esquecer 2015, sabemos que 2016 começa, e provavelmente vai terminar, sob o signo da crise. Em passagem dos "Cadernos do Cárcere", Antonio Gramsci dizia que uma crise "às vezes, prolonga-se por dezenas de anos". Melhor, então, armar-se de paciência para tentar entender o que se passou e o que pode ser feito de construtivo. Parece-me que a raiz desta crise está na confluência de duas esferas de ação, para lembrar outro clássico, Max Weber, distintas e separadas. De um lado, está o problema econômico. Embora os especialistas divirjam de alto a baixo sobre o diagnóstico e a cura da recessão, estão, de modo geral, concordes em que ela responde a um campo de fatores e decisões autônomo. De outra parte há a ofensiva empreendida pela Operação Lava Jato contra focos históricos de corrupção, que envolvem algumas das maiores empresas, públicas e privadas, do país. Embora sejam óbvios os efeitos econômicos indiretos, ao paralisar atores de grande porte, a iniciativa mira efeitos na dimensão criminal, não produtiva. Por isso, precisa ser vista em sua especificidade. Por mais agudas que sejam as consequências específicas da recessão e da desmontagem de redes corruptas, a extensão temporal das mesmas ficaria contida se as fontes de instabilidade não tivessem paralisado um terceiro âmbito: a política. Como é no plano das instituições que se consegue agir para enfrentar os problemas, a incapacidade demonstrada por lideranças e partidos em 2015 de fazer frente aos desafios postos promete estender os efeitos sísmicos de dupla origem. Uma Presidência da República, eixo do regime brasileiro, profundamente enfraquecida; um vice-presidente disposto a ser desleal por razões menores; um partido de centro que coloca na Presidência da Câmara parlamentar suspeito e inescrupuloso; um partido de orientação liberal que adere à proposta de impeachment sem base consistente; um partido popular que não consegue explicar graves acusações de corrupção nem determinar ações com vistas a estancar a recessão que inferniza a vida do povo. Configura-se perigoso vazio de respostas. Aqui, desde a planície, as pessoas comuns seguem em movimento. A iniciativa das centrais sindicais junto a empresários mostra a vitalidade das classes. A mobilização de igrejas, associações múltiplas e debates em foros universitários, também. Quem sabe a extensão da crise ocasione renascimento da sociedade civil. Precisaremos esperar, contudo, que a política se reconstrua para, de fato, sair da crise. Quem sabe, assim como aconteceu no final da ditadura, a seiva social consiga fertilizar e renovar as instituições, encurtando a duração do infortúnio. avsinger@usp.br
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Oposição critica sistema eleitoral e pede mudanças em pleito na Argentina
A pouco menos de dois meses das eleições na Argentina, os três principais candidatos da oposição apareceram juntos nesta quarta-feira (26) para fazer críticas e pedir transparência ao processo eleitoral do país. Maurício Macri, da aliança Cambiemos (Mudemos, em português), Sergio Massa, da UNA (Unidos por uma Nova Argentina), e Margarita Stolbizer, da frente Progresistas, fizeram um pronunciamento conjunto em que pediram que problemas ocorridos na província de Tucumán, no último fim de semana, não se repitam nas eleições de outubro. Tucumán, no norte da Argentina, tem apenas 3,5% dos eleitores argentinos. Mas a tumultuada eleição do último domingo (23) contaminou a campanha nacional. Urnas foram queimadas e a oposição denunciou supostas fraudes na contagem dos votos. Na Argentina, é o Poder Executivo quem controla o processo eleitoral. O atual governador de Tucumán é José Alperovich, aliado da presidente Cristina Kirchner, que está a frente da província desde 2003. No domingo, o presidenciável que representa o governo, Daniel Scioli, foi à província festejar a vitória do sucessor governista, Juan Manzur, que foi ministro de Cristina. Nos dias seguintes ao pleito, porém, moradores de Tucumán foram às ruas em protesto contra as denúncias de fraude, e a oposição não reconhece o resultado. Como os argentinos votam A junta eleitoral, ligada ao Poder Judiciário, iniciou nesta terça (25) a contagem oficial dos votos, o que deverá levar dias. Enquanto isso, os presidenciáveis trocam acusações. Nesta quarta (26), foi a vez de a presidente Cristina Kirchner defender seus aliados. "Não pedimos nada mais do que reconheçam os nossos triunfos, porque essa é a vida democrática", afirmou Cristina, em discurso na Bolsa de Comércio. Em suas palavras, a oposição está "desarvorada" e "louca" por não reconhecer a vitória do kirchnerismo em Tucumán. Os candidatos opositores defenderam a mudança do sistema eleitoral no país. Sergio Massa propôs alugar urnas eletrônicas do Brasil para substituir o pleito em papel já nestas eleições. Mas o principal adversário desta ideia é o pouco tempo até 25 de outubro. Macri defendeu o sistema que adotou na cidade de Buenos Aires, onde governa, em que o eleitor seleciona o candidato em uma máquina, imprime o voto e o deposita na urna. O voto é parcialmente eletrônico, mas elimina grande parte das manobras de sabotagem nas eleições. O mais importante, contudo, foi a foto em que os três apareceram juntos, sugerindo uma soma das oposições contra o candidato do governo. INFERNO ASTRAL Para o analista político Pablo Knopoff, da consultoria Isonomía, Scioli enfrenta sua segunda crise em duas semanas. A primeira foi a viagem que fez à Itália no momento em que a província de Buenos Aires, que governa, estava afetada por alagamentos. "Se esses acontecimentos não lhe tiram votos, brecam seu crescimento", afirma Knopoff. Isso reforça uma previsão de possível segundo turno na Argentina, cenário que beneficia a oposição. Para vencer no primeiro turno, Scioli teria que marcar 45% ou ter pelo menos 40% e uma diferença de dez pontos percentuais sobre o segundo. Nas primárias, no dia 9, Scioli marcou 38,5%, contra 30% da aliança liderada por Macri. "Scioli tem que desenvolver ações que não sejam voltadas para o público interno, para os kirchneristas. E, sim, mirar o votante independente e não kirchnerista para alcançar os votos que lhe faltam", diz Knopoff.
mundo
Oposição critica sistema eleitoral e pede mudanças em pleito na ArgentinaA pouco menos de dois meses das eleições na Argentina, os três principais candidatos da oposição apareceram juntos nesta quarta-feira (26) para fazer críticas e pedir transparência ao processo eleitoral do país. Maurício Macri, da aliança Cambiemos (Mudemos, em português), Sergio Massa, da UNA (Unidos por uma Nova Argentina), e Margarita Stolbizer, da frente Progresistas, fizeram um pronunciamento conjunto em que pediram que problemas ocorridos na província de Tucumán, no último fim de semana, não se repitam nas eleições de outubro. Tucumán, no norte da Argentina, tem apenas 3,5% dos eleitores argentinos. Mas a tumultuada eleição do último domingo (23) contaminou a campanha nacional. Urnas foram queimadas e a oposição denunciou supostas fraudes na contagem dos votos. Na Argentina, é o Poder Executivo quem controla o processo eleitoral. O atual governador de Tucumán é José Alperovich, aliado da presidente Cristina Kirchner, que está a frente da província desde 2003. No domingo, o presidenciável que representa o governo, Daniel Scioli, foi à província festejar a vitória do sucessor governista, Juan Manzur, que foi ministro de Cristina. Nos dias seguintes ao pleito, porém, moradores de Tucumán foram às ruas em protesto contra as denúncias de fraude, e a oposição não reconhece o resultado. Como os argentinos votam A junta eleitoral, ligada ao Poder Judiciário, iniciou nesta terça (25) a contagem oficial dos votos, o que deverá levar dias. Enquanto isso, os presidenciáveis trocam acusações. Nesta quarta (26), foi a vez de a presidente Cristina Kirchner defender seus aliados. "Não pedimos nada mais do que reconheçam os nossos triunfos, porque essa é a vida democrática", afirmou Cristina, em discurso na Bolsa de Comércio. Em suas palavras, a oposição está "desarvorada" e "louca" por não reconhecer a vitória do kirchnerismo em Tucumán. Os candidatos opositores defenderam a mudança do sistema eleitoral no país. Sergio Massa propôs alugar urnas eletrônicas do Brasil para substituir o pleito em papel já nestas eleições. Mas o principal adversário desta ideia é o pouco tempo até 25 de outubro. Macri defendeu o sistema que adotou na cidade de Buenos Aires, onde governa, em que o eleitor seleciona o candidato em uma máquina, imprime o voto e o deposita na urna. O voto é parcialmente eletrônico, mas elimina grande parte das manobras de sabotagem nas eleições. O mais importante, contudo, foi a foto em que os três apareceram juntos, sugerindo uma soma das oposições contra o candidato do governo. INFERNO ASTRAL Para o analista político Pablo Knopoff, da consultoria Isonomía, Scioli enfrenta sua segunda crise em duas semanas. A primeira foi a viagem que fez à Itália no momento em que a província de Buenos Aires, que governa, estava afetada por alagamentos. "Se esses acontecimentos não lhe tiram votos, brecam seu crescimento", afirma Knopoff. Isso reforça uma previsão de possível segundo turno na Argentina, cenário que beneficia a oposição. Para vencer no primeiro turno, Scioli teria que marcar 45% ou ter pelo menos 40% e uma diferença de dez pontos percentuais sobre o segundo. Nas primárias, no dia 9, Scioli marcou 38,5%, contra 30% da aliança liderada por Macri. "Scioli tem que desenvolver ações que não sejam voltadas para o público interno, para os kirchneristas. E, sim, mirar o votante independente e não kirchnerista para alcançar os votos que lhe faltam", diz Knopoff.
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Aos 9 anos, novo colunista da Folhinha quer ser cientista
No ano passado, quando visitou o Museu Catavento, em São Paulo, Pedro Andrade, 9, lembra que o que mais gostou de ver foi as experiências científicas. Tanto que ele já sabe o que quer ser quando crescer: cientista. "Gosto de contas e de química", diz. Morador de Álvares Machado, cidade a 576 km de São Paulo, Pedro estreia neste sábado (30) como novo colunista da "Folhinha". Em seu texto de estreia, ele conta a história de um adolescente chamado Steve, que sonha ir a Vênus e que, muitos anos depois, atinge seu objetivo e pisa no planeta assim como o norte-americano Neil Armstrong pisou na Lua, em 1969. IMAGINAÇÃO Fã dos quadrinhos da Turma da Mônica, do super-herói Flash e da série "O Diário de um Banana", Pedro gosta de inventar histórias de ficção. "Eu me divirto criando textos", diz. Além do futebol, um de seus esportes preferidos é o atletismo, que serviu de inspiração para outro de seus textos que serão publicados na "Folhinha". A história é sobre um gato chamado Relâmpago, que é rápido como um raio e vencedor das Olimpíadas. No fim da aventura de Relâmpago, Pedro diz que o importante é competir, e não apenas ganhar. "Eu acho que hoje as pessoas só ligam para o dinheiro e esquecem-se de se divertir", analisa. Para além da fantasia, dois de seus textos falam também sobre questões do cotidiano, como livros e a importância do estudo. Ele diz que, se pudesse mudar algo na vida das crianças, acabaria com a pobreza, que chega a impedir muitas de irem à escola. "Queria que elas pudessem estudar mais. Tem pais que abandonam os filhos, crianças que ficam o dia todo na rua", diz. Para ser um colunista como Pedro, escreva um texto de mil caracteres e mande para folhinha@uol.com.br, com seu nome, idade e "Ideias" no campo do assunto. O autor muda a cada mês e deve ter até 12 anos. O tema é livre, e você pode falar sobre qualquer assunto, como games, brincadeiras, histórias que já aconteceram com você ou até mesmo aquelas vindas da imaginação, como as de Pedro. Na dúvida, siga o conselho do garoto: "Não é difícil. Tenho a ideia e escrevo. Acho que é só isso", diz.
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Aos 9 anos, novo colunista da Folhinha quer ser cientistaNo ano passado, quando visitou o Museu Catavento, em São Paulo, Pedro Andrade, 9, lembra que o que mais gostou de ver foi as experiências científicas. Tanto que ele já sabe o que quer ser quando crescer: cientista. "Gosto de contas e de química", diz. Morador de Álvares Machado, cidade a 576 km de São Paulo, Pedro estreia neste sábado (30) como novo colunista da "Folhinha". Em seu texto de estreia, ele conta a história de um adolescente chamado Steve, que sonha ir a Vênus e que, muitos anos depois, atinge seu objetivo e pisa no planeta assim como o norte-americano Neil Armstrong pisou na Lua, em 1969. IMAGINAÇÃO Fã dos quadrinhos da Turma da Mônica, do super-herói Flash e da série "O Diário de um Banana", Pedro gosta de inventar histórias de ficção. "Eu me divirto criando textos", diz. Além do futebol, um de seus esportes preferidos é o atletismo, que serviu de inspiração para outro de seus textos que serão publicados na "Folhinha". A história é sobre um gato chamado Relâmpago, que é rápido como um raio e vencedor das Olimpíadas. No fim da aventura de Relâmpago, Pedro diz que o importante é competir, e não apenas ganhar. "Eu acho que hoje as pessoas só ligam para o dinheiro e esquecem-se de se divertir", analisa. Para além da fantasia, dois de seus textos falam também sobre questões do cotidiano, como livros e a importância do estudo. Ele diz que, se pudesse mudar algo na vida das crianças, acabaria com a pobreza, que chega a impedir muitas de irem à escola. "Queria que elas pudessem estudar mais. Tem pais que abandonam os filhos, crianças que ficam o dia todo na rua", diz. Para ser um colunista como Pedro, escreva um texto de mil caracteres e mande para folhinha@uol.com.br, com seu nome, idade e "Ideias" no campo do assunto. O autor muda a cada mês e deve ter até 12 anos. O tema é livre, e você pode falar sobre qualquer assunto, como games, brincadeiras, histórias que já aconteceram com você ou até mesmo aquelas vindas da imaginação, como as de Pedro. Na dúvida, siga o conselho do garoto: "Não é difícil. Tenho a ideia e escrevo. Acho que é só isso", diz.
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Corinthians liga alerta, tenta recuperar elenco e impedir cansaço
Faltando nove rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, a disputa pelo título voltou a ficar emocionante. O empate entre Ponte Preta e Corinthians, no Moisés Lucarelli, por 2 a 2, diminuiu a diferença do líder para o Atlético-MG para cinco pontos, levando esperança para o time de Levir Culpi. As palavras de ordem do momento no Parque São Jorge são trabalho, descanso, concentração e recuperação. Em razão das eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, o campeonato vai ficar parado nos próximos dez dias, até a próxima semana, na quarta-feira (14), quando a 30ª rodada será aberta. Tempo visto como fundamental pelo departamento médico corintiano. Com o alerta ligado por causa de lesões consecutivas neste final de temporada, é hora de mobilização. "Eu diria que aumentamos o nosso nível de concentração a todos os detalhes. E a mobilização de todos os profissionais envolvidos torna-se maior consequentemente", afirma o fisioterapeuta da equipe alvinegra, Bruno Mazziotti. São sete os jogadores que estiveram fora na última partida: Fagner, Uendel, Guilherme Arana, Bruno Henrique e Cristian, além de Luciano e Rildo, com lesões mais graves, que vão demorar mais tempo para serem liberados. Apesar do número grande de desfalques nas últimas rodadas, estudos do departamento médico do Corinthians mostram que ele ainda é menor do que o do ano passado. "As lesões se concentram agora, na reta final", diz Mazziotti. "O fato de muitas terem sido no fim do ano é uma coisa pra gente olhar no final da temporada e pensar como melhorar para o próximo ano", completa. O Corinthians volta a jogar na quarta (15), quando enfrenta o Goiás, em Itaquera. Até o final, os adversários são: Atlético-PR, Flamengo, Atlético-MG, Coritiba, Vasco, São Paulo, Sport e Avaí —ao todo, são cinco duelos em casa e quatro fora. Veja vídeo
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Corinthians liga alerta, tenta recuperar elenco e impedir cansaçoFaltando nove rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, a disputa pelo título voltou a ficar emocionante. O empate entre Ponte Preta e Corinthians, no Moisés Lucarelli, por 2 a 2, diminuiu a diferença do líder para o Atlético-MG para cinco pontos, levando esperança para o time de Levir Culpi. As palavras de ordem do momento no Parque São Jorge são trabalho, descanso, concentração e recuperação. Em razão das eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, o campeonato vai ficar parado nos próximos dez dias, até a próxima semana, na quarta-feira (14), quando a 30ª rodada será aberta. Tempo visto como fundamental pelo departamento médico corintiano. Com o alerta ligado por causa de lesões consecutivas neste final de temporada, é hora de mobilização. "Eu diria que aumentamos o nosso nível de concentração a todos os detalhes. E a mobilização de todos os profissionais envolvidos torna-se maior consequentemente", afirma o fisioterapeuta da equipe alvinegra, Bruno Mazziotti. São sete os jogadores que estiveram fora na última partida: Fagner, Uendel, Guilherme Arana, Bruno Henrique e Cristian, além de Luciano e Rildo, com lesões mais graves, que vão demorar mais tempo para serem liberados. Apesar do número grande de desfalques nas últimas rodadas, estudos do departamento médico do Corinthians mostram que ele ainda é menor do que o do ano passado. "As lesões se concentram agora, na reta final", diz Mazziotti. "O fato de muitas terem sido no fim do ano é uma coisa pra gente olhar no final da temporada e pensar como melhorar para o próximo ano", completa. O Corinthians volta a jogar na quarta (15), quando enfrenta o Goiás, em Itaquera. Até o final, os adversários são: Atlético-PR, Flamengo, Atlético-MG, Coritiba, Vasco, São Paulo, Sport e Avaí —ao todo, são cinco duelos em casa e quatro fora. Veja vídeo
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Dilma me alertou sobre prisão, diz Santana para tentar destravar delação
Na tentativa de destravar seu acordo com a Lava Jato, parado desde o fim do ano passado, o marqueteiro João Santana afirmou, em roteiro para sua delação premiada, que ele e a mulher, Mônica Moura, receberam recado da então presidente Dilma Rousseff de que seriam presos. Em fevereiro de 2016, quando foram alvo da 23ª fase da Lava Jato, Santana e Mônica estavam na República Dominicana, onde comandavam a campanha presidencial para a reeleição de Danilo Medina. Após receberem o mandado judicial, embarcaram para o Brasil e se entregaram na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde passaram quase seis meses presos. Segundo a Folha apurou, o publicitário baiano resolveu incluir o relato que implica Dilma no plano de sua delação como uma espécie de trunfo, já que os procuradores da Lava Jato travaram as negociações com seus advogados. Pessoas com acesso às investigações afirmaram à reportagem que Santana diz ter sido avisado de sua prisão por um aliado de Dilma, a pedido da então presidente, com quem o publicitário tinha uma relação de amizade. Santana e Mônica saíram da prisão no início de agosto, após pagarem fiança de mais de R$ 31 milhões. Ainda na carceragem, começaram a negociar um acordo com a força-tarefa, temendo permanecerem presos após uma possível condenação. Procuradores ouvidos pela Folha reservadamente relataram que, até o momento, os fatos contados pelo marqueteiro e sua mulher não despertaram interesse da Procuradoria-Geral da República e da força-tarefa de Curitiba. Os investigadores alegam que os detalhes dos pagamentos feitos pela Odebrecht no exterior para o casal, por exemplo, já foram esclarecidos em depoimentos de executivos da empreiteira e, portanto, esperam que a delação do marqueteiro e de sua mulher sejam mais abrangentes, com inclusão de fatos novos. Desde o início deste ano a defesa de Santana e Mônica não conseguiu agendar audiências com integrantes do Ministério Público Federal para tentar retomar as negociações. Ex-integrantes do governo da petista dizem que, caso Dilma tenha realmente alertado Santana sobre sua prisão, o fez com base em "boatos" que, segundo eles, "estavam fortes na época". OUTRO LADO Procurado pela Folha, José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma e ministro da Justiça na época da prisão de Santana e Mônica, afirmou que nem ele nem a então presidente tinham "informações privilegiadas sobre as investigações" e que, portanto, o relato "não procede". Já os advogados de Santana e Mônica não quiseram se manifestar sobre o tema. A PRISÃO Em 12 de fevereiro de 2016, a Folha revelou que a Lava Jato investigava indícios de pagamentos feitos pela Odebrecht em contas de Santana na Suíça e, uma semana depois, o juiz Sergio Moro negou aos advogados do marqueteiro acesso aos autos que faziam referência e ele. De acordo com petistas, o ato de Moro "levantou a tese" de que Santana estava mesmo sendo investigado e que, portanto, poderia ser preso. A prisão do casal, responsável pelas campanhas presidenciais do PT em 2006 (Lula), 2010 e 2014 (Dilma) veio 11 dias depois. A principal acusação era que Santana e Mônica receberam US$ 7,5 milhões no exterior de Zwi Skornicki, lobista de um estaleiro que tem negócios com a Petrobras, e de offshores ligadas à Odebrecht. Segundo Moro, Mônica sabia que os recursos recebidos eram de origem ilícita.
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Dilma me alertou sobre prisão, diz Santana para tentar destravar delaçãoNa tentativa de destravar seu acordo com a Lava Jato, parado desde o fim do ano passado, o marqueteiro João Santana afirmou, em roteiro para sua delação premiada, que ele e a mulher, Mônica Moura, receberam recado da então presidente Dilma Rousseff de que seriam presos. Em fevereiro de 2016, quando foram alvo da 23ª fase da Lava Jato, Santana e Mônica estavam na República Dominicana, onde comandavam a campanha presidencial para a reeleição de Danilo Medina. Após receberem o mandado judicial, embarcaram para o Brasil e se entregaram na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde passaram quase seis meses presos. Segundo a Folha apurou, o publicitário baiano resolveu incluir o relato que implica Dilma no plano de sua delação como uma espécie de trunfo, já que os procuradores da Lava Jato travaram as negociações com seus advogados. Pessoas com acesso às investigações afirmaram à reportagem que Santana diz ter sido avisado de sua prisão por um aliado de Dilma, a pedido da então presidente, com quem o publicitário tinha uma relação de amizade. Santana e Mônica saíram da prisão no início de agosto, após pagarem fiança de mais de R$ 31 milhões. Ainda na carceragem, começaram a negociar um acordo com a força-tarefa, temendo permanecerem presos após uma possível condenação. Procuradores ouvidos pela Folha reservadamente relataram que, até o momento, os fatos contados pelo marqueteiro e sua mulher não despertaram interesse da Procuradoria-Geral da República e da força-tarefa de Curitiba. Os investigadores alegam que os detalhes dos pagamentos feitos pela Odebrecht no exterior para o casal, por exemplo, já foram esclarecidos em depoimentos de executivos da empreiteira e, portanto, esperam que a delação do marqueteiro e de sua mulher sejam mais abrangentes, com inclusão de fatos novos. Desde o início deste ano a defesa de Santana e Mônica não conseguiu agendar audiências com integrantes do Ministério Público Federal para tentar retomar as negociações. Ex-integrantes do governo da petista dizem que, caso Dilma tenha realmente alertado Santana sobre sua prisão, o fez com base em "boatos" que, segundo eles, "estavam fortes na época". OUTRO LADO Procurado pela Folha, José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma e ministro da Justiça na época da prisão de Santana e Mônica, afirmou que nem ele nem a então presidente tinham "informações privilegiadas sobre as investigações" e que, portanto, o relato "não procede". Já os advogados de Santana e Mônica não quiseram se manifestar sobre o tema. A PRISÃO Em 12 de fevereiro de 2016, a Folha revelou que a Lava Jato investigava indícios de pagamentos feitos pela Odebrecht em contas de Santana na Suíça e, uma semana depois, o juiz Sergio Moro negou aos advogados do marqueteiro acesso aos autos que faziam referência e ele. De acordo com petistas, o ato de Moro "levantou a tese" de que Santana estava mesmo sendo investigado e que, portanto, poderia ser preso. A prisão do casal, responsável pelas campanhas presidenciais do PT em 2006 (Lula), 2010 e 2014 (Dilma) veio 11 dias depois. A principal acusação era que Santana e Mônica receberam US$ 7,5 milhões no exterior de Zwi Skornicki, lobista de um estaleiro que tem negócios com a Petrobras, e de offshores ligadas à Odebrecht. Segundo Moro, Mônica sabia que os recursos recebidos eram de origem ilícita.
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MPF pede perícia e questiona veracidade de recibos enviados por Lula
O Ministério Público Federal questionou nesta quinta-feira (5) a veracidade de um contrato de locação e de recibos apresentados pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 25 de setembro. O órgão pediu perícia dos documentos. Os recibos foram enviados à Justiça pelo petista com o objetivo de comprovar o pagamento de aluguel do apartamento vizinho ao que Lula mora em São Bernardo do Campo (SP). O contrato teria sido firmado entre o empresário Glaucos da Costamarques e a mulher do ex-presidente, Marisa Letícia. A Procuradoria pediu investigação para apurar se os recibos de aluguel são materialmente ou ideologicamente falsos. Na denúncia, o Ministério Público Federal diz que Lula não pagou pela locação do imóvel, comprado por Costamarques em 2010. Segundo a acusação, o empresário atuou como laranja na aquisição, que teria sido realizada com propina da Odebrecht, obtida por meio de contratos com a Petrobras. Entre os 26 recibos de aluguel apresentados pela defesa de Lula, dois informavam datas inexistentes (31 de junho de 2014 e 31 de novembro de 2015) como término do período de locação do apartamento. A defesa de Costamarques apresentou petição afirmando que todos os recibos foram assinados no mesmo dia, em dezembro de 2015, quando o contador João Leite, após visita do advogado Roberto Teixeira, teria procurado Costamarques no Hospital Sírio-Libanês, onde estava internado. O empresário também já afirmou a Moro que só passou a receber os aluguéis do apartamento ao final de 2015. Em nota, a Procuradoria afirma que as provas já demonstram "que o contrato e o recibo são papéis criados para disfarçar a real titularidade do imóvel usado pelo ex-presidente, que foi comprovadamente comprado com recursos oriundos da Odebrecht". Ainda assim, segundo entendimento do Ministério Público, a produção de provas adicionais pode "corroborar o que já existe" e esclarecer alguns pontos, como se houve adulteração dos papéis e onde estavam os recibos, que não foram encontrados em procedimentos de busca e apreensão. Em audiência no dia 13 de setembro, Moro havia demonstrado contrariedade com o fato de o petista não ter apresentado os recibos de aluguel desde a apresentação da denúncia, em dezembro de 2016. No mesmo processo, Lula é acusado de aceitar como propina da Odebrecht um terreno na zona sul de São Paulo para o Instituto Lula. A defesa afirma que o imóvel nunca foi de propriedade do ex-presidente. OUTRO LADO Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins disse que o questionamento do Ministério Público é uma "tática ilusionista" por não ter conseguido provar que valores provenientes de contratos da Petrobras beneficiaram o ex-presidente. A defesa afirmou, ainda, que a perícia demonstrará que os recibos são idôneos e que foram assinados pelo proprietário do imóvel, Glaucos da Costamarques. No texto, Zanin lembrou que a defesa também pediu perícia de documentos apresentados pela acusação, ainda não autorizada. "Espera-se que o juiz dê ao questionamento da defesa o mesmo tratamento em relação aos questionamentos da acusação, não apenas em relação à idoneidade de documentos, mas sobretudo no que tange à necessidade de demonstração do afirmado uso de recursos da Petrobras para a aquisição dos imóveis."
poder
MPF pede perícia e questiona veracidade de recibos enviados por LulaO Ministério Público Federal questionou nesta quinta-feira (5) a veracidade de um contrato de locação e de recibos apresentados pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 25 de setembro. O órgão pediu perícia dos documentos. Os recibos foram enviados à Justiça pelo petista com o objetivo de comprovar o pagamento de aluguel do apartamento vizinho ao que Lula mora em São Bernardo do Campo (SP). O contrato teria sido firmado entre o empresário Glaucos da Costamarques e a mulher do ex-presidente, Marisa Letícia. A Procuradoria pediu investigação para apurar se os recibos de aluguel são materialmente ou ideologicamente falsos. Na denúncia, o Ministério Público Federal diz que Lula não pagou pela locação do imóvel, comprado por Costamarques em 2010. Segundo a acusação, o empresário atuou como laranja na aquisição, que teria sido realizada com propina da Odebrecht, obtida por meio de contratos com a Petrobras. Entre os 26 recibos de aluguel apresentados pela defesa de Lula, dois informavam datas inexistentes (31 de junho de 2014 e 31 de novembro de 2015) como término do período de locação do apartamento. A defesa de Costamarques apresentou petição afirmando que todos os recibos foram assinados no mesmo dia, em dezembro de 2015, quando o contador João Leite, após visita do advogado Roberto Teixeira, teria procurado Costamarques no Hospital Sírio-Libanês, onde estava internado. O empresário também já afirmou a Moro que só passou a receber os aluguéis do apartamento ao final de 2015. Em nota, a Procuradoria afirma que as provas já demonstram "que o contrato e o recibo são papéis criados para disfarçar a real titularidade do imóvel usado pelo ex-presidente, que foi comprovadamente comprado com recursos oriundos da Odebrecht". Ainda assim, segundo entendimento do Ministério Público, a produção de provas adicionais pode "corroborar o que já existe" e esclarecer alguns pontos, como se houve adulteração dos papéis e onde estavam os recibos, que não foram encontrados em procedimentos de busca e apreensão. Em audiência no dia 13 de setembro, Moro havia demonstrado contrariedade com o fato de o petista não ter apresentado os recibos de aluguel desde a apresentação da denúncia, em dezembro de 2016. No mesmo processo, Lula é acusado de aceitar como propina da Odebrecht um terreno na zona sul de São Paulo para o Instituto Lula. A defesa afirma que o imóvel nunca foi de propriedade do ex-presidente. OUTRO LADO Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins disse que o questionamento do Ministério Público é uma "tática ilusionista" por não ter conseguido provar que valores provenientes de contratos da Petrobras beneficiaram o ex-presidente. A defesa afirmou, ainda, que a perícia demonstrará que os recibos são idôneos e que foram assinados pelo proprietário do imóvel, Glaucos da Costamarques. No texto, Zanin lembrou que a defesa também pediu perícia de documentos apresentados pela acusação, ainda não autorizada. "Espera-se que o juiz dê ao questionamento da defesa o mesmo tratamento em relação aos questionamentos da acusação, não apenas em relação à idoneidade de documentos, mas sobretudo no que tange à necessidade de demonstração do afirmado uso de recursos da Petrobras para a aquisição dos imóveis."
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Fondue de queijo deve ser leve e equilibrado; confira receita
A mistura de um ou mais queijos derretidos, servida na panela com réchaud (assim se mantém bem quente) e garfos longos para espetar o pão é, com algumas variações, uma especialidade suíça –e uma receita daquelas que dão aquecem noites geladas. Existem versões prontas da receita, facilmente encontradas em supermercados (o "Comida" testou algumas das marcas mais vendidas em São Paulo), mas é possível unir alguns poucos ingredientes e servir uma versão mais "exclusiva" em casa. Segundo Cristina Häfeli, do restaurante Florina (especializado na receita), um bom fondue deve ser homogêneo e leve. "É importante que se sinta a bebida, o kirsh [destilado de cereja] ou o vinho branco. Ele deve ter sabor de queijo marcante e não ser enjoativo." Como o fondue é a refeição completa, deve ser equilibrado. "Nem tão salgado, nem tão adocicado. Com um pouco de acidez", afirma Fernando de Oliveira, d'A Queijaria. Confira aqui a receita do fondue de queijo do restaurante Florina, em São Paulo. DICAS PARA O FONDUE - Sirva na companhia de vinho branco, mais adstringente - Para acompanhar, boas pedidas são presunto cru, bresaola, salaminho e conservas - Aposte em sobremesas leves, de frutas. Evite derivados do leite: o ingrediente já está em abundância no fondue - Fondue pode ser mais temperado mesmo depois de pronto. Prefira pimenta moída na hora Florina r. Cristóvão Pereira, 1.220, Campo Belo; tel.(11) 5041-5740
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Fondue de queijo deve ser leve e equilibrado; confira receitaA mistura de um ou mais queijos derretidos, servida na panela com réchaud (assim se mantém bem quente) e garfos longos para espetar o pão é, com algumas variações, uma especialidade suíça –e uma receita daquelas que dão aquecem noites geladas. Existem versões prontas da receita, facilmente encontradas em supermercados (o "Comida" testou algumas das marcas mais vendidas em São Paulo), mas é possível unir alguns poucos ingredientes e servir uma versão mais "exclusiva" em casa. Segundo Cristina Häfeli, do restaurante Florina (especializado na receita), um bom fondue deve ser homogêneo e leve. "É importante que se sinta a bebida, o kirsh [destilado de cereja] ou o vinho branco. Ele deve ter sabor de queijo marcante e não ser enjoativo." Como o fondue é a refeição completa, deve ser equilibrado. "Nem tão salgado, nem tão adocicado. Com um pouco de acidez", afirma Fernando de Oliveira, d'A Queijaria. Confira aqui a receita do fondue de queijo do restaurante Florina, em São Paulo. DICAS PARA O FONDUE - Sirva na companhia de vinho branco, mais adstringente - Para acompanhar, boas pedidas são presunto cru, bresaola, salaminho e conservas - Aposte em sobremesas leves, de frutas. Evite derivados do leite: o ingrediente já está em abundância no fondue - Fondue pode ser mais temperado mesmo depois de pronto. Prefira pimenta moída na hora Florina r. Cristóvão Pereira, 1.220, Campo Belo; tel.(11) 5041-5740
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Como é o trabalho dos 'caça-fantasmas' da vida real
JANE O'BRIEN DA BBC NEWS, EM FREDERICK (EUA) Após notar alguns acontecimentos no mínimo inexplicáveis, os funcionários do Nido's, um restaurante italiano de Frederick, no Estado americano de Maryland, decidiram fazer um telefonema. Alguns dias de espera depois, uma equipe de cinco caça-fantasmas adentrou o local. A Dead of Night Paranormal Investigation ("Na Calada da Noite Investigações Paranormais", em tradução livre) conversou com cozinheiros e garçons: era comum ouvir uma "presença invisível" subindo e descendo as escadas, diziam. Usando camisetas pretas com o logotipo da empresa, a equipe começou a posicionar câmeras comuns e outras que captam calor para tentar registrar algum movimento sobrenatural. Em seguida, ligaram um equipamento importante, o "sound box" —dispositivo que analisa rapidamente várias frequências de rádio que (se você acredita nestas coisas) cria uma fonte de energia que espíritos podem manipular para se comunicar com os vivos. Os caçadores identificaram um fantasma chamado Malcolm, que teria feito um pedido: "me ajudem". "O paranormal se manifesta de várias formas", diz Leanne Baur, integrante da Dead of Night. Independente de você acreditar ou não nisso, algo é inegável: a procura por assombrações voltou a ser assunto popular com o lançamento recente da nova versão do filme "Caça-Fantasmas". FICÇÃO E REALIDADE O filme é uma obra de ficção, mas a verdade é que existem milhares de equipes de caça-fantasmas em todo o mundo. Segundo a ParanormalSocieties.com, que afirma ter a maior lista de sociedades e grupos de paranormais do mundo, os Estados Unidos são líderes no setor, com mais de 3,6 mil integrantes registrados. Para se ter uma ideia da supremacia americana, o Canadá tem 53 grupos. O Brasil tem apenas um, o Grupo de Investigação Mundo Paralelo, de São Paulo. "O lançamento do filme anima. E junto com os vários programas de [investigação] paranormal na TV, dá uma boa ideia do nível de interesse contínuo que está por aí", afirma a representante da Dead of Night. Leanne Baur, da Dead of Night, diz que a equipe quer apenas "ficar em paz com os espíritos". Ela esclarece, no entanto, que os caça-fantasmas da vida real não vivem situações cheias de ação e perigos como a equipe do filme. "O que fazemos é um pouco diferente. Existe um aspecto muito sério, não podemos capturar espíritos e não temos mochilas de prótons", diz a especialista, se referindo ao famoso equipamento carregado pelas personagens do blockbuster. "Queremos ficar em paz com os espíritos." SEM QUALIFICAÇÃO, SEM PAGAMENTO Não é necessária uma qualificação formal para se transformar em um investigador do universo paranormal. Também não são necessárias licenças legais, e a pessoa sequer precisa acreditar em fantasmas. Mas antes que você transforme seu carro e já comece pensar no tipo de uniforme que vai usar, é bom saber que a maioria dos caça-fantasmas da vida real não ganha nada para fazer o trabalho. E isso acontece pelo fato de suas descobertas serem abertas a várias interpretações —você acredita em fantasmas ou não—, e porque eles não querem ter de atender às expectativas do cliente. "Em uma situação típica, as pessoas nos chamam porque querem que [a resposta] seja algo, e eles podem não ter a resposta que desejam", diz Spencer Chamberlain, fundador da East Coast Research and Investigation of the Paranormal, uma empresa com base em Rockville, também em Maryland. "Mas se você está pagando para alguém chegar e falar que há um fantasma, eles vão te falar que há um fantasma." Ao não cobrar pela visita, grupos como o Dead of Night e o East Coast Research afirmam poder ter os escrúpulos e a ciência como guias de suas pesquisas. VISITAS Os caça-fantasmas ganham dinheiro organizando eventos públicos, como visitas a locais que seriam assombrados. A equipe da Dead of Night faz isso na cidade histórica de Ellicott City, em Maryland, há 18 meses —cobra US$ 15 (quase R$ 50) por pessoa e costuma guiar grupos com no mínimo dez integrantes. Baur afirma que o objetivo não é só divertir, mas também educar as pessoas a respeito de fenômenos paranormais. No Reino Unido, há o Dawn Till Dusk Events, que organiza visitas em todo o país. A cada fim de semana são dois ou três eventos, incluindo passeios por um hospital abandonado em Liverpool, túneis desativados e uma antiga base militar subterrânea em Worcestershire. Os preços variam entre 14 e 36 libras (de R$ 60 a R$ 278) por pessoa. "Todo tipo de pessoa participa. Os mais assíduos são caça-fantasmas entusiasmados, outros são levados pelos amigos e não acreditam e alguns chegam desesperados para ver alguma coisa", disse Jessica Gladwin, fundadora e dona do grupo. Nos Estados Unidos, há outra forma de ganhar dinheiro procurando fenômenos paranormais: tendo seu próprio reality show. É o caso de Elizabeth Saint, que diz ver fantasmas frequentemente desde quando era criança. Ela faz parte do grupo Maryland Paranormal Research e em 2015 foi escolhida para fazer parte da equipe de três pesquisadores do programa Ghosts of Shepherdstown. SEM 'LIMPEZA' A tarefa desses caça-fantasmas é ajudar pessoas ou empresas a descobrirem se realmente dividem o teto com um fantasma. Mas eles não fazem "limpezas", ou seja, o despejo do espírito do local. Esse tipo de trabalho geralmente é feito por médiuns, pessoas que dizem poder se comunicar com os mortos —e que costumam cobram pelo serviço. Marjorie Rivera, 47, defende essa cobrança. "Pagamos um eletricista para consertar a fiação, pois não mexemos com coisas que não conhecemos. Eu trabalho com energia, como um eletricista", afirmou ela, moradora da cidade americana de Pittsburgh e integrante de uma família de médiuns e curandeiros. "Percebi que fazer limpezas era uma profissão especializada e que eu teria que ter treinamento (para trabalhar), assim como um encanador e um eletricista. Então decidi cobrar o que um encanador e um eletricista cobram, é assim que estabeleço minhas taxas." Descendentes dos Kuna, um grupo indígena do Panamá e Colômbia, Rivera cobra US$ 150 (cerca de R$ 493) por visita. Pelo visto, há mercado: pesquisas mostram que cerca de um terço das pessoas nos EUA e Reino Unido acreditam em fantasmas. E você, quem você vai chamar se ouvir algum barulho estranho no meio da noite?
sobretudo
Como é o trabalho dos 'caça-fantasmas' da vida real JANE O'BRIEN DA BBC NEWS, EM FREDERICK (EUA) Após notar alguns acontecimentos no mínimo inexplicáveis, os funcionários do Nido's, um restaurante italiano de Frederick, no Estado americano de Maryland, decidiram fazer um telefonema. Alguns dias de espera depois, uma equipe de cinco caça-fantasmas adentrou o local. A Dead of Night Paranormal Investigation ("Na Calada da Noite Investigações Paranormais", em tradução livre) conversou com cozinheiros e garçons: era comum ouvir uma "presença invisível" subindo e descendo as escadas, diziam. Usando camisetas pretas com o logotipo da empresa, a equipe começou a posicionar câmeras comuns e outras que captam calor para tentar registrar algum movimento sobrenatural. Em seguida, ligaram um equipamento importante, o "sound box" —dispositivo que analisa rapidamente várias frequências de rádio que (se você acredita nestas coisas) cria uma fonte de energia que espíritos podem manipular para se comunicar com os vivos. Os caçadores identificaram um fantasma chamado Malcolm, que teria feito um pedido: "me ajudem". "O paranormal se manifesta de várias formas", diz Leanne Baur, integrante da Dead of Night. Independente de você acreditar ou não nisso, algo é inegável: a procura por assombrações voltou a ser assunto popular com o lançamento recente da nova versão do filme "Caça-Fantasmas". FICÇÃO E REALIDADE O filme é uma obra de ficção, mas a verdade é que existem milhares de equipes de caça-fantasmas em todo o mundo. Segundo a ParanormalSocieties.com, que afirma ter a maior lista de sociedades e grupos de paranormais do mundo, os Estados Unidos são líderes no setor, com mais de 3,6 mil integrantes registrados. Para se ter uma ideia da supremacia americana, o Canadá tem 53 grupos. O Brasil tem apenas um, o Grupo de Investigação Mundo Paralelo, de São Paulo. "O lançamento do filme anima. E junto com os vários programas de [investigação] paranormal na TV, dá uma boa ideia do nível de interesse contínuo que está por aí", afirma a representante da Dead of Night. Leanne Baur, da Dead of Night, diz que a equipe quer apenas "ficar em paz com os espíritos". Ela esclarece, no entanto, que os caça-fantasmas da vida real não vivem situações cheias de ação e perigos como a equipe do filme. "O que fazemos é um pouco diferente. Existe um aspecto muito sério, não podemos capturar espíritos e não temos mochilas de prótons", diz a especialista, se referindo ao famoso equipamento carregado pelas personagens do blockbuster. "Queremos ficar em paz com os espíritos." SEM QUALIFICAÇÃO, SEM PAGAMENTO Não é necessária uma qualificação formal para se transformar em um investigador do universo paranormal. Também não são necessárias licenças legais, e a pessoa sequer precisa acreditar em fantasmas. Mas antes que você transforme seu carro e já comece pensar no tipo de uniforme que vai usar, é bom saber que a maioria dos caça-fantasmas da vida real não ganha nada para fazer o trabalho. E isso acontece pelo fato de suas descobertas serem abertas a várias interpretações —você acredita em fantasmas ou não—, e porque eles não querem ter de atender às expectativas do cliente. "Em uma situação típica, as pessoas nos chamam porque querem que [a resposta] seja algo, e eles podem não ter a resposta que desejam", diz Spencer Chamberlain, fundador da East Coast Research and Investigation of the Paranormal, uma empresa com base em Rockville, também em Maryland. "Mas se você está pagando para alguém chegar e falar que há um fantasma, eles vão te falar que há um fantasma." Ao não cobrar pela visita, grupos como o Dead of Night e o East Coast Research afirmam poder ter os escrúpulos e a ciência como guias de suas pesquisas. VISITAS Os caça-fantasmas ganham dinheiro organizando eventos públicos, como visitas a locais que seriam assombrados. A equipe da Dead of Night faz isso na cidade histórica de Ellicott City, em Maryland, há 18 meses —cobra US$ 15 (quase R$ 50) por pessoa e costuma guiar grupos com no mínimo dez integrantes. Baur afirma que o objetivo não é só divertir, mas também educar as pessoas a respeito de fenômenos paranormais. No Reino Unido, há o Dawn Till Dusk Events, que organiza visitas em todo o país. A cada fim de semana são dois ou três eventos, incluindo passeios por um hospital abandonado em Liverpool, túneis desativados e uma antiga base militar subterrânea em Worcestershire. Os preços variam entre 14 e 36 libras (de R$ 60 a R$ 278) por pessoa. "Todo tipo de pessoa participa. Os mais assíduos são caça-fantasmas entusiasmados, outros são levados pelos amigos e não acreditam e alguns chegam desesperados para ver alguma coisa", disse Jessica Gladwin, fundadora e dona do grupo. Nos Estados Unidos, há outra forma de ganhar dinheiro procurando fenômenos paranormais: tendo seu próprio reality show. É o caso de Elizabeth Saint, que diz ver fantasmas frequentemente desde quando era criança. Ela faz parte do grupo Maryland Paranormal Research e em 2015 foi escolhida para fazer parte da equipe de três pesquisadores do programa Ghosts of Shepherdstown. SEM 'LIMPEZA' A tarefa desses caça-fantasmas é ajudar pessoas ou empresas a descobrirem se realmente dividem o teto com um fantasma. Mas eles não fazem "limpezas", ou seja, o despejo do espírito do local. Esse tipo de trabalho geralmente é feito por médiuns, pessoas que dizem poder se comunicar com os mortos —e que costumam cobram pelo serviço. Marjorie Rivera, 47, defende essa cobrança. "Pagamos um eletricista para consertar a fiação, pois não mexemos com coisas que não conhecemos. Eu trabalho com energia, como um eletricista", afirmou ela, moradora da cidade americana de Pittsburgh e integrante de uma família de médiuns e curandeiros. "Percebi que fazer limpezas era uma profissão especializada e que eu teria que ter treinamento (para trabalhar), assim como um encanador e um eletricista. Então decidi cobrar o que um encanador e um eletricista cobram, é assim que estabeleço minhas taxas." Descendentes dos Kuna, um grupo indígena do Panamá e Colômbia, Rivera cobra US$ 150 (cerca de R$ 493) por visita. Pelo visto, há mercado: pesquisas mostram que cerca de um terço das pessoas nos EUA e Reino Unido acreditam em fantasmas. E você, quem você vai chamar se ouvir algum barulho estranho no meio da noite?
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De Guimarães.Rosa@edu para Dilma@gov
Presidenta, No seu primeiro discurso de posse, vosmicê me chamou de "poeta da minha terra" e lembrou umas linhas que escrevi ("O correr de vida embrulha tudo. [...] O que ela quer da gente é coragem"). Não mencionou meu nome. No Itamaraty, cansei de escrever para os outros sem que me lembrassem. Era meu ofício. De qualquer forma, obrigado pelo "poeta". Chamo-me João, há quem diga Guimarães, ou mesmo Rosa. Estive ontem com o Raul de Vincenzi, diplomata como eu, mas homem bonito. Lustrava o governo do Juscelino porque o acompanhava como chefe do cerimonial. Ele foi embaixador no Chile do general Pinochet. Nessa função, em janeiro de 1980 defendia o interesse do nosso país para que empreiteiras nacionais construíssem a hidrelétrica de Colbun-Machicura. Os amigos do Planalto queriam que a obra fosse entregue sem licitação, pelo sistema de porteira fechada, que os americanos chamam de turn-key. Os ministros civis de Pinochet não gostavam da ideia, e o chanceler disse ao Raul que a norma chilena era a da licitação, mas sabia que o presidente João Batista Figueiredo tinha "interesse especial" pela escolha de uma empresa brasileira. Não lembrava o nome, mas saiu da sala e voltou com a informação: "Engesa/Odebrecht". (A Engesa, a senhora sabe, fabricava armas e já faliu.) No mesmo dia, o Raul encontrou-se com o general-chefe do gabinete pessoal de Pinochet, mencionou o assunto e ele lhe disse: "Vocês não estão dando nome aos bois". Raul pôs tudo isso no papel. O chanceler Ramiro Guerreiro, que também está aqui mas não fala, só mexe a cabeça, acrescentou outra informação durante um despacho com Figueiredo: "O coronel Sérgio Arredondo, ex-adido militar do Chile em Brasília, teria aludido que a preferencia de Vossa Excelência recairia sobre o consórcio Engesa/Odebrecht, dada a tradição mantida no Chile e o estrito relacionamento da primeira empresa com autoridades militares chilenas". Deu redemoinho no Planalto. As coisas eram como eram, mas não deveriam ser ditas. Figueiredo contou que o coronel Arredondo tratou do assunto com ele, mas tinha dito apenas que a Odebrecht era uma empresa de confiança. Um embaixador que contou o que lhe disseram e um chanceler que mostrou o que sabia desarmaram os poderes do mundo. Os chilenos licitaram a hidrelétrica e a manobra da porteira fechada falhou. Digo-lhe que esse Arredondo, antes de montar cavalos com Figueiredo, estivera na "Caravana da Morte", uma tropa de jagunços que saiu pelo Chile matando gente. Fazem falta gente como o Raul e o Guerreiro? Sinais a senhora teve, mas mandaram que calassem a boca. Sei mas não digo. A senhora sabe que eu escrevi: "O diabo na rua, no meio do redemoinho". Não faça mau juízo do redemoinho da rua que a senhora viu no domingo. No meio dele não estava o Tinhoso. O Capeta, Coxo, Capiroto, Coisa Ruim, finge que está, mas não está. No meio do redemoinho da rua estavam o juiz Sérgio Moro e o Ministério Público. Entre nesse espetáculo. Proclame por uma vez que não tem diabo nenhum, não existe, não pode. Viver é negócio muito perigoso, mas as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas. Tenha coragem, é tudo o que a vida lhe pede. Respeitosamente, João Guimarães Rosa
colunas
De Guimarães.Rosa@edu para Dilma@govPresidenta, No seu primeiro discurso de posse, vosmicê me chamou de "poeta da minha terra" e lembrou umas linhas que escrevi ("O correr de vida embrulha tudo. [...] O que ela quer da gente é coragem"). Não mencionou meu nome. No Itamaraty, cansei de escrever para os outros sem que me lembrassem. Era meu ofício. De qualquer forma, obrigado pelo "poeta". Chamo-me João, há quem diga Guimarães, ou mesmo Rosa. Estive ontem com o Raul de Vincenzi, diplomata como eu, mas homem bonito. Lustrava o governo do Juscelino porque o acompanhava como chefe do cerimonial. Ele foi embaixador no Chile do general Pinochet. Nessa função, em janeiro de 1980 defendia o interesse do nosso país para que empreiteiras nacionais construíssem a hidrelétrica de Colbun-Machicura. Os amigos do Planalto queriam que a obra fosse entregue sem licitação, pelo sistema de porteira fechada, que os americanos chamam de turn-key. Os ministros civis de Pinochet não gostavam da ideia, e o chanceler disse ao Raul que a norma chilena era a da licitação, mas sabia que o presidente João Batista Figueiredo tinha "interesse especial" pela escolha de uma empresa brasileira. Não lembrava o nome, mas saiu da sala e voltou com a informação: "Engesa/Odebrecht". (A Engesa, a senhora sabe, fabricava armas e já faliu.) No mesmo dia, o Raul encontrou-se com o general-chefe do gabinete pessoal de Pinochet, mencionou o assunto e ele lhe disse: "Vocês não estão dando nome aos bois". Raul pôs tudo isso no papel. O chanceler Ramiro Guerreiro, que também está aqui mas não fala, só mexe a cabeça, acrescentou outra informação durante um despacho com Figueiredo: "O coronel Sérgio Arredondo, ex-adido militar do Chile em Brasília, teria aludido que a preferencia de Vossa Excelência recairia sobre o consórcio Engesa/Odebrecht, dada a tradição mantida no Chile e o estrito relacionamento da primeira empresa com autoridades militares chilenas". Deu redemoinho no Planalto. As coisas eram como eram, mas não deveriam ser ditas. Figueiredo contou que o coronel Arredondo tratou do assunto com ele, mas tinha dito apenas que a Odebrecht era uma empresa de confiança. Um embaixador que contou o que lhe disseram e um chanceler que mostrou o que sabia desarmaram os poderes do mundo. Os chilenos licitaram a hidrelétrica e a manobra da porteira fechada falhou. Digo-lhe que esse Arredondo, antes de montar cavalos com Figueiredo, estivera na "Caravana da Morte", uma tropa de jagunços que saiu pelo Chile matando gente. Fazem falta gente como o Raul e o Guerreiro? Sinais a senhora teve, mas mandaram que calassem a boca. Sei mas não digo. A senhora sabe que eu escrevi: "O diabo na rua, no meio do redemoinho". Não faça mau juízo do redemoinho da rua que a senhora viu no domingo. No meio dele não estava o Tinhoso. O Capeta, Coxo, Capiroto, Coisa Ruim, finge que está, mas não está. No meio do redemoinho da rua estavam o juiz Sérgio Moro e o Ministério Público. Entre nesse espetáculo. Proclame por uma vez que não tem diabo nenhum, não existe, não pode. Viver é negócio muito perigoso, mas as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas. Tenha coragem, é tudo o que a vida lhe pede. Respeitosamente, João Guimarães Rosa
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Veg: Portal vegano divulga e-book de receitas gratuitamente on-line
O Vista-se, site de Fabio Chaves que tem receitas, notícias, guias e até uma loja virtual focado em vegetarianos e veganos, lançou neste domingo (22) um livro eletrônico com 15 receitas ilustradas, todas livres de ingredientes de origem animal. Alguns ... Leia post completo no blog
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Veg: Portal vegano divulga e-book de receitas gratuitamente on-lineO Vista-se, site de Fabio Chaves que tem receitas, notícias, guias e até uma loja virtual focado em vegetarianos e veganos, lançou neste domingo (22) um livro eletrônico com 15 receitas ilustradas, todas livres de ingredientes de origem animal. Alguns ... Leia post completo no blog
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Lady Gaga lança clipe contra estupro em universidades; assista
"Até que aconteça com você, você não vai saber, não vai ser real. Não, não vai ser real. Você não vai saber como eu me sinto." São os versos de "Til It Happens to You", nova música de Lady Gaga lançada nesta sexta (18), no YouTube. A canção é dedicada a mulheres vítimas de abuso sexual e é parte da trilha sonora do documentário "The Hunting Ground", sobre estupro nas universidades americanas. O vídeo mostra cenas de estupro, de rapazes batizando as bebidas de suas colegas com sedativos para, depois, abusar delas. Na sequência, elas aparecem com frases como "acredite em mim" e "eu não valho nada", escritas no corpo. Segundo o perfil da cantora no YouTube, parte dos lucros provenientes da venda da música serão doados a organizações que amparam mulheres vítimas de estupro. Lady Gaga - Til it Happens to You
ilustrada
Lady Gaga lança clipe contra estupro em universidades; assista"Até que aconteça com você, você não vai saber, não vai ser real. Não, não vai ser real. Você não vai saber como eu me sinto." São os versos de "Til It Happens to You", nova música de Lady Gaga lançada nesta sexta (18), no YouTube. A canção é dedicada a mulheres vítimas de abuso sexual e é parte da trilha sonora do documentário "The Hunting Ground", sobre estupro nas universidades americanas. O vídeo mostra cenas de estupro, de rapazes batizando as bebidas de suas colegas com sedativos para, depois, abusar delas. Na sequência, elas aparecem com frases como "acredite em mim" e "eu não valho nada", escritas no corpo. Segundo o perfil da cantora no YouTube, parte dos lucros provenientes da venda da música serão doados a organizações que amparam mulheres vítimas de estupro. Lady Gaga - Til it Happens to You
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Política social de auditório de Huck é manipulação eleitoral, diz Dilma
A ex-presidente Dilma Rousseff criticou, na noite de sexta-feira (12), o que chamou de "política social de auditório" do apresentador da Rede Globo Luciano Huck. A petista discursou em um evento do partido em Porto Alegre. Os dois estiveram nos Estados Unidos para a Brazil Conference, evento organizado pela Universidade de Harvard e pelo MIT. Dias antes, ele havia afirmado em entrevista à Folha que sua geração está pronta para ocupar o poder. "Eu assisti lá em Harvard uma inovação. A inovação é a política social de auditório. Consiste em demonstrar a eficácia de um programa de auditório de um apresentador chamado Luciano Huck." Diante dos risos da plateia, afirmou: "Não riam, isso é real. Ele levou uma das pessoas beneficiadas. Foi aplaudido de pé porque levou uma senhora e ela tinha melhorado de vida". Dilma classificou o fato como "gravíssimo". "É o processo que combina a visão de política social neoliberal com a visão, antes era com a visão do gestor, mas estão caminhando a passos largos para ser com a do animador de auditório." Segundo a ex-presidente, há "nitidamente uma tentativa explícita de manipulação eleitoral pretendida obviamente pela Rede Globo". Dilma mencionou a entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à Folha, em que ele cita Huck como "o novo" no cenário político para 2018. "Me surpreendeu, com todas as divergências que possamos ter, que o senhor presidente Fernando Henrique Cardoso tenha defendido como sendo uma hipótese eleitoral para o Brasil a compreensão de programas de auditório." Procurada pela Folha, a assessoria da Rede Globo afirmou que não irá se manifestar. DONA MARISA Dilma também falou sobre a Lava Jato e o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sergio Moro na última quarta-feira (10). Ela chamou de "vilania" a repercussão a respeito da mulher de Lula, dona Marisa, morta neste ano. "É uma vilania o que estão fazendo com o presidente Lula no que se refere à dona Marisa. Eles não a respeitaram em vida. São responsáveis pelo seu sofrimento que levou a sua morte. Mas eles têm que respeitá-la enquanto morta." "É estarrecedor que o Lula, sob o mais violento cerco, mantenha o primeiro lugar para o povo brasileiro", disse sobre a eleição de 2018. "Por que o povo brasileiro não engoliu esse processo de desmoralização [do Lula]? Por um motivo tão simplório: o povo brasileiro não é bobo. Mas a razão real é que nesse um ano ficou claro o real interesse que este golpe sustentou", afirmou, para em seguida mencionar a PEC do teto de gastos e a reforma da Previdência, que chamou de "retrocesso". A ex-presidente afirmou que a "segunda etapa do golpe" é a criminalização do PT e dela. "Pra mim provar que eu não sabia [de pagamento de propina e caixa dois] é a prova negativa, é a coisa mais impossível que tem. Só no processo 470 [mensalão] houve essa definição do que era a prova negativa. Como que eu provo que eu não sei? Só eu sabendo o que quem sabe sabe", disse, arrancando risos. "Não tem um único tostão que eu me apropriei. Não tem um único empresário que pode dizer que me pagou propina." IMPEACHMENT Dilma afirmou que há hoje no país "uma situação de desarmonia absoluta dos Poderes" e uma prevalência do Judiciário sobre os demais. "Membros do Ministério Público xingam membros do Judiciário e, ao mesmo tempo, respostas bastante duras", disse sobre as rusgas entre o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Janot pediu que Mendes seja impedido de atuar no processo sobre Eike Batista. "Quando se dá um golpe parlamentar e se faz um impeachment sem crime de responsabilidade, afetando o Executivo, os outros Poderes também são afetados", afirmou. Dilma disse ainda que o impeachment teve fundamentos frágeis e que abriu caminho ao projeto neoliberal. Também criticou a imprensa que, segundo ela, faz papel do Judiciário ao condenar e absolver. Os senadores do PT Gleisi Hoffmann (PR) e Lindbergh Farias (RJ) também discursaram no evento que marcou um ano do afastamento de Dilma da Presidência.
poder
Política social de auditório de Huck é manipulação eleitoral, diz DilmaA ex-presidente Dilma Rousseff criticou, na noite de sexta-feira (12), o que chamou de "política social de auditório" do apresentador da Rede Globo Luciano Huck. A petista discursou em um evento do partido em Porto Alegre. Os dois estiveram nos Estados Unidos para a Brazil Conference, evento organizado pela Universidade de Harvard e pelo MIT. Dias antes, ele havia afirmado em entrevista à Folha que sua geração está pronta para ocupar o poder. "Eu assisti lá em Harvard uma inovação. A inovação é a política social de auditório. Consiste em demonstrar a eficácia de um programa de auditório de um apresentador chamado Luciano Huck." Diante dos risos da plateia, afirmou: "Não riam, isso é real. Ele levou uma das pessoas beneficiadas. Foi aplaudido de pé porque levou uma senhora e ela tinha melhorado de vida". Dilma classificou o fato como "gravíssimo". "É o processo que combina a visão de política social neoliberal com a visão, antes era com a visão do gestor, mas estão caminhando a passos largos para ser com a do animador de auditório." Segundo a ex-presidente, há "nitidamente uma tentativa explícita de manipulação eleitoral pretendida obviamente pela Rede Globo". Dilma mencionou a entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à Folha, em que ele cita Huck como "o novo" no cenário político para 2018. "Me surpreendeu, com todas as divergências que possamos ter, que o senhor presidente Fernando Henrique Cardoso tenha defendido como sendo uma hipótese eleitoral para o Brasil a compreensão de programas de auditório." Procurada pela Folha, a assessoria da Rede Globo afirmou que não irá se manifestar. DONA MARISA Dilma também falou sobre a Lava Jato e o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sergio Moro na última quarta-feira (10). Ela chamou de "vilania" a repercussão a respeito da mulher de Lula, dona Marisa, morta neste ano. "É uma vilania o que estão fazendo com o presidente Lula no que se refere à dona Marisa. Eles não a respeitaram em vida. São responsáveis pelo seu sofrimento que levou a sua morte. Mas eles têm que respeitá-la enquanto morta." "É estarrecedor que o Lula, sob o mais violento cerco, mantenha o primeiro lugar para o povo brasileiro", disse sobre a eleição de 2018. "Por que o povo brasileiro não engoliu esse processo de desmoralização [do Lula]? Por um motivo tão simplório: o povo brasileiro não é bobo. Mas a razão real é que nesse um ano ficou claro o real interesse que este golpe sustentou", afirmou, para em seguida mencionar a PEC do teto de gastos e a reforma da Previdência, que chamou de "retrocesso". A ex-presidente afirmou que a "segunda etapa do golpe" é a criminalização do PT e dela. "Pra mim provar que eu não sabia [de pagamento de propina e caixa dois] é a prova negativa, é a coisa mais impossível que tem. Só no processo 470 [mensalão] houve essa definição do que era a prova negativa. Como que eu provo que eu não sei? Só eu sabendo o que quem sabe sabe", disse, arrancando risos. "Não tem um único tostão que eu me apropriei. Não tem um único empresário que pode dizer que me pagou propina." IMPEACHMENT Dilma afirmou que há hoje no país "uma situação de desarmonia absoluta dos Poderes" e uma prevalência do Judiciário sobre os demais. "Membros do Ministério Público xingam membros do Judiciário e, ao mesmo tempo, respostas bastante duras", disse sobre as rusgas entre o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Janot pediu que Mendes seja impedido de atuar no processo sobre Eike Batista. "Quando se dá um golpe parlamentar e se faz um impeachment sem crime de responsabilidade, afetando o Executivo, os outros Poderes também são afetados", afirmou. Dilma disse ainda que o impeachment teve fundamentos frágeis e que abriu caminho ao projeto neoliberal. Também criticou a imprensa que, segundo ela, faz papel do Judiciário ao condenar e absolver. Os senadores do PT Gleisi Hoffmann (PR) e Lindbergh Farias (RJ) também discursaram no evento que marcou um ano do afastamento de Dilma da Presidência.
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Rodolfo Lucena: Jennifer Lopez é a corredora que mora ao lado
Bem, para nos atermos exclusivamente aos fatos, o título do filme é "O Rapaz que Mora ao Lado" ou "O Vizinho" ou sabe-se-lá-qual nome será dado em nosso país para "The Boy Next Door", suspense carregado de erotismo, estrelado por ... Leia post completo no blog
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Rodolfo Lucena: Jennifer Lopez é a corredora que mora ao ladoBem, para nos atermos exclusivamente aos fatos, o título do filme é "O Rapaz que Mora ao Lado" ou "O Vizinho" ou sabe-se-lá-qual nome será dado em nosso país para "The Boy Next Door", suspense carregado de erotismo, estrelado por ... Leia post completo no blog
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Qual é a melhor parte das férias?
Conversei com várias crianças sobre o que elas mais gostam quando as férias chegam. Adivinhe qual foi a resposta campeã? A preferência da criançada é não precisar ir para a escola! Por que será? Porque elas não têm hora para acordar e podem ficar na cama até mais tarde, principalmente quando faz frio; porque não têm lição para fazer em casa e nem precisam estudar (bom, algumas têm e reclamaram muito disso); e porque não têm hora marcada para fazer nada. É mesmo muito bom não ter compromisso nem horário, não é? Quando você não faz nada, pode deixar seus pensamentos viajarem à vontade, sem precisar guardá-los depressa por causa da obrigação de fazer alguma outra coisa. E os pensamentos adoram visitar ideias e lugares desconhecidos, sabia? Além disso, quando você não tem nada para fazer, pode pensar no que gosta e no quer fazer. E sabe por que isso é bom? Porque assim você conhece melhor a si mesmo. Durante o período das aulas, são os adultos que decidem os seus horários e dizem o que você precisa fazer, é ou não é? Existem atividades de que você gosta, já outras são chatas –mas o melhor das férias é descobrir coisas que você mesmo inventa, sem ninguém dando dicas ou sugestões. O segundo lugar das respostas sobre a melhor parte das férias ficou para a possibilidade de brincar o tempo todo. Adorei! Na sua idade, muitas crianças nem têm tempo para se divertir por causa de tantas coisas que precisam fazer: escola, aula de natação, inglês ou outro tipo de atividade, lição de casa que não acaba nunca... Tudo isso ocupa todo o tempo! Sabia que não fazer nada e brincar podem ter tudo a ver? Quando você está de pernas para o ar, seus pensamentos brincam –e aí você pode inventar uma brincadeira nova e gostosa. Agora já sabe. Quando alguém perguntar o que fará nas férias, você pode ficar orgulhoso se a sua resposta for: " Eu não vou fazer nada". * Escreva para folhinha@uol.com.br com dúvidas, comentários e sugestões para a coluna; coloque nome, idade e "Quebra-Cabeça" na linha de assunto.
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Qual é a melhor parte das férias?Conversei com várias crianças sobre o que elas mais gostam quando as férias chegam. Adivinhe qual foi a resposta campeã? A preferência da criançada é não precisar ir para a escola! Por que será? Porque elas não têm hora para acordar e podem ficar na cama até mais tarde, principalmente quando faz frio; porque não têm lição para fazer em casa e nem precisam estudar (bom, algumas têm e reclamaram muito disso); e porque não têm hora marcada para fazer nada. É mesmo muito bom não ter compromisso nem horário, não é? Quando você não faz nada, pode deixar seus pensamentos viajarem à vontade, sem precisar guardá-los depressa por causa da obrigação de fazer alguma outra coisa. E os pensamentos adoram visitar ideias e lugares desconhecidos, sabia? Além disso, quando você não tem nada para fazer, pode pensar no que gosta e no quer fazer. E sabe por que isso é bom? Porque assim você conhece melhor a si mesmo. Durante o período das aulas, são os adultos que decidem os seus horários e dizem o que você precisa fazer, é ou não é? Existem atividades de que você gosta, já outras são chatas –mas o melhor das férias é descobrir coisas que você mesmo inventa, sem ninguém dando dicas ou sugestões. O segundo lugar das respostas sobre a melhor parte das férias ficou para a possibilidade de brincar o tempo todo. Adorei! Na sua idade, muitas crianças nem têm tempo para se divertir por causa de tantas coisas que precisam fazer: escola, aula de natação, inglês ou outro tipo de atividade, lição de casa que não acaba nunca... Tudo isso ocupa todo o tempo! Sabia que não fazer nada e brincar podem ter tudo a ver? Quando você está de pernas para o ar, seus pensamentos brincam –e aí você pode inventar uma brincadeira nova e gostosa. Agora já sabe. Quando alguém perguntar o que fará nas férias, você pode ficar orgulhoso se a sua resposta for: " Eu não vou fazer nada". * Escreva para folhinha@uol.com.br com dúvidas, comentários e sugestões para a coluna; coloque nome, idade e "Quebra-Cabeça" na linha de assunto.
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Seleção acerta dois amistosos na Austrália contra anfitriã e Argentina
A seleção brasileira vai jogar na Austrália dois amistosos em junho de 2017. O time comandado por Tite enfrentará os donos da casa e, em seguida, a Argentina. As duas partidas amistosas foram fechados pela Pitch Internacional, empresa inglesa de marketing esportivo que em 2011 assinou contrato com a CBF para organizar a parte operacional dos amistosos da seleção até 2022. Sem local definido ainda, o primeiro dos amistosos de junho será o último teste da fase de preparação da Austrália para a disputa da Copa das Confederações. O torneio será realizado no mesmo mês, na Rússia. A partida contra a Argentina deverá acontecer num estádio com capacidade para cerca de 100 mil torcedores em Melborne. A arena de críquete será adaptada para receber a disputa do Superclássico das Américas, troféu disputado desde 2011. Inicialmente, o clássico era disputado por atletas que atuam em clubes dos seus países. Em 2014, as duas seleções levaram a força máxima. Para a próxima edição, os organizadores prometeram aos australianos que Neymar e Messi estarão na partida. Em novembro, o time de Tite venceu os Argentinos, por 3 a 0, em Belo Horizonte, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. O jogo marcou o retorno da seleção ao Mineirão, palco da humilhante derrota para a Alemanha, por 7 a 1, na semifinal da Copa de 2014. Em 2017, o time brasileiro terá mais seis partidas pelas eliminatórias. Líder da competição, com 27 pontos, a equipe de Tite precisa de apenas uma vitória para confirmar a vaga no Mundial da Rússia em 2018. Em março, o Brasil jogará em São Paulo, pelas eliminatórias. Será a primeira partida do time principal em casa na temporada 2017. A seleção ainda terá pelo menos duas datas para amistosos (uma em agosto e outra em novembro). Tite já disse que pretende enfrentar grandes seleções europeias. A Alemanha e a Espanha são as preferidas. A CBF negocia com cartolas desses países a realização dos jogos. Os amistoso devem acontecer na Europa.
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Seleção acerta dois amistosos na Austrália contra anfitriã e ArgentinaA seleção brasileira vai jogar na Austrália dois amistosos em junho de 2017. O time comandado por Tite enfrentará os donos da casa e, em seguida, a Argentina. As duas partidas amistosas foram fechados pela Pitch Internacional, empresa inglesa de marketing esportivo que em 2011 assinou contrato com a CBF para organizar a parte operacional dos amistosos da seleção até 2022. Sem local definido ainda, o primeiro dos amistosos de junho será o último teste da fase de preparação da Austrália para a disputa da Copa das Confederações. O torneio será realizado no mesmo mês, na Rússia. A partida contra a Argentina deverá acontecer num estádio com capacidade para cerca de 100 mil torcedores em Melborne. A arena de críquete será adaptada para receber a disputa do Superclássico das Américas, troféu disputado desde 2011. Inicialmente, o clássico era disputado por atletas que atuam em clubes dos seus países. Em 2014, as duas seleções levaram a força máxima. Para a próxima edição, os organizadores prometeram aos australianos que Neymar e Messi estarão na partida. Em novembro, o time de Tite venceu os Argentinos, por 3 a 0, em Belo Horizonte, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. O jogo marcou o retorno da seleção ao Mineirão, palco da humilhante derrota para a Alemanha, por 7 a 1, na semifinal da Copa de 2014. Em 2017, o time brasileiro terá mais seis partidas pelas eliminatórias. Líder da competição, com 27 pontos, a equipe de Tite precisa de apenas uma vitória para confirmar a vaga no Mundial da Rússia em 2018. Em março, o Brasil jogará em São Paulo, pelas eliminatórias. Será a primeira partida do time principal em casa na temporada 2017. A seleção ainda terá pelo menos duas datas para amistosos (uma em agosto e outra em novembro). Tite já disse que pretende enfrentar grandes seleções europeias. A Alemanha e a Espanha são as preferidas. A CBF negocia com cartolas desses países a realização dos jogos. Os amistoso devem acontecer na Europa.
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Gallo é demitido e Dunga assume seleção olímpica do Brasil
A CBF antecipou algo que havia decidido em janeiro, mas que pensava em colocar em prática somente no segundo semestre de 2015: Dunga como técnico da seleção olímpica (sub-23), que disputará os Jogos do Rio-2016. Em um comunicado depois das 22h desta sexta (8), a entidade anunciou que Alexandre Gallo, que havia 27 meses comandava os times olímpico e sub-20, estava demitido e que Dunga será o técnico na Olimpíada do ano que vem. Apesar da decisão estar madura, o timing do anúncio surpreendeu porque daqui a dois dias, na segunda (11), o time sub-20 se apresenta para começar a preparação para a disputa do Mundial da categoria, a partir de 30 de maio, na Nova Zelândia. No dia 29 de abril, Gallo convocou normalmente 26 jogadores para o primeiro período de treinos, na cidade de Atibaia, no interior de São Paulo. No dia 16, quando o grupo embarca para a Oceania, ele cortaria cinco atletas. No sub-20 assume Rogério Micalle, que comandou o time júnior do Atlético-MG, mas que também trabalhou no Figueirense, este o ponto chave para sua contratação. Em Santa Catarina, Micalle esteve ao lado de Erasmo Damiani, o homem convocado por Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções da CBF, para reformular a base da entidade. Damiani assumiu em 27 de fevereiro, justamente no lugar de Gallo, que acumulava o cargo de coordenador da base e técnico do sub-20 e time olímpico. Desde então, como se esperava, demitiu os técnicos do sub-15 e sub-17 e colocou pessoas próximas a ele no comando. Demitiu também toda a comissão técnica de Gallo, e pôs como auxiliar do agora ex-treinador André Luis Ferreira, amigo de Gilmar Rinaldi. A campanha ruim do time sub-20 no Sul-Americano da categoria, em janeiro, se classificando para o Mundial com a última vaga, foi um dos motivos da queda de Gallo agora, mas não o único. A Folha apurou que Gilmar Rinaldi e Dunga consideravam o trabalho dele uma "caixa-preta", sem o retorno necessário. Rinaldi convenceu o presidente eleito da CBF, Marco Polo Del Nero, que era preciso um nome experiente para comandar o Brasil na Olimpíada, principalmente por ser em casa. Há temor de que o efeito "7 a 1", a goleada sofrida na semifinal da Copa, possa atrapalhar o desempenho de um time que será formado principalmente por atletas novatos. A análise é que Gallo não seguraria o "tranco", e que qualquer outro treinador mais experiente não aceitaria o trabalho agora. Por isso a opção foi Dunga. A mudança vai afetar um dos principais projetos da CBF, que era a agenda paralela entre a seleção principal e a olímpica. Toda vez que, em uma data-Fifa, Dunga convocava atletas para amistosos, Gallo fazia o mesmo na Olímpica. Como Dunga não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo, a direção da CBF estuda como manter o projeto de já testar jogadores com idade sub-23 para tentar ganhar a inédita medalha de ouro olímpica no Rio em 2016.
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Gallo é demitido e Dunga assume seleção olímpica do BrasilA CBF antecipou algo que havia decidido em janeiro, mas que pensava em colocar em prática somente no segundo semestre de 2015: Dunga como técnico da seleção olímpica (sub-23), que disputará os Jogos do Rio-2016. Em um comunicado depois das 22h desta sexta (8), a entidade anunciou que Alexandre Gallo, que havia 27 meses comandava os times olímpico e sub-20, estava demitido e que Dunga será o técnico na Olimpíada do ano que vem. Apesar da decisão estar madura, o timing do anúncio surpreendeu porque daqui a dois dias, na segunda (11), o time sub-20 se apresenta para começar a preparação para a disputa do Mundial da categoria, a partir de 30 de maio, na Nova Zelândia. No dia 29 de abril, Gallo convocou normalmente 26 jogadores para o primeiro período de treinos, na cidade de Atibaia, no interior de São Paulo. No dia 16, quando o grupo embarca para a Oceania, ele cortaria cinco atletas. No sub-20 assume Rogério Micalle, que comandou o time júnior do Atlético-MG, mas que também trabalhou no Figueirense, este o ponto chave para sua contratação. Em Santa Catarina, Micalle esteve ao lado de Erasmo Damiani, o homem convocado por Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções da CBF, para reformular a base da entidade. Damiani assumiu em 27 de fevereiro, justamente no lugar de Gallo, que acumulava o cargo de coordenador da base e técnico do sub-20 e time olímpico. Desde então, como se esperava, demitiu os técnicos do sub-15 e sub-17 e colocou pessoas próximas a ele no comando. Demitiu também toda a comissão técnica de Gallo, e pôs como auxiliar do agora ex-treinador André Luis Ferreira, amigo de Gilmar Rinaldi. A campanha ruim do time sub-20 no Sul-Americano da categoria, em janeiro, se classificando para o Mundial com a última vaga, foi um dos motivos da queda de Gallo agora, mas não o único. A Folha apurou que Gilmar Rinaldi e Dunga consideravam o trabalho dele uma "caixa-preta", sem o retorno necessário. Rinaldi convenceu o presidente eleito da CBF, Marco Polo Del Nero, que era preciso um nome experiente para comandar o Brasil na Olimpíada, principalmente por ser em casa. Há temor de que o efeito "7 a 1", a goleada sofrida na semifinal da Copa, possa atrapalhar o desempenho de um time que será formado principalmente por atletas novatos. A análise é que Gallo não seguraria o "tranco", e que qualquer outro treinador mais experiente não aceitaria o trabalho agora. Por isso a opção foi Dunga. A mudança vai afetar um dos principais projetos da CBF, que era a agenda paralela entre a seleção principal e a olímpica. Toda vez que, em uma data-Fifa, Dunga convocava atletas para amistosos, Gallo fazia o mesmo na Olímpica. Como Dunga não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo, a direção da CBF estuda como manter o projeto de já testar jogadores com idade sub-23 para tentar ganhar a inédita medalha de ouro olímpica no Rio em 2016.
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Agricultores fecham rota da soja no Pará em ato contra áreas de proteção
Em protesto contra uma medida provisória editada pelo governo, agricultores de Novo Progresso (PA) fecharam a BR-163, rota da soja para portos do Norte do país. A via, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA), já tinha ficado fechada em fevereiro por causa de atoleiros formados na região devido às chuvas, falta de conservação e aumento de tráfego, causando prejuízos bilionários para aos produtores rurais. Os agricultores protestam contra a Medida Provisória 756, que foi editada para permitir que uma ferrovia ligando o Mato Grosso ao Pará, a Ferrogrão, seja construída. A via passa por áreas de conservação na região do Jamanxin (PA), e a medida retirava a proteção de áreas por onde ela vai passar. Mas a MP enviada ao Congresso tornou protegidas outras áreas que não pertenciam a florestas ou áreas de proteção, onde agricultores já estavam fazendo plantação e pecuária, segundo Nery Prazeres, ex-prefeito de Novo Progresso. Produtores e políticos da região estão tentando evitar que novas áreas na cidade sejam protegidas em negociações no Congresso Nacional, onde a MP está em tramitação. De acordo com Ricardo Denadai, produtor rural da região, o protesto deverá continuar até a votação final da medida provisória –o prazo é até o final de maio. Eram esperadas para esse ano mais de 8 milhões de toneladas de soja nos terminais portuários da região, devido aos custos cerca de 30% menores em relação ao envio para outros portos. Mas o fechamento da via pode reduzir essa quantidade. De acordo com Denadai, os caminhoneiros vão receber alimentação durante o período de fechamento da estrada. Ele reclamou que o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), órgão de proteção áreas ambientais, já está fazendo operações para retirar agricultores de novas áreas protegidas após a MP antes mesmo da decisão do Congresso ser definitiva. "Tem gente plantando há 30 anos nessas áreas. Não queremos prejudicar a logística do país. Mas não pode prejudicar as pessoas", afirmou Denadai.
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Agricultores fecham rota da soja no Pará em ato contra áreas de proteçãoEm protesto contra uma medida provisória editada pelo governo, agricultores de Novo Progresso (PA) fecharam a BR-163, rota da soja para portos do Norte do país. A via, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA), já tinha ficado fechada em fevereiro por causa de atoleiros formados na região devido às chuvas, falta de conservação e aumento de tráfego, causando prejuízos bilionários para aos produtores rurais. Os agricultores protestam contra a Medida Provisória 756, que foi editada para permitir que uma ferrovia ligando o Mato Grosso ao Pará, a Ferrogrão, seja construída. A via passa por áreas de conservação na região do Jamanxin (PA), e a medida retirava a proteção de áreas por onde ela vai passar. Mas a MP enviada ao Congresso tornou protegidas outras áreas que não pertenciam a florestas ou áreas de proteção, onde agricultores já estavam fazendo plantação e pecuária, segundo Nery Prazeres, ex-prefeito de Novo Progresso. Produtores e políticos da região estão tentando evitar que novas áreas na cidade sejam protegidas em negociações no Congresso Nacional, onde a MP está em tramitação. De acordo com Ricardo Denadai, produtor rural da região, o protesto deverá continuar até a votação final da medida provisória –o prazo é até o final de maio. Eram esperadas para esse ano mais de 8 milhões de toneladas de soja nos terminais portuários da região, devido aos custos cerca de 30% menores em relação ao envio para outros portos. Mas o fechamento da via pode reduzir essa quantidade. De acordo com Denadai, os caminhoneiros vão receber alimentação durante o período de fechamento da estrada. Ele reclamou que o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), órgão de proteção áreas ambientais, já está fazendo operações para retirar agricultores de novas áreas protegidas após a MP antes mesmo da decisão do Congresso ser definitiva. "Tem gente plantando há 30 anos nessas áreas. Não queremos prejudicar a logística do país. Mas não pode prejudicar as pessoas", afirmou Denadai.
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Uma vida de obra-prima
Leio e releio o trecho de uma carta de Mário de Andrade, divulgado na quinta-feira passada, em que "finalmente" estaria resolvida a questão da homossexualidade do autor. Como disse Alvaro Costa e Silva na página dois da Folha, os tais parágrafos –mantidos sob segredo há décadas– só revelaram "o zelo exagerado dos burocratas da cultura". De fato, especulou-se muito sobre o conteúdo censurado, e a imaginação dos interessados foi muito além do que Mário de Andrade de fato escreveu. "Está claro", diz ele a Manuel Bandeira, em carta de 7 de abril de 1928, "que nunca falei a você sobre o que se fala de mim e não desminto". A frase já estava nas edições da correspondência entre os dois escritores. "O que se falava" de Mário de Andrade também era conhecido –basta lembrar da infame brincadeira de Oswald de Andrade, para quem o autor de "Macunaíma" era "muito parecido com Oscar Wilde", se visto "por trás". Enfim, graças à iniciativa judicial de um jornalista da revista "Época" junto à Fundação Casa de Rui Barbosa (que desde 1978 detém a documentação, e resistia a liberá-la), o público tem acesso ao trecho sigiloso. A meu ver, Mário de Andrade escreve, antes de tudo, para negar a importância do assunto; cartas, para ele, são testemunhos sérios demais para admitir confidências desse tipo. Cito o trecho. "Em que poderia ajuntar em grandeza ou milhoria para nós ambos... eu elucidar você sobre minha tão falada (pelos outros) homossexualidade. Em nada." Acrescenta que há "muito de exagero nessas contínuas conversas sociais". Em seguida, vem um trecho de difícil compreensão. "Num caso tão decisivo para a minha vida particular como isso é, creio que você está seguro que um indivíduo estudioso e observador como eu, há-de tê-lo bem catalogado e especificado." Provavelmente, Mário de Andrade está fazendo referência aos que espalham rumores a seu respeito. Teria anotado direitinho quem disse o quê, em que circunstâncias... Estamos ainda discutindo, ao que parece, a questão dos comentários de Oswald de Andrade, que teria dado início a essas considerações de Mário. "Se agora toco neste assunto em que me porto com absoluta e elegante discrição social (...)", diz Mário, "é porque se poderia tirar dele um argumento para explicar minhas amizades platônicas, só minhas." Novamente, a interpretação dessas frases não é muito fácil. Em outras partes da carta, já publicadas, Mário discutia justamente o quanto era inexplicável, para ele, continuar amigo de Oswald de Andrade; "não é meu amigo, eu é que sou amigo dele". Haveria nesse tipo de amizades alguma atração física recalcada? Mário de Andrade não acredita. "Escarafuncho bem e por mais que conheça e bote na linha de conta as tendências, os sequestros, as anormalidades, palavra que encontro amizades inexplicáveis." Ele ainda pergunta se será amizade ou "desprezo" o que sente por Oswald de Andrade... E é em passagens como esta, já bem longe do que se revelou nessa quinta-feira, que a personalidade de Mário de Andrade se apresenta em todo o seu fascínio. Há uma capacidade de introspecção em suas cartas, uma honestidade de alma e uma inteligência que talvez superem tudo o que ele escreveu na poesia ou na ficção. Que se possa, por exemplo, confundir amizade com desprezo... Eis uma verdade tão ou mais perturbadora do que a homossexualidade de Mário. Não que a vida íntima de um escritor deva ser ignorada. A questão é saber o quanto interfere em sua obra. Se estivesse vivendo um drama tremendo a esse respeito, Mário de Andrade teria escrito outro tipo de livros, e teria tido outro tipo de vida. Vale terminar com outro trecho da mesma carta, para ver-se que não era bem esse o caso. "Mas que maravilha de obra-prima é a vida minha, Manu! Que riqueza de manifestações, que chama sem se apagar! um fulano danado de cético, que tinha chegado a um negativismo absoluto, que num momento da vida só achou, como tantos! que a solução única possível era mesmo acabar com essa m. de vida, que nem se lembra bem mesmo como foi possível reagir, e dum momento pra outro recobrou uma felicidade deslumbrante, felicidade de que foi rechaçada toda e qualquer conformidade, toda, mas completamente feita de aceitação e acomodação..." Sexualidade parece ser um tema bem secundário para quem escreve essas linhas.
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Uma vida de obra-primaLeio e releio o trecho de uma carta de Mário de Andrade, divulgado na quinta-feira passada, em que "finalmente" estaria resolvida a questão da homossexualidade do autor. Como disse Alvaro Costa e Silva na página dois da Folha, os tais parágrafos –mantidos sob segredo há décadas– só revelaram "o zelo exagerado dos burocratas da cultura". De fato, especulou-se muito sobre o conteúdo censurado, e a imaginação dos interessados foi muito além do que Mário de Andrade de fato escreveu. "Está claro", diz ele a Manuel Bandeira, em carta de 7 de abril de 1928, "que nunca falei a você sobre o que se fala de mim e não desminto". A frase já estava nas edições da correspondência entre os dois escritores. "O que se falava" de Mário de Andrade também era conhecido –basta lembrar da infame brincadeira de Oswald de Andrade, para quem o autor de "Macunaíma" era "muito parecido com Oscar Wilde", se visto "por trás". Enfim, graças à iniciativa judicial de um jornalista da revista "Época" junto à Fundação Casa de Rui Barbosa (que desde 1978 detém a documentação, e resistia a liberá-la), o público tem acesso ao trecho sigiloso. A meu ver, Mário de Andrade escreve, antes de tudo, para negar a importância do assunto; cartas, para ele, são testemunhos sérios demais para admitir confidências desse tipo. Cito o trecho. "Em que poderia ajuntar em grandeza ou milhoria para nós ambos... eu elucidar você sobre minha tão falada (pelos outros) homossexualidade. Em nada." Acrescenta que há "muito de exagero nessas contínuas conversas sociais". Em seguida, vem um trecho de difícil compreensão. "Num caso tão decisivo para a minha vida particular como isso é, creio que você está seguro que um indivíduo estudioso e observador como eu, há-de tê-lo bem catalogado e especificado." Provavelmente, Mário de Andrade está fazendo referência aos que espalham rumores a seu respeito. Teria anotado direitinho quem disse o quê, em que circunstâncias... Estamos ainda discutindo, ao que parece, a questão dos comentários de Oswald de Andrade, que teria dado início a essas considerações de Mário. "Se agora toco neste assunto em que me porto com absoluta e elegante discrição social (...)", diz Mário, "é porque se poderia tirar dele um argumento para explicar minhas amizades platônicas, só minhas." Novamente, a interpretação dessas frases não é muito fácil. Em outras partes da carta, já publicadas, Mário discutia justamente o quanto era inexplicável, para ele, continuar amigo de Oswald de Andrade; "não é meu amigo, eu é que sou amigo dele". Haveria nesse tipo de amizades alguma atração física recalcada? Mário de Andrade não acredita. "Escarafuncho bem e por mais que conheça e bote na linha de conta as tendências, os sequestros, as anormalidades, palavra que encontro amizades inexplicáveis." Ele ainda pergunta se será amizade ou "desprezo" o que sente por Oswald de Andrade... E é em passagens como esta, já bem longe do que se revelou nessa quinta-feira, que a personalidade de Mário de Andrade se apresenta em todo o seu fascínio. Há uma capacidade de introspecção em suas cartas, uma honestidade de alma e uma inteligência que talvez superem tudo o que ele escreveu na poesia ou na ficção. Que se possa, por exemplo, confundir amizade com desprezo... Eis uma verdade tão ou mais perturbadora do que a homossexualidade de Mário. Não que a vida íntima de um escritor deva ser ignorada. A questão é saber o quanto interfere em sua obra. Se estivesse vivendo um drama tremendo a esse respeito, Mário de Andrade teria escrito outro tipo de livros, e teria tido outro tipo de vida. Vale terminar com outro trecho da mesma carta, para ver-se que não era bem esse o caso. "Mas que maravilha de obra-prima é a vida minha, Manu! Que riqueza de manifestações, que chama sem se apagar! um fulano danado de cético, que tinha chegado a um negativismo absoluto, que num momento da vida só achou, como tantos! que a solução única possível era mesmo acabar com essa m. de vida, que nem se lembra bem mesmo como foi possível reagir, e dum momento pra outro recobrou uma felicidade deslumbrante, felicidade de que foi rechaçada toda e qualquer conformidade, toda, mas completamente feita de aceitação e acomodação..." Sexualidade parece ser um tema bem secundário para quem escreve essas linhas.
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Governador da BA diz que frase de vice foi inadequada, mas defende político
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), definiu neste domingo (8) como inadequada a declaração de seu vice, João Leão (PP), dada à Folha na última sexta-feira (6), de que estaria "cagando e andando" para o fato de constar na lista dos investigados da operação Lava Jato. Apesar da ressalva, o petista defendeu a inocência de seu vice. "No momento de dor e de revolta você pode acabar pronunciando palavras que não sejam as mais adequadas", disse Costa na manhã deste domingo, durante evento em Salvador. "Mas sua indignação é de alguém que vai lutar para provar a sua inocência. Desde o princípio ele foi enfático em afirmar que não tinha relação com esses fatos. Eu continuo confiando nele." Em entrevista por telefone à Folha, na sexta, o vice-governador baiano disse que estava "cagando e andando, no bom português, na cabeça desses cornos todos". "Sou um cara sério, bato no meu peito e não tenho culpa." Diante da má repercussão da frase, o vice publicou nota mais amena e, neste domingo, pediu desculpas pela declaração. A divulgação da lista de políticos investigados na Lava Jato deixou em segundo plano o evento que contou com a presença do governador e de outros políticos em homenagem ao Dia da Mulher, neste domingo, em Salvador. O petista, que falou aos jornalistas por 12 minutos, passou nove deles respondendo perguntas sobre a operação. Rui Costa disse ainda que Leão não deve ser afastado da Secretaria de Planejamento, cargo que também ocupa na administração estadual. "Não tenho motivo nenhum para afastá-lo. Ele foi citado por alguns dos delatores. O que o STF fez foi autorizar o início do processo de investigação. Então, como posso afastá-lo, se nem sequer ele ainda foi investigado? Não há ainda provas que confirmem ou neguem essas delações." O governador baiano aproveitou para defender o fim do financiamento privado de campanha, que avalia como a raiz da maior parte dos casos de corrupção no país. Nenhum dos quatro políticos baianos citados na lista do procurador Rodrigo Janot acompanharam o governador no evento desta manhã. Além de Leão, serão investigados Mário Negromonte (PP), ex-ministro das Cidades, o deputado federal Roberto Britto (PP) e o ex-deputado federal Luiz Argôlo (SD). Já parlamentares que participaram do encontro e que compõem a base governista demonstraram desconforto com as declarações de Leão, embora considerem ainda cedo dizer como as investigações terão impacto na política local.
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Governador da BA diz que frase de vice foi inadequada, mas defende políticoO governador da Bahia, Rui Costa (PT), definiu neste domingo (8) como inadequada a declaração de seu vice, João Leão (PP), dada à Folha na última sexta-feira (6), de que estaria "cagando e andando" para o fato de constar na lista dos investigados da operação Lava Jato. Apesar da ressalva, o petista defendeu a inocência de seu vice. "No momento de dor e de revolta você pode acabar pronunciando palavras que não sejam as mais adequadas", disse Costa na manhã deste domingo, durante evento em Salvador. "Mas sua indignação é de alguém que vai lutar para provar a sua inocência. Desde o princípio ele foi enfático em afirmar que não tinha relação com esses fatos. Eu continuo confiando nele." Em entrevista por telefone à Folha, na sexta, o vice-governador baiano disse que estava "cagando e andando, no bom português, na cabeça desses cornos todos". "Sou um cara sério, bato no meu peito e não tenho culpa." Diante da má repercussão da frase, o vice publicou nota mais amena e, neste domingo, pediu desculpas pela declaração. A divulgação da lista de políticos investigados na Lava Jato deixou em segundo plano o evento que contou com a presença do governador e de outros políticos em homenagem ao Dia da Mulher, neste domingo, em Salvador. O petista, que falou aos jornalistas por 12 minutos, passou nove deles respondendo perguntas sobre a operação. Rui Costa disse ainda que Leão não deve ser afastado da Secretaria de Planejamento, cargo que também ocupa na administração estadual. "Não tenho motivo nenhum para afastá-lo. Ele foi citado por alguns dos delatores. O que o STF fez foi autorizar o início do processo de investigação. Então, como posso afastá-lo, se nem sequer ele ainda foi investigado? Não há ainda provas que confirmem ou neguem essas delações." O governador baiano aproveitou para defender o fim do financiamento privado de campanha, que avalia como a raiz da maior parte dos casos de corrupção no país. Nenhum dos quatro políticos baianos citados na lista do procurador Rodrigo Janot acompanharam o governador no evento desta manhã. Além de Leão, serão investigados Mário Negromonte (PP), ex-ministro das Cidades, o deputado federal Roberto Britto (PP) e o ex-deputado federal Luiz Argôlo (SD). Já parlamentares que participaram do encontro e que compõem a base governista demonstraram desconforto com as declarações de Leão, embora considerem ainda cedo dizer como as investigações terão impacto na política local.
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O dilema da saúde
SÃO PAULO - Existem situações em que o administrador público sempre perde. O caso clássico é o do bebê doente que precisa de um remédio de alto custo não coberto pelo sistema de saúde. Se o gestor segue as regras e nega o tratamento, será visto como um monstro insensível à dor da família. Se, por outro lado, ele autoriza a compra do fármaco, será censurado por ter agido de forma antirrepublicana, passando por cima dos interesses de um número muito maior de pacientes que não padecem de moléstias midiáticas. É bem esse o dilema dos ministros do STF que julgam a chamada judicialização da saúde. Serão criticados por qualquer decisão que tomem. Ou estarão privando alguns doentes com nome, rosto e história do direito à saúde, ou estarão agindo de forma fiscalmente irresponsável, o que, ao fim e ao cabo, também resulta em subtrair direitos vitais a um um conjunto anônimo de pacientes. O fato de não haver como o tomador da decisão ficar bem na foto não significa que não exista uma decisão certa. Por mais difícil que seja fazê-lo, agentes que atuam em nome do Estado precisam despir-se de todas as emoções e preferências e pautar suas escolhas pelo princípio utilitarista do "maior bem para o maior número de pessoas", permanecendo deliberadamente cegos para a identidade dos indivíduos envolvidos. Na prática, penso que os ministros precisam, sim, limitar a possibilidade de pacientes conseguirem na Justiça acesso a tratamentos não previstos no SUS, que deve permanecer universal, isto é, prestando os atendimentos a todos, sejam eles ricos ou pobres. O que os magistrados poderiam cobrar do Ministério da Saúde é que desenvolva um mecanismo para avaliar rapidamente a incorporação de novos medicamentos e terapias ao SUS, segundo critérios transparentes de custo e benefício. Existe hoje toda uma família de ferramentas estatísticas, como Qaly, Daly e Haly, que ajudam nessas decisões.
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O dilema da saúdeSÃO PAULO - Existem situações em que o administrador público sempre perde. O caso clássico é o do bebê doente que precisa de um remédio de alto custo não coberto pelo sistema de saúde. Se o gestor segue as regras e nega o tratamento, será visto como um monstro insensível à dor da família. Se, por outro lado, ele autoriza a compra do fármaco, será censurado por ter agido de forma antirrepublicana, passando por cima dos interesses de um número muito maior de pacientes que não padecem de moléstias midiáticas. É bem esse o dilema dos ministros do STF que julgam a chamada judicialização da saúde. Serão criticados por qualquer decisão que tomem. Ou estarão privando alguns doentes com nome, rosto e história do direito à saúde, ou estarão agindo de forma fiscalmente irresponsável, o que, ao fim e ao cabo, também resulta em subtrair direitos vitais a um um conjunto anônimo de pacientes. O fato de não haver como o tomador da decisão ficar bem na foto não significa que não exista uma decisão certa. Por mais difícil que seja fazê-lo, agentes que atuam em nome do Estado precisam despir-se de todas as emoções e preferências e pautar suas escolhas pelo princípio utilitarista do "maior bem para o maior número de pessoas", permanecendo deliberadamente cegos para a identidade dos indivíduos envolvidos. Na prática, penso que os ministros precisam, sim, limitar a possibilidade de pacientes conseguirem na Justiça acesso a tratamentos não previstos no SUS, que deve permanecer universal, isto é, prestando os atendimentos a todos, sejam eles ricos ou pobres. O que os magistrados poderiam cobrar do Ministério da Saúde é que desenvolva um mecanismo para avaliar rapidamente a incorporação de novos medicamentos e terapias ao SUS, segundo critérios transparentes de custo e benefício. Existe hoje toda uma família de ferramentas estatísticas, como Qaly, Daly e Haly, que ajudam nessas decisões.
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A 200 dias para a Rio-2016, Brasil usa táticas para aproveitar vantagem
MARCEL MERGUIZO PAULO ROBERTO CONDE DE SÃO PAULO A 200 dias do início dos Jogos Olímpicos do Rio, o interesse do público varia da conclusão de novas instalações esportivas à eficácia das medidas de segurança que serão adotadas pelas autoridades. Umas das principais dúvidas recai sobre a participação esportiva do país, ainda mais após o COB (Comitê Olímpico do Brasil) estipular a meta de estar no top 10 no quadro de medalhas -por total de pódios. A Folha conta estratégias adotadas pelo COB, confederações e atletas para tentar extrair as vantagens do "fator casa" e impulsionar a campanha. 1 - TREINO ISOLADO Tido como esporte líder para a campanha brasileira, o judô pouco ficará na Vila Olímpica. A preparação será toda feita em um hotel em Mangaratiba, no Estado do Rio. Eles já fizeram uma experiência antes do Pan de Toronto. Os judocas irão para a Vila apenas na antevéspera de competirem. Tudo para que os brasileiros tenham uma base e não precisem dividir tatame em treinos nas arenas designadas pela organização. A natação, que iria treinar na Fortaleza de São João, na Urca, quartel-general da delegação brasileira, estuda fazer sua aclimatação nos EUA ou em outro Estado. "O desafio é encontrar um local que dê uma condição de união para o grupo", disse Bichara. A piscina do "QG" da equipe brasileira não ficaria pronta a tempo da preparação do time nacional de natação. 2 - NEGOCIAÇÃO Nos bastidores, os dirigentes brasileiros trabalham para que os atletas e equipes do país atuem em horários mais favoráveis. Em nem todas as modalidades isso é possível, mas em algumas sim. Um desejo do COB, por exemplo, é que as as equipes de vôlei e vôlei de praia não sejam as escolhidas para as últimas sessões esportivas do dia. Tudo para não prejudicar a recuperação para a sequência da competição. Haverá jogos na praia de Copacabana que vão até 0h50. Tudo depende de negociação com o comitê organizador da Rio-2016. Este tipo de apelo é praxe entre os países-sede dos Jogos Olímpicos. 3 - VIDA NOTURNA Esportes como a natação, atletismo e vôlei de praia terão horários nos Jogos do Rio que fogem do habitual. As finais aquáticas, por exemplo, serão disputadas a partir de 22h, para atender pedido das TVs em Londres-2012 eram às 19h30 (no horário local). COB e confederações têm feito tentativas para adaptar os atletas e amenizar efeitos. No início de dezembro, um grupo do atletismo fez dois dias de treinos à noite em instalação da Aeronáutica. A natação também estuda treinar nos respectivos horários. Atletas de outros esportes passarão por experiência semelhante. Um trabalho é feito em conjunto com Marco Túlio de Mello, professor da UFMG e especialista na área. 4 - RECLUSÃO A Vila Olímpica é estratégica para o Brasil. Nas últimas edições olímpicas, o COB já pensava com carinho em como usar o local em favor da delegação. Agora, em casa, os dirigentes puderam aplicar de maneira ainda mais efetiva a estratégia. Está definido que os atletas brasileiros ficarão num prédio inteiro na Vila. Sozinho. E do lado oposto à movimentação na avenida em frente, que dá para o Parque Olímpico da Barra da Tijuca. A área escolhida é próxima à zona de transporte, de onde partem os ônibus para as arenas de competição. O prédio também é afastado do burburinho da zona internacional (onde atletas, técnicos, jornalistas e convidados podem circular). A ideia é dar o máximo de tranquilidade aos atletas. Outra preocupação do COB se relaciona com o nascer o no pôr do sol, pondo em quartos estratégicos quem acorda mais cedo e mais tarde. Por ser o país-sede, o Brasil pôde mexer a primeira peça nessa disputa. O mesmo aconteceu com os ingleses em Londres, os chineses em Pequim e assim por diante. Falar com atletas será quase impossível. O desejo do comitê é restringir ao máximo o acesso de familiares e convidados à Vila. Para isso, terá espaço em um shopping que fica a cerca de 4 km do local. A ideia é levar alguns competidores lá, de maneira escalonada, para ter contato com parentes e amigos, sem atrapalhar a concentração. 5 - OS 'SEM VILA' Cerca de 85% da delegação brasileira, que deve ter mais de 400 atletas, está com estratégia de alojamento para os Jogos definida. Parte não vai ficar hospedada na Vila. Devido à distância entre as principais praças de competição no Rio, a melhor condição de hospedagem é fora dela. É o caso dos velejadores, por exemplo, cujas competições ocorrerão na baía de Guanabara. Eles se acomodarão em hotéis, instalações militares e casas nos arredores da Marina da Glória. Antes de suas provas, atletas da maratona aquática e triatlo, que competem em dia único, ficarão em hotéis entre Ipanema e Copacabana. Para a preparação antes dos Jogos, os brasileiros usarão instalações do Exército reformadas na Urca a um custo de mais de R$ 20 milhões. A Fortaleza de São João receberá a preparação de equipes de mais de dez modalidades, entre elas atletismo, basquete e futebol feminino. Também próxima à Urca, a Escola Naval foi revitalizada pelo governo federal e será usada pela equipe de vela. 6 - BASE DEODORO O COB também planeja montar uma base de ação em Deodoro, segundo principal polo de competição dos Jogos do Rio -será o palco de 11 modalidades olímpicas. "Pensamos em competições que demoram o dia inteiro, que o atleta tenha um tempo para relaxar. Por exemplo, o cara que compete de manhã teria uma base para descanso", disse Jorge Bichara, gerente-geral de performance esportiva do COB. O comitê iniciou tratativas com o Exército para ter apoio na região e recebeu um aceno positivo. Afastado mais de 30 km do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, Deodoro é uma vila militar e recebeu diversas modalidades no Pan do Rio, em 2007.
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A 200 dias para a Rio-2016, Brasil usa táticas para aproveitar vantagem MARCEL MERGUIZO PAULO ROBERTO CONDE DE SÃO PAULO A 200 dias do início dos Jogos Olímpicos do Rio, o interesse do público varia da conclusão de novas instalações esportivas à eficácia das medidas de segurança que serão adotadas pelas autoridades. Umas das principais dúvidas recai sobre a participação esportiva do país, ainda mais após o COB (Comitê Olímpico do Brasil) estipular a meta de estar no top 10 no quadro de medalhas -por total de pódios. A Folha conta estratégias adotadas pelo COB, confederações e atletas para tentar extrair as vantagens do "fator casa" e impulsionar a campanha. 1 - TREINO ISOLADO Tido como esporte líder para a campanha brasileira, o judô pouco ficará na Vila Olímpica. A preparação será toda feita em um hotel em Mangaratiba, no Estado do Rio. Eles já fizeram uma experiência antes do Pan de Toronto. Os judocas irão para a Vila apenas na antevéspera de competirem. Tudo para que os brasileiros tenham uma base e não precisem dividir tatame em treinos nas arenas designadas pela organização. A natação, que iria treinar na Fortaleza de São João, na Urca, quartel-general da delegação brasileira, estuda fazer sua aclimatação nos EUA ou em outro Estado. "O desafio é encontrar um local que dê uma condição de união para o grupo", disse Bichara. A piscina do "QG" da equipe brasileira não ficaria pronta a tempo da preparação do time nacional de natação. 2 - NEGOCIAÇÃO Nos bastidores, os dirigentes brasileiros trabalham para que os atletas e equipes do país atuem em horários mais favoráveis. Em nem todas as modalidades isso é possível, mas em algumas sim. Um desejo do COB, por exemplo, é que as as equipes de vôlei e vôlei de praia não sejam as escolhidas para as últimas sessões esportivas do dia. Tudo para não prejudicar a recuperação para a sequência da competição. Haverá jogos na praia de Copacabana que vão até 0h50. Tudo depende de negociação com o comitê organizador da Rio-2016. Este tipo de apelo é praxe entre os países-sede dos Jogos Olímpicos. 3 - VIDA NOTURNA Esportes como a natação, atletismo e vôlei de praia terão horários nos Jogos do Rio que fogem do habitual. As finais aquáticas, por exemplo, serão disputadas a partir de 22h, para atender pedido das TVs em Londres-2012 eram às 19h30 (no horário local). COB e confederações têm feito tentativas para adaptar os atletas e amenizar efeitos. No início de dezembro, um grupo do atletismo fez dois dias de treinos à noite em instalação da Aeronáutica. A natação também estuda treinar nos respectivos horários. Atletas de outros esportes passarão por experiência semelhante. Um trabalho é feito em conjunto com Marco Túlio de Mello, professor da UFMG e especialista na área. 4 - RECLUSÃO A Vila Olímpica é estratégica para o Brasil. Nas últimas edições olímpicas, o COB já pensava com carinho em como usar o local em favor da delegação. Agora, em casa, os dirigentes puderam aplicar de maneira ainda mais efetiva a estratégia. Está definido que os atletas brasileiros ficarão num prédio inteiro na Vila. Sozinho. E do lado oposto à movimentação na avenida em frente, que dá para o Parque Olímpico da Barra da Tijuca. A área escolhida é próxima à zona de transporte, de onde partem os ônibus para as arenas de competição. O prédio também é afastado do burburinho da zona internacional (onde atletas, técnicos, jornalistas e convidados podem circular). A ideia é dar o máximo de tranquilidade aos atletas. Outra preocupação do COB se relaciona com o nascer o no pôr do sol, pondo em quartos estratégicos quem acorda mais cedo e mais tarde. Por ser o país-sede, o Brasil pôde mexer a primeira peça nessa disputa. O mesmo aconteceu com os ingleses em Londres, os chineses em Pequim e assim por diante. Falar com atletas será quase impossível. O desejo do comitê é restringir ao máximo o acesso de familiares e convidados à Vila. Para isso, terá espaço em um shopping que fica a cerca de 4 km do local. A ideia é levar alguns competidores lá, de maneira escalonada, para ter contato com parentes e amigos, sem atrapalhar a concentração. 5 - OS 'SEM VILA' Cerca de 85% da delegação brasileira, que deve ter mais de 400 atletas, está com estratégia de alojamento para os Jogos definida. Parte não vai ficar hospedada na Vila. Devido à distância entre as principais praças de competição no Rio, a melhor condição de hospedagem é fora dela. É o caso dos velejadores, por exemplo, cujas competições ocorrerão na baía de Guanabara. Eles se acomodarão em hotéis, instalações militares e casas nos arredores da Marina da Glória. Antes de suas provas, atletas da maratona aquática e triatlo, que competem em dia único, ficarão em hotéis entre Ipanema e Copacabana. Para a preparação antes dos Jogos, os brasileiros usarão instalações do Exército reformadas na Urca a um custo de mais de R$ 20 milhões. A Fortaleza de São João receberá a preparação de equipes de mais de dez modalidades, entre elas atletismo, basquete e futebol feminino. Também próxima à Urca, a Escola Naval foi revitalizada pelo governo federal e será usada pela equipe de vela. 6 - BASE DEODORO O COB também planeja montar uma base de ação em Deodoro, segundo principal polo de competição dos Jogos do Rio -será o palco de 11 modalidades olímpicas. "Pensamos em competições que demoram o dia inteiro, que o atleta tenha um tempo para relaxar. Por exemplo, o cara que compete de manhã teria uma base para descanso", disse Jorge Bichara, gerente-geral de performance esportiva do COB. O comitê iniciou tratativas com o Exército para ter apoio na região e recebeu um aceno positivo. Afastado mais de 30 km do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, Deodoro é uma vila militar e recebeu diversas modalidades no Pan do Rio, em 2007.
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Folias de 2016
RIO DE JANEIRO - Incrível, mas, em 2016, faz 50 anos que os Beatles lançaram "Yesterday"; The Doors, "Light my Fire"; The Mamas and the Papas, "California Dreamin'"; Baden e Vinicius, "Apelo"; Edu Lobo e Torquato Neto, "Pra Dizer Adeus"; e Carlos Imperial, "Mamãe Passou Açúcar em Mim". Entre outras. Grande ano, 1966. Já a parceria Tom e Vinicius, estreando com "Se Todos Fossem Iguais a Você", daqui a meses completará 60 anos –mesma idade de "Maracangalha", com Caymmi, "Conceição", com Cauby Peixoto, e "A Voz do Morro", com Jorge Goulart. Tudo 1956. E que ano também para o jazz: "Whisper Not", de Benny Golson, "Waltz for Debbie", de Bill Evans, e "In Your Own Sweet Way', de Dave Brubeck. Em 1946? Saíram "Copacabana", de Braguinha e Alberto Ribeiro; "Baião", de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga ("Eu vou mostrar pra vocês..."); "Les Feuilles Mortes", de Joseph Kosma e Jacques Prévert; "Ornithology", de Charlie Parker; e "Adios, Pampa Mia", de Francisco Canaro. Todos completarão setentinha. E sabe as últimas de 1936? Noel Rosa (com ou sem parceiros) fez "Pierrô Apaixonado", "É Bom Parar" e "Palpite Infeliz" –quem diria que isso foi há 80 anos? Já "O Ébrio", de Vicente Celestino, parece mesmo octogenário. E, de 1926, herdamos "Abismo de Rosas", de Canhoto, "Always", de Irving Berlin, "Tea for Two", de Vincent Youmans, e "Muskrat Ramble", de Kid Ory. Sucessos há 90 anos. E quem vai chegar a 100 em 2016? O "Pelo Telefone", de Donga e Mauro de Almeida. Não foi o primeiro disco de samba, e sim o quinto. Mas foi o primeiro a fazer sucesso como samba, mesmo sendo um maxixe. Não importa. Por sua causa, vem aí o centenário do samba, e viva ele. Só que, em 2031, por causa de "Se Você Jurar", de Ismael Silva e Nilton Bastos, de 1931, o samba fará 100 anos de novo –e só então para valer.
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Folias de 2016RIO DE JANEIRO - Incrível, mas, em 2016, faz 50 anos que os Beatles lançaram "Yesterday"; The Doors, "Light my Fire"; The Mamas and the Papas, "California Dreamin'"; Baden e Vinicius, "Apelo"; Edu Lobo e Torquato Neto, "Pra Dizer Adeus"; e Carlos Imperial, "Mamãe Passou Açúcar em Mim". Entre outras. Grande ano, 1966. Já a parceria Tom e Vinicius, estreando com "Se Todos Fossem Iguais a Você", daqui a meses completará 60 anos –mesma idade de "Maracangalha", com Caymmi, "Conceição", com Cauby Peixoto, e "A Voz do Morro", com Jorge Goulart. Tudo 1956. E que ano também para o jazz: "Whisper Not", de Benny Golson, "Waltz for Debbie", de Bill Evans, e "In Your Own Sweet Way', de Dave Brubeck. Em 1946? Saíram "Copacabana", de Braguinha e Alberto Ribeiro; "Baião", de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga ("Eu vou mostrar pra vocês..."); "Les Feuilles Mortes", de Joseph Kosma e Jacques Prévert; "Ornithology", de Charlie Parker; e "Adios, Pampa Mia", de Francisco Canaro. Todos completarão setentinha. E sabe as últimas de 1936? Noel Rosa (com ou sem parceiros) fez "Pierrô Apaixonado", "É Bom Parar" e "Palpite Infeliz" –quem diria que isso foi há 80 anos? Já "O Ébrio", de Vicente Celestino, parece mesmo octogenário. E, de 1926, herdamos "Abismo de Rosas", de Canhoto, "Always", de Irving Berlin, "Tea for Two", de Vincent Youmans, e "Muskrat Ramble", de Kid Ory. Sucessos há 90 anos. E quem vai chegar a 100 em 2016? O "Pelo Telefone", de Donga e Mauro de Almeida. Não foi o primeiro disco de samba, e sim o quinto. Mas foi o primeiro a fazer sucesso como samba, mesmo sendo um maxixe. Não importa. Por sua causa, vem aí o centenário do samba, e viva ele. Só que, em 2031, por causa de "Se Você Jurar", de Ismael Silva e Nilton Bastos, de 1931, o samba fará 100 anos de novo –e só então para valer.
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Colômbia será implacável contra quem rejeitar acordo de paz, diz ministro
O ministro da Justiça da Colômbia, Yesid Reyes, se diz confiante em relação às negociações de paz entre governo e Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), mas avisa: o Estado será implacável contra quem rejeitar um futuro acordo. Ao receber a Folha em seu gabinete numa manhã recente, Reyes minimizou resistências internas ao diálogo iniciado há três anos sob mediação cubana e prometeu transparência para convencer os colombianos da utilidade das conversas, que já resultaram num pré-acordo anunciado em setembro em Havana. O pacto, que pavimenta o caminho rumo a um acordo definitivo em março de 2016, prevê a criação de um tribunal para tratar de todos os casos ligados aos confrontos entre a guerrilha e o Estado colombiano e a formação de uma comissão da verdade. Também estão previstos um acordo para reparação a vítimas da guerra e anistia para os combatentes que não tenham cometido crimes violentos no conflito deflagrado nos anos 1960 e que deixou mais de 220 mil mortos. Reyes disse que a Colômbia precisa de um novo marco legal para administrar o pós-conflito e afirmou que o desfecho das conversas com as Farc não terá impacto sobre o diálogo, ainda incipiente, com o Exército de Libertação Nacional (ELN), outro grupo guerrilheiro. * Folha - Como o governo lida com o significativo rechaço popular ao acordo? Yesid Reyes - Não acho que a situação seja tão dramática. As pesquisas mais recentes falam de um apoio perto de 50%. O que há são críticas e discussões sobre temas pontuais. Isso é compreensível na medida em que a negociação acontece em Havana, e, por isso, na Colômbia se especula sobre o teor das negociações. Daí surgem interpretações distintas e controversas. Se especulou, por exemplo, que em Havana se estava negociando o modelo econômico e social do país. Isso não é verdade. Há quem diga por aí que o futuro da força pública está em discussão, o que também é errado. Tudo se normalizará quando os acordos forem assinados e apresentados à opinião pública. Qual a chance de o diálogo fracassar a esta altura? A probabilidade de que as coisas corram bem e dentro do prazo é muito alta. Um acordo com as Farc selaria o fim do conflito? Sim, significaria o fim do conflito armado com as Farc. O pré-acordo de setembro define um mesmo padrão de sentenças para todos os envolvidos —guerrilheiros, paramilitares e militares. Essa simetria lhe parece justa, sendo que foram as Farc quem começaram o conflito? Não conheço nenhum parâmetro internacional que estipule que quem começou o conflito deve ter pena mais dura. Qual o ponto mais difícil na negociação até agora? Caminhamos muito, mas falta terminar os temas da justiça e da reparação às vítimas, que é complexo. Outro tema difícil é a entrega das armas e a desmobilização dos guerrilheiros da Farc. Como o governo pretende lidar com guerrilheiros que se recusarem a entregar as armas? A exemplo do que acontece ao fim de qualquer conflito, existe a possibilidade real de que algumas pessoas não abracem a solução acordada. Pois estas pessoas simplesmente ficarão à margem da lei e da justiça e serão enfrentadas com todos os mecanismos ordinários do Estado de direito na Colômbia. O acordo final prevê que os envolvidos reconheçam sua participação em crimes violentos e contra a humanidade. As partes estão prontas para isso? As pessoas que aderirem ao regime de jurisdição para a paz têm três caminhos possíveis pela frente, e esses caminhos passam justamente pelo reconhecimento da responsabilidade. As sanções mais leves, que incluem restrição de liberdade por um período entre cinco e oito anos, estão previstas para quem aceitar a responsabilidade antes do início do julgamento na Justiça transicional. Quem reconhecê-la antes do final do julgamento também poderá pegar entre cinco e oito anos. Mas quem chegar ao fim do julgamento sem ter assumido sua responsabilidade poderá pegar até 20 anos de prisão. Ou seja, o tratamento é mais benigno para quem reconhecer sua responsabilidade. A presença das Farc na Colômbia O que acontece com quem já está preso pela participação no conflito? A Justiça transicional busca uma solução global para o conflito e, por isso, deve abarcar todas as pessoas que participaram do conflito, independentemente de elas já terem sido investigadas, julgadas ou condenadas. É a única maneira de solucionar integralmente o conflito. O acordo em Havana daria ao presidente poderes especiais para aprovar leis e decidir extradições para os EUA sem consentimento popular. O que responde aos que temem abusos de poder? O acordo sobre jurisdição especial está perto de ser concluído, mas alguns pontos ainda estão sendo discutidos. Quando o acordo estiver pronto, serão necessárias reformas constitucionais e legais para que isso entre em funcionamento. No que diz respeito à forma como serão feitas estas reformas, foi apresentado ao Congresso um projeto para definir se haverá ou não faculdades especiais para o presidente da república e qual seria o alcance dessas faculdades. Se o acordo for firmado no meio do ano que vem, como todos esperamos, uma nova estrutura legal e eventualmente constitucional será necessária para pôr em funcionamento toda esta jurisdição especial para a paz. O andar da negociação com o outro grupo guerrilheiro, o Exército de Liberação Nacional (ELN), depende do resultado de Havana? Não. São processos independentes. Com ou sem paz com as Farc, as negociações continuarão com o ELN.
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Colômbia será implacável contra quem rejeitar acordo de paz, diz ministroO ministro da Justiça da Colômbia, Yesid Reyes, se diz confiante em relação às negociações de paz entre governo e Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), mas avisa: o Estado será implacável contra quem rejeitar um futuro acordo. Ao receber a Folha em seu gabinete numa manhã recente, Reyes minimizou resistências internas ao diálogo iniciado há três anos sob mediação cubana e prometeu transparência para convencer os colombianos da utilidade das conversas, que já resultaram num pré-acordo anunciado em setembro em Havana. O pacto, que pavimenta o caminho rumo a um acordo definitivo em março de 2016, prevê a criação de um tribunal para tratar de todos os casos ligados aos confrontos entre a guerrilha e o Estado colombiano e a formação de uma comissão da verdade. Também estão previstos um acordo para reparação a vítimas da guerra e anistia para os combatentes que não tenham cometido crimes violentos no conflito deflagrado nos anos 1960 e que deixou mais de 220 mil mortos. Reyes disse que a Colômbia precisa de um novo marco legal para administrar o pós-conflito e afirmou que o desfecho das conversas com as Farc não terá impacto sobre o diálogo, ainda incipiente, com o Exército de Libertação Nacional (ELN), outro grupo guerrilheiro. * Folha - Como o governo lida com o significativo rechaço popular ao acordo? Yesid Reyes - Não acho que a situação seja tão dramática. As pesquisas mais recentes falam de um apoio perto de 50%. O que há são críticas e discussões sobre temas pontuais. Isso é compreensível na medida em que a negociação acontece em Havana, e, por isso, na Colômbia se especula sobre o teor das negociações. Daí surgem interpretações distintas e controversas. Se especulou, por exemplo, que em Havana se estava negociando o modelo econômico e social do país. Isso não é verdade. Há quem diga por aí que o futuro da força pública está em discussão, o que também é errado. Tudo se normalizará quando os acordos forem assinados e apresentados à opinião pública. Qual a chance de o diálogo fracassar a esta altura? A probabilidade de que as coisas corram bem e dentro do prazo é muito alta. Um acordo com as Farc selaria o fim do conflito? Sim, significaria o fim do conflito armado com as Farc. O pré-acordo de setembro define um mesmo padrão de sentenças para todos os envolvidos —guerrilheiros, paramilitares e militares. Essa simetria lhe parece justa, sendo que foram as Farc quem começaram o conflito? Não conheço nenhum parâmetro internacional que estipule que quem começou o conflito deve ter pena mais dura. Qual o ponto mais difícil na negociação até agora? Caminhamos muito, mas falta terminar os temas da justiça e da reparação às vítimas, que é complexo. Outro tema difícil é a entrega das armas e a desmobilização dos guerrilheiros da Farc. Como o governo pretende lidar com guerrilheiros que se recusarem a entregar as armas? A exemplo do que acontece ao fim de qualquer conflito, existe a possibilidade real de que algumas pessoas não abracem a solução acordada. Pois estas pessoas simplesmente ficarão à margem da lei e da justiça e serão enfrentadas com todos os mecanismos ordinários do Estado de direito na Colômbia. O acordo final prevê que os envolvidos reconheçam sua participação em crimes violentos e contra a humanidade. As partes estão prontas para isso? As pessoas que aderirem ao regime de jurisdição para a paz têm três caminhos possíveis pela frente, e esses caminhos passam justamente pelo reconhecimento da responsabilidade. As sanções mais leves, que incluem restrição de liberdade por um período entre cinco e oito anos, estão previstas para quem aceitar a responsabilidade antes do início do julgamento na Justiça transicional. Quem reconhecê-la antes do final do julgamento também poderá pegar entre cinco e oito anos. Mas quem chegar ao fim do julgamento sem ter assumido sua responsabilidade poderá pegar até 20 anos de prisão. Ou seja, o tratamento é mais benigno para quem reconhecer sua responsabilidade. A presença das Farc na Colômbia O que acontece com quem já está preso pela participação no conflito? A Justiça transicional busca uma solução global para o conflito e, por isso, deve abarcar todas as pessoas que participaram do conflito, independentemente de elas já terem sido investigadas, julgadas ou condenadas. É a única maneira de solucionar integralmente o conflito. O acordo em Havana daria ao presidente poderes especiais para aprovar leis e decidir extradições para os EUA sem consentimento popular. O que responde aos que temem abusos de poder? O acordo sobre jurisdição especial está perto de ser concluído, mas alguns pontos ainda estão sendo discutidos. Quando o acordo estiver pronto, serão necessárias reformas constitucionais e legais para que isso entre em funcionamento. No que diz respeito à forma como serão feitas estas reformas, foi apresentado ao Congresso um projeto para definir se haverá ou não faculdades especiais para o presidente da república e qual seria o alcance dessas faculdades. Se o acordo for firmado no meio do ano que vem, como todos esperamos, uma nova estrutura legal e eventualmente constitucional será necessária para pôr em funcionamento toda esta jurisdição especial para a paz. O andar da negociação com o outro grupo guerrilheiro, o Exército de Liberação Nacional (ELN), depende do resultado de Havana? Não. São processos independentes. Com ou sem paz com as Farc, as negociações continuarão com o ELN.
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Propina de Angra 3 foi paga até janeiro deste ano, diz PF
O pagamento de propina pelas obras da usina nuclear Angra 3, conduzida pela estatal Eletronuclear, ocorreu pelo menos até janeiro deste ano, quando empreiteiros e agentes públicos já haviam sido presos sob suspeita de corrupção. O comprovante deste pagamento foi um dos fundamentos para a prisão preventiva do sócio da Engevix, José Antunes Sobrinho, nesta segunda-feira (21), na 19ª fase da Operação Lava Jato. O presidente licenciado da Eletronuclear, almirante Othon Pinheiro da Silva, foi um dos beneficiados pela propina, segundo a Polícia Federal. O pagamento foi feito à empresa Aratec, de propriedade do almirante e de sua filha, Ana Cristina Toniolo. Os dois já respondem na Justiça sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro, por recebimentos de propina via Aratec. "Mesmo com um diretor da Engevix preso [Gerson Almada, que foi detido em novembro do ano passado], eles continuaram com o mesmo esquema de corrupção", afirmou o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Lava Jato. O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Lava Jato, acolheu as alegações da Procuradoria e decretou a prisão de Sobrinho. Segundo o magistrado, o repasse de propina feito mesmo após a prisão de outro executivo da Engevix mostra que a detenção de Sobrinho é necessária para evitar a realização de novos pagamentos de suborno. Sobrinho também entrou em contato com uma testemunha para tentar combinar a versão de um depoimento sobre o esquema –o que foi mais um dos motivos para sua preventiva. De acordo com o despacho do juiz Moro, houve um encontro entre Sobrinho e Victor Sérgio Colavitti, titular da Link Projetos, uma das empresas usadas para repassar propinas à Aratec, no dia 15 de julho passado. Em depoimento de delação premiada, Colavitti afirmou que nesse encontro Sobrinho relatou que iria produzir documentos falsos para tentar justificar os repasses do esquema de corrupção, segundo o magistrado. O Ministério Público também havia requerido a decretação das prisões de outros dois executivos investigados no caso, Gustavo Ribeiro de Andrade Botelho, da empreiteira Andrade Gutierrez, e Cristiano Kok, da construtora Engevix, mas Moro negou os pedidos. O juiz afirmou no despacho que, embora haja indícios de que os dois tiveram envolvimento no esquema de corrupção, as prisões de outros executivos das empresas já são suficientes para evitar que as empreiteiras voltem a cometer crimes. Os contratos investigados da Engevix com a Eletronuclear nesta fase somam R$ 140 milhões, e foram firmados entre 2011 e 2013. Ainda não se sabe quanto de propina foi paga nessa operação. No final de julho, Pinheiro da Silva foi preso sob a suspeita de recebimento de R$ 4,5 milhões em propina. Para os investigadores, o esquema replicava o ocorrido na Petrobras, com o uso de licitações fraudadas, superfaturamento e pagamento de propinas a dirigentes da estatal e a políticos.
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Propina de Angra 3 foi paga até janeiro deste ano, diz PFO pagamento de propina pelas obras da usina nuclear Angra 3, conduzida pela estatal Eletronuclear, ocorreu pelo menos até janeiro deste ano, quando empreiteiros e agentes públicos já haviam sido presos sob suspeita de corrupção. O comprovante deste pagamento foi um dos fundamentos para a prisão preventiva do sócio da Engevix, José Antunes Sobrinho, nesta segunda-feira (21), na 19ª fase da Operação Lava Jato. O presidente licenciado da Eletronuclear, almirante Othon Pinheiro da Silva, foi um dos beneficiados pela propina, segundo a Polícia Federal. O pagamento foi feito à empresa Aratec, de propriedade do almirante e de sua filha, Ana Cristina Toniolo. Os dois já respondem na Justiça sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro, por recebimentos de propina via Aratec. "Mesmo com um diretor da Engevix preso [Gerson Almada, que foi detido em novembro do ano passado], eles continuaram com o mesmo esquema de corrupção", afirmou o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Lava Jato. O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Lava Jato, acolheu as alegações da Procuradoria e decretou a prisão de Sobrinho. Segundo o magistrado, o repasse de propina feito mesmo após a prisão de outro executivo da Engevix mostra que a detenção de Sobrinho é necessária para evitar a realização de novos pagamentos de suborno. Sobrinho também entrou em contato com uma testemunha para tentar combinar a versão de um depoimento sobre o esquema –o que foi mais um dos motivos para sua preventiva. De acordo com o despacho do juiz Moro, houve um encontro entre Sobrinho e Victor Sérgio Colavitti, titular da Link Projetos, uma das empresas usadas para repassar propinas à Aratec, no dia 15 de julho passado. Em depoimento de delação premiada, Colavitti afirmou que nesse encontro Sobrinho relatou que iria produzir documentos falsos para tentar justificar os repasses do esquema de corrupção, segundo o magistrado. O Ministério Público também havia requerido a decretação das prisões de outros dois executivos investigados no caso, Gustavo Ribeiro de Andrade Botelho, da empreiteira Andrade Gutierrez, e Cristiano Kok, da construtora Engevix, mas Moro negou os pedidos. O juiz afirmou no despacho que, embora haja indícios de que os dois tiveram envolvimento no esquema de corrupção, as prisões de outros executivos das empresas já são suficientes para evitar que as empreiteiras voltem a cometer crimes. Os contratos investigados da Engevix com a Eletronuclear nesta fase somam R$ 140 milhões, e foram firmados entre 2011 e 2013. Ainda não se sabe quanto de propina foi paga nessa operação. No final de julho, Pinheiro da Silva foi preso sob a suspeita de recebimento de R$ 4,5 milhões em propina. Para os investigadores, o esquema replicava o ocorrido na Petrobras, com o uso de licitações fraudadas, superfaturamento e pagamento de propinas a dirigentes da estatal e a políticos.
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A ideologia do Enem
SÃO PAULO - Há algum exagero na acusação de que o governo transformou o Enem numa prova doutrinária, que só aprova candidatos com bons conhecimentos de marxismo-leninismo. Deve-se reconhecer, porém, que o exame, notadamente a parte de ciências humanas, dá generoso espaço a tópicos e autores caros à esquerda. Fora o tema da redação, que foi a violência contra a mulher, eu contei, usando critérios bem frouxos, 14 perguntas capazes de disparar, ainda que levemente, conexões neuronais esquerdistas nos candidatos. Detalhe importante, a maioria delas não exige que o estudante concorde com a tese para acertar o exercício. São assuntos como globalização, movimentos sociais, feminismo, defesa do meio ambiente. Entre os autores, destacam-se nomes como Simone de Beauvoir, Karl Mannheim, Slavoj Zizek, Agostinho Neto e Paulo Freire. Esse "pot-pourri" representa 31% da prova de ciências humanas –o que não é pouco-, mas mais modestos 7,8%, se considerarmos todas as 180 questões do teste. Admitindo um toque de cinismo, eu diria até que o viés ideológico da prova é útil para os candidatos, já que, em caso de emergência, podem recorrer a cálculos mentais de segunda ordem: na dúvida entre duas alternativas, opte sempre pela que tem a resposta mais "esquerdista", pois é maior a chance de que seja essa a que consta como correta no gabarito. Seria muito melhor, porém, que o Inep, o instituto que elabora a prova, buscasse ativamente uma certa neutralidade ideológica no conjunto das questões. Por mais pantanoso e traiçoeiro que seja esse terreno –a rigor, a neutralidade é menos do que uma quimera–, vale a pena procurar um equilíbrio no "pedigree" dos autores citados justamente para que o exame não seja acusado de ser uma peça de propaganda. O compromisso do Inep não deve ser com correntes de pensamento, mas sim com a qualidade e a reputação da prova.
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A ideologia do EnemSÃO PAULO - Há algum exagero na acusação de que o governo transformou o Enem numa prova doutrinária, que só aprova candidatos com bons conhecimentos de marxismo-leninismo. Deve-se reconhecer, porém, que o exame, notadamente a parte de ciências humanas, dá generoso espaço a tópicos e autores caros à esquerda. Fora o tema da redação, que foi a violência contra a mulher, eu contei, usando critérios bem frouxos, 14 perguntas capazes de disparar, ainda que levemente, conexões neuronais esquerdistas nos candidatos. Detalhe importante, a maioria delas não exige que o estudante concorde com a tese para acertar o exercício. São assuntos como globalização, movimentos sociais, feminismo, defesa do meio ambiente. Entre os autores, destacam-se nomes como Simone de Beauvoir, Karl Mannheim, Slavoj Zizek, Agostinho Neto e Paulo Freire. Esse "pot-pourri" representa 31% da prova de ciências humanas –o que não é pouco-, mas mais modestos 7,8%, se considerarmos todas as 180 questões do teste. Admitindo um toque de cinismo, eu diria até que o viés ideológico da prova é útil para os candidatos, já que, em caso de emergência, podem recorrer a cálculos mentais de segunda ordem: na dúvida entre duas alternativas, opte sempre pela que tem a resposta mais "esquerdista", pois é maior a chance de que seja essa a que consta como correta no gabarito. Seria muito melhor, porém, que o Inep, o instituto que elabora a prova, buscasse ativamente uma certa neutralidade ideológica no conjunto das questões. Por mais pantanoso e traiçoeiro que seja esse terreno –a rigor, a neutralidade é menos do que uma quimera–, vale a pena procurar um equilíbrio no "pedigree" dos autores citados justamente para que o exame não seja acusado de ser uma peça de propaganda. O compromisso do Inep não deve ser com correntes de pensamento, mas sim com a qualidade e a reputação da prova.
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Leitora se comove com história de filho de vítimas da ditadura argentina
Muito comovente a história de Pablo Gaona Miranda, em que narra sua odisseia para descobrir sua verdadeira família após 37 anos vivendo como filho adotivo de pessoas que o receberam das mãos de um militar, em 1978. Apesar de sentir certa culpa, por saber que seus pais adotivos poderiam ser presos, caso descobrisse que era um dos "filhos de desaparecidos políticos", Pablo procurou as Avós da Praça de Maio, conhecendo, finalmente, sua verdadeira identidade. Parabéns, Pablo. Que sua história sirva de exemplo a outros filhos de desaparecidos políticos em todo o planeta, não só na Argentina. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitora se comove com história de filho de vítimas da ditadura argentinaMuito comovente a história de Pablo Gaona Miranda, em que narra sua odisseia para descobrir sua verdadeira família após 37 anos vivendo como filho adotivo de pessoas que o receberam das mãos de um militar, em 1978. Apesar de sentir certa culpa, por saber que seus pais adotivos poderiam ser presos, caso descobrisse que era um dos "filhos de desaparecidos políticos", Pablo procurou as Avós da Praça de Maio, conhecendo, finalmente, sua verdadeira identidade. Parabéns, Pablo. Que sua história sirva de exemplo a outros filhos de desaparecidos políticos em todo o planeta, não só na Argentina. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Por que não existe mágica em economia?
Solução fácil para problema difícil? Isso é coisa que não existe em economia. São vários os casos em que canetadas e "vontades" não bastam. Uma grande lição nesse sentido foi dada pela imensa crise financeira na qual o mundo se afundou faz alguns anos —e de onde, só agora, começa a emergir. A coisa começou no mercado imobiliário dos Estados Unidos. Um monte de gente sem renda e sem emprego recebeu crédito bancário para comprar imóveis. É isso mesmo. Parece maluquice? Mas foi assim. Aí o juro começou a subir —e a inadimplência idem. Os bancos americanos tinham como garantia as próprias casas que financiaram, cujos preços só aumentavam. Só que, em dado momento, boa parte dessas casas foram sendo tomadas de volta pelos bancos e postas à venda. Esses preços começaram a cair, a cair, a cair... E, bom, o resto da história você já sabe. Por que deixaram o crédito correr solto? Raghuran Rajan, ex-presidente do Banco Central da Índia e amigo do Porque.com.br, sugere história plausível e bem interessante: os governos dos Estados Unidos entenderam que a estagnação da renda do americano médio era um problema de possíveis desdobramentos eleitorais (santa presciência, Batman!). E, de fato, a renda do americano médio não cresce quase nada faz uns 30 anos (macacos me mordam, Robin!). "Bom, que tal melhorar a vida desse pessoal? Vamos deixar que realizem o sonho da casa própria! Ah, sim, é mesmo, eles não têm dinheiro... Mas é só darmos crédito, ué! É fácil! Depois a gente vê o que faz..." "Fácil"? Sim, mas também estúpido. Por que fugiram do problema principal? O Porque.com.br responde: é muito difícil consertar as coisas de verdade. A causa do problema da estagnação da renda média nos Estados Unidos é o mau funcionamento do sistema de educação do país. Foram os trabalhadores com baixo nível educacional que ficaram para trás, não os outros. É realmente uma tarefa complicada tornar a escola mais eficiente. O processo todo toma um tempo danado. Passa por mudar a governança do sistema de educação, enfrentar corporativismos e lobbies, realocar recursos, treinar gente, engajar os pais dos alunos de modo sistemático... O que é bem mais "eficiente" no curto prazo? Dar umas casas (e várias dívidas) para esse pessoal sem renda. Assim, eles ficam felizes por realizar o tal "sonho americano", numa espécie moderna de "pão e circo". No médio prazo, é claro, o desastre é certo. O que Trump tem a ver com isso? Tática parecida é usada pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele só muda o subterfúgio: em vez de usar o do crédito a rodo, prefere falar do inimigo externo, do chinês malaco, do mexicano que aceita ganhar uma pindaíba para fazer a mesma coisa, etc, etc, etc. Solução "fácil" de Trump: fazer uns muros, reais e tarifários, para trazer de volta a prosperidade! Só que, desse jeito, a prosperidade não voltará. E no Brasil, muita 'mágica' sendo feita? Por estas terras, muito do que se ouve tem natureza similar. Esses dias, por exemplo, conhecemos o nosso triste desempenho no exame internacional PISA. Esse teste compara mundialmente a aprendizagem de alunos da segunda parte do ensino fundamental. E fomos péssimos: em matemática, para se ter ideia, alcançamos a 65ª posição num ranking formado por 70 países. "E a culpa é de quem? Ora, da falta de recursos para educação! Da PEC 55! Da austeridade!" Solução "óbvia": gastar mais com educação. Uns 10% do PIB, pelo menos? Que tal? Aprovar mais gastos no Orçamento é fácil. Mexer com o esquema de incentivos dentro da educação? Ninguém ousa mencionar. Falar em reforma da estrutura de governança? É quase pecado. Demitir professores desinteressados e despreparados? "Nada disso! Que absurdo..." E aumentar o salário dos professores bons e dedicados? "O quê? Não! Querem é privatizar a educação!" E, assim, seguimos ladeira abaixo. Soluções fáceis para problemas difíceis? É coisa que não existe. Xô, assombração! * Quer acessar mais conteúdos do Por Quê? Clique* aqui.
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Por que não existe mágica em economia?Solução fácil para problema difícil? Isso é coisa que não existe em economia. São vários os casos em que canetadas e "vontades" não bastam. Uma grande lição nesse sentido foi dada pela imensa crise financeira na qual o mundo se afundou faz alguns anos —e de onde, só agora, começa a emergir. A coisa começou no mercado imobiliário dos Estados Unidos. Um monte de gente sem renda e sem emprego recebeu crédito bancário para comprar imóveis. É isso mesmo. Parece maluquice? Mas foi assim. Aí o juro começou a subir —e a inadimplência idem. Os bancos americanos tinham como garantia as próprias casas que financiaram, cujos preços só aumentavam. Só que, em dado momento, boa parte dessas casas foram sendo tomadas de volta pelos bancos e postas à venda. Esses preços começaram a cair, a cair, a cair... E, bom, o resto da história você já sabe. Por que deixaram o crédito correr solto? Raghuran Rajan, ex-presidente do Banco Central da Índia e amigo do Porque.com.br, sugere história plausível e bem interessante: os governos dos Estados Unidos entenderam que a estagnação da renda do americano médio era um problema de possíveis desdobramentos eleitorais (santa presciência, Batman!). E, de fato, a renda do americano médio não cresce quase nada faz uns 30 anos (macacos me mordam, Robin!). "Bom, que tal melhorar a vida desse pessoal? Vamos deixar que realizem o sonho da casa própria! Ah, sim, é mesmo, eles não têm dinheiro... Mas é só darmos crédito, ué! É fácil! Depois a gente vê o que faz..." "Fácil"? Sim, mas também estúpido. Por que fugiram do problema principal? O Porque.com.br responde: é muito difícil consertar as coisas de verdade. A causa do problema da estagnação da renda média nos Estados Unidos é o mau funcionamento do sistema de educação do país. Foram os trabalhadores com baixo nível educacional que ficaram para trás, não os outros. É realmente uma tarefa complicada tornar a escola mais eficiente. O processo todo toma um tempo danado. Passa por mudar a governança do sistema de educação, enfrentar corporativismos e lobbies, realocar recursos, treinar gente, engajar os pais dos alunos de modo sistemático... O que é bem mais "eficiente" no curto prazo? Dar umas casas (e várias dívidas) para esse pessoal sem renda. Assim, eles ficam felizes por realizar o tal "sonho americano", numa espécie moderna de "pão e circo". No médio prazo, é claro, o desastre é certo. O que Trump tem a ver com isso? Tática parecida é usada pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele só muda o subterfúgio: em vez de usar o do crédito a rodo, prefere falar do inimigo externo, do chinês malaco, do mexicano que aceita ganhar uma pindaíba para fazer a mesma coisa, etc, etc, etc. Solução "fácil" de Trump: fazer uns muros, reais e tarifários, para trazer de volta a prosperidade! Só que, desse jeito, a prosperidade não voltará. E no Brasil, muita 'mágica' sendo feita? Por estas terras, muito do que se ouve tem natureza similar. Esses dias, por exemplo, conhecemos o nosso triste desempenho no exame internacional PISA. Esse teste compara mundialmente a aprendizagem de alunos da segunda parte do ensino fundamental. E fomos péssimos: em matemática, para se ter ideia, alcançamos a 65ª posição num ranking formado por 70 países. "E a culpa é de quem? Ora, da falta de recursos para educação! Da PEC 55! Da austeridade!" Solução "óbvia": gastar mais com educação. Uns 10% do PIB, pelo menos? Que tal? Aprovar mais gastos no Orçamento é fácil. Mexer com o esquema de incentivos dentro da educação? Ninguém ousa mencionar. Falar em reforma da estrutura de governança? É quase pecado. Demitir professores desinteressados e despreparados? "Nada disso! Que absurdo..." E aumentar o salário dos professores bons e dedicados? "O quê? Não! Querem é privatizar a educação!" E, assim, seguimos ladeira abaixo. Soluções fáceis para problemas difíceis? É coisa que não existe. Xô, assombração! * Quer acessar mais conteúdos do Por Quê? Clique* aqui.
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Erramos: Em vídeo raro, Elis canta na França em 68
Diferentemente do informado na reportagem "Em vídeo raro, Elis canta na França em 68; site oficial entra no ar nesta terça" (Ilustrada - 16/03/2015 - 19h59), a banda que acompanha a cantora na gravação não é o Zimbo Trio, e sim o Bossa Jazz Trio. O texto foi corrigido.
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Erramos: Em vídeo raro, Elis canta na França em 68Diferentemente do informado na reportagem "Em vídeo raro, Elis canta na França em 68; site oficial entra no ar nesta terça" (Ilustrada - 16/03/2015 - 19h59), a banda que acompanha a cantora na gravação não é o Zimbo Trio, e sim o Bossa Jazz Trio. O texto foi corrigido.
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Gênero, número e grau
É assim desde Adão e Eva, Bentinho e Capitu. No Gênesis, é da mulher o pecado original –provar da árvore do conhecimento–, punido com as dores do parto. O Dom Casmurro, supondo-se traído, mata socialmente a esposa com a pena do exílio. A dominação patriarcal é traço da cristandade em geral e de nossa sociedade em particular. Fundo e duradouro. O fenômeno causa consternação episódica, quando descamba em violência física extrema, vide o espancamento que converteu Maria da Penha –a homenageada no nome da lei– em paraplégica. E comove conforme o número: uma mulher não basta, é preciso várias, vide episódio no Piauí. A não ser que seja vítima de muitos, como no estupro de uma adolescente por três dezenas de marmanjos. Casos assim chocam. Mas logo mídia e opinião pública se enfastiam. Sobram as feministas, apenas toleradas e tidas por chatas recalcadas. No cotidiano sem graça, longe das câmeras, volta a toada, que pouco mudou desde os tempos de Machado de Assis: a supremacia física, moral, profissional, financeira dos homens sobre as mulheres. O noticiário associa a dominação de gênero a pancadões de gente pobre e ignorante. Mas ela não se apega a classes. É transversal. Nos estratos altos se camufla. Entre cultos, ganha licença poética. Puxe pela memória: Roman Polanski, Gerald Thomas, Johnny Depp, Alexandre Frota. O último jamais elaboraria justificativas no nível dos primeiros, mas o ato é o mesmo. O abuso a lei pune. Mas, na prática, muitos juízes pensam como o primeiro delegado do caso da estuprada por 33. Em vez de inquirir os agressores, perguntou à moça se era adepta de sexo grupal. Sai de cena a violência masculina, entra em pauta a moralidade feminina. A subordinação mais profunda opera por meios simbólicos, invisível mesmo para as vítimas. Pierre Bourdieu mostra, em "A Dominação Masculina", como a diferença anatômica entre os sexos é inculcada desde a infância como desnível de capacidades, produzindo sentimento de superioridade nos meninos e de inferioridade nas meninas. São ambos educados para desenvolverem as sensibilidades condizentes. Eles brincam de luta, elas de casinha. Deles se espera que sejam durões, delas, que se mostrem delicadinhas. A hierarquia se naturaliza. Fugir do roteiro é perigoso. Maridos ainda matam esposas em "legítima defesa da honra". E, não faz muito, Gilmar Mendes concedeu habeas corpus a médico estuprador contumaz, que aproveitou a deixa para fugir do país. O fenômeno cliva a vida pública. Em outdoors, revistas, programas de televisão, o jovem é o predador, a moça, objeto de sedução e domínio, as duas coisas confundidas. Já as mulheres mais velhas ou com filhos aparecem como chiliquentas. O rebaixamento intelectual e emocional delas torna normal que eles ganhem mais e ocupem mais cargos de chefia. É assim na economia como na política. O Congresso está lotado de machos: perfazem 90% dos parlamentares. Assim fica difícil ter uma presidente. Não é à toa o "tchau, querida". O país parece mais confortável sob ministério masculino –de provectos, brancos, em maioria suspeitos de corrupção. A ausência de mulheres é a cereja do bolo de um governo antimoderno. A Temer nem ocorreu convidá-las. Ante críticas, abriu-lhes departamentos "femininos": cultura, educação. Na Secretaria da Mulher alocou senhora recatada, comprometida com Deus e contra o aborto. O BNDES é só a exceção a justificar a regra. É abissal a diferença em relação às administrações petistas, que deram postos-chave para mulheres e espaço para a agenda feminista. Mas, como todos os assuntos, este é complexo. Parte das mulheres contribui para a reprodução do esquema que as subjuga. É o caso de mocinhas, como a primeira-dama temporária, ex-miss e do lar, que se casam com senhores endinheirados e poderosos. Desde a primeira posse de Dilma, as duas foram comparadas, uma Barbie, outra cafona; uma flor, outra trator. Eis aí os estereótipos se repondo. Ou executiva ou sexy, ou a carreira ou os filhos, ou anjo ou puta, ou o lar ou a rua. Escolhas que nunca se colocam para os homens. Poucos exporiam hoje, abertamente, o critério de sujeição. O interino disse que "competência não tem gênero", mas a frase camufla a suposição de que faltaria mérito às mulheres, já que não as convidou. Paradoxalmente, declinou de aplicar a regra na escolha dos varões. Contraponto perfeito oferece o Canadá. Perguntado porque deu metade dos cargos às mulheres, o primeiro-ministro de lá respondeu: "porque estamos no século 21". Já Temer segue na Idade Média. Nesse tempo residem muitos de seus apoiadores, crentes na hierarquia de gênero como mandamento divino. Vociferam em favor da moralidade pública, desde que ela reproduza a que perpetram na vida privada. Contra a dominação masculina não baterão panelas. O utensílio serviu contra uma mulher. Decerto pensam que as outras todas devem se restringir a usá-las na cozinha.
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Gênero, número e grauÉ assim desde Adão e Eva, Bentinho e Capitu. No Gênesis, é da mulher o pecado original –provar da árvore do conhecimento–, punido com as dores do parto. O Dom Casmurro, supondo-se traído, mata socialmente a esposa com a pena do exílio. A dominação patriarcal é traço da cristandade em geral e de nossa sociedade em particular. Fundo e duradouro. O fenômeno causa consternação episódica, quando descamba em violência física extrema, vide o espancamento que converteu Maria da Penha –a homenageada no nome da lei– em paraplégica. E comove conforme o número: uma mulher não basta, é preciso várias, vide episódio no Piauí. A não ser que seja vítima de muitos, como no estupro de uma adolescente por três dezenas de marmanjos. Casos assim chocam. Mas logo mídia e opinião pública se enfastiam. Sobram as feministas, apenas toleradas e tidas por chatas recalcadas. No cotidiano sem graça, longe das câmeras, volta a toada, que pouco mudou desde os tempos de Machado de Assis: a supremacia física, moral, profissional, financeira dos homens sobre as mulheres. O noticiário associa a dominação de gênero a pancadões de gente pobre e ignorante. Mas ela não se apega a classes. É transversal. Nos estratos altos se camufla. Entre cultos, ganha licença poética. Puxe pela memória: Roman Polanski, Gerald Thomas, Johnny Depp, Alexandre Frota. O último jamais elaboraria justificativas no nível dos primeiros, mas o ato é o mesmo. O abuso a lei pune. Mas, na prática, muitos juízes pensam como o primeiro delegado do caso da estuprada por 33. Em vez de inquirir os agressores, perguntou à moça se era adepta de sexo grupal. Sai de cena a violência masculina, entra em pauta a moralidade feminina. A subordinação mais profunda opera por meios simbólicos, invisível mesmo para as vítimas. Pierre Bourdieu mostra, em "A Dominação Masculina", como a diferença anatômica entre os sexos é inculcada desde a infância como desnível de capacidades, produzindo sentimento de superioridade nos meninos e de inferioridade nas meninas. São ambos educados para desenvolverem as sensibilidades condizentes. Eles brincam de luta, elas de casinha. Deles se espera que sejam durões, delas, que se mostrem delicadinhas. A hierarquia se naturaliza. Fugir do roteiro é perigoso. Maridos ainda matam esposas em "legítima defesa da honra". E, não faz muito, Gilmar Mendes concedeu habeas corpus a médico estuprador contumaz, que aproveitou a deixa para fugir do país. O fenômeno cliva a vida pública. Em outdoors, revistas, programas de televisão, o jovem é o predador, a moça, objeto de sedução e domínio, as duas coisas confundidas. Já as mulheres mais velhas ou com filhos aparecem como chiliquentas. O rebaixamento intelectual e emocional delas torna normal que eles ganhem mais e ocupem mais cargos de chefia. É assim na economia como na política. O Congresso está lotado de machos: perfazem 90% dos parlamentares. Assim fica difícil ter uma presidente. Não é à toa o "tchau, querida". O país parece mais confortável sob ministério masculino –de provectos, brancos, em maioria suspeitos de corrupção. A ausência de mulheres é a cereja do bolo de um governo antimoderno. A Temer nem ocorreu convidá-las. Ante críticas, abriu-lhes departamentos "femininos": cultura, educação. Na Secretaria da Mulher alocou senhora recatada, comprometida com Deus e contra o aborto. O BNDES é só a exceção a justificar a regra. É abissal a diferença em relação às administrações petistas, que deram postos-chave para mulheres e espaço para a agenda feminista. Mas, como todos os assuntos, este é complexo. Parte das mulheres contribui para a reprodução do esquema que as subjuga. É o caso de mocinhas, como a primeira-dama temporária, ex-miss e do lar, que se casam com senhores endinheirados e poderosos. Desde a primeira posse de Dilma, as duas foram comparadas, uma Barbie, outra cafona; uma flor, outra trator. Eis aí os estereótipos se repondo. Ou executiva ou sexy, ou a carreira ou os filhos, ou anjo ou puta, ou o lar ou a rua. Escolhas que nunca se colocam para os homens. Poucos exporiam hoje, abertamente, o critério de sujeição. O interino disse que "competência não tem gênero", mas a frase camufla a suposição de que faltaria mérito às mulheres, já que não as convidou. Paradoxalmente, declinou de aplicar a regra na escolha dos varões. Contraponto perfeito oferece o Canadá. Perguntado porque deu metade dos cargos às mulheres, o primeiro-ministro de lá respondeu: "porque estamos no século 21". Já Temer segue na Idade Média. Nesse tempo residem muitos de seus apoiadores, crentes na hierarquia de gênero como mandamento divino. Vociferam em favor da moralidade pública, desde que ela reproduza a que perpetram na vida privada. Contra a dominação masculina não baterão panelas. O utensílio serviu contra uma mulher. Decerto pensam que as outras todas devem se restringir a usá-las na cozinha.
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Court Accepts Charge Against Group Accused of Planning Attack During Olympics
FROM CURITIBA The Federal Court in the State of Paraná accepted on Monday (the 19th) the charge against eight suspected of planning a terrorist attack during the Olympic Games in Rio, who had been previously arrested in the 'Hashtag' Operation. Federal Judge Marcos Josegrei da Silva found "sufficient evidence of materiality and authorship" related to the facts being investigated. It is the first criminal case brought in the country based on the Counterterrorism Law which was enacted this year. The defendants will answer to charges of recruiting and promoting a terrorist organization, in addition to the corruption of minors. If condemned, they would receive sentences varying between 5 and 30 years. All of the accused are between 19 and 32 years old. They discussed their plans on the Telegram app and by e-mail, with frequent justifications referring to the Islamic State. With roots in seven different Brazilian states, authorities started monitoring the group in March after the Brazilian Federal Police were tipped off by the American FBI. "We're not dealing only with posts here. They joined a cause and tried to get others to join as well", declared prosecutor Rafael Brum Miron, author of the charges. Even though the individuals under investigation hadn't taken any concrete steps, like purchasing weapons or putting together an action plan for a terrorist act, Miron argues that the promotion of a terrorist organization was characterized by their messages and that they represented a risk to public safety OTHER SIDE In recent testimonies before the Federal Police, some of the suspects backtracked and claimed that they didn't support the Islamic State or agree with terrorism. One of the accused said that posts referring to a home-made bomb "were only a joke" and another claimed that "at no time whatsoever did answering the call for indoctrination and physical training pass through his mind". Most of those arrested, however, remained silent when questioned about plans for terrorist attacks or their allegiance to the Islamic State. Translated by LLOYD HARDER Read the article in the original language +Latest news in English *Petrobras Speeds Sales of Assets and Seeks Partners to Reduce Debts *In NY, Temer Will Stay in Hotel Paid For By Rousseff *'Prove That I Am Corrupt and I Will Walk to Jail,' Says Lula
esporte
Court Accepts Charge Against Group Accused of Planning Attack During Olympics FROM CURITIBA The Federal Court in the State of Paraná accepted on Monday (the 19th) the charge against eight suspected of planning a terrorist attack during the Olympic Games in Rio, who had been previously arrested in the 'Hashtag' Operation. Federal Judge Marcos Josegrei da Silva found "sufficient evidence of materiality and authorship" related to the facts being investigated. It is the first criminal case brought in the country based on the Counterterrorism Law which was enacted this year. The defendants will answer to charges of recruiting and promoting a terrorist organization, in addition to the corruption of minors. If condemned, they would receive sentences varying between 5 and 30 years. All of the accused are between 19 and 32 years old. They discussed their plans on the Telegram app and by e-mail, with frequent justifications referring to the Islamic State. With roots in seven different Brazilian states, authorities started monitoring the group in March after the Brazilian Federal Police were tipped off by the American FBI. "We're not dealing only with posts here. They joined a cause and tried to get others to join as well", declared prosecutor Rafael Brum Miron, author of the charges. Even though the individuals under investigation hadn't taken any concrete steps, like purchasing weapons or putting together an action plan for a terrorist act, Miron argues that the promotion of a terrorist organization was characterized by their messages and that they represented a risk to public safety OTHER SIDE In recent testimonies before the Federal Police, some of the suspects backtracked and claimed that they didn't support the Islamic State or agree with terrorism. One of the accused said that posts referring to a home-made bomb "were only a joke" and another claimed that "at no time whatsoever did answering the call for indoctrination and physical training pass through his mind". Most of those arrested, however, remained silent when questioned about plans for terrorist attacks or their allegiance to the Islamic State. Translated by LLOYD HARDER Read the article in the original language +Latest news in English *Petrobras Speeds Sales of Assets and Seeks Partners to Reduce Debts *In NY, Temer Will Stay in Hotel Paid For By Rousseff *'Prove That I Am Corrupt and I Will Walk to Jail,' Says Lula
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Gestão Haddad descumpre lei que prevê reaproveitamento de árvores
A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) descumpre uma lei municipal que determina o reaproveitamento de árvores podadas, removidas e que despencam às centenas por causa das chuvas. Uma lei de 2008, que criou o Pampa (Programa de Aproveitamento de Madeira de Podas de Árvores), prevê transformar árvores como as 15 caídas nesta quarta (18) em adubo, matéria-prima para artesãos, móveis e outros objetos para escolas e comércios. Hoje, porém, a maioria das árvores são levadas a um aterro sanitário. A gestão Haddad atribui a dificuldade em cumprir a lei a uma herança da gestão Gilberto Kassab (2008-2012), atual ministro das Cidades pelo PSD. A prefeitura diz que "nada foi feito" na época, enquanto a atual gestão implantou duas centrais de triagem de resíduos em cerca de dois anos. Kassab diz que o Pampa foi adotado "de forma experimental" em 2008 em ao menos três subprefeituras. BAIXO APROVEITAMENTO Em 2014, por exemplo, a subprefeitura da Lapa (zona oeste), que possui triturador para transformar galhos e folhas em adubo, podou 4.800 árvores e removeu outras 850. Porém, apenas cerca de 10% do volume recolhido na região foi reaproveitado. O engenheiro agrônomo responsável pela subprefeitura da Lapa, Rafael Golin Galvão, 34, disse que está em busca de comerciantes e instituições para destinar os troncos maiores, de madeira nobre. "Queremos dar uma função social para nossas árvores", afirmou. Golin diz que qualquer pessoa pode retirar pequenas quantidades desses materiais na subprefeitura da Lapa. O vereador Gilberto Natalini (PV) entrou com uma representação para que o Ministério Público investigue o reaproveitamento de árvores. "Está ocorrendo um crime ambiental", afirmou. De acordo com o vereador, só 11 das 32 subprefeituras confirmaram ter o triturador. O município fala em 28. Até ontem (18/2), foram contabilizadas 1.800 quedas de árvores desde o início do ano. A média da cidade é de 2.000 a cada 12 meses. USO NOBRE Para o botânico Ricardo Cardim, o triturador é o uso menos nobre que as árvores podem ter. "O correto seria a prefeitura criar uma serraria municipal para tratar e revender madeira." Ele afirma que todas as árvores poderiam ser reaproveitadas. "Imagine quantos eucaliptos seriam poupados apenas com a simples medida de fornecer lenha para pizzarias." A prefeitura prevê oito novas áreas de compostagem até 2016, com capacidade para processar 50 toneladas por dia cada uma. As duas primeiras devem ser entregues em 2015.
cotidiano
Gestão Haddad descumpre lei que prevê reaproveitamento de árvoresA gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) descumpre uma lei municipal que determina o reaproveitamento de árvores podadas, removidas e que despencam às centenas por causa das chuvas. Uma lei de 2008, que criou o Pampa (Programa de Aproveitamento de Madeira de Podas de Árvores), prevê transformar árvores como as 15 caídas nesta quarta (18) em adubo, matéria-prima para artesãos, móveis e outros objetos para escolas e comércios. Hoje, porém, a maioria das árvores são levadas a um aterro sanitário. A gestão Haddad atribui a dificuldade em cumprir a lei a uma herança da gestão Gilberto Kassab (2008-2012), atual ministro das Cidades pelo PSD. A prefeitura diz que "nada foi feito" na época, enquanto a atual gestão implantou duas centrais de triagem de resíduos em cerca de dois anos. Kassab diz que o Pampa foi adotado "de forma experimental" em 2008 em ao menos três subprefeituras. BAIXO APROVEITAMENTO Em 2014, por exemplo, a subprefeitura da Lapa (zona oeste), que possui triturador para transformar galhos e folhas em adubo, podou 4.800 árvores e removeu outras 850. Porém, apenas cerca de 10% do volume recolhido na região foi reaproveitado. O engenheiro agrônomo responsável pela subprefeitura da Lapa, Rafael Golin Galvão, 34, disse que está em busca de comerciantes e instituições para destinar os troncos maiores, de madeira nobre. "Queremos dar uma função social para nossas árvores", afirmou. Golin diz que qualquer pessoa pode retirar pequenas quantidades desses materiais na subprefeitura da Lapa. O vereador Gilberto Natalini (PV) entrou com uma representação para que o Ministério Público investigue o reaproveitamento de árvores. "Está ocorrendo um crime ambiental", afirmou. De acordo com o vereador, só 11 das 32 subprefeituras confirmaram ter o triturador. O município fala em 28. Até ontem (18/2), foram contabilizadas 1.800 quedas de árvores desde o início do ano. A média da cidade é de 2.000 a cada 12 meses. USO NOBRE Para o botânico Ricardo Cardim, o triturador é o uso menos nobre que as árvores podem ter. "O correto seria a prefeitura criar uma serraria municipal para tratar e revender madeira." Ele afirma que todas as árvores poderiam ser reaproveitadas. "Imagine quantos eucaliptos seriam poupados apenas com a simples medida de fornecer lenha para pizzarias." A prefeitura prevê oito novas áreas de compostagem até 2016, com capacidade para processar 50 toneladas por dia cada uma. As duas primeiras devem ser entregues em 2015.
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Donald Trump tem uma resposta para o lesbianismo de exclusão do Pedro 2º
Uma das perspectivas mais estúpidas do pensamento de esquerda, não importa o seu matiz —e isso está na raiz do meu rompimento com a turma, no século passado—, é viver a história como um sintoma. Para os esquerdistas, nunca estamos no "é" da coisa. Experimentaríamos permanentemente ou os malefícios do retrocesso ou os frêmitos antecipatórios de uma ascese. Bem, só retrocede aquilo que está em marcha. Um esquerdista sincero é, antes de tudo, um crente. Ele aposta no devir, mas não como um norte ético ou um valor que vá reformando o mundo segundo a lógica do mal menor, que me faz ser um católico. Nem sei se acredito mesmo em Deus. Mas acredito nisso. O esquerdista é diferente. Ele quer é o Paraíso, o fim da história, uma perspectiva que ganhou densidade política com a militância socialista. Conservadores autênticos percebem a magnitude dessa bobagem. Por que isso tudo? Chego a achar divertida a quantidade de besteiras escritas nos EUA, no Brasil e mundo afora para tentar explicar a eleição de Donald Trump –uma disputa que, em números absolutos, ele perdeu! Quem lhe deu a vitória foi uma estratégia matemática para lidar com o colégio eleitoral. E isso não quer dizer que o eleito seja ilegítimo. Os democratas optaram por assustar as pessoas com o Apocalipse; os republicanos preferiram fazer conta. Segundo os apocalípticos, o mundo estaria caminhando para uma emergência de fascismos. Esse seria o "Zeitgeist", o espirito do tempo. Até os bocós que decidiram babar suas tolices na Câmara, na quarta (16), em Brasília, seriam miasmas desse mal-estar coletivo. Nota: manés da ultradireita também enxergam um movimento mundial de restauração de uma velha ordem metafísica. Bem, meus caros, prefiro pensar que a economia americana não está lá essas coisas, que Hillary Clinton sempre foi uma candidata fraca e que, sim, Trump representa uma reação muito objetiva às minorias organizadas que decidiram privatizar a democracia. Não há um "espírito do tempo". Há, isto sim, uma pauta de exclusão da vida pública do cidadão médio. E ela é levada a efeito pelo mainstream esquerdista. Vejam o caso de um dos campi invadidos do Colégio Pedro 2º, no Rio. Os donos do pedaço decidiram exibir um filme com cenas de sexo explícito entre lésbicas. Até aí, bem. Nada pode assustar a meninada que fica o dia inteiro na internet. Na sequência, haveria uma roda de conversa sobre a obra exibida. Mas só para lésbicas e meninas bissexuais. Ora, ora... É assim aqui. É assim nos EUA. É assim na Europa. É assim onde quer que a esquerda tenha se apoderado dos aparelhos culturais. Escolas americanas chegaram a contratar psicólogos para tratar do trauma pós-Trump. É uma bizarrice. As democracias vivem uma fase de exclusão das maiorias. O homem médio foi chutado dos mecanismos de decisão. Nem vou entrar no mérito da sinceridade ou não das convicções de Trump –esse questionamento, em política, é quase sempre inútil. O fato é que aquele senhor incomum começou a encarnar as perplexidades das pessoas comuns, que estão fora das prefigurações das crenças esquerdistas e que não têm tempo ou paciência de disputar com militantes profissionais os aparelhos de influenciar a opinião pública. Por que mesmo um colégio invadido exibe um filme com cenas explícitas de sexo entre lésbicas, e os heterossexuais não têm direito nem mesmo a uma voz? Trump tem uma resposta. Provavelmente errada, mas tem. Não existe uma ascensão universal da direita. Existem reações locais ao que é universal na esquerda: a sua determinação de destruir a democracia em nome de seus amanhãs de anteontem. Facebook
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Donald Trump tem uma resposta para o lesbianismo de exclusão do Pedro 2ºUma das perspectivas mais estúpidas do pensamento de esquerda, não importa o seu matiz —e isso está na raiz do meu rompimento com a turma, no século passado—, é viver a história como um sintoma. Para os esquerdistas, nunca estamos no "é" da coisa. Experimentaríamos permanentemente ou os malefícios do retrocesso ou os frêmitos antecipatórios de uma ascese. Bem, só retrocede aquilo que está em marcha. Um esquerdista sincero é, antes de tudo, um crente. Ele aposta no devir, mas não como um norte ético ou um valor que vá reformando o mundo segundo a lógica do mal menor, que me faz ser um católico. Nem sei se acredito mesmo em Deus. Mas acredito nisso. O esquerdista é diferente. Ele quer é o Paraíso, o fim da história, uma perspectiva que ganhou densidade política com a militância socialista. Conservadores autênticos percebem a magnitude dessa bobagem. Por que isso tudo? Chego a achar divertida a quantidade de besteiras escritas nos EUA, no Brasil e mundo afora para tentar explicar a eleição de Donald Trump –uma disputa que, em números absolutos, ele perdeu! Quem lhe deu a vitória foi uma estratégia matemática para lidar com o colégio eleitoral. E isso não quer dizer que o eleito seja ilegítimo. Os democratas optaram por assustar as pessoas com o Apocalipse; os republicanos preferiram fazer conta. Segundo os apocalípticos, o mundo estaria caminhando para uma emergência de fascismos. Esse seria o "Zeitgeist", o espirito do tempo. Até os bocós que decidiram babar suas tolices na Câmara, na quarta (16), em Brasília, seriam miasmas desse mal-estar coletivo. Nota: manés da ultradireita também enxergam um movimento mundial de restauração de uma velha ordem metafísica. Bem, meus caros, prefiro pensar que a economia americana não está lá essas coisas, que Hillary Clinton sempre foi uma candidata fraca e que, sim, Trump representa uma reação muito objetiva às minorias organizadas que decidiram privatizar a democracia. Não há um "espírito do tempo". Há, isto sim, uma pauta de exclusão da vida pública do cidadão médio. E ela é levada a efeito pelo mainstream esquerdista. Vejam o caso de um dos campi invadidos do Colégio Pedro 2º, no Rio. Os donos do pedaço decidiram exibir um filme com cenas de sexo explícito entre lésbicas. Até aí, bem. Nada pode assustar a meninada que fica o dia inteiro na internet. Na sequência, haveria uma roda de conversa sobre a obra exibida. Mas só para lésbicas e meninas bissexuais. Ora, ora... É assim aqui. É assim nos EUA. É assim na Europa. É assim onde quer que a esquerda tenha se apoderado dos aparelhos culturais. Escolas americanas chegaram a contratar psicólogos para tratar do trauma pós-Trump. É uma bizarrice. As democracias vivem uma fase de exclusão das maiorias. O homem médio foi chutado dos mecanismos de decisão. Nem vou entrar no mérito da sinceridade ou não das convicções de Trump –esse questionamento, em política, é quase sempre inútil. O fato é que aquele senhor incomum começou a encarnar as perplexidades das pessoas comuns, que estão fora das prefigurações das crenças esquerdistas e que não têm tempo ou paciência de disputar com militantes profissionais os aparelhos de influenciar a opinião pública. Por que mesmo um colégio invadido exibe um filme com cenas explícitas de sexo entre lésbicas, e os heterossexuais não têm direito nem mesmo a uma voz? Trump tem uma resposta. Provavelmente errada, mas tem. Não existe uma ascensão universal da direita. Existem reações locais ao que é universal na esquerda: a sua determinação de destruir a democracia em nome de seus amanhãs de anteontem. Facebook
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'New York Times' abre primeiro escritório no Japão
O jornal americano "The New York Times" abriu seu primeiro escritório no Japão, com o objetivo de estreitar relações comerciais com o mercado publicitário local. Entre as atribuições da nova unidade estão vender espaços publicitários nas plataformas impressa e digital do jornal, e promover iniciativas de branded content (conteúdo editorial patrocinado por empresas) e eventos locais. O escritório atenderá principalmente empresas exportadoras que queiram levar suas marcas ao mercado internacional, disse o vice-presidente de publicidade global do "The New York Times", Jean-Christophe Demarta ao site The Drum, especializado no mercado publicitário. A unidade também realizará ações direcionadas a leitores japoneses, um dos mercados em que o jornal registra crescimento significativo, diz o executivo. A iniciativa faz parte de plano amplo de expansão da empresa fora dos Estados Unidos, tanto em número de leitores como também em faturamento publicitário. O executivo destacou o lançamento da versão em espanhol do jornal (no ar desde fevereiro de 2016) e a expansão dos serviços e da cobertura da empresa na Austrália e no Canadá como outras ações visando o mesmo objetivo. Segundo Demarta, o Japão é um grande país com algumas das marcas mais respeitadas do mundo. Atendê-las diretamente permitirá levar a elas todas as oportunidades oferecidas pelo jornal, afirma. Antes de abrir seu próprio escritório, o "The New York Times" era representado no país pela empresa NewBase Japan desde 2014.
mercado
'New York Times' abre primeiro escritório no JapãoO jornal americano "The New York Times" abriu seu primeiro escritório no Japão, com o objetivo de estreitar relações comerciais com o mercado publicitário local. Entre as atribuições da nova unidade estão vender espaços publicitários nas plataformas impressa e digital do jornal, e promover iniciativas de branded content (conteúdo editorial patrocinado por empresas) e eventos locais. O escritório atenderá principalmente empresas exportadoras que queiram levar suas marcas ao mercado internacional, disse o vice-presidente de publicidade global do "The New York Times", Jean-Christophe Demarta ao site The Drum, especializado no mercado publicitário. A unidade também realizará ações direcionadas a leitores japoneses, um dos mercados em que o jornal registra crescimento significativo, diz o executivo. A iniciativa faz parte de plano amplo de expansão da empresa fora dos Estados Unidos, tanto em número de leitores como também em faturamento publicitário. O executivo destacou o lançamento da versão em espanhol do jornal (no ar desde fevereiro de 2016) e a expansão dos serviços e da cobertura da empresa na Austrália e no Canadá como outras ações visando o mesmo objetivo. Segundo Demarta, o Japão é um grande país com algumas das marcas mais respeitadas do mundo. Atendê-las diretamente permitirá levar a elas todas as oportunidades oferecidas pelo jornal, afirma. Antes de abrir seu próprio escritório, o "The New York Times" era representado no país pela empresa NewBase Japan desde 2014.
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Semear tecnologia
Há quem enxergue na exuberância agropecuária brasileira um indicativo de retrocesso, pois seus produtos passaram a dominar a pauta de exportações, enquanto bens industriais perderam mercado. Grande disparate. O setor agrícola não pode ser responsabilizado pela carência de inovação na indústria nem pelas políticas equivocadas que retiraram dos bens manufaturados nacionais a capacidade de concorrer no plano mundial. Afinal, foi a infusão de tecnologia no campo que o transformou num peso pesado da economia, gerando quase 25% do PIB brasileiro. Como mostraram reportagens da série "O Brasil que Dá Certo", nesta Folha, o agronegócio avançou porque inovou. Técnicas de plantio direto e correção do solo no Brasil Central, assim como o desenvolvimento de cultivares de soja e de cana, permitiram bater recordes de competitividade das commodities agrícolas mesmo com as acabrunhantes deficiências logísticas do país. Não se ignora que, na rápida expansão da fronteira agrícola nas duas últimas décadas, houve excessos. E não foram poucos, dos subsídios para produtores com baixo rendimento à desordem fundiária, do abuso de agrotóxicos à devastação de biomas únicos, como a floresta amazônica e o cerrado. Iludem-se, contudo, os que veem na agricultura orgânica e em iniciativas similares uma alternativa à exploração intensiva. Ainda que cresça à taxa de 30% anuais, como em 2014, ela permanecerá por bom tempo como um nicho restrito. O mercado de orgânicos movimentará neste ano estimados R$ 2,5 bilhões, apenas 0,2% de um PIB agrícola da ordem de R$ 1,1 trilhão. É de mais tecnologia, e tecnologia de baixo impacto sobre os ecossistemas, que o campo precisa. Aumentar a produtividade para diminuir a necessidade de desmatar novas áreas e, de permeio, melhorar a renda e a qualidade dos empregos agrícolas –ao mesmo tempo em que se atendem demandas socioambientais dos mercados. Cada vez mais pecuaristas se dão conta, por exemplo, de que a modalidade extensiva usada por cinco séculos não tem mais cabimento. O futuro está nas boas práticas de base tecnológica, como o melhoramento genético e a integração de lavoura com pecuária e florestas. Produzindo mais carne por unidade de área, o setor liberará áreas devastadas e degradadas para a produção de grãos. Muito se ouve que o Brasil não precisa mais desmatar para expandir a produção agrícola. Chegou a hora de demonstrar que isso não é conversa para boi dormir. editoriais@uol.com.br
opiniao
Semear tecnologiaHá quem enxergue na exuberância agropecuária brasileira um indicativo de retrocesso, pois seus produtos passaram a dominar a pauta de exportações, enquanto bens industriais perderam mercado. Grande disparate. O setor agrícola não pode ser responsabilizado pela carência de inovação na indústria nem pelas políticas equivocadas que retiraram dos bens manufaturados nacionais a capacidade de concorrer no plano mundial. Afinal, foi a infusão de tecnologia no campo que o transformou num peso pesado da economia, gerando quase 25% do PIB brasileiro. Como mostraram reportagens da série "O Brasil que Dá Certo", nesta Folha, o agronegócio avançou porque inovou. Técnicas de plantio direto e correção do solo no Brasil Central, assim como o desenvolvimento de cultivares de soja e de cana, permitiram bater recordes de competitividade das commodities agrícolas mesmo com as acabrunhantes deficiências logísticas do país. Não se ignora que, na rápida expansão da fronteira agrícola nas duas últimas décadas, houve excessos. E não foram poucos, dos subsídios para produtores com baixo rendimento à desordem fundiária, do abuso de agrotóxicos à devastação de biomas únicos, como a floresta amazônica e o cerrado. Iludem-se, contudo, os que veem na agricultura orgânica e em iniciativas similares uma alternativa à exploração intensiva. Ainda que cresça à taxa de 30% anuais, como em 2014, ela permanecerá por bom tempo como um nicho restrito. O mercado de orgânicos movimentará neste ano estimados R$ 2,5 bilhões, apenas 0,2% de um PIB agrícola da ordem de R$ 1,1 trilhão. É de mais tecnologia, e tecnologia de baixo impacto sobre os ecossistemas, que o campo precisa. Aumentar a produtividade para diminuir a necessidade de desmatar novas áreas e, de permeio, melhorar a renda e a qualidade dos empregos agrícolas –ao mesmo tempo em que se atendem demandas socioambientais dos mercados. Cada vez mais pecuaristas se dão conta, por exemplo, de que a modalidade extensiva usada por cinco séculos não tem mais cabimento. O futuro está nas boas práticas de base tecnológica, como o melhoramento genético e a integração de lavoura com pecuária e florestas. Produzindo mais carne por unidade de área, o setor liberará áreas devastadas e degradadas para a produção de grãos. Muito se ouve que o Brasil não precisa mais desmatar para expandir a produção agrícola. Chegou a hora de demonstrar que isso não é conversa para boi dormir. editoriais@uol.com.br
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Brasil já colheu 1/3 da soja, e atoleiros impedem escoamento da safra
A colheita de soja no Brasil atingiu 34,3% da área estimada para a temporada 2016/17, com as atividades mantendo-se em ritmo mais acelerado que a média histórica para esta época, informou a consultoria Safras & Mercado nesta quarta-feira (1º). Houve um avanço de quase 10 pontos percentuais ante a semana anterior. Os trabalhos de colheita no país, maior exportador global de soja, estão levemente adiantados em relação ao mesmo período do ano passado (33,3%) e avançados em relação à média histórica dos últimos cinco anos (25,5%), segundo a consultoria. Atoleiros e bloqueio a caminhões carregados de soja na rodovia BR-163, no interior do Pará, vêm atrapalhando o escoamento da safra. Chuvas fortes e atoleiros no trecho não asfaltado da BR-163 impedem que a soja chegue aos portos do Norte do país, o que resulta em prejuízos de US$ 400 mil ao dia, com a impossibilidade de embarcar o produto, informou na sexta-feira (24) a associação que representa as indústrias da oleaginosa no Brasil, Abiove. Obras e serviços realizados nos últimos dias ainda não foram ainda suficientes para liberar o fluxo de milhares de caminhões carregados com soja e de outros veículos, informou nesta quarta a Polícia Rodoviária Federal. Embora alguns veículos tenham sido liberados, por meio do uso de máquinas, ainda são cerca de 3.000 carretas que não podem seguir viagem, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal de Santarém (PA). "A situação ainda está crítica... Deu amenizada porque o pessoal está trabalhando. Só que a chuva realmente complica", disse o policial rodoviário Bruno Bittencourt. O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) informou nesta terça-feira (28) que homens do Exército e da Polícia Rodoviária Federal chegaram no fim de semana aos pontos de retenção verificados na BR-163 e na BR-230 no Pará para a execução dos serviços de manutenção. "Desde a madrugada desta terça-feira, parte do tráfego foi liberada na BR-163 sentido Sul (para Mato Grosso). Caso as condições meteorológicas sejam favoráveis, a expectativa é de liberação total do tráfego até esta sexta-feira (3), com a recuperação de pontos isolados em um segmento de aproximadamente 37 quilômetros", disse o Dnit em nota. PREVISÃO DO TEMPO Dados do serviço Agriculture Weather Dashboard, da Thomson Reuters, apontam, no entanto, que as chuvas devem continuar intensas nos próximos 15 dias, sem nenhuma trégua. Os acumulados até 16 de março na região do sudoeste do Pará, onde estão concentrados os problemas, devem atingir 161 milímetros. O Dnit disse que suas equipes estão trabalhando em duas frentes simultaneamente, nas proximidades da Comunidade Jamanxim e próximo à Vila Santa Luzia, ao longo da BR-163. Dos 1.006 quilômetros da BR-163 no Pará, faltam 100 quilômetros para serem asfaltados, destacou o departamento. "O trecho da BR-163 onde se verificaram os pontos críticos devido às chuvas será pavimentado este ano. A meta do Dnit é asfaltar 60 quilômetros da rodovia em 2017", afirmou o órgão. A previsão de conclusão do asfaltamento de toda a BR-163 no Pará é 2018. A rodovia é um importante canal de escoamento da safra brasileira de grãos, ao fazer a ligação das regiões produtoras de Mato Grosso com terminais fluviais localizados às margens do rio Tapajós, no município de Itaituba (distrito de Miritituba). Importantes empresas do agronegócio, como Bunge, Hidrovias do Brasil e Cargill, operam terminais na região Norte, servindo-se do carregamento de barcaças na bacia amazônica e da exportação por meio de terminais localizados principalmente na região Barcarena, perto de Belém (PA). Em Miritituba, as empresas não recebem soja desde o dia 18 de fevereiro, informou na sexta o gerente de economia da Abiove, Daniel Furlan Amaral. Segundo o Dnit, o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, irá se reunir com representantes de empresas exportadoras para definir uma estratégia logística que "garanta a manutenção da trafegabilidade ao longo da rodovia durante o chamado inverno amazônico e o consequente escoamento da produção agrícola". Procuradas, Cargill, Bunge e Hidrovias do Brasil não comentaram imediatamente o assunto.
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Brasil já colheu 1/3 da soja, e atoleiros impedem escoamento da safraA colheita de soja no Brasil atingiu 34,3% da área estimada para a temporada 2016/17, com as atividades mantendo-se em ritmo mais acelerado que a média histórica para esta época, informou a consultoria Safras & Mercado nesta quarta-feira (1º). Houve um avanço de quase 10 pontos percentuais ante a semana anterior. Os trabalhos de colheita no país, maior exportador global de soja, estão levemente adiantados em relação ao mesmo período do ano passado (33,3%) e avançados em relação à média histórica dos últimos cinco anos (25,5%), segundo a consultoria. Atoleiros e bloqueio a caminhões carregados de soja na rodovia BR-163, no interior do Pará, vêm atrapalhando o escoamento da safra. Chuvas fortes e atoleiros no trecho não asfaltado da BR-163 impedem que a soja chegue aos portos do Norte do país, o que resulta em prejuízos de US$ 400 mil ao dia, com a impossibilidade de embarcar o produto, informou na sexta-feira (24) a associação que representa as indústrias da oleaginosa no Brasil, Abiove. Obras e serviços realizados nos últimos dias ainda não foram ainda suficientes para liberar o fluxo de milhares de caminhões carregados com soja e de outros veículos, informou nesta quarta a Polícia Rodoviária Federal. Embora alguns veículos tenham sido liberados, por meio do uso de máquinas, ainda são cerca de 3.000 carretas que não podem seguir viagem, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal de Santarém (PA). "A situação ainda está crítica... Deu amenizada porque o pessoal está trabalhando. Só que a chuva realmente complica", disse o policial rodoviário Bruno Bittencourt. O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) informou nesta terça-feira (28) que homens do Exército e da Polícia Rodoviária Federal chegaram no fim de semana aos pontos de retenção verificados na BR-163 e na BR-230 no Pará para a execução dos serviços de manutenção. "Desde a madrugada desta terça-feira, parte do tráfego foi liberada na BR-163 sentido Sul (para Mato Grosso). Caso as condições meteorológicas sejam favoráveis, a expectativa é de liberação total do tráfego até esta sexta-feira (3), com a recuperação de pontos isolados em um segmento de aproximadamente 37 quilômetros", disse o Dnit em nota. PREVISÃO DO TEMPO Dados do serviço Agriculture Weather Dashboard, da Thomson Reuters, apontam, no entanto, que as chuvas devem continuar intensas nos próximos 15 dias, sem nenhuma trégua. Os acumulados até 16 de março na região do sudoeste do Pará, onde estão concentrados os problemas, devem atingir 161 milímetros. O Dnit disse que suas equipes estão trabalhando em duas frentes simultaneamente, nas proximidades da Comunidade Jamanxim e próximo à Vila Santa Luzia, ao longo da BR-163. Dos 1.006 quilômetros da BR-163 no Pará, faltam 100 quilômetros para serem asfaltados, destacou o departamento. "O trecho da BR-163 onde se verificaram os pontos críticos devido às chuvas será pavimentado este ano. A meta do Dnit é asfaltar 60 quilômetros da rodovia em 2017", afirmou o órgão. A previsão de conclusão do asfaltamento de toda a BR-163 no Pará é 2018. A rodovia é um importante canal de escoamento da safra brasileira de grãos, ao fazer a ligação das regiões produtoras de Mato Grosso com terminais fluviais localizados às margens do rio Tapajós, no município de Itaituba (distrito de Miritituba). Importantes empresas do agronegócio, como Bunge, Hidrovias do Brasil e Cargill, operam terminais na região Norte, servindo-se do carregamento de barcaças na bacia amazônica e da exportação por meio de terminais localizados principalmente na região Barcarena, perto de Belém (PA). Em Miritituba, as empresas não recebem soja desde o dia 18 de fevereiro, informou na sexta o gerente de economia da Abiove, Daniel Furlan Amaral. Segundo o Dnit, o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, irá se reunir com representantes de empresas exportadoras para definir uma estratégia logística que "garanta a manutenção da trafegabilidade ao longo da rodovia durante o chamado inverno amazônico e o consequente escoamento da produção agrícola". Procuradas, Cargill, Bunge e Hidrovias do Brasil não comentaram imediatamente o assunto.
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Erramos: Dilma vai colocar Kassab, Aldo e Eliseu Padilha na articulação política
Diferentemente do informado na reportagem "Dilma vai colocar Kassab, Aldo e Eliseu Padilha na articulação política" (Poder - 11/03/2015 - 20h52), Eliseu Padilha é ministro da Secretaria de Aviação Civil, não dos Transportes. O texto foi corrigido.
poder
Erramos: Dilma vai colocar Kassab, Aldo e Eliseu Padilha na articulação políticaDiferentemente do informado na reportagem "Dilma vai colocar Kassab, Aldo e Eliseu Padilha na articulação política" (Poder - 11/03/2015 - 20h52), Eliseu Padilha é ministro da Secretaria de Aviação Civil, não dos Transportes. O texto foi corrigido.
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Crescimento de Jair Bolsonaro inclui Brasil em onda conservadora global
O Datafolha revela os reflexos dos desdobramentos da Lava Jato e da impopularidade das reformas propostas pelo governo sobre o cenário político brasileiro. Temer alcança reprovação próxima à obtida por Dilma Rousseff às vésperas do impeachment. A maioria dos eleitores também desconfia do Congresso e dos partidos. Para completar, o envolvimento de várias siglas em delações combinado à agenda antissocial do governo deu certo alívio ao PT, que até viu a simpatia pelo partido crescer nos últimos quatro meses. Como consequência, as taxas de intenção de voto em Lula variaram positivamente no mesmo período, apesar de seu governo passar a ser apontado como o mais corrupto pós-redemocratização. Mas nenhum outro resultado é tão simbólico quanto o crescimento expressivo das intenções de voto em Jair Bolsonaro (PSC) –seis pontos percentuais em relação a dezembro do ano passado e 11 pontos considerando-se a última pesquisa de 2015. O candidato fica empatado com Marina Silva na segunda colocação nas situações em que Lula é incluído e se isola nessa posição quando tanto o petista quanto o tucano João Doria são excluídos. Além de figurar como consequência do aumento de rejeição aos tucanos Aécio Neves e Geraldo Alckmin, alvos da Lava Jato, a performance recente de Bolsonaro coloca o Brasil no mapa da onda de extrema direita, que pautou as últimas eleições nos EUA e na Europa. A candidatura encontra ambiente adequado na tendência conservadora de parcela significativa do eleitorado brasileiro, especialmente sobre valores e comportamento, revelada pelo Datafolha ao longo dos anos –por meio da concordância com temas polêmicos, a maioria da população (55%) pende à direita. Em termos demográficos, a intenção de voto no deputado reflete seu discurso – é muito maior entre os homens do que entre as mulheres (diferença média de dez pontos percentuais) e diminui à medida que aumenta a idade do eleitor. O apoio a Bolsonaro se concentra, em maior grau, entre os que nasceram no processo de redemocratização, após o período mais violento da ditadura militar. Entre os que têm 60 anos ou mais, menções a ele caem para metade da média. No cruzamento socioeconômico há aparente paradoxo. Os estratos com mais escolaridade e renda são tanto os que mais apoiam como os que mais rejeitam Bolsonaro –nesses segmentos, ele vai melhor nas intenções de voto, mas a rejeição ao seu nome supera a sua média em pelo menos 13 pontos percentuais. Ao se combinar as duas variáveis –educação e renda– chega-se ao nicho de maior penetração do deputado. Bolsonaro consegue apoio especialmente nos que têm o nível médio e superior de escolaridade associados à uma renda familiar acima de cinco salários mínimos. Nesse subconjunto elitizado, seu maior adversário é Doria. Lula, por outro lado, triunfa na combinação de baixas renda e escolaridade. O desafio de Bolsonaro é adequar o discurso polêmico aos diferentes segmentos do eleitorado. Pelos estudos do Datafolha, homofobia e machismo podem não chocar tanto os mais pobres e menos instruídos, mas tendem a afastar parcela dos mais escolarizados e mais ricos, que se mostram mais liberais em relação ao comportamento. E a defesa de métodos duros de combate à violência, que recebem por um lado o apoio da maioria da população, devem, por outro, levar ainda mais medo aos segmentos carentes do eleitorado, que temem sim os bandidos, mas, diferentemente dos mais ricos, se preocupam também com a polícia. A tarefa é difícil, mas Donald Trump –com sua pós-verdade e seu micromarketing– já provou que feitos improváveis são possíveis. ELEITORADO DE BOLSONARO - Intenção de voto no primeiro turno, em 26 e 27 de abril, em %* Primeiro turno - Cenário 1 - Intenção de voto para presidente, em % Primeiro turno - Cenário 2 - Intenção de voto para presidente, em % Primeiro turno - Cenário 3 - Intenção de voto para presidente, em % Primeiro turno - Cenário 4 - Intenção de voto para presidente, em % Primeiro turno - Cenário 5 - Intenção de voto para presidente, em % Primeiro turno - Cenário 6 - Intenção de voto para presidente, em % Rejeição no primeiro turno - Em %
poder
Crescimento de Jair Bolsonaro inclui Brasil em onda conservadora globalO Datafolha revela os reflexos dos desdobramentos da Lava Jato e da impopularidade das reformas propostas pelo governo sobre o cenário político brasileiro. Temer alcança reprovação próxima à obtida por Dilma Rousseff às vésperas do impeachment. A maioria dos eleitores também desconfia do Congresso e dos partidos. Para completar, o envolvimento de várias siglas em delações combinado à agenda antissocial do governo deu certo alívio ao PT, que até viu a simpatia pelo partido crescer nos últimos quatro meses. Como consequência, as taxas de intenção de voto em Lula variaram positivamente no mesmo período, apesar de seu governo passar a ser apontado como o mais corrupto pós-redemocratização. Mas nenhum outro resultado é tão simbólico quanto o crescimento expressivo das intenções de voto em Jair Bolsonaro (PSC) –seis pontos percentuais em relação a dezembro do ano passado e 11 pontos considerando-se a última pesquisa de 2015. O candidato fica empatado com Marina Silva na segunda colocação nas situações em que Lula é incluído e se isola nessa posição quando tanto o petista quanto o tucano João Doria são excluídos. Além de figurar como consequência do aumento de rejeição aos tucanos Aécio Neves e Geraldo Alckmin, alvos da Lava Jato, a performance recente de Bolsonaro coloca o Brasil no mapa da onda de extrema direita, que pautou as últimas eleições nos EUA e na Europa. A candidatura encontra ambiente adequado na tendência conservadora de parcela significativa do eleitorado brasileiro, especialmente sobre valores e comportamento, revelada pelo Datafolha ao longo dos anos –por meio da concordância com temas polêmicos, a maioria da população (55%) pende à direita. Em termos demográficos, a intenção de voto no deputado reflete seu discurso – é muito maior entre os homens do que entre as mulheres (diferença média de dez pontos percentuais) e diminui à medida que aumenta a idade do eleitor. O apoio a Bolsonaro se concentra, em maior grau, entre os que nasceram no processo de redemocratização, após o período mais violento da ditadura militar. Entre os que têm 60 anos ou mais, menções a ele caem para metade da média. No cruzamento socioeconômico há aparente paradoxo. Os estratos com mais escolaridade e renda são tanto os que mais apoiam como os que mais rejeitam Bolsonaro –nesses segmentos, ele vai melhor nas intenções de voto, mas a rejeição ao seu nome supera a sua média em pelo menos 13 pontos percentuais. Ao se combinar as duas variáveis –educação e renda– chega-se ao nicho de maior penetração do deputado. Bolsonaro consegue apoio especialmente nos que têm o nível médio e superior de escolaridade associados à uma renda familiar acima de cinco salários mínimos. Nesse subconjunto elitizado, seu maior adversário é Doria. Lula, por outro lado, triunfa na combinação de baixas renda e escolaridade. O desafio de Bolsonaro é adequar o discurso polêmico aos diferentes segmentos do eleitorado. Pelos estudos do Datafolha, homofobia e machismo podem não chocar tanto os mais pobres e menos instruídos, mas tendem a afastar parcela dos mais escolarizados e mais ricos, que se mostram mais liberais em relação ao comportamento. E a defesa de métodos duros de combate à violência, que recebem por um lado o apoio da maioria da população, devem, por outro, levar ainda mais medo aos segmentos carentes do eleitorado, que temem sim os bandidos, mas, diferentemente dos mais ricos, se preocupam também com a polícia. A tarefa é difícil, mas Donald Trump –com sua pós-verdade e seu micromarketing– já provou que feitos improváveis são possíveis. ELEITORADO DE BOLSONARO - Intenção de voto no primeiro turno, em 26 e 27 de abril, em %* Primeiro turno - Cenário 1 - Intenção de voto para presidente, em % Primeiro turno - Cenário 2 - Intenção de voto para presidente, em % Primeiro turno - Cenário 3 - Intenção de voto para presidente, em % Primeiro turno - Cenário 4 - Intenção de voto para presidente, em % Primeiro turno - Cenário 5 - Intenção de voto para presidente, em % Primeiro turno - Cenário 6 - Intenção de voto para presidente, em % Rejeição no primeiro turno - Em %
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"Podem me chamar de velho gagá, mas cansei de tanto blá-blá-blá!"
Muitos brasileiros têm defendido uma postura de maior equilíbrio e racionalidade para evitar "uma guerra sangrenta", como disse uma atriz de 57 anos: "Saí do Facebook, do Instagram e do WhatsApp quando percebi que, mesmo sem ter intenção, estava alimentando o clima de ódio, de intolerância e de falta de escuta. Ou você defende as mesmas ideias ou é considerado um demônio a ser destruído. Tenho muito medo da polarização radical: 'nós X eles', 'coxinhas X petralhas', 'ladrões X golpistas' etc.". A atriz lamenta a violência presente nos dois lados: "Desde os black blocks de 2013 tenho tido pesadelos com o clima de violência, que só piorou desde então. Muitos amigos se tornaram militantes fanáticos, donos da verdade que não se abrem para ouvir os argumentos dos outros. Me tratam como uma inimiga a ser combatida só porque não quero aderir a nenhum dos lados". Um engenheiro de 69 anos disse que não sabe mais o que é ser de direita ou de esquerda. "Minha família está em guerra. Meus netos acham que é um golpe da direita, meus filhos querem se mudar para Miami, minha mulher quer que eu rompa com todos os meus amigos de esquerda e minha mãe, que tem 91 anos, quer que todos os corruptos morram na prisão. Quando me cobram uma posição tenho a desculpa perfeita: sou um velho dinossauro, não quero desperdiçar o meu tempo sendo cúmplice de uma guerra insana, prefiro investir no amor, na paz, no respeito e na gentileza". Ele está deprimido por não conseguir enxergar uma saída para a crise do país. "Podem me chamar de velho gagá, mas cansei de tanto blá-blá-blá raivoso! Não aguento mais a repetição de discursos que só estimulam a violência. Não suporto mais ver minha família se xingando na internet, amigos indignados quando digo que não quero ficar vomitando ódio contra aqueles que estão do outro lado. Muita gente se acha no direito de incomodar todo mundo com atitudes belicosas. O que mais me assusta é a violência e o ódio generalizado dentro e fora das nossas casas". Ele pede um pouco mais de reflexão e serenidade: "A quem interessa a guerra que está destruindo o país? O que cada um de nós está fazendo para ajudar a encontrar uma saída pacífica? Vamos deixar o Brasil virar uma Venezuela?"
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"Podem me chamar de velho gagá, mas cansei de tanto blá-blá-blá!"Muitos brasileiros têm defendido uma postura de maior equilíbrio e racionalidade para evitar "uma guerra sangrenta", como disse uma atriz de 57 anos: "Saí do Facebook, do Instagram e do WhatsApp quando percebi que, mesmo sem ter intenção, estava alimentando o clima de ódio, de intolerância e de falta de escuta. Ou você defende as mesmas ideias ou é considerado um demônio a ser destruído. Tenho muito medo da polarização radical: 'nós X eles', 'coxinhas X petralhas', 'ladrões X golpistas' etc.". A atriz lamenta a violência presente nos dois lados: "Desde os black blocks de 2013 tenho tido pesadelos com o clima de violência, que só piorou desde então. Muitos amigos se tornaram militantes fanáticos, donos da verdade que não se abrem para ouvir os argumentos dos outros. Me tratam como uma inimiga a ser combatida só porque não quero aderir a nenhum dos lados". Um engenheiro de 69 anos disse que não sabe mais o que é ser de direita ou de esquerda. "Minha família está em guerra. Meus netos acham que é um golpe da direita, meus filhos querem se mudar para Miami, minha mulher quer que eu rompa com todos os meus amigos de esquerda e minha mãe, que tem 91 anos, quer que todos os corruptos morram na prisão. Quando me cobram uma posição tenho a desculpa perfeita: sou um velho dinossauro, não quero desperdiçar o meu tempo sendo cúmplice de uma guerra insana, prefiro investir no amor, na paz, no respeito e na gentileza". Ele está deprimido por não conseguir enxergar uma saída para a crise do país. "Podem me chamar de velho gagá, mas cansei de tanto blá-blá-blá raivoso! Não aguento mais a repetição de discursos que só estimulam a violência. Não suporto mais ver minha família se xingando na internet, amigos indignados quando digo que não quero ficar vomitando ódio contra aqueles que estão do outro lado. Muita gente se acha no direito de incomodar todo mundo com atitudes belicosas. O que mais me assusta é a violência e o ódio generalizado dentro e fora das nossas casas". Ele pede um pouco mais de reflexão e serenidade: "A quem interessa a guerra que está destruindo o país? O que cada um de nós está fazendo para ajudar a encontrar uma saída pacífica? Vamos deixar o Brasil virar uma Venezuela?"
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Jogador dos Broncos vai de suspenso a MVP do Super Bowl
Vonnie B'Vsean "Von" Miller, 26, apareceu para a entrevista pós-Super Bowl ainda vestido com seu uniforme de jogo. Visivelmente eufórico, o linebacker (defensor) riu quando um repórter comentou com ele a afirmação de Peyton Manning de que, naquela noite, seria ele, Miller, quem pagaria a cerveja de todos. "Vou pagar, então. Nós ganhamos o Super Bowl. Hoje, as regras são diferentes", afirmou o camisa 58 do Denver Broncos, pouco depois de ter sido apontado como melhor jogador da vitória do seu time sobre o Carolina Panthers, por 24 a 10, no Super Bowl 50, neste domingo (7). Vê-lo falar assim, em tom de brincadeira, sobre dobrar regras, chega a ser até engraçado. Afinal, não faz nem três anos, Miller teve problemas com a Justiça e com a NFL, a liga de futebol americano dos Estados Unidos. Uma avaliação rotineira de perfil, quando Miller tentou comprar uma arma de fogo, apontou que ele não comparecera a uma audiência sobre um caso de condução de veículo sem habilitação, dias antes. O jogador chegou a ser detido em 2013, mas foi liberado após pagar fiança. A NFL, dentro de seu código penal, foi menos leniente com Miller. Também em 2013, o homem que pararia Cam Newton no Levi's Stadium neste domingo viu a carreira que despontara promissora, desde o seu tempo de universidade, no Texas, ficar ameaçada. Naquele ano, o resultado de um exame de rotina de Miller não deu positivo para nenhuma substância proibida pela liga. Mas a amostra colhida estava diluída em água, o que poderia mascarar um doping. O jogador pegou gancho de seis jogos pela violação. Como manda o manual de conduta da NFL, desculpou-se publicamente, admitindo ter se portado mal. Mas nunca disse que, de fato, houvera consumido alguma substância proibida. A suspensão de Miller até não prejudicou muito o Denver Broncos, que usara sua primeira escolha no draft (seleção entre os jogadores universitários) de 2011 para contratá-lo –a segunda no geral. O primeiro jogador selecionado naquele ano foi justamente Cam Newton, pelo Carolina Panthers. Após cumprir a suspensão, Miller voltou a tempo de ajudar os Broncos na campanha que os levou ao Super Bowl. Ele, porém, ficou fora do jogo decisivo, no qual seu time foi massacrado por 43 a 8 pelo Seattle Seahawks. Na semana 16, a penúltima antes dos playoffs, Miller rompeu o ligamento cruzado do joelho direito –vitória sobre o Houston Texans, fora de casa. Em 2014, Miller voltou a jogar. E foi bem, iniciando o caminho que o levaria a vencer o Super Bowl 50. DECISIVO "Estou orgulhoso de todos, mas de Von Miller em especial", disse após o jogo o técnico dos Broncos, Gary Kubiak. Ele tem motivos para isso. Seu linebacker desarmou por cinco vezes os quarterbacks adversários nos playoffs, sendo o líder das estatísticas nesse quesito. Só na partida final, foram dois saques e meio (a NFL atribui meio saque para cada jogador quando entende que o trabalho foi conjunto). O último deles foi o lance decisivo do jogo. Numa tentativa desesperada de manter as chances de seu time, Newton se preparou para um lançamento longo, com quatro minutos ainda no cronômetro. Mas a bola nunca saiu da mão direita do quarterback. Miller surgiu do nada e a arrancou do rival. Para comemorar o feito, o jogador dos Broncos colocou o braço dobrado na horizontal em frente ao seu rosto, imitando a comemoração típica do quarterback adversário e, àquela altura, já irremediavelmente derrotado. O touchdown que decidiu a partida foi de C. J. Anderson. Mas quem, de fato, ganhou o jogo para os Broncos foi Miller. O jornalista viajou a convite da ESPN
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Jogador dos Broncos vai de suspenso a MVP do Super BowlVonnie B'Vsean "Von" Miller, 26, apareceu para a entrevista pós-Super Bowl ainda vestido com seu uniforme de jogo. Visivelmente eufórico, o linebacker (defensor) riu quando um repórter comentou com ele a afirmação de Peyton Manning de que, naquela noite, seria ele, Miller, quem pagaria a cerveja de todos. "Vou pagar, então. Nós ganhamos o Super Bowl. Hoje, as regras são diferentes", afirmou o camisa 58 do Denver Broncos, pouco depois de ter sido apontado como melhor jogador da vitória do seu time sobre o Carolina Panthers, por 24 a 10, no Super Bowl 50, neste domingo (7). Vê-lo falar assim, em tom de brincadeira, sobre dobrar regras, chega a ser até engraçado. Afinal, não faz nem três anos, Miller teve problemas com a Justiça e com a NFL, a liga de futebol americano dos Estados Unidos. Uma avaliação rotineira de perfil, quando Miller tentou comprar uma arma de fogo, apontou que ele não comparecera a uma audiência sobre um caso de condução de veículo sem habilitação, dias antes. O jogador chegou a ser detido em 2013, mas foi liberado após pagar fiança. A NFL, dentro de seu código penal, foi menos leniente com Miller. Também em 2013, o homem que pararia Cam Newton no Levi's Stadium neste domingo viu a carreira que despontara promissora, desde o seu tempo de universidade, no Texas, ficar ameaçada. Naquele ano, o resultado de um exame de rotina de Miller não deu positivo para nenhuma substância proibida pela liga. Mas a amostra colhida estava diluída em água, o que poderia mascarar um doping. O jogador pegou gancho de seis jogos pela violação. Como manda o manual de conduta da NFL, desculpou-se publicamente, admitindo ter se portado mal. Mas nunca disse que, de fato, houvera consumido alguma substância proibida. A suspensão de Miller até não prejudicou muito o Denver Broncos, que usara sua primeira escolha no draft (seleção entre os jogadores universitários) de 2011 para contratá-lo –a segunda no geral. O primeiro jogador selecionado naquele ano foi justamente Cam Newton, pelo Carolina Panthers. Após cumprir a suspensão, Miller voltou a tempo de ajudar os Broncos na campanha que os levou ao Super Bowl. Ele, porém, ficou fora do jogo decisivo, no qual seu time foi massacrado por 43 a 8 pelo Seattle Seahawks. Na semana 16, a penúltima antes dos playoffs, Miller rompeu o ligamento cruzado do joelho direito –vitória sobre o Houston Texans, fora de casa. Em 2014, Miller voltou a jogar. E foi bem, iniciando o caminho que o levaria a vencer o Super Bowl 50. DECISIVO "Estou orgulhoso de todos, mas de Von Miller em especial", disse após o jogo o técnico dos Broncos, Gary Kubiak. Ele tem motivos para isso. Seu linebacker desarmou por cinco vezes os quarterbacks adversários nos playoffs, sendo o líder das estatísticas nesse quesito. Só na partida final, foram dois saques e meio (a NFL atribui meio saque para cada jogador quando entende que o trabalho foi conjunto). O último deles foi o lance decisivo do jogo. Numa tentativa desesperada de manter as chances de seu time, Newton se preparou para um lançamento longo, com quatro minutos ainda no cronômetro. Mas a bola nunca saiu da mão direita do quarterback. Miller surgiu do nada e a arrancou do rival. Para comemorar o feito, o jogador dos Broncos colocou o braço dobrado na horizontal em frente ao seu rosto, imitando a comemoração típica do quarterback adversário e, àquela altura, já irremediavelmente derrotado. O touchdown que decidiu a partida foi de C. J. Anderson. Mas quem, de fato, ganhou o jogo para os Broncos foi Miller. O jornalista viajou a convite da ESPN
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Wagner Moura, o Capitão Nascimento, visita gabinete de Renan no Senado
Horas após a Polícia Federal cumprir uma série de mandados relacionados à nova fase da operação Lava Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos alvos da investigação, recebeu uma visita inusitada. O ator Wagner Moura, conhecido pela interpretação do papel de Capitão Nascimento, policial linha dura do Bope no filme "Tropa de Elite", entrou no gabinete da Presidência do Senado nesta terça-feira (15) por volta das 13h20. Segundo pessoas que acompanharam a mobilização dentro da Presidência do Senado, Moura veio ao Parlamento defender ações da comissão de Direitos Humanos. Ele participou de audiência pública durante ciclo de debates sobre trabalho escravo ao lado de Rogério Sottili, secretário especial de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, e do senador Paulo Paim (PT-RS), entre outros. Minutos após Moura entrar no gabinete, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux, que estava na Casa para debater o novo Código de Processo Civil, deixou a sala de Renan. "Eu vi ele entrando", disse o ministro sobre a visita de Moura. "No filme, eles não têm um lema?", questionou, como que tentando puxar pela memória o bordão —"faca na caveira"— que o personagem popularizou no filme. Moura protagonizou as duas sequências de "Tropa de Elite", dirigidas por José Padilha. No último longa, seu personagem é alçado à Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro e desvenda uma aliança entre as milícias cariocas e políticos do Estado. Uma das cenas mais emblemáticas da obra é a que, indignado com um atentado contra sua família, Nascimento espanca um deputado federal que tem ligação com o crime. Na última quinta-feira (10), o ator foi indicado pela primeira vez ao prêmio de melhor ator de série dramática no Globo de Ouro ao viver o traficante colombiano Pablo Escobar na série "Narcos", produzida por José Padilha.
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Wagner Moura, o Capitão Nascimento, visita gabinete de Renan no SenadoHoras após a Polícia Federal cumprir uma série de mandados relacionados à nova fase da operação Lava Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos alvos da investigação, recebeu uma visita inusitada. O ator Wagner Moura, conhecido pela interpretação do papel de Capitão Nascimento, policial linha dura do Bope no filme "Tropa de Elite", entrou no gabinete da Presidência do Senado nesta terça-feira (15) por volta das 13h20. Segundo pessoas que acompanharam a mobilização dentro da Presidência do Senado, Moura veio ao Parlamento defender ações da comissão de Direitos Humanos. Ele participou de audiência pública durante ciclo de debates sobre trabalho escravo ao lado de Rogério Sottili, secretário especial de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, e do senador Paulo Paim (PT-RS), entre outros. Minutos após Moura entrar no gabinete, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux, que estava na Casa para debater o novo Código de Processo Civil, deixou a sala de Renan. "Eu vi ele entrando", disse o ministro sobre a visita de Moura. "No filme, eles não têm um lema?", questionou, como que tentando puxar pela memória o bordão —"faca na caveira"— que o personagem popularizou no filme. Moura protagonizou as duas sequências de "Tropa de Elite", dirigidas por José Padilha. No último longa, seu personagem é alçado à Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro e desvenda uma aliança entre as milícias cariocas e políticos do Estado. Uma das cenas mais emblemáticas da obra é a que, indignado com um atentado contra sua família, Nascimento espanca um deputado federal que tem ligação com o crime. Na última quinta-feira (10), o ator foi indicado pela primeira vez ao prêmio de melhor ator de série dramática no Globo de Ouro ao viver o traficante colombiano Pablo Escobar na série "Narcos", produzida por José Padilha.
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Lua de mel do governo com as centrais sindicais tem data para acabar
O governo sabe que sua lua de mel com as centrais sindicais tem prazo de validade. Prenuncia-se um debate do mudo com o surdo em torno da reforma trabalhista. O Planalto ainda não disse o que quer e as centrais ainda são sinalizaram o que podem negociar. Há algo de teatral nas promessas reformistas do governo, pois ele não diz uma só palavra a respeito do Sistema S. Trata-se de um avanço de uns 5% sobre as folhas de pagamento, que nasceu durante o Estado Novo e, em 2014, arrecadou R$ 31 bilhões. O ministro Joaquim Levy tentou mexer nessa caixa preta e o presidente da Federação das Industrias de São Paulo, doutor Paulo Skaf, disse que os empresários iriam "à guerra" para defendê-la. Na semana passada, a Fiesp, madrinha do famoso pato amarelo que enfeitava as manifestações contra Dilma Rousseff, perdeu um de seus 86 diretores. O empresário Laodse de Abreu Duarte foi exposto como o maior devedor da União, com um espeto de R$ 6,9 bilhões. Leia coluna completa aqui.
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Lua de mel do governo com as centrais sindicais tem data para acabarO governo sabe que sua lua de mel com as centrais sindicais tem prazo de validade. Prenuncia-se um debate do mudo com o surdo em torno da reforma trabalhista. O Planalto ainda não disse o que quer e as centrais ainda são sinalizaram o que podem negociar. Há algo de teatral nas promessas reformistas do governo, pois ele não diz uma só palavra a respeito do Sistema S. Trata-se de um avanço de uns 5% sobre as folhas de pagamento, que nasceu durante o Estado Novo e, em 2014, arrecadou R$ 31 bilhões. O ministro Joaquim Levy tentou mexer nessa caixa preta e o presidente da Federação das Industrias de São Paulo, doutor Paulo Skaf, disse que os empresários iriam "à guerra" para defendê-la. Na semana passada, a Fiesp, madrinha do famoso pato amarelo que enfeitava as manifestações contra Dilma Rousseff, perdeu um de seus 86 diretores. O empresário Laodse de Abreu Duarte foi exposto como o maior devedor da União, com um espeto de R$ 6,9 bilhões. Leia coluna completa aqui.
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Promotoria deve ser entrave em plano de Doria para as marginais
O Ministério Público de São Paulo deve ser um entrave para os planos do prefeito eleito João Doria (PSDB) de aumentar as velocidades nas marginais Pinheiros e Tietê nos primeiros dias de sua gestão –uma de suas principais promessas eleitorais. O promotor César Martins, responsável por inquérito civil dedicado ao tema, vê risco na mudança brusca proposta pelo tucano em início de mandato e diz que irá procurá-lo em busca de um acordo –sob pena de ações civis públicas pelo descumprimento de recomendações. Segundo Martins, "é preciso ser cauteloso", e a implementação de velocidades máximas mais altas "não pode ser excessivamente célere, como foi feito ao reduzi-las pela administração atual". "Certamente será preciso fazer um acordo sobre a ampliação de velocidade. Não precisa ser feita de ponta a ponta de uma vez só. E é preciso avaliar onde o limite precisa ser menor", afirmou Martins em entrevista à Folha. Doria anunciou a ampliação da velocidade de 70 km/h para 90 km/h nas pistas expressas, de 60 km/h para 70 km/h nas centrais e, nas locais, tem avaliado variações após ter prometido a mudança de 50 km/h para 60 km/h. Neste caso, passou a prever a manutenção de 50 km/h na faixa direita, elevando para 60 km/h nas demais faixas das pistas locais –solução controversa entre técnicos. A mudança já valeria nas primeiras semanas de janeiro. O promotor diz que um dos questionamentos à redução das velocidades pela gestão Fernando Haddad (PT) foi ter feito isso de forma súbita, com base só em estudos acadêmicos e resultados de programas similares no exterior. Para celebrar um possível acordo com Doria, ele afirma aguarda a manifestação de peritos de engenharia de trânsito. "Não adianta nada o prefeito retomar o limite de 90 km/h se os dados mostrarem que há uma velocidade intermediária mais segura." Além de analisar a questão das marginais, a Promotoria tem outros cinco inquéritos relacionados a limites de velocidade em outras vias, instaurados com base em reclamações dirigidas ao órgão. Será examinada também a adequação das atuais velocidades máximas nas regiões da Radial Leste, da 23 de Maio (zona sul), da avenida Prestes Maia, da avenida Pacaembu e da avenida Paulista (centro). "Vamos examinar cada região de forma separada. Se entendermos que os limites atuais estão adequados e contribuem de fato para a segurança no trânsito, arquivaremos os inquéritos. Se houver necessidade de mudança, faremos acordos com a administração municipal", diz. Caso a gestão Doria não se disponha a celebrar tais compromissos, ela estará sujeita a ações civis públicas. Estatísticas indicam significativa queda das mortes em acidentes nas marginais após a redução de velocidade. Um ano depois, a soma de acidentes fatais nas duas vias caiu pela metade. De julho de 2014 a junho de 2015, foram 64 acidentes com mortes, contra 31 ocorrências do tipo nos 12 meses seguintes. Por tal razão, Doria tem sido criticado por especialistas e pressionado por entidades que trabalham com a gestão Geraldo Alckmin (PSDB), seu principal cabo eleitoral. MULTAS Além de desejar um acordo com a futura gestão de João Doria (PSDB) na questão do aumento de velocidade das marginais, o Ministério Público também pretende pedir o cancelamento e o ressarcimento das multas aplicadas nessas vias durante a vigência dos limites mais baixos, implementados sob Fernando Haddad (PT). O pedido deve ser feito na ação civil pública que a OAB-SP (seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil) moveu no ano passado questionando a medida adotada pela prefeitura nas vias. Procurada pela reportagem, a Prefeitura de São Paulo afirmou que não se manifestará sobre o pedido anunciado pelo Ministério Público. Atualmente, tal processo aguarda decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo para definir se a competência nesse caso é da Justiça estadual ou da federal. "Tão logo isso ocorra, vamos nos manifestar pedindo a anulação das multas, a retirada dos pontos nas carteiras de habilitação e a devolução do dinheiro arrecadado", afirma o promotor César Martins, da área de habitação e urbanismo. Na avaliação de Martins, a OAB-SP estava correta em seu pedido por maior debate e consulta à população antes que a prefeitura decidisse reduzir os limites de velocidade. Em julho de 2015, Haddad diminuiu os limites de velocidade de 90 km/h para 70 km/h nas vias expressas das marginais Tietê e Pinheiros, e de 70 km/h para 50 km/h nas pistas locais. As faixas centrais tiveram velocidade máxima reduzida de 70 km/h para 60 km/h. Passado mais de um ano da adoção do programa nas marginais, no entanto, agora a própria Comissão de Direito Viário da OAB-SP condena a possível ampliação dos limites de velocidade e reconhece que a medida de Haddad contribuiu para reduzir o total de acidentes. Para o presidente da seccional paulista da OAB, Marcos da Costa, todavia, isso não é motivo para recorrer à Justiça contra a gestão do tucano, pois o aumento foi amplamente discutido com a população durante a campanha eleitoral. No processo que moveu no ano passado, a OAB chamou de "suicidas" os pedestres mortos nas vias. "Não é possível que milhões de paulistanos e paulistas sejam responsabilizados pela morte de pedestres irresponsáveis que desafiam o direito e manifestam o desejo de perder a vida voluntariamente. O direito lamenta o suicídio, mas não tem como puni-lo", afirma a peça contra Haddad. À época, o prefeito disse "lamentar" o episódio. "Como é que um advogado assina uma declaração dessa? Então eu estou lamentando este episódio." Apesar de a direção da OAB-SP descartar um novo processo, o presidente da Comissão de Direito Viário da entidade, Maurício Januzzi, um dos autores da ação contra Haddad, não descarta ir à Justiça para questionar Doria de outras maneiras. Desafios de Doria
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Promotoria deve ser entrave em plano de Doria para as marginaisO Ministério Público de São Paulo deve ser um entrave para os planos do prefeito eleito João Doria (PSDB) de aumentar as velocidades nas marginais Pinheiros e Tietê nos primeiros dias de sua gestão –uma de suas principais promessas eleitorais. O promotor César Martins, responsável por inquérito civil dedicado ao tema, vê risco na mudança brusca proposta pelo tucano em início de mandato e diz que irá procurá-lo em busca de um acordo –sob pena de ações civis públicas pelo descumprimento de recomendações. Segundo Martins, "é preciso ser cauteloso", e a implementação de velocidades máximas mais altas "não pode ser excessivamente célere, como foi feito ao reduzi-las pela administração atual". "Certamente será preciso fazer um acordo sobre a ampliação de velocidade. Não precisa ser feita de ponta a ponta de uma vez só. E é preciso avaliar onde o limite precisa ser menor", afirmou Martins em entrevista à Folha. Doria anunciou a ampliação da velocidade de 70 km/h para 90 km/h nas pistas expressas, de 60 km/h para 70 km/h nas centrais e, nas locais, tem avaliado variações após ter prometido a mudança de 50 km/h para 60 km/h. Neste caso, passou a prever a manutenção de 50 km/h na faixa direita, elevando para 60 km/h nas demais faixas das pistas locais –solução controversa entre técnicos. A mudança já valeria nas primeiras semanas de janeiro. O promotor diz que um dos questionamentos à redução das velocidades pela gestão Fernando Haddad (PT) foi ter feito isso de forma súbita, com base só em estudos acadêmicos e resultados de programas similares no exterior. Para celebrar um possível acordo com Doria, ele afirma aguarda a manifestação de peritos de engenharia de trânsito. "Não adianta nada o prefeito retomar o limite de 90 km/h se os dados mostrarem que há uma velocidade intermediária mais segura." Além de analisar a questão das marginais, a Promotoria tem outros cinco inquéritos relacionados a limites de velocidade em outras vias, instaurados com base em reclamações dirigidas ao órgão. Será examinada também a adequação das atuais velocidades máximas nas regiões da Radial Leste, da 23 de Maio (zona sul), da avenida Prestes Maia, da avenida Pacaembu e da avenida Paulista (centro). "Vamos examinar cada região de forma separada. Se entendermos que os limites atuais estão adequados e contribuem de fato para a segurança no trânsito, arquivaremos os inquéritos. Se houver necessidade de mudança, faremos acordos com a administração municipal", diz. Caso a gestão Doria não se disponha a celebrar tais compromissos, ela estará sujeita a ações civis públicas. Estatísticas indicam significativa queda das mortes em acidentes nas marginais após a redução de velocidade. Um ano depois, a soma de acidentes fatais nas duas vias caiu pela metade. De julho de 2014 a junho de 2015, foram 64 acidentes com mortes, contra 31 ocorrências do tipo nos 12 meses seguintes. Por tal razão, Doria tem sido criticado por especialistas e pressionado por entidades que trabalham com a gestão Geraldo Alckmin (PSDB), seu principal cabo eleitoral. MULTAS Além de desejar um acordo com a futura gestão de João Doria (PSDB) na questão do aumento de velocidade das marginais, o Ministério Público também pretende pedir o cancelamento e o ressarcimento das multas aplicadas nessas vias durante a vigência dos limites mais baixos, implementados sob Fernando Haddad (PT). O pedido deve ser feito na ação civil pública que a OAB-SP (seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil) moveu no ano passado questionando a medida adotada pela prefeitura nas vias. Procurada pela reportagem, a Prefeitura de São Paulo afirmou que não se manifestará sobre o pedido anunciado pelo Ministério Público. Atualmente, tal processo aguarda decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo para definir se a competência nesse caso é da Justiça estadual ou da federal. "Tão logo isso ocorra, vamos nos manifestar pedindo a anulação das multas, a retirada dos pontos nas carteiras de habilitação e a devolução do dinheiro arrecadado", afirma o promotor César Martins, da área de habitação e urbanismo. Na avaliação de Martins, a OAB-SP estava correta em seu pedido por maior debate e consulta à população antes que a prefeitura decidisse reduzir os limites de velocidade. Em julho de 2015, Haddad diminuiu os limites de velocidade de 90 km/h para 70 km/h nas vias expressas das marginais Tietê e Pinheiros, e de 70 km/h para 50 km/h nas pistas locais. As faixas centrais tiveram velocidade máxima reduzida de 70 km/h para 60 km/h. Passado mais de um ano da adoção do programa nas marginais, no entanto, agora a própria Comissão de Direito Viário da OAB-SP condena a possível ampliação dos limites de velocidade e reconhece que a medida de Haddad contribuiu para reduzir o total de acidentes. Para o presidente da seccional paulista da OAB, Marcos da Costa, todavia, isso não é motivo para recorrer à Justiça contra a gestão do tucano, pois o aumento foi amplamente discutido com a população durante a campanha eleitoral. No processo que moveu no ano passado, a OAB chamou de "suicidas" os pedestres mortos nas vias. "Não é possível que milhões de paulistanos e paulistas sejam responsabilizados pela morte de pedestres irresponsáveis que desafiam o direito e manifestam o desejo de perder a vida voluntariamente. O direito lamenta o suicídio, mas não tem como puni-lo", afirma a peça contra Haddad. À época, o prefeito disse "lamentar" o episódio. "Como é que um advogado assina uma declaração dessa? Então eu estou lamentando este episódio." Apesar de a direção da OAB-SP descartar um novo processo, o presidente da Comissão de Direito Viário da entidade, Maurício Januzzi, um dos autores da ação contra Haddad, não descarta ir à Justiça para questionar Doria de outras maneiras. Desafios de Doria
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Um terço dos eleitores paulistanos ainda pode mudar o voto
DE SÃO PAULO Cerca de um terço do eleitorado paulistano (34%) declarou que ainda pode mudar o voto, mostrou o Datafolha. Dessa fatia, 21% dos eleitores disseram que a candidata Marta Suplicy (PMDB) tem mais chances de receber o voto, 18% apontaram Celso Russomanno (PRB) e 17%, João Doria (PSDB). Fernando Haddad (PT) se beneficiaria de 14% dos votos voláteis, Luiza Erundina (PSOL), de 9%, e 12% dos eleitores disseram que podem acabar votando em branco ou nulo. O diretor-geral do instituto, Mauro Paulino, afirmou que a eleição pode guardar surpresas. Com a alta rejeição à classe política e o período de campanha reduzido, "muitos eleitores ainda estão descobrindo que tem eleição no domingo" e possivelmente decidirão o voto "nos momentos finais". Dos eleitores de Doria, 72% estão certos de seu voto. Entre os titubeantes, 31% apontaram Russomanno como potencial beneficiário e 30%, Marta. Dos eleitores de Russomanno, 57% estão convictos. Dos demais, 30% disseram que Doria seria a alternativa e 30%, Marta. A peemedebista tem 54% de eleitores convictos. Russomanno ficaria com a maior parte (28%), Doria (23%) e Haddad (20%). O petista tem 63% do eleitorado certo. Entre os que podem migrar, 31% apontam Erundina, 16% apontam Doria, 15%, Russomanno e 13%, Marta.
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Um terço dos eleitores paulistanos ainda pode mudar o votoDE SÃO PAULO Cerca de um terço do eleitorado paulistano (34%) declarou que ainda pode mudar o voto, mostrou o Datafolha. Dessa fatia, 21% dos eleitores disseram que a candidata Marta Suplicy (PMDB) tem mais chances de receber o voto, 18% apontaram Celso Russomanno (PRB) e 17%, João Doria (PSDB). Fernando Haddad (PT) se beneficiaria de 14% dos votos voláteis, Luiza Erundina (PSOL), de 9%, e 12% dos eleitores disseram que podem acabar votando em branco ou nulo. O diretor-geral do instituto, Mauro Paulino, afirmou que a eleição pode guardar surpresas. Com a alta rejeição à classe política e o período de campanha reduzido, "muitos eleitores ainda estão descobrindo que tem eleição no domingo" e possivelmente decidirão o voto "nos momentos finais". Dos eleitores de Doria, 72% estão certos de seu voto. Entre os titubeantes, 31% apontaram Russomanno como potencial beneficiário e 30%, Marta. Dos eleitores de Russomanno, 57% estão convictos. Dos demais, 30% disseram que Doria seria a alternativa e 30%, Marta. A peemedebista tem 54% de eleitores convictos. Russomanno ficaria com a maior parte (28%), Doria (23%) e Haddad (20%). O petista tem 63% do eleitorado certo. Entre os que podem migrar, 31% apontam Erundina, 16% apontam Doria, 15%, Russomanno e 13%, Marta.
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Não faltam recursos para custeio, diz ministro sobre repasse para federais
O ministro da Educação, Renato Janine, afirmou nesta terça-feira (12) que a pasta está em dia com os repasses para as universidades federais e disse "estranhar" o caso da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), onde as aulas foram interrompidas por falta de pagamento de funcionários de limpeza e segurança. "Não sei dizer por que chegou [a essa situação]. Por isso mesmo estranhamos muito as notícias", disse o ministro após participar de encontro com a Andifes (associação de reitores das federais). Até abril, segundo o ministro, foram repassados R$ 1,5 bilhão para as universidades federais, para pagamento de despesas com custeio. A UFRJ recebeu cerca de R$ 80 milhões. "Não está faltando custeio. (...) Obviamente, enxugando eventuais excessos, os valores serão repassados", disse Janine. Em janeiro e fevereiro, o MEC reduziu o repasse para as instituições, motivado pelo bloqueio de recursos do orçamento de toda a Esplanada. A partir de março, a verba foi regularidade, destacou o ministro. "De fato, [a redução dos valores] nos dois primeiros meses do ano deixou problemas. Mas desde que isso se normalizou, os problemas estão reduzindo", disse. O reitor da UFSCar e presidente da Andifes, Targino de Araújo, também mostrou otimismo: "Hoje o ministro nos tranquilizou, [dizendo] que não haverá cortes no custeio".
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Não faltam recursos para custeio, diz ministro sobre repasse para federaisO ministro da Educação, Renato Janine, afirmou nesta terça-feira (12) que a pasta está em dia com os repasses para as universidades federais e disse "estranhar" o caso da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), onde as aulas foram interrompidas por falta de pagamento de funcionários de limpeza e segurança. "Não sei dizer por que chegou [a essa situação]. Por isso mesmo estranhamos muito as notícias", disse o ministro após participar de encontro com a Andifes (associação de reitores das federais). Até abril, segundo o ministro, foram repassados R$ 1,5 bilhão para as universidades federais, para pagamento de despesas com custeio. A UFRJ recebeu cerca de R$ 80 milhões. "Não está faltando custeio. (...) Obviamente, enxugando eventuais excessos, os valores serão repassados", disse Janine. Em janeiro e fevereiro, o MEC reduziu o repasse para as instituições, motivado pelo bloqueio de recursos do orçamento de toda a Esplanada. A partir de março, a verba foi regularidade, destacou o ministro. "De fato, [a redução dos valores] nos dois primeiros meses do ano deixou problemas. Mas desde que isso se normalizou, os problemas estão reduzindo", disse. O reitor da UFSCar e presidente da Andifes, Targino de Araújo, também mostrou otimismo: "Hoje o ministro nos tranquilizou, [dizendo] que não haverá cortes no custeio".
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Nova música de Gabriel O Pensador fala sobre 'insatisfações populares'
Gabriel O Pensador aproveitou as manifestações do último domingo (15) para lançar a música "Chega", que trata das "insatisfações populares" diante do atual momento do Brasil. A letra menciona temas como impunidade, violência, inflação, carga tributária, precariedade do sistema de saúde e educação, escândalos de corrupção e até a crise hídrica. O rapper explica que o objetivo da canção não foi abordar casos específicos, mas sim algo mais abrangente, "um cansaço legítimo de tanta coisa acumulada". A ideia, segundo O Pensador, era traduzir a insatisfação "plural e complexa" que culminou com os protestos dos últimos dias e deixar claro que muita coisa precisa ser mudada. De acordo com a assessoria do cantor, ao menos por enquanto, a música não fará parte de nenhum futuro CD do rapper. Confira abaixo o refrão de "Chega". "Chega! Que mundo é esse? Eu me pergunto! Chega! Quero sorrir, mudar de assunto! Falar de coisa boa Mas minha alma ecoa Agora um grito E eu acredito que você vai gritar junto
ilustrada
Nova música de Gabriel O Pensador fala sobre 'insatisfações populares'Gabriel O Pensador aproveitou as manifestações do último domingo (15) para lançar a música "Chega", que trata das "insatisfações populares" diante do atual momento do Brasil. A letra menciona temas como impunidade, violência, inflação, carga tributária, precariedade do sistema de saúde e educação, escândalos de corrupção e até a crise hídrica. O rapper explica que o objetivo da canção não foi abordar casos específicos, mas sim algo mais abrangente, "um cansaço legítimo de tanta coisa acumulada". A ideia, segundo O Pensador, era traduzir a insatisfação "plural e complexa" que culminou com os protestos dos últimos dias e deixar claro que muita coisa precisa ser mudada. De acordo com a assessoria do cantor, ao menos por enquanto, a música não fará parte de nenhum futuro CD do rapper. Confira abaixo o refrão de "Chega". "Chega! Que mundo é esse? Eu me pergunto! Chega! Quero sorrir, mudar de assunto! Falar de coisa boa Mas minha alma ecoa Agora um grito E eu acredito que você vai gritar junto
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Em 8º, Massa diz que imaginava 6º lugar, mas espera 'bons pontos'
Apesar de ter conquistado uma modesta oitava colocação no grid de largada para o GP da Hungria de F-1, que será disputado neste domingo, a partir das 9h (de Brasília), Felipe Massa acredita que tem condições de marcar "bons pontos" na décima etapa do Mundial, a última antes das férias de verão da categoria - Lewis Hamilton larga na pole, com Nico Rosberg em segundo. "A gente já sabia que seria difícil estar entre os cinco primeiros hoje, mas imaginávamos estar em sexto e sétimo com os dois carros. Apesar disso nosso carro se mostrou bem em simulação de corrida e acho que estamos no caminho certo para marcar bons pontos amanhã. Só não sei quão bons serão", disse Massa em Budapeste. Segundo o piloto brasileiro, como os pneus de seu carro não estavam atingindo a temperatura ideal, a Williams tentou uma estratégia diferente para a classificação. "Acabei saindo dos boxes com mais gasolina e não parei para ver se conseguíamos aquecer os pneus, mas não deu certo. No fim das contas não estamos tão longe de onde deveríamos." NASR Se o sábado não foi ideal para Massa, foi ainda pior para o outro brasileiro na categoria, Felipe Nasr. O piloto da Sauber classificou-se apenas em 18º, sua pior posição de largada nesta temporada. Para piorar, a expectativa é de uma corrida difícil neste domingo. "A gente já imaginava que seria assim porque desde ontem eu venho sofrendo muito com o carro nesta pista. Ele está escorregando muito, o que acaba superaquecendo os pneus e eu já termino a volta com dificuldade. Sei que vai ser uma corrida difícil, mas temos que contar com a sorte e tentar capitalizar com erros e problemas dos outros", disse Nasr, que neste final de semana teve seu contrato com a equipe suíça renovado. "Como estamos gastando muito pneu, provavelmente teremos que fazer uma parada a mais que os demais e agora é ver se a gente consegue ganhar alguma coisa na estratégia. Sabemos das nossas limitações e temos que ter paciência agora", completou.
esporte
Em 8º, Massa diz que imaginava 6º lugar, mas espera 'bons pontos'Apesar de ter conquistado uma modesta oitava colocação no grid de largada para o GP da Hungria de F-1, que será disputado neste domingo, a partir das 9h (de Brasília), Felipe Massa acredita que tem condições de marcar "bons pontos" na décima etapa do Mundial, a última antes das férias de verão da categoria - Lewis Hamilton larga na pole, com Nico Rosberg em segundo. "A gente já sabia que seria difícil estar entre os cinco primeiros hoje, mas imaginávamos estar em sexto e sétimo com os dois carros. Apesar disso nosso carro se mostrou bem em simulação de corrida e acho que estamos no caminho certo para marcar bons pontos amanhã. Só não sei quão bons serão", disse Massa em Budapeste. Segundo o piloto brasileiro, como os pneus de seu carro não estavam atingindo a temperatura ideal, a Williams tentou uma estratégia diferente para a classificação. "Acabei saindo dos boxes com mais gasolina e não parei para ver se conseguíamos aquecer os pneus, mas não deu certo. No fim das contas não estamos tão longe de onde deveríamos." NASR Se o sábado não foi ideal para Massa, foi ainda pior para o outro brasileiro na categoria, Felipe Nasr. O piloto da Sauber classificou-se apenas em 18º, sua pior posição de largada nesta temporada. Para piorar, a expectativa é de uma corrida difícil neste domingo. "A gente já imaginava que seria assim porque desde ontem eu venho sofrendo muito com o carro nesta pista. Ele está escorregando muito, o que acaba superaquecendo os pneus e eu já termino a volta com dificuldade. Sei que vai ser uma corrida difícil, mas temos que contar com a sorte e tentar capitalizar com erros e problemas dos outros", disse Nasr, que neste final de semana teve seu contrato com a equipe suíça renovado. "Como estamos gastando muito pneu, provavelmente teremos que fazer uma parada a mais que os demais e agora é ver se a gente consegue ganhar alguma coisa na estratégia. Sabemos das nossas limitações e temos que ter paciência agora", completou.
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Fotógrafo explora diferentes ângulos da Califórnia; veja imagens
O fotógrafo amador Garon Piceli visitou a Califórnia no fim de 2015, durante o inverno no hemisfério norte. "O clima é agradável nessa época do ano e o céu está sempre muito azul", diz ele. Nas imagens que fez do estado americano, Piceli tentou revelar um olhar singular. "Quero mostrar um ângulo inusitado nas minhas fotos, diferente daquele visto no cartão postal", afirma. São Francisco foi uma de suas paradas favoritas do roteiro. Mesmo montanhosa, é possível visitar diversas atrações ali a pé, de transporte público ou de bicicleta, segundo ele. Piceli recomenda, além do famoso passeio de bondinho, uma volta de barco pela baía de São Francisco que, de acordo com ele, permite ver ângulos desconhecidos da região. Veja outros ensaios do Álbum de Viagem Dez anos de viagens, por Druso Frota Road trip pelos EUA, por Maurício Thomsen Vilarejo na Noruega, por Wilson Roberto Santos Cotidiano na China, por Toni Pires Baleias em Abrolhos, por Marco Terranova Londres no inverno, por Fernanda Pitaluga Astrofotógrafo registra céus pelo mundo Fotógrafo registra paisagem 'alienígena' do Atacama Castelos da França, por Fernando Bianchi Cidade de Uyuni, na Bolívia, por Johnson Barros
turismo
Fotógrafo explora diferentes ângulos da Califórnia; veja imagensO fotógrafo amador Garon Piceli visitou a Califórnia no fim de 2015, durante o inverno no hemisfério norte. "O clima é agradável nessa época do ano e o céu está sempre muito azul", diz ele. Nas imagens que fez do estado americano, Piceli tentou revelar um olhar singular. "Quero mostrar um ângulo inusitado nas minhas fotos, diferente daquele visto no cartão postal", afirma. São Francisco foi uma de suas paradas favoritas do roteiro. Mesmo montanhosa, é possível visitar diversas atrações ali a pé, de transporte público ou de bicicleta, segundo ele. Piceli recomenda, além do famoso passeio de bondinho, uma volta de barco pela baía de São Francisco que, de acordo com ele, permite ver ângulos desconhecidos da região. Veja outros ensaios do Álbum de Viagem Dez anos de viagens, por Druso Frota Road trip pelos EUA, por Maurício Thomsen Vilarejo na Noruega, por Wilson Roberto Santos Cotidiano na China, por Toni Pires Baleias em Abrolhos, por Marco Terranova Londres no inverno, por Fernanda Pitaluga Astrofotógrafo registra céus pelo mundo Fotógrafo registra paisagem 'alienígena' do Atacama Castelos da França, por Fernando Bianchi Cidade de Uyuni, na Bolívia, por Johnson Barros
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Lucro da Bunge frustra estimativas com safras baixas da América do Sul
A gigante global do agronegócio Bunge reportou lucro trimestral aquém das expectativas dos analistas, afetada por safras menores do que o esperado na América do Sul, onde estão localizadas muitas das plantas de processamento e silos de grãos da companhia. O lucro bruto no agronegócio da Bunge, que compra, vende, estoca, transporta e processa grãos e sementes oleaginosas ao redor do mundo, caiu quase pela metade no terceiro trimestre com o clima adverso na América do Sul pesando sobre a produção de soja e milho. A divisão de agronegócio respondeu por quase 71% das vendas totais líquidas de US$ 11,42 bilhões. Nos últimos meses, a lenta comercialização dos agricultores no Brasil e na Argentina reduziram as margens da empresa na América do Sul. A venda lenta deve persistir até o final do ano, disse o diretor financeiro da Bunge, Drew Burke, em um comunicado. O lucro líquido disponível para os acionistas ordinários da Bunge caiu para US$ 116 milhões, ou US$ 0,83 por ação, no trimestre findo em 30 de setembro, de US$ 229 milhões, ou US$ 1,56 por ação, um ano antes. O lucro ajustado por ação foi de US$ 0,73, abaixo da média de estimativas de US$ 0,81, conforme a Thomson Reuters I/B/E/S.
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Lucro da Bunge frustra estimativas com safras baixas da América do SulA gigante global do agronegócio Bunge reportou lucro trimestral aquém das expectativas dos analistas, afetada por safras menores do que o esperado na América do Sul, onde estão localizadas muitas das plantas de processamento e silos de grãos da companhia. O lucro bruto no agronegócio da Bunge, que compra, vende, estoca, transporta e processa grãos e sementes oleaginosas ao redor do mundo, caiu quase pela metade no terceiro trimestre com o clima adverso na América do Sul pesando sobre a produção de soja e milho. A divisão de agronegócio respondeu por quase 71% das vendas totais líquidas de US$ 11,42 bilhões. Nos últimos meses, a lenta comercialização dos agricultores no Brasil e na Argentina reduziram as margens da empresa na América do Sul. A venda lenta deve persistir até o final do ano, disse o diretor financeiro da Bunge, Drew Burke, em um comunicado. O lucro líquido disponível para os acionistas ordinários da Bunge caiu para US$ 116 milhões, ou US$ 0,83 por ação, no trimestre findo em 30 de setembro, de US$ 229 milhões, ou US$ 1,56 por ação, um ano antes. O lucro ajustado por ação foi de US$ 0,73, abaixo da média de estimativas de US$ 0,81, conforme a Thomson Reuters I/B/E/S.
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Dirigentes que querem mudar Fifa temem represálias, afirma Figo
Candidato à presidência da Fifa na eleição marcada para o próximo dia 29, o ex-jogador português Luís Figo, 42, afirmou que dirigentes de federações com quem conversou "temem represálias" se assumirem publicamente uma posição a favor de mudanças na entidade. Em entrevista à Folha, ele disse que a Fifa mantém uma "imagem péssima". "Ninguém considera a Fifa uma entidade transparente", declarou o ex-jogador, estrela na década passada de clubes como Real Madrid, Barcelona, Inter de Milão e seleção portuguesa. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, no cargo desde 1998, é o favorito a conquistar um quinto mandato. Há ainda outros dois candidatos: o presidente da federação holandesa, Michael van Praag, e o príncipe Ali bin al-Hussein, da Jordânia. Figo pediu que a entrevista fosse feita por e-mail por causa das viagens que vem fazendo pelos países na reta final de campanha. Folha - Por que o sr. decidiu ser candidato e qual seu principal objetivo caso seja eleito? Luís Figo - Numa altura em que vemos a imagem da Fifa se degradando cada vez mais, creio que é chegada a hora de devolver ao futebol parte daquilo que me deu ao longo da carreira. Os meus principais objetivos passam por mais transparência, união, cooperação, novos processos de decisão, uma filosofia de liderança diferente, em que sejamos uma equipe forte, empenhada em trabalhar a favor do futebol. O presidente Blatter parece ter força para se reeleger. Qual sua aposta para vencê-lo? Tenho viajado por todo o mundo e falado com muitos dirigentes das federações e me parece claro que a maior parte das pessoas concorda que é preciso mudar. Quando apresento minhas ideias, tenho muito boa receptividade e a reação é muito positiva. Por outro lado, há vários dirigentes que me dizem que receiam assumir publicamente a favor da mudança porque temem represálias contra si, contra a sua federação e até contra o seu país. Em tantos anos de mandato, é óbvio que o Blatter não fez só coisas erradas, mas creio que é chegada a hora de assumir também, como líder, a responsabilidade pela situação a que se chegou, uma organização com uma imagem péssima, com patrocinadores que não renovam contratos, com um sentimento generalizado de mudança. Como melhorar a imagem da Fifa diante de escândalos de corrupção nos últimos anos? Ninguém considera a Fifa uma entidade transparente. A falta de transparência afeta gravemente a credibilidade de uma organização. Proponho medidas destinadas a criar mecanismos que tornem as decisões mais claras, mais rápidas para pessoas. Pretendo criar órgãos independentes de controle e auditoria, um comitê de futebol com especialistas reconhecidos mundialmente. No fundo, voltar a aproximar a Fifa dos torcedores, dos protagonistas, instituições e empresas com quem lida. Se o senhor for eleito, vai manter a Copa de 2022 no Qatar (envolvida em denúncias de corrupção) ou pretende rediscutir o assunto? Já expressei a minha opinião sobre isso. Se não houver provas de que a escolha das sedes dos mundiais 2018 (Rússia) e 2022 foi errada ou teve alguma irregularidade, temos que deixar os países trabalharem da melhor maneira possível. A CBF não tem feito uma renovação. O senhor pediu ou pedirá apoio à CBF? O Brasil é um grande país de futebol e gostaria de contar com o apoio de todos os países, mas a decisão de quem apoia ou não cabe à CBF, você tem de perguntar a eles. O senhor tem conversado com ex-jogadores brasileiros e parceiros de Real Madrid, como Ronaldo e Roberto Carlos, sobre sua candidatura? Tenho conversado com muita gente, incluindo jogadores e, claro, atuais e antigos jogadores brasileiros. O Roberto Carlos inclusive teve a amabilidade de anunciar publicamente o seu apoio. Quero contar com gente capaz e conhecedora da realidade. Tal como num time, uma pessoa sozinha não consegue ganhar jogos. Alguns serão, com certeza, brasileiros. O senhor defende o uso da tecnologia para auxiliar o juiz, por exemplo? A tecnologia é cada vez mais importante em todas as áreas da nossa vida e penso que será também cada vez mais utilizada no futebol. Já o é em diferentes áreas como os estádios, os gramados, os equipamentos, as chuteiras. E na arbitragem também se começam a ter mais exemplos da tecnologia na linha do gol. Podemos estudar mais formas de ajudar o trabalho dos árbitros com recurso às tecnologias, levando sempre em conta que o futebol é um jogo de regras simples, cuja essência temos de preservar. Qual sua opinião sobre o número de países participantes de uma Copa? Defendo que o Congresso da Fifa decida isso. Das três hipóteses em discussão –manter como está, em 32, aumentar para 40 ou 48, sou favorável a subir para 40, permitindo a entrada de mais nações, sem perder a competitividade e também como forma de garantir mais receita para reinvestir no desenvolvimento do futebol. Nascimento: 4.nov.1972 (42 anos), em Lisboa (Portugal) Posição: Meia Equipes: Sporting (1989-95) Barcelona (1995-2000) Real Madrid (2000-05) Inter de Milão (2005-09) Seleção (1991-2006) Principais conquistas: 4 vezes campeão espanhol 4 vezes campeão italiano 2º lugar na Euro-2004 4º lugar na Copa-2006 Ganhador da Bola de Ouro da "France Football" (2000) Eleito melhor jogador do mundo pela Fifa (2001)
esporte
Dirigentes que querem mudar Fifa temem represálias, afirma FigoCandidato à presidência da Fifa na eleição marcada para o próximo dia 29, o ex-jogador português Luís Figo, 42, afirmou que dirigentes de federações com quem conversou "temem represálias" se assumirem publicamente uma posição a favor de mudanças na entidade. Em entrevista à Folha, ele disse que a Fifa mantém uma "imagem péssima". "Ninguém considera a Fifa uma entidade transparente", declarou o ex-jogador, estrela na década passada de clubes como Real Madrid, Barcelona, Inter de Milão e seleção portuguesa. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, no cargo desde 1998, é o favorito a conquistar um quinto mandato. Há ainda outros dois candidatos: o presidente da federação holandesa, Michael van Praag, e o príncipe Ali bin al-Hussein, da Jordânia. Figo pediu que a entrevista fosse feita por e-mail por causa das viagens que vem fazendo pelos países na reta final de campanha. Folha - Por que o sr. decidiu ser candidato e qual seu principal objetivo caso seja eleito? Luís Figo - Numa altura em que vemos a imagem da Fifa se degradando cada vez mais, creio que é chegada a hora de devolver ao futebol parte daquilo que me deu ao longo da carreira. Os meus principais objetivos passam por mais transparência, união, cooperação, novos processos de decisão, uma filosofia de liderança diferente, em que sejamos uma equipe forte, empenhada em trabalhar a favor do futebol. O presidente Blatter parece ter força para se reeleger. Qual sua aposta para vencê-lo? Tenho viajado por todo o mundo e falado com muitos dirigentes das federações e me parece claro que a maior parte das pessoas concorda que é preciso mudar. Quando apresento minhas ideias, tenho muito boa receptividade e a reação é muito positiva. Por outro lado, há vários dirigentes que me dizem que receiam assumir publicamente a favor da mudança porque temem represálias contra si, contra a sua federação e até contra o seu país. Em tantos anos de mandato, é óbvio que o Blatter não fez só coisas erradas, mas creio que é chegada a hora de assumir também, como líder, a responsabilidade pela situação a que se chegou, uma organização com uma imagem péssima, com patrocinadores que não renovam contratos, com um sentimento generalizado de mudança. Como melhorar a imagem da Fifa diante de escândalos de corrupção nos últimos anos? Ninguém considera a Fifa uma entidade transparente. A falta de transparência afeta gravemente a credibilidade de uma organização. Proponho medidas destinadas a criar mecanismos que tornem as decisões mais claras, mais rápidas para pessoas. Pretendo criar órgãos independentes de controle e auditoria, um comitê de futebol com especialistas reconhecidos mundialmente. No fundo, voltar a aproximar a Fifa dos torcedores, dos protagonistas, instituições e empresas com quem lida. Se o senhor for eleito, vai manter a Copa de 2022 no Qatar (envolvida em denúncias de corrupção) ou pretende rediscutir o assunto? Já expressei a minha opinião sobre isso. Se não houver provas de que a escolha das sedes dos mundiais 2018 (Rússia) e 2022 foi errada ou teve alguma irregularidade, temos que deixar os países trabalharem da melhor maneira possível. A CBF não tem feito uma renovação. O senhor pediu ou pedirá apoio à CBF? O Brasil é um grande país de futebol e gostaria de contar com o apoio de todos os países, mas a decisão de quem apoia ou não cabe à CBF, você tem de perguntar a eles. O senhor tem conversado com ex-jogadores brasileiros e parceiros de Real Madrid, como Ronaldo e Roberto Carlos, sobre sua candidatura? Tenho conversado com muita gente, incluindo jogadores e, claro, atuais e antigos jogadores brasileiros. O Roberto Carlos inclusive teve a amabilidade de anunciar publicamente o seu apoio. Quero contar com gente capaz e conhecedora da realidade. Tal como num time, uma pessoa sozinha não consegue ganhar jogos. Alguns serão, com certeza, brasileiros. O senhor defende o uso da tecnologia para auxiliar o juiz, por exemplo? A tecnologia é cada vez mais importante em todas as áreas da nossa vida e penso que será também cada vez mais utilizada no futebol. Já o é em diferentes áreas como os estádios, os gramados, os equipamentos, as chuteiras. E na arbitragem também se começam a ter mais exemplos da tecnologia na linha do gol. Podemos estudar mais formas de ajudar o trabalho dos árbitros com recurso às tecnologias, levando sempre em conta que o futebol é um jogo de regras simples, cuja essência temos de preservar. Qual sua opinião sobre o número de países participantes de uma Copa? Defendo que o Congresso da Fifa decida isso. Das três hipóteses em discussão –manter como está, em 32, aumentar para 40 ou 48, sou favorável a subir para 40, permitindo a entrada de mais nações, sem perder a competitividade e também como forma de garantir mais receita para reinvestir no desenvolvimento do futebol. Nascimento: 4.nov.1972 (42 anos), em Lisboa (Portugal) Posição: Meia Equipes: Sporting (1989-95) Barcelona (1995-2000) Real Madrid (2000-05) Inter de Milão (2005-09) Seleção (1991-2006) Principais conquistas: 4 vezes campeão espanhol 4 vezes campeão italiano 2º lugar na Euro-2004 4º lugar na Copa-2006 Ganhador da Bola de Ouro da "France Football" (2000) Eleito melhor jogador do mundo pela Fifa (2001)
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Santos reencontra algoz da Copa do Brasil no retorno de Renato
Renato, 38, será titular do Santos na partida contra o Flamengo, nesta quarta-feira (2), às 21h45, no Pacaembu. O volante se recuperou de estiramento muscular na coxa direita. Ele deverá fazer dupla na cabeça de área com o meio-campista Yuri. Antes da lesão, Renato atuava ao lado de Thiago Maia, que foi vendido para o Lille (FRA) por R$ 51 milhões. O técnico Levir Culpi poderá não contar com Victor Ferraz, substituído no empate com o Grêmio, no domingo (30), após batida na cabeça. Neste caso, Daniel Guedes será o substituto. O Santos enfrenta o Flamengo uma semana após ter sido eliminado pela equipe carioca na Copa do Brasil em jogo polêmico. Mesmo com a vitória por 4 a 2, o time paulista caiu por causa dos gols marcados fora de casa pelo rival -o jogo no Rio foi 2 a 0. Leandro Vuaden marcou pênalti para o Santos no primeiro tempo mas, aconselhado pelo quarto árbitro, voltou atrás. O clube pediu anulação do jogo e alegou que a arbitragem foi avisada por um repórter sobre a marcação equivocada da penalidade. NA TV Santos x Flamengo 21h45 Globo (menos SP)
esporte
Santos reencontra algoz da Copa do Brasil no retorno de RenatoRenato, 38, será titular do Santos na partida contra o Flamengo, nesta quarta-feira (2), às 21h45, no Pacaembu. O volante se recuperou de estiramento muscular na coxa direita. Ele deverá fazer dupla na cabeça de área com o meio-campista Yuri. Antes da lesão, Renato atuava ao lado de Thiago Maia, que foi vendido para o Lille (FRA) por R$ 51 milhões. O técnico Levir Culpi poderá não contar com Victor Ferraz, substituído no empate com o Grêmio, no domingo (30), após batida na cabeça. Neste caso, Daniel Guedes será o substituto. O Santos enfrenta o Flamengo uma semana após ter sido eliminado pela equipe carioca na Copa do Brasil em jogo polêmico. Mesmo com a vitória por 4 a 2, o time paulista caiu por causa dos gols marcados fora de casa pelo rival -o jogo no Rio foi 2 a 0. Leandro Vuaden marcou pênalti para o Santos no primeiro tempo mas, aconselhado pelo quarto árbitro, voltou atrás. O clube pediu anulação do jogo e alegou que a arbitragem foi avisada por um repórter sobre a marcação equivocada da penalidade. NA TV Santos x Flamengo 21h45 Globo (menos SP)
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Governo Trump cogita separar crianças de mães imigrantes ilegais
O Departamento de Segurança Doméstica dos EUA estuda uma proposta de separar crianças das mães que cruzam ilegalmente a fronteira do país com o México, segundo a agência Reuters. A medida permitiria ao governo manter os pais detidos enquanto tramita o processo de deportação. As crianças seriam colocadas sob proteção do Departamento de Saúde e Serviços Sociais, num "ambiente menos restritivo", até que possam ser deixadas com um parente nos EUA ou por um tutor financiado pelo Estado. Atualmente, famílias com crianças que estão em processo de deportação ou com pedido de asilo são libertadas rapidamente e podem ficar no país até que o caso seja resolvido na Justiça. Uma decisão de um tribunal federal de apelação impede detenção prolongada de crianças. O presidente Donald Trump já pediu o fim dessa política, chamada de "pegar e libertar". Os EUA registraram a apreensão de 54 mil crianças e responsáveis entre 1º de outubro de 2016 e 31 de janeiro deste ano —mais que o dobro do verificado no mesmo período de 2015 e 2016. O Departamento de Segurança Doméstica não respondeu aos questionamentos da Reuters.
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Governo Trump cogita separar crianças de mães imigrantes ilegaisO Departamento de Segurança Doméstica dos EUA estuda uma proposta de separar crianças das mães que cruzam ilegalmente a fronteira do país com o México, segundo a agência Reuters. A medida permitiria ao governo manter os pais detidos enquanto tramita o processo de deportação. As crianças seriam colocadas sob proteção do Departamento de Saúde e Serviços Sociais, num "ambiente menos restritivo", até que possam ser deixadas com um parente nos EUA ou por um tutor financiado pelo Estado. Atualmente, famílias com crianças que estão em processo de deportação ou com pedido de asilo são libertadas rapidamente e podem ficar no país até que o caso seja resolvido na Justiça. Uma decisão de um tribunal federal de apelação impede detenção prolongada de crianças. O presidente Donald Trump já pediu o fim dessa política, chamada de "pegar e libertar". Os EUA registraram a apreensão de 54 mil crianças e responsáveis entre 1º de outubro de 2016 e 31 de janeiro deste ano —mais que o dobro do verificado no mesmo período de 2015 e 2016. O Departamento de Segurança Doméstica não respondeu aos questionamentos da Reuters.
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Novo filme de João Moreira Salles será lançado no Festival de Berlim
"No Intenso Agora", novo filme de João Moreira Salles ("Santiago"), foi selecionado para participar do Festival de Berlim, aumentando o número de longas brasileiros que integram neste ano uma das mais importantes mostras estrangeiras de cinema do mundo, realizada de 9 a 19 de fevereiro. Escrito e dirigido por Salles, "No Intenso Agora" é um documentário narrado em primeiro pessoa que examina imagens de arquivo da década de 1960. O filme nasceu com a descoberta de filmes caseiros feitos pela mãe do cineasta na China em 1966, durante a fase inicial da Revolução Cultural. A reflexão se estende a imagens de eventos como a revolta estudantil em maio de 1968 na França, o fim da Primavera de Praga, o enterro de estudantes, operários e policiais mortos em 1968 em Paris, Lyon, Praga e Rio de Janeiro e os vídeos feitos por amadores durante a invasão da Tchecoslováquia. MAIS BERLIM Também estará no festival o filme "Joaquim", de Marcelo Gomes ("Cinema, Aspirinas e Urubus" e "Era uma vez eu, Verônica"), que foi selecionado para a competição principal. Coprodução entre Brasil, Portugal e Espanha, o drama histórico retrata Joaquim José da Silva Xavier (Julio Machado), mais conhecido como Tiradentes (1746-1792), militar de destaque na captura de contrabandistas de ouro da Guarda Real do século 18. O longa mostra seu despertar político ao se tornar um rebelde contra o domínio colonial português. "As Duas Irenes", de Fabio Meira, e "Mulher do Pai", de Cristiane Oliveira, também foram selecionados para participar do festival, na seção Generation. Eles se somam a "Vazante", de Daniela Thomas, e "Pendular", de Julia Murat, que também serão exibidos na mostra alemã. ABERTURA A cinebiografia francesa sobre o violonista de jazz Django Reinhardt, dirigida por Etienne Comar, vai abrir a edição deste ano do evento. O filme narra a fuga de Reinhardt da ocupação nazista em Paris em 1943. O diretor do festival, Dieter Kosslick, afirmou que o perigo constante, fugas e as atrocidades cometidas contra sua família não conseguiram fazer com que Django parasse de tocar.
ilustrada
Novo filme de João Moreira Salles será lançado no Festival de Berlim"No Intenso Agora", novo filme de João Moreira Salles ("Santiago"), foi selecionado para participar do Festival de Berlim, aumentando o número de longas brasileiros que integram neste ano uma das mais importantes mostras estrangeiras de cinema do mundo, realizada de 9 a 19 de fevereiro. Escrito e dirigido por Salles, "No Intenso Agora" é um documentário narrado em primeiro pessoa que examina imagens de arquivo da década de 1960. O filme nasceu com a descoberta de filmes caseiros feitos pela mãe do cineasta na China em 1966, durante a fase inicial da Revolução Cultural. A reflexão se estende a imagens de eventos como a revolta estudantil em maio de 1968 na França, o fim da Primavera de Praga, o enterro de estudantes, operários e policiais mortos em 1968 em Paris, Lyon, Praga e Rio de Janeiro e os vídeos feitos por amadores durante a invasão da Tchecoslováquia. MAIS BERLIM Também estará no festival o filme "Joaquim", de Marcelo Gomes ("Cinema, Aspirinas e Urubus" e "Era uma vez eu, Verônica"), que foi selecionado para a competição principal. Coprodução entre Brasil, Portugal e Espanha, o drama histórico retrata Joaquim José da Silva Xavier (Julio Machado), mais conhecido como Tiradentes (1746-1792), militar de destaque na captura de contrabandistas de ouro da Guarda Real do século 18. O longa mostra seu despertar político ao se tornar um rebelde contra o domínio colonial português. "As Duas Irenes", de Fabio Meira, e "Mulher do Pai", de Cristiane Oliveira, também foram selecionados para participar do festival, na seção Generation. Eles se somam a "Vazante", de Daniela Thomas, e "Pendular", de Julia Murat, que também serão exibidos na mostra alemã. ABERTURA A cinebiografia francesa sobre o violonista de jazz Django Reinhardt, dirigida por Etienne Comar, vai abrir a edição deste ano do evento. O filme narra a fuga de Reinhardt da ocupação nazista em Paris em 1943. O diretor do festival, Dieter Kosslick, afirmou que o perigo constante, fugas e as atrocidades cometidas contra sua família não conseguiram fazer com que Django parasse de tocar.
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Tomo finasterida para queda capilar. Corro risco de impotência?
Para evitar queda capilar, comecei a usar finasterida. Existe risco de impotência? R.V A finasterida costuma ser usado para recuperação capilar. Além disso, em doses maiores, também é utilizado para tratamento de câncer de próstata. O medicamento foi lançado com trabalhos bastante robustos relacionados à eficácia e efeitos colaterais. Nesse momento, não houve problemas estatisticamente relevantes relacionados à perda de libido e impotência. Mesmo assim, "é difícil dizer sim ou não", segundo Luis Fernando Tovo, coordenador do departamento de oncologia cutânea da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Alguns trabalhos mais recentes, demonstraram diminuição de libido em pessoas que usam o remédio, porém essas pesquisas possuíam amostragem pequena. Tovo afirma que, mesmo sem presenciar o problema em seus pacientes, passou a não mais indicar a medicação. - A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o nosso Facebook ou e-mail saude@grupofolha.com.br, informando nome completo e cidade. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP. Confira mais dúvidas enviadas pelos leitores
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Tomo finasterida para queda capilar. Corro risco de impotência?Para evitar queda capilar, comecei a usar finasterida. Existe risco de impotência? R.V A finasterida costuma ser usado para recuperação capilar. Além disso, em doses maiores, também é utilizado para tratamento de câncer de próstata. O medicamento foi lançado com trabalhos bastante robustos relacionados à eficácia e efeitos colaterais. Nesse momento, não houve problemas estatisticamente relevantes relacionados à perda de libido e impotência. Mesmo assim, "é difícil dizer sim ou não", segundo Luis Fernando Tovo, coordenador do departamento de oncologia cutânea da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Alguns trabalhos mais recentes, demonstraram diminuição de libido em pessoas que usam o remédio, porém essas pesquisas possuíam amostragem pequena. Tovo afirma que, mesmo sem presenciar o problema em seus pacientes, passou a não mais indicar a medicação. - A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o nosso Facebook ou e-mail saude@grupofolha.com.br, informando nome completo e cidade. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP. Confira mais dúvidas enviadas pelos leitores
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O uso político da crise na Santa Casa
A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, maior hospital filantrópico do Brasil, vive a principal crise de sua história, fruto de problemas graves de gestão que culminaram com a troca de toda a sua cúpula, incluindo o provedor. Segundo o Ministério Público, há claros indícios de malfeitos, que justificaram o pedido de quebra de sigilo bancário, fiscal e dos cartões de crédito de 22 pessoas físicas e jurídicas ligada ao corpo gestor da instituição. Auditoria contratada pela Secretaria de Estado da Saúde apontou que o patrimônio da Santa Casa derreteu desde 2009. Foram apontadas falhas como contratos desfavoráveis com prestadores de serviço, excesso de funcionários por leito e má gestão do patrimônio imobiliário da Irmandade, com imóveis alugados por preços até 81% abaixo do valor de mercado. Além disso, ficou comprovado que a Santa Casa tinha R$ 6,4 milhões aplicados, resgatáveis a qualquer momento, no dia 22 de julho do ano passado, data em que o antigo provedor da instituição decidiu intempestivamente, e sem avisar a população, fechar o pronto-socorro do Hospital Central. É uma triste e delicada situação, que terá de ser enfrentada com muito empenho e profissionalismo pelos novos integrantes do corpo diretivo, para reerguer uma instituição centenária, resgatando sua credibilidade e qualidade na assistência como centro de excelência da rede pública de saúde. Mais triste ainda foi assistir ao lamentável uso político-eleitoreiro deste episódio por parte do ministro da Saúde, Arthur Chioro, que, espertamente, para lançar uma cortina de fumaça no real problema da saúde brasileira, que é o subfinanciamento da saúde por parte do governo federal, acusou falsamente o governo do Estado de São Paulo de Paulo de ter deixado de repassar recursos da União destinados à Santa Casa. Tese que ele defende até hoje, mesmo que o relatório final da auditoria feita pelo Denasus (Departamento Nacional de Auditoria do SUS), órgão do Ministério comandado por Chioro, divulgado no último mês, inocente o governo do Estado das ilações e acusações levianas feitas pelo ministro. O relatório do órgão federal, disponível na Internet, chegou à conclusão de que o governo de São Paulo não cometeu nenhuma irregularidade nos repasses de recursos federais para a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. A auditoria realizada com base no período de 2004 a 2014, mostrou que os valores disponibilizados pelo Ministério da Saúde foram integralmente repassados pela Secretaria de Estado da Saúde à instituição filantrópica, em conformidade com os convênios firmados com a Santa Casa. O documento aponta que, a partir de 2010, o valor global do contrato com a Santa Casa esteve inferior ao valor da somatória dos incentivos federais e da produção aprovada do hospital. Mas a explicação para a diferença consta do próprio relatório do Denasus. Em 2010, atendendo a uma recomendação do Tribunal de Contas da União, a Secretaria promoveu uma mudança no teto financeiro de alta e média complexidade de Santa Casa, que foi reduzido de R$ 19.731.685,02 em verbas federais para R$ 11.355.655,52 por mês. No entanto, conforme a auditoria, a Secretaria firmou um termo aditivo ao convênio com a Irmandade e passou a conceder R$ 8,3 milhões mensais com recursos do tesouro estadual. "Portanto, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo manteve os valores até então percebidos no mesmo montante, cabendo afirmar que não há razão para se falar em redução de teto financeiro de Assistência ou mesmo de retenção de valores, fato este comprovado nos quadros de valores repassados a instituição", diz o relatório de auditoria. "A instituição, Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo continuou a receber o valor total de R$ 19.731.685,02 por mês, sendo R$ 11.355.655,52 por mês com recursos repassados pelo Ministério da Saúde e R$ 8,3 milhões por mês com recursos próprios do Fundo Estadual. O documento do órgão fiscalizador do Ministério ainda conclui que, "apesar de se observar que a partir de 2010 o valor global do contrato esteve inferior ao valor da somatória dos incentivos federais e da produção aprovada do hospital, é prerrogativa do gestor local estabelecer o valor a ser contratualizado com os prestadores sob sua gestão". Em recente entrevista a um canal de TV, Arthur Chioro disse que teve "rolo" nos repasses de recursos federais à Santa Casa pelo governo de São Paulo. Qual foi o "rolo", ministro, que o seu próprio departamento de auditoria não conseguiu enxergar? PEDRO TOBIAS, médico, é deputado estadual e presidente do diretório estadual do PSBD em São Paulo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
O uso político da crise na Santa CasaA Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, maior hospital filantrópico do Brasil, vive a principal crise de sua história, fruto de problemas graves de gestão que culminaram com a troca de toda a sua cúpula, incluindo o provedor. Segundo o Ministério Público, há claros indícios de malfeitos, que justificaram o pedido de quebra de sigilo bancário, fiscal e dos cartões de crédito de 22 pessoas físicas e jurídicas ligada ao corpo gestor da instituição. Auditoria contratada pela Secretaria de Estado da Saúde apontou que o patrimônio da Santa Casa derreteu desde 2009. Foram apontadas falhas como contratos desfavoráveis com prestadores de serviço, excesso de funcionários por leito e má gestão do patrimônio imobiliário da Irmandade, com imóveis alugados por preços até 81% abaixo do valor de mercado. Além disso, ficou comprovado que a Santa Casa tinha R$ 6,4 milhões aplicados, resgatáveis a qualquer momento, no dia 22 de julho do ano passado, data em que o antigo provedor da instituição decidiu intempestivamente, e sem avisar a população, fechar o pronto-socorro do Hospital Central. É uma triste e delicada situação, que terá de ser enfrentada com muito empenho e profissionalismo pelos novos integrantes do corpo diretivo, para reerguer uma instituição centenária, resgatando sua credibilidade e qualidade na assistência como centro de excelência da rede pública de saúde. Mais triste ainda foi assistir ao lamentável uso político-eleitoreiro deste episódio por parte do ministro da Saúde, Arthur Chioro, que, espertamente, para lançar uma cortina de fumaça no real problema da saúde brasileira, que é o subfinanciamento da saúde por parte do governo federal, acusou falsamente o governo do Estado de São Paulo de Paulo de ter deixado de repassar recursos da União destinados à Santa Casa. Tese que ele defende até hoje, mesmo que o relatório final da auditoria feita pelo Denasus (Departamento Nacional de Auditoria do SUS), órgão do Ministério comandado por Chioro, divulgado no último mês, inocente o governo do Estado das ilações e acusações levianas feitas pelo ministro. O relatório do órgão federal, disponível na Internet, chegou à conclusão de que o governo de São Paulo não cometeu nenhuma irregularidade nos repasses de recursos federais para a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. A auditoria realizada com base no período de 2004 a 2014, mostrou que os valores disponibilizados pelo Ministério da Saúde foram integralmente repassados pela Secretaria de Estado da Saúde à instituição filantrópica, em conformidade com os convênios firmados com a Santa Casa. O documento aponta que, a partir de 2010, o valor global do contrato com a Santa Casa esteve inferior ao valor da somatória dos incentivos federais e da produção aprovada do hospital. Mas a explicação para a diferença consta do próprio relatório do Denasus. Em 2010, atendendo a uma recomendação do Tribunal de Contas da União, a Secretaria promoveu uma mudança no teto financeiro de alta e média complexidade de Santa Casa, que foi reduzido de R$ 19.731.685,02 em verbas federais para R$ 11.355.655,52 por mês. No entanto, conforme a auditoria, a Secretaria firmou um termo aditivo ao convênio com a Irmandade e passou a conceder R$ 8,3 milhões mensais com recursos do tesouro estadual. "Portanto, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo manteve os valores até então percebidos no mesmo montante, cabendo afirmar que não há razão para se falar em redução de teto financeiro de Assistência ou mesmo de retenção de valores, fato este comprovado nos quadros de valores repassados a instituição", diz o relatório de auditoria. "A instituição, Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo continuou a receber o valor total de R$ 19.731.685,02 por mês, sendo R$ 11.355.655,52 por mês com recursos repassados pelo Ministério da Saúde e R$ 8,3 milhões por mês com recursos próprios do Fundo Estadual. O documento do órgão fiscalizador do Ministério ainda conclui que, "apesar de se observar que a partir de 2010 o valor global do contrato esteve inferior ao valor da somatória dos incentivos federais e da produção aprovada do hospital, é prerrogativa do gestor local estabelecer o valor a ser contratualizado com os prestadores sob sua gestão". Em recente entrevista a um canal de TV, Arthur Chioro disse que teve "rolo" nos repasses de recursos federais à Santa Casa pelo governo de São Paulo. Qual foi o "rolo", ministro, que o seu próprio departamento de auditoria não conseguiu enxergar? PEDRO TOBIAS, médico, é deputado estadual e presidente do diretório estadual do PSBD em São Paulo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Pedro Cardoso e sátira 'Urinal' são destaques do teatro em 2015
Confira abaixo o melhor e o pior do teatro em 2015, segundo a "Ilustrada". O MELHOR 1. "A Tempestade" O apuro estético do diretor Gabriel Villela encontra o popular de Shakespeare, O cenário e o figurino brilham nos detalhes, com referências ao barroco e ao sertão mineiro. Destaque também para as interpretações, em especial a de Chico Carvalho. 2. "O Homem Primitivo" Escrita e interpretada pelo casal Graziella Moretto e Pedro Cardoso, a peça critica o machismo sem perder de vista o humor e sem cair em pieguismos; o texto é engenhoso e discretamente aberto a improvisos. 3. "Um Bonde Chamado Desejo" Clássico de Tennesse Williams é um dos grandes textos da dramaturgia americana e ganhou tempero especial com a atuação memorável de Maria Luisa Mendonça no papel da personagem desequilibrada e frágil Blanche DuBois. 4. "O Filho" Com texto de Alexandre Dal Farra, autor proeminente no cenário paulistano, baseia-se em Kafka para revelar novos olhares sobre a relação pai e filho; em um belo jogo sobre a memória, ocupa um galpão cheio de mobiliário antigos 5. "Urinal" Impactante, a sátira remete ao melhor dos musicais políticos, como Brecht. Em clima underground, tudo é rico —o texto de Greg Kotis, a música de Mark Hollmann, a direção de Zé Henrique de Paula. Pungente - MICO DO ANO "Barbaridade" Não bastasse a premissa sobre a velhice descambar para o discurso demagógico, o musical de José Lavigne tinha figurinos medonhos, uma coreografia desengonçada e dramaturgia sem pé nem cabeça.
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Pedro Cardoso e sátira 'Urinal' são destaques do teatro em 2015Confira abaixo o melhor e o pior do teatro em 2015, segundo a "Ilustrada". O MELHOR 1. "A Tempestade" O apuro estético do diretor Gabriel Villela encontra o popular de Shakespeare, O cenário e o figurino brilham nos detalhes, com referências ao barroco e ao sertão mineiro. Destaque também para as interpretações, em especial a de Chico Carvalho. 2. "O Homem Primitivo" Escrita e interpretada pelo casal Graziella Moretto e Pedro Cardoso, a peça critica o machismo sem perder de vista o humor e sem cair em pieguismos; o texto é engenhoso e discretamente aberto a improvisos. 3. "Um Bonde Chamado Desejo" Clássico de Tennesse Williams é um dos grandes textos da dramaturgia americana e ganhou tempero especial com a atuação memorável de Maria Luisa Mendonça no papel da personagem desequilibrada e frágil Blanche DuBois. 4. "O Filho" Com texto de Alexandre Dal Farra, autor proeminente no cenário paulistano, baseia-se em Kafka para revelar novos olhares sobre a relação pai e filho; em um belo jogo sobre a memória, ocupa um galpão cheio de mobiliário antigos 5. "Urinal" Impactante, a sátira remete ao melhor dos musicais políticos, como Brecht. Em clima underground, tudo é rico —o texto de Greg Kotis, a música de Mark Hollmann, a direção de Zé Henrique de Paula. Pungente - MICO DO ANO "Barbaridade" Não bastasse a premissa sobre a velhice descambar para o discurso demagógico, o musical de José Lavigne tinha figurinos medonhos, uma coreografia desengonçada e dramaturgia sem pé nem cabeça.
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Eduardo Cunha: Não abriremos mão da independência
A Câmara dos Deputados precisa resgatar sua imagem junto à opinião pública e à sociedade. Para isso, precisamos fazer da Câmara uma Casa independente e sem submissão aos outros Poderes, mas impedindo, contudo, que ela se transforme em palanque eleitoral para o exercício de oposição. Esse é o ponto principal: a recuperação da imagem do Congresso, que passa pelo exercício mais altivo e autônomo do mandato parlamentar, sem amarras políticas, e, sobretudo, com uma pauta que atenda às expectativas da sociedade. Não é pelo fato de apoiar ou não o governo que teremos uma Câmara mais ou menos independente. Independência é ato, é gesto, é exercício de um poder como Poder, sem subjugação. Por isso, nosso projeto encontrou eco entre os parlamentares. Como rege nossa Constituição, os Poderes são independentes e harmônicos entre si. E, sob nossa gestão, assim será. Teremos pela frente um período de muito trabalho em que vamos apreciar matérias relevantes. A reforma política e a discussão do pacto federativo, do qual a reforma tributária é parte, surgem como as pautas mais urgentes. Vamos apreciá-las o mais rapidamente possível. Já reabrimos a discussão da reforma política quando, na primeira sessão de votação, avocamos para o plenário e aprovamos a admissibilidade da PEC respectiva. A reforma política só não tinha sido votada até hoje porque houve uma obstrução do PT na legislatura passada. Havia diversas propostas, mas o PT optou por não votá-las. Com a aprovação da admissibilidade pelo plenário, constituí comissão especial que, em um prazo de até 40 sessões, apresentará um parecer para levarmos à votação. Diante disso, causa-me estranheza a posição do presidente do PT, Rui Falcão, que, sem sequer conhecer o teor do texto que sairá da comissão, já avisou que expulsará do partido o deputado que votar favoravelmente. Isso só demonstra que a defesa da reforma política pelo PT não passa de discurso de palanque. A discussão da reforma política vai tratar do financiamento de campanhas eleitorais, tema que precisa ser exaustivamente debatido pelo Congresso Nacional e, sobretudo, pela opinião pública. Debateremos também o fim de coligação proporcional, a coincidência de mandatos, se teremos ou não cláusula de barreira, se vamos efetivamente diminuir o tempo de campanha, como será o modelo da eleição proporcional –se distrital ou "distritão", se será voto em lista ou não. Como parlamentar, tenho minha opinião, que pode divergir em alguns pontos do pensamento da Casa, mas o importante é que vamos debater, votar, mas a posição da maioria vai prevalecer. Isso é muito mais saudável e democrático do que simplesmente evitar votar o tema. Já o pacto federativo é um conjunto de discussões sobre os deveres e obrigações de cada ente federado. Como consequência dessa análise, chegaremos à apreciação de uma reforma tributária que é mais complexa do que a reforma política por redefinir a divisão da arrecadação da União. É preciso discutir o pacto federativo sob vários aspectos. Que receitas ficarão para cada ente federado? Que obrigações ele terá por conta dessa receita? Ou que obrigações conferiremos a cada ente federado com a receita para o seu financiamento? São pontos que, ao serem levados adiante, representarão uma grande conquista institucional. Já aprovamos o orçamento impositivo para as emendas parlamentares individuais. Votaremos a sua extensão às emendas de bancada. É importante ressaltar que o orçamento impositivo já está em vigor pela previsão da Lei de Diretrizes Orçamentárias e sua inclusão no texto constitucional não terá impacto nos gastos públicos. A Câmara dos Deputados tem que se colocar no seu devido lugar, ser respeitada pela sociedade, pelo exercício independente de seu papel. Não abriremos mão disso. EDUARDO CUNHA, 56, deputado federal pelo PMDB-RJ, é presidente da Câmara dos Deputados * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Eduardo Cunha: Não abriremos mão da independênciaA Câmara dos Deputados precisa resgatar sua imagem junto à opinião pública e à sociedade. Para isso, precisamos fazer da Câmara uma Casa independente e sem submissão aos outros Poderes, mas impedindo, contudo, que ela se transforme em palanque eleitoral para o exercício de oposição. Esse é o ponto principal: a recuperação da imagem do Congresso, que passa pelo exercício mais altivo e autônomo do mandato parlamentar, sem amarras políticas, e, sobretudo, com uma pauta que atenda às expectativas da sociedade. Não é pelo fato de apoiar ou não o governo que teremos uma Câmara mais ou menos independente. Independência é ato, é gesto, é exercício de um poder como Poder, sem subjugação. Por isso, nosso projeto encontrou eco entre os parlamentares. Como rege nossa Constituição, os Poderes são independentes e harmônicos entre si. E, sob nossa gestão, assim será. Teremos pela frente um período de muito trabalho em que vamos apreciar matérias relevantes. A reforma política e a discussão do pacto federativo, do qual a reforma tributária é parte, surgem como as pautas mais urgentes. Vamos apreciá-las o mais rapidamente possível. Já reabrimos a discussão da reforma política quando, na primeira sessão de votação, avocamos para o plenário e aprovamos a admissibilidade da PEC respectiva. A reforma política só não tinha sido votada até hoje porque houve uma obstrução do PT na legislatura passada. Havia diversas propostas, mas o PT optou por não votá-las. Com a aprovação da admissibilidade pelo plenário, constituí comissão especial que, em um prazo de até 40 sessões, apresentará um parecer para levarmos à votação. Diante disso, causa-me estranheza a posição do presidente do PT, Rui Falcão, que, sem sequer conhecer o teor do texto que sairá da comissão, já avisou que expulsará do partido o deputado que votar favoravelmente. Isso só demonstra que a defesa da reforma política pelo PT não passa de discurso de palanque. A discussão da reforma política vai tratar do financiamento de campanhas eleitorais, tema que precisa ser exaustivamente debatido pelo Congresso Nacional e, sobretudo, pela opinião pública. Debateremos também o fim de coligação proporcional, a coincidência de mandatos, se teremos ou não cláusula de barreira, se vamos efetivamente diminuir o tempo de campanha, como será o modelo da eleição proporcional –se distrital ou "distritão", se será voto em lista ou não. Como parlamentar, tenho minha opinião, que pode divergir em alguns pontos do pensamento da Casa, mas o importante é que vamos debater, votar, mas a posição da maioria vai prevalecer. Isso é muito mais saudável e democrático do que simplesmente evitar votar o tema. Já o pacto federativo é um conjunto de discussões sobre os deveres e obrigações de cada ente federado. Como consequência dessa análise, chegaremos à apreciação de uma reforma tributária que é mais complexa do que a reforma política por redefinir a divisão da arrecadação da União. É preciso discutir o pacto federativo sob vários aspectos. Que receitas ficarão para cada ente federado? Que obrigações ele terá por conta dessa receita? Ou que obrigações conferiremos a cada ente federado com a receita para o seu financiamento? São pontos que, ao serem levados adiante, representarão uma grande conquista institucional. Já aprovamos o orçamento impositivo para as emendas parlamentares individuais. Votaremos a sua extensão às emendas de bancada. É importante ressaltar que o orçamento impositivo já está em vigor pela previsão da Lei de Diretrizes Orçamentárias e sua inclusão no texto constitucional não terá impacto nos gastos públicos. A Câmara dos Deputados tem que se colocar no seu devido lugar, ser respeitada pela sociedade, pelo exercício independente de seu papel. Não abriremos mão disso. EDUARDO CUNHA, 56, deputado federal pelo PMDB-RJ, é presidente da Câmara dos Deputados * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Vencedor de Cannes e indicado ao Oscar disputam grande prêmio francês
O vencedor da Palma de Ouro em Cannes "Dheepan", de Jacques Audiard, e o indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro "Cinco Graças", de Dniz Gamze Ergüven, estão entre os filmes que concorrem ao César, a grande premiação do cinema francês. "Dheepan", que conta a odisseia de três refugiados cingaleses na França, estreou em outubro do ano passado no Brasil, enquanto "Cinco Graças", uma ode à liberdade feminina, chegou aos cinemas em 21 de janeiro. "Fatima", de Philippe Faucon, "La loi du marché", de Stéphane Brizé, "Marguerite", de Xavier Giannoli, "Mon Roi", de Maïwenn, "De Cabeça Erguida", de Emmanuelle Bercot e "Três Lembranças de minha Juventude" de Arnaud Desplechin também concorre na categoria principal, a de melhor filme. Os vencedores serão anunciados em cerimônia em 26 de fevereiro. Ao contrário do ano passado, quando Kristen Stewart, estrela da saga "Crepúsculo", se tornou a primeira atriz americana em 30 anos indicada ao "Oscar francês", pelo papel em "Acima das Nuvens" —que lhe rendeu a estatueta—, a lista de nomeados deste ano não traz grandes surpresas. Como esperado, há entre os candidatos várias produções que estrearam em Cannes. assista ao trailer assista ao trailer Entre os atores, disputam Gérard Depardieu, por "Valley of Love", Vincent Lindon, por "La loi du marché", Fabrice Luchini, por "L'Hermine", Jean-Pierre Bacri, por "La Vie très privée de monsieur Sim", Vincent Cassel, por "Mon roi", François Damiens, por "Les Cowboys", e Antonythasan Jesuthasan, por "Dheepan" Catherine Deneuve, por "De Cabeça Erguida", Isabelle Huppert, por "Valley of Love", e Catherine Frot, por "Marguerite", estão entre as sete indicadas ao César de melhor atriz. A atriz marroquina Loubna Abidar, por "Much Loved", a argelina Soria Zeroual, por "Fatima", Emmanuelle Bercot, por "Mon roi", e Cécile de France, por "La Belle saison", são as outras indicadas. Neste ano, Michael Douglas, ganhador do Oscar por "Wall Street - Poder e Cobiça" (1987) e conhecido pelos papeis em "Um Dia de Fúria" (1993), "Instinto Selvagem" (1992), entre outros, receberá um Cesar honorário pelas realizações na carreira.
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Vencedor de Cannes e indicado ao Oscar disputam grande prêmio francêsO vencedor da Palma de Ouro em Cannes "Dheepan", de Jacques Audiard, e o indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro "Cinco Graças", de Dniz Gamze Ergüven, estão entre os filmes que concorrem ao César, a grande premiação do cinema francês. "Dheepan", que conta a odisseia de três refugiados cingaleses na França, estreou em outubro do ano passado no Brasil, enquanto "Cinco Graças", uma ode à liberdade feminina, chegou aos cinemas em 21 de janeiro. "Fatima", de Philippe Faucon, "La loi du marché", de Stéphane Brizé, "Marguerite", de Xavier Giannoli, "Mon Roi", de Maïwenn, "De Cabeça Erguida", de Emmanuelle Bercot e "Três Lembranças de minha Juventude" de Arnaud Desplechin também concorre na categoria principal, a de melhor filme. Os vencedores serão anunciados em cerimônia em 26 de fevereiro. Ao contrário do ano passado, quando Kristen Stewart, estrela da saga "Crepúsculo", se tornou a primeira atriz americana em 30 anos indicada ao "Oscar francês", pelo papel em "Acima das Nuvens" —que lhe rendeu a estatueta—, a lista de nomeados deste ano não traz grandes surpresas. Como esperado, há entre os candidatos várias produções que estrearam em Cannes. assista ao trailer assista ao trailer Entre os atores, disputam Gérard Depardieu, por "Valley of Love", Vincent Lindon, por "La loi du marché", Fabrice Luchini, por "L'Hermine", Jean-Pierre Bacri, por "La Vie très privée de monsieur Sim", Vincent Cassel, por "Mon roi", François Damiens, por "Les Cowboys", e Antonythasan Jesuthasan, por "Dheepan" Catherine Deneuve, por "De Cabeça Erguida", Isabelle Huppert, por "Valley of Love", e Catherine Frot, por "Marguerite", estão entre as sete indicadas ao César de melhor atriz. A atriz marroquina Loubna Abidar, por "Much Loved", a argelina Soria Zeroual, por "Fatima", Emmanuelle Bercot, por "Mon roi", e Cécile de France, por "La Belle saison", são as outras indicadas. Neste ano, Michael Douglas, ganhador do Oscar por "Wall Street - Poder e Cobiça" (1987) e conhecido pelos papeis em "Um Dia de Fúria" (1993), "Instinto Selvagem" (1992), entre outros, receberá um Cesar honorário pelas realizações na carreira.
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Ex-presidiário, ativista canadense prepara 'império da maconha'
Apinhada na frente de uma discreta loja de Toronto, a multidão se aglomera em torno da porta. Em alguns minutos, todos voltam-se para um senhor de 58 anos, com visual de executivo aposentado, que desponta na entrada. Sua aparição é acompanhada de flashes e pedidos de autógrafos. Logo em seguida, uma emissora de TV inicia uma transmissão do local. A cena interrompe o cotidiano pacato da área, e se repete toda vez que empresário Marc Emery vai ao local. Isso porque Emery é o maior ativista pró-legalização da maconha do Canadá e a loja é, na verdade, um de seus pontos de venda da planta. Conhecido no país como "Príncipe da Maconha", Emery ganhou notoriedade ao longo de três décadas de luta pela legalização da erva. Por conta de seu ativismo, esteve preso várias vezes ─34, diz─ em vários pontos da América do Norte e está proibido de entrar nos Estados Unidos. Agora, ele quer apagar o passado conturbado e surfar no relaxamento das leis canadenses. A legalização da produção, comércio e consumo é uma promessa do atual premiê, Justin Trudeau, prevista para ocorrer em menos de um ano. Com duas lojas já abertas em Vancouver, onde vive, e outras duas em Toronto, Emery prepara-se para criar uma rede de comércio espalhada por todo o país. Também iniciou uma série de viagens internacionais, numa cruzada pela regulamentação em países da Europa e da América do Sul. "Vamos abrir uma loja a cada dois meses a partir de agora, para que todos possam comprar maconha legalmente. O Canadá passa por mudanças intensas, e deve influenciar outros países a fazerem o mesmo", diz à BBC Brasil. Os dias de megafone em punho e protestos barulhentos, no entanto, prosseguem. "Só vou descansar quando os Estados Unidos legalizarem a maconha", avisa. "Eles são o país com maior influência global, cruciais para acabar com a guerra à erva". DA FAMA À PRISÃO Emery iniciou sua luta pela descriminalização da cannabis nos anos 80. Vendia livros e revistas sobre os supostos benefícios do consumo. Naquele tempo, qualquer publicação relacionada à maconha era censurada no Canadá. Em seguida, criou um periódico sobre o assunto, a revista "Cultura Cannabis". Aos poucos foi ficando famoso. Ele diz ter "dividido baseados com personalidades de todo o tipo, incluindo o atual premiê canadense, Justin Trudeau". O auge da popularidade veio nos anos 1990 e 2000, quando passou a comercializar também sementes da planta através dos correios. A distribuição do insumo não se restringiu ao Canadá, e alcançou todos os Estados americanos. Ele diz ter conseguido lucro de cerca de U$ 5 milhões com a empreitada. Mas o comércio era ilegal nos EUA, e Marc foi indiciado, em 2005, por tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Foi processado e acusado de crimes que poderiam acarretar em até 40 anos de cadeia. Após longa batalha judicial, conseguiu um acordo que reduziu sua pena para quatro anos. "Perdi todo o dinheiro em advogados e campanhas para mudar a legislação", conta. "E a acusação de tráfico é absurda. Sempre paguei imposto por tudo que vendi. Jamais soneguei ou atuei de forma criminosa. Só em taxas foram US$ 600 mil recolhidos pelo governo do Canadá", diz à BBC Brasil. Quando foi extraditado e preso nos Estados Unidos, em 2009, protestos contra seu encarceramento se espalharam por mais de cem cidades do planeta, incluindo Londres, Paris e Nova York. "Usei meu período na cadeia para prestar assessoria jurídica a outros detentos. E mantive um blog contando minha rotina", conta. Livre da prisão há dois anos, Marc Emery vive dias mais tranquilos. Apesar de ainda não ser legal no Canadá, o consumo de maconha já não sofre a repressão de outrora. O comércio é permitido para fins médicos e os dispensários, como são chamados os estabelecimentos que disponibilizam a erva, proliferam nas vias mais movimentadas das grandes cidades. Algumas lojas, incluindo as dele, aproveitam o relaxamento nas leis e já vendem o produto a qualquer maior de idade. De vez em quando, a negociação ainda é interrompida por batidas policiais e interdições. Mas os dispensários voltam a funcionar em poucas horas. E, quando uma loja é fechada, Emery faz questão de ir pessoalmente ao local para reabri-la. "Há um temor de que o comércio, ao ser regularizado, seja feito apenas por grandes corporações. Isso excluiria o pequeno e médio comerciante, que sempre lutou para que a maconha saísse da clandestinidade. Não vamos permitir que isso aconteça", afirma. Após a regulamentação da produção, venda e consumo da maconha no Uruguai, implementada pelo ex-presidente José Mujica, Emery acredita a América do Sul também vai sofrer mudanças profundas na forma como trata a questão. Mas faz uma ressalva. "O debate está muito atrasado na América Latina. E mesmo em países da Europa, como a Itália. No Brasil, a repressão resulta numa maconha muito ruim, trazida de forma clandestina do Paraguai. Também aumenta a corrupção e alimenta a violência do tráfico. Por seu tamanho e influência, é importante que o país leve a questão a sério e mude sua legislação extremamente retrógrada. O país é fundamental para atacar o crime organizado e a violência que assolam todo o continente sul-americano", diz.
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Ex-presidiário, ativista canadense prepara 'império da maconha'Apinhada na frente de uma discreta loja de Toronto, a multidão se aglomera em torno da porta. Em alguns minutos, todos voltam-se para um senhor de 58 anos, com visual de executivo aposentado, que desponta na entrada. Sua aparição é acompanhada de flashes e pedidos de autógrafos. Logo em seguida, uma emissora de TV inicia uma transmissão do local. A cena interrompe o cotidiano pacato da área, e se repete toda vez que empresário Marc Emery vai ao local. Isso porque Emery é o maior ativista pró-legalização da maconha do Canadá e a loja é, na verdade, um de seus pontos de venda da planta. Conhecido no país como "Príncipe da Maconha", Emery ganhou notoriedade ao longo de três décadas de luta pela legalização da erva. Por conta de seu ativismo, esteve preso várias vezes ─34, diz─ em vários pontos da América do Norte e está proibido de entrar nos Estados Unidos. Agora, ele quer apagar o passado conturbado e surfar no relaxamento das leis canadenses. A legalização da produção, comércio e consumo é uma promessa do atual premiê, Justin Trudeau, prevista para ocorrer em menos de um ano. Com duas lojas já abertas em Vancouver, onde vive, e outras duas em Toronto, Emery prepara-se para criar uma rede de comércio espalhada por todo o país. Também iniciou uma série de viagens internacionais, numa cruzada pela regulamentação em países da Europa e da América do Sul. "Vamos abrir uma loja a cada dois meses a partir de agora, para que todos possam comprar maconha legalmente. O Canadá passa por mudanças intensas, e deve influenciar outros países a fazerem o mesmo", diz à BBC Brasil. Os dias de megafone em punho e protestos barulhentos, no entanto, prosseguem. "Só vou descansar quando os Estados Unidos legalizarem a maconha", avisa. "Eles são o país com maior influência global, cruciais para acabar com a guerra à erva". DA FAMA À PRISÃO Emery iniciou sua luta pela descriminalização da cannabis nos anos 80. Vendia livros e revistas sobre os supostos benefícios do consumo. Naquele tempo, qualquer publicação relacionada à maconha era censurada no Canadá. Em seguida, criou um periódico sobre o assunto, a revista "Cultura Cannabis". Aos poucos foi ficando famoso. Ele diz ter "dividido baseados com personalidades de todo o tipo, incluindo o atual premiê canadense, Justin Trudeau". O auge da popularidade veio nos anos 1990 e 2000, quando passou a comercializar também sementes da planta através dos correios. A distribuição do insumo não se restringiu ao Canadá, e alcançou todos os Estados americanos. Ele diz ter conseguido lucro de cerca de U$ 5 milhões com a empreitada. Mas o comércio era ilegal nos EUA, e Marc foi indiciado, em 2005, por tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Foi processado e acusado de crimes que poderiam acarretar em até 40 anos de cadeia. Após longa batalha judicial, conseguiu um acordo que reduziu sua pena para quatro anos. "Perdi todo o dinheiro em advogados e campanhas para mudar a legislação", conta. "E a acusação de tráfico é absurda. Sempre paguei imposto por tudo que vendi. Jamais soneguei ou atuei de forma criminosa. Só em taxas foram US$ 600 mil recolhidos pelo governo do Canadá", diz à BBC Brasil. Quando foi extraditado e preso nos Estados Unidos, em 2009, protestos contra seu encarceramento se espalharam por mais de cem cidades do planeta, incluindo Londres, Paris e Nova York. "Usei meu período na cadeia para prestar assessoria jurídica a outros detentos. E mantive um blog contando minha rotina", conta. Livre da prisão há dois anos, Marc Emery vive dias mais tranquilos. Apesar de ainda não ser legal no Canadá, o consumo de maconha já não sofre a repressão de outrora. O comércio é permitido para fins médicos e os dispensários, como são chamados os estabelecimentos que disponibilizam a erva, proliferam nas vias mais movimentadas das grandes cidades. Algumas lojas, incluindo as dele, aproveitam o relaxamento nas leis e já vendem o produto a qualquer maior de idade. De vez em quando, a negociação ainda é interrompida por batidas policiais e interdições. Mas os dispensários voltam a funcionar em poucas horas. E, quando uma loja é fechada, Emery faz questão de ir pessoalmente ao local para reabri-la. "Há um temor de que o comércio, ao ser regularizado, seja feito apenas por grandes corporações. Isso excluiria o pequeno e médio comerciante, que sempre lutou para que a maconha saísse da clandestinidade. Não vamos permitir que isso aconteça", afirma. Após a regulamentação da produção, venda e consumo da maconha no Uruguai, implementada pelo ex-presidente José Mujica, Emery acredita a América do Sul também vai sofrer mudanças profundas na forma como trata a questão. Mas faz uma ressalva. "O debate está muito atrasado na América Latina. E mesmo em países da Europa, como a Itália. No Brasil, a repressão resulta numa maconha muito ruim, trazida de forma clandestina do Paraguai. Também aumenta a corrupção e alimenta a violência do tráfico. Por seu tamanho e influência, é importante que o país leve a questão a sério e mude sua legislação extremamente retrógrada. O país é fundamental para atacar o crime organizado e a violência que assolam todo o continente sul-americano", diz.
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Nenhuma seleção é mais favorita do que o Brasil, diz Daniel Alves
O lateral direito Daniel Alves, do Barcelona, não vê a seleção chilena como favorita no jogo contra o Brasil, na quinta-feira (8), em Santiago, pela primeira rodada das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Os chilenos vivem um grande momento. Em julho, eles conquistaram a Copa América ao bater a Argentina, nos pênaltis. Foi o primeiro título na história da seleção do Chile. "Independentemente do momento que o Brasil vive, não acredito que uma seleção é mais favorita do que a seleção brasileira. O favoritismo se divide", disse Daniel Alves nesta segunda-feira (5), já no Chile para o confronto. "Eles podem ter uma pequena vantagem por jogar em casa, mas não acredito que sejam os favoritos", afirmou o jogador, convocado pelo técnico Dunga no sábado (3) para ocupar a vaga de Rafinha, do Bayern Munique, que pediu dispensa. O Chile contará com seus principais jogadores nessas duas primeiras rodadas das eliminatórias, entre eles o goleiro Bravo (Barcelona), os meias Valdivia (Al Whada) e Vidal (Bayern de Munique) e o atacante Sánchez (Arsenal). "É um grande teste para a gente. Penso que eles estão no melhor momento deles e é legal para ver o nosso nível, ter uma ideia de como vai ser essas eliminatórias. É um grande momento para enfrentar o Chile", afirmou. Depois do confronto de quinta-feira, o Brasil encara a Venezuela, na terça (13), pela segunda rodada da competição. A partida será disputada no Castelão, em Fortaleza.
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Nenhuma seleção é mais favorita do que o Brasil, diz Daniel AlvesO lateral direito Daniel Alves, do Barcelona, não vê a seleção chilena como favorita no jogo contra o Brasil, na quinta-feira (8), em Santiago, pela primeira rodada das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Os chilenos vivem um grande momento. Em julho, eles conquistaram a Copa América ao bater a Argentina, nos pênaltis. Foi o primeiro título na história da seleção do Chile. "Independentemente do momento que o Brasil vive, não acredito que uma seleção é mais favorita do que a seleção brasileira. O favoritismo se divide", disse Daniel Alves nesta segunda-feira (5), já no Chile para o confronto. "Eles podem ter uma pequena vantagem por jogar em casa, mas não acredito que sejam os favoritos", afirmou o jogador, convocado pelo técnico Dunga no sábado (3) para ocupar a vaga de Rafinha, do Bayern Munique, que pediu dispensa. O Chile contará com seus principais jogadores nessas duas primeiras rodadas das eliminatórias, entre eles o goleiro Bravo (Barcelona), os meias Valdivia (Al Whada) e Vidal (Bayern de Munique) e o atacante Sánchez (Arsenal). "É um grande teste para a gente. Penso que eles estão no melhor momento deles e é legal para ver o nosso nível, ter uma ideia de como vai ser essas eliminatórias. É um grande momento para enfrentar o Chile", afirmou. Depois do confronto de quinta-feira, o Brasil encara a Venezuela, na terça (13), pela segunda rodada da competição. A partida será disputada no Castelão, em Fortaleza.
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Leitor lamenta protesto contra filósofa que se dedica às questões de gênero
É vergonhoso saber que um grupo, mesmo pequeno, protestou em frente ao Sesc Vila Mariana por causa da presença da filósofa Judith Butler, que há décadas se dedica às questões de gênero (Sem medo de fazer gênero). Por que algum dos "manifestantes" não entrou no recinto e participou do debate? Simples: porque essa gente não aceita debater, quer apenas impor, eternamente, as suas verdades –mesmo que elas signifiquem a perpetuação do preconceito e da violência. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor lamenta protesto contra filósofa que se dedica às questões de gêneroÉ vergonhoso saber que um grupo, mesmo pequeno, protestou em frente ao Sesc Vila Mariana por causa da presença da filósofa Judith Butler, que há décadas se dedica às questões de gênero (Sem medo de fazer gênero). Por que algum dos "manifestantes" não entrou no recinto e participou do debate? Simples: porque essa gente não aceita debater, quer apenas impor, eternamente, as suas verdades –mesmo que elas signifiquem a perpetuação do preconceito e da violência. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Ser novinha
A novinha sabe que não vive em um píncaro azulado, mas sabe também que seu sorriso abre espaço na cidade fria. Ainda assim, não se dobrará ao que a rua espera dela. A novinha pinta ou não o rosto, arruma ou não os cabelos, depila ou não as axilas: isso dependerá de um arranjo complexo e volátil de valores estéticos e políticos mui particulares. E também, vá lá, do pensamento desatado, dos humores imponderáveis de novinha. Mostrará as pernas à tarde não para os homens ou para as mulheres, mas para que as próprias pernas conheçam o vento. Trabalha à tarde em casa, tira duas profundas sonecas de noventa minutos por dia, fuma um baseado antes de cada refeição. Nos intervalos, a novinha rola a tela do computador, ultrapassa argumentos e a falácia do dia até decidir contemplar o teto e tentar pensar em nada. Mas a novinha nunca consegue: seu tempo passa lentamente, tudo tem a maior importância, os menores acontecimentos transbordam de sentido. E aí a novinha não pensa em coisas ou cores, como alguém poderia julgar, mas sim lê o mundo com olhos radiológicos de espiã. A novinha dá o passo para fora da fotografia, ela e sua inteligência satelital, vendo de dentro e de longe. A novinha usa óculos redondos que costuma perder. Quando não consegue enxergar o número do ônibus, pede ajuda no ponto a desconhecidos de rosto borrado. O homem de terno a caminho do escritório responde a novinha com assombro: ela é macia demais, confortável demais dentro de si mesma. Ela é senhora do tempo, ele jamais será. Ela fez balé quando criança e tem a elasticidade de uma contorcionista. Nunca comprou um disco e só ouve música pelo youtube. Vai a poucas festas, orgulha-se de ser reclusa, mas quando sai fica até a manhã e beija meia-dúzia. É francesa, é carioca e será de qualquer lugar pra onde for. Não gosta de falar ao telefone, comunica-se por textos curtos enviados por um celular velho e prefere conversar com uma pessoa de cada vez, grandes grupos a exasperam. A novinha está de saco cheio da moda, reclama da superficialidade das pessoas, pensa em fugir da cidade e ter uma casa no mato, um lance meio hippie meio harebô. A novinha gosta de transar com homens e mulheres, mas acha as moças da sua idade ansiosas e os homens meio bobos. Frequentemente fala absurdos. Ontem disse, do nada, no meio da tarde: "como eu gostaria de ter um pau!". Às vezes ri sozinha, mas também pode trancar a cara num muxoxo sem motivo, passar recados ininteligíveis, contorcer os dedos dos pés e balbuciar coisas em francês enquanto dorme. A novinha dormindo é como uma estátua de anjo que, olhando melhor, você percebe ser um anjo mesmo, vivo atrás do mármore. A novinha tem temperamento artístico e é artista - uma raridade. Sua nonchalance é antídoto contra a presunção dos salões periféricos. A indiferença da novinha ao atravessar a pista de dança, da porta do banheiro a cabine do dj, é flechada nos corações de homens e mulheres com os sonhos maltratados pela vida. E, caso você esteja em outro núcleo da trama, não é que a novinha não esteja nem aí pra você - ela simplesmente vibra em outra frequência. Surpreende que você consiga vê-la. Flutuando com a elegância dos despreocupados, indiferente a estranheza da vida sobre a terra, a novinha é como se não fosse - quase cai do galho de tão amadurecida. Mas o juízo da novinha é não ter juízo e este ela não perderá.
colunas
Ser novinhaA novinha sabe que não vive em um píncaro azulado, mas sabe também que seu sorriso abre espaço na cidade fria. Ainda assim, não se dobrará ao que a rua espera dela. A novinha pinta ou não o rosto, arruma ou não os cabelos, depila ou não as axilas: isso dependerá de um arranjo complexo e volátil de valores estéticos e políticos mui particulares. E também, vá lá, do pensamento desatado, dos humores imponderáveis de novinha. Mostrará as pernas à tarde não para os homens ou para as mulheres, mas para que as próprias pernas conheçam o vento. Trabalha à tarde em casa, tira duas profundas sonecas de noventa minutos por dia, fuma um baseado antes de cada refeição. Nos intervalos, a novinha rola a tela do computador, ultrapassa argumentos e a falácia do dia até decidir contemplar o teto e tentar pensar em nada. Mas a novinha nunca consegue: seu tempo passa lentamente, tudo tem a maior importância, os menores acontecimentos transbordam de sentido. E aí a novinha não pensa em coisas ou cores, como alguém poderia julgar, mas sim lê o mundo com olhos radiológicos de espiã. A novinha dá o passo para fora da fotografia, ela e sua inteligência satelital, vendo de dentro e de longe. A novinha usa óculos redondos que costuma perder. Quando não consegue enxergar o número do ônibus, pede ajuda no ponto a desconhecidos de rosto borrado. O homem de terno a caminho do escritório responde a novinha com assombro: ela é macia demais, confortável demais dentro de si mesma. Ela é senhora do tempo, ele jamais será. Ela fez balé quando criança e tem a elasticidade de uma contorcionista. Nunca comprou um disco e só ouve música pelo youtube. Vai a poucas festas, orgulha-se de ser reclusa, mas quando sai fica até a manhã e beija meia-dúzia. É francesa, é carioca e será de qualquer lugar pra onde for. Não gosta de falar ao telefone, comunica-se por textos curtos enviados por um celular velho e prefere conversar com uma pessoa de cada vez, grandes grupos a exasperam. A novinha está de saco cheio da moda, reclama da superficialidade das pessoas, pensa em fugir da cidade e ter uma casa no mato, um lance meio hippie meio harebô. A novinha gosta de transar com homens e mulheres, mas acha as moças da sua idade ansiosas e os homens meio bobos. Frequentemente fala absurdos. Ontem disse, do nada, no meio da tarde: "como eu gostaria de ter um pau!". Às vezes ri sozinha, mas também pode trancar a cara num muxoxo sem motivo, passar recados ininteligíveis, contorcer os dedos dos pés e balbuciar coisas em francês enquanto dorme. A novinha dormindo é como uma estátua de anjo que, olhando melhor, você percebe ser um anjo mesmo, vivo atrás do mármore. A novinha tem temperamento artístico e é artista - uma raridade. Sua nonchalance é antídoto contra a presunção dos salões periféricos. A indiferença da novinha ao atravessar a pista de dança, da porta do banheiro a cabine do dj, é flechada nos corações de homens e mulheres com os sonhos maltratados pela vida. E, caso você esteja em outro núcleo da trama, não é que a novinha não esteja nem aí pra você - ela simplesmente vibra em outra frequência. Surpreende que você consiga vê-la. Flutuando com a elegância dos despreocupados, indiferente a estranheza da vida sobre a terra, a novinha é como se não fosse - quase cai do galho de tão amadurecida. Mas o juízo da novinha é não ter juízo e este ela não perderá.
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Aplausos e vaias marcam votos de políticos
DE SÃO PAULO Em um ano marcado pelo acirramento da polarização política no país, as votações deste domingo (2) ocorreram sob manifestações extremas, ou estratégias para escapar delas. Foi o caso do presidente Michel Temer (PMDB), que havia programado oficialmente seu voto para 11h, mas compareceu às urnas na PUC (Pontifícia Universidade Católica) antes mesmo das 8h, driblando imprensa e um protesto organizado por estudantes. Questionado sobre a manobra presidencial, o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) disse que a intenção não era de fuga e que "não ficou feio ir mais cedo. Os manifestantes é que dormiram demais". A primeira dama, Marcela Temer, adotou o mesmo subterfúgio e votou no primeiro horário, cruzando com menos de dez eleitores no local. Já em Porto Alegre, houve tumulto na votação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Jornalistas e políticos foram barrados pela Brigada Militar e não puderam acompanhá-la à seção eleitoral por força de uma decisão do juiz Niwton Carpes da Silva. Ele alegou que a ex-presidente não teria direito a esquema especial de votação. No colégio Sion, na zona oeste de SP, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ouviu gritos de "golpista". Apoiadores reagiram com gritos de "fora, petralhas" e "Lula na cadeia". Na saída, FHC foi aplaudido. No Rio, o deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB) teve improvável recepção mista ao votar. Foi chamado de "palhaço e babaca" por um eleitor, mas também posou para "selfies" com dois outros.
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Aplausos e vaias marcam votos de políticosDE SÃO PAULO Em um ano marcado pelo acirramento da polarização política no país, as votações deste domingo (2) ocorreram sob manifestações extremas, ou estratégias para escapar delas. Foi o caso do presidente Michel Temer (PMDB), que havia programado oficialmente seu voto para 11h, mas compareceu às urnas na PUC (Pontifícia Universidade Católica) antes mesmo das 8h, driblando imprensa e um protesto organizado por estudantes. Questionado sobre a manobra presidencial, o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) disse que a intenção não era de fuga e que "não ficou feio ir mais cedo. Os manifestantes é que dormiram demais". A primeira dama, Marcela Temer, adotou o mesmo subterfúgio e votou no primeiro horário, cruzando com menos de dez eleitores no local. Já em Porto Alegre, houve tumulto na votação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Jornalistas e políticos foram barrados pela Brigada Militar e não puderam acompanhá-la à seção eleitoral por força de uma decisão do juiz Niwton Carpes da Silva. Ele alegou que a ex-presidente não teria direito a esquema especial de votação. No colégio Sion, na zona oeste de SP, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ouviu gritos de "golpista". Apoiadores reagiram com gritos de "fora, petralhas" e "Lula na cadeia". Na saída, FHC foi aplaudido. No Rio, o deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB) teve improvável recepção mista ao votar. Foi chamado de "palhaço e babaca" por um eleitor, mas também posou para "selfies" com dois outros.
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Aidar admite que dívida total do São Paulo é de R$ 272 milhões
O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, admitiu nesta quarta-feira (9) que a dívida do clube é de R$ 272 milhões, como informou o Itaú BBA, o banco de investimentos do grupo Itaú. Na semana passada, Aidar disse que a dívida do São Paulo era de R$ 137 milhões. Em um comunicado divulgado nesta terça, o dirigente explicou que este valor trata-se da dívida líquida, sem contar as dívidas operacionais e tributárias. "Para efeito de gestão do clube, trabalhamos com o valor total, incluindo dívidas operacionais e tributárias, conforme detalhado em nota ontem publicada pelo próprio Itaú BBA, portanto posteriormente ao estudo inicial, no valor total de R$ 272 milhões", disse Aidar no comunicado. "As dívidas operacionais estão sendo tratadas e renegociadas com os respectivos credores e as tributárias, já renegociadas no passado, estão sendo reavaliadas, buscando melhores condições e maior prazo dentro da realidade do Clube e da legislação vigente", afirmou. Desde o início de sua gestão, Aidar sustentou o número de cerca de R$ 270 milhões como débitos, mas foi a público na semana passada dizer que havia errado o montante e induzido ao equívoco, e que na verdade o valor era de R$ 137 milhões, sem mais explicações. "Eu já fui induzido ao erro e falei que a dívida era de R$ 270 milhões, mas não é. É R$ 137 milhões. Estamos em busca de R$ 100 milhões até o fim do ano para fechar o ano em condições melhores e para diminuir a dívida", disse Aidar durante a apresentação no novo plano de gestão do clube, na sexta-feira (4). O banco, no entanto, afirma que o cenário com a dívida de R$ 270 milhões é o correto, considerando todos os tipos de dívidas do clube (bancárias, tributárias e operacionais). VEJA A ÍNTEGRA DO COMUNICADO DO SÃO PAULO Recentemente, foi publicado o estudo da Análise Econômico-Financeira dos Clubes de Futebol Brasileiros com dados financeiros de 2014, realizado pelo Itaú BBA. Em tal estudo, foi utilizada a dívida líquida para comparação entre os clubes, cujo valor do São Paulo FC é R$ 137 milhões, conforme descrito na página 134 do estudo supracitado. Este valor, que fiz questão de detalhar item a item na minha explanação durante a coletiva de imprensa no dia 4 de setembro de 2015, é o foco para a renegociação e alongamento do perfil dessa dívida, considerando seu impacto no caixa mensal do clube: O valor de R$ 137 milhões é a dívida líquida em dezembro de 2014, composto por: - Passivo Circulante - Bancos: - R$ 88 Milhões - Exigível de longo prazo - Bancos: - R$ 62 milhões - Disponibilidades: + R$ 13 milhões Total: - R$ 137 milhões No entanto, para efeito de gestão do clube, trabalhamos com o valor total, incluindo dívidas operacionais e tributárias, conforme detalhado em nota ontem publicada pelo próprio Itaú BBA, portanto posteriormente ao estudo inicial, no valor total de R$ 272 milhões. As dívidas operacionais estão sendo tratadas e renegociadas com os respectivos credores e as tributárias, já renegociadas no passado, estão sendo reavaliadas, buscando melhores condições e maior prazo dentro da realidade do Clube e da legislação vigente. Importante destacar que todas estas informações são relativas ao Balanço encerrado em 31 de dezembro de 2014. O trabalho que vem sendo realizado tem por objetivo equilibrar as receitas e despesas mensais, gerando saldo para quitar as obrigações assumidas no passado e manter o clube financeiramente sadio.
esporte
Aidar admite que dívida total do São Paulo é de R$ 272 milhõesO presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, admitiu nesta quarta-feira (9) que a dívida do clube é de R$ 272 milhões, como informou o Itaú BBA, o banco de investimentos do grupo Itaú. Na semana passada, Aidar disse que a dívida do São Paulo era de R$ 137 milhões. Em um comunicado divulgado nesta terça, o dirigente explicou que este valor trata-se da dívida líquida, sem contar as dívidas operacionais e tributárias. "Para efeito de gestão do clube, trabalhamos com o valor total, incluindo dívidas operacionais e tributárias, conforme detalhado em nota ontem publicada pelo próprio Itaú BBA, portanto posteriormente ao estudo inicial, no valor total de R$ 272 milhões", disse Aidar no comunicado. "As dívidas operacionais estão sendo tratadas e renegociadas com os respectivos credores e as tributárias, já renegociadas no passado, estão sendo reavaliadas, buscando melhores condições e maior prazo dentro da realidade do Clube e da legislação vigente", afirmou. Desde o início de sua gestão, Aidar sustentou o número de cerca de R$ 270 milhões como débitos, mas foi a público na semana passada dizer que havia errado o montante e induzido ao equívoco, e que na verdade o valor era de R$ 137 milhões, sem mais explicações. "Eu já fui induzido ao erro e falei que a dívida era de R$ 270 milhões, mas não é. É R$ 137 milhões. Estamos em busca de R$ 100 milhões até o fim do ano para fechar o ano em condições melhores e para diminuir a dívida", disse Aidar durante a apresentação no novo plano de gestão do clube, na sexta-feira (4). O banco, no entanto, afirma que o cenário com a dívida de R$ 270 milhões é o correto, considerando todos os tipos de dívidas do clube (bancárias, tributárias e operacionais). VEJA A ÍNTEGRA DO COMUNICADO DO SÃO PAULO Recentemente, foi publicado o estudo da Análise Econômico-Financeira dos Clubes de Futebol Brasileiros com dados financeiros de 2014, realizado pelo Itaú BBA. Em tal estudo, foi utilizada a dívida líquida para comparação entre os clubes, cujo valor do São Paulo FC é R$ 137 milhões, conforme descrito na página 134 do estudo supracitado. Este valor, que fiz questão de detalhar item a item na minha explanação durante a coletiva de imprensa no dia 4 de setembro de 2015, é o foco para a renegociação e alongamento do perfil dessa dívida, considerando seu impacto no caixa mensal do clube: O valor de R$ 137 milhões é a dívida líquida em dezembro de 2014, composto por: - Passivo Circulante - Bancos: - R$ 88 Milhões - Exigível de longo prazo - Bancos: - R$ 62 milhões - Disponibilidades: + R$ 13 milhões Total: - R$ 137 milhões No entanto, para efeito de gestão do clube, trabalhamos com o valor total, incluindo dívidas operacionais e tributárias, conforme detalhado em nota ontem publicada pelo próprio Itaú BBA, portanto posteriormente ao estudo inicial, no valor total de R$ 272 milhões. As dívidas operacionais estão sendo tratadas e renegociadas com os respectivos credores e as tributárias, já renegociadas no passado, estão sendo reavaliadas, buscando melhores condições e maior prazo dentro da realidade do Clube e da legislação vigente. Importante destacar que todas estas informações são relativas ao Balanço encerrado em 31 de dezembro de 2014. O trabalho que vem sendo realizado tem por objetivo equilibrar as receitas e despesas mensais, gerando saldo para quitar as obrigações assumidas no passado e manter o clube financeiramente sadio.
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Pouco explorada, realidade virtual atrai empreendedores
Com uso em diversos segmentos, de educação a turismo, a realidade virtual cresce no Brasil. Desde empresários com experiência em tecnologia a jovens recém-formados investem na área. O administrador Rawlinson Peter Terabuio, 45, trabalhava há 20 anos com tecnologia quando resolveu investir em realidade virtual para fins educacionais. Após anos de pesquisa, em 2015, surgiu a Beenoculus, que vende óculos para realidade virtual, que custam R$ 159, e serviços como filmagens em 360º para empresas de diversas áreas. "Prestamos esses serviços como fonte de receita. Mas nosso objetivo mesmo é criar conteúdo próprio para a área de educação", diz Terabuio, que não revela faturamento. A empresa já tem acordos com o grupo educacional Estácio e a Fundação Lemann para criar vídeos em 360º. Já o engenheiro Yuri Sefrin, 24, se uniu a dois colegas recém-formados para criar a Ais Ambientes Virtuais e Simulações, em 2014, em Foz do Iguaçu, no Paraná. A companhia cria tours virtuais pelas cataratas do Iguaçu e vende, on-line, óculos de realidade virtual feitos de papelão, a R$ 40. O investimento inicial no negócio foi de R$ 20 mil e a meta é faturar R$ 2,5 milhões até julho de 2017. Para o professor do Instituto de Tecnologia Mauá João Carlos Lopes Fernandes, esse é um segmento promissor para empreendedores por ainda ser pouco explorado. Na faculdade, conta Fernandes, há incentivo para os alunos de engenharia desenvolverem trabalhos acadêmicos na área, que possam eventualmente virar start-ups.
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Pouco explorada, realidade virtual atrai empreendedoresCom uso em diversos segmentos, de educação a turismo, a realidade virtual cresce no Brasil. Desde empresários com experiência em tecnologia a jovens recém-formados investem na área. O administrador Rawlinson Peter Terabuio, 45, trabalhava há 20 anos com tecnologia quando resolveu investir em realidade virtual para fins educacionais. Após anos de pesquisa, em 2015, surgiu a Beenoculus, que vende óculos para realidade virtual, que custam R$ 159, e serviços como filmagens em 360º para empresas de diversas áreas. "Prestamos esses serviços como fonte de receita. Mas nosso objetivo mesmo é criar conteúdo próprio para a área de educação", diz Terabuio, que não revela faturamento. A empresa já tem acordos com o grupo educacional Estácio e a Fundação Lemann para criar vídeos em 360º. Já o engenheiro Yuri Sefrin, 24, se uniu a dois colegas recém-formados para criar a Ais Ambientes Virtuais e Simulações, em 2014, em Foz do Iguaçu, no Paraná. A companhia cria tours virtuais pelas cataratas do Iguaçu e vende, on-line, óculos de realidade virtual feitos de papelão, a R$ 40. O investimento inicial no negócio foi de R$ 20 mil e a meta é faturar R$ 2,5 milhões até julho de 2017. Para o professor do Instituto de Tecnologia Mauá João Carlos Lopes Fernandes, esse é um segmento promissor para empreendedores por ainda ser pouco explorado. Na faculdade, conta Fernandes, há incentivo para os alunos de engenharia desenvolverem trabalhos acadêmicos na área, que possam eventualmente virar start-ups.
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'Mãe', terror com Jennifer Lawrence e Javier Bardem, ganha primeiro trailer
Nesta terça (8), foi divulgado o primeiro trailer de "Mãe!", terror psicológico estrelado por Jennifer Lawrence e Javier Bardem. O filme é dirigido por Darren Aronofsky, conhecido pelos trabalhos em "Cisne Negro" e "Réquiem para um Sonho". "Mãe!" mostra um casal cujo relacionamento é testado quando convidados inesperados, interpretados por Ed Harris e Michelle Pfeiffer, chegam à sua casa. A personagem de Lawrence ficará perturbada com as atitudes estranhas dos visitantes e as reações de seu marido. Mãe Domhnall Gleeson, Brian Gleeson e Kristen Wiig também fazem parte do elenco do longa, que estreia no Brasil em 21 de setembro. Veja abaixo as imagens de divulgação do filme.
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'Mãe', terror com Jennifer Lawrence e Javier Bardem, ganha primeiro trailerNesta terça (8), foi divulgado o primeiro trailer de "Mãe!", terror psicológico estrelado por Jennifer Lawrence e Javier Bardem. O filme é dirigido por Darren Aronofsky, conhecido pelos trabalhos em "Cisne Negro" e "Réquiem para um Sonho". "Mãe!" mostra um casal cujo relacionamento é testado quando convidados inesperados, interpretados por Ed Harris e Michelle Pfeiffer, chegam à sua casa. A personagem de Lawrence ficará perturbada com as atitudes estranhas dos visitantes e as reações de seu marido. Mãe Domhnall Gleeson, Brian Gleeson e Kristen Wiig também fazem parte do elenco do longa, que estreia no Brasil em 21 de setembro. Veja abaixo as imagens de divulgação do filme.
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